Enciclopédia de Gênesis 3:8-8

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gn 3: 8

Versão Versículo
ARA Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
ARC E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia: e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
TB Ouviram o ruído de Deus Jeová, que passeava pelo jardim ao fresco do dia, e esconderam-se o homem e sua mulher da presença de Deus Jeová entre as árvores do jardim.
HSB וַֽיִּשְׁמְע֞וּ אֶת־ ק֨וֹל יְהוָ֧ה אֱלֹהִ֛ים מִתְהַלֵּ֥ךְ בַּגָּ֖ן לְר֣וּחַ הַיּ֑וֹם וַיִּתְחַבֵּ֨א הָֽאָדָ֜ם וְאִשְׁתּ֗וֹ מִפְּנֵי֙ יְהוָ֣ה אֱלֹהִ֔ים בְּת֖וֹךְ עֵ֥ץ הַגָּֽן׃
BKJ E eles ouviram a voz do SENHOR Deus andando pelo jardim no frescor do dia. E Adão e sua mulher se esconderam da presença do SENHOR Deus entre as árvores do jardim.
LTT E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração ① do dia; e Adão e sua esposa esconderam-se da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.
BJ2 Eles ouviram o passo de Iahweh Deus que passeava no jardim à brisa do dia e o homem e sua mulher se esconderam da presença de Iahweh Deus, entre as árvores do jardim.
VULG Et cum audissent vocem Domini Dei deambulantis in paradiso ad auram post meridiem, abscondit se Adam et uxor ejus a facie Domini Dei in medio ligni paradisi.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gênesis 3:8

Gênesis 3:10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
Deuteronômio 4:33 ou se algum povo ouviu a voz de algum deus falando do meio do fogo, como tu a ouviste, ficando vivo;
Deuteronômio 5:25 Agora, pois, por que morreríamos? Pois este grande fogo nos consumiria; se ainda mais ouvíssemos a voz do Senhor, nosso Deus, morreríamos.
Deuteronômio 23:14 Porquanto o Senhor, teu Deus, anda no meio do teu arraial, para te livrar e entregar os teus inimigos diante de ti; pelo que o teu arraial será santo, para que ele não veja coisa feia em ti e se torne atrás de ti.
Jó 22:14 As nuvens são o escondedouro dele, para que não veja; e ele passeia pelo circuito dos céus.
Jó 31:33 Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio,
Jó 34:21 Porque os olhos de Deus estão sobre os caminhos de cada um, e ele vê todos os seus passos.
Jó 38:1 Depois disto, o Senhor respondeu a Jó de um redemoinho e disse:
Salmos 139:1 Senhor, tu me sondaste e me conheces.
Provérbios 15:3 Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.
Jeremias 23:24 Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? ? diz o Senhor. Porventura, não encho eu os céus e a terra? ? diz o Senhor.
Amós 9:2 Ainda que cavem até ao inferno, a minha mão os tirará dali; e, se subirem ao céu, dali os farei descer.
Jonas 1:3 E Jonas se levantou para fugir de diante da face do Senhor para Társis; e, descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, de diante da face do Senhor.
Jonas 1:9 E ele lhes disse: Eu sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca.
Romanos 2:15 os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os,
Hebreus 4:13 E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"viração": vento brando e fresco em torno do anoitecer.


Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

O nome divino nas Escrituras Hebraicas

 Tetragrama nas letras hebraicas usadas antes do exílio em Babilônia

O nome divino em letras hebraicas antigas, usadas antes do exílio babilônico

 Tetragrama nas letras hebraicas usadas depois do exílio em Babilônia

O nome divino em letras hebraicas usadas após o exílio babilônico

O nome divino, representado pelas consoantes hebraicas יהוה, ocorre quase 7 mil vezes nas Escrituras Hebraicas. Nesta tradução, essas quatro letras, chamadas de Tetragrama, são vertidas como “Jeová”. Esse é de longe o nome que mais aparece na Bíblia. Embora os escritores inspirados se refiram a Deus usando muitos títulos e termos descritivos, como “Todo-Poderoso”, “Altíssimo” e “Senhor”, o Tetragrama é o único nome pessoal usado por eles para identificar a Deus.

O próprio Jeová Deus orientou os escritores da Bíblia a usarem seu nome. Por exemplo, ele inspirou o profeta Joel a escrever: “Todo aquele que invocar o nome de Jeová será salvo.” (Joel 2:32) Deus também inspirou um salmista a escrever: “Que as pessoas saibam que tu, cujo nome é Jeová, somente tu és o Altíssimo sobre toda a terra.” (Salmo 83:18) Só nos Salmos — um livro de escritos poéticos que eram cantados e recitados pelo povo de Deus —, o nome divino ocorre cerca de 700 vezes. Então, por que o nome de Deus não aparece em muitas traduções da Bíblia? Por que esta tradução usa a forma “Jeová”? E o que significa o nome divino, Jeová?

Várias ocorrências do Tetragrama no livro de Salmos

Trechos dos Salmos num Rolo do Mar Morto, datado da primeira metade do primeiro século d.C. O texto tem o estilo das letras hebraicas usadas após o exílio babilônico, mas o Tetragrama ocorre várias vezes nas letras hebraicas antigas

Por que o nome de Deus não aparece em muitas traduções da Bíblia? Por várias razões. Alguns acham que o Deus Todo-Poderoso não precisa de um nome específico para identificá-lo. Outros provavelmente foram influenciados pela tradição judaica de evitar usar o nome de Deus por medo de profaná-lo. Ainda outros acreditam que, como ninguém pode saber com certeza a pronúncia exata do nome de Deus, é melhor usar um título, como “Senhor” ou “Deus”. No entanto, esses argumentos não têm base sólida pelos seguintes motivos:

Os que afirmam que o Deus Todo-Poderoso não precisa de um nome específico desconsideram o fato de que existem cópias antigas de Sua Palavra que trazem o nome pessoal de Deus; algumas dessas cópias são datadas de antes da época de Cristo. Conforme já mencionado, Deus inspirou os escritores de sua Palavra a incluir nela seu nome cerca de 7 mil vezes. Fica claro que ele quer que conheçamos e usemos o seu nome.

Os tradutores que removem o nome de Deus por respeito à tradição judaica se esquecem de um fato muito importante: embora alguns escribas judeus tenham se recusado a pronunciar o nome de Deus, eles não o removeram de suas cópias da Bíblia. Nos rolos antigos descobertos em Qumran, perto do mar Morto, o nome de Deus ocorre muitas vezes. Alguns tradutores da Bíblia dão uma indicação de onde o nome divino aparecia no texto original colocando em seu lugar o título “SENHOR”, em letras maiúsculas. Mas a questão é: Se esses tradutores reconhecem que o nome ocorre milhares de vezes nos textos originais, o que os faz pensar que podem substituir ou remover da Bíblia o nome de Deus? Quem eles acham que lhes deu autoridade para fazer essas alterações? Somente eles podem responder a essas perguntas.

Os que afirmam que o nome divino não deve ser usado porque não se sabe a pronúncia exata, não se importam em usar o nome Jesus. No entanto, os discípulos de Jesus no primeiro século pronunciavam o nome dele de uma forma bem diferente do modo como a maioria dos cristãos o pronuncia hoje. Entre os cristãos judeus, o nome de Jesus provavelmente era pronunciado Yeshúa‛, e o título “Cristo” era pronunciado Mashíahh, isto é, “Messias”. Os cristãos que falavam grego o chamavam de Iesoús Khristós; e os cristãos que falavam latim, Iésus Chrístus. Sob inspiração, foi registrada na Bíblia a tradução grega desse nome. Isso indica que os cristãos do primeiro século faziam o que era razoável: usavam a forma do nome mais comum em seu idioma. De modo similar, a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia considera razoável usar a forma “Jeová”, mesmo que ela não tenha exatamente a mesma pronúncia que o nome divino tinha no hebraico antigo.

Por que a Tradução do Novo Mundo usa a forma “Jeová”? Em português, as quatro letras do Tetragrama (יהוה) são representadas pelas consoantes YHWH. O Tetragrama não tinha vogais, assim como todas as palavras escritas no hebraico antigo. Na época em que o hebraico antigo era o idioma do dia a dia, era fácil os leitores saberem que vogais deviam ser usadas.

Cerca de mil anos após as Escrituras Hebraicas terem sido completadas, eruditos judeus desenvolveram um sistema de sinais ou pontos que indicavam as vogais que deveriam ser usadas na leitura do idioma hebraico. Mas, naquela época, muitos judeus tinham a ideia supersticiosa de que era errado falar em voz alta o nome de Deus e por isso pronunciavam outras expressões em seu lugar. Assim, ao copiarem o Tetragrama, parece que eles combinavam as vogais dessas expressões com as quatro consoantes que representam o nome divino. É por esse motivo que os manuscritos com esses sinais vocálicos não ajudam a determinar como o nome de Deus era originalmente pronunciado em hebraico. Alguns acham que era pronunciado “Iavé” ou “Javé”, enquanto outros sugerem outras possibilidades. Um Rolo do Mar Morto que contém um trecho, em grego, de Levítico translitera o nome divino como Iao. Além dessa forma, antigos escritores gregos também sugerem a pronúncia Iae, Iabé e Iaoué. Mas não há motivos para sermos dogmáticos. Simplesmente não sabemos como os servos de Deus no passado pronunciavam esse nome em hebraico. (Gênesis 13:4; Êxodo 3:
15) O que sabemos é o seguinte: Deus usou seu nome muitas vezes ao se comunicar com seus servos, eles também o usavam ao se dirigir a ele e esse nome era usado sem restrição quando eles conversavam com outros. — Êxodo 6:2; 1 Reis 8:23; Salmo 99:9.

Então, por que esta tradução usa a forma “Jeová” do nome divino? Porque essa forma tem uma longa história em português.

O nome de Deus, Jeová

O nome de Deus em Gênesis 15:2 na tradução do Pentateuco de William Tyndale, 1530

A primeira edição da Bíblia completa em português em um só volume, a versão Almeida publicada em 1819, empregou milhares de vezes o nome de Deus na forma “JEHOVAH”. A comissão tradutora da Versão Brasileira (1
917) também decidiu usar a forma “Jehovah”, e na sua edição de 2010 a grafia foi atualizada para “Jeová”. A nota de rodapé de Êxodo 6:3 na tradução Matos Soares (oitava edição) declara: “O texto hebreu diz: ‘O meu nome Javé ou Jeová.’”

Formas similares do nome divino também são encontradas em outros idiomas. Por exemplo, a primeira ocorrência, em inglês, do nome pessoal de Deus em uma Bíblia foi em 1530, na tradução do Pentateuco de William Tyndale. Ele usou a forma “Iehouah”. Com o tempo, o idioma sofreu mudanças, e a grafia do nome divino foi modernizada.

