Dicionário Comum
Fonte: Priberam
Bíblia: substantivo feminino Obra composta pelos textos sagrados, nomeadamente o Antigo e o Novo Testamento; Sagrada Escritura.
Judaísmo. Antigo Testamento para os judeus, dividido por três livros: o Pentateuco, os Profetas e os Escritos; Bíblia hebraica.
Por Extensão Qualquer obra sagrada para outras religiões.
Figurado Obra em que se reconhece autoridade no assunto versado: a gramática é a minha bíblia.
substantivo masculino e feminino Crente, pessoa que professa a fé cristã; protestante.
Etimologia (origem da palavra bíblia). Do grego bíblion.ou; pelo francês Bible.
Biblíaco:
bi·blí·a·co adjectivo
adjetivo
Que se refere ao livro.
Papel-bíblia:
pa·pel·-bí·bli·a nome masculino
Papel opaco, muito fino e resistente, usado para reduzir o volume na impressão obras com muitas páginas (ex.: edição em papel-bíblia).
Plural: papéis-bíblia ou papéis-bíblias.
Dicionário Bíblico
Fonte: Dicionário Adventista
Biblia: livros
Dicionário Etimológico
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Bíblia: A origem da palavra bíblia é remota. A forma mais antiga de livro de que se tem notícia era um rolo de papiro, planta abundante às margens do rio Nilo, usada pelos antigos egípcios, gregos e romanos para escrever. A palavra grega para papiro era biblos, derivada do nome do porto fenício de Byblos, hoje Jubayl, Líbano, através do qual o papiro era exportado. O plural de biblos em grego era ta biblía, que significava literalmente 'os livros', e que acabou entrando para o latim eclesiástico para designar o conjunto de livros sagrados que compõem a bíblia.
Quem é quem na Bíblia?
Autor: Paul Gardner
Filhos na bíblia: Os filhos freqüentemente são citados na Bíblia e constituem um elemento importante no quadro bíblico da família temente a Deus e do povo do Senhor como uma unidade maior. A perspectiva dos escritores bíblicos, entretanto, não é idêntica à da sociedade ocidental contemporânea.
Em geral, no antigo Israel, assim como na maioria das sociedades, os filhos eram vistos como altamente desejáveis, principalmente em se tratando do sexo masculino. Muitas pessoas viam o nascimento e o crescimento dos filhos como uma garantia da formação de uma equipe de trabalho e de proteção contra os que estavam fora da unidade familiar. Em Israel, os filhos geralmente eram vistos como bênção do Senhor (Gn 15:2-5; Sl 12:7-5; 12 128:2-3). Representavam o cumprimento da promessa de Deus sobre a aliança com seu povo e ao mesmo tempo o cumprimento da responsabilidade humana de frutificar e multiplicar-se, encher a terra e sujeitá-la (Gn 1:28). Infanticídio e aborto, embora fossem praticados por outros povos, não eram aprovados pela Bíblia.
A bênção de Deus não era vista apenas no nascimento dos filhos, mas na manutenção dos descendentes piedosos de uma geração para a outra. A bênção do Senhor não é limitada pelas mudanças dos eventos no correr da história. Sua promessa estende-se para os filhos dos filhos (Sl 103:17). A bênção divina é uma maneira pela qual o governo de Deus estende-se através da história. O passar do tempo não enfraquece a obra do Senhor em abençoar seu povo. Deus continua a nos chamar ao arrependimento e ao serviço amoroso e promete que seu Espírito e sua Palavra não se apartarão das gerações futuras, que ainda nem nasceram (Is 59:21).
No antigo Israel, os filhos participavam do culto desde a mais tenra idade. O primogênito era oferecido a Deus de maneira especial, mas, na verdade, todos eles eram dedicados ao Senhor. Freqüentemente, os filhos recebiam nomes que destacavam o cuidado do Senhor pela família ou pelo seu chefe. Abias (1Sm 8:2) significa “O Senhor meu pai”; Abiúde (1Cr 8:3), “Meu pai de louvor”; Aimeleque, “meu irmão (Deus), um rei” (1Sm 21:1). (Veja também Gn 29:32-35; etc.). Os meninos eram circuncidados ao oitavo dia de vida (Gn 17:12); esse ritual simbolizava sua entrada na comunidade de Israel, o povo de Deus. Alguns deles eram dedicados pelos pais ao serviço particular de Deus (1Sm 1:11; Lc 1:76-79).
A promessa da bênção de Deus não era feita no vazio. Vinha acompanhada de mandamentos para criar os filhos nos caminhos do Senhor (Pv 22:6). Porque Deus é o Criador de todas as coisas e seus estatutos para o seu povo envolviam todas as áreas da vida, não havia distinção entre o secular e o sagrado no treinamento dos filhos. Educação no temor do Senhor envolvia todos os aspectos da vida.
Os pais eram responsáveis pela educação dos filhos. Deviam ensinar-lhes sobre os atos poderosos de Deus, por meio dos quais foram tirados do Egito e chamados para receber sua Palavra no monte Sinai (Dt 4:9-10). Enquanto Deus abençoava seu povo, a história da fidelidade do Senhor à sua aliança cresceu e a questão da educação dos filhos assumiu novas dimensões (Js 4:21-24; 2Tm 3:15).
O ensino aos filhos não era meramente didático. Os pais fortaleciam-nos, ao incluí-los na adoração a Deus (1Sm 1:4-22-24). Desde pequenos, eles observavam a participação nos rituais do Templo.
A educação dos filhos, contudo, ia além do ensino e do exemplo. As crianças também eram disciplinadas. Não existia o otimismo tolo que via as crianças como inocentes por natureza. “Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” (Gn 8:21). “Desviam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nascem, proferindo mentiras” (Sl 58:3). O AT narra histórias de filhos egoístas que não tiveram respeito pelos pais (2Rs 2:23). A Bíblia apresenta um quadro muito realista dos filhos. Eles precisam de disciplina; e os genitores são chamados para ministrar esse ensino. “A estultícia está ligada ao coração do menino, mas a vara da disciplina a afugentará dele” (Pv 22:15). Os filhos nem sempre obedecem à lei de Deus. Exigências muito elevadas são colocadas sobre eles. “Honra a teu pai e a tua mãe” (Ex 20:12; Ef 6:1-3; Cl 3:20). Eles não podem, entretanto, cumprir automaticamente todas essas obrigações. Precisam de disciplina.
Os filhos, contudo, não precisam de uma “mão de ferro”, ou seja, de uma disciplina desprovida de amor. A Bíblia diz claramente aos pais que não provoquem a ira dos filhos (Ef 6:4), nem os irritem (Cl 3:21). Pelo contrário, espera-se que os genitores dêem boas dádivas aos filhos (Mt 7:11).
Em tudo isso, os filhos são vistos como pessoas, não como propriedade; são presentes do Senhor que devem ser cuidados e dedicados ao seu serviço. São membros do povo de Deus. Ninguém poderia deixar essa verdade mais clara do que Jesus em Marcos 10:14: “Deixai vir a mim as criancinhas, e não as impeçais, pois das tais é o reino de Deus”. É amplamente reconhecido que Cristo usava as crianças para fazer a aplicação teológica de que seus discípulos devem receber o Reino de Deus e viver uns com os outros em bondade e humildade, alegrando-se na graça do Senhor. Ninguém deve esquecer, contudo, que Jesus realmente recebeu as crianças. As que descansam nos braços de Cristo são membros (não apenas potenciais) do Reino de Deus. Semelhantemente, em Mateus 21:15-16, logo após sua entrada triunfal em Jerusalém, quando Jesus estava no Templo, somente as crianças o louvavam e diziam: “Hosana ao Filho de Davi”.
Já que os meninos judeus eram circuncidados, como sinal de que eram componentes da aliança, e os filhos dos judeus prosélitos eram batizados, muitos entendem que as crianças estavam incluídas nos batismos familiares (significando que eram membros da comunidade da nova aliança) da igreja primitiva (At 16:15-33; 1Co 1:16).
Para enfatizar ainda mais que as crianças são membros do Reino de Deus, textos como Marcos 10:14 introduzem a nuança de que as crianças são fracas e dependentes. Estão entre os grupos da sociedade sobre os quais outros podem facilmente tirar vantagem. Elas não controlam o próprio destino. Por isso, às vezes, são descritas junto com as mães como “viúvas e órfãos” (Is 1:23; Is 10:2; Sl 94:6). Sem um pai para cuidar delas e protegê-las, ficam indefesas e à mercê dos outros. Na sociedade patriarcal do antigo mundo mediterrâneo, não havia garantia de cuidado e provisão para as crianças, exceto por meio do pai. A injustiça era uma ameaça diária para um órfão. Por esse motivo, Deus, em sua graça, declara-se “pai dos órfãos” (Sl 68:5). Da mesma maneira, os que professam a religião pura são descritos como os que visitam “os órfãos e as viúvas nas suas aflições” (Tg 1:27). Não apenas o Senhor mas também o seu povo cuidam das crianças que não têm quem as proteja ou sustente na sociedade. Os termos “criança” e “filho” são também usados metaforicamente na Bíblia. Os habitantes de Jerusalém são referidos como seus “filhos” (Mt 23:37; Gl 4:25). Nesse sentido, “filhos” têm um significado similar nas expressões intercambiáveis: “filhos de Abraão” (Jo 8:39; Gl 3:7), “descendentes de Abraão” (Jo 8:37; Gl 3:16) e “filhos de Israel” (Dt 1:3). Infelizmente, alguns tradutores desviam a atenção da referência aos “filhos” nesses versículos.
Apenas um pequeno passo separa esse uso e a descrição da comunidade como uma família, com Deus e não Abraão como pai. No NT esse uso é muito mais desenvolvido do que no AT. Não somente o Senhor é o Pai, mas Jesus é o Filho de Deus e os que crêem nele também são filhos do Senhor (Jo 1:12). A igreja é o lar (ou a casa) de Deus (1Tm 3:15). Os cristãos são “irmãos” em Cristo.
Como “filhos de Deus”, confessamos nossa fraqueza e humilde dependência do Pai para todas as necessidades e descansamos confiadamente em sua provisão amorosa e sua proteção (Mt 6:26-32; Mt 7:11;10:29-33). Ser filho de Deus implica fazer a sua vontade (Mt 12:48-50; Mt 5:44-48; Mt 7:21) e viver em comunhão com os nossos irmãos, a fim de demonstrarmos os traços da família, em humildade, amor e cuidado (Ef 5:1ss). Os filhos refletem o Pai.
A metáfora “filhos” é usada com uma conotação negativa em expressões como “filhos da transgressão, descendência da falsidade” (Is 57:4), “filhos do ira” (Ef 2:3) e “filhos do diabo” (1Jo 3:10).
Os termos “filho meu” e “filhinhos” são usados pelos mestres e escritores, quando se dirigem aos estudantes e leitores. O livro de Provérbios faz um uso extensivo da figura na expressão “Filho meu” (veja os primeiros versículos dos caps. 2 a 7). Em I João 2:1 o termo afetuoso “meus filhinhos” é usado com esse mesmo sentido. Paulo (Fl 10), o escritor de Eclesiastes (Ec 12:12) e Jesus (Mc 2:5), utilizam todos expressões similares.. A.M.
FILIAÇÃO
Filiação é uma ideia com muitas facetas na Bíblia. Inclui os filhos vinculados literalmente à família e os usos metafóricos tais como o que se refere aos habitantes de Jerusalém como seus “filhos”. Mais importante são as referências nas quais Deus é considerado nosso Pai e um indivíduo ou um grupo são chamados seus filhos (as variações de termos relacionados com a expressão “filhos de Deus” estão baseadas mais em estilística do que em variações teológicas).
Numa expressão típica dos povos do Mediterrâneo, a Bíblia ocasionalmente refere-se aos seres angelicais como “filhos de Deus” (Jó 1:6; Jó 2:1; Jó 38:7; Sl 89:6; não é o caso, porém, de Gn 6:4). Devido ao fato de Deus ser o criador e tais seres estarem sob sua autoridade, são também chamados de “filhos de Deus”. Similarmente, os seres humanos são chamados de “geração de Deus” (At 17:28-29) porque Ele é o criador. Esse uso, entretanto, é muito raro.
Filiação redentora
O tema dominante que está no cerne da revelação bíblica é que Deus é Pai, em virtude da redenção. Até mesmo os textos que usam a linguagem da criação ou geração (como Dt 32:6 e Ml 2:10) fazem isso por meio de metáfora, mas não se referem nem à geração biológica da humanidade por Deus (como nas religiões pagãs) nem à criação, e sim, pelo contrário, à formação de Israel como filho de Deus, escolhido e retirado do Egito, no Êxodo (Os 11:1).
Em Isaías 63:16, o profeta clama: “Mas tu és o nosso Pai, ainda que Abraão não nos conhece, e Israel não nos reconhece; tu, ó Senhor, és o nosso Pai, nosso Redentor desde a antigüidade é o teu nome”. Deus redimiu Israel e, assim, é o Pai da nação israelita. Pelo fato de que o rei de Israel representava a nação, também era considerado filho de Deus (2Sm 7:14-1Cr 17:13). Ele era servo e filho (Sl 89:20-26) adotivo de Deus (Sl 2:7). No período entre os dois testamentos essa ideia levou ao uso da frase “filho de Deus” como um título messiânico (4 Q Florilégio 1:11-13; 4 Q ps Dn A 1:7-2:1)1.
Filiação escatológica
A expressão “Filho de Deus” como título messiânico não é surpresa na Bíblia, mas também não é o único uso escatológico do tema filiação. A confiança de Israel de que Deus viria e supriria suas necessidades era expressa pelos profetas em linguagem familiar (Is 63:16; Is 64:8; Jr 3:19; Os 1:10). No meio da opressão, o povo de Deus olhava para adiante, para o dia da bênção, quando seriam chamados “filhos de Deus”.
Filiação em Cristo
Jesus, o Messias, freqüentemente é chamado de Filho de Deus, no Novo Testamento. Às vezes, a frase é usada apenas como um título messiânico (Lc 4:41; Jo 1:49). Em outras ocasiões, o identifica como o Filho de Deus único e preexistente (Gl 4:4; Mt 22:41-46 — veja Jesus). Outras pessoas tornam-se filhas de Deus quando crêem em Jesus Cristo, o Filho de Deus (Jo 1:12). A adoção delas na família de Deus é por meio de Jesus Cristo (Ef 3:5; veja também Mt 11:27; Rm 8:14-19; Hb 2:5-13). Mais especificamente, foi por meio de seus sofrimentos que o Filho de Deus trouxe outros membros para a família de Deus. Hebreus 1:2 desenvolve o tema da supremacia de Jesus como Filho. Hebreus 2:10-18 mostra como Cristo trouxe “muitos filhos à glória”. Claramente (2:11,14,17,18), os seus sofrimentos e a sua morte foram os meios pelos quais o Filho libertou os que estavam “sujeitos à escravidão” (2:
15) e trouxe os filhos de Deus, os irmãos de Jesus, à glória (2:10,11). O advento de Cristo, o filho messiânico de Deus, é o elemento central da provisão de Deus para as bênçãos familiares escatológicas de seu povo. Portanto, a bênção familiar do povo de Deus está especificamente relacionada com Jesus, porque Ele é o Filho messiânico de Deus. Como Messias, realiza as esperanças dos profetas. Esta realização inclui não somente os filhos de Deus, mas também as filhas de Deus (Is 43:6-2Co 6:18). A afirmação bem conhecida “não há macho, nem fêmea” é a explicação de Paulo para a declaração “Todos vós sois filhos de Deus” (Gl 3:26-28). Portanto, na linguagem bíblica, a expressão “filhos de Deus” não deve ser entendida como se referindo apenas ao gênero masculino, pois é uma expressão genérica.
O chamado amoroso do Pai
Nem todos são filhos de Deus. Em João 8:44, Jesus disse aos judeus: “Vós pertenceis ao vosso pai, o diabo”. Semelhantemente, o lindo quadro do cuidado paternal de Deus no Salmo 68:5-6 é seguido pela clara advertência no
v. 6 de que nem todos são filhos de Deus: “Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus no seu santo lugar. Deus faz que o solitário viva em família, e liberta aqueles que estão presos em grilhões; mas os rebeldes habitam em terra seca”. Desde que nem todos são filhos de Deus, os que desejam ver o Reino de Deus, precisam “nascer de novo” (Jo 3:3-7).
A solução para a triste situação do que não é filho de Deus começa com a graça do Pai. Ninguém pode reconhecer Jesus como o Filho, a menos que o Pai o revele (Mt 16:16-17), e a boa notícia do Evangelho é que o Pai sempre toma a iniciativa (Jo 6:37-44,45, 65). Como alguém pode aproximar-se de Deus? Por meio de Jesus, pois seu Pai “é misericordioso” (Lc 6:36), e se seu Pai celestial também o perdoar (Mt 6:14). O Pai é gracioso e perdoador. Sua misericórdia e seu amor são a raiz da filiação de seu povo (Jr 31:9-20; 1Pe 1:3).
A ênfase do apóstolo Paulo sobre esse assunto é encontrada em Efésios 1:3-14. Dois dos maiores temas dessa doxologia são a adoção de filhos de Deus e a vontade e o propósito de Deus. Este segundo é expresso numa variedade de palavras: “vontade” (Ef 1:11), “propósito” (v. 11), “conselho” (v. 11), “beneplácito” (vv. 5,9), “predestinados (vv. 5,11) e eleitos (v.4). O efeito cumulativo é a ênfase no fato de que a adoção na família de Deus é construída nada mais nada menos que sobre o fundamento da própria pessoa do Pai (o significado básico da palavra “adoção” enfatiza a escolha do Pai que adota).
Adoção e regeneração
Duas metáforas são utilizadas nos textos bíblicos para descrever como a escolha amorosa do Pai se realiza e a pessoa que ainda não é filha de Deus une-se a Cristo e transforma-se num membro da família de Deus: adoção e regeneração. O termo “adoção”, que não aparece no Antigo Testamento e apenas cinco vezes no Novo Testamento (sempre nos escritos de Paulo, Rm 8:15-23; Rm 9:4; Gl 4:5; Ef 1:5), é tomado do contexto social e legal do mundo greco-romano. O vocábulo “regeneração”, que aparece primariamente nos escritos de João, é uma metáfora biológica.
A despeito das variações distintivas, ambos os termos deixam claro que a mudança envolvida é radical em toda a orientação da vida. A velha existência termina e começa uma nova vida. Da mesma maneira, as duas metáforas enfatizam que a mudança não é apenas radical — é também imediata. Nem o novo nascimento nem a adoção na família de Deus constituem um processo. Uma terceira característica comum da adoção e da regeneração é que a mudança que ocorre é divina. As pessoas tornam-se filhas de Deus, “por Deus” (Gl 4:7). São nascidas de Deus (1Jo 3:9-1Jo 4:7;5:1-18). Especificamente, adoção e regeneração estão ligadas à obra do Espírito Santo (Jo 3:5; Gl 4:6).
Os resultados da filiação
Um dos aspectos mais impressionantes do uso bíblico da noção de filiação é a gama de resultados associados com ela. Isso é compreensível, pois a filiação atinge o centro da existência humana e estende-se a todas as áreas da vida.
1Confiança no cuidado do Pai O filho de Deus descansa na onisciência (Mt 10:29-30), na onipotência (Mc 14:36) e na misericórdia (Jo 16:26-28) do Pai. Estas três virtudes paternas são essenciais para a segurança do filho. Mateus 6:19-34 trata com várias perspectivas da relação dos filhos de Deus com os “cuidados” deste mundo: dinheiro, alimentos e vestimenta. Os vv. 25-34 focalizam o problema da preocupação com as necessidades básicas de
(1). sustento e
(2). proteção. Em ambas as instâncias o clímax é “vosso Pai celestial” (Mt 6:26-32). O filho de Deus descansa na promessa de um Pai que conhece e se preocupa com suas necessidades e tem o poder para suprilas (veja também Jr 31:8-9; Sl 68:5).
O fato de que os filhos de Deus chegam a essa condição “em Cristo” significa que sua vida presente envolve sofrimento no caminho da glória. “Somos... herdeiros de Deus e co-herdeiros (em virtude da filiação) de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). Este sofrimento atual acontece sob o controle amoroso do Pai. Tal padecimento leva os filhos de Deus à glória, em conformidade com a imagem de Cristo, o Filho primogênito (Rm 8:18-30). De fato, os sofrimentos da vida estão longe de ser sinais do abandono de Deus; freqüentemente, representam dons para nossa disciplina e fortalecimento, dados pelo Pai que molda e edifica os filhos os quais ama. Isto está enfatizado em Provérbios 3:11-12, Deuteronômio 8:1-5 e principalmente Hebreus 12:3-11. Um dos resultados da filiação é a disciplina do Pai, “para nosso proveito” (Hb 12:10), para o “bem” (Rm 8:28) dos que são chamados para “serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8:29-30).
A confiança do filho em seu Pai para provisão, proteção e disciplina significa que ele não se preocupa, mas entrega-se a Deus. Esse tipo de fé, entretanto, não deve ser confundido com autoconfiança arrogante. Os filhos de Deus aprendem a lição do Salmo 103:13-14. O Pai celestial se compadece de seus filhos e lembra-se que “são pó”. O filho de Deus pensa a mesma coisa, reconhece sua fraqueza e confia no Senhor.
O corolário da confiança é a perseverança. O filho de Deus é chamado para trabalhar duro e jamais desistir (Hb 12:5-13; Rm 8:24-25). A confiança no Senhor resulta em serviço alegre, abnegado e perseverante ao Pai celestial (2Co 1:2-5; Dt 1:29-31; Mt 5:9).
2Intimidade O filho de Deus é uma criatura chamada para um relacionamento íntimo e pessoal de abertura, interesse e afeição com o amoroso Pai celestial. Essa intimidade é vista de muitas maneiras na Bíblia, mas uma das mais significativas está relacionada com a oração.
(a): Oração ao Pai O relacionamento íntimo do próprio Jesus com Deus expressava-se na maneira característica como se dirigia a Deus em oração como “Pai” (Lc 10:21; Lc 22:42; Lc 23:34-46 — Nota: maneira característica, mas não única. Estudos teológicos recentes deixam de lado a antiga alegação de que a referência de Jesus a Deus como “Pai” era léxica ou sintaticamente única). Na “Oração do Senhor”, Jesus ensina os outros filhos de Deus a orar: “Pai nosso” (Mt 6:9). Eles foram adotados na família de Deus (Gl 4:5), e o Senhor enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações (Gl 4:6); por isso, por meio do Espírito Santo, também podem orar a Deus, e chamá-lo de “Pai” (Gl 4:6; Rm 8:15).
Esse tipo de relacionamento íntimo com o Pai celestial em oração representava (para Jesus) a antítese das fórmulas rituais impessoais da magia pagã (Mt 6:7). Oração não é uma arma de coação sobre os poderes do Universo. Oração é chegar à presença pessoal de Deus. A oração do filho de Deus também é a antítese da oração hipócrita dos religiosos que buscam seus próprios interesses (Mt 6:1-6). Jesus declara a onisciência do Pai e diz que o filho de Deus, o qual está seguro no Pai, não busca o louvor e a honra em outros. A cura para a oração hipócrita (e a hipocrisia em geral) é o fortalecimento da intimidade com o Pai celestial.
(b): Santidade familiar. A intimidade bíblica com o Pai celestial é uma comunhão segura e confortadora. Não é, entretanto, um relacionamento simples ou desprovido de desafios. A filiação bíblica traz não apenas bênçãos, mas também exigências. Em Deuteronômio 14:1, lemos: “Vós sois filhos do Senhor vosso Deus. Não fareis incisão alguma no vosso corpo, nem rapareis o cabelo em honra de algum morto”. Os israelitas tornaram-se filhos de Deus; por essa razão não podiam adotar os costumes religiosos de seus vizinhos pagãos. A família de Deus tem um estilo de vida diferente (Dt 32:5-6; Ml 1:6; Is 63:16; Is 64:8-9).
Semelhantemente, o Novo Testamento desenvolve as responsabilidades éticas dos cristãos no contexto da família de Deus. O Pai é o santo juiz que no futuro decidirá o destino eterno da humanidade (Mt 18:35; Mc 8:38; Lc 9:26). O chamado para a presente santidade está também enquadrado na linguagem da família de Deus: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas, para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus” (Fp 2:14-15). Em Hebreus 2:11-17, a união com Cristo e a condição de filho são desenvolvidas em conexão com a santificação; em I João 2:29-3:2, o filho de Deus é chamado para se purificar. Desta maneira, o modelo bíblico de filiação era radicalmente adverso das religiões helenistas ao redor, nas quais o termo filiação era um lugar comum, mas nunca estava associado a qualquer ética moral da mesma maneira que a Bíblia faz. As Escrituras enfatizam repetidamente que ser membro da família implica assumir responsabilidades familiares. “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef 5:1). “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5:48). A intimidade com o Deus da Bíblia proporciona segurança e exige santidade.
3A liberdade dos filhos A condição de filho é contrastada com a do escravo, para enfatizar a liberdade dos filhos de Deus. “Assim que já não és mais escravo, mas filho” (Gl 4:7; também Rm 8:21). A antiga vida era de cativeiro; a nova é de libertação. Assim como Israel foi solto do cativeiro para a filiação nacional, da mesma forma o cristão tornou-se livre para a condição de filho. Essa libertação é descrita particularmente como a libertação do medo. “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai!” (Rm 8:15). Adoção produz confiança — e não medo. O filho de Deus é liberto do medo da morte (Rm 8:12-15; Hb 2:11-17). Hebreus 9:15 deixa claro que a razão por que o filho de Deus tem certeza de sua herança eterna como filho de Deus é a libertação do pecado. O medo da culpa foi tirado. O filho de Deus também é liberto de uma vida sem direção. A obra de Jesus (e do Pai), que liberta os filhos da escravidão e os torna filhos de Deus (Jo 8:31-37), é também a que determina o novo rumo em suas vidas (vv. 37,47,55). A liberdade dos filhos é a libertação do pecado e da morte e a liberdade da vida da família de Deus.
4A família de Deus Ser filho de Deus é tornar-se membro da casa de Deus (1Tm 3:15). Para os escritores bíblicos, a condição da liberdade de filhos não é a ideia ocidental moderna de autonomia. É uma liberdade encontrada somente num relacionamento com os outros membros da família de Deus, que significa uma casa unida, onde não existe lugar para o orgulho, intolerância e egoísmo. As barreiras raciais, culturais e sociais devem dar lugar à humildade, ao amor e ao interesse mútuo (Ef 2:18-19). Os “filhos de Deus pela fé” são os que são “batizados em Cristo” (Gl 3:26-27) e, assim, foram incorporados à Igreja de Deus.
Com exceção de Judas, todos os cristãos do Novo Testamento referem-se uns aos outros como “irmãos”. Paulo o faz 133 vezes. “Irmão” é uma palavra que expressa profunda afeição pessoal e denota amizade, amor e comunhão na obra de Cristo (1Co 8:11-1Pe 5:9; 19 vezes em Tessalonicenses). O povo de Deus foi tirado do meio do paganismo, para viver separado, amar os irmãos (1Pe 2:17) e, nesse amor fraterno, ter uma amostra do que é o banquete eterno (Jr 3:19; Lc 20:34-36; Rm 8:23; Ap 19:9). A.M.
Dicionário da FEB
Fonte: febnet.org.br
Bíblia: [...] é uma compilação de narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com pormenores às vezes triviais.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Notas complementares
Dicionário da Bíblia de Almeida
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia: Bíblia A coleção de escritos considerados pela Igreja cristã como inspirados por Deus. O termo “Bíblia” é de origem grega e quer dizer “livrinhos”. A Bíblia tem 66 livros e se divide em duas partes: ANTIGO TESTAMENTO (39 livros) e NOVO TESTAMENTO (27 livros). O AT foi escrito em HEBRAICO, com exceção de alguns trechos escritos em ARAMAICO. O NT foi escrito em GREGO.
Poesia da bíblia: Poesia Da Bíblia V. PARALELISMO.
Traduções da bíblia: Traduções Da Bíblia As traduções da Bíblia em português que circulam hoje são as seguintes:
1) Evangélicas: Almeida Revista e Corrigida, Almeida Revista e Atualizada, Almeida Versão Revisada, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Nova Versão Internacional, Versão Brasileira e Bíblia Viva (PARÁFRASE).
2) Católicas: Matos Soares (da Vulgata), Maredsous, A Bíblia de Jerusalém, Vozes, Loyola, Pastoral, Ecumênica e Tradução da CNBB.
Versões da bíblia: Versões Da Bíblia Traduções antigas da Bíblia. As de maior valor para os estudos referentes ao texto e à interpretação da Bíblia são a SEPTUAGINTA, para o AT; e, para a Bíblia toda, a SIRÍACA PESHITA e a VULGATA.
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Autor: César Vidal Manzanares
Bíblia: Bíblia Ver Escritura.
Pequeno Abc do Pensamento Judaico
Adonai: Um dos nomes de Deus na Bíblia. Signific "meu Senhor". É plural majestático. Os judeus não o proferiam por respeito à divindade. O nome próprio de Deus era IAVÉ. A Vulgata Latina emprega o substantivo DOMiNus o Senhor, que tem o sentido não só de domínio, posse, como de soberano e árbitro. Como os hebreus só usavam consoantes embora pronunciassem também as vogais, as vogais de ADONAI aplicadas às consoantes designavam o nome divino IHWH deram como resultado a palavra JEHOVÁ (JS).
Alfabeto hebraico: O alfabeto hebraico moderno consiste em vinte e duas letras, todas consoantes, tendo algumas também uma função vocálica. Os caracteres são escritos e lidos da direita para esquerda, de modo que as páginas e linhas de livro hebraico começam à direita. Não existe distinção entre as maiúsculas e minúsculas. Todos os caracteres são escritos separadamente. Existem cinco letras (c,m,n,p. ts) que tomam uma forma especial, quando são a última letra da palavra e são chamadas "finais". As letras hebraicas são também usadas para sinais numéricos; este costume não é bíblico e provavelmente provem dos gregos. As letras de alef a tet são empregadas para as unidades em ordem crescente; similarmente de "iúd" ao "tsáde" para as dezenas; de "co£" a "caf" para as centenas (até 400); e 500 a 900, os números são geralmente expressos pela combinação do "tav" com os outros sinais usados para as centenas, ou ainda ocasionalmente, pelas letras finais "caf" (500) "mem" (600), "nun" (700), "pei" (800), "tsade" (900). Dois pontos sobre a letra indicam mil. As composições dos números-milhares, centenas, dezenas e unidades são expressas por uma combinação de letras, sendo que os números mais altos, são colocados no sentido da direita. Nos textos hebraicos modernos vocalizados, 14 sons vocálicos podem ser expressos por pontos diacríticos. Cada sinal têm um nome, que geralmente indica a natureza do som usado em sua pronúncia. Os sinais vocálicos são usados atualmente, apenas em bíblias impressas, textos escolares, livros de orações, poesias, e assuntos semelhantes onde há o risco de se estabelecer uma confusão.
Alma: A Bíblia expressa várias ideias concernentes à alma e à sua natureza. A alma é o sopro divino que anima o corpo, a força propulsora de todas as atividades vitais; a sua saída do corpo resulta em morte. A parte da sua força doadora de vida, é a sede de emoções, o agente do pensamento, a fonte do sentimento moral, a residência da memória, o centro da personalidade. A alma vem de Deus, mas não é uma emanação ou uma parte d 'Ele; é uma criação especial e única. Se a alma preexiste ao corpo, quais as suas condições e lugar, antes do nascimento, a Bíblia não o-diz. A Bíblia parece dar a entender que o tomem nasce, corpo e espírito, ao mesmo tempo. Igualmente a Bíblia diz muito pouco acerca do que acontece à alma depois da morte do corpo. O judaísmo não crê que a alma esteja ameaçada por tal forma que necessite de salvação do exterior. Não está acorrentada numa prisão da qual não possa se libertar ou presa por um destino do qual não possa se livrar. A alma não necessita de salvação porque não está perdida; não precisa ser reerguida porque não caiu; não necessita de libertação porque não é vítima da escravidão. As religiões que creem na doutrina do Pecado Original, creem que a alma precisa ser salva. O judaísmo não crê nessa doutrina (RLB).
Amá (bibl): Medida de comprimento, mencionada na Bíblia que equivale a 49,5 cm e corresponde a 2 Zéret.
Amen: Assim seja. Expressão religiosa usada hoje por quase todas as religiões e por todas as nações. Na Bíblia aparece a palavra 13 vezes. As três letras que compõem a palavra "AMEN" em hebraico significam "EL MELECH NEEMAN" Deus, Rei Fiel. Responder "amen" não é somente afirmar que o que se acaba de ouvir consiste numa verdade, mas aceitar e tomar assim um compromisso pessoal.
Aramaismos: Termo que designa certos textos da Bíblia hebraica, escritos em aramaico. Sua presença é interpretada como indício de origem menos antiga.
Bahur (hebr): Jovem. Termo usado entre os askenazim para os estudantes talmúdicos. A Bíblia usa o termo para o homem feito, enquanto que a Mishná entende por este termo um jovem, solteiro.
Bandeira: Como os outros povos, também os hebreus usavam bandeiras, especialmente os seus esércitos. A Bíblia usa três expressões diferentes para a bandeira, inclusive referências poéticas. O Estado de Israel adotou como bandeira nacional um fundo branco com duas listas azuis, tendo no centro (entre as listas) a estrela de Davi. (Magxien Davi).
Benei israel: Denominação do povo hebreu. Tradução literal: "Filhos de Israel". Termo encontrado frequentemente na Bíblia. Esta denominação é também dada ao grupo de judeus da índia.
Berit (hebr): Aliança. Entendimento entre Deus e pessoas ou nações. A Bíblia cita diversas alianças: com Noé, simbolizada pelo arco-iris; com Abraão, pelo ato de circuncisão; com os filhos de Israel no Sinai; etc. Sem dúvida, a aliança de maior importância é a entrega dos DEZ MANDAMENTOS, conhecida também por "Tabuas da Aliança" ou "Livro da Aliança", que une e encarrega o povo de Israel da responsabilidade histórica, de respeito das leis Divinas pelo Homem.
Bíblia: Veja também: TANACH
Biur (hebr): Exposição. Comentário da Bíblia feito pelo Mendelsohn (1729-1786) e seus alunos. O termo significa também "procurar e queimar" dohAMETZ que é realizado na manhã que precede ao Seder. Ato tradicional, ligado à festa de Pessah.
Calendário judaico: O primeiro traço com o que deparamos, analisando o calendário hebraico, é a sua origem, ao mesmo tempo, solar e lunar. De fato, o ano é solar e os meses são lunares. A duração do ano está determinada pelo tempo de evolução da terra ao redor do sol, ou seja 365 dias e um quarto. O ano judaico compreende também 12 meses; mas visto serem lunares e somarem, portanto, ao todo 354 e meio, aparece uma diferença de 11 dias entre a extensão do ano solar e a de lunar. Para acertar o equilíbrio entre ambos, recorre-se ao ano de 13 meses, entremeado dos anos comuns. A proporção é de 7 anos de "ibur" para um ciclo de 19 anos comuns, ao cabo dos quais a diferença é sanada. A duração do mês judaico é determinada pelo tempo que leva a lua em fazer evolução ao redor da terra, isso é 29 dias e meio. Como era preciso dar ao mês uma duração mais definida, por motivos práticos, facilmente explicáveis, atribuiu-se 29 dias a alguns, e 30 a outros. Deste modo, há no ano judaico cinco meses de 29 dias, cinco de 30, e dois cuja duração varia de ano a ano. O mês começa com a lua nova, e o primeiro dia •chama-se "Rosh Hodesh". Para os atos religiosos, os hebreus adotaram a era da criação do mundo, que conforme seus cálculos, baseados na Bíblia, começa 3760 anos a C.
Céu: Não obstante, a Bíblia não mencionar o CÉU E INFERNO, a crença do "Céu" goza de alguma fé entre os judeus. A associação de um "Céu" com a justiça de um Deus misericordioso e amoroso é difícil de ser rejeitada. Quando os rabinos falam de Paraíso e de Inferno - conforme Kaufman Kohler (Teologia Judaica) "isso é apenas metáfora para a agonia do pecado e a felicidade da virtude". O Céu e o Inferno jamais insistiram na imaginação judaica para que se demorassem sobre formas possíveis de galardão e punição. A maior preocupação tem sido, e ainda é grande, o esforço religioso para afastar o inferno deste mundo e edificar um céu sobre a terra, (RLB) Veja também: INFERNO.
Ciência do judaísmo: A moderna Ciência do Judaísmo é a continuação das tentativas de. facilitar o diálogo com o meio-ambiente, baseado em estudos filosóficos, históricos e teológicos. Ela teve o seu ponto de partida na época do iluminismo do século XIX, que coincide com a luta pela emancipação civil dos judeus europeus. Representa da parte judaica a tentativa de levar as suas massas ao nível europeu, do qual viviam excluídas, isoladas, não por culpa própria. A Ciência do Judaísmo foi a grande tentativa de "modernizar" o Judaísmo, usando como base filosófica, inicialmente, a tese da filosofia histórica de Hegel, a sua dialética. Entre os vultos, no meio de centenas de nomes, que merecem ser citados, destacamos: Zacharias Frankel, com a sua obra básica: A POESIA SINAGOGAL DOS JUDEUS NA SUA EVOLUÇÃO; ABRAHAM GEIGER, URSCHRIFT UND UEBERSETZUNGEN DER BIBEL (Texto original e traduções da Bíblia). No Leste europeu destaca-se entre muitos: NACHMAN KROCHMAL, com o seu ORIENTADOR DOS DESNORTEADOS DA ATUALIDADE; homens como HEINRICH HEINE fundaram um primeiro KULTUR-VETLEIN DER JUDEN em Berlim. Não resta dúvida de que a CIÊNCIA DO JUDAÍSMO - WISSENSCHAFT DES JUDENTUMS, orientou as reformulações modernas das correntes religiosas judaicas, sejam os reformistas, os liberais e também os neo-ortodoxos, desde meados do século XIX . (FP)
Decálogo: Des Mandamentos. Documento algum exerceu talvez influência mais persuasiva na vida religiosa e moral da humanidade, como o Decálogo. Indubitavelmente nada há que se possa comparar ao Decálogo em brevidade, clareza, poder de persuasão e considerada a sua idade - alta feição moral. Existem na Bíblia duas versões: uma no Êxodo (20: 2-14) e a outra no Deuteronômio (5: 6-21); ambas são, ao que parece, elaborações dum código original que só constava provavelmente dessas 10 sentenças enérgicas (o número dos mandamentos foi limitado a dez, talvez para ajudar aos primitivos pastores a guardá-los na memória, contando-os pelos dedos.) (LB) O termo é grego e é composto das palavras: "DEKA" (dez) e "LOGOS" (palavras, assuntos). "É a base cio monoteísmo e de todas as religiões que se baseiam na Bíblia.
Deus: É o ente criador, ordenador, mantenedor e senhor absoluto de todas as coisas. A crença na sua existência nunca foi objeto de dúvida entre os diversos povos, e a Bíblia começa a narrar a história da criação, dando-o como anterior a todas as coisas criadas: "No princípio criou Deus o céu e a terra". (Bereshit bará Elohim. . .) . Ao aparecer a Moisés incumbindo-o da missão de libertar o povo hebreu do cativeiro dos Faraós, manifesta-se-lhe numa sarsa ardente, é quando Moisés lhe pergunta: "Quando eu for para junto dos Israelitas e lhes disser que o Deus dos seus pais me enviou a eles, que lhes responderei se me perguntarem qual é o seu nome? Deus respondeu a Moisés: EU sou AQUELE QUE SOU. Eis como responderás aos israelitas (Aquele que se chama) EU SOU me envia junto de vós, Deus disse ainda a Moisés: "Assim falarás aos Israelitas: é IAVÉ, O Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó, que me envia junto de vós. - Este é o meu nome para sempre, é assim que me chamarão de geração em geração. " A noção que os israelitas tinham de Deus era transcendental. Nem sequer admite a sua figuração, donde o combate acirrado à idolatria, e que constituí, por assim dizei', o próprio fundo da história hebreia. Proclamou Isaías: "O Senhor é um Deus eterno. . . ninguém pode sondar a sua sabedoria" "Insondável é a sua grandeza" - diz o Salmista " Os céus proclamam a sua glória. . . o firmamento anuncia a obra de suas mãos". Seus atributos são a cada passo louvados e encarecidos. Assim a unidade, a personalidade, a beatitude, a bondade, a beleza, a eternidade, a glória, a imensidade, a impassibilidade, a independência, a infalibilidade, a inteligência, a invisibilidade, a justiça, a misericórdia, a universalidade de sua presença, a providência, a onipotência, a sabedoria, a espiritualidade e a veracidade. O povo israelita teve sempre Deus como ser supremo, o ser sobrenatural e inconfundível com todos outros seres. O seu nome era indizível, a ninguém era lícito preferi-lo; apenas o Sumo-Sacerdote poderia dizê-lo e isso uma única vez por ano, ao penetrar no Santo dos Santos no dia da Expiação. Devido a isso, designavam-no por epítetos, por uma circunlocução, ou ainda por alguns de seus atributos. Estes eram inúmeros. Os rabinos contavam pelo menos 15, Desde o começo do mosaísmo empregou-se para a divindade o termo IAVÉ (YAHWEH). Desse tetragrama formam-se ADONÁI e JEHOVAH. Na VULGATA Latina, Iavé se traduz por DOMINUS, isto é "O Senhor", na versão grega dos Setenta por KTRIOS, o rei, o soberano, IAVÉ é vocábulo do verbo "ser" em hebraico, e significa: o que existe, o que existiu sempre, e que possui a vida em toda a sua plenitude. ELOHIM é o nome comum de Deus na forma de plural mamajestático, usado em sentido análogo, aplicando-se aos príncipes e potentados, e ainda aos juízes com a significação de poderosos. Toma-se também em sentido genérico. Provém da raiz "alah", buscar refúgio, podendo significar também "terror", "objeto de terror". Na opinião de alguns intérpretes é aumentativo de EL (arameu fenício), ou mesmo essa palavra na forma do plural. Eusébio interpreta o vocábulo com o sentido de "força", potência, ELOHIM é vocábulo anterior a IAVÉ e foi empregado por Moisés como designativo d "Deus Senhor e criador do mundo", TÉOS no Setenta; IP, no acadiano, EULU, no árabe islâmico, é o nome genérico de Deus. Gomo se aplicasse também aos deuses falsos, para distingui-los do verdadeiro empregavam EL HAI o Deus vivo. EL ELION é o Deus altíssimo, EL é tomado em sentido determinativo. Raras vezes faziam preceder o vocábulo do artigo: há - EL o deus por excelência, ELOHIM é a forma mais frequente. Usavam-se ainda as denominações: SHADAI, que significa: o onipotente. O vocábulo JEHOVÁ é empregado na Bíblia nada menos de seis mil vezes. ELION é nome comum de Deus, correspondente ao fenício BAAL, que significa "senhor". Propriamente entretanto signific " o que está em cima", " o supremo", "EL SHADAI" é a denominação que prevalece na história dos patriarcas. Nos livros históricos (a começar pelo de Samuel) aparece a forma IAVÉ TSEBAOT, que encontramos nos profetas. Também se aplicou ao Deus de Israel a forma fenícia BAAL. Mais tarde com a guerra ao baalismo estrangeiro, a forma foi banida como idolátrica, emprestando-se lhe o sentido de falsa divinidade. Encontra-se ainda nos livros santos a forma MELECH como sinônimo de IAVÉ. Em Isaías vamos deparar cora KEDOSH ISRAEL, significando "Santo de Israel". A expressão "Deus dos Céus" aparece na época de Esdras sob a forma "ELOHE HASHAMAIM". Outra particularidade interessante da conceituação semítica de Deus é que em ocasião alguma discute a sua existência; a crença no Deus onipotente, onipresente e oniciente foi sempre ponto incontestável para Israel. A relação da divindade com os homens é (em sua parte) direta e sem intermediários. (JS)
Diápora (gr): A palavra é de origem grega e significa "dispersão". Afirma-se que os judeus do período helenístico empregavam este termo para designar aqueles dos seus correligionários que, tendo se espalhado por nações estrangeiras desde a queda da primeira comunidade, viviam fora do território de Israel. A Septuaginta traduz expressões que na Bíblia são reportadas comumente com o sentido de terror ou opressão pela palavra "Diáspora" (zaavá). Tal, por exemplo, é o passo da Bíblia que diz: "Tu serás um horror (ou diáspora, com o sentido de dispersão) por todos os reinos da terra" (Deuteronômio 28: 25), podendo indicar que o povo de Israel era oprimido e aterrorizado em seu estado de dispersão. Veja também : GALUT
Eden: Hebr. "GAN EDEN" - Jardim das delícias ou paraíso. A Bíblia chama assim o lugar onde viviam Adão e Eva. A literatura judaica supõe a existência de um "eden" celestial e um terrestre. Maimômides considera a descrição bíblica do Eden como puramente alegórica.
Ekhá (hebr): Lamentações. Terceiro dos cinco rolos da secção hagiográfica da Bíblia. São lidos no dia do jejum, de 9 de Av. O provável autor é Jeremias, mas há divergências entre os estudiosos que acham que a autoria é múltipla.
Elochim (hebr): Nome genérico de Deus entre os Patriarcas. A forma simples é Eloá. É frequente na Bíblia o emprego do plural pelo singular. Alguns veem nesse emprego vestígios de antigo politeismo. No Livro de Gênesis encontra-se a forma IAVÉ-ELOHIM, que se atribui ao derradeiro redator da obra. O emprego das duas formas nos livros mosaicos fez com que se distinguissem duas diferentes redações: J ou i (iavista), na qual é o nome de Deus IAVÉ; e E (eloista), onde aparece o nome divino sob designação de ELOHIM (JS) Veja também: DEUS
Essência dá fé judaica: Um grupo de estudiosos procurou um único verso da Bíblia que destilasse a essência da fé judaica. E encontraram-no nas palavras do profeta Miquéias: "Que é que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a beneficência e andes humildemente com o teu Deus".
Goy (hebr): Na Bíblia: nação, povo. Termo muitas vezes empregado, inclusive para designar o povo judeu. Com o correr dos séculos passou a designar o não-judeu.
halil: Instrumento. Traduzido por "gaita" é mencionado varias vezes na Bíblia. (Samuel 10: 5; I Reis 1: 40; Isaías 5: 12; 30: 29; Jeremias 48: 36;). Primitivamente era construído de uma cana, contendo maior ou menor número de orifícios, cortados, engenhosamente, em uma, das suas extremidades. E ainda hoje usado.
Haza: Torno musical da Bíblia.
Hebraico: Língua semítica do grupo cananeu. Idioma da Bíblia. Elementos hebraicos na língua portuguesa: aleluia; amén; babel; bálsamo; banal; bato; belbezu; bétilo; cabala; cabo; cadê; camez; camez-catuf; caraitas;, cinar; cohen; caro; daques; ébano; éden; efo; éfod; efoista; fariseus; faristeus; geoma; goi; gomar; hazazel; hebreu; him; hissopo; iaveista; jaspe; jeovista; jubilen; judeu; levita; malsim; maná; massará; messias; mable; nazareu; nazarista; nitro; pascoa; querubim; rabí; rabino; sabado; saco; sadueeu; siclo; talecl; xeva; xibolet; zote; (PL)
heider (hebr): Escola primária. introductiondução da criança judia ao estudo do hebraico e da Bíblia.
Helenistas: Eram assim chamados os judeus da Diáspora que falavam a língua grega em contraposição aos que haviam permanecido na Palestina e falavam o aramaico. Foi por iniciativa dos judeus helenistas (eolônia de Alexandria, no Egito) que começou a ser 'feita a primeira versão da Bíblia (do hebraico para o grego), conhecida vulgarmente por versão dos Setenta. Essa tradução ficou, segundo uma antiga versão a cargo de 72 Sábios da Palestina, pelo Sumo Sacerdote Eleazar, para atender a um pedido do Faraó Tolomeu Filadelfo (285-247 a C.), tendo sido assim iniciada no III Século a C. A princípio foram vertidos apenas os primeiros livros (Pentateuco); os demais se traduziam gradativamente até cerca 150 a C. (JS)
Hexapla (gr): Edição da Bíblia em seis idiomas, editada por Origines (240-245-d. C.), que serviu depois como obra básica para ensinamento da língua hebraica. .
humash (hebr): "Lei de Moisés" - conjunto dos cinco livros da Bíblia. Veja também: PENTATEUCO e TORÁ
Imortalidade: A crença na imortalidade da alma é fundamental na religião judaica. Na. Bíblia e na literatura rabínica, a ideia está intimamente ligada à concepção de um "mundo futuro", do "reino messiânico" e da "ressurreição", mas não encontramos uma formulação clara e definitiva. Os argumentos em favor da "imortalidade" são puramente religiosos, baseados na bondade de Deus.
Inferno: Na Bíblia não há menção do Céu o de Inferno. Há referência, somente, ao SHEOL, um único lugar para todos os mortos, os retos e os maus. Foi conhecido como " a terra de onde não se volta" todos os homens vão para lá depois da morte mas nenhum volta à terra dos vivos. O inferno foi completamente excluído do vocabulário judaico do ensino e de pregação. Realmente, nenhum rabino moderno prega o Inferno e a Condenação, e essas palavras não figuram na instrução religiosa judaica, (RLB) Veja também: CÉU
Inimigo: A Bíblia diz: "Não te regozijes quando cair o teu inimigo" (Prov. XXIV-17); "Não te vingarás nem guardarás ira" (Levítico XIX-18); "Não digas" Como ele me fez a mim, assim eu farei a ele" (Prov. XXIV-29); O Talmude diz: "Que o Teu coração não se alegre quando o teu inimigo tropece pois que o Senhor vê isso e isso O desagradará" (Aboth 4-24); " Quem exerce vingança ou conserva o ódio age como uma pessoa que se vinga, esfaqueando a outra mão (Yeruslialmi Nedarim 9-4);" Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe comer (Prov. XXV-21); O Midrash diz: " Se você recusar ajudar ao seu próximo porque ele foi desagradável, você é culpado de vingança." O dever do judeu é transformar um inimigo em amigo. Apenas assim se pode cumprir o mandamento do amor ao próximo. Veja também: Amor ao próximo - Ódio;
Jeová: Pronúncia errônea de IAVÉ, nome de Deus em hebraico. . Foi usada na Idade Média. O tetragrama IHVH se substituiu por ADONAI. Era proibido proferi-lo, em sinal de respeito para com a divindade. Na Vulgata latina, o nome JAVÉ é traduzido por Dominus, o que quer dizer " o Senhor". Os tradutores gregos da Bíblia conhecidos por Setenta, empregam Kyrios, com idêntica significação. O nome divino aparece na Bíblia nada menos de seis mil vezes. O nome de Jeová entra na composição de nomes de pessoas, de lugares e de altares. (JS)
Ketuvim (hebr): Terceira parte da Bíblia, em termo grego: HAGIÓGRAPHOS. Abrange os Salmos, Provérbios, Job, Cânticos dos Cânticos, Ruth, Livro das Lamentações, Kohelet, Ester, Daniel, Ezra, Nehemi e Crônicas.
Kikar (bibl): Moeda mencionada na Bíblia, com 43,659 kg de peso equivalente a 3000 siclos de prata.
Kinor: Um dos instrumentos mais populares da Bíblia. O nome veio da palavra "kanar" que significa produzir um som trêmulo e estridente. Este instrumento se parecia muito com uma lira, e era tocado quer com palhetá, quer vibrando-se as cordas com os dedos.
Lashon harã: Acusação falsa contra a reputação é considerada como um dos pecados mais repugnantes, tanto na Bíblia como em toda literatura rabínica.
Leis religiosas: Nenhum livro incorpora todas as leis religiosas a que estão sujeitos os judeus. O máximo, que se alcançou na compilação de um código legal único é representado pelo SHUIhAN ARUh -obra do século XVI, de autoria de José Caro, repositório das leis básicas que hoje norteiam a maioria dos judeus ortodoxos do mundo ocidental. Mas embora eles aceitem a maior parte do Shulhan. Aruh, ainda assim não o consideram o corpo integral da lei judaica, soma de todos os códigos- aceitos, comentários, emendas e responsa (resposta dos rabinos aos problemas suscitados pela experiência prática) contidos numa biblioteca inteira de escritos judaicos. Outra obra de padrão é o Código de Maimônides, que registra, sistematicamente e logicamente, as opiniões contraditórias do Talmude. Nem mesmo a Bíblia pode ser considerada norma imutável para a prática religiosa. Nas leis bíblicas (por exemplo relativas à poligamia, à cobrança de décimos, à escravidão, etc) que caducaram pela sua reinterpretação. Neste sentido, a lei rabínica e a Bíblia não são idênticas.
Leis sociais: Uma das características do judaísmo é a sua preocupação pelo bem estar do indivíduo e as suas relações com o próximo. Esta preocupação resultou numa série de leis que protegem a classe menos favorecida. Além do alto conceito de caridade a primitiva legislação dos hebreus acusa uma superioridade absoluta em matérias sociais sobre tudo que se conhece neste setor. A Bíblia é uma fonte inesgotável de ideias e leis sociais que abrangem assistência social, caridade, ética, comportamento com os estranhos, leis agrárias, trabalho, descanso semanal, etc.
Levitas: Servidores do Templo. De acordo com a Bíblia são os descendentes de Levi, filho de Jacó, os homens que se ocuparam com o culto e o transporte dos objetos sagrados. No rito sinagogal, os levitas têm o privilégio de serem chamados para a leitura da Torá, imediatamente após o "Kohanim".
Livro da vida (hebr): SEFER HAhAYIMNa Bíblia se menciona um livro no qual Deus inscreve aqueles que devem viver. Ser cancelado deste livro significa a morte. Nos diversos trechos de Ezequiel, Isaías e nos Salmos encontramos alusões poéticas ao "Livro da Vida". Também na liturgia das grandes festas esta é uma imagem que se repete frequentemente.
Malach (hebr): A palavra hebraica para anjo, significa mensageiro. A palavra aparece na Bíblia, mas é usada para descrever um mensageiro humano enviado por um rei ou um líder para executar uma missão humana. Ocasionalmente, a frase MALACH ADONAY, mensageiro de Deus, é também, uma referência a um mensageiro humano. Contudo, essa mesma expressão é usada para indicar um ser celeste, um anjo. Na Bíblia, há referência a uma Corte Celestial, com Deus como Bei e os anjos como seus servos. Foi uma maneira de expressar a ideia que Deus tinha muitos mensageiros para executar a Sua Vontade, (RLB) Veja também: ANJOS
Meguilat esther (hebr): Rolo de Esther. Relato da Bíblia, que conta a história referente à festa de PURIM, com a salvação do povo de Israel por Mordehai e a rainha Ester. Veja também: PURIM
Menstruação: Há diversas disposições especiais na Bíblia que proíbem relações sexuais no período da menstruação da mulher. Também o Talmude discute minuciosamente este problema.
Mentira: A Bíblia condena a mentira. Também a literatura apócrifa e rabínica não admitem a mentira, comparando-a ao roubo.
Midrash: Interpretação da Bíblia. As compilações midráshicas contém a literatura rabínica do período talmúdico. Nome dado pelos israelitas sefaradim à leitura religiosa feita no aniversário da morte, de um ente querido, O mesmo que nahalá ou yorzait.
Moisés: Maior de todos os Profetas, supremo legislador hebreu e seu libertador do jugo dos Egípcios. E autor dos primeiros cinco livros da Bíblia. Sua história é narrada no Pentateuco e principalmente no Êxodo e Números. A Moisés se deve o monoteísmo, culto a um único Deus e ainda a aliança de Iavé com seu povo.
Morte: Embora esteja sujeita a enganos, qualquer tentativa para elucidar o "Além" dos judeus - uma vez que ninguém sabe, precisamente, o exato significado das parábolas e figurações constantes da Bíblia certos pontos estão claros e merecem citação. Nossas tradições confirmam que os povos de todos os credos têm um lugar assegurado no mundo que virá; não deve ser alimentada a ideia de salvação somente através da nossa comunhão. E, também, nada existe com respeito à condenação eterna. Segundo uma opinião, ao pecador cumpre submeter-se a uma punição, qualquer que ela seja, por prazo não maior do que UM ano; e nenhum ensinamento judeu chega a sugerir punição eterna, (H)
Nessuin (hebr): Casamento religioso. O matrimônio é considerado uma instituição sagrada na vida judaica. Nas bençãos, que se prenunciam durante a cerimônia nupcial, a união de homem e da mulher é encarada como a colaboração humano-divina, o respeito mútuo, que o documento prescreve, é a base dessa santidade. A religião judaica, da qual muitas prescrições têm um prudente sentido de higiene e profilaxia, proíbe as uniões consanguíneas. Quarenta e duas classes de tais parentescos estão enumeradas na Bíblia e no Talmude. E a experiência demonstrou a sábia previsão de tal medida, em infinidades de casos. Os casamentos judaicos se realizam na sinagoga ou na casa dos noivos. Num e noutro caso, a cerimônia é feita sob o pálio nupcial, a "hupá" símbolo do futuro lar. Às sete bênçãos que se pronunciam durante o desenrolar da cerimônia nupcial, contém profundos conceitos, nos quais aparece patente mais uma vez o entrelaçamento da vida individual judaica com o destino coletivo do povo. (ES)
Neviim: Profetas. Em assírio, "nabu", em etiópico "nababa", em hebreu "nabi", é aquele que fala em nome de Deus. É o órgão da divindade, o porta-voz, o oráculo, o orador de Deus, que faz conhecer a sua vontade. Os judeus chamaram "profetas" a todos os seus autores inspirados. Assim, denominavam "Profetas Anteriores" os autores das narrativas contidas nos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis dando o nome de "Profetas Posteriores" aos profetas propriamente ditos, que são os três maiores (Isaías, Jeremias e Ezequiel) e os Doze Profetas Menores. Os profetas revelavam a vontade de Deus e, além disso mandavam, agiam, condenavam, ameaçavam, prometiam, e prediziam. Este último aspecto foi o que maior impressão causou no ânimo do povo, para quem "profeta" era o que anunciava com antecipação o que deveria suceder. O estilo profético aproxima-se bastante do estilo poético. Em geral as profecias contidas na Bíblia não passam de resumo de oráculos proferidos pelos profetas. Sua linguagem quase sempre se avizinha do sublime. Em todas as épocas da história "bíblica vemos aparecer profetas, a começar de Moisés que foi o primeiro deles. (JS)
Ódio: A Bíblia diz: "Não odiarás a teu irmão no teu coração". Um filosofo judeu disse: "Se tens que odiar, então odeia a falsidade, a violência e o egoísmo". O Talmude diz: "Que o ódio contra nós não se levanta em nenhum coração e que nenhum ódio contra qualquer tomem se erga em nosso coração."; "Odiar um homem, ainda que seja um inimigo, é odiar ao seu Criador"; "O que odeia é tal qual um criminoso"; "O ódio transtorna a ordem social". (RLB)
Onanismo: O onanismo é proibido pela Bíblia. Muitas autoridades halahicas qualificam-no como "lançar as sementes na madeira e nas pedras", e proíbem o seu uso, mesmo por exigência médica.
Paciência: Atributo de Deus, e uma das virtudes mais ponderadas na Bíblia. A expressão hebraica "erech apayim" se aplica a Deus, como qualidade divina. A paciência humana deve expressar-se como fé em Deus e confiança na salvação final. Job é o livro clássico da Bíblia que realça a paciência. Na lenda, Hillel aparece como sábio mais paciente.
Paraíso: Palavra de origem persa, que significa: parque real, jardim. Nos livros posteriores, na Bíblia, encontramos três vezes com o sentido de jardim (Cant. 4,13) e de parque (Ecl. 2,5; Neh, 2,8). Na literatura apocalíptica e no Talmude se usa como jardim de Deus o sinônimo de "Eden". O paraíso não recebe grande ênfase na visão judaica.
Pecado original: A ideia do pecado original foi rejeitada pela grande maioria dos sábios e do povo judeu como um todo. Os comentadores judaicos da Bíblia indicam que a história de Adão procura explicar como à morte, não o pecado, veio ao Mundo. A fé em Deus compeliu a rejeitar o conceito do pecado original a favor de uma confiança na promessa e sentido da vida. A tradição judaica tem se oposto a toda filosofia que condena o homem a uma sina predestinada sobre a qual não tem controle ou por uma ação que não praticou. A despeito da abundância do mal, de muitas lembranças desagradáveis de fracassos passados e uma consciência realista das nossas limitações, jamais faltamos em nossa crença de que os homens são livres para mudar aquilo que é mal para aquilo que é bom. (RLB)
Pentateuco: Chama-se a "Lei de Moisés". Em hebraico Humash, Hamishá, Humshé Torá - ou simplesmente Torá o conjunto dos cinco livros da Bíblia, que são: Gênesis, Êxodo, Lévítico, Números e Deuteronômio. Os nomes que derivam do grego estão relacionados com o conteúdo, enquanto que as denominações hebraicas, com a primeira ou principal palavra do início de cada livro. A autoria do Pentateuco é atribuída a Moisés, que o escreveu sob inspiração divina. A crença afirma que a Torá que possuímos hoje é a mesma que nos transmitiu Moisés. Esta afirmação faz parte dos Treze Artigos de Pé Judaica de Maimônides. Existem três diferentes redações do Pentateuco: a judaica, a samaritana e a grega da "Versão dos Setenta" e a versão latina desta, denominada "Vulgata". A mais próxima à judaica é a grega. A redação judaica foi focalizada pelos rabinos massoraitas, aproximadamente no século VII da era comum. A redação samaritana, a mais recente das três, difere bastante da judaica e da versão grega. O Pentateuco contém a história do homem, a origem do povo hebreu e toda sua legislação civil e religiosa, finalizando com a morte de Moisés. No que se refere à autoria dos oito versículos finais da Torá, que tratem da morte e sepultamento de Moisés (Deut. 34,5), o "Talmude" (B.B. 14 b) a atribuiu a Josué, seu sucessor, o qual acompanhou o seu Mestre até os últimos momentos. A Torá contém cinco mil oitocentos e quarenta cinco versículos, (MMM)
Pigul (hebr): Esta palavra é usada na Bíblia para designar o ritualmente impuro.
Povo da bíblia: A Bíblia que é o maior clássico da literatura universal, é chamada "O LIVRO" por excelência, e o povo judeu é designado como "povo de livro", - por ter dado a Bíblia à humanidade. Mas, por mais lisonjeira que fosse esta designação, ainda assim, este conceito, do ponto de vista literário, é um erro generalizado. O povo judeu não é "apenas" o povo do livro. A Bíblia é, realmente o fundamento da literatura universal do povo judeu, mas em cima deste sólido fundamento foi erguido através de milênios, um imponente edifício de muitos "pavimentos". Na corrente interrupta de 35 séculos sucessivos de produção literária judaica - é a Bíblia "somente" o primeiro elo. (HI).
Povo eleito: Na Bíblia encontramos esta expressão, com a qual é denominado o povo hebreu. Este conceito bíblico, não pretende dizer "superioridade". O "povo eleito" quer dizer o povo o qual recebeu uma missão na terra. "Eleito" para desempenhar um importante papel, isto é, de introductionduzir o monoteísmo e derrubar o politeísmo entre os povos da época. "Ser eleito" não deu privilégios ao povo judeu, pelo contrário, trouxe enormes deveres morais e pesados encargos. O conceito do "povo eleito" não está por isso, em contradições com a filosofia judaica de igualdade dos homens.
Purim: Festa celebrada no dia 14 de Aclar ou Ve-Adar. Comemora um episódio da vida judaica na Pérsia, e sua heroína é Ester, a esposa do rei Assuero. Purim tem seu nome da palavra "pur", que significa "sorte", pois que por sorteio escolhera Hamán o dia em que se haviam de cumprir seus sinistros desígnios A história de Ester é relatada no livro da Bíblia, aparece inscrita no rolo separado, a "Megilá", cuja leitura faz parte do cerimonial religioso de Purim.
Sacrilégio: Profanação ou violação das coisas sagradas. A Bíblia trata dos sacrilégios em relação ao Templo e aos objetos de culto.
Satanás: A palavra hebraica SATAN aparece na Bíblia, mas ela significa um obstáculo ou adversário e não tem qualquer implicação seja divina ou demoníaca. Somente em três passagens bíblicas, comparativamente recentes, Satan é personalizado: Em Zacarias II I 1-2 Satanás aparece como o inimigo e acusador do homem diante do trono de. Julgamento de Deus. Deus repreende Satanás por seu testemunho falso.
No Salmo CIX 6, Satanás aparece novamente como um acusador malicioso e falso de um homem inocente e pio.
No Livro de Jó, Cap. I e II, Satanás aparece como sendo um ser celestial a serviço de Deus. Ele discorda do conceito que Deus tem de Jó e proclama que a lealdade do homem é limitada ao próprio interesse. Deus permite que Satanás experimente a lealdade de Jó para consigo. Assim, na Bíblia, Satanás jamais aparece como o rival de Deus ou como Criador do Mal. Nem é ele o adversário de Deus nem tentador e sedutor perpétuo da humanidade. Ele está a serviço de Deus e lhe é subordinado, e age somente com a sua permissão. Ele desempenha o papel de promotor público num julgamento do homem, por Deus.
Em toda liturgia do povo judaico não ocorre uma simples referencia seria a um Satanás de fato. Nenhum dos ramos do judaísmo, hoje, retém qualquer traço de uma crença em Satanás. (RLB)
Siclo de prata (bibl): Moeda mencionada na Bíblia, com peso de 7.275 gramas.
Sucot: O princípio da moral está no amor de Deus. (FL) Festa das cabanas. Celebra-se, habitando durante 8 dias em cabanas em que os israelitas viveram desde a saída do Egito até a conquista da Palestina. Chamou-se também de Hag Haasif (Festa da colheita) ou simplesmente Hag. Primitivamente Sucot era uma festa agrícola, rural. Sucot mareava o final da colheita da fruta. Era também a festa de peregrinação. A festa é um acontecimento alegre e feliz, cheio de símbolos ricos e coloridos, e especialmente atraente para as crianças, às quais obviamente se destina. Ergue-se uma tenda ou cabana (sucá) perto da casa. Em geral, é uma estrutura improvisada, de tábuas de madeira, com teto de folhas e ramos. O teto não deve ser compacto, pois os que se acham dentro da sucá devem poder ver o céu o tempo todo. A construção de uma tenda é prescrita na Bíblia, como eterna lembrança das habitações precárias utilizadas pelos israelitas em seus quarenta anos de peregrinação através do deserto. O interior da sucá é alegremente decorado com frutas da estação outonal, e mobilado com mesa e cadeiras. Durante a semana de Sucot a refeição é servida na sucá. Dois outros símbolos marcam a festa de Sucot: a cidra (uma fruta parente do limão) e o Lulav, ramo de palmeira amarrado com mirto e salgueiros. Cada planta tem o seu significado simbólico, e como a sucá, recordam essencialmente a nossa dependência do solo e nossas obrigações para com Aquele que faz a terra entregar suas dádivas, (MNK) Veja também: LULAV
Talmude: Significa literalmente: "ESTUDO". Contém os trabalhos mentais, opiniões e ensinamentos dos antigos sábios judeus, expondo e desenvolvendo as leis religiosas e civis da Bíblia, durante um período de cerca de 8 séculos (desde o ano 300 a O. até o ano 500 d. C.) O Talmude inclui dois diferentes elementos: a Halaha (lei) e a Hagadá (narração). A Halaha reúne os estatutos da oração oral: enriquecidas pelas discussões das escolas da Palestina e da Babilônia; para alcançar as fórmulas definitivas da Lei. A Hagadá, partindo também do texto bíblico, ensina por meio de lendas, alegorias, reflexões de moral e reminiscências históricas. A palavra "TALMUDE" referia-se no princípio somente à Guemara posteriormente, o nome veio a ser aplicado a ambos. Mshná e Guemara e têm a seguinte relação entre si: a primeira é o texto e a segunda o comentário. (MMM) O Talmude consiste em sessenta e três livros legais, éticos e históricos escritos pelos antigos rabis. Foi publicado no ano de 499 D. C., nas academias religiosas da Babilônia, onde vivia a maior parte dos judeus daquela época. É uma compilação de leis e de erudição, e durante séculos foi o mais importante compêndio das escolas judias. O Judaísmo ortodoxo baseia suas leis geralmente nas decisões encontradas no Talmude. Parte considerável dessa obra enciclopédica só oferece interesse a estudiosos profundos da lei. Mas o Talmude é muito mais do que uma série de tratados legais. Intercalados nas discussões dos eruditos há milhares de parábolas, esboços biográficos, anedotas humorísticas e epigramas que fornecem uma visão íntima da vida judaica nos dias que antecederam e seguiram de perto a destruição do estado judeu. É um reservatório de sabedoria tão valioso hoje quanto o foi há mil e oitocentos anos. Os mesmos sábios rabis que nos deram o Talmude compilaram também o Midrash, coleção de comentários rabínicos sobre os ensinamentos morais da Bíblia, frequentemente citados em sermões e na literatura judaica. Em torno de cada verso das Escrituras os eruditos teceram considerações morais, muitas vezes em forma de parábola. Os rabis estudaram a Bíblia com a convicção de que toda a verdade estava encerrada em suas páginas bastando lê-la para desvendar-lhe o opulento acervo de sabedoria, (MNK)
Tanah (hebr): Bíblia. Segundo a tradição judaica, a Bíblia se compõe da: TORÁ (cinco livros sagrados), NEVIIM (Profetas) e KETUVIM (Hagiógrafos). Daí surge o nome TANAh, formado pelas letras iniciais das três partes de que se compõe a Bíblia. Os Ketuvim abrangem as escrituras poéticas (Salmos, Provérbios e Jó) os Rolos e as Escrituras Históricas. Do ponto de vista histórico a BÍBLIA é uma obra de muitos autores e de diversas épocas. As partes mais antigas datam a 1200 a. C. e as mais recentes foram escritas no ano 100 da EC. Veja também: TOHÁ - NEVIIM - KETUVIM
Teamim: Sinais tradicionais que se encontram nas letras hebraicas da Bíblia e que servem de acentos, pontuação e notas musicais.
Torá (hebr): Ensinamento da Lei. Especialmente o "Cinco Livros de Moisés. " O termo serve frequentemente para toda a lei judaica. Chama-se também em hebraico: Humash, Hamishá e Humashé Torá. O conteúdo da Torá é realmente a melhor prova do seu caráter Divino. Nenhuma mente humana poderia ter, possivelmente as ideias sublimes da Bíblia na atmosfera cultural e religiosa prevalecente no tempo em que foi escrita. As condições morais e intelectuais do mundo naquele tempo não eram conducentes e mal poderiam servir como uma explanação para as mensagens da Torá. Os escritos antigos e as descobertas arqueológicas modernas tendem crescentemente, a confirmar a autenticidade e a validade da Bíblia. Veja também: PENTATEUCO e também: TANAh
Trabalho: A literatura judaica louva o trabalho. A Bíblia recomenda um bom tratamento aos trabalhadores. O Talmude dedica urna atenção especial a relação do empregador com trabalhador. Há inúmeras prescrições sociais referente ao trabalhador. O movimento Haskalá estabelece. a importância social e espiritual do trabalho manual. O Estado de Israel e legislação social protege em- todos os sentidos o homem que trabalha.
Tsedaká (hebr): Na concepção filosófica de Maimônides, a caridade judaica consiste em antecipar o auxílio ao seu semelhante, evitando que o mesmo necessite estender a mão em busca do arrimo. (FL) Geralmente traduzido por "esmola" ou "auxílio", seu significado é incomparavelmente maior. Considerando que a raiz da palavra é TSEDEK que quer dizer justiça, vemos que a atitude da Bíblia é uma da justiça social. Quando um não tem, a obrigação moral dos abastados é reduzir o desequilíbrio. Se eu tenho e o outro não tem, a justiça exige a intervenção de cada um de nós. S em nome desta justiça, que a Torá está crivada de mandamentos visando proteger os humildes, auxiliar os desamparados e garantir seu sustento. Porém, esta justiça começa em casa. Auxiliar estranhos e negligenciar - seja física ou espiritualmente sua família, seria agir contra a justiça. Se alguém ajuda ao seu próximo, nada mais faz, do que cumprir sua obrigação de justiça, tornando-se um instrumento dela.
Versão dos setenta: Assim é chamada vulgarmente a tradução da Bíblia do hebraico para a língua grega. Veja também: HELENISTAS
Vida: A vida é o maior mistério. A Bíblia considera a vida como doin de Deus. O Deus é a fonte da vida.
Yom kippur: Dia do perdão. Festa máxima dos judeus. Yinte e quatro horas de jejum completo, onde o judeu faz penitência, se purifica de seus pecados e reza a Deus. Começa na véspera de 10 de Tishri um pouco antes de pôr-do-sol e finda 24 horas após. É uma festa altamente religiosa. Em Yom Kippur estão proibidas todas as tarefas, pois como estabelece a Bíblia: "Sábado de descanso vos será", (Lev. XVI, 31).
Yovel (hebr): Ano de jubileu. A legislação hebraica reconhecia antigamente e ano YOVEL (Jubileu), que se repetia cada 50 anos. De acordo com a Bíblia, no ano de jubileu voltavam a seu dono as terras que este havia sido obrigado a vender em momentos de dificuldade, e os desditosos recobravam sua liberdade sem nenhum resgate. Neste ano de reparação não devia ficar em todo o país nem um só servo, nem um só proprietário fora da posse de sua parcela. É essa reivindicação, outrora proclamada pelo "shofar" nos anos de jubileu, que esse único toque de corno de carneiro recorda hoje ao judeu, ao finalizar o ofício de Yom Kippur; e nessa evocação de pretérita justiça encontra um modelo no qual inspira a sua vida, no ano que começa. (ES)