Enciclopédia de João 18:3-3

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 18: 3

Versão Versículo
ARA Tendo, pois, Judas recebido a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este lugar com lanternas, tochas e armas.
ARC Tendo pois Judas recebido a coorte e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e archotes e armas.
TB Judas, portanto, tendo recebido a coorte e alguns oficiais de justiça dos principais sacerdotes e dos fariseus, chegou a esse lugar com lanternas, archotes e armas.
BGB ὁ οὖν Ἰούδας λαβὼν τὴν σπεῖραν καὶ ἐκ τῶν ἀρχιερέων καὶ ⸂ἐκ τῶν⸃ Φαρισαίων ὑπηρέτας ἔρχεται ἐκεῖ μετὰ φανῶν καὶ λαμπάδων καὶ ὅπλων.
HD Judas, então, depois de receber a coorte e os guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, chega ali com tochas, lâmpadas e armas.
BKJ Tendo, então, Judas recebido um destacamento de homens e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e tochas, e armas.
LTT Então Judas, havendo recebido a coorte ①, e servidores provenientes- dos principais sacerdotes e fariseus, vem ali com lanternas e tochas, e com armas.
BJ2 Judas, então, levando a coorte[e] e guardas destacados pelos chefes dos sacerdotes e pelos fariseus, aí chega, com lanternas, archotes e armas.
VULG Judas ergo cum accepisset cohortem, et a pontificibus et pharisæis ministros, venit illuc cum laternis, et facibus, et armis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 18:3

Salmos 3:1 Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim.
Salmos 22:12 Muitos touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam.
Mateus 26:47 E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo.
Marcos 14:43 E logo, falando ele ainda, veio Judas, que era um dos doze, da parte dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e dos anciãos, e, com ele, uma grande multidão com espadas e porretes.
Lucas 22:47 E, estando ele ainda a falar, surgiu uma multidão; e um dos doze, que se chamava Judas, ia adiante dela e chegou-se a Jesus para o beijar.
João 13:2 E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,
João 13:27 E, após o bocado, entrou nele Satanás. Disse, pois, Jesus: O que fazes, faze-o depressa.
João 18:12 Então, a coorte, e o tribuno, e os servos dos judeus prenderam a Jesus, e o manietaram,
Atos 1:16 Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
João 18 : 3
coorte
Lit. “um destacamento militar romano de aproximadamente 600 soldados”.

João 18 : 3
guardas
ὑπηρέτῃ (huperétai) - remador, marinheiro, navegador; servido; assistente, auxiliar - Sub (2-20), composto pela preposição νπηρ (hupér - em composição pode indicar ênfase, excesso) + substantivo εταιης (erétes - remador), que por sua vez deriva do verbo ερετης (erétes - remador), que por sua vez deriva do verbo ερεααω (erésso - remar). Trata-se de um humilde servidor, e não de um escravo, já que o indivíduo conserva sua autonomia, sua liberdade. A preposição νπηρ (hupér) sugere a ideia de alguém que está na fronteira que separa o servidor do servo. Em resumo, a palavra grega indica o servidor, na mais exata acepção do termo. O vocábulo foi empregado, no Novo Testamento, para designar diversos tipos de servidores: os assistentes do Rei, os oficiais do Sinédrio, os assistentes dos Magistrados, as sentinelas do Templo de Jerusalém. Na literatura grega, a palavra é empregada para designar remador, marujo, todos os homens sob as ordens de outro, um servidor comum, um servidor que acompanha o soldado de infantaria (na Grécia antiga), ajudante de um general; servidor de Deus.  

João 18 : 3
lâmpadas
Lit. “lâmpada pequena, tocha, archote”. Trata-se de um pequeno recipiente feito de barro, provido de uma tampa móvel na parte superior, no centro do qual havia um orifício para se colocar o óleo de oliva. Havia também outro orifício, ao lado, por onde saia a chama. Era utilizada para iluminação do ambiente doméstico. A destruição de uma lâmpada doméstica, em sentido figurado, representava a extinção de uma família (Pv 13:9).

João 18 : 3
armas
Lit. “utensílio, implemento; armas, armadura (instrumentos de guerra, ofensivos e defensivos)”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"coorte": 600 soldados.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A MORTE DE JESUS E O TÚMULO VAZIO

33 d.C.
JESUS É PRESO
Os quatro evangelistas descrevem em detalhes os acontecimentos que antecederam a morte de Jesus. Na noite de quinta-feira, Jesus e seus discípulos saíram da cidade de Jerusalém, atravessaram o vale do Cedrom e se dirigiram ao bosque de oliveiras conhecido como jardim do Getsêmani. Foi nesse local que uma grande multidão armada com espadas e porretes, enviada pelos principais sacerdotes, prendeu Jesus depois de Judas tê-lo identificado!

JESUS É JULGADO
Jesus foi levado a Anás, o sogro de Caifás, o sumo sacerdote, e, em seguida, ao próprio Caifás e ao Sinédrio, a suprema corte dos judeus. Decidiu-se que Jesus devia receber a pena capital, mas como não tinham autoridade para executar a sentença de morte em casos desse tipo, os líderes judeus enviaram Jesus a Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia de 26 a 36 d.C. Ao ficar sabendo que Jesus era da Galiléia, Pilatos se deu conta que o prisioneiro estava sob a jurisdição de Herodes Antipas e, assim, o enviou a Herodes, que se encontrava em Jerusalém na ocasião. Em 196l, arqueólogos italianos que estavam escavando um teatro construído por Herodes, o Grande, em Cesaréia, ao norte da atual Tel Aviv, encontraram um bloco de pedra calcária reutilizado, medindo 82 por 68 por 20 cm. No bloco, havia uma inscrição em latim, onde se podia ler na segunda linha:
...TIVSPILATVS"
e, na linha seguinte, o seu título:
Prefeito da Judeia. Ficou claro de imediato que a maior parte do nome de Pôncio Pilatos em latim havia sido preservada por acaso.

JESUS É CRUCIFICADO
Em resposta às exigências dos líderes judeus, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. O local escolhido foi o Gólgota ("caveira" em aramaico). Os evangelistas consideram suficiente declarar: "Então, o crucificaram"." Não procuram descrever em detalhes a dor lancinante sofrida pelas vítimas da crucificação. Sem dúvida, seus leitores já haviam visto os condenados serem pregados pelos pulsos e pés a duas traves de madeira. A crucificação, talvez de origem fenícia, era uma forma de execução usada com frequência pelos romanos desde 200 a.C. m 71 a.C., o general romano Marco Lucínio Crasso mandou crucificar seis mil escravos rebeldes ao longo da via Ápia de Cápua até Roma.
Na cruz de Jesus havia uma inscrição em aramaico, latim e grego, informando que ele era o "Rei dos Judeus". De acordo com Mateus 27:37, essa placa foi colocada acima da sua cabeça, dando a entender que a forma tradicional da cruz é, de fato, correta.
Escavações realizadas em 1968 num cemitério antigo em Giv'at ha-Mivtar, ao norte de Jerusalém, revelaram algumas arcas de pedra calcária ou "ossuários" contendo os restos mortais de trinta e cinco indivíduos. Num dos ossuários, inscrito com o nome Yehohanan, havia restos do esqueleto de uma pessoa que morreu provavelmente com vinte e poucos anos de idade, vítima de crucificação no primeiro século d.C. Nos calcanhares de Yehohanan ainda estava cravado um único prego com 18 cm de comprimento. Quem remove Yehohanan da cruz concluiu que era mais fácil cortar os pés com o prego do que arrancar o prego cravado nos pés. Parece que Yehohanan foi pregado na cruz pelo antebraço, e não pela mão. Assim, sugere-se que a palavra normalmente traduzida por "mãos" em Lucas 24:39-40 e João 20.20,25,27 deve ser traduzida por "braços".
"Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito."
João 19:28-30 Assim, nesta primeira Sexta-Feira Santa - provavelmente 14 de nisã, ou seja, sexta-feira, 3 de abril de 33 d.C. - por volta das 15 horas, no exato momento que os cordeiros pascais estavam sendo imolados, Jesus morreu. No caso de Yehohanan, o osso de sua canela direita foi estilhaçado por um golpe desferido para apressar sua morte. Com referência a Jesus, João registra: "Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados (...] chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. João 19.316 33-34a

A IMPORTÂNCIA DA MORTE DE JESUS
Os evangelistas registram um período de escuridão durante as últimas três horas que Jesus passou na cruz e descrevem em detalhes vários fenômenos ocorridos imediatamente depois da sua morte. O véu do templo se rasgou de alto a baixo em duas partes, a terra tremeu e as rochas se partiram, túmulos se abriram, e os corpos de muitos santos que haviam morrido foram ressuscitados. Os escritores das epístolas do Novo Testamento focalizam mais a teologia da morte de Jesus, seu lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado dos seres humanos e poder restaurá-los a Deus: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (1Pe 3:18).

JESUS É SEPULTADO
Mateus 27:57-56 relata como, no fim da tarde de sexta-feira, José de Arimatéia obteve permissão de Pilatos para sepultar o corpo de Jesus. José era um dos discípulos ricos de Jesus. Ele possuía um túmulo no qual sepultou o corpo de Jesus. O corpo foi envolvido num pano limpo de linho e uma pedra foi colocada na entrada do túmulo. Mateus enfatiza que os romanos levaram a sério a declaração de Jesus de que ressuscitaria e, portanto, montaram guarda na entrada do túmulo e a selaram.

JESUS RESSUSCITA
No domingo começaram a circular relatos de que o túmulo estava vazio e Jesus estava vivo. Os líderes judeus pagaram aos guardas uma grande soma em dinheiro para dizer que os discípulos tinham vindo durante a note e levado o corpo." Porém, os boatos persistiram e os líderes judeus não conseguiram contê-los, pois para isso seria preciso mostrar o corpo de Jesus. Os discípulos desmoralizados foram transformados. Sete semanas depois da ressurreição de Jesus, Pedro estava proclamando a ressurreição de Cristo ousadamente no dia de Pentecostes: "Ao qual [...] Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela" (At 2:24). Esses relatos se transformaram no cerne da fé dos milhões de cristãos ao longo de quase dois milênios. Nunca foram refutados de forma satisfatória nem receberam uma explicação lógica incontestável. Para alguns, uma inscrição supostamente de Nazaré, a cidade onde Jesus passou sua infância, pode ter sido a resposta de um imperador romano anônimo as acontecimentos subseqüentes à crucificação de Jesus e dita ressurreição. A pedra com 60 por 37,5 cm traz uma tradução do latim para o grego e a forma das letras indica uma data do século I. "Decreto de César. É minha vontade que túmulos e sepulturas [.….] permaneçam intocados para sempre [.…..] O respeito pelos que se encontram sepultados é de suma importância; ninguém deve perturbá-los de nenhum modo. Se alguém o fizer, exijo que seja executado por saquear túmulos" (linhas 1-2,5-6,17-22).
O texto não parece ser um decreto imperial, mas sim, uma resposta oficial a um governador local que havia relatado ao imperador um caso específico de saque em túmulos. Ou esse tipo de crime havia acontecido em escala tão grande que era considerado digno da atenção do imperador, ou o acontecimento do qual o imperador foi informado foi extremamente incomum. A ameaça de aplicação da pena de morte, sem precedentes para esse crime no século I, mostra a gravidade da resposta do imperador.
Memo que a inscrição de Nazaré não tenha nenhuma relação com a morte e dita ressurreição de Jesus, torna muito menos provável a hipótese de que os discípulos removeram o corpo. O que os levaria a correr o risco de serem executados por saquearem um túmulo, num momento em que se encontravam profundamente desalentados com a morte de Jesus? E se os discípulos haviam roubado o corpo, por que as autoridades romanas não os julgaram e aplicaram a pena de morte?

O TÚMULO VAZIO DE JESUS
Sabemos pelo Novo Testamento que tanto o lugar onde Tesus foi crucificado quanto o lugar onde foi sepultado ficavam foram dos muros de Jerusalém, pois a lei judaica não permitia sepultamentos dentro da cidade. Os dois lugares propostos com mais freqüência para o túmulo vazio de lesus ficam ao norte da Terusalém do século I. O local chamado de "túmulo do jardim" só foi identificado no final do século XIX pelo general Charles Gordon. Usando como indicação a designação "lugar da caveira" e observando que duas cavernas num morro próximo pareciam as órbitas dos olhos de uma caveira, ele propôs 'um novo lugar para a crucificação que ficou conhecido como "Calvário de Gordon" O túmulo do iardim fica perto do Calvário de Gordon e fora do muro da Jerusalém moderna. A popularidade desse local se deve, em grande parte, à sua simplicidade serena. Porém, esse não pode ser o local do sepultamento de Jesus, pois não é um túmulo do século I. Na verdade, é bem mais antigo; pode ser datado do século VIII ou VIl a.C. Desde 326 d.C., o local do túmulo de lesus é marcado pela Igreja do Santo Sepulcro. Não há praticamente nenhum vestígio do túmulo original, pois este foi destruído em 1009 .C. pelo califa Hakim, considerado um louco. Porém, uma descrição feita por um peregrino francês chamado Arculf por volta de 680 .C., dando conta de que havia uma bancada que ia de uma extremidade à outra sem divisões, sobre a qual havia espaço suficiente para estender uma pessoa de costas, condiz com a forma dos túmulos mais sofisticados do século I. Um aspecto controverso é a posicão desse local, a saber, se ficava, de fato, fora do segundo muro no norte de Jerusalém. Nenhum vestígio desse segundo muro foi descoberto nessa parte da cidade, mas uma pedreira encontrada 40 m ao sul da Igreja do Santo Sepulcro e várias sepulturas nos arredores da igreja parecem indicar que esse lugar ficava ao norte do segundo muro de Terusalém e, portanto, fora da cidade. É possível, então, que o local seja autêntico.

A última semana da vida de Jesus

Os números referem-se, em ordem cronológica, aos acontecimentos da última semana da vida de jesus.

Referências

Mateus 26:47-50;

Marcos 14:43-46;

Lucas 22:47-54;

João 18:2-12

Mateus 27:33

Marcos 15:22

João 19.17

Marcos 15:24

Lucas 23:33

João 19.18

Mateus 27:51-52

Mateus 28:13

João 19.17

Hebreus 13:12

A última semana da vida de Jesus
A última semana da vida de Jesus
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.

ROMA

56 d.C.
PAULO E PEDRO EM ROMA
Em 57 d.C., durante sua estadia em Corinto, Paulo escreveu aos cristãos de Roma. Passaram-se mais três anos até que ele pudesse visitá-los. O apóstolo permaneceu dois anos em Roma (60-62 d.C.) sob prisão domiciliar' e é provável que tenha ficado preso novamente durante o governo do imperador Nero (66-67 d.C.), quando escreveu II Timóteo, sua última carta. De acordo com a tradição, Paulo foi decapitado em Roma, junto à Via Ostia. A Igreja das Três Fontes, próxima ao terceiro marco miliário, indica o local de sua execução, e a Basílica de São Paulo fora dos Muros, cerca de 1,5 km mais próxima da cidade, marca o local de seu sepultamento. A tradição também afirma que Pedro teve um fim semelhante, mas foi crucificado.° A Basílica de São Pedro, igreja mundialmente famosa no monte do Vaticano, marca o lugar tradicional de seu sepultamento.

ROMA NO TEMPO DE PAULO
Roma se desenvolveu nas imediações do primeiro ponto de travessia do rio Tibre, a cerca de 20 km do mar. Sete colinas - Capitolina, Palatina, Quirinal, Viminal, Esquilina, Celia e Aventina- foram circundadas pelo "muro de Sérvio", datado do século IV a.C., encerrando uma área de 426 hectares. Apesar de um incêndio ter destruído metade do centro de Roma em 64 d.C., vários monumentos existentes no tempo de Paulo sobreviveram, ainda que nem sempre em sua forma original.
O foro de Roma, antigo mercado da cidade, com cerca de 175 m de comprimento por 60 m de largura, ficava num vale entre cinco das sete colinas. A medida que a cidade foi crescendo, as lojas foram transferidas para outros lugares e o foro adquiriu um papel cerimonial. Foi ornamentado com estátuas e colunas comemorativas de vitórias e cercado de pórticos e colunatas. O primeiro foro foi expandido com o acréscimo dos foros de César e Augusto. Ruínas de vários templos ainda podem ser vistas. O mausoléu de Augusto, um cilindro de pedra gigantesco com 88 m de diâmetro e 44 m de altura, com árvores ao redor e uma estátua de bronze de Augusto no alto, se encontra parcialmente preservado junto ao rio Tibre, no norte da cidade. Augusto se gabou de ter encontrado Roma construída com tijolos e tê-la deixado construída com mármore.
O teatro de Marcelo, datado de 23-13 a.C. tinha capacidade para cerca de onze mil espectadores. Dois de seus três andares ainda se encontram parcialmente preservados. O Circus Maximus ocupava o espaço entre as colinas Palatina e Aventina. Construído por Júlio César em 46 a.C., recebeu ampliações posteriores e chegou a ter mais de 600 m de comprimento, mais de 200 m de largura e capacidade para duzentas e cinquenta e cinco mil pessoas. No final da pista de corrida ficava a spin ao redor da qual quatro quadrigas percorriam sete voltas (8,4 km). No século IV, o centro da spina recebeu o obelisco de granito vermelho de Ramsés II (1279-1213 a.C.), um monumento com 32 m de altura, hoje na Piazza del Popolo. Algumas pontes romanas construídas sobre o rio Tibre, como Sublicius, Fabricius e Mulvius, ainda estão em uso hoje em dia.
Catorze aquedutos traziam para a cidade diariamente cerca de um bilhão de litros de água. O grande Aqua Claudia, iniciado em 38 d. C., trazia para Roma água de Subiaco, a 72 km da cidade. Alguns dos arcos que ainda restam dessa construção têm mais de 30 m de altura. Um enorme alojamento de tijolos foi construído para a guarda pretoriana na parte nordeste da cidade. De acordo com registros do início do século IV, Roma possuía 1.797 casas particulares e 46.602 conjuntos habitacionais ou insulae. Partes de vários deles ainda podem ser vistos hoe em dia. Os prédios desses conjuntos eram construídos com cinco ou mais andares, até que Augusto limitou sua altura em 20 m e Nero baixou essa altura máxima para 18 m.° Construídos em concreto revestido com tijolos, muitos dos prédios tinham sacadas em todo o seu redor. Várias janelas grandes se abriam para a rua e para um átrio ou abertura central que permitia a entrada de luz. Uma vez que o vidro era um material raro, é provável que as janelas fossem fechadas com venezianas de madeira. Os moradores dos andares superiores não tinham água e os banhos e latrinas eram comunitários. Em geral, o nível térreo era ocupado por lojas e, como não é de surpreender, os incêndios não eram uma ocorrência rara. Vários túmulos fora da cidade foram preservados. Talvez o mais notável seja a pirâmide de Gaio Céstio, datado de 12 a.C., uma estrutura de concreto revestida de mármore branco.

ROMA DEPOIS DE PAULO
Muitas das construções mais importantes de Roma, como os balneários de Caracala, Diocleciano e Constantino, o mausoléu de Adriano (Castelo de Santo Ângelo), as colunas de Trajano e Marco Aurélio e os arcos de Tito, Septímio Severo e Constantino, são posteriores à visita de Paulo à cidade. Três dessas construções são dignas de comentários mais detalhados. O Coliseu, um enorme anfiteatro elíptico medindo 189 m por 156 m no vale entre as colinas Esquilina e Celia, foi construído entre 70 e 80 d.C. e podia abrigar mais de cinquenta mil pessoas. O anfiteatro possuía 76 entradas e foi inaugurado com cem dias de jogos, nos quais, em apenas um dia, foram usados cinco mil animais para entreter os espectadores. Também era palco de competições de gladiadores e simulações de batalhas navais. O fato de muitos cristãos term sido martirizados nesse local garantiu sua preservação pela igreja católica. O Panteão, datado de 120-124 d.C., era um templo circular dedicado a todos os deuses, construído em concreto revestido de tijolos, com 43 m de altura e diâmetro. O ambiente é iluminado pela luz natural que entra por uma abertura circular com 8 m de diâmetro no meio da cúpula. Durante o império, Roma se expandiu muito além dos muros de 10 km de extensão construídos no século IV a.C. Mas foi só em 271 .C., depois de uma incursão de tribos germânicas no vale do Pó, que o imperador Aureliano ordenou a construção de muros novos. Com 3,5 m de espessura e construídos em concreto revestido com tijolos, esses muros levaram dez anos para serem concluídos. Com uma extensão total de 19 km, possuíam dezoito portas principais e uma torre quadrada a cada 30 m. Esses muros cercavam uma área de 1.372 hectares.

A CAPITAL DO IMPÉRIO
Roma era a capital de um império que, no século II d.C., se estendia da muralha de Adriano, no norte da Inglaterra, até o rio Eufrates, no leste da Turquia, e do rio Danúbio ao deserto do Saara. Calcula-se que o império possuía 50 a 60 milhões de habitantes, talvez um quinto ou um sexto da população do mundo na época. Em seu auge, a população de Roma pode ter chegado a um milhão, dos quais quatrocentos mil eram escravos. Em 20 a.C., Augusto colocou um marco de miliário dourado no foro romano. Na realidade, o marco era uma coluna de pedra decorada com placas de bronze banhado a ouro com inscrições
registrando a distância entre Roma e as principais cidades do império. Roma era o centro de um sistema viário cont mais de 85.000 km de estradas. Produtos de todas as partes do império e de outros lugares podiam ser encontrados em Roma. Silos gigantescos foram construídos a região sul da cidade, junto ao rio Tibre, para armazenar cereais do Egito. Calcula-se que Roma consumia, por ano, cerca de 150.000 toneladas de cereais, 75 milhões de litros de vinho e 20 milhões de litros de azeite que era usado para fins alimentares e para iluminação. Perto do Tibre, uma oitava colina (Monte Testaccio) com 30 m de altura e 800 m de diâmetro foi criada com ânforas (recipientes de azeite) quebradas. Calcula-se que a colina é formada por 53 milhões de ânforas despedaças, com capacidade total para 2 bilhões de litros de azeite.

ALÉM DE ROMA: A NOVA JERUSALÉM
O apóstolo João foi exilado na ilha grega de Patmos, provavelmente durante o governo do imperador romano Domiciano (81-96 d.C.). No livro de Apocalipse, João fornece uma descrição detalhada de produtos comercializados em Roma: "Mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; e canela de cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas" (Ap 18:12-13).
A cidade em sua descrição é chamada de "Babilônia", da qual o juízo vem em uma só hora. Não se sabe ao certo se João estava se referindo especificamente a Roma, porém uma referência às sete colinas (ou "montes") em Apocalipse 17:9 dá espaço para esta suposição. Pode ser mais provável que, em última análise, o apóstolo esteja antevendo a queda de todo o sistema mundial. Não há dúvida que João olha além de Roma e vislumbra a substituta da Babilônia, a Nova Jerusalém. "Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada" (Ap 21:22-23).

 

Referências:

Atos 28:16-30

Apocalipse 18:10

Planta urbana de Roma Capital do império, Roma tinha cerca de um milhão de habitantes.
Planta urbana de Roma Capital do império, Roma tinha cerca de um milhão de habitantes.
O fórum romano; ao fundo, o Coliseu.
O fórum romano; ao fundo, o Coliseu.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

14 de nisã

Jerusalém

Jesus identifica Judas como traidor e o dispensa

Mt 26:21-25

Mc 14:18-21

Lc 22:21-23

Jo 13:21-30

Institui a Ceia do Senhor (1Co 11:23-25)

Mt 26:26-29

Mc 14:22-25

Lc 22:19-20, Lc 24:30

 

Profetiza que Pedro o negaria e que os apóstolos o abandonariam

Mt 26:31-35

Mc 14:27-31

Lc 22:31-38

Jo 13:31-38

Promete ajudador; ilustração da videira; ordena que se amem; última oração com apóstolos

     

Jo 14:1Jo 17:26

Getsêmani

Angustiado no jardim; traído e preso

Mt 26:30, Mt 36:56

Mc 14:26, Mc 32:52

Lc 22:39-53

Jo 18:1-12

Jerusalém

Interrogado por Anás; julgado por Caifás no Sinédrio; Pedro o nega

Mt 26:57Mt 27:1

Mc 14:53Mc 15:1

Lc 22:54-71

Jo 18:13-27

O traidor Judas se enforca (At 1:18-19)

Mt 27:3-10

     

Perante Pilatos, depois perante Herodes e de novo perante Pilatos

Mt 27:2, Mt 11:14

Mc 15:1-5

Lc 23:1-12

Jo 18:28-38

Pilatos quer libertá-lo, mas judeus preferem Barrabás; sentenciado à morte numa estaca

Mt 27:15-30

Mc 15:6-19

Lc 23:13-25

Jo 18:39Jo 19:16

(Sexta-feira, c. 3 h da tarde)

Gólgota

Morre na estaca de tortura

Mt 27:31-56

Mc 15:20-41

Lc 23:26-49

Jo 19:16-30

Jerusalém

Seu corpo é tirado da estaca e sepultado

Mt 27:57-61

Mc 15:42-47

Lc 23:50-56

Jo 19:31-42

15 de nisã

Jerusalém

Sacerdotes e fariseus solicitam que o túmulo seja lacrado e vigiado

Mt 27:62-66

     

16 de nisã

Jerusalém e proximidades; Emaús

Jesus é ressuscitado; aparece cinco vezes aos discípulos

Mt 28:1-15

Mc 16:1-8

Lc 24:1-49

Jo 20:1-25

Após 16 de nisã

Jerusalém; Galileia

Aparece outras vezes aos discípulos (1Co 15:5-7; At 1:3-8); dá instruções; comissão de fazer discípulos

Mt 28:16-20

   

Jo 20:26Jo 21:25

25 de íiar

Monte das Oliveiras, perto de Betânia

Jesus sobe aos céus, 40 dias depois de sua ressurreição (At 1:9-12)

   

Lc 24:50-53

 

A última semana de Jesus na Terra (Parte 2)

12 de nisã
PÔR DO SOL (Dias judaicos começam e terminam ao pôr do sol)NASCER DO SOL

Dia tranquilo com os discípulos

Judas combina a traição

Mateus 26:1-5, Lc 14:16

Marcos 14:1-2, Mc 10, 11

Lucas 22:1-6

PÔR DO SOL
13 de nisã
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pedro e João preparam a Páscoa

Jesus e os outros apóstolos chegam no final da tarde

Mateus 26:17-19

Marcos 14:12-16

Lucas 22:7-13

PÔR DO SOL
14 de nisã
PÔR DO SOL

Celebra a Páscoa com os apóstolos

Lava os pés dos apóstolos

Dispensa Judas

Estabelece a Ceia do Senhor

Mateus 26:20-35

Marcos 14:17-31

Lucas 22:14-38

João 13:1–17:26

É traído e preso no jardim de Getsêmani

Apóstolos fogem

Julgado pelo Sinédrio na casa de Caifás

Pedro nega Jesus

Mateus 26:36-75

Marcos 14:32-72

Lucas 22:39-65

João 18:1-27

NASCER DO SOL

Perante o Sinédrio pela segunda vez

Levado a Pilatos, depois a Herodes e de novo a Pilatos

Sentenciado à morte e executado em Gólgota

Morre por volta das 3 h da tarde

O corpo é tirado da estaca e sepultado

Mateus 27:1-61

Marcos 15:1-47

Lucas 22:66Lc 23:56

João 18:28– jo 19:42

PÔR DO SOL
15 de nisã (sábado)
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pilatos autoriza colocar soldados de guarda no túmulo de Jesus

Mateus 27:62-66

PÔR DO SOL
16 de nisã
PÔR DO SOL

Aromas são comprados para sepultamento

Marcos 16:1

NASCER DO SOL

É ressuscitado

Aparece aos discípulos

Mateus 28:1-15

Marcos 16:2-8

Lucas 24:1-49

João 20:1-25

PÔR DO SOL

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Wesley Caldeira

jo 18:3
Da Manjedoura A Emaús

Categoria: Livro Espírita
Ref: 11457
Capítulo: 17
Wesley Caldeira
Wesley Caldeira
Jesus era chamado quase sempre de rabi, quer dizer, mestre.
Esse título não era oficial; era como o povo se dirigia aos que ensinavam e tinham discípulos.
O clero em Israel era formado por níveis hierárquicos, a começar pelo sumo sacerdote em exercício. O comandante do Templo era o assistente do sumo sacerdote e gerenciava os outros sacerdotes chefes. Esse cargo era pressuposto para se tornar sumo sacerdote.
Abaixo do comandante do Templo estava o sacerdote que regulava o revezamento dos 24 grupos de sacerdotes que, dispersos pela Judeia e pela Galileia, compareciam uma vez a cada 24 semanas em Jerusalém, alternadamente, para oficiar as atividades diárias do Templo junto à população (holocaustos, sacrifícios pelos pecados, sacrifícios de reparação e de comunhão). Cada grupo de sacerdotes possuía seu respectivo chefe. Todos somavam aproximadamente 7.200 sacerdotes.
Zacarias, pai de João Batista, era um deles, da classe de Abias, a oitava das 24 classes. Isabel, sua mulher, era filha de sacerdote. (LUCAS, 1:5.)
Nas festas, todos os grupos de sacerdotes eram convocados conjuntamente para suprir as enormes demandas de atividades.

Depois do chefe do revezamento semanal, estavam os chefes das quatro a nove seções diárias que faziam parte da seção semanal.
Na ordem hierárquica seguinte, vinha um sacerdote chefe destacado para zelar pela vigilância do Templo, que dispunha da guarda.
Mais abaixo na hierarquia, funcionavam pelo menos três sacerdotes chefes tesoureiros, com vários auxiliares. Eles administravam as finanças do Templo: as rendas, os capitais, os contratos, as vendas de oferendas e as compras.
Por fim, como assistentes subalternos estavam os levitas, que constituíam o “baixo clero”, sem serem sacerdotes, divididos igualmente em 24 seções semanárias. O grupo mais eminente de levitas era formado pelos cantores e músicos das liturgias do Templo. O outro grupo reunia os demais funcionários, cerca de 9.600 levitas: guardas, porteiros, faxineiros etc. Foi essa guarda levítica, reforçada pelos guardas do sumo sacerdote em exercício e por soldados romanos, que prendeu Jesus. (JOÃO, 18:3.) Alguns levitas tinham destaque no campo intelectual; eram escribas, como José Barnabé, um dos líderes da cristandade primitiva, companheiro de Paulo em sua primeira viagem apostólica.
O título de sacerdote e de levita músico era transmitido por herança. Não havia outra forma de aquisição dessas dignidades. Uma pesquisa detalhada da genealogia do candidato era feita nos arquivos do Templo para se verificar a pureza da descendência. A idade canônica para tornar-se sacerdote era de 20 anos.
Israel era uma teocracia. O clero se localizava no topo sociopolítico e econômico da classe alta, que era composta também pela nobreza leiga, não religiosa. A nobreza sacerdotal era fabulosamente rica, enquanto os sacerdotes comuns recebiam baixos salários.
Todos aqueles classificados como chefes tinham jurisdição sobre os demais sacerdotes e integravam o Sinédrio, a corte suprema da nação, junto com os sumos sacerdotes passados, os escribas e os anciãos, num total de 71 membros.

O Sinédrio, assim, tinha formação tríplice: sacerdotes, escribas e anciãos.
Aqueles chamados anciãos, ou, conforme LUCAS, 19:47, os “chefes do povo”, os notáveis, os grandes de Israel, representavam a nobreza leiga, os chefes de família não sacerdotes, de expressão política e econômico- financeira. Era o caso de José de Arimateia.
Grande parte dos membros da nobreza leiga eram saduceus.
Os saduceus constituíam um partido religioso fundado próximo de 250 a.C.; sua doutrina aceitava Deus, mas negava a ressurreição dos mortos, ou seja, a imortalidade da alma, e preceituava gozar o mais possível dos bens que a Providência divina favorecesse para a vida terrena. Uma vida sábia e honrada seria recompensada na vida física; o sucesso material seria símbolo de uma vida religiosamente pura. Pode-se dizer que eram os materialistas e sensualistas de Israel. Invariavelmente eram ricos, e os sacerdotes que ocupavam os lugares principais na hierarquia do Templo, sobretudo o sumo sacerdote, costumavam ser saduceus.
Após a guerra contra os romanos, entre 66 e 70 d.C., a nobreza leiga e a nobreza sacerdotal, saduceias, entram em declínio. Uma nova classe ascende, a dos escribas, os doutores da Lei.
Diferentemente dos nobres leigos e sacerdotes, os escribas não se baseavam em privilégio de origem, e alguns escribas famosos tiveram até sangue pagão. Pessoas de todas as camadas sociais podiam ser escribas, embora a maior parte deles fosse das camadas do povo, não abastadas: mercadores, artesãos, carpinteiros, fabricantes de tendas, trabalhadores diaristas, quase miseráveis, como o célebre Hilel, da Babilônia. Pouquíssimos escribas eram ricos na época de Jesus. Aqiba, o venerado doutor da Lei, e sua mulher dormiam sobre a palha no inverno; Yuda ben Elai tinha uma só capa, que ele e a mulher usavam alternadamente para sair, e seis dos seus discípulos só tinham um casaco para se cobrirem.
Nicodemos e Gamaliel (ATOS DOS APÓSTOLOS, 22:3), ao contrário, eram doutores de famílias nobres e ricas, e vestiam a túnica dos escribas de posses, em forma de filactérios, caindo até os pés, com longas franjas. (MATEUS, 23:5.)
Joachim Jeremias (2005, p. 320) salienta que o saber era o único e exclusivo fator do poder dos escribas. Quem desejasse se agregar a eles seguia um ciclo regular de estudos em alguns anos, passando de discípulo a rabi. Até os 40 anos, seria “doutor não ordenado”. Alcançada essa idade, era recebido, mediante ordenação, na corporação dos doutores. Estava, com isso, autorizado a fornecer pareceres sobre questões religiosas e legais, inclusive ser juiz em processos criminais e civis. Aliás, no século I, vários cargos importantes da administração pública, anteriormente ocupados apenas por sacerdotes e nobres, estavam dominados pelos escribas.
No tempo de Jesus, o título de rabi ainda era dado como título honorífico geral, mesmo a quem não houvesse adquirido formação acadêmica, ou rabínica. A designação estava em evolução. Só mais adiante seria reservada exclusivamente aos escribas ordenados.
O grande prestígio dos escribas se concentrava não somente no serem detentores do conhecimento, mas especialmente no serem portadores de conhecimentos esotéricos, não revelados aos leigos, a ciência secreta sobre as maravilhas da criação, do homem e de bar nasa, o “Filho do Homem”. Para essas questões, os ensinos eram particulares e versavam sobre teosofia e cosmogonia. Os ensinamentos esotéricos não constituíam teses isoladas, mas verdadeiros sistemas doutrinários atribuídos à inspiração divina. Do ponto de vista histórico e social, os escribas são os possuidores da ciência secreta de Deus e são os sucessores dos profetas. O povo venerava os escribas como antes fizera aos profetas. À passagem deles, as pessoas se levantavam; nos banquetes, ocupavam os primeiros lugares; nas sinagogas, lugares exclusivos eram destinados a eles. (JEREMIAS, 2005, p. 323-328.)
Jesus também reservara muitos ensinos estritamente aos ouvidos dos apóstolos e discípulos. Nicodemos, quando o visitou, estava interessado em aprofundamentos quanto ao reino de Deus e à salvação, e obteve a confirmação da reencarnação.
Na carta aos HEBREUS, 5:13 e 14, Paulo observa que a criancinha apenas amamenta, não pode degustar algo que curiosamente chama de “doutrina da justiça”; os adultos, porém, possuem o senso moral exercitado para discernir o bem e o mal, e recebem alimento sólido.
A ascensão dos escribas irá alterar profundamente a dinâmica da vida judaica, depois da queda do Templo, no ano 70. De uma aristocracia baseada no sangue, as comunidades israelitas passarão a ser dirigidas por uma aristocracia intelectual, baseada no mérito pessoal.
A maioria dos escribas era composta de fariseus, como fora Paulo, mas também havia escribas saduceus.
Os fariseus formavam um partido religioso de grande prestígio. Parte deles era constituída de escribas, notadamente os membros influentes. (JEREMIAS, 2005, p. 321.) Mas a maioria era do povo, sem formação de escriba.
Fariseu (perushim) significa separado: a “verdadeira comunidade de Israel”, “a comunidade santa” idealizada fazia mais de um século para duas finalidades: resistir à penetração das tendências gregas na cultura judaica e opor-se aos saduceus.
Os fariseus se sentiam mais judeus que os outros e eram conservadores ortodoxos dos preceitos da Lei, severos observadores das práticas exteriores e ostentadores de virtudes.
De origem contemporânea à dos essênios, viram-se os fariseus, com as lutas políticas e religiosas, valorizados junto à população, até que Herodes, o Grande, acabou por ceder-lhes honras e privilégios, projetando- os para dentro do Poder. Formavam um partido das massas, lutando, em termos sociais e religiosos, contra as pretensões da aristocracia saduceia. Se na ordem religiosa, no tempo de Jesus, os fariseus detinham predominante influência, inclusive definindo prescrições litúrgicas do Templo, na administração pública o seu domínio só iria sobrepor-se aos saduceus após a primeira guerra contra os romanos (66–70 d.C.). Na verdade, os fariseus formavam várias comunidades dentro de uma mesma cidade, com seus chefes e assembleias, como acontecia em Jerusalém, todas elas comprometidas em observar o regulamento geral da grande comunidade quanto às regras de pureza e quanto ao dízimo.
Ao mesmo tempo em que representavam o povo, recebendo uma adesão incondicional das massas, os fariseus se “separavam” da população que não observava as prescrições sobre pureza e dízimo. Joachim Jeremias (2005, p. 359) relata que o comércio, o casamento e a comensalidade com o não fariseu, suspeito de impureza, receberam proibições e limitações.
Na esteira das grandes religiões e correntes filosóficas da Antiguidade, essênios, saduceus e fariseus viviam, de variadas maneiras, isolados do povo.
Os essênios viviam em suas comunidades fechadas, sob as rigorosas regras de seus monastérios.
Os saduceus estavam encastelados em seus palácios e em suas posições no Templo, no ponto mais alto de um abismo socioeconômico e religioso.
Os fariseus se afastavam pelo impenitente preconceito religioso cultivado contra o homem comum.
E Jesus?
Jesus foi o rabi dos desfavorecidos e desprezados de Israel.
Exceção feita a alguns notáveis, era a boca do povo simples que se comprazia em chamá-lo raboni, mestrezinho.
A distância entre a camada social alta e a camada média e baixa fez que muitos dividissem as sociedades da Antiguidade em apenas duas classes — uma pequena classe superior e uma larga classe inferior. Os seguidores de Jesus pertenciam quase inteiramente à camada inferior.
A classe média era composta por não assalariados: artesãos com oficinas próprias, pequenos comerciantes, estalajadeiros etc.

A classe pobre (am ha’aretz – pessoas da terra) era formada pelos diaristas alugados, aqueles que garantiam a subsistência pelo trabalho assalariado (um denário por dia, mais a refeição). Também era integrada por aqueles (numerosos) que viviam da ajuda de terceiros ou do auxílio público: desempregados, mendigos, portadores de deficiências físicas ou mentais. A esses se juntavam, ainda, os escravos.
Jesus era de família muito pobre. Quando sua mãe compareceu ao Templo, após os quarenta dias do parto, para o sacrifício da purificação, ela precisou valer-se do “privilégio” dos pobres: em vez de ofertar o cordeiro de um ano e uma rolinha, apresentou duas rolinhas em substituição. (LUCAS, 2:24.) Cada rolinha custava um oitavo de denário, em Jerusalém. (JEREMIAS, 2005, p. 159.)
Ele não teve onde repousar a cabeça (MATEUS, 8:20); não levava dinheiro consigo, como revelaram os episódios do estáter16 encontrado na boca do peixe (MATEUS, 17:27) e do tributo a César (MATEUS, 22:21); e suas atividades missionárias eram subvencionadas pelos bens das mulheres discípulas (LUCAS, 8:3).
Desse quadro geral, entrevê-se a coragem de Jesus em desmascarar o comportamento dos saduceus, dos escribas e dos fariseus na exploração criminosa dos humildes, seja no episódio da expulsão dos vendilhões do Templo, seja na exprobação pública desses grupos.
Os escribas e os fariseus deveriam ser atendidos em todas as suas prescrições, mas não imitados em suas ações, porque não faziam o que diziam. (MATEUS, 23:1 a 3.) E as boas ações que praticavam, faziam-nas para serem vistos. Eram hipócritas, condutores cegos, sepulcros caiados por fora, raça de víboras, amigos do dinheiro (LUCAS, 16:14) e devoradores das casas das viúvas (MARCOS, 12:40).
Jesus não pretendeu criar um partido religioso, muito menos uma religião para o povo.
O reino de Deus que Ele anunciava está dentro das criaturas, e sua construção se desenvolve numa ligação com Deus em espírito e verdade. Deus “habita” a alma e não a magnificência dos templos.

Mas poucos séculos depois de Jesus, o movimento que Ele iniciou para difundir as leis morais e a ética desse reino sofreria uma grande e perniciosa transformação.
Nas primeiras comunidades cristãs, após a desencarnação dos apóstolos e dos primeiros discípulos, a direção dos trabalhos estava com aqueles que demonstrassem mais dons do Espírito e mais equilíbrio moral, ou santidade; isto é, a liderança se concentrava na autoridade espiritual e moral. No século II, entretanto, as comunidades começaram a ser dominadas pelas hierarquias. O poder dos bispos se sobrepôs ao valor dos dons espirituais (dos carismas) e da moralidade. Lentamente os dons espirituais passaram a ser malvistos. Os bispos se proclamavam sucessores dos apóstolos e elegiam patriarcas. O patriarca de Roma não demorou a sustentar sua supremacia sobre os outros patriarcados, lançando a base do papado, formalizado no século VII.
O termo “católico” vem do grego kata (junto) e holos (todo), designando o que é universal, o que abrange tudo e reúne todos. Inácio de Antioquia foi o primeiro a empregar esse termo para se referir à igreja cristã de Roma, no século II. No ano de 381, o caráter universal foi admitido como um atributo oficial da igreja romana, no concílio realizado em Constantinopla, colocando as demais igrejas abaixo dela.
Antes, porém, no Concílio de Niceia, primeiro concílio ecumênico da cristandade, em 325 d.C., ocorreu um dos marcos da desnaturação do ideal de Jesus. Nele, entre outros debates cristológicos, o arianismo foi apontado como doutrina herética. Para Arius, Jesus não era Deus. Para os bispos reunidos na cidade de Niceia, Jesus era Deus.
Contudo, algo mais grave iria acontecer no banquete celebrado na conclusão do Concílio de Niceia. Após o encerramento dos trabalhos, os bispos foram ao palácio do imperador romano Constantino e entraram com naturalidade, passando pela guarda real e pelo exército que fazia a segurança do lugar. Ingressando nos aposentos privativos do imperador, os bispos e patriarcas se reclinaram em torno da mesa, cercados por extremo conforto e, ao lado do imperador, esperavam que a criadagem servisse o fino repasto. O banquete do reino de Deus, anunciado na Boa-Nova como resultado da edificação espiritual do ser, estava sendo desfigurado em seu conceito, pois não se concilia com ambições de domínio exterior, principalmente as de influência e poder nos gabinetes da política do mundo.
Juan Arias (2001, p. 128), teólogo e filósofo que por quase quinze anos foi correspondente no Vaticano para o jornal El País, lembra que o governo central da Igreja foi copiado basicamente dos imperadores romanos: uma “monarquia absoluta”, “preocupada com os ricos e poderosos”, “contaminada pelos poderes mundanos e políticos”, que tirou “o ouro dos pobres para enriquecer seus templos”.
Jesus advertiu seus discípulos, quando censurava os maus escribas e os maus fariseus (MATEUS, 23:8 a 12):
— “Quanto a vós, não permitais que vos chamem ‘Rabi’, pois um só é o vosso Mestre e todos vós sois irmãos. A ninguém na Terra chameis ‘Pai’, que um só é o vosso Pai, o celeste. Nem permitais que vos chamem ‘Guias’, pois um só é o vosso guia, Cristo. Antes, o maior dentre vós será aquele que vos serve. Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado”.
Sendo assim, por que “padre”, do latim pater, “pai”? Por que “papa”, do grego páppas, “pai”?
Bonhoeffer, teólogo protestante morto num campo de concentração nazista, escreveu: “Jesus não chamou para uma nova religião, e sim para a vida”. (apud ARIAS, 2001, p. 131.)
A verdadeira religião de Jesus é a vida, mas uma vida em abundância com o próximo e com Deus.
“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. (JOÃO, 10:10.)
Jesus é o guia e o modelo para uma vida espiritualmente farta. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. (JOÃO, 14:6.)

As multidões ficavam extasiadas com seu ensinamento, porque “as ensinava com autoridade”. (MATEUS, 7:28 e 29.)
Guia e modelo, com autoridade.
Dois títulos apenas Ele aceitou: Mestre e Senhor.
“Vós me chamais de Mestre e Senhor e dizeis bem, pois eu o sou”. (JOÃO, 13:13.)
16 N.E.: Moeda de prata que valia quatro denários.


Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 18:3
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:47-56


47. E ainda falando ele, eis chegou Judas, um dos doze, e com ele grande grupo, com facões e paus (vindo) dos principais sacerdotes e anciãos do povo.

48. O que o entregaria dera a eles um sinal, dizendo: Quem eu beijar, é ele, prendei-o.

49. E logo aproximando-se de Jesus, disse: Salve, Mestre! e o beijou.

50. E Jesus lhe disse: "Amigo, vieste para isso"!

Então, aproximando-se (eles), puseram as mãos sobre Jesus e o prenderam.


51. E eis um dos (que estavam) com Jesus estendeu a mão e tirou o seu facão e feriu o servo do sumo-sacerdote e decepou-lhe a orelha.

52. Então disse-lhe Jesus: "Repõe teu facão no lugar dele, pois todos os que pegam o facão, morrerão pelo facão";

53. ou pensas que não posso chamar meu Pai, que me porá à disposição agora mais de doze legiões de mensageiros?

54. Como, pois, se cumprirão as Escrituras que (dizem) dever acontecer assim"?

55. Naquela hora, disse Jesus ao grupo: "Como sobre um salteador saístes com facões e paus para prender-me? Cada dia eu me sentava no templo ensinando, e não me agarrastes.

56. Mas tudo isso aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas". Deixandoo, então, todos os discípulos fugiram.

LC 22:47-53


47. Falando ele ainda, eis um grupo, e um dos doze, o chamado Judas, vinha à frente, e chegou a Jesus para beijá-lo.

48. E Jesus lhe disse: "Judas, com um beijo entregas o Filho do homem?

49. Vendo, porém, os (que estavam) em redor dele o (que ia) ocorrer, disseram: Senhor, ferimos com o facão?

50. E um deles feriu o servo do sumo-sacerdote e decepou-lhe a orelha direita.

51. Respondendo, porém, Jesus disse: "Deixa até isso", e, tendo tocado a orelha, curou-o.

52. E disse Jesus aos que vieram a ele, principais sacerdotes e oficiais do templo e anciãos: "Como sobre um salteador saístes com facões e paus?

53. Cada dia, estando eu convosco no templo, não pusestes a mão sobre mim; mas esta é a vossa hora e o poder das trevas".

MC 14:43-52


43. E logo, ainda falando ele, achegou-se Judas, um dos doze, e com ele um grupo com facões e paus (vindo) dos sacerdotes principais, dos escribas e dos anciãos.

44. Deu-lhes, o que o entregaria, uma senha, dizendo: Quem eu beijar, é ele, prendei-o e levai-o com cuidado.

45. E logo chegando, disse-lhe: Rabbi! e o beijou.

46. E puseram-lhe as mãos e o prenderam.

47. Um dos presentes, tirando o facão golpeou o servo do sumo-sacerdote e decepou-lhe a orelha.

48. E respondendo, Jesus disse-lhes: "Como sobre um salteador, saístes com facões e paus para prender-me?

49. Cada dia eu estava convosco ensinando no templo e não me agarrastes; mas para que se cumpram as Escrituras".

50. E deixando-o, todos fugiram.

51. E certo jovem segue-o, envolvido num lençol sobre o (corpo) nu, e o agarraram.

52. Mas ele, tendo largado o lençol, fugiu nu.

JO 18:2-12


2. Judas, que o entregaria, também conhecia o lugar, porque muitas vezes ali Jesus se reunira com seus discípulos.

3. Então, tendo Judas recebido dos principais sacerdotes a escolta e dos fariseus os servos, chegou ali com fachos, archotes e paus.

4. Sabendo, pois, Jesus tudo o que lhe aconteceria, aproximando-se disse-lhes: "Quem procurais"?

5. Responderam-lhe: Jesus, o nazoreu. Disse-lhes: "Sou eu". Também estava com eles Judas, que o entregava.

6. Quando, porém, lhes disse: "Sou eu", afastaramse para trás e caíram no chão.

7. De novo, então, Jesus perguntou: "Quem procurais"? Eles disseram: Jesus, o nazoreu.

8. Respondeu Jesus: "Disse-vos que sou eu: se então me procurais, deixai estes irem".

9. Para que se cumprisse a palavra que dissera: "Os que me deste, não perdi nenhum deles".

10. Então, tendo Simão Pedro um facão, tirou-o e feriu o servo do sumo-sacerdote e decepoulhe a orelha direita; Malco era o nome do servo.

11. Disse então Jesus a Pedro: "Põe o facão na bainha; a taça que me deu o Pai, não a beberei"?

12. Então a escolta e o tribuno e os servos dos judeus prenderam Jesus e o algemaram.



O episódio narrado pelos quatro evangelistas retrata a movimentação da ocorrência, salientando cada um os pormenores que mais feriram sua atenção, gravando-se na memória deles mesmos ou dos informantes, no caso de Lucas. Daí a desordem aparente das quatro narrativas. Bem sabido que as testemunhas mesmo oculares sempre contam os fatos com divergências.


Lendo, todavia, cuidadosa e atentamente, podemos chegar a reconstruir a sequência da ação, com a seguinte ordem provável dos acontecimentos daquela noite:
1. Chegada do grupo, com Judas alguns passos à frente;

2. beijo e saudação;

3. resposta de Jesus;

4. pergunta dos discípulos se devem reagir;

5. reação intempestiva de Pedro;

6. resposta a Pedro;

7. cura da orelha;

8. Jesus aproxima-se do grupo e pergunta a quem procuram;

9. ao responder, sofrem impacto;

10. nova pergunta de Jesus;

11. recomendação de não tocar nos discípulos;

12. censura ao grupo de vir à noite e às escondidas;

13. fuga dos discípulos;

14. prisão de Jesus;

15. fuga do jovem que ali ficara.

Enquanto ainda falava Jesus, avisando da chegada do grupo, irrompe este, trazido por Judas, "para que se cumprissem as Escrituras". Não eram soldados romanos, embora João fale em "tribuno" (chiliárchos), tanto que traziam facões (máchaira) e paus (xylos) e não espadas (xiphós) nem lanças (lógchê), como João emprega tecnicamente em 19:34.


Pode explicar-se que tivessem vindo com fachos (phanôn) e archotes (lampádôn), apesar de ser noite de lua cheia (14 de nisan), pois no jardim havia a gruta onde Jesus costumava permanecer, e essa perman ência em total escuridão. Justamente por ser escuro e não poderem reconhecer fisionomias, é que Judas necessitava indicar claramente qual daqueles homens era Jesus.


O grupo fora enviado pelo pessoal do templo e não pelas autoridades romanas, e recebera a senha de reconhecimento: o beijo respeitoso na face, como o faziam todos os discípulos ao saudarem seu mestre, com a fórmula judaica shalôm Rabbi, "salve Mestre", que o grego traduz pela expressão usual entre os helenos: chaíre! Mas Judas não deixa de recomendar aos capangas que não se excedam, e "o levem com todo o cuidado", pois aquele homem merece toda a consideração.


Jesus lhe recorda que "ele veio para isso", e continua sendo o "amigo" (hetaíre, eph’hó párei). O texto é seguramente assertivo, e não interrogativo, como é dado nas traduções vulgares ("amigo, a que vieste" ?). Nas inscrições das taças de vinho dessa época, lemos frequentemente: euphraínoô, eph’hó párei ou seja, "alegra-te, para isso vieste" (ou "estais aqui"); e’ encontramos, até mesmo, a frase completa de Jesus: hetaíre, eph’hó párei (cfr. Max Zerwick, Graecitas Bíblica", Roma, 1960, n. º 221ss – antigo 167ss -; e também Zorell, "Verbum Domini", ano 9 (1920) pág. 112-116; e mais E. C. E. Owen, "Journal of Theologic Studies", ano 29 (1927-28), pág. 384-386).


A frase registrada por Lucas ("Judas, com um beijo entregas o Filho do homem"?), depois de tudo o que ocorrera, assume sentido irônico, inconcebível naqueles instantes de suprema tensão. Mas os códices são unânimes em citá-la, o que não levanta suspeitas contra o fato de encontrar-se ela no original lucano.


Outra frase em que Lucas difere dos outros, é a pergunta atribuída aos discípulos: "Senhor, ferimos com o facão"? E sem esperar resposta, para não perder tempo, Pedro, impulsivo como sempre, puxa o facão da bainha e acomete contra um servo do Sumo-Sacerdote. Também essa pergunta, na confusão do momento, não parece retratar o ocorrido. Mas, tal como a primeira, esta segunda frase dá impressão de acréscimos posteriores, por conta de quem narrou a Lucas o ocorrido.


Após o gesto impensado de Pedro, que poderia ter provocado um tumulto perigoso, pela inferioridade numérica dos discípulos, o Mestre olha para ele e acalma-o: "deixa até isso", ou seja: "não interfiras, porque até isso está certo e previsto". E jogo após o aviso, para que se precavenha contra possíveis carmas negativos: "põe o facão na bainha dele, pois quem usa o facão, morre pelo facão". Era a confirma ção, na prática, do ensino teórico anteriormente dado: "não resistais ao homem mau" (MT 5:39, vol. 2).


Jesus não quer saber de violência: toma a orelha do servo, que João diz chamar-se "Malco" e a cura, segundo Lucas apenas. Temos a impressão de que o informante de Lucas contou que Pedro decepara a orelha do servo e Lucas pergunta: "Qual"? para ser esclarecido de que foi a "direita". E depois indaga: " Mas ele ficou assim ferido"? e o informante: "Não, Jesus o curou. Então o evangelista teve o cuidado de consignar a cura, que os outros calaram. Sua profissão médica o induziu a esse cuidado. A orelha talvez não tenha sido totalmente arrancada: pode ter ficado presa pela pele, quando Pedro desceu o facão de cima para baixo, e o servo desviou a cabeça para o lado esquerdo, de forma que só foi atingida a orelha direita.


Segundo João (episódio omitido nos sinópticos) Jesus se aproxima da malta e pergunta "A quem procuram" . A resposta é rápida: "Jesus, o nazoreu". No original não está ‘nazareno’, forma que só aparece em Marcos (1:24, 10:47; 14:67 e 16:6) e Lucas (4:34 e 24:19). A forma "nazoreu" está em Mateus (2:23 e 26:71), em Lucas (Lucas 18:37); em João (18:5 e 7 e em 19:19) e nos Atos (2:22; 3:6; 4:10; 6:14; 22:8; 24:5 e 26:9), podendo reler-se o que escrevemos no vol. 1.


Afirma João que, quando Jesus dá a resposta "Sou eu", o bando sentiu tal impacto, que deu um pulo para trás, atropelando-se, pelo que alguns caíram no chão. Dada a confusão, Jesus espera que se recomponham e repete a pergunta, obtendo a mesma resposta e retrucando da mesma forma. Mas já agora não há mais confusão. Então o Mestre pode concluir seu pensamento: "se é a mim que procurais, deixai que estes vão embora". Observamos que não os chama de "discípulos" para não atrair sobre eles o perigo de serem presos também.


E João anota que isso foi feito para realizar-se o que Jesus havia dito: "não perdi nem um dos que me deste" (JO 17:12). Depois disso é que João coloca o arremesso de Pedro contra o servo do sumosacerdote, mas tudo indica que o fato se deu antes: não se compreenderia que, depois de liberados para irem embora. Pedro tivesse avançado contra o grupo, pois isso teria anulado a recomendação de Jesus.


O que temos a seguir é a censura que o Mestre faz, demonstrando Sua estranheza de não terem tido a coragem de prendê-Lo quando estava a ensinar publicamente no templo, e viessem a fazê-lo como a um salteador, na escuridão da noite. Agostinho (Patrol. Lat. vol. 33, col. 981/982) comenta: Quid est nisi potestas diáboli et angelorum ejus, qui cum fuissent angeli lucis, facti sunt tenebrae, isto é. "por que, senão porque o poder do diabo e de seus anjos, que tinham sido anjo, de luz. se tornaram anjos das trevas"?


Depois disso, quando se aproximaram de Jesus e o algemaram (édêsan), todos os discípulos fugiram: pareceu-lhes perdida a batalha. Mas, por não pertencer ao grupo, um jovem (neanískos), que pelo adjetivo grego devia estar entre 14 e 16 anos, ali ficara a olhar. Estava nu, apenas enrolado num lençol de linho (síndona epì gymnoú), o que dá a entender que era de família abastada, pois os pobres dormiam com a mesma roupa com que andavam durante o dia, jogando-se em cima do enxergão; só os mais providos de meios, que possuíam lençóis, é que tiravam a roupa e dormiam nus, cobrindo-se com lençol. Mas isso ainda revela que esse mocinho devia morar próximo ao local, talvez na casa do jardim de Getsemani, e por isso despertara com o movimento e o barulho; enrolando-se, então, no lençol, viera ver o que se passava.


Quando, porém, um dos homens o agarrou, soutou-lhe na mão o lençol e fugiu nu para casa. Certo é que não se tratava de nenhum dos discípulos. Quem teria sido? João Crisóstomo, Gregório Magno e Beda disseram que devia ser João o Evangelista: Epifânio propõe que era Tiago, irmão de Jesus: outros dizem ter sido Lázaro, mas a este não cabia o qualificativo de neanískos.


A opinião mais corrente e lógica era de que se tratava do próprio Marcos, ou João-Marcos, o único que relata o fato por ter-se passado com ele mesmo, e não haver saído jamais de sua memória o susto que passou. Ora, Marcos parece ter sido sobrinho de Pedro (filho da irmã de Pedro que se chamava Maria, AT 12:12) e que bem podia morar fora de Jerusalém, como deduzimos de AT 12:10, onde se diz que, ao sair da prisão. Pedro "atravessou o portão de ferro que dá para a cidade, que se abriu sozinho" e foi ter à casa de Maria. Ainda lemos sobre Marcos em Atos 15:37-3 que é dito consobrinus Bárnabae, isto é, sobrinho ou primo de Barnabé (CL 4:10). A hipótese, em vista da idade de Marcos, parece bem viável.


O grupo fora enviado, vimo-lo, pelas autoridades religiosas do Sinédrio (sacerdotes, anciãos do povo e escribas). Nem se compreenderia que assim não fosse: o grande "mistério" iniciático de conquista do grau de hierofante só podia ser confiado a um Colégio Sacerdotal regular e legalmente constituído; sendo Jesus israelita, evidente que os homens que detinham o poder do sumo-sacerdócio é que teriam que desempenhar o rito do holocausto, embora humanamente nada soubessem do que estavam a fazer. Os romanos, no caso, só entraram como auxiliares da execução para o emprego da força física, já que a tortura para a "morte de Osiris" não poderia ter sido a lapidação (segundo a lei mosaica); o simbolismo exigia que fosse a crucificação, e esta só a autoridade civil romana possuía competência legal para aplicá-la.


Judas, ao cumprir sua dolorosa e árdua tarefa, indica a senha que dará à malta que vai prender seu Mestre que, qual cordeiro, se destina ao holocausto. E escolhe o sinal usual de respeito entre discípulos e mestres: o beijo na face.


Ao chegar próximo de Jesus embora firme em sua resolução de colaborar no drama sagrado, está constrangido e de coração amargurado, ao proferir as palavras de praxe: "Salve, Mestre"! Seu olhar e sua vibração deviam ser de profunda tristeza e apreensão, que se manifestaram no tom em que proferiu as palavras. E de tal forma devia estar abatido, que Jesus sentiu piedade e fez questão de confortálo com a resposta tranquilizadora registrada por Mateus, que assistiu pessoalmente à cena: "Amigo, vieste para isso"! Lembrava-lhe, assim, a resolução de seu Espírito, anterior à reencarnação, fazendo-lhe ver que tomara corpo físico na Terra exatamente com essa finalidade: como sacerdote da Escola Iniciática Assembleia do Caminho, entregar a vítima às mãos do Colégio Sacerdotal do Sinédrio, para que se consumasse o holocausto e fosse galgado mais um degrau na escala evolutiva de Jesus.


Mas apesar de ser nobre e elevada essa que podemos chamar verdadeiramente de "missão", apresentava para a personagem dificuldades que, para qualquer espírito fraco e titubeante, e para qualquer involuído, ainda escravo das emoções, seriam insuperáveis. Por exemplo, Pedro jamais teria condições, naquela existência, de desempenhar aquele papel. Sua emotividade não fora dominada, sua impulsividade era dirigida pela emoção, e por isso era ele explosivo e irrefletido em suas reações. Por seu ato, Judas demonstra Ter tido o Espírito (Individualidade) mais evoluído que Pedro, embora sua personagem ainda ressentisse deficiências que mais tarde o prejudicariam.


Mas no cumprimento de um dever para o qual se comprometera, o Espírito dominou a personagem humana encarnada e a fez agir, embora em estado de quase-transe, para que não houvesse possibilidade de interferência na ação indispensável. Todos experimentamos, na vida, essas situações, em que o Espírito assume o domínio completo: quando mais tarde olhamos para trás e analisamos nosso comportamento, admiramo-nos e perguntamos a nós mesmos: como tive coragem de agir assim nessa circunstância? Parece até que não fui eu que fiz isso! É que o intelecto não atingiu a noção do Eu verdadeiro, e julga ser seu eu apenas a personagem. Essas ações parecem-nos que são feitas quase em estado de "sonho", e só temos plena consciência delas a posteriori.


A frase de Jesus a Judas foi realmente tranquilizante "vieste para isso". E o vocativo amigo, com a palavra hetaíre - que exprime a amizade de companheirismo e camaradagem absolutas - revela-nos que o ato de Judas não foi de forma alguma considerado por Jesus como uma "traição", e sim como um testemunho de amizade, pois O estava ajudando a cumprir Sua missão dolorosa: era muito melhor que tudo ocorresse como estava previsto, do que ser deixado à discrição popular, arriscando-se o drama a não atingir sua finalidade predeterminada. Só os verdadeiros "amigos" são capazes de atos que, mesmo beneficiando, serão julgados por todos os que a eles assistem, mesquinhos e maléficos: ao amigo não importa a opinião das massas, mas sim o resultado bom que o amigo vai experimentar. E por isso são os "verdadeiros amigos" que avisam e repreendem de cara, ao invés de falar pelas costas.


E só os "verdadeiros amigos" são capazes de prejudicar-se até o âmago, para proporcionar ao amigo uma posição superior e vantajosa.


Será que Judas, em sua personagem, conseguiu recordar-se naquele momento, da resolução tomada antes de encarnar? Talvez sim, talvez não. Mas a angústia daquelas horas difíceis deve Ter-lhe obnubilado o intelecto, não deixando-o refletir nem meditar. No entanto, como veremos, cumprida a tarefa para a qual tivera que receber a importância estipulada a fim de não levantar suspeitas, vai restituí-la ao templo. E afasta-se totalmente do grupo, para ver se consegue acalmar-se. Só mais tarde aparecerá, para ver o resultado glorioso do Mestre, ao vencer a morte. Mas, quando O vê lanceado no peito, julga que tudo falhou e se desespera.


A prova da impulsividade explosiva governada pela emoção, em Pedro, manifesta-se quando puxa o facão da bainha e o desce violentamente sobre a cabeça do primeiro que ali aparece. Este desvia a cabeça para a esquerda, sendo atingido apenas na orelha direita.


Jesus compreende o impulso de Pedro, mas "sabendo tudo o que ia ocorrer", repreende-o: "põe teu facão na bainha: quem com ferro fere, com ferro será ferido. Lembra-te da Lei do Carma! Então, não deverei beber a taça que o Pai me destinou? Não atrapalhes a ação divina. Se isso não devesse acontecer assim, julgas que não poderia invocar meu Pai, e Ele me enviaria doze legiões de mensageiros desencarnados? (A legião era de 6. 000 homens: seriam, então 72. 000 espíritos).


Dizem alguns que essa alusão atingiu todos os discípulos: viriam doze legiões para suprir a vacilação dos doze discípulos...


Mas João, o simbolista espiritual, atribui ao servo do sumo-sacerdote um nome: malco. Ora, esse nome significa REI. Não diremos que era "falso" o nome, nem "inventado" por João, pois houve outras personagens que o usaram no Antigo Testamento: Malachias, Melcha (fem.), Melchia ou Melchias, Mechon, Melech, além do conhecido composto Melquisedec.


Entretanto, perguntamo-nos por que teria sido citado esse nome tão tipicamente simbólico? Que razões haveria para citar assim um nome que, na realidade, nenhum interesse possuía. Com efeito, PeSABEDORIA DO EVANGELHO dro avança para destruir o "rei" ou "príncipe deste mundo" (tôn archôn toú kósmou toútou) de que Jesus falava: o rei das trevas, o símbolo personificado da força do Antissistema.


Essa maneira de agir mantém-se ainda hoje entre muitos que "se dizem" espiritualistas, embora na realidade ajam com as armas e à maneira do Antissistema: igualam-se, na ação, aos que querem convencer que não devem agir assim; gritam com a criança que grita, para ensinar-lhe a não gritar; batem na criança que bate, para dizer-lhe que não deve bater; matam "legalmente" o assassino que matou, para convencê-lo, a ele e ao povo, de que não pode nem deve matar! Qual o pior assassino? O que mata num desvario passional incontrolado e impensado, ou o que fria e deliberadamente manda matar o doente que se desvairou? Sofismas e desculpas não inocentam ninguém.


O ensino de Jesus é claro: não toque nos corpos, para não assumir carmas negativos. Não use violência, que atrairá violências dobradas. Não reaja intempestivamente: deixe crescer o joio junto com o trigo, pois na hora da colheita serão separados (MT 13:30). Não enfrente o "rei do mundo", pois ele cairá por si mesmo. se tivessem que ser esmagadas as forças do Antissistema, julgas que meu Pai não teria o poder para enviar à Terra legiões de mensageiros que tudo arrasariam? Se não o faz, é que esse não é o modo certo de vencer. Não adianta "espancar" as trevas: basta que a luz se acenda silenciosamente.


Quem terá a capacidade de julgar os atos do Pai? "Quem és tu, ó homem, que replicas a Deus?" (RM 9:20).


Não esqueçamos que o número DOZE é o símbolo, no plano superior, dos messias ou "enviados", que por isso cabe aqui ad unguem, no contexto: mas se o Pai, que tudo governa, acha que os homens têm que evoluir por si mesmos, à custa do esforço e dos atritos purificadores da dor, esse é que constitui o caminho melhor, e não o envio "em massa" de mensageiros celestes. Pelo menos, assim era naquela época, o que não exclui que, em circunstâncias diferentes, diferente seja o modo de agir.


No entanto, o gesto de Pedro está plenamente coerente com seu temperamento exaltado do primeiro "raio", o do Poder, que constrói e destrói. Ele sabia o que devia ocorrer com Jesus, tanto que não reagiu contra Judas quando - tendo perfeito conhecimento do que estava para acontecer - nem se mexe ao vê-lo sair do cenáculo para "entregar" o Mestre. Mas não contava com o modo de agir dos profanos e, ao ver chegando aquele grupo armado de paus e tochas, assusta-se e não suporta o impacto, supondo que aquela malta ia massacrar o querido Rabbi ali mesmo. Daí não se ter contido. O holocausto previsto, sim; mas desse jeito, também não!


Lucas é o único a assinalar a cura de Malco, como vimos.


Depois desse gesto e das palavras dirigidas a Pedro, Jesus encaminha-se para o grupo que se mantinha a alguns passos de distância, a fim de recomendar-lhes que "não toquem" em Seus discípulos.


Mas quer esclarecer bem qual a ordem que tinham recebido. Pergunta-lhes, pois, "quem" é que procuram: só Ele, ou o grupo? A resposta é clara: só "Jesus, o nazareu". Jesus inicia a frase, assumindo a responsabilidade total e única: "Sou eu"!


João registrou a cena. Impressionara-o a cena do susto daqueles homens rudes, pulando para trás e atropelando-se, alguns até caindo ao chão. Psicologicamente pode explicar-se pela ideia que tiveram, de que ia dar-se, da parte de Jesus que caminhava para eles, uma resistência inopinada. Então recuaram, para tomar posição de defesa. Como estavam muito aglomerados, os da frente tropeçaram nos que estavam atrás. Psiquicamente pode supor-se que a força vibratória do SOM emitido, os tenha atingido qual lambada inesperada e aguda, pertubando-os e assustando-os.


Em vista da confusão, Jesus aguarda que se recomponham e repete a pergunta: exige bem claro o objetivo da busca, a fim de impor a condição: "se é a mim que buscais, deixai que estes se vão". E João esclarece: "para que se cumprisse a palavra de Jesus, que dissera: "não perdi NEM UM dos que me deste", pois a TODOS veio Jesus tirar do Antissistema; nem mesmo Judas se "perdeu", mas apenas se sacrificou para servir de instrumento que possibilitasse a ação das trevas.


Exigida a condição, dirige-se ao grupo com a autoridade que lhe dá sua posição de Espírito Superior, perguntando-lhes por que não O prenderam quando estava, durante dias seguidos, sentado no templo a ensinar, rodeado de Seus discípulos. Protesta, pois, com justiça, que tinham vindo armados, como para prender um salteador afeito a resistir violentamente com as armas.


O protesto caiu no vazio, mas ficou consignado, demonstrando que o homem Jesus, em Sua personagem, não era fraco, medroso nem covarde, e enfrentava as situações de cabeça erguida. Não era aquela figura dócil e quase efeminada que alguns nos apresentam. Manso, sim, de coração, mas não de atitudes, todas másculas e vigorosas; sujeitando-se às humilhações "para que se cumprissem as Escrituras" no que haviam dito a Seu respeito. Manso com os pobres, os doentes, os pecadores humildes, mas altivo e até arrogante diante dos poderosos e das autoridades constituídas, falando-lhes sobranceiramente de cara. Magnífico exemplo!


Lucas acrescenta uma frase: "esta é a vossa hora e o poder das trevas". Para que tudo pudesse ocorrer segundo a predeterminação das Forças de Luz, era mister que as trevas interviessem, para realizar atos inexequíveis por Aquelas. Mas nem por isso deixaram de estar sujeitas a Elas, obedecendo-
Lhes, embora a contragosto. Era a declaração manifesta de que voluntariamente deixava que o Anti-

Sistema agisse em Sua personagem, a fim de obter resultados positivos na área do Sistema.


Foi quando todas resolveram "fugir", embrenhando-se por entre as oliveiras do jardim. Todos o abandonaram, inclusive Pedro e João, e mesmo seus irmãos Judas Tadeu e Tiago.


Compreenderam que chegara a hora tão anunciada por Jesus, e que a presença deles perturbaria o bom andamento do drama. São acusados de "ingratidão" e de "poltroneria". Todavia, da mesma forma que os grandes voos místicos só podem ser realizados a sós, assim também as grandes experiências (páthos) são indispensavelmente vividas em solidão absoluta: "vem a hora em que cada um seguirá para seu lado, e serei deixado sozinho" (JO 16:31).


A interpretação humana pende sempre a julgar mal qualquer atitude dos outros, sem querer aprofundar o olhar para descobrir a essência última dos atos. Tão fácil se torna acusar e atribuir o mal a tudo o que se vê, que ninguém quer dar-se ao trabalho de pensar antes de falar. E tão fácil é projetar nos outros os próprios sentimentos íntimos e inconfessáveis, que a maledicência e a calúnia se tornam pão cotidiano. E lamentavelmente essa é uma atitude mais comum entre espiritualistas que entre materialistas, e a razão é que os primeiros estão intimamente convictos de que são os seres "mais evoluídos, perfeitos e infalíveis" do planeta: a opinião deles é A CERTA. Então, divulgam-na ao máximo, procurando rebaixar todos os "concorrentes", para que só eles fiquem "de cima", no pedestal da perfeição e com a auréola de "santos" e de "sábios".


Diz João que, depois de tudo, a escolta prendeu Jesus e o "algemou". O "tribuno", de que fala nessa frase, dá a entender que era o grupo chefiado por uma autoridade do exército romano. Mas jamais o orgulho de um romano, sobretudo oficial, teria permitido que um "tribuno" chefiasse um grupo de servos. Seria como se hoje imaginássemos um capitão do exército oficialmente à frente de um grupo heterogêneo de homens armados de paus e facões. Por que então teria João usado esse termo técnico?


Parece-nos que no sentido popular: o "capitão" do grupo, como ainda dizemos o "capitão" do time de futebol: o chefe, o cabeça, o que dirigia.


Estava, pois, a vítima entregue às mãos dos profanos, para ser levada às autoridades do Colégio Sacerdotal, a fim de cumprir-se o drama que a elevaria um passo acima na escalada evolutiva.


Veremos como agiu e por que sofrimentos passou para galgar o grau iniciático de Sumo Sacerdote da Ordem Sacerdotal de Melquisedec, a que pertencia.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
SEÇÃO VI

A PRISÃO E O JULGAMENTO

João 18:1-19.16

A. A PRISÃO, Jo 18:1-14

I. No Jardim (Jo 18:1-11)

É chegada a hora (Jo 13:1-17.
1) ! As conversas com os discípulos (Jo 13:31-16.
33) e a oração ao Senhor por si mesmo, pelos seus discípulos e por todos os que algum dia seriam crentes (Jo
17) tinham terminado. Tendo Jesus dito isso, saiu (1). Aqueles que reor-ganizam o texto em Jo 14:15-16 (e.g., Moffatt, Bernard) dizem que Ele foi ao cenáculo. No entanto, o texto como está sugere que Ele tinha deixado o cenáculo anteriormente (Jo 14:31). Então, é mais provável que Ele tenha saído da cidade de Jerusalém para além do ribeiro de Cedrom.1 Esta observação é característica de João. O vale de Cedrom (cujo nome moderno é Wady Sitti Maryam) fica entre Jerusalém e o monte das Oliveiras (ver o mapa 2).

Do outro lado do ribeiro, havia um horto, no qual ele entrou com os seus discípulos (1). A palavra no indica que era uma área fechada. A menção ao horto (ou jardim) é importante. Foi o horto em que Ele foi preso; também foi o lugar da sua ressurreição, e "havia um horto naquele lugar onde fora crucificado" (19.41; cf. Jo 20:15). "A Paixão e a Ressurreição que realizaram a salvação do mundo estão em contraste com a queda no Jardim do Éden".2 Não há menção ao nome Getsêmani na narrativa de João. No entanto, a linguagem do versículo 11, Não beberei eu o cálice que o Pai me deu?, é semelhante à oração de agonia no horto (Mt 26:38; Mac 14.36; Lc 22:42). Alguns comentaram que João propositadamente omitiu a oração da agonia por causa da sua inclusão da exaltação espiritual no capítulo 17. Bernard destaca: "Os momentos de maior depressão e provação espirituais normalmente vêm logo após os sentimentos da maior exaltação espiritual".3

Um dos primeiros inimigos da fé cristã, Celso, disse que Jesus foi até o horto para esconder-se, e "foi preso enquanto tentava esconder-se e fugir do modo mais infeliz".4 Mas esta é uma interpretação preconceituosa, pois Judas, que o traía, também co-nhecia aquele lugar (2). O particípio paradidous, traduzido como traía, está no pre-sente, indicando uma ação que está acontecendo. Uma tradução literal seria "Judas, que está no meio do ato de traí-lo, conhecia o lugar". Parece que Jesus foi deliberadamente até um lugar que Judas conhecia. Ele estava se dando em um ato completamente volun-tário (10.18), o que de nenhuma maneira deve ser interpretado como uma maquinação dos homens.

O grupo que veio para prender Jesus constituía-se de três elementos: Judas, o traidor, que tem um papel muito passivo no texto de João (cf. 5; Mt 26:49; Mac 14:44-45; Lc 22:47-48) ; oficiais dos principais sacerdotes e fariseus (as duas principais facções do Sinédrio) ; e um bando de homens (coorte) (3; a versão RSV diz que são solda-dos e sugere que Judas os tinha procurado). A palavra speiran, traduzida como coorte, é equivalente à palavra latina cohors (cf. NASB — "a coorte romana"), que se constituía de 600 ou 1.000 homens. Se fosse o último caso, haveria 240 cavaleiros e 760 homens a pé (cf. Atos 21:31). Toda a speiran era comandada por um chiliarchos (comandante ou tribuno, 12). Não se sabe ao certo se toda a speiran veio até o horto. De qualquer forma, foi um destacamento daquele grupo. Os oficiais eram "membros da polícia do Templo, que estavam sob as ordens do Sinérdio".5 Todos esses vieram para prender Jesus. Hoskyns diz: "No relato de João, as forças das trevas, as autoridades romanas e judaicas e o discípulo apóstata estavam contra o Cristo desde o princípio".6 Todos foram liderados por Judas, a personificação de Satanás.' Vindo para prender aquele que é a Luz do Mundo (Jo 1:9-9.5), eles carregavam lanternas e archotes (ou tochas) (3). Os archotes eram phanos feitas de tiras de madeira, amarradas juntas, e as lanternas eram lampas, archotes normais. Eles também levavam armas (hoplon), que eram "espadas e porretes" (Lc 22:52).

Jesus não esperou que o bando de homens o procurasse. Como Ele sabia todas as coisas que sobre ele haviam de vir (cf. Jo 13:1-17.1), adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? (4) Em resposta à pergunta, eles usaram o nome pelo qual Ele era mais conhecido — Jesus, o Nazareno (7), literalmente "Jesus de Nazaré" (cf. Mt 26:71; Mac 10.47; 14.67; 16.6; Lc 4:34-18.37; 24.19; Act 2:22). O nosso Senhor imediatamente identi-ficou-se como aquele a quem eles procuravam. Sou eu (6; cf. 8.24,28; 13.19).' Westcott diz que esse Sou eu (ego eimi) somente revela "a pessoa procurada, e não a sua natureza".' Entretanto, Macgregor afirma que "Jesus é retratado como em completo comando da situação, e agora a falta de autoridade de todo o bando que o atacava, perante a sua divina majestade, fica ainda mais evidente".10 Esta observação tem fundamento, pois João observa que, depois da afirmação de Jesus, recuaram e caíram por terra (6). Sobre isto, Hoskyns diz: "O instrumento do mal cai prostrado perante o verdadeiro co-mandante".11 Westcott modifica ligeiramente a sua afirmação anterior quando explica o fato de cair por terra como "o efeito que a presença do Senhor, na sua serena majestade, teve sobre aqueles que vieram para prendê-lo".'

A mesma pergunta do versículo 4 é repetida a Jesus pelo grupo de homens, e hou-ve a mesma resposta. Agora Jesus respondeu: Já vos disse que sou eu; se, pois me buscais a mim, deixai ir estes (8). E o mercenário que foge quando o lobo se aproxi-ma, mas "o bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas" (10.12; cf. 15.13). Jesus, que logo seria aprisionado e condenado como um criminoso comum, estava conduzindo as coisas que estavam relacionadas a si mesmo. O seu cuidado providencial pelos homens é possível pelo seu sacrifício eterno. João viu no apelo de Jesus pela segurança dos discípulos um cumprimento da frase: Dos que me deste nenhum deles perdi (9. cf; Jo 6:39-10.28; 17.12).

Sobre 6-9, Alexander Maclaren fala de "Cristo e os seus captores". 1. Uma manifes-tação momentânea notável da glória de nosso Senhor (6) ; 2. O voluntariado do sofrimen-to do nosso Senhor (7-8) ; 3. O cuidado sacrificial de Cristo por nós (8).

Deve ter sido por ordem de Jesus que os homens vieram para levá-lo. Quando o bando se aproximou, isto foi demais para Pedro, que tinha jurado defender e proteger Jesus, mesmo com risco da sua própria vida (13.37). Pedro tinha uma espada (Lc 22:38).

Ele desembainhou-a e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita (10)." Podemos ter certeza de que Pedro teria desejado algo mais do que uma orelha! O nome do servo ["escravo", NASB] era Malco. Estes detalhes, por exemplo, orelha direita e Malco — muito característicos da narrativa feita por João da prisão, do julgamento, da crucificação e do sepultamento — dão mais evidências de que o autor do quarto Evangelho foi uma testemunha ocular desses eventos.'

O que o Mestre disse a Pedro, Mete a tua espada na bainha (11), foi uma clara indicação da natureza da luta em que Jesus estava envolvido, e que Ele mesmo a deveria levar até o final (Jo 19:30; cf. Mt 26:52; Ef 6:12). Parece que o homem está sempre pronto para assumir algum meio externo de acertar diferenças profundas, esquecendo-se de que a verdadeira luta é interna, e que uma solução satisfatória só pode ser encontrada nas obras do Espírito. O homem, como Pedro, pergunta em tom de clamor: "Senhor, por que não sou capaz de seguir-te agora?" (13.37, tradução literal). Jesus disse a Pedro por que a espada não era a resposta: Não beberei eu o cálice que o Pai me deur O ato de Jesus foi de "aceitação confiante".16

2. Os Sumos Sacerdotes (18:12-14)

Quando lemos o relato de João sobre a prisão, somos levados a sentir que, em cada etapa, Jesus está no pleno comando, mesmo que os servos do mal estejam envolvidos em realizar o seu trabalho. Assim foi que a coorte, e o tribuno [chiliarchos], e os servos dos judeus prenderam a Jesus, e o manietaram (12). Provavelmente ataram' as suas mãos às suas costas. Agora, Ele estava à mercê deles, ou sujeito a sua falta de misericórdia, mas somente porque Ele assim o desejava.

De acordo com um plano idealizado anteriormente, eles conduziram-no primei-ramente a Anás (13). Somente João menciona a aparição perante Anás (cf. Lc 3:2; At 4:6). Edersheim diz: "Nenhuma pessoa é mais conhecida na história judaica contempo-rânea do que Anás; nenhuma pessoa foi considerada mais afortunada ou com mais su-cesso; mas também nenhuma foi mais execrada do que o último sumo sacerdote." Ele foi afortunado porque, embora ele mesmo tenha sido sumo sacerdote somente de 6 a 15 d.C., tendo sido deposto por Valério Grato, foi sucedido pelos seus cinco filhos, pelo seu genro Caifás José, e por um neto. Esse monopólio familiar não era facilmente sustentável. Havia subornos e corrupção em nome da religião, e tudo isto se destinava diretamente ao acúmulo de riquezas e à perpetuação no cargo. "Por meio da exploração dos adoradores, pelo comércio dos sacrifícios sagrados... Anás tinha acumulado uma fortuna".' Barclay cita um trecho do Talmude que reflete o ódio que até mesmo os judeus devem ter sentido por Anás e seus herdeiros: "Tristeza para a casa de Anás! Tristeza para o silvo da serpen-te! Eles são sumos sacerdotes; os seus filhos são os guardiões do tesouro; os seus genros são os guardiões do Templo; e os seus servos batem no povo com varas".20

Não é de admirar que Anás fosse "o líder real em toda a ação".21 Os seus interesses adquiridos estavam sendo seriamente ameaçados por este homem que tinha expulsado do Templo os mercadores e os cambistas de Anás (Mt 21:12-17; Mac 11:15-19; Lc 19:45-48; Jo 2:13-17).

Caifás José, o genro de Anás, era o verdadeiro sumo sacerdote nessa época, indica-do pelo procurador romano Valério Grato. Ele se manteve no posto durante dezoito anos (18 a 36 d.C.) e foi deposto por Vitélio.22 Quando se diz que ele era o sumo sacerdote daquele ano (13), não se está fazendo referência ao seu mandato, mas sim àquele "ano funesto", o ano em que Cristo foi crucificado. Evidentemente, isto era importante, segun-do o modo de pensar de João, pois ele escreveu que Caifás era quem tinha aconselha-do aos judeus que convinha que um homem morresse pelo povo (14; ver os co-mentários sobre 11:49-52).

B. O JULGAMENTO, Jo 18:15-19.16

1. A Primeira Negação de Pedro (Jo 18:15-18)

Aparentemente, todos os discípulos fugiram (se "dispersaram", 16,32) depois da pri-são de Jesus, exceto Simão Pedro e outro discípulo (15), que seguiam a Jesus. O discípulo cujo nome não é mencionado é descrito como conhecido do sumo sacerdo-te. Ele era suficientemente conhecido, pois pôde entrar com Jesus na sala do sumo sacerdote (ver o mapa 2).

Quem era este outro discípulo? Houve diversas conjeturas: Nicodemos, José de Arimatéia ou até mesmo Judas, com base no fato de que ele ficara conhecido quando auxiliou nos planos para a prisão de Jesus. No caso de Judas, é inimaginável que Pedro conversasse com ele (16) diante do que havia acabado de acontecer no horto, ou que João tivesse deixado de mencioná-lo pelo nome (cf. Jo 6:70-71; 12.4; 14.22). A tradição, bem embasada, é de que o outro discípulo aqui era o discípulo amado, João, o filho de Zebedeu.23

Como João, um pescador da Galiléia, poderia ter tão íntimo relacionamento com o sumo sacerdote? A esse respeito, houve duas sugestões. Uma delas se baseia em uma tradição lendária, atribuída a uma afirmação de "Polícrato, um bispo de Éfeso no final do século II, de que 'João, o amado do Senhor, era um sacerdote que usava o petalon'. A palavra grega petalon é usada na Septuaginta em Êxodo 28:36, como uma referência à placa de ouro que se amarrava na frente da mitra do sumo sacerdote".' Se a lenda for verdadeira, ela explica o fácil acesso de João. A outra idéia é a de que o pai de João, Zebebeu, era um rico pescador que tinha um negócio próspero. Isto envolvia o comércio do peixe salgado, que ele vendia para a casa do sumo sacerdote. Barclay fala sobre uma cafeteria árabe nas ruas de trás de Jerusalém que alguns franciscanos afirmam ter sido a filial em Jerusalém da empresa de peixe salgado de Zebedeu, "e esta é a razão por que João podia entrar na casa do sumo sacerdote"."

De qualquer forma, João estava dentro, enquanto Pedro estava da parte de fora, à porta (16). Como nos primeiros dias do discipulado (1.41), João saiu... levando Pedro para dentro. Havia uma porteira (empregada) ou uma encarregada da porta. Pedro precisava passar por ela. Quando ele o fez, ela disse: Não és tu também dos discípu-los deste homem? (17) Estas palavras devem ter passado como uma flecha pelo coração de Pedro. Até agora ele tinha conservado as suas intenções boas e fortes (13.37). Ne-nhum outro sacou a espada, embora outro discípulo tivesse uma (Lc 22:38). Outros ti-nham fugido, mas Pedro seguiu (15). Deve ser dito, a favor de Pedro, que embora tenha fracassado, ele fracassou tentando com toda a sua força humana. É muito melhor tentar e falhar do que não tentar.

A resposta de Pedro à mulher: Não sou (17) pareceu satisfazer à mulher, mas abalou Pedro. Inseguro de si mesmo, incerto sobre onde estava e incapaz de ver o seu Senhor, ele moveu-se para ocultar a sua identidade entre os servos e os criados, que tinham feito brasas, e se aquentavam. Com eles estava Pedro, aquentando-se também (18).

2. Perante Anás (18:19-23)

Estes versículos só aparecem no texto de João. Os Sinóticos não fazem menção

de uma audiência perante Anás. Mas não é difícil ver que o sumo sacerdote (19) Anás' "enquanto viveu, supostamente manteve uma posição patriarcal"." Pode ter acontecido que Caifás estivesse presente, mas não no comando. Além disso, como Jesus ameaçara seriamente o seu poder, a sua posição e o seu prestígio, "Anás queria ser o primeiro a tripudiar sobre a prisão, a derrota, e a frustração deste galileu perturbador"."

Esta audiência perante Anás não foi uma assembléia formal do Sinédrio. Não foram chamadas testemunhas. Parece ter sido uma tentativa de fazer com que Jesus se incriminasse. As perguntas feitas a Jesus foram acerca dos seus discípulos e da sua doutrina (19). A resposta de Jesus indicou que a sua obra e os seus ensinos não ti-nham sido secretos ou encobertos. Eu falei abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se ajuntam, e nada disse em oculto (20; cf. Jo 6:59-7.4,12,14,26; 10.23; 11.54; 12.19). A expressão na sina-goga (en synagoge) se refere às ocasiões "em que o povo se reunia em assembléia sole-ne".29 A palavra abertamente (parresia) transmite a idéia de "franqueza, simplicida-de de discurso, que não esconde nada e que não passa por cima de nada"." Aqui somos recordados das palavras de Sócrates: "Se alguém disser que já ouviu ou aprendeu algu-ma coisa em particular comigo, que todos os demais não podem ter ouvido, saibam que tal pessoa não fala a verdade"."

Como "era um princípio reconhecido da lei que a prova de um homem sobre si mesmo era suspeita"," Jesus devolveu a pergunta a Anás. Para que me perguntas a mim? Pergunta aos que ouviram o que é que lhes ensinei; eis que eles sabem o que eu lhes tenho dito (21). Era um princípio fundamental da lei judaica que não se devia fazer perguntas ao prisioneiro sobre si mesmo, que, caso respondidas, pudessem incriminá-lo. Barclay cita Maimonides, um estudioso medieval judeu: "A nossa verdadeira lei não inflige a penalidade da morte sobre um pecador com base na sua própria confissão"." A tentativa de Jesus de injetar algo parecido com justiça aos pro-cedimentos ilegais de Anás encontraram uma rejeição imediata. Um dos criados que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: Assim respondes ao sumo sacerdote? (22) Este "uso de violência somente mostrou a fraqueza do criado".' O ato do criado é outra indicação de que não se tratava de uma reunião formal do Sinédrio. Tal ato não teria sido tolerado ali.

A resposta de Jesus ao golpe recebido foi um lembrete digno de que a justiça sempre deve estar em ordem. Se falei mal, dá testemunho do mal; e, se bem, porque me feres? (23) A palavra ferir (dero) quer dizer literalmente "bater, golpear". Westcott ob-serva: "Os antigos comentaristas viam na censura calma uma verdadeira interpretação do preceito (Mt 5:39.

  1. Jesus É Enviado a Caifás (18,24)

A única menção de Caifás em ligação com esse julgamento de Jesus é a de que Anás mandou-o, manietado, ao sumo sacerdote Caifás (24). O verbo grego para mandar é apesteilen, um tempo aoristo, não mais-que-perfeito; assim será melhor traduzido como mandou, como em várias versões. Mesmo que Caifás estivesse presente durante o pro-cesso informal perante Anás, era necessária a ação oficial do Sinédrio antes que o caso pudesse ser submetido ao procurador romano, para a decisão final. Caifás, sendo o sumo sacerdote oficial, presidiu aquela audiência (Mt 26:57-27.2; Mac 14:53-65; 15.1; Lc 22:54-63-71). "Nada é dito aqui sobre a audiência... que era somente uma formalidade, uma vez que já tinha sido tomada a decisão na reunião espúria na casa de Anás"." Westcott destaca que a reunião "se realizou para confirmar a decisão já tomada anteriormente, e assim satisfazer a forma da lei, que, contudo, foi desrespeitada pela imposição e execu-ção da sentença no mesmo dia do julgamento".'

  1. A Segunda e a Terceira Negação de Pedro (18:25-27)

O relato de João das negações de Pedro é interrompido pelo registro do acontecimen-to perante Anás. Alguns sugeriram que tanto Caifás quanto Anás viviam no mesmo lu-gar, i.e., ocupavam diferentes apartamentos que estavam ao redor de um pátio comum, e que tudo era parte da residência do sumo sacerdote (ver o mapa 2). De qualquer modo, a cena de Pedro junto ao fogo continua no versículo 25. Simão Pedro estava ali e aquen-tava-se. Mesmo que Pedro tivesse esperança de ocultar a sua identidade infiltrando-se no meio dos "servos e... criados" (18), eles (evidentemente, mais de um) disseram-lhe: Não és também tu um dos seus discípulos? (25) A colocação das palavras no original indica que eles esperavam uma resposta negativa. Estava além da sua compreensão que qualquer homem pudesse ser tão tolo para identificar-se com um Homem que já estava condenado à morte. Mas eles tinham subestimado o poder de atração do amor de Cristo. Ele obriga os homens a agir de uma maneira que é incompreensível para o mundo. Pedro não estava se rebelando contra o Senhor — ao contrário, ele estava incapaz (impotente, Jo 13:36) perante os homens acusadores. Assim, ele negou e disse: Não sou (25).

Aquilo que tinha começado como uma acusação impessoal e geral dos servos e cria-dos repentinamente tornou-se muito pessoal e específico. Desta vez, o acusador era um dos servos [lit., "escravos"] do sumo sacerdote, e parente (Weymouth) daquele a quem Pedro cortara a orelha (26). Não há nada indireto sobre a sua pergunta. Da colocação das palavras em grego, fica evidente que a resposta esperada era afirmativa: Não te vi [ou seja, com os meus próprios olhos] eu no horto com ele? (26) João, fiel aos fatos, mas não dando maiores detalhes sobre a fraqueza do seu colega discípulo, escre-veu simplesmente: Pedro negou outra vez (cf. Mt 26:74; Mac 15.71). Assim que Pedro pronunciou a sua terceira negação, o galo cantou (27; cf. 13.38).38

5. Perante Pilatos (Jo 18:28-19.
16)

a. A Acusação (18:28-32). A cena passa da audiência formal perante Caifás e do Sinédrio para a audiência (28), que era o praitorion, transliterado como "pretório" (NASB). Originalmente, a palavra designava as instalações de um general no campo, e mais tarde a residência oficial do governador. A localização do pretório em Jerusalém não é certa. Alguns dizem que era o palácio construído por Herodes, que ficava sobre a colina de Sião, na parte oeste da cidade. Outros acham que era o Castelo de Antônia, que ficava ao norte da área do Templo (ver o mapa 2). "A maioria dos estudiosos é favorável à segunda localização"."

Quando levaram Jesus ao pretório era pela manhã cedo. A palavra para cedo (proi) refere-se à quarta vigília, das 3 às 6 horas da manhã. Como "uma audiência roma-na podia acontecer a qualquer hora depois do nascer do sol", esta ida até o governador deve ter acontecido tão cedo quanto possível"." Mas eles (sacerdotes, criados, servos do sumo sacerdote) não entraram na audiência, para não se contaminarem e pode-rem comer a Páscoa (28). Como era sexta-feira, e a Páscoa começava oficialmente ao pôr-do-sol, um judeu, para estar cerimonialmente puro, não ousaria entrar em uma cor-te ou casa de um gentio, de onde não tivesse sido removido o pão levedado (Êx 12:15). Bernard observa: "Aqueles homens estavam prestes a corromper as suas almas pelo testemunho inescrupuloso que levaria Jesus a uma morte horrível, mas não queriam incorrer na impureza técnica ou cerimonial ao dar esses testemunho Não há perversão tão sinistra quanto a da consciência humana".' Eles foram o exemplo perfeito de coar um mosquito e engolir um camelo. Sobre eles, Hoskyns diz: "Aqueles que fingem tão grande devoção são, na verdade, culpados de enorme superstição, pois a execução do Messias se torna a preparação da sua festa solene"."

Pilatos, a quem Jesus foi trazido, conhecia bem os costumes e as práticas religiosas dos judeus. Ele tinha aprendido, da pior maneira, que deixar de reconhecer e cooperar com esses costumes só trazia problemas — e ele não queria mais ter problemas. Assim, Pilatos saiu (29) — ele se encontrou com eles fora do pretório.

Quem é este Pilatos, e qual era o seu relacionamento com os judeus? O imperador Tibério nomeara Pilatos como procurador romano em 26 d.C. A sua província abrangia parte da Síria, que incluía a Judéia, Samaria e Iduméia. As suas obrigações eram tanto militares quando administrativas. Embora tecnicamente sob a jurisdição do governador da província da Síria, ele tinha praticamente jurisdição absoluta em sua própria provín-cia, exceto quando havia um cidadão romano envolvido. A política de Roma era a de conceder um elevado grau de autogoverno às províncias, e devido aos costumes e às práticas religiosas dos judeus, esta política conciliatória "era levada a instâncias incomuns, de modo que o governo da Judéia era excepcionalmente difícil"." Pilatos manteve esse posto por dez anos, apesar de períodos de extrema turbulência. Ele é retratado como um homem que era "obstinado, sem tato e teimoso".44

Pode ser que Pilatos tenha sido avisado da prisão, provavelmente na hora em que o "bando" de soldados foi reunido. Assim, quando eles trouxeram Jesus, pela manhã, ele saiu, disposto a ouvir as suas queixas. Ele perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? (29) De modo hostil e insolente, eles responderam: Se este não fosse malfeitor [lit., "alguém que pratica o mal"], não to entregaríamos (30). A intenção da resposta era indicar a Pilatos que eles já tinham feito um julgamento. Tudo o que eles queriam era a ratificação necessária para a sua execução. Mas não era fácil encurralar Pilatos. Uma vez que eles já tinham realizado um julgamento, como a sua resposta dei-xava claro, o governador os desafiou: Levai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei (31). Se os judeus pudessem ter atingido o seu objetivo maléfico "sozinhos", eles o teriam feito. Sem dúvida, no seu ardiloso planejamento, tinham considerado todos os ângulos possí-veis. A sua resposta deixava claro o seu dilema: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma (31)."

João, na sua maneira característica, interpreta isto como uma parte do plano divino previamente mencionado pelo próprio Senhor Jesus... significando de que morte ha-via de morrer (32; cf. Jo 12:32). Ao considerar isto, Hoskyns assume a opinião de que, como deveria haver derramamento de sangue para a salvação do mundo, "Os judeus, ao insistir na crucificação, são motivados pela necessidade divina de que são totalmente inconscientes. Toda a narrativa conduz à conclusão abrangente do julgamento perante Pilatos: [Ele] entregou-lho, para que fosse crucificado" (Jo 19:16).46

b. Onde Está Jesus-Rei? (Jo 18:33-38a). Lucas lembra o fato de que Jesus tinha sido, perante Pilatos, acusado de dizer que era um rei (Lc 23:2). Embora João não registre isso, existem evidências de que tal acusação tenha sido feita. Pilatos tornou, pois, a entrar na audiência, e chamou a Jesus (33)." Imediatamente, disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? (33)." O próprio fato de Pilatos ter levantado essa questão sobre o reinado de Jesus fornece a Jesus a oportunidade de inquirir Pilatos sobre a natureza do seu interesse. Teria Pilatos perguntado por causa da sua própria admissão de que estava na presença de um soberano, ou em nome de outros? (34) Pilatos afirmou, em sua respos-ta, que tinha sido por sugestão de outros. Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? (35)

É Jesus rei? Ele mesmo deu a resposta afirmativa. Ele tem um Reino, meu Reino, mas que não é deste mundo (36). Nele estão os seus servos, que, devido à sua natureza e propósito (eles não são deste mundo, Jo 17:16), não podem lutar para assegurar a liberta-ção de Jesus (18,11) dos judeus. O Reino de Jesus não é do tipo que pode ser defendido pelo escudo, ou propagado pela espada.' Pilatos supôs que isto significava que Jesus professava ser um rei e disse: "Logo tu és rei?" (37, trad. lit.) Jesus confirmou o seu reinado: Tu dizes que eu sou rei (37), e Pilatos concordou com isto. Mas a pergunta continua: Pilatos entendeu que o reino de Jesus é o Reino da verdade, e que Ele é o Soberano da verdade? Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. "A natureza da sua soberania corresponde à natureza da sua missão. Ele é o Rei da verdade, e Ele manifesta o seu poder real não pela força, mas pelo testemunho que Ele dá em relação à verdade" (Jo 3:32-5.33)." Como para colocar a questão de modo pessoal e intencional para Pilatos, Jesus disse: Todo aquele que é da verda-de ouve a minha voz (37; cf. Jo 10:16-27).

Aqui, nos versículos 37:38, está o antigo conflito entre a fé e o cinismo. Aqui está a oportunidade de um homem seguir a verdade e o que é direito, não importando as conse-qüências. E aqui também está a tentação de rejeitar a verdade e as ações honradas, quando isto for custoso. Se pelo menos os homens pudessem ouvir Jesus e crer nele! Se pelo menos os homens pudessem se unir à fé de Lowell:

A verdade, sempre, no patíbulo, O engano sempre no trono -Mas o patíbulo governa o futuro, E, por trás do escuro desconhecido, Está Deus em meio às sombras, Protegendo os seus.

(Da obra The Present Crisis)

Pilatos ouviu a voz de Jesus? Evidentemente não, pois a sua pergunta, Que é a verdade? (38) "meio triste, meio cínica, implica que, mesmo nos assuntos rotineiros, a verdade não é alcançável".51

Jesus nunca deu a Pilatos uma resposta verbal a esta pergunta. Mas o que o nosso Senhor fez, para que todos os homens vissem, foi mostrar o caminho da verdade. A ver-dade é o caminho da vida, mesmo quando é o caminho da cruz.

  1. O Rei dos Judeus, ou Barrabás? (18.38b-40) Pilatos estava convencido da inocên-cia de Jesus, ainda que não completamente atraído pela Verdade. Quando foi ter com os judeus, disse-lhes: Não acho nele crime [aitia, "causa para punição, crime?' algum (38). Então, Pilatos tentou escapar entre as garras do dilema em que ele se encontrava. Por um lado, ele estava persuadido de que Jesus não era culpado. Por outro, sabia que algum favor ou demência teria de ser oferecido aos judeus. Então lembrou-se do costume de libertar um prisioneiro na época da Páscoa.' Eles queriam que ele soltasse o rei dos judeus? (39) Uma vez que Pilatos tinha estado tão cego quanto à verdadeira natureza e missão de Jesus, este título que ele empregou pode ter sido apenas uma maneira de demonstrar o seu desprezo pelos judeus.

A tentativa de Pilatos de resolver o dilema propondo uma terceira solução fracassou completamente. Pois todos voltaram a gritar, dizendo: Este não, mas Barrabás! (40) "Existe uma impressionante emoção na curta frase"' com que João conclui o assun-to: E Barrabás era um salteador.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
*

18.1-40

Este capítulo tem três seções: a prisão de Jesus é registrada nos vs. 1-18; o julgamento diante de Anás nos vs. 19-27; e o julgamento diante de Pilatos nos vs. 28-40.

As narrativas dos quatro Evangelhos cobrem os maiores eventos da prisão, julgamento, execução e ressurreição de Jesus. Embora algumas dificuldades surgiam na correlação de detalhes, os principais elementos estão em completa harmonia. Jesus foi preso à noite. Seu julgamento diante das autoridades judaicas teve, pelo menos, duas fases e durante esta parte do julgamento, Pedro negou Jesus três vezes. O julgamento diante de autoridades seculares teve três fases e Jesus foi executado pelos soldados de Pilatos. Ele foi sepultado no túmulo de José de Arimatéia, e no primeiro dia da semana ressurgiu dentre os mortos, e foi visto vivo em várias ocasiões, pelos seus discípulos. Nenhuma dificuldade na correlação de detalhes é insuperável. Em um número de casos, mais do que uma explicação é possível e, na ausência de dados mais completos, é difícil escolher entre eles.

* 18:1

ribeiro Cedrom. No vale do Cedrom a leste da cidade.

* 18:3

a escolta e, dos principais sacerdotes e dos fariseus. Estes eram, provavelmente, os mesmos guardas do templo, referidos em 7.32,45. Eles, obviamente, esperavam resistência à prisão, tanto por parte de Jesus como dos discípulos.

* 18:4

sabendo... todas as coisas... adiantou-se e perguntou-lhes. Notar aqui e nos vs. 7 e 11, que Jesus estava pronto para ser preso e interrogado. Não esboçou nenhuma tentativa de escapar àquilo que viera fazer.

* 18.5-7

Sou eu. Aqui pode ser uma simples identificação, mas mesmo assim, a resposta de Jesus coincide com o nome solene de Deus (EU SOU), usado na tradução grega do Antigo Testamento, em Êx 3:14 (6.35, nota).

* 18:8

deixai ir estes. Mesmo nesta hora crucial, Jesus estava preocupado com os seus discípulos (17.12).

* 18:10

Pedro... feriu o servo do sumo sacerdote. Um mau concebido ato de resistência. Só João registra que Pedro carregava uma espada e que Malco era o nome do servo; somente Lucas registra que Jesus o curou (Lc 22:51).

* 18:11

Mete a espada na bainha. A repreensão de Jesus nada tem a ver com a possibilidade da auto-defesa ou da resistência civil; a questão é que Jesus veio para dar a sua vida em resgate de muitos e ele não devia ser dissuadido desta tarefa (conforme Mt 16:21-23).

não beberei... o cálice. Esse "cálice" é o cálice do vinho da ira de Deus (Sl 75:8; Is 51:17; Jr 25:15-17,27-38). O "cálice" que Jesus escolheu beber não é meramente a morte, mas a ira de Deus sobre o pecado (conforme Mt 20:22; Mc 10:38).

* 18:13

Anás. Um dos mais influentes líderes judeus da época. Ainda que deposto do ofício de sumo sacerdote pelos romanos, ele era ainda conhecido por este título entre os judeus. É difícil determinar se este versículo e os vs. 19-24 representam uma ou duas fases de um julgamento diante das autoridades judaicas. Mateus, Marcos e Lucas se referem a uma fase adicional diante do Sinédrio. A julgar pela descrição das regras para julgamento encontradas no Mishnah de uns dois séculos depois, os procedimentos aqui foram marcados por sérias irregularidades e violações da lei judaica. O Sinédrio não podia reunir-se à noite; a pena de morte não podia ser declarada no dia do julgamento; aí foram usadas falsas evidências e falsos testemunhos (Mt 26:59,60). Jesus foi esbofeteado pelos guardas durante o julgamento (v.22; Mc 14:65). Em acréscimo a tudo isto, era ilegal o Sinédrio reunir-se para um processo capital na véspera de um Sábado ou do dia de festa. Estas violações mostram que a condenação de Jesus, pelas autoridades judaicas, foi uma caricatura grotesca de justiça.

* 18:15

e outro discípulo. Provavelmente este era João, uma vez que dos três mais chegados a Jesus (Pedro, Tiago e João) ele é o único que não é mencionado pelo nome no Evangelho.

conhecido do sumo sacerdote. Ele foi admitido ao palácio e até mesmo se lhe permitiu convidar um hóspede (v.16).

* 18:17

A narrativa da negação de Pedro é interrompida no Evangelho de João por uma parte do processo de julgamento (vs. 19-24). Pareceria que houve três ocasiões da negação, ao invés de três declarações diferentes de Pedro. Isto é o que alguém poderia esperar com várias pessoas indo e vindo para aquecer-se junto ao fogo. Pode haver diferentes modos legítimos de distinguir as ocasiões para demonstrar a figura das três negações preditas por Jesus (13.38). Todos os quatro Evangelhos concordam que a primeira negação foi em resposta a uma pergunta de "uma serva", em outras palavras, de uma pessoa inofensiva, sem grande importância na casa.

Não sou. A negação de Pedro mostra que, quando Jesus suportou o castigo divino contra o pecado, ele o fez sem o conforto ou consolação. A negação de Pedro é predita em Zc 13:6,7. A solidão de Jesus em seu sofrimento é antecipada no Sl 69:20.

* 18:19

Então, o sumo sacerdote interrogou. Este pode ter sido Anás ou Caifás na casa de Anás (v.24). Um acusado não podia ser interrogado até que uma testemunha tivesse, primeiro, estabelecido uma base para fundamentar a culpa. Por esta razão, alguns chamam isto uma audiência, e não um julgamento.

* 18:22

um dos guardas... deu uma bofetada em Jesus. Isto, obviamente, era altamente irregular, especialmente quando o prisioneiro estava amarrado (v.24).

* 18:26

parente. Uma pergunta feita por este colocou Pedro em maior perigo do que as perguntas anteriores, uma vez que o interlocutor podia estar querendo vingar Malco.

* 18:28

o pretório. Ver referência lateral. O julgamento romano de Jesus parece ter tido três fases: levado diante de Pilatos (vs.28-38); levado diante de Herodes (Lc 23:5-12); e levado segunda vez diante de Pilatos (18.39—19.16). João descreve somente a primeira e terceira partes, porém com mais detalhes do que os outros Evangelhos.

não entraram no pretório para não se contaminarem. O pretório romano era um lugar de hostilidade entre os romanos e os judeus, e um lugar imundo para os judeus. Extraordinariamente, é o lugar onde eles colaboraram para levar Jesus à morte. Ver nota sobre caps.13-17.

* 18:29

Que acusação. Os judeus não tinham acusação que seria reconhecida num tribunal romano, não importando se fosse considerada por eles como uma pena capital.

* 18:31

Tomai-o vós outros e julgai-o. Uma resposta lógica. O argumento de Pilatos é que se eles não estavam querendo especificar as acusações, não deviam esperar que Pilatos conduzisse o julgamento.

A nós não nos é lícito matar ninguém. Esta era uma disposição usual nos países ocupados por Roma, talvez para proteger aqueles que apoiavam Roma. Os judeus nem sempre eram tão obedientes: veja-se a morte de Estêvão (At 7:57-60).

* 18:32

significando o modo por que havia de morrer. Ver 3.14; 12:32-34. O apedrejamento era o método judeu de punição capital. Enforcamento ou crucificação, como implicado nas palavras "for levantado", eram usados pelos romanos. Isto mostra o controle divino sobre todo aquele procedimento jurídico, mesmo que tenha sido marcado por flagrante injustiça.

* 18:33

rei dos judeus. Jesus não era o "rei dos judeus" no sentido de promover sedição contra Roma, como o acusaram os líderes judeus (Lc 23:2), mas era o Rei dos Judeus no sentido Messiânico (12.13; Mt 2:2; Lc 1:32-33; 19:38).

* 18:36

O meu reino não é deste mundo. Jesus é um rei, mas não estabelecerá o seu reino pela força. Isto confundiu grandemente a Pilatos. Ver "O Reino Celestial de Jesus", em At 7:55.

* 18:37

Tu dizes que sou rei. A pergunta de Pilatos enseja a maravilhosa resposta de Jesus cujo reino e missão são fundados na verdade (1.8,14,17; 8.32;14.6).

* 18:38

Que é a verdade. A verdade não importa para aqueles que, como Pilatos, são motivados por oportunismo. Do mesmo modo, a verdade não importa para os céticos, que perderam a esperança de conhecê-la.

Eu não acho nele crime algum. Pilatos não encontra crime em Jesus e está relutante em condenar Jesus à morte. Ironicamente, é um governador romano pagão, que tenta soltar Jesus, enquanto "os seus" (1,11) querem matá-lo.

* 18:39

É costume entre vós. O costume de perdoar um criminoso na Páscoa é relevante em relação à própria festa, que comemora a ação de Deus em poupar os israelitas da morte.

* 18:40

Barrabás. O nome significa "filho do pai". Ao invés dele, foi o verdadeiro Filho do Pai que morreu.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
18:3 Os oficiais dos principais sacerdotes e dos fariseus possivelmente eram membros do guarda do templo; eram judeus a quem os líderes religiosos delegaram autoridade para efetuar arrestos em casos de infrações menores. Os soldados talvez tenham sido uma pequena companhia de soldados romanos que não participaram da detenção, mas sim acompanharam ao guarda do templo para assegurar-se de que a situação não se descontrolasse.

18:4, 5 João não narra o beijo de saudação do Judas (Mt 26:49; Mc 14:45; Lc 22:47-48), mas o beijo do Judas marcou um ponto de transição para os discípulos. A partir da detenção do Jesus, a vida de cada um seria radicalmente diferente. Pela primeira vez, Judas traiu abertamente ao Jesus diante dos outros discípulos. Pela primeira vez, os leais discípulos do Jesus se afastaram correndo (Mt 26:56). O grupo de discípulos sofreria um tempo de severo prova antes de transformar-se de seguidores vacilantes em líderes dinâmicos.

TRAICION NO HORTA : depois de comer a ceia de Páscoa no aposento alto, Jesus e seus discípulos foram ao Getsemaní, lugar onde o guarda do templo, guiado pelo Judas, prenderia o Jesus. Desde aí o levariam a casa do Caifás para o primeiro de seus muitos julgamentos.

18:6 Os homens talvez se surpreenderam ante o jogo da pergunta do Jesus, ou ante as palavras "Eu sou", que era uma declaração de sua divindade (Ex 3:14). Ou possivelmente ficaram afligidos ante o óbvio poder e autoridade do Senhor.

18.10, 11 Tratando de proteger ao Jesus, Pedro desenvainó uma espada e feriu o servo do supremo sacerdote. Mas Jesus disse ao Pedro que colocasse sua espada na vagem e permitisse o desdobramento do plano de Deus. Às vezes resulta tentador nos encarregar dos assuntos, forçar a situação. A maioria das vezes essas atitudes nos conduzem ao pecado. Em lugar disso devemos confiar que Deus levará a cabo seu plano. Considere-o: se Pedro o tivesse feito a sua maneira, Jesus não teria ido à cruz, e o plano de redenção de Deus se teria obstaculizado.

18:11 A taça significa o sofrimento, o isolamento e a morte que Jesus deveria suportar a fim de expiar os pecados do mundo.

18.12, 13 Ao Jesus o levaram imediatamente à residência do supremo sacerdote, apesar de que isto ocorreu em meio da noite. Os líderes religiosos estavam apurados; queriam completar a execução antes do dia de repouso e seguir adiante com a celebração da Páscoa. Esta residência era um palácio cujos muros exteriores rodeavam um pátio onde servos e soldados se esquentavam junto a um fogo.

18:13 Anás e Caifás foram supremos sacerdotes. Anás foi o supremo sacerdote do Israel desde 6 a 15 D.C., quando os governadores romanos o depuseram. Ao Caifás, genro do Anás, nomearam-no supremo sacerdote e permaneceu no cargo desde 18 a 36/37 D.C. De acordo com a lei judia, esta posição era vitalícia. portanto, muitos judeus seguiam considerando ao Anás como supremo sacerdote e o seguiam chamando por esse título. Mas, embora Anás seguia tendo muita autoridade entre os judeus, Caifás tomava as decisões finais.

Tanto Caifás como Anás se interessavam mais por suas ambições políticas que por sua responsabilidade de guiar ao povo para Deus. Apesar de ser líderes religiosos, voltaram-se malvados. Em sua condição de líderes espirituais, devessem ter sido sensíveis à revelação de Deus. Devessem ter sabido que Jesus era o Messías do qual falavam as Escrituras e devessem ter conduzido ao povo para O. Mas quando homens e mulheres enganosos procuram fazer o mal, desejam eliminar toda oposição. Em lugar de fazer uma avaliação sincera das declarações do Jesus apoiando-se em seu conhecimento das Escrituras, estes líderes religiosos procuraram satisfazer suas próprias ambições egoístas e inclusive estiveram dispostos a matar ao Filho de Deus, se era isso o que fazia falta para as obter.

18:15, 16 O outro discípulo possivelmente era João, o autor deste Evangelho. Conhecia supremo sacerdote e se deu a conhecer a criada que estava à entrada. Por causa de suas relações, João conseguiu entrar junto com o Pedro ao pátio. Mas este não quis identificar-se como seguidor do Jesus. As experiências do Pedro nas horas subseqüentes lhe trocariam a vida. se desejar mais informação sobre o Pedro, veja-se seu perfil no Mateus 27.

18.19ss Durante a noite, Jesus teve uma audiência prévia ao julgamento ante o Anás antes de que o levassem ao Caifás e a todo o Sanedrín (Mc 14:53-65). Os líderes religiosos sabiam que não tinham do que acusar ao Jesus, assim trataram de acumular evidências em seu contrário mediante o uso de falsas testemunhas (Mc 14:55-59).

18.22-27 Facilmente podemos nos zangar com o concílio por sua injustiça ao condenar ao Jesus, mas devemos recordar que Pedro e outros discípulos também contribuíram à dor do Jesus ao abandoná-lo e negá-lo (Mt 26:56, Mt 26:75). Apesar de que muitos não somos como os líderes religiosos, todos somos como os discípulos, pois às vezes negamos que Cristo é o Senhor em aspectos muito vitais de nossas vidas ou mantivemos em segredo nossa identidade como crentes em tempos de pressão. Não se desculpe assinalando a outros cujos pecados parecem ser piores que os seus. Mas bem, acuda ao Jesus em busca de perdão e sanidade.

18.25-27 Imagine que você está parado fora enquanto interrogam ao Jesus, seu Senhor e Professor. Imagine também olhando a esse homem, o qual chegou a acreditar que é o Messías tão esperado, enquanto abusam do e o golpeiam. Naturalmente, Pedro estava confundido e assustado. É um pecado sério negar a Cristo, mas Jesus perdoou ao Pedro (21.15-17). Nenhum pecado é muito grande para que Jesus o perdoe se você estiver na verdade arrependido. O perdoará inclusive seu pior pecado se deixar de cometê-lo e pede perdão.

18:25 Os outros Evangelhos dizem que as três negações do Pedro ocorreram perto de um fogo no pátio exterior do palácio do Caifás. No relato do João a primeira negação aparece para fora da casa do Anás e as outras duas para fora da casa do Caifás. É provável que tenham ocorrido no mesmo pátio. A residência do supremo sacerdote era grande e Anás e Caifás sem dúvida viviam perto.

18:27 Este fato cumpriu as palavras que Jesus disse ao Pedro depois que ele prometesse que jamais o negaria (Mc 14:31; Jo 13:38).

18:28 Segundo a lei judia, entrar na casa de um gentil convertia ao judeu em uma pessoa ceremonialmente poluída. Como resultado, dita pessoa não podia participar do culto no templo nem celebrar as festas enquanto não se restaurasse a um estado de "limpeza". Por temor a poluir-se, estes homens permaneceram fora da casa onde levaram ao Jesus para ser julgado. Respeitaram os requisitos do cerimonial de sua religião enquanto que em seu coração albergavam homicídio e traição.

18:29 Este governador romano, Pilato, teve a seu cargo a Judea (a região onde estava localizada Jerusalém) desde 26 a 36 D.C. Pilato não era popular entre os judeus porque saqueou o tesouro do templo procurando dinheiro para construir um aqueduto. Não lhe agradavam os judeus, mas quando Jesus, o Rei dos judeus, esteve de pé ante ele, Pilato o achou inocente.

18:30 Pilato sabia o que ocorria; sabia que os líderes religiosos odiavam ao Jesus e não queria lhes servir de verdugo. Não podiam condená-lo a morte, a permissão devia vir de um líder romano. Mas Pilato em um início se negou a sentenciar ao Jesus sem evidência suficiente. A vida do Jesus passou a ser um peão na luta do poder político.

18.31ss Pilato tentou quatro vezes chegar a uma solução com o Jesus: (1) tratou de fazer que outro carregasse com a responsabilidade (18.31); (2) tratou de encontrar uma via de escapamento para liberar o Jesus (18.39); (3) tratou de chegar a um acerto fazendo que açoitassem ao Jesus em lugar de entregá-lo à morte (19.1-3); e (4) tratou de apelar diretamente à simpatia dos acusadores (19.15). Todos devem decidir o que fazer com Cristo. Pilato tentou deixar que outros decidissem por ele e ao final saiu perdendo.

18:32 Esta predição aparece em Mt 20:19. A crucificação era um método comum de execução para criminosos que não eram cidadãos de Roma.

18:34 Se Pilato formulava esta pergunta em seu papel de governador romano, sua intenção seria a de averiguar se Jesus estava estabelecendo um governo rebelde. Mas os judeus usavam a palavra rei para pô-lo como um governante religioso, o Messías. Israel era uma nação cativa, sob o poderio militar do Império Romano. Um rei rival poderia ter sido uma ameaça para Roma; um Messías poderia ter sido um líder puramente religioso.

JULGAMENTO E CRUCIFIXION DO Jesus: Jesus foi levado do julgamento ante o Sanedrín judeu ao julgamento ante o procurador romano Pilato, na Torre Antonia. Pilato o enviou ao Herodes (Lc 23:5-12), mas este não demorou em mandá-lo ao Pilato. Respondendo às ameaças da turfa, Pilato por último acessou a que Jesus fora crucificado.

18.36, 37 Pilato formulou ao Jesus uma pergunta direta e este respondeu com claridade. Jesus é um Rei, mas um rei cujo Reino não é deste mundo. Ao parecer, na mente do Pilato não havia dúvida de que Jesus dizia a verdade e era inocente de qualquer delito. Também parece evidente que apesar de reconhecer a verdade, Pilato decidiu rechaçá-la. É uma tragédia que não reconheçamos a verdade. É uma tragédia maior reconhecer a verdade e não lhe emprestar atenção.

18:38 Pilato era um cínico; pensava que toda verdade era relativa. Para muitos oficiais do governo, a verdade era algo com a que estivesse de acordo a maioria ou o que fora que ajudasse a promover seu próprio poder pessoal e suas metas políticas. Onde não há uma base de verdade, não há apóie para o que é moralmente bom e mau. A justiça passa a ser algo que dê resultado ou o que seja que ajude aos que exercem o poder. No Jesus e em sua Palavra encontramos uma norma para o que é verdade e para nossa conduta moral.

18:40 Diabinho era um rebelde contra Roma e, apesar de ter cometido homicídio, possivelmente era um herói entre os judeus. Os judeus detestavam que Roma os governasse e ter que pagar impostos ao desprezado governo. A Diabinho, que dirigiu uma rebelião faltada, liberaram-no em lugar do Jesus, o Unico que na verdade podia ajudar ao Israel. se desejar mais informação sobre Diabinho, veja-a nota a Lc 23:18-19.

OS SEIS CENÁRIOS DO JULGAMENTO DO Jesus

Apesar de que o julgamento do Jesus durou menos de dezoito horas, apresentaram-no ante seis auditórios diferentes.

ANTE AUTORIDADES JUDIAS

Audiência preliminar ante o Anás (cf11\ul Jo 18:12-24)

devido a que o ofício de supremo sacerdote era vitalício, Anás ainda era o supremo sacerdote "oficial" ante os judeus, embora os romanos escolheram a outro. Anás ainda tinha uma grande influencia ante os membros do Sanedrín.

Audiência ante o Caifás (Mt 26:57-68)

Como no caso da audiência ante o Anás, esta também se levou a cabo na noite, em segredo. Esteve cheia de ilegalidades que fizeram da justiça uma brincadeira (veja-se quadro no Mateus 28).

Julgamento ante o Sanedrín (Mt 27:1, 2)

Depois do amanhecer, setenta membros do concílio judeu se reuniram para manifestar sua aprovação à audiência prévia para lhe dar validez legal. O propósito deste julgamento não foi fazer justiça, a não ser justificar seus próprios preconceptos da culpabilidade do Jesus.

ANTE AUTORIDADES ROMANAS

Primeira audiência ante o Pilato (cf11\ul Lc 23:1-5)

Por motivos religiosos, os líderes religiosos condenaram ao Jesus à morte, mas solo o governo romano podia autorizar a aplicação da pena de morte. Por isso, levaram ao Jesus ante o Pilato, governador romano, e o acusaram de traição e rebelião, delitos pelos quais o governo romano aplicava a pena de morte. Pilato notou imediatamente que Jesus era inocente, mas temia que se originasse um alvoroço e que os líderes religiosos o acusassem.

Audiência ante o Herodes (Lc 23:6-12)

Tomando em conta que Jesus vivia na região da Galilea, Pilato enviou ao Jesus ao Herodes Agripa, governador da Galilea, quem se achava em Jerusalém para celebrar a Páscoa. Herodes estava desejoso de ver um milagre, mas quando Jesus permaneceu calado, Herodes perdeu a paciência e o mandou de novo ao Pilato.

Ultima audiência ante o Pilato (Lc 23:13-25)

Ao Pilato não caíam bem os líderes religiosos. Tampouco lhe interessava liberar o Jesus, apesar de que sabia que era inocente. Sabia também que outro distúrbio em seu distrito poderia lhe custar seu posto. Primeiro quis congraçar-se com os líderes religiosos fazendo açoitar ao Jesus, uma ação ilegal em si mesmo. Mas ao final cedeu e o entregou para ser executado. Seu próprio interesse era muito mais forte que seu sentido de justiça.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
IV. A história da paixão (Jo 18:19)

1 Quando Jesus pronunciou estas palavras, ele saiu com os seus discípulos para além do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim, no qual ele entrou, ele e seus discípulos. 2 Agora Judas, o traidor, conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes ajuntava ali com os seus discípulos. 3 Judas, em seguida, depois de ter recebido a banda de soldados e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4 Jesus, portanto, sabendo que todas as coisas que lhe havia de suceder, adiantou-se e disse-lhes: A quem buscais? 5 Responderam-lhe: Jesus de Nazaré. Jesus disse-lhes: Eu sou ele . E Judas, que o traía, também estava com Ec 6:1 Quando, portanto, ele disse-lhes: Eu sou ele , eles andaram para trás, e caiu no chão. 7 Mais uma vez, portanto, perguntou-lhes: A quem buscais? E eles disseram, Jesus de Nazaré. 8 Jesus respondeu: Eu disse a você que eu sou ele ; se, portanto, a mim que buscais, deixai ir estes maneira: 9 que a palavra se cumprisse o que ele falou, Dos que me deste eu não perdeu 1. 10 Então Simão Pedro, que tinha espada, desembainhou-a e feriu o sumo sacerdote de servo, e cortou-lhe a orelha direita. . Agora o nome do servo era Malco 11 Jesus, pois, disse a Pedro: Mete a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me deu, não hei de beber?

A conta que João deu da Paixão e da Ressurreição é completo em si mesmo e de acordo com o seu método de utilização de eventos selecionados na vida de Jesus como sinais ou testemunhas à sua pessoa. A história de João dos Passos serve este mesmo fim.Seguindo também o seu conceito de um calendário na vida de Jesus, João retratado Ele como calmamente e deliberadamente deixando a cena do último discurso e ir com os discípulos para o Jardim do Getsêmani (embora ele não nomeá-lo, nem estar relacionados a agonia de Jesus que teve lugar lá). Para os discípulos que era uma outra ocasião para fugir do frio da noite com o seu Senhor, a quem eles estavam começando a observar com uma nova visão. Para Jesus foi manter um compromisso com Judas, o traidor, e com a morte, o último grande inimigo do homem. Judas conhecia o lugar , e Jesus parecia saber que Judas iria olhar para ele no jardim. Como a cena tinha mudado desde aqueles momentos em que Judas foi um dos Doze, em comunhão com Jesus no encontro jardim!

A deliberação de Jesus foi acompanhado pela intensidade de Judas, o que mostra que o mal pode ser tão convincente quanto a justiça do homem que se entrega a ele. A mania de cabeça apreendidos Judas, e pode-se imaginar a sua corrida de atividade em preparação para a prisão, como se ele estivesse com medo de parar para que um melhor lay impulso conta dele. Desde a época da Última Ceia, que não poderia ter sido mais do que algumas horas de acordo com João-Judas tinha conferido com o Sinédrio, fez um acordo com esse corpo dirigente dos judeus, e apressou-se para encontrar Jesus. Ele veio para o jardim com um grupo de soldados fornecidos pelo Sinédrio, tendo um capitão e os oficiais (v. Jo 18:12 ). Eles estavam armados para a noite de combatividade com lanternas, archotes e armas (v. Jo 18:3 ). Certamente não havia necessidade de tal força, se eles esperavam apenas para prender Jesus. Os soldados podem ter sido enviado junto para proteger Judas no caso de Jesus ou os discípulos deram resistência. Mais provavelmente, a força foi atribuído a Judas no caso do levante temido (Jo 11:48) deve ocorrer, mesmo que fosse noite, quando poucas pessoas estariam ao redor. O medo era, em parte, justificado, para a aparência dos soldados Pedro liderou um movimento de resistência de um homem só o tempo suficiente para cortar a orelha de um homem. É um pouco surpreendente para encontrar Pedro com uma espada. João teve o cuidado de dizer que ele tinha um, como se não fosse a coisa habitual. Certamente não havia nada no programa de Jesus para exigir os seus discípulos a ter armas de qualquer tipo. Pedro pode ter obtido a espada no caminho para o jardim, antecipando problemas, e determinado a provar sua lealdade a Jesus expressa que o Mestre tinha muito recentemente desafiou (13 37:38'>13 37:38 ). De qualquer forma, assim que soube que os soldados tinham vindo para Jesus, ele entrou em ação, atacando o primeiro homem que ele poderia alcançar; parece haver nenhuma outra razão por que ele feriu o servo do sumo sacerdote.Pedro foi, provavelmente, um espadachim pobre, sendo um pescador e não um soldado. Com o objetivo de unir a cabeça do homem, ele perdeu e tomou-lhe a orelha direita. Este era um mau perder, de fato, se Pedro teve a chance de ser destro. Ele poderia ter atingido novamente, mas ele foi interrompido, não pelos soldados, mas por Jesus, para que Pedro deve ter sido grato como ele pensou sobre o evento. Lucas diz que os discípulos perguntaram a Jesus se eles devem lutar, e que um deles correu com sua espada antes de Jesus podia responder. Ao que Jesus repreendeu-o e curou a orelha (Lc 22:49 ).

Os soldados que vieram com Judas provavelmente não eram soldados romanos, que "teria levado Jesus ao mesmo tempo a Pilatos, e não para o sumo sacerdote." Judas veio como seu guia. Jesus identificou-se a eles, de acordo com João, ao passo que os Sinópticos dizer que Judas identificou-Lo por beijá-lo. Quando Jesus disse que uma segunda vez, eu sou ele , os soldados recuaram em consternação e medo, repelido pela própria majestade de Seu porte. João disse isso para mostrar que eles não poderiam ter levado Jesus a não ser que ele se permitiu ser tomadas. Pode ter sido a Judas que Jesus disse: Se, pois, a mim que buscais, deixai ir estes maneira (v. Jo 18:8 ), o que significa para ele a deixar o grupo e deixar os soldados retornar aos seus quartéis. Se assim for, esta foi uma tentativa de ganhar Judas volta. Mais nenhuma menção de Judas é feita no Evangelho de João; Mateus diz que Judas se enforcou (Mt 27:5)

12 Então, a banda e até o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e amarrou-o, 13 e levou-o a Annas em primeiro lugar; pois era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. 14 Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que convinha que um homem morra pelo povo.

15 E Simão Pedro seguia Jesus, e assim o fez outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote; 16 mas Pedro estava parado na porta, sem. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou a ela que manteve a porta e levou Pedro para dentro. 17 A empregada, portanto, que manteve o diz porta a Pedro: Não és tu também um dos discípulos deste homem? Ele diz: Eu não sou. 18 Ora, os servos e os guardas estavam de pé , depois de ter feito um fogo de brasas; porque fazia frio; e eles estavam se aquecendo, e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se.

19 O sumo sacerdote, portanto, perguntou Jesus dos seus discípulos, e de seu ensino. 20 Jesus lhe respondeu: Eu falei abertamente ao mundo; Eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem; e falou o segredo que eu nada.21 Por que me perguntas a mim? pedir-lhes que já ouviu falar de mim , o que eu lhes dizia: Eis que estes sabem as coisas que eu disse. 22 E, havendo dito isso, um dos guardas que ali por Jesus bateu com a mão, dizendo: Não respondes ao sumo sacerdote ? assim 23 Respondeu-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres? 24 Annas, portanto, enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote.

25 E Simão Pedro estava se aquecendo. Disseram-lhe, pois és tu também um dos seus discípulos? Ele negou, e disse: Não sou. 26 E um dos servos do sumo sacerdote, sendo um parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse, não te vi eu no jardim com ele? 27 , portanto, Pedro negou novamente: e logo o galo cantou.

O julgamento de Jesus era duplo-eclesiástica e civil. Cada um tinha três fases, como pode ser visto a partir de um levantamento dos quatro Evangelhos neste momento. João omitido a sessão antes do Sinédrio no início da manhã, bem como que diante de Herodes da Galiléia. Ele também abreviado muitos detalhes fornecidos por um ou mais dos Sinópticos. Eles, por sua vez omitir a sessão antes de Annas.

Os soldados parecem ter sido instruído a evitar conflitos e para prender Jesus o mais silenciosamente possível, porque ali estavam, até que tenha certeza de que não haveria oposição aberta. Em seguida, eles apreenderam Jesus e amarrou-o (v. Jo 18:12 ), a lição que as chances de que todos os amigos podem tentar resgatá-lo. Ele foi mantido amarrado perante o sumo sacerdote (v. Jo 18:24 ), mas, aparentemente, foi dada liberdade suficiente para andar quando levado a Pilatos (v. Jo 18:28 ). Levaram-no primeiramente a Anás; pois era sogro de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano (v. Jo 18:13 ). Anás era o sumo sacerdote 7-14 ANÚNCIO e foi seguido por cinco filhos e um filho-de-lei, Caifás. Se ele ocupou um cargo no Sinédrio, no momento do julgamento de Jesus é incerta, mas evidentemente ele continuou a exercer considerável controle sobre seus assuntos. O questionamento parece ter ocorrido diante de Anás, depois que Jesus foi entregue a Caifás para a disposição de seu caso. "Note-se que de acordo com João não há julgamento formal, nenhuma citação de testemunhas como nos Sinópticos, mas sim uma tentativa de reunir provas contundentes para colocar diante de Pilatos." Jesus foi questionado a respeito de seus discípulos e os Seus ensinamentos . Em suas respostas Ele não fez nenhuma referência aos discípulos, testemunhando apenas de si mesmo: Eu tenho falado abertamente ... e falou em segredo que eu nada. Por que me perguntas me tu? pedir-lhes que me ouviu (vv. Jo 18:21-22 ). A única resposta veio de um dos oficiais de impedimento, que atacaram Jesus com a palma da sua mão, acusando-o de ser descortês com o sumo sacerdote. Pode-se imaginar que o policial fez isso em resposta a um sinal silencioso de Caifás. Mas Jesus ignorou a referência ao sumo sacerdote, e novamente fez Seu apelo com base em seus ensinamentos. Se falei mal [ no meu ministério público ], dá testemunho do mal: mas, se bem, por que me feres (v . 23 ). Com isso, ele foi levado para o palácio de Pilatos.

Pedro e outro discípulo tinham seguido Jesus à casa do sumo sacerdote. O outro discípulo é tradicionalmente pensado para ter sido o apóstolo João e autor deste Evangelho. Como ele, um pescador da Galiléia, era conhecido do sumo sacerdote (v. Jo 18:15) tem sido um problema para os estudiosos. Esta observação é mais fácil de conciliar com uma teoria da autoria dos atributos que o Evangelho a um ancião Jerusalém, em vez de João, filho de Zebedeu. Talvez João, ocultando o nome do discípulo, não estava referindo-se a si mesmo. Havia um discípulo que conhecemos tinha acesso à presença do sumo sacerdote, ele tinha estado lá não muito muitas horas antes. Não nos é dito que Judas estava fazendo durante a prisão e interrogatório de Jesus, mas o Evangelho de Mateus diz que no final do processo (antes de Jesus foi levado a Pilatos), ele foi "condenado" pelo que ele tinha feito; ele devolveu o dinheiro aos chefes dos sacerdotes e se enforcou. Ele não foi convidado a testemunhar contra Jesus, mas como ele observou o propósito e as táticas das autoridades judaicas, e quando viu o Mestre levados para a morte certa, ele "se arrependeu" de que ele tinha feito. Ele e Pedro estavam presentes no julgamento eclesiástico. E assim, o discípulo que ganhou ingresso para Pedro poderia ter sido Judas.Se isto é assim, Judas poderia ter sido um fator que influencia em Pedro negar o seu Senhor. Se João sabia o relato de Mateus que Judas se arrependeu de sua má ação, ele pode ter sido constrangido a esperança de que Judas tinha obtido misericórdia e morreu um discípulo de coração-por isso, talvez, João chamou-o um discípulo ao invés de usar o seu nome.

Não nos é dito por que Pedro seguiu Jesus para as câmaras do sumo sacerdote, mas a razão é óbvia. Era como Pedro de correr e correr riscos. Mas era mais do que impetuosidade que o levou. Foi um follow-up do episódio espada pela qual ele havia procurado demonstrar sua lealdade a Jesus. Ele esperava ser capaz de compensar suas declarações e ações ineptos; mas como é frequentemente o caso, o resultado foi um excesso de compensação. Ele tentou muito duro e com mau discernimento. Se ele tinha a esperança de ter a chance de defender Jesus diante do sumo sacerdote que estava decepcionado. Ele foi pego de surpresa em cada turno. A recepcionista, vendo Pedro com outro discípulo a quem ela reconheceu, perguntou-lhe: És tu também um dos discípulos deste homem? (v. Jo 18:17 ). E ele respondeu rapidamente, eu não sou . Pego de surpresa, ele respondeu por medo. Mas uma mentira, no entanto não premeditado, é difícil de lembrar. Como a ocasião em que ele tentou andar sobre a água para chegar a Jesus (sua tentativa de alcançá-Lo desta vez foi ainda mais patético) Pedro começou a afundar, sem nada para apoiá-lo. E assim ele negou conhecimento de Jesus de novo, e de novo, e cantou o galo. O Evangelho de Lucas diz que "o Senhor virou-se e olhou para Pedro" (Lc 22:61 ), e que Pedro "saiu e chorou amargamente." Aquele olhar era a mão estendida para salvar Pedro, e o choro foi a sua resposta . Judas também ver que o olhar de Jesus? É isso o que o condenou? É por isso que ele "se arrependeu", dizendo: "Pequei, que eu traí sangue inocente"? (Mateus 27:4. ). Talvez mais esperança pode ser realizada fora para Judas do que tem sido habitual.

A previsão que Jesus tinha feito da negação de Pedro , antes que o galo cante significava que ele iria fazê-lo antes do amanhecer, para o galo era o arauto da madrugada. A escuridão era tudo ao seu redor, e não apenas a escuridão da noite, mas de circunstância e negação de Pedro estava envolvido nela. Mas o amanhecer vindo não foi tão evidente. Em suas aulas de história, Dr. Beard diz: "Quando é escuro o suficiente, você pode ver as estrelas." Jesus tinha uma perspectiva melhor para Pedro do que isso: a noite seria seguido por manhã. Era uma promessa da ressurreição.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
Jesus deixou seu lugar de oração para encontrar-se com seus inimi-gos. O "ribeiro Cedrom" lembra- nos o rei Davi que foi banido de seu trono pela rebelião de seus amigos e família e atravessou esse mesmo ribeiro (veja 2Sm 15:0), encontra seu inimigo em um jardim e triun-fa, enquanto o primeiro Adão en-controu o inimigo em um jardim e fracassou. Adão escondeu-se, mas Cristo revelou-se publicamente. Veja outros contrastes que encontra nessas duas cenas de jardim à medi-da que as examina.

Judas ficou com o inimigo. "Uma vez soltos, procuraram os ir-mãos" (At 4:23). As pessoas sempre vão para onde está seu coração. Judas tinha Satanás no coração e ficou com o grupo de adeptos deste. É triste dizer que Pedro se misturou ao mesmo grupo! Obser-ve como Jesus aturdiu-os quando usou o termo "Eu sou". (Nos ma-nuscritos gregos originais, consta "ele" no versículo 6.) O mesmo nome que salva os crentes (17:
6) condena o perdido.

No versículo 8, Jesus aconse-lha seus discípulos a ir embora a fim de que não tenham problemas. Ele já lhes dissera que se dispersa-riam (16:32), mas Pedro prefere fi-car e lutar — e passa a correr perigo por isso. O pecado de Pedro não foi seguir Jesus de longe, mas segui-lo! Ele deveria ter obedecido à Palavra e partido.

O versículo 9 volta a 17:12, em que Cristo falou da salvação dos discípulos. Aqui, ele fala da segu-rança física deles. Portanto, Cristo guarda-nos de duas maneiras: ele preserva nossa alma em salvação e guarda nosso corpo, selando-o com o seu Espírito até o dia da redenção (Ef 1:13-49).

Pedro desobedeceu a Cristo de forma clara ao usar a espada. Ele não precisa da nossa proteção, e, para combater Satanás, deve-mos usar armas espirituais (2Co 10:4-47; Ef 6:0) e, assim, proteger Pedro de qualquer dano. Caso contrário poderia haver mais uma cruz no Calvário, e Pedro seria crucifica-do antes do tempo designado por Deus (Jo 21:1 Jo 21:8 Jo 21:9).

  • A negação (18:15-27)
  • Agora, a narrativa foca Pedro, e ve-mos seu triste declínio. No cenácu- lo, Pedro vangloriara-se três vezes de que permanecería fiel a Cristo (Mt 26:33,Mt 26:35; Jo 13:37). No jardim, ele dormiu três vezes (Mc 14:32-41); no jardim, ele entregou- se à fraqueza da carne; e, agora, no pátio do sacerdote, ele cede à pres-são do mundo. Como é importante vigiar e orar!

    No versículo 15, não sabemos quem é o discípulo citado. Talvez fosse Nicodemos ou José de Ari- matéia. Não é provável que João (muitas vezes, chamado de "o ou-tro discípulo" — 20:
    3) estivesse em termos amigáveis com o sumo sa-cerdote. VejaAt 4:1-44. Seja quem for esse discípulo, ele levou Pedro ao pecado quando abriu a porta para ele! O versículo 18 informa que estava "frio", portanto Pedro sentou perto do braseiro; todavia, Lc 22:44 afirma que Cristo suou aquela noite enquanto orava! Pedro estava com frio físico e espiritual e aqueceu-se no fogo do inimigo. Ele "and[ou] no conselho dos ímpios" e agora "se det[inha] no caminho dos pecadores" (veja Sf 1:1). Cristo so-fria, enquanto Pedro se aquecia mas não compartilhava o sofrimento do Senhor de forma alguma.

  • A rejeição (18:28-40)
  • Vemos como a nação era corrup-ta naquela época pelo fato de ha-ver dois sumos sacerdotes. Anás e Caifás eram sócios no comércio do templo e odiavam Jesus por ter puri-ficado o templo duas vezes.

    Tem-se escrito muito a respei-to dos aspectos ilegais do julga-mento de Cristo. Ele aconteceu à noite; assumiu-se que o prisionei-ro era culpado e o trataram como tal; a corte pagou pessoas para dar falso testemunho; o juiz permitiu que maltratassem o prisioneiro; a corte não deu ao acusado o direito de defender-se. Após o julgamento noturno secreto, os astutos líderes religiosos levaram Jesus até Pilatos para a sentença final de morte. Eles não podiam entrar em uma sala de gentios a fim de não se contaminar, mas não hesitavam em condenar à morte um homem inocente!

    A passagem de 18:33 a 19:15 apresenta o triste relato da indecisão covarde de Pilatos. Este se dirigiu, pelo menos, sete vezes aos judeus do exterior e aos da sala para tentar um acordo. Pilatos crucificou Cristo porque era um covarde que queria "contentar a multidão" (Mc 15:15). Quantos pecadores irão para o in-ferno porque temem as pessoas e tentam agradá-las!

    Cristo explicou a Pilatos a natu-reza espiritual de seu reino, mas não sua afirmação: "O meu reino não é deste mundo". Ele poderia ter estabe-lecido seu reino na terra, se os judeus o tivessem recebido. Contudo, eles o rejeitaram, pois seu reino é de nature-za espiritual, no coração das pessoas. Ele estabelecerá seu reino sobre a ter-ra quando retornar. Como ansiamos por esse dia abençoado!

    Há séculos, os filósofos têm feito a pergunta de Pilatos: "Que é a verdade?". Em 14:6, Jesus declara: "Eu sou [...] a verdade". Jo 17:17 afirma: "A tua palavra é a verdade". Primeira Jo 5:6 afirma seguramen-te que "o Espírito é a verdade". O Es-pírito e a Palavra apontam para Cris-to, a Verdade.

    O mundo faz as escolhas erra-das em relação aos assuntos espi-rituais. A multidão preferiu matar o Príncipe da vida! Ela escolheu o contraventor, não o Legislador! Os judeus rejeitaram o verdadeiro Mes-sias; no entanto, um dia, aceitarão o falso Messias de Satanás, o anticris- to (5:43).
    Os homens rejeitam Jesus por diversos motivos. Judas rejeitou Cristo, porque ouviu o diabo; Pila-tos ouviu o mundo; Herodes obede-ceu à carne.
    Pilatos diz: "E costume entre vós" (18: 39). É triste constatar que Pilatos conhecia os costumes reli-giosos, mas não conhecia a Cristo! Ainda hoje, as pessoas são assim, cuidadosas em observar costumes e feriados religiosos, mas desconhe-cem o Salvador do mundo. A rejei-ção significa condenação eterna, e a fé, vida eterna.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    18.1 Saiu. Talvez da cidade ou do cenáculo (14.31). Jardim. Mateus e Marcos nos informam que era o Getsêmani; Lucas o denomina de "Monte das Oliveiras".

    18.2,3 Vários grupos se unem no propósito de destruir a Jesus.
    1) Judas, o discípulo traidor,
    2) escolta de soldados romanos (talvez pagos);
    3) principais, sacerdotes (i.e., saduceus);
    4) fariseus;
    5) policia do templo ("guardas");
    5) Pilatos e os soldados (19.1,2).

    18.5.6 Todas as forças sob o príncipe deste mundo (12.31; 14,30) recuam e se prostram diante daquele que recebeu toda autoridade do Pai (17.2). Ele tem direito ao nome "Eu Sou" (5, 6, 8; conforme Êx 3:14; Jo 8:28n). Outra vez João observa que Jesus se entrega voluntariamente. Quando se certificou de que os discípulos ficariam em liberdade, Cristo se entregou (8b).

    18.10 Malco. João conhecia o nome deste escravo (gr doulos) porque ele conhecia pessoalmente o sumo sacerdote (15).

    18.12 Comandante (gr chiliarchos) com a escolta ali presente mostra a participação dos romanos. Manietaram-no (24). Só João menciona este pormenor. Isto nos lembra Isaque amarrado sobre o altar (Gn 22:9; conforme Rm 8:32).

    18.14 Caifás foi apontado sumo sacerdote (24) pelo governador romano em 15 d.C. Provavelmente, não foi, aceito pelos judeus, permitindo Anás a continuar no poder (note-se que Anás é sumo sacerdote em v. 19).

    18.15 Outro discípulo. Seria o discípulo amado (13.23n)?

    18.17 Não sou. Notável entre os evangelhos é a maneira branda em que João descreve a negação tríplice de Pedro (17, 25, 26). Pedro aqui não jura nem amaldiçoa.

    18.20 Falado francamente. Conforme 7.4 onde os irmãos de Jesus o desafiam para se manifestar ao mundo. O ministério culminante de Jesus foi sobre a cruz (12.32). Em oculto. Jesus não era subversivo.

    18.21 Por que me interrogas? Era ilícito forçar o réu a se condenar a si mesmo.

    18.22 Uma bofetada. Jesus sofre esta violência porque fez Anás parecer estúpido, não porque o insultou.

    18.23 Dá testemunho do mal. Como se vê em 8.46, Jesus zela pela irrepreensibilidade de Sua pessoa. Nas epístolas pastorais nota-se que esta qualificação é essencial ao ministro (1Tm 3:2, 1Tm 3:7, 1Tm 3:10; Tt 1:7).

    18.24 Caifás. Conforme 11.49n; 18.14n.

    18.26 Parente. João conheceu bem os elementos da casa do sumo sacerdote (10, 16). Alguém sugeriu que Zebedeu e seus filhos, Tiago e João, forneceram peixe salgado do mar da Galiléia à casa de Anás e Caifás (16n).

    18.27 Pedro o negou. A queda de Pedro, ocorrendo três vezes, mostra a inerente fraqueza da carne quando privada da assistência sobrenatural do Espírito (Gl 5:16).

    18.28 Pretório. Residência de Pilatos, o governador romano. EmFp 1:13 pode se referir à residência do imperador no Monte Palatino em Roma, ou do quartel geral em Éfeso. Não entraram. Para um judeu entrar numa casa pagã significava contaminação ritual, o que devia ser evitado a todo custo (conforme Mc 7:2-41).

    18.30 Se... malfeitor. As autoridades judias não queriam qualquer investigação da parte dos romanos.

    18.31,32 Segundo a vossa lei. Pilatos manda que os judeus julguem a Jesus, uma vez que o mal de que o acusavam era uma infração religiosa de que os romanos não podiam tomar conhecimento. Mas isso não satisfez os interesses dos judeus, que não descansariam até Cristo ser morto, As Escrituras predisseram que o modo de morte do Messias seria por cruz (3.14; 12.32). Se os judeus tivessem aplicado a pena capital, Jesus teria sido apedrejado como blasfemo (Lv 20:27; At 7:54-44).

    18.33 És tu o rei dos judeus? Alguém informara a Pilatos nesta altura que Jesus era um pretendente ao trono de Israel (Lc 23:2, Lc 23:3).

    • N. Hom. 18.36 O Reino de Cristo:
    1) Ainda que não seja reino político, tem ministros Lm 2:0; Sl 93:1, Sl 93:2, Sl 93:5).

    18.38 Que é a verdade? Pilatos levantou cinicamente a maior dúvida da filosofia. Pilatos indaga, "Que"; Jesus já declarara que Ele é a verdade ("quem").

    18.40 Barrabás. Conforme Mc 15.7n.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    II. A TRAIÇÃO, A PRISÃO E A EXECUÇÃO (18.1—19.42)

    1) A prisão. Pedro nega Jesus (18:1-27)
    v. 1. o vale do Gedrom-. Está situado entre a colina do templo e o monte das Oliveiras. Jesus entrou no Getsêmani pelo outro lado. João não registra a agonia no jardim (conforme Mc

    14:32-42; Mt 26:36-40; Lc 22:40-42), mas ele relata uma agonia semelhante à qual o Salvador deu expressão (conforme 12:27-33). Jesus claramente entendeu tudo que estava para acontecer como parte do plano divino, v. 5. Sou eu (gr. egõ eimi)-. Com essa resposta grandiosa (conforme 8.58), Jesus antecipou o plano maquinado entre Judas e os oficiais armados (cf. 8.24,28; 13.19). Os Sinópticos nos contam do beijo mortal. Aqui, no entanto, temos um retrato do Salvador tomando a iniciativa em cada estágio (conforme v. 11 a seguir). A queda ao chão dos seus captores não foi necessariamente miraculosa, mas, possivelmente, caíram uns sobre os outros em virtude da calma de Jesus, v. 9. Isso aconteceu para que se cumprissem as palavras que ele dissera: Temos aqui um comentário inspirado que toma as palavras da oração de Jesus (conforme 17,12) bem literalmente. Por isso, Jesus estava disposto e capacitado a aceitar as implicações da sua vida de oração, v. 10. uma espada: O significado desse ato dramático é que Simão Pedro não iria aceitar essa dócil liberação como tinha sido sugerida no apelo de Jesus aos oficiais. Malco: Somente João dá nome ao soldado ferido, assim como somente Lucas registra que ele foi curado (conforme Lc 22:51).

    v. 11. Acaso não haverei de beber o cálice. Essa é a contraparte de João à declaração no Getsêmani: “não seja o que eu quero, mas sim o que tu queres”, registrada pelos outros evangelistas (conforme Mc 14:36-41Mt 26:39-40; Lc 22:42). Ele anuncia que o seu desejo é tomar o cálice, pois isso é, de fato, a vontade do Pai para ele. v. 13. Anás-Apenas Mateus (conforme Mt 26:57) menciona a casa de Caifás; os outros evangelistas simplesmente se referem aos chefes dos sacerdotes (conforme Mc 14:53; Lc 22:54), e Lucas não apresenta relato algum da audiência com os judeus. Anás tinha sido o sumo sacerdote anterior (6-15 d.C.). Na lei hebraica, o sumo sacerdócio era um ofício vitalício. Mas sob os romanos era mudado com freqüência. Anás havia sido deposto em 15 d.C., mas tinha sido sucedido por outros membros da família, além de Caifás, que foi sumo sacerdote de 18 a 36 d.C. Contudo, mesmo depois de sua deposição, Anás continuou atuando como um ancião estadista do judaísmo, v. 15. outro discípulo-. Provavelmente o discípulo amado (conforme 13.23; 19.26; 20.2; 21.20). Ele era conhecido do sumo sacerdote, e evidentemente conhecia os membros do Sinédrio e suas casas muito bem (conforme o nome de Malco, v. 10). Sua entrada na câmara da audiência ilustra a verdade de que aquele que fica próximo de Jesus tem mais probabilidade de resistir à tentação de negá-lo.

    v. 17. Você não é (gr. mê kai sy) um dos discípulos desse homem?-. A forma da pergunta normalmente sugere uma resposta negativa, embora “Sim” possa ser a resposta esperada. Essa pergunta reflete favoravelmente a posição do outro discípulo, v. 19. o sumo sacerdote interrogou Jesus-, Quase certamente foi Anás. Foram feitas tentativas de provar que foi Caifás ao deslocar o v. 24 para depois do v. 13, e.g., pela Sinaítica Siríaca, pelo minúsculo 225 e por Lutero. Mas a maioria dos comentaristas adota a ordem usual do texto, aplicando-o a qualquer um dos dois homens segundo sua convicção e preferência; a sugestão que um copista antigo tenha colocado o v. 24 onde o temos hoje, após omiti-lo acidentalmente depois do v. 13, embora possível, não é convincente. Anás continuou a ser conhecido como sumo sacerdote muito depois de sua deposição (conforme At 4:6). v. 22. um dos guardas [...] bateu-lhe no rosto-, Esse golpe pode ter sido uma indicação da lealdade que muitos judeus continuavam a ter para com Anás, a quem consideravam o sumo sacerdote de direito, embora tivesse sido “exonerado” à força. A resposta de Jesus deixa claro que nada dói mais do que a verdade nos ouvidos daqueles que já fecharam a sua mente para ela. v. 24. Anás enviou Jesus, de mãos amarradas, a Caifás, o sumo sacerdote-, O nome de Caifás parece apoiar comentários anteriores do v. 19. Caifás ainda não apareceu no julgamento (conforme Mc 14:53-41; Mt 26:57,Mt 26:58Lc 22:63-42).

    A atenção se volta agora novamente para Simão Pedro. v. 26. Eu não o vi com ele no olival?-. A pergunta final pode ter sido feita por sentimento de solidariedade para com Malco, o oficial ferido. João omite todas as referências aos juramentos e maldições com que Pedro consumou a sua negação. Tampouco explica, como faz Marcos (conforme Mc 14:72), como o remorso entrou no coração dele. Provavelmente foi no caminho para a casa de Caifás que Jesus se virou para olhar para Pedro (conforme Lc 22:61).


    2) O julgamento diante de Pilatos (18.28—19.16)

    Essa parte do procedimento foi realizada para conseguir a confirmação da sentença de morte (conforme Mc 15:2-41; Mt 27:11-40; Lc 23:125). v. 28. o Pretório-, Era a residência oficial do governador romano. Normalmente ele residia em Cesaréia, na costa, e vinha a Jerusalém nas épocas de festas para garantir a ordem e o cumprimento da lei. Os judeus não entravam nele com base no costume de que nenhum judeu deveria entrar na casa de um gentio, porque ali sempre havia a possibilidade de se tornar impuro; incorrer nisso nesse momento os tornaria desqualificados para comer a Páscoa (v.comentário Dt 1:31). v. 31. Mas nós não temos o direito de executar ninguém-, O poder sobre a morte e a vida aparentemente não tinha sido exercido pelo Sinédrio desde o tempo de Herodes, o Grande, embora as opiniões acerca disso sejam divergentes. v. 32. as palavras que Jesus tinha dito-, E difícil avaliar a profundidade com que tinham sido compreendidas as palavras acerca de “levantar” (conforme 3.14; 12.32). Mas o evangelista claramente vê o seu cumprimento na Paixão,

    v. 33. Você é o rei dos judeus?-. O texto em português não capta o que possivelmente foi um toque de ironia: “Você? Rei dos judeus?”. Pilatos sugere que o prisioneiro não tinha muita aparência de líder revolucionário que tivesse causado tanto distúrbio para poder denominar-se rei (conforme Lc 23:2). A acusação religiosa tinha sido substituída por uma acusação política para ter mais peso diante de Pilatos. A resposta de Jesus desafia a consciência de Pilatos (v. 35), mas este a descarta. Não obstante, Pilatos está desconcertado por uma reivindicação dessas ter suscitado a hostilidade dos judeus (v. 35b). v. 36. meu Reino: Jesus se refere ao seu lugar no propósito divino. Se o seu reino fosse terreno, seus servos iriam resistir a Pilatos e seus homens (conforme Mt 26:53). v. 37. Todos os que são da verdade me ouvem: A resposta de Jesus à pergunta de Pilatos novamente é não comprometedora, na medida em que ele nega os termos de referência de Pilatos. Mas ele é rei, embora não no sentido que Pilatos entendia essa palavra. v. 38. Que é a verdade?: No melhor dos casos, essa era uma pergunta quase filosófica. Mas, ao propô-la, Pilatos evidentemente não é “da verdade”, v. 39. Os temores de Pilatos agora são duplos. Ele está consciente da pressão dos judeus na Páscoa e fica perturbado também pelos temores da sua mulher (Mt 27:19). v. 40. Rarrabás era um rebelde (conforme Mc 15:7) e, por isso, como Jesus, um prisioneiro “político”. Os seus gritos renovados mostram que a explosão anterior dos judeus começara com a aparição anterior de Jesus (cf. Mt 27:13,Mt 27:14).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 14

    IV. Os Sofrimentos e a Glória. 18:1 - 20:31.

    João 18

    A. A Traição. Jo 18:1-14.

    A narrativa de João enfatiza a firmeza de Jesus e Sua prontidão em ser levado, tornando inútil a traição de Judas de um lado e a tentativa de Pedro exibir sua lealdade doutro lado. Aqui está incluída a narrativa da prisão e da transferência de Jesus para a casa do sumo sacerdote.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40
    X. A PAIXÃO E RESSURREIÇÃO DO SENHOR JESUS CRISTO Jo 18:1-43) -Ver notas em Mt 26:36-40; Mc 14:32-41; Lc 22:39-42. Chega ao seu auge o ódio dos judeus. Jesus atravessa o ribeiro Cedrom (1). Durante a maior parte do ano, o leito fica sem água. João omite a narração da oração de Jesus na agonia (cfr. Mt 26:36 e segs.; Mc 14:32 e segs.; Lc 22:39 e segs.). Judas dirige uma escolta com tochas e armas (3). A referência a lanternas, tochas e armas (3) é evidência de uma testemunha ocular. O evangelista menciona que Jesus se entregou voluntariamente (4). Jesus revela Sua identidade nas palavras Sou eu (5). Os soldados e Judas ficam, temporariamente, transtornados pela declaração majestosa e caem por terra. Jesus então repete: A quem buscais? (7) e recebe dos soldados a mesma resposta. Estes podem prendê-lo, porém não aos discípulos (8) que conseguem fugir em cumprimento das Escrituras (9). Jesus repreende o ato impulsivo de Pedro quando fere o servo do sumo-sacerdote. Logo rende-se, dizendo: Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu? (11).

    >Jo 18:12

    2. O JULGAMENTO ECLESIÁSTICO E A NEGAÇÃO DE PEDRO (Jo 18:12-43) -Ver notas em Mt 26:57-40. Jesus é levado preso à presença de Anás, sogro de Caifás. Anás tinha sido deposto do munus de Sumo Sacerdote por Valerius Gratus, procurador romano antes de Pilatos, mas ainda exercia sua influência sorrateiramente. Simão Pedro e outro discípulo conhecido do sumo sacerdote, provavelmente João, O seguem. A narrativa deste exame perante Anás não aparece nos sinóticos. Provavelmente teve lugar na residência de Anás. João relata um interrogatório perante Anás à noite e outro perante Caifás pela manhã. Entrementes, João consegue entrar no pátio (15) e faz com que Pedro o acompanhe. Interrogado, Pedro nega, três vezes, ser discípulo de Jesus (15,25,27). Jesus, examinado quanto às Suas doutrinas, afirma serem conhecidas por todos, dizendo: Pergunta aos que ouviram (21). Jesus é mal tratado por ter respondido a Anás, ex-sumo sacerdote, de uma maneira julgada insolente pelos guardas. Teria sido perfeitamente natural usar ainda o título de sumo sacerdote com referência a Anás (22). A réplica de Jesus é irrefutável (23). Dali, Jesus é enviado a Caifás. Pedro bem podia ter testificado quanto aos ensinos de Jesus, mas em vez disto, nega o seu Mestre (25-27).

    >Jo 18:28

    3. O JULGAMENTO CIVIL (Jo 18:28-43; Mc 15:1-41; Lc 23:1-42. Após o Seu julgamento pelo sinédrio, na casa de Caifás, Jesus é levado ao pretório, na residência do governador. Os judeus permanecem do lado de fora, para não serem contaminados cerimonialmente antes de se celebrar a páscoa. Pilatos inquire da acusação levantada contra Jesus (29). Os judeus tentam evitar uma resposta. Desejam que o governador confirme a sua decisão, mas Pilatos prefere deixar a responsabilidade com eles, tendo em vista a falta de uma acusação específica. Os judeus queriam apedrejar Jesus, se tivessem oportunidade, mas não podiam fazê-lo legalmente (31). O fato de outras vítimas terem sido assassinadas pela população judaica não altera a lei. Às vezes, as autoridades romanas fechavam os olhos a tais crimes. Pilatos então interroga Jesus das acusações feitas contra Ele, dizendo: És tu o rei dos judeus? (33). Em resposta, Jesus lhe pergunta se as palavras representam o reconhecimento pessoal das Suas reivindicações como Rei, ou se ele está citando outros (34). Pilatos replica com desdém e com isto Jesus lhe anuncia o caráter do Seu reino (36). Não é deste mundo, nem é estabelecido por poderes naturais, sendo um reino espiritual cujo alicerce é a verdade. Note-se que Jesus, falando com o sumo sacerdote, se expressa nos termos escatológicos dos judeus, e falando com Pilatos, apela para a verdade. Pilatos despede Jesus com galhofa (38).

    >Jo 18:38

    Pilatos, saindo do pretório, dirige-se aos judeus e declara-se convencido da inocência de Jesus (38). Acomodando-se com a situação, sugere que Jesus seja solto e Barrabás guardado preso. Os judeus com gritos pedem que Barrabás seja solto (40). Pilatos procura salvar Jesus da pena de morte e, ao mesmo tempo, aplacar a fúria dos judeus, propondo uma pena mais leve. Falta-lhe a coragem de pôr Jesus em liberdade.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40

    68. Jesus Traição e Prisão (João 18:1-11)

    Quando Jesus pronunciou estas palavras, Ele saiu com os seus discípulos sobre a ravina do Cedron, onde havia um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Agora Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. Judas, em seguida, tendo recebido a coorte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então, Jesus, sabendo que todas as coisas que lhe havia de suceder, adiantou-se e disse-lhes: "A quem procurais?"Responderam-lhe: "Jesus, o Nazareno". Ele disse-lhes: "Eu sou Ele." E Judas, que o traía, também estava com eles. Então, quando Ele lhes disse: "Eu sou Ele", eles recuaram e caíram no chão. Ele, portanto, mais uma vez perguntou-lhes: "A quem procurais?" E eles disseram: "Jesus, o Nazareno". Jesus respondeu: "Eu te disse que eu sou Ele, por isso, se você procurar-me, deixe ir estes", para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste eu não perdeu um." Simão Pedro, então, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita; eo nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro: "Põe a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me tem dado, não vou beber?"(18: 1-11)

    De todas as falsas visões da vida e do ministério terreno de nosso Senhor um dos mais pernicioso é o retrato da sua morte como a de, uma vítima involuntária involuntário. Pseudoscholars que defendem esse ponto de vista ver Jesus meramente como um sábio ou filósofo judeu, um professor de moral e ética. Outros imaginam que Ele era uma busca revolucionária para derrubar o governo de Roma. Em ambos os casos, para que a história se passa, as coisas correram muito mal. Jesus entrou em conflito com as autoridades judaicas e romanas, e involuntariamente conseguiu chegar-se executado. (Incrivelmente alguns, que ou não ter lido os relatos evangélicos ou se recusam a acreditar neles, até argumentar que as autoridades judaicas tentou salvar Jesus dos romanos.)

    Mas, na verdade Jesus não era vítima. Em Jo 10:1). Em seu sermão no dia de Pentecostes, Pedro disse que Jesus "foi entregue sobre [a morte] pelo plano pré-determinado e presciência de Deus" (At 2:23; conforme At 3:18; 4: 27-28; 13: . At 13:27; Mt 26:24; Lc 22:22; 24: 44-46).

    Como o Deus encarnado, Jesus estava sempre no controle absoluto de todos os acontecimentos de sua vida. Esse controle prorrogado até mesmo para as circunstâncias de sua morte. Longe de ser um acidente, morte sacrificial de Jesus foi a principal razão que Ele tomou sobre a vida humana em primeiro lugar; é o ápice da história da redenção No início do evangelho de João, ele havia dito: "Agora a minha alma está perturbada; e que direi: 'Pai, salva-me desta hora" Mas para este fim cheguei a esta hora? "( 12:27). Em vez de ser pego de surpresa por sua execução, o Senhor havia predito repetidamente-lo (por exemplo, Mt 16:21; 17: 22-23.; 20: 17-19; Lucas 24:6-7,Lc 24:26). Ressaltando a importância crucial da morte de Cristo, os Evangelhos dedicam cerca de um quinto de seu material para os últimos dias de sua vida. João dedica nove capítulos (12-20) —nearly metade de seu relato sobre a vida de Cristo para os eventos da Semana da Paixão.

    De acordo com o seu propósito de retratar Jesus como o Filho de Deus encarnado (20:31), João descreve Sua majestade e glória, assim como ele é traído e preso a ser executado. O apóstolo habilmente demonstra que os vergonhosos, aviltantes coisas feitas a Cristo não conseguiu desvirtuar sua pessoa, mas sim oferecido prova decisiva da sua glória BF Westcott observa,
    Na comparação entre a narrativa de São João com as narrativas paralelas dos Synoptists, deve observar-se geralmente que aqui, como em toda parte, St. João fixa a atenção do leitor sobre as idéias que os vários eventos trazem para fora e ilustrar. A paixão e ressurreição são para ele revelações da Pessoa de Cristo. O fato objetivo é um "sinal" de algo que é mais profundo .... Ele [o relato da Paixão e da Ressurreição] é ...como o resto do Evangelho, uma interpretação do significado interior da história que ele contém . ( O Evangelho segundo São João [repr .; Grand Rapids: Eerdmans, 1978], 249)

    Assim, ao contrário de Mateus, Marcos e Lucas, João não faz menção a oração de agonia de Jesus ao Pai (conforme Mt 26:39; Mc 14:36; Lc 22:1, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2006] ).

    Em seu relato de traição e prisão de Cristo, João apresenta quatro características mais proeminentes que demonstram sua majestade e glória: Sua suprema coragem, poder, amor e obediência.

    Supremo Coragem de Cristo

    Quando Jesus pronunciou estas palavras, Ele saiu com os seus discípulos sobre a ravina do Cedron, onde havia um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Agora Judas, que o traía, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. Judas, em seguida, tendo recebido a coorte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, chegou ali com lanternas, tochas e armas. Então, Jesus, sabendo que todas as coisas que foram vindo sobre ele, saíram. (18: 1-4a)

    Seu tempo final de ensino com os onze discípulos restantes estava encerrada, e tendo dito estas palavras (caps. 13-17), Jesus saiu com os seus discípulos. O argumento apresentado aqui não é que eles deixaram a sala superior, mas que deixaram Jerusalém. Eles já haviam abandonado a sala de cima, de modo que a última parte do discurso de despedida de Jesus, e Sua oração sacerdotal, teve lugar, como Ele e os discípulos passaram pelas ruas de Jerusalém (ver a exposição de 14:31 no capítulo 12 do este volume). Como o pequeno grupo deixou a cidade para trás, eles cruzaram sobre a ravina do Cedron,leste de e algumas centenas de metros abaixo do monte do templo. O barranco era na verdade um barranco, por onde a água fluiu durante o inverno estação chuvosa. Em sua primeira menção nas Escrituras, o Vale do Cedron tinha sido parte de uma outra cena de traição e infidelidade, como Davi fugiu de Jerusalém após a rebelião de Absalão (2Sm 15:23). Asa (1Rs 15:13), Josias (II Reis 23:4-12), e Ezequias (. 2Cr 29:16; 2Cr 30:14) tinha queimado ídolos lá em conexão com as suas reformas.

    Do outro lado do vale familiarizado foi a encosta ocidental do Monte das Oliveiras, onde havia um jardim. João não nomeia esse lugar, mas Mt 26:36 e Mc 14:32 chamam de Getsêmani. O nome significa literalmente "prensa de óleo", sugerindo que este era um olival (tais pomares eram comuns no Monte das Oliveiras, daí a sua designação óbvio). Que Jesus entrou no jardim com os seus discípulose depois deixou-lo (v. 4) sugere que ele era um, talvez até mesmo um jardim murado privado identificável, de propriedade de uma família rica de Jerusalém, que permitiu o uso do Senhor do mesmo.

    Getsêmani era bem conhecido de Judas ... que o traía, porque Jesus muitas vezes se reunira ali com os seus discípulos. estados relato de Lucas que era costume de Jesus para visitar o Monte das Oliveiras (Lc 22:39). Isso tinha sido verdade em todo o seu ministério sempre que estava em Jerusalém (conforme Jo 8:1; conforme Mc 11:19). Além disso, o Senhor havia visitado freqüentemente Bethany (Mt 21:17; 26:. Mt 26:6; Jo 11:1) na encosta sudeste do Monte das Oliveiras .

    Cristo foi ao Getsêmani, porque era um lugar isolado, onde Ele poderia abrir o coração ao Pai em privado. Mas o mais importante nesta noite, Ele foi para lá porque sabia que é onde Judas olharia para ele.Assim, o Senhor dispostos soberanamente a hora eo local em que foi traído. Todos os de seus inimigos anteriores tentativas de prendê-lo tinha sido vencido, porque a sua hora ainda não havia chegado (conforme Jo 2:4; Jo 8:20). Mas agora, na realização do plano eterno de Deus, tinha chegado a hora para ele para oferecer a Sua vida (conforme Lc 22:53).

    O Senhor tinha outro motivo para a escolha deste lugar específico para permitir que seus inimigos para prendê-lo. Jerusalém estava repleta de peregrinos, muitos dos quais haviam fervorosamente saudaram como o Messias apenas alguns dias antes. Sua prisão poderia ter acendido uma insurreição pelas multidões apaixonAdãoente nacionalistas. Isso é exatamente o que os líderes judeus temiam que aconteceria, portanto, "eles planejaram juntos para aproveitar Jesus em segredo e matá-lo. Mas eles estavam dizendo, 'Not durante o festival, caso contrário, poderá ocorrer um tumulto entre as pessoas'" (Mat. 26 : 4-5; conforme Mt 21:46; Lucas 19:47-48). Nem Jesus quer ser o catalisador de uma revolta da população, uma vez que Ele não veio como um conquistador militar que pretende derrubar os romanos (conforme Jo 6:15) —Ele veio para morrer como um sacrifício pelo pecado (Mt 1:21; Jo 1:29). Além disso, os discípulos podem muito bem ter sido morto no meio da confusão que se seguiu, e que o Senhor queria protegê-los (conforme a discussão do v. 9 abaixo).

    Enquanto isso, os planos maléficos de Judas estavam prestes a vir a ser concretizadas. Poucos dias antes, ele havia se aproximado das autoridades judaicas e se ofereceu para trair o Senhor (conforme capítulo 1 deste volume). Em seguida, mais cedo naquela noite Judas, tendo sido demitido por Jesus, deixou de fazer os arranjos finais para a traição (veja os capítulos 6:7 deste volume). Agora, tendo recebido o corte romana e oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus, Judas levou este "grande multidão" (Mt 26:47) para o Getsêmani, onde ele sabia que Jesus estaria esperando.

    A corte romana com força total, numeradas de 600 a 1.000 homens. É improvável, porém, que a coorte completa estacionados em Jerusalém para manter a ordem durante a época de Páscoa teria sido enviado para prender Jesus. Mais provavelmente, isso foi um descolamento menor conhecido como um manipulo, o qual consistia em cerca de 200 homens. Em qualquer caso, o suficiente dos soldados da coorte foram enviados para justificar seu comandante que os acompanham (v. 12). A referência de João à unidade maior do que esse desprendimento era uma parte era uma figura de linguagem. Da mesma forma, para dizer que o corpo de bombeiros apagar um incêndio não implica que todo o departamento estava envolvido. Para os romanos para enviar um grande distanciamento tal que lidar com um indivíduo potencialmente problemático não era incomum; eles detalharam 470 soldados para tomar Paulo de Jerusalém para Cesaréia (At 23:23). Como as autoridades judaicas, os romanos temiam que a prisão de Cristo pode tocar fora um motim. Os legionários estavam lá para servir como backup para os oficiais dos principais sacerdotes e os fariseus. Estes membros da força policial do templo (conforme 07:32), evidentemente, efetuou a prisão real (já que Jesus foi levado primeiro para as autoridades judaicas, não o governador romano). Lucas acrescenta que alguns dos principais sacerdotes também estavam presentes, sem dúvida, para supervisionar a polícia templo (Lc 22:52).

    A grande procissão, com Judas na liderança (Lc 22:47), chegou ali com lanternas, tochas e armas para prender Jesus. A menção a este aparentemente menor detalhe oferece evidências de que o autor foi testemunha ocular (Ver a introdução de João em João 1:11 ). As lanternas e tochas não teria sido necessária para iluminar o caminho para o Getsêmani; uma vez que era Páscoa, que foi comemorada quando houve uma lua cheia, não teria havido muita luz. Evidentemente, eles anteciparam que Jesus iria tentar fugir, e que eles teriam que procurar por ele na montanha.

    Mas o Senhor não tinha intenção de se esconder ou fugir. Em vez disso com calma majestosa, auto-controle absoluto, supremo e coragem, Jesus, sabendo que todas as coisas que foram vindo sobre ele, saiu para fora do jardim e encontrou aqueles que vieram para prendê-lo. Nota do João que Jesus conhecia todas as coisas que foram vindo sobre ele enfatiza tanto Sua onisciência e Seu domínio completo da situação. Entrega voluntária do Senhor sublinha mais uma vez que ele voluntariamente deu a Sua vida (João 10:17-18).

    Embora o apóstolo João não gravá-la, Judas, no ato da história mais cínico de hipocrisia, descarAdãoente se aproximou de Jesus e beijou-o (Mt 26:49;. Mc 14:45; Lc 22:47) —o sinal previamente combinado pelo qual ele seria apontá-lo (Mc 14:44). Nada simboliza mais claramente a depravação de seu coração e da profundidade de seu pecado de Judas de usar o beijo de um discípulo como sinal de um traidor.

    Além de ser um gesto reconhecido de respeito e carinho, esse tipo de beijo era um sinal de homenagem nessa cultura. Das variedades do beijo (pés, mãos, cabeça, bainha da roupa), Judas escolheu aquele que declarou a homenagem e mais profundo amor. O beijo na bochecha com um abraço era apropriado para um amigo íntimo. Assim, a traição de Judas é o mais desprezível.

    Poder Supremo de Cristo

    e disse-lhes: "A quem procurais?" Responderam-lhe: "Jesus, o Nazareno". Ele disse-lhes: "Eu sou Ele." E Judas, que o traía, também estava com eles. Então, quando Ele lhes disse: "Eu sou Ele", eles recuaram e caíram no chão. (18: 4b-6)

    Jesus, a vítima, assumiu o comando da situação e disse-lhes: "A quem procurais?" Eles (provavelmente os líderes), provavelmente indicando as suas ordens oficiais, respondeu-lhe: "Jesus, o Nazareno".

    O Senhor disse-lhes: "Eu sou Ele." A palavra "Ele" não é no grego original, de modo que, como tinha feito antes em várias ocasiões (por exemplo, 8: 24,28,58), Jesus foi reivindicando para si o nome de Deus em Ex 3:14). Eles certamente teria sido espalhada, tanto para se defender contra um ataque pelos seguidores de Jesus, e para cortar qualquer tentativa de fuga por parte dele. A noção de que centenas de policiais experientes e soldados altamente treinados iria ficar tão juntos em uma longa linha de que eles poderiam ser tombou como dominós é ridícula.

    A Bíblia fala muitas vezes sobre o poder da palavra falada de Deus. Ele falou, e os céus ea terra foram criados (Gn 1:3,Gn 1:9,Gn 1:11,Gn 1:14, Gn 1:20,Gn 1:24,Gn 1:26; conforme Sl 33:6); a geração rebelde de israelitas morreram no deserto (Nu 26:65.); e Israel foi para o exílio por 70 anos (2Cr 36:21). Quando o Senhor Jesus Cristo voltar, Ele vai executar o julgamento sobre os seus inimigos "com a espada que [vem] de [sua] boca" (Ap 19:21; conforme v 15;. 1:16; 2:16). Relato de João destaca o poder divino de Cristo; em Sua palavra Seus inimigos foram jogados para trás, para o chão.

    Supremo Amor de Cristo

    Ele, portanto, mais uma vez perguntou-lhes: "A quem procurais?" E eles disseram: "Jesus, o Nazareno". Jesus respondeu: "Eu te disse que eu sou Ele, por isso, se você procurar-me, deixe ir estes", para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste eu não perdeu um." (18: 7-9)

    Depois de Sua impressionante exibição de seu poder divino, Jesus pediu novamente o seu candidato a captores aturdidos, "A quem procurais?" Picking-se do chão, eles repetiram seus pedidos e respondeu: "Jesus, o Nazareno". "Eu disse a você que eu sou aquele", Jesus lembrou-lhes, em seguida, ordenou-lhes, "se você procurar-me, deixe ir estes." Ao fazer Seus captores duas vezes afirmam que suas ordens eram apenas para prendê-lo, o Senhor forçado —los a reconhecer que eles tinham sido dadas por seus superiores nenhuma autoridade para prender os discípulos. Sua exigência de que eles deixam o onze só foi apoiado pelo poder incrível Ele tinha acabado exibido.

    Por que Jesus proteger os discípulos de prisão? O Senhor é o Bom Pastor, que protege suas ovelhas. Ele não é como o mercenário, que fugiu quando viu o lobo se aproximando (João 10:12-13). Jesus manteve os discípulos de ser preso para cumprir a palavra que ele falou, "Dos que me deste perdi nem um sequer" (conforme 6: 39,40,44; 10:28; 17:12). Esta é uma declaração surpreendente, o que significa que Ele os impediu de ser preso para que não se perca. Cada um era um dom do Pai ao Filho. E Ele já havia dito,

    Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Esta é a vontade daquele que me enviou, para que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, esse tenha a vida eterna, e eu me o ressuscitarei no último dia. (João 6:37-40)

    Ele não vai perder um! A implicação é que se tivessem sido preso, sua fé teria falhado e que teria perdido a sua salvação. O Senhor sabia que o trauma de ser preso, preso, ou talvez até executado poderia quebrar a fé dos discípulos. Ele, portanto, a certeza de que eles não seriam tomadas.
    Isso quer dizer que a salvação pode ser perdida? Que a fé pode falhar? Se deixada para nós, é claro. Mas nunca será perdido nem a fé salvadora falhar, precisamente porque nosso Senhor nos mantém seguros. Ele nunca permite que qualquer coisa para vir em cima de nós que seria mais do que a nossa fé poderia segurar.
    Como os discípulos, todos os crentes são fracos e vulneráveis ​​para além da proteção do Senhor. Martin Luther, não é estranho ao conflito espiritual, expressa que a verdade em seu magnífico hino "Castelo Forte nosso Deus é":

     

    Será que nós, na nossa própria força Confide,
    Nosso esforço estaria perdendo,
    Não era o homem certo ao nosso lado,
    O Homem de própria escolha de Deus:
    Dost perguntar quem que pode ser?
    Jesus Cristo, é Ele;
    Senhor Sabaoth Seu nome
    De geração em geração o mesmo;
    E Ele deve vencer a batalha.

     

    Os crentes podem ter a certeza de que Deus vai sempre manter sua promessa de nunca permitir que eles sejam tentados além de sua capacidade de suportar (1Co 10:13). Sua segurança eterna não descansa em sua própria força, mas em constante intercessão de Cristo (He 7:25; 1 João 2:1-2.) E amor incessante (Rm 8:35-39.) Para eles. "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho", escreveu Paulo, "muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Rm 5:10).

    Supremo obediência de Cristo

    Simão Pedro, então, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita; eo nome do servo era Malco. Então Jesus disse a Pedro: "Põe a tua espada na bainha; o cálice que o Pai me tem dado, não vou beber?" (18: 10-11)

    Percebendo o que estava prestes a acontecer, os discípulos gritou: "Senhor, devemos atacar com a espada?" (Lc 22:49). Sem esperar a resposta do Senhor, Simão Pedro, encorajados pela fantástica exibição do poder divino de Cristo que ele tinha acabado de ver, impulsivamente (e desnecessária) cobrada para a defesa do Senhor. Tendo uma espada (gr. machaira , uma espada curta ou punhal, um dos dois os discípulos tinham com eles de acordo com Lc 22:38), Pedro desenhou. Ao invés de permitir que Jesus a ser preso, e sentindo-se invencível na esteira da exibição de "achatamento" o poder do Senhor, tinha a intenção de cortar o seu caminho ao longo de todo o descolamento. Seu primeiro alvo foi escravo do sumo sacerdote, Malco. (Embora todos os quatro Evangelhos mencionar o incidente, apenas João observa que foi Pedro quem atacou Malco. Talvez já que Pedro já estava morto no momento em que João escreveu, João não precisa protegê-lo de represálias.) Pedro apontado para a cabeça de Malco, mas errou (ou Malco conseguiu pato) e cortou-lhe a orelha direita. acto imprudente de Pedro ameaçou iniciar uma batalha que pode acabar ficando os discípulos mortos ou presos-o muito coisa Jesus estava tentando impedir.

    O Senhor mudou-se imediatamente para acalmar a situação. AcentuAdãoente repreendendo-o, Jesus disse a Pedro: com efeito, "Pare! Não mais deste" (Lc 22:51). "Coloque a espada na bainha. Para todos aqueles que pegar a espada perecerão pela espada "( Mt 26:52). Ele não era um rei terreno, que precisava de Seus seguidores a lutar para proteger Ele (Jo 18:36). Ele tinha escolhido para, Jesus poderia ter chamado sobre os defensores muito mais poderosos do que os discípulos (Mt 26:53).

    Então o Senhor "tocou na orelha [de Malco] eo curou" (Lc 22:51). Esta foi mais uma demonstração do poder divino de Cristo, no espaço de apenas alguns minutos. Ao vê-lo criar uma orelha, a multidão deveria ter caído a seus pés novamente e adoraram. Mas cego por e endurecido em seu pecado, eles o prenderam (v. 12), o que demonstra mais uma vez a verdade do que João tinha escrito antes em seu evangelho: "Mas, ainda que Ele havia feito tantos sinais diante deles, mas eles não estavam acreditando em Ele "(12:37).

    Ato corajoso, mas impetuoso de Pedro revelou sua continuada incapacidade para compreender a necessidade da morte de Jesus. Depois de sua afirmação de toque que Jesus era o Cristo (Mt 16:16), o Senhor imediatamente falou aos discípulos sobre sua morte (21 v.). Chocada, "Pedro levou à parte e começou a repreendê-lo, dizendo: 'Deus me livre, Senhor! Isso nunca deve acontecer com você'" (v. 22).Agora que tinha chegado o momento, Pedro ainda não entendeu, então Jesus lembrou-lhe (e no resto dos discípulos), "O cálice que o Pai me tem dado, não hei de beber?" O copo do qual o Senhor falou foi a taça do julgamento divino (conforme Sl 11:6; Ez 23:1; Ap 16:19), que Ele iria drenar completamente na cruz, quando Deus "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" (2Co 5:21)

    Assim, o corte romana e o comandante e os guardas dos judeus, prenderam Jesus e amarraram-no e levaram-no primeiramente a Anás; para ele era o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome do povo. Simão Pedro seguia Jesus, e por isso foi um outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava na porta do lado de fora. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou à porteira, e levou Pedro para dentro. Em seguida, a escrava que guardava a porta disse a Pedro: "Você não é também um dos discípulos deste homem, é você? " Ele disse: "Eu não sou." Ora, os escravos e os guardas estavam ali, tendo feito uma fogueira, pois estava frio e eles estavam se aquecendo; e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. E nada falei em segredo Por que você me pergunta questionar aqueles que ouviram o que eu? Falou-lhes, pois eles sabem o que eu disse ". Quando Ele tinha dito isso, um dos guardas que ali perto bateu Jesus, dizendo: "É assim que você responder ao sumo sacerdote?" Jesus respondeu-lhe: "Se falei mal, dá testemunho do mal;? Mas se bem, por que me feres" Então, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. Simão Pedro estava se aquecendo. Então eles disseram-lhe: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Ele negou, e disse: "eu não sou." Um dos escravos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: "Eu não te vi no jardim com ele?" Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. (18: 12-27)

    Ao longo de seu evangelho, João retrata a majestade e glória do Senhor Jesus Cristo. O prólogo declara que Ele é o Filho de Deus (1: 1), que gosta de comunhão íntima com o Pai (1:
    2) e é auto-existente (1: 4), o Criador (1: 3), e o Verbo que se fez carne e manifesta a glória de Deus (1:14). João Batista, o maior homem que viveu até o seu tempo (. Mt 11:11), reconheceu que Jesus era superior a ele (1: 15,27).O apóstolo João também registra a onisciência de Jesus (1:48; 2: 24-25; 16:30), impecabilidade (08:46), a eternidade (1: 1-2), a união com o Pai (10:30, 38 ; 12:45), e sinais miraculosos (2: 1-11; 4: 46-54; 5: 1-9; 6: 1-13 16:21-9: 1-7; 11: 1-45; 21: 6-11).

    Mesmo em seu relato sobre Jesus 'traição e prisão, João retrata Jesus "dignidade, coragem e completo domínio da situação (ver a exposição de 18: 1-11 no capítulo anterior deste volume). A presente passagem encontra o Senhor sob a custódia de seus inimigos, em julgamento por sua vida. Mas, mesmo em tais circunstâncias aparentemente degradantes, João ainda conseguiu exaltarei. O apóstolo fez justapondo as contas da audiência inicial do Senhor antes de negações Anás e Pedro. Ambas as cenas aconteceram ao mesmo tempo e João, sob inspiração do Espírito, teceu-los em uma narrativa dramática.

    A interação dos dois dramas põe em foco verdades opostas afiadas que são fundamentais para todos da doutrina cristã: a glória de Cristo e da pecaminosidade do homem. Essas verdades são evidentes a partir do contraste entre a fidelidade de Cristo e falta de fé de Pedro; Sua coragem e covardia de Pedro; Seu amor sacrificial e mentiras de auto-preservação de Pedro.
    O drama se desenrola em quatro atos: ele abre com o primeiro ato de julgamento de Jesus, seguindo-se um ato de negação de Pedro. A cena então muda para o segundo ato do julgamento de Jesus, e, em seguida, conclui com o segundo e último ato de negação de Pedro.

    Julgamento de Jesus: Act One

    Assim, o corte romana e o comandante e os guardas dos judeus, prenderam Jesus e amarraram-no e levaram-no primeiramente a Anás; para ele era o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano. Ora, Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome do povo. (18: 12-14)

    Como observado no capítulo anterior deste volume, a parte prender consistiu de judeus e gentios. O destacamento de coorte romana que estava estacionado em Jerusalém durante a época da Páscoa foi acompanhada pela de coorte comandante, o tribuno romano (gr. chiliarchos ; comandante de mil "). Os guardas dos judeus (membros da força policial do templo) foram também acompanhado por alguns dos seus superiores (Lc 22:52). A presença de oficiais de alta patente revela o potencial explosivo da situação. Ambos os romanos e os judeus temiam que prender Jesus pode desencadear uma revolta pelas multidões nacionalistas militantemente que saudara como o Messias apenas alguns dias antes.

    Jesus tinha acabado exibida Seu poder sobrenatural, dizendo seu nome divino (após o qual toda a multidão entrou em colapso no chão) e restaurar a orelha decepada de Malco (18: 6; Lc 22:51).Incrivelmente os soldados e policiais do templo agiu como se nada de milagroso tinha acontecido e mecanicamente realizado suas ordens. Sua estupidez teimosa ilustra graficamente o terrível poder do pecado e Satanás para cegar as mentes e endurecer os corações dos não regenerado (2Co 4:4; Marcos 14:53-65; Lc 22:54); o terceiro foi depois do nascer do sol na manhã seguinte, as autoridades confirmaram a decisão tomada na audiência anterior (Mt 27:1). Julgamento civil do Senhor também teve três fases: diante de Pilatos (Mt 27:2; João 18:28-38); diante de Herodes (Lucas 23:6-12); e, em seguida, diante de Pilatos novamente (Mateus 27:15-26; Mc 15:1; João 18:39-19: 16). (Para mais informações sobre os ensaios de Jesus, ver Robert L. Tomé e Stanley N. Gundry, A Harmonia dos Evangelhos [Chicago: Moody, 1979]., 329-37)

    Embora ele já não ocupou o cargo na época, Anás era a figura mais poderosa na hierarquia judaica Ele tinha sido o sumo sacerdote do D.C 6 a AD 15, quando ele foi afastado do cargo por Valério Grato, predecessor de Pilatos como governador. Ele ainda podia transportar corretamente o título de sumo sacerdote (vv. 15,16,19,22), da mesma forma que os ex-presidentes dos Estados Unidos ainda são referidos como presidente depois que deixar o cargo. Título de Anás, no entanto, foi mais do que uma mera cortesia. Muitos judeus, ressentido da intromissão dos romanos em seus assuntos religiosos, ainda considerado Annas para ser o verdadeiro poder (especialmente desde que de acordo com a lei mosaica sumos sacerdotes servido para a vida; conforme Nu 35:25.).

    Além disso, depois de sua destituição do cargo, cinco dos filhos de Anás e um de seus netos serviu como sumo sacerdote. Ele também foi o pai-de-lei de Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano (ou seja, na época, João não é o que implica que os altos sacerdotes servido apenas por um ano). Assim, Leon Morris concorda: "Há pouca dúvida de que ... o velho astuto na cabeça da família exerceu uma boa dose de autoridade. Ele estava com toda a probabilidade o verdadeiro poder na terra, quaisquer que sejam as formalidades legais" ( O Evangelho Segundo João, A Commentary New International sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 749). O Novo Testamento coloca o início do ministério de João Batista "no sumo sacerdócio de Anás e Caifás" (Lc 3:2; Mt 21:12-13.). Talvez ele tivesse Jesus trouxe para ele, porque ele "queria ser o primeiro a tripudiar sobre a captura deste perturbador Galileu" (William Barclay, O Evangelho de João, vol 2. [Louisville: Westminster João Knox, 2001], 264).

    Nota entre parêntesis de João que Caifás era quem tinha aconselhado aos judeus que era conveniente para um homem morrer em nome das pessoas refere-se ao incidente registrado em 11: 49-52:

    Mas um deles, Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: "Você sabe absolutamente nada, nem você levar em conta que é conveniente para você que um homem morra pelo povo, e que toda a nação não perecer. " Agora, ele não disse isso por sua própria iniciativa, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação, e não somente pela nação, mas para que Ele também para congregar na unidade os filhos de Deus que andavam dispersos.
    José Caifás tinha sido nomeado sumo sacerdote em AD 18 por Valério Grato, o mesmo prefeito romano que tinha deposto o pai-de-lei Annas três anos antes. Ele permaneceu no cargo até O D.C 36, quando os romanos o removeu. Mandato como sumo sacerdote de Caifás era um dos mais longos no primeiro século, o que revela sua natureza astúcia e oportunista. Que propôs matar Jesus para preservar seu poder e do Sinédrio (conforme 11:
    48) demonstra sua absoluta crueldade.

    Com Jesus sob a custódia de seus inimigos, a cena agora muda para Pedro.

    Negação de Pedro: Act One

    Simão Pedro seguia Jesus, e por isso foi um outro discípulo. Este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava na porta do lado de fora. Então o outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu e falou à porteira, e levou Pedro para dentro. Em seguida, a escrava que guardava a porta disse a Pedro: "Você não é também um dos discípulos deste homem, é você? " Ele disse: "Eu não sou." Ora, os escravos e os guardas estavam ali, tendo feito uma fogueira, pois estava frio e eles estavam se aquecendo; e Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. (18: 15-18)

    Apesar de seu show de bravata em atacar e ferindo Malco, Pedro havia fugido junto com o resto dos discípulos após a prisão de Jesus (Mt 26:56). Mas ele conseguiu recuperar a compostura e agora estava seguindo Jesus ea festa-se bem prender a uma distância (Mt 26:58;. Mc 14:54; Lc 22:54). Pedro não estava sozinho; outro discípulo também havia dominado seu medo e voltou com ele. Alguns identificam esse discípulo não identificado como José de Arimatéia ou Nicodemos, mas também não é um candidato provável. Nenhum deles foi com o Senhor no cenáculo (Mt 26:20; Marcos 14:17-18., Lc 22:14). E, portanto, não no Getsêmani ou (conforme Mt 26:36; "eles" no contexto de vv. 30-36 refere-se aos onze discípulos restantes que estavam no cenáculo). É pouco provável que não teria havido tempo para José ou Nicodemus ter descoberto sobre a prisão de Jesus e se juntou a Pedro. Além disso, José de Arimatéia ainda não era abertamente um discípulo de Jesus (Jo 19:38). Assim, é improvável que ele teria o seguiu até o pátio do sumo sacerdote, especialmente não com Pedro, que era conhecido por ser um dos discípulos de Cristo.

    O outro discípulo com Pedro era mais provável João, que nunca nomes-se em seu evangelho, mas em vez disso se descreve como o discípulo a quem Jesus amava (ver introdução, "A Autoria do Evangelho de João," em João 1:11, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, 2006]). Essa identificação recebe apoio de 20: 2-8, a única outra passagem no Evangelho de João, onde a frase "outro discípulo" ocorre. Há o "outro discípulo" é claramente identificado como o discípulo que Jesus amava (20: 2). O discípulo que Jesus amava (João) também está associada com Pedro em 13 23:24-21: 20-21.

    Algum objeto que um pescador galileu simples, como João dificilmente poderia ser conhecido (a palavra grega sugere mais do que uma relação casual) do sumo sacerdote. Mas é preciso lembrar que "os pescadores eram empresários, trabalhadores que não são comuns na parte inferior do social spectrum "(DM Smith, citado em Andreas J. Köstenberger, João, Baker Exegetical Comentário sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 2004], 513 n 14.). Negócio de pesca do pai de João era grande o suficiente para ele ter contratado funcionários que trabalham para ele (Marcos 1:19-20). De acordo com o evangelho apócrifo dos hebreus, o apóstolo João usado para entregar peixe à casa do sumo sacerdote, enquanto ele ainda estava trabalhando para seu pai (Köstenberger, João, 513 n. 14).

    Também é possível que João, através de sua mãe, Salomé (27:56 conforme Matt. Com Mc 15:40), era de ascendência sacerdotal. Ela aparentemente era a irmã da mãe de Jesus, Maria (conforme Jo 19:25 com Mc 15:40). Desde Maria estava relacionada com Elisabete (Lc 1:36, provavelmente através de sua mãe, ela era da linhagem de Davi, através de seu pai [Lucas 3:23-38]), que era de uma família sacerdotal (Lc 1:5, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 230).

    Sem dúvida, desesperado para evitar mais perguntas, Pedro se apressou em frente ao pátio em direção ao local onde alguns dos do sumo sacerdote escravos e os oficiais da guarda do templo (provavelmente parte da festa de prender) estavam de pé. O detalhe que eles tinham feito um fogo de carvão , porque fazia frio e eles estavam se aquecendo, novamente reflete testemunho ocular. Mais importante, ele mostra que esta primeira audiência ocorreu à noite, uma vez que não teria provavelmente sido bastante frio na Páscoa ter um incêndio durante o dia. Tentando se misturar e ser o mais discreto possível, Pedro também estava com eles, de pé, aquecendo-se. Ele estava assumindo um risco de que alguém iria reconhecê-lo à luz do fogo (que é exatamente o que aconteceu; Marcos 14:66-67 ; Lucas 22:55-56). Mas estando sozinho no pátio só teria chamado mais atenção para si mesmo, o que era a última coisa que ele queria fazer. Numa ironia amarga Pedro, como Judas um pouco mais cedo no Getsêmani (18: 5), acabou de pé, com os inimigos de Jesus.

    Deixando Pedro nessa posição vulnerável, a cena agora muda dentro de casa para o confronto dramático entre Anás e Jesus.

    Julgamento de Jesus: Segundo Ato

    Então o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. E nada falei em segredo Por que você me pergunta questionar aqueles que ouviram o que eu? Falou-lhes, pois eles sabem o que eu disse ".Quando Ele tinha dito isso, um dos guardas que ali perto bateu Jesus, dizendo: "É assim que você responder ao sumo sacerdote?" Jesus respondeu-lhe: "Se falei mal, dá testemunho do mal;? Mas se bem, por que me feres" Então, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. (18: 19-24)

    Julgamento de Jesus perante as autoridades judaicas era uma farsa, já que seu destino já havia sido determinada. Voltar no capítulo 11 ", os sumos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e diziam: 'O que estamos fazendo? Por que este homem está realizando muitos sinais" (vv. 47-48). A conclusão arrepiante eles chegaram (proposto por Caifás;. Vv 49-50) foi a de que Jesus teve que morrer ", de modo a partir daquele dia eles planejaram juntos para matá-lo" (v 53).. Assim, nenhuma das três fases do julgamento do Senhor antes de as autoridades judaicas era uma tentativa imparcial para determinar verdadeiramente Sua culpa ou inocência. Em vez disso, seu propósito era colocar um verniz de legalidade sobre seu assassinato.
    Esta audição informal diante de Anás não foi excepção. Ao invés de trazer acusações contra o Senhor e produção de provas para fundamentar-los como em qualquer processo legal, Anás interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Esta flagrante tentativa de obter o Senhor a depor contra si era ilegal. Assim como a Quinta Emenda da Constituição dos Estados Unidos faz hoje, a lei judaica protegido o acusado de ser obrigado a depor contra si mesma. Era responsabilidade de Anás para informar Jesus das acusações contra ele. Em vez disso, ele pediu vagas, perguntas gerais, na esperança de descobrir um crime para justificar a sentença de morte que já tinham sido decididas.

    Jesus, no entanto, estava bem ciente da lei. Por isso, Ele lhe respondeu: "Eu tenho falado abertamente ao mundo; eu sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem;. e eu falei nada em segredo" O Senhor não tinha segundas intenções, nenhum plano secreto, nenhuma agenda conhecida apenas por um quadro interno de seguidores escondido. Ele havia pregado abertamente o evangelho salvador do reino (Mateus 11:1-5; Mc 1:1,38-39; Mc 4:17; Lucas 4:18-21,43-44; Lc 8:1; Jo 10:9). O Senhorrespondeu a pessoa que o feriu, "Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se bem, por que me feres?" lógica de Cristo foi impecável. Se Ele estava errado sobre o procedimento jurídico adequado, eles deveriam ter corrigido a Ele em vez de bater nele. Mas se (como o fez), o Senhor falou com precisão, o que razão justificável estava lá para golpear-Lo? Mais uma vez Jesus exigiu uma feira de tentativa que seus oponentes não tinha a intenção de lhe dar.

    Percebendo que ele estava chegando a lugar nenhum com seu questionamento de Jesus, Anás enviou, maniatado, a Caifás, o sumo sacerdote. Só Caifás, o Campeão do sumo sacerdote, poderia levar a acusações judiciais contra Jesus diante de Pilatos.

    Como eles levaram Jesus, o foco mudou de volta para o pátio, onde o ato final no drama da negação de Pedro estava prestes a jogar fora.

    Negação de Pedro: Act Two

    Simão Pedro estava se aquecendo. Então eles disseram-lhe: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Ele negou, e disse: "eu não sou." Um dos escravos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: "Eu não te vi no jardim com ele?" Pedro negou outra vez, e imediatamente o galo cantou. (18: 25-27)

    Enquanto Jesus estava sendo questionado por Anás, Pedro, ainda de pé, aquecendo-se ao lado do fogo no pátio, foi interrogado pelos subordinados de Anás. Tornando-se desconfiado desse estranho, que lhe disse: "Você não é também um dos seus discípulos, não é?" Aqui era uma chance para Pedro se redimir e ser corajosamente honesto. Mais uma vez, no entanto, ele negou, e disse: "eu não sou." Mas o questionamento repetido de Pedro pelos outros despertaram as suspeitas de um dos escravos do sumo sacerdote. Fazendo uma situação ruim para Pedro muito pior, este indivíduo era um parente daquele a quem Pedro cortara a orelha (Malco) mais cedo naquela noite no Getsêmani. Ele desafiou Pedro com a acusação mais específico (e perigoso) de todos: "Será que eu não te vi no jardim com ele?" Ser um discípulo de Jesus não era um crime como ainda, mas agredir um homem com uma espada era. Em pânico, Pedro enfaticamente negado pela terceira vez qualquer conhecimento de Jesus.

    Naquele exato momento, aconteceram duas coisas que chamou os dois dramas a respeito de Jesus e Pedro juntos. Imediatamente após a terceira negação de Pedro, o galo cantou. Naquele exato momento, "o Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor , como Ele lhe tinha dito: 'Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes' "(Lc 22:61). Sobrecarregado com vergonha, culpa e tristeza em seus pecados de negação, Pedro "saiu e chorou amargamente" (v. 62).

    70. Jesus diante de Pilatos-Parte 1: A primeira fase do processo civil (João 18:28-38)

    Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório, e foi antecipada; e eles mesmos não entraram no pretório, para que eles não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.Portanto Pilatos saiu ao encontro deles e disse: "Que acusação trazeis contra este homem?" Responderam-lhe: "Se este homem não fosse um malfeitor, não teríamos entregue a Ele que você." Então Pilatos disse-lhes: "Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus disseram-lhe: "Nós não estão autorizados a colocar alguém à morte", para cumprir a palavra de Jesus, que Ele falou, significando com que tipo de morte que estava prestes a morrer. Portanto Pilatos entrou novamente no pretório, e chamou Jesus e disse-lhe: "És tu o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?" Pilatos respondeu: "Eu não sou judeu, eu sou tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim,? O que você fez" Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo se o meu reino fosse deste mundo, então meus servos estaria lutando para que eu não fosse entregue aos judeus;., Mas como ela é, meu reino não é deste reino . " Portanto Pilatos disse-lhe: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu dizes que eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Pilatos disse-lhe: "Que é a verdade?" E, havendo dito isto, ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nEle." (18: 28-38)

    Os julgamentos do Senhor Jesus Cristo são aborto mais notório da história da justiça. Neles, o amigo dos pecadores (Lc 7:34) enfrentou o ódio dos pecadores; o Juiz de toda a terra (Gn 18:25) foi citado perante juízes humanos mesquinhos; o Senhor exaltado da glória (1Co 2:8) foi tratado como um vil pecador; Aquele que é a verdade (Jo 14:6; conforme Jo 14:30). No Antigo Testamento, Isaías profetizou a respeito dele,

     

    Seu túmulo foi atribuído com homens ímpios,
    No entanto, Ele estava com um homem rico na sua morte,
    Porque Ele nunca fez injustiça,

    Também não houve engano na sua boca. (Is 53:9); Seu traidor lamentou que ele tinha "pecou traindo sangue inocente" (Mt 27:4); eo centurião romano encarregado de sua execução, disse a Ele, "Certamente este homem era justo" (v. 47). Paulo disse que Ele "não conheceu pecado" (2Co 5:21); o escritor de Hebreus afirmou que "foi ele tentado em todas as coisas como nós somos, mas sem pecado", e é "santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores" (07:
    26) (He 4:15.); e Pedro escreveu que ele "não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1Pe 2:22).

    O elenco de personagens nos relatos evangélicos de ensaios de Jesus inclui a maioria dos governantes e homens importantes em Israel. Anás, o antigo sumo sacerdote e ainda o verdadeiro poder por trás dos bastidores, estava lá. Então era Caifás, o sumo sacerdote atual e filho-de-lei de Anás. Junto com eles estavam os membros do Sinédrio, o corpo dirigente (sob os romanos) de Israel. Pilatos, o governador romano, desempenhou um papel importante; Herodes Antipas, governador da região de Jesus casa da Galiléia, teve uma participação especial; e os extras incluídos vários falsas testemunhas não identificadas, juntamente com as multidões que gritam por Ele para ser crucificado. Mas ao longo dos seis fases (três religiosos, três civis) do seu julgamento, o Senhor Jesus Cristo ocupa o centro do palco.

    João não registrou a segunda e terceira fases do julgamento religioso do Senhor, embora ele mencionou que Anás enviou Jesus para Caifás (18:24). O Sinédrio tinha encontrado na casa de Caifás durante a noite (Matt. 26: 57-68) e decidiu que Jesus deveria morrer (Matt .26: 66). Em seguida, em uma homenagem à legalidade (pois a lei judaica não permite ensaios de capital a ser realizada durante a noite), o Sinédrio se reuniram após o amanhecer ea sentença pronunciada formalmente (Mt 27:1,Nu 19:16). Essa preocupação resultou da crença judaica comum que os gentios eliminados de bebês abortados ou natimortos, atirando-os para baixo os drenos (Leon Morris, O Evangelho segundo João, A Commentary New Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 763 , n. 59). Assim, a Mishná declarou todas as casas Gentil de ser impuros (Morris, João, 763, n. 58). Entrando na colunata ou pátio exterior da residência de Pilatos, no entanto, não contaminar-los.

    Ilustrativo da devoção torcida de legalistas religiosos, os líderes judeus esperado para agradar a Deus através de seu legalismo expressa em separação física de uma casa Gentil, enquanto, ao mesmo tempo assassinar ilegalmente o Filho de Deus. Eles fastidiously evitou qualquer contaminação cerimonial superficial, mas não se preocupava com a contaminação moral profunda eles efectuadas a partir de rejeitar e condenar o Santo Filho de Deus até a morte. "Os judeus tomar precauções elaboradas para evitar a contaminação ritual, a fim de comer a Páscoa, no mesmo tempo, eles estão ocupados manipulando o sistema judicial para garantir a morte daquele que por si só é a verdadeira Páscoa" (DA Carson, O Evangelho Segundo o João, O Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 589).

    O relato de João desta fase do julgamento de Jesus se desenrola em três atos: a acusação, o interrogatório eo julgamento.

    A acusação

    Portanto Pilatos saiu ao encontro deles e disse: "Que acusação trazeis contra este homem?" Responderam-lhe: "Se este homem não fosse um malfeitor, não teríamos entregue a Ele que você." Então Pilatos disse-lhes: "Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus disseram-lhe: "Nós não estão autorizados a colocar alguém à morte", para cumprir a palavra de Jesus, que Ele falou, significando com que tipo de morte que estava prestes a morrer. (18: 29-32)

    Em deferência aos seus escrúpulos religiosos, Pilatos saiu para atender os judeus fora de sua residência. Sua recusa em entrar no Praetorium obrigou-o a serviço de transporte ida e volta a partir de dentro do edifício, onde Jesus estava, para o exterior, onde seus acusadores, levantando.

    Pôncio Pilatos tinha sido nomeado o quinto governador da Judéia pelo Imperador Tiberius em AD 26 e manteve essa posição por cerca de dez anos. Ambos os Evangelhos e as fontes extra-bíblicas retratá-lo como orgulhoso, arrogante e cínico (conforme 18:38), mas também como fraco e vacilante. Seu mandato como governador foi marcado pela insensibilidade e brutalidade (conforme Lc 13:1)

    O Senhor também havia previsto a forma Sua execução levaria. Em 3:14; 08:28; e 12:32 Ele falou de ser "levantado", o que Ele disse: "para indicar o género de morte com que Ele estava para morrer" (12:33; Sl 22:6-18.). Tinha os judeus executados Ele, que teria jogado-lo e apedrejaram (como fizeram Estevão; Atos 7:58-60). Mas a previsão do Senhor estava prestes a ser cumprida, como ele era "levantado" na cruz, uma espécie distinta romana de execução. Deus providencialmente controlado os acontecimentos do julgamento de Jesus para garantir que as suas palavras proféticas viria a passar.

    O Interrogatório

    Portanto Pilatos entrou novamente no pretório, e chamou Jesus e disse-lhe: "És tu o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?" Pilatos respondeu: "Eu não sou judeu, eu sou tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim,? O que você fez" Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo se o meu reino fosse deste mundo, então meus servos estaria lutando para que eu não fosse entregue aos judeus;., Mas como ela é, meu reino não é deste reino . "Portanto Pilatos disse-lhe: "Então tu és rei?" Jesus respondeu: "Tu dizes que eu sou rei. Para isso nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz." Pilatos disse-lhe: "Que é a verdade?" (18: 33-38a)

    Deixando os líderes judeus do lado de fora, Pilatos entrou novamente no pretório, e convocou Jesus. Lc 23:2). Seu objetivo era retratá-lo como um rebelde, empenhados em derrubar o domínio romano e estabelecer a sua própria.

    Pilatos não podia ignorar uma ameaça tão grande para poder romano. Sua pergunta, "Você é o rei dos judeus?" estava em vigor pedindo a Jesus se ele era de se declarar culpado ou não culpado da acusação de insurreição. "A pergunta de Pilatos procura determinar se ou não Jesus constituía uma ameaça política ao poder imperial romano" (Andreas J. Köstenberger, João, Baker Exegetical Comentário do Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, 2004], 527). Em todos os quatro evangelho contas esta é a primeira pergunta Pilatos pergunta a Jesus, e em todos os quatro o pronome "você" é enfático. O texto grego diz literalmente: "Tu, que és o rei dos judeus?" Pilatos estava incrédulo; a partir de uma perspectiva humana, Jesus não se parecia com um rei. E se Ele era um rei, onde estavam Seus seguidores e seu exército? E como Ele foi uma ameaça a Roma?

    Jesus não poderia responder a pergunta de Pilatos com um incondicional "Sim" ou "Não" sem antes definir exatamente o que Sua realeza implica. Sua counterquestion, "Você está dizendo isso por sua própria iniciativa, ou foram outros dizer sobre mim?", tinha a intenção de esclarecer a questão. Se Pilatos estava dizendo isso em sua própria iniciativa, ele estaria perguntando se Jesus era um rei no sentido político (e, portanto, uma ameaça a Roma). A resposta de Jesus, nesse caso, haveria; Ele não era um rei, no sentido de um líder militar ou política. Ele já havia rejeitado a tentativa da multidão para fazer dele um tal rei (06:15). Mas nem o Senhor poderia negar que como o Messias Ele era verdadeiro rei de Israel.

    Réplica mordaz de Pilatos, "Eu não sou judeu, sou eu?" reflete tanto o seu desdém para o povo judeu, e sua exasperação crescente com o frustrante, intrigante caso étnico definido antes dele. Sua maior elaboração, sua própria nação e os sumos sacerdotes entregaram 5ocê para mim, deixa claro que o governador estava apenas repetindo a acusação levantada contra Jesus pelos líderes judeus; a acusação era deles, não de Roma. Exatamente por isso que o tivessem feito ainda iludiu Pilatos. Ele sabia muito bem que os judeus não teria entregue a ele alguém hostil a Roma, a menos que eles estavam a ganhar com isso.

    A tentativa mais uma vez para chegar ao fundo das coisas, Pilatos fez a pergunta que ele deveria ter perguntado desde o início: ? O que você fez Ao contrário da prática judaica (ver a discussão Dt 18:19 no capítulo anterior deste volume), Roman procedimento legal permitiu que o acusado a ser questionada em detalhe (Köstenberger, João, 527). Pilatos compreendeu que os líderes judeus haviam entregado Jesus até ele por causa da inveja (Mt 27:18). O que ele ainda não entendia era o que Jesus tinha feito para provocar tamanha hostilidade veemente com eles e que, se for o caso, o crime que cometera.

    Desde que foi agora claro que Pilatos estava apenas repetindo a acusação de os líderes judeus, Jesus respondeu sua pergunta. Ele era um rei, mas não uma intenção governante político em desafiar o governo de Roma. "O meu reino não é (em grego ek ; "fora do meio") deste mundo ", declarou ele. Sua fonte não era o sistema mundial, nem Jesus derivam sua autoridade de qualquer fonte humana. Como observado anteriormente, ele havia rejeitado a tentativa da multidão para coroá-lo rei. Ele também deixou passar uma oportunidade de proclamar-se rei na entrada triunfal, quando Ele entrou em Jerusalém montado na cabeça de dezenas de milhares de aspirantes frenéticos.

    Para reforçar seu argumento, Jesus observou que se o Seu reino fosse deste mundo, então Seus servos seria lutando para que ele não seria entregue aos judeus. Nenhum rei terreno teria se permitiu ter sido capturado tão facilmente Mas quando um de Seus seguidores (Pedro) tentou defendê-lo, Jesus repreendeu-o. O reino messiânico não se origina de esforço humano, mas por meio do Filho do Homem da conquista do pecado nas vidas daqueles que pertencem ao Seu reino espiritual.

    O reino de Cristo é espiritualmente ativo no mundo de hoje, e um dia ele vai voltar a reinar fisicamente na terra em glória milenar (Ap 11:15; Ap 20:6). Ao contrário de reis terrenos, no entanto, Jesus não foi coroado um rei por qualquer órgão humano Por isso eu ter nascido, Ele declarou, e para isto vim ao mundo. Jesus só não tinha nascido como todos os outros seres humanos, mas também havia de vir ao mundo de um outro reino dos céus (conforme 3: 13 31:06-33; 08:23; 17: 5). Em conjunto, as duas frases são uma referência inequívoca à preexistência e encarnação do Filho de Deus.

    A missão de Jesus não era política, mas espiritual. Foi para dar testemunho da verdade por "proclamar o evangelho do reino" (Mt 4:23). Cristo proclamou a verdade sobre Deus, os homens, o pecado, o julgamento, a santidade, o amor, a vida eterna, em suma, "tudo o que diz respeito à vida e à piedade" (2Pe 1:3A minha voz. " Jesus é "o caminho, ea verdade, ea vida; não um vem ao Pai senão por meio [Ele] "(14: 6). Em 10:27 Ele acrescentou: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem." Somente aqueles que continuam em Sua Palavra são verdadeiramente Seus discípulos; somente aqueles que são verdadeiramente Seus discípulos saberão e ser posto em liberdade pela verdade (8: 31-32).

    As palavras de Jesus eram um convite implícito a Pilatos para ouvir e obedecer a verdade sobre ele. Mas eles foram perdidos no governador, que terminou abruptamente o interrogatório de Cristo com a, observação cínica pessimista, "Que é a verdade?" Como os céticos de todas as idades, incluindo os pós-modernistas contemporâneos, Pilatos desesperaram de encontrar a verdade universal. Essa é a tragédia de rejeição do homem decaído de Deus. Sem Deus, não pode haver quaisquer absolutos; sem absolutos, não pode haver objetivas, de verdades normativas universais. Verdade se torna subjetiva, relativa, pragmática; objetividade dá lugar à subjetividade; princípios universais atemporais se tornar meras preferências pessoais ou culturais. Toda a humanidade caída tem realizado, abandonando Deus ", o manancial de águas vivas", é "para HEW para si cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas" (Jr 2:13). Retorta irreverente de Pilatos provou que ele não era um daqueles dados pelo Pai ao Filho, que ouvem e obedecem a voz de Cristo.

    A Adjudicação

    E, havendo dito isto, ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nEle." (18: 38b)

    Tendo terminado a interrogar Jesus, Pilatos pronunciou seu veredicto. Ele saiu de novo para os judeus e disse-lhes: "Não acho culpa nele." Ele entendeu o suficiente para perceber que Jesus não representava uma ameaça ao domínio romano. Ele deixou claro que Jesus era inocente das acusações de sedição e insurreição levantadas contra ele pelos líderes judeus (Lucas 23:2).

    Nenhuma acusação válida Dele no início; nenhuma convicção de ele no final. O Senhor da glória foi criticado, odiado, e falsamente acusado, mas, no entanto encontrado para ser perfeito, impecável, e inocente.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de João Capítulo 18 do versículo 1 até o 40

    João 18

    A detenção no jardim — Jo 18:1-11

    Quando a Última Ceia terminou e quando chegou ao fim a conversação e a oração de Jesus com seus discípulos, saíram do cenáculo. Dirigiam-se ao jardim do Getsêmani. Sairiam pelas portas da cidade, baixariam pelo vale íngreme e cruzariam o canal da corrente Cedrom. Ali deve ter acontecido algo simbólico. Todos os cordeiros pascais eram sacrificados no templo e se vertia seu sangue sobre o altar como oferta a Deus. A quantidade de cordeiros que se matava para a páscoa era imensa. Em certa ocasião, trinta anos depois da época de Jesus, fez-se um censo e se contaram 256:000. Podemos imaginar o que seriam os pátios do templo quando se vertia todo o sangue destas ovelhas sobre o altar. Do altar havia um canal que ia ao arroio Cedrom e o sangue fluía por ele. Quando Jesus cruzou o arroio certamente ainda estava vermelho com o sangue dos cordeiros sacrificados. E sem dúvida alguma ao ver esse sangue vislumbraria de maneira mais clara seu próprio sacrifício.
    Depois de cruzar o canal do Cedrom, chegaram ao monte das Oliveiras. Sobre a ladeira desse monte estava o pequeno jardim do Getsêmani que significa prensa de azeite: a prensa de onde se extraía o azeite das azeitonas que cresciam no monte. Muita gente acomodada tinha seu jardim particular nesse lugar. Em Jerusalém não havia muito espaço para jardins particulares porque estava construída sobre o topo de um monte. Por outro lado, certas regulamentos cerimoniais proibiam o emprego de abono no solo da cidade sagrada. Essa era a razão pela qual o povo rico tinha seus jardins privados fora da cidade nas ladeiras monte das Oliveiras.
    Até o dia de hoje se mostra aos peregrinos um pequeno jardim sobre o monte. Os monges franciscanos cuidam dele com amor e há oito grandes oliveiras de tal tamanho que, como diz H. V. Morton, parecem rochas em vez de árvores. São muito velhos, sabe-se que se remontam à época anterior à conquista da Palestina pelos muçulmanos. Não é muito provável que pertençam à época de Jesus mas sem dúvida alguma os pequenos caminhos que cruzam o monte das Oliveiras foram transitados por Jesus. De maneira que Jesus foi a este jardim. Algum cidadão abastado, um amigo anônimo de Jesus cujo nome jamais conheceremos, deve ter-lhe dado a chave da porta e o direito a fazer uso do jardim enquanto estava em Jerusalém. Jesus e seus discípulos tinham ido ali muitas vezes em busca de paz e silêncio. Judas sabia que encontraria a Jesus ali e decidiu que esse seria o lugar onde poderiam prendê-lo com maior facilidade.
    Há algo surpreendente na força que foi prender a Jesus. João diz que havia uma companhia de soldados junto com oficiais dos principais sacerdotes e dos fariseus. Os oficiais seriam a polícia do templo. As autoridades do templo tinham uma espécie de polícia particular para manter a ordem e o Sinédrio tinha polícia e oficiais para fazer cumprir seus regulamentos. Os oficiais eram a força policial judia. Mas também havia um grupo de soldados. A palavra é speira. Agora, se empregada de maneira correta, essa palavra pode ter três sentidos. É a palavra grega para designar a coorte romana. Cada uma delas tinha seiscentos homens. Se fosse uma coorte de homens de auxílio, a speira tinha mil homens, duzentos e quarenta de cavalaria e setecentos e sessenta de infantaria. Às vezes, embora com menor freqüência, empregava-se a palavra para referir-se a um manípulo formado por duzentos homens. Inclusive se tomarmos a palavra neste último sentido, que expedição para enviar contra um carpinteiro da Galiléia desarmado! Na época da páscoa sempre tinha soldados de mais em Jerusalém aquartelados na Torre de Antonia da qual se via o templo. Portanto não era difícil contar com homens.

    Mas que reconhecimento do poder de Jesus! Quando as autoridades decidiram prendê-lo enviaram quase um exército. Havia tal poder neste único homem que seus inimigos sentiram que necessitavam um exército para reduzi-lo e garantir seu captura.

    A DETENÇÃO NO JARDIM

    João 18:1-11 (continuação)

    Há poucas cenas em todas as escrituras que nos mostrem as qualidades de Jesus como o faz este arresto no jardim.

    1. Mostra-nos sua coragem. Na época da páscoa havia Lua cheia e a noite estava quase tão iluminada como o dia. Entretanto, os inimigos de Jesus tinham chegado com lâmpadas e tochas. Por que? Não precisavam delas para ver o caminho à luz argêntea da Lua. Devem ter pensado que teriam que buscar entre as árvores, sobre as ladeiras e nas entradas e covas do monte para encontrar a Jesus. Devem ter suposto que se esconderia. Longe de fazer algo semelhante, quando chegaram Jesus deu um passo à frente. “A quem buscais?” perguntou. “A Jesus, o Nazareno”, responderam. “Sou eu”, chegou a resposta. O homem que criam que deveriam buscar entre as árvores e as covas estava de pé diante deles com um desafio glorioso e arriscado. Aqui temos a coragem de um homem que está disposto a encarar as coisas.

    Durante a Guerra Civil Espanhola se sitiou uma cidade. Havia alguns que queriam entregar-se, mas surgiu um líder. "É melhor", disse, "morrer de pé que viver ajoelhados". Se Jesus devia morrer, morreria como um herói.

    1. Mostra-nos sua autoridade. Ali estava; uma única figura, solitária, desarmada. Ali estavam eles, centenas de homens, armados e equipados. Entretanto, ao vê-lo, retrocederam e caíram ao solo. Nesse momento, o poder irradiava de Jesus. Fluía do um sentimento de autoridade que, apesar de sua solidão, o fazia mais forte que o poder de seus inimigos.
    2. Mostra-nos que Jesus escolheu morrer. Mais uma vez, é evidente que Jesus poderia ter evitado a morte se o quisesse. Poderia ter caminhado em meio deles e ter-se ido para longe. Mas não o fez. Jesus chegou até a ajudar a seus inimigos a prendê-lo. Escolheu morrer.
    3. Mostra-nos seu amor protetor. Não pensava em si mesmo, mas em seus amigos. Disse: “Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes.” Pensava mais no perigo que enfrentavam os discípulos que no próprio.

    Entre as muitas histórias imortais da Segunda Guerra Mundial se destaca a do Alfred Sadd, o missionário da Tarrawa. Quando os japoneses chegaram a sua ilha estava formado com outros vinte homens, em sua maioria soldados de Nova Zelândia que tinham formado parte das tropas. Os japoneses estenderam uma bandeira da Inglaterra no solo e ordenaram ao Sr. Sadd que caminhasse sobre ela. O Sr. Sadd se aproximou da bandeira e, ao chegar a ela deu a volta rumo à direita. Voltaram-lhe a ordenar que pisasse na bandeira e desta vez girou rumo à esquerda. A terceira vez o obrigaram a chegar até ela; levantou-a nos braços e a beijou. Quando os japoneses os fizeram sair a todos para matá-los muitos deles eram tão jovens que estavam afligidos, mas o Sr.

    Sadd levantou-lhes o ânimo. Ficaram de pé em fila, com Sadd no meio e nesse momento o Sr. Sadd se separou um pouco da fila e lhes dirigiu palavras de alento. Quando terminou, retornou à fila mas se manteve um pouco mais adiante que outros para ser o primeiro a morrer. Alfred Sadd pensava mais nos problemas dos outros que nos próprios. O amor protetor de Jesus se ocupava dos discípulos inclusive no Getsêmani.

    1. Mostra-nos sua obediência máxima. "A taça que o Pai me deu", disse, "não a hei de beber?" Essa era a vontade de Deus e isso era suficiente para Ele. Foi fiel até a morte.

    E há uma pessoa neste relato a quem devemos fazer justiça: Pedro. Pedro, um só homem, desembainhou sua espada contra centenas. Como disse Macaulay:

    Que melhor morte pode pretender um homem que fazer frente a riscos temíveis?

    Pedro negaria a seu mestre pouco tempo depois, mas nesse momento estava disposto às ver-se com centenas de homens para defender a Cristo. Podemos falar da covardia e o fracasso de Pedro, mas jamais devemos esquecer a coragem sublime que demonstrou nesse momento.

    JESUS PERANTE ANÁS João 18:12-14, 19-24

    Para manter a continuidade da narração nos ocuparemos das duas passagens que tratam sobre o juízo perante Anás ao mesmo tempo. Faremos o mesmo com as duas passagens que se ocupam da tragédia de Pedro.
    João é o único que diz que levaram a Jesus a Anás antes que nada. Anás era um personagem notável. Edersheim escreve sobre ele:

    "Não há nenhuma outra figura tão conhecida na história judia contemporânea como Anás. Ninguém o reputava tão afortunado ou triunfante mas tampouco havia outra pessoa tão execrável como o antigo sumo sacerdote”.
    Anás era o poder que estava atrás do trono em Jerusalém. Ele mesmo tinha sido sumo sacerdote desde 6 a 15 d C. Quatro de seus filhos também tinham ocupado essa acusação e Caifás era seu genro. Esse dado é sugestivo e esclarecedor por si mesmo. Houve um tempo quando os judeus eram livres, então os sumos sacerdotes ocupavam o cargo vitalício. Mas quando chegou o governo romano, o cargo se converteu em tema de controvérsia, intrigas, corrupção e suborno.
    Agora a acusação ia ao maior adulador e o melhor lançador, a quem estivesse mais disposto a baixar a cabeça perante o governador romano. O sumo sacerdote era o grande colaborador, o homem que comprava o conforto, a facilidade, o prestígio e o poder à custa de gastar dinheiro em subornos e de colaborar estreitamente com os senhores de seu país. A família de Anás tinha uma fortuna imensa e um por um tinham participado de intrigas e subornos para chegar a ocupar seus cargos; enquanto isso Anás mantinha seu poder por trás de todos eles.
    Até a forma em que Anás juntou sua fortuna deve ter sido vergonhosa. No Pátio dos gentios havia vendedores das vítimas para o sacrifício. Eram os mesmos vendedores que Jesus expulsou do templo. Não eram comerciantes e sim chantagistas. Cada vítima que se oferecia no templo devia estar limpa de toda mancha ou defeito. Havia inspetores que controlavam tudo isto. Se fosse comprada uma vítima fora do templo era preciso inspecioná-la e examiná-la e sem dúvida alguma seria encontrado algum defeito. Recomendava-se ao fiel que comprasse nos postos do templo onde se vendiam vítimas que já tinham passado pelo exame dos sacerdotes e não corriam o risco de ser rechaçadas. Isso teria sido conveniente e útil exceto por um detalhe. Fora do templo um casa de campo de pombas custaria 22,50 dólares e dentro do templo seu preço ascendia a 37,50 dólares. Todo o comércio do templo era uma exploração declarada e os negócios onde se vendiam os animais se chamavam as Lojas de Anás. Pertenciam à família de Anás. Este tinha conseguido sua fortuna mediante a exploração de fiéis que foram oferecer sacrifícios sagrados. Os próprios judeus odiavam essa família.

    Uma passagem do Talmud diz: "Maldita seja a casa de Anás. Maldito seja seu assobio de serpente. São sumos sacerdotes; seus filhos cuidam o tesouro, seus genros são os guardas do templo e seus servos golpeiam às pessoas com paus". Anás e toda sua família eram muito conhecidos.

    Agora compreendemos por que Anás dispôs as coisas de maneira que Jesus tivesse que comparecer perante ele em primeiro lugar. Jesus era o homem que atacou seus interesses financeiros, varreu do templo os vendedores de animais e feriu Anás num lugar doloroso: seu bolso e suas enormes economias. Anás queria ser o primeiro em desfrutar da captura, da derrota e da humilhação deste galileu perturbador.
    O juízo perante Anás foi uma trapaça à justiça. Uma norma essencial da Lei judia estabelecia que não se podia fazer ao prisioneiro nenhuma pergunta que ao responder o fizesse reconhecer-s culpado. Maimonides, o grande erudito judeu, estabelece-o assim: "Nossa verdadeira Lei não impõe a pena de morte ao pecador por sua própria confissão". Anás violou os princípios da justiça judia ao interrogar a Jesus. Jesus recordou justamente isso a Anás. “Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei”. Jesus dizia, em realidade: "Recolhe o testemunho a respeito de mim como o manda a Lei. Interroga às testemunhas, coisa que tem todo o direito de fazer. Não me interrogue pois não tem direito de fazer algo semelhante".
    Quando Jesus disse isso, um dos oficiais lhe deu uma bofetada. Disse: "Acaso quer ensinar ao sumo sacerdote como conduzir um juízo?" A resposta de Jesus foi: "Se houver dito ou ensinado algo ilegal, terá que chamar testemunhas. Só citei a Lei. Por que me fere, então?"
    Jesus jamais esperou justiça. Tinha tocado o interesse pessoal de Anás e seus colegas e estava condenado antes de passar pelo juízo. Quando alguém empreendeu um mau caminho a única coisa que quer é eliminar a qualquer que se lhe opõe. Não pode fazê-lo por meios justos, portanto, está obrigado a fazê-lo por meios injustos. Qualquer argumento que requer injustiças e bofetadas demonstra que não é válido.

    O HERÓT E O COVARDE

    João 18:15-18, 25-27

    Quando os outros discípulos abandonaram a Jesus e escaparam Pedro se negou a segui-los. Seguiu a Jesus inclusive depois de seu arresto porque não podia suportar a idéia de separar-se dEle. De maneira que chegou até a casa de Caifás, o sumo sacerdote. Estava com outro discípulo que tinha direito a entrar na casa do sumo sacerdote porque o conhecia. Elaboraram-se muitas especulações a respeito da identidade deste discípulo pois o seu nome não aparece e não se sabe com certeza quem era. Alguns pensam que se trata de algum discípulo desconhecido cujo nome não poderemos saber jamais. Alguns o relacionam, como é natural, com Nicodemos ou José de Arimatéia. Ambos eram membros do Sinédrio e devem ter conhecido muito bem ao sacerdote.

    Fez-se uma sugestão muito interessante. Afirmou-se que o discípulo que não se nomeia era Judas 1scariotes. Judas deve ter tido que entrar e sair várias vezes para acertar a traição e o devem ter conhecido tanto o servo que abria a porta como o próprio sumo sacerdote. O que parece invalidar a teoria é que depois da cena no jardim, quando Judas chegou com os soldados e os oficiais, deve ter ficado bem clara sua participação na traição. É quase incrível pensar que Pedro pode ter sequer falado com Ele depois de sua ação. A interpretação tradicional sempre afirmou que o discípulo a quem não se nomeia é o próprio João. A tradição é tão poderosa que é difícil deixar de lado. Mas, neste caso, expõe-se a pergunta, Como João da Galiléia pode ter sido um conhecido, aparentemente íntimo, do sumo sacerdote?
    Sugeriram-se duas coisas para explicar esta relação entre João e a casa do sumo sacerdote.
    (a) Em épocas posteriores um autor chamado Polícrates escreveu sobre o Quarto Evangelho e seu autor e sobre o discípulo amado. Polícrates jamais duvidou de que João escreveu o Quarto Evangelho e que foi o discípulo amado mas diz algo muito curioso sobre ele. Diz que, por nascimento, João era sacerdote e que vestia o pétala que era a franja dourada estreita, ou ziz, onde estavam escritas as palavras "Santidade ao Senhor" que o sumo sacerdote levava sobre a fronte. Se isto for certo, João pertencia à família e à casa do sumo sacerdote. Entretanto, é-nos difícil crer que João pertença à linha sacerdotal pois os Evangelhos nos indicam com toda clareza que era um pescador da Galiléia,

    (b) A segunda explicação é mais fácil de aceitar. É evidente que o pai de João deve ter tido um comércio pesqueiro florescente pois podia permitir-se tomar servos pagamentos (Mc 1:20). Uma das grandes indústrias da Galiléia era a do peixe salgado. Nesses tempos, o peixe fresco era um grande luxo porque não havia forma de transportá-lo para que conservasse sua frescura. Mas, por outro lado, o peixe salgado era um elemento essencial da dieta. Supõe-se que o pai de João estava na indústria do peixe salgado e que abastecia a casa do sumo sacerdote. Se era assim, o sumo sacerdote e seus servos conheciam João pois mais de uma vez teria levado peixe. Nesse caso, João assistiria de maneira regular à casa do sumo sacerdote. Acontece que certas lendas apóiam esta teoria.

    H. V. Morton nos conta que até o dia de hoje há um pequeno edifício nas ruas laterais de Jerusalém que na atualidade é uma confeitaria árabe. Dentro há algumas pedras e arcos que formavam parte de uma Igreja cristã muito primitiva. Os franciscanos crêem que essa velha igreja estava no lugar que ocupava a casa de Zebedeu, o pai de João. A família, sempre segundo os franciscanos, eram comerciantes de peixe na Galiléia com uma sucursal em Jerusalém e abasteciam a casa do Caifás, o sumo sacerdote, com peixe salgado. Essa era a razão pela qual João podia entrar na casa do sumo sacerdote.
    Sejam como forem todos estes detalhes, Pedro entrou no pátio da casa do sumo sacerdote e ali negou a seu Senhor três vezes.

    Há algo muito interessante sobre o canto do galo. Jesus havia dito que Pedro o negaria três vezes antes do cantar do galo. Agora, isso apresenta algumas dificuldades. Segundo a Lei ritual judia era ilegal ter galos na cidade santa mas não podemos assegurar que todos obedeciam essa Lei. Por outro lado, jamais se pode estar seguro de que o galo cantará. Não obstante, os romanos tinham um costume militar. A noite se dividia em quatro guardas: 18 a 21, 21 a 24, 24 a 3 e 3 a 6. Depois do terceiro guarda se trocavam os soldados de volta e para o assinalar se tocava a trombeta às três da manhã. Esse toque se chamava gallicinium em latim e alektorophonia em grego. Ambos os termos significam canto do galo. Pode ser que Jesus haja dito a Pedro: "Antes que a trombeta toque o canto do galo, você me negará três vezes". Todos os habitantes de Jerusalém devem ter conhecido o toque de trombeta das três da manhã. Essa noite ressonou por toda a cidade e Pedro se lembrou das palavras do Senhor.

    O HERÓI E O COVARDE

    João 18:15-18, 25-27 (continuação)

    De modo que no pátio da casa do sumo sacerdote Pedro negou a seu Senhor. Nunca se tratou a ninguém de maneira mais injusta do que o fizeram os comentaristas e pregadores com Pedro. O que sempre se acentua neste relato é o fracasso e a vergonha de Pedro.
    Entretanto, devemos lembrar algumas coisas.

    1. Devemos lembrar que todos os outros discípulos, com exceção de João, se ele for o discípulo a quem não se nomeia, tinham abandonado a Jesus e fugiram. Todos, exceto Pedro, foram embora. Pensemos no que fez Pedro. Foi o único que desembainhou a espada diante de um inimigo muito mais poderoso no jardim, foi o único que seguiu até ver o final. Era o único valente. A primeira coisa que devemos lembrar ao pensar em Pedro não é seu fracasso mas a coragem que o manteve perto de Jesus quando todos os outros foram embora. O tremendo a respeito de Pedro é que seu fracasso só pôde ocorrer a alguém que tinha uma coragem imensa. É certo que Pedro fracassou mas o fez em uma situação que nenhum dos outros discípulos se animou a enfrentar. Não fracassou porque era um homem covarde mas sim porque era valente.
    2. Devemos lembrar quanto amava Pedro a Jesus. Seu amor era o único que tinha passado a prova. Outros tinham abandonado a Jesus; Pedro foi o único que permaneceu a seu lado. Pedro amava tanto a Jesus que não podia deixá-lo. É certo que falhou, mas o fez em uma situação a qual só podia chegar quem amava fielmente a Jesus.
    3. Devemos lembrar como Pedro se redimiu. As coisas não lhe devem ter sido fáceis. O relato de sua negação se difundiria com celeridade porque as pessoas gostam de contar coisas maliciosas. Pode acontecer, como sustenta a lenda, que as pessoas tenham imitado o canto do galo quando Pedro passava. Mas Pedro teve a coragem e a força de vontade de redimir-se, de partir de seu fracasso e tender rumo à verdadeira grandeza.

    O essencial é que foi o Pedro autêntico quem afirmou sua lealdade no cenáculo; foi o Pedro genuíno quem desembainhou a espada solitária no jardim, à luz da Lua; foi o verdadeiro Pedro quem seguiu a Jesus porque não podia tolerar a idéia de deixá-lo sozinho; não foi o Pedro autêntico quem perdeu a coragem sob a tensão do momento e negou a seu Senhor. E isso era justamente o que Jesus podia ver.

    O tremendo a respeito de Jesus é que sob todos nossos fracassos vê o homem verdadeiro. Jesus compreende. Ama-nos apesar do que fazemos porque não nos ama pelo que somos mas sim pelo que podemos chegar a ser. O amor perdoador de Jesus é tão imenso que vê nossa verdadeira personalidade não em nossa infidelidade mas em nossa lealdade, não em nosso fracasso diante do pecado mas em nossa tensão rumo à bondade, inclusive quando estamos vencidos.

    JESUS PERANTE PILATOS; OS JUDEUS

    João 18:28-40

    Este é o relato mais dramático do juízo de Jesus no Novo Testamento. Se o cortássemos em pequenas seções perderíamos seu pateticismo. É uma passagem que terá que ler como um tudo. Uma vez lido empregaremos vários dias para estudá-lo. O drama da passagem radica no choque e a inter-relação entre as personalidades. De maneira que a melhor forma de estudar esta parte não será seção por seção mas em função das pessoas que intervêm nele.

    Começaremos por analisar os judeus. Na época de Jesus os judeus estavam submetidos aos romanos. Estes lhes permitiam exercer uma boa medida de auto-governo mas não tinham direito de aplicar a pena de morte. A iuz gladii, o direito da espada — era assim chamado — pertencia aos romanos. O Talmud testemunha: "Quarenta anos antes da destruição do templo foi tirado de Israel o julgamento em assuntos de vida ou morte." O primeiro governador romano da Palestina se chamava Coponio e ao mencionar sua designação Josefo diz que o enviou como procurador "com poder sobre a vida e a morte conferido por César" (Josefo, Guerras dos judeus, 2, 8, 1). Josefo fala de certo sacerdote, chamado Anano, que se propôs matar alguns de seus inimigos. Outros judeus mais prudentes protestaram contra sua decisão sobre a base de que não tinha direito de determinar essa pena nem de levá-la a cabo. Não permitiu cumprir com sua decisão e o destituiu de seu cargo pelo simples fato de tê-la pensado. (Josefo, Antiguidades dos judeus, 20, 9, 1). É certo que, em algumas oportunidades, como aconteceu com Estêvão, os judeus tomaram a Lei em suas próprias mãos. Mas do ponto de vista legal e oficial não tinham direito de infligir a pena de morte a ninguém. Essa é a razão pela qual tiveram que levar Jesus perante Pilatos antes de poder crucificá-lo.

    Se os próprios judeus pudessem aplicar a sentença de morte o teriam apedrejado. A Lei o estabelece assim: “Aquele que blasfemar o nome do SENHOR será morto; toda a congregação o apedrejará” (Lv 24:16). Nesse caso, a testemunha que demonstrou a existência do crime devia ser o primeiro em lançar as pedras. “A mão das testemunhas será a primeira contra ele, para matá-lo; e, depois, a mão de todo o povo” (Dt 17:7). Esse é o sentido do versículo 32. Ali se diz que tudo isto acontecia para que se cumprisse o ensino que Jesus repartiu dando a entender de que morte ia morrer. Jesus tinha dito que se Ele fosse levantado da terra, quer dizer, se fosse crucificado, atrairia a todos os homens (Jo 12:32). Se essa profecia tinha que cumprir-se, Jesus devia ser crucificado, não apedrejado. De maneira que, inclusive além do fato de a lei romana não permitir aos judeus aplicar a pena de morte, Jesus devia morrer com uma morte romana porque devia ser levantado.

    De principio a fim, os judeus tentavam usar a Pilatos para seus próprios fins. Eles não podiam matar a Jesus, de maneira que tinham decidido que os romanos o fizessem.

    JESUS PERANTE PILATOS; OS JUDEUS

    João 18:28-40 (continuação)

    Entretanto, há mais elementos a respeito dos judeus. À medida que lemos este relato notamos certas coisas sobre eles.

    1. Começaram sentindo ódio para com Jesus mas terminaram em uma verdadeira histeria de ódio. Converteram-se em uma multidão enlouquecida, vociferante, gritando como lobos com as caras decompostas pelo ódio: "Crucifica-o! Crucifica-o!" No fim, os judeus alcançaram tal loucura em seu ódio que eram impermeáveis à razão e a misericórdia e até ao humanitarismo mais simples. Não há nada neste mundo que torça tanto o juízo de alguém como o ódio. É uma espécie de loucura. Uma vez que alguém se entrega ao ódio já não pode pensar, ver ou escutar sem distorções. É algo tão tremendo porque anula os sentidos do homem.
    2. O ódio dos judeus os fez perder todo sentido da proporção. Eram tão cuidadosos do ritual e da pureza cerimoniosa que não estavam dispostos a entrar nos quartéis de Pilatos e, entretanto, estavam muito ocupados em fazer todo o possível para crucificar o Filho de Deus. Para comer a páscoa o judeu devia estar cerimonialmente limpo. Se tivessem ingressado nos quartéis de Pilatos teriam ficado impuros em um duplo sentido. Em primeiro lugar, a Lei dos escribas dizia: "As casas dos gentios são impuras."

    Em segundo lugar, a páscoa era a festa do pão sem levedar. Parte da preparação para essa festa era a busca cerimonial de levedura: fazia-se desaparecer cada partícula de levedura que havia nas casas. A levedura era o símbolo do mal e devia desaparecer de todas as casas. Se entravam na casa de Pilatos significava que ingressavam em um lugar onde podia haver levedura. Fazer algo semelhante quando estava sendo preparada a páscoa significava ficar impuro. Inclusive se o fizessem, teriam entrado na casa de um gentio onde podia haver levedura, ficavam impuros até o entardecer quando poderiam ter passado por um banho cerimonioso e se purificaram.
    Agora, vejamos o que os judeus faziam. Cumpriam cada detalhe da Lei cerimonial com o maior cuidado e ao mesmo tempo empurravam rumo à cruz ao Filho de Deus que era a encarnação do amor. Esse é o tipo de coisas que sempre estão inclinados a fazer os homens. Há mais de um membro da Igreja que se preocupa com as pequenezas mais absolutas e entretanto todos os dias desobedece a lei do amor, do perdão e do serviço. Inclusive há muitas Igrejas onde se cuida com minuciosidade cada detalhe da vestimenta, dos móveis, do ritual e da cerimônia mas o espírito do amor e da comunidade brilham por sua ausência. Uma das coisas mais trágicas do mundo é a maneira em que a mente humana pode perder o sentido da proporção e sua capacidade de dar às coisas o lugar que lhes corresponde.

    1. Os judeus não titubearam em torcer sua acusação contra Jesus. Em seu interrogatório particular formularam a acusação de blasfêmia contra Jesus (Mt 26:65). Sabiam muito bem que Pilatos não faria nada a partir de semelhante acusação. Diria que se tratava de uma controvérsia religiosa que não lhe incumbia e que podiam resolvê-la sem apelar à sua autoridade. No fim, acusaram a Jesus de rebelião e insurreição política. Acusavam a Jesus de afirmar que era um rei e sabiam que se tratava de uma mentira. O ódio é algo terrível, não vacila em torcer a verdade. Ninguém conta com um argumento válido quando deve sustentá-lo com uma mentira.
    2. A fim de conseguir a morte de Jesus os judeus negaram cada um de seus princípios. O mais surpreendente que disseram nesse dia foi: "Nosso único rei é César." Samuel havia dito ao povo que seu único rei era Deus (1Sm 12:12). Quando se ofereceu a coroa a Gideão, sua resposta foi: “Não dominarei sobre vós, nem tampouco meu filho dominará sobre vós; o SENHOR vos dominará” (Jz 8:23). Quando os romanos chegaram a Palestina pela primeira vez tinham feito um censo para determinar os impostos que o povo podia pagar. E se produziu uma rebelião sangrenta porque os judeus insistiam que seu único rei era Deus e que só a Ele pagariam tributo. Quando o líder judeu disse: "Nosso único rei é César" deu as costas a toda a história de seu povo da forma mais surpreendente. A afirmação deve ter deixado sem fôlego a Pilatos que provavelmente os olhou com expressão de surpresa e diversão cínica ao mesmo tempo. Os judeus estavam dispostos a abandonar todos os seus princípios para eliminar a Jesus.

    É uma imagem tremenda. O ódio dos judeus os converteu em uma multidão de fanáticos enlouquecidos e vociferantes. Esqueceram toda misericórdia, todo sentido da proporção, toda justiça, todos os seus princípios e até a Deus. Nunca se viu com tanta clareza a loucura do ódio.

    JESUS PERANTE PILATOS; PILATOS O GOVERNADOR João 18:28-40 (continuação)

    Agora vejamos o segundo personagem deste relato: Pilatos. Ao longo de todo o juízo a conduta de Pilatos é quase incompreensível. É muito evidente, não poderia ser mais claro, que Pilatos sabia que as acusações dos judeus eram uma série de mentiras e que Jesus era absolutamente inocente, que estava profundamente impressionado por Ele e que não desejava condená-lo à morte. Entretanto, ele o fez.

    Em primeiro lugar negou-se a tomar o caso em suas mãos; logo tentou libertar Jesus dizendo que sempre se deixava em liberdade a um criminoso para páscoa. Logo tentou ficar em paz com os judeus ao açoitar a Jesus e por último faz o chamado final. Mas se negou a ser forte e dizer aos judeus que não queria ter nada que ver com suas maquinações más. Jamais poderemos sequer começar a compreender a Pilatos se não entendermos seu historia. Nós a encontramos nos escritos do Josefo e nos de Filo.
    Para entender a parte que desempenhou Pilatos neste drama devemos nos remontar muito atrás. Para começar, que fazia um governador romano na Judéia?
    No ano 4 a.C. Herodes o Grande morreu. Herodes tinha sido rei de toda a Palestina. Apesar de todos seus defeitos, em mais de um sentido foi um bom rei e manteve muito boas relações com os romanos. No testamento, dividiu seu reino entre três de seus filhos. Antipas recebeu Galiléia e Peréia; Filipe recebeu Batanea, Auranitis e Traconites, as regiões selvagens e desertas do nordeste. Arquelau, que à maturação contava só dezoito anos, recebeu Iduméia, Judéia e Samaria. Os romanos aceitaram esta distribuição do reino e a ratificaram. Antipas e Filipe governavam bem e sem escândalos mas Arquelau se comportava como um tirano que extorquia até tal ponto que os mesmos judeus pediram aos romanos que o destituíssem e nomeassem um governador. O mais provável era que pretendessem ser incorporados à numerosa província de Síria. Como esta província era tão populosa o mais provável era que tivessem podido continuar os seus costumes. As províncias romanas se dividiam em duas classes. As que requeriam que houvesse tropas apostadas estavam sob o controle direto do imperador e eram províncias imperiais. As que não requeriam tropas, eram pacíficas e careciam de problemas sérios, estavam controladas pelo senado e eram províncias senatoriais.
    Agora, a Palestina, como é evidente, era uma região rebelde. Precisava de tropas e portanto estava controlada pelo imperador. As províncias muito grandes estavam governadas por um procônsul ou um delegado; esse era o caso da Síria. As províncias mais pequenas, pertencentes à segunda categoria, estavam governadas por um procurador. Este controlava toda a administração militar e judicial da província. Visitava cada parte da província pelo menos uma vez ao ano e ouvia os problemas e as queixas. Fiscalizava a coleta de impostos mas não tinha autoridade para aumentá-los. Recebia um salário do tesouro e tinha estritamente proibido receber presentes ou subornos. Se fosse excessivo em seus deveres, os habitantes de sua província podiam denunciá-lo ao imperador.
    Augusto designou um procurador para controlar os problemas da Palestina e o primeiro deles foi acusado no ano 6 D.C. Pilatos assumiu sua funções no ano 26 d C. e permaneceu em seu povo até o 35. Palestina era um fervilhar de problemas, requeria uma mão firme, forte e sábia. Não conhecemos a história anterior de Pilatos mas deve ter tido fama de bom administrador porque do contrário jamais lhe tivessem atribuído a responsabilidade de governar a Palestina. Era necessário manter essa região em ordem pois, como se pode ver no mapa, era a ponte entre o Egito e Síria.
    Entretanto, como governador Pilatos foi um fracasso. Parecia partir de um desprezo e uma falta de simpatia absolutos para com os judeus. Três incidentes famosos marcaram sua carreira. O primeiro ocorreu durante sua primeira visita a Jerusalém. Esta não era a capital da província. Os quartéis gerais da província estavam em Cesaréia. Mas o procurador fazia muitas visitas a Jerusalém e nessas ocasiões ficava no palácio dos Herodes na parte ocidental da cidade. Quando o procurador chegava a Jerusalém sempre o fazia em companhia de um destacamento de soldados. Estes tinham um estandarte em cuja ponta havia um pequeno busto de metal do imperador em volta. O imperador era um deus e para os judeus esse pequeno busto era uma imagem. Todos os governadores romanos anteriores, em sinal de respeito para com os escrúpulos religiosos dos judeus, faziam tirar a imagem antes de entrar na cidade. Pilatos se negou a fazê-lo. Os judeus lhe rogaram que o fizesse. Pilatos se indignou, não daria alento às superstições dos judeus. Voltou para Cesaréia. Os judeus o seguiram. Pisaram os seus calcanhares durante cinco dias. Eram humildes mas decididos em seus pedidos. Por último, disse-lhes que o encontrassem no anfiteatro. Uma vez ali, os fez rodear por soldados armados e lhes disse que se não cessavam em seus requerimentos os mataria ali mesmo. Os judeus puseram seus pescoços à vista e ordenaram aos soldados que os matassem. Nem sequer Pilatos podia massacrar a homens indefesos. Ficou derrotado, teve que claudicar, viu-se obrigado a admitir que a partir desse momento se deviam tirar as imagens dos estandartes. Assim foi como começou Pilatos: foi um mau começo.

    O segundo incidente foi este: a provisão de água de Jerusalém era inadequada. Pilatos se propôs construir um aqueduto novo. De onde proviria o dinheiro? Arrasou com o tesouro do templo. Havia milhões no tesouro. É muito pouco provável que tenha tomado o dinheiro depositado para os sacrifícios e o culto do templo. O mais factível é que tenha tomado o dinheiro chamado Corbã e que provinha de fontes que faziam impossível empregá-lo para o serviço sagrado. O aqueduto de Pilatos era muito necessário; valia a pena fazê-lo; a provisão de água inclusive beneficiaria o templo que precisava de uma boa medida de limpeza em razão de seus contínuos sacrifícios. Não obstante, o povo resistiu; rebelaram-se e saíram às ruas. Pilatos misturou seus soldados entre a multidão vestidos de civil e com armas escondidas entre a roupa. Diante de um sinal predeterminado, os soldados atacaram a multidão e muitos judeus morreram espancados ou esfaqueados. Mais uma vez Pilatos se converteu em uma figura antipopular e corria perigo de ser denunciado ao imperador.

    O terceiro incidente foi pior até para Pilatos. Como já vimos, quando ia a Jerusalém ficava no antigo palácio do Herodes. Mandou fazer certos escudos e lhes fez inscrever o nome de Tibério, o imperador. Tratava-se de escudos votivos. Agora, o imperador era um deus; aqui estava o nome de um deus estranho inscrito e desdobrado para que o reverenciassem na cidade santa. O povo gente se exaltou; os homens mais importantes, inclusive aqueles que os apoiavam com maior afinco, rogaram a Pilatos que os tirasse. Pilatos não quis fazê-lo. Os judeus denunciaram o assunto a Tibério e este ordenou a Pilatos que tirasse os escudos.
    É importante destacar como terminou Pilatos. Este último incidente ocorreu depois da crucificação de Jesus no ano 35 D.C. Houve uma rebelião em Samaria. Não foi muito séria. Pilatos a sufocou com uma ferocidade sádica e com uma quantidade de execuções. Os samaritanos sempre foram considerados cidadãos leais a Roma. O delegado de Síria interveio. Tibério mandou Pilatos retornar a Roma. Quando este estava a caminho, Tibério morreu. Segundo a informação que temos Pilatos nunca foi a juízo e a partir desse momento desaparece da história.

    Agora fica claro por que Pilatos agiu como o fez. Os judeus o chantagearam para que crucificasse a Jesus. Disseram-lhe: "Se você deixar em liberdade a este homem você não é amigo de César." O que lhe diziam era o seguinte: "Sua atuação não é muito boa. Já o denunciaram uma vez. Se você não agradar nosso pedido voltaremos a denunciar você ao imperador e o destituirão." Nesse dia, em Jerusalém, o passado de Pilatos se apresentou perante seus olhos e o atormentou. Pilatos foi chantageado para que aceitasse a morte de Jesus porque seus enganos anteriores faziam impossível desafiar os judeus e conservar seu posto. De algum modo, não podemos deixar de compadecê-lo. Queria fazer o correto mas não teve a coragem de desafiar os judeus. Pilatos crucificou a Jesus para manter seu posto.

    JESUS PERANTE PILATOS; A ATUAÇÃO DE PILATOS

    João 18:28-40 (continuação)

    Vimos a história de Pilatos, vejamos agora sua conduta durante o juízo a Jesus. Pilatos não queria condená-lo porque sabia que Jesus era inocente. Entretanto, viu-se apanhado por seu próprio passado. O que foi, então, o que Pilatos quis fazer e o que fez de fato?

    1. Começou procurou delegar a responsabilidade. Disse aos judeus: "Tomem este homem e julguem segundo suas leis." Tentou fugir da responsabilidade de ocupar-se de Jesus. Isso é justamente algo que ninguém pode fazer. Ninguém pode ocupar-se de Jesus em nosso nome, devemos fazê-lo nós mesmos.
    2. Pilatos passou a buscar uma via de escape do labirinto no qual se encontrava. Apelar ao costume pela qual se liberava um prisioneiro na páscoa para deixar livre a Jesus. Tentou evitar o confronto direto com Jesus. Mais uma vez, isso é algo que ninguém pode fazer. Não há forma de escapar a uma decisão pessoal com respeito a Jesus. Somos nós mesmos aqueles que devemos decidir o que faremos com Ele, se o aceitaremos ou o rechaçaremos.
    3. Pilatos passou logo a ver o que podia fazer com uma claudicação parcial. Ordenou que açoitassem a Jesus. Pilatos deve ter pensado que os açoites satisfariam ou, ao menos, suavizariam a hostilidade dos judeus. Sentia que possivelmente poderia evitar pronunciar o veredicto da cruz ao dar a ordem de açoitá-lo. Isto também é algo impossível. Ninguém pode andar com meias tintas com Jesus; ninguém pode servir a dois amos. Estamos a favor ou em contra e não há via intermediária.
    4. Pilatos tentou ver o que podia obter com um chamado à reflexão. Levou a Jesus destroçado pelos açoites e o mostrou às pessoas. Perguntou-lhes: "Querem que crucifique a seu rei?" Tentou derrubar o peso da balança mediante este chamado à misericórdia e à piedade. Mas ninguém pode pretender que a apelação a outros substitua a decisão pessoal. Pilatos devia tomar sua própria decisão em lugar de tentar que a multidão tomasse por ele. Ninguém pode evadir esse veredicto pessoal e essa decisão com respeito a Jesus Cristo.

    De maneira que, por último, Pilatos reconheceu seu derrota. Abandonou a Jesus nas mãos da multidão porque não teve a coragem necessária para tomar a decisão correta e fazer o que correspondia.
    Não obstante, há mais elementos a respeito de Pilatos.

    1. Vislumbra-se a atitude essencial de cinismo que o caracterizava. Perguntou a Jesus se era um rei. Jesus perguntou se o dizia em virtude do que ele mesmo tinha descoberto ou sobre a base da informação que tinha recebido de maneira indireta. A resposta de Pilatos é: "Acaso sou judeu? Como pretende que saiba algo dos assuntos dos judeus?"

    Pilatos era muito orgulhoso para misturar-se no que ele considerava superstições e rixas judias. E era esse mesmo orgulho que o convertia em um péssimo governador. Ninguém pode governar um povo se não fizer um esforço para compreendê-lo e entrar em suas mentes e idéias.

    1. Há uma espécie de curiosidade supersticiosa em Pilatos. Queria saber de onde vinha Jesus: ao perguntá-lo estava pensando em algo mais que sua cidade natal. Quando escutou que Jesus tinha afirmado que era o Filho de Deus se sentiu ainda mais perturbado. Pilatos era supersticioso antes que religioso. Temia que houvesse algo de verdade em todas essas afirmações. Tinha medo de tomar uma decisão que favorecesse a Jesus porque temia os judeus. Sentia o mesmo temor de decidir contra Jesus porque guardava uma leve suspeita que Deus estava metido em todo esse assunto. Pilatos não tinha coragem nem para desafiar os homens nem para reconhecer a Deus.
    2. Mas no coração de Pilatos havia um desejo profundo. Quando Jesus disse que tinha vindo para dar testemunho da verdade, a resposta de Pilatos é: "O que é a verdade?" Essa pergunta se pode formular de muitas maneiras. Pode-se fazê-la com um tom cínico e zombador. Bacon imortalizou a resposta de Pilatos quando escreveu: "O que é a verdade?" disse jocoso Pilatos, e não quis ficar para ouvir a resposta." Pilatos não formulou essa pergunta com um humor cínico; tampouco é a pergunta de alguém que não se importa com a resposta. Aqui vemos a greta na armadura de Pilatos. Formula a pergunta com desejo e cansaço.

    Segundo os valores do mundo, Pilatos era um homem que tinha triunfado. Tinha chegado quase à cúpula do serviço civil romano; era governador de uma das províncias do Império; mas faltava algo. Perante este humilde, perturbador e odiado galileu Pilatos sentiu que a verdade, para ele, continuava sendo um mistério; e que ficou em uma posição que fazia impossível descobri-la. Pode ser que Pilatos escarneceu, mas era a zombaria do desespero.
    Em algum lugar, Philip Gibbs relata que ouviu um debate entre T. S. Eliot, Margaret 1rwin, C. Day Lewis e outros personagens de renome sobre o tema: "Merece a tristeza viver esta vida?" "É certo que faziam piadas", escreve, "mas o faziam como bufões que golpeiam contra a porta da morte."

    O mesmo acontecia com Pilatos. Jesus entrou em sua vida e nesse instante descobriu quanto tinha perdido. Nesse dia pôde ter encontrado todo aquilo que tinha perdido mas não teve a coragem de desafiar o mundo apesar de seu passado e se posicionar junto a Cristo assegurando um futuro glorioso.

    JESUS PERANTE PILATOS; BARRABÁS

    João 18:28-40 (continuação)

    Agora consideremos Barrabás. João relata o incidente de Barrabás com muito poucas palavras. Sobre o costume de libertar um prisioneiro na páscoa não sabemos mais que o que nos dizem os Evangelhos. Os outros Evangelhos completam, até certo ponto, a breve imagem que João dá de Barrabás. Depois de reunir toda a informação descobrimos que Barrabás era um prisioneiro muito famoso, que era um criminoso, que participou de uma insurreição na cidade e que tinha cometido um homicídio (Mat. 27:15-26: Mar. 15:6-15; Luc. 23:17-25; At 3:14).

    O nome Barrabás é interessante. Há duas possibilidades com respeito a sua origem. Pode estar composto por Bar Aba que significaria "filho do pai" ou por Bar Rabban, que significaria "filho do rabino". Não é impossível que Barrabás fosse o filho de algum rabino, o membro de alguma família distinguida que tinha tomado um mau caminho. E pode ser que, apesar de seu caráter criminal, fosse popular entre o povo, como uma espécie do Robin Hood. O que é indubitável é que não devemos vê— lo como um simples ladrão, ladrão de carteira ou um detento qualquer. Era um lestes que significa criminal. Podia ser um desses criminosos belicosos que assolavam a estrada do Jericó, o tipo de homem em cujas mãos caiu o viajante da parábola, ou, o que é mais provável, era um dos zelotes que tinham jurado libertar a Palestina dos romanos, embora isso significasse cometer infinidade de crimes, roubos e assassinatos. Barrabás não era um criminoso qualquer. Podia ser um homem violento mas sua violência tinha uma auréola romântica e podia muito bem convertê-lo no herói da multidão e no desespero da Lei ao mesmo tempo.

    Entretanto, há outro elemento interessante a respeito de seu nome. Barrabás não é, por certo, um nome cristão; é o segundo nome. Barrabás deve ter tido outro nome, tal como Pedro se chamava Simão bar Jonas, Simão, filho de Jonas. Há certos antigos manuscritos gregos e certas traduções siríacas e armênias do Novo Testamento que afirmam que o outro nome de Barrabás é Jesus. Não se trata de algo impossível porque naqueles tempos Jesus era um nome muito comum pois é uma versão grega do Josué. Se era assim, a opção da multidão aparece como um pouco mais dramática ainda, pois exclamariam: "Não a Jesus nazareno mas a Jesus Barrabás."

    A escolha da multidão foi a opção de todos os tempos. Barrabás era o homem forte, o homem sanguinário, alguém que escolhia chegar a seu objetivo pelo caminho da violência. Jesus era o homem do amor e a suavidade, que não queria saber da força e cujo reino estava nos corações dos homens. O fato trágico da história é que ao longo dos séculos os homens escolheram o caminho de Barrabás e rechaçaram o de Jesus.
    Ninguém sabe o que aconteceu com Barrabás. Em um de seus livros, João Oxenham traça uma biografia imaginária. A princípio Barrabás só podia pensar em sua liberdade mas logo começou a olhar ao homem que morreu e que podia ter vivido. Havia algo em Jesus que lhe era fascinante e o seguiu até o fim. Quando o viu carregando a cruz, um pensamento iluminou sua mente: "Eu deveria carregar essa cruz em lugar dele, ele me salvou." E ao ver Jesus no Calvário, a única coisa que podia pensar era: "Eu deveria estar pendurado ali, ele não, ele me salvou." Pode que seja assim, pode que não, mas sem dúvida alguma Barrabás foi um dos pecadores por cuja salvação morreu Jesus.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de João Capítulo 18 versículo 3
    o destacamento de soldados: A palavra grega usada aqui (speíra) indica que esses soldados eram romanos. João é o único escritor dos Evangelhos que menciona que soldados romanos participaram na prisão de Jesus. — Jo 18:12.


    Dicionário

    Ali

    advérbio Naquele lugar: vou te deixar ali, perto da igreja.
    Naquele tempo; então: até ali estávamos bem, foi depois que nos separamos.
    Num local conhecido ou já mencionado: deixe os guarda-chuvas ali.
    Nessa situação, momento, pessoa; naquilo: ninguém disse mais nada, ali tem algo errado!
    Gramática Quando usado com um pronome pessoal ou demonstrativo intensifica a relação de identificação ou de proximidade: põe isso ali, por favor.
    Etimologia (origem da palavra ali). Do latim ad illic.

    lá, acolá, aí, além. – Ali diz propriamente – “naquele lugar”, tanto à vista como no sítio de que se acaba de tratar. – Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 161 Lá significa – “naquele outro lugar”; isto é – no lugar que não é o em que me encontro eu presentemente e que está distante de mim, na parte oposta àquela em que estou. – Aí quer dizer – “nesse lugar”; isto é – no lugar em que se encontra a pessoa a quem nos dirigimos. – Acolá diz – “ali, naquele lugar que está à vista, mas que não é o que eu ocupo, nem o que está ocupando a pessoa com quem falo”. – Além significa – “mais para diante, do outro lado de um lugar ou um acidente à vista, ou mesmo não visível”.

    Armas

    Primeiramente, vamos tratar das armas ofensivas, mencionadas na Bíblia: 1. A espada, o instrumento de guerra mais usual, na antigüidade, era menor do que a moderna, como podemos inferir da descrição em Jz 3:16, onde se diz que o punhal de Eúde tinha um côvado de comprimento. Mas, nas mãos de guerreiros experimentados, ela podia ser manejada com terrível efeito (2 Sm 20.8 a 12 – 1 Rs 2.5). Era metida numa bainha, e estava presa a um cinturão. Antes do tempo do metal, as armas contundentes e cortantes eram feitas de pederneira, mas em parte alguma se diz que os israelitas fizeram uso delas. Somente em tempo de guerra se usava a espada – em tempo de paz nem mesmo o rei na sua majestade a trazia (1 Rs 3.24). 2. A lança, de diversas espécies, desde a fortíssima arma, a chanith, que pesava cerca de 25 arratéis, e foi usada por Golias e Saul, até ao kidon, leve e curta haste, que o guerreiro levava às costas, entre os ombros. Ainda havia outras, como a romack, a slelach, e a shebet. Foi com a lança shebet (traduzida a palavra por ‘dardos’) que Joabe acabou de matar Absalão (2 Sm 18.14). 3. o ano era uma arma, na qual eram amestrados todos os soldados, desde o mais humilde aos filhos do rei. Parece que era curvado com o auxílio do pé. Também são mencionados arcos de aço, como especialmente fortes. o cordel era provavelmente, a princípio, alguma fibra dura. As setas eram levadas numa aljava, e algumas vezes envenenadas. 4. A funda é, pela primeira vez, mencionada em Jz 20:16, onde se diz que 700 benjamitas, com a sua mão esquerda, podiam atirar ‘com a funda uma pedra num cabelo, e não erravam’. Em tempos posteriores os fundibulários faziam parte do exército regular (2 Rs 3.25). As fundas são ainda usadas na Palestina por aqueles que vigiam os rebanhos, e certamente Davi, enquanto rapaz, também fez uso dessa arma, com que mais tarde havia de ferir o gigante Golias. Agora, a respeito de armas defensivas, que a Bíblia menciona – são elas:
    (1). a couraça (1 Sm 17.5, 2 Cr 26.14 – Ne 4:16) –
    (2). o capacete (1 Sm 17.5 – 2 Cr 26.14 – Ez 27:10) –
    (3). grevas ou caneleiras para proteger as pernas e os pés (1 Sm 17,6) – o escudo, de que havia duas espécies: o zinnah, que encobria toda a pessoa, e o magen, para usar-se nos conflitos corpo a corpo. Ambas estas palavras se usam nos salmos metaforicamente com relação ao amparo de Deus (*veja Ef 6:10-17).

    Coorte

    substantivo feminino História Unidade tática da infantaria romana (dez coortes formavam uma legião).
    Por Extensão Grupo ou força armada (soldados, militares); tropa.
    Grande quantidade de pessoas; multidão, magote, bando.
    Grupo de animais cujo nascimento se deu na mesma época.
    Conjunto de indivíduos que têm algo relevante para ser estudado comparativamente: coorte de diabéticos.
    [Zoologia] Divisão classificatória imediatamente acima da superordem.
    Etimologia (origem da palavra coorte). Do latim cohors.tis.

    Coorte Grupo de seiscentos soldados romanos, divididos em seis centúrias, cada qual comandada por um CENTURIÃO (At 27:1); pronuncia-se cô-órte).

    Coorte Unidade militar básica na legião romana, equivalente a dez delas, que compreendia entre 600 a 1.000 soldados. Nas províncias era comum a existência de coortes auxiliares formadas por pessoas naturais da localidade, mas sob o comando romano. Em Jerusalém havia uma permanente e outra que servia de guarda ao governador romano (Mt 27:27; Jo 18:3.12).

    Fariseus

    Separados. Formavam os fariseus a mais importante das escolas judaicas, de caráter religioso, que funcionaram, depois que, 150 anos antes do nascimento de Cristo, mais ou menos, o espírito de profecia já tinha deixado de existir. Receberam aquele nome porque eles, na sua vida, separavam-se de todos os outros judeus, aspirando a mais do que uma simples santidade e exato cumprimento de deveres religiosos: mas a sua separação consistia principalmente em certas distinções a respeito do alimento e de atos rituais. A maior parte das vezes isso era apenas exterioridade religiosa, sem profundeza de religião (Mt 23:25-28), embora, em geral, não fossem faltos de sinceridade. Não tardou muito tempo para que esta seita obtivesse reputação e poder entre o povo – e passava já como provérbio o dizer-se que se apenas duas pessoas entrassem no céu, uma delas havia de ser fariseu. Foi a seita farisaica a única que sobreviveu depois da destruição do estado judaico, imprimindo as suas doutrinas em todo o Judaísmo posterior. A literatura talmúdica é unicamente obra sua. As suas principais doutrinas eram as seguintes: a lei oral que eles supunham ter Deus entregado a Moisés por meio de um anjo no monte Sinai, e que tinha sido preservada e desenvolvida pelo ensino tradicional, tinha autoridade igual à da lei escrita. Na observância destas leis podia um homem não somente obter a sua justificação com Deus, mas realizar, também, meritórias obras. o jejum, as esmolas, as abluções e as confissões eram suficiente expiação pelo pecado. os pensamentos e desejos não eram pecaminosos, a não ser que fossem postos em ação. Reconheciam que a alma é imortal e que a esperavam futuros castigos ou futuras recompensas – acreditavam na predestinação, na existência de anjos bons e maus, e na ressurreição do corpo. (*veja Ressurreição.) o estado de felicidade futura, em que criam alguns dos fariseus, era muito grosseiro. imaginavam eles que no outro mundo se come, bebe, e goza dos prazeres do amor, vivendo cada homem com a sua primeira mulher. E derivou desta maneira de pensar a astuta questão dos saduceus, que não acreditavam na ressurreição – eles perguntaram a Jesus de quem seria no céu a mulher que tivesse tido sete maridos na terra. No seu vestuário, os fariseus manifestavam muitas particularidades. As suas filactérias (peças de pergaminho com textos escritos e que se punham na testa ou no braço) eram mais largas do que as da outra gente (Dt 6:8) – estendiam a orla dos seus vestidos (Mt 23:5) – alargavam as franjas (Nm 15:38-39) – e adotavam uma especial vestimenta e cobertura da cabeça, quando estavam cumprindo um voto.

    Uma das três seitas judaicas descritas por Josefo, historiador judeu do século I (as outras duas são os saduceus e os essênios). Provavelmente não mais do que 5 a 10% de todos os judeus pertenciam a esse grupo, o qual era uma mistura de partido político e facção religiosa. É provável que o nome signifique “separatistas” e fosse aplicado a um movimento que cresceu no tempo dos Macabeus, composto de líderes religiosos e estudantes da Lei que tentavam criar uma “cerca” em torno da Torá — um bem elaborado sistema de legislação oral e de interpretações que capacitaria os judeus fiéis a obedecer e aplicar os mandamentos de Deus em todas as áreas da vida. Originalmente reformadores piedosos, eram bem respeitados pelos judeus comuns, menos piedosos, apesar de às vezes os fariseus os criticarem por não serem suficientemente escrupulosos em guardar a Lei. Diferentemente dos saduceus, eles observavam Roma como um governo ilegítimo e opressor que impedia Israel de receber as bênçãos divinamente ordenadas de paz e liberdade na Terra. De maneira alguma eram todos hipócritas, como os cristãos geralmente supõem erroneamente. A tradição talmúdica descrevia sete categorias de fariseus, relacionadas de acordo com a motivação para o comportamento, e somente um grupo dos sete tinha fama de agir sem escrúpulo.

    No evangelho de Marcos, alguns fariseus perguntaram a Jesus por que Ele comia com cobradores de impostos e pecadores (Mc 2:16). Alegaram que jejuavam e os discípulos de Cristo não faziam isso (2:18), acusaram Jesus de não respeitar o sábado (2:24), começaram a tramar a morte dele (3:6), questionaram por que Ele não seguia as tradições do ritual da purificação (7:1,3,5) e exigiram um sinal sobrenatural que autenticasse seu ministério (8:11). Os ensinos deles foram comparados a uma força maligna e insidiosa (8:15); prepararam uma armadilha para Jesus, quando pediram sua opinião sobre o divórcio (10:
    2) e os impostos (12:13).

    Mateus repete todas essas referências, mas reforça a animosidade, pois acrescenta vários outros eventos e mantém sua posição de antagonismo para com os líderes judaicos. Os fariseus que estavam presentes questionaram o ministério e o batismo de João Batista (Mt 3:7). Jesus declarou que a justiça de seus discípulos precisava exceder a dos fariseus (5:20). Eles o acusaram de que só expulsava os espíritos imundos pelo poder de Belzebu, príncipe dos demônios (9:34; 12:
    24) e identificaram-se com os lavradores ímpios da parábola (21:45). Um deles, doutor da lei, questionou Jesus sobre qual era o maior mandamento (22:34,35). Cristo os acusou de toda sorte de hipocrisia, em seu mais longo discurso de acusação nos evangelhos (Mt 23), e eles solicitaram a Pilatos que lhes desse autorização para colocar guardas no túmulo de Jesus (27:52).

    Lucas difere de Mateus e Marcos em várias passagens. Algumas de suas referências aos fariseus são também negativas. Contrapuseram-se à afirmação de Jesus de ter poder para perdoar pecados (Lc 5:21); “rejeitaram o conselho de Deus” (7:30), murmuraram por causa da associação de Cristo com os impenitentes (15:2), rejeitaram o ensino de Jesus sobre a mordomia porque “eram avarentos” (16:
    14) e disseram a Cristo que repreendesse seus seguidores, quando o aclamaram rei (19:39). A parábola de Jesus sobre o fariseu e o publicano chocou a audiência, porque o popular líder judeu não foi justificado e sim o notório empregado do governo imperialista romano (18:10-14). Por outro lado, Lucas foi o único evangelista que incluiu numerosos textos que retratam os fariseus de forma mais positiva, muitas vezes no contexto da comunhão com Jesus. Simão convidou Cristo para jantar em sua casa, mas foi Jesus quem usou a ocasião para criticar sua hospitalidade (7:36-50). Lucas 11:37-53 e 14:1-24 descrevem duas festas semelhantes nas quais os fariseus agiram em favor de Cristo, o qual os criticou por algum aspecto comportamental. Em Lucas 13:31 advertiram Jesus contra a fúria do rei Herodes e pareceram genuinamente preocupados com seu bem-estar. Em Lucas 17:20-21, os fariseus perguntaram sobre o advento do reino de Deus e criaram uma oportunidade para que Jesus declarasse que o reino já estava entre eles, em sua própria pessoa e ministério.

    João assemelha-se mais a Mateus, pois retrata os fariseus como extremamente hostis a Jesus. Ele enviaram os guardas do Templo numa tentativa fracassada de prendê-lo (Jo 7:32-46). Alegaram que o testemunho de Cristo não tinha validade, pois falava a seu próprio favor (8:13). Investigaram a cura de um cego, rejeitando as declarações dele sobre Jesus e revelando no processo a sua própria cegueira espiritual (9:13-41). Formaram um concílio no qual decidiram prender Cristo e tentar matá-lo em segredo (11:45-57); lamentaram o fato de “todo o mundo” ir após Jesus, quando o Filho de Deus entrou triunfalmente em Jerusalém (12:
    19) e fizeram parte do grupo que foi ao Jardim Getsêmani para prendê-lo (18:3). O medo em relação aos fariseus impediu alguns judeus que creram em Jesus de confessar isso publicamente (12:42). Por outro lado, pelo menos um dos mais proeminentes deles apareceu sob uma perspectiva mais positiva — Nicodemos (3:1), que, apesar de inicialmente não entender a afirmação de Cristo sobre o novo nascimento (vv. 3,4), tempos depois levantou-se em defesa de Jesus (7:50,51) e ajudou José de Arimatéia a sepultar Cristo (19:39). Há também outros textos mais brandos que envolvem os fariseus, como a discussão sobre a identidade do Batista (1:
    24) e o registro de que Jesus batizava mais pessoas do que João (4:1).

    Como no evangelho de Lucas, o livro de Atos alterna referências positivas e negativas. Um importante membro da suprema corte judaica, Gamaliel, saiu em defesa dos apóstolos. Alguns fariseus tornaram-se cristãos, mas erroneamente pensavam que os novos convertidos entre os gentios eram obrigados a obedecer à Lei mosaica (At 15:5). Em sua audiência diante do Sinédrio, Paulo causou uma divisão entre seus membros; alinhou-se com os fariseus contra os saduceus, ao alegar que era julgado porque cria na ressurreição. Novamente em Atos 26:5, quando se defendia diante do rei Agripa, o apóstolo referiu-se ao seu passado como membro da seita dos fariseus. Filipenses 3:5 registra esse mesmo testemunho, mas nos dois contextos Paulo também deixou claro que, como cristão, muitas de suas convicções fundamentais mudaram. C.B.


    Fariseus (do hebreu parush, divisão, separação). – A tradição constituía parte importante da teologia dos judeus. Consistia numa compilação das interpretações sucessivamente dadas ao sentido das Escrituras e tornadas artigos de dogma. Constituía, entre os doutores, assunto de discussões intermináveis, as mais das vezes sobre simples questões de palavras ou de formas, no gênero das disputas teológicas e das sutilezas da escolástica da Idade Média. Daí nasceram diferentes seitas, cada uma das quais pretendia ter o monopólio da verdade, detestando-se umas às outras, como sói acontecer. [...] Tomavam parte ativa nas controvérsias religiosas. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias; cheios de um zelo ardente de proselitismo, inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios; mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegarem a seus fins, do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Daí o serem muito poderosos em Jerusalém.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

    Fariseus eram os seguidores de uma das mais influentes seitas do Judaísmo. Demonstravam grande zelo pelas suas tradições teológicas, cumpriam meticulosamente as práticas exteriores do culto e das cerimônias estatuídas pelo rabinismo, dando, assim, a impressão de serem muito devotos e fiéis observadores dos princípios religiosos que defendiam. Na realidade, porém, sob esse simulacro de virtudes, ocultavam costumes dissolutos, mesquinhez, secura de coração e sobretudo muito orgulho.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola do fariseu e do publicano

    [...] indivíduos que, conquanto pertençam a esta ou àquela igreja, não pautam seus atos pela doutrina que dizem esposar, só guardam a aparência de virtuosos e, nessas condições, não podem exercer nenhuma influência benéfica naqueles que os rodeiam.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Vós sois o sal da terra

    Uma das principais seitas dos judeus; membros de uma seita judaica que ostentava, hipocritamente, grande santidade. Fig.: Fariseu: hipócrita, fingido, falso.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - Glos•

    Pelas palavras fariseus e saduceus – neles empregadas, os apóstolos designavam, de um modo geral, os incrédulos. [...]
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

    Fariseu ainda é todo homem presunçoso, dogmático, exclusivo, pretenso privilegiado das forças divinas.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 54


    Fariseus Uma das principais seitas no judaísmo do Segundo Templo. Os dados de que dispomos acerca dos fariseus chegaram-nos, principalmente, a partir dos documentos de Qumrán, de Josefo, do Novo Testamento e dos escritos rabínicos. Os escritos de Qumrán evidenciam clara animosidade contra os fariseus, a quem qualificam de “falsos mestres”, “que caminham cegamente para a ruína” e “cujas obras não são mais do que engano” (Livro dos Hinos 4:6-8), o que recorda bastante a acusação de Jesus de serem “cegos e guias de cegos” (Mt 23:24). Quanto à acusação de Jesus de não entrarem nem deixarem entrar no conhecimento de Deus (Lc 11:52), é menos dura do que a de Pesher de Na 2:7-10, que deles diz: “cerram a fonte do verdadeiro conhecimento aos que têm sede e lhes dão vinagre para aplacar sua sede”.

    Ponto de vista diferente é o de Flávio Josefo. Este se encontrava ligado aos fariseus e tinha mesmo um especial interesse em que os ocupantes romanos os aceitassem como coluna vertebral do povo judeu após a destruição do Templo em 70 d.C. Não nos estranha, portanto, que o retrato que nos apresenta seja muito favorável (Guerra 2:8,14; Ant. 13 5:9; Ant. 18,1,3). Contudo, as referências aos fariseus contidas nas obras de Josefo são contraditórias entre si em alguns aspectos. Assim, a descrição das Antigüidades (escrituras c. 94 d.C.) contém um matiz político e apologético que não aparece na Guerra (c. 75 d.C.). Em Ant. 18,1,2-3, Josefo apresenta-os dotados de grande poder (algo bem tentador, evidentemente, para o invasor romano), embora seja mais do que duvidoso que sua popularidade entre o povo fosse tão grande. O relato da influência dos fariseus sobre a rainha Alexandra (Ant. 13 5:5) ou sobre o rei Herodes (Ant. 17,2,4) parece ter sido concebido apenas para mostrar o benefício de ter os fariseus como aliados políticos para um governante que desejasse controlar a Judéia. Nesta mesma obra, Josefo retrocede a influência dos fariseus ao reinado de João Hircano (134-104 a.C.). Na autobiografia de Josefo, intitulada Vida, escrita em torno de 100 d.C., encontra-se a mesma apresentação dos fariseus, mas com algumas referências muito importantes sobre eles. Assim, sabemos que acreditavam na liberdade humana; na imortalidade da alma; em um castigo e uma recompensa eternos; na ressurreição; na obrigação de obedecer à sua tradição interpretativa. Sustentavam, além disso, a crença comum no Deus único e em sua Lei; a aceitação do sistema de sacrifícios sagrados do Templo (que já não era comum a todas as seitas) e a crença na vinda do messias (que tampouco era sustentada por todos). Estavam dispostos, além do mais, a obter influência política na vida de Israel.

    O Novo Testamento oferece uma descrição dos fariseus diferente da apresentada por Josefo e nada favorável a eles. Especialmente o evangelho de Mateus apresenta uma forte animosidade contra eles. Se realmente seu autor foi o antigo publicano chamado Levi ou Mateus, ou se foram utilizadas tradições recolhidas por ele mesmo, explica-se essa oposição, recordando o desprezo que ele sofreu durante anos da parte daqueles “que se consideravam justos”. Jesus reconheceu (Mt 23:2-3) que os fariseus ensinavam a Lei de Moisés e que era certo muito do que diziam. Mas também repudiou profundamente muito de sua interpretação específica da Lei de Moisés ou Halaká: a referente ao cumprimento do sábado (Mt 12:2; Mc 2:27), as abluções das mãos antes das refeições (Lc 11:37ss.), suas normas alimentares (Mc 7:1ss.) e, em geral, todas aquelas tradições interpretativas que se centralizavam no ritualismo, em detrimento do que Jesus considerava o essencial da lei divina (Mt 23:23-24). Para Jesus, era intolerável que tivessem “substituído os mandamentos de Deus por ensinamentos dos homens (Mt 15:9; Mc 7:7).

    Jesus via, portanto, a especial religiosidade farisaica não como uma ajuda para chegar a Deus, mas como uma barreira para conhecê-lo (Lc 18:9-14) e até como motivo de “uma condenação mais severa” (Mc 12:40). O retrato que os evangelhos oferecem dos fariseus é confirmado, em bom número de casos, por testemunhos das fontes rabínicas e é semelhante, em aspecto doutrinal, ao que encontramos em Josefo. Embora emitidos por perspectivas bastante diversas, os dados coincidem. E, em que pese tudo o que já foi mencionado, foi com os fariseus que Jesus e seus discípulos mais semelhanças apresentaram. Como eles, acreditavam na imortalidade da alma (Mt 10:28; Lc 16:21b-24), num inferno para castigo dos maus (Mt 18:8; 25,30; Mc 9:47-48; Lc 16:21b-24 etc.) e na ressurreição (Lc 20:27-40); e esta última circunstância, em certa ocasião, salvou um seguidor de Jesus dos ataques dos saduceus (At 23:1-11).

    As tradições rabínicas a respeito dos fariseus se revestem de especial importância porque foram estes os predecessores dos rabinos. Acham-se recolhidas na Misná (concluída por volta de 200 d.C., embora seus materiais sejam muito anteriores), na Tosefta (escrita cerca de 250 d.C.) e nos do Talmudim, o palestino (escrito entre 400-450 d.C.) e o babilônico (escrito entre 500-600 d. C.). Dada a considerável distância de tempo entre estes materiais e o período de tempo abordado, devem ser examinados criticamente. J. Neusner ressaltou a existência de 371 tradições distintas, contidas em 655 passagens, relacionadas com os fariseus anteriores a 70 d.C. Das 371, umas 280 estão relacionadas com um fariseu chamado Hillel (séc. I a.C.). A escola a ele vinculada, e oposta à de Shamai, converter-se-ia na corrente dominante do farisaísmo (e do judaísmo) nos finais do séc. I d.C.

    As fontes rabínicas coincidem substancialmente com o Novo Testamento e com Josefo (não tanto com Qumrán), embora nos proporcionem mais dados quanto aos personagens-chave do movimento.

    Também nos transmitiram críticas dirigidas aos fariseus semelhantes às pronunciadas por Jesus. O Talmude (Sota 22b; TJ Berajot
    - 14b) fala de sete classes de fariseus das quais somente duas eram boas, enquanto as outras cinco eram constituídas por hipócritas. Entre estes, estavam os fariseus que “colocavam os mandamentos nas costas” (TJ Bejarot 14b), o que recorda a acusação de Jesus de que amarravam cargas nas costas das pessoas, mas nem com um dedo eles queriam tocá-las (Mt 23:4). Das 655 passagens ou perícopes estudadas por Neusner, a maior parte refere-se a dízimos, ofertas e questões parecidas e, depois, a preceitos de pureza ritual. Os fariseus concluíram que a mesa das refeições era um altar e que as normas de pureza sacerdotal, somente obrigatórias aos sacerdotes, deviam estender-se a todo o povo. Para eles, essa medida era uma forma de estender a espiritualidade mais refinada a toda a população de Israel, fazendo-a viver em santidade diante de Deus; para Jesus, era acentuar a exterioridade, esquecendo o mais importante: a humildade, o reconhecimento dos pecados e a própria incapacidade de salvação, o arrependimento, a aceitação de Jesus como caminho de salvação e a adoção de uma forma de vida em consonância com seus próprios ensinamentos. Não é estranho que, partindo de posturas tão antagônicas, apesar das importantes coincidências, elas se tornaram mais opostas e exacerbadas com o passar do tempo.

    L. Finkelstein, The Pharisees, 2 vols., Filadélfia 1946; Schürer, o. c.; J. Neusner, The Rabbinic Traditions About the Pharisees Before 70, 3 vols., Leiden 1971; Idem, Judaism in the Beginning of Christianity, Londres 1984; Idem, From Politics to Piety: The Emergence of Rabbinic Judaism, Nova York 1979, p. 81; J. Bowker, Jesus and the Pharisees, Cambridge 1973; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, Los esenios...; Idem, Los Documentos del Mar Muerto...; Idem, El judeo-cristianismo...; H. Maccoby, Judaism in the first century, Londres 1989; E. E. Urbach, o. c.; A. Saldarini, o. c.; P. Lenhardt e m. Collin, La Torá oral de los fariseos, Estella 1991; D. de la Maisonneuve, Parábolas rabínicas, Estella 1985.


    Judas

    Judas 1. Iscariotes. O discípulo que traiu Jesus, entregando-o ao Sinédrio por trinta moedas de prata (Mc 14:10ss. Comparar com Zc 11:12-13). Já se pretendeu identificar seu cognome com “sicário” e ligando-o assim com a seita dos zelotes.

    Atualmente, essa interpretação é impossível, porque esse grupo não existia na época de Jesus. É mais provável que o nome se relacionasse com um local chamado Cariot. Os evangelhos atribuem sua traição à avareza (Mt 27:15ss.; Jo 12:6) e à ação de Satanás (Lc 22:3; Jo 6:70ss.; 13 2:26ss.). Suicidou-se (Mt 27:3ss.; At 1:16ss.), após ter devolvido o dinheiro da traição aos sacerdotes judeus, que adquiriram com ele um campo, Hacéldama, provavelmente destinado para o sepultamento dos pobres. Foi venerado pela seita gnóstica dos cainitas.

    2. Um dos irmãos de Jesus (Mc 6:3; Mt 13:54ss.), o qual provavelmente pode ser identificado como o autor da carta neotestamentária que leva seu nome.

    3. Tadeu (ou Lebeu). Um dos apóstolos. Temos apenas alguns dados sobre ele (Jo 14:22).

    O. Cullmann, El estado en el Nuevo Testamento, Madri 1966; S. G. f. Brandon, Jesus and the Zealots, Manchester 1967; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; H. Guevara, o. c.


    Judas
    1) Iscariotes, escolhido por Jesus para ser apóstolo (Mt 10:4), sendo o tesoureiro do grupo (Jo 12:6). Traiu a Jesus (Mt 26:47-49) e, depois, enforcou-se (Mt 27:3-5; At 1:16-19).


    2) Irmão de Jesus (Mt 13:55) e provável autor da carta que leva seu nome (v. JUDAS, EPÍSTOLA DE).


    3) Apóstolo, filho de Tiago, também chamado de Tadeu (Mt 10:3; Lc 6:16).


    4) Cristão de Damasco, em cuja casa Paulo se hospedou, após sua conversão (At 9:11).


    5) Cristão que se destacou na igreja de Jerusalém, também chamado de Barsabás (At 15:22-32).


    6) O Galileu, um revolucionário (At 5:37).


    7) Macabeu, chefe da revolta dos macabeus (v. MACABEUS).

    ========================

    EPÍSTOLA DE JUDAS

    Breve carta escrita por Judas, o “irmão de Tiago” (Jd 1), sendo ambos provavelmente irmãos de Jesus. Foi dirigida a uma igreja ou grupo de igrejas, que estavam sendo vítimas dos ensinamentos de falsos mestres (Jd 4). O autor repreende o comportamento imoral desses perturbadores e aconselha os leitores a se manterem firmes na fé. Essa epístola é um dos livros ANTILEGÔMENA e é muito semelhante a II Pedro.


    1. Veja Judas 1scariotes.


    2. Filho de Tiago, é mencionado em Lucas 6:16 e Atos 1:13 como um dos doze discípulos escolhidos por Jesus para serem apóstolos. Nas listas de Mateus 10:3 e Marcos 3:18, no lugar do nome Judas, encontra-se Tadeu. Talvez trate de outro termo para a mesma pessoa, a fim de não ser confundido com o Judas que traiu Jesus. João 14:22 provavelmente refere-se a ele.


    3. O meio irmão de Jesus (Mt 13:55; Mc 6:3). Provavelmente não fazia parte do grupo dos apóstolos, pois João 7:5 diz que os irmãos de Cristo “não criam nele”. Posteriormente, entretanto, creram que Jesus era o Filho de Deus e estavam presentes no Cenáculo, depois da ressurreição, no grupo de irmãos que “perseveravam unanimemente em oração”, ao lado dos apóstolos e algumas das mulheres que estiveram com Cristo (At 1:14). Na epístola de Judas (v. 1), ele se intitula o “irmão de Tiago” e é muito provável que o autor da epístola na verdade fosse este Judas, irmão de Jesus.

    Geralmente é aceito que o mencionado em Judas 1 era o irmão de Tiago [meio irmão de Jesus] (veja Mc 6:3). Existe pouca informação na carta que possa indicar quando Judas a escreveu, mas 90 d.C. seria a data ideal. Nesta carta, o autor encoraja seus destinatários, ao enfatizar a graça de Deus e sua fidelidade em guardar seus filhos da queda (Jd 1:24). Também desafia os cristãos a batalhar pela fé (v. 3). Ele demonstrou, por meio das Escrituras, que os problemas e as maldades que os cristãos enfrentavam na sociedade não eram novos. No passado, Deus julgou sistematicamente os que ensinaram o mal e faria isso novamente. O grande consolo para todos os cristãos que enfrentam as heresias é que o Senhor cuida dos seus e com certeza os guardará. P.D.G.


    4. “Judas, o galileu”, mencionado em Atos 5:37 pelo rabino Gamaliel. Foi um judeu zeloso e patriota que se rebelou contra o censo ordenado pelo imperador Quirino. Ao sugerir a libertação dos apóstolos recentemente presos pelos saduceus, Gamaliel argumentou que outros homens surgiram no passado aparentemente como líderes do povo. Se tais pessoas fossem realmente dirigidas por Deus, o trabalho delas sobreviveria; se não, terminaria como o de Judas, o galileu, que “levou muito povo após si. Mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos”.


    5. Cristão procurado por Saulo (Paulo) após sua experiência na estrada de Damasco. Ananias foi instruído por Deus a visitar a casa de Judas, na rua Direita, em Damasco, para conversar com Saulo sobre sua recente conversão à fé e orar por ele (At 9:11). Veja Ananias.


    6. Judas Barsabás, um dos cristãos mais respeitáveis presentes no assim chamado “Concílio de Jerusalém”, em Atos 15. Nesta assembléia dos líderes da Igreja recém-formada, numerosas questões teológicas foram discutidas, a maioria das quais surgidas na igreja de Antioquia. A questão principal era referente à relação entre os novos convertidos ao cristianismo, procedentes do judaísmo, e os convertidos entre os gentios. Estes deviam adotar a circuncisão? Deviam guardar a Lei de Moisés? (At 15:20). Quando os líderes decidiram qual curso de ação seria adotado, ou seja, que os gentios fossem reconhecidos como cristãos completos, sem necessidade da circuncisão, enviaram uma carta com detalhes sobre a decisão para a igreja de Antioquia. Judas e Silas, “homens distintos entre os irmãos” (At 15:22), receberam a tarefa de levar aquela correspondência.

    Os cristãos de Antioquia ficaram animados com o conteúdo da carta e com a explicação e a confirmação do que fora escrito, dadas por Judas e Silas. Ambos eram profetas e encorajaram e fortaleceram os irmãos (vv. 27,32). P.D.G.


    É a forma grega da palavra hebraica Judá. 1. Filho de Jacó (Mt 1:2-3). 2. Um habitante de Damasco, em cuja casa foi Saulo recolhido (At 9:11). Era na ‘rua que se chama Direita’, ou na rua dos Bazares, que desde a porta do sul se estendia até ao centro da cidade. Ainda hoje se mostra aos viajantes uma ‘casa de Judas’. 3. Judas, chamado Barsabás, talvez irmão de José Barsabás. Era membro da igreja de Jerusalém (At 15:22 e seg.). Ele foi escolhido para ir com Paulo e Barnabé, como delegados, à igreja de Antioquia, com o fim de informarem os crentes cristãos sobre a resolução dos Apóstolos em Jerusalém, de que não era necessário ser observada a Lei pelos gentios. Tinha dons proféticos, gozava de grande consideração entre os seus irmãos na fé, e, segundo a tradição, tinha ele sido um dos setenta discípulos. E nada mais se sabe a respeito dele. 4. Judas, de Galiléia (At 5:37). No ano 6 ou 7 da era cristã, opôs-se ao registo do povo, feito por Quirino (Cirênio), na Judéia. Este alistamento efetuava-se com o fim de lançar impostos, e por isso era uma medida impopular. Nessa ocasião Judas, habitante de Gamala, conseguiu que o povo se revoltasse contra as autoridades, sendo a sua divisa ‘não temos outro mestre e senhor: só Deus’. E clamava Judas que pagar o tributo a César e reconhecer, de qualquer maneira, uma autoridade estrangeira era uma traição a Deus e à Lei de Moisés. Um considerável número dos seus partidários, os gaulonitas, como se chamavam, julgaram que ele era o Messias. Todavia, ele nada pôde fazer contra o poder de Roma – e ainda que por algum tempo assolou o país, foi por fim morto – e, dispersos os seus seguidores, recebeu o movimento o seu golpe de morte com a ruína total da nação. Embora os seus métodos fossem errados, e impiamente tivesse assumido o lugar de Messias, deve Judas ser considerado como um herói nacional, amante da sua pátria. 5. ‘Judas, de Tiago’, que talvez fosse filho de um Tiago, também chamado Tadeu. Era o décimo na lista dos apóstolos. Em Jo 14:22, ele é apresentado como ‘Judas, não o iscariotes’ – mas em Lc 6:16, e At 1:13, é ele simplesmente Judas sem qualquer apelido distintivo. Diz a tradição que ele pregou o Evangelho em Edessa, o campo da missão e martírio de Tomé – e que viajou até à Assíria, sendo, na sua volta às terras ocidentais, condenado à morte na Fenícia. 6. o irmão do Senhor e de Tiago
    i. os habitantes de Nazaré mencionaram o seu nome quando escutavam maravilhados os grandes ensinamentos do Filho dos seus vizinhos (Mt 13:55Mc 6:3). Foi ele quem escreveu a epístola de Judas, apresentando-se a si mesmo como ‘servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago’.

    substantivo masculino Traidor.
    Boneco que se malha no sábado de Aleluia como representante do apóstolo traidor, ou de pessoas conhecidas que caem no desagrado do povo.
    Beijo de Judas, beijo de traidor.
    Onde Judas perdeu as botas, lugar muito distante.
    Andar como Judas, vestir-se mal, de andrajos.
    Pegar (alguém) para Judas, implicar com uma pessoa, atormentá-la, fazê-la vítima de mofa.

    Lanternas

    fem. pl. de lanterna

    lan·ter·na |é| |é|
    (latim lanterna, -ae)
    nome feminino

    1. Espécie de caixa, rodeada de vidros, com luz no interior. = LAMPIÃO

    2. Aparelho portátil que contém uma lâmpada eléctrica.

    3. Antigo Artefacto em que insere o foco de luz (nas carruagens, nas varas que ladeiam os andores, etc.).

    4. [Arquitectura] [Arquitetura] Clarabóia em forma de cúpula envidraçada para dar luz a uma escada ou corredor. = LANTERNIM

    5. Fresta para dar ar e luz. = LANTERNIM

    6. Parte iluminante de um farol, onde se encontra o foco de luz e as lentes.

    nome de dois géneros

    7. [Brasil] [Desporto] Classificado que ocupa o último lugar de um campeonato ou de uma competição. = LANTERNINHA


    lanterna absconsa
    O mesmo que lanterna de furta-fogo.

    lanterna de furta-fogo
    Aquela em que a luz se pode ocultar rapidamente.

    lanterna surda
    O mesmo que lanterna de furta-fogo.

    lanterna vermelha
    [Portugal] [Desporto] Classificado que ocupa o último lugar de um campeonato ou de uma competição.


    Oficiais

    -

    2ª pess. pl. pres. ind. de oficiar
    masc. e fem. pl. de oficial

    o·fi·ci·ar -
    (ofício + -ar)
    verbo transitivo

    1. [Direito] Dirigir um ofício a alguém.

    verbo transitivo e intransitivo

    2. Religião Celebrar ofício religioso.


    o·fi·ci·al
    (latim officialis, -e)
    nome masculino

    1. Operário de ofício que trabalha sob as ordens do mestre. (Feminino: oficiala.)

    nome de dois géneros

    2. [Militar] Militar de qualquer graduação superior à de sargento.

    3. [Administração] Funcionário cujo posto é acima de aspirante e abaixo de chefe (ex.: oficial de secretaria).

    4. Dignitário condecorado com uma ordem honorífica.

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    5. Proposto pela autoridade ou pelo governo.

    6. Que dimana de ordens do governo ou dos seus agentes.

    7. Relativo ao alto funcionalismo.

    8. Solene.

    9. Próprio das repartições públicas.

    10. Apoiado pelo governo.

    11. Burocrático.

    12. Que tem carácter de ofício.


    oficial de dia
    [Militar] Oficial que, na ausência do comando, é responsável pelo funcionamento da unidade militar durante 24 horas.

    oficial de diligências
    O mesmo que oficial de justiça.

    oficial de justiça
    Funcionário de tribunal judicial ou que está encarregado de fazer cumprir ordens judiciais. = ESBIRRO, MALSIM, MEIRINHO

    oficial marinheiro
    Mestre, contramestre ou guardião (na marinha de guerra).


    Principais

    masc. e fem. pl. de principal

    prin·ci·pal
    (latim principalis, -e, primitivo, originário, capital, essencial, superior)
    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    1. Que é o primeiro, o mais considerado, o mais importante (de um certo grupo).

    2. Fundamental, essencial.

    3. [Música] Diz-se da parte cantante de uma sinfonia.

    nome masculino

    4. Prelado superior de um colégio ou corporação.

    5. O que há de mais considerável, de mais importante.

    6. Pessoa mais importante pela sua hierarquia ou pelo seu mérito.

    7. Capital de uma dívida (em contraposição aos juros).


    oração principal
    Aquela a que estão subordinadas todas as outras orações do período.

    Qualquer oração a que outra está subordinada ainda que ela mesma seja subordinada de uma terceira.


    Sacerdotes

    masc. pl. de sacerdote

    sa·cer·do·te
    (latim sacerdos, -otis)
    nome masculino

    1. Religião Pessoa que fazia sacrifícios às divindades.

    2. Religião Pessoa que ministra os sacramentos de uma igreja. = PADRE

    3. Figurado O que exerce profissão muito honrosa e elevada.


    sumo sacerdote
    Religião Pessoa que está no topo da hierarquia de uma igreja.

    Feminino: sacerdotisa.

    Veja Levitas.


    Tender

    verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
    Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
    Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
    Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
    verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
    verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
    verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
    Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

    verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
    Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
    Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
    Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
    verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
    verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
    verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
    Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

    tender
    v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

    Tênder

    tênder
    v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

    Veio

    substantivo masculino Ducto, canal, fresta ou ramificação das mais variadas cores, formas ou tamanhos que são encontradas em pedras, madeiras ou em mármore.
    Por Extensão Sinal que se assemelha a uma estria, riscas irregulares; estria.
    Corrente de água que provém de rios; riacho.
    Mineralogia Camada que pode ser explorada; filão: veio de ouro.
    Figurado O que pode ser utilizado como fundamento para; o ponto central de; essência: o veio de uma teoria.
    Canal natural de água que se localiza abaixo da terra.
    Peça que move uma roda, eixo de ativação manual; manivela.
    Etimologia (origem da palavra veio). Veia + o.

    Veio
    1) Parte da mina onde se encontra o mineral; filão (28:1, RC).


    2) Riacho (28:11, RA).


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    λαμβάνω οὖν Ἰουδάς λαμβάνω σπεῖρα καί ἐκ ἀρχιερεύς καί Φαρισαῖος ὑπηρέτης ἔρχομαι ἐκεῖ μετά φανός λαμπάς καί ὅπλον
    João 18: 3 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Tendo, então, Judas recebido um destacamento de homens e oficiais dos principais sacerdotes e fariseus, veio para ali com lanternas, e tochas, e armas.
    João 18: 3 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    6 de Abril de 30
    G1537
    ek
    ἐκ
    o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
    (Gilgal)
    Substantivo
    G1563
    ekeî
    ἐκεῖ
    lá / ali
    (there)
    Advérbio
    G2064
    érchomai
    ἔρχομαι
    vir
    (are come)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 1ª pessoa do plural
    G2455
    Ioúdas
    Ἰούδας
    Judá
    (Judah)
    Substantivo - acusativo masculino singular
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2983
    lambánō
    λαμβάνω
    descendentes do terceiro filho de Canaã que vivia em ou próximo ao local de Jebus, o
    (the Jebusites)
    Substantivo
    G2985
    lampás
    λαμπάς
    um rei de Hazor que organizou uma confederação dos príncipes do norte contra Josué;
    (when Jabin)
    Substantivo
    G3326
    metá
    μετά
    .. .. ..
    (.. .. ..)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3696
    hóplon
    ὅπλον
    qualquer ferramenta ou implemento para preparar algo
    (weapons)
    Substantivo - neutro genitivo plural
    G3767
    oûn
    οὖν
    portanto / por isso
    (therefore)
    Conjunção
    G4686
    speîra
    σπεῖρα
    rede, presa, presa de rede
    (in the hold)
    Substantivo
    G5257
    hypērétēs
    ὑπηρέτης
    derramamento, libação, imagem fundida, ungido
    (of their drink offerings)
    Substantivo
    G5322
    phanós
    φανός
    flor
    (blossoms)
    Substantivo
    G5330
    Pharisaîos
    Φαρισαῖος
    Seita que parece ter iniciado depois do exílio. Além dos livros do AT, os Fariseus
    (Pharisees)
    Substantivo - Masculino no Plurak genitivo
    G749
    archiereús
    ἀρχιερεύς
    (CLBL) (Peal) ser longo, alcançar, encontrar adj v
    (do meet)
    Verbo


    ἐκ


    (G1537)
    ek (ek)

    1537 εκ ek ou εξ ex

    preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

    1. de dentro de, de, por, fora de

    ἐκεῖ


    (G1563)
    ekeî (ek-i')

    1563 εκει ekei

    de afinidade incerta; adv

    1. lá, em ou para aquele lugar

    ἔρχομαι


    (G2064)
    érchomai (er'-khom-ahee)

    2064 ερχομαι erchomai

    voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v

    1. vir
      1. de pessoas
        1. vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
        2. aparecer, apresentar-se, vir diante do público
    2. metáf.
      1. vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
      2. ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
    3. ir, seguir alguém

    Sinônimos ver verbete 5818


    Ἰούδας


    (G2455)
    Ioúdas (ee-oo-das')

    2455 Ιουδας Ioudas

    de origem hebraica 3063 יהודה; n m

    Judá ou Judas = “seja louvado”

    quarto filho de Jacó

    um descendente desconhecido de Cristo

    um homem cognominado o Galileu que no tempo do censo de Quirino, incitou a revolta na Galiléia, At 5:37

    certo judeu de Damasco, At 9:11

    um profeta, cognominado Barsabás, da igreja de Jerusalém, At 15:22,At 15:27,At 15:32

    o apóstolo, Jo 14:22 cognominado Tadeus, e que provavelmente escreveu a epístola de Judas.

    o meio irmão de Jesus, Mt 13:55

    Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λαμβάνω


    (G2983)
    lambánō (lam-ban'-o)

    2983 λαμβανω lambano

    forma prolongada de um verbo primário, que é usado apenas como um substituto em certos tempos; TDNT - 4:5,495; v

    1. pegar
      1. pegar com a mão, agarrar, alguma pessoa ou coisa a fim de usá-la
        1. pegar algo para ser carregado
        2. levar sobre si mesmo
      2. pegar a fim de levar
        1. sem a noção de violência, i.e., remover, levar
      3. pegar o que me pertence, levar para mim, tornar próprio
        1. reinvindicar, procurar, para si mesmo
          1. associar consigo mesmo como companhia, auxiliar
        2. daquele que quando pega não larga, confiscar, agarrar, apreender
        3. pegar pelo astúcia (nossa captura, usado de caçadores, pescadores, etc.), lograr alguém pela fraude
        4. pegar para si mesmo, agarrar, tomar posse de, i.e., apropriar-se
        5. capturar, alcançar, lutar para obter
        6. pegar um coisa esperada, coletar, recolher (tributo)
      4. pegar
        1. admitir, receber
        2. receber o que é oferecido
        3. não recusar ou rejeitar
        4. receber uma pessoa, tornar-se acessível a ela
        5. tomar em consideração o poder, nível, ou circunstâncias externas de alguém, e tomando estas coisas em conta fazer alguma injustiça ou negligenciar alguma coisa
      5. pegar, escolher, selecionar
      6. iniciar, provar algo, fazer um julgamento de, experimentar
    2. receber (o que é dado), ganhar, conseguir, obter, ter de volta

    Sinônimos ver verbete 5877


    λαμπάς


    (G2985)
    lampás (lam-pas')

    2985 λαμπας lampas

    de 2989; TDNT - 4:16,497; n f

    tocha

    lâmpada, chama que é abastecida com óleo


    μετά


    (G3326)
    metá (met-ah')

    3326 μετα meta

    preposição primária (com freqüencia usada adverbialmente); TDNT - 7:766,1102; prep

    1. com, depois, atrás


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὅπλον


    (G3696)
    hóplon (hop'-lon)

    3696 οπλον hoplon

    provavelmente da palavra primária hepo (estar ocupado com); TDNT - 5:292,702; n n

    1. qualquer ferramenta ou implemento para preparar algo
      1. armas usadas em guerra, armamento

        um instrumento


    οὖν


    (G3767)
    oûn (oon)

    3767 ουν oun

    aparentemente, palavra raiz; partícula

    1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

    σπεῖρα


    (G4686)
    speîra (spi'-rah)

    4686 σπειρα speira

    originalmente, de origem latina, mas por último um derivado de 138 no sentido de seu cognato 1507; n f

    1. qualquer coisa enrolada num círculo ou bola, algo enrolado, dobrado junto
    2. coorte militar
      1. décima parte da legião
        1. cerca de 600 homens, i.e., legionários
        2. se auxiliares, de 500 a 1000
        3. esquadrão, ou a trigésima parte de uma legião
      2. bando, companhia, destacamento, de soldados

    ὑπηρέτης


    (G5257)
    hypērétēs (hoop-ay-ret'-ace)

    5257 υπερετης huperetes

    de 5259 e um derivado de eresso (remar); TDNT - 8:530,1231; n m

    1. criado
      1. remador de baixa categoria, remador subordinado
      2. qualquer que serve com as mãos: criado
        1. no NT, dos empregados ou serventes dos magistrados como — dos empregados que executam penalidades
        2. dos servos de um rei, criados, acompanhantes, os soldados de um rei, dos atendentes de uma sinagoga
        3. de alguém que ministra ou presta serviços
      3. alguém que ajuda outro em algum trabalho
        1. assistente
        2. do pregador do evangelho

    Sinônimos ver verbete 5834 e 5928


    φανός


    (G5322)
    phanós (fan-os')

    5322 φανος phanos

    de 5316; n m

    1. tocha, lanterna

    Φαρισαῖος


    (G5330)
    Pharisaîos (far-is-ah'-yos)

    5330 φαρισαιος Pharisaios

    de origem hebraica, cf 6567 פרושים; TDNT - 9:11,1246; n m

    1. Seita que parece ter iniciado depois do exílio. Além dos livros do AT, os Fariseus reconheciam na tradição oral um padrão de fé e vida. Procuravam reconhecimento e mérito através da observância externa dos ritos e formas de piedade, tal como lavagens ceremoniais, jejuns, orações, e esmolas. Comparativamente negligentes da genuína piedade, orgulhavam-se em suas boas obras.

      Mantinham de forma persistente a fé na existência de anjos bons e maus, e na vinda do Messias; e tinham esperança de que os mortos, após uma experiência preliminar de recompensa ou penalidade no Hades, seriam novamente chamados à vida por ele, e seriam recompensados, cada um de acordo com suas obras individuais. Em oposição à dominação da família Herodes e do governo romano, eles de forma decisiva sustentavam a teocracia e a causa do seu país, e tinham grande influência entre o povo comum. De acordo com Josefo, eram mais de 6000. Eram inimigos amargos de Jesus e sua causa; foram, por outro lado, duramente repreendidos por ele por causa da sua avareza, ambição, confiança vazia nas obras externas, e aparência de piedade a fim de ganhar popularidade.


    ἀρχιερεύς


    (G749)
    archiereús (ar-khee-er-yuce')

    749 αρχιερευς archiereus

    de 746 e 2409; TDNT - 3:265,349; n m

    1. sumo-sacerdote. Ele era honrado acima de todos com título de sacerdote, chefe dos sacerdotes. Era lícito para ele realizar os deveres comuns do sacerdócio; mas seu principal dever era, uma vez por ano no dia da expiação, entrar no Santo dos Santos (dever do qual os outros sacerdotes estavam excluídos) e oferecer sacrifícios por seus próprios pecados e pelos pecados do povo, e presidir sobre o Sinédrio, ou Concílio Supremo, quando convocado para deliberações. De acordo com a lei mosaica, ninguém podia aspirar ao sumo sacerdócio a menos que fosse da tribo de Arão e descendente de uma família de sumos sacerdotes; e aquele a quem o ofício era conferido, ocupava este cargo até a morte. Mas a partir de Antíoco Epifanes, quando os reis Selêucidas e mais tarde os príncipes herodianos e os romanos arrogaram para si mesmos o poder de nomear os sumos sacerdotes, o ofício não mais permanecia fixo na família pontifical nem era conferido a alguém por toda a vida; mas tornou-se venal, e podia ser transferido de um para outro de acordo com a vontade dos governos civis e militares. Isto explica por que vinte e oito pessoas ocuparam a dignidade pontifical durante os cento e sete anos que separam Herodes, o grande e a destruição da cidade santa.
    2. Os sumo-sacerdotes. Inclui-se nesta categoria, além daquele que detinham o ofício sumosacerdotal, tanto aqueles que foram previamente depostos, e mesmo depostos, continuavam exercendo um grande poder no estado, quanto os membros das famílias

      das quais procediam os sumo-sacerdotes, dado que tinham grande influência am assuntos públicos.

    3. Usado em referência a Cristo. Ao sofrer uma morte sangrenta, ele ofereceu a si mesmo como sacrifício expiatório para Deus, e entrou no santuário celeste onde continuamente intercede em nosso favor.