Em sua obra Studies in the Psalms (Estudos dos Salmos), publicada em 1911, o respeitado erudito bíblico Joseph Bryant Rotherham usou o nome “Jehovah” em vez de “Yahweh”. Explicando o motivo, ele disse que queria empregar uma “forma do nome que fosse mais conhecida (e perfeitamente aceitável) aos leitores da Bíblia em geral”. Em sua obra Apostilas aos Dicionários Portugueses, de 1906, o filólogo e lexicógrafo português Gonçalves Viana declarou: “A forma Jeová, porém, já está tão usual, que seria pedantismo empregar Iavé, ou Iaué, a não ser em livros de pura filologia semítica ou de exegese bíblica.”

O Tetragrama

O Tetragrama YHWH: “Ele faz com que venha a ser”

 O verbo “vir a ser; tornar-se” em hebraico

O verbo HWH: “vir a ser; tornar-se”

O que significa o nome Jeová? O nome Jeová, em hebraico, é derivado de um verbo que significa “vir a ser; tornar-se”. Muitos eruditos acreditam que esse nome reflete a forma causativa desse verbo hebraico. Assim, a Comissão da Tradução do Novo Mundo da Bíblia entende que o nome de Deus significa “Ele faz com que venha a ser”. Visto que a opinião dos eruditos varia, não podemos ser dogmáticos sobre esse significado. No entanto, essa definição reflete bem o papel de Jeová como o Criador de todas as coisas e o Cumpridor do seu propósito. Ele não só fez com que o Universo e as criaturas inteligentes existissem, mas, com o desenrolar dos acontecimentos, ele também continua fazendo com que a sua vontade e o seu propósito se realizem.

Portanto, o significado do nome Jeová não se limita ao sentido transmitido pelo verbo relacionado encontrado em Êxodo 3:14, que diz: “Eu Me Tornarei O Que Eu Decidir Me Tornar”, ou “Eu Mostrarei Ser O Que Eu Mostrar Ser”. Essas palavras não descrevem o pleno sentido do nome de Deus. Na verdade, elas revelam apenas um aspecto da personalidade dele: o de se tornar o que for necessário, em cada circunstância, para cumprir seu propósito. Então, embora o nome Jeová inclua essa ideia, não está limitado ao que ele decide se tornar. O nome Jeová inclui também a ideia de que ele causa, ou faz acontecer, o que ele decidir em relação à sua criação e ao cumprimento de seu propósito.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras

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Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
5. A Mulher que a Serpente Iludiu (Gn 3:1-5)

A serpente (1) se enfiou sorrateiramente no jardim tranqüilo como um visitante sinistro. Por todo o antigo discurso semítico, os répteis estavam relacionados com influ-ências demoníacas e este versículo descreve que a criatura era mais astuta que todas as alimárias do campo. À medida que a história progride, a serpente é apresentada em todos os lugares como instrumento de certo poder espiritual oculto. No Novo Testa-mento, Jesus relaciona a serpente ao diabo (Jo 8:44), como também o faz Paulo (Rm 16:20; cf. 2 Co 11.3; 1 Tm 2,14) e João (Ap 12:9-20.2). Em todos estes exemplos, a fonte da tentação é objetivamente distinta de Deus ou do ser humano. Em nenhum caso, a ser-pente é considerada apenas a "personificação da tentação"' ou a "representante do poder da tentação"."

A serpente começou a conversa com uma expressão de surpresa: Não comereis de toda árvore do jardim?, e passou a citar erroneamente a ordem original de Deus, tornando-a absurda. A proibição original estava relacionada só com uma árvore, mas a serpente disse de toda árvore, frase que em 2.16 é encontrada na ordem permissiva e não na ordem negativa (2.17). A serpente pôs em dúvida a bondade de Deus: Ele foi muito restritivo, retendo desnecessariamente benefícios de grande valor.

Esta primeira pergunta era aparentemente inocente, mas enganou a mulher (2), fazendo com que ela também citasse erroneamente a ordem. Ela tornou a proibição mui-to mais forte do que realmente era. Deus não dissera: Nem nele tocareis (3). Mas Ele fizera a ameaça de castigo muito mais forte do que para que não morrais. Ela tornou, sem perceber, a ordem irracional e o castigo mera possibilidade, em vez de ser um resul-tado inevitável. A mulher perdeu a oportunidade de ouro de derrotar a sugestão da ser-pente. Tivesse ela citado a ordem corretamente e se aferrado a ela, o inimigo não teria podido prosseguir com seu intento.

A serpente percebeu a vantagem e passou a negar categoricamente a verdade da declaração punitiva de Deus, declarando positivamente: Certamente não morrereis (4). Ele concentrou seu ataque incitando ressentimento contra a restrição e suscitando desejo de poder. Deus não estava usando a finalidade da morte como dispositivo para sonegar ao gênero humano a descoberta de algo — se abrirão os vossos olhos (5) ? Ele não estava impedindo o homem de possuir um bem que o homem tinha o direito de ter? A serpente estava acusando Deus de motivo impróprio, de egoisticamente manter o homem em nível de existência inferior. O verdadeiro destino do homem, a serpente indicou, era ser como Deus. A característica principal do ser divino era o poder de saber o bem e o mal.' Este saber não era conhecimento abstrato, mas a habilidade prática de saber todas as coisas, inclusive a inteligência de inventar e estabelecer pa-drões éticos.

Engenhosamente, a serpente sugerira que desobedecer a ordem de Deus ocasiona-ria, não a morte, mas uma vida completa e rica para o homem. Não foram feitas promes-sas positivas, só a sugestão de possibilidades que eram fascinantes e misteriosas. Este era o apelo nuclear do paganismo, a crença de que grandes realizações, pensamento profundo ou ritual cuidadosamente observado introduziriam a pessoa no reino divino. Este também é o pecado básico do homem, alcançar o estado de ser absolutamente livre e auto-suficiente.

Em Gn 3:1-6, ternos "O Apelo da Serpente".

1) Ao desejo físico, 6ab;

2) À curiosidade intelectual, 5;

3) À disposição de auto-afirmação, 1,3 (G. B. Williamson).

  • O Ato de Violação (3:6-8)
  • Os argumentos da serpente atraíram três facetas da natureza da mulher, cada uma parte legítima de sua natureza de criatura. A fome física foi estimulada, pois aquela árvore era boa para se comer (6). O apetite estético foi provocado, pois era agradá-vel aos olhos. E a capacidade de sabedoria e poder foi atiçada, pois era árvore desejá-vel para dar entendimento, o que incluía a habilidade de dominar os outros (cf. a tentação de Jesus, Mt 4:1-11; Lc 4:1-13; 1 Jo 2:16).

    Na verdade, há muito que a mulher fora derrotada e sua contemplação logo resultou em ação. A ordem de Deus foi desobedecida e, incrivelmente, seu marido a seguiu na desobediência. Depois de terem comido, foram abertos os olhos de ambos (7), mas não do modo em que a serpente indicou. Em vez de passarem para um nível de existência superior, eles caíram a um nível inferior. Eles conheceram que estavam nus. Em vez de ficarem unidos com Deus, alcançando essência igual com Ele, eles foram alienados um do outro pela consciência de que seu ato não produziu o que esperavam.18 A frustra-ção estava relacionada com o novo conhecimento de nudez. A desobediência gerou culpa e vergonha. Em reação ao sentimento de vergonha, os dois apanharam folhas de fi-gueira, com as quais fizeram para si aventais (ou "cintas"). Eram tangas simples e transpassadas.

    O homem e a mulher estavam familiarizados com a voz do SENHOR Deus (8), como se deduz pela comunhão freqüente com o Criador. A viração do dia é expressão idiomática para aludir à noite, pois no Oriente Próximo sopra um vento fresco sobre a terra ao pôr-do-sol. Desta vez, o casal não estava preparado para encontrar-se com Deus. A expressão a presença é caracteristicamente vívida em hebraico. Não é uma influên-cia vaga e indefinível, mas uma confrontação direta, bem definida e pessoal. O casal culpado escondeu-se, mas de nada adiantou.

  • A Intimação para Comparecer na Presença de Deus (3:9-13)
  • A pergunta: Onde estás? (9), não foi feita por Deus não saber o paradeiro deles, mas porque Ele queria induzir a resposta e fazer o homem e a mulher saírem do esconde-rijo pela própria confissão.

    A resposta de Adão: Temi (10), esclarece o motivo de terem se escondido. Participar do fruto da árvore não o fez semelhante a Deus, como sugeriu a serpente, mas compro-meteu sua verdadeira essência de ser homem diante de Deus.

    Deus conhece o bem e o mal da perspectiva da bondade divina e soberana. Mas o homem, sendo homem e dependente de Deus, só pode conhecer o bem e o mal da perspec-tiva da obediência à vontade de Deus ou da perspectiva da desobediência, que é a rejei-ção da vontade expressa de Deus. O alcance do homem ao estado divino só o lançaria no papel da desobediência; por conseguinte, seu conhecimento do bem e do mal estava mis-turado com culpa e medo.

    A primeira pergunta foi feita diretamente ao homem: Comeste tu? (11). Adão não tinha desculpa, porque ele sabia qual era a ordem. Tratava-se de uma proibição simples e clara. Mas Adão não enfrentou sua responsabilidade; ele passou a culpa para a esposa — ela me deu (12) — e Deus não a deu para ele? Certamente, ela era digna de confiança como guia para a ação.

    A mulher (13) também tentou evadir-se da responsabilidade, dizendo: A serpente me enganou. Então ela se deu conta de que a serpente "a fez de boba".

    Em 3:6-11, G. B. Williamson destaca "Deus e o Pecador".

    1) O pecado causa culpa pessoal, 7,10,11;

    2) O pecado separa Deus e o homem, 8b;

    3) Deus busca o homem peca-dor, 8a,9;

    4) Deus perdoa a culpa do homem, 21.

    8. O Pronunciamento dos 5eredictos (3:14-19)

    Os pecados cometidos estão refletidos nas punições, as quais foram aplicadas em partes. A serpente (14) foi amaldiçoada. Mais que é tradução incorreta, pois sugere que outros animais também foram amaldiçoados. O sentido correto é "à parte" ou "separado de entre". Moffatt traduz: "Uma maldição em ti de todas as criaturas!" A serpente posou como supremamente sábia, mas sua maneira de se locomover sempre seria símbolo de sua humilhação. A frase sobre o teu ventre não significa que a serpente tinha original-mente pernas e as perdeu no momento em que a maldição foi imposta, mas que seu modo habitual de locomoção tipificava seu castigo.

    A frase pó comerás é idiomaticamente equivalente a "tu serás humilhado" (cf. Si 72.9; Is 49:23; Mq 7:17, onde a frase "lamberão o pó" tem claramente este significado).

    O castigo envolveria inimizade (15), hostilidade entre pessoas. A semente da ser-pente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13:38-39; Jo 8:44), e a semente da mulher, têm ambas sentido fortemente pessoal.' Deus disse à serpente: A Semente da mulher te ferirá a cabeça. Compare a referência de Paulo a isto em Romanos 16:20. A serpente só poderia ferir o calcanhar da Semente da mulher. De fato, ferir não é forte o bastante para traduzir o termo hebraico, que pode significar moer, esmagar, destruir. Uma cabeça esmagada que leva à morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado. O versículo 15 é chamado "proto-evangelho", pois contém uma promessa de espe-rança para o casal pecador. O mal não tem o destino de ser vitorioso para sempre; Deus tinha em mente um Vencedor para a raça humana. Há um forte caráter messiânico neste versículo.

