Enciclopédia de Marcos 6:49-49

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 6: 49

Versão Versículo
ARA Eles, porém, vendo-o andar sobre o mar, pensaram tratar-se de um fantasma e gritaram.
ARC Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, cuidaram que era um fantasma, e deram grandes gritos.
TB Porém eles, vendo-o andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram;
BGB οἱ δὲ ἰδόντες αὐτὸν ⸂ἐπὶ τῆς θαλάσσης περιπατοῦντα⸃ ἔδοξαν ⸂ὅτι φάντασμά ἐστιν⸃ καὶ ἀνέκραξαν,
HD Ao vê-lo caminhando sobre o mar, pensaram: É um fantasma! E gritaram,
BKJ Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, imaginaram que fosse um espírito, e gritaram;
LTT Eles, porém, havendo-O visto andando (tocando) sobre o ① mar, pensaram ser Ele um fantasma, e gritaram (de pavor).
BJ2 Vendo-o caminhar sobre o mar, julgaram que fosse um fantasma e começaram a gritar,
VULG At illi ut viderunt eum ambulantem supra mare, putaverunt phantasma esse, et exclamaverunt.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 6:49

Jó 4:14 sobreveio-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram.
Jó 9:8 o que sozinho estende os céus e anda sobre os altos do mar;
Mateus 14:25 Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar.
Lucas 24:37 E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Marcos 6 : 49
caminhando
Lit. “andar ao redor; vagar, perambular; circular, passear; viver (seguir um gênero de vida)”.

Marcos 6 : 49
fantasma
φάντασμά: Lit. “fantasma, espectro; aparição, visão”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


André Luiz

mc 6:49
Mecanismos da mediunidade

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 26
Francisco Cândido Xavier
André Luiz

DIVINA MEDIUNIDADE — Em nos reportando a qualquer estudo da mediunidade, não podemos olvidar que, em Jesus, ela assume todas as características de exaltação divina. 

Desde a chegada do Excelso Benfeitor ao Planeta, observa-se-lhe o pensamento sublime penetrando o pensamento da Humanidade.

Dir-se-ia que no estábulo se reúnem pedras e arbustos, animais e criaturas humanas, representando os diversos reinos da evolução terrestre, para receber-lhe o primeiro toque mental de aprimoramento e beleza.

Casam-se os hinos singelos dos pastores aos cânticos de amor nas vozes dos mensageiros espirituais, saudando Aquele que vinha libertar as nações, não na forma social que sempre lhes seria vestimenta às necessidades de ordem coletiva, mas no ádito das almas, em função da vida eterna.

Antes dele, grandes comandantes da ideia haviam pisado o chão do mundo, influenciando multidões.

Guerreiros e políticos, filósofos e profetas alinhavam-se na memória popular, recordados como disciplinadores e heróis, mas todos desfilaram com exércitos e fórmulas, enunciados e avisos em que se misturam retidão e parcialidade, sombra e luz.

Ele chega sem qualquer prestígio de autoridade humana, mas, com a sua magnitude moral, imprime novos rumos à vida, por dirigir-se, acima de tudo, ao espírito, em todos os climas da Terra.

Transmitindo as ondas mentais das Esferas Superiores de que procede, transita entre as criaturas, despertando-lhes as energias para a Vida Maior, como que a tanger-lhes as fibras recônditas, de maneira a harmonizá-las com a sinfonia universal do Bem Eterno.


MÉDIUNS PREPARADORES — Para recepcionar o influxo mental de Jesus, o Evangelho nos dá notícias de uma pequena congregação de médiuns, à feição de transformadores elétricos conjugados, para acolher-lhe a força e armazená-la, de princípio, antes que se lhe pudessem canalizar os recursos.

E longe de anotarmos aí a presença de qualquer instrumento psíquico menos seguro do ponto de vista moral, encontramos importante núcleo de medianeiros, desassombrados na confiança e corretos na diretriz.

Informamo-nos, assim, nos apontamentos da Boa Nova, de que Zacarias e Isabel, os pais de João Batista, precursor do Médium Divino, “eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão, em todos os mandamentos e preceitos do Senhor”, (Lc 1:6) que Maria, a jovem simples de Nazaré, que acolheria o Embaixador Celeste nos braços maternais, se achava “em posição de louvor diante do Eterno Pai”, (Lc 1:30) que José da Galileia, o varão que o tomaria sob paternal tutela, “era justo”, (Mt 1:19) que Simeão, o amigo abnegado que o aguardou em prece, durante longo tempo, “era justo e obediente a Deus”, (Lc 2:25) e que Ana, a viúva que o esperou em oração, no templo de Jerusalém, por vários lustros, vivia “servindo a Deus”. (Lc 2:37)

Nesse grupo de médiuns admiráveis, não apenas pelas percepções avançadas que os situavam em contato com os Emissários Celestes, mas também pela conduta irrepreensível de que forneciam testemunho, surpreendemos o circuito de forças a que se ajustou a onda mental do Cristo, para daí expandir-se na renovação do mundo.


EFEITOS FÍSICOS — Cedo começa para o Mestre Divino, erguido à posição de Médium de Deus, o apostolado excelso em que lhe caberia carrear as noções da vida imperecível para a existência na Terra.

Aos doze anos, assenta-se entre os doutores de Israel, “ouvindo-os e interrogando-os”, (Lc 2:46) a provocar admiração pelos conceitos que expendia e a entremostrar a sua condição de intermediário entre culturas diferentes.

Iniciando a tarefa pública, na exteriorização de energias sublimes, encontramo-lo em Caná da Galileia, oferecendo notável demonstração de efeitos físicos, com ação a distância sobre a matéria, em transformando a água em vinho. (Jo 2:1) Mas, o acontecimento não permanece circunscrito ao âmbito doméstico, porquanto, evidenciando a extensão dos seus poderes, associados ao concurso dos mensageiros espirituais que, de ordinário, lhe obedeciam às ordens e sugestões, nós o encontramos, de outra feita, a multiplicar pães e peixes, (Jo 6:1) no tope do monte, para saciar a fome da turba inquieta que lhe ouvia os ensinamentos, e a tranquilizar a Natureza em desvario, (Mc 4:35) quando os discípulos assustados lhe pedem socorro, diante da tormenta.

Ainda no campo da fenomenologia física ou metapsíquica objetiva, identificamo-lo em plena levitação, caminhando sobre as águas, (Mc 6:49) e em prodigiosa ocorrência de materialização ou ectoplasmia, quando se põe a conversar, diante dos aprendizes, com dois varões desencarnados que, positivamente, apareceram glorificados, a lhe falarem de acontecimentos próximos. (Lc 9:28)

Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se, ante a espectação geral, (Jo 7:30) e, na mesma cidade, perante a multidão, produz-se a voz direta, em que bênçãos divinas lhe assinalam a rota. (Jo 12:28)

Em cada acontecimento, sentimo-lo a governar a matéria, dissociando-lhe os agentes e reintegrando-os à vontade, com a colaboração dos servidores espirituais que lhe assessoram o ministério de luz.


EFEITOS INTELECTUAIS — No capítulo dos efeitos intelectuais ou, se quisermos, nas provas da metapsíquica subjetiva, que reconhece a inteligência humana como possuidora de outras vias de conhecimento, além daquelas que se constituem dos sentidos normais, reconhecemos Jesus nos mais altos testemunhos.

A distância da sociedade hierosolimita, vaticina os sucessos amargos que culminariam com a sua morte na cruz. (Lc 18:31) Utilizando a clarividência que lhe era peculiar, antevê Simão Pedro cercado de personalidades inferiores da Esfera extrafísica, e avisa-o quanto ao perigo que isso representa para a fraqueza do apóstolo. (Lc 22:31) Nas últimas instruções, ao pé dos amigos, confirmando a profunda lucidez que lhe caracterizava as apreciações percucientes, demonstra conhecer a perturbação consciencial de Judas, (Jo 13:21) a despeito das dúvidas que a ponderação suscita entre os ouvintes. Nas preces de Getsêmani, aliando clarividência e clariaudiência, conversa com um mensageiro espiritual que o reconforta. (Lc 22:43)


MEDIUNIDADE CURATIVA — No que se refere aos poderes curativos, temo-los em Jesus nas mais altas afirmações de grandeza. Cercam-no doentes de variada expressão. Paralíticos estendem-lhe membros mirrados, obtendo socorro. Cegos recuperam a visão. Ulcerados mostram-se limpos. Alienados mentais, notadamente obsidiados diversos, recobram equilíbrio.

É importante considerar, porém, que o Grande Benfeitor a todos convida para a valorização das próprias energias.

Reajustando as células enfermas da mulher hemorroíssa, diz-lhe, convincente: — “Filha, tem bom ânimo! A tua fé te curou.” (Mt 9:22) Logo após, tocando os olhos de dois cegos que lhe recorrem à caridade, exclama: — “Seja feito, segundo a vossa fé.” (Mt 9:29)

Não salienta a confiança por simples ingrediente de natureza mística, mas sim por recurso de ajustamento dos princípios mentais, na direção da cura.

E encarecendo o imperativo do pensamento reto para a harmonia do binômio mente-corpo, por várias vezes o vemos impelir os sofredores aliviados à vida nobre, como no caso do paralítico de Betesda, que, devidamente refeito, ao reencontrá-lo no templo, dele ouviu a advertência inesquecível: — “Eis que já estás são. Não peques mais, para que te não suceda coisa pior.” (Jo 5:14)


EVANGELHO E MEDIUNIDADE — A prática da mediunidade não está somente na passagem do Mestre entre os homens, junto dos quais, a cada hora, revela o seu intercâmbio constante com o Plano Superior, seja em colóquios com os emissários de alta estirpe, seja em se dirigindo aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsessos do caminho, mas também na equipe dos companheiros, aos quais se apresenta em pessoa, depois da morte, ministrando instruções para o edifício do Evangelho nascente.

No dia de Pentecostes, vários fenômenos mediúnicos marcam a tarefa dos apóstolos, mesclando-se efeitos físicos e intelectuais na praça pública, a constituir-se a mediunidade, desde então, em viga mestra de todas as construções do Cristianismo, nos séculos subsequentes.

Em Jesus e em seus primitivos continuadores, porém, encontramo-la pura e espontânea, como deve ser, distante de particularismos inferiores, tanto quanto isenta de simonismo. Neles, mostram-se os valores mediúnicos a serviço da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria, na qual os regulamentos divinos, em todos os mundos, instituem a responsabilidade moral segundo o grau de conhecimento, situando-se, desse modo, a Justiça Perfeita, no íntimo de cada um, para que se outorgue isso ou aquilo, a cada Espírito, de conformidade com as próprias obras.

O Evangelho, assim, não é o livro de um povo apenas, mas o Código de Princípios Morais do Universo, adaptável a todas as pátrias, a todas as comunidades, a todas as raças e a todas as criaturas, porque representa, acima de tudo, a carta de conduta para a ascensão da consciência à imortalidade, na revelação da qual Nosso Senhor Jesus-Cristo empregou a mediunidade sublime como agente de luz eterna, exaltando a vida e aniquilando a morte, abolindo o mal e glorificando o bem, a fim de que as leis humanas se purifiquem e se engrandeçam, se santifiquem e se elevem para a integração com as Leis de Deus.




(Este capítulo foi recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier.)


Em “” (págs. 293 e 294, FEB, 12ª edição), anota Allan Kardec, com referência aos fenômenos da mediunidade em Jesus: “Agiria como médium nas curas que operava? Poder-se-á considerá-lo poderoso médium curador? Não, porquanto o médium é um intermediário, um instrumento de que se servem os Espíritos desencarnados e o Cristo não precisava de assistência, pois que era ele quem assistia os outros. Agia por si mesmo, em virtude do seu poder pessoal, como o podem fazer, em certos casos, os encarnados, na medida de suas forças. Que Espírito, ao demais, ousaria insuflar-lhe seus próprios pensamentos e encarregá-lo de os transmitir? Se algum influxo estranho recebia, esse só de Deus lhe poderia vir. Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.” — (Nota indicada pelo Autor espiritual.)



Referências em Outras Obras


Huberto Rohden

mc 6:49
Nosso Mestre

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 78
Huberto Rohden
Depois da multiplicação dos pães, mandou Jesus que os apóstolos embarcassem e passassem para a outra banda do lago. Ele mesmo subiu a um monte e passou a noite em oração. Pela madrugada desceu e pôs-se a andar sobre as águas do lago como se fosse em terra firme. Os apóstolos pensavam que fosse um fantasma. Quando souberam que era Jesus, quis também Pedro andar sobre as águas. Andou mesmo; mas, duvidou um pouco, e logo foi a pique. Jesus apanhou-o pela mão e salvou-o.
Sem tardança impeliu Jesus os discípulos a que embarcassem e lhe tomassem a dianteira para a outra banda, enquanto ele ia despedir o povo. Depois de despedido o povo, subiu a um monte, a fim de orar, ele só. Já era tarde, e ainda se achava aí sozinho.
Entrementes, andava o barco a meio caminho do lago e sofria violento embate das ondas, porque tinha vento contrário. Por volta das três horas da madrugada foi Jesus ter com eles, caminhando sobre as águas. Quando os discípulos o avistaram a andar sobre as águas, perturbaram-se e bradaram, cheios de terror: "É um fantasma!"
Jesus, porém, se apressou a falar-lhes, dizendo: "Tende ânimo; sou eu; não temais!"
"Senhor! - exclamou Pedro - se és tu, manda que eu vá sobre as águas até onde estás".
"Vem" - disse ele.
Pedro saltou do barco e caminhou sobre as águas em direção a Jesus. Reparando, porém, no vento rijo, teve medo - e começou a submergir. E bradou: "Senhor, salva-me!''
De pronto estendeu Jesus a mão, apanhou-o e disse-lhe: "Por que duvidaste, homem de pouca fé?"
Embarcaram; e logo cessou o vento. Os que estavam no barco vieram lançar-se aos pés de Jesus, dizendo: "Tu és, realmente, o Filho de Deus!" (Mt. 14, 22-23).

CARLOS TORRES PASTORINO

mc 6:49
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 30
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 14:24-33


24. E o barco estava agora no meio do mar (a muitos estádios da terra) açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário.


25. À quarta vigília da noite ele veio ter com eles, caminhando sobre o mar.


26. Os discípulos ao vê-lo a andar sobre o mar ficaram aterrorizados e exclamaram: "é um fantasma", e gritaram de medo.


27. Mas Jesus imediatamente lhes falou: "Tende coragem, sou eu, não temais"!


28. Respondendo-lhe, disse Pedro: "Se és tu, senhor, ordena que eu vá a ti por cima das águas".


29. E ele disse: "Vem". E saindo Pedro do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. 30. Quando porém sentiu o vento forte, teve medo e, começando a submergir, gritou: "salva-me, Senhor"!


31. No mesmo instante, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: "ó pequena fé, por que duvidaste"?


32. E entrando ambos no barco, cessou o vento.


33. Então os que estavam no barco prostraram-se ante ele, dizendo: "verdadeiramente és um Filho de Deus".


MC 6:47-52


47. À tardinha achava-se o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra.


48. E viu-os embaraçados em remar, porque o vento lhes era contrário; e pela quarta vigília da noite foi ter com eles, andando sobre o mar, e queria passar-lhes adiante.


49. Vendo-o eles, porém, a andar sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram,


50. porque todos o viram e ficaram aterrorizados. Mas no mesmo instante falando com eles, disse: "Tende coragem, sou eu, não temais"!


51. E veio a eles no barco e cessou o vento; e eles se encheram de grande pasmo.


52. Pois não haviam compreendido a demonstração dos pães; ao contrário, o coração deles estava endurecido.


Jo 6:16-21


16. Chegada a tarde, desceram seus discípulos ao mar,


17. e, entrando num barco, atravessaram o mar para ir a Cafarmaum. E já se tornara escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ter com eles.


18. E o mar, ao sofrer grande vento, se agitava.


19. Tendo remado uns vinte e cinco a trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar e aproximandose do barco, e ficaram com medo.


20. Mas ele lhes disse: "sou eu, não temais"!


21. Desejavam então recebêlo no barco, e imediatamente o barco chegou à terra para onde iam.


Pelo texto de João, compreendemos que os discípulos desceram à praia e permaneceram perto do barco, onde ficaram esperançosos de que Jesus viesse alcançá-los. Entretanto, "já se tornara escuro e Ele não viera". Resolveram, então, partir.


Uma vez embarcados, os discípulos encontram vento contrário bastante forte, o que era comum no lago (cfr. visto antes), tanto que não haviam chegado à outra margem "na quarta vigília da noite", isto é, entre 3 e 6 h da manhã. Após o domínio romano na Palestina, os israelitas passaram a dividir a noite (de 18 às 6 h) em quatro vigílias (em vez de três como era tradicional entre eles), vigílias essas iguais no comprimento, sendo mais longas no inverno quando as noites eram maiores, e bem menores no verão. A primeira (das 18 às 21 h.), a noite; a segunda (das 21 às 24 h), a noite fechada; a terceira (das 24 às 3 h) o cantar do galo; e a quarta (das 3 às 6 h) a alvorada ou manhã.


Ora, à "noitinha" (opsías), do montículo onde se achava, Jesus já vira os discípulos a lutar contra o vento; e a travessia, mesmo na parte mais larga do lago (12 km) era feita, no máximo, em 2 a 3 horas.


E ali eles não estavam na parte mais larga. Mas, às 3 ou 4 horas da manhã eles só haviam avançad "25 a 30 estádios" (segundo João), anotação que parece ter sido introduzida em Mateus posteriormente, pois só aparece em alguns manuscritos ("a muitos estádios da terra"). O estádio media cerca de 185 metros; portanto, eles só se haviam adiantada cerca de 5 km da margem.


Continuava a luta contra o vento, e os discípulos remavam esforçadamente, para alcançarem rápido a outra margem, talvez imaginando que o Mestre seguiria a pé e lá chegaria antes deles, para esperá-los.


Repentinamente percebem, assustadíssimos, um vulto branco a caminhar calmamente sobre o mar encapelado pelo vento... O que seria? Quem seria? Olham melhor: é uma forma humana... aproxima-se
... só pode ser um fantasma! E os fantasmas eram considerados de mau agouro (cfr. Sab. 17:4, 14-15; Josefo, Ant. Jud. 13, 12, 1 e 17, 13, 3-5). O medo foi crescendo, eriçando os cabelos, arrepiando a pele, e aqueles pescadores rudes, homens fortes e barbados, não tiveram outro remédio senão... gritar "valentemente"

"!...


Penalizado, mas bem provavelmente a sorrir do susto que pregou em seus discípulos, Jesus os acalma, recomendando-lhes "coragem" que eles demonstraram evidentemente não possuir...


João, cujo Evangelho (e Epístolas) foram escritos com a finalidade senão primordial, pelo menos bastante clara, de combater os "docetas" (que afirmavam ser "fluídico" o corpo físico de Jesus que, segundo eles não era homem, mas um agênere), não acena à impressão que os discípulos tiveram de que se tratava de um fantasma, já que o fantasma é, exatamente, um agênere.


Os "docetas", assim cognominados primeiramente por Teodoreto (Epist. 82) e por Hipólio (Philosophúmena, 8, 8-11), que criaram o nome "docetas" do verbo grego dokéo, que significa "parecer", afirmavam que Jesus não possuía corpo físico de carne, mas sim "corpo fluídico", um "corpo de fantasma".


Diziam que tudo o que fizera fora apenas "aparência" e não realidade. Não nascera, nem crescera, nem comera, nem morrera na cruz. "Pareceu" que houve tudo isso, mas "não houve", era tudo MENTIRA e FINGIMENTO. A razão em que se baseavam era a crença de que tudo o que é material é imperfeito e impuro, pois é obra do "Princípio do Mal", que eles identificavam com o Deus Criador do Velho Testamento, YHWH, que para eles era Satanás. Como Jesus apresentara o "Princípio do Bem", o PAI, não podia ter-se submetido ao Princípio do Mal, e portanto, não poderia ter tido corpo físico carnal.


O docetismo foi combatido desde o início de seu aparecimento por uma testemunha ocular da vida de Jesus, por seu "discípulo amado", João Evangelista, que protesta ardentemente contra essas invenções absurdas; vemos a refutação do docílimo em muitos passos do Evangelho de João, mas sobretudo em 1:14, e nas Epístolas (Primeira, 2:22; 4:2; 5:6,2. 0; e Segunda, vers. 7). Combateram-no ainda no 1. º século Inácio, nas Epístolas ad Trai., 9 f; ad Smyrn. 2:4; ad Ephes. 7; e Policarpo, ad Phil. 7; e logo após por Clemente, de Alexandria, Strom., 7 e Teodoreto, Haeret. Fab., 5. Modernamente volta a pretender insinuar-se entre espiritualistas essa teoria esdrúxulo, que contraria os pontos básicos do próprio Espiritualismo que só admite um Princípio Criador, o do Bem, e que sabe que a matéria (a carne) é tão nobre, pura e santa quanto o espírito, pois é apenas a condensação do espírito; e sabe que todas as criações divinas são perfeitas, inclusive a matéria.


O velho pescador saltou do barco, sob o olhar horrorizado dos companheiros, sem pesar as consequências, e lá foi cambaleante, a equilibrar-se sobre os vagalhões ferozes; mas quando, ao chegar já perto do Mestre Querido, se dá conta do vento violento, fica com medo. Ora, o medo é justamente a falta de fé, a perda da confiança...E sem fé, nada é possível construir nem realizar: ele começa a afundar e grita apavorado por "socorro"! Jesus repreende-o suavemente (mais uma vez O entrevemos a sorrir...) : "ó pequena fé, por que duvidaste"? E segurou-o pela mão.


Voltaram os dois a caminhar sobre as águas, e os demais discípulos quiseram que Jesus entrasse no barco, em vez de continuar a caminhar pelo lago até a margem.


Entraram ambos, e o vento cessou. Os discípulos estavam atônitos, sem poder explicar tantas coisas estranhas que haviam acontecido naquele dia, pois nem sequer tinham compreendido a "multiplicação dos pães" ali, entre as mãos deles... Então chegam a uma conclusão irrefutável: "verdadeiramente és um filho de Deus"!


O texto grego está sem artigo. Não é, pois, uma confissão da Divindade de Jesus, como pretendem alguns. Temos que compreender a mentalidade e a psicologia dos israelitas, sobretudo naquela época: rigidamente monoteístas, não podiam jamais cogitar de outro Deus além do único Deus, a quem Jesus chamava "O PAI", repetindo exaustivamente que era "o único Deus". Entretanto, eles sabiam que havia os "filhos de mulher" (homens sujeitos ao "kyklos anánke" ou ciclo fatal das encarnações por meio da mulher) e os "filhos do homem" (criaturas que já se haviam libertado da evolução na etapa humana), mas havia também os "filhos de Deus" (seres excepcionais acima de qualquer classificação que não fosse a comparação de "ligados à Divindade", os seres (que hoje chamaríamos "avatares") em que Se manifesta a Divindade, os Cristos ou Buddhas.


Como já se achavam perto da praia, chegaram "logo" à planície de Genesaré (hoje denominada el-

Ghoueir) que mede 6 km de comprimento por 3 de largura, na margem ocidental, exatamente entre Ain-Tabgha e el-Medjdel (onde devia estar situada a aldeia de Betsaida da Galileia, bem perto de Cafarnaum. Daí a aparente contradição dos textos: Betsaida (MC 6:45) Genesaré (MT 14:34 e MC 6:53) e Cafarnaum (JO 6:17). Referem-se todos eles à mesma região, uma área reduzida, com pequenas aldeolas e cidades. Uns falam genericamente (Cafarnaum), outros dão maior precisão (Genesaré, para dizer que não desembarcaram na cidade de Cafarnaum) mas Jesus quando lhes antecipa o local de desembarque, dá ainda maior exatidão (Betsaida).


Ocorre, muitas vezes, que a individualidade percebe a luta titânica e inglória dos veículos, no oceano do mundo, açoitados pelo vento borrascoso das emoções descontroladas. Mas não atende logo, porque sabe que é necessário aprender a dominá-las por si mesmos. No momento oportuno, vai aproximandose levemente, por cima das vagas altas e violentas, inatingido pelas ondas e pelo furacão, tranquilo em sua serenidade infinita.


Todos os grandes místicos que obtiveram o Encontro Sublime, a Iluminação da alma, experimentaram antes a terrível "Noite Escura da Alma" os momentos cruciais das "Trevas Espessas" (cfr. Kempis, Henrique de Suso, Mestre Eckhart, João da Cruz, Teresa de Ávila, Ruysbroeck, Catarina de Siena, Ângela de Foligno, Francisco de Sales, Madame Guyon, etc. Ver o excelente estudo de Evelyn Undershill Mysticism", The Noonday Press, N. Y., 1955, 2. ª parte, cap. 9: "The Dark Night of the Soul", págs. 380 a 412).


Quando, após esse período de secura espiritual, vemos aproximar-se a figura imaterial do Cristo Interno, assustamo-nos horrorizados, temendo seja mais uma ilusão (fantasma) de nossa mente, alguma criação mental nossa que não venha desviar da meta tão arduamente perseguida. E gritamos apavorados, encolhendo-nos no mais recôndito desvão de nós mesmos.


A felicidade só começa a fazer-se sentir, quando identificamos a voz suave e inconfundível do Amado de nossa alma.


E quantas vezes atiramo-nos afoitamente aos vagalhões enfurecidos, para mais depressa abraçarmos o Ser Inefável que é nosso Cristo Interno! Mas, no meio da viagem, quase a alcançar o porto seguro, frequentemente assalta-nos a dúvida, e sentimo-nos submergir mais uma vez, derrubados pela ventania infrene que ulula em torno de nós, apanhados e rodopiados pelas ondas revoltas que nos turbilhonam, arrastando-nos ao abismo...


É quando gritamos novamente por socorro. E a mão, sempre terna, do Amigo Incondicional, se estende, sustentando-nos acima das vagas enraivecidas.


Uma vez firmes e seguros de nossos passos, tendo em nossa mão a mão firme do Cristo, vemos que os veículos reclamam para si a honra de carregar a Individualidade. Logo que esta penetra em nós mesmos, isto é, logo que conseguimos unir-nos a ela que já reside em nós, cessa o vento, o mar se abranda, e imediatamente chegamos ao porto de destino aliviados e consolados (Cafarnaum = cidade do Consolador).


Quantas vezes se repetem essas cenas, e depois de cada uma acreditamo-nos definitivamente imunes de outros vendavais... Mas eles voltam, e cada vez com, parece-nos, uma violência maior, mais assustadora
...

Nos momentos do Encontro, ao sentirmo-nos envolvidos pela suavidade da Paz do Cristo, reconhecemos que verdadeiramente "Ele é um filho de Deus", ou seja, uma partícula da Divindade que vive em nós e nos sustenta, sempre Amoroso e Terno, sempre Compassivo e Benevolente.


mc 6:49
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
  • UM PROFETA SEM HONRA, Marcos 6:1-6
  • Partindo dali (1), ou seja, de Cafarnaum, Jesus deu início ao primeiro trecho de um circuito de ensinos pela Galiléia. Depois de aproximadamente um dia de viagem, Ele e os seus discípulos (que agora estavam passando por um treinamento para o ministé-rio!) chegaram à sua terra, isto é, a cidade de Nazaré.

    No sábado (2), Jesus começou a ensinar na sinagoga. Ali havia um "grande público" (Moffatt) formado por velhos amigos. O ministério de Jesus freqüentemente evoca assombro (Marcos 5:42), mas isso era diferente em Nazaré. "De onde lhe vêm essas coi-sas?" Pode ser que houvesse indicações misteriosas e maliciosas de que a sabedoria de Jesus e as maravilhas que Ele operava fossem provenientes de alguma fonte que não fosse Deus (cf. Marcos 3:22).

    "Sempre há uma sombra debaixo da luz"" e assim era em Nazaré. Ele "veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1:11). Eles o tinham conhecido como o car-pinteiro ("o marceneiro", Moffatt), filho de Maria (3)." Eles sabiam os nomes dos seus irmãos e das suas irmãs.' E escandalizavam-se (ou se ofendiam) 75 nele. "Admirados" pela sua sabedoria e pelo seu poder, eles ainda tropeçavam sobre a sua pessoa.

    Jesus respondeu com um provérbio usual naquela época e naquela região: Não há profeta sem honra, senão na sua terra' (4). E evidente, tanto em outras passagens (Lc 13:33) como aqui, que Jesus falava de si mesmo como sendo um profeta, e assim Ele era considerado popularmente (15). Ele era o portador da verdade.

    No versículo 5 ocorre o que foi chamado de uma das "mais corajosas afirmações dos Evangelhos", que cria "uma profunda impressão de exatidão histórica".76 E não podia fazer ali obras maravilhosas (5; Literalmente: "não era possível fazer ali..."). O que chamamos de milagres, João chamou de "sinais", e os Evangelhos Sinóticos chamam de "obras maravilhosas" (dynameis). Exceto por alguns poucos enfermos sobre quem Jesus impôs as mãos para curar, ninguém testemunhou nenhum "sinal" nem "obra maravilhosa" na cidade daquele que sempre foi conhecido como Jesus de Nazaré.

    Aonde quer que o Mestre fosse, o seu ministério produzia assombro; mas em Nazaré, o oposto era verdadeiro. A incredulidade dos seus parentes e amigos o surpreendeu. Jesus estava admirado da incredulidade deles (6). Ao percorrer as aldeias vizi-nhas na Galiléia, ensinando, Ele deve ter experimentado uma grande dor em sua alma (cf. Mt 17:17).

  • A MISSÃO DOS DOZE, Marcos 6:7-13
  • Parece apropriado que esta seção se inicie no versículo 6b. O ministério de ensino de Jesus na Galiléia se estendia através do trabalho dos doze, a quem Ele agora chamou e começou a enviá-los (apostellein, de onde se originou a nossa palavra "apóstolo") com poder (exousia, "autoridade") sobre os espíritos imundos (7).

    Que educação teológica incomparável receberam aqueles pescadores iletrados! Eles "aprenderam fazendo", sob a orientação Daquele que falava como "nunca homem algum falou" (Jo 7:46).

    Saindo de dois a dois, "com o objetivo de servir de testemunho e de companhia"' eles deveriam viajar com simplicidade e pressa, dependendo somente de Deus e da hospitalidade daqueles que os recebessem. Observe a progressão nas restrições: levar so-mente um bordão (8) 78 — possivelmente como proteção contra cães ferozes —, eles não deveriam levar nem alforje (bolsa para carregar pão),79 nem pão (8), nem dinheiro (moedas de cobre!) no cinto (para comprar pão). Calçados com sandálias (9), não deve-riam vestir duas túnicas (um artigo de vestuário usado junto à pele). "Duas túnicas era um luxo inadequado para uma viagem.'

    Tais exigências somente se aplicaram literalmente ao curto período do seu ministério na Galiléia, mas em princípio elas são aplicáveis em todas as épocas. "Anunciar a Palavra de Deus ainda é um assunto de extrema urgência, que requer completa dedicação."'

    Jesus também ordenou aos discípulos que ficassem (10) na casa em que entrardes até que estivessem prontos para partir dali em direção a outra cidade. Eles não deveriam ofender os seus anfitriões procurando algum lugar mais confortável, ou talvez per-manecendo por muito tempo. No século II foi necessário que a igreja estabelecesse re-gras a respeito dos profetas itinerantes.82

    Por outro lado, quando alguns vos não receberem... nem vos ouvirem (11) estes deveriam receber uma severa advertência. Quando os discípulos partissem dali, deveriam sacudir o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho contra aquele lugar. A responsabilidade pela rejeição deveria repousar sobre a cabeça daqueles que a praticassem. Era costume dos judeus, depois de sair de uma terra pagã, sacudir dos seus calçados o pó daquele lugar, para que a sua terra sagrada não fosse contamina-da. Este gesto ordenado por Jesus declarava aquela cidade como pagã, na esperança de que o arrependimento viesse em seguida (cf. At 13:51).83

    Os discípulos, que tinham sido

    1) chamados das suas tarefas seculares,

    2) escolhidos para serem apóstolos, e, finalmente,

    3) encarregados' de sair com "poder sobre os espíritos imundos" (7), de fato saíram, e pregavam ao povo que se arrependesse.' Eles não apenas receberam a autoridade, mas a empregaram com sucesso. Quanto melhor a preparação e o planejamento, tanto melhor será o desempenho!

    Não pedimos o conhecimento – o conhecimento Tu já nos deste,

    Mas, Senhor, a vontade – aqui está a nossa mais amarga necessidade, Dê-nos a vontade necessária para construirmos sobre o profundo intento A obra, a obra."

    Com o poder que lhes foi dado por Jesus, os discípulos expulsavam muitos demônios (13), e ungiam muitos enfermos com óleo (cf. Lc 10:34; Tg 5:14), e os curavam. Na pessoa de Jesus, e na pregação dos seus discípulos, o Reino de Deus real-mente estava próximo (cf. Marcos 1:15).

    SEÇÃO 1V

    UM MINISTÉRIO ALÉM DA GALILÉIA

    Marcos 6:14-8.26

    A história de Herodes e do martírio de João Batista (Marcos 6:14-29) introduz um período do ministério de Jesus em que Ele começou a se retirar pouco a pouco da Galiléia e preparar sua volta a Jerusalém e seu caminho para a cruz. Essa atitude pode ter sido provocada pela crescente hostilidade de Herodes Antipas (Lc 13:31), assim como pela necessidade de repousar e de se isolar à medida que Ele e seus discípulos se aproximavam da sombra da cruz.

    Essa seção descreve um interlúdio entre a missão dos doze discípulos (7-13) e o retorno deles (30). Marcos não nos dá nenhum registro do que Jesus fez durante a via-gem de pregação dos discípulos, embora seja evidente, como podemos ver no versículo 6b, que Ele estava igualmente envolvido na mesma missão.

    A. Os FANTASMAS DOS TEMORES DE HERODES, Marcos 6:14-29

    Herodes Antipas, popularmente chamado rei, foi o tetrarcai da Galiléia e da Peréia desde 4 a.C. até 39 d.C. Assim sendo, seu reinado se estendeu durante a vida e o minis-tério público de Jesus. Vindo de uma família cuja característica era a intriga e a violên-cia, "ele se mostra como um príncipe sensual, astuto, caprichoso, cruel, fraco, inescrupuloso, supersticioso e despótico (Mt 14:9; Lc 3:19-13.31,
    32) ".2

    "Era muito natural, especialmente depois da missão dos doze discípulos, que o rei Herodes ouvisse falar de Jesus (14). Prevalecia um rumor, ao qual Herodes dava sua contribuição,' de que João, o que batizava, ressuscitou dos mortos (14) "e por isso estas maravilhas", Herodes argumentava, "operam nele". Outros diziam "É Elias" (cf. Ml 4:5; Mt 16:14), enquanto ainda outros afirmavam: "É um profeta ou como um dos profetas" (15).

    Existe um comentário a respeito do poder profético das pregações de Jesus, e que seus contemporâneos o comparavam a certos homens severos como Elias e João Batista. Qualquer que tenha sido a opinião do público, a própria alma atormentada de Herodes concluiu: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos (16).

    Nesse ponto (17), Marcos relembra alguns acontecimentos históricos, fatos lamentá-veis que agora perturbavam Herodes. Algum tempo atrás, Herodes havia estado em Roma, onde se apaixonou por Herodias, mulher de Filipe, seu irmão.' Herodias, que era na verdade sobrinha de Antipas, abandonou seu marido Filipe por causa do governador da Galiléia. Herodes divorciou-se de sua primeira mulher, filha do rei ára-be Aretas IV, provocando um incidente internacional. De acordo com Josefo,5 Aretas declarou guerra contra os exércitos de Herodes e nessa empreitada ele alcançou um considerável sucesso.

    João Batista, em vista desse casamento incestuoso, havia censurado o rei. Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão (18). Nem os padrões judeus, nem os cristãos, iriam apoiar esse tipo de casamento. As palavras de João feriram Herodias de modo que depois disso ela o espiava e queria matá-lo, mas não podia (19). Paradoxalmente, a mão que a impedia era a de Herodes, pois ele temia a João, pois sabia que era varão justo e santo (20).

    João pregava a santidade, através da sua vida e da suas palavras. Na plenitude do Espírito Santo "já desde o ventre de sua mãe" (Lc 1:15), João Batista exortava os homens a se arrependerem e terem uma vida justa. O fato da santidade do seu caráter ter uma qualidade ética, e não ser meramente cerimonial ou posicional, pode ser visto através da sua ligação com a justiça. Ele era um varão justo (virtuoso) e santo (20). Em seu estado de ambigüidade mental, Herodes manteve João livre da prisão (significado de guarda-va-o) e muitas vezes de boa vontade o ouvia. Como governantes do povo judeu, os Herodes assumiam uma posição de "diletantismo religioso"' e muitas vezes davam exem-plo de ter instrução religiosa (cf. Atos 26:1-3). No entanto, quando Herodes ouviu João "ele ficou muito perplexo" (20),7 como seria próprio que ficasse. Podemos nos lembrar, em uma outra ocasião, da perplexidade e da confusão de Festo e Agripa quando Paulo lhes pregou o evangelho (At 26:24-28).

    Tal como uma outra Jezabel, Herodias esperou o momento oportuno para armar uma cilada àquele desembaraçado profeta. Ela descobriu uma ocasião favorável (21) em que Herodes, no dia do seu aniversário daria uma festa aos grandes, e tribunos (chiliarch, ou quiliarco, "capitão de mil"), e príncipes da Galiléia ("lideres"). O ban-quete era típico de um sensual monarca oriental. A embriaguez e a voluptuosa dança de Salomé, filha de Herodias,81evaram o rei a fazer uma promessa precipitada. Tudo o que me pedires (23), ele jurou à jovem, te darei. "Promessas precipitadas são condenadas pelo Senhor em Mateus 5:34; promessas precipitadas levaram Jefté à agonia (Jz 11:31ss.) e praticamente destruíram Saul (1 Sm 14.38ss.)."

    A influência decisiva da família pode ser constatada pela atitude de Salomé. Ela foi direto à sua mãe (24) e perguntou: Que pedirei? A vida dos filhos e dos jovens pode ser desvirtuada e mal influenciada, ou enobrecida e aperfeiçoada, pelos seus pais. Tal poder é assustador! A mãe que havia ofendido os padrões de honradez naquele dia infeliz, ao expor sua filha e princesa a uma dança sensual, agora agarrava a oportunidade que sua ardorosa crueldade estava aguardando. Sua resposta: A cabeça de João Batista. Po-demos ver uma urgência febril nas palavras que se seguem: a filha entrou apressada-mente (25) e exigiu imediatamente seu horrível troféu. Nenhuma oportunidade foi dada a Herodes para mudar sua promessa.

    E o rei entristeceu-se muito (26). Essa é uma linguagem muito forte e foi usada por Marcos apenas uma segunda vez em outra passagem (14.34, onde Jesus disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte"). A tristeza e o arrependimento do rei estão em consonância com sua atitude em relação a João e devem ter sido autênticos. Mas a pressão da opinião pública estava além do que ele podia suportar. Por causa do juramento que havia feito na presença daqueles que estavam com ele à mesa, "ele não quis quebrar sua promessa" (26).

    Como um vacilante Acabe, dominado por Jezabel, o rei, enviando logo... o execu-tor (27) (provavelmente um guarda) ' mandou que lhe trouxessem ali a cabeça de João. E ele foi e degolou-o na prisão. Essa cena ocorreu na fortaleza de Maquero, localizada em uma cordilheira cercada por terríveis desfiladeiros e que contemplava o lado oriental do mar Morto. Era uma das fortalezas mais solitárias, mais horríveis e mais inexpugnáveis do mundo"»

    A desolada masmorra, com seus instrumentos de tortura, ainda se encontra no mes-mo lugar e qualquer pessoa pode visitá-la. "Herodes, o Grande, havia construído um palácio nesse lugar",' portanto é possível que o banquete tenha se realizado em Maquero. Sem a companhia de qualquer dos seus amigos, exceto Deus, para testemunhar a sua execução, João Batista pagou muito caro pelo fato de ser um pregador da justiça.

    Para completar esse quadro tétrico, Herodes mandou trazer a cabeça de João (28) num prato (travessa) e deu-a à jovem. Ela, por sua vez, a deu à sua mãe.13 Os discí-pulos de João (cf. Marcos 2:18; Atos 19:3), ao saberem do ocorrido, foram, tomaram o seu corpo e o puseram num sepulcro (29). Mateus acrescenta (Marcos 14:12), em uma nota de ternura, que os discípulos de João "foram anunciá-lo a Jesus". Os ministérios de Jesus e de João estavam interligados e muito brevemente Jesus também iria enfrentar a sua paixão e morte.

    Sob o tema "A Consciência Incomodada do Rei" podemos desenvolver:

    1) A Amarga Consciência, 16-18;

    2) A Sutil Conivência, 19-25;

    3) A Cruel Submissão, 26-28.

    B. MILAGRES E ENSINOS JUNTO AO MAR, Marcos 6:30-56

    1. Alimentando os Cinco Mil (Marcos 6:30-44)

    Marcos agora está pronto para descrever o retorno dos doze discípulos depois da viagem de pregação e curas na Galiléia. Certamente com alegria e júbilo os apóstolos (30), assim chamados por causa da sua missão (um apóstolo, "um enviado"), "juntaram-se a Jesus" (Goodspeed) e contaram-lhe tudo, tanto o que tinham feito como o que tinham ensinado. Feitos e palavras, uma seqüência feliz! Podemos nos lembrar da frase de Chaucer: "Primeiro ele fez, depois ensinou".

    Depois de ouvir o relatório deles, o Bom Médico, sabendo do cansaço físico e emocio-nal dos discípulos, disse: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto (a um lugar solitário e deserto) e repousai um pouco (31).

    A cuidadosa atenção à saúde e ao vigor físico é um dos principais deveres da religião. Quando deixamos de tomar esse cuidado pecamos contra Deus. Estamos retirando dele rapidamente o uso do instrumento que Ele deveria usar: o nosso corpo. Se estivermos demasiadamente ocupados para permitir que nosso vigor físico seja renovado pelo repouso e o distanciamento de nossas atividades, tam-bém estamos demasiadamente ocupados para servir a Deus com nossas melhores forças."

    Como em outras inúmeras ocasiões," o pequeno grupo entrou em um barco e nave-gou pelo lago procurando um lugar deserto (32). Seu destino não é mencionado, talvez fosse a margem nordeste do mar. Percorrendo mais quilômetros a pé do que de barco, a multidão (33) viu-os partir, e muitos os conheceram, e correram para lá, a pé... e ali chegaram. Se houvesse apenas uma leve brisa para suas velas, ou um vento con-trário, o barco deixaria de se movimentar tão devagar, um feliz acontecimento que, na verdade, lhes proporcionaria pelo menos algum repouso das multidões.

    Quando Jesus, ao sair do barco, viu uma grande multidão (34) que dele se aproxi-mava, teve compaixão deles. Compaixão é um termo usado apenas para Jesus ou por Ele em relação aos personagens das suas parábolas e "denota uma piedade que se expressa através da assistência"." O desamparo e a confusão das ovelhas que não têm pastor é proverbial em todas as terras (cf. Nm 27:15-17; Ez 34:1-6). E começou a ensi-nar-lhes muitas coisas ("detalhadamente", Moffatt). 'Mateus 14:13) e Lucas 9:11) acrescentam que Ele também curou os doentes, "mas uma vigorosa multidão de corredo-res não teria muitos doentes".' Na verdade, Ele teria que alimentar a todos eles.

    Em nítido contraste com a atitude de Jesus, os discípulos, sabendo que o dia já estava muito adiantado (35) e que estavam realmente em um lugar... deserto e afas-tado, se dirigiram a Jesus e sugeriram que Ele dispensasse as pessoas. Certamente, em algum lugar dos campos (36) ou aldeias circunvizinhas, eles poderiam comprar pão para si.

    Jesus resistiu a essa sugestão com as palavras: Dai-lhes vós de comer (37). "Tais palavras são como uma permanente censura ao desamparo mostrado pela igreja frente a um mundo faminto."' A resposta dos discípulos, tão característica do estilo audacioso de Marcos, reflete novamente suas autênticas e antigas fontes. Iremos nós e comprare-mos duzentos dinheiros de pão...? Um dinheiro (denarius) era uma moeda de prata que valia cerca de vinte centavos de dólar americano, mas que representava o salário de um dia de trabalho (Mt 20:2). Duzentos dinheiros poderiam representar trinta e cinco ou quarenta dólares. Naquela época, eles tinham um poder de compra bem maior do que hoje — então teríamos provavelmente uma soma de dinheiro considerável.

    Quantos pães tendes? (38) Jesus mandou que eles avaliassem o total de seus re-cursos. E sabendo-o eles, disseram-lhe: Cinco pães e dois peixes. "Os cinco pães deveriam ser pequenos pães redondos, pouco maiores que as bisnagas de nossa época."' João acrescenta que os pães e os peixes seriam o almoço de um rapaz da multidão (Jo 6:9).

    Por mais modestos que sejam os nossos recursos, Jesus pode torná-los adequados à premente demanda, mas Ele exige a completa dedicação daquilo que possuímos

    "O que é isso na tua mão?" (Ex 4:2). As insignificantes provisões disponíveis eram mais que suficientes. Jesus ordenou aos discípulos que fizessem assentar a todos (39), em grupos, sobre a erva verde. O que aconteceu em seguida representa a vívida descrição de uma testemunha ocular. E [eles] assentaram-se (literalmente, "lançaram-se ao chão") repartidos (literalmente, canteiro por canteiro) de cem em cem e de cinqüenta em cinqüenta (40) — com a regularidade de uma disposição em canteiros de grama que se pareciam com muitos canteiros de jardim. Dividida talvez em cinqüenta grupos, de cem pessoas cada um, a multidão, sentada ordenadamente em fileiras e ves-tida com roupas coloridas, se parecia com canteiros de flores sobre a "erva fresca" (Goodspeed).

    Revelando-se como Mestre e Anfitrião, Jesus tomou os pães e os peixes e, em uma atitude característica (Marcos 7:34; Jo 11:41), levantou os olhos ao céu, e abençoou, e par-tiu os pães (41). "A fórmula reconhecida de abençoar era: 'Bendito sejas Tu, Senhor nosso Deus, Rei do mundo, que produziste o pão da terra' .'0 Alguém disse que o objeto da gratidão não eram os pães e os peixes, mas Aquele que deu o pão à terra (Dt 8:10).21 Entretanto, "O pão partido era considerado sagrado"?' Evidentemente, aconteceu em seguida a multiplicação dos pães e dos peixes. O verbo partir está em um tempo indefi-nido que significa uma ação instantânea e completa, enquanto a palavra deu está no tempo imperfeito indicando uma ação contínua: "Continuou a dá-los aos discípulos" (NT Amplificado). Os discípulos antes relutantes tornaram-se agora envolvidos no milagre ao colocar os pães e os peixes diante das pessoas. A linguagem usada aqui lembra a ordenança da Ceia do Senhor (cf. Marcos 14:22).

    E todos (cerca de cinco mil homens) comeram e, de uma forma bem literal, fica-ram fartos (42). A palavra grega (echortasthesan) era geralmente usada em relação aos animais e significava "alimentar, engordar, encher ou satisfazer com alimento".23 Com o devido respeito à dádiva divina de alimentos, os discípulos levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão (43). "Cada garçom recebeu a sua gorjeta — um cesto cheio de comida para o dia seguinte."" Os cestos eram balaios de vime onde os judeus carrega-vam seu alimento. Os pedaços que restaram representavam muito mais que o supri-mento original, e eram o testemunho da generosidade divina.

    Marcos demonstra a compaixão de Jesus, faz uma alusão à Ceia do Senhor e descre-ve Jesus como o verdadeiro Pão do Céu. O Filho de Deus encarnado havia realizado uma outra "obra poderosa".
    Esse episódio sugere:

    1) O problema dos discípulos 34:37;

    2) As provisões dos discí-pulos 38:40;

    3) A apresentação dos discípulos 41:44.

    2. Caminhando Sobre as Águas (Marcos 6:45-52)

    E logo (imediatamente), depois de ter alimentado cinco mil (30-44), Jesus obrigou (45), ou mandou, seus discípulos subirem no barco e passarem... para o outro lado, enquanto Ele despedia a multidão. Aparentemente, o rigor dessa ordem (que pode sig-nificar obrigação) era necessário por causa da excitação messiânica que pairava no ar. Jesus "sabendo, pois... que haviam de vir arrebatá-lo, para o fazerem rei" (Jo 6:15), não queria que os discípulos encorajassem esse movimento.

    Existe um problema geográfico por causa do seu destino, Betsaida. Os discípulos estavam partindo de uma praia localizada a nordeste do mar da Galiléia. Aparentemen-te, o outro lado não seria Betsaida, que estava localizada exatamente do lado leste da foz do Jordão. Além disso, a terra onde eles chegaram era Genesaré (53), que ficava a uma curta distância da margem ocidental de Cafarnaum. Entretanto, por causa do con-torno oval desse lago, Betsaida poderia ter sido descrita como estando no outro lado da praia oriental. O efeito do vento contrário (48) pode ter levado os discípulos a perder o curso e chegar no lado ocidental do lago em Genesaré.'

    Anteriormente (36), os discípulos haviam insistido com Jesus para mandar a multidão embora. Agora, tendo atendido às necessidades e ensinado, curado e ali-mentado as pessoas, Jesus estava pronto para dispensar, com mais bondade e genti-leza, as pessoas que o procuravam. Ele mesmo se sentia impelido a se retirar a um monte para orar (46). "A morte de João e a atitude das pessoas provocaram uma outra crise em sua carreira que exigia oração e concentração."' Será que mais uma vez Ele enfrentava a tentação de conquistar as pessoas através da aclamação popu-lar e não pelo caminho da cruz (Lc 4:5-8) ? Dessa forma, durante algum tempo os discípulos ficaram separados do seu Senhor, eles nó meio do mar, e ele, sozinho em terra (47).

    Das montanhas que contemplam o mar da Galiléia, Jesus podia ver os discípulos que se fatigavam a remar (48), enfrentando um vento contrário. A linguagem é bas-tante forte: "Eles estavam aflitos ao remar" (RSV). Moffatt traduz o texto dizendo que "se fatigavam enquanto remavam". A palavra fatigavam (basanizomenous) significa literalmente que estavam "sendo provados pela tortura", portanto, "atormentados" ou "aflitos". Eles estavam, sem dúvida, fatigados não só pelo vento, mas também por verifi-carem que uma tempestade havia se colocado no caminho do dever, e que Aquele que os havia enviado estava ausente.

    Perto da quarta vigília da noite (3 horas da madrugada), Jesus se aproximou de seus fatigados discípulos andando sobre o mar, e literalmente, "com o propósito de passar-lhes adiante". Como no caso dos discípulos de Emaús (Lc 24:28), "a finali-dade... era testar e, pela provação, fortalecer-lhes a fé (cf. Jo 6:6) ".' Assustados pelo que parecia ser um fantasma, e também alarmados com medo de que Ele simples-mente passasse por eles, os discípulos gritaram (49). Mas não era uma aparição. Todos o viram e perturbaram-se (50), pois não podiam compreender esse Homem que havia acalmado a tempestade, alimentado milhares de famintos e que agora an-dava sobre o mar. Como a fé cresce devagar! A razão era a recorrente dureza de coração deles (cf. Marcos 8:17). A palavra endurecido (peporomene) sugere o endurecimento do concreto, de modo que eles não eram impressionáveis. De modo superficial, fica-vam freqüentemente admirados e maravilhados, mas essa admiração durava pouco e era apenas exterior. Essa tendência de voltar a uma dureza espiritual representa uma das inclinações mais profundas do coração humano. Depois do Pentecostes, essa recorrência desapareceu. Uma das importantes promessas que fazem parte da nova aliança é a declaração: "Tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne" (Ez 36:26).

    Se esse milagre parece misterioso para nós, devemos nos lembrar de que aqueles que o testemunharam ficaram extremamente impressionados, e se maravilharam (51). Entretanto, Jesus se aproximou deles em meio àquela aflição, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais. E quando Ele subiu no barco, o vento se aquietou. "Trata-se de um simples fato da vida... quando Cristo está presente a tempestade se acalma, o insuportável se torna suportável e os homens ultrapassam seus limites sem se despedaçar.""

    3. Curas na Região de Genesaré (Marcos 6:53-56)

    O que vem a seguir é uma descrição resumida das atividades de Jesus, provavel-mente durante alguns dias na região de Genesaré. Tratava-se de uma encantadora e fértil planície, densamente habitada, de aproximadamente cinco quilômetros de compri-mento e pouco mais de um quilômetro e meio de largura, localizada ao sul de Cafarnaum. E, quando já estavam no outro lado (53) do mar, depois de terem alimentado mais de cinco mil pessoas, e da noite de tempestade, e da fadiga, eles se dirigiram à terra de Genesaré e ali atracaram ("ancoraram") na praia. Embora isso tenha acontecido de manhã bem cedo, Jesus foi imediatamente reconhecido. Sua popularidade havia atingi-do o nível mais alto nesse período. Ansiosas por ajudar seus amigos aflitos, as pessoas "vinham de toda parte" (55, Goodspeed) e começaram a trazer em leitos' todos os que se achavam doentes.

    Evidentemente, Jesus se movimentou nessa região, pois os doentes foram trazidos para onde quer que [Ele] entrava, ou em cidade, ou em aldeias, ou no campo (56). Eles apresentavam os enfermos "nas praças, isto é, em algum lugar importante no caminho de Jesus e rogavam-lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da sua veste" (Barclay)." E todos os que lhe tocavam (cf. Marcos 3:10-5.
    28) saravam (literalmente, "eram salvos").

    A insistente demanda das multidões nunca ia além das suas necessidades físicas; mesmo assim Jesus ministrava a elas, embora Ele desejasse atender às suas necessida-des mais profundas. Marcos não registra qualquer atividade de ensino nessa ocasião. Talvez Jesus ainda estivesse procurando um lugar solitário longe das multidões.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    *

    6:1

    foi para a sua terra. Nazaré, cerca de trinta e dois quilômetros a sudoeste de Cafarnaum e do Mar da Galiléia.

    seus discípulos. Os Doze (v. 7).

    * 6:2

    sábado. Ainda que fosse o senhor do Sábado (2.28), Jesus observa semanalmente o culto sabático (1.21; 3.1; Lc 4:16-30).

    se maravilhavam. Ver 1.22; 7.37; 10.26; 11.18.

    * 6:3

    carpinteiro. Poderia também significar “pedreiro”. O trabalho de Jesus, antes de seu ministério, pode explicar o emprego de metáforas sobre construções, especialmente ao descrever seu próprio ministério essencial (14.58, 15.29; Mt 7:24; 16:18; 21:33; Lc 12:18; 17:28). A observação concernente ao trabalho manual, provavelmente, não é depreciativa como tal, pois esperava-se que todos os Rabis tivessem uma ocupação. Paulo fora educado como um Rabi e fazia tendas ou toldos (At 18:3-22.3; 26.5; Fp 3:5, 6). A acusação é que Jesus (que ensina “sabedoria”, no v. 2), é um operário comum, sem credenciais religiosas ou acadêmicas.

    filho de Maria. Ver 3.31.

    * 6:4

    na sua casa. Jesus não só é rejeitado pelo povo da cidade e pelo mais amplo círculo de parentes ali, como também por sua própria família (3.31).

    * 6:7

    os doze. Tendo já sido designados para estarem com Jesus (3.14, nota), e tendo já recebido instruções especiais concernentes ao mistério da pessoa e do papel de Cristo (4.10-11, notas), aos Doze agora é permitido compartilhar do ministério e da autoridade de Jesus.

    enviá-los. O verbo “enviar” tem a mesma raiz do substantivo “apóstolo” e ressalta os laços com Jesus, como representantes pessoais dele (3.14, nota).

    dois a dois. O princípio bíblico de que o testemunho deveria ser firmado por, pelo menos, duas testemunhas (Nm 35:30; Dt 17:6; 19:15; Mt 18:16; Jo 8:17; 2Co 13:1; 1Tm 5:19; Hb 10:28), foi também aplicado na atividade missionária da igreja primitiva, nos ministérios de Pedro e João (At 3:1-4.1), de Paulo e Barnabé (At 13:2) e de Paulo e Silas (At 15:40).

    * 6:8

    nem pão. Mt 10:10 dá a razão “porque digno é o trabalhador do seu alimento”.

    * 6:11

    sacudi o pó dos pés. Os judeus rigorosos sacudiam o pó de seus pés depois de atravessarem territórios pagãos. A recusa do evangelho convida à mesma reação.

    * 6:14

    aos ouvidos do rei Herodes. Herodes Antipas, filho de Herodes, o Grande, era tetrarca (governador de um estado dependente) da Galiléia e Peréia.

    * 6:15

    um dos profetas. Especulação a respeito da identidade de Jesus conduzirá às narrativas da multiplicação de pães e peixes (vs. 30-44; 8:1-9) e da caminhada sobre a água (vs. 47-52), que apontam para a divindade pessoal de Jesus. Porém, primeiro Marcos relata as circunstâncias da morte de João Batista, com quem Herodes e outros tinham identificado Jesus.

    * 6:17

    mulher de seu irmão Filipe. Herodias era filha de Aristóbulo, um dos filhos de Herodes, o Grande. Outros filhos de Herodes, o Grande, incluíam Herodes Antipas e Herodes Filipe (filhos de diferentes esposas). Depois de casar-se com seu meio-tio Herodes Filipe, Herodias o deixou para manter uma relação adúltera com o irmão dele, Herodes Antipas. Tal era o comportamento moral licencioso da dinastia de Herodes, contra o qual João Batista pregava (conforme Lv 18:16,20).

    * 6:31

    à parte. Estar sozinhos com Jesus — que então os instruía no mistério do reino (4.10-11) — era parte da preparação deles para o futuro ministério (4.34; 9.2, 28; 13.3, conforme Jo 13:1; 16:29).

    * 6:34

    e compadeceu-se deles. Jesus faz aquilo que Deus prometeu fazer em Ez 34:11,14: “Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas e as buscarei... Apascenta-las-ei de bons pastos”. Jesus age como o Pastor do povo de Deus, do mesmo modo que Moisés (Nm 27:15-17; Sl 77:20), como Davi (Sl 78:70-72) e como Deus mesmo (Sl 23:1; 74:1; 78:52,53; 80:1; Ez 34:15).

    ovelhas que não têm pastor. O antigo Israel, abandonado pelos líderes infiéis, era também descrito deste modo (Jr 50:6; Ez 34:1-10).

    * 6:40

    em grupos de cem em cem, e de cinqüenta em cinqüenta. Este detalhe relembra como Moisés organizava o antigo Israel no deserto (Êx 18:21).

    * 6:42

    Todos comeram e se fartaram. Esta história da multiplicação de pães e peixes recorda a provisão miraculosa do maná no deserto, sob Moisés (Êx 16:1-36, especialmente v. 16). Jesus é o novo Moisés, trazendo o novo concerto.

    * 6:43

    e ainda recolheram. Outra referência à provisão do maná, quando nada era para ser deixado até à manhã do dia seguinte (Êx 16:19).

    doze cestos cheios. O número lembra as doze tribos do antigo Israel e sugere o importante papel que os Doze desempenhariam na constituição do Novo Israel (3.14, nota).

    * 6:44

    cinco mil homens. Marcos não usa a palavra grega que significa “seres humanos”, mas um termo que distingue os homens das mulheres, talvez com a idéia de “chefe de família” (Mt 14:21 acrescenta “além de mulheres e crianças”). A multidão pode ter sido de quinze a vinte mil pessoas.

    * 6:48

    quarta vigília. Uma vez que os romanos dividiam a noite em quatro períodos, a quarta vigília seria das três da madrugada até à aurora.

    * 6:49

    um fantasma. A palavra grega traduzida aqui por “fantasma” é usada no Novo Testamento só aqui e em Mt 14:26. Tem a conotação de imaginação supersticiosa.

    * 6:50

    Sou eu. A frase grega (lit., “eu sou”) é igual ao termo da Septuaginta (tradução grega do Antigo Testamento), que traduz o nome divino “Eu sou” revelado a Moisés (Ex 3:14; Dt 32:39; Is 41:4; 43:10, 13, 25; 45:18; 52:6; Os 13:4; Jl 2:27). Esta narrativa tem todas as marcas comuns das teofanias bíblicas (vários modos da visível auto-revelação divina), incluindo o pavor humano, a identificação divina e as palavras de confiança.

    * 6:53

    Genesaré. Uma aldeia à margem ocidental do Mar da Galiléia (Lc 5:1).

    * 6:56

    sua veste. Ver nota em 5.30.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    6.2, 3 Embora Jesus ensinava com eficiência e sabedoria, a gente de seu povo o via simplesmente como um carpinteiro. "O não é melhor que nós; solo é um humilde operário", diziam. ofendiam-se ao ver que impressionava a outros e o seguiam. Rechaçavam sua autoridade porque era um deles. Acreditavam conhecê-lo, mas suas noções preconcebidas não lhes permitiam aceitar sua mensagem. Não permita que os prejuízos lhe ceguem ante a verdade. Trate de ver, no Jesus, o que é.

    6:4 Jesus disse que um profeta (ou seja, um servo de Deus) nunca recebe honra em sua própria terra. Mas isso não faz seu trabalho menos importante. Uma pessoa não necessita que lhe reconheçam nem honrem para ser útil a Deus. Se seus amigos, vizinhos ou familiares não apreciam seu trabalho cristão, não deixe que sua atitude afete seu serviço a Deus.

    6:5 Jesus pôde ter feito grandes milagres no Nazaret, mas não quis fazê-los pelo orgulho e a incredulidade do povo. Os milagres que fez teve muito pouco efeito na gente porque não queria aceitar sua mensagem nem acreditar que veio de Deus. Daí que procurou em outra parte pessoas que respondessem a seus milagres e a sua mensagem.

    6:7 Os discípulos se enviaram em casais. De havê-lo feito em forma individual, teriam chegado a mais lugares, mas esse não era o plano de Cristo. Uma vantagem em ir de dois em dois era que podiam dar-se ânimo e apoio, sobre tudo ao enfrentar o rechaço. Nossas forças vêm de Deus, mas O supre muitas de nossas necessidades através do trabalho coletivo. Como servidor dele, não trate de caminhar sozinho.

    6.8, 9 Marcos destaca que aos discípulos lhes instruiu de não levar nada, exceto estribilho, enquanto que Mateus e Lucas relatam que Jesus lhes disse que não levassem estribilho. Possivelmente Mateus e Lucas se referiam a um pau que podiam usar como arma de defesa, em tanto que Marcos falava de uma vara de pastor. Em qualquer caso, o ponto nos três relatos é o mesmo: os discípulos foram sair ao mesmo tempo, sem muita preparação, confiando no cuidado de Deus em vez de seus próprios recursos.

    6:11 Os judeus piedosos sacudiam o pó de seus pés depois de passar por cidades ou territórios gentis, em sinal de rechaço às influências e práticas gentis. Quando os discípulos sacudiam o pó de seus pés ao sair de uma cidade judia, davam um vívido sinal de que o povo rechaçava ao Jesus e sua mensagem. Jesus esclareceu que o povo era responsável pela forma em que respondia ao evangelho. Os discípulos não seriam culpados se a gente rechaçava a mensagem, sempre que o apresentassem com fidelidade e esmero. Nós não temos a culpa de que alguém rechace a mensagem de salvação de Cristo, mas temos o dever de proclamá-lo com fidelidade.

    HERODES ANTIPAS

    À maioria da gente não gosta que lhe assinalem seus pecados, muito menos em público. A vergonha de vê-los expostos é freqüentemente pior que o castigo ao que se faz credor o que sarda. Herodes Antipas foi um homem que experimentou a culpa e a vergonha.

    A desumana ambição do Herodes era de domínio público, como o era seu matrimônio ilegal com o Herodías, a mulher de seu irmão. Um homem fez dos pecados do Herodes um assunto público. Aquele homem foi João o Batista. João esteve pregando no deserto e milhares foram a lhe escutar. Ao parecer, João usou o estilo de vida do Herodes como exemplo negativo. Herodías estava particularmente ansiosa de sossegar ao João. Como solução, Herodes pôs ao João no cárcere. Herodes apreciava ao João. Para ele, possivelmente João foi um dos poucos homens que dizia sozinho a verdade. Mas a verdade a respeito de seu pecado era uma pílula amarga que teve que tragar-se e Herodes titubeava no ponto de conflito: não podia deixar que João estivesse sempre lhe recordando ao povo a pecaminosidad de sua líder, mas ao mesmo tempo temia que João morrera. Assim, decidiu não tomar nenhuma determinação a respeito. Mas Herodías lhe tendeu uma armadilha e ao João o executaram. É obvio, isto solo fez que a culpa do Herodes fora maior.

    Para ouvir do Jesus, imediatamente Herodes o identifica com o João. Não sabia o que fazer com ele. Como não queria repetir o engano cometido com o João, tratou de ameaçá-lo antes de sua última viagem a Jerusalém. Quando ambos se encontraram brevemente durante o julgamento do Jesus, o Senhor não lhe dirigiu a palavra. Herodes demonstrou ser um péssimo ouvinte do João e Jesus não tinha nada que adicionar às palavras do João. Herodes reagiu com despeito e mofa. depois de rechaçar ao mensageiro, pareceu-lhe fácil rechaçar ao Messías.

    Para cada pessoa, Deus escolhe a melhor forma de revelar-se. Usa sua Palavra, as circunstâncias, nossas mentes ou outra pessoa para captar nossa atenção. O é persuasivo e persistente, mas não obriga a ninguém. Desatender ou resistir a mensagem de Deus, como o fez Herodes, é uma tragédia. Quão consciente está você respeito ao interesse que tem Deus por entrar em sua vida? Recebeu-o?

    Pontos fortes e lucros:

    -- Construiu a cidade do Tiberias e outros projetos arquitetônicos

    -- Governou na região da Galilea sob o poder romano

    Debilidades e enganos:

    -- Consumia-se na busca de poder

    -- Pospor decisões ou decidiu mal por estar sob pressões

    -- Divorciou-se de sua esposa para casar-se com a mulher de seu meio irmano, Felipe

    -- Meteu no cárcere ao João o Batista e mais tarde ordenou sua execução

    -- Jogou um pequeno papel na execução do Jesus

    Lições de sua vida:

    -- Uma vida motivada pela ambição quase sempre se caracteriza por ser autodestructiva

    -- Pelo general, as oportunidades de fazer o bem vêm em forma de decisões que devemos tomar

    Dados gerais:

    -- Onde: Jerusalém

    -- Ocupação: Tetrarca romano da região da Galilea e Perea

    -- Familiares: Pai: Herodes o Grande. Mãe: Maltace. Primeira esposa: filha do Aretas IV. Segunda esposa: Herodías

    -- Contemporâneos: João o Batista, Jesus, Pilato

    Versículo chave:

    "Porque Herodes temia ao João, sabendo que era varão justo e santo, e lhe guardava a salvo; e lhe ouvindo, ficava muito perplexo, mas lhe escutava de boa vontade" (Mc 6:20).

    A história do Herodes Antipas aparece nos Evangelhos. Também se menciona em At 4:27; At 13:1.

    6:14, 15 Herodes, como muitos outros, desejava saber quem era Jesus. Incapazes de aceitar a declaração do Jesus de que era o Filho de Deus, muitas pessoas elaboravam explicações de seu poder e autoridade. Herodes pensava que Jesus era João o Batista ressuscitado, em tanto que os que conheciam o Antigo Testamento acreditavam que se tratava do Elías (Ml 4:5). Outros inclusive acreditavam que era um profeta, professor na tradição do Moisés, Isaías ou Jeremías. Ainda hoje a gente tem que definir-se quanto ao Jesus. Alguns pensam que se podem dizer o que O é: profeta, professor, bom homem, conseguem diminuir o poder de sua demanda sobre suas vidas. Mas o que pensem não troca o que Jesus é.

    6.17-19 a Palestina estava dividida em quatro regiões, cada uma governada por um "tetrarca". Herodes Antipas, chamado rei Herodes nos Evangelhos, era governador da Galilea; seu irmão Felipe governava no Traconite e Idumea. A esposa do Felipe era Herodías, mas o deixou para casar-se com o Herodes Antipas. Quando João os confrontou aos dois por cometer adultério, Herodías planejou matá-lo. Em lugar de deixar seu pecado, tratou de desembaraçar-se daquele que tirou aquilo à luz pública. Era exatamente o que os líderes religiosos tratavam de fazer com o Jesus.

    6:20 Herodes prendeu o João o Batista sob pressão de sua esposa ilegítima e seus assessores. Embora admirava a integridade do João, ao final terminou ordenando sua morte. Seus amigos e familiares puderam mais. O que fazemos sob pressão freqüentemente demonstra o que somos.

    6.22, 23 Em sua condição de tetrarca sob a autoridade romana, Herodes não tinha reino que dar. Sua oferta da metade de seu reino foi sua maneira de dizer que daria à filha do Herodías quase algo que pedisse. Quando frente a seus convidados Herodías pediu a cabeça do João o Batista, tivesse sido muito vergonhoso para o Herodes não agradá-la. As palavras comprometem. Como as palavras nos podem conduzir a cometer grandes pecados, devemos ser muito cuidadosos ao as usar.

    6:30 Marcos usa a palavra apóstolos uma só vez (3.14). Apóstolo significa "enviado" como mensageiro ou missionário. A palavra chegou a ser título oficial dos discípulos depois da morte e ressurreição do Jesus (At 1:25-26; Ef 2:20).

    6:31 Quando os discípulos retornaram de sua missão, Jesus foi se descansar. Levar a cabo a obra do Senhor é muito importante, mas Jesus reconhecia que fazer uma obra eficaz para Deus requer descanso e recuperação das forças. Mas ao Jesus e seus discípulos não sempre foi fácil descansar quando o necessitavam!

    6:34 A multidão se via muito necessitada, como ovelhas sem pastor. É muito fácil dispersar as ovelhas; sem um pastor as ovelhas estão a sério perigo. Jesus sabia que O era o Pastor que devia lhes ensinar tudo o que precisavam saber e as cuidar para que não se extraviassem de Deus. Vejam-se Salmo 23; Is 40:11 e Ez 34:5ss, onde se fazem descrições do Bom Pastor.

    6:37 Neste capítulo vemos como muitas pessoas examinam a vida e o ministério do Jesus: sua vizinhos e sua família, o rei Herodes e os discípulos. Mas nenhum o aprecia pelo que O realmente é. Os discípulos seguem ponderando-o, ainda turvados, ainda incrédulos. Não se dão conta que Jesus pode lhes dar o sustento. Estão tão preocupados com a impossibilidade da tarefa, que não podem ver o possível. Permite que o que parece impossível no cristianismo lhe impeça de acreditar no possível?

    6.37-42 Jesus pediu a seus discípulos que procurassem comida para mais de cinco mil pessoas. Eles perguntaram assombrados se foram e procuravam duzentos denarios de pão. Como reagimos quando se nos encomenda uma tarefa impossível? Uma situação impossível para os humanos é simplesmente uma oportunidade para Deus. Os discípulos fizeram o que puderam: compilaram a comida disponível e organizaram às pessoas em grupos. Logo, em resposta à oração, Deus fez o impossível. Quando em frente uma tarefa igualmente difícil, faça o que está em suas possibilidades e peça a Deus que faça o resto. O pode fazer que aconteça o impossível.

    6:49 Os discípulos se surpreenderam ao ver o Jesus andar sobre o mar. Deviam haver-se dado conta então que O poderia lhes ajudar quando estivessem em dificuldade. Embora o perderam de vista, O não os perdeu de vista a eles. Sua preocupação superava a falta de fé. A próxima vez que se encontre em "águas profundas", recorde que Cristo sabe de suas angústias e toma cuidado de você.

    6:49 Os discípulos estavam assustados, mas a presença do Jesus afugentou o temor. Todos sentimos medo. Tratamos de nos arrumar isso sós ou deixamos que Jesus nos ajude? Em tempos de temor ou incerteza é reconfortante saber que Cristo está sempre conosco (Mt 28:20). Reconhecer sua presença é o antídoto contra o medo.

    6:52 Os discípulos não queriam acreditar, possivelmente porque: (1) não podiam aceitar que aquele ser humano chamado Jesus era o Filho de Deus; (2) não se atreviam a acreditar que o Messías os escolheu como seus seguidores. Era muito bom para ser certo; (3) ainda não entendiam o verdadeiro propósito da vinda do Jesus à terra. Sua incredulidade tomou a forma de falta de entendimento.

    Até depois de ver o Jesus alimentar milagrosamente a cinco mil pessoas, não podiam dar o passo final para a fé, a acreditar que O era o Filho de Deus. Se o tivessem feito, não se teriam maravilhado que andasse pelas águas. Não podiam transferir a suas vidas a verdade que já sabiam a respeito Do. Lemos que Jesus caminhou pelas águas e mesmo assim freqüentemente nos maravilhamos que possa obrar em nossas vidas. Não só devemos acreditar que os milagres na verdade ocorreram; devemos transferir a verdade às circunstâncias de nossas vidas.

    6:53 Genesaret era uma pequena mas fértil planície ao oeste do mar da Galilea. Capernaum, onde Jesus vivia, encontrava-se na borda norte desta planície.

    Jesus CAMINHA SOBRE A ÁGUA: depois de alimentar às pessoas que o seguiu para lhe escutar na Betsaida, Jesus despediu às pessoas, pediu a seus discípulos que se fossem a Betsaida em barco e O foi se orar. Os discípulos se encontraram com uma tempestade e Jesus se aproximou deles andando sobre o mar. Desembarcaram no Genesaret.

    VERDADEIRA LIDERANÇA

    Marcos nos dá alguns dos aspectos mais relevantes no caráter do Jesus.

    Herodes como líder Jesus como líder

    Egoísta Compassivo

    Assassino Curador

    Imoral Justo e bom

    Oportunista político Servidor

    Rei de um pequeno território Rei sobre toda a criação


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    f. Rejeição em Nazaré (6: 1-6)

    1 E, saindo dali; e ele vem para a sua terra; e os seus discípulos o seguiram. 2 E quando o sábado chegou, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se maravilhavam, dizendo: Donde lhe vem este estas coisas? E, o que é a sabedoria que é dado a este homem, e que significam esses milagres operados por suas mãos? 3 Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? e suas irmãs não estão aqui entre nós? E escandalizavam-se dele. 4 E Jesus lhes disse: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua própria Ct 5:1 E não podia fazer ali nenhum milagre, salvar que ele impôs as mãos sobre alguns poucos enfermos, e os curavam. 6 E admirou-se da incredulidade deles.

    E ele percorria as aldeias ensinando.

    Jesus saiu dali , isto é, de Cafarnaum, onde fez sua sede durante Seu ministério galileu-e entrou em seu próprio país; isto é, Sua cidade natal, Nazaré.

    Quando o sábado veio, Ele compareceram ao serviço na sinagoga. Há Ele ensinou as pessoas que se reuniram para a adoração. Eles estavam atônitos (imperfeito sugere um espanto crescente) e perguntou onde ele obteve sua sabedoria e seu poder de operar milagres. Para eles, Ele era simplesmente um "boy cidade natal", a antiga vila de carpinteiro (Mt 13:55. - "filho do carpinteiro"). Eles estavam bem familiarizados com sua mãe, como também seus irmãos e irmãs. Quatro de seus irmãos são nomeados aqui. Foi generalizada de que Tiago e Judas eram os escritores, respectivamente, das Epístolas de Tiago e Judas. José é curto para José, e assim foi nomeado após seu pai. Simon foi um dos nomes mais comuns de judeus naquele dia. Quase uma dúzia de Simons são mencionados no Novo Testamento. Não sabemos quantas irmãs Jesus tinha. De acordo com os costumes da época, os seus nomes não são dadas. Estavam todos provavelmente filhos de ambos José e Maria-não "primos", como às vezes é realizada.

    Porque eles sabiam que Jesus e sua família, o povo de Nazaré escandalizavam-se dele. O verbo é skandalizo ("escandalizar"). O significado evidente é que eles "tropeçou" sobre o fato de que Ele era uma figura tão familiar para eles. Eles não podiam acreditar que Ele era o Messias milagreiro. Jesus citou a eles um conhecido provérbio (v. Mc 6:4 ), que é aplicável em todas as épocas.

    O resultado de sua atitude era que ele podia fazer ali nenhum milagre (dynamis , poder) -que Marcos modifica imediatamente, dizendo que Ele fez por suas mãos sobre alguns poucos enfermos e os curavam. Isso está em pleno acordo com a declaração de Mateus que Ele fez "não ali muitos milagres" (Mt 13:58 ).

    Marcos acrescenta que Jesus ficou maravilhado com a incredulidade deles (v. Mc 6:6 ). Em apenas um outro lugar é dito que Cristo se maravilhavam, e depois foi a fé de um gentio, um centurião romano (Mt 8:10. ; Lc 7:9)

    7 E ele chamou a si os doze, e começou a enviá-los a dois e dois; e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos; 8 e ordenou-lhes que nada levassem para o seu caminho, senão apenas um bordão; nem pão, nem carteira, sem dinheiro no cinto; 9 mas para ir calçados com sandálias, e, disse ele , não colocar em duas demãos. 10 E disse-lhes: Onde estiver em que entrardes numa casa, ficai nela até sairdes dali. 11 E tudo o lugar não vos receber, e saber que você não, como vós sair dali, sacudi o pó que estiver debaixo dos vossos pés, em testemunho ao Pv 12:1 E eles saíram e pregaram que os homens devem arrepender-se . 13 e expulsavam muitos demônios, e ungido com óleo muitos doentes e curavam.

    Para o significado do número de doze ver em Mt 10:1 ; At 13:1 ), e ainda tem um grande valor hoje. Se um fica desanimado ou adoece, o outro está lá para dar precisava de ajuda. Também eles podem concordar em oração (conforme Mt 18:19 ). Dois são mais fortes do que 1.

    Enviar por diante ... é literalmente ". enviar em uma missão" Os doze "apóstolos" (mesma raiz grega como enviar por diante) eram para ser missionários de Cristo para as ovelhas perdidas de Israel (Mt 10:5. ). Eles foram fazer uma viagem missionária da Galiléia, uma vez que era impossível para o próprio Jesus para cobrir todas as muitas centenas de aldeias nesta área.

    Mateus dá a lista dos doze apóstolos, neste ponto (Mt 10:2. ). Mas Marcos deu-lhe mais cedo (3: 13-19 ).

    As instruções para a viagem (vv. Mc 6:8-11) parecem bastante surpreendente. Eles não estavam a tomar qualquer alimento ou roupa extra (pelas razões para este ver em Mt 10:9. ). Eles foram autorizados uma equipe, ou bengala. A proibição contra parecendo mesmo esta em Mt 10:10 e Lc 9:3 ). Além disso, eles não estavam a ter duas demãos (para que todos os três Evangelhos). A palavra não significa que se entende por um "casaco", mas refere-se ao abrigo de vestuário, ou túnica. O equivalente mais próximo hoje seria "camisa".

    Eles foram para ficar em apenas uma casa em cada comunidade, para não serem acusados ​​de levar a fofoca de uma casa para outra. Para o significado de sacudi o pó (v. Mc 6:11) ver em Mt 10:14 . O ato que indicaria que a cidade de ofensa "é contada como pagão." Paulo e Barnabé fez isso muito coisa de Antioquia da Pisídia (At 13:51 ).

    Os doze apóstolos tinham uma missão tripla (vv. Mc 6:12-13 ). (1) Eles pregavam que os homens devem arrepender-se , como João e Jesus tinha feito antes deles; (2) que expulsou muitos demônios, usando a autoridade Jesus lhes tinha dado (v. Mc 6:7 ); (3) eles ungido com óleo muitos doentes e os curava . O único outro lugar no Novo Testamento, onde este método é mencionado é Jc 5:14 . A unção com azeite provavelmente foi concebida como um símbolo da graça de Deus derramado.

    h. Morte de João (6: 14-29)

    14 E o rei Herodes ouviu falar dele ; para o seu nome tornou-se conhecido: e ele disse: João Batista ressuscitou dentre os mortos, e, portanto, estes operam nele. 15 Mas outros diziam: É Elias. E outros diziam: É um profeta, mesmo como um dos profetas.16 Herodes, porém, quando ouviu dele , disse, João, que mandei degolar, é aumentado. 17 Porquanto o próprio Herodes enviou e prender a João, e amarrou-o na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; . pois ele havia se casado com ela 18 Porque João dizia a Herodes: Não te é lícito ter a mulher de teu irmão. 18 E Herodias definir-se contra ele, e desejava matá-lo; E ela não podia; 20 porque Herodes temia a João, sabendo que ele era um homem justo e santo, eo guardava em segurança. E quando ele ouviu, ficou muito perplexo; e ele ouvia com prazer. 21 E um dia oportuno quando estava a chegar, que Herodes no seu aniversário natalício ofereceu um banquete aos seus senhores, e os capitães de altura, e os principais da Galiléia, 22 e quando a filha de Herodias entrou e ela mesma dançando, agradou a Herodes e aos que estavam à mesa com ele; E o rei disse à jovem: Pede-me o que quiseres, e eu to darei. 23 E ele jurou a ela, tudo quanto pedires de mim, eu to darei, até a metade do meu reino.24 E ela saiu, e disse a sua mãe: Que pedirei? E ela respondeu: A cabeça de João Batista. 25 E ela veio logo com pressa à presença do rei, pediu, dizendo: Quero que tu frente-com-me dar em um prato, a cabeça de João Batista. 26 E o rei entristeceu-se muito;., mas por causa do juramento, e dos que estavam à mesa, ele não iria rejeitá-la 27 E logo o rei enviou um soldado da sua guarda, e mandou trazer a cabeça e ele se foi e degolou no prisão, 28 e trouxe a sua cabeça em uma bandeja, e deu à jovem; e o jovem a deu à sua mãe. 29 E os seus discípulos ouviram dele , vieram, tomaram o seu corpo, e pô-lo num sepulcro.

    Como de costume, o relato de Marcos é muito mais vivas do que em Mateus (ver em Mt 14:1.) ou Lucas (3: 19-20 ; 9: 7-9 ). A história contada aqui está cheio de drama e pathos.

    O rei Herodes está corretamente chamado de "o tetrarca" por Mateus e Lucas (ver em Mt 14:1)

    30 E os apóstolos ajuntaram-se a Jesus; e disseram-lhe todas as coisas, tudo o que tinham feito, e tudo o que tinham ensinado. 31 E disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e descansai um pouco. Pois havia muitos indo e vindo, e não tinham tempo nem para comer. 32 E eles foram embora no barco para um lugar deserto, à parte. 33 E as pessoas os viram partir, e muitos sabiam -los , e eles correram juntos lá a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro-los. 34 E ele saiu e viu uma grande multidão e teve compaixão deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. 35 E quando o dia já muito adiantada, os seus discípulos vieram a ele, e disse: O lugar é deserto, eo dia está já muito adiantada;36 mandá-los embora, para que possam entrar no país e aldeias em redor, e comprar -se um pouco para comer. 37 Mas ele respondeu, e disse-lhes: Dai-lhes vós de comer. E eles disseram-lhe: Havemos de ir comprar vale duzentos xelins de pão e dar-lhes de comer? 38 E ele disse-lhes. Quantos pães tendes? ir e ver . E quando eles sabiam, eles dizem. Cinco pães e dois peixes. 39 E mandou que todos devem sentar-se em grupos, sobre a relva verde. 40 E eles se sentaram em grupos de cem e de cinquenta. 41 E tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e partiu os pães; e deu aos discípulos para que os distribuíssem; e os dois peixes dividido ele entre todos eles. 42 Todos comeram e se fartaram. 43 Em seguida, recolheram pedaços, doze cestos, e também dos peixes. 44 E os que comeram os pães eram cinco mil homens.

    Marcos e Lucas lugar este incidente imediatamente após o retorno dos doze apóstolos de sua missão de pregação (v. Mc 6:30 ). O Mestre percebeu que seus homens precisavam descansar e relaxar antes de se juntar a ele novamente em ministrar às multidões, de modo que Ele graciosamente os convidou-o apenas de doze a se desfazer com ele para um lugar tranquilo. Desert lugar não significa um desperdício de areia, mas um local solitário onde eles poderiam fugir das multidões que se amontoaram. Então, foi a pressão constante de multidões de moagem que Jesus e seus discípulos não têm sequer lazer para comer (v. Mc 6:31 ).

    Então, eles pegaram um barco -provavelmente ofício para pesca de Pedro, o lado leste do lago, onde apenas algumas pessoas viviam. Mas alguns os vi saindo e os conhecia -melhor ", reconheceu-os"; ou seja, "viu o que estava acontecendo" (conforme Mt 14:13. ; Lc 9:11 ). Então eles correram ao redor do extremo norte do lago da Galiléia , a pé (ou, "por terra"). Eles talvez viajou cerca de oito milhas enquanto o barco percorrido cerca de quatro ou cinco milhas-um comentário sobre a lentidão da vela naqueles dias e chegou pela primeira vez na costa oriental.

    Assim, os planos de férias de Jesus foram subitamente abalada. Chegando ao seu destino os treze homens encontraram uma grande multidão (v. Mc 6:34 ). Como o Mestre reagir? Ele teve compaixão: o aoristo sugere que Ele "foi tomado de compaixão." Isso sempre foi sua reação imediata às necessidades humanas. E assim Ele começou a ensiná-los. Essa foi a sua maior necessidade. Mateus (Mc 14:14) diz que ele "curou os seus enfermos". Lucas combina os dois em sua afirmação de que Jesus "falou-lhes do reino de Deus, e os que tinham necessidade de cura, curou" (Lc 9:11 ). Este é um bom exemplo do acordo essencial no pensamento, juntamente com algumas diferenças na forma, que se encontra nos três registros dos Evangelhos sobre o mesmo incidente.

    Na verdade, a alimentação dos cinco mil é o único milagre de Jesus, que se regista em todos os quatro Evangelhos. O relato de João (6: 1-13) é mais completa.

    Como tarde caía, os discípulos ficaram preocupados com que a grande multidão estava indo para obter a sua ceia. Orientais sentir um profundo sentimento de obrigação de alimentar seus convidados quando o horário das refeições chega. Então os Doze sugeriu que o Mestre tinha melhor enviar as multidões para as fazendas e aldeias vizinhas, a fim de que eles possam comprar algo para comer.

    Para dizer o mínimo, a resposta de Jesus foi surpreendente: Dai-lhes vós de comer (v. Mc 6:37 ). O grego é ainda mais forte: "vós mesmos dar-lhes de comer" (o mesmo em todos os três sinóticos). O comando parecia totalmente irracional. Mas o ponto importante é que os discípulos, na verdade, fez exatamente a coisa impossível Jesus lhes disse para fazer: eles se alimentavam toda a multidão. Ele forneceu o milagre; que forneceu as mãos; e foi feita a escritura. Os discípulos de Cristo ainda tem apenas uma responsabilidade-obediência. É sua responsabilidade de fornecer a energia que permite, como Ele fez lá atrás.

    A reação dos Doze para o comando era perfeitamente natural. Foram eles que ir e comprar vale duzentos xelins de pão -200 denários, no valor de cerca de quarenta dólares? Uma vez que um denário era o salário de um dia de (Mt 20:2)

    45 Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele mesmo manda o caminho multidão. 46 E depois que ele tinha tomado despediu deles, retirou-se para o monte para orar .47 E, quando já era tarde, estava o barco no meio do mar, e ele sozinho em terra. 48 E, vendo-os afligido a remar, porque o vento era contrário a eles, pela quarta vigília da noite, ele vem para eles, andando sobre o mar; e ele teria passado por eles: 49 mas, quando o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; 50 para todos o viram e se assustaram. Mas ele logo falou com eles e disse-lhes: Tende bom ânimo: é I; não temais. 51 E subiu-lhes para dentro do barco; eo vento cessou; e foram pavor em si mesmos; 52 para que eles não compreenderam o relativo pães, mas seu coração estava endurecido.

    Quando a refeição foi encerrada e os doze discípulos tinham preenchido suas cestas de almoço com os pedaços que sobraram, Jesus restrita (ou, obrigado)-los a embarcar em seu barco, e passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida. Esta afirmação parece estranha, uma vez que, aparentemente, eles estavam no lado leste do lago ea única Betsaida que sabemos (Betsaida Julia) foi na margem leste do rio Jordão, no ponto em que ele entra no lago da Galiléia. Além disso, Lc 9:10 diz que a alimentação dos cinco mil ocorreu perto desta cidade. Como são estas declarações devem ser harmonizadas?

    Tem sido sugerido que os discípulos dirigido para o norte através da pequena baía ao sul de Betsaida, na expectativa de levar Jesus a bordo no município, mas em vez disso foram conduzidos por ventos do norte para fora no centro do lago. Alguns estudiosos acreditam que é provável que havia uma vila de pescadores chamada Betsaida, na margem ocidental perto de Cafarna1. Qualquer uma dessas soluções é aceitável, mas é preferível que seja difícil dizer. João (Mc 6:17) diz que os discípulos "estavam indo para o mar até Cafarna1." Este foi aparentemente o seu destino final naquela noite.

    A história de uma caminhada de Jesus sobre a água é registrada também por Mateus (ver em Mt 14:22.) e João, mas não Lucas. Um vento contrário foi o que torna difícil para os discípulos no lago. afligido (v. Mc 6:48) é uma tradução melhor do que "labuta" (KJV). A palavra grega (usado também por Mateus) significa "torturado" ou "atormentado".

    Marcos sozinho diz que Jesus teria passado por eles. Isso provavelmente não significa que essa era sua intenção completo, mas apenas que parecia, assim, para os discípulos. Quando eles gritaram com medo, perturbado ou "perturbado" com o que viram, Ele os consolou por suas palavras e sua presença. Quando Ele embarcou no barco, o vento cessou. O verbo significa literalmente "se cansar." Como uma criança inquieta que tempestuosamente recusou-se a ficar quieto, o vento finalmente afundou em um sono repousante.

    c. Cura em Genesaré (6: 53-56)

    53 E quando eles tinham atravessado, eles vieram para a terra até Genesaré, e ali atracaram. 54 E, quando chegaram para fora do barco, logo o povo o conhecia, 55 e corria ao redor toda aquela região, e começou para levar em seus leitos os que se achavam enfermos, para onde ouviam dizer que ele estava. 56 e, onde ele entrou, em aldeias ou em cidades, ou para o país, punham os enfermos nas praças, e rogavam-lhe que os deixasse tocar se fosse, mas a orla do seu manto; e todos os que a tocavam ficavam curados.

    Este incidente é dada somente aqui e em Mateus (ver em Mt 14:34. ). Como é geralmente o caso em seções narrativas, o relato de Marcos é mais completa e mais gráfica. Ele relata que, logo que eles tinham ancorado na margem ocidental do lago,logo (imediatamente) o povo corria ao redor (verbo grego composto encontrado somente aqui no Novo Testamento) e começou a transportar cerca de (outro composto com peri) sobre suas camas ("pallets", ou colchas densamente acolchoado) a doentes onde ouviam dizer que ele estava. Estes itens adicionados em Marcos pintar um retrato vívido. Pode-se ver em maca sendo levado às pressas para Jesus de todas as direções. Foi uma cena típica em Seu ministério ocupado.

    O versículo 56 pode ser pensado como uma descrição geral do que ocorreu em todo grande ministério galileu do Mestre, e não só aqui. Os três tipos de habitação humana daquele dia são mencionados. As pessoas viviam em aldeias (cidades sem muros) ou cidades (geralmente com paredes) ou o país (no plural, "lugares do país"). No singular esta palavra significa "um campo." Mas, no plural refere-se a toda a área fora das cidades e vilas.

    Eles apresentavam os enfermos nas praças . The Agora, como a Plaza de cidades da América Latina, foi o ponto de encontro central da comunidade para a compra e venda, bem como para a comunhão social. Aqui, as multidões se reuniram em torno de Jesus.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    Esse é um capítulo cheio de opor-tunidades, algumas se perderam por causa da descrença, outras fo-ram aproveitadas em consequência da fé.

  • Oportunidade para conhecer o Servo (Mc 6:1-41)
  • Os Doze eram embaixadores de Cristo, comissionados e capacita-dos por ele para servir aonde quer que os enviasse. Se compararmos o relato de Marcos com o de Ma-teus (10:1-42), constataremos que Marcos omite a menção ao minis-tério para os judeus, pois escreve para leitores gentios. Como havia urgência nessa obra, Jesus disse aos homens que não comprassem ne-nhum equipamento novo nem car-regassem coisas de que não preci-savam. Não devemos entender que essas ordens referem-se a todos os ministérios, pois Deus espera que usemos de bom senso quando pla-nejamos nossas viagens. Jesus enco-rajava-os a viver pela fé, uma lição que o povo de Deus de todas as eras precisa aprender. A principal tarefa deles era pregar a Palavra e levar as pessoas a crer no Salvador.

  • Oportunidade para arrepender- se do pecado (Mc 6:14-41)
  • Elerodes Antipas era apenas o te- trarca da Galiléia e da Peréia, mas gostava de ser conhecido como rei. Ele casou-se com sua cunhada, He- rodias, que deixou o marido Filipe a fim de formar essa aliança perversa, e João Batista repreendeu-o por isso (Lv 18:16). Herodias queria que o marido matasse João Batista, no en-tanto Herodes, ao prender João Ba-tista e, ocasionalmente, ouvir suas pregações, acomodou a situação. Herodes ouviu o maior profeta já enviado e, mesmo assim, recusou- se a entregar-se à Palavra de Deus. Podemos traduzir a frase "fazia mui-tas coisas" (v. 20, ARC) por: "Estava perplexo". A indecisão de Herodes transformou-o em assassino, pois ele, em vez de prestar atenção à Pa-lavra, tentou calá-la ao matar João Batista. Um ano depois, quando Je-sus ficou diante de Herodes Antipas (Lc 23:6-42), o Filho de Deus recu-sou-se a falar com ele, pois Herodes calara de uma vez para sempre a voz do Senhor. Ele desperdiçou to-das as oportunidades que o Senhor lhe dera.

  • Oportunidade de mostrar com-paixão (Mc 6:30-41)
  • Jesus enviara os Doze para pregar. Eles retornaram e relataram-lhe o que Deus fizera por intermédio de-les. Após um período de ministério intenso, eles precisavam descansar; assim, Jesus e os apóstolos foram sozinhos para um lugar isolado. E bom ministrar aos necessitados, mas também é bom cuidar de si mesmo a fim de permanecer forte para mi-nistrar de novo. O dr. Vance Havner costumava dizer: "Se não nos afas-tamos para descansar, nós nos frag-mentamos!".

    Jesus tentou afastar a multidão, mas não teve sucesso em seu inten-to (veja 7:24). O Servo de Deus não podia nem mesmo ter um tempo para descansar! O povo seguiu-o, e ele sentiu compaixão dele, e en-sinou-o e, depois, alimentou-o. Os quatros evangelhos relatam a ali-mentação dos 5 mil, portanto esse milagre é importante. A solução dos discípulos para o problema era "Ir [...] comprar" (v. 37), porém a solu-ção de Jesus foi: "Ide ver!" (v. 38). Sempre comece com o que você já tem, antes de pedir mais a Deus. O milagre da multiplicação aconteceu nas mãos de Jesus: ele era o produ-tor; os discípulos eram apenas os distribuidores. Como é maravilho-so ter um Mestre que pode resolver todos os problemas, satisfazer todas as necessidades e capacitar-nos para ministrar aos outros.

  • Oportunidade para crescer na fé (Mc 6:45-41)
  • João conta que a multidão, mara-vilhada com sua capacidade de alimentar tantas pessoas, queria torná-lo rei (Jo 6:15). Nesse estágio de sua fé, é provável que os Doze concordassem com a multidão, por isso mandou-os entrar em um bar-co enquanto ele despedia a multi-dão e, depois, subiu ao monte para orar (veja 1:35). Ele estava testando a fé dos apóstolos, pois sabia que haveria uma tempestade. Jonas en-frentou uma tempestade porque de-sobedeceu ao Senhor, mas os Doze entraram em uma tempestade por-que lhe obedeceram. Os homens não queriam deixá-lo; ele teve de compeli-los a ir.

    Na tempestade anterior (4:35- 41), Jesus estava no barco com os homens, porém agora ele estava au-sente. Quando a situação piora, Je-sus vai até eles, fala com eles e lhes transmite paz e segurança. Marcos não menciona o caminhar sobre as águas de Pedro (Mt 14:22-40), no entanto a omissão é compreensível, se Marcos realmente for o porta-voz de Pedro nesse evangelho. Entretan-to, Marcos registra o fracasso de to-dos os discípulos em compreender o poder de Jesus e em aprender as verdades espirituais que ele queria ensinar-lhes (v. 52).

  • Oportunidade de receber a aju-da do Senhor (Mc 6:53-41)
  • O barco aportou ao sul de Cafarnaum. As pessoas reconheceram Jesus e correram para buscar seus doentes e afligidos e trazê-los até o

    Senhor. Elas não o esperavam, mas não queriam perder a oportunida-de, já que ele estava lá. Não ape-nas trouxeram seus doentes, como espalharam as boas-novas entre as outras vilas. Assim, aonde quer que Jesus fosse, havia pessoas necessita-das esperando por ele. O Servo esta-va à disposição de todos os tipos de pessoas e satisfazia, graciosamente, a necessidade delas.

    No dia seguinte, Jesus fez o ser-mão sobre o pão da vida e perdeu a multidão (Jo 6:22-43). As pessoas - queriam o pão, mas não a verdade. Como muitos hoje que querem que Jesus os ajude e os cure, mas não que os salve e os liberte de seus pecados.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    6.1 Se este trecho relata a mesma rejeição relatada em Lc 4:16-42 (de qual conclusão não há certeza) Marcos acrescenta um detalhe omitido por Mt e Lc, i.e., a presença dos Seus discípulos. No seu treinamento, aprendem a assumir a mesma atitude de Jesus, frente às incompreensões da parte do Seu povo, ao qual o Mestre enfrentou na Sua própria terra (13.13).

    6.2 Era costume, nas sinagogas, convidar qualquer rabino visitante para a apresentação de uma mensagem. Jesus era mestre bem conhecido.
    6.3 Carpinteiro. Ainda que a palavra do original possa, também, estender seu sentido a "artesão, escultor" (metal ou pedra), é muito mais provável que Cristo era carpinteiro ou marceneiro (conforme Mt 13:55). Justino Mártir disse que, em seu tempo (c. 160 d.C.), procuravam-se artigos de madeira feitos por Jesus. Tiago. Conforme At 12:17; At 15:13; At 21:18;Jc 1:12n. Jesus incluía, nas profecias a Seu respeito, a do Profeta de Dt 18:15 que; claramente nos ajuda na formação do conceito do Messias.

    6.6 A última parte deste verso deve iniciar o parágrafo que o seque.
    6.7 Dois a dois. Seis grupos de discípulos espalharam-se por todos os cantos da Galiléia. Autoridade (gr exousia). A fonte original de toda autoridade vem do Deus Pai; o Filho recebeu-a em virtude de Sua submissão até à morte, (Jo 17:2) e compartilha-a com Seus seguidores (conforme Jo 20:21-43; Lc 9:0), os discípulos deviam depender inteiramente da fé em Seu Senhor que por meio dos ouvintes providenciaria o pão de cada dia (conforme 1Co 9:7-46; Gl 6:6; Mt 10:10n). Todos nota- riam a urgência da mensagem (a mesma que Jesus apregoava, conforme 1.15n), levando mais homens a decidir favoravelmente. Alforje. A sacola dos mendigos.

    6.10 Permanecei. Conforme Lc 9:3, 4n. As equipes missionárias não deviam insultar quem as hospedava mudando para acomodações melhores.

    6.11 Sacudi o pó. Cf Lc 9:0), Cristo não usava óleo, em Suas curas.

    6.14 Herodes. Conforme Lc 9:0), mas se fosse levantado dos mortos qualquer milagre estaria ao seu, alcance (cf.Mt 12:39, Mt 12:40).

    6.15 Profeta. Notável é observar-se que Jesus não é chamado claramente de Messias. Isto porque não cumpria todos os sinais do Messias, que a mentalidade popular havia imaginado e estava aguardando.

    6.17 Herodias. Neta de Herodes, o grande, e Mariamne, sobrinha de Herodes. Cárcere. Conforme Mt 14:0; 20:21).

    6.20 Boa mente. Herodes deu ouvidos à mensagem de João, mas não se arrependeu (cf. At 26:28). O encarceramento de João foi decretado por Herodes para emudecer a critica contra sua pessoa.

    6.21 Dignitários. No gr é a mesma palavra que na Septuaginta se encontra em Et 1:3. Indica pessoas influentes da corte.

    6:22-25 Josefo informa-nos que a filha de Herodias era Salomé, fruto do seu primeiro casamento. Salomé, agindo de moda contrário a todo bom costume (cf.Et 1:12), dançou de modo provocante e degradante. Herodes, parcialmente embriagado, ofereceu a metade do seu reino (v. 23) que ele nem podia dar (era vassalo de Roma).

    6.30 Apóstolos. Conforme Lc 9:0,Sl 23:2):
    1) Faltam-lhes o alimento e a água da vida (Jo 6:35);
    2) Falta-lhes a direção para o aprisco eterno (Jo 10:16);
    3) Falta-lhes a proteção contra o inimigo (Jo 10:28).

    6.35 Deserto. Não no sentido de lugar onde só há areia, mas de um lugar solitário (v. 32) ao nordeste de lago da Galiléia. Este vocábulo liga o milagre com a provisão sobrenatural do maná que apareceu no deserto (conforme Êx 16).

    6.37 Sobre o milagre e seu significado, veja Lc 9:12 um denário paga o salário de um empregado na vinha por um dia.

    6.39 Em grupos. No original, há a sugestão de uma cena de festa ou "comunhão de mesa”, ou reunião de hóspedes. Por trás do grego havia um termo técnico aramaico, usado para dar nome à festa familiar da Páscoa. A formação dos grupos também facilitaria a distribuição dos pães. Relva verde. Era primavera, época da Páscoa (Jo 6:4), quando chovia na Palestina.

    6.40 Grupos. Outra palavra que pode ter, a conotação de pequenos campos de flores.

    6.41 Os abençoou. Não os pães mas a Deus. A antiga bênção judaica pelo pão era, "Louvado sejas tu, ó Senhor, nosso Deus, Rei do mundo, que tiras pão, da terra" (Lv 19:24). Pães e peixes aparecem, na arte primitiva (nas catacumbas de Roma), para apresentar a ceia do Senhor.

    6.43 Doze cestos. Conforme Lv 9:17n.

    6.45 Compeliu. Provavelmente para que as discípulos não fossem contaminados pelo zelo muito comum, na época, de forçar Jesus a ser rei (Jo 6:14ss).

    6.46 Tendo-os... Refere-se à multidão, e não aos discípulos (Mt 14:23).

    6.48 Quarto vigília. Veja Mt 14:25n.

    6.50 Tende bom ânimo. Em todas as sete vezes que este verbo (gr tharsei) aparece no NT, no modo imperativo (menos uma, Mc 10:49), Jesus é quem fala. • N. Hom. Tende bom ânimo porque Jesus mandou-os (v. 45);
    2) Ele intercede (v. 46; 1Jo 2:1);
    3) Ele vê sua dificuldade (v 48: He 4:15);
    4) Ele se aproximei e fala (v. 50);
    5) Ele fica ao seu lado e vence o problema (51; 2Co 2:14).

    6.52 Os discípulos não perceberam o significado da multiplicação. Aquele que pode criar pão, pode acalmar a tempestade. Endurecido. Como os israelitas no deserto beneficiados por numerosos milagres, ainda assim rebelaram-se porque não creram.

    6.53 Genesaré. A planície fértil ao sudoeste de Cafarnaum.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56
    A rejeição de Jesus de Nazaré (6:1-6). (Textos paralelos: Mt 13:53-40; conforme Lc 4:16-42.)

    De Cafarnaum, Jesus prosseguiu 30 quilômetros na direção sudoeste para Nazaré, a sua cidade (v. 1), onde tinha morado anteriormente, e lá pregou na sinagoga (v. 2; v.comentário Dt 1:21). Os habitantes da sua cidade reconheceram a sabedoria demonstrada na sua pregação e também o poder demonstrado nos seus milagres; mas estavam perdidos quanto à explicação dessas coisas. Se ele tivesse descido visivelmente do céu sobre esta terra (como muitos acreditavam que o Messias faria), tudo teria sido compreensível. Mas ele era simplesmente o carpinteiro local (embora a palavra tektõn pudesse ser aplicada também a artesãos em pedra ou metal, aqui provavelmente se pensa no artesão em madeira); e sua mãe, irmãos e irmãs eram todos bem conhecidos deles (v. 3). A raiz da sua perplexidade acerca de Jesus era a sua incredulidade (v. 6); e Jesus ficou admirado com isso. Como em 3.31, José não é mencionado em 6.3, o que sugere novamente que ele já estava morto nessa época. Os “irmãos” de Jesus (v. 3) provavelmente eram filhos de José e Maria, nascidos após Jesus ter nascido de Maria. A sugestão de que eles eram ou meio-irmãos de Jesus (i.e., filhos de José de um casamento anterior), ou então primos de Jesus, não são interpretações naturais desse trecho e surgiram quando o estado de virgindade se tornou “mais sagrado” do que o casamento, e, como consequência, a crença na virgindade perpétua de Maria foi se tornando popular. Quanto ao fato de Jesus ser rejeitado por aqueles com quem ele tinha convivido, ele comentou que isso era o que os profetas experimentam em geral (v.

    4). Em virtude da incredulidade do povo de Nazaré, Jesus foi incapaz, em conformidade com os princípios em que ele agia, de fazer milagres entre eles, exceto impor as mãos sobre alguns doentes e curá-los\ esses, supostamente, demonstraram uma pequena medida de fé nele.

    A missão dos 12 apóstolos (6:7-13).

    (Textos paralelos: Mt 9:36-40.)

    O propósito dessa missão era duplo. Em parte, era para dar aos apóstolos algum treinamento prático na obra missionária a fim de prepará-los para responsabilidades posteriores como enviados ao mundo (v.comentário Dt 3:14), mas tinha a intenção também de levar sem demora o chamado ao arrependimento para o maior número possível de gali-leus. A razão da urgência da necessidade para que esses se arrependessem não é declarada em Marcos, mas Mt 10:7 mostra que isso era urgente em vista da vinda próxima do Reino de Deus. Por causa da pressa com que os discípulos teriam de agir, deveriam viajar com o menor peso possível. Para a provisão das suas necessidades materiais, deveriam confiar no cuidado de Deus, e não nos recursos de suas próprias provisões (v. 8). Se descobrissem, depois de terem estado numa casa durante dois ou três dias, uma moradia mais adequada nas proximidades, não deveriam se mudar para ela (v. 10). Ao saírem de vilas que não se tivessem mostrado receptivas, deveriam sacudir a poeira dos seus pés, como sinal de que sua responsabilidade pessoal para com eles tinha sido cumprida e que os habitantes agora teriam de responder por si mesmos (v. 11; conforme At 18:6). Depois de serem incumbidos de sua missão, os discípulos viajaram por toda a Galiléia pregando e ensinando (v. 12,13) e, assim, proclamando o reino na forma em que o próprio Jesus o fazia.

    A morte de João Batista (6:14-29). (Textos paralelos: Mt 14:1-40; Lc 3:19,Lc 3:20;Lc 9:7-42; Jo 6:1-43.)

    Quando Dn 12:0). O fato de que a multidão, que percebeu a partida deles e foi ao destino dos apóstolos a pé, chegou lá primeiro (v. 33), sugere que o vento no mar foi desfavorável ao progresso rápido do barco. Ao desembarcarem, a impressão que Jesus teve da multidão foi que eles eram como ovelhas sem pastor, i.e., desnorteadas e desamparadas. Por isso, ele imediatamente atendeu à sua necessidade principal e pregou à multidão (v. 34). Quando anoiteceu, no entanto, em vez de concordar com a sugestão perfeitamente razoável dos apóstolos de despedir a multidão para que ela pudesse obter comida nas vilas próximas (v. 36), ele mesmo agora atendeu à necessidade física dela ao multiplicar e fazer que fossem distribuídos os cinco pães e os dois peixes, que eram toda a comida que estava disponível para eles ali. O fato de que foram recolhidos 12 cestos com pedaços depois (v. 43) sugere que cada apóstolo carregou um cesto. Esse milagre não foi somente uma expressão de compaixão de Jesus pela multidão faminta; 6.52 e 8:16-19 mostram que tinha o propósito de ensinar aos discípulos uma verdade mais profunda. O estado dos justos na vida por vir era retratado pelos judeus como um grande banquete com o Messias à cabeceira da mesa (conforme Is 25:0 se deveu à intenção da multidão de “proclamá-lo rei”. Enquanto Jesus estava partindo sozinho para orar num monte (v. 46), os seus discípulos cruzaram o mar, viajando provavelmente da região de Betsaida Júlia (conforme comentário do v. 31) para “Betsaida da Galiléia” (v. 45; Jo 12:21), na margem noroeste do mar. A sua viagem, no entanto, se mostrou muito difícil, embora não em virtude de uma tempestade repentina (como em 4.37), mas por causa de um forte vento que soprava contra eles (v. 48); o vento durante as horas anteriores tinha mudado de direção, se a sugestão no comentário do v. 33 for correta). Da encosta do monte, Jesus viu os discípulos em aflição, supostamente à luz do luar, e entre 3 e 6 horas da manhã (a “quarta vigília da noite” [nr. da NVI], adotando aqui, como em 13.35, o cálculo romano, pois, no cálculo dos judeus, a noite era dividida em três vigílias somente), Jesus caminhou em direção a eles cruzando a superfície da água. e estava já a ponto de passar por eles (v. 48): Provavelmente, para que eles fizessem um apelo pessoal de ajuda a ele (cf. Lc 24:29). Embora o grito dos discípulos ao vê-lo tenha sido de medo, e não de pedido de ajuda, Jesus respondeu a esse grito e acalmou o espírito deles (v. 50); aí ele entrou no barco, e o vento cessou (v. 51). A admiração deles, embora natural, é considerada censurável no relato de Marcos. Pouco antes disso, os discípulos haviam testemunhado a multiplicação dos pães realizada por Jesus (v. 52), por isso deveriam estar mais conscientes do poder divino de que ele estava revestido.

    As curas realizadas por Jesus em Ge-nesaré (6:53-56). (Texto paralelo: Mt 14:34-40.)

    Genesaré, onde os discípulos aportaram (v. 53), era supostamente uma vila na pequena mas densamente povoada planície de Genesaré, nas proximidades de Cafarnaum. Nessa região, Jesus curou muitos inválidos dessa vez. Como outros homens judeus que eram leais à Lei, em cada extremidade da sua roupa externa Jesus tinha um cordão azul (v. Nu 15:37; Dt 22:12), e muitos foram curados ao expressarem sua fé nele por meio do ato de tocarem um desses cordões (v. 56).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 31 até o 56

    A. Retirada para o Litoral Ocidental do Lago. Mc 6:31-56.

    Esta seção do Evangelho registra a narrativa dos cinco mil que foram alimentados (Mc 6:31-44), o milagre de Jesus andando sobre as águas (Mc 6:45-52), e as curas na planície de Genesaré (Mc 6:53-56). Em vez de ser um período de descanso e recolhimento longe das multidões, foi um período de contínua atividade.


    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 31 até o 50

    IV. As Retiradas de Cristo da Galiléia. 6:31 - 9:50.

    O Senhor cobriu a Galiléia tão completamente com a sua mensagem que os galileus, em cada setor da vida, estavam cônscios do seu ministério. Entre pessoas simples a sua popularidade estava num ponto tão alto que queriam coroá-lo seu rei pela força. A antipatia dos líderes religiosos dos judeus estava perigosamente atingindo o ponto de saturação. E o próprio Herodes estava agora ficando preocupado com a popularidade de Cristo. A situação estava se desenvolvendo na direção de uma crise prematura, enquanto o ministério de Cristo ainda não estava completo. O resultado foi que Jesus fez quatro retiradas sistemáticas da Galiléia, uma para o litoral ocidental do mar (Mc 6:31-56), uma para a região de Tiro e Sidom (Mc 7:24-30), uma para Decápolis (7:31 - 8:9), e a quarta para Cesaréia de Filipe (8:10 - 9:50). Durante esse tempo Cristo estava ocupado com o treinamento dos doze discípulos em preparação para o momento de sua morte.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 30 até o 56
    j) Milagres e ensinos na Galiléia e Além (Mc 6:30-41) -Esta é a única ocasião neste Evangelho em que os discípulos se chamam apóstolos. Cumprida sua missão, eles voltam ao discipulado, tendo muito ainda para aprender. Eles relataram tudo ao Mestre, que os chama para repousar. Cfr. Lc 9:10. Lugar deserto (31); geralmente identificado com o nordeste do mar. O servo de Cristo precisa de tempo para repouso como para o trabalho. Como acontece muitas vezes, o repouso do Mestre e Seus discípulos foi interrompido pelas reivindicações das necessidades humanas, e mais umas vez é Sua íntima compaixão que inspira os incidentes seguintes (34). A compaixão de Cristo revela o próprio coração de Jeová num quadro de transcendente ternura. Cfr. Jr 23:14; Ez 34

    >Mc 6:34

    2. A PRIMEIRA MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES (Mc 6:34-41) -Este milagre é o único comum a todos os quatro evangelhos. Veja Mt 14:13-40; Lc 9:10-42; Jo 6:1-43. É provável que a sugestão dos discípulos visasse interesses outros que os do povo. Eles foram desapontados quanto ao retiro a sós com Jesus, e possivelmente tinham fome também (cfr. 31). A resposta de Jesus veio como repto para agirem, aparentemente além das suas possibilidades: "Dai-lhes vós" (37): note a ênfase dada pela ARA-"vós mesmos". Tais palavras servem como repreensão contínua à igreja na sua incapacidade diante de um mundo faminto. A igreja contempla seus recursos insignificantes com desânimo. Torna-se patente que toda necessidade pode ser satisfeita uma vez que O Senhor tenha o uso daqueles recursos. O denário varia, no seu valor moderno, conforme o câmbio. Por esta razão é melhor computar o valor como salário de um dia para o operário. A quantia mencionada pelos discípulos era além das suas possibilidades, e aquém do mínimo preciso. Marcos descreve o incidente de uma maneira excepcionalmente vívida. A multidão foi organizada em grupos (gr. symposia symposia, lit. "em grupinhos festivos"); sobre a relva verde... em grupos (gr. prasiai prasiai, lit. "como canteiros"). As vivas cores das roupas contra o fundo verde da erva produziram o efeito de um jardim, com flores. O propósito deste agrupamento foi evitar confusão e servir a todos "com decência e ordem" (1Co 14:40). Há certa semelhança entre o vers. 41 e Mc 14:22, que talvez sugira nesta refeição no deserto uma antecipação da Ceia do Senhor. Porém a interpretação mais segura é que era costume naquela época o hóspede proceder desta maneira, e estas simples ações do Senhor se revestiram mais tarde de uma significação mais profunda dentro da comunhão apostólica. Fica oculta a maneira em que o milagre foi efetuado, se nas mãos do Senhor mesmo, ou nas dos Seus discípulos. Os racionalistas já tentaram muitas vezes desfazer o elemento milagroso da história, alegando que o número de pessoas fosse exagerado; outrossim, que se persuadiu o povo de partilhar sua merenda. Se fosse assim, é curioso que um acontecimento tão vulgar tenha sido conservado nos quatro Evangelhos. Tudo depende da maneira em que se interpreta a pessoa de Jesus Cristo. Se é realmente Deus manifestado na carne, não há nenhuma dificuldade real em crer que Ele operou nesta ocasião um prodígio de criação, como os evangelistas tão claramente o apresentam. Cestos (43): gr. kophinoi. Levados pelos judeus em viagem, para não comer alimentação dos gentios, cfr. Mc 8:8, Mc 8:19-41) -Veja notas sobre Mt 14:22-40; Jo 6:16-43. Em comparação com a história em que Jesus acalma a tempestade (Mc 4:35-41), esta salienta o fato principal de Jesus andar por sobre o mar. Naquele incidente, Ele acompanhou os discípulos dentro do barco; neste, eles estavam sós, Ele mesmo os tendo compelido a embarcarem, enquanto despedia a multidão (45), João explica Sua insistência, pelo fato que o povo queria arrebatá-lo para o fazer rei (Jo 6:15). Os discípulos teriam sido encantados com o plano, pois expressava perfeitamente suas aspirações, Jesus, porém, reconheceu o imenso perigo da situação, que precisava da retirada imediata dos discípulos e Seu afastamento à solidão para orar (46). Repetiu-se a tentação de Lc 4:5-42. Betsaida (45): é difícil estabelecer a identidade geográfica deste lugar (cfr. 53, e Jo 6:17). Alguns peritos conjeturam a existência de um bairro de pescadores em Cafarnaum que se distingue da Betsaida Julias ao nordeste. Uma solução mais simples do problema é que os discípulos tentaram atravessar a baía, foram levados pelo vento ao largo, e finalmente seguiram rumo a Genesaré na banda ocidental. É notável que Jesus não se intrometeu logo na situação. Os discípulos labutaram por muitas horas até a quarta vigília da noite (48), isto é, até às três horas da madrugada, segundo o horário romano que Marcos usa. Mesmo naquela hora, ele queria tomar-lhes a dianteira (48). Esta atitude consona com Sua conduta em outras ocasiões (cfr. Lc 24:28; Jo 11:6), e podemos inferir que Seu motivo foi a prova da fé deles. Marcos comenta que todos o viam (50). Portanto, não é caso de uma decepção subjetiva, ou de alucinação, mas do aparecimento objetivo de uma pessoa à vista de todos. Não obstante, o coração dos discípulos estava tão endurecido ainda, que nem o milagre da multiplicação dos pães lhes abriu o entendimento (52; cfr. Rm 11:25; Ef 4:18). É quase incrível que o coração humano seja tão obtuso às verdades espirituais.

    Mais uma vez encontramos objeções racionalistas contra o elemento milagroso. Primeiro, a intervenção de Jesus não seria absolutamente necessária, os discípulos não estando em perigo mortal; em segundo lugar, uma crítica mais séria da narrativa sugere que esta apóia o conceito docético da pessoa de Cristo, como tendo um corpo celestial que não fosse realmente humano. Se, como alguns alegam, Jesus estava apenas andando na rebentação das ondas na praia, não haveria motivo para medo, nem para Ele conversar com eles, nem tampouco haveria explicação das palavras bem claras no meio do mar (47). Além disto é absurdo dogmatizar sobre o que seria possível ou impossível à Sua única Personalidade.

    A omissão na história do detalhe sobre Pedro descendo do barco (Mt 14:28-40) aponta para a influência do apóstolo mesmo na narrativa de Marcos. Como já foi mencionado na 1ntrodução, Pedro toma cuidado em não relatar incidentes que possam exaltar a si mesmo. Muitos dos cristãos em Roma e outros lugares sem dúvida sentiram que eles também estavam fazendo pouco progresso contra os ventos de perseguição, e por este motivo a narração do incidente serviria para consolá-los nimiamente, garantindo-lhes a presença poderosa do Senhor no temporal.

    >Mc 6:53

    4. MINISTÉRIO EM GENESARÉ (Mc 6:53-41) -Veja também Mt 14:34-40. Genesaré era uma planície fértil e populosa ao sul de Cafarnaum. Esta descrição gráfica do ministério na Galiléia marca o seu apogeu. Enquanto Jesus palmilhava toda a região, o povo O seguia trazendo em leitos os enfermos. Às vezes chegaram atrasados depois da Sua saída, e naquele caso, eles levaram os doentes de um lugar para outro até que O alcançassem. Aparentemente, o povo procurava somente a cura física. Não há nenhuma referência aqui ao ensino, e parece que Jesus se dedicou irrestritamente ao povo naquele setor da sua receptibilidade.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56

    19. Incrível Incredulidade (Marcos 6:1-6)

    Jesus saiu de lá e chegou à sua cidade natal; e seus discípulos o seguiram. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e os muitos ouvintes ficaram perplexos, dizendo: "Onde é que este homem conseguir essas coisas, e que é essa sabedoria dada a Ele, e tais milagres como estes realizados por suas mãos? Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago e de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não estão aqui entre nós? "E ficavam escandalizados por Ele. Jesus disse-lhes: "Não há profeta sem honra senão na sua cidade natal e entre os seus parentes e em sua própria casa." E Ele não podia fazer nenhum milagre ali, exceto que Ele colocou suas mãos sobre alguns doentes e curá-los. E Ele se perguntou em sua incredulidade. E Ele estava indo ao redor das aldeias ensinando. (6: 1-6)

    Embora as pessoas estavam constantemente surpreendido com Jesus, o Novo Testamento refere-se apenas duas vezes quando foi surpreendido por pessoas. Tanto a fé envolvidos. Do lado positivo, Jesus maravilhou-se com a forte fé expressa por um centurião romano, em Cafarnaum. De acordo com Lc 7:9; 1Tm 2:141Tm 2:14.). O povo dos dias de Noé se recusou a acreditar sua advertência, e eles foram posteriormente afogado na enchente (24 conforme Mt 38:39; 2Pe 2:5, Ex 32:35). A dúvida medo-laden dos dez espiões, representante da nação de Israel, fez com que toda geração a morrer no deserto (Nu 13:32; 14:.. 20-23; conforme 1 Cor 10, 1-10) . -Incredulidade expressa de Acã na ganância, roubo e uma tentativa de cover-up-trouxe sobre a execução de toda a sua família (Js 7:25). Mesmo depois de se instalar na Terra Prometida, a apostasia recorrente e incredulidade dos israelitas trouxe julgamento repetido de Deus (conforme Jz. 2: 7-11).

    Paradoxalmente, os líderes religiosos judeus retratados no Novo Testamento exibiu o mesmo nível de descrença em sua resposta a Jesus. Como Estevão disse ao Sinédrio,

    "Você Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvidos estão sempre resistem ao Espírito Santo; você está fazendo exatamente como fizeram vossos pais. Qual dos profetas que os vossos pais não perseguiram? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, cuja traidores e assassinos que você já se tornaram; . Você, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e ainda não mantê-lo "(Atos 7:51-53)

    Como todos os outros incrédulos, a sua dureza de coração resultou em-los morrer em seus pecados e perdendo céu (conforme Jo 8:24). Incredulidade no Filho de Deus ativa ira divina e catapultas almas no inferno eterno. Nas palavras familiares de Jo 3:18: "Quem nele crê não é julgado; mas quem não crê já está julgado, porque ele não crê no nome do unigênito Filho de Deus "(conforme Jo 8:24).

    Esta passagem (Marcos 6:1-6) vem na esteira de vários milagres significativos realizados por Jesus. Em Marcos 4:35-41, Ele instantaneamente acalmou uma violenta tempestade no Mar da Galiléia. No dia seguinte, na costa oriental do lago, Ele expulsou uma legião de demônios em um rebanho de suínos (5: 1-20). Retornando a Cafarnaum (5: 21-24), Jesus curou uma mulher que sofria de hemorragia incessante por mais de uma década (5: 25-34). Ele então levantou os doze anos de idade, filha de Jairo de volta à vida (5: 35-43). Hipnotizado por seu ensino e surpreendem com seus milagres, as multidões na Galiléia geralmente respondeu a Jesus com uma atitude de entusiasmo. Sua curiosidade atônito sobre Ele, no entanto, ficou muito aquém da fé salvadora (conforme Jo 2:24; Jo 6:66).

    É claro, a emoção popular de as multidões ficaram em total contraste com a hostilidade dos fariseus e dos escribas, que odiava Jesus e já estavam conspirando para matá-lo (Mc 3:6), para provocar a sua morte.

    Neste ponto o ministério de Jesus, os líderes religiosos 'atitude de rejeição pura e simples não era compartilhada pela maioria das pessoas. Como Jesus viajou por toda a cidades e vilas da Galiléia (Mt 4:23;. Mt 9:35; Mc 1:39), Ele foi geralmente bem acolhida. Houve uma notável exceção: sua própria cidade natal de Nazaré. Os moradores de Nazaré sabia que Jesus apenas como um carpinteiro local que cresceu e viveu em sua pequena comunidade para a parte melhor de três décadas (conforme Mc 1:9; Mc 10:47; Mc 14:67; Mc 16:6;. Lc 2:39). Ele havia crescido lá, progredindo através dos estágios da juventude para a idade adulta (Lc 2:40). Embora tivesse sido catapultada para a cena pública após o início do Seu ministério público em torno de trinta anos de idade, seu ex-vizinhos ainda viam como nada mais do que o filho mais velho de uma família conhecida de sua aldeia.

    A viagem a Nazaré gravou nesta passagem (6: 1-6; conforme Mt 13:1). Como Lucas registra, "Jesus voltou para a Galiléia no poder do Espírito Santo; ... E Ele veio a Nazaré, onde fora criado; e como era seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para ler "(Lc 4:14). Jesus teria sido muito familiar para as pessoas que frequentam a sinagoga naquele dia, uma vez que tinha conhecido ele desde que era uma criança. Para eles, Ele era um membro normal da sua comunidade de cidade pequena. No entanto, naquele dia Sabbath iria revelar-se longe de ser comum.

    Era costume para viajar rabinos de ser convidado para a sinagoga local para ler as Escrituras e abordar a congregação. Porque palavra sobre Jesus tinha se espalhado, o povo de Nazaré foram, sem dúvida, ansioso para ouvi-lo pregar. Depois de ler uma passagem messiânica de Isaías 61:1-2, Jesus disse aos seus amigos e vizinhos familiares ", esta Escritura foi cumprido hoje de ouvir" (Lc 4:21). A implicação era clara. Ele estava afirmando ser o Messias. Inicialmente, a resposta da congregação parecia bastante positiva: "Todos falavam bem dele, e querendo saber das palavras de graça que estavam caindo dos lábios; e eles estavam dizendo, 'Não é este o filho de José? "(v. 22). Mas Jesus sabia que seus corações (conforme Jo 2:24). Ele reconheceu a sua resposta para o que era, um desejo superficial para vê-Lo realizar milagres (conforme Lc 4:23). Quando Jesus repreendeu a sua falta de fé e hipocrisia, comparando-os com a geração apóstata de israelitas que viveu durante os dias de Elias e Eliseu (vv. 25-27), eles reagiram ao revelar a verdadeira condição de seus corações. "Todas as pessoas na sinagoga estavam cheios de raiva, ouvindo eles estas coisas; e levantou-se e dirigiu-o fora da cidade, e levou-o à cume do monte em que a cidade tinha sido construída, a fim de jogá-lo para baixo do penhasco "(vv. 28-29). Depois de apenas um sermão, pessoas que tinham conhecido Jesus muito bem foram tão incensado por Sua mensagem que se transformou em uma multidão, querendo matá-lo. Mas Ele escapou, como relata Lucas, e "passando pelo meio deles, Ele seguiu o seu caminho" (v. 30).

    Meses se passaram até que Jesus decidiu retornar a Nazaré para uma segunda e última vez. Deixando de Cafarnaum, Jesus saiu de lá e chegou à sua cidade natal. Até este ponto, Cafarnaum tinha sido a sede do ministério galileu de Jesus. Deste ponto em diante, que já não era o caso. Os moradores da cidade havia recebido mais de revelação suficiente para acreditar e, portanto, para ser responsável por rejeitá-Lo (conforme Mt 2:23). Além disso, a hostilidade dos líderes religiosos judeus e da proximidade do palácio de Herodes, situado na vizinha cidade de Tiberíades, tornou perigoso demais para ele ficar em Cafarnaum por períodos prolongados de tempo.

    Nazaré, localizado 25 milhas ao sudoeste de Cafarnaum, era uma aldeia insignificante nos dias de Jesus, com uma população de cerca de quinhentos habitantes. Era tão obscuro que nunca é mencionado tanto no Antigo Testamento, ou o Talmud judaico. No entanto, ele tinha sido o Senhor cidade natal há quase três décadas. O fato de que seus discípulos o seguiram indica que esta não foi uma visita familiar privada, mas foi destinado para o ministério público. Como parte de sua própria formação ministério (conforme 6: 7-13), os discípulos seriam expostos à rejeição de coração duro que caracteriza incrédulos.

    A resposta dos nazarenos para Jesus revela quatro verdades sobre a natureza perniciosa de incredulidade: ela obscurece o óbvio, eleva o irrelevante, assalta o mensageiro, e rejeita o sobrenatural.

    A incredulidade obscurece a Obvious

    Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e os muitos ouvintes ficaram perplexos, dizendo: "Onde é que este homem conseguir essas coisas, e que é essa sabedoria dada a Ele, e tais milagres como estes realizados por suas mãos? (6: 2)

    Apesar de sua resposta violenta para Jesus em Sua visita anterior, quando chegou o sábado os moradores de Nazaré O convidou para ensinar na sinagoga. Sua popularidade crescente por toda a Galiléia, sem dúvida, fez curioso para ouvi-lo novamente. Em um nível humano, que o conhecia muito bem. Eles também estavam plenamente conscientes de que, desde que deixou Nazaré para começar a pregar e realizar milagres, Ele causou admiração e espanto em todo Israel. Embora eles não tentou matar Jesus nesta ocasião, já que tinham no primeiro (conforme Lc 4:29), sua disposição descrente em relação a Ele não tinha mudado.

    Como o Senhor Jesus ensinou, os muitos ouvintes ficaram perplexos. Ao contrário do desmedido sinuoso dos rabinos, o ensinamento do Senhor era autoritário (Mt 7:28-29.), experiente (João 7:15-16), potente (Lc 4:32). Compreensivelmente, a resposta da congregação foi total espanto. A palavra grega espantado ( ekplessō ) significam "golpear" ou "explodir". Para usar o vernáculo, o ensinamento de Jesus foi "alucinante" para aqueles que a ouviram. (Para mais informações sobre a natureza surpreendente de ensino do Senhor, veja o capítulo 4 deste volume.)

    No entanto, o espanto da platéia não levá-los a colocar sua fé nEle como Senhor e Messias. Em vez disso, eles endureceram o coração na rejeição contínua. Ao invés de reconhecer o óbvio: que Jesus estava habilitada por Deus-os moradores de Nazaré questionou a fonte de sua sabedoria e poder sobrenatural, dizendo: "Onde é que este homem conseguir essas coisas, e que é essa sabedoria dada a Ele, e tais milagres como estes realizados por suas mãos? " Os moradores de Nazaré sabia que Ele nunca tinha sido treinado para se tornar um rabino (conforme Jo 7:15). No entanto, o Seu ensinamento foi caracterizado pela clareza incomparável, veracidade, e profundidade de modo que surpreendeu até mesmo os mais doutos escribas do dia (conforme Mc 11:18; Lc 2:47). Sua experiência com Ele os deixou estupefato.

    Na realidade, as palavras ( sabedoria ) e obras ( milagres ) de Jesus provou objetivamente, para além de qualquer dúvida razoável, que era de Deus. O fato de que seu ensinamento cativou os corações e mentes do povo (conforme Mt 7:28; Mt 22:33., Mc 1:22; Lc 4:32), encheu os falsos líderes religiosos orgulhosos com inveja e consternação. Como Lucas 19:47-48 relatórios, em um momento posterior no ministério de Jesus: "Ele estava ensinando diariamente no templo; mas os principais sacerdotes e os escribas e os principais homens entre as pessoas estavam tentando destruí-lo, e eles não poderiam encontrar qualquer coisa que eles podem fazer, para todas as pessoas foram pendurado em cada palavra que ele disse. "Os milagres de Jesus, da mesma forma , eram manifestações inegáveis ​​do poder divino, como Ele recuperou a saúde daqueles que estavam leproso (Mc 1:40), paralisado (2: 3), surdo (07:32), cegos (10:46), endemoninhados (5: 2), e até mesmo mortos (05:35). Antigos vizinhos de Jesus tinha, obviamente, ouviu falar de seus muitos milagres, como relatórios sobre Ele circulou por toda a Galiléia e as regiões vizinhas (conforme Mt 4:24; Mt 9:26, Mt 9:31; Mt 14:1, Mc 1:45; Mc 6:14, Lc 4:37; Lc 5:15). Tais demonstrações dramáticas de poder sobrenatural confirmou a Sua divindade. Como Nicodemos observou com razão, "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele" (Jo 3:2). Anteriormente, ele explicou aos líderes religiosos de Jerusalém ", o testemunho que eu tenho é maior do que o testemunho de João; para as obras que o Pai me deu para realizar-as mesmas obras que Eu-testemunho de mim, que o Pai me enviou "(Jo 5:36). Os inimigos de Jesus sabiam que não podiam negar a realidade de seus milagres (conforme Jo 11:47). Então, em vez disso, eles obstinAdãoente negado a origem divina do seu poder, alegando que ele estava realmente energizado por Belzebu (conforme Marcos 3:22-30).

    Os moradores de Nazaré não acusou Jesus de ser habilitada por Satanás, mas nem foram eles dispostos a reconhecer que o Seu poder vem de Deus. Sua agnosticismo e ceticismo encontrou a sua expressão na forma de uma pergunta: ? Onde é que este homem conseguir essas coisas De forma a manter a sua descrença, eles olharam para qualquer explicação que não seja o óbvio. Como o solo compacto ao lado da estrada, na parábola dos solos (Mc 4:15), os seus corações eram impenetráveis ​​e duro. Eles haviam sido dado mais do que provas suficientes; ainda que obstinAdãoente se recusou a acreditar n'Ele (conforme Jo 3:18-20).

    Incredulidade eleva o Irrelevante

    "Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago e de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não estão aqui entre nós "(6: 3-A)?

    Em vez de adotar o óbvio, antigos vizinhos de Jesus focada na irrelevante, jogando uma cortina de fumaça de informações independentes para justificar sua incredulidade. Embora fossem reconhecidamente surpreendido pelo seu ensino e espantado com os relatórios dos Seus milagres, eles se recusaram a acreditar que Jesus era Senhor e Salvador. Eles ficaram horrorizados que um trabalhador homegrown de sua vila, um artesão comum sem educação teológica especializada ou religiosas credenciais teria a pretensão de ser o Messias há muito esperado de Deus (conforme Lc 4:18-21).

    De acordo com a sua atitude de incredulidade, eles levantaram questões que eram irrelevantes para a questão em apreço. Era verdade que Jesus era um carpinteiro de profissão, o filho primogênito de Maria, e o meio-irmão de seus irmãos. Mas esses detalhes não eram pertinentes para a questão da sua messianidade. Enquanto o primeiro século judeus tinham muitos equívocos sobre a vinda do Messias, que, no entanto, entendeu que Ele nasceria como um homem, que cresceu em uma família judia em algum lugar na terra de Israel. Em vez de abraçar Jesus como o prometido Messias e comprovada, e louvando a Deus por ter escolhido a sua obscura aldeia para uma honra tão estimado, os moradores de Nazaré respondeu com ressentimento, escárnio, e descrença.

    Não é este o carpinteiro? pediram em confusão. De acordo com Mt 13:55, eles também perguntou: "Não é este o filho do carpinteiro?" Era comum para os pais a ensinar os filhos a seguirem o seu comércio. Jesus aprendeu a ser um carpinteiro de José e, provavelmente, assumiu os negócios da família depois de José morreu. A palavra traduzida como carpinteiro ( TEKTON ) é um termo geral que significa construtor ou artesão. Pode referir-se a um carpinteiro, pedreiro, ferreiro, ou construtor naval. Alguns tradição da igreja primitiva sugere que José e Jesus especializada em fazer jugos e arados.Crescendo em Nazaré, Jesus tinha provavelmente trabalhada muitos implementos agrícolas, e talvez feito outros projetos de construção, para os seus vizinhos. Essas mesmas pessoas acharam difícil acreditar que um marceneiro de sua cidade natal humilde que não tinha anteriormente revelado Sua natureza divina poderia de repente exibem tal profundidade e poder. Embora muitas lendas sobre a infância de Jesus surgiu mais tarde na história da igreja, alegando que Ele realizou milagres como um menino, em Nazaré, eles são, obviamente, as fabricações. Se nada disso era factual, os moradores de Nazaré teria respondido a ele de forma diferente. Mas Jesus crescendo parecia tão normal e natural para os seus vizinhos e amigos da família que achava impossível pensar nele como possuindo sabedoria divina e poder sobrenatural.

    Além disso, antigos vizinhos de Jesus apontou que Ele era o Filho de Maria. Este é o único lugar nos Evangelhos em que Jesus foi chamado por esse título. A prática judaica normal, identificou um filho por nome de seu pai. (No caso de Jesus, que teria usado o nome de seu pai adotivo, José-cf Lc 4:22;.. Jo 6:42) Talvez eles referenciados Maria porque José já tinha morrido, enquanto Maria ainda morava em Nazaré. Também é possível que eles pretendiam isso como um insulto, o que implica que ele tinha nascido ilegitimamente (conforme Jo 8:41; Jo 9:29); quando o pai de um homem era desconhecido, ele foi chamado o filho de sua mãe. Esta falsa acusação ainda é oferecida por alguns que rejeitar o Senhor Jesus Cristo.

    As pessoas não só sabia que Jesus era o filho mais velho de Maria, que também sabia que Ele era o irmão de Tiago e de José, Judas e Simão. É provável que na pequena aldeia que eles entenderam como irmãos de Jesus sentia por ele. Se for assim, teria apenas adicionado ao seu incredulidade, uma vez que neste momento "nem mesmo seus irmãos criam nele" (Jo 7:5); sua conterrâneos podem ter compartilhado essa mesma perspectiva. Foi só depois da morte de Jesus e ressurreição que Seus meio-irmãos foram acrescentados à igreja (At 1:14; conforme 1Co 15:71Co 15:7) e escreveu a epístola de Tiago. Judas também foi influente na igreja primitiva, a escrever a epístola de Judas. Completando a imagem da família, os nazarenos também pediu, "suas irmãs não estão aqui entre nós?" O fato de que Jesus tinha vários irmãos expõe a mentira da doutrina católica romana da virgindade perpétua de Maria (conforme Mt 12:46-47;. Lc 2:7; At 1:14). Como esta passagem indica, Maria deu à luz pelo menos seis crianças adicionais depois que Jesus nasceu.

    Ao trazer a Sua ocupação e sua família, o povo de Nazaré virou questões irrelevantes em pedras de tropeço para defender a sua incredulidade. Eles desviaram sua atenção para longe da verdade, a fim de justificar sua rejeição de Jesus. Eles só haviam conhecido como o filho de um carpinteiro local. Assim, eles não estavam dispostos a abraçar por quem ele realmente era: o Filho de Deus.

    Assaltos incredulidade, o Mensageiro

    E eles se ofenderam com Ele. Jesus disse-lhes: "Não há profeta sem honra senão na sua cidade natal e entre os seus parentes e em sua própria casa." (6: 3-B-4)

    A incredulidade logo azedou o espanto inicial da multidão, e eles se ofenderam com Ele. A palavra traduzida delito (a forma da palavra grega skandalizō , a partir do qual a palavra Inglês "escandalizar" é derivado) significa "armadilha" ou "para causar tropeçar "(conforme 1Co 1:23). Durante a sua visita anterior a Nazaré, Jesus tinha ofendido de forma semelhante o povo (conforme Lc 4:28) tanto com a pretensão de ser o Messias (v. 21), e confrontando a sua hipocrisia e incredulidade (v. 23). Nesta ocasião, o conteúdo de sua mensagem na sinagoga não são registrados, mas, sem dúvida, Jesus enfatizou verdades que eram semelhantes ao que Ele ensinou pela primeira vez. Mais uma vez, as pessoas ficaram indignados. Eles não podiam mover além do fato de que alguém tão familiar a eles como Jesus se atreveria a fazer uma reivindicação tão exaltado ou para emitir tais castigos severos.

    O Senhor respondeu a sua raiva e ressentimento, citando o mesmo conhecido provérbio que citou em sua visita anterior (conforme Lc 4:24). Jesus disse-lhes: "Não há profeta sem honra senão na sua terra, entre os seus parentes e em sua própria casa. " Esta verdade axiomática era o antigo paralelo do ditado contemporâneo, "a familiaridade gera desprezo." Jesus usou uma progressão de círculos sociais, a partir da mais ampla para o mais estreito, a fim de fazer esse ponto. Neste ponto, ninguém em sua cidade natal de Nazaré creram nele. Mesmo dentro de sua própria família, tanto entre seus parentes e em sua própria casa, apenas sua mãe acreditava que (conforme Lc 2:19), embora, como observado anteriormente Seus irmãos mais tarde viria a fé salvadora. Muitas pessoas fora de Nazaré como um profeta (conforme Mt 21:11, Mt 21:46;. Mc 6:15; Lc 7:16; Lc 24:19; Jo 6:14; Jo 7:40; Jo 9:17), mas em sua cidade natal Jesus foi rejeitado com hostilidade e antagonismo. Em essência, antigos vizinhos de Jesus encontraram-se indignado perguntando: "Quem faz esse sujeito pensa que é?" Na verdade, a sua curiosidade foi aguçada quando ouviram sobre o quão popular Ele tinha se tornado uma vez que sair de casa. No entanto, não podiam acreditar seu vizinho familiarizado teve a audácia de voltar e confrontá-los com castigos, enquanto afirmando ser o Messias.

    Jesus mais tarde alertou seus discípulos que eles iriam semelhante enfrentam perseguição por causa do evangelho. Em muitos casos, hostilidade começa em casa. Como Ele lhes disse: "Cuidado com os homens, porque eles vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas sinagogas deles ... Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e uma nora de-lei contra a mãe-de-lei; e os inimigos do homem serão os membros de sua família "(Mt 10:17, 35-36). Na noite antes da Sua morte, Jesus reiterou o fato de que os cristãos devem esperar perseguição: "Se o mundo vos odeia, você sabe que ele tem odiado Me antes de odiar você ... Se a mim me perseguiram, também perseguirão vocês; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa "(Jo 15:18, Jo 15:20).

    Quando eles não podem refutar a Sua mensagem, os incrédulos não hesitará em atacar Ele e qualquer um que fala por Ele. Cercada pela verdade, eles contra-atacar com o ridículo, desdém, desprezo e perseguição às vezes até violento. Os fariseus e saduceus, em última instância respondeu a Jesus através do recurso a tais táticas. Recusando-se a acreditar que seu ensino e milagres, mas incapaz de refutar Sua sabedoria e poder, eles criaram um plano para silenciá-lo permanentemente. Como João 11:47-53 registros,

    Portanto, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: "O que estamos fazendo? Para este homem está realizando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação. "Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que todo não pereça a nação." Agora ele não disse isso por sua própria iniciativa, mas sendo de alta sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação, e não somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos. Então, a partir daquele dia eles planejaram juntos para matá-lo.

    Incredulidade repele a Sobrenatural

    E Ele não podia fazer nenhum milagre ali, exceto que Ele colocou suas mãos sobre alguns doentes e curá-los. E Ele se perguntou em sua incredulidade. E Ele estava indo ao redor das aldeias ensinando. (6: 5-6)

    Em resposta a incredulidade do povo, Jesus não escolheu fazer nenhum milagre em Nazaré, com a exceção de algumas curas. Como Marcos explica, "E Ele não podia fazer nenhum milagre ali, exceto que Ele colocou suas mãos sobre alguns doentes e curá-los." A questão não é que Ele não tinha o poder sobrenatural de realizar milagres. Antes, não havia nenhuma razão para fazer milagres ali, já que o objetivo de seus milagres foi para atestar a verdade e revelar-se como o Senhor e Messias, e, assim, levar os pecadores a fé salvadora. Porque o povo de Nazaré já tinha definido a sua rejeição em pedra, milagres eram desnecessárias.

    Para remover quaisquer conclusões falsas que a habilidade de Jesus de fazer milagres era dependente da fé do povo, Ele freqüentemente curado pessoas que não expressam qualquer fé Nele. Por exemplo, em Lucas 17:11-19, apenas um dos dez leprosos curados confessou a fé em Deus e foi salvo. O homem aleijado no tanque de Betesda (Jo 5:13) nem sabia a identidade de Jesus quando ele foi curado; o cego de nascença (Jo 9:1) não falar de sua fé em Jesus até depois que ele foi dado vista (v 38).. Os endemoninhados quem Jesus entregue (conforme Mc 1:23-26; 5:. Mc 5:1; conforme Mt 12:22) também não fez profissão de fé antes de ser libertado. Quando Jesus ressuscitou pessoas dos mortos, Ele obviamente fez isso sem pedir previamente fé deles (Lc 7:14; Jo 11:43). Além disso, o Senhor curou multidões de pessoas, embora nem todos eles acreditavam (conforme Mt 9:35; 11: 2-5.; 12: 15-21; 13 40:14-14'>14: 13-14, 34-36; 15:29 —31; Mt 19:2).

    Ainda assim, a retenção na fonte mais milagres do Senhor era também um sinal do julgamento (7 conforme Matt: 6.). O propósito dos milagres nunca foi para entreter o coração duro, mas para mover aqueles que estavam abertos para o evangelho para a fé salvadora. Como Jesus disse aos fariseus: "Uma geração má e adúltera pede um sinal; e ainda nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas "(Mt 12:39). Seus milagres eram de nenhum benefício espiritual para aqueles que se recusaram a acreditar, e Ele não tinha interesse em ceder curiosidade ímpios (conforme Lucas 23:8-9).

    Esta rejeição chocante e calejada pelas pessoas em Nazaré era tão fixo que mesmo Jesus perguntou a sua incredulidade. A palavra perguntava indica que Jesus foi abalada pela falta de fé profundamente enraizada e hostilidade aberta que ele encontrou lá. Por toda a sua vida terrena, Ele tinha sido a pessoa mais único e surpreendente em seu meio. Eles não sabiam por que Jesus era diferente, mas eles não poderia ter perdido as manifestações de Sua perfeição divina. Como poderiam aqueles que afirmavam saber tudo sobre ele teimosamente se recusam a aceitar a única explicação razoável em relação a Ele, que Ele era o Filho de Deus? Mas tal é o poder ofuscante da incredulidade (conforme 2 Cor. 4: 3-4). Uma vez que ficou claro que Nazaré tinha rejeitado Jesus, Ele rejeitou. E Ele estava indo ao redor das aldeias ensinando. O Salvador deixou e começou uma turnê de ensino em outras cidades, mais receptivos em Galiléia. Para os habitantes de sua cidade natal, o resultado foi horrível e trágico para sempre. "Ichabod" foi escrito em Nazaré: "a glória se foi" (1 Sam. 4: 21-22).

    20. Homens comuns, chamando Extraordinário (Marcos 6:7-13)

    E Ele chamou os doze e começou a enviá-los dois a dois, e deu-lhes poder sobre os espíritos imundos; e Ele lhes deu instruções para que nada levassem para o caminho, senão uma equipe em nenhum mero pão, nem sacola, nem dinheiro no cinto, mas de usar sandálias; E acrescentou: "Não coloque duas túnicas." E disse-lhes: "Onde quer que você entrar em uma casa, ficar lá até que você sair da cidade. Qualquer lugar que não recebê-lo ou ouvi-lo, como você sair de lá, sacudi o pó das solas dos seus pés, em testemunho contra eles. "Eles saíram e pregaram que todos se arrependessem. E eles estavam expulsando muitos demônios e foram unção com óleo muitos doentes e curá-los. (6: 7-13)

    Esta seção marca um ponto de viragem no ministério do Senhor. Antes disso, só Jesus pregou a mensagem do evangelho, doenças curadas, realizou milagres, e enfrentou a descrença de coração duro de estabelecimento religioso de Israel. Isso mudou com o ordenador dos doze apóstolos como pregadores oficiais. Sabendo que seu tempo restante na Galiléia foi limitado (conforme Mc 10:1). Agora chegou a hora para seus ministérios evangelísticos para começar. Embora eles não seriam totalmente equipado e capacitado para essa tarefa até a vinda do Espírito Santo (At 1:8), que está sendo elaborado pelo Espírito Santo a crer Nele. Em segundo lugar, o Senhor chamou para segui-Lo de forma permanente no ministério de tempo integral e deixar para trás seus comércios, como a pesca e coleta de impostos (conforme Mc 1:16-20; 13 41:3-17'>3: 13-17; Lucas 5:1-11). Em terceiro lugar, ele elevou estes doze para o nível de pregadores. Eles não só foram chamados a seguir, mas para ser enviado por ele como sua delegados apostólicos (conforme Lc 6:12-16). (Para mais informações sobre este aspecto da sua vocação, ver o capítulo 12 do volume atual.) Em quarto lugar, Ele preparou-os para o ministério, enviando-os para fora em um curto prazo viagem de pregação. É nesta fase da sua formação que é descrito nestes versos. Em quinto lugar, após a Sua ressurreição e antes de Sua ascensão, Jesus finalmente os encarregou de fazer milagres e pregar o evangelho por toda Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da terra (conforme At 1:8: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. "

    Além de seu propósito evangelístico, a seleção desses doze apóstolos também constituiu um ato de julgamento da parte de Jesus contra a apostasia e incredulidade de Israel. Nem um dos homens escolhidos pelo Messias era de instituição religiosa de Israel. Delegados de Cristo não eram sacerdotes, escribas, fariseus, saduceus, ou rabinos. Eles eram homens comuns (conforme 1Co 1:26), compreendendo um grupo que consistia de pescadores, trabalhadores comuns, um cobrador de impostos, e até mesmo um fanático anti-romano. E não foi por acaso que Jesus selecionou doze. Considerando que as doze tribos de Israel compreendeu a nação apóstata, Jesus escolheu doze emissários para pregar a verdadeira mensagem da salvação. Estes homens simbolizava a nova liderança espiritual da nação, escolhido pelo próprio Messias (conforme Lucas 22:29-30).

    Jesus, é claro, teve muito mais do que apenas doze seguidores. Em um momento posterior, Ele iria selecionar outros setenta para ir em uma missão semelhante a curto prazo (conforme Lucas 10). Os setenta, no entanto, devem ser distinguidos dos doze apóstolos. Embora a setenta foi dado o poder temporário para a sua missão (conforme Lc 10:9), o seu ministério não era revelador como a dos Doze. Os apóstolos de Jesus Cristo preenchido um papel único e irrepetível na história da Igreja (conforme Ap 21:14). Autenticada por milagres, eles foram especificamente autorizado para entregar nova revelação canônica para a igreja (conforme João 16:12-15)., Por meio do qual eles lançaram as bases da Igreja, com o "Cristo Jesus mesmo sendo a pedra angular" (Ef 2:20). Quando Herodes ouviu falar de crescente popularidade de Jesus, em parte devido ao sucesso desta viagem de pregação apostólica, ele assumiu que Jesus era na verdade João de volta dos mortos (v. 16). Embora as duas contas podem parecer inicialmente desarticulada, um número de conexões importantes devem ser observados. Primeiro, João Batista foi o último dos profetas do Antigo Testamento, enquanto os apóstolos foram chamados para ser o primeiro dos profetas do Novo Testamento. Em certo sentido, os profetas do Antigo Testamento passou o bastão da fidelidade aos apóstolos. Em segundo lugar, João foi morto por firmemente defender a mensagem do Reino e pregar contra o pecado; os apóstolos enfrentaram perseguição semelhante como eles cumpriram a tarefa que Jesus lhes tinha dado (10 conforme Matt:. 16-38). Em terceiro lugar, o crescente interesse de Herodes em Jesus significava que o tempo do Senhor em território de Herodes foi necessariamente limitado (conforme Mc 7:24, Mc 7:31), já que Herodes teria detido Jesus e provavelmente mataram se for dada a oportunidade (conforme Mc 3:6; Lc 23:8), os princípios mais amplos aplicar de exemplo para todos os que pregam a evangelho como ministros de Cristo. Em particular, seis marcas de fiéis mensageiros são demonstrados nesta passagem: eles proclamar a salvação, a compaixão manifesta, viver dependente, exposição contentamento, exercitar o discernimento e responder em obediência.

    Fiéis mensageiros anunciar a salvação

    E Ele chamou os doze e começou a enviá-los para fora em pares (6: 7-A)

    Depois de deixar sua cidade natal descrente de Nazaré, Jesus começou a pregar em todas as cidades e aldeias da Galiléia (v. 6). A fim de multiplicar a extensão de seu ministério na região, bem como para treinar seus discípulos para suas futuras responsabilidades, Ele convocou os doze e começou a enviá-los em pares. Enviou-os, como seus delegados, para levar a mensagem do evangelho para outros lugares em toda a região da Galiléia. Que Ele começou a enviá-los sugere que Jesus não enviá-los todos de uma vez, mas cambaleou seu bota-fora durante um breve período de tempo. É provável que devolvido da mesma forma (ver v. 30). O Senhor enviou-os em pares, por razões óbvias: para prestar apoio e proteção mútua, para reforçar o impacto de suas capacidades individuais, e para garantir que a sua mensagem foi confirmada por duas testemunhas (conforme Dt 19:15.).

    De acordo com Lc 9:2, Mc 1:38; Lc 4:43; Lc 8:1; conforme Mt 4:17) enfatizou o arrependimento, os apóstolos declararam que os pecadores devem se converter dos pecado e crer no evangelho (conforme At 3:19; At 17:30). Somente aqueles que reconheceram a falência da sua condição espiritual, penitentemente clamando a Deus por misericórdia e abraçando seu filho na fé, seriam salvos (conforme 13 42:18-14'>Lucas 18:13-14; Jo 3:16; At 4:12).

    A implicação para os ministros contemporâneos é clara: o mensageiro fiel com precisão e urgência proclama a boa nova da salvação para o perdido. Como o apóstolo Paulo explicou aos Coríntios: "Nós somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus estivesse fazendo um apelo por meio de nós; pedimos-te em nome de Cristo, se reconciliar com Deus "(2Co 5:20). Ele reiterou a importância da pregação evangelística em sua carta aos Romanos:

    "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Como pois invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como poderão ouvir sem pregador? Como pregarão, se não forem enviados? Assim como está escrito: "Quão formosos são os pés dos que anunciam boas novas de coisas boas!" (13 45:10-15'>Rom. 10: 13-15)

    Proclamando o verdadeiro evangelho, em que tanto a fé e arrependimento são enfatizados, é essencial para a convocação do ministro (2Tm 4:5; 2 Tim. 4: 1-2.), As repercussões para o qual são graves (conforme Jc 3:1). Falando do poder milagroso dada aos apóstolos, o autor de Hebreus explicou aos seus leitores:

    Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? Depois foi no primeiro dito pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram, testificando Deus com eles, por sinais e maravilhas e por vários milagres e dons do Espírito Santo, de acordo com sua própria vontade. (Heb. 2: 3-4)

    Que eles poderiam executar os mesmos tipos de sinais como Jesus provou que Ele lhes tinha enviado (conforme Mc 1:21-27, 32-34, 40-45; 2: 1-12; 5: 35-43). Ele usou os milagres para validar Sua mensagem (conforme Jo 5:36; 10: 37-38), e assim que eles (conforme 2 Cor 0:12.). Com o fim da era apostólica e do cânon das Escrituras plenamente revelada, autenticar milagres não existem mais. Todos os que afirmam falar a verdade de Deus pode ser testado agora de acordo com o padrão infalível da Palavra escrita de Deus (conforme 2 Tim. 3: 16-17).

    Pela natureza dos milagres que realizavam, o poder sobrenatural autenticar dada aos apóstolos também demonstrou a compaixão e bondade de Deus. Jesus poderia ter demonstrado seu poder divino em muitos aspectos que não teria aliviado o sofrimento humano (conforme Mt 4:5-7.), Mas Ele escolheu para fazer maravilhas que entregues principalmente o sofrimento doente e, refletindo, assim, a compaixão de Deus (conforme 36:5-6; Sl 9:18; 12:. Sl 12:5; Sl 14:6; Sl 69:33; Sl 140:12).. Em contraste com o legalismo calejada dos líderes religiosos judeus (conforme Mt 23:4.). Os Doze foram habilitados para seguir o seu exemplo.

    Escritura descreve os falsos mestres como impiedoso, brutal e sem compaixão (Is. 56: 10-12; Jer 23: 1-2; 50:. Jr 50:6; Lm 4:13; Ez 22:25; Mq 3:5; Mt 7:15; 23: 2-4; Marcos 12:38-40; Jo 10:8; At 20:29; 2Co 2:172Co 2:17; Ap 2:20).. Abusam pessoas, aproveitando os pobres para enriquecer e elevar-se por atropelamento nos pescoços dos fracos (conforme Job 4:4-10; Am 2:6.)

    Esse atributo da compaixão divina deve caracterizar todos os que representam o Senhor Jesus Cristo como Seus ministros.

    Ministros fiéis a viver dependente

    e Ele lhes deu instruções para que nada levassem para o caminho, senão uma equipe em nenhum mero pão, nem sacola, nem dinheiro no cinto, mas de usar sandálias; E acrescentou: "Não coloque duas túnicas." (6: 8-9)

    Jesus continuou por delinear uma série de determinações para o curto prazo viagem ministério dos apóstolos. Quando os israelitas deixaram o Egito durante o êxodo, o Senhor Deus ordenou-lhes de comer a refeição da Páscoa "Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, eo vosso cajado na mão; e o comereis apressAdãoente; é a Páscoa do Senhor "(Ex 12:11). Jesus semelhante instruiu os apóstolos para levar apenas uma equipe, junto com as roupas e sandálias eles já estavam vestindo. O paralelo com a Páscoa pode ter sido a intenção de demonstrar que uma nova era na história da redenção estava prestes a começar, começando com um êxodo de verdadeiro povo de Deus da apostasia.

    Jesus instruiu-lhes que nada levassem para o caminho, senão um mero pessoal, que serviu tanto como uma bengala e um meio de auto-defesa contra ladrões e dos animais selvagens. De acordo com o relato paralelo em Lc 9:3). Eles deviam estar pronto para sair a qualquer momento, sem fazer nenhuma preparação ou o recolhimento de provisões adicionais. Tudo o que podiam levar com eles era o que eles já tinham em sua posse, incluindo a equipe em suas mãos, as roupas nas suas costas, e as sandálias nos seus pés. Nada mais foi a tomar sobre a viagem. Eles deviam ter nem pão, nem sacola, nem dinheiro no cinto, mas de usar sandálias. Então Ele acrescentou: "Não coloque duas túnicas." Não foi possível preparar ou trazer disposições, eles foram forçados a ser totalmente dependente da Senhor de fornecer.

    Jesus insistiu neste nível de austeridade, a fim de ensinar os Doze a importância vital de confiar na fidelidade de Deus e vê-Lo proporcionar. Eles precisavam saber, por experiência própria, a verdade de Jesus palavras do Sermão da Montanha, "Não se preocupe, em seguida, dizendo: 'O que vamos comer?' ou "O que vamos beber? ou "Que vamos vestir a roupa? Para os gentios procuram avidamente todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas buscai primeiro o seu reino ea sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas "(Mt 6:31-33.). Como eles pregaram a mensagem do reino, eles poderiam confiança depender de Deus para suprir suas necessidades.

    Deve notar-se que essas disposições rigorosas eram apenas temporária. Eles não representam um voto de pobreza permanente, como o próprio Jesus deixou claro mais tarde. No Cenáculo, como Ele refletiu sobre este evento, o Senhor explicou a Seus discípulos,

    "Quando vos mandei sem cinto de dinheiro e bolsa e sandálias, você não falta nada, não é?" Eles disseram: "Não, nada." E disse-lhes: "Mas agora, quem quer que tenha um cinto de dinheiro é levá-la junto, do mesmo modo também um saco, e quem não tiver espada, é vender o casaco e comprar um. Pois eu vos digo que isto que está escrito deve ser cumprida em Mim ", e foi contado com os transgressores ';pois o que se refere a mim tem o seu cumprimento "(Lucas 22:35-37).

    Como as palavras de Jesus indicam, a expectativa normal para os apóstolos era que deveriam planejar e preparar com sabedoria para o futuro. Por extensão, este princípio aplica-se a pastores e evangelistas em toda a história da igreja. Embora o Novo Testamento permite ministros para ganhar a vida razoável para o seu trabalho na igreja (conforme 1 Cor. 9: 5-14), eles devem sempre lembrar que depender em última instância, o Senhor, que vai manter sua promessa (conforme 13 5:58-13:6'>Heb. 13 5:6). Essa foi a lição que Jesus queria que os apóstolos de aprender nesta ocasião (conforme Mt 6:1)

    Falando de sua própria satisfação, possível graças à força fornecido por Cristo, Paulo disse aos Filipenses,

    Não digo isto por falta, porque já aprendi a contentar-se em quaisquer circunstâncias eu sou. Eu sei como se dar bem com os meios humildes, e eu também sei como viver em prosperidade; em toda e qualquer circunstância eu aprendi o segredo de estar cheio e passando fome, tanto de ter abundância e sofrer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece. (Filipenses 4:11-13.)

    A lição para os Doze era que eles eram de possuir contentamento. Uma vez que eles se instalaram na casa de alguém, eles não estavam a procurar acomodações mais agradáveis. De acordo com Mateus 10:8-9, Jesus também proibiu-os de usar seu ministério para ganhar dinheiro: "De graça recebestes, de graça dai. Não adquirir ouro, prata ou cobre para seus cintos de dinheiro. "Mais uma vez, em contraste com os falsos mestres, os discípulos não estavam a colocar um preço sobre seu ministério. Eles tinham sido dado o poder extraordinário, mas eles não eram para explorá-lo para ganho pessoal.

    Fiéis Ministros exercitar o discernimento

    "Qualquer lugar que não recebê-lo ou ouvi-lo, como você sair de lá, sacudi o pó das solas dos seus pés, em testemunho contra eles." (6:11)

    Assim que ele terminou de instrução, Jesus explicou como os Doze deve responder a aqueles que inevitavelmente iria rejeitá-las. Se qualquer cidade que não receber os apóstolos ou ouvir sua mensagem, eles estavam a sair de lá e sacudi o pó das solas dos seus pés, como testemunho contra aquele lugar. Sacudindo a poeira de seus pés era uma maneira tradicional judaica de expressar desprezo em relação aos gentios. Quando os viajantes se aventurou fora de Israel, ao retornar ao solo judaico eles sacudi o pó dos seus sandálias como um ato que simboliza que eles estavam saindo da impureza e contaminação das terras dos gentios por trás deles. O que os judeus entendida como um protesto simbólico contra os pagãos não circuncidados, Jesus aplicado como um sinal de julgamento contra os judeus que rejeitaram o evangelho (conforme 13 50:44-13:51'>Atos 13:50-51). Os Doze estavam sendo enviados para as "ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10:6.).

    As palavras de Cristo ressaltam as conseqüências eternas de rejeitar o Evangelho (conforme 1Co 16:22; 2 Tessalonicenses 1: 6-9..). Aqueles que tenham sido expostos a verdade da salvação, e com conhecimento de causa rejeitá-la, receberá a forma mais grave da punição eterna (conforme He 10:29).

    A realidade inevitável, é claro, foi a de que os apóstolos seriam tratados da mesma forma que Jesus tinha sido tratado (conforme Mt 10:1). Assim, os apóstolos teriam de exercitar o discernimento a respeito de quanto tempo eles devem ficar em qualquer cidade ou aldeia. Se as pessoas rejeitaram sua mensagem, os apóstolos estavam a passar para outro lugar.

    Mais cedo, no Sermão da Montanha, Jesus explicou este princípio com estas palavras: "Não deis o que é santo aos cães, e não jogue suas pérolas aos porcos, ou eles vão atropelar-los sob seus pés, e volta e rasgá-lo em pedaços "(Mt 7:6)!

    Apesar da perseguição que eles sabiam que teriam de enfrentar, os apóstolos submissamente obedecido. Conseqüentemente, o Senhor usou poderosamente (conforme 1 Cor. 1: 20-31).

    Marcos observa que, como parte de seu ministério de cura, os apóstolos foram unção com óleo muitos doentes e curá-los. Os registros do evangelho nunca indicam que Jesus ungido com óleo os doentes, mas os apóstolos fizeram, pelo menos nesta ocasião. Embora o azeite foi, por vezes, usada para fins medicinais (conforme Lc 10:34), que não era o seu propósito aqui desde os apóstolos curou os doentes milagrosamente e não através do uso de medicamento (Mt 10:8.; 1Sm 16:131Sm 16:13.). Os apóstolos, então, ungido com óleo os doentes para simbolizar o fato de que sua autoridade vem de Deus e não de si mesmos; eles não eram a fonte de seu poder, mas apenas canais para isso. Ao usar um símbolo simples, familiar para os judeus do primeiro século, os apóstolos passaram a glória de volta para o próprio Senhor. Como o Deus encarnado (conforme Cl 2:9). (Para uma discussão mais aprofundada do v. 30, ver o capítulo 22 deste volume.) Apesar de pastores e pregadores contemporâneos não ter sido dado o poder milagroso assim delegada aos apóstolos, os princípios contidos nesta passagem são claramente aplicável a todos os que procuram servir fielmente o Senhor Jesus. Eles fazê-lo sabendo, como os Doze, que em breve será exibido antes de Cristo para dar conta (conforme 1Pe 5:4; 2Co 10:52Co 10:5)

    E o rei Herodes ouviu falar dele, para o seu nome tornou-se conhecido; e as pessoas estavam dizendo: "João Batista ressuscitou dos mortos, e por isso estes poderes milagrosos estão a trabalhar nele." Mas outros diziam: "Ele é Elias". E outros diziam: "Ele é um profeta , como um dos profetas do passado. "Mas quando Herodes ouviu falar dele, ele continuou dizendo," João, que mandei degolar, ressuscitou! "Pois o próprio Herodes mandara e teve João preso e amarrado na prisão por causa de Herodias, a mulher de seu irmão Filipe, porque ele havia se casado com ela. Para João dizia a Herodes: "Não te é lícito ter a mulher de teu irmão." Herodias tinha um rancor contra ele e queria matá-lo e não poderia fazê-lo; porque Herodes temia a João, sabendo que ele era um homem justo e santo, e ele manteve-lo a salvo. E quando ele ouviu, ele estava muito perplexo; mas ele gostava de ouvi-lo. Um dia estratégica veio quando Herodes no seu aniversário natalício ofereceu um banquete aos seus senhores e comandantes militares e aos principais da Galiléia; e quando a filha de Herodias si mesma entrou e dançou, agradou a Herodes e seus convidados para o jantar; Então o rei disse à jovem: "Peça o que quiser e eu vou dar a você." E jurou-lhe, "O que quer que você pede de mim, eu vou dar a você; até a metade do meu reino. "E ela saiu e disse à sua mãe:" O que devo fazer? "E ela disse:" A cabeça de João Batista ". Imediatamente ela veio com pressa para o rei e pediu , dizendo: "Eu quero que você me dê de uma só vez a cabeça de João Batista em uma bandeja." E ainda que o rei estava muito triste, mas por causa dos seus juramentos e por causa de seus convidados do jantar, ele não estava disposto a recusar. Imediatamente o rei mandou um carrasco e ordenou-lhe para trazer de volta a cabeça. E foi, e mandou decapitá-lo na prisão, e trouxe a sua cabeça em uma bandeja, e deu para a menina; ea menina deu para sua mãe. Quando os seus discípulos ouviram isso, eles vieram e levaram o seu corpo e colocou-o em um túmulo. (6: 14-29)

    Mesmo uma breve visão geral do Antigo Testamento evidencia o caminho trágico que o povo de Deus repetidamente rejeitado e maltratado Seus profetas. No início da história de Israel, os profetas como Moisés (. Conforme Dt 34:10) e Samuel (. Conforme 1Sm 3:20) enfrentou críticas repetidas e resmungando do povo (conforme Ex 15:24;.. 1 Sam 8:4-6; 10: 18-19; At 7:39). Mais tarde, durante o período da monarquia dividida, muitos profetas suportou até formas mais intensas de perseguição. Nos dias de Elias, o mal rainha Jezabel matou muitos verdadeiros profetas do Senhor (conforme 1Rs 18:4; 19: 1-3). O profeta Miquéias foi preso (1Rs 22:27); Eliseu foi ridicularizado (2Rs 2:23); Isaías era provável serrada ao meio (conforme He 11:37.); Urias foi morto pela espada:; (Jer 26, 20-23). e Zacarias, filho de Joiada, foi apedrejado até a morte no pátio do templo (2 Cr 24: 20-21.). Outros exemplos de maus tratos, perseguição e rejeição poderia ser facilmente multiplicados. Como o autor de Hebreus recontagens dos profetas: "Eles foram apedrejados, serrados ao meio, eles foram tentados, eles foram condenados à morte com a espada; eles foram em peles de ovelhas, em goatskins, sendo necessitados, aflitos e maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montanhas e cavernas e buracos no chão "(Heb. 11: 37-38; conforme At 7:52). Talvez nenhuma figura do Velho Testamento ilustra melhor a perseguição constante dos profetas enfrentados de Jeremias, o profeta chorão (Jr 9:1; Jr 14:17). Durante o seu ministério profético, ele foi ameaçado de morte (11: 18-23), espancado e colocado em ações (20: 2), preso (26: 7-24), preso (37: 15-16), colocadas em um pit para morrer (38: 6-7), presos em correntes (40: 1), e publicamente chamado de mentiroso (43: 2).

    Os líderes religiosos do tempo de Jesus afirmou que, se estivesse vivo em gerações anteriores, eles nunca teriam perseguiram os profetas como os seus antepassados ​​fizeram. A hipocrisia óbvia de que o pedido foi visto em sua rejeição tanto do Messias (a quem todos os profetas do Antigo Testamento pontiagudos) e seu precursor, João Batista. Jesus não hesitou em expor sua duplicidade:

    "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Para você construir os túmulos dos profetas e adornam os monumentos dos justos, e dizer: 'Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido parceiros com eles para derramar o sangue dos profetas. Então você testemunhar contra vós mesmos que sois filhos dos que mataram os profetas. Encha-se, então, a medida da culpa de seus pais. Serpentes, raça de víboras, como você vai escapar da sentença do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas e homens sábios e escribas; alguns deles você vai matar e crucificar, e alguns deles você vai açoitarão nas suas sinagogas, e perseguirão de cidade em cidade, de modo que em cima de você pode cair a culpa de todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo eo altar. Em verdade vos digo que todas essas coisas hão de vir sobre esta geração "(Mat. 23: 29-36).

    A nação tinha sido culpado de insultando e maltratando os porta-vozes de Deus em toda a sua história (conforme Atos 7:51-53). Como as palavras de Jesus indicam, os líderes religiosos do primeiro século iria continuar o legado de coração duro de seus antepassados, por rejeitá-Lo e perseguindo os apóstolos e profetas que ele enviou. Ele contou uma parábola sobre um agricultor para ilustrar dramaticamente esta realidade maligna de rejeição (Marcos 12:1-11; conforme Mt 21:1).

    Esta seção (Marcos 6:14-29) relata a execução de João Batista, o precursor do Messias, o último profeta do Antigo Testamento, e aquele de quem Jesus disse: "Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista! "(Mt 11:11). (Para saber mais sobre o ministério de João Batista, veja o capítulo 1, neste volume.) João pregando sempre apontavam para Cristo, a quem ele declarou ser "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29 ; conforme Jo 3:30). Se os líderes religiosos tinham recebido João como um verdadeiro profeta, teriam sido obrigados a receber Aquele de quem ele falava. Por outro lado, ao rejeitar Jesus, rejeitaram João também. Dada repreensões mordendo de João de sua hipocrisia (conforme Mt 3:7), governou a terra de Israel sob a Roma por 36 anos, durante o qual ele ampliou enormemente o templo. Herodes, o Grande não era judeu, mas um Idumean (um descendente do gêmeo rejeitado, Esaú). Como tal, ele tinha pouco interesse em judaísmo a qualquer conexão superficial foi necessária por uma questão de ganho político. O povo judeu se ressentiam da sua regra, não só porque ele era um senhor Gentil representando opressão romana, mas também por conta de sua imoralidade e brutalidade. Era Herodes, o Grande, que matou os bebês do sexo masculino de Belém, em uma tentativa de matar Jesus (conforme Mt 2:16.). Ele também ordenou a execução do Sinédrio, quando eles se opuseram a ele e até mesmo assassinados dois de seus próprios filhos.

    Quando ele morreu (em 4 AC ), seu território foi dividido entre vários de seus filhos e um sobreviventes dos quais era Herodes Antipas (conforme Lc 3:1), que provou ser inepta. Em D.C 6 foi deposto por Roma e substituído por uma série de governadores, um dos quais era Pôncio Pilatos (que governou deANÚNCIO 26-36). As regiões do norte da Ituréia e Trachonitis foram dadas a outro filho, Filipe, o tetrarca, que acabou sendo sucedido por seu sobrinho Herodes Agripa (conforme Atos 12:1-4, 20-23). O território que incluía a Galiléia e Perea foi para Herodes Antipas. Dos filhos que sucederam Herodes, o Grande, Herodes Antipas sobreviveu mais tempo, segurando o assento do poder por 42 anos. A cidade de Tiberíades, que ele construiu, foi nomeado após Tibério César, um imperador romano sob o qual ele governou.

    Embora os filhos de Herodes, o Grande não herdou o nível de poder e prestígio desfrutado por seu pai, que herdou seu caráter, para que eles eram igualmente imoral e bárbaro. Eles não eram monarcas absolutos, mas governou como vassalos de Roma. Conseqüentemente, eles tiveram pouca influência ou poder fora das regiões específicas Roma deixá-los governar. No entanto, no seu território, que exercia a autoridade para usar a força militar e exercer a pena capital, prerrogativas eles prontamente implementadas para manter a sua soberania. Como o principal antagonista, Herodes Antipas desempenha um papel fundamental nesta conta. Considerado a partir de sua perspectiva, a passagem pode ser dividido em três categorias: de Herodes fascínio, medo e loucura.

    Fascination de Herodes

    E o rei Herodes ouviu falar dele, para o seu nome tornou-se conhecido; e as pessoas estavam dizendo: "João Batista ressuscitou dos mortos, e por isso estes poderes milagrosos estão a trabalhar nele." Mas outros diziam: "Ele é Elias". E outros diziam: "Ele é um profeta , como um dos profetas do passado "(6: 14-15).

    Como os apóstolos percorreu as cidades e aldeias da Galiléia, pregando o evangelho e fazendo milagres (conforme Marcos 3:7-13), a notícia de sua propagação ministério de modo que mesmo . O rei Herodes ouviu falar dele Herodes Antipas existia nas garras de luxúria, luxo e preguiça. Por alguma razão, ele só agora começou a se interessar pelo o impacto de Jesus. Talvez ele tivesse viajado, ou talvez ele tivesse sido indiferente desde seu palácio foi localizado em Tiberíades, e Jesus, aparentemente, nunca visitou essa cidade, mesmo que fosse a uma curta distância de ambos Nazaré e Cafarnaum. Tiberias era um lugar onde a maioria judeus do primeiro século se recusou a ir; foi considerado impuro desde o seu início, porque tinha sido construída sobre um cemitério.

    Que Jesus ' nome havia se tornado bem conhecido indica que os apóstolos, através do seu ministério, apontou as pessoas a Ele como a fonte de seu poder e o único tema de sua pregação. A explosão do poder milagroso forjado através dos apóstolos em nome de Jesus tinha causado as multidões de curiosos a reconhecer que Ele não era profeta comum. Como a palavra sobre Ele começou a circular, algumas das pessoas estavam dizendo: "João Batista ressuscitou dos mortos, e por isso estes poderes milagrosos estão a trabalhar nele." dado o seu poder sobrenatural e crescente popularidade, e João recente execução, algumas pessoas especularam que Jesus poderia ser João Batista, em forma ressuscitado.

    Mas outros diziam: "Ele é Elias." Eles sabiam que antes da chegada do Messias, de acordo com o livro de Malaquias (conforme Ml 4:5), um como o profeta Elias viria. Ironicamente, eles não conseguiram entender que foi João Batista, que já tinha cumprido esse papel (13 40:11-14'>Matt. 11: 13-14). E outros diziam: "Ele é um profeta como um dos profetas do passado." Alguns provável equiparado Jesus com o profeta predito por Moisés em Dt 18:15. Outros o identificou como sendo meramente em linha com pregadores do Antigo Testamento milagrosos, como Elias e Eliseu. Embora eles lutaram para identificá-lo corretamente, as pessoas entenderam claramente que o ministério de Jesus foi única e sobrenatural.

    Como estes relatórios atingiu Herodes, ele se fixou em Jesus. De acordo com Lucas 9:7-9:

    Agora, o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo; e ele ficou muito perplexo, porque foi dito por alguns que João tinha ressuscitado dos mortos, e por alguns de que Elias tinha aparecido, e por outros que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. Herodes disse: "Eu tinha me degolar João; mas quem é este homem de quem ouço dizer tais coisas? "E ele continuou tentando vê-Lo.
    Embora o rei desesperAdãoente queria ver Jesus, ao contrário das multidões que se reuniram com ele por curiosidade ou um desejo para a cura, a fascinação de Herodes, com Jesus foi motivado pelo medo culpado.

    Medo de Herodes

    Mas quando Herodes ouviu falar dele, ele continuou dizendo, "João, que mandei degolar, ressuscitou!" Pois o próprio Herodes mandara e teve João preso e amarrado na prisão por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe, porque ele tinha se casou com ela. Para João dizia a Herodes: "Não te é lícito ter a mulher de teu irmão." Herodias tinha um rancor contra ele e queria matá-lo e não poderia fazê-lo; porque Herodes temia a João, sabendo que ele era um homem justo e santo, e ele manteve-lo a salvo. E quando ele ouviu, ele estava muito perplexo; mas ele gostava de ouvi-lo. (6: 16-20)

    Herodes foi, compreensivelmente alarmados quando recebeu a notícia sobre Jesus. Quando Herodes ouviu os relatos das pessoas, pensando João pode ter retornado dos mortos, ele projetava seus piores receios, repetidamente dizendo: "João, que mandei degolar, ressuscitou! " tumulto interior de Herodes foi o resultado de suas próprias más ações em direção a João Batista. Embora soubesse que João era um homem justo, o ímpio rei prenderam por mais de um ano antes decapitando-o de forma bárbara. Assombrado por medo e superstição, Herodes agora procurava ver Jesus, a fim de saber ao certo se ele foi realmente João (conforme Lc 9:9).

    Marcos relata a história sob a forma de um flashback, rever brevemente os detalhes de detenção, prisão e execução de João. Que o próprio Herodes mandara e teve João preso e amarrado na prisão indica que a ação de Herodes contra João foi intensamente pessoal. Sua raiva contra o profeta do deserto não foi apenas motivada pela instabilidade política, a demanda popular, ou decreto Roman; que resultou de uma vendetta profunda.

    João batizava no rio Jordão "em Enom, perto de Salim" (conforme Jo 3:22-24), onde ele pregou uma mensagem singular de arrependimento em preparação para a vinda do Messias (conforme Mt 3:2;. Lv 20:21).

    Marcos não indicar como João primeira confrontado Herodes. Em toda a probabilidade, João começou publicamente pregar contra as ações de Herodes, até que o rei irritado respondeu enviando soldados para prender João e trazê-lo de volta ao palácio. Uma vez lá, João emitiu uma repreensão mordaz face-to-face, dizendo a Herodes: "Não te é lícito ter a mulher de teu irmão." Isso João tinha sido dizendo essas coisas indica que ele repetiu esta repreensão em várias ocasiões, mesmo depois de Herodes lançou-o na prisão. De acordo com Mt 4:12 e Mc 1:14, a prisão de João ocorreu logo após o batismo de Cristo e subsequente tentação no deserto.

    Ao longo do próximo ano ou assim, João provavelmente foi preso na masmorra no palácio de Herodes em Machaerus, perto do fim do nordeste do Mar Morto. A fortaleza foi situado em uma alta colina, com vistas espectaculares sobre a paisagem circundante. Nas profundezas da terra abaixo, o calabouço úmido não ofereceu nenhuma luz natural ou ar fresco, e foi lá que Herodes realizada João cativo.Depois de ter vivido toda a sua vida nas extensões abertas do deserto da Judéia, João terminou seus dias no isolamento de um calabouço intolerável. Seu único refúgio eram as visitas que recebeu de seus discípulos (conforme Lc 7:18).

    Como profeta fiel de Deus, João foi destemido em sua vontade de confrontar o pecado, mesmo nos líderes mais poderoso e ameaçador. Quando a elite religiosa judaica veio para ouvi-lo pregar, João repreendeu abertamente a sua hipocrisia, comparando-os com uma ninhada de serpentes (Mt 3:7). Como resultado de confrontos unflinching de João, Herodias tinha um rancor contra ele e queria matá-lo. No entanto, ela não poderia fazê-lo; porque Herodes temia a João, sabendo que ele era um homem justo e santo, e ele manteve-lo a salvo. Herodes protegido João desde o ataque de ciúmes de sua nova esposa, Herodias. De acordo com Mt 14:5). Tendo feito essa promessa na presença de seus convidados para o jantar-muitos dos quais eram apoiantes políticos e dignidades-Herodes militares não poderia voltar atrás em sua palavra, sem perder a face. Herodes era muito triste, mas seu medo de passar vergonha impossibilitaram-lo de fazer o que ele sabia ser certo. Ele estava cheio de remorso, mas sua tristeza não tinha conexão com o verdadeiro arrependimento (conforme 2Co 7:10). Embora ele percebeu que ele havia sido preso por sua esposa, Herodes obrigados a pedido perverso de sua enteada, a fim de evitar uma humilhação pessoal.

    Então, imediatamente, o rei mandou um carrasco e ordenou-lhe para trazer de volta a cabeça. Mesmo que ele era apenas um pequeno pseudo-rei que funcionava como não mais do que um servo sob a supervisão Roman, Herodes tinha a autoridade para exercer a pena de morte no interior seu território. Uma vez que o comando foi emitido, foi realizada imediatamente. O carrasco foi e teve João decapitado na prisão, e trouxe a sua cabeça em uma bandeja, e deu para a menina; ea menina deu para sua mãe. Embora a definição da cabeça de João em uma bandeja foi um ajuste de apresentação para canibais, tal ato não era incomum no mundo bárbaro da antiguidade, porque a garantia de que a execução tinha sido realizado. De acordo com o antigo historiador romano Cassius Dio, quando a cabeça de Cícero (d. 43 AC ) foi trazido para a esposa de Marcos Antony, Fulvia, ela tirou a língua e repetidamente esfaqueada com ela hairpin. Sua agressão violenta em sua língua foi concebido como um ato poético de vingança final contra Cícero, porque ele tinha discursos poderosos que atacaram Marcos Antony. O pai da igreja do século V Jerome (d.
    420) sugeriu que Herodias semelhante mutilado a cabeça decepada de João Batista. Embora tal não pode ser verificada, seria certamente se encaixam com a raiva rancoroso que caracterizou a rainha vulgar.

    Presumivelmente, com um golpe hábil de lâmina do carrasco, João Batista entrou em seu descanso eterno glorioso, para receber a sua plena recompensa pela fidelidade intransigente a Deus. Ele não foi apenas o maior e último dos profetas do Antigo Testamento, ele também foi o primeiro mártir por Jesus Cristo. Sua vida inteira apontou para a vinda do Messias. Mesmo na morte, ele manteve-se fiel à sua tarefa dada por Deus. (Para um tratamento biográfico de João O Baptist, ver John Macarthur, Doze heróis improváveis ​​. [Nashville: Tomé Nelson, 2012])

    Quando os seus discípulos ouviram isso, eles vieram e levaram o seu corpo e colocou-o em um túmulo. É difícil imaginar o desgosto que os discípulos de João deve ter passado à medida que deu o seu corpo sem cabeça um enterro apropriado. Ele havia sido tanto o professor de Deus e seu líder. Deus usou a pregação ardente de João em suas vidas para convencer seus corações do pecado e trazê-los para um lugar de arrependimento. Ele também apontou-lhes o Messias (conforme Jo 1:35-37). Não é de estranhar, então, que os discípulos de João vieram e relatou o que havia acontecido com Jesus (Mt 14:12).

    Como mencionado acima, não foi até depois de João Batista foi morto que Herodes começou a prestar atenção ao ministério de Cristo. Receoso de que João pode ter vindo de volta dos mortos, Herodes procurava ver Jesus. Mas esse encontro não teria lugar até poucas horas antes da crucificação do Senhor. De acordo com Lucas, Pilatos enviou Jesus para junto de Herodes, porque Pilatos poderia encontrar nenhuma culpa nele:

    Quando Pilatos ouviu isso, ele perguntou se o homem era galileu. E quando soube que ele pertencia a jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naquela época. Herodes ficou muito contente quando viu Jesus; pois ele queria vê-lo por um longo tempo, porque ele tinha ouvido sobre Ele e estava esperando para ver algum sinal feito por ele. E ele questionou ele em algum comprimento; mas ele nada lhe respondeu. E os príncipes dos sacerdotes e os escribas estavam ali, acusando-o com veemência. E Herodes, com seus soldados, depois de tratar com desprezo e zombando dele, vestiu-Lo de uma roupa resplandecente e mandou-o de volta a Pilatos. (Lucas 23:6-11)

    No final, Herodes viu Jesus. O rei era, sem dúvida, aliviado de que ele não foi João levantado da sepultura. Ele era, na verdade, muito mais, mas a Herodes Jesus parecia muito menos nada mais do que uma novidade quem ridicularizado e enviado de volta a Pilatos.
    Em suas interações com tanto João Batista e Jesus, Herodes Antipas se ergue como Judas como uma figura monumental trágico na história. Ele tinha o maior homem que já viveu, o profeta mais honrado por Deus em suas mãos, e ele trancou em um calabouço até que ele teve executado. Mais importante, ele teve uma audiência com o Rei dos reis, e ele escarneceram e transformou-o embora. Tal oportunidade desperdiçada foi o resultado de seu amor insidiosa para o pecado, sua indisposição arrogante acreditar, e seu medo covarde da verdade. Herodes alegou para se pronunciar sobre os outros, mas, na realidade, ele era um homem controlado pelo medo do homem. Seu medo das pessoas inicialmente manteve-lo de matar João. Seu medo de seus amigos finalmente obrigou a autorizar a execução de João. Seu medo de João fez ansiosa quando ouviu falar de Jesus. Mas seu medo se transformou em desprezo quando ele finalmente teve uma audiência com o Filho de Deus. Herodes temia a todos, exceto o Senhor, e ele perdeu sua alma como um resultado.

    Horas depois desse encontro com Herodes, Jesus seria pregado na cruz. Sua morte cumpriu o aviso Ele já havia emitido para os líderes religiosos judeus: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e não estavam dispostos. Eis que a vossa casa está sendo abandonada vos "(Mat. 23: 37-38)!. Tendo rejeitado o ministério de João, os líderes religiosos também rejeitou o Messias, a quem ele e todos os outros profetas do Antigo Testamento apontou. Consequentemente, eles ficaram sob severo julgamento e eterno de Deus, juntamente com a nação apóstata que representavam (11:25 conforme Rom., 28).

    22. A Provisão do Criador (Marcos 6:30-44)

    Os apóstolos reuniram-se com Jesus; e eles relataram a ele tudo o que tinham feito e ensinado. E disse-lhes: "Vinde sozinhos para um lugar isolado e descansai um pouco." (Por lá haviam muitas pessoas indo e vindo, e eles nem sequer têm tempo para comer). Eles foram embora no barco para um lugar isolado por si mesmos. As pessoas os viram partir, e muitos os reconheceu e correu lá juntos a pé de todas as cidades, e cheguei lá à frente deles. Quando Jesus foi desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas sem pastor; E começou a ensinar-lhes muitas coisas. Quando já era muito tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele e disse: "Este lugar é deserto e já é muito tarde;mandá-los embora para que eles possam ir para a paisagem circundante e aldeias e comprem o que comer alguma coisa. "Mas Ele respondeu-lhes:" Dai-lhes vós de comer! "E eles disseram-lhe:" Havemos de ir gastar duzentos denários de pão e dar-lhes algo para comer? "E disse-lhes:" Quantos pães tendes? Vai olhar! "E quando eles descobriram, eles disseram:" Cinco pães e dois peixes. "E ele lhes ordenou tudo para se sentar por grupos na grama verde. Sentaram-se em grupos de cem e de cinqüenta. E Ele tomou os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou a comida e partiu os pães e Ele continuou dando-os aos discípulos para que os distribuíssem; E dividiu-se os dois peixes entre todos eles.Todos comeram e ficaram satisfeitos, e eles recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. Havia cinco mil homens que comeram os pães. (6: 30-44)

    Significativamente, dos inúmeros milagres que ocorreram durante o ministério de Jesus (conforme Jo 21:25), apenas dois são encontrados em todos os quatro Evangelhos: a ressurreição de Cristo e do evento registrado nesta passagem (conforme Mt 14:1; João 6:1-15). Comumente conhecida como a alimentação dos cinco mil, este milagre familiarizado ocorreu perto do final do ministério galileu Jesus 'e serviu como a pedra angular do clímax ao Seu tempo lá. De acordo com Jo 6:4), juntamente com o interesse crescente dos hostil rei Herodes (conforme Lc 9:9).

    Em termos de escala visível, a alimentação dos cinco mil era mais extensa milagre de Jesus. Seu nome é um pouco enganador, já que, na realidade, ela englobava muito mais do que apenas cinco mil pessoas.Como Mateus explica: "Havia cerca de cinco mil homens que comiam, além de mulheres e crianças "(Mt 14:21, ênfase adicionada). Assumindo que o número de mulheres era aproximAdãoente igual ao número de homens, e que o número de crianças que foi, pelo menos, o mesmo que o número de adultos, uma multidão de vinte mil ou mais provavelmente presentes naquele dia mola Galileu. Para criar instantaneamente alimento para 20-25000 pessoas era algo que só o Criador do universo poderia fazer (conforme Jo 1:3), um nome de Antigo Testamento para Deus, que significa "o Senhor que fornece." Tragicamente, a maioria das pessoas na multidão naquele dia acabaria por rejeitar Jesus (conforme Jo 6:66). No entanto, Ele generosamente alimentados com eles de qualquer maneira, proporcionando assim uma vívida ilustração da graça comum de Deus, no qual "Ele faz com que o seu sol se levante sobre maus e bons, e faz chover sobre os justos e injustos" (Mt 5:45) . Assim, esta seção (Marcos 6:30-44) destaca tanto o poder criativo e da prestação compassivo de Jesus. Como a passagem se desenrola, o Senhor oferece descanso para o cansado, a verdade para o errante, e comida para o que desejam.

    Rest for O Weary

    Os apóstolos reuniram-se com Jesus; e eles relataram a ele tudo o que tinham feito e ensinado. E disse-lhes: "Vinde sozinhos para um lugar isolado e descansai um pouco." (Por lá haviam muitas pessoas indo e vindo, e eles nem sequer têm tempo para comer). Eles foram embora no barco para um lugar isolado por si mesmos. (6: 30-32)

    Mais cedo, Jesus delegou seu poder para os Doze e instruiu-os a pregar uma mensagem de arrependimento pelas cidades da Galiléia (Marcos 6:7-13). Se o fizer, permitiu Jesus para multiplicar o alcance dos seus seis vezes ministério, uma vez que os apóstolos foram enviados em pares. Como Ele comissionou-os para a sua tarefa, o Senhor instruiu-os:

    "Vá para as ovelhas perdidas da casa de Israel. E como você vai, pregar, dizendo: O reino dos céus está próximo. " Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça. Não adquirir ouro, prata ou cobre para seus cintos de dinheiro, ou um saco para o caminho, nem duas túnicas, ou sandálias, ou uma equipe; para o trabalhador é digno de seu apoio.E qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem é digno nele, e ficar em sua casa até que você deixar essa cidade. Como você entra na casa, dar-lhe a sua saudação. Se a casa for digna, dar-lhe a sua bênção de paz. Mas se não for digna, ter de volta a sua bênção de paz. Quem não receber, nem escutar as vossas palavras, como você sair daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que, será mais rigor para a terra de Sodoma e Gomorra, no dia do juízo, do que para aquela cidade "(Mateus. 10: 6-15).

    Todos os apóstolos , exceto para Judas 1scariotes eram da Galiléia, e eram, portanto, familiarizados com as aldeias para que eles viajaram para pregar o evangelho. Marcos não designar quanto tempo os Doze foram embora, mas a sua missão provavelmente durou semanas, talvez até meses. Seus esforços do ministério criou um burburinho por toda a Galiléia, causando ainda Herodes Antipas a tomar conhecimento (conforme Mc 6:14-16). (Para mais informações sobre a atribuição ministério de curto prazo dado aos apóstolos por Jesus, veja o capítulo 20 deste volume.)

    Quando os Doze retornou, eles reuniram-se com Jesus, provavelmente em Cafarnaum, e eles relataram a ele tudo o que tinham feito e ensinado. Depois de uma extensa turnê ministério, os apóstolos eram, sem dúvida, cansado de suas viagens, que incluíram a perseguição e rejeição (cf . Mateus 10:16-23.). Somando-se o seu cansaço foi a notícia de que os discípulos de João Batista que João, o maior de todos os profetas, recentemente tinha sido executado (conforme Mt 14:12). Quando o Senhor ouviu falar sobre a morte de João (conforme Mt 14:13), e, a fim de dar aos Seus discípulos uma trégua muito necessária, Ele os instruiu a entrar em um barco e partiu através do Mar da Galiléia. Ele disse— lhes: "Vinde sozinhos para um lugar isolado e descansai um pouco." (Por lá haviam muitas pessoas indo e vindo, e eles não tinham tempo nem para comer.) O esforço exigido pelo ministério foi tão intensa que eles poderiam nem mesmo encontrar alguns momentos para uma refeição (conforme Mc 3:20).

    O Senhor reconheceu a sua necessidade de descanso e respondeu com ternura. Após Sua instrução, os discípulos foram embora no barco para um lugar isolado por si mesmos. O barco provavelmente pertencia a alguns dos antigos pescadores entre os doze (como Pedro e André ou Tiago e João). Mesmo a viagem através do lago desde que os discípulos a oportunidade de desfrutar de uma curta trégua a partir da pressão das multidões. De acordo com Lc 9:10, Jesus e os Doze navegaram para uma área perto da cidade de Betsaida. Os arqueólogos não sabem a localização exata de Betsaida. Seu nome, que significa "casa de peixe", sugere que "a cidade de peixe" foi uma das muitas aldeias que beiravam o Mar da Galiléia. Ele pode ter sido localizado na costa norte do lago, a leste do rio Jordão. (Alguns estudiosos acreditam que havia uma outra aldeia com o mesmo nome, na costa oeste, perto de Cafarnaum [conforme Mc 6:45].) Os Evangelhos indicam que Pedro e André foram originalmente de Betsaida (Jo 1:44), embora eles se mudaram a Cafarnaum (Lc 4:31, Lc 4:38). Filipe (Jo 12:21) e, possivelmente, Natanael (Jo 1:45) também eram ex-moradores da cidade.

    Em 13 42:10-14'>Lucas 10:13-14, Jesus repreendeu Betsaida, junto com Corazim, por sua incredulidade: "Ai de vós, Betsaida! Porque, se os milagres tinham sido realizados em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo, sentado em saco e cinza. Mas vai ser mais rigor para Tiro e Sidom, no juízo do que para você. "Na história do Antigo Testamento, as cidades fenícias de Tiro e Sidon, localizadas na costa do Mediterrâneo ao norte de Israel, eram conhecidos por sua idolatria desenfreada, a imoralidade, a violência , orgulho e ganância. Por conseguinte, Deus julgou ambas as cidades por destruí-los totalmente (Is. 23: 1-18.; Ez 26:28; Amos 1:9-10; Zc. 9: 3-4). No entanto, Betsaida, cheia de moradores exteriormente religiosas, foi marcado para o julgamento ainda maior do que os fenícios pagãos porque rejeitaram o Senhor e Messias, apesar dos milagres notáveis ​​e revelação a que foram expostos. (É provável que alguns dos apóstolos havia pregado lá na sua recente turnê ministério.) Tão merecedores como Tiro e Sidon eram da ira divina, as pessoas nessas cidades teriam arrependido com pano de saco e cinza, se eles tinham testemunhado os milagres que Betsaida experimentado (incluindo o milagre registrado nesta passagem). Porque eles se recusaram a acreditar em face de tal revelação esmagadora do Filho de Deus, os legalistas judaizantes hipócritas em Betsaida iria enfrentar consequências mais duras eternas do que os pagãos idólatras (conforme Heb. 10: 26-31).

    Verdade para a Wandering

    As pessoas os viram partir, e muitos os reconheceu e correu lá juntos a pé de todas as cidades, e cheguei lá à frente deles. Quando Jesus foi desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas sem pastor; E começou a ensinar-lhes muitas coisas. (6: 33-34)

    Dada a persistência incansável das multidões que constantemente rodeados Jesus e seus discípulos, não é de estranhar que, como eles empurrado para dentro do lago, as pessoas os viram partir, e muitos os reconheceu. Eles viram Jesus e seus discípulos deixar no barco e começou a percorrer a costa a pé, a fim de segui-los. Como João escreve, a "multidão o seguia, porque via os sinais que ele estava realizando sobre aqueles que estavam doentes" (Jo 6:2). Observando a direção do barco estava indo, as pessoas avaliadas seu destino geral e correu lá juntos a pé de todas as cidades, e cheguei lá à frente deles.

    Quando Jesus e seus discípulos chegaram ao seu destino, o onipresente, pululando multidão já estava lá esperando. Quando Jesus foi desembarcar, viu uma grande multidão, que já haviam se reunido.Embora eles violaram a privacidade dele, Jesus respondeu, "acolhendo-os" (Lc 9:11; 1Rs 22:171Rs 22:17; 2Cr 18:162Cr 18:16; Ez 34:1). A metáfora representado a nação como sendo espiritualmente vulneráveis ​​aos inimigos mortais e desnutrido, ameaçados pelo erro e do pecado, e com falta de guardas fiéis e protetores espirituais. Como "o bom pastor" (Jo 10:11), Jesus estava disposto a alimentar, limpar e proteger estas ovelhas perdidas (conforme Mt 10:6, Ele estava "falando com eles sobre o reino de Deus" (ou seja, o reino da salvação), que foi o principal tema de sua pregação (conforme Mc 1:15, 26-32; Lc 4:43; Lc 6:20; Lc 8:1; 17: 20-21; 18: 24-25; Jo 3:3 explica: "Quando Ele foi desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles e curou os seus doentes." A compaixão do Senhor estendeu além das necessidades espirituais das pessoas para incluir suas enfermidades físicas também. A capacidade de Jesus para curá-los de doenças temporais foi a evidência de Sua capacidade de oferecer-lhes ajuda espiritual: a salvação não apenas dos efeitos debilitantes do pecado nesta vida, mas a partir do efeito eterna do pecado em si. A cura física Ele forneceu foi limitado a apenas nesta vida, mas a vida eterna Ele ofereceu repleta de bênçãos e benefícios, tanto para esta vida e na próxima.

    Alimentos para o Querendo

    Quando já era muito tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele e disse: "Este lugar é deserto e já é muito tarde; mandá-los embora para que eles possam ir para a paisagem circundante e aldeias e comprem o que comer alguma coisa. "Mas Ele respondeu-lhes:" Dai-lhes vós de comer! "E eles disseram-lhe:" Havemos de ir gastar duzentos denários de pão e dar-lhes algo para comer? "E disse-lhes:" Quantos pães tendes? Vai olhar! "E quando eles descobriram, eles disseram:" Cinco pães e dois peixes. "E ele lhes ordenou tudo para se sentar por grupos na grama verde. Sentaram-se em grupos de cem e de cinqüenta. E Ele tomou os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou a comida e partiu os pães e Ele continuou dando-os aos discípulos para que os distribuíssem; E dividiu-se os dois peixes entre todos eles. Todos comeram e ficaram satisfeitos, e eles recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. Havia cinco mil homens que comeram os pães. (6: 35-44)

    Depois de um dia cheio de ensino e cura, Jesus foi abordado por seus discípulos, que tinham decidido coletivamente que as pessoas estavam com fome e precisava comer. Quando já era muito tarde se refere ao fim da tarde e início da noite (em algum momento entre três e seis horas), pouco antes do pôr do sol (conforme Mt 14:15). Devido ao adiantado da hora, os discípulos aproximaram-se dele e disse: "Este lugar é deserto e já é muito tarde; mandá-los embora para que eles possam ir para a paisagem circundante e aldeias, e comprem para si o que comer. " De uma perspectiva humana, as preocupações dos discípulos eram razoáveis. Eles não sabiam onde encontrar provisões para uma multidão tão grande. Ciente da fome do povo, e, provavelmente, estar com fome a si mesmos (conforme Mc 6:31), encorajaram Jesus para descartar a multidão.

    Quando os discípulos observou que o lugar estava desolada, eles não estavam dando a entender que a localização em si era um deserto (como algumas traduções fazê-lo soar). A paisagem galileu na primavera é bonito, e as pessoas estavam sentadas na grama verde (v. 39). Observação dos discípulos apenas indica que eles estavam em uma área remota e desabitada, onde a comida não estava prontamente disponível. Então os discípulos sugeriram descartando as multidões para que o povo pode ir para locais para encontrar o jantar para eles mesmos.

    Jesus, sem dúvida, chocou seus discípulos quando Ele lhes respondeu: "Dai-lhes vós de comer!" Suas palavras tinham a intenção de testar o nível de sua fé, ao mesmo tempo, forçando-os a reconhecer que não tinha solução humana para o problema. O apóstolo João registra a interação entre Jesus e seus discípulos em relação a este dilema logístico:

    Portanto, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: "Onde compraremos pão, para que estes possam comer?" Este Ele estava dizendo para testá-lo, pois ele bem sabia o que Ele tinha a intenção de fazer. Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não é suficiente para eles, para que todos possam receber um pouco." (João 6:5-7)

    Duzentos denários igualou cerca de oito salários justos dos meses para um homem. Mesmo que claramente não era o suficiente para alimentar uma multidão de dezenas de milhares. Então eles disseram-lhe: "Havemos de ir gastar duzentos denários de pão e dar-lhes algo para comer?", pergunta dos discípulos evidenciado a sua incredulidade e ceticismo. Humanamente falando, o problema apareceu insuperável, muito além dos recursos financeiros disponíveis para eles. A possibilidade de que Jesus pode criar o alimento necessário nunca passou pela sua mente. Eles estavam tão focados no problema, e da necessidade de encontrar uma solução humana, que eles não levaram em consideração o poder divino do seu Senhor.

    Jesus disse-lhes: "Quantos pães tendes? Vai olhar "E quando eles descobriram, eles disseram:" Cinco pães e dois peixes! ". Aqui, novamente o relato de João preenche os detalhes: "Um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:" Há uma rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isto para tanta gente "(João 6:8-9)?. A palavra pães pode ser traduzido literalmente como "breadcakes", e refere-se a wafers poró ou biscoitos. O pequeno peixe em conserva e provavelmente foram destinados a serem consumidos com o pão. Juntos, isso constituía um almoço padrão para um menino pequeno. Que se encaixam uma refeição para uma criança poderia lançar um milagre que daria para alimentar dezenas de milhares nunca foi imaginado.

    Mas Jesus sabia o que estava prestes a fazer. Falando de Cristo, nesta ocasião, Charles Spurgeon acertAdãoente declarou:
    Foi ele quem pensou na maneira de alimentá-los, era um projeto inventado e originado pelo próprio. Seus seguidores tinha olhado para a sua pequena loja de pão e peixe e desistiu da tarefa tão desesperada;mas Jesus, totalmente desembaraçada, e em nenhuma perplexidade, já tinha considerado como ele iria banquete os milhares e fazer o desmaio cantar de alegria. O Senhor dos Exércitos não precisava de súplica para se tornar o acolhimento dos exércitos de homens famintos. (Charles Spurgeon, "O Milagre dos Pães," sermão no. 1218)
    Dirigindo-se à multidão, Jesus ordenou-lhes tudo para se sentar por grupos na grama verde. Sentaram-se em grupos de cem e de cinqüenta. O povo estava de pé como eles pressionado em torno de Jesus para ser curado e instruídos por Ele. Mas Ele ordenou-lhes que se sentar em unidades bem organizados, para facilitar a distribuição de alimentos e para que o povo seria confortável enquanto comiam. Se o fizer, também acentuou a grandeza deste milagre, porque ele fez o grande número de pessoas fácil de contar. Com um simples comando, Jesus transformou a multidão caótica em uma montagem altamente coordenados.

    Como o povo estava esperando para ver o que ele faria em seguida, Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, e olhando para o céu, abençoou a comida , dando graças ao Pai celeste (Jo 6:6; conforme 1 Tim. 4: 3-5). Então, Ele partiu os pães e Ele continuou dando-os aos discípulos para que os distribuíssem; E dividiu-se os dois peixes entre todos eles. Porque não existe nenhuma explicação humana para um milagre criativo divino, os Evangelhos não tente descrever a maneira pela qual esse milagre ocorreu. Ele aparentemente envolvida criação contínua como Jesus continuava a produzir refeições e dando-lhes aos discípulos, que estavam distribuindo-os ao povo até que todo mundo foi alimentado.

    No processo, milhares de pessoas que passam fome todos comeram e ficaram saciados. A palavra traduzida como "satisfeito" (do grego chortazō ) deriva seu significado no mundo da criação de animais e descreve comer o gado até que estejam completamente cheio. Assim, ele fala de estar gratificado ao ponto de não querer mais nada. Jesus usou esta mesma palavra nas bem-aventuranças para prometer que têm fome e sede de justiça que "eles serão fartos" (Mt 5:6), usando pequenos cestos para coletá-lo. Que não eram exatamente doze cestos cheios de pedaços quebrados, e também dos peixes era, obviamente, não é coincidência. Como resultado de precisão providencial perfeita de Jesus, os apóstolos cada um tinha sua própria cesta de alimentos. Certamente eles compartilharam suas porções com o seu Mestre, que criou tudo.

    Marcos conclui seu relato desse milagre extraordinário, observando que havia cinco mil homens que comeram os pães. Como observado anteriormente, Mt 14:21 indica que houve também muitas mulheres e crianças presentes, o que significa que o número total de pessoas no meio da multidão era muito maior do que apenas cinco mil. Espantado com o alcance do que eles tinham acabado de ver (e as delícias do que tinham apenas provei), o povo exclamou: "Este é verdadeiramente o Profeta [uma referência do Antigo Testamento para o Messias], que está para vir ao mundo" (Jo 6:14). Em sua euforia "que eles tinham a intenção de vir e levá-lo à força para fazê-lo rei" (v. 15). Obcecado com tanto Sua cura e poder criativo, as multidões ansiava por Jesus, para inaugurar o Estado-providência final, em que doenças e da fome seria permanentemente banido. Ali estava um homem que também poderia usar seu poder divino ilimitado para derrubar Herodes e os romanos, bem como satisfazer as suas necessidades.

    As pessoas eram direito de identificar Jesus como o Messias, mas como eles tinham todo o tempo, eles mal o propósito de Sua vinda. Embora Ele será um dia de retorno para estabelecer o Seu reino terreno com todo o poder prometido, provisão e proteção, como previsto pelos profetas do Antigo Testamento, em sua primeira vinda do Filho de Deus veio "para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10 ESV). Embora as pessoas queriam fazer de Jesus seu governante político, ele estava disposto apenas para ser o Rei espiritual aos que crêem nEle. Tão generoso quanto Ele estava na criação de alimentos, Jesus pretendia que a exibição visível do Seu poder e compaixão no mundo físico para ser um símbolo do seu poder no reino espiritual. Sua disposição para dar descanso físico era um símbolo de sua oferta para dar descanso espiritual (conforme Mt 11:28). Seu desejo de ensinar a verdade ressaltou o fato de que Ele é a verdade (conforme Jo 14:6).

    Jesus recusou-se a ser uma fonte permanente de refeições gratuitas, mas Ele estava disposto a ser uma eterna fonte de sustento espiritual. Infelizmente, a maioria das pessoas não estavam interessados ​​nisso.No dia seguinte, a maioria daqueles que tinham sido milagrosamente alimentado rejeitado Jesus, e muitos dos seus discípulos parou de segui-lo completamente (Jo 6:66). Por sobrenaturalmente alimentá-los, Ele havia demonstrado claramente a Si mesmo para ser o Criador compassivo. Por teimosamente rejeitá-Lo, eles evidenciaram a verdadeira natureza de sua incredulidade de coração duro, para o qual eles seriam julgados eternamente em gravidade. No entanto, nem todo mundo exibiram tal incredulidade calejada. Mesmo que muitos foram partida, o apóstolo Pedro articulado o grito do coração de cada crente verdadeiro: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e vim a saber que tu és o Santo de Deus "(vv. 68-69).

    23. Jesus anda na água (Marcos 6:45-56)

    Imediatamente Jesus obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele próprio estava enviando a multidão. Após oferecendo-lhes adeus, ele partiu para o monte para orar. Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e Ele estava sozinho em terra. Ao vê-los se esforçando nos remos, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, Ele veio para eles, andando por sobre o mar; e Ele pretendia passar por eles. Mas quando o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; por tudo o que viu e ficaram aterrorizados. Mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: "Coragem! Sou Eu, não tenhais medo "Então Ele entrou no barco com eles, eo vento parou.; e eles foram totalmente surpreso, pois não tinha ganho qualquer visão do incidente dos pães, mas o seu coração estava endurecido.Quando tinham atravessado chegaram à terra em Genesaré, e ali atracaram. Quando eles saíram do barco, imediatamente as pessoas o reconheceram, e correu sobre toda aquela região e começaram a levar aqui e ali em seus paletes aqueles que estavam doentes, para o lugar que eles ouviram que ele estava. Onde quer que Ele entrou em aldeias, cidades ou campos, eles estavam colocando os enfermos nas praças, e implorando-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam sendo curado. (6: 45-56)

    Os acontecimentos marcantes registrados nesta seção seguido imediatamente a criação milagrosa de uma refeição para dezenas de milhares de pessoas no lado nordeste do Mar da Galiléia (conforme Mc 6:33-44).Com precisão divina, Jesus criou comida apenas o suficiente para a enorme multidão a ser satisfeito, e as sobras preenchido exatamente doze cestos, um para cada um dos apóstolos. A magnitude visível de que a exibição sobrenatural demonstrou dramaticamente tanto o poder e compaixão do Filho de Deus atributos-divina que continuamente caracterizado o ministério de Jesus.

    Com a criação da refeição, Jesus atingiu o auge de sua popularidade. Ele havia ministrado por toda a Galiléia por mais de um ano, pregando e realizando inúmeros milagres. Ele também estendeu seu ministério, autorizando os doze apóstolos para proclamar a mensagem do evangelho e para expor o poder que tinha delegado a eles. Como resultado, a palavra sobre Ele varreu toda a região, chegando até os ouvidos de Herodes Antipas que, nervosamente, temiam que Jesus poderia ser João Batista, a quem ele decapitado, de volta dos mortos.

    Herodes tinha motivos para estar preocupado. Quando Jesus milagrosamente criado comida a partir do nada e sem esforço aparente, a multidão respondeu com uma tentativa de euforia para coroá-lo rei (conforme João 6:14-15). Eles esperavam que Ele iria derrubar Herodes e os romanos, e inaugurar o reino milenar, com poder e disposição como Ele havia apresentado. O entusiasmo do povo era equivocada; seus interesses eram meramente material e temporal. A mensagem de Jesus, pelo contrário, com foco em verdades que estavam celestial e eterna. Ele insistiu em uma transformação espiritual, não uma revolução política (conforme Jo 18:36). Embora Ele será um dia de retorno para estabelecer o Seu reino sobre a terra (conforme Ap 20:1-6) e cumprir tudo o que os profetas predisseram sobre as glórias do seu reinado, tal não era o objetivo de sua primeira vinda (conforme Mc 10:45; Lc 19:10).

    Os evangelhos indicam que os apóstolos geralmente compartilhado as expectativas messiânicas do povo. Eles esperavam que, sem dúvida, Jesus para derrubar os inimigos de Israel e estabelecer o reino messiânico com sede em Jerusalém, em que se sentava à direita e à esquerda do seu trono real (conforme Mt 19:28;. Mc 10:37; Lc 22:30) . No entanto, havia uma distinção fundamental entre os apóstolos e as multidões descrentes. Quando o ministério de Jesus não se encaixava seus preconceitos sobre o Messias, o povo rejeitaram e mais tarde chamado para a sua morte. Mesmo muitos dos seus seguidores abandonaram (conforme Jo 6:66). Os apóstolos, pelo contrário, continuou a acreditar. Enquanto observava a multidão sair e discípulos defeito, apenas um dia depois milagrosamente alimentá-los ", disse Jesus aos doze:" Você não quer ir embora também, não é? ' Simão Pedro respondeu-lhe: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e vim a saber que tu és o Santo de Deus "(João 6:67-69). Claramente, ao contrário das multidões, olharam além do físico para "a vida eterna."

    Confissão monumental de Pedro levanta uma questão importante: O que convenceu o catalisador Doze de acreditar em Jesus quando tantos outros rejeitaram? Ele havia criado pães e peixes para alimentar milhares no dia anterior. No entanto, a maioria dos que experimentaram esse milagre rejeitaram. Imediatamente após o evento, mesmo os discípulos, que permaneceu com ele "não tinha ganhado nenhum insight do incidente dos pães, mas seu coração estava endurecido" (Mc 6:52). Sua rápida transformação no pensamento deve ter tido uma causa poderosa. Os apóstolos só experimentou o incidente espantoso registrado nesta seção (vv. 45-56), que foi o catalisador por que primeiro reconheceu Jesus como o Filho de Deus (conforme Mt 14:33). O evento maravilhoso pode ser dividida em três cenas: intercessão privado de Jesus com o Pai, Sua intervenção poderosa para os Doze; e sua interação pessoal com as multidões. Em cada cena, o Senhor Jesus Cristo ocupa o centro do palco.

    Intercessão privada com o Pai

    Imediatamente Jesus obrigou os seus discípulos a entrar no barco, e passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele próprio estava enviando a multidão. Após oferecendo-lhes adeus, ele partiu para o monte para orar. (6: 45-46)

    Júbilo esperançoso tinha varrido sobre a multidão depois de Jesus milagrosamente criado a refeição (conforme Mc 6:33-44). Sabendo-se que até mesmo os Doze foram suscetíveis ao fervor politicamente carregado do povo, imediatamente Jesus fez seus discípulos a entrar no barco. Feito vem do grego Anagkazo , que significa "a força" ou "a insistir." Sem dúvida, eles teriam desejado para ficar e aproveitar a popularidade do momento, mas o Senhor não lhes deu nenhuma escolha. Ordenou-lhes que partem de barco e passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida.

    Alguns estudiosos têm se perguntou o que significava Marcos, já que Jo 6:17 explica que seu destino era Cafarnaum. Duas soluções propostas razoáveis ​​e merecem consideração. Primeiro, alguns têm sugerido que havia duas aldeias diferentes nomeados Betsaida. Porque o nome significa "casa de peixe", é possível que mais de uma vila de pescadores perto do lago alegou que título. Aqueles que defendem esse ponto de vista diferenciar entre "Betsaida Julius", localizado no lado nordeste do Mar da Galiléia, e "Betsaida da Galiléia", eles afirmam que foi localizado no lado ocidental do lago perto de Cafarnaum (conforme Jo 12:21) remoto. Quando Jesus mandou que os discípulos para passar adiante dele para o outro lado, a Betsaida, Ele estava, na verdade, instruindo-os a atravessar o lago, viajando "para Betsaida", que significa oeste. (A proposição gregos pros[traduzido como a ] pode significar "a", "direção", ou "em relação a".) Como eles navegaram para a costa ocidental do Mar da Galiléia, eles teriam ido inicialmente para Betsaida, eventualmente passá-lo em seu caminho. (Pode ser que Jesus pretendia que eles seguem a linha costeira enquanto atravessavam o lago, navegando assim perto da aldeia. Betsaida é parte da maior planície de Betsaida, que se estende por cerca de três quilômetros ao longo da margem norte do Mar da Galiléia.)

    Depois de instruir os discípulos para partir, Jesus Ele mesmo estava enviando a multidão. Dispersão dezenas de milhares de pessoas, mantidos em cativeiro pela milagrosa, não teria sido uma tarefa fácil, humanamente falando. No entanto, da mesma maneira que Ele soberanamente ordenou-lhes que se sentar em grupos de cinquenta e cem (conforme vv. 39-40), o Senhor exerceu autoridade divina sobre a multidão e as pessoas respeitadas. Embora eles entusiasticamente queria fazê-Lo rei para atender seus próprios fins, despediu-los sem um argumento. Quanto ao povo, João 6:22-24 implica que eles não viajar para longe. Aparentemente passar a noite na zona rural nas proximidades, que acordou na manhã seguinte e voltou para o lugar onde Jesus lhes tinha alimentado, apenas para descobrir que ele não estava mais lá.

    A torcida pode ter clamado por uma revolução público, mas Jesus ansiava por um momento de intercessão privada com Seu Pai celestial. Assim, depois de licitar-lhes adeus, ele partiu para o monte para orar. No início do seu ministério, Satanás tentou Jesus com a oferta de "todos os reinos do mundo, e sua glória" (Mt 4:8-9. ). Talvez, na esteira do entusiasmo da multidão, Jesus voltou a enfrentar a tentação de ignorar a cruz e reivindicar um trono terreno imediatamente. Mas essa não foi a vontade do Pai-a ponto de Jesus reiterou o dia seguinte, quando novamente abordadas as multidões em Cafarnaum: "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6:38; conforme Mc 14:36; Jo 4:34; Jo 5:19). Com nenhum interesse na exuberância superficial, emocional expressa pelo povo, o Senhor retirou-se para um lugar de oração privada, como sempre fazia (conforme Mt 14:23;. Mc 1:35; Lc 6:12; 22:41 —44).

    A oração de Jesus naquela noite, sem dúvida, incluído um tempo de pedido de seus discípulos. Saber o que eles estavam prestes a experiência, ele confiou-lhes nas mãos de seu pai. Certamente, como fez em outras ocasiões (conforme Lc 22:32; João 17:6-26), Jesus pediu ao Pai dar-lhes verdadeira, fé persistente. O padre respondeu que a oração de uma forma poderosa, concedendo-lhes a fé, em resposta a uma maravilha inigualável.

    Intervenção poderosa para os Doze

    Ao cair da tarde, estava o barco no meio do mar, e Ele estava sozinho em terra. Ao vê-los se esforçando nos remos, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, Ele veio para eles, andando por sobre o mar; e Ele pretendia passar por eles. Mas quando o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e gritaram; por tudo o que viu e ficaram aterrorizados. Mas ele imediatamente falou com eles e disse-lhes: "Coragem! Sou Eu, não tenhais medo "Então Ele entrou no barco com eles, eo vento parou.; e eles foram totalmente surpreso, pois não tinha ganho qualquer visão do incidente dos pães, mas o seu coração estava endurecido. (6: 47-52)

    A frase quando era noite se refere à segunda noite do dia, seis horas — nove horas da noite. Jesus alimentou as multidões antes, durante a primeira noite (conforme Mt 14:15), que durou de três a seis. Até agora, o sol estava baixo e crepúsculo se transformou em trevas. A cada hora que passa, a distância entre os discípulos e Jesus se arregalaram. Eles estavam no barco, que estava no meio do mar, e Ele estava sozinho em terra. Devido à erupção repentina de uma tempestade terrível, o que normalmente teria sido um lago cruzamento rotina tornou-se uma jornada traiçoeira. Ventos violentos (Jo 6:18) impulsionou ondas de esmagamento que golpearam o barco (Mt 14:24). (Para mais informações sobre as tempestades ferozes que, por vezes, surgiram no Mar da Galiléia, veja o capítulo 16 deste volume.) No início, os discípulos tinham experimentado uma tempestade semelhante, mas Jesus tinha estado com eles naquela ocasião (conforme Marcos 04:37 —41). Desta vez, eles estavam sozinhos.

    Como observado acima, Jesus tinha permanecido atrás para orar, se retirar para uma montanha próxima para encontrar solidão para comungar com Seu Pai. Embora os seus discípulos estavam sozinhos por si e milhas de distância, eles nunca estavam fora do alcance de sua proteção divina. Em uma clara demonstração da onisciência divina, Jesus viu -los forçando os remos, porque o vento lhes era contrário. O Senhor, consciente da sua situação mesmo antes de acontecer, permaneceu no controle da situação a cada momento. Tanto a tempestade e os Doze estavam em suas mãos. Embora Ele estava muito longe para ver fisicamente o barco através da escuridão da tempestade, Jesus sempre soube que a sua localização exacta. A onisciência de Deus é ilimitado em seu escopo e universal em sua visão. Como Pv 15:3.). 2Cr 16:9.). E o autor de Hebreus ecoa essa realidade com estas palavras: "E não há criatura alguma encoberta diante dele, mas todas as coisas estão abertas e exposto aos olhos daquele com quem temos de prestar contas" (He 4:13.). Mesmo um mar tempestuoso não pode obscurecer a clareza do olhar onisciente de Deus. Como Davi famosa pergunta ao Senhor: "Onde posso ir de Seu Espírito? Ou para onde fugirei da tua presença? Se eu morar nos confins do mar, mesmo ali a tua mão me guiará ea tua destra de lançar mão de mim "(Sl 139:1:. Sl 139:7, 9-10). O Filho de Deus onisciente não abandonou os seus discípulos para a tempestade. Ele sabia exatamente onde estavam e como Ele os livraria.

    Que os discípulos estavam forçando os remos indica que eles estavam trabalhando febrilmente para sobreviver. Pelo menos quatro dos discípulos (e talvez até sete) eram experientes pescadores naquele lago, e apenas uma tempestade de extrema teria dado tal dificuldade. Devido às condições, uma viagem que normalmente teria durado apenas uma ou duas horas tinha-se tornado uma luta de toda a noite para manter-se de um afogamento. Marcos indica que era pela quarta vigília da noite , quando Jesus finalmente chegou para ajudá-los (conforme Mt 14:25). Os romanos dividiram a noite em quatro relógios. O primeiro foi de seis para nove; a segunda, de nove a meia-noite; o terceiro, a partir da meia-noite até as três da manhã; e a quarta, de três a seis. Os discípulos, que tinham saído antes das nove horas da noite anterior, ainda estavam no lago nas primeiras horas antes do amanhecer. Em todo esse tempo, provavelmente cerca de nove horas, eles tinham sido capazes de remar apenas alguns quilômetros de como eles foram frustrados pela forte rajada (conforme Jo 6:19).

    A situação parecia desesperada, mesmo sem esperança, quando Jesus soberanamente interveio. Ele veio para eles, andando por sobre o mar; e Ele pretendia passar por eles. Fora da escuridão, no meio dos ventos uivantes e espirro de ondas, Jesus mudou-se para os discípulos caminhando sobre o mar. O Criador das águas e do pé de vento colocada sobre a superfície instável, como se fosse duro como pedra e lisa como vidro, abrindo caminho para eles na hora do desespero. A frase Ele pretendia passar por eles podem ser facilmente mal interpretada e que seria melhor traduzido como "Ele desejava vir ao lado deles." O Senhor sabia exatamente onde estavam e ele andou no lago, até que ele chegou ao lado de seu barco.

    Compreensivelmente, os discípulos ficaram chocados quando o viram andando sobre o mar. Sem dúvida, a noite de completa exaustão e luta constante adicionado a sua confusão, e uma vez que eles não podiam acreditar no que viam, nem reconhecer quem era, eles entraram em pânico e suposto que era um fantasma. A palavra fantasma (em grego Phantasma ), a partir do qual as palavras inglesas "fantasmas" e "Phantasm" são derivados, refere-se a uma aparição ou fantasma imaginário. Popular superstição do primeiro século pretendia que os espíritos da noite trouxe o desastre, e os discípulos assumiram o pior. Depois de horas de gritar um com o outro no meio da tempestade, eles eram tão assustado que, apesar de suas vozes cansadas, eles gritou de horror. Como explica Marcos, eles gritaram; . para todos o viram e ficaram aterrorizados A palavra apavorado (a forma do verbo grego tarassō ) significa "jogar em pânico" ou "para atacar com medo." Eles já tinham ficado com medo da tempestade; vendo uma figura caminhar em direção a eles na água impulsionou seu medo para níveis ainda mais altos de intensidade.

    Na tentativa de descartar este milagre, alguns críticos incrédulos alegaram que Jesus estava apenas caminhando ao longo da costa, e não na superfície do lago. Esta interpretação do texto é insustentável por várias razões. Em primeiro lugar, o barco estava a quilômetros da costa, o que torna impossível para os discípulos de ter visto Jesus através da escuridão da tempestade. Mt 14:24 diz literalmente que eles eram "muitos estádios da terra"; um stadion media aproximAdãoente um oitavo de milha. Em segundo lugar, os discípulos não teria sido agarrado com medo se eles tivessem apenas viu alguém andando ao longo da costa. Nenhum pescador experiente se iluda pensando que um observador em terra foi, na verdade, andar sobre a água. Terceiro, se Jesus estavam de pé na praia, Pedro não teria começou a afundar quando ele saiu do barco (conforme Mt 14:30). Afinal, Pedro saiu no mesmo lugar que Jesus estava andando (31 v.), Ea água não era profundo o suficiente para um homem adulto a se afogar. Tal como acontece com todos os Seus milagres, caminhadas de Jesus na água demonstrou sua divindade. Porque Ele é o Criador do universo (conforme Jo 1:3; He 1:2), Ele caminha sobre eles.

    Graciosamente, o Senhor não permitiu que o terror dos discípulos para durar. Imediatamente Ele falou com eles e disse-lhes: "Coragem! Sou Eu, não tenhais medo. " O comando coragem (do verbo grego tharseo ) significa "ser corajoso" ou "para ter bom ânimo." Ele é usado por Jesus para chamar o seu povo a depender dele como a fonte de sua confiança, mesmo no meio de circunstâncias impossíveis (conforme Mt 9:1, Mt 9:22; Mt 14:27; Mc 10:49; Jo 16:33; At 23:11). No meio do caos e da confusão, reconheceram a voz do Senhor Jesus chamando a eles.

    A frase que é que eu poderia ser traduzida literalmente como: "Eu SOU . "Não só essa afirmação identificar o orador como Jesus, também refletiu a auto-revelação de Deus encontrada no Antigo Testamento (conforme Ex 3:14). Jesus não só demonstrou a Sua divindade através do Seu poder sobrenatural, Ele também afirmou ser Deus com as palavras que Ele falou (conforme Jo 5:18; Jo 8:58; Jo 10:30, Jo 10:33). Percebendo que era Jesus, o medo dos discípulos voltaram para alívio. Mateus registra que Pedro, em um momento de exuberância, falou e disse a Jesus:

    "Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas". E Ele disse: "Vem!" E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, vendo o vento, ele ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" Imediatamente Jesus estendeu a mão e segurou-o, e disse-lhe: "Homem de pouca fé, por que você duvida "(Mat. 14: 28-31)?

    Fé vacilante de Pedro era representante de todos os discípulos e exemplificado a razão desse milagre foi necessário, para fortalecer a sua fé. Embora repreensão de Jesus foi singularmente dirigida a Pedro, ele fittingly aplicada a todo o grupo. Que o Senhor chegou graciosamente a sua mão e salvou Pedro, apesar das dúvidas de Pedro, é uma imagem maravilhosa da maneira em que Ele graciosamente ajuda Sua própria em sua hora de necessidade, apesar de suas fraquezas (conforme He 13:6, "Imediatamente o barco chegou à terra para onde iam." Um momento, eles estavam lutando contra uma tempestade no meio do lago; o outro, o vento e as ondas estavam calmas eo barco tinha chegado na costa. Compreensivelmente, os discípulos responderam com choque. A palavra espantado vem da palavra grega existēmi , que significa "estar fora de si." O milagre que acabou de vivenciar soprou suas mentes.

    De acordo com Mt 14:33, a resposta dos discípulos voltaram para o culto: "Aqueles que estavam no barco o adoraram, dizendo:" Tu és o Filho de Deus! '"Eles reconheceram que estavam na presença do Criador (conforme . 26:14), Aquele que controla os ventos e as ondas (conforme Mc 4:41). Talvez suas mentes foram inundadas com passagens do Antigo Testamento, como o Sl 77:19 (NVI) ", seu caminho é no mar. Seu caminho é nas grandes águas e seus pegadas não foram conhecidas. "Eles podem ter se lembrado das palavras de Hc 3:15:" Você atravessou o mar com os seus cavalos, através da grande montão de águas. "Ou talvez eles pensavam sobre 9:8;. Mt 12:23; Mt 22:33; Mt 1:22 Marcos 09:15; Lc 2:47; Lc 4:32; Lc 11:14; Jo 7:46), mas poucos realmente adoraram. Os discípulos tinham começado a entender a verdade Seus milagres tinha apontado o tempo todo: que Ele era o Messias, o Filho de Deus (conforme Mc 1:1).

    Culto deveria ter sido a resposta dos discípulos antes, quando Jesus alimentou milagrosamente a multidão de dezenas de milhares de pessoas. Mas, em vez de cair em reverência, que, aparentemente, permitiu-se ser pego no entusiasmo da multidão. Esta aparição de Jesus na água foi, portanto, necessário, a fim de reforçar a sua fé, porque eles não tinham ganho qualquer visão do incidente dos pães, mas o seu coração estava endurecido. Devido à sua própria frieza espiritual, os discípulos haviam perdido o verdadeiro importância dessa exibição anterior do poder criativo divino. Seguro na costa, na presença de seu Salvador todo-poderoso, eles estavam convencidos de sua divindade e caiu de joelhos em adoração e louvor.

    Interação pessoal com as multidões

    Quando tinham atravessado chegaram à terra em Genesaré, e ali atracaram. Quando eles saíram do barco, imediatamente as pessoas o reconheceram, e correu sobre toda aquela região e começaram a levar aqui e ali em seus paletes aqueles que estavam doentes, para o lugar que eles ouviram que ele estava. Onde quer que Ele entrou em aldeias, cidades ou campos, eles estavam colocando os enfermos nas praças, e implorando-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam sendo curado. (6: 53-56)

    O relato da caminhada de Jesus sobre a água contém muito mais do que um único milagre. Primeiro, foi precedida pela alimentação sobrenatural do milhares (vv. 33-44). Em segundo lugar, Jesus omnisciently viu os discípulos no meio da tempestade (v. 48). Em terceiro lugar, Ele suspendeu a gravidade ao caminhar sobre a superfície do lago tempestuoso (v. 48). Em quarto lugar, Ele permitiu a Pedro para andar sobre a água (conforme Mt 14:29). Em quinto lugar, logo que ele entrou no barco, o vento parou e a tempestade evaporado (Mc 6:51). Em sexto lugar, o barco foi imediatamente transportado para a costa (Jo 6:21). E, finalmente, depois de chegar a terra, Jesus começou a curar os doentes que foram trazidos a ele (Marcos 6:53-55). Esmagado pela maravilha de tudo isso, os discípulos responderam no reconhecimento de adoração que o seu Mestre era o Filho de Deus.

    Marcos continua a seu relato, observando que quando tinha atravessado chegaram à terra em Genesaré, e ali atracaram. A planície de Genesaré ficava ao sudoeste de Cafarnaum. Como observado anteriormente, Jo 6:17 indica que os discípulos estavam atravessando o lago em direção a Cafarnaum; No entanto, eles desembarcaram em Genesaré. Os críticos afirmam que, por vezes, isso representa uma discrepância nos relatos evangélicos. Na realidade, isso não acontece. Embora os discípulos podem ter originalmente destinado a ir diretamente para Cafarnaum, o Senhor de maneira sobrenatural e instantaneamente colocou seu barco em Genesaré. Eles tinham, sem dúvida, se afastaram naturalmente, devido aos ventos fortes, o que explica por que o barco já não estava indo em direção a seu destino original. Com ou sem tempestade, eles desembarcaram exatamente onde Jesus queria que eles fossem. A proximidade de Cafarnaum e Genesaré significava que Jesus e os discípulos facilmente orientado a Cafarnaum depois eles saíram do barco. Cafarnaum era seu destino final, e foi lá, na sinagoga, que Jesus pregou seu sermão sobre o pão da vida (conforme Jo 6:24, Jo 6:59).

    Uma vez em terra, imediatamente as pessoas o reconheceram, e correu sobre toda aquela região e começaram a levar aqui e ali em seus paletes aqueles que estavam doentes, para o lugar que ouvi dizer que ele era. Como Jesus e os discípulos caminhavam de Genesaré a Cafarnaum, a Senhor continuou a mostrar compaixão para com as pessoas carentes, tanto ao longo do caminho e uma vez que ele finalmente chegou em Cafarnaum. O evangelho de João retoma a história nesse ponto, preenchendo os detalhes do que Jesus pregou em Cafarnaum naquele dia (conforme João 6:26-58). O relato de Marcos, no entanto, se afasta e fornece um resumo final do ministério de Jesus na Galiléia. Onde quer que Ele entrou em aldeias, cidades ou campos, eles estavam colocando os enfermos nas praças, e implorando-lhe que os deixasse tocar a orla do seu manto; e todos quantos o tocavam ficavam sendo curado. Em todos os lugares que fosse, Jesus misericordiosamente curou todos os doentes que foram trazidos a ele. Seu poder de cura não tinha limites e sua bondade sem limites. Ele, pessoalmente, e graciosamente cuidada todos que o procuravam. Como a mulher em Marcos 5:28-29, pessoas desesperadas que sofrem de todos os tipos de doenças incuráveis ​​e deficiências foram curados simplesmente tocando na orla do seu manto. O display, escopo e intenção de Seu incomparável poder, desde a criação de uma refeição enorme para o apaziguamento de uma tempestade violenta para a cura de inúmeras enfermidades, foi acompanhada pela demonstração de Sua compaixão divina expansiva.

    Embora muitos que experimentaram os Seus milagres nunca viria para abraçá-lo em uma genuína fé salvadora, os verdadeiros crentes, como os discípulos no barco, ir além de mera espanto para o lugar de adoração sincera. Como fez o apóstolo João na ilha de Patmos, eles caem em seus rostos diante do Filho de Deus, em homenagem ao

    Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos, eo soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama e nos libertou dos nossos pecados pelo Seu sangue, e ele fez de nós um reino de sacerdotes para o Seu Deus e Pai a-ele seja a glória eo domínio pelos séculos dos séculos. Amém. (Ap. 1: 5-6; conforme v 17)


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 6 do versículo 1 até o 56

    Marcos 6

    Sem honra em sua própria terra — Mar. 6:1-6 Arautos do Rei — Mar. 6:7-11

    A mensagem e a misericórdia do Rei — Mar. 6:12-13 Três veredictos sobre Jesus — Mar. 6:14-15 A vingança de una mulher perversa — Mar. 6:16-29 Compaixão pela multidão — Mar. 6:30-34 Nas mãos de Jesus o pouco é muito — Mar. 6:35-44 A tempestade dominada — Mar. 6:45-52 As multidões exigentes — Mar. 6:53-56

    SEM HONRA EM SUA PRÓPRIA TERRA Marcos 6:1-6

    Quando Jesus foi a Nazaré, submeteu-se a uma prova muito severa. Ia ao povoado onde estava seu lar; e não há críticos mais severos de alguém que aqueles que o conheceram desde menino. Não se tratava de uma visita particular, para ver seu velho lar e seus parentes. Chegou acompanhado por seus discípulos, quer dizer, chegou como um rabino. Os rabinos andavam pelo país acompanhados por seu pequeno círculo de discípulos, e Jesus chegou assim.

    Jesus entrou na sinagoga e ensinou. Seu ensino foi recebido não com assombro, e sim com um tipo de desprezo. “E escandalizavam-se nele.” Ofendia-lhes que um homem de uma procedência como a de Jesus dissesse e fizesse coisas como essas. A familiaridade tinha gerado um equivocado menosprezo.

    Negaram-se a ouvir o que Ele tinha que dizer por duas razões.

    1. Diziam: "Não é este o carpinteiro?" A palavra traduzida carpinteiro é tekton. Tekton significa o que trabalha em madeira, mas mais que um simples operário. Significa um artesão. Homero chama tekton ao que construía navios e casas e templos. Na antiguidade, e em muitos lugares ainda hoje, pode-se achar em povoados e aldeias um artesão capaz de construir algo, de um galinheiro a uma casa; o tipo de homem que pode levantar uma parede, arrumar um teto, reparar uma porta, o artesão, o homem de mil ofícios, que com poucas ferramentas ou sem nenhuma pode pôr mão em qualquer trabalho. Um homem assim era Jesus. Mas a questão é que os vizinhos de Nazaré o desprezavam porque era um trabalhador. Era um homem do povo, um leigo, um homem simples, e portanto o menosprezavam. O povo do Nazaré desprezou a Jesus por ser um trabalhador. Para nós, essa é sua glória, porque significa que Deus, quando veio à Terra, não reclamou exceções. Tomou sobre si esta vida comum com todas as suas tarefas comuns. Os acidentes do nascimento e a fortuna e a estirpe não têm nada que ver com a condição de homem. Devemos nos cuidar sempre da tentação de valorizar as pessoas pelo externo e incidental, e não por seu valor intrínseco.
    2. Diziam: "Não é este o filho da Maria? Não conhecemos seus irmãos e suas irmãs?" O fato de que chamassem a Jesus filho da Maria nos diz que José devia ter morrido. Temos portanto aqui a chave de um dos enigmas de vida de Jesus. Quando Jesus morreu tinha só trinta e três anos, mas não abandonou Nazaré até os trinta (Lc 3:23).

    Por que tão longa demora? Por que permanecer em Nazaré, havendo um mundo que esperava ser salvado? A razão era que José tinha morrido jovem e Jesus tinha assumido o sustento de sua mãe e seus irmãos; e só quando eles estavam suficientemente grandes para defender— se sozinhos, Ele saiu. Foi fiel no pouco, e portanto no fim Deus lhe deu muito que fazer. Mas os vizinhos de Nazaré o menosprezavam porque conheciam sua família.
    Thomas Campbell foi um renomado poeta. Seu pai não tinha o mais mínimo sentido poético. Quando apareceu o primeiro livro de seu filho, com o nome impresso de Thomas, ele enviou um exemplar a seu pai. O ancião tomou e ficou olhando. Realmente olhava a encadernação e não o conteúdo. "Quem tivesse pensado", disse assombrado, "que nosso Tom pudesse fazer um livro como este!" Às vezes a familiaridade que deveria gerar um crescente respeito, dá lugar precisamente ao contrário. Às vezes estamos muito perto das pessoas para ver sua grandeza.
    O resultado de tudo isto foi que Jesus não pôde fazer "obra de poder" em Nazaré. A atmosfera era má, e algumas coisas não se podem fazer quando a atmosfera não é a que corresponde.

    1. Ainda é certo que ninguém pode ser curado se recusa deixar-se curar. Margot Asquith fala da morte do Neville Chamberlain. Todos sabem que a política internacional de Chamberlain teve um resultado que lhe destroçou o coração. Margot Asquith entrevistou a seu médico, Lorde Horder. "Você não pode ser um grande médico", disse-lhe, "pois Neville Chamberlain era só uns anos maior que Winston Churchill, e eu diria o que era um homem forte. "Você o apreciava?" "Eu o apreciava muito. Aprecio a todas as pessoas retraídas. Vi muitas das outras", respondeu Lorde Horder. "Chamberlain padecia de retração. Não queria viver; e quando um homem diz isso, nenhum médico pode salvá-lo". Chamemo-lo fé, chamemo-lo vontade de viver; mas o certo é que sem isso ninguém pode viver.
    2. Não se pode pregar se a atmosfera não é a adequada. Nossas igrejas seriam lugares diferentes se as congregações somente recordassem que elas pregam mais da metade do sermão. Em uma atmosfera de espera, o esforço mais humilde pode inflamar os corações. Em uma atmosfera de frieza critica ou suave indiferença, as expressões mais inflamadas pelo Espírito podem cair a terra sem vida.
    3. Não pode haver pacificação em uma atmosfera inadequada. Se os homens se unirem para odiar, odiarão. Se se reúnem para negar-se a entender, não entenderão. Se se reúnem dispostos a não ver outro ponto de vista que o próprio, não verão outra coisa. Mas se se reúnem amando a Cristo e buscando amar-se uns aos outros, até aqueles que estejam mais separados poderão unir-se em Cristo.

    Sobre nós foi colocada a grande responsabilidade de poder ajudar ou obstaculizar a obra de Jesus Cristo. Podemos abrir-lhe a porta ou fechar-lhe na cara.

    ARAUTOS DO REI

    Marcos 6:7-11

    Entenderemos melhor todas as referências desta passagem se tivermos um quadro mental do que usavam normalmente os judeus na Palestina nos dias de Jesus. Suas vestimentas constavam de cinco partes.

    1. Sobre o corpo usavam o chiton ou sindon ou túnica. Era muito simples. Simplesmente uma longa parte de tecido dobrado e costurada em um lado, de comprimento suficiente para chegar quase até os pés. Nas extremidades superiores se faziam dois buracos para os braços. Em geral se vendiam sem o buraco para a cabeça, a fim de demonstrar que o objeto era novo, e para que o comprador arrumasse o decote como quisesse. Por exemplo, o dos homens era diferente do das mulheres. No caso destas tinha que ser mais baixo para que pudessem amamentar a seus filhos. Em sua expressão mais simples era simplesmente uma bolsa com buracos nas pontas. Em uma forma mais elaborada tinha mangas longas; e às vezes estava aberta na fronte com uma abotoadura como uma casaca.
    2. Exteriormente usavam o que se chamava o himation. Este servia de capa de dia e de manta de noite. Constava de uma parte de gênero de algo mais de dois metros de direita a esquerda, e um metro e quarenta de cima abaixo. A cada lado se dobrava uns cinqüenta centímetros e na extremidade superior das partes dobradas a cada lado se praticava um buraco para os braços. Portanto ficava quase quadrado. Geralmente estava feito com duas partes de tecido de comprido indicado por um largura de uns setenta centímetros, costurados no comprimento. A costura caía pelas costas. Mas um himation feito especialmente podia ser malha de uma só peça, como era o do Jesus (Jo 19:23). Este era o vestido principal.
    3. Logo havia o cinto. Este era portado sobre as duas vestimentas já descritas. As saias da túnica podiam levantar-se e sujeitar-se sob o cinto para trabalhar ou correr. Às vezes a túnica se sujeitava formando como uma bolsa por cima do cinto, e no oco assim formado se podia levar um pacote. Freqüentemente o cinto, ao longo de uns cinqüenta centímetros desde cada extremo era duplo. A parte dupla constituía um bolso no qual se levava o dinheiro.
    4. Havia também o tocado. Consistia este em um gênero de algodão de cerca de um metro quadrado. Podia ser branco, azul ou negro, e às vezes era feito de seda de cores. Era dobrado em diagonal e era posto sobre a cabeça de modo que protegesse a nuca, os maçãs do rosto e os olhos do calor e do resplendor do Sol. Era mantido em seu lugar com uma parte de lã semi elástica, que se colocava ao redor da cabeça.
    5. Os pés eram calçados com sandálias. Estas eram simplesmente partes de couro, madeira ou malha de ervas. Nos extremos da sola uma presilha permitia passar um cordão que mantinha em seu lugar a sandália.

    O alforje pode ter sido uma de duas coisas. (a) Pode tratar-se da alforje comum dos viajantes. Este era feito com um couro de cabrito. Freqüentemente o animal era despojado de toda sua pele de modo que conservava a forma original do animal, com patas, cauda, cabeça e tudo! Tinha uma correia de cada lado e ra suspensa do ombro. Nela o pastor, ou o peregrino ou o viajante levava pão e passas de uva, azeitonas e queijo suficiente para um ou dois dias. Mas há (b) uma sugestão muito interessante. A palavra grega é pera; e pode significar uma bolsa para coletar. Muito freqüentemente os sacerdotes e devotos saíam com esse tipo de bolsas para coletar contribuições para seu templo e seu deus. Foram já descrito como "ladrões piedosos cujo despojo aumenta de aldeia em aldeia". Existe uma inscrição em que um homem que se denomina a si mesmo como escravo da deusa síria diz que entregou em cada viagem setenta bolsas cheias para sua senhora. Se se tomar o primeiro significado, Jesus teria dito que seus discípulos não deviam levar provisões para o caminho, mas deviam confiar em Deus para tudo. Se se adotar o segundo significado, quereria dizer que não deviam ser como os sacerdotes vorazes. Deviam ir dando e não recebendo.

    Há aqui outras duas coisas interessantes.

    1. Havia um regulamento rabínico segundo a qual quando um homem entrava nos pátios do templo devia deixar de lado seu bordão, suas sandálias e seu cinto. Todas as coisas comuns deviam ser postas de lado ao entrar no lugar sagrado. Talvez Jesus estivesse pensando nisso, e queria que seus homens considerassem os humildes lares em que fossem entrar como lugares tão sagrados como os pátios do templo.
    2. A hospitalidade era um dever sagrado no Oriente. Quando chegava um estrangeiro a uma aldeia, não devia procurar hospitalidade: era dever dos habitantes oferecê-la. Jesus disse a seus discípulos que se lhes negassem hospitalidade, e se as portas e os ouvidos se fechavam, deviam sacudir o pó de seus pés ao sair desse lugar. A Lei rabínica dizia que o pó de um país gentil e pagão estava poluído, e quando as pessoas entravam na Palestina vindas de outro país deviam sacudir-se cada partícula de poeira imunda.

    Era uma maneira formal de ilustrar o fato de que um judeu não podia ter comunhão alguma nem sequer com o pó de uma terra pagã. É como se Jesus houvesse dito: "Se se negarem a nos ouvir, a única coisa que podem fazer é tratá-los como um judeu rígido trataria a uma casa gentia. Não pode haver comunhão entre eles e vós."

    Podemos ver, pois, que o sinal do discípulo cristão devia ser a absoluta simplicidade, completa confiança, e a generosidade que sempre está pronta a dar e nunca a pedir.

    A MENSAGEM E A MISERICÓRDIA DO REI

    Marcos 6:12-13

    Aqui temos um breve resumo do trabalho que fizeram os Doze quando Jesus os enviou.

    1. Proclamaram a mensagem de Jesus. A palavra que se usa é literalmente a que se emprega para a proclamação de um arauto. Quando os apóstolos saíram a pregar aos homens, não criaram uma mensagem: levaram uma mensagem. Não diziam o que acreditavam e o que consideravam provável; diziam o que Deus lhes havia dito. Não levavam aos homens suas opiniões; comunicavam-lhes a verdade de Deus. A mensagem dos profetas iniciava sempre: "Assim diz o Senhor." Quem quer levar a outros uma mensagem efetiva, deve recebê-lo primeiro de Deus.
    2. Levaram às pessoas a mensagem do Rei; e esta mensagem era "Arrependei-vos!" Agora, esta mensagem era evidentemente perturbadora. Arrepender-se significa mudar a mente, e logo adaptar nossas ações a essa mudança. O arrependimento significa uma mudança de coração e uma mudança de ação.

    O arrependimento forçosamente fere, porque envolve a amarga compreensão de que o caminho que estávamos seguindo era equivocado. O arrependimento forçosamente perturba, porque significa um transtorno completo e total da vida. Precisamente por isso é que são tão poucos os que se arrependem, porque a última coisa que a maioria das pessoas querem é serem perturbadas.

    Lady Asquith, em uma vívida frase, fala das pessoas que "folgam para a morte". Muitos são os que fazem isto. Toda atividade os molesta. Em alguns sentidos o pecador positivo, ativo, fanfarrão, que atropela para uma meta que escolheu, é uma pessoa mais atrativa que o folgazão negativo, nebuloso que se desliza pusilânime e desorientado pela vida.
    Na novela Quo vadis? há uma passagem em que Vinício, o jovem romano, apaixonou-se por uma jovem cristã. Mas ela não quer nada com ele porque não é cristão. Ele a segue à reunião noturna secreta do pequeno grupo de cristãos e ali, desconhecido por todos, ouve o que é dito. Ouve Pedro pregar e, enquanto escuta, algo lhe acontece. "Sentiu que se queria seguir esse ensino teria que lançar em uma fogueira todos os seus pensamentos, seus hábitos e seu caráter, toda sua natureza até esse momento, queimá-los até reduzi-los a cinzas e logo encher-se de uma vida totalmente diferente e uma alma inteiramente nova." Isto é arrependimento.

    Mas o que acontece se a pessoa não tem outro desejo senão que o deixem em paz? Não se trata necessariamente de uma mudança de uma vida de roubo, homicídio, adultério ou outros pecados flagrantes. Pode tratar-se de uma vida egoísta, instintivamente exigente, totalmente desconsiderada; uma mudança de uma vida egocêntrica a uma vida centrada em um Deus: uma mudança assim dói.
    W. M. Macgregor cita um dito do bispo Os Miseráveis. "Eu sempre incomodava a alguns deles; porque através de mim lhes chegava o ar exterior; minha presença em sua companhia os fazia sentir como se tivessem deixado aberta uma porta e estivessem em uma corrente de ar." O arrependimento não é lamentar-se sentimentalmente: é algo revolucionário; por isso são tão poucos os que se arrependem.

    (3) Levaram às pessoas a misericórdia do Rei. Não só apresentaram às pessoas essa tremenda demanda. Também lhes levaram ajuda e cura. Levaram libertação aos pobres, os homens e mulheres possessos por demônios. Desde o início o cristianismo objetivou levar saúde ao corpo e à alma; sempre se inclinou não só à salvação da alma, mas também à salvação total. Não só deu uma mão para elevar do naufrágio moral e sim para aliviar a dor e o sofrimento físicos.

    É muito sugestivo que ungissem com azeite. No mundo antigo o azeite era considerado uma panacéia. Galeno, o grande médico grego, disse: "O azeite é o melhor de todos os instrumentos para curar os corpos doentes." Nas mãos dos servidores de Cristo as antigas curas adquiriam uma nova virtude. O estranho é que utilizavam as coisas que o limitado conhecimento dos homens conhecia naquele tempo; mas o Espírito de Cristo dava ao que curava um novo poder e à antiga cura uma nova virtude. O poder de Deus ficava ao alcance da fé dos homens, nas coisas comuns. Assim, pois, os Doze levaram aos homens a mensagem e a misericórdia do Rei, e essa segue sendo a tarefa da igreja hoje e sempre.

    TRÊS VEREDICTOS SOBRE JESUS

    Marcos 6:14-15

    Naquele tempo se conheciam em toda a região as notícias a respeito de Jesus. Agora chegaram aos ouvidos de Herodes. A razão por que até este momento Herodes não tinha ouvido de Jesus; pode ser que sua residência oficial na Galiléia estava em Tiberias. Tiberias era uma cidade em grande parte gentia, e, que saibamos, Jesus nunca pôs os pés nela. Mas a missão dos Doze tinha levado o nome e a fama de Jesus a toda Galiléia, de modo que seu nome estava em todas as bocas.
    Nesta passagem vemos três veredictos sobre Jesus.
    (1) Há o veredicto de uma consciência culpada. Como temos que vê-lo Herodes tinha sido culpado de permitir a execução de João Batista, e agora a lembrança de sua ação o acossava.

    Quando alguém comete uma má ação, o mundo inteiro se converte em seu inimigo. Interiormente, não pode dominar seus pensamentos; e quando se permite pensar, seus pensamentos voltam para mal que cometeu. Ninguém pode evitar o viver consigo mesmo; e quando seu ser interior o acusa, a vida se faz intolerável. Exteriormente, vive temendo ser descoberto, que algum dia o alcancem as conseqüências de sua má ação, na incerteza a respeito de que alguém saiba o que fez.

    Faz algum tempo fugiu um sentenciado do cárcere de Glasgow. Quarenta e oito horas depois foi capturado, com frio, faminto e exausto. O mesmo disse que não havia valido a pena. "Não tive nem um minuto", disse. "Acossado, acossado todo o tempo. A gente não tem uma oportunidade. Não pode deter-se para comer. Não pode dormir." "Acossado". Esta é a palavra que melhor descreve a vida do homem que fez algo mau. Quando Herodes ouviu de Jesus, a primeira coisa que cruzou por sua mente como um relâmpago foi que se tratava de João Batista, a quem ele tinha assassinado, que tinha voltado para confrontar— se se com ele. Visto que a vida pecaminosa é uma vida acossada, o pecado nunca vale o que custa.

    1. o veredicto dos nacionalistas. Alguns pensavam que esse Jesus era Elias que tinha voltado. Os judeus aguardavam o Messias. Havia muitas idéias sobre ele, mas a mais comum de todas era que o Messias seria um rei conquistador que primeiro devolveria aos judeus sua liberdade e sua autonomia, e que logo os guiaria em uma campanha vitoriosa através de todo o mundo. Agora, uma parte essencial dessa crença era que, antes da vinda do Messias, voltaria Elias, o maior dos profetas, para ser seu arauto e seu precursor. Até hoje, quando celebram a Páscoa, os judeus deixam uma cadeira vazia na mesa, a qual chamam a cadeira de Elias. Põem essa cadeira vazia e diante dela um copo de vinho, e em uma parte de seu serviço abrem de par em par a porta para que possa entrar Elias e trazer para o fim as tão aguardadas novas de que o Messias chegou. Este é o veredicto do homem que deseja achar em Jesus a realização de suas próprias ambições. Pensa em Jesus não como alguém a quem deve submeter-se e a quem deve obedecer, mas sim como alguém a quem pode usar. Um homem assim pensa mais em suas próprias ambições que na vontade de Deus.
    2. o veredicto do homem que aguarda a voz de Deus. Havia quem via em Jesus um profeta. Naqueles dias os judeus estavam pateticamente conscientes de que durante trezentos anos a voz da profecia tinha estado silenciosa. Tinham ouvido os argumentos e as disputas legais dos rabinos, tinham ouvido os discursos morais da sinagoga; mas por volta de três longos séculos não ouviam uma voz que proclamasse: "Assim diz o Senhor." Naqueles dias os homens ansiavam ouvir a autêntica voz de Deus, e em Jesus a ouviam. É verdade que Jesus era mais que um profeta. Ele não só trazia a voz de Deus. Trazia aos homens o poder e a vida e o próprio ser de Deus. Mas aqueles que viam nele um profeta, pelo menos estavam mais certos do que Herodes com sua consciência que o redargüia e os espectadores nacionalistas. Tinham chegado até aí em suas idéias a respeito de Jesus, não era impossível que pudessem dar o passo seguinte e ver nele o Filho de Deus.

    A VINGANÇA DE UMA MULHER PERVERSA

    Marcos 6:16-29

    Este relato tem toda a simplicidade de um tremendo drama.
    Primeiro, vejamos a cena. A cena se desenvolve no castelo do Macaerus. Esta fortaleza estava sobre um penhasco solitário, rodeado de terríveis correntezas, frente à margem Leste do Mar Morto. Era uma das mais solitárias, formidáveis e inacessíveis fortalezas do mundo inteiro. Até hoje estão ali os calabouços, e o viajante pode ver nas paredes as argolas e ganchos de ferro aos quais João deve ter estado amarrado. Foi nessa fria e desolada fortaleza onde se desenvolveu o último ato da vida de João Batista.

    Em segundo termo, vejamos os personagens. Os enredos matrimoniais da família do Herodes são incríveis, e suas inter-relações são tão complicadas que se faz quase impossível de desenredar. Quando Jesus nasceu, reinava Herodes o Grande. Este foi o rei que ordenou a matança dos meninos de Belém (Mateus 2:16-18).

    Herodes o Grande se casou muitas vezes. Para o fim de sua vida se tornou patologicamente desconfiado e assassinou membro após membro de sua própria família, a ponto de que chegou a ser um dito entre os judeus: "É mais seguro ser um porco de Herodes que um filho." Primeiro, casou-se com o Doris, da qual teve um filho, Antipater, ao qual assassinou. Logo se casou com o Mariamne, a asmonea, com quem teve dois filhos, Alexandre e Aristóbulo, aos quais também deu morte.
    Herodias, a perversa da presente passagem, era filha deste Aristóbulo. Herodes o Grande se casou logo com outra Mariamne, chamada a betusiana. Dele ela tive um filho chamado Herodes Filipe. Este Herodes Filipe se casou com Herodias, a filha de seu meio irmão Aristóbulo, e que, por conseguinte era sua sobrinha. De Herodias, este Herodes Filipe teve uma filha chamada Salomé, que é a moça que nesta passagem dançou diante de Herodes, o governador da Galiléia. Herodes o Grande casou depois com Malthake, de quem teve dois filhos: Arquelau e Herodes Antipas, que é o Herodes de nossa passagem e que era governador da Galiléia.

    O Herodes Filipe que se casou originalmente com Herodias, e que era o pai do Salomé, não herdou nenhum dos domínios de Herodes o Grande. Vivia em Roma como um rico cidadão privado. Herodes Antipas — o Herodes desta passagem — o visitou em Roma. Ali seduziu a sua esposa Herodias e a persuadiu a abandonar Filipe e se casar com ele.
    Agoura, notemos que Herodias era: (a) filha de seu meio irmano, Aristóbulo, e por conseguinte sua sobrinha; e (b) era esposa de seu meio irmão Herodes Filipe, e portanto sua cunhada. Previamente, este Herodes Antipas tinha estado casado com uma filha do rei dos nabateos, um povo árabe. Ela fugiu procurando a ajuda de seu pai, quem invadiu o território do Herodes para vingar a honra de sua filha e lhe infligiu uma grande derrota. Para completar este quadro assombroso, Herodes o Grande casou finalmente com a Cleópatra de Jerusalém, de quem teve um filho chamado Filipe o Tetrarca.
    Este Filipe se casou com Salomé que era ao mesmo tempo (a) filha de seu meio irmano Herodes Filipe, (b) filha de Herodias, a qual por sua vez era filha do Aristóbulo, outro de seus meio irmãos. Salomé era, pois, ao mesmo tempo sua sobrinha e sobrinha neta. Estudando o quadro da página seguinte será mais fácil seguir tudo isto.

    Raramente na história houve uma série tal de complicações matrimoniais como existiu na família dou Herodes. Ao casar-se com ou Herodias, a mulher de seu irmão, Herodes tinha quebrantado a Lei judaica (Lv 18:16, 20-21) e tinha ofendido a moral e a decência.

    Devido a esse matrimônio adúltero, e a deliberada sedução da mulher de seu irmão por Herodes, João o havia denunciado publicamente. Era preciso coragem para denunciar publicamente a um déspota oriental que tinha poder de vida e morte, e esta coragem de João para denunciar o mal em qualquer lugar que fosse é comemorado na coleta para o dia dos São João Batista, no Livro do Oração Comum anglicano:

    "Deus todo-poderoso, por cuja providência teu servo João Batista nasceu milagrosamente e foi enviado a preparar o caminho de teu Filho, nosso Salvador, pregando o arrependimento: conceda-nos que sigamos de tal maneira sua santa vida e doutrina, que nos arrependamos segundo verdadeiramente ele pregou; e que a exemplo dele falemos a verdade constantemente, repreendamos livremente os vícios, e soframos com toda paciência por amor da verdade por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Amém."

    Apesar da repreensão dou João, Herodes continuava respeitando-o e temendo-o, porque João era evidentemente um homem sincero e bom; mas Herodias era diferente. Ela abrigava um implacável ódio para com João Batista e decidiu eliminá-lo. Sua oportunidade se apresentou na festa de aniversário de Herodes, que este estava celebrando com seus cortesãos e seus capitães. Na festa, Salomé, a filha de Herodias, começou a dançar. O fato de que fizesse tal coisa é algo incrível.
    Naqueles dias e em tal sociedade, os solos de baile eram pantomimas licenciosas. Que uma princesa de sangue real se expusesse e se rebaixasse dessa maneira é algo difícil de creditar, pois tais danças eram a arte de prostitutas profissionais. O próprio fato de que o fizesse é um feio comentário sobre o caráter de Salomé e da mãe que o permitiu e a estimulou a fazê-lo. Mas Herodes se alegrou, e lhe ofereceu qualquer recompensa; e assim Herodias teve a ocasião que estava procurando durante tanto tempo; e para gratificar seu rancor, João foi executado.
    Podemos aprender algo de cada um dos personagens desta história.

    1. Revela-nos Herodes.
    2. Era uma estranha mescla: temia a João e ao mesmo tempo o respeitava; temia a língua de João e ao mesmo tempo achava prazer em escutá-lo. Neste mundo não há uma mescla tão estranha como o ser humano. O característico do homem é que é uma mixórdia.

    Boswell, em seu London Diary, conta como enquanto estava na igreja desfrutava de do culto de Deus, ao mesmo tempo estava fazendo planos para encontrar-se com uma rameira nas ruas de Londres nessa mesma noite. A estranha realidade é que está acossado ao mesmo tempo cm o pecado e pelo bem. Robert Louis Stevenson fala de pessoas que "aferram-se aos restos da virtude não prostíbulo ou no cadafalso". Sir Norman Birkett, o grande Juiz e jurisconsulto fala dos delinqüentes que defendeu e julgou. "Podem tentar escapar, mas não podem, estão condenados a certa nobreza; durante toda sua vida o desejo do bem lhes persegue como um implacável caçador." Herodes podia pecar, podia temer a João e amá-lo, podia aborrecer sua mensagem, mas não podia libertar-se de sua insistente fascinação. Herodes era simplesmente um ser humano. Somos nós muito diferentes?

    1. Herodes era um homem que atuava por impulsos. Fez sua temerária promessa a Salomé sem pensar. Pode ser que a fizesse estando mais que medianamente ébrio e saturado de vinho. Um homem deve tomar cuidado. Deve pensar antes de falar. Não deve permitir-se perder o sentido até o ponto de perder sua capacidade de julgamento, e fazer coisas das quais depois tenha que arrepender-se.
    2. Herodes temia o que as pessoas poderiam dizer. Cumpriu sua promessa a Salomé porque a tinha feito diante de seus grandes e não podia quebrar a palavra. Temia suas brincadeiras e suas risadas; temia que o considerassem fraco. Mais de uma pessoa tem feio coisas que depois lamentou amargamente porque lhe faltou a coragem moral para fazer o que correspondia. Mais de uma pessoa se fez muito pior do que era, por temor às brincadeiras de seus supostos amigos.
    3. Revelam Salomé e Herodias. Herodias tem certa grandeza. Anos depois disto seu Herodes pretendeu o título de rei e foi a Roma para solicitá-lo; em lugar de lhe dar o título, o imperador o desterrou às Gálias por ter tido a insolência e insubordinação de solicitar tal título. A Herodias foi dito que não precisava compartilhar o exílio, que ficava em liberdade, e ela respondeu orgulhosamente que iria onde fosse o marido. Herodias nos mostra o que pode fazer uma mulher teimosa.

    Não há nada não mundo tão bom como uma boa mulher, nem nada tão mau como uma má mulher. Os rabinos judeus tinham um dito curioso. Diziam que uma boa mulher podia casar-se com um homem mau, porque ao fazê-o podia terminar fazendo-o tão bom quanto ela. Mas diziam que um homem bom nunca devia casar-se com uma má mulher, porque esta indevidamente terminaria arrastando-o a seu próprio nível. O problema de Herodias era que queria eliminar o único homem que tinha tido a ousadia de confrontar com seu pecado. Queria satisfazer o seu desejo, sem que ninguém lhe recordasse a lei moral. Assassinou João para poder pecar em paz. Esqueceu que embora não voltasse a encontrar-se com João, ainda teria que encontrar-se com Deus.

    1. Revela-nos João Batista. Revela-se como o homem valente. Era um Filho do deserto e dos grandes espaços abertos, e ser encarcerado nos escuros calabouços de Macaerus deve ter sido para ele o máximo da tortura refinamento. Mas João era homem que preferia a morte à falsidade. Vivia para a verdade e morreu pela verdade. O homem que traz a voz do Deus aos homens atua como a consciência destes. Muitos queriam silenciar sua consciência se pudessem, e por conseguinte o homem que fala em nome de Deus deve expor sempre sua vida e destino.

    COMPAIXÃO PELA MULTIDÃO

    Marcos 6:30-34

    Quando os discípulos voltaram de sua missão, informaram a Jesus de tudo o que tinham feito. As exigentes multidões eram tão insistentes que não lhes davam tempo nem para comer; assim Jesus os levou consigo a um lugar solitário do outro lado do lago para que pudessem descansar tranqüilos por um tempo.

    Aqui vemos o que poderíamos chamar o ritmo da vida cristã. Porque a vida cristã é um constante passar da presença dos homens à presença de Deus, e sair continuamente da presença de Deus à presença dos homens. É como o ritmo do sonho e o trabalho. Não podemos trabalhar a não ser que tenhamos nosso tempo de descanso e o sonho não vem a não ser que tenhamos trabalhado e estejamos bem como uma boa mulher, e nada tão mau como quando cansados. Há na vida dois perigos. Primeiro, o perigo de uma atividade muito constante. Ninguém pode trabalhar sem descansar, e ninguém pode viver a vida cristã a não ser que tenha momentos de encontro com Deus. Talvez todo o problema de nossa vida resida em que não damos oportunidade a Deus para nos falar, porque não sabemos estar calados e ouvir, não lhe damos tempo para nos recarregar de energia e forças espirituais, porque não dispomos de um momento para aguardar que o faça.

    Como podemos pôr o ombro às cargas da vida se não tivermos contato com Aquele que é o Senhor de toda boa vida? Como podemos fazer a obra de Deus, a não ser com a força de Deus? E como podemos receber essa força se não procurarmos em quietude e solidão a presença de Deus? Mas, em segundo lugar, existe também o perigo de muito isolamento. A devoção que não termina em ação não é verdadeira devoção. A oração que não termina em trabalho não é verdadeira oração. Nunca devemos procurar a comunhão com Deus para evitar a comunhão com os homens, a não ser para nos capacitar melhor para ela. O ritmo da vida cristã é a alternância do encontro com Deus no lugar secreto e o serviço aos homens na praça.
    Mas o descanso que Jesus procurava para si e seus discípulos não teria que ser ali. A multidão viu que Jesus e seus homens se afastavam. Nesse preciso lugar o cruzamento do lago em barco significava uns seis ou sete quilômetros e dando a volta a pé pela borda uns dezesseis quilômetros. Em um dia sem vento ou com vento contrário, o cruzamento em barco teria demorado o bastante, e uma pessoa vigorosa teria podido rodear o extremo do lago e chegar antes que a embarcação. Isto foi exatamente o que ocorreu, e quando Jesus e seus discípulos desembarcaram do barco a mesma multidão da qual tinham querido descansar um pouco estava ali aguardando-os.
    Qualquer homem comum se teria sentido profundamente vexado. O descanso que Jesus tanto desejava e que tão bem se ganhou, era-lhe negado. Qualquer homem comum se teria ressentido, mas Jesus se encheu de piedade diante da necessidade da multidão. Olhou-os; estavam tão desesperadamente ansiosos; queriam tanto o que só Jesus podia lhes dar, que lhe pareceram ovelhas sem pastor. O que significava isto?

    1. Uma ovelha sem pastor não pode achar o caminho. Se ficarmos à mercê de nossa própria capacidade, extraviamo-nos na vida. O Principal Carins falou de pessoas que se sentem como "meninos perdidos na chuva". Um verso de Dante diz: "No meio do caminho da vida, encontrei-me em uma selva escura, pois o caminho tinha perdido." A vida pode ser algo muito confuso. Podemos nos encontrar em uma encruzilhada e não saber que caminho tomar. Só quando Jesus nos guia podemos achar o caminho a seguir.
    2. Uma ovelha sem pastor não pode achar pastos e alimento. Nesta vida estamos obrigados a procurar nossa manutenção. Necessitamos forças para prosseguir o caminho; necessitamos a inspiração que nos eleve fora e por cima de nós mesmos. Quando a buscamos em outra parte nossas mentes ficam insatisfeitas, nossos corações continuam inquietos, nossas almas insaciadas. Só podemos obter força para a vida naquele que é o pão de vida.
    3. Uma ovelha sem pastor não tem defesa contra os perigos que a ameaçam. Não pode defender-se a si mesmo nem dos ladrões nem dos animais selvagens. Se algo nos ensinar a vida, é que não podemos viver sozinhos. Ninguém pode defender-se das tentações que o assaltam e do mal do mundo que o ataca. Só em companhia de Jesus podemos andar pelo mundo e manter nossas vestimentas sem mancha do mundo. Sem Ele estamos indefesos; com Ele estamos seguros.

    NAS MÃOS DE JESUS O POUCO É MUITO

    Mc 6:35) diz-nos que eram pães de cevada, e os pães de cevada eram o alimento dos mais pobres entre os pobres. Era o mais barato e o mais rústico de todos os pães. Tinham dois peixe. Seriam do tamanho aproximado das sardinhas.

    Tariquea — que significa Povo do Peixe Salgado — era um lugar bem conhecido sobre o lago, de onde se enviava peixe salgado a todas partes do mundo. Os pequenos pescados salgados se comiam como uma guloseima com os pãozinhos secos. Não era muito. Mas Jesus os tomou e operou maravilhas. Nas mãos de Jesus sempre o pouco é muito. Podemos pensar que temos pouco talento ou capacidade ou bens para dar a Jesus. Não há razão para um pessimismo desesperado como o que tinham os discípulos. A única coisa fatal dizer é: "Para o que posso fazer, não vale a pena que tente fazer nada." Se nos pusermos nas mãos de Jesus, é impossível dizer o que Ele pode fazer conosco e por meio de nós.

    A TEMPESTAD DOMINADA

    Marcos 6:45-52

    Satisfeita a fome da multidão, Jesus imediatamente mandou de volta a seus discípulos antes de se despedir da multidão. Por que faria isso? Marcos não o diz, mas é muito provável que tenhamos a explicação no relato que João faz do incidente. João nos diz que depois que a multidão foi alimentada, houve um movimento para apoderar-se de Jesus e, até contra sua vontade, fazê-lo rei. Isso era a última coisa Jesus queria. Esse caminho do poder era o que tinha descartado, de uma vez por todas, no momento de suas tentações. Ele pôde pressenti-lo, e não quis que seus discípulos se poluíssem e fossem apanhados nesse estalo de nacionalismo.
    Galiléia era um reservatório de revoluções. Se esse movimento não fosse dominado, poderia surgir entre as pessoas excitáveis uma rebelião que faria fracassar tudo, e que só levaria ao desastre a todos os envolvidos. Assim Jesus enviou de volta a seus discípulos, para que eles também não fossem inflamados por esse movimento, e logo acalmou à multidão e a despediu.
    Quando ficou sozinho, subiu ao monte para orar. Sobre Ele se estavam acumulando os problemas: a hostilidade das pessoas ortodoxas; as suspeitas de Herodes Antipas, governador da Galiléia; os ativistas políticos que queriam fazer dele um Messias nacionalista, contra sua vontade. Nesta época tinha Jesus muitos problemas em sua mente e muitas cargas em seu coração.
    Permaneceu, pois, várias horas entre as montanhas a sós com Deus. Como vimos, isso deve ter ocorrido em meados de abril, e essa era a época da Páscoa. Agora, a data da Páscoa se fixava, como ainda agora, de acordo com a Lua cheia. A noite judaica ia das seis da tarde até as seis da manhã e estava dividida em quatro vigílias das seis às nove, das nove às doze, das doze às três da manhã e das três às seis da manhã. Por volta das três da manhã, Jesus dirigiu a vista para o lago, que só tinha uns seis quilômetros de largura e se estendia ante ele iluminado pela Lua.
    Levantou-se um vento, e Ele viu seus homens na barco, lutando duramente para alcançar o outro lado. E o que aconteceu? Imediatamente que viu os seus amigos em dificuldade, deixou de lado seus problemas; terminou o momento de oração; tinha chegado o momento da ação, esqueceu-se de si mesmo e foi em ajuda de seus amigos. Isto é da própria essência de Jesus. O clamor da necessidade humana ultrapassava para Ele todos outros reclamos. Seus amigos o necessitavam; devia ir a eles.

    Não sabemos o que aconteceu, nem saberemos nunca. O relato está envolto em um mistério que desafia toda explicação. O que sabemos é que Ele chegou até eles e a tempestade se transformou em calma. Com Ele a seu lado já não importava nada. Escrevendo sobre este incidente, Agostinho diz: "Acudiu pisando nas ondas; e assim põe sob seus pés os crescentes tumultos da vida. Cristãos, por que temer?" A simples realidade da vida, uma realidade que foi posta a prova por incontáveis milhares de homens e mulheres em todas as gerações, é que quando Cristo está presente a tempestade se aquieta, o tumulto se converte em paz, o impossível se torna possível, o insuportável se torna suportável, e os homens passam o ponto de ruptura sem romper-se. Andar com Cristo é também para nós a conquista da tempestade.

    AS MULTIDÕES EXIGENTES

    Marcos 6:53-56

    Nem bem Jesus desembarcou no outro lado do lago, novamente se viu rodeado por multidões. Algumas vezes Jesus deve ter contemplado as multidões com certa tristeza, pois nelas seriam muito poucos os que não fossem com o propósito de obter algo dele. Iam obter. Iam com suas insistentes demandas. Em outras palavras: foram usar a Jesus. Qual não teria sido a diferença se entre essas multidões tivesse havido uns poucos que fossem dar e não para receber. Em certo modo é natural que acudissem a Jesus para receber algo dele, porque são muitas as coisas que só Ele pode dar, mas sempre é vergonhoso receber tudo e não dar nada, e, entretanto, é muito característico da natureza humana.

    1. Há os que simplesmente fazem uso de seus lares. Isto acontece especialmente com os jovens. Consideram que seus lares existem para atender a sua comodidade e conveniência. Existe para ir comer e dormir e encontrar as coisas feitas; mas certamente um lar é um lugar ao qual devemos contribuir, e não estar aproveitando dele todo o tempo.
    2. Há quem simplesmente usa a seus amigos. Há certas pessoas das quais nunca recebemos uma carta e sim para nos pedir algo. Há quem imagina que os outros existem para ajudá-los quando necessitam ajuda, e esquecê-los quando não podem usá-los.
    3. Há quem simplesmente faz uso da Igreja. Querem a Igreja para batizar seus filhos, casar a seus jovens e enterrar a seus mortos. Raramente são vistos ali, a não ser quando necessitem algum serviço. Sua atitude inconsciente é que a Igreja existe para servi-los, mas que eles não têm nenhuma obrigação para com ela.
    4. Há quem simplesmente faz uso de Deus. Nunca se lembram dele a não ser que o necessitem. Suas únicas orações são pedidos e até demanda a Deus. Alguns consideram a Deus como uma sorte de regulamento universal que está As suas ordens para satisfazer os seus caprichos.

    Se examinarmos a nós mesmos descobriremos que todos somos culpados em alguma medida destas coisas. O coração de Jesus se regozijaria se fôssemos mais freqüentemente para lhe oferecer nosso amor, nosso serviço, nossa devoção, e menos a miúdo para lhe pedir a ajuda que necessitamos.


    Dicionário

    Andar

    verbo intransitivo Dar passos; caminhar: só consigo me acalmar andando.
    Ser transportado (por um veículo): andar de ônibus.
    Movimentar-se voluntária ou involuntariamente: pôr um animal para andar.
    Passar, estar, achar-se (em relação à saúde): fulano não anda nada bem.
    Caminhar sem destino; vaguear: andar em alguns lugares pode ser arriscado.
    Fazer passar; decorrer: a vida anda sem parar.
    Desenvolver-se ou ir adiante; progredir: a empresa anda bem.
    Ter uma ocupação temporária: andava na faculdade.
    Ter uma relação íntima com; estar acompanhado por: anda com várias.
    Ter pressa; apressar-se: anda lá com isso!
    Ter um valor aproximado; orçar: o sapato anda pelos 500 reais.
    verbo transitivo direto e intransitivo Fazer uma viagem: andar o Brasil; passou a vida a andar.
    verbo predicativo Possuir certo estado, condição: ando super estressada.
    Ter determinada existência; estar: o capitalismo anda ao lado da exploração.
    verbo auxiliar Expressa a ideia de continuidade da ação do verbo a que se junta: anda chorando, anda a falar mal de você.
    substantivo masculino Ação de se movimentar de um lado para outro; marcha: andar apressado.
    O que decorre; decurso: pelo andar da doença, não passa desse mês.
    Divisória de um prédio, edifício: vivo no quinto andar.
    Etimologia (origem da palavra andar). Do latim ambulare, "passear, caminhar".

    caminhar, ir, marchar, seguir, passar, transitar. – Andar é mover-se dando passos para diante, sem relação a pontos determinados. – Ir é andar, ou mover-se de um lugar para outro, de qualquer modo que se faça este trânsito: e tem relação a um ponto determinado a que a pessoa ou coisa se dirige. – Caminhar é fazer caminho, ir de viagem de um lugar para outro. – Marchar é “andar ou caminhar compassadamente: dizse especialmente da tropa de guerra quando vai com ordem de marcha”. – Seguir é propriamente “continuar a viagem começada, marchando ou caminhando para diante”. – Passar é “dirigir-se para algum ponto atravessando um caminho ou uma certa zona, distrito ou paragem”. – Transitar exprime a ideia geral de “passar além, fazer caminho, viajar”.

    Era

    substantivo feminino Época fixa a partir da qual se começam a contar os anos.
    Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial.
    Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes.
    Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época.
    expressão Era Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo.
    Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra.
    Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.

    outro

    Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).

    Erã

    Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.


    Fantasma

    substantivo masculino Imagem fantasiosa e ilusória que infunde terror; visão alucinatória, produto da imaginação; alucinação; representação de figuras medonhas, espectros, sombras, vultos de mortos, de entidades sobrenaturais; assombração, aparição. (Sin.: espectro, avejão, marmota, sombra, visagem.).
    Figurado Pessoa muito magra e muito pálida.
    Em televisão, defeito que as imagens apresentam, superpondo-se umas às outras.

    do Grego phantázein, "fazer aparecer", por sua vez derivada de phaínein, "mostrar". Esta palavra e seu sentido são ligados a phos, "luz", pois a presença dela nos mostra o que há para ver. Uma palavra aparentada de "fantasma" é "fantasia", querendo dizer algo que não é real, que só existe na imaginação. Passou também a significar "disfarce usado em festas". Muitas vezes os fantasmas são descritos como seres meio transparentes; eles são diáfanos, do Grego dia, "através" e phaínein. Ou seja, pode-se enxergar através deles. "Ser mostrado, aparecer", era dito, em Grego, phainomai. Em Latim, esta palavra gerou phenomenon, que inicialmente tinha o sentido "tudo aquilo que é percebido pelos sentidos".

    Fantasma Suposta aparição de pessoa morta; assombração (Is 29:4, RA; Mc 6:49).

    Grandes

    masc. e fem. pl. de grande

    gran·de
    (latim grandis, -e)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que tem dimensões maiores do que o habitual (ex.: saco grande). = AVANTAJADOMIÚDO, PEQUENO, REDUZIDO

    2. Cuja extensão é maior do que a média (ex.: rio grande). = COMPRIDO, EXTENSO, LONGOCURTO, PEQUENO

    3. Que é maior do que aquilo que devia ser (ex.: o chapéu não me serve, é muito grande).PEQUENO

    4. Que é de estatura acima da média (ex.: criança grande).PEQUENO

    5. Que se desenvolveu oui cresceu (ex.: planta grande). = CRESCIDO, DESENVOLVIDO, MEDRADOPEQUENO

    6. Que atingiu a maioridade (ex.: as pessoas grandes podem ser muito complicadas). = ADULTO, CRESCIDO

    7. Que se prolonga no tempo; que dura bastante (ex.: dias grandes; férias grandes). = COMPRIDOBREVE, CURTO, EFÉMERO, FUGAZ

    8. Que apresenta grande quantidade de algo (ex.: família grande). = NUMEROSO, QUANTIOSOPEQUENO

    9. Que tem importância ou influência (ex.: um grande banqueiro). = IMPORTANTE, INFLUENTE, PODEROSO, PRESTIGIOSODESIMPORTANTE, INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, PEQUENO

    10. Difícil, grave (ex.: um grande problema).INSIGNIFICANTE, IRRELEVANTE, SIMPLES

    11. Que é intenso, forte (ex.: um grande amor).FRACO, LEVE

    12. [Pejorativo] Que é ou existe em elevado grau (ex.: grande mentiroso).

    13. Que se destaca ou sobressai positivamente em relação a outros (ex.: grandes nomes do cinema). = EMINENTE, ILUSTRE, RESPEITÁVELDESCONHECIDO, IGNOTO, MODESTO

    14. Que revela coragem, heroísmo (ex.: foi um grande bombeiro). = CORAJOSO, HERÓICO, VALENTECOBARDE, FRACO

    15. Que mostra bondade ou generosidade (ex.: um grande coração). = BOM, BONDOSO, GENEROSO, MAGNÂNIMOMAU, MESQUINHO, RUIM, TORPE, VIL

    16. Que é excessivo, exagerado (ex.: fugiram a grande velocidade). = ALTOBAIXO, REDUZIDO

    17. Que tem muita qualidade ou muito valor (ex.: um grande filme). = EXCELENTE, EXTRAORDINÁRIO, FABULOSO, MAGNÍFICO, ÓPTIMOMAU, PÉSSIMO, RUIM

    18. Que é considerável, importante (ex.: grande satisfação).

    19. Que é composto por muitos elementos (ex.: grande comunidade de pescadores). = NUMEROSOPEQUENO, REDUZIDO

    20. Que é relativo a uma cidade e às suas zonas periféricas (ex.: mapa da Grande São Paulo; região da Grande Lisboa). [Geralmente com inicial maiúscula.]

    nome de dois géneros

    21. Pessoa alta.

    22. Indivíduo adulto. = CRESCIDOPEQUENO

    23. Indivíduo com poder e influência.


    à grande
    Com largueza.

    à grande e à francesa
    De modo grandioso; com grande ostentação ou esplendor.


    Gritos

    masc. pl. de grito

    gri·to
    nome masculino

    1. Voz articulada ou inarticulada solta com esforço; clamor; brado.

    2. Voz de alguns animais.


    de gritos
    Diz-se do que é excelente, lindo, apetecível ou extraordinário.

    último grito
    Aquilo que é mais novo ou está mais na moda.


    Mar

    O mar é a fotografia da Criação. Todo ele se pode dizer renovação e vida, tendo em si duas forças em contínuo trabalho – a da atração e a da repulsão, M que se completam na eterna luta, pois, se faltasse uma, nulo estaria o trabalho da outra.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Um adeus

    O mar, gigante a agitar-se / Em primitivos lamentos, / É o servidor do equilíbrio / Dos terrestres elementos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 18


    Mar Designação que se dá ao lago de Tiberíades (Mt 4:13). Os evangelhos relatam episódios de Jesus caminhando sobre suas águas e dando ordens às suas ondas (Mt 8:24-27; 14,24-27; Mc 4:37-41; 6,47-50; Lc 8:23-25; Jo 6:17-20), como o fez YHVH em tempos passados (Sl 89:9ss.; Jn 1; Na 1:4).

    Mar Na Bíblia, qualquer grande extensão de Água, salgada (mar Mediterrâneo) ou doce (lago da Galiléia).


    1) Os mares mencionados na Bíblia são: a) MEDITERRÂNEO, ou o Mar, ou mar dos Filisteus, ou Grande, ou Ocidental (Nu 34:6); b) MORTO, ou da Arabá, ou Oriental, ou Salgado (Js 3:16); c) VERMELHO, ou de Sufe, ou do Egito (Ex 13:18); d) ADRIÁTICO (At 27:27).


    2) Os lagos são os seguintes: a) da GALILÉIA, ou de Genesaré, ou de Quinerete, ou de Tiberíades (Mt 4:18); b) de MEROM (Js 11:5).


    3) MONSTRO (7:12; Sl 74:13).

    ====================================

    O MAR

    V. MEDITERRÂNEO, MAR (Nu 13:29).


    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    oceano. – Resumindo Bourg. e Berg. diz um autor: “Designa-se com estas palavras a vasta extensão de água salgada que cobre a maior parte da superfície do nosso planeta”. – Mar é o termo que ordinariamente se aplica para designar alguma das partes dessa extensão; e também para designar o conjunto das águas que circulam o globo, mas só quando esse conjunto é considerado de modo vago e geral (em sentido absoluto) e mais quanto à natureza que à vastidão dessa extensão. Dizemos: o mar e o céu; o mar é imenso; as areias do mar. E dizemos também o mar Báltico; o mar do Norte; o mar, os mares da costa, etc. Oceano designa em geral a vasta extensão dos mares. Usa-se, porém, às vezes para designar somente uma das suas partes, mas só quando essa parte forma uma das grandes divisões em que o mar se considera: o oceano Atlântico e o oceano Pacífico são as duas grandes divisões do oceano. – Antigamente dizia-se também – o mar Atlântico.

    os hebreus davam o nome de mar a qualquer grande massa de água. Esse termo compreendia o oceano (Gn 1:2 – 1 Rs 10.22 – 38:8) – o Mediterrâneo, que era chamado o mar último, o mar ocidental, tendo ainda vários outros nomes (Dt 11:24 – 34.2 – J12.20 – Êx 23:31 – 1 Rs 4.20 – Sl 80:11) – o mar Vermelho (Êx 10:19Js 24:6) – o mar Morto (ou Salgado) (Nm 34:3Js 18:19) – o mar da Galiléia (ou Quinerete) (Nm 34:11Mt 4:15Mc 3:7) – o mar de Jazer, um pequeno lago que fica perto de Hesbom (Jr 48:32). Além disso, aplicava-se algumas vezes a palavra aos grandes rios, como o Nilo (is 11:15), o Eufrates, o Tigre, que estavam sujeitos aos transbordamentos anuais, sendo inundados os territórios circunjacentes.

    substantivo masculino Grande extensão de água salgada; oceano: o mar ocupa uma grande parte da superfície da Terra.
    Uma parte limitada ou a água que compõe essa grande extensão: o mar Cáspio; banho de mar.
    A região situada na costa; área no litoral de: este final de semana vou para o mar!
    Figurado Grande quantidade; o que é imenso: ganhou um mar de dinheiro na loteria.
    Figurado Excesso de líquido que escoa ou derramamento exagerado de: mar de sangue.
    Figurado O que provoca fascinação, admiração; excessivamente belo.
    Etimologia (origem da palavra mar). Do latim mare.is.

    Quando

    advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
    Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
    Em qual época: quando partiram?
    advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
    conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
    conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
    conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
    conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
    conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
    locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
    locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
    Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

    quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

    Virar

    verbo transitivo direto , intransitivo e pronominal Por-se numa posição diferente daquela em que se estava anteriormente; colocar algo numa posição contrária àquela em que se estava: virar o livro na estante; o livro virou; virou-se para trás.
    Desistir de uma direção por outra; fazer com que a direção certa seja tomada: virou-se para esquerda e encontrou o caminho certo!
    verbo transitivo direto Vergar; fazer com que alguma coisa se dobre: ela virou as barras do vestido.
    Dobrar; estar percorrendo um caminho que muda de direção: o carro virou a esquina.
    Colocar do lado avesso: virou o vestido.
    Lançar para o exterior de; despejar: virou o refrigerante sobre a mesa.
    Beber: virou a garrafa de cerveja inteira!
    Revolver; mexer o conteúdo de: virou todo o terreno com a pá.
    Esportes. Num jogo quase perdido, acabar por vencê-lo: virou o jogo no final!
    verbo transitivo direto e intransitivo Figurado Convencer; fazer com que alguém mude de opinião: o diretor virou a cabeça dos professores para o seu projeto; a opinião dos professores virou; ela era uma pessoa sem personalidade e vira com facilidade.
    verbo transitivo direto , transitivo indireto, bitransitivo e pronominal Girar; fazer com que algo se movimente ao redor de seu próprio eixo; fazer com que o corpo se mova ao seu redor.
    verbo transitivo indireto e bitransitivo Indicar apontando para; voltar ou voltar-se: o caminhão virou para o norte; virou a cabeça para mãe.
    verbo predicativo Transformar-se numa outra coisa; mudar sua essência ou característica por; transformar-se: virou famosa da noite para o dia; virou uma péssima pessoa antes de morrer.
    verbo pronominal Esforçar-se; fazer um grande esforço para superar certos infortúnios.
    Tivemos de nos virar para arrumar um novo emprego.
    [Brasil] Trabalhar com prostituição: algumas pessoas se viram por aí!
    verbo transitivo indireto Rebelar-se; não se subordinar a: os filhos viraram contra os pais.
    Etimologia (origem da palavra virar). Talvez do francês virer.

    virar
    v. 1. tr. dir. Volver de um lado para o outro a direção ou posição de; voltar. 2. tr. dir. Voltar para a frente (o lado posterior). 3. tr. dir. Pôr do avesso. 4. pron. Voltar-se completamente para algum lugar. 5. tr. dir. Emborcar. 6. Intr. Agitar-se, dar voltas. 7. tr. dir. Apontar, dirigir. 8. tr. dir. Despejar, entornar. 9. tr. dir. Despejar, bebendo. 10. tr. dir. Dobrar. 11. tr. dir. Fazer mudar de intento, de opinião, de partido. 12. pron. Mudar de opinião, de partido, de sistema.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    δέ εἴδω αὐτός περιπατέω ἐπί θάλασσα δοκέω εἶναι φάντασμα καί ἀνακράζω
    Marcos 6: 49 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Mas, quando eles o viram andar sobre o mar, imaginaram que fosse um espírito, e gritaram;
    Marcos 6: 49 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Março e Abril de 29
    G1161
    δέ
    e / mas / alem do mais / além disso
    (moreover)
    Conjunção
    G1380
    dokéō
    δοκέω
    uma cidade marítima da Fenícia próxima a Tiro (atual ’Jebeil’) conhecida pelos gregos
    (of Gebal)
    Substantivo
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2281
    thálassa
    θάλασσα
    o mar
    (of [the] sea)
    Substantivo - Feminino no Singular genitivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G349
    anakrázō
    ἀνακράζω
    como? interj
    (and how)
    Advérbio
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3708
    horáō
    ὁράω
    ira, irritação, provocação, aflição
    (of the provocation)
    Substantivo
    G3754
    hóti
    ὅτι
    para que
    (that)
    Conjunção
    G4043
    peripatéō
    περιπατέω
    caminhar
    (walking)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G5326
    phántasma
    φάντασμα
    aparência
    (a ghost)
    Substantivo - neutro neutro no Singular
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    δέ


    (G1161)
    (deh)

    1161 δε de

    partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

    1. mas, além do mais, e, etc.

    δοκέω


    (G1380)
    dokéō (dok-eh'-o)

    1380 δοκεω dokeo

    uma forma prolongada de um verbo primário, δοκω doko (usado apenas como substituto em certos tempos; cf a raíz de 1166) do mesmo significado; TDNT - 2:232,178; v

    1. ser da opinião de, pensar, supor
    2. parecer, ser considerado, reputado
    3. parece-me
      1. Penso, julgo
      2. Parece bom para, agradou a mim, eu determinei

    Sinônimos ver verbete 5837


    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    θάλασσα


    (G2281)
    thálassa (thal'-as-sah)

    2281 θαλασσα thalassa

    provavelmente prolongado de 251; n f

    1. o mar
      1. usado para o mar em geral
      2. usado especificamente do Mar Mediterrâneo ou Mar Vermelho

    Sinônimos ver verbete 5931


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    ἀνακράζω


    (G349)
    anakrázō (an-ak-rad'-zo)

    349 ανακραζω anakrazo

    de 303 e 2896; TDNT - 3:898,465; v

    1. lamentar profundamente (fazendo uso da voz), bradar, gritar


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁράω


    (G3708)
    horáō (hor-ah'-o)

    3708 οραω horao

    propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

    1. ver com os olhos
    2. ver com a mente, perceber, conhecer
    3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
    4. ver, olhar para
      1. dar atênção a, tomar cuidado
      2. cuidar de, dar atênção a

        Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

    Sinônimos ver verbete 5822


    ὅτι


    (G3754)
    hóti (hot'-ee)

    3754 οτι hoti

    neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

    1. que, porque, desde que

    περιπατέω


    (G4043)
    peripatéō (per-ee-pat-eh'-o)

    4043 περιπατεω peripateo

    de 4012 e 3961; TDNT - 5:940,804; v

    1. caminhar
      1. fazer o próprio caminho, progredir; fazer bom uso das oportunidades
      2. viver
        1. regular a própria vida
        2. conduzir a si mesmo, comportar-se
        3. conduzir-se pela vida

    φάντασμα


    (G5326)
    phántasma (fan'-tas-mah)

    5326 φαντασμα phantasma

    de 5324; TDNT - 9:6,1244; n n

    aparência

    aparição, fantasma


    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo