Enciclopédia de Atos 19:13-13

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 19: 13

Versão Versículo
ARA E alguns judeus, exorcistas ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.
ARC E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega.
TB Também alguns judeus exorcistas, ambulantes, tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que estavam possessos de espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.
BGB ἐπεχείρησαν δέ τινες ⸀καὶ τῶν περιερχομένων Ἰουδαίων ἐξορκιστῶν ὀνομάζειν ἐπὶ τοὺς ἔχοντας τὰ πνεύματα τὰ πονηρὰ τὸ ὄνομα τοῦ κυρίου Ἰησοῦ λέγοντες· ⸀Ὁρκίζω ὑμᾶς τὸν Ἰησοῦν ⸀ὃν Παῦλος κηρύσσει.
HD Alguns dos judeus, exorcistas ambulantes , também tentaram invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos.
BKJ Então, alguns judeus andarilhos, exorcistas, tentavam invocar sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.
LTT E alguns homens provenientes- de- junto- dos judeus que estão vagabundEando (exorcistas) tentaram invocar (sobre aqueles tendo os espíritos malignos) o nome de o Senhor Jesus dizendo: "(Que saiais,) estamos solenemente vos ordenando por ① Jesus, a Quem Paulo prega."
BJ2 Então, alguns dos exorcistas judeus[o] ambulantes começaram a pronunciar, eles também, o nome do Senhor Jesus, sobre os que tinham espíritos maus. E diziam: "Eu vos conjuro por Jesus, a quem Paulo proclama!"
VULG Tentaverunt autem quidam et de circumeuntibus Judæis exorcistis invocare super eos qui habebant spiritus malos nomen Domini Jesu, dicentes : Adjuro vos per Jesum, quem Paulus prædicat.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 19:13

Gênesis 4:12 Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra.
Gênesis 4:14 Eis que hoje me lanças da face da terra, e da tua face me esconderei; e serei fugitivo e errante na terra, e será que todo aquele que me achar me matará.
Josué 6:26 E, naquele tempo, Josué os esconjurou, dizendo: Maldito diante do Senhor seja o homem que se levantar e reedificar esta cidade de Jericó! Perdendo o seu primogênito, a fundará e sobre o seu filho mais novo lhe porá as portas.
I Samuel 14:24 E estavam os homens de Israel já exaustos naquele dia, porquanto Saul conjurara o povo, dizendo: Maldito o homem que comer pão até à tarde, para que me vingue de meus inimigos. Pelo que todo o povo se absteve de provar pão.
I Reis 22:16 E o rei lhe disse: Até quantas vezes te conjurarei, que me não fales senão a verdade em nome do Senhor?
Salmos 109:10 Sejam errantes e mendigos os seus filhos e busquem o seu pão longe da sua habitação assolada.
Mateus 12:27 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam, então, os vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juízes.
Mateus 26:63 E Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
Marcos 5:7 E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te por Deus que não me atormentes.
Marcos 9:38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que, em teu nome, expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue.
Lucas 9:49 E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.
Lucas 11:19 E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Eles, pois, serão os vossos juízes.
Atos 8:18 E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro,


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 19 : 13
exorcistas
Lit. “aquele que esconjura, lança uma maldição, faz um juramento (sentido estrito); aquele que expulsa entidades malignas”.

Atos 19 : 13
ambulantes
Lit. “aqueles que perambulam, ambulantes, itinerantes”.

Atos 19 : 13
tentaram
ἐπεχείρησαν (epekheíresan) – lit. “pôr a mão sobre”, pôr mãos (à obra), empreender (um trabalho); tratar de, procurar fazer algo; tentar – Verb. Indicativo Aoristo Ativo (1 – 3), formado pela junção da preposição επί , (epí – sobre) + χειρ  (kheír – mão).

Atos 19 : 13
invocar
Lit. “nomear o nome”. Expressão idiomática semítica que consiste em colocar lado a lado duas palavras de mesmo radical (verbo + substantivo) de modo a reforçar o sentido da ação descrita pelo verbo.

Atos 19 : 13
malignos
Lit. “mal; mau, malvado, malevolente; maligno, malfeitor, perverso; criminoso, ímpio”. No grego clássico, a expressão significava “sobrecarregado”, “cheio de sofrimento”, “desafortunado”, “miserável”, “indigno”, como também “mau”, “causador de infortúnio”, “perigoso”. No Novo Testamento refere-se tanto ao “mal” quanto ao “malvado”, “mau”, “maligno”, sendo que, em alguns casos, substitui a palavra hebraica “satanás” (adversário).

Atos 19 : 13
proclama
Lit. “proclamar como arauto, agir como arauto”. Sugere a gravidade e a formalidade do ato, bem como a autoridade daquele que anuncia em voz alta e solenemente a mensagem.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"por" ou "em nome de".


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

A TERCEIRA VIAGEM DE PAULO: ÉFESO

52-55 a.C.
PAULO CHEGA A ÉFESO
De Corinto, Paulo atravessou o mar Egeu e chegou a Éfeso, onde fez, no máximo, uma visita rápida. De acordo com Lucas, o escritor de Atos dos Apóstolos, Paulo estava a caminho de Cesaréia e, de lá, planejava regressar à igreja de Antioquia, de onde havia partido. Cumprindo sua promessa, Paulo viajou por terra e voltou a Éfeso onde, durante três meses, argumentou de forma convincente acerca do reino de Deus na sinagoga. Por fim, Paulo deixou a sinagoga e, levando seus discípulos consigo, passou dois anos e meio realizando estudos diários na escola de Tirano. De acordo com um manuscrito de Atos 19:9, Paulo usava a escola entre as 11 e 16 horas. Nesse horário mais quente do dia, muitos habitantes da cidade se recolhiam para descansar e Paulo aproveitava a escola vazia para promover o reino de Deus.

ÉFESO
A história de Efeso é extremamente antiga. É possível que fosse a cidade de Apasa, mencionada em textos hititas do segundo milênio a.C. No tempo de Paulo, era um porto importante com mais de trezentos mil habitantes. Hoje em dia, as ruínas de Éfeso se encontram cerca de 10 km para o interior, mas mesmo no tempo de Paulo as embarcações tinham de navegar por águas rasas para entrar no porto cada vez mais assoreado.
Efeso era conhecida por seu tempo à deusa Artemis (Diana), uma das sete maravilhas do mundo antigo. O templo original de 560 a.C. foi reconstruído entre 334 e 250 a.C. depois de um incêndio em 356 a.C. Media 104 m de comprimento por 50 m de largura e possuía 127 colunas jônicas de mármore, cada uma com 17,4 m de altura e 1,5 m de diâmetro. O local permaneceu soterrado sob lama aluvial até 1874, quando o escavador inglês J. T. Wood usou indicações de uma inscrição antiga para encontrar o templo. Hoje, o lugar ocupado pelo templo é uma região alagadiça que sore inundações frequentes. Apenas uma coluna foi restaurada parcialmente.

PAULO EM ÉFESO
De acordo com Lucas, a estadia de Paulo em Efeso foi particularmente produtiva. Até os lenços e aventais tocados pelo apóstolo eram usados para curar os enfermos. Os praticantes de artes mágicas levaram seus livros para serem queimados em praça pública, destruindo rolos num valor total de 50.000 denários, sendo que um denário correspondia aproximadamente ao salário de um dia.
Liderados por um ourives chamado Demétrio, que ficou assustado com a queda na venda de réplicas do templo feitas de prata, os devotos de Ártemis promoveram uma revolta contra Paulo no teatro da cidade. No tempo de Paulo, o teatro, construído durante o governo de Cláudio (41-54 .C.), era um pouco menor do que sua forma atual com 66 fileiras de assentos, um palco de 25 por 40 m e capacidade para vinte e quatro mil pessoas. A confusão nesse teatro é um dos raros acontecimentos bíblicos que podem ser relacionados a um lugar ainda existente nos dias de hoje. Durante duas horas, o local ecoou com os gritos de "Grande é a Diana dos efésios!" (At 19:34).
Uma inscrição encontrada no balneário de Escolástica (c. 100 d.C.) menciona um oficial chamado asiarca (governante da Asia), o termo usado por Lucas em Atos 19:31 para um conselho local constituído de homens ricos e influentes. O escrivão de Efeso lembrou os efésios que sua cidade era "a guardiã do templo da grande Diana"." Outra inscrição na qual Éfeso é descrita como "guardiã" de Ártemis mostra que Lucas usou um termo local apropriado.

AS RUÍNAS DE ÉFESO
As ruínas da cidade são extraordinárias. Pode-se ver várias casas de efésios abastados datadas do século I que foram ampliadas posteriormente. A linha da Via Arcádia, assim chamada em homenagem ao imperador romano Arcádio (395-408 d.C.), que se estende por 600 m do teatro até o porto, conhecida desde o período helenístico, apesar do monumento com quatro colunas na metade do caminho ser do reinado de Justiniano (527-565 a.C.). Arcádio instalou cem postes com lâmpadas para iluminar a rua de 11 m de largura. Outras construções também são posteriores ao tempo de Paulo, como o ginásio e os balneários do porto, datados do final do século I.
A biblioteca de Tibério Júlio Celso Polemeano, governador da Asia e primeiro grego a ser nomeado para o senado romano, é datada de 110 .C. e sua fachada com 11 por 16,7 m foi amplamente restaurada. As colunas coríntias centrais e seus capitéis são maiores do que os das extremidades. Celso se encontra sepultado num sarcófago de mármore debaixo da ala oeste da biblioteca.

Referências:

Atos 18:18-22

Atos 19:12-19

Atos 19:35

Estátua da deusa Artemis com vários seios, datada do século I d.C.
Estátua da deusa Artemis com vários seios, datada do século I d.C.
Reconstituição de Éfeso mostrando o templo da deusa Ártemis e a Via Arcádia que ligava o teatro ao porto.
Reconstituição de Éfeso mostrando o templo da deusa Ártemis e a Via Arcádia que ligava o teatro ao porto.
Vista aérea das ruinas de Éfeso.
Vista aérea das ruinas de Éfeso.
Éfeso, na época do império romano
Éfeso, na época do império romano
Éfeso, vista do Grande Teatro
Éfeso, vista do Grande Teatro

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 19:13
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
d. O Ministério de Paulo sobre o Espírito (Atos 19:1-7). Depois que Apolo partiu de Éfeso, Paulo chegou, tendo passado por — tendo feito uma viagem missionária através (cf. Atos 13:6) — todas as regiões superiores. A palavra grega para "superior" não foi encon-trada em outros lugares, exceto nos livros médicos (onde é usada para a parte superior do corpo), como admitem Lake e Cadbury.' Regiões superiores quer dizer "interior" do ponto de vista de Éfeso.235 Paulo simplesmente veio por terra e, chegando a Éfeso, encontrou alguns discípulos (1).

A identidade destes discípulos é uma das questões mais discutidas do estudo de Atos. A opinião antiga prevalecente, começando com Crisóstomo (séc. IV), dizia que eram discípulos de João Batista. Esta idéia foi expressa por Adam Ciarke nos seguintes ter-mos: "É provável que fossem judeus asiáticos que, tendo estado em Jerusalém cerca de 26 anos antes, haviam ouvido as pregações de João e tinham recebido o batismo, acredi-tando na vinda de Cristo, que João anunciara. Mas parece que até essa ocasião eles não tinham recebido mais nenhum outro ensino sobre a religião cristã".' Ele também diz: "Aqueles que não receberam estas bênçãos do Espírito Santo, qualquer que seja a sua profissão, não conhecem nada melhor que o batismo de João: este batismo é bom, exce-lente em seu gênero, mas ineficaz para a salvação daqueles que vivem sob o meridiano do cristianismo".'

Diante desta opinião, podemos colocar a interpretação de Alexander: "Alguns (i.e., uns poucos) discípulos, não de Apolo ou de João Batista, mas de Cristo, como é sempre o significado dessa palavra quando usada absolutamente... e assim fica subentendido pela maneira como foi tratada por Paulo".' Da mesma forma, Lake e Cadbury falam sobre os discípulos: "Isto quer dizer cristãos, tanto pelo uso de mathetas em Atos como pelo con-texto".239 Bruce repete esta opinião e acrescenta um ponto, ao comentar: "Provavelmente, as palavras 'discípulos de Cristo', de acordo com o significado de mathetes em outras passagens, foram usadas de forma absoluta; eles haviam sido discípulos de João, portan-to deveriam esperar que isto fosse afirmado explicitamente"."'

A estes discípulos Paulo fez a seguinte pergunta: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? (2, ou "quando vos convertestes") ' A tradução revisada man-tém a primeira frase. Qual está correta? A frase literal grega diz "Recebestes [o] Espírito Santo tendo crido?" A pergunta é a seguinte: Será que o particípio aoristo "tendo acredi-tado" indica uma ação anterior, ou simultânea ao verbo principal? Os melhores gramáticos da língua grega estão de acordo ao afirmar que o particípio aoristo geralmente indica uma ação anterior. Mas em algumas passagens do NT, ele expressa, sem qualquer dúvi-da, uma ação simultânea, e a maioria dos estudiosos confirma que isto acontece neste caso. Na verdade, o assunto está resolvido, não com base na gramática científica, mas na pressuposição teológica. Obviamente, em si mesma a pergunta de Paulo não pode ser usada como prova textual a favor ou contra a doutrina de ser cheio do Espírito Santo como uma segunda obra da graça, subseqüente à conversão. Entretanto, toda esta passagem (1-7) parece claramente semelhante à experiência dos discípulos no dia de Pentecostes.

A resposta desses "discípulos" foi: "Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito San-to". Esta é a tradução correta do grego. Mas em João 7:39, a mesma construção grega foi traduzida da seguinte forma: "O Espírito Santo ainda não fora dado". Talvez, esta seja a melhor tradução aqui (cf. ASV — "Nem sequer ouvimos falar de que o Espírito Santo tenha sido dado"). Como já foi mencionado muitas vezes, João Batista falava sobre o Espírito Santo (Mt 3:11 e passagens paralelas). Mas o que estes homens claramente não sabiam era que Ele havia sido enviado no Pentecostes. Parece que estes discípulos não tinham estado em contato com a igreja cristã, ou talvez tivessem deixado a Palestina antes do Pentecostes e ficado isolados dos seguidores de Jesus desde essa época.

Ainda resta alguma coisa a ser dita sobre a tradução literal incluída aqui (KJV, RSV, NEB, Phillips). Page insiste que "a única tradução possível do grego é: "Nós nun-ca ouvimos falar sobre a existência de um Espírito Santo".' Bruce sugere uma solução que é fiel ao grego e, no entanto, abre caminho para a interpretação acima, quando escreve: "Provavelmente, a expressão pneuma hagion deva ser entendida aqui em um sentido especial, de o Espírito Santo ter sido enviado no Pentecostes sem uma manifes-tação exterior".'

Paulo manifestou sua surpresa perante a resposta deles, ao fazer uma segunda per-gunta: Em que sois batizados, então? (3) Eles disseram: No batismo de João. Paulo explicou que o batismo de João era o batismo do arrependimento (4), mas que o próprio João Batista havia dito ao povo que cresse no que após ele havia de vir, i.e., em Jesus (Os manuscritos mais antigos omitem aqui a palavra Cristo).

E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus (5). Está claro que estes "discípulos" não haviam recebido o batismo cristão antes deste episódio.

Impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam -lit., "passaram a falar" — línguas e profetizavam. Como havia acontecido em Samaria (Atos 8:17), o Espírito Santo foi concedido através da imposição de mãos apostólicas. Em rela-ção a passar a falar línguas, Adam Clarke escreve: "Eles receberam o miraculoso dom de falar diversas línguas, e nestas línguas ensinavam ao povo as grandes doutrinas da religião cristã, pois parece que este é o significado da palavra epropheteuon, profetiza-vam, como foi usada acima".244

A questão de falar em línguas tem sido um tema de discussão da igreja cristã nos tempos modernos. Ela é mencionada apenas três vezes em Atos, em conexão com o Pen-tecostes original (Atos 2:4), com o Pentecostes dos gentios (Atos 10:46), e com o Pentecostes efésio (Atos 19:6). Em cada uma destas ocasiões, a questão está relacionada com o recebimento do Espírito Santo. Por outro lado, nada é mencionado sobre falar em línguas quando os convertidos samaritanos receberam o Espírito (Atos 8:17).

O que deve ser enfatizado é que o relato sobre o Pentecostes original parece indicar claramente que os discípulos começaram a falar cerca de quinze línguas diferentes no

dia de Pentecostes (Atos 2:5-11). Como Pedro estabeleceu uma relação muito próxima entre o que aconteceu no Pentecostes e o que aconteceu na casa de Cornélio (15:8-9), seria justo supor que os crentes cheios do Espírito Santo em Cesaréia também passaram a falar línguas inteligíveis. Como Adam Clarke indica (na citação acima), parece que isto tam-bém aconteceu em Éfeso.

Estes "discípulos" de Éfeso representam um bom exemplo de "Andar na Luz": 1. Eles se arrependeram com a pregação de João Batista (3-4) ; 2. Foram batizados como cristãos sob o ministério de Paulo (5) ; 3. Foram cheios do Espírito Santo (6).
É nos versículos 5:6, e não na pergunta do versículo 2, que podemos encontrar a prova mais substancial relacionada às duas obras da graça. Aqui o quadro é claro e indiscutível, tal como no capítulo 8. Estes discípulos (2) foram batizados em nome do Senhor Jesus (5). Depois disto, impondo-lhes Paulo as mãos, o Espírito Santo veio sobre eles (6). Aqui foram retratadas duas experiências distintas. Aqui existe a prova de que aqueles que creram e passaram a ter a fé cristã ainda precisam ser cheios do Espírito Santo como uma experiência subseqüente.

Lucas diz que todos os que assim receberam o Espírito eram cerca de uns doze varões (7). Parece estranho que a palavra "cerca" tenha sido usada para um número tão pequeno de crentes. Alexander sugere uma boa explicação: "Ele pode ter tido a intenção de evitar a falsa impressão de que todos os irmãos em Éfeso... estavam neste estado infantil de ignorância e atraso. Assim, a palavra todos pode ser entendida como todos mencionados, ou pelo menos".245

Esta seção (1-7) pode ser apresentada sob o título da pergunta de Paulo: "Recebestes vós já o Espírito Santo?" 1. Uma minuciosa pergunta para todos os discípulos (1-2) ; 2. Uma preparação adequada (2-5) ; 3. Uma segunda bênção aos crentes (5-6). (A. F. Harper)

e. O Ministério de Paulo na Sinagoga (Atos 19:8-10). Depois do seu encontro com esse pequeno grupo de discípulos, Paulo, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses (8). Este foi um período raramente longo para os seus ensinos na sinagoga sem ter sido expulso. Parece que, por alguma razão desconhecida, os judeus de Éfeso eram mais receptivos ao ministério de Paulo do que os judeus de outros lugares.

Mesmo em sua breve visita, eles rogaram que ele "ficasse por mais algum tempo" (Atos 18:20). Parece que ele criou uma impressão favorável que, neste caso, durou algumas semanas.

O ensino de Paulo na sinagoga é descrito como disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus. Sobre estes dois verbos, Alexander escreve: "Disputando (ou discur-sando) e persuadindo podem descrever seu ensinamento tanto como doutrinário quanto como prático, didático e exortativo; ou o primeiro termo pode descrever sua pregação e o segundo o seu efeito"' (Cf. NEB — "usando argumentos e persuasão").

Paulo não foi agressivo. Era inevitável que a sua corajosa e enérgica pregação provocasse uma crise. Finalmente, alguns (9) se endureceram — "tornaram-se obstinados" ou teimosos — e não obedeceram. Em grego, o verbo é "uma única palavra que pode ser traduzida como desacreditaram, indicando não uma simples negação, mas uma recusa positiva. O verbo grego também sugere a idéia de desobediência ou resistência à autoridade".' Quando os adversários de Paulo falaram mal do Caminho (lit., em grego; cf. Atos 9:2) perante a multidão — provavelmente a congregação na sinagoga —, ele retirou-se deles. Mais uma vez, os judeus tinham rejeitado o Messias, seu Salvador. Quase invariavelmente, a maioria deles agia assim, e talvez a única exceção tenha acontecido em Beréia (Atos 17:11-12).

Mas havia muitos que haviam crido durante este período de três meses. Portanto, Paulo separou os discípulos, i.e., quando saiu da sinagoga ele levou consigo os novos convertidos. Ao invés de discutir na sinagoga (cf. 8), ele estava agora disputando todos os dias na escola de um certo Tirano. Esta escola (em grego schole) era um "edifício usado para conferências e outras reuniões"."' A respeito de Tirano, um importante manuscrito grego (D) acrescenta: "Da quinta à décima hora" — i.e., das 11 da manhã às 4 da tarde, o período que era dedicado à refeição do meio-dia e ao descanso da tarde. Lake e Cadbury dizem: "Podemos sugerir que o próprio Tirano usava o local para ensinar nas primeiras horas da manhã (Marcial ix. 68, xii. 57, Juvenal vii. 222ss.) até à quinta hora, e que, durante este mesmo período, Paulo se ocupava com o seu próprio trabalho (xx.
34) "2" Eles completam: "Marcial iv. 8 indica que a quinta hora era o momento habitual para encerrar o trabalho... Então Paulo podia utilizar o edifício para o desempenho de sua missão".2"

Essa pregação no edifício de Tirano continuou pelo espaço de dois anos (10). Como aconteceu em Corinto, o ministério de Paulo era dividido em duas partes. Em Corinto, o apóstolo discutiu na sinagoga todo sábado (18.4), durante um desconhecido período de tempo, e ensinou a Palavra de Deus na casa de Justo durante um ano e meio (Atos 18:7-11). Em Efeso, ele desempenhou o ministério na sinagoga durante cerca de três meses, e depois passou a pregar no edifício de Tirano durante dois anos. Era uma característica de Paulo levantar cedo e executar a tarefa do dia com as suas mãos — provavelmente junto com Áqüila em sua profissão de fazer tendas para sustentar a si mesmo e aos seus

colegas (Atos 20:34) — e depois pregar e ensinar durante cinco horas enquanto dispunha do uso do edifício. Evidentemente, ele passava as noites ministrando aos convertidos, pois lembrou aos anciãos de Éfeso: "... durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós" (Atos 20:31). Paulo foi um dos mais consagrados e abne-gados pregadores de todos os tempos. Uma vez, ele disse: "eu tenho trabalhado mais do que eles" (2 Co 11.23, Phillips). Sua vida e sua obra são um desafio a todo ministro da atualidade que foi chamado por Deus.

Como resultado de seu prolongado ministério em Éfeso, todos os que habitavam na Ásia — a província — ouviram a palavra do Senhor,' tanto judeus como gregos. A razão desta extensa generalização é que pessoas de todas as províncias vinham ao famoso templo de Diana, em Éfeso (27). Aqueles que se convertiam enquanto visitavam Éfeso levariam o Evangelho para sua comunidade natal. Também é provável que os compa-nheiros de Paulo, Silas e Timóteo, tenham feito algum trabalho de evangelização nas cidades vizinhas. A afirmação aqui, mais do que qualquer outra no livro de Atos, explica a razão da política de Paulo de concentrar-se na capital das províncias e nas maiores cidades, tornando-as centros de evangelização para toda a região. Isto também demons-tra o sucesso deste procedimento.

f O Ministério de Paulo aos Enfermos (Atos 19:11-20). Além de pregar, o apóstolo tinha um ministério de curas: Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordi-nárias — lit., "incomuns" (11). É evidente, pela vida de Cristo e pela descrição feita aqui, que Deus estava interessado tanto no corpo como na alma dos homens. Isto ocorria por-que este era um ministério divinamente ordenado, e não alguma coisa que Paulo estives-se tentando fazer.

Alguns dos métodos usados podem parecer um pouco surpreendentes para nós. Do corpo de Paulo (12) — não soma, mas chrotos, que significa "a superfície do cor-po, a pele" (um dos termos médicos de Lucas) 252 — eram levados lenços — lenços usados na cabeça — e aventais (lit., aventais dos trabalhadores). Estas peças de tecido, que Paulo usava no trabalho, não produziam nenhuma cura. Mas Deus se ajustou à demanda humana por alguma coisa tangível, e até o Senhor Jesus usou terra e saliva (Jo 9:6). Estes eram amparos materiais para uma fé frágil demonstra-da pelas pessoas (cf. 5.15; Lc 8:44). Deus pode trabalhar com ou sem materiais inter-mediários. Neste caso, as pessoas não só eram curadas das doenças, como os demônios eram expulsos.

Alguns ambulantes — lit. "itinerantes" (Phillips) — exorcistas judeus (13) deci-diram capitalizar através da situação para ganhar alguma publicidade, e talvez uma recompensa financeira. Portanto, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega. A palavra orkizo, esconjurar, tem a mesma raiz de exorkiston, exorcistas (somen-te aqui no NT), que significa literalmente: "aquele que ministra um juramento". Josefo fala sobre um exorcista judeu que expulsava os demônios pronunciando o nome de Salomão.' Um notável paralelo à presente passagem é encontrado em um rolo de papiro sobre mágica, oriundo deste período (agora em Paris), que contém as palavras: "Eu vos esconjuro pelo Deus dos hebreus, Jesus".254

A respeito do exorcismo e da mágica descritos aqui, Lake e Cadbury dizem: "(i) Tais práticas estavam especialmente associadas com Éfeso... (ii) Na mágica do mundo da antiguidade, os judeus desempenhavam um importante papel"." Quando os ho-mens esquecem a verdadeira religião, eles passam a gravitar em torno de uma absur-da superstição.

Um grupo de exorcistas era composto pelos filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes (14) — uma palavra que significa "sumo sacerdote". Como somente o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no Santos dos Santos no Dia da Expiação e pronunciar o sagrado nome de Jeová, Ceva afirmava ter conhecimentos sobre o nome mági-co, esperando dessa forma conquistar um prestígio particular. Seus filhos esconjuraram o demônio a sair de uma pessoa. O espírito maligno (15) respondeu (usando as cordas vocais do homem) : Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois? Duas palavras gregas diferentes foram usadas para "conhecer". Alexander sugere esta paráfrase: "Sei quem é Jesus e, em relação a Paulo, eu o conheço muito bem".' A pergun-ta é, literalmente falando, "Mas vós, quem sois?"

O homem possuído pelo demônio saltou sobre eles, assenhoreando-se de dois.' Evi-dentemente, ele rasgou suas roupas, pois eles fugiram daquela casa nus e feridos (16). Quando os judeus e os gregos que moravam em Efeso souberam disso, caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido (17).

Muitas vezes, o medo produz a convicção e cria a sinceridade. Muitos dos novos convertidos vinham, confessando (18) — lit., "estavam vindo, confessando e pu-blicando os seus feitos". Lake e Cadbury afirmam que a palavra grega para feitos "tem o sentido técnico de uma 'força mágica', de modo que seu provável significado aqui é que os antigos exorcistas revelaram agora as fórmulas secretas que tinham usado"

Os convertidos que seguiam artes mágicas (19) — "termo técnico para mágica"' — tendo levado os seus livros, os queimaram na presença de todos. Em relação aos livros, Lake e Cadbury dizem: "Os bibloi dos mágicos eram, sem dúvida, pergaminhos ou papiros de tamanho relativamente pequeno, com feitiços escritos neles".' O valor destes papiros mágicos que foram queimados foi "contado" a cinqüenta mil peças de prata -cerca de US$10.000. Naquela época, as pessoas pagavam um elevado preço para serem enganadas pelos mágicos.

A frase, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia (20) repro-duz o quinto dos seis breves relatórios sobre o progresso em Atos (cf. Atos 6:7-9.31; 12.24; 16.5; 28.31).

g. O Propósito de Paulo no Espírito (Atos 19:21-22). O versículo 21 é um resumo do res-tante do livro de Atos. O plano de Paulo era visitar novamente a Macedônia e a Acaia (cf. 20:1-3), e depois ir a Jerusalém (Atos 21), e finalmente a Roma (Atos 28).

Existe alguma dúvida se a expressão em espírito (21) significa o espírito humano de Paulo (KJV, ASV; cf. NEB "resolveu") ou o Espírito Santo (RSV, "no Espírito') ". Como acontece freqüentemente, a melhor resposta seria "ambos". Alexander expressa a combi-nação dessa maneira: "Em espírito, i.e., sob a direção divina ou na sua própria mente como foi determinado pelo Espírito Santo".'

Por mais que quisesse fazer esta viagem, Paulo sentiu que deveria permanecer na Ásia (i.e., em Éfeso) por algum tempo (22). É totalmente possível que exatamente nessa época ele estivesse muito preocupado com o desenvolvimento da igreja de Corinto, inclusive com a atitude de alguns de seus membros em relação a sua própria pessoa. Temeroso de que a sua presença nesse estágio pudesse provocar uma crise indesejável, ele enviou Timóteo e Erasto à Macedônia. Também é totalmente possível que Timóteo tenha ido à Grécia e que esta seja a visita que ele fez a Corinto em nome de Paulo (cf. 1 Co 4.17; 16.10).' Não sabemos ao certo se este Erasto é o mesmo que foi mencionado em Romanos 16:23.

h. A Oposição a Paulo (Atos 19:23-41). Geralmente, aconteciam duas coisas quando Pau-lo permanecia muito tempo em uma cidade: primeiro um reavivamento, depois um tu-multo — e depois ele abandonava a cidade! Este foi o seu padrão em Antioquia da Pisídia (Atos 13:50), Icônio (Atos 14:5-6), Listra (Atos 14:19-20), Filipos (16:14-23), Tessalônica (Atos 17:4-10), Beréia (Atos 17:11-14) e Corinto (Atos 18:1-18). A única cidade em que Paulo pregou e não sofreu persegui-ções foi Atenas, onde, na verdade, ele foi despedido da cidade acompanhado do escárnio de seus habitantes (Atos 17:32). Provavelmente, Paulo ficou mais ferido pelo escárnio cruel do povo, do que pela violência das multidões das outras cidades.

(1) Demétrio o ourives (Atos 19:23-27). Mas o inevitável finalmente aconteceu: houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho (23), e a oposição era encabeçada por Demétrio. Na maioria dos lugares, eram os judeus que se opunham a Paulo por causa de supostas razões religiosas. Mas aqui em Éfeso, como em Filipos, a oposição partiu dos gentios, e por razões econômicas.

Demétrio (24) era um ourives que fazia, de prata, nichos de Diana (em grego, Ártemis). Nichos eram, literalmente, "santuários". Arqueólogos descobriram imagens de terracota nos templos, mas nenhuma delas era feita de prata.
Isto levou Lake e Cadbury a sugerirem que o que está realmente mencionado aqui são estatuetas de prata da deusa Ártemis, iguais àquelas que foram encontradas.' Mas Knowling fez uma sensata observação, dizendo que, por causa de seu tamanho e valor, provavelmente os nichos de prata eram depois derretidos para serem usados como pra-ta."' Bruce diz que eles "naturalmente não poderiam sobreviver".' O termo ganho, que consta em algumas versões, se refere à mesma palavra que foi traduzida como "obras" em 25, e, provavelmente, a melhor tradução de ambas seja um termo mais comum, "pro-duto". Artífice corresponde a technitais (cf. técnicos).

Tendo reunido estes artífices com os "os oficiais de obras semelhantes" (25), Demétrio lembrou que seu meio de vida dependia da fabricação destes objetos sagrados. Mas agora Paulo estava ameaçando seus negócios porque combatia a adoração aos ídolos (26). E não era só isso, também havia o perigo do templo de Diana deixar de ser reverenciado, vindo a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram a ser destruída (27) — ou melhor "seria até destronada da sua magnificência" (NASB). A frase que toda a Ásia e o mundo veneram pode até soar como exagero, mas Lily Ross Taylor escreve: "A seita não era apenas a mais importante da província da Ásia, mas também gozava de tal fama, em todo o mundo grego e romano, que provavelmente nenhuma divindade exceto Apolo de Delfos poderia suplantar".' Arqueólogos descobriram "mais de trinta lugares onde a reverência a Ártemis de Éfeso pode ser atestada".' O templo de Diana em Éfeso era tão grande e magnífico que era considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo.

2. A Diana dos Efésios (Atos 19:28-41). O discurso que Demétrio fez aos artífices foi muito inteligente. Primeiro, ele mencionou "as suas carteiras" levantando sua ira por causa do perigo financeiro. Depois, ele acrescentou um apelo religioso. O resultado foi que os seus ouvintes encheram-se de ira (28). Com a típica histeria das multidões, eles começaram a clamar: Grande é a Diana dos efésios! Logo encheu-se de confusão toda a cidade (29). Cheia deste espírito de revolta, a multidão arrebatou a Gaio e a Aristarco, companheiros de Paulo da Macedônia e correram ao teatro (em grego, theatron). Dizem que este teatro, recentemente escavado, podia abrigar 25.000 pessoas.

Paulo queria apresentar-se ao povo (30). A palavra grega demos (cf. Atos 12:22-17.
5) faz especial referência ao "povo reunido em assembléia"' (cf. NASB, "Paulo queria ir à assembléia"). Moulton e Milligan pensam que, no Novo Testamento, esta palavra "sugere simplesmente uma plebe".' É verdade que depois do escrivão da cidade ter acalmado a multidão, ele lembrou que tais coisas deveriam ser tratadas por um legítimo ajuntamento (39). Entretanto, também foi dito que ele despediu o ajuntamento (41). Parece que, em certo sentido, aquele era um ajuntamento — a palavra grega é usada para uma assembléia de cidadãos eleitores —, embora aquela não fosse uma "assembléia regular" (39, RSV). De qualquer maneira, a multidão ficou tão inflamada que os discípulos (30) não permitiram que Paulo entrasse naquele lugar.

Ele também foi prevenido por alguns dos principais da Ásia (31), que eram seus amigos, de que não se apresentasse — ou "que não se aventurasse" (NASB) — no teatro.

A multidão era tão desorganizada que uns... clamavam de uma maneira, outros, de outra, porque o ajuntamento era confuso (32). A palavra para ajuntamento é ekklesia.

Este capítulo (vv. 32,39,41) é o único lugar no Novo Testamento onde esse termo é usado conforme o sentido original de "uma assembléia de cidadãos regularmente convocados" — e aqui este significado só se aplica claramente ao versículo 39. O sentido etimológico da palavra é "convocado". Os eleitores eram convocados da massa de toda a população para governar uma cidade-estado grega. Esta palavra também foi usada pela Septuaginta para a "congregação de Israel". Esses dois usos foram combinados para formar o cenário da ecclesia do Novo Testamento que, às vezes, significa a congregação cristã local, e, às vezes, a igreja de Jesus Cristo em sua totalidade.

Sobre o uso da palavra ekklesia neste versículo, Bruce faz esta interessante observa-ção: "Provavelmente, Lucas está sendo irônico: de qualquer maneira o escrivão da cidade não considerou isto como uma reunião regular da 'assembléia' — do Demos reunido con-forme esta faculdade legislativa".' Entretanto, existe uma clara evidência de que a ecclesia de Éfeso não se reuniu no teatro.'

Os judeus tentaram impelir Alexandre (33). Não sabemos quem ele era, nem a razão pela qual fizeram isto. A sugestão mais plausível é que ele estava tentando apresentar uma defesa em nome dos judeus, declarando que eles não tinham nenhuma cone-xão com Paulo. Os judeus se opunham tanto à idolatria como aos cristãos e, dessa forma, também estavam sob a ira e o fogo de Demétrio e seus companheiros. A única diferença era o fato de Paulo ser muito mais agressivo em suas pregações, e ter alcançado muito mais sucesso na conquista de convertidos do que os judeus.

Quando Alexandre, acenando com a mão, pediu silêncio e tentou falar ao povo, eles, sabendo que era judeu, abafaram a sua voz. Na verdade, durante duas horas eles grita‑

ram de forma insana: Grande é a Diana dos efésios! (34). Aparentemente, esta multi-dão era tão anti-semítica quanto anticristã. Isto está bem de acordo com a afirmação no versículo 32 de que os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. Era uma típica multidão, cuja razão havia sido lançada aos ventos.

Finalmente, a gritaria foi controlada pelo escrivão da cidade (35). A palavra grega é grammateus , que em outras passagens do Novo Testamento (principalmente nos Evan-gelhos) foi traduzida como "escriba". Nos papiros, ela quer dizer oficial militar, mas aqui significa "secretário". Apaziguado pode ser traduzido como "acalmado" (ASV). É óbvio que este secretário tinha muita autoridade. Bruce escreve: "O 'escrivão da cidade' ou funcionário executivo que publicou os decretos do Demos era efésio, e não um funcioná-rio romano. Mas sendo um funcionário oficial nativo da província, ele estava em contato próximo com as autoridades romanas que iriam considerá-lo responsável por aquele ajun-tamento tumultuado e ilegal".'

Quando a ordem foi restaurada de forma que ele pôde ser ouvido, o escrivão falou à multidão com um pouco de severidade: Qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana e da imagem que desceu de Júpiter? A palavra grega para guardadora é neokoros, e significa "guardadora do templo", um título honorário da cidade. A cidade de Éfeso é mencionada em uma inscrição como a "Guardiã do Templo de Ártemis".'

A frase "a imagem que desceu de Júpiter" é uma única palavra em grego, diopetes (somente aqui no NT). Trata-se de um adjetivo que significa "caído do céu". Não há qual-quer referência em grego à imagem ou a Júpiter. O objeto que caiu do céu era provavel-mente um meteorito que o povo passou a adorar como uma pedra sagrada (cf. RSV).

O escrivão da cidade passou a censurar o povo por ter feito alguma coisa temerari-amente (36) ou "precipitadamente", não podendo isto ser contraditado, i.e., eram "fatos indiscutíveis" (Phillips). Os líderes da multidão haviam trazido homens que não eram nem sacrílegos (37) — lit., "ladrões do templo" (cf. NASB), mas provavelmente com o sentido aqui de "sacrílegos" — nem blasfemavam da vossa deusa (o melhor texto grego diz "nossa deusa"). Se Demétrio e... os que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, há audiências (38) — "mantemos dias de funcionamento do tribunal"' — e há procônsules; que se acusem uns aos outros — ou melhor — "deixem que eles apresentem as acusações uns contra os outros" (NASB). Mas, se alguma outra coisa demandais (39) elas serão tratadas por um legítimo ajuntamento. E isto, definitiva-mente, aquela reunião não era. Ela não havia sido regularmente convocada, mas preci-pitada por uma ação espontânea popular.

O escrivão da cidade advertiu a multidão sobre a gravidade de seus atos: Na verda-de, até corremos perigo de que, por hoje, sejamos acusados de sedição (40)

"acusados de provocar um tumulto neste dia". Uma das maiores exigências do gover-no romano aos seus governantes era que mantivessem a paz e a ordem. A revolta era um pecado mortal aos olhos de Roma, e disto o escrivão entendia muito bem, e por isso estava tão preocupado. A palavra concurso pode ser traduzida como "comoção" ou "reu-nião de rebeldes".275

Tendo reprovado a atitude do povo, o oficial da cidade despediu o ajuntamento (41) — a ekklesia. Knowling sugere que provavelmente seu desejo seria regularizar a reunião a fim de evitar problemas com o procônsul por ter permitido a realização de uma assembléia irregular.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 19 versículo 13
Conforme Mt 12:27.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
*

19.1 regiões mais altas. Quando tinha encerrado seu ministério na Galácia frígia (18.23), Paulo continuou em direção oeste por terra, através da região de Colossos, Laodicéia e Hierápolis (Cl 4:13) no vale de Lico, e finalmente chegou a Éfeso. Aqui ele ministrou por cerca de três anos (vs. 8,10), de 53 d.C. a 56 d.C.

Éfeso. Capital da província romana da Ásia, Éfeso tinha sido fundada cerca do século XII a.C. por Jônios de Atenas. Tornou-se uma grande potência comercial, mas sua prosperidade econômica declinou, principalmente porque a erosão invadiu o rio causando aluvião e entupimento do porto. A cidade devia sua riqueza e prestígio ao templo de Ártemis, construído em honra da deusa da fertilidade. A Éfeso dos tempos de Paulo tinha já passado do seu apogeu, mas era ainda um importante centro comercial e religioso.

alguns discípulos. De acordo com o v.7, “uns doze”.

* 19.2 Recebestes... o Espírito Santo. Como seguidores de João Batista, estes crentes não tinham sido instruídos a respeito da vinda do Espírito. Note-se que todas as categorias de pessoas recebiam o batismo do Espirito Santo: judeus, gregos tementes a Deus, samaritanos e gentios.

* 19.4 batismo de arrependimento... que vinha depois dele... Jesus. O batismo de arrependimento de João (Mc 1:4; Lc 3:3) era direcionado para o arrependimento de pecados, aguardando ansiosamente a obra redentora de Jesus.

* 19.6 falavam em línguas... profetizavam. A experiência que os gentios de Éfeso tiveram quando receberam o Espírito Santo é paralela àquela dos judeus (2.4,11), dos samaritanos (8.14-17) e dos gentios tementes a Deus (10.44-46). Este episódio é uma extensão da experiência do Pentecoste para ainda um outro grupo de pessoas (v.2, nota). “Profetizavam”, nesta passagem, pode ser equivalente a “falar... as grandezas de Deus” (2.11), ou falando e “engrandecendo a Deus” (10.46).

*

19.9 escola de Tirano. Nada além é sabido acerca de Tirano. Alguns manuscritos acrescentam “da quinta à décima hora” (das onze da manhã às quatro da tarde). Pode ser que Tirano usasse a sala nas horas frescas da manhã, e a cedesse a Paulo para o resto do dia.

* 19.10 Ásia. A província romana na parte oeste da Ásia Menor. Como resultado deste ensinamento, grupos de crentes foram formados em diversos lugares (Cl 4:13,16; Ap 2; 3).

* 19.12 lenços e aventais do seu uso pessoal. Isto é, agasalhos ou aventais de trabalho que Paulo usava enquanto trabalhava fazendo tendas ou toldos (18.3).

aos enfermos. Isto não foi da iniciativa de Paulo; por causa de seu passado religioso pagão, os efésios estavam acostumados a empregar meios supersticiosos (v.19). Deus ajustou sua obra de graça à ignorância deles.

* 19.13 espíritos malignos. Nos tempos antigos era prática comum usar nomes mágicos para expulsar maus espíritos. Uns judeus em Éfeso pretendiam “invocar o nome do Senhor Jesus” sobre aqueles que estavam possessos, tentando imitar o que Paulo fazia (v.12; 16.18).

*

19.19 seus livros. Estes eram pergaminhos com os nomes e encantamentos usados em suas mágicas.

* 19.23 do Caminho. Ver nota em 9.2.

* 19.24 ourives... Demétrio. Uma importante agremiação de ourives tinha se desenvolvido em Éfeso por causa do grande número de peregrinos religiosos. Os peregrinos vinham adorar a deusa Diana (Ártemis em grego) que era retratada por uma famosa estátua em Éfeso como uma deusa da fertilidade com muitos seios. Sua suposta imagem, que tinha alegadamente caído de “Zeus” (v. 35) era provavelmente um meteorito que o povo tinha começado a adorar. O templo de Ártemis era uma das sete maravilhas do mundo antigo. Não só era o objeto de peregrinação religiosa, mas era também um repositório bancário. Fazer santuários e imagens de prata da deusa era um importante negócio.

* 19.27 templo da grande deusa, Diana. O templo jônico arcaico de Diana media 67 por 130 m, com 127 colunas de mármore, tendo cada uma 19 m de altura. As bases inferiores das 36 colunas do lado oeste eram esculpidas com relevos. A estátua da deusa era exposta numa sala interna do templo.

*

19.32 assembléia. A palavra grega ekklesia é usada aqui e nos vs. 39 e 41 referindo-se a uma assembléia secular de pessoas (5.11, nota).

*

19.37 não são sacrílegos, nem blasfemam contra a nossa deusa. Estas eram acusações comuns de gentios contra judeus e cristãos judeus (Josefo, Antigüidades, 4.207; Contra Ápio, 2.237).



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
19:1 Efeso era a capital e o centro comercial principal da província romana da Ásia (parte da Turquia hoje). Centro de transporte marítimo e terrestre, ao mesmo tempo da Antioquía em Síria e Alejandría no Egito, era uma das grandes cidades no Mediterrâneo. Paulo permaneceu pouco mais de dois anos no Efeso. De ali escreveu sua primeira carta aos Corintios para enfocar diferentes problemas que enfrentavam. Mais tarde, durante sua prisão em Roma, Paulo escreveu uma carta à igreja no Efeso (a epístola aos Efesios).

AQUILA, PRISCILA

Algumas casais sabem como obter o máximo de sua vida.complementam-se um ao outro, utilizam as virtudes do outro e formam uma equipe efetiva. Seus esforços unidos impactam a quem está a seu redor. Aquila e Priscila eram desse tipo de casal. Nunca lhes menciona separados na Bíblia. No matrimônio e no ministério, estiveram sempre juntos.

Priscila e Aquila se encontraram com o Paulo em Corinto, enquanto o apóstolo realizava sua segunda viagem missionária. Acabavam de expulsar os de Roma pelo decreto do imperador Claudio contra os judeus. Seu lar era tão mutável como as lojas que faziam para manter-se. Abriram seu lar ao Paulo, quem colaborou com eles na fabricação de lojas. Paulo lhes abriu seu coração, lhes ensinando sua riqueza de sabedoria espiritual.

Priscila e Aquila fizeram de sua educação espiritual o melhor. Escutaram com atenção os sermões e os avaliavam. Quando ouviram o Apolos falar, impressionou-lhes sua habilidade na oratória, mas chegaram à conclusão de que o conteúdo de sua mensagem não era completa. Em lugar de ter uma confrontação aberta, o casal convidou privadamente ao Apolos a seu lar e lhe instruíram o que precisava saber. Até então, Apolos sabia o que João o Batista disse em sua mensagem a respeito de Cristo. Priscila e Aquila lhe falaram da vida do Jesus, sua morte e ressurreição, e a realidade da presença de Deus no Espírito. Apolos continuou pregando podendo, mas agora com a história completa.

Priscila e Aquila seguiram usando seu lar como um lugar agradável de preparação e louvor. De retorno a Roma, muitos anos depois, auspiciaram uma das Iglesias de lares que se desenvolveram.

Em uma época em que o enfoque está principalmente no que acontece entre marido e esposa, Aquila e Priscila são um exemplo do que pode ocorrer mediante a esposa e o marido. Sua unidade eficaz fala da relação entre um e outro. Sua hospitalidade abriu a porta de salvação a muitos. O lar cristão é ainda uma das melhores ferramentas para difundir o evangelho. Acham seus convidados a Cristo em seu lar?

Pontos fortes e lucros:

-- Equipe sobressalente de algemo/esposa que ministró na igreja primitiva

-- Mantinham-se fazendo lojas enquanto serviam a Cristo

-- Amigos próximos do Paulo

-- Explicaram ao Apolos a mensagem completa de Cristo

Lições de suas vidas:

-- Os casais podem ter um ministério eficaz

-- O lar é uma ferramenta valiosa para a evangelização

-- Cada crente necessita que o instruam bem na fé, sem importar o papel que desempenhe na igreja

Dados gerais:

-- Onde: Procedentes de Roma, transladaram-se a Corinto, logo ao Efeso

-- Ocupação: Fabricantes de lojas

-- Contemporâneos: Imperador Claudio, Paulo, Timoteo, Apolos

Versículos chave:

"Saúdem a Priscila e a Aquila, meus colaboradores em Cristo Jesus, que expuseram sua vida por mim; aos quais não só eu dou obrigado, mas também também todas as Iglesias dos gentis" (Rm 16:3-4).

Sua história se narra em Feitos 18. Também se mencionam em Rm 16:3-5; 1Co 16:19; 2Tm 4:19.

19.2-4 O batismo do João foi um sinal de arrependimento de pecados somente, não um indício de nova vida em Cristo. Como Apolos (18.24-26), estes crentes efesios necessitavam mais informação quanto à mensagem e o ministério do Jesucristo. Pela fé acreditavam no Jesus como o Messías, mas não entendiam o significado da morte e ressurreição de Cristo nem a obra do Espírito Santo. Ser cristão envolve mudança de atitude (arrependimento) e voltar-se para Cristo (fé). Estes crentes estavam incompletos.

Segundo o livro de Feitos, os crentes receberam o Espírito Santo de diversas formas. Pelo general, o Espírito Santo enchia a uma pessoa assim que professava sua fé em Cristo. Neste caso, entretanto, Deus permitiu que fora depois porque o conhecimento destes discípulos era incompleto. Deus confirmou a estes crentes, que em um início não sabiam do Espírito Santo, que também formavam parte da igreja. A plenitude do Espírito Santo lhes confirmou como crentes.

O Pentecostés foi o derramamento formal do Espírito Santo à Igreja. Outros derramamentos no livro de Feitos foram a forma de Deus para acrescentar novos membros à igreja. O sinal da verdadeira igreja não é simplesmente a boa doutrina, as boas ações, a não ser a obra do Espírito Santo.

Paulo EMPREENDE UMA TERCEIRA VIAGEM: Assim que Paulo teve a oportunidade, empreendeu sua terceira viagem, inquietado talvez por algum mal-entendido entre as Iglesias fundadas. Pressuroso foi ao norte, logo ao oeste, voltando pelas cidades que antes visitou. Nesta oportunidade, entretanto, seguiu em forma mais direta a rota oeste para o Efeso.

19:6 Quando Paulo impôs suas mãos sobre estes discípulos, estes receberam o Espírito Santo da mesma forma que os discípulos no Pentecostés. Isto também aconteceu quando o Espírito Santo veio aos gentis (não judeus, veja-se 10:45-47).

19:9 Paulo falou na sala de conferências desta escola, a que pelo general se usava na manhã para ensinar filosofia, mas ficava desocupada durante a parte calorosa do dia (entre as onze da manhã e as quatro da tarde). Devido a muitas pessoas não trabalhavam durante essas horas, vinham para ouvir a predicación do Paulo.

19:10 "a Ásia" se refere à província da Ásia Menor, o que hoje em dia é a Turquia. Durante este tempo, Paulo e seus colaboradores difundiram o evangelho através desta terra.

19:13 Estes judeus viajavam de cidade em cidade dizendo que sanavam e jogavam fora demônios para ganhá-la vida. Em seu conjuro, recitavam freqüentemente uma lista completa de nomes de diferentes deidades para assegurar-se de incluir a deidade correta. Aqui tratavam de usar o nome do Jesus em um esforço de igualar o poder do Paulo.

19.13-16 Muitas pessoas do Efeso participavam totalmente em exorcismo e práticas ocultistas para seu proveito (veja-se 19.18, 19). Os filhos da Esceva ficaram impressionados com a obra do Paulo, cujo poder para jogar demônios veio do Espírito Santo, não de bruxos e, obviamente, era mais capitalista que o deles. Descobriram, entretanto, que um não pode controlar nem imitar o poder de Deus. Estes homens invocaram o nome do Jesus sem conhecê-lo. O poder para trocar pessoas radica em Cristo. Não é suficiente recitar seu nome como um amuleto mágico. O obra sozinho através de quem escolhe.

19:18, 19 Efeso se considerava um centro de magia negra e outras práticas ocultistas. A gente recorria ao feitiço em busca de saúde, felicidade e êxito em seu matrimônio. A superstição e a feitiçaria eram práticas comuns. Deus é claro ao proibir sortes práticas (Dt 18:9-13). Você não pode ser um crente e ter contato com o ocultismo, a magia negra ou a feitiçaria. Uma vez que comece a bisbilhotar nestes campos, é extremamente fácil que chegue a obcecar-se com elas porque Satanás é muito poderoso. Mas o poder de Deus é ainda maior (1Jo 4:4; Ap 20:10). Se se mesclou com o ocultismo, aprenda uma lição dos efesios e aparte-se de tudo o que o pode manter na armadilha de sortes práticas.

19:21 por que Paulo disse que tinha que ir a Roma? Por em qualquer lugar que ia, via a influência de Roma. Paulo quis levar a mensagem de Cristo ao centro de influência e poder do mundo.

APOLOS

Algumas pessoas têm um extraordinário talento natural para falar em público. Uns poucos possuem um grande conteúdo em sua mensagem. Quando Apolos chegou ao Efeso, pouco depois da partida do Paulo, imediatamente causou impacto. Falou com denodo em público, interpretando e aplicando as Escrituras do Antigo Testamento de maneira eficaz. Debateu com os oponentes do cristianismo com energia e eficiência. Aquila e Priscila não demoraram para observá-lo.

O casal rapidamente concluiu que Apolos não conhecia a história completa. Seu predicación se apoiava no Antigo Testamento e na mensagem do João o Batista. Talvez insistia a que a gente se arrependesse e se preparasse para a vinda do Messías. Aquila e Priscila o levaram a sua casa e o puseram a par do acontecido. Logo que lhe narraram a vida, morte e ressurreição de Cristo e a vinda do Espírito Santo, Apolos deve ter visto com mais claridade as Escrituras. Agora que possuía o evangelho completo se encheu de novas energias e denodo.

Apolos imediatamente decidiu viajar a Acaya. Seus amigos no Efeso puderam enviar com ele uma elogiosa carta de apresentação. Muito em breve chegou a ser o campeão verbal dos cristãos em Corinto, debatendo com os oponentes do evangelho em público. Como está acostumado a ocorrer freqüentemente, as habilidades do Apolos ao final criaram problemas. Alguns dos corintios começaram a seguir ao Apolos em lugar de sua mensagem. Paulo teve que confrontar aos corintios por seu divisionismo. Tinham formado pequenos grupos identificando-se com o nome do pregador favorito. Apolos abandonou Corinto e vacilou em retornar. Paulo escreveu ao Apolos com muito amor, como a companheiro no ministério, como ao que "regou" as sementes do evangelho que Paulo plantou em Corinto. Paulo menciona por última vez ao Apolos em forma breve quando escreve ao Tito. Ainda era um viajante representante do evangelho que merecia a ajuda do Tito.

Suas habilidades naturais puderam havê-lo feito sentir orgulhoso, mas Apolos demonstrou que estava disposto a aprender. Deus usou a Priscila e Aquila, quem tinha conhecimentos frescos devido aos meses de aprendizagem junto ao Paulo, para que dessem ao Apolos o evangelho completo. Já que este não duvidou em ser um estudante, chegou a ser um melhor professor. Quanto influi em sua disposição a aprender os esforços de Deus em lhe ajudar a ser tudo o que O quer que você seja?

Pontos fortes e lucros:

-- Um pregador dotado e persuasivo e um grande apologista na igreja primitiva

-- Disposto a que o ensinem

-- Um dos possíveis candidatos do escritor desconhecido de Hebreus

Lições de sua vida:

-- A comunicação eficaz do evangelho inclui a entrega de uma mensagem veraz com o poder de Deus

-- Uma defesa verbal clara do evangelho pode ser um bom meio para animar aos crentes e, ao mesmo tempo, convencer aos incrédulos da verdade

Dados gerais:

-- Onde: Alejandría, Egito

-- Ocupações: Pregador viajante, apologista

-- Contemporâneos: Priscila, Aquila, Paulo

Versículos chave:

"Este tinha sido instruído no caminho do Senhor; e sendo de espírito fervoroso, falava e ensinava diligentemente o concernente ao Senhor, embora somente conhecia o batismo do João. E começou a falar com denodo na sinagoga; mas quando lhe ouviram Priscila e Aquila, tomaram à parte e lhe expuseram mais exatamente o caminho de Deus" (At 18:25-26).

A história do Apolos se narra em At 18:24-28; At 19:1. Também se menciona em 1Co 1:12; 1Co 3:4-6, 1Co 3:22; 1Co 4:1, 1Co 4:6; 1Co 16:12; Tt 3:13.

19:22 Paulo menciona ao Timoteo com mais detalhe nos livros de 1 e 2 Tmmoteo. Erasto era um seguidor fiel de Cristo e não só foi um útil colaborador do Paulo, mas também tesoureiro da cidade de Corinto (veja-se Rm 16:23).

19:23 Os do "Caminho" se refere aos seguidores do caminho de Cristo: os cristãos.

19:24 Diana era uma deusa da fertilidade. Representava-a uma escultura feminina com numerosos peitos. Uma enorme dela estatua (que se dizia vinda do céu, 19,35) estava no grande templo do Efeso. Esse templo era uma das maravilhas do mundo antigo. A festa a Diana incluía orgias selvagens e farras. É óbvio que a vida religiosa e comercial do Efeso refletia o culto da cidade a esta deidade pagã.

19.25-27 Quando Paulo pregou no Efeso, Demetrio e seus colegas ourives não estiveram de acordo com sua doutrina. Sua irritação era muito grande pois a predicación atentava contra seus lucros. Faziam estatuetas de prata da deusa efesia Diana e se a gente começava a acreditar em Deus e desprezava seus ídolos, sua fonte de ganhos sofreria.

19:27 A estratégia do Demetrio para alvoroçar à multidão foi apelar ao amor que a gente tem ao dinheiro e logo ocultar sua cobiça depois da máscara do patriotismo e a lealdade religiosa. A turfa não distinguia os motivos egoístas de seu desenfreio, mas em troca se viam como heróis pelo bem de sua terra e de suas crenças.

19:29 Freqüentemente Paulo procurou a ajuda de outros para cumprir com seu trabalho. Nesta ocasião, seus companheiros de viagem foram Aristarco (que o acompanharia em outras viagens; vejam-se 20.3, 4 e 27.1,
2) e Gayo (possivelmente não seja o mesmo que se menciona em Rm 16:23 ou em 1Co 1:14).

19:30 Paulo quis ir ao teatro para falar e defender a seu companheiro, mas outros crentes o impediram por sua segurança.

19:31 Estas não eram autoridades militares, mas sim governamentais, responsáveis da o ordem religiosa e político da região. A mensagem do Paulo chegou a todos os níveis da sociedade, cruzou as barreiras sociais e permitiu ao Paulo ter amigos na alta esfera.

19.33, 34 O povo se converteu em antijudío e anticristiano. Possivelmente os judeus levaram como orador a este Alejandro para que explicasse que os judeus não tinham parte na comunidade cristã e, ainda mais, não tinham que ver com o problema econômico dos ourives.

19:38 Um procónsul servia como magistrado civil ou governador de uma província romana.

19:40 A cidade do Efeso estava sob o domínio do Império Romano. A responsabilidade principal dos líderes da cidade local era simplesmente manter a paz e a ordem. Se fracassavam em controlar às pessoas, Roma lhes tirava a nomeação oficial do cargo. Uma ameaça adicional era que todo o povo poderia ficar sob a lei marcial, lhe despojando de liberdades cívicas.

19:41 O alvoroço no Efeso convenceu ao Paulo que era hora de partir, mas isto também lhe mostrou que a lei ainda dava certo amparo aos cristãos ao enfrentar a adoração da deusa Diana, a religião idólatra maior na Ásia.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
MISSÃO C. O APÓSTOLO DO a Éfeso (19: 1-22)

Em sua primeira viagem missionária Paulo não ir mais a oeste do que Antioquia da Pisídia, na Ásia Menor. Em sua segunda viagem missionária, ele contornado Éfeso, no norte, porque ele estava "impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia (At 16:6 , At 18:21 ). Assim, afigura-se que Éfeso deve ter sido um objetivo do apóstolo, desde o início de sua carreira missionária. Mas até agora, o tempo para a sua invasão pelo evangelho não tinha sido propício1. tentativa anterior poderia facilmente ter um fracasso. O discernimento da vontade de Deus para a obra de Deus no tempo de Deus é de fato uma obra de sabedoria divina.

1. Paulo Retorna a Éfeso (At 19:1 ; At 20:1 ; 1Tm 1:3. ). Ele possuía um porto elaboradamente construído.

Éfeso ficou sob controle de Roma sobre AD 133. Embora, evidentemente, se tornou a capital da província da Ásia, no oeste da Ásia Menor, é incerto se foi tal nos dias de Paulo. It "classificou junto com Antioquia, na Síria e Alexandria no Egito, como um dos três grandes cidades do Mediterrâneo oriental." Eventualmente, a foz do rio assoreado, o porto tornou-se um pântano, e da cidade desapareceram, com exceção de suas extensas ruínas . Apenas a pequena aldeia de Ayasoluk, ou Seljuk (turco), construído principalmente de pedra das ruínas de Éfeso, localizado a uma milha ou assim para o nordeste, permanece para lembrar a cidade uma vez ilustre.

Na cabeça do porto ficava o templo famoso de Diana (Roman) ou Artemis (grego), que deusa era representada na estátua como uma deusa mãe multi-breasted.

Creso e Cyrus (século VI AC) e Alexandre, o Grande (século IV AC) teve todos deixaram a sua marca nas pessoas asiáticos em geral, e os gregos jônicas, que originalmente povoadas da província da Ásia, em particular. De tempos Creso '(cerca de 560 AC) uma deusa da fertilidade de Lydia, que se parecia com Ashtoreth dos fenícios, tinha sido a principal divindade da cidade. Sua adoração foi caracterizado por um magnífico templo, controladas comercializados, e prostituição legalizada. Éfeso era "um adorador" (KJV), "um templo-keeper" (ASV), e "um guarda" (Moffatt) da deusa (At 19:35 ). Magia foi comercializado e amplamente praticada em Éfeso. Charlatans cobrou taxas para consulta (At 19:13 , At 19:19 ), e a prevalência geral de superstição foi evidenciada por inscrições em edifícios e muros em toda a cidade. Os Millers apropriadamente observação: "Sob o domínio romano liberal, ... Éfeso se tornou um pote de fusão racial, um centro comercial cosmopolita do Império, e um campo de batalha da religião."

O templo de Diana foi descoberto pelo arquiteto Inglês e antropólogo, JT Wood, em 2 de maio de 1869. Ele foi de 120 anos de construção e do templo original, segundo a tradição, se inflamaram em 356 AC No entanto, ele foi substituído pelo "helenístico Templo ", que foi concluído na última parte do século IV AC O templo repousava sobre uma plataforma de cerca de 240 metros de largura e mais de 400 metros de comprimento. O templo propriamente dito foi mais de 160 metros de largura e 340 metros de comprimento com 100 colunas com mais de 55 metros de altura. Ouro e prata imagens, com peso de três a sete libras a cada, foram feitas da deusa por The Smiths (At 19:23 ). Não é de admirar que este templo foi considerado como "uma das sete maravilhas" do mundo antigo.

O grande teatro de Éfeso, que foi palco de tumulto levantado contra Paulo (At 19:29 ), era um auditório semi-circular 495 pés de diâmetro, escavado no oco de uma colina que comandou uma visão clara da cidade e acomodados um público de cerca Dt 25:1 pessoas.

Quanto mais magnificência desta cidade é sugerido pela descrição de Finegan:

Outra característica importante da antiga Éfeso era a ágora ou mercado. Esta foi uma grande área retangular, com colunatas entrou por gateways magníficas e rodeado por salões e câmaras. Perto era a biblioteca, construída com colunas finas e com suas paredes de recesso com nichos para estantes [conforme At 19:9 .

Parece haver indícios de que Paulo pode ter considerado Éfeso como a terceira grande base de missionário a partir do qual o Evangelho foi a irradiar para a seção central oriental do Império Romano, Jerusalém e Antioquia da Síria ter sido o primeiro de dois e a cidade de Roma concebido para se tornar o quarto.

2. Paulo encontra alguns discípulos em Éfeso (At 19:1 Mas Paulo respondeu: João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que deve vir depois dele, isto é, em Jesus. 5 E, ouvindo eles isto, eles foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E quando Paulo impôs suas mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre eles; e falavam em línguas e profetizavam. 7 E eram ao todo uns doze homens.

[Ele] encontrou alguns discípulos (v. At 19:1 ), ele evidentemente não encontrá-los depois. Dummelow sustenta que eles haviam chegado a Éfeso, entre a partida de Apolo para Corinto (v. At 19:1 ). No entanto, isso não precisa ser suposto, como Apolo, parece ter deixado Éfeso para Corinto quase imediatamente após ter cumprido com Priscila e Áquila (At 18:26 , At 18:27 ).

Clarke pensa que estes homens eram judeus asiáticos que, um quarto de século antes, tinha ouvido João pregar em Jerusalém (talvez em uma festa anual) e foram ali batizados por ele, em antecipação da vinda de Cristo. Bruce permite que

Eles podem ter recebido o seu conhecimento do cristianismo a partir de uma fonte semelhante ao que a partir do qual Apolo recebeu o seu, ou eles podem ter recebido de Apolo e foi batizado por ele durante seus dias anteriores em Éfeso, quando ele só conhecia o batismo de João.

De maior importância, no entanto, é o estado de graça que caracterizou esses discípulos. Não parece haver nenhuma justificativa para a suposição comum de que esses alguns discípulos eram os discípulos de João Batista. Na verdade, eles haviam recebido o batismo de João (v. At 19:3-B ), que Paulo define como o batismo de arrependimento (v. At 19:4 ), ele teria dito tão explicitamente.

Pergunta de Paulo, fez recebereis o Espírito Santo quando crestes? (v. At 19:2 ]; eles não sabiam, no entanto, que este batismo esperado era agora um fato consumado.

Assim, pode-se concluir com segurança que esses discípulos tinham sido instruídos no ensino de João a respeito da eficácia salvadora da vinda de Cristo, tinha acreditado nele (conforme Ef 1:13 ), tinha recebido o batismo na água como um símbolo de seu arrependimento "Um batismo de expectativa, em vez de um de realização como o batismo cristão era agora." Eles se tornaram beneficiários de uma medida de graça cristã através do ministério do Espírito Santo (Rm 8:5) foi usado neste momento.

Mais importante, porém, é o fato de que esse segundo batismo não foi provavelmente administrado por Paulo pessoalmente, mas por algum outro, como Priscilla ou Aquila, se quisermos tomar as próprias palavras de Paulo aos coríntios a sério (ver 1Co 1:14. -16 ). Assim não o que quer medida de graça Christian acompanhado seu segundo batismo em água, pelo modo que eles foram batizados, que a experiência da graça é para ser confundido com o que eles experimentaram quando Paulo impôs suas mãos sobre eles , [e] o Espírito Santo veio sobre eles ; e falavam em línguas e profetizavam (v. At 19:6 ). De acordo com os ensinamentos de João que tinham experimentado o batismo de arrependimento e fé na vinda do Messias. Sob seu segundo batismo em Éfeso sua experiência cristã tinha sido confirmado, animado e enriquecido pelo poder de acompanhamento e graça do Espírito Santo (conforme Jo 20:22 , Jo 20:23 ). Mas, sob a imposição das mãos por Paulo, que recebeu o batismo com o Espírito Santo e com fogo na purificação de suas naturezas, como prometido por João (Mt 3:11. ; Lc 3:16) e fornecida pela própria natureza de Deus (Heb. 0:29 ). Assim, a posse completa e capacitação de suas vidas, como vivida pelos discípulos cristãos no dia de Pentecostes (conforme At 1:8 ; e At 15:8 ), bem como pelos samaritanos sob o ministério de Pedro e João (At 8:14) e à casa Gentile de Cornélio em Cesaréia sob o ministério de Pedro (At 10:44 ; At 11:15 ; At 15:8 ), tornou-se uma realidade com esses crentes.

A observação de Lucas, que falavam em línguas e profetizavam (v. At 19:6) que tinham recebido um dom divino de línguas para lhes ministrar o evangelho de Cristo para a cidade cosmopolita extremamente poliglota de Éfeso, como bem como toda a parte ocidental da Ásia Menor. Quem pode dizer que, de entre estes muito discípulos não pode ter vindo alguns dos ajudantes de Paulo mais eficientes e eficazes na evangelização do oeste da Ásia Menor de sua base de Éfeso durante os quase três anos que se seguiram? É inteiramente possível que alguns de seus ajudantes nomeados em suas epístolas eram desta empresa original de discípulos que falavam em línguas e profetizavam . Em apoio a essa interpretação, Bruce diz:

Éfeso era para ser um novo centro da missão de o gentio na próxima importância após os sírios Antioquia e estes doze discípulos estavam para ser o núcleo da igreja de Éfeso. Por este procedimento excepcional, então, eles estavam associados na tarefa apostólica e missionária da Igreja Cristã.

Clarke acrescenta o peso de seu testemunho para esta posição assim:

Eles [a Éfeso doze] recebeu o dom miraculoso de línguas diferentes; e nas línguas que ensinou ao povo as grandes doutrinas da religião cristã; para isso parece ser o significado da palavra Proefateuon , profetizou, tal como é usado acima.

E Mateus Henry comenta de forma significativa,

Esta foi na verdade a introduzir o evangelho em Éfeso, e despertar na mente dos homens uma expectativa de algumas grandes coisas a partir dele; e alguns pensam que ele foi ainda concebido para qualificar esses doze homens para a obra do ministério, e que estes doze homens foram os anciãos de Éfeso, a quem Paulo cometeram o cuidado e governo da Igreja. Eles tinham o espírito de profecia, para que pudessem compreender os mistérios do reino de Deus a si mesmos, e o dom de línguas, para que pudessem pregar-lhes a todas as nações e línguas.

Certamente, enquanto não for encontrada nenhuma base neste incidente para a interpretação de uma "língua desconhecida," há fortes evidências para uma conclusão válida que o que ocorreu foi uma dádiva divina milagrosa de boa fé línguas projetados para a capacitação destes batizado Espírito- discípulos cristãos para pregar (profetizar) Cristo aos povos poliglotas de um dos maiores centros do mundo antigo.

Lucas registra duas localidades específicas do ministério de Paulo em Éfeso: ou seja, a sinagoga judaica e da escola de Tirano. No entanto, não é de se supor que Paulo confinado seu ministério a esses lugares, enquanto ele permaneceu em Éfeso. Associados de Paulo aqui foram Timóteo, Tito, Erasto, e Sóstenes (At 19:22 ; 1Co 1:1 ), em Tessalônica (At 17:2 ), em Atenas (At 17:17 ), e em Corinto (At 18:4 ), Paulo tinha estabelecido contato com os judeus aqui ministrando na sinagoga deles. Depreende-se das palavras de Lucas, "eles pediram-lhe que ficasse mais tempo" (At 18:20 ), que a sua impressão de sua pessoa e ministério tinha sido favorável. Isto é ainda corroborada pelo fato de que ele continuou a ministrar em sinagoga ... para o espaço de três meses (v. At 19:8 ), um tempo anormalmente longo, antes que a oposição o forçou a sair. No entanto, aqui, como sempre, quando a luz da messianidade de Cristo tinha suficientemente iluminado sua escuridão, alguns foram endurecidos e [ficou] desobedientes (v. At 19:9 ), com a consequência de que eles falavam mal do Caminho diante da multidão (v. At 19:9) , envenenando, assim, suas mentes contra os missionários cristãos e o evangelho cristão. Consequentemente Paulo foi forçado a deixar a sinagoga, como ele teve que fazer em muitos outros casos.

Assim, tendo oferecido o evangelho primeiro aos judeus em Éfeso, que tinham sido providencialmente colocados lá como emissários de Deus para os gentios, Paulo, então, volta-se para os gentios, vendo que alguns judeus estavam determinados a rejeitar e opor-se à luz da verdade de Deus (conforme At 18:6 ), ou conversar com eles, com vista a persuadi-los da verdade da doutrina cristã, pode sugerir que houve aqueles da sinagoga que acreditava para a vida eterna. No entanto, aparentemente, a maioria fechou suas mentes, endureceram o coração, e se puseram em oposição ativa contra o cristianismo. Assim prejudicado eles se tornaram propagandistas ativos contra a missão cristã. Aqui em Éfeso, como sempre, a Palavra de Deus era "o cheiro da morte para a morte;para o outro um cheiro de vida para vida "( 2Co 2:16 ). Os doze temas iniciais do ministério de Paulo aos Efésios (vv. At 19:1 ). Assim, o desejo há muito alimentava de Paulo, até então impedido (At 16:6 ), e depois dedicou as horas subsequentes ao seu ministério evangelístico no salão de Tirano.

Bruce pensa exibição incomum de Paulo de energia e de sacrifício pessoal na pregação, enquanto a população habitualmente dormia pode ter tanto impressionou os Efésios como ter induzido-los a sacrificar suas siesta para ouvi-lo pregar.

De Paulo , dois anos de ministério na escola de Tirano é provável entende como um período aproximado e pode ter sido mais longo, o que em conjunto com os três meses (v. At 19:8) gastos na sinagoga, feita no período aproximado de três anos passados ​​no Éfeso (At 20:31 ). Declaração de Lucas, todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos (v. At 19:10 ), indica a extensão do ministério de evangelização de Paulo durante este período e representa a criação das várias igrejas da Ásia, a saber, Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, Laodicéia, Colossos, Hierápolis, e Trôade, o primeiro dos quais sete são mencionados em Ap 1:11 . Também não é de se supor que Paulo visitou e evangelizado todos esses locais pessoalmente, mas, sim, que ele dirigiu a campanha de seu quartel-general de Éfeso, que a campanha foi realizada em grande parte por seus fiéis ajudantes. Possivelmente estes incluídos os doze destinatários anteriores do Espírito Santo (vv. At 19:5-7 ), que eram provavelmente os anciãos da igreja de Éfeso a quem Paulo mais tarde deu a sua carga final em Mileto (At 20:17 ), e eles têm uma semelhança definitiva para as curas atribuídas ao tocar das vestes de Jesus (Mc 5:25 ; Mc 6:53 ).

Deve-se notar que há uma distinção entre os milagres extraordinários que Deus forjado pelas mãos de Paulo (v. At 19:11) e a declaração de que até os doentes eram levados do seu lenço corpo ou aventais, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam (v. At 19:12 ).

No primeiro caso, parece que os milagres foram operados pelo poder de Deus trabalhando diretamente em Paulo através da imposição de mãos sobre os enfermos, aflitos, e possuído por um demônio. Tal foi o método divino de costume na igreja primitiva. No entanto, na segunda instância, a fé de seus seguidores de Éfeso não parece não misturados com os conceitos mágicos grassa em Éfeso (vv. At 19:18 , At 19:19 ). Eles conceberam do poder divino transmitido de sua pessoa aos seus próprios bens pessoais, especialmente seus lenços e aventais, ou "sweatrags sendo usado para amarrar em volta de sua cabeça e os aventais para amarrar em volta da cintura", como ele se dedicou à sua árdua tarefa de barraca -Fazer. Magia sempre associou efeitos pessoais daqueles considerados como possuidores de tais poderes, especialmente a roupa suja ou encharcada de suor. Que mesmo alguns dos discípulos de Éfeso de Paulo não foram completamente livre de tais conceitos mágicos parece evidente a partir do versículo 18 . Reconhecer esses conceitos mágicos por parte de alguns dos seguidores de Éfeso de Paulo, nesta fase inicial de sua fé não é nem de atribuir tais conceitos para Paulo ou a religião cristã, que ele pregou, nem é para dizer que as curas ou expulsões de demônios foram ocasionadas por qualquer residente poder nas hankerchiefs e aventais. No entanto, que esses objetos, próximos como fizeram da pessoa de tão animada espiritualmente e aclamado popular uma pessoa como Paulo, deve ter servido como uma ajuda para a fé de ambos aqueles que lhes deu e aqueles a quem foram transmitidas parece inteiramente provável . Nem o estado Lucas que Paulo quer encomendado ou aprovado a prática. Que Deus possa ter feito milagres de cura e expulsão demônio em resposta à fé desses crentes, embora não por causa de, nem através, os lenços e aventais suportados por eles, é realmente credível, e tal Lucas significa, sem dúvida.

O incidente da tentativa de exorcismo dos demônios do homem possuído por os filhos de Ceva, nos versículos 13 através de 17 , é o mais marcante de seu tipo na Bíblia. E havia sete filhos de Ceva, judeu, um chefe padre, quem fez isso (v. At 19:14 ). Parece a partir do versículo 13, que a prática de exorcismo demônio por uma certa classe de judeus ambulantes que podem ter capitalizado sobre esta arte para ganho monetário não era incomum, nem limitar-se aos filhos de Ceva. Tal indivíduo foi Bar-Jesus ou Elimas (At 13:6) a quem Paulo mais cedo repreendido; e, embora sua nacionalidade não é dado, tal pode Simão, o mágico (At 8:9) ter sido. Seu nome hebraico, Simon, que indicaria que ele pertencia a esta classe. Tais condições são de fato um esclarecedor embora triste comentário sobre o estado degenerado do judaísmo do primeiro século cristão. A magia era os meios utilizados nesta arte de exorcismo do demônio. Fórmulas corretas empregando o nome sagrado de Jeová foram recitados sobre o possuído, no esforço para livrá-lo de seu demônio.

Se um sumo sacerdote (v. At 19:14 ), como Lucas sugere, ou um impostor como pode ser permitido, este homem teve sete filhos, que estavam todos os magos vagabundo, que praticavam, ou fingiam praticar, exorcismo do demônio. Vendo os milagres operados por Deus através de Paulo (vv. At 19:11 , At 19:12) no uso do nome de Cristo, esses homens perversos concebeu a perspectiva de ganho material através do uso deste nome divino e assim tentou seu emprego em um endemoninhado (v. At 19:15 ).

Imediatamente o demônio abordado reconhecido e valorizado o nome de Cristo (Mc 1:23 , Mc 1:24 ), como demônios deve sempre fazer, e admitiu familiaridade com Paulo, cujas atividades eram bem conhecidos em Éfeso, mas negada a autoridade dos filhos de Ceva sobre ele: Jesus conheço, e sei quem é Paulo; mas vós quem sois? (v. At 19:15 ), fica claro por Lucas. Além disso, é na questão de saber se sete filhos de Ceva que estavam envolvidos neste negócio nefasto todos participaram neste incidente, ou se apenas dois deles estavam envolvidos.

Os efeitos resultantes do incidente anterior sobre a Efésios é sugerido pela afirmação de Lucas: E muitos dos que haviam crido vinham, confessando e publicando os seus feitos . (v At 19:18 . ... Então crescia poderosamente a palavra do Senhor e prevaleceu (v. At 19:20).

O contraste evidente, entre a eficácia do uso de Paulo o nome de Jesus em ações milagrosas benevolentes eo fracasso total e humilhante derrota dessas extorsões judeus em sua tentativa de praticar o exorcismo demônio com o mesmo nome divino, foi tão rápida e amplamente anunciada durante todo a cidade que esta se tornou conhecido de todos, tanto judeus como gregos, que habitavam em Éfeso (v. At 19:17-A ). O resultado foi um temor reverencial de Deus e um maior respeito pelo Seu servo Paulo, na mente da população. Assim, parece das palavras de Lucas, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido (v. At 19:17 ), parece indicar claramente que, a esta altura, muitos em Éfeso tinha vindo sob a influência do evangelho e havia parcialmente cedido a sua reivindicações, que não tinham plenamente compreendido o significado espiritual do evangelho cristão, nem se purificaram de suas práticas pagãs. Dummelow suporta esta conclusão da seguinte forma:

O incidente levou a uma reforma dentro da igreja. Muitos convertidos continuaram suas práticas mágicas após seu batismo. Eles agora veio para a frente e renunciou publicamente, provando sua sinceridade, queimando seus livros de feitiços.

As observações de Wesley sobre esta passagem são pertinentes:

Muitos vinham, confessando -De sua própria vontade. E declarando abertamente as suas obras de eficácia -O da palavra de Deus, penetrando os recessos mais íntimos de sua alma, feito essa confissão livre e aberto para o que talvez até mesmo tormentos não teria os obrigou.

Assim será a presença verdadeiramente revelada de Deus nunca produzir convicção do pecado e delito e obter confissão franca e aberta, com o abandono resultante daquilo que é diferente e oposto a Deus (conforme Jo 16:7 ; At 26:18 ; At 1:1 Tessalonicenses At 1:9 ; Sl 51:1. ). Manifestação espiritual sempre desperta, ilumina e inspira ideais morais. Sem iluminação divina, o homem será sempre tatear na escuridão moral e erro. Sua confessando e revelando os seus feitos (v. At 19:18 ), ou divulgar os segredos e as forças de seus feitiços mágicos teve o efeito de torná-los sem valor, tanto para os usuários e para as pessoas, como a confiança neles agora seria destruído. Então deve as obras de Satanás sempre ser tratado, se a justiça verdadeira deve ser estabelecida. Sempre que os segredos de Satanás são conhecidos, o seu poder é quebrado.

Lucas se esforça para especificar a natureza das práticas pagãs em Éfeso. No topo da lista foi a prática de artes mágicas (v. At 19:19 ). Parece que o culto de magia vicejou na cidade de Éfeso entre os judeus e gentios (At 19:1f ). Os livros de magia que foram vendidos sobre o país foram fórmulas na forma de amuletos ou inscrições para batentes, portas de jardim, e coisas semelhantes a estas. Muitos dos papiros mágicos ainda sobrevivem. Mould afirma que "O culto do imperador estava lá", e não há referência bíblica para os sumos sacerdotes de Éfeso deste culto, que os sacerdotes são conhecidos como asiarcas (At 19:31 ). No entanto, Artemis ou Diana era o culto mais importante em Éfeso.

Como como os meio-maometanos, práticas meio-pagãos de tantos povos influenciados por Mohammedanism na África de hoje! Sebbies (porções dos escritos do Corão envolto em couro), usados ​​como amuletos sobre o pescoço, ao redor da testa e antebraços ou os tornozelos, ou suspensos por cordas sob a roupa sobre a cintura, são comuns nestas terras.

O relato de Lucas indica que essas práticas mágicas eram de tal grande reputação como para aumentar o valor dos "livros". Wesley vê na aproximação entre esses livros uma evidência de comum acordo, por parte daqueles que se tornaram cristãos.Certamente quando eles trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos (v. At 19:19 ), eles estavam completamente convencidos da verdade do cristianismo e da ilegalidade de suas antigas práticas. Por assim publicamente (à vista de todos) queimando essas coisas, eles testemunharam a sua valuelessness, limpou-se de qualquer tentação possível retornar ao seu antigo uso, e declarou à população de Éfeso sua mudança de lealdades religiosas de Satanás para Cristo. Quem não queimar suas pontes atrás dele quando ele cruza o grande abismo entre "o reino de Satanás" e "o Reino de Deus" pode achar ocasião futuro para retornar sobre essas pontes para seus ex-lealdades.

O valor dessas obras, indicadas por Lucas para ser cinqüenta mil peças de prata (v. At 19:19 ). Esta afirmação parece sugerir tanto a expansão geográfica do cristianismo no oeste da Ásia Menor e da intensificação da sua potência e eficácia, tanto em Éfeso e onde quer que ele se espalhou.

O ministério de Paulo em Éfeso foi agora quase concluído. Embora acompanhado de muitos riscos pessoais e até mesmo possíveis sofrimentos, os frutos de sua empresa para Cristo em Éfeso eram gratificante. Se Paulo foi realmente preso em Éfeso é incerto.Lucas é omissa quanto ao assunto. Na segunda carta de Corinto, provavelmente escrito de Filipos pouco depois de Paulo deixou Éfeso, ele faz alusão a prisões e sofrimentos, alguns dos quais podem ter ocorrido em Éfeso (2Co 11:23 ). Bruce observa que Deissmann apoia esta posição, como também fazer H. Lisco, W. Michaelis, GS Duncan, e M. Dibelius, ao mesmo tempo que se opõe por TW Manson.

Durante seus três (cerca de dois anos e meio) anos em Éfeso, Paulo havia completamente evangelizado naquela cidade e oeste da Ásia Menor. Tendo firmemente plantada uma igreja indígena nessas partes, ele agora se sentia confiante em deixar esses jovens convertidos para continuar o seu testemunho cristão, sob a superintendência do Espírito Santo. A alma do Apóstolo estava inquieto com uma paixão para a evangelização de regiões ainda não alcançadas. Diz Wesley:

Paulo procurou não para descansar, mas pressionado sobre como se ele ainda não tinha feito nada. Ele já é possuidor de Éfeso e Ásia. Ele propósitos para Macedônia e na Acaia. Ele tem o seu olho sobre Jerusalém; em seguida, em cima de Roma; depois em Espanha (Rm 15:24 ). No Caesar, não Alexandre, o Grande, nenhum outro herói, vem até a magnanimidade deste pequeno Benjamim. Fé e amor a Deus e ao homem, tinha aumentado o seu coração, como a areia do mar.

5. Paulo Purposes para visitar Jerusalém (At 19:21 ; Rm 15:20 , Rm 15:24 , Rm 15:28) . Embora Lucas mas uma vez que aponta para o propósito de Paulo em uma visita a Jerusalém (At 24:17 ), torna-se claro que sua última visita à Macedônia e Acaia tem como objetivo a obtenção de uma coleção das igrejas europeias, o que ele se propôs a entregar ao Igreja de Jerusalém em pessoa (conforme 1Co 16:1. ; 2Co 8:1 ; Rm 15:25 ).

Intenção expressa de Paulo de pessoalmente transmitir a coleção das igrejas mais jovens gentios para a mãe igreja judaico-cristão em Jerusalém teve um triplo significado. Em primeiro lugar , ele indicou a pobreza continuou da igreja de Jerusalém, o que foi evidenciado logo após o Pentecostes e à qual a Gentile Os cristãos haviam ministrado desde o início (At 11:29 , At 11:30 ). Parece bastante provável que, para além da eliminação de sua propriedade e de partilha das receitas no primeiro empreendimento comum em Jerusalém após Pentecostes, muitos destes Judéia judeus cristãos sofreram pesadas perdas econômicas nas mãos de seus compatriotas judeus (cf . He 10:32 ). (Para mais comentários sobre as causas da pobreza judaico-cristão em Jerusalém, veja nota emAtos At 2:44 , At 2:45 ). Em segundo lugar , ela refletia a gratidão Christian e generosidade destes cristãos gentios para os seus irmãos judeus-cristãos, de quem havia recebido o evangelho. Em terceiro lugar , é evidenciado o propósito de Paulo para manter o espírito de unidade e boa vontade entre os elementos judeus e gentios da igreja cristã. Esse foi o objetivo do Conselho Geral Igreja de At 15:1)

Se Paulo pessoalmente, fez uma viagem a Corinto durante a sua estada em Éfeso, ou se essa viagem (2Co 13:1)

23 E, naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. 24 Para um certo homem, chamado Demétrio, um ourives, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, 25 os quais ele ajuntou, com os operários de como ocupação, e disse: Senhores, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa riqueza. 26 e estais vendo e ouvindo que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que eles não são deuses, que são feitas com as mãos: 27 e não somente há perigo de que a nossa profissão caia em descrédito; mas também que o templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, e que ela deve mesmo ser destituída da sua majestade quem toda a Ásia eo mundo adoram.

Evidentemente, a feroz oposição que surgiu contra Paulo em Éfeso tinha uma base dupla. Primeiro, o Christian Way minaram a confiança na adoração da natureza pagã de Artemis, a grande deusa dos efésios. (Para uma descrição desta deusa pagã influente e seu culto, veja a nota sobre At 19:1 ; At 22:4 ; At 24:22 ). A palavra é claramente projetado para indicar a força progressiva da nova religião. O autor da letra hebraica pegou o significado deste Way e designou-lhe "um novo e vivo caminho" (He 10:20. ; Rm 8:11 ; Cl 1:27 ). Aqui em Éfeso, como em Tessalônica, essas pessoas da Way foram virando o mundo de cabeça para baixo (conforme At 17:6b ). Tradução de Weymouth lê: "e o poder do inferno não triunfar sobre ela." De fato, o Apóstolo tinha as "chaves do reino dos céus" (Mt 16:1-A ), e muitos eram os que ele tinha desligado de sua escravidão para o culto pagão de Artemis.

Em segundo lugar, a oposição de Éfeso para Paulo surgiu a partir de uma motivação econômica, causada pela perda de negócios para a aliança de ourives que parecem ter sido liderada por Demetrius. Bruce afirma que eles consideravam sua própria embarcação como caindo sob o patrocínio de sua deusa, Diana ou Ártemis, em cuja honra muitos de seus produtos foram feitos. Ramsay observa que

"Um certo Demetrius era um homem de liderança nos comércios associados, o que fez em vários materiais, terracota, mármore e prata, pequenos santuários (Naoi) ... representando a deusa Artemis sentado em um nicho ou naiskos , com os leões a seu lado. "

Bruce observa:

Entre essas mercadorias eram nichos de prata em miniatura, contendo uma imagem da deusa, que seus devotos comprou dedicar em seu templo. A venda desses pequenos santuários era uma fonte de lucro considerável para os ourives, e eles estavam alarmados com a queda na demanda por eles que a difusão do cristianismo estava causando.

Como como o ressentimento dos donos da escrava possuída pelo demônio em Filipos, quando Paulo expulsou o demônio adivinhação fora dela, com a consequente perda do seu lucro nefasto (At 16:19 )! E como como a oposição desenfreada do clero e leigos cristãos escravistas para as atividades dos abolicionistas fervorosos da primeira metade do século XIX nos Estados Unidos!

Assim, a ofensa do evangelho para a devoção religiosa combinada e ganho econômico desses ourives de Éfeso produziu uma violência da multidão a partir do qual o Apóstolo por pouco escapou com vida. O fanatismo religioso e ganância pelo ganho monetário são dois dos maiores inimigos de Cristo e do cristianismo. Bruce pensa que o festival especial para Artemis, que caiu na hora do equinócio da primavera, no início do mês de Artemision, pode ter coincidido com a violência da multidão contra Paulo e o evangelho em AD 55. Patriotismo religioso e do fanatismo com freqüência florescer em festivais, como testemunhas o fervor uncurbed na quebra do jejum muçulmano do Ramadã.

2. A natureza do ataque (19: 28-34)

28 E, ouvindo eles isto, eles ficaram cheios de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios. 29 E a cidade estava cheia com a confusão, e todos correram com um acordo para o teatro, arrebatando a Gaio e Aristarco , macedônios, companheiros de Paulo na viagem. 30 E, quando Paulo estava disposto a entrar em ao povo, os discípulos não lho permitiram. 31 E também alguns dos Asiarchs, sendo seus amigos, foram enviados a ele e rogou-lhe para não aventura . se apresentasse no teatro 32 Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros de outra, para a assembléia estava em confusão; e os mais deles não sabiam por que causa se ​​tinham ajuntado. 33 E trouxeram Alexandre dentre a multidão, os judeus impeliram para a frente. E Alexandre, acenando com a mão, queria apresentar uma defesa ao povo. 34 Mas quando perceberam que ele era judeu, todos a uma só voz sobre o espaço de duas horas gritou: Grande é a Diana dos efésios.

Paulo não era estranho à violência da multidão e parcelas constantes contra a sua vida pelos inimigos do evangelho que ele pregava. Lucas registra dez tais ataques em Atos. O primeiro foi travada pelos judeus em Damasco após a conversão de Paulo (At 9:23 ​​); o segundo pelos judeus gregos, em Jerusalém (At 9:29 ); o terceiro foi instigada pelos judeus em Antioquia da Pisídia (At 13:50 ); o quarto foi motivada pelos judeus de Antioquia e Icônio de Listra, mas executada pelo pagão Lycaonians (At 14:19 ); o quinto ocorreu em Filipos nas mãos dos funcionários de Filipos, que foram influenciados pelos proprietários da escrava de quem Paulo expulsou o espírito maligno (At 16:19 ); o sexto ocorreu em Tessalônica nas mãos dos judeus invejosos ea plebe Gentile (At 17:5 ); o sétimo , em Corinto pelos judeus antes de Gálio (At 18:12 ); a oitava , em Éfeso pelos artesãos pagãs de Diana ou Artemis (At 19:23 ); o nono , na Grécia depois de Paulo deixou Éfeso (At 20:2 ); eo décimo ocorreu em Jerusalém nas mãos dos judeus, por ocasião da última visita de Paulo a essa cidade (At 21:27 ; At 23:9 , At 23:12 ).

Demetrius, que, como Ramsay frases isso ", deve ter tido uma boa quantidade de capital afundado em seu negócio" convocou seus companheiros comerciantes para uma reunião na sede do sindicato onde ele inflamou suas mentes com propaganda contra o apóstolo. A propaganda cristã, ele cobrado, desvalorizou as imagens e desviou a população a partir da compra de seus ofícios, como também da adoração de Artemis. Diante disso, diz Ramsay,

Os comerciantes foram despertados; precipitaram-se para a rua; uma cena geral da confusão surgiu, e um impulso comum levou o público animado para o grande teatro. A maioria da multidão eram ignorantes [de] o que estava acontecendo; eles só sabia desde os gritos dos primeiros manifestantes que o culto de Artemis estava em causa.

Durante o motim de duas horas que se seguiram eles gritaram sua lealdade frenética para a deusa, na frase repetitiva, Grande é a Diana dos efésios . Ramsay comenta significativamente:

Nesta cena, não pode confundir o tom de sarcasmo e desprezo, como Lucas narra desta multidão uivante; eles mesmos pensavam que estavam realizando suas devoções, pois repetiu o nome sagrado; mas a Lucas que eles estavam apenas uivando, não rezar.

Muito naturalmente, o concurso correu para o grande teatro (v. At 19:29 ). (Para uma descrição do teatro de Éfeso, veja nota em At 19:1 , At 19:31 ). Talvez ele procurou proteger Gaio e Aristarco, que tinham sido apreendidos pela multidão (v. At 19:29 ), ao assumir a responsabilidade pessoal para o movimento que havia provocado o tumulto. De qualquer forma, respeito e amor dos discípulos cristãos para Paulo foi evidenciada por sua recusa em permitir que ele arriscaria sua vida em entrar no teatro (v. At 19:30 ).

Referência de Lucas para certas ... Asiarchs (v. At 19:31 ), que eram amigos de Paulo e que procuravam impedi-lo de entrar no teatro, é interessante e instrutiva. Sobre esta questão Ramsay observa:

Os Asiarchs ou sumos sacerdotes da Ásia, eram os chefes da organização imperial, político-religioso da província na adoração de "Roma e os imperadores"; e sua atitude amigável é uma prova tanto que o espírito da política imperial não foi ainda hostil ao novo ensinamento, e que as classes educadas não compartilhava a hostilidade do vulgar supersticiosa para Paulo.

Ramsay pensa ainda que alguns destes Asiarchs pode ter sido sacerdotes de Artemis, ou outras divindades das cidades, e que evidentemente os sacerdotes de Éfeso não eram hostis a Paulo. É até possível que eles podem ter considerado a religião cristã com favor como uma contribuição cultural para o ecletismo religioso do dia, dos quais Artemis era o centro da Ásia. Visto assim, parece que o motivo monetária dominou o motim, ao invés de qualquer consideração religiosa sincera.

Típico da violência da multidão, a maior parte dos participantes eram totalmente ignorantes do verdadeiro propósito do motim (v. At 19:32 ). Quando a emoção destrona razão, o propósito é perdida no nevoeiro de confusão.

Que o ressentimento desenfreada era tão fortemente anti-judaico como era anti-cristã é claro do fato de que quando elas dão Alexander para enfrentar a multidão, ele foi imediatamente rejeitada e a histeria foi intensificada (vv. At 19:33 , At 19:34 ).

Quem esta Alexander era, e que colocá-lo para trás para falar com a multidão, não nos é dito. Wesley acha que ele era um cristão bem conhecido que foi fortemente projetada na situação pelos artífices e operários e empurrado pelos judeus como um bode expiatório religiosa. No entanto, Bruce afirma que Alexander foi apresentada pelos judeus para deixar claro para os manifestantes que eles não eram parte da comunidade cristã responsável pelo ressentimento criado. Bruce e Dummelow tomar a mesma posição.Se isso Alexander é idêntica à "Alexandre, o latoeiro" (2Tm 4:14 ), ou se ele é o mesmo que Alexandre, o apóstata (1Tm 1:20 ), não se sabe ao certo. No entanto, as duas últimas caracterizações parecem se encaixar um judeu, como o de Éfeso Alexander, que pode ter professado fé em Cristo e, posteriormente apostatou para se tornar um inimigo ferrenho da causa cristã.

3. A prisão dos Attack (19: 35-41)

35 E, quando a cidade-caixeiro, tendo apaziguado a multidão, disse: Varões efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que caiu de Júpiter? 36 , visto que estas coisas não podem ser contestadas, convém que vos tranquila, e não fazer nada precipitado. 37 Porque fostes ter trazido para cá esses homens, que não são nem sacrílegos nem blasfemadores da nossa deusa. 38 , se Demétrio, e os artífices que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, os tribunais estão abertos e há procônsules: que se acusem uns aos outros. 39 Mas, se sois procurar alguma outra coisa, deve ser resolvida na assembléia regular. 40 Porque, na verdade estamos em perigo de ser acusados ​​de motim deste dia, não havendo motivo algum para ele .: e como tocá-lo não seremos capazes de dar conta do presente concurso 41 E quando ele tinha falado assim, ele dissolveu a assembléia .

O secretário municipal ou secretário da cidade, que publicou os decretos de montagem cívicas, ficou bastante incomodada com a conduta desordenada dos efésios. Bruce designa-o '", o oficial de Éfeso mais importante ... [que] atuou como oficial de ligação entre a administração civil e da administração provincial romano, cuja sede também estavam em Éfeso." Como tal, ele era responsável perante a administração provincial para a realização de civic assuntos e, portanto, era responsável pelos distúrbios do dia.

Endereço da cidade-secretário para as pessoas era tanto astuto e eficaz. Ele primeiro apelou para o bom senso, citando o reconhecimento universal de Éfeso como a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que caiu de Júpiter (v. At 19:35 ). Ele então começou a exonerar os cristãos acusados ​​citando seu caráter irrepreensível e de conduta em Éfeso. Em seguida, ele ditada Demétrio e os artífices de seus procedimentos ilegais contra os cristãos. Eles deveriam ter apresentado o seu caso ao tribunal regular do procônsul.

Se as suas queixas eram de molde a não exigir que as decisões do procônsul, então a cidade-secretário é aconselhável que as reuniões ordinárias das assembleias cívicas foram abertas para eles. Segundo Crisóstomo estas assembleias reuniu três vezes por mês. Por sua revolta e montagem irregular tinham agido ilegalmente e fez a si mesmos e da cidade passível de punição por Roma.

Withal, Lucas reflete em seu registro deste incidente a atitude liberal de Roma em direção a todas as religiões ea conseqüente liberdade jurídica e da protecção que o cristianismo se sob o Império Romano na época. Diz Ramsay relativo endereço da cidade-secretário:

Seu discurso é uma negação direta dos encargos comumente interpostos contra o cristianismo como flagrantemente desrespeitosos nas ações e na linguagem para as instituições estabelecidas do Estado. ...

Este endereço é ... inteiramente uma apologia dos cristãos ... ele é incluído por Lucas em seu trabalho, e não para a sua mera conexão de Éfeso, mas como tendo sobre a questão universal da relação em que a igreja ficou para o Império ... a base para a reivindicação da Igreja de liberdade e tolerância.

Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
Esse capítulo relata o magnífico mi-nistério de Paulo em Éfeso e seu con-tato com três grupos de pessoas.

  1. Paulo e 12 discípulos ignorantes (19:1-12)

É provável que Apoio tenha con-vertido Ec 12:0). Todavia, não sabiam que, desde o Dia de Pente- costes (At 1:5 e 2:
4) e da visita de

Pedro à casa de Cornélio (10:44- 45; 11:15-16), já vinha ocorrendo esse segundo batismo. Conheciam apenas o batismo de João Batista, pois quem os havia doutrinado era Apoio, que, na verdade, tinha uma compreensão limitada do evange-lho. Apoio, provavelmente, após haver recebido ele mesmo o batis-mo de João, tinha vindo a crer ser Jesus o Messias salvador, crucifica-do e ressurreto; mas evidentemen-te não sabia, e por isso não havia transmitido a seus ouvintes, que o próprio Jesus agora batizava todos os crentes com o Espírito Santo. Neste sentido, esses discípulos em Éfeso poderíam ser considerados mais discípulos de João Batista do que de Jesus Cristo; mas logo se tornariam autênticos discípulos de Cristo, ao crer e serem devidamen-te batizados, por intermédio de Paulo, primeiramente com água e logo depois com o Espírito.

Com certeza, Lucas não regis-trou tudo que Paulo disse a esses homens. Mas eles receberam o ba-tismo cristão, pois creram na men-sagem do evangelho (de que Cristo já viera e morrera). Eles receberam o Espírito pela imposição das mãos de Paulo e deram evidência disso ao falar em línguas. Essa é a última vez que Atos registra o falar em lín-guas como prova do recebimento do Espírito. Ec 12:0). Os cidadãos invadiram o enorme teatro a céu aberto com capacidade para, pelo menos 25:000 pessoas. Paulo não entrou no teatro, em que provavel-mente seria preso pelas autorida-des ou morto pela multidão, graças à sabedoria de seus amigos que o impediram de fazer isso. O escri-vão da cidade (oficial de justiça) acalmou a multidão, advertiu-os de que corriam o risco de infringir a lei e mandou-os para casa.

Satanás estava ansioso para impedir o estabelecimento de uma igreja forte em Éfeso. Durante anos, essa cidade, com suas superstições, idolatria e práticas mágicas, fora sua fortaleza. As atividades demoníacas predominaram em Éfeso, porém agora o Espírito de Deus estava em operação. O que teria acontecido se Páulo edificasse a igreja local sobre o testemunho daqueles 12 homens se não tivesse percebido a superficialidade da confissão deles? O trabalho fracassaria! E se aqueles embusteiros judeus tivessem conse-guido imitar os milagres de Paulo? E se a multidão tivesse pegado Paulo e seus companheiros e os prendido ou matado? Nós teríamos a magní-fica epístola aos Efésios? Deus esta-beleceu uma igreja em Éfeso, apesar de Satanás não querer isso, e a leitu-ra de Éfesios mostra que talvez essa seja a igreja mais espiritual fundada por Paulo. Essa magnífica epístola delineia a verdadeira igreja de for-ma clara, e era isso que Satanás não queria que acontecesse.

Estas são as três formas como Satanás ainda obstrui a obra do Se-nhor: com falsos crentes que têm ex-periência espiritual inadequada, com imitadores e com oposição declara-da. Todavia, se confiamos em Deus, dependemos do poder do Espírito e pregamos a Palavra do Senhor, então derrotamos o adversário.

Notas adicionais a Atos 19:1 -7

  1. Ec 12:0 ss). Agora, transfira essa situação para Éfeso. Lá, temos 12 homens que são o nú-cleo da igreja e foram convertidos por meio de Apoio. Suponhamos que Deus lhes tivesse garantido o Espírito quando creram (como em Atos 10)? Eles sempre considerariam Apoio como seu líder, não Paulo, e em Éfeso a igreja se dividiría desde seu início, pois Apoio os teria ensi-nado e batizado, e questionariam a liderança de Paulo.

    Mas não, Paulo edificou uma igreja forte em Éfeso a partir desses homens, pois Deus usou-o para dar um novo início a eles. Não teríamos a magnífica epístola aos Efésios com suas verdades gloriosas a respeito do cabeça e do corpo, se Deus não trabalhasse dessa forma.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
19.2 Nem mesmo ouvimos. Teriam tido conhecimento da existência do Espírito Santo do AT, mas desconheceram o cumprimento das profecias messiânicas de Sua vinda em poder sobre a Igreja (2.17, 18, 33),

19.4.5 O batismo de João (Batista) era um rito preparatório, confirmando arrependimento (Lc 3:8) e prontidão para a vinda do Messias. O batismo cristão afirmava a história redentora de Cristo.

19.8 A sinagoga. Paulo mostra que a esperança judaica relativa ao reino de Deus se cumpre na 1greja (conforme o ensino de Apolo em 18.26). Conforme 1.3 e Cl 1:13. Ousadamente. Pelo poder do Espírito Santo.

19.9 Caminho. Denomina a vida cristã unindo sua doutrina e prática, dependendo inteiramente de Jesus o Caminho (Jo 14:6; cf.At 10:24). Separou as discípulos. Criou-se assim uma Igreja local, independente da sinagoga, que durante um ano abrigara os crentes (18.19). Escola de Tirano. Uma sala de aulas, provavelmente alugada. O Códice D acrescenta o fato do horário ser das 11 até às 16 horas diariamente. Não é de admirar a profundidade da Epístola aos Efésios ao se lembrar do alicerce teológico que esta Igreja ganhou durante dois anos.

19.10 O objetivo da escola foi de preparar homens para a obra de evangelização e o pastorado. As igrejas de Colossos, Hierápolis e Laodicéia, fundadas por Epafras, discípulo e conservo do apóstolo, foram uma parte do fruto deste trabalho. E quanto mais?
19.11 Milagres extraordinários foram concedidos por Deus, para combater a influência da magia e do espiritismo em Éfeso.

19.14 Sumo sacerdote. Parente do sumo sacerdote em Jerusalém. À semelhança de Simão Mago (8.19), os filhos de Ceva quiseram aproveitar, sem direito, o poder de Deus. O nome de Jesus não é fórmula de magia.

19:17-20 O julgamento que caiu sobre os falsos exorcistas criou temor reverente entre simpatizantes e crentes (conforme 5.11). • N. Hom. Avivamento consiste em A. Preparação:
1) Confissão (18);
2) Arrependimento "denunciando publicamente suas obras” (18);
3) Ação decisiva - destruíram instrumentos de pecado (19). B. Conseqüências:
1) disseminação mais ampla do evangelho;
2) Sucesso - almas se renderam;
3) poder de Deus (20).
19.21 Cumpridas estas coisas. Começa aqui a última seção de Atos.

19.22 Timóteo. Sobre esta visita compare1Co 4:17; 1Co 16:10.

19.23 Lucas omite as dificuldades mencionadas em 1Co 15:32; 2Co 1:8 e os problemas enfrentados em relação com a igreja de Corinto.

19.24 Nichos de terra cota com a estátua de Diana dentro já foram descobertos. Diana (Artemis no gr). Deusa-mãe da fertilidade da Ásia Menor. Os efésios criam na ficção da sua queda do céu. Seu templo foi uma das sete maravilhas do mundo.

19.31 Asiarcas. Escolhidos dentre os homens mais ricos da província anualmente, sendo apontados como sacerdotes do culto "de Roma e do Imperador". Note-se outra vez as boas relações entre os representantes de Roma e o embaixador de Cristo.

19.32 Assembléia (gr ekklesia). O significado secular de "igreja" era do povo reunido em assembléia legislativa.

19.33 Alexandre. Porta-voz dos judeus, desejosos de informar a multidão que eles nada tinham com a má sorte de Diana.

19.34 A reação da multidão pagã contra os judeus é compreensível. O monoteísmo e a oposição à idolatria pelos judeus eram notórios.
19.35 Escrivão. Sabiamente aponta para o perigo do caminho ilegal, lembrando à multidão o procedimento certo. Éfeso podia perder sua autonomia parcial. Guardiã do templo. Título de honra concedido à cidade que mantivesse um templo de culto imperial.

19.37 Sacrílegos, lit. "roubadores de templos". O templo era o lugar de maior segurança na antigüidade para guardar objetos de valor. Blasfemam. O caminho mais certo para derrubar a religião falsa é apresentar a verdade.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41

3)    Dn 12:0 e, de acordo com o seu significado fundamental de identificação, denota o fechamento de uma brecha entre uma posição incompleta e a autoridade apostólica, assim alinhando-a com ela.


4) A evangelização da Ásia (19:8-20)
A província. A Ásia era uma das principais províncias romanas, incluindo toda a próspera e densamente povoada costa do mar Jónico desde o Helesponto até a Lícia, com uma penetração significativa para o coração da Ásia Menor. Durante a sua evangelização, todos os judeus e os gregos que viviam na província da Ásia ouviram a palavra do Senhor (v. 10). O grande centro era Efeso, situado na foz do rio Caister. Mais tarde, a sua importância entrou em declínio em virtude do assoreamento do porto, mas no século I era a metrópole de uma grande área, importante tanto para as suas conexões comerciais quanto no seu significado religioso. O templo de Ár-temis dos efésios — a “Diana dos efésios”na ARC e ARA — era considerado uma das sete maravilhas do mundo e atraía visitantes de todas as partes. Originariamente um culto da natureza, a adoração da “deusa mãe”, havia sido assimilado no da deusa grega Ártemis.

A escola de Tirano (v. 8-10). Paulo fez o seu início costumeiro na sinagoga, destacando o tema do Reino de Deus (v. 8), e logo foi acossado pelos obstinados incrédulos entre os judeus que ultrajavam o Caminho. Ele reuniu os discípulos quando o testemunho na sinagoga se tornou impossível e encontrou um centro de pregação na escola de Tirano.

Estudiosos deduziram dos hábitos dos efésios que Paulo trabalhava na sua ocupação de fazedor de tendas pela manhã (conforme 20,34) enquanto as atividades normais eram conduzidas por Tirano na sua escola (que pode ser comparada a um centro de palestras que também tinha um ginásio em que se passavam as horas vagas). Paulo, então, dava as suas “palestras” durante o período da sesta depois das 11 horas. Mais tarde, ele lembra os anciãos efésios desse seu ministério público que era complementado por visitas “de casa em casa” (20.20). Visitantes distintos parecem ter ouvido a pregação na escola de Tirano, pois Paulo conquistou amigos até entre as autoridades da província (os cidadãos principais da Ásia; v. 31). Não obstante as muitas tramas dos judeus e os graves sofrimentos desse período, Paulo foi capacitado a continuar em Efeso por um período de dois a três anos (conforme v. 10,20,31 com 20.10; 1Co 15:32), e o seu ministério fornece o exemplo perfeito de estratégia que selecionou importantes centros a partir dos quais o evangelho pudesse ser amplamente difundido através de toda a área por seus colegas e convertidos. Durante esse tempo, Epafras evangelizou as cidades do vale do Lico (Cl 1:7). Em algum ponto do seu ministério em Efeso, Paulo fez a sua “visita dolorosa” a Corinto (2Co 2:1; v. p. 1933).

O “Nome” em Éfeso (v. 11-20). Nos capítulos 4—6, Lucas descreveu o poder do Nome em contraste com a força do judaísmo. Aqui se mostra que o mesmo nome prevaleceu contra a adoração supersticiosa de Ártemis dos efésios e os “nomes” falsos da magia que prevaleciam na região. Mais uma vez, um servo de Cristo foi autorizado por meio de milagres que atraíram a atenção para a Palavra. O mundo helenístiço respeitava os poderes ocultos relacionados com o Oriente, daí que não seria difícil para a família de Ceva “produzir uma conexão”, afirmando talvez conhecer o nome sagrado do Deus de Israel. F. F. Bruce sugere que deveríamos ler chefes dos sacerdotes “entre aspas”, como algo que o cabeça da casa reivindicava ser em terras gentílicas, onde pouco se sabia a respeito da hierarquia sacerdotal em Jerusalém. Os exorcistas enganados achavam que podiam colocar os nomes de Jesus e Paulo no seu saco de truques (conforme 8,19) e usá-los para expulsar demônios. A primeira tentativa foi tão desastrosa que o seu fracasso ridículo foi comentado amplamente, gerando uma onda de interesse pelo nome do Senhor Jesus como pregado por Paulo e seus colaboradores (v. 13-17). O significado do evento se tornou especialmente claro aos profissionais das artes mágicas, que queimaram a sua literatura satânica, apesar do seu alto preço de mercado na época (v. 19). Mas, repetidamente, o destaque é dado não aos milagres, mas ao Nome e à palavra que muito se difundia e se fortalecia (v. 20).


5)    Planos futuros (19.21,22)
Paulo e o futuro (v. 21,22). Esses versículos são importantes, visto que abrem perspectivas que conduzem a um ministério mais amplo e diferente que deveria seguir as três viagens missionárias. As versões tradicionais (ARA, ARC, ACF) acrescentam a expressão “em espírito” no v. 21, mas a RSV (em inglês) sem dúvida está certa em colocar Espírito com maiúscula, visto que Paulo estava divinamente inspirado para planejar uma viagem de confirmação à Macedônia e Grécia, e depois para Jerusalém (esse é o período da coleta para os pobres na Judéia). Depois disso, ele entendia que a sua missão de apóstolo aos gentios o conduziria a Roma. As suas idéias são claramente expressas em Rm 15:1529, escrito alguns meses mais tarde, quando a sua visão já incluía a Espanha.

6)    O tumulto em Éfeso (19:23-41)
A razão da narrativa. Vimos como Lucas, às vezes, condensa a descrição de meses de ministério importante em algumas palavras, mas aqui temos uma longa seção acerca de um evento que não favorece os anais da evangelização mundial. Parece que ele foi levado a escolher incidentes típicos que ilustram o impacto do kerygma sobre os diferentes setores do mundo helenístiço. Aqui a superstição — como sempre — está entrelaçada com interesses financeiros resultantes de cultos locais. O número de convertidos foi tão considerável que Demétrio (presidente da associação dos ourives) percebeu que o negócio dos fabricantes de santuários estava em declínio. Ao mesmo tempo, ainda era possível inflamar a multidão à oposição violenta aos homens que foram acusados de trazer descrédito à sua deusa, de cujo santuário a cidade de Éfeso se orgulhava de ser a guardiã do templo (v. 35).

Demétrio e a associação (v. 23-28). O discurso de Demétrio é uma maravilha de ingenuidade carnal, pois ele toca alternadamente no assunto do possível prejuízo financeiro e no do desprezo demonstrado em relação à deusa. Assim, ele conseguiu incitar o grupo, mas não conseguiu levar os seus homens a nenhuma sugestão ou conclusão prática, embora os gritos furiosos (v. 28) tivessem o propósito de incitar a multidão.

O ajuntamento no teatro (v. 28-41). Esse teatro foi escavado por arqueólogos que calculam que a capacidade de pessoas sentadas era de mais Dt 25:0. Era um lugar natural de encontro, mas o encontro foi extraordinário, não oficial, descontrolado e confuso (v. 32). Os colegas macedônios de Paulo foram arrastados para lá, mas escaparam com vida. O próprio Paulo foi persuadido por cristãos e por amigos entre as autoridades da província da Ásia a não apresentar uma “apologia” no teatro, visto que a disposição de ânimo da multidão era perigosa, e ele poderia bem ter sido linchado. Não sabemos o que o judeu Alexandre deveria fazer (v. 33), mas, de todo modo, não conseguiu ser ouvido. A repetição irracional do grito Grande é a Artemis dos efésios — especialmente na sua forma consagrada pelas versões antigas, com “Diana” no lugar de Artemis — tem se tornado proverbial como ilustração de fanatismo desvairado e ignorante.

O discurso do escrivão da cidade (v. 35-41). O escrivão da cidade era a principal autoridade local, diretamente responsável pela ordem pública diante do procônsul. Ele, provavelmente, esperou que a multidão ficasse rouca de tanto gritar antes de tentar controlá-la. Então, fez o seu magistral discurso: (a) A posição honrada de Efeso como porteira ou guardiã da deusa era universalmente conhecida e indisputável — um ótimo calmante para o orgulho e superstição exacerbados dos habitantes locais (v. 35,36). (b) Eles tinham levado ali Gaio e Aristarco, mas esses homens não podiam ser acusados de sacrilégio ou blasfêmia. Isso mostrava que Paulo não havia atacado a superstição local diretamente, mas os havia flanqueado com a pregação clara do evangelho (v. 37). (c) Queixas concretas poderiam ser tratadas com o procedimento comum diante dos procônsules da Ásia (o plural generalizante talvez tenha sido usado porque naquele momento a posição de procônsul local estava vaga), (d) Questões maiores poderiam ser decididas numa assembléia legalmente constituída, (e) A comoção era perigosa do ponto de vista romano em todos os aspectos relacionados à ordem pública (v. 40). O discurso foi como um balde de água fria sobre uma cabeça febril, e o escrivão encerrou a assembléia (v. 41).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Atos Capítulo 13 do versículo 1 até o 17

IV. Expansão da Igreja na Ásia Menor e Europa. 13 1:21-17'>13 1:21-17.

O capítulo 13 leva-nos à segunda metade do livro de Atos. Na primeira metade, Jerusalém é o centro da narrativa, e o tema principal é a expansão da igreja de Jerusalém por toda a Palestina. Agora Jerusalém passa para segundo plano, e Antioquia se torna o centro da narrativa porque patrocinou a expansão da igreja na Ásia e Europa. Esta expansão realizou-se por meio de três missões de Paulo, cada uma começando e terminando em Antioquia.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41
e) Éfeso e a província da Ásia (At 19:1-41)

1. EVANGELIZAÇÃO DE ÉFESO (At 19:1-20) -Havendo feito sua visita à Palestina, Paulo voltou por terra a Éfeso e aí permaneceu por mais ou menos dois anos e meio, do outono de 52 à primavera de 55. Realizou naquela cidade grande trabalho que se irradiou a outras da Província da Ásia, como Colossos, Laodicéia e Hierápolis. O efeito da pregação é retratado com vivacidade por Lucas em alguns camafeus. Primeiro encontramos os doze "discípulos" que só conheciam o batismo de João e nunca haviam ouvido falar do Espírito Santo; talvez fossem fruto da pregação de Apolo no seu início. Depois temos o afastamento de Paulo da sinagoga para o salão de aula de Tirano onde, segundo uma tradição textual, prelecionava diariamente das onze da manhã às quatro da tarde, durante o calor do dia, depois de gastar presumivelmente as primeiras horas da manhã no ofício de fabricar tendas. As obras poderosas efetuadas mediante Paulo em Éfeso ocasionaram choques com os mágicos locais, descrevendo Lucas com brilho o caso dos filhos de Ceva. A incineração dos rolos de pergaminho dos mágicos faz-nos lembrar que tais rolos se relacionaram tão intimamente com Éfeso no mundo antigo que se chamaram comumente Ephesia grammata, "cartas efésias".

Tendo passado pelas regiões mais altas (1). Paulo em vez de tomar o principal caminho de Éfeso, pelos vales Licus e Meandro, parece que tomou uma estrada mais ao norte, alcançando a cidade pelo lado setentrional do monte Messógis. Discípulos (1). Esta palavra estando desacompanhada de outras que lhe modifiquem o sentido, não significa "discípulos de João", e sim "discípulos de Jesus", quaisquer que fossem as falhas do conhecimento que tinham. Nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo (2), referência especial ao Espírito Santo como fora enviado no Pentecostes com manifestação exterior (regularmente é assim nos Atos). Certamente João batizou... (4); cfr. At 1:5-11.16. Que cressem naquele que vinha depois dele (4); cfr. Jo 1:26 e segs., At 3:25 e segs. Há impressionante concordância entre João e Atos, quando falam de João Batista e do Espírito Santo. Foram batizados em o nome do Senhor Jesus (5). É a mesma expressão de At 8:16. Este é o único exemplo de rebatizar-se alguém, registrado no Novo Testamento. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo (6), como acontecera aos convertidos samaritanos em At 8:17.

>At 19:9

Falando mal do Caminho (9), isto é, do evangelho, como em At 9:2. Disputando (9); melhor, "promovendo discussões" (gr. dialegomai). Na escola de um certo Tirano (9), de tanta utilidade em Éfeso como a casa de Tício Justo em Corinto. O texto "ocidental" acrescenta "desde a quinta à hora décima", na folga do meio-dia, quando Tirano não utilizava seu salão de aula. Dois anos (10). Provavelmente dois anos e meses o que, somado aos três meses do vers. 8, aproxima-se dos três anos de At 20:31. Todos os habitantes da Ásia (10), isto é, da província romana desse nome, e especialmente da área ao redor de Éfeso. Provavelmente todas as sete igrejas visadas no Apocalipse (Ap 1:11), assim como as de Colossos e Hierápolis (Cl 4:13), foram fundadas nesse tempo. Lenços e aventais (12). Duas palavras de origem latina: sudaria (lit. "panos de enxugar suor"; cfr. Lc 19:20; também Jo 11:44-20.7), e semicinctia (peças que Paulo usaria quando trabalhava na confecção de tendas).

>At 19:13

Esconjuro-vos por Jesus (13). O emprego deste e de outros nomes judaicos nos exorcismos pagãos é confirmado por rolos de papiro de fórmulas mágicas que chegaram até nós. Principal dos sacerdotes (14). Lucas provavelmente está citando, porém não confirmando, a informação que Ceva dava de si mesmo. Acreditava-se que um Sumo Sacerdote judeu conhecia a pronúncia secreta do Nome inefável do Deus de Israel, e assim dispunha de um conjuro especialmente poderoso. Confessando e denunciando suas próprias obras (18); isto é, seus conjuros; divulgá-los era torná-los inúteis. Artes curiosas (19); isto é, práticas de magia. Livros (19); isto é, rolos de papiro ou pergaminho. Peças de prata (19); dracmas (denários).

>At 19:21

2. O TUMULTO EM ÉFESO (At 19:21-41) -A cena mais vibrante de quantas Lucas nos apresenta do ministério de Paulo em Éfeso é a assembléia tumultuosa no grande teatro da cidade, ao ar livre, ultimamente escavado, estimando-se que comportava 25.000 pessoas. A corporação local dos ourives, que auferia considerável lucro da venda de imagens de prata da grande deusa Ártemis, colocadas em nichos igualmente de prata, ficou alarmada quanto ao futuro de sua arte, à vista de tanta gente que abraçava o Cristianismo. Disfarçando essa preocupação sob a capa de interesse pela honra da deusa, convocaram, indignados, um comício. A indignação deles propagou-se ao público em geral que acorreu ao teatro, onde encenaram um tumulto pró-Ártemis e anti-judaico. (Note-se o humorismo do vers. 32). Paulo foi impedido de entrar no teatro pelos asiarcas, principais das cidades da província, de cujo meio saiam os sumos sacerdotes do culto imperial na Ásia. Alexandre, judeu residente na cidade, procurou falar à turbamulta talvez com o intuito de livrar a comunidade judaica de responsabilidade no ressentimento do povo. Os amotinados, não em condições de fazer tais distinções sutis, gritando impediram-no de falar e durante duas horas bradaram "Grande é a Diana (Ártemis) dos efésios!". Por fim o escrivão local, grandemente agitado e receoso de que as autoridades romanas punissem severamente a cidade por causa desse alvoroço, persuadiu-os a que se acalmassem e fossem para casa, declarando que se tinham alguma queixa contra aqueles homens, que a apresentassem às autoridades na devida forma.

Ir a Jerusalém (21), com os delegados de suas igrejas gentílicas, os quais levavam donativos dessas igrejas para os cristãos de Jerusalém. Importa-me ver também Roma (21). Cfr. Rm 1:11 e segs., At 15:23 e segs. relativamente aos planos de Paulo. Ramsay encontra aqui "a concepção clara de um plano de vasto alcance", de visitar Roma quando fosse evangelizar "a principal sede da civilização romana no Ocidente" (isto é, a Espanha), e considera esta decisão uma crise na carreira de Paulo. Timóteo (22). Cfr. Fp 2:19 sobre esta missão de Timóteo na Macedônia. Diana (24). Infelizmente este nome romano foi empregado pelos tradutores em lugar do nome grego Ártemis, que era a grande deusa de Éfeso (forma local da grande deusa-mãe, cultuada na Ásia Menor desde tempos imemoriais), cujo templo era uma das sete maravilhas da antigüidade. Aquela que toda a Ásia e o mundo adoram (27). Contam-se mais de trinta lugares, no mundo inteiro, onde se celebrava o culto da Ártemis efésia. Os macedônios Gaio e Aristarco (29). Leia-se "macedônio", como está em alguns MSS, referindo-se a Aristarco; Gaio era de Derbe, na Ásia Menor (At 20:4). Os dois podem ter informado este incidente a Lucas. Arremeteram para o teatro (29). O teatro de Éfeso, ao ar livre, podia acomodar 25.000 pessoas e era um lugar conveniente para assembléias do povo, regulares ou irregulares. Os principais da Ásia (31) lit. asiarcas. É digno de nota que Paulo encontrou simpatizantes nas camadas mais altas da sociedade efésia. O escrivão da cidade (35); gr. grammateus. Era eminente oficial de ligação entre a administração municipal independente de Éfeso e o governo provincial romano. Guardiã do Templo da grande Diana (35) -título que a cidade prezava muito. A imagem que caiu de Júpiter (35); isto é, do céu; presumivelmente um meteorito, em que se podia ver uma coisa parecida com os "muitos seios" da deusa. Sacrílegos (37); isto é, ladrões de templos. Há procônsules (38), em sentido geral, porque Junius Silanus, procônsul da província, fazia pouco fora assassinado (nos fins de 54), e seu sucessor ainda não havia chegado. O procônsul presidia as sessões periódicas do tribunal. Em assembléia regular (39). Três vezes no mês havia uma assembléia regular (gr. ekklesia). Roma não tolerava uma aglomeração irregular e tumultuosa como aquela. Sejamos acusados (40); isto é, pelos romanos.


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41

Antigo Testamento Santos in Transition

E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo tendo atravessado as regiões mais altas, chegou a Éfeso, e encontrou alguns discípulos e disse-lhes: "Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?" E eles disseram-lhe: "Não, nós nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo." E ele disse: "Em que fostes batizados então?" E eles disseram: "No batismo de João." E Paulo disse: "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus." E quando eles ouviram isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus. E quando Paulo impôs suas mãos sobre eles, o Espírito Santo veio sobre eles, e eles começaram a falar em línguas e profetizar. E havia em todas as cerca de doze homens. ( 19: 1-7 )

Depois do interlúdio descrevendo conversão e ministério de Apolo, Lucas retorna à história de Paulo para seu último exemplo de transição. Ele observa que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo (em sua terceira viagem missionária) tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso. O apóstolo amado estava fazendo bem em sua promessa de voltar a Éfeso ( 18:21 ), com a esperança de que os judeus ainda estaria ansioso para ouvir. Ele chegou lá através do país superior. Ao fazer isso, Paulo tomou a rota mais direta, não a rota comercial regular no nível mais baixo através dos vales Lico e Maender. Assim, ele se aproximou de Éfeso a partir do norte, onde ele estivera ministrando ( 18:23 ).

Uma vez em Éfeso, Paulo encontrou alguns discípulos. Muita controvérsia envolve o status espiritual desses homens. Aqueles que insistem que eles já eram cristãos usam esta passagem como um texto de prova para a sua visão de que receber o Espírito Santo é um subseqüente, postSalvação, ou "segunda bênção", experiência. Essa interpretação, no entanto, é insustentável. Primeiro, ele comete o erro metodológico de não se considerar a natureza transitória de Atos, o que significa que as experiências e fenômenos descritos em Atos não são normativas para hoje. Em segundo lugar, esta é uma interpretação defeituosa porque comete o erro escritural comparativa. Outros textos deixam claro que essa passagem não pode ser usada para ensinar que alguns cristãos de hoje pode não ter o Espírito Santo. Isso contrariaria o ensino explícito das epístolas do Novo Testamento, que declaram de modo inequívoco que cada cristão recebe o Espírito na salvação ( 1Co 6:19. ; 0:13 ; 2Co 6:16. ; Ef 1:13. ), e definir aqueles sem o Espírito como não salvos ( Rm 8:9 ; Lc 5:33 ) e de João Batista ( Mt 9:14. ; Mt 11:2 ; 7: 18-19 ;Lc 11:1 ; Jo 3:25 ). Mesmo todos aqueles chamados discípulos de Jesus Cristo não foram salvos. Jo 6:66 diz: "Como resultado disso, muitos dos seus discípulos se retiraram, e não andavam mais com ele."

Paulo certamente não assumir esses doze discípulos eram cristãos. Sua pergunta, "Você recebeu o Espírito Santo quando creram?" procurou determinar o seu estado. Comentador Davi Williams explica o significado da pergunta de Paulo:

Seu critério [de Paulo] para o que distingue o cristão é significativo. Assim, também, é a maneira em que a pergunta é enquadrado. Isso implica que o Espírito Santo é recebido em um ponto definido no tempo e que esse tempo é o momento da crença inicial (o particípio aoristo, pisteusantes , sendo interpretada aqui como coincidente com o verbo, elabete ). O mesmo pensamento é expresso, por exemplo, em Ef 1:13 : "Tendo crido, você foi marcado nele com um selo, o Espírito Santo prometido" (At 11:17 ). Não está previsto nenhum espaço de tempo entre os dois eventos; nem é a possibilidade entretido de acreditar sem também receber o "selo do Espírito." ( New International bíblicos Comentário: Atos [Peabody, Mass .: Hendrickson, 1990], 329)

Sua resposta "Não, nós nem sequer ouvimos que haja Espírito Santo" confirmou ao apóstolo que eles ainda não estavam cristãos. Que eles não estavam familiarizados com a vinda do Espírito no dia de Pentecostes mostrou que eles eram de fato santos do Antigo Testamento. Sua resposta a seguinte pergunta de Paulo, "Em que fostes batizados então?", esclareceu ainda mais o seu status. Eles responderam: "No batismo de João", mostrando que eles eram discípulos de João Batista. Que Paulo iria encontrar seguidores de João Batista quase um quarto de século depois de sua morte não é incomum. JB Lightfoot observa que tais grupos ainda existia no século II ( Epístolas aos Colossenses e aos Filemon de São Paulo [reimpressão da edição de 1879, Grand Rapids: Zondervan]., 402ff). E tinha esses doze já acreditava em Jesus Cristo, eles teriam sido batizados em Seu nome.

Tendo aprendido que eles eram santos do Antigo Testamento, Paulo explicou que "João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus." A afirmação do apóstolo oferece mais uma prova de que esses discípulos não eram cristãos; eles aparentemente não sabia que Jesus era o Messias prometido a quem João proclamada.Significativamente, Paulo não instruí-los sobre como receber o Espírito, mas sobre Jesus.

A luz da verdade amanheceu em seus corações quando ouviram o ensinamento de Paulo, e eles foram batizados na água em nome do Senhor Jesus, significando a união espiritual com Ele pela fé.Imediatamente, em um gesto de afirmação apostólica, Paulo impôs as mãos sobre eles. Alguns dos apóstolos tinha estado presente em cada nova fase da igreja ( At 2:1 , At 2:10 ), de modo que eles seriam testemunhas autorizadas para a realidade de que todos que acreditava em Jesus Cristo fosse um nEle. I. Howard Marshall observa que

imposição das mãos deve ser entendido como um ato especial de comunhão, incorporando as pessoas em causa para a comunhão da igreja. Isso foi necessário, no caso de o samaritano converte no capítulo 8de deixar bem claro que eles foram aceitos plenamente na igreja judaica centrada em Jerusalém; e era necessário no caso em apreço para deixar claro a esses membros de um grupo semi-cristã de que eles estavam agora se tornando parte da igreja universal. ( At [Grand Rapids: Eerdmans, 1992], 308)

Como Paulo fez este gesto, o Espírito Santo veio sobre eles e, como tinha outros antes deles (cf. 2: 1-4 ; 8: 14-17 ), eles começaram a falar em línguas e profetizando. Essa foi mais uma indicação de que eles agora eram uma parte da única igreja verdadeira (cf. 11:15 , 17 ). E uma vez que não tinha sequer ouvido falar que o Espírito havia chegado, eles precisavam de prova tangível de que Ele havia de fato chegado em suas vidas.

Estes doze homens, como Paulo e Apolo, antes deles, ilustram a natureza transitória de Atos. A igreja, que tinha abraçado judeus, gentios e samaritanos, agora reunidos no último grupo: santos do Antigo Testamento. E os mesmos dons miraculosos estavam presentes, para que todos soubessem o que foi dito dos gentios em Atos 11:17-18 :

Se, pois, Deus lhes deu o mesmo dom que Ele nos deu também depois de crer no Senhor Jesus Cristo, que era eu que eu poderia estar no caminho de Deus? E, ouvindo eles isto, eles se acalmou, e glorificavam a Deus, dizendo: "Bem, então, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento para a vida."

Assim, todos os grupos estavam reunidos. E em cada caso, estavam presentes para verificar que todos receberam o mesmo Espírito Santo da mesma forma apóstolos. Isso tendo sido concluída, Paulo pôde escrever aos Efésios: "Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo" ( Ef. 4: 4— 5 ). A partir de então, o Espírito Santo viria para cada coração na salvação, como as epístolas ensinar.

38. A Palavra Poderosa ( Atos 19:8-20 )

E ele entrou na sinagoga e continuou falando ousAdãoente por três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Mas, como alguns deles se tornando endurecido e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles e levou os discípulos, discutindo diariamente na escola de Tirano. E isso aconteceu há dois anos, de modo que todos os que viviam na Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos. E Deus fazia milagres extraordinários pelas mãos de Paulo, de modo que lenços e aventais se ainda realizado a partir de seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. Mas também alguns dos exorcistas judeus, que iam de um lugar para outro, tentou nomear sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: "Eu te conjuro por Jesus a quem Paulo prega." E sete filhos de Ceva, um dos principais sacerdotes judeus, estavam fazendo isso. E o espírito maligno, respondendo, disse-lhes: "Eu reconheço Jesus, e sei quem é Paulo, mas quem é você?" E o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles e subjugado todos eles e dominou-los, para que eles fugiram daquela casa nus e feridos. E isto tornou-se conhecido de todos, tanto judeus como gregos, que viviam em Éfeso; e caiu temor sobre todos eles, eo nome do Senhor Jesus era engrandecido. E muitos dos que haviam crido continuou chegando, confessando e divulgação de suas práticas. E muitos dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e começou a queimá-los, à vista de todos; e, calculando-se o valor deles e achei cinqüenta mil peças de prata. Então a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia. ( 19: 8-20 )

Desde a queda, os membros da raça humana ter sido em rebelião contra Deus. Tendo (para que eles pensam) rasgado de Deus "grilhões de intervalo, e lançar fora [sua] cordas a partir de [si]" ( Sl 2:3 ; Rm 6:17 ) e Satanás ( 1Jo 5:19 ). O apóstolo Paulo lembrou aos Efésios:

Você estava morto em seus delitos e pecados, nos quais você anteriormente andou de acordo com o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. ( Ef. 2: 1-2 )

Satanás manipula os homens caídos por dois meios. Primeiro, ele influencia as suas mentes. "Um homem natural", escreveu Paulo aos Coríntios, "não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura, e ele não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" ( 1Co 2:14. ). Falta de iluminação do Espírito Santo, os homens e as mulheres não regenerados são vítimas de Satanás, que visa cegar "os entendimentos dos incrédulos, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" ( 2Co 4:4 , onde Paulo escreve:

Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruição das fortalezas. Estamos destruindo especulações e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.
Estamos travando uma guerra contra as idéias, filosofias e pensamentos orgulhosos em um esforço para derrubar ideologias humanos e trazer cativo todo pensamento à Cristo. Isso só pode ser feito com a verdade das Escrituras.

Em segundo lugar, Satanás exerce uma influência sinistra sobre a vontade humana caída, embora ele não pode forçá-lo a agir. Ele faz isso pela tentação, tanto externamente, através do sistema de mundo do mal e, internamente, através da natureza humana pecaminosa. Jesus expressou o efeito com medo de que a influência para os fariseus, quando disse: "Vós tendes por pai ao diabo, e você quer fazer os desejos de vosso pai" ( Jo 8:44 ).

Satanás não tem todas as coisas à sua maneira, no entanto. Dentro deste caído, rebelde, mundo mau "o Filho de Deus se manifestou: para este fim, para que pudesse destruir as obras do diabo" ( 1Jo 3:8 ; cf. Cl 2:15 ; 1 Pe 3: 18-22. )

Quando o reino terrestre glorioso do Senhor Jesus Cristo vier, Satanás não terá permissão para manchar com a sua presença ( Apocalipse 20:1-3 ). Lançado para uma última explosão de atividade mal, no final desse Millennium, ele e todos os seus maus, forças rebeldes, tanto Angelicalal e humana, será, então, lançados no lago de fogo para sempre ( Ap 20:10-15 ).

O ministério terreno de Jesus Cristo prefigurado derrota final de Satanás. Desde o início, Ele exerceu o poder absoluto e autoridade sobre Satanás e seus demônios. Tentado três vezes pelo próprio Satanás, Jesus saiu da luta vitoriosa. Os evangelhos estão repletos de exemplos de seu poder sobre o reino demoníaco. Mateus 17:14-18 relata um incidente:

E, quando chegaram à multidão, um homem aproximou-se dele, caindo de joelhos diante dele, e dizendo: "Senhor, tem piedade de meu filho, pois ele é um lunático, e está muito doente, pois ele muitas vezes cai o fogo, e muitas vezes na água. E eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo. " E Jesus, respondendo, disse: "Ó geração incrédula e perversa, até quando devo estar com você? Quanto tempo devo colocar-se com você? Traga-o aqui para mim." E Jesus repreendeu-o, e o demônio saiu dele, e o menino foi curado de uma só vez.

Marcos 1:32-34 dá outra visão sobre o poder incrível de Jesus sobre os demônios:

E, quando já era tarde, depois que o sol se punha, eles começaram a trazer a Ele todos os que estavam doentes e aqueles que estavam possuídos pelo demônio. E toda a cidade se reuniram na porta. E ele curou muitos que se achavam enfermos de diversas enfermidades, e expulsou muitos demônios; E ele não estava permitindo que os demônios falassem, porque sabiam quem Ele era.

Jesus não só tem o poder de expulsar os demônios, mas Ele também tinha tal controle absoluto sobre os que Ele poderia proibi-los de falar. Marcos 5:1-13 descreve um dos exemplos mais terríveis de possessão demoníaca em toda a Escritura:

E eles vieram para o outro lado do mar, para o país dos gerasenos. E quando Ele tinha vindo para fora do barco, logo um homem dos túmulos com um espírito imundo conheci, e ele tinha a sua morada entre os túmulos. E ninguém foi capaz de se ligar mais dele, mesmo com uma corrente; porque muitas vezes ele havia sido preso com grilhões e correntes, e as cadeias foram dilacerados por ele, e os grilhões em pedaços, e ninguém foi forte o suficiente para dominá-lo. E constantemente dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, ele estava chorando e rasgando-se com pedras. E, vendo Jesus de longe, ele correu e prostrou-se diante dele; e clamavam em grande voz, ele disse: "O que eu tenho a ver com você, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu te imploro por Deus, não me atormentes!" Pois Ele tinha dito a ele: "Venha para fora do homem, espírito imundo!" E Ele estava perguntando a ele: "Qual é seu nome?" E ele disse-lhe: "Meu nome é Legião;. Porque somos muitos" E ele começou a suplicar-lhe encarecidamente para não enviá-los para fora do país. Agora havia uma grande manada de porcos alimentação lá na montanha. E os demônios rogaram-lhe, dizendo: "Manda-nos para os porcos, para que possamos inseri-los." E Ele lhes deu permissão. E saindo, os espíritos imundos, entraram nos porcos; ea manada precipitou-se o banco despenhadeiro no mar, a cerca de dois mil deles; e eles se afogaram no mar.
A cura de mesmo este indivíduo, infestado com numerosos demônios, não representava nenhuma dificuldade para Jesus. Ordenou-lhes para entrar nos porcos, para que todos observação não teria nenhuma dúvida de que eles obedeceram. Foi uma exibição dramática de Seu poder sobre as forças espirituais do mal.

Os demônios exibiu um terror que deriva de seu conhecimento do seu destino final. Lucas 4:33-35 relata que

havia um homem na sinagoga possuído pelo espírito de um demônio imundo, e exclamou em alta voz: "Ha! O que temos a ver com você, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem és: o Santo de Deus! " E Jesus repreendeu-o, dizendo: "Fique quieto e sai desse homem!" E quando o demônio o tinha jogado para baixo no meio deles, ele saiu dele sem lhe fazer mal.

Ciente do destino que o aguardava-eterna destruição no inferno-o demônio terrivelmente perguntou se este era o momento e se Jesus estava indo para destruí-lo no local (cf. Mt 8:29 ). Curiosamente, enquanto os homens através dos séculos têm debatido a identidade de Jesus, os demônios não têm essas dúvidas. Este anjo caído sabia que ele estava na presença de "o Santo de Deus", e essa consciência aterrorizava (cf. Jc 2:19 ). Note-se que, neste caso, como em todos os casos registrados nos evangelhos, não houve luta. Jesus falou, e os demônios concordou imediatamente.

Jesus também estendeu seu poder sobre os demônios, delegando-a para alguns de seus seguidores. Durante Seu ministério terreno, Ele enviou setenta dos seus discípulos para anunciar o evangelho do reino.Quando eles voltaram, eles exclamaram: "Senhor, até os demônios se nos submetem em teu nome" ( Lc 10:17 ). Os doze foram dadas poder sobre demónios (cf. : Mt 10:8. ). At 5:16 registros de que "o povo das cidades nos arredores de Jerusalém foram se unindo, trazendo pessoas que estavam doentes ou que sofrem com os espíritos imundos; e eles foram todos curados "pelos apóstolos. Através do ministério de Filipe, o evangelista, "no caso de muitos que tinham espíritos imundos, eles estavam saindo deles gritando em alta voz" ( At 8:7 ).

Tal poder milagroso sobre os demônios era única para alguns indivíduos durante a era apostólica, sendo basicamente um dos "sinais e maravilhas e milagres" que constituíram "os sinais de um verdadeiro apóstolo" ( 2 Cor. 0:12 ). No momento em que Hebreus foi escrito, o seu autor falou de tais sinais milagrosos do pretérito:

Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? Depois foi no primeiro dito pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram, dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais e maravilhas e por vários milagres e dons do Espírito Santo, de acordo com sua própria vontade. ( Heb. 2: 3-4 )

O fascínio, visto hoje em alguns círculos cristãos, com exorcizar demônios é, sem apoio bíblico e perigoso. A suposição de que um crente tem autoridade para comandar os demônios e Satanás, ou para vinculá-las, é ficção. Até mesmo o arcanjo Miguel não seria tão ousado (cf. Jd 1:9 ) enfatiza a vitória do crente através dos meios de, uma vida santa justos armado com o Palavra. (Para uma discussão mais aprofundada destas questões, ver meus livros Charismatic Caos [Grand Rapids: Zondervan, 1992] e, em particular, Como enfrentar o inimigo[Wheaton, Illinois: Victor, 1992].)

A arma cristãos devem exercer em sua batalha pessoal com as forças das trevas é "a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" ( Ef 6:17 ). Como é através do poder da Palavra sozinho que as fortalezas intelectuais de Satanás cair, assim que os cristãos de que a verdade pode batalhar com sucesso Satanás e suas hostes demoníacas. Até mesmo o livro de Atos, que registra ministério evangelístico dos apóstolos, enfatiza a pregação da Palavra sobre sinais, maravilhas, milagres e exorcismos. E em At 6:4 ) e de desejo de Paulo para o ministério ( Ef 6:19 ). O conteúdo de sua pregação era intransigente de confronto; se conteve nada por medo de rejeição ou hostilidade. Paulo passou três meses corajosamente proclamar o evangelho na sinagoga, sua maior extensão em qualquer sinagoga, exceto, possivelmente, em Corinto. Durante esse tempo, Paulo estava raciocinando com os judeus e persuadindo-os acerca do reino de Deus. Raciocínio é de dialegomai , a partir do qual a palavra Inglês diálogo deriva. Paulo não se limitou a palestra, mas novamente foi respondendo às suas questões e desafios. Persuadir é o particípio presente de peitho , e significa "para convencer pelo argumento" (cf. At 28:23 ). Ele era, obviamente, no meio de toda a congregação de judeus incrédulos. No entanto, ele unflinchingly e desafiou diretamente todo o seu sistema religioso, chamando-os de se arrepender e crer em Jesus como seu Messias e Deus.

Pregando o reino de Deus abrange mais do que o reinado de mil anos escatológico de Cristo na terra. Para ensinar o reino de Deus é o de ensinar as coisas a respeito de Cristo e da salvação (cf. At 28:31 ) e justiça ( Rm 14:17 ). É ensinar a entrar na esfera da salvação e viver lá em comunhão com Deus.

Embora Paulo era capaz de ministrar na sinagoga por um tempo anormalmente longo, o inevitável finalmente aconteceu. Alguns dos judeus tornou-se endurecido e não obedecessem, falando mal do Caminho diante da multidão. Endurecido é de sklērunō , uma palavra sempre usada no Novo Testamento para falar de um coração endurecido contra Deus ( Rm 9:18. ; He 3:8 , He 3:15 ; He 4:7 ). A sua recusa a se arrepender e crer no evangelho é classificado como sendo desobediente, uma vez que a crença é uma ordem divina ( At 17:30 ; cf. Mc 1:15 ).

A manifestação externa de sua endurecido dentro desobediência manifestou-se não só em uma recusa a se arrepender e crer, mas também em falar mal do Caminho. Como a capitalização do New American Padrão Bible texto sugere, o Caminho foi um título antecipado para o cristianismo (cf . At 9:2 ; At 24:14 , At 24:22 ). Oponentes de Paulo iniciou uma campanha pública agressiva de calúnia diante da multidão em uma tentativa de destruir a influência do apóstolo com eles.

Percebendo nada era para ser adquirida por permanecer na sinagoga por mais tempo, Paulo retirou-se lá e levou os discípulos (aqueles que tinham se arrependido e confessou Jesus como Senhor), e começou discutindo diariamente na escola de Tirano . Tyrannus pode ter sido o dono da sala de aula ou um filósofo que ensinou lá. Se ele era um professor, o seu nome, que significa "o nosso tirano", pode ser um apelido dado a ele por seus alunos. Alguns manuscritos do Novo Testamento acrescentar que Paulo ensinou em que a escola a partir do quinto ao décimo horas (11:12 AM às 4:12 PM ), talvez o momento em que Tyrannus teria demitido seus alunos para o resto do meio-dia. FF Bruce, por exemplo, escreveu:

Tyrannus sem dúvida realizou suas aulas nas primeiras horas da manhã. Vida social deixou nas cidades de Ionia, durante várias horas, às 11 HORAS DA MANHà, e ... mais gente estaria dormindo em 1PM do que em 1 AM Mas Paulo, depois de passar as primeiras horas do dia na sua tomada de tenda (conforme Ch. 20:34 ), dedicou as horas de carga e calor para o seu negócio mais importante e mais desgastante, e deve ter infectado seus ouvintes com a sua própria energia e zelo, de modo que eles estavam dispostos a sacrificar a sua siesta por causa de escuta para Paulo. ( O Livro dos Atos , A Commentary New Internacional sobre o Novo Testamento [Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 388-89)

Paulo não ir fora de serviço às 4:12 PM , mas continuou ministrando bem nas horas da noite ( At 20:31 ), sem dúvida, instruindo a partir de casa em casa.

Paulo manteve esta programação fatigante por dois anos , com o resultado que todos os que viviam na Ásia ouviram a palavra do Senhor, tanto judeus como gregos . Sem (tanto quanto se sabe) nunca sair de Éfeso, Paulo, por meio de seus convertidos, evangelizado toda a província de Ásia (cf. v 26. ). Durante este tempo, as igrejas em Colossos e Hierápolis, e provavelmente também as sete igrejas deApocalipse 2:3 , foram fundadas. A estratégia de Paulo muito eficaz para o evangelismo era ensinar a Palavra, fazer discípulos, e deixá-los espalhar o evangelho. Cristãos espiritualmente Reproduzindo são o coração de qualquer método bem sucedido de evangelismo.

Assim, o reino das trevas foi efetivamente agredido pela proclamação do evangelho.

Confirmação

E Deus fazia milagres extraordinários pelas mãos de Paulo, de modo que lenços e aventais se ainda realizado a partir de seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam. ( 19: 11-12 )

Para fornecer provas irrefutáveis ​​de que a mensagem era verdade, Deus fazia milagres extraordinários pelas mãos de Paulo. Essa confirmação milagrosa era uma característica padrão da pregação apostólica. Na ausência de um Novo Testamento escrito destinado a medir a ensino de alguém, Deus usou sinais e maravilhas para autenticar Sua mensagem ( 2 Cor 0:12. ; Hb 2:3-4. ; cf. At 2:22 ).

Repleto de superstição e não compreender que Paulo era apenas o canal humano para o poder de Deus, Efésios fez algumas coisas surpreendentes. Os lenços, ou sweatbands e aventais Paulo usou durante o seu trabalho, fazer tendas foram ainda realizadas do seu corpo aos enfermos. A idéia de que o poder de cura pode ser tão magicamente transmitida foi prevalente no mundo antigo (cf. 9:21 Matt. ; At 5:15 ).Que as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam através desses meios não recomendo esse método (como alguns pretensos curadores teria pessoas acreditam). Deve antes ser vista como nada mais do que a acomodação de Deus com a mentalidade dessas pessoas. E ainda provado que Paulo era de Deus e, portanto, falava por Deus. Como médico, Lucas distingue cuidadosamente entredoenças e aflições causadas por maus espíritos para deixar claro que não é tudo doença decorre de causas demoníacas.

Os milagres que Deus realizou por intermédio de Paulo eram essenciais para convencer aos Efésios que ele era de Deus. Impressionado com ele, como o mensageiro de Deus, os seus corações estavam preparados para ouvir sua mensagem de salvação.

Concorrência

Mas também alguns dos exorcistas judeus, que iam de um lugar para outro, tentou nomear sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: "Eu te conjuro por Jesus a quem Paulo prega." E sete filhos de Ceva, um dos principais sacerdotes judeus, estavam fazendo isso. E o espírito maligno, respondendo, disse-lhes: "Eu reconheço Jesus, e sei quem é Paulo, mas quem é você?" E o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles e subjugado todos eles e dominou-los, para que eles fugiram daquela casa nus e feridos. ( 19: 13-16 )

Vendo a potência do nome de Jesus, alguns dos itinerantes exorcistas judeus decidiu adicioná-lo ao seu repertório de encantamentos. Como João Polhill explica,

Magos antigos eram sincréticos e iria emprestar termos de qualquer religião que soavam suficientemente estranho para ser considerado eficaz. Esses exorcistas judeus de Éfeso só foram exercer o seu ofício."Feitiço" de Paulo em nome de Jesus parecia eficaz para ele, assim que deu uma chance. ( O New Commentary americano: Atos [Nashville: Broadman, 1992], 403)

Como Simon Magus ( Atos 8 ), os exorcistas pensei que o poder do Espírito operatório nos apóstolos não era mais do que a sua própria falsidade ou atividade demoníaca, e poderia ser manipulado para seus próprios fins. Assim, eles tentaram nomear sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: "Eu te conjuro por Jesus a quem Paulo prega." Estes, naturalmente, não eram cristãos judeus, uma vez que só conhecia Jesus como o um a quem Paulo prega. Exorkistōn ( exorcistas ) aparece somente aqui no Novo Testamento. Ela deriva de uma raiz que significa "ligar com juramento"; exorcistas antigos tentaram expulsar demônios, invocando o nome de um mais poderoso ser espiritual. Exorcistas eram comuns no mundo antigo, mesmo entre os judeus ( Mt 12:27 ; At 13:6 ), o homem, no qual estava o espírito maligno, saltando sobre eles e subjugado todos os sete deles e vencido eles, para que eles fugiram daquela casa nus e feridos. Maltratadas, depravado, e humilhado, eles bateram em retirada e ignominiosa. Eles foram, sem dúvida chocado que sua tentativa de exorcismo tinha tão completamente falhou.Presumivelmente, Satanás tinha permitido no passado a aparecer para ter sucesso. Pode ser útil lembrar que o reino de Satanás é inconsistente e aleatória. Mesmo seus demônios não agem de forma consistente, e eles formam uma casa dividida contra si mesma, o que não pode suportar ( Mt 12:25-26. ). Aqui, no entanto, Deus anulou os esforços confusas destes loucos por seus próprios propósitos.

Essa história ilustra vividamente o perigo para qualquer um que assumir o poder messiânico ou apostólica sobre os demônios e Satanás e, assim, se intrometer descuidAdãoente no reino sobrenatural.

Satanás teria desejado estes filhos de Ceva para ter sucesso, para que o domínio das trevas poderia competir com Deus, como os magos de Faraó fez com Moisés ( Ex 7:22 ). Mas a tentativa de proporcionar uma concorrência para a Palavra foi frustrada. Na verdade, é completamente saiu pela culatra e só trouxe maior convicção entre os Efésios do poder do nome de Jesus, a verdade da pregação de Paulo.

Convicção

E isto tornou-se conhecido de todos, tanto judeus como gregos, que viviam em Éfeso; e caiu temor sobre todos eles, eo nome do Senhor Jesus era engrandecido. E muitos dos que haviam crido continuou chegando, confessando e divulgação de suas práticas. E muitos dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e começou a queimá-los, à vista de todos; e, calculando-se o valor deles e achei cinqüenta mil peças de prata. ( 19: 17-19 )

Destino Os pretensos 'exorcistas logo tornou-se conhecido de todos, tanto judeus como gregos, que viviam em Éfeso. Como resultado, caiu temor sobre todos eles, eo nome do Senhor Jesus era engrandecido. A tremenda realidade do nome (abrangendo tudo o que é verdade sobre ele) de Jesus foi evidente para todos. Eles reconheceram que Ele havia ninguém para brincar com alguém, mas diante de quem se curvar na fé. Abalada com o que tinha acontecido, e reconhecendo a inutilidade de magia pagã, muitos também dos que haviam crido continuou chegando, confessando e divulgação de suas práticas. Assim, eles exibida a viragem do pecado que marca o arrependimento genuíno. praxeis ( práticas ) aqui se refere à sua magias secretas, que foram, em geral acredita-se ser inútil se eles foram divulgados. Eles se converteram do seu magia como os tessalonicenses se arrependeram dos seus ídolos ( 1Ts 1:9 ) puxa a passagem juntos e enfatiza a posição dominante da Palavra de Deus alcançado em Éfeso. Todas as forças satânicas do ocultismo e da magia dispostas contra o Palavra não conseguiu dominá-lo. A pregação ousada do evangelho, os milagres que confirmem, a derrota dos exorcistas, o temor resultante e respeito ao nome de Jesus, e o repúdio público das artes mágicas demonstrou a força invencível da Palavra de Deus.

39. O motim em Éfeso ( Atos 19:21-41 )

Agora, depois destas coisas terminaram, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, depois de ter passado pela Macedônia e Acaia, dizendo: "Depois que eu estive lá, me ver também Roma." E, enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele na Ásia por um tempo. E sobre esse tempo houve um não pequeno distúrbio acerca do Caminho. Para um certo homem, chamado Demétrio, um ourives, que fazia de prata nichos de Artemis, estava trazendo não pequeno negócio aos artífices; estes reuniu com os operários de comércios similares, e disse: "Homens, vocês sabem que a nossa prosperidade depende deste negócio. E você vê e ouve que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e virou-se um número considerável de pessoas, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses em tudo. E não somente há perigo de que este comércio de nossa cair em descrédito, mas também que o templo da grande deusa Artemis ser considerada inútil e que aquela a quem toda a Ásia eo mundo adoram mesmo deve ser destronado da sua majestade. " E, ouvindo eles isto e estavam cheios de raiva, eles começaram a gritar, dizendo: "Grande é a Diana dos efésios!" E a cidade estava cheia de confusão, e eles correram com um acordo para o teatro, arrastando Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo a partir de Macedónia. E quando Paulo queria ir para a assembléia, os discípulos não iria deixá-lo. E também alguns dos Asiarchs que eram amigos de sua enviadas a ele e repetidamente pediu-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. Então, alguns gritavam uma coisa e outros de outra, porque a assembléia estava em confusão, e que a maioria não sabia por que causa se ​​tinham ajuntado. E alguns da multidão concluiu que era Alexander, uma vez que os judeus lhe tinha apresentado; e ter um gesto com a mão, Alexander tinha a intenção de fazer uma defesa para a assembléia. Mas quando perceberam que ele era judeu, um único protesto surgiu de todos eles como eles gritaram por cerca de duas horas, "Grande é a Diana dos efésios!" E depois de acalmar a multidão, o escrivão da cidade disse: "Homens de Éfeso, qual é o homem depois de tudo que não sabe que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis, e da imagem que caiu de céu? Desde então, estes são fatos inegáveis, você deve manter a calma e não fazer nada precipitado. Para você ter trazido estes homens aqui que não são nem sacrílegos nem blasfemadores da nossa deusa. Então, se Demétrio e os artífices que estão com ele tem uma queixa contra alguém, os tribunais estão em sessão e proconsuls estão disponíveis; deixá-los fazer acusações contra o outro, mas se você quiser algo mais além, o conflito será resolvido na assembléia lícita Porque, na verdade estamos em perigo de.. sendo acusado de um motim em conexão com o caso de hoje, uma vez que não há motivo real para isso, e, neste contexto, seremos incapazes de explicar esse encontro desordenada ". E depois de dizer isso, ele dissolveu a assembléia. ( 19: 21-41 )

Uma lição que a história ensina é a verdade paradoxal que a igreja prospera sob perseguição. Eficácia e perseguição geralmente andam de mãos dadas, uma vez que uma igreja eficaz é uma igreja corajosa, e uma igreja em negrito é muitas vezes uma igreja feita forte através do sofrimento. O Senhor Jesus Cristo chamou Sua igreja para ser sal e luz do mundo ( 13 40:5-14'>Mt 5:13-14. ); picadas sal quando esfregado em feridas, e da luz revela as maldades feitas na escuridão. Ambos podem provocar uma reação hostil.

A igreja primitiva enfrentou perseguição desde o seu início. Em Jerusalém, que a perseguição veio da religião organizada ( Atos 4:1-31 ; 5: 17-42 ; 6: 9-15 ; 8: 1-4 ). Em Antioquia, que resultou de preconceito e inveja ( 13 44:44-13:52'>Atos 13:44-52 ). Em Listra, foi o resultado de paganismo ignorantes ( Atos 14:8-19 ). Em Filipos, foi a reação a uma vitória sobre o reino demoníaco ( Atos 16:16-40 ). Em Tessalônica, ele veio de uma multidão incontrolável, instigados pelas líderes religiosos invejosos ( Atos 17:1-9 ). Em Atenas, o evangelho enfrentou a oposição de filosofia mundana ( Atos 17:16-34 ). Em Corinto, como em Jerusalém, que veio do judaísmo, desta vez em um tribunal romano ( Atos 18:5-17 ). Onde quer que a igreja com ousadia e fidelidade proclama o evangelho ele enfrenta a oposição satânica. Ele vem como nenhuma surpresa, então, que a perseguição também surgiu em Éfeso, decorrente de um materialismo pseudo-religiosa. Corações endurecidos, da hipocrisia e ódio energizado a oposição ao evangelho.

Antes de descrever o caos do motim, Lucas dá uma breve nota sobre os planos de Paulo. Como o seu ministério de três anos em Éfeso se aproximava do fim, o apóstolo fez planos de ir a Jerusalém por meio de Macedônia e Acaia. Seu itinerário parece intrigante, uma vez Macedônia e Acaia foram na direção oposta de Jerusalém. Além disso, ele tinha acabado ministrado nessas regiões antes de chegar a Éfeso ( 18:23 ). Mas Paulo tinha um plano definido em mente, que revela a sua profunda preocupação com a unidade da igreja.

Muitos na igreja em Jerusalém eram pobres e precisam de ajuda financeira sustentada. Para atender a essa necessidade, Paulo queria levar a Jerusalém com ele um amor oferecendo das igrejas em grande parte dos gentios que ele havia fundado. Antes de retornar a Jerusalém, ele revisitou Macedônia e Acaia para coletar que a oferta ( Rom. 15: 25-27 ; 1 Cor 16: 1-4. ; 2 Cor 8-9. ). Ao contribuir para as necessidades financeiras dos crentes judeus em Jerusalém, aqueles gentios seria enfatizar a unidade da Igreja (cf. 1Co 12:26 , confirmando de uma forma muito prática seu amor por seus irmãos judeus). Jc 2:15 ), ele ainda não tinha visitado a capital imperial. No entanto, era tão estratégico da igreja lá que ele não poderia ficar de fora por tempo indeterminado. Como ele explicou aos membros lá, "Anseio vê-lo, a fim de que eu possa conferir algum dom espiritual, para você, que você pode ser estabelecida" ( Rm 1:11 ).

Mas mesmo poderosa Roma era apenas uma parada no caminho para outro lugar para Paulo. Em Romanos 15:22-24 , ele escreveu:

Tenho sido muitas vezes impedido de ir ter convosco; mas agora, sem mais lugar para mim nessas regiões, e desde que eu tive há muitos anos grande desejo de ir a você sempre que eu vá para a Espanha, pois espero ver-vos de passagem, e de ser ajudado no meu caminho até lá por você, quando eu tenho apreciado primeiro de sua empresa por um tempo.
Desde a criação de Antioquia em sua primeira viagem missionária, Paulo tinha vindo a alargar o seu ministério mais e mais a oeste. A Espanha foi ainda para o oeste de Roma. Foi também o lar de algumas das pessoas mais influentes do Império Romano, como o notável filósofo Seneca. Paulo, o mestre estrategista, estava planejando chegar a Espanha com o evangelho.
Breve expressão de Paulo de seu desejo de visitar Roma marca um ponto de viragem em Atos. A partir deste ponto até o final do livro, o alvo em mente do apóstolo é Roma. Ele acabaria por chegar lá, embora não pelos meios que ele imaginou.
Enquanto isso, Paulo enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto , para preparar o caminho para o seu próprio retorno e para a coleção. Timóteo , amigo, discípulo, colega de trabalho de Paulo, e filho espiritual amado, tinha ministrado em Corinto ( 18: 5 ), antes de ingressar Paulo em Éfeso, em algum momento não especificado. Nada mais se sabe de Erasto ou se ele é a mesma pessoa mencionada em Rm 16:23 ou 2Tm 4:20 . Paulo -se, no entanto, fiquei na Ásia por um tempo. Ele atrasou todos os seus planos de viagem, temporariamente, porque, como ele escreveu, neste momento, o Corinthians, "eu permanecerei em Éfeso até ao Pentecostes; para uma grande porta para o serviço eficaz abriu a me, e há muitos adversários "( 1 Cor. 16: 8-9 ). Esses adversários logo se deu a conhecer, como um motim eclodiu em Éfeso sobre o sucesso do ministério de Paulo. O relato de Lucas de que motim relaciona suas causas, características e calmante.

As causas do motim

E sobre esse tempo houve um não pequeno distúrbio acerca do Caminho. Para um certo homem, chamado Demétrio, um ourives, que fazia de prata nichos de Artemis, estava trazendo não pequeno negócio aos artífices; estes reuniu com os operários de comércios similares, e disse: "Homens, vocês sabem que a nossa prosperidade depende deste negócio. E você vê e ouve que não só em Éfeso, mas em quase toda a Ásia, este Paulo tem persuadido e virou-se um número considerável de pessoas, dizendo que os deuses feitos por mãos humanas não são deuses em tudo. E não somente há perigo de que este comércio de nossa cair em descrédito, mas também que o templo da grande deusa Artemis ser considerada inútil e que aquela a quem toda a Ásia eo mundo adoram mesmo deve ser destronado da sua majestade. " ( 19: 23-27 )

Lucas nos informa que sobre esse tempo -antes Paulo deixou Éfeso como ele planejou (cf. vv 21-22. ) — ., houve um não pequeno distúrbio acerca do Caminho Como observado no capítulo 13 deste volume, o Caminho foi um título cedo para a fé cristã (cf. At 9:2 , At 24:22 ), provavelmente decorrente da descrição de Jesus de Si mesmo como "o caminho, ea verdade, ea vida" ( Jo 14:6 ), e que já havia convencido um número considerável de pessoas de que a verdade . Como o Tessalonicenses, Efésios foram transformando dos ídolos para servir o "Deus vivo e verdadeiro" ( 1Ts 1:9 , At 20:31 ). A influência de Paulo fluiu de sua devoção ao seu Senhor e à Palavra de verdade.

Um segundo fator no sucesso do evangelho era uma igreja purgado. Atos 19:18-19 registros que

E muitos dos que haviam crido [em Éfeso] continuavam vindo, confessando e divulgação de suas práticas. E muitos dos que haviam praticado artes mágicas trouxeram os seus livros e começou a queimá-los, à vista de todos; e, calculando-se o valor deles e achei cinqüenta mil peças de prata.
Por causa da purga, a igreja estava limpo e "a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia" ( 19:20 ).

Uma terceira razão para o sucesso do evangelho foi o uso da igreja de meios espirituais adequadas. Os crentes de Éfeso não pressionar as autoridades da cidade, piquete lojas dos ourives, ou organizar manifestações contra adoração Artemis. Eles não tentar ser popular. Eles pregaram e vivida a mensagem e deixar o poder de suas vidas transformadas confrontar e empurrar para fora as velhas formas.
Demetrius, em seguida, iniciou o seu discurso por jogar em medos de ruína financeira de seus ouvintes, alertando para o perigo de que o seu comércio cair em descrédito. Como típico de uma mente depravada se concentrar no materialismo crasso quando almas eternas estão em jogo! O Senhor Jesus Cristo exposto a loucura de que tipo de pensamento quando Ele perguntou: "Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma Para o que dará o homem em troca da sua alma?" ( Marcos 8:36-37 )? Inferno será preenchido com pessoas que, como Judas, amava o dinheiro mais do que Deus.

Movendo-se um nível de considerações financeiras pessoais, Demetrius próxima apelou para sua devoção religiosa. Ele levantou a possibilidade perturbadora de que o templo da grande deusa Artemispode vir a ser considerado como sem valor. Os cristãos, advertiu, estavam desafiando a majestade de Artemis.

Finalmente, Demetrius apelou diretamente à questão da renda. Se ela quem toda a Ásia eo mundo foram adorado a ser destronado da sua majestade, Ephesus sofreria. O templo de Artemis era famoso em todo o mundo romano, e que tinha sido construída com doações de muitos governantes. Qualquer coisa que mancharam a reputação da Artemis reduziria o status de Éfeso, dificultar orgulho cívico, e desastrosamente paralisar a economia da cidade. Lealdade a Éfeso exigiu que os artesãos se opõem à nova religião que ameaçava minar reivindicação da cidade à fama e à fonte de receita.

As características do motim

E, ouvindo eles isto e estavam cheios de raiva, eles começaram a gritar, dizendo: "Grande é a Diana dos efésios!" E a cidade estava cheia de confusão, e eles correram com um acordo para o teatro, arrastando Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo a partir de Macedónia. E quando Paulo queria ir para a assembléia, os discípulos não iria deixá-lo. E também alguns dos Asiarchs que eram amigos de sua enviadas a ele e repetidamente pediu-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. Então, alguns gritavam uma coisa e outros de outra, porque a assembléia estava em confusão, e que a maioria não sabia por que causa se ​​tinham ajuntado. E alguns da multidão concluiu que era Alexander, uma vez que os judeus lhe tinha apresentado; e ter um gesto com a mão, Alexander tinha a intenção de fazer uma defesa para a assembléia. Mas quando perceberam que ele era judeu, um único protesto surgiu de todos eles como eles gritaram por cerca de duas horas, "Grande é a Diana dos efésios!" ( 19: 28-34 )

O espectro do desastre financeiro, o desafio às suas crenças religiosas fervorosamente detidos, ea ameaça ao seu orgulho cívico foram demais para a multidão de suportar. Quando ouviram o discurso de Demetrius, eles estavam cheios de raiva, e começou a chorar, dizendo: "Grande é a Diana dos efésios!" Demetrius havia cumprido seu objetivo e açoitado a multidão em um frenesi. Inflamado por seu discurso incendiário, as pessoas subiram para as ruas, invocando o nome de sua deusa. Como os caldeus da época de Jeremias, eles eram "mad sobre ídolos temíveis" ( Jr 50:38 ).

A multidão enfurecida que se manifesta a primeira característica do motim: raiva. Essa fúria irracional tipifica tumultos, quando a raiva corre solta e violência é indiscriminada. Ele também é típico da forma como o mundo reage ao cristianismo. Quando os líderes judeus ouviram o discurso magistral de Estevão em defesa do cristianismo ", eles foram cortados para o rápido, e eles começaram a ranger os dentes contra ele" ( At 7:54 ). Da mesma forma, a multidão enfurecida em Filipos "se levantou unida contra [Paulo e Silas] e os principais magistrados rasgou suas vestes fora deles, e começou a pedir-lhes para ser açoitado com varas. E quando eles tinham infligido muitos golpes em cima deles, jogaram —los na prisão "( Atos 16:22-23 ). Em Jerusalém,

os judeus da Ásia, vendo [Paulo] no templo, começou a agitar-se todo o povo e lançaram mão dele, gritando: "Homens de Israel, vem em nosso auxílio! Este é o homem que prega a todos os homens em todos os lugares contra o nosso povo, e da lei, e este lugar, e além disso, ele tem ainda trouxe gregos no templo e profanou este santo lugar ". Porque tinham visto anteriormente Trófimo de Éfeso, na cidade com ele, e eles pensavam que Paulo introduzira no templo. E toda a cidade se comoveu, e as pessoas correram juntos; e tomando conta de Paulo, o arrastaram para fora do templo; e imediatamente as portas estavam fechadas. E, enquanto eles procuravam matá-lo, um relatório veio até o comandante da coorte romana que Jerusalém estava toda em confusão. ( Atos 21:27 b -31)

O evangelho torna as pessoas com raiva porque ela confronta-los com sua religião falsa e seu pecado e obriga-os a reconhecer a inadequação de sua visão de mundo, expondo o vazio de seu estilo de vida.
A segunda característica do motim foi a confusão. À medida que os manifestantes invadiram frenéticos por Éfeso, a cidade estava cheia de confusão , caos e desordem que causaram. Surgindo pelas principais ruas, desceram a colina onde eles correram com um acordo para o teatro, e apreendeu Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo da Macedônia. De acordo com At 20:4. ; 3 Jo 1 , e o mencionado in) 20: 4 . Pode ser uma pessoa diferente Aristarco foi um companheiro amado de Paulo, que iria acompanhá-lo em sua má voyage —fated a Roma ( At 27:2 ). Ele era um crente judeu, uma vez que Paulo descreve-o, juntamente com o "primo de Barnabé Marcos" e "Jesus, que é chamado de Justus", como "colaboradores para o reino de Deus, que são da circuncisão" ( Col. 4: 10— 11 ). O teatro, cujas ruínas estão notavelmente preservado até hoje, era o lugar normal para reuniões da cidade, a ser realizada. Como o maior edifício público na cidade (segurando aproximAdãoente 25.000 pessoas), que era o único lugar uma multidão tão grande poderia reunir.

Quando ele ouviu o que estava acontecendo, Paulo queria ir para a montagem. O apóstolo corajoso queriam cobrar para o teatro para resgatar seus amigos e defender a causa de Cristo contra as acusações de Demétrio. Percebendo que para Paulo a comparecer perante a multidão incontrolável só colocaria em risco a sua vida (e os de seus companheiros), os discípulos não iria deixá-lo . Embora o apóstolo não "considerar [sua] vida como preciosa para [ele mesmo]" ( At 20:24 ), os outros crentes não permitiria que ele a arriscar sua vida desnecessariamente (cf. At 9:25 , At 9:30 ; At 17:10 , At 17:14 ).

Não só companheiro de Paulo cristãos contê-lo, mas também alguns dos Asiarchs que eram amigos de sua enviadas a ele e repetidamente pediu-lhe que não se arriscasse a ir ao teatro. Os Asiarchs

eram membros da mais nobre e famílias mais ricas da província da Ásia e estavam unidos em uma liga para promover o culto ao imperador e Roma ... A cada ano um Asiarch foi eleito por toda a província, e Asiarchs adicionais foram eleitos para cada cidade que tinha um templo em honra do imperador. O título foi provavelmente suportado por toda a vida por oficiais da liga; assim nos dias de Paulo poderia ter havido uma série de Asiarchs em Éfeso. (Richard N. Longenecker, "At", no Frank E. Gaebelein, ed,. Comentário Bíblico do Expositor [Grand Rapids: Zondervan, 1981], 9: 503-4)

Temendo pela segurança de Paulo, os Asiarchs pediu-lhe repetidamente que não se arriscasse a ir ao teatro. Que tais indivíduos proeminentes eram simpáticos a Paulo é significativo. Everett F. Harrison escreve:

O próprio fato de que tais homens de destaque e riqueza eram amigos de Paulo revela com maior clareza que não considerá-lo como perigoso ou como exercício de uma actividade ilegal. Aqui está a prova de que o culto imperial (o culto do imperador romano) ainda não havia chegado ao ponto de se opor a causa cristã. A ação de Gálio ( 18: 14-15 ) pode ter sido influente em fazer os funcionários da província [os Asiarchs] favorável a Paulo. ( Interpretação Atos: A Expansão da Igreja [Grand Rapids: Zondervan, 1986], 319)

Enquanto isso, a situação no teatro foi um dos caos completo: . alguns gritavam uma coisa e outros de outra, porque a assembléia estava em confusão Então Lucas acrescenta com um toque de sátira, a maioria não sabia por que causa se ​​tinham ajuntado . varrido por mob histeria, a maioria das pessoas na multidão nem sequer compreender a questão.

Uma característica final do motim foi a mente fechada que produziu. De acordo com o NASB tradução, alguns da multidão concluiu a causa da comoção foi Alexander, uma vez que os judeus lhe tinha apresentado. Sunbibazō ( concluído ) pode, como o NASB nota marginal indica, ser traduzida como "instruído". Nesse caso, o texto estaria dizendo que alguns na multidão (os judeus) instruiu Alexander falar por eles. Escalada para o palco e ter sinal com a mão, Alexander tinha a intenção de fazer uma defesa para a assembléia. Ele pode ter sido um judeu cristão ou, mais provavelmente, um porta-voz para os judeus incrédulos. (Qualquer identificação dele com os Alexandres das epístolas pastorais [ 1Tm 1:20. ; . 2Tm 4:142Tm 4:14 ] é duvidosa, devido à vulgaridade do nome.) Em ambos os casos, o propósito dos judeus para colocar ele para a frente foi o mesmo. Temendo que o motim pode se transformar em um pogrom, eles queriam dissociar-se dos cristãos.

A tentativa, no entanto, saiu pela culatra. Quando a turba reconheceu que Alexander era um judeu, um único protesto surgiu de todos eles como eles gritaram por cerca de duas horas, "Grande é a Diana dos efésios!" Para a multidão pagã, teria havido pouca diferença entre cristãos e judeus. Ambos adoravam um Deus invisível, e ambos rejeitados idolatria. As mentes dos pagãos foram fechadas ao que Alexander teria a dizer. Em vez disso, eles se afogou-lo com seus gritos de "Grande é a Diana dos efésios!" completamente fora de controle, eles mantiveram a sua gritando por cerca de duas horas.

A Calmando o motim

E depois de acalmar a multidão, o escrivão da cidade disse: "Homens de Éfeso, qual é o homem depois de tudo que não sabe que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis, e da imagem que caiu de céu? Desde então, estes são fatos inegáveis, você deve manter a calma e não fazer nada precipitado. Para você ter trazido estes homens aqui que não são nem sacrílegos nem blasfemadores da nossa deusa. Então, se Demétrio e os artífices que estão com ele tem uma queixa contra alguém, os tribunais estão em sessão e proconsuls estão disponíveis; deixá-los fazer acusações contra o outro, mas se você quiser algo mais além, o conflito será resolvido na assembléia lícita Porque, na verdade estamos em perigo de.. sendo acusado de um motim em conexão com o caso de hoje, uma vez que não há motivo real para isso, e, neste contexto, seremos incapazes de explicar esse encontro desordenada ".E depois de dizer isso, ele dissolveu a assembléia. ( 19: 35-41 )

Finalmente, depois de duas horas de confusão desenfreada, a ordem foi restaurada por o escrivão da cidade . Como oficial da cidade do chefe administrativo (o equivalente do prefeito de uma cidade moderna) e ligação entre a prefeitura e as autoridades romanas, ele era importante cidadão de Éfeso. . Como tal, ele sabia que os romanos responsabilizá-lo pelo que aconteceu Depois de acalmar a multidão, começou a tratar seus membros: "Os homens de Éfeso, qual é o homem depois de tudo que não sabe que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis, e da imagem que caiu do céu? " Ele lembrou-lhes que era de conhecimento comum em todo o mundo romano que a cidade dos efésios é a guardiã do templo da grande Ártemis. A imagem que caiu do céu , provavelmente, refere-se a um meteorito. João Polhill observa:

Meteoritos eram frequentemente associados com a adoração da deusa-mãe [Artemis]. A mais famosa delas foi a pedra sagrada tirado Pessinus a Roma em 204 AC Um meteorito também parece ter sido associada ao culto do Taurian Artemis. Embora não haja nenhuma evidência além deste texto para uma pedra sagrada como estando relacionados com o culto de Éfeso, é completamente provável que um existia, dado esta associação comum da deusa-mãe com uma "pedra do céu." ( Atos, 413)

O secretário municipal passou a salientar que , desde então, estes são fatos inegáveis, você deve manter a calma e não fazer nada precipitado. Nada os pregadores cristãos poderia fazer, ele insistiu, poderia afectar a sua grande deusa; O poder de Artemis era inegável, e sua reputação seguro. Embora o homem foi sincero, ele foi tragicamente enganado. Hoje, ninguém adora Artemis, mas milhões adorar o Senhor Jesus Cristo.

escrivão da cidade , em seguida, virou-se para um problema mais sério e repreendeu-os. Você trouxe estes homens aqui que não são nem sacrílegos nem blasfemadores da nossa deusa. Mesmo este oficial pagão testemunhou ao caráter dos cristãos; eles não eram ladrões, nem eles usam linguagem insultuosa. Apesar das alegações de Demétrio, os cristãos não tinha agido de forma inadequada.

Após ter tranquilizado a multidão, ele criticou próxima Demétrio e os artífices por instigar a revolta. Em vez de recorrer à ação mob, eles deveriam ter seguido o devido processo da lei. Afinal, ele lembrou-lhes, os tribunais estão em sessão e proconsuls estão disponíveis; deixá-los fazer acusações contra o outro. Qualquer coisa que não pode ser resolvido nos tribunais deve ser resolvida na assembléia lícita.

O escrivão da cidade, em seguida, concluiu seu discurso com uma séria advertência: Porque, na verdade estamos em perigo de ser acusado de um motim em conexão com o caso de hoje, uma vez que não há motivo real para isso; e, neste contexto, seremos incapazes de explicar esse encontro desordenada. Novamente, ele exonerou os cristãos, admitindo que não há nenhuma causa real para omotim. Conseqüentemente, eles estavam em perigo de ser acusado de um motim pelo governo romano, e que iria ser incapaz de explicar esta reunião desordenada. Se os romanos investigou o distúrbio, os Efésios seria incapaz de defender suas ações. Isso poderia resultar na perda dos privilégios que os romanos lhes tinha concedido. Seus argumentos foram convincentes, e quando ele dissolveu a assembléia foram calmamente. Tanto quanto se sabe, Demétrio e seus colegas de ofício não levar o assunto adiante.

Os crentes de Éfeso a tempestade da perseguição desencadeada pelo discurso de Demétrio e do tumulto resultante. Na verdade, a igreja de Éfeso iria desempenhar um papel de destaque na história da igreja por vários séculos. Então, novamente em Atos, Deus fez a ira dos homens, para louvá-Lo ( Sl 76:10 ).


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Atos Capítulo 19 do versículo 1 até o 41

Atos 19

Introdução a At 19:1 do cap. At 19:1, refere-se a eles.

  • Era o lar dos delinqüentes. O templo de Diana possuía o direito de asilo. Isto significava que se qualquer delinqüente alcançava chegar à área que rodeava o templo, encontrava-se a salvo. Portanto, inevitavelmente, Éfeso se tinha convertido em lar de assassinos, estelionatários, criminais e transgressores da lei do mundo antigo.
  • Era um centro de superstição pagã. Era famosa pelos encantamentos e magias chamados: "A cartas de Éfeso". Garantia-se que outorgavam segurança à viagem, que davam filhos aos que não os tinham, concediam êxito no amor ou em qualquer negócio. De todo o mundo acudia gente a comprar esses pergaminhos mágicos que logo usavam como amuletos ou talismãs.
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  • A grande glória de Éfeso era o templo de Ártemis . Ártemis e Diana são uma mesma pessoa. O primeiro é o nome grego, o segundo o latino. Era uma das Sete Maravilhas do Mundo. Tinha ao redor de cento e cinqüenta metros de comprimento por setenta de largura e vinte de altura. Tinha cento e vinte e sete colunas, cada uma delas presente de um
  • O nome Ártemis (At 19:24, At 19:27, At 19:28, At 19:34, At 19:35) aparece na BJ e NVI (Nova Versão Internacional). Em inglês (Artemis) é encontrada em PHIL, RSV. O nome latino Diana é encontrado nas versões: ASV, AV, NKJV, RWEBSTER, Almeida RC e RA, TB, NTLH.— Nota do Tradutor.

    rei. Todas eram de brilhante mármore de Paria, e trinta e seis delas estavam maravilhosamente recamadas e incrustadas em ouro. O grande altar era obra do Praxíteles, o maior escultor grego. A imagem de Ártemis não era bela. Tratava-se de uma figura negra, escondida, com muitos seios que representavam a fertilidade; era tão velha que ninguém sabia qual foi sua origem nem de que material parecia. Dizia-se que tinha caído do céu. A maior glória de Éfeso era que custodiava o templo pagão mais famoso do mundo.

    Paulo trabalhou nesta cidade e ganhou muitos triunfos para Cristo.

    CRISTIANISMO INCOMPLETO

    Atos 19:1-7

    Paulo se encontrou em Éfeso com homens que eram cristãos mas em forma incompleta. Tinham recebido o batismo de João mas nem sequer sabiam que existia o Espírito Santo no sentido cristão do termo.

    Qual era a diferença entre o batismo de João e aquele que se realizava em nome de Jesus? Qualquer pessoa que leia os relatos da pregação de João (Mt 3:7:12; Lucas 3:3-11) pode observar uma diferença radical entre ela e a pregação de Jesus. A pregação de João era uma ameaça; a de Jesus era as boas novas, era o evangelho. Ninguém podia considerar a pregação de João como boas novas por quanto ameaçava com morte e destruição. Mas se tratava de uma etapa no caminho. O mesmo sabia e tinha presente que estava anunciando Àquele que havia de vir (Mt 3:11; Lc 3:16).

    A pregação de João era um passo necessário, porque deve haver dois passos na vida religiosa. Primeiro, deve dar-se o momento em que despertamos à nossa insuficiência e ao nosso merecimento da condenação às mãos de Deus. Esta etapa está estreitamente relacionada com o momento em que tentamos nos comportar melhor e inevitavelmente fracassamos porque tentamos fazê-lo por nós mesmos. Segundo, há a etapa em que nos damos conta de que pela graça de Jesus

    Cristo deixamos de estar condenados. Bem ligado a este passo vem o momento em que encontramos que todos nossos esforços para melhorar ficam reforçados e fertilizados pela obra do Espírito Santo, através do qual podemos fazer o que não poderíamos nunca realizar por nós mesmos.

    Aqueles cristãos incompletos conheciam a condenação; mas não a graça de Cristo nem a ajuda do Espírito Santo. Sua religião era inevitavelmente uma luta que não havia alcançado o momento da paz.

    Todo este incidente nos mostra uma grande verdade: que sem o Espírito Santo não existe o cristianismo completo. Mesmo que vejamos o erro de nossos caminhos, e nos arrependamos e decidamos mudar, não poderemos obtê-lo nunca sem a ajuda que só o Espírito pode nos dar.

    AS OBRAS DE DEUS

    Atos 19:8-12

    Quando o trabalho na sinagoga se fez impossível devido à tremenda oposição, Paulo mudou sua sede para a escola de um filósofo chamado Tirano. Existe um manuscrito grego que adiciona certos detalhes adicionais outorgados por uma testemunha ocular. Diz que Paulo ensinava ali da quinta até a décima hora, ou seja, das onze da manhã até as quatro da tarde. Até as onze e depois das quatro, Tirano precisaria do lugar. Nas cidades jônicas todo o trabalho cessava às onze da manhã e não começava até à tardinha. Era muito opressivo trabalhar nessa hora. Diz-se que em Éfeso havia mais gente dormindo à uma da tarde que à uma da manhã. Paulo deve ter trabalhado toda a manhã e toda a tarde em seu ofício, e ensinado ao meio-dia. Isto mostra duas coisas: a veemência com que Paulo ensinava e a avidez dos cristãos para aprender. O único momento que tinham era quando outros descansavam durante as horas de mais calor e escolheram esse momento. Muitos de nós teríamos que nos envergonhar quando dizemos que certas horas não nos convêm.

    É evidente que durante este tempo se realizaram atos maravilhosos. Os panos eram lenços que os operários levavam ao redor da cabeça para absorver o suor enquanto trabalhavam. Os aventais eram uma espécie de bandagens que utilizavam os operários ou servos. Entretanto, encontramo-nos com um significado muito intenso. A narração não nos diz que Paulo realizou essas maravilhas; diz que Deus as fazia através de suas mãos. Alguém disse que Deus está em todas as partes buscando mãos para usar. Não poderemos fazer milagres com nossas mãos, mas certamente as podemos dar a Deus para que Ele opere através delas.

    UM GOLPE MORTAL À SUPERSTIÇÃO 13 44:19-20'>Atos 19:13-20

    Esta passagem nos mostra algo do colorido local da cena efésia. Nesses dias todos criam que as doenças, e especialmente as mentais, deviam-se à ação dos maus espíritos que entravam nos homens. O exorcismo era uma prática comum. Se o exorcista conhecia o nome de um espírito mais poderoso que aquele que tinha entrado na pessoa afetada, ao pronunciá-lo podia sobrepor-se ao espírito mau e fazê-lo sair.
    Não há razão para não crer que estas coisas aconteciam. Os doentes estavam convencidos genuinamente de que estavam possessos; nem todos os exorcistas eram farsantes; alguns estavam convencidos de seus poderes. A mente humana é muito estranha e até esta fé equivocada e supersticiosa tinha resultados na misericórdia de Deus. Quando alguns destes curandeiros tentaram usar o nome de Jesus aconteceram coisas das mais alarmantes. O resultado foi que muitos desses farsantes, e muitos dos necessitados também, viram o errados que estavam.
    Nada pode demonstrar mais definidamente a realidade da mudança que o fato de que na supersticiosa Éfeso estivessem dispostos a queimar os livros e amuletos que lhes reportavam tantas lucros. São um exemplo para muitos de nós. No sentido mais literal, queimaram suas naves; cortaram completamente com o que os rodeava: nem sequer se perguntaram como foram viver se abandonavam aquilo que os mantinha; romperam com tudo em forma abrupta.

    É muito certo que muitos de nós odiamos nossos pecados mas não podemos abandoná-los. Mesmo que tentamos fazê-lo, titubeamos e olhamos para trás. Há momentos na vida nos que o tratamento deve ser cirúrgico; quando a única coisa que vale é um corte nítido e definitivo.

    O PROPÓSITO DE PAULO

    Atos 19:21-22

    Nesta passagem Lucas simplesmente insinua algo que Paulo expõe em forma completa em suas próprias Cartas. Lucas nos diz que Paulo se propôs ir a Jerusalém. Por que? Nesse então Paulo tinha um grande propósito. A Igreja de Jerusalém era pobre; e ele queria levantar uma coleta entre as Igrejas gentias como contribuição à de Jerusalém. Encontramos referências a isto em 1Co 16:1 ss.; 2Co 9:1 ss.; Romanos 15:25-26.

    Paulo queria levar a cabo este plano por duas razões. Primeiro, queria dar ênfase da maneira mais prática à unidade da Igreja. Queria fazê-los ver que todos pertenciam ao corpo de Cristo e que quando uma das partes sofria as outras deviam ajudar. Em outras palavras desejava tirá-los de uma perspectiva congregacional da Igreja e lhes dar uma visão da Igreja universal a qual pertenciam. Segundo, queria lhes ensinar a caridade cristã prática. Sem dúvida alguma que quando ouviram a respeito das privações que sofria Jerusalém sentiram compaixão. Queria lhes ensinar que não era suficiente sentir compaixão; que a tristeza e a simpatia deviam traduzir-se em ação. Estas duas lições são tão válidas hoje como em qualquer outro momento.

    TUMULTO EM ÉFESO

    Atos 19:23-41

    Esta história, que é em si mesmo muito interessante, arroja luz sobre as motivações e mentalidades de quase todos os personagens que intervêm nela.
    Em primeiro lugar está Demétrio e os ourives. Seu problema era que viam que seus bolsos foram ameaçados. É verdade que se declaravam zelosos guardiães da honra de Ártemis: mas o que mais lhes preocupava eram seus lucros. Quando os peregrinos iam a Éfeso sempre levavam de volta uma lembrança. Estes ourives fabricavam miniaturas do templo que se vendiam como tais. O cristianismo estava avançando tanto que viam ameaçado o seu negócio. Este é um caso bem claro do que aconteceu e do que ainda acontece quando o cristianismo confronta um interesse criado.
    Segundo, está o homem a quem se chama de tabelião. Este funcionário levava os registros públicos; apresentava os assuntos nas assembléias; a correspondência que se dirigia à cidade vinha a seu nome. Preocupava-se com a possibilidade de um tumulto. Roma era benévola, mas se havia algo que não suportava era a desordem civil. Se viesse a haver tumultos em uma cidade, Roma averiguaria as razões do mesmo e as autoridades responsáveis perderiam seus postos. Desempenhou seu papel defendendo seus próprios interesses. Na verdade, salvou a Paulo e a seus companheiros, mas o fez para salvar sua própria pele.
    Em terceiro lugar, estava Paulo. Encontramo-nos com o detalhe característico de que quis enfrentar a multidão e não o deixaram. Paulo nunca pensou em não fazê-lo, pois era um homem sem medo. Para os ourives e o tabelião o principal era a segurança; para Paulo esta sempre ocupava o último lugar.


    Dicionário

    Esconjuro

    esconjuro s. .M 1. Juramento acompanhado de imprecação. 2. Folc. Imprecação feita com o fim de afastar um mal. Sin.: esconjuração.

    Espíritos

    Espíritos Ver Alma, Anjos, Demônios, Espiritismo.

    Invocar

    verbo transitivo direto Chamar em seu auxílio com uma prece, uma súplica: invocar a Deus.
    Suplicar a proteção de; implorar: os alunos invocavam ajuda.
    Figurado Citar em seu favor: invocar o testemunho de alguém.
    Provocar alguém, irritando: seus comentários invocavam raiva.
    Fazer com que algo sobrenatural fique presente; evocar, conjurar: invocar os espíritos.
    verbo transitivo indireto e pronominal [Popular] Demonstrar hostilidade, antipatia; sentir repulsa: ele invocou com o cobrador; invocou-se com sua superioridade.
    Etimologia (origem da palavra invocar). Do latim invocare.

    Invocar Chamar (Rm 10:12). V. NOME.

    Jesus

    interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
    Ver também: Jesus.
    Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

    Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

    Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

    [...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

    [...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

    [...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

    [...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

    Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

    Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

    Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

    Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

    Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

    Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

    [...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

    Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
    Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

    [...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    [...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

    [...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

    Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

    Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

    [...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

    Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

    [...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

    [...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    J [...] é o guia divino: busque-o!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

    [...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

    [...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

    De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

    [...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

    [...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

    [...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

    [...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

    Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

    [...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

    [...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

    Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
    Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

    Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

    [...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

    esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

    Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

    Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

    Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

    [...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
    Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

    Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

    [...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

    Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

    Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

    Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

    Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

    [...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

    J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

    [...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

    Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

    Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

    Jesus é a história viva do homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

    [...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

    [...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

    [...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

    [...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

    [...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

    [Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

    [...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

    Jesus é também o amor que espera sempre [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

    J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

    [...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

    [...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    [...] é a única porta de verdadeira libertação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

    [...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

    Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

    Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o salário da elevação maior.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    [...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

    [...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

    [...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

    J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

    [...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

    Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

    [...] é a verdade sublime e reveladora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

    Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

    [...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

    [...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


    Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

    O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

    Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

    Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

    Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

    O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

    Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

    Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

    Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

    Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

    Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

    No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

    O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

    Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

    2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

    Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

    Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

    3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

    Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

    À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

    R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


    Judeus

    masc. pl. de judeu

    ju·deu
    (latim judaeus, -a, -um)
    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    1. Que ou quem professa a religião judaica. = HEBREU

    2. O mesmo que israelita.

    adjectivo
    adjetivo

    3. Relativo à Judeia, região da Palestina.

    4. Relativo à tribo ou ao reino de Judá ou a Judá, nome de duas personagens bíblicas.

    5. Relativo à religião judaica. = HEBRAICO, HEBREU

    6. [Informal, Depreciativo] Muito travesso.

    7. [Informal, Depreciativo] Que gosta de fazer judiarias. = PERVERSO

    nome masculino

    8. [Informal, Depreciativo] Agiota, usurário.

    9. [Popular] Enxergão.

    10. Ictiologia Peixe pelágico (Auxis rochei) da família dos escombrídeos, de corpo alongado, coloração azulada com bandas escuras no dorso e ventre prateado. = SERRA

    11. [Brasil] Feixe de capim com pedras, para a formação de tapumes, em trabalhos de mineração.


    judeu errante
    Personagem lendária condenada a vagar pelo mundo até ao fim dos tempos.

    Indivíduo que viaja com muita frequência, que não se fixa num lugar.


    Ver também dúvida linguística: sentido depreciativo de cigano e outras palavras.

    A palavra judeu significava, primitivamente, um membro do reino de Judá (2 Rs 16.6 – 25.25 – Jr 34:9). Durante o cativeiro, e depois da volta para a Palestina, os israelitas que formaram o novo Estado eram, geralmente, conhecidos pelo nome de judeus. os outros membros da raça israelita, espalhados por todo o mundo, foram, no decorrer do tempo, chamados judeus, e a si próprios eles também davam esse nome (Et 3 – Dn 3:8-12). (*veja Dispersão, Hebreu, israelitas.) Entre as nações, onde fixaram a sua residência, foram eles principalmente notáveis pelo seu extremo exclusivismo. Crendo estar sob a especial proteção do Senhor, eles depressa recuperavam as suas forças, que perdiam nas diversas calamidades causadas pela sua desobediência aos preceitos divinos, retomando a sua antiga satisfação como povo escolhido. Com a queda da cidade de Jerusalém, e a destruição do templo, terminou a existência nacional dos judeus. Daí para o futuro eram eles estrangeiros entre outros povos. Mesmo muito antes da conquista, realizada por Tito, tinham-se espalhado por outras terras, onde formaram grandes e poderosas comunidades. Um certo número deles tinha ficado na Babilônia, depois da volta do cativeiro. No Egito e em Cirene habitavam quase em igual quantidade, e em Roma e em outras grandes cidades formavam grandes colônias. Quão largamente eles estavam dispersos, pode deduzir-se da lista dada por Lucas na sua narrativa a propósito dos acontecimentos no dia de Pentecoste (At 2:1-11). Com qualquer outro povo o resultado da sua dispersão teria sido o desaparecimento das suas particularidades nacionais, se não raciais, e também o serem absorvidos pelas nações nas quais foram habitar. Todavia, já se vão 2.000 anos, e nota-se que eles continuam em vida separada, obedecendo, porém, às leis dos diferentes povos, conformando-se com os seus costumes, e falando a sua língua. Conquanto tenham percorrido todas as nações, é ainda o hebraico a sua língua nacional, e a sua religião é ainda o antigo culto de israel. Através de todas as dificuldades, embora súditos de muitos Estados, a verdade é que um judeu permanece sempre judeu, e somente judeu. Foi este poder de resistência às influências exteriores que os habilitou a restaurar o Sinédrio, passados alguns anos depois da total destruição de Jerusalém. Em duas gerações, com a maravilhosa vitalidade”, que sempre os distinguiu, puderam os judeus ‘recuperar em grande extensão os seus números, a sua riqueza, e o seu espírito indomável’. E é-nos fácil agora compreender como o tesouro do templo, tantas vezes arrebatado, era tão depressa substituído. Quando chegava às comunidades estrangeiras dos judeus a notícia de qualquer nova desgraça, eram por eles mandado dinheiro e homens a Jerusalém para o serviço do templo, e também para ser restabelecido o saqueado tesouro. As calamidades e misérias, que os judeus têm suportado, não podem talvez, comparar-se com os infortúnios de qualquer outra nação. o nosso Salvador chorou quando previu a rapina, o assassinato, o fogo, a pestilência, e outros horrores, que estavam para atormentar o povo escolhido. Quase todos os judeus modernos são fariseus na doutrina, embora eles não se chamem assim – e acham-se tão ligados à lei tradicional (isto é, oral), como o eram os seus antepassados. Eles nutrem um ódio implacável aos caraítas (uma seita dos Escrituristas), que aderem ao texto de Moisés, rejeitando as interpretações dos rabinos. Não há saduceus declarados, mas as doutrinas de muitos judeus ‘reformados’ não são dessemelhantes. Quanto aos samaritanos ainda restam cerca de 200, principalmente em Nablus.

    Judeus 1. Súdito do reino de Judá formado pelas tribos de Judá e Levi.

    2. O nascido de pais judeus (especificamente de mãe judia), o que aceita o judaísmo através da conversão (guiur), conforme a Torá escrita e oral. Não é considerado judeu o nascido de matrimônio misto, em que só o pai é judeu.


    Malignos

    masc. pl. de maligno

    ma·lig·no
    (latim malignus, -a, -um, de má índole, velhaco, mau, prejudicial, avarento, pequeno, fraco)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Cheio de malícia; de péssima natureza. = MAU, PERVERSOBENIGNO

    2. Que anuncia desgraça. = FUNESTO, SINISTROBENIGNO

    3. [Medicina] Que é grave, nocivo; que pode causar a morte (ex.: doença maligna; tumor maligno). [Por oposição a benigno.]

    nome masculino

    4. Diabo. (Geralmente com inicial maiúscula.)


    Nome

    Nome Palavra que designa uma pessoa ou coisa. Nos tempos bíblicos o nome, às vezes, estava relacionado com algum fato relativo ao nascimento (Gn 35:18
    v. BENONI); outras vezes expressava uma esperança ou uma profecia (Os 1:6; Mt 1:21-23). Era costume, no tempo de Jesus, o judeu ter dois nomes, um hebraico e outro romano (At 13:9). Partes dos nomes de Deus entravam, às vezes, na composição dos nomes (v. ELIAS, JEREMIAS, JESUS). Na invocação do nome de Deus chama-se a sua pessoa para estar presente, abençoando (Nu 6:22-27; Mt 28:19; Fp 6:24). Tudo o que é feito “em nome” de Jesus é feito pelo seu poder, que está presente (At 3:6; 4:10-12). Na oração feita “em nome de Jesus” ele intercede por nós junto ao Pai (Jo 15:16; Rm 8:34). Em muitas passagens “nome” indica a própria pessoa (Sl 9:10).

    Entre os hebreus dava-se o nome auma criança, umas vezes quando nascia (Gn 35:18), e outras quando se circuncidava (Lc 1:59), fazendo a escolha ou o pai, ou a mãe (Gn 30:24Êx 2:22Lc 1:59-63). Algumas vezes o nome tinha referência a certas circunstâncias relacionadas com o nascimento ou o futuro da criança, como no caso de isaque (Gn 21:3-6), de Moisés (Êx 2:10), de Berias (1 Cr 7.23). isto era especialmente assim com os nomes compostos de frases completas, como em is 8:3. Acontecia, também, que certos nomes de pessoas sugeriam as suas qualidades, como no caso de Jacó (Gn 27:36) e Nabal (1 Sm 25.25). Eram por vezes mudados os nomes, ou aumentados, em obediência a certas particularidades, como no caso de Abrão para Abraão (Gn 17:5), de Gideão para Jerubaal (Jz 6:32), de Daniel para Beltessazar (Dn 1:7), e de Simão, Pedro (Mt 16:18). Alem disso, devemos recordar que, segundo a mentalidade antiga, o nome não somente resumia a vida do homem, mas também representava a sua personalidade, com a qual estava quase identificado. E por isso a frase ‘em Meu nome’ sugere uma real comunhão com o orador Divino. Houve lugares que receberam o seu nome em virtude de acontecimentos com eles relacionados, como Babel (Gn 11:9), o Senhor proverá (Gn 22:14), Mara (Êx 15:23), Perez-Uzá (2 Sm 6.8), Aceldama (At l.19). Para o nome de Deus, *veja Jeová, Senhor.

    substantivo masculino Denominação; palavra ou expressão que designa algo ou alguém.
    A designação de uma pessoa; nome de batismo: seu nome é Maria.
    Sobrenome; denominação que caracteriza a família: ofereceu seu nome.
    Família; denominação do grupo de pessoas que vivem sob o mesmo teto ou possuem relação consanguínea: honrava seu nome.
    Fama; em que há renome ou boa reputação: tinha nome na universidade.
    Apelido; palavra que caracteriza alguém.
    Quem se torna proeminente numa certa área: os nomes do cubismo.
    Título; palavra ou expressão que identifica algo: o nome de uma pintura.
    Gramática Que designa genericamente os substantivos e adjetivos.
    Etimologia (origem da palavra nome). Do latim nomen.inis.

    Paulo

    Pequeno. Paulo é o nome romano de Saulo de Tarso, que pela primeira vez se lê em At (13.9), quando ele resistiu a Elimas, o feiticeiro, principiando nessa ocasião o seu trabalho gentílico na corte de Sérgio Paulo. Pode presumir-se que ele já era assim chamado nas suas relações com os gentios – mas depois deste incidente é sempre esse nome que o Apóstolo tem nos Atos e nas suas epístolas. o nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio ‘hebreu de hebreus’. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11:1Fp 3:5) – e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9:11 – 21.39 – 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel ‘segundo a exatidão da lei de nossos antepassados’, dizia ele (At 22:3). Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23:6 – 26.5 – Fp 3:5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, ‘sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais’ (Gl 1:14). Além disto, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20:34 – 1 Ts 2.9). Como Tarso era, naquele tempo, notável centro de instrução, quase tão célebre como Atenas ou Alexandria, foi ali, sem dúvida, que Paulo estudou os antigos poemas e a filosofia do tempo – e isso se deduz de algumas citações que ele faz (At 17:28 – 1 Co 15.35 – Tt 1:12). A erudição de Paulo era, desta forma, notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego – pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato político com o mundo romano – e pelo fato de que essa prerrogativa de cidadão romano era hereditária, tinha por conseqüência a sua família vantagens sociais. os seus parentes estavam muito espalhados, porque alguns deles viviam em Jerusalém (At 23:16), e outros, segundo uma certa interpretação, em Roma (Rm 16:11), os quais tinham aceitado o Cristianismo antes dele (Rm 16:7). Paulo é mencionado pela primeira vez nos At, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estêvão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (At 7. 58 a 60 – 8.1). Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (At 22:20). Paulo entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (At 22:3 – 26.9 – Gl 1:14). Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (At 9:1-2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estêvão, se ele já não o era. Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (At 26:10). A morte de Estêvão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo. Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco. Foi então, quando se dirigia para aquela cidade, que o perseguidor se transformou em discípulo de Jesus Cristo. o zelo que tinha mostrado contra o Cristianismo se mudou em apoio e auxílio aos perseguidos. o miraculoso acontecimento acha-se narrado por Lucas (At 9:1-19), e por Paulo nos seus discursos feitos ao povo de Jerusalém, depois da sua prisão (At 2L4 a
    16) – e mais tarde na presença de Agripa e de Festo em Cesaréia (At 26:10-18). o primeiro efeito do milagre foi o alívio que tiveram os cristãos de Damasco. Era bem conhecido o fim da sua ida àquela cidade – e o terror, que inspirava aquele fariseu, pode deduzir-se da relutância de Ananias em aproximar-se dele (At 9:13-14), e da incredulidade dos discípulos, quando Saulo lhes apareceu como correligionário nas sinagogas (At 9:21). A cegueira de Paulo e a sua inquietação, que Lucas nota nos Atos (9.18,19), foram uma preparação para a visita de Ananias e para nova revelação da vontade de Deus. Dignas de nota, também, são as palavras dirigidas a Ananias ‘pois ele está orando’ (At 9:11).Elas nos mostram o homem que tinha por hábito levantar o pensamento a Deus, nos atos da sua vida (At 16:25 – 20.36 – 21.5). As próprias palavras de Paulo nos fazem ver isso mesmo (Gl 1:16-17). A natureza da revelação do Senhor a Paulo é por ele explicada. É evidente que não se trata de uma mera impressão na sua alma durante qualquer arrebatamento. Ele sentiu a visível presença de Jesus Cristo. isto é sustentado em várias passagens, quer de uma forma positiva, quer incidentalmente. Na sua primeira epístola aos Coríntios, quando ele sustenta a validade do seu próprio apostolado, ele argumenta assim: ‘Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, nosso Senhor?’ 1Co 9:1). E quando ele aduz, para prova, a verdade da ressurreição, o seu argumento é: ‘E apareceu a Cefas… depois foi visto por Tiago … e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo’ 1Co 15:5-8). Significativas são também, as palavras de Ananias: ‘Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas’ (At 9:17 – cp.com At 22:14). o direto e imediato caráter da sua chamada, sem a intervenção de qualquer agência humana, é outro ponto sobre o qual o próprio Paulo insistia muito, no decurso da sua vida apostólica. ‘Chamado para ser apóstolo’, ‘apostolo pela vontade de Deus’ (Rm 1:11Co 1:12Co 1:1Ef 1:1 – Cl l.1), são expressões que não usam os outros apóstolos, e com as quais Paulo se descreve a si próprio, quando a sua autoridade estava em perigo de ser contestada. Paulo foi aliviado da cegueira, de que tinha sido ferido por motivo da visão, pela oração de Ananias (At 9:18) – e, com a abertura dos seus olhos, nasceu na sua alma uma completa submissão à vontade de Deus, e o desejo de ser ‘Sua testemunha diante de todos os homens’ (At 22:14-15). Foi batizado, e

    Introdução e antecedentes

    Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de Atos com seu nome hebraico — Saulo (At 7:58-13.9). Nasceu em Tarso, Cilícia, cidade localizada na Ásia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu uns dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como “um jovem”, na ocasião do apedrejamento de Estêvão (At 7:58). Seu pai sem dúvida era judeu, mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razão, Paulo mais tarde utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em Roma pelo próprio imperador César (At 22:25). A despeito de sua cidadania, ele foi criado numa família judaica devotada, da tribo de Benjamim. Recebeu uma instrução cuidadosa na lei judaica e tornou-se fariseu. Também descreveu a si mesmo como “hebreu de hebreus”. Foi criado de acordo com a judaísmo e circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obediência de cada ponto da lei mosaica (Fp 3:5-6).

    Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois” (At 22:3).

    Todos os mestres judaicos exerciam determinada função para sobreviver; por isso, não é de admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão com seu pai. Paulo era fabricante de tendas (At 18:3) e ocasionalmente a Bíblia menciona como exerceu essa função para se sustentar (1Co 4:12-2 Ts 3.8; etc.). Existem amplas evidências nessas e em outras passagens de que ele trabalhava, para não impor um jugo sobre as pessoas entre as quais desejava proclamar o Evangelho de Cristo (1Co 9:16-19). Além disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filósofos esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanças, Paulo provavelmente não desejava ser considerado mais um aventureiro (1Ts 2:3-6).

    A vida e as viagens de Paulo

    Com a educação que possuía e a profissão de aceitação universal, é bem provável que Paulo já tivesse viajado bastante antes de se tornar cristão. Com certeza era fluente nas línguas grega, hebraica, latina e aramaica. É mencionado pela primeira vez em Atos, como responsável pelas vestes das multidões que apedrejaram Estêvão até à morte por causa da sua fé e seu compromisso com Cristo e o desejo de promover o Evangelho. “Também Saulo consentia na morte dele” (At 8:1).

    Perseguidor dos cristãos. A partir da morte de Estêvão, uma grande perseguição se levantou contra os seguidores de Cristo. As atividades zelosas de Saulo, como judeu, levaram-no a unir-se aos perseguidores. Não precisou ser forçado, mas ofereceu voluntariamente seus serviços aos líderes judaicos de Jerusalém. Sua perseguição foi tão violenta que a Bíblia diz: “Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8:3-1 Co 15.9; Fp 3:6). Em Atos 9:1, lemos que: “Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”, pediu ao sumo sacerdote que lhe desse cartas, para que as levasse às sinagogas de Damasco, na Síria, a fim de também estabelecer a perseguição naquela cidade.

    A conversão de Paulo. A caminho de Damasco, uma luz muito forte brilhou do céu ao redor dele, e fez com que ele caísse por terra e ficasse cego. Enquanto isso, uma voz lhe disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Atônito, ele perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A resposta que recebeu deixou-o realmente surpreso e apavorado: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:4-5). Cristo então lhe disse que entrasse em Damasco e aguardasse outras instruções. Saulo esperou três dias, sem comer nem beber, na casa de Judas, onde aguardou a visita de Ananias (veja Ananias). Esse tempo sem comer nem beber provavelmente foi um jejum de arrependimento, pois a Bíblia diz que, quando o servo de Deus chegou, encontrou-o orando (v. 11).

    Ananias impôs as mãos sobre ele, ocasião em que sua visão foi restaurada. Imediatamente ele recebeu o Espírito Santo e foi batizado. Saulo ainda ficou vários dias na companhia dos cristãos de Damasco, sem dúvida para aprender o máximo que podia sobre Jesus. Entretanto, esse processo de aprendizado não demorou muito tempo: “E logo, nas sinagogas, pregava que Jesus era o Filho de Deus” (v. 20). Seu extraordinário entendimento teológico somado à mudança total de sua perspectiva sobre Cristo, permitiu que confundisse “os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o Cristo” (v. 22). Provavelmente, depois de um tempo considerável como pregador naquela cidade, os judeus decidiram silenciar a mensagem dele, ao planejar assassiná-lo. Ele escapou durante a noite e voltou para Jerusalém, onde descobriu que era difícil unir-se aos demais discípulos de Cristo, pois naturalmente todos tinham medo dele. Barnabé levou-o à presença dos apóstolos, os quais lhe deram sua aprovação. Paulo pregava e discutia abertamente com os judeus, até que novamente sua vida foi ameaçada; os discípulos o levaram para Cesaréia, onde embarcou num navio para Tarso (At 9:29-30; Gl 1:18-24). A extraordinária rapidez da mudança no coração de Paulo e a velocidade com que entendeu as Escrituras sob uma nova luz e começou a pregar o Evangelho de Cristo proporcionam a mais dramática evidência da obra do Espírito Santo em sua vida, depois do encontro que teve com Cristo na estrada de Damasco. Ele próprio contou sobre sua experiência de conversão em duas ocasiões posteriores. Na primeira instância, em Atos 22, quando foi preso em Jerusalém e pediu para falar à multidão. Na segunda, em Atos 26, quando fazia sua defesa diante do rei Agripa.

    Chamado para os gentios. A rapidez com que Paulo dedicou-se a viajar pelos territórios gentílicos é mais uma indicação de que o Espírito Santo o guiava em direção ao seu chamado, ou seja, o de apóstolo entre os gentios. Ele menciona em suas cartas seu compromisso especial com Deus, para ser um ministro entre os povos (Rm 11:13; Gl 2:8-1 Tm 2.7). Embora Pedro fosse chamado para os judeus e Paulo para os gentios (Gl 2:8), sabemos que ambos pregavam em qualquer lugar onde tivessem uma oportunidade. Saulo, de fato, primeiramente visitava a sinagoga, em qualquer cidade em que chegasse. Ali ele pregava, onde havia muitas conversões, até ser expulso pelos judeus que se opunham (desta maneira, praticava o que ensinou em Romanos 1:16-2.9,10; etc.). Um dos primeiros trabalhos de Paulo entre os gentios, após ser aceito pelos apóstolos em Jerusalém (Gl 1), foi iniciado por Barnabé, o qual o levou de Tarso para a cidade de Antioquia, situada no norte da Síria. A igreja já estava estabelecida naquela cidade e sem dúvida o amigo o envolveu naquele trabalho, devido ao ensino que ele era capaz de ministrar (At 11:19-30). O trabalho da igreja ali iniciara-se entre os judeus e posteriormente espalhara-se aos gentios (gregos), e a habilidade de Paulo para debater e o que já fizera previamente sem dúvida o ajudaram. Enquanto estava em Antioquia, o profeta Ágabo advertiu sobre um iminente período de fome na região da Judéia, de maneira que aquela igreja local concordou em levantar fundos para ajudar os irmãos carentes em Jerusalém; enviaram o dinheiro por intermédio de Paulo e Barnabé (v. 30).

    É muito difícil estabelecer uma cronologia exata da vida de Paulo nessa época, pois Atos e Gálatas dão informações parciais; o ministério entre os gentios, contudo, já estava estabelecido e o papel principal de Paulo foi visto quase imediatamente no trabalho em Antioquia. Ele e Barnabé deixaram a cidade dirigidos pelo Espírito Santo (At 13:2). Desse momento em diante a vida dele é vista constantemente em pleno movimento por todo o império. Às vezes, permanecia mais tempo em certa cidade e em outras ocasiões ficava apenas por um período bem curto de tempo; na maioria das vezes viajava de acordo com sua própria vontade; entretanto, especialmente nas últimas viagens, freqüentemente era escoltado por guardas a caminho da prisão, dos julgamentos e finalmente de Roma.

    A primeira viagem missionária. As viagens de Paulo são geralmente chamadas de “viagens missionárias”. A primeira, realizada provavelmente entre os anos 47:48 d.C., iniciou-se na terra natal de Barnabé, a ilha de Chipre. Atravessaram todo o território, anunciando o Evangelho. Quando chegaram a Pafos, Paulo teve oportunidade de proclamar a Palavra de Deus ao procônsul romano Sérgio Paulo (veja Sérgio Paulo). “Então o procônsul creu, maravilhado da doutrina do Senhor” (At 13:12). Esta conversão representa a confirmação final para Paulo de que ele realmente contemplaria gentios influentes tornar-se cristãos por meio de seu ministério. Talvez seja significativo que a partir desse momento Saulo começou a ser chamado por seu nome latino, Paulo (At 13:9). De Chipre, ele e Barnabé navegaram para Perge, na Ásia Menor (atual Turquia). Quando chegaram lá, João Marcos, que estivera com eles desde Antioquia, deixou o grupo e retornou a Jerusalém. Dali viajaram para o Norte, e passaram por Antioquia da Pisídia e Icônio, a leste, e Listra e Derbe, ao sul. Voltaram pelo mesmo caminho e navegaram de volta para Antioquia da Síria, partindo de Atalia. Os resultados do trabalho deles durante essa viagem variaram de lugar para lugar; toda a viagem está registrada em Atos 13:14. Os benefícios, entretanto, foram consideráveis, pois a segunda viagem envolveu a visita às igrejas que haviam fundado, “confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé” (At 14:22). Também advertiram os novos cristãos “que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus”. Paulo e seus companheiros experimentavam essas tribulações em suas viagens, por meio do antagonismo não somente por parte dos gentios, mas também dos judeus, os quais criavam sérios problemas e diversas dificuldades. Mesmo assim, as igrejas foram bem estabelecidas por Paulo e Barnabé, fortes o suficiente para nomear líderes em cada uma, à medida que os missionários seguiam adiante.

    Quando voltaram a Antioquia, alguns mestres chegaram da Judéia com o argumento de que a verdadeira salvação dependia da circuncisão. Paulo e Barnabé discutiram acaloradamente com eles sobre a questão. A igreja da Antioquia decidiu então enviar os dois a Jerusalém para se reunir com os outros apóstolos, onde a questão seria tratada.

    O Concílio de Jerusalém. Os apóstolos e os líderes cristãos compareceram a tal reunião, que ficou conhecida como o “Concílio de Jerusalém” (At 15:1-35). Primeiro ouviram os relatórios de toda a obra de evangelização que era desenvolvida na Ásia Menor, em Antioquia e entre os gentios de modo geral e houve muito louvor a Deus. Alguns cristãos, entretanto, que antes foram fariseus, argumentaram que os convertidos entre os gentios deveriam ser circuncidados (At 15:5). Seguiu-se demorada discussão, até que Pedro se levantou para falar à assembléia. Em sua declaração, presumivelmente bem aceita pelos líderes (Tiago e os demais apóstolos), ele fez algumas observações interessantes. Destacou que ele próprio foi o primeiro a levar o Evangelho para os gentios (ao referir-se ao episódio da visão que teve e da viagem à casa de Cornélio, At 10). Depois apelou para o fato de que “Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, concedendo-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15:8). Em outras palavras, assim como a presença do Espírito Santo fora “manifesta” aos apóstolos no dia de Pentecostes em Jerusalém, quando falaram em línguas e louvaram a Deus (At 2:4-47), assim a presença do Espírito foi “manifesta” novamente entre os gentios, quando também falaram em outras línguas e louvaram a Deus. Naquela ocasião, Lucas registrou especificamente que aquilo acontecera para surpresa de todos os crentes circuncidados (At 10:45-46). Para Pedro, esta evidência fora suficiente para se tomar a iniciativa de batizar esses novos cristãos, não como alguma forma de comunidade cristã de segunda classe, mas na fé cristã plena, na qual os próprios apóstolos foram batizados (At 10:47-48).

    Desde que Deus “não fez diferença alguma entre eles e nós”, argumentou Pedro (At 15:9-11), seria totalmente impróprio insistir em que os convertidos entre os gentios fossem circuncidados. A circuncisão claramente não era uma exigência para alguém ser um cristão, pois a real marca do crente era a possessão do Espírito Santo. A salvação operava inteiramente pela fé na graça do Senhor Jesus Cristo (v. 11). Paulo e Barnabé também participaram da discussão e destacaram a grande obra da graça que se manifestava entre os gentios e os milagres que Deus operava entre eles. Tiago, entretanto, teve a sublime felicidade de dar a palavra final.

    Tiago levantou-se, expôs as Escrituras e mostrou como os profetas falaram sobre o tempo em que os gentios se voltariam para Deus. Concordou que os novos convertidos não eram obrigados a circuncidar-se, mas deviam demonstrar seu amor pelos cristãos judeus, ao abster-se da carne sacrificada aos ídolos e da imoralidade sexual (At 15:13-21). Desde que essa decisão não envolvia qualquer questão de princípio, todos concordaram e uma carta foi enviada às igrejas gentílicas, a fim de informar sobre a decisão do concílio. O grande significado dessa reunião foi a maneira como se estabeleceu definitivamente a legítima aceitação dos gentios como filhos de Deus. A defesa de Paulo da universalidade da mensagem do Evangelho prevalecera.

    A segunda e a terceira viagens missionárias. A segunda viagem durou de 49 a 52 d.C. (At 15:36-18.22). Ela foi muito importante, pois espalhou a Evangelho de maneira ainda mais ampla, tanto pela Ásia Menor como pela Europa. Infelizmente, porém, começou com uma diferença de opinião entre Paulo e Barnabé. O segundo queria levar João Marcos novamente com eles. Talvez o jovem tenha retornado a Jerusalém na primeira viagem devido às suas dúvidas sobre a pregação entre os gentios, mas não podemos determinar com certeza. Paulo achava que não deviam levá-lo; por isso Barnabé e João Marcos foram para Chipre, a fim de consolidar o trabalho ali, e Paulo foi para o Norte. Na companhia de Silas, passou por Tarso, na Cilícia, e visitou novamente as igrejas recém-fundadas em Derbe, Listra e Icônio.

    Em Listra, Paulo foi apresentado a um jovem, convertido ao cristianismo, que se tornou um de seus melhores amigos — Timóteo. Seu pai era grego, porém sua mãe era judia. Os líderes da igreja em Listra insistiram para que Paulo o levasse consigo e “davam bom testemunho dele” (At 16:1-2). Pertencente a uma família grega, isso significava que Timóteo não era circuncidado. Devido ao fato de sua mãe ser judia, Paulo achou que seria melhor para o ministério de Timóteo entre as comunidades judaicas se ele fosse circuncidado. Sob a orientação do apóstolo, Timóteo passou pela cerimônia da circuncisão (At 16:3). Aqui não há conflito no pensamento de Paulo com o antagonismo que demonstrou para com a circuncisão em sua carta aos Gálatas. Um judeu ser circuncidado para alcançar melhor seu próprio povo era uma coisa, mas obrigar os gentios a se circuncidar com base num entendimento equivocado de que precisavam ser “judeus” para receber a salvação era outra coisa bem diferente!

    A próxima etapa da viagem foi em um território novo. Fizeram uma caminhada por terra até Trôade, onde foram orientados “pelo Espírito de Jesus” para não trabalhar naquela região (At 16:7). Enquanto pregavam naquela cidade, numa noite, Paulo contemplou numa visão alguém que o chamava para ministrar a Palavra de Deus na Macedônia. Concluindo que era uma direção divina para a próxima etapa da viagem, atravessaram de barco para a província grega da Macedônia, onde pregaram em Neápolis, Filipos, Tessalônica e Beréia. Dali, navegaram para o sul e pregaram em Atenas e Corinto (onde ficaram por 18 meses), antes de atravessarem de volta para Éfeso, na Ásia Menor, e de lá navegarem para Cesaréia, Jerusalém e finalmente Antioquia, local de partida.

    A obra de evangelização expandiu-se rapidamente durante esta viagem. As igrejas estabelecidas na primeira viagem estavam bem firmes e cresciam cada vez mais em número (At 16:19). Havia muito encorajamento, mas também muita perseguição. Paulo testemunhou o estabelecimento bem-sucedido de muitas outras igrejas. Também viu os resultados da mensagem do Evangelho na vida de homens e mulheres que, sem dúvida, tornaram-se amigos especiais da equipe de missionários. Em Filipos, conheceram uma mulher de negócios chamada Lídia, que se converteu e hospedou o grupo em sua casa. Também testemunharam a incrível conversão do carcereiro, quando foram presos em Filipos (veja Carcereiro Filipense). Em Tessalônica testemunharam conversões como a de Jasom, o qual foi preso pela causa do Evangelho. Apreciaram imensamente a recepção que tiveram dos “nobres” moradores de Beréia, “pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17:11). Paulo e seus companheiros viram como a mensagem do Evangelho tocava os corações e as vidas de pessoas de diferentes classes sociais, quando “creram muitos deles, e também mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens” (v. 12).

    Em Atenas, Paulo testemunhou pelo menos algumas conversões, quando debateu com alguns dos maiores filósofos da época. De volta a Corinto, ele desenvolveu uma grande amizade com um casal de judeus que também fabricavam tendas e tornaram-se grandes cooperadores na obra de Cristo, ou seja, Áqüila e Priscila (At 18:1-3). Os dois o acompanharam na viagem de Corinto a Éfeso, onde ajudaram Apolo a entender mais claramente a verdade do Evangelho. Este então foi enviado à Grécia e desenvolveu seu ministério em Corinto. Enquanto isso, Paulo fez uma parada rápida em Éfeso e logo retornou a Cesaréia e Jerusalém, onde saudou a igreja e em seguida subiu para Antioquia.

    Em cada cidade em que pregava, Paulo encontrava severa resistência ao Evangelho. Em Filipos, foi preso junto com Silas por causa do antagonismo da multidão e só foram soltos depois da intervenção sobrenatural de Deus, a qual levou à conversão do carcereiro. Em Tessalônica outros irmãos foram presos porque o apóstolo não foi encontrado, quando o procuraram. Em Corinto, apesar da soltura imediata, Paulo foi atacado pelos judeus e levado diante do tribunal presidido por Gálio (veja Gálio).

    Paulo passou algum tempo em Antioquia antes de embarcar para a terceira viagem missionária, realizada no período entre os anos 53:57 d.C. (At 18:23-21.16). Nesta viagem, o apóstolo novamente dirigiu-se ao norte e oeste, por terra, e visitou outra vez as igrejas na Galácia e Frígia (Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia). Quando finalmente chegou em Éfeso, lemos que Paulo encontrou “alguns discípulos”. Eles tinham recebido apenas o batismo de João e, quando o apóstolo lhes falou sobre Jesus Cristo e o Espírito Santo, foram imediatamente batizados “em nome do Senhor Jesus” e o Espírito desceu sobre eles (At 19:1-7). Esse episódio dá uma indicação de que o trabalho do Batista tivera um alcance muito mais amplo do que o relato dos evangelhos poderia sugerir.

    Ao começar novamente a pregar na sinagoga, Paulo foi expulso e pregou para os gentios na cidade de Éfeso por dois anos (v. 10). Fica claro que muitos milagres acompanharam a proclamação do Evangelho, e uma breve menção disso é feita no
    v. 11. Um grande número de pessoas se converteu, quando muitos mágicos e pessoas adeptas da feitiçaria se converteram e entregaram seus livros de magia, os quais foram queimados publicamente. O
    v. 20 resume esse período de ministério: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia”.

    Foi durante esse período que ocorreu um grande tumulto em Éfeso. A cidade era famosa pelo templo da deusa Ártemis (veja Ártemis e Alexandre). O livro de Atos não relata em detalhes a perseguição que Paulo experimentou ali, mas provavelmente foi considerável (veja Rm 16:3-4; 1 Co 15.32; 2 Co 1:8-11). O apóstolo então enviou Timóteo e Erasto adiante dele para a Macedônia. Expressou sua intenção de viajar para Jerusalém via Macedônia e Acaia (At 19:21) e informou às pessoas que desejava muito ir até Roma.

    Foi durante essa viagem que Paulo se preocupou em angariar dinheiro para ajudar os crentes mais pobres de Jerusalém. Deu instruções às igrejas para que se unissem a ele nessa campanha, pois observava nisso um sinal de unidade da igreja e especialmente entre os convertidos judeus e gentios (Rm 15:25-32).

    Paulo navegou para a Macedônia e repetiu seu trajeto anterior por Filipos, Tessalônica e Beréia, a fim de encorajar os crentes. Uma rápida estadia na Grécia, talvez em Atenas, levou a mais perseguições; por isso, ele retornou à Macedônia antes de embarcar e navegar novamente para Trôade, onde continuou a pregar. Num antigo exemplo de reunião e culto no primeiro dia da semana (domingo), lemos que Paulo pregou depois que partiram o pão juntos. Ensinou até tarde da noite, pois partiria no dia seguinte. Devido ao calor da sala lotada e à hora avançada, um jovem chamado Êutico adormeceu sentado numa janela e caiu do terceiro andar, sendo levantado morto. Paulo o restaurou novamente à vida e continuou sua pregação (At 20:7-12).

    Na manhã seguinte Paulo viajou e passou por várias cidades portuárias no caminho para o sul, inclusive Mileto, onde se encontrou com os líderes da igreja em Éfeso. Ali, falou-lhes sobre os perigos dos falsos ensinos e a necessidade de vigiarem por si mesmos e pelo rebanho. Encomendou-os a Deus e disse-lhes que era compelido pelo Espírito Santo a ir até Jerusalém. A tristeza da despedida é descrita dramaticamente, quando todos se ajoelharam para orar juntos e perceberam que não veriam novamente o amado apóstolo (vv. 36-38). O restante da jornada é descrito rapidamente por Lucas em Atos 2:1-17. A única parada mais significativa foi em Cesaréia, onde o profeta Ágabo advertiu Paulo de que a perseguição o esperava em Jerusalém. Talvez seja importante notar que a declaração anterior de Paulo, que era compelido pelo Espírito Santo a visitar a cidade santa, teve prioridade sobre a advertência de Ágabo para não ir. Ao que parece, embora a profecia estivesse correta, sua interpretação estava equivocada. O profeta claramente esperava que Paulo desistisse de ir a Jerusalém, mas foi para lá que o apóstolo se dirigiu, o que culminou com sua prisão. Ao fazer isso, o apóstolo mostrou que estava pronto a morrer por Cristo, se fosse necessário (v. 13).

    Essa terceira jornada contemplou muitas pessoas convertidas e experimentou muito mais oposições e perseguições; mas também foi um tempo de grande encorajamento. Paulo teve oportunidade de conhecer muitos jovens envolvidos no ministério da Palavra de Deus. Entre os que foram mencionados durante essa viagem, estavam pessoas como “Sópatro de Beréia, filho de Pirro; e dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo; Gaio de Derbe e Timóteo; e dos da Ásia, Tíquico e Trófimo” (At 20:4). Apesar de o apóstolo nunca mais retornar a muitos daqueles lugares, sabia que o trabalho continuaria nas mãos da nova geração de missionários e pastores fiéis ao Senhor.

    A prisão e o julgamento. Assim que Paulo chegou a Jerusalém, a profecia de Ágabo se cumpriu. Os judeus instigaram a oposição e o apóstolo foi preso para sua própria proteção, no meio de um tumulto contra ele que quase levou-o à morte (At 21:27-36). Paulo pediu permissão ao comandante romano para falar à multidão e aproveitou a oportunidade para mais uma vez pregar o Evangelho de Jesus, quando falou sobre sua própria conversão e chamado ao ministério para os gentios. Quando mencionou a salvação dos povos, novamente a turba se alvoroçou e o apóstolo foi conduzido com segurança à fortaleza. Foi obrigado a apelar para sua cidadania romana, a fim de não ser chicoteado. No dia seguinte o comandante romano convocou o Sinédrio e Paulo defendeu-se diante de seus acusadores (At 23). Inteligentemente, o apóstolo causou uma divisão entre seus acusadores, ao alegar que era julgado porque acreditava na ressurreição. Os fariseus, que também acreditavam, discutiram com os saduceus, que não aceitavam tal doutrina. Novamente, para sua própria proteção, o apóstolo foi levado à fortaleza. Naquela noite o Senhor lhe apareceu e o encorajou, ao dizer-lhe que deveria ir a Roma para testificar do Evangelho (At 23:11).

    Foi descoberto um complô para matar Paulo e o comandante do destacamento romano, Cláudio Lísias, decidiu transferi-lo para Cesaréia, onde seu caso seria examinado pelo governador Félix. O capítulo 24 de Atos descreve o julgamento do apóstolo diante de Félix, que pareceu interessado no que ouviu de Paulo acerca do “caminho”, mas que, em deferência aos judeus, manteve o apóstolo preso por mais dois anos. Quando Pórcio Festo assumiu o governo da província, os líderes judaicos lhe pediram que cuidasse do caso de Paulo. O novo governador fez menção de entregá-lo aos judeus, mas o apóstolo, sabedor de que não teria um julgamento justo em Jerusalém considerando a palavra do Senhor de que deveria ir a Roma, apelou para ser julgado pelo imperador César. Essa atitude de fato livrou-o totalmente do sistema legal judaico. Logo depois o rei Agripa visitou Cesaréia e Festo pediu-lhe que ouvisse o caso de Paulo. Novamente o apóstolo contou sobre sua conversão e testemunhou do Evangelho de Jesus Cristo. Enquanto Festo pensava que Paulo estivesse louco, Agripa pareceu tocado pelo que o apóstolo dissera, e até mesmo insinuou que por pouco não se tornara cristão (At 26:28). A conclusão de Agripa foi que Paulo tinha tudo para ser solto, se não tivesse apelado para Roma (v. 32).

    Paulo foi então transportado para Roma na condição de prisioneiro, sob a custódia de um centurião chamado Júlio (para mais detalhes, veja Agripa, Festo, Félix e Júlio). Depois de um naufrágio na ilha de Malta, o qual Paulo usou como uma oportunidade para pregar o Evangelho, finalmente o grupo chegou a Roma, onde o apóstolo foi colocado num regime de prisão domiciliar e tinha permissão para receber visitas (At 28). Durante dois anos vivendo nesse sistema (provavelmente por volta de 61—63 d.C.), Paulo continuou “pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (At 28:31).

    A morte de Paulo. Existem poucas indicações sobre o que aconteceu depois desse período de prisão domiciliar em Roma. É claro que Paulo aproveitou a oportunidade da melhor maneira possível para pregar o Evangelho, mas Lucas encerra seu livro neste ponto, ao estabelecer o direito legal para que a Palavra de Deus fosse pregada na capital do império. Existe muita discussão entre os estudiosos sobre o que aconteceu. Desde que as epístolas pastorais (veja abaixo) referem-se a eventos na vida do apóstolo que não são mencionados em Atos, pressupõe-se que Paulo realmente as escreveu. Então, muitos chegam à sublime conclusão de que o apóstolo foi declarado inocente das acusações e colocado em liberdade. Ele próprio dá a entender isso em Filipenses 1:19-25; 2.24. Provavelmente após sua absolvição ele acalentou o desejo de ir à Espanha (veja Rm 15:24-28). Este período também seria a época em que as cartas a Timóteo e Tito foram escritas. Quando o cristianismo foi considerado ilegal, Paulo foi preso novamente e levado de volta a Roma, onde escreveu II Timóteo. Seu período de liberdade provavelmente durou até por volta de 62 a 66 d.C. II Timóteo 4 é então o triste relato do que certamente foi o julgamento final do apóstolo, no qual foi condenado à morte (v. 18). Mesmo nesse triste capítulo, entretanto, percebe-se que Paulo aproveita todas as oportunidades para pregar (2Tm 4.17,18). A tradição diz que morreu em Roma, como mártir nas mãos do imperador Nero, por volta do ano 67 d.C.

    Os escritos de Paulo

    O legado de Paulo para o mundo é enorme. Além do fato de ter levado a verdade do Evangelho a praticamente todo o mundo conhecido daquela época, também escreveu cartas muito significativas, as quais chegaram até nós como parte do cânon do Novo Testamento. Tais documentos são cheios de exposições sobre Jesus, o pecado, a salvação, a vida cristã, o futuro e a natureza da Igreja. Suas cartas não podem ser examinadas detalhadamente aqui e o resumo apresentado a seguir não faz justiça à profundidade dos ensinamentos que cada uma contém, mas talvez aguce o apetite do leitor e o leve a examiná-las mais detidamente. Em muitos aspectos as epístolas paulinas têm proporcionado o perfil para a Igreja através dos séculos. Embora sempre haja alguns críticos que questionem se o apóstolo realmente escreveu todas as epístolas atribuídas a ele, existem 13 escritas por Paulo no Novo Testamento. Por conveniência, vamos dividi-las em três grupos.

    As epístolas maiores e mais antigas. Incluem Gálatas, 1 e II Tessalonicenses, 1 e II Coríntios e Romanos. A primeira é a única carta na qual Paulo não tinha quase nada de positivo a dizer aos destinatários. Escreveu devido à sua grande preocupação, pois muitos gálatas já seguiam “outro evangelho”. O apóstolo temia pela salvação deles e pela pureza da doutrina da vida eterna somente pela graça, por meio da fé. Ao que parece, os que argumentavam que o cristão precisava primeiro tornar-se judeu para ser salvo tinham grande sucesso na difusão de suas ideias. Defendiam a necessidade da circuncisão, a guarda da Lei de Moisés e do sábado. Esses ideais iam diretamente contra o ensino de Paulo de que os gentios tornavam-se cristãos e eram “justificados” (declarados não culpados diante de Deus) por meio da fé em Jesus Cristo e ainda continuavam gentios (Gl 3:8-11,24; 5.4). Paulo disse aos gálatas: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1:9). Declarava que eles eram todos filhos de Deus “pela fé em Cristo Jesus... desta forma não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3:26-29). Jesus livra da letra da lei e da sua punição, pois assim declarou Paulo: “Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20). Esta existência em Jesus é uma vida composta de uma nova natureza, agora dirigida pelo Espírito de Cristo e conduzida ao objetivo da vida eterna (Gl 5:16-22,25; 6.8). Paulo afirmava que essas verdades eram para todos os que creem em Jesus Cristo, qualquer que fosse a nacionalidade, sexo ou classe social. O cristianismo nunca seria meramente uma facção do judaísmo. O fato de que as decisões do Concílio de Jerusalém não fazem parte das argumentações e do ensino de Paulo leva alguns a crerem que provavelmente a carta aos Gálatas foi escrita antes desta reunião (talvez em 49 d.C.). Outros colocam a data bem depois.

    As epístolas de 1 e II Tessalonicenses são bem conhecidas pelos ensinos que contêm sobre a segunda vinda de Cristo. De fato, na primeira das duas Paulo gasta um tempo considerável encorajando os cristãos na fé, na vida cristã e no testemunho (1Ts 4). Dá graças a Deus por eles, especialmente pela maneira como aceitaram a pregação no início, “não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que credes” (1Ts 2:13). O apóstolo apelou para que continuassem na fé, principalmente à luz da vinda de Cristo, a qual lhes proporcionaria grande esperança e alegria. Deveriam encorajar uns aos outros (1Ts 4:18) com a certeza de que Jesus voltaria e não deveriam lamentar pelos que morressem, como se fossem iguais ao resto do mundo sem esperança (1Ts 4:13). A segunda epístola provavelmente foi escrita durante a permanência de Paulo na cidade de Corinto. Novamente dá graças a Deus pela perseverança dos cristãos, pela fé e pelo amor que demonstravam uns aos outros (2Ts 1:3-12). Parte da carta, entretanto, é escrita para corrigir algumas ideias equivocadas sobre a volta de Cristo. Um fanatismo desenvolvera-se, o qual aparentemente levava as pessoas a deixar de trabalhar, a fim de esperar a iminente volta do Senhor (2Ts 2). Paulo insistiu em que os irmãos deveriam levar uma vida cristã normal, mesmo diante das dificuldades e perseguições. O fato de que Deus os escolheu e salvou por meio da operação do Espírito os ajudaria a permanecer firmes na fé (2Ts 2:13-15).

    As epístolas aos Coríntios provavelmente foram escritas durante a longa permanência de Paulo na cidade de Éfeso. A primeira carta trata de uma variedade de problemas que a igreja enfrentava. O apóstolo demonstrou preocupação pela maneira como os cristãos se dividiam em facções (1Co 1:12). Lembrou que não deveriam ir diante dos tribunais seculares para resolver suas diferenças (1Co 6). Ensinou-os sobre a importância de uma vida moralmente pura e lembrou que seus corpos eram santuário de Deus e o Espírito de Deus habitava neles (1Co 3:16-5:1-13). Tratou da questão prática sobre se deveriam ou não comer carne previamente oferecida a divindades pagãs e também discutiu sobre a maneira como os dons espirituais deviam ser usados na 1greja, ou seja, para a edificação e a manifestação do verdadeiro amor cristão no meio da comunidade (1Co 12:14). A ressurreição física de Cristo também é amplamente discutida em I Coríntios 15.

    Na época em que Paulo escreveu a segunda carta aos Coríntios, as supostas divisões na igreja estavam cada vez mais patentes. Ele, porém, preocupou-se com o seu próprio relacionamento com a igreja e discutiu sobre isso. É claro que alguns irmãos da comunidade o desrespeitavam, talvez mediante o argumento de que não era mais espiritual do que os líderes locais, os quais Paulo chama de “excelentes apóstolos” (2Co 11:5).

    Nesta carta, Paulo demonstrou como deveria ser a vida do verdadeiro cristão. Ao tomar sua própria vida como exemplo, mostrou que sofreu terríveis perseguições e dificuldades por causa de Cristo (2Co 10:12). Talvez não fosse o mais eloqüente dos oradores, mas fora chamado para o ministério do Evangelho e Deus tinha honrado seu trabalho. Muitas vezes sentiu-se enfraquecido e derrotado, mas a fé no Senhor Jesus Cristo e o desejo de completar seu chamado fizeram-no seguir adiante (veja especialmente 2 Co 4 e 5; 7). Lembrou os leitores sobre a glória do Evangelho (2Co
    3) e os encorajou a serem generosos na oferta para os pobres de Jerusalém (2Co 8).

    A carta aos Romanos provavelmente foi redigida na década de 50 d.C. É uma epístola escrita a uma igreja que o apóstolo nunca visitara. É cheia de louvores pela fé e pelo compromisso deles com Cristo. Seu tema principal enfatiza que a justificação se opera pela fé em Jesus, tanto para os judeus como para os gentios. Existe alguma discussão sobre o motivo que levou Paulo a escrever esta carta. Alguns dizem que estava consciente das divergências entre os convertidos judeus e gentios na igreja e a necessidade que tinham de uma ajuda pastoral. Outros alegam que a carta formou a base teológica para sua estratégia missionária de levar o Evangelho aos gentios e que o apóstolo esperava o apoio dos cristãos de Roma no seu projeto de viajar à Espanha. Existem outros motivos alegados. A própria carta enfatiza que todas as pessoas, tanto judeus como gentios, têm pecado (Rm 1:18-3.10,11; etc.). A salvação, entretanto, veio para todo o que tem fé em Jesus Cristo, “sem distinção”. Embora todos tenham pecado, os que crêem “são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:23-24). A razão para esta possibilidade de salvação para todos é vista na natureza vicária da morte de Cristo (Rm 3:24-26; veja Jesus). Judeus e gentios igualmente são herdeiros das ricas bênçãos da aliança de Deus, porque o Senhor é fiel em cumprir suas promessas. A justiça de Deus é vista na absolvição dos que são salvos pela graça, mas também na maneira como cumpriu as promessas feitas a Abraão, o grande exemplo de justificação pela fé (Rm 4). Nesta epístola, Paulo discutiu também sobre a vida cristã debaixo da direção do Espírito Santo, ou sobre o privilégio da adoção de filhos de Deus e a segurança eterna que ela proporciona (Rm 8). Paulo mencionou também como a nação de Israel encaixa-se no grande plano de salvação de Deus (Rm 9:11) e enviou instruções sobre como os cristãos devem viver para Cristo, como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1-2).

    As epístolas da prisão. Essas cartas foram redigidas na prisão. Há alguma discussão sobre se todas foram escritas durante o tempo em que Paulo esteve preso em Roma ou durante um período em que ficou detido em Cesaréia. Se todas são do tempo da prisão na capital do império, elas foram elaboradas entre 62 e 63 d.C. Aqui estão incluídas as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom (para mais detalhes sobre Filemom, veja Filemom e Onésimo).

    A carta aos Efésios se inicia com uma das mais gloriosas passagens das Escrituras, pois descreve as grandes bênçãos que os cristãos experimentam por estarem “em Cristo”. Tais promessas foram planejadas por Deus desde antes da criação do mundo. Incluem o perdão dos pecados, a adoção para os que se tornam filhos de Deus, a alegria da glória de Deus e a posse do Espírito Santo como garantia da redenção e da plena herança da vida eterna (Ef 1). A epístola medita sobre essas bênçãos e o maravilhoso amor de Deus por seu povo, amor este que leva à grande demonstração da graça na salvação dos que têm fé em Jesus (Ef 2). A Igreja é o Corpo de Cristo, unida no chamado e no propósito (Ef 2:11-12). Portanto, o povo de Deus deve viver como filhos da luz, andar cheios do Espírito Santo, ser imitadores de Deus e testemunhas dele no meio das trevas do mundo ao redor (Ef 4:1-5.21). Paulo prossegue e expõe como certos relacionamentos específicos refletiriam o amor de Deus por seu povo (Ef 21. a 6.10). Depois insistiu em que os cristãos permanecessem firmes na fé e colocassem toda a armadura de Deus, liderados pelo Espírito e obedientes à Palavra do Senhor (Ef 6:1-18).

    Filipenses é uma carta de agradecimento. O apóstolo escreveu para agradecer aos cristãos de Filipos pela recente ajuda financeira que lhe enviaram (especialmente Fl 1 e 4:10-20). Os crentes daquela cidade aparentemente eram mantenedores fiéis do ministério de Paulo, e sua gratidão a Deus pela vida deles brilha por toda a carta. Os comentários pessoais sobre Epafrodito e sua enfermidade refletem o relacionamento pessoal que o apóstolo mantinha com esses irmãos. Paulo advertiu-os com relação aos judaizantes (Fl 3:1-11) e os desafiou a permanecer firmes e continuar a viver vidas “dignas de Cristo”, qualquer que fosse a situação que tivessem de enfrentar (Fl 1:27-30; 2:12-18; 3.12 a 4.1). A passagem teológica mais notável pode ser encontrada em Filipenses 2:1-11. O texto fala sobre a humildade de Cristo, uma característica que ninguém no mundo antigo e muito menos no moderno realmente aspira! Esta humildade demonstrada por Jesus, que acompanhou seu chamado até a cruz, proporciona a base e o exemplo ao apelo de Paulo para que os filipenses continuassem unidos em humildade, sem murmurações, enquanto cumpriam o próprio chamado. Esta vocação é resumida por Paulo em Filipenses 2:14-17. Deveriam resplandecer “como astros no mundo, retendo a palavra da vida”.

    Os cristãos de Colossos provavelmente eram, na maioria, gentios; portanto, foram os primeiros a se converter ao Evangelho por intermédio do ministério de Epafras (Cl 1:7-2.13). Pelo que Paulo diz, os eruditos inferem que, ao escrever esta carta, ele estava preocupado com algumas doutrinas falsas que haviam entrado na igreja. Talvez o ensino herético tenha diminuído a importância de Cristo, pois enfatizava demais a sabedoria humana. Talvez insistissem na adoção de certas práticas judaicas como a circuncisão e a guarda do sábado. A adoração de anjos provavelmente fazia parte das ideias, e possivelmente havia também uma ênfase no misticismo e nas revelações secretas. Em resposta a tudo isso, Paulo falou sobre a preeminência de Jesus sobre todas as coisas. Somente Ele é o cabeça da Igreja. É o Criador preexistente e o primeiro a ressuscitar dentre os mortos (Cl 1:15-23). Foi em Cristo que aquelas pessoas haviam morrido para o pecado e ressuscitado por Deus para uma nova vida. Foi “nele” que foram perdoadas. “Em Cristo” as leis do sábado e sobre comidas e bebidas foram consideradas redundantes, pois eram apenas “sombras” que esperavam a manifestação do Filho de Deus (Cl 2:16-19). O desafio para esses cristãos era que não se afastassem de Jesus, em busca de experiências espirituais por meio de anjos ou da obediência a preceitos legais; pelo contrário, conforme Paulo diz, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus” (Cl 3:2-3). Deveriam viver como escolhidos de Deus e filhos consagrados, a fim de que a palavra de Cristo habitasse neles abundantemente (Cl 3:15-17).

    As epístolas pastorais. Essas cartas são 1 e II Timóteo e Tito. São tradicionalmente chamadas de “pastorais” porque incluem instruções para os jovens pastores Timóteo e Tito, na liderança da igreja primitiva. Paulo desafiou esses líderes a estar vigilantes contra o falso ensino que rapidamente surgiria nas igrejas (1Tm 1:3-20; 2 Tm 3; Tt 1:1016; etc.). O apóstolo os exortou quanto à oração pública e deu instruções sobre o tipo de pessoa adequada para ocupar cargos de liderança nas igrejas (1Tm 3:1-13; Tt 1:6-9). Paulo também desejava que eles soubessem o que ensinar e como lidar com diferentes grupos de pessoas. O ensino deveria ser de acordo com as Escrituras e não comprometido por causa de pessoas que nem sempre gostavam do que ouviam (2Tm 3.14 a 4.5; Tt 2; etc.) A mensagem também precisava exortar contra as dissensões e a apostasia que seriam os sintomas dos “últimos dias” (1Tm 4:1-16; 6:3-10; 2 Tm 2.14 a 3.9; etc.).

    O ensino de Paulo

    Apenas alguns dos ensinamentos de Paulo foram mencionados aqui. O que motivou o apóstolo em seu ensino foi sua experiência pessoal na estrada de Damasco. Enquanto refletia sobre o que acontecera ali, chegara à conclusão de que aquela luminosidade o deixara cego a fim de que pudesse contemplar o poder de Deus. Jesus tinha essa glória; portanto, era Senhor, um ponto que enfatiza várias vezes, inclusive ao aplicar a Cristo declarações e ideias atribuídas a Yahweh no Antigo Testamento. O apóstolo reconheceu que, embora fosse judeu, precisava de salvação e perdão do pecado, e tais dádivas só podiam ser encontradas no sacrifício de Cristo, que morrera em seu lugar na cruz. Esta grande mensagem era para todas as pessoas, independentemente de raça ou antecedentes.

    Todos pecaram. Esse assentimento da situação difícil do homem serve como base da grande convicção que Paulo tinha de que todas as pessoas precisavam ouvir o Evangelho. Em Romanos 1:3 ele demonstra que os gentios (os pagãos) serão considerados culpados de rejeição para com Deus com base em sua revelação por meio da criação. O apóstolo argumenta assim: “Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis” (Rm 1:19-20). O pecado tem levado a mais transgressões, pois as pessoas se afastam de Deus em rebelião, de maneira que o Senhor as entrega a práticas infames que desejam realizar. O fim delas está claramente determinado: “Mas, segundo a tua dureza de coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (Rm 2:5). Para o apóstolo, entretanto, falar de tal profundidade do pecado entre os gentios era uma coisa; mas ele prossegue e argumenta que os judeus estão na mesma situação, pois “para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2:11). A Lei de Moisés não pode salvar e Paulo argumenta que o verdadeiro judeu é o que o é interiormente: “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra, e cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (v. 29). A vantagem do judeu reside no fato de que tem a Palavra de Deus, a Lei e as Escrituras do Antigo Testamento (Rm 3:2), ainda que essa mesma Lei aponte para a justiça de Deus e o juízo sobre o pecado. A Lei revela como os homens e as mulheres realmente são pecadores (Rm 3:20). As conclusões de Paulo, baseadas no que é ensinado nesses capítulos, são resumidas numa citação de vários livros da própria Lei na qual os judeus achavam que podiam confiar: “Não há um justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3:10-12; veja Sl 14:1-3; 53:1-3). Portanto, o resultado desse pecado universal é claro, pois ninguém escapará da ira (do justo julgamento) de Deus. Por isso, o problema enfrentado por toda a humanidade é temível. Seja judeu ou gentio, o Senhor não fará distinção entre os pecadores.

    Cristo crucificado. Para o apóstolo, havia apenas uma resposta para essa questão, e ele a encontrara na pessoa de Jesus. Aonde quer que fosse, Paulo proclamava a Cristo. O Filho de Deus era a resposta para a situação de todas as pessoas, não somente para os judeus, mas também os gentios. Todos estão debaixo do julgamento de Deus e precisam de salvação, redenção e perdão. O Senhor, entretanto, jamais ignoraria sua justiça, ou seja, não expressaria amor por meio da supressão da justiça (veja Deus, Jesus). Deus é amor, mas é também justiça. Paulo aprendera que, em Cristo, a justiça perfeita de Deus foi revelada, mas a grande bondade, o amor, a misericórdia e a graça do Senhor também se manifestam em Jesus.

    Em Romanos 3:21-26 Paulo expôs que essa justiça de Deus é “pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem” (v. 22). Precisamente porque o Senhor não tem favoritismo, “pois todos pecaram”, homens e mulheres de todas as raças são “justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (v. 24). Jesus foi apresentado por Deus como sacrifício. A fé em Cristo significa entender que sua vida foi dada como um sacrifício de expiação pelos pecados e que, desta maneira, Deus permanece justo — o castigo pelo pecado foi pago na cruz. Paulo refere-se a esse sacrifício de maneiras diferentes em outros textos. Por exemplo, viu o sacrifício como “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Também contemplou Jesus da seguinte maneira: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5:7).

    O argumento de Paulo de que judeus e gentios encontravam a salvação da mesma maneira está baseado no fato de que “há somente um Deus” para todos. Portanto, desde que Ele é justo e não faz distinção, a salvação será pela fé em Jesus Cristo para todo o que crer (Rm 3:29-30).

    Para o apóstolo, o advento de Cristo cumpriu o propósito de Deus para a salvação: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4:4-5). Sob a Lei, Cristo recebeu a punição sobre si e resgatou as pessoas da “maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3:13). O sacrifício de Jesus na cruz e a redenção que pagou para nós com seu próprio sangue tornaram-se o ponto principal da pregação de Paulo. Essas eram as boas novas: Jesus trouxe o perdão e recebeu a punição pelo pecado. O apóstolo assim resume sua pregação: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1:23). Sua mensagem era “a palavra da cruz” (1Co 1:18).

    Justificação pela graça por meio da fé. O aceso a essa obra salvadora de Cristo na cruz era, para o apóstolo, inteiramente pela graça de Deus. Se a redenção fosse alcançada por meio da obediência à Lei, seria possível que as pessoas se orgulhassem de ter alcançado a própria salvação; Paulo, porém, tinha plena convicção de que era obra de Deus por seu povo e uma demonstração da sua graça (seu amor e misericórdia imerecidos) em favor do seu povo (Ef 2:9). Várias vezes o apóstolo insiste em que todos terão de comparecer diante do trono de Deus, e a única esperança do veredicto de “não culpado” (de justificado), quando enfrentassem o julgamento justo de Deus, estava na sua graça. Assim, a redenção vem pela graça e o indivíduo pode apropriar-se dela pela fé, que envolve um compromisso com a justiça de Deus e com seus caminhos justos em Cristo. A fé olha somente para Deus em busca da salvação e, desta maneira, o homem admite a própria incapacidade diante do Senhor, reconhece o pecado e a necessidade de perdão, e olha para Deus como o único que o pode perdoar.

    Essa justificação é conquistada à custa da morte de Cristo, e o pagamento da dívida foi confirmado por Deus na ressurreição de seu Filho (Rm 4:25-5.16,18; etc.). Nenhum outro custo é exigido. Os pecadores são justificados “gratuitamente pela graça”; “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé — e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Rm 3:24; Ef 2:5-8; etc.). Desde que a obediência à Lei não proporcionou a salvação, novamente Paulo mostra que os gentios também estão incluídos. Eles podem ter fé: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro a evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações” (Gl 3:8). Paulo não ensina somente sobre a justificação pela fé em Cristo como meio para alguém se tornar cristão. Deus salva a todos pela graça com um propósito: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9). Essa justificação pela graça significa que os que crêem têm acesso a todas as bênçãos que o Senhor prometeu ao seu povo, resumidas nas palavras “vida eterna”: “A fim de que, justificados por sua graça, sejamos feitos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Ti 3.7).

    A vida no Espírito. De acordo com os escritos de Paulo, a operação do Espírito Santo permeia cada área da vida cristã e da Igreja. Ele primeiramente se manifesta na proclamação do Evangelho do Cristo crucificado. A pregação do apóstolo levava as pessoas à conversão porque, segundo ele, “a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:4). Esta obra do Espírito, segundo Paulo, era para que a fé se apoiasse inteiramente no poder de Deus (v. 5), “de sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17-1 Ts 1.5). O Espírito, entretanto, está ativo também na vida da pessoa que ouve a mensagem, pois “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Assim, o Espírito de Deus está ativamente presente na pregação do Evangelho e na vida do que ouve e se volta para Cristo.

    Os que exercem a fé são redimidos e justificados e sabem que não são mais condenados por Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). A evidência que eles têm da obra de Deus em suas vidas, segundo Paulo, está na posse do Espírito Santo. A vida no Espírito desta maneira traz ao crente muitas bênçãos e muitos desafios. Todos os que pertencem a Jesus possuem o Espírito de Cristo, e isso significa que são controlados pelo Espírito (Rm 8:9). É Ele quem garante a uma pessoa que ela pertence a Deus. De fato, este é o “selo de posse” de Deus, “o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2Co 1:22). Esse aspecto da função do Espírito como “um selo de garantia” é mencionado em numerosas ocasiões, especialmente quando Paulo pensa sobre o futuro, quando teria de enfrentar a morte, ou sobre a herança que um dia os cristãos receberão do Senhor (2Co 5:4-5; Ef 1:14; etc.).

    O Espírito Santo auxilia as pessoas na oração e leva as súplicas dos crentes fracos e falíveis diante do Pai (Rm 8:26-27). Desde que a vida cristã é vivida em comunidade, o Espírito também ajuda na vida corporativa da Igreja. Segundo Paulo, cada cristão recebe algum “dom do Espírito” com o qual ajuda outros crentes em seu progresso espiritual. Esses dons serão úteis na edificação de outras pessoas na fé, de maneiras variadas. O apóstolo não dá uma lista exaustiva de tais dons, mas menciona diversos, como demonstrar hospitalidade, falar em línguas, ensinar, repartir com liberalidade, profetizar e administrar (1Co 12:4-11; Rm 12:6-8). Intimamente ligado a esse trabalho que capacita todos os crentes a ter uma plena participação na vida da Igreja está o trabalho de promover a unidade cristã. Freqüentemente Paulo enfatiza essa tarefa do Espírito Santo. A unidade entre os crentes não é um acessório opcional, mas a essência da fé cristã, pois ela é proveniente da própria natureza de Deus: “Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12:13). Desta maneira, é tarefa de cada cristão procurar “guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz”, porque “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4:3-6).

    Um importante aspecto da operação do Espírito Santo na vida do crente é o de produzir a consciência do pecado, a necessidade do perdão e ajudar o indivíduo a viver em santidade e integridade para a glória de Deus. Esse processo efetuado pelo Espírito leva ao crescimento e é chamado de “santificação”. É papel do Espírito separar o crente da pecaminosidade e operar nele, para que ele produza uma existência cada vez mais semelhante à de Cristo. Em II Tessalonicenses 2:13 Paulo diz: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (veja também 1 Co 6.11). É esse trabalho do Espírito que os cristãos ignoram, para a própria perdição. O apóstolo insiste em que todos devem “viver no Espírito” e dessa maneira serão protegidos do mal que os cerca e do pecado: “Digo, porém: Andai no Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5:16-17; Rm 8:13-15).

    Quando lemos os escritos de Paulo, observamos que é difícil encontrar uma obra do Espírito que nos deixe tão empolgados do que a que concede ao crente o direito de ser “filho de Deus”. Isso claramente tem que ver com o fato de sermos herdeiros de todas as bênçãos do Senhor, mas também com o relacionamento novo e pessoal com o Pai: “Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6; veja Aba). Essa convivência é maravilhosamente libertadora: “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8:15). De acordo com Paulo, o Espírito Santo é essencial para a própria existência do cristão. Ele inicia, confirma e desenvolve a fé, estabelece a unidade, vive no interior do crente, promove a santificação, garante o futuro, possibilita a vida em comunidade e cumpre muitas outras tarefas além dessas. Seu objetivo é cumprir a plena vontade de Deus na vida do cristão individualmente e na vida da Igreja de Deus.

    A vida depois da morte. Paulo tinha plena convicção da vida após a morte. Pressupunha que um dia todas as pessoas testemunhariam a volta do Senhor e enfrentariam seu julgamento (Rm 2:5-14.10; Fp 2:10). Naquele dia haverá uma separação entre as pessoas, que não dependerá de suas boas obras ou más ações, mas da experiência da graça de Deus que tiveram em suas vidas, pela fé (Rm 5:1-8.1). Uma das maiores alegrias que Paulo demonstrava como cristão era o fato de não temer a morte, pois cria que Jesus conduziu seus pecados sobre si na cruz, onde pagou por eles (Rm 8:1517). De fato, o apóstolo tinha plena confiança no futuro. Se morresse ou permanecesse vivo, estaria com o Senhor e continuaria a glorificá-lo (2Co 5:6-9). De todas as pessoas, Paulo estava consciente da fragilidade da vida humana. Em muitas ocasiões esteve próximo da morte e muitas vezes foi espancado e apedrejado (2Co 11:23-29). Falou em “gemer” e carregar um fardo nesse corpo, mas mesmo assim perseverava, ciente de que um dia o que é mortal será absorvido pela vida (2Co 5:4). Novamente o apóstolo voltou-se para o Espírito Santo dentro dele para a confirmação e a garantia dessas promessas futuras (v. 5).

    Embora Paulo deixasse claro que preferia estar com o Senhor do que sofrer perseguições por causa da fé, nunca se preocupou com o que viria depois da morte. Pelo contrário, sua absoluta convicção de que um dia, como Cristo, ele ressuscitaria dentre os mortos e herdaria a vida eterna deu-lhe um propósito para a existência. Deus o chamara para proclamar as boas novas de que Jesus morrera no lugar de todo o que cresse nele e ressuscitara dentre os mortos, sendo “as primícias” dos que dormem. A volta de Cristo e a ressurreição dos mortos levarão a uma mudança radical do corpo (1Co 15:20-35-44). Isso levou o apóstolo a declarar: “Mas a nossa pátria está nos céus, de onde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:20-21).

    Existe muita discussão sobre o que Paulo imaginava a respeito do tempo da morte e o da ressurreição geral, na vinda de Cristo. Será que o apóstolo acreditava em alguma forma de “sono da alma”, no qual as pessoas entrariam em um tipo de inconsciência, no aguardo da vinda de Cristo? Ou será que acreditava na possibilidade de o espírito humano ir imediatamente à presença do Senhor? Não temos espaço aqui para examinar o ensino de Paulo detalhadamente, mas existem passagens que deixam claro o seu ponto de vista: após a morte, o homem interior (alma e espírito) é imediatamente conduzido à presença do Senhor. Ao falar novamente sobre seu desejo de servir a Deus, ao mesmo tempo em que desejava estar com Ele na eternidade, Paulo disse: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fp 1:23; veja também 2 Co 5.3).

    Apesar de todas as suas implicações, para o apóstolo a morte significava “glória eterna”; “estar com o Senhor”; “vida”; “da parte de Deus um edifício, uma casa... eterna, nos céus” (2Co 4:17-5.1,4,8). Não é de estranhar, portanto, que pudesse declarar: “Portanto, nós não atentamos nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas” (2Co 4:18).

    Conclusões

    Certamente Paulo foi o maior mestre da fé cristã depois do próprio Senhor Jesus Cristo. Chamado e dirigido pelo Espírito Santo para proclamar o Evangelho aos gentios, esse grande teólogo expôs as profundidades da fé cristã de uma maneira que se mostra fundamental para a Igreja de Jesus através dos séculos. Seu total compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado permanece como um exemplo para todos os crentes de todas as épocas. Seu desejo de preservar a verdade contra todas as heresias ou qualquer coisa que tentasse desfazer o direito à salvação somente pela graça brilha através de todos os seus escritos. Seu profundo zelo pela aplicação da verdade do Evangelho na vida do crente levou-o a escrever páginas sobre como se deve viver o autêntico cristianismo no meio de uma sociedade pagã. Tudo isso só seria alcançado por meio do Espírito Santo, que vive no interior do crente para realizar os propósitos do Pai. Seu profundo amor pelos irmãos na fé e a maneira como sofria e entristecia-se com os pecados e sofrimentos deles são vistos não somente no modo como escreveu sobre os crentes, ou seja, com grande carinho e encorajamento, mas também em suas repetidas referências às orações que fazia por eles.

    Sua profunda convicção de que todos pecaram e estão debaixo do julgamento de Deus e sua preocupação para que homens e mulheres ao redor do mundo encontrassem a salvação de que precisavam tão desesperadamente levaram Paulo a responder ao chamado para pregar o Evangelho aos gentios. Para o apóstolo, Cristo era a única resposta.

    Ele era o foco e o poder da vida de Paulo e, acima de tudo, aquele que morreu para que ele recebesse o perdão e encontrasse a justificação e a vida eterna no último dia. P.D.G.


    Paulo [Pequeno] - Nome romano de SAULO, APÓSTOLO dos GENTIOS, o maior vulto da Igreja primitiva (At 13:9). Israelita da tribo de Benjamim (Fp 3:5) e FARISEU (At 23:6), era cidadão romano por ter nascido em TARSO. Foi educado em Jerusalém aos pés de GAMALIEL (At 22:3); 26:4-5). De perseguidor dos cristãos (At 8:3), passou a ser pregador do evangelho, a partir de sua conversão (At 9). De Damasco foi à Arábia (Gl 1:17). Voltando para Damasco, teve de fugir (At 9:23-25). Em Jerusalém os cristãos tinham receio dele (At 9:26-28), mas Barnabé o levou aos apóstolos. Foi enviado a Tarso (At 9:30), e dali Barnabé o levou a Antioquia da Síria (At 11:19-30). Com vários companheiros Paulo realizou três viagens missionárias (Act 13—20). Em Jerusalém enfrentou a fúria dos opositores, indo parar em Cesaréia (At 21:17—23:) 35), onde compareceu perante Félix, Festo e Herodes Agripa II (Act 24—26). Tendo apelado para o Imperador, viajou para Roma, onde permaneceu preso durante 2 anos (At 27—28;
    v. os mapas das viagens missioná rias de Paulo: PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO, SEGUNDA VIAGEM DE PAULO, TERCEIRA VIAGEM DE PAULO, VIAGEM

    Paúlo

    substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
    Cerrado para o gado.

    substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
    Cerrado para o gado.

    Prega

    prega s. f. 1. Dobra que se faz num tecido, numa peça de vestuário. 2. Ruga defeituosa, numa peça de vestuário. 3. Depressão de terreno.

    Senhor

    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    Tentar

    verbo transitivo direto Esforçar-se para conseguir alguma coisa e empregar meios para isso; intentar: ele tentava uma vaga na universidade.
    Procurar conseguir; experimentar ter êxito; arriscar: veio para tentar fortuna.
    Mostrar intenção de; pretender: tentou, em vão, regenerar-se.
    Empregar, usar de: tentei todos os meios para o convencer!
    Exercer tentação sobre; atentar: a corrupção tentava-o.
    Fazer com que alguém se interesse pela realização de algo: a vontade de crescer na empresa tentava-a.
    Buscar saber por antecipação; sondar: tentou o percurso do desafio.
    verbo pronominal Estar exposto ao perigo ou colocar alguém numa situação perigosa; arriscar: tentar-se ao desconhecido.
    Ser levado pela sedução; seduzir: tentou-se pela sua inteligência.
    Etimologia (origem da palavra tentar). Do latim temptare.

    tentar
    v. 1. tr. dir. Empregar os meios para obter (o que se deseja); diligenciar, empreender. 2. tr. dir. Pôr à prova; experimentar. 3. tr. dir. Ensaiar, experimentar, exercitar. 4. pron. Arriscar-se, aventurar-se a. 5. tr. dir. dir. Instaurar demanda. 6. tr. dir. Induzir, instigar, seduzir para o mal. 7. tr. dir. Criar desejos em; induzir. 8. tr. dir. Procurar seduzir, procurar conquistar o amor de. 9. tr. dir. Procurar corromper. 10. pron. Deixar-se seduzir; ceder à tentação.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    δέ τίς Ἰουδαῖος ἐξορκιστής περιέρχομαι ἐπιχειρέω ὀνομάζω ὄνομα κύριος Ἰησοῦς ἐπί ἔχω πνεῦμα πονηρός λέγω ὁρκίζω ὑμᾶς Ἰησοῦς ὅς Παῦλος κηρύσσω
    Atos 19: 13 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Então, alguns judeus andarilhos, exorcistas, tentavam invocar sobre os que tinham espíritos malignos o nome do Senhor Jesus, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.
    Atos 19: 13 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    54 d.C.
    G1161
    δέ
    e / mas / alem do mais / além disso
    (moreover)
    Conjunção
    G1845
    exorkistḗs
    ἐξορκιστής
    pai de Eliasafe, o capitão da tribo de Gade na época da contagem do povo no Sinai,
    (of Deuel)
    Substantivo
    G1909
    epí
    ἐπί
    sobre, em cima de, em, perto de, perante
    (at [the time])
    Preposição
    G2021
    epicheiréō
    ἐπιχειρέω
    colocar a mão para, procurar fazer algo
    (have undertaken)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Ativo - 3ª pessoa do plural
    G2192
    échō
    ἔχω
    ter, i.e. segurar
    (holding)
    Verbo - Presente do indicativo ativo - nominina feminino no singular
    G2424
    Iēsoûs
    Ἰησοῦς
    de Jesus
    (of Jesus)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G2453
    Ioudaîos
    Ἰουδαῖος
    pai de um dos soldados das tropas de elite de Davi
    (a hachmonite)
    Substantivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2784
    kērýssō
    κηρύσσω
    laço, corrente, tormento, mãos
    ([there are] bands)
    Substantivo
    G2962
    kýrios
    κύριος
    antes
    (before)
    Prepostos
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3686
    ónoma
    ὄνομα
    uma cidade no extremo sul de Judá e a cerca de 24 km (15 milhas) no sudoeste de
    (and Chesil)
    Substantivo
    G3687
    onomázō
    ὀνομάζω
    nomear
    (he called)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G3726
    horkízō
    ὁρκίζω
    forçar a tomar um juramento, administrar um juramento a
    (I adjure)
    Verbo - presente indicativo ativo - 1ª pessoa do singular
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3972
    Paûlos
    Παῦλος
    Paulo era o mais famoso dos apóstolos e escreveu boa parte do NT, as 14 epístolas
    (Paulus)
    Substantivo - masculino dativo singular
    G4022
    periérchomai
    περιέρχομαι
    andar para lá e para cá
    (itinerant)
    Verbo - particípio no presente médio ou passivo - Masculino no Plurak genitivo
    G4151
    pneûma
    πνεῦμα
    terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
    ([the] Spirit)
    Substantivo - neutro genitivo singular
    G4190
    ponērós
    πονηρός
    cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
    (evil)
    Adjetivo - neutro acusativo singular
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G5100
    tìs
    τὶς
    alguém, uma certa pessoa
    (something)
    Pronome interrogatório / indefinido - neutro acusativo singular


    δέ


    (G1161)
    (deh)

    1161 δε de

    partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

    1. mas, além do mais, e, etc.

    ἐξορκιστής


    (G1845)
    exorkistḗs (ex-or-kis-tace')

    1845 εξορκιστης exorkistes

    de 1844; TDNT - 5:464,729; n m

    1. aquele que arranca um juramento de alguém
    2. exorcista
      1. alguém que emprega uma fórmula de conjuração para expelir demônios

    ἐπί


    (G1909)
    epí (ep-ee')

    1909 επι epi

    uma raíz; prep

    sobre, em cima de, em, perto de, perante

    de posição, sobre, em, perto de, acima, contra

    para, acima, sobre, em, através de, contra


    ἐπιχειρέω


    (G2021)
    epicheiréō (ep-ee-khi-reh'-o)

    2021 επιχειρεω epicheireo

    de 1909 e 5495; v

    colocar a mão para, procurar fazer algo

    tomar nas mãos, experimentar, tentar


    ἔχω


    (G2192)
    échō (ekh'-o)

    2192 εχω echo

    incluindo uma forma alternativa σχεω scheo, usado apenas em determinados tempos), verbo primário; TDNT - 2:816,286; v

    1. ter, i.e. segurar
      1. ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
    2. ter, i.e., possuir
      1. coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
      2. usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
    3. julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
    4. segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
      1. estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa

    Ἰησοῦς


    (G2424)
    Iēsoûs (ee-ay-sooce')

    2424 Ιησους Iesous

    de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

    Jesus = “Jeová é salvação”

    Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

    Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

    Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

    Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

    Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)


    Ἰουδαῖος


    (G2453)
    Ioudaîos (ee-oo-dah'-yos)

    2453 ιουδαιος Ioudaios

    de 2448 (no sentido de 2455 como um país); TDNT - 3:356,372; adj

    judeu, que pertence à nação dos judeus

    judeu de nascimento, origem, religião


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κηρύσσω


    (G2784)
    kērýssō (kay-roos'-so)

    2784 κηρυσσω kerusso

    de afinidade incerta; TDNT - 3:697,430; v

    1. ser um arauto, oficiar como um arauto
      1. proclamar como um arauto
      2. sempre com sugestão de formalismo, gravidade, e uma autoridade que deve ser escutada e obedecida

        publicar, proclamar abertamente: algo que foi feito

        usado da proclamação pública do evangelho e assuntos que pertencem a ele, realizados por João Batista, por Jesus, pelos apóstolos, e outros mestres cristãos


    κύριος


    (G2962)
    kýrios (koo'-ree-os)

    2962 κυριος kurios

    de kuros (supremacia); TDNT - 3:1039,486; n m

    1. aquele a quem uma pessoa ou coisas pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão; mestre, senhor
      1. o que possue e dispõe de algo
        1. proprietário; alguém que tem o controle da pessoa, o mestre
        2. no estado: o soberano, príncipe, chefe, o imperador romano
      2. é um título de honra, que expressa respeito e reverência e com o qual servos tratavam seus senhores
      3. título dado: a Deus, ao Messias

    Sinônimos ver verbete 5830


    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὄνομα


    (G3686)
    ónoma (on'-om-ah)

    3686 ονομα onoma

    de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n

    nome: univ. de nomes próprios

    o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém

    pessoas reconhecidas pelo nome

    a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão


    ὀνομάζω


    (G3687)
    onomázō (on-om-ad'-zo)

    3687 ονομαζω onomazo

    de 3686; TDNT - 5:282,694; v

    1. nomear
      1. nomear, proferir, fazer menção do nome
      2. nomear
        1. dar o nome a alguém
        2. ser nomeado
          1. levar o nome de uma pessoa ou coisa
      3. proferir o nome de uma pessoa ou coisa

    ὁρκίζω


    (G3726)
    horkízō (hor-kid'-zo)

    3726 ορκιζω horkizo

    de 3727; TDNT - 5:462,729; v

    forçar a tomar um juramento, administrar um juramento a

    adjurar (implorar solenemente)


    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    Παῦλος


    (G3972)
    Paûlos (pow'-los)

    3972 παυλος Paulos

    de origem latina; n pr m Paulo = “pequeno ou menor”

    Paulo era o mais famoso dos apóstolos e escreveu boa parte do NT, as 14 epístolas paulinas

    Paulo era representante ou procônsul de Chipre. É conhecido como homem prudente tanto na administração dos afazeres quanto como governador


    περιέρχομαι


    (G4022)
    periérchomai (per-ee-er'-khom-ahee)

    4022 περιερχομαι perierchomai

    de 4012 e 2064 (que inclue seu substituto); TDNT - 2:682,257; v

    1. andar para lá e para cá
      1. andarilhos
      2. viajantes
      3. navegadores (fazendo um circuito)

    πνεῦμα


    (G4151)
    pneûma (pnyoo'-mah)

    4151 πνευμα pneuma

    de 4154; TDNT - 6:332,876; n n

    1. terceira pessoa da trindade, o Santo Espírito, co-igual, coeterno com o Pai e o Filho
      1. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza sua personalidade e caráter (o Santo Espírito)
      2. algumas vezes mencionado de um modo que enfatiza seu trabalho e poder (o Espírito da Verdade)
      3. nunca mencionado como um força despersonalizada
    2. o espírito, i.e., o princípio vital pelo qual o corpo é animado
      1. espírito racional, o poder pelo qual o ser humano sente, pensa, decide
      2. alma
    3. um espírito, i.e., simples essência, destituída de tudo ou de pelo menos todo elemento material, e possuído do poder de conhecimento, desejo, decisão e ação
      1. espírito que dá vida
      2. alma humana que partiu do corpo
      3. um espírito superior ao homem, contudo inferior a Deus, i.e., um anjo
        1. usado de demônios, ou maus espíritos, que pensava-se habitavam em corpos humanos
        2. a natureza espiritual de Cristo, superior ao maior dos anjos e igual a Deus, a natureza divina de Cristo
    4. a disposição ou influência que preenche e governa a alma de alguém
      1. a fonte eficiente de todo poder, afeição, emoção, desejo, etc.
    5. um movimento de ar (um sopro suave)
      1. do vento; daí, o vento em si mesmo
      2. respiração pelo nariz ou pela boca

    Sinônimos ver verbete 5923


    πονηρός


    (G4190)
    ponērós (pon-ay-ros')

    4190 πονηρος poneros

    de um derivado de 4192; TDNT - 6:546,912; adj

    1. cheio de labores, aborrecimentos, fadigas
      1. pressionado e atormentado pelos labores
      2. que traz trabalho árduo, aborrecimentos, perigos: de um tempo cheio de perigo à fidelidade e à fé cristã; que causa dor e problema
    2. mau, de natureza ou condição má
      1. num sentido físico: doença ou cegueira
      2. num sentido ético: mau, ruim, iníquo

        A palavra é usada no caso nominativo em Mt 6:13. Isto geralmente denota um título no grego. Conseqüentemente Cristo está dizendo, “livra-nos do mal”, e está provavelmente se referindo a Satanás.

    Sinônimos ver verbete 5908


    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    τὶς


    (G5100)
    tìs (tis)

    5101 τις tis

    τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

    Possui relação com τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

    Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}