    Em 3.14,15, vemos "O Calcanhar Ferido".

    1) O Salvador prometido era a Semente da mulher — o Deus-Homem;

    2) Esta Semente Santa feriria a cabeça da serpente -conquistar o pecado;

    3) A serpente feriria o calcanhar do Salvador — na cruz, ele morreu (G. B. Williamson).
    O castigo da mulher seria o oposto do "prazer" que ela procurou no versículo 6. Ela conheceria a dor (16) no parto, que é bem diferente do novo tipo de vida que ela tentou alcançar pela desobediência. Igualmente, a futura ligação do seu desejo ao seu marido era repreensão à sua decisão de buscar independência. Ela sempre seria dependente dele.

    Em 3:1-15, Alexander Maclaren vê "Como o Pecado Entrou".

    1) O induzimento ao mal, 1-5;

    2) A entrega ao tentador, 6;

    3) As conseqüências fatais 7:15.
    Deus pôs uma maldição diretamente na terra em vez de colocá-la no homem. Adão foi comissionado a trabalhar com a terra (2.15), mas já não seria por puro prazer. O homem se submeteu tão facilmente ao apelo da mulher que ele comeu o fruto proibido. Agora seu trabalho na terra seria misturado com dor (17). De todos os lados, ele seria confrontado por competidores: espinhos e cardos (18), que crescem profusamente sem cultivo e não produzem comida para o homem. Em Oséias 10:8, estas plantas aparecem como símbolos de julgamento e desolação no lugar da adoração. Compare também com Juízes 8:7-16; II Samuel 23:6; Salmo 118:12; Isaías 32:13-33.12; Jeremias 4:3-12.13 e Ezequiel 28:24. Em todo caso, uma conotação ruim é ligada à natureza destas plantas (ver tb. Mt 13:7; Hb 6:8).

    A morte física não seria imediata, mas seria inevitável, porquanto és pó e em pó te tornarás (19). O tipo imediato de morte que o homem sofreu foi espiritual: separação de Deus.

    Em 3:14-19, encontramos retratada "A Maldição Causada pelo Pecado".

    1) Na ser-pente, 14;

    2) Na mulher, 15,16;

    3) Em Adão, 17,19.

    4) Na terra, 17b,18 (G. B. Williamson).

    9. A Expulsão do Jardim do Éden (3:20-24)

    Na melancolia sombria do julgamento havia raios de esperança e misericórdia. O homem podia ver a possibilidade de um futuro através de sua esposa. Agora ele a chama Eva (20), que significa "vida", pois dela viria uma posteridade.

    Misericordioso, Deus providenciou para eles túnicas de peles (21). Estas indumentárias podem ter vindo de animais sacrificados, ainda que o texto não o diga especificamente.

    Há um toque de ironia na observação divina de que este casal humano é como um de nós (22). A preposição de (min) destaca uma nítida distinção entre Deus e o homem em vez de mostrar identidade. Está em contraste com como um, que denota unidade. O homem e a mulher tinham buscado ser como Deus, que sabe o bem e o mal, como seres que são soberanos. Mas nunca poderiam alcançar este status. Eles só possuíam o fôlego (2,7) e a imagem (1.26,27) de Deus. Por conseguinte, sua intrusão em um âmbito que não era deles foi uma negação do seu estado de criatura e uma rebelião contra a singularida-de do Criador. O homem tinha de ter o acesso impedido à árvore da vida para que ele não se fixasse na rebelião.

    Os querubins (24) são seres angelicais que representam o poder de Deus e estão relacionados com seu trono. Duas figuras de querubins estavam na tampa da arca (Êx 25:18-22; 37:7-9), e muitos estavam entretecidos nas cortinas do tabernáculo (Êx 26:1-31; 36.8,35) e esculpidos nas paredes e portas do templo (1 Rs 6:23-35; 2 Cr 3:10-13). Ezequiel os descreveu com a combinação de quatro faces: um leão, um boi, uma águia e um ho-mem, com mãos de homens, pés de bezerros e quatro asas (cf. as quatro criaturas de Ap 4:6-8). Estas criaturas foram incumbidas com a tarefa de deter o acesso do homem à árvore da vida enquanto este estiver carregado com o fardo do pecado.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 8

    Gn 3:1-13

    Gn 3:1

    A Alienação do Homem. Na teologia, a crença de que o homem caiu, e, em consequência, tornou-se um ser alienado, carente de restauração, reconciliação e salvação. A teologia localiza a alienação do homem em sua condição moral, provocada pela sua revolta espiritual (Rm 3:9 ss.). O modernismo e todos os tipos de liberalismo, abandonando a explicação sobrenatural da alienação humana, retrocederam para um evangelho social, cujo intuito é ajudar o homem a assumir o seu lugar em uma sociedade utópica. A medida que guerras, pobreza, ódio e violência generalizada embotam essa visão, a neo-ortodoxia postula um abrigo na reação existencial interna do homem à realidade transcendental. Entrementes, o homem não pode entender esse tipo de conceito, e continua alienado. O existencialismo declara que a alienação é uma piada da natureza, por ser a própria substância do não-sistema mundial, O cosmos seria apenas uma existência caótica e irracional; através da “piada" da evolução, fomos envolvidos nesse caos. O homem só pode vencer a alienação forçando os seus próprios valores sobre este mundo amoral.

    A Bíblia oferece uma declaração mais esperançosa. O homem caiu, mas Deus não o abandonou. O homem retém a imagem de Deus, e a imagem espiritual de Deus contínua podendo ser implantada nele. A missão de Cristo no mundo teve por finalidade reverter todos os vestígios da queda, além de conferir a genuína imortalidade, por meio da qual os homens podem vir a compartilhar da natureza divina (2Pe 1:4).

    Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos. Os intérpretes judeus posteriores diziam que a serpente era o diabo disfarçado (daí a declaração cristã, em Ap 12:9 ; Ap 20:2). Mas essa doutrina surgiu relativamente tarde nas crenças judaicas. Temos diante de nós uma serpente, classificada entre os “animais selváticos", e não entre os seres sobrenaturais. No entanto, Gn 3:15 certamente demonstra que algum grande princípio maligno pulsava por trás da serpente, Esse versículo dificilmente fala sobre uma mera serpente literal. Para se livrarem do problema de serpentes que falam, muitos intérpretes antigos e modernos preferem pensar em uma história alegórica. Mas alguns estudiosos conservadores pensam que Satanás é capaz de agir por intermédio de serpentes vivas.

    O texto dá a entender que essa serpente não era como as que conhecemos hoje. A serpente tena sido reduzida à sua atual forma humilde como um juízo divino contra a espécie, por ter-se envolvido na queda do homem. Alguns intérpretes têm chegado a imaginar uma serpente capaz de caminhar, mas que veio a perder as pernas, sendo forçada a arrastar-se à superfície do solo. Algumas vezes, a fé acredita em algo que simplesmente não é verdade, e penso que muitas das explanações do texto presente requerem esse tipo de fé.

    Mais sagaz. O texto pinta a serpente como o mais inteligente de todos os animais irracionais. É verdade que provérbios e ditos populares afirmam que a serpente é sagaz, embora maliciosa. Adam Clarke (in loc.) simplesmente não conseguia ver como a serpente poderia ser sagaz, nem agora nem primitivamente. Assim sendo, ele propôs que o animal em foco seria alguma espécie de símio. Não há que duvidar de que os símios são mais inteligentes que as serpentes, mas ninguém haverá de levar a sério Adam Clarke, neste ponto. Clarke descobria evidências em palavras árabes (um idioma cognato ao hebraico), em favor dessa especulação. John Gill (in loc.} admitia que as serpentes podem fazer alguns truques sagazes, mas afirmava que a raposa é mais inteligente que ela. E encontra a solução dizendo que aquela serpente, embora não a espécie inteira, era sagaz. Mas isso não se ajusta ao fraseado do versículo. Outros supõem que a inteligência da serpente envolvida foi dada por Satanás, que a empregou com tanta astúcia. Mas isso também não se ajusta bem ao fraseado do versículo. Ellicott (in ioc.) pensa que é inútil falar sobre serpentes inteligentes, em confronto com outros animais, e afirmou que é melhor deixar “sem resposta” perguntas dessa ordem, sem importar se aceitamos o ponto de vista alegórico ou literal sobre o texto.

    O Caminho da Tentação. O primeiro passo dado nesse caminho é que algo inteligente, racional ou respeitado. . . torna-se um instrumento na tentação de pessoas.

    É assim que Deus disse...? O segundo passo no caminho da tentação é que a autoridade respeitada e de confiança, que tenta, contradiz a ordem divina, procurando anulá-la por raciocínios falazes. Essa autoridade é um mentiroso sutil. Não beneficia realmente o homem, embora finja fazê-lo. Um Deus de bondade poderia mesmo negar a você essa coisa tão boa? A bondade de Deus é posta em dúvida. Busque a sua própria felicidade. Não se restrinja àquilo que, presumivelmente, Deus disse. Satanás, desde o princípio, é homicida e mentiroso (Jo 8:44). A serpente não mentiu devido à falta de informações. Mas enganou deliberadamente a mulher. Ver o artigo geral no Dicionário intitulado Satanás.

    Gn 3:2

    Podemos comer. A mulher não havia entendido mal as instruções divinas. Antes, repetiu a instrução recebida. Podemos pensar que esse é o terceiro passo na tentação. Por muitas vezes, as pessoas caem em tentação sob a plena luz do conhecimento. Há tentações sutis que assaltam de súbito as pessoas. Usualmente, porém, sabemos a natureza do mal que estamos prestes a cometer.

    A serpente não pareceu repulsiva à mulher. Ela dizia coisas lógicas. A mulher sabia quais eram as instruções de Deus, Embora Eva tivesse falado em ter sido “enganada”, parece que sua dificuldade estava em sua fraqueza interior, em meio mesmo à sua inocência.

    Gn 3:3

    Disse Deus. Aquela árvore, a do conhecimento do bem e do mal, fora proibida por ordem divina. De acordo com alguns críticos, o vs. 22 amplia essa proibição à árvore da vida, e isso concorda com a versão da história segundo o folclore babilônico. Pelo menos neste ponto (vs. Gn 3:3), o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal estava fora de cogitação.

    Nem tocareis nele. Alguns eruditos pensam que a mulher adicionou isso à proibição divina, visto que esse item não é mencionado antes. Mas há quem suponha que temos ai um detalhe simples, sem maior significado, adicionado pelo autor sacro. Se foi a mulher quem fez tal adição, então podemos considerar isso um quarto passo no caminho da tentação. Os homens fazem adições à Palavra de Deus, pervertendo-a ou dificultando a obediência a ela, e isso só aumenta o peso da tentação. O grande exemplo clássico de adição à Palavra de Deus é a dos fariseus, que acrescentavam à lei tantos mandamentos, positivos e negativos, que ninguém à face da terra era capaz de suportar a carga.

    Para que não morrais. Ver Gn 2:16,Gn 2:17 onde fora dado esse mandamento, e onde apresento notas completas a respeito. O pacto edênico era condicional. O homem tinha várias responsabilidades, e tinha de realizar certas coisas positivas. Mas havia uma única coisa que ele não podia fazer. Contudo, embora inocente, não foi capaz de evitar a única coisa que lhe fora vedado fazer. Ver no Dicionário o artigo intitulado Pactos (o oitavo), e também Pacto Edênico, nas notas sobre Gn 1:28.

    O autor sacro tentou aqui explicar a origem da mortalidade. Ele não entendia que o homem já fora criado mortal, ou que evoluira como tal. Simplesmente aceitava que um ser criado por Deus não poderia ser mortal. Os antropólogos e os críticos em geral supõem que a mortalidade do homem é uma simples consequência da mortalidade animal. Mas o autor sagrado busca uma resposta divina para esse problema humano.

    Gn 3:4

    É certo que não morrereis. Temos aqui o quinto passo no caminho descendente da tentação. A autoridade respeitada contradiz abertamente a Palavra de Deus e instila uma dúvida fatal na mente da pessoa tentada. Se no vs. Gn 3:1 vemos a serpente dando a entender que a proibição divina não deveria ser levada a sério, aqui vemo-la a apresentar astutamente uma ousada contradição com àquela injunção divina,

    A Autoridade Respeitada. Desde o início da história das culturas antigas, vemos que a serpente não somente era respeitada, mas até adorada. O deus egípcio Thoth atribuía qualidades divinas à serpente ou ao dragão. Cneph era o deus-serpente na concepção dos egípcios. Na mitologia fenícia, a serpente representava um demônio benévolo, um deus de classe inferior. Heródoto mencionou várias serpentes sagradas entre os povos que ele investigou. Justino Mártir mencionou pinturas pagãs que retratavam deuses-serpentes (Apol. 2 par, 71). A teologia judaica posterior fez a serpente da história da tentação significar o próprio Satanás, sendo ele o “deus deste século" (2Co 4:4). Há muitos livros importantes escritos por reais ou alegadas “autoridades". Alguns desses livros desafiam a hígida moral, e assim tornam-se instrumentos de tentação.

    Uma autoridade respeitada pode tomar-se causa da morte. A serpente-divmdade tomou-se a causa da morte espiritual da humanidade. Aquilo que os homens perdidos veneram lhes é prejudicial. As crenças e os símbolos pagãos desviam e matam.

    Uma Impossibilidade? Alguns estudiosos supõem que a serpente implica aqui que o homem, criado por Deus, não poderia morrer, pois seria imortal. Nesse caso, o grande mentiroso enganou de novo a mulher.

    3,6

    Porque Deus sabe. Temos aqui o sexto passo na vereda da tentação. A serpente disse uma verdade, mas com uma distorção. A verdade pode ser usada de forma errônea. Comer do fruto abriria os olhos de Adão e Eva, e isso parecia uma coisa boa. O conhecimento é bom, mas somente quando é corretamente aplicado. Neste caso o conhecimento seria aparentemente obtido com um bom propósito. Mas no fim resultou na morte espiritual.

    Como Deus, sereis. O homem foi criado à imagem de Deus, pelo que, de certo modo, ele já era como Deus. Ver o artigo sobre a Imagem de Deus, o Homem Como, no fim das notas sobre Gn 1:26. Paulo anuncia que haveremos de compartilhar da imagem do Filho (Rm 8:29). O trecho de Lv 19:1 ensina que o povo de Deus deve ser santo, e isso em emulação à santidade de Deus. A transformação moral produz a transformação metafísica. O trecho de 2Pe 1:4 alude à nossa participação na “natureza divina." Nosso mais sublime conceito religioso consiste em como os salvos haverão de participar da natureza divina. Isso sucederá em um sentido finito, é verdade, mas bem real. Todavia, não podemos olvidar que essa participação gradual na natureza divina opera através da vontade do Senhor. Mas a serpente sugeriu que isso poderia ser conseguido graças à desobediência à vontade de Deus, um pensamento oposto àquele. O próprio Satanás havia aspirado a ser semelhante ao Altíssimo, e esse orgulho foi o principal fator de sua queda (Is 14:14).

    Os homens deiUcam a si mesmos por meio da concupiscêntia e do poder. De acordo com certas filosofias, ter poder é ter direitos. Para muitas vidas, o que funciona, embora seja algo errado, toma-se a norma. Existe um patriotismo estúpido, como o que transpira nas palavras de Stephen Decatur: “Nosso país... que sempre esteja com a razão... pois é a nossa pátna... sem importar se estiver ou não com a razão". As pessoas pensam desse jeito; as pessoas e as nações agem dessa maneira.

    Na mente de algumas pessoas há uma filosofia constante que diz que bons alvos podem ser atingidos por quaisquer meios. Foi assim que surgiram os lamentáveis exemplos de Hitler e Stalin, que cometeram homicidios sem conta, para promoverem suas causas. Há muitas pessoas que continuam adorando a esses deuses falsos. Historicamente, o comunismo vinha sendo promovido mediante o genocídio. No entanto, há pessoas, que até se dizem parte da Igreja, que servem a essa falsa divindade!

    Elohim. Aqui traduzido por “Deus”. No relato da criação do primeiro capítulo do Gênesis, essa palavra (que está no plural, no hebraico), é usada para indicar Deus. Ver as notas sobre Gn 1:1. Mas o segundo relato da criação prefere “Senhor Deus”, Yahweh-Elohim, o que é discutido em Gn 2:4. Nessa mudança de nomes, os críticos vêem uma fonte (autor ou autores) diferente. No A. T., elohim também é termo usado para indicar os anjos. A serpente, pois, sugeriu que os deuses são muito parecidos com Deus, particularizando um ponto, o pleno conhecimento do bem e do mal, que o homem, em sua inocência, não tinha, O vs, 22 reitera a ameaça de o homem tentar aproximar-se de Deus da forma errada, mas ali a ameaça é proferida por Deus. A tentação era a de que o homem obtivesse a onisciència, um atributo divino. Ver no Dicionário o artigo intitulado Onisciênda.

    Gn 3:6
    Vendo a mulher. Achamos aqui o sétimo passo no caminho da tentação. A coisa desejada parecia boa: a concupiscência dos olhos (1Jo 2:16). O homem bom (mas que está sendo tentado) diz: “Sei que isto é errado, mas assim mesmo vou praticá-lo. Amanhã vou ajoelhar-me e pedir perdão”. Mas o homem mau já caiu no pecado, antes de dar-se ao trabalho de racionalizar. O que a mulher via servia tanto para alimento quanto para torná-la sábia. Os alegados benefícios do pecado avultaram em sua mente. O engano levou a maior engano. O ludibrio vindo de fora agora era ajudado pelo autoludibrio. A mulher disse a si mesma que seus desejos eram legítimos, e que esses desejos deviam ser satisfeitos.

    O Desejo de Sabedoria e de Conhecimento é Nobre. O conhecimento é uma das duas grandes colunas da espiritualidade. Essas colunas são o amor e o conhecimento. A ignorância nada nos confere. Ela é inútil. Mas no nosso texto, o conhecimento foi pervertido, e seu objeto fora proibido. Paulo comentou sobre o dom do conhecimento, o instrumento especial do mestre (1Co 12:8). Mas esse texto deixa claro que é o Espírito Santo quem controla essa questão.

    Eva Não Percebeu o Perigo. O fruto era bom; prometia ser saboroso. Mas continha em si mesmo o poder da morte. Uma vivida ilustração disso poae ser vista na AIDS, sobre a qual nem precisamos comentar. Isso serve de vivido lembrete de que aquilo que parece bom pode trazer a morte. Teu prazer pode ser tua execução.

    Tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido. A teologia judaica sempre achou que o ato de Eva foi mais culpado. Ela se permitiu ser enganada. Adão mostrou-se mais resistente. Ele não se deixou enganar. Por essa razão, de acordo com alguns: é fácil enganar uma mulher. As coisas são como alguém já disse: “É bom que as mulheres possam ser enganadas facilmente. Se assim não fora, nada quereríam ter que ver conosco!”. No entanto, “na queda, todos pecamos” (New England Primei). Isso dificilmente serve de elogio a Adão. O trecho de Rom. 5:12-19 respalda muita teologia sobre este texto. Adão tornou-se o cabeça federal dos homens, e aquiio que ele fez foi transmitido (geneticamente?) a todos os seus descendentes. Cristo, na qualidade de Cabeça Federal dos justificados, reverteu tudo isso. Temos aí o nascimento da doutrina do pecado original. Quanto a uma ampla discussão sobre o assunto, ver o Dicionário no verbete Pecado Originai. Ver também an Dois Homens, Metáfora dos, um artigo que examina a doutrina de Adão e de Cristo, ambos como cabeças federais.

    Achamos aqui o oitavo passo no caminho da tentação. A pessoa tentada acaba cedendo. Mas também temos aqui o nono passo nesse caminho. A pessoa que cai não demora a arrastar outrem, devido ao seu mau exemplo.

    “As promessas de Satanás nunca têm cumprimento. Jamais poderemos obter a sabedoria desobedecendo à Palavra de Deus. Pelo contrário, o temor do Senhor é o principio do saber (Pv 1:7)” (Allen P. Ross, in loc.).

    Disse Oscar Wilde certa feita: “Posso resistir a tudo, menos à tentação”. Compreendemos a piada; mas ela não é nada engraçada, afinal. Algo de muito sóbrio nos é revelado no episódio da queda sobre a debilidade da natureza humana. O texto sem dúvida dá a entender que, mesmo em seu estado de inocência, o homem mostrou ser um fraco. Cristo veio a fim de proporcionar-nos a fortaleza espiritual, para assim poder nos arrancar do estado de pecaminosidade.
    Gn 3:7
    Abriram-se, então, os olhos de ambos.. . estavam nus. A sentença de Deus foi executada. Eles não morreram imediatamente no físico, comoGn 2:17 parece subentender. No entanto, as sementes da mortalidade agora se tinham alojado em seus corpos, e por certo morreríam algum dia, e não muito tempo depois, conforme Deus computa o tempo. Ademais, na queda, o homem morreu espiritualmente, e Isso ocorreu pronta e imediatamente. Agora a redenção tornara-se uma necessidade. Os críticos encontram problemas no texto. Já vimos que a teologia antiga dos hebreus não ensinava ainda a existência de uma alma imortal no homem. Por essa razão, que aplicação tem este texto à espiritualidade humana? Contudo, tenho entendido que a expressão imagem de Deus (Gn 1:26) sugere que o homem participava da espiritualidade de Deus, embora talvez isso ultrapasse o entendimento do próprio autor sagrado. A teologia judaica posterior, bem como o pensamento cristão, naturalmente fazem essa queda ter um cunho espiritual, não envolvendo somente o fato de que o homem se tomou mortal e algum dia haveria de morrer.

    Encontramos aqui o décimo passo na vereda da tentação: o seu horrendo resultado. A sentença foi executada. O pecado traz consigo um medonho resultado. Todas as maçãs do diabo têm vermes.

    Nus. Alguns intérpretes tomam uma posição freudiana quanto a essa declaração. Todo pecado estaria, de algum modo. encastoado nos impulsos sexuais humanos. Antes, Adão e Eva estavam nus, mas não envergonhados {Gn 2:25), mas agora, sim. Agora eles se viam como intoleravelmente indecentes. A consciência do sexo agora viera à tona, e o homem foi prontamente contaminado por suas paixões inferiores. Deus ordenara o sexo (Gn 2:18,21-23), mas agora o homem o corrompera. Naturalmente, Adão e Eva seriam representantes da raça humana inteira. Mas outros estudiosos têm uma visão mais genérica sobre o texto. Essa nudez representaria a indecência geral, a maldade geral da natureza pecaminosa agora adquirida, e não apenas a indecência sexual. Agora o homem entrara em circunstâncias deprimentes, por estar internamente degradado. Se antes o homem era inocente e vivia em um perfeito meio ambiente, agora ele se fizera culpado, e logo seu ambiente haveria de adquirir toda forma de defeito, miséria e espinhos.

    Coseram folhas de figueira. Alguns intérpretes desperdiçam seu tempo tentando identificar o tipo de figueira. O homem tentou preparar precipitadamente vestes toscas, para encobrir sua nudez. Mas isso proveu uma cobertura inadequada, na tentativa de reverter os efeitos do pecado. Temos aqui o décimo primeiro passo no caminho da tentação. Uma vez caído, o homem promoveu um remédio falso e inadequado para sua queda. Filosofias e religiões também tentam encobrir ou remediar a pecaminosidade do homem, mas é tudo inútil. Mas há uma provisão divina para a queda (Gn 3:21).

    A alienação foi completa. Ver os comentários sobre a Alienação, em Gn 3:1.

    “Os toscos aventais que eles coseram para si mesmos não foram suficientes. O fato é que Deus precisou vesti-los, e isso ao preço de dor, sangue e sacrifício" (Walter Russell Bowie, in loc.).

    Que Teria Acontecido se Adão Não Tivesse Pecado? Os estudiosos especulam sobre essa questão, John Gill tinha certeza de que Deus simplesmente teria removido Eva para dar a Adão outra esposa, conservando-o no estado de inocência. Mas outros eruditos questionam se isso teria dado certo dentro do plano de redenção. Outros supõem abertamente que a queda era necessária dentro do plano de redenção, se o homem tivesse de receber a plena imagem de Deus, e que o pecado foi um mal necessário interposto no caminho dessa transformação. Provavelmente essa idéia é a mais correta, mas não dispomos de bons argumentos para responder satisfatoriamente a todas as objeções. Uma delas é que essa idéia parece fazer de Deus o autor do mal. Ver no Dicionário os artigos intitulados Problema do Mal e Origem do Mal. Devemo-nos lembrar de que a redenção eleva-nos muito acima do estado de inocência. Nesse plano, chegaremos a compartilhar plenamente da imagem de Deus, o que não teria sido possível sem a queda. Mas aqui. a bem da verdade, já estamos entrando em mistérios, posto que parece ser essa a verdade dos fatos.

    Gn 3:8
    Deus, que andava no jardim.
    Todos os pecados acabam por ser desvendados, ou nesta vida, ou na vida futura. De outra sorte, nosso mundo seria caótico, e não caracterizado pela ordem e pela justiça. Deus veio a fim de revelar tudo. Os críticos crêem que a familiaridade do Todo-Poderoso com o homem, porquanto vinha conversar com eie em algum sentido literal, deve ser algo derivado do folclore babilônico. As lendas antigas sobre os deuses faziam deles companheiros fáceis dos homens. Alguns eruditos conservadores supõem que nos primeiros estágios da história humana o contato e a comunhão fáceis com Deus eram um fato. Ainda outros pensam que este texto é alegórico. Podemos pensar em experiências místicas com Deus, nas quais a Sua presença é uma realidade, sem entrarmos em alguma crassa e literal explanação a respeito. Parece ser esse o caso do texto presente. Ver no Dicionário o artigo Misticismo.

    O Homem Ocultou-se O homem não resistiu permanecer na presença de Deus. Como é óbvio, os homens precisam estar preparados para tanto. O homem perdera essa preparação ao cair no pecado. O homem perdeu o tipo de vida que tinha. Agora estava vivendo uma morte em vida. Antes ele tivera prazer não-mitigado, agora ele tinha dor; antes ele desfrutara da presença de Deus, agora escondia-se Dele; antes ele gozara de comunhão, agora fugia de um encontro com o seu Criador. Esses são fatores próprios da alienação. E temos aí o décimo segundo passo na vereda da tentação. Ver um sumário desses passos nas notas em Gn 3:24. A queda produziu uma alienação que pode ser descrita de muitos modos, visto que tem inúmeras facetas. Nossa herança é realmente pobre. A queda do homem garantiu isso. Nossas circunstâncias são lamentáveis; nascemos em um mundo deprimente. Os homens lançam a culpa de suas desgraças nos deuses e nas estrelas, transferindo as causas para outras pessoas ou para meras coisas.

    A Palavra de Deus. Alguns eruditos pensam que a aparição de Deus, neste caso, foi uma antiga aparição do Logos, o qual começara a buscar o homem a fim de redimi-lo. Mas outros vêem aqui uma teotania (ver o significado disso no Dicionário).

    Os Targuns de Onkelos e de Jonathan dão-nos a voz da Palavra de Deus, o que provavelmente não se harmoniza com o intuito do autor original do livro, embora seja, teologicamente falando, uma inferência legítima. O homem escondera-se no jardim, mas nem por isso fora abandonado. Deus continuava disposto a recuperá-lo, tendo em Sua mente uma provisão para tanto.

    Comentando sobre a natureza geral do relato, disse Ellicott (in loc.). “Isso não implica uma aparição visível, pois a narrativa inteira é antropomórfica”. Talvez haja nisso uma verdade, mas talvez não fosse isso que o escritor sagrado tivesse em mente.

    Até que ponto a queda desfigurou a imagem de Deus no homem? Essa é uma questão com a qual a teologia se tem debatido. Forneço algumas respostas para a pergunta no artigo intitulado Imagem de Deus, o Homem Como, no final das notas sobre Gn 1:26. Ver II. 4 daquele artigo.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    *

    3.1-24 Os guardiães do santuário (2.15 nota) são agora testados quanto à sua fidelidade ao seu Rei. O teste é administrado sob um pacto de obras: a obediência lhes dá direito à vida com Deus; a desobediência resulta em morte. O fracasso deles indica a sua necessidade de justificação e santificação através do cumprimento de Cristo do pacto da graça.

    * 3.1 a serpente. No mundo bíblico as cobras simbolizavam, de modo variado, a vida, a sabedoria, e o caos; o deus do caos é as vezes assemelhado a uma cobra (26:12, 13; Is 27:1). Esta serpente é uma encarnação de Satanás, o Adversário. Ver v. 15, nota; “Satanás”, índice.

    mais sagaz. A opção feita por Satanás dessa forma física era um instrumento oportuno para sua malévola inteligência (conforme 13 47:11-15'>2Co 11:13-15). Suas palavras devem ser cuidadosamente escrutinadas. Ele só pode ser resistido com a ajuda da esplêndida armadura de Deus (Mt 4:1-11; Ef 6:10-20).

    mulher. Satanás subverte a instituição do casamento ao deixar de lado o homem, tentando a mulher para usurpar sua autoridade (1Tm 2:12, 14). Mesmo assim, o marido é tido por culpado porque a obedeceu (vs. 9, 17).

    * 3.2-5 A serpente tenta Eva ao: enfatizar a proibição de Deus, e não a sua provisão; reduzir a ordem de Deus a uma pergunta; lançar dúvida quanto à sinceridade de Deus e difamar os seus motivos; e negar a realidade da sua ameaça. A mulher gradualmente dá lugar às negações e meias-verdades de Satanás ao menosprezar os seus próprios privilégios, aumentando a proibição (“nem tocareis nele,” v. 3) e minimizando a ameaça (v. 6).

    * 3:5

    do bem e do mal. Ver 2.9 e nota.

    * 3:6 O pecado é essencialmente a falha do homem em confiar em Deus, um ato ou estado de descrença, uma afirmação de autonomia (2.9 e nota). A verdadeira religião consiste na comunhão com Deus baseada em confiança que leva a obediência (Jo 14:15). Ver a nota teológica “A Queda”, índice.

    árvore … entendimento. A decisão da mulher foi baseada em valores práticos, apreciação estética e gratificação intelectual.

    tomou-lhe do fruto. Neste ato, ela selou uma aliança com o príncipe da morte e das trevas. A eleição amorosa de Deus e o plano da redenção são sua única esperança (v. 15 e notas).

    e ele comeu. O homem se torna um rebelde: rodeado de motivos suficientes para confiar e obedecer a Deus, ele escolhe a desobediência contra Deus (6.5; 8.21). A salvação depende totalmente do Senhor, não do rebelde. Por indicação de Deus Adão representava toda a raça como sendo seu cabeça e trouxe morte sobre todos (Rm 5:12-19). Ele também representa, como modelo e protótipo, a hostilidade da humanidade contra Deus (2.4—3.24 e nota).

    * 3.7-11 A sua morte espiritual (2.17 e nota) é mostrada por sua alienação mútua, simbolizada no coser as folhas de figueira para se cobrirem, e sua separação de Deus é expressa em se esconderem por entre as árvores.

    * 3.7 nus. A nudez no Antigo Testamento sugere fraqueza, necessidade e humilhação (Dt 28:48; 1:21; Is 58:7). A palavra hebraica para “nus” soa como a palavra “sagaz” em 3.1. A intimidade do casamento é despedaçada (conforme 2.21, 24 e notas); a confiança é substituída pela desconfiança. A primeira experiência de culpa foi expressa em termos de tomar consciência da nudez. A redenção está ligada à provisão de Deus de algo para cobrir o pecado humano (v. 21 e notas; conforme Êx 25:17 e nota).

    *

    3.8 esconderam-se. Suas consciências os condenavam, eles se retraíram da intimidade com Deus que anteriormente gozavam no jardim (Rm 2:12-16). Sua expulsão do mesmo condiz com suas atitudes e ações.

    * 3.9 Onde. Embora onisciente, Deus ajusta a sua linguagem às limitações humanas. Aqui a pergunta os induz a vir a ele (conforme 4.9; 11.5).

    * 3.10 Ouvi a tua voz. Ironicamente, a palavra traduzida como “ouvi” é também a palavra para “obedeci” — precisamente o que Adão não fez.

    * 3.11 Quem. Ver nota em 11.5. As perguntas (v. 13) incitaram-nos a confessar sua culpa. Deus não faz perguntas a Satanás, simplesmente o destina a julgamento (v.14).

    *

    3.12, 13 Eles mostram sua fidelidade a Satanás ao distorcer a verdade, acusando um ao outro, e finalmente acusando a Deus (conforme Tg 1:13). Seus esforços para esconder seu pecado apenas o expõe.

    * 3:13

    enganou. Esta palavra sublinha o ensinamento de Paulo em 1Tm 2:12, 14.

    * 3.14-20 O pesado juízo de Deus sobre Satanás (vs. 14-15), a mulher (v. 16), e o homem (vs. 17-19), ainda inclui a promessa de salvação para o povo de Deus (v. 15).

    * 3.14, 15 A linguagem aqui tem uma referência dupla, referindo-se tanto à serpente quanto a Satanás.

    * 3.14 maldita. Maldita, o oposto de abençoada (1.22 e nota), denota a quebra dos poderes da serpente.

    comerás pó todos os dias. Pó é o símbolo de humilhação abjeta (Sl 44:25; 72:9), uma indignidade que dura para sempre. A derrota final de Satanás sob o calcanhar do Messias (v. 15) é retardada para que o programa de redenção de Deus através do descendente prometido da mulher pudesse ser realizado.

    *

    3.15 Porei inimizade. Deus graciosamente converte a afeição depravada da mulher por Satanás para si mesmo.

    a tua descendência e o seu descendente. A humanidade é agora convertida em duas comunidades: os remidos, que amam a Deus, e os réprobos, que amam a si mesmos (Jo 8:33, 44; 1Jo 3:8). A divisão é imediatamente expressa na hostilidade de Caim contra Abel (cap. 4). Esta profecia encontra seu cumprimento no triunfo do Segundo Adão, e da comunidade unida a ele, sobre as forças do pecado, morte e o mal (Dn 7:13, 14; Rm 5:12-19; 16:20; 1Co 15:45-49; Hb 2:14, 15).

    ferirá ... ferirás. Antes da sua gloriosa vitória, o Descendente da mulher deve sofrer para conquistar a nova comunidade do domínio da serpente (Is 53:12; Lc 24:26, 46; 2Co 1. 5-7; Cl 1:24; 1Pe 1:11).

    cabeça ... calcanhar. O sofrimento de Cristo é vitorioso. Ele já alcançou a vitória na cruz, provendo expiação para os santos (13 51:2-15'>Cl 2:13-15) e o consumará na sua segunda vinda (2Ts 1:5-10).

    * 3.16-19 A mulher é frustrada no seu relacionamento natural dentro do lar: um parto doloroso para ter filhos e a subordinação ao seu marido. O homem é frustrado na sua atividade para prover alimento. Cada um experimenta a dor nestes reveses.

    * 3.16 em meio a dores darás a luz. A dor é experimentada até num momento de grande realização para a mulher. Ainda assim, no seu papel de dar a luz e criar os filhos da promessa em Cristo Jesus, a mulher é privilegiada em participar do plano de Deus em criar um povo para si mesmo (v. 15; conforme 1 Tm 2.15).

    desejo. A expressão “e ele te governará” e as palavras paralelas em 4.7 sugerem que o desejo da mulher é o de dominar. A ordenança do casamento continua, mas é frustrada na batalha entre os sexos.

    ele te governará. A harmonia, intimidade e a complementaridade do relacionamento marital antes da queda (2.21-24 e notas) são corrompidos pelo pecado, e distorcidos pelo domínio e submissão forçada. A restauração destes relacionamentos se dá através da nova vida em Cristo (Ef 5:22-23).

    * 3.17 terra. O relacionamento natural do homem com a terra, dominando sobre a mesma, é revertido; ao invés de se submeter a ele, esta o resiste e finalmente o engole (2.7 e nota). A terra, frustrada por ter sido designada pelo Criador à desarmonia, espera por restauração (Rm 8:20-22).

    em fadigas. O trabalho em si é uma bênção porque o trabalho do homem reflete a atividade do Deus que trabalha (2.2, nota). Porém, o objeto do trabalho do homem, a terra, é maldita e se torna uma fonte de frustração.

    *

    3:19

    tu és pó. O corpo terreno do homem torna a morte física possível.

    ao pó tornarás. A morte física é ao mesmo tempo julgamento e bênção. Ela torna toda a atividade vã, porém ela livra o redimido da frustração terrena e abre o caminho para uma salvação eterna, que perdura além do sepulcro (Sl 73:24; Pv 14:32).

    * 3:20

    E deu … o nome. Ver 1.5, 2.23 e notas.

    mãe de todos os seres humanos. A escolha por Adão do nome de Eva demonstra a sua fé na promessa de Deus de que a mulher daria luz a filhos, incluindo o Descendente que derrotaria a Satanás.

    * 3.21 vestimenta de peles. As “cintas” de folha de figo do v. 7 eram somente para os quadris. As “vestimentas” duráveis de Deus se contrastam com a tentativa inadequada de Adão e Eva de encobrir sua vergonha. A provisão de Deus também implicava a morte de um animal, talvez sugerindo um sacrifício pelo pecado (3.7 nota; Lv 17:11).

    *

    3:22

    nós. Ver nota em 1.26.

    viva eternamente. Adão e Eva são protegidos de uma eterna escravidão ao pecado e desgraça que resultaria se eles comessem da árvore da vida (v. 19 e nota).

    3.24 expulso. Deus purifica o seu jardim templo (2.8, nota; conforme Lc 10:18; Jo 2:12-17; Ap 21:27).

    oriente. Ver 2.8 e nota. O tabernáculo de Israel e também o templo, como as catedrais medievais eram voltadas para o oriente.

    querubins. Estes seres celestiais resguardam a santidade de Deus, proibindo que os pecadores tenham acesso a ele (Êx 25:18; 2Cr 3:7).

    para guardar. O vindouro Adão celestial, que carrega sobre si a maldição da fadiga, suor, espinhos, conflito, morte no madeiro e desce ao pó, vai reaver o jardim, rasgando o véu do templo no qual os querubins eram costurados (2.8 e nota; Êx 26:1; Mt 27:51; Hb 6:19; 9:3; Ap 21:1-3, 14). A espada flamejante é a primeira arma de governo ou de coação à lei.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    3:1 Disfarçado como uma ardilosa serpente, Satanás deveu tentar a Eva. Alguma vez, Satanás foi um ser angélico que se rebelou contra Deus e foi jogado do céu. Satanás é um ser criado e portanto tem limitações. Mesmo que Satanás está tratando de tentar a todos para afastar os de Deus, não terá a vitória final. Em Gn 3:14-15 Deus promete que Satanás será esmagado por um da semente da mulher, o Messías.

    3.1-6 por que Satanás nos prova? A tentação é um convite de Satanás para nos entregar a seu estilo de vida e renunciar ao estilo de vida de Deus. Satanás tentou a Eva e obteve que pecasse. Após se mantém ocupado tratando de conseguir que a gente peque. Inclusive tentou ao Jesus (Mt 4:11), mas Jesus não pecou!

    De que maneira poderia ter resistido Eva a tentação? Seguindo os mesmos princípios que nós podemos seguir. Primeiro, devemos nos dar conta de que ser tentados não é um pecado. Não pecamos até que nos rendemos ante a tentação. portanto, para resistir a tentação, devemos: (1) orar pedindo forças para resisti-la, (2) fugir (algumas vezes literalmente), e (3) dizer não quando enfrentarmos a algo que nos consta que não é correto. Jc 1:12 fala das bênções e recompensas para aqueles que não se rendem ante a tentação.

    3.1-6 A serpente (Satanás) tentou a Eva fazendo-a duvidar da bondade de Deus. O sugeriu que Deus era estrito, mísero e egoísta já que não queria que Eva tivesse como O conhecimento do bem e do mal. Satanás fez que Eva se esquecesse de tudo o que Deus lhe tinha dado e que centrasse sua atenção na única coisa que não podia ter. Também, nos metemos em problemas quando insistimos em emprestar atenção às poucas coisas que não temos em lugar de olhar o muito que Deus nos deu. A próxima vez que sinta lástima de si pelo que não tem, considere tudo o que sim tem e agradeça a Deus. Logo suas dúvidas não o farão cair em pecado.

    3:5 Adão e Eva obtiveram o que queriam: um conhecimento íntimo tanto do bem como do mal. Mas o obtiveram através do caminho equivocado e o resultado foi desastroso. Às vezes temos a ilusão que liberdade é fazer o que a um agrada. Deus diz que a verdadeira liberdade provém da obediência e de saber o que não devemos fazer. As restrições que O nos deu são para nosso próprio benefício, nos ajudando a evitar o mal. Temos a liberdade de caminhar de frente a um automóvel que vem para nós a alta velocidade, mas não é necessário que sejamos atropelados para nos dar conta de que se o fazemos seria algo realmente tolo. Não escute as tentações de Satanás. Não é necessário que faça o mau para obter maior experiência e aprender mais a respeito da vida.

    3:5 Satanás utilizou um motivo sincero para tentar a Eva: "Chegará a ser como Deus!" Não estava mal que Eva queria ser como Deus. Parecer-se mais a Deus é a meta suprema da humanidade. É o que se supõe que devemos fazer. Mas Satanás enganou a Eva no que respeita ao modo apropriado de obter este objetivo. Disse-lhe que ela poderia parecer-se mais a Deus ao desafiar sua autoridade, tomando seu lugar e decidindo por si mesmo o que era melhor para sua vida. Em efeito, disse-lhe que se convertesse em seu próprio deus.

    Mas chegar a ser como Deus não é o mesmo que tratar de ser Deus. Mas bem, é refletir suas características e reconhecer sua autoridade sobre sua vida. Ao igual a Eva, freqüentemente temos uma meta muito valiosa mas tratamos de alcançar a de um modo equivocado. Comportamo-nos como um candidato político que lhe paga ao encarregado da recontagem de votos para ganhar as eleições. Quando faz isto, servir ao povo deixa de ser sua meta principal.

    A exaltação do eu conduz à rebelião contra Deus. logo que começamos a tirar deus de nossos planos, estamo-nos colocando nós mesmos por cima do. Isto é exatamente o que Satanás quer que façamos.

    ADAN

    É difícil imaginar como se sentiria Adão sendo primeira e única pessoa na terra. Uma coisa é que nos sintamos sozinhos; para o Adão, que nunca tinha conhecido a outro ser humano, era outra coisa. O se perdeu de muitas coisas que nos fizeram como somos agora: não teve infância, nem pais, nem família, nem amigos. Teve que aprender a ser humano por sua conta. Felizmente, Deus não permitiu que lutasse muito tempo antes de lhe apresentar uma ajuda e companheira idônea: Eva. Formaram uma unidade completa, inocente e aberta, sem um pingo de vergonha em nada.

    Uma das primeiras conversações do Adão com seu agradabilísima e bela companheira deveram ter sido as regras do horta. antes de que Deus criasse a Eva, já lhe tinha dado ao Adão completa liberdade no horta, junto com a responsabilidade de vigiá-lo e cuidá-lo. Entretanto, uma árvore estava fora dos limites: a árvore do conhecimento do bem e do mal. Adão deveu ter falado com a Eva sobre tudo isto. Ela sabia, quando Satanás lhe aproximou, que o fruto dessa árvore não se devia comer. Entretanto, decidiu comer o fruto proibido. Mais tarde o ofereceu ao Adão. Nesse momento, o destino da criação esteve em perigo. Tristemente, Adão não se deteve considerar as conseqüências. Seguiu adiante e o comeu.

    Nesse momento de pequena rebelião algo grande, formoso e puro se rachou: a perfeita criação de Deus. O homem se viu separado de Deus por querer atuar por sua conta. Seja que se lance um calhau ou uma pedra grande para uma janela de vidro, o efeito é o mesmo. Nunca poderão voltar a reuni-los milhares de fragmentos.

    Entretanto, no caso do pecado do homem, Deus já tinha posto em marcha um plano para vencer os efeitos da rebelião. A Bíblia inteira é a história de como se desenvolve esse plano, com a visita de Deus à terra através de seu Filho Jesus como parte essencial. A vida sem pecado do Jesus e sua morte fizeram possível que Deus oferecesse o perdão a todos os que o quisessem. Nossas ações de rebelião, já sejam pequenas ou grandes, demonstram que somos descendentes do Adão. Unicamente o pedir o perdão do Jesucristo nos faz filhos de Deus.

    Pontos fortes e lucros:

    -- Foi o primeiro zoólogo: deu-lhe nome aos animais

    -- Foi o primeiro desenhista de jardins, a cargo de vigiar e cuidar dele

    -- É o pai da raça humana

    -- Foi a primeira pessoa feita à imagem de Deus e primeiro humano que teve uma relação íntima e pessoal com O

    Debilidades e enganos:

    -- Fugiu da responsabilidade e culpou a outros; preferiu esconder-se a enfrentar-se; desculpou-se em lugar de confessar a verdade

    -- Seu maior engano: fazer-se cúmplice da Eva para trazer o pecado ao mundo

    Lições de sua vida:

    -- Como descendentes do Adão, todos refletimos até certo grau a imagem de Deus

    -- Deus quer que as pessoas, embora tenham liberdade de fazer o mal, optem por amá-lo ao.

    -- Não devemos culpar a outros de nossas próprias faltas

    -- Não podemos nos esconder de Deus

    Dados gerais:

    -- Onde: Horta de Éden

    -- Ocupação: Guardião, jardineiro e granjeiro

    -- Familiares: Esposa: Eva. Filhos: Caím, Abel, Set e muitos outros filhos mais. O único homem que nunca teve pai nem mãe terrestres

    Versículos chave:

    "A mulher que me deu por companheira me deu da árvore, e eu comi" (Gn 3:12).

    "Porque assim como no Adão todos morrem, também em Cristo todos serão vivificados" (1Co 15:22).

    A história do Adão se relata em Gênese 1:26-5.5. Também lhe menciona em 1Cr 1:1; Lc 3:38; Rm 5:14; 1Co 15:22, 1Co 15:45; 1Tm 2:13-14.

    3:6 Satanás tratou de que Eva pensasse que o pecado era bom, prazenteiro e desejável. O conhecimento tanto do bem como do mal parecia inofensivo a ela. Pelo general, a gente decide fazer coisas más porque se convenceu de que essas coisas são boas, ao menos para eles mesmos. Nossos pecados não sempre nos parecem horríveis, e os pecados que dão prazer são os que nos custa mais trabalho evitar. Assim prepare-se para as atrativas tentações que possam surgir a seu passo. Mesmo que não sempre possamos acautelar a tentação, sempre há uma saída (1Co 10:13). Recorra à Palavra de Deus e a seu povo para permanecer firme ante a tentação.

    3:6, 7 Observe com atenção o que fez Eva: olhou, tomou, comeu e deu. Freqüentemente a batalha está perdida ao primeira olhada. A tentação começa simplesmente ao olhar algo que queremos. Está você lutando com a tentação porque não aprendeu que olhar é o primeiro passo para o pecado? Sairemos vitoriosos da tentação mais freqüentemente se seguirmos o conselho do Paulo de fugir daquelas coisas que nos produzem maus pensamentos (2Tm 2:22).

    3.6, 7 Uma das realidades do pecado é que seu efeito se estende. depois de que Eva pecasse, envolveu ao Adão em sua má ação. Quando fazemos algo mau, freqüentemente nosso primeiro alívio da culpa vem quando envolvemos a alguém mais. Como desperdício tóxico derramado em um rio, o pecado se estende rapidamente. Reconheça e confesse seu pecado a Deus antes de que seja tentado e polua aos que estão a seu redor.

    3.7, 8 depois de pecar, Adão e Eva se sentiram culpados e envergonhados por sua nudez. Seus sentimentos de culpabilidade os fizeram fugir de Deus e trataram de esconder-se. Uma consciência culpado é um sinal de advertência que Deus colocou dentro de você que se acende quando tem feito o mau. Quão pior pode fazer é eliminar os sentimentos de culpabilidade sem eliminar a causa. É como utilizar um analgésico sem detectar a enfermidade. Alegre se de que esses sentimentos estejam aí, fazem-no estar consciente de seu pecado para que assim possa pedir o perdão de Deus e corrigir suas más ações.

    3:8 Resulta graciosa a imagem de dois humanos talheres com folhas de figueira tratando de esconder do Deus que todo o vê e todo sabe. Como puderam ser tão parvos de pensar que podiam esconder-se? Entretanto, nós fazemos o mesmo quando tratamos de lhe ocultar coisas a Deus. lhe conte tudo o que faz e pensa e não trate de esconder-se, é impossível. A sinceridade fortalecerá sua relação com Deus.

    3.8, 9 Este versículo mostra o desejo de Deus de ter amizade conosco. Também mostra por que temos medo de ter uma relação com O. Adão e Eva se esconderam quando escutaram que se aproximava. Deus queria estar com eles, mas por causa de seu pecado, Adão e Eva tinham medo de mostrar-se ante O. O pecado tinha quebrado sua comunhão com Deus, assim como tem quebrado nossa comunhão com Deus. Mas por meio do Jesucristo, o Filho de Deus, aberto-se o caminho para que renovemos nossa amizade com O. Deus deseja estar conosco. O nos oferece totalmente seu amor incondicional. Nossa resposta natural é o temor, já que sabemos que não podemos viver sob suas normas. Mas o reconhecer que O nos ama, apesar de nossas faltas, pode-nos ajudar a tirar esse temor.

    3.11-13 Adão e Eva não fizeram caso à advertência de Deus em 2.16, 17. Eles não entenderam as razões deste mandamento, assim decidiram atuar da forma que lhes parecia mais apropriada. Todos os mandamentos de Deus são obviamente para nosso próprio benefício, mas pode que não sempre entendamos as razões. O povo que confia em Deus lhe obedecerá porque Deus o pede, seja que entenda ou não o porquê de seus mandamentos.

    3.11-13 Quando Deus perguntou ao Adão sobre seu pecado, Adão culpou a Eva. Logo Eva culpou à serpente. Quão fácil é desculpar nossos pecados culpando a outra pessoa ou às circunstâncias. Mas Deus sabe a verdade. E O nos faz responsáveis a cada um de nós pelo que fazemos (veja-se 3:14-19). Admita seu pecado e peça desculpas a Deus. Não trate de escapar de seu pecado culpando a outro.

    3.14ss Adão e Eva escolheram seu curso de ação (desobediência) e logo Deus escolheu o seu. Como Deus santo só podia responder de uma maneira coerente com sua natureza moral perfeita. Não podia permitir passar por cima o pecado, devia castigá-lo. Se as conseqüências do pecado do Adão e Eva lhe parecem extremas, recorde que o pecado que cometeram pôs em ação a tendência do mundo à desobediência a Deus. Este é o motivo pelo qual ainda pecamos hoje: Todo ser humano que jamais tenha nascido, com a exceção do Jesus, possui a herança da natureza pecaminosa do Adão e Eva (Rm 5:12-21). O castigo do Adão e Eva reflete com que seriedade Deus vê o pecado de qualquer classe.

    3.14-19 Adão e Eva aprenderam por meio de uma experiência dolorosa que, já que Deus é justo e odeia o pecado, deve castigar aos pecadores. O resto do livro de Gênese relata histórias dolorosas de vistas arruinadas pela queda. A desobediência é pecado e rompe nossa relação com Deus. Felizmente, quando desobedecemos, a vontade de Deus é nos perdoar e restaurar nossa relação com O.

    3:15 Satanás é nosso inimigo, ele fará todo o possível para fazer que sigamos seu caminho de maldade e morte. A frase "Você lhe ferirá no calcanhar" se refere aos intentos constantes de Satanás de derrotar a Cristo durante sua vida na terra. "Esta te ferirá na cabeça", anuncia a derrota de Satanás quando Cristo se levantou da morte. Um golpe ao talão não é mortal, mas a gente atirado na cabeça sim. Já Deus estava revelando seu plano para derrotar a Satanás e oferecer salvação ao mundo por meio de seu Filho Jesucristo.

    3.17-19 A desobediência do Adão e Eva, e a queda da graça de Deus afetou a toda a criação, incluindo o meio ambiente. Anos atrás a gente não se preocupava da contaminação dos rios com desperdícios químicos e lixo. Isto parecia tão insignificante, tão corriqueiro. Agora sabemos que só duas ou três partes por milhão de certas substâncias químicas podem danificar a saúde humana. O pecado em nossas vidas é extra�amente similar aos desperdícios tóxicos. Até as quantidades mais pequenas são letais.

    3.22-24 A vida no horta do Éden era como viver no céu. Tudo era perfeito, e se Adão e Eva tivessem obedecido a Deus, poderiam ter vivido ali por sempre. Mas depois de desobedecer, Adão e Eva já não mereciam viver no paraíso, assim Deus lhes disse que se fossem. Se tivessem contínuo vivendo no horta e comendo da árvore da vida, teriam vivido para sempre. Mas a vida eterna em um estado de pecado significaria tratar de esconder-se eternamente de Deus. Como Adão e Eva, todos nós pecamos e estamos separados de Deus. Entretanto, nós não temos que permanecer separados. Deus está preparando uma nova terra como paraíso eterno para todo seu povo (veja-se Apocalipse 22).

    3:24 Os querubins eram poderosos anjos do Senhor.

    3:24 Assim é como Adão e Eva romperam sua relação com Deus: (1) chegaram a estar convencidos de que seu caminho era melhor que o de Deus; (2) coibiram-se e se esconderam; (3) trataram de desculpar-se e defender-se. Para construir uma relação com Deus devemos reverter esses passos: (1) abandonar as desculpas e a autodefesa; (2) deixar de nos esconder de Deus; (3) nos convencer de que o caminho de Deus é melhor que o nosso.

    PLANO DO SATANAS

    Dúvida: Faz-nos questionar a Palavra de Deus e sua bondade

    Desalento: Faz-nos dirigir o olhar para nossos problemas e não para Deus

    Confusão: Faz que as coisas más nos pareçam atrativas para que as desejemos mais que as coisas boas

    Derrota: Faz-nos nos sentir fracassados

    Demora: Faz-nos pospor as coisas para que nunca as façamos


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    B. A QUEDA (3: 1-4: 26)

    1. A introdução do pecado (3: 1-6)

    1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. ? E ele disse à mulher, assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim 2 E a mulher disse à serpente, Do fruto das árvores do jardim podemos comer: 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. 4 E a serpente disse à mulher, Ye Certamente não morrereis: 5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem eo mal. 6 E quando a mulher viu que a árvore era boa para se comer, e que era um agradável aos olhos, e que a árvore era desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu; e ela deu também a seu marido com ela, e ele comeu.

    Muitas interpretações diferentes foram feitas deste capítulo. Alguns estudiosos liberais dizem que é uma coleção de mitos, ou uma revisão deles, originalmente transmitida de geração a geração dos povos primitivos. Alguns comentaristas faria dela uma alegoria, algo como as parábolas de Jesus, em que uma narrativa ficcional é usado para retratar as verdades espirituais e eternas. Alguns gostaria de salientar que o aceitam como história literal, mas que, apesar disso, ver na serpente mais de uma serpente e no fruto mais do que mero fruto. A grande maioria dos comentadores antigos judeus, os pais da igreja, e os estudantes evangélicos da Palavra nos tempos modernos concordam com a interpretação de H. Orton Wiley dele "como um registro inspirado de fatos históricos, ligadas a um simbolismo profundo e rico." Esta interpretação é a que é assumida pelas Escrituras divinamente inspiradas (ver 31:33 ; Dn 6:7. ; 1Co 15:22. ; 2Co 11:3 ).

    A serpente é retratado como o instrumento da tentação. Ele é descrito como mais sutil do que todos os animais do campo , como tendo o poder da palavra, e não há uma possível implicação mais tarde que ele não estava rastejando em cima de sua barriga antes da queda, mas talvez ereto ou, pelo menos, andando sobre pernas (Gn 3:14 ). Nada é dito em Gênesis sobre algum ser celestial ou demoníacas aproximando Eve. Mas o Novo Testamento deixa claro que Satanás era o verdadeiro tentador (Jo 8:44 ; 2Co 11:3 ), o resto da explicação tradicional repousa sobre o fundamento tênue de uma passagem altamente simbólica (Ap 12:3 , Ap 12:7) e na leitura de um significado mais profundo em duas denúncias poéticas dos reis de Babilônia e Tiro (Is 14:12 ; Ez 28:12-17. ). Uma quase suspeita que a teoria deve tanto aos detalhes adicionados por João Milton em Paradise Lost , como o que a Bíblia realmente diz. Na principal, no entanto, a teoria parece ser o melhor que pode ser oferecido com base escassa disponível para interpretação. Ele está de acordo com o que sabemos sobre a natureza de Deus, a natureza do mal, e as atividades de Satanás.

    Palavras do tentador mostrar uma progressão de três etapas. (1) O seu primeiro discurso gravado parece expressar incredulidade: Será que Deus realmente proibiu de comer de uma das árvores? A injeção de a ideia de surpresa ou espanto e dúvida em um dos mandamentos de Deus na mente de Eva foi a tentativa de Satanás para estabelecer uma cabeça de praia a partir do qual ele pudesse completar sua obra de destruição. (2) Ele seguiu este com um desmentido do aviso divino, Ye Certamente não morrereis .Enquanto a resposta de Eva para a serpente deu pouca indicação de seu mordendo a isca, ele seguiu até sua primeira sugestão sutil, com um ataque ousado que a deixou poucas dúvidas quanto à sua opinião de Deus. (3) Em seguida, para a insídia da dúvida e o sacrilégio de tentar roubar a Deus de Sua veracidade, acrescentou a blasfêmia do que sugere que a ordem de Deus era devido a motivos ocultos e egoístas, Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, em seguida, seus olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem eo mal .

    Mesmo para Eva em seu estado de inocência, o verdadeiro caráter do tentador e efeito deve ter sido imediatamente claro. Ela e Adão tinha experimentado o suficiente da bondade de Deus para desmentir tudo Satanás disse. Sua resposta inicial ao tentador realizada promessa de bom. Ele perguntou a ela sobre o mandamento de uma forma negativa, disse Deus, não vos? Ela respondeu-lhe da mesma maneira em que Deus tinha dado a ordem, primeiro referindo positivamente ao seu livre acesso a todas as outras árvores, dando assim a proibição da sua perspectiva como qualquer outra coisa, mas dura ou cruel. O mandamento tinha sido, evidentemente, dado a Adão sozinho, uma vez que era antes da criação de Eva, e até mesmo a forma do verbo é singular (2: 16-17 ).Mas Eve sabia sobre ele e reconheceu como obrigatória para ela também, e ela fielmente respondeu a Satanás com quase as palavras exatas que o Senhor tinha usado.

    Erro de Eva não é aparente em sua resposta inicial, mas em seu continuar a ouvir o tentador e seguir suas palavras, a ponto de olhar para o fruto proibido à luz do que ele disse. Três razões são dadas para sua rendição final: a árvore era (1) boa para se comer , (2) um deleite para os olhos , e (3) desejado para fazer um sábio . Tem sido frequentemente salientado que esses três desejos, tudo natural e legítimo, desde que limitada à esfera para a qual Deus criou-os, agora passou para o que um escritor mais tarde chamado de "a concupiscência da carne, a concupiscência dos os olhos ea soberba da vida "( 1Jo 2:16 ). Ela tinha ouvido a Satanás por muito tempo, tanto tempo que seus desejos eram despertou e ela cedeu, para ela tomou do seu fruto, e comeu; e ela deu também a seu marido . Satanás obteve uma dupla vitória: Eve tinha rendido à sua tentação, e Eva, por sua vez tornou-se o instrumento de tentação para Adão.

    As Escrituras deixam bem claro que Eva era a pessoa que foi enganada por Satanás (1Tm 2:14 ). O partilhar real da fruta, no entanto, deve ter sido quase simultânea. Tal é indicado pela estreita ligação de comer e deu , as palavras com ela , eo fato de que a consciência de culpa foi vivido juntos (v. Gn 3:7 ). E seja qual for a escolha de Eva pode ter sido, foi a Adão que Deus havia dado diretamente o mandamento e foi na escolha de Adão que o destino de toda a humanidade descansou (Rm 5:12 ), e foi Adão, que deve aceitar a responsabilidade final para sua própria queda e que de toda a raça humana.

    Muitas tentativas foram feitas para explicar a árvore do conhecimento do bem e do mal e identificar os seus frutos. Por alguma razão inexplicável pontos tradição popular para a maçã. E muitos foram convencidos de que a árvore e seu fruto só poderia ser um símbolo de algum ato que envolveu a escolha moral de alguma forma envolvidos na relação sexual entre homem e mulher. Mas a Bíblia em nenhum lugar imagens de sexo dentro do relacionamento conjugal como intrinsecamente mau. Deus teve de fato criou o primeiro casal humano do sexo masculino e feminino e ordenou-lhes a se multiplicar e encher a terra (1: 27-28 ), e causou-los a unir juntos como uma só carne (Gn 2:24 ). Que esta árvore e seus frutos eram únicos, que só existia no Éden, e que suas propriedades místicas excedeu em importância as suas propriedades físicas parece muito clara, de fato. A árvore ficou como um lembrete constante da soberania de Deus e de Seu desejo de obediência amorosa do homem. Deus havia projetado homem para a comunhão com Ele, mas que a comunhão não poderia ser realizado na plenitude e riqueza Deus propôs, se o homem não chegou a entrar em-lo livremente e com amor, não pela necessidade de sua origem, mas por sua própria escolha. Isto requeria um teste de algum tipo, e esta fornecida a árvore. Era um dom da graça de Deus, destinados à melhoria do homem, mas virou por artimanhas de Satanás e rebelião do homem nos meios de destruição do homem.

    Algumas interessantes bits de provas que sustentam o relato bíblico da queda foram transformadas por arqueólogos. Na chamada epopéia de Gilgamesh, um antigo conto babilônico, o herói depois de uma missão longa e difícil obtém a planta da vida só para tê-lo roubado por uma serpente. E nas imediações de Nínive foram encontrados dois selos, que data de 3000 aC, e mais cedo, o que descreve um homem, uma mulher, e uma serpente, o outro uma árvore no centro, um homem à direita, uma mulher na deixou arrancar frutos, e uma posição ereta serpente atrás dela. No entanto, as nações pagãs pode ter torcido os detalhes, é evidente que grande parte da verdade sobre a origem do homem e do pecado permaneceu conhecimento generalizado nos tempos antigos.

    2. As conseqüências do pecado (3: 7-4: 26)

    1. As conseqüências espirituais (3: 7-8)

    7 E os olhos de ambos foram abertos, e eles sabiam que estavam nus; e eles costuraram folhas de figueira juntos, e fizeram para si aventais. 8 E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia: o homem e sua mulher esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim.

    Duas consequências internas da queda são imediatamente aparentes. Adão e Eva sentiu vergonha e medo . O primeiro foi aparente em sua consciência súbita de sua nudez e sua tentativa de cobrir-se com aventais de folhas de figueira . O segundo foi aparente em sua tentativa de cobrir-se ainda mais por esconder entre as árvores quando Deus veio para o Seu período diário de comunhão com eles. H. Orton Wiley resume essas consequências, em termos teológicos, quando ele diz: "Externamente, foi um afastamento de Deus e uma escravidão a Satanás; internamente, foi a perda da graça divina pela qual o homem tornou-se sujeito à corrupção física e moral. "A vergonha que sentia era devido à sua perda de graça, o medo ao seu afastamento de Deus.

    A serpente tinha prometido a Eva que o fruto da árvore iria abrir os olhos e torná-los como Deus, conhecendo o bem eo mal. A promessa foi cumprida na medida em que seus olhos se abriram, mas o novo conhecimento não era aquele que exaltou mas o que humilhado. Eles sempre soubera que havia uma diferença entre certo e errado, mas a distinção tinha sido limitada ao uso ou não uso da árvore. Agora eles tinham ido além distinguir entre certo e errado para saber o mal experimentalmente. E tudo o que esse conhecimento adicional foi o peso da culpa. Sua vergonha não tinha nada a ver com sexo. Em vez disso, a nudez que causou sua invenção frenético de roupa era sua súbita consciência de que eles haviam perdido a glória divina que tinha envolto-los previamente.A imagem de Deus no sentido de, uma personalidade racional consciente foi mantido, mas a glória da santidade divina, à semelhança moral completa a Deus, tinha ido embora. Adão e Eva ficavam expostos ao mundo ao seu redor de plantas, mundo animal, espiritual mundialmente como nunca tinha sido antes. E quando o som da voz de Jeová chamando-os para o que tinha sido a sua visita diária e amado ecoou por entre as árvores, eles descobriram que eles tinham não só perdeu sua posição elevada no mundo criado, mas eles tinham perdido o seu direito de íntima comunhão com o Deus que os haviam concebido para o efeito. Ao chegar para o que eles sentiam que era um nível mais elevado de vida que tinham perdido a maior e caiu para o menor.

    b. As consequências físicas (3: 9-21)

    9 E o Senhor Deus chamou ao homem, e disse-lhe: Onde estás? 10 E ele disse: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me. 11 E ele disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? 12 E o homem disse: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi. 13 E o Senhor Deus disse: à mulher: Que é isto que fizeste? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. 14 E o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita és acima de todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre tu ir, e pó comerás todos os dias da tua vida: 15 e porei inimizade entre ti ea mulