Enciclopédia de Isaías 40:27-27

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

is 40: 27

Versão Versículo
ARA Por que, pois, dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu direito passa despercebido ao meu Deus?
ARC Porque pois dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus?
TB Porque dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está escondido a Jeová, e o meu juízo passa desapercebido ao meu Deus?
HSB לָ֤מָּה תֹאמַר֙ יַֽעֲקֹ֔ב וּתְדַבֵּ֖ר יִשְׂרָאֵ֑ל נִסְתְּרָ֤ה דַרְכִּי֙ מֵֽיְהוָ֔ה וּמֵאֱלֹהַ֖י מִשְׁפָּטִ֥י יַעֲבֽוֹר׃
BKJ Por que tu dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: Meu caminho está escondido do SENHOR, e meu juízo está omitido do meu Deus?
LTT Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?
BJ2 Por que dizes tu, Jacó, e por que afirmas, Israel: "O meu caminho está oculto a Iahweh; o meu direito passa despercebido a Deus?"[c]
VULG Quare dicis, Jacob, et loqueris 1sraël : Abscondita est via mea a Domino, et a Deo meo judicium meum transivit ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Isaías 40:27

Jó 27:2 Vive Deus, que desviou a minha causa, e o Todo-Poderoso, que amargurou a minha alma.
Isaías 49:4 Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia, o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão, perante o meu Deus.
Isaías 49:14 Mas Sião diz: Já me desamparou o Senhor; o Senhor se esqueceu de mim.
Lucas 18:7 E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS

Início do segundo milênio a.C.

UM CONTEXTO CRONOLÓGICO

Gênesis 12:50 trata da relação de Deus com um homem, Abraão, e seus descendentes: Isaque, Jacó (Israel) e seus doze filhos, dos quais José é o mais destacado. É difícil situar os "patriarcas", como costumam ser chamados, num período histórico exato. Para isso, é preciso considerar, em grande medida, a data fornecida para um acontecimento posterior da história bíblica, a saber, o êxodo, para o qual são definidas duas datas (como veremos em detalhes mais adiante).
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.

ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.

ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO

Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.

EM CANAÃ

Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis 19:24-25, "fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina". Não há dúvidas que Sodoma e Gomorra ficavam próximas, ou talvez debaixo, do atual mar Morto, mas é impossível determinar a localização exata das duas cidades proporção extraordinária de sal (25 por cento) do mar Morto pode ser evidência dessa calamidade.
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.

 

 

Por Paul Lawrence


Árvore genealógica dos patriarcas
Árvore genealógica dos patriarcas
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.

OS PATRIARCAS NA PALESTINA

Os patriarcas de Gênesis passaram a vida na Terra Prometida, dentro da metade sul da Cadeia Montanhosa Central. Só em breves ocasiões suas viagens os levaram temporariamente para fora dessa região - a exceção foi quando Jacó deixou Cana para ficar, por bastante tempo, na terra dos antepassados, no norte da Mesopotâmia (Gn 28:10-33.
20) [v. mapa 30]. Mas, enquanto viveram na terra, a Bíblia diz que estabeleceram residência, construíram altares e adoraram o Senhor em Siquém, Betel, Hebrom/Manre e Berseba. Eles e suas mulheres foram enterrados na mesma região, seja na tumba da família em Manre/Hebrom, em Siquém, seja na sepultura de Raquel. Quando Jacó voltava a Canaã, depois de passar 20 anos na casa de Labão (Gn 31:41), chegou ao rio Jaboque. Ali ficou sabendo que seu irmão, Esaú, estava a caminho para se encontrar com ele, o que o levou a passar uma noite lutando (Gn 32:6-7,22-30). A narração do capítulo 32 (o final do tempo que passou fora) é uma conclusão apropriada para a narração do capítulo 28 (o início do tempo, quando saiu de casa). Os dois textos descrevem lacó sozinho à noite, enfrentando uma crise, encontrando-se com "anjos de Deus" (Gn 28:12-32.
1) e batizando um lugar com um novo nome (Betel, 28.19; Peniel, 32.30).
A localização de Maanaim e Peniel, ambos na Transjordânia, é incerta, exceto que estão situados junto ao desfiladeiro de Jaboque. Maanaim foi dado à tribo de Gade (Is 13:26), mas ficava na fronteira com Manassés (Is 13:30) [v. mapa 40]. A cidade foi uma cidade levítica (Js 21:38-39) [mapa 41], residência régia de Es-Baal (25m 2.8,12) e refúgio temporário para Davi, quando fugiu de Absalão (25m 17.24- 27). No mapa, Maanaim tem sido colocada conjecturalmente no sítio de T. er-Reheil, onde a principal estrada norte-sul, vinda de Damasco, chega perto do rio Jaboque e cruza com uma estrada secundária que vai para o oeste, na direção do Jordão [v. mapa 27]. Peniel deve ter sido próxima, embora ficasse entre Maanaim (Gn 32:1) e Sucote (33.17), possivelmente em T. edh-Dhahab esh-Shargia.
Depois de voltar da Mesopotâmia, Jacó viajou de onde residia, em Betel, para estar com seu pai, Isaque, em Hebrom/ Manre (Gn 35:1-27). Mas, enquanto a caravana viajava pela estrada, chegou a hora de Raquel dar à luz Benjamim. Ela morreu durante o parto e foi enterrada ali (Gn 35:16-20). Desde o século 4 d.C., viajantes e peregrinos têm visitado um "túmulo de Raquel" no extremo norte de Belém, junto à estrada de Jerusalém. Presume-se que o local foi estabelecido com base num comentário editorial em Gênesis 35:19-1% Mas um texto posterior deixa claro que Raquel foi sepultada "em Zelza, na fronteira (da tribo) de Benjamim" (1Sm 10:2). Embora Zelza seja um local desconhecido, sem nenhuma outra atestação, o contexto dessa referência é bastante claro. Procurando as jumentas perdidas de seu pai, Saul viajou de sua casa em Gibeá (T. el-Ful [1Sm 10:26]) para o norte, atravessando a região montanhosa de Efraim, regressou ao território de Benjamim (1Sm 9:4) e finalmente a Ramá, a cidade de Samuel (er-Ram [1Sm 9:5-10]). Ao voltar de Ramá para Gibeá, o texto bíblico diz que passou pelo túmulo de Raquel (1Sm 10:2).
Em ainda outro texto, o profeta Jeremias (31,15) associou o "choro de Raquel" diretamente à cidade de Ramá, também situada dentro do território de Benjamim. De modo que, embora a localização exata do túmulo de Raquel ainda seja um pouco debatida, não há quase nada que favoreça situá-lo em Belém. Nesse aspecto, pode ser relevante lembrar o exato fraseado da narrativa de Gênesis. O texto diz que Raquel foi sepultada "no caminho de Efrata (Belém]" (Gn 35:19; cp. 48.7b), "quando [..) ainda havia uma boa distância (lit. 'uma distância da terra'101 de Efrata" (Gn 35:16; cp. 48.7a).
Em qualquer das hipóteses, enquanto prosseguia sua viagem do túmulo de Raquel para Hebrom/Manre, Jacó chegou à Torre de Éder (Migdal-Éder (Gn 35:211), possivelmente situada nas vizinhanças de Salém ou Belém.
ABRÃO NA PALESTINA
ABRÃO NA PALESTINA
OS PATRIARCAS NA PALESTINA
OS PATRIARCAS NA PALESTINA

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
PARTE Dois

CONSOLAÇÃO

Isaías 40:1-66.24

O virtuosismo artístico de Isaías como profeta e escritor é evidente nessa segunda parte do seu grande livro, parte que pode ser chamada de arranjo arquitetônico ou pa-drão estrutural da obra. A segunda parte apresenta três divisões,' cada uma composta de nove (3 x

3) partes. Que esta segunda parte inteira do livro de Isaías forma uma unidade completa é a argumentação de estudiosos notáveis como Franz Delitzsch, C. W. E. Naegelsbach, C. von Orelli, George L. Robinson, George Rawlinson, James Muilenberg,2 James D. Smart3 e Gleason L. Archer, Jr.' Outros, como J. Skinner e George A. F. Knight,5 estão convencidos somente da unidade dos dezesseis capítulos de 40 até 55.

Sobre essa segunda parte do livro de Isaías, Delitzsch observa: "Não há nada no Antigo Testamento mais completo, nada mais esplêndido do que essa trilogia dos discur-sos proféticos".' O grande tema desses capítulos é o mesmo tão freqüentemente anunci-ado por Isaías, a saber, a redenção de Israel. O pano de fundo histórico imediato é a devastação causada por Senaqueribe em 701 a.C.' A Babilônia foi escolhida pelo profeta como o símbolo da "cidade dos ímpios", da mesma forma que Jerusalém e Sião, tantas vezes em seu pensamento, simbolizam "a cidade de Deus".

  1. Os capítulos 40:48 destacam a teologia. Eles destacam a Divindade incompará-vel — o Eterno — em contraste com os ídolos vãos e impotentes dos pagãos. O livramento do cativeiro da Babilônia é predito a se realizar pela instrumentalidade do servo político do Eterno com o significativo e simbólico nome, Ciro.'
  2. Os capítulos 49:57 destacam a sotereologia, a doutrina da salvação. Eles colo-cam em contraste o sofrimento do Servo de Deus na situação presente com a sua glória que será revelada no futuro. Assim, predizem uma libertação do cativeiro espiritual através do Servo Sofredor do Senhor. Esses dois primeiros grupos de nove capítulos (Enéade) 9 concluem com o refrão: "Mas os ímpios não têm paz".


3) Os capítulos 58:66 descrevem a escatologia profética, sua doutrina dos últimos dias. Eles colocam em contraste os hipócritas, os imorais, os apóstatas, por um lado, e os fiéis, os pranteadores e os perseguidos, por outro. Aqui a libertação está na forma de uma nova criatura e uma nova criação, envolvendo a glória futura dos filhos de Deus e o destino dos ímpios. Essa seção conclui com a predição "paz [...] como um rio" (66,12) para os redimidos em contraste com o destino dos perversos em uma morte em que "o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará" (66.24).

Acerca do cenário e disposição da segunda grande seção, Delitzsch observa:

O profeta mora entre os exilados, porém não em uma realidade tão tangí-vel como a de Ezequiel, mas como um espírito sem forma visível. Não sabemos nada diretamente acerca do tempo e lugar da sua aparição. Ele flutua pelo exílio como um ser de uma ordem superior, como um anjo de Deus; e precisa-mos confessar que essa distinção pode ser usada para apoiar a idéia de que a vida e as ações do Deutero-Isaías no exílio são imaginárias, enquanto as de Ezequiel foram reais e corpóreas."

Pode-se elaborar uma boa argumentação com base nas alusões ao lugar, história, idolatria, e assim por diante, que apontam não para um autor morando durante o exílio na Babilônia, mas para alguém que mora na Terra Santa. E embora Delitzsch aceite um autor diferente para os capítulos 40:66, assim mesmo admite:

E, no entanto, muitos aspectos ficam mais claros quando os capítulos 40:66 são considerados discursos testamentários de um só Isaías, e a coleção profética inteira entendida como o desenvolvimento progressivo do seu carisma incompará-vel. Pois o livramento predito, com suas circunstâncias anexas, aparece nesse dis-curso como algo além do limite da presciência humana, conhecido somente por Javé. Quando isso ocorre, proclama-o como o Deus dos deuses. Javé, o Deus da profecia, conhece o nome de Ciro antes que ele mesmo saiba disso, e ao predizer o nome e a obra do libertador de Israel, prova sua Divindade para o mundo todo, 45:4-7. E se os capítulos 40:66 não são destacados dos capítulos 1:39 e vistos como uma unidade separada, toda primeira parte da compilação forma, como é o caso, uma escadaria que culmina com esses discursos aos exilados."

As duas partes do livro de Isaías mostram para nós um contraste significativo. Na primeira, a estrada que leva ao cativeiro e exílio está sempre diante da mente do profeta. Mas, na segunda parte, a estrada que traz os exilados de volta para a cidade de Deus ocupa os seus pensamentos mais elevados. Nos dois casos, no entanto, ele aparece como o arauto da revelação divina para as nações.

O espaço não permite uma argumentação mais profunda acerca da unidade desses capítulos com os 39 capítulos que os precedem, mas a observação seguinte de C. von Orelli está correta:

A única visão conhecida pela tradição judaica (à parte das dúvidas sugeridas por Ibn Ezra) é que todo o livro de Isaías tem o profeta como o seu autor, cuja fama como um grande, ou o maior, profeta da Segunda Parte (39-66) não foi de peque-na monta"."

Ele afirma, mais adiante, que se essa tradição for rejeitada então "uma coisa perma-nece totalmente sem explicação — o anonimato de um livro tão glorioso, organizado cuidadosamente pelo próprio autor". Ele então afirma: "Mas que o profeta foi alguém ungido com o Espírito de Deus num grau muito elevado fica provado pelo assunto singu-lar do seu tratado".13

Essa especulação embaraçosa acerca de um profeta anônimo é removida se aceita-mos que ambas as partes dessa grande profecia vem da "pena" do profeta e estadista de Jerusalém, o único Isaías. Nós cremos, como o faz George L. Robinson, que "a mensagem de conforto de Isaías nos capítulos 40:66 [...] foi dirigida aos remanescentes em Judá e para Jerusalém, que sobreviveu ao desastre de 701 a.0".14 É bastante provável que Isaías tenha sobrevivido à crise por pelo menos mais uma década.

SEÇÃO VIII

A DIVINDADE INCOMPARÁVEL

Isaías 40:1-48.22

A. O CONFORTO E A MAJESTADE DE DEUS, 40:1-31

Aqui o evangelho da redenção é anunciado e assegurado. O profeta retorna ao tema que havia introduzido no clímax do capítulo 35, anterior ao interlúdio, e revela para nós suas implicações mais amplas através dos capítulos cuidadosamente organizados que seguem.

1. As Consolações Infalíveis do Eterno (40:1-11)

Os versículos 1:11 contêm a introdução de todos os vinte e sete capítulos que se-guem. Deus ordena que a mensagem de conforto e perdão seja dada ao seu povo, enquan-to vozes de arautos se erguem para preparar o advento da incomparável Divindade.

a) A voz de Deus com uma mensagem de graça (40:1-2). O anúncio divino é que a servidão acabou, a iniqüidade foi perdoada e o pecado expiado. A ordem: Consolai, consolai (1), expressa em um imperativo duplo, é característica do estilo de Isaías. O grego do AT usa o mesmo verbo do qual se deriva nosso substantivo "Consolador" (cf. Jo 14:16, 26). Meu povo lembra o relacionamento de aliança através da qual Deus decla-rou que Israel era sua propriedade peculiar (Ex 19:5-6; Lv 20:26; Dt 7:6-14.2). Oséias achou necessário dizer: "porque vós sois meu povo" (Os 1:9), mas agora Isaías vê aproxi-mar-se o tempo da graça prometida por Ele (Os 2:23). Além disso, a ordem divina é: "Fale ao coração" (nota marginal na KJV) de Jerusalém (2), de uma maneira consoladora. A sua servidão é acabada é melhor traduzido como: "já terminou a sua escravidão" (NTLH). A sua iniqüidade está expiada indica que o pagamento foi completo e seu castigo foi aceito. Dobro [...] por todos os seus pecados é simplesmente uma hipérbole oriental. "Jerusalém não sofreu mais do que merecia; mas a superabundante compaixão de Deus agora considera o que a sua justiça foi forçada a infligir a Jerusalém".' "Quão cheio de misericórdia é o nosso Deus, a ponto de considerar os sofrimentos que os pecado-res causaram a si mesmos! Quão cheio de graça ao considerar que aqueles sofrimentos dobram os pecados que eles herdaram".2

  1. A voz da profecia com uma mensagem de justiça (40:3-5). A voz [...] que clama no deserto (3) vem de uma personalidade que desaparece no esplendor do seu chamado. O caminho do SENHOR é mencionado freqüentemente por Isaías. "Levantai uma estrada para o nosso Deus através do deserto" (Moffatt).

A figura no versículo 4 é tirada das operações de engenharia dos construtores de estradas para os reis do Oriente. A ordem continua: Que todo vale seja exaltado, [...] e o que está torcido seja endireitado. A referência de Isaías é ao afloramento do basalto. As rochas formadas de lava dificultam a construção de uma estrada. Os lugares ásperos (lugares rochosos) devem ser aplainados. Assim, "no fundo da voz que endireita o nosso coração com Deus, vem a voz para endireitar o mundo, e nenhum homem é realmente devoto se não ouvir os dois chamados".3 O abatido precisa ser encorajado, o farisaico e o carnalmente presunçoso precisa ser humilhado, a desonestidade deve dar lugar à since-ridade, e o anseio por status deve ser abandonado. Tudo isso está envolvido no preparo de um caminho para o nosso próprio Deus, passando pelas desolações da nossa sociedade e indo até os corações dos homens.

A glória do SENHOR (5; kebod Yahweh) implica uma manifestação visível do Deus invisível, cuja vinda registra a revelação da sua glória (1 Pe 4.13). O grego da Septuaginta traz: "A salvação de Deus". Note que essa salvação é para todos os ho-mens. Toda carne a verá, visto que Cristo é um Salvador universal e a convocação de Deus é para toda a humanidade. Isaías está certo de que essa é uma ordem de Deus. A boca do SENHOR é a confirmação costumeira do profeta anexada às suas proclamações inspiradas (cf. Is 1:20).

  1. A voz da fé com uma mensagem de confiança (40:6-8). Voz que diz: Clama signi-fica, em nossa língua moderna, que Isaías ouviu a voz do invisível, dizendo: "Pregue!". O profeta respondeu: "Que devo pregar?" Isaías sabia que para um homem transmitir uma mensagem viva, ela precisa vir de Deus (cf. 6.8).

A voz dos céus disse para Isaías proclamar o tema da fragilidade e transitoriedade humana: Toda carne é erva, e toda a sua beleza ("glória", NVI) como as flores do campo (6). Qualquer reivindicação que o homem faça em relação à graça e beleza é apenas temporária, como as flores do campo. As pequenas demonstrações de coragem são de curta duração. O contraste de Isaías é entre a transitoriedade do homem e a eternidade de Deus e sua palavra.

Na expressão: soprando nelas o hálito do SENHOR (7), Isaías se refere àquele vento quente do leste conhecido na Palestina como siroco.' "Quando em maio o vento quente começa a soprar, a flora da primavera adquire, de um momento para outro, um visual de outono".' Homer escreveu: "Como são as gerações de folhas, assim são as gera-ções dos homens" (cf. Is 37:27; 8:12-14.2; Sl 90:5-6). Na verdade, o povo é erva em comparação com a majestade transcendente de Deus. O homem é transitório ou passa-geiro. Em um mundo decadente, somente Deus permanece.

Mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente (8). A Palavra de Deus per-manece acima da mudança e deterioração que vemos por toda parte. Ela é mais permanen-te do que a natureza. Ela é dinâmica e expansiva, visto que faz parte da natureza do próprio Deus (1 Jo 2:17). A Palavra do nosso Deus' permanece como uma força poderosa e transformadora dentro da história humana, cumprindo o propósito para o qual foi enviada.

d) A voz do evangelismo com uma mensagem de restauração (Is 40:9-11). Nessa passa-gem o profeta expressa a fé e a certeza de que o Senhor vem para reinar e pastorear aqueles que são seus. Tu, anunciador de boas-novas a Sião (9) também tem sido traduzido como: "Você que traz boas novas a Sião" (NVI). C. von Orelli traduziu essa frase da seguinte maneira: "Sião, mensageiro de alegria".7 Delitzsch prefere "Sião Evangelista".8 Visto que a palavra para anunciador de boas-novas está no feminino em hebraico, George Adam Smith sugere: "Mensageiras de boas novas". Ele diz que é "o particípio feminino de um verbo que significa emocionar-se, alegrar-se, pelas boas-no-vas".9 A nossa palavra "evangelista" deriva do termo grego na Septuaginta (euangelion).

Sobe a um monte alto lembra o fato de Jerusalém estar situada sobre uma colina, de onde se pode ver a fenda do Jordão e o deserto da Judéia. A ordem é subir o monte alto e proclamar em voz alta a mensagem de salvação. Que Sião não se atreva a guardar essa mensagem somente para si.

No entanto, a ordem não é simplesmente anunciar as boas-novas, mas fazê-lo com veemência. Levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas. Na linguagem atual diríamos: "Fale alto! Fale alto! Não sinta vergonha!" Sião e Jerusalém aparecem jun-tas seguidamente nas profecias de Isaías (Is 2:3-10.12, 32; 24.23; 31.9; 37.22, 32; 41.27; 52:1-2; 62.1; 64.10). Esse é mais um argumento a favor de um só autor para o livro.

A tarefa imediata de Sião é realizar "missões domésticas", porque a ordem é: Dize às cidades de Judá. Isto, de forma alguma, anula a ênfase correlata de Isaías sobre "missões mundiais". A tarefa missionária de Israel em casa e para as nações é um dos principais temas de Isaías. O povo de Deus deve tornar-se embaixador da salvação.

Eis aqui está o vosso Deus é uma expressão dramática que também pode ser traduzida como: "Olhai, eis que vem chegando o vosso Deus!"." A certeza de Isaías é que, apesar de todas as evidências mostrando o contrário, o Eterno continua ativo na arena da história e continua sendo o Guardador da sua aliança. Deus não está morto! Ele também não está doente!

Eis que o Senhor JEOVÁ virá como o forte (10) é a forma de Isaías dizer que Ele virá "como o Poderoso" (ASV). Ele não virá somente para ser forte mas para mostrar-se forte, como conquistador. O seu braço dominará, subjugando toda resistência e con-quistando o Reino para si mesmo.

Eis que o seu galardão vem com ele lembra o fato de que "um xeque árabe, depois de conquistar uma tribo rival, geralmente volta levando o seu despojo (rebanhos de animais) diante dele [cf. Is 62:11; Ap 22:12]" (Berkeley, nota de rodapé). Essa é uma nota escatológica indicando que Deus tem para os seus amigos e inimigos um galardão preparado de acordo com o que cada um fez. E o seu salário, diante da sua face simplesmente indica a retribuição ou "castigo" divino para os ímpios. Assim, Delitzsch traduz essa frase da seguinte forma: "Veja! A sua recompensa está com ele, e sua retri-buição diante dele".11

O quadro final de Deus é de um Pastor Divino. Como pastor, apascentará o seu rebanho (11) é conhecido por todos os cristãos através do famoso Messias de Handel. Isaías viu Deus nos dois aspectos da sua infinita soberania: exercendo seu poder para subjugar seus inimigos e mostrando sua bondade compassiva para todos os membros do seu rebanho. O versículo 10 mostra-o forte; o versículo 11 mostra-o meigo e gentil. Bran-dura é simplesmente a força que se tornou meiga. Os cordeirinhos recém-nascidos e as ovelhas que estão amamentando' precisam de um cuidado especial. Uma ovelha-mãe com um úbere pesado, cheio de leite, não deveria ser sobrecarregada, e alguns cordeirinhos recém-nascidos ainda estão fracos demais para longas caminhadas Neste caso, eles de-vem ser carregados pelo pastor. Essa profecia nos lembra de uma outra que descreve a compaixão de Cristo: "A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega" (Is 42:3; cf. Mt 12:20). Assim, esse prólogo conclui a segunda parte das profecias como co-meçou, com uma nota de conforto. Isaías vê que Deus não abandonou esse mundo ao caos; Ele governa e continua pastoreando a todos.

2. O Caráter Singular do Eterno (Is 40:12-31)

Isaías agora prega uma mensagem acerca da imensurável grandeza do Criador, ao des-crever as obras da natureza e seu governo sobre o mundo. Essa mensagem expande a idéia dos versículos 6:8. Isaías fez uso de um argumento aguçado e penetrante. Ele ilustra a gran-deza de Deus ao destacar a magnitude das suas operações como Criador (12), a perfeita suficiência do seu conhecimento (13-14), a insignificância de tudo que existe em comparação com Ele (15-17), e o fato de que nenhuma representação finita pode descrevê-lo (18-31).

a) Senhor da criação (40:12-17).

1) Isaías fala de Deus como a Criatividade Máxima (12). Quem mediu com o seu punho as águas ou "Quem mediu as águas na concha da mão?" (NVI). Nenhum ídolo pode ser comparado com o Criador na magnitude das suas operações. A completa futilidade em medir as obras divinas com a palma da mão, o pal-mo,' a medida, os pratos e a balança, é apresentada por meio de palavras enérgicas. Deus pôs até no mundo físico medidas que estão além da compreensão humana.

  1. A sabedoria indescritível (13-14) da parte de Deus é o aspecto seguinte a ser exal-tado. Quem guiou o Espírito do Senhor? (13). Ninguém pode direcionar o Espírito de Deus. Este Espírito que pairava sobre o caos primitivo e o moldou em um cosmos dificil-mente precisa de um conselheiro terreno. Com quem tomou conselho? (14). Quem foi chamado para dar conselhos a Deus acerca da justiça, conhecimento e prudência?
  2. Poder ilimitado é mais uma característica da verdadeira Divindade (15-16). A mai-or das nações não é mais do que uma gota de água em um balde ou o pó miúdo das balanças (15). Estudos recentes modificariam a tradução de "balde" para "nuvem de chu-va". Por isso, em comparação com a grandeza de Deus as nações não são mais do que uma gota de chuva em uma tempestade. Elas não são mais pesadas do que um grão de areia nos pratos da balança. Mesmo as ilhas são como uma partícula de pó. Deus manuseia as ilhas como se fossem um punhado de terra. Nem todo o Líbano (16), com todas as suas pode-rosas florestas, pode fornecer lenha suficiente para um sacrifício a um Deus como esse; nem todos os seus animais selvagens poderiam constituir uma oferta apropriada a Ele. Semelhantemente aos autores do Antigo Testamento, Isaías está certo de que a única ofer-ta aceitável a Deus é um espírito humilde e obediente (Is 58:5-66.2; cf. Mq 6:6-8).


4) Superioridade incontestada é o tema do versículo 17. Todas as nações são [...] menos do que nada. Se esse é o caso, os comentaristas que pensam que Deus construiu suas esperanças sobre o poder e sucesso mundial de um rei persa14 falharam na sua interpretação. As façanhas de um Ciro terreno também não podem ser a principal faceta da esperança de Isaías. Aqui as nações são comparadas com aquele caos primitivo (cf. tohu de Gn 1:2) que era muito mais pesado do que elas. As nações e o nada são contras-tados na mente do profeta, e o que foi mencionado em segundo lugar é mais significativo. seria "sem valor" (NVI).

b) Divindade incomparável (40:18-31).

1) Nenhum artífice humano pode moldar a imagem de Deus (18-20). A quem, pois, fareis semelhante a Deus? (18) é a pergunta dirigida àquele pensamento errôneo universal de que a Divindade pode ser representa-da pela obra de mãos humanas (cf. At 17:29). Deus não permite nenhuma representação em forma de imagens da sua pessoa, porque não há nada que seja parecido com ele em todo o universo. Mas a pergunta de Isaías é pertinente aos nossos dias — "Como você acha que Deus é?" O artífice e o ourives (19) podem cooperar com o ferreiro moldando a imagem e cobrindo-a com ouro e soldando nela cadeias de prata. Essa imagem seria para idólatras ricos. As pessoas pobres escolheriam um pedaço de madeira de amoreira que não se corrompe (20) e dela esculpiriam um ídolo. Ou elas procurariam um marce-neiro inteligente para gravar uma imagem que se não pode mover (oscilar). O fato de a imagem cair seria entendido como um sinal de mau agouro (cf. Jz. 6:25-31) e suge-riria sua impotência finita. O Deus de Isaías, por outro lado, não está sujeito a quedas ou a ser comido por cupins.


2) Nenhum habitante terreno pode ser igual a Deus (21-24). Porventura, não sabeis [...] não ouvis [...] vos não notificou? (21). O profeta apela para as institui-ções primárias da humanidade (cf. Rm 1:20), para os argumentos da teologia natural, i.e., a criação revela o poder eterno e a divindade de Deus. Uma vez que a pessoa leva em consideração a variedade infinita do universo, somente um tolo pensaria ser possí-vel fazer uma cópia de Deus. Ele é o que está assentado sobre o globo da terra

  1. "Ele senta entronizado acima da cúpula da terra, e assim seus habitantes pare-cem gafanhotos. Ele estende os céus como um forro fino, e os espalha como uma tenda para neles morar".15 Semelhantemente, é Ele que faz voltar ao nada os príncipes (23) Diante dele ditadores fracassam e os governantes terrenos são mera nulidade (cf. 12:21; Os 107:40).16 Trata-se de prerrogativa de Deus remover monarcas dos seus tronos e destiná-los ao esquecimento. "Mal eles são plantados ou semeados, mal lan-çam raízes na terra, Deus sopra sobre eles, e eles murcham; um redemoinho os leva como palha" (24, NVI).


3) As estrelas nos céus estão sujeitas ao Criador (25-26). A quem pois me fareis semelhante? (25) é uma pergunta divina para a qual não há resposta humana. O desa-fio é: "Encontre alguém igual a Mim, se puder!". Assim diz o Santo.' Levantai ao alto os olhos e vede [...] quem a todas chama pelo seu nome (26). Alguns podem adorar estrelas como deuses, mas o Deus de Isaías é o Grande Pastor das estrelas. Ele lhes dá nomes e dirige o curso de cada uma delas com tal precisão que nenhuma faltará. "Aquele que não se esquece de uma única estrela no exército celestial, não esquecerá ou negligen-ciará a mais fraca do seu rebanho na terra"." Schiller escreve:

Através de portas douradas Ele as leva; Ele as conta todas as noites;

Mesmo que Ele ande pelo caminho muitas vezes, Seus cordeiros nunca se desviam do seu olhar.


4) Um Deus como esse é incansável no seu conforto (27-31).
a) Seu cuidado é inquestionável e ilimitado (27-28a). Por que, pois, dizes

O meu caminho está
encoberto (27). Se Deus conhece e cuida das estrelas, não está desatento em relação aos homens, nem indiferente em defender aqueles que lhe pertencem. O povo de Deus não está sujeito a um destino descuidado, nem são seus direitos desconsiderados. Mais uma vez, ouve-se a pergunta: Não sabes? (28). O Senhor é o eterno Deus que nunca se cansa e não lhe falta percepção (cf. 5:9-9.10; Rm 11:33).
b) Sua força é infalível (28b-29). Dá vigor ao cansado e multiplica as forças (29). Aquele que nunca se cansa fortalece os que estão cansados, "e ao que está sem vigor, Ele enche de poder"."
c) Deus tem uma percepção insondável (28), visto que não há sondagem ("esquadrinhamento") das profundezas do seu entendimento. d) Deus oferece um sustento incessante (30-31). Mesmo que a idade e vigor estejam no seu auge, os jovens e os moços cairão (30). A força natural, mesmo no seu apogeu, pode se esgotar, mas isso não ocorre com a força sobrenatural.' Por isso, os que esperam no SENHOR, com fé, se elevam acima do que é mundano, resistem com perseverança e encontram graça para continuar persistindo. "Para o fiel não há fracasso, e a fé não conhece fadiga".21

Nos versículos 28:30, temos a promessa da "Força para um "Viver Santo".

1) Deus provê força, versículo 29;

2) a força é renovada ao esperar no Senhor, versículo 31a;

3) Deus ajusta o suprimento de força para a necessidade presente, versículo 31b (G. B. Williamson).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
*

40.1—55.13

Originalmente, Isaías endereçou essas palavras aos exilados futuros na Babilônia, encorajando-os a fugirem de lá e, mediante a fé, retornarem à Terra Prometida (p.ex., 48.20,21). Esse encorajamento se origina parcialmente do caráter sobrenatural deles (p.ex., 41:21-27). Essas profecias, entregues com mais de um século e meio de antecedência (Introdução: Dificuldades de Interpretação), deixam boquiabertos os seus ouvintes ao predizerem o livramento imediato de Israel (isto é, Judá) da Babilônia, por parte de Ciro (p.ex., 44-24-45.13), a vinda do Cristo sofredor a fim de salvá-los de seus pecados, após o retorno à Terra Prometida (42.1-7; 49:1-13 50:4-11; 52:13 53:12), e a salvação final de Israel nos últimos dias (51.6). As profecias próximas, mais remotas e as mais remotas de todas misturam-se na tela. Da perspectiva de Isaías, a restauração após o exílio inauguraria a nova era, e essa primeira prova de salvação através do servo de Deus, Ciro, liga-se com a salvação maior que Cristo, o Servo de Deus, traria ao seu povo. Atualmente, os eleitos têm maior confiança nas palavras proféticas, porquanto foram cumpridas em Cristo e se estão cumprindo na sua Igreja (2Pe 1:19).

* 40:1

Consolai, consolai. A forma desses verbos está no plural. Deus se dirigia à sua corte celestial bem como aos mensageiros proféticos, que participariam das bênçãos (v. 6; 44.26). Outros arautos seriam encorajados a propalar as boas novas (vs. 9-11; 52.7). A repetição visava a ênfase, e ocorre em 51.9,17; 52.1,11; 57.14; 62.10.

o meu povo. Embora os israelitas tivessem se rebelado, eles continuavam sendo tratados como o povo de Deus. A frase ocorre com freqüência em Isaías (1.3; 3.12,15; 43.20; 51.4, 16; 53.8; 58.1; 65.10,22). Ver 43.1, nota.

* 40:2

milícia... sua iniquidade. Isaías refere-se aqui ao exílio de Israel e de Judá, sobre o que ele tinha falado por repetidas vezes. O sofrimento por causa do pecado. Ver nota em 27.9.

já recebeu em dobro... por todos os seus pecados. Deus decidira que a punição recebida por Israel era suficiente, e agora estava pronto para perdoá-los (43.25; 44.22; 48.9).

* 40:3

Voz. Embora a voz tenha incluído profetas anteriores, como Isaías, essa predição teve cumprimento no ministério de João Batista (Mt 3:3; Mc 1:3,4; Lc 1:76; 3:4,5; Jo 1:23).

no deserto... no ermo. Essas são metáforas usadas para indicar alienação e angústia (14.17; 27.10; 64.10). Somente Deus pode transformar o deserto em um oásis florescente e frutífero, uma figura simbólica que aponta para a plenitude e a alegria de sua salvação (32.15,16; 35.1,6; 41.18,19; 43.19,20; 48.21; 51.3).

Preparai... endireitai. “Preparar” significa “retirar os obstáculos” (57.14). Deus removeria todos os obstáculos por ocasião da vinda de Cristo, mas ele esperava que seu povo se preparasse para o reino (62.10), e requeria que as nações assistissem ao progresso de sua salvação.

o caminho... vereda. Ver nota em 11.16. Aqui, essas são figuras que simbolizam os corações humanos, que devem ser preparados por meio do arrependimento (35.8-10; Lc 3:3-9). Quando isso acontecer, a glória de Deus surgirá na face da terra.

* 40:4

vale... o que é tortuoso. Por ocasião do aparecimento do Senhor (6.4, nota), a natureza se submeterá à sua vontade. Ele removerá todos os obstáculos e preparará uma estrada por meio da qual o cortejo real avançará no estabelecimento do reino.

* 40:5

se manifestará. O reino de Deus se “revelará” através de atos de salvação e julgamento, especialmente em Jesus Cristo (Lc 2:30,31; Jo 1:14). A restauração do exílio foi uma manifestação da glória de Deus.

toda a carne a verá. A revelação do reino de Deus será algo público e visível na criação, em Cristo, na 1greja e na nova terra (Gn 9:17; Mt 2:1-11; 16:27; 24:30; At 28:28; 2Co 3:18).

a boca. Ver nota em 1.20. Essa afirmação é expandida nos vs. 6-8.

* 40:6

Uma voz. Uma voz angelical dirige-se a Isaías (6.6-9).

* 40:7

o hálito. A ira de Deus é comparada com o destruidor vento oriental (Sl 103:16; Jr 4:11; Ez 17:10).

* 40:9

Sião. Ver nota em 1.8.

boas-novas. Ou seja, o evangelho. Deus veio para redimir seu povo escravizado.

* 40:10

virá. Ele chegará a fim de inaugurar o seu reino na terra (35.4, nota; 43.15; 44.6; 52:7-10).

o seu braço. Essa metáfora descreve o poder de Deus conforme esse poder se manifesta em atos de livramento e de retribuição (v. 11; 48.14; 51.5,9; 53.1; 59.16; 63.5,12; Êx 15:16; Sl 44:3; 89:13; 98:1; 136:12).

o seu galardão. Os despojos da vitória aqui alcançada serão as próprias pessoas. Os exilados redimidos tanto prefiguram a comunidade messiânica quanto se misturam a ela.

* 40:11

o seu rebanho... os levará. Essas são expressões dos cuidados ternos e próprios de um pastor do Rei divino (Sl 23:1-4; 78:52; 80:1; Jr 31:10; Ez 34:11-16; Mq 2:12; Jo 10:11).

* 40:15

as nações... as ilhas. O Criador é soberano sobre todos os poderes humanos — os quais são como nada (2.22).

* 40.16

o Líbano. Famoso por suas densas florestas de cedro (2.13, nota).

* 40:18

comparareis. O Senhor é incomparável (v. 25; 46.5). Ver “A Natureza Espiritual de Deus”, em 66.1.

* 40:19

cadeias de prata. Provavelmente cadeias que impediam que um ídolo tombasse de seu lugar. Quanto à polêmica de Isaías contra a idolatria, ver 2.8.

* 40:21

não sabeis?... não atentastes. Essa acusação é dirigida contra aqueles que rejeitam a revelação divina.

desde o princípio?... os fundamentos. A glória e o poder de Deus são revelados na natureza (Rm 1:20).

* 40:22

A redondeza. Esse é ou o horizonte ou o hemisfério do céu acima da terra.

como tenda. A Criação de Deus é comparada a uma tenda que Deus armou (42.5; 44.24; 51.13; Sl 18:11; 19:4).

* 40:24

plantados... uma tempestade. Este versículo desenvolve o quadro mental introduzido nos vs. 6 e 7.

como palha. Ver notas em 17.13 29:5.

* 40:26

Levantai... e vede. Deus considera as pessoas responsáveis por discernirem a sua revelação na Criação (Rm 1:18-32).

chama... em força. O Senhor conhece e sustenta a sua criação.

* 40:27

ó Jacó... ó Israel. Isaías tinha em mente o remanescente no exílio. Ver nota em 41.8.

encoberto... passa despercebido. Em sua ira, Deus ocultou deles o seu rosto (49.14; 54.8), mas em sua graça ele é poderoso para livrar (8.17, nota).

* 40:28

Não sabes, não ouviste. Ver nota no v. 21; “A Auto-existência de Deus”, em Sl 90:2.

o eterno Deus. O Criador é soberano sobre o tempo e o espaço (9.6; 40.22).

* 40:31

os que esperam. Ver notas em 8.17; 26.8,9.

renovam... sobem... correm. Esses verbos fornecem um vívido quadro da transformação espiritual que ocorre por meio da fé.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
40.1ss O livro do Isaías faz uma mudança dramática neste ponto. Os seguintes capítulos falam da majestade de Deus, quem deve governar a terra e julgar a todas as pessoas. Voltará a reunir ao Israel e ao Judá e os restaurará a sua glória. Em vez de advertir às pessoas do julgamento iminente, Isaías agora os consola. O capítulo 40 se refere à restauração depois do exílio. Ciro é o instrumento de sua liberação de Babilônia. Em segundo lugar, olhe para os tempos finais quando "Babilônia", futuro sistema mundial do mal, será destruída e terminará a perseguição do povo de Deus.

40.1, 2 Judá ainda teria cem anos de problemas antes da queda de Jerusalém, mais setenta anos de cativeiro. portanto, Deus diz ao Isaías que fale com ternura e que console a Jerusalém.

As sementes do consolo podem arraigar-se no chão da adversidade. Quando sua vida pareça que se desmorona, peça a Deus que o console. Possivelmente não escapamento da adversidade, mas encontrará o consolo de Deus em meio dela. Algumas vezes, entretanto, o único consolo que temos radica no conhecimento de que algum dia estaremos com Deus. Agradeça o consolo e o fôlego que se encontram em sua Palavra, presença e povo.

40.3-5 Preparar um caminho e endireitar meio-fio significa tirar os obstáculos ou estender o tapete vermelho para a chegada do Senhor. O deserto é uma ilustração das provas e os sofrimentos da vida, aos que não somos imunes. Mas estas coisas não devem obstaculizar nossa fé. Isaías disse ao povo que se preparasse para ver a obra de Deus. João o Batista utilizou estas palavras quando exortou às pessoas a preparar-se para a chegada do Messías (Mt 3:3).

40.6-8 Aqui se compara às pessoas com a erva e as flores que se murcham. Nós somos mortais, mas a Palavra de Deus é eterna e nunca falha. A opinião pública troca e não é confiável, mas a Palavra de Deus é firme. Unicamente na Palavra eterna de Deus acharemos soluções duradouras para os problemas e necessidades.

40:11 Freqüentemente se descreve a Deus como um pastor, que com amor cuida e guia a seu rebanho. O é forte e poderoso (40.10), e entretanto, cuidadoso e amável. Lhe chama pastor (Salmo 23); o bom pastor (Jo 10:11, Jo 10:14); o grande pastor (Hb_13:20); o Príncipe dos pastores (1Pe 5:4). Tome nota de que este pastor protege aos membros mais indefesos de nossa sociedade: os meninos e os que cuidam deles. Isto reforça o tema profético de que a nação verdadeiramente capitalista não é a que tem um grande exército, mas sim mas bem a que depende da força protetora de Deus.

40.12-31 Isaías descreve o poder de Deus para criar, sua provisão e sua presença para ajudar. Deus é onipotente e todo-poderoso; mas mesmo assim, cuida de cada um de nós em forma pessoal. Nenhuma pessoa nem coisa pode comparar-se a Deus (40.25). Definimos a Deus o melhor que podemos com nosso conhecimento e linguagem escassos, mas solo limitamos nosso entendimento do e seu poder quando o comparamos com o que experimentamos na terra. Qual é seu conceito de Deus, sobre tudo como se revelou em seu Filho, Jesucristo? Não limite a obra de Deus em sua vida ao subestimá-lo.

40.29-31 Até a gente mais forte se cansa por momentos, mas o poder e a força de Deus nunca diminuem. Nunca está muito cansado nem ocupado para nos ajudar ou nos escutar. Sua força é nossa fonte de fortaleza. Quando sentir que tudo na vida o esmaga e não possa dar um passo mais, recorde que pode clamar a Deus para que renove sua força.

40:31 Esperar no Jeová é saber que sua força prometida nos ajuda a nos levantar por cima das confusões e dificuldades da vida. Significa também confiar em Deus. Isto nos ajuda a estar preparados para quando O nos fale. Então seremos pacientes quando nos pedir que esperemos o cumprimento das promessas que se encontram em sua Palavra.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
Foi em meditação sobre o problema que vem, ea resposta de Ezequias a sua previsão de que, que Isaías foi levado a escrever a grande mensagem de capítulos 40-66 .

VIII. CONFORTO DO SENHOR E LIBERTAÇÃO (Is 40:1)

O tema deste capítulo é o conforto para o povo de Deus. Os capítulos seguintes dar a base para que o conforto. Este capítulo não é totalmente compreendida se for considerado como sendo dirigida principalmente aos exilados na Babilônia, por sua referência é mais amplo do que isso. Isaías estava se dirigindo as pessoas de seu próprio tempo, mas sob inspiração divina, ele escreveu uma mensagem que tem sido tão significativa para os outros em apuros. Em forma e conteúdo, este capítulo é uma expansão do capítulo12 .

1. consolai o meu povo (40: 1-11)

1 Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Dt 2:1. ; Rt 2:13 ). Em vez do também literal guerra (v. Is 40:2 ), leia "tempo de serviço" (margem). O ponto é claramente que o tempo de angústia é longo, e Deus vem em socorro daqueles que Ele agora chama o meu povo, não "Não-meu-povo" (Dn 1:9 ; Jo 1:23 ). A palavra de voz é usado aqui como uma interjeição, equivalente a "ouvir" ou "ouça." À medida que a leitura marginal implica, a conexão das palavras no deserto é ambígua em hebraico e na Septuaginta sem pontuação. Este número compara a próxima libertação com o êxodo do Egito, quando Deus fez o povo para fora através de um deserto (como em Is 11:16 ; Is 19:23 ). Com todo o parágrafo comparar o comando de 62:. 10 e ss O Senhor voltará a mostrar a Sua glória (v. Is 40:5 , como fez naquele antigo dia da libertação). Mas, assim como este parágrafo em relação a libertação do Egito com que a partir de Babilônia, para que ele se encheu de grande significado novo pela salvação do pecado através de Jesus, o Messias. Note-se a afirmação de que toda a carne verá a glória do Senhor naquele momento.

Em contraste com a glória do Senhor, versículos 6:8 falam de o goodliness da humanidade (carne) como temporário, como a erva que seca no calor do verão. O versículo 8 é uma forte declaração deste contraste. A palavra de Deus sozinho é sempre certo e verdadeiro.

O anúncio está agora a ser feita (vv. Is 40:9-11) que o próprio Senhor Deus está vindo como Ruler (v. Is 40:10-A ), Libertador (v. Is 40:10 ). João (00:15 ), ligado versículo 9 com Zc 9:9 ), a palavra usada no Novo Testamento para pregar o evangelho.

2. O Onipotente Deus (40: 12-26)

12 Quem mediu as águas na concha da mão, e dispensado o céu com a extensão, e compreendeu o pó da terra, em uma medida, e pesou os montes em escalas, e as colinas em um equilíbrio? 13 Quem guiou o Espírito do Senhor, ou, como seu conselheiro o ensinou? 14 Com quem tomou ele conselho, que o instruiu, e lhe ensinasse o caminho da justiça, e lhe ensinou conhecimento, e lhe mostrou o caminho de entendimento? 15 Eis que as nações são como uma gota de um balde, e são contabilizados como o pó miúdo das balanças; eis que ele levanta as ilhas como a uma coisa pequeníssima. 16 E o Líbano não é suficiente para o fogo, nem os seus animais bastam para . holocausto 17 Todas as nações são como nada perante ele; eles são contabilizados por ele como menos do que nada, e vaidade.

18 A quem, pois, podeis assemelhar a Deus? ou que figura podeis comparar a ele? 19 A imagem, um operário deitou -lo , eo ourives cobre de ouro, e forja para ele correntes de prata. 20 Aquele que é demasiado pobre para tal uma oblação, escolhe madeira que não vai apodrecer; procura para si um artífice de criar uma imagem de escultura, que não pode ser abalado. 21 : Não tendes conhecido? não tendes ouvido? vos que não foi dito que desde o início? ? não tendes entendido desde a fundação da terra 22 É o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; que estende os céus como uma cortina, e os desenrola como tenda para habitar; 23 que traz príncipes a nada; que fará os juízes da terra como vaidade.24 Sim, eles não foram plantadas; sim, eles não foram semeados; sim, suas ações não tem raízes na terra, além disso ele sopra sobre eles, e eles murcham, eo redemoinho tira-los como restolho. 25 A quem, pois, me comparareis, que eu deveria ser igual a ele? diz o Santo. 26 Levantai ao alto os olhos e vede quem criou estas coisas, aquele que faz sair o exército delas segundo número; ele as chama a todas pelos seus nomes; pela grandeza do seu poder, e por que ele é forte em poder, nenhuma faltará.

A grandeza do Senhor, que vem em auxílio de seu povo, agora é mostrado por referência a sua onipotência (v. Is 40:12 ), a onisciência (vv. Is 40:13-14 ), ea insignificância das nações em relação a Ele (vv. Is 40:15-17 ). Mas o simples esboço não é nada em comparação com este belo poema sobre a magnitude de Deus. Nenhum descobertas da ciência moderna pode desvirtuar essa passagem; Eles sim aprofundar o significado dela. O poder criativo e sabedoria de Deus muito transcendem tanto o universo e minúsculo conhecimento do homem sobre ele. Mesmo todas as nações são como uma gota de um balde , em comparação com o Senhor.

Uma vez que Deus é tão grande, a adoração de ídolos inúteis é tolice, pois eles são inúteis e não deve ser comparado com o Senhor dos Exércitos (vv. Is 40:18-26 ). Após a pergunta retórica do versículo 18 , Isaías descreve a forma como dois tipos de ídolos foram feitas: as imagens de fundição, que foram expressos em alguma base de metal e, em seguida, coberto de ouro e ornamentada com correntes de prata (v. Is 40:19 ); e menos caro imagem de escultura, esculpida em madeira (v. Is 40:20 ; ver também Is 30:22 e comentários ). O profeta então usa uma série de perguntas retóricas para introduzir por meio de contraste (v. O Deus de poder criativo 21 ). Os tempos verbais em estas questões devem ser anotadas. Parece melhor para traduzir as duas primeiras com futuros, assim como a Septuaginta: "Será que você não sabe? Você não vai ouvir? "Ele está repreendendo-os para a sua falta de vontade de conhecer a Deus. A tensa das outras duas perguntas é como na ASV, mas o último pode ser parafraseada: "Já não vos entendida a partir de uma reflexão sobre a criação (fundações) da terra? "Toda a criação deve dizer-nos do Criador, se estamos dispostos a ouvir. O versículo 22 não descreve a terra eo céu, em termos científicos, mas em linguagem fenomenológica simples, cotidiana, que fala de coisas como elas parecem ser. Nós também usamos esse tipo de linguagem, quando dizemos que o sol nasce e se põe. Por isso, não precisa ser perturbado quando Isaías fala de Deus como sentado acima do círculo da terra (o horizonte) e estendendo os céus como uma cortina ou como uma tenda . Em vez disso, podemos glória com ele no poder de Deus, que pode fazer todas essas maravilhas. E não somente isso, mas Deus é o Senhor das nações (vv. Is 40:23-24 ), e pode levantá-los e trazê-los para baixo, tão facilmente quanto o homem pode respirar (leia v. Is 40:24 como na margem). Quando olhamos para o céu à noite e ver as estrelas, devemos pensar em Deus quem criou estas (v. Is 40:26 ). Ele é tão transcendental para eles que ele números los fora como um exército, e quando ele as chama a todas pelos seus nomes ... não faltará (nenhum deixar de sair).

3. Deus a esperança do seu povo (40: 27-31)

27 Por que dizes, ó Jacó, e falas, ó Israel: O meu caminho está escondido ao Senhor, ea justiça devido a me passa despercebido ao meu Deus? 28 Porventura não sabe? sabes, não ouviste? O eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, não se cansa nem se cansarão; Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. 29 Ele dá força ao cansado, e àquele que não tem, ele pode consolida a força. 30 Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os jovens terão absolutamente cair: 31 mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão e não se cansarão; andarão, e não se fatigam.

Mais uma vez uma série de perguntas introduz uma nova declaração sobre o poder de Deus, desta vez a forma como o poder de Deus é usado para o seu próprio povo. Em tempos difíceis, torna-se fácil de se sentir que o nosso caminho está escondido ao Senhor, para que a justiça não é feito para nós. A questão do versículo 27 está subjacente à finalidade do capítulo inteiro (Scott), e as demonstrações de versículos 28:31 são o clímax de todo o poema. O Senhor do universo não é apenas onipotente e onisciente (vv. Is 40:12-26 e 28 ), mas Ele dá força ao cansado, e àquele que não tem, ele pode consolida a força (v. Is 40:29 ). Mesmo quando aqueles que são jovens e forte em si deve cair no esquecimento, aqueles que confiam no Senhor deve continuar com crescente vigor. Para Isaías, para esperar por Jeová (v. Is 40:31) é o oposto de determinar suas ações, observando as circunstâncias. É melhor para nós que esperar para o Senhor para mostrar a direção que devemos ir, do que se preocupar e se preocupar com a forma de resolver as coisas por nós mesmos. É verdade que uma mente relaxada, despreocupada é capaz de trabalhar melhor do que um rabugento, mas isso não é o que Isaías diz. É a sua mensagem de que Deus dá força para aquele que nele espera-poder que ele não poderia ter outra forma, não importa que tipo de leis psicológicas ou fisiológicas ele seguiu.

Não há anticlímax no arranjo dos verbos: . sobem com asas ... correr ... caminhada ... Nós temos nossas experiências do cume quando podemos voar, e Deus nos dá força para ser executado quando o que é necessário, mas a maior parte do trabalho da mundo é feito pelos meios menos espetaculares de constante curta-pesado. Como JH Hertz colocou:

Sob uma onda de entusiasmo todos nós somos capazes de um ato isolado de heroísmo, ou seja, para "subir" ou "executar" por um tempo. É muito mais difícil de seguir a rodada monótona de dever todos os dias quando a visão se desvaneceu eo esplendor parece ido, undeterred por provações e obstáculos, encontrando-los no espírito de fé e conquistá-los pela firmeza. Esta é a realização daqueles que "esperar para o Senhor." Dia após dia, eles renovam as suas forças.

Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
Isaías 40-66

Com freqüência, os estudiosos re-ferem-se a Isaías 40—66 como a "seção Novo Testamento" do livro. Tem 27 capítulos, semelhante aos 27 livros do Novo Testamento. Essa seção inicia-se com o ministério de João Batista (40:3-4 paralelo a Mt 3:1-40) e enfatiza Cristo e a salva-ção. A parte central dessa seção é o capítulo 53, a maior predição do Antigo Testamento sobre a morte de Cristo na cruz. Ao mesmo tem-po que Isaías 1—39 enfatiza o jul-gamento de Deus sobre seu povo, Isaías 40—66 traz uma nota de conforto e de redenção. Foi escrito com a finalidade de encorajar o re-manescente judeu que seria liber-tado dos 70 anos de cativeiro ba- bilônico. Isaías escreveu essa pro-fecia surpreendente 150 anos antes que o remanescente judeu sequer precisasse de encorajamento. Ao ler esses capítulos, destacam-se vá-rias noções importantes. A primeira é a ênfase constante na expressão: "Não temas". Veja 41:10,13 14:43-1,5; 44:2,8. Do que os judeus estavam com medo? Das grandes nações gentias que faziam con-quistas através do mundo. A Assíria tomou Israel; a Babilônia capturou Judá, e, agora, um novo império — os persas — entrava em cena. To-das essas nações adoravam ídolos. Alguns judeus argumentavam que, se essas nações conseguiam tantas vitórias, talvez seus deuses fossem verdadeiros e, portanto, talvez não devessem crer em Jeová. Isso leva à segunda noção mais importante: a grandiosidade de Deus e a falsidade dos ídolos pagãos. Leia com aten-ção as seguintes passagens: Is 40:18-23).

Ao ler esses capítulos, lembre- se de que eles têm um cumprimento imediato em Ciro e no retorno do re-manescente da Babilônia à sua terra, e também o cumprimento máximo em Jesus Cristo e na redenção que temos nele. A maravilhosa libertação do jugo babilônico é um retrato da redenção que Cristo comprou para nós na cruz. Nesse sentido, o rei Ciro, embora fosse um governante pagão, simboliza Cristo, nosso Redentor (45:1-4). Is 42:1-23 apresenta Cris-to como o servo obediente de Deus, o qual traz glória para os judeus e sal-vação para os gentios. Compare esses versículos comMt 12:18-40.

Com esse pano de fundo, olha-remos esses capítulos e veremos como Deus revela-se a seu povo e encoraja-o a confiar nele. O Senhor revela-lhe vários aspectos de sua grandiosidade.

I. A grandiosidade da pessoa dele (Is 40:0 aplica essa pro-messa a João Batista preparando o caminho para a chegada de Cristo. A profecia nos versículos 9:1-7 diz: não olhem para si mesmos; olhem para o seu Senhor. Ele é o Criador do universo. Ele pode fortalecê-los e sustentá-los. Nos versículos 28:31, observe a bênção prometida.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
40.1 Consolai, consolai. Estes capítulos, que, se seguem, falam da consolação da restauração e da consolação da vinda do Messias, já mencionada em 4:2-6; 9:1-7; 11.110; 30:20-21; 32:1-8; 35:1-10. Segue-se, daqui ao fim do livro, a descrição da pessoa do Messias (42:1-4); da divindade do Messias (44.6); da Sua humilhação (53.2); da Sua morte vicária e salvadora (53:5-6); do Seu Reino (59:20-60.3).

40.3 Voz do que clama no deserto. Os evangelhos são explícitos em dizer que esta profecia se refere a João Batista, o precursor do Salvador, que lhe prepararia o caminho. Preparai o caminho do Senhor. Só o verdadeiro arrependimento pode abrir para cada um o caminho para a comunhão com Deus (Mt 3:1-40).

40.8 A palavra de nosso Deus permanece eternamente. A palavra infalível, verdadeira e eterna de Deus, sempre se contrasta com a vaidade do homem e com a sua vontade corrupta.

40.9 Não temas. Foi um homem destemido como João Batista que indicou o Messias: "Eis o Cordeiro de Deus!" (Jo 1:36); e outros pregadores das Boas Novas devem sempre indicar ao mundo: Eis aí está o vosso Deus.

40.10 Galardão. Heb sãkhãr, "salário", "recompensa" (conforme 62.11; Ap 22:12). É também a participação que os ceifeiros recebem, Jo 4:35-43. A palavra refere-se também ao "aluguel" de objetos ou de pessoas, à paga dos jornaleiros. Diante dele. Depois de uma vitória, entre os nômades, geralmente o despojo vai adiante da tropa vitoriosa.

40.11 Pastor. Esta ilustração tão consoladora do termo amor do Salvador se encontra várias vezes no AT (Sl 23:0; Jr 31:10; Ez 34:23), e no NT (Jo 10:10-43; He 13:20; 1Pe 2:251Pe 2:25).

40.20 Não oscile. A queda de ídolo seria considerada mau agouro, conforme 1Sm 5:3.

40.21 Fundamentos da terra. A eterna onipotência divina revela-se na criação (Rm 1:20). Aqui está em contraste com total impotência dos ídolos.

40.22 Redondeza. Heb hügh, "círculo", "esfera", "arca", "abóbada". Os cientistas de séculos passados vincularam este versículo à antiga doutrina científica de que a terra era de forma achatada, e não quiseram ouvir a idéia de Galileu sobre um planeta esférico. As palavras do profeta, entretanto, não fazem pronunciamentos sobre teorias de um sistema geocêntrico, mas, tão simplesmente fala em língua usada pelos ouvintes e pelos leitores, como nós, por exemplo, falamos em "terra redonda" (e não esférica); e no "levantar" do Sol.

40.25 O Santo. Este nome de Deus, que par extenso é "o Santo de Israel", é uma das características de Isaías, e ocorre doze vezes nos caps. 1-39, e treze vezes entre os capítulos 40:66, nas duas metades do livro, uma prova adicional da integridade do livro.

40.26 Estas coisas. Os astros, os corpos celestes.

40.29 Multiplica as forças. Conforme a obra de Cristo descrita em 2Co 12:9.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 1 até o 31
IV. O RETORNO DOS EXILADOS (40.1—66.24)
Nesse ponto no livro, a cena muda dramaticamente. No cap. 39, encontramos enviados da Babilônia a Jerusalém; nos caps. 40ss, estamos ocupados com exilados judeus na Babilônia — como fora predito em 39.6,7. A predição não se cumpriu de todo instantaneamente; há um atraso no tempo de mais de um século entre a situação do cap. 39 e aquela pressuposta no cap. 40 (v. Introdução). De um ponto de vista, os caps. 40ss dão a prova de que as profecias de Isaías foram amplamente cumpridas. De outro ponto de vista, esses capítulos apresentam uma nova mensagem, uma mensagem de esperança e conforto para o povo de Deus em épocas de dificuldades e desespero.
A seção se divide naturalmente em três partes, caps. 40—48, 49—55 e 56—66.

1) A saída da Babilônia (40.1—48.22)

As condições dos exilados judeus na Babilônia logo após 550 a.G. devem ter sido de desalento e desespero; eles se sentiam presos numa armadilha, distantes de casa e abandonados por seu Deus. Os anos do exílio haviam se arrastado durante aproximadamente meio século. A essa altura, alguns judeus estavam convictos de que os deuses da Babilônia tinham demonstrado serem fortes demais para Javé, e estavam propensos a se voltar para a idolatria babilónica; enquanto isso, até mesmo os mais fiéis e devotos estavam convictos de que Deus os havia abandonado a seu próprio destino e que lhes havia infligido o exílio como um castigo permanente para o seu povo. Lamentações de Jr 1:0).

a) A nova mensagem de consolação (40:1-11)
Esse prólogo dos caps. 40—55 como um todo começa a expressar os detalhes do que a mensagem divina de consolo tem a oferecer. O trecho é muito vívido, caracterizado por duas marcas notáveis. A primeira é a se-qüência de verbos no imperativo: Consolem [...] Encorajem [...] anunciem [...] preparem etc.; o chamado não é à resignação passiva, mas à ação positiva e sincera. A segunda é a série de vozes, algumas delas não identificadas; é bem provável que a cena imaginada aqui seja a corte celestial, como em lRs 22.1923, e as vozes dos v. 3 e 5 sejam de seres angelicais. No v. 6, a resposta a uma dessas vozes vem do próprio profeta, de acordo com a NVI (seguindo a LXX e o rolo de Isaías); o texto hebraico (massorético) é ligeiramente diferente, e torna o verbo impessoal (assim a VA e a NEB), embora assim mesmo se queira sugerir o próprio profeta como origem da voz. No v. 9, há novamente incertezas (dessa vez é uma questão de tradução, e não de texto) sobre se o arauto das boas novas é Jerusalém, ou se é enviado a Jerusalém (v. nota de rodapé da NVI). Todos os oradores, então, exceto o próprio Deus (v. 1), são mantidos nos bastidores; o holofote é lançado sobre a mensagem e não sobre os mensageiros. Nem mesmo as pessoas a quem é dirigida a profecia são especificadas; os imperativos estão no plural nos v. 1-5, e provavelmente se tem em mente aqui o maior público possível. A ordem Clame (v. 6) está na forma masculina do singular, e é quase certo que é dirigida ao profeta, enquanto as ordens na forma feminina do singular no v. 9 podem ser mais bem explicadas como dirigidas a Sião/Jerusalém (como na nota de rodapé da NVI). Surge então a questão do significado de Sião/Jerusalém. E muito provável que o profeta use o termo para indicar tanto a cidade (literal) como (mais especificamente) a comunidade do exílio, já que a maioria dos exilados era de Jerusalém; assim, no v. 9 os exilados são incumbidos de levar uma mensagem para as cidades de Judá.

A primeira palavra aos exilados (v. 1,2) é de encorajamento e segurança: Deus nem abandonou o seu povo (eles continuam dele, e ele é o seu Deus) nem infligiu a eles um castigo permanente — o castigo agora se completou! (O castigo em dobro pode ser uma referência à destruição de Jerusalém e ao longo período do exílio; mas provavelmente não significa mais do que “medida cheia”.)

Em seguida, o profeta usa a linguagem da adoração (v. 3ss), lembrando tanto as estradas processionais da Babilônia e de outros lugares quanto a expectativa que os judeus tinham na adoração de que Deus “chegaria” em pessoa, revelando a sua presença ao seu povo que o adorava. Os exilados não precisam invejar o esplendor das procissões pagãs na Babilônia; o seu próprio Deus está chegando, e o mundo todo vai ver a revelação da sua glória. Eles devem ajudar a preparar o caminho para ele; para os exilados, o deserto era a enorme extensão do deserto siro-árabe que ficava entre a Babilônia e Judá (v. mapa, p. 753). A glória de Deus seria vista, em outras palavras, no seu controle da história, trazendo o seu povo de volta do exílio para Judá (v. 9ss confirmam que esse é o significado); mas eles precisam cooperar voluntariamente, partindo com fé em direção à sua terra natal. Esse chamado para o deserto certamente não tinha o significado literal, como tinha sido para os israelitas que haviam deixado o Egito séculos antes, uma ocasião que o profeta sem dúvida tinha em mente.

Essa era, portanto, a mensagem do profeta aos exilados; mas as suas palavras tinham significado para períodos posteriores, pois o retorno do exílio não era nada mais do que o início da revelação da glória de Deus ao mundo todo. Vemos o seu cumprimento registrado em Mt 3:0 e paralelos o sentido é ligeiramente diferente; já não é o preparo mas a “voz” que está no deserto. Essa formulação neotestamentária segue a versão que a LXX dá de Is 40:3.)

Os v. 6ss, fora a incerteza textual mencionada acima, não são claros na sua seqüência de pensamento. Não é improvável que toda a segunda parte do v. 6 represente a resposta inicial do profeta à ordem Clamei-, a sua pergunta O que clamará? pode ser compreendida como em tom de desespero, e a afirmação que segue certamente traz uma conotação pessimista — pode ter sido um ditado popular acerca da brevidade da vida (semelhante ao trecho mais longo de Ec 1:2-22), ou seja, por que se importar em empreender um ministério profético? Os v. 7,8 devem ser entendidos então como uma resposta; a transi-toriedade da vida não pode ser negada, mas de qualquer forma é somente Deus quem termina a vida, enquanto, por outro lado, a sua palavra — confiada aos seus profetas — não é nem transitória nem insignificante.

O parágrafo final da seção (v. 9ss) retoma o tema das boas novas para Judá e os seus exilados. O tema da “epifania” divina é novamente proeminente, mas agora é o poder de Deus que é destacado. Os exilados precisavam ser lembrados de que o seu Deus era onipotente (por mais poderosos que os deuses da Babilônia lhes tenham parecido); no entanto, o seu poder não o alienou do seu povo, que era a sua propriedade especial (sua recompensa e galardão), o rebanho que ele pastoreava com cuidado e atenção.

b) A grandeza e o poder de Deus

(40:12-31)

Fica evidente com base no tom dessa seção, por ser marcada por uma série de perguntas desafiadoras, que os exilados não estavam automaticamente propensos a dar crédito ao poder e amor de Javé, seu Deus, ao qual os v. lOss tinham se referido. Os v. 12-26, portanto, destacam o seu poder e grandeza incomparáveis, e os v. 27-31 ressaltam a sua disposição de estender esse poder aos que confiam nele. Esse trecho é muitas vezes chamado de “debate” por estudiosos modernos; os exilados precisavam ser desafiados na sua forma de pensar e ser persuadidos acerca da verdade das promessas divinas.
Os v. 12-17 lembram aos exilados que Javé é Criador — um tema que muitas vezes devem ter mencionado na sua adoração, mas cujas implicações tinham em grande parte esquecido. Ninguém, seja humano, seja divino, e certamente nenhum deus babilônio, havia estado do lado dele quando criara o Universo e colocara a história humana nos seus trilhos. O Deus Criador, portanto, era incomparavelmente mais elevado do que os fenômenos mais poderosos que haviam sido criados (e.g., Líbano) e também do que as nações. Até mesmo a poderosa Babilônia diante dele é como nada.

Os v. 18ss contrastam explicitamente o Deus Criador vivo e dinâmico com as imagens dos deuses babilônios. Os v. 19,20, assim como 41.6,7, podem ter sido extraídos de um poema mais longo no qual o profeta condenava e ridicularizava a idolatria. A primeira parte do v. 20 é bastante obscura no texto hebraico, mas o sentido geral do parágrafo é muito claro (v. outras versões para uma leitura alternativa).
Os v. 21-24 retornam à terra, por assim dizer, e contrastam o poder de Deus com o dos juízes deste mundo. Os reis evidentemente tão poderosos da Babilônia logo seriam derrubados, como revelam os capítulos posteriores (especialmente 45 e 46). Os v. 23,24 são um lembrete de que o Criador é também o Senhor da história. Os v. 25,26 retornam brevemente ao nível humano e lembram os exilados de que as estrelas, tão importantes para a astrologia babilónica, não eram nada mais do que obra das mãos do Deus de Israel, e dão testemunho do seu poder, e não do poder próprio delas.

Os v. 27-31 destacam novamente o poder de Deus na criação, dessa vez respondendo a uma queixa explícita feita pelos exilados (v. 27). Longe de ignorá-los e de desconsiderá-los, o seu Deus onipotente agora oferece ao seu povo deprimido e desesperado no exílio todas as forças de que precisam, e não por último a capacidade da mobilidade (v. 31), pois a jornada da Babilônia de volta para Judá nunca está distante da mente do profeta. Os que esperam no Senhor (v. 31) devem encontrar forças além das expectativas humanas (v. 30).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 27 até o 31

27-31. Se, então, o Deus de Israel é este onipotente Criador e Soberano, Seu povo não precisa temer que seus problemas e dificuldades sejam demasiado difíceis para Ele resolver, ou que Ele seja incapaz de julgar seus injustos opressores (embora os longos anos do cativeiro de Israel possa lhe ter dado tal impressão). Seu poder de libertar e vingar jamais se reduz por causa de cansaço ou excesso de trabalho. Sua sabedoria em ordenar os negócios humanos está além da compreensão dos homens. Para os Seus filhos, que têm falta de força e resistência, Ele concede literalmente tudo o que necessitam para o seu constante progresso e realizações espirituais, contanto que confiem nEle em oração e esperança.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Isaías Capítulo 40 do versículo 12 até o 31
b) Supremacia de Jeová sobre as nações (Is 40:12-23). Partindo da passagem precedente, o profeta refere-se de forma mais pormenorizada e com maior ênfase ao Deus de quem viria o livramento. Só o Senhor Jeová é Deus. A Sua majestade e soberania são primeiramente ilustradas pelo Seu poder criador (12), depois pela Sua onisciência e presciência (13-14), e ainda pela insignificância absoluta de tudo o mais comparado com Ele (15-17). É esse o Senhor Todo-Poderoso de Quem se esperaria o livramento. Quão loucas, pois, são as tentativas humanas de criar coisas que se assemelhem à imagem divina! Imagens fundidas, pedras lavradas, as criações mudas das raças pagãs do mundo, jamais poderão exprimir a Sua majestade e glória (18-20). Soa aqui a grande chamada ao fato eterno da revelação divina, designadamente que Deus é Espírito, e que não dará a Sua glória a outrem. Que assim é revela-o também a prova da Sua obra no universo que criou, bem como a Sua soberania nos destinos de toda a humanidade.

>Is 40:16

Nem todo o Líbano basta... (16). Aqui, a imaginação do profeta expande-se de forma magnífica. A idéia é que, para um tal Deus, não há sacrifício adequado: nem todos os Cedros do Líbano chegariam para arder junto ao altar; as hostes de animais que vagueiam nas florestas dessa região são insuficientes para os sacrifícios. A nossa dívida para com Deus é maior do que aquilo que qualquer sacrifício concebível poderia pagar. A quem, pois, fareis semelhante a Deus? Ou com que O comparareis? (18). Sendo Deus infinitamente grande, torna-se bem evidente a loucura de procurar representá-Lo seja de que forma for. Estende os céus como cortina (22): acentua-se a glória transcendente de Deus. Não se plantam (24), ou antes, segundo outra tradução, "mal são plantados, mal são semeados, mal o seu tronco se arraiga na terra, eis que Ele sopra sobre eles e secam".

>Is 40:27

2. DEUS, ESPERANÇA DO SEU POVO (Is 40:27-23). O capítulo começa com a afirmação, perante o coração de Israel, de que o seu Deus sem dúvida o libertaria e restauraria; agora, aproxima-se de um final magnífico, exortando à esperança no Senhor, tão forte e misericordioso. Embora seja retardada a plenitude da Sua promessa, no entanto, o Seu povo deveria confiar nEle, e, assim confiando, verificará que o seu Deus está próximo para salvá-lo com uma salvação absoluta.

O Meu caminho (27), isto é, o caminho duro e difícil que se está percorrendo. O meu juízo (27), isto é, o amargo desprezo pelos direitos essenciais da parte dos opressores do povo de Deus. Era este o brado do povo exilado: Deus havia-o esquecido, e a Sua promessa não passava de um sonho. Os versículos 28:31 constituem a resposta inequívoca do profeta a todas essas palavras derrotistas e de desespero. Deus domina no alto, e o Seu braço cerca os que Lhe pertencem; portanto, nada de desfalecimentos nem de receio.


Dicionário

Caminho

substantivo masculino Faixa de terreno para trânsito de pedestres ou de veículos; estrada.
Figurado Meio de alcançar um resultado; direção: o caminho do sucesso.
Espaço a percorrer de um lugar para outro: a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos.
Roteiro de viagem; itinerário: vou pelo caminho mais curto.
Modo como uma sequência de acontecimentos ocorre; tendência: neste país a educação segue pelo caminho errado.
Antigo Rumo marítimo: o caminho das Índias.
expressão Caminho de ferro. Via de comunicação que utiliza veículos sobre trilhos de ferro entre cidades, países etc.; estrada de ferro.
Etimologia (origem da palavra caminho). Do latim camminus; de origem celta.

Caminho CAMINHO DO SENHOR

Nomes dados à religião dos primeiros cristãos e ao seu modo de vida (At 19:9; 22.4).


Caminho A estrada que conduz à vida eterna. Jesus ensinou que não existia uma pluralidade de caminhos; apenas que ele era o único que levava ao Pai (Jo 14:4-6). Em termos humanos, esse caminho é tão estreito que segui-lo é impossível sem uma prévia conversão (Mt 7:13ss.; Mt 5:20; 18,8ss.; 25,21.23).

Esta palavra aparece na Bíbliano sentido de via, de estrada (Gn 16:7Nm 14:25 – Mc 10. 32). Muitas vezes o termo ‘caminho’ significa os simples hábitos da vida – ‘endireitai os vossos caminhos’ – ‘todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra’ (Gn 6:12 – 19.31 – Jr 32:19). ‘Caminho do Senhor’ quer dizer o que Ele é em relação a nós: ‘os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos’ (is 55:8). ir ‘pelo caminho de todos os da terra’ (Js 23:14) significa estar para morrer, na sua viagem para a sepultura. Caminho duro representa o caminho dos pecadores (Jz 2:19). Jesus Cristo é chamado o Caminho (Jo 14:6), pois que é por Ele somente que os crentes obtêm a comunicação com o Pai. Estas expressões ‘o Caminho’, ‘este Caminho’, usavam-se a respeito da crença e prática cristãs (At 9:2 – 19.9,23 – 22.4 – 24.14,22), talvez para contrastar com o sistema judaico de regras para a vida diária, chamadas Halacote ou Caminhos.

O caminho celeste é o dia que o Pai nos concede, quando aproveitado por nós na prática do bem. Cada hora, desse modo, transforma-se em abençoado trecho dessa estrada divina, que trilharemos até o encontro com a grandeza e a perfeição do Supremo Criador, e cada oportunidade de bom serviço, durante o dia, é um sinal da confiança de Deus, depositada em nós. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O caminho oculto• Pelo Espírito Veneranda• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 19


estrada, via, trilha, raia, vicina, carreiro, azinhaga, picada, senda, vereda, atalho. – Todas estas palavras têm de comum a propriedade de designar “espaço aberto conduzindo de um lugar a outro”. – Caminho não sugere mais que a ideia de “espaço ou trilho livre entre dois pontos”. – Estrada é “caminho largo, construído com mais ou menos arte, e de modo que se preste ao tráfego de veículos”. Há estradas de rodagem, estradas de ferro, etc. Por influência do francês, já se diz também – caminho de ferro. – Via só dá ideia do meio de comunicação entre um e outro ponto. É assim que tanto dizemos – via terrestre, como – via marítima, ou fluvial (e não – estrada, nem mesmo caminho). – Trilha (ou trilho) é caminho estreito, aberto por entre obstácu- 248 Rocha Pombo lo. Nesta acepção, trilha é vocábulo mais próprio e mais usado do que trilho, pois este designa melhor o sulco, a passagem rápida para transpor um embaraço. – Raia é, aqui, “uma curta trilha destinada a jogos de corrida”. – Vicina é termo pouco usado, empregando-se, em vez dele, a locução – caminho vicinal – para indicar os “pequenos caminhos, que levam de um caminho geral ou de uma estrada, para os lugares vizinhos”. – Carreiro é “caminho estreito, aberto pelo tráfego de carros”. – Azinhaga é também “caminho estreito”, mas sugere a ideia de “complicado e escuso”. – Picada é “trilha mal aberta em floresta, cortando-se apenas as árvores, numa certa direção”. – Senda, se se atende à respetiva origem (do latim semita de semis + iter) deve significar “meio caminho”, ou caminho muito estreito por onde mal pode passar-se. Não se compreende como é tão usada esta palavra na frase – a senda..., e até – “a larga” senda do progresso... Talvez só se explique isso pela beleza fônica do vocábulo. – Vereda é “trilha tão maldistinta que apenas parece marcar o rumo seguido”. – Atalho é “caminho estreito, trilha, azinhaga por onde se evitam as longas curvas do caminho geral”.

Deus


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

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NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Encoberto

encoberto adj. 1. Escondido. 2. Disfarçado. 3. Clandestino. 4. Incógnito. 5. Enevoado (o tempo).

Israel

substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


Israel [O Que Luta com Deus] -

1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


Jaco

substantivo masculino O mesmo que jaque1.

substantivo masculino O mesmo que jaque1.

substantivo masculino O mesmo que jaque1.

Jacó

Suplantador. o filho mais novo deisaque e Rebeca. Na ocasião do seu nascimento ele segurava na mão o calcanhar do seu irmão gêmeo, Esaú, e foi por causa disto que ele recebeu o seu nome (Gn 25:26). Não devemos, porém, supor que este nome era desconhecido antes deste fato, pois ele se encontra gravado em inscrições muito mais antigas. Jacó era dotado de temperamento meigo e pacífico, e gostava de uma vida sossegada e pastoril. E era nisto muito diferente do seu irmão, que amava a caça, e era de caráter altivo e impetuoso! Quanto à predileção que tinha Rebeca por Jacó, e às suas conseqüências, *veja a palavra Esaú. Foi por um ardil que Jacó recebeu do seu pai isaque, já cego, aquela bênção que pertencia a Esaú por direito de nascimento. Este direito de primogênito já tinha sido assunto de permutação entre os irmãos, aproveitando-se Jacó de certa ocasião, em que Esaú estava com fome, a fim de tomar para si os privilégios e direitos de filho mais velho. (*veja Primogênito.) Embora fosse desígnio de Deus que a sua promessa a Abraão havia de realizar-se por meio de Jacó, contudo os pecaminosos meios empregados por mãe e filho foram causa de resultados tristes. Ambos sofreram com a sua fraude, que destruiu a paz da família, e gerou inimizade mortal no coração de Esaú contra seu irmão (Gn 27:36-41). o ano de ausência (Gn 27:42-44), que Rebeca imaginou ser suficiente para abrandar a cólera de Esaú, prolongou-se numa separação de toda a vida entre mãe e filho. Antes da volta de Jacó já Rebeca tinha ido para a sepultura, ferida de muitos desgostos. o ódio de Esaú para com Jacó foi perdurável, e, se Deus não tivesse amaciado o seu coração com o procedimento de Jacó, ele sem dúvida teria matado seu irmão (Gn 27:41). Antes de Jacó fugir da presença de Esaú, foi chamado perante isaque, recebendo novamente a bênção de Abraão (Gn 28:1-4). Ele foi mandado a Padã-Arã, ou Harã, em busca de uma mulher de sua própria família (Gn 28:6). Foi animado na sua jornada por uma visão, recebendo a promessa do apoio divino. (*veja Betel.) Todavia foi forçado a empregar-se num fastidioso serviço de sete anos por amor de Raquel – e, sendo no fim deste tempo enganado por Labão, que, em vez de Raquel, lhe deu Lia, teve Jacó de servir outros sete anos para casar com Raquel, a quem ele na verdade amava. Depois disto, foi ainda Jacó defraudado por Labão numa questão de salários – e foi somente depois de vinte anos de duro serviço, que conseguiu ele retirar-se furtivamente, com sua família e bens (Gn 31). Queria Labão vingar-se de Jacó pela sua retirada, mas Deus o protegeu. o ponto em que principia uma mudança na vida de Jacó foi Penuel – ali foi humilhado pelo anjo, e renunciou aos seus astutos caminhos, aprendendo, por fim, a prevalecer com Deus somente pela oração. (*veja israel.) Ele teve grandes inquietações domésticas: a impaciência da sua favorita mulher Raquel, com os seus queixumes, ‘Dá-me filhos, senão morrerei’ – a morte dela pelo nascimento de Benjamim – o pecado da sua filha Diná (Gn 34:5-26), e a conseqüente tragédia em Siquém – o mau procedimento de Rúben, e o desaparecimento de José, vendido como escravo – todos estes males juntos teriam levado Jacó à sepultura, se Deus não o tivesse fortalecido. Deus foi com ele, sendo calmos, felizes e prósperos os últimos dias do filho de isaque. Quase que as suas últimas palavras foram a predição da vinda do Redentor (Gn 49:10). Doze filhos teve Jacó, sendo somente dois, José e Benjamim, os nascidos de Raquel. (*veja israel, Esaú, Raquel, José, Gileade, etc., a respeito de outros incidentes na vida deste patriarca.) A certos fatos faz referências o profeta oséias (12.2 a 12). *veja também Dt 26:5. 2. o pai de José, casado com Maria (Mt 1:15-16). 3. o nome de Jacó era também empregado figuradamente, para significar os seus descendentes (Nm 23:7, e muitas outras passagens).

Seu nascimento (Gn 25:21-34; Gn 27:1-45) - Jacó nasceu como resposta da oração de sua mãe (Gn 25:21), nas asas de uma promessa (vv. 22,23). Será que Isaque e Rebeca compartilharam os termos da bênção com os filhos gêmeos, enquanto eles cresciam? Contaram logo no início que, de acordo com a vontade de Deus, “o mais velho serviria o mais novo”? Deveriam ter contado, mas as evidências indicam que não o fizeram. De acordo com o que aconteceu, o modo como Jacó nasceu (“agarrado”, Gn 25:26) e o nome que lhe deram (Jacó, “suplantador”), por muito tempo a marca registrada de seu caráter foi o oportunismo, a luta para tirar vantagem a qualquer preço e desonestamente. Além disso, a própria Rebeca, diante da possibilidade de que Esaú alcançasse a preeminência, não apelou para a confiança na promessa divina, e sim para seu próprio oportunismo inescrupuloso (Gn 25:5-17) — ou seja, sendo de “tal mãe, tal filho”.

Esaú era um indivíduo rude e despreocupado, que não levava nada muito a sério e que dava um valor exagerado aos prazeres passageiros. Jacó percebeu que essa era sua chance. Certo dia, Esaú voltou faminto de uma caçada e encontrou a casa imersa no aroma de uma apetitosa refeição preparada por Jacó. Esaú não teve dúvidas em trocar seu direito de primogenitura por um prato de comida e podemos imaginar um sorriso de maliciosa satisfação nos lábios de Jacó pelo negócio bem-sucedido! (Gn 25:27-34).

A família patriarcal era a administradora da bênção do Senhor para o mundo (veja Abraão, Gn 12:2-3), e a experiência traumática de Gênesis 22:1-18 deve ter gravado essa promessa em Isaque. Quando, porém, ele sentiu a aproximação da morte (Gn 27:1-2) — de maneira totalmente equivocada, o que não é raro nos idosos (Gn 35:27-29) —, percebeu que era uma questão de extrema importância assegurar a transmissão da bênção. Quantas tragédias seriam evitadas se vivêssemos plenamente conscientes das promessas e da Palavra de Deus! Rebeca achava que era sua obrigação providenciar o cumprimento da promessa feita no nascimento dos gêmeos; Isaque esqueceu totalmente a mensagem. Uma terrível fraude foi praticada, e Rebeca corrompeu aquela sua característica positiva, que era parte de seu charme durante a juventude (Gn 24:57); e Jacó, por sua vez, temeu ser descoberto, em lugar de arrepender-se do pecado que praticava (Gn 27:12). As conseqüências foram a inimizade entre os irmãos (Gn 27:41), a separação entre Rebeca e seu querido Jacó (Gn 25:28-27 a 45), o qual de fato ela nunca mais viu, e, para Jacó, a troca da segurança do lar por um futuro incerto e desconhecido (Gn 28:10).

Um encontro com Deus (Gn 28:1-22)

Logo depois que Jacó sentiu a desolação que trouxera sobre si mesmo, o Senhor apareceu a ele e concedeu-lhe uma viva esperança. Embora ele desejasse conquistar a promessa de Deus por meio de suas próprias manobras enganadoras, o Senhor não abandonou seu propósito declarado. A maior parte do restante da história gira em torno dessa tensão entre o desejo de Deus em abençoar e a determinação de Jacó de conseguir sucesso por meio da astúcia. Gênesis 28:13, que diz: “Por cima dela estava o Senhor”, tem uma variação de tradução que seria mais apropriada: “Perto dele estava o Senhor”, pois a bênção de Betel foi: “Estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores” (v. 15). Tudo isso sugere que a escada é uma ilustração do Senhor, que desce a fim de estar com o homem a quem faz as promessas (vv. 13,14). Numa atitude típica, Jacó tenta transformar a bênção de Deus numa barganha e literalmente coloca o Senhor à prova (vv. 20-22), ao reter o compromisso pessoal da fé até que Deus tivesse provado que manteria sua palavra. Quão maravilhosa é a graça do Senhor, que permanece em silêncio e busca o cumprimento de suas promessas, mesmo quando são lançadas de volta em sua face! Oportunistas, entretanto, não fazem investimentos sem um retorno garantido do capital! Jacó precisava trilhar um duro caminho, até aprender a confiar.

A história dentro da história (Gn 29:31)

Gênesis 29:31 conta a chegada de Jacó à casa de seus parentes, em Padã-Hadã, no extremo norte, onde Palestina e Mesopotâmia se encontram, separadas pelo rio Eufrates (29:1); registra seu encontro com Raquel e sua apresentação aos familiares da mãe dele (29:2-14); menciona como foi enganado e obrigado a casar-se com Lia e Raquel (29:14-30), formou uma numerosa família (29:31 a 30:24), trabalhou como empregado para o sogro Labão (30:25 a 31:
1) e finalmente voltou para Canaã (31:2-55). É uma história fascinante — o oportunista, suplantador e autoconfiante Jacó e o astuto Labão. Seu tio tramou com sucesso para casar a filha Lia, que não tinha pretendentes (Gn 29:17) — interessante, aquele que alcançou a condição de primogênito por meio do ardil (25:29ss) foi enganado na mesma área, no tocante à primogenitura (29:26)! “Deus não se deixa escarnecer” (Gl 6:7) — mas, depois disso, embora as coisas fossem difíceis (Gn 31:38-41), Jacó sempre foi bem-sucedido. Ele sabia como “passar Labão para trás”. O sogro decidia qual parte do rebanho seria dada a Jacó como pagamento e tomava as medidas para garantir a sua vantagem no acordo (30:34-36), mas o filho de Isaque sempre tinha um ou dois truques “escondidos na manga” — simplesmente tirando a casca de alguns galhos, de acordo com a orientação divina!

Dentro da narrativa dos galhos descascados, havia uma outra história e Jacó começou a aprender e a responder a ela. O Senhor prometera cuidar dele (Gn 28:15) e cumpriu sua palavra. Sem dúvida, Jacó estava satisfeito com o resultado dos galhos, mas uma visão de Deus colocou as coisas às claras (Gn 31:3-10-13). Não foi a eugenia supersticiosa de Jacó, mas o cuidado fiel de Deus que produziu rebanhos para benefício dele. Posteriormente ele reconheceu esse fato, quando Labão o perseguiu furioso por todo a caminho até Mispa, já na fronteira com Canaã (Gn 31:38-42). Ao que parece, entretanto, o aprendizado de Jacó não foi muito além da capacidade de falar a coisa certa.

A oração de Jacó (Gn 32:1-21)

Seria uma crítica injusta dizer que Jacó ainda não havia aprendido a confiar no cuidado divino, em vez de confiar no esforço humano? Duas outras questões indicam que essa avaliação é correta: por que, encontrando-se em companhia dos anjos do Senhor (Gn 32:1), Jacó estava com medo de Esaú e seus 400 homens (vv. 6,7)? E por que, quando fez uma oração tão magnífica (Gn 32:9-12), voltou a confiar nos presentes que enviaria ao irmão (vv. 13-21)? Foi uma oração exemplar, de gratidão pelas promessas divinas (v. 9), reconhecendo que não era digno da bênção (v. 10), específica em seu pedido (v. 11), e retornando ao princípio, para novamente descansar na promessa de Deus (v. 12). Seria difícil encontrar oração como esta na Bíblia. Jacó esperava a resposta de Deus, mas, sabedor de que Esaú já fora comprado uma vez por uma boa refeição (Gn 25:29ss), tratou de negociar novamente com o irmão. Ele ainda se encontrava naquele estado de manter todas as alternativas à disposição: um pouco de oração e um pouco de presentes. Estava, contudo, prestes a encontrar-se consigo mesmo.

Bênção na desesperança (Gn 32:22-31)

Uma cena resume tudo o que Jacó era: enviou toda sua família para o outro lado do ribeiro Jaboque, mas algo o reteve para trás. “Jacó, porém, ficou só, e lutou com ele um homem até o romper do dia” (Gn 32:24). Na verdade sempre foi assim: “Jacó sozinho” — usurpando o direito de primogenitura, apropriando indevidamente da bênção, medindo forças com Labão, fugindo de volta para casa, negociando (Gn 31:44-55) uma esfera segura de influência para si próprio —, entretanto, é claro, ninguém negociaria a posse de Canaã! O Senhor não permitiria isso. Portanto, veio pessoalmente opor-se a Jacó, com uma alternativa implícita muito clara: ou você segue adiante dentro dos meus termos, ou fica aqui sozinho. Jacó não estava disposto a abrir mão facilmente de sua independência, e a disputa seguiu por toda a noite (Gn 32:24). Se ele tivesse se submetido, em qualquer momento da luta, teria terminado a batalha inteiro, mas o seu espírito arrogante e individualista o impeliu adiante até que, com a facilidade consumada de quem é Todo-poderoso, um simples toque de dedo deslocou a coxa de Jacó (v. 25). Que agonia! Que desespero! Que humilhação saber que só conseguia manter-se em pé porque os braços fortes do Senhor o amparavam!

Até mesmo o oportunismo, entretanto, pode ser santificado! O desesperado Jacó clamou: “Não te deixarei ir, se não me abençoares” (v. 26) e o grito do desesperado pela bênção transformou Jacó num novo homem, com um novo nome (v. 28). Ele de fato tinha “prevalecido”, pois essa é a maneira de agir do Deus infinito em misericórdia: ele não pode ser derrotado pela nossa força, mas sempre é vencido pelo nosso clamor. E, assim, o Jacó sem esperança saiu mancando, agora como Israel, pois tinha “visto a face de Deus” (v. 30).

O homem com uma bênção para compartilhar (Gn 33:1-50:13)

Quando, porém, o relato da vida de Jacó prossegue, vemos que as coisas velhas não passaram totalmente, nem todas tornaram-se novas. O mesmo homem que “viu Deus face a face” (Gn 32:30) encontrou Esaú sorrindo para ele e toda a hipocrisia aflorou novamente: “Porque vi o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus” (Gn 33:10)! O homem que fora honesto (pelo menos) com Deus (Gn 32:26) ainda era desonesto com as pessoas, pois prometeu seguir Esaú até Edom (33:13,14 Seir) e não cumpriu a promessa; de fato, não planejara fazê-lo (33:17). Por outro lado, estava espiritualmente vivo e cumpriu fielmente a promessa que tinha feito ao declarar o Senhor de Betel (28:20,21) como seu Deus (33:20), ansioso para cumprir seu voto na íntegra (35:1-4) e trazer sua família ao mesmo nível de compromisso espiritual.

Em seu retorno à Canaã, o Senhor lhe apareceu, a fim de dar-lhe esperança e reafirmar as promessas: confirmou seu novo nome (35:9,10) e repetiu a bênção da posteridade e possessão (vv. 11-15). A grande misericórdia de Deus marcou esse novo começo, pois Jacó precisaria de toda essa segurança nos próximos eventos: a morte de Raquel (Gn 35:16-19), a imoralidade e deslealdade de Rúben (v. 21), a morte de Isaque (vv. 27-29) e aquele período de anos perdidos e desolados, piores do que a própria morte, quando José também se foi (Gn 37:45). A disciplina de Deus, porém, educa e santifica (Hb 12:1-11) e Jacó emergiu dela com uma vida gloriosa: a cada vez que o encontramos, é como um homem que tem uma bênção para compartilhar — abençoou o Faraó (Gn 47:7-10), abençoou José e seus dois filhos (Gn 48:15-20) e abençoou toda a família, reunida ao redor do seu leito de morte (Gn 49). Agora, seu testemunho também é sem nenhuma pretensão: foi Deus quem o sustentou, o anjo o livrou (Gn 48:15). O antigo Jacó teria dito: “Estou para morrer e não posso imaginar o que será de vocês, sem a minha ajuda e sem as minhas artimanhas”. “Israel”, porém, o homem para quem Deus dera um novo nome, disse para José: “Eis que eu morro, mas Deus será convosco” (Gn 48:21). Um homem transformado, uma lição aprendida.

J.A.M.


Jacó [Enganador] -

1) Filho de Isaque e Rebeca e irmão gêmeo de Esaú (Gn 25:21-26). A Esaú cabia o direito de PRIMOGENITURA por haver nascido primeiro, mas Jacó comprou esse direito por um cozido (Gn 25:29-34). Jacó enganou Isaque para que este o abençoasse (Gn 27:1-41). Ao fugir de Esaú, Jacó teve a visão da escada que tocava o céu (Gn 27:42—28:) 22). Casou-se com Léia e Raquel, as duas filhas de Labão (Gn 29:1-30). Foi pai de 12 filhos e uma filha. Em Peniel lutou com o Anjo do Senhor, tendo recebido nessa ocasião o nome de ISRAEL (Gn 32). Para fugir da fome, foi morar no Egito, onde morreu (Gn 42—46; 49).

2) Nome do pov

Jacó 1. Patriarca, filho de Isaac (Gn 25:50; Mt 1:2; 8,11; 22,32). 2. Pai de José, o esposo de Maria e pai legal de Jesus.

Juízo

substantivo masculino Ação de julgar; faculdade intelectual de julgar, entender, avaliar, comparar e tirar conclusões; julgamento.
Apreciação acerca de algo ou alguém; opinião.
Qualidade de quem age responsável e conscientemente; prudência.
[Popular] Capacidade de agir racionalmente; razão: perder o juízo.
[Jurídico] Tribunal em que questões judiciais são deliberadas ou analisadas: o divórcio está em juízo.
[Jurídico] Reunião das ações realizadas pelos juízes no exercício de suas funções.
Etimologia (origem da palavra juízo). Do latim judicium.ii.

Juízo
1) Ato de Deus baseado em sua JUSTIÇA, pelo qual ele condena ou absolve as pessoas (Sl 97:2)

2) Sentença dada por Deus (Jr 48:47). 3 A palavra de Deus, suas leis e suas promessas (Sl 119:39).

4) Na expressão “juízo final” ou outras semelhantes, o tempo em que Deus, ou o MESSIAS, julgará todas as pessoas, condenando os maus e salvando os JUSTOS (Sl 1:5); (Mt 10:15); (At 24:25).

5) Julgamento feito de acordo com a vontade de Deus, no dia-a-dia e nos tribunais (Sl 72:1); (Pv 21:3).

6) O próprio tribunal (Sl 112:5). 7)

Largo

adjetivo Que tem certa extensão no sentido perpendicular ao comprimento: rio com a largura de trinta metros.
Folgado, não apertado.: roupa larga.
Liberal, pródigo.
Indulgente, sem preconceitos: espírito largo; ideias largas.
Considerável: fazer largas concessões.
Música Trecho musical que se executa em movimento amplo e vagaroso.
Com mãos largas, generosamente.
Largos anos, longo tempo.
Ao largo, em alto-mar.

O

substantivo masculino Décima quinta letra que compõe o alfabeto português e sua quarta vogal.
apositivo Que, numa série, está após o elemento designado pela letra "n": fileira O.
Gramática Como artigo, refere-se aos nomes masculinos, acompanhando-os: o carro; o caderno.
Gramática Restringe a referência de um substantivo ao ser, ou coisa, percebido no contexto, situação ou texto: o juiz começará o julgamento.
pronome demonstrativo Faz com que qualquer palavra ou expressão se torne um substantivo: o nascer do dia.
Gramática Usa-se como sinônimo de: isso, aquilo, quando se referir a um substantivo não determinado: falou o que não devia e foi embora.
pronome pessoal De mesmo sentido que "a ele": insultou-o, mas pediu desculpas.
[Símbolo] Representação do Oxigênio (elemento químico), simbolizado por O.
Forma abreviada de Oeste (ponto cardeal situado no lado em que o sol se põe), simbolizado por O.
Etimologia (origem da palavra o). Do pronome arcaico, lo; pelo latim illu.m.

Passa

substantivo feminino Fruta desidratada ou seca ao sol, especialmente a uva: uva passa.
Figurado Pessoa magra, envelhecida, com rugas; enrugada.
Etimologia (origem da palavra passa). Do latim passus.a.um.
substantivo feminino Ação de passar, de ir de um local a outro: esse trem passa em Brasília?
Ação de ocorrer, de ultrapassar, de transpor algo: o tempo passa muito rápido.
Etimologia (origem da palavra passa). Forma Reduzida de passar.

substantivo feminino Fruta desidratada ou seca ao sol, especialmente a uva: uva passa.
Figurado Pessoa magra, envelhecida, com rugas; enrugada.
Etimologia (origem da palavra passa). Do latim passus.a.um.
substantivo feminino Ação de passar, de ir de um local a outro: esse trem passa em Brasília?
Ação de ocorrer, de ultrapassar, de transpor algo: o tempo passa muito rápido.
Etimologia (origem da palavra passa). Forma Reduzida de passar.

Passa Uva seca ao sol (Ct 2:5).

Senhor

substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
Pessoa nobre, de alta consideração.
Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
Pessoa distinta: senhor da sociedade.
Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
Antigo O marido em relação à esposa.
adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


Senhor
1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


º

ò | contr.
ó | interj.
ó | s. m.
o | art. def. m. sing. | pron. pess. | pron. dem.
o | s. m. | adj. 2 g. | símb.
ô | s. m.

ò
(a + o)
contracção
contração

[Arcaico] Contracção da preposição a com o artigo ou pronome o.

Confrontar: ó e oh.

ó 1
(latim o)
interjeição

Palavra usada para chamar ou invocar.

Confrontar: oh e ò.

Ver também dúvida linguística: oh/ó.

ó 2
nome masculino

Nome da letra o ou O.

Confrontar: ò.

o |u| |u| 2
(latim ille, illa, illud, aquele)
artigo definido masculino singular

1. Quando junto de um nome que determina.

pronome pessoal

2. Esse homem.

3. Essa coisa.

pronome demonstrativo

4. Aquilo.

Confrontar: ó.

Ver também dúvida linguística: pronome "o" depois de ditongo nasal.

o |ó| |ó| 1
(latim o)
nome masculino

1. Décima quarta letra do alfabeto da língua portuguesa (ou décima quinta, se incluídos o K, W e Y). [É aberto como em avó, fechado como em avô, átono ou mudo como em mudo, e tem o valor de u em o [artigo], etc.]

2. [Por extensão] Círculo, anel, elo, redondo.

3. Quando em forma de expoente de um número, designa que esse número é ordinal, ou significa grau ou graus.

adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros

4. Décimo quarto, numa série indicada por letras (ou décimo quinto, se incluídos o K, W e Y).

símbolo

5. Símbolo de oeste.

6. [Química] Símbolo químico do oxigénio. (Com maiúscula.)

Plural: ós ou oo.

ô
(latim o)
nome masculino

[Brasil] Palavra usada para chamar ou invocar. = Ó

Confrontar: o.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
Isaías 40: 27 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao SENHOR, e o meu juízo passa despercebido ao meu Deus?
Isaías 40: 27 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

H1696
dâbar
דָבַר
E falou
(And spoke)
Verbo
H1870
derek
דֶּרֶךְ
o caminho
(the way)
Substantivo
H3068
Yᵉhôvâh
יְהֹוָה
o Senhor
(the LORD)
Substantivo
H3290
Yaʻăqôb
יַעֲקֹב
Jacó
(Jacob)
Substantivo
H3478
Yisrâʼêl
יִשְׂרָאֵל
Israel
(Israel)
Substantivo
H4100
mâh
מָה
o que / aquilo
(what)
Pronome
H430
ʼĕlôhîym
אֱלֹהִים
Deus
(God)
Substantivo
H4941
mishpâṭ
מִשְׁפָּט
julgamento, justiça, ordenação
(and judgment)
Substantivo
H559
ʼâmar
אָמַר
E disse
(And said)
Verbo
H5641
çâthar
סָתַר
esconder, ocultar
(shall I be hid)
Verbo
H5674
ʻâbar
עָבַר
ultrapassar, passar por, atravessar, alienar, trazer, carregar, desfazer, tomar, levar embora,
(and to pass)
Verbo


דָבַר


(H1696)
dâbar (daw-bar')

01696 דבר dabar

uma raiz primitiva; DITAT - 399; v

  1. falar, declarar, conversar, comandar, prometer, avisar, ameaçar, cantar
    1. (Qal) falar
    2. (Nifal) falar um com o outro, conversar
    3. (Piel)
      1. falar
      2. prometer
    4. (Pual) ser falado
    5. (Hitpael) falar
    6. (Hifil) levar embora, colocar em fuga

דֶּרֶךְ


(H1870)
derek (deh'-rek)

01870 דרך derek

procedente de 1869; DITAT - 453a; n m

  1. caminho, estrada, distância, jornada, maneira
    1. estrada, caminho, vereda
    2. jornada
    3. direção
    4. maneira, hábito, caminho
    5. referindo-se ao curso da vida (fig.)
    6. referindo-se ao caráter moral (fig.)

יְהֹוָה


(H3068)
Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

03068 יהוה Y ehovaĥ

procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

  1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
    1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

יַעֲקֹב


(H3290)
Yaʻăqôb (yah-ak-obe')

03290 יעקב Ya aqob̀

procedente de 6117, grego 2384 Ιακωβ; n pr m Jacó = “aquele que segura o calcanhar” ou “suplantador”

  1. filho de Isaque, neto de Abraão, e pai dos doze patriarcas das tribos de Israel

יִשְׂרָאֵל


(H3478)
Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

03478 ישראל Yisra’el

procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

Israel = “Deus prevalece”

  1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
  2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
    1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
    2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
    3. o nome da nação depois do retorno do exílio

מָה


(H4100)
mâh (maw)

04100 מה mah ou מה mah ou ם ma ou ם ma também מה meh

uma partícula primitiva, grego 2982 λαμα; DITAT - 1149 pron interr

  1. o que, como, de que tipo
    1. (interrogativa)
      1. o que?
      2. de que tipo
      3. que? (retórico)
      4. qualquer um, tudo que, que
    2. (advérbio)
      1. como, como assim
      2. por que
      3. como! (exclamação)
    3. (com prep)
      1. em que?, pelo que?, com que?, de que maneira?
      2. por causa de que?
      3. semelhante a que?
        1. quanto?, quantos?, com qual freqüência?
        2. por quanto tempo?
      4. por qual razão?, por que?, para qual propósito?
      5. até quando?, quanto tempo?, sobre que?, por que? pron indef
  2. nada, o que, aquilo que

אֱלֹהִים


(H430)
ʼĕlôhîym (el-o-heem')

0430 אלהים ’elohiym

plural de 433; DITAT - 93c; n m p

  1. (plural)
    1. governantes, juízes
    2. seres divinos
    3. anjos
    4. deuses
  2. (plural intensivo - sentido singular)
    1. deus, deusa
    2. divino
    3. obras ou possessões especiais de Deus
    4. o (verdadeiro) Deus
    5. Deus

מִשְׁפָּט


(H4941)
mishpâṭ (mish-pawt')

04941 משפט mishpat

procedente de 8199; DITAT - 2443c; n m

  1. julgamento, justiça, ordenação
    1. julgamento
      1. ato de decidir um caso
      2. lugar, corte, assento do julgamento
      3. processo, procedimento, litigação (diante de juízes)
      4. caso, causa (apresentada para julgamento)
      5. sentença, decisão (do julgamento)
      6. execução (do julgamento)
      7. tempo (do julgamento)
    2. justiça, direito, retidão (atributos de Deus ou do homem)
    3. ordenança
    4. decisão (no direito)
    5. direito, privilégio, dever (legal)
    6. próprio, adequado, medida, aptidão, costume, maneira, plano

אָמַר


(H559)
ʼâmar (aw-mar')

0559 אמר ’amar

uma raiz primitiva; DITAT - 118; v

  1. dizer, falar, proferir
    1. (Qal) dizer, responder, fala ao coração, pensar, ordenar, prometer, intencionar
    2. (Nifal) ser falado, ser dito, ser chamado
    3. (Hitpael) vangloriar-se, agir orgulhosamente
    4. (Hifil) declarar, afirmar

סָתַר


(H5641)
çâthar (saw-thar')

05641 סתר cathar

uma raiz primitiva; DITAT - 1551; v

  1. esconder, ocultar
    1. (Nifal)
      1. esconder-se
      2. ser escondido, ser ocultado
    2. (Piel) esconder cuidadosamente
    3. (Pual) ser escondido cuidadosamente, ser ocultado
    4. (Hifil) ocultar, esconder
    5. (Hitpael) esconder-se cuidadosamente

עָבַר


(H5674)
ʻâbar (aw-bar')

05674 עבר ̀abar

uma raiz primitiva; DITAT - 1556; v

  1. ultrapassar, passar por, atravessar, alienar, trazer, carregar, desfazer, tomar, levar embora, transgredir
    1. (Qal)
      1. ultrapassar, cruzar, cruzar sobre, passar, marchar sobre, transbordar, passar por cima
      2. ir além de
      3. cruzar, atravessar
        1. os que atravessam (particípio)
        2. passar através (referindo-se às partes da vítima em aliança)
      4. passar ao longo de, passar por, ultrapassar e passar
        1. o que passa por (particípio)
        2. ser passado, estar concluído
      5. passar adiante, seguir, passar antes, ir antes de, passar para frente, viajar, avançar
      6. morrer
        1. emigrar, deixar (o território de alguém)
        2. desaparecer
        3. perecer, cessar de existir
        4. tornar-se inválido, tornar-se obsoleto (referindo-se à lei, decreto)
        5. ser alienado, passar para outras mãos
    2. (Nifal) ser atravessado
    3. (Piel) impregnar, fazer passar
    4. (Hifil)
      1. levar a ultrapassar, fazer trazer, fazer atravessar, transpor, dedicar, devotar
      2. levar a atravessar
      3. fazer passar por ou além de ou sob, deixar passar por
      4. levar a morrer, fazer levar embora
    5. (Hitpael) ultrapassar