Enciclopédia de Marcos 10:25-25

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 10: 25

Versão Versículo
ARA É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
ARC É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus.
TB É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico, no reino de Deus.
BGB εὐκοπώτερόν ἐστιν κάμηλον διὰ ⸂τῆς τρυμαλιᾶς τῆς⸃ ῥαφίδος ⸀διελθεῖν ἢ πλούσιον εἰς τὴν βασιλείαν τοῦ θεοῦ εἰσελθεῖν.
HD É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus.
BKJ É mais fácil um camelo passar pelo olho da agulha, do que entrar um homem rico no reino de Deus.
LTT Mais fácil é um camelo através do orifício de uma agulha passar, do que entrar um homem rico para o reinar de Deus."
BJ2 É mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!
VULG Facilius est camelum per foramen acus transire, quam divitem intrare in regnum Dei.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 10:25

Jeremias 13:23 Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas? Nesse caso também vós podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.
Mateus 7:3 E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu olho?
Mateus 19:24 E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.
Mateus 23:24 Condutores cegos! Coais um mosquito e engolis um camelo.
Lucas 18:25 Porque é mais fácil entrar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino de Deus.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Marcos 10 : 25
passar
Lit. “atravessar”.

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Ministério de Jesus ao leste do Jordão

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

32 d.C., após a Festividade da Dedicação

Betânia do outro lado do Jordão

Vai ao local onde João batizava; muitos exercem fé em Jesus

     

Jo 10:40-42

Pereia

Ensina em cidades e aldeias, no caminho para Jerusalém

   

Lc 13:22

 

Aconselha a entrar pela porta estreita; lamenta por Jerusalém

   

Lc 13:23-35

 

Provavelmente Pereia

Ensina humildade; ilustrações: lugar mais destacado e convidados que deram desculpas

   

Lc 14:1-24

 

Calcular o custo de ser discípulo

   

Lc 14:25-35

 

Ilustrações: ovelha perdida, moeda perdida, filho pródigo

   

Lc 15:1-32

 

Ilustrações: administrador injusto; rico e Lázaro

   

Lc 16:1-31

 

Ensina sobre não ser causa para tropeço; perdão e fé

   

Lc 17:1-10

 

Betânia

Lázaro morre e é ressuscitado

     

Jo 11:1-46

Jerusalém; Efraim

Conspiração contra Jesus; ele se retira

     

Jo 11:47-54

Samaria; Galileia

Cura dez leprosos; explica como o Reino de Deus virá

   

Lc 17:11-37

 

Samaria ou Galileia

Ilustrações: viúva persistente, fariseu e cobrador de impostos

   

Lc 18:1-14

 

Pereia

Ensina sobre casamento e divórcio

Mt 19:1-12

Mc 10:1-12

   

Abençoa crianças

Mt 19:13-15

Mc 10:13-16

Lc 18:15-17

 

Pergunta do jovem rico; ilustração dos trabalhadores no vinhedo e mesmo salário

Mt 19:16–20:16

Mc 10:17-31

Lc 18:18-30

 

Provavelmente Pereia

Profetiza sua morte pela terceira vez

Mt 20:17-19

Mc 10:32-34

Lc 18:31-34

 

Pedido de posição no Reino para Tiago e João

Mt 20:20-28

Mc 10:35-45

   

Jericó

No caminho, cura dois cegos; visita Zaqueu; ilustração das dez minas

Mt 20:29-34

Mc 10:46-52

Lc 18:35Lc 19:28

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mc 10:25
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 16
Página: 263
Allan Kardec
Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará a outro, ou se prenderá a um e desprezará o outro. Não podeis servir simultaneamente a Deus e a Mamon. (Lucas 16:13)

Cairbar Schutel

mc 10:25
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 68
Página: -
Cairbar Schutel

“Na quarta vigília da noite foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar. Os discípulos vendo-o andar sobre o mar, perturbaram-se e exclamaram: É um fantasma! E de medo gritaram. Mas Jesus imediatamente lhes falou: Tendo ânimo, sou eu: não temais. Disse Pedro: Se és tu, Senhor, ordena que eu vá por cima das águas até onde estás. E ele disse: Vem. E Pedro saindo da barca andou sobre as águas e foi para Jesus.


Quando, porém, sentiu o vento teve medo e, começando a submergir-se gritou: Salva-me, Senhor! No mesmo instante Jesus, estendendo sua mão, segurou-o e disse-lhe: Por que duvidaste, homem de pouca fé? E entrando ambos na barca, cessou o vento. Então os que estavam na barca adotaramno dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus. "


(Mateus, XIV, 25-33.)


A vida de Jesus e seus feitos são verdadeiramente maravilhosos. O seu poder dominava todos os elementos; a sua sabedoria conhecia todos os mistérios; por isso a sua ação era prodigiosa. Médium Divino que resumiu todos os dons e conversava com todos os grandes Profetas do Além que o seguiam em sua Missão e o auxiliavam, Ele caminha por sobre o mar a pés enxutos, de acordo com a lei da levitação dos corpos que o Espiritismo ensina e explica atualmente.


Seus discípulos, vendo-o caminhar sobre as águas, e como era noite, não o conheceram distintamente, julgando tratar-se da aparição de algum Espírito, fato que parece, tinham já observado várias vezes, dado o temor que lhes sobreveio e sua exclamação: “É um fantasma!" Depois de o Mestre se haver dado a conhecer, foram tomados de confiança e Pedro suplicou-lhe permissão para ir ao seu encontro “por cima das águas" Acedendo Jesus, Pedro sai da barca envolto nos fluidos de seu Mestre, e também auxiliado na levitação pelos Espíritos que acompanhavam a Jesus, até que, vacilando, isto é, perdendo a fé, perdeu o auxílio superior e se foi submergindo!


Reconhecendo, cheio de temor, o desamparo divino, apela novamente para Jesus, sendo por este amparado; ao contacto com o Nazareno, voltalhe a fé, e foi transportado para a barca em companhia do Mestre.


Este fato maravilhou tanto aos que estavam na barca, que adoraram a Jesus, dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus!"



Martins Peralva

mc 10:25
Estudando o Evangelho

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Página: 81
Martins Peralva
Mas eu vos digo a verdade: Convém a vós outros que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós; se, porém, eu for, eu o enviarei.
Tenho ainda muito que vos dizer; mas vós não o podeis suportar agora;
quando vier, porém, o Espírito da Verdade, ele vos guiará a toda a verdade.

JESUS.


As palavras de Jesus não passarão, porque serão verdadeiras em todos os tempos. Será eterno o seu código moral, porque consagra as condições do bem que conduz o homem ao seu destino eterno.

ALLAN KARDEC.


A passagem de Jesus pela Terra, os seus ensinamentos e exemplos deixaram traços indeléveis, e a sua influéncia se estenderá pelos séculos vindouros. Ainda hoje Ele preside aos destinos do globo em que viveu, amou, sofreu.

LEON DENIS.


Irradiemos os recursos do amor, através de quantos nos cruzam a senda, para que a nossa atitude se converta em testemunho do Cristo, distribuindo com os outros consolação e esperança, serenidade e fé.

BEZERRA DE MENEZES.


O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos transitórios do mundo.

EMMANUEL.


Para cooperar com o Cristo, é imprescindível sintonizar a estação de nossa vida com o seu Evangelho Redentor.

ANDRÉ LUIZ.


Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 10:25
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 17
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 19:3-12


3. E vieram a ele (alguns) fariseus, tentando-o e dizendo: É lícito a um homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

4. Respondendo, disse: "Não sabeis que o Criador, de início, macho e fêmea os fez,

5. e disse: por isso, um homem deixará o pai e a mãe e se aglutinará à mulher e serão os dois uma só carne?

6. Por isso, já não são dois, mas uma só carne. O que Deus juntou, portanto, um homem não separe".

7. Disseram-lhe: Por que então Moisés ordenou dar carta de divórcio e repudiar?

8. Disse-lhes: "Moisés, por causa da vossa dureza de coração, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no início não foi assim.

9. Digo-vos, porém, que quem repudiar sua mulher, a não ser por infidelidade, e casar com outra, adultera".

10. Disseram-lhe seus discípulos: Se é essa a condição do homem com a mulher, não convém casar.

11. Mas disse-lhes: "Nem todos compreendem esta doutrina, mas a quem é dado:

12. porque há eunucos, os quais desde o ventre materno foram gerados assim; e há eunucos os quais foram castrados pelos homens; e há eunucos os quais se castraram a si mesmas, por causa do reino dos céus. Quem pode compreender, compreenda".

MC 10:2-12


2. E chegando (alguns) fariseus, perguntaramlhe, tentando-o, se era lícito a um homem repudiar sua mulher.

3. Respondendo, disse-lhes: "Que vos ordenou Moisés"?

4. Eles disseram: Moisés permitiu dar carta de divórcio e repudiar.

5. Jesus então disse-lhes: "Pela dureza de vosso coração vos escreveu esse preceito.

6. Mas no início da criação fê-los macho e fêmea, por essa razão, um homem deixará seu pai e sua mãe e se aglutinará à sua mulher,

7. e serão os dois uma só carne; assim já não são dois, mas uma só carne.

8. Então, o que Deus juntou, um homem não separe".

9. E em casa, os discípulos de novo o interrogaram sobre isso 10. e disse-lhes: "o que repudiar sua mulher e casar com outra, adultera contra a primeira; e se ela repudiar o homem dela e casar com outro, adultera".



Este trecho tem suscitado discussões teológicas e éticas, e não seremos nós que pretenderemos dizer a última palavra. Trata-se da indissolubilidade ou não do matrimônio e da liceidade de novas núpcias após o divórcio. A questão já foi ventilada no 2. º volume, quando se tratou do adultério, comentando MT 5:27-32 e LC 16:18.


Aqui o assunto é tratado com mais pormenores, provocado por uma pergunta de "alguns" (o grego não traz artigo, deixando indeterminado o sujeito no texto).


Na época de Jesus havia duas escolas bastante influentes: a de Hillel, mais humana e tolerante e a de Chammai, rigorosa e exigente. Vejamos, então, o discutido texto do Deuteronômlo 24:1-3: "Se um homem toma uma mulher e coabita com ela, assim será se não achar benevolência diante dele porque descobriu nela um costume inconveniente, escreverá carta de repúdio, dar-lha-á nas mãos dela e a despedirá de sua casa. E, saindo, ela se torna de outro homem: o segundo homem, se não gostar dela e escrever-lhe carta de repúdio e lhe der nas mãos dela e a despedir de sua casa; e se morrer o segundo homem que a tomou para sua mulher, não poderá o primeiro homem que a despediu, voltando atrás, tomá-la como sua mulher, depois de suja, porque isso é abominação diante do Senhor teu Deus: e não sujarás a terra que o Senhor teu Deus te deu em partilha".


Segundo Hillel, bastaria que o homem se desgostasse ou descobrisse qualquer defeito nela (até se queimasse um prato de comida), para que fosse lícito repudiá-la. Chammai, porém, era inflexível: só se houvesse realmente um "costume inconveniente", isto é, se a mulher lhe fosse infiel entregando-se a outro homem, é que se lhe poderia dar carta de repúdio.


A mulher podia casar-se, depois disso, com outro homem.


O caso da mulher é o único previsto, porque o homem tinha plena liberdade de fazer o que quisesse com seu corpo, do qual era dono absoluto, ao passo que o corpo da mulher pertencia ao homem que "comprara". O homem não precisava repudiar a mulher para ter outra ou outras esposas, desde que tivesse meios para pagar os 50 siclos (1) poderia comprar quantas virgens quisesse e coabitar com todas a um tempo. Na época de Moisés não havia "casamento" no sentido em que hoje o entendemos (civil e religioso ou contrato e "sacramento"): o homem era polígamo (e os mais evoluídos seres, os patriarcas, reis e sacerdotes, os homens de bem, conviviam maritalmente com várias mulheres). A regulamenta ção, pois, foi escrita por Moisés quanto ao repúdio, que nada tem que ver com a monogamia nem com a indissolubilidade de um vínculo que só surgiu posteriormente, com a evolução da humanidade e das leis sociais.


Não havia, mesmo na época de Jesus, cerimônia religiosa para o casamento, mas apenas, nas famílias, uma festa, em que, numa procissão, a noiva era levada por seus pais, que já haviam recebido o dinheiro (o célebre "dote") à casa do noivo, mesmo que esse já possuísse uma, dez ou vinte outras mulheres como esposas. Só era adúltera a mulher, porque o fato de entregar seu corpo a outro homem constituía um "roubo" a seu dono, que lhe havia comprado exatamente o corpo.


Na época de Jesus, embora menos ampla, a poligamia ainda proliferava, permitida por lei. Para esses hábitos Jesus falou, e não para o costume que mais tarde se implantou (em grande parte por obra da legislação romaria e da influência do cristianismo) da monogamia.


O que Jesus afirmou foi que, uma vez que o homem houvesse adquirido uma esposa (ou várias delas) não a deveria jamais repudiar, a não ser por motivo de infidelidade, isto é, a não ser que ela se entregasse a outro homem, caso em que poderia libertá-la para que fosse viver com seu novo amor. "O que Deus juntou, um homem não separe", pois "os dois se tornaram uma só carne": isto é, uma vez unidos, não deve haver repúdio, não deve ser expulsa de casa a mulher com que se coabitou, pois isso seria um atentado contra o mandamento de "amar ao próximo tanto quanto a si mesmo". Depois de conviver com a mulher, é criminoso pô-la para fora de casa, a não ser que ela quisesse ir por sua espontânea vontade, para aderir a outro. Quem o fizer, a leva a talvez adulterar (roubar o marido de outra); e se o fizer e colocar outra no lugar dela, está adulterando com a primeira, isto é, está sendo infiel àquela à qual se uniu numa só carne; e quem receber a repudiada e unir-se a ela, igualmente adultera, porque se está unindo à que pertence a outro homem.


Então, vemos taxativamente condenado o repúdio, a expulsão de casa, quando ainda existe o laço de amor, pelo menos de um lado. Quando, todavia, esse laço foi rompido de fato, porque ela se entregou a outro por amor, aí o motivo mais forte existe: a ligação feita por Deus o foi com outra pessoa: dê-selhe a liberdade de escolher seu caminho.


A pergunta dos fariseus prende-se, precisamente, à causa do repúdio; se é lícito repudiar "por qualquer motivo" (katà pásan aitía). E Jesus utiliza-se da mais perfeita técnica rabinica para responder, reportandose ao texto do Pentateuco e citando suas palavras ipsis lítteris, segundo a versão dos LXX, como era de seu hábito, e não no original hebraico: " Não sabeis que o criador (ktísas) desde o princípio macho e fêmea os fez"?


Está citado o vers. 27 do cap. 1. º do Gênesis, que se lê: no hebraico (1) no grego (A)

"Elohim fez o homem à sua imagem, à imagem de elohim o fez, macho e fêmea os fez" . " E o deus fez o homem, segundo a imagem do deus o fez, macho e fêmea os fez".


1) ךיבךא אלהים יאה־האךם פצלמך בצלם
אתם׃ Н בךא Н ךבקבת М אתך М בךא Н אלהים A) Καί έποίησεν ό θεός τόν άνθρωπον,
иατ΄είиόνα θεού έποίησεν αύτόν, άρσεν иαί θήλυ
έποίησεν αύτού

ς.


Notemos que "macho e fêmea" no grego estão no gênero neutro (ársen e thêlu); e no hebraico, os termos zakâr e n"qebâh exprimem macho e fêmea tendo em vista os órgãos sexuais, isto é, literalmente, pênis e vagina.


Logo a seguir, emendando as frases com uma simples vírgula, prossegue citando o vers. 24 do cap. 2. º do Gênesis: e disse: no hebraico (2) no grego (B)

"Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e será ligado com sua mulher e serão uma carne". " Por essa razão deixará o homem o pai dele e a mãe e se unirá à mulher dele e serão os dois uma carne".


Daí tira a conclusão: "O que Deus juntou, um homem não separe".


Até aqui, nada existe a respeito da monogamia: apenas é salientado que não se deve repudiar a mulher com quem se coabita, porque, unindo-se, ambos passaram a constituir um só corpo físico; e o repúdio representaria quase a amputação de uma metade do todo.


Na realidade, lemos no vers. 2 do cap. 5. º do Gênesis: no hebraico (3) no grego (C)

"Macho e fêmea os fez e abençoou-os e fez o nome dele homem (adám) no dia em que o fez". " Macho e fêmea fê-los e abençoou-os e chamou o nome dele adám no dia em que os fez".


Portanto, há uma só unidade macho e fêmea, e seu nome é um só, adám ("homem"), englobando o ser completo, o duplo macho-fêmea.


Tudo isso, a nosso ver, refere-se à constituição do Espírito, que não possui distinção sexual, mas engloba em si a dupla possibilidade masculina e feminina. Quando se trata da plasmação dos veículos físicos, é que a característica dominante prevalece sobre a outra, então dá-se a encarnação como homem (varão) ou como mulher. Tanto que, no próprio Gênesis, logo no cap. 2. º (após haver dito que foi feito adám macho e fêmea, com a ordem de multiplicar-se na terra), volta o texto a dizer: "e não existia o homem (adám) para trabalhar a terra" (GN 2:5). Como assim? Então o elohim, que já aqui é chamado YHWH, resolve formar (o verbo hebraico não é mais baráh, criar, mas itsér, formar) o home "do pó da terra", isto é, revesti-lo de matéria física densa. Aí, nessa situação de encarnado, é que o sexo dominante prevalece.


2) על־בו יעזב־איש אח־אביו ךאת־אמד
ודכק באשחז דחיו לבשך אחך ׃ B) "Ενεиεν τούτου иαταλείψει άνθρωπος τόν πα-
τέρα αύτού иαί τήν µητέρα, иαί προσиολληθήσε-
ται πρός τήν γυναϊиα αύτού, иαί έσονται οιδυο είς
σάρиα µίαν.
3) זבר ובקבח בראם ויבךד אחם ויקךא
אה־שמם ארם ביום חבראם ׃
Γ) "Aρσεν иαί θήλυ έποίησεν αύτούς, иαί εύλόγησεν αύτούς, иαί έπωνόµασε τό όνοµα αύτού ‘Aδάµ, ή ήµέρα έποίησεν αύτού

ς.


Então, resolve o "elohim YHWH" dar-lhe uma companheira do sexo feminino, "que lhe seja a contraparte" literalmente: "E disse elohim-YHWH, não é bom ser o homem separado, farei para ele uma auxiliar, sua contraparte".


Temos, portanto, dois tempos distintos: a constituição (ou "criação") do Espírito bi-sexual, e a formação do corpo físico no qual só se desenvolve uma das duas características. Ora, a união de dois corpos carnais de pólos opostos recompleta o Espírito bivalente: é um só Espírito em dois corpos. E quando estes se unem, por meio do ato sexual, as duas tendências, que se encontravam separadas, tornam a unificar-se.


A objeção dos fariseus é feita em tom de defesa da própria ideia. Sente-se que a primeira pergunta foi colocada por um discípulo de Chammai: "será que qualquer motivo é suficiente para repudiar a mulher, como diz Hillel"? Agora entra um dos discípulos de Hillel: "mas Moisés ordenou o repúdio" ... E Jesus, imediatamente, corrige: Moisés PERMITIU o repúdio, o que é bem diferente...


Mas por que permitiu? Pela dureza de coração (pròs tên sklerokardían) que não se sensibiliza pela desgraça alheia e, egoisticamente, resolve as coisas de acordo com sua comodidade e seu prazer: se não gosta mais da mulher, manda-a embora, sem pensar nos males que lhe podem advir, ao invés de suportá-la e tratá-la bem até o fim, mesmo que seja ao lado de outras mulheres.


"De início, porém, não foi assim". Realmente, só é conhecido o caso do repúdio de Abraão contra Hagar, por exigência de Sarah (cfr. GN 21. 9-14), embora tivesse esse ato "parecido bem duro aos olhos de Abraão, por causa de seu filho" (Ismael).


Repete-se, então, o ensino dado em MT 5:32, com as mesmas palavras: "Digo-vos, porém, que quem repudia sua mulher, a não ser por infidelidade, e casa com outra, adultera; igualmente, também, quem casa com a repudiada, adultera" (1).


(1) Esta última expressão não aparece em bons códices, como o Sinaítico, mas preferimos conservála, porque: a) está no papiro 25 do 4. º século; b) está em MT 5:32; c) o copista pode ter saltado a frase, erro fácil pois ambas as cláusulas terminam com a mesma palavra: kaì gamêsêi állên moichátai, ôsaútôs kaì ho gamôn apoleyménên moichátai. Além disso, aparece em outros bons códices.


O último versículo de Marcos creem alguns ter sido acrescentado pelo evangelista, porque escreveu para os cristãos romanos, e nessa cidade era permitido a mulher repudiar o marido, coisa que a legislação israelita jamais admitiria. Lembremo-nos, todavia, que em 25 A. C. a irmã de Herodes o Grande, Salomé, repudiou seu marido Costobar "apesar das leis judaicas" diz Flávio Josefo (Ant. JD 15, 7,

10); e também Herodíades deixara seu tio e marido Herodes Filipe, para casar com Herodes Ântipas; por verberar isso, o Batista foi decapitado. E talvez a situação do momento, em que esse mesmo Ântipas repudiara a filha de Nabateu 4. º, houvesse dado margem às perguntas dos fariseus.


Aqui entra Marcos, esclarecendo que o diálogo com os fariseus parou aí. O resto foi dito aos "discípulos", em particular, "em casa" onde os ensinos podiam ser aprofundados espiritualmente.


Vem então a objeção dos discípulos: "Se essa é a condição do homem em relação à mulher, não conv ém casar". Seria arriscado trazer para casa a mulher e depois ter que sofrê-la o resto da vida, por pior que ela fosse. Ainda aqui não se fala de monogamia, que só mais tarde Paulo exigiria daqueles que pretendessem o cargo de inspetores ("bispos"): "Se alguém aspira a ser inspetor, deseja belo trabalho; deve pois o inspetor ser irrepreensível, homem de uma só mulher", ... (1TM 3:1-2).


No entanto, esse mesmo Paulo permite que a mulher cristã, abandonada pelo marido incrédulo, se case novamente, e vice-versa (1CO 7:15); é o chamado "privilégio paulino". Mas recomenda a monogamia: " Bom é que o homem não toque mulher mas, por causa das fornicações, cada um tenha sua mulher e cada uma seu homem" (1CO 7:1-2).


Aos discípulos em particular foi dado o ensino elevadíssimo, do qual apenas as expressões enigmáticas foram escritas e publicadas, com o aviso bem claro, duas vezes sublinhado, anteposto e posposto: "Nem todos compreendem esta doutrina, mas a quem é dado", e no fim: "Quem pode compreender, compreenda". As duas advertências salientam a dificuldade de interpretar-se a doutrina tão resumida e enigmaticamente exposta.


Tornemos a ler as três asserções: a) há eunucos que foram gerados assim desde o ventre materno; b) há eunucos que foram castrados pelos homens; c) há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus.


Como entender? Literal e materialmente? Ou espiritualmente?


Se as duas primeiras forem interpretadas carnalmente, a terceira também deverá sê-lo (e foi o que compreendeu e executou em si mesmo Orígenes), e não como quer Jerônimo (Patrol, Lat., vol. 36, col. 135): duorum carnalium et tertii spiritualis, ou seja, "o sentido dos dois (primeiros) é carnal, do terceiro é espiritual".


Os rabinos (cfr. Strack-Billerbeck, o. c., t. 1, pág. 805/6) dividiam os eunucos em duas categorias: a) os de nascimento (sârís mimme"ê immô) ou "do céu" (sârís châmaim) ou do sol, do calor (sârís hâmmâh); b) os dos homens (sârís

" âdâm).


O terceiro grupo foi introduzido por Jesus e proliferou de forma estupenda nos séculos que se lhe seguiram até hoje. Daí nasceu, pelo menos doutrinariamente, senão na prática, apoiada desde o início, por todos os "pais da igreja": a) a monogamia para ambos os sexos; b) a indissolubilidade do vínculo matrimonial (1), sem exceções na igreja ocidental, e com a exceção da infidelidade na igreja oriental-grega, que diz que "o adultério rompe os laços matrimoniais"; c) o culto do celibato masculino, sobretudo monacal e sacerdotal; d) a exaltação da virgindade feminina.


(1) O matrimônio foi citado na igreja cristã como "sacramento", pela primeira vez, por Hugo de Saint-

Victor (+ 1142) em "De Sacramentis", 2, 11 (Patrol. Lat vol. 176, col. 479) e logo a seguir Pedro Lombardo (c. 1150) em seu "Sententiae" 4, 2, 1, cita a lista dos sete sacramentos, introduzindo, em último lugar, o matrimônio. Só no Concílio de Florença (1439) essa lista foi proclamada "dogma".


A palavra "sacramentum" que Agostinho escreve no De Bono Conjugali, 32 e no Contra Julianum, 3, 57, referindo-se ao matrimônio, tem o sentido exato do termo latino na época: sánctitas sacramenti é então, a "santidade do juramento" da fidelidade conjugal, baseado no sacramentum que era a palavra usada para o juramento dos soldados quando entravam para o serviço do exército romano.


Antes de qualquer comentário ulterior, pedimos ao leitor que releia o que foi escrito no volume 2 desta obra.


Tudo o que escrevemos nessas páginas é mantido integralmente aqui, em vista da interpretação que dá o apóstolo Paulo das palavras aqui focalizadas: "Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo, pois ninguém jamais aborreceu a própria carne, mas a nutre e dela cuida, como também o Cristo o faz à ekklêsía, porque somos membros de seu corpo. Por esta razão o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne. Este mistério é grande, mas eu falo em relação a Cristo e à ekklêsía" (EF 5:28-32).


Tudo o que expendemos no primeiro comentário é válido para a personagem humana, que situa sua consciência nos veículos interiores materiais.


Mas Paulo, como iniciado graduado na "Assembleia do Caminho", penetrou o "mistério" (a explicação proibida aos profanos) do ensino dado aos "discípulos" em particular, e que apenas vimos acenados nos dois últimos versículos do trecho que analisamos.


Eunuco é palavra grega composta de eunê ("leito") e échô ("guardo"), e exprime o cargo do homem de maior confiança: o que vigiava o leito e o quarto de dormir de seu senhor. Por extensão passou a designar os grandes do reino (ainda hoje, um título de grande honra na igreja católica é a de "Camareira do Papa", isto é, guarda do quarto (câmara) em que dorme o Pontífice), os homens de absoluta confiança do governo, encarregados dos negócios secretos, titulares de responsabilidade, embaixadores e legados de assuntos particulares. Com o tempo, os eunucos passaram a ser vigias dos harens dos soberanos, para cuidar de suas concubinas, a carga mais preciosa do palácio. E, para tal mister, eralhe imposta a operação da extirpação das glândulas sexuais. Daí o sentido derivado que tomou a palavra, de "castrados", que se popularizou, tornando-se termo depreciativo de "homem impotente e sem capacidade para procriar e para realizar".


Até hoje se tem interpretado as palavras do Cristo como designativas de "mantenedor de castidade", ou seja, criatura afastada dos prazeres sexuais. Jerônimo classifica os dois primeiros casos de castimoniae necéssitas, non volúntas est, isto é, "não vontade, mas necessidade de castidade", e a terceira: per se enim cástitas blanda est et quémlibet ad se alliciens, ou seja: "atrativa por si mesma e suave" (Patrol. Lat. vol. 26, col. 136), porque espontânea e "concedida aos que a pediram, aos que a quiseram, aos que se esforçaram para recebê-la" (his datum qui petierunt, qui voluerunt, qui ut accíperent laboraverunt, ib, col. 135).


Parece-nos evidente que Jesus, o Cristo, não podia ter tomado como modelo dos que aspiravam ao reino dos céus aqueles homens que se tornavam impotentes e deficientes, quando sabemos que a produção hormonial das glândulas sexuais é excepcional alimento das atividades intelectuais e, por esse intermédio, do vigor espiritual. Não se trata, pois, do segundo sentido derivado e depreciativo d "castrado", mas simplesmente do significado moral que possa exprimir.


Em geral os hermeneutas interpretam: se existem homens que já nascem defeituosos nos órgãos genitais, forçados por isso a evitar as relações sexuais; se há os que são violentamente obrigados pela maldade e ambição dos homens a tornar-se incapazes para essas relações; também existem aqueles que voluntária e espontaneamente se coagem moralmente para evitar contatos com o sexo oposto, quer com o celibato masculino, quer com a virgindade feminina.


Mas há outra interpretação dos dois primeiros casos, que reputamos muito mais lógica e coerente com a doutrina do Cristo: os "eunucos" desde o ventre materno são os que já nascem com a elevação espiritual conquistada em vidas anteriores, e desde pequenos se revelam totalmente fortes e superiores às emoções sensoriais do sexo vivendo uma vida casta e isenta de sensações fortes, como tantos exemplos de santos e místicos que a história registra, e que se tornaram modelos para a humanidade.


Os "eunucos" que foram castrados pelos homens são os que se vêem obrigados a observar o celibato ou a virgindade por decretos humanos, mesmo que sofram, e muito, com isso, como os membros masculinos e femininos das ordens e congregações religiosas, os sacerdotes e monges, a isso coagidos pelas leis eclesiásticas. E também os que, pelas circunstâncias e situações da vida, se sentem forçados a manter-se celibatários e castos, o que ocorre sobretudo com as mulheres.


Os "eunucos" que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus são aqueles que, mesmo podendo e tendo todas as capacidades, resolvem espontaneamente manter a castidade, a fim de aperfeiçoarse mais depressa. Não nasceram isentos das emoções amorosas. Não são obrigados pelos homens, porque não entraram para monastérios. Mas combatem para que - julgam - possam assim alcançar mais evolução e maior perfeição. Pelo trecho do Padre Teilhard de Chardin, que citamos no vol. 2, não é isso o que ele pensa: "o homem encontra Deus através do amor à mulher, e vice-versa", pode resumir-se seu pensamento. E para sintonizar com a Divindade, havemos de ter o amor que se doa, e não o amor-egoísmo, que busca a própria perfeição sem doar-se.


Mas são nuanças muito pessoais, sobre que não é lícito legislar. Cada um tem seu ponto de vista e deve seguir sua consciência.


* * *

Quanto às Escolas Iniciáticas, já que o ensino foi dado especialmente para elas, temos algumas considerações que fazer.


Já aqui olharemos toda a lição do ponto de vista da Individualidade, isto é, do Espírito, ao qual não afetam as ações puramente materiais da personagem transitória, pois todas elas são também transitórias e morrem com a morte da personagem. Ao Espírito só afetam as ações que partem do Espírito, envolvendo-o profundamente e baixando suas vibrações para o plano das emoções desordenadas.


Olhando sob esse prisma, sabemos que o Espírito possui uma contraparte em algum plano de vibração (cfr. GN 2:18; que reproduzimos mais abaixo), encarnada ou desencarnada, neste ou em outro planeta, mas sua complementação inata. Quando foi criado o homem (adám) isto é, quando a psiquê animal adquiriu a capacidade racional através do intelecto, foi feita a bipolaridade do Espírito, taxativamente declarada: fez adám macho e fêmea.


HOMINIZAÇÃO


Aproveitando o termo utilizado pelo padre Teilhard de Chardin, recordemos a narrativa bíblica.


O animal, que vivia no paraíso da irresponsabilidade (como até hoje seus iguais) podia alimentar-se de todas as árvores, menos da árvore da "ciência do bem e do mal" (raciocínio com discernimento moral). A "árvore", representação da medula espinal encimada pelo cérebro, é maravilhoso símbolo; e Huberto Rohden já descreveu o processo: no reino vegetal, a planta está com a cabeça e os órgãos da alimentação para baixo (as raízes) e com os órgãos sexuais de reprodução para o alto (flores e frutos). No reino animal, há um processo de horizontalização, e tanto a cabeça quanto os órgãos genitais estão no mesmo nível do solo. No homem, termina o giro de 180º, e a cabeça fica no alto, passando para baixo os órgãos sexuais.


Tudo isso figura nas entrelinhas do relato do Gênesis. Reparemos em que a proibição de comer d "árvore" do conhecimento do bem e do mal traz ameaça de um castigo, mas o homem é levado a isso pela serpente, exatamente o símbolo do intelecto, tanto assim que aí mesmo se diz que era "o animal mais astuto do éden". Então, o desenvolvimento maior do intelecto, permitido pelo maior número de circunvoluções do cérebro físico, trouxe a possibilidade do raciocínio abstrato de consequências morais.


Um dos castigos é "a morte".


A expressão "se comeres do fruto da árvore do bem e do mal certamente morrerás" (GN 2:17) é confirmação: no dia em que adquirires o raciocínio abstrato, a "razão", discernindo o bem do mal, morrerás como animal irracional, para nasceres como homem racional. Porque não é crível que até então os animais não estivessem sujeitos à morte... Os símbolos são belos e certos, mas a interpretação do texto segundo a "letra" faz desacreditar no relato bíblico, que se torna "incrível", cientificamente absurdo. Por exemplo, como podia Adám (que segundo o Gênesis foi formado diretamente por Deus, e Eva da costela dele) dizer que "o homem deixaria pai e mãe", se ele não tivera nem pai nem mãe? E mais quando YHWH diz à serpente "andarás sobre teu ventre e comerás pó todos os dias de tua vida", o sentido é simbólico, já que ninguém conseguiu jamais descobrir que a serpente, antes disSABEDORIA DO EVANGELHO so, tivesse pernas... ao contrário, sempre foi assim, mesmo antes dessa solene condenação. No entanto, não é difícil descobrir nessas palavras, o significado: o intelecto (serpente) caminhará sempre horizontalmente sobre a terra (raciocínio linear ou serpentino) e para toda a vida "comeria o pó" das coisas terrenas. Realmente, só quando o homem supera a fase do intelecto e atinge a mente, é que poderá verticalizar-se pela intuição, acima do intelecto rasteiro. Mas estamos saindo do assunto.


O novo ser, que abandona a animalidade irracional, sai do campo de forças da mente cósmica, a que cegamente obedecem minerais, vegetais e animais, para adquirir a liberdade de escolha, que já lhe é possível, e que vai torná-lo responsável pelo bem e pelo mal que praticar por seu livre arbítrio. Daí em diante ele terá que resolver sozinho sua estrada e percorrê-la à própria custa, com "o suor de seu rosto".


A psiquê animal evoluiu a tal ponto, que se tornou um Espírito, um Ego consciente, ilimitado, atemporal, inespacial, partícipe da Mente Divina que nele habita e portanto apto a perceber, no próprio intelecto, as intuições que lhe advêm dos planos superiores, onde permanece ligado o Espírito imortal.


Trata-se, então, realmente, da CRIAÇÃO DO HOMEM, cujas origens anímicas e corporais procedem do animal, mas cuja superioridade racional é uma conquista sua própria, um prêmio a seu esforço ininterrupto, através dos reinos inferiores da natureza, conseguido por obra do impulso da Luz que sempre esteve nele, o Lúcifer da Terra, pois consigo carregava a Centelha ou Mônada divina, mas em estado latente, sem que ele mesmo se desse conta de sua grandeza interna. Agora, com o intelecto desenvolvido, o processo atinge seu clímax, a consciência desabrocha vívida, e o caminho se torna mais rápido, mas sob sua própria e pessoal responsabilidade.


Quando, CRIADO ESSE ESPÍRITO, este tem que descer à carne, para evoluir, não pode mais ter os dois sexos totalmente desenvolvidos a um tempo no corpo físico: uma parte terá sempre que atrofiarse, para deixar que sua contraparte alcance sua maturação normal e eficiente.


O fragmento "elohista" chega até GN 2:3; daí começa um dos fragmentos "yahwistas" (1) em que se relata a formação do globo terráqueo e o aparecimento do corpo do homem formado de matéria ("do pó da terra"). E o verbo empregado não é mais bará (criar), mas itsér (formar). Neste segundo trecho é que aparece a distinção dos sexos: "e disse yahweh-elohim: não é bom ser o homem separado, farei para ele um auxiliar, sua contraparte" (waiiômer YHWH elohim lô-tôb heiôt haâdâm, l’bâddô, e’echehlô eger b’negddô).


(1) Chamam-se fragmentos "elohistas" os trechos de Gênesis em que a divindade é apresentada com o nome de "elohim", e "yahwistas" aqueles em que se chama "elohim-YHWH". A esse respeito, a" Enciclopedia de la Biblia", Obra católica, escreve: "No puede atribuirse al mismo autor el relato esquemático, teológico y transcendente de la creación del primer capítulo donde ’Elohim aparece como un Ser transncendente e inaccesible, creando todas las cosas con su omnipotencia y sabiduria, y el relato folklórico, descriptivo, infantil, ingenuo y antropomórfico del capítulo 2 donde Yahweh-’Elohim aparece modelando el cuerpo del hombre como um alfarero, o sacando, como un cirurjano, una costilla de Adán para formar a Eva, y haciendo después de sastre para cubrir la desnudez de los primeros padres" ("Enciclopedia de la Biblia", Garriga, Barcelona, 1963, vol. 3. º, col. 772).


Formado o corpo do homem, faltava-lhe o complemento físico e emocional. E numa simbologia muito interessante, mostra-nos adám formando com sua "costela" (eufemismo piedoso) no silêncio da noite, na hora do sono, o ser feminino que lhe nasce como "osso de meus ossos e carne de minha carne" (isto é, sua filha), companheira que já começava, como ele, a perder as características simiescas, porque já possuía, como ele, uma forma melhorada, embora o tipo primitivo, cientificamente conhecido como "pitecânthropus erectus". Talvez seja afoita essa teoria, mas, pelo menos, é cientificamente aceitável, mais que o "transplante" de uma costela...


Evidentemente, depois disso, e bem mais tarde, foi compreendido que o homem devia "deixar pai e mãe" (de forma e intelecto rudimentares, porque ainda símios) e aderir à sua mulher, com ele formando uma só carne no mesmo nível evolutivo um pouco superior.


Tudo isso, entretanto, refere-se ainda à personagem.


Mas em relação à individualidade, temos outra visão.


O Espírito, como vimos, se biparte para encarnar, mas a união das duas metades (macho-fêmea) foi realizada pela Vida em evolução constante, e essa jamais poderá ser separada por "um homem", nem pelas contingências da vida. Hão de reencontrar-se e refundir-se num só todo, em plano superior de evolução. Mas isso já é outro assunto.


No entanto, há que descer à matéria para evoluir: a necessidade é vital, pois não há evolução fora da matéria, já o vimos (cfr. vol. 4). Para isso, o Espírito deixará seu mundo próprio e sublime (seu pai e sua mãe) e se unirá à personagem, e "os dois serão uma só carne", porque o corpo físico É REALMENTE o próprio Espírito condensado, que permanece unido a ele, e homem algum tem o direito de separá-los, nem ele próprio pode "repudiar" seu alter ego (cfr. Paulo: "ninguém jamais aborreceu a própria carne, mas a nutre e dela cuida", EF 5:29).


A lição servia para os profanos no campo das uniões carnais do matrimônio, mas para os "discípulos" o ensino era muito mais profundo. De uma lição dada às massas, foi feita ilação para outra mais elevada e definitiva.


Tanto foi assim que, quando os discípulos, já em casa a sós com o Mestre, lhe dizem que "não vale a pena casar", este muda totalmente de assunto; se a resposta tivesse sido realmente apenas a que o Evangelho registra, seríamos tentados a perguntar com certa irreverência: "e daí?" Os três casos de" eunucos" não respondem absolutamente à objeção de que "não convinha que o homem casasse".


O assunto tratado era bem mais sublime, daí a introdução: "nem todos podem compreender este ensino, mas só a quem é dado"; e a eles foi dado. E eles nos legaram o esquema, para que, se pudéssemos compreender, compreendêssemos.


Vejamos, inicialmente, o que pode significar o termo eunuco. Etimologicamente, o "guarda do leito"; na realidade, um alto funcionário, um título nobiliárquico; no sentido pejorativo, o que é castrado, ou seja, aquele de que foi tirada toda esperança e a possibilidade de possuir uma complementação para seu corpo físico (porque continuam aptos a amar espiritualmente).


Parece que o sentido é o terceiro, já que por duas vezes é usado o verbo eunouchízô, a primeira no aoristo passivo (eunouchísthêsan, foram castrados) a segunda no aoristo ativo (eunoúchisan, castraram).


Isto é: nascem privados, foram privados e privaram-se a si mesmos, por uma razão sublime: o reino dos céus. Mas, privaram-se DE QUE?


Na mesma ordem de ideias: da posse de todas as complementações materiais, e não apenas do sexo.


Há os que são privados de tudo, desde o nascimento, entrando na vida terrena como criaturas paupérrimas, sem ter onde repousar a cabeça, a não ser um pedaço de chão duro. Nem sempre resignados, quase sempre revoltados.


Há os que são privados de tudo pelos homens: embora ambiciosos, tudo o que conquistam lhes é tirado, e jamais conseguem juntar nada para si mesmos.


E há os que "vendem tudo e distribuem aos pobres", e além do mais vão "seguir o Mestre", eunucos voluntários, que renunciam ao sexo, aos bens, aos parentes sanguíneos, reduzindo-se ao zero quase absoluto, como o fez Gandhi ainda neste século. Gandhi que escreveu em suas Epístolas ao Ashram, que quem pretendesse controlar o sexo, tinha que controlar também todos os sentidos e os vícios: o gosto, o olfato, o tato, os olhos e ouvidos, e a gula, a ambição, o conforto material... se isso não fosse feito, a força sexual explodiria, senão nas realizações, pelo menos nos desejos e pensamentos incontroláveis.


Gandhi entendeu o sentido do termo "eunuco" que Jesus emprega neste passo do Evangelho: abstenção total de tudo o que diz respeito aos veículos inferiores, para poder conquistar o reino dos céus, ou seja, o Espírito.


A maior dificuldade que sentem os seminaristas e os sacerdotes em observar o voto de castidade reside na recomendação que o Papa Bento XV fez aos reitores de seminários e superiores de ordem religiosa, de que compensassem a falta de relações sexuais com boa alimentação, bons vinhos e com o "prazeres lícitos"; ora, Gandhi, o Mestre que, neste século, melhor viveu o cristianismo evangélico, ensinou o contrário, e ensinou certo: para conservar-se casto sexualmente, abstenção total e absoluta de vinhos e bebidas fortes, de carnes, de acepipes condimentados, moderação no comer, passando em quase jejum sem conforto de camas macias, nem de muitos agazalhos, e nenhuma concessão aos prazeres de qualquer espécie, por mais inocente que sejam. Ou brahmacharya (castidade-abstenção) é completa, ou não existe. Isto é castrar-se e tornar-se eunuco por causa do reino dos céus: renúncia voluntária e espontânea e entusiástica e completa a TUDO o que traga sensações e emoções. Viver do Espírito, no Espírito e para o Espírito.


E vamos encontrar plena confirmação desta interpretação no próprio Evangelho, logo a seguir, no episódio do "moço rico" e na "dificuldade de os ricos conquistarem o reino dos céus" (MT 19:16-30; MC 10:17-31; LC 18:18-30).


Quem pode compreender, compreenda!



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
C. O MINISTÉRIO NA PERÉIA, Marcos 10:1-52

Essa seção marca outro ponto crucial no ministério de Jesus. Pela última vez Ele deixou a Galiléia e dirigiu-se, resoluto, para Jerusalém. Na realidade, tratava-se de um caminho para a Cruz. A caminhada levou ao âmago do vale do Jordão, até o território (região ou distrito) da Judéia (1), e dali para além do rio Jordão, a terra da Peréia.

1. Ensinando Sobre o Divórcio (Marcos 10:1-12)

Os dias de retiro e privacidade tinham terminado para Jesus e seus discípulos, por-que a multidão voltou (1) a se aglomerar em torno dele. Como era seu costume, Ele tornou a ensina-los.'

Mais uma vez os fariseus se aproximaram dele (2) fazendo uma pergunta para o tentar ou "testar". A tentativa de armar uma cilada para Jesus, usando suas próprias palavras, iria prosseguir continuamente até o fim. Agora, eles esperavam enredá-lo com Antipas, um homem divorciado, ou com o Sinédrio, através de um conflito com a Lei. A pergunta deles era a respeito do divórcio. É lícito? (2). Em Mateus, essa pergunta está escrita de modo diferente: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? (19.3). Jesus respondeu a essa traiçoeira pergunta com outra questão. Que vos man-dou Moisés?

Essa discussão estava relacionada com Deuteronômio 24:1-2, onde Moisés ordenou que uma "carta de divórcio" (ou escrito de repúdio) fosse dada à mulher no momento da separação, para que ela ficasse livre para se casar novamente. Essa ordem não represen-tava, de forma alguma, um encorajamento para a prática leviana do divórcio, mas uma misericordiosa provisão em uma época em que as mulheres não tinham qualquer direito. Os fariseus abrandaram as palavras dizendo: Moisés permitiu ou autorizou (4) essa prática. Com essa resposta, eles cederam terreno ao debate, pois estavam admitindo que a carta de divórcio era uma concessão que se devia à dureza ("perversidade", Goodspeed) dos seus corações. Jesus lembrou que isso não acontecia no princípio (6) quando Deus os fez macho e fêmea e exigiu que o homem abandonasse sua família anterior para se unir à sua mulher (7)."

O conceito absoluto de Deus para a família era a monogamia, que eliminava tanto a poligamia como o divórcio. A santidade do casamento se origina da ordem divina: o que Deus ajuntou, não o separe o homem (9). A posterior concessão da Lei (5) que Jesus estava de certa forma criticando, embora a reconhecesse, estava "de acordo com o concei-to de Deus sobre a adaptação de seu propósito geral às circunstâncias e necessidades imediatas".38 As exceções permitidas em Mateus 19:9 (cf. Marcos 5:32) e I Coríntios 7:15 estão, aparentemente, em consonância com esse princípio.

Havia se tornado uma prática comum entre muitos judeus adotar a concessão mosaica como um encorajamento para a autorização. Esse aspecto foi debatido naquela época pelas escolas dos rabinos Hillel e Sammai.

Sammai só permitia o divórcio nos casos de adultério, enquanto o ponto de vista de Hillel encorajava uma moral mais permissiva. Um de seus adeptos, por exemplo, permi-tia a um homem deixar a esposa se encontrasse outra mulher mais atraente, alegando que sua esposa não mais "achava graça aos seus olhos" (Dt 24:1). Essa mesma referência foi usada para permitir o divórcio baseado em motivos ainda mais triviais: "Se a esposa cozinhar mal o alimento do marido, salgando demais ou deixando que ele se queime, ela deve ser despedida".' Jesus censurou o insensível pouco caso dos fariseus para com as intenções de Deus (cf. Ml 2:13-16).

Alguns gostariam que nós, assim como os discípulos, pudéssemos nos afastar e per-guntar particularmente a Jesus acerca do mesmo assunto (10). Sua resposta em casa foi que o homem não deve deixar a sua mulher (11), nem a mulher deve deixar a seu marido (12; alguma coisa nunca ouvida no judaísmo, todavia possível entre os romanos, a quem Marcos estava escrevendo). Mateus registra a consternação dos discípulos: "Se assim é... não convém casar" (Marcos 19:10).

Intérpretes devotos estão divididos quanto às implicações das palavras de Cristo nos versículos 11:12. Alguns sustentam que, com efeito, elas formaram uma nova legislação e o que transcrevemos abaixo é um exemplo desse ponto de vista: "A opinião de Cristo sobre o divórcio era proibi-lo completamente. De acordo com Ele, o casamento era indissolúvel, a não ser pela morte. Portanto, casar novamente não era permitido durante a vida dos dois cônjuges"." Outros poderiam dizer que "Jesus não estava ten-tando legislar sobre o divórcio, mas estabelecendo princípios que poderiam elevar toda a questão ao nível espiritual da vontade de Deus".41 O ato de dissolver a união do casa-mento leva as pessoas a juízo, "entretanto pode ser mais adequado à situação, e tam-bém à igreja, fazer provisões para situações nas quais, por causa da propensão huma-na ao pecado, o divórcio possa ser um mal menor".42 Nem a dureza do coração humano, nem a misericórdia de Deus, como está refletido em Deuteronômio 24:1-2, sofreram qualquer mudança.

2. As Crianças e o Reino (Marcos 10:13-16)

Essa discussão sobre as crianças e seu relacionamento com o Reino acompanha, adequadamente, os ensinamentos de Jesus sobre o divórcio. As crianças representam a primeira e a mais triste das conseqüências dos lares desfeitos. Tanto a mulher como as crianças devem muito à defesa que Jesus instituiu a favor delas.
Quando algumas crianças (13) foram trazidas a Jesus para que Ele as tocasse, como nas curas, os discípulos repreendiam aqueles que as traziam. A atitude deles devia-se, sem dúvida, ao cuidado de proteger Jesus das multidões.

Vendo o que os discípulos haviam feito, Jesus indignou-se (ficou "indignado e desgostoso"; 14, NT Amplificado). Jesus era capaz de sentir uma indignação moral (cf. Marcos 3:5-9.
19) : "Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais" (14). A ausência de uma conjunção na língua grega antes da frase não os impeçais, sugere alguma forma de impaciência.' O Reino de Deus pertence àqueles que têm as qualidades das crianças. A criança é receptiva e confiável, tem a "capacidade de agir imediatamente",' de acordo com o que compreende. Ninguém pode merecer o Reino, mas cada um de nós deve recebê-lo por intermédio da graça. Qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele (15). Deveria ficar muito claro porque Jesus se irritou com os seus discípulos.

Para mostrar decididamente como se sentia, Jesus tomou as crianças nos seus braços" e impondo-lhes as mãos, as abençoou. "Ele as abençoou fervorosamente, e não de maneira indiferente, enfatizando que eram capazes de receber a bênção com mais prontidão e espontaneidade que seus pais.'

3. O Jovem Rico e o Discipulado (Marcos 10:17-31)

Quando Jesus estava iniciando um outro trecho de sua viagem, correu para ele um homem (17),' talvez com medo de que fosse muito tarde para encontrar o Mestre, e se ajoelhou diante dele com respeito e reverência. Os detalhes de Marcos ("correu", ajoelhou") são um testemunho da impressão que Jesus exercia sobre os homens.

A pergunta do jovem: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? re-velava uma insatisfação interior. Aquele cujos julgamentos estão de acordo com a ver-dade replicou: Por que me chamas bom? (18). A assertiva de Jesus de que ninguém é bom senão um, que é Deus, não estava admitindo uma condição de pecado, mas rejei-tando a idéia, como consta da opinião desse homem, de que a bondade deve ser con-quistada. Nada existe que alguém possa fazer para herdar a vida eterna. "Jesus não estava se baseando em si mesmo, mas se referindo totalmente ao Seu Pai..."48 (veja especialmente Jo 5:19).

Tu sabes os mandamentos (19) desse Deus tão bom, disse Jesus, e fez uma revisão da segunda parte do Decálogo. Talvez Jesus tenha deixado de mencionar os primeiros mandamentos porque naquele momento Ele tinha a intenção de sondar mais profundamente aquele jovem quanto à sua devoção a Deus. A resposta do jovem governante foi emocionante. Mestre, (omitindo a palavra "bom") tudo isso guardei desde a minha mocidade (literalmente, "obedeci", 20). Dizem que os antigos judeus eram os homens mais escrupulosos da antiguidade. Outro hebreu que mais tarde fez uma confissão semelhante (Fp 3:6) também descobriu que "o homem não é justificado pelas obras da lei" (Gl 2:16).

Como se estivesse perscrutando a própria alma desse jovem, "Jesus olhou diretamente para ele" (21, NEB) e o amou. Que promessa e que possibilidade; no entanto que pobre-za espiritual o Mestre deve ter visto! A pergunta do jovem: "Que me falta ainda?" (Mt 19:20) encontrou eco na cândida resposta de Cristo: Falta-te uma coisa: vai, e vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem e segue-me. Este ansioso indagador, a quem nada faltava daquilo que as riquezas podiam com-prar, estava, entretanto, sentindo uma grande necessidade (cf. Ap 3:17-18). O jovem rico, que nada havia feito de errado aos seus semelhantes (19), possuía um grande apego às riquezas e a si mesmo, e isso violava o primeiro mandamento.

Diferentemente de como havia chegado, o rico e jovem governante retirou-se triste (22). Recusando o raro convite de acompanhar Jesus a Jerusalém, ele preferiu se agarrar às suas muitas propriedades, ao invés de ter um tesouro no céu.' Esta é uma pará-bola sobre a alegria da obediência e a tragédia da desobediência, pois ele se retirou com uma expressão triste, como o céu em um dia sombrio e nublado."

Vendo o homem rico se recusar a fazer o que Ele já havia pedido aos discípulos, Jesus, olhando ao redor,' disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas! (23). Os discípulos não estavam preparados para essa declaração e ficaram admirados com suas palavras (24). Abraão, o fiel, Jó, o justo, e Salomão, o sábio, eram homens ricos. Será que a riqueza não era sinal da aprovação divina? Mas Jesus, tornando a falar, com uma bondosa censura, disse-lhes: Filhos, quão difícil" é, para os que confiam nas riquezas, entrar no Reino de Deus! (24). Se somente alguns encontram a porta estreita e o caminho apertado (Mt 7:14), com que dificuldade então aqueles que se apóiam na falsa segurança das riquezas entrarão no reino de Deus!

A linguagem do versículo 25 suscitou muitas explicações engenhosas, porém "a difi-culdade está apenas na mente pouco criativa dos ocidentais".' O ponto em questão, revestido de uma hipérbole oriental, é simplesmente que, do ponto de vista humano, é impos-sível a um rico ser salvo. A figura do camelo e do fundo de uma agulha — assim como a da trave e do argueiro (Lc 6:41), e do mosquito e do camelo (Mt 23:24) — é uma forma dramática de dizer que, "humanamente falando, isto será impossível ou absurdo".'

Ainda mais admirados (26), os discípulos foram tranqüilizados por Jesus de que para Deus todas as coisas são possíveis. Entrar no Reino e na vida eterna está além das possibilidades de conquista do homem, mas na graça de Deus todos os homens -sejam eles ricos ou pobres — poderão entrar. O preço da entrada é o mesmo para todos; a pérola mais valiosa custa tudo que o homem tem (Mt 13:45-46).

Fazendo um rápido cálculo matemático, Pedro (28), que era geralmente o porta-voz do grupo (Marcos 8:29-9.5; 11.21), começou a dizer: Eis que tudo deixamos e te seguimos." E Mateus acrescenta: "que receberemos?" (Mt 19:27).

A resposta de Jesus foi que nenhum homem seria prejudicado. Se um homem deixar sua casa, ou família, ou campos por amor a Ele e ao Evangelho (29), esse homem receberá cem vezes tanto (30) nessa vida presente... casas e família,' e campos, com perseguições,' e na era futura, a vida eterna. Devemos fazer um contraste entre o termo ou do versículo 29 com o termo e do versículo 30. "O que se ganha será muito maior do que o que se perde."' Para que os discípulos não concluíssem que a posição deles lhes conferia um favor especial, Jesus lembrou que muitos primeiros serão derradeiros e vice-versa (31). Nesse ponto Mateus inclui a parábola dos trabalhadores na vinha, que receberam o mesmo salário independentemente das horas trabalhadas (Mt 20:1-16).

4. A Terceira Predição da Paixão (Marcos 10:32-34)

A história de Marcos fica cada vez mais vigorosa quando acompanhada em sua seqüência. Agora, os acontecimentos e os ensinos da Galiléia e da Peréia já fazem parte do passado, e eles estão subindo para Jerusalém" (32). Estava se aproximando o clímax do ministério de Jesus.

Refletindo sobre o fato sombrio de ser entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas (33) e condenado à morte, entre escárnios e açoites, Jesus ia adiante deles. Que cena podemos imaginar: "Jesus, uma grande figura solitária, caminhava à frente e os discípulos, cheios de admiração, acompanhavam à distância!".' Os discípulos maravilhavam-se com a coragem com que Jesus se dirigia ao encontro de Seus inimi-gos, e seguiam-no atemorizados.

Parece que havia dois grupos caminhando com Jesus; os Doze e outro grupo de pere-grinos (que possivelmente também incluía as mulheres de Marcos 15:40). Essa conclusão encontra apoio na seguinte afirmação: E, tornando a tomar consigo os doze, isto é, levando-os à parte em relação aos demais, começou a dizer-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir (32; cf. Marcos 8:31-9.31). Dessa vez a previsão estava repleta de detalhes:6' o Filho do homem (33) será entregue aos membros do Sinédrio que o condenarão à morte e o entregarão aos romanos. E escarnecendo, açoitando e cuspindo nele, esses gentios o matarão (34). Entretanto, três dias depois Ele ressuscitará. É de admirar que os discí-pulos não tenham entendido nada dessas coisas (Lc 18:34), mas continuaram a discutir seus esquemas de vantagens, como os próximos versículos deixam bem claro (35-45).

Considerando "Cristo no Caminho da Cruz", Maclaren faz a seguinte descrição:

1) O Cristo heróico;

2) O Cristo que se auto-sacrifica;

3) O Cristo que se retrai;

4) O Cristo solitário.

5. A Ambição de Tiago e João (Marcos 10:35-45)

Ao ler esses versículos ficamos chocados com a falta de espiritualidade dos discípu-los — a memória curta (Marcos 9:33-35) e o descarado egoísmo deles. Mas também ficamos im-pressionados com a incrível paciência e sabedoria do nosso Mestre. Jesus mal tinha aca-bado de lhes dar uma outra detalhada previsão de Sua paixão, que se aproximava, quan-do Tiago e João (35), evidentemente instigados pela mãe deles (Mt 20:20-21), aproxi-maram-se e fizeram uma pergunta digna de uma criança: Queremos que nos faças o que pedirmos. Era o mesmo que pedir para assinar um cheque com a quantia em bran-co! Pacientemente, Jesus perguntou: Que quereis que vos faça? (36).

Crendo que Jesus estava prestes a estabelecer o reino messiânico, os Filhos do Trovão pediram o máximo possível. Concede-nos que, na tua glória, nos assentemos, um à tua direita, e outro à tua esquerda (37). "O grande vizir se colocava à mão direita de seu soberano, e o comandante-em-chefe à sua esquerda."" Eles estavam procurando ocu-par as posições de maior autoridade. Que sofrimento isso deve ter causado ao Senhor!

Enquanto Ele estava pensando em uma cruz, eles estavam pensando em coro-as. O fardo do Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu sacrifício com o egoísmo que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só queriam receber. A mo-tivação dele era servir; a deles era a própria satisfação pessoal.'

Não sabeis o que pedis (38) foi a triste réplica de Jesus. Em seguida vieram per-guntas para investigar a mente desses ambiciosos jovens e levá-los a um melhor enten-dimento do Reino. Podeis vós beber o cálice de um sofrimento interior e de uma agonia que eu bebo (cf. Sl 75:8; Is 51:22; Jo 18:11) e vos submeter ao batismo de uma esmagadora tristeza (cf. Is 43:2; Lc 12:50) — ou de uma visível perseguição e aflição -com que eu sou batizado? Em outras palavras: "Podeis suportar ser atirados às pro-vações que estão prestes a me esmagar?" Como futuros mártires, desde os dias dos Macabeus, Tiago e João disseram: Podemos (39). A impetuosidade deles é admirável e até espantosa. No entanto, eles estavam falando uma parte da verdade. Em seu devido tempo eles iriam realmente beber o cálice da agonia de Jesus e experimentar um pou-co do Seu batismo de morte, como está confirmado em Atos 12:2 e Apocalipse 1:9."

Com respeito ao pedido de posições de autoridade, Jesus entendeu que "é o mérito, não o favor... nem a busca egoísta... que assegura a promoção no Reino de Deus"." O assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence, "mas isso é para aqueles a quem está reservado" (40). Lugares de honra — e sua correspondente responsabilidade — não são distribuídos a pedido. Eles ocorrem, na própria natureza do Reino, àqueles que estão preparados para eles por meio das qualidades de caráter e espírito (cf. Sl 75:6).

Se os dois filhos de Zebedeu aparecem sob um aspecto pouco favorável, os dez discí-pulos restantes não eram melhores que eles, pois quando ouviram isso começaram a indignar-se contra Tiago e João (41). A discussão anterior sobre "qual era o maior" (Marcos 9:34) surgiu novamente. Com incansável persistência, Jesus, chamando-os a si, pro-curou mostrar-lhes a Sua "escala de valores"."

Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes (literalmente, "aqueles que parecem governar") delas se assenhoreiam (42). Os discípulos sentiram o aguilhão dessas palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos governadores das provínci-as. Mas entre vós não será assim (43). O grande entre os seguidores de Jesus será aquele que quiser ser um serviçal (ministro) e servo (escravo) de todos (44).

Os Reinos da terra passam

Em púrpura e ouro;

Eles nascem, florescem e morrem,

E é tudo que se sabe da sua história.

Só um Reino é Divino,

E só uma bandeira ainda triunfa,

Aquele cujo Rei é um servo,

E, seu emblema, um patíbulo na colina. 67

Mas por que teria que ser assim? "Porque o próprio Filho do Homem não tinha vindo para ser servido, mas para servir" (45, Goodspeed). Nisto, Cristo nos deixou o exemplo que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21).

A parte restante do versículo 45 é fundamental para a doutrina da expiação. O Fi-lho do Homem... veio... para servir e dar a sua vida em resgate (lutron, "o dinheiro do resgate pago pela libertação de um escravo") " de muitos. A expressão de muitos, que literalmente significa "em lugar de" ou "em vez de" indica o elemento da substituição, essencial para o entendimento bíblico da expiação. Essa grande passagem "mostra cla-ramente como Jesus sabia que havia sido chamado para fundir em Seu próprio destino os dois papéis de Filho do Homem (Dn
7) e de Servo do Senhor (Is
53) "."

Os versículos 32:45 podem ser assim esboçados:

1) Auto-sacrifício, 32-34;

2) Busca interesseira, 35-40;

3) Serviço abnegado, 41-45.

6. Bartimeu, o Cego de Jericó (Marcos 10:46-52)

Como observamos anteriormente, Jesus deixou a Peréia, atravessou o rio Jordão a uma curta distância do Mar Morto, e começou a subir em direção a Jerusalém. Jericó estava situada ao lado desse caminho Quando Jesus, juntamente com seus discípulos (46), e uma grande multidão de pessoas, foi para Jericó,' Ele passou pelo cego Bartimeu (que significa filho de Timeu). A cegueira e os defeitos de visão eram co-muns no Oriente.'

Ouvindo que Jesus (47) de Nazaré estava passando em meio a multidão, ele come-çou a clamar em uma linguagem que ninguém havia usado ainda. Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "O segredo messiânico havia começado a se espalhar."' Os mui-tos (48) que o repreendiam, para que se calasse podem ter considerado seus gritos como uma amolação (cf. 10.13), ou podem ter ficado receosos de que o grupo de peregri-nos pudesse ser caracterizado como revolucionário. Qualquer que tenha sido a razão, Bartimeu via um raio de esperança e clamava cada vez mais (48) : Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Nenhuma palavra de censura ou de advertência veio de Jesus.

O que vem a seguir é dramático, especialmente na vívida linguagem de Marcos. E Jesus, parando... (49). A multidão não o impediu. Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. A encorajadora expressão: Tem bom ânimo ("Está tudo bem agora", Phillips), aparece sete vezes no Novo Testamento, todas nos lábios de Jesus, exceto aqui, onde está relacionada a Ele. Mais tarde, Paulo recebeu o mesmo encorajamento do Cris-to glorificado (At 23:11).

Era tudo que o cego precisava. Jogando fora sua capa e levantando-se,' ele rapida-mente foi ter com Jesus (50). Que queres que te faça? (51) pode parecer uma per-gunta supérflua, mas sem dúvida serviu para fortalecer a fé deste homem, levando-o a expressar o seu desejo. Ao fazer perguntas, Jesus "encorajava as pessoas a expressar seus desejos, esperanças, aspirações e lhes dava a oportunidade de expressar a fé que possuíam, ocasião em que Ele podia então agir e abençoar"." Bartimeu respondeu: Mes-tre,' que eu tenha vista! (51). Sem fazer nenhum dos gestos habituais de cura, Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou (52; literalmente, "a tua fé te tem salvado").

E logo viu e, tanto literal como espiritualmente, seguiu a Jesus pelo caminho, em direção a Jerusalém e à Cruz. "Bartimeu, que estava pedindo... recebeu o melhor que alguém pode receber na vida.'


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Marcos Capítulo 10 versículo 25
Expressão proverbial que indica algo impossível (v. 27).

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
*

10:1

território da Judéia. A província romana da Judéia incluía a maior parte da Palestina Central, e tinha Jerusalém como seu centro. Nesta viagem para a Judéia começa o processo que levará Jesus à sua morte (Lc 9:51).

* 10:2

é lícito... repudiar sua mulher. A pergunta é vaga porque Dt 24:1-4 já indica que a resposta depende das circunstâncias. Talvez, os fariseus quisessem levar Jesus a um debate a respeito de Herodes Antipas e sua mulher ilegítima (6.17, nota).

* 10:6

desde o princípio. Como de costume, Jesus não argumenta com base na “tradição” (7.3-12, notas), mas busca a intenção das Escrituras e suas reais exigências (ver Mt 5:20-22; 27, 28, 31, 32). Tratando do casamento, Jesus mostra que, no tempo da nova aliança — e a despeito da presença contínua do pecado — as condições de vida anteriores à queda serão novamente realizadas de um modo apropriado (Ver Ef 5:22-33).

* 10:8

uma só carne. A ordem da criação deve ser mantida. O casamento monogâmico deve ser aceito e estimado.

* 10:11

Quem repudiar. Este é um mandamento básico a respeito da inviolabilidade do casamento. Contudo, Jesus especifica uma só base válida para o divórcio — a infidelidade conjugal (Mt 5:32; 19:9). Paulo parece acrescentar outra razão (1Co 7:12-16).

* 10:13

crianças. Lit. “infantes” (9.36, nota). Eram pequenas o suficiente para serem trazidas por seus pais e serem tomadas nos braços por Jesus.

* 10:14

não os embaraceis. Jesus está expressando a noção típica de solidariedade da aliança do Antigo Testamento. Estas crianças pertencem ao reino, inicialmente por causa da fé que seus pais possuem, ainda que devam exercer sua fé pessoalmente, tão logo tenham condições. As crianças servem de modelo aos verdadeiros crentes, que sabem que nada têm para trazer e tudo para receber (v. 15).

* 10:16

as abençoava. Receber a bênção de Deus significa ser chamado pelo nome de Deus (Gn 48:16; Nm 6:22-27) e ser incluído nas bênçãos da aliança (Gn 22:16-18; Dt 7:13).

* 10:17

um homem. Este homem tinha grandes riquezas (v. 22); era um homem de posição (Lc 18:18) e era jovem (Mt 19:22). Ele tinha tudo, mas faltava-lhe a coisa mais importante — a vida eterna.

que farei para herdar. Os dois verbos “fazer” e “herdar”, colocados juntos, como a lista de realizações morais e o modo de o jovem entender o que é bom (v. 18, nota) revela o ponto de vista religioso baseado nas obras de justiça.

* 10:18

Por que me chamas bom. A resposta de Jesus não significa que ele não se considerasse bom. Seu desejo é mostrar ao homem que “ninguém é bom senão um, que é Deus”, de modo que o homem possa perceber que todas as suas obras não podem fazê-lo bom, e que ele não é capaz de merecer a vida eterna.

* 10:21

uma coisa te falta. O amor desse jovem pelas riquezas (v. 22) e a recusa dele em distribui-las e seguir a Jesus, mostram que ele quebrou o maior mandamento de todos: “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6:5, conforme Mt 22:37). Faltando-lhe a total justiça que Deus exige, ele permanece condenado.

* 10:23

Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas. A dificuldade não é porque as riquezas sejam um mal em si mesmas e desqualifiquem aqueles que as possuem, mas é porque os ricos são tentados a depender de suas riquezas e podem ser incapazes de admitir que necessitam de Deus.

* 10:25

camelo... fundo de uma agulha. Um excelente exemplo da linguagem proverbial e vívida de Jesus, aqui expressando a idéia de impossibilidade (v. 27). A sugestão de que havia um pequeno portão chamado de “fundo da agulha”, através do qual os camelos podiam passar sem carga, não tem apoio e trivializa a figura usada por Jesus.

* 10:26

Então, quem pode ser salvo. Os discípulos entenderam o significado do que Jesus disse. Ninguém pode ser salvo por boas obras.

* 10:27

Para os homens é impossível. A salvação vem do Senhor através da soberana iniciativa divina (Sl 3:8; 68.19-20), e não por esforço humano.

* 10:28

nós tudo deixamos. Enquanto a salvação não pode ser merecida, ela impõe esta radical condição.

* 10:30

o cêntuplo. A frase “já no presente”, com sua contrapartida “e, no mundo porvir”, reflete o ensino dos rabinos a respeito de duas ordens de realidade: a presente era má e a futura era do Messias. A ressurreição de Jesus alterou significativamente esse conceito. No período entre a ressurreição de Jesus e a de todos os crentes, as duas eras existem lado a lado. A velha era está passando e a nova era está presente, mas não em sua plenitude. Daí pode haver tanto o “cêntuplo” de bênçãos quanto as perseguições.

* 10:33

o Filho do homem será entregue. Ver nota em 8.31.

gentios. O novo elemento nesta terceira predição da Paixão é a menção dos gentios (isto é, os romanos). Os açoites e as zombarias que ele predisse são detalhes de sua morte profetizada nas Escrituras (Sl 22), e eram práticas romanas normais.

* 10:35

Tiago e João. Ver 1.19 e 3.17. Em Mt 20:20, é a mãe deles que faz o pedido; assim, aparentemente, toda a família estava envolvida.

* 10:37

nos assentemos... à tua direita. O ensino de Jesus sobre grandeza (9.34-35 e notas), ainda tinha de mudar essas atitudes deles.

* 10:38

beber o cálice. Um símbolo do Antigo Testamento para expressar sofrimento e ira (Sl 75:8; Is 51:17-22; Jr 25:15; Ez 23:31-34).

batismo. Aqui a palavra é uma metáfora para a experiência de ameaça de morte e julgamento, com a esperança de livramento definitivo (Rm 6:3-7; 1Co 10:2; Cl 2:11-13).

* 10:40

não me compete concedê-lo. Jesus reconhece áreas onde só o Pai tem autoridade (13.32). A concessão de tais lugares é decidida de acordo com o princípio que Jesus estabeleceu concernente a serviço (9.35).

* 10:41

indignaram-se. Talvez os outros se indignaram não pelo fato de João e Tiago terem falhado em pôr em prática o ensino de Jesus (9.35, nota), mas porque queriam os mesmos lugares de proeminência. Jesus deseja eliminar — nos Doze e, por extensão, em todos os seus discípulos — uma tal noção de poder e autoridade.

* 10:45

o próprio Filho do homem não veio para ser servido. O que, finalmente, quebrou os corações de pedra dos discípulos de Jesus é o exemplo que ele mesmo dá. Jesus, o Filho do homem, que herdará “domínio, e glória e o reino” (Dn 7:14), veio como um servo, cumprindo a profecia de 13 23:53-12'>Is 52:13—53.12.

resgate. O preço pago para livrar da sentença o culpado (Êx 21:30), ou os devedores de sua dívida (Êx 30:12, conforme Is 53:10).

muitos. Ver Is 53:12. Nos escritos do Qunran (Rolos do Mar Morto) este é um termo para todos os membros da comunidade.

* 10:46

Jericó. Cerca de vinte e quatro quilômetros a nordeste de Jerusalém e aproximadamente duzentos e quarenta metros abaixo do nível do mar. Ver nota em Lc 18:35.

filho de Timeu. A tradução da palavra “Bartimeu” mostra que Marcos está escrevendo para leitores que não tinham familiaridade com as línguas semíticas (5.31, nota).

* 10:47

Filho de Davi. Um título messiânico popular (11.10; 12,35) tirado do Antigo Testamento (Is 11:1-3; Jr 23:5,6; Ez 34:23-24).

* 10:49

Chamai-o. Uma das características do ministério público de Jesus é o tempo que ele dedica aos indivíduos que sofrem, no meio das multidões (5.30-34).

* 10:51

Mestre. Em aramaico “Rabboni” (ver referência lateral; uma forma aumentada de “Rabi”, título comum para designar um mestre) ressalta o reconhecimento e a submissão à autoridade de Jesus.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
10:2 Os fariseus tentavam apanhar ao Jesus com suas perguntas. Se Jesus dizia que defendia o divórcio, apoiava a conduta dos fariseus e estes duvidavam que fizesse tal coisa. Se falava em contra do divórcio, as multidões não estariam de acordo com essa posição. E o que é mais importante, provocaria a cólera do rei Herodes, quem deu morte ao João o Batista por falar em contra do divórcio e do adultério (6.17-28). Isto era o que os fariseus queriam.

Os fariseus viam o divórcio como um assunto legal mais que espiritual. Jesus aproveitou a oportunidade para falar do propósito de Deus quanto ao matrimônio e expor os motivos egoístas dos fariseus. Não lhes interessava o que Deus queria que fora o matrimônio, mas sim se casavam por conveniência. Além disso, citavam ao Moisés de má fé e fora de contexto. Jesus mostrou quão superficial era o conhecimento desses legalistas.

10.5-9 Deus permitiu o divórcio como uma concessão ante a pecaminosidad da gente. Não passava, mas o instituiu para proteger ao inocente em meio de uma má situação. É lamentável que os fariseus usassem Deuteronomio 24.1 como uma desculpa para o divórcio. Jesus explicou que esta não foi a intenção de Deus; pelo contrário, Deus queria que a gente que se casava considerasse seu matrimônio como algo permanente. Não vamos ao matrimônio pensando que sempre está a opção do divórcio, a não ser comprometidos a permanecer.

Teremos uma melhor possibilidade de que nosso matrimônio resulte. Não sejamos duros de coração como os fariseus, nos façamos o firme propósito, com a ajuda de Deus, de permanecer juntos.

10:6, 9 As mulheres se tratavam como objetos. O matrimônio e o divórcio se consideravam como um transação similar a comprar ou vender terra. Mas Jesus condenou esta prática e esclareceu intenção original de Deus: que o matrimônio produzira unidade (Gn 2:24). Jesus dignificou o ideal de Deus quanto ao matrimônio e disse a seus seguidores que vivessem de acordo com ele.

10.13-16 Freqüentemente se criticava muito ao Jesus por passar muito tempo com certo tipo de pessoas: meninos, coletores de impostos, pecadores (Mt 9:11; Lc 15:1-2; Lc 19:7). Alguns, inclusive os discípulos, pensavam que Jesus devia passar mais tempo com os líderes importantes e com a gente devota, porque era a melhor maneira de melhorar sua posição e evitar críticas. Mas Jesus não precisava melhorar sua posição. Era Deus e desejava falar com os mais necessitados.

10:14 Os adultos não são tão confiados como os meninos. Tudo o que os meninos necessitam para sentir-se seguros é um olhar de amor e um toque afetuoso de alguém que se ocupe deles. Não requerem uma completa compreensão intelectual. Acreditarão-nos se confiarem em nós. Jesus disse que todos devemos acreditar no com esta classe de fé infantil. Não precisamos entender todos os mistérios do universo; será suficiente saber que Deus nos ama e nos perdoou que nossos pecados. Isto não significa que devemos ser meninos imaturos, mas sim devemos confiar em Deus com a simplicidade e pureza de um menino.

10.17-23 Este jovem queria estar seguro de possuir a vida eterna e por isso perguntou como obtê-la. Disse que jamais quebrantou nem sequer uma das leis que Jesus lhe mencionou (10.19), e talvez guardava até a versão cheia de pretextos dos fariseus. Mas Jesus, cheio de amor, irrompeu através do orgulho do jovem com um desafio a que expusera seus verdadeiros motivos: "Vende tudo o que tem, e dá-o aos pobres". Aqui estava a barreira que podia manter a aquele jovem fora do Reino: seu amor ao dinheiro. O dinheiro representava seu orgulho, o êxito obtido e a auto-suficiência. É irônico, mas sua atitude o incapacitava para guardar o primeiro mandamento de não permitir que nada chegasse a ser mais importante que Deus (Ex 20:3). Não pôde cumprir o requerimento que Jesus lhe fez: entregar coração e vida a Deus. O jovem se aproximou do Jesus desejando saber o que fazer; e se foi vendo o que era incapaz de fazer. Que barreiras lhe impedem de entregar sua vida a Cristo?

10:18 Quando Jesus lhe fez esta pergunta, em realidade lhe dizia: "Sabe com quem falas?" Como só Deus é na verdade bom, o jovem chamava o Jesus "Deus". É obvio, isto era correto, mas ele não se deu conta disso.

10:21 O que significa para você seu dinheiro? Embora Jesus disse a este jovem que vendesse tudo o que tinha e o desse aos pobres, não denota que Jesus pede a todos quão crentes enfaixam suas posses. A maioria de seus seguidores não o venderam tudo, mas usaram suas posses para bênção de outros. Em troca, esta história nos mostra que não devemos permitir que haja algo que nos freie a seguir ao Jesus. Devemos tirar toda barreira que nos impeça de servir a Deus em forma plena. Se Jesus lhe pedisse sua casa, a daria? E o automóvel? E seu nível de ganhos? Sua posição na escada da promoção? Sua reação mostrará sua atitude para o dinheiro, se for seu servidor ou seu amo.

10:21 Jesus manifestou um amor verdadeiro para este homem, até sabendo que não lhe seguiria. O amor verdadeiro é capaz de dar uma clara advertência; não se anda pelos ramos em relação à verdade. Cristo nos amou tanto que morreu por nós, mas segue dando claras advertências. Se seu amor fora superficial, aprovaria-nos em tudo; mas como seu amor é completo, apresenta provocações de mudanças em nossa vida.

10:23 Jesus disse que era muito difícil para um rico entrar no Reino de Deus, porque o rico tem todas suas necessidades básicas resolvidas e chega a confiar muito em si mesmo. Quando se sentarem vazios, compram algo para suavizar a dor que pôde lhes haver levado para Deus. Sua abundância chega a ser sua pobreza. A pessoa que tem tudo o que quer nesta terra pode carecer do mais importante: a vida eterna.

10:26 Os discípulos estavam assombrados. Não são as riquezas bênções de Deus, recompensa por ser um bom? Até hoje em dia este falso conceito é muito comum. Embora muitos crentes gozam de grande prosperidade material, outros tantos vivem em dura necessidade. As riquezas não provam que alguém tem fé, nem parcialidade de Deus.

10.29, 30 Jesus assegurou a seus discípulos que qualquer que desse um pouco de valor por sua causa seria recompensado cem vezes mais nesta vida, embora não necessariamente da mesma forma. Por exemplo, se a família de alguém o rechaça por aceitar a Cristo, ganhará uma família de crentes maior. junto com estas recompensas, entretanto, recebemos perseguição porque o mundo odeia a Deus. Jesus enfatizou a perseguição para assegurar-se que não o seguíssemos por egoísmo, solo pensando nas recompensas.

10:31 Jesus disse que no mundo vindouro, os valores serão à inversa. Os que procuram posições e importância aqui na terra, não a terão no céu. Os que são humildes serão grandes no céu. A condição corrupta de nossa sociedade respira a confusão nos valores. Bombardeiam-nos mensagens que nos dizem como ser importantes e nos sentir bem, e os ensinos do Jesus quanto a servir a outros parecem estranhas. Entretanto, os que servem a outros estão melhor qualificados para ser grandes no reino dos céus.

10:32 Os discípulos temiam que o que lhes esperava em Jerusalém, porque Jesus lhes falou de enfrentar perseguições.

10.33, 34 A morte e ressurreição do Jesus não deveu surpreender aos discípulos. Aqui lhes explicou com toda claridade o que lhe ocorreria. É lamentável, mas não entenderam bem o que lhes disse. Jesus afirmou que O era o Messías, mas eles acreditavam que o Messías era um rei conquistador. Falou-lhes da ressurreição, mas não entendiam como uma pessoa podia voltar para a vida depois de estar morta. Devido a Jesus freqüentemente falava por parábolas, é possível que os discípulos pensassem que suas referências à morte e à ressurreição eram outra parábola que não entendiam. Os Evangelhos incluem as profecias do Jesus a respeito de sua morte e ressurreição para demonstrar que isso estava no plano de Deus desde o começo e não se tratava de um acidente.

10:35 Marcos narra que João e Jacóo foram ao Jesus com uma petição; no Mateus, também a mãe fez a petição. Não há contradição nos relatos: mãe e filhos estavam de acordo em fazer a petição de permiti-los ocupar lugares de honra no Reino de Cristo.

10:37 Os discípulos, como muitos judeus de hoje em dia, tinham uma idéia erro do reino messiânico predito pelos profetas do Antigo Testamento. Acreditavam que Jesus estabeleceria um reino terrestre que liberaria o Israel da opressão romana e Jacóo e João queriam lugares de honra nele. Mas o Reino do Jesus não é deste mundo; não se centra em palácios nem tronos, a não ser nos corações e nas vidas dos crentes. Os discípulos não o entenderam a não ser até depois da ressurreição do Jesus.

10:38, 39 Jacóo e João disseram que estavam dispostos a sofrer toda prova por Cristo. Ambos a sofreram: Jacóo morreu como um mártir (At 12:2) e ao João o forçaram a viver no desterro (Ap 1:9). É fácil dizer que estamos dispostos a sofrer por Cristo, mas a maioria nos queixamos cada dia quando costurar insignificantes nos irritam. Se dissermos que estamos dispostos a sofrer em grande escala por Cristo, devemos estar preparados a sofrer a irritação que se origina ao servir a outros.

10.38-40 Jesus não ridicularizou ao Jacóo nem ao João por sua petição, mas a denegou. nos sintamos livres de pedir a Deus algo, mas é muito possível que a resposta seja negativa. Deus quer nos dar o melhor, não simplesmente o que desejamos ter. Algumas das coisas que peçamos nos negam precisamente para nosso bem.

10.42-45 Jacóo e João gostavam da mais alta posição no Reino do Jesus. Mas O lhes disse que a verdadeira grandeza estava em servir a outros. Pedro, um dos discípulos que ouviu a mensagem, desenvolveu este pensamento em 1Pe 5:1-4.

A maioria dos negócios, organizações e instituições em nosso mundo medem a grandeza pelos altos lucros da pessoa. No Reino de Cristo, entretanto, o serviço é a forma de tomar a dianteira. O desejo de estar no topo pode ser um estorvo e não uma ajuda. Em vez de procurar a satisfação de suas necessidades, procure maneiras de ministrar as necessidades de outros.

10:45 Este versículo não só revela o motivo do ministério do Jesus, mas também o fundamento de nossa salvação. Resgate era o preço a pagar pela liberdade de um escravo. Jesus pagou o resgate por nós, já que não podíamos pagá-lo. Sua morte nos liberou da escravidão do pecado. Os discípulos acreditavam que a vida e o poder do Jesus os salvaria de Roma; Jesus disse que sua morte os salvaria do pecado, uma escravidão maior que a de Roma. Em 1Pe 1:18-19 se fala mais sobre o recate que Jesus pagou por nós.

10:46 Jericó era uma cidade importante, um balneário popular que Herodes o Grande reconstruiu no deserto da Judea, não longe do cruzamento do Jordão. Jesus ia caminho a Jerusalém (10,32) e, depois de passar pela Perea, entrou no Jericó.

10:46 Os mendigos eram um espetáculo comum em muitas cidades. devido a que a maioria das ocupações desses dias requeriam trabalho físico, qualquer paralítico ou impedido estava em severo desvantagem e era obrigado a pedir esmola, embora a Lei de Deus mandava cuidar dos necessitados (Lv 25:35-38). A cegueira se considerava um castigo de Deus pelo pecado (Jo 9:2); mas Jesus rechaçou a idéia quando se mostrou disposto a sanar aos cegos.

10:47 "Filho do Davi" era uma maneira popular de referir-se ao Messías, já que se sabia que este seria descendente do rei Davi (Is 9:7). O fato de que Bartimeo chamasse o Jesus "Filho do Davi" demonstra que o reconheceu como Messías. Sua fé em Deus como Messías obteve sua sanidade.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
C. IN PEREA (10: 1-52)

1. Ensino em Perea (Mc 10:1)

2 E aproximou-se dele os fariseus, e perguntou-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher? julgá- Lv 3:1 E ele, respondendo, disse-lhes: Que vos ordenou Moisés? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiá- Lm 5:1 Mas Jesus lhes disse: Por causa da dureza do coração ele escreveu esse mandamento. 6 Mas desde o princípio da criação, Macho e fêmea os fez. 7 Por isso deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, 8 e os dois serão uma só carne .: para que eles não são mais dois, mas uma só carne 9 . Portanto, o que Deus uniu, não o separe o homem 10 . E em casa, os discípulos a interrogá-lo sobre este assunto 11 E disse-lhes: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra, comete adultério contra ela: 12 e se ela própria repudiar seu marido e casar com outra, comete adultério.

O divórcio era uma outra questão importante que Jesus lidou com mais de uma vez (conforme Mt 5:31. , Mt 5:32 ; Lc 16:18 ). Relato de Mateus sobre este incidente é um pouco mais completa do que Marcos (ver notas sobre Mt 19:3 ). Mateus discute o caso de eunucos, não tocou em Marcos.

Um exemplo típico de diferenças pequenas, mas insignificantes nos Evangelhos Sinópticos é encontrado aqui. Marcos diz que Jesus perguntou aos fariseus: ? Que vos ordenou Moisés (v. Mc 10:3 ). Mateus diz que os fariseus perguntaram: "Então por que mandou Moisés ..." (Mt 19:7 ).

Que Cristo sentiu muito fortemente sobre o divórcio é óbvio. Em um dia de pensamento muito descuidado e ação sobre o assunto, os cristãos são sábios para examinar de novo claros ensinamentos de seu Senhor sobre o assunto e de acordo com eles. Este é um dos muitos casos em que as normas da Igreja deve ser diferente dos padrões do mundo.

3. Recepção de Crianças (10: 13-16)

13 E eles estavam trazendo-lhe algumas crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreenderam. 14 Mas Jesus, vendo-o, encheu-se de indignação, e disse-lhes: Deixai as crianças pequenas para vir até mim; não os impeçais. porque de tais é o reino de Deus 15 . Em verdade eu vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, ele de maneira nenhuma entrará nele 16 E tomou-a nos braços, e abençoou, pondo as mãos sobre elas.

Para a relação do presente parágrafo ao anterior, veja as notas sobre Mt 19:13 . Todos os três sinóticos dar a este incidente em quase exatamente as mesmas palavras (conforme Lc 18:15 ). Normalmente, Mateus tem "reino dos céus" onde Marcos e Lucas têm Tipicamente também, Marcos acrescenta um detalhe vívido "reino de Deus.": E, tomando-a nos braços (v. Mc 10:16 ). Onde Marcos e Lucas tell das crianças trazidas para Jesus para que Ele pudesse tocá-los (v. Mc 10:13 ; Lc 18:15 ), Mateus diz "que ele deveria colocar suas mãos sobre eles e orar" (Mt 19:13. ). Isso reflete o costume judaico de bênção, o que não seria familiar para os leitores gentios de Marcos e Lucas.

4. caminho da vida eterna (10: 17-22)

17 E, enquanto ele se dirigia a caminho, correu para ele um homem, e se ajoelhou diante dele, e lhe perguntou: Bom Mestre, que devo fazer para que eu possa herdar a vida eterna? 18 E Jesus disse-lhe: Por que tu chamas de me bom? Ninguém é bom senão um, até mesmo Dt 19:1 e as notas sobre Mt 19:16 ). É uma excelente ilustração da chamada para o discipulado cristão, que este jovem, ouvindo, mas rejeitou.

Caracteristicamente, Marcos dá uma série de detalhes gráficos. Ele diz que não correu para ele um homem e se ajoelhou diante dele (v. Mc 10:17 ). Isso mostra a ânsia da busca do homem. Que contraste entre a abordagem rápida e triste, a partida lenta (v. Mc 10:22 )!

Marcos também acrescenta que Jesus olhando para ele o amava (v. Mc 10:21 ). Aqui era um jovem modelo. Desde a sua juventude ele tinha mantido toda a lei mosaica, pelo menos tanto quanto a sua conduta fora estava em causa. Ele estava ansioso e sincero sobre sua vida religiosa. Não é de estranhar que Jesus parou por um momento, olhando para o homem com afeto Apaixonado. Aqui, aliás, foi uma bela pedra para caber dentro do prédio da nova igreja.

No entanto, o Mestre com fidelidade com este candidato após a vida superior. Ele disse-lhe; Uma coisa te falta -então Marcos e Lucas (Lc 18:22 ), no lugar de Mateus. "Se queres ser perfeito" Foi apenas uma coisa, mas na verdade foi tudo. Faltava-lhe o que Jesus define-se como o núcleo central do amante da Lei Deus com todo o coração e ao próximo como a si mesmo (12: 29-31 ). Esta foi a única coisa de errado com a igreja em Éfeso, mas exigiu arrependimento e fazendo as primeiras obras (Ap 2:2 ).

Então Jesus perguntou ao jovem a vender tudo o que tinha e dar o produto aos pobres. É perfeitamente óbvio que esta não é uma exigência universal para todos os seguidores de Cristo. Mas, neste caso, era necessário, para a riqueza do jovem governante era seu ídolo. Até que ele se rendeu isso, ele não poderia ser salvo. Qualquer coisa que toma o lugar de Deus em nossas vidas deve ir.

Graficamente Marcos dá a reação do homem: o seu semblante (v. Mc 10:22 ). A palavra grega usada aqui é encontrada em outras partes do Novo Testamento apenas em Mt 16:3)

23 E Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente os que têm riquezas entrar no reino de Deus! 24 E os discípulos ficaram admirados com as palavras dele. Mas Jesus, e disse-lhes: Filhos, quão difícil é para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Dt 26:1 e Lc 18:29 . Marcos tem por minha causa e por causa do evangelho . Mateus lê, "por causa do meu nome." Lucas tem ", para o reino de amor de Deus." Todos querem dizer a mesma coisa.

6. Prediction of Passion (10: 32-34)

32 E eles estavam a caminho, subindo para Jerusalém; e Jesus ia adiante deles, e eles ficaram maravilhados; e os que o seguiam estavam com medo. E tomou novamente os doze, e começou a dizer-lhes as coisas que estavam a acontecer-lhe: 33 dizendo : Eis que subimos a Jerusalém; eo Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e os escribas; e eles o condenarão à morte, eo entregarão aos gentios; 34 e eles devem zombar dele, e deve cuspir nele, e açoitá-lo e matá-lo; e depois de três dias ressurgirá.

Um dos detalhes típicos vivas encontradas apenas em Marcos ocorre no versículo 32 . Como Cristo e seus discípulos estavam em sua última viagem a Jerusalém, Jesus ia adiante deles, e eles ficaram maravilhados; e os que o seguiam estavam com medo.Aparentemente, o set, olhar severo de determinação no rosto do Mestre surpreendeu os apóstolos. Ele lhes dissera Ele estava indo para Jerusalém para morrer. Por que então Ele prossigo para o fim? Houve uma terrível sensação de destino aqui.

Muitos estudiosos consideram que os seguidores mencionados na última cláusula citada acima eram peregrinos galileus, um grupo separado dos discípulos. Estes ficaram cheios de temor. Eles não podiam entender o que estava acontecendo, mas sentiu uma estranha sensação de calamidade ameaçadora.

Esta terceira e última previsão da Paixão é mais completa e específica do que os anteriores (ver notas em Mt 20:17. ). Isto é verdade em todos os três Evangelhos sinópticos (conforme Lc 18:31 ). O fim se aproximava rapidamente.

7. Política de discípulos (10: 35-45)

35 Nisso aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que deves fazer por nós qualquer coisa que lhe deve pedir de ti. 36 E disse-lhes: Que quereis que eu deveria fazer por você? 37 E disseram-lhe: Concede-nos que nos sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu glória. 38 Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo? ou para ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? 39 E eles disseram-lhe: Podemos. E Jesus disse-lhes: O cálice que Eu bebo haveis de beber; e com o batismo com que eu sou batizado, além disto sereis batizados: 40 , mas para se sentar à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá é; mas isso é para aqueles para quem tem sido preparado. 41 E, quando os dez ouviram isto, começaram a ser indignar-se contra Tiago e Jo 42:1 ). O pecado do egoísmo aparece aqui em toda a sua dura realidade.

Mateus descreve Jesus pedindo que os discípulos se eles são capazes de beber o cálice que Ele está prestes a beber. Marcos acrescenta: ou para ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? judeus compreender rapidamente o significado de xícara(conforme Sl 75:8. , ver notas lá) é, talvez, a passagem teológico mais importante nos Evangelhos Sinópticos. Afirma claramente e categoricamente a doutrina da expiação vicária de Cristo para o pecado humano. Ele está sendo cada vez mais percebemos que o principal propósito de Marcos para escrever seu Evangelho era teológica, ao invés de biográfico ou histórico. Ele apresenta Jesus como Filho de Deus e Salvador.

8. Cura de Bartimeu (10: 46-52)

46 E eles vêm para Jericó; e, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, filho de Timeu, Bartimeu, um mendigo cego, estava sentado ao lado do caminho. 47 E, ouvindo que era Jesus o nazareno, começou a clamar, e dizer: Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim. 48 E muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais um grande negócio, Filho da Davi, tem misericórdia de mim. 49 E Jesus, parando, disse: Chamai-lo. E chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo, subir, ele te chama. 50 E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. 51 E Jesus lhe respondeu, e disse: Que queres tu que eu te faça? E o cego lhe disse: Mestre, que eu tenha vista. 52 E disse-lhe Jesus: Vai-te; a tua fé te salvou. E logo ele recuperou a vista e foi seguindo pelo caminho.

Este incidente é registrado em todos os três sinópticos Gopsels (conforme Lc 18:35 e as notas sobre Mt 20:29 ). Marcos sozinho dá o nome do homem, Bartimeu . Este é aramaico para filho de Timeu . Ele era um mendigo cego .

Como de costume, Marcos dá um ou dois toques vivas não são encontrados em outras contas. Só ele fala das pessoas chamando o cego, em resposta à ordem de Jesus, com as palavras: Tende bom ânimo; levanta, ele te chama (v. Mc 10:49 ). O bem-vindo seja, aqueles deve ter sido nos ouvidos do cego!

Então, normalmente, Marcos diz: E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. Pedro foi uma realização de movimento rápido e impulsivo, e ele apreciava nos outros. O cego jogou o manto, de modo a não ser prejudicado em seus movimentos, e levantou-se. Isso pode ser melhor traduzido por "saltou". O forte verbo grego é encontrado somente aqui no Novo Testamento. Os três aorists- casting, saltou, veio, -todos acrescentar à descrição de pressa ansiosa do homem em alcançar Cristo.

O cego dirigiu a Jesus como Raboni , uma palavra que ocorre apenas aqui e em Jo 20:16 . É uma forma reforçado do termo comum "rabino". Ambas significam "meu mestre." O título mais forte era um sinal de maior honra.

Em resposta ao pedido do homem, Jesus disse-lhe: Vai-te (v. Mc 10:52 ), e garantiu-lhe que a sua fé o havia curado. Instantaneamente receber sua visão, o homem começou a seguir o Mestre e mantidos em segui-Lo (imperfeito).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
O capítulo apresenta cinco pedidos que o povo trouxe ao Servo.

  • Pedido de interpretação (Mc 10:1-41)
  • Os rabis não concordam a respei-to da interpretação de Deuteronô- mio24:1-4, portanto continuam a perguntar (v. 2) o que Jesus pensa a respeito da passagem ensinada. Eles não questionam a legalidade do di-vórcio ou do novo casamento, pois Moisés deixou claro que Deus per-mite os dois. A grande pergunta é: "Em que situação o marido pode se separar de sua mulher e casar com outra?". A razão do questionamen-to deles não é aprender a verdade, mas tentar criar um problema para Jesus. Os discípulos do rabi Sham- mai têm uma interpretação rígida (o divórcio só é permitido se hou-ve infidelidade), e os do rabi Hil- lel adotam uma interpretação mais branda (o divórcio pode acontecer quase que por qualquer razão). A Lei ordena que se apedreje quem comete adultério (Dt 22:22; Lv 20:10); no entanto, na época de Jesus, raramente obedeciam a essa lei (Mt 1:18-40).

    Em vez de tomar partido de um dos grupos, Jesus fala sobre Moisés e o primeiro casamento (Gn 1:27; 2:21-25). Desde o início, o casa-mento representa um homem e uma mulher tornarem-se uma só carne por toda a vida. EmDt 24:1-5, a ordem de Moisés foi uma concessão aos judeus por cau-sa da dureza do coração deles. Não representa o ideal de Deus para o casamento. A passagem paralela (Mt 19:1-40) indica que Jesus per-mite o divórcio apenas quando há imoralidade sexual (10:
    12) O divór-cio por qualquer outra razão, mes-mo que permitido pela justiça, leva ao adultério se as partes se casarem de novo (vv. 11-12).

    O casamento é fundamental-mente uma união física ("uma só carne") e só pode ser rompido por um motivo físico, morte (Rm 7:1-45) ou adultério (Mt 19:9). No Antigo Testamento, a parte culpada de adultério era apedrejada até a mor-te, deixando, assim, a outra parte livre para se casar de novo. Hoje, a igreja não tem autoridade para ma-tar as pessoas; portanto, no Novo Testamento, o divórcio equivale à morte, o que deixa a opção de um novo casamento. Claro, o marido e a esposa, antes de se divorciarem, devem fazer todo o possível para salvar o casamento e reconstruir o relacionamento. Deus instituiu o casamento, e é o único que pode regulamentá-lo (v. 9). O homem não pode separar o que Deus disse que é "uma só carne", mas o Se-nhor pode.

  • Pedido de bênção (Mc 10:13-41)
  • O casamento leva aos filhos, e os fi-lhos devem ser levados ao Senhor e consagrados a ele. Era costume que os rabis abençoassem as crianças. As-sim, os pais levavam seus filhos para receber a bênção de Jesus. (No ver-sículo 13, o pronome "alguns" (NVI) é masculino, o que quer dizer que os pais também estavam presentes.) Não se tratava de batismo, pois Jesus não batizou nem mesmo adultos (Jo 4:1-43), e os discípulos não tentariam impedir candidatos ao batismo de se aproximar de Cristo. Os pais pediam a bênção especial dele para seus pequeninos, e ele agradou-se em atender ao pedido deles. Crianças incólumes são o exemplo ideal para todos os que pertencem a Jesus: elas são humildes, receptivas, dependen-tes dos outros e cheias de potencial.

  • O pedido de informação (Mc 10:17-41)
  • Esse homem era rico (Lc 18:23), jo-vem (Mt 19:20,Mt 19:22), de posição (Lc 18:18) e tinha tudo, menos salvação. Os judeus não usam o termo "bom" ao dirigir-se a um rabi; portanto, Je-sus tinha todo o direito de perguntar ao homem por que se dirigiu a ele dessa maneira. Ele realmente acre-ditava que Jesus era Deus? Se sim, será que ele obedecería ao que Je-sus dissesse?

    Ninguém é salvo por guardar a Lei (Gl 3:21). Jesus segurou dian-te do jovem homem o espelho da Lei a fim de que ele visse como era pecador (Jc 1:22-59; Rm 3:20). O jovem cumpria a Lei desde sua ju-ventude, e a Lei o trouxera a Cristo (Gl 3:24); todavia, ele ainda não se tornara humilde como um pecador perdido. Ele queria ter o melhor dos dois mundos!

    Ninguém é salvo ao vender tudo que tem e dar aos pobres. Somos sal-vos ao crer no Filho de Deus, aquele que deu tudo para que nos tornásse-mos ricos (2Co 8:9). Jesus tocou no ponto nevrálgico da vida do jovem homem porque o amor pelo dinheiro era o grande pecado que o mantinha fora do reino (vv. 23-27). Aqui, há um princípio que precisamos lem-brar quando tentamos levar as pes-soas perdidas a Cristo: os pecadores não podem se pendurar em seus pe-cados e, ao mesmo tempo, alcançar Jesus. Deve haver arrependimento sincero para que os pecadores pos-sam se voltar para Deus e ser salvos por sua graça.

    Os discípulos, como muitos judeus, pensavam que a riqueza era uma prova da bênção de Deus; no entanto, Jesus corrigiu esse con-ceito errôneo deles. Pedro estava seguro de que ele e seus amigos receberíam uma recompensa es-pecial por terem feito o que o jo-vem rico não fez. Deus recompensa a fidelidade, mas nosso motivo deve ser o amor por Cristo, não o desejo de obter ganhos. Como o industrial R. G. LeTourneau costu-mava dizer: "Se você der porque vale a pena, não valerá a pena!". (Para conhecer a parábola de ad-vertência de Cristo em relação às más atitudes no serviço cristão, leiaMt 20:1.) Muitos que se consideram os primeiros são os últimos aos olhos de Deus.

  • Pedido de lugar de honra (Mc 10:32-41)
  • Pela terceira vez, o Senhor instrui seus discípulos a respeito de sua morte vindoura: agora, conta-lhes que será crucificado em Jerusalém (Mc 20:19). Poderiamos pensar que esse terceiro anúncio tornaria os Doze humildes, mas, em vez dis-so, Tiago, João e a mãe deles (Mt 20:20) pedem lugares de honra a Jesus! Eles ainda não tinham apren-dido a lição de que a cruz precede a coroa, de que o sofrimento vem antes da glória.

    O "cálice" refere-se à submis-são dele à vontade do Pai ao tornar- se pecado por nós (14:36; Jo 18:11), e o "batismo", ao sofrimento na cruz pelos pecados do mundo (Lc 12:50; SI 41:7 e 69:2,15). Como Tiago e João demonstraram ser or-gulhosos ao pensar que podiam be-ber do cálice de Jesus e vivenciar o batismo dele!

    Tiago foi o primeiro dos Doze a ser martirizado (At 12:2), e João, no fim de sua longa vida, foi per-seguido pelos romanos (Ap 1:9). Tenha cuidado com o que pede em oração. Deus pode atendê-lo!

    Jesus usa essa situação emba-raçosa para, mais uma vez, ensinar a seus discípulos a importância da humildade no serviço em nome dele. O versículo 45 é a essência do evangelho de Marcos e resume seu evangelho: Cristo veio (cap. 1), ministrou (caps. 2—
    13) e deu sua vida em resgate por muitos (Mc 14:0).

  • Pedido por luz (Mc 10:46-41)
  • Jesus estava a caminho de Jerusa-lém para sua última Páscoa, e uma grande multidão o seguia. Havia duas cidades chamadas Jerico: a antiga cidade destruída e a nova, a cerca Dt 1:5 quilômetro de Jerusa-lém, construída por Herodes. Isso explica como ele partiu de Jerico (Mt 20:29), aproxima-se de Jerico (Lc 18:35) e entra e sai de Jerico, tudo ao mesmo tempo, e ainda en-contra os dois mendigos cegos (Mt 20:30). Marcos descreve a cura de Bartimeu, o mais falante dos dois, exatamente da mesma forma que menciona a cura de um dos gerase- nos endemoninhados (5:2).

    Bartimeu (palavra aramaica para "filho de Timeu") ouviu a mul-tidão e percebeu que havia alguma coisa diferente, por isso perguntou quem estava passando. Quando soube que era Jesus, ele, imedia-tamente, clamou por misericórdia.

    Ele ouvira a respeito das curas mi-lagrosas que Jesus efetuara e que-ria que o Mestre o ajudasse. Nada pôde impedi-lo de ir até Jesus!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
    10.1 Os caps. 1-9 relatam o ministério de Jesus na Galiléia. Os caps. 10-15 focalizam outra parte da missão de Jesus, já na Judéia.
    10.2 Experimentaram. Provam a Jesus, talvez, com o intuito de denunciá-lo, Repudiar. Cf. Mt 19:3, mas expõe o significado real da lei. Os fariseus falharam, não distinguindo entre a vontade absoluta de Deus e Sua permissão que levava em conta a pecaminosidade dos homens. O divórcio jamais contou com a aprovação de Deus, a não ser como o menor entre dois males.

    10.5 Dureza... coração. Gr sklerokardia, termo bíblico não usado em sentido secular. Denota a persistente rebelião do homem contra Deus.

    10.8 Uma só carne. Trata-se, aqui, da formação, de um novo tipo de relação familiar (cf. Gn 29:14), onde. o amor e a vida conjugal são exclusivos (conforme Ef 5:30ss).

    10.9 A santidade do casamento fez parte da intenção divina na criação.
    10.11 Comete adultério. Aquele que deixar sua mulher para se casar com outra, Por meio, apenas, desta passagem bíblica, ainda não podemos saber se Jesus admitiria um novo casamento, no caso de infidelidade da parte do outro cônjuge (conforme Mt 19:3, Ef 2:9).

    10.17,18 Bom Mestre. Conforme Lc 18:19n. Só Deus é bom, no sentido absoluto. Seu amor e generosidade não têm limites. Vida eterna. Não vida sem fim apenas mas a que tem a qualidade que Deus dá.

    10.21 Só uma coisa. Jesus mostra-se interessado apenas com o motivo da piedade - o amor a Deus acima de todas as coisas - o primeiro mandamento.

    10.23 Dificilmente. O espírito de auto-suficiência firmado nas riquezas, de tal modo domina o homem rico, que o convite de Deus pouco o atrai.

    10.24 A frase entre colchetes não consta nos melhores manuscritos.
    10.25,26 Não existe evidência decisiva que demonstre que o fundo de uma agulha realmente significasse uma diminuta porta do muro de Jerusalém, A comparação ressalta uma impossibilidade. Entrar... no reino de Deus significa ser salvo (v. 26). Maravilhados. Os judeus olhavam para as riquezas ganhas honestamente como um sinal da bênção de Deus. Se os ricos, que têm "todas" as vantagens que poderiam propiciar a seus corações agradarem a Deus, perecem, quem, então, poderia se salvar?

    10.27 Jesus lembra-lhes que somente pela onipotência de Deus é que o pecador se Salva (conforme 42:2; Zc 8:6). De fato, se a salvação não fosse de graça, ninguém seria capaz e ganhá-la (Jo 3:3-43).

    10.28 Deixamos. O verbo gr está no aoristo, tipo de ação que revela uma decisão definitiva. Seguimos. O gr, aqui, no tempo perfeito, indica uma decisão tomada no passado, cujos efeitos ainda estão de pé. Ninguém se sacrifica pouco nem demasiado para se tornar cristão; Cristo requer tudo de todos.

    10.29 Amor. Se a renuncia não for motivada por um grande amor a Cristo e ao evangelho (necessário à, sua divulgação) nada vale (1Co 13:1-46).

    10.30 Cêntuplo. A fraternidade produzida pelo evangelho tornará todos os cristãos em uma grande família

    (conforme At 2:44-44; At 4:32-44; Jo 4:27. • N. Hom. Cristo, a fonte da Vista. Como o cego Bartimeu, o pecador precisa:
    1) Ouvir (v. 47), já que não vê (conforme 2Co 4:4; Rm 10:0) o que mostra a sua fé;
    3) Perceber sua miséria (apelando para a compaixão de Cristo, conforme Lc 18:9-42);
    4) Crer em Jesus como Rei e Salvador (conforme Jo 20:31);
    6) Seguir a Cristo (conforme 10.21).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52
    O ensino de Jesus acerca do divórcio (10:1-12). (Texto paralelo: Mt 19:1-40.)

    Tendo agora chegado à Peréia, no sul do país e a leste do Jordão, Jesus retomou o seu ministério para o público em geral (v. 1; e v.comentário Dt 7:24). A pergunta que aí lhe fizeram os fariseus — E permitido ao homem divoráar-se de sua mulher? — era um teste (v. 2), i.e., tentava induzi-lo a se incriminar ao contradizer a Lei de Moisés. Jesus evocou dos seus inquiridores a conclusão de que Dt 24:1-5 permitia a um homem divorciar-se de sua mulher, desde que o homem salvaguardasse os interesses da mulher ao lhe dar uma certidão de divórcio (v. 4). Isso iria possibilitar à mulher provar, se e quando necessário, que o seu divórcio havia sido formal e oficial, e que ela estava perfeitamente livre, por con-seqüência, para se casar com outro homem. O comentário de Jesus acerca dessa prescrição de Deuteronômio, no entanto, foi que ela não representava a vontade absoluta de Deus, mas algo que ele antes permitiu, por conta da perversidade do coração humano, para que as conseqüências de tal perversidade pudessem ser mantidas sob controle (v. 5). Ele indicou, então, que as intenções iniciais de Deus com relação ao casamento estavam afirmadas em Gn 1:27 (v. 6) e em Gn 2:24 (v. 7,8a), afirmações que retratam a aliança do casamento como indissolúvel. Duas pessoas unidas pelo casamento, Jesus deduziu, eram uma só carne (v. 8b). O fato de o grego aqui destacar “uma só carne” sugere que o relacionamento do casal era tão inviolável quanto um relacionamento de sangue, como entre pai e filho. A sua conclusão, por consequência, era que o homem (i.e., o membro masculino da parceria, em vez de algum corpo legal) não tem direito algum de romper a união matrimonial (v. 9). É uma pressuposição justificada que o divórcio com base em adultério, sendo tão obviamente permissível, não estava no escopo do que Jesus e os fariseus estavam discutindo aqui. Os que cometiam adultério, aliás, eram condenados à morte (Lv 20.10; Jo 8:5), o que iria romper a aliança nupcial sem que houvesse necessidade de se recorrer aos procedimentos do divórcio. Falando em particular com os seus discípulos somente (v. 10), Jesus desenvolveu o ensino que tinha apresentado aos fariseus. Ele já havia mostrado que o fato de um homem divorciar-se de sua mulher era pecado; mas o que ele afirmou agora é que se, além disso, esse homem se cassasse com outra mulher, se tornava adúltero (v. 11). A união adúltera descrita no v. 12 foi aquela que Herodias perpetrou, que, valendo-se das prescrições da lei romana, tinha rompido sua aliança com Filipe e se casado depois com Herodes Antipas (v.comentário Dt 6:17).

    Jesus abençoa as crianças (10:13-16). (Textos paralelos: Mt 19:13-40; Lc 18:15-42.)

    Os discípulos acharam que era uma interrupção imperdoável no programa do seu Mestre permitir que crianças fossem levadas a ele para que ele tocasse nelas (v. 13). O fato de censurarem os que trouxeram as crianças a Jesus para esse propósito resultou na censura de Jesus a eles mesmos; pois ele não somente recebeu as crianças, mas foi além do que foi pedido, tomando-as nos braços e abençoando-as (v. 16). Ao dizer pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas (v. 14), Jesus, provavelmente, tinha em mente que o Reino de Deus pertence a pessoas que, embora não literalmente crianças, estão imbuídas de características de crianças como a confiança e a receptividade. Essa verdade é desenvolvida no v. 15. As crianças permitem que as pessoas lhes dêem coisas sem qualquer outro pensamento de merecimento da sua parte; e é somente ao adotarem esse tipo de atitude que as pessoas podem se apropriar das bênçãos do Reino de Deus.

    O jovem e rico governante (10:17-31). (Textos paralelos: Mt 19:16-40; Lc 18:18-42.)

    Como um destaque complementar à verdade do v. 15, em que a salvação é retratada como um presente gratuito, a história narrada aqui indica o custo imenso da salvação para algumas pessoas. Um homem rico (v. 22), apesar de ter obedecido à Lei de Moisés da melhor forma possível (v. 20), estava espiritualmente insatisfeito mesmo assim e, por isso, perguntou a Jesus o que ele precisava para herdar a vida eterna (v. 17). A sua forma de se dirigir a Jesus, no entanto, foi inadequadamente subserviente, pois, violando os costumes normais dos judeus, ele o saudou como Bom mestre. Jesus o censurou por isso, lembrando-o de que bom era uma designação que normalmente era reservada para Deus, uma vez que somente Deus é bom, sem necessidade de qualificação (v. 18). Jesus com, isso, não estava negando que era “Deus” nem que era “bom”, mas simplesmente censurava o fato de ser tratado assim por alguém que, sem dúvida, estava totalmente inconsciente da sua natureza divina. Como resposta à pergunta do homem, Jesus tentou aprofundar nele a consciência do pecado ao citar os mandamentos da chamada “Segunda Tábua do Decálogo” (v. 19; a ordem “Não cobiçarás” é aqui interpretada como não enganarás ninguém). A implicação a ser deduzida da resposta do homem de que ele tinha obedecido a todas essas leis desde a juventude (v. 20) é que ele não tinha compreensão de tudo que essas exigências implicavam. Havia qualidades nesse homem, no entanto, que fizeram Jesus amá-lo profundamente (v. 21a). Mas a forma em que ele expressou esse amor para com o homem não foi uma diminuição das exigências para assim ganhá-lo mais facilmente para o grupo de seguidores, mas o ato de colocar o dedo com total franqueza no que estava impedindo a sua busca pela vida eterna, ou seja, a sua riqueza. Dizendo-lhe, portanto, que lhe faltava somente uma coisa (que, supostamente, era a sua dedicação imparcial à causa e ao Reino de Deus), ele lhe ordenou que vendesse tudo o que possuía, dando a renda disso aos pobres, e viesse a ser um dos seus discípulos (v. 21). Mas o homem não conseguiu fazer isso, e, em contraste com a ansiedade com que havia corrido em direção a Jesus (v. 17), afastou-se triste (v. 22; conforme Mt

    13 45:46). Comentando a decisão do homem, Jesus disse aos discípulos que, de acordo com a ordem natural das coisas, era impossível um homem rico receber a salvação, assim como era impossível que o camelo, o maior animal na Palestina naquela época, passasse pelo fundo de uma agulha (v. 25; citando um provérbio conhecido na época que era memorável por ser bastante grotesco). Ele se apressou, no entanto, em atenuar a perplexidade dos discípulos diante dessa sua declaração ao lembrá-los de que todas as coisas são possíveis para Deus (v. 27). Diante da réplica de Pedro de que o que o homem rico não havia feito fora realizado por ele e seus companheiros (v. 28), Jesus respondeu que esses receberiam cem vezes mais, já no tempo presente (embora a perseguição viesse a ser constante na sua vida) e, na era futura, a vida eterna (v. 30). Mas ele os advertiu de que não deveriam ficar satisfeitos com o que tinham feito, informando-os de que muitos dos seus discípulos, proeminentes agora em virtude de sua piedade manifesta, seriam avaliados em grau muito menor do que alguns dos seus devotos bem menos notáveis, que mesmo assim tinham um valor maior aos olhos de Deus (v. 31).

    A terceira predição da Paixão (10:32-34). (Textos paralelos: Mt 20:17-40; Lc 18:31-42.)

    A razão por que os discípulos estavam admirados enquanto caminhavam atrás de Jesus na estrada para Jerusalém (v. 32) provavelmente era o olhar de determinação no rosto de seu Mestre à medida que ele seguia em frente (Lc 9:51). Essa terceira predição da sua Paixão iminente que ele então fez para eles foi mais abrangente que as anteriores e incluía os fatos adicionais de que os líderes dos judeus iriam entregá-lo para ser morto nas mãos dos gentios (v. 33), que, antes de executá-lo, iriam zombar dele, cuspir nele e açoitá-lo (v. 34).

    O pedido de Tiago e João (v. 10:35-45). (Texto paralelo: Mt 20:20-40.)

    Que os discípulos tiveram maior dificuldade de entender a terceira predição da Paixão do seu Mestre que as duas anteriores (v. 8.32; 9.32), é demonstrado não apenas peia afirmação explícita de Lc 18:44, mas também por esse pedido feito a ele por Tiago e João para que pudessem sentar um em cada lado dele na sua glória (v. 37). Com isso, queriam dizer o reino messiânico (Mt 20:21) que ele estava para estabelecer, como eles imaginavam. Jesus se negou a atender ao pedido deles, explicando que a questão em consideração não estava no escopo da sua jurisdição pessoal (v. 40). Não obstante, indicou, por dedução, que a questão dependeria, ao menos em parte, da disposição dos seus seguidores de sofrer por causa dele. Descreveu esse sofrimento metaforicamente como beber do seu cálice e ser batizado com o seu batismo, figuras de linguagem que, embora sugerissem o sofrimento até a morte, e significando isso no caso do próprio Jesus, não significaram isso necessariamente no caso de outras pessoas (conforme Is 51:17; Is 43:2). Por isso, Jesus perguntou a Tiago e João se eles estavam preparados para suportar essa provação (v. 38). Quando eles responderam afirmativamente, ele lhes disse que essa seria de fato a sua experiência (v. 39), uma predição que foi cumprida no fato de Tiago ter sido morto “à espada” (At 12:2) e no fato de João ter sido exilado na ilha de Patmos (Ap 1:9). Mas os sofrimentos desses homens eram comparáveis com os de Jesus somente em sentido limitado, pois não foram, evidentemente, sofrimentos expiatórios.

    O pedido infame de Tiago e João foi sucedido de uma reação igualmente infame dos outros apóstolos (v. 41). Falando a todos Dn 12:0,Jo 4:42), pois Filho de Davi (v. 47), o título com o qual ele se dirigiu a Jesus, era especificamente messiânico, como se mostra pela ocorrência do décimo sétimo dos “Salmos de Salomão” pré-cristãos (conforme tb. Mc 12:35). A razão da convicção de Bartimeu de que Jesus poderia curar a sua cegueira pode ter sido o seu conhecimento de que Is 61:1 (LXX; conforme Mt 11:5) predisse que o Messias curaria os cegos para que enxergassem (v.comentário Dt 1:40). Ao apelar à ajuda de Jesus, ele foi censurado pelos que estavam em volta por incomodar os outros (v. 48; conforme 10.13). A cura dele (v. 52) é o último milagre de cura feito por Jesus no evangelho de Marcos (conforme Lc 22.13). Devemos observar que Jesus não lhe ordenou que não proclamasse que ele era o Messias, como tinha feito aos demônios (cf. 1.34; v.comentário).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 31

    A. Comentários sobre o Divórcio, Crianças e riquezas. Mc 10:1-31.

    Estas conversas provavelmente aconteceram em algum lugar da Peréia. Não foi citado o lugar exato. Em Mc 10:2-12 Cristo respondeu à pergunta dos fariseus em relação à legalidade do divórcio; Mc 10:13-16 indica a atitude de Jesus em relação às crianças; e Mc 10:17-31 registra a vinda do jovem rico e a conseqüente discussão sobre as riquezas.


    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52

    V. O Ministério de Cristo na Peréia. Mc 10:1-52 são realmente os acontecimentos finais deste período na Peréia (cons. Lc. 18:15 - 19:28).


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Marcos Capítulo 10 versículo 25
    Mt 19:16-30 (conforme Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) - Já que Jesus era Deus, por que ele parece ter admoestado o jovem rico por este tê-lo chamado de bom?


    PROBLEMA:
    O jovem rico chamou Jesus de "Bom Mestre" (Mt 19:16, SBTB; Mc 10:17; Lc 18:18), e Jesus o admoestou, dizendo: "Por que mç chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus" (v. Mc 10:17, SBTB). Contudo, em outras ocasiões Jesus não apenas reivindicou ser Deus (Mc 2:8-10; Jo 8:58; Jo 10:30), mas também aceitou a declaração que outros fizeram de ser ele Deus (Jo 20:28-29). Por que ele parece estar negando ser Deus ao jovem rico?

    SOLUÇÃO: Jesus não negou ser Deus ao jovem rico. Ele simplesmente pediu-lhe que examinasse as implicações do que estava dizendo. Com efeito, Jesus estava dizendo-lhe: "Você percebe o que está implícito quando você me chama de bom? Você está dizendo que eu sou Deus?"

    O jovem não percebeu as implicações do que ele estava dizendo. Dessa forma Jesus o estava forçando a um dilema bastante desconfortável. Ou Jesus era bom e Deus, ou ele era mau e homem. Um bom Deus ou um mau homem, mas não simplesmente um bom homem. Essas são as reais alternativas a respeito de Cristo. Pois nenhum homem bom declararia ser Deus, não o sendo. Aquele Cristo liberal, que era apenas um bom mestre da moral, mas não Deus, não passa de uma ficção criada pela imaginação humana.

    Mc 10:17-31 -Jesus negou que era Deus ao jovem rico?

    (Veja os comentários de Mt 19:16-30.)


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 17 até o 31
    c) Sobre as Riquezas (Mc 10:17-41; Lc 18:18-42. E a narrativa de Lucas que fala do jovem rico como "príncipe" (ARC) sem porém indicar a natureza da sua posição. Sua juventude indica que a posição aludida não fosse a de responsabilidade na sinagoga. Diversas facetas do seu caráter são atraentes, menos sua avaliação de si mesmo (20). Cfr. Fp 3:6. Marcos acrescenta os detalhes que o jovem correu e se ajoelhou (17) diante de Cristo, o que sugere prontidão e respeito. Sua saudação bom mestre é muito invulgar, nunca usada pelos judeus dirigindo-se a um rabino, e talvez empregada pelo jovem como esmero de cortesia. Vida eterna: esta expressão, tão comum nos escritos joaninos, se encontra em Marcos somente aqui e no vers. 30. É duvidoso que tenha aqui a mesma significação de uma possessão atual. O jovem provavelmente tinha em mente o conceito escatológico da vida, como herança nos tempos vindouros. O verso 30 confirma esta idéia. Apesar de todos os seus esforços, o jovem não logrou a almejada segurança. Na sua resposta, Jesus escolhe uma das palavras do interlocutor e apresenta-a para uma nova consideração (cfr. 9.23 n.). As implicações teológicas desta resposta (18) têm sido explicadas em diversas maneiras. Muitos escritores patrísticos e alguns comentaristas modernos consideram que Jesus forcejou por revelar-lhe Sua divindade. Neste caso o sentido parafrástico seria o seguinte: "que só Deus é bom. Porquanto não crês que eu sou Deus, mas apenas um mestre, não aceito o epíteto". Porém, é muito duvidoso que o homem pudesse entendê-lo assim. Realmente, as implicações teológicas são secundárias, e não se pode concluir mais da frase que a bondade, no sentido absoluto, pertence somente a Deus, o Pai. Em contraste, a bondade de Jesus era sujeita ao crescimento, e às provas inerentes na encarnação, pelas quais Ele aprendeu a obediência por aquilo que padeceu. (He 5:8). A principal aplicação das palavras tem em mira a necessidade deste homem que, não obstante sua insegurança quanto ao futuro, se julgava justo e bom diante do padrão da lei (20). O que ele esperava foi uma exortação a empreender alguma obra difícil que lhe valesse mérito excepcional, suficiente para suprir quaisquer deficiências dessa natureza. É a noção popular da acumulação de mérito como medida de bondade, que constitui um dos pecados mais sutis, a que o Senhor se opõe. Esta lição mostra que todo o esforço humano em que o jovem se estribava era incapaz de produzir algo "bom" aos olhos de Deus (Rm 7:18). É verdade que a obediência perfeita à lei, sem falha nem desvio ganharia a vida eterna. Veja Jc 2:10-59. Na verdade, este homem ofendia contra o primeiro e o maior mandamento, pois suas possessões eram seu deus. Jesus lhe ofereceu uma porção adequada da lei para servir de aio, que o conduzisse a Cristo para que ele fosse justificado, não pelas obras, mas pela fé (Gl 3:24). A ordem de vender tudo quanto tinha não é, por conseguinte, de aplicação universal, mas era necessário para este homem. Note-se que Jesus não lhe ofereceu vida eterna em troca das suas riquezas, mas simplesmente um tesouro incorruptível em lugar de coisas efêmeras. O caminho da vida verdadeira leva o homem a abandonar tudo quanto sirva de empecilho para depois seguir com firmeza (21). Este é o sentido do imperativo presente do grego akolouthei: "segue-me". É perfeitamente possível distribuir os bens em prol de alguma causa benéfica sem tornar-se discípulo de Cristo (1Co 13:3). Não se sabe se este homem se arrependeu mais tarde e voltou. Uma hipótese atraente o associa com Barnabé.

    >Mc 10:23

    Nos vers. 23-27 há diversas variações textuais. Os que confiam nas riquezas (24): esta frase da ARC é omitida com justiça da ARA. O Texto Ocidental inverte a ordem dos vers. 24 e 25. Com estas modificações, a conversação se desenvolve natural e logicamente para a declaração culminante do verso 27. Os discípulos ficaram impressionados quando Jesus indicou quão difícil é para um rico entrar no Reino, pois a opinião universal entre os judeus foi que as riquezas representassem o favor divino, como no caso de Jó. O verso 25 deve ser considerado simplesmente como hipérbole oriental. Quando Jesus voltou a repetir o ensino com mais ênfase, embora usando um termo de afeição ("filhos" 24), ele afirmou que não somente os ricos mas também os pobres dificilmente entrarão, e os discípulos ficaram mais assombrados ainda. Afinal de contas, a proposição fundamental do evangelho é esta, que para os homens a salvação é impossível, contudo, não para Deus (27). É o dom de Deus que o dinheiro não pode comprar. Para ricos e pobres igualmente é milagre da divina graça.

    >Mc 10:28

    Entrementes Pedro estava ocupado com estimativas em que ele se comparava favoravelmente com o jovem rico (28). O nos é enfático. Jesus respondendo usou uma linguagem figurada para expressar a verdade que Ele nunca será devedor a ninguém, nem em tempo nem na eternidade (29-30). Ao mesmo tempo Ele desalenta o espírito interesseiro entre os que professam Seu nome. Daí a advertência do verso 31, que se compara com Mt 20:1-40 no mesmo contexto.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52

    36. A verdade sobre o divórcio (Marcos 10:1-12)

    Levantando-se, De lá ele foi para a região da Judéia e de além do Jordão; multidões se reuniram em torno dele novamente, e, de acordo com seu costume, mais uma vez começou a ensiná-los. Alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, tentando-o, e começou a questioná-lo se era lícito ao homem repudiar a esposa. E ele, respondendo, disse-lhes: "Que vos ordenou Moisés?" Eles responderam: "Moisés permitiu que um homem a escrever uma carta de divórcio e mandá-la embora." Mas Jesus disse-lhes: "Por causa da dureza do vosso coração que ele escreveu esse mandamento. Mas desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne; para que eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. "Na casa, os discípulos começaram a interrogá-lo sobre isso novamente. E disse-lhes: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela; e se ela própria se divorciar de seu marido e casar com outro homem, ela está cometendo adultério "(10: 1-12).

    Divórcio perdeu todo o seu estigma negativo e se tornou uma opção amplamente aceita, extremamente popular na sociedade. Como a igreja é moldada pela cultura, ela também se tornou cada vez mais aceita e comum lá. Ainda assim, pontos de vista sobre o divórcio executar a gama entre os cristãos de permitir que, por qualquer motivo, para proibi-la por qualquer motivo. Mas aqueles que tolerar isso estão se tornando a maioria.

    A visão da igreja de divórcio, no entanto, não deve basear-se nas areias movediças de normas sociais, mas na base da verdade bíblica. E a Bíblia não é clara sobre o assunto, nem são as interpretações corretas evasivo, apesar das reivindicações de alguns. A questão mais importante não é o que alguém diz sobre o divórcio, mas o que Deus pensa disso. A resposta bíblica a essa pergunta é simples e inequívoca. Em suas próprias palavras Deus declarou a linha de fundo: "Eu detesto o divórcio, diz o Senhor, o Deus de Israel" (Ml 2:16.).

    A história de Israel fornece o pano de fundo para que a atitude divina. Depois de séculos de rebelião e idolatria, o julgamento devastador de Deus caiu sobre Israel para que o país sofreu setenta anos de cativeiro na Babilônia. Quando os exilados retornaram do exílio, eles reconstruíram Jerusalém e do templo, embora sua religião havia degenerado em mero ritualismo externo. Suas atitudes para com Deus eram humilhantes, injustos, e dura de coração. Apesar de sua aparência exterior da religião, seu coração estava cheio de pecado e desobediência. A profecia de Malaquias, escrito após o retorno do exílio, indiciou o povo de seus pecados em termos muito específicos e chamou-os ao arrependimento.
    Escrevendo em aproximAdãoente o mesmo tempo, Neemias identificados os mesmos pecados que Malaquias viu e denunciou. Um desses pecados que caracterizam postexilic Israel foi o casamento com mulheres pagãs:

    Naqueles dias, eu [Neemias] também viu que os judeus tinham mulheres casadas de Ashdod, Amom e de Moabe. Como para os seus filhos, metade falou na língua de Ashdod, e nenhum deles foi capaz de falar a língua de Judá, mas a linguagem do seu próprio povo. Então eu disputavam com eles e os amaldiçoou e atingiu alguns deles e puxou seus cabelos, e os fiz jurar por Deus, "Você não pode dar vossas filhas a seus filhos, e não tomar das suas filhas para vossos filhos nem para vós mesmos. Não Salomão, rei de Israel pecado em relação a essas coisas? No entanto, entre as muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado por seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel; no entanto, as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado. Será que nós, em seguida, ouvir sobre você que você cometeu todo este grande mal, agindo infiel contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras? "Até mesmo um dos filhos de Joiada, filho de Eliasibe, o sumo sacerdote, era um genro-da Sambalate, o horonita, por isso levou-o para longe de mim. Lembra-te deles, Deus meu, pois contaminaram o sacerdócio e para a aliança do sacerdócio e dos levitas. (13 23:16-13:29'>Neh. 13 23:29)

    Foi a se divorciar de suas esposas judias para se casar com mulheres pagãs dos gentios que o Senhor condenou através de Malaquias. Os sacerdotes estavam a tomar a liderança neste violação da lei de Deus (Ml 2:1.). Em vez disso, eles estavam tentando-o, na esperança de desacreditá-lo aos olhos do povo. Tal como os seus antepassados ​​pós-exílio, os líderes e pessoas da época de Jesus, também viram divórcio e novo casamento como aceitável. O padrão do Antigo Testamento tinha sido há muito abandonada. Em seu lugar, uma visão acolhedora, defendida pelo proeminente rabino Hillel (110 AC - AD 10), tinha feito o divórcio fácil. De acordo com esse ponto de vista, um homem foi autorizado a repudiar sua mulher por qualquer coisa que ela fez que o desagradou, mesmo tais assuntos triviais como queimar o jantar dele, permitindo que alguém para ver seus tornozelos, deixando seu cabelo para baixo, fazendo um comentário negativo sobre sua mãe in-Lei, ou se tudo o mais falhar, porque encontrou alguém que preferia ela.

    Os fariseus planejado para retratar Jesus como um linha-dura intolerante, que identificou as pessoas e seus líderes como adúlteros e adúlteras. Isso, eles esperavam, iria virar a população contra ele. Além disso, Perea foi governado por Herodes Antipas, que havia aprisionado e, a pedido de sua esposa, Herodias, executado João Batista para desaprovação de seu próprio divórcio imoral e recasamento (Marcos 6:17-18). Talvez, eles fundamentado, Herodes e Herodíades pode fazer o mesmo com Jesus se Ele se opôs publicamente o divórcio.

    O Esclarecimento

    Mas desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe, e os dois serão uma só carne; para que eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. (10: 6-9)

    Como será discutido mais adiante neste capítulo, Jesus ignorou os ensinamentos e tradições rabínicas e foi direto para o Velho Testamento. A partir dele, Ele deu quatro razões por que Deus odeia o divórcio e é ilegal.

    Em primeiro lugar, porque o casamento é uma união indissolúvel entre um homem e uma mulher. De acordo com Mt 19:4 denota a laços mais fortes possíveis e pode ser traduzida como "apegar", "prender sua aderência", "acompanhar de perto", "apegar", "ficar perto", "ficar juntos, "ou" preso "Casamento. envolve duas pessoas indissoluvelmente ligados entre si, colada e perseguir difícil após o outro para se unir em mente, vontade, espírito, corpo e emoção.

    Em terceiro lugar, por causa da unidade indissolúvel do vínculo matrimonial. Tão forte é a união entre marido e mulher que a dois ... tornar-se uma só carne; para que eles não são mais dois, mas uma só carne. Essa unidade indivisível é visto mais claramente no produto das duas crianças —seus. Quebrar o vínculo matrimonial também quebra o vínculo familiar, causando mais danos.

    Finalmente, porque o casamento é obra de Deus. Todo casamento é um ato de Deus pelo qual Ele dá em cima de um homem e uma mulher a graça comum de um cumprimento crianças produzindo sindicais.Uma vez que é Deus que cria a parceria, quebrando um casamento destrói algo divinamente feita. Portanto, Jesus ordenou: "O que Deus uniu, o homem não separe".

    A revelação divina sobre casamento e divórcio era clara e inequívoca. Ele não ofereceu apoio para a visão judaica contemporânea que o divórcio era permitido por qualquer motivo. Vários princípios relacionados podem ser notadas. Em primeiro lugar, o adultério era proibido (Ex 20:14) e punível com a morte (Lv 20:10). Em segundo lugar, sexo antes do casamento também foi punido (Lv 19:20). Em terceiro lugar, cobiçar a mulher de outra pessoa era proibido (Ex 20:17;.. Conforme Mt 5:28).

    É o conflito inevitável no casamento que podem levar ao divórcio, a hostilidade que decorre da queda e da conseqüente maldição sobre Adão (Gen. 3: 17-19) e Eva (v. 16) e seus descendentes. O homem é amaldiçoado em relação ao seu trabalho e a mulher é amaldiçoado com relação a ter filhos e se submeter a seu marido.

    A maldição sobre a mulher, em particular, oferece uma visão útil sobre por que há conflito no casamento: ". Seu desejo será para o teu marido, e ele te dominará" Isso não é uma referência a uma mulher normal, romântico, psicológica ou emocional atração para seu marido, já que faz parte da maldição. A palavra hebraica traduzida como "desejo" é usada apenas uma outra vez no Pentateuco, em Gn 4:7, que ocorre apenas em Gn 4:7. Seu uso em Cântico dos Cânticos mostra que a "saudade" pode se referir a atração física, mas em Gn 4:7). Eles complementavam-se perfeitamente e viviam juntos em harmonia como co-regentes mais de criação.

    Mas, depois da tentação por Satanás e sua queda, que perfeita harmonia foi quebrada para eles e todos os outros casal vindo deles. Esposas, pela maldição, procurar ser independente da autoridade de seu marido, a dominar o relacionamento e impor sua vontade sobre seus maridos. Maridos, por outro lado, pela mesma maldição, buscam suprimir a revolta de suas esposas contra sua autoridade, muitas vezes de forma dura, displicente, autocrático. Este conflito regular entre dois pecadores, vivendo intimamente juntos, podem produzir animosidade que leva ao divórcio.

    A Contenção

    E ele, respondendo, disse-lhes: "Que vos ordenou Moisés?" Eles disseram: (10: 3-4) "Moisés permitiu um homem a escrever uma carta de divórcio e mandá-la embora."

    Não só o Senhor esclarecer o ensino bíblico sobre o divórcio, Ele também contestou a posição anti-bíblica dos fariseus. Cortando os acréscimos rabínicas, Apontou-los de volta para o ensino do Antigo Testamento, perguntando: "O que vos ordenou Moisés?" Eles tinham uma resposta pronta, pois acreditavam que tinham encontrado uma passagem na Lei que apoiou sua visão de que o divórcio era admissível por qualquer motivo. Confidently eles disseram a Jesus: "Moisés permitiu ao homem escrever uma certidão de divórcio e mandá-la embora." A passagem em questão é Deuteronômio 24:1-4:

    Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e acontece que ela não agrada aos seus olhos, porque ele tem encontrado alguns indecência nela, e ele lhe dará certidão de divórcio e coloca-lo em sua mão e envia-la para fora de sua casa, e ela sai de casa e vai e torna-se a esposa de outro homem, e se este último homem se volta contra ela e lhe dará certidão de divórcio e coloca-lo em sua mão e envia-la para fora de sua casa, ou se este último homem morre que a levou para ser sua esposa, em seguida, seu ex-marido, que a despediu não tem permissão para levá-la de novo para ser sua esposa, já que ela foi contaminada; para isso é uma abominação diante do Senhor, e você não deve trazer pecado na terra que o Senhor teu Deus te dá em herança.
    Acamparam na palavra "indecência" e, como observado anteriormente neste capítulo, expandiu para dizer praticamente qualquer coisa que desejar.
    Há, no entanto, nenhum comando ou permissão explícita dada ao divórcio em qualquer lugar nesta passagem; que apenas descreve uma situação em que um homem se casa, decide que ele não gosta de sua esposa, se divorcia dela, e ela se casa com outra pessoa. O único comando está no versículo 4: Nesses casos, "o ex-marido, que a despediu não tem permissão para levá-la novamente para ser sua esposa." Longe de comandar ou até mesmo permitindo o divórcio, essa liminar proíbe apenas um homem para se casar de novo uma mulher que ele tenha divorciado que tem sido seguida, casou-se com a outra pessoa. A passagem reconhece e regula a realidade do divórcio sem tolerar ou condenar-lo.

    A palavra hebraica traduzida por "indecência" significa literalmente "nudez", não no sentido físico, mas no sentido de algo vergonhoso. A mesma palavra é usada em Dt 23:14 para descrever as coisas no acampamento de Israel que o Deus santo não deve ver. O termo não se refere ao adultério, as únicas razões bíblicas para o divórcio, mas a curto comportamento pecaminoso de adultério. Ele descreve as coisas que violem a responsabilidade social normal e comportamento em uma cultura civilizada e, portanto, são desrespeitosos dos outros. A palavra certamente não podem ser extrapolados para significar qualquer coisa que um homem não gostou sobre sua esposa, como os fariseus estavam fazendo.

    O Alojamento

    Mas Jesus disse-lhes: "Por causa da dureza do vosso coração que ele escreveu esse mandamento." ... Na casa, os discípulos começaram a interrogá-lo sobre isso novamente. E disse-lhes: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela; e se ela própria se divorciar de seu marido e casar com outro homem, ela está cometendo adultério ". (10: 5, 10-12)

    Embora a Lei decretou que os adúlteros eram para ser executado, Deus foi misericordioso com a aplicação da referida lei. Depois de seu caso extraconjugal com Bate-Seba, "disse Davi a Natã:" Pequei contra o Senhor. " E disse Natã a Davi: "O Senhor também tomou o teu pecado; não morrerás "(2Sm 12:13). Na época de Cristo, algumas pessoas estavam sendo executada por adultério. Não foram só as pessoas não estão sendo executados por adultério, eles também estavam se divorciando de suas esposas à vontade, durante todo o tempo se iludindo em pensar que o Antigo Testamento permitida a fazê-lo. O reconhecido divórcio Antigo Testamento em razão de adultério e Deus misericordiosamente suspendeu a sentença de morte para os adúlteros por causa de do povo dureza de coração, é por isso que Moisésescreveu -lhes este mandamento. Mas os fariseus e os outros nos dias de Cristo eram tão longe do padrão de Deus para o casamento que eles estavam se divorciando de suas esposas no menor capricho.

    Voltar na casa em Perea onde estavam hospedados, os discípulos começaram a interrogá-lo sobre isso novamente, em busca de mais esclarecimentos. Em resposta, Jesus resumiu sucintamente a posição divina: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela; e se ela própria se divorciar de seu marido e casar com outro homem, ela está cometendo adultério. " No entanto, Deus fez autorização de divórcio em algumas circunstâncias incomuns. Em Deuteronômio 7:1-3 Deus proibiu estritamente os israelitas do casando com o povo pagão de Canaã;

    Quando o Senhor teu Deus te para a terra onde você está entrando para a possuir, e afasta muitas nações antes de você, os hititas e os girgaseus, os amorreus e os cananeus e os perizeus, dos heveus e dos jebuseus, sete nações mais e mais forte do que você, e quando o Senhor teu Deus os entregar antes de você e você derrotá-los, então você deve destruí-los totalmente. Você não fará nenhuma aliança com eles e não mostram nenhum favor a eles. Além disso, você não se casar com eles; você não pode dar vossas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos.

    Mas isso é exatamente o que as pessoas fizeram depois do exílio (Esdras 9:1-2). Depois de ser repreendido por Ezra

    Secanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elam, disse a Esdras: "Temos sido infiel ao nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; Ainda há esperança para Israel, apesar de esta. Agora, vamos fazer um pacto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e os seus filhos, de acordo com o conselho do meu Senhor e dos que tremem ao mandamento do nosso Deus; e deixá-lo ser feito de acordo com a lei "(10: 2-3).
    O resultado foi massa divórcio (vv. 5-44). Enquanto Deus odeia o divórcio, Ele odeia a idolatria ainda mais; o divórcio era um mal menor do que ter recaída em Israel a falsa religião idólatra que havia levado ao exílio babilônico.

    Israel cometeu adultério espiritual em seu relacionamento com Deus. No entanto, Ele foi fiel à sua aliança com Davi e não o divórcio Judá (Is 50:1). Esses dois exemplos mostram que, como mencionado acima, o adultério era o único motivo para o divórcio no Antigo Testamento.

    O Novo Testamento também afirma que o adultério é motivo para o divórcio. Embora Marcos não menciona a chamada cláusula de exceção, Mateus faz (19: 9; conforme 05:32). Adultério não tem de acabar com um casamento (conforme a história de Oséias e sua esposa adúltera, Gomer, no livro de Oséias). Mas o Deus de poupar a vida de um adúltero impenitente não pretende penalizar cônjuge inocente dessa pessoa. O Novo Testamento também revela que, se o descrente se divorcia do crente, o último é livre para se casar de novo (1Co 7:15).

    Como eles perceberam a gravidade da relação de casamento ", disse aos discípulos que [Jesus]: ​​'Se a relação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar" (Mt 19:10). Isso pode ser verdade na teoria, mas na prática, "Nem todos podem aceitar esta declaração, mas só aqueles a quem foi dado" (v. 11). Nem todo mundo pode ser cumprida em um único estado (1Co 7:9)

    37. Por que Jesus abençoou as crianças pequenas (13 41:10-16'>Marcos 10:13-16)

    E eles estavam trazendo as crianças a ele para que ele as tocasse; mas os discípulos repreenderam. Mas quando Jesus viu isso, ficou indignado e disse-lhes: "Deixa as crianças vir a mim; não os impeçais; para o Reino de Deus pertence aos que como estes. Em verdade vos digo que, quem não receber o reino de Deus como uma criança não entrará em tudo isto. "E, tomando-os nos seus braços e começou a abençoá-los, colocando as mãos sobre elas. (10: 13-16)

    Este incidente é registrado em todos os três Evangelhos sinópticos (conforme 13 40:19-15'>Mt 19:13-15.; Lucas 18:15-17). Embora breve, é de grande importância, porque ele responde a pergunta importante do que acontece eternamente para bebês ou crianças pequenas quando morrem.

    A resposta de Jesus, que fazem parte do reino de Deus, ia contra a visão predominante da apóstata judaísmo de sua época. De acordo com o sistema de retidão de obras dos fariseus, essas crianças eram incapazes de compreender e guardar a lei, ou de realizar qualquer boa obra que iria ganhar a salvação. Assim, a idéia de que eles poderiam entrar no reino era absurda.

    Ao identificar as crianças como parte de seu reino, apesar de sua incapacidade de fazer qualquer coisa para ganhar a salvação, Jesus fez mais do que simplesmente violar a sabedoria convencional do dia. A salvação de tais crianças é como um poderoso uma ilustração da verdade bíblica de que a salvação é pela graça somente como qualquer realidade. Assim, este incidente está em nítido contraste com o que se segue imediatamente em todos os três Evangelhos sinópticos, ou seja, o encontro do Senhor com um rico e jovem governante (ver capítulo 8 deste volume). Aquele homem parecia ter a trilha interna para o reino. Ele era extremamente rico (Lc 18:23), fastidiously hipócrita (Mc 10:20), e profundamente religioso (Lucas chama-o de "governante" [Lc 18:18], provavelmente de uma sinagoga local). No entanto, ele ficou fora do reino (Mt 19:23), enquanto que essas crianças estavam nele.

    O incidente fundamental pode ser visto em quatro títulos: o procurou para a bênção, a forte censura, o cuidado especial, e a analogia salvação.

    Definição da história

    E eles estavam trazendo as crianças a ele para que ele as tocasse; (10: 13a)

    Pais judeus comumente trouxeram seus filhos para os anciãos da sinagoga local ou rabinos proeminentes de tal modo que eles possam pronunciar a bênção sobre eles. Na mesma linha, o Antigo Testamento registra as bênçãos paternas de seus filhos por Noé (Gênesis 9:26-27), Isaque (Gn 27:1-41), e Jacó (Gn 49:28). Por causa de seu grande carinho para as crianças, os pais muitas vezes trouxe deles a Jesus (conforme 9: 36-37; Mateus 21:15-16.). Sua afeição por crianças, no entanto, não fazê-Lo ingenuamente sentimental sobre eles. Jesus compreendeu que as crianças eram pecadores, e usou uma história sobre crianças impertinentes e obstinados para repreender os fariseus por sua rejeição a Ele e João Batista (Matt. 11: 16-19).

    Paidia ( crianças ) é um termo geral para as crianças. Em seu relato deste incidente, porém, Lucas usou uma forma da palavra brephos, que se refere especificamente aos bebês em gestação, recém-nascidos e lactentes jovens (Lc 18:15; conforme Lc 1:41, Lc 1:44; Lc 2:12, Lc 2:16; At 7:19; 1Pe 2:21Pe 2:2; Mc 3:12; Mc 9:25), e uma tempestade (04:39), Sua advertência aos discípulos para não revelar que Ele era o Messias (8 : 30), a repreensão de Pedro de Jesus (8:
    32) e repreensão subsequente do Senhor de Pedro (8:33), e repreensão da multidão de um cego que chamavam a Jesus (10:48).

    A bênção especial

    Mas quando Jesus viu isso, ficou indignado e disse-lhes: "Deixa as crianças vir a mim; não os impeçais; para o Reino de Deus pertence aos que como estes. (10:14)

    Repreensão excesso de zelo dos discípulos dos pais solicitado um indignado resposta de Jesus. O verbo traduzido indignado também é uma palavra forte, que significa "com raiva", "irado", ou "indignados." Ele descreve a reação dos escribas e fariseus para com os filhos no templo que estavam saudando Jesus como o Messias (Mt 21:15), a reação de alguns presentes quando uma mulher ungiu Jesus com perfume caro (Mc 14:4). O termo indica que Jesus foi seriamente agitado a os discípulos para a forma como trataram as crianças. Nem Jesus repreende os pais que trouxeram seus filhos para Ele. Os discípulos eram o único alvo de sua repreensão, por causa de suas suposições erradas e mal-entendidos da Escritura.

    Nada foi dito sobre a condição espiritual dos pais, ou se eram crentes ou descrentes. Fé das crianças também não foi um problema, Essas crianças não são por descrentes escolha consciente ou crentes; eles não podem receber a salvação divina verdade, nem rejeitá-la.
    . A resposta do Senhor aos seus discípulos foi enfático "Deixa as crianças vir a mim", Ele ordenou; ". não as impeçais" O tempo presente do verbo traduzido dificultar indica que os discípulos deveriam continuar a permitir que os pais e os seus que as crianças tenham acesso a Cristo. Era essencial que as crianças devem ser autorizados a ir a Ele, porque, como Ele disse aos discípulos, "o reino de Deus (a esfera da salvação) pertence a como estes. " A declaração do Senhor é inqualificável; não há reservas, condições ou restrições ligadas a ele. Ele não aplicá-la só aos filhos dos fiéis judeus, circuncidados (ou batizados) crianças, filhos eleitos, ou apenas para aquelas crianças presentes naquela ocasião particular. Uso de Lucas da palavra grega toioutōn ("como estas") em vez de toutois ("estes") indica que Jesus estava se referindo a todos aqueles que são incapazes de acreditar Salvadora porque eles não atingiram o ponto de responsabilidade pessoal (Lc 18:16; Cl 1:13; 1Jo 3:81Jo 3:8; conforme o refrão trágico "e ele morreu" no genealogia registrada em Gênesis 5). Essa natureza corrupta está presente desde a concepção. Davi escreveu: "Eis que eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe" (Sl 51:5 Deus disse:" A intenção do coração do homem é má desde a sua mocidade "(conforme Is 48:8 diz que "A estultícia está ligada ao coração de uma criança." O próprio fato de que os bebês podem morrer demonstra a realidade que eles não são moralmente neutra (a posição histórica do Pelagianismo, Semipelagianismo e Arminianismo), mas pecadores, uma vez que a morte resulta do pecado; é o salário pago pelo pecado todos (Rm 6:23).

    Que todas as crianças, sem exceção, crescer e se tornar adultos pecaminosas oferece mais uma prova de que eles são pecadores. Em 1Rs 8:46 Salomão observou que "não há homem que não peque." Davi suplicou a Deus: "Não entres em juízo com o teu servo, porque à tua vista nenhum homem vivo é justo" (Sl 143:2, ele acrescentou: "Na verdade, não é um homem justo sobre a terra, que faça o bem e que nunca pecados." Deus disse através de Jeremias: "O coração é mais enganoso do que todas as coisas, e desesperAdãoente corrupto; quem o pode ouvir "(Jr 17:9.). Pecaminosidade não é uma condição que as pessoas entram quando pecar, mas que eles nascem em que faz com que eles façam mal. Em outras palavras, as pessoas não são pecadores porque pecamos;pecam porque são pecadores. Assim, os bebês e as crianças pequenas são no reino de Deus apenas por um ato de Sua graça.

    Não é verdade, porém, que essas crianças têm a vida eterna e depois perdê-lo uma vez que atingem a condição de prestação de contas, uma vez que a vida eterna, por definição, não pode ser inferior a eterna (João 3:15-16; Jo 5:24; Jo 6:40; 10: 28-29). Em vez disso, Deus os mantém em estado de graça até que atinjam a idade em que eles se tornam responsáveis ​​diante dEle. Isso, a graça condicional temporária se tornará eterno para aqueles que morrem antes de se tornar responsável. A Bíblia ensina que eles são vistos como inocente aos olhos de Deus. Deus que se refere às crianças em Israel como aqueles "que hoje não têm conhecimento do bem ou do mal" (Dt 1:39). Deus retido Seu julgamento sobre Nínive, em parte por causa das crianças na cidade ", que [se] não sabem a diferença entre a sua mão direita e esquerda" (Jn 4:11). Uma vez que eles não têm idade suficiente para saber a diferença entre certo e errado, as crianças não são culpados por quebrar a lei de Deus e são inocentes perante Ele (conforme Jer. 19: 4-5, onde Deus se refere às crianças sacrificadas a Baal tão inocente 16:21 e Ez., onde Ele os chamou de "Meus filhos"). Explicando por que Deus graciosamente poupa essas crianças RA Webb escreveu,

    Se um bebê morto foram enviados para o inferno em nenhuma outra conta do que a do pecado original, haveria uma boa razão para a Mente Divina para o julgamento, porque o pecado é uma realidade. Mas a mente da criança seria um branco perfeita quanto à razão do seu sofrimento. Sob tais circunstâncias, seria conhece o sofrimento, mas não teria nenhuma compreensão da razão de sua sofrimento. Ele não poderia dizer-se por que era tão terrivelmente ferido e, consequentemente, todo o sentido e significado de seus sofrimentos, sendo a ele um enigma consciente, a própria essência da pena estaria ausente e justiça estaria decepcionado, traído de sua validação . ( A Teologia da Salvação infantil [Richmond, Va .: Comissão Presbiteriana de Publicações, 1907], 42)

    No meio de seu sofrimento, Jó lamentou:

     

    Por que eu não morrer no nascimento,
    Saiam do útero e expirar?
    Por que me receberam os joelhos,
    E por que os seios, que eu deveria sugar?
    Por agora eu teria deitado e quieto;
    Eu teria dormido então, eu teria ficado em repouso,
    Com reis e com conselheiros da terra,
    Quem reconstruído ruínas para si;
    Ou com os príncipes que tinham ouro,
    Quem foram enchendo suas casas de prata.
    Ou como um aborto que é descartado, eu não seria,
    Como as crianças que nunca viram a luz.
    Há os maus cessam de fúria,

    E há os cansados ​​em repouso. (3:11-17)

     

    Tão intensa era o seu sofrimento que Jó desejava que ele tinha sido um aborto ou uma criança natimorta e entrou directamente para descanso celestial.
    Como eu disse em um volume anterior desta série comentário,

    Talvez o exemplo mais útil no Antigo Testamento da salvação de crianças que morrem é encontrado em II Samuel 12. Depois pecados horríveis de Davi de cometer adultério com Bate-Seba e, em seguida, matar o marido em uma tentativa fracassada para encobri-lo, ele foi repreendido por o profeta Natã. Depois de Davi confessou o seu pecado (v. 13), Nathan garantiu-lhe o perdão de Deus, mas informou que uma das consequências do seu pecado foi que seu filho com Bate-Seba morreria (14 v.). Durante sete dias, o rei distraído jejuou e orou para a vida de seu filho. Quando ele percebeu que a criança estava morta, Davi "surgiu a partir do chão, lavou-se, ungiu-se, e trocou de roupa; e ele entrou na casa do Senhor, e adoraram. Em seguida, ele foi para a sua casa, e quando ele pediu, puseram comida diante dele e ele comeu "(v. 20). Seus servos atônitos ", disse-lhe: 'O que é essa coisa que você tem feito? Enquanto a criança estava viva, você jejuou e chorou; mas quando a criança morreu, você se levantou e comeu comida '"(v. 21). Davi explicou que enquanto a criança ainda estava vivo, havia esperança de que Deus iria ceder e poupar sua vida (v. 22). Mas depois que a criança morreu, não havia outro ponto em jejum (v. 23). 
         Em seguida, Davi disse confiante no final do versículo 23, "Eu irei com ele, mas ele não vai voltar para mim." Ele sabia que, depois de sua própria morte, ele estaria na presença de Deus (conforme Sl 17:15), ea certeza de que ele iria se reencontrar com seu filho no céu garantiu para ele conforto e esperança. 
         Em contraste, quando o seu filho adulto rebelde Absalão morreu , Davi estava inconsolável (2 Sam. 18: 33-19: 4). Ele sabia que depois que ele morreu, ele iria se reencontrar com seu filho por Bate-Seba. Mas Davi sabia que não havia tanta esperança de um reencontro após a morte com Absalão, o assassino (13 22:10-13:33'>2 Sam. 13 22:33) e rebelde. ( Lucas 18:24, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, de 2014], 29)

    A salvação de crianças que morrem tem sido o ensino da Igreja durante séculos. O grande reformador João Calvino escreveu:
    Essas crianças pequenas ainda não tem nenhum entendimento para desejar a sua bênção; mas quando eles são apresentados a ele, ele suavemente e gentilmente os recebe, e dedica-os ao Pai por um ato solene de bênção ... Para excluir da graça da redenção aqueles que estão de que a idade seria muito cruel ... é presunção e sacrilégio para dirigir longe do rebanho de Cristo aqueles a quem ele nutre no seu seio, e fechou a porta, e excluir como estranhos aqueles a quem ele não quer ser proibido de chegar a ele. ( Comentário sobre a Harmonia de Mateus, Marcos e Lucas [Edinburgh: Calvin Translation Society, 1845), 2: 389, 390-91)

    O eminente teólogo do século XIX, Charles Hodge escreveu: "De tais [crianças] Ele nos diz que é o reino dos céus, como se o céu era, em grande medida, composto das almas de crianças resgatadas" ( Teologia Sistemática [repr., Grande Rapids: Eerdmans, 1979], 1:27). BB Warfield, o teólogo de Princeton do século XIX respeitado, também argumentou que a Escritura ensina a salvação das crianças:

    Seu destino é determinada independentemente de sua escolha, por um decreto incondicional de Deus, suspenso para a sua execução em nenhum ato de sua própria; e sua salvação é operada por uma aplicação incondicional da graça de Cristo para suas almas, por meio da operação imediata e irresistível do Espírito Santo antes e independentemente de qualquer ação de suas próprias vontades próprias ... E se a morte na infância independe na providência de Deus, é seguramente Deus em Sua providência que seleciona essa vasta multidão a ser feita participantes de Sua salvação incondicional ... Este é apenas para dizer que eles são incondicionalmente predestinados para a salvação, desde a fundação do mundo. Se apenas uma única criança morrendo na infância ser salvo, todo o princípio Arminiano é atravessado. Se todas as crianças que morrem como são salvos, não só a maioria dos salvos, mas, sem dúvida, a maior parte da raça humana, até então, entraram em vida por uma via não-arminiano. (Citado em Loraine Boettner, A Doutrina Reformada da Predestinação [Phillipsburg, NJ: presbiterianos e reformados, 1980], 143-44; para uma nova discussão sobre a salvação das crianças, ver John Macarthur, seguro nos braços de Deus [Nashville: Tomé Nelson, 2003].)

    A Analogia Salvação

    Em verdade vos digo que, quem não receber o reino de Deus como uma criança não entrará em tudo isto. "(10:15)

    A salvação de crianças pequenas é uma analogia apt que demonstra que a salvação é inteiramente pela graça. É um golpe mortal para qualquer forma de legalismo, uma vez que tais crianças, obviamente, não pode fazer nada para merecer a salvação. Declaração solene do Senhor, "Em verdade eu vos digo: quem não receber o reino de Deus como uma criança não entrará nele em tudo", era uma repreensão severa da retidão de obras legalista sistema dos fariseus e dos seus seguidores e, por extensão, de todos os que confiam em suas boas obras para salvá-los.

    Desenhando a passagem ao fim, versículo 16 notas que Jesus levou os filhos nos braços e começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre eles. Em um gesto maravilhoso, gravado apenas por Marcos, o Senhor enfatizou o lugar especial estas crianças têm no reino. O verbo traduzido levou -los em seus braços é um verbo composto que significa "para envolver nos braços", assim como se faria com um bebê.Ele abraçou-os e começou a abençoá-los um por um. O sentido do verbo traduzido bênção é que Jesus abençoou com fervor, orando por cada um deles com as mãos sobre eles, uma postura bênção muito familiar. A aceitação do Senhor retrata a realidade de que a salvação é somente pela graça. A salvação de uma criança que morre sem ter realizado qualquer trabalho meritório é a maior ilustração de que a verdade bíblica fundamental. Após a morte de uma criança ou um com a mente de uma criança, Deus se aplica o sacrifício do Salvador para eles e eles são declarados e feitos justos no mesmo momento.

    A maior bênção que os pais podem conferir a seus filhos é evangelizar-los com amor. Essa é a sua maior prioridade como mordomos da vida de seus filhos, uma vez que eles são velhos o suficiente para entender e crer no evangelho. A salvação de seus filhos é uma obra soberana de Deus, mas os pais são os agentes através do qual esse trabalho divino é realizado. Eles são os missionários primárias na vida dos seus filhos.

    38. A Tragédia de um homem alto suficiente (Marcos 10:17-31)

    Como Ele estava assentado em uma viagem, um homem correu para Ele e ajoelhou-se diante dele, e lhe perguntou: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" E Jesus disse-lhe: "Por que me chamais bom? Ninguém é bom senão Deus. Sabes os mandamentos: 'Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudar, honrar pai e mãe. "E ele disse-lhe:" Mestre, tenho cumprido tudo . estas coisas desde a minha juventude "Olhando para ele, Jesus sentiu um amor por ele e disse-lhe:" Uma coisa te falta: vai, vende tudo o que possui e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me ". Mas com essas palavras que ele estava triste, e ele foi embora de luto, pois ele foi um dos que possuía muitos bens. E Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: "Quão difícil será para aqueles que são ricos entrar no Reino de Deus!" Os discípulos ficaram admirados com as suas palavras. Mas Jesus respondeu novamente e disse-lhes: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. "Eles ficaram ainda mais surpresos e disseram-lhe:" Então, quem pode ser salvo? "Olhando para eles, Jesus disse: "Com as pessoas que é impossível, mas não para Deus; para todas as coisas são possíveis para Deus. "Pedro começou a dizer-lhe:" Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. "Jesus disse:" Em verdade eu vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por minha causa e por causa do evangelho, mas que ele receberá cem vezes mais agora, na era presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e campos, juntamente com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Mas muitos que são primeiros serão últimos, e os últimos, em primeiro lugar "(10: 17-31).

    A Bíblia ensina que os pecadores não buscam a Deus por conta própria (Sl. 14: 2-3). O Senhor Jesus Cristo afirmou que a realidade, quando declarou: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer ... Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, a menos que tenha sido concedida —lo do Pai "(Jo 6:44, Jo 6:65). O apóstolo Paulo, refletindo Escritura do Antigo Testamento, escreveu: "Não há justo, nem um sequer; não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer "(Romanos 3:10-12.).Técnicas de marketing inteligente e estratégias não permitirá superficiais, egoístas pecadores-que estão "mortos em [suas] delitos e pecados," andar "de acordo com o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do do espírito que agora atua nos filhos da desobediência, as ambições de [o] carne "vidas controladas por viver", fazendo a vontade da carne e do espírito, e [que são] por natureza filhos da ira "(Ef . 2: 1-3) —para desejam a salvação ao ouvir o evangelho. Essa é a obra de Deus. Só Deus, pelo milagre da regeneração, habilita o pecador a buscá-Lo, pelo arrependimento e fé no evangelho (conforme Jo 3:1-8).

    Ainda assim, a Bíblia ordena pecadores para buscar a Deus, não perseguir o cumprimento de seus próprios desejos egoístas. Isaías declarou: "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar; invocai-o enquanto está perto "(Is 55:6). Em Jr 29:13 Deus mesmo declarou: "Você vai buscar-me e encontrar-me quando você procura por mim de todo o vosso coração" (conforme 1Cr 28:9;. Cf . Sl 10:4) para o tempo final, onde ele iria morrer e ressuscitar.Um dia, como Ele estava assentado em uma viagem na região, algo inesperado aconteceu (Mt 19:16 introduz esta conta com a frase grega. kai idou ["e eis que"]) — um homem correu para Ele e ajoelhou-se diante Ele. O que fez que surpreendente, até mesmo chocante, é a identidade do homem. Mateus observa que ele era jovem, Lucas que ele era um governante (provavelmente de uma sinagoga [Lc 18:18]), e todos os três relatório que ele era extremamente rico (Mt 19:22 (Mt 19:16.);. Mc 10:22; Lc 18:23).

    Várias coisas sobre este rico, homem influente que tinha conseguido muito de acordo com o sistema religioso de sua época teria chocado os circunstantes. Primeiro, ele correu para Jesus. Os homens do Oriente Médio do estado não foi executada. Corrida exigiu recolhendo as longas vestes usadas por homens e mulheres, expondo assim as pernas, e foi considerado indigno e até mesmo vergonhoso. Ele também se ajoelhou diante de Cristo, assumindo uma postura humilde, de adoração na presença daquele a quem o establishment religioso odiado como um falso profeta e tentou matar. Além disso, ele se dirigiu a Jesus respeitosamente como bom professor.

    Como observado anteriormente neste capítulo, este rico, jovem príncipe parecia ser uma perspectiva infalível. Ele reconheceu a sua necessidade, em contraste com o fariseu descrito em Lucas 18:9-14.Apesar de todas as suas realizações religiosas, ele sabia que ele não tem a vida eterna e, portanto, não tinha uma esperança confiante do céu.

    Além disso, ele procurou urgentemente a vida eterna que ele sabia que não possuía. Desconsiderando-se a sua reputação e sua dignidade, ele humildemente veio a Jesus publicamente, ao contrário Nicodemus (Jo 3:2).

    Finalmente, ele fez a pergunta certa: "O que devo fazer para herdar a vida eterna?" De acordo com o sistema legalista de justiça própria que ele fazia parte, ele estava olhando para o conhecimento do último bom trabalho que finalmente iria permitir que ele obter a vida eterna. Apesar de todas as suas realizações religiosas, havia um medo persistente em sua mente que a salvação ainda estava faltando.Houve uma culpa insatisfeito; um desejo não realizado; . dúvida dolorosa sobre a sua relação com Deus a vida eterna se refere a uma qualidade de vida, não uma quantidade; não apenas a viver para sempre, mas em vez de possuir a própria vida de Deus, que Ele graciosamente concede aos crentes.

    Este problema fundamental do homem estava em sua incompreensão e abuso da palavra bom, que ele usado livremente em relação a Cristo. Ele quis dizer nada mais por ele do que para elogiá-lo como um bom professor, em outras palavras, um enviado de Deus (conforme Jo 3:2), dizendo: "Esta é a obra de Deus, que você acredita em que por ele foi enviado "(v 29;. conforme At 16:31). O onisciente Senhor, que sabia o que estava nos corações dos homens (Jo 2:25), não contestou este homem de acreditar, porque Ele sabia que primeiro precisava vir a enfrentar o julgamento iminente do pecado sobre a sua cabeça, e a necessidade de arrependimento e perdão por misericórdia divina para escapar da ira eterna.

    Desafio do Salvador

    E Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Sabes os mandamentos: 'Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudar, honrar pai e mãe. "(10: 18-19)

    A resposta do Senhor, "Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus ", não era, é claro, uma negação de sua divindade. Isso teria contradito Suas afirmações explícitas em outros lugares (por exemplo, João 5:17-18; Jo 8:24, Jo 8:58; 10: 30-33). Sua Proposito era repreender entendimento inadequado deste homem da palavra boa e redefini-lo em relação a Deus. Bom, ao contrário de "ruim", é absoluto, não relativo. As pessoas podem ser mais ou menos bom ou ruim, mas só Deus é absolutamente, perfeitamente, eternamente bom. Antes do evangelho pode ser apresentado a eles, as pessoas devem entender que eles não são bons aos olhos de Deus, e que nenhuma quantidade de esforço humano ou prática religiosa pode torná-los assim (Rm 3:20, Rm 3:28;.. Gl 2:16; Ef 2:8-9; Fp 3:1; 2Tm 1:92Tm 1:9). A revelação divina na lei demonstra e define a justiça de Deus perfeito, santidade e bondade absoluta, e é o padrão para que todos os que querem alcançar a salvação por sua própria justiça não pode atingir (Mt 5:48;. Conforme Lv 11:45.; Lv 19:2). A lei mostra pecadores como perfeitamente Deus é bom e quão mal eles são, produzindo culpa, medo, temor, remorso, ea realidade inevitável do julgamento divino. "É nosso tutor para nos conduzir a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé" (Gl 3:24). Mas, como o povo judeu da época de Jesus, este homem tinha torcido a lei em um meio de estabelecer a sua própria bondade e justiça (Rm. 9: 30-32).

    Antes de sua conversão, o apóstolo Paulo foi muito parecido com este pecador religioso. Ele era "circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível "(Fp. 3: 5-6). Como ele escreveu em 13 48:1-14'>Gálatas 1:13-14, ele era uma estrela em ascensão no judaísmo do primeiro século: "Porque você já ouviu falar do meu ex-modo de vida no judaísmo, como eu costumava persegui a Igreja de Deus além da medida e tentou destruí-la; e eu estava excedia em judaísmo a muitos dos meus contemporâneos entre os meus compatriotas, sendo mais extremamente zeloso minhas tradições ancestrais "Mas, como ele foi habilitado pelo Espírito de Deus para compreender verdadeiramente a lei, ele viu a si mesmo pelo que ele era.:

    Que diremos, pois? É a lei pecado? De maneira nenhuma! Pelo contrário, eu não teria chegado a conhecer o pecado senão pela lei; pois eu não teria conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, despertou em mim a cobiça de todo tipo "Não cobiçarás."; para além do pecado Lei está morto. Certa vez eu estava vivo, sem lei; mas quando veio o mandamento, o pecado tornou-se viva e eu morri; e este mandamento, que era de resultar em vida, provou resultar em morte por mim; para o pecado, tomando uma oportunidade, pelo mandamento, me enganou e por ele me matou. Então, a lei é santa, eo mandamento é santo, justo e bom. Por isso que o que é bom tornar-se uma causa de morte para mim? De maneira nenhuma! Pelo contrário, foi o pecado, a fim de que ele pode ser mostrado para ser pecado por efetuar a minha morte por aquilo que é bom, para que através do pecado mandamento se tornaria totalmente pecaminosa. (Rom. 7: 7-13)

    A bondade da natureza de Deus é revelada na lei, e quando Paulo medida se contra a lei, ele percebeu que não era de todo justo, mas um pecador miserável. Ele comparou o seu melhor moralidade e religiosidade para "esterco" (Filipenses 3:4-8. KJV).

    O Senhor, então, desafiou este homem, como Paulo faria mais tarde, julgar-se pela lei e perceber que ele não era bom. Jesus lembrou-lhe que ele sabia que os mandamentos e foi responsável para mantê-los (Mt 19:17). Ele, então, deu-lhe uma lista de exemplos: "Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudar, honrar pai e mãe." Todos, exceto um desses exemplos foram tomadas a partir da segunda metade dos Dez Mandamentos, que lida com as relações humanas, ao contrário dos primeiros cinco mandamentos, que lidam com a relação da pessoa com Deus.

    Delusion do Seeker

    E ele disse-lhe: "Mestre, eu guardava todas estas coisas desde a minha mocidade." (10:20)

    Longe de ser condenado por sua incapacidade de atingir a perfeição da lei, esse jovem governante, como seus colegas religiosos, estava convencido de que a sua observância da lei vindicado sua justiça. Sua alegação de ter guardava todas estas coisas de sua juventude até a esse momento revelou seu fracasso total para realmente entender o seu pecado. Seu auto-justiça ele tinha cegado a revelação da lei do seu pecado (conforme Jr 17:9). Riqueza terrena e satisfação temporal foi deus deste homem.

    Jesus pregou o direito a ele, mas não é o evangelho. Os pecadores não estão prontos para as boas novas do evangelho até que aceitem a má notícia de que a lei condena os pecadores como culpados. Como um líder religioso muito respeitado, reverenciado e honrado, ele viu sua prosperidade e sua posição exaltada na sinagoga como prova de que ele era bom e Deus estava contente com ele. Ele não estava disposto a reconhecer que ele era um pecador, afirmar que suas boas obras não poderia salvá-lo, e lançou-se sobre a graça e misericórdia de Deus, e apresentar ao senhorio de Cristo. Tragicamente, na encruzilhada de seu destino eterno, face-a-face com o Salvador, ele tomou o caminho largo que leva à destruição e rejeitou o caminho estreito que só conduz à vida eterna.

    A Educação

    E Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: "Quão difícil será para aqueles que são ricos entrar no Reino de Deus!" Os discípulos ficaram admirados com as suas palavras.Mas Jesus respondeu novamente e disse-lhes: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. "Eles ficaram ainda mais surpresos e disseram-lhe:" Então, quem pode ser salvo? "Olhando para eles, Jesus disse: "Com as pessoas que é impossível, mas não para Deus; para todas as coisas são possíveis para Deus. "Pedro começou a dizer-lhe:" Eis que nós deixamos tudo e te seguimos. "Jesus disse:" Em verdade eu vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por minha causa e por causa do evangelho, mas que ele receberá cem vezes mais agora, na era presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e campos, juntamente com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Mas muitos que são primeiros serão últimos, e os últimos, em primeiro lugar "(10: 23-31).

    A lição Jesus chamou de a trágica história do jovem rico elabora em sua declaração em Mc 8:35, "Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por causa de mim e do evangelho, esse a salvará. "Aquele homem, que parecia estar sinceramente buscando a vida eterna, acabou perdendo sua alma eterna para sempre por amor de si e riquezas terrenas. A instrução do Senhor se desdobra em duas partes: a pobreza das riquezas e as riquezas da pobreza.

    O Poverty da Riches

    E Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: "Quão difícil será para aqueles que são ricos entrar no Reino de Deus!" Os discípulos ficaram admirados com as suas palavras.Mas Jesus respondeu novamente e disse-lhes: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus. "Eles ficaram ainda mais surpresos e disseram-lhe:" Então, quem pode ser salvo? "Olhando para eles, Jesus disse: "Com as pessoas que é impossível, mas não para Deus; para todas as coisas são possíveis para Deus "(10: 23-27).

    Depois de assistir, infelizmente, como o jovem rico se afastou Jesus, olhando em redor, disse aos seus atônitos discípulos: "Quão difícil será para aqueles que são ricos entrar no Reino de Deus!" Eles tinham sido surpreendidos quando a perspectiva aparentemente esperançoso rejeitado termos de Jesus e de repente se virou e saiu. Os discípulos ficaram ainda mais espantados com as suas palavrasacerca da dificuldade dos ricos encontrar em entrar no reino. Em sua cultura, como observado anteriormente, assumiu-se que a riqueza eo poder eram sinais de bênção de Deus.

    Pelo contrário, a entrar no reino é difícil para os ricos para, pelo menos, três razões. Em primeiro lugar, a sua riqueza lhes dá uma falsa sensação de segurança. Paulo ordenou a Timóteo: "Instruir aqueles que são ricos deste mundo que não sejam altivos, nem para corrigir a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para desfrutar" (1Tm 6:17 ).

    Em segundo lugar, eles também são consumidos com as coisas do mundo, e onde o seu tesouro, seu coração esteja também (Mt 6:21). Em 1Tm 6:10 Paulo advertiu: "Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males, e alguns por anseio por ela se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores." O apóstolo João emitiu um semelhante aviso:

    Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. (I João 2:15-16)

    Aqueles que agarrar riqueza são como o tolo rico da parábola do Senhor:

    E Ele lhes disse uma parábola, dizendo: "A terra de um homem rico foi muito produtivo. E ele começou a raciocinar para si mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho lugar para guardar minhas colheitas? 'Então ele disse: 'Isto é o que vou fazer: vou derrubar os meus celeiros e construir outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens. E direi à minha alma: "Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; levar a sua vontade, comer, beber e ser feliz. "" Mas Deus lhe disse: 'Insensato! Esta mesma noite a sua alma é exigido de você; e agora quem será o proprietário o que você preparou? '. Então, é o homem que armazena um tesouro para si mesmo, e não é rico para com Deus "(Lucas 12:16-21)

    Finalmente, os ricos tendem a ser egoístas, buscando auto-realização e auto-gratificação, como o homem rico na história do Senhor, que ignorou o mendigo necessitados ao seu portão (Lucas 16:19-31).

    Essas razões psicológicas, no entanto, não são ponto aqui o Senhor, uma vez que o rico homem de quem ele falava era uma pessoa aparentemente religiosa. De acordo com a teologia simplista (e errada) de judaísmo do primeiro século, a riqueza era um sinal da bênção de Deus. Por outro lado, eles viram os pobres como amaldiçoado por Deus. Além disso, aqueles que eram ricos tinham os meios para pagar por mais sacrifícios do que os pobres. Eles também poderiam dar ao luxo de dar mais esmolas e comprar mais ofertas do que as outras pessoas, e os judeus acreditavam que a esmola era chave para entrar no reino. O livro apócrifo de Tobias disse: "É melhor dar esmolas do que juntar ouro: uma esmola livrará da morte, e deve limpar todos os pecados. Aqueles que exercem esmolas e justiça deve ser preenchido com a vida "(Tobias 12: 8-9; conforme Eclesiástico 03:30). Assim, no sistema religioso judaico, ele deve ser fácil para o rico entrar no reino de Deus, não impossível.
    Não surpreendentemente, os discípulos estavam chocados e espantado com Jesus palavras, que pareciam contra-intuitivo para eles. Sua reação indica que eles ainda não tinham completamente quebrado livre do sistema legalista em que tinham sido levantadas. Mas Jesus respondeu novamente e disse-lhes: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!" Longe de enfraquecimento Sua declaração, o Senhor repetiu e ampliou-o para incluir todos, não apenas os ricos. Ele então deu uma ilustração de como é difícil entrar no reino de Deus:

    Na realidade, é impossível para os ricos para comprar o seu caminho para o reino, como a declaração proverbial: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus" indica . Os persas expressa impossibilidade com um familiar provérbio afirmando que seria mais fácil para um elefante para passar pelo buraco de uma agulha. Os judeus pegou o provérbio, substituindo um camelo por um elefante, uma vez que os camelos foram os maiores animais na Palestina. 
         Alguns, dispostos a enfrentar a dura realidade que o ditado diz, tentou amolecê-lo. Notando a semelhança entre as palavras gregas kamelos (camelo) e Kamilos (uma grande corda ou cabo), alguns sugerem que um copista errou, substituindo o antigo para o último. É improvável, contudo, que todos os três sinóticos teria sido alteradas da mesma forma. Nem um escriba fazer a declaração mais difícil, em vez de mais fácil. Ele pode alterar a redação do "camelo" para "cabo", mas não de "cordão" para "camelo". Mas mesmo uma corda pode não mais passar pelo buraco de uma agulha do que um camelo podia.Outros imaginam que a referência é a um pequeno portão [in] muralha de Jerusalém que os camelos só poderia entrar com grande dificuldade. Mas não há nenhuma evidência de que tal portão já existiu.Nem qualquer pessoa com bom senso tentaram forçar um camelo através de um pequeno portão tal, mesmo se tivesse existido; eles simplesmente trouxe o seu camelo para a cidade através de uma porta maior. O ponto óbvio de que a expressão pitoresca de hipérbole não é que a salvação é difícil, mas sim que é humanamente impossível para todos, por qualquer meio, incluindo os ricos (conforme Mc 10:23-24).Os pecadores estão conscientes de sua culpa e medo, e pode até desejar um relacionamento com Deus que traria perdão e paz. Mas eles não podem manter suas prioridades pecaminosos e controle pessoal e acho que para chegar a Deus em seus próprios termos. O jovem ilustra essa realidade. (John Macarthur, Lucas 18:24, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, de 2014], 41-42)

    Ainda mais espantado, os discípulos disseram-lhe: "Então, quem pode ser salvo?" Olhando para eles, Jesus lhes disse claramente: "Com as pessoas que é impossível, mas não para Deus; para todas as coisas são possíveis para Deus " (conforme a frase similar usado em Lc 1:37 para se referir ao nascimento virginal). Pecadors, por seu próprio poder, vontade e esforços, não pode salvar-se (Jr 13:23.);apenas um ato soberano de Deus pode mudar o coração (João 1:11-13; 3: 3-8; Jo 6:44, Jo 6:65).

    Quando os pecadores, por obra do Espírito, chegar ao ponto onde eles desejam se arrepender e ser salvo, tendo reconhecido a sua culpa, eles só podem clamar a Deus e pedir que Ele graciosamente para perdoar seus pecados e salvá-los do julgamento por meio de Jesus Cristo . Seu único fundamento, como o publicano arrependido, é "Deus, sê propício a mim, pecador!" (Lc 18:13).

    O Riches da Pobreza

    Pedro começou a dizer-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos." Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, filhos ou fazendas, por minha causa e por causa do evangelho, mas que ele receberá cem vezes mais agora, na era presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e campos, juntamente com perseguições; e, no mundo futuro, a vida eterna. Mas muitos que são primeiros serão últimos, e os últimos, em primeiro lugar "(10: 28-31).

    Como Pedro apontou, ao contrário do jovem rico e muitos outros pretensos seguidores (conforme Jo 6:66; Lucas 9:59-62), os discípulos tinham deixaram tudo e seguiram Cristo. Mateus registra que Pedro seguiu essa afirmação com a pergunta: "O que então haverá para nós?" (Mt 19:27). Em resposta , Jesus disse: "Em verdade eu vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou fazendas, por minha causa e por causa do evangelho, mas que ele, receberá cem vezes tanto agora na era presente, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e campos, juntamente com as inevitáveis ​​perseguições eles terão de enfrentar (At 14:22). Todos os crentes se tornam parte da igreja, o corpo de Cristo. Enquanto muitos perdem suas famílias terrenas quando eles se tornam cristãos, eles acham que eles ganharam a família celestial e recebem muitos pais, mães, irmãs e irmãos em Cristo.

    Que cuidados mútuos marcou a verdadeira igreja de Jesus Cristo desde o seu início no dia de Pentecostes. Quando a igreja nasceu, consistia em parte de peregrinos que vieram de assentamentos judeus fora de Israel. Depois de sua conversão, os novos crentes não queria ir para casa porque não havia igrejas, exceto para o de Jerusalém. Eles ficaram, alguns deles de forma permanente, nas casas dos crentes que já estavam lá. Aqueles crentes alimentá-los, os abrigou, e amou e cuidou deles. Anos mais tarde, o apóstolo Paulo iria viajar por toda a região do Mediterrâneo, coletando uma oferta para levar para a igreja de Jerusalém para que ele pudesse continuar a cuidar dos crentes necessitados lá (2 Cor. 8-9).
    Mas não é só na vida presente que aqueles que deixaram tudo para trás para seguir a Cristo será recompensado; no século futuro, eles serão abençoados com a vida eterna no céu. Em resposta à pergunta de Pedro em relação a ele e seus companheiros apóstolos, Jesus respondeu: "Em verdade eu vos digo, que vós, que me seguistes, que na regeneração [o reino milenar], quando o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, você também deve sentar em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel "(Mt 19:28).

    Declaração de conclusão do Senhor, "Mas muitos que são primeiros serão últimos, e os últimos, em primeiro lugar," significa simplesmente que tudo vai acabar possuidores iguais de tesouros do céu (conforme Mt 19:1)

    Eles estavam na estrada, subindo para Jerusalém, e Jesus estava andando na frente deles; e eles ficaram espantados, e aqueles que seguiram estavam com medo. E mais uma vez ele tomou os doze e começou a dizer-lhes o que ia acontecer com ele, dizendo: "Eis que subimos a Jerusalém, eo Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e os escribas; e eles o condenarão à morte e entregá-lo aos gentios. Eles vão zombar Ele e cuspir nele, e açoitá-lo e matá-lo, e três dias depois ele ressuscitará "(10: 32-34).

    Uma das reivindicações críticos e céticos falsos fazer em uma tentativa de desacreditar o Senhor Jesus Cristo é que Sua morte foi uma gravidez não planejada, o infortúnio inesperado. Alguns sustentam que Jesus, embora suas intenções eram boas, mal calculado mal a vontade do povo de tolerar seu ensino e foi longe demais. Outros o vêem como um nacionalista equivocada, cujas tentativas de iniciar uma revolução contra Roma terminou em desastre. Para outros, ele era apenas mais um fanático religioso que, arrastados pela Sua própria popularidade, entretido delírios de grandeza. Em qualquer caso, eles cobram a forma como as coisas aconteceram, certamente, não era a maneira que pretendia.
    Nada poderia estar mais longe da verdade. Oposto de ser pego de surpresa, Jesus sabia desde o início que iria acontecer com ele. Cada aspecto da Sua morte foi profetizado sete séculos antes de seu nascimento:

    Eis o meu servo prosperará, Ele será alto e elevado e muito elevado. Assim como muitos ficaram espantados de ti, povo meu, para que sua aparência era desfigurado, mais do que qualquer homem e sua figura mais do que os filhos dos homens. Assim, Ele vai polvilhe muitas nações, os reis fecharão as suas bocas por causa dele; para o que não lhes tinha sido dito que eles vão ver, e que eles não tinham ouvido falar que eles vão entender. Quem deu crédito à nossa pregação? E para quem tem o braço do Senhor foi revelado? Para Ele cresceu diante dele como um renovo, e como raiz de uma terra seca; Ele não tem forma imponente ou majestade que devemos olhar para Ele, nem aparência de que devemos ser atraída por ele. Era desprezado, eo mais rejeitado entre os homens, homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Certamente nossas tristezas Ele próprio geraram, e as nossas dores Ele transportados;ainda que nós mesmos o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, Ele foi moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e por Sua pisaduras fomos sarados. Todos nós como ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; mas o Senhor fez com que a iniqüidade de nós todos a cair sobre ele. Ele foi oprimido e ele foi humilhado, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e os da sua geração, que considerou que ele fora cortado da terra dos viventes pela transgressão do meu povo, a quem o curso era devido? Seu túmulo foi atribuído com homens ímpios, mas Ele estava com um homem rico na sua morte, porque Ele nunca fez injustiça, nem houve engano na sua boca. Mas o Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; Ele se tornaria-se como uma oferta pela culpa, ele verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, eo bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Como resultado da angústia de sua alma, ele vai vê-lo, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o Justo, meu Servo, justificará a muitos, como Ele irá suportar as suas iniqüidades. Por isso, vou colocar-Lhe uma parte com os grandes, e ele dividirá os despojos com os fortes; porque Ele derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas Ele mesmo carregou o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu. (13 23:53-12'>Is. 52: 13 53:12)

    Antes de Jesus nascer um anjo disse a Seu pai, José, que Maria "dará à luz um filho; e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados "(Mt 1:21). Antecipando-se à cruz, Jesus disse: "Agora a minha alma está perturbada; e que eu vou dizer: 'Pai, salva-me desta hora? Mas para este fim Eu vim para esta hora "(Jo 12:27). Jesus fez alusão a sua morte em todo o seu ministério:

    E Jesus disse-lhes: "Enquanto o noivo está com eles, os atendentes do noivo não podem jejuar, podem? Enquanto têm consigo o esposo com eles, não podem jejuar. . Mas dias virão em que o noivo será tirado do meio deles, e então jejuarão naquele dia "(Marcos 2:19-20)

    Mas eu tenho um batismo de sofrer, e como me angustio até que seja cumprida! (Lc 12:50)

    E disse-lhes: "Ide dizer a essa raposa [Herodes Antipas]: Eis que eu expulso os demônios e fazendo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia eu alcançar meu objetivo." No entanto, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte; por isso não pode ser que um profeta pereça fora de Jerusalém. "(13 32:42-13:33'>Lucas 13:32-33.; conforme vv 34-35)

    Mas primeiro ele deve sofrer muito e ser rejeitado por esta geração. (Lc 17:25)

    Em três ocasiões nos Evangelhos Sinópticos, Jesus forneceu detalhes específicos de sua morte aos Seus discípulos (Mc 8:31; conforme Mt 16:21; Lc 9:22; Mc 9:31; conforme Mt 17:1).A presente passagem e os relatos paralelos em Mateus e Lucas (Matt. 20: 17-19; Lucas 18:31-34), relacionar a última destas três predições.

    A razão pela qual Jesus foi capaz de fazer previsões específicas e precisas a respeito da Sua morte é dupla: primeiro, porque sabia perfeitamente o Antigo Testamento, e segundo, porque Ele possuía conhecimento divino perfeito. O ensinamento de Jesus, nesta ocasião, pode, portanto, ser analisada sob dois títulos: escritura profética, e onisciência pessoal.

    Escrituras proféticas

    Eles estavam na estrada, subindo para Jerusalém, e Jesus estava andando na frente deles; e eles ficaram espantados, e aqueles que seguiram estavam com medo. E mais uma vez ele tomou os doze e começou a dizer-lhes o que ia acontecer com ele. (10:32)

    Esta lição ocorreu enquanto Jesus, acompanhado por uma grande multidão (conforme Mt 20:29), estava no caminho, subindo para Jerusalém via Jericó. Eles haviam deixado o Rio Jordão, onde eles haviam cruzado de volta para Israel depois de viajar ao sul da Galiléia através Perea (região leste do Jordão) para evitar passar por Samaria (conforme Jo 4:9), uma vez que eles tinham, como mencionado acima, já recebeu instruções do Senhor sobre o que estava a acontecer. Mas mesmo o resto deaqueles que seguiam estavam com medo. Eles estavam confusos a respeito de porque o que eles esperava fervorosamente que foi o Messias estava caminhando para o perigo mortal que deparar com ele em Jerusalém.

    Para ajudar a prepará-los para o que estava por vir, Jesus tomou os doze e começou a dizer-lhes mais uma vez o que ia acontecer com ele. Como isso aconteceu, eles tiveram um tempo bastante difícil lidar com a sua traição, prisão, ensaios, crucificação, e morte. Se não tivessem sido avisados, o nível de dúvida e medo que eles teriam experimentado teria sido muito maior. Mas quando esses eventos aconteceram, o conhecimento de que as coisas foram se desenrolando exatamente como Jesus havia predito assegurou-lhes que Deus estava no controle completo.

    Os Doze estavam familiarizados com o Antigo Testamento, porque foi lido e ensinado nas sinagogas toda a vida. Mas, sob a influência do ensino bizarro, místico proposto pelos fariseus e escribas, faltava-lhes uma verdadeira compreensão da revelação. Ao longo de seu ministério Jesus havia desafiado a má interpretação rabínica do Antigo Testamento (por exemplo, Mat. 5: 21-48; 15: 2-6; Marcos 7:8-9; conforme Tt 1:14; Mc 7:7). Sua morte foi prometido no Antigo Testamento, não em termos gerais, vagos, mas muito especificamente.

    Por exemplo, o sistema de sacrifício, que foi iniciada (Gn 3:21) e mandatou (Levítico) por Deus, por necessidade apontou para um sacrifício final, como o escritor de Hebreus deixa claro:

    Ambos os dons e sacrifícios são oferecidos que não pode fazer o adorador perfeito em consciência. (He 9:9)

    Por isso que temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Cada sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo vez após vez os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas Ele, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados de todos os tempos, sentou-se à direita de Deus. (Heb. 10: 10-12)

    Jesus certamente também têm apontado que o Salmo 22 graficamente descreveu os detalhes de sua morte na cruz, mesmo que a crucificação era desconhecido em Israel no momento em que salmo foi escrito.O salmo começa com as palavras nosso Senhor falou sobre a cruz, (v. 1; conforme Mt 27:46). "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?". Os versículos 6:8 prever o desprezo e zombaria amontoados sobre Jesus por Seus inimigos:

    Mas eu sou um verme e não um homem, opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me vêem zombam de mim; eles se separam com o lábio, eles abanam a cabeça, dizendo: "Comprometa-se com o Senhor; Que ele o livre; deixá-Lo resgatá-lo, porque tem prazer nele "(conforme Lucas 23:35-39).

    O versículo 16 diz que os Seus algozes ", traspassaram-me as mãos e os meus pés" —uma referência óbvia à crucificação.
    Os versículos 14:17 descrevem a física sofrendo o Senhor suportou na cruz:
    Derramei-me como água, e todos os meus ossos estão fora do comum; o meu coração é como cera; derreteu-se dentro de mim. A minha força secou-se como um caco de barro, e os meus cleaves língua se me da boca; e Você me deitas no pó da morte. Pois cães me rodeiam; um bando de malfeitores me cercou; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos. Eles olham, olham-me.

    Essa previsão notavelmente precisas ainda registra o detalhe de que seus carrascos iria dividir vestes de Jesus: "Eles dividem as minhas roupas entre si, e sobre a minha túnica lançaram sortes" (v 18; conforme Lc 23:34.).

    Certamente Ele falou que a maior profecia de seu nascimento, vida, morte, ressurreição e glória: Isaías 53. O Antigo Testamento também previu inúmeros outros detalhes da vida e ministério de Jesus, incluindo

    Sua entrada triunfal (Zc 9:1; Matt 21:4-5)

    Fúria de seus inimigos contra Ele (Sl 2:1-3; Atos 4:25-28.)

    Sua deserção por seus amigos (Zc 13:7.)

    Sua traição por trinta moedas de prata (Zc 11:12;. Mt 26:15.)

    Seu ser levantado (uma referência a sua morte por crucificação [Num. 21: 8-9; Jo 3:14])

    Que nenhum de seus ossos seria quebrado (Ex 12:46; Sl 34:20; Jo 19:1;. Mt 27:34.)

    Que a sua equipa seria traspassado (Zc 0:10;. Jo 19:34, Jo 19:37)

    Isso apesar de seu túmulo seria designado para estar com os homens maus (como era comum com criminosos crucificados), Ele, na verdade, ser enterrado no túmulo de um homem rico (Is 53:9)

    Que Ele subiria vitorioso sobre a morte (. Sl 16:10; Atos 2:25-31)

    Que Ele ascender ao lugar de honra na mão direita do Pai (Sl 110:1:. Sl 110:1; Atos 2:34-35)

    Jesus "estava determinado a ir a Jerusalém" (Lc 9:51) para cumprir o que o Antigo Testamento predisse a respeito de sua morte, sepultura, ressurreição e ascensão. Depois de Sua ressurreição, Ele voltaria através de todas as profecias do Antigo Testamento para explicar mais uma vez as previsões com o seu cumprimento (Lucas 24:26-27, Lc 24:32, 44-47). Foi então que os discípulos realmente entendi porque eles tinham experimentado a verdade e porque "Ele abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras" (Lc 24:45).

    Onisciência Pessoal

    dizendo: "Eis que subimos a Jerusalém, eo Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e os escribas; e eles o condenarão à morte e entregá-lo aos gentios. Eles vão zombar Ele e cuspir nele, e açoitá-lo e matá-lo, e três dias depois ele ressuscitará "(10: 33-34).

    Além do ensino do Antigo Testamento observado acima, Jesus tinha conhecimento dos acontecimentos que envolveram sua morte que único que sabia o futuro poderia possuir. Essa é mais uma demonstração da sua onisciência divina (conforme Seu conhecimento dos corações das pessoas [João 2:24-25; conforme Lc 6:8]; a localização precisa de onde Pedro iria encontrar um peixe com uma moeda em sua boca [Mt 17:27; conforme João 21:5-6.]; que uma mulher com quem se encontrou pela primeira vez tinha tido cinco maridos [Jo 4:18]; onde o colt Ele iria montar na entrada triunfal seria localizado e que seus proprietários diria quando os discípulos, tomando-o [Lucas 19:30-34]; que os discípulos se encontraria um homem carregando um cântaro que iria mostrar-lhes o lugar onde eles iriam comer a Última Ceia [Lc 22:10], e que Jerusalém seria destruída quatro décadas mais tarde [Lc 21:20]).

    Essa previsão da sua morte fornece perspectiva adicional sobre a magnitude e intensidade do sofrimento de nosso Senhor. O Doze sabia, é claro, que eles estavam subindo para Jerusalém para celebrar a Páscoa. O que eles não entenderam ainda totalmente foi a de que Jesus seria o Cordeiro da Páscoa, o sacrifício final e aceitável que por si só, satisfazer a Deus e levar ao fim o sistema de sacrifício simbólico. Um dos motivos que Jesus precisava explicar essas verdades para eles com antecedência é que o conceito de um Messias morrendo era completamente estranho ao que tinha sido ensinado por toda a vida (conforme Lucas 9:44-45). O historiador do século XIX Emil Schürer resumidos expectativas do povo judeu a respeito da vinda do Messias e o estabelecimento de Seu reino da seguinte forma: Em primeiro lugar, a vinda do Messias seria precedido por um tempo de tribulação. Em segundo lugar, no meio do tumulto um profeta Elias-like parece anunciando vinda do Messias. Em terceiro lugar, o Messias seria estabelecer o Seu reino glorioso e reivindicar o seu povo. Em quarto lugar, as nações que aliar-se juntos para combater o Messias. Em quinto lugar, o Messias iria destruir todas as nações opostas. Em sexto lugar, Jerusalém seria restaurada e fez nova e gloriosa. Em sétimo lugar, os judeus dispersos espalhados por todo o mundo gostaria de voltar a Israel. Em oitavo lugar, Israel se tornaria o centro do mundo e todas as nações seriam subjugados ao Messias. Finalmente, o Messias iria estabelecer Seu reino, o que seria um tempo de paz eterno, justo e glória ( A História do povo judeu no tempo de Jesus Cristo [New York: Scribners de 1896], 2: 154-78) . Tal perspectiva sobre a vinda do Messias não deixou espaço para um morto, ou mesmo um Messias ressuscitado.

    O messiânico título Filho do Homem (13 27:7-14'>Dan. 7: 13-14), enfatizando sua encarnação, é a designação favorito de Jesus de si mesmo, usado por Ele oitenta e uma vezes nos Evangelhos. A natureza do seu sofrimento como um homem pode ser examinada sob cinco aspectos.

    Em primeiro lugar, o Filho do Homem sofreu deslealdade. Ele foi traído e entregue aos líderes religiosos judeus por um dos doze homens que estavam mais próximos a ele. Enquanto o Sl 41:9). Judas traiu Cristo às autoridades judaicas por meros trinta moedas de prata, assim como as Escrituras previram (Zc 11:12). Cinicamente, em relação fingida, apontou Jesus aos Seus captores com um beijo (Lucas 22:47-48).

    Em segundo lugar, Jesus sofreu rejeição por parte de Israel (Jo 1:1; conforme Is 53:3). Mesmo os homens mais próximos a ele abandonaram temporariamente quando depois de sua prisão, "todos os discípulos o abandonaram e fugiram" (Mt 26:56). Mas o mais profundamente, Jesus foi rejeitado pelo Pai, fazendo-o gritar na cruz, (Mt 27:46; conforme Sl 22:1; Jo 19:4), seria condenado à morte (Mc 15:15). O santo segunda pessoa, justa e reta da Trindade foi falsamente acusado de pecado (Jo 9:24), sedição, insurreição (13 42:23-14'>Lucas 23:13-14), e blasfêmia (Mt 9:3; Jo 10:33). E Seus julgamentos eram manifestações monumentais de injustiça em todos os pontos.

    Em quarto lugar, Jesus sofreu o ridículo. O Filho de Deus sem pecado, em quem "toda a plenitude da Divindade habita em forma corpórea" (Cl 2:9) , membros do Sinédrio (Matt. 26: 67-68), os soldados de Herodes e seus soldados (Lc 23:11), e Pilatos (Mateus. 27: 27-31). O ridículo continuou mesmo quando Ele estava na cruz; "Os governantes estavam zombando dele, dizendo:" Salvou os outros; deixá-lo salvar a si mesmo se este é o Cristo de Deus, Sua Chosen One '"(Lc 23:35).Os soldados também o escarneciam, chegando-se a Ele, oferecendo-lhe vinagre, e dizendo: "Se tu és o Rei dos judeus, salva-se!" (Vv. 36-37). Mesmo um dos crucificados ao lado dele "foi lançando abuso para ele, dizendo:" Não és tu o Cristo? Salve-se e nós! '"(V. 39). A injúria e abuso que Ele enfrentou todo o Seu ministério (conforme Jo 9:28; 1 ​​Pedro 2:
    23) intensificou a sua morte.

    Em quinto lugar, Jesus sofreu lesões corporais. Ele foi espancado várias vezes enquanto estava sob custódia. Então, pouco antes de sua crucificação, os romanos brutalmente açoitá-lo com um chicote com várias tiras de couro, no final dos quais foram amarrados pedaços de vidro, osso, pedra ou metal. Então grave foi o dano da flagelação que muitos morreram por isso.

    Finalmente, os inimigos de Jesus o mataria. Ele seria executado, da forma mais cruel que se possa imaginar horrivelmente-crucificação. Frederic Farrar escreveu,
    Porque, na verdade uma morte por crucificação parece incluir toda essa dor e da morte pode ter de cãibra horrível e medonho-tontura, sede, fome, falta de sono, febre traumática, tétano, a publicidade de vergonha, duradouras de tormento, horror de antecipação, a mortificação de descuidados feridas-tudo intensificado até o ponto em que eles podem ser suportado em tudo, mas tudo apenas evitando o ponto que daria para o sofredor o alívio da inconsciência. A posição não natural feito cada movimento doloroso; as veias e tendões dilacerados esmagados pulsava com incessante angústia; as feridas, inflamada pela exposição, gradualmente gangrenado; as artérias, especialmente da cabeça e estômago-incharam e oprimidos com sangue surcharged; e enquanto cada variedade de miséria passou a aumentar gradualmente, adicionou-se a eles o pang intolerável de uma queima e furioso sede; e todas estas complicações físicas causou uma emoção interna e ansiedade que fez a perspectiva da morte em si, da morte, o terrível inimigo desconhecido, em cuja homem abordagem geralmente treme mais arcar com o aspecto de um comunicado delicioso e requintado. ("O Crucifixion AD 30, "em Rossiter Johnson, Charles F. Horne, e João Rudd, eds. Os grandes acontecimentos por historiadores famosos [Project Gutenberg-book, 2008], 3: 47-48)

    Tão intenso foi o sofrimento do Senhor que o Novo Testamento freqüentemente refere-se a eles no plural (por exemplo, 2Co 1:1; Fp 3:10; He 2:10; 1Pe 1:111Pe 1:11; 1Pe 4:13; 1Pe 5:1; conforme 1: 18-19; 1Pe 3:18; Mt 20:28; Jo 10:15; Rm 5:1; Ap 1:5)

    Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus, dizendo: "Mestre, queremos que você faça por nós tudo o que pedimos de você." E disse-lhes: "O que você quer que eu faça para você ? "Eles disseram-lhe:" Fazei que nos sentemos, um à tua direita e outro à sua esquerda, em sua glória. "Mas Jesus lhes disse:" Você não sabe o que você está pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? "Eles disseram-lhe:" Nós somos capazes. "E Jesus disse-lhes:" O cálice que Eu bebo você deve beber; e vós sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado. Mas para se sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence concedê-se;mas é para aqueles para quem ele foi preparado. "Ouvindo isto, os dez começaram a sentir-se indignado com Tiago e João. Chamá-los a Si mesmo, Jesus disse-lhes: "Vocês sabem que aqueles que são reconhecidos como governantes do senhor gentios-lo sobre elas; e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Mas não é desta forma no meio de vós, mas quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos "(10: 35-45).

    O orgulho é o pecado seminal que governa corações todos caídos. A Bíblia enfatiza repetidamente que Deus odeia o orgulho e honra humildade. Pv 8:13 declara: "O temor do Senhor é odiar o mal", e, em seguida, nomes orgulho como o primeiro exemplo do mal. A posição de uma lista de sete coisas que odeia Deus são "arrogantes [orgulho] olhos" (Prov. 6: 16-17). Isaías escreveu

    O olhar orgulhoso do homem será humilhado ea altivez do homem será humilhado, e só o Senhor será exaltado naquele dia. Pois o Senhor dos exércitos tem um dia de ajuste de contas contra todo soberbo e altivo, e contra todo aquele que for levantado, para que ele possa ser humilhado ... o orgulho do homem será humilhado e a altura dos homens será humilhado. (Is. 2: 11-12, Is 2:17)

    Sl 31:23 acrescenta que "O Senhor ... recompensará plenamente o que usa de soberba", e Pv 16:5).

    Por causa do perigo de orgulho, a Bíblia ordena que ser evitado. Em Romanos 0:16 Paulo escreveu: "Não seja arrogante em mente." No Sl 75:5). De acordo com Pv 16:18: "O orgulho vem antes da destruição, e um espírito altivo, antes de tropeço" (conforme 15:25; 18:12). Na mesma linha, Pv 29:23 diz que "A soberba do homem o abaterá." Moisés advertiu Israel,

    Cuidado com que você não se esqueça do Senhor, teu Deus por não manter os seus mandamentos e os seus juízos e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno; Caso contrário, quando você comeu e estão satisfeitos, e ter construído boas casas e viveu neles, e quando os seus rebanhos e os seus rebanhos se multiplicam, e sua prata e ouro se multiplicam, e tudo o que você tem multiplica, então seu coração vai se tornar orgulhoso e você vai esquecer o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. (Deut. 8: 11-14)

    Mas Israel não conseguiu acatar a advertência de Moisés. "Como eles tiveram a sua pastagem, tornaram-se satisfeito, e estar satisfeito, seu coração tornou-se orgulhoso; portanto, eles esqueceram Me "(Os 13:6). Tanto Tiago (Jc 4:6.).

    Ilustrações de orgulho incluem os ímpios em geral (Rm 1:30) e falsos mestres em particular (1 Tim. 6: 3-4), Ezequias (2Cr 32:25.), Faraó (Ne 9:10.), Israel (Os 5:5)., Nabucodonosor (Dn 4:30; Dn 5:20.), Baltazar (Dan. 5: 22-23), Edom (. Ob 1:3; 1Tm 3:61Tm 3:6 Paulo ordenou que os crentes "andar em de modo digno da vocação a que [eles] têm sido chamados, com toda a humildade. "Aos filipenses ele escreveu:" Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas com humildade de espírito que diz respeito uns aos outros como mais importante do que a si mesmo "( Fp 2:3: "Então, como aqueles que foram escolhidos de Deus, santos e amados, colocar em um coração de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência."

    Pedro também destacou a importância da humildade. Em 1Pe 3:8; Pv 18:12; 22:. Pv 22:4; Pv 29:23; Lc 1:52; Jc 4:10), força (. Sl 10:17), instrução (Sl 25:9), a libertação (Sl 76:9); Isaque estava disposto a permitir-se a ser oferecida como um sacrifício a Deus (Gn 22:1-18); Jacó declarou-se "indigno de toda a benignidade e de toda a fidelidade," que Deus havia mostrado a ele (Gn 32:10). "Moisés era muito humilde, mais do que qualquer homem que estava sobre a face da terra" (Nu 12:3). Oração de louvor a Deus de Davi mostrou sua humildade:

    Então Davi abençoou o Senhor diante dos olhos de toda a congregação; e Davi disse: "Bendito és Tu, ó Senhor, Deus de Israel, nosso pai, para todo o sempre. Teu, ó Senhor, é a grandeza, o poder, a glória, a vitória ea majestade, na verdade tudo o que está nos céus e na terra; Teu é o reino, ó Senhor, e Você exaltar a si mesmo como cabeça sobre tudo. E riquezas e glória vêm de ti, e tu governar sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e encontra-se em sua mão para fazer um grande e fortalecer todos. Agora, pois, ó nosso Deus, nós te agradecemos e louvamos o teu glorioso nome. Mas quem sou eu e quem é o meu povo que devemos ser capazes de oferecer tão generosamente quanto esta? Porque tudo vem de Ti, e para o seu lado, ter-lhe dado. Porque nós somos peregrinos antes de você, e inquilinos, como nossos pais estiveram todos; nossos dias sobre a terra são como a sombra, e não há esperança. Ó Senhor, nosso Deus, toda esta abundância que temos ofertamos para construir uma casa para o seu santo nome, é da sua mão, e tudo é de vocês "(13 29:16'>I Crônicas 29:10-16.).

    João Batista "estava pregando, e dizendo:" Depois de mim One está chegando que é mais poderoso do que eu, e eu não sou digno de, abaixando-desatar a correia de suas sandálias "(Mc 1:7.), Manassés (2Cr 33:12.), Josias (2Cr 34:27.), Jó (40:4.), Pedro (Lc 5:8) são outros exemplos notáveis ​​de humildade.

    Paradoxalmente, o supremo exemplo de humildade é o mais digno de ser exaltado, o Senhor Jesus Cristo. Em Mt 11:29 ele se descreveu como Ele modelou humildade, lavando os pés dos discípulos (13 14:43-13:15'>João 13:14-15) "manso e humilde de coração.". Mas o exemplo mais marcante de humildade de Cristo é sua encarnação e da morte sacrificial:

    Tende em vós mesmos que houve também em Cristo Jesus, que, embora ele, subsistindo em forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas se esvaziou, assumindo a forma de um servo, e sendo —se em semelhança de homens. , Achado na forma de homem, humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. (Filipenses 2:5-8.)

    O orgulho é o pecado da humanidade e definir a fonte de todos os outros pecados. Todas as tentações são baseadas em auto-gratificação, que é uma expressão de orgulho e amor-próprio. Os discípulos, apesar de terem sido resgatados e do Espírito Santo estava com eles para que eles amavam Jesus e crêem no seu reino, ainda lutava com orgulho. Eles eram, afinal, os homens comuns de origem humilde. O pensamento de ser elevado a uma posição de honra muito além de qualquer coisa que eles ou qualquer outra pessoa em sua nação tinha conseguido foi muito intoxicante para eles.

    Infelizmente, a sua compreensão privilegiada da verdade espiritual (Mt 13:11) não resultou em humildade. Em vez disso, ele despertou o seu orgulho. O princípio que o Senhor lhes tinha dado no versículo 31: "Muitos dos que são primeiros serão últimos, e os últimos em primeiro lugar," significava que eram todos iguais. No entanto, os discípulos ainda se viam como superior a outro, como este incidente revela. A afirmação de Pedro: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos" (10:28;. Conforme Mt 19:27), exposta ainda mais o orgulho coletivo dos Doze. Eles haviam se negado, deixou tudo para trás, e seguiram a Jesus para o desconhecido. Agora, eles queriam saber o que estava nele para eles. Consequentemente, eles encontraram o ensinamento do Senhor sobre sua morte (por exemplo, 08:31; 09:31; 10: 32-34) preocupante e não queria discutir isso (conforme 09:32).

    Este incidente, manifestando orgulho apostólica, é semelhante à anterior em Marcos 9:33-37 eo posterior em Lucas 22:24-27. Nos outros dois incidentes, os discípulos discutiam sobre quem era o maior entre eles; aqui Tiago e João assumiu que que eles eram os grandes e agiu em conformidade. O incidente ea lição Jesus posteriormente ensinou Doze revela dois caminhos diferentes para a grandeza: a auto-promoção, e auto-negação. Um deles é piedoso, o outro pecador. Um caracteriza o reino de Deus, o outro o reino do mundo.

    Self-Promotion

    Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus, dizendo: "Mestre, queremos que você faça por nós tudo o que pedimos de você." E disse-lhes: "O que você quer que eu faça para você ? "Eles disseram-lhe:" Fazei que nos sentemos, um à tua direita e outro à sua esquerda, em sua glória. "Mas Jesus lhes disse:" Você não sabe o que você está pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? "Eles disseram-lhe:" Nós somos capazes. "E Jesus disse-lhes:" O cálice que Eu bebo você deve beber; e vós sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado. Mas para se sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence concedê-se;mas é para aqueles para quem ele foi preparado. "Ouvindo isto, os dez começaram a sentir-se indignado com Tiago e João. Chamá-los a Si mesmo, Jesus disse-lhes: "Vocês sabem que aqueles que são reconhecidos como governantes do senhor gentios-lo sobre elas; e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. (10: 35-42)

    Esta seção revela três características de auto-promoção: ele é motivado por ambição egoísta, revelado em excesso de confiança arrogante, e contribui para a competitividade feio.

    Auto-promoção é motivado por ambição egoísta

    Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus, dizendo: "Mestre, queremos que você faça por nós tudo o que pedimos de você." E disse-lhes: "O que você quer que eu faça para você ? "Eles disseram-lhe:" Fazei que nos sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda, em sua glória "(10: 35-37).

    Como convém a alcunha de "Sons da Thunder" que lhes foram dadas por Jesus (Mc 3:17), Tiago e João, os dois filhos de Zebedeu, foram ousadas, homens ousados. Lucas 9:51-56 registra um incidente que revela seus apaixonados, personalidades de fogo:

    Quando os dias estavam se aproximando de Sua ascensão, Ele estava determinado a ir a Jerusalém; e enviou mensageiros à sua frente, e eles foram e entraram numa aldeia de samaritanos para fazer arranjos para Ele. Mas eles não o receberam, porque Ele estava viajando em direção a Jerusalém. Quando os discípulos Tiago e João, vendo isto, disseram: "Senhor, que queres que nós ordenar que desça fogo do céu e os consuma?", Mas ele virou-se e repreendeu-os, [e disse: "Você não sabe que tipo de espírito sois; pois o Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. "] E foram para outra aldeia.

    Junto com um outro conjunto de irmãos, Pedro e André, Tiago e João compunham o círculo mais íntimo dos Doze, aqueles mais próximos a Jesus. Pedro, Tiago e João só tive o privilégio de estar com Jesus em alguns dos principais eventos de Seu ministério, incluindo a transfiguração (Mt 17:1), e Sua agonia tempo de oração dentro do jardim do Getsêmani (Mc 14:33).Sua posição privilegiada causado Tiago e João a ver-se como superior aos oito discípulos nos outros dois grupos, se não Pedro e André também.

    Eles também acreditavam que tinham uma vantagem pessoal sobre o resto dos apóstolos em sua busca pela honra e glória. De acordo com o relato de Mateus sobre este incidente, Tiago e João foram acompanhadas por sua mãe quando eles se aproximaram de Jesus. Uma comparação de Mateus, Marcos e relatos da crucificação de João revela quatro mulheres que foram especificamente mencionadas: a mãe de Jesus, Maria, Maria, mulher de Cléofas (e mãe de Tiago, filho de Alfeu e seu irmão José; conforme Mt 27:56; Mc 15:40), Maria Madalena, e um quarto descrito apenas como "A irmã de sua mãe" (Jo 19:25). Pelo processo de eliminação, ela deve ter sido Salome (Mc 15:40), a mãe dos filhos de Zebedeu (Mt 27:56) e a irmã de Maria, mãe de Jesus, e, portanto, sua tia. Tiago e João corajosamente jogou a carta da família, trazendo-a junto (Mt 20:20), pensando em alavancar o pedido que estavam prestes a fazer para Jesus. Ela não pede nada para si mesma; ela iria encontrar satisfação através de seus filhos, ea honra que traria para a família.

    Então, Tiago e João, com sua mãe, impetuosa veio até Jesus e antes de fazer seu pedido, disse a Ele (Mt 20:21), "Mestre, nós queremos que você faça por nós tudo o que pedimos de você." Como uma criança tentando manipular um dos pais, eles pediram ao Senhor que conceda o seu pedido antes de lhe dizer o que era. Ele, é claro, se recusou a conceder-lhes a aprovação carta branca que eles procuravam.Em vez disso, Ele lhes disse: "O que você quer que eu faça por você?" Ecoando pedido inicial de sua mãe, que lhe disse: "Fazei que nos sentemos, um à tua direita e outro à tua esquerda, na tua glória . " O pedido reflete a prática comum de antigos governantes para elevar a sua mais alta classificação, familiares mais íntimos e associados para os lugares de honra em cada lado deles.

    Este pedido chocantemente orgulhoso mostrou que, por todo o tempo que tinha estado com ele, os dois não tinham aprendido a humildade, mesmo depois de observar Jesus, o modelo perfeito do mesmo.Tiago e João também desvalorizou deliberAdãoente os outros apóstolos como sendo abaixo deles e indigno da honra que mereciam. Eles foram manipuladora, consumida por um forte, a ambição de auto-promoção, a expressão do que revelou a condição feio de seus corações (conforme Marcos 7:21-22).

    Auto-promoção é manifestada em Overconfidence Arrogante

    Mas Jesus lhes disse: "Você não sabe o que você está pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? "Eles disseram-lhe:" Nós somos capazes. "E Jesus disse-lhes:" O cálice que Eu bebo você deve beber; e vós sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado. Mas para se sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence concedê-se; mas é para aqueles para quem ele foi preparado "(10: 38-40).

    Aviso aos irmãos ignorantes da magnitude e loucura do seu pedido, Jesus lhes disse: "Você não sabe o que você está pedindo. Você é capaz de beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? " O copo (conforme Mt 26:39;. Jo 18:11) e batismo (conforme Lc 12:50) são referências para o sofrimento do Senhor. Para beber o cálice é uma expressão do Antigo Testamento que significa a total experiência algo, neste caso, a ira de Deus (conforme Sl 11:6, Is 51:22; Jer. 25: 15-17; Jr 49:12; Jo 13:37], e no Getsêmani [26:33 Matt;. Mc 14:31] ), Tiago e João insistiu, "Nós somos capazes." A resposta deles revelaram que eles não entenderam as ramificações do que eles estavam pedindo. Quando o momento de crise veio, o seu excesso de confiança foi exposta, e fugiu junto com o resto dos apóstolos (Mt 26:56). Jesus passou a dizer-lhes: "O cálice que Eu bebo haveis de beber; e vós sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado. Mas para se sentar à minha direita ou à minha esquerda, não me pertence concedê-se; . mas é para aqueles para quem ele foi preparado " Tiago seria o primeiro dos Doze para ser martirizado, executado por Herodes Agripa I (At 12:2) vai decidir soberanamente os lugares de honra no reino. Reconhecimento de Jesus, "não é minha, para dar", afirma Sua submissão ao Pai durante a encarnação.

    Auto-promoção Faz para Competitividade Feio

    Ouvindo isso, o ten começou a se sentir indignado com Tiago e João. Chamá-los a Si mesmo, Jesus disse-lhes: "Vocês sabem que aqueles que são reconhecidos como governantes do senhor gentios-lo sobre elas; e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. (10: 41-42)

    Depois que eles fizeram o seu campo, a dez começaram a sentir-se indignado com Tiago e João. O resto dos apóstolos ficaram furiosos, não porque Tiago e manifestação flagrante de João de orgulho ofendido suas sensibilidades espirituais, mas porque os dois se aproximaram de Jesus em primeiro lugar. Competitividade egoísta do Doze sobreviveu até o fim; até mesmo por ocasião solene da Última Ceia ", surgiu também uma disputa entre eles para que um deles foi considerado para ser o grande" (Lc 22:24).

    Aproveitando esta atitude pecaminosa, Jesus chamou os Doze e disse-lhes, "Você sabe que aqueles que são reconhecidos como governantes do senhor gentios-lo sobre elas; e os seus grandes exercem autoridade sobre eles. Os apóstolos foram influenciados pelo estilo de liderança predominante do mundo, que viu os governantes das nações as sua posição exaltada sobre seus súditos. Governantes foram e ainda são ambiciosos, autocrático, auto-promoção, confiante, arrogante, orgulhoso, ditatorial, e dominador.

    O mundo tem sido sempre cheio de ambiciosos, confiantes, auto-promotores competitivos, que sabem há limites para a sua ambição. Muitos alcançar as alturas do poder. Impulsionada por corruptos, corações orgulhosos, eles buscam o poder à custa de outros. Ambição, excesso de confiança e competitividade marcam a busca mundana de grandeza por auto-promoção.

    Abnegação

    Mas não é desta forma no meio de vós, mas quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos "(10: 43-45).

    Prosseguindo a sua lição, Jesus comparou o, caminho de auto-promoção mundana para a grandeza com a verdadeira grandeza no reino de Deus. Ele disse aos apóstolos, "Mas não é desta forma no meio de vós, mas quem quiser tornar-se grande entre vós, será vosso servo; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos ". Paradoxalmente, o caminho para a grandeza no reino encontra-se em humilde abnegação; em ser um servo e um escravo de todos.

    O desejo de ser honrado no reino é um desejo nobre. Paulo escreveu: "Portanto, nós também temos como nossa ambição, seja em casa ou ausente, para ser agradável a Ele" (2Co 5:9). Chegando ao fim de sua vida, ele escreveu,

    Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé; no futuro não é reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. (2Tm 4:7).

    Mas o caminho para que a grandeza no reino encontra-se em serviço altruísta. Diakonos ( servo ), literalmente, refere-se a aqueles que esperaram em tabelas (ele seja usado em Jo 2:5). Doulos, embora freqüentemente traduzido como "servo" em Inglês Bíblias, na verdade, significa escravo (conforme John Macarthur, Slave [Nashville: Tomé Nelson, 2010]). Ponto do Senhor é que os crentes devem considerar todos o seu mestre, e os próprios escravos para servir a todos.

    O exemplo perfeito de tal serviço humilde é o Senhor Jesus Cristo, o Filho do homem. Ao contrário de líderes do mundo, Ele não veio para ser servido, mas para servir, não apenas para ser Senhor e Mestre, mas também para ser um escravo de sua Pai e fazer a Sua vontade (Jo 4:34; Jo 17:4.), Quando deu sua vida em resgate ( lutron; o preço pago para a libertação de um escravo) . para muitos Tendo feito o maior sacrifício, Jesus recebeu a maior honra:

    Por esta razão, também, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, daqueles que estão no céu, na terra e debaixo da terra, e que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:9-11.)

    Em Sua vicária, morte substitutiva em nome dos pecadores, Ele deu Sua vida para pagar a Deus integralmente o preço do pecado para todas as pessoas que nunca iria ser guardados ao longo da história. A morte de Cristo propiciou a ira de Deus e cumpriu as exigências de sua justiça para os eleitos, os redimidos. O único sacrifício do Filho do Homem pagou o resgate para a muitos que crêem (Rm 5:1).

    51. O ultimo Milagre da Misericórdia (Marcos 10:46-52)

    Em seguida, eles foram para Jericó. E, quando ele saía de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira da estrada. Quando ele soube que era Jesus, o nazareno, começou a gritar e dizer: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!" Muitos foram severamente dizendo-lhe para ficar quieto, mas ele continuou gritando ainda mais ", Filho de Davi, tem misericórdia de mim! "E Jesus parou e disse:" Chamai-o aqui. "Então eles chamaram o cego, dizendo-lhe:" Coragem, levanta-te! Ele está chamando por você. "Tirando sua capa, ele levantou-se e foi ter com Jesus. E respondendo a ele, Jesus disse: "O que você quer que eu faça por você?" E o cego lhe disse: "Raboni, quero recuperar minha vista!" E Jesus disse-lhe: "Vá; a tua fé te salvou. "Imediatamente ele recuperou a vista e começou a segui-lo na estrada. (10: 46-52)

    Esta passagem é um marco no ministério de nosso Senhor. É o último de seus curas registradas no evangelho de Marcos, e um dos últimos antes da Sua morte (Ele também curou a orelha do escravo do sumo sacerdote no Getsêmani [Jo 18:10], e curas realizadas no templo após Expulsou mercantes [Mt 21:14]). É também a penúltima milagre registrado por Marcos (o último foi o murchamento da figueira em Marcos 11:12-14, 20-21). Primeiro milagre de Jesus tivesse ocorrido em Cana, um vilarejo da Galiléia não muito longe de Nazaré, onde Ele transformou água em vinho (João 2:1-11); Este realizou-se nas proximidades de Jericó. De Nazaré, no norte da Galiléia para Jericó, no sul da Judéia, Jesus suportado Israel com inúmeros milagres, que conclusivamente exibiu seu poder absoluto sobre a natureza, doença, eo reino demoníaco. Esses milagres demonstrado tanto a Sua divindade e Sua compaixão. O milagre final, Sua ressurreição dentre os mortos, ainda estava por vir. Mas antes disso milagre final e maior, o Servo do Senhor que se tornaria o servo sofredor; o ungido se tornaria o rejeitado, eo Senhor soberano se tornaria o cordeiro sacrificial de Deus.

    De acordo com o calendário divino, Jesus estava a caminho de Jerusalém para uma última vez (Marcos 10:32-34). A hora da escuridão tinha vindo para enfrentar o ódio e animosidade dos líderes religiosos de Israel, ser rejeitado pela nação, e ser crucificado pelos romanos ateus a mando dos judeus e cumprir a vontade do Pai. A multidão inconstante que saudavam na entrada triunfal seria alguns dias depois gritar para sua execução. Israel iria descer na escuridão espiritual do maior período de apostasia em sua história, uma que iria ver a nação executar o seu Senhor e Messias e continuam até o presente. Embora a morte de Cristo foi de acordo com o plano predeterminado de Deus, que não diminui a culpa dos envolvidos (At 2:23).

    Após a cura e salvação dos dois cegos e da conversão de Zaqueu (Lc 19:1-10) nas proximidades de Jericó, não há conversões registradas durante os últimos dias do ministério terreno do Senhor, até que um ladrão e um centurião foram resgatadas na cruz. Párias e dois ApropriAdãoente, os quatro homens eram desprezados cegos assumiu a estar sob o julgamento de Deus por seus pecados, um criminoso, e um soldado da força de ocupação romana odiado. Assim, a salvação de Zaqueu e os dois homens cegos (dos quais apenas um é mencionado por Marcos) são os últimos lampejos de luz antes da escuridão do sofrimento de Cristo começa. O relato de Marcos da cura de um dos homens cegos podem ser simplesmente dividido em duas partes: a fé do homem cego, e poder do Salvador.

    Fé O homem cego

    Em seguida, eles foram para Jericó. E, quando ele saía de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu, estava sentado à beira da estrada. Quando ele soube que era Jesus, o nazareno, começou a gritar e dizer: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!" Muitos foram severamente dizendo-lhe para ficar quieto, mas ele continuou gritando ainda mais ", Filho de Davi, tem misericórdia de mim "(10: 46-48)!

    Depois de atravessar o rio Jordão de Perea volta para Israel, Jesus e aqueles que viajam com ele chegaram a Jericó. Indo para o sul da Galiléia, tinham desviado através de Perea, localizado a leste do Jordão, como era costume dos galileus procurando evitar viajar através Samaria (conforme Jo 4:9; Mt 15:30; Mt 21:14), como sempre foi causado por defeitos congênitos, lesões ou doença. A doença era tão familiar aos seus ouvintes que Jesus usou para ilustrar ignorância espiritual (por exemplo, Mt 15:14;. Lc 4:18; Lc 14:13). Beggars também eram numerosos em Israel (conforme Lc 16:3). A referência de Jesus aos fariseus como líderes cegos (Mt 15:14; 23:. 16-24) foi, assim, uma repreensão extremamente grave de quem despreza o cego como amaldiçoado.

    Em resposta à pergunta de Bartimeu sobre o que estava acontecendo, os circunstantes disse a ele que Jesus e os seus acompanhantes estavam passando (Lc 18:36). Quando Bartimeu ouviu que era Jesus, o nazareno, começou a clamar (gr. kradzō ; "gritar com uma voz alta", ou "a gritar" [conforme Mt 21:9; Mt 27:23, Mt 27:50; Mc 3:11; Mc 5:5; Jo 7:28], às vezes, como aqui, para obter ajuda [por exemplo, Mt 14:30;. Mt 15:22; Mc 9:24]) e dizer: "Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim!" Em vez de se referir a Jesus como o Nazareno , associando-o, assim, com sua cidade natal, Nazaré (conforme Lc 18:37), Bartimeu se dirigiu a Ele pelo familiarizado título messiânico Filho de Davi (Mt 1:1; Mt 12:23; Mt 15:22; Mt 21:9; Mt 22:42; conforme Ap 22:16). De acordo com 2 Samuel 7, o Messias seria maior, filho de Davi, o herdeiro ao trono (conforme Mc 11:10; Lc 1:32). Ele seria o rei que traria o cumprimento de todas as promessas feitas a Abraão e Davi. Jesus era um descendente de Davi, assim como seu pai terreno, José, e sua mãe, Maria (Mt 1:6, Mt 1:20; Lc 1:27; 2:. Lc 2:4; 3: 23-38).

    Reiterado pedido de Bartimeu ao que ele reconheceu como o Messias de Israel era, "Tem misericórdia de mim!" Esse foi o fundamento típico dos aflitos, mas era mais do que meras palavras para este homem; foi o grito de seu coração. Ele sabia que não merecia nada, porque de acordo com a teologia judaica, sua cegueira era a maldição de Deus sobre ele devido ao seu pecado. Em pedindo misericórdia, bondade imerecida, ele reconheceu que ele era um pecador. Sua mente viu a luz diante de seus olhos fez.

    Triste situação de Bartimeu e gritos repetidos de misericórdia provocou nenhuma simpatia da multidão. Muitos deles, incluindo "os que liderou o caminho" (ou seja, estavam encarregados de controlar a multidão; Lc 18:39), foram severamente dizendo-lhe para ficar quieto . Mas o seu desdém para esse mendigo pária que estava fazendo um incômodo de si mesmo colocou nenhuma restrição sobre ele.Ignorando as tentativas da multidão para silenciá-lo e sendo atraídos para Jesus certamente pelo Espírito Santo, Bartimeu não parava de chorar para fora tudo o mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"

    Poder do Salvador

    E Jesus parou e disse: "Chamai-o aqui." Então eles chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem, levanta-te! Ele está chamando por você. "Tirando sua capa, ele levantou-se e foi ter com Jesus. E respondendo a ele, Jesus disse: "O que você quer que eu faça por você?" E o cego lhe disse: "Raboni, quero recuperar minha vista!" E Jesus disse-lhe: "Vá; a tua fé te salvou. "Imediatamente ele recuperou a vista e começou a segui-lo na estrada. (10: 49-52)

    O foco da história agora muda a partir do cego, mendigo desesperado para o criador Senhor que tinha o poder sobrenatural para curá-lo. Demonstrando a simpatia que marcou o Seu trato com os necessitados (conforme Mt 9:36;. Mt 14:14; Mt 15:32; Mc 1:41; Lc 7:13), Jesus parou e disse: "Chamai-o aqui." A resposta do Senhor mudou a atitude da multidão em direção a Bartimeu, pelo menos para o momento.Curioso, na esperança de ver Jesus executar outro milagre, eles chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem, levanta-te! Ele está chamando por você. "

    Atuando na fé ansiosos, sem dúvida ou hesitação, Bartimeu reagiu imediatamente à convocação do Senhor. Tirando sua capa, ele levantou-se e, sem dúvida, liderada por alguém da multidão, foi ter com Jesus. Quando Bartimeu veio a Ele, Jesus disse: "O que você quer que eu faça por você" A pergunta do Senhor revela uma atitude muito diferente do que a de Tiago e João (ver a exposição de 10: 35-45 no capítulo anterior deste volume). A alta Rei do céu, o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade encarnada, se ofereceu para servir a um perverso, humilde, proscrito, e pecador indigno.

    Bartimeu respondeu: "Raboni, quero recuperar minha vista!" Ao usar os termos Raboni ("meu mestre") e "Senhor", como registros de Mateus (Mt 20:33), ele colocou-se em submissão a Jesus como seu soberano . Ao contrário de Tiago e João, que achavam que merecia elevação, ele sabia que não merecia nada. Ele procurou apenas misericórdia, para receber o que ele não merecia. Que ele pediu para que ele pudesse recuperar a sua visão sugere que ele não tivesse nascido cego.

    Depois de tocar em seus olhos (. Mt 20:34) e dizendo-lhe: "Receba a sua vista" (Lc 18:42Jesus disse-lhe: "Vá; a tua fé te salvou ". O uso do verbo grego Sozo ( bem ), que é usado com freqüência no Novo Testamento para se referir a salvação (por exemplo, Mt 1:21;. Mt 19:25; Lc 8:12; Lc 9:24; Lc 19:10; Jo 10:9; At 4:12; At 16:30, At 16:31; Rm 5:9; Rm 10:9; 1Co 1:181Co 1:18; 2 Tm 1:... 2Tm 1:9; Tt 3:5) recebeu não apenas a cura física, mas também a salvação eterna. Imediatamente os dois homens recuperou sua visão e começou a segui-Lo no caminho -Outra assinar que, além de vista físico, seus olhos espirituais foram abertos .

    Neste ponto, é útil observar que seis características caracterizado ministério de cura de Cristo.
    Em primeiro lugar, Jesus curou com uma palavra, um toque, ou algum outro gesto.

    Em segundo lugar, Jesus curou instantaneamente. Não houve curas progressivos, em que as pessoas, curou gradualmente ficou ainda melhor. A sogra sintomas da de Pedro desapareceu imediatamente e ela foi totalmente restaurado para a saúde (Lucas 4:38-39). Da mesma forma, o servo do centurião "foi curado naquele momento" (Mt 8:13.); uma mulher com uma hemorragia foi curada "imediatamente" (Mc 5:29); os dez leprosos foram limpos de sua doença, assim que deixou de mostrar-se aos sacerdotes (Lc 17:14); após Jesus "estendeu a mão, tocou [outro leproso] ... imediatamente desapareceu dele a lepra" (Lc 5:13); quando Jesus ordenou ao homem aleijado no tanque de Betesda, "Levanta-te, pega na tua pallet e caminhada. Imediatamente, o homem tornou-se bem, e pegou seu pallet e começou a andar "(João 5:8-9). Alguns argumentam que a cura do Senhor do cego em Betsaida (Marcos 8:22-25) foi um exemplo de uma cura progressiva. Mas a afirmação do homem: "Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam por aí" (v. 24), apenas definiu sua condição preexistente de cegueira. A cura real foi instantânea (v. 25). Tinha as curas de Jesus não foi instantâneo, Seus críticos poderia ter alegado que as pessoas tornaram-se melhor como resultado de processos naturais.

    Em terceiro lugar, Jesus curou totalmente. Mãe-de-lei de Pedro foi curada de todos os seus sintomas e saiu imediatamente de ser acamada para servir uma refeição. Quando Jesus curou um homem "cheio de lepra" (Lc 5:12), "a lepra o deixou" (v. 13). Foi a mesma coisa com todos as curas de Jesus; "Os cegos [d] vista eo walke lame [d], os leprosos [foram] purificados, os surdos ouvem [d]" (Mt 11:5 diz que "a notícia sobre Ele espalhou por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que estavam doentes, aqueles que sofrem de várias doenças e dores, possessos, os lunáticos, os paralíticos; e ele os curou. "De acordo com Mt 12:15:" Muitos o seguiram, e Ele curou a todos ", enquanto Lc 6:19 diz que" todas as pessoas estavam tentando tocá-lo, para poder vinha dele e cura todos eles. "era tão difundida de cura de Jesus que Ele, na verdade, banido doença de Israel durante os três anos do seu ministério.

    Em quinto lugar, Jesus curou a doença orgânica, não vagos, ambíguos, doenças invisíveis, como dor lombar, palpitações cardíacas, ou dores de cabeça. Pelo contrário, com o poder criativo, Ele restaurou a plena mobilidade de membros paralisados, visão integral para cegar os olhos, a audição integral para ouvidos surdos e pele leprosa totalmente limpos. Jesus curou "todo tipo de doença e todos os tipos de enfermidades entre o povo" (Mt 4:23;. Conforme 9,35). Todas as curas de Jesus eram inegáveis, sinais milagrosos, como até mesmo seus inimigos mais amargos admitiu (Jo 11:47).

    Finalmente, Jesus ressuscitou os mortos, não os que estavam em coma temporário, ou cujos sinais vitais flutuou durante a cirurgia, mas um jovem em seu caixão em seu caminho para o cemitério (Lucas 7:11-15), uma jovem cuja morte era evidente para todos (Marcos 5:22-24, 35-43), e um homem que havia sido morto por quatro dias (João 11:14-44)

    Nem todos aqueles que testemunharam este milagre incrível acreditava em Jesus, enquanto os dois homens cegos fez. No entanto, eles não podiam negar que tinham testemunhado um milagre. Como resultado, "quando todas as pessoas, vendo isso, dava louvores a Deus" (Lc 18:43; conforme Jo 3:1-2).

    Esta passagem é importante por várias razões. Primeiro, é um modelo de salvação diante da cruz. Bartimeu entendeu que ele era um pecador, sob o julgamento de Deus, e na necessidade de misericórdia. Ele reconheceu Jesus como o Messias, que veio para salvar o seu povo dos seus pecados (Is. 53: 5-6.; Mt 1:21), e como seu Senhor soberano.

    Em segundo lugar, a resposta de Jesus mostra que Ele não ignora aqueles que clamam a Ele por misericórdia (Mt 11:28;. Jo 6:37).

    Em terceiro lugar, Jesus é profundamente compassivo sobre a situação dos feridos, pecadores perdidos.

    Finalmente, embora o Senhor Jesus tem poder absoluto sobre a doença, Ele não veio apenas para curar os doentes, mas "para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10).


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 10 do versículo 1 até o 52

    Marcos 10

    Para melhor ou para pior — Mar. 10:1-12 13 41:10-16'>Dos tais é o reino dos céus — 13 41:10-16'>Mar. 10:13-16 Até que ponto quereis a bondade? — Mar. 10:17-22 O perigo das riquezas — Mar. 10:23-27 Cristo não é devedor de ninguém — Mar. 10:28-31 O fim iminente — Mar. 10:32-34 O pedido da ambição — Mar. 10:35-40 O custo da salvação do homem — Mar. 10:41-45 Um milagre à beira do caminho — Mar. 10:46-52

    PARA MELHOR OU PARA PIOR Marcos 10:1-12

    Jesus seguiu seu caminho para o Sul. Tinha abandonado Galiléia e tinha chegado à Judéia. Ainda não tinha entrado em Jerusalém mas se aproximava do ato final passo a passo e degrau por degrau. Aproximaram-se alguns fariseus com uma pergunta sobre o divórcio com a qual pensavam prová-lo. Pode ter havido mais de um motivo por trás da pergunta dos fariseus.

    A questão do divórcio era um problema candente, um tema de discussão entre os rabinos e pode ser que, com toda honestidade, desejassem ouvir a opinião de Jesus sobre o tema e seu veredicto. Talvez quiseram pôr à prova sua ortodoxia. Pode acontecer que Jesus já houvesse dito algo sobre o tema. Mateus 5:31-32 mostra Jesus falando sobre o matrimônio e o segundo matrimônio. Pode ser que aqueles fariseus esperassem que Jesus se contradissesse e se enredasse em suas próprias palavras. Possivelmente sabiam qual seria sua resposta e queriam comprometê-lo em uma situação de inimizade com Herodes, quem tinha abandonado a sua esposa e se casou com outra mulher. Pode ser que quisessem que Jesus se opusesse à Lei do Moisés, coisa que aconteceu, para poder acusar o de heresia. Há uma coisa indiscutível: a pergunta que formularam a Jesus não era uma preocupação acadêmica de interesse somente para as escolas rabínicas. Era uma pergunta relacionada com um dos temas mais polêmicos da época.

    Em teoria, não havia nada que pudesse estar acima do ideal judeu do matrimônio. Postulava-se a castidade como a maior das virtudes. "Vemos que Deus manifesta paciência para qualquer pecado com exceção do pecado contra a castidade." "O pecado contra a castidade afasta a glória de Deus." "Todo judeu deve entregar sua vida antes de cometer idolatria, homicídio ou adultério." "O altar mesmo chora quando um homem se divorcia da esposa de sua juventude." O ideal estava enunciado mas a prática estava muito longe dele.
    O elemento básico que viciava toda a situação era o fato de que a Lei judaica considerava a mulher como uma coisa. Ela estava à inteira disposição do homem que estivesse à cabeça da família. O resultado era que o homem podia divorciar-se de sua esposa por quase qualquer razão, enquanto que eram muito poucas as desculpas que podia alegar uma mulher para divorciar-se de seu marido. No melhor dos casos, só podia pedir a seu marido que se divorciasse dela. "À mulher se pode despedir com ou sem seu consentimento, mas ela só pode divorciar-se de seu marido com seu consentimento." As únicas razões pelas quais a mulher podia pedir o divórcio eram que o marido contraíra a lepra, que se dedicasse a um ofício desagradável, tal como o de curtidor de couros, que seduzira a uma virgem, ou que a acusasse sem fundamento de ter pecado antes do matrimônio.

    A Lei do divórcio judeu se remonta a Dt 24:1. Essa passagem constituía o fundamento e a medula de toda a questão. Diz assim: “Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa”.

    A princípio, a carta de divórcio era muito simples. Dizia o seguinte: "Seja esta minha carta de divórcio para ti, minha carta de demissão e minha ação de liberação para que possa te casar com o homem que queiras." Mais tarde, fez-se mais complexa: "'O dia..., da semana..., do mês..., ano.. do mundo, segundo o cálculo que se emprega na cidade de..., situada junto ao rio..., eu, A. B., filho do C. D., e qualquer que seja o nome que se me dê aqui, presente neste dia..., natural da cidade de..., atuando por minha própria vontade e sem nenhuma coerção, repudio, envio de volta e me separo de ti, E. F., filha do G. H., e qualquer que seja o nome que te dê aqui e que até este momento foi minha esposa. Eu te envio de volta agora, E. F., filha do G. H., de maneira que és livre e podes casar-te à vontade com quem quiseres e ninguém te impedirá isso. Esta é sua carta de divórcio, ata de repúdio, certificado de separação, segundo a lei de Moisés e de Israel."
    Na época do Novo Testamento, necessitava-se um rabino perito para elaborar este documento. Depois ficava provado por um jurado composto por três rabinos e se arquivava no Sinédrio. Não obstante, o trâmite do divórcio seguia sendo algo muito simples e sempre à inteira discrição do marido.

    Entretanto, a verdadeira medula da questão era a interpretação da Lei tal como aparece em Dt 24:1. Ali se estabelece que o homem pode divorciar-se de sua mulher se achar nela alguma coisa indecente. Como se devia interpretar essa frase?

    Havia duas escolas que sustentavam idéias diferentes sobre este problema. A escola do Shammai interpretava de maneira absolutamente estrita. Uma coisa indecente era o adultério e nada mais que o adultério. Embora a mulher fosse tão má como Jezabel, a esposa do Acabe, a menos que fosse culpada de adultério não podia haver divórcio. A outra escola era a de Hillel. Esta escola interpretava essa confiasse crucial do modo mais amplo possível. Para eles, podia significar que a mulher arruinasse um prato de comida, que tecesse na rua, que falasse com um estranho, que falasse sem respeito acerca da família de seu marido quando este a pudesse ouvir, que fosse uma mulher barulhenta o qual se definia como uma mulher cuja voz se escutava da casa vizinha. O rabino Akiba chegou a afirmar que podia significar que o homem encontrasse uma mulher que lhe parecesse mais bela que a sua.
    Dado o caráter da natureza humana, prevalecia a posição mais liberal. O resultado foi que imperava o divórcio pelas razões mais fúteis, e até por nenhuma razão. As coisas tinham chegado a tal ponto, que na época de Jesus as mulheres titubeavam antes de casar-se porque o matrimônio se converteu em algo muito pouco seguro. Quando Jesus falou como o fez referiu-se a um tema candente e deu um golpe a favor das mulheres ao tratar de voltar a se situar o matrimônio na posição que lhe correspondia.

    Devemos assinalar algumas costure. Jesus citou a regra mosaica e logo disse que Moisés tinha estabelecido isso só "pela dureza de seu coração". Isto pode significar uma de duas coisas. Pode querer dizer que Moisés o estabeleceu porque era o melhor que se podia esperar do povo para quem legislava. Ou pode significar que se estabeleceu para tratar de controlar uma situação que inclusive naquele momento se estava degenerando. Poderia querer dizer, então, que, em seus começos, não se tratava tanto de uma permissão para divorciar-se como de um intento de controlar o divórcio, de diminuir sua freqüência mediante alguma classe de lei e de fazê-lo mais difícil. Seja como for, Jesus esclareceu que considerava que Dt 24:1 tinha sido estabelecido para uma situação determinada e que, de nenhum ponto de vista se podia considerar que resultava obrigatório para sempre. As autoridades que citou se remontavam muito mais atrás. Remontou-se até o relato da criação e citou Gn 1:27 e Gn 2:24. Jesus considerava que, em essência, o matrimônio era algo permanente que unia de modo indissolúvel a duas pessoas e as convertia em uma só. E as unia até tal ponto que nenhuma lei ou norma humana podia romper o vínculo. Considerava que na própria constituição do universo se estabelece que o matrimônio é algo absolutamente permanente e único e nenhuma regulamentação mosaica que se ocupasse de uma situação transitória podia alterar essa realidade.

    O problema é que no relato paralelo de Mateus há uma diferença. Em Marcos, a proibição por parte de Jesus do divórcio e de um novo casamento é absoluta. Em Mateus 19:3-9 aparece a mesma proibição absoluta de outro casamento mas se permite o divórcio por um motivo: o adultério. É quase seguro que a versão de Mateus é a correta e, de fato, está implícita na versão de Marcos. A Lei judaica estabelecia que o adultério dissolvia obrigatoriamente qualquer matrimônio. E o certo é que o adultério e a infidelidade dissolvem, de fato, a união e o laço do matrimônio. Uma vez que se cometeu o pecado de adultério a unidade já está quebrada e o divórcio só testemunha o fato.

    Mas a verdadeira essência da passagem é que Jesus insistiu em que era necessário corrigir a moral sexual dissipada de sua época. A quem só procurava o matrimônio pelo prazer se devia recordar que também implica uma responsabilidade. A quem via o matrimônio como um meio para satisfazer suas paixões sexuais era preciso lembrar recordar que também era uma união espiritual. Jesus estava edificando uma muralha ao redor do lar.

    DOS TAIS É O REINO DOS CÉUS 13 41:10-16'>Marcos 10:13-16

    Era algo muito natural que as mães judias quisessem que seus filhos fossem abençoados por um rabino importante e renomado. Levavam-nos diante de um personagem assim especialmente no primeiro aniversário do menino. Assim foi como levaram os meninos a Jesus no dia ao qual se refere este relato.

    Só compreenderemos em toda sua plenitude a beleza quase dilaceradora desta passagem se recordarmos quando aconteceu. Devemos recordar que Jesus partia para a cruz, e Ele sabia. Essa sombra cruel não pode haver-se afastado jamais de sua mente. Foi em momentos como esse quando encontrou tempo para dedicar aos meninos. Até com semelhante tensão em sua mente teve tempo para tomá-los nos braços, para sorrir e possivelmente também para brincar com eles. Essa é justamente a razão pela qual os discípulos tentaram afastar os meninos.
    Não é que fossem homens antipáticos e grosseiros. Queriam proteger a Jesus. Não sabiam o que era que acontecia mas viam com toda clareza que tinham uma tragédia pela frente e percebiam a tensão que embargava a Jesus. Não queriam que ninguém o incomodasse. Não podiam conceber que Jesus queria ter os meninos perto de si em momentos como esse. Mas até nessa circunstância Jesus disse: "Deixem os meninos vir a mim."
    De modo acidental, quase ao passar, isto diz muito a respeito do Jesus. Diz-nos que era a classe de pessoa que se interessava pelos meninos e com quem estes simpatizavam. Não pôde ter sido uma pessoa severa, melancólica. e triste. Sua pessoa tem que ter tido um cálido resplendor. Deve ter sido um homem de sorriso fácil e de risada alegre.
    Em algum de seus escritos, George Macdonald diz que não acredita no cristianismo de alguém diante de cuja porta nunca há meninos brincando. Este pequeno e precioso incidente projeta um feixe de luz sobre a classe de pessoa humana que era Jesus. "Dos tais", disse Jesus, "é o reino de Deus." O que era o que valorizava Jesus no menino e a que dava tanta importância?

    1. Temos a humildade do menino. Há meninos exibicionistas mas são os menos numerosos e quase sempre são o produto de um trato equivocado por parte dos adultos. Em geral, o menino se sente confundido pela proeminência e a publicidade. Ainda não aprendeu a pensar em termos de posição, orgulho e prestígio. Ainda não tem descoberto sua própria importância.
    2. Temos a obediência do menino. É certo que com freqüência o menino é desobediente mas por mais paradoxal que pareça o instinto natural do menino é obedecer. Ainda não aprendeu o orgulho e a falsa independência que separam o homem de seu próximo e de Deus.
    3. Temos a confiança do menino. Vemo-lo em duas coisas.
    4. Na aceitação da autoridade por parte do menino. Em uma etapa de sua vida o menino acredita que seu pai sabe tudo e sempre tem razão. Para nossa vergonha, logo se livra dessa crença. Mas o menino percebe instintivamente sua própria ignorância e desamparo e confia naquele que, segundo sua opinião, sabe mais que ele.
    5. Vemo-lo na confiança que deposita nas pessoas. É algo que caracteriza de maneira exclusiva o menino: jamais pensa que alguém pode ser uma má pessoa. Pode fazer-se amigo de um desconhecido.

    Um homem muito famoso afirmou em uma oportunidade que a melhor adulação que jamais lhe tinham feito tinha sido quando um menino muito pequeno a quem nunca tinha visto antes, aproximou-se e lhe pediu que lhe atasse o cordão do sapato. O menino não aprendeu a suspeitar do mundo. Segue pensando o melhor possível sobre outros. Às vezes, essa confiança o conduz ao perigo, porque há pessoas que não a merecem absolutamente e que abusam dela, mas isso não impede que a confiança do menino seja algo muito formoso.

    1. O menino tem uma memória de curto alcance. Ainda não aprendeu a experimentar sentimentos de vingança e rancor. Inclusive quando tratado sem justiça — e quem de nós não é injusto com seus filhos às vezes? — esquece-o e o faz tão completamente que nem sequer precisa perdoar.

    Em realidade, dos tais é o reino de Deus.

    ATÉ QUE PONTO QUEREIS A BONDADE?

    Marcos 10:17-22

    Este é um dos relatos mais vívidos dos evangelhos.

    1. Devemos notar como chegou o homem e como Jesus o recebeu. O primeiro veio correndo e se lançou aos pés de Jesus.

    Há algo surpreendente na imagem deste jovem e rico aristocrata que cai aos pés do profeta indigente de Nazaré que estava a ponto de converter-se em um proscrito. "Bom Mestre!" começou a dizer. Imediatamente Jesus respondeu: "Nada de adulações! Não me chame bom! Reserva essa palavra para Deus!"
    Quase pareceria que a intenção de Jesus tivesse sido detê-lo em seco e jogar água fria sobre esse entusiasmo juvenil. Aqui encontramos uma lição. É evidente que este homem se aproximou do Jesus movido por um arroubo de emoção violenta. Também é evidente que Jesus, exercia uma fascinação pessoal sobre ele. Jesus fez duas coisas que todo evangelizador, todo pregador e todo professor deveriam recordar e copiar sempre.
    Em primeiro lugar lhe disse: "Detenha-se e reflita! Está embargado e palpitante pela emoção. Não quero o que você se aproxime de mim em um arroubo apaixonado. Pense com calma o que faz." Jesus não o estava paralisando. Dizia-lhe, desde o começo, que calculasse o preço. Em segundo lugar, Jesus disse o seguinte: "Você não pode se converter em cristão por uma paixão sentimental por mim. Deve olhar para Deus."
    A pregação e o ensino sempre significam transmitir a verdade através da própria personalidade e ali estriba o maior perigo dos grandes mestres. O perigo consiste em que o aluno, o estudioso, o jovem, podem desenvolver um vínculo pessoal com o professor ou o pregador e acreditar que se trata de um vínculo com Deus. O professor e o pregador jamais devem ficar em primeiro plano. Sempre devem apontar para Deus. Em todo ensino verdadeiro há uma certa medida de auto-anulação. É verdade que não podemos anular por completo a personalidade e a lealdade pessoal sincera e cálida e não o faríamos embora fosse possível. Mas isso não deve ser tudo. O professor e o pregador, em última instância, não são mais que marcos que conduzem a Deus.

    1. Nenhum relato estabeleceu jamais de maneira tão clara a verdade essencial do cristianismo de que a vida respeitável não é suficiente. Jesus citou os mandamentos que eram a base de uma vida decente e respeitável. O homem afirmou sem titubear que os tinha guardado a todos.

    Agora, assinalemos uma coisa: Todos esses mandamentos, com uma só exceção, eram negativos. E a exceção regia só no círculo familiar. O que estava dizendo o homem, em realidade, era: "Nunca em minha vida fiz mal a ninguém." Isso era estritamente certo. Mas a verdadeira pergunta é: "Que bem tem feito?" E a pergunta no caso deste homem era ainda mais aguda: "Com todas suas posses, com suas riquezas, com tudo o que tivesse podido dar a outros, que bem positivo tem feito a seu próximo? Até que ponto você se esforçou para ajudar, consolar e fortalecer a outros na medida em que poderia tê-lo feito?" Em termos gerais, ser respeitável significa não fazer coisas. O cristianismo consiste em fazer coisas. Ali era justamente onde este homem, e muitos de nós, falhava.

    1. De maneira que Jesus confrontou este homem com um desafio. Com efeito, disse-lhe: "Saia desta respeitabilidade moral. Pare de ver a bondade como algo que consiste em não fazer coisas. Tome a si mesmo, tome tudo o que tem e se entregue, você e suas posses, a outros. Então encontrará a verdadeira felicidade no tempo e na eternidade." E o homem não pôde fazê-lo. Tinha grandes posses e nunca tinha pensado em abandonar e quando lhe foi sugerido que o fizesse não pôde.

    É certo que jamais tinha roubado e nunca tinha defraudado a ninguém, mas tampouco tinha sido jamais, nem podia forçar-se em ser positiva e sacrificialmente generoso. Pode ser respeitável, não tirar nunca nada de ninguém. O cristão é dar tudo a alguém. Em realidade, Jesus confrontou este homem com uma pergunta básica e fundamental: "Até que ponto você deseja o verdadeiro cristianismo? Deseja-o até o ponto de abandonar suas posses?" E o homem teve que responder: "Desejo-o, mas não até esse ponto."
    Em sua novela The Master of Ballantrae, Robert Louis Stevenson descreve a imagem do senhor que abandona o lar ancestral do Durrisdeer por última vez. Até ele está triste. Conversa com o fiel mordomo da família. "Ah! M'Kellar. Crê que alguma vez tenho nada que lamentar?" "Não acredito", responde M'Kellar, "que você pudesse ser um homem tão mau a menos que tivesse toda a maquinaria para ser um homem bom." "Não toda", diz o amo, "não toda. Aí é onde você se equivoca. Minha tristeza é a enfermidade de não desejar nada." A tragédia do homem que se aproximou correndo a Jesus foi não desejar o bastante.

    É uma enfermidade que padecemos a maioria de nós. Todos desejamos a bondade mas são poucos os que a desejam o suficiente para estar dispostos a pagar seu preço.

    Jesus, olhando-o, amou-o. Havia muitas coisas nesse olhar do Jesus.

    1. Estava o chamado do amor. Jesus não estava zangado com ele. Amava-o muito para zangar-se. Não era um olhar de irritação, e sim o chamado do amor.
    2. Estava o desafio à fidalguia. Era um olhar que se propunha tirar o homem de sua vida cômoda, respeitável e segura para conduzi-lo para a aventura de ser um bom cristão.
    3. Era um olhar de dor. E era a mais amargo dos dores: a tristeza de ver como um homem escolhe com deliberação não ser o que poderia ter chegado a ser e que estava nele em potencial. Jesus nos olha com o chamado do amor, com o desafio à fidalguia que envolve o caminho do cristão.

    Não permita Deus que alguma vez tenha que nos olhar com a dor de alguém que olha um ser amado que se nega a ser o que poderia ter sido.

    O PERIGO DAS RIQUEZAS

    Marcos 10:23-27

    O dirigente que rechaçou o desafio de Jesus se afastou triste e, sem dúvida alguma, os olhares de Jesus e do grupo dos apóstolos o seguiram até que se perdeu no horizonte. Logo Jesus se virou e observou a seus próprios homens. "Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!" A palavra que se traduz riquezas é cremata. Aristóteles a define assim: "Todas aquelas coisas cujo valor se mede com moedas."

    Possivelmente nos perguntemos por que esta frase surpreendeu os discípulos. Seu assombro se destaca duas vezes. A razão dessa surpresa é que ao pronunciar essas palavras Jesus transbordava todos os valores comumente aceitos pelos judeus. A moral popular judaica era simples. Cria com toda simplicidade que a prosperidade era um sinal do amparo de Deus e que portanto o homem próspero era um homem bom. Se alguém era rico e próspero consideravam que Deus o tinha honrado e abençoado. A riqueza era prova de uma personalidade excelente e do favor de Deus. O salmista o resume deste modo: "Fui jovem, e envelheci, e nunca vi o justo desamparado, nem sua descendência a mendigar o pão" (Sl 37:25).

    Esse ponto de vista não nos agrada absolutamente. Mas é preciso lembrar que tal era a opinião geral entre os judeus. Não deve nos surpreender, pois, que os discípulos sentissem saudades. Segundo seu ponto de vista, quanto mais próspero se era mais seguro se estava de entrar no Reino. De maneira que Jesus repetiu sua afirmação com algumas variações para esclarecer mais o que queria dizer. "Quão difícil é para aqueles que depositaram sua confiança nas riquezas ou que se apóiam nelas, entrar no Reino."
    Ninguém viu nunca com maior clareza que Jesus os perigos das coisas materiais e da prosperidade.
    Quais são esses perigos?

    1. As posses materiais tendem a atar o coração do homem a este mundo. Tem um interesse tão enorme neste mundo, pôs tanto em jogo que lhe é difícil pensar além dele e menos ainda pensar em abandoná-lo.

    Conta-se que em uma oportunidade mostraram ao doutor Johnson um famoso castelo e seus formosos jardins. Depois de observá-lo voltou— se para seus amigos e lhes disse: "Há coisas que fazem que a morte resulte difícil." O perigo das posses é que atam os pensamentos e os interesses do homem a este mundo.

    1. Se o principal interesse de alguém radica nas posses materiais se sentirá inclinado a pensar em tudo em termos de seu preço.

    A esposa de um pastor das montanhas escreveu uma carta muito interessante a um periódico. Seus filhos se criaram na solidão das montanhas. Eram simples e careciam de toda sofisticação. Mais tarde, seu marido obteve um posto na cidade e os meninos criados nas montanhas ingressaram na cidade pela primeira vez. Mudaram muito, e a mudança foi negativa. O último parágrafo da carta diz assim: "O que é melhor para a formação de um menino, a falta de mundanismo mas com melhores maneiras e pensamentos sinceros e singelos ou o mundanismo e o costume atual de saber o preço de todas as coisas mas ignorar o verdadeiro valor de tudo?"
    Se o interesse primitivo de alguém radica nas coisas materiais, pensará em termos de preços e não em função do valor. Pensará em termos do que pode obter e comprar com dinheiro. E pode acontecer que esqueça que neste mundo há valores que estão muito além do dinheiro, que há coisas que não têm preço e que há tesouros preciosos que não se podem comprar com dinheiro. É fatal quando o homem começa a pensar que tudo o que vale a pena possuir tem um valor monetário.

    1. Jesus teria dito que a posse de coisas materiais implica duas coisas. (a) É uma pedra-de-toque para o homem. De cem homens que podem suportar a adversidade, só um sabe lidar com a prosperidade." Esta pode converter ao homem com muita facilidade em uma pessoa arrogante, orgulhosa, satisfeita consiga mesma, mundana. (b) É uma responsabilidade. Sempre se julga ao homem segundo duas pautas: como obteve suas posses e como as emprega. Quanto mais tenha maior será sua responsabilidade. "Usará o que tem de maneira egoísta ou generosa? Empregará como se tivesse um direito absoluto sobre isso ou recordará que só o possui como mordomo de Deus?

    A reação dos discípulos foi que se o que dizia Jesus era certo, a salvação resultava quase impossível. Logo Jesus expressou toda a doutrina da salvação em umas poucas palavras. Disse: "Se a salvação dependesse dos esforços do homem resultaria impossível para todos. Mas a salvação é um dom de Deus, porque todas as coisas são possíveis para Deus." O homem que deposita sua confiança em si mesmo e em suas posses nunca se pode salvar. Quem confia no poder salvador e o amor redentor de Deus pode acessar livremente a salvação. Este é o pensamento que Jesus expressou. Essa foi a idéia que Paulo escreveu em todas as suas Cartas. E é o pensamento que, até hoje, é a base e o próprio fundamento da fé cristã.

    CRISTO NÃO É DEVEDOR DE NINGUÉM Marcos 10:28-31

    A cabeça de Pedro tinha estado trabalhando e, como era próprio dele, sua língua não podia ficar calada. Acabava de ver um homem que tinha rechaçado de maneira deliberada o "Siga-me!" de Jesus dando as costas a seu convite. Acabava de ouvir as palavras de Jesus quando disse que esse homem, mediante sua atitude, fechou a si as portas do reino de Deus. E não pôde evitar estabelecer uma comparação entre esse homem e ele próprio e seus amigos. Assim como o primeiro tinha rechaçado o "Siga-me!" de Jesus, ele e seus amigos o tinham aceito. E Pedro, com essa franca honestidade que o caracterizava, quis saber o que obteriam ele e seus amigos pelo que tinham feito. A resposta de Jesus se divide em três partes.

    1. Disse que ninguém que abandonasse algo por Jesus e sua boa nova deixaria de receber cem vezes mais. Acontece que na 1greja primitiva isto era literalmente certo. O fato de que alguém abraçasse o cristianismo podia implicar que perdesse seu lar, seus amigos e os seres a quem amava e estimava; não obstante, sua entrada na 1greja cristã lhe proporcionava uma família muito mais ampla e vasta que a que tinha abandonado na qual cada um dos membros estava ligado a ele por laços espirituais.

    Vemos como isto acontece na vida de Paulo. Não cabe dúvida que quando Paulo se fez cristão lhe fecharam as portas de sua casa e o expulsaram da família. Mas tampouco cabe dúvida de que em uma cidade após outra, povo após povo, aldeia após aldeia, tanto na Europa como na Ásia Menor, Paulo podia encontrar um lar esperando-o e uma família em Cristo que o recebesse. Resulta estranho ver como usa termos que correspondem à família. Em Rm 16:13 nos diz que a mãe do Rufo era como uma mãe para ele. No Filemom ele se refere a Onésimo como o filho que gerou em suas prisões. Acontecia o mesmo com todos os cristãos naquela época. Quando sua própria família os rechaçava ingressavam na família mais ampla de Cristo.

    Quando Edgerton Young pregou o evangelho pela primeira vez aos corte vermelhas do Saskatchewan, a idéia da paternidade de Deus fascinou aqueles, homens que sempre tinham visto a Deus só no trovão, o raio e a tormenta. Um velho cacique perguntou a Edgerton Young: "Ouvi você chamar a Deus 'Nosso pai'?" "Assim é", respondeu Edgerton Young. "Acaso Deus é seu Pai?", perguntou o cacique. "Sim", respondeu Young. "E também é meu pai?", prosseguiu o ancião. "Por certo que sim", disse Edgerton Young. Imediatamente a cara do cacique se iluminou com uma luz nova. Estendeu a mão. "Então", disse, como alguém que faz uma descoberta esmagadora, "você e eu somos irmãos."

    Pode acontecer que alguém deva sacrificar laços muito íntimos ao tornar-se cristão, mas nesse momento se converte em membro de uma família e uma irmandade tão vastas como a Terra e o céu.

    1. Jesus acrescentou duas coisas a isto. Em primeiro lugar, acrescentou duas palavras muito simples: com perseguições. Desse modo separava de maneira cortante todo ele assunto do mundo do quid pro quo. Faz desaparecer a idéia de uma recompensa material para um sacrifício também material. Essas palavras nos apontam duas coisas. Põem de manifesto a absoluta honestidade de Jesus. Nunca oferecia um caminho fácil. Dizia aos homens que ser cristão era algo custoso. Em segundo lugar, mostram-nos que Jesus jamais usava um chamariz para fazer que os homens o seguissem: Empregava um desafio. É como se tivesse dito: "Sem dúvida obterão uma recompensa mas terão que demonstrar que são homens suficientemente grandes e arriscados para merecê-la."

    O segundo elemento que Jesus acrescentou foi a idéia do mundo vindouro. Nunca prometeu que dentro deste mundo do espaço e o tempo haveria uma espécie de rendição e acerto de contas. Não convocou os homens a obter as recompensas do tempo. Chamou-os a ganhar as bênçãos da eternidade. Deus não contava só com este mundo para recompensar os homens.

    1. Logo Jesus acrescentou uma advertência: "Muitos primeiros serão últimos e os últimos, primeiros." Em realidade, tratava-se de uma advertência a Pedro. Pode ser o que a esta altura da conversação, Pedro estivesse calculando seu próprio valor e sua recompensa, e possivelmente ambos fossem muito generosos. Jesus diz o seguinte: "Em última instância o julgamento pertence a Deus. Mais de uma pessoa pode ser muito bem julgado pelo mundo mas o julgamento de Deus pode anular o do mundo.

    Mais ainda, muitos homens podem encontrar-se em uma excelente posição segundo suas próprias pautas de julgamento e descobrir que a valoração que faz Deus é muito distinta. Trata-se de uma advertência contra todo tipo de orgulho. Estabelece que o último julgamento está nas mãos de Deus que é a única coisa que conhece as motivações do coração humano. Adverte que os julgamentos do céu podem alterar as reputações estabelecidas na Terra.

    O FIM IMINENTE

    Marcos 10:32-34

    Aqui nos encontramos diante de uma imagem eloqüente, mais vívida ainda pela economia de palavras com a qual a relata. Neste momento, Jesus e seus homens estavam entrando na cena final. Jesus se dirigia de maneira definitiva e irrevogável para Jerusalém e para a cruz. Marcos destaca cada passo com clareza. Em primeiro lugar, o afastamento para o Norte, ao território que rodeia Cesaréia de Filipe. A viagem para o Sul e a breve detenção na Galiléia. O caminho para a Judéia e a etapa na região montanhosa e do outro lado do Jordão. E agora vemos a última etapa: o caminho para Jerusalém.
    Esta imagem nos diz algo sobre Jesus.

    1. Fala-nos de sua solidão. Partiam pela estrada e ele ia diante deles, sozinho. Os discípulos se sentiam tão surpreendidos e intrigados, tão conscientes da tragédia iminente, que temiam aproximar-se de Jesus. Há certas decisões que o homem deve tomar sozinho. Se tivesse tratado de compartilhar sua decisão com os Doze, sua única ajuda tivesse sido tratar de detê-lo. Há certas coisas que o homem deve enfrentar a sós. Certas decisões e certos caminhos devem transitar-se na terrível solidão da própria alma. Entretanto, no sentido mais profundo, nem sequer em momentos como esses o homem está sozinho porque Deus está mais perto dele que nunca.

    Aqui vemos a solidão essencial de Jesus, uma solidão amparada por Deus.

    1. Fala-nos sobre a coragem de Jesus. Jesus anunciou três vezes as coisas que lhe aconteceriam em Jerusalém e é de notar que no relato que faz Marcos destes vaticínios e advertências, cada vez se fazem mais lúgubres e incluem um novo elemento de horror. A primeira vez (Mc 8:31); trata-se do mero anúncio. A segunda vez (Mc 9:31), aparece a sugestão da traição. E agora, na terceira oportunidade, aparecem o escárnio, o açoite e a brincadeira. Pareceria que Marcos queria nos assinalar que a imagem se fazia mais clara inclusive para Jesus à medida que adquiria maior consciência do custo da redenção.

    Há duas classes de coragem. A coragem que é como uma reação instintiva, quase um reflexo, a coragem do homem que enfrenta de repente com uma crise e uma emergência diante das quais reage com valentia e que não tem tempo para pensar. Muitos homens se converteram em heróis no calor do momento. Mas também existe a coragem do homem que vê como se aproxima da distância o elemento lúgubre, o homem que tem muito tempo para voltar atrás, o homem que se propuser, poderia evitar o problema e, entretanto, segue adiante inflexivelmente. Não cabe dúvida sobre qual é a forma superior de coragem. Este enfrentamento frio, deliberado do futuro que se conhece como algo muito superior à realidade atual. Isso foi o que Jesus fez, se não se pudesse dizer nada superior sobre Ele, não deixar a de ser certo que pertence ao grupo dos heróis do mundo.

    1. Fala-nos sobre o magnetismo pessoal de Jesus. Resulta evidente que, nesse momento, os discípulos não sabiam o que acontecia. Estavam seguros de que Jesus era o Messias. Também tinham a certeza de que ia morrer. Para eles, a união destes dois fatos não tinha nenhum sentido. Estavam completamente surpreendidos e, entretanto, o seguiram. Tudo lhes resultava escuro exceto uma coisa: amavam a Jesus E por mais que se empenhassem em fazê-lo não o podiam abandonar. Tinham aprendido algo que é a própria essência da vida e a fé; amavam tanto que se viam obrigados a aceitar o que não podiam compreender.

    O PEDIDO DA AMBIÇÃO

    Marcos 10:35-40

    Este é um relato muito revelador.

    1. Diz-nos algo a respeito de Marcos. Mateus também apresenta este relato (Mateus 20:20-23) mas em seu Evangelho, o pedido dos lugares principais não é feito por Tiago e João, e sim por sua mãe,

    Salomé. Mateus deve ter considerado que um pedido semelhante não era digno de um apóstolo e, para proteger a reputação de João e Tiago, atribuiu-o à ambição natural de sua mãe. Este relato nos mostra a honestidade de Marcos.

    Conta-se que um pintor fez um retrato do Oliver Cromwell. Este tinha verrugas no rosto. O pintor, com a intenção de agradá-lo, não pintou as verrugas no retrato. Quando Cromwell o viu, disse: "Leve-o e me pinte com verrugas e tudo!" A intenção de Marcos é nos mostrar os discípulos "com verrugas e tudo". E tinha razão, porque os Doze não eram um grupo de santos. Eram homens muito simples. Jesus se propôs mudar o mundo com gente como nós, e o fez.

    1. Fala-nos de Tiago e João.
    2. Assinala-nos que eram muito ambiciosos. Quando, segundo sua opinião, ganhasse a batalha e o triunfo fora total, queriam converter-se nos principais ministros de Estado de Jesus. Talvez sua ambição tivesse crescido porque em mais de uma oportunidade Jesus os tinha incluído em seu círculo mais íntimo, os três escolhidos. Possivelmente gozavam de uma posição algo mais folgada que outros. Seu pai tinha dinheiro suficiente para empregar jornaleiros (Mc 1:20). Pode ser que, com certo esnobismo, pensassem que sua superioridade social lhes dava direito a ocupar um lugar privilegiado. Seja como for, apresentavam-se como homens que alimentaram em seus corações a ambição de ocupar o primeiro lugar em um reino terrestre.
    3. Mostra-nos que não tinham entendido absolutamente a Jesus. O surpreendente não é que acontecesse este incidente, e sim o momento em que aconteceu. Trata-se de uma justaposição: por um lado, a predição mais definitiva e detalhada que Jesus fez sobre sua morte e, por outro, este pedido que resulta esmagador. Mostra de maneira incomparável que pouco entendiam do que Jesus estava dizendo. As palavras resultavam ineficazes para tirar deles a idéia de um Messias rodeado de poder e glória terrestres. O único meio para obtê-lo era a cruz.
    4. Não obstante, uma vez que se há dito tudo o que se pode afirmar contra João e Tiago, encontramos que o relato nos diz algo muito radiante sobre eles: podiam estar surpreendidos mas continuavam crendo em Jesus. É assombroso que estes dois homens até pudessem relacionar a glória com um carpinteiro da Galiléia que tinha provocado a inimizade e a oposição mais amarga dos líderes religiosos ortodoxos da época e que aparentemente se encaminhava indubitavelmente para a cruz. Aqui percebemos uma confiança e uma lealdade tremendas. João e Tiago podiam estar confundidos mas há um fato inegável; tinham o coração bem posto. Jamais duvidaram da vitória final de Jesus.
    5. Diz-nos algo sobre o conceito de grandeza que Jesus sustentava. Diz-lhes: "Podem beber do copo que eu bebo, ou ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?"

    Aqui Jesus emprega duas metáforas judaicas. Nos banquetes reais, o rei costumava oferecer sua taça aos convidados. O copo se convertia, então, em uma metáfora para referir-se à vida e a experiência que Deus oferecia aos homens. “O meu cálice transborda”, disse o salmista (Sl 23:5), ao referir-se à vida e a experiência de felicidade que Deus lhe tinha dado. “Na mão do SENHOR há um cálice”, disse o salmista (Sl 75:8) quando pensava no destino que esperava os maus e os desobedientes. Quando Habacuque pensa nas calamidades que tinham descido sobre o povo do Israel, diz que beberam “o cálice da mão direita do SENHOR” (Hc 2:16). De maneira que a taça ou o copo se refere à experiência que Deus destina aos homens.

    A outra frase que Jesus emprega resulta confusa na tradução literal. Fala do batismo com que foi batizado. A palavra grega baptizein significa inundar. O particípio passado (bebaptismenos) significa submerso e em geral o emprega para significar que alguém está submerso em uma experiência. Diz-se que uma pessoa muito perdulária está inundada em dívidas, por exemplo. Diz-se que um bêbado está submerso na bebida. Uma pessoa afligida por alguma dor está inundada no sofrimento. Um jovem que se confronta um examinador está submerso em perguntas. Em geral, emprega-se a palavra para referir-se a uma barco que naufragou e está inundada sob as ondas. Esta metáfora está muito ligada a outra que o salmista emprega com freqüência. No Sl 42:7, lemos: “Todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim” No Sl 124:4 lemos: “As águas nos teriam submergido, e sobre a nossa alma teria passado a torrente”. No sentido em que Jesus a emprega aqui, a expressão não tem nada que ver com o batismo em seu sentido técnico. O que diz é o seguinte: "Podem suportar a experiência terrível que devo suportar eu? Podem tolerar inundá-los no ódio, na dor e na morte como devo fazê-lo eu?" Estava dizendo a estes dois discípulos que não pode haver coroa sem cruz. No Reino, a idéia de grandeza é a idéia da cruz.

    É certo que em tempos posteriores estes dois discípulos viveram a experiência de seu Mestre. Herodes Agripa decapitou Tiago (At 22:2) e, embora não é provável que João tenha sofrido o martírio, sofreu muito por Cristo. Aceitaram o desafio do Mestre, embora o tenham feito às cegas.

    1. Jesus lhes disse que a decisão final sobre todas as coisas pertencia a Deus. A determinação última do destino é uma prerrogativa de Deus. Jesus jamais usurpou o lugar de seu Pai. Toda sua vida foi um longo ato de submissão à vontade de Deus e sabia que, em última instância, a vontade de Deus era suprema.

    O CUSTO DA SALVAÇÃO DO HOMEM

    Marcos 10:41-45

    Era inevitável que a ação de Tiago e João despertasse um profundo ressentimento nos outros dez. Parecia como se Tiago e João tivessem querido "ganhar na corrida" e obter assim uma vantagem injusta. Imediatamente se expôs a velha controvérsia sobre quem seria o maior.
    A situação era séria. Era bem possível que se Jesus não tivesse agido, sem perder um minuto, quebrado-se a unidade fraternal do grupo apostólico. Chamou-os para que viessem a ele e lhes explicou com toda claridade a diferença entre as pautas de grandeza que regem em seu Reino e no reino deste mundo. No reino deste mundo o critério da grandeza é o poder. A prova é: Quantos homens estão sob seu controle? Quantos o obedecem e ouvem a suas ordens? Sobre quantos pode impor sua vontade? A quantos pode obrigar a obedecer suas palavras e a fazer coisas para Ele?
    Não muito tempo depois desta cena Galba resumiria em poucas palavras o conceito pagão da soberania e a grandeza, quando disse que agora, sendo imperador romano, podia fazer o que desejava muito, e fazer a qualquer um. No Reino de Jesus, ao contrário, o critério era o serviço. A grandeza não consistia em submeter outros à servidão e sim em submeter-se a si mesmo a serviço de outros. A prova não era que serviços posso obter dos outros? E sim, que serviços posso lhes oferecer?
    Tendemos a pensar que tudo isto não é mais que uma condição ideal. Entretanto, trata-se simplesmente do mais puro sentido comum. É de fato, o princípio cardeal no mundo dos negócios.
    Bruce Barton, um dos fundadores da indústria automotriz britânica, sustentava que uma das bases em que se apóia a atração que possa exercer uma empresa vendedora de automóveis sobre seus potenciais clientes é a credibilidade de sua disposição a sujar-se mais de graxa que qualquer de suas competidoras. Em outras palavras, ser a empresa mais disposta a emprestar um serviço eficaz. Assinala o mesmo dirigente industrial que quando o empregado comum vai pra casa às 5 e meia da tarde, ao terminar sua jornada de trabalho, a luz do escritório do diretor da empresa continua acesa até altas horas da noite. É sua disposição a oferecer de si mesmo algo mais do que se lhe exigia que o converteu em cabeça da empresa.
    Um dos problemas fundamentais da raça humana é que muitos homens tratam de fazer o menos que podem e pretendem receber mais que outros. Somente quando alguém está disposto a dar mais do que recebe, quer dizer, quando está disposto a servir a outros, poderá obter uma vida humana feliz e próspera.
    Kipling escreveu um poema, chamado O filho de Maria, que aconselha sobre o espírito com que deve enfrentar o trabalho que a cada um corresponde fazer:

    Se te detiver para perguntar qual será seu salário, como te vestirão e o que te darão de comer,

    Willie, meu filho, o mar não é para ti, o mar jamais quererá teus serviços.
    Se perguntas a razão de cada uma das ordens, e discutes com todos os que te rodeiam,

    Willie, meu filho, melhor, será que não procures o campo, porque o campo jamais necessitará de ti.

    Se passas o tempo pensando no que já fez e te orgulhas com o valor de suas obras, possivelmente os anjos venham a te elogiar, mas ninguém gostará de ti na Terra...

    O mundo precisa de pessoas cujo ideal seja o serviço, quer dizer, o mundo precisa de pessoas que saibam até que ponto as palavras de Jesus eram a mais profunda sabedoria jamais ouvida pelos homens.
    Para sublinhar suas palavras, Jesus apontou seu próprio exemplo. Com poderes tais como os seus, teria podido ordenar o universo inteiro para satisfazer suas próprias aspirações e comodidade, mas tinha se dedicado e posto todos os seus poderes a serviço de seus semelhantes. Tinha vindo — disse — para dar sua vida em resgate por muitos. Esta é uma das grandes frases dos evangelhos. Entretanto, seu significado foi muito maltratado e interpretado mal.
    Muitos querem erigir uma doutrina da expiação quando Jesus simplesmente quis nos falar de seu grande amor. Se nosso enfoque for dogmático, muito em breve nos veremos perguntando a quem se pagou o resgate. A quem entregou Jesus sua vida como resgate? Orígenes se fez esta pergunta, e sua resposta foi a seguinte: "A quem entregou Cristo sua vida como resgate? Não foi a Deus. Não deve ter sido, então, ao Diabo? Porque o Diabo nos tinha prisioneiros até que recebeu o preço de nosso resgate, a vida de Jesus, porque acreditava em seu engano que podia possuí-la, sem dar-se conta da tortura que para ele significaria retê-la consigo".
    Esta é uma concepção muito estranha: que a vida do Jesus foi paga como preço do resgate dos homens ao Diabo, para que este libertasse os homens da escravidão em que os mantinha prisioneiros. Mas que ao exigir e receber tal resgate o Diabo se enganou, pois jamais e de maneira nenhuma teria podido reter consigo a vida do Filho de Deus.
    Gregório da Niza percebeu o engano desta teoria. Equivoca-se — disse — ao pôr a Deus e ao Diabo no mesmo nível. Permite ao Diabo tratar com Deus de igual para igual. Por isso, Gregório de Niza imaginou a incrível explicação de que Deus teria enganado o Diabo. O Diabo se teria enganado ao ver a aparente impotência e debilidade da encarnação. Confundiu a Jesus, crendo-o nada mais que um homem. Tentou exercer sua autoridade sobre ele, e desse modo perdeu toda a autoridade que tinha, porque Deus o tinha enganado fazendo-o crer que poderia dominar a seu Filho.
    Esta doutrina não é menos fantástica que a anterior: que Deus precise vencer o demônio mediante um estratagema e um engano. Duzentos anos depois Gregório o Grande retomaria a idéia. Usou uma metáfora extraordinária. A encarnação — disse — foi um estratagema divina para dar caça ao Leviatã. A deidade de Jesus era o desejo, seu corpo a isca de peixe. Quando o corpo de Jesus apareceu diante das fauces de Leviatã, o Diabo, este caiu na armadilha, tragou-se a isca de peixe e com ela o anzol, e deste modo caiu nas mãos de Deus, quem exerce agora sobre ele toda sua autoridade, pois deste modo foi vencido definitivamente por Deus.
    Por último, foi Pedro Lombardo quem se encarregou de formular esta idéia do modo mais grotesco e repulsivo que podemos imaginar: "A cruz", disse, "foi uma ratoeira para caçar o Diabo, e o sangue de Cristo que empapou a isca que despertou sua cobiça..."

    Tudo isto simplesmente demonstra o que ocorre quando os homens tomam um imagem cheia de amor e ternura e tratam de elaborar a partir dela uma fria teologia puramente intelectual. Suponhamos que disséssemos: "A dor é o preço de amar muito". O que estamos afirmando é que não pode haver amor que exclua a possibilidade da dor. Mas jamais pensamos em que haja alguém a quem se paga a dor como preço pelo direito de amar. Suponhamos que disséssemos que a liberdade só pode obter-se a preço de sangue derramado... nem nos ocorreria investigar quem é que recebe o pagamento.
    O dito de Jesus que nos ocupa neste momento não é mais que uma maneira gráfica, descritiva, de dizer que, seja qual for o mecanismo explicativo, Jesus precisou dar sua vida para que os homens fossem arrancados de seu pecado e retornassem a Deus. Significa que o custo de nossa salvação foi a cruz de Cristo.

    Não podemos ir além disto, nem precisamos ir mais além. A única coisa que nos importa saber é que na cruz aconteceu algo que abriu para nós o caminho de acesso a Deus.

    UM MILAGRE À BEIRA DO CAMINHO Marcos 10:46-52

    Para o Jesus o final de seu caminho já não estava longe. Jericó se encontrava só a 25 quilômetros de Jerusalém. Temos que visualizar a cena. O caminho principal atravessava a cidade de Jericó. Jesus ia a Jerusalém para celebrar a Páscoa. Quando um mestre religioso distinto ia em caminho da cidade santa para celebrar alguma das grandes festividades judias, em geral o acompanhava uma multidão de seguidores, discípulos e estudantes, que escutavam sua palavra enquanto caminhavam juntos. Era uma das maneiras mais comuns de ensinar. Por outro lado, a Lei estabelecia que todo garoto maior de doze anos que vivesse dentro de um raio dos 25 quilômetros de Jerusalém estava obrigado ou assistir à festa da Páscoa.

    Evidentemente, era impossível que todos cumprissem esta Lei, pois nem todos estavam em condições de viajar. Os que não foram a Jerusalém se postavam à beira do caminho e desejavam boa viagem aos peregrinos. De modo que a rua central de Jericó deve ter estado cheia de pessoas apertadas junto às paredes dos edifícios, e deve ter havido uma multidão maior que o habitual, porque todos, sem dúvida, têm que ter querido ver esse jovem e audaz galileu que se atreveu a desafiar o poder combinado de todos os grupos ortodoxos.
    Vale a pena assinalar que Jericó gozava de uma característica sobressalente. O templo tinha atribuídos quase 20.000 sacerdotes e outros tantos levitas. Evidentemente todos não podiam oficiar ao mesmo tempo. Portanto, estavam divididos em 26 turnos que emprestavam seus serviços no templo de maneira rotativa. Alguns destes sacerdotes e levitas viviam em Jericó quando não lhes tocava servir no Templo. Deve ter havido muitos deles em Jericó nesse dia, quando Jesus atravessou a cidade. Durante a páscoa todos foram ao Templo, mas a maioria dos que viviam em Jericó ainda não teriam saído para cumprir suas obrigações em Jerusalém, pois os separava uma curta distância. Deve ter-lhes interessado muito ver o rosto deste rebelde que estava prestes a invadir Jerusalém. Na multidão muitos dos olhos que contemplavam ao mestre devem tê-lo medido com frieza, e manifestado sua atitude hostil para com ele, porque era o suficientemente claro que se Jesus tinha razão todo o culto que se oferecia no Templo não valia nada.
    Na porta Norte da cidade estava sentado um mendigo, Bartimeu. Ouviu o ruído dos passos da multidão que se aproximava. Perguntou a alguém o que acontecia e quem era que vinha. Disseram-lhe que era Jesus. Instantaneamente começou a gritar, para que Jesus pusesse sua atenção nele. Para os que estavam ouvindo os ensinos do Jesus todo esse escândalo era uma ofensa. Tentaram fazer Bartimeu calar a boca, mas ninguém ia tirar-lhe essa única oportunidade de sair de seu mundo tenebroso, e continuou gritando, com tanta violência e força que a multidão se deteve e o levaram à presença de Jesus. A história é muito iluminadora. Nela podemos ver muitos dos elementos que denominaríamos "as condições para que se opere um milagre".

    1. Há, em primeiro lugar, a insubornável persistência de Bartimeu. Nada nem ninguém pôde deter seu clamor, sua exigência de ser levado até Jesus. Estava determinado a dialogar com a única pessoa que podia escutá-lo. Na mente de Bartimeu não havia somente um desejo vago, geral, nebuloso e sentimental de ver a Jesus. Era uma vontade desesperada. Era e é esse desespero incomovível o que pode conseguir que certas coisas aconteçam.
    2. Sua resposta ao chamado de Jesus foi imediata e determinada de modo que arrojou sua capa, que o impedia de mover-se com prontidão, quando escutou a voz de Jesus que o chamava para vir até ele. Há muitos que ouvem o chamado de Jesus mas dizem: "Espera até que termine o que estou fazendo", ou "Já vou, depois de fazer isto..." Mas Bartimeu veio como um tiro quando Jesus o chamou. Há oportunidades que se apresentam uma só vez na vida. Bartimeu o sabia, de maneira instintiva. Às vezes experimentamos um desejo vago de abandonar um mau hábito, de purificar nossas vidas de algo daninho, de nos entregar mais plenamente a Jesus. Muito freqüentemente, também, não atuamos de maneira imediata para responder a este chamado, e a oportunidade se desvanece, possivelmente para não voltar a apresentar-se nunca mais.
    3. Bartimeu sabia exatamente o que necessitava. Queria ver. Muitas vezes nossa admiração por Jesus é um sentimento generalizado, muito pouco específico. Quando vamos ao médico sabemos exatamente o que é que nos dói e o que queremos que ele nos cure. Quando vamos ao dentista não lhe pedimos que nos tire algum molar, e sim aquele molar que nos está fazendo sofrer. O mesmo deveria ser entre nós e Jesus. E isto implica algo que muito poucas pessoas estão dispostas a enfrentar: o auto-exame, a autocrítica. Se quando viermos à presença do Jesus sabemos com a mesma exatidão que Bartimeu o que queremos que ele faça conosco, sem dúvida obteremos o cumprimento de nosso desejo.
    4. Bartimeu não sabia muito bem quem era Jesus. Chamava-o insistentemente Filho de Davi. Este era um título messiânico, mas seu significado evocava a idéia de um Messias conquistador, um Rei da linha de Davi, que levaria Israel à recuperação de sua grandeza como povo. Esta concepção do rol de Jesus era muito inadequada. Mas Bartimeu tinha fé e a fé que tinha cobriu qualquer engano teológico no que pôde ter incorrido. Não nos é exigido que entendamos à perfeição quem é Jesus. Em última análise, ninguém jamais pode obter tal coisa. O que nos pede é que tenhamos fé. Um escritor de imensa sabedoria há dito: "Devemos esperar que o povo pense, mas não querer que se façam teólogos antes de fazer-se cristãos". O cristianismo começa em nós quando reagimos diante da pessoa de Jesus, e quando esta nossa reação é de amor, um sentimento instintivo de que alguém é capaz de sair ao encontro de nossa necessidade. Até se nunca chegamos a ser capazes de elaborar teologicamente as coisas, essa resposta instintiva, esse grito que sai da alma, é mais que suficiente.
    5. No final encontramos uma verdadeira jóia. Bartimeu possivelmente tenha sido um mendigo cego sentado à beira do caminho, mas Bartimeu era um homem agradecido. Tendo recebido a vista, seguiu a Jesus. Não voltou para suas coisas quando obteve o que necessitava para satisfazer sua necessidade. Começou a partir de sua necessidade, chegou até experimentar gratidão, mas fez muito mais: ofereceu. sua lealdade a Jesus. E este é um resumo perfeito dos estágios do discipulado.

    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Marcos Capítulo 10 versículo 25
    mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha: Aqui Jesus usou uma hipérbole para ensinar uma lição importante. Assim como é impossível que um camelo passe pelo buraco de uma agulha, é impossível para uma pessoa rica entrar no Reino de Deus se ela continuar amando mais as riquezas do que a Jeová. Mas Jesus não quis dizer que ninguém que fosse rico poderia entrar no Reino, pois ele disse: “Para Deus todas as coisas são possíveis.” — Mc 10:27.


    Dicionário

    Agulha

    substantivo feminino Hastezinha de aço temperado e polido, aguçada numa das extremidades e perfurada na outra, por onde passa a linha para coser; hastezinha de aço ou outro material que serve para diversos usos.

    Camelo

    substantivo masculino Nome comum dado ao mamífero ruminante da família dos camelídeos que possui duas corcovas sobre o dorso e é utilizado como meio de locomoção e como animal de carga em regiões desérticas.
    Figurado Homem estúpido, pouco inteligente ou que possui pouca instrução; camelório.
    [Gíria] Veículo de duas rodas movido por um sistema de pedais e correia de transmissão; bicicleta.
    Antigo Antiga peça de artilharia de pequeno calibre.
    Etimologia (origem da palavra camelo). Do latim camelus.

    o mais valioso de todos os animais nas desertas regiões do oriente. os camelos serviam para levar pessoas (1 Sm 30.17), para transportar cargas, e para puxar carros (is 21:7). os camelos pequenos podem com uma carga de 800 arratéis, e os grandes com meia tonelada. Assim carregados, eles percorrem 45 a 60 km por dia, num andamento regular de cerca de cinco quilômetros por hora. o grande valor do camelo é poder ele estar sem comer e sem beber por um longo período de tempo, não lhe fazendo mal essa falta de alimentação. É sabido que eles podem viajar uns dez dias sem necessidade de beber. o camelo da Arábia é dotado de uma série de bolsas d”água que guarnecem o primeiro estômago, podendo, assim, levar consigo, como reserva, perto de sete litros d”água. A sua corcova é composta de gordurosas células, o que representa uma reserva de alimento, aumentando o seu volume quando o animal se acha bem tratado, e trabalha pouco, enrugando-se quando tem trabalho pesado e má alimentação. A carne do camelo era alimento proibido pela Lei, porque, embora o camelo seja animal ruminante, não tem unhas fendidas (Lv 11:4Dt 14:7). o seu leite é muito usado. Jacó preparou um presente, incluindo trinta camelas de leite, para Esaú (Gn 32:15). o pêlo do camelo, tecido em pano, era usado para fazer as sacolas do selim, tendas, e a roupa simples do deserto. João Batista tinha um vestido de pêlos de camelo, o vestido de profeta (Mt 3:4Mc 1:6 – *veja 2 Rs 1.8 e Zc 13:4). Faziam-se com a pele do camelo tendas, escudos, arneses e baús. os aparelhos de um camelo constavam de uma grande sela de madeira, em volta da corcova, e sobre a qual se prendia um tapete, e um pano de lã. Sentam-se em cima os homens com as pernas cruzadas, mas as mulheres e crianças são levadas dentro de uma leve armação de madeira suspensa como um cesto grande sobre os lados da sela. A proverbial expressão ‘é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha’ (Mt 19:24) está perfeitamente em harmonia com a linguagem oriental: não se sabe bem se ‘o fundo da agulha’ era a pequena porta de um portão.

    Camelo Animal de carga (2Rs 8:9), IMPURO (Lv 11:4). Com o seu pêlo se fazia um tecido (Mt 3:4).

    Camelo Animal de montaria e tiro característico do Oriente Médio. Aproveitava-se sua pele para confeccionar vestimentas (Mt 3:4). Seu tamanho era expressão comum que Jesus empregou para indicar que os fariseus se ocupavam de minúcias, mas se esqueciam do mais importante (Mt 23:24), assim como para indicar que o amor às riquezas impede totalmente a entrada no Reino de Deus (Mt 19:24; Mc 10:25; Lc 18:25).

    substantivo masculino Nome comum dado ao mamífero ruminante da família dos camelídeos que possui duas corcovas sobre o dorso e é utilizado como meio de locomoção e como animal de carga em regiões desérticas.
    Figurado Homem estúpido, pouco inteligente ou que possui pouca instrução; camelório.
    [Gíria] Veículo de duas rodas movido por um sistema de pedais e correia de transmissão; bicicleta.
    Antigo Antiga peça de artilharia de pequeno calibre.
    Etimologia (origem da palavra camelo). Do latim camelus.

    Camelô

    A origem da palavra é o árabe khamlat , nome que se dava aos tecidos rústicos comercializados em feiras livres e apregoados aos berros pelos vendedores, os camelôs de séculos atrás. Foi quando se popularizou, na França, o verbo cameloter, vender quinquilharias, coisas de pouco valor, na palavra eloqüente e vibrante do camelô, aquele que escolhe lugar movimentado em via pública: de preferência, com intenso passa-passa: para anunciar suas mercadorias. É o vendedor ambulante que apregoa bungigangas a platéias bestificadas. Com seu poder de convencimento, muitas vezes esses verdadeiros artistas, vitoriosos no ofício, enricam e viram donos de impérios. Que o diga o magnata Sílvio Santos: que, entretanto, jamais se esqueceu do apinhado Largo da Carioca. Foi lá que começou sua fulgurante carreira.

    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    E

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    conjunção Conjunção que liga palavras e orações com mesma função.
    Indica adição: pai e mãe extremosos.
    Indica oposição: falou muito, e não disse nada.
    Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal.
    Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos.
    Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira.
    Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses.
    Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois.
    Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram.
    Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias?
    substantivo masculino A quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e.
    Maneira de representar essa letra (e).
    numeral [Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série.
    Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.

    Entrar

    verbo intransitivo Passar para dentro, introduzir-se, penetrar: entrar sem convite.
    Recolher-se à casa.
    Intrometer-se, intervir, interferir: não entre em briga de marido e mulher.
    Invadir.
    Encaixar-se, ajustar-se: a chave não entra na fechadura.
    Ser admitido, adotar uma profissão, fazer parte de: entrar para a Academia, o magistério, um partido.
    Ser um dos elementos constituintes de: entra muito orgulho no seu procedimento.
    Iniciar: entrar em negociações, entrar na matéria.

    Fundo

    adjetivo Profundo, que está abaixo do nível da superfície: um poço fundo.
    Cavado, metido para dentro: as faces fundas.
    Figurado Firme, arraigado.
    Denso, compacto: a funda escuridão.
    Que parte de dentro: um fundo suspiro.
    Gír. Ignorante, que atua mal, inábil, incompetente.
    substantivo masculino A parte mais baixa de uma coisa oca: o fundo de um poço.
    A parte sólida sobre a qual repousam as águas: o fundo do mar.
    O que resta no fundo: o fundo de uma garrafa.
    A parte mais afastada da entrada ou do ponto de onde se olha, a mais retirada, a menos exposta ao olhar: o fundo da sala.
    A parte mais baixa de qualquer coisa: o fundo do vale.
    Profundidade: a cisterna tem muito fundo.
    Campo de um quadro no qual sobressai o objeto: um fundo de paisagem.
    Decorações cênicas, que ficam mais distantes do palco.
    [Brasil] Diamante de qualidade inferior.
    Figurado O que faz a matéria, a essência de uma coisa (por opos. a forma, a aparência): o fundo de um discurso.
    O que há de mais recôndito, de mais íntimo: o fundo do coração.
    Ir ao fundo, naufragar.
    Artigo de fundo, o principal de um jornal.
    Fundo sonoro, conjunto dos ruídos, sons e música que põem em relevo um espetáculo.
    locução adverbial A fundo, completamente: saber a fundo uma ciência.
    locução adverbial No fundo, na realidade, na substância.
    substantivo masculino plural Os haveres de um negociante, banqueiro etc.; capital.
    Fundos públicos, papéis de crédito emitidos ou garantidos pelo Estado.

    Fácil

    adjetivo Que se faz sem dificuldade: trabalho fácil.
    Que é claro, simples; que não é difícil de entender: autor fácil.
    Repleto de tolerância, complacência; complacente, tolerante: indivíduo fácil.
    [Popular] De honestidade duvidosa; desfrutável: tinha reputação de ser fácil.
    Que é leve, cheio de espontaneidade; sem afetação; espontâneo.
    Que não é complicado; brando: fácil de lidar.
    Que tende a se realizar, a acontecer: fácil de conseguir um emprego.
    advérbio Que ocorre de maneira natural; naturalmente: ri fácil.
    [Pejorativo] De modo irresponsável; à toa; irrefletidamente.
    Etimologia (origem da palavra fácil). Do latim facilis.e.

    Maís

    substantivo masculino Variedade de milho graúdo, bem desenvolvido.
    Não confundir com: mais.
    Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.

    Passar

    verbo transitivo direto Ir de um local para outro; atravessar: passamos a cerca para entrar no prédio.
    Ir através de: passar a água pela peneira.
    verbo transitivo direto e transitivo indireto Ultrapassar ou transpor algo; exceder um limite: o caminhão passou o carro; ela passou pela criança.
    verbo bitransitivo Fazer o transporte de: o barco passa as mercadorias pelo rio.
    Espalhar algo sobre: passou a geleia no pão.
    Obstruir a passagem de; fechar: passou o cadeado na porta.
    verbo transitivo direto e bitransitivo Fazer com que algo ou alguém chegue a algum lugar: eles passaram pela fronteira; não conseguiu passar sobre a ponte.
    Causar movimento: passou as páginas da Bíblia; passou os livros para a estante.
    Fazer com que chegue ao destino: não consegue passar o jogo; passou a bola ao adversário.
    verbo transitivo indireto e pronominal Deixar de ser uma coisa para se tornar outra: passou da música para a dança; passei-me de história para medicina.
    verbo transitivo indireto Ir a um local sem permanecer por lá: passaram pelo bairro.
    Seguir para o interior de; penetrar: o vento passou pela roupa; a cadeira não passa pela porta.
    verbo pronominal Ter razão de ser; correr: não sei o que se passa com ela.
    verbo intransitivo Deixar de existir; acabar: a tempestade passou.
    Sobreviver a: o doente não passa desta semana.
    Etimologia (origem da palavra passar). Do latim passare; passus.us.

    Reino

    substantivo masculino Nação ou Estado governado por príncipe reinante que tem título de rei ou de rainha; monarquia, reinado: o reino da Dinamarca.
    Conjunto das pessoas cujas funções estão subordinadas à aprovação do rei ou da rainha.
    Figurado Domínio, lugar ou campo em que alguém ou alguma coisa é senhor absoluto: esta casa é o reino da desordem.
    Figurado Conjunto do que ou de quem compartilha particularidades essenciais compondo algo único e homogêneo: aquele habita o reino da mentira!
    [Biologia] Divisão que enquadra e agrupa seres, sendo considerada a mais elevada de todas as divisões taxonômicas: os reinos são Animalia, Plantae, Fungi, Monera e Protista .
    [Biologia] Divisão que enquadra seres e coisas por relação de semelhança: reino animal, vegetal, mineral.
    [Regionalismo: Nordeste] Mistura de aguardente.
    expressão Religião Reino de Deus. Expressão evangélica que significa a atualização da realeza eterna de Deus.
    Religião Reino celeste, Reino eterno, Reino dos céus. Paraíso cristão, o céu.
    Etimologia (origem da palavra reino). Do latim regnum.

    Reino Território politicamente organizado, governado por um rei ou por uma rainha (1Rs 2:12); 10.1; (2Cr 22:12).

    Reino O âmbito de soberania de Deus. No Antigo Testamento e na literatura intertestamentária, a idéia do Reino aparece relacionada à intervenção de Deus na história através de seu messias. Essa mesma idéia permaneceu no judaísmo posterior. A crença na vinda do Reino constitui uma das doutrinas básicas do ensinamento de Jesus, que — não poucas vezes — refere-se a esse Reino em suas parábolas. O Reino já se manifestara com a vinda de Jesus e evidenciou-se em seus milagres e expulsões de demônios (Lc 11:20; 10,8-9). Não é deste mundo (Jo 18:36) e, por isso, não segue seu procedimento. A ética do Reino apresentada, por exemplo, no Sermão da Montanha (Mt 5:7) é totalmente diversa de qualquer norma humana e tem sido considerada, com justiça, inaplicável em uma sociedade civil. Se é possível viver, é graças ao amor de Deus e à sua vivência entre pessoas que compartilham essa mesma visão. O início do Reino é pequeno (Mt 13:31-33), contudo, apesar das dificuldades provocadas pelo Diabo e seus sequazes (13 24:30-36'>Mt 13:24-30:36-43), terá um final glorioso na Parusia de Jesus, após um tempo de grande tribulação e da pregação desse mesmo Reino no mundo inteiro (Mt 24:14). Desaparecerá então o domínio do diabo sobre o mundo e acontecerá a ressurreição, a recompensa dos que se salvaram e o castigo eterno dos condenados (13 1:23-24'>Mt 13:1-23:24-43; Mt 25:41-46). É oportuno ressaltar que todos esses aspectos coincidem com idéias sustentadas pelo judaísmo do Segundo Templo. Desde então, toda a humanidade é convidada a entrar no Reino (Mt 13:44-46). O Reino não pode ser confundido com a Igreja — como o demonstraram desenvolvimentos teológicos posteriores —, ainda que nesta se deva viver a vida do Reino.

    G. E. Ladd, El evangelio del reino, Miami 1985; Idem, Theology...; Idem, Crucial questions about the kingdom of God, 1952; J. Grau, Escatología...; J. Bright, The kingdom...; C. H. Dodd, Las parábolas del Reino, Madri 1974; J. Jeremías, Teología..., vol. I; N. Perrin, The Kingdom of God in the teaching of Jesus, Londres 1963; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...; Colectivo, Evangelio y Reino de Dios, Estella 1995.


    Rico

    substantivo masculino Sujeito endinheirado; quem tem muitos bens materiais, propriedades, riquezas.
    adjetivo Que tem uma grande quantidade de dinheiro, propriedades, bens materiais.
    Que é farto; com abundância; abundante: colheita rica.
    Muito gostoso ou agradável; delicioso.
    Que se apresenta de modo benéfico; favorável.
    Figurado Que expressa alegria, felicidade; satisfeito.
    Figurado Que se apresenta de muitas maneiras; variável.
    Figurado Muito amado e querido: ficou triste a morte de seu rico filho.
    De teor magnificente, pomposo; magnânimo: o rico mercado de Veneza.
    Figurado Com grande capacidade criativa; criativo: aluno rico em ideias!
    Etimologia (origem da palavra rico). Do gótico reiks, com muito poder, poderoso.

    é quem perde de si / Na soma da caridade.
    Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 89


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    ἐστί εὐκοπώτερος εἰσέρχομαι διέρχομαι κάμηλος διά τρυμαλιά ῥαφίς ἤ εἰσέρχομαι πλούσιος εἰς βασιλεία θεός
    Marcos 10: 25 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    É mais fácil um camelo passar pelo olho da agulha, do que entrar um homem rico no reino de Deus.
    Marcos 10: 25 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Fevereiro de 30
    G1223
    diá
    διά
    Através dos
    (through)
    Preposição
    G1330
    diérchomai
    διέρχομαι
    ir através de, atravessar
    (it goes)
    Verbo - presente indicativo médio ou passivo - 3ª pessoa do singular
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1519
    eis
    εἰς
    (A
    (disputed)
    Verbo
    G1525
    eisérchomai
    εἰσέρχομαι
    veio
    (came)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G2123
    eukopṓteros
    εὐκοπώτερος
    criaturas que se movem, coisas que se movem n m
    (and the wild beasts)
    Substantivo
    G2228
    um sacerdote, filho de Uzi, e antepassado de Esdras, o escriba
    (Zerahiah)
    Substantivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2574
    kámēlos
    κάμηλος
    a cidade principal da parte alta da Síria no vale de Orontes n pr m
    (to Lebo-hamath)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G4145
    ploúsios
    πλούσιος
    rico, abundante em recursos materiais
    (a rich man)
    Adjetivo - Masculino no Singular nominativo
    G4476
    rhaphís
    ῥαφίς
    ()
    G5168
    trymaliá
    τρυμαλιά
    nós
    (We)
    Pronome
    G932
    basileía
    βασιλεία
    um rubenita que demarcou o limite entre Judá e Benjamim com uma pedra
    (of Bohan)
    Substantivo


    διά


    (G1223)
    diá (dee-ah')

    1223 δια dia

    preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep

    1. através de
      1. de lugar
        1. com
        2. em, para
      2. de tempo
        1. por tudo, do começo ao fim
        2. durante
      3. de meios
        1. atrave/s, pelo
        2. por meio de
    2. por causa de
      1. o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
        1. por razão de
        2. por causa de
        3. por esta razão
        4. consequentemente, portanto
        5. por este motivo

    διέρχομαι


    (G1330)
    diérchomai (dee-er'-khom-ahee)

    1330 διερχομαι dierchomai

    de 1223 e 2064; TDNT - 2:676,257; v

    1. ir através de, atravessar
      1. ir, caminhar, viajar, passar por um lugar
      2. passar pela rota que leva a determinado lugar, ir, passar, viajar através de um região
    2. ir a lugares diferentes
      1. do povo, viajar para fora do país
      2. de um relatório, espalhar, ir para fora do país

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    εἰς


    (G1519)
    eis (ice)

    1519 εις eis

    preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

    1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

    εἰσέρχομαι


    (G1525)
    eisérchomai (ice-er'-khom-ahee)

    1525 εισερχομαι eiserchomai

    de 1519 e 2064; TDNT - 2:676,257; v

    1. ir para fora ou vir para dentro: entrar
      1. de homens ou animais, quando se dirigem para uma casa ou uma cidade
      2. de Satanás tomando posse do corpo de uma pessoa
      3. de coisas: como comida, que entra na boca de quem come
    2. metáf.
      1. de ingresso em alguma condição, estado das coisas, sociedade, emprego
        1. aparecer, vir à existência, começar a ser
        2. de homens, vir perante o público
        3. vir à vida
      2. de pensamentos que vêm a mente

    εὐκοπώτερος


    (G2123)
    eukopṓteros (yoo-kop-o'-ter-os)

    2123 ευκοπωτερος eukopoteros

    comparativo de um composto de 2095 e 2873; adj

    com labor fácil

    fácil



    (G2228)
    (ay)

    2228 η e

    partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula

    1. ou ... ou, que

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    κάμηλος


    (G2574)
    kámēlos (kam'-ay-los)

    2574 καμηλος kamelos

    de origem hebraica 1581 גמל; TDNT - 3:592,413; n m/f

    1. camelo


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    πλούσιος


    (G4145)
    ploúsios (ploo'-see-os)

    4145 πλουσιος plousios

    de 4149; TDNT - 6:318,873; adj

    1. rico, abundante em recursos materiais
    2. metáf. abundante, abundantemente suprido
      1. abundante (rico) nas virtudes cristãs e posses eternas

    ῥαφίς


    (G4476)
    rhaphís (hraf-ece')

    4476 ραφις rhaphis

    da palavra primária rhapto (costurar; talvez mais semelhante a raiz de 4474 da idéia de perfurar); n f

    1. agulha

    τρυμαλιά


    (G5168)
    trymaliá (troo-mal-ee-ah')

    5168 τρυμαλια trumalia

    de um derivado de truo (gastar, semelhante a raiz de 5134, 5147 and 5176); n f

    1. buraco, (buraco da agulha)

    βασιλεία


    (G932)
    basileía (bas-il-i'-ah)

    932 βασιλεια basileia

    de 935; TDNT - 1:579,97; n f

    1. poder real, realeza, domínio, governo
      1. não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
      2. do poder real de Jesus como o Messias triunfante
      3. do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
    2. um reino, o território sujeito ao governo de um rei
    3. usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias