Enciclopédia de I Reis 8:59-59

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

1rs 8: 59

Versão Versículo
ARA Que estas minhas palavras, com que supliquei perante o Senhor, estejam presentes, diante do Senhor, nosso Deus, de dia e de noite, para que faça ele justiça ao seu servo e ao seu povo de Israel, segundo cada dia o exigir,
ARC E que estas minhas palavras com que supliquei perante o Senhor, estejam perto, diante do Senhor nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juízo do seu servo e o juízo do seu povo Israel, a cada qual no seu dia,
TB Que estas minhas palavras, com que supliquei diante de Jeová, estejam presentes de dia e de noite a Jeová, nosso Deus, para que defenda ele a causa do seu servo e a causa do seu povo de Israel, como cada dia o exigir;
HSB וְיִֽהְי֨וּ דְבָרַ֜י אֵ֗לֶּה אֲשֶׁ֤ר הִתְחַנַּ֙נְתִּי֙ לִפְנֵ֣י יְהוָ֔ה קְרֹבִ֛ים אֶל־ יְהוָ֥ה אֱלֹהֵ֖ינוּ יוֹמָ֣ם וָלָ֑יְלָה לַעֲשׂ֣וֹת ׀ מִשְׁפַּ֣ט עַבְדּ֗וֹ וּמִשְׁפַּ֛ט עַמּ֥וֹ יִשְׂרָאֵ֖ל דְּבַר־ י֥וֹם בְּיוֹמֽוֹ׃
BKJ E que estas minhas palavras, com as quais fiz súplica diante do SENHOR, estejam próximas do SENHOR nosso Deus dia e noite, que ele sustente a causa do seu servo, e a causa do seu povo, Israel, em todos os tempos, de acordo com o que precisarem;
LTT E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o SENHOR, estejam perto, diante do SENHOR nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juízo do Seu servo e o juízo do Seu povo Israel, dia a dia, segundo o caso exigir.
BJ2 Que estas palavras por mim pronunciadas em oração diante de Iahweh fiquem presentes dia e noite diante de Iahweh nosso Deus, para que faça justiça a seu servo e a Israel, seu povo, conforme as necessidades de cada dia.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de I Reis 8:59

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
E. SALOMÃO CONSAGRA O TEMPLO, 8:1-9.9

A narrativa passa rapidamente para as cerimônias e a oração de consagração do Templo. O dia esperado até mesmo por Davi finalmente havia chegado. O historiador o viu como um dos pontos altos da história do povo de Deus. O Templo significava que o que o Senhor desejava para o seu povo realizava-se naquele dia. O testemunho podia ser dado agora; a luz se propagaria pelas nações.

A casa do Senhor, construída com pedras, vigas de cedro e ouro, era supostamente o meio para a edificação da verdadeira casa do Senhor, o "lar da fé" do qual o Templo era um símbolo (cf. 2 Sm 7.13; cf. Hb 3:2-5). Portanto, o Templo era importante não apenas como o santuário, mas também como o meio de concretizar o objetivo e a esperança da aliança. O historiador aparentemente entendeu que a ocasião era uma época crucial, de grande potencial para que a fé do povo de Deus florescesse como a fé de todos os povos, como Deus determinou que fosse no início (veja comentários sobre 8.43).

1. A Glória do Senhor Enche a Casa (8:1-13; cf. 2 Cron 5:2-6,2)

a. A arca é transferida para o Templo (8:1-9; cf. 2 Cron 5:2-10). O Templo, como o Tabernáculo, deveria conter a arca, o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo. Uma parte significativa da consagração foi a transferência da arca da tenda de Davi para o Templo. A cidade de Davi (1) era a área Ofel de Jerusalém, não tão elevada quanto a do templo-palácio. Ela estava situada ao sul desta magnífica construção. A época, na festa... no mês de etanim (2; setembro-outubro) era o período em que se celebrava a Festa dos Tabernáculos. Novamente se utiliza o antigo nome do mês dos tempos do pré-exílio; tisri é o nome posterior.

Os sacerdotes qualificados para manusear apropriadamente a arca levaram-na ao Templo junto com outros utensílios sagrados, em solene e santa procissão (4). Salomão liderou o povo em um sacrifício de ovelhas e vacas, que se não podiam contar, nem numerar (5).

A arca foi colocada no debir, o Lugar Santíssimo (ou Santo dos Santos) do Templo (6), debaixo das asas abertas dos querubins. Cobriam a arca e os seus varais por cima (7), "formavam uma cobertura sobre a arca e as varas que a sustentavam" (Berk.). Moffatt traduz o versículo 8 como segue: "As varas eram tão longas que as suas pontas podiam ser vistas, não de fora, mas do vestíbulo sagrado em frente ao santuário". O dia de hoje seria a época do historiador. A arca continha as duas tábuas de pedra (9), cópias dos Dez Mandamentos da época do acampamento de Israel em Horebe (outro nome para Sinai). Esta é uma referência à aliança feita no Sinai depois da libertação do Egito. O Êxodo, um grande ato de redenção, foi um impressionante testemunho da graça de Deus por eles; a lei indicava a responsabilidade que veio sobre os israelitas como recebedores da graça de Deus.

  1. A glória do Senhor (8.10,11; cf. 2 Cron 5:11-14).

Deus estava no meio do seu povo. Aqui, como em inúmeras ocasiões distintas, o Se-nhor fez a sua presença real e conhecida em uma nuvem (cf. Êx 40:34-38, que fala da nuvem que ficou sobre o Tabernáculo quando ele foi consagrado). Não podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem (11). Os sacerdotes, confronta-dos com a esmagadora presença de Deus, interromperam o seu trabalho. É uma magnífica ocasião, um dia altamente sagrado, quando Deus assume o completo controle e, aqueles que normalmente seriam os condutores dos acontecimentos, passam a um segundo plano.

A presença divina como uma nuvem escura, misteriosa e atemorizante representa duas grandes verdades a respeito de Deus. Por um lado, sugere que o Senhor, que é santo e transcendente, não pode ser visto pelos homens finitos. Por outro lado, sugere que Deus é imanente e que a sua morada é entre o seu povo.

  1. A morada de Deus (8.12,13; cf. 2 Cron 6.1,2). Salomão declarou por que julgava necessário construir o Templo e por que era importante que ele estivesse no meio de Israel. A ênfase de que aquela casa de oração deveria ser a morada de Deus na terra não é uma contradição ao pensamento expresso posteriormente na súplica de Salomão (27-30). A morada de Deus no Templo era interpretada como uma manifestação significativa de sua presença ali, não como uma limitação exclusiva de sua pessoa a um lugar geográ-fico. A morada do nome divino é outra designação para o Templo (29). Assento para a tua eterna habitação (13), "lugar eterno" deve ser interpretado como um local perma-nente, em contraste com o temporário, da época do Tabernáculo.

2. As Palavras de Salomão (8:14-21; cf. 2 Cron 6:3-11)

Salomão aparentemente estava de frente para o templo e o Lugar Santíssimo, de costas para o povo, quando proferiu as palavras dos versículos 12:13. Virou o rei o rosto (14), ou seja, ele se virou. Ele falou brevemente aos israelitas reunidos, quando lhes lembrou relevantes fatos de seu passado que faziam da consagração uma ocasião significativa. Ele abençoou toda a congregação de Israel. O rei, como o ungido, e conseqüentemente com a unção de Deus sobre si, estava qualificado para proferir a bên-ção do Senhor sobre os demais. Todos estavam em pé quando ele pronunciou:

Bendito seja o Senhor, o Deus de Israel (15) ; um homem que bendiz a Deus deve ser visto em termos daquele que ora e exalta ao Senhor. Salomão e o povo reunido não se enganavam quanto Àquele em cujo nome eles estavam reunidos e em cujo poder consa-gravam o Templo.

Deus prometeu e cumpriu a sua promessa (15) ; Ele também foi misericordioso (16). Estes fatos deram um rico significado às cerimônias da consagração. A ênfase de Salomão era sobre a escolha de Davi, por Deus, e não sobre a sua determinação de um lugar para o Templo (16). A ordem do Senhor é a escolha da pessoa certa para o seu propósito reden-tor antes da determinação das instalações e métodos. É basicamente por meio daquele completamente dedicado e obediente que se promove verdadeiramente o reino de Deus. O desejo de Davi de construir uma casa ao nome do Senhor (17) foi o propósito de estabelecer um lugar digno para a adoração a Deus, e que desse uma impressão adequa-da e profunda a respeito do Senhor.

3. A Oração da Consagração (8:22-61; cf. 2 Cron 6:21-42)

Ao mudar de posição e lugar, Salomão desceu os degraus e pôs-se... diante do altar (22) no pátio do Templo (cf. 2 Cr 6.13 — "plataforma", kiyyor, onde Salomão ficou). Ele estendeu as mãos para os céus (22) e pronunciou a oração da consagração. Apa-rentemente em algum ponto da oração, talvez na parte intercessora, ele se ajoelhou e, ainda com as mãos estendidas para o céu, terminou a oração (54).

a. O Senhor Deus é o Único Deus Verdadeiro (8:23-30; 2 Cron 6:14-21). "Ó [Yahweh] Senhor, Deus de Israel, não há Deus como tu" (23, heb.). Estas palavras refletem o pen-samento monoteísta da época de Davi e de Salomão. Falar de politeísmo ou de monolatria naqueles tempos é uma má interpretação da antiga religião de Israel e do paganismo do antigo Oriente Próximo'.

Salomão pediu que Deus mantivesse e cumprisse a sua promessa com respeito à continuidade do trono em Jerusalém, assim como fora fiel ao cumprir a sua promessa com respeito ao Templo (24,25). Céu dos céus (27) é uma expressão enfática para indi-car que não se aplicam limites nem amarras a Deus, e certamente o Templo não seria um obstáculo para o Senhor (cf. Dt 10:14). Em hebraico, a expressão tem a mesma constru-ção da tradução "lugar santíssimo", o lugar mais sagrado do Templo. Este lugar, do qual disseste: O meu nome estará ali (29) é uma ênfase importante que segue o pensamento de que Deus, o Todo-poderoso, não pode ser contido nem mesmo pelo mundo que Ele criou. O Templo era visto basicamente como o lugar que leva o nome do Senhor, como a própria oração de Salomão indica. Como o lugar de seu nome, era o local onde Ele se encontrava com o seu povo, quando oravam e adoravam; era o lugar aonde a realidade da comunhão do povo com Deus verificava-se pela nuvem de sua presença. Wright afir-mou que o Templo era a ponte mais satisfatória para o espaço entre o Deus distante e celestial, e o desejo que o seu povo tinha de conhecê-lo e de aproximar-se dele. Era a acomodação graciosa do Senhor para as necessidades de seu povo Israel".

O uso de palavras humanas por Salomão com respeito a Deus (teus olhos, 29; ouve,
30) sem dúvida se fez em reconhecimento à sua limitação. Era um tipo de linguagem necessário que continua útil quando as nossas limitações são admitidas.

A oração de Salomão nos versículos 22:30 expressa o tema: "Como Deus é Grande!" (1) Deus é o único Deus, 23; (2) Deus é maior do que todo o seu universo, 27; (3) Deus é misericordioso, 23,24; (4) Deus é fiel, 24-26; (5) Deus tem consideração por sua casa, 28-29; (6) Deus perdoa e restaura os nossos caminhos, 30.

b. Intercessão em situações específicas (8:31-53; cf. 2 Cr 6:22-39). Esta parte da ora-ção fala de condições específicas que podem surgir no futuro. Cada situação é menciona-da com a estrutura se... então (31,32). Faz-se freqüente referência a Deus nos céus; quatro vezes é mencionada a oração no Templo. A ênfase está na súplica ao Senhor do Templo e dos céus; a geografia não é importante.

  1. Se uma disputa entre duas pessoas vier a ser julgada perante o altar, que Deus, o juiz justo, vingue o inocente (31,32). Um juramento (31), especialmente levado ao Templo, seria uma afirmação solene cuja veracidade Deus seria convidado a testemunhar.
  2. A derrota nacional e o exílio deveriam ser reconhecidos como um julgamento devido ao pecado nacional; a oração e o arrependimento seriam o caminho a seguir para o retorno à pátria (33,34).
  3. Fome, peste (37), condições variadas de desastres ecológicos e enfermidades físicas podem ser instrumentos de julgamento devido ao pecado. Nessas ocasiões, Deus ouvirá a oração e o pedido de perdão (35-40). O objetivo a atingir é que [eles] te temam (40) ; isto é, que possam desenvolver a atitude apropriada de reverência perante Deus como a única atitude adequada na vida. A ausência de tal reverência leva invariavel-mente à atitude errada no coração e a atos de pecado contra Deus. Ferrugem (37) pode ser interpretada como praga nas plantas. Chaga do seu coração (38) foi traduzida como "cada um conhece a aflição do seu coração" (versão RSV em inglês).
  4. A súplica em 41-43 é que Deus possa ouvir a oração das pessoas de outras terras que se sintam atraídas a Ele. A idéia é que as notícias do nome de Deus se espalharão até os povos de outras terras, e estes serão atraídos a Ele de tal maneira que irão abandonar a sua falsa adoração e passarão a praticar a verdadeira adoração de Israel. Aqui talvez exista uma indicação de uma razão primária para a construção do Templo: para que fosse um meio de expansão, de trazer outros povos à presença do Deus vivo e verdadeiro.
  5. Nos versículos 44:45 encontramos uma súplica para que Deus acompanhe Isra-el quando o seu exército enfrentar batalhas contra os inimigos Como no passado houve ocasiões em que se fez necessário empreender lutas sagradas, as mesmas ocasiões pode-riam se repetir no futuro.
  6. Prevendo uma época em que Deus viria a entregar o Seu povo nas mãos de um inimigo, devido aos pecados que praticaram (46-53), a oração é para que Deus possa ouvir o arrependimento de seu povo no exílio. A base para a sua oração, mesmo no exílio, é a sua eleição, que tem raízes na sua história passada. Não há homem que não pe-que (46) esta frase não deve ser interpretada como um texto que evidencia uma "religião pecadora", mas como a contrapartida do Antigo Testamento para Romanos 3:23 e I João 1:10. Não existe homem que não tenha pecado ou que não possa vir a pecar.

c. Bênção e ação de graças (8:54-61). Com a intercessão terminada, Salomão, que estava de joelhos, se levantou. Ele tinha assumido o papel de intercessor entre Deus e o povo, não necessariamente como um sacerdote, mas como um rei que representava signi-ficativamente o Senhor entre o povo e que também representava o povo perante Deus. As suas palavras em ação de graças são significativas e relevantes nas suas ênfases.

  1. Houve o adequado reconhecimento de Deus, e lhe foram dirigidas palavras ade-quadas: somente Ele pode proporcionar o verdadeiro repouso (56).
  2. Deus seja conosco, com seu povo (57) é o que Salomão via como essencial para o cumprimento de seu objetivo como o seu povo. Permanece verdadeiro o fato de que Deus deve estar com o seu povo para que possa cumprir a sua vocação e destino. Que Ele não nos desampare e não nos deixe.
  3. O desejo de ter Deus no seu meio, de ter o coração dirigido apropriadamente ao Senhor, deve ser um desejo constante (58-59).
  4. A principal razão por trás do chamado inicial de Israel e da construção do templo era a de que outros povos pudessem vir a saber que o Senhor é Deus e que não há outro (60). Aqui, e em 40-43, está o aspecto universal do monoteísmo de Israel, que é uma demonstração da fé de Israel que também é básica na fé cristã. Não existe outro Deus além do Senhor da Bíblia, e não há outro nome além do de Cristo pelo qual devamos ser salvos (Atos 4:12).
  5. A maneira como os homens aprenderão a conhecer a Deus retorna ao tema da obediência total. Seja o vosso coração perfeito para com o Senhor, nosso Deus (61). Ao caminharem perfeitamente perante Deus, os homens terão os seus falsos deuses e os seus maus caminhos pela vida expostos. Os seus olhos e a sua compreensão serão abertos ao único Senhor vivo e verdadeiro, que é a única base válida para uma existência digna nesta terra. Que prenúncio, no Antigo Testamento, da posição do Novo Testamento com respeito à consagração completa e ao amor perfeito!

"Toda a sua boa promessa" é o assunto dos versículos 56:61. Aqui podemos ver que (1) as promessas de Deus nunca deixam de ser cumpridas, 56; (2) Deus promete a sua presença, 57; (3) Temos a promessa de sua graça capacitadora, 58; (4) A promessa de Deus supera qualquer circunstância, 59; (5) A promessa de Deus leva à perfeição e à obediência, 60,61; 2 Co 7.1; 2 Pe 1.4.

4. Sacrifícios e Festividades (8:62-66; cf. 2 Cr 7:4-10)

A seguir, Salomão e o povo ofereceram um sacrifício de consagração adequado. O grande acontecimento e a imensa multidão reunida exigia o grande número de animais oferecido. Esta oferta conclui a cerimônia de consagração (62). Sacrifício pacífico (63) significa ofertas voluntárias em agradecimento a Deus. O pátio [átrio] diante do Templo também foi consagrado ao Senhor (64). Provavelmente o pátio e os seus objetos foram ungidos com o óleo de unção sagrado, como também foi o caso quando Moisés consagrou o Tabernáculo e os seus utensílios ao Senhor (Êx 40:1-15).

O banquete oferecido por Salomão foi para as pessoas de todas as partes de Israel. O território é aqui descrito de modo diferente do usual "desde Dã até Berseba". Aqui a descrição é desde a entrada de Hamate até ao rio do Egito (65; cf. Nm 13:21). "A entrada de Hamate" é a passagem entre o monte Hermom e o Líbano, diretamente ao norte do mar da Galiléia. O rio do Egito ou "ribeiro do Egito" está a uma considerável distância ao sul de Gaza, conhecido nos anais de Tiglate-Pileser como Nahal Musri47.

Os catorze dias (65) podem ser interpretados como sete dias para a festa de dedica-ção e os sete dias seguintes para a Festa dos Tabernáculos. O oitavo dia (66), portanto, é uma referência ao retorno do povo para casa, depois de observar os sete dias da Festa dos Tabernáculos. Outra possibilidade é observar a versão grega e interpretar somente "sete dias" no versículo 65, como fazem algumas versões.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
*

8:1

os anciãos de Israel. Líderes principais que estavam encarregados do governo local e da justiça, ao longo da história do Antigo Testamento (13 2:18-26'>Êx 18:13-26; Nm 11:16-30; Jz 21:16-24; 1Sm 8:1-9).

Cidade de Davi, que é Sião. A parte mais antiga da cidade de Jerusalém ficava ao sul do templo. Davi tinha antes trazido a arca da casa de Obede-Edom para Sião (2Sm 6:1-19).

* 8:2

festa. Ao que tudo indica, Salomão esperou onze meses para dedicar o templo (6.38), a fim de que a cerimônia pudesse fazer parte da Festa dos Tabernáculos, no Ano Novo, que era comemorada ao sétimo mês (Lv 23:34; 13 5:16-15'>Dt 16:13-15).

* 8:4

tenda da congregação. O tabernáculo, juntamente com todos os seus móveis e utensílios, foi trazido presumivelmente de Gibeão (3.4, nota), pelos sacerdotes e pelos levitas.

* 8:6

debaixo das asas dos querubins. Ver nota em 6.23.

* 8:8

até ao dia de hoje. Declarações como esta (9.13 21:10-12; 12,19) foram escritas da perspectiva de um escritor que viveu antes da destruição do templo (586 a.C.). Ver Introdução: Autor.

* 8:9

as duas tábuas de pedra. A cópia da aliança (conforme o v. 21; Êx 25:16,21; 40:20).

Horebe. Seguindo o padrão estabelecido no Deuteronômio, os escritores da história deuteronômica chamam o local onde a aliança foi estabelecida de "monte Horebe", e não de "monte Sinai". O nome "Horebe" foi usado onze vezes no livro de Deuteronômio (conforme Dt 5:2) e duas vezes na história (aqui e em 19.8). "Sinai" ocorre apenas uma vez em cada um (Dt 33:2 e Jz 5:5).

* 8:10

uma nuvem encheu a Casa do SENHOR. Depois do êxodo do Egito, Deus liderou o seu povo pelo deserto, mediante uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante a noite (Êx 13:21; 40.36-38). No monte Sinai, Deus revelou-se por meio de uma nuvem (Êx 19:9; 24.15-18). Quando o tabernáculo foi levantado, Deus o cobriu com a nuvem de sua glória (Êx 40:34,35; conforme Lv 16:2). Neste incidente, Deus mostrou a sua aprovação ao santuário recém-construído.

* 8:12

habitaria em trevas espessas. Ninguém pode ver Deus Pai e viver, mas Deus pode revelar-se e manifestar o seu amor para com o seu povo por meios indiretos (v. 10 e nota).

* 8:13

lugar para a tua eterna habitação. O templo, como um lugar divinamente sancionado para as orações e os sacrifícios, era um sinal especial da presença de Deus entre o seu povo (Sl 76:2; 132:13,14; Is 8:18; Am 1:2).

* 8:22

estendeu as mãos. Esse gesto era uma atitude de oração (Êx 9:29; Is 1:15; 1Tm 2:8).

* 8:23

não há Deus como tu. A natureza incomparável de Deus é um tema proeminente através de toda a Escritura (Êx 15:11; Dt 4:39; Sl 86:8; Mc 12:29; Ef 4:6; Ap 19:6). A fidelidade de Deus não é algo temporário (3.6; 8.16; Dt 7:9,12; Sl 52:8; Hb 13:8), e nem está o seu poder limitado a um país específico (vs. 41-43; Jonas).

* 8:25

contanto que teus filhos guardem o seu caminho. Salomão repetiu a condição que a sua dinastia continuaria a governar o povo de Israel se os filhos de Davi permanecessem fiéis a Deus (2.3,4; 6:11-13 9:4-9; 11:11-13).

* 8:29

O meu nome estará ali. Deus tinha prometido que ele estaria presente, de maneira especial, no templo de Jerusalém. Salomão suplica ao Senhor que ouvisse as orações que fossem dirigidas na direção do templo (Dn 6:10; 9:17; Jn 2:4).

* 8:31

que jure. Em certas cessões de julgamento um suspeito poderia ter que fazer um juramento de inocência no santuário a fim de corroborar a sua defesa (Êx 22:7-12; Nm 5:11-31). Salomão pede para que Deus, através de seu envolvimento nas vidas dos suspeitos, condenasse o culpado e declarasse o inocente isento de culpa (v. 32).

* 8:33

por ter pecado contra ti. A derrota a um inimigo não era uma derrota pelo deus do inimigo, mas uma derrota de Israel pelo próprio Deus, devido à infidelidade do povo (Dt 28:25; Js 7; 2Cr 36:15-19; Lm 2:1-8).

* 8:34

faze-o voltar à terra. Não era incomum que o exército e o povo derrotado na guerra fossem deportados para outra terra. Salomão pede que Deus se mostre misericordioso e restaure àqueles que lhe pedirem o perdão.

* 8:35

Quando os céus se cerrarem. Da mesma maneira que Deus dirige a sorte de seu povo na guerra, assim também Deus controla o mundo da natureza. A seca era uma das maldições da aliança (1Rs 17:1; Dt 28:22-24; Am 4:7,8).

* 8:37

fome... doença. Salomão mencionou uma grande variedade de aflições: fome, pestilência, gafanhotos, guerra e doenças, todas elas mencionadas em Deuteronômio 28.

* 8:39

dá a cada um segundo todos os seus caminhos. Salomão roga a Deus para que use de seu conhecimento infinito para estabelecer a justiça entre o seu povo.

* 8:43

afim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome. Salomão ora aqui que, algum dia, todos os povos entreguem suas vidas a Deus, tal como Israel estava fazendo (conforme Is 56:6-8; Zc 8:23 e Mt 28:19).

* 8:44

Quando o teu povo sair à guerra. Salomão referia-se aqui às atividades militares empreendidas por ordem divina (ver 13 11:20-30'>1Rs 20:13-30; Lv 26:7; Dt 20; 21:10; 1Sm 23:2,4; 2Sm 5:19,24).

* 8:46

não há homem que não peque. Ver " Pecado Original e Depravação Total", em Sl 51:5.

os leve cativos. O exílio para longe da Terra Prometida era uma das mais severas maldições do pacto sinaitico (v. 33, nota; Lv 26:33-45; Dt 28:64-68; 30.1-5). O exílio era, igualmente, uma maldição em vários tratados antigos do Oriente Próximo.

* 8:50

perdoa o teu povo. Estando fora da terra de Israel, não significava que as promessas de Deus deixaram de ser operantes (Ne 1:11). Salomão roga a Deus que faça com que os captores dos exilados israelitas mostrem misericórdia para com seus cativos (Sl 106:46).

* 8:53

os separaste. Visto que Deus escolheu especificamente a Israel e os libertou da escravidão no Egito, para que se tornasse sua própria herança especial (Êx 19:3-6; Dt 4:20 e 9.26), Salomão ora para que Deus não se esqueça dessa história de redenção, quando Israel se encontrar em exílio.

* 8:56

SENHOR, que deu repouso ao seu povo. Depois de consideráveis reviravoltas no período do vagar pelo deserto e da conquista, Israel tinha esperado o cumprimento da "boa promessa, que ele havia prometido através de Moisés, seu servo" (5.4, nota; Êx 33:14; Dt 12:10). No Novo Testamento, os crentes são exortados a fazer todo esforço para entrarem no descanso de Deus (Hb 4:11; conforme Ap 14:13).

* 8:60

não há outro. Os chamados deuses que os povos adoram são fictícios; o único Deus real é o Deus de Israel (conforme Dt 4:35).

* 8:63

vinte e dois mil bois. No decurso de catorze dias de festividades dedicatórias, Salomão e a grande multidão presente em Jerusalém ofereceram um número incrível de sacrifícios, muito mais do que aquele apresentado durante a dedicação comparativamente mais modesta do segundo templo (Ed 6:16-18).

* 8:64

ofertas. Quanto aos holocaustos, ver nota em 3.4. Ofertas de cereais com freqüência acompanhavam os sacrifícios de animais (Lv 2; 7.11-14; 8:26; 9:4; 14:20; Nm 15:1-10), e eram indicações de gratidão e louvor dos adoradores. Quanto a ofertas pacíficas ver Levítico 3.

o altar de bronze. Esse altar, onde os sacrifícios eram queimados, estava localizado defronte do templo (vs. 22, 54), e era diferente do altar do incenso, dentro do templo (6.22, nota).

* 8:65

a entrada de Hamate. Essa área, perto do limite norte do território controlado por Israel, estava localizada a cerca de 32 km ao sul de Cades, às margens do rio Orontes (Js 13:5; 2Rs 14:25).

rio do Egito. Provavelmente o mesmo que o Vádi El-Arish, no norte da península do Sinai. Pessoas provenientes do reino inteiro de Salomão estiveram presentes a essas festividades (4.21).

* 8:66

todo o bem que o SENHOR fizera a Davi, seu servo, e a Israel, seu povo. Graciosamente, Deus cumpriu sua promessa a Davi de que um de seus descendentes edificaria o templo que ele tinha desejado edificar (2Sm 7:1-16). Deus também dera a Israel um santuário central (Dt 12), bem como descanso de seus inimigos (1Rs 5:4).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
8.1ss Salomão reuniu ao povo não só para dedicar o templo mas também para que eles confirmassem sua entrega a Deus. Bem poderia Salomão dirigir estas palavras a nós hoje em dia: "Seja, pois, perfeito seu coração para com o Jeová nosso Deus, andando em seus estatutos e guardando seus mandamentos, como no dia de hoje" (8.61).

8.1ss Qual era a diferença entre o templo e o tabernáculo, e por que os israelitas trocaram de um a outro? O tabernáculo era um lugar móvel de adoração desenhado para o povo quando viajavam para a terra prometida. O templo era um lugar permanente de adoração a Deus depois de que os israelitas estavam em paz em sua terra. Trazer o arca do pacto ao templo significou a presença atual de Deus nesse lugar.

8:6 Os querubins são anjos poderosos.

8.15-21 Durante quatrocentos e oitenta anos depois de que o Israel escapou do Egito, Deus não pediu que lhe construíra um templo. Em vez disso, enfatizou a importância de sua presença entre eles e a necessidade que tinha o povo de líderes espirituais. É fácil pensar em um edifício como o centro da presença e o poder de Deus, mas Deus escolhe e utiliza pessoas para fazer sua obra. Pode usá-lo mais a você que a um edifício de madeira e pedra. O construir ou aumentar nosso lugar de adoração pode ser necessário, mas nunca deve ter maior prioridade que o desenvolvimento de líderes espirituais.

8:24 Salomão se referia à promessa que Deus fez ao Davi em 2Sm 7:12-15 de que um de seus filhos construiria o templo.

8:27 Nesta oração de dedicação, Salomão declarou que nem sequer os céus dos céus poderiam conter a Deus. Não é surpreendente que, apesar de que os céus não o podem conter, está disposto a viver nos corações daqueles que o amam? O Deus do universo habita em seu povo.

8.33, 34 Depois do reinado do Salomão, o povo se foi afastando de Deus. O resto da era do reino é um exemplo vívido do que Salomão descreveu nestes versículos. Como conseqüência do pecado do povo, Deus permitiu que fossem derrotados por seus inimigos em várias ocasiões. Logo, desesperado-se, clamaram pelo perdão a Deus e O os restaurou.

8.41-43 Deus escolheu ao Israel para que fora bênção para o mundo inteiro (Gn 12:1-3). Esta bênção se cumpriu no Jesus, um descendente do Abraão e do Davi (Gl 3:8-9), quem chegou a ser o Messías para toda a gente, feijão ou não judia. Quando os israelitas entraram pela primeira vez na terra prometida, lhes ordenou que erradicassem às nações malvadas, por isso lemos a respeito de muitas guerras no Antigo Testamento. Mas não devemos concluir que a guerra era o primeiro dever do Israel. depois de submeter aos povos malvados 1srael tinha que converter-se em uma luz para as nações circundantes. Mas o próprio pecado do Israel e sua cegueira espiritual impediram que pudessem alcançar ao resto do mundo com o amor de Deus. Jesus deveu fazer o que a nação do Israel não pôde.

8.46-53 Salomão, quem parecia que tinha visões proféticas respeito ao futuro cativeiro de seu povo (2 Rseis 17:25), pediu a Deus que fora misericordioso com eles quando clamassem ao para poder recuperar sua terra. A referência de sua volta se encontra no Esdras 1:2; Nehemías 1; 2.

8.56-60 Salomão elogiou ao Jeová e orou pelo povo. Sua oração pode ser um patrão para nossas orações. Fez cinco petições básicas: (1) pela presença de Deus (8.57); (2) pelo desejo de fazer a vontade de Deus em tudo ("incline nosso coração para O", 8.58); (3) por ajuda nas necessidades diárias (8.59); (4) pela habilidade de obedecer as leis de Deus e seus mandamentos (8.58); (5) por difundir o Reino de Deus ao mundo inteiro (8.60). Estas petições são igualmente aplicáveis na atualidade como o foram nos dias do Salomão. Quando orar por sua igreja ou sua família, poderia realizar as mesmas petições.

8:65 Outras versões traduzem "rio do Egito" como "arroio do Egito". Pôde haver-se tratado do leito de um rio seco.

TEMPLO DO SALOMON 960-586 a.C.

O templo do Salomão era belo. Levou sete anos construi-lo e resultou um edifício impressionante com ouro, prata, bronze e cedro. Não havia nada que se comparasse a aquela casa de Deus. A descrição aparece em II Crônicas 2:4.

MOBILIÁRIO

Querubim: representava seres celestiales, simbolizava a presença e santidade de Deus (recubiertos de ouro, 4, 5 m de largura)

Arca do pacto: continha a Lei escrita em duas pranchas, simbolizava a presença de Deus com o Israel (madeira recubierta de ouro)

Véu: separava o Lugar Santo do Lugar Muito santo (linho fino em azul, púrpura e carmesim, bordado com figuras de anjos)

Portas: entre o Lugar Santo e o Lugar Muito santo (madeira recubierta de ouro)

Mesas de ouro: (madeira recubierta de ouro), castiçais de ouro (com sete lamparinas em cada um) e altar de incenso (madeira recubierta de ouro): instrumentos para as funções sacerdotais no Lugar Santo.

Colunas de bronze: chamados Jaquín (significa "O estabelece") e Boaz ("no está minha fortaleza"). Juntos poderiam significar "Deus dá a fortaleza"

Altar: para queimar os sacrifícios (bronze)

Mar: para que os sacerdotes se lavassem (tinha capacidade para uns quarenta e oito mil litros)

Fontes de bronze: para lavar os sacrifícios (tanques em bases com rodas)

Esta reconstrução utiliza os paralelos arqueológicos conhecidos para complementar ao texto, e supõe as dimensões interiores de 1Rs 6:17-20.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66

E. dedicatória PROCESSIONAL (


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
Consagração (8)

Quando trouxeram a arca para o templo, Deus encheu-o com sua glória. Em anos posteriores, Ezequiel viu essa glória partir (Ez 8—11). Sa-lomão discursa para o povo (vv. 12-

  • e lembra-o da fidelidade de Deus no cumprimento de suas promessas. Depois, ele ora ao Senhor em benefí-cio de sua família (vv. 22-30), dos ci-dadãos que pecaram (vv. 31-40), dos gentios estrangeiros (vv. 41-43) e da nação em seu futuro exílio (vv. 44-53). O pensamento-chave da oração é que Deus ouviria os clamores de-les e seria misericordioso, apesar de seus pecados. Salomão, em sua ora-ção, deixa claro que a condição do coração de Israel é mais importante que a existência do templo. Ele sabia que o pecado trazia castigo, mas o arrependimento trazia perdão e bên-ção. Era mais importante consagrar as pessoas que o prédio.
  • Com certeza, os versículos 44:53 tornaram-se realidade, pois 1s-rael ficou cativo por causa de seus pecados, e Deus o trouxe de volta a sua terra para reconstruir o templo e servir-lhe de novo. Essa oração e promessa também serão cumpridas nos dias futuros, quando Israel, em descrença, voltar a sua terra.
    Depois da oração, Salomão abençoou o povo (vv. 54-61) e exor-tou-o a ter o coração perfeito com o Senhor. Observe a preocupação do rei no sentido de que as outras nações

    conheçam a verdade do Senhor (v. 60; e veja vv. 41 -43). lnfelizmente, Is-rael não cumpriu sua missão de levar a verdade do Senhor aos gentios. A celebração durou 14 dias (v. 65), sen-do a primeira semana ocupada com sacrifícios, com celebrações e com as cerimônias de consagração oficial. Na segunda semana, o povo voltou para suas tendas para regozijar-se no Senhor. Em 9:1-9, o Senhor aparece a Salomão para lembrá-lo de que com seus privilégios também vêm gran-des responsabilidades, que o Senhor confirmará o reino de Salomão para sempre se o povo seguisse Deus em obediência, mas, se pecasse, ele eli-minaria a nação, lnfelizmente, a na-ção caiu em pecado e descrença, e cumpre-se a profecia Dt 9:6-5. Em 586 a.C., os babilônios, quando le-vam o povo cativo, saqueiam e des- troem o belo e caro templo.

    No início, Deus habitava no tabernáculo (Êx 40:34) e, depois, no templo de Salomão. Depois, a glória do Senhor veio à terra na pessoa de Cristo (Jo 1:12-43). Hoje, todo cristão verdadeiro é templo de Deus (1Co 6:19-46), como também a igreja coletiva (Ef 2:21) e a local (1Co 3:16). Durante o período de tribulação, haverá um templo judeu (2Co 2:1-47) em que o anticristo será adorado pelo mundo descren-te. E também haverá um templo glorioso durante o Reino milenar de Cristo (Ez 40—48).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
    8.1 A narrativa dá dedicação do Templo ocupa a totalidade deste oitavo capítulo e mais nove versículos do capítulo seguinte, e divide-se em seis partes principais:
    1) A arca toma o seu lugar no Templo, 1-11;
    2) O discurso de Salomão, 12-21;
    3) A oração de Salomão, 22-53;
    4) A bênção proferida por Salomão 54-61;
    5) Os sacrifícios oferecidos em celebração da festa, 62-66;
    6) A resposta que Deus deu a Salomão, 9:1-9.
    8.3 A arca do Senhor. Pertence ao Santo dos Santos no Tabernáculo, e continha o Testemunho (as tábuas da lei), e além disso, segundo He 9:4, uma urna de ouro contendo o Maná (Êx 16:33) e a vara de Arão que floresceu (Nu 17:8-4). Estes dois objetos estavam ali, segundo a ordem divina, dada no deserto, mas, por este parágrafo (9), ficamos sabendo que a arca continha, na época de Salomão, apenas as duas tábuas de pedras. O Templo ficava um pouco fora da velha fortaleza de Davi, onde a arca estava depositada (2Sm 6:16-10).

    8.4 A tenda da congregação. Ainda havia alguma tenda para representar o Tabernáculo que Moisés construíra, mas imagina-se não haver ali muita coisa valiosa dos utensílios sagrados originais, depois de os israelitas haverem passado séculos difíceis, depois da época de juízes. Subir. O Templo estava situado numa elevação, que culmina em uma grande rocha.

    8.8 Eram vistas do Santo Lugar. O sacerdote que entrava no Santuário para o culto recebia a consolação ao sentir a presença da arca, mas o povo nada podia ver de fora, no grande átrio. Tem-se a impressão de que a de dependência central do Templo de Salomão constituía-se do santuário do Tabernáculo, que era para o serviço dos sacerdotes. O povo participava dos cultos do Templo pelo lado de fora.

    8.10 Repete-se a mesma manifestação da glória divina que se revelara ao povo, no deserto, ao se completar o Tabernáculo (Êx 40:34, 35).

    8.12 Trevas espessas A ordem divina para construir o Tabernáculo, que também foi seguida por Salomão na construção do Templo (a não ser no pormenor de uma construção maior, mais firme e permanente, contendo, portanto, maior número de móveis), tinha determinado tudo de modo a que hão fossem construídas janelas no Santo dos Santos, o que provocaria, então, absoluta escuridão.

    8.14 Voltou, então, o rei o rosto. As palavras anteriores foram dirigidas à Presença Divina, revelada pela nuvem; agora Salomão fala à congregação do povo, no átrio do lado de fora do Templo.

    8.18 Bem fizeste em o resolver. Deus aceitara a adoração que Davi expressara, por meio daquele seu desejo de edificar a Casa de Deus, porém este privilégio foi reservado ao seu sucessor. Deus havia revelado seu poder ao seu povo em muitas circunstâncias do passado, livrando-os do cativeiro, viajando com ele pelo deserto, levantando a Davi da posição de pastor de ovelhas à de pastor da nação, e não precisava de templo algum. Salomão que não era um homem de guerra, como o fora Davi, teve a permissão para levantar o Templo.

    • N. Hom. 8:23-53 Esta longa oração pública é, antes de mais nada, um ato de intercessão, como é o: caso de muitas das orações do Antigo Testamento. Pensa-se especialmente nas orações de Abraão mencionadas em Gn 18:22-33 e 20.17, e as de Moisés; que se encontram em Êx 32:11-13 e 32:30-32. A oração de Salomão inclui não apenas os israelitas mas também os prosélitos, os estrangeiros que vêm para adorar a Deus (41). Inclui não somente a época de Salomão, mas abrange todos os séculos da história de Israel (47). Divide-se em nove partes:
    1) A oração em prol da família real (2326);
    2) A oração em favor de todas as petições que viriam a ser feitas no Templo (27-32);
    3) A oração pela proteção divina contra os invasores (33-34);
    4) Pela preservação do povo em época de seca (35-36);
    5) Pelo livramento de várias calamidades naturais, tristezas e problemas do íntimo (37-40);
    6) Pela bênção divina sobre os prosélitos (41-43);
    7) Pelo socorro divino em tempo de guerra (44-45);
    8) Pela misericórdia divina quando o povo fosse levado cativo (46-50);
    9) A conclusão da oração que apresenta suas razões: estriba-se na misericórdia divina já revelada no passado (51-53). Assim também o crente se aproxima de Deus pela oração da fé, sabendo que Deus, tendo-nos dado Seu: Filho Unigênito (Jo 3:16), não nos negaria: nenhum bem (Rm 8:32; Mt 7:11; Jo 14:13).

    8.23 Guardas a aliança. Nenhuma oração pode ser dirigida a Deus antes de haver o conhecimento da revelação que fez da Sua Natureza. Nenhuma esperança de resposta à oração pode haver, sem o reconhecimento de que as promessas de Deus são fiéis, que Ele tem a vontade e o poder de cumprir tudo (24) desde que seja do Seu agrado.

    8.27 Salomão compreende muito claramente que não está construindo um tipo de hotel para hóspedes sobrenaturais, o que, aliás, sempre, foi a idéia do paganismo, mesmo no seu aspecto mais sublime. 2Cr 6:18 enfatiza o fato de que os homens não merecem a benevolência divina.

    8.29 Meu nome estará ali. A lei revelada a Moisés, no deserto, apontava para uma situação ideal, na Terra Prometida, com um Templo organizado (Dt 12:11).

    • N. Hom. 8.38 O coração humano é enganoso e maligno, desesperadamente corrupto, mas nem por isso Deus deixa de esquadrinhá-lo (Jr 17:9-24). Deus vê e compreende o íntimo do homem, o coração (1Sm 16:7, Jo 2:25), e por causa desta divina compreensão, pode julgar retamente a cada um (Gn 18:25; At 17:31). Se fôssemos enfrentar a justiça de Deus sem confiar no Seu perdão, nenhum ser humano subsistiria (Sl 130:3-19), mas esta compreensão divina inclui uma terna compaixão pelas nossas fraquezas (Lc 7:13 e He 4:15, He 4:2.18, He 4:7.25).

    8.46 Não há homem que não peque. "Todos pecaram e carecem da glória de Deus” é a declaração de Rm 3:23; "O salário do pecado é a Morte", ensinaRm 6:23. Mas ambas estas declarações trazem consigo, o antídoto, a cura: "Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus",(Rm 3:24); "Mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm 6:23).

    8.47 No terra do seu cativeiro. Há várias referências, nos versículos 46:53, a um futuro cativeiro dos israelitas numa terra estrangeira. Os acontecimentos descritos em 2Rs 25:8-12; Mt 6:5; Lc 18:11-42; Lc 4:0) Com as mãos erguidas, Sl 88:9; 1Tm 2:8.

    • N. Hom. 8.56 As promessas de Deus formam o âmago da mensagem bíblica, e, num sentido geral, normalmente fazem parte das Suas Alianças. No Antigo Testamento vemos registradas as Alianças de:
    1) Noé (Gn 9:9-17);
    2) Abraão (Gn 12:1-3; 15:18; 17:6-8);
    3) Moisés, que é a Aliança aqui referida por Salomão (Êx 6:6-8; Dt 7:8-5); e
    4) Davi (2Sm 7:12-10). Mas a maior aliança de todos os tempos é a Nova Aliança ou Novo

    Testamento (Mt 26:28, He 9:11-58 e 13.20). Esta Aliança representa a soma total de toda a graça, a bênção e a verdade que se inclui na redenção que Jesus Cristo obteve para os homens; com o derramamento de Seu próprio sangue. Em resumo, o pecador arrependido que vem a Deus mediante Jesus Cristo (He 7:25), nasce de novo (Jo 3:7), tornando-se um filho de Deus (Jo 1:12), recebendo o perdão divino (1Jo 1:9), e a vida eterna (Jo 3:16).

    8.63 Sacrifício pacífico. A lei das ofertas pacíficas, que se acha em Lv 7:11-18. As pessoas que trouxessem a oferta comeriam da carne ofertada, o que esclarece a razão de haverem sido efetuados tantos sacrifícios assim: a congregação inteira participava da festa religiosa.

    8.64 O meio do átrio. A grande rocha no meio do átrio passou a servir como altar público. Hoje, aquela rocha está embutida numa mesquita, na parte árabe de Jerusalém. Muito pequeno. Veja a nota 1Rs 7:23-11.

    8.65 A Festa do Tabernáculos. A data da festa, o sétimo mês (2), mostra que aqui se trata de uma festa religiosa, já prescrita por Moisés em Lv 23:39-44. A festa é essencialmente de ações de graças pela ceifa, durante a qual celebra-se a graça divina em resgatar o povo da escravidão, e de preservá-lo durante a peregrinação pelo deserto. O Templo é o lugar para a mais íntima comunhão com Deus, e identificar-se com Suas promessas, e ali adorá-lO pelo que fizera em prol do Seu povo. Então a data de 15 de etanim foi bem escolhida.

    • N. Hom. 9:1-9 Ouvi a tua oração. Deus, tendo misericórdia do seu povo, faz uma promessa incondicional de sempre estar pronto a atender a oração de fé, feita por qualquer pessoa em nome dEle (que foi o teor da mesma oração de Salomão em 8.3052). Mas quanto à prosperidade particular, que Salomão pedira, para a família real (8.2526), dependia tão somente da responsabilidade individual dos seus descendentes em andar em fé, obediência e fidelidade (9:4-7). Da mesma maneira, o prédio físico não se poderia considerar inviolável se os freqüentadores vivessem no pecado (9.8). Isto quer dizer que nenhuma descendência física, nenhuma organização humana, nenhum lugar, pode ser detentor dos favores de Deus, mas cada um deve aproximar-se de Deus pela fé (Rm 4:16-45).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66
    8.1. Salomão reuniu [...] as autoridades de Israel-, transformando a transferência da arca para o seu novo lugar de descanso numa grande celebração cívica e religiosa. A Cidade de Davi na colina a sudeste estava localizada em nível mais baixo do que o templo, assim os líderes foram chamados “para fazerem subir a arca da aliança” (ARA). A ocasião lembra o dia em que Davi levou a arca para Jerusalém (2Sm 6:12-10; lCr 15), e Salomão esperava fazer da arca da aliança mais uma vez um símbolo de unidade nacional, v. 2. por ocasião da festa-, a festa das cabanas, ou “tabernáculos” (sukkôt, Dt 16:13, ou do “encerramento da colheita, ’asip, Ex 23:16), celebrada após a colheita (“no final do ano”, Êx 23:16) e que marcava o ano novo na contagem cananéia usada no início do período da monarquia. Mais tarde (possivelmente sob Josias), foi adotado o ano babilónico, iniciando em março-abril, e por isso o editor explica que o antigo mês (yerah) de etanim era o sétimo mês (hõdes) na nova contagem (semelhante a 6.38). A se-qüência do tempo não está clara. Ou (a) o templo foi concluído no mês de bul do décimo primeiro ano de Salomão e ele esperou 11 meses para fazer a consagração coincidir com a festa do ano novo, ou (b) o templo foi concluído no mês de bul mas o tempo intermediário foi preenchido com o preparo dos utensílios de bronze, ou (c) o templo e os móveis estavam quase concluídos quando o povo se reuniu nos últimos dias de etanim, a chegada da arca assinalando a última declaração de que estavam concluídos nos primeiros dias de bul. Se a festa das cabanas estava associada a uma cerimônia de entronização de Javé, a ocasião seria duplamente apropriada, mas não há evidências diretas a favor disso com base nas fontes da monarquia (cf. De Vaux, p. 504-6).

    Seguindo o precedente estabelecido por Davi (lCr 15.14,15), os sacerdotes pegaram a arca (v. 3) e os seus acessórios e a Tenda do Encontro (v. 4; i.e., “a tenda que Davi lhe havia preparado” [2Sm 6:17], e não a tenda mosaica que 2Cr 1:3 diz que estava em Gibeom) para acompanhar o sacrifício (cf 2Sm 6:13). A arca foi levada para o santuário interno do templo (debir, v. 6), sendo carregada com varas que foram deixadas nos seus lugares e assim podiam ser vistas da frente do santuário interno (v. 8). Possivelmente as varas estavam em ângulo reto com o eixo do templo, e a cortina que fechava a entrada estreita ficava afastada um pouco, de forma que as pontas das varas (mas não a arca) pudessem ser vistas da entrada. A arca continha as duas tábuas de pedra (v. 9). He 9:4 sugere que havia outros itens na (e não somente diante da) arca (v. Êx 16:32-34; Nu 17:10), mas que se perderam, possivelmente em algum incidente como o de 1Sm 6:19. v. 10. uma nuvem encheu o templo do Senhor [...] a glória do Senhor encheu o seu templo, numa conclusão bem-sucedida da procissão, que causou grande admiração.

    A exclamação de Salomão e a oferta para Javé (8.12,13)
    A versão grega coloca os v. 12,13 no final do v. 53 e acrescenta a linha dada pela RSV, resultando assim na forte parelha de versos monoteístas: “O Senhor estabeleceu o sol nos céus” (assim Javé é maior que o sol que outros adoravam) e ele disse que habitaria numa nuvem escura (assim Javé é o regente também das nuvens de tempestades, símbolo do deus da tempestade, chamado Hadade; v. Dt 4:11; 2Sm 22:10). Salomão então apresenta o problema de todos os santuários (cf. v. 27 a seguir): Na realidade construí para ti um templo magnífico, um lugar para nele habitares para sempre! (v. 13).

    A bênção de Salomão (8:14-21)
    Salomão recapitula a história nacional como atos do Senhor, o Deus de Israel e coloca a aliança com Davi como parte da eleição divina, no mesmo nível da aliança do Sinai, não escolhi nenhuma cidade [...] em honra ao meu nome (v. 16; a LXX acrescenta: “mas escolhi Jerusalém”, 2Cr 6:6) mas (em contraste) escolhi Davi, que não teve a permissão de construir o templo ele mesmo. v. 20,21. O Senhor cumpriu a sua promessa [...] Providenciei nele um lugar para a arca, na qual estão as tábuas da aliança-, assim conduz a história de volta à sua origem no Egito. A partir daí, o culto nacional celebrava tanto a escolha inicial que Javé tinha feito do povo de Israel quanto a escolha de Sião e da dinastia davídica (Sl 68:0Sl 132:0). Qualquer dúvida sobre a legitimidade da sucessão de Salomão era absorvida em uma teologia total da eleição nacional.

    A oração de Salomão (8:22-53)
    v. 22. Salomão colocou-se diante do altar [...] levantou as mãos para o céu\ uma atitude demonstrada muitas vezes na arte do Antigo Oriente, em que o suplicante está em pé diante do rei ou deus assentado. Segundo Crônicas 6.13 nos dá detalhes de uma plataforma de bronze (e diz: “depois ajoelhou-se”, conciliando esse texto com o v. 54 mais à frente). O altar do Senhor não foi mencionado na lista do trabalho de Hurão.

    A primeira seção da oração (v. 23-30) é uma declaração excelente acerca da transcendência de Deus, mesmo que haja um relacionamento de aliança com o seu povo, que liga novamente a aliança do Sinai com a de Davi. v. 23. não há Deus como tu (lembra Êx 15:11que guardas a tua aliança de amor (v. Êx 34:7; de hesed amor leal, verdadeiro com as promessas da aliança). Recapitula-se aqui novamente a aliança de Davi (v. 24-26) com a oração de que se confirme (v. 26). v. 27. Mas será possível que Deus habite na terra? mostra claramente que essa casa não é nenhuma tentativa de localizar ou limitar o Deus infinito. Antes, é o lugar do qual disseste que nele porias o teu nome (v. 29; conforme também 5.5 acerca do nome). Assim, o servo oferece a oração voltado para este lugar (v. 29,30,35,38,42,44,48) ou neste templo (conforme 31.33), e Javé ouvirá desde os céus, lugar da tua habitação (sebet, possivelmente lugar de entronização), v. 30. quando ouvires, dá-lhes o teu perdão', porque a oração seria normalmente um sinal de arrependimento ou reconhecimento humilde (v. 34,36,39,50), em busca de alívio em diversas condições, e que resultaria em reverência renovada (v. 40). Três outros casos são vislumbrados: (a) a necessidade de castigo, não perdão (v. 32; conforme Ex 22:713, em que há um exemplo disso), declara sem culpa o inocente (saddiq, melhor: “aquele que está no direito”) dando-lhe o que a sua inocência merece (a justiça do seu caso; v. 32); (b) o estrangeiro (v. 42; nokrí, não um estrangeiro residente, mas alguém atraído pela fama de Javé, como na visão de Is 2:2-23), que pode também compartilhar a reverência que Israel demonstra por Javé — em contraste marcante com a estreiteza posterior; (c) a guerra santa (v. 44) por onde quer que tu o enviares, em que a oração é: ouve dos céus a sua oração (v. 45). As calamidades (v. 33,35) são consideradas castigos, v. 33,34. derrotado [...] traze-o de volta pode ser uma referência aos que foram levados como prisioneiros (como os do Reino do Norte, levados em 722 a.G. ou por Senaqueribe em 701 a.C.). v. 35. não houver chuva-, a falta de chuva era um desastre fre-qüente, e a chuva escassa na Palestina tornava a falta ainda mais séria. v. 37. fome ou praga', o resultado da falta ou da poluição da água. gafanhotos'. uma praga à qual a Palestina e países vizinhos eram especialmente vulneráveis, visto que os gafanhotos se procriavam nos desertos próximos. J1 2 descreve de forma muito vívida uma dessas pragas. A lista é ampliada de forma interessante e simples para incluir qualquer praga ou epidemia, uma oração: supõe-se que tudo está sob o controle de Javé, de quem se diz: só tu conheces o coração do homem (v. 39). Até mesmo no distante cativeiro, o povo pode “cair em Sl” (v. 47; a VA traz “refletir sobre Sl mesmos”) como o filho pródigo (Lc 15:0,Dt 32:9). A última atribuição ó Soberano Senhor (mais correto do que “Senhor Iahweh” da BJ) reitera a supremacia do Deus de Israel.

    A bênção real (8:54-61)
    A atitude de humildade e reverência (v. 54) muda para uma de autoridade beneficente e comovente (v. 55). A fidelidade de Javé é tanto o objeto do louvor (v. 56) quanto a fonte para a vida obediente (v. 58) que vai servir como testemunho para as nações vizinhas (v. 60). v. 56. descanso a Israel, o seu povo, como havia prometido (v. Dt 12:10) e Não ficou sem cumprimento nem uma de todas as boas promessas (v. Js 21:45) refletem esse forte sentido histórico do propósito divino em desenvolvimento, e daí vem a bênção, v. 57. Que o Senhor, o nosso Deus, esteja conosco, assim como esteve com os nossos antepassados: a condição comportamental é tornada menos severa por meio da oração: E faça com que de coração nos voltemos para ele (v. 58), mas reaparece na exigência rigorosa: Mas vocês, tenham coração íntegro (v. 61), correspondendo a responsabilidade à declaração: não há Deus como tu (v. 23; conforme Êx 20:3).

    A linguagem e idéias da oração e das bênçãos são tão semelhantes às de Deuteronômio que alguns comentaristas consideram estas como acréscimos posteriores. Mas não é de forma alguma improvável que Salomão conhecesse a história nacional e as suas raízes mosaicas. Se ele disse tudo isso — e ele pode muito bem ter se sentido assim após ter visto “a glória” (v. 11) —, então Deus lhe deu uma real oportunidade de retornar à piedade e sabedoria humilde e desfazer a arrogância crescente de sete anos da construção de palácios.
    Sacrifícios finais e festas (8:62-66)
    A ênfase na comunidade (o rei e todos os israelitas, v. 62) é forte nesse texto. Embora as construções posteriores tornassem pequeno o templo, fazendo-o parecer uma capela do palácio do rei, a impressão aqui é que era o santuário de todo o povo de Israel feito em honra do verdadeiro Deus. As ofertas de comunhão (v. 64), também, simbolizavam comunhão com Javé e uns com os outros, v. 65. A festa era a festa das cabanas no ano novo (v. comentário Dt 8:2) e pode ter sido celebrada por povoados desde Lebo-Hamate (a 160 quilômetros ao norte da Galiléia) até o ribeiro do Egito, ou isso pode ser uma referência ao encontro universal em Jerusalém, durante sete dias\ de acordo com a LXX. O TM acrescenta: “e mais sete dias, catorze no total” (assim a ARA e a ARC). oitavo dia\ no final, todos estavam jubilosos e de coração alegre, um final adequado para essa celebração tão comovente. Ah, se somente tivesse continuado assim!

    A influência do templo — alternadamente objeto de negligência, devoção e falsas esperanças — é parte da história a seguir. Há um sentimento de desconforto que vem à superfície em Is 66:1 e At 7:48, e é interessante que a carta aos Hebreus faça analogias não com o templo, mas com o tabernáculo. Com a melhor das intenções, grande parte de simbolismo cananeu havia sido incorporado. A antiga adoração “baalizada” de Javé tinha no mínimo criado alguns lugares de apoio, como mostram as recaídas subseqüentes.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 1 até o 66

    I Reis 8


    5) A Dedicação do Templo. 1Rs 8:1-66.

    a) A Arca é Levada ao Templo. 1Rs 8:1-11.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de I Reis Capítulo 8 do versículo 12 até o 61
    b) A dedicação (1Rs 8:12-11). É muito provável que tenhamos perante nós o princípio de uma composição poética cujo tema é a dedicação do templo e que teria sido preservada no livro dos Cantares (Septuaginta). Certa versão moderna, baseando-se na Septuaginta, dá-nos a seguinte adaptação:

    O Senhor colocou o Sol nos céus

    mas disse que habitaria em densas trevas.

    Eu te edifiquei uma alta morada,

    um lugar para tua eterna habitação.

    É-nos apresentado o contraste entre Jeová, que se esconde dos olhos dos homens, e a glória da Sua criação; o visível esplendor do templo contrastava também com a escuridão do santuário mais íntimo onde Jeová se sentaria, invisível e entronizado entre o Seu povo.

    >1Rs 8:14

    2. UM DISCURSO AO POVO (1Rs 8:14-11) A escolha de uma casa régia e de um lugar para o templo marcam o fim feliz de uma época de provação e de preparação que começara com o êxodo. É este o sentido geral do discurso de Salomão. Salomão não tem espiritualidade que lhe permita compreender toda a força de 2Sm 7:5 e segs. A perder o tabernáculo, o povo de Deus perde também algo de espiritual, algo de importância verdadeiramente vital.

    >1Rs 8:22

    3. A ORAÇÃO DE SALOMÃO (1Rs 8:22-11). Trata-se de uma oração por todos os homens, e para todos os tempos. Dividamo-la assim: pela família real (23-26); para que o tempo seja verdadeiramente a casa de Deus (27-32); para que Deus se compadeça do seu povo na tribulação, quando o inimigo o vencer (33-34); para que Deus ouça as súplicas do seu povo em tempos de seca (35-36); em todas as calamidades (37-40); para que Deus proteja e abençoe o prosélito (41-43); para que Deus auxilie o seu povo em tempos de guerra (44-45); para que seja com ele e o ouça no cativeiro (46-50); conclusão (51-53).

    >1Rs 8:23

    Beneficência (23; heb. hesedh); segundo certa versão, "amor firme e constante". Resedh é a espécie de conduta que se espera num concerto ou pacto; entre os homens será a lealdade; de Deus para o homem (ou deste para Deus, Dn 6:6), amor constante. Habitaria Deus na terra (27). Tanto na Septuaginta como em Crônicas se lê, provavelmente com justeza "habitaria Deus com os homens na terra?" Note-se como, no versículo 31 se põe em relevo a justiça. O juramento faz-se no caso de faltarem provas conclusivas (cfr. Lv 5:1; Nu 5:19 e segs.). Queima de searas (37); cfr. Gn 41:6. Pulgão (37); espécie de locusta ou gafanhoto (ver Os 1:4). Estrangeiro (41); por estrangeiro entende-se o prosélito. Para os vers. 51-53 consulte-se o comentário a 2Cr 6:40-14.

    >1Rs 8:54

    4. A BÊNÇÃO (1Rs 8:54-11). Os motivos prováveis que levaram à omissão desta passagem em Crônicas são tratados no comentário a 2Cr 7:1-14. Estando de joelhos... se levantou (54); cfr. vers. 22. Orava-se de pé e de joelhos; qualquer destas posições era considerada adequada. É possível que terminada a sua oração pública Salomão ajoelhasse para dirigir a sua súplica pessoal a Deus.


    Dicionário

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    Dia

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)

    Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento

    [...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58

    [...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo

    O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

    [...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31

    [...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6


    Dia
    1) Período de 24 horas (Rm 8:36;
    v. HORAS).


    2) Tempo em que a terra está clara (Rm 13:12).


    3) O tempo de vida (Ex 20:12).


    4) Tempos (Fp 5:16, plural).


    Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    Diante

    advérbio Em frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante.
    locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
    locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
    Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
    Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
    Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.

    Executar

    verbo transitivo direto Fazer alguma coisa; levar até ao fim; efetuar: executar um projeto.
    [Informática] Fazer o processamento das instruções de um programa; dar início a um programa: executar o Windows.
    Causar a efetivação de; cumprir: executar uma lei, uma dívida.
    [Informal] Tirar a vida de outra pessoa; assassinar: executar bandidos.
    Matar alguém para cumprir uma sentença judicial: executaram o condenado.
    Realizar uma representação, encenação: executar papéis.
    Tocar algum instrumento ou se expressar através do canto: executar a melodia.
    Etimologia (origem da palavra executar). Do latim exsecutare; exsequor.eris.cutus ou quutus sum, exsequi.

    Executar
    1) Realizar; levar a efeito (Dt 33:21; 1Pe 4:3, RA).


    2) Cumprir (Sl 148:8).


    3) Matar (Lc 23:32, RA).


    Israel

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Juízo

    substantivo masculino Ação de julgar; faculdade intelectual de julgar, entender, avaliar, comparar e tirar conclusões; julgamento.
    Apreciação acerca de algo ou alguém; opinião.
    Qualidade de quem age responsável e conscientemente; prudência.
    [Popular] Capacidade de agir racionalmente; razão: perder o juízo.
    [Jurídico] Tribunal em que questões judiciais são deliberadas ou analisadas: o divórcio está em juízo.
    [Jurídico] Reunião das ações realizadas pelos juízes no exercício de suas funções.
    Etimologia (origem da palavra juízo). Do latim judicium.ii.

    Juízo
    1) Ato de Deus baseado em sua JUSTIÇA, pelo qual ele condena ou absolve as pessoas (Sl 97:2)

    2) Sentença dada por Deus (Jr 48:47). 3 A palavra de Deus, suas leis e suas promessas (Sl 119:39).

    4) Na expressão “juízo final” ou outras semelhantes, o tempo em que Deus, ou o MESSIAS, julgará todas as pessoas, condenando os maus e salvando os JUSTOS (Sl 1:5); (Mt 10:15); (At 24:25).

    5) Julgamento feito de acordo com a vontade de Deus, no dia-a-dia e nos tribunais (Sl 72:1); (Pv 21:3).

    6) O próprio tribunal (Sl 112:5). 7)

    Noite

    substantivo feminino Espaço de tempo entre o pôr do sol e o amanhecer.
    Escuridão que reina durante esse tempo.
    [Popular] Diversão ou entretenimento noturna; vida noturna: ir para noite.
    Falta de claridade; trevas.
    Condição melancólica; melancolia.
    Ausência de visão; cegueira.
    expressão Noite fechada. Noite completa.
    Ir alta a noite. Ser muito tarde.
    Noite e dia. De maneira continuada; continuamente.
    A noite dos tempos. Os tempos mais recuados da história.
    Etimologia (origem da palavra noite). Do latim nox.ctis.

    Não olvides que a própria noite na Terra é uma pausa de esquecimento para que aprendamos a ciência do recomeço, em cada alvorada nova.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

    [...] Qual acontece entre os homens, animais e árvores, há também um movimento de respiração para o mundo. Durante o dia, o hemisfério iluminado absorve as energias positivas e fecundantes do Sol que bombardeia pacificamente as criações da Natureza e do homem, afeiçoando-as ao abençoado trabalho evolutivo, mas, à noite, o hemisfério sombrio, magnetizado pelo influxo absorvente da Lua, expele as vibrações psíquicas retidas no trabalho diurno, envolvendo principalmente os círculos de manifestação da atividade humana. O quadro de emissão dessa substância é, portanto, diferente sobre a cidade, sobre o campo ou sobre o mar. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6


    Noite Dividido em vigílias, o período que se estendia do pôr-do-sol ao amanhecer. Nos evangelhos, aparece como um tempo especialmente propício para a oração (Mc 1:35; Lc 6:12).

    Palavras

    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    Perto

    advérbio A pouca distância: a vila fica perto.
    locução prepositiva Perto de, próximo de, nas vizinhanças de: perto de casa; mais ou menos, cerca de, quase: eram perto das seis horas.
    locução adverbial De perto, a pequena distância.

    Povo

    substantivo masculino Conjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis.
    Conjunto de indivíduos que constituem uma nação.
    Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia.
    Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.).
    Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes.
    Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe.
    Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo.
    Público, considerado em seu conjunto.
    Quantidade excessiva de gente; multidão.
    [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo!
    substantivo masculino plural Conjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias.
    Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta.
    Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Servo

    substantivo masculino Quem não é livre; privado de sua liberdade.
    Quem age com obediência ou servindo alguém: servo de Deus.
    História Numa sociedade feudal, quem pertencia a um senhor sem ser escravo.
    Quem oferece ou realiza serviços; criado.
    Quem se submete ao poder de um senhor por pressão ou violência.
    adjetivo Que não é livre; cuja liberdade foi retirada.
    Que está sujeito aos poderes de um senhor; escravo.
    Que realiza ou oferece serviços; serviçal.
    Etimologia (origem da palavra servo). Do latim servus.i.

    substantivo masculino Quem não é livre; privado de sua liberdade.
    Quem age com obediência ou servindo alguém: servo de Deus.
    História Numa sociedade feudal, quem pertencia a um senhor sem ser escravo.
    Quem oferece ou realiza serviços; criado.
    Quem se submete ao poder de um senhor por pressão ou violência.
    adjetivo Que não é livre; cuja liberdade foi retirada.
    Que está sujeito aos poderes de um senhor; escravo.
    Que realiza ou oferece serviços; serviçal.
    Etimologia (origem da palavra servo). Do latim servus.i.

    Por esta palavra se traduzem duas palavras hebraicas, que ocorrem freqüentemente no A.T., e que significam rapaz, pessoa de serviço, ou um escravo. A palavra é, algumas vezes, empregada a respeito de pessoas humildes (Gn 32:18-20), e também com relação a altos oficiais da corte (Gn 40:20 – 2 Sm 10.2,4). Uma terceira palavra implica aquele que está às ordens de alguém para o ajudar (Êx 33:11). Mas, pela maior parte das vezes, no A.T., trata-se de um escravo. De igual modo, no N.T., a palavra ‘servo’ aparece como tradução das indicadas palavras hebraicas, significando criada da casa (como em Lc 16:13), ou um rapaz (como em Mt 8:6), ou ainda um agente (como em Mt 26:58) – mas na maioria dos casos o termo refere-se a um escravo (Mt 8:9, etc.). Esta palavra aplicavam-na os apóstolos a si mesmos, como sendo os servos de Deus (At 4:29Tt 1:1Tg 1:1) e de Jesus Cristo (Rm 1:1Fp 1:1 – Jd 1). (*veja Escravidão.)

    Servo
    1) Empregado (Mt 25:14, NTLH).


    2) ESCRAVO (Gn 9:25, NTLH).


    3) Pessoa que presta culto e obedece a Deus (Dn 3:26; Gl 1:10) ou a Jesus Cristo (Gl 1:10). No NT Jesus Cristo é chamado de “o Servo”, por sua vida de perfeita obediência ao Pai, em benefício da humanidade (Mt 12:18; RA: At 3:13; 4.27).


    Suplicar

    verbo bitransitivo e intransitivo Pedir humildemente ou com insistência; rogar, implorar: suplicar uma ajuda; nas suas orações, suplicava.
    [Jurídico] Requerer em juízo; impetrar.
    verbo transitivo direto e transitivo indireto Solicitar empenhada e insistentemente; implorar: suplicava auxílio; suplicava por melhorias na escola.
    Etimologia (origem da palavra suplicar). Do latim supplicare.

    suplicar
    v. 1. tr. dir. Pedir com humildade e instância. 2. tr. ind. e Intr. Fazer súplicas.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    I Reis 8: 59 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E que estas minhas palavras, com que supliquei perante o SENHOR, estejam perto, diante do SENHOR nosso Deus, de dia e de noite, para que execute o juízo do Seu servo e o juízo do Seu povo Israel, dia a dia, segundo o caso exigir.
    I Reis 8: 59 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    966 a.C.
    H1697
    dâbâr
    דָּבָר
    discurso, palavra, fala, coisa
    (and speech)
    Substantivo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H2603
    chânan
    חָנַן
    ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
    (has graciously given)
    Verbo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H3119
    yôwmâm
    יֹומָם
    de dia, durante o dia subst
    (by day)
    Substantivo
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H3915
    layil
    לַיִל
    Noite
    (Night)
    Substantivo
    H413
    ʼêl
    אֵל
    até
    (unto)
    Prepostos
    H428
    ʼêl-leh
    אֵלֶּה
    Estes [São]
    (These [are])
    Pronome
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H4941
    mishpâṭ
    מִשְׁפָּט
    julgamento, justiça, ordenação
    (and judgment)
    Substantivo
    H5650
    ʻebed
    עֶבֶד
    escravo, servo
    (a servant)
    Substantivo
    H5971
    ʻam
    עַם
    as pessoas
    (the people)
    Substantivo
    H6213
    ʻâsâh
    עָשָׂה
    E feito
    (And made)
    Verbo
    H6440
    pânîym
    פָּנִים
    o rosto
    (the face)
    Substantivo
    H7126
    qârab
    קָרַב
    chegar perto, aproximar, entrar, vir para perto
    (he had come near)
    Verbo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula


    דָּבָר


    (H1697)
    dâbâr (daw-baw')

    01697 דבר dabar

    procedente de 1696; DITAT - 399a; n m

    1. discurso, palavra, fala, coisa
      1. discurso
      2. dito, declaração
      3. palavra, palavras
      4. negócio, ocupação, atos, assunto, caso, algo, maneira (por extensão)

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    חָנַן


    (H2603)
    chânan (khaw-nan')

    02603 חנן chanan

    uma raiz primitiva [veja 2583]; DITAT - 694,695; v

    1. ser gracioso, mostrar favor, ser misericordioso
      1. (Qal) mostrar favor, ser gracioso
      2. (Nifal) ser piedoso
      3. (Piel) tornar gracioso, tornar favorável, ser gracioso
      4. (Poel) dirigir favor a, ter misericórdia de
      5. (Hofal) receber favor, receber consideração
      6. (Hitpael) buscar favor, implorar favor
    2. ser repugnante

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    יֹומָם


    (H3119)
    yôwmâm (yo-mawm')

    03119 יומם yowmam

    procedente de 3117; DITAT - 852a; adv

    1. de dia, durante o dia subst
    2. dia

    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    לַיִל


    (H3915)
    layil (lah'-yil)

    03915 ליל layil

    ou (Is 21:11) ליל leyl também לילה lay elaĥ

    procedente da mesma raiz que 3883; DITAT - 1111; n m

    1. noite
      1. noite (em oposição ao dia)
      2. referindo-se à escuridão, sombra protetora (fig.)

    אֵל


    (H413)
    ʼêl (ale)

    0413 אל ’el (mas usado somente na forma construta reduzida) אל ’el

    partícula primitiva; DITAT - 91; prep

    1. para, em direção a, para a (de movimento)
    2. para dentro de (já atravessando o limite)
      1. no meio de
    3. direção a (de direção, não necessariamente de movimento físico)
    4. contra (movimento ou direção de caráter hostil)
    5. em adição a, a
    6. concernente, em relação a, em referência a, por causa de
    7. de acordo com (regra ou padrão)
    8. em, próximo, contra (referindo-se à presença de alguém)
    9. no meio, dentro, para dentro, até (idéia de mover-se para)

    אֵלֶּה


    (H428)
    ʼêl-leh (ale'-leh)

    0428 אל לה ’el-leh

    forma alongada de 411; DITAT - 92; pron p demonstr

    1. estes, estas
      1. usado antes do antecedente
      2. usado após o antecedente

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    מִשְׁפָּט


    (H4941)
    mishpâṭ (mish-pawt')

    04941 משפט mishpat

    procedente de 8199; DITAT - 2443c; n m

    1. julgamento, justiça, ordenação
      1. julgamento
        1. ato de decidir um caso
        2. lugar, corte, assento do julgamento
        3. processo, procedimento, litigação (diante de juízes)
        4. caso, causa (apresentada para julgamento)
        5. sentença, decisão (do julgamento)
        6. execução (do julgamento)
        7. tempo (do julgamento)
      2. justiça, direito, retidão (atributos de Deus ou do homem)
      3. ordenança
      4. decisão (no direito)
      5. direito, privilégio, dever (legal)
      6. próprio, adequado, medida, aptidão, costume, maneira, plano

    עֶבֶד


    (H5650)
    ʻebed (eh'-bed)

    05650 עבד ̀ebed

    procedente de 5647; DITAT - 1553a; n m

    1. escravo, servo
      1. escravo, servo, servidor
      2. súditos
      3. servos, adoradores (referindo-se a Deus)
      4. servo (em sentido especial como profetas, levitas, etc.)
      5. servo (referindo-se a Israel)
      6. servo (como forma de dirigir-se entre iguais)

    עַם


    (H5971)
    ʻam (am)

    05971 עם ̀am

    procedente de 6004; DITAT - 1640a,1640e; n m

    1. nação, povo
      1. povo, nação
      2. pessoas, membros de um povo, compatriotas, patrícios
    2. parente, familiar

    עָשָׂה


    (H6213)
    ʻâsâh (aw-saw')

    06213 עשה ̀asah

    uma raiz primitiva; DITAT - 1708,1709; v.

    1. fazer, manufaturar, realizar, fabricar
      1. (Qal)
        1. fazer, trabalhar, fabricar, produzir
          1. fazer
          2. trabalhar
          3. lidar (com)
          4. agir, executar, efetuar
        2. fazer
          1. fazer
          2. produzir
          3. preparar
          4. fazer (uma oferta)
          5. atender a, pôr em ordem
          6. observar, celebrar
          7. adquirir (propriedade)
          8. determinar, ordenar, instituir
          9. efetuar
          10. usar
          11. gastar, passar
      2. (Nifal)
        1. ser feito
        2. ser fabricado
        3. ser produzido
        4. ser oferecido
        5. ser observado
        6. ser usado
      3. (Pual) ser feito
    2. (Piel) pressionar, espremer

    פָּנִים


    (H6440)
    pânîym (paw-neem')

    06440 פנים paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh

    procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m.

    1. face
      1. face, faces
      2. presença, pessoa
      3. rosto (de serafim or querubim)
      4. face (de animais)
      5. face, superfície (de terreno)
      6. como adv. de lugar ou tempo
        1. diante de e atrás de, em direção a, em frente de, adiante, anteriormente, desde então, antes de
      7. com prep.
        1. em frente de, antes de, para a frente de, na presença de, à face de, diante de ou na presença de, da presença de, desde então, de diante da face de

    קָרַב


    (H7126)
    qârab (kaw-rab')

    07126 קרב qarab

    uma raiz primitiva; DITAT - 2065; v.

    1. chegar perto, aproximar, entrar, vir para perto
      1. (Qal) aproximar, vir para perto
      2. (Nifal) ser trazido para perto
      3. (Piel) levar a aproximar, trazer para perto, fazer vir para perto
      4. (Hifil) trazer para perto, trazer, presentear

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)