Enciclopédia de Efésios 1:14-14

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ef 1: 14

Versão Versículo
ARA o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
ARC O qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória.
TB que é penhor da nossa herança, para a redenção da possessão adquirida por Deus, para o louvor da sua glória.
BGB ⸀ὅ ἐστιν ἀρραβὼν τῆς κληρονομίας ἡμῶν, εἰς ἀπολύτρωσιν τῆς περιποιήσεως, εἰς ἔπαινον τῆς δόξης αὐτοῦ.
BKJ quem é a garantia da nossa herança, até a redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória.
LTT O Qual (Espírito Santo) é o penhor da nossa herança, até ① redenção da possessão adquirida, para o louvor da glória dEle (Deus).
BJ2 que é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que ele adquiriu[q] para o seu louvor e glória.
VULG qui est pignus hæreditatis nostræ, in redemptionem acquisitionis, in laudem gloriæ ipsius.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Efésios 1:14

Levítico 25:24 Portanto, em toda a terra da vossa possessão dareis resgate à terra.
Salmos 74:2 Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antiguidade; da tua herança que remiste, deste monte Sião, em que habitaste.
Salmos 78:54 E conduziu-os até ao limite do seu santuário, até este monte que a sua destra adquiriu,
Jeremias 32:7 Eis que Hananel, filho de Salum, teu tio, virá a ti, dizendo: Compra para ti a minha herdade que está em Anatote, pois tens o direito de resgate para comprá-la.
Lucas 21:28 Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa cabeça, porque a vossa redenção está próxima.
Atos 20:28 Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.
Atos 20:32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados.
Romanos 8:15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
Romanos 8:23 E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.
II Coríntios 1:22 o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações.
II Coríntios 5:5 Ora, quem para isso mesmo nos preparou foi Deus, o qual nos deu também o penhor do Espírito.
Gálatas 4:6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Efésios 1:6 para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
Efésios 1:12 com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo;
Efésios 4:30 E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o Dia da redenção.
I Pedro 2:9 Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

KJB.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
SEÇÃO I

SAUDAÇÃO
Efésios 1:1,2

A. O ESCRITOR, 1.1A

As cartas do apóstolo Paulo começam com a fórmula de cumprimento comum às correspondências do século I. As saudações de Paulo são habitualmente compostas de três partes: o escritor, os destinatários e a palavra de bênção. Na maioria das vezes, Paulo segue esta saudação tripla, com certa amplificação de acordo com sua relação com as pessoas a quem escreve. O mais importante nesta palavra introdutória é que a rela-ção de Deus em Cristo governa a descrição do escritor e dos leitores.

Paulo descreve-se como um apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus (cf. 1 Co 1.1; 2 Co 1.1; 2 Tm 1.1). O termo apóstolo é derivado da palavra grega apostolos, que significa, literalmente, "o enviado". Neste sentido básico é usado em geral para referir-se aos missionários cristãos, como Barnabé (Atos 14:14), Epafrodito (Fp 2:25) Timóteo e Silvano (1 Ts 2.6; o termo grego para mensageiro é apostolos). Todos os obreiros de Deus têm uma responsabilidade e relacionamento apostólicos. Isto significa que eles "são enviados em missão" por Deus. Entretanto, Paulo está pensando em termos mais restritivos ao escre-ver sobre seu apostolado. Ele se considera parte do grupo original dos doze que tinham relação especial com o Mestre. De acordo com sua experiência exclusiva, Paulo foi direta e pessoalmente comissionado por Cristo para pregar o evangelho (Act 26:15-19; Gl 1:11-17).

Em sua descrição, Paulo diz que seu apostolado foi uma criação pela vontade de Deus, ou melhor, "através da vontade de Deus". Não devemos atribuir sua autoridade apostólica à ação da igreja primitiva, ou a um pronunciamento dos doze que o precederam.1 Sua comissão divina como apóstolo ocorreu no momento do encontro com o Cristo ressurreto na estrada de Damasco e foi simultâneo à conversão. Ao comentar a frase pela vontade de Deus, R. W. Dale escreve que Paulo quer dizer que a vontade divina era "a força poderosa, mas graciosa, que o colocou no apostolado e o sustentou em todos os trabalhos e sofrimentos apostólicos."'

  1. Os DESTINATÁRIOS 1:1B

Os destinatários desta epístola são caracterizados por santos (hagioi) e fiéis (pistoi). A expressão em Éfeso é sumamente difícil de defender, visto que não ocorre no Papiro Chester Beatty (P46), do século III, e nem nos manuscritos 5aticano e Sinaítico, do século IV.5

Em que sentido estes cristãos são santos? São meramente o povo "separado" por Deus para servi-lo e por isso são considerados "santos"? Ou esta palavra descreve o caráter dos destinatários como povo moralmente santo? Ambas as interpretações são apropriadas e pertinentes. Ninguém é santo por esforço pessoal; a santidade vem pelo ato consagrador de Deus. O indivíduo que é "separado" pela graça de Deus é feito "santo", porque ele entre-gou a vida a Deus conscientemente e de boa vontade. A santidade que ele manifesta não é simples questão de estar com Deus; é também uma realidade do espírito interior enquanto ele vive em relação dinâmica com Deus, por meio de Cristo. Estes indivíduos são santos na medida em que a graça de Deus opera na vida deles. Pode ser que alguns cristãos efésios não desfrutassem as bênçãos da plena salvação, mas viviam separados do pecado e esta-vam crescendo em sua relação com Deus. Não há dúvida de que Paulo espera que essa permanente vida em Cristo os conduza à experiência dos totalmente santificados.

Estas pessoas também são chamadas fiéis em Cristo. No original, a palavra fiéis pode significar:

1) "crentes" ou "os que têm fé"; e,

2) "fiéis" ou "os que mostram fidelida-de". Francis Foulkes conclui acertadamente: "Aqui, ambas as idéias estão inclusas; eles são crentes e chamados à fidelidade".4 O ato de crer resulta em fidelidade.

Os destinatários santos e fiéis desta epístola crêem em Cristo Jesus. Eles vivem nele. A comunhão que têm como comunidade foi criada por Cristo quando eles se entre-garam a ele. Como estavam antigamente, iguais a todos os homens, "em Adão" (Rm 5:12-21; 1 Co 15.21,22), alienados de Deus, agora eles estão em Cristo Jesus e foram recon-ciliados com Deus.

O evangelho de Paulo pode bem ser caracterizado como a chamada à experiência de estar "em Cristo" (en Christo). Stewart observa: "O âmago da religião de Paulo é a união com Cristo. [...] Tudo o que significava religião para Paulo nos está concentrado em gran-des palavras como estas: 'Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim' (Gl 2:20). 'Agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus' (Rm 8:1). 'O que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito' 1Co 6:17) ".5

  1. A BÊNÇÃO, 1.2

Combinando a saudação grega comum, graça (charis), com a saudação judaica, paz (shalom), Paulo expressa mais do que uma palavra superficial de boa vontade. Na verdade, ele pronuncia uma bênção. Os doze apóstolos foram enviados pelo Mestre com as prerrogativas de abençoar ou rejeitar as pessoas, dependendo da resposta que dessem ao evangelho (Mt 10:11-15). De modo semelhante, as palavras de Paulo são abençoadoras no ponto em que carregam em si o poder de Deus. Elas intermedeiam a garantia divina. Graça abrange todos os atos providenciais de Deus a favor de homens indignos para iniciar e sustentar uma relação salvífica com ele. Paz, o dom correlato, é um estado de intensa satisfação e determinação. É divinamente gerada no coração e na mente daque-les que responderam às propostas redentoras de Deus através de seu Filho, Cristo Jesus.

Deus, nosso Pai, é o Provedor de nossa salvação, já que o Senhor Jesus Cristo é o Mediador. Estes dons iniciais de graça e paz aumentam, quando nos rendemos a Deus cujo propósito único é ter um povo que esteja em processo de amadurecimento no amor que temos por ele.

SEÇÃO II

HINO DE SALVAÇÃO

Efésios 1:3-14

Não há passagem nos escritos paulinos que seja de maior importância sobre a ver-dade de salvação do que esta. Cada versículo está repleto de discernimentos majestosos sobre os atos poderosos da salvação de Deus para todo membro da raça adâmica. Em uma frase longa que se estende pelos versículos 3:14 (cf. RA), o apóstolo toca em cada faceta da experiência de salvação. A exposição destes versículos requer um exame cui-dadoso de cada frase, levando em conta a antecedente e a subseqüente, pois cada uma nasce da precedente e gera, por sua vez, a seguinte.

Segundo categorização de B. F. Westcott, esta passagem é "um salmo de louvor pela redenção e consumação das coisas criadas, cumpridas em Cristo pelo Espírito segundo o propósito eterno de Deus".' O uso da palavra bendito (eulogeo, 1,3) e do refrão três vezes repetido para louvor da sua glória (1.6,12,14) são as indicações para se entender a passagem. Dale Moody também sugeriu que a estrutura é doxológica e que formas de oração litúrgica constituem sua base.' O caráter trinitário destas orações é identificável:

1) a obra do Pai, 3-6;

2) a obra do Filho, 7-12;

3) a obra do Espírito Santo, 13,14.' Esta organização em três partes é mais impressionante no original grego do que nas tradu-ções. Reconhecendo o caráter básico de "louvor" que a passagem contém, Moody a anali-sa de acordo com as divisões trinitárias.

John Wick Bowman sugere uma designação muito mais explícita da passagem. Ele a nomeia "Hino de Salvação".4 Pelo visto, o apóstolo se deixa levar por uma doxologia quando contempla o que está por trás de tudo que aconteceu em sua vida e na vida dos leitores. A passagem relaciona-se com a história de salvação. Denota como Deus estabe-leceu o plano para redimir o homem e como esse plano está sendo executado e posto em prática no coração e vida destes cristãos do século L Este mesmo plano também é efetivado na vida de todo aquele que crer.

A divisão mais proveitosa da passagem é:

1) A fonte das bênçãos de salvação, 3;

2) Salvação promulgada antes do tempo, 4-6;

3) Salvação realizada no tempo certo, 7-14.

A. A FONTE DAS BÊNÇÃOS DE SALVAÇÃO, 1.3

Paulo começa louvando a Deus pelos benefícios espirituais que advêm a ele e aos cristãos por causa da relação que têm com Cristo. Bendito é, em grego, eulogetos, que é palavra composta de eu, que significa "bem", e logetos, que significa "falar". Literalmen-te, o grego transmite a idéia de "falar bem" ou "elogiar". O apóstolo está dizendo: "Elogi-amos a Deus; falamos palavras boas sobre ele". Essencialmente, só Deus é digno de ser bendito, porque só ele é de caráter e ação autênticos e constantes. Só ele é verdadeira-mente elogiável ou louvável, porque não há mistura nos seus motivos e intenções. Mais importante é o fato de que Deus é o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos revelou a natureza de Deus. O Supremo Ser não é juiz austero e arbitrário, mas é o Pai Eterno de espírito amoroso, misericordioso e terno como Cristo.'

Bendizemos a Deus porque ele nos bendisse. Nosso louvor brota da disposição gracio-sa do Pai Celestial por nós. No idioma original, a frase o qual nos abençoou é um parti-cípio aoristo e conota ação meticulosa no passado quando as bênçãos prestes a serem men-cionadas foram recebidas. Paulo está se referindo às ocasiões em que Deus falou palavras de perdão e limpeza para nossos corações. Ainda que por vezes nossas palavras não te-nham efeito ou tenham pouco efeito nas circunstâncias existentes, as palavras de Deus sempre são criativas e trazem à existência a sua vontade e desejo. A Palavra de Deus modela mundos, e isso é glorioso. Mas não é só. A criação de um filho espiritualmente novo pelo anúncio de perdão excede nossa compreensão. É um verdadeiro milagre.

1. Bênçãos Espirituais (1.
- 3a)

Em grego, com todas as bênçãos espirituais está no singular: "com toda bênção espiritual" (cf. RA).. Paulo não quer fazer distinção básica entre talentos naturais e bene-fícios espirituais, embora esta diferença esteja incluída. Sua intenção é "atribuí-las [as bênçãos] ao Espírito de Deus".' A verdadeira apreciação das bênçãos naturais, físicas e intelectuais depende e procede de desfrutar a vida do Espírito.

A frase nos lugares celestiais é peculiar a esta epístola (1.20; 2.6; 3.10; 6.12). Existe a idéia paralela em Filipenses 3:20, onde o apóstolo afirma: "A nossa cidade [modo de vida] está nos céus". Em Efésios, esta frase (en tois epouraniois; lit., "celestiais") refere-se ao reino ou esfera:

1) onde o Cristo ressurreto se assenta supremamente acima de todas as outras autoridades (1,20) ;

2) onde os crentes, espiritualmente ressuscitados, desfrutam a comunhão com Cristo (2,6) ;

3) "onde os principados e potestades vêem a multiforme sabedoria de Deus exibida pela igreja" (3,10) ;7e,

4) onde os cristãos, devidamente armados, lutam contra a maldade espiritual (6.12). Na concepção do apóstolo, está claro que "celestiais" não é uma ordem celestial em oposição a uma esfera terrestre. Seu pensamento está nas dimensões espirituais em contraste com as dimensões materiais na experiência dos homens. Como comentou Martin: "É o reino da experiência espiritual; não é uma localidade física, mas uma região de realidades e experiências espirituais".8 A designação nos lugares celestiais não é um termo incorreto, porque a vida interior do homem em Cristo foi invadida pelo poder do céu. Ele possui vida eterna e está no Reino dos Céus. Em espírito, ele é erguido acima do terrestre, do mundano e do temporal. O cristão está temporariamente no mundo, mas ele não é do mundo (cf. Jo 17:13-16).

2. Em Cristo (1.
- 3b)

Na longa frase que começa no versículo 3, a expressão em Cristo (en Christo), e as expressões relacionadas — "nele", "em quem" e "no qual" — ocorrem 11 vezes, aproxima-damente 30 vezes na epístola inteira. Esta frase é inquestionavelmente a idéia funda-mental da carta e, até certo ponto, é o que Paulo entende da fé cristã.'

O fato de Paulo empregar a preposição em não deve nos fazer entender que ele expressa uma união quase física ou metafísica com Cristo. A relação entre o cristão e seu Deus é de natureza mística. O misticismo, contudo, não são os cultos de mistério pagão, que levavam os iniciados a crer que foram semidivinizados ao se entregarem aos deuses. Nem Paulo está esposando uma forma de panteísmo, no qual o indivíduo é completa-mente absorvido pela deidade, desta forma perdendo a individualidade.

Com a expressão em Cristo, o apóstolo quer dizer uma profunda consciência da unidade de espírito e propósito resultante da submissão à vontade de Deus. Esta é a "união de pessoas", como sugeriu Wahlstrom.' Nossa melhor analogia humana é o compartilhamento de vida e a dependência dos outros, como no caso do casamento genu-íno. Nessa relação, homem e mulher tornam-se "uma carne", quer dizer, vivem de acordo com um padrão de vida comum. Não há relação humana mais criativa, quer física quer espiritual. Semelhantemente, para o cristão, a nova vida em Cristo é insuperável em dar significado e esperança à vida. Se há algum misticismo nesta relação, é aquele que a fé produz. Ocorre quando o homem:

1) reconhece o caráter e direitos de Deus; e,

2) age obedientemente segundo as justas exigências e vontade de Deus. Estas lhe são reveladas na vida, ministério e morte de Cristo, o objetivo da fé do homem. Nesta relação, contribu-ímos com confiança e obediência, enquanto Cristo proporciona graça e paz.

James S. Stewart fala sobre o enriquecimento potencial na "impregnação de uma personalidade por outra que torna possível a religião espiritual. É o que promove a união mística. Mas, reconhecendo que a personalidade que está em Cristo tem recursos muito maiores, tanto de rendição quanto de recebimento, do que em qualquer nível puramente humano, concluímos que existe entre os cristãos e seu Senhor um grau de intimidade e unidade sem paralelo e único".1i

B. SALVAÇÃO PROMULGADA ANTES DO TEMPO, 1:4-6

As bênçãos destinadas ao povo de Deus não são acidentais. São resultado dos pro-pósitos que foram estabelecidos na mente e espírito de Deus antes da fundação do mundo (4).12 Paulo não tem a intenção de empregar esta frase em outro sentido senão dizer que a escolha de Deus é eterna, é a "determinação da mente divina antes de todos os tempos"." Nossa salvação não é uma reflexão tardia, mas o cumprimento da vontade gloriosa de Deus Pai. Robinson comenta: "Na eternidade, [a salvação] não é nova; embo-ra no tempo pareça nova"."

Este propósito é a eleição para uma vida santa e irrepreensível, que se baseia na predestinação à filiação (4,5). O verbo nos elegeu (exelexato) está na voz média e deve ser traduzido literalmente por: "Ele nos elegeu para si mesmo". Como Westcott declara, Paulo deseja enfatizar "a relação da pessoa com o propósito especial daquele que escolhe. Os 'eleitos' não são avaliados quanto à posição com os outros que não são escolhidos, mas quanto à posição com o desígnio de Deus que trabalha por meio deles".15

1. A Eleição para Salvação (1,4)

A eleição é uma afirmação básica da Bíblia.

  1. Ela enfatiza a verdade que a iniciativa em ocasionar a redenção do homem é tomada por Deus e não pelo homem. Jesus expressou esta verdade nas palavras de João 15:16: "Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós".
  2. A eleição ou escolha de Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destina-dos à salvação e outros à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo. O âmbito da salvação é a todos os homens, como a Bíblia copiosamente declara (Jo 3:16; Rm 10:13). Os eleitos são constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado de Deus.

Fazendo um comentário sobre esta frase aos efésios, Wesley afirma que os eleitos são "judeus e gentios, a quem ele previu que creriam em Cristo (1 Pe 1,2) ".' Embora admitamos a presciência de Deus, não devemos deduzir que essa presciência seja causativa e que o homem não tenha a liberdade de escolha. Há um paradoxo implícito neste assunto, cuja solução acha-se "na experiência cristã e não em termos intelectuais e lógicos"» Dale escreve: "Não há um toque de especulação nesta passagem gloriosa"." O homem sabe na hora da conversão que ele fez "uma escolha entre Cristo e não-Cristo", mas à medida que ele reflete cada vez mais em sua experiência, percebe que "até os primeiros impulsos do coração que o levaram a escolher Cristo foram obra do Espírito Santo"."

  1. Aqueles que respondem ao evangelho em fé são designados os eleitos, os escolhi-dos, ou a ecclesia ("os chamados para fora"). Eles são a igreja. Martin comenta: "Este novo povo, a igreja cristã, não é o resultado de um expediente precipitado e temporal, mas fazem parte do propósito eterno de Deus equitativamente com o povo de Israel.'
  2. Nele (en auto) refere-se a Cristo e significa que Cristo, em sua missão redentora, é a esfera na qual a eleição é cumprida e efetuada. Cristo é a realização provisional da escolha de Deus. R. W. Dale observa: "Todos estamos entre os não-eleitos até que esteja-mos Nele. Mas assim que estamos em Cristo ficamos presos pelas correntes dos propósi-tos eternos do amor divino."'

e) O propósito ético da escolha de Deus é para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade. Santos (hagios) expressa o propósito experiencial positivo da escolha de Deus. Aqui, significa mais que santidade cerimonial, ou seja, mais que mera diferença que se origina da separação divina. Santos manifesta a diferença interior e moral que prevalece quando a graça de Deus é operativa no coração. Este fato está fortemente indicado na segunda palavra que descreve o resultado da esco-lha, qual seja, irrepreensíveis (amomos). A idéia provém do sistema sacrificatório, no qual os sacrifícios não podiam ter mancha ou defeito (Lv 1:3-10). No Novo Testamento, amomos tem conotação ética. É usado em relação à oferta de Cristo (Hb 9:14-1 Pe 1,10) e, neste contexto de Efésios, podemos entendê-lo justificavelmente como alusão à vida cristã. O homem em Cristo pode ser irrepreensível, "não meramente pelos padrões hu-manos, mas diante daquele que é a testemunha de tudo que o homem faz, pensa e diz".' Santos se refere à qualidade espiritual interior, ao passo que irrepreensíveis diz res-peito à conduta exterior de vida.

A expressão em amor desconcerta os tradutores com respeito à posição no texto. Deve ser colocada no final do versículo 4, ou no início do versículo 5? Sua posição deter-mina se a referência é ao amor do homem ou ao amor de Deus. Certas traduções man-têm e relacionam a expressão ao versículo 4, enquanto outras a relacionam ao versículo 5: "Em amor, Ele nos predestinou para sermos, todos, adotados como filhos" (NVI). Pôr a expressão de modo a enfatizar a predestinação não prejudica o sentido geral da pas-sagem. Mas, talvez, seja redundante, porque o versículo 5 finda com uma idéia equiva-lente: "Segundo o beneplácito de sua vontade". Numerosos comentaristas, entre eles Robinson, Salmond, J. B. Lightfoot e Foulkes, preferem mantê-la no versículo 4. Eles defendem que "Paulo tem o hábito geral, se não constante, de colocar a expressão en agape depois da frase que a qualifica (Ef 4:2-15,16; 5.2; Cl 2:2-1 Tes 5,13) "." Robinson conclui: "O amor é a resposta para a qual a graça divina se volta; é a prova de que não é dada em vão".24 A expressão define santidade e inculpabilidade, que são "a finalidade e o objetivo de Deus nos ter eleito, e tem sua verdade e perfeição na suprema graça cristã do amor"."

2. A Adoção por Deus (1,5)

O versículo 5 expressa uma segunda faceta da redenção do homem: E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade. O verbo grego traduzido por nos predestinou (proorisas) significa literalmente "tendo destacado de antemão". O sentido é paralelo à idéia da eleição, indicando uma vez mais o fato de que o plano de Deus fora determinado desde a eternidade. Paulo especifica o meio pelo qual foi alcançado, isto é, a adoção por Jesus Cristo. Deus criou o homem para ter comunhão com ele como seu filho (Gn 1:26; Act 17:28), mas o pecado rompeu essa relação e tornou o homem um estranho para a casa divina. Deus determinou que, por Jesus Cristo, a restauração à filiação estaria garan-tida àqueles que aceitam o Filho eterno.

Adoção (uiothesia) é uma idéia peculiar aos escritos paulinos, ocorrendo cinco ve-zes (Rm 8:15-23; 9.4; Gl 4:5; Ef 1:5). Pelo visto, a idéia proveio do costume romano e não do costume judaico." Adoção, no sentido de transferência legal de uma criança de uma família para outra, não existia na lei judaica, mas era possível na jurisprudência romana, embora não sem considerável cerimônia formal. Westcott comenta que o termo filho (uios), que forma parte da palavra adoção, deve ser distinguido do termo criança (teknon). O primeiro dá a idéia de privilégio e não de natureza.' Para Paulo, nossa filiação não se baseia na relação natural, na qual os homens estão diante de Deus por terem sido cria-dos por ele, mas numa nova relação pela graça efetivada na obra de Cristo. Neste sentido espiritual, adoção para Paulo significa a aceitação na família daqueles que, por nature-za, não lhe pertencem."

Eleição e predestinação, que resultam em nossa adoção como filhos e fornecem a base para uma vida santa e irrepreensível, expõem "a majestade superlativa da gra-ça, glória, sabedoria e poder de Deus"." Elas estão de acordo com o bom prazer da vontade de Deus (cf. 9). O termo grego eudokia, traduzido por beneplácito, expressa a idéia de boa vontade, benevolência ou "bom propósito" (NVI). A vontade ou desejo de Deus em nos levar à filiação não é por mérito que possuamos, mas surge de "sua pura bondade, originando-se única e exclusivamente da liberdade de seus pensamen-tos e deliberação amorosa"."

3. O Supremo Propósito de Deus (1,6)

A adoção dos homens como filhos de Deus é para louvor e glória da sua graça (6). Este refrão aparece novamente nos versículos 12:14. O propósito da vida humana é louvar a Deus (Is 43:21; Mt 5:16-1 Co 4,5) e a esperança do cumprimento do propósito eterno de Deus para nós fornece a base para esse louvor. Glória é o esplendor que se relaciona com o caráter de Deus como Redentor. Quando Deus tem sucesso em adotar um filho, a glória divina irrompe no interior do homem e, por conseguinte, seu coração ergue-se em louvor. Westcott comenta: "A glória desta graça é a manifestação de seu poder quando o homem tem permissão de percebê-la. Cada nova manifestação convoca um novo reconhecimento de sua excelência insuperável"."

Segundo a definição clássica de "o favor imerecido de Deus",' o apóstolo qualifica a graça na frase anexa: pela qual nos fez agradáveis a si no Amado (6). A frase nos fez agradáveis é expressa pelo verbo charitoo," que é derivado do substantivo (charis) graça. Paulo está dizendo que Deus "nos tratou graciosamente" ou "nos visitou com gra-ça"" no Amado. Objetivamente, o verbo expressa a noção de concessão de favor. O contex-to, em que o dom da salvação de Deus é central, apóia esta versão: "que ele nos concedeu gratuitamente" (RA; cf. AEC, NTLH, NVI). Amado é reconhecidamente um título messiânico." Paulo indica que é "no dom do Filho que o dom da graça se torna nosso"." Dois pontos devem estar claros:

1) A incorporação do crente em Cristo é a expressão suprema da graça de Deus;

2) não há modo de os homens conhecerem a graça redentora de Deus, senão por Cristo.

C. SALVAÇÃO REALIZADA NO TEMPO CERTO, 1:7-14

Para o apóstolo, o propósito eterno de Deus estava e está sendo cumprido na história do gênero humano. Paulo explica que o que Deus fez e está fazendo hoje corresponde exatamente à vontade divina (1.5,9,11). Esta vontade não foi motivada por fatores exter-nos; foi formulada pelo amor e misericórdia divinos. Presumiu-se que o pecado entrou no estado do homem criado e, assim, Deus efetivou seu propósito de resgatar suas criaturas pelo "Amado". Os prospectos espirituais de homens crentes conforme o escritor desta passagem delineou estende-se por todo o espectro das necessidades humanas — liberda-de, novidade, compreensão, aceitação, segurança e esperança.

  1. A Redenção pelo Sangue de Cristo (1.
    - 7a)

Aqui, a palavra-chave é redenção (apolytrosis). É o substantivo do verbo apolytroo, que no grego clássico significa "libertar por meio de resgate". Era termo usado para falar de "comprar de volta um escravo ou cativo, libertá-lo mediante o pagamento de um res-gate".' Na Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento), apolytrosis é empregado apenas uma vez (Dn 4:30), e nesta ocasião refere-se à recuperação de Nabucodonosor quando ficou louco. A ocorrência em Daniel não inclui a noção de resgate. O verbo lutroo, que significa "libertar por meio de resgate", é empregado na Septuaginta para expressar a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito (Êx 6:6-15.13; Dt 7:8). Uma vez mais a idéia de resgate não é apropriada à expressão. Estes fatos levaram certos estudi-osos a afirmar que apolytrosis teve o significado abrandado a ponto de denotar apenas libertação sem o aspecto do resgate. Ainda que a palavra transmita o significado geral de "libertação", Paulo a usa no sentido modificado de "libertação com um preço".38

Outras passagens paulinas também enfatizam a questão do custo. Algumas trans-mitem a metáfora do mercado de escravos 1Co 6:20-7.23; 1 Tm 2.6), e outras trazem a metáfora do sistema sacrificatório (Rm 3:24; Tt 2:14). Três versículos do Novo Testamen-to além deste que estamos analisando declaram o preço envolvido. Hebreus 9:15 fala da morte de Cristo, enquanto que Romanos 3:25 e I Pedro 1:19 indicam que é o sangue de Cristo. Pelo seu sangue não pode ser interpretado somente com significado de "uma vida libertada" e colocada à disposição dos homens. Basicamente, a expressão transmi-te o fato de uma morte expiatória.' Incluso na interpretação acha-se o "preço de dispendiosidade imensurável".

A humanidade não regenerada está em escravidão espiritual, vendida sob o domínio do pecado, e não há liberdade deste cativeiro desesperador senão por Cristo. O evangelho é a palavra de libertação. Cristo vence o déspota e o pecado, e liberta o homem escraviza-do pelo preço de compra de sua própria morte. Ele morreu como as vítimas sacrificiais do Antigo Testamento, visando a purificação, a expiação e a criação de uma nova relação entre o homem e o seu Criador. Sua morte redime e, por conseguinte, liberta, porque retira o homem da escravidão da culpa e o restaura ao Reino de Deus, a verdadeira pátria de sua alma.

  1. O Perdão de Pecados (1.7b,
    8)

A frase remissão dos pecados é paralela à anterior, que fala de nossa redenção pelo seu sangue. Experiencialmente, nossa consciência de redenção é o fato de termos sido perdoados de nossos pecados.

O termo grego habitual que Paulo usa para referir-se a perdão é charizomai, que significa literalmente "mostrar favor" ou "dar livremente". Tendo relação próxima com charis (graça), este verbo grego expressa a idéia de que Deus é "gracioso para conosco". Vincent Taylor comenta que significa "pôr de lado mediante o amor as barreiras no cami-nho da comunhão"»

É no contexto de charizomai que temos de ver a palavra perdão (aphesis), no versículo 7. Empregado por Paulo apenas mais duas vezes (Rm 4:7; Cl 1:14), aphesis denota "perdão", "deixar ir", "não exigir pagamento" ou "pôr de lado". Deus é o determinador quanto ao que constitui pecado, e é ele que causa a culpa que o homem sente quando peca. Na sua remis-são, Deus graciosamente deixa de exigir da alma penitente o castigo justo que o pecado merece. A culpa, algo que nenhum ser humano pode retirar de sua vida, é eliminado mila-grosamente pela misericórdia e amor de Deus. Dale escreve: "Mas quando Deus perdoa, ele na verdade cancela nosso pecado. Nossa responsabilidade pelo pecado cessa. A culpa do pecado não é mais nossa. O fato de ele poder nos dar esta libertação é infinitamente mais maravilhoso do que ele poder acender o fogo do sol e controlar, século após século, o curso das estrelas".' Isto não significa que Deus faz pouco caso do pecado, como se dissesse: "Não faz mal; não há nenhuma conseqüência". Isso seria imoral. Como pergunta retoricamente James S. Stewart: "Não estaríamos fazendo pouco caso quando cada simples ato de perdão tem sobre si — como proclamam Paulo, João e o escritor aos Hebreus — o sangue do Senhor?"'

Transgressão é tradução do plural de paraptoma, que é literalmente um "passo em falso" ou "desvio" e, por conseguinte, "delito". Essencialmente, o termo transgressão indica que a vida de alguém é, persistentemente, conduzida para fora das fronteiras da vida divinamente planejada. Na remissão, Deus não exige pagamento por nossos fracas-sos em percorrer o caminho que ele planejou para nós. Pelo contrário, ele nem se lembra mais de nossos erros.

A frase, segundo as riquezas da sua graça," brota com muita naturalidade do conceito paulino de perdão. O que Deus executa no coração crente é segundo (kata) a sua graça; está de acordo com o que ele fez no Calvário em Cristo, quando tirou as barreiras para que suas criaturas tivessem a liberdade de aceitar. A graça divina tem desenvoltura e riqueza que seguramente abrangem nosso perdão e restauração. Foulkes comenta: "E o que Deus dá não está fora dessas riquezas, mas é segundo a medida delas".'

Abundante (8) é palavra favorita do apóstolo (2 Co 9.8; Ef 3:20). Ela expressa a eficácia irresistível da concessão de Deus. Dois dos dons que o crente recebe como conse-qüência da operação pródiga da graça divina são sabedoria (sophia) e prudência (phronesis).46 O objetivo destes dons é abrir os olhos dos homens ao propósito de Deus. Robinson diferencia sabedoria e prudência da seguinte forma: "Sabedoria é o conheci-mento que vê o cerne das coisas, que as conhecem como elas realmente são. Prudência é a compreensão que leva à ação correta".' Sabedoria não deve ser equiparada com inte-ligência ou perspicácia acadêmica. É quase semelhante a discernimento. Prudência poderia ser traduzida por "conduta sábia". Barclay comenta: "Cristo dá aos homens a habilidade de ver as grandes verdades últimas da eternidade e de solucionar os proble-mas que surgem a cada momento da vida"."

3. O Conhecimento da sua Vontade (1.9,10)

Estes dois versículos explicam o que o apóstolo declarou com respeito aos dons de Deus: a sabedoria e a prudência. Descobrindo-nos pode ser traduzido por "nisso ele fez conhecido". É o conhecimento da vontade de Deus concernente à meta e propósito de vida que torna os homens sábios e prudentes. Paulo não está falando de conhecimento adquirido. Este conhecimento sobre o qual ele escreve é "dado"; vem pela iluminação especial de Deus.

A verdade que é revelada chama-se mistério. O uso corrente da palavra "mistério" nada tem a ver com o uso paulino. Com ela, queremos dizer algo estranho, intricado, enigmático, para o qual precisamos de pistas para seu desvendamento. Por outro lado, Paulo empregou mistério para transmitir a idéia de um segredo escondido que fora revelado. Tradicionalmente, os cristãos definem o mistério como "o segredo revelado". Mackay o denomina de "o segredo revelado de Deus"."

O que é este "segredo revelado"? Paulo não nos diz imediatamente, mas, à medida que prosseguimos na leitura da carta, mais é revelado sobre esse segredo. O mistério não era o evangelho por si; quer dizer, o fato de que Deus deseja nos redimir. Incluía "o propósito de Deus com respeito aos seus limites e esfera"."A frase segundo o seu bene-plácito, que propusera em si mesmo denota que a ação redentora de Deus não era resultado de pressão externa, mas foi ocasionada pelo "propósito gracioso" de Deus."

O versículo 10 descreve a dimensão envolvente do mistério, a saber, Deus congre-gará em Cristo todas as coisas. Como diz Bruce: "Este é o grandioso propósito de Deus que abrange todos os aspectos secundários do seu propósito consigo mesmo: o esta-belecimento de uma nova ordem, uma nova criação, da qual Cristo é reconhecidamente o cabeça"." O verbo grego traduzido por tornar a congregar (anakephalaioo) significa literalmente "levar para uma cabeça". Era usado para indicar o acréscimo de uma série de números, ou seja, somatório. Este verbo também era empregado na retórica para referir-se ao sumário no fim de uma composição literária. Denotava em geral todo tipo de resumo ou reunião, até mesmo a laçada de um grupo de linhas ou cordas.' O verbo está na voz média e denota uma ação reflexiva. Pelo visto, Paulo está declarando que Deus propôs reunir, para si mesmo, todas as coisas em Cristo. A harmonia que Deus original-mente queria que prevalecesse fora destruída pelo pecado, mas agora em Cristo Jesus ele inicia um movimento para restaurá-la."

A palavra grega traduzida por dispensação (oikonomia) significa, literalmente, "mordomia" ou "administração". Considerando que nenhuma destas palavras se ajusta ao contexto, outros significados foram sugeridos: "arranjo" e "plano". Talvez Paulo qui-sesse falar sobre o plano de operação para realizar o propósito de Deus. Francis Beare sugere a seguinte tradução: "com vistas a pô-lo [o propósito de Deus] em execução".55 Este plano de operação diz respeito à plenitude dos tempos. A palavra tempos, neste caso, não é tradução da palavra grega chronos, que expressa duração em minutos, me-ses, anos. Aqui, Paulo usa kairos, que é tempo qualitativo ou memorável. O tempo "kairológico" é semelhante ao expresso no clichê: "Esta é a melhor época de minha vida", ou na expressão: "Vivi para este momento". Na história de salvação, desde a criação até a vinda de Cristo, houvera eventos memoráveis nos quais Deus trabalhou, visando pre-parar os homens para a libertação. Agora que chegou "a medida completa do seu curso designado, com todas as suas lições de preparação e disciplina"," o propósito gracioso de Deus de reunir todas as coisas foi revelado em Cristo. Os tempos dos outros eventos redentores, como o Êxodo, foram resumidos em Cristo.

