Enciclopédia de João 6:46-46

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

jo 6: 46

Versão Versículo
ARA Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto.
ARC Não que alguém visse ao Pai, a não ser aquele que é de Deus: este tem visto ao Pai.
TB Não que alguém tenha visto o Pai; somente aquele que vem de Deus tem visto o Pai.
BGB οὐχ ὅτι τὸν πατέρα ⸂ἑώρακέν τις⸃ εἰ μὴ ὁ ὢν παρὰ τοῦ θεοῦ, οὗτος ἑώρακεν τὸν πατέρα.
HD Não que alguém tenha visto o Pai, senão o que está junto de Deus – este viu o Pai.
BKJ Não que algum homem tenha visto ao Pai, senão aquele que é de Deus, este tem visto ao Pai.
LTT Não que algum homem tem visto o Pai, a não ser Aquele (o Filho) que está sendo de ao lado de Deus; Este tem visto o Pai.
BJ2 Não que alguém tenha visto o Pai; só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
VULG Non quia Patrem vidit quisquam, nisi is, qui est a Deo, hic vidit Patrem.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de João 6:46

Mateus 11:27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
Lucas 10:22 Tudo por meu Pai me foi entregue; e ninguém conhece quem é o Filho, senão o Pai, nem quem é o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
João 1:18 Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer.
João 5:37 E o Pai, que me enviou, ele mesmo testificou de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu parecer;
João 7:29 Mas eu conheço-o, porque dele sou, e ele me enviou.
João 8:19 Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.
João 8:55 E vós não o conheceis, mas eu conheço-o; e, se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua palavra.
João 14:9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
João 15:24 Se eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro têm feito, não teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai.
Colossenses 1:15 o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
I Timóteo 6:16 aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém!
I João 4:12 Ninguém jamais viu a Deus; se nós amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeito o seu amor.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Vinícius

jo 6:46
Nas Pegadas do Mestre

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 111
Página: 245
Vinícius

"Eu sou o pão da vida, sou o pão vivo que desci do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Em verdade, em verdade, vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele. Assim como eu vivo pelo Pai que me enviou, da mesma sorte aquele que de mim se alimenta viverá de mim. "


(Evangelho.)


Jesus é o pão que desceu do Céu para alimentar o espírito do homem. O pão do Céu é para o espírito o que o pão da Terra é para o corpo. Alma e corpo dependem de pão para manter a vida.


Para que, porém, o pão alimente e conserve a vida é preciso que se transforme em sangue. O milagre dessa transubstanciação opera-se à revelia da vontade humana: é obra maravilhosa da natureza.


A doutrina de Jesus é o pão do espírito. Conhecê-la, no entanto, apenas em sua letra, em sua forma, em sua estrutura, representa para o espírito precisamente aquilo que para o corpo representa a ingestão de alimento. O principal ainda está por fazer: digestão, transmutação, assimilação.


Assim como o pão, mercê do aparelho digestivo, se transforma em sangue, elemento este que é a base da vida animal, assim também é mister que a doutrina de Jesus, penetrando o nosso espírito, se transmude em verdade, em luz, elementos estes que, a seu turno, representam a base da vida psíquica, como o sangue o é da vida corpórea.


Precisamos, pois, em boa metáfora, comer a carne e beber o sangue de JesusCristo, isto é, realizar em nós o mistério da transubstanciação para que tenhamos vida nele como ele tem vida no Pai que o enviou. Esse prodígio opera-se também no recesso de nosso "eu": é obra divina, é manifestação do poder de Deus. Daí o dizer do Mestre: Ninguém vem a mim se não for trazido pelo Pai.


A doutrina de Jesus é pão que se transforma em sangue — isto falando em linguagem carnal. A doutrina de Jesus é revelação do Céu que se transforma em conhecimento adquirido, em saber, em luz — isto usando linguagem espiritual.


O sangue é vida, a verdade é vida também: aquela, do corpo, portanto temporária;


esta, do espírito, por conseguinte eterna.


O sangue é a imagem da vida: está em atividade continua. Circulando por todo o corpo, vai entretendo a vida dos ossos, dos músculos, dos nervos, dos tecidos todos. Os mesmos órgãos denominados vitais estão sob sua dependência. O sangue faz ainda mais: arrasta no seu movimento circulatório os elementos mórbidos, os resíduos desassimilados para os órgãos incumbidos de os eliminar. Nutre e purifica.


Tais maravilhas executa em nosso espírito o sangue do Cristo, a suma essência de sua inigualável moral: consolida o caráter, ilumina a mente, purifica os sentimentos escoimando-os de todas as impurezas.


Repetimos: cumpre comer a carne e beber o sangue do Imaculado Cordeiro de Deus. Esse sangue, que é a vida do Cristianismo, não está na letra: ele corre vivido e palpitante por entre a imensa falange dos seres angélicos denominada Espírito Santo.


Em tal consiste a verdadeira Igreja Cristã. Seus membros, esparsos no Céu e na Terra, nutrem-se desse sangue que através deles circula incessantemente; e assim o cristão vive do Cristo, como o Cristo vive do Pai, fonte eterna da vida.



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

jo 6:46
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 35
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 6:35-46


35. Falou-lhes Jesus: "Eu sou o Pão da Vida; o que vem a mim, de modo algum terá fome, e o que confia em mim nunca jamais terá sede.


36. Mas eu vos disse que vós até me vistes, e não confiais


37. Todo o que o Pai me dá, virá a mim; e o que vem a mim de modo, algum o lançarei fora


38. porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade de quem me enviou.


39. E esta é a vontade de quem me enviou: que todo o que ele me deu, eu não o separe dele, mas o eleve na etapa final.


40. Porque esta é a vontade do que me enviou: que todo o que contempla o filho e nele confia, tenha a vida imanente, e eu o elevarei na etapa final.


41. Os judeus então murmuravam dele, porque dissera:


42. "Eu sou o pão que desci do céu", e perguntavam: "este não é Jesus, o filho de José, cujos pai e mãe nós conhecemos? Como pois diz isto: "Desci do céu"?


43. Respondeu-lhes Jesus e disse: "Não murmureis uns com os outros",


44. Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair, e eu o elevarei na etapa final.


45. Está escrito nos profetas: "E serão todos instruídos por Deus"; todo o que ouviu do Pai e aprendeu, vem a mim.


#fonte 46. Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que vem de Deus: esse viu o Pai".

35. "Eu sou o pão da vida", original: egô eimi ho árlos tês zôês, repetido no verso 48


36. "vós me viste", com o pronome objeto direto, segundo os manuscritos B, L, D, W, theta


37. "Todo o que". O sentido exige que se trate de criaturas humanas, especialmente por causa da continuação e do andamento do versículo: "Todo o que o Pai me dá virá a mim, e o (aquele que, no masculino singular, referindo-se pelo sentido a todo o que) vem a mim, não o lançarei fora". Ora, acontece que a primeira parte, pãn hó, está no acusativo neutro, que deveria ser traduzido por "tudo o que". O padre Max Zerwick, jesuíta ("Análysis Philológica Novi Testamenti Graeci", Roma, 1960, pág. 223) escreve: "neutro no lugar de masculino, talvez por influência do aramaico onde kol de, "a totalidade que", não distingue nem o gênero nem o número". A mesma expressão é usada no vers. 39, também no neutro em lugar do masculino. E encontramos a mesma construção de neutro pelo masculino em JO 3:6:5. 39; 17:2,24 e 1 JO 5:4.


38. Aqui é dito "eu desci do céu" (katabébêka ek toú ouranqú) com o mesmo verbo empregado no vers. 33: "o pão de Deus que desce do céu" (ho ártos toú theoú katabainôn ek toú ouranoú). Esse verbo é repetido nos vers. 42, 50. 51 e 58 deste trecho.


39. A expressão mê apolésô ex autoú é mais fielmente traduzida por "eu não separe dele", em vez de" eu não perca dele". Assim também allá anastêsô autó (acusativo neutro) "mas o eleve", ou seja, o levante, o melhore; en têi eschátêi hêmérai, vulgarmente traduzido à letra "no último dia". No entanto, preferimos dar o sentido exato da expressão em linguagem moderna: "na etapa final", "na última etapa", pois sabemos que a palavra "dia" designava qualquer espaço de tempo (cfr. no Gênese, os "dias" da criação), que nós hoje melhor designamos com a palavra "etapa", "ciclo", etc.


Essa expressão volta nos vers. 40, 44, 54.


40. "Contemplar" é o sentido mais preciso de theóréó aqui empregado. Não se trata mais do verbo hor áô (ver), empregado no vers. 36. Enquanto este designa a visão física, o primeiro apresenta também o sentido de visão intelectual (de união contemplativa com aquilo que é contemplado, que é objeto de compreensão).


41. Os "judeus", estamos em Cafarnaum; portanto esses israelitas não eram propriamente "judeus" (da tribo de Judá), mas "galileus", embora obedientes ao judaísmo oficial. "Murmuravam" (egógguzon) não tem sentido pejorativo, exprimindo mais o murmúrio da surpresa.


42. "Filho de José" - é a única vez que aparece, no Evangelho de João, uma referência ao pai carnal de Jesus.


44. "Se o Pai o não atrair", traduz eán mê ho pátêr helkusêi autón. O verbo hélkô (cfr. latim veho) exprime mais propriamente "puxar arrastando", para si um objeto pesado.


45. "Instruídos por Deus", em grego didáktoi theoú, particípio passado com seu agente da passiva em genitivo; "todo o que ouviu (particípio aoristo de akoúô) e aprendeu" (particípio aoristo 2. º de manthánô) exprimem uma ação atemporal. O texto citado é do profeta IS 54:13.


46. O versículo diz, em última análise: só quem vem de Deus é que pode "ver" o Pai.




35. O Mestre não se preocupa, em absoluto, em responder às palavra dos ouvintes. A exposição, aprofundando cada vez mais o tema, prossegue numa lição que, se não for aproveitada pelos presentes, se-lo-á pelos futuros.


Neste ponto, a personalidade humana de Jesus desaparece, aniquila-se: quem toma a palavra através da boca de Jesus é o CRISTO CÓSMICO, que por essa personalidade podia manifestar-se em sua plenitude ("porque Nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade", CL 2:9), já que a personalidade, o Espírito de Jesus, se anulara totalmente pela humildade ("pois Jesus, subsistindo em forma de Deus, não julgou usurpação ser como Deus, mas esvaziou-se, tendo tomado a aparência de escravo, tornando-se semelhante aos homens e achando-se na condição de homem; humilhou-se, tornando-se obediente até a morte, morte de Cruz", FP 2:6-8).


Quando o Cristo Cósmico começa a falar através de Jesus, o tom da aula assume maior profundidade, as verdades tornam-se incisivas, "fala como quem tem autoridade" (MT 7:29), e o discurso passa a ser feito na primeira pessoa: "EU SOU o Pão da Vida". Abramos os ouvidos de nosso coração para aprender a maravilhosa lição que nos é dada diretamente pelo CRISTO, que também em nós habita; mas estamos ainda tão retardados em nossa evolução, que queremos que Seus ensinamentos passem pelo nosso intelecto, e com isso distorcemos Seu ensino. Aproveitemos, então, ao máximo, o que Ele nos diz através de Jesus. EU SOU o Pão da Vida: era a Substância Divina, que existe em todas as coisas, mas que, encontrando um intérprete à altura, podia manifestar-se através Dele, exteriorizandose e revelando-se às personalidades múltiplas ali presentes.


O eco de Sua Voz sublime deveria ressoar em todos, no auditório, como em nós deve ecoar, porque o Cristo Cósmico é o mesmo, é UM SÓ, que em todos e em cada um habita com Sua plenitude ("Há um só Espírito, uma só carne, um só Deus e Pai", EF 4:4-5) e CRISTO está todo inteiro em cada um de nós (sicut ánima est tota in toto córpore et tota in quálibet parte córporis, (Agostinho, De Trinitate, 6:6) ita Deus TOTUS est in ómnibus et IN SÍNGULIS, (Summa Theológica, I, q. 8, art. 2, ad tertium), ou seja: "Assim como a alma está TODA em todo o corpo e em cada parte do corpo, assim Deus TODO está em TODOS e EM CADA UM").


Diz o Cristo: "Eu sou o Pão da Vida", isto é, o sustento da vida, a base da vida, a Centelha da Vida, a substância da vida. E acrescenta "quem vem a mim (quem se liga a mim, ao Cristo Cósmico) jamais voltará a ter fome", porque estará saciado para sempre; e "todo aquele que confia em mim, jamais terá sede". Realmente, uma vez "encontrada a pérola de grande valor", ou "descoberto o tesouro enterrado" nunca mais a criatura buscará ansiosamente (com fome a sede) as "comidas e bebidas" da matéria, os prazeres, a glória, a comodidade, e tantas outras vacuidades que só satisfazem aos sentidos e às personalidades, mas são todos transitórios e perecíveis.


36. Aparece a seguir uma frase que parece interromper a sequência da lição, e que muitos intérpretes comentam como um parênteses. No entanto, compreendêmo-la como mais uma evidência, dirigida àqueles Espíritos que já perceberam alguma coisa da Realidade Espiritual, aos que já tinham conhecimento desse ensino, embora ainda não confiem, na prática, plenamente; e diante de qualquer atropelo da vida, se emocionam, perturbam, descontrolam e preocupam. Diz o Cristo: "mas eu vos disse que até me vistes, e não confiais em mim": ou seja, até mesmo tendo tido rápidos Encontros, percepções da Grande Presença, não obstante ainda não confiam; mesmo depois de alguns "mergulhos" na Consciência Cósmica, assim mesmo ainda temem diante das contingências humanas... Falta de confiança em Cristo que em nós habita!


37. Depois, amplia mais a visão, explicando porque temos todos que unir-nos ao Cristo: pertencemos a Ele. E diz, esclarecendo a origem dessa posse, para que não pairem dúvidas: "todo o que o Pai me dá, vem a mim".


Eis a razão: o Pai nos doou ao Cristo; ou melhor, o Pai (o AMANTE) tornou-se o Filho (o AMADO, o Cristo) e ambos são um só ("Eu e o Pai somos um", JO 10:30) e "tudo quanto o Pai tem, pertence ao Cristo" (cfr. JO 16:15). Com efeito, sendo o Cristo a própria substância mais íntima de todas as coisas, possui tudo o que existe, já que as formas externas apenas revestem a substância íntima; e então tudo o que existe irá fatalmente a Ele no final da evolução. E todos os que a Ele forem, buscando-

O no âmago de seus corações, impulsionados pelo Pai (ou "atraídos" ou "arrastados" pelo Pai), esses jamais serão rejeitados pelo Cristo; todos os que O procuram, serão por Ele acolhidos carinhosamente.


Todos os que, por qualquer meio, Nele confiarem com ardor e se lançarem no "mergulho interno", serão atendidos, sem exceção: a ninguém o Cristo rejeitará, ninguém ficará decepcionado, desde que se voltem para Ele. A questão é usar a técnica correta e os meios certos.


38. E isso porque o Cristo "desceu do céu", ou seja, baixou suas vibrações do Estado de Luz Incriada (Espírito Santo, Brahma) ao plano do SOM (Verbo, Pai) e a seguir baixou mais ao plano das vibra ções individuadas (Mônadas) e desse plano baixou mais ao estado de energia, e daí desceu mais ainda sua frequência ao estado da matéria densa; tudo isso, não para realizar a Sua vontade (do Cristo, do Filho, do Amado, terceiro aspecto da Divindade), mas para obedecer à vontade do Verbo Criador, o Pai, o segundo aspecto trinitário, o SOM da Luz Incriada que é o Deus Único e absoluto, o Foco de Luz inextinguível, que é o Amor.


O AMOR é o absoluto (LUZ), que se manifesta em SOM no AMANTE, o Pai (também chamado Verbo ou Lagos, por ser SOM), o qual quis manifestar-se para produzir o objeto de Seu Amor, o AMADO, que é o Filho ou Cristo Cósmico, terceiro aspecto divino. O Cristo Cósmico espalhou-se e multiplicouse, sem dividir-se, individualizando-se nas coisas criadas. Então Este, o Cristo, não desceu "do céu", de Suas altíssimas vibrações, senão para fazer a vontade do Amante, do Pai.


39. Mas qual será a vontade do Pai, desse Amante, desse Verbo (SOM ou Palavra)? O Cristo a revela claramente: "A vontade de Quem me enviou é que Eu (o Cristo) não separe Dele (do Pai) nenhum daqueles que me foram lados mas, ao contrário novamente os eleve à mesma vibração primitiva na etapa final da evolução".


Evidentemente tudo isso devia ser ensinado naquela época e naquele ambiente com palavras e compara ções materiais, ao alcance de mentalidades ainda cruas (cfr. JO 16:12); palavras que só poderão ser plena e profundamente compreendidas "quando vier o Espírito Verdadeiro que nos guiará à Verdade total" (JO 16:13), ou seja, quando o Espírito contemplar o Pai no Encontro Místico, na Unifica ção total com a Centelha Divina que é nosso Eu Profundo.


Esse, então, o sentido geral da evolução, de que está encarregado o Cristo, o Amado: descer até a matéria ("descer do céu") e, de dentro dela, fazê-la evoluir através dos "reinos" mineral, vegetal, animal, hominal, até chegar ao "reino dos céus" ou "reino de Deus", que é a perfeição primitiva da Fonte de onde emergiu, ao Pai que lhe deu origem, ao Som que a produziu, à Luz de que constitui uma Centelha.


Isto Paulo compreendeu, quando escreveu, narrando a descida da Mônada e Sua subida, sua involução ao "Antissistema" e a nova ascensão ao "Sistema" (Pietro Ubaldi): "A graça foi concedida a cada um de nós (a Centelha Divina habita em cada um) segundo a proporção do dom de Cristo (segundo a própria capacidade de manifestá-Lo). Por isso diz: quando Ele (Cristo) subiu às alturas, levou cativo o cativeiro (levou consigo o Espírito Individualizado e evoluído, que mantinha cativa a Centelha) e concedeu dons aos homens (e gratificou-os com imensas e inesgotáveis oportunidades de evoluir).


Ora, continua o Apóstolo, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até as regiões inferiores da Terra (ou seja: se o Cristo se elevou às alturas, é sinal de que havia anteriormente descido até a matéria densa, que constitui a região inferior da Terra)". E então repete, esclarecendo: "Aquele que desceu é também O MESMO que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas" (o Cristo glorificado é a mesma humilde Mônada que percorre todos os degraus evolutivos, e agora, novamente em Sua plena potência, enche todas as coisas). E essa subida evolutiva de cada Mônada tem justamente esse objetivo: "até que todos (todos, sem exceção) cheguemos à unidade da confiança e do total conhecimento do Filho de Deus, ao estado de Homem Perfeito, à medida da evolução plena do Cristo" (EF 4:7-10 e EF 4:13).


40. E, repetindo didaticamente o mesmo conceito, diz com outras palavras: "esta é a vontade de Quem me enviou (do Pai, Verbo ou Som), que todo o que contempla o Filho - ou seja, todo o que, pela contemplação se une ao Filho, (ao Cristo, ao Amado, que é a Centelha divina) - e Nele plenamente confia (e a Ele totalmente se entrega) esse, quem quer que seja, "terá a Vida Imanente", a Vida Divina que, qual Fonte inesgotável de Água Viva (cfr. JO 4:14) jorrará de dentro dele perenemente como Vida Imanente. E essa criatura que tiver conquistado esse grau evolutivo supremo, será elevado ao plano espiritual da vibração da Luz, na etapa final do ciclo de sua evolução.


As afirmativas a respeito da VIA CONTEMPLATIVA começa a desenvolver-se, para chegar à exposição clara da VIA UNITIVA (são termos da Teologia Mística...) que será esplanada logo a seguir, a partir do vers. 47. Então, concluindo o arrazoado, temos que a vontade do Pai é que todos (sem exceção) cheguem à fase da contemplação mística, tendendo para a união completa.


41. Novamente, em vez de dizer "galileus", João emprega o gentílico "Judeus", e com razão: sabemos que "Galileia" significa o Jardim Fechado em que vivem aqueles que já penetraram a Individualidade; ao passo que "judeus" são os "adoradores de Deus" seres já religiosos, mas que ainda não compreendem o "mergulho interno", e toda a devoção deles é externa. Realmente, observamos que a objeção apresentada prende-se à personalidade.


42. Não podem eles entender o Espírito, o Cristo Interno; pois até o próprio Deus, o Absoluto, afirmam ser uma "pessoa" ... Confundem o Cristo (individualidade) com a personalidade exterior de Jesus que eles estão vendo. E perguntam como pode ter essa personalidade "descido do céu", se eles lhe conhecem o pai e a mãe... É total a falta de compreensão; absoluta a ausência de penetra ção da Verdade, tão claramente ensinada.


43. O Cristo não gasta Seu tempo em explicar. Eles não estavam maduros para a lição e o demonstraram cabalmente (vers. 66) logo após a segunda parte da aula, que foi ainda mais profunda (e chocante!) que a primeira. Sempre alguns haveriam de aproveitar (e dos doze, alguns o compreenderam) e aquela oportunidade não seria perdida. Limita-se, então, nosso único Mestre (cfr. MT 23:10) a recomendar: "não murmureis entre vós"!


44. E prossegue no mesmo tom, ainda mais ampliando o ensino sobre a Via Contemplativa: "Só pode vir a mim (ao Cristo Interno que falava pela toca de Jesus) quem for atraído (ou "arrastado") pelo Pai". E a conclusão é a mesma: "eu o elevarei na etapa final".


A respeito dessa "atração" que o Pai exerce, atração do Amante que atrai a Si todos os Amados, de dentro de cada um, arrastando-os a evoluir, Agostinho escreveu bela explicação, demonstrando que não se trata de uma atração "forçada", mas de um "arrastar de amor". Eis suas lindas palavras: Noli te cogitare invítum tráhi: tráhitur ánimus et amore... Porro si poetae âírere licuit "trahit sua quemque voluptas" (Verg. Ecl. 2,65), non necéssitas, sed voluptas; non obligatio, sed delectatio; quanto fortius nos dicere debemus trahi hóminem ad Christum qui delectatur veritate, delectatur beatitudine, delecSABEDORIA DO EVANGELHO tatur justitia, delectatur sempiterna vita, quod totum Christus est? Videte quómodo trahit Páter: docendo delectat, non necessitatem imponendo. Ecce quómodo trahit (Patrol. Latina, vol. 35, col. 1608).


Traduzindo: "Não penses que és arrastado contra a vontade: o espírito é arrastado também por amor

... Por isso pode o poeta escrever "cada um é arrastado por seu prazer"; não a necessidade, mas o prazer; não a obrigação, mas o deleite: quanto mais devemos dizer que o homem é arrastado para o Cristo que se deleita na verdade, que se deleita na felicidade, que se deleita na justiça, que se deleita na vida perene, o que tudo é o Cristo? Observai como o Pai arrasta: deleita ensinando, não impondo a necessidade. Eis como arrasta".


Realmente, se o primeiro passo tem que ser dado pelo livre-arbítrio da criatura, esta todavia só o dará quando for atraída ou arrastada pelo desejo, pela vontade, pela ânsia interior de encontrar a felicidade. E quem desperta na criatura a sede incontrolável de felicidade, inata em todas as criaturas, é precisamente o Pai, o AMANTE, que atrai o AMADO.


Por isso vemos que no início da evolução, sentindo-se atraída por um Amante, a criatura corre atrás de tudo o que lhe cai sob os sentidos, enganada de objetivo, crente de que a felicidade que a atrai e arrasta são as riquezas materiais, são os prazeres físicos, são as sensações exóticas, são as emoções violentas, é a glória dos aplausos, é a cultura que a incha de orgulho, e até é a religião ritual que a eleva pela autoridade aos olhos das multidões e dos "reis". E após errar séculos e séculos em busca dessas ilusões, sente em cada uma delas o travo amargo da decepção, do vazio, da solidão... Até que um dia, depois de lições práticas e de experiências de dor, percebe que a atração não vem de nada que esteja foca dela: é de dentro, é do AMANTE que a chama com "gemidos inenarráveis" (cfr. Rom.


8:26) para Si, para a felicidade total: qual maior felicidade, para o Amado, que unificar-se ao Amante, no Amor?


45. Falando a conhecedores das Escrituras, o Cristo aduz como testemunho de autoridade a palavra de Isaias: "Todos (sem exceção) serão instruídos por Deus". Observemos a profundidade da interpreta ção que é dada à frase pelo Cristo: Deus está dentro de todos, "com Sua essência" (Tomás de Aquino), e daí, do mais íntimo de cada ser, instrui a todos através de Suas manifestações: o Pai (o Amante, o Verbo ou Som) e o Filho (o Amado, o Cristo Interno que, dentro de cada um, constitui o Eu Profundo de cada criatura). Deus instrui a todos, mostrando o caminho certo, por meio das experiências bem sucedidas ou fracassadas, até que descubramos por nós mesmos que todos os caminhos que não levam ao interior, ao Cristo, são falsos, e que o único "caminho da Verdade e da Vida é o Cristo, e só por Ele chegaremos ao Pai" (cfr. JO 14:6). Instruídos todos por Deus, que pacientemente nos espera a volta como o pai esperou o "filho pródigo" (cfr. LC 15:11-32), acabamos atinando com o rumo verdadeiro que é para dentro de nós mesmos, através do "mergulho" no Infinito e Eterno Cristo, o Amado.


46. No final desta primeira parte da aula, vem um esclarecimento indispensável para esta Via Contemplativa.


Não imaginemos que havemos de ver o Pai com os olhos da matéria, nem mesmo com os do astral ou do mental: "Ninguém viu o Pai". Invisível como pessoa, como figura, porque é a Força Mental, é o Amante concreto mas de tão subtil vibração, que não pode ser percebido pela visão, por mais extensa que seja a gama da capacidade visual em qualquer plano; é inaudível pelos ouvidos mais apurados, porque é o SOM (o Verbo) Criador de todas as vibrações altíssimas plasmadoras dos universos, mas está infinitamente acima de qualquer escala de vibrações sonoras que possamos imaginar. Poderíamos compará-la à nossa inteligência que, apesar de pequenina, não pode ser vista, nem ouvida diretamente, mas apenas percebida pela própria inteligência em si mesma, através de seus efeitos. Por isso o Cristo usa aqui o verbo horáô, "ver" (e não theoréô," contemplar"). Daí a conclusão dada: "só aquele que vem de Deus, vê o Pai". Ou seja, o única plano da criatura que pode "ver" o Pai, é o que provém Dele: é a Centelha Divina que veio "de perto de Deus" (òn parà toú theoú), porque é um reflexo Dele, e que constitui exatamente nosso Eu profundo, o Cristo Interno. Só esse pode "ver" o Pai, pode contemplá-lo no Encontro Místico, quando mergulha na Luz Incriada. Só o Cristo Interno, o AMADO, pode unificar-se ao Pai, o AMANTE, mergulhando no Espírito (o Santo), que é o AMOR.


Todos os grandes místicos concordam com este ponto de vista, embora jamais tenha interpretado este trecho evangélico como uma lição a esse respeito. Longa seria a citação. Mas pode ser obtido um bom resumo do que dizem no capítulo 4. º (The Ilumination of the Self, pág. 232 a 265) e no capítulo 7. º("Introversion: Contemplation", pág: 328 a 387 da obra MYSTICISM, da autoria de Evelyn Undershill (The Noonday Press, New York, 1955).


jo 6:46
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 26
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 7:25-36


25. Diziam, então, alguns hierosolimitanos: "Não é este aquele a quem procuram matar?


26. E eis que fala abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades verdadeiramente reconheceram que este é o Cristo?


27. Mas nós sabemos donde ele vem. E quando vier o Cristo, ninguém saberá donde é ele".


28. Então Jesus ergueu a voz no templo, ensinando e dizendo: "A mim conheceis e sabeis donde sou: e eu não vim de mim mesmo mas é verdadeiro aquele que me enviou, a quem vós não conheceis.


29. Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou".


30. Procuravam, pois, prendê-lo; mas ninguém pôs as mãos sobre ele, porque ainda não chegara sua hora.


31. Mas muitos do povo creram nele, e diziam: "Quando vier o Cristo, fará mais demonstrações do que este homem fez?


32. Os fariseus ouviram a multidão murmurar essas coisas a respeito dele, e os principais sacerdotes e os fariseus mandaram seus empregados para prendê-lo.


33. Mas Jesus disse: "Ainda um pouco de tempo estou convosco; depois vou para quem me enviou.


34. Procurar-me-eis, e não me encontrareis; e onde eu estiver, vós não podeis ir".


35. Perguntavam, pois, os judeus entre si: "Aonde estará ele para ir que não o acharemos? Acaso estará para ir à Dispersão dos gregos, e ensinará aos gregos?


36. Que palavras são essas que ele disse: procurar-me-eis e não me encontrareis, e: onde eu estiver, não podeis ir"?


Entre os moradores de Jerusalém, alguns havia que conheciam a disposição das autoridades. Provavelmente os "mais velhos" que, embora leigos, participavam do Sinédrio, ao lado dos fariseus e escribas.


Estes admiravam-se de ver o desembaraço e a "petulância" com que Jesus enfrentava os poderosos, falando abertamente no Templo, sem constrangimento nem medo; e também estranhavam a omiss ão dessas autoridades, que O não prendiam logo, a fim de terminar aquele "abuso". Ou seria que, finalmente, O haviam reconhecido como o verdadeiro Messias?


Nasce-lhes no espírito, todavia, a objeção: o Messias devia aparecer repentinamente, segundo a opinião vulgar generalizada (cfr. Justino, Diál. c. 8), embora se soubesse que viria "da semente de Davi" (2SM 7:12; SL 132:11; IS 11:1; JR 18:15; "Salmos de Salomão", 17:21), e que nasceria em Belém de Judá (Miq. 5:2; MT 2:5; JO 7:42).


Jesus ergue a voz (grego: "grita", ékraxen) para uma declaração solene, afirmando que a origem do Messias não deve ser buscada no nascimento físico, mas na proveniência espiritual. Entretanto, os "judeus" não conhecem o Pai como deviam, e, por isso, não percebem a realidade. Jesus, porém, conhece o Pai (cfr. MT 11:27; LC 10:22 e JO 6:46) e pode garantir que provém Dele.


Essa nova afirmativa, que os "judeus" bem compreenderam e por isso mesmo a julgaram blasfematória (cfr. JO 5:18) reacende neles o propósito de eliminá-Lo. Não se tratava mais da questão do sábado (JO 5:16 e JO 9:16), mas das palavras que comentamos. Não passaram, contudo, à ação, porque "não chegara a hora" (cfr. JO 12:25, JO 12:27; 13:1; 16:21; 17:1). A razão que deram, de seu ponto-de-vista, é que temiam a reação popular (cfr. MT 21:46).


O apoio do povo a Jesus crescia com o destemor e a veemência de Suas afirmativas, e os fariseus o perceberam: aumentava o número dos que O aceitavam. Mister agir com rapidez. Recorrem então aos sacerdotes principais para que, com seus empregados (hypêrétas), que constituiam quase uma "polícia" (cfr. JO 7:45, JO 7:46; 18:3, 12, 18, 22, 36; e 19:6) providenciassem a captura de Jesus, por meio de um mandato legal.


Jesus volta-se para o povo e, com um enigma, lhe anuncia a partida próxima para o mundo espiritual: em breve se ausentaria fisicamente, desaparecendo da vista deles. E subiria tão alto, que ninguém ali teria capacidade de acompanhá-Lo aonde Ele ia. As autoridades, no entanto, mostram-se perplexas ante o enigma: para onde pretenderia Ele ir? Para os israelitas da dispersão? Para os judeus helênicos?


Para os próprios gregos? E repetem, entre si, as palavras de Jesus, em busca de uma interpretação, sem conseguir descobri-la. Na simples hipótese formulada de que poderia ir para falar aos gregos (toús Héllênes) confirma-se a teoria de que Jesus falava o grego. Se assim não fora, como poderia ser entendido na Grécia?


Na época atual o mesmo ocorre. Não aceitamos os Manifestantes divinos que nos declaram clara ou veladamente sua origem. Tudo o que sentimos não possuir, negamo-lo que outros possuam. Como pode "ele" ter aprendido? Como saberá mais que "nós" que temos tantos títulos acadêmicos e universit ários e falamos tantos idiomas? E somos louvados por tanta gente? De onde veio? Ora, como tendo nascido numa aldeola do interior, pode ser superior a "nós" que nascemos na capital? E, sendo filho de operários, como poderá saber mais que "nós", que temos linhagem aristocrática? Faz coisas admiráveis? Prestidigitação... Diz coisas notáveis? Mistificação... Contraria nossos pontos-de-vista? Obsidiado!


... Fala coisas que não entendemos? Louco! E assim recusamos qualquer palavra do Alto, qualquer chamamento que pretenda tirar-nos da comodidades físicas ou mentais que conquistamos por meio dos raciocínios viciados de nosso confortável materialismo personalístico. Só aceitamos, mesmo, quando o que ele diz concorda com os nossos "pontos-de-vista", quando aprova nossas emoções, quando nos elogia e engrandece as paixões... Então, sim, é um Enviado do Alto!


Assistimos ao início da grande luta entre a Mente intuitiva da individualidade e o intelecto discursivo da personagem, entre o espírito e a matéria, entre o eterno e o temporal, entre o divino e o humano. A Mente revela, o intelecto recusa. A Mente afirma, o intelecto nega. A Mente mostra, o intelecto fecha os olhos. A Mente fala, o intelecto tapa os ouvidos. Parece tratar-se de dois seres que falem duas línguas diferentes, e um não entenda o outro.


Realmente, pertencem a dois planos distintos. E sempre assim ocorre entre a individualidade (mente) e a personagem (intelecto). Nosso "eu" vaidoso e pequeno, jamais quer ouvir a intuição que vem do coração e nos convoca a evoluir. Começamos a opor-lhe os raciocínios mais abstrusos e até sofismas, para fazê-la silenciar.


A mesma dificuldade de serem entendidos sentiram e sentem todos os "iniciados" diante dos profanos e todos os espiritualistas diante dos "religiosos" ordodoxos. Esse mesmo caminho que foi imposto a Jesus pelas autoridades religiosas de Sua época, também o foi pelas de épocas mais recentes: Giordano Bruno, João Huss, Joana d"Arc e milhares de outros iniciados que traziam espiritualidade à Terra, foram martirizados, torturados, queimados ou decapitados pelos altos hierarcas eclesiásticos, sob acusações pesadas de lhes não obedecerem. As vozes divinas eram silenciadas à força. E hoje mesmo, depois de ser expressada "oficialmente" uma boa-vontade específica de união entre os crentes, na prática os óbices são insuperáveis, ou quase.


Temos, então, dois planos diferentes em choque. O plano superior da individualidade ou Espírito (pneuma), a urgir a personagem ou alma (psychê) para que abandone mâyâ (a realidade transitória e, portanto, ilusória), para acompanhar-lhe o vão espiritual. Mas a personagem - apegada às aparências da forma, às ligações do sangue (etéricas), às emoções da paixão, ao prazer do intelectualismo vaidoso e cônscio de seu valor no mundo físico, à grande e terrível ilusão de um "merecimento" que só produz o efeito de prender a criatura aos ciclos reencarnatórios dos karmas coletivos - recusa-se e ameaça de "prisão" (?) o Espírito que a perturba em sua vida tão agradável no conforto dos gozos dos sentidos!


Não lhe importa o que o Espírito ensina, com a voz "silenciosa" dos apelos "inenarráveis" (cfr. Rom. 8:26). Os sentimentos íntimos da personagem desarvorada, a vogar por sobre as ondas do encapelado oceano do calidoscópio terreno, parece-lhe totalmente secretos e impossíveis de serem percebidos por outrem, e até mesmo por seu próprio Espírito. Daí rir-se de qualquer chamado espiritual.


Chega então o último aviso: "ainda um pouco de tempo estou convosco; depois voltarei para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver, vós não podeis ir".


Essa frase é das mais sérias, encerrando ensinamento avançado, que merece meditação profunda e longa. Daremos, apenas, ligeiro resumo para ser apreciado e estudado.


O Espírito é a individualização da Centelha Divina que está EM TUDO. Temos, nele, portanto, uma entidade, um SER, que é eterno por sua origem divina, embora ele mesmo tenha tido, ao individualizarse, um "ponto de partida". Entretanto, uma vez individualizado jamais se extinguirá no infinito da eternidade, porque possui, de direito, a "vida eterna". Iniciando-se "simples e sem saber", essa entidade (esse ser) plasma para si, em gradação evolutiva, "corpos" que a ajudem a galgar, no ambiente terreno, seu progresso ilimitado. Esses corpos são, por isso, cada vez mais aperfeiçoados, de acordo com a evolução que vai obtendo o próprio Espírito que, partindo do átomo, sobe pelos minerais, vegetais e animais até atingir a intelectualização nos hominais.


Nesse grau, já consideramos esses corpos "personagens" dotadas de psychê (sensações, emoções e intelecção) com um consciente próprio e desperto de Sua existência, o chamado "consciente atual".


Essa é a única consciência que vige nesse plano. Para atingir o consciente profundo da Individualidade é indispensável aprendizado, conhecimento, exercício e vivência, que é conquistada com a evolução gradativa e lenta.


Verificamos, pois, que encontramos NUM SÓ SER REAL, uma dualidade de princípios, uma duplicidade de conscientes: um, naturalmente desperto. Outro, ainda adormecido. Porque o consciente profundo (da individualidade) só vai despertando aos poucos, gradativamente, através das incontávei "vidas" e das conquistas experimentais do aprendizado evolutivo - da mesma forma que o consciente atual que, no recém-nascido, está adormecido, e também gradativamente vai despertando, à proporção que a criança cresce, experimentando e aprendendo. A individualidade não surge perfeita, mas antes "simples e sem-saber". Desenvolve-se através do lento e longo aprendizado que faz, através de inúmeras vivendas no plano físico. A personagem, cônscia de sua existência através dos sentidos e da intelecção, comanda toda a vida terrena. A outra, a individualidade, vai evoluindo e preparando-se até despertar para, então, substituir-se à personagem, com seu consciente profundo vindo à tona e assumindo a direção total do SER ÚNICO. Porque, repitamos, a personagem é uma condensação ou manifestação em plano mais denso, da individualidade que a criou para poder agir nos planos astral e físico, a fim de colher experiências e evoluir. Mas, sendo embora uma coisa só, UM SÓ SER, contém em si duplo consciente.


Acontece, então, que a personagem, cônscia de si (compos sui) e ignorando a individualidade (que, em muitíssimos casos, também se ignora a si mesma) possui capacidade específica de ação e livrearbítrio.


E como é guiada pelo consciente dela própria, pode opor-se a individualidade eterna, quando esta já tenha evoluído bastante para destacar-se e agir de per si; neste caso, a personagem tornaselhe adversária ("diabo") ou antagonista, isto é, olhando as coisas de um ângulo (gônia) oposto (anti), o que é designado em hebraico com o termo "satanás".


Repisemos: a criação da personagem constitui, na realidade, uma transmutação que se opera na própria individualidade, ou seja, o pneuma se transforma (metamorphosis) na psychê, tomando a aparência (prósôpon, "persona" ou máscara) de uma personagem com seu nome "particular" Então a personagem (psychê) é a própria individualidade (pneuma) que vibra em frequência mais longa (mais baixa).


Mas, embora vibrando inicialmente em faixas relativamente próximas, aos poucos a individualidade se distância muito da personagem, pois séculos e milênios de exercício, de aprendizado e de automatização de experiências, fazem a individualidade alcançar grande progresso e plena conscientiSABEDORIA DO EVANGELHO zação, que nem sempre consegue fazer exteriorizar na personagem que plasma, em vista de injunções múltiplas (karmas individuais e coletivos, hereditariedade, ambiente social, etc. etc. ) . Assim, com o caminhar evolutivo, muito mais rápida e solidamente se eleva a individualidade, embora com dificuldade consiga que as personagens que cria lhe acompanhem a elevação; e, após determinado ponto da escala, já consciente de si, tão diferentes e distantes são as faixas vibratórias entre ambas, que parecem seres distintos, especialmente porque o consciente profundo da individualidade, ao penetrar nas zonas pesadas da matéria, revive memórias e automatizações antigas, não conseguindo filtrar-se através do consciente "atual" da personagem, que se encontra vivamente desperto. E ao mesmo tempo, nos momentos em que consegue "destacar-se" da personagem, SENTE o peso desta, e anseia por libertarse.


Um exemplo concreto (embora grosseiro porque se passa na matéria) talvez facilite a compreensão do que acontece a uma individualidade já desperta, quando em contato de direção de uma personagem.


Suponhamos o grande e saudoso Jaime Costa que, em nosso exemplo, figurará a individualidade.


Para atuar no palco, fá-lo-emos assumir, conscientemente, em três dias consecutivos, três papéis diferentes (três personagens).


Então, primeiro "nesce" no palco com a figura de D. João VI. E enquanto exteriormente a representa, ele não filtra para D. João VI a consciência própria de Jaime Costa, deixando desperto e ativo apenas o consciente "atual" de D. João VI, e assumindo-lhe todas as características. Com efeito a individualidade já evoluída está consciente de si, porque, se o não fora, não poderia desempenhar satisfatoriamente seu papel. É pela longa experiência adquirida através do aprendizado vivo e real de personagens várias e numerosas vividas no palco, que o ator, (individualidade) adquiriu a técnica (arte) da representação, atingindo evolução plena (ator "perfeito"). O mesmo se dá na individualidade em relação à personagem encarnada. Então, o consciente de Jaime Costa se transforma no consciente "atual" de D. João VI, abafando, para não atrapalhar a personagem, o seu próprio consciente "profundo" de Jaime Costa. Mas acontece que, ao terminar a representação, "morre" no palco D. João VI, e então Jaime Costa reassume plenamente seu consciente profundo, levando mais uma experiência de "vida" no palco, e portanto, mais evoluído do que quando a começou.


No dia seguinte, Jaime Costa, (individualidade) novamente "nasce" no palco como D. Pedro I, e os mesmos fenômenos ocorrem: seu consciente "profundo" de Jaime Costa é abafado pela personagem de que se reveste, chegando a esquecer-se de que ele existe, no meio das circunstâncias e do ambiente que o cerca, e só ficando desperto o consciente "atual" de D. Pedro I, com suas características vibráteis e agitadas. Aproveitemos, para focalizar um exemplo de karma: nesse papel, ou nessa personagem, D. Pedro I tropeça e cai, torcendo um pé. Quem caiu foi D. Pedro I, a personagem. Mas quem sofre realmente a dor é a individualidade Jaime Costa que, ao "morrer" no palco D. Pedro I, sai mancando.


No outro dia, ocorre que Jaime Costa "nasce" de novo no palco com o nome de D. Pedro II. O consciente profundo do ator é ainda "abafado" pela personagem criada, só ficando desperto o consciente" atual" de D. Pedro II, que entra no palco mancando. A personagem D. Pedro II nada sabe do tombo da personagem D. Pedro I; mas a individualidade Jaime Costa, que foi a mesma em ambos os casos, SABE que caiu no papel de Pedro I, e portanto aceita o defeito que surge em D. Pedro II, como efeito de causa passada. E no papel de D. Pedro II continua mancando, e talvez quando se libertar dessa personagem Jaime Costa não tenha conseguido curar-se da dor, e levará consigo o pé torcido, que o fará sofrer até a cura final (resgate total do karma).


Verificamos, então, que a personagem e a individualidade são UM SER SÓ, embora consciente em dois planos diferentes, pois Jaime Costa, nos papéis que desempenha, conserva sua consciência profunda, ainda que as personagens representadas NÃO POSSAM nem tomar conhecimento da existência do ator, pois isso estragaria a representação.


Só quando a personagem plasmada atinge, ela mesma, por impulso interno de ânsia de progresso, determinado grau de elevação intelectiva, chegando a perceber e conhecer a existência da individualidade, (consciente profundo, Eu Interno) é que sente a necessidade imperiosa de voltar a ela. Neste ponto, a personagem, consciente de si na consciência "atual", busca unir-se ao consciente "profundo" e, para isso, aprende a mergulhar nas águas do poço profundo do coração. E dela, da personagem (embora silenciosamente insuflada pela individualidade) é que tem que partir o primeiro passo para o Sublime Encontro. Só depois desse passo inicial é que a individualidade responde com clareza, manifestandose abertamente e confirmando que sua busca foi coroada de êxito. Nesse ponto, pois, a personagem passa a SENTIR em si, plenamente, o duplo consciente, o "atual" e o "profundo", e aos poucos vai conseguindo substituir um pelo outro, anulando o consciente "atual" ("negue-se a si mesmo") e deixando que funcione atualmente o "consciente profundo". Então, já não é mais a "personagem" ("Paulo") que vive na consciência atual, mas é "o Cristo que vive nele".


No plano espiritual, o Espírito (pneuma) que assume o papel de "espírito" (psychê) com sua personagem transitória no palco da vida, tem, pois, uma ação muito mais substancial (embora menos material) que no plano físico. Assim, se Jaime Costa, por qualquer motivo, retirar seu "corpo" do palco, a personagem que ele "vive" desaparecerá totalmente. Mas no plano espiritual as coisas não se passam assim: a individualidade pode retirar-se da personagem, sem que esta desapareça de imediato do cenário da vida.


Pedimos redobrar a atenção para penetrar o pensamento que vamos expor.


A personagem (psychê) é limitada e circunscrita à forma, reproduzida pelo corpo físico que sobre ela se molda ("a alma é a forma substancial do homem", Tomás de Aquino, Sum. Theol. p. 1, q. 76, a. 4, contra). Por isso, para a encarnação, o Espírito (pneuma) precisa primeiramente plasmar com fluidos do plano astral a forma corpórea-fluídica, a qual agrega a si, no líquido amniótico, a matéria; ou, explicando mais corretamente: no ventre materno, as células astrais se materializam, conservando o corpo físico a mesma forma característica do corpo-astral.


Essa psychê nasce e morre, e tem como função animar (ou vivificar) o corpo material, sendo por isso chamada ánima ou "alma". Como a evolução da maior parte da humanidade ainda está muito retardada, ocorre que o fenômeno também é lento em sua execução. Já o Espírito evoluído que vibra no plano hominal (búlddhico, arúpico ou "sem-forma") tem que plasmar-se um corpo astral cada vez que mergulha no condensado material. Ao desfazer-se este no plano físico, o corpo astral dura mais algum tempo (em geral cerca de quarenta dias) no plano astral, e também se desfaz, regressando o Espírito (pneuma) ao plano mental.


Mas com o Espírito que ainda não se acha nesse estágio evolutivo e se compraz no astral (plano animal) com suas ilusões, não sucede assim: uma vez criada a personagem (psychê) no plano astral ela reencarna e permanece tão envolvida nos fluidos animais do astral que, ao perder o corpo físico, não sai do plano astral: nele permanece com a mesma psychê (mantendo até mesmo o nome que tinha na Terra), até encarnar de novo. E assim sucessivamente durante milênios, pois a isso esteva habituado, por causa dos milênios em que assim fazia, enquanto evoluía através do estágio animal.


Ora, o Espírito (pnema, individualidade) pode, por vezes, alçar voo mais altaneiro; ou, talvez, esteja preso à encarnação apenas por algum Karma bom ou mau do passado; mas quer avançar mais depressa (motus in fine velocior). Então poderá utilizar-se do mesmo expediente a que se habituou quando atravessava os "reinos" mineral, vegetal e animal, vale dizer, quando plasmava concomitantemente, milhares ou milhões de formas densas, colhendo experiências e aprendizado através de todas elas. Esse modo de agir não apresenta dificuldades para o Espírito (pneuma) porque ele não está limitado nem pela forma, nem pelo tempo, nem pelo espaço, nem pela dimensão. Sendo, pois, ilimitado e adimensional, pode encontrar-se em qualquer lugar físico ao mesmo tempo, consciente em todos eles, animando simultaneamente qualquer número de tormas densas. A isso, normalmente, os ocultistas denominam "alma-grupo" ou " alma-coletiva".


Como funciona essa "alma-grupo", podemos aprendê-lo ao estudar o complexo "homem". Nós temos um "espírito" (psychê) ou alma, que governa todo o nosso corpo físico. Ora, o corpo físico é constituído de alguns trilhões de células, cada qual com sua Centelha Divina e com seu corpo astral, condensado em sua exteriorizacão físico-material. No entanto todos esses trilhões de células (que evoluirão até constituir cada uma delas um ser plenamente consciente ou humano, daqui a milênios sem conta), estão regidos por uma única "alma-grupo", que é nossa psychê, a qual sendo UMA, adquire experiências concomitantemente através desses trilhões de seres celulares, cada qual com sua própria e ainda subdesenvolvida psychê.


O Espírito (pneuma), tal como a alma (psychê) também pode colher experiências ao reger simultaneamente várias psychês, como se fossem outras tantas células de um só corpo, apenas mais distantes umas das outras, ou seja, com os "espaços intercelulares" maiores.


Como, porém, o Espírito (pneuma) é inespacial, isso não constitui óbice para ele. Pode levar sua consciência a qualquer ponto, assim como pode nossa psychê levar sua consciência a qualquer das células de nosso corpo, desde que ela apresente qualquer anomalia: dor ou prurido, sensação de frio ou calor, etc. Pode fixar-se a consciência em qualquer das células, ou numa determinada célula em particular ou em todo o conjunto delas simultaneamente, por mais numerosas que sejam.


Ora, da mesma forma que, quando o "espírito" (alma ou psychê) se retira do corpo físico, desligandose das células, cada uma delas prossegue "viva" em seu estado vegetativo, na qualidade de "vermes", alimentando-se da matéria até que se extingam quando lhes termina o pábulo, ou passando a outros estados (Se esses vermes não se extinguissem, os nossos "cemitérios" teriam seu solo superpovoado de" bichinhos ", o que não sucede na realidade), assim também pode a individualidade (pneuma) retirar-se de Uma personagem (psychê) para continuar alhures sua subida evolutiva, ou simplesmente para regressar a seu plano mental, sem que obrigatoriamente essa psychê desapareça da existência: pode continuar "vegetando (embora com intelecto), mas sem a presença da individualidade. Judas Tadeu (o" irmão" de Jesus) assim descreve esses casos em sua Espínola (vers. 19): houtoi eisin hoi apodieirízontes, psycbikoi, pneuma mê échontes, isto é: "estes são os que se separam, psíquicos, não tendo Espírito". Realmente, tem apenas a psychê, são apenas uma personagem com corpo físico, sensações, emoções e intelecto, ou seja, com todo o psiquismo, mas sem o pneuma que se ausentou.


Seria como uma " associação" de homens, fundada e dirigida por um presidente. Se este se retirar, a sociedade continuará, até que seus membros se dispersem, desfazendo-se então o conjunto. Entretanto, a sociedade pode continuar tal, mesmo sem seu presidente-fundador, em virtude da capacidade adquirida por seus próprios membros.


Assim o agrupamento de células que constituem o corpo e o psiquismo, pode manter-se unido e funcionando automaticamente em virtude do hábito que já se tenha tornado instinto, mesmo que o pneuma se tenha retirado, até que terminada a vitalidade do conjunto, este desmorone e se desfaça em suas partes constitutivas. Além disso, o intelecto e seu "consciente atual" podem permanecer regendo o conjunto e garantindo-lhe a unidade até o término do fluido vital ou da vitalidade do todo.


A ausência do pneuma não traz maiores problemas físicos nem psíquicos, pois o pneuma simplesmente plasmou (mas não criou) algo que já existia; é pois uma causa segunda, sendo a causa primeira a Centelha divina. E esta não se retira, porque está EM TUDO: no pneuma, na psychê, na matéria e em cada uma das células. Ora, se a causa primeira "criadora" e sustentadora permanece, a causa segunda, simples "plasmadora" pode ausentar-se sem prejuízo da existência da personagem; talvez ocasione nela, apenas, um amortecimento, mas não necessariamente a morte.


Ao lhe morrer o corpo físico, essa psychê sem pneuma entra no plano astral e aí permanece até desfazerse e também "morrer", quando lhe termina ai, vitalidade.


Da morte da psychê (ou segunda morte) há vários trechos escriturísticos que falam: "não temais os que matam o corpo mas não podem matar a psychê" (MT 10:28; vol. 3. º); "quem acha sua psychê a perderá, e quem na perder por minha causa a achará" (MT 10:39; vol. 3. º e MT 16:25, vol. 4. º): " quem quer que coma dele (o pão da vida) não morrerá" (JO 6:50; vol. 3. º); "todo o que crê em mim nunca jamais morrerá" (JO 11:26); etc.


No entanto, existe a possibilidade de o pneuma voltar a reanimar aquela mesma psychê, se o resolver, antes que ela se desfaça, reassumindo-a para continuar, através dela, a colher experiências. E isso lhe é possível porque nada impede que, sendo o pneuma adimensional, atemporal, inespacial, ilimitado e Eterno, possa ele conduzir e adquirir experiências, concomitantemente, através de diversas persona gens, no mesmo país ou em países diferentes (cfr. a obra do Dr. Ed. Bertholet: "La réincarnation d"apres l"enseignement d"un Ami de Dieu, le Maitre Philippe de Lyon", éd. Pierre Genillard, Lausanne, 1960).


Essa possibilidade é-nos ensinada já há milênios, desde que Moisés escreveu: "Deus criou o homem (o pneuma) à sua imagem, homem e mulher os criou" (GN 1:27). Quando o pneuma, que possui em si ambos os sexos, se plasma concomitantemente uma personagem masculina e uma feminina, para colher experiências em ambos os aspectos psíquicos, agindo simultaneamente em ambos, temos aí a origem da antiga teoria das "almas gêmeas", isto é, das psychês gêmeas. Nunca, porém, se ouviu nem se ouvirá falar de "espíritos gêmeos".


As "almas gêmeas" muito dificilmente se encontram. Interessa ao pneuma colher experiências diferentes, em ambientes díspares, e não lado a lado, na mesmo ambiente. O a que vulgarmente chama "almas gêmeas" são, no máximo, almas afins. Outro esclarecimento; o pneuma precisa estar bastante evoluído para conseguir dirigir mais de duas psychês. Dizem os Adeptos que jamais acima de nove.


São casos raríssimos e quase isolados, só realizados por seres excepcionais.


Tanto o sentido é esse, que Moisés apresenta o pneuma CRIADO antes; e só em GN 2:7 é que vem ensinar a FORMAÇÃO (não criação) do corpo do homem, "plasmado do pó da terra" (isto é, da poeira cósmica, cfr. vol. 3. º) e da psychê que lhe foi "insuflada pelas narinas", tomando o corpo um "ser vivente". E isso é confirmado por Zacarias (Zacarias 12:1), quando afirma que "Deus FORMOU A PSYCHÊ (ruah) dentro do homem".


Ocorrendo, assim, as coisas, como vimos, podemos compreender a frase da individualidade (Jesus) às personagens, em seu sentido pleno: "ainda um pouco de tempo estou convosco, depois vou para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver vós não podeis ir". De fato, jamais a psychê poderá chegar ao plano do pneuma: antes disso terá sido desfeita.


jo 6:46
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 4
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 11:25


25. Naquela ocasião Jesus disse: "Abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios intelectuais e as revelaste aos pequeninos;

26. Sim, Pai, pois assim se torna bom perante ti.

27. Todas as coisas me foram transmitidas por meu Pai; e ninguém tem a gnose do Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho quer revelar.

28. Vinde a mim todos os fatigados e sobrecarregados, e eu vos repousarei.

29. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou doce e modesto de coração e achareis repouso para vossas almas,

30. porque meu jugo é benéfico e meu fardo é leve".

MT 13:16-17


16. Mas felizes são vossos ouvidos porque ouvem.

17. pois em verdade vos digo, que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvis, e não ouviram.

LC 10:17-24


17. Voltaram os setenta e dois com alegria, dizendo: "Senhor, até os espíritos se nos submetem em teu nome".

18. Respondeu-lhes Jesus: "Eu via o adversário cair, como relâmpago do céu.

19. Atenção: dei-vos poder para pisardes sobre serpentes e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada, de modo algum, vos fará mal.

20. Mas não vos alegreis de que os espíritos se vos submetam: alegrai-vos antes de que vossos nomes estão inscritos nos céus".

21. Nessa hora Jesus alegrou-se em espírito e disse: "Abençôote, Pai, senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios intelectuais e as revelaste aos pequeninos.

Sim, Pai, pois assim se torna bom diante de ti.


22. Tudo me foi transmitido por meu Pai, e ninguém tem a gnose do Filho, senão o Pai, e ninguém tem a gnose do Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar".

23. E voltando-se para seus discípulos, disse: "Felizes os olhos que vêem o que vedes,

24. pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram".



Não nos foi esclarecido quanto tempo demorou o trabalho da segunda leva, dos setenta e dois Emissários.


Nem se sabe se todo chegaram no mesmo dia, por ter sido antecipadamente marcado um término a essa excursão, ou se foram regressando aos poucos. O fato comprovado pelas anotações de Lucas, é que chegaram "alegres", por haverem realizado com êxito a tarefa missionária recebida.


A impressão causada é que, todos reunidos, foi estabelecida uma assembleia ("igreja", ekklêsia), tendo o evangelista resumido, numa frase, a impressão e o relatório deles, salientando a surpresa de terem conseguido "até" dominar os Espíritos desencarnados obsessores.


Jesus responde com uma frase para nós enigmática: ethéôroum tòn satanãs hôs astrapên ek toú ouranoú pesónta, cuja tradução pode ser dupla, conforme prendamos ek toú ouranoú a astrapén (l. ª) ou a pesónta (2. ª):

1. ª - eu via o adversário caindo, como relâmpago do céu;


2. ª - eu via o adversário caindo do céu, como relâmpago.


Alguns autores, aceitando a segunda, vêem na frase uma alusão à "queda dos anjos" (cfr. AP 10:7-9) . Nada, porém, justifica tal afirmação. Dizem outros que Jesus "via" as vitórias de Seus discípulos, como derrota e queda dos espíritos atrasados.


Observamos claramente repetido que o "poder" (exousía) dado aos setenta e dois foi o mesmo que aos primeiros doze, embora lá (cfr. vol 3) não se tenha acenado a esse poder: "de caminhar sobre serpentes e escorpiões e sobre a força (dynamis) inimiga". Sabemos que, de fato (cfr. MC 16:18) segundo palavras do Mestre, os que crerem expulsarão espíritos, falarão línguas novas (que não conheçam por outras vias), pegarão em serpentes, nenhum veneno mortal lhes causará danos e, com a simples imposição das mãos curarão enfermos. Os verdadeiros enviados não são atingidos por males externos.


O Mestre afirma que o domínio sobre espíritos obsessores pode causar a alegria da vitória do bem.


Mas a alegria profunda e íntima deve ser proporcionada, quando sabemos que temos os "nomes inscritos nos céus". Esta é uma expressão antiga entre os israelitas. Deparamo-la pela primeira vez, proferida por Moisés, quando diz a YHWH: "perdoa-lhes o erro, ou senão risca-me do livro que escreveste" (EX 32:32-33). E aparece ainda em IS 4:3; DN 12:1; Salmo 68:29; Filp. 4:3 e Apo. 20:15. A expressã "ter o nome escrito ou inscrito nos céus" ou "no livro da Vida", significa "estar salvo".


Logo após, Jesus dirige-se ao Pai, numa oração de "ação de graças" (eucharistía) em termos que merecem análise. " Naquela hora (en autéi têi hôrai) alegrou-se (égalliásato, cfr. LC 1:47, vol. 1) em espírito (tôi pneúmati)".


Alguns manuscritos acrescentam "santo", que é omitido no papiro 45, nos códices E, F, G e H, em muitíssimos minúsculos e em Clemente de Alexandria. Suprimimo-lo, porque o sentido não o pede, já que a alegria é do próprio Espírito da criatura, e o de Jesus (cfr. LC 1:35) era um Espírito Santo. Nessa suprema alegria espiritual, fala Jesus: exomologoúmai soi, páter, kyrie toú ouranoú kaì tês gês, "abençoo-te, Pai, senhor do céu e da Terra", hóti apekrypsas tauta, "porque ocultaste estas coisas" apò sophôn kaì synetôn, "dos sábios intelectuais", kaì apekalypsas autà nêpíois "e as desvelaste aos pequeninos".


Preferimos considerar sophôn kai synetôn como uma hendíades (ver vol. 1) e traduzir "sábios intelectuais", ao invés de "sábios e inteligentes", ou "sábios e hábeis". Com efeito, a dificuldade de aceitar a revelação, reside nos sábios do intelecto, que só atribuem valor aos raciocínios horizontais, recusando a intuição a inspiração, as revelações e o mergulho interno. Os "pequeninos" traduz nêpíois, que literalmente significa "infantes", isto é, as criancinhas que ainda não falam: são os humildes que aceitam as coisas espirituais sem pretender falar por si mesmos nem querendo expender suas próprias opiniões personalistas. E continua: " Sim, ó Pai, porque assim se torna agradável diante de ti " (naí, ho pater, hótí hoútôs eudokía egéneto émprosthen sou). É a conformação plena e explícita com a vontade do Pai, que se manifesta sempre através dos acontecimentos que nos ocorrem, independentemente de nossa atuação voluntária. E prossegue: " tudo (pánta = todas as coisas) me foi transmitido (moi paredóthê) por meu Pai (hypó toú pa trós mou)", numa declaração explícita de iniciação natural e divina (cfr. JO 3:35). E depois a frase mais reveladora: "e ninguém tem a gnose (kaì oudeís ginóskei - em Mateus, epiginôskei) quem é o Filho (tís estin hyiós) senão o Pai (ei mê ho patêr), e quem é o Pai senão o Filho (kaì tis estin ho patêr ei mê ho hyiós) e aquele a quem o Filho quer revelar (kaì hôi eán boúlêtai ho hyiós apokalypsai)". O verto usado por Mateus é mais forte: "reconhecer" ou melhor, "aprender a conhecer", o que supõe "ter a gnose", o conhecimento pleno ou a plenitude do conhecimento (cfr. JO 6:46). Esse trecho foi classificado como "a revelação do mistério essencial da fé cristã", por Cirilo de Jerusalém (Patrol. Graeca, v, 35, c. 464) e por João Crisóstomo) (Patrol, Graeca, v. 58, c. 534).


Voltando-se, depois, para Seus discípulos em particular (os 12 mais os 72), continua a manifestação de alegria plena, numa frase em que os felicita pela imensa ventura de ali conviverem com Ele, na intimidade da vida diária: "felizes vossos olhos por verem o que vedes, que tão ansiosamente foi desejado por profetas e reis, que quiseram ver e ouvir e não no conseguiram". Essa frase acha-se, em Mateus, em outro local, mas trouxemo-la para cá pelo indiscutível paralelismo com Lucas.


A seguir aparecem mais alguns conceitos, só em Mateus. São belíssimos, justificando o que a respeito deles escreveu Lagrange ("L"Évangile selon St Matthieu", Paris, 1923, pág. 226): "é a pérola mais preciosa de Mateus". E prossegue (id. ib.) : "O principal mérito do estudo de Norden (Agnostos Theos pág. 227-308) é o de ter mostrado que um convite ao estudo da sabedoria seguia normalmente os elogios da sabedoria, isto é, o conhecimento de Deus". E seguem-se os exemplos: "E agora, meus filhos, escutaime: felizes os que guardam meus caminhos" (PV 8:32); "Vinde a mim, vós que me desejais, e saciaivos de meus frutos" (EC 24:18); "Aproximai-vos de mim, ignorantes, e estabelecei vossa morada em minha escola" (EC 51:23); e sobretudo: "Dobrai vosso pescoço sob o jugo e que vossa alma receba a instrução. Vede com vossos olhos que, com pouco trabalho, conquistei grande repouso" (EC 51:34 e EC 51:35).

Mas as frases de Jesus são mais belas que essas e que todas as posteriores que lemos no Talmud: "Efraim, nosso justo messias, possa teu espírito encontrar repouso, pois o trouxeste ao espírito do Criador e ao nosso" (Pesiq, 163a); "Bendita a hora em que nasceu o Messias! Feliz a geração que o viu!


Felizes os olhos julgados dignos de contemplá-lo! Pois seus lábios abrem-se em bênçãos e paz e suas palavras são repouso ao espírito" (Pesiq, 140a); "Possa teu espírito repousar, pois repousaste o meu" (Sabbat, 152b).


A expressão "jugo" era comum. No sema (oração diária), o israelita dizia, duas vezes por dia, o "jugo do reino dos céus" e ainda falava no "jugo da Torah", no jugo dos Mandamentos", no "jugo do Santo" ou do "céu", no "jugo da carne e do sangue" (a encarnação), etc. Assim também quanto à palavra "fardo": o "fardo da Lei" (cfr. MT 23:4). Por aí vemos como Jesus se servia de palavras e expressões já conhecidas e correntes, mas apresentando-as em conceitos novos e originais. Por isso, todos compreendiam seu ensino externo, mas de tal forma era nova a maneira de dizer, que afirmavam: "ninguém jamais falou como esse homem" (JO 7:46).


Vejamos, pois, os maravilhosos conceitos do Mestre: "Vinde a mim (deúte pròs me) todos os fatigados (pántes hoi kopiôntes) e sobrecarregados (kaì pephortisménoi) e eu vos repousarei (kagô anapáúsô hymãs). Tomai sobre vós o meu jugo (árate tòn zygòn mou eph"hymãs) e aprendei de mim (kai máthete ap"emoú, no sentido de "tornai-vos meus discípulos"), porque sou doce e modesto de coração (hóti prays eimi kaì tapeinòs têi kardíai) e achareis repouso para vossas almas (kai eurêsete anápausin tais psychaís hymõn). Porque meu jugo é benéfico (ho gàr zygòs mou chrêstós) e meu fardo é leve (kaì to phortíon mou elaphròn estin)".

A tradução que fizemos, conforme acatamos de demonstrar, é a que mais se aproxima do texto original, palavra por palavra, embora diferindo das traduções correntes.


Muito temos que aprender neste trecho. Acompanhemos seu desenvolvimento.


Inicialmente o regresso da segunda leva dos novos iniciados, que voltam da sua primeira missão. A comprovação de que se tratava de verdadeiros iniciados, embora ainda no primeiro plano (veja vol.


4) e de que o processo criado por Jesus continuou em expansão, tanto em número quanto em ascensão, são os numerosíssimos "mártires" (testemunhas) que, nos primeiros séculos inundaram com seu sangue a superfície da Terra, tendo sido "o sangue deles, no dizer de Tertuliano, a semente de novos cristãos".


A felicidade dos que iniciaram o "Caminho" (nome da Escola iniciática cristã) sob a orientação de Jesus, é imensa e extravasa de seus corações: verificaram que realmente possuíam os "poderes" externos, que a verdadeira iniciação propícia naturalmente: domínio da matéria na cura das enfermidades, domínio dos espíritos na libertação dos obsidiados.


A frase de Jesus é uma afirmativa de alcance e profundidade incomensuráveis: "eu via o adversário cair, como o relâmpago do céu", ou seja, eu via a vitória do espírito, como emissão fúlgida de luz, provocando a queda e o aniquilamento das personagens (adversárias da individualidade). O Espírito iluminado brilha com fulgor invulgar, aos experimentados olhos do Mestre Vidente, que percebe as mais abscônditas reações de Seus discípulos. A manifestação crística luminosa abafa todos os veículos físicos inferiores, derrubando-os inexoravelmente: caem por terra definitivamente derrotados e consumidos na fulgurante e enceguecedora luz espiritual do Cristo-que-em-todos-habita. Nesse sentido, percebemos o significado real e profundo dessas palavras "enigmáticas". A meta a atingir é a união com o Cristo Interno. Nessa união, dá se a iluminação do espírito (da individualidade). Essa luz" queima" e ajuda a aniquilar os veículos da personagem (o "adversário"). Ora, diz Jesus, enquanto vocês agiam, eu via o adversário cair (as personagens serem anuladas, cfr. "negue-se a si mesmo"), superadas pela luz interna do Cristo, que se expandia "como um relâmpago do céu".


Logo após, entretanto, chega o aviso, com a instrução correspondente: "Atenção! (idou) Dei-vos o poder (exousía) para caminhar sobre serpentes e escorpiões e para vencer a força (dynamis) dos inimigos, nada de mal podendo atingir-vos. MAS não vos alegreis por isso: são coisas secundárias e transitórias; não é o domínio da matéria nem dos espíritos que significa evolução nem libertação do plano terreno: é ter o nome inscrito nos céus".


Segundo as Escolas Iniciáticas, todo aquele que atingia os graus da iniciação maior (sobretudo o 7. º passo), entrava a fazer parte da família do "deus" e, em muitos casos, chegava a abandonar os nomes terrenos da família carnal, para assumir os nomes específicos de suas atividades, isto é, nomes iniciáticos, costume ainda hoje usado em certas ordens monásticas do ocidente e nos ashrams orientais.


Isso era comum na Grécia.


Dos filósofos e escritores gregos, chegaram a nós exatamente os nomes iniciáticos, como, a título de exemplo: Aristoclês (a melhor chave) que recebeu, mais tarde, o apelido de Platão (o "largo") pela larga e vasta amplitude de seus conhecimentos (interessante observar que os autores profanos dizem que o apelido lhe foi imposto "por ter ombros largos... "), Aristóteles (o melhor fim); Pitágoras (o anunciador da revelação); Sócrates (senhor seguro, ou infalível); Demóstenes (a força do povo); Demócrito (escolhido pelo povo); Isócrates (senhor equânime); Anaxágoras (poderoso em público);


Epicuro (o socorro); Arquimedes (primeiro inventor), etc. etc.


Esse mesmo fato de passar a pertencer à "família do Deus" é assinalado por João (João 1:12) "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se filho de Deus", por Paulo (RM 8:16) "somos filhos de Deus; se filhos, herdeiros", e por Pedro (2PE 1:3) "participamos da natureza divina. "

Fica bem claro, portanto que os "poderes" (siddhis) de pouco valem, sejam eles de que natureza forem: domínio de animais traiçoeiros ou venenosos, de espíritos ignorantes ou rebeldes, do próprio corpo e das sensações, das emoções, e até do intelecto vaidoso. Tudo isso é apenas a limpeza do terreno, a desbravarão da mata, a desinfecção do ambiente, indispensáveis a uma caminhada tranquila.


Mas não exprime, ainda, a caminhada em si. Mister aprontar todos os preparativos para a viagem, sem o que esta não poderá ser feita; mas, efetuada a total preparação, nem por isso começou a jornada: só tem ela início quando nos pomos a caminho. E só à chegada, no final da estrada, poderemos ter a garantia de estar nosso nome "inscrito no livro da Vida", no registro dos viajantes que chegaram a bom termo, sabendo que Alguém nos espera no pórtico da entrada da cidade.


Tivemos, pois, na escala iniciática, o conferimento de poderes (exousía) para ajudar os outros. E quando a ajuda foi eficiente, comprovada a metánoia, alegra-se o Hierofante Divino em Seu Espírito e entra em êxtase (samadhi) unindo-se ao Pai, pronto para fazer a revelação do mistério máximo da iniciação, ensinando a todos a unificação final com o Verbo (Pai). É então que lhes anuncia que seus nomes foram inscritos nos céus, isto é, que foram aceitos como "familiares de Deus" (EF 2:19) e que, portanto, poderão dar o passo supremo, atingindo a cristificação.


Em oração de louvor e ação de graças (no mistério augusto da "eucaristia"), alegra-se por ver cumprirse a vontade do Pai, que oculta os mistérios do reino (cfr. 13:11) aos "sábios intelectuais" das personagens vaidosas, e os revela ou "desvela" (apokálypsai) aos que são pequeninos no mundo (nêpíois = infantes) e nem sequer sabem "falar" a linguagem do mundo. Esse é o modo agradável ao Pai: "seja feita Sua vontade"!


Passa, então, ao ensino secreto, ao mistério propriamente dito. Confessa, antes, que foi o próprio Pai (o Verbo Divino, o Som Incriado e Criador) que diretamente transmitiu (parédothê) a Ele (Cristo Interno) todas as coisas, todos os ensinos e revelações. Nenhum ser humano Lhe serviu de Mistagogo nem de mestre. E revela: "Ninguém tem a gnose (o conhecimento pleno e experimental) do Filho (do Cristo) senão o Pai (o Verbo): e vice-versa, só o Cristo Interno, em cada um, pode ter a gnose (a plenitude experimental do conhecimento) de quem é o Pai. E só o Cristo Interno tem a capacidade, ou poder (exousía), a força (dynamis) e a energia (érgon) de revelá-Lo, a quem Ele julga apto a receber essa gnose do mistério.


Portanto, conforme vemos, nenhum mestre humano, nem mesmo Jesus, pode propiciar-nos, de fora, esse contato divino, essa gnose, essa plenitude: só nós mesmos, em nossos próprios corações, unidos ao Cristo Interno, poderemos, através Dele, encontrar e unir-nos ao Pai. A união ou fusão (que produz a transubstanciação) é que lhes dará o pleno conhecimento experimental (gnose), que só chega precisamente por meio da experiência vivida (páthein). "Conhecer" é unir-se e fundir-se. Daí a expressão bíblica, usando o verbo conhecer para exprimir a união sexual. Só quando se une intimamente ao ser amado é que realmente o Amante o "conhece", e vice-versa. Só quem se unifica com o Pai, com Ele fundindo-se e transubstanciando-se Nele, é que verdadeiramente o conhece. E a união só pode realizar-se entre Pai e Filho, entre o Verbo e o Cristo, entre o Amante e o Amado. Nessa união, incendiando-se e iluminando, é que se manifesta a Luz Incriada, o Deus-Amor-Concreto, que cria e sustenta todas as coisas com seu aspecto de Pai ou Verbo Criador, e que impregna e permeia tudo com seu aspecto de Filho ou Cristo.


Após essa revelação beatifica os novos promovidos com o título de "Felizes" (Bem-Aventurados) e declara que muitos profetas (os iniciantes da escala, na evolução consciente, quando ainda permanecem no uso dos poderes); muitos justos (aqueles que iniciaram o exercício real da própria espiritualização, conquistando mais alguns passos iniciáticos, cfr. vol. 3 e vol. 4); e muitos reis (aqueles que haviam atingido o 6. º passo da iniciação, já tendo todo o conhecimento intelectual dos mistérios e suficiente conhecimento experimental dos mesmos), tinham desejado ver e ouvir esse mistério último, mas não no haviam conseguido.


A iniciação real (régia) ou hierofântica conferia ao iniciado, o título de REI (basileus). Plotino dedica sua 5. ª Enéada a essa iniciação. Cfr. também Victor Magnien, "Les Mysteres d"Eleusis", Payot, Paris,

1929, pág 193 a 216. Sinésio (Patrol. Graeca, v. 66, c. 1144) no Tratado "Dion", descreve os planos iniciáticos: 1. º, pequenos mistérios (purificação) ; 2. º grandes mistérios (confirmação e metánoia); 3. º epoptía (contemplação); 4. º holocleria ou coreutía (participantes); 5. º dadukía (portador da tocha, ou iluminado); 6. º hierofante ou REI; do sétimo passo, união divina, só fala em seu Tratado "De providentia".


Com efeito, após a consagração do iniciado como "rei", havia mais um passo a dar: a deificação (cfr. Plotino, Enéada 6. ª, 9 e 11). Essa deificação é aqui revelada pelo Mestre, que utiliza exatamente as expressões iniciáticas dos mistérios gregos: ver e ouvir (epoptía e Akouein lógon). Todos haviam sido profetas, justos e conquistado o título de "reis" (ou hierofantes). Mas o último passo, a cristificação pela unificação com a Divindade, só o Filho, o Cristo Interno, poderia dá-lo em cada criatura, e concedêlo aos que Ele julgasse aptos ao "reino dos céus".


Após essa revelação sublime, o Mestre se cala, apagando a personagem, e deixa que Nele se manifeste plenamente o Cristo Interno, pois "nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E o Cristo, tomando a palavra convoca os novos hierofantes, convoca a todos nós Seus discípulos de todos os séculos, para que seja dado o último passo: "Vinde a mim"! É o dramático apelo do Amante ao Amado: "Vinde a mim"! Unificai-vos comigo! E especifica: todos aqueles que estiverem cansados do mundo, sobrecarregados de aflição, fatigados das dores, exaustos das lutas, aniquilados pelo sofrimento, unam-se a MIM, e se sentirão aliviados, repousados, pacificados e felizes, no reduto inatingível da Paz Íntima, na Paz do CRISTO (cfr. JO 14:27).


Convida-os insistente: "Tomai sobre vós meu jugo, porque sou doce e modesto de coração, e achareis repouso para vossas almas". O Cristo é, realmente, o Grande Escondido por Sua modéstia e pequenez (sentido literal da palavra grega tapeinós, cfr. LC 1:48, vol. 1) e precisa ser ardentemente desejado e ardorosa e permanentemente procurado, até ser encontrado.


Para experimentar se realmente O amamos, Ele coloca em nosso caminho evolutivo centenas de coisas amáveis, para experimentar-nos, se de fato as amamos mais do que a Ele: conforto, bens, riquezas, prazeres, fama, intelectualismo, glória, arte, religiões, cultos, etc. Só quando, desiludidos de tudo, tudo abandonamos para dedicar-nos só a Ele, é que positivamente comprovamos nosso amor por Ele.


Só então o Cristo nos atende e Se revela a nós.


Mas, uma vez que O descobrimos, e a Ele nos unimos, nunca mais nos "perdemos": conquistamos a Paz Absoluta e Indestrutível, porque, sem engano, Seu jugo é grandemente benéfico (chrêstós), é útil a nós, é bom de suportar-se, é confortador, faz-nos bem e faz-nos bons. E o fardo que nos impõe é leve e fácil de transportar, dá alegria carregá-lo, inunda-nos de felicidade levá-lo pelo mundo: é o jugo suave e sublime do AMOR a Ele, o Deus em nós, e o fardo leve e altamente compensador do AMOR ao próximo, que somos nós mesmos com outras aparências externas, e que é Ele mesmo, manifestado sob outras formas.


jo 6:46
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 3
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 15:1-17


1. "Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor.

2. Todo ramo, em mim, não dando fruto, ele o tira; e todo o que produz fruto, purifica-o para que produza mais fruto.

3. Vós já estais purificados, por meio do Logos que vos revelei.

4. Permanecei em mim e eu em vós. Como o ramo não pode produzir fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim não podeis vós, se não permaneceis em mim.

5. Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse produz muito fruto, porque sem mim não podeis fazer nada.

6. Se alguém não permanece em mim, foi lançado fora como o ramo, e seca, e esses ramos são ajuntados e jogados ao fogo e queimam.

7. Se permaneceis em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos acontecerá.

8. Nisso se transubstancia meu Pai, para que produzais muito fruto e vos torneis meus discípulos.

9. Como o Pai me amou, assim eu vos amei: permanecei em meu amor.

10. Se executais meus mandamentos, permaneceis no meu amor, assim como executei os mandamentos de meu Pai e permaneço no amor dele.

11. Isso vos disse, para que minha alegria esteja em vós e vossa alegria se plenifique.

12. Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros assim como eu vos amei.

13. Ninguém tem maior amor que este, para que alguém ponha sua alma sobre seus amigos.

14. Vós sois meus amigos se fazeis o que vos ordeno.

15. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o senhor dele; a vós, porém, chamei amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai, vos fiz conhecer.

16. Não vós me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos pus, para que vades e produzais frutos e vosso fruto permaneça, a fim de que o Pai vos dê aquilo que lhe pedirdes em meu nome.

17. Isso vos ordeno: que vos ameis uns aos outros".



Entramos com os capítulos 16 e 17, antes de apresentar os versículos 27 a 31 do capítulo 15, pois essa distribuição de matéria satisfaz à crítica interna plenamente e à sequência das palavras. Com efeito, logo após dizer: "Levantemo-nos, vamos daqui" (14:31) João prossegue: "Tendo dito isso, Jesus saiu com Seus discípulos", etc. (18:1). Não se compreenderia que, após aquela frase de fecho, ainda fossem proferidos 86 versículos.


Alguns comentadores (Maldonado, Shanz, Calmes, Knabenbauer, Tillmann) opinam que, após a despedida e a ordem de saída, ainda permaneceu o Mestre no Cenáculo, de pé, a conversar com os discípulos.


Outros (Godet, Fillion, Wescott, Sweet) julgam que todo o trecho (inclusive a prece do cap. 17?) foi proferido durante o trajeto para o monte das Oliveiras.


Um terceiro grupo (Spitta, Moffat, Bernard) propõe a seguinte ordem:
cap. 13- 1 a 31a
cap. 15- todo
cap. 16- todo
cap. 13- 31b a 38
cap. 14- 1 a 31
cap. 17- todo

Essa ordem não satisfaz, pois a prece não cabe depois da palavra de ordem da saída.


Outros há (Lepin, Durand, Lagrange, Lebretton, Huby) que sugerem que os capítulos 15 e 16 (por que não o 17?) foram acrescentados muito depois pelo evangelista.


Nem a ordem original, nem as quatro propostas, nos satisfazem. O hábito diuturno com os códices dos autores clássicos profanos revela-nos que, no primitivo códice de João, com o constante manuseio, pode ter saído de seu lugar uma folha solta, contendo 5 versículos (27 a 31), que foi colocada, por engano,

17 folhas antes, pois 17 folhas de 5 versículos perfazem exatamente 85 versículos. O engano tornou-se bem fácil, de vez que o versículo último do cap. 17, é o 26. º, assim como é o 26. º o último do cap. 14. Tendo em mãos os vers. 27 a 31, ao invés de colocar a folha no fim do cap. 17, esta foi inserida erradamente no fim do cap. 14.


"Mas - objetarão - naquela época o Novo Testamento não estava subdividido em versículos"! Lógico que nossa hipótese não é fundamentada na "numeração" dos versículos. Pois embora os unciais B (Vaticano 1209) do século 4. º e o CSI (Zacynthius) do 6. º já tenham divisões em seções, que eram denominadas
иεφάλαια ("Capítulos") maiores, com seus τίτλοι (títulos) menores; em Amônio (cerca de 220 A. D.) em sua concordância dos quatro Evangelhos os tenha dividido também em seções (chamadas ora perícopae, ora lectiones, ora cánones, ora capítula) e essas fossem bastante numerosas (Mateus tinha 355; MC 235; LC 343 e JO 232); embora Eusébio de Cesareia tenha completado o trabalho de Amônio em 340 mais ou menos (cfr. Patrol. Graeca vol. 22, col. 1277 a 1299); no entanto, a divisão atual em capítulos foi executada pela primeira vez pelo Cardeal Estêvão Langton (+ 1288) e melhorada em 1240 pelo Cardeal Hugo de Saint-Cher; mas os versículos só foram colocados, ainda na margem, pelo impressor Roberto Estienne, na edição greco-latina do Novo Testamento em 1555; e Teodoro de Beza, na edição de 1565, os introduziu no próprio texto.
Acontece, porém, que a numeração dos versículos nos ajuda a calcular o número de linhas de cada folha. E existe um testemunho insuspeito que, apesar de sozinho, nos vem apoiar a hipótese. Trata-se do papiro 66, do 29 século, possívelmente primeira cópia do manuscrito original no qual, segundo nossa hipótese, já se teria dado a colocação errada da folha já muito manuseada. Ora, ocorre que nesse papiro, atualmente na Biblioteca de Genebra, Cologny, sob a indicação P. Bodmer II, nós encontramos o Evangelho de João em dois blocos:
1. º) o que vai de JO 1:1 até 14:26;
2. º) o que vai de JO 14:27 até 21:25.

Conforme vemos, exatamente nesse ponto, entre os versículos 26 e 27 do capítulo 14, ocorre algo de anormal, a ponto de ter estabelecido dúvida na mente do copista, que resolveu assinalá-la na cópia: era a folha que devia estar no final do cap. 17 e que caíra de lá, tendo sido colocada, por engano, no final do cap. 14.


Em vista desses dados que, a nosso espírito, se afiguraram como perfeitamente possíveis, intimamente afastamos qualquer hesitação, e apresentamos a ordem modificada.


* * *

Interessante notar-se que, nestes capítulos (14 a 17) algumas palavras são insistentemente repetidas, como άγάπη (amor) quatro vezes; иαρπός (fruto) oito vezes; e µήνω (habitar ou permanecer morando) onze vezes.

No cap. 14 firma-se a ideia da fidelidade em relação aos mandamentos; no 15, salienta-se a ideia da perfeita união e da absoluta unificação da personagem com o Eu e, em consequência, com o Cristo interno; a seguir, é chamada nossa atenção para o ódio, que todo o que se uniu ao Cristo, no Sistema, receberia da parte das personagens do Antissistema.


Não se esqueça, o leitor, de comparar este trecho com o ensino sobre o "Pão Vivo", em JO 6:27-56 (cfr. vol. 3) e sobre a Transubstanciação (vol. 7).


* * *

No Antigo Testamento, a vinha é citada algumas vezes como o protótipo de Israel (cfr. IS 5:1; JR 2:21; EZ 15:1ss e 19:10ss; SL 80:8-13).


Nos Sinópticos aparece a vinha em parábolas (cfr. MT 20:1-16 e MT 21:33-46) e também temos o vinho na ceia de ação de graças (cfr. MT 26:29; MC 14:21 e LC 22:18).


Nos comentários desses trechos salientamos que o vinho simboliza a Sabedoria; e ainda no vol. 6 e no 7 mostramos que Noé, inebriado de Sabedoria, alcançou o conhecimento total e desnudou-se de tudo o que era externo, terreno ou não, de tal forma que sua sabedoria ficou patente aos olhos de todos. Não tendo capacidade, por involução (por ser o mais moço, isto é, o menos evoluído) de compreende-lo, seu filho Cam riu do pai, julgando-o bêbado e louco. Mas os outros dois, mais velhos (ou seja, mais evoluídos, porque espíritos mais antigos em sua individuação), Sem e Jafet, encobriram com o véu do ocultismo a sabedoria do pai, reservando-a aos olhos do vulgo. E eles mesmos, não tendo capacidade para alcançá-la, caminharam de costas, para nem sequer eles mesmos a descobrirem. Daí dizer o pai, que Cam seria inferior aos dois, e teria que sujeitar-se a eles.


Aqui é-nos apresentada, para estudo e meditação, a videira verdadeira (he ámpelos he alêthinê), ou seja, a única digna desse nome, porque é a única que vem representar o símbolo em toda a sua plenitude.


A videira expande-se em numerosos ramos e o agricultor está sempre atento aos brotos que surgem, aos ramos e racemos, aos que começam a secar, aos que não trazem "olhos" promissores de cacho. Os inúteis são cortados, para não absorverem a seiva que faria falta aos outros, e os portadores de frutos, ele os limpa, poda e ajeita, para que o fruto surja mais gordo e mais doce e sumulento.


Depois desse preâmbulo parabolístico, vem o Mestre à aplicação: "vós já estais purificados por meio do Logos que vos revelei", muito mais forte no original, que nas traduções vulgares: "pela palavra que vos falei".


A união nossa com o Cristo, em vista da comparação, demonstra que três condições são exigidas, segundo nos diz Bossuet ("Méditations sur L’Évangile", 2. ª parte, 1. º dia):
a) "que sejamos da mesma natureza, como os ramos o são da vinha;
b) que sejamos um só corpo com Ele; e
c) que Ele nos alimente com Sua seiva".

Esse ensino assemelha-se à figura do "Corpo místico" de que nos fala Paulo (1CO 12:12,27; CL 1:18 e EF 4:15).


No vers. 16, as duas orações finais estão ligadas entre si e dependem uma da outra: "a fim de que vades
... para que o Pai vos dê" (ϊνα ύµείς ύπάγητε ... ϊνα ό τι άν αίτητε ... δώ ύµϊ

ν).


A lição sobre o Eu profundo foi de molde a esclarecer plenamente os discípulos ali presentes e os que viessem após e tivessem a capacidade evolutiva bastante, para penetrar o ensino oculto pelo véu da letra morta. Aqui, pois, é dado um passo à frente: não bastará o conhecimento do Eu: é absolutamente indispensável que esse Eu permaneça em união total com o Cristo interno, sem o Qual nada se conseguirá na vida do Espírito, na VIDA IMANENTE (zôê aiónios).


Magnífica e insuperável a comparação escolhida, para exemplificar o que era e como devia realizarse essa união.


Já desde o início, ao invés de ser trazida à balha qualquer outra árvore, foi apresentada como modelo a videira, produtora da uva (Escola de Elêusis), matéria-prima do vinho, símbolo da sabedoria espiritual profunda que leva ao êxtase da contemplação: já aí tem os discípulos a força do simbolismo que leva à meditação.


Mas um ponto é salientado de início: se o Cristo é a Lideira, o Pai é o viticultor, ao passo que o ramo que aí surge é o Eu profundo de cada um. Então, já aqui não mais se dirige o Cristo às personagens: uma vez explicada a existência e a essência do Eu profundo, a este se dirige nosso único Mestre e Senhor.


E aqui temos a base da confirmação de toda a teoria que estamos expondo nestes volumes, desde o início: o PAI, Criador e sustentador, o CRISTO, resultado da criação do Pai ou Verbo, e o EU PROFUNDO, individuação da Centelha Crística, como o ramo o é da videira.


Da mesma forma, pois, que o ramo aparentemente se exterioriza do tronco, mas com ele continua constituindo um todo único e indivisível (se se destacar, seca e morre), assim o Eu profundo se individua, mas tem que permanecer ligado ao Cristo, para não cair no aniquilamento. A vida dos ramos é a mesma vida que circula no tronco; assim a vida do Eu profundo é a mesma vida do Cristo.


O ramo nasce do tronco, como o Eu profundo se constitui a partir da individuação de uma centelha do Cristo, que Dele não se destaca, não se desliga: a força cristônica que vivifica o Cristo, é a mesma que dá vida ao Eu: é o SOM ou Verbo divino (o viticultor) que tudo faz nascer e que tudo sustenta com Sua nota vibratória inaudível aos ouvidos humanos.


Se houver desligamento, a seiva não chega ao ramo, e este se tornará infrutífero. Assim o Eu profundo, destacado do Cristo, se torna improdutivo e é cortado e lançado ao fogo purificador, para que sejam queimados seus resíduos pelo sofrimento cármico e regenerador.


No entanto, quando e enquanto permanecer ligado ao Cristo, ipso facto se purifica, já não mais pelo fogo da dor, mas pelas chamas do amor. E uma vez que é vivificado pela fecundidade do amor, muito mais fruto produzirá. Essa purificação é feita "por meio do Logos que cos revelei", ou seja, pela intensidade altíssima do SOM (palavra). Hoje, com o progresso científico atingido pela humanidade, compreende-se a afirmativa. Já obtemos resultados maravilhosos por meio da produção do ultrassom, a vibrar acima da gama perceptível pela audição humana; se isso é conseguido pelo homem imperfeito ainda, com seus instrumentos eletrônicos primitivos, que força incalculável não terá o Logos divino, o Som incriado, para anular todas as vibrações baixas das frequências mais lentas da gama humana! E, ao lado de Jesus, veículo sublime em Quem estava patente e visivelmente manifestado o Cristo, a frequência vibratória devia ser elevadíssima; e para medi-la, nenhuma escala de milimicra seria suficiente! Se o corpo de Jesus não estivera preparado cuidadosamente, até sua contraparte dos veículos físicos materiais poderia ter sido destruída.


O Cristo Cósmico, ali presente e falando, podia afirmar tranquilamente, pela boca de Jesus: "EU sou a videira, vós os ramos". Compreendamos bem: não se tratava de Jesus e dos discípulos, mas do CRISTO: o Cristo é a videira e cada "Eu profundo", de cada um de nós, é um ramo do Cristo único e indivisível que está em todos e em tudo. Então, o "vós", aqui, é genérico, para toda a humanidade.


Cada um de nós, cada Eu profundo, é um ramo nascido e proveniente do Cristo e a Ele tem que permanecer unido, preso, ligado, para que possa produzir fruto.


Realmente, qualquer ramo que venha a ser destacado do tronco, murcha, estiola, seca e morre, perecendo com ele todos os brotos e frutos a ele apensos. Assim, a personagem que por seu intelectualismo vaidoso e recalcitrante se desliga do Cristo interno, prendendo-se às exterioridades, nada mais proveitoso produzirá para o Espírito: é o caso já citado (vol. 4) quando a individualidade abandona a personagem que se torna "animalizada" e "sem espírito", ou seja, destacada do Cristo.

E didaticamente repete o Cristo a afirmativa, para que se fixe na mente profunda: "Eu sou a videira vós os ramos". E insiste na necessidade da união: "Quem permanece em mim e eu nele, produz muito fruto, porque sem mim não podeis fazer nada". Verificamos que, sem a menor dúvida, não há melhor alegoria para ensinar-nos a fecundidade vitalizante da Divindade em nós.


A vida, que a humanidade vive em seu ramerrão diário, na conquista do pão para sustentar o corpo, das comodidades para confortar o duplo, dos prazeres para saciar as emoções, do estudo para enriquecer o intelecto, leva o homem a permanecer voltado para fora de si mesmo, à cata de complementos externos que preencham seu vazio interno. Encontra mil coisas em seu redor, que o desviam do roteiro certo e o fazem esquecido e despercebido do Eu profundo que, no entanto, é o único "caminho da Verdade e da Vida". Com esse tipo de existência, nada podemos conseguir para o Espírito, embora possa haver progresso material. Em outros termos: desligados do Cristo, podemos prosperar no Anti-

Sistema, mas não no Sistema; podemos ir longe para fora, mas não daremos um passo para dentro; fácil será exteriorizar-nos, mas não nos interiorizamos: nenhum ato evolutivo poderá ser feito por nós, se não estivermos unidos ao Cristo.


Daí tanto esforço e tantas obras realizadas pelas igrejas "cristãs", durante tantos séculos, não terem produzido uma espiritualização de massas no seio do povo; ao invés, com o aprimoramento intelectual e o avanço cultural, a população da Terra filiada a elas, vem dando cada vez menos importância aos problemas do Espírito (excetuando-se, evidentemente, casos esporádicos e honrosos) e ampliando sua ambição pelos bens terrenos.


Ao contrário, ligando-nos ao Cristo, unidos e unificados com Ele, frutos opimos colhe o Espírito em sua evolução própria e na ajuda à evolução da humanidade. Aos que se desligam, sucede como aos ramos: secam e são ajuntados e lançados ao fogo das reencarnações dolorosas e corretivas.


Outro resultado positivo é revelado aos que permanecem no Cristo, ao mesmo tempo em que Suas palavras (ou seja, Suas vibrações sonoras) permanecem na criatura: tudo o que se quiser pedir, acontecerá. Não há limitações de qualquer espécie. E explica-se: permanecendo na criatura a vibração sonora criadora do Logos, tudo poderá ser criado e produzido por essa criatura, até aquelas coisas que parecem impossíveis e milagrosas aos olhos dos homens comuns. Daí a grande força atuante daqueles que atingiram esse degrau sublime no cimo da escalada evolutiva humana, com total domínio sobre a natureza, quer material, quer astral, quer mental. Em todos os reinos manifesta-se o poder dessa criatura unificada com o Cristo, pois nela se expressa a vibração sonora do Verbo ou SOM criador em toda a Sua plenitude.


E chegamos a uma revelação estupefaciente: "Nisso se transubstancia meu Pai, para que produzais muito fruto e vos torneis meus discípulos". Então, não é apenas a vibração sonora em toda a Sua plenitude: é a própria essência do Logos Divino que se transubstancia na criatura! Daí a afirmativa: "Eu e o Pai somos UM". Já não é apenas o Cristo, mas o próprio Pai ou Verbo, que passa a constituir a substância íntima e profunda da criatura, com o fito de multiplicar os frutos espirituais, de tal forma que a criatura se torna, de fato, um discípulo digno do único Mestre, o Cristo (cfr. MT 23:8-10) e não apenas um aluno repetidor mecânico de Seus ensinos (cfr. Vol. 4).


Coisa muito séria é conseguir alguém atingir o grau de "discípulo" do Cristo, e muito rara na humanidade.


Embora para isso não seja mister que se esteja filiado a qualquer das igrejas cristãs, muito ao contrário. Gandhi, o Mahatma, constitui magnífico exemplo de discípulo integral do Cristo, em pleno século vinte. E poucos mais. Pouquíssimos. Efetivamente raríssimos os que negam a si mesmos, tomam sua cruz e palmilham a mesma estrada, colocando seus pés nas pegadas que o Cristo, através de Avatares como Jesus, deixam marcadas no solo do planeta, como reais seguidores-imitadores, que refletem, em sua vida, a vida crística; verdadeiros Manifestantes divinos, discípulos do Cristo, nas quais o Pai se transubstancia, unificando-se com eles pelo amor divino e total.


O amor desce a escala vibracional até englobar em Si a criatura, absorvendo-a integralmente, em Si mesmo, tal como o SOM absorve o Cristo, e o Cristo nos absorve a nós. A nós bastará permanecer ligados, unidos, sintonizados, unificados com o Cristo, mergulhados nele (cfr. RM 6:3 e GL 3:27), como peixes no oceano. Permanecer no Cristo, morar no Cristo, como o Cristo mora em nós, e exe cutar, em todos os atos de nossa vida, externa e interna, em atos, palavras e nos pensamentos mais ocultos, todas as Suas ordens Suas diretrizes, Seus conselhos. Assim faz Ele em relação ao Pai, e por isso permanece absorvido pelo Amor do Pai; assim temos nós que fazer, permanecendo absorvidos pelo Amor do Cristo, vivendo Nele como Ele vive no Pai, sintonizados no mesmo tom.


Esse ensino - diz-nos o próprio Cristo - nos é dado "para que Sua alegria esteja em nós". Observemos que o Cristo deseja alegria e não rostos soturnos, com que muitos pintam a piedade. Devoto parece ser, para muitos, sinônimo de luto e velório. Mas o Cristo ambiciona que Sua alegria, que a alegria crística, esteja EM NÓS, dentro de nós, em vibração magnífica de euforia e expansionismo do Espírito.


Alegria esfuziante e aberta, alegria tão bem definida e descrita na Nona Sinfonia de Beethoven.


Nada de tristezas e choros, pois o Cristo é alegria e quer que "nossa alegria se plenifique": alegria plena, sem peias, sem entraves, luminosa, sem sombras: esfuziante, sem traves: vibrante, sem distorções; constante, sem interrupções; acima das dores morais e físicas, superiores às injunções deficitárias e às incompreenções humanas, às perseguições e às calúnias. Alegria plena, total, integral, ilimitada, que só é conseguida no serviço incondicional e plenamente desinteressado, através do amor.


E chega a ordem final, taxativa, imperiosa, categórica, dada às individualidade, substituindo, só por si, os dez mandamentos que Moisés deu às personagens. Basta essa ordem, basta esse mandamento, para que todas as dez sejam dispensados, pois é suficiente o amor para cobrir a multidão dos erros que as personagens são tentadas a praticar.


Quem ama, não furta, não desobedece, não abandona seus pais, não cobiça bens alheios, não tira nada de ninguém: simplesmente AMA. Esse amor é doação integral, sem qualquer exigência de retribuição.


O modelo é dado em Jesus, o Manifestante crístico: amai-vos "tal como vos amei". E o exemplo explica qual é esse amor: por sua alma sobre seus amigos. Já fora dita essa frase: "Eu sou o bom pastor... o bom pastor põe sua alma sobre suas orelhas" (JO 10:11). Já falamos a respeito do sentido real da expressão, que é belíssima e profunda: dedicação total ao serviço com disposição até mesmo para dar sua vida pelos outros (cfr. 2CO 4:14, 15; 1JO, 3:16 e 1PE 2:21).


A afirmação "vós sois meus amigos" é subordinada à condição: "se fazeis o que vos ordeno". Entendese, portanto, que a recíproca é verdadeira: se não fizerdes o que vos ordeno, não sereis meus amigos.


E que ordena o Cristo? Na realidade, uma só coisa: "que vos ameis uns aos outros". Então, amor-doação, amor-sacrifício, amor através do serviço. E explica por que os categoriza como amigos: "o servo não sabe o que faz o senhor dele, mas vós sabeis tudo o que ouvi do Pai". Realmente, a amizade é um passo além, do amor, já que o amor só é REAL, quando está confundido com a amizade.


Como se explica a frase: "tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer", diante da afirmativa posterior: "muito tenho que vos dizer, que não podeis compreender agora" (JO 16:12)? Parece-nos que se trata de um sentido lógico: tudo o que ouvi de meu Pai para revelar-vos, eu vos fiz conhecer; mas há muita coisa ainda que não compreendeis, pois só tereis alcance compreensivo mais tarde, após mais alguns séculos ou milênios de evolução. Não adianta querer explicar cálculo integral a um aluno do primário, ao qual, entretanto, se diz tudo o que se tem que dizer sem enganá-lo, mas não se pode "avançar o sinal". A seu tempo, quando o Espírito verdadeiro, o Eu profundo, estiver amadurecido pela unificação com o Cristo, então será possível perceber a totalidade complexa e profunda do ensino.


A anotação da escolha é taxativa e esclarecedora: "não vós me escolhestes, mas eu vos escolhi". Não é o discípulo que escolhe o Mestre, mas este que o escolhe, quando vê que está apto a ouvir suas lições e a praticar seus ensinos. Muita gente, ainda hoje, pretende escolher seu Mestre: um quer seguir Ramakrishna, outro Râmana Maharshi, outro Yogananda, outro Rudolf Steiner, outro Max Heindel.


Livres de fazê-lo. Mas será que esses Espíritos os aceitam como discípulos? Será que estes estão à altura de compreender seus ensinamentos e imitar suas vidas, seguindo-os passo a passo na senda evolutiva? O Mestre nos escolhe de acordo com nossa tônica vibratória, com o Raio a que pertencemos, aceitando-nos ou rejeitando-nos segundo nossa capacidade, analisada por meio de sua faculdade perceptiva.


Essa é uma das razões da perturbação de muitos espiritualistas, que peregrinam de centro em centro, de fraternidade em fraternidade, perlustrando as bancas de muitas "ordens" e não se fixando em nenhuma: pretendem eles escolher seu Mestre, de acordo com seu gosto personalístico, e só conseguem perturbar-se cada vez mais.


Como fazer, para saber se algum Mestre nos escolheu como discípulos? e para saber qual foi esse Mestre? O caminho é bastante fácil e seguro: dedique-se a criatura ao trabalho e ao serviço ao próximo durante todos os minutos de sua vida, e não se preocupe. Quando estiver "maduro", chegará a mão do Mestre carinhosa e o acolherá em seu grupo: será então o escolhido. O mais interessante é que a criatura só terá consciência disso muito mais tarde, anos depois. E então verificará que todo o trabalho anteriormente executado, e que ele acreditava ter sido feito por sua própria conta, já fora inspiração de seu Mestre, que o preparava para recebê-lo como discípulo. Naturalidade sem pretensões, trabalho sincero sem esperar retribuições, serviço desinteressado e intenso, mesmo naqueles setores que a humanidade reputa humildes são requisitos que revelarão o adiantamento espiritual da criatura.


A esses "amigos escolhidos", o Mestre envia ao mundo, para que produzam frutos, e frutos permanentes que não apodrecem. Frutos de teor elevado, de tal forma que o Pai possa dar-lhes tudo o que eles pedirem em nome de Cristo.


Tudo se encontra solidamente amarrado ao amor manifestado através do serviço e ao serviço realizado por amor.


E para fixação na memória do Espírito, e para que não houvesse distorções de seu novo mandamento, a ordem é repisada categoricamente: "Isso VOS ORDENO: que vos ameis uns aos outros"! Nada de perseguições entre os fiéis das diversas seitas cristãs, nada de brigas nem de emulações, nem ciúmes nem invejas, nem guerras-santas nem condenações verbais: AMOR!
Amai-vos uns aos outros, se quereis ser discípulos do Cristo!
Amai-vos uns aos outros, católicos e evangélicos!
Amai-vos uns aos outros, espíritas e evangélicos!
Amai-vos uns aos outros, católicos e espíritas!
Amai-vos uns aos outros, hindus e budistas!
Amai-vos uns aos outros, espíritas e umbandistas!
Amai-vos uns aos outros, teósofos e rosacruzes!
Amai-vos uns aos outros, é ORDEM de nosso Mestre!
Amai-vos uns aos outros!

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
D. O Novo PÃO, Jo 6:1-71

1. O Sinal dos Pães (6:1-14)

Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do mar da Galiléia, que é o de Tiberíades (1). Novamente a cena passa de Jerusalém (Jo 5:1-2) para a Galiléia, onde Ele foi agora, pela terceira vez (Jo 2:1-4.3). A expressão depois disso é característica de João, e aqui ela resume o que havia acontecido recentemente em Jeru-salém. A estada de Jesus na Galiléia desta vez fora mais longa, evidentemente por causa da oposição que Ele havia encontrado em Jerusalém (Jo 5:16-7.1). O uso de [mar de] Tiberíades é peculiar de João (Jo 6:23-21.1). Este foi um nome posterior que começou a ser usado depois da fundação da cidade de Tiberíades, na costa oeste do mar da Galiléia, por Herodes Antipas (aprox. 25 d.C.).

E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os en-fermos (2). Os verbos seguia e operava estão no tempo imperfeito em grego. Eles poderiam ser assim traduzidos, respectivamente: "estava continuamente seguindo" e "estava continuamente operando". A atividade de cura de Jesus regularmente atraía as multidões da Galiléia.

E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os seus discípulos (3). Esta frase, junto com a afirmação no versículo 1, e comparada com Lucas 9:10, indica que o lugar estava próximo a Betsaida Júlia, na costa nordeste do mar da Galiléia. Por monte "se entende um planalto mais alto que o lago, e não um cume em particular"."

E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima (4). Esta é uma afirmação sur-preendente, porque a Galiléia está longe de Jerusalém, onde a Páscoa era tradicional-mente celebrada. A melhor explicação parece ser que o autor chama a atenção para esta principal festa dos judeus, com a finalidade de colocar o judaísmo em um nítido contraste com o que Jesus diz à mesma multidão em Cafarnaum (6.24,59). Muito do que o nosso Senhor disse ali tinha uma natureza altamente sacramental (e.g., 53). O velho pão (o maná,
31) e tudo o que ele representa (o judaísmo, a lei) são inadequados para a verda-deira necessidade de vida eterna do homem, enquanto Jesus proclama que Ele mesmo é "o pão que desceu do céu" (41), o "pão da vida" (48).

Este é o único milagre de Jesus que está registrado nos quatro Evangelhos (cf. Mt 14:13-21; Mac 6:30-44; Lc 9:10-17). Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? (5) O registro aqui não menciona o fato de que Jesus tivesse compaixão da multidão (cf. Mt 14:14; Mc 6:34). Ao contrário, a sua vinda é a oportunida-de para que Filipe seja posto à prova. Mas dizia isso para o experimentar (6). A observação de João — porque ele bem sabia o que havia de fazer — é típica. "Em todo o seu Evangelho, o evangelista fala como alguém que tem um íntimo conhecimento da mente do Senhor"."

A resposta de Filipe, Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco (7) lida com o problema "a nível do mercado".59 Di-nheiros significa literalmente "denários", que eram as moedas de prata romanas, com valor aproximado de dezoito a vinte centavos de dólar americano, "um salário médio de um dia de trabalho de um operário"." Então ainda permanece a pergunta: "De onde sairá o pão para a multidão?" Filipe, e cada cristão, "deve ser levado a perceber que toda obra missionária se origina de uma interpretação humana adequada dos objetivos divi-nos, e não é um mero desejo humano de divulgar as nossas próprias convicções religiosas limitadas pelos nossos recursos materiais".61

A resposta de Filipe foi calculista e hesitante. A sugestão de André foi otimista, e indicava a possibilidade de aproveitar completamente a oportunidade (cf. 1:41-42), por menos promissora que ela pudesse parecer à primeira vista. Está aqui, disse ele, um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isso para tan-tos? (9) A quantidade de comida era muito pequena e a qualidade não era das melhores. Pães de cevada eram o alimento das pessoas pobres, e os dois peixinhos eram peixes do tipo da sardinha.

Então Jesus deu a ordem: Mandai assentar os homens (10). O fato de que havia muita relva naquele lugar sugere que era primavera (cf. 6.4), o que está em harmonia com a referência à Páscoa (4). A palavra usada para homens indica que os cinco mil não incluíam as mulheres nem as crianças (cf. Mt 14:21). E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os... pelos que estavam assentados; e igualmen-te também os peixes, quanto eles queriam (11). As palavras pelos discípulos e os discípulos não estão nos melhores manuscritos e, portanto, são omitidas nas versões mais recentes. Mas os relatos Sinóticos indicam que Jesus usou os discípulos para ali-mentar a multidão. A palavra traduzida como havendo dado graças, eucharistesas, é ao mesmo tempo bonita e altamente significativa. Daí se origina a palavra "eucaristia", que significa a Ceia do Senhor. Muito do que vem a seguir (Jo 6:51-58) é eucarístico, no seu tom e significado (cf. Mt 26:27; Mac 14.23; Lc 22:19).

O recorrente tema da abundância da dádiva da graça de Deus e do seu Espírito no homem começa a brilhar aqui — eles estavam saciados (12; cf. Jo 1:16-2.7; 4.14; 7:38-39).

Depois que todos tinham comido, mediante uma ordem de Jesus, os discípulos enche-ram doze cestos de pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido (13).

Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo (14, cf. Dt 18:15). Esta reação ao sinal é típica e semelhante a outras reações neste Evangelho (cf; 4.19; 7.40; 9.17). Também era a força motivadora que os fazia tentar arrebatá-lo, para o fazerem rei (15) ; e tendo fracassado nesse intento, esta motivação os levava a procurá-lo no outro lado do lago (6:24-25). Para evitar um possível levante que o colocaria em uma posição de Messias-Rei — porque estas eram as conotações das palavras profeta e rei — Jesus tornou a retirar-se, ele só, para o monte (15).

  1. O Sinal do Mar Acalmado (6:15-24)

Esta seção é uma espécie de interlúdio de transição para o tema principal — o Pão da Vida. Ela tem pelo menos três objetivos principais. Primeiramente, fornece o relato da mudança de cenário de Betsaida Júlia, o lugar do milagre dos pães e peixes, para Cafarnaum (ver o mapa 1), o cenário do discurso a respeito do Pão da Vida. Isto é de particular interesse, uma vez que os discípulos primeiro passaram o mar (17) na direção oeste, em um barco açoitado por um mar tempestuoso (16-19). Mais tarde, Jesus atravessou, andando sobre o mar (19) e subindo no barco com os discípulos (21). Mais tarde ainda (no dia seguinte), a multidão entrou também nos barcos e foi a Cafarnaum (24).

Um segundo objetivo é o de mostrar a completa inadequação do homem diante da adversidade, quando deixado sozinho com os seus próprios recursos. A imagem é clara. Era já escuro (17), e conseqüentemente os discípulos não eram capazes de manter um curso exato. Eles estavam sozinhos, separados da Fonte da ajuda adequada — ainda Jesus não tinha chegado perto deles (17). A adversidade natural da vida os superou — e o mar se levantou, porque um grande vento assoprava (18). Os seus medos multiplicaram-se com a aparição da Presença não reconhecida — e temeram (19). Vin-te e cinco ou trinta estádios seriam cerca de 5 a 6,5 quilômetros.

Finalmente, este foi o cenário em que os discípulos aprenderam que a Presença divina vem ao homem não somente na hora da adoração no lugar sagrado, mas nos momentos inesperados e de maior necessidade (cf. Hb 4:16). Jesus chegou dizendo Sou eu (literalmente, "Eu sou") ; a divina Presença está aqui; não tenham medo (20).

Então, eles, de boa mente, o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam (21). Aqui está um bonito epílogo para todo o drama. Logo prova-velmente significa "rapidamente".

  1. O Pão Eterno (6:25-65)

a. O Verdadeiro Trabalho (6:25-34). As multidões que comeram os pães e os peixes do milagre não se desanimavam facilmente. Eles não podiam perder o contato com aquele que lhes providenciara uma refeição sem que houvessem tido nenhum custo ou trabalho. Julgando que Ele tinha partido de Betsaida Júlia rumo a Cafarnaum, eles foram para lá, à sua procura (24). E, achando-o no outro lado do mar, disseram lhe: Rabi, quando chegaste aqui? (25) Encontrando-o no dia seguinte, essas pesso-as tinham fome novamente. Elas tentaram dar a impressão de que tinham atravessa-do o lago por causa de quem Ele era, mas a verdadeira razão é que esperavam conse-guir alguma coisa para si mesmos. E Jesus, sabendo disso (cf. 2.25), disse: Na verda-de, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas por-que comestes do pão e vos saciastes (26). Então, Jesus lhes deu uma ordem e ao mesmo tempo uma promessa. A ordem tem um aspecto positivo, e outro negativo.

Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna (27). A promessa é que crer no Filho (27) provê mais do que a comida perecível; esta atitude traz uma dádiva que permanece para a vida eterna, a qual Filho do Homem vos dará (27). O contraste das duas palavras trabalhai e dará "é essencial para o sentido da passagem. O trabalho do crente, no final, não traz uma recompensa como se fosse a título de salário, mas garante uma dádiva, uma bênção".' Aquele que dá a dádiva é a própria Dádiva (cf. 6.51), porque a este o Pai, Deus, o selou (27), i.e., "o comissionou para este exato propósito".'

A próxima pergunta feita pelo povo é uma pergunta deliberativa — do tipo que espe-ra uma resposta imperativa. Poderia ser traduzida literalmente como: "Que devemos fazer para executar as obras de Deus?" (28) Embora pareça enigmática, a resposta de Jesus foi simples: "A obra que realmente importa é ter fé em Cristo" (cf. Atos 16:30-31). A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou (29). O tempo presente do verbo crer é importante aqui, e significa "que vocês possam ter fé continuamente, que vocês possam viver uma vida de fé".'

O pedido de Jesus para que eles tivessem fé naquele que Deus enviou fez com que desafiassem a sua autoridade (cf. Jo 2:18-4.11). Por que deveriam crer nele? Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu? (30) A volta deles para a religião tradicional, embora vazia, é típica na narrativa de João. Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu (31; cf. Jo 4:12-20; 5.10; 9.16). É como se essas pessoas estivessem dizendo a Jesus: "Ontem, você nos alimentou. Hoje o procuramos para ter outra refeição e tudo o que você nos dá é essa conversa sobre ter fé. Moisés fez melhor do que isto. O maná estava fresco todas as manhãs. Então, ou você nos dá comida, ou não o seguiremos mais!"

Aqui Jesus corrige a impressão deles. Até mesmo as dádivas, como por exemplo o maná da antiga aliança, não vieram de Moisés, mas sim de Deus — Moisés não vos deu o pão do céu (32). E mesmo as dádivas de Deus da antiga aliança, como o maná, não tinham outra intenção senão a de anunciar o verdadeiro pão (cf. Hb 10:1). Porque pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (33; cf. Jo 4:14).65 Assim como a samaritana havia pedido, "Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la" (4.15), estas pessoas disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão (34) [66].

b. "O Verdadeiro Pão" (6:35-40). Jesus agora lhes declarou abertamente aquilo que ficara oculto no sinal e no simbolismo. Se realmente quisessem o pão que Ele lhes daria, precisariam saber que Ele era aquele pão. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede (35; cf. Jo 4:14-6.48,58; 7.37--38). Até agora, no Evangelho de João, a expressão Eu sou já ocorreu duas vezes em declarações diretas de Jesus sobre a sua divindade (4.26; 6.20). Aqui começa o uso de metáforas fortes e expressivas. Elas aparecem dezessete vezes e os exemplos mudam: por exemplo, Eu sou o pão da vida; "Eu sou a luz do mundo" (8,12) ; "Eu sou a porta" (10.9). Westcott escreve: "Os exemplos com que se conecta [Eu Sou] fornecem um estudo completo da obra do Senhor".'

Os verbos vem e crê no presente retratam uma ação continuada e persistente, e são importantes nesta seção. A implicação é que deixar de vir ou de ter fé também significa a descontinuidade da satisfação da fome e da sede.

O povo tinha pedido um sinal (6,30) e agora Jesus lhes diz que eles têm um sinal -a Encarnação — embora não acreditem. Já vos disse que também vós me vistes e, contudo, não credes (36).

Nos versículos 37:40, há dois temas principais. Primeiro, a vontade de Deus se torna efetiva para o homem por meio do Filho, e tem como resultado a vida eterna. O Filho realiza a vontade do Pai — porque eu desci do céu não para fazer a minha vonta-de, mas a vontade daquele que me enviou (38; cf. Mt 26:39-42). Graças ao perfeito desempenho do Filho em realizar a vontade do Pai, o plano de Deus para o homem é: 1. uma completa comunhão com Cristo (37) ; 2. orientação e graça para aqueles que vêm (37) e assim "continuam tendo fé nEle" (lit.,
40) ; 3. a vida eterna, i.e., a vida no seu nível mais elevado, aqui e agora — a vida santificada (cf. 1 Ts 4.3). Posteriormente, haverá a transformação completa (cf. 2 Co 3,18) com a participação na sua ressurreição. A frase eu o ressuscitarei no último Dia (40) aparece como um tipo de refrão por toda esta seção (39-40,44,54).

O segundo tema é que a vida eterna, tanto no seu significado presente quanto no escatológico, está aberta para o homem. Isto não se deve ao mérito do homem, mas so-mente à graça de Deus. A interpretação negativa da frase Tudo o que o Pai me dá virá a mim (37), como base para uma doutrina de reprovação, significa o retorno à lógica inflexível. Gossip comenta: "Existem coisas mais verdadeiras do que isso na vida... tudo o que ela diz é que se somos cristãos, então somos dele não por causa de alguma coisa que tenhamos feito... mas unicamente porque Deus se propôs a nos ganhar"."

c. As Objeções São Anuladas (6:41-51). Os judeus objetaram a afirmação de Jesus de que Ele era o pão que desceu do céu (41), com base no fato de que eles conheciam os seus pais humanos (42). Como, pois, Ele pode ser o Pão do céu? Jesus anulou as suas objeções ressaltando que foi o Pai quem tomou a iniciativa de redimir os homens (44), e que tudo o que eles vêem ou deveriam ver é a completa revelação daquele que Deus enviou (44,46). Isto, Ele disse, deveriam saber por terem lido as palavras dos profetas (Is 54:13; Jr 31:34). Se tivessem seguido os ensinos dos profetas, teriam sido todos ensina-dos por Deus e viriam até o filho (45). Tão perfeita e adequada é a revelação de Deus no Filho, que Ele podia dizer: Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna (47).

Os judeus haviam apelado para a sua religião tradicional como se esta fosse mais adequada do que a promessa de Jesus (6.31). Agora Jesus, declarando-se como o pão da vida (48), com sutil humor acrescentou: Vossos pais comeram o maná no de-serto e morreram (49). A antiga aliança não satisfez a mais profunda necessidade do homem. Mas quanto ao Pão novo e eterno, o que dele comer não morre (50). Além disso, o novo Pão está aqui, disponível para todos os homens por meio da cruz. O pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo (51).

  1. A Comida e a Bebida Verdadeiras (6:52-59). A promessa de Jesus de que Ele daria a sua carne... pela vida do mundo (6,51) causou uma discussão ("um violento debate", segundo a versão NEB em inglês) entre os judeus, e eles perguntaram: Como nos pode dar este a sua carne a comer? (52) Naturalmente, Jesus falava figuradamente da sua conciliação, mas eles vacilaram, e os homens ainda vacilam, com respeito à idéia da cruz, e da sua elevada provisão. Eles não perguntaram: "Como podemos comer?" E sim: "Deus consegue fazer isso?"." Os homens ainda fazem a mesma pergunta, de uma forma ligei-ramente diferente: "Deus é capaz de santificar completamente um homem?"

A resposta de Jesus descreve a maneira exclusiva da santidade cristã e ao mesmo tempo proclama a grande promessa da possibilidade da vida eterna, da vida de santida-de. Se não comerdes (ou seja, não existe alternativa) a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a mi-nha carne e bebe o meu sangue tem [no presente] a vida eterna, e eu o ressusci-tarei no último Dia (53-54). Aquele que participa, pela fé, da sua natureza, da vida de santidade, tem a vida eterna. A santidade de coração é a essência do significado da Ceia do Senhor.

Dois temas para posterior desenvolvimento aparecem na resposta de Jesus. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu, nele (56). A mesma palavra aqui traduzida como permanecer aparece como "estar em" no exemplo da videira e das varas no capítulo 15. O tema da unidade do Pai, do Filho e do crente é evidente no versículo 57. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim (cf. Jo 17:21).

O resumo final da resposta de Jesus mostra a completa inadequação da antiga ali-ança e a satisfação duradoura que há no novo Pão. Vossos pais...comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre (58).

  1. Um Discurso Severo (6:60-65). Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? (60) O discurso era duro, não por ser ininteligível, mas porque transmitia as exigências completas e elevadas da cruz. "Ele reivindicava a completa submissão, a autodevoção, e a auto-entrega dos discí-pulos. Ele significativamente apontava para a morte".' Quem o pode ouvir? significa "Quem pode aceitar isso?" (Phillips)

A resposta de Jesus (61-64) à sua reclamação foi realmente uma volta a sua pergun-ta. Se eles hesitavam em relação às completas implicações da Encarnação, o que fariam se vissem subir o Filho do Homem para onde primeiro estava? (62) Se é difícil acreditar que Deus veio em carne (cf. 1.14), como alguém poderia acreditar que o espíri-to é o que vivifica (63) e que até mesmo na morte na cruz existe glória (cf. Fp 2:8-9) ? A carne para nada aproveita (63), i.e., "A nova era que Jesus inaugura... não deve ser definida em termos de milagres chocantes no plano dos fenômenos, no plano stfrx... mas em termos daquela ordem de ser, que é real e eterna".71

Apesar de as palavras de Jesus serem espírito e vida (63), Ele sabia que alguns não estavam reagindo com fé: Bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não criam e quem [Judas 1scariotes] era o que o havia de entregar (64; cf. Jo 2:25). No versículo 65, Jesus repete o que já havia dito no versículo 44. Outra vez encon-tramos aqui a realidade da soberania divina em ação com a liberdade humana.

4. Os Discípulos nas Encruzilhadas (Jo 6:66-71)

Não há palavras mais surpreendentes no Evangelho de João do que as seguintes: Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele (66). Alguns o haviam seguido por razões erradas (6,26) ; outros tinham muita vontade de refugiar-se na religião tradicional (6,31) ; outros acharam o chamado da san-tidade de coração e vida excessivamente exigente (6,53) — então tornaram para trás!

Por que eles voltaram? Um desenvolvimento intitulado "Discípulos nas Encruzilha-das" poderia ser estruturado em torno de três idéias básicas: 1. Alguns estavam mais interessados em ganhos materiais (pães) do que em permitir que Jesus dirigisse as suas vidas (26-27) ; 2. Alguns estavam completamente satisfeitos com uma forma de religião isenta de comprometimento (30-31) ; 3. Alguns, particularmente Judas, enxergaram o custo do verdadeiro discipulado, da santidade de coração (53,70-71).

Então Jesus voltou-se para os doze e disse: Quereis vós também retirar-vos? (67) Pedro tivera uma visão de primeira mão das "possibilidades da graça" — a promessa de tornar-se um participante da natureza de Jesus (6,54) e a garantia de compartilhar a sua ressurreição (6:39-40,44,54). Neste cenário, Pedro pronunciou estas palavras memoráveis: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus (ou "O Santo de Deus"; 68-69).

Judas e a sua traição a Jesus são mencionados duas vezes nesta seção (64,70-71). Será possível que, assim como Pedro viu as "possibilidades da graça" conduzindo à santidade de coração, Judas tenha visto uma cruz, e não um Reino celestial logo à frente? Será que ele enxergou que não há maneira de servir a Deus exceto tornando-se um participante da sua natureza (6,53) ? Será possível que, a partir deste dia em que Judas compreendeu o tema da santidade de coração, ele tenha definido como a sua direção a rejeição da luz, culminando em uma separação final? "Ele... saiu logo: e era já noite" (13.30).


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de João Capítulo 6 versículo 46
Jo 1:18.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
*

6.1-71

Este capítulo é o ponto crucial dos capítulos 2:12. Revela a identidade de Jesus como Aquele enviado do Pai (vs. 38,44,46, 50, 51, 57); de maneira figurada distingue entre a fé e a descrença através da ilustração do comer e do beber a carne e o sangue de Jesus (vs. 53-58); narra a crescente rejeição, motivada pela descrença com que Jesus se defrontou (vs. 41-42; 60-66). Os sinais, neste capítulo, recordam os correspondentes eventos salvíficos na história de Israel. Indicam que Jesus cumpre a tipologia da Páscoa, do Êxodo e da provisão de alimento no deserto.

* 6.1-4

Jesus deixa Jerusalém e vai para a margem oposta do mar da Galiléia, já perto da Páscoa. Esta festa foi estabelecida em Êx 12:43-51 para comemorar o modo como Deus "passou por cima" dos israelitas e matou os egípcios. As passagens do Antigo Testamento lidas durante a Páscoa, nos tempos de Jesus, provavelmente incluíam Gn 1:8; Êx 11:16 e Nm 6:14. Há fortes semelhanças entre estes textos e os comentários de Jesus, neste discurso.

* 6:1

Tiberíades. É um outro nome do mar da Galiléia, dado em homenagem à cidade de Tibérias, construída por Herodes entre os anos 20:30 d.C..

* 6:2

os sinais que ele fazia. João registra só uma cura na Galiléia, a do filho do oficial do rei (4.46-54). Jesus deve ter feito outros sinais miraculosos ali (conforme 21.25)

* 6:3

subiu Jesus ao monte. Este detalhe pode ter tido a intenção de sugerir uma comparação entre Jesus e Moisés, que subiu ao Monte Sinai (v. 14, nota).

* 6.5-15

A alimentação dos cinco mil. Jesus alimenta a multidão, como Moisés fez no deserto (Nm 11),

* 6:5

para lhes dar a comer. Reminiscência de Nm 11:13, onde Moisés faz uma pergunta semelhante.

* 6:7

duzentos denários. Um denário correspondia ao pagamento de um dia de trabalho (Mt 20:2).

* 6:10

cinco mil. O número não incluía mulheres e crianças (Mt 14:21 conforme 2Rs 4:42-44).

* 6:14

o profeta. Isto é, profeta semelhante a Moisés (Dt 18:15).

* 6:15

para o proclamarem rei. O reinado do Messias devia ser espiritual e não político. Conquanto aceitasse o título de "Rei de Israel" (1.49), Jesus recusou a oferta de Satanás (Mt 4:8,9; Lc 4:5,6) e os esforços mal orientados do povo.

* 6.16-21

Este milagre é registrado em Mt 14:22-33 e em Mc 6:47-51. Não deve ser confundido com a tempestade acalmada, em Mt 8:23-27; Mc 4:36-41 e Lc 8:22-25.

* 6:21

logo. Alguns entendem este episódio como sendo um milagre adicional; outros entendem que depois de Jesus entrar no barco, nenhuma outra dificuldade foi encontrada.

* 6:26

não porque vistes sinais. Ainda que tivessem visto o milagre da multiplicação de pães e peixes, não o reconheceram como um sinal que identificasse Jesus como o Messias. Foi meramente como uma oportunidade de refeição para eles.

* 6:27

Jesus aponta para o significado espiritual do milagre, que é estabelecer o selo de Deus como aprovação de seu ministério e identificá-lo como o Filho do homem, o Messias prometido.

* 6:31

Eles esperavam que a vinda do Messias fosse marcada por um milagre tão grande ou maior do que a dádiva do maná no deserto.

* 6:32

o verdadeiro pão do céu. A palavra "verdadeiro" tem um sentido especial. Jesus se refere ao que é eterno em contraste com o que é meramente representativo. O pão que Deus providenciou através de Moisés (Êx 16, Nm 11) era apenas material e temporal, e não espiritual e eterno. Ver nota em 4.24.

* 6:33

o que desce do céu. Este é Jesus Cristo cuja encarnação é descrita como "descida do céu" (vs. 38, 41, 42, 50, 51, 58; 3.13, 31; Ef 4:9-10).

e dá vida ao mundo. Cristo provê vida eterna para aqueles que estão mortos em delitos e pecados (Ef 2:1). Estes são escolhidos não somente dentre os judeus mas dentre os de todo o mundo. Jesus não ensina aqui a salvação universal, mas a relevância e o apelo universais de sua obra salvadora (3.16, nota).

* 6:34

dá-nos sempre deste pão. Eles entenderam mal as afirmações de Jesus, tomando-as em sentido puramente físico, como Nicodemos (3,4) e como a mulher samaritana (4,15) tinham feito.

* 6:35

Eu sou o pão da vida. Esta é a primeira das sete expressões "Eu sou", ditas neste Evangelho (8.12; 9.5; 10.7, 9, 11,14; 11.25; 14.6; 15.1,5). A expressão recorda Êx 3:14 e é uma implícita reivindicação de divindade (8.58,59 e notas).

* 6:37

Todo aquele que o Pai me dá. Deus conduz à fé todos aqueles que escolheu redimir. A redenção do eleito é certa. O Filho promete aceitar qualquer um que crê verdadeiramente.

* 6:38

não para fazer a minha própria vontade. A vontade do Filho e a vontade do Pai concordam plenamente; não há competição ou desacordo. A submissão de Jesus ao Pai mostra esta harmonia.

* 6:39

que nenhum eu perca... eu o ressuscitarei. A vontade do Pai não é apenas o oferecimento de uma oferta, realizada pelo próprio Jesus, em benefício dos pecadores perdidos. Ele, finalmente, ressuscitará a todos os que o Pai lhe deu e não deixará perder-se nem um só deles. Deus graciosamente os faz perseverar como verdadeiros crentes, assegurando sua salvação final. Ver "Perseverança dos Santos", em Rm 8:30.

* 6:41

Murmuravam, pois, dele os judeus. Esta atitude é semelhante à dos israelitas no deserto, que murmuravam contra Moisés e Arão (Êx 16:7; 17:3; Nm 11:1).

que desceu do céu. A origem de Jesus estabelece sua identidade como Messias e Filho de Deus (vs. 29, 33, 38; 1.1,2, 14, 18, 45, 46; 3.2, 13 17:31-5:36-38). Os que são confrontados com esta revelação devem responder, ou crendo ou rejeitando. Não há meio-termo.

* 6:44

se o Pai, que me enviou, não o trouxer. Jesus ensina que ninguém pode responder positivamente à sua advertência ou ao seu convite sem a atuação do Pai em guiar o indivíduo a Jesus. O coração é naturalmente duro e não aceitará o convite de Deus, a menos que uma obra especial da graça de Deus aconteça (v.65). Ver "Vocação Eficaz e Conversão", em 2Ts 2:14).

* 6:45

E serão todos ensinados por Deus. Em seu contexto original, Is 54:13 é uma promessa de redenção final. Jesus, na próxima frase, indica que os que participam desta redenção são os que vêm a ele, identificando-se, portanto, com aquele em quem a redenção final se realiza.

tem ouvido... vem a mim. Todo aquele que deseja pode vir e vem porque "aprenderam do Pai", que os traz (v. 44).

* 6.51-58

Os ouvintes de Jesus continuam a entender mal suas afirmações, tomando-as em sentido puramente físico (conforme v. 34). Entendido literalmente, aquilo que Jesus disse seria altamente objetável uma vez que envolveria canibalismo e uso de sangue, o que era severamente proibido pela Lei (Gn 9:4; Lv 7:26,27; 17.10-14; Dt 12:23,24). Jesus emprega a linguagem do comer e do beber para ilustrar a intimidade da união entre Cristo e o crente. Esta união espiritual pela qual Cristo infunde nova vida ao crente é retratada posteriormente, no Evangelho, como a união entre a vinha e seus ramos (15.1-8). Esta união é, às vezes, chamada "união mística" e é um tema bastante repetido nas cartas de Paulo (Gl 2:20; Ef 1:3-14).

Ainda que alguns vejam aqui uma referência à Ceia do Senhor, uma menção a este Sacramento, neste ponto, teria sido incompreensível aos ouvintes de Jesus. Esta passagem é melhor entendida como apontando para a realidade espiritual que a Ceia do Senhor também significa — a união com Cristo e todos os benefícios da salvação recebidos através dele.

* 6:51

pão vivo. Ver nota no v. 32.

do mundo. Ver nota em 4.42.

* 6:53

se não comerdes... e não beberdes. Fora da união pessoal com o Salvador, não há salvação. Ver "A Ceia do Senhor", em 1Co 11:23.

* 6:60

Muitos de seus discípulos. Estes discípulos se ofenderam com as palavras de Jesus, recusaram-se a ouvir a sua explicação e não quiseram aceitar a mensagem da salvação pela graça.

* 6.61, 64, 70

Três exemplos de conhecimento sobrenatural (conforme 2.24,25).

* 6:62

virdes o Filho do homem subir. Do mesmo modo que "levantar" (3.14, nota), "subir" aqui, provavelmente se refere aos eventos que se iniciam com o "ser levantado" na cruz, culminando na sua exaltação à mão direita do Pai. Se muitos de seus discípulos murmuravam diante de suas palavras nos vs. 53-58, como reagiriam ao escândalo da crucificação? Ver "A Ascenção de Jesus", em Lc 24:51.

para o lugar onde primeiro estava. Uma referência à preexistência da Palavra viva (1.1-3).

* 6:63

O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita. Esta expressão torna claro que entender as palavras de Jesus em sentido meramente físico é absolutamente errado. Notar a estreita cooperação entre o Pai (vs. 37-40. 44-46, 57, 65), o Filho e o Espírito Santo (v. 63) mostrada nesta passagem.

* 6:65

ninguém poderá vir a mim, se. É impossível a qualquer pessoa ir a Cristo, sem a chamada eficaz de Deus. A incapacidade moral do pecador para escolher Cristo precisa ser sobrepujada pelo poder gracioso e soberano do Espírito (3.5-21).

* 6.66-71

Um ponto crucial neste Evangelho. Muitos de seus discípulos, juntos com a multidão, rejeitaram a Cristo em sua descrença, enquanto os seus discípulos, que permaneceram fiéis (como na confissão de Pedro, por exemplo) aprofundaram sua fé nele.

* 6:67

quereis... retirar-vos. A pergunta de Jesus enseja a firme resposta de Pedro, que fala pelos Doze. Uma situação paralela é encontrada em 13 40:16-20'>Mt 16:13-20; Mc 8:27-29; Lc 9:18-20.


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
6:5 De saber algum onde conseguir comida, esse tivesse sido Felipe, porque era da Betsaida, uma aldeia a uns quatorze quilômetros e meio de distância (1.44). Jesus provava ao Felipe a fim de fortalecer sua fé. Ao pedir uma solução humana (sabendo que não existia tal coisa), destacou o ato poderoso e milagroso que estava a ponto de realizar.

6.5-7 Quando Jesus perguntou ao Felipe onde comprar uma enorme quantidade de pão, este começou a calcular o custo provável. Jesus queria lhe ensinar que os recursos financeiros não são os mais importantes. É possível que limitemos a obra de Deus em nós por supor de antemão o que é possível e o que não. Existe alguma tarefa impossível que acredita que Deus deseja que faça? Não permita que sua avaliação do irrealizável lhe impeça de aceitar a tarefa. Deus pode fazer algo milagroso; confie no quanto à provisão de recursos.

6.8, 9 Se faz um contraste entre os discípulos e o menino que brindou o que tinha. Contavam com mais médios que o menino, mas como sabiam que o que tinham não era suficiente, não deram nada. O menino entregou o pouco que tinha e isso foi o que o trocou tudo. Se não oferecermos nada a Deus, O não terá nada para usar. Mas pode tomar o pouco que temos e convertê-lo em algo grande.

6.8, 9 Ao efetuar seus milagres, Jesus pelo general preferia obrar através da gente. Aqui tomou o que lhe oferecia um menino e o usou para levar a cabo um dos milagres mais espetaculares narrados nos Evangelhos. A idade não representa uma barreira para Cristo. Nunca pense que é muito jovem nem muito velho para lhe ser útil.

6:13 Existe uma lição nas sobras. Deus dá em abundância. Toma o que podemos lhe oferecer quanto a tempo, habilidade ou recursos e multiplica sua eficácia além de nossas expectativas mais amalucadas. Se der o primeiro passo ficando à disposição de Deus, este lhe mostrará quão grandemente pode utilizá-lo para estender seu reino.

6:14 "O profeta" é aquele que profetizou Moisés (Dt 18:15).

6:18 O mar da Galilea está 195 m por debaixo do nível do mar, tem uma profundidade de 45 m e está rodeado de colinas. Estas características físicas fazem que fique exposto a tormentas repentinas com ventos que causam ondas muito altas. Tais tormentas se esperavam neste lago, mas também eram atemorizantes. Quando Jesus foi a seus discípulos durante uma tormenta andando sobre a água (a mais de 5 km da costa), disse-lhes que não temessem. Freqüentemente enfrentamos a tormentas espirituais e emocionais e nos sentimos sacudidos como um pequeno bote em um grande lago. Apesar das circunstâncias aterradoras, se confiarmos nossas vidas a Cristo para que as proteja, O nos dará paz em qualquer tormenta.

6:18, 19 Os discípulos, atemorizados, possivelmente pensaram que viam um fantasma (Mc 6:49). Mas se tivessem recordado as coisas que tinham visto fazer ao Jesus, poderiam ter aceito este milagre. Tiveram medo. Não esperavam que Jesus se aparecesse e não estavam preparados para receber sua ajuda. A fé é uma atitude mental que nos faz esperar que Deus atue. Quando atuamos de acordo com esta expectativa, podemos vencer os temores.

6:26 Jesus criticava às pessoas que o seguiam unicamente pelos benefícios físicos e temporários em lugar de fazê-lo para saciar sua fome espiritual. Muitas pessoas utilizam a religião para obter prestígio, consolo, inclusive votos políticos. Mas esses motivos são egoístas. Os verdadeiros crentes seguem ao Jesus porque sabem que O tem a verdade e que sua verdade é caminho de vida.

6:28, 29 Muitos que procuram sinceramente a Deus ficam perplexos quanto ao que A deseja que façam. As religiões do mundo representam os intentos da humanidade em responder a esta pergunta. Mas a resposta do Jesus é breve e singela: devemos acreditar no que Deus enviou. O que agrada a Deus não surge do trabalho que fazemos, mas sim de ver em quem acreditam. O primeiro passo é aceitar que Jesus é o que diz ser. Todo desenvolvimento espiritual se edifica sobre esta asseveração. Declare ao Jesus: "Você é o Cristo, o Filho do Deus vivente" (Mt 16:16), e embarque-se em uma vida de fé que agrade a seu Criador.

6:35 A gente come pão para saciar sua fome física e para manter sua vida física. Podemos saciar a fome e manter a vida espirituais unicamente mediante uma adequada relação com o Jesucristo. Com razão dizia que era o pão de vida. Mas o pão deve comer-se para manter a vida e a Cristo deve convidar-se a entrar em nosso jornal andar para manter a vida espiritual.

6.37, 38 Jesus não obrava independentemente de Deus o Pai, a não ser com O. Isto devesse nos dar maior segurança de ser aceptos na presença de Deus e protegidos pelo. O propósito do Jesus era fazer a vontade de Deus, não satisfazer seus desejos humanos. Devêssemos ter o mesmo propósito.

6:39 Jesus disse que não perderia uma pessoa sequer das que o Pai lhe tinha dado. Assim que qualquer que se comprometa sinceramente a acreditar no Jesucristo como Salvador está seguro na promessa de vida eterna que dá Deus. Cristo não permitirá que Satanás vença a seu povo e este perca a salvação (vejam-se também 17.12; Fp 1:6).

6:40 Os que põem sua fé em Cristo ressuscitarão da morte física à vida eterna com Deus quando Cristo volte outra vez (vejam-se 1Co 15:52; 1Ts 4:16).

6:41 Quando João diz judeus, refere-se aos líderes que eram hostis ao Jesus, não aos judeus em geral. João mesmo era judeu, e também Jesus.

6:41 Os líderes religiosos murmuravam porque não podiam aceitar a declaração de divindade do Jesus. Solo o viam como o carpinteiro do Nazaret. negaram-se a acreditar que Jesus era o Filho divino de Deus e não toleravam sua mensagem. Muitas pessoas rechaçam a Cristo porque dizem que não acreditam que seja o Filho de Deus. Em realidade, o que não podem aceitar são as exigências de lealdade e obediência que lhes faz Cristo. De modo que para proteger da mensagem, rechaçam ao mensageiro.

6:44 Deus, não o homem, joga o papel mais ativo na salvação. Quando alguém decide acreditar no Jesucristo como Salvador, faz-o unicamente respondendo ao mover do Espírito Santo de Deus. O põe em nós a inquietação, nós decidimos se acreditar ou não. Ninguém pode acreditar no Jesus sem a ajuda de Deus.

6:45 Jesus fazia alusão a uma idéia do Antigo Testamento sobre o reino messiânico segundo a qual todas as pessoas recebem ensino direto de Deus (Is 54:13; Jr 31:31-34). Enfatizava a importância de não ouvir somente, mas sim de aprender. Deus nos ensina mediante a Bíblia, nossas experiências, os pensamentos que nos dá o Espírito Santo e as relações com outros cristãos. É você receptivo ao ensino de Deus?

6:47 Crie, conforme se usa aqui, significa "segue acreditando". Não acreditam uma só vez, mas sim seguimos acreditando e confiando no Jesus.

6.47ss Freqüentemente, os líderes religiosos pediam ao Jesus que lhes provasse por que era melhor que os profetas que tinham tido. Aqui Jesus se refere ao maná que Moisés deu a seus antepassados no deserto (veja-se Exodo 16). Este pão era físico e temporário. O povo o comia e lhes dava o sustento de um dia. Mas era necessário obter mais pão cada dia e este não impedia que muriesen. Jesus, que é muito maior que Moisés, oferece-se como pão espiritual do céu que satisfaz plenamente e conduz à vida eterna.

6:51 Como pode Jesus nos dar sua carne como pão para que comamos? Comer pão de vida significa aceitar a Cristo e nos unir ao. Unimos a Cristo de duas formas: (1) ao acreditar em sua morte (o sacrifício de sua carne) e ressurreição, e (2) ao nos dedicar a viver como A manda, dependendo de seus ensinos para nos guiar e confiando no Espírito Santo para receber poder.

6:56 Esta mensagem resultava chocante: comer carne e beber sangue soava a canibalismo. A idéia de beber qualquer sangue, com mais razão a humana, resultava repugnante para os líderes religiosos porque a Lei o proibia (Lv 17:10-11). É obvio que Jesus não se referia ao sangue em forma literal. O que dizia era que sua vida devia converter-se na deles. Mas eles não podiam aceitar este conceito. O apóstolo Paulo mais tarde usou a imagem do corpo e do sangue ao falar da ceia do Senhor (veja-se 1Co 11:23-26).

6:63, 65 O Espírito Santo dá vida espiritual; sem a obra do Espírito Santo nem sequer podemos ver nossa necessidade de vida nova (14.17). Toda renovação espiritual começa e acaba em Deus. O nos revela verdade, vive em nós e logo nos capacita para responder a essa verdade.

6:66 por que as palavras do Jesus fizeram que muitos de seus seguidores o abandonassem? (1) É possível que se deram conta de que não seria o Messías-Rei conquistador que esperavam. (2) Recusou ceder ante suas exigências egocêntricas. (3) Enfatizou a fé, não os fatos. (4) Seus ensinos eram difíceis de entender e algumas de suas palavras eram ofensivas. Ao crescer em nossa fé, é possível que nos sintamos tentados a nos apartar porque as lições do Jesus são difíceis. Reagirá você dando-se por vencido, passando por cima certos ensinos ou rechaçando a Cristo? Em lugar disso, peça a Deus que lhe mostre o significado de seus ensinos e lhe diga como se aplicam a sua vida. Logo tenha o valor de atuar em apóie à verdade de Deus.

6:67 Para o Jesus não existem termos médios. Quando perguntou a seus discípulos se também se iriam, mostrava-lhes que podiam tanto aceitá-lo como rechaçá-lo. Jesus não tentava rechaçar às pessoas com seus ensinos. Simplesmente dizia a verdade. quanto mais escutavam as pessoas a verdadeira mensagem do Jesus, mais se dividiam em dois bandos: os que procuravam com sinceridade porque desejavam entender mais, e os que rechaçavam ao Jesus porque não gostavam do que ouviam.

6.67, 68 Depois que muitos dos seguidores o abandonaram, Jesus perguntou aos doze discípulos se também o deixariam. Pedro respondeu: "A quem iremos?" Em seu estilo direto, Pedro respondeu por todos nós: não há outro caminho. Apesar de que existem muitas filosofias e autoridades autoproclamadas, unicamente Jesus tem palavras de vida eterna. A gente procura a vida eterna por toda parte e não vêem cristo, a única fonte. Permaneça com o Jesus, sobre tudo quando estiver confundido ou se sinta sozinho.

6:70 Como resposta à mensagem do Jesus, algumas pessoas se foram; outros ficaram e acreditaram de verdade; e alguns, como Judas, ficaram mas tentaram usar ao Jesus para ganho pessoal. Muitas pessoas hoje em dia se afastam de Cristo. Outros fingem seguir, assistindo à igreja por uma questão social, para receber aprovação de família e amigos, ou relações de negócio. Mas em realidade só há duas respostas possíveis ao Jesus: aceita-o ou o rechaça. Como respondeu a Cristo?

6:71 se desejar mais informação sobre o Judas, veja-se seu perfil no Marcos 14.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
K. alimentando a multidão (6: 1-15)

1 Depois destas coisas, Jesus retirou-se para o outro lado do mar da Galiléia, que é o mar de Tiberíades. 2 E grande multidão o seguia, porque eles viram os sinais que ele fazia sobre os que estavam doentes. 3 E Jesus foi subiu ao monte, e assentou-se ali com os seus discípulos. 4 Ora, a páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. 5 Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: De onde compraremos pão, para estes comerem? 6 Mas dizia isto para o experimentar;. pois ele bem sabia o que ia fazer 7 Filipe respondeu-lhe, no valor de duzentos xelins de pão não lhes bastam, para que cada pode-se tomar um pouco. 8 Um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: 9 Há aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tanta gente? 10 Jesus disse Faça as pessoas se sentar. E havia muita relva naquele lugar. Assim, os homens sentaram-se, em número de quase cinco mil. 11 , portanto, Jesus tomou os pães; e tendo dado graças, repartiu-os pelos que estavam assentados; igual modo os peixes, quanto eles queriam. 12 E quando eles estavam saciados, disse aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca. 13 Recolheram-up, e encheram doze cestos com pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. 14 Quando, pois, o povo viu o sinal que ele fez, disseram: Este é verdadeiramente o profeta que vem ao mundo.

15 Jesus, portanto, perceber que eles estavam prestes a vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se novamente para dentro da própria montanha sozinho.

A alimentação dos cinco mil estão registrados nos quatro Evangelhos, com algumas variações nas circunstâncias do incidente. Mateus e Marcos também gravar a alimentação dos quatro mil. João coloca o milagre após o relato da cura do homem no tanque de Betesda. Alguns período de tempo deve ter decorrido entre os dois incidentes, para que Jesus a ir da Judéia para a Galiléia, e para curar um número de enfermos no caminho (v. Jo 6:2 ). A configuração deste milagre é semelhante ao que é dado por Mateus para o Sermão da Montanha, Jesus e seus discípulos em uma montanha com uma multidão de pessoas nas proximidades. A ocasião era perto da época da Páscoa. Esta foi uma Páscoa durante Seu ministério que Jesus não compareceu, a menos que nós transpor capítulos cinco e seis, para que a festa Dt 5:1)

16 E, quando chegou a noite, seus discípulos desceram para o mar; 17 e eles entraram em um barco, e estava indo para o mar até Cafarna1. E era já escuro, e Jesus ainda não tinha chegado a eles. 18 E o mar estava subindo em razão de um grande vento que soprava. 19 Quando, pois, pois, remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram a Jesus andando sobre o mar, e aproximando-se do barco; e ficaram com medo. 20 Mas ele lhes disse: Sou eu; não temais. 21 Eles estavam dispostos a recebê-lo, portanto, dentro do barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.

João registra outro breve milagre-a de Jesus caminhando sobre as águas. Os discípulos estavam a caminho de Tiberíades através do lago para Cafarnaum, quando Jesus apareceu para eles na água. Sua presença acalmou o storm- "os ventos fugiu ao seu esconderijo, e as ondas se deitar a seus pés como cordeiros." A igreja cristã tem encontrado nesta história uma fonte de grande conforto para aqueles cujos problemas distorcer a verdadeira imagem de coisas -Os discípulos estavam com tanto medo que não reconheceram Jesus. Mas Sua Sou eu, não temais, foi o suficiente para tranquilizá-los. E a versão de Mateus, dizendo da tentativa de Pedro para duplicar ato de Jesus de água-pé e de seu mergulho com medo para dentro do lago, tornou-se o exemplo clássico de uma ação corajosa baseada na fé fraca; mas, ao mesmo tempo em que fala da proximidade de Cristo e de Sua vontade e capacidade de salvar. Não se deve esquecer, no entanto, que Pedro foi o único dos discípulos que tinham o suficiente coragem para tentar ir para Jesus sobre a água.

A multiplicação dos pães e peixes e o caminhar sobre a água são milagres que demonstraram o poder de Jesus sobre a natureza no âmbito da preservação da vida. Ele não só dá a vida, Ele também sustenta.

M. JESUS ​​O PÃO DA VIDA (6: 22-71)

22 No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia outro barco lá, senão um, e que Jesus não entrou com os seus discípulos entraram no barco, mas que os seus discípulos tinham ido sós 23 (contudo veio barcos de Tiberíades perto, diante do lugar onde comeram o pão depois de o Senhor ter dado graças): 24 quando, pois, viram que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também nos barcos, e foram a Cafarnaum, em busca de Jesus. 25 E, achando-o no outro lado do mar, disseram-lhe: Rabi, quando chegaste aqui? 26 Jesus respondeu-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque ye comeram dos pães, e se fartaram. 27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, que o Filho do homem vos dará: para ele, o Pai, mesmo Deus, é quem selado. 28 Disseram-lhe, pois que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus? 29 Jesus respondeu, e disse-lhes: Isto é obra de Deus, para que creiais naquele que ele tem enviado. 30 Disseram-lhe, pois que então fazes tu por um sinal, para que o vejamos e te creiamos? o que tu ages? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto; como está escrito: Deu-lhes pão do céu para comer. 32 , portanto, Jesus disse-lhes: Em verdade, em verdade eu vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 34 Disseram-lhe: Senhor, dá-nos sempre desse pão. 35 Jesus disse-lhes: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede. 36 Mas eu disse-vos que me vistes, e ainda não acredito. 37 Tudo o que o Pai me dá virá a mim; eo que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. 38 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39 E esta é a vontade daquele que me enviou , que de tudo o que ele me deu eu não perca nenhum, mas que o ressuscite no último dia. 40 Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

41 Então os judeus murmuravam a respeito dele, porque ele disse: Eu sou o pão que desceu do céu. 42 E eles disseram: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? ? como ele a dizer agora, eu desci do céu, 43 Jesus respondeu, e disse-lhes: Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Todo aquele que ouviu do pai, e aprendeu vem a mim.46 Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que é de Deus, ele tem visto o Pai. 47 Em verdade, em verdade eu vos digo: Aquele que crê tem a vida eterna. 48 Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. 50 Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morrer. 51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; sim eo pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo.

52 pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? 53 Jesus, pois, disse-lhes: Em verdade, em verdade eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque a minha carne é verdadeira comida eo meu sangue é verdadeiramente bebida. 56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Como o Pai, que vive me enviou, e eu vivo pelo Pai; então ele que me come, ele também viverá por mim. 58 Este é o pão que desceu do céu: não como os vossos pais comeram, e morreram; o que come deste pão viverá para sempre. 59 Ele disse estas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarna1.

60 Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto , disseram: Este é um duro discurso; quem o pode ouvir? 61 Mas, sabendo Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: Isto vos vos escandaliza? 64 O que então se você deve contemplar o Filho do Homem subir para onde estava antes? 63 É o espírito que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. 64 Mas há alguns de vós que não crêem. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar. 65 E ele disse: Por esta causa que eu vos disse que ninguém pode vir a mim, a não ser-lhe dada do Pai.

66 Após isso, muitos dos seus discípulos voltaram para trás e já não andavam com ele. 67 Jesus dizia, pois, aos doze, também vós quereis ir embora? 68 Simão Pedro respondeu-lhe: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69 E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus. 70 Respondeu-lhes Jesus: Não vos escolhi a vós os doze, e um de vós é um diabo? 71 Agora ele falava do Judas , filho de Simão Iscariotes, pois foi ele quem o havia de entregar, sendo um dos doze.

O milagre da multiplicação dos pães teve lugar no lado oriental do Mar da Galiléia. No início da manhã, depois da tempestade no mar, Jesus e seus discípulos ancorado seu barco em Cafarna1. Enquanto isso, alguns barcos de Tiberíades tinha parado perto do local da alimentação e algumas das pessoas tomou passagem sobre os barcos para Cafarnaum para encontrar Jesus. Não há nenhuma razão para pensar que não havia barcos suficientes para transportar toda a multidão. Como muitos foram como os barcos iria realizar. Esta explicação da maneira pela qual as pessoas tem todo o lago está de acordo com o costume de João de estabelecer definições adequadas para os discursos de Jesus.

A multidão a quem Jesus deu o discurso sobre o pão da vida provavelmente foi composta em grande parte de judeus. Jesus referiu-se à dádiva do maná por Moisés (v. Jo 6:32 ); Os judeus murmuravam Ele (v. Jo 6:41 ); eles discutiam entre si (v. Jo 6:52 ); e a reunião teve lugar na sinagoga de Cafarnaum (v. Jo 6:59 ). O texto grego sugere que em suas contendas os judeus chegaram às vias de fato entre si. Vendo um número de pessoas da multidão de no dia anterior, Jesus os acusou de segui-lo para a comida que haviam recebido gratis.Ao mesmo tempo, ele começou a dizer-lhes o verdadeiro pão do céu (v. Jo 6:32 ). Ele sabia que havia fome no coração humano que são mais profundas do que a fome de comida, fome que deve ser despertado antes que eles possam ser satisfeitas. Jesus olhou para além do materialismo denso do povo e viu as necessidades internas de suas vidas. E seguiu-se um dos maiores discursos de todo o ministério de nosso Senhor. A grande verdade Ele ensinou que permaneceu através dos séculos no sacramento da Ceia do Senhor.As opiniões estão divididas sobre o significado eucarística deste discurso. Certamente o versículo 51 é eucarística em conteúdo, mas que todo o sermão era feito não é certo.

Há um paralelo notável entre esta ocasião e que pelo poço de Jacó (cap. Jo 4:1 ). Pão toma o lugar da água. Nas analogias água se torna a água ou espiritual eterna da vida água-e pão torna-se o pão da vida eterna-pão ou espiritual. No presente caso, a analogia é reforçada, e Jesus é o Pão da Vida. Como o resultado das palavras de Jesus, a mulher é levada para pedir a água viva, ea multidão é trazido a pedir pão. Como seria de esperar, Jesus não recebeu a resposta de acreditar na multidão sinagoga que ele tinha recebido da mulher samaritana.

A multidão em Cafarnaum era, um grupo típico de busca curiosidade das pessoas, interessados ​​principalmente no que eles podem fazer o ganho deste milagreiro quem esperava viria a ser o seu Messias, seu libertador político do senhorio de Roma. Eles podem ter interpretado a alimentação da multidão como uma mão-out política. Ao mesmo tempo, a alegação de Jesus para o poder ea graça de Deus pegou sua imaginação. O que podemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus? eles pediram. O que eles poderiam fazer para encaminhar esse movimento que parecia estar tomando raiz? O milagre da multiplicação dos pães e peixes no dia anterior não parecia impressioná-los muito fortemente. Pelo menos eles queriam a confirmação de que o que eles tinham testemunhado era a regra e não a exceção, e por isso pediram a Ele por outro sinal ou milagre. Moisés tinha dado a Israel maná no deserto; Ele poderia provar sua afirmação de liderança nacional como conclusivamente como Moisés, seu provou?

Este foi o chumbo, que prefaciou discussão de Jesus pão-de-vida. Não foi Moisés, mas Deus, que havia fornecido o maná para Israel. Além disso, que "pão do céu" tipificava o verdadeiro Pão que Deus mesmo assim foi oferecendo-lhes. Tanto o maná no deserto e comida de ontem na montanha foram feitos para ajudá-los a reconhecer Aquele que era o Pão da Vida. Sua reply- Senhor, dá-nos sempre desse pão -placed-los com um número crescente de ouvintes que fizeram perguntas ingênuas ou feitos comentários inapropriados, porque eles não podiam compreender a verdade divina. Mas eles ainda estavam ouvindo, e Jesus proferiu uma de suas declarações mais diretas de verdade: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede (v. Jo 6:36 ). Mesmo assim, Deus estava no trabalho, oferecendo-lhes o pão da vida eterna. Se eles pudessem ver e crer, pão para a alma e não apenas para o corpo estava diante deles. Esta é a vontade de meu Pai, que todo mundo que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna (v. Jo 6:40) . Não existe maior ou mais aberto recurso tinha sido dada por Jesus até aquele momento. No começo, ele estava irritado com o materialismo insensível da multidão; Mas logo ele era o Salvador que procuravam em busca de conquistá-los. "Jesus quase lançar pérolas aos porcos em seu esforço paciente para ajudar essas pessoas ver que tipo de Messias Ele foi muito, em contraste com as esperanças políticas expressas na tarde anterior." Mas eles só poderia murmurar entre si sobre sua afirmação de ter vindo do céu; Ele não podia ser de origem celeste, porque seus pais eram bem conhecidos na área. É digno de nota que João, que coloca maior ênfase sobre a divindade de Jesus, neste caso, registra o fato de que Ele é chamado o filho de José. Ele não diz do nascimento virginal, acreditando que a reivindicação de divindade de Cristo deve ser fundamentada por sua vida e obra, em vez de só pela forma de seu nascimento. Será que a afirmação de Jesus a um nascimento virginal ter sido mais prontamente recebidas de Sua declaração de que Ele era o pão vivo que desceu do céu ? Sem dúvida, não, porque a fé em ambos sua pessoa e sua mensagem deve ser baseado no que Deus estava fazendo por meio dele. Milagres estavam sendo forjado e um grande apelo para a fé estava saindo. Por tudo o que Jesus fez e disse, Ele estava tentando tornar Deus conhecido. É o apelo que sempre foi feita pelo Evangelho. Deus chama, mas os homens devem responder em fé. "Aceite-O que é o Pão da Vida", foi a mensagem, mas porque as pessoas estavam mortos para as coisas espirituais, eles se virou e continuou a discutir entre si.

E assim Jesus carregou sua analogia à sua conclusão final: Minha carne é verdadeira comida eo meu sangue é verdadeiramente bebida (v. Jo 6:55 ). O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna (v. Jo 6:54 ). É impossível para os cristãos de hoje para entender estas palavras sem um alto grau de discernimento espiritual. Os primeiros cristãos foram acusados ​​de comer sacrifícios humanos em suas festas eucarísticas. E missionários hoje em algumas partes da África deve tomar muito cuidado para explicar o que se entende por "Este é o corpo de Cristo, este é o sangue de Cristo" na observância da Ceia do Senhor. E por isso não é estranho que Jesus se reuniu com apenas mal-entendidos e críticas. João não diz o que veio desse discurso; a conta fecha com as pessoas murmurando. A resposta final pode ter sido mais favorável do que o representado, como no caso de Nicodemos. João conta apenas o suficiente para atravessar a analogia de Jesus como o Pão da Vida.

Houve uma reação definitiva por parte de alguns dos discípulos de Cristo (e não a doze). "Não podemos tolerar isso", eles disseram (Weymouth). Jesus começou a explicar-lhes a diferença entre a carne eo espírito. Só uma interpretação espiritual colocada sobre as palavras poderia fazer sentido. As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida (v. Jo 6:63 ). Por que Ele não disse isso para a multidão de judeus? Porque Ele já havia ido mais longe do que eram capazes de seguir. E até mesmo alguns discípulos, aqueles que anteriormente tinham acreditado nele-virou-se e deixaram de segui-Lo. Assim foram os homens-testado, assim, Jesus se tornou seu juiz-assim, suas vidas foram determinadas pela sua resposta a ele. Alguns haviam sido atraídos para Ele, talvez por curiosidade ou por causa da atratividade que deve ter irradiado de sua personalidade, mas a fé não se tinha tornado operatório dentro deles. Eles eram como o solo duro em que a semente caiu, apenas para ser roubado antes que ele tinha enraizado. Outros, os doze incluído, ouviu e acreditou. quereis também ir embora ? Perguntou Jesus. "A forma da pergunta espera uma resposta negativa, mas a simples pergunta de ele mostra o quanto Jesus levou a sério essa rejeição pela população quando Ele desejava salvar." Era como se Jesus estava dando os doze uma oportunidade de seguir o multidão. Mas Pedro falou para o grupo, Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus (vv. Jo 6:68-69 ). Como isso deve ter aplaudido o coração de nosso Senhor! No entanto, havia tristeza misturada com a alegria. Pois sabia que Pedro iria um dia negam-deserdá-lo em público; e que Judas iria traí-lo para ser crucificado.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
  1. Os sinais (6:1-21)

Os três primeiros sinais mostraram que o homem é salvo pela Palavra, pela fé e pela graça. O quarto sinal (alimentação Dt 5:0, Paulo pergunta: "Como ouvirão, se não há quem pre-gue?". Se nós dermos ao Senhor tudo que temos, como o rapaz de Jo 6:9, ele pegará isso e dividirá tudo o que temos para abençoar os outros. No evangelho de João, os últimos quatro sinais ilustram os efeitos da salvação:

  1. Alimentação Dt 5:0) e paz de Deus (Fp 4:4-50).

    1. O sermão (6:22-65)

    Os versículos 22:31 descrevem o cenário em que o sermão foi feito. As pessoas, interessadas em alimen-to, seguiram Cristo até Cafarnaum, do outro lado do mar, e o encon-traram na sinagoga (v. 59). Ele reve-lou os motivos carnais e superficiais delas (vv. 26-27) e sua ignorância quanto ao sentido de ser salvo pela fé (vv. 28-29). Ele queria dar-lhes a vida eterna da mesma forma como graciosamente as alimentara com o pão, e tudo que deveriam fazer era aceitá-lo, mas elas logo pensaram que teriam de trabalhar para isso. No versículo 30, os judeus lançam um desafio a Jesus: "Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti?". Eles lembram-no de como Moi-sés fez cair pão (maná) do céu para alimentar os judeus (veja Êx 16), e Jesus fundamentou seu sermão nis-so. O sermão divide-se em três par-tes, e a cada uma delas segue-se uma reação da multidão.

    1. Ele se revela: o Pão da vida (vv 32-40)

    Essa é uma clara afirmação de que é o verdadeiro Filho de Deus! O Pão de Deus é uma pessoa do céu (v. 33) e dá vida não apenas aos ju-deus (como fez Moisés), mas a todo o mundo! A forma de receber esse Pão é vir até o Senhor e pegá-lo, e esse Pão dá vida não apenas hoje, mas também vida futura na ressur-reição. Observe a reação dos judeus (vv. 41-42) que negam a divindade dele. Jesus disse que Deus era seu Pai (v. 32), e eles dizem que José é seu pai (v. 42). E interessante com-parar o maná com Jesus Cristo:

    1. O maná vinha do céu duran-te a noite; Cristo veio do céu quan-do os homens estavam nas trevas.
    2. O maná caía no orvalho; Cristo nasceu do Espírito de Deus.
    3. O maná não foi maculado pela terra; Cristo não tinha pecado, foi separado dos pecadores.
    4. O maná era pequeno, re-dondo e branco, o que sugere a hu-mildade, a eternidade e a pureza de Cristo.
    5. O maná tinha sabor doce; Cristo é doce para os que creem nele.
    6. O maná devia ser pego e comido; Cristo deve ser recebido e apropriado pela fé (1:12-13).
    7. O maná foi uma dádiva gra-tuita; Cristo é uma dádiva gratuita de Deus para o mundo.
    8. O maná era suficiente para todos; Cristo é suficiente para todos.
    9. O maná seria pisado se não fosse pego. Se você não recebe Cris-to, rejeita-o e calca os pés sobre ele (veja He 10:26-58).
    10. O maná era um alimento do deserto; Cristo é nosso alimento nessa jornada de peregrinação em direção ao céu.
    11. Ele revela o processo da salvação (vv. 43-52)

    O pecador perdido não busca Deus (Rm 3:11), no entanto a salvação inicia-se em Deus. Como o Senhor traz as pessoas a Cristo? Ele usa a Palavra (v. 45). Para ter uma descri-ção clara do que Cristo quer dizer com "trazer" os homens, leia 2 Tes- salonicenses 2:13-14 com atenção. Comer o pão terreno sustenta a vida por um tempo, mas, no fim, a pes-soa morre. Receber o Pão espiritual (Cristo) dá vida eterna. No versícu-

    Io 51, Cristo deixa claro que dará sua carne pela vida do mundo. Os judeus discutiram a respeito disso (v. 52), pois era contrário à lei judai-ca comer carne humana. Eles, como Nicodemos, confundiram o físico com o espiritual.

    1. Ele revela o poder da salvação (vv. 53-65)

    O que Jesus quer dizer com "co-mer" sua carne e "beber" seu san-gue? Ele não fala no sentido literal. No versículo 63, ele afirma com clareza: "A carne para nada apro-veita". O que dá vida? "O espírito é o que vivifica" (v. 63). "As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida." Em outras palavras, a pessoa, ao receber a Palavra como é ensinada pelo Espírito, come a carne de Cristo e bebe seu san-gue — isto é, participa de Cristo e recebe-o. Cristo não fala do pão e do cálice da ceia do Senhor ou de qualquer outro rito religioso. Jesus ainda não instituira a ceia do Se-nhor, e, quando o fez, deixou claro que ela era um memorial. Ela não concede vida. Negaríamos a graça de Deus na salvação (Ef 2:8-49), se disséssemos que o homem recebe a vida eterna ao comer o pão e be-ber o vinho.

    Jesus é a Palavra viva (Jo 1:1 -4) e se "fez carne" por nós (1:14). A Bíblia é a Palavra escrita. Seja o que for que a Bíblia diga a respeito de Jesus, diz o mesmo a respeito de si mesma. Os dois são santos (Lc 1:35 e 2Tm 3:1 2Tm 3:5), são verdade (Jo 14:6; Jo 17:17), são luz (Jo 8:12; SI 119:105), são vida (Jo 5:21;SI 119:93), dão novo nascimento (1Jo 5:18; 1Pe 1:23), são eternos (Ap 4:10; 1Pe 1:23), são o poder de Deus (1Co 1:24; Rm 1:16). A conclusão é óbvia: você recebe Jesus Cristo quando recebe a Pa-lavra no coração. Nós "comemos a carne dele" ao participar da Pa-lavra do Senhor. No versículo 51, Jesus afirma: "Eu sou o pão vivo" e, emMt 4:4, declara: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus". Em Jo 6:68, fica cla-ro que Pedro apreendeu o sentido do sermão, pois declara: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as pala-vras da vida eterna".

    As pessoas ficaram ofendidas com essa doutrina (v. 61) e não ca-minhariam mais com Cristo. Essa é a crise n2 1 do evangelho de João (veja a sugestão de esboço do evan-gelho de João).

    1. A separação (6:66-71)

    A Palavra de Deus, ao revelar a pes-soa de Cristo, separa o verdadeiro do falso. A multidão rejeitou o Pão da vida para a alma, pois queria o pão para o corpo. Pedro e dez dos discípulos afirmaram sua fé em Cris-to. A fé deles vem pelo ouvir a Palavra (Rm 10:17). Entretanto, Judas era um embusteiro e, no fim, trai a Cristo. (Nota: no versículo 66, a palavra "discípulos" refere-se aos "seguidores" da multidão, não aos doze apóstolos.)


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
6.1 Tiberíades. Outro nome para o mar da Galiléia. Uma cidade com esse nome foi edificada à beira do lago por Herodes Antipas entre 22-26 d.C., em honra ao imperador romano Tibério (14-37 d.C.).

6.2 Multidão. Agora a popularidade de Jesus atinge seu auge.

6.3 Subiu Jesus ao monte. Seria uma indicação da relação entre este ato messiânico e Moisés subindo o monte Sinai (conforme Mt 5:1; Mc 3:13). Jesus, "o Profeta". (Dt 18:15, Dt 18:18) supre as necessidades da multidão com pão e peixinhos assim como Moisés com maná e codornizes (Nu 11:31).

6.4 Páscoa. O pão que Jesus dá é a nova Páscoa (1Co 5:7).

6.5,7 Filipe. Prático nos cálculos, pessimista nas conclusões; ele acha que pão no valor de 200 denários (conforme Mt 20:2) seria insuficiente.

6.9 Pães de cevada, comum entre os pobres, era pão inferior (2Rs 4:42ss). Peixinhos. Cozidos ou salgados (gr opsaria, 21.9, 10).

6.10 Relva. Confirma, que era a primavera, época da Páscoa (Mc 6:39).

6.11 Aqui encontramos uma alusão às quatro ações da Ceia. "Tomou". (Mc 6:41, "abençoou"), deu graças (Lit. "tendo feito eucaristia"), "partiu" (só em Mc 6:41) e "distribuiu". Essa refeição previu a Ceia na 1greja e finalmente apontava para o banquete dos remidos no futuro Reino de Deus (conforme Ap 19:9).

6.13 Doze cestos. Não ajuntaram os pedaços no chão mas guardaram o pão que sobrou depois que todos se fartaram. Jesus é contrário ao desperdício desnecessário.

6.15 Rei. Jesus aceitaria apenas uma coroa de espinhos (19.5). A possibilidade da existência do Seu reino, "não deste mundo" (18.36), se baseia na Sua morte e ressurreição.

6.19 Trinta estádios equivalem a cerca Dt 5:6, LXX). Isso não deixaria de chamar atenção ao fato que Ele se chamaria pelo nome divino (conforme 8.24, 28).

6.21 Logo. • N. Hom. O Poder de Nosso Senhor. O milagre demonstrou três características.
1) Andou sobre a água - conquistou a gravidade;
2) parou a tempestade -controlou o cosmos;
3) logo (lit. imediatamente) o barco chegou - conquistou o espaço.

6.24 À sua procura. A busca de Jesus é nobre unicamente quando a motivação é certa. Aqui deparamos puro materialismo (26).

6.26 Não porque vistes... fartasses. Salienta-se o contraste entre o milagre e seu significado profundo espiritual.

6.27 Comida que perece. Como o maná do deserto que alimentou temporariamente o corpo A "comida que subsiste para a vida eterna", refere-se a Cristo que pelo Espírito alimenta continuamente a crente (conforme 4.14). Seu selo. O atestado divino do Espírito que todo verdadeiro crente recebe (conforme 3.33; 1.32s; Ef 1:13; Ef 4:30).

6.28 Realizar as obras de Deus. Os judeus pensaram na possibilidade de aprender a fazer os milagres como Jesus e Moisés fizeram. Jesus esclarece que a "obra" que antecipa todas as obras (14,12) é a fé submissa em Cristo, o Enviado de Deus.

6.30 Que sinal. Os judeus reclamaram que fé necessita de fundamento num sinal autenticador vindo de Deus. Jesus respondeu que:
1) não foi Moisés quem doou o naná, mas Deus;
2) e que Seu Pai agora oferece a eles o pão que traz a vida eterna (6.33).

6.32 Não foi Moisés. Jesus nega que o famoso legislador de Israel, em vez de Deus, podia produzir o "pão verdadeiro" que dá a vida celestial. Jesus tem em mente a Torá (Lei de Moisés) que os rabinos chamaram de "pão" e que achavam capaz de dar vida a quem à seguisse

6.34 Dá-nos sempre. Cl 4:15. Não se restringe à época da multiplicação dos pães, mas até a Sua vinda, a mensagem de Cristo alimenta os que crêem

6.35 Eu sou. Primeira das sete reivindicações introduzidas por "ego eimi" (6.35; 8.12, 28; 10.7; 11.11, 25; 15.1; conforme Êx 3:14n). • N. Hom. Como se alimentar de Cristo:
1) Vindo a Ele em contrição e fé (40, 44);
2) Vendo e reconhecendo quem Ele é (40). Os benefícios:


1) Satisfação contínua (35);
2) Aceitação e proteção permanentes (37, 39);
3) Vida eterna agora (40);
4) Ressurreição (40).
6:41-59 Objeções dos judeus e respostas de Jesus.
6.42 Os judeus negam a origem celestial de Jesus. Jesus responde que apenas os que forem ensinados por Deus reconhecerão Sua encarnação e nascimento virginal (44, 45).
6.49 O maná foi incapaz de afastar a morte para os israelitas. Põe em contraste a mensagem salvadora de Cristo, o "Pão do céu”.
6.51 A segunda objeção se levanta contra a declaração de Cristo que Ele era a carne, o pão do céu. Resposta: Sendo vítima sacrificial que pelo corpo crucificado e sangue vertido oferecerá vida ao mundo. A confirmação desta verdade se verificará na ressurreição.

6.52 A terceira objeção: "Como pode este dar-nos a comer sua própria carne"? A resposta é espiritual, não material. Sem comer sua carne crucificada (conforme 1,14) pela fé e beber Seu sangue que lava todos os pecados não terão a vida eterna (53). "Carne" e "sangue" significam a plena humanidade de Cristo (1Jo 4:2, 1Jo 4:3). No sacrifício o sangue obrigatoriamente pertencia a Deus (Gn 9:4; Dt 12:16, Dt 12:23) porque nele estava a vida. Jesus declara que se não assimilarmos Sua vida não participamos nele.

6.55 Verdadeira. Quer dizer, "a única". Pode haver neste trecho uma sugestão da Ceia em que se dramatiza a permanência em Cristo pela participação nos símbolos de Sua vida e morte (conforme Ap 3:20).

6.57 Eu vivo pelo Pai. A relação entre Cristo e o Pai prefigura a mesma entre o crente e Cristo. A parte dEle não se pode viver.

6.60 Duro (gr skleros) não difícil de entender mas duro de aceitar.

6.61 Escandaliza. (gr skandalizei "provocar tropeço"). Cf.Mt 15:7-40. A doutrina da expiação substitutiva tem sido um escândalo para o mundo através dos séculos.

6.62 Subir... Jesus não procura com provar suas afirmações. Declara que sua ascensão demonstraria a veracidade de sua reivindicação (3.13).

6.63 Espírito... carne. Veja o contraste em 3.6. O espírito do homem fornece ponto de contato com Deus. O Espírito Santo dá o entendimento necessário da verdade que salva (14.26). As palavras de Cristo comunicam Sua pessoa e, assim, a vida para quem crê e almeja obedecer-lhe. Conforme 15.4s com 15.7 onde a pessoa e as palavras se identificam.

6.65.66 • N. Hom. Quem é Discípulo de Verdade?
1) Quem for trazido a Jesus pelo Pai (44, 65);
2) Quem não abandona a Cristo (Mt 14:13) e anda com Ele (66; Gn 5:24; Cl 2:6);
3) Quem não é atraído por outrem (68; Gl 3:1):
4) Quem fundamenta sua fé nas palavras de Cristo (68; 5.24);
5) Quem reconhece Jesus como o Santo de Deus (69).

6.66 Discípulos. Além dos doze (Mc 3:14) houve muitos seguidores ocasionais de Jesus impressionados com Ele e Sua mensagem (3.1s).

6.70 Se entre os escolhidos de Jesus houve alguém que em vez de entregar seu coração a Jesus o abriu para o diabo (Jo 13:27), não nos deve surpreender que na 1greja haja casas iguais. No caso de Pedro, que se arrependeu, a ocupação satânica foi temporária (Mc 8:33).


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71

3) Alimentando a multidão (6:1-15)
v. 1. Algum tempo depois: Alguns acham que esse capítulo deveria preceder o cap. 5 na seqüência cronológica, com base no aspecto de que 7.1 segue de forma mais natural o cap. 5 (v. em particular 5.18). Mas a idéia não está suficientemente fundamentada para torná-la satisfatória (v.comentário Dt 7:15). mar de Tibertades: Assim denominado segundo a cidade, fundada por Herodes Antipas em 26 d.C. em honra a Tibério César. João pode ter usado o nome atualizado para o benefício dos não-judeus (conforme 21.1). v. 4. a festa judaica da Páscoa: Essa Páscoa, provavelmente, ocorreu um ano depois da mencionada no cap. 2, pois na ocasião anterior João Batista ainda não havia sido preso; e, de acordo com Marcos, ele não só havia sido preso, mas também executado na época da multiplicação dos pães Jl 5:0; Mt 15:29-40). v. 5. vendo uma grande multidão que se aproximava: Tendo caminhado em volta da margem nordeste do lago, Jesus se compadece das pessoas (conforme Mc 6:33). Filipe-. Nos Sinópticos, são os discípulos que expressam preocupação pela multidão. Aqui, de forma complementar, Jesus testa um deles.

v. 9. mas o que é isto para tanta gente?: O problema de André é registrado para mostrar como são escassos os recursos do homem em comparação às suas necessidades, v. 11. Jesus [...] deu graças (gr. eucharistêsas): O fato de João descrever esse incidente de forma extensa, enquanto não registra a última ceia em detalhes, certamente é significativo. Ação de graças é, no entanto, somente o que poderíamos ter esperado de Jesus, e a palavra de João para isso pode conter um significado técnico que iria associar esse evento imediatamente à ceia do Senhor. A lição principal aqui, aparentemente, é que Jesus estava agindo em dependência do Pai, de forma que as associações eucarísticas não deveriam ser exageradas, v. 12. Ajuntem os pedaços que sobraram-. Qualquer projeção de pensamento por parte do evangelista aqui para a completude do corpo de Cristo simbolizado na mesa da ceia é muito improvável. Antes, é evidência clara do fato de que Jesus se importava com o desperdício e tinha a intenção de trazer os discípulos de volta à realidade da necessidade humana distante do mundo dos milagres, v. 14. Sem dúvida este ê o Profeta: O assassinato recente de João Batista tinha intensificado o desejo de se encontrar um Messias popular. A aclamação deles saudou Jesus como o profeta como Moisés (Dt 18:1

5). v. 15. Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei\ A multidão “como ovelhas sem pastor” (Mc 6:34) era um exército procurando um comandante para conduzi-la contra os romanos, retirou-se-, Marcos nos diz que foi para orar (conforme Mc 6:46). Esse era um momento crítico. O reinado terreno estava longe dos anseios de Jesus (conforme 18.33,34) como a tentação já havia mostrado (conforme Mc 4:1-41).


4) Uma tempestade no mar (6:16-21)
Os discípulos retornam agora para o lado ocidental do mar da Galiléia. v. 19. Depois de terem remado cerca de cinco ou seis quilômetros-, O termo grego stadion era equivalente a cerca de 185 metros. Andando sobre o mar (gr. epi tês thalassês): O sentido exato da frase grega tem sido debatido. Alguns defendem que significa “próximo do lago”, i.e., na margem, como em 21.1, assim descartando o sentido miraculoso das palavras, e fundamentando sua argumentação na alegação de que a alegria dos discípulos de receber Jesus no barco não os levou a de fato recebê-lo assim, pois logo chegaram à praia. Mas a sua chegada à margem não precisa ser tão rápida quanto as palavras podem sugerir, pois a distância em que estavam (v. 19) sugere que, quando viram o Senhor, tinham feito aproximadamente metade da travessia. E o texto é de difícil compreensão, a não ser que eles de fato tenham recebido Jesus dentro do barco com eles.


5) O pão vivo (6:22-59) v. 25. Mestre, quando chegaste aqui?-. A pergunta da multidão abre caminho para todo o discurso. A pergunta deles estava ligada ao tempo e à forma, pois a sua curiosidade pelo miraculoso não diminuía tão facilmente. Assim, Jesus diz: vocês estão me procurando [...] porque comeram os pães e ficaram satisfeitos (v.26). Mas que tipo de interesse eles tinham? Eles somente vinham a ele em virtude da satisfação do momento, e não pela comida que permanece e que, aqui e agora, nutre a vida eterna daqueles que a ingerem, v. 27. nele colocou o seu selo de aprovação-, O sinal dos pães e peixes é a autenticação divina das palavras de Jesus. v. 29. “A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviouA compreensão que eles têm da idéia principal das palavras de Jesus ainda é limitada. Mas Jesus diz que a fé nele vai dar frutos naturalmente, não como um esforço ou obrigação. O tempo verbal denota continuidade, e não um ato único. v. 30. Que sinal miraculoso mostrarás-, A incredulidade deles é algo quase incrível. A multiplicação miraculosa dos pães, evidentemente, não produziu o efeito interior. Jesus rejeita a alusão que eles fazem a Moisés porque sua compreensão daquele milagre (conforme Ex 16:15Ne 9:5) era deficiente, v. 32. é meu Pai quem lhes dá o verdadeiro pão-, O maná de Moisés não era o “verdadeiro pão”, e, de qualquer forma, não foi dado por Moisés, mas por Deus. 

O verdadeiro pão dá vida ao mundo (v. 33). O povo começa a entender a distinção que Jesus está fazendo entre o maná e o sustento espiritual de que o maná é um tipo, de modo que responde com mais respeito mas ainda com entendimento incompleto. Senhor, dá-nos sempre desse pão! (v. 34), como a mulher samari-tana havia falado: “dê-me dessa água” (4.15). Por isso, Jesus torna a natureza do verdadeiro pão mais clara ainda. v. 35. Eu sou o pão da vida\ Até aqui no discurso, esse pão é dado pelo Filho do homem (v. 27) como o agente do Pai (v. 32); agora ele o identifica consigo mesmo, assim suscitando crítica ainda mais acentuada. Aquele que vem a mim nunca terá fome\ O compromisso total para com ele vai resultar em salvação total. Assim como não há nada de parcial no fato de Deus dar a vida, não pode haver também parcialidade em receber Cristo, v. 37. Todo aquele que o Pai me der virá a mim\ Isso é tão arbitrário assim? Temple acrescenta: “Perceber que o meu não ‘vir’ é em si devido à vontade do Pai, que ainda não me atraiu, e aceitar isso é um começo de confiança nele, um sinal de que de fato ele está me atraindo para vir” (v. 1, p. 88). v. 38. a vontade daquele que me enviow. Gf. v. 39,40. A vontade de Deus é o cerne da obra de Cristo na salvação. E a realização de Cristo dessa vontade é perfeita para que ele não perca nenhum (v. 39).

Vida eterna é o presente que Deus quer dar aos homens, v. 40. e eu o ressuscitarei. Westcott comentou apropriadamente que a doutrina da vida eterna toma óbvia a necessidade da ressurreição. João sempre pensa na vida eterna como uma possessão aqui e agora, embora o último dia mostre que ele também inclui a idéia de julgamento. v. 42. Este não é Jesus, o filho de José?-. A elaboração que Jesus faz dos ditos acerca do pão da vida, sem dúvida, conduziu alguns dos seus ouvintes a aceitarem o que ele estava dizendo como verdadeiro (conforme v. 34). Agora, no entanto, não é tanto o pão da vida que eles questionam, mas que essas reivindicações fossem feitas por alguém de origem tão humilde. v. 44. Ninguém pode vir a mim, se o Pai [...] não o atrair. A incredulidade dos judeus não contribui para a questão. Sempre é o Pai que toma a iniciativa para a salvação dos homens; assim, a resolução de enigmas teológicos não vai trazer vantagens finais, pois Todos serão ensinados por Deus (v. 45; conforme Is 54:12,Is 54:13). Deus ensina os homens no aspecto de que só ele pode pronunciar a sua palavra. Todos os que ouvem e respondem de forma digna a essa palavra inevitavelmente vão se voltar para Cristo. O teste é franco (conforme v. 45,46).

v. 51. Este pão é a minha carne, que eu darer. Em resumo, Jesus novamente lembra os ouvintes de que o maná era somente um tipo do verdadeiro pão de Deus (conforme v. 49,50). Ele é o verdadeiro pão da vida. E a vida dele que será dada. Esse é o sacrifício de Jesus de si mesmo, pois ele dificilmente poderia dar sua carne e sangue (conforme v. 56) sem morrer, v. 53. Se vocês não comerem a carne [...] e não beberem o seu sangue-, A pergunta acerca da relação entre esse dito e a ceia do Senhor, em que os que participam assim o fazem por fé (1Co 10:16), é inevitável. Nos Sinópticos, a ceia do Senhor é registrada principalmente como instituída pelo próprio Senhor. Aqui, no entanto, podemos ver o ensino do Senhor Jesus que só pode ser completamente compreendido à luz da celebração que ele instituiu e que, sem se referir diretamente àquela ceia, transmite verdades que poderiam fornecer à ceia do Senhor um profundo significado para o crente. A linguagem é vividamente metafórica, denotando a apropriação de Cristo pela fé. “É uma figura”, diz Agostinho, “ordenando-nos que comuniquemos com a paixão do nosso Senhor e, secreta e proveitosamente, armazenemos na nossa memória que por nossa causa ele foi crucificado e morto” (On Christian Doctrine 3.16). Bernard explica as palavras Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue (v. 54) assim: “Aquele que reflete acerca da minha morte e segue o meu exemplo de mortificar seus membros que estão na terra tem a vida eterna — em outras palavras, ‘Se você sofrer comigo, vai também reinar comigo’ ” (On Loving God, 4.11). Deve-se observar que “carne” aqui corresponde a “corpo” nos Sinópticos e em 1Co 10:16; 1Co 11:24,1Co 11:27,

29. Se há alguma distinção que deve ser feita entre os dois, seria que “carne” destaca a total humanidade de Cristo, enquanto “corpo” significaria sua pessoa como uma entidade orgânica, e o fato de que João tinha em mente os mestres docetistas não deve ser negligenciado nesse contexto. “Meu corpo” e “minha carne” representariam igualmente o termo aramaico bisri. v. 58. Este ê o pão que desceu dos céus\ O contraste entre Cristo e a Lei, entre o pão vivo e o maná, agora está completo. Como o Senhor Jesus está completamente identificado com o Pão de Deus, assim somente aquele que participa dele vai saber o que realmente significa a vida que vem de Deus.


6) A fé e a incredulidade dos discípulos (6:60-71) Jesus agora se concentra nos discípulos quando a oposição se acentua em outros ambientes. v. 60. Dura é essa palavra-, Não é de admirar que os discípulos ficassem tão consternados, em virtude do pouco conhecimento que tinham do futuro de Jesus. v. 62. Que acontecerá se vocês virem o Filho do homem subir. Ele desceu para dar vida. Vem o tempo quando vai retornar ao Pai em poder e glória. Se eles o viram na carne, que ele está prestes a dar pelo mundo, e estão maravilhados, qual será, então, a sua reação quando o virem subir num esplendor de glória? v. 63. O Espírito dá vida; a carne não produz nada-, Conforme os v. 53 e 55. As palavras de Jesus precisam ser entendidas num sentido espiritual, e não carnal. A sua carne é o veículo do Espírito e, por isso, pode transmitir a vida. Mas, como ele disse a Nicodemos, nada da base da natureza humana pode ajudar o homem na sua necessidade. v. 64. há alguns de vocês que não crêem-, Jesus aceitou a Paixão e já sabe quem são os que não vão crer. Além disso, essa é a sua primeira referência ao traidor e coincide exatamente com a primeira referência dos Sinópticos à Paixão. Jesus insiste (v. 65) em que alguns inevitavelmente vão voltar atrás, e, de fato, eles voltaram atrás (v. 66) naquele exato momento, v. 68. Tu tens as palavras de vida eterna-, Conforme Mc 8:29. A primeira fé impulsiva dos discípulos agora dá lugar à convicção racional fundamentada na experiência. As palavras de Jesus talvez sejam de difícil compreensão, mas suas reivindicações e autenticidade são muito claras. Eles crêem agora, mas eles foram escolhidos (v. 70), embora um deles, em vez de voltar atrás, permaneça entre os Doze, um membro desleal, talvez buscando distorcer o reino para se conformar ao seu próprio padrão. Era o filho de Simão Iscanotes ív. 71; conforme 13 2:26). O seu nome indica que ou ele vinha de Queriote-Hezrom, ou (o que é menos provável) que ele estava ligado aos sicários (conforme At 21:37-38 e “Sicários” no NBD).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71

Jo 6:1 e 6 foram trocados, apontam certas vantagens em colocá-los na posição anterior. Mas falta de evidências documentárias para tanto formam barreira formidável para aceitarmos esse ponto de vista. O milagre diante de nós é apenas um "sinal" registrado em todos os quatro Evangelhos. Marcos e Lucas contam que Jesus estava ensinando a multidão antes do milagre, mas só João registra o sermão que Jesus pronunciou no dia seguinte.


Moody - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 35 até o 65

35-65. Esta seção compreende o discurso propriamente dito, interrompido três vezes por perguntas e discussões.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71
b) A multiplicação dos pães para cinco mil pessoas, e o discurso sobre o Pão da Vida (Jo 6:1-43) -Este é o único milagre comum a todos os quatro Evangelhos. Ver notas, Mt 14:13-40; Mc 6:30-41; Lc 9:10-42. "A narração de uma cena crítica na obra de Cristo na Galiléia é seguida pela narração de uma cena semelhante em Jerusalém" (Westcott). "O evangelista já descreveu e explicou a incredulidade dos judeus em Jerusalém. Agora, não obstante Jo 4:45-43, expõe a incredulidade dos Galileus" (Hoskyns). Os dois sinais relatados neste capítulo constituem o fundo para o discurso sobre o pão da vida. A multiplicação dos pães para os cinco mil ocorre depois destas cousas (1) e quando a páscoa estava próxima (4). Embora seja praticamente impossível estabelecer uma cronologia exata dos acontecimentos, é bem provável que o ministério de Jesus na Galiléia, como narrado nos sinóticos, se enquadre dentro do tempo marcado pelos limites do capítulo 6. A narrativa episódica do capítulo 6 abrange "o essencial do ministério na Galiléia" (Westcott). A multiplicação dos pães para os cinco mil tem lugar nos textos sinóticos depois da volta dos discípulos, após suas lidas missionárias e o triste anúncio da morte do Batista. A turba foi conquistada pela benevolência de Jesus que sempre fazia o bem, e o seguiu de lugar em lugar. Note-se que Jesus desejou passar um tempo quieto (cfr. Mt 14:13; Mc 6:31; Lc 9:10). A narrativa joanina difere das sinóticas em diversos pormenores. Não lhe faltam evidências autênticas de uma testemunha ocular. A páscoa estava próxima (4). Este detalhe explica a presença de uma grande multidão, e sugere algo para compreender o sentido espiritual do milagre. Jesus vê a turba chegando, e propõe que se coma (5). Tomando a iniciativa, Ele fala sobre o assunto com Filipe, possivelmente com o intuito de prová-lo, porque ele bem sabia o que estava para fazer (6). Filipe responde de uma maneira eficiente e calculada (7). Na sua resposta, ele não avalia a situação à luz da fé, nem contempla a capacidade do Senhor de satisfazer as necessidades do povo. Alguém sugere que a exatidão da resposta pressuponha uma consideração prévia do problema, e que a importância citada represente o total dos seus recursos materiais. Um rapaz (9); gr. paidarion, "rapazinho". Cevada (9); comida dos pobres. O detalhe salienta mais ainda a insuficiência dos recursos dos discípulos. Jesus manda aos discípulos que façam assentar-se o povo. Povo, homens (10). É possível que a referência específica aos homens indique chefes de famílias, e que todo o povo se sentou em famílias. Jesus abençoa a parca provisão, que se multiplica milagrosamente para o povo (11). João preserva a ordem de Jesus que recolham os pedaços, em conseqüência da qual doze cestos ficaram cheios dos pedaços de pão (12,13). A turba fica sobremaneira impressionada e reconhece a significação messiânica do milagre: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo (14). Ver Dt 18:15. O milagre sem dúvida relembra ao povo a provisão do maná, séculos antes. Ver comentário sobre a discussão mais tarde na sinagoga.

>Jo 6:15

2. CRISTO ANDA POR SOBRE O MAR (Jo 6:15-43) -Marcos relata que depois do milagre da multiplicação dos pães para cinco mil, Jesus constrange os Seus discípulos a embarcarem e saírem do lugar do milagre (Mc 6:45). João oferece a razão (15): o povo estava prestes a levá-lo e aclamá-lo rei na próxima festa. Jesus afasta primeiro os seus discípulos do perigoso entusiasmo da turba, então sobe à montanha para oração e comunhão (15). Os discípulos esperavam que Jesus voltasse para eles mais tarde, possivelmente em Betsaida (Mc 6:45), mas "Jesus ainda não viera ter com eles" (17). Na ausência de Jesus, os discípulos seguem rumo a Cafarnaum, mas em caminho um temporal não tarda a desfechar. Estando no meio do mar, vêem Jesus andando por sobre as águas, e ficam atemorizados pela aparição. Jesus os acalma dizendo, Sou eu. Não temais! (20). De bom grado, recebem-no no barco.

>Jo 6:22

3. ENSINO SOBRE O PÃO DA VIDA (Jo 6:22-43) -O resultado imediato dos dois sinais é que a multidão vai atrás de Jesus. João não menciona o fato que Jesus despediu a multidão, mas pode-se concluir que muitos ficaram no lugar onde foi realizado o milagre (22). No dia seguinte, atravessaram para a outra banda do mar, e estavam admirados de descobrirem Jesus ali primeiro (24-25). Vós me procurais ... porque comestes dos pães (26). Jesus condena a atitude deles por ser puramente materialista, sem interesse espiritual, Procuraram-No por benefícios apenas materiais. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna (27). Jesus os exorta a apropriarem-se do alimento espiritual que somente Ele dá; ao mesmo tempo aponta para a aprovação divina da sua missão: Deus o Pai o confirmou com o seu selo (27). Os judeus entendem o fato que tal dádiva se verifica somente pelas obras que a acompanham. Perguntam o que devem fazer para realizar tais obras (28). Jesus responde que a obra que lhes compete é fé nAquele a quem Deus mandou (29). Embora aceitando Sua pretensão, eles insistem que o dom intangível da fé requer uma evidência externa. Pede-se-lhe um sinal dos céus para confirmar que Ele é autor da vida (30). Porventura será inaugurada a era messiânica com um milagre comparável ao do maná sobrenatural? (31; cfr. Êx 16:15). O Senhor replica a inferência, negando que fosse Moisés que lhes deu o maná, e mais ainda, que esse maná fosse, no sentido espiritual, "pão do céu". É meu Pai quem vos dá (32). O verbo do original grego significa ação continua, em contraste com o aoristo deu.

>Jo 6:33

Outrossim, Jesus define o verdadeiro pão como o que desce do céu e da vida ao mundo (33). Os judeus desejam este pão, julgando que seja uma provisão miraculosa descida do céu (34). Jesus responde que Ele mesmo é o pão da vida (35), que satisfaz a fome espiritual do crente. Os galileus já O viram sem crer nEle, e agora perdem o direito à vida eterna por causa da sua incredulidade (36). Na sua busca, foram motivados por interesses puramente materiais. O motivo que conduz a Cristo é a fé e os que têm essa fé são dados por Deus a seu Filho. Todo aquele que o Pai me dá (37). Não é por acaso que o Pai traz os homens para Si (cfr. vers. 44). O dom é irrevogável, pois o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora (37). Eu o ressuscitarei (40). A ressurreição é complemento essencial ao dom da vida eterna. No último dia (40). Ver também vers. 39,44,54. O termo representa o conceito escatológico usado comumente pelos judeus para referir-se ao tempo da plena vindicação e glória do Messias. Cfr. Jo 11:24.

>Jo 6:41

Os judeus são ofendidos pela reivindicação de Jesus, que é o pão da vida que desceu do céu, por ser Ele do proletariado, de família humilde (41-42). Nos vers. 43-51, Jesus responde, desenvolvendo a idéia, já mencionada, da felicidade de quem crê verdadeiramente nEle (36-40). Somente os que são trazidos e iluminados pelo Pai podem vir a Jesus (44), e tal iluminação vem diretamente por meio da atividade de Deus. Os profetas (45); referência àquela seção das Escrituras do Velho Testamento que leva este nome. E serão todos ensinados por Deus (45). Cfr. Is 54:13; Jr 31:34; Mq 4:2. Jesus é o único que desfruta do supremo privilégio de ver a Deus (46). De novo Jesus se declara ser o pão da vida (48) e afirma, solenemente, que ter fé nEle é ter a vida eterna (47). Contrasta o maná dado no deserto com o pão que Ele dá: enquanto o maná não impediu a operação da morte, (49), quem comer do pão da vida que Ele oferece nunca perecerá (50-51). Opera na Sua pessoa o princípio da vida eterna, em contraste com o maná que perece. Então Jesus identifica este pão espiritual que Ele dá com a sua própria carne, que dará pela vida do mundo (51). É pela assimilação da Sua natureza divina que os homens se alimentam espiritualmente.

>Jo 6:52

Neste ponto os judeus se mostram completamente descrentes e começam a disputar entre si (52). O discurso chega ao seu apogeu com a declaração singular de Jesus no vers. 53. O ato de dar a Sua carne pela vida do mundo assume agora um caráter sacrifical. A linguagem é figurada, e muitos comentaristas dão um sentido sacramental aos termos, que se relacionam com os símbolos usados na Ceia do Senhor, para representarem o comer e o beber do corpo e do sangue de Cristo. Entretanto, neste contexto, a idéia primordial se limita ao caráter redentor da morte de Jesus e aos benefícios que resultam duma apropriação dos valores espirituais da Sua morte. É secundário o conceito da maneira em que os homens participam desses benefícios. Quem comer a minha carne (54). Jesus assevera que a apropriação dos valores espirituais da sua vida e de sua morte resulta na possessão imediata de vida eterna, e a certeza da ressurreição vindoura. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida (55). Sua carne e seu sangue alimentam realmente a alma. Uma íntima união procede da assimilação da Sua natureza (56), tal união sendo parecida com a que existe entre o Pai e o Filho (57). Vers. 58 dá em síntese todo o ensino que precede, e o vers. 59 acrescenta um detalhe histórico, quanto ao lugar onde o discurso fora entregue.

>Jo 6:60

4. O EFEITO SOBRE OS DISCÍPULOS (Jo 6:60-7.1) -O evangelista descreve os diferentes resultados do discurso. A apresentação das reivindicações de Jesus, e sua revelação de si mesmo como o pão vivo de Deus, partido pela humanidade, produz a incredulidade. Duro é este discurso (60). Mesmo os discípulos acharam difícil entender Sua doutrina, e se escandalizaram. O conhecimento sobrenatural de Jesus revela os pensamentos deles, e Ele diz: Isto vos escandaliza? Que será, pois, se virdes o Filho do homem subir para o lugar onde primeiro estava? (61-62). Sua ascensão para a presença do Pai, sem dúvida, removerá qualquer conceito materialista do comer da carne e do beber do sangue de Cristo, e mostrará o verdadeiro significado de participação espiritual nos Seus méritos e triunfo. A cruz e a ressurreição são os fatos básicos da revelação. A resposta espiritual a estes fatos se produz mediante a palavra de Jesus, que é espírito... e vida (63). A vida carnal não pode evoluir para tornar-se vida espiritual. A apropriação espiritual é obra do Espírito. As palavras de Jesus neste discurso são vivificantes, e criam na alma desejos espirituais e vida.

>Jo 6:64

A incredulidade dos discípulos não se constituiu em nenhuma surpresa para Jesus. Ele previu a deslealdade deles, e a traição de Judas era-lhe conhecida de antemão (64; cfr. Jo 13:11). Por esta razão, Jesus salienta o poder do Pai em despertar resposta espiritual em todos aqueles que realmente crêem (65). Este discurso marca o apogeu no ministério de Jesus, pois desde então muitos dos seus discípulos o abandonaram (66). As palavras de Jesus coam os genuínos discípulos dos demais homens. Jesus se dirige ao círculo de seus discípulos mais íntimos com as seguintes palavras: Porventura quereis também vós outros retirar-vos? (67). Jesus encontra lealdade e crescente convicção na magnífica declaração de Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna (68). A confissão de Pedro é reforçada pelo testemunho unido dos Seus discípulos: Nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus (69). Pedro fala em nome de todos, mas há um traidor entre eles. O traidor já é conhecido por Jesus (70, cfr. nota sobre vers. 64). Judas, filho de Simão Iscariotes (71). Iscariotes provavelmente significa "homem de Queriote", e em tal caso, Judas seria o único discípulo que não era galileu. O evangelista acrescenta com pesar que seria ele o traidor do Mestre. Tal ato só pode ser cometido por alguém que é diabo (71; cfr. 7.20 n.). A tragédia se torna mais dramática por ser ele um dos doze.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71

18. A Refeição Milagrosa (João 6:1-15)

Depois destas coisas, Jesus retirou-se para o outro lado do mar da Galiléia (ou Tiberíades). Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele estava realizando sobre aqueles que estavam doentes. Então Jesus subiu ao monte e sentou-se com seus discípulos. Agora, a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. Portanto, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: "Onde compraremos pão, para que estes possam comer?" Este Ele estava dizendo para testá-lo, pois Ele mesmo sabia o que estava pretendendo fazer. Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não é suficiente para eles, para que todos possam receber um pouco." Um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: "Há aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isto para tanta gente?" Jesus disse: "Faça com que as pessoas se sentar." E havia muita relva naquele lugar. Assim, os homens sentaram-se, em número de quase cinco mil. Jesus, então, tomou os pães, e tendo dado graças, distribuiu aos que estavam sentados;de igual modo os peixes, quanto eles queriam. E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca." Recolheram-up, e encheram doze cestos com os fragmentos dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. Portanto, quando o povo viu o sinal que Ele havia feito, eles disseram: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." Então Jesus, percebendo que eles estavam com a intenção de vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, mesmo sozinho. (6: 1-15)

O Novo Testamento oferece inúmeras linhas de evidência para a divindade de Jesus Cristo, não menos do que é seus muitos milagres (conforme At 2:22). De uma forma única e poderosa, Suas obras miraculosas demonstrar sua glória divina (Jo 2:11). O próprio Senhor usou para apoiar sua notável reivindicações: "As obras que o Pai me deu para realizar-as mesmas obras que Eu-testemunho de mim, que o Pai me enviou" (05:36). Em resposta à demanda exasperada de seus críticos, "Quanto tempo você vai nos manter em suspense Se Tu és o Cristo, dize-o francamente?" (10:24), Jesus respondeu: "Eu disse a você, e você não acredita; As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas dão testemunho de mim "(v. 25). O Senhor também repreendeu Corazim, Betsaida, Cafarnaum e porque, apesar dos inúmeros milagres que fazia naquelas cidades, eles teimosamente se recusou a se arrepender (Matt. 11: 20-24).

Quando João Batista enviou seus discípulos para perguntar a Jesus: "És tu aquele esperado, ou havemos de esperar outro?" (Lc 7:20), Jesus respondeu, apontando-os para suas obras milagrosas:

Naquele exato momento Ele curou muitas pessoas de doenças e aflições e espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos. E ele, respondendo, disse-lhes: "Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, os pobres têm o evangelho pregado a eles ". (Vv. 21-22)

E quando próprios discípulos de Jesus não conseguiram captar a verdade da Sua união com o Pai Ele lhes disse: "Crede-me que estou no Pai e que o Pai está em mim, caso contrário acredito que por causa das mesmas obras" (Jo 14:11 ).

Ao longo de seu ministério, Jesus poderia ter emocionou a multidão assistindo com demonstrações espetaculares de seu poder divino, como levantar-se do templo e suspendendo-o no ar, ou voar através do céu em velocidades supersônicas. Mas em vez disso, Ele escolheu para mostrar compaixão divina, fazendo milagres que entregaram as pessoas necessitadas. Ele curou os doentes (Mt 4:23-24; 8: 2-3., 5-13, 14-16; 9: 2-7, 20-22, 27-30, Mt 9:35; 12: 9-13, Mt 12:15 ; Mt 14:14; Mt 15:30; Mt 19:2; Mt 21:14; Mc 6:5; Lc 5:15; 6: 17-19; Lc 9:11; 14 : 1-4; 17: 11-14; Lc 22:51; João 4:46-53; 5: 1-9; Jo 6:2), ressuscitou os mortos (Mateus 9:23-25. ; Lucas 7:11-15; Jo 11:43), e expulsar os demônios (Mt 4:24; Mt 8:16, 28-33; 9: 32-33.; Mt 12:22; 15: 21-28; 17 : 14-18; Mc 1:39; Lc 11:14; Lc 13:32). Mesmo milagres criativos do Senhor não eram truques de mágica sensacionais. Como observado no capítulo 6 deste volume, através da criação de vinho nas bodas de Caná (Jo 2:1-11) Jesus encontrou uma necessidade para os convidados e salvou a noiva eo noivo de uma situação socialmente embaraçoso. A alimentação miraculosa das cinco mil pessoas foi um grande ato de compaixão em nome de pessoas que passaram fome.

Embora eles não podiam negar os milagres, as autoridades religiosas na Judéia rejeitada com veemência declarações de Jesus (5: 16-47). Mas essa rejeição não o impediu, ou levá-lo a suavizar a Sua mensagem. No entanto, o Senhor deixou a Judéia, porque os líderes judeus procuravam matá-lo antes de Seu tempo determinado (5.18; conforme 7: 1, 30; 08:20). Capítulo 6, em seguida, encontra-lo na Galiléia, na parte norte de Israel. Este capítulo é semelhante em estrutura ao capítulo 5; tanto gravar um milagre por Jesus, levando a um discurso sobre sua divindade. E cada um relata a resposta do povo, que em ambas as ocasiões foi uma rejeição total da Sua mensagem.

A alimentação dos cinco mil é o quarto sinal de que João gravado para provar que Jesus é o Messias e Filho de Deus (conforme 2:11; 4:54; 5: 1-17). É o único milagre (para além da ressurreição de Cristo) gravado por João que também aparece nos Evangelhos sinópticos (14 Matt:. 13-20; Marcos 6:30-44; Lucas 9:10-17) —um fato que enfatiza a sua importância, uma vez que a maioria do que João escreveu suplementos outros evangelhos, fornecendo material que não incluem. Apesar de todos os milagres de Jesus foram surpreendentes, a alimentação dos cinco mil demonstrou seu poder criativo de forma mais clara e impressionante do que qualquer outro milagre. Na verdade, em termos do número de pessoas afetadas, foi o maior de seus milagres (superiores a Sua alimentação depois de quatro mil, registrada em Mat. 15: 32-39; Marcos 8:1-9). A alimentação dos cinco mil, também prepara o palco para o discurso do Senhor sobre o pão da vida que se segue (vv. 22ff.).

A narrativa se desdobra em quatro cenas: a multidão inconstante, os discípulos infiéis, o jantar gratificante, eo falso coroação.

O Inconstante Multidão

Depois destas coisas, Jesus retirou-se para o outro lado do mar da Galiléia (ou Tiberíades). Uma grande multidão o seguia, porque via os sinais que ele estava realizando sobre aqueles que estavam doentes. Então Jesus subiu ao monte e sentou-se com seus discípulos. Agora, a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima. (6: 1-4)

A frase tauta meta ( depois destas coisas [conforme 5: 1]) não significa necessariamente que os eventos registrados no capítulo 6, seguido imediatamente os eventos registrados no capítulo 5. Ele simplesmente indica que o que aconteceu no capítulo 6 ocorreu posterior aos eventos no capítulo anterior. Evidentemente, houve um intervalo de tempo significativo entre os capítulos 5:6. De acordo com o versículo 4, os acontecimentos do capítulo 6 foi realizada pouco antes da Páscoa. Se a festa não identificado Dt 5:1, Mt 8:18, ​​23-349: 18-11: 3012: 15-14: 12;Marcos 3:7-6: 30; e Lucas 6:12-9: 10 deixar claro. A disseminação de sua fama ao longo desse período de seis a doze meses os ajuda a explicar o enorme tamanho da multidão que se reuniu nesta ocasião.

A alimentação dos cinco mil ocorreu no outro lado do mar da Galiléia (ou Tiberíades). Uma vez que a maior área da Galiléia fica a oeste do lago, o outro lado iria indicar a área leste do lago, mais remota e menos populosa. O Mar da Galiléia , também é conhecido na Bíblia como o mar de Quinerete;, o Mar de Quinerote (Nu 34:11 Js 13:27..) (Js 12:3, Mc 6:30), e Jesus também tinha sido fortemente envolvido no ministério esgotar enquanto eles estavam fora (Mt 11:1). Mt 14:13 revela que a notícia da morte de João Batista ofereceu uma razão adicional para a sua retirada: "Agora, quando Jesus ouviu falar sobre João [de que ele tinha sido executado por Herodes; 14: 1-12], retirou-se dali num barco para um lugar isolado por si mesmo ".

Jesus e seus discípulos não eram para encontrar a reclusão pacífica eles procuraram, no entanto. De acordo com Mc 6:32, eles atravessaram o Mar da Galiléia por barco, mas uma grande multidão das cidades vizinhas (Mt 14:13, seguido -los a pé ao longo da costa (Mc 6:33). No momento em que chegaram ao seu destino, uma massa de pessoas já estava esperando por eles (Mt 14:14), com mais a caminho. A multidão não foi motivada pela fé, o arrependimento, ou o amor verdadeiro por ele. Pelo contrário, eles seguiram o Senhor , porque eles viam os sinais que ele estava realizando sobre os que estavam enfermos (conforme 2: 1-11; 4: 46-54; Mateus 8:2-4., 5-13, 14 —17, 28-34; 9: 1-8, 18-26, 27-33; 12: 9-13; Marcos 1:21-28). Eram caçadores de emoção que não conseguiram compreender o verdadeiro significado dos sinais milagrosos de Jesus (conforme v 26). —que Apontou inequivocamente a Ele como o Filho de Deus eo Messias. Como tal, eles foram os homólogos da Galiléia dos crentes falsos Judéia descritos em 2: 23-25. Eles se reuniram para ver suas obras, mas em última análise, se recusou a aceitar Suas palavras (conforme v. 66). Eles procuraram os benefícios do Seu poder em suas vidas físicas, mas não em sua vida espiritual.

Depois de chegar na costa oriental do lago, Jesus subiu ao monte e sentou-se com seus discípulos. Apesar da multidão reunida, o Senhor queria algum tempo a sós com os Doze. Mountains foi o cenário para muitas das cenas importantes da vida e ministério de Cristo, incluindo a parte de sua tentação pelo diabo (Mt 4:8); o exercício do seu ministério de cura (Mt 15:29-30.); a transfiguração (Mt 17:1.); e Sua ascensão (At 1:12). Este particular montanha foi, provavelmente, localizado na região conhecida hoje como o Golan Heights, o site de uma grande batalha entre as forças israelenses e sírios, durante a Guerra dos Seis Dias de 1967.

Como observado acima, o fato de que a Páscoa, a festa dos judeus, estava perto de lugares este incidente vários meses após os acontecimentos do capítulo 5. Ele também sugere que a enorme multidão pode ter consistido, pelo menos em parte, de peregrinos que se preparam para viajar juntos a Jerusalém para a festa. Além disso, era a Páscoa, que comemora a libertação da nação do Egito, que os sentimentos nacionalistas dos judeus atingiram o seu pico. Isso pode ajudar a explicar tentativa zeloso da sua torcida para fazer Jesus rei (v. 15).

Os Discípulos Faithless

Portanto, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: "Onde compraremos pão, para que estes possam comer?" Este Ele estava dizendo para testá-lo, pois Ele mesmo sabia o que estava pretendendo fazer. Filipe respondeu-lhe: "Duzentos denários de pão não é suficiente para eles, para que todos possam receber um pouco." Um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: "Há aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isto para tanta gente?"(6: 5-9)

Depois de passar algum tempo na montanha com os Doze, Jesus viu que uma grande multidão vinha ter com ele. O registro Sinópticos que Ele "curou os seus enfermos" (Mt 14:14) e "começou a falar com eles sobre o reino de Deus "(Lc 9:11). Marcos diz que Jesus foi movido com "compaixão por eles, porque eram como ovelhas sem pastor" (Mc 6:34;. Conforme Nu 27:17; 1Rs 22:171Rs 22:17;. Mt 9:36). O Senhor sabia motivo superficial da sua torcida para segui-Lo (v 26)., Mas sua grande misericórdia, era tal que Ele conheceu as suas necessidades de qualquer maneira.

No final do dia (Mc 6:35) ou como o dia estava terminando (Lc 9:12) e que "foi a tarde, os discípulos aproximaram-se dele e disse:" Este lugar é deserto ea hora já está atrasado, por isso enviar as multidões de distância, para que possam ir aos povoados comprar comida para si mesmos '"(Mt 14:15). Jesus, no entanto, teve uma solução diferente em mente. Ele disse a Filipe: "Onde compraremos pão, para que estes possam comer?" Por que o Senhor destacou Filipe não é revelado. Pode ser que ele era o administrador dos Doze, o responsável por organizar as refeições e cuidando dos detalhes logísticos. A questão foi destinado a articular a impossibilidade de qualquer lugar onde tal pão poderia ser assegurado.

Jesus não estava tentando descobrir o que Filipe estava pensando, uma vez que Ele já sabia que (conforme 02:25; 21:17). Ele também não precisa de entrada de Felipe para ajudá-lo a formular um plano. Ele sabia que Filipe conhecia nenhum lugar para comprar pão e não tinha plano para fornecê-la. O propósito do Senhor em questionar Filipe (e, por extensão, o restante dos discípulos; conforme Lc 9:12) foi para testá-lo, pois Ele mesmo sabia o que estava pretendendo fazer -e não tinha nada a ver com a compra de pão. Como ele faz com todo o seu povo, o Senhor levantou o dilema como uma forma de testar os discípulos a fortalecer sua fé. Tiago escreveu: "Considerai tudo com alegria, meus irmãos, quando se deparar com várias provações, sabendo que a provação da vossa fé produz perseverança. E a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma" (Tiago 1:2-4). O apóstolo Pedro semelhante declarou: "Em qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, você tem sido afligido por várias provações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece, mesmo embora provado pelo fogo, pode ser encontrada a resultar em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo "(I Pedro 1:6-7).

A fé de Filipe (junto com o resto dos Doze de) foi encontrado em falta, e ele exclamou irremediavelmente, "Duzentos denários de pão não é suficiente para eles, para que todos possam receber um pouco." Para Filipe parecia inútil para discutir onde eles pode obter pão, já que claramente não tinha dinheiro suficiente para comprá-lo se eles poderiam encontrar. Um denário equivalia remuneração de um dia para um trabalhador comum (Mt 20:2.; 1 Reis 17:9-16; 2 Reis 4:1-7). No entanto, "ao invés de focar em Jesus, computador mental de Filipe começou a trabalhar como uma caixa registradora, e tudo o que podia pensar era o total em dinheiro que seria necessário para fornecer apenas um pouco de pão para cada pessoa" (Gerald L. Borchert, João 1:11, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 253).

André, ao contrário de Filipe, pelo menos, tentou encontrar uma solução (embora ele possa ter sido apenas tentando corroborar o pessimismo de Filipe). Ele relatou a Jesus que sua pesquisa o levou a um pequeno menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mc 6:38 registra que Jesus mandou que os discípulos para irem descobrir quanta comida a multidão tinha. Aparentemente André estava relatando os resultados dessa pesquisa. Ou, talvez, a pesquisa teve lugar após o seu relatório e ainda confirmou a triste realidade da situação. Em qualquer caso, a fé de André, também, desmoronou como ele considerou a enormidade do problema logístico. Depois de relatar o que encontrou, acrescentou ceticismo, "Mas o que são estes para tantas pessoas?" A resposta de André mostrou que ele, como Filipe eo resto dos Doze, foi reprovado no teste de fé. Ninguém respondeu afirmando o poder de Jesus para fornecer.

O Jantar de Satisfação

Jesus disse: "Faça com que as pessoas se sentar." E havia muita relva naquele lugar. Assim, os homens sentaram-se, em número de quase cinco mil. Jesus, então, tomou os pães, e tendo dado graças, distribuiu aos que estavam sentados; de igual modo os peixes, quanto eles queriam. E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos: "Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca." Recolheram-up, e encheram doze cestos com os fragmentos dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. (6: 10-13)

Com os discípulos de uma paralisação, Jesus assumiu o comando da situação. Em vez de repreender-los por sua fé fraca, Ele colocá-los para o trabalho, instruindo-os a ter as pessoas sentem-se. A sua fé pode ter falhado, mas sua obediência não o fez, e apesar de suas dúvidas eles seguiram as instruções do Senhor. Lembrança pessoal de João que havia muita relva naquele lugar é o tipo de detalhe uma testemunha recorda. Além disso, confirma que a alimentação dos cinco mil ocorreram na primavera (Páscoa [v. 4] foi em março ou abril), antes da grama secou sob o sol escaldante do verão. Marcos acrescenta que os discípulos sentados as pessoas em grupos de cinquenta e cem (Mc 6:40), sem dúvida, para tornar mais fácil para distribuir os alimentos. Todos os quatro Evangelhos registram que havia cinco mil homens presentes, sem contar mulheres e crianças (Mt 14:21). Permitindo um número razoável de mulheres e crianças, o número total de pessoas foi, provavelmente, em algum lugar entre quinze e vinte mil.

Simplesmente, e sem alarde, em seguida, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu aos que estavam sentados; . Da mesma forma, também dos peixes O Senhor não criou uma grande quantidade de comida de uma só vez, mas continuamente "partiu os pães e ... continuou dando-os aos discípulos para que eles, e ... dividido os dois peixes entre eles todos "(Mc 6:41). A multidão atônita sentado na encosta gramada naquela noite testemunharam o Deus Criador no trabalho.

Registro de Mateus, Marcos e Lucas que o Senhor distribuiu a comida para a multidão através dos discípulos. Jesus, é claro, não precisa usá-los; Ele poderia facilmente ter distribuído alimentos para a multidão por meios sobrenaturais. Deus, no entanto, muitas vezes, funciona através de fracos, os seres humanos falíveis. Ele usou Moisés, que foi "muito humilde, mais do que qualquer homem que estava sobre a face da terra":, para libertar seu povo da escravidão no Egito; (Nu 12:3). Ele usou Gideão, o filho mais novo da família menos importante em Manassés, para libertar Israel dos midianitas (Jz 6:15.);e Ele usou Davi, um menino pastor desconhecido, para matar o Golias poderoso guerreiro e libertar Israel dos filisteus. "Deus", Paulo lembrou aos soberbos, arrogantes Corinthians ", escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as coisas que são fortes" (1Co 1:27). Os discípulosreunidos os restos de comida, e encheram doze cestos (do tipo usado para transportar alimentos ou produtos) com pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido. Em uma espantosa exibição da graça abundante de Deus, as sobras excedeu em muito as originais cinco pães de cevada. Alguns pensam que os doze cestos simbolizar a provisão de Deus para as doze tribos de Israel. A explicação mais simples é que havia doze cestos porque havia doze apóstolos que recolhem as sobras. Cristo não só forneceu comida suficiente para satisfazer a multidão com fome, mas também para fornecer refeição do dia seguinte para os discípulos.

A coroação Falsa

Portanto, quando o povo viu o sinal que Ele havia feito, eles disseram: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." Então Jesus, percebendo que eles estavam com a intenção de vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, mesmo sozinho. (6: 14-15)

Surpreendido pelo sinal que Jesus tinha realizado, o povo disse: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." A referência é à profecia messiânica dada por Moisés, em Deuteronômio 18:15-19 (conforme Atos 3:20-22). Sem dúvida provisão milagrosa de Jesus de alimentos lembrou a multidão de Moisés e do maná Deus providenciou para Israel no deserto. A alimentação da multidão foi um verdadeiro milagre criativo-não, como alguns céticos argumentam, uma história de como Jesus manipulou a multidão em compartilhar seus almoços com o outro. Se isso fosse tudo o que aconteceu, a multidão dificilmente teria visto isso como um sinal miraculoso que aponta a Jesus como o Cristo. As pessoas corretamente percebeu que o milagre era sobrenatural e provou Jesus era o Messias, embora tirou conclusões erradas sobre o que significava que a identificação.

A declaração da multidão, feita imediatamente após Jesus curava os doentes e encheu seus estômagos, revelou o que as pessoas estavam realmente procurando em um messias. Eles queriam um libertador terrestre, aquele que iria satisfazer todas as suas necessidades físicas e alimentação e saúde estavam no topo da lista, bem como libertá-los do jugo odiados de opressão romana. Assim eles tinham a intenção de vir e levá-lo à força para fazê-lo rei. Com ele como seu fornecedor, eles nunca iria querer para o alimento, e teria o potencial para ser curado de todas as doenças. Eles poderiam marchar para Jerusalém, derrotar os romanos, e estabelecer o estado de bem-estar social final. Jesus, no entanto, recusou-se a ser forçosamente feito rei em seu egoísta (e não arrependidos) termos. Por isso, Ele enviou os discípulos de distância de barco (Mt 14:22; Mc 6:45), dispersou a multidão (Mt 14:23; Marcos 6:45-46.), E retirou-se novamente para o monte, mesmo sozinho.

Jesus não concordar com caprichos ou fantasias. Ele vem para ninguém em termos que do homem. As pessoas não podem manipulá-lo para seus próprios fins egoístas. Alguns evangelistas modernos, em uma tentativa de ser "amigável-investigador," Jesus presente para os incrédulos como uma solução rápida para necessidades sentidas como saúde, riqueza e auto-estima superficialmente comercialização Ele como fornecendo tudo incrédulos querem. Mas que transforma a mensagem do evangelho de cabeça para baixo. As pessoas não vêm a Cristo em seus termos, para que Ele possa curar seus relacionamentos quebrados, torná-los bem sucedido na vida, e ajudá-los a se sentir bem consigo mesmas. Em vez disso, eles devem vir a Ele em Seus termos. Jesus ama graciosamente crentes e concede-lhes um rico legado de alegria (Jo 15:11), paz (Jo 14:27), e conforto (2 Cor. 1: 3-7). Mas, ao mesmo tempo, Ele chama os pecadores a chorar sobre o seu pecado:, arrepender-se (Mt 4:17.), E reconhecê-lo como o soberano Senhor (Rm 10 (Mt 5:4.):.. 9; conforme Fil 2 : 9-11), a quem devem obediência total (Jo 14:15, Jo 14:21; 1Jo 5:31Jo 5:3)

Agora, quando a noite chegou, os seus discípulos desceram para o mar, e depois de entrar em um barco, eles começaram a atravessar o mar para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha chegado a eles. O mar começou a ser agitada por causa de um forte vento soprava. Então, quando eles tinham remado cerca de três ou quatro milhas, eles viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e eles estavam assustados. Mas Ele disse-lhes: "Sou eu,., Não tenha medo" Então, eles estavam dispostos a recebê-lo para o barco, e logo o barco chegou à terra para onde iam. No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia outro pequeno barco lá, exceto um, e que Jesus não tinha entrado com seus discípulos para o barco, mas que os discípulos tinham ido embora sozinho. Houve outros pequenos barcos de Tiberíades para perto do lugar onde comeram o pão depois de o Senhor ter dado graças. Então, quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também os pequenos barcos, e foram a Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Rabi, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que, me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhar pela comida que perece, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará, para n'Ele o Pai, Deus, tem o seu selo ". Por isso, eles disseram-lhe: "O que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Esta é a obra de Deus, que creiais naquele que Ele enviou." (6: 16-29)

Um dos pontos turísticos mais famosos do Havaí é Cabeça de Diamante, um vulcão extinto na ilha de Oahu. Exploradores ocidentais cedo, deu-lhe esse nome não por causa de sua forma, mas por causa das pedras brilhantes que vi embutido em suas encostas. Observando essas rochas de uma distância, os marinheiros excitados imaginado que tinham descoberto diamantes. Mas, para sua decepção, um exame mais detalhado revelou que os "diamantes" eram cristais de calcita, na verdade, apenas sem valor.

Em sentido semelhante, há muitos que olham à distância como eles são discípulos de Cristo, mas a investigação mais atento mostra que eles sejam algo diferente do que eles dizem. Tais pessoas brilhar exteriormente como diamantes brilhantes, mas por dentro são nada mais do que rocha sem valor. O Novo Testamento descreve-os como joio no meio do trigo:; (13 25:40-13:30'>Mt 13:25-30.) peixe ruim que são jogados fora (13:48); cabras condenados à punição eterna (25:33, 41); aqueles que ficaram do lado de fora, quando o chefe da casa fecha a porta (13 25:42-13:27'>Lucas 13:25-27); virgens loucas excluídos do banquete de casamento (Mt 25:1-12.); e escravos inúteis que enterram o talento de seu mestre no solo (25: 24-30). Eles são apóstatas que eventualmente deixam a comunhão dos crentes (1Jo 2:19), manifestam um perverso coração de incredulidade ao abandonar o Deus vivo (He 3:12), continua a pecar deliberAdãoente depois de receber o conhecimento da verdade (Heb . 10:26), e cair para longe da verdade para a destruição (39 v.) eterna. Embora eles podem até pensar que está em seu caminho para o céu, eles são, na verdade, no caminho largo que leva para o inferno (13 40:7-14'>Mt 7:13-14.).

À luz do sério perigo de ser enganado, a Bíblia enfatiza o custo de ser um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo. Quando um suposto seguidor disse-lhe: "Senhor, permita-me ir primeiro enterrar meu pai" (Mt 8:21) —a figura do significado da fala: "Espere até que eu receber a minha herança" —Jesus respondeu: " Siga-me, e permitir que o [espiritualmente] mortos sepultar os seus próprios mortos "(v. 22).Quando outro lhe disse: "Eu te seguirei, Senhor, mas primeiro permita-me dizer adeus para os que estão em casa" (Lc 9:61), Jesus respondeu: "Ninguém, depois de colocar a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus "(v. 62). Lucas 14:27-35 registra séria advertência do Senhor para contar com cuidado o custo de segui-Lo:

Quem não carrega sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo. Para que um de vós, quando ele quer construir uma torre, não se senta primeiro a calcular o custo para ver se tem com que a acabar?Caso contrário, quando ele estabeleceu uma base e não a podendo acabar, todos os que observam que começam a zombar dele, dizendo: "Este homem começou a construir e não pôde acabar." Ou qual é o rei, quando ele sai ao encontro de outro rei na batalha, não se senta primeiro a considerar se ele é forte o suficiente com dez mil homens ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, enquanto o outro ainda está longe, ele envia uma delegação e pede condições de paz. Então, nenhum de vocês pode ser meu discípulo que não desistir de todos os seus bens próprios. Portanto, o sal é bom;mas se mesmo sal se tornar insípido, com o que ele vai ser temperado? É inútil, quer para o solo ou para adubo; ele é jogado fora. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça.
Para ser seu discípulo, Jesus advertiu, significa amá-Lo acima de tudo, até mesmo a própria família:

Não penseis que vim trazer paz à terra; Eu não vim trazer paz, mas espada. Porque eu vim para colocar um homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, e uma filha-de-lei contra a mãe-de-lei; e os inimigos do homem serão os membros de sua família. Quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. (Mateus. 10: 34-37; conforme Mt 19:29)

Significa, também, a amá-lo mais do que a vida. Em Lucas 9:23-24. Jesus "estava dizendo a todos:" Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por minha causa, ele é o único que vai salvá-lo '"(conforme Mt 10:38-39; Lc 14:27; Lc 17:33; Jo 12:25; 1Co 15:311Co 15:31.. ). Jesus não estava falando sobre os ensaios gerais de vida, quando Ele referenciado a cruz nesta ocasião. Nem estava se referindo ao Calvário, uma vez que Ele ainda não tinha sofrido lá. Seus ouvintes entendido perfeitamente Seu ponto-cruz significava a morte.Apenas verdadeiros discípulos estão dispostos a submeter-se o senhorio de Cristo em tudo, mesmo que isso signifique a perseguição e execução. Nenhum preço é demasiado elevado para o dom da vida eterna.

Em contraste, os falsos discípulos desmoronar quando as coisas ficam difíceis. Quando "tribulação ou perseguição por causa da palavra", ou "a preocupação do mundo ea sedução das riquezas sufocam a palavra" (13 21:40-13:22'>Mat. 13 21:22), eles mostram suas verdadeiras cores. Como veremos mais adiante, no capítulo 6, depois de ouvir o Senhor ensinou que Ele é o Pão da Vida ", muitos dos seus discípulos, ouvindo isto, disse:" Esta é uma afirmação difícil, que pode ouvi-la? '.. . Como resultado disso, muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele "(Jo 6:60, Jo 6:66). Tais discípulos falsos não vêm a Cristo a se curvar diante dEle como Senhor e Salvador; ao contrário, eles vão em busca de seu próprio ganho pessoal. Quando seus desejos egoístas não se concretizem, eles abandonariam completamente.

Este capítulo mostra que nem todos os "discípulos" são verdadeiros crentes (v. 66), mas todos os crentes são "discípulos" seguidores —devoted de Jesus Cristo. Note-se que "discípulos" não são uma classe especial de cristãos que estão buscando ativamente santificação, ao contrário de "crentes", que se limitaram a acreditavam em Cristo e foram justificadas. A Bíblia deixa claro que todos os cristãos são verdadeiros discípulos ("discípulo" se torna sinônimo de "crente" em todo o livro de Atos, por exemplo, 6: 1-2, 7; 9: 1, 19, 26, 36, 38; 11:26, 29; 13 52:15-10; 18:23, 27; 19: 9, 30; 20: 1; 21: 4, 16), e que todos os verdadeiros cristãos buscar a santificação (1Co 1:1; Ef 2:10; Tiago 2:14-26; conforme 1Co 6:111Co 6:11).. (Para uma discussão mais aprofundada desta questão, ver meu livro O Evangelho Segundo Jesus[Rev. Ed, Grand Rapids:. Zondervan, 1994].)

Os versículos 16:29 compreendem duas passagens que preparou o palco para o discurso de Jesus sobre o Pão da Vida. Eles também retratar o contraste entre verdadeiros e falsos discípulos. O primeiro relato descreve Jesus caminhando sobre as águas para os Doze, que foram capturados em uma tempestade no mar da Galiléia. Ele ilustra a resposta que os verdadeiros discípulos têm para com Cristo. A segunda história, em que a multidão que Jesus tinha acabado de alimentar (6: 1-15) O procuraram para outra refeição gratuita, revela como falsa discípulos responder ao Senhor. Para ambos os grupos Jesus realizou um sinal sobrenatural. No entanto, as respostas subsequentes em cada caso eram completamente diferentes.

A Resposta da Verdadeiros Discípulos

Agora, quando a noite chegou, os seus discípulos desceram para o mar, e depois de entrar em um barco, eles começaram a atravessar o mar para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha chegado a eles. O mar começou a ser agitada por causa de um forte vento soprava. Então, quando eles tinham remado cerca de três ou quatro milhas, eles viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e eles estavam assustados. Mas Ele disse-lhes: "Sou eu,., Não tenha medo" Então, eles estavam dispostos a recebê-lo para o barco, e logo o barco chegou à terra para onde iam. (6: 16-21)

Caminhada de Jesus sobre a água (conforme as contas deste milagre em Mateus 14:24-33; Mc 6:1; Jo 4:54; 5: 1-17 ; 6: 1-15) sinal miraculoso João registrou em seu Evangelho (20: 30-31). Em consonância com o propósito de João, ele demonstra a divindade de Cristo, revelando o Seu poder sobre as leis da natureza. E, em contraste com os falsos discípulos de vv. 22-29, ele expõe a resposta reverente dos verdadeiros seguidores de Jesus.

O Sobrenatural Sign

Agora, quando a noite chegou, os seus discípulos desceram para o mar, e depois de entrar em um barco, eles começaram a atravessar o mar para Cafarnaum. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha chegado a eles. O mar começou a ser agitada por causa de um forte vento soprava. Então, quando eles tinham remado cerca de três ou quatro milhas, eles viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e eles estavam assustados. (6: 16-19)

Quando ele despedia a multidão (frustrando assim a sua tentativa de fazê-Lo rei à força; 6: 14-15), Jesus também enviou os discípulos de distância (Mt 14:22.). Eles foram, sem dúvida, animado com a resposta da multidão. Deve ter parecido que o seu Mestre foi finalmente recebendo a honra que era devido. Jesus lhes ensinou a orar para o reino de Deus venha (Mt 6:10), e que poderia ter parecido que a oração estava prestes a ser respondida. Sabendo seus corações e não querer que eles sejam levados por entusiasmo superficial da sua torcida, o Senhor tirou os discípulos de a situação. Eles provavelmente não compreender por que razão Jesus mandou-os embora, mas eles obedeceram, no entanto.

De acordo com Mc 6:45, seu destino inicial era de Betsaida, não muito longe de onde os milhares foram alimentados. Aparentemente, eles estavam planejando para encontrar Jesus lá antes de cruzar o lago para a costa ocidental (Mt 14:34;. Mc 6:53). Ao cair da tarde, os discípulos desceram para o mar, e depois de entrar em um barco, eles começou a atravessar o mar para Cafarnaum.Evening aqui refere-se à segunda noite (conforme Ex 12:6 metros acima do nível do mar. A forte queda de cerca de 3.000 pés dos topos das colinas a superfície do lago cria condições ideais para as repentinas, tempestades violentas para que o Mar da Galileia é notório (conforme Mt 8:23-27.). O ar mais frio corre pelas encostas e atinge a superfície do lago com grande força, agitando a água em carneirinhos e criando condições perigosas para pequenas embarcações.

Como eles atravessaram o lago em direção a Cafarnaum, os discípulos encontraram-se preso em uma dessas rajadas súbitas. João lembrou que o mar começou a ser agitada porque um forte vento soprava. O vento era tão forte que soprou pequeno barco dos discípulos fora do curso, empurrando-o "uma longa distância da terra" (Mt 14:24) para "o meio do mar" (Mc 6:47). Apesar de ser "maltratado pelas ondas" (Mt 14:24), os discípulos continuaram "forçando os remos" (Mc 6:48), tentando desesperAdãoente alcançar a segurança da costa ocidental. (Mesmo que o barco tinha sido equipado com uma vela, que teria feito os discípulos pouco bom, já que eles estavam indo na direção do vento [Mt 14:24].) Mas o seu progresso foi dolorosamente lento. Os discípulos tinham partido para Cafarnaum em algum momento 6:12 — 21:12 (Jo 6:16), e de acordo com Mt 14:25 e Mc 6:48, foi agora a quarta vigília da noite (3:12 a 6 : 00 am). Durante esses longos, escuros e extenuantes, horas estressantes, eles tinham remado apenas cerca de três ou quatro milhas.

Enquanto isso, Jesus estava sozinho na montanha orando (6:15; Mt 14:23; Mc 6:46). Sempre o fiel pastor (João 10:11-14), no entanto, ele não tinha esquecido os discípulos. Em Sua infinita sabedoria, Ele planejou para ajudá-los de acordo com seu tempo perfeito. Divina soberania, onipotência e onisciência nunca está com pressa. É claro, os discípulos nunca poderia ter imaginado que forma essa ajuda iria tomar.

De repente, em meio à escuridão, o vento roda, spray picadas, e ondas furiosas, eles viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco. Eles lutaram durante horas, fazendo pouco progresso.Ele, no entanto, estava andando sem esforço para os dentes do vendaval. Na verdade, Jesus estava se movendo tão rapidamente que parecia aos discípulos como se Ele passaria por eles (Mc 6:48). Por causa da escuridão, ea névoa chicoteado pelo vento e spray, os discípulos não reconhecem a figura misteriosa que veio caminhando em direção a seu barco.

Muitos (talvez até sete) dos discípulos eram pescadores por profissão, e foram usados ​​para estar no lago à noite e em condições de mau tempo (conforme 21: 3; Lc 5:5., Marcos 4:36-41; Lucas 8:22-25), porque as ondas ameaçavam inundar o barco deles (Mc 4:37; Lc 8:23), eles estavam familiarizados com estes tipos de tempestades. Mas eles certamente não estavam acostumados a ver figuras humanas que andam na água. Não surpreendentemente, eles ficaram com medo, e gritou de terror: "É um fantasma!" (Mt 14:26;. Mc 6:49).

Alguns céticos descrentes têm sugerido que Jesus estava realmente caminhando ao longo da costa, e que os discípulos aterrorizados equivocAdãoente pensaram que Ele estava andando sobre as águas. Mas o barco dos discípulos era muito longe da terra (Mt 14:24 diz textualmente "muitos estádios."; Um stadion era cerca de um oitavo de milha) para eles terem visto através da escuridão da tempestade uma pessoa que anda na costa . A idéia de que esses pescadores experientes pensei que alguém que anda na costa estava andando sobre a água é apenas uma tentativa desesperada de negar o que os evangelhos retratam claramente como sobrenatural. Como todos os Seus milagres, caminhadas do Senhor sobre a água não era um truque de mágica frívola. Ao suspender a lei da gravidade, Ele deu aos discípulos uma prova dramática, visível de que Ele é o Criador e controlador do universo físico (1:. 3; Cl 1:16; He 1:2;. Mc 6:50]; sou eu,., não tenha medo "Reconhecendo Jesus, finalmente, os discípulos estavam dispostos e contentes para recebê-lo para dentro do barco.

O Doze, como todos os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, ansiava por Sua presença. Eles haviam sido relutantes em sair quando Demitiu-los junto com a multidão (o verbo traduzido "Ele fez" em Mt 14:22 e Mc 6:45 significa literalmente "obrigar", ou "forçar" as pessoas a fazer algo que Não quero fazer; conforme a sua utilização em Lc 14:23; At 26:11; At 28:19; 2 Cor 0:11; Gl 2:1, Gl 2:14; Gl 6:12).Eles, sem dúvida, ficaram desapontados quando Jesus não conhecê-los antes que eles começaram a sua viagem através do lago (vv. 16-17). Agora, para seu espanto e alívio, ele havia retornado para eles de uma forma mais inesperada, e eles ficaram muito felizes.

Corajoso e impetuoso como sempre, Pedro não podia esperar para que o Senhor entrar no barco. Ele estava tão ansioso para estar perto de Jesus que ele pulou no mar para chegar a ele mais cedo:

Pedro disse-lhe: "Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas". E Ele disse: "Vem!" E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas e foi na direção de Jesus. Mas, vendo o vento, ele ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" Imediatamente Jesus estendeu a mão e segurou-o, e disse-lhe: "Homem de pouca fé, por que duvidaste?" (Mateus. 14: 28-31)

A história de uma caminhada de Cristo sobre a água inclui, na verdade, não um milagre, mas quatro. Não só Jesus andar sobre a água, mas assim também fez Pedro (pelo menos por alguns momentos).Mateus e Marcos gravar um terceiro milagre. Quando Jesus (juntamente com uma imersão molhado e completamente castigado Pedro) entrou no barco, o vento parou imediatamente (Mt 14:32;. Mc 6:51). Finalmente, João registra quarto milagre: depois de Jesus tem a bordo e acalmou a tempestade, . imediatamente o barco chegou à terra para onde iam Milagrosamente, o barco atravessou instantaneamente a distância que falta para a costa ocidental.

Totalmente surpreso (conforme Mc 4:41), "os que estavam no barco o adoraram, dizendo:" Tu és o Filho de Deus! "(Mt 14:33). A única resposta adequada a Jesus Cristo é a cair diante dEle em adoração, assim como os homens sábios em seu nascimento, uma mulher cananéia (15:25), um homem cego a quem Jesus curou (João 9 (Mt 2:11.): 38), as mulheres que foram ao sepulcro, depois da ressurreição (Mt 28:9), e o resto dos onze discípulos (Mt 28:17; Lc 24:52)... Embora eles foram surpreendidos por milagre de Jesus, os Doze respondeu como todos os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo, fazer-com adoração e culto.

A resposta dos discípulos Falsos

No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia outro pequeno barco lá, exceto um, e que Jesus não tinha entrado com seus discípulos para o barco, mas que os discípulos tinham ido embora sozinho. Houve outros pequenos barcos de Tiberíades para perto do lugar onde comeram o pão depois de o Senhor ter dado graças. Então, quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também os pequenos barcos, e foram a Cafarnaum em busca de Jesus. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Rabi, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que, me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhar pela comida que perece, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará, para n'Ele o Pai, Deus, tem o seu selo ". Por isso, eles disseram-lhe: "O que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Esta é a obra de Deus, que creiais naquele que Ele enviou." (6: 22-29)

O relato de João continua, contrastando a resposta dos Doze com a resposta da multidão que Jesus tinha acabado de alimentados. Eles também tinham testemunhado Seu poder criador divino. Mas, em vez de responder com a adoração sincera, eles responderam com egoísmo e ganância.

O Sobrenatural Sign

No dia seguinte, a multidão que estava do outro lado do mar, vendo que não havia outro pequeno barco lá, exceto um, e que Jesus não tinha entrado com seus discípulos para o barco, mas que os discípulos tinham ido embora sozinho. Houve outros pequenos barcos de Tiberíades para perto do lugar onde comeram o pão depois de o Senhor ter dado graças. Então, quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, entraram eles também os pequenos barcos, e foram a Cafarnaum em busca de Jesus. (6: 22-24)

Com Jesus e os discípulos de terem atravessado o lago para a costa ocidental, durante a noite, a cena no dia seguinte mudou de volta para o lado leste do lago. Pelo menos parte da multidão que havia testemunhado curas (v. 2) de Jesus e foi milagrosamente alimentado (vv. 3-13) levantou na manhã seguinte no outro (oriental) do lado do mar. Eles passaram a noite lá (Mt 14:22;.. Mc 6:45), e na parte da manhã eles estavam procurando por ele, esperando para outra refeição gratuita (v 26), e talvez ainda a intenção de fazê-Lo rei à força para que pudesse ser uma fonte permanente de provisão milagrosa (v. 15).

Aos poucos, ficou claro para eles que algo estranho havia acontecido. Lembravam-se de que não tinha sido nenhum outro pequeno barco lá no dia anterior, exceto a um os discípulos tinham usado. Eles também sabiam que Jesus não tinha entrado com seus discípulos para o barco, mas que os discípulos tinham ido embora sozinho. O mistério, então, foi onde estava Jesus, se Ele não tivesse deixado com os discípulos? A multidão, é claro, não poderia saber o que realmente tinha acontecido; eles não tinham testemunhado andando sobre a água.

O versículo 23 é um parêntese, explicando onde os pequenos barcos que transportavam a multidão de volta a Cafarnaum veio. Tiberias foi uma importante cidade na costa ocidental do Mar da Galiléia (veja a discussão Dt 6:1), era o lugar lógico para procurá-lo. Algumas das pessoas também podem ter ouvido o Senhor dizendo aos discípulos para velejar lá (Mt 14:22).

Embora a multidão procurou Jesus (24 v.), Fizeram-no por razões erradas. Eles seguiram-no para o que eles poderiam obter; eles não estavam interessados ​​em qualquer culto ou obedecê-lo. Na noite anterior eles tinham experimentado Seu poder miraculoso e disposição (da cura e da alimentação); todos tinham testemunhado e beneficiado pessoalmente esse sinal sobrenatural. Mas, em vez de responder com adoração humilde (como os Doze), eles queriam mais Dele. Eles não tinham nenhum outro interesse em Jesus. Queriam que ele atendê-los. A multidão superficial é sempre um alvo fácil para a falsa promessa de prosperidade pessoal.

A subsequente Response

Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: "Rabi, quando chegaste aqui?" Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que, me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficaram satisfeitos. Não trabalhar pela comida que perece, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará, para n'Ele o Pai, Deus, tem o seu selo ". Por isso, eles disseram-lhe: "O que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Esta é a obra de Deus, que creiais naquele que Ele enviou." (6: 25-29)

Quando eles finalmente encontraram Jesus em Cafarnaum, o povo disse a ele com espanto, "Rabi, quando chegaste aqui?" Como mencionado acima, eles sabiam que Ele não tinha deixado no barco dos discípulos. Nem Ele poderia ter caminhado (em terra) para Cafarnaum sem eles tê-lo visto. Apesar de terem encontrado Ele, o mistério de como Jesus veio para Cafarnaum ainda permanecia.

Jesus propositAdãoente não responder a sua pergunta. No dia anterior tinham tentado fazê-Lo rei à força depois que Ele alimentou milagrosamente eles; dizendo-lhes de uma outra, ainda mais espetacular milagre só teria alimentado o seu fervor messiânico equivocada. Além disso, o Senhor não se comprometeu a emoção em busca discípulos falsos (02:24;. Conforme Sl 25:14;. Pv 3:32;. Mt 13:11). Ele ignorou a pergunta irrelevante e superficial e abordou a questão mais profunda de suas motivações pecaminosas.

Como faz em todo o evangelho de João (por exemplo, 01:51; 3: 3, 5; 05:24; 06:47, 53; 08:51, 58; 13:21), a afirmação solene Amém, amém ( verdadeiramente, verdadeiramente ) introduz uma importante verdade a que Jesus queria que seus ouvintes a prestar muita atenção. Repreensão do Senhor, "me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e ficaram satisfeitos", pôs a nu as suas egoístas, corações materialistas. Então, eles foram cegados pelo seu desejo superficial para o alimento e os milagres que eles perderam o verdadeiro significado espiritual da pessoa e da missão de Jesus."Eles não foram movidos por corações cheios, mas por barriga cheia" (Leon Morris, O Evangelho segundo João, A Commentary New Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 358). Apesar de terem testemunhado os miraculosos sinais Jesus tinha realizado (v. 14), eles não conseguiram compreender as implicações espirituais desses milagres. Surpreendentemente, depois de alimentar a multidão, mesmo os Doze "não tinha ganhado nenhum insight do incidente dos pães, mas seu coração estava endurecido" (Mc 6:52). Eles não conseguiram compreender a realidade plena de que Deus estava no meio deles, até que Ele andou sobre as águas. Então eles disseram: "Tu és o Filho de Deus!" (Mt 14:33). Quando o Senhor mais cedo acalmou outra tempestade no mesmo lago, que só fez a pergunta: "Que tipo de homem é esse?" (Mt 8:27). Assim, nosso Senhor os chamou de "homens de pouca fé" (Mt 8:26).

Jesus repreendeu a multidão para seu materialismo crasso. Em vez de trabalhar pela comida que perece, o alimento físico que procuravam, Jesus exortou-os a buscar a comida que permanece para a vida eterna (o próprio Jesus, o Pão da Vida; 35 vv, 54.). Embora Ele certamente tinha consciência de sua necessidade de alimento físico (conforme vv. 10-12), Ele estava muito mais interessado no seu bem-estar espiritual. Como ele anteriormente tinha água físico distinto da "água que jorra para a vida eterna" (4:14), Jesus aqui apontou Seus ouvintes afastado de alimentos literal a Si mesmo como o pão da vida (vv. 33, 35, 48,
51) . Ao invés de focalizar o homem exterior em decomposição (2Co 4:16), eles precisavam buscar o alimento espiritual que só o Filho do homem pode dar. Depois de tudo, para ganhar o mundo material inteiro, mas perder a sua alma eterna lucros nada (Mt 16:26; Lc. 12: 16-21). Como aquele em quem o Pai, Deus, tem o seu selo de aprovação, Jesus tem autoridade para dispensar o alimento espiritual que vem de Deus e sacia a fome de justiça (Mt 5:6), e em Lc 10:25 "um advogado se levantou e pô-lo à prova, dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? '" Era uma questão familiar para os judeus para prosseguir a vida eterna através de sua religião, então a questão era comum.

A verdadeira salvação, é claro, não é pelas obras (Tt 3:5) por meio da fé (Rm 3:28) em Cristo sozinho (At 4:12), "porque pelas obras da lei nenhuma carne será justificada diante dele" (Rm 3:20;. Gl 2:16.). A salvação é um dom de Deus (Jo 4:10; Rm 5:15; Rm 6:23; Ef 2:8, O New Commentary americano [Nashville: Broadman & Holman, 2002], 263)

Assim, a salvação não vem do esforço humano, realização, ou obras morais, mas a partir de uma fé que inevitavelmente produz boas obras (Ef 2:10; conforme Mt 3:10; 7:.. 16-20; 0:33; 13:23; Lc 6:1; Cl 1:10). A "fé" que não produz fruto é morto, o que significa que não é realmente a fé bíblica em tudo (Tiago 2:14-26).

O resto de João capítulo 6 desenvolve o ensinamento de Jesus sobre a comida que permanece para a vida eterna. Apontando a Si mesmo como o Pão da Vida, Jesus ofereceu-se aos seus ouvintes como seu libertador eterna. A multidão, no entanto, em última análise, não estava interessado. Eles haviam sido intrigado com Suas curas anteriores, e que tinham sido temporariamente satisfeito por Sua refeição milagrosa. Mas sua resposta inicialmente entusiasmados com os sinais sobrenaturais (15 v.) Desvaneceu-se rapidamente quando suas expectativas superficiais fui atendida. Ao contrário dos Doze, que responderam ao poder de Jesus com louvor, a multidão respondeu primeiro com curiosidade, mas disposta a abandonar sua falsa justiça e se arrepender, eles foram deixados, finalmente, com a rejeição.Embora eles seguiram a Cristo por pouco tempo, até mesmo navegando através do mar da Galileia, para encontrá-lo, eles eventualmente demonstrado que eles não eram os verdadeiros seguidores de todo.

20. O Pão da Vida-Parte 1: Jesus, o verdadeiro pão do céu (João 6:30-50)

Então eles disseram-lhe: "O que, então você faz um sinal, para que possamos ver e crer Você Que trabalho você realiza Nossos pais comeram o maná no deserto,? Como está escrito:" Ele deu-lhes pão do céu para comer. '"Jesus disse-lhes então:" Em verdade, em verdade eu vos digo, não foi Moisés que vos deu o pão do céu, mas é meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo ". Então eles disseram-lhe: "Senhor, dá-nos sempre desse pão." Jesus disse-lhes: "Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede Mas eu disse a você que você viu-me, e ainda não acredito que todos.. que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Este é a vontade d'Aquele que Me, enviado que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia. Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê naquele terá a vida eterna, e eu me o ressuscitarei no último dia. " Portanto, os judeus estavam resmungando sobre Ele, porque Ele disse: "Eu sou o pão que desceu do céu." Eles diziam: "Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como é que Ele agora diz: 'Eu desci do céu'?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Não resmungar entre vós Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer;.. E eu o ressuscitarei no último dia Está escrito nos profetas: E eles todos serão ensinados por Deus. " Todo mundo que já ouviu e aprendeu do Pai, vem a Mim Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que é de Deus;.. Ele vê o Pai verdade, em verdade vos digo que aquele que crê tem eterno vida. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que se possa comer dele e não morrer ". (6: 30-50)

Os anais da história da igreja estão cheios de muitos pregadores notáveis, homens a quem Deus chamou para evangelizar os perdidos e edificar os redimidos. Começando com o sermão de Pedro no dia de Pentecostes (Atos 2:14-40), a poderosa pregação dos apóstolos (05:42; 14: 7, 15, 21; 15:35; 16:
10) e seus contemporâneos (7: 1— 56; 8: 4, 12, 35, 40; 11:20; 15:
35) alimentou a difusão do cristianismo em todo o Império Romano. Nos séculos que se seguiram, oradores talentosos, como Basílio, João Crisóstomo ("Boca de ouro"), e Agostinho assumiu essa mesma tocha de explicação e exortação. Mil anos mais tarde, quando a luz do evangelho estava envolta em confusão, a Reforma foi provocada pelo testemunho corajoso de Martinho Lutero, João Calvino, João Knox, e outros. O movimento puritano do século XVII, foi igualmente alimentada pela clara pregação bíblica, como os homens, como Richard Baxter, João Owen, e João Bunyan expôs fielmente a Palavra de Deus. O Grande Despertar do século XVIII, a América foi energizada em muito da mesma forma-through os sermões apaixonadas de líderes piedosos como Jonathan Edwards, George Whitefield e João Wesley. A séculos 11X e XX também viu muitos pregadores talentosos, incluindo estadistas cristãos eloqüentes como Charles Spurgeon e D. Martyn Lloyd-Jones.

Mas o pregador mais nobre e poderoso que já existiu foi o Senhor Jesus Cristo. Na conclusão do Sermão da Montanha ", as multidões estavam maravilhados com o seu ensino, pois Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mt 7:28-29.). Lc 4:22 registra que "todos estavam falando bem dele, e querendo saber das palavras de graça que caíam de Seus lábios." Mesmo seus inimigos estavam admirados com o poder das palavras de Jesus. Explicando por que eles não conseguiram prendê-lo como pedidos (Jo 7:32), os oficiais da força policial templo contaram aos chefes dos sacerdotes e os fariseus, "Nunca um homem fala a maneira que este homem fala" (v. 46).

Pregação foi centra! a missão de Cristo. Em sua cidade natal sinagoga de Nazaré, Ele declarou:

"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres. Enviou-me para proclamar a libertação aos cativos, e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, a proclamar um ano favorável do Senhor ". E fechando o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fixos nele. E começou a dizer-lhes: "esta Escritura foi cumprida Hoje, em sua audição." (Lucas 4:18-21)

No início do seu ministério terreno, "Jesus começou a pregar ea dizer: Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo" (Mt 4:17). Mt 11:1)

Lc 8:1.), O comissionamento dos doze apóstolos (Matt. 10), as parábolas do reino (Mat. 13), a infantilidade do crente (Matt 18), o Sermão do Monte (24-25 Matt), o ensinamento sobre a igualdade do Filho com o Pai (Jo 5:1). João 6:22-59 registra outro dos mais famosos e amados sermões de Jesus, em que ele se apresenta como o Pão da Vida. Os versículos 22:29, juntamente com a história da alimentação miraculosa das cinco mil pessoas (vv. 1-21), preparou o palco para o Pão da Vida do Discurso, enquanto os versículos 60:71 descrevem suas consequências.

A abordagem de João em seu evangelho era gravar os milagres de Jesus brevemente, a matéria com naturalidade e sem alarde, explicação, ou a defesa. Por exemplo, o apóstolo descreve o milagre surpreendente da alimentação dos cinco mil em simples, palavras simples e despretensioso: "Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu aos que estavam sentados, de igual modo, também do peixe como tanto quanto eles queriam "(06:11). João descrito milagre igualmente surpreendente de Jesus de caminhar sobre a água, em termos da mesma forma modesta: "Então, quando eles tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, eles viram Jesus andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e eles estavam assustados" (v. 19).

É quase como se as pressas apóstolo através dos relatos de milagres de Cristo para chegar às suas palavras. Enquanto Seus milagres revelar Seu poder divino, é as palavras de Cristo que corretamente definir quem Ele é. Jesus não é um mero trabalhador maravilha; Ele é o Filho de Deus eo Messias. Seus milagres autenticar Ele e Sua mensagem como vinda de Deus. Mas os sinais e prodígios por si só não são suficientes para a salvação (conforme 12:37; 15:24; Matt. 11: 20-24; Lc 16:31; Atos 6:8-14; 14: 3-6; Rm 1. : 18-32), porque "a fé vem pelo ouvir, eo ouvir pela palavra de Cristo" (Rm 10:17).. A multidão que Jesus alimentou milagrosamente era uma ilustração perfeita. Embora as pessoas nunca questionou o poder de Jesus e se pessoalmente os seus benefícios, eles eram indiferentes ou hostis à Sua pregação do evangelho.

A primeira seção (. Vv 30-50) deste magnífico sermão que Jesus pregou na sinagoga de Cafarnaum (06:
59) será discutido em três temas: o contraste, a confusão, e da denúncia.

O Contraste

Então eles disseram-lhe: "O que, então você faz um sinal, para que possamos ver e crer Você Que trabalho você realiza Nossos pais comeram o maná no deserto,? Como está escrito:" Ele deu-lhes pão do céu para comer. '"Jesus disse-lhes então:" Em verdade, em verdade eu vos digo, não foi Moisés que vos deu o pão do céu, mas é meu Pai quem vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo ". (6: 30-33)

Por incrível que pareça, apesar dos milagres que tinham testemunhado (6: 2), incluindo a sua enorme refeição no dia anterior, a multidão disse a Jesus, "o que, em seguida, você faz um sinal, para que possamos ver, e creio que o Senhor? Que trabalho Você executa? " Eles foram descarAdãoente exigindo credenciais de Jesus, em resposta ao seu pedido no versículo 29 para ser o enviado de Deus.Demanda tola das pessoas demonstraram sua curiosidade thickheaded e egocêntrica, ilustrando graficamente a cegueira espiritual que engolfa o não resgatados. João Calvin observou: "Esta questão mau mostra claramente a verdade do que é dito em outro lugar:" Uma geração má e adúltera pede um sinal miraculoso "(Mt 12:39)". (Alister McGrath e JI Packer, eds, João, O Crossway clássico Comentários [Wheaton, Ill .: Crossway, 1994], 156). Alimentação miraculosa de Jesus da enorme multidão no dia anterior era a prova cabal de sua divindade.

A incredulidade, no entanto, nunca está satisfeito, não importa quantas provas é dado. Lc 16:31 diz que aqueles que rejeitam a verdade da Palavra de Deus "não ficarão convencidos ainda que ressuscite alguém dentre os mortos." Na crucificação os líderes judeus incrédulos disse ironicamente: "Que este Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que possamos ver e crer!" (Mc 15:32). No entanto, quando Jesus ressuscitou dos mortos-a muito maior milagre do que meramente descendo da cruz, eles ainda se recusou a acreditar nEle. Ao invés de admitir a verdade, eles desesperAdãoente tentou encobrir a realidade da Sua ressurreição (Mat. 28: 11-15; Atos 4:1-3).

Jesus exortou a multidão a acreditar (06:29), mas em vez disso, exigiu um outro sinal (conforme 2:18; Mt 12:38; 16:. Mt 16:1; Lc 11:16; 1Co 1:221Co 1:22). Especificamente, eles queriam repetir o desempenho da alimentação miraculosa que acabou de vivenciar, como é indicado por sua declaração, "Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito (conforme 16 Ex.: 4, 15; Ne 9:15; Sl 78:24; 105:. Sl 105:40), "Ele lhes deu pão do céu para comer '" (conforme 26 v).. Em vez de adorar a Jesus como Messias e Salvador, eles queriam que ele para dar continuamente lhes pão do céu para comer com a boca, e não os seus corações, como Moisés tinha feito, fornecendo o maná no deserto para toda a nação por quarenta anos. Isso, de fato, foi o que contemporâneo pensamento judaico esperava o Messias que fazer quando Ele veio (Colin Kruse, O Evangelho Segundo João, no Novo Testamento Comentários Tyndale [Grand Rapids: Eerdmans, 2003], 168-69; Leon Morris, O Evangelho Segundo João, A Commentary New International sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1979], 363). Assim, a multidão desafiou Jesus para provar que Ele era o Messias, proporcionando-lhes uma interminável (conforme v. 34) a oferta de alimentos.

Jesus, no entanto, não tinha a intenção de satisfazer caprichos materialistas do povo. Para ele ter feito isso teria sido a de assumir o próprio papel do Messias político e social que Ele tinha acabado rejeitado (6: 14-15). Usando a frase Amém, amém ( verdade, em verdade ) para sublinhar o significado do que ele estava prestes a dizer, Jesus repreendeu o povo para a sua incompreensão quádruplo do maná no deserto.

Primeiro, ele foi não Moisés quem lhes deu o pão do céu, mas Deus o Pai. Em Ex 16:4; Sl. 78: 24-25.; Sl 105:40).

Em segundo lugar, o maná não era o verdadeiro pão do céu. Jesus lhes disse: "Meu Pai agora vos dá o verdadeiro pão do céu. " O tempo presente de didomi (  ) indica que o verdadeiro pão não era o maná do passado, mas o que o Pai estava a dar. Além disso, alethinos ( verdadeiros ) significa "verdadeiro" ou "real". O maná, apesar de ter sido verdadeiramente pão fornecido por Deus, era apenas um tipo que prenunciava o final, verdadeiro pão ... que desce do céu (vv 38, 50-51, 58;. 3:13; conforme 1 : 9, 14; 08:
42) o Senhor Jesus Cristo.

Em terceiro lugar, o maná deu vida física, mas o pão de Deus (a frase é sinônimo de "pão do céu" no v. 32, como "reino de Deus" e "reino dos céus" são sinônimos nos evangelhos) , que vem descia do céu ... dá espiritual vida. Como faz todo o evangelho de João, zōē ( vida ) não se refere à vida física e temporal que o maná sustentada, mas para a vida espiritual e eterna que vem somente através de Jesus Cristo (cf . 1: 4; 05:29, 40; 06:53; 10:10; 14: 6; 20:31).

Finalmente, ao contrário do maná, que foi dado apenas para Israel, o verdadeiro pão do céu é para o mundo. Deus oferece salvação através de Jesus Cristo para todos os que crêem (40 vv, 47; 3: 15-16., 18, ​​36; 05:24; 11: 25-26; 20:31), independentemente da sua origem nacional, racial ou étnica (1:29; 3:17; 4: 39-42.; 10:16; Mt 12:18— 21; Lucas 2:25-32; Atos 8:5-8, 14-17, At 8:25; At 11:18; 13 46:44-13:48'>13 46:48; At 14:27; At 15:3, 14-17; At 26:23; At 28:28; Rm 1:5; 10: 11-13.; 1Co 12:131Co 12:13; Gl 3:8; Ef. 3: 4-6; 1 João 2:1-2.; 1Jo 4:14). Em sua obtusidade, eles exibiram o fato de que "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2:14. ).

Sua estupidez e falta de compreensão levou Jesus a declarar de forma inequívoca a eles: "Eu sou o pão da vida". O Senhor não tinha sido referindo-se a pão real, como, por engano, pensou, mas a Si mesmo; Ele é o próprio pão Ele anteriormente prometeu dar (v. 27). Não há pão, nem mesmo o maná, ou o peixe e pão Jesus tinha acabado de criar na noite anterior (6: 1-13), poderia curar definitivamente a fome física. Assim, quando o Senhor declarou que aqueles que vêm a Ele nunca mais fome ou sede, Ele teve que ser não falar do corpo, mas da alma. Aqui, como em Mt 5:6; Sl 63:1). O arrependimento ea fé são duas faces da mesma moeda; Arrepender-se é abandonar o pecado e crer é a vez de Salvador. Eles são inseparáveis.

Este é o primeiro de sete declarações altamente significativos no Evangelho de João, onde "eu sou" é unida com metáforas expressam a obra de Cristo como Salvador. Além do pão da vida, Jesus também usou "eu sou" para descrever a si mesmo como "a luz do mundo" (8:12), "a porta das ovelhas" (10: 7, 9), "o bom pastor "(10:11, 14)," a ressurreição ea vida "(11:25)," o caminho, ea verdade, ea vida "(14: 6), e" a videira verdadeira "(15: 1, 5). Jesus também usou ego eimi ("eu sou") em um sentido absoluto, sem ressalvas (04:26; 08:24, 28, 58; 13 19:18-5-8) para se apropriar para si o nome de Deus do Antigo Testamento (Ex 3:14).

Depois de ter declarado que Ele era o Pão da Vida, Jesus repreendeu seus ouvintes por sua incredulidade (note a repreensão semelhante dos judeus em 5: 38-40), acrescentando a acusação, "Mas eu disse a você que você viu-me, e Ainda não acredito. " A repreensão específico a que Jesus estava se referindo (quando ele disse isso a eles no passado) não é conhecida, mas é evidente que sua incredulidade foi em face de Sua auto-revelação, por isso, a sua rejeição foi imperdoável. Alla ( mas ) indica um forte contraste entre a resposta real da multidão e um Jesus desejado (conforme Mt 23:37). Apesar de terem vistoEle, eles não conseguiram compreender o significado de seus milagres, e perdeu o ponto de Seu ensino. Como foi o caso com os seus antepassados ​​no deserto, "A palavra que ouviram não lhes aproveitou, porque não estava unida pela fé naqueles que a ouviram" (He 4:2; conforme Mt 3:1; Mt 4:17; Mc 6:12), e "todo aquele que invocar sobre o nome do Senhor será salvo "(Rm 10:13; conforme João 3:15-16.). No entanto, a salvação não depende da vontade humana. Os remidos são aqueles "que não nasceram ... da vontade do homem, mas de Deus" (Jo 1:13). A salvação "não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia" (Rm 9:16). Tanto o arrependimento (At 11:18; 2Tm 2:252Tm 2:25.) E fé (Ef. 2: 8-9.; Fp 1:29; conforme At 16:14) são concedidos por Deus. Caso contrário, ninguém jamais vir a Ele, pois "não há ninguém que busque a Deus" (Rm 3:11; conforme 8:.. 7-8; 1Co 2:141Co 2:14; 2Co 4:42Co 4:4).

Que Deus é absolutamente soberano na salvação é fundamental para a fé cristã. Esses sistemas teológicos errantes (ou seja, o pelagianismo, semi-Pelagianismo, eo Arminianismo) que tornam dependente da vontade do homem, com efeito a salvação destronar Deus, e são contrários às demonstrações claras das Escrituras:
Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia. (V. 44)
E Ele estava dizendo: "Por esta razão, eu disse a você, que ninguém pode vir a mim, se ela foi concedida a ele a partir do Pai". (V. 65)

Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. (Mt 22:14)

Se o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma vida se salvaria; mas por causa dos eleitos, a quem Ele escolheu, abreviou os dias. (Mc 13:20)

Quando os gentios, ouvindo isto, eles começaram a se alegrar e glorificando a palavra do Senhor; e todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. (At 13:48)

E nós sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Para aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e estes aos que predestinou, também os chamou; e estes aos que chamou, também justificou; e estes aos que justificou, também glorificou. (Rom. 8: 28-30)

Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, que sermos santos e irrepreensíveis diante dele. (Ef 1:4)

Sabendo, amados irmãos por Deus, a vossa eleição. (1Ts 1:4)

Quem nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus desde toda a eternidade. (2Tm 1:9)

Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para a fé dos escolhidos de Deus e do conhecimento da verdade que é segundo a piedade. (Tt 1:1)

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, de modo que você pode proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. (1Pe 2:9). Apesar de parecer impossível para harmonizar, não há conflito entre essas duas verdades na mente infinita de Deus (Dt 29:29). (Soberania de Deus na salvação não nega a responsabilidade do crente para evangelizar os perdidos-Mt 24:14; Mt 26:13; Mt 28:19; Mc 13:10; conforme At 8:25, At 8:40; At 14:7, At 14:21; At 16:10; Rm 1:15; 15: 19-20.; 1Co 1:171Co 1:17, 1Co 1:9:16, 1Co 1:18; 15:. 1Co 15:1; 2Co 10:162Co 10:16; 11:.. 2Co 11:7; Gl 1:8-9, Gl 1:11; Gl 2:2; 1Pe 1:121Pe 1:12)..

Certamente, o Filho nunca rejeitaria qualquer parte do presente do Pai para Ele. Essa desunião dentro da Trindade é absolutamente inconcebível, como próximo a declaração de Jesus, "Eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou", esclareceu. O Senhor veio ao mundo com um propósito: a obedecer perfeitamente a vontade do Pai que O enviou. Para os discípulos, Jesus declarou: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra" (4:34). Mais tarde, ele acrescentou: "Eu não posso fazer nada por mim mesmo ... porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (05:30; conforme Mt 26:39.). "Para que o mundo saiba que eu amo o Pai", ele afirmou, em 14:31, "Eu faço exatamente como o Pai me ordenou." Em Sua oração sacerdotal, Jesus disse ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste a fazer" (17: 4).

A realidade que Jesus veio para fazer a vontade do Pai que o enviou Ele (vv. 39-40) garante a salvação dos eleitos e sua segurança eterna. É a vontade do Pai que de tudo o que Ele tem dado ao Filho, o Filho deve perder nada, mas o ressuscite no último dia. Como no verso 37, a forma neutra do pronome pas ( todos ) considera os eleitos como uma unidade coletiva. Nenhuma parte desse grupo, que o Pai atribuído a Cristo na eternidade passada e dá a ele a tempo, serão perdidos; a promessa de quatro vezes que o Filho vai levantá-lo intacto no último dia (vv. 40, 44,
54) constitui uma garantia firme de eterna salvação para todos os verdadeiros crentes. Jesus reiterou que a verdade nos termos mais fortes, quando declarou em João 10:27-30,

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai.
Em Sua oração sacerdotal Ele disse ao Pai: "Enquanto eu estava com eles, eu estava mantendo-os em teu nome que me deste, e eu guardava-os e nenhum deles morreram, mas o filho da perdição [Judas 1scariotes, que não era um daqueles dado a Cristo pelo Pai; conforme 6:64, 70-71], para que a Escritura seria cumprida "(17:12).

O resto do Novo Testamento ecoa o ensinamento do Senhor a respeito da perseverança e proteção dos santos. O apóstolo Paulo escreveu em Romanos 8:29-30,

Para aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e estes aos que predestinou, também os chamou; e estes aos que chamou, também justificou; e estes aos que justificou, também glorificou.

A frase repetida "Ele também" liga todo o processo de salvação desde a eternidade passada à eternidade futura em uma cadeia inquebrável. Tudo que Deus previu será predestinado, chamado, justificado, e glorificado; ninguém será perdido ao longo do caminho (conforme 8: 31-39). Em Fp 1:6). Em sua primeira epístola Pedro escreveu que aqueles que são

escolhidos de acordo com a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para obedecer a Jesus Cristo e ser aspergido com o Seu sangue ... [vai] obter uma herança que não se corrompe e imaculada e não vai desaparecer, reservada nos céu para [os], [porque] são protegidos pelo poder de Deus mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. (I Pedro 1:1-2, 4-5)

Na introdução de sua epístola Jude descrito crentes como "aqueles que são chamados ... guardados em Jesus Cristo" (Judas 1). Ele concluiu sua carta com a bênção maravilhosa ", Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e para fazê-lo ficar na presença de Sua glória irrepreensível com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo, nosso Senhor , seja a glória, majestade, domínio e autoridade, antes de todos os tempos e agora e para sempre. Amém "(vv. 24-25).

A bênção da segurança eterna ou a preservação e perseverança dos crentes nunca está separado de arrependimento pessoal e fé, por isso o nosso Senhor afirma que o céu pertence a todo mundo que vê o Filho, e crê nele. São eles que vão ter a vida eterna (vv. 47, 54; 3: 15-16, 36; 05:24; 10:28), que, por sua própria natureza, nunca pode acabar (3:16; 10:28; 25:46 Matt).. Este fato vem reforçar ainda mais a protecção e segurança dos crentes ensinados nos versículos 37:39. A vida eterna que vem através de Jesus, o Pão da Vida, deve ser buscado com muito mais zelo do que o pão físico a multidão egoisticamente procurado.

A Queixa

Portanto, os judeus estavam resmungando sobre Ele, porque Ele disse: "Eu sou o pão que desceu do céu." Eles diziam: "Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como é que Ele agora diz: 'Eu desci do céu'?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Não resmungar entre vós Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer;.. E eu o ressuscitarei no último dia Está escrito nos profetas: E eles todos serão ensinados por Deus. " Todo mundo que já ouviu e aprendeu do Pai, vem a Mim Não que alguém tenha visto o Pai, senão aquele que é de Deus;.. Ele vê o Pai verdade, em verdade vos digo que aquele que crê tem eterno vida. Eu sou o pão da vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que se possa comer dele e não morrer ". (6: 41-50)

Porque sua incredulidade impediu de entendimento, os judeus (este termo tem uma conotação negativa aqui, já que freqüentemente faz no evangelho de João [conforme 1:19; 2: 18-20; 5:10, 15-16, 18; 7: 1; 8:48, 52, 57; 09:18, 22; 10:24, 31, 33; 19: 7, 12, 14, 20, 21, 38; 20:19]) foram resmungando sobre Jesus (como a sua antepassados ​​tinham resmungou contra Deus, Ex 16:2).. Especificamente, eles foram perturbados por duas coisas que ele tinha dito. A primeira foi sua afirmação de ser a fonte da vida eterna (v. 35). O verbo traduzido resmungando ( gogguzō ) é uma palavra onomatopaica que ambos os meios e soa como reclamações e sussurros de desagrado murmurou. Eles também ficaram indignados com sua declaração de que Ele veio para baixo do céu. Eles pensaram Dele apenas no nível humano, como um companheiro de Galileu, o filho de José, cujo pai e mãe que sabiam (conforme 4:44; 7: . 27; 13 55:40-13:57'>Mt 13:55-57). Eles também sabiam que Ele veio da cidade desprezada de Nazaré (conforme 01:46). E assim, como os judeus na Judéia (05:18), esses galileus endureceram o coração contra o seu Messias, que chamou para o arrependimento e fé, como um pré-requisito para entrar em seu reino (Mt 4:17) e que escandalosamente, em sua opinião , reivindicou igualdade com Deus.

Aqueles que rejeitam a verdade continuamente pode achar que Deus vai judicialmente endurecer o coração. Para aqueles que se recusaram a acreditar Seu ensinamento, Jesus fez a verdade mais obscuro por meio de parábolas. À pergunta dos discípulos: "Por que lhes falas em parábolas?" (Mt 13:10), o Senhor respondeu:

Para você que foi concedido conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes foi concedido. Por que tem, dar-lhe mais será dado, e terá em abundância; mas quem não tem, até aquilo que tem lhe será tirado dele. Portanto eu lhes falo em parábolas; porque enquanto vendo, não vêem, e, ouvindo, não ouvem, nem entendem. Em seu caso, a profecia de Isaías está sendo cumprida, que diz: "Você vai continuar a audiência, mas não vai entender, você vai continuar a ver, mas não vai perceber, porque o coração deste povo tornou-se monótona, com os ouvidos eles quase não ouvir, e eles fecharam os olhos, caso contrário eles iriam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, e entenda com o coração e retorno, e eu os cure. " (Vv 11-15;. Conforme Is 6:10).

João 12:37-40 diz daqueles que rejeitaram a Jesus depois de testemunhar Seus milagres,

Mas embora tivesse feito tantos sinais diante deles, mas eles não estavam acreditando nele. Para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, que ele falou: "Senhor, quem deu crédito à nossa pregação E a quem tem o braço do Senhor foi revelado?" Por esta razão, não podiam acreditar, pois 1saías disse novamente: "Cegou-lhes os olhos e endureceu-lhes o coração, para que eles não vejam com os olhos e entendam com o coração, e se convertam e eu curá-las."

No fim dos tempos, aqueles que "não receberam o amor da verdade para serem salvos" (2Ts 2:10) vai descobrir que "Deus lhes enviará uma influência iludindo a fim de que eles vão acreditar no que é falso "(v. 11). No presente momento, há um endurecimento parcial de Israel (Rm 11:25), o que leva à salvação dos gentios (v. 11). Mas um dia, durante o tempo futuro de tribulação, Deus irá remover a cegueira de Israel, e todo o remanescente crente do povo judeu será salvo (v 26; conforme Zacarias 12:10-13.: Zc 12:1.).

Ao invés de responder a sua confusão, Jesus ordenou aos judeus, "Não resmungar entre vós." Ele pediu-lhes para parar as queixas murmurando que refletiam seus corações rebeldes e difíceis. Ele havia dito e feito o suficiente, se tivessem sido abertos e dispostos. Assim, não havia nenhum ponto na resposta a seu descontentamento murmúrios e desrespeito com uma defesa detalhada. Eles tinham deliberAdãoente endureceram o coração, e só teria rejeitado a verdade de sua origem celestial tinha Ele elaborou sobre ele.

Então, Jesus proferiu algumas palavras muito solenes: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer", enfatizando o desamparo do homem e total incapacidade para responder a Ele para além da chamada soberana de Deus. Os incrédulos são incapazes de chegar a Jesus, por iniciativa própria (conforme a discussão do versículo 37 acima). Se Deus não irresistivelmente chamar os pecadores a Cristo, ninguém jamais iria vir a Ele.

Para explicar como pecadores perdidos supostamente tem o poder de aceitar ou rejeitar o evangelho de sua livre e espontânea vontade, alguns teólogos introduzir o conceito de graça preveniente. Millard J. Erickson explica,
Como geralmente entendido, a graça preveniente é a graça que é dado por Deus a todos os homens de forma indiscriminada. Ele é visto no Deus de enviar a luz do sol e da chuva sobre todos. Também é a base de toda a bondade encontrado em homens em todos os lugares. Além disso, ele é universalmente dada para neutralizar o efeito do pecado .... Uma vez que Deus deu esta graça a todos, todo mundo é capaz de aceitar a oferta de salvação; consequentemente, não há necessidade de qualquer aplicativo especial da graça de Deus para indivíduos particulares. ( Teologia Cristã [Grand Rapids: Baker, 1985], 3: 920)

Mas a Bíblia indica que o homem caído não é capaz, por sua própria vontade, para vir a Jesus Cristo. As pessoas não regenerados são mortos no pecado (Ef 2:1), escravos de injustiça (Jo 8:34; Rm 6:6, Rm 6:20), alienado de Deus (Cl 1:21) e hostil a ele (Rm 5:10; Rm 8:7.) Presos no reino de Satanás (Cl 1:13), impotente para mudar a sua natureza pecaminosa (Jr 13:23; Romanos 5 (2Co 4:4; conforme Jo 14:17)... Apesar da vontade humana está envolvida em vir a Cristo (já que ninguém é salvo sem crer no evangelho, Mc 1:15; At 15:7; 10:. 9-15; Ef 1:13) , os pecadores não podem vir a Ele por sua livre vontade. (Além disso, uma comparação do versículo 44 com o versículo 37 mostra que o desenho de Deus não pode aplicar-se a todas as pessoas não regenerados, como os defensores da graça preveniente argumentam, porque o versículo 37 Limita-o a remidos, que Deus deu a Cristo.) Deus irresistivelmente, eficazmente empates a Cristo somente aqueles a quem Ele escolheu para a salvação na eternidade passada (Ef. 1: 4-5, Ef 1:11).

Mais uma vez, Jesus repetiu a maravilhosa promessa de que todos aqueles que o Pai escolhe serão sorteados, virá, será recebido, e Ele irá levantar -los no último dia (39-40 vv., 54). Todo mundo que vem a Cristo será mantido por Ele; não existe a possibilidade de que mesmo uma pessoa eleita dado a Ele pelo Pai serão perdidos (veja a discussão sobre v. 39, supra).

No versículo 45 o Senhor parafraseado Is 54:13 para enfatizar que o Seu ensinamento foi consistente com o Antigo Testamento. O que estava escrito nos profetas: "E serão todos ensinados por Deus", reafirma a verdade do versículo 44 em termos diferentes. Aqueles que vêm para a fé salvadora fazê-lo, porque eles são sobrenaturalmente instruído por Deus. Desenho e ensino são apenas diferentes aspectos da chamada soberana de Deus para a salvação; é através da verdade da Sua Palavra que Deus chama as pessoas para abraçar o seu Filho (Rm 10:14, Rm 10:17; conforme 1 Pedro 1: 23-25.). Como resultado, todos os que o ouviram e aprenderam com o Pai, vem a Cristo. A declaração de Jesus também era uma repreensão sutil de seus oponentes judeus, que se orgulhavam de seu conhecimento das Escrituras. Mas teve que realmente entendeu o Antigo Testamento, eles teriam acataram Ele (5:39).

Como o único caminho para Deus (Jo 14:6 1Tm 6:161Tm 6:16..) , exceto aquele que . é de Deus Porque Ele era eternamente no céu um com o Pai, e em seguida enviado à Terra pelo Pai, o Filho pode falar com autoridade sobre o Pai (conforme He 1:2;. conforme Jd 1:5)

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; eo pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne." Então os judeus começaram a discutir uns com os outros, dizendo: "Como pode este dar-nos a sua carne a comer?" Então Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida eo meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou ., e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim Este é o pão que desceu do céu; não como os vossos pais comeram e morreram; quem comer deste pão, viverá para sempre . " Estas coisas Ele disse na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. (6: 51-59)

Vivemos em um mundo espiritualmente fome desesperada de sentido e de esperança na vida. Desde o início, os seres humanos foram criados para servir a Deus ea comunhão com Ele (conforme Gn 1:26; Gn 3:8). No entanto, os homens caídos, não encontrou a liberdade emocionante eles procuram por vazamento Deus de lado. Em vez disso, eles descobrem que só a falta de sentido de horror de uma vida sem Deus. Apologista cristão William Lane Craig explica:

"Quem sou eu?" homem pergunta. "Por que estou aqui? Para onde vou?" Desde o Iluminismo, quando ele jogou fora os grilhões da religião, o homem tem tentado responder a estas perguntas sem referência a Deus. Mas as respostas que voltaram não eram emocionante, mas escuro e terrível. "Você é o subproduto acidental da natureza", é dito a ele, "um resultado de matéria mais tempo mais acaso. Não há nenhuma razão para a sua existência. Tudo o que o rosto é a morte."
O homem moderno pensou que, quando ele se livrou de Deus, ele se libertou de tudo o que reprimida e sufocada ele. Em vez disso, ele descobriu que, ao matar Deus, ele também tinha se matou.
Porque, se não há Deus, então a vida do homem se torna absurdo ....
[Além de Deus] a humanidade é uma raça condenada em um universo de morrer. Porque a raça humana acabará por deixar de existir, não faz diferença final se já existiu. A humanidade é assim, nada mais importante do que um enxame de mosquitos ou um curral de porcos, pois seu fim é tudo a mesma coisa. O mesmo processo cósmico cego que os cuspiu em primeiro lugar acabará por engoli-los novamente.( Apologética: An Introduction [Chicago: Moody, 1984], 39, 41)

É claro que a falta de esperança de vida sem Deus não é uma descoberta recente. Muito antes de racionalismo moderno levou ao desespero niilista, o grande pai da Igreja Agostinho clamou ao Senhor: "Tu nos fizeste para Ti e nossos corações não encontram a paz enquanto não repousar em vós" ( Confissões, I.1). E séculos antes de Agostinho, o homem mais sábio que já viveu também reconheceu a vaidade da vida longe de Deus. Apesar de sua sabedoria, Salomão procurou felicidade e satisfação para além do Senhor. Em Eclesiastes 2, ele resumiu suas perseguições fúteis, incluindo a perseguição por prazer (vv. 1-3, 8c), produtividade (vv. 4-6), posses (vv. 7-8), o poder político (vv. 9— 10), e até mesmo a própria sabedoria (vv. 12-14). No entanto, no final de tudo isso, ele percebeu que era tudo sem sentido (vv. 11, 15-23). Só em Deus poderia verdadeiro propósito e significado ser encontrado ", para que possa comer e quem pode gozar sem Ele?" (V 25; conforme 12: 13-14.).

Durante todo o resto do Eclesiastes, Salomão advertiu contra seguir o caminho da sabedoria humana, que se mostrou tão vazio. O termo-chave do livro é "vaidade" (às vezes traduzida como "futilidade" naNVI ), que aparece cerca de três dezenas de vezes. O termo expressa a futilidade da vida "debaixo do sol" (a frase usada quase tão frequentemente) à parte de Deus. Ponto de Salomão foi que a prossecução de metas terrenas como fins em si (sem vê-los como um meio de glorificar e servir a Deus) só conduz ao vazio e desespero sem esperança (1: 2-3, 8-11, 14; 2: 12-23; 3: 9, 4: 2-3; 5: 10-11, 16; 6: 7, 12; 7: 1; 9: 2-3; 12: 8).

Neste mundo caído de decepção, desânimo, desespero e veio o Senhor Jesus Cristo. Ele é o Pão da Vida, o único que pode satisfazer os desejos mais profundos da alma humana. Somente através dele (At 4:12) pode pecadores obter o perdão (Mt 26:28; Atos 5:30-31; At 10:43; Ef 4:32.), Ser restaurado para um relacionamento correto com Deus (Jo 14:6), e receber a vida eterna (João 3:15-16, Jo 3:36; Jo 5:24; Jo 17:2).

Na primeira parte de seu sermão sobre o Pão da Vida, Jesus se apresentou como alimento espiritual para a alma faminta (6: 30-50). Na seção final (vv. 51-59), Ele exortou o povo a Ele apropriar pessoalmente pela fé. A passagem inclui 'pronunciamento, os judeus' Jesus perplexidade, e promessas de Jesus.

O Pronunciamento

"Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; eo pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne." (06:51)

Pela quinta vez neste discurso (conforme vv. 33, 35, 48, 50), Jesus afirmou ser o pão vivo que desceu do céu. Ele, então, acrescentou a promessa de que , se alguém comer deste pão, ele vai viver para sempre.Aqui, como nos versos 35:40, a responsabilidade humana de acreditar em Cristo está em vista (a soberania de Deus na salvação é ensinado nos versos 37:39-44, 65.).

Sempre o professor mestre, Jesus usou a rotina simples, todos os dias de comer para se comunicar profunda verdade espiritual. A analogia de comer sugere cinco paralelos para se apropriar verdade espiritual.

Em primeiro lugar, assim como o alimento é inútil, a menos que se come, assim também a verdade espiritual não é bom, se não for internalizado. Apenas saber a verdade, sem agir sobre ele, tanto os lucros nada (He 4:2). Na verdade, ele irá resultar em uma sentença mais severa (Lucas 12:47-48; He 10:29.).

Em segundo lugar, comer é solicitado pela fome; aqueles que estão cheios não está interessado em comida. Da mesma forma, os pecadores que estão saciados com o seu pecado não têm fome de coisas espirituais (conforme Lc 5:31-32; Lc 6:21). Quando Deus desperta-los para a sua condição perdida, no entanto, a fome de perdão, libertação, paz, amor, esperança, alegria e os leva ao Pão da Vida.

Em terceiro lugar, as pessoas comem o alimento se torna parte deles por meio do funcionamento do sistema digestivo do corpo. Por isso, é espiritualmente As pessoas podem admirar Cristo, ficar impressionado com seu ensinamento, e mesmo lamentar a sua morte na cruz como uma grande tragédia. Mas só se apropriam Ele pela fé que eles tornam-se um com Ele (17:21; 1Co 6:17;. 2Co 4:102Co 4:10;.. Gl 2:20; Ef 3:17.).

Em quarto lugar, comer envolve confiança. Ninguém conscientemente come contaminado ou comida estragada; o próprio ato de comer implica fé de que a comida é comestível (conforme Mc 7:15). Assim, a metáfora de comer o pão da vida implica crer em Jesus.

Finalmente, comer é pessoal. Ninguém pode comer uma refeição para outra; não existe tal coisa como comer por procuração. E não há salvação por procuração. No Sl 49:7.).

O Senhor definiu ainda o pão da vida como que o que Ele iria fazer voluntariamente (10:18) darei pela vida do mundo: Sua carne (conforme 1,14). O conceito de Jesus dar a Si mesmo em sacrifício pelos pecadores é um tema repetido Novo Testamento (por exemplo, Mt 20:28; Gl 1:1; Gl 2:20; Ef 5:2; 1 Tm 2:.. 1Tm 2:6; Tt 2:14). O Senhor se referiu profeticamente aqui para Sua morte na cruz, uma das muitas dessas previsões registradas nos Evangelhos (João 2 (2Co 5:21;; Gl 3:13 1Pe 2:241Pe 2:24..): 19-22; 12 : 24; Mt 12:40; Mt 16:21; Mt 17:22; Mt 20:18; Mc 8:31; Mc 9:31; 10: 33-34.; Lc 9:22, Lc 9:44; 18: 31-33; 24 : 6-7). É oferta de Seu Jesus ' carne que é o preço da redenção. Teve Ele simplesmente veio e proclamou os padrões de Deus, ele teria deixado a raça humana em uma situação desesperadora. Uma vez que ninguém pode manter essas normas, não teria havido nenhuma maneira para que os pecadores a ter um relacionamento com Deus. Mas para fazer a reconciliação entre o homem pecador e santo Deus possível ", também Cristo morreu pelos pecados de uma vez por todas, o justo pelos injustos, para que Ele possa nos levar a Deus" (1Pe 3:18; conforme 1Pe 2:24; Isaías 53:4-6; Rom. 3: 21-26.; 2Co 5:212Co 5:21)..

Uma vez que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6:23) e "sem derramamento de sangue não há remissão" (He 9:22), Cristo tornou-se o sacrifício final para o pecado ", o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! " (Jo 1:29). Sua morte, para todos os que acreditaram e iria acreditar, Deus aceita como o pagamento integral para o pecado (Rm 3:1; He 2:17; 1Jo 2:21Jo 2:2), de modo que o perdão completa foi fornecida pelos pecados de todos os fiéis penitente (At 10:43; 13 38:44-13:39'>13 38:39; Ef 1:7; 13 51:2-14'>2: 13-14; 1Jo 1:91Jo 1:9). Ele morreu por pessoas de todas as raças, culturas, etnias e classes sociais (conforme Gl 3:28;. Cl 3:11). Assim, Deus disse em Is 45:22: "Vire-se para mim, e sereis salvos, todos os confins da terra", e Jesus comissionou a igreja para "fazer discípulos de todas as nações" (Mt 28:19). O Senhor também declarou: "Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, para que todo aquele que crê será nele tenha a vida eterna" (João 3:14-15), e "I , se eu for levantado da terra, atrairei todos a mim "(12:32). Ele é o único Salvador para o mundo dos pecadores perdidos.

A perplexidade

Então os judeus começaram a discutir uns com os outros, dizendo: "Como pode este dar-nos a sua carne a comer?" (06:52)

O Senhor, obviamente, não estava falando de canibalismo quando falou de comer Sua carne. Ao contrário, Ele estava dando uma ilustração física de uma verdade espiritual. Mais uma vez, porém, osantagônicos judeus perdeu completamente o significado da afirmação de Jesus. Como resultado, eles começaram a discutir um com o outro. Argumente traduz uma forma do verbo machomai , que significa "para lutar", ou "brigar" (conforme At 7:26; 2Tm 2:242Tm 2:24; Jc 4:2;. Mc 14:22; Lc 22:19; 1Co 10:161Co 10:16;. 1Co 11:24, 1Co 11:27). Duas considerações adicionais reforçar o fato de que essa passagem não se refere a Comunhão: Em primeiro lugar, a Mesa do Senhor ainda não havia sido instituída; portanto, os judeus não teria entendido o que Jesus estava falando sobre se ele estivesse falando de Comunhão. Em segundo lugar, Jesus disse que quem participa da Sua carne tem a vida eterna. Se isso era uma referência à mesa do Senhor, isso significaria que a vida eterna pode ser adquirida através de comungar. Isso é claramente estranha às Escrituras, no entanto, que ensina que a comunhão é para aqueles que já são crentes (1 Cor. 11: 27-32) (. Ef 2:8-9) e que a salvação é pela fé somente. (Para mais argumentos contra a interpretação sacramental de comer carne de Cristo e beber o seu sangue, ver DA Carson, O Evangelho Segundo João, O Pillar New Testament Commentary [Grand Rapids: Eerdmans, 1991], 296-98; para uma crítica da doutrina católica romana da missa, ver Tiago G. McCarthy, O Evangelho Segundo o Roma [Eugene, Oregon .: Harvest House, 1995], caps. 6-7).

Tanto a Igreja Católica Romana e os oponentes judeus de Jesus perdeu o seu ponto. Como observado na discussão do versículo 51, o Senhor não estava falando literalmente, mas metaforicamente ao povo-incentivando-os a Ele apropriar pela fé.

As Promessas

Então Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é verdadeira comida eo meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Como o Pai, que vive, me enviou ., e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim Este é o pão que desceu do céu; não como os vossos pais comeram e morreram; quem comer deste pão, viverá para sempre . " Estas coisas Ele disse na sinagoga, ensinando em Cafarnaum. (6: 53-59)

Embora confrontado com sua incredulidade deliberada, Jesus não suavizar, amaciar, ou mesmo esclarecer suas palavras. Em vez disso, ele fez sua ensino ainda mais difícil para eles para engolir, adicionando o conceito chocante de beber o seu sangue. Para beber sangue ou comer carne com o sangue ainda na era estritamente proibido pela lei do Antigo Testamento:

E qualquer homem da casa de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, eu porei a minha face contra aquela pessoa que come sangue e extirparei do meio do seu povo.Porque a vida da carne está no sangue, e eu dei a vocês sobre o altar para fazer expiação pelas vossas almas; pois é o sangue por causa da vida que faz expiação. Por isso eu disse aos filhos de Israel: "Nenhum de vós comerá sangue, nem pode qualquer estrangeiro que peregrina entre vós comerá sangue." Assim, quando qualquer homem dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, caçando apanhe um animal ou uma ave que se pode comer, ele deve derramar o seu sangue e cobri-lo com terra. Porque, assim como para a vida de toda a carne, seu sangue é identificado com a sua vida. Por isso eu disse aos filhos de Israel: "Vocês não são para comer o sangue de carne alguma, pois a vida de toda a carne é o seu sangue;. Quem o come será cortado" (Levítico 17:10-14; conforme 7: 26-27.; Gn 9:4, 23-24; Dt 15:23; At 15:29).

Jesus, é claro, não estava falando literalmente beber o líquido em suas veias mais do que Ele era de, literalmente, comer sua carne. Ambas as metáforas se referem à necessidade de aceitar a morte sacrificial de Jesus. O Novo Testamento freqüentemente usa o termo sangue .como uma metonímia gráfico falando da morte de Cristo na cruz como o sacrifício final para o pecado (Mt 26:28; At 20:28; Rm 3:25; Rm 5:9; Ef 1:7; Cl 1:20; He 9:12, He 9:14; He 10:19, He 10:29; He 13:12; 1 Pedro 1:. 1Pe 1:2, 1Pe 1:19; 1Jo 1:71Jo 1:7), "a multidão, em seguida, respondeu-lhe: 'Nós temos ouvido da lei que o Cristo é permanecer para sempre; e como você pode dizer: "O Filho do Homem seja levantado?" '"(v 34).. Na estrada de Emaús, o Cristo ressurreto repreendeu dois de seus discípulos por sua hesitação em aceitar a necessidade da sua morte: "Ó homens tolos e tardos de coração para crerdes tudo o que os profetas disseram não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? " (Lucas 24:25-26). "Nós pregamos a Cristo crucificado", escreveu o apóstolo Paulo aos Coríntios, "para os judeus uma pedra de tropeço" (1Co 1:23), e em Gl 5:11 ele se referiu à "o escândalo da cruz." Assim, o principal objectivo da mensagem evangelística de Paulo aos judeus em Tessalônica envolvidos ", explicando e dando provas de que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos, e dizendo:" Este Jesus que eu estou anunciando-vos é o Cristo '" (At 17:3; conforme Tt 2:13; 1Pe 1:31Pe 1:3)

Jesus introduziu a quarta e última promessa, declarando que a Sua carne é verdadeira comida, e Seu sangue é verdadeira bebida -o sustento que oferece a própria vida de Deus para o crente. Em face disso, o Senhor declarou: "Aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele." A promessa aqui é que de união com Cristo. Em Jo 14:20 Jesus prometeu aos Seus discípulos: "Em que dia você vai saber que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu permanecerei em vós." Em 15: 5, o Senhor declarou: "Eu sou a videira, vós sois os ramos; quem permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer." "Se alguém está em Cristo", Paulo escreveu: "ele é uma nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2Co 5:17). Mais tarde, na mesma epístola que o apóstolo exortou os coríntios: "vós teste para ver se você está na fé;!? Examinar-se Ou você não reconhece isso sobre vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós, a não ser na verdade você não passar no teste" (2Co 13:5). "Cristo em vós", ele lembrou aos Colossenses, é "a esperança da glória" (Cl 1:27). Em sua primeira epístola do apóstolo João escreveu: "Nós sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para que possamos saber o que é verdadeiro; e nós estamos naquele que é verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus ea vida eterna "(1Jo 5:20; conforme 1Jo 2:24; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13; Jo 17:21; Rom. 6: 3-8; Rm 8:10; 1Co 1:301Co 1:30; 1Co 6:17;. Ef 3:17; Cl 2:10).

No versículo 57, Jesus declarou a fonte de sua autoridade para fazer essas promessas: ". o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim" Jesus já havia indicado, "Assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim Ele deu ao Filho também ter a vida em si mesmo" (5:26). Portanto, aqueles que acreditam em Jesus viverá por Ele. Jesus tem vida em si mesmo; e os crentes também têm vida n'Ele.

O Senhor concluiu esta magnífica ensino, repetindo o pensamento de versículos 49:50. O convite é tão claro hoje como foi naquele dia memorável na sinagoga de Cafarnaum .... Aquele que persegue as coisas materiais vão morrer, tão certo como o rebelde israelitas morreram no deserto. Mas quem come o pão que desceu do céu ... vai viver para sempre.

22. O Pão da Vida-Parte 3: Respondendo ao Pão da Vida (João 6:60-71)

Portanto, muitos dos seus discípulos, ouvindo isto, disse: "Esta é uma afirmação difícil, que pode ouvi-la?" Mas Jesus, consciente de que os seus discípulos murmuravam contra isso, disse-lhes: "Será que este vos escandaliza O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes de É o Espírito que dá a vida;? Os lucros de carne nada; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida Mas há alguns de vós que não crêem ".. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de trair. E Ele estava dizendo: "Por esta razão, eu disse a você, que ninguém pode vir a mim, se ela foi concedida a ele a partir do Pai". Como resultado desta muitos dos seus discípulos se retiraram e não estavam andando com ele. Então Jesus disse aos doze: "Você não quer ir embora também, não é?" Simão Pedro respondeu-Lhe: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e têm vindo a saber que tu és o Santo de Deus." Jesus respondeu-lhes: "Será que eu mesmo não escolhi a vós os doze anos, e ainda um de vós é um diabo?" Agora Ele quis dizer Judas, filho de Simão Iscariotes, pois, um dos doze, ia traí-lo. (6: 60-71)

A pregação do evangelho que não consegue transmitir a Palavra de Deus com precisão, e para comandar a obediência, está aquém do padrão bíblico. Tanto João Batista (Mt 3:2)

O sermão de Pedro no dia de Pentecostes também obrigou uma resposta:

E, ouvindo eles isto, eles foram perfurados para o coração, e disse a Pedro e aos demais apóstolos: "Irmãos, o que devemos fazer?" Pedro disse-lhes: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados;. E você vai receber o dom do Espírito Santo" (Atos 2:37-38)

De um modo geral, aqueles que ouvem a pregação poderosa da Palavra irá responder em uma de três maneiras (13 conforme Matt 3:9., 18-23). Alguns vão zombar e reagem com rejeição pura e simples. Tais eram os escribas e fariseus que responderam a Jesus de forma consistente oposição Seu ensino e desprezando Sua pessoa. Sua rejeição culminou em Mt 12:24, quando, depois de ver os milagres de Jesus, atribuíram-lhes a Satanás: "Mas os fariseus, ouvindo isto [a multidão se perguntando se Jesus era o Messias; v 23.], Eles disseram: 'Este homem expulsa os demônios só por Belzebu o príncipe dos demônios. "" Eles deliberAdãoente escolheu para descartar a esmagadora evidência a respeito de quem Jesus realmente era.

Alguns vão responder com uma fé temporária ou superficial. Esses falsos discípulos são os curiosos que estão superficialmente atraídos para Cristo. Mas quando Ele faz exigências sobre eles, ou há um custo a ser pago para segui-Lo, eles desaparecem, desejando nem para deixar de ir ao mundo, nem para negar a si mesmos (conforme Lucas 9:23-25). João 2:23-25 ​​discute essas pessoas:

Agora, quando Ele estava em Jerusalém na Páscoa, durante a festa, muitos creram no seu nome, observando os sinais que ele estava fazendo. Mas Jesus, de sua parte, não estava confiando-se a eles, pois Ele sabia que todos os homens, e porque Ele não precisava de ninguém para testemunhar a respeito do homem, pois ele bem sabia o que havia no homem.

Em sua primeira epístola, João descreveu ainda os como aqueles que "Saíram de nós, mas não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas eles saíram, para que fosse ser demonstrado que todos eles não são de nós "(1Jo 2:19). Seus números incluem homens como Demas (2Tm 4:10.), Simão, o mágico (Atos 8:18-21), e, acima de tudo, Judas 1scariotes (At 1:25).

Por fim, alguns vão responder com verdadeira fé. Este pequeno núcleo de verdadeiros discípulos é o "pequeno rebanho", a quem o Pai tem de bom grado escolhido para dar o reino (Lc 12:32), depois de ter tirado a Seu Filho (Jo 6:37, Jo 6:44). Eles acreditam Salvadora em Jesus como o Filho de Deus e Messias.

Sermão de Jesus sobre o Pão da Vida, juntamente com a resposta a ela, é o clímax temática de todo ministério galileu do Senhor. A reação da multidão era típico, não só dos judeus da época de Jesus, mas também de todas as pessoas que se deparam com a verdade. Aqueles que ouviram Sua mensagem exibida cada uma das três respostas acima apontados. Alguns rejeitaram Jesus antes do sermão foi ainda acabado, interrompendo-o e "resmungando sobre Ele, porque Ele disse: 'Eu sou o pão que desceu do céu'" e "dizendo:" Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como é que Ele agora dizer: "Eu desci do céu"? "(vv. 41-42).

Infelizmente, essa resposta tipificado maioria dos galileus. Embora Jesus havia ensinado em suas cidades e aldeias e realizou muitos milagres em seu meio (João 2:1-11; 4: (Mt 4:23). 46-54; 6: 4-13; Mt 8:2-4. , 5-13, 14-17, 28-34; 9: 1-8, 18-26; 12: 9-14; 14: 34-36; Marcos 8:22-26; Lucas 7:11-17), eles ainda se recusou a acreditar nEle. Sua rejeição voluntária foi imperdoável, e Jesus repreendeu severamente duas cidades da Galiléia, Corazim e Betsaida, por sua dureza de coração:

Então ele começou a denunciar as cidades em que a maioria de seus milagres foram feitos, porque eles não se arrependeram. "Ai de vós, Ai! Corazim para você, Betsaida! Porque, se os milagres ocorreram em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo no saco e cinza. No entanto, eu digo a você, será mais tolerável . para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para você E você, Cafarnaum, não será elevada até o céu, você vai Você vai descer para Hades;? Porque, se os milagres tinham ocorrido em Sodoma que ocorreu em você, ele teria manteve-se até hoje. No entanto, eu digo a você que ele será mais rigor para a terra de Sodoma, no dia do juízo, do que para você. " (Mateus 11:20-24.)

Como Jesus concluiu suas palavras, os que rejeitam definitivas esquerda, deixando apenas aqueles que alegou ser Seus discípulos, alguns dos quais possuíam a fé genuína e alguns dos quais não o fez. Os versículos 60:71 descrevem as reações desses dois grupos (os falsos discípulos e os verdadeiros discípulos) para o Pão da Vida Discurso.

A reação dos discípulos Falsos

Portanto, muitos dos seus discípulos, ouvindo isto, disse: "Esta é uma afirmação difícil, que pode ouvi-la?" Mas Jesus, consciente de que os seus discípulos murmuravam contra isso, disse-lhes: "Será que este vos escandaliza O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes de É o Espírito que dá a vida;? Os lucros de carne nada; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida Mas há alguns de vós que não crêem ".. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de trair. E Ele estava dizendo: "Por esta razão, eu disse a você, que ninguém pode vir a mim, se ela foi concedida a ele a partir do Pai". Como resultado desta muitos dos seus discípulos se retiraram e não estavam andando com ele. (6: 60-66)

Que as pessoas introduzido aqui são chamados de discípulos não implica que eles eram verdadeiros seguidores de Cristo. O termo Mathetes ("discípulo") refere-se a alguém que se atribui a um professor como um estudante ou aprendiz, mas não implica nada sobre a sinceridade ou devoção do discípulo. Além dos discípulos de Jesus, o Novo Testamento também observa discípulos de João Batista, os fariseus (Mt 9:14). (22: 15-16), Paulo (At 9:25), e Moisés (Jo 9:28; 8:. Mt 8:1; Mt 19:2;. At 26:14; Jd 1:15; conforme Mt 10:34-39).

Falsos discípulos não seguem a Cristo por causa de quem Ele é, mas por causa do que eles querem Dele. Eles não têm nenhum problema de vê-lo como um bebê na manjedoura no Natal; um reformador social com uma ampla mensagem de amor e tolerância; a todos humano ideal deve imitar; ou uma fonte de saúde, riqueza e felicidade mundana. Mas eles não estão dispostos a abraçar a bíblica Jesus-o Deus-homem que destemidamente repreendeu os pecadores e os advertiu do inferno eterno, e que a salvação do que o inferno só vem através da crença Suas palavras (Jo 5:24). Aqueles que resistem ou rejeitar o ensinamento de Jesus não passam no teste do verdadeiro discipulado que Ele mesmo previsto em Jo 8:31: "Então, Jesus estava dizendo aos judeus que haviam crido nele:" Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos "(conforme 15: 8). Continuação obediência às palavras de Jesus Cristo sempre marca verdadeiros discípulos (conforme I João 2:3-5).

Desde Jesus compreendeu o coração de cada pessoa (02:25; conforme Mt 12:25; Lc 5:22.), Ele estava consciente de que seus discípulos resmungou (conforme Jo 6:41; Ex 16:2;. Mt 15:12) ou "a desistir de acreditar" (eg, 13 21:24-10). Ambos os significados são apropriadas aqui; os falsos discípulos se ofendeu com o ensino de Jesus, e que os levou a abandonar sua fé superficial nEle.

Sabendo que a central em sua rejeição era Sua alegação de ter descido do céu, Jesus perguntou: "O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes?" Sua implicação parece ser: "Se você me viu subir no céu, para que não iria convencê-lo da minha origem celestial? " (A referência à Sua ascensão também exclui qualquer interpretação literal crassly de comer sua carne e beber seu sangue, uma vez que Jesus iria ascender corporalmente ao céu [conforme Atos 1:3-11].) Deve-se notar que alguns comentaristas vêem Jesus 'referência à crescente como uma referência implícita à Sua crucificação (03:14; 12:32, 34), o que levou a Sua ressurreição, e depois de Sua ascensão. De acordo com esse ponto de vista, o Senhor estava fazendo um ponto crucial: Se os falsos discípulos ficaram escandalizados por seu ensino, quanto mais eles iriam ser ofendido por sua execução (conforme 1Co 1:23.)? Em qualquer caso, Jesus deixou a questão em aberto, pois como seus ouvintes responderam a Ele iria determinar como eles iriam responder.

Assim como fez em 3: 6, Jesus contrastou o Espírito que dá a vida com a carne que lucra nada. A vida espiritual só vem quando o Espírito Santo dá vida de Cristo para o crente (Gl 2:20; Colossenses 3:3-4. ). Ele não vem através da "vontade da carne" (1:13), que, como RVG Tasker, observa que "significa o para fora, para a exclusão do interior, o visível para além do invisível, o material não relacionado com o espiritual, e o humano dissociado do divino "( O Evangelho Segundo São João, Tyndale Comentários do Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1975], 96). O Senhor exortou aqueles que teve problema com a comer a sua carne (v. 52), para concentrar-se em partilhar do Seu Espírito (vv. 53-58).

É claro que ninguém pode fazer que, além de ouvir e obedecer as palavras que Jesus tem falado, que, declarou, são espírito e são vida. É as palavras de Jesus que revelam quem Ele realmente é. Como observado anteriormente, aceitar ou rejeitar essas palavras separa discípulos verdadeiros e falsos. Os verdadeiros discípulos continuar em Sua Palavra (8:31), o que permanece nele (. 15: 7; conforme Jr 15:16; Cl 3:16; 1Jo 2:141Jo 2:14); falsos discípulos definitivamente rejeitam a Sua palavra (08:37, 43, 47). Para abraçar as palavras de Jesus é para recebê-Lo, pois revelar a Sua pessoa. Assim, a Bíblia ensina que a salvação vem por meio da agência da Palavra de Deus:

Agora, a parábola é este: a semente é a palavra de sementes God__O na boa terra, esses são os que ouviram a palavra em um coração honesto e bom, e mantê-lo rápido, e dão fruto com perseverança.(Lc 8:11, Lc 8:15)

Ele, porém, respondendo, disse-lhes: "Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e fazê-lo." (Lc 8:21)

No exercício de sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que seria uma espécie de primeiros frutos entre as Suas criaturas. (Jc 1:18)

Portanto, deixando de lado toda a imundícia e tudo o que resta da maldade, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas. (Jc 1:21)

Para você ter sido mais uma vez não nasceu de semente corruptível, mas incorruptível, ou seja, através do viva e permanente palavra de Deus. (1Pe 1:23)

Jesus então disse: "Mas há alguns de vós que não crêem." Como sempre acontece com aqueles que rejeitam a oferta de salvação de Deus, o problema não foi a falta de informação, mas a falta de fé. O Senhor realizou esses falsos discípulos pessoalmente responsável por rejeitá-Lo, não porque eles não podiam entender, mas porque eles não iriam acreditar.

Enquanto o Senhor estava certamente tristes com incredulidade dos falsos discípulos, ele não levá-lo de surpresa, Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam. Ele até sabia o tempo todoque foi que o trairia -Judas 1scariotes, o supremo exemplo de um falso discípulo incrédulo (veja a discussão de vv. 70-71 abaixo). As palavras de despedida de Jesus aos falsos discípulos, "Por isso que eu disse a você, que ninguém pode vir a mim, a menos que tenha sido concedida a ele a partir do Pai", reforçou o Seu ensinamento mais cedo que Deus é absolutamente soberano na salvação (vv 37., 39, 44-45). Os versículos 64:65 manter a tensão entre a soberania divina ea responsabilidade humana encontrada por toda a Escritura. Por um lado, os incrédulos são condenados por sua incredulidade (v 64.);por outro lado, eles estão perdidos, porque o Pai não atraí-los (v. 65).

Infelizmente, mas previsivelmente, como resultado desta muitos dos seus discípulos se retiraram e não andavam mais com ele. Abandonando qualquer outra pretensão de ser Seus seguidores, eles o abandonaram e se juntou aos zombadores que haviam rejeitado Jesus sem rodeios. Ek toutou ( como um resultado do presente ) também pode ser traduzido como "a partir deste momento". Ambas as traduções estão corretas. Os falsos discípulos o abandonaram permanentemente Jesus após este ponto , como resultado de seu ensino no sermão em geral (especialmente vv. 48-58), e Sua condenação da incredulidade deles em particular (v. 64). "O que eles queriam, ele não daria, o que ele ofereceu, eles não receberiam" (FF Bruce, o Evangelho de João [Grand Rapids: Eerdmans, 1983], 164).

A reação dos discípulos 5erdadeiros

Então Jesus disse aos doze: "Você não quer ir embora também, não é?" Simão Pedro respondeu-Lhe: "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e têm vindo a saber que tu és o Santo de Deus." Jesus respondeu-lhes: "Será que eu mesmo não escolhi a vós os doze anos, e ainda um de vós é um diabo?" Agora Ele quis dizer Judas, filho de Simão Iscariotes, pois, um dos doze, ia traí-lo. (6: 67-71)

Esta é a primeira ocorrência no evangelho de João do termo doze, que geralmente designa os apóstolos nos Evangelhos sinópticos (por exemplo, Mt 10:2; Mc 4:10; Mc 9:35; Lc 8:1).João não gravar a chamada dos Doze e, com exceção de versículos 70:71, usou o termo apenas em outro lugar 20:24. Pode ser que os Doze foram todos que permaneceram após os discípulos temporários esquerda. Ou Jesus pode ter falado com eles mais tarde, em privado. No texto grego, a pergunta do Senhor espera uma resposta negativa, daí a NASB tradução, "Você não quer ir embora também, não é?"Jesus usou a deserção dos falsos discípulos para contrastar a fé dos Doze.

Como em tantas outras ocasiões, Simão Pedro atuou como porta-voz dos Doze (conforme 13 36:37.; Mt 14:28; Mt 15:15; Mt 16:16, Mt 16:22; Mt 17:4; Mt 19:27, Mt 26:35; Mc 11:21; Lc 5:8; Lc 12:41). Sua declaração, "Senhor, para quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e vim a saber que tu és o Santo de Deus", é uma reminiscência de sua confissão de Jesus como o Messias, em Cesaréia de Filipe (Mt 16:16;. conforme Mt 14:33). Enquanto a multidão só estava disposta a aceitar Jesus como uma espécie de segundo Moisés que eles esperavam supriria suas necessidades materiais, os Doze viu por quem ele realmente é. Não havia nenhum outro professor para quem eles poderiam virar, disse Pedro, pois era só Cristo tem as palavras de vida eterna (conforme v 63)..

No entanto, nem mesmo todos os Doze tinham verdadeiramente acreditado e vir a conhecer Jesus, como o Senhor foi rápido em apontar. Eles devem ter ficado chocado quando Jesus declarou que havia um traidor em suas fileiras: "Será que eu Eu não escolhi a vós os doze anos, e ainda um de vós é um diabo?" Ele não está aqui referindo-se a eleição para a salvação, mas sim seleção para o apostolado. Ele escolheu doze homens, um dos quais era para difamá-lo da maneira mais impensável. Depois de Judas havia sido demitido do Cenáculo na noite da Última Ceia, o Senhor falou aos onze restante como sendo escolhido para a salvação. Como Ele disse-lhes: "Você não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei para que você iria e deis fruto, eo vosso fruto permaneceria, de modo que tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, ele pode dar a you "(15:16). Sua escolha soberana deles, tanto para a salvação e apostolado, descartou qualquer pretensão ou auto-importância que pode ter se sentido contrário.

diabo no meio deles, é claro, era Judas, filho de Simão Iscariotes. Iscariotes deriva de uma frase em hebraico que significa "homem de Kerioth." A referência foi, provavelmente, para a aldeia da Judéia de Kerioth (Js 15:25.), Embora também era uma cidade moabita com o mesmo nome (Jr 48:24, Jr 48:41; Am 2:2; Lc 6:16])Diabolos ( diabo ) significa "caluniador" (conforme 1Tm 3:11; 2Tm 3:32Tm 3:3), o Senhor a Satanás identificado como a fonte por trás de Judas.

Isso não exonera ou desculpar Judas por seu ato hediondo. O Novo Testamento atribui a responsabilidade pela traição de Jesus diretamente aos pés de Judas 1scariotes. Nas palavras de refrigeração de Jesus: "O Filho do Homem é ir, assim como está escrito a seu respeito, mas ai daquele homem por quem o Filho do homem é traído Teria sido bom para que o homem se ele não teve! nascido "(Mt 26:24).

Afirmação de Pedro nos versículos 68:69 expressa duas marcas fundamentais dos verdadeiros discípulos: fé ( nós acreditamos ) —que marca seu nascimento espiritual e fidelidade ( Senhor, para quem iremos nós? ) —que marca seu caráter. O pretérito perfeito dos verbos traduzidos ter acreditado e têm vindo a conhecer transmite a idéia de um ato se completou no passado, mas com resultados contínuos.A fé inicial dos discípulos verdadeiros resultados em contínuo compromisso e lealdade para com Cristo. Ao contrário dos falsos discípulos que tinham feito uma decisão final de abandonar Jesus, os Doze (com exceção de Judas) tinha feito uma promessa permanente para segui-Lo. Desta forma, João contrastou a diferença gritante entre os que são inconstantes e aqueles que são fiéis.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de João Capítulo 6 do versículo 1 até o 71

João 6

Os pães e os peixes — Jo 6:1-13

Havia momentos em que Jesus sentia desejos de afastar-se da multidão de pessoas que o seguiam. Estava sob uma tensão contínua e precisava descansar. Às vezes era necessário ficar a sós com os discípulos para conduzi-los com maior profundeza para uma melhor compreensão de sua pessoa. Necessitava tempo para orar e para entrar em contato com o poder e a presença de Deus. E nesta oportunidade era muito acertado afastar-se antes de provocar um enfrentamento direto com as autoridades, porque ainda não tinha chegado o momento do conflito final.

De Cafarnaum até a outra margem do mar da Galiléia havia uns sete quilômetros de distância. Assim Jesus empreendeu a travessia. Mas o povo estivera observando maravilhada as coisas surpreendentes que fazia. Era fácil ver que direção tomava o barco, e se apressaram para chegar ao outro lado do lago por terra. O rio Jordão desembocava no mar da Galiléia pelo extremo Norte. A três quilômetros da desembocadura estavam os vaus do Jordão. Perto dos vaus havia uma cidade chamada Betsaida Julia para diferenciá-la da outra Betsaida na Galiléia, e Jesus se dirigiu a esse lugar (Lc 9:10). Perto da Betsaida Julia, quase à beira do lago, há uma pequena planície sempre coberta de erva. chama-se El— Batiya e seria o cenário deste milagroso acontecimento.

Em primeiro lugar, Jesus subiu pela ladeira até a planície e se sentou ali com seus discípulos. Logo a multidão começou a aparecer por grupos. Era preciso caminhar uns quatorze quilômetros para bordejar o lago e cruzar os vaus e o tinham feito com toda a rapidez de que podiam. Sabemos que se aproximava a festa da Páscoa. Devia haver mais gente que o habitual nos caminhos. É muito provável que houvesse muita gente que se dirigia a Jerusalém. Muitos peregrinos da Galiléia viajavam para o Norte, cruzavam o vau, atravessavam a Peréia e logo voltavam a cruzar o Jordão perto de Jericó. O caminho era mais longo mas se evitava o território dos temidos e odiados samaritanos. É muito possível que a multidão se viu acrescida por peregrinos que se dirigiam à festa da Páscoa e que já estavam a caminho.

Ao ver a multidão, acendeu-se a compaixão de Jesus. Estavam famintos e cansados e era preciso dar-lhes de comer. Era natural que se dirigisse a Filipe, porque vinha de Betsaida (Jo 1:44) e sem dúvida conheceria o lugar. Jesus lhe perguntou onde se podia obter comida. Filipe deu uma resposta desesperada. Disse que embora se pudesse conseguir comida, seriam necessários mais de duzentos denários para dar uma mínima quantidade a cada um dos componentes dessa vasta multidão. Um denário representava a diária normal de um operário. Filipe calculou que se necessitariam as diárias de mais de seis meses para começar a alimentar uma multidão como esta. Então apareceu André em cena. Tinha encontrado um garoto que tinha cinco pães de cevada e dois peixinhos. É muito possível que o garoto os tivesse levado para almoçar. Possivelmente tinha saído para passar o dia fora e, tal como faria qualquer garoto, se uniu à multidão. André como era seu costume levava gente à presença de Jesus. O garoto não tinha muito que oferecer. O pão de cevada era o mais econômico de todos, e o menosprezava.

Na Mishnah há uma disposição a respeito da oferta que uma mulher adúltera deve apresentar. É obvio que deve levar uma oferta por seu pecado. Em todos os sacrifícios se fazia uma oferta consistente em uma mescla de farinha, vinho e azeite. Em geral se empregava farinha de trigo; mas estava estabelecido que, no caso de uma oferta por adultério, devia empregar-se farinha de cevada, porque a cevada é a comida das bestas e o pecado da mulher era um pecado bestial. O pão de cevada era aquele que comiam os muito pobres. Os peixes não seriam muito maiores que uma sardinha.

O peixe em vinagre proveniente da Galiléia era muito conhecido em todo o Império Romano. Naqueles dias o peixe fresco era um luxo desconhecido visto que não havia forma de transportá-lo e mantê-lo em boas condições de consumo. No mar da Galiléia abundavam pequenos peixes semelhantes à sardinha. Eram pescados e conservados em vinagre como uma espécie de drinque. O garoto tinha seu peixe em vinagre para acompanhar o seco pão de cevada.
Jesus, pois, disse a seus discípulos que fizessem as pessoas sentarem. Tomou os pães e os peixes e os abençoou. Ao fazê-lo estava agindo como um pai de família. A ação de graças que pronunciou provavelmente fora a que se empregava na maioria das casas judaicas: "Bendito és tu, Senhor nosso Deus, que fazes crescer o pão da terra". E o povo comeu e se sentiu saciada. Inclusive a palavra que se usa para significar satisfeito (chortazesthai) resulta sugestiva. Em suas origens, no grego clássico, era empregada para denominar a alimentação dos cavalos com forragem, e quando era empregada com respeito às pessoas queria dizer que estavam empachados, cheios.

Quando o povo ficou saciado, Jesus fez seus discípulos recolherem os pedaços que tinham sobrado. Por que os pedaços? Nas festas judaicas se acostumava deixar algo para os servos. O que sobrava recebia o nome do Peah. Sem dúvida as pessoas deixavam uma parte para aqueles que tinham servido os pães.

Recolheram-se doze cestas de pedaços. Sem dúvida cada um dos discípulos tinha sua cesta (kofmos). As cestas tinham forma de garrafa. Nenhum judeu saía de viaje sem sua cesta. Juvenal fala em dois ocasiões (3:14; 6:
542) de "o judeu com sua cesta e seu maço de palha". (O maço de palha era para usar como cama, porque muitos judeus levavam uma vida nômade). O judeu com sua inseparável cesta era uma figura muito conspícua. Levava-a, em parte porque era naturalmente aquisitivo, e em parte porque precisava levar sua própria comida se tinha que observar as normas judaicas de limpeza e impureza. De maneira que cada discípulo encheu sua cesta com os pedaços que sobraram. E assim a multidão faminta foi alimentada com acréscimo.

O SIGNIFICADO DE UM MILAGRE

João 6:1-13 (continuação)

Nunca saberemos com exatidão o que foi que aconteceu nessa verde planície da Betsaida Julia. Podemos vê-lo em três formas.

  1. Podemos vê-lo simplesmente como um milagre no qual Jesus multiplicou, literalmente, pães e peixes. Pode haver aqueles que achem muito difícil imaginar algo semelhante. E haverá aqueles que achem muito difícil conciliá-lo com o fato de que isso foi justamente o que Jesus se negou a fazer durante suas tentações, quando declinou converter as pedras em pães (Mateus 4:3-4). Se podemos crer no caráter puramente milagroso deste fato, continuemos crendo. Mas se nos sentimos intrigados, há duas explicações possíveis.
  2. Pode ser que em realidade se tratou de uma comida sacramental. No resto do capítulo a linguagem que Jesus emprega é idêntica ao da Última Ceia, quando se refere a comer sua carne e beber seu sangue. Pode ser que nesta refeição em El-Batiya o que cada pessoa recebeu não foi mais que um fragmento, como no sacramento; e que a emoção e maravilha da presença de Jesus e da realidade de Deus converteram esta migalha sacramental em algo que nutriu e saciou os corações e as almas dos homens. Isto é o que acontece em cada mesa de comunhão até nossos dias.
  3. Pode haver outra explicação, muito bonita. Não se deve pensar que a multidão empreendeu uma expedição de quatorze quilômetros sem fazer nenhum preparativo. Se entre eles havia peregrinos, sem dúvida teriam provisões para a viagem. Mas pode ser que nenhum deles tenha querido oferecer o que tinha, porque com todo egoísmo — e muito humanamente — queriam guardar tudo para si. Pode ser que Jesus, com seu estranho sorriso, tirou a pequena provisão que tinha com seus discípulos, com uma fé radiante deu graças a Deus por ela e a compartilhou com todos. Comovidos por seu exemplo, todos os que tinham algo o imitaram; e ao final houve comida suficiente, e mais que suficiente, para todos. Pode ser que se trate de um milagre no qual a presença de Jesus e seu amor converteram a uma multidão de homens e mulheres egoístas em uma comunidade disposta a compartilhar tudo. Pode ser que na presença de Jesus aqueles cuja única idéia consistia em guardar tudo para si, se tornassem pessoas cuja única idéia era dar. Possivelmente este relato represente a maior das histórias: um milagre que trocou a natureza humana, e transformou, não pães e peixes, a não ser homens e mulheres.

Seja como for, houve algumas pessoas sem as quais o milagre teria sido impossível.
(1) André é uma delas. Há um contraste entre André e Filipe. Filipe foi o homem que disse: "A situação é desesperada, não há nada a fazer." André disse: "Verei o que posso fazer, e confio em que Jesus fará o resto." Foi André quem levou o garoto a Jesus, e ao fazê-lo fez possível o milagre. Ninguém nunca sabe o que acontecerá e o que resultado terá o levar alguém à presença de Jesus. Se um pai educar a seu filho no conhecimento, no amor e no temor de Deus, ninguém pode dizer que grandes coisas pode realizar esse menino algum dia para Deus e para os homens. Se o professor de uma escola dominical aproxima um menino de Cristo, ninguém pode predizer o que esse menino pode fazer algum dia por Cristo e sua Igreja.
Conta-se uma história a respeito de um ancião alemão, professor de escola, que ao entrar na sala-de-aula pela manhã costumava tirar o chapéu e fazer uma reverência a seus alunos. Um deles lhe perguntou por que o fazia. Sua resposta foi: "A gente nunca sabe o que pode chegar a ser algum dia um destes garotos." Tinha razão, porque um dos alunos se chamava Martinho Lutero. André não sabia o que estava fazendo quando aproximou esse garoto a Jesus, mas estava provendo o material para um milagre. Nunca sabemos que possibilidades estamos liberando quando levamos alguém a Jesus.

(2) O garoto era outra dessas pessoas. Não tinha muito que oferecer mas no que ofereceu Jesus encontrou o material para fazer um milagre. Teria havido um brilhante acontecimento a menos na história se esse garoto se negasse a aproximar-se ou se tivesse guardado para si seus pães e peixes. A verdade é que Jesus necessita o que podemos lhe trazer. Pode ser que não tenhamos muito a oferecer, mas ele necessita o que temos. Pode ser que neguemos ao mundo triunfo após triunfo e milagre após milagre porque não queremos entregar a Cristo o que temos e o que somos. Se, tal como somos, nos oferecêssemos no altar do serviço de Jesus Cristo, ninguém pode dizer as coisas que Cristo poderia fazer conosco e por meio de nós. Podemos sentir tristeza e vergonha por não poder oferecer mais coisas, e é correto que o sintamos; mas essa não é razão para evitar ou negar-se a levar o que temos e o que somos. Um pouco sempre é muito nas mãos de Cristo.

A RESPOSTA DA MULTIDÃO

João 6:14-15

Aqui temos a reação da multidão. Os judeus esperavam o profeta que, conforme criam, Moisés lhes tinha prometido. “O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt 18:15). Esperavam o Messias, o escolhido de Deus. Tinham estado esperando durante toda sua história, e estavam esperando nessa época. Nesse momento, na Betsaida Julia estavam dispostos a aceitar a Jesus como esse Profeta e esse Rei. Estavam dispostos a carregá-lo, a entronizá-lo no poder em um arroubo de ardor popular e entusiasmo maciço. Mas não muito depois outra multidão clamava: "Crucifica-o! Crucifica-o!" Por que foi que nesse momento a multidão aclamava a Jesus?

Por um lado, a multidão estava disposta a apoiar a Jesus quando dava o que eles queriam. Tinha-os curado e os havia alimentado; e nesse momento estavam dispostos a convertê-lo em seu chefe. Existe uma lealdade comprada, uma lealdade que depende dos favores, os presentes, para dizê-lo com toda crueldade, do suborno. Existe um amor falso, um amor que se baseia no que podemos tirar das pessoas e no que essas pessoas podem fazer por nós.
Em um de seus momentos de maior cinismo, o doutor Johnson definiu a gratidão como "um vivo sentido dos favores que estão por vir". O simples pensar nessa multidão nos revolta. Mas somos acaso muito diferentes dela? Quando necessitamos compaixão na dor, quando necessitamos fortaleza em meio das dificuldades, quando queremos paz no meio do tumulto, então, nesses momentos, não há ninguém tão maravilhoso como Jesus. Então falamos com Ele, e caminhamos a seu lado e lhe abrimos nossos corações.
Mas quando Ele se aproxima de nós com uma severa exigência de sacrifícios, com algum desafio que exige um esforço, com o oferecimento de alguma cruz, então não queremos ter nada que ver com Ele. Pode ser que ao examinar nossos corações descubramos que nós também amamos a Jesus pelo que podemos obter dele, e que quando Ele nos aborda com exigências e desafios também nos enfraquecemos, e nos voltamos ressentidos e hostis para com esse Cristo perturbador e exigente.
Por outro lado, queriam usá-lo para seus próprios fins e moldá-lo segundo seus sonhos. Estavam esperando o Messias. Mas imaginavam a

seu modo. Esperavam um Messias que seria Rei e Conquistador. Alguém que pisaria na cabeça da águia e tiraria os romanos da Palestina, que mudaria o status de Israel e de uma nação submetida a converteria em uma potência mundial. Alguém que a libertaria do destino de ser um país ocupado e que o tornaria em conquistador de outros países.

Tinham visto as coisas que Jesus podia fazer, e o que imaginavam era: "Este homem tem poder, um poder milagroso e maravilhoso. Se podemos adequá-lo a seu poder à medida de nossos sonhos, planos e desejos, começarão a acontecer coisas." Se tivessem sido sinceros teriam que reconhecer que estavam tratando de usar a Cristo.
Mais uma vez, somos nós muito diferentes? Quando nos dirigimos a Cristo, é para encontrar forças para seguir com nossos propósitos, planos e idéias, ou para aceitar com humildade e obediência seus planos e desejos? Nossa oração é: "Senhor, dá-me forças para eu fazer o que queres que faça" ou, "Senhor, dá-me forças para fazer o que eu quero fazer"?

Essa multidão de judeus estava disposta a seguir a Cristo nesse momento porque lhes estava dando o que eles queriam, e desejavam usá— lo para satisfazer seus planos, propósitos e idéias. Essa atitude com relação a Cristo ainda subsiste no coração dos homens. Queríamos obter os dons de Cristo sem a cruz de Cristo; queríamos usar a Cristo em lugar de permitir que ele nos use .

UMA AJUDA BEM PRESENTE EM MOMENTOS DE NECESSIDADE

João 6:16-21

Este é um dos relatos mais maravilhosos do quarto Evangelho. E se torna mais maravilhoso quando penetramos no significado original no idioma grego e o significado do incidente original, e quando descobrimos que o que descreve em realidade não é um milagre extraordinário, mas um acontecimento muito simples nAquele que João descobriu, e jamais pôde esquecer como era Jesus.

Em primeiro lugar, reconstruamos o relato. Depois de alimentar os cinco mil, e depois do intento por parte da multidão de torná-lo rei, Jesus se tinha afastado sozinho à montanha. Passou o dia. Chegou o momento que os judeus denominam "a segunda tarde", entre o crepúsculo e a escuridão. Jesus ainda não tinha chegado. Não devemos pensar que os discípulos foram esquecidos ou descorteses ao deixar Jesus para atrás, porque, conforme Marcos conta, Jesus mandou-os ir diante dele (Mc 6:45), enquanto convencia a multidão de que voltasse para suas casas. Sem dúvida sua intenção era bordejar o lago enquanto eles o cruzavam remando, e reunir-se com eles em Cafarnaum. Agora, João estava presente, e se alguma vez houve um relato de uma testemunha ocular, este é um deles. Não há dúvida que se trata de um incidente em que João participou e sobre o qual pensou durante setenta anos; e à medida que pensava nele, convertia-se em algo simples rodeado de maravilha.

De maneira que os discípulos começaram a navegar. Levantou-se o vento, como pode fazê-lo nesse lago estreito, rodeado de terra; e as águas se cobriram de espuma. Devemos lembrar que era a época da Páscoa e a época da Páscoa era tempo de Lua cheia (Jo 6:4). Na montanha Jesus orou e se comunicou com Deus; quando ficou em caminho, a Lua cheia fazia que a cena parecesse desenvolver-se à luz do dia; e podia ver no lago o barco e os remadores lutando com seus remos e sabia que estava dando muito trabalho avançar. Por isso desceu. Agora, aqui devemos lembrar duas coisas. Já vimos que no extremo norte o lago não tinha mais de seis quilômetros de largura; e João nos diz que os discípulos tinham remado entre cinco e seis quilômetros; quer dizer que estavam chegando quase no fim da viagem. É natural e inevitável supor que, em vista do vento que soprava, tinham tentado aproximar-se da margem o mais possível para obter maior amparo.

Esse é o primeiro dado; agora vejamos o segundo. Viram que Jesus andava sobre o mar. A tradução literal do grego é exatamente a mesma frase que aparece em Jo 21:1, onde diz que Jesus se manifestou outra vez a seus discípulos junto ao mar de Tiberíades. Em Jo 21:1 esta frase significa sem nenhuma ajuda — nunca foi questionada —, que Jesus estava caminhando pela margem. E isso é o que significa nossa frase também. Jesus estava caminhando epites thalassis, junto à margem. Os atarefados discípulos levantaram os olhos; e de repente o viram. Foi algo tão inesperado, tinham estado reclinados nos remos durante tanto tempo que se sentiram alarmados porque criam que o que viam era um espírito. Então, por cima das águas, chegou essa voz tão amada: "Sou Eu; não temais." Gostariam que subisse a bordo; o grego, muito mais naturalmente significa que seu desejo não se cumpriu. Por que? Lembremos da largura do extremo Norte do lago e lembremos o quanto tinham avançado. A largura era de seis quilômetros. Tinham remado cinco e seis quilômetros. A razão muito simples pela qual seu desejo não foi completo foi que antes que pudessem recebê-lo a bordo, a barco tocou a margem, e já tinham chegado.

Este é o tipo de relato que um pescador como João sentiria prazer em ouvir e recordar. Cada vez que o recordasse voltaria a sentir o que sentiu aquela noite, o cinza prateado da Lua, o tosco remo em sua mão, as sacudidas da vela, o uivar do vento e o som da água enfurecida, a surpreendentemente inesperada aparição de Jesus, o som de sua voz por cima das ondas, e o rangido da barco ao tocar a margem da Galiléia.
E ao recordar tudo isto João via coisas maravilhosas no relato, milagres que ainda estão presentes para que nós os leiamos.

  1. Viu que Jesus vigia. Na montanha Jesus estava observando-os. Não os tinha esquecido. Não estava muito ocupado com Deus para pensar neles. Até na hora da devoção seus discípulos estavam presentes em seu coração. João se deu conta de que durante todo o tempo que eles estiveram lutando com seus remos, o olhar amoroso de Jesus estava sobre eles. Enquanto estamos lutando, Jesus vigia. Não nos faz as coisas fáceis. Deixa-nos travar nossas próprias batalhas e obter nossa própria vitória. É como um pai que observa seu filho ou filha fazer um grande esforço em alguma competição de atletismo, e se sente orgulhoso de nós.

Ou como alguém que observa a outro fazendo um trágico abandono, e se entristece. Vivemos a vida com o olho amoroso de Jesus sobre nós.

  1. Viu que Jesus vem. Jesus desceu da montanha para permitir que os discípulos pudessem fazer o último esforço que os faria chegar a terra a salvo. Não nos observa conservando uma distância serena e incomovível. Não nos observa como se estivesse na tribuna principal, do lado de fora. Justo quando fraquejam as forças e a vida fica muito dura, Ele vem, e com Ele vem o último esforço e o último fôlego que levam à vitória e ao logro de nosso objetivo.
  2. Viu que Jesus ajuda. Vigia, vem e ajuda. A maravilha da vida cristã é que não há nada que devamos fazer completamente sozinhos.

Margaret Avery conta que uma professora de uma escola rural contou esta historia a seus meninos, e deve tê-la contado muito bem. Pouco tempo depois houve uma tormenta de chuva e neve. Quando terminou a hora da lição, a professora acompanhou os meninos até sua casa. Em certos momentos tinha que arrastá-los em meio da tormenta. Quando todos se sentiam quase exaustos, escutou que um dos garotinhos murmurava para si mesmo: "Seria bom que esse Senhor Jesus estivesse aqui agora."
Sempre nos faz bem a companhia de Jesus e jamais poderemos estar sem Ele.

  1. Viu que Jesus nos leva ao porto. Ao João recordar, parecia-lhe que logo que Jesus chegou, a quilha da barco tocou no chão, e chegaram. Como diz o salmista: “Então, se alegraram com a bonança; e, assim, os levou ao desejado porto” (Sl 107:30). De algum modo, com a presença de Jesus até a viagem mais longa parece curta e a batalha mais dura se apresenta como algo fácil.

Uma das coisas mais bonitas do quarto Evangelho é que João, o velho pescador convertido em evangelista, encontrou toda a riqueza de Cristo na lembrança de um relato de pescadores.

A BUSCA EQUIVOCADA

João 6:22-27

A multidão ficou do outro lado do lago. Na época de Jesus as pessoas não precisavam cumprir horários de escritório. Podiam esperar até que Jesus se aproximasse deles. Aguardaram porque tinham visto uma só barco no qual os discípulos foram, sem Jesus. Portanto deduziram que Jesus devia estar perto desse lugar. Depois de esperar durante um momento, deram-se conta de que Jesus não voltaria. Chegaram à baía outros pequenos barcos, procedentes do Tiberíades. Sem dúvida o vento as tinha desviado nessa direção e se refugiaram ali para proteger-se da tormenta da noite. De maneira que a gente que tinha estado esperando junto ao lago se embarcou nelas e cruzou o lago, de retorno a Cafarnaum.
Ao chegar se sentiram perplexos por descobrir que Jesus já estava ali. Perguntaram-lhe quando tinha chegado, e como tinha conseguido voltar tão rápido visto que seus discípulos foram sozinhos no barco. Agora, deve-se observar que Jesus se limitou a não responder a esta pergunta. Não era o momento para falar sobre essas coisas; a vida era muito curta para ocupá-la em conversa sobre viagens. Foi direto ao assunto. "Vocês viram coisas", disse, "coisas maravilhosas. Viram como a graça de Deus tornou possível alimentar uma multidão. Seus pensamentos deveriam dirigir-se para o Deus que fez essas coisas; mas, em vez disso, vocês só pensam no pão. Em sua torpe cegueira pensam em pão, não em Deus." É como se Jesus tivesse dito: "Vocês não podem pensar em sua alma porque estão ocupados pensando em seus estômagos." Reprova o ponto de vista deles centrado na Terra. Tinham recebido o pão como pão e não como um dom de Deus. Como diz Crisóstomo: "Os homens estão cravados às coisas desta vida." Eram pessoas que jamais elevavam os olhos além das muralhas do mundo aos horizontes e eternidades que jazem do outro lado.
Conta-se um relato sobre o Napoleão. Em uma oportunidade estava conversando com um conhecido sobre a vida. Era tarde e a noite era escura. Napoleão e seu amigo se aproximaram da janela e olharam para fora. No céu havia estrelas muito longínquas, não muito maiores que a cabeça de um alfinete. Napoleão tinha uma vista excelente e seu amigo não via muito bem. Napoleão apontou para o céu: "Vê essas estrelas?", perguntou a seu amigo. "Não", respondeu este, "não as vejo." "Essa", disse Napoleão, "é a diferença entre nós dois." O homem que está atado à Terra só vive a metade da vida. O homem grande é aquele que tem visão, aquele que olha para o horizonte e vê as estrelas.

Jesus, pois, expressou seu mandamento em uma frase: "Trabalhai", disse, "não pela comida que perece, mas pela que permanece para vida eterna." Muitos anos antes, o profeta Isaías tinha formulado a mesma pergunta: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão, e o vosso suor, naquilo que não satisfaz?” (Is 55:2). Há duas classes de fome. A fome física que se pode satisfazer com a comida física; mas também existe a fome espiritual que a comida física jamais pode satisfazer. Um homem pode ser tão rico como Creso e, entretanto, experimentar essa torturante insatisfação, esse desejo insatisfeito em seu coração, esse sentimento de falta de plenitude em sua vida. Assinalou-se que nos anos posteriores aos 60 D.C. o luxo da sociedade romana não tinha comparação. Essa era a época em que os romanos serviam banquetes com miolos de perus reais e línguas de rouxinóis; quando descobriram a peregrina prática de vomitar entre um prato e outro para poder saborear melhor o seguinte; em que as comidas que custavam milhares de dólares eram moeda corrente. Foi nessa época em que Puniu relata que uma mulher romana se casou com um vestido tão ricamente bordado e encravado com pedras que custou o equivalente de um milhão de dólares. Tudo isto tinha uma razão de ser: uma profunda insatisfação, uma fome que nada podia saciar. Procuravam algo que lhes produzira emoções novas e que desse um gosto novo à vida, porque eram imensamente ricos e estavam imensamente famintos.

A fome insatisfeita estava presente.
O que queria dizer Jesus era que a única coisa que interessava a esses judeus era a satisfação física. Tinham recebido, sem esperá-lo, uma comida grátis e opípara; e queriam mais. Mas há outras fomes — e essas outras fomes só Jesus Cristo pode satisfazê-las. Existe a fome da verdade — e ele é o único que pode dar a verdade aos homens. Existe a fome da vida — e ele é o único que pode dar a vida aos homens, e pode dá-la com maior abundância. Existe a fome de amor — e ele é o único que pode dar aos homens o amor que supera o pecado e a morte. Cristo é o único que pode satisfazer os desejos de imortalidade e a fome insaciável do coração e da alma humana.
Por que pode fazê-lo? Há uma enorme riqueza de significados na frase: “A porque a este o Pai, Deus, o selou.”
Em seu livro Eastern Customs in Bible Lands (Os costumes orientais nas terras bíblicas), H. B. Tristram inclui uma seção muito interessante sobre os selos na antiguidade. Em Oriente o que dá autenticidade a algo não é a assinatura e sim o selo. Nos documentos comerciais e políticos, o que dá validez aos papéis é o selo, posto com o anel que se usava com esse propósito. No mundo helênico, o que dava autenticidade a um testamento era o selo, o selo posto na boca de um saco ou na tampa de uma caixa era o que garantia seu conteúdo. Tristram diz que nos países orientais até as pessoas mais humildes usam um selo de autenticação. Em suas próprias viagens por aqueles países, quando fazia um trato com seus arrieiros e seus carregadores, estes punham seu selo sobre ele em sinal de que aceitavam as condições e que se comprometiam às cumprir. Os selos eram feitos de argila, metal ou jóias.

No Museu Britânico se encontram os selos da maioria dos reis assírios. O selo era impresso em argila e essa argila se unia ao documento. O documento desapareceu faz muitos anos, mas ainda fica o selo, e sem ele o documento não era válido. Os rabinos tinham uma frase: "O selo de Deus é a verdade."

O Talmud diz:

“Um dia a grande sinagoga (a assembléia dos

judeus doutores em leis) estava lamentando-se, orando e jejuando quando caiu um pequeno cilindro do firmamento, em meio deles. Abriram-no e só continha uma palavra, Ameth, que significa verdade. 'Esse', disse o rabino, 'é o selo de Deus’.” Ameth se escreve com três letras hebréias, Aleph, que é a primeira letra do alfabeto, Min, a letra do meio, e Tau, a última. A verdade de Deus é o princípio, o meio e o fim da vida.

É por isso que Jesus pode satisfazer a fome dos homens, porque tem o selo de Deus, é a verdade de Deus que se fez carne. Vê-lo é ver a Deus; obedecê-lo é obedecer a Deus, recebê-lo é receber a Deus; e Deus é e único que pode satisfazer a fome da alma que ele mesmo criou e na qual pôs fome dele.

A ÚNICA OBRA VERDADEIRA

João 6:28-29

Quando Jesus falou a respeito de fazer as obras de Deus, os judeus pensaram imediatamente em fazer boas obras. Eles sempre creram que se um homem levava uma vida boa e moral podia merecer e obter o favor de Deus. Sustentavam que se podia dividir os homens em três classes: os bons, os maus e os que estavam no meio e que, se faziam mais uma boa obra, podiam passar à categoria dos bons. De maneira que quando perguntaram a Jesus qual era a obra de Deus, esperavam que lhes indicasse uma lista de regras e normas sobre as coisas que deviam fazer. Mas isso não é absolutamente o que diz Jesus.
A resposta de Jesus está muito resumida e devemos abri-la e buscar descobrir o que há por trás dela. Jesus disse que a obra de Deus, o que Deus queria que os homens fizessem, era crer naquele que Deus enviou. Podemos expressá-lo de outro modo; podemos dizê-lo como Paulo teria dito. A única obra que Deus espera do homem é a fé. Agora, o que significa a fé? A fé significa uma determinada relação com Deus. A fé significa uma relação tal com Deus que somos seus amigos, que já não nos sentimos aterrados por Ele, que Deus não é nosso inimigo nem nosso fiscal, a não ser nosso Pai e amigo, significa que damos a Deus a confiança, a obediência e a submissão que surgem naturalmente desta nova relação. E como se relaciona com isso crer em Jesus? Toda a essência do cristianismo radica em que jamais nos teríamos informado de que Deus é assim, se Jesus não tivesse vindo a viver e morrer para nos dizer isso O fato de sabermos que Deus é nosso Pai, que nos ama, que se preocupa conosco, que a única coisa que deseja é nos perdoar, deve-se única e exclusivamente ao fato de que Jesus veio para nos dizer isso E é por isso que desaparece a antiga separação, a distância e a desconfiança que sentíamos por Deus e é possível uma nova relação.

Mas essa nova relação aparece em certo tipo de vida. Agora sabemos como é Deus, e nossas vidas devem responder àquilo que sabemos de Deus. Nossa resposta apontará em três direções, cada uma das quais corresponde ao que Jesus nos diria a respeito de Deus.

  1. Deus é amor, e portanto em nossa vida deve haver um amor e um serviço para com os outros que corresponda ao amor e ao serviço de Deus. Deve haver uma atitude de perdão para com os outros que corresponda ao perdão de Deus.
  2. Deus é santidade, e portanto em nossa vida deve haver uma pureza que corresponda à santidade de Deus. Devemos ser Santos porque Deus é santo. Só os de coração puro podem ver deus.
  3. Deus é sabedoria, e portanto deve haver em nossa vida submissão e confiança totais e perfeitas que correspondam à sabedoria de Deus. Se Deus for totalmente sábio a única coisa que resta a fazer é aceitar totalmente sua guia em tudo e em tudo o que nos envia.

O que Jesus ensina é que a essência da vida cristã é uma nova relação com Deus, uma relação oferecida por Deus, uma relação que só foi possível pela revelação que Jesus nos fez de Deus, uma relação que se manifesta no serviço, na pureza e na confiança que são um reflexo de Deus. Entrar em uma relação semelhante implica numa vida tal, e essa é a obra que Deus deseja que façamos e para a qual nos dá os meios necessários.

O PEDIDO DE UM SINAL

João 6:30-34

Aqui a discussão se faz especificamente judaica em sua expressão, pressupostos e alusões. Jesus acabava de fazer uma afirmação muito grave. A verdadeira obra de Deus era crer em Jesus. "Muito bem", disseram os judeus, "prove-o. Isso significa afirmar que é o Messias. Dê— nos uma prova." Seus pensamentos continuavam na alimentação da multidão e portanto o relacionaram imediatamente com o maná do deserto. Era inevitável que relarem ambas as coisas. Sempre se tinha considerado que o maná era o pão de Deus (Sl 78:24; Ex 16:15).

Agora, os rabinos judeus estavam absolutamente convencidos de que quando viesse o Messias voltaria a dar o maná. Considerava-se que a entrega do maná tinha sido a obra suprema da vida de Moisés, e não havia dúvida de que o Messias faria o mesmo que ele, ou mais. "Como foi o primeiro redentor assim será o último redentor; assim como o primeiro redentor fez o maná cair do céu, assim também o segundo redentor fará cair o maná." "Não encontrarão o maná nestes tempos mas o encontrarão nos tempos que virão." "Para quem se preparou o maná? Para os justos na era vindoura. Todos os que crêem são justos e comem dele."
Cria-se que tinha sido escondida uma panela com maná no primeiro templo e que, quando se destruiu o templo, Jeremias a tinha escondido e voltaria a fazê-la aparecer quando viesse o Messias. Em outras palavras, os judeus estavam desafiando a Jesus a que fizesse aparecer o pão de Deus para corroborar suas afirmações. Não consideravam que o pão com que se alimentou os cinco mil era pão de Deus; tinha começado em pães terrestres e terminou como pão terrestre. Segundo eles, o maná era algo diferente e era uma verdadeira prova.

Jesus dá uma dupla resposta. Em primeiro lugar, recorda-lhes que não foi Moisés quem lhes deu o maná, mas Deus. Em segundo lugar lhes diz que o maná não era em realidade o pão de Deus; não era mais que o símbolo desse pão. O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá aos homens, não só a satisfação de sua fome física, mas também a vida. Jesus estava afirmando que nele estava a única satisfação autêntica.

O PÃO DA VIDA

João 6:35-40

Estas é uma das grandes passagens do quarto Evangelho e, de fato, de todo o Novo Testamento. Há nele duas linhas fundamentais de pensamento que devemos tentar analisar.
Em primeiro lugar, o que quis dizer Jesus quando afirmou: "Eu sou o pão da vida?" Não basta ver esta frase como algo bonito e poético.
O que significa? Examinemo-la passo a passo. Numeraremos os passos para que se veja claramente o movimento do raciocínio.

  1. O pão sustenta a vida. O pão é a substância da vida. O pão é aquilo sem o qual a vida não pode continuar. O pão é essencial para a vida.
  2. Mas, o que é a vida? É evidente que toda esta discussão se move acima e além do plano físico. Quando se fala da vida trata-se de algo muito superior à mera existência. Qual é este novo significado espiritual da vida?
  3. A vida é a nova relação com Deus. A verdadeira vida é a nova relação com Deus, essa relação de confiança, intimidade, obediência e amor sobre a qual já meditamos.
  4. Mas essa relação só é possível graças a Jesus Cristo. Sem Ele e separados dele ninguém pode entrar nessa nova relação com Deus.
  5. Quer dizer que Jesus dá vida. Sem Jesus é impossível a vida em todo o sentido da palavra. Sem Ele, a vida pode ser existência, mas não é vida.
  6. Portanto, se Jesus der a vida, se for o essencial da vida, Ele pode ser descrito como o Pão de Vida. Para expressá-lo em forma muito menos bela, Jesus é o essencial sem o qual a vida não pode nem começar nem continuar. Mas, uma vez que o conhecemos, aceitamo-lo e o recebemos, desaparecem todos os desejos insatisfeitos, os desejos insaciáveis do coração e da alma. A fome e a sede da situação humana se apagam quando conhecemos Cristo, e quando, através dele, conhecemos a Deus. A alma inquieta encontra a paz; o coração faminto se sente satisfeito.

Em segundo lugar, esta passagem nos mostra os passos da vida cristã. Jesus se refere àqueles que vêm a Ele, e que lhe são dados por Deus.
Uma vez mais devemos numerar estes passos para poder seguir o processo divino.

  1. Vemos Jesus. É-nos dada a visão de Jesus. Vemo-lo nas páginas do Novo Testamento; vemo-lo no ensino da Igreja; às vezes o vemos face a face.
  2. Uma vez que o vimos, aproximamo-nos dele. Consideramo-lo não como um herói ou um modelo distante, como alguém que é uma ilustração em um livro, mas sim como alguém a quem nos aproximamos.
  3. Cremos nele. Quer dizer, aceitamo-lo como a autoridade suprema quanto a Deus, o homem, a vida. Isso quer dizer que nossa aproximação não é uma questão de interesse; não é um encontro em termos iguais; é essencial e fundamentalmente uma submissão e uma entrega.
  4. Todo este processo nos dá vida. Quer dizer, situa-nos em uma nova e bonita relação com Deus, na qual Deus torna um amigo íntimo; agora nos sentimos à vontade com alguém a quem antes temíamos ou nunca tínhamos chegado a conhecer.
  5. A possibilidade de obter isto é grátis e universal. O convite se formula a todos os homens e consiste em um convite a receber e a dar. O pão de vida é nosso basta que o peçamos e o tomemos.
  6. O único caminho para alcançar essa nova relação é através de Jesus. Sem ele jamais teria sido possível; e fora dele continua sendo impossível. Nenhuma busca da mente humana e nenhum desejo do coração do homem podem encontrar na verdade a Deus além de Jesus.
  7. Por trás de todo o processo está Deus. Aqueles que se aproximam de Cristo são aqueles que Deus lhe deu. Deus não provê só a meta: Deus se move no coração humano para suscitar o desejo de aproximar-se dele; e obra no coração do homem para tirar a rebelião e o orgulho que nos impediriam de chegar a essa grande submissão. Jamais teríamos podido sequer buscá-lo se ele não nos tivesse encontrado.
  8. Mas ainda subsiste esse impedimento que nos permite rechaçar o oferecimento de Deus, desprezar sua obra dentro de nosso coração. Em última instância, a única coisa que vence a Deus é o desafio do coração humano. A vida está aí para que a aceitemos, ou a rechacemos.

E quando a aceitamos, o que acontece? Acontecem duas coisas.
Em primeiro lugar, entra uma nova satisfação em nossa vida. Desaparecem a fome e a sede. O coração humano encontra o que estava procurando e a vida deixa de ser uma mera existência e se converte em algo que é motivo de excitação e de paz de uma vez.
Em segundo lugar, estamos seguros até além da vida. Até o último dia, quando se terminam todas as coisas, estamos seguros. Como disse um grande comentarista: "Cristo nos leva a um porto além do qual não existe nenhum perigo."
O que Cristo oferece é vida no tempo e vida na eternidade. Privamo-nos dessa grandeza e dessa glória quando rechaçamos o convite de Cristo e a iniciativa de Deus.

O FRACASSO DOS JUDEUS

João 6:41-50

O grande interesse desta passagem reside em que mostra as razões pelas quais os judeus rechaçaram a Jesus e, ao fazê-lo, rechaçaram a vida eterna.

  1. Julgaram as coisas segundo valores humanos e de acordo a normas externas. Sua reação frente às afirmações de Jesus foi ressaltar o fato de que era o filho de um carpinteiro a quem eles viram crescer em Nazaré. Era-lhes impossível entender como alguém que era filho de um carpinteiro e comerciante e que provinha de um lar humilde podia ser um mensageiro especial de Deus. Rechaçaram a Jesus porque o avaliavam segundo atributos humanos, valores sociais e normas mundanas.

T. E. Lawrence era amigo pessoal do poeta Thomas Hardy. Na época em que Lawrence servia como aviador na Força Aérea Real inglesa estava acostumada a visitar Hardy e sua esposa vestido com o uniforme de seu exército. Aconteceu que numa oportunidade sua visita coincidiu com a da esposa do prefeito de Dorchester. A senhora se sentiu muito ofendida por ter que encontrar-se com um simples aviador, pois ignorava de quem se tratava. Disse à senhora de Hardy, em francês, que jamais precisou sentar-se a tomar o chá com um simples soldado. Ninguém respondeu, até que T. E. Lawrence lhe disse, em perfeito francês: "Perdão, senhora, posso lhe servir como intérprete? A senhora de Hardy não fala francês". Uma mulher orgulhosa e descortês tinha cometido um flagrante engano por ter julgado pelas aparências e por normas sociais mundanas.
Isso foi o que fizeram os judeus. Devemos nos cuidar muito bem de ignorar uma mensagem de Deus por desprezar ou não levar em conta a pessoa que o transmite. Ninguém rechaçaria um cheque de milhares de dólares simplesmente porque vem em um envelope que não se ajusta às normas mais aristocráticas de apresentação epistolar. Deus tem muitos mensageiros. A maior mensagem de Deus veio através de um carpinteiro da Galiléia, e foi por isso que os judeus não lhe deram atenção.

  1. Os judeus protestavam e discutiam entre eles. Estavam tão ocupados em suas próprias discussões que jamais lhes passou pela mente deixar a decisão nas mãos de Deus. Estavam muito interessados em fazer todo mundo se inteirar de sua opinião sobre o tema; não tinham nenhum interesse em averiguar o que Deus pensava. Seria muito conveniente que nas reuniões que celebram as comissões e reuniões administrativas, em que cada um tenta convencer o outro com suas próprias idéias, que parássemos, meditássemos e orássemos pedindo a Deus que nos diga o que Ele pensa e o que quer que nós façamos. Depois de tudo o que nós pensamos não tem muita importância mas o que pensa Deus sim: e são muito escassas as oportunidades em que fazemos algo por averiguá-lo.
  2. Os judeus ouviram, porém aprenderam. Há formas muito distintas de ouvir. Pode-se ouvir com ânimo de criticar, pode-se ouvir com ressentimento. Pode-se ouvir com um sentimento de superioridade ou de indiferença. A pessoa que ouve pela simples razão de que ainda não teve a oportunidade de falar e a está esperando. A única forma de ouvir que vale a pena é a de que ouve e aprende. Não há nenhuma outra forma de ouvir a Deus.
  3. Os judeus resistiram o aproximar-se de Deus. Os únicos que aceitam a Jesus são os que Deus aproximou dele. A palavra que João emprega para trazer ou aproximar é interessante. É a palavra que se emprega na tradução grega do hebraico ao Jeremias ouvir Deus dizer: “Com amor eterno te amei” (Jr 31:3). Mas o que é interessante a respeito da palavra (helkuein) é que em geral implica algum tipo de resistência. É a mesma palavra que se emprega para tirar ou arrastar uma rede muito carregada até a margem (João 21:6-11). É a palavra que se emprega quando quer indicar que Paulo e Silas foram levados perante os magistrados de Filipos (At 16:19). É a mesma palavra que se emprega para indicar que se tira uma espada do cinto ou da bainha (Jo 18:10). Sempre está presente esta idéia de resistência; Deus pode atrair e de fato atrai homens para si, mas a resistência do homem pode vencer a atração de Deus.

Agora, Jesus era o pão de vida; já vimos que isto quer dizer que Jesus é o essencial para a vida. Portanto, rechaçar o convite e a guia de Jesus significa perder a vida e morrer. Os rabinos estavam acostumados a dizer: "A geração do deserto não tem nenhuma participação na vida vindoura. No antigo relato de Números o povo que se negou a superar os perigos que a terra prometida oferecia tal como os descreveram os enviados a espiá-la, foram condenados a vagar pelo deserto até o momento da morte. Por não aceitar a guia de Deus as portas da terra prometida lhes foram fechadas para sempre."
Mas os rabinos criam que os antepassados que morreram no deserto não só perderam a terra prometida mas também a vida eterna.

Rechaçar o oferecimento de Jesus significa rechaçar o essencial da vida; portanto significa perder a vida neste mundo e no mundo vindouro. Enquanto que aceitar o oferecimento de Jesus significa achar a vida, uma vida que dá vida autêntica neste mundo e glória no mundo vindouro.

SUA CARNE E SEU SANGUE

João 6:51-59

Para a maioria de nós esta é uma passagem muito difícil. Usa uma linguagem e se move em um mundo de idéias que nos é muito estranho e que até pode parecer-nos fantástico e grotesco. Mas devemos lembra o seguinte: para o mundo antigo estas idéias eram muito conhecidas; trata— se de idéias que se remontam à origens da raça. Estas idéias eram normais e cotidianas para qualquer que tivesse sido educado nos antigos sacrifícios. Nos antigos sacrifícios quase nunca se queimava todo o animal. Em geral só se queimava uma pequena parte no altar embora se oferecia ao deus o animal inteiro. Uma parte da carne se entregava aos sacerdotes e outra ao que tinha devotado o sacrifício para que desse uma festa a seus amigos dentro do recinto do templo. Considerava-se que nessa festa um dos convidados era o próprio Deus. Estava sentado com seu povo e com aqueles que lhe ofereciam sacrifícios.
Mais ainda, uma vez oferecida a carne ao deus afirmava-se que este tinha entrado na carne; de maneira que quando aquele que tinha devotado o sacrifício comia a carne, literalmente comia ao deus; estava incorporando ao deus no mais recôndito de seu ser, nutrindo-se com a própria vida e a força do deus. Quando os participantes de um banquete semelhante se retiravam, eram convencidos de que estavam literalmente cheios de deus. Podemos considerá-lo um culto pagão e idólatra, podemos considerá-lo uma grande ilusão; mas não poderemos negar a realidade concreta de que essa gente se retirava completamente segura de que tinha dentro de si a vitalidade dinâmica de seu deus. Podemos dizer e pensar o que quisermos sobre este tipo de cultos. Esta experiência vital era algo que ocorria. Para pessoas que estavam acostumadas a ela, uma passagem como esta não apresentava nenhuma dificuldade.
Mais ainda, nesse mundo antigo a única forma viva de religião era preciso procurá-la nas religiões de mistérios. O que estas religiões ofereciam era a comunhão e até a identidade com algum deus Se desenvolvia desta maneira: em essência, todas as religiões de mistérios eram a representação de uma paixão. Eram a história de algum deus que tinha vivido e sofrido muito e que morreu e ressuscitou. Essa história era convertida em uma dramatização comovedora. Antes de poder presenciá— la, o iniciado devia passar por um extenso curso de instrução sobre o significado profundo do relato. Devia passar por todo tipo de purificações rituais. Também devia passar um longo período de jejum e de abstinência de toda relação sexual. No próprio momento da dramatização se organizavam as coisas de maneira tal que produziam uma profunda atmosfera emocional.
Planejava-se com todo detalhe a iluminação, queimava-se um incenso sensual, tocava-se música excitante, a liturgia era algo formoso; em uma palavra, tudo era pensado de maneira a produzir no iniciado uma intensidade e profundidade emocional que nunca tinha experiente antes.

Chame-se isso de alucinação; ou uma mistura de hipnotismo e auto— convencimento mas a verdade é que algo acontecia. E esse algo era a identidade com aquele deus. Enquanto o iniciado, muito bem treinado, observava a representação, se fazia um com o deus. Compartilhava as tristezas e os sofrimentos; a morte, a ressurreição, a vida do deus; o deus e ele se tornavam um para toda a eternidade; e dessa maneira obtinha segurança tanto na vida como na morte.

Algumas das frases e orações das religiões de mistérios são muito bonitas. Nos mistérios de Mitra o iniciado dizia: "Habita com minha alma; não me abandone, para que eu possa ser iniciado e o espírito santo possa estar em mim". Nos mistérios herméticos, o iniciado orava: "Eu te conheço Hermes e você me conhece; eu sou tu e tu és eu". Nesses mesmos mistérios há uma oração que diz: "Vem a mim, Senhor Hermes, como as crianças ao seio de sua mãe". Nos mistérios de Isis, o adorador diz: "Assim como vive Osíris, assim viverão seus seguidores. Assim como Osíris não está morto, seus seguidores tampouco morrerão".

Devemos ter em mente que todas essas pessoas da antiguidade conheciam a luta, o desejo, a esperança de chegar à identidade com seu deus, de alcançar a bênção de incorporar ao deus dentro de si mesmos e de incorporar a si mesmos ao deus. Não liam frases como a de comer a carne de Cristo e beber seu sangue com um realismo cru e escandalizado. Sem dúvida sabiam algo sobre essa inefável experiência da união, mais íntima que qualquer união terrena, da que fala esta passagem. Trata-se de uma linguagem que o mundo antigo entendia muito bem e que nós também podemos entender.

Possivelmente fosse conveniente lembrar que neste caso João está fazendo algo que está acostumado a fazer com freqüência. Não está dando ou tentando dar as palavras exatas que Jesus pronunciou. Passou setenta anos pensando no que Jesus disse; e agora, guiado, inspirado e iluminado pelo Espírito Santo nos transmite o significado, o sentido profundo das palavras de Jesus. O que escreve não são as palavras; isso não seria mais que uma façanha da memória. É o sentido essencial das palavras; a iluminação do Espírito Santo.

SUA CARNE E SEU SANGUE

João 6:51-59 (continuação)

Vejamos se podemos tirar algo a limpo do que Jesus quis dizer e do João que entendeu sobre estas palavras. Podemos interpretar esta passagem em dois sentidos, e se supõe que o interpretamos nesses dois sentidos.

(1) Podemos tomá-lo em um sentido muito general. Jesus falou a respeito de comer sua carne e beber seu sangue. Agora, a carne de Jesus era sua humanidade total e completa. Em sua primeira epístola João o expressa quase com paixão: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus” De fato, todo espírito que nega que Jesus veio em carne é do anticristo (I João 4:2-3). João insistia em que devemos entender e nos convencer, e não permitir nos esqueçamos da realidade da humanidade total de Jesus, o fato de que Jesus era osso de nosso osso e carne de nossa carne.

Agora, o que quer dizer isto? Como o vimos uma e outra vez, Jesus era a mente de Deus feita pessoa. De maneira que isto significa que em Jesus vemos a Deus tomando sobre si a vida humana, enfrentando nossa situação humana, lutando com nossos problemas humanos, debatendo-se com nossas tentações humanas, elaborando nossas relações humanas. Ou seja que é como se Jesus dissesse: "Nutram seus corações, suas mentes, suas almas pensando em minha humanidade. Quando se sentirem abatidos e sem esperanças, quando estiverem cansados da vida, vencidos e chateados de sua existência, lembrem que eu tomei sobre minhas costas essa vida e essas lutas que lhes pertencem".

De repente a vida e a carne se cobrem de glória porque estão tocadas por Deus. A grande crença da cristologia ortodoxa grega era e é até agora que Jesus deificou a carne ao assumi-la sobre si mesmo. Comer o corpo de Cristo significa nutrir-se com a idéia de sua humanidade até que nossa humanidade se fortalece, purifica-se e irradia a Cristo. Jesus disse que devemos beber seu sangue. No pensamento judeu o sangue simboliza a vida. É fácil compreender por que se pensava assim. Quando o sangue flui de uma ferida a vida escapa. E para o judeu, o sangue pertencia a Deus. É por isso que até o dia de hoje nenhum judeu ortodoxo come carne da qual não se extraiu tudo o sangue. “Carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis” (Gn 9:4). “Somente empenha-te em não comeres o sangue, pois o sangue é a vida” (Dt 12:23).

Agora vejamos o que diz Jesus: "Devem beber meu sangue — devem incorporar minha vida ao próprio centro de seu ser — e essa minha vida é a vida que pertence a Deus." Quando Jesus disse que devíamos beber seu sangue quis dizer que devemos incorporar sua vida ao próprio centro de nossos corações.
O que significa isso? Pensemos deste modo. Nesta biblioteca há um livro que seu dono nunca leu. Pode tratar-se de alguma das grandes obras mestras do gênio humano. Pode ter comprado esse livro, mas enquanto não o ler é algo exterior a ele. Fica fora dele. Mas um dia toma em suas mãos e o lê. Sente-se fascinado, entusiasmado, comovido. O conteúdo do livro fica dentro de seu espírito; as palavras permanecem em sua memória, a partir de então em qualquer momento pode tirar de si essa maravilha, recordá-la, meditar sobre ela e nutrir sua mente e seu coração com ela. Em algum momento o livro foi algo externo a ele, algo que estava sobre uma prateleira. Agora penetrou nele e pode nutrir seu espírito com o conteúdo.
O mesmo acontece com qualquer experiência fundamental da vida. É algo exterior até que a incorporamos a nosso ser. O mesmo acontece com Jesus. Aqui está Jesus, a vida de Deus. Enquanto seja uma imagem de um livro é algo exterior a nós; mas quando penetra em nossos corações está dentro de nós, podemos nutrir-nos com a vida, a fortaleza e a vitalidade dinâmica que Cristo nos dá. Jesus disse que devíamos beber seu sangue. Diz: "Devem incorporar minha vida a seu ser; devem deixar de pensar em mim como uma imagem de um livro e como um tema apropriado para uma discussão teológica; devem me incorporar a seu interior e vir a meu interior, e então terão a vida, a vida autêntica".

Isto é o que Jesus quis dizer ao falar sobre nossa permanência nele e sua permanência em nós. Quando Jesus nos disse que comêssemos sua carne e bebêssemos seu sangue nos estava dizendo que nutríssemos nossos corações, almas e mentes com sua humanidade, e que revitalizássemos nossas vidas com sua vida até que estivéssemos impregnados, saturados, cheios com a vida de Deus.
(2) Mas João queria dizer algo mais que isto; e neste segundo aspecto pensava a forma em que toda a experiência de Jesus Cristo o tinha remontado aos dias passados na Galiléia. Não há dúvida de que João pensava na Santa Ceia, no sacramento. Diz o seguinte: "Se quiserem a vida, devem aproximar-se e sentar-se a essa mesa, onde podem comer do pão que se partiu e beber o vinho servido de algum modo, pela graça de Deus, eles trazem para um contato vivo com o amor e a vida de Jesus Cristo." João dizia aos homens: "Não podem enriquecer com a plenitude da vida e maravilha cristãs a menos que ses sentem à mesa do amor".
Mas — e este é o aspecto surpreendente do ponto de vista de João — devemos notar que o quarto Evangelho não inclui o relato da Santa Ceia. Introduz seu ensino sobre ela, não na narração sobre o Cenáculo, mas no relato de uma refeição campestre nos Montes próximos a Betsaida Julia junto às águas azuis do mar da Galiléia. Não há dúvida alguma sobre o que diz João. Ele afirma que para o verdadeiro cristão cada refeição se transformou em um sacramento.

Bem pode ser que houvesse aqueles que —se nos permite a expressão — estavam dando muita importância ao sacramento dentro da Igreja, estavam convertendo o sacramento em um fetiche e em algo mágico, estavam dizendo ou implicavam que o sacramento era o único lugar onde se podia encontrar, alegrar-se e descansar na presença mais próxima do Cristo ressuscitado. É certo que o sacramento é um encontro especial com Deus; mas João sustentava com todo seu coração que toda refeição, no mais humilde dos lares, no palácio mais luxuoso, sob o teto do céu e com a erva como tapete, é um sacramento. João se negava a limitar a presença de Cristo a um ambiente eclesiástico e a um culto liturgicamente perfeito. Dizia: "Em qualquer refeição podem encontrar mais uma vez esse pão que fala da humanidade do Mestre, esse vinho que fala do sangue que é vida".

O maravilhoso pensamento de João é que a mesa da comunhão, a mesa da refeição caseira e o lanche na praia ou na montanha são idênticos no sentido de que em todos eles podemos provar, tocar e provar do pão e do vinho que nos aproximam de Cristo. O cristianismo seria algo muito pobre se Cristo estivesse confinado às Igrejas. João sustenta que podemos encontrar a Cristo em qualquer parte em um mundo cheio de Cristo. Não é que reste importância ao sacramento, mas sim o amplia. De maneira que encontramos a Cristo na mesa de sua Igreja e logo saímos e o encontramos em qualquer parte em que homens e mulheres ser reúnem para desfrutar dos dons de Deus.

O ESPÍRITO FUNDAMENTAL

João 6:60-65

Não é estranho que as palavras de Jesus tenham parecido duras aos discípulos. A palavra grega é skleros, que não significa difícil de entender, e sim difícil de aceitar, de tolerar. Os discípulos sabiam muito bem o que Jesus tinha dito. Sabiam que tinha afirmado que era a própria vida de Deus que desceu do céu, e que ninguém podia viver esta vida ou enfrentar a eternidade se antes não o aceitava e se submetia a Ele.

Aqui nos deparamos com uma verdade que volta a aparecer em todas as épocas. Com freqüência o que impede homens de converter-se em cristãos não é a dificuldade intelectual para aceitar a Cristo, e sim o elevado de suas exigências morais. Quando nos pomos a pensar com sinceridade sobre o assunto, vemo-nos obrigados a comprovar que no fundo de toda religião deve haver um mistério, pela simples razão de que no fundo de toda religião está Deus. Pela mesma natureza das coisas, o finito jamais pode compreender o infinito, a mente humana nunca pode terminar de entender os atos de Deus, o homem jamais pode entender por completo a Deus. Qualquer pensador honesto se vê obrigado a aceitar esta realidade. Se pudéssemos entender a Deus por completo deixaria de ser Deus para não ser mais que uma espécie de homem gigantesco, fora de série. Qualquer pensador honesto estará disposto a aceitar o mistério.
A verdadeira dificuldade do cristianismo é dupla. Exige um ato de entrega a Cristo; uma aceitação de Cristo como a autoridade suprema; e exige um nível moral no qual só os puros de coração podem ver a Deus. Os discípulos tinham entendido muito bem que Jesus havia dito que Ele era a mente e a própria vida de Deus que veio à Terra: o que era difícil era reconhecer que isso era verdade e aceitar tudo o que isso implicava. E até o dia de hoje o rechaço de Cristo por parte de muitos homens obedece não a que Cristo intrigue e surpreenda a seu intelecto, mas sim a que apresenta um desafio e uma condenação a suas vidas.
E Jesus continua, não para provar sua afirmação e sim para assegurar que algum dia os acontecimentos darão prova dela. Diz o seguinte: "É difícil para vocês crerem que eu sou o pão, o essencial da vida, que desceu do céu. Muito bem, não será difícil aceitar quando um dia me verem subir ao céu". Em outras palavras, trata-se de um preanuncio da Ascensão. Jesus diz: "Quando chegar o momento de Eu voltar ao céu e à minha glória, verão que minhas afirmações são verdadeiras".

Isto é importante. Quer dizer que a Ressurreição é a garantia de todas as afirmações de Jesus sobre si mesmo. Não foi alguém que viveu com nobreza e morreu generosamente por uma causa perdida: foi alguém cujas afirmações ficaram provadas pelo fato de que morreu e ressuscitou.

Não chegou ao final vencido, e sim triunfante. A ressurreição é a prova do caráter indestrutível das afirmações de Cristo.

Logo Jesus diz que o fundamental é o poder vivificador do Espírito; que a carne não aproveita para nada. Podemos expressar isto em forma muito simples de maneira que manifeste ao menos parte de seu sentido — o mais importante é o espírito em que se leva a cabo qualquer ação. Alguém o expressou nestas palavras: "Todas as coisas humanas são corriqueiras se não existirem absolutamente fora de si mesmas". O valor de algo depende de sua finalidade. Se comermos por comer, convertemo— nos em glutões e é muito provável que a comida nos faça mais mal que bem; se comermos para manter a vida, para fazer melhor nosso trabalho, para conservar nosso corpo na melhor condição possível, então a comida tem sentido. Se alguém passar grande parte de seu tempo fazendo esportes pelo esporte em si, está em certa medida perdendo seu tempo. Mas se dedicar tempo ao esporte para manter seu corpo em forma de maneira que possa servir melhor a Deus e aos homens, o esporte deixa de ser algo corriqueiro e se converte em um elemento muito importante. As coisas da carne obtêm seu valor pelo espírito com que são feitas. Jesus, pois, continua: "Minhas palavras são espírito e vida".
Cristo é o único que nos pode dizer o que é a vida, que pode insuflar em nós o espírito em que devemos viver a vida, e que nos pode dar a fortaleza e o poder para vivê-la desse modo. A vida é como qualquer outra atividade. Seu valor depende de seu propósito e de sua finalidade. Cristo é o único que nos pode dar uma meta para a vida, o espírito da vida e o propósito que deve ter. E Cristo é o único que nos pode dar a vida, a fortaleza e o poder para alcançar esse espírito, essa meta e esse propósito, contra a oposição constante que nos vem tanto do exterior como de nosso interior. Em suas palavras está o espírito da vida e a fortaleza para vivê-la.

Mas Jesus sabia muito bem que havia aqueles que não só rejeitariam seu oferecimento, mas também o fariam em forma hostil. Jesus via a natureza humana e a conhecia muito bem; podia ler o coração dos homens; e a grande responsabilidade do coração humano é que em seu centro há algo que só nós podemos controlar. Nenhum homem pode aceitar a Jesus a menos que o espírito de Deus o mova a fazê-lo, mas qualquer homem pode rechaçar esse espírito até o fim de seus dias, e esse homem não foi deixado de lado por Deus, mas sim por si mesmo.

ATITUDES PARA COM CRISTO

João 6:66-71

Esta é uma passagem animada pela tragédia, porque nele está o princípio do fim. Houve um momento em que parecia que as pessoas iriam em massa a Jesus. Quando esteve em Jerusalém para a Páscoa muitos viram seus milagres e creram em seu nome (Jo 2:23). Tantos eram os que iam para ser batizados por seus discípulos que chegaram a constituir uma moléstia Jo 4:1-3). Em Samaria tinham acontecido coisas maravilhosas (Jo 4:1,Jo 4:39, Jo 4:45). Na Galiléia no dia anterior a multidão o tinha seguido (Jo 6:2). Mas agora as coisas tinham mudado de tom; de agora em diante o ódio iria aumentar até culminar na cruz. João nos introduz no último ato da tragédia. Circunstâncias como estas são as que revelam o coração dos homens e os mostram tal qual são. E nesta ocasião se davam três atitudes diferentes para Jesus.

  1. Abandono. Houve aqueles que lhe deu as costas e não voltaram a segui-lo. Agruparam-se a seu redor e agora começavam a abandoná-lo. Afastavam-se por diferentes razões. Alguns viam com toda clareza para onde se dirigia Jesus. Não era possível desafiar desse modo às autoridades e ao poder constituído e sair ileso. Dirigia-se ao desastre e eles se retiravam a tempo. Eram pessoas que estavam acostumados a estar onde esquentava o Sol. Tem-se dito que a prova de fogo de um exército é a maneira como luta quando está cansado. Os que se afastaram teriam seguido a Jesus enquanto sua carreira ascendia mas quando viram a primeira sombra da cruz, desapareceram.

Havia aqueles que se afastavam porque os atemorizava o desafio e a ordem que Jesus tinha dado. Fundamentalmente, seu ponto de vista era que se aproximaram de Jesus para obter algo dele; quando se tratou de sofrer por Ele e de lhe entregar algo, desapareceram. Quando o fato de segui-lo era algo romântico e agradável, estavam dispostos a fazê-lo; quando o caminho se tornou acidentado e duro, abandonaram-no. Em realidade, tinham pensado em ser discípulos por razões muito egoístas. Não há ninguém que possa nos dar tanto como Jesus mas, sem dúvida alguma, se nos aproximarmos dele com o único propósito de receber sem dar nada, em seguida lhe daremos as costas. Aquele que quer seguir a Jesus deve sempre ter em mente que no caminho de Jesus sempre há uma cruz.

  1. Deterioração. Em quem mais vemos esta deterioração é em Judas. Jesus deve ter visto nele um homem a quem podia usar para seu propósito. Mas Judas, que poderia haver-se convertido em herói, converteu-se em vilão. E aquele que poderia ter sido um santo se converteu no próprio nome da vergonha.

Há uma história terrível a respeito da experiência de um pintor que estava pintando a Santa Ceia. Era um quadro grande e levou muitos anos concluí-lo. Saiu a procurar um modelo para o rosto de Cristo, e encontrou um jovem de uma beleza e pureza tão transcendente que o usou para pintar a Jesus. O quadro foi adiantado pouco a pouco e um a um foi pintando os discípulos. Chegou o dia em que precisou um modelo para Judas cujo rosto tinha deixado para o final. Saiu para buscá-lo nos bairros mais pobres da cidade, onde havia todos os vícios e perversões. Por fim encontrou um homem com uma cara tão depravada e viciosa que o escolheu como modelo para o rosto de Judas. Quando estava por terminar a figura, o homem lhe disse: "Você me pintou antes". "Por certo que não", respondeu o pintor. "Sim", respondeu o homem, "e a última vez fui seu modelo para Cristo".
Os anos tinham arruinado a esse homem. A vida sempre envolve um perigo terrível. Os anos podem ser cruéis. Podem fazer desaparecer nossos ideais, nosso entusiasmo, nossos sonhos e lealdades. Podem nos deixar com uma vida que diminuiu em vez de crescer. Podem nos deixar um coração mesquinho, cujo amor por Deus não cresceu. A vida pode fazer perder a beleza. Deus nos livre disso!

  1. Decisão. Esta é a versão que João nos dá da grande confissão de Pedro que nos outros Evangelhos aparece na Cesaréia de Filipe (Mc 8:27; Mt 16:13; Lc 9:18). Uma situação como esta evocou a lealdade no coração de Pedro. Para Pedro, o fato concreto era que não havia nenhum outro a quem acudir. Para ele o único que tinha as palavras de vida era Jesus.

Agora, devemos assinalar uma coisa. A lealdade de Pedro se baseava em uma relação pessoal com Jesus Cristo. Havia muitas coisas que Pedro não compreendia, estava tão intrigado e surpreso como qualquer dos outros. Mas em Jesus havia algo pelo qual estava disposto a morrer.

Em última instância, o cristianismo não é uma filosofia que aceitamos; não é uma teoria a qual nos aderimos; não é uma elaboração do pensamento; não é algo que se alcança intelectualmente. É uma resposta pessoal a Jesus Cristo. É a resposta do coração ao magnetismo de Jesus. É uma lealdade e um amor que o homem entrega porque seu coração não lhe permite agir de outro modo.


Dicionário

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

==========================

NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


E

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
Indica adição: pai e mãe extremosos.
Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
Maneira de representar essa letra (e).
numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

Não

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

Pai

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

Esta palavra, além da sua significação geral, toma-se também na Escritura no sentido de avô, bisavô, ou fundador de uma família, embora remota. Por isso os judeus no tempo de Jesus Cristo chamavam pais a Abraão, isaque e Jacó. Jesus Cristo é chamado o Filho de Davi, embora este rei estivesse distante dele muitas gerações. Pela palavra ‘pai’ também se compreende o instituidor, o mestre, o primeiro de uma certa profissão. Jabal ‘foi o pai dos que habitam nas tendas e possuem gado’. E Jubal ‘foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta’ (Gn 4:20-21). Também se emprega o termo no sentido de parentesco espiritual bom ou mau – assim, Deus é o Pai da Humanidade. o diabo é cognominado o pai da mentira (Jo 8:44). Abraão é o pai dos crentes. É igualmente chamado ‘o pai de muitas nações’, porque muitos povos tiveram nele a sua origem. Na idade patriarcal a autoridade do pai na família era absoluta, embora não tivesse o poder de dar a morte a seus filhos (Dt 21:18-21).

Os pais não são os construtores da vida, porém, os médiuns dela, plasmando-a, sob a divina diretriz do Senhor. Tornam-se instrumentos da oportunidade para os que sucumbiram nas lutas ou se perderam nos tentames da evolução, algumas vezes se transformando em veículos para os embaixadores da verdade descerem ao mundo em agonia demorada.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso P de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 12

Os pais da Terra não são criadores, são zeladores das almas, que Deus lhes confia, no sagrado instituto da família.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 46

[...] [Os pais são os] primeiros professores [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 16


Pai Maneira de falar de Deus e com Deus. No AT Deus tratava o povo de Israel como seu filho (Ex 4:22); (Dt 1:31); 8.5; (Os 11:1). Jesus chamava Deus de “Pai” (Jo 5:17). Ele ensinou que todos aqueles que crêem nele são filhos de Deus (Jo 20:17). Ver também (Mt 6:9) e Rm

Pai Ver Abba, Deus, Família, Jesus, Trindade.

substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
Indivíduo em relação aos seus filhos.
Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
[Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
expressão Pai Eterno. Deus.
Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

Ser

verbo predicativo Possuir identidade, particularidade ou capacidade inerente: Antônia é filha de José; esta planta é uma samambaia; a Terra é um planeta do sistema solar.
Colocar-se numa condição ou circunstância determinada: um dia serei feliz.
Gramática Usado na expressão de tempo e de lugar: são três horas; era em Paris.
verbo intransitivo Pertencer ao conjunto dos entes concretos ou das instituições ideais e abstratas que fazem parte do universo: as lembranças nos trazem tudo que foi, mas o destino nos mostrará tudo o que será.
Existir; fazer parte de uma existência real: éramos os únicos revolucionários.
verbo predicativo e intransitivo Possuir ou preencher um lugar: onde será sua casa? Aqui foi uma igreja.
Demonstrar-se como situação: a festa será no mês que vem; em que lugar foi isso?
Existir: era uma vez um rei muito mau.
Ser com. Dizer respeito a: isso é com o chefe.
verbo predicativo e auxiliar Une o predicativo ao sujeito: a neve é branca.
Gramática Forma a voz passiva de outros verbos: era amado pelos discípulos.
Gramática Substitui o verbo e, às vezes, parte do predicado da oração anterior; numa oração condicional iniciada por "se" ou temporal iniciada por "quando" para evitar repetição: se ele faz caridade é porque isso lhe traz vantagens políticas.
Gramática Combinado à partícula "que" realça o sujeito da oração: eu é que atuo.
Gramática Seguido pelo verbo no pretérito perfeito composto: o ano é acabado.
substantivo masculino Pessoa; sujeito da espécie humana.
Criatura; o que é real; ente que vive realmente ou de modo imaginário.
A sensação ou percepção de si próprio.
A ação de ser; a existência.
Etimologia (origem da palavra ser). Do latim sedẽo.es.sẽdi.sessum.sedẽre.

O ser é uno mesmo quando no corpo ou fora dele. No corpo, ocorre a perfeita integração dos elementos que o constituem, e, à medida que se liberta dos envoltórios materiais, prossegue na sua unidade com os vestígios da vivência impregnados nos tecidos muito sutis do perispírito que o transmitem à essência espiritual.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

[...] o ser é fruto dos seus atos passados, para agir com as ferramentas da própria elaboração, na marcha ascendente e libertadora.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 5

[...] cada ser é um universo em miniatura, expansível pelo pensamento e pelo sentimento e que possui como atributo a eternidade.
Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 8

[...] o ser é o artífice da sua própria desgraça ou felicidade, do seu rebaixamento ou elevação. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo


Tem

substantivo deverbal Ação de ter; ato de receber ou de passar a possuir alguma coisa: ele tem uma casa; a empresa tem muitos funcionários.
Gramática A grafia têm, com acento, refere-se à forma plural: eles têm uma casa; as empresas têm muitos funcionários.
Etimologia (origem da palavra tem). Forma Der. de ter.

Visto

substantivo masculino Permissão; documento que permite a entrada e permanência num país estrangeiro, geralmente anexada ao passaporte.
Endosso; carimbo, selo ou assinatura que autenticam um documento como verdadeiro, após ser verificado por uma autoridade competente.
adjetivo Observado; que se viu, enxergou, observou: não tinha visto esse filme.
Considerado; que se tem em consideração.
Versado; conhecedor de um assunto: filósofo visto em metafísica.
locução conjuntiva Visto que. Uma vez que: não foi ao jogo, visto que não tinha dinheiro.
Visto como. Tendo em conta a maneira como: visto como se expressa, tem medo da censura.
Pelo visto. A partir do que é conhecido, daquilo que se tem conhecimento: pelo visto, ele não vai se casar.
Etimologia (origem da palavra visto). Do latim vistus; videre.

visto adj. 1. Percebido pelo sentido da vista. 2. Aceito, recebido (bem ou mal). 3. Considerado, reputado. S. .M Abonação assinada por quem a concede, para tornar um ato autêntico ou válido.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
οὐ ὅτι τίς ὁράω πατήρ εἰ μή ὁ παρά ὤν θεός οὗτος πατήρ ὁράω
João 6: 46 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Não que algum homem tenha visto ao Pai, senão aquele que é de Deus, este tem visto ao Pai.
João 6: 46 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

Maio de 29
G1487
ei
εἰ
se
(If)
Conjunção
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G2316
theós
θεός
Deus
(God)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G3361
mḗ
μή
não
(not)
Advérbio
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3708
horáō
ὁράω
ira, irritação, provocação, aflição
(of the provocation)
Substantivo
G3754
hóti
ὅτι
para que
(that)
Conjunção
G3756
ou
οὐ
o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
(and Carmi)
Substantivo
G3778
hoûtos
οὗτος
um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
(of the Chaldeans)
Substantivo
G3844
pará
παρά
de / a partir de / de / para
(of)
Preposição
G3962
patḗr
πατήρ
um lugar no sudeste da Palestina junto ao limite do território dos cananeus, próximo a
(unto Lasha)
Substantivo
G5100
tìs
τὶς
alguém, uma certa pessoa
(something)
Pronome interrogatório / indefinido - neutro acusativo singular


εἰ


(G1487)
ei (i)

1487 ει ei

partícula primária de condicionalidade; conj

  1. se

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

θεός


(G2316)
theós (theh'-os)

2316 θεος theos

de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

  1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
  2. Deus, Trindade
    1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
    2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
    3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
  3. dito do único e verdadeiro Deus
    1. refere-se às coisas de Deus
    2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
  4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
    1. representante ou vice-regente de Deus
      1. de magistrados e juízes

μή


(G3361)
mḗ (may)

3361 μη me

partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

  1. não, que... (não)


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὁράω


(G3708)
horáō (hor-ah'-o)

3708 οραω horao

propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

  1. ver com os olhos
  2. ver com a mente, perceber, conhecer
  3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
  4. ver, olhar para
    1. dar atênção a, tomar cuidado
    2. cuidar de, dar atênção a

      Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

Sinônimos ver verbete 5822


ὅτι


(G3754)
hóti (hot'-ee)

3754 οτι hoti

neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj

  1. que, porque, desde que

οὐ


(G3756)
ou (oo)

3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

  1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

οὗτος


(G3778)
hoûtos (hoo'-tos)

3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

do artigo 3588 e 846; pron

  1. este, estes, etc.

παρά


(G3844)
pará (par-ah')

3844 παρα para

palavra raiz; TDNT - 5:727,771; prep

  1. de, em, por, ao lado de, perto

πατήρ


(G3962)
patḗr (pat-ayr')

3962 πατηρ pater

aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m

  1. gerador ou antepassado masculino
    1. antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
    2. antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
      1. pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
    3. alguém avançado em anos, o mais velho
  2. metáf.
    1. o originador e transmissor de algo
      1. os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
      2. alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
    2. alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
    3. um título de honra
      1. mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
      2. membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
  3. Deus é chamado o Pai
    1. das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
    2. de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
      1. de seres espirituais de todos os homens
    3. de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
    4. o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
      1. por Jesus Cristo mesmo
      2. pelos apóstolos

τὶς


(G5100)
tìs (tis)

5101 τις tis

τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

Possui relação com τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}