Além disso, como observa Perry: "O tempo de Jesus Cristo não é somente o cum-primento do tempo messiânico profético e do tempo do Êxodo, é também o cumpri-mento de todos os tempos, inclusive do tempo da criação, pois até que ele veio 'toda a criação' estava gemendo 'com dores de parto' (Rm 8:22), esperando pela revelação de Jesus Cristo".' Um novo tempo iniciou para os cristãos em Cristo, e eles vêem a história com um novo entendimento. Eles sabem que todas as coisas... tanto as que estão nos céus como as que estão na terra (10), serão colocadas sob o gover-no de Deus. Os elementos estranhos e discordantes serão sujeitos e harmonizados.

  1. Uma Herança (1.11,12)

Falando do seu povo, os judeus, Paulo declara: Fomos feitos herança. O verbo kleroo significa basicamente "escolher por sorte". A idéia de "sorte", porém, desapareceu no transcurso do tempo e "o pensamento é essencialmente aquele que sucede repetidas vezes no Antigo Testamento quando diz que Israel é a porção de Deus"." Por isso, é melhor a versão "fomos feitos herança", (Bruce). O pensamento óbvio é que Israel era a porção de Deus especialmente escolhida, não para seu privilégio pessoal, mas para fins de salvação.' O conselho de Deus foi realizado pelo antigo Israel, na velha ordem; agora, o plano de Deus está sendo realizado pelo novo Israel, na nova ordem. Paulo deixa claro que a herança estava relacionada com Cristo. E, por conseguinte, os judeus também têm de ir a Cristo para tomar parte nessa herança.

Quatro aspectos desta escolha recebem atenção sucinta, mas oportuna.

1) A herança de Deus não foi coisa incidental, mas foi predestinada pelo próprio Deus (11b).
Desde a eternidade, Deus determinou ter um povo de sua propriedade.

2) "Seja o que for que Deus tenha proposto, o cumprimento é certo. Este texto descreve que é ele aquele 'que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade' ".' Visto que Deus não age caprichosa e arbitrariamente, ele se move efetivamente em direção ao seu alvo, apesar das numerosas barreiras erguidas pelas ações pecadoras dos homens.

3) A esco-lha de Israel como instrumento de salvação de Deus tinha o propósito de que esta nação vivesse para o louvor da sua glória (12a; cf. 6,14).

4) Havia alguns judeus piedosos dos tempos do Antigo Testamento "que apreciaram a esperança no Cristo da promessa e da profecia antes do surgimento de Cristo na história".61 O texto tem em vista os judeus, fato indicado pela frase precisamente traduzida: os que primeiro esperamos em Cris-to. O grego diz: "os que esperamos antes em Cristo [o Messias]".

  1. Selados com o Espírito Santo (1.13,14)

No versículo 13, o apóstolo se volta para os gentios. Com essa ação, ele afirma a unida-de de judeus e não judeus em Cristo. A história espiritual e pessoal dos cristãos gentios ocorreu em três estágios. Primeiro, eles ouviram a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação (13; cf. Cl 1:5). Verdade, no pensamento de Paulo, equivale a fatos salvíficos. O que os gentios ouviram não era uma dissertação sobre o homem e Deus. O que ouviram foi a palavra que Deus, em Cristo Jesus, tinha providenciado a redenção do peca-do — para eles. Este era o evangelho, as boas-novas.' Ouvir essa verdade requer ação. Não podemos ficar neutros a esse respeito; temos de obedecer ou desobedecer (Gl 5:7).

Segundo, eles creram em Cristo. Ainda que a palavra nele (
- 13d) deva estar relacio-nada com o ato de selar, contudo o contexto enfatiza que é a fé em Cristo que ocasionou a salvação dos efésios. Depois do ouvir vem o crer. É mais que mera confiança; é a resposta obediente às exigências divinas de arrepender-se dos pecados e entregar a vida para Deus. Note que a fé tem um objetivo: Cristo. Considerando que os cristãos mantêm Cristo em vista, não há a idéia de "fé cega". Sabemos como Cristo é e confiamos nele. Todos os aspec-tos da vida, tanto as experiências boas quanto as ruins, são vividos tendo Cristo em vista.

Terceiro, eles foram selados com o Espírito Santo da promessa (cf. 4.30; 2 Co 1.22). "O selar seguiu o crer, e não é coincidente com este." Este fato fica claro com o parti-cípio aoristo, tendo... crido, que regularmente significa ação antecedente ao indicado pelo verbo principal. Selado deriva do verbo grego sphragizo, que, por sua vez, é derivado do substantivo sphragis, que significa "selo", "sinete" ou "a marca feita pelo selo" (cf 1 Co 9.2; Gl 6:17). No tempo do Novo Testamento, as cartas, contratos e documentos oficiais eram fecha-dos com uma gota de cera morna sobre a qual o signatário pressionava sua identificação.

Esta metáfora visa pelo menos dois pensamentos relativos ao ministério do Espírito no coração do crente.

1) Ser selado significa ser atestado ou declarado genuíno. Wesley diz que selar indica "total impressão da imagem de Deus na alma do crente"." Tal experiência resultaria numa qualidade de espírito verdadeiramente divina.

2) Ser selado pelo Espírito Santo significa ser possuído ou reconhecido de forma completa e inequívoca pelo Espírito. Ralph Earle comenta: "Quando nos entregamos inteiramente a Cristo, para pertencer-mos totalmente a ele e não sermos mais propriedade nossa, então somos 'selados' com o Espírito Santo como sinal de que não pertencemos mais a nós mesmos, mas a Deus"."

O texto também expressa concisamente mais duas verdades sobre o Espírito Santo.

1) O Espírito Santo é o Espírito da promessa. Vemos aqui a extensão da história bíblica. As promessas foram feitas a Abraão e sua semente (G13.16). Mas, como destaca Robinson, o propósito supremo de Deus era que a bênção de Abraão viesse sobre os gentios quando recebessem "pela fé [...] a promessa do Espírito" (Gl 3:14)." Ezequiel (Ez 36:26-37.1-14), Joel (Jl 2:28ss.) e nosso Senhor (Lc 24:49) anunciaram a vinda do Espírito Santo. No Dia de Pentecostes, Pedro afirmou que o Espírito Santo prometido chegara (Act 2:17-33,39). Assim, na descida e habitação do Espírito Santo cumpriram-se os propósitos de Deus con-forme se relacionavam com as promessas antigas. R. W. Dale, fazendo um comentário sobre as palavras de Pedro no Dia de Pentecostes (At 2:38), ressalta que a remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo vêm, pela fé, da "graça infinita de Cristo".'


2) 0 Espírito Santo é o penhor da nossa herança (14)." Penhor (arrabon) é derivado de uma raiz semítica e pode ser traduzida por (ACF, AEC, BJ, RA, RC), "garantia" (BAB, CH, NTLH, NVI), "prestação adiantada" (Goodspeed). A ênfase primária está em nosso futu-ro estado de bem-aventurança. O sinal ou pagamento parcial é a garantia de que depois haverá o pagamento total. Como observa Lightfoot: "A coisa dada está relacionada com a coisa garantida — o presente com o futuro — como a parte com o todo. É de tipo igual"." Mais especificamente: "A vida espiritual do cristão hoje é do mesmo tipo que sua futura vida glorificada; o Reino dos Céus é um reino presente; o crente já está assentado à direita de Deus. [...] Mas o dom presente do Espírito é só uma pequena fração do dom futuro? Roma-nos 8:23 também expressa idéia semelhante, onde o Espírito é chamado "os primeiros fru-tos." O Espírito Santo é o poder divino ativo que, quando o possuímos, dá à nossa vida a garantia de plena libertação e prazer de comunhão com Deus no mundo porvir. Estar cheio do Espírito é uma antecipação da alegria e paz inexprimíveis nas quais entraremos um dia."

Quanto à frase a redenção da possessão de Deus, ver comentários acima no versículo 11. A referência não é à nossa aquisição da herança,' mas à. posse de Deus dos seus filhos redimidos.' Foulkes comenta: "Deus tirará das mãos estranhas tudo aquilo que é dele. O objeto redimido é o 'povo peculiar' de Deus".74

E assim o hino da graça e salvação se encerra com o refrão bem conhecido: para louvor da sua glória (cf. 6,12).

SEÇÃO II

ORAÇÃO E LOUVOR PELA ILUMINAÇÃO DIVINA

Efésios 1:15-2.10

A. A INSPIRAÇÃO À ORAÇÃO, 1.15,16

Agora, o apóstolo passa do louvor a Deus para a oração por seus leitores. O motivo para ele louvar são as bênçãos espirituais que cabem aos homens, judeus e gentios, pelo cumprimento do propósito divino em Cristo Jesus. Pelo que (15) é tradução de dia touto, expressão de ligação com o que ele acabara de escrever, cuja tradução melhor seria: "Por essa razão" (NVI; cf. ACF, BAB, BJ, BV, CH; cf. Rm 5:12-2 Co 4.1). O pensamento de como Deus abençoara grandiosamente estes crentes e o próprio Paulo,' bem como o rela-tório que o apóstolo recebera concernente ao estado espiritual deles, o inspirou a orar por eles. Pelo visto, o evangelho estava frutificando entre estes cristãos gentios, mas não há como determinar até que ponto, visto que o apóstolo não expressa o mesmo grau de ação de graças por eles como faz por outros grupos que não conhecera pessoalmente antes de escrever.' Ele fala da fé que tinham no Senhor Jesus' e da caridade que demons-tram para com todos os santos. Ainda que muitos manuscritos antigos omitam a expressão vossa caridade, ela é tão tipicamente paulina que não prejudica o pensa-mento incluí-la.4 A fé que se fundamenta em Cristo promove confiança nos semelhantes, gerando um amor que une todos os cristãos.

Foulkes, entre outros, observa duas características da vida de oração do apóstolo (16). Primeira, é constante: Não cesso de dar graças a Deus (16). Paulo estava prati-cando o que pregava, pois sempre exortava os seus convertidos: "Orai sem cessar" (1 Tes 5.17; cf. Rm 12:12; Ef 6:18; Cl 4:2). Segunda, é acompanhada por ação de graças. Em vários trechos de sua correspondência com igrejas, o apóstolo ensinou que a gratidão deve ser "o acompanhamento infalível da intercessão" (Ef 5:19ss.; Fp 4:6; Cl 3:15-17; 4.2; 1 Ts 5.18).' Phillips parafraseia: "Agradeço continuamente a Deus por vocês e nunca deixo de orar por vocês". Beare acha que lembrando-me é mais bem traduzido por "pe-dindo" (cf. BV). O termo, na opinião de Beare, "teve o uso ampliado para incluir o pensa-mento de intercessão. A frase que vem depois do termo exige esse sentido, [...] que com certeza é o objetivo do pedido e não questão de lembrança".6

Quando recordamos o que Paulo escreveu a respeito da responsabilidade que sentia pelas igrejas, não podemos deixar de exclamar junto com Bruce: "Que intercessor Paulo deve ter sido!' Pela ajuda do Espírito Santo na intercessão, Paulo deseja que houvesse um grande senso de unidade entre suas jovens igrejas. É pela oração intercessora mútua que os cristãos de hoje desfrutam tal unidade.

B. A ESSÊNCIA DA PETIÇÃO, 1:17

Quando Paulo ora, ora com grande confiança, porque está se aproximando do Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória. A primeira frase é um termo de garantia, porque aquele a quem Paulo oferece a petição é "o Deus a quem ele [Cristo] reconhece e, ao mesmo tempo, revela".' Deus deu generosamente ao seu Filho; por que ele não daria generosamente a todos os que estão "em Cristo"? A segunda frase, o Pai da glória ("o Pai todo glorioso", CH; cf. BV, NTLH, NVI), dá mais confiança à oração, por‑

que Deus é "a soma e a fonte de todas as perfeições" (cf. Tg

Blaikie resume: "Sendo
também 'o Pai da glória' e tendo glorificado Jesus, mesmo depois do seu sofrimento, com a glória que ele tinha consigo antes do começo do mundo, podemos orar a ele e ter certeza de que ele glorifica seu povo"."

A essência da petição é que Deus vos dê o espírito de sabedoria e de revela-ção. No grego, o dom é "um espírito", não se referindo especificamente à pessoa do Espí-rito de Deus.11Robinson declara: "Com o artigo definido [o], a palavra indica de maneira bem geral a pessoa do Espírito Santo; ao passo que sem o artigo, o significado é certa manifestação especial ou favor do Espírito Santo"." Todavia, semelhante dom de ilumi-nação espiritual vem do Espírito. É a "capacidade de apreender o revelado — de perceber a intenção e significado do que Deus torna conhecido, de modo que nos seja uma verda-deira revelação"." Esta experiência não pode ser desfrutada separadamente do Espírito Santo, sobre quem Isaías descreveu que é "o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR" (Is 11:2; cf. Jo 14:26-16.13). A frase no conhecimento dele (Deus) designa o teor da sabedoria e revelação. Beare comenta que "a soma do conhecimento do crente é o conhe-cimento de Deus, o qual implica reconhecê-lo como Deus, vivo e verdadeiro, a fonte de toda a vida e verdade; é um conhecimento pessoal que envolve comunhão, adoração e obediência em amor".' Conhecimento (epignosis) deve ser distinguido de gnosis, cuja tradução também é "conhecimento". Lightfoot observa: "A palavra composta epignosis é uma amplitude de gnosis, denotando um conhecimento mais amplo e mais completo'. Este conhecimento pleno é aquele que advém de intimidade experimental. É mais do que conhecimento acadêmico e teórico. É pessoal.

Dale ajuda-nos a relacionar este rogo do apóstolo com a experiência religiosa dos leito-res da carta.' O fato de eles serem cristãos significa que já tinham recebido iluminação divina. Mas Paulo ora para que "o Espírito divino que neles habitava tornasse-lhes a visão mais clara, mais perspicaz, mais forte, a fim de que o poder, o amor e a grandeza divinos lhes fossem revelados de forma muito mais completa".17 Além disso, com respeito à nossa conversão, "a grande revelação foi feita em Cristo? Mas "quando o Espírito de Deus ilu-mina a mente, vemos o significado do que Cristo disse e do que Cristo fez. Simplesmente encontramos o que havia desde o princípio na revelação cristã".19 O crente cheio do Espírito possui, por conseguinte, profundo discernimento das coisas de Deus 1Co 2:10-16).

C. As RECOMPENSAS DA ILUMINAÇÃO, 1.18,19

A frase tendo iluminados os olhos do vosso entendimento tem um significado paralelo ao versículo anterior concernente ao espírito de sabedoria e revelação. É outro modo de descrever o dom, que resulta em "iluminação interior"." Entendimento é tradução de kardia ("coração", BAB, BV, NVI, RA; cf. BJ). No pensamento hebraico, o cora-ção não se refere às emoções, mas à vontade. O coração é "a compreensão moral, o ser interior essencial; é a esfera do bem e do mal, da resolução pecaminosa e do arrependi-mento, da comunhão com Deus e da rejeição de Deus".21 Um intrigante paralelo em uma escritura extra-bíblica evidencia o pensamento do apóstolo aqui. Em 2 Esdras 14:19-22, Esdras é comissionado para escrever as Santas Escrituras. Ele pede ao Senhor que lhe envie o Espírito Santo (2 Ed 11:22). A esta petição, o Senhor responde: "E tu virás aqui, e eu acenderei [iluminarei] em teu coração a lâmpada do entendimento que não será tirada até que termines o que estás a ponto de escrever".' A compreensão espiritual e moral é, de longe, mais importante que a mera clareza intelectual. Note o estado oposto de "dureza do coração" em 4.18.

As recompensas desta iluminação são três:

1) A esperança da sua vocação;
2) As riquezas da glória da sua herança nos santos; e

3) A sobreexcelente grandeza do seu poder sobre nós (18,19). Um crescendo de ênfase predomina quando Paulo exalta a Deus.

Aqui, vemos sua chamada que rememora a escolha graciosa de Deus do seu povo em Cristo Jesus (cf.
4) e aguarda ansiosamente "a esperança da consumação última, quando o propósito de Deus se cumprir no seu povo e este for glorificado com Cristo"." Em seguida, está sua herança. São os santos que formam a herança de Deus (cf. 14; Cl 1:12) ; sua possessão própria, a igreja, reflete sua "glória abundante" (cf. Rm 9:23; Ef 3:16; Cl 1:27). Seu poder (dynamis) opera agora nos crentes. Esta grandeza imensurável é segundo a operação (energeia) da força (kratos) do seu poder (ischys) " na ressurrei-ção, ascensão e senhorio de Cristo.

Westcott destaca que os três aspectos da oração correspondem às experiências da vida.'

"Podemos enfrentar os sofrimentos e tristezas de nossa história pessoal e social na 'es-perança da vocação de Deus'. Podemos nos alegrar na posse de capacidade e necessidade às quais nossas circunstâncias atuais não trazem satisfação, quando olhamos para as rique-zas da glória da herança de Deus nos santos'. Podemos superar os desânimos de fracassos e fraquezas constantes lembrando o poder de Deus mostrado na ressurreição de Cristo."'

D. AS EVIDÊNCIAS DO PODER DE DEUS, 1:20-2.10

Em típica reação paulina, o pensamento do poder de Deus revelado em Cristo con-duz a uma lista surpreendente de ilustrações desta manifestação (20-23). Paulo passa a mostrar como este poder é mediado por Cristo para os cristãos (2:1-10). Para isso, ele temporariamente deixa para trás a preocupação central da sua oração, conforme decla-ram os versículos 17:18.

1. A Manifestação em Cristo (1:20-23)

  1. A ressurreição de Cristo (1.20ab). Deus expressou a medida do seu poder vivificante quando ressuscitou Cristo dos mortos. Ao longo do Novo Testamento, ocorre perio-dicamente uma nota sobre Jesus que diz que ele foi ressuscitado por Deus.' Como insis-tem certos estudiosos, a ressurreição é "o verdadeiro ponto de partida para o estudo da formação e significado do Novo Testamento".' Bruce afirma que a morte de Cristo é a principal demonstração do amor de Deus (Rm 5:8), mas a ressurreição é a principal demonstração do poder de Deus." Paulo logo vai dizer que o poder que ressuscitou Jesus é "o poder que em nós opera" (3.20). Markus Barth comenta: "Para o autor de Efésios, falar de Deus significa falar do poder e da graça de Deus; é falar daquele Deus que se revela ressuscitando os mortos. Se nos mantivermos silenciosos acerca da ressurreição, não estaremos falando acerca de Deus"."
  2. A exaltação de Cristo (1.20c-22a). O infinito e grandioso poder de Deus manifes-tou-se na ascensão e exaltação de Cristo. Após chamar Cristo da sepultura, Deus o pôs à sua direita nos céus.' O assento à direita de um rei oriental sempre era reservado para o primeiro-ministro ou chefe de goyerno, simbolizando não só honra e dignidade, mas também poder delegado. No caso de Cristo, significa que ele foi investido com o senhorio soberano e o domínio universal. Nos lugares celestiais, seria nas regiões onde Deus está em ação (ver comentários no v. 3). Cristo está colocado acima de todo prin-cipado, e poder, e potestade, e domínio (21). Nosso Senhor está muito acima de todo poder criado, quer amigável quer hostil, seja humano ou espiritual, que hoje exerça au-toridade no mundo. Cristo está entronizado acima de todos esses poderes, porque ele os criou (Cl 1:16), e, pela sua humilhação, ele providenciou redenção. A frase e de todo nome que se nomeia pode ser parafraseada assim: "E seja como for que alguém goste de chamá-los".' Nenhum nome pode eclipsar o nome de Jesus. A nenhum outro nome pode ser dada glória igual.

O domínio de Cristo não é temporal. É eterno. Portanto, os poderes neste mundo (esta era) e no vindouro não podem e não superarão Sua soberania."

A coroação da exaltação de Cristo é a subordinação de tudo o mais a ele: Deus sujei-tou todas as coisas a seus pés (22). Estas palavras são do Salmo 8:6, que fala da glória do homem como a coroa da criação, possuindo domínio sobre todas as criaturas. Como em Hebreus 2:6-9, estas palavras são aplicadas a Cristo, o segundo Adão, que destruiu o poder mortal da queda. Por sua obra redentora, ele ganhou a soberania que é legalmente sua como cabeça da nova criação. Nas palavras de Beare, dessa forma, ele "cumpre o destino para o qual o homem foi criado".' Por isso, como afirma Mackay, "o curso da história e o destino do universo estão nas mãos de Jesus Cristo"." A incomparável passa-gem cristológica de Paulo em Filipenses 2:9-11 recapitula exclusivamente os pensamen-tos encontrados nesta passagem.

c) A supremacia de Cristo (1.22b,23). Os "direitos de herdeiro" de Cristo estendem-se aos principados e poderes (Cl 2:10), e também à nova comunidade que foi criada por sua vida, morte, ressurreição e exaltação. Deus, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja (22). A linguagem é complicada aqui, mas a intenção óbvia do apóstolo é dizer que o Redentor é dado à igreja na qualidade de autoridade suprema e, assim, é o seu cabeça." Como presente de Deus para a igreja, Cristo preside sobre a comunidade de crentes em todas as coisas (5.23; Cl 1:18). Semelhantemente, a união entre Cristo e o seu povo confirma que a igreja tem autoridade e poder mediados. Quando a igreja evangeliza obediente e fielmente em nome do seu Senhor Jesus, ela possui a supremacia de Cristo no mundo (cf. Mt 28:18-20; Mc 3:14ss.; Jo 20:21-23). A confiança e o triunfo da igreja estão nessa verdade.

Ao lado da função de governante, a supremacia de Cristo transmite o conceito de unidade vital, expressa nas palavras singularmente paulinas: seu corpo (23; 2.16; 4.4,12,16; 5.30; Rm 12:5-1 Co 10.17; 12.27; Cl 1:24-2.19). Para Paulo, o "corpo de Cristo" (soma Christou) não conota mera sociedade ou comunidade como entendemos estas pa-lavras. Trata-se da comunidade de pessoas redimidas sob a supremacia de Cristo. J. A. T. Robinson observa: "Mas é de grande importância perceber que quando Paulo usa o ter-mo grego soma e o aplica à igreja, o que ele e seus leitores entendiam era [...] algo não incorporado, mas corporal"." O apóstolo não fala de "corpo de cristãos", mas simples-mente de "o corpo de Cristo".' A analogia do corpo humano enfatiza o caráter da igreja como organismo. Os cristãos formam o corpo de Cristo.

Vários aspectos desta definição profunda da natureza da igreja precisam ser co-mentados. Primeiro, identificação com os crentes é mais do que entendemos por "membresia". Não é tanto nos unirmos a um grupo quanto sermos enxertados em Cris-to (Jo 15). Este ponto de vista possibilita a longa análise feita por Paulo em I Coríntios 12 concernente ao corpo e seus membros. A união essencial de Cristo com seu povo origina-se da mesma vida divina que flui por cada membro, e da operação obediente do grupo todo a serviço de Deus.

O segundo aspecto é que a fonte desta doutrina da igreja não é grega, gnóstica ou basicamente do Antigo Testamento, embora haja necessariamente uma relação entre o antigo e o novo concerto. Para a essência desta doutrina, é provável que Paulo se volte às palavras de nosso Senhor na Última Ceia: "Isto é o meu corpo" (Mc 14:22)." O pão sacra-mental e o corpo do Senhor são um: "Como há somente um pão, nós, que somos muitos, somos um só corpo, pois todos participamos de um único pão" 1Co 10:17).'

A frase a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (23) é,indubitavelmente, uma das mais difíceis na epístola. Podemos entendê-la de três mo-dos. Primeiro, a referência é a Deus. Cristo é a plenitude (pleroma) de Deus que cumpre tudo em todos. Wesley oferece substancialmente esta idéia, quando comenta que o sentido é "fácil e natural, se o referirmos a Cristo, que é a plenitude do Pai"» Segundo, se considerarmos a palavra pleroma em sentido ativo, qual seja, "aquele que enche", a referência indicaria que a igreja "completa ou preenche completamente" Cristo.

Orígenes e Crisóstomo apoiavam esta interpretação. Calvino observa: "Até que se una a nós, o Filho de Deus se reconhece em certa medida incompleto". A igreja é, então, "o complemento da cabeça"."

O terceiro aspecto é que se considerarmos a frase em sentido passivo, ou seja, "aqui-lo que é preenchido", temos o sentido de que Cristo é essencial ao total preenchimento da igreja. Ao longo dos seus escritos, Paulo fala de os cristãos "serem cheios" com a graça de Cristo ou de Deus (Rm 15:13ss.; Ef 5:18; Fp 1:11-4.18; Cl 1:9-4.12). O texto mais crucial na defesa desta interpretação é Colossenses 2:9-10, que diz: "Porque nele habita corpo-ralmente toda a plenitude da divindade. E estais perfeitos [completos] nele, que é a cabeça de todo principado e potestade"." Pelo visto, o pensamento de Paulo é que "a igreja é o corpo de Cristo, tendo a função de expressá-lo no mundo; mais que isso, a igreja é a plena expressão de Cristo ao ser cheia por ele, cujo propósito é encher tudo que existe".'" Talvez devamos permitir uma reciprocidade aqui: Quando os cristãos estão "sendo cheios" por Cristo, por outro lado nosso Senhor, em certo sentido, está "sendo cheio", quando a igreja vive de maneira santa no mundo e testifica para as pessoas de todos os lugares e de todas as épocas." A igreja é o receptáculo da plenitude divina e, ao mesmo tempo, a completude de Cristo. Fazendo um comentário sobre plenitude (pleroma), Lightfoot escreve: "É essa plenitude das graças e virtudes divinas que é comunicada por Cristo para a igreja na função de seu corpo. [...] Todas as graças divinas que residem em Cristo são dadas à igreja; ele comunica sua 'plenitude' para ela. Assim, podemos dizer que a igreja é Seu pleroma"."


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Efésios Capítulo 1 versículo 14
O penhor:
Ver 2Co 1:22,Ef 1:14 Sua propriedade:
Ver Ef 1:11,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 21
*

1.3-14 Essa extensa frase desenvolve o louvor ao propósito de Deus encontrado em Rm 8:28-30. Louvor é dado ao Pai que elege (vs. 4-6), ao Filho que redime (vs. 7-12) e ao Espírito que sela (vs. 13, 14). Paulo reflete sobre a eleição dos crentes desde a eternidade, o perdão que recebem no presente e sua herança no futuro. Elucidativa é a repetição das frases “em Cristo” ou “nele”, empregadas com referência à íntima união estabelecida por Deus entre Cristo e o seu povo.

* 1.3 nas regiões celestiais. Essa locução aparece outras cinco vezes em Efésios, duas das quais em relação direta com o sentido que tem aqui. Cristo ressuscitou dos mortos e está assentado à mão direita do Pai “nos lugares celestiais”, de onde governa todas as coisas para o bem da igreja (v. 22). Além do mais, os crentes também foram ressuscitados e assentados com ele “nos lugares celestiais” (2.6). A vitória de Cristo sobre a morte obteve para os crentes vários benefícios pelos quais Paulo bendiz o Pai.

* 1.4 nos escolheu, nele. Ver “Eleição e Reprovação” em Rm 9:18. Paulo regozija-se por Deus escolher pessoas para com elas se relacionar (Rm 8:29-33; 9.6-26; 11:5, 7, 28; 16:13; Cl 3:12; 1Ts 1:4; 2Ts 2:13; Tt 1:1). Segundo alguns, “nele” significa que Deus previu aqueles que teriam fé em Cristo e os elegeu. Isso acrescenta um pensamento estranho ao texto; além disso, Paulo ensina, em outra passagem, que ninguém vem a estar "em Cristo" sem que tenha sido para isso escolhido (1Co 1:26-31). Paulo diz explicitamente que o fundamento do amor predestinador de Deus é o beneplácito da sua vontade (vs. 5, 10; conforme Dt 7:7,8), jamais algo que tenhamos feito ou venhamos a fazer (Rm 9:11,16). “Nele” significa que a escolha de Deus sempre teve como alvo um povo caído em união com o seu Redentor (2Tm 1.9). Ver também 1Pe 1:18-21; Ap 13:8.

santos e irrepreensíveis. Ver 5.27; Cl 1:22. Deus almeja conduzir completamente os seus eleitos da morte espiritual no pecado (2.1-5) para o perdão dos pecados em Cristo (1.7), até, finalmente, à eliminação de todo pecado dentre suas experiências (Rm 8:29, 30).

em amor. Se “em amor” faz parte da oração anterior, essa locução ajuda-nos a explicar a natureza da santidade e da irrepreensibilidade às quais os crentes são chamados; o que está em harmonia com a aplicação da locução em outros versículos (3.17; 4.2,15,16; 5.2). Se "em amor" pertence ao v. 5, a locução explica predestinação não em termos somente de uma decisão de Deus mas como um ato do seu amor (Os 11:1). Essa interpretação é provavelmente melhor. Está em harmonia com 2.4,5.

* 1.5 adoção. Ver Rm 8:14-17, 29; Gl 3:26, 27; “Adoção” em Gl 4:5.

*

1:6 A reflexão sobre o excelso amor de Deus conduz a uma efusão de louvor (vs. 12,14) a Deus, que não só tem o poder como a vontade de triunfar sobre todos os obstáculos e trazer os espiritualmente mortos a um relacionamento vivo consigo mesmo (o tema é desenvolvido em 2:1-10).

graça... gratuitamente no Amado. A linguagem aqui recorda a de Cl 1:13, mas traz também a idéia do próprio Redentor como objeto do amor com que Deus elege (1Pe 1:18-21; Ap 13:8). A linguagem da graça domina os vs. 6-8.

* 1:7 Ver notas em Cl 1:14; 2:13.

redenção. Esse termo significa libertação, de escravidão ou cativeiro, através do pagamento de um preço ou resgate. Sobre a redenção futura, ver v. 14; 4.30.

* 1.9 mistério. Ver 3.3,5,6,10, e notas; Cl 1:27.

* 1.10 na... plenitude dos tempos. Não se resume a algo futuro simplesmente. Cristo já veio para trazer redenção e adoção (Gl 4:4). Em virtude de sua morte e ressurreição, já tem a primazia sobre a igreja e, ainda que em oculto, já governa o universo (At 2:32-36; Cl 1:15-20). A ênfase, no entanto, recai principalmente sobre o aspecto futuro. A unidade visível da igreja é uma antecipação do subseqüente governo visível de Cristo sobre todas as coisas. Essa é a razão porque Paulo enfatiza a unidade dos judeus e gentios na 1greja (vs. 11-14; 2:11-22) e a prática do amor entre os cristãos (4.2,15; 4:32-5.2,21-23). O tema introduzido aqui, nos vs. 9-12, é desenvolvido em 3:2-12.

*

1.11-14 Paulo antecipa aqui o que dirá em 3.6 quanto a judeus e gentios serem “co-herdeiros” da promessa em Cristo. Os judeus que haviam crido nos dias de Paulo, “os que de antemão esperamos em Cristo” (v. 12), tornaram-se herdeiros por causa da vontade de Deus. Os gentios que receberam agora a mesma promessa antes feita a Israel — o dom do Espírito Santo — tornaram-se igualmente herdeiros para o louvor da glória de Deus.

* 1.11 todas as coisas... sua vontade. Uma declaração geral sobre o alcance da vontade de Deus.

* 1.13 selados. Como a marca indelével feita pelo anel de selar de um rei, o Espírito Santo é uma marca interior que distingue o povo de Deus como propriedade sua. Ver “Salvação” em At 4.12.

o Santo Espírito da promessa. Conforme Jesus diz em Lc 24:49, o Espírito Santo é a promessa do Pai. Essa promessa é, note-se bem, estendida aos gentios, como também aos judeus, com base na confiança que eles têm em Cristo (Ez 36:26, 27; Jl 2:28; Jo 14:16; At 1:4-5; 2.33,38,39; Gl 3:14; 4:6).

* 1.14 penhor. O Espírito não é somente uma promessa cumprida por Deus, a de habitar em seu povo, mas também uma garantia de que Deus os conduzirá à herança que é deles para sempre. Como sinal ou primeira prestação da redenção em sua plenitude, o Espírito é uma antecipação da glória da era por vir (Rm 8:18-23).

sua propriedade. O Antigo Testamento ensina que Deus escolheu um povo como sua herança (Dt 32:9; Sl 33:12) e o resgatou da escravidão para que viessem a ser uma propriedade peculiar (Êx 19:5; Dt 7:6). Pedro concorda com a extraordinária aplicação que Paulo faz dessa idéia aos gentios assim como aos judeus (1Pe 2:9).

*

1.15 tendo ouvido. Ver Introdução: Data e Motivo. O ministério de Paulo em Éfeso havia durado mais de dois anos, mas a carta pode ter sido escrita até cinco anos depois. A igreja havia crescido consideravelmente nesse período. Pode ser que Paulo mencione a fé e o amor de pessoas que conhecia apenas por informação, já que Efésios era originalmente uma carta circular para várias igrejas.

* 1.17 sabedoria... revelação. Ver "Iluminação e Convicção" em 1Co 2:10.

* 1.18 para saberdes. Ver “O Verdadeiro Conhecimento de Deus” em Jr 9:24.

* 1.19-23 Esses versos condensam o ensino do Novo Testamento sobre a ressurreição e entronização de Jesus (Cl 1:18, nota). Fazem, além disso, duas contribuições vitais para o entendimento da ressurreição de Jesus e o status dos crentes. Primeira, o mesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos age também nos crentes (2.4, 5; 3.16,17). Segunda, Cristo governa, como cabeça, sobre todas as coisas para o bem da Igreja. Cristo não apenas ocupa o mais elevado posto de domínio sobre o universo como está ali representando os crentes (2.6; Cl 3:3) e governando a favor deles. Os princípios éticos contidos na carta aos Éfesios enfatizam que a autoridade existe para o serviço. O uso soberano que Jesus faz de seu poder e autoridade no interesse do seu povo é o modelo do cristão (4.1, 2, 7-13 4:32-5.2, 22-23). Paulo relembra seus leitores gentílicos de que foram duplamente abençoados pelo poder de Cristo: ele os trouxe da morte para a vida (2.1-10) e da exclusão para a admissão no povo de Deus (2.11-22).

*

1.20 fazendo-o sentar... nos lugares celestiais. Ver “A Ascensão de Jesus” em Lc 24:51.

*

1.21 acima de todo principado, e potestade. Ver nota em 3.10.

no presente século... no vindouro. Ver 1Co 15:24


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
1:1 Paulo escreveu esta carta à igreja do Efeso e a todos os crentes, a fim de lhes dar um ensino profundo na maneira de nutrir e manter a unidade da igreja. Quis que circulasse esta informação importante em forma escrita porque ele se achava na prisão e não podia visitar as Iglesias pessoalmente. As palavras "no Efeso" não aparecem em alguns dos manuscritos mais antigos. portanto, isto se parece muito a uma carta circular às Iglesias locais da região. Paulo não faz referência a algum problema em particular nem a uma situação local, tampouco inclui saudações pessoais.

1:1 Fazia quase trinta anos que Paulo era cristão. Levou a cabo três viagens missionárias e estabeleceu Iglesias ao redor do mediterrâneo. Quando escreveu Efesios, achava-se sob arresto domiciliário em Roma (veja-se At 28:16ss). Apesar de achar-se preso, tinha a liberdade de receber visitas e escrever cartas. se desejar mais informação do Paulo, veja-se seu perfil em Feitos 9.

1:1 Efeso foi uma das cinco cidades maiores do Império Romano, junto com Roma, Corinto, Antioquía e Alejandría. Paulo visitou pela primeira vez Efeso em sua segunda viagem missionária (At 18:19-21) e durante sua terceira viagem missionária permaneceu ali quase três anos (Feitos 19). Mais tarde se reuniu com os anciões da igreja do Efeso no Mileto (At 20:16-38). Efeso era um centro comercial, político e religioso para toda a Ásia Menor. O templo à deusa Artemisa (Diana é seu equivalente romano) achava-se localizado ali.

1:1 "Fiéis em Cristo Jesus" Que reputação mais sobressalente! Tal título seria muito honroso para qualquer crente. Que falta para que outros lhe dêem esse qualificativo? Pratique o jejum, obedeça com fidelidade a Deus até nos detalhes da vida e, como no caso dos efesios, será conhecido como uma pessoa fiel ao Senhor.

1:3 "Que nos benzeu com toda bênção espiritual nos lugares celestiales" significa que em Cristo temos todos os benefícios de conhecer deus: salvação, adoção, perdão, visão, dons do Espírito, poder para fazer a vontade de Deus, esperança de eternidade com Cristo. Pelo fato de viver em uma relação íntima com Cristo, podemos desfrutar destas bênções agora. Lugares celestiales significa que as bênções são eternas, não temporários. As bênções vêm dos lugares celestiales em Cristo, não do reino terrestre da deusa Diana. Outras referências aos lugares celestiales nesta carta inclui 1.20; 2.6; 3.10. Estas passagens mostram a Cristo em seu papel vitorioso e exaltado como soberano sobre tudo.

1:4 Paulo diz: "escolheu-nos no", para enfatizar que a salvação depende por completo de Deus. Não somos salvos porque o mereçamos, mas sim pela graça de Deus que nos dá gratuitamente. Não influímos na decisão de Deus para que nos salve, fez-o de acordo a seu plano. portanto, não há lugar para acreditar que a salvação dependa de nós nem lugar para o orgulho. O mistério da salvação se originou na mente eterna de Deus muito antes de que existíssemos. É difícil entender como Deus pôde nos aceitar, mas graças ao somos Santos e inocentes ante seus olhos. Deus nos escolheu e quando chegamos a lhe pertencer por meio do Jesucristo, nos olhe como se nunca tivéssemos pecado. Tudo o que podemos fazer é lhe agradecer por seu maravilhoso amor.

1:5 "Destinado" significa nos dar um destino de antemão. Esta é outra maneira de dizer que a salvação é obra de Deus e não o que nós possamos fazer em seu infinito amor. Deus nos adotou como seus filhos. Mediante o sacrifício do Jesus, tem-nos feito parte de sua família e nos tem feito seu junto com o Jesus (Rm 8:17). Na lei romana, os filhos adotivos tinham os mesmos direitos e privilégios que os naturais, inclusive se foram escravos. Paulo usa esta figura para nos mostrar quão sólida é nossa relação com Deus. entrou nesta relação amorosa com Deus? se desejar mais informação sobre o significado de adoção, procure Gl 4:5-7.

1:6 "Com a qual nos fez aceptos no Amado" significa que Deus nos aceitou por graça (apesar de que não o merecíamos) e agora pertencemos a seu querido e amoroso Filho.

1:7 No primeiro século referir-se ao sangue do Jesus era uma forma importante de falar sobre a morte de Cristo. Sua morte assinala duas verdades maravilhosas: redenção e perdão. Redenção era o preço pago para obter a liberdade de um escravo (Lv 25:47-54). Através de sua morte, Jesus pagou o preço para nos liberar de nossa escravidão ao pecado. O perdão se garantia nos tempos do Antigo Testamento em apóie ao sangue vertido de animais (Lv 17:11). Agora recebemos perdão em apóie ao derramamento do sangue do Jesus, porque morreu e foi o sacrifício perfeito e verdadeiro. (Vejam-se também Rm 5:9; Ef 2:13; Cl 1:20; Hb 9:22; 1Pe 1:19.)

1.7, 8 A graça é o favor voluntário e amoroso que dá Deus aos que salva. Não o podemos ganhar, não o merecemos. Nenhum esforço moral nem religioso o pode ganhar, vem sozinho pela misericórdia e o amor de Deus. Sem a graça de Deus, ninguém pode salvar-se. Para recebê-lo devemos reconhecer que não podemos nos salvar a nós mesmos, que só Deus pode fazê-lo e que solo há um caminho, o amoroso favor é através da fé em Cristo.

1:9, 10 Deus não escondia a propósito um segredo ("o mistério de sua vontade"), mas seu plano para o mundo não se compreenderia por completo até que Cristo ressuscitasse. O mistério de seu propósito para enviar a Cristo foi unir a judeus e a gentis em um só corpo, tendo a Cristo como cabeça. Muita gente ainda não entende o plano de Deus, mas no momento oportuno ("a dispensa do cumprimento dos tempos"), permitirá que estejamos com O para sempre e então todos o entenderão. Nesse dia, todos se inclinarão ante o Jesus como Senhor, seja porque o amam ou porque temem seu poder (veja-se Fp 2:10-11).

1:11 O propósito de Deus é oferecer a salvação ao mundo, tal como o planejou muito tempo atrás. Deus é soberano, O tem o controle. Quando sua vida pareça caótica, descanse nesta verdade: Jesucristo é o Senhor e Deus tem o controle. Seu propósito para salvá-lo não pode frustrar-se, não importa o que Satanás pretenda fazer.

1.13, 14 O Espírito Santo é o selo de Deus de que lhe pertencemos e seu depósito ou penhor nos garante de que O fará o prometido. O Espírito Santo é uma antecipação, um depósito, uma assinatura válida em um contrato. Sua presença em nossas vidas ratifica que temos uma fé genuína e prova que somos filhos de Deus. Agora seu poder obra em nós a transformação de nossas vidas e é um adiantamento da mudança total que experimentaremos na eternidade.

1.16, 17 Paulo orou para que os efesios conhecessem melhor a Cristo. O é nosso modelo e quanto mais o conheçamos, mais seremos como O. Estude a vida do Jesus nos Evangelhos que mostram como era quando esteve na terra faz dois mil anos e conheça-o em oração agora. O conhecimento pessoal de Cristo trocará sua vida!

1:18 Nossa esperança não é um vago sentimento de que o futuro será positivo, a não ser uma total segurança de vitória através de Deus que nos vem pelo Espírito Santo que obra em nós. se desejar mais informação a respeito da esperança, vejam-se Rm 8:23-24; Ef 4:4; Cl 1:5; 1Ts 1:3 e 1Pe 3:15.

1.19, 20 O mundo teme o poder do átomo, mas nós pertencemos ao Deus do universo, que não só criou o poder atômico, mas sim também ressuscitou ao Jesucristo da morte. O poder incomparável de Deus está a seu alcance para ajudá-lo. Não há nada muito difícil para O.

1.20-22 Depois que ressuscitou da morte, Cristo é agora a cabeça suprema da Igreja, a verdadeira autoridade sobre o mundo. Jesus é o Messías, o Ungido de Deus, o esperado do Israel, que endireitará ao mundo quebrantado. Como cristãos devemos ter a certeza de que Deus ganhou a vitória final e tem o controle de tudo. Não precisamos temer a nenhum ditador, nação, morte nem ao mesmo Satanás. O contrato está assinado e selado, nossa espera para obter a total liberdade será por pouco tempo. Paulo diz em Rm 8:37-39, que nada pode nos separar de Deus e seu amor.

1:22, 23 Plenitude se refere a Cristo que enche a Igreja com dons e bênções. A Igreja deve ser a plena expressão de Cristo, quem o enche tudo (veja-se 3.19). Ao ler Efesios, é importante recordar que se escreveu à Igreja, não a uma pessoa em particular. Cristo é a cabeça e nós somos o corpo de sua Igreja (Paulo usa esta metáfora em Rm 12:4-5; 1Co 12:12-27 e Cl 3:15, assim como também através de todo Efesios). A imagem do corpo mostra a unidade da Igreja. Cada membro se envolve com outros à medida que vão cumprindo com a obra de Cristo na terra. Não devemos tentar trabalhar, servir nem adorar simplesmente nós. Necessitamos todo o Corpo.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
Cristo e Sua Igreja mutuamente complementares

I. INTRODUÇÃO: DO APOSTOLADO Paulo aos Efésios (Ef 1:1 e 2Jo 1:1 ). Agora, porém, ele é o apóstolo autorizada de Deus, que é a autoridade suprema do universo, para levar aos homens a mensagem de vida eterna. Em terceiro lugar, Paulo implica sua servidão a Jesus Cristo. Com seu colega apóstolo Pedro, Paulo podia dizer: "não era material perecível, como o ouro ou a prata, que comprou ... [sua] liberdade da loucura vazio de ... maneiras tradicionais. O preço foi pago no precioso sangue ... o sangue de Cristo "( 1Pe 1:18 , 1Pe 1:19 , NEB). Consequentemente, Paulo era o escravo incondicional (doulos) de Cristo. Como tal, ele devia sua própria vida, presente e futuro, com todos os seus bens e serviços, para o Senhor e Mestre Jesus Cristo (conforme Rm 1:1 ). Assim, a santidade de profissão e santidade pela prática nem sempre são idênticos.

Vale ressaltar que esses leitores cristãos são, como o próprio Paulo, um povo de dois locais, ou endereços. Eles estão em Éfeso , ou, pelo menos, na parte ocidental da Ásia Menor, e eles estão em Cristo . Na Ásia Menor que gozavam os benefícios temporais do governo romano oferecidas los, como fez Paulo (ver At 21:39 ); em Cristo eles desfrutaram incomensuravelmente maior, mais rico, e as bênçãos e benefícios mais duradouros. Paulo avalia a situação dos homens de uma única cidadania, terrestre, temporal e, em seguida, contrasta os cristãos de dupla cidadania com eles assim:

Eles estão caminhando para a destruição, o apetite é o seu deus, e eles glória em sua vergonha. Suas mentes estão fixadas nas coisas terrenas. Nós, pelo contrário, somos cidadãos do céu, do céu e esperamos que o nosso libertador de vir, o Senhor Jesus Cristo (Fm 1:3. , NEB; conforme . 6:33 Matt ).

Em Cristo, o verdadeiro crente cristão está sempre em casa. A frase em Cristo pode ser tomado como a chave para toda a epístola. Ocorre muitas vezes nesta carta.

Graça e paz são dois dos maiores palavras da fé cristã. Graça, uma das principais palavras de Efésios (usada treze vezes) vem do grego saudação comum chaire , que significa "se alegrar." Paz, por outro lado, era uma saudação judaica que veio da palavra hebraica shalom . Paulo, de acordo com a unidade de todos os cristãos no corpo de Cristo, conforme estabelecido em Efésios, combina essas duas palavras em uma única palavra de saudação, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo .Barclay afirma que a palavra grega charis (aqui traduzida como "graça")

em Inglês pode significar charme . Deve haver um certo encanto, um certo charme, na vida cristã. Um cristianismo que é pouco atraente há cristianismo real. Graça descreve sempre um presente, e um dom que ele teria sido impossível para um homem adquirir para si mesmo, e que ele nunca ganhou e de nenhuma maneira merecida. Tratamento de nós de Deus, os dons de Deus para nós são as coisas que nos vêm de fora da pura generosidade do coração de Deus.

Paz não é simplesmente um passivo nem um estado negativo na fé cristã. Ao contrário, ela reflete uma integração de mente ou espírito produzido através de uma fé centrada em Cristo, o Príncipe da Paz (conforme 1 Ts 5:23. , 24 ). Não é um estado de espírito depende de circunstâncias externas, mas sim que é bastante independente de tais circunstâncias, quando realmente atingido. Nisto paz difere da felicidade no sentido usual do termo, uma vez que este é dependente de circunstâncias e condições exteriores. A paz é a contraparte do conceito grego estóico humanista de equilíbrio racional interior, ou a idéia epicurista igualmente humanista expressa na cristão ataraxia . Christian paz verdadeira é que o estado de espírito que vem da segurança de uma cidadania celestial, mesmo quando tudo o mais está mudando ou inseguro (conforme 2Co 5:1 ). Essa paz é alcançada somente em obediência à vontade de Deus. Bruce observa,

A coleta regular de 'o Senhor Jesus Cristo "com" Deus, nosso Pai' como fonte dessas bênçãos testemunha eloqüente ao lugar que Paulo e outros cristãos primitivos deu ao nosso Senhor em confissão e adoração.

II. A DOUTRINA DA IGREJA (Ef 1:3)

1. O plano do Pai e propósito para a Igreja (1: 3-6)

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos celestiais lugares em Cristo: 4 como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e sem defeito diante dele em amor: 5 tendo preordenado nos ditou a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para o louvor da glória de sua graça, que ele derramou abundantemente sobre nós no Amado:

Na frase, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo , observações Filson,

A mensagem do Novo Testamento a respeito de Deus fala continuamente de "o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (2Co 1:3 ​​; Rm 8:15. ; Gl 4:6 ). Ele ascendeu à mão direita do Pai, do alto, onde ele exerce o seu ministério sacerdotal. Em Cristo, os cristãos compartilham os benefícios espirituais de Sua ressurreição, a união de Seu corpo espiritual, ea comunhão do Seu Espírito pessoal . Na verdade, seus pés estão em terra firme , mas seus corações estão nos lugares celestiais com Cristo. Em Efésios Paulo enfatiza o trabalho ea influência do Espírito divino sobre o espírito do homem (Espírito e espiritual ocorrer treze vezes em Efésios). Quatro vezes nesta epístola, Paulo leva seus leitores com ele para a celestiais , onde o Cristo subiu exerce a Sua obra sacerdotal, para uma visão de grande propósito de Deus para a sua Igreja. Estas ascensões na presença de Deus parecem seguir uma ordem progressiva. Aqui o Apóstolo declara os lugares celestiais em Cristo para ser lugares de bênção para o Seu povo. Este é preparatória. Um certo e essencial critério da verdadeira experiência cristã é um encontro pessoal com Deus em Cristo. Qualquer um que tenha, assim, encontrou Cristo experimentou um bem-aventurança indescritível, que é um enigma para os não iniciados. Para atender, assim, Cristo e experimentar esse poder transformador de Deus no-Lo é ser abençoado com toda sorte de bênção espiritual , porque a fonte de toda bênção é em Cristo . Para ser em Cristo é compartilhar em todas as bênçãos da Sua pessoa. Moisés, assim, encontrou o santo Deus no monte e as pessoas não foram capazes de olhar em seu rosto revelado para o resplendor da glória de Deus que manifestada quando desceu (Ex 34:29. ; conforme Mt 17:2. ; Mc 9:2 ). A segunda conta dos lugares celestiais é encontrado em Ef 1:20 . Não indica claramente a posição e escritório do Cristo subiu sacerdotal na mão direita do Pai. A terceira ocorrência está em Ef 2:6 , onde a missão da Igreja como uma testemunha ao mundo a respeito da obra redentora de Cristo é revelado a ela nos lugares celestiais . Uma quinta ocorrência da frase, lugares celestiais , é encontrada em Ef 6:12 . Aqui, no entanto, ao que parece representar o lugar onde personalidades mal iria tentar usurpar a pessoa de Cristo e do lugar de bênção, e, assim, derrotar e destruir a fé do cristão.

Bruce vê essas bênçãos espirituais do versículo 3 como

apropriado para as pessoas que têm a sua verdadeira casa no reino celestial ... a contrapartida Christian para essas bênçãos temporais que o Antigo Testamento prometidas aos que estavam pressionando para uma herança terrena (conforme Dt 28:1 ).

Que existe uma relação essencial entre as bênçãos exaltadas do versículo 3 e do caráter das pessoas que experimentam essas bênçãos fica claro no versículo 4 . Eles aceitaram a sua herança espiritual em Cristo que foi fornecida no plano redentor de Deus antes da criação. Na verdade, o plano de redenção de Deus é all-inclusive (conforme Jo 3:16 ). No entanto, apenas aqueles que aceitam a sua eleição espiritual são os destinatários das bênçãos espirituais . Talvez Bruce está certo quando diz:

Medida em que a experiência pessoal dos crentes está em causa, a sua entrada na relação descrita pela expressão "em Cristo" teve lugar quando eles nasceram de cima, e foi simbolizada no batismo, mas do ponto de vista de Deus ele não tinha essa limitação temporal. Eles foram os objetos de Sua escolha eterna, e que a escolha eterna é tão completamente ligado à pessoa de Cristo que, à luz do propósito divino, eles são descritos "em Cristo" antes da fundação do mundo.

Escolha de homens em Cristo de Deus era que eles devem ser transformados e purificados a partir de seu estado e condição de servos do pecado para um povo santo e irrepreensíveis diante dele em amor . Bruce também afirma que "o propósito que Deus tinha em vista, em que faz a escolha de Seu povo em Cristo era nada menos do que toda a sua santificação." Vincent vê isso como "os aspectos positivos e negativos da vida cristã", e, em seguida, ele afirma que "A referência [ santos e irrepreensíveis ] é moral e não para forense justiça "(conforme 1Co 4:7 ). Ele acabará por recebê-los a Si mesmo como impecável (1Jo 3:2) , ele inventou o substituto humanística, a doutrina espúria do purgatório.

Alguns pensam que as palavras de amor e não pertencem à versículo 5 do que no final do versículo 4 . Se isto estiver correto, então Deus nos predestinou para sermos adotados como filhos, porque Ele nos amou e desejou-nos a tornar membros de Sua família espiritual. É a mais abençoada pensei realmente que Deus deveria ter encarado o nosso estado lastimável, órfão no pecado e deveria ter assim nos amou a ponto de ter desejado para nos fazer Seus filhos próprios, de boa-fé os membros de sua família, com todos os benefícios e privilégios que esse relacionamento proporciona.

No plano redentor, disposição, e o propósito de Deus a todos os homens são escolhidos por Deus em Cristo (v. Ef 1:4 , conforme Jo 3:16) e preordenado ... até filhos de adoção por Jesus Cristo (v. Ef 1:5 ). Paulo não quer dizer, contudo, que tal escolha e predestinação representar a ação arbitrária e parcial de Deus para com os homens. Escolha e pré-ordenação de homens para a salvação de Deus sempre levar em conta a vontade ea resposta dos homens a Deus. Este princípio é bem exemplificada na experiência do estadista missionário de renome mundial E. Stanley Jones. Mr. Jones já foi homenageado pela conferência geral da sua denominação pela sua eleição oficial dele ao bispado. No entanto, ele se recusou a eleição, alegando que seu chamado e responsabilidade missionária realizada prioridade em sua vida e impediu-o de aceitar o cargo de bispo. Do ponto de vista da Igreja, ele foi escolhido e oficialmente eleito bispo. Mas a partir de seu ponto de vista pessoal, ele se recusou a eleição e, portanto, nunca entrou no escritório de um bispo. Da mesma forma que todos os homens são escolhidos e preordenado por Deus para se tornarem filhos de Deus em Cristo, para se tornarem membros da família real (conforme Ap 1:4 ), mas nem todos aceitam escolha e predestinação de Deus, e, portanto, muitos nunca entrar em sua herança espiritual. Moisés dá um exemplo em sua rejeição da adopção oferecido para a casa real do Egito (He 11:23 ). Recentemente, um homem da Nova Inglaterra se recusou a aceitação de um legado de meio milhão de dólares que lhe restavam por um tio falecido, simplesmente porque ele não queria ser incomodado com tanto dinheiro.

Adoção na filiação é usada no Novo Testamento somente de homens e nunca de Cristo. O Espírito Santo de Deus é o Espírito de adoção (conforme Rm 8:15 ). Ele produz as condições de aprovação e coloca a pessoa redimida na relação de um filho para o Pai. Paulo aqui, como em Rm 8:15 , reflete sua familiaridade com o direito romano, por esta figura é desenhada a partir uso romano, em vez de judeu ou grego. Nas disposições de adoção Roman o herdeiro escolhido tornou-se o direito de estado civil e da herança da propriedade. Mas ele também assumiu a total responsabilidade pelos encargos e sofrimentos do adoptante em razão da sua identificação com Ele (conforme Mc 10:29-30 ; 2Co 12:9. ). Apenas Paulo entre os escritores do Novo Testamento usa o termo adoção.Outros que aqui ele emprega-lo em Rm 8:15 ; Rm 9:4 ; Rm 3:23 ; . Fp 4:19 ). No versículo 6 Paulo acumula superlativos, como é sua prática nesta epístola, em uma tentativa de exaltar e magnificar a graça de Deus em Sua redenção dos pecadores, homens órfãs espiritualmente e sua adoção para a posição e privilégio de seus próprios filhos. Tudo isso deu gratuitamente em nós no Amado , ou por meio de Seu Filho amado Jesus Cristo (conforme Mq 1:11 ; Lc 9:35 ; At 20:28 ; Cl 1:13 ; Ap 5:9)

7 Em quem temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, 8 que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, 9 fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, de acordo com o seu beneplácito, que propusera em si 10 até a dispensação da plenitude dos tempos, para resumir todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra; nele eu digo .

Paulo aqui enumera três dos grandes presentes de Deus aos homens por meio de Cristo. A primeira é a nossa redenção adquiridos ao custo de próprio sangue de Cristo. Fomos escravos ligados ao pecado e incapaz de libertar-nos. Estávamos presos condenados e sentenciados à morte eterna, para os nossos pecados contra Deus. Fora da Sua grande misericórdia e amor Deus deu Seu Filho Cristo para fazer por nós o que nunca poderia ter feito por nós mesmos. Ele nos resgatou da escravidão perpétua e sem esperança e nos libertar da penalidade iminente de morte eterna resultante da separação de Deus (conforme Ap 1:4 ). Na ausência de fé em Cristo, a condição dos homens é realmente sombrio e escuro. Os pagãos sofisticados da época de Paulo, assim como os de hoje, ao mesmo tempo sofisticado e sem sofisticação de stand no final, desesperança, na ausência de fé em Cristo. Cristo liberta os homens dos pecados e vícios que irresistivelmente seduzi-los enquanto eles próprios odiar pelo que eles permitem em suas vidas.

Em segundo lugar, Deus dá aos homens a liberdade da culpa de seus pecados. Paulo declarou diante de Agripa que sua comissão de Deus para o mundo gentio era "para que possam receber o perdão dos pecados" (At 26:18 ). Tão rico é a graça de Deus para com os homens culpados que Ele livremente perdoa e perdoa os seus pecados, para que todos afastamento de Deus é removido (conforme Mt 26:28. ; Cl 1:14 ).

Em terceiro lugar, Ele dá o dom da sabedoria e prudência sobre o crente. Aqui está um par de palavras que caracterizam a totalidade das necessidades intelectuais terrenas do homem. Wisdom (Gr. sophia) está preocupado com problemas fundamentais e eternas. O intelecto racional nu tem suas limitações, e só através dom da sabedoria de Deus é que podemos esperar para lidar com lucro que problemas como a origem última das coisas, a natureza das coisas, eo propósito ou fim das coisas. O homem também precisa de prudência (Gr. phronesis) para fazer a sabedoria prática. Prudence foi definida como a "capacidade de regular e disciplinar a si mesmo por meio do exercício da razão", ou a "habilidade e sagacidade na gestão dos assuntos práticos de negócios;utilização dos recursos de previdência "(Webster). Assim dom de Deus prudência permite que o cristão a fazer que Deus lhe deu sabedoria prática nos assuntos cotidianos da vida (conforme 2Tm 1:7 ).

Mistério de Deus revelado agora, como Paulo vê, dizem respeito a Seu grande plano de redenção, que inclui os gentios, assim como os judeus, e todo o mundo da natureza não inteligente (conforme Rm 8:19 ). Assim como a entrada do pecado no mundo da experiência humana trouxe separação, desunião, morte e desilusão, por isso a entrada de Cristo em experiência humana redime, faz vivo, une e preserva todas as coisas no universo. Assim, com Cristo como o ponto focal eo objetivo de toda a história, Deus está trabalhando o Seu propósito redentor para a reunião de todas as coisas em Cristo. A Igreja é o seu corpo, de que o corpo Ele é a cabeça. Em última análise, todas as coisas, desejos de homens rebeldes excluídos, serão resgatadas e reuniu no corpo de Cristo e, assim, Ele será o cabeça de todas as coisas. Esta é a visão cristã da meta de toda a história. Quão diferente é este ponto de vista da do filósofo contemporâneo Bertrand Russell que pensa que todas as coisas "deve inevitavelmente ser enterrado sob os escombros de um universo em ruínas."

3. Inauguração do Espírito da Igreja (1: 11-14)

11 no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade; 12 a fim de que devemos ser para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo: 13 no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, -para quem, tendo também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, 14 qual é o penhor da nossa herança, para redenção da de Deus própria posse, para o louvor da sua glória.

Nesta passagem Paulo trata três classes de pessoas em relação à Igreja de Cristo. Em primeiro lugar, ele fala sobre os crentes judeus, segundo relativo aos crentes gentios, e, finalmente, sobre os crentes judeus e gentios unidos em um só corpo em Cristo.

Nos versículos 11:12 , o Apóstolo declara os judeus crentes em o Messias prometido ter sido herança especial de Deus (conforme Dt 32:9 ). Mas o corpo de Cristo não foi completa na igreja judaica sozinho.

A vós também do versículo 13 refere-se aos gentios crentes em Cristo. A igreja judaica era instrumento destinado por Deus para a conversão e inclusão dos gentios no corpo de Cristo. Eles também foram feitas a herança de Deus (v. Ef 1:11 ), em condições de igualdade com os judeus. "Para o judeu primeiro e também ao grego" era o plano original de Deus de evangelização, como foi também a prática de Paulo de evangelismo. Mas os gentios eram membros secundários da Igreja só na ordem temporal, e nunca na qualidade ou status.

A ordem de incorporação dos gentios na 1greja de Cristo é tanto interessante e instrutivo. Três passos são claramente discerníveis. Primeiro, eles ouviram ; segundo, eles acreditavam ; e terceiro, que foram selados .

Em primeiro lugar, a sua audição foi caracterizado pela percepção espiritual e fé, como é indicado por se tendo ouvido a palavra como a verdade . Jesus tinha dito "sabereis a verdade, ea verdade vos libertará" (Jo 8:32 ). Foi essa atitude e resposta a verdade revelada de Deus que fez isso a eles o evangelho , ou uma boa notícia, de ... [sua] salvação . Como os crentes de Tessalônica, o evangelho havia chegado a eles com grande convicção de sua verdade sob o poder do Espírito Santo e alegraram-se para abraçar o seu poder libertador (I Tessalonicenses 1:5-6. ). Que existem vários graus de percepção espiritual e resposta por parte daqueles que ouvem a palavra de Deus é claro pela Parábola do Semeador de Cristo (ver Mt 13:3 ). Para a mente perspicaz duas coisas são necessárias para a aceitação de qualquer relatório como verdadeiro. Primeiro, o portador do relatório deve ser julgada confiável pelos ouvintes. Em segundo lugar, deve haver provas que acompanham suficientes para convencer o ouvinte de que o relatório é verdade. Esses crentes gentios tinha encontrado em Paulo e sua mensagem os dois títulos (ver At 19:1 ; conforme 1Co 1:5. ). O ministro cristão do evangelho vai fazer bem para considerar essas qualificações para pregação eficaz.

Em segundo lugar, com base em qualificações anteriores do relatório evangelho que veio a eles, eles também acreditavam ; ou seja, eles também se tornaram a herança de Deus mediante a fé em Cristo; que aceita pela fé a sua predestinação até filhos de adoção por Jesus Cristo (v. Ef 1:5) na família de Deus, juntamente com os crentes judeus cristãos. Exerceram a dupla fé necessária para a salvação de todos os homens, como estabelecido pelo autor de Hebreus: "Aquele que vem de Deus creia que ele é" - fé fundacional , a fé em Deus existence- ", e que é galardoador deles que o buscam "- fé funcional , a fé que se apropria das promessas de Deus. Num certo sentido, todo o conhecimento verdadeiro é baseado em fé. Os poderes racionais ou empíricas da mente pode ir mais longe do que a probabilidade. A certeza do conhecimento só é alcançada quando a mente age sobre as provas como sendo adequado e, portanto, acredita. Assim, a fé-conhecimento é o maior tipo de conhecimento. "Crença" Os Efésios 'aqui é, na verdade, "fé". A distinção é feita por um comentador assim:

A crença é consenso ao testemunho, unidos com confiança. A fé é um princípio ativo; é um ato de tanto o entendimento ea vontade. A distinção entre crença e fé é que entre "acreditar em mim" e "acreditar em mim."

Em terceiro lugar, eles foram selados com o Espírito Santo da promessa . Mais tarde, em sua epístola Paulo adverte-os contra luto "o Espírito Santo de Deus, em quem ... [eles] foram selados para o dia da redenção" (Ef 4:30 ; conforme Jo 3:33 ; Ap 22:10 ; Rm 8:16. ; 2Co 1:22 ; 2Tm 2:19. ). Paulo provavelmente tinha várias coisas em mente neste enunciado. Por um lado, um selo é um símbolo de propriedade. Paulo deve ter tido isso em mente quando escreveu aos Gálatas: "Eu carrego no meu corpo cheio de cicatrizes a marca do meu dono, o Senhor Jesus" (Gl 6:17 ), ou como outra traduz a passagem: "Eu continuar meu corpo as cicatrizes que me marcam como escravo de Jesus. "marca pecuaristas Ocidental o selo de propriedade sobre o seu gado e são, portanto, protegida por lei contra roubo ou abuso sexual. Um proprietário na época romana habitualmente selou sua propriedade com o seu selo para indicar a sua propriedade, o que garantiu o seu direito de crédito em um momento posterior. Da mesma forma o selo do cristão pelo Espírito Santo foi atestado da propriedade de Deus. Provavelmente os doze discípulos que tinham sido fechados, assim, em Éfeso (At 19:1) estavam entre os leitores da epístola e iria entender bem o significado dessas palavras.

Mas, novamente, um selo sugere autorização, conforme o selo oficial estampada em um documento. A validade de um passaporte repousa sobre o selo do governo que emite-lo. A este respeito cristãos ostentar o selo da autoridade divina sobre suas vidas que os autoriza a viver em um mundo que é hostil à graça e protege-los enquanto eles fazê-lo.

Mas um selo também pode sugerir a preservação. Pela operação dos crentes cristãos Espírito Santo são isolados contra a contaminação de deterioração do pecado do mundo. No entanto, a purificação moral é essencial para a preservação moral, assim como a destruição de bactérias é essencial para a preservação de frutas ou legumes com o selo. Isto é sugerido na oração sacerdotal de Cristo por seus discípulos (ver Jo 17:15 , RSV). Pedro é clara neste ponto, quando ele se reporta ao primeiro concílio geral da Igreja em Jerusalém que Deus testemunhou para os gentios ", dando-lhes o Espírito Santo, assim como ele fez para nós" [os discípulos judeus em Pentecostes, At 2:14 , RSV]; "E não fez distinção alguma entre nós e eles, mas seus corações purificados pela fé" (At 15:8 , RSV).

Assim, estes crentes gentios tinha ouvido a pregação do evangelho, que tinha acreditado que a palavra da verdade, e eles foram feitos filhos de Deus, em conseqüência do que Deus purificou seus corações através do batismo com o Espírito Santo, selou-as como próprias posse, e autorizou-os a tornar-se testemunhas para ele viver no presente mundo mau.

Mas por que é o Espírito aqui chamado o Espírito Santo da promessa , como ele também está em Ef 4:30 ? Ele era de fato o cumprimento da promessa divina. Ele havia sido prometido por Deus através dos profetas antigos (Os 2:28 ), pelo próprio Jesus aos seus discípulos (Jo 16:7) e, novamente, pouco antes de Sua ascensão (At 1:4 , At 2:38 ). Os leitores de Éfeso estavam entre aqueles a quem a promessa do Pai prorrogado. No entanto, a promessa do Pai, do Espírito também se estende a todo o crente cristão hoje (At 2:39 ). Bruce disse muito bem,

Mas o título aqui ", o Espírito Santo da promessa" lembra-nos não só que estamos vivendo na era do cumprimento das promessas de idade de Deus; ele nos lembra também que a nossa posse do Espírito é em si uma promessa de que Deus trará a consumação final que a boa obra que Ele já começou em nós.

No versículo 14, Paulo usa o pronome plural nós , indicando assim que os crentes judeus e gentios juntos em uma família espiritual possuem o penhor da nossa herança . A palavra sincera expressa a mesma verdade como selado , embora em uma figura diferente. Isso significa uma promessa (conforme Gn 38:17 ). Posse atual do crente do Espírito Santo é penhor ou caução de Deus que ele é aceito e aprovado por Deus, e que, eventualmente, ele vai entrar em plena posse de sua herança em Cristo (conforme 1Co 2:9)

15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus, que está entre vós, e do amor que vos mostrar para com todos os santos, 16 não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, 17 que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele; 18 tendo os olhos do vosso coração iluminado, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação , quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, 19 e qual a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder 20 que operou em Cristo, ressuscitando -o dos mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos celestiais lugares , 21 muito acima de todo principado, e autoridade, e poder, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no o que está para vir: 22 e ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e deu-lhe para ser cabeça sobre todas as coisas para a igreja, 23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.

A oração de Paulo aqui, como é seu costume, começa com o elogio daqueles para quem ele reza e uma nota de agradecimento a Deus pela sua e amor (conforme 1Co 1:2. ). A fé e amor , embora o genuinidade da palavra amor é um pouco aqui em causa, são dois elementos na famosa trilogia cristã de Paulo (veja 1Ts 1:3 ; conforme Ap 2:2 ; conforme 1Jo 2:20 , 1Jo 2:27 ). Ele que é o autor espiritual da palavra de Deus também é o revelador mais preciso e adequado das verdades espirituais que ela encarna. Ela pode ser seriamente questionada se a mensagem espiritual da Bíblia pode jamais ser compreendido sem a ajuda do Espírito Santo. É sua função de transmitir a sabedoria para a sua iluminação em geral, e, em seguida, para tornar especial a revelação dos mistérios divinos para suas mentes e espíritos iluminados. Vincent observa que esta ordem, sabedoria e revelação , representa um avanço no pensamento de Paulo a partir do geral para o específico, como é encontrado em outros lugares em expressões como "a graça eo apostolado" (Rm 1:5. ), "a sabedoria e prudência" (Ef 1:8 ), para que saibais qual seja a esperança da sua vocação . Isto refere-se ao passado, como o homem sabe o tempo, uma vez que remonta aos versos Ef 1:4 e Ef 1:5 , onde Paulo elucida a escolha de Deus e predestinação de seu povo a filiação espiritual através da redenção de Jesus Cristo. Para apreciar plano de redenção para o homem de Deus, é necessário compreendê-lo.

Em terceiro lugar, o apóstolo ora para que possam conhecer as riquezas da glória da sua herança nos santos . Esta é uma preocupação presente. Enquanto vocação de homens para a salvação de Deus envolve uma grande e gloriosa herança para eles, a herança de suas misericórdias de poupança e as riquezas da sua graça e comunhão, deve-se observar que aqui a referência é a de Deus herança nos santos e não ao herança do crente da salvação (conforme vv. Ef 1:11 , Ef 1:14 ). O povo de Deus a Sua própria possessão; Ele redimiu-los para Si pelo sangue de Seu Filho. Eles são preciosos para Ele. Sem eles, o corpo de Cristo é incompleta. A Igreja é o corpo de Cristo, e os crentes que compõem Igreja. Assim, Paulo ora para que os crentes possam vir a conhecer e apreciar o que eles significam para seu Redentor e Senhor.

Em quarto lugar, ele reza para que soubessem experimentalmente a suprema grandeza do seu poder através da operação da força do seu poder na ressurreição de Cristo dentre os mortos e Sua exaltação à destra de Deus como Senhor do universo. Só de escritores do Novo Testamento, Paulo usa a palavra traduzida como "superior" (Gr. hyperballōn ). Ela ocorre em quatro outros lugares em seus escritos (2Co 3:10. ; 2Co 9:14 ; Ef 2:7 ). Aqui, no entanto, o apóstolo acrescenta sinônimo upon sinônimo em sua tentativa de expressar a grandeza do poder de Deus demonstrado na ressurreição de seu Filho Jesus Cristo dentre os mortos. Assim, ele acrescenta ao poder de Deus na realização deste milagre inigualável do universo, Seu trabalho de energia, e força, e poder. Na verdade, a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos é a maior exposição do poder de Deus que o mundo já teve, ou terá, tanto quanto é revelado ao homem. Mas por que tudo isso? Paulo desejava que os crentes possam saber o poder de Deus, portanto, exibiu, de que eles e pudéssemos conhecer a suprema grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos (conforme Rm 8:11 ). O conhecimento do poder de Deus sobre o maior inimigo, a morte do homem, é essencial para a economia do cristão e preservar a fé em Cristo. Como a morte de Cristo na cruz é a maior demonstração do amor de Deus já deu ao homem (conforme Jo 3:16 ), de modo a ressurreição de Cristo dentre os mortos é a maior demonstração de Seu poder já deu ao homem. É esse poder que funciona no crente (. Ef 3:20 ), que lhe dá a vitória sobre o pecado (Rm 6:4 ), que dá a ele acelerando energia para o presente, e que é a garantia da sua ressurreição final (Rm 8:11 ). É isso que Paulo tão ardentemente antecipado para si mesmo (Fp 3:10 ). A fé na onipotência divina é absolutamente essencial para a preservação e propagação da verdadeira fé cristã. A redução de Deus para um ser finito é certo para produzir um cristianismo anêmico e magro. Walker era provável correto em sua afirmação de que "o homem não pode, no presente estado de sua mente, acredito que a religião tem uma origem divina, a menos que seja acompanhado de milagres." E novamente Walker, observa que "toda a multidão de falsas religiões que têm se acreditava desde o começo do mundo, foram introduzidos pelo poder deste princípio. MILAGRES acreditado, estão na base de todas as religiões que os homens já receberam como de origem divina. "

Um exame cuidadoso do relacionamento de Deus com o seu povo como registrado nas Escrituras e como testemunhado pela história das missões cristãs e as fontes não-bíblicas revela que cada inovação divina na experiência humana tem sido acompanhado por manifestações de poder milagroso. Tal acompanhado libertação de Israel do Egito, e do ministério e da obra de Cristo, bem como a dos apóstolos.

Em quinto lugar, Paulo orou para que eles possam conhecer a culminação do propósito de Deus na obra redentora de Jesus Cristo. Isto incluiu, além de sua morte expiatória na cruz e sua ressurreição dentre os mortos, Sua restauração à mão direita do Pai nos céus . Aqui, como na Epístola aos Hebreus, a sentar-se à sua mão direita sugere a obra redentora concluído ou terminar de Cristo (conforme He 1:3 ; He 10:12 ). Assim, o Pai ressuscitou Cristo dentre os mortos para o seu trono para compartilhar o governo do universo. A ressurreição e exaltação de Jesus Cristo à direita do Pai em alta foi uma das doutrinas fundamentais e principais encargos da pregação apostólica. A denominação "Senhor", indicando sua exaltação ao domínio universal, é utilizado de Cristo nada menos que 110 vezes no Livro de Atos. É, de fato, a palavra mais dominante e significativa em Atos. Bruce observa que Pedro viu a ressurreição de Cristo como o cumprimento de Sl 16:10 , e sua restauração ao domínio universal como o cumprimento de Sl 110:1 ). Às vezes os críticos do suposto antropomorfismo da Bíblia e aqueles que aceitam suas críticas só revelam a sua ignorância do significado dos escritores da Bíblia e, portanto, mostram-se mais ingênuo do que os escritores que procuram criticar.

Sem a pretensão de fazer qualquer distinção nítida entre os graus de regra, autoridade, poder e domínio , basta notar que a exaltação de Cristo a uma posição de senhorio universal coloca acima de todos eles e, assim, torna-los todos, em última análise sujeitos a Ele. Sua prioridade criativo o coloca acima de tudo eles (Cl 1:16 ), e Sua realização redentora deu-lhe a soberania sobre todos eles (Ez 7:13. ; 1Co 15:20. ). O que é feito de cristal claro nos versículos 20:23 é que a exaltação de Cristo à Sua posição de soberania universal torna todos os outros poderes, quer sejam demônios espirituais, homens ímpios, ideologias ateístas ou governos, poderes ou filosofias intelectuais, agências imorais, forças materiais, ou qualquer outro poder que possa ser nomeado, sujeito a Sua soberania. Além disso, como Ele é o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos , assim a Igreja compartilha sua vitória e soberania agora e para sempre. Sua vitória é a vitória da Igreja. Sua soberania sobre todo inimigo assegura a soberania da Igreja sobre todos os inimigos. A Igreja existe em Cristo como seu corpo e, portanto, é tão invencível e indestrutível como é Cristo, a cabeça do corpo, contanto que os crentes permanecermos nEle. Esta é a primeira ocorrência da palavra igreja em Efésios. O termo é usado aqui sem restrição de local (conforme Mt 16:18.) e, portanto, refere-se à Igreja espiritual universal (conforme Ef 3:14 ). Esta é a verdadeira Igreja Católica na medida em que abrange todos os crentes em Cristo, tanto os vivos e os mortos, de todas as idades para todas as idades. Este é o grande clímax para a qual Paulo foi progressivamente se esforçado no primeiro capítulo de Efésios: a igreja ... é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos . Assim, Paulo faz bom o tema da carta aos Efésios: Cristo e Sua Igreja se complementam mutuamente.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
Ef 1:0 Tessalo- nicenses 2:13-14 e Jo 6:37.

  1. Ele nos adotou (v. 5)

A "eleição" refere-se às pessoas; a predestinação de propósitos para essas pessoas. Deus nos elege para sermos santos (separados); a seguir, determina certos propósitos pelos quais teremos de passar (veja Rm 8:28ss). No Novo Testamento, "ado-ção" refere-se ao ato oficial em que um pai concede emancipação total a um filho legalmente menor de ida-de. É dar a um membro da famíliatodos os privilégios e bênçãos da maioridade, e não a adoção de al-guém de fora da família. Isso quer dizer que mesmo o mais jovem cris-tão tem tudo o que Cristo tem e é rico em graça.

  1. Ele nos aceitou (v. 6)

Em Cristo, somos "feitos aceitáveis" a Deus, mas não o somos em nós mesmos. A epístola a Filemom apre-senta uma bela imagem dessa verda-de. Paulo escreve: "Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo" (Fm 1:7). Cristo, embora pequemos, diz ao Pai: "Recebe esse santo como se fosse eu mesmo". Você ficará emo-cionado ao investigar a expressão "em Cristo" nas cartas de Paulo!

  1. Bênçãos do Filho
  2. Ele nos redimiu (v. 7a)

Cristo comprou-nos da escravidão do pecado ao dar sua vida na cruz. Temos a redenção presente, em que ele nos libertou da condenação e do poder do pecado, e teremos a futura (v. 14), em que Cristo nos resgatará da presença do pecado, quando retornar.

  1. Ele nos perdoou (v. 7b)

O significado literal da palavra "remissão" é "mandar embora". O pecado é um fardo terrível que é man-dado embora quando o pecador se volta para Cristo. Ele pôs esse fardo sobre si mesmo na cruz (1Pe 2:24). O "bode expiatório" levado ao de-serto no Dia da Expiação retrata isso (Lv 16:20-22).

  1. Ele revelou a vontade de Deus para nós (vv. 8-10)

"Mistério" é a verdade divina co-nhecida, por meio de revelação, apenas pelo povo de Deus. Em Cris-to, somos parte do propósito eterno de Deus "de fazer convergir nele [...] todas as coisas" (v. 10). O mun-do presente desmorona com a guer-ra, a discórdia e o pecado. Um dia, no entanto, Deus anunciará a nova criação, em que todas as coisas es-tarão unidas em Cristo.

  1. Ele nos fez herança (vv. 11-12)

Deus não apenas nos deu uma he-rança em Cristo (1Pe 1:3-60), mas também nos fez herança para Cristo. Um dia, compartilharemos a glória dele, pois a igreja é seu corpo, sua noiva e seu templo.

  1. Bênçãos do Espírito (1:13-14)
  2. Ele nos selou (v. 13)

Esse importante versículo resume o caminho da salvação. O pecador ouve a Palavra da verdade, crê em Cristo, recebe o Espírito Santo e é selado para sempre. No versícu-lo 13, a frase "Depois [...] tendo nele também crido" devia ser "Quando creu", pois o Espírito entra no co-ração do pecador no instante em que este crê em Cristo. Ser "selado" quer dizer que pertencemos a Deus e que ele nos guardará. Ninguém pode quebrar o selo do Senhor!

  1. Ele nos deu penhor (v. 14)

Em negócios, "penhor" é o dinheiro dado como entrada na compra de um bem. Ainda não entramos em to-das as bênçãos do futuro que Cristo comprou para nós. Deus nos man-dou seu Espírito como o "penhor" que nos garante que vivenciaremos a redenção total e que receberemos, em glória, todas as bênçãos prome-tidas por ele.

Por favor, observe que Paulo, no fim de cada uma dessas três se-ções, informa por que o Pai, o Filho e o Espírito nos deram essas bên-çãos: "Para louvor da sua glória" (vv. 6,12,14b). A salvação acontece pela graça de Deus e para a glória dele! O Senhor não tem de salvar nin-guém, e, quando salva o pecador, o faz para sua própria glória.

  1. Oração por esclarecimento (1:15-23)

Efésios apresenta duas orações: (1) para que "conceda [...] conhecimen-to" (1:15-23); e (2) "para que sejais" (3:13-21). A primeira oração é para esclarecimento, e a segunda, para capacitação. Paulo primeiro ora para que saibamos o que Cristo fez por nós; e, a seguir, para que vivamos à altura dessas bênçãos maravilhosas e para que elas operem em nossa vida diária. Veja os pedidos de Paulo:

  1. Para que Deus nos dê entendimento espiritual (vv. 17-18a)

As verdades espirituais têm de ser discernidas espiritualmente (1Co 2:9-46), e apenas o Espírito nos dá esse entendimento. Apenas ele pode nos ensinar o que a Palavra diz, pois ele escreveu-a.

  1. Para que compreendamos a esperança do chamado

de Deus (v. 18b)

Temos essa bênção de esperança para toda a eternidade que depen-de da graça de Deus, não de nossa bondade, porque ele nos escolheu em Cristo antes da criação do mun-do. Reveja os versículos 4:6 que resumem esse nosso chamado. O cristão que não compreender esse "chamamento" soberano (Fp 3:14), santo (2Tm 1:9) e celestial (He 3:1) nunca andará de forma digna a esse chamamento (Ef 4:1, todas essas passagens usam a palavra "voca-ção" para "chamamento").

  1. Para que conheçamos a riqueza de herança dele (v. 18c)

Nós somos a herança de Cristo (veja v. 11), além de termos uma herança nele. Efésios usa muito a palavra "ri-queza" de forma a sugerir que não falta nada, não precisamos de mais nada. O cristão amadurece no Se-nhor quando aprende quanto repre-senta para Cristo e, por isso, começa a viver de modo a alegrar o coração do Senhor.

  1. Para que conheçamos o poder de Deus (vv. 19-23)

Em nossa vida diária, temos à dispo-sição o mesmo poder que ressusci-tou Jesus da morte! Cristo já venceu o pecado, a morte, o mundo e Sata-nás. O povo de Deus não luta por vitória, mas de uma posição de vi-tória. Estamos sentados com ele nos lugares celestiais em que há poder, paz e vitória.

Os versículos 1:2 apresentam as condições exigidas para que possamos desfrutar de todas essas bênçãos. Observe que Paulo escre-ve para os santos vivos (não para os mortos), para as pessoas que têm fé em Cristo. Esses santos (separados) experimentaram a graça de Deus e, agora, desfrutam a paz dele. A Bí-blia não ensina em momento algum que a igreja torna as pessoas santas, apenas o Senhor pode transformar o pecador em santo. O pecador deve se tornar santo enquanto está vivo, pois depois da morte vem o juízo (He 9:27).


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
1.1 Santos. Não quer dizer pessoas sem pecado, mas pecadores salvos pela graça de Deus, que também manifestam fé (fiéis) em Cristo. Em Éfeso. Esta expressão é omitida nalguns dos mais antigos manuscritos, o que leva alguns a pensar que esta carta foi destinada a ser circulada em várias igrejas (conforme 1.15 - Paulo ouvira a respeito da fé que havia entre eles).

1.3 Regiões celestiais. É a mundo espiritual que, após a morte ressurreição do crente com Cristo, fornece abrigo e ambiente separados do mundo (conforme Cl 3:1-51). Esta expressão só se encontra em Efésios (1.20; 2.6; 3.10 e 6.12). Nos dois últimos vv. é a esfera da operação demoníaca, e está diretamente ligada à frase "em Cristo", expressão chave de toda a epístola.

• N. Hom. 1:3-14 Todo sorte de bênção espiritual nos é concedida para louvor da Sua glória (vv. 6, 12, 14).
1) Eleição nEle (v. 4).
2) Predestinação para Ele como filhos (v. 5)
3) Redenção pelo Seu sangue (v. 7).
4) Feitos herança (v. 11).
5) Selados com o Espírito (v. 13).

1.4 Nos escolheu, nEle. É a determinação soberana de Deus na qual Ele nos deu Sua graça salvadora semelhar para qualquer mérito nos recipientes (Jo 6:37; Jo 17:6).

1.6 Concedeu gratuitamente (gr echaritõsen). literalmente é "manifestar Sua graça”. No :N.T. só aparece aqui e em Lc 1:28. Ligados ao Amado (Cristo, o Filho) temos as riquezas inefáveis do amor de Deus.

1.7 Redenção. Denota libertar da escravidão através de pagamento. Neste caso, o valor infinito do sangue vertido de Cristo é eficaz para remir os nossos pecados.

1.9 Mistério. Significa nesta epístola (com exceção Dt 5:32) e também em Colossenses, o propósito de Deus agora revelado em unir tanto os gentios como, os judeus na obra redentora de Cristo (3:4-6).

1.10 Convergir. Iniciada na sua ressurreição, a reconstituição do universo com Cristo como sua cabeça reinante terá seu auge quando toda oposição será posta debaixo dos

Seus pés na Sua segunda vinda (conforme v. 22; He 2:8; Rm 8:18-45).

1.14 O penhor. O Espírito Santo não é somente a "entrada" paga adiantada, que confirma a posse dAquele que nos comprou e selou (13 4:30), mas a própria garantia da qualidade de vida que teremos no céu (2Co 1:22; 2Co 5:5; Fp 1:6).

1.15 Fé... no Senhor.. amor para... os outros. É a prova dupla da verdadeira regeneração. 1:17-19 São três as petições centrais desta oração apostólica:
1) que os efésios possam conhecer plenamente a esperança do chamamento (Ct 1:5);
2) que possam apreciar a riqueza da glória da Sua (de Cristo) herança nos santos;
3) que possam meditar na supremo grandeza do Seu poder para conosco. Tudo isso é possível para nós no pleno conhecimento dEle (v. 17).

1.23 Plenitude. O Seu corpo, a Igreja, Salva e remida, é complemento, dEle que é a cabeça.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23
I.    SAUDAÇÕES (1.1,2)
As saudações seguem a fórmula normal de carta da época de apresentação do autor, destinatários e saudação. A frase apóstolo [...] pela vontade de Deus marca a autoridade do documento. Muitas edições impressas do texto grego inserem em Efeso entre parênteses, uma leitura que algumas versões relegam à nota de rodapé, mas que é melhor. Veja acima no parágrafo “Destino”. A frase em Cristo Jesus e suas equivalentes ocorrem mais Dt 30:0. A saudação tem graça e paz, elementos comuns nas bênçãos que remontam à mais antiga entre elas em Nu 6:25,Nu 6:26.

II.    GRATIDÃO E ORAÇÃO (1:3-19)


1) As bênçãos concedidas em Cristo (1:3-10)

As bênçãos ilimitadas que inspiram essa doxologia são aqueles benefícios espirituais primeiramente prometidos a Abraão e mais tarde confirmados pelos profetas (jI 2,28) e por João Batista (Mc 1:8), e finalmente conferidos pelo batismo do Espírito no Pentecoste, como indicado pelo nosso Senhor (Jo 7:39; At 1:5); daí, no v. 13, o Espírito Santo da promessa. Elas se estendem da eternidade passada até a plenitude do tempo. O exame delas que ocupa os v. 4-11 as descreve desde antes da fundação do mundo, passando pela experiência de salvação e iluminação apostólica até a consumação da plenitude do tempo. Todo o período gramatical complicado no original (v. 3-14, tb. em algumas versões antigas em português) talvez seja simplificado demais em algumas versões modernas que o dividem em várias frases. As quatro épocas especiais de bênçãos mencionadas antes, cada uma concluída com uma expressão que começa com conforme (ou de acordo com\ (v.

5,7,9,11) devem ser observadas também na ACF (RV, em inglês), v. 3. Paulo faz um jogo com a palavra “abençoar” que basicamente significa “falar bem de”. Nós abençoamos a Deus ao declará-lo abençoado; ele nos abençoa com enriquecimento verdadeiro, regiões celestiais-, o domínio das coisas espirituais; a palavra ocorre somente em Efésios, cinco vezes ao todo. v. 4,5. A eleição divina antecede a criação, e a seleção é feita em Cristo. A objeção a considerar isso como significando “escolhidos para estar em Cristo” é que o propósito da eleição é afirmado claramente — para sermos santos e irrepreensíveis. A santificação (positiva) e a inculpabilidade (negativa) começam agora, mas não são completamente atingidas até estarmos em sua presença. As idéias gêmeas de sermos santos e irrepreensíveis deveriam ser consultadas no texto paralelo de Cl 1:22,Cl 1:23 e em lTs 3.13; 5.23. Em amor geralmente está associado às palavras antecedentes, mas aqui, provavelmente, deve ser lido junto com o v. 5 (v. 3.17; 4.2,15,16;

5.2). O destino estabelecido para aquele que crê é a filiação, um propósito do amor divino tão grande que não poderia ser previsto (ICo

2.9,10). O significado completo disso ainda está adiante de nós (Rm 8:23,Rm 8:29), mas a garantia já foi dada (v. 14; Rm 8:15; G1 4.4,5). por meio de Jesus Cristo-, como em Jo 1:12. v. 6-8. no Amado-, isso ressalta o amor que já foi mencionado no versículo anterior. A redenção está associada à pessoa; o perdão, às nossas atividades pecaminosas. Nesse breve resumo, o apóstolo condensa as grandes doutrinas da expiação e da justificação, v. 9,10. Partes do texto tanto do v. 8 quanto do 10 são incluídos no escopo do v. 9. Mystêrion é um segredo que agora é revelado, “o seu propósito oculto” (NEB). E uma palavra pagã, usada em referência a rituais secretos. Ocorre com freqüência no NT e na literatura judaica da época, e é encontrada também na LXX de Ez 2:0). A sabedoria e o entendimento (v. 8) são nossos, e não de Deus; compare com a oração de Cl

1.9. plenitude dos tempos-, um sistema ou administração a ser executada quando o período designado tiver se cumprido e o tempo for oportuno. O propósito de Deus não está limitado à salvação do homem, mas é uma intenção cósmica de fazer convergir [...] todas as coisas no céu e na terra sob o controle de Cristo (conforme He 2:5-58).


2) Compartilhadas por judeus e gentios (1:11-14)

que faz todas as coisas-, a onipotência e a sabedoria de Deus vão garantir a execução da sua vontade soberana, não importa o que se oponha a ela. tendo sido predestinados-, uma versão abreviada que na NEB é ampliada para “recebemos a nossa parte na herança, como tinha sido ordenado”. V. o texto paralelo em Cl 1:12. nós, os que primeiro esperamos e vocês ouviram-, isso pode ser interpretado como significando cristãos mais antigos por meio de quem o evangelho veio à Âsia e os mais novos, mas a referência ao louvor da sua glória (v. 12, repetida no v. 14), junto com a seção 2.11—3.13, em que ele trata da união entre judeus e gentios no corpo único de Cristo, mostra que a referência é àqueles em Israel cuja esperança pelo Messias antecedia a dos gentios. Isso poderia exigir, aparentemente, que toda a seção anterior, com os seus pronomes na primeira pessoa do plural, falasse de crentes judeus. O que não é uma dificuldade real, pois, se for assim, Paulo está só afirmando a herança de bênção do remanescente dos judeus para incluir com eles na frase seguinte todos os crentes gentios. Paulo não está sugerindo que as igrejas a quem estava escrevendo continham somente gentios, Os pronomes que ele usa vão de nós (judeus) a vocês (gentios) e depois ao mais abrangente nossa (v. 14), que inclui tanto judeus quanto gentios. Quando o evangelho saiu das fraldas do judaísmo, os gentios também vieram a crer em Cristo, assim o v. 13 na VA, mas a formulação é melhor se entendermos que eles também “foram feitos herdeiros”, sendo o verbo suprido pelo grego do v. 11. O v. 13 deixa claro que os gentios também compartilhavam do selo do Espírito Santo. O batismo do Espírito veio sobre os primeiros convertidos gentios exatamente como veio sobre os judeus em Pentecoste (At 11:15-18). Com isso, eles inevitavelmente receberam todas as bênçãos espirituais em Cristo. A argumentação é apresentada em Gá-latas. Esse ensino da posição igual de judeus e gentios em Cristo é proeminente em toda a seção doutrinária de Efésios. Embora Paulo ainda estivesse na prisão por conta disso (.que era a raiz da oposição dos judaízantes), a ba-ttiha por essa questão estava praticamente ganha. Ele pode afirmar calmamente a posição doutrinária que ele analisou como após-eoío das nações e pela qual lutou e sofreu tanto. O particípio traduzido por creram (a NYI em português destaca esse aspecto peio “Quando” no início do versículo) faz o tempo em que foram selados coincidir com o tempo em que vieram a crer, um ponto que fica obscuro na 5A (português ACF) tanto nesse versículo quanto em At 19:2. O selo da nova aliança é espiritual e interior (Jr 31:33); é a realidade da qual a circuncisão era o sinal exterior, produzida pelo Espírito no coração. A garantia aponta para trás em termos de autenticação, e para a frente prometendo cumprimento completo, como um pagamento feito como adiantamento, até a redenção', existe um tempo determinado para o resgate do penhor (4.30 e lTs 4.16,17). O louvor da sua glória é um pensamento expresso com frequência a partir do v. 4, destacando a idéia que nunca está distante da mente de Paulo, segundo a qual tudo na vida dos santos deve dar glória a Deus.


3) Oração por iluminação espiritual (1:15-19)
A fé pessoal deles em Cristo e a sua atitude para com outros crentes era evidência de que eles de fato haviam sido capacitados com as bênçãos mencionadas anteriormente, e por isso ele ora para que os efésios tenham a percepção espiritual acerca de três coisas: (a) a esperança, a consumação planejada para a eternidade de todas essas bênçãos; (b) o valor do conteúdo do ponto de vista de Deus; (3) o poder por meio do qual isso deve ser atingido, v. 17. o glorioso Pai significa muito mais do que simplesmente “o glorioso Pai”; ele tem o propósito de compartilhar com o seu povo uma parte da sua glória (Rm 8:172Ts 1:10). espírito de sabedoria (ou “Espírito”, nr. da NVI); no original, não há artigo, portanto talvez se trate de uma manifestação da obra do Espírito que eles já tinham recebido.

Eles precisavam da sua iluminação efetiva no cotação, sabedoria pata compreendei, e revelação, o desvendar dos segredos incluídos nisso. Mera informação intelectual não é suficiente, mas, sim, a iluminação dos olhos do coração, a visão interior de Cristo que é necessária, v. 19. O poder está agindo a favor de nós, os que cremos, como em 3.20 e Ef 2:13. Para convencer os leitores da imensidão desse poder dinâmico, Paulo usa uma série de palavras: incomparável grandeza, poder, poderosa força. As três coisas que Paulo quer que eles compreendam são tratadas em ordem inversa nas seções seguintes. Depois de lhes ter mostrado o que é o poder e o que faz, ele passa a tratar das riquezas da glória

(3,16) e, finalmente, chega ao primeiro ponto da sua oração, a esperança do chamado, em 4.1,4. A forma em que se desenvolvem o seu pensamento e exposição sem grandes interrupções gramaticais pode ser vista também em Cl 1:0,Mc 9:10, e refere-se à ressurreição corpórea de Cristo, o primogênite dos mortos (Cl 1:18). Outros homens haviam sido ressuscitados para depois morrerem de novo, mas Cristo pertence a uma ordem especial; ele não poderia morrer novamente. 2 sua direita', um dos muitos ecos no NT desse versículo bastante citado do AT, Sl 110:1. O: quatro termos usados no v. 21 são da terminologia da especulação judaica e gnóstica. mas Paulo não está necessariamente endossando a análise da hierarquia celestial, mas conforme 6.12. Independentemente dos governos que possa haver, Cristo está muito acims deles em autoridade, quer os mencionados como oposição dele agora, quer os que vãc reinar com ele na era que há de vir (Zc 14:9, Ez 7:27). Então se verá o cumprimento de Sl 8:6 citado aqui (conforme 1Co 15:24-46; He 2:5

10). O destino da igreja está associado a Cristo à medida que ele cumpre o destino do homem. Ele mantém dois senhorios, um sobre o Universo, conquistado na sua morte e exaltação (Fp 2:9,Fp 2:10), e outro sobre a igreja, por meio da sua formação em um corpo em Pentecoste (1Co 12:13). A igreja está unida com Cristo de forma orgânica, assim como o corpo está unido com a sua cabeça. Anteriormente Paulo já usou o corpo como figura para a igreja, sem considerar Cristo sua cabeça (1Co 12:21), mas aqui a figura é elaborada, e a cabeça é vista como distinta dos membros. Paulo ampliou a visão da igreja funcionando de forma coesa à visão de seu funcionamento como expressão da sua cabeça, i.e., Cristo, v. 23. plenitude, plêrôma poderia ser uma referência a Cristo, e nesse caso toda a expressão seria equivalente a Cl 2:9, mas é mais provável que seja uma referência à igreja, e nesse caso a igreja é vista como ou (a) aquilo sem o que ele é incompleto — não pessoalmente incompleto, mas sem o que ele não pode alcançar o seu destino, ele precisa ter o seu parceiro (5,32) —, ou (b) aquilo em que ele se expressa completamente — isto é, ele a preenche, e esse é o ensinamento de 3.1719 e 4:13-16. A NEB traz “e como tal mantém nela a plenitude daquele que por sua vez recebe a plenitude completa de Deus”. Conforme as alternativas nas notas de rodapé da NEB. A última expressão complica ainda mais o problema gramatical. O original traz o verbo na voz média, assim destacando a onipotência de Cristo, mas algumas versões mais antigas o interpretam na voz passiva — aquele que em tudo é tomado pleno. Essa é uma frase complicada, indicando a forma progressiva em que Cristo está se tornando pleno na igreja (4.13), ou que a plenitude da divindade está completamente residente em Cristo (Cl 1:19). Essa é a primeira menção da igreja na carta, e ela é imediatamente definida como o corpo dele; não qualquer grupo de cristãos ou de igrejas, nem mesmo do cristianismo, mas a união daqueles que estão em Cristo por meio do batismo do Espírito (1Co 12:13).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 3 até o 14

B. Todas as Bênçãos Espirituais. Ef 1:3-14.

O crente é apresentado como o recipiente de toda sorte de bênção espiritual. Portanto ele não necessita buscar bênçãos adicionais de Deus. Deve, pelo contrário, apropriar-se das que já foram fornecidas. Todas as três Pessoas da Santa Trindade participam desta provisão de bênçãos espirituais.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 13 até o 14
c) O Selo do Espírito Santo (Ef 1:13-14)

Havendo indicado a prioridade histórica dos cristãos judeus na 1greja, Paulo se apressa a incluir os gentios, pois a maioria dos seus leitores, na Ásia Menor, não seria de judeus. Mesmo os leitores gentios, eram também escolhidos de Deus, e tendo ouvido a Palavra da verdade, creram; e a realidade da sua conversão e aceitação é assegurada pelo poder do Espírito que operou neles; eles foram selados com aquele Santo Espírito da promessa (13). Isto era, também, uma parte da antiga promessa de Deus (veja Gl 3:14; At 2:38; At 10:47). O dom do Espírito Santo aos gentios foi tanto o meio pelo qual Deus autenticou as conversões gentílicas de então (At 10:47), como sua antecipação do cumprimento de bênçãos no futuro. Essas bênçãos são descritas de duas maneiras. Primeiro, Paulo usa uma metáfora da vida mercantil, o penhor da nossa herança (14), que se refere a um penhor colocado em depósito, por um tempo, e depois resgatado; mais tarde o vocábulo veio a significar uma prestação, e a prova da natureza fidedigna dum contrato. Em segundo lugar, ele diz aos seus leitores, "Vós fostes selados até ao resgate da Sua propriedade" (ARA). A completa emancipação do povo de Deus ainda está no futuro (Ml 3:17), mas é certa, pois eles estão em Cristo e são selados nEle pelo Espírito Santo. O refrão em louvor de Sua glória, ocorrendo pela terceira vez, encerra essa maravilhosa doxologia.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23

1. A Saudação ( Efésios 1:1-2 )

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e que são fiéis em Cristo Jesus: Graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.( 1: 1-2 )

Em sua saudação, Paulo apresenta a dupla fonte de sua autoridade apostólica, uma dupla descrição dos crentes, uma dupla bênção para os fiéis, e a dupla fonte dessas bênçãos.

A fonte dupla de Autoridade

Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, ( 1: 1 a)

Paulo escreveu com a autoridade de um apóstolo . Apostolos significa "enviado" e no Novo Testamento é usado como um título oficial dos homens que Deus escolheu para ser exclusivamente as camadas de fundação da igreja e os receptores, professores e escritores de sua revelação-a final do Novo Testamento. Os deveres apostólicos foram para pregar o evangelho ( 1Co 1:11. ), ensinar e orar ( At 6:4 ), e escrever a Palavra de Deus ( Ef 1:1 ), que substituiu Judas, Paulo foi o único outro apóstolo , "como se fosse ... um abortivo" ( 1Co 15:8 , 1Tm 1:15 ). Como todo cristão, ele foi antes de tudo um "servo de Cristo Jesus" seu Senhor ( Rm 1:1. ; 1Co 1:30 ; Fp 3:9), o nosso elogio supremo, o nosso louvor supremo, é para Ele.

A bondade é a natureza de Deus. Deus, o Pai , não só faz coisas boas, Ele é bom de uma forma e num grau que nenhum ser humano, exceto o Seu próprio Filho encarnado, nosso Senhor Jesus Cristo , pode ser. Consequentemente, do Gênesis ao Apocalipse, homens piedosos, reconhecendo a superação e humanamente inatingível bondade de Deus, proclamaram bênção para ele. Melquisedeque declarou: "Bendito seja o Deus Altíssimo" (Gn 14:20). Nos últimos dias, "a toda criatura que está no céu e na terra e debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles" será "ouvida dizendo:" Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, honra e glória e poder pelos séculos dos séculos "(Ap 5:13).

Nada é mais apropriado para o povo de Deus do que para abençoar a Ele por Sua grande bondade. Em todas as coisas-se a dor, luta, os ensaios, a frustração, a oposição, ou adversidade-estamos a louvar a Deus, porque Ele é bom no meio de tudo isso. Para isso, louvar e bendizer-Lo.

O Blesser — Deus

Coerente com sua perfeição e merecimento, Aquele que é ser extremamente abençoado por Sua bondade é Ele mesmo a suprema Blesser que concede bondade. É Ele que nos abençoou com toda a bênção espiritual . "Cada coisa boa conferida e todo dom perfeito", Tiago nos lembra, "vem do alto, descendo do Pai das luzes" (Jc 1:17). Paulo nos assegura que "Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Rm 8:28). Deus abençoa porque Ele é a fonte de todas as bênçãos, de todo o bem. Bondade só pode vir de Deus, porque não há nenhuma fonte de bondade fora de Deus.

Os Abençoados — Crentes

nos que Deus tem abençoado se refere aos crentes, "os santos em Cristo Jesus ..." Paulo se refere no versículo 1. Em Sua maravilhosa graça, providência maravilhosa, e plano soberano Deus escolheu para abençoar -nos . Deus eternamente ordenado que "os que são da fé são abençoados" (Gl 3:9). Eles rezam pela felicidade e alegria, embora Jesus disse: "Estas coisas vos tenho falado com você, que a minha alegria esteja em vós, ea vossa alegria seja completa" (Jo 15:11). Eles pedem a Deus força, embora a Sua Palavra diz que eles "podem fazer todas as coisas naquele que fortalece-los" (Fm 1:4).

Os nossos recursos em Deus não são simplesmente prometeu; eles são possuídos. Todo cristão tem o que Paulo chama de "a provisão do Espírito de Jesus Cristo" (Fm 1:19). Deus não pode dar-nos mais do que Ele já nos deu em Seu Filho. Não há nada mais para receber. A necessidade do crente, portanto, não é para receber algo mais, mas para fazer algo mais com o que tem.

Nossa posição celestial e posse são tão certo e seguro que Paulo fala de Deus de já ter "nos ressuscitou com Ele, e nos fez assentar com Ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef 2:6). Cristo é nosso Senhor e Rei, e nós somos cidadãos do seu reino, nos lugares celestiais . É por isso que estamos a prosseguir "coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" (Cl 3:1).

Quando um cidadão americano viaja para outro país, ele é tão grande como um cidadão americano quando ele está nos Estados Unidos. Se ele está na África, no Oriente Médio, Europa, Antártica, ou em qualquer outro lugar fora da sua terra natal, ele ainda é completamente um cidadão americano, com todos os direitos e privilégios que essa cidadania detém.
Como cidadãos do domínio celestial de Deus, os cristãos detém todos os direitos e privilégios que os subsídios de cidadania, mesmo quando eles estão vivendo na terra "estrangeiro" e às vezes hostil da terra.Nossa verdadeira vida está no sobrenatural, nos lugares celestiais . Nosso Pai está lá, nosso Salvador está lá, a nossa família e entes queridos estão lá, o nosso nome está lá, e nossa morada eterna e trono estão lá.

Mas estamos atualmente preso na tensão entre o terreno eo celestial. Paulo refletiu essa tensão quando ele disse: "Somos atribulados por todos os lados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos ... tão triste mas sempre alegres, como pobres ainda enriquecendo a muitos, como nada tendo, mas possuindo tudo "(2 Cor 4: 8-9; 2Co 6:10.).

A chave para viver como um cidadão celeste, enquanto vivia em uma situação unheavenly está andando pelo Espírito. "Caminhe pelo Espírito", diz Paulo, "e você não vai realizar o desejo da carne" (Gl 5:16). Quando andamos em Seu poder Ele produz o Seu fruto em nós: "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio" (vv 22-23.). Nós recebemos nossas bênçãos celestiais, vivendo no poder do Espírito Santo de Deus.

O Agente de bênção — Jesus Cristo

Os cristãos possuem todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais , porque eles são em Cristo . Quando nós confio nele como Senhor e Salvador, que são colocados em uma união maravilhosa com Jesus Cristo. "Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele" (1Co 6:17). A nossa unidade como cristãos é mais do que simplesmente o de comum acordo; é a unidade de uma vulgaridade da vida, a vida eterna comum de Deus que pulsa através da alma de cada crente (conforme Rom. 15: 5-7).

Tudo o que o Senhor tem, aqueles em Cristo tem. "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rom. 8: 16-17). Riquezas de Cristo são as nossas riquezas, seus recursos são os nossos recursos, a Sua justiça é a nossa justiça, e Seu poder é o nosso poder. Sua posição é a nossa posição: onde Ele está, nós somos. Seu privilégio é nosso privilégio: o que Ele é que nós somos. Sua posse é nossa posse: o que ele tem, nós temos. Sua prática é a nossa prática: o que faz, o que fazemos.

Nós somos essas coisas e ter essas coisas e fazer essas coisas, pela graça de Deus, que nunca deixa de trabalhar a Sua vontade em quem confiar nEle (1Co 15:10).

O Elements da O Eternal Formadoras do Corpo

assim como Ele nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória de Sua graça. (1: 4-6)

Estes versículos revelam a parte passado do plano eterno de Deus na formação da igreja, o Corpo de Jesus Cristo. Seu plano é mostrado em sete elementos: o método, eleição; o objeto, os eleitos; o tempo, a eternidade passada; a propósito, a santidade; o motivo, o amor; o resultado, a filiação; eo objetivo, glória.

O Método — Eleição

A Bíblia fala de três tipos de eleição. Uma é eleição teocrático de Deus de Israel. "Vocês são um povo santo ao Senhor, teu Deus," Moisés disse a Israel no deserto do Sinai; "O Senhor teu Deus te escolheu para ser um povo exclusivamente seu, de todos os povos que há sobre a face da terra" (Dt 7:6). Descida Racial de Abraão como pai do povo hebreu não quis dizer descida espiritual dele como pai da fé (Rm 4:11).

Um segundo tipo de eleição é profissional. O Senhor chamou a tribo de Levi para sermos Seus sacerdotes, mas levitas não foram, assim, garantida a salvação. Jesus chamou doze homens para serem apóstolos, mas apenas onze deles para a salvação. Depois que Paulo veio a Cristo por causa da eleição de Deus para a salvação, Deus escolheu-o, em seguida, de uma outra maneira para ser seu apóstolo especial para os gentios (At 9:15; Rm 1:5). helkuo ( empates) carrega a idéia de uma força irresistível e foi usado na literatura grega antiga de um desesperAdãoente homem com fome sendo atraídos para alimentos e de forças demoníacas sendo atraídos para os animais quando eles não foram capazes de possuir homens.

Jardas de salvamento usar eletroímãs gigantes para levantar e parcialmente tipo de sucata. Quando o magnete está ligado, uma força magnética tremenda atrai todos os metais ferrosos que estão perto dele, mas não tem nenhum efeito sobre os outros metais, tais como alumínio e bronze.
De forma semelhante, eletiva de Deus irresistivelmente atrai a Si aqueles que Ele predeterminou a amar e perdoar, não tendo qualquer efeito sobre aqueles a quem não tem.
Desde toda a eternidade, antes da fundação do mundo , e, portanto, completamente à parte de qualquer mérito ou merecimento que qualquer pessoa poderia ter, Deus nos escolheu nele , "em Cristo" (v. 3).Por eleição soberana de Deus, aqueles que são salvos foram colocados em união eterna com Cristo, antes da criação, mesmo ocorreu.

Embora a vontade do homem não é livre no sentido de que muitas pessoas supõem, ele tem uma vontade, uma vontade de que a Escritura reconhece claramente. Além de Deus, a vontade do homem é preso pelo pecado. Mas ele é, no entanto, capaz de escolher a Deus, porque Deus fez essa escolha possível. Jesus disse que quem nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3:16) e que "todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá" (11:26). Os comandos freqüentes para os perdidos para responder ao Senhor (eg, Js 24:15; Is 55:1; Mt 3:1-2; Mt 4:17; 11: 28-30; Jo 5:40; Jo 6:37; Ap 22:17) indicam claramente a responsabilidade do homem de exercer sua própria vontade.

Contudo, a Bíblia é tão clara que ninguém recebe Jesus Cristo como Salvador, que não foi escolhida por Deus (conforme Rm 8:29; Rm 9:11; I Tessalonicenses 1:3-4.; 1Pe 1:2).

Eleição soberana de Deus e do exercício de responsabilidade do homem na escolha de Jesus Cristo parecem verdades e opostas e irreconciliáveis ​​de nossa perspectiva humana limitada eles são opostos e irreconciliáveis. É por isso que tantos sério, bem-intencionados cristãos ao longo da história da igreja ficaram confusos tentando conciliá-las. Desde que o problema não pode ser resolvido por nossas mentes finitas, o resultado é sempre a comprometer uma verdade em favor do outro ou a enfraquecer tanto, tentando tomar uma posição em algum lugar entre eles.

Devemos deixar que o antimônio permanecer, acreditando que ambas as verdades completamente e deixando a harmonização deles a Deus.

Eklego ( escolheu ) está aqui no aoristo e meio voz, indicando escolha totalmente independente de Deus. Porque o verbo é reflexivo isso significa que Deus não só escolheu por si mesmo, mas para si mesmo. Seu objetivo principal na eleição a igreja era o louvor da Sua própria glória (vv. 6, 12, 14). Os crentes foram escolhidos para a glória do Senhor antes que eles foram escolhidos para o seu próprio bem. A razão para chamar os fiéis para a igreja foi a de que "a multiforme sabedoria de Deus pode agora ser feito por meio da igreja para os governantes e as autoridades, nas regiões celestes" (3:10).

Israel foi o eleito de Deus, Seu "escolhido" (Is 45:4). Mas foi-lhe dito: "O Senhor não tomou prazer em vós nem vos escolheu porque você estava em maior número do que qualquer dos povos, para que você era o menor de todos os povos, mas porque o Senhor te amei" (Deut. 7 : 7-8). Deus escolheu os judeus simplesmente fora de Seu amor soberano.

Anjos celestiais de Deus também são eleitos (1Tm 5:21), escolhido por Ele para glorificar Seu nome e de ser Seus mensageiros. O próprio Cristo foi eleito (1Pe 2:6). Pelo mesmo plano soberano e vai a igreja é eleito. Deus "nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade" (2Tm 1:9) o desejo do Seu coração era para alcançar os eleitos, os que já foram escolhidos, a fim de que eles possam tomar posse da fé já concedeu-lhes em decreto soberano de Deus.

Paulo deu graças para a Igreja, pois foi eleito de Deus. "Nós devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2Ts 2:13).

Em seu livro Evangelismo e da soberania de Deus , JI Packer observa:

Todos os cristãos acreditam na soberania divina; mas alguns não estão cientes de que eles fazem, e por engano imaginar e insistem que eles rejeitam. O que faz com que este estranho estado de coisas? A causa principal é o mesmo que, na maioria dos casos de erro na 1greja-a intrusa de especulações racionalistas, a paixão pela coerência sistemática, uma relutância em reconhecer a existência de mistério e deixar Deus ser mais sábio do que os homens, e uma consequente sujeitar Escrituras para as supostas exigências da lógica humana. As pessoas vêem a Bíblia ensina a responsabilidade do homem por suas ações; eles não vêem (o homem, na verdade, não pode ver) como isso é consistente com o senhorio soberano de Deus sobre essas ações. Eles não se contentam em deixar as duas verdades viver lado a lado, como fazem nas Escrituras, mas saltar para a conclusão de que, a fim de defender a verdade bíblica da responsabilidade humana, eles são obrigados a rejeitar o igualmente bíblica e igualmente verdade doutrina da soberania divina, e para explicar o grande número de textos que ensinam isso. O desejo de excesso de simplificar a Bíblia cortando os mistérios é natural para nossas mentes perversas, e não é de estranhar que até mesmo homens de Deus deve ser vítima a ele. Daí essa disputa persistente e incômodo. A ironia da situação, no entanto, é que, quando perguntamos como os dois lados Oração, torna-se evidente que aqueles que professam a negar a soberania de Deus realmente acreditar nela tão fortemente como aqueles que afirmam isso. ([Chicago: Inter-Varsity, 1961], pp. 16-17)
Porque nós não podemos suportar a tensão de mistério, paradoxo ou antinomia, somos inclinados para ajustar o que a Bíblia ensina de modo que vai se encaixar nossos próprios sistemas de ordem e consistência. Mas essa abordagem presunçoso é infiel à Palavra de Deus e leva a doutrina confusa e de estar enfraquecido. Deve notar-se que outras doutrinas escrituras essenciais também são aparentemente paradoxal a nossa capacidade limitada. É antinomous que a própria Escritura é a obra de autores humanos, contudo as próprias palavras de Deus; que Jesus Cristo é totalmente Deus e totalmente homem; que a salvação é para sempre, ainda santos devem permanecer obediente e perseverar até o fim; que a vida do cristão é vivida em total compromisso e disciplina de si mesmo, mas é tudo de Cristo. Tais verdades inescrutáveis ​​são um incentivo que a mente de Deus ultrapassa infinitamente a mente do homem e são uma grande prova da autoria divina das Escrituras. Os seres humanos escrevendo uma Bíblia em sua própria teria tentado resolver tais problemas.
Não é que a eleição soberana de Deus, ou predestinação, elimina a escolha do homem na fé. Soberania divina ea resposta humana são parte integrante e inseparável de salvação, embora exatamente como eles funcionam juntos só a mente infinita de Deus sabe.

Também não é, como muitos acreditam e ensinam que Deus simplesmente olha para o futuro para ver o que as pessoas vão acreditar e, em seguida, elege-los à salvação. Fora de contexto, Rm 8:29 é muitas vezes usado para apoiar essa visão. Mas o versículo 28 deixa claro que aqueles que Deus prevê e predestina para a salvação são aqueles a quem Ele já "chamados segundo o seu propósito." Qualquer ensinamento que diminui o soberano, elegendo amor de Deus, dando mais crédito para os homens também diminui a glória de Deus, atingindo, assim, um golpe no próprio propósito de salvação.

Devemos estar satisfeitos simplesmente declarar com João Chadwick,
Busquei ao Senhor,
E depois que eu sabia
Ele se mudou minha alma para buscá-Lo,
Procuro me!
Não era que eu encontrei,
O Salvador Verdadeiro;

Não, eu foi encontrado por Ti.

O Object — O Eleito

O objeto da eleição é nós, não todos, mas somente aqueles a quem Deus escolheu, os santos e "fiéis em Cristo Jesus" (v. 1). Aqueles a quem elege Deus são aqueles que Ele tem declarado santo antes da fundação do mundo e que se identificaram com o Seu Filho Jesus Cristo pela fé. Ser cristão é ter sido escolhida por Deus para ser seu filho e para herdar todas as coisas através e com Jesus Cristo.

O Tempo — Eternity Past

Deus nos elegeu antes da fundação do mundo . Antes da criação, a queda, os convênios, ou a lei que foram soberanamente predestinado por Deus para ser sua. Ele projetou a igreja, o corpo de seu filho, antes que o mundo começou.

Porque no plano de Deus, Cristo foi crucificado por nós "antes da fundação do mundo" (1Pe 1:20), que foram designados para a salvação por esse mesmo plano, no mesmo período. Foi então que a nossa herança no reino de Deus foi determinado (Mt 25:34). Nós pertencia a Deus antes dos tempos eternos, e nós seremos seus após o tempo há muito tempo o seu curso. Nossos nomes como crentes foram "escritas a partir da fundação do mundo no livro da vida do Cordeiro que foi morto" (Ap 13:8), nos foi dada a Sua própria natureza sem mácula nem mancha. O indigno ter sido declarado digno, os injustos declarado santo. É plano eterno e preordenado de Cristo de "presente para si mesmo a igreja em toda a sua glória; sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas ela deve ser santa e irrepreensível" (Ef 5:27.).

Obviamente Paulo está falando sobre a nossa posição e não a nossa prática. Sabemos que em nossa vida, estamos longe do padrão santo e longe de ser irrepreensível. No entanto, "nele", disse Paulo em outro lugar, que "foram feitas completa" (Cl 2:10). Tudo o que Deus é, tornamo-nos em Jesus Cristo. É por isso que a salvação é segura. Temos a perfeita justiça de Cristo. Nossa prática pode e não ficar aquém, mas a nossa posição nunca pode ficar aquém, porque é exatamente a mesma santa e irrepreensível posição diante de Deus que Cristo tem. Estamos tão seguros como nosso Salvador, porque estamos nele, esperando a plena redenção e gloriosa santidade que nos espera em Sua presença.

E porque Deus nos declara e leva-nos a ser santos e irrepreensíveis , devemos nos esforçar para viver uma vida agora que refletir a santidade e inocência que são o nosso destino.

A Motive — Amor

Deus elege aqueles que são salvos por causa do Seu amor . Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos. Assim como Ele escolheu Israel para ser o Seu povo especial só por causa do seu amor (Dt 7:8). E isso é exatamente o que o próprio Jesus fez em nome daqueles que Deus escolheu para ser salvo. No ato divino último de amor , Deus determinou antes da fundação da terra que Ele daria seu único Filho para nos salvar. "Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo" (Ef. 2: 4-5). Ele nos amou, e vai eternamente continuar a amar-nos, de acordo com o beneplácito de sua vontade .

O Resultado — Filiação

O resultado da eleição de Deus é a nossa adoção como filhos . Em Cristo, nos tornamos sujeitos de seu reino, e porque Ele é o nosso Senhor somos Seus servos. Ele mesmo nos chama amigos, pois, Ele diz: "Todas as coisas que ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (Jo 15:15). Mas em Seu grande amor que Ele nos faz mais do que os cidadãos e os servos, e até mais do que amigos. Ele nos faz filhos.Deus carinhosamente chama os pecadores redimidos na intimidade de sua própria família.

Quando nos tornamos cristãos nos tornamos filhos de Deus. "Porque não recebestes o espírito de escravidão, a temer", diz Paulo, "mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:" Abbá! Pai! '"(Rm 8:15). Abba era uma palavra aramaica de carinho algo equivalente ao pai ou Papa.

Para ser salvo é ter a própria vida de Deus em nossas almas, Seu próprio Espírito vivificante nossos espíritos. Os pais humanos podem adotar crianças e vir a amá-los cada bocado tanto quanto eles amam seus filhos naturais. Eles podem dar uma criança completa igualdade adotado na vida familiar, recursos e herança. Mas nenhum pai humano pode dar a sua própria natureza distinta de uma criança adotada.No entanto, isso é o que Deus milagrosamente faz a cada pessoa a quem Ele elegeu e que confiou em Cristo. Ele os torna filhos assim como seu divino Filho. Os cristãos não só tem toda a riqueza e as bênçãos do filho, mas toda a natureza do Filho.

A Meta — Gloria

Por que Deus fez tudo isso para nós? Por que Ele quer que sejamos seus filhos? Somos salvos e feitos filhos para o louvor da glória de sua graça . Acima de tudo, Ele elege e salva-nos para a Sua própriaglória . Quando Jesus disse: "Não temais, pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino" (Lc 12:32), Ele estava afirmando o deleite de Deus em Sua glória colocar em exposição. Como Paulo explicou ainda: "Deus está no trabalho em [nós] ... a sua boa vontade" (Fp 2:13).

O apóstolo Paulo intercedeu para os tessalonicenses, Orando "que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação ... a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele" (2 Ts. 1:11 —12).

Até os animais do campo vai glorificar o Senhor, Isaías nos diz (43:20), e os céus narram a glória de Deus (Sl 19:1).


3. Redenção pelo seu sangue (Efésios 1:6b-10)

que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, com vista a uma administração adequada para a plenitude dos tempos, isto é, a soma de todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra. (1: 6b-10)

Alguns anos atrás figurinhas eram populares. Para cada dólar montante adquirido um determinado número de figurinhas foi dada como um bônus. Quando selos suficientes foram salvos, eles foram levados para um centro de resgate e trocados por mercadorias.
Redenção é um dos temas centrais da Escritura e do livro de Efésios, mas carrega muito mais do que a idéia simplesmente de trocar uma coisa por outra de igual valor.

O significado da Redenção

Redenção vem de um dos seis termos provenientes do campo do direito e usados ​​no Novo Testamento em relação à salvação. dikaioo e termos relacionados referido absolvição legal de uma taxa e são usados ​​teologicamente a falar de um pecador de ser vindicada, justificado, e declarados justos diante de Deus (ver, por exemplo, Rm 3:4; Rm 5:18; 1Tm 3:16). Aphiēmi significa, basicamente, para mandar embora e foi usado para indicar o reembolso legal ou anulação de um dívida ou a concessão de um perdão. Ele é usado nas Escrituras para se referir ao perdão de Deus pelo pecado (ver Mt 9:2; Gl 4:5; 2 Cor. 5: 18-20.).

Dois termos legais gregos estão relacionados à redenção. agorazo , eo relacionado exagorazō , referem-se a compra ou aquisição. A fonte dos termos é ágora , o que significa mercado, ea idéia raiz dos verbos e substantivos derivados que se refere à compra e negociação no mercado. No Novo Testamento, eles são usados ​​para denotar compra ou redenção espiritual (conforme Gl 3:13; Ap 5:1; 14: 3-4; etc.).

O outro termo para a redenção, lutroō (juntamente com suas formas afins), destina-se a liberação de cativeiro. Ele transportava um significado ainda mais forte do que agorazo e está por trás do substantivo rendido aqui como redenção . Esta palavra foi usada para se referir a pagar um resgate para libertar uma pessoa da escravidão, especialmente a de escravidão.

Durante os tempos do Novo Testamento o Império Romano tinha até seis milhões de escravos, e a compra e venda deles foi um grande negócio. Se uma pessoa queria libertar um ente querido ou um amigo que era um escravo, ele iria comprar esse escravo de si mesmo e, em seguida, conceder-lhe a liberdade, atestando a libertação de um certificado escrito. Lutroō foi usada para designar a libertação de um escravo em que caminho.

Essa é precisamente a idéia realizada no uso do Novo Testamento do termo para representar o sacrifício expiatório de Cristo na cruz. Ele pagou o preço de resgate para comprar para si mesmo a humanidade caída e para libertá-los de seus pecados.

Todo ser humano nasce desde a queda veio ao mundo escravos do pecado, sujeito à servidão total a uma natureza que é corrupto, mal, e separada de seu Criador. Nenhuma pessoa é espiritualmente livre.Nenhum ser humano é livre de pecado ou livre de suas conseqüências, a última conseqüência, ou multa, para o qual é a morte (Rm 6:23). "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez 18:4), e Paulo aponta que cada pessoa tenha cometido o pecado: "Não há justo, nem um sequer "(Rm 3:10; conforme 14 Ps:. 1.). Na mesma carta, o apóstolo diz que somos todos "vendido à escravidão do pecado" (7:
14) e que, de fato, toda a criação está escravizado a corrupção do pecado (08:21).

O pecado é escravo captor e proprietário do homem, e exige um preço para a sua libertação. A morte é o preço que tinha que ser pago pela redenção do homem do pecado. Portanto redenção bíblico refere-se ao ato de Deus pelo que Ele mesmo pago como resgate o preço do pecado.
Em Romanos, Paulo fala da redenção como "nosso tendo sido libertados do pecado" e se tornar "escravos da justiça" (6:18). Em Gálatas Ele descreve redenção em dizer que Jesus Cristo "deu a si mesmo por nossos pecados, para que Ele possa nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai" (1: 3-4); que "Cristo nos resgatou da maldição da Lei fazendo-se maldição por nós" (3:13); e que "foi para a liberdade que Cristo nos libertou; Permanecei, pois, firmes e não estar sujeito novo, a jugo de escravidão" (5: 1). Em Colossenses o apóstolo diz que "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (1: 13-14).
O escritor de Hebreus explica redenção com estas palavras: "Desde então, os filhos participam da carne e do sangue, também ele [Cristo] do mesmo modo também participou da mesma, que por sua morte, tornar impotente aquele que tinha o poder da morte, isto é , o diabo, e livrasse todos aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida "(2: 14-15).

Os elementos da Redenção

que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado. Nele temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, com vista a uma administração adequada para a plenitude dos tempos, isto é, a soma de todas as coisas em Cristo, as coisas nos céus e as coisas sobre a terra. (1: 6b-10)

Nesta passagem, Paulo menciona cinco elementos da redenção Deus oferece aos homens caídos através de Seu Filho, Jesus Cristo: o Redentor, o resgate, e o preço de resgate, resultados e razão.

O Redentor

Graça (v. 6 a ) é o antecedente de que . É a graça de Deus (amor imerecido e bondade) que Ele nos concedeu gratuitamente no Amado , e porque estamos no qual temos a redenção . Jesus Cristo é o nosso Redentor do pecado, o Bem-Amado (a palavra indica Aquele que está no estado de ser amado por Deus), que Ele mesmo pagou o preço da nossa libertação do pecado e da morte. Porque nós agora pertencem a Cristo, pela fé fez um com Ele e colocado em seu corpo, nós somos agora aceitável a Deus.

Desde o início do ministério de Jesus, o Pai declarou que ele era "o meu Filho amado" (Mt 3:17). E porque cremos nEle, "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Cl 1:13). Porque nós estamos agora no Amado , nós, também, são "amados de Deus" (Rm 1:7).

O Pai agora nos ama como ama a Cristo e quer que tenhamos tudo o que Cristo tem. É por isso que Paulo poderia dizer que Ele "nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (Ef 1:3).

Até que uma pessoa percebe sua necessidade de redenção, porém, ele não vê necessidade de um Redentor. Até que ele reconhece que ele está irremediavelmente escravizada ao pecado, ele não vai procurar liberação dele. Mas quando ele faz, ele será libertado da maldição do pecado, colocada no Corpo de Cristo, e abençoou com todas as bênçãos espirituais Sua.

O Preço de Resgate

Nele temos a redenção, pelo seu sangue, (7a)

O preço da redenção é o Seu sangue . Custou o sangue do Filho de Deus para comprar homens de volta a partir do mercado de escravos do pecado (conforme Lv 17:11;.. He 9:22).

Derramamento de sangue é uma metonímia para a morte, que é a pena e o preço do pecado. Própria morte de Cristo, pelo derramamento do seu sangue , era o substituto para nossa morte. Aquilo que nós merecemos e não poderia salvar-nos de, o Salvador amado, embora Ele não merecia isso, tomou sobre Si. Ele fez o pagamento para o que de outra forma teriam nos condenado à morte e do inferno.

O sangue dos animais sacrificados era continuamente oferecido nos altares do Tabernáculo e depois o Templo. Mas que o sangue nunca foi capaz, e nunca foi destinado para a limparem os ofertantes do pecado. Esses animais foram apenas simbólicos, substitutos típicas. Como o escritor de Hebreus explica: "É impossível que o sangue de touros e bodes para tirar os pecados" (He 10:4). Como o escritor de Hebreus explica, o sacrifício de Cristo não era "através do sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no lugar santo uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção. Porque, se o sangue de bodes e de touros e a cinzas de uma novilha, aspergidos sobre aqueles que têm sido contaminado, santificar para a purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos os vivos Deus? " (Heb. 9: 12-14).

Nós "não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, ... mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (I Pedro 1:18-19.). Não é de admirar que João viu os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos que cantam, "Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e compra fizeste para Deus com teus homens de sangue de toda tribo, língua ., povo e nação e tu fizeste-los a ser um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a terra "(Ap 5:8-10).

A "redenção que há em Cristo Jesus ... em Seu sangue, mediante a fé" (Rom. 3: 24-25) pagou o preço para aqueles escravizado pelo pecado, comprou-os para fora do mercado de escravos onde eles estavam no cativeiro, e libertá-los como filhos libertados de Deus. Em sua liberdade estão em união com Jesus Cristo e receber todas as coisas boas que Ele é e tem. Sua morte liberta do pecado crentes de culpa, condenação, bondage, de energia, de grande penalidade, e algum dia glorioso, mesmo a partir de sua presença.

Os resultados Redentores

o perdão dos nossos pecados, segundo as riquezas da sua graça, que Ele derramou sobre nós. Em toda a sabedoria e discernimento Ele fez-nos conhecer o mistério da sua vontade, (7b-9-A)

Redenção envolve cada coisa boa concebível ", toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo" (v. 3). Mas aqui Paulo concentra-se em dois aspectos especialmente importantes. Um deles é negativo, a remissão dos pecados , ea outra é positivo, sabedoria e discernimento .

Perdão. O resultado primário de redenção para o crente é o perdão , uma das verdades centrais da salvação, tanto do Antigo e Novo Testamentos. É também o mais querido de verdade aqueles que sofreram a sua bênção. Na Última Ceia, Jesus explicou aos discípulos que o copo Ele, então, compartilhou com eles foi o seu "sangue da aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados" (Mt 26:28).Redenção traz o perdão .

Os behavioristas e os de algumas outras escolas de psicologia sustentam que não pode ser responsabilizado por nosso pecado, que a culpa é dos nossos genes, o nosso meio ambiente, nossos pais, ou qualquer outra coisa externa. Mas o pecado de uma pessoa é sua própria culpa, ea culpa por isso é a sua própria. A pessoa honesta que tem alguma compreensão do seu próprio coração sabe disso.

O evangelho não ensina, como alguns erroneamente manter, que os homens não têm pecado ou culpa, mas sim que Cristo vai tirar tanto o pecado ea culpa daqueles que confiam nele. Como Paulo disse aos judeus em Antioquia da Pisídia, "Por Ele [Cristo] perdão dos pecados é proclamada a você, e por ele, todo aquele que crê é libertado de todas as coisas" (13 38:44-13:39'>Atos 13:38-39).

Maior dia santo de Israel era Yom Kippur, o Dia da Expiação. Naquele dia, o sumo sacerdote selecionadas duas cabras de sacrifício sem mácula. Uma cabra foi morto, e seu sangue era aspergido sobre o altar como um sacrifício. O sumo sacerdote colocou as mãos sobre a cabeça do outro bode, simbolicamente, que os pecados do povo sobre o animal. A cabra foi então levado para fora profundo para o deserto, tão longe que nunca poderia encontrar seu caminho de volta. No símbolo dos pecados do povo foi com a cabra, para nunca mais voltar a eles novamente (Lev. 16: 7-10).

Mas isso promulgação, bela e significativa como era, não chegou a remover os pecados do povo, como eles sabiam muito bem. Era, mas um retrato do que apenas o próprio Deus em Cristo poderia fazer.Como mencionado acima, aphiēmi (a partir do qual o perdão vem) significa, basicamente, para mandar embora. Usado como um termo jurídico que significa pagar ou cancelar uma dívida ou a concessão de um perdão. Através do derramamento de seu próprio sangue, Jesus Cristo realmente levou os pecados do mundo sobre a sua cabeça, como se fosse, e levou-os a uma distância infinita de onde nunca poderia voltar. Esse é o ponto de a remissão dos pecados .

É trágico que muitos cristãos estão deprimidas sobre suas deficiências e irregularidades, pensar e agir como se Deus ainda mantém seus pecados contra eles, esquecendo-se que, porque Deus tomou sobre Si os pecados, eles são separados dos pecados ", tanto quanto o a leste é do oeste "(Sl 103:12). Mesmo antes de o Messias veio e pagou o preço da redenção, Deus falou dele como lugar já terem tomado. Cristãos deprimidos esquecer que Deus olhou para baixo nos corredores do tempo, mesmo antes de ele formado a terra e colocou os pecados de seus eleitos na cabeça de Seu Filho, que os levou a uma distância eterna distância. Ele dispensou os nossos pecados antes de nascermos, e eles nunca pode voltar.

Centenas de anos antes do Calvário, Micah proclamou: "Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade e passa sobre o ato de rebelião do restante da tua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer no amor imutável. Ele o fará voltar a ter compaixão de nós; pisará nossas iniqüidades sob os pés Sim, Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar "(Mq 7:18-19.)..

Para a antiga Israel a distância de leste a oeste e "as profundezas do mar" representado infinito. De Deus o perdão é infinito; ela tira as nossas ofensas aos confins do infinito eterno.

Em Shakespeare Rei Ricardo III (5.3.194), o rei lamenta:

Minha consciência tem milhares várias línguas,
E toda língua traz um conto vários,
E cada conto me condena por um vilão.

Isso não é verdade dos cristãos. Quando Jesus entra em nossas vidas como Salvador e Senhor, Ele nos diz que Ele disse para a mulher apanhada em adultério: "Nem eu te condeno; seguir o seu caminho" (Jo 8:11). "Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus Porque a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte." (Rom. 8: 1-2).

O perdão em Jesus Cristo é imerecida, mas é gratuito e é completa. Aqueles que o têm liberdade do pecado, agora e por toda a eternidade. Em Cristo, os nossos pecados, passados, presentes e futuro— "estão perdoados ... por amor do seu nome" (1Jo 2:12;. Conforme Ef 4:32; Cl 2:13). Eles foram perdoados incontáveis ​​eras antes se compromete eles e permanecerá para sempre perdoados.

Porque continuamos a pecar, precisamos do perdão contínuo de limpeza; mas nós não precisamos do perdão contínuo de redenção. Jesus disse a Pedro: "Aquele que se banhou precisa de lavar senão os pés, mas está completamente limpo" (Jo 13:10). Apesar de continuarmos a pecar, Jesus "é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1Jo 1:9, 14-15.

Não há segunda classe cristãos, não há cidadãos carentes do reino ou crianças na família de Deus. Todo o pecado de cada crente é perdoado para sempre. Deus sabe como nós, como vivemos agora, e como vamos viver o resto de nossas vidas. Ele vê tudo sobre nós, na realidade stark-naked. No entanto, Ele diz: "Eu estou satisfeito com você, porque eu estou satisfeito com meu filho, a quem você pertence. Quando eu olho para você, eu o vejo, e estou satisfeito."
Porque Deus aceita todos os crentes como Ele aceita o seu próprio Filho, cada crente deve aceitar-se da mesma forma. Nós não aceitamos a nós mesmos por aquilo que somos em nós mesmos mais do que Deus nos aceita por esse motivo. Nós aceitamos a nós mesmos como perdoados e como justo porque é o que o próprio Deus nos declara. Pensar o contrário não é um sinal de humildade, mas de arrogância, porque para pensar de outra maneira é colocar o nosso próprio julgamento acima da Palavra de Deus e para depreciar o preço de resgate pago por nós pelo Seu próprio Filho amado. Um cristão que se denigre e duvida o perdão pleno nega a obra de Deus e denigre um filho de Deus. Se é importante para Deus, nós certamente deve importa para nós mesmos.
Uma pessoa pode ter muitos amigos em lugares altos. Ele pode saber presidentes, reis, governadores, senadores e líderes mundiais de todos os tipos. Mas essas amizades que empalidecem diante do cristão mais obscuro, que não é só um amigo, mas um filho do Criador do universo.
Filipe Bliss escreveu,
Estou tão feliz que nosso Pai heav'n
Fala de seu amor no livro que ele giv'n
Coisas maravilhosas na Bíblia que eu vejo;
Este é o mais querido, que Jesus me ama.
Oh, se só há uma canção que eu posso cantar,
Quando, em sua beleza que eu vejo o Grande Rei,
Esta será a minha música na eternidade ser:
"Oh, o que é uma maravilha que Jesus me ama!"
A vastidão e abrangência do nosso perdão é visto na declaração de Paulo que ele está de acordo com as riquezas da sua graça . Graça-like de Deus o Seu amor, a santidade, poder e todos os Seus outros atributos não tem limites. É muito além da nossa capacidade de compreender ou descrever, mas sabemos que é de acordo com as riquezas de que infinita graça que Ele oferece o perdão.

Se você fosse para ir a um multimilionário e pedir-lhe para contribuir para um ministério digno, e ele deu-lhe um cheque de vinte e cinco dólares, ele só estaria dando fora de suas riquezas. Muitas pessoas pobres que dão muito. Mas se, em vez disso, ele deu-lhe um cheque de cinqüenta mil dólares, ele estaria dando de acordo com suas riquezas.

Essa é uma pequena imagem da generosidade de Deus. Seu perdão não só é dada de acordo com as riquezas da sua graça , mas é derramado sobre nós . Nós nunca precisa se ​​preocupar que o nosso pecado irá ultrapassar gracioso perdão de Deus. "Onde o pecado aumentou", Paulo assegura-nos ", transbordou a graça" (Rm 5:20). Nosso Pai Celestial não se limita a dar-nos o perdão de subsistência que mal irá cobrir nossos pecados, se estamos cuidado para não exagerar. Nós não podemos pecar além da graça de Deus, porque, como perverso e extensa como os nossos pecados pode ser ou se tornar, eles nunca vão abordar a grandeza da Sua graça. Seu perdão é infinito, e Ele derrama-lo sem medida sobre aqueles que confiam em Seu Filho. Nós, portanto, não só podem desfrutar de glória futura com Deus, mas presente comunhão com Ele também.

Sabedoria e Insight. O segundo resultado da redenção para o crente é o seu ser dado sabedoria e discernimento . Sophia ( sabedoria ) enfatiza a compreensão das coisas-tais final como vida e morte, Deus e homem, a justiça eo pecado, céu e inferno, eternidade e tempo. Paulo está falando de sabedoria a respeito das coisas de Deus. phronesis ( visão ), por outro lado, enfatiza compreensão prática, a compreensão das necessidades, problemas e princípios da vida diária. É prudência espiritual na manipulação de assuntos cotidianos.

Deus não só perdoa-nos de tirar o pecado que corrompe e distorce nossas vidas, mas também nos dá todo o equipamento necessário para entendê-lo e caminhar com o dia a dia do mundo de uma forma que reflete a Sua vontade e é agradável a Ele. Ele generosamente nos dá os meios necessários, tanto para compreender a Sua Palavra e de saber como a obedecê-la.

Em Jesus Cristo, Deus nos leva a Sua confiança. "Nós fazemos falamos sabedoria entre aqueles que são maduros", disse Paulo; é "uma sabedoria, no entanto, que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que estão passando;. mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, a sabedoria oculta, que Deus predestinou antes dos séculos para nossa glória ... Agora nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer as coisas dado gratuitamente por Deus "(1 Cor. 2: 6-7, 1Co 2:12). Ele concluiu que a passagem incrível, declarando: "nós temos a mente de Cristo" (v. 16).

O filósofo francês André Maurois disse: "O universo é indiferente. Quem criou isso? Por que estamos nesta insignificante lama-heap, girando no espaço infinito? Eu não tenho a menor idéia, e estou convencido de que ninguém tem a menor idéia . "

Não é surpreendente que aqueles que nem sequer reconhecem que Deus existe, muito menos confiança e servi-Lo, não têm a menor idéia do que a vida, o universo e eternidade são tudo. Jesus disse: "Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que te escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e te revelaste aos pequeninos" (Mt 11:25). Tiago disse: "Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e será dado a ele" (Jc 1:5). Cristo vai reunir todo o universo em unidade (veja Sl 2; Heb. 1: 8-13.). No presente momento o universo é tudo menos unificada. Ele está corrompido, dividido, e se estilhaçou. Satanás é agora "o príncipe deste mundo", mas naquele dia ele "será expulso" (Jo 12:31). Ele e os seus anjos demoníacos serão jogados no poço durante o Milênio, lançado por um curto tempo, e depois lançados no lago de fogo por toda a eternidade (Ap 20:3).

Quando todos os vestígios do mal foi descartado, Deus vai estabelecer uma unidade incomparável em si mesmo de todas as coisas que ainda restam. Esse é o objetivo inevitável do universo.
Macbeth pessimista declarou que a história é "um conto contado por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada" (Shakespeare, Macbeth , 5.5.19).

Além da sabedoria e discernimento Deus provê Seus filhos, uma conclusão tão sem esperança é inevitável. Mas a história pertence a Deus, não aos planos insignificantes do homem ou o poder perverso de Satanás. A história é escrita e dirigida por seu Criador, que vai vê-lo até o cumprimento de Sua própria purpose— final a soma de todas as coisas em Cristo . Ele projetou Seu grande plano nas eras passadas;Ele agora soberanamente trabalha-lo de acordo com Sua vontade divina; e em que a plenitude dos tempos Ele irá completar e aperfeiçoar-lo em Seu Filho, em quem ele vai sempre funcionar em harmonia justos e gloriosa novidade juntamente com todas as coisas nos céus e as coisas sobre a terra .

4. A Garantia da herança divina (Efésios 1:11-14)

Nele também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós, que foram os primeiros a esperança em Cristo deve ser para o louvor da sua glória. Nele, você também, depois de ouvir a mensagem da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo também crido, fostes selados nEle com o Espírito Santo da promessa, que é dada como penhor da nossa herança, tendo em vista a a redenção da possessão de Deus, para o louvor da Sua glória (1: 11-14)

Ao longo dos anos, tive muitas conversas com pessoas-jovens e idosos, instruídos e iletrados, privilegiados e desprivilegiados-que enfrentam a vida com um sentimento de mau presságio, perguntando se eles nunca vão encontrar satisfação para as suas vidas. Eles se perguntam se eles vão vir a ser o que poderia ser, se tudo correu apenas para a direita. Eles se perguntam se realmente a vida tem o potencial de ser maravilhosa, significativa e gratificante e, se isso acontecer, se eles podem descobrir e alcançar esse potencial.
Há alguns anos, em um acampamento cristão nas montanhas eu conheci um jovem com um braço gravemente mirrada e perna. Ele sempre ficava na parte de trás do grupo ou em um canto sozinho, nunca participando com os outros campistas. No segundo dia eu fui até ele, me apresentei e perguntei seu nome. Ele respondeu com uma careta amarga, puxou a manga que lhe cobria o braço deformado, e disse: "Olha o que Deus fez para mim." Após Orando silenciosamente para a sabedoria de Deus, eu disse: "Gostaria de saber uma coisa? Isso não é você." "O que quer dizer que não é comigo?" ele respondeu. "É apenas a casa em que vive", disse eu; "Isso é tudo que uma casa muito temporária;. Mas você é uma pessoa para sempre Deus oferece um plano para sempre para você e também uma nova e eterna corpo para o seu futuro.". "Você está brincando", disse ele. "Não, eu não estou brincando", eu respondi, e depois compartilhou o evangelho com ele.
Ele deu seu coração a Jesus Cristo, e sua atitude e perspectiva mudou imediatamente. Uma das primeiras coisas que fez foi me pedir para jogar um jogo de Ping-Pong com ele. Ele parecia nesses momentos para não ser constrangido ou amargo sobre sua deficiência física. Assim que Jesus Cristo tomou o controle de sua vida, ele percebeu que Deus tinha algumas coisas para ele que ultrapassou em muito o que, do seu ponto de vista humano, parecia ser tão terrivelmente importante e valioso. Quando ele soube que ele era parte do plano eterno de Deus e tinha recebido promessas eternas de Deus, a sua perspectiva mudou dramaticamente.
Nesta passagem, Paulo nos mostra o potencial incrível e maravilhoso de crentes cristãos. Isso para que cada pessoa de uma forma ou outra anseia, o cristão já possui ou é de um dia a certeza de possuir. O apóstolo nos dá um vislumbre das bênçãos gloriosas Deus tem planejado para e prometidas aos que vêm a Ele através de Seu Filho, Jesus Cristo.
É da natureza humana para quebrar promessas. Governos fazer e quebrar promessas. Os anunciantes e os políticos fazem e quebrar promessas. Os empregadores e funcionários, pregadores e membros da Igreja, pais e filhos, maridos e esposas, e os amigos e parentes todos fazem promessas para o outro que muitas vezes estão quebrados. Alguns são feitos com a melhor das intenções, e alguns são feitos a fim de enganar e explorar. Mas todos nós nos encontramos tanto efectuar ou receber promessas que, por qualquer motivo, não se materializam.

Nós podemos ser eternamente grato que as promessas de Deus não são como os nossos. Cada promessa que Ele faz, Ele mantém. As promessas Paulo menciona aqui que o nosso Pai celestial faz a Seus filhos não são apenas maravilhoso e emocionante, mas absoluta e certo. Como o escritor de Hebreus nos diz: "Aquele que prometeu é fiel" (He 10:23). Como Abraão, cada crente deve estar totalmente certo de que o que Deus promete Ele é capaz e determinada a realizar (Rm 4:21). O nosso é um Deus que não vai e não pode mentir (Tt 1:2), na qual Paulo derrama seu coração em louvor a Deus por Sua graça imensurável, ele nos apresenta garantia de Sua promessa divina a Seus filhos do Pai . Eles estão certos para receber a herança completa, intacta de Jesus Cristo. Assim como fomos abençoados "com toda a bênção espiritual," escolhido "nele antes da fundação do mundo", "predestinado ... a adoção de filhos," dado "redenção, pelo seu sangue", e mostrado "o mistério da Sua vontade "(vv. 3-5, 7,
9) —então temos também feitos herança .

Nossa herança é o aspecto da salvação que é o principal futuro. Fomos eleitos ou predestinados, antes que o mundo existisse ou tempo; fomos redimidos na presente época; e receberemos a nossa herança concluído nos séculos vindouros, quando entramos totalmente no reino celestial eterno do Pai.
Aqui nós vemos o chão, a garantia, e que o objetivo da nossa herança em comparável em Jesus Cristo.

O fundamento da nossa Herança

Nele também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós, que foram os primeiros a esperança em Cristo deve ser para o louvor da sua glória. Nele, você também, depois de ouvir a mensagem da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, (1: 11-13a)

Nele se encaixa de forma mais adequada no início do versículo 11 do que no final do versículo 10. Mas em qualquer lugar a frase se refere claramente a Jesus Cristo (v. 10), que é o fundamento ou fonte de nossa divina herança . Além de Jesus Cristo, a única coisa definitiva e eterna que uma pessoa pode receber de Deus é a condenação. Deus concede a luz do sol, chuva, e muitas outras coisas boas em todos os homens, (05:45 Matt.) Os justos e injustos iguais. Mas as Suas bênçãos espirituais são concedidos somente sobre aqueles que estão n'Ele (conforme vv. 1, 3-4, 6-7, 10). "Não há salvação em nenhum outro, pois não há outro nome debaixo do céu que foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos" (At 4:12).

Em Romanos 6, Paulo dá a biografia espiritual de cada crente. "Você não sabe", ele começa, "que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?" (V. 3). "Portanto", continua ele, "fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se nós temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição "(vv. 4-5). Por um milagre maravilhoso que só Deus pode compreender, cada crente tem sido a cruz do Calvário, foi pregado lá espiritualmente com o Salvador, e foi sepultado e ressuscitou com Ele. Jesus Cristo não somente foi crucificado, sepultado e ressuscitado para cada crente, mas com cada crente. Não só isso, mas "sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é" (1Jo 3:2).

Nós obtivemos uma herança traduz uma única palavra composta no grego ( eklērōthēmen ). Quando alguma coisa no futuro tinha tanta certeza de que não poderia deixar de acontecer, os gregos, muitas vezes falam dele como se ele já tivesse ocorrido (como aqui, onde Paulo usa indicativo aoristo passivo).

No capítulo dois, Paulo usa uma semelhante grego tenso (aoristo ativo indicativo) para falar de Deus de ter "sentar-nos com Ele nos lugares celestiais" (v. 6), embora o apóstolo e aqueles a quem ele escreveu ainda não tinha entrado em que gloriosa experiência. Sua habitação eternamente com o Senhor estava tão certo como se já estivesse no céu.
A forma passiva do verbo em 1:11 a permite duas interpretações possíveis, sendo que ambos são consistentes com outros Escritura. Ele pode ser traduzida como "foram feitas uma herança" ou, como aqui,feitos herança . A primeira prestação indicaria que nós, ou seja, os crentes, são de Cristo herança. Jesus falou repetidamente de crentes como presentes que o Pai lhe deu (Jo 6:37; Jo 10:29; Jo 17:2; etc.). Jesus venceu nós no Calvário, como os despojos de sua vitória sobre Satanás, o pecado ea morte, e que agora pertencem a ele. "E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos," no dia em que eu preparo minha propriedade peculiar "(Ml 3:17). Desde a eternidade passado o Pai planejou e determinou que cada pessoa que iria confiar em Seu Filho para a salvação seria dado a Seu Filho como uma posse, uma herança gloriosa.

Traduzido para o outro lado, no entanto, esta palavra significa exatamente o oposto: é crentes que recebem a herança. Pedro fala de termos sido "nascer de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não se corrompe e imaculada e não irá desaparecer, reservada nos céus para [nós]" (1 Ped. 1: 3-4).

Ambas as traduções são, portanto, gramaticalmente e teologicamente legítimo. Em toda a Escritura crentes são chamados de pertença a Deus, e Ele é falado como pertencente a eles. O Novo Testamento fala de nosso ser em Cristo e do Seu ser em nós, de nosso ser no Espírito e de seu ser em nós. "Aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele" (1Co 6:17). Paulo poderia, portanto, dizer: "Para mim, o viver é Cristo" (Fm 1:21).

O lado prático de que a verdade é que, porque estamos identificados com Cristo, nossa vida deve ser identificado com a Sua vida (conforme 1Jo 2:6 faz a segunda tradução mais adequada aqui: temos obtido uma herança . Nossa herança com Cristo é mais uma das bênçãos maravilhosas e magníficas com que o Pai nos abençoou no Filho. Como Paulo deixa claro no versículo 3, nossa herança inclui "toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo." Em Jesus Cristo, os crentes herdar cada promessa que Deus já fez. Pedro nos diz que de Deus "poder divino nos tem dado tudo o que diz respeito à vida e à piedade" e "nos tem dado as suas promessas preciosas e magníficas" (2 Pe. 1: 3-4). Paulo diz com inclusão absoluto ", porque todos os que podem ser as promessas de Deus, nele eles são sim" (2Co 1:20).

Nosso cada necessidade concebível é atendida por graciosa provisão de Deus de acordo com Suas promessas divinas. Temos a promessa de paz, amor, graça, sabedoria, a vida eterna, alegria, vitória, força, orientação, poder, misericórdia, perdão, justiça, verdade, comunhão com Deus, discernimento espiritual, céu, riquezas eternas, glória-os e todos os outros coisa boa que vem de Deus. Paulo diz: "O mundo, a vida ou a morte seja o presente ou o futuro; todas as coisas pertencem a você, e você pertence a Cristo, e Cristo é de Deus" (1 Cor 3: 22-23.). Porque nós fomos feitos co-herdeiros com Cristo, temos a garantia de posse de tudo o que Ele possui. Nós somos "herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (conforme Rm 8:17).

Jesus Cristo é, portanto, a base da herança que temos obtido . Paulo primeiro mostra que a herança a partir da perspectiva divina e, em seguida, a partir do humano.

A perspectiva divina

tendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, a fim de que nós ... deve ser para o louvor da sua glória. (1:11, 12b)

Nossa discussão aqui vai seguir a ordem do texto grego do versículo 12, em que (como refletido na Rei Tiago 5ersion) deve ser para o louvor da sua glória antecede, "que foram os primeiros a ter esperança em Cristo" (que a frase será discutido abaixo em relação à perspectiva humana).

Perspectiva de Deus sobre nossa herança em Cristo está aqui mostrado na sua predestinação, o Seu poder e Sua preeminência.

Predestinação de Deus.

O comentário de William Hendriksen sobre esta passagem é útil e concisa:
Nem o destino nem mérito humano determina o nosso destino. A propósito: que benevolente sermos santos e irrepreensíveis (verso 4), filhos de Deus (versículo 5), destinado a glorificá-lo para sempre (verso 6, conforme versículos 12:14) —é fixo, sendo parte de um maior, plano abrangente universo. Deus não apenas fazer este plano que inclui absolutamente todas as coisas que sempre acontecem no céu, na terra e no inferno; passado, presente e até o futuro, pertencente a crentes e não crentes, aos anjos e demônios, a física, bem como energias e unidades de existência grandes e pequenos espirituais; ele tambémtotalmente realiza. Sua providência no tempo é tão abrangente quanto é o seu decreto de eternidade. ( New Testament Commentary: Exposição de Efésios [Grand Rapids: Baker, 1967], p.88)

O poder de Deus. que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade . Trabalho é de energeo , da qual nós temos essas palavras em inglês como energia , energético , e energizar . Criação e dinamização de Deus são um em Sua mente divina. Quando ele falou de cada parte do mundo à existência, começou imediatamente a funcionar, precisamente como havia planejado fazer. Ao contrário das coisas que fazemos, as criações de Deus não tem que ser redesenhado, um protótipo, testado, abastecido, carregada, e assim por diante. Eles não são apenas criado pronto para funcionar, eles são criados funcionamento.

Energizing é uma parte indispensável de seu plano criativo e trabalho. Porque em sua maravilhosa graça de Deus nos escolheu para sermos Seus filhos, os cidadãos do seu reino, e co-herdeiros de Seu Filho, Ele trará tudo isso passar. "Porque estou certo isto mesmo," Paulo declarou, "que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fp 1:6) —a boa notícia de que Deus providenciou um caminho de salvação através da obra expiatória de Seu Filho, Jesus Cristo. Para "a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome" (Jo 1:12). Sistemas artificiais de religião, que dependem de ritual ou obras ou de ambos, não só não levam a Deus, mas podem se tornar grandes barreiras para encontrá-lo. A única maneira de chegar é através do Seu Filho. "Pois com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação para a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será decepcionado '." (Rom. 10: 10-11). Tendo também acreditava não só sublinha o meio pelo qual a salvação é apropriados, mas também a uniformidade de tais meios pelo uso de também .

A fé é a resposta do homem a propósito eletivo de Deus. Escolha dos homens de Deus é a eleição; escolha de Deus dos homens é a fé. Na eleição Deus dá Suas promessas, e pela fé homens recebê-los.

O penhor da nossa herança

fostes selados nEle com o Espírito Santo da promessa, que é dada como penhor da nossa herança, (1: 13b-14a)

Os homens sempre queriam garantias. Porque as promessas de outros homens são tão pouco confiáveis, exigimos juramentos, depoimentos juramentados, fianças, avais, garantias, e muitos outros meios de tentar garantir que o que é prometido é recebido.

Simples palavra de Deus deve ser suficiente para nós, mas em Sua graça Ele faz Suas promessas ainda mais certo modo que, se possível, dando-nos Suas próprias garantias. Aqui o Senhor garante Suas promessas com o seu selo e com a Sua promessa. Esta é uma reminiscência de 13 58:6-18'>Hebreus 6:13-18, em que Deus dá a Sua promessa de bênção e em seguida, confirma-o com um juramento para fornecer o que o Espírito Santo chama de "incentivo forte" (v 18). Para todos que esperam em Cristo.

Selo de Deus

Porque nós não diretamente e imediatamente receber a plenitude de todas as promessas de Deus quando nos acreditar (uma vez que é "reservada nos céus para nós", 1 Pe 1: 3-4.), Que às vezes podem ser tentados a duvidar da nossa salvação e perguntar sobre as maiores bênçãos que são supostamente para acompanhá-la. Enquanto ainda estamos nesta vida a nossa redenção não está completa, porque ainda aguardam "a redenção do nosso corpo" (Rm 8:23). Porque nós ainda não receberam plena posse da nossa herança, podemos questionar a sua realidade ou, pelo menos, a sua grandeza.

Como uma forma de garantir suas promessas para aqueles que receberam Jesus Cristo, Deus selou [eles] nEle com o Espírito Santo da promessa . Cada crente é dado o muito Espírito Santo de Deus, o momento em que ele confia em Cristo. "Você não está na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vós", declara Paulo (Rm 8:9).

Quando uma pessoa se torna um cristão, o Espírito Santo passa a residir em sua vida. A vida em Jesus Cristo é diferente, porque o Espírito de Deus está agora dentro. Ele está lá para nos fortalecer, equipar-nos para o ministério, e função através dos dons que Ele nos deu. O Espírito Santo é o nosso ajudante e advogado. Ele protege e nos encoraja. Ele também garante nossa herança em Jesus Cristo. "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo" (Rom. 8: 16-17). O Espírito de Deus é a nossa força de fixação, a nossa garantia.

A vedação de que fala Paulo aqui se refere a uma marca oficial de identificação que foi colocado em uma carta, contrato ou outro documento importante. O selo foi feito normalmente a partir de cera quente, que foi colocada sobre o documento e em seguida impressionada com um anel de sinete. O documento foi assim identificado oficialmente com e sob a autoridade da pessoa a quem o anel pertencia.
Essa é a idéia por trás do nosso ser selado nele [Cristo] com o Espírito Santo da promessa . O selo do Espírito de Deus no crente significa quatro coisas principais: segurança, autenticidade, propriedade e autoridade.

Segurança. Nos tempos antigos, o selo de um rei, príncipe ou nobre de segurança representados e inviolabilidade Quando Daniel foi lançado na cova dos leões, o rei Dario, juntamente com seus nobres, colocaram seus selos sobre a pedra colocada sobre a entrada da cova, "de modo que nada pode ser mudado em relação a Daniel" (Dn 6:17). Qualquer pessoa, mas o rei que quebrou ou perturbado aquele selo provavelmente teria perdido a sua vida. De forma semelhante ao túmulo onde Jesus foi enterrado foi selado. Temendo que os discípulos de Jesus pode roubar Seu corpo e afirmam falsamente Sua ressurreição, os líderes judeus obteve a permissão de Pilatos para colocar um selo sobre a pedra e para guardá-lo com soldados (Matt. 27: 62-66).

De uma forma infinitamente maior, o Espírito Santo assegura cada crente, marcando-o com o seu próprio selo inviolável.

Autenticidade. Quando o rei Acabe tentou sem sucesso obter Naboth para vender ou trocar a sua vinha, a rainha Jezebel se ofereceu para conseguir a vinha em sua direção. "Então escreveu cartas em nome de Acabe e selou com o seu selo" e enviou cartas a vários nobres que viviam na cidade de Nabote, exigindo que eles arranjar falsas acusações de blasfêmia e traição contra ele. Os nobres fizeram como estavam instruídos, e Nabote foi apedrejado até a morte por causa das falsas acusações. O rei então simplesmente confiscou a vinha tinha tão fortemente cobiçado (I Reis 21:6-16). Apesar das decepções contidas nas cartas enviadas Jezebel, as próprias letras eram autenticamente do rei, porque eles foram enviados com a sua aprovação e marcou com seu selo. O selo foi a sua assinatura.

Quando Deus nos dá o Seu Espírito Santo, é como se ele selos dos Estados Unidos com um selo que diz: "Esta pessoa pertence a mim e é um cidadão autêntico do meu reino divino e membro da minha família divina."

Ownership. Enquanto Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor e Jeremias estava preso pelo rei Zedequias para profetizar contra o rei e da nação, o Senhor deu instruções especiais a Seu profeta. Jeremias foi dito para comprar um terreno em Anatot para o qual ele tinha direito de resgate. O contrato foi acordado, bem como o pagamento estipulado foi feita no pátio da guarda do palácio antes que o número necessário de testemunhas. Na presença de testemunhas a escritura foi assinada e selada, estabelecendo Jeremias como o novo proprietário legal do imóvel (Jr 32:10).

Quando o Espírito Santo sela os crentes, Ele os marca como bens divinos de Deus, que a partir daquele momento inteiramente e eternamente pertencemos a Ele. O selo do Espírito declara a operação de salvação como divinamente oficial e final.

Autoridade. Mesmo depois de Haman tinha sido enforcado por seu enredo perverso para difamar e executar Mordecai, Rainha Esther estava angustiado sobre o decreto que Hamã convenceu o rei Assuero para fazer a permitida qualquer pessoa em seu reino para atacar e destruir os judeus. Porque o rei não poderia mesmo se revogar o decreto que foi marcado com o seu próprio selo, ele emitiu e selado outro decreto que permitido e até incentivado os judeus para armar e defender-se (Ester 8:8-12). Em ambos os casos, a autoridade absoluta dos decretos foi representada no selo do rei. Aqueles que possuíam o decreto selado do rei tinha autoridade delegada do rei estabelecido no decreto.

Quando os cristãos são selados com o Espírito Santo, eles são delegadas a proclamar, ensinar, ministro, e defender a Palavra de Deus e de Seu evangelho com autoridade própria do Senhor.

Promessa de Deus

que é dada como penhor da nossa herança, (1: 14a)

O Espírito Santo não só garante a nossa herança em Jesus Cristo com o Seu selo, mas também com a Sua promessa . Um arrabōn ( penhor ) originalmente se referia a um pré-pagamento ou dinheiro honestamente dada para garantir uma compra. Mais tarde, passou a representar qualquer tipo de promessa ou sério. A forma da palavra sequer chegou a ser usado para o anel de noivado.

Como crentes, temos o Espírito Santo como o divino penhor da nossa herança , primeira parcela de Sua garantia de Deus de que a plenitude das bênçãos espirituais prometidas "nos lugares celestiais em Cristo" (v. 3), um dia, ser completamente cumprida. Eles são assegurados e garantidos com uma certeza absoluta de que somente Deus poderia proporcionar. O Espírito Santo é irrevogável da igreja penhor , seu anel de noivado divino, por assim dizer, que, como a noiva de Cristo, ela nunca será esquecido ou abandonado (conforme 2Co 1:22; 2Co 5:5). Quando nós glorificamos a nós mesmos que roubam a Deus daquilo que é inteiramente dele. Ele nos salvou para servi-Lo e louvá -Lo. Somos salvos para ser restaurado para o propósito divino da criação destina-de suportar a imagem de Deus e dar-Lhe glória maior.

Isso é totalmente realizado em glorificação do crente, quando recebemos glória e redenção e são feitas a posse perfeita vontade de Deus.

5. Nossos Recursos em Cristo (Efésios 1:15-23)

Por esta razão, também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus que existe entre você e seu amor por todos os santos, não cesso de dar graças por vós, ao fazer menção de vós nas minhas orações; que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele. Eu oro para que os olhos do vosso coração seja iluminado, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos, e qual é a suprema grandeza do seu poder para com que acreditam. Estes são, de acordo com a operação da força do seu poder, que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo governo e autoridade, poder e domínio e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E Ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e lhe deu o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos. (1: 15-23)

Nos versículos 3:14 Paulo tem estabelecido as bênçãos incríveis e ilimitadas crentes têm em Jesus Cristo, bênçãos que atingem a nossa herança pessoal de tudo o que pertence a Ele. No restante do capítulo (vv. 15-23) Paulo ora para que os crentes a quem escreve virá a compreender e apreciar essas bênçãos. Nesta oração ele se concentra na compreensão de seus recursos em seu Senhor e Salvador, Jesus Cristo dos crentes. Nos versículos 15:16 elogia-los, e nos versículos 17:23 ele faz petições a Deus por eles.

Elogios para Crentes

Por esta razão, também eu, tendo ouvido falar da fé no Senhor Jesus que existe entre você e seu amor por todos os santos, não cesso de dar graças por vós, ao fazer menção de vós nas minhas orações; (1: 15-16)

À luz da sua herança maravilhosa em Jesus Cristo ( Por esse motivo ), Paulo agora intercede pelos possuidores de que o tesouro. Como mencionado na 1ntrodução, estes inicialmente incluídos não só os crentes em Éfeso, mas, provavelmente, aqueles em todas as igrejas da Ásia Menor. Fazia cerca de quatro anos desde que Paulo ministrou lá, e agora ele estava na prisão. Mas a partir de cartas, bem como através de relatórios pessoais de amigos que o visitaram na prisão, ele havia recebido informações considerável de e sobre as igrejas. Ele ouviu duas coisas que indicavam a genuinidade da sua salvação, e por essas duas marcas cardeais de um Verdadeiro-fé cristã em Cristo e amor por outros cristãos, ele carinhosamente elogia-los. Estas duas dimensões da vida espiritual são inseparáveis ​​(conforme 1 Jo 2:9-11).

Elogios para a Sua Fé

a fé no Senhor Jesus que existe entre vocês, (1: 15b)

A ênfase aqui é na crença verdadeira poupança, com o senhorio de Jesus como o objeto dessa crença. Alguns cristãos, talvez com a intenção de proteger o evangelho de qualquer mácula de obras justiça, subestimar o senhorio de Cristo, quase a ponto de negar isso. Outros gostariam de aceitar o termo Senhor apenas como uma referência à divindade, não soberania. Mas essa separação é artificial, porque divindade implica soberania. Aquele que por si só é Deus governa sozinho. No entanto, aqueles que ensinam que uma pessoa deve crer em Cristo como Senhor soberano, a fim de ser salvo são por vezes descrito pejorativamente como "salvacionistas senhoria". O Novo Testamento, no entanto, não separa a Jesus como Salvador de Jesus como Senhor. Ele é ao mesmo tempo, ou Ele não é nem. Paulo diz: "Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" (Rm 10:9). Jesus torna-se Salvador, quando Ele é aceito como Senhor. "Para este fim", explica Paulo em Romanos: "Cristo morreu e tornou a viver, para que pudesse ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (14: 9). Os crentes dizem-na verdade, somente os crentes podem dizer— "Jesus é o Senhor", porque eles possuem o Espírito Santo (1Co 12:3; 9:. Mt 9:9; 10: 37-39; Lucas 9:57-62), a desistir de tudo o que somos e temos (13 conforme Matt:. 44-46; 18: 3-4; 19: 16-26), e de deixar tudo e segui-Lo (Mt 19:27).. Uma vez que eles vêm a Ele, alguns cristãos perdem seu primeiro amor por Jesus Cristo como Salvador e resistir a obedecê-Lo como Senhor. Mas sua falta de amor torna-Lo não menos Salvador, e sua resistência torna-Lo não menos Senhor. Cristo não é aceito em partes, primeiro como Salvador e mais tarde como Senhor. Jesus o Salvador é Jesus, o Senhor, e Jesus é o Senhor Jesus, o Salvador. Ele não existe em partes ou se relacionam com os crentes em partes. Consciência, apreciação e obediência a Ele como Salvador e Senhor mudança. Quando somos fiéis a Ele as coisas aumento, e quando somos infiéis diminuir. Mas o fato de o senhorio de Jesus começa o mesmo momento em que Ele se torna Salvador, e nem o Seu senhorio nem Seus mudanças obra redentora para os crentes de que o tempo por toda a eternidade. Todos os mandamentos de Cristo, que estão a ser ensinada a todos os crentes (Mat. 28: 19-20), assumir seu direito soberano de dar ordens e ser obedecido. É precisamente por isso que Paulo chama de salvação "obediência da fé" (Rm 1:5). Importante como é, a teologia de som não é nenhum substituto para o amor. Sem amor a melhor doutrina é como "um gongo ruidoso ou como o címbalo que retine" (1Co 13:1). Sempre no verdadeiro amor espiritual do Novo Testamento é definida como uma atitude de sacrifício altruísta que resulta em atos generosos feito para os outros. É muito mais do que um sentimento, uma atração ou emoção. Quando o Senhor tinha lavado os pés dos discípulos orgulhosos e egoístas, Ele lhes disse que o que Ele havia feito por eles foi o exemplo de como eles estavam a amar uns aos outros (Jo 13:34).João enfatiza a mesma verdade: "Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos Mas quem tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão em necessidade e lhe fecha o. coração contra ele, como é que o amor de Deus permanecer nele Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade "(I João 3:16-18)?.

Esse é o tipo de amor que os cristãos de Éfeso, em seguida, teve por todos os santos . Infelizmente, porém, o seu amor não durou. Mantiveram a fé pura e perseverou nela. No entanto, em sua carta às sete igrejas da Ásia Menor, o Senhor diz da igreja em Éfeso, "tenho contra ti que abandonaste o teu primeiro amor" (Apocalipse 2:2-4). Eles haviam perdido o grande amor por Cristo e seus irmãos na fé para que apenas algumas décadas antes Paulo tinha tão calorosamente elogiados-los.

Fé e amor devem ser mantidos em equilíbrio. Muitos monges, eremitas, e inúmeros outros ao longo da história da igreja têm se esforçado para manter a sua fé pura, mas não chegaram aos outros em amor, como o Senhor ordena cada crente a fazer. Eles muitas vezes se tornam caçadores de heresia, ansiosos para derrubar o que está errado, mas fazendo pouco para construir o que é bom, cheio de críticas, mas deficiente no amor.

É lamentável que alguns cristãos têm uma espécie de fé sem amor. Porque é sem amor não há razão para duvidar que tal fé é mesmo verdadeira. A verdadeira fé não pode existir sem o amor verdadeiro. Não podemos amar o Senhor Jesus sem amar aqueles a quem ama. "Aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama o Pai ama o filho nascido de Deus" (1Jo 5:1; 1Pe 1:3).

A igreja de Colossos, aparentemente, tinha sido perturbado por esse tipo de filosofia, pensando que estavam faltando algo de Deus que tinha de ser fornecido por algum ato, ritual, ou de outro requisito, além de salvação. Para alguns dos membros a idéia se transformou em heresia real, o que foi ensinado e promulgada no lugar de ensino apostólico.

Eles estavam sendo ensinados que uma pessoa precisa de Cristo além de filosofia humana, a mesma abordagem para o evangelho visto no liberalismo moderno, neoorthodoxy, existencialismo e outros sistemas teológico-filosófica que aparecem sob o disfarce do cristianismo. De tal heresia Paulo diz: "Vede que ninguém vos faça presa por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo" (Cl 2:8) .

Ainda hoje muitos cristãos gastam uma grande quantidade de tempo e esforço em vão à procura de bênçãos já disponível para eles. Eles oram para a luz de Deus, embora Ele já forneceu luz em abundância através da Sua Palavra. Sua necessidade é a de seguir a luz que já possuem. Eles oram para a força, embora a Sua Palavra diz que eles podem fazer todas as coisas através de Cristo que os fortalece (Fm 1:4, onde o termo claramente se refere a órgãos físicos, com Cl 3:12;. Fm 1:7, Fm 1:20 e 1Jo 3:17, onde se refere a afetos e sentimentos).

Uma das causas da imaturidade na igreja de Corinto era a dependência de sentimentos acima conhecimento. Muitos crentes estavam mais interessados ​​em fazer o que parecia certo do que em fazer o que Deus declarou ser o certo. Paulo, portanto, lhes disse: "A nossa boca tem falado livremente para você, O Corinthians, o nosso coração [ kardia ] está bem abertos. Você não está retido por nós, mas você está contido em seus próprios afetos [ splanchnon ] Agora, em um intercambiável como falo como a crianças-abertos ampla para nós também "(2 Cor. 6: 11-13). O apóstolo disse que, na verdade, "Eu não posso levar a verdade de Deus de minha mente e dar-lhe a sua mente, pois suas emoções ficam no caminho." Em vez de suas emoções sendo controlado pela verdade de Deus, suas emoções distorcidas sua compreensão da Sua verdade.

Portanto, Paulo ora para as mentes dos efésios a ser iluminado . As emoções têm um lugar importante na vida cristã, mas eles são confiáveis ​​apenas como eles são guiados e controlados por verdade que de Deus chegamos a conhecer e compreender através de nossas mentes. É por isso que estamos a "deixar a palavra de Cristo ricamente habitar dentro de [nós]" (Cl 3:16). Quando o Espírito Santo trabalha na mente do crente, Ele enriquece-lo a compreender a verdade divina que é forte e profundo, e, em seguida, refere que a verdade a esses aspectos da vida que envolvem as nossas emoções, inclusive a vida.

Enquanto Jesus conversou com os dois discípulos no caminho de Emaús, seus corações (ou seja, suas mentes) queimado dentro deles; mas não foi até que "seus olhos se abriram [que] eles reconheceram" (Lucas 24:31-32). Antes do Espírito iluminar-lhes que tinham a informação, mas não a compreensão; o que sabiam ser verdade, mas eles não podiam no poder de suas próprias mentes compreender o significado e importância.

A primeira coisa para a qual Paulo ora é que os crentes ser esclarecido sobre a grandeza do plano de Deus. Na mais abrangente de termos, o apóstolo pede que lhes seja dada a compreensão de a esperança da sua vocação e as riquezas da glória da sua herança nos santos . Ele ora por Deus para iluminá-los sobre as verdades magníficas da eleição, predestinação, a adoção, a redenção, o perdão, sabedoria e discernimento, herança e de vedação e penhor do Espírito Santo sobre o qual ele acaba de ser instruindo-os (vv. 3-14 ).

Essas verdades resumir plano mestre de Deus para a redenção da humanidade, Seu plano eterno para trazer os homens de volta a Ele através do Seu próprio Filho, tornando-os Seus filhos. Agora que eles pertenciam a Cristo pela fé (v. 13), o desejo supremo de Paulo era para os crentes de Éfeso para realizar plenamente o que a sua nova identidade significava. "Você não eram reflexão tardia de Deus", diz ele."Deus não só escolheu para salvá-lo, mas Ele escolheu para te salvar eras antes de existirem, eras antes que você teria oportunidade por Sua graça para escolhê-lo. Isso é quem você é!"
Até entendermos quem somos verdadeiramente em Jesus Cristo, é impossível viver uma vida obediente e gratificante. Somente quando sabemos quem realmente somos podemos viver como quem somos. Só quando chegamos a compreender como nossas vidas estão ancoradas na eternidade é que podemos ter a perspectiva correta e motivação para viver no tempo. Só quando chegamos a compreender a nossa cidadania celestial podemos viver vidas obedientes e produtivas como cidadãos piedosos na terra.

É grande plano de Deus que cada crente um dia "serem conformes à imagem de seu Filho" (Rm 8:29). Essa é a esperança da sua vocação -o destino eterno e glória do crente cumpra no reino vindouro. A plenitude do que a esperança será experimentado quando recebemos as supremas riquezas da glória da sua herança nos santos . É verdade também magnífico para palavras para descrever, e é por isso mesmo própria revelação de Deus requer a iluminação do seu Espírito, para que os crentes até mesmo para começar a entender a magnitude maravilhosa das bênçãos da salvação que existem na esfera dos santos.

Nossa condição de filhos gloriosos de Deus e co-herdeiros com Jesus Cristo de tudo o que Deus possui é a consumação e no final de salvação prometida desde a eternidade passada e realizada em esperança até que o futuro manifestação de Cristo. Não há nada mais para buscar, nada mais a ser dado ou recebido. Temos tudo agora e vamos tê-lo por toda a eternidade.

Compreender a grandeza do poder de Deus

e qual é a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos. Estes são, de acordo com a operação da força do seu poder, que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, (1: 19-20)

Segundo pedido de Paulo é para o Senhor para dar aos crentes de Éfeso compreensão de sua grande potência que vai trazê-los para a sua herança na glória. No verso 19, Paulo usa quatro sinónimos gregas diferentes para enfatizar a grandeza desse poder.

Primeiro é dunamis ( poder ), da qual nós temos dinamite e dínamo. Este poder é só para os cristãos, para aqueles que acreditam . Não só isso, mas é todo o poder que nunca são oferecidos ou jamais poderia ter. Não poderia haver mais, e é insensato e presunçoso para pedir mais. A suprema grandeza de Deus o poder é dado a todos os crentes, não apenas para aqueles que acreditam e, em seguida, ter uma experiência mística, segunda bênção, ou algum outro suposto adicional obra da graça. Quando somos salvos, recebemos todos a graça de Deus e todo o Seu poder, e que nos assegura a realização da nossa esperança eterna.

Em segundo lugar está energeia ( trabalhando ), a força energizante do Espírito que capacita os crentes a viver para o Senhor. O terceiro é kratos ( força ), que também pode ser traduzida como "domínio" (1Tm 6:16) ou "poder" (He 2:14). Quarta é ischus ( pode ), que carrega a idéia de poder dotado ou habilidade. Em todos esses aspectos, o Espírito Santo capacita os filhos de Deus.

Paulo não orou para que a energia seja dada aos crentes. Como eles poderiam ter mais do que o que eles tinham? Ele orou primeiro lugar, que lhes seja dada uma consciência divina do poder que possuíam em Cristo. Mais tarde, na carta (caps. 4-6) ele advertiu-os a empregar esse poder em uma vida fiel a seu Senhor.

Nós não precisamos orar para poder evangelizar, para testemunhar o evangelho a outras pessoas. Os crentes já têm esse poder. O evangelho em si "é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê" (Rm 1:16). Escrevendo aos Tessalonicenses, Paulo lembrou-lhes: "O nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção" (1Ts 1:5). Paulo cumpriu seu trabalho para o Senhor através da força do Senhor fornecido ", combatendo segundo a sua energia, o que poderosamente trabalha dentro de mim" (Cl 1:29). Pouco antes de Sua ascensão Jesus assegurou aos discípulos: "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós" (At 1:8). Para pedir a Deus por mais poder é uma afronta ao seu amor misericordioso que já nos deu tudo.

O sobrenatural poder ... trabalhando ... força e poder com que Deus supre cada crente e com o qual Ele glorificará cada crente é aquele que Ele trouxe em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita mão nos lugares celestiais . Mais tarde, na carta, Paulo lida com a questão de usar o poder de Deus em Seu serviço (3:20), mas a sua oração aqui é que nós compreender o poder da Sua guarda, Ele nos proteger e cumprir a Sua maravilhosa esperança que é nosso em Cristo . A ressurreição e ascensão de poder a energia divina que levantou Cristo da sepultura para a terra e da terra para o céu, é o poder que nos levantar para a glória.

Às vezes, todos nós somos tentados a duvidar, a me perguntar se Deus pode fazer uma determinada coisa para nós ou através de nós ou, finalmente, trazer-nos à Sua presença. Mas quando olhamos para o que Ele trouxe em Cristo , em que Ele fielmente realizado em nome de Seu Filho e em Sua garantia de que Ele vai tão fielmente realizar a sua obra em nosso favor (através a suprema grandeza do seu poder para nós ) —O terreno que temos para duvidar? À luz de tal garantia, como um cristão pode se sentir inseguro, abandonado, ou impotente? O mesmo poder ilimitado divina que o ressuscitou dentre os mortos nos ressuscitará dos mortos, e o mesmo poder que Ele sentado à sua direita nos lugares celestiais nos sentar ali com Ele. No entretanto, que o poder da ressurreição é a nossa disposição para viver a Sua glória (Ef 1:19-20; Ef 3:20.). É tão certo que este poder nos levará à glória que Paulo falou como se ele já tiver ocorrido, uma vez que já ocorreu no plano eterno de Deus (2: 6).

Compreender a grandeza da pessoa de Deus

muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E Ele colocou todas as coisas debaixo dos seus pés, e lhe deu o cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos. (1: 21-23)

Mover-se de força de Cristo à Sua majestade, terceiro pedido de Paulo é para que o Senhor dá aos crentes a compreensão da grandeza da Sua Pessoa, que protege e fortalece-los.

Uma vez, quando Timoteo foi intimidado por críticas de outros cristãos, ele compreensivelmente ficou desanimado. Paulo escreveu-lhe: "Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu evangelho, pelo qual sofro mesmo à prisão como um criminoso, mas a palavra de Deus não está presa Por esta razão eu aguentar. todas as coisas para o bem daqueles que são escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus e com ele a glória eterna "(2 Tim. 2: 8-10). "Lembre-se da grandeza da pessoa que vive dentro de você", diz Paulo. "Ele foi ressuscitado dentre os mortos e sentado à direita de Deus. Ele nasceu da descendência de Davi, como um homem como nós. Ele identifica conosco, nos entende, e se solidariza com a gente."

Todo cristão deve continuamente ter esse foco. Quando olhamos para Ele, os nossos problemas físicos, problemas psicológicos e até problemas espirituais não vai tear de modo muito importante antes de nós. Nós não só será mais capaz de ver os nossos problemas como elas realmente são, mas será, então, e só então, ter a motivação certa e poder para trabalhar com eles. É triste que lemos e ouvimos muito sobre as coisas periféricas da vida cristã e tão pouco sobre a pessoa que é a fonte de vida cristã. Quanto mais feliz e produtiva somos quando a nossa principal atenção está em sua pureza, grandeza, santidade, poder e majestade. Paulo chama os coríntios a olhar intensamente em Sua glória com a visão clara fornecida na Nova Aliança, e, assim, ser feito semelhante a Ele pelo Espírito Santo (1Co 3:18).

Que grande bênção que podemos ter quando tomamos tempo para definir nossas próprias preocupações e necessidades de lado e simplesmente se concentrar em o Senhor da glória, permitindo que o Espírito Santo para fazer em nós o que Paulo lhe pediu para fazer nos EUA Efésios-dar uma compreensão profunda de a verdade de que o nosso Senhor está acima de todo governo e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro . A regra termos ( Arche , o que significa líder ou primeiro), autoridade ( exousia ), poder ( dunamis ) e domínio ( kuriotés, senhorio) foram termos judaicos tradicionais para designar seres angélicos de grande categoria e poder. O ponto aqui é que o poder de Cristo aplicada em favor do crente não pode ser derrubado ou negada ou derrotado, porque ultrapassa de longe as hostes de Satanás que projetam para derrotá-lo.

Note-se que a questão da guerra cósmica entre Deus e suas hostes Angelicalais e Satanás e seus demônios é uma questão de grande importância nas Escrituras. Redenção é uma demonstração do poder de Deus diante dos anjos (03:10). Nosso conflito é com estes anjos caídos, que se esforçam para deter nossos esforços para Deus (6:12; conforme 1 Pd 3: 18-22, o que mostra o triunfo de Cristo sobre aqueles anjos caídos, realizado em sua morte.). Satanás e seus anfitriões têm se esforçado para frustrar o plano de Deus desde o início e são o inimigo constante da obra do reino, mas eles estão destinados a ser derrubado e eternamente banido (Ap 20:10-15).

Nosso Senhor não só está em cima, mas muito acima , de tudo e de todos. Ele está acima de Satanás e, acima de sistema mundial de Satanás. Ele está acima dos santos anjos e os anjos caídos, acima de pessoas salvas e pessoas que não foram salvos, para o tempo e para a eternidade. Ele está acima de todos os nomes, títulos, graus, níveis, poderes e jurisdições no universo. Deus pôs todas as coisas debaixo dos pés (a citação do Sl 8:1; conforme Heb 2: 8.). Não há limite de tempo, como Paulo disse Cristo será supremo não só neste século, mas também no que há de vir , isto é, no reino eterno do Senhor Jesus Cristo (conforme 2: 7).

O mais importante, na medida em que os crentes estão em causa, Deus lhe deu como cabeça sobre todas as coisas para a igreja, que é o Seu corpo, a plenitude d'Aquele que preenche tudo em todos .Cristo não só é a cabeça da igreja, mas a sua plenitude . Uma vez que Ele tem uma relação única e íntima com os remidos a quem ama, todo o Seu poder será usado em seu nome, para cumprir o Seu propósito amoroso para eles. Ele é completamente sobre nós e completamente em nós, nosso Senhor supremo e poder supremo. A igreja é a plenitude ou complemento ( Pleroma ) de Cristo. Como cabeça deve ter um corpo para manifestar a glória do que a cabeça, assim o Senhor deve ter a igreja para manifestar a Sua glória (3:10). Jesus Cristo é o único para quem a palavra incomparável aplica verdadeiramente; Ainda em uma emocionante e garantir maravilha, Ele nos escolheu para exibir sua majestade incomparável. Estamos garantidos para vir para a glória, a fim de que possamos sempre manifestar seu louvor.

O Cristo é incomparável incompleto até a igreja, que é o seu corpo , está completo. Jesus Cristo preenche tudo em todos , dando Sua plenitude aos crentes. Mas em sabedoria e graça de Deus, os crentes, como a igreja , são também a plenitude daquele . João Calvin disse: "Esta é a maior honra da igreja que até Ele está unido a nós, o Filho de Deus atribui a Si mesmo em alguma medida incompleta. O consolo é para nós a aprender que não até que estamos em Sua presença é que ele possuir todas as Suas partes, nem Ele deseja ser considerado completo. "

O ponto desta grande Pedido é para que possamos compreender o quão seguro estamos em Cristo e como inabalável e imutável é a nossa esperança da herança eterna. O poder da glorificação é invencível e é atualmente operativa para nos trazer a glória.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Efésios Capítulo 1 do versículo 1 até o 23

Efésios 1

Saudações ao povo de Deus — Ef 1:1-2 Os escolhidos de Deus — Ef 1:3-4

O plano de Deus — Ef 1:5-6 Os dons de Deus — Ef 1:7-8

A meta da história — Ef 1:9-10

Judeus e gentios — Ef 1:11-14

As marcas da igreja — Ef 1:15-23

A oração de Paulo pela igreja — Ef 1:15-23 (cont.) O corpo de Cristo — Ef 1:15-23 (cont.)

SAUDAÇÕES AO POVO DE DEUS

Efésios 1:1-2

Paulo começa sua Carta mencionando os únicos dois títulos de fama que possui.

  1. Era um apóstolo de Cristo. Nesta afirmação tinha em mente três coisas.

  1. Significava que pertencia a Cristo. Sua vida não era sua própria para dispor dela a seu gosto: era possessão de Jesus Cristo e devia vivê— la de acordo com o que Cristo exigia.
    1. Significava que tinha sido comissionado e enviado por Jesus Cristo. A palavra apostolos vem do verbo apostellein que significa

despachar ou enviar. Podia usar-se, por exemplo, para um esquadro naval enviado a uma expedição ou para um embaixador enviado por seu país nativo. Descreve ao que é enviado para desempenhar uma tarefa

especial. O cristão se considera a si mesmo, durante toda sua vida, como membro de uma força de trabalho de Cristo. Tem uma missão: a de servir a Cristo no mundo.

  1. Finalmente dá a entender que todo o poder que possuía era um poder delegado. O sinédrio era a corte suprema dos judeus. Em matéria de religião mantinha sua autoridade sobre cada judeu em todo mundo.

Quando o sinédrio tinha chegado a uma decisão entregava-a a um apostolos para que por sua vez este a transmitisse às pessoas interessadas e verificasse seu cumprimento. Quando esse apostolos partia não o fazia

simplesmente por autoridade e poder próprios: estava respaldado e acreditado pela autoridade do sinédrio a quem representava. O cristão é representante de Cristo no mundo. Mas não leva a cabo esta tarefa por

virtude e poder próprios; com ele estão a virtude e o poder de Jesus Cristo.

  1. Paulo continua dizendo que era apóstolo por vontade de Deus. Ao dizer isto não há nenhum acento de vanglória, mas sim de pura

admiração. Paulo vivia no final de seus dias o assombro de que Deus tivesse eleito um homem como ele para esta tarefa.

O cristão nunca deve inflar-se de vanglória pela tarefa que Deus o

encomenda; antes, tem que sentir-se maravilhado porque Deus o tenha considerado digno de desempenhá-la.

Assim, pois, Paulo continua dirigindo sua Carta aos que vivem em

Éfeso e são fiéis a Jesus Cristo. O cristão vive sempre uma dupla vida. Os amigos de Paulo viviam em Éfeso e em Cristo. Todo cristão tem um

domicílio humano e outro divino. Vive em certo lugar do mundo, mas ao mesmo tempo vive em Cristo. E este é precisamente o segredo da vida cristã. Alister MacLean fala de uma dama que viveu nos Países "highlands" de Escócia uma vida dura, mas de contínua tranqüilidade. Ao ser interrogado pelo desta vida respondeu: "Meu segredo está em navegar pelos mares e manter sempre o coração no porto." O segredo da serenidade do cristão está em que, onde quer que ele esteja, está também em Cristo.

Paulo começa com a saudação com que sempre começa. Diz: "Graça e paz a vós." Aqui há duas palavras de enorme significado na fé cristã. A palavra graça contém sempre duas idéias principais. A graça é sempre algo amável. O termo grego caris pode traduzir-se por encanto. Na vida cristã deve haver certa bondade e certo encanto. Um cristianismo que não tem atrativos não é verdadeiro cristianismo. Graça descreve sempre um dom e um dom que o homem não pode obter por si mesmo, e que nunca ganhou nem mereceu em forma alguma. O tratamento que Deus nos dá, e seus dons, são coisas que recebemos por pura generosidade do coração de Deus. Cada vez que mencionamos a palavra graça pensamos no puro encanto da vida cristã e na pura e imerecida generosidade do coração de Deus. Devemos tomar cuidado ao relacionar à vida cristã a palavra paz. Em grego o termo é eirene, mas traduz o hebreu shalom. Na Bíblia a palavra paz nunca é puramente negativa: nunca descreve simplesmente a ausência de tribulações, dificuldades e aflições. Shalom significa tudo o que se relaciona com o bem supremo do homem; todo aquilo que contribui a fazê-lo homem no mais alto sentido da palavra; tudo o que faz com que a vida seja verdadeiramente digna de ser vivida. A paz cristã é algo absolutamente independente das circunstâncias externas.

A pessoa pode viver no meio do luxo e as comodidades no melhor da Terra; pode possuir a melhor das casas e a maior conta bancária e

entretanto carecer de paz; por outro lado, a pessoa pode desfalecer na prisão, morrer no pelourinho ou viver uma vida carente de toda

comodidade e, entretanto, desfrutar de uma paz perfeita. Qual a explicação para isto? A explicação é que há uma só fonte de paz em todo mundo: o cumprimento da vontade de Deus. Sabemos perfeitamente que quando fazemos algo que sabemos que não deveríamos fazer ou quando omitimos algo que sabemos que teríamos que fazer, fica sempre em nossa

consciência um fundo de intranqüilidade e inquietação persistentes, e também sabemos muito bem que se estamos fazendo algo muito difícil, ainda que estejamos fazendo algo que não é de nosso agrado se soubermos que é o que corresponde fazer, há em nossos corações certo contentamento. "Em sua vontade está nossa paz." A única paz na Terra está na vontade de Deus.

OS ESCOLHIDOS DE DEUS

Efésios 1:3-4

Em grego a longa passagem que vai do versículo 3 ao 14 é uma só oração. É tão longa e tão complicada porque representa nem tanto o enunciado de um raciocínio como um lírico canto de louvor. A mente de

Paulo avança, não porque esteja pensando logicamente, mas sim porque os dons e as maravilhas de Deus desfilam perante seus olhos e penetram em sua mente. Para entender o pensamento de Paulo devemos esmiuçar

sua frase em sentenças curtas.

Nesta passagem Paulo pensa nos cristãos como o povo escolhido de Deus, e sua mente se encaminha em três direções.

  1. Pensa no ato da eleição de Deus. Jamais creu, ele próprio, ter escolhido o serviço e a obra de Deus; sempre pensou que Deus o tinha escolhido. Jesus havia dito a seus discípulos: “Não fostes vós que me

escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós” (Jo 15:16). Para Paulo todo vem de Deus Aqui está precisamente o maravilhoso. Não seria nada extraordinário que o homem escolhesse a Deus; o maravilhoso é que Deus tenha escolhido ao homem.

  1. Paulo pensa na generosidade da eleição divina. Deus nos escolheu para nos abençoar com bênçãos que só se encontram nos céus. Há certas coisas que o homem pode encontrar ou descobrir por si mesmo; mas há outras que superam suas possibilidades. O homem pode chegar por si mesmo a certa habilidade num oficio ou numa ciência; pode obter certa posição no mundo; pode amassar uma determinada quantidade de bens deste mundo. Mas jamais poderá por si mesmo obter a bondade ou a paz espiritual. Deus nos escolhe para nos dar aquelas coisas que só Ele pode dar.
  2. Paulo pensa no propósito da eleição de Deus. Deus nos escolhe para que sejamos santos e sem mancha. Estas duas afirmações são de

importância. O termo grego por santo é hagios que contém sempre a idéia de diferença e separação. Algo que é hagios é diferente das coisas ordinárias. Um templo é santo porque é diferente dos outros edifícios:

um sacerdote é santo porque é diferente do homem comum; uma vítima é santa porque é diferente de outros animais; Deus é santo por excelência porque é diferente do homem; o dia de repouso é santo porque é

diferente de outros dias. Assim, pois, Deus escolhe o cristão para que seja diferente de outros homens. Isto é o fato e o desafio que a Igreja enfrentou com tanta lentidão. Na Igreja primitiva o cristão jamais

duvidava de que devia ser diferente do mundo; de fato, sabia que tinha que ser tão diferente que existia a probabilidade de que o mundo o matasse e com toda segurança o aborreceria. Mas a Igreja moderna tende a diminuir a diferença entre Igreja e mundo. Com muita freqüência

temos dito às pessoas: "Enquanto vivam uma vida decente e respeitável, está perfeitamente certo que sejam membros da Igreja e sejam chamados cristãos. Não precisam ser tão diferentes de outros." A verdade é que o

cristão deveria poder ser identificado no mundo. Deve-se lembrar sempre que a diferença em que Cristo insiste não é a que tira o homem fora do mundo, mas sim o homem seja diferente dentro do mundo.

Teria que ser possível a identificação do cristão na escola, no trabalho, na fábrica, no emprego, no hospital e em qualquer parte. E a

diferença está em que o cristão vive, obra e se comporta não de acordo com o imperativo de alguma lei humana, mas sim de acordo com o imperativo da lei de Cristo. O professor cristão não deve satisfazer as prescrições da autoridade educativa ou de um diretor, mas sim deve satisfazer as exigências de Cristo, e isto significará quase certamente, uma atitude completamente diferente para seus alunos. Um operário cristão não deve satisfazer as prescrições do sindicato, mas sim as de Jesus Cristo que o farão certamente um operário de um tipo muito diferente, tanto que bem pode terminar sendo expulso do sindicato. O médico cristão jamais olhará o doente como a um caso mais, mas sim sempre como uma pessoa. O empregador cristão se interessará por muito mais que o mero pagamento do salário mínimo ou a simples criação das condições mínimas de trabalho. A simples verdade é que se suficientes cristãos se tornassem hagios — diferentes, responsáveis só perante Cristo

  1. revolucionariam a sociedade. E esta é, em realidade, em verdade a missão cristã.

A expressão sem mancha corresponde ao grego amomos. O termo é

de interesse porque pertence ao vocabulário sacrificial. Segundo a Lei judia, antes que um animal pudesse ser devotado em sacrifício devia ser examinado e inspecionado; se fosse encontrado algum defeito devia ser rechaçado como inadequado para a oferenda a Deus. Só o melhor era apto para ser devotado a Deus. Esta palavra amomos concebe toda a vida e todo o homem como uma oferenda a Deus. Cada parte de nossa vida, nosso trabalho, nossos prazeres, nossos esportes, nossa vida familiar, nossas relações pessoais deve ser parte de nossa oferenda a Deus. Esta palavra não significa que o cristão deva ser respeitável; significa que deve ser perfeito. O cristão amomos é aquele que desterra toda complacência própria e toda satisfação com menos que o melhor; é um desafio para que o homem faça tão perfeita sua vida inteira que possa oferecê-la a Deus. É o fim da atitude que diz: "Sei que incorro em faltas, mas não posso mudar"; é o fim da atitude que sabe que não fazemos nosso trabalho tão bem como se poderia fazer, mas veio a conformar-se

com menos que o melhor. Significa simplesmente que a norma cristã não é menos que a perfeição, e que para o cristão nada valem os juízos de acordo com um critério humano: só pensa em dar satisfação ao escrutínio de Deus.

O PLANO DE DEUS

Efésios 1:5-6

Nesta passagem Paulo nos fala do plano de Deus. Uma das imagens que o apóstolo usa mais de uma vez sobre o que Deus tem feito pelo homem, é a da adoção (conforme Rm 8:23; Gl 4:5). Deus nos adotou

em sua família como filhos.

No mundo antigo, onde prevalecia o direito romano, a imagem tinha um significado maior que entre nós. No mundo romano a família se baseava no que se chamava a pátrio poder: o poder do pai. Sob a lei

romana o pai possuía um poder absoluto sobre seus filhos enquanto vivessem. O pai romano podia vender seu filho como escravo; até podia matá-lo. De acordo com a antiga lei romana, que ainda estava em

vigência no tempo de Paulo, o pai tinha direito de vida e de morte sobre seus filhos. Dion Cassius nos fala do que era a lei romana: "A lei romana dá ao pai uma autoridade absoluta sobre seu filho durante toda a vida do

mesmo. Dá-lhe autoridade de reduzi-lo a prisão, se assim o desejar, de castigá-lo, de fazê-la trabalhar em sua fazenda como um escravo algemado, e até de matá-lo. Este direito se mantém mesmo quando o

filho chegue a uma idade em que desempenhe parte ativa nos assuntos políticos ou chegue a ser considerado digno de ocupar o cargo de magistrado ou seja honrado por todos. É verdade que quando um pai

julgava a seu filho supunha-se que consultaria os membros masculinos da família, mas isto não era necessário.

Há exemplos concretos de casos em que o pai condenava seu filho à morte. Salustio (A conspiração da Catilina,
39) narra como um filho

chamado Aulio Fulvio se uniu à rebelde Catilina. Foi detido na viagem e

levada de volta. E seu pai ordenou que fosse executado. Ele o fez por sua própria autoridade privada, e a razão que deu foi que: "Ele o havia engendrado, não para a Catilina contra seu país, senão para seu país contra Catilina." Sob o direito romano um filho não podia possuir nada; qualquer herança ou qualquer obséquio que lhe dessem passava a ser propriedade do pai. Não importava a idade do filho ou as honras e responsabilidades que tivesse obtido: estava absolutamente sob o poder do pai. É óbvio que em tais circunstâncias a adoção era um passo extremamente importante. Era tremendamente sério tirar o menino do pátrio poder para colocá-lo sob outro. Entretanto, não era estranho que com freqüência se adotassem meninos para evitar a extinção de uma família e assegurar que continuasse existindo.

O ritual de adoção deve ter sido muito impressionante. Levava-se a cabo mediante uma venda simbólica na que se usavam moedas e

balanças. Por duas vezes consecutivas o pai verdadeiro vendia o filho para, simbolicamente, comprá-lo de novo. Finalmente ao vendê-lo pela terceira vez já não o comprava de novo. Então o adotivo devia ir ao

pretor, um dos principais magistrados romanos, para legalizar a operação de adoção. Só depois de tudo isto a adoção era completa. Mas quando era completa o era seriamente. A pessoa adotada desfrutava na nova

família de todos os direitos de um filho legítimo e perdia todo direito em sua família anterior. Perante a lei era uma nova pessoa. Tão nova era, que até as dívidas e obrigações relacionadas com sua família anterior ficavam canceladas ou abolidas como se jamais tivessem existido.

Paulo diz que isto é o que Deus fez por nós. Estávamos inteiramente sob o poder do pecado e do mundo. Deus por meio de Jesus nos tirou deste poder para nos transladar ao dEle. Esta adoção apaga e

elimina o passado em tal medida que somos feitos novos. Passamos da família do mundo e do mal à família de Deus.

OS DONS DE DEUS

Efésios 1:7-8

Nesta breve seção deparamo-nos com três grandes concepções da fé cristã.

  1. Existe a idéia de redenção. A palavra usada é apolutrosis. O termo vem do verbo lytroun que significa resgatar e se usa para o resgate do homem feito prisioneiro de guerra ou escravo. Aplica-se

também à libertação do homem da pena de morte merecida por algum crime. É a palavra que se usa para referir-se à libertação divina dos filhos de Israel da escravidão do Egito, assim como ao resgate contínuo do

povo eleito em tempo de tribulação. Em cada caso pensa-se em que o homem é redimido e liberado de uma situação da que era incapaz de libertar-se por si mesmo ou de uma dívida que jamais teria podido pagar por seus próprios meios. Paulo diz, pois, em primeiro termo, que Deus

redimiu os homens de uma situação da qual jamais teriam podido redimir-se por si mesmos. Na verdade isto era precisamente o que o cristianismo fez pelos homens. Quando veio o cristianismo ao mundo os

homens jaziam oprimidos pelo sentimento da própria impotência. Reconheciam o próprio pecado e a própria incapacidade; tinham consciência do fracasso de suas vidas como também de sua impotência

para remediar essa situação.

Sêneca abunda nessa classe de sentimentos de pura frustração. Sobre os homens — diz — pesa entristecedora a consciência de sua

ineficiência no necessário. Diz de si mesmo que é um homo non tolerabilis: um homem intolerável. Os homens — diz num tom de desespero — amam seus vícios e ao mesmo tempo os odeiam. O que

precisam — exclama — é que uma mão desça e os levante.

Os maiores pensadores e as mentes mais sensíveis do mundo pagão tinham consciência de estar sob o domínio de algo que não podiam remover por seus próprios meios. Necessitavam a libertação, o

dinamismo de algum poder. E isto era justamente o que havia trazido a

libertação de Jesus Cristo. E segue sendo certo que Cristo pode por seu poder libertar o homem da escravidão da impotência perante as coisas que atraem e desgostam ao mesmo tempo. Para dizê-lo da maneira mais simples, Jesus pode ainda tornar bom o homem mau.

  1. Existe o perdão. O mundo antigo era presa do sentido do pecado. Pode-se dizer que todo o Antigo Testamento não é mais que uma ilustração da afirmação: "A alma que pecar essa morrerá" (Ez 18:4). Os homens tinham consciência de sua própria culpabilidade e estavam aterrorizados, perante seu deus ou seus deuses. Diz-se às vezes que os gregos não possuíam o sentido do pecado. Nada mais longe da verdade. "Os homens", diz Hesíodo, "sentem prazer acariciando o que é para sua própria perdição." Todo o teatro de Esquilo se fundamenta num texto: "Aquele que faz o mal, o paga." Uma vez que alguém fazia algo mau Némesis saía em sua perseguição: mais cedo ou mais tarde Némesis o alcançaria; o castigo seguia-se ao pecado com tanta segurança como a noite ao dia.

Se houver algo que o homem conhecia, era o sentido do pecado e do medo a Deus. Jesus mudou toda esta situação. Abriu o caminho a

Deus; ensinou aos homens, não o ódio, mas sim o amor divino. E porque Jesus veio ao mundo os homens, até em seus pecados, descobriram o

amor de Deus.

  1. Existe a sabedoria e a inteligência. As duas palavras gregas são sofia e fronesis e Cristo nos trouxe ambas as coisas. Agora, isto é muito interessante. Os gregos escreviam e pensavam muito a respeito destes

termos; se o homem possuía ambas as coisas, estava perfeitamente equipado para a vida. Aristóteles define sofia, sabedoria, como o conhecimento das coisas mais preciosas; Cícero, como o conhecimento

das coisas humanas e divinas. A sofia era o objeto do intelecto que busca, da mente que questiona, dos alcances do pensamento humano. É a resposta aos problemas eternos da vida e da morte, de Deus e do homem,

do tempo e da eternidade. Aristóteles definiu a fronesis como o conhecimento dos negócios humanos e das coisas que exigem um

planejamento. Plutarco, como o conhecimento prático das coisas que nos concernem. Cícero, como o conhecimento das coisas que têm que ser buscadas e das que têm que evitar-se. Platão, como a disposição da mente para julgar sobre o que se tem que fazer e sobre o que não se tem que fazer.

Em outras palavras, a fronesis é a coisa mais prática do mundo. É o sentido são do homem que o capacita a resolver os problemas práticos da vida diária. Paulo afirma que Jesus nos trouxe sofia: o conhecimento das

coisas eternas, o conhecimento intelectual que satisfaz a mente; e que nos trouxe fronesis: o conhecimento prático que nos capacita a tratar e resolver diariamente os problemas de nossa vida diária. Desta maneira o

caráter cristão torna-se de certo modo completo. Há certas pessoas que se sentem cômodas no estudo: movem-se familiarmente em meio dos problemas teológicos e filosóficos e, entretanto, são incapazes e ineptas

para os assuntos ordinários da vida diária. Há outras pessoas que afirmam pertencer ao tipo do homem prático, tão comprometidas com os negócios da vida que não dispõem de tempo para interessar-se pelas

coisas últimas. À luz dos dons divinos concedidos por Cristo, ambas as classes são imperfeitas e parciais. Cristo nos traz a solução dos problemas tanto da eternidade como do tempo. Cristo dá aos homens a

capacidade de contemplar as grandes verdades últimas da eternidade e de resolver os problemas de cada momento.

A META DA HISTÓRIA

Efésios 1:9-10

Agora Paulo se introduz totalmente no tema. Diz que agora Deus

nos manifestou "o mistério de sua vontade". O Novo Testamento usa a palavra mistério num sentido muito particular. Aqui mistério nada tem que ver com algo misterioso no sentido de difícil de entender, mas com algo que por muito tempo permaneceu em segredo e agora se revela; é algo que ainda permanece incompreensível para a pessoa não iniciada

em seu significado. Tomemos um exemplo. Suponhamos que alguém que não sabe absolutamente nada do cristianismo fosse levado a um serviço de comunhão. Para ele seria um mistério total; não entenderia nada do que estava passando. Mas para aquele que conhece a história de Cristo, que conhece o relato e o significado da Última Ceia, que sabe que Jesus deixou este memorial a seus discípulos, todo o serviço e cada ação do mesmo têm um significado muito claro. Assim, pois, no sentido neotestamentário, mistério é algo oculto aos pagãos mas claro para os cristãos; é um segredo cujo significado foi revelado.

E qual era para Paulo o significado do mistério da vontade divina? Este mistério consistia em que o evangelho estava aberto também aos

gentios. Aqui radicava o grande segredo de Deus. Até Jesus chegar tinha parecido que os judeus eram o povo escolhido de Deus. Agora Deus tinha revelado que seu amor e seu cuidado, sua graça, sua misericórdia,

as boas novas de Deus, estavam destinados não só aos judeus, mas também a todo mundo.

E agora Paulo verte seu grande pensamento numa só sentença. Até

agora os homens tinham vivido num mundo dividido. Por onde se olhar existe esta divisão. Havia divisão entre os animais e os homens. O domínio do homem tinha quebrado a união social da natureza. Havia divisão entre o judeu e o gentio, entre o grego e o bárbaro. Sobre toda a redondeza do mundo não existia outra coisa senão luta, tensão, guerra, ódio e separação. O que se podia afirmar do mundo, também se aplicava a cada homem em particular. Cada pessoa é uma guerra civil em marcha. Dentro do homem há tensão, divisão e luta entre o bem e o mal, entre o justo e o injusto, sobre a paixão e a razão, entre o instinto e a vontade. Por onde quer que fosse neste mundo havia divisão; e Jesus veio ao mundo para eliminar as divisões, para resolver as tensões, para fechar as brechas e separações e para reunir em um todos os homens. Para Paulo nisto consistia o segredo de Deus. O desígnio de Deus era que todos os fios diferentes, todos os cabos soltos das coisas, todos os elementos belicosos, competitivos e agressivos do mundo chegassem a

reunir-se em unidade e união em Cristo Jesus. Cristo veio para que nEle o mundo fosse um.

Surge agora outro pensamento de tremenda importância em Paulo. Diz que toda a história foi um desenvolvimento desse processo. Através

de todas as épocas houve um plano, uma preparação e uma administração das coisas para que chegasse o dia da unidade. A palavra que Paulo usa para esta preparação e planejamento é de supremo interesse. É a palavra oikonomia, que literalmente significa

administração doméstica. O oikonomos era o mordomo encarregado de que os negócios familiares partissem sobre trilhos e ininterruptamente. Assim. pois, Paulo concebe toda a história como planejamento, projeto,

administração e preparação para que o mundo terminasse sendo uma família em Deus.

É convicção cristã que a história tem um plano: um propósito, que é

o desenvolvimento da vontade de Deus. Isto todos os historiadores nem pensadores puderam ver.

Oscar Wilde disse em um de seus epigramas: "Oferecem a seus

filhos o calendário criminal da Europa sob o nome de história."

G. N. Clark disse em sua classe inaugural de Cambridge: "Não há nenhum segredo nem plano que descobrir na história. Não creio que

nenhuma consumação futura poderia dar sentido a todas as irracionalidades das épocas precedentes. Se não se pode dar razão delas, muito menos as poderá justificar."

Em sua introdução à História da Europa H. A. L. Fisher escreve:

"Uma emoção intelectual, entretanto, foi-me negada. Homens mais sábios e eruditos que eu descobriram na história uma trama, um ritmo, um esquema predeterminado. Estas harmonias me estão encobertas. Eu só posso ver que uma situação de emergência segue-se à outra, assim como uma onda segue-se à anterior. Só posso ver um grande fato com respeito ao qual, porque é único não pode haver generalizações; só uma regra segura para o historiador: no desenvolvimento dos destinos humanos deve reconhecer o jogo do contingente e imprevisto."

André Maurois diz: "O universo é indiferente. Quem o criou? Por que estamos girando neste diminuto montão de barro dentro de um espaço infinito? Não tenho a menor idéia, e estou convencido de que ninguém tem a mais mínima idéia."

Acontece que estamos vivendo numa época em que os homens perderam a fé em que este mundo tenha algum sentido. Mas o cristão tem fé em que neste mundo está-se desenvolvendo o propósito divino; e Paulo tem a convicção de que esse propósito é que um dia todas as coisas e todos os homens cheguem a ser uma família em Cristo. Paulo vê que toda a história esteve partindo neste sentido. Em seu conceito, este segredo, este mistério, não foi captado até que veio Jesus. E — segundo Paulo — a Igreja tem a grande missão de realizar esse desígnio de unidade que é o propósito divino revelado em Jesus Cristo.

JUDEUS E GENTIOS

Efésios 1:11-14

Aqui se encontra o primeiro exemplo da nova unidade oferecida por

Cristo. Quando Paulo fala de nós refere-se aos de sua própria nação, os judeus; quando fala de vós pensa nos gentios aos quais está escrevendo; e quando, na última sentença, usa de novo nós pensa em judeus e gentios ao mesmo tempo.

Em primeiro termo, Paulo fala dos judeus. Também eles têm sua parte dentro do plano de Deus. Tinham sido os primeiros em crer e

esperar a vinda do Ungido de Deus. Através de toda a história os judeus esperaram o Messias e sonharam com Ele. Dentro da ordem estabelecida eles deviam ser a nação da qual sairia o Escolhido de Deus.

Adam Smith, o grande economista, sustentava que todo o padrão da vida estava baseado no que chamava a divisão do trabalho. Queria dizer que a vida só pode avançar quando cada um tem uma tarefa e a realiza e quando os resultados reunidos de todas as tarefas chegam a ser de

domínio comum. O sapateiro faz sapatos, o padeiro pão, o alfaiate trajes;

cada um leva a cabo sua própria tarefa e quando cada um se dedica a seu trabalho e o realiza com eficiência, o resultado é o bem total de toda a comunidade. O que é certo dos indivíduos, é também certo das nações. Cada nação tem seu lugar e seu parte no esquema divino de todas as coisas. Os gregos ensinaram ao homem o que é a beleza do pensamento e da forma; os romanos o direito e a ciência de governar e administrar; os judeus a religião. Os judeus foram o povo preparado para que dele saísse o Messias de Deus. Isto não significa que Deus não tivesse preparado também a outros povos. Se não se tivesse feito uma preparação das nações tampouco a mensagem cristã difundida pelo mundo teria encontrado um terreno apto para acolhê-lo: Deus preparou em todo o mundo os homens e nações para que no momento oportuno recebessem sua .mensagem. Mas a nação judia por privilégio singular constituiu-se a primeira nação que esperou e aguardou a vinda do Ungido de Deus ao mundo.

Logo

Paulo

dirige-se

aos

gentios

em

cujo

desenvolvimento distingue três etapas.

  1. Receberam a palavra. Os pregadores levaram-lhes a mensagem cristã. Esta palavra recebida era duas coisas. Em primeiro lugar, era a

palavra de verdade. Brindava-lhes a verdade a respeito de Deus, do mundo em que viviam e deles mesmos. Em segundo lugar, era uma boa nova. O cristianismo é por excelência a boa nova de Deus; é a mensagem do amor e da graça de Deus.

  1. Foram selados com o selo do Espírito Santo. No mundo antigo
  2. e este é um costume que ainda perdura hoje — quando se despachava um vulto, uma cesta ou um pacote, era selado como garantia de que

procedia do remetente e que estava intacto. O selo indicava de onde procedia o pacote e a quem pertencia. A possessão do Espírito Santo é o selo e o sinal de que o homem pertence a Deus. É o Espírito Santo

aquele que conduz o homem ao conhecimento de Deus; aquele que o capacita para enfrentar a vida e não desfalecer; aquele que lhe diz o que

deve fazer e lhe dá forças para fazê-lo. O Espírito Santo nos mostra a vontade de Deus e nos capacita a realizá-la.

Agora, aqui Paulo diz algo muito importante sobre o Espírito Santo. Chama-o o penhor de nossa herança. O termo grego é arrabon. O

arrabon era um característico normal do comércio grego. Consistia numa parte do preço de compra dado antecipadamente como garantia de que, no seu devido tempo, seria pago o resto do preço. Ainda existem muitos documentos comerciais gregos nos quais aparece a palavra. Uma

mulher vende uma vaca e receba tantas dracmas como arrabon, quer dizer, como garantia e segurança de que o preço total se abonaria no tempo fixado. Contrata-se a algumas bailarinas para uma celebração

pública, e lhes é feito um pagamento um tanto antecipado como garantia do total ao fechamento da representação. O que Paulo diz, pois, é que a experiência do Espírito Santo que temos neste mundo é uma antecipação

das alegrias e bênçãos do céu; e ao mesmo tempo é a garantia de que um dia entraremos na plenitude do conhecimento, do poder e da alegria. É a garantia de que algum dia entraremos na plena possessão da felicidade e

a bem-aventurança de Deus.

Temos aqui a grande verdade de que a maior e mais elevada, e a mais cara e íntima experiência de paz e alegria cristãs que se pode

alcançar neste mundo, é só uma antecipação da alegria em que entraremos um dia. É como se Deus nos tivesse dado o bastante para estimular nosso apetite, e o suficiente para nos dar a certeza de que um dia nos dará isso tudo.

AS MARCAS DA IGREJA

Efésios 1:15-23

A seção de maior importância, o segundo passo na argumentação de Paulo, encontra-se justamente no final desta passagem. Mas antes de chegar ali devemos notar algumas coisas nos versículos precedentes.

Temos perante nós numa síntese perfeita, as características de uma verdadeira Igreja. Tinha chegado aos ouvidos de Paulo a fé em Cristo de seus leitores, e o amor que tinham para com todo o povo consagrado de Deus. As duas coisas que devem caracterizar a toda Igreja verdadeira são a fidelidade a Cristo e o amor aos homens. Há uma fidelidade a Cristo que não deriva em amor aos homens. Os monges e ermitões tinham uma fidelidade a Cristo que os separava de seus congêneres e os fazia abandonar as atividades ordinárias da vida para permanecer isolados em lugares desérticos. Os caçadores de hereges da inquisição espanhola e de várias outras épocas tinham uma fidelidade a Cristo que os fazia perseguir àqueles que pensavam de outra maneira. Antes da vinda de Jesus os fariseus tinham uma lealdade a Deus que os fazia considerar-se justos e desprezar àqueles que consideravam menos leais que eles. O cristão verdadeiro ama a Cristo e ama a seus semelhantes. Mais ainda, o verdadeiro cristão sabe que não pode mostrar seu amor a Cristo de outra maneira que amando a seus semelhantes. Por mais ortodoxa que seja uma igreja, por mais pura que seja sua teologia, nobres seu culto e sua liturgia, não é uma igreja no sentido verdadeiro da palavra se não se caracterizar pelo amor aos homens. Há igrejas que raramente se pronunciam em público a não ser para criticar e censurar; o acento de sua voz é de contínua critica. Podem ser adaptadas, mas não cristãs. A Igreja verdadeira se caracteriza por um duplo amor: amor a Cristo e amor aos homens.

F. W. Boreham cita uma passagem do Robert Buchanan em Shadow of the Sword onde se descreve a capela do ódio:

"Cem anos há encontrava-se num páramo desolado e ermo da Inglaterra. Estava em ruínas; os muros enegrecidos e manchados com o limo de séculos; ao redor de seu ruído altar cresciam a urtiga e as más ervas até a altura dos ombros; enquanto negras névoas carregadas de chuva se abatiam dia e noite sobre a lúgubre cena. Sobre o portal da capela e semi— apagado estava seu nome. Tinha sido dedicada a Nossa Senhora do Ódio. Até ela", diz Buchanan, "acudiam homens e mulheres em horas de paixão e de dor para lançar maldições sobre seus inimigos — a donzela sobre seu

falso amante, o amante sobre sua falsa dama, o marido sobre sua falsa mulher — implorando cada um deles que Nossa Senhora do Ódio lhes desse ouvidos, e que as pessoas odiadas morreram durante o ano." E logo o novelista adiciona: "Com tanta amplitude e profundidade brilhava a nobre luz cristã em suas mentes!"

Uma capela para o ódio é uma lúgubre concepção e, entretanto, acaso nos mantemos sempre tão longe dela? Desprezamos os liberais ou

os radicais, desprezamos os fundamentalistas ou os obscurantistas, desprezamos o que possui uma teologia diferente da nossa, desprezamos o católico romano ou o protestante, segundo o caso. Nossos

pronunciamentos se caracterizam não pela caridade cristã mas por uma sorte de acritude condenatória. Deveríamos lembrar sempre e em cada momento que o amor de Cristo e o amor a nosso próximo não podem

existir separadamente. Nossa tragédia consiste em que com freqüência, como disse Swift, a realidade é que "Temos suficiente religião para nos odiar, mas não a suficiente para nos amar uns aos outros."

A ORAÇÃO DE PAULO PELA IGREJA

Efésios 1:15-23 (continuação)

Nesta passagem vemos qual é a intercessão de Paulo por uma Igreja a que ama e que está partindo bem.

  1. Pede espírito de sabedoria. A palavra que usa para sabedoria é

sofia: já sabemos que sofia é a sabedoria das coisas profundas de Deus. Paulo roga que a Igreja possa aprofundar cada vez mais no conhecimento das verdades eternas. Para que isto aconteça na igreja se requerem certas condições.

  1. É necessário ter um povo que pense. Boswell nos narra que Goldsmith se expressou uma vez da seguinte maneira: "Assim como o

sapateiro me provê os sapatos e o alfaiate a jaqueta, o sacerdote me provê de religião." Muitos agem desta maneira; entretanto a religião não é nada se não é um descobrimento pessoal. Como disse Platão há muito tempo: "Uma vida sem exame é uma vida que não vale a pena viver-se";

assim também a religião não examinada é uma religião que não vale a pena ter. Para o homem que pensa, é obrigação deter-se na consideração de seu caminho para com Deus.

  1. É necessário possuir um ministério que ensine. William Chillingworth disse: "A Bíblia, e somente a Bíblia, é a religião dos

protestantes." Isto é verdade mas com freqüência não pensamos assim. A exposição da Escritura do púlpito é a necessidade primitiva de um despertar religioso. Não nos interessa o que pense o pregador, mas sim o

que Deus diz.

  1. É necessário possuir um justo sentido de proporção. Uma das coisas estranhas na vida da Igreja é o que em seus fóruns, tais como

sessões e presbitérios, e até assembléias gerais, consagrem-se numa vintena de horas à discussão dos problemas mundanos de administração por cada hora que se dedica à consideração das verdades eternas divinas.

É um fato que hoje em dia, em assembléias eclesiásticas, é estranho que haja alguma discussão teológica. Paulo orava para que seu povo pudesse aprofundar mais na sabedoria das verdades eternas. Esta oração nunca

obterá resposta se não dedicarmos uma importante porção de nosso tempo a pensar nestas verdades.

  1. Paulo ora por uma revelação e um conhecimento mais plenos de

Deus. O crescimento cristão no conhecimento e na graça é essencial. Todo profissional sabe que é um risco deixar de estudar. Nenhum médico pensa que concluiu sua aprendizagem quando deixa as salas-de— aula da universidade. Sabe que cada semana e quase cada dia se descobrem novas técnicas, medicamentos e tratamentos. E se deseja conservar sua habilidade como médico, e continuar sendo útil aos que padecem enfermidade e dor, deve manter-se em dia. O mesmo sucede com o cristão. A vida cristã pode descrever-se como o esforço em conhecer cada dia melhor a Deus. Uma amizade que não se vai estreitando com os anos, tende a desvanecer-se. O mesmo acontece entre nós e Deus.

  1. Ora por uma nova compreensão da esperança cristã. A época em que vivemos se caracteriza como uma época de desespero.

Thomas Hardy escreveu no Tess: "Penso algumas vezes que os mundos são como as maçãs de uma árvore desarraigada. Algumas são

excelentes e outras malogradas." Então surge a pergunta: "De que maneira vivemos: em forma autêntica ou em forma malograda?" E a resposta do Tess é: "De uma maneira malograda."

Entre as duas guerras Sir Philip Gibbs escreveu: "Se cheirar a gás

venenoso na rota do Edgeware não me coloco uma máscara contra gás nem retiro a um ambiente à prova do mesmo. Vou sair e tomar uma boa baforada de gás, porque saberei que a partida está perdida." Os homens têm a sensação de viver num mundo onde se perdeu a partida.

H. G. Wells certa vez escreveu tristemente: "O homem que começou uma vez numa cova atrás de um cata-vento, acabará nas ruínas

infectas dos bairros baixos." De todas partes surgem ecos pessimistas. Jamais foi tão necessário como agora fazer ouvir a mensagem da esperança cristã. Se a mensagem cristã for verdadeira e se Deus for como

Jesus Cristo nos ensinou, então não o mundo está encaminhado à dissolução, mas sim à consumação.

  1. Roga por uma nova compreensão do poder de Deus. Para Paulo

a prova suprema do poder de Deus era a ressurreição. Quando o pecado tinha feito tudo o que estava em seu poder para destruir a Cristo e quando o homem tinha chegado ao limite de sua atividade humana para eliminá-lo, a ressurreição de Jesus foi a prova de que o poder de Deus é mais forte que o pecado do homem e que o propósito divino não pode ser detido por nenhuma ação humana. Num mundo que parece caótico é bom lembrar que o timoneiro desconhecido a quem os homens chamam Deus, mantém ainda o controle.

  1. Paulo termina falando da conquista de Cristo de uma esfera que não tem muito significado para o homem de hoje. Deus diz — elevou a

Jesus Cristo sobre todo principado e autoridade e poder e senhorio e sobre todo nome que se nomeia. Nos dias de Paulo os homens criam

tenazmente tanto nos demônios como nos anjos; as palavras que usa Paulo são denominações dos diferentes graus de anjos. O que Paulo quer dizer, é que não há nada nos céus e na Terra ao que Jesus Cristo não seja superior e maior. É como dizer: "Em Jesus possuem o maior e mais poderoso amigo e salvador dos céus e da Terra." Em síntese, a oração de Paulo é que os homens cheguem a experimentar a grandeza do Senhor e Salvador que Deus lhes concedeu.

O CORPO DE CRISTO

Efésios 1:15-23 (continuação)

Finalmente chegamos aos últimos dois versículos do capítulo onde Paulo tem um dos pensamentos mais sublimes, mais aventurados e elevados que homem alguém tenha podido ter. Nestes versículos Paulo nomeia a Igreja com seu título mais sublime — o corpo de Cristo. Cristo

é a cabeça da Igreja e esta seu corpo.

Para entender o que Paulo quer dizer retrocedamos ao pensamento fundamental de toda a carta. O mundo, tal como é, vive em completa

desunião. Há desunião entre judeus e gentios, entre gregos e bárbaros, entre os diferentes homens de uma mesma nação; desunião dentro do próprio homem porque em todo homem o bem luta contra o mal;

desunião entre os homens e os animais, de modo que homem e animais são inimigos, em lugar de amigos; sobretudo desunião entre o homem e Deus. Segundo a tese de Paulo Cristo morreu para reunir em um todos os

elementos divergentes do universo, para eliminar brechas e separações, para reconciliar o homem com o homem e o homem com Deus. Jesus Cristo foi sobre todas as coisas o instrumento divino de reconciliação.

Cristo morreu para conduzir todas as coisas e todos os homens a uma vida de unidade dentro de uma família. Mas por certo essa unidade ainda não existe. Façamos uma analogia humana. Suponhamos que um grande médico trabalhando em seu laboratório e em sua sala de hospital

descobre uma cura para o câncer; uma vez descoberta, a cura existe. Mas

antes de que esteja a disposição de todos e antes de que os pacientes de câncer de todo o mundo possam ser curados, o remédio deve ser levado ao mundo inteiro. Médicos e cirurgiões devem informar-se sobre o mesma e adestrar-se em seu uso. A cura existe, mas uma só pessoa não pode difundi-la através de todo o mundo; um corpo de médicos deve chegar ao conhecimento da mesma e do modo de aplicá-la, e eles devem ser os agentes por meio dos quais a cura chegue a todos os doentes do mundo. Esta é precisamente a posição da Igreja com respeito a Jesus Cristo. Em Jesus todos os homens e todas as nações podem ser um. Mas antes de que isto aconteça todos os homens e todas as nações devem conhecer Jesus Cristo; sua verdade, sua graça, seu perdão e seu amor devem transmitir-se a todos os homens. Esta é a tarefa da Igreja. Jesus Cristo é o instrumento de Deus por meio de quem os elementos discordantes de um mundo belicoso podem encontrar a unidade: unidade entre os homens e unidade com Deus; e a igreja é o instrumento de Jesus Cristo mediante o qual essa unidade pode ser realizada.

Cristo é a cabeça; a Igreja é o corpo. A cabeça por si só carece de utilidade; uma mente e um cérebro isolados não servem absolutamente.

A cabeça deve ter um corpo ao qual possa dirigir. O cérebro e a mente devem possuir um corpo através do qual possam operar. A Igreja é

literalmente a mão para realizar a obra de Cristo, os pés para realizar seus recados, a voz para pronunciar suas palavras.

Na última frase do capítulo Paulo tem dois pensamentos de suma importância. A Igreja, diz, é o complemento de Cristo. Assim como o

corpo é o complemento do cérebro, a Igreja é o complemento de Cristo. Assim como as idéias, os pensamentos e os descobrimentos da mente não podem fazer-se efetivos sem o trabalho do corpo, tampouco o

segredo admirável e a glória que Cristo oferece ao mundo podem fazer— se efetivos sem a obra da Igreja. Paulo segue adiante dizendo que Jesus enche paulatinamente tudo em todo lugar e que esta plenitude é levada a

cabo pela Igreja. A Igreja deve levar o segredo de Jesus Cristo a todos os povos e a todos os homens. Estes é um dos pensamentos mais tremendos

de todo o cristianismo. Significa nada menos que o plano de Deus sobre a unidade do mundo está em mãos da Igreja. É o propósito de Deus fazer um mundo ligando entre si e consigo a todos seus elementos discordantes. Para que isto seja possível enviou a Jesus Cristo. Em Jesus está o segredo da unidade. Mas a mensagem e o poder devem ser levados a todos os homens; e a Igreja é o corpo de Cristo, o instrumento através do qual Cristo age em todo mundo. O cumprimento do plano de Deus depende da Igreja.

Há uma ilustração antiga e debulhada mas que sintetiza perfeitamente esta verdade importante. Uma lenda conta como Jesus voltou para o céu depois de sua morada terrena. Até no céu levava sobre si as marcas do sofrimento e da cruz. Falando com os anjos, Gabriel lhe disse: "Mestre, Tu deves ter sofrido terrivelmente lá abaixo entre os homens." "Efetivamente", disse Jesus. "Mas", repôs Gabriel, "sabem todos eles como Tu os amaste e o que fizeste por eles?" Jesus disse: "Oh, não!, ainda não. Em realidade, só sabem umas quantas pessoas na Palestina." Disse Gabriel: "O que fizeste para que todos cheguem a sabê— lo?" Jesus disse: "Pedi a Pedro e Tiago e João e alguns mais que empreguem suas vidas em falar de mim a outros e estes a outros mais, e assim sucessivamente até que o homem mais longínquo chegue a saber o que tenho feito."

Gabriel parecia muito cético, porque sabia muito bem de que pobre estofo parecia o homem. "Sim", disse, "mas o que seria se Pedro, Tiago e João se cansam; se os que venham depois deles se esquecem? O que

acontecerá se lá longe, no século XX, já não falam mais de ti? Não tem feito outros planos?" E Jesus respondeu: "Não tenho feito nenhum outro plano; conto com eles." Ao dizer que a Igreja é o corpo e o complemento

de Cristo se afirma precisamente que Jesus conta conosco.


Dicionário

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Glória

honra, celebridade, fama, renome, nomeada, reputação, crédito, conceito, lustre, distinção. – Destas duas palavras diz magistralmente Roq.: “A glória é, como disse Cícero, uma brilhante e mui extensa fama que o homem adquire por ter feito muitos e grandes serviços, ou aos particulares, ou à sua pátria, ou a todo o gênero humano. Honra, como aqui entendemos, é a demonstração exterior com que se venera a alguém por seu mérito e ações heroicas; no mesmo sentido em que disse Camões: O fraudulento gosto que se atiça. C’ uma aura popular, que honra se chama. (Lus., IV,
95) Pela glória empreende o homem voluntariamente as coisas mais dificultosas; a esperança de alcançá-la o impele a arrostar os maiores perigos. Pela honra se empreendem 68 Isto parece demais: generosidade assim excederia à própria caridade cristã. O que está no uso corrente é que generoso é antônimo de somítico ou mesquinho, avarento, sovina: generosidade é a nobre qualidade de ser franco em distribuir com os outros os bens que estão a nosso alcance. O homem generoso não faz questão de ninharias; remunera largamente os que lhe prestam algum serviço; atende aos que precisam de sua solicitude, fortuna ou valimento; põe-se ao lado dos pequenos, ampara os desvalidos. 414 Rocha Pombo coisas não menos dificultosas, nem menos arriscadas; quão diferente é, no entanto, o objeto em cada uma destas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e obra para o bem público; a segunda é cobiçosa e egoísta, só por si e para si obra. Aquela é a glória verdadeira que faz os heróis; esta é a vã glória, ou glória falsa que instiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por mão de mestre nesta estância dos Lusíadas: Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adulterios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de imperios; Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vituperios; Chamam-te fama e gloria soberana, Nomes com que se o povo necio engana! (Lus., IV,
96) A honra pomposa e triunfal, que recebeu em Goa d. João de Castro depois da heroica defesa de Diu, deixaria mui obscurecida sua glória se ele não nos legara, no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aquelas memoráveis palavras, que são a medida de seu desinteresse e o exemplo de verdadeira glória nunca depois imitado: “Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao Viso-Rei da Índia faltam nesta doença as comodidades, que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmos quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro com que se me comprasse uma galinha; porque, nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do Governador que os soldos de seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai de tantos filhos”. (Vida de d. João de Castro, 1. IV.) Considerada a palavra honra como representando a boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, diferença-se ainda da glória em que ela obriga ao homem a fazer sem repugnância e de bom grado tudo quanto pode exigir o mais imperioso dever. Podemos ser indiferentes à glória, porém de modo nenhum à honra. O desejo de adquirir glória arrasta muitas vezes o soldado até à temeridade; a honra o contém não poucas nos limites de sua obrigação. Pode a glória mal-entendida aconselhar empresas loucas e danosas; a honra, sempre refletida, não conhece outra estrada senão a do dever e da virtude. – Celebridade é “a fama que tem já a sanção do tempo; a fama ruidosa e universal”; podendo, como a simples fama, ser tomada a boa ou má parte: tanto se diz – a celebridade de um poeta, como – a celebridade de um bandido. – Fama é “a reputação em que alguém é tido geralmente”. Inclui ideia de atualidade, e pode ser também boa ou má, mesmo quando empregada sem restritivo. Advogado de fama (= de nomeada, de bom nome). Não lhe invejo a fama (= má fama, fama equívoca). – Renome é “a boa fama, a grande reputação que se conquistou por ações ou virtudes”; é a qualidade de “ser notável, de ter o nome repetido geralmente e com acatamento”. – Nomeada é “fama ligeira, que dura pouco, e nem sai de um pequeno círculo”. Tanta nomeada para acabar tão triste... Fugaz nomeada... – Reputação é menos que fama, é mais que nomeada; é “a conta em que alguém é tido no meio em que vive. Pode ser boa ou má, falsa ou duvidosa”. – Crédito é como se disséssemos “a qualidade que dá ideia do valor, do bom nome de alguém”. Diminui-se o crédito de F.; mas decerto que não se macula, nem se nega propriamente o crédito de uma pessoa. – Conceito é “a opinião que se forma de alguém”, podendo igualmente ser bom ou mau. – Lustre e distinção confundem-se: mas o primeiro dá melhor a ideia da evi- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 415 dência brilhante em que fica a pessoa que se destacou do comum pela perícia, pela correção, pelo heroísmo.

Qualidade essencial do caráter de Deus (Sl. 63.2); sua glória é o sue valor, a sua dignidade. Tudo o que há nele comprova ser ele digno de receber louvor, honra e respeito. No NT, Jesus é revelado como o Senhor da glória (1Co 2:8). Na Bíblia, glória está muitas vezes associada a brilho ou esplendor (Lc 2:9).

Glória
1) Honra ou louvor dado a coisas (1Sm 4:21-22), a pessoas (Lc 2:32) ou a Deus (Sl 29:1); (Lc 2:14)

2) A majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (Sl 19:1); (Is 6:3); (Mt 16:27); (Jo 1:14); (Rm 3:23). 3 O estado do novo corpo ressuscitado, espiritual e imortal, em que os salvos serão transformados e o lugar onde eles viverão (1Co 15:42-54); (Fhp 3)

Glória No judaísmo, uma das hipóstases de Deus (Ex 16:10; 33,20; Lc 9:31-34). Para João, ela se encarnou em Jesus (Jo 1:14), o que confirma a afirmação de que este é Deus (Jo 1:1;20,28).

substantivo feminino Honra, fama que se alcança pelas virtudes, talentos, boas ações e por características excepcionais.
Religião Beatitude celeste; bem-aventurança, céu: a glória do reino de Deus.
Louvor que se oferece a; homenagem, exaltação: glória a Deus.
Excesso de grandeza; beleza, magnificência: o prêmio foi dedicado aos homens de honra e glória.
Algo ou alguém muito conhecido, que é razão de orgulho, de louvor: ele foi a glória do time.
[Artes] Auréola, halo, resplendor que simboliza a santidade na pintura, escultura ou decoração.
Etimologia (origem da palavra glória). Do latim gloria.ae.

É que a glória maior de um Espírito é a perfeita identificação com o Pai Eterno, no cumprimento superior de Sua Divina 5ontade, na auto-entrega total pelo bem do próximo, na selagem final, com o próprio sangue, com as próprias lágrimas, com a própria vida, de uma exemplificação irretocável de amor soberano e incondicional, de trabalho sublime, de ensino levado às últimas conseqüências, em favor de todos.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Glória Maior

Tudo passa na Terra e a nossa glória, / Na alegria ou na dor, / É refletir na luta transitória / A sublime vontade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8


Herança

Herança
1) Propriedades ou bens recebidos de um antepassado após a sua morte (1Rs 21:3)

2) Figuradamente, a terra de Canaã, dada por Deus ao seu povo (1Rs 8:36); o próprio Javé (Sl 16:5); o reino de Deus com todas as suas bênçãos presentes e futuras (He 9:15); (Rm 8:17); (1Pe 1:)

A lei mosaica, que dizia respeito à sucessão das terras, não era de forma alguma complicada. A propriedade do pai era igualmente repartida entre os filhos, à exceção do mais velho que tinha uma dobrada porção (Dt 21:17). Quando não havia filhos, mas somente neste caso, as filhas partilhavam na herança, imposta a condição de que haviam de casar com homens da sua própria tribo (Nm 36:6 e seg.). Não havendo filhos nem filhas, ia a propriedade do morto para o seu irmão, e na falta deste para o tio paterno, e finalmente para o parente mais próximo. Uma interessante feição da lei mosaica acerca da herança era a disposição de que, se uma mulher enviuvasse, e não tivesse filhos, o parente mais próximo do seu falecido marido tinha o direito de casar com ela – se ele não quisesse recebê-la por mulher, então tinha o mesmo direito o que estivesse mais próximo em parentesco (Rt 3:12-13 – 4). Neste caso era obrigado o novo marido pelo ‘direito da herança’ a remir a propriedade da sua mulher, quando esta tivesse deixado de a possuir (Jr 32:7). Deve ser lembrado que todas as leis relativas à propriedade da terra foram estabelecidas com o fim de evitar que saíssem esses bens da posse da família (Dt. 21.15 a 17). As leis referentes ao ano do jubileu deviam ter o mesmo objetivo, isto é, o de rigorosamente fixar as propriedades rurais numa certa linha de herdeiros. Desta maneira a sucessão na posse era um fato de direito, e não de escolha. os filhos, na verdade, tinham o direito de reclamar a sua herança antes da morte do pai, contanto que estivessem todos de acordo. isto era assim com respeito aos bens pessoais, de que o proprietário podia dispor como quisesse. A este costume se refere a parábola do filho pródigo (Lc 15).

substantivo feminino Bem, direito ou obrigação transmitidos por disposição testamentária ou por via de sucessão.
Legado, patrimônio.
Figurado Condição, sorte, situação que se recebe dos pais.
Genét. Conjunto de caracteres hereditários transmitidos pelos genes; hereditariedade.
Herança jacente, aquela que fica sob a guarda, conservação e administração de um curador, por não haver herdeiros conhecidos.
Herança vacante, a que se devolve ao Estado se, praticadas todas as diligências legais, não aparecerem herdeiros.

Louvor

substantivo masculino Ato de louvar, de exaltar e glorificar algo ou alguém; exaltação, glorificação: os fiéis cantam louvores aos céus.
Expressão de enaltação; ação de elogiar, enaltecer as boas qualidades ou feitos de; elogio: o aluno tirou dez com louvor!
Homenagem que se presta a algo ou alguém; honra: a rainha escreveu uma frase em louvor ao soldado morto em guerra.
Expressão de agradecimento, de referência por; gratidão: merece louvor a iniciativa de empresas que fazem caridade.
Etimologia (origem da palavra louvor). Forma Der. de louvar.

hebraico: elogio

Penhor

substantivo masculino Garantia; o que garante o cumprimento de um dever ou obrigação.
[Jurídico] Entrega de um imóvel, ou algo móvel, como garantia de pagamento de uma dívida, de uma obrigação, de um empréstimo; ação ou palavra que cumpre este propósito.
Caução; o que se oferece como garantia.
Etimologia (origem da palavra penhor). Do latim pignus.oris.


i. Uma segurança para a realização de um contrato – ou garantia do pagamento de uma dívida (Dt 24:10-13). Assim Judá deu certos penhores a Tamar (Gn 38:17). Sob a lei judaica havia um regulamento acerca dos penhores: a mó do moinho não devia ser tomada em penhor (Dt 24:6) – não podia alguém entrar numa casa para se apoderar de qualquer penhor (a casa do pobre era tida como coisa sagrada, o que mostra o espírito humanitário destas leis) – depois do sol posto era proibido conservar um penhor de necessidade, nem podia ser tomada em penhor a roupa de viúva (Dt 24:1l). No livro de Jó (22,6) são alguns censurados por terem conservado o penhor de seu irmão e por terem tomado o boi da viúva (24.3,9). Em todos os países, geralmente, há leis decretadas com o fim de proteger o devedor pobre contra o credor opressivo. A casa e a terra, ou mesmo os filhos e as filhas podiam ser dados em penhor (Ne 5:5), ficando então em poder do credor. Algumas vezes a lei acerca da guarda do sábado era evadida pelo comprador que dava um penhor em vez de dinheiro (Êx 22:26Pv 20:16Am 2:8). Em 1 Sm 17.18 ‘tomar o seu penhor’ ou ‘trarás uma prova’ significa tornar a trazer o sinal do seu bem-estar. (*veja Escravidão.)
ii. o que se dá como garantia de que certa coisa se realizará em seu devido tempo. o Espirito Santo e as suas influências são o penhor da nossa herança (2 Co 1.22 – 5.5 – Ef 1:14).

Penhor Aquilo que é dado como garantia (Gn 38:17); (2Co 1:22); 5.5; (Ef 1:14).

Possessão

substantivo feminino Ação ou consequência de possuir.
Determinada coisa que se possui - objeto possuído.
História Área, território, terra possuída por um Estado - designado como domínio ou colônia: Angola foi possessão de Portugal.
Circunstância em que alguém está possuído por algo sobre-humano, por uma paixão, por um tormento, por uma obsessão etc.
Religião Expressão ou circunstância em que alguém está sob o efeito de forças sobre-humanas ou em estado de transe: ele estava em possessão de forças do mal.
plural Possessões.
Etimologia (origem da palavra possessão). Do latim possessio.onis.

Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção.
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 14, it• 47

Dava-se outrora o nome de possessão ao império exercido por maus Espíritos, quando a influência deles ia até a aberração das faculdades da vítima. A possessão seria, para nós, sinônimo da subjugação. Por dois motivos deixamos de adotar esse termo: primeiro, porque implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal, enquanto que não há senão seres mais ou menos imperfeitos, os quais todos podem melhorar-se; segundo, porque implica igualmente a idéia do apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação, ao passo que o que há é apenas constrangimento [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos médiuns ou Guia dos médiuns e dos evocadores• Trad• de Guillon Ribeiro da 49a ed• francesa• 76a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - it• 241

[...] A subjugação, quando no paroxismo, é que vulgarmente dão o nome de possessão. É de notar-se que, nesse estado, o indivíduo tem muitas vezes consciência de que o que faz é ridículo, mas é forçado a fazê-lo, tal como se um homem mais vigoroso do que ele o obrigasse a mover, contra a vontade, os braços, as pernas e a língua.
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Manifestações dos Espíritos

O Espiritismo considera na gênese do fenômeno da possessão a faculdade mediúnica desgovernada e trata o caso pelo processo do diálogo com o Espírito possessor, buscando compreender suas razões para esclarecê-lo e libertá-lo da sua própria ignorância e confusão mental.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Sobrevivência e comunicabilidade dos Espíritos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 18

Imantação do Espírito a determinada pessoa, dominando-a física e moralmente.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 11

Possessão e subjugação caracterizam-se pelo inteiro controle do Espírito sobre o encarnado.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 8

A possessão de que falam os Evangelhos nos casos que relatam não era mais do que subjugação. Jesus se servia sempre das expressões em uso, de acordo com os preconceitos e as tradições, a fim de ser compreendido e, mais ainda, escutado. Independentemente da obsessão e da subjugação, quer corporal apenas, quer corporal e moral, há os casos, a que podeis chamar possessão, em que o Espírito do obsessor se substitui ao do encarnado no seu corpo, a fim de servir-se deste como se lhe pertencera. Tais casos são muito raros.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

No caso de possessão, o domínio é mais completo. O Espírito obsessor como que se substitui ao do encarnado no seu corpo, donde, por assim dizer, expulsa o outro, para servir-se desse corpo, como se lhe pertencera, ficando a este ligada a vítima, apenas por um cordão fluídico, com o auxílio do perispírito. Combinando os fluidos do seu perispírito com os do perispírito do encarnado, o mau Espírito se introduz no instrumento corpóreo deste último e lhe imprime uma ação que é efeito daquela combinação fluídica. Essa substituição tanto pode dar-se no estado de vigília como no de sonambulismo do encarnado.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

O termo possessão, na literatura espírita mediúnica, é adotado com bastante P freqüência (vide, por exemplo, Nos domínios da mediunidade) e na prática designa aqueles casos realmente mais graves de obsessão. Seria, assim, o seu grau máximo.
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 3, cap• 8


Possessão Ver Demônios.

Redenção

substantivo feminino Ação ou efeito de redimir; ato de se redimir; salvação.
Figurado Amparo que auxilia em circunstâncias muito difíceis; salvação.
[Teologia] Salvação da humanidade por Jesus Cristo.
Antigo Esmola que se ofertava ao indivíduo que estava preso.
Etimologia (origem da palavra redenção). Do latim redemptio.onis.

Libertação e livramento – apresentada no NT como libertação da pena do pecado mediante o pagamento de um resgate. Jesus, por sua morte na cruz, pagou o resgate a nosso favor e nos libertou (Rm 3:24).

[...] O caminho da nossa redenção é sorver o cálice das amarguras da vida sem revoltas, aceitando os sucessos por fatos indiscutíveis, sofrendo, com inabalável resignação, todos os tormentos, sem odiar os adversários, sabendo perdoá-los, tal qual Jesus o fez a seus perseguidores.
Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 1

A palavra redenção tem, em nosso meio, o significado de transformação moral plena, exprimindo o estado daquele que conseguiu superar as próprias provações, que conseguiu vencer a si mesmo conquistando méritos apreciáveis. [...]
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Testemunhos de Chico Xavier• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - Preconceito – redenção

A obra messiânica de redenção é obra de educação.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2


Redenção Libertação (Sl 111:9):
1) No AT, Deus, o REDENTOR, liberta o povo de situações de cativeiro (Is 43:14), sofrimentos (Jr 14:8), morte (19:25), pecado (Is 44:22); 59.20).

2) No NT, Deus, por meio do pagamento de um preço, isto é, da morte de Cristo na cruz, compra para uma vida de nova liberdade a pessoa que era escrava do pecado e da LEI 2, (Mc 10:45); (Rm 3:24); (Gl 4:5); (Ef 1:7). Essa redenção será completada no final dos tempos (Rm 8:21-23). V. REMIR, REMISSÃO, SALVAÇÃO e V

Redenção Nos evangelhos, Jesus aparece como cumprimento da redenção que Israel esperou durante séculos (Lc 1:68; 2,38). Jesus a consuma não como um político (Jo 6:15), mas como o Servo de YHVH (Is 53), isto é, dando sua vida para redenção ou resgate de todos (Mt 20:28; Mc 10:45; Lc 24:21-27). Essa redenção será definitivamente manifestada na Parusia (Lc 21:28).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Efésios 1: 14 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

O Qual (Espírito Santo) é o penhor da nossa herança, até ① redenção da possessão adquirida, para o louvor da glória dEle (Deus).
Efésios 1: 14 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

62 d.C.
G1391
dóxa
δόξα
uma cidade levítica de Benjamim, atual ’El-Jib’, que se localiza a 8 quilômentros (ou 5
(of Gibeon)
Substantivo
G1473
egṓ
ἐγώ
exilados, exílio, cativeiro
(captive)
Substantivo
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1868
épainos
ἔπαινος
Dario, o medo, o filho de Assuero, rei dos caldeus, que foi sucessor no reino babilônico
(of Darius)
Substantivo
G2817
klēronomía
κληρονομία
herança, propriedade recebida (ou a ser recebida) por herança
(inheritance)
Substantivo - feminino acusativo singular
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3739
hós
ὅς
que
(which)
Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
G4047
peripoíēsis
περιποίησις
posse adquirida
(acquired possession)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo
G629
apolýtrōsis
ἀπολύτρωσις
completamente
(fast on)
Advérbio
G728
arrhabṓn
ἀῤῥαβών
penhor
(pledge)
Substantivo - acusativo masculino singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


δόξα


(G1391)
dóxa (dox'-ah)

1391 δοξα doxa

da raíz de 1380; TDNT - 2:233,178; n f

  1. opinião, julgamento, ponto de vista
  2. opinião, estimativa, seja boa ou ruim, a respeito de alguém
    1. no NT sempre opinião positiva a respeito de alguém, que resulta em louvor, honra, e glória
  3. esplendor, brilho
    1. da lua, sol, estrelas
    2. magnificência, excelência, preeminência, dignidade, graça
    3. majestade
      1. algo que pertence a Deus
      2. a majestade real que pertence a Ele como supremo governador, majestade no sentido da perfeição absoluta da divindade
      3. algo que pertence a Cristo
        1. a majestade real do Messias
        2. o interior absolutamente perfeito ou a excelência pessoal de Cristo; a majestade
      4. dos anjos
        1. como transparece na sua aparência brilhante exterior
  4. a mais gloriosa condição, estado de exaltação
    1. da mesma condição de Deus Pai no céu, para a qual Cristo foi elevado depois de ter concluído sua obra na terra
    2. a condição de gloriosa bem-aventurança à qual os cristãos verdadeiros entrarão depois do retorno do seu Salvador do céu

ἐγώ


(G1473)
egṓ (eg-o')

1473 εγω ego

um pronome primário da primeira pessoa “Eu” (apenas expresso quando enfático); TDNT - 2:343,196; pron

  1. Eu, me, minha, meu

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἔπαινος


(G1868)
épainos (ep'-ahee-nos)

1868 επαινος epainos

de 1909 e a raíz de134; TDNT - 2:586,242

  1. aprovação, recomendação, louvor

κληρονομία


(G2817)
klēronomía (klay-ron-om-ee'-ah)

2817 κληρονομια kleronomia

de 2818; TDNT - 3:767,442; n f

  1. herança, propriedade recebida (ou a ser recebida) por herança
  2. o que é dado para alguém como uma posse
    1. a eterna bem-aventurança do reino consumado de Deus esperada após a volta visível de Cristo
    2. a parte que um indivíduo terá na eterna bem-aventurança


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅς


(G3739)
hós (hos)

3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

  1. quem, que, o qual

περιποίησις


(G4047)
peripoíēsis (per-ee-poy'-ay-sis)

4047 περιποιησις peripoiesis

de 4046; n f

preservação

possessão, propriedade própria

aquisição


ἀπολύτρωσις


(G629)
apolýtrōsis (ap-ol-oo'-tro-sis)

629 απολυτρωσις apolutrosis

de um composto de 575 e 3083; TDNT - 4:351,*; n f

  1. uma libertação efetuada pelo pagamento de resgate
    1. redenção, libertação
    2. liberação obtida pelo pagamento de um resgate

ἀῤῥαβών


(G728)
arrhabṓn (ar-hrab-ohn')

728 αρραβων arrhabon

de origem hebraica 6162; TDNT - 1:475,80; n m

  1. penhor
    1. dinheiro que em compras é dado como um penhor ou pagamento inicial como garantia de que a soma total será mais tarde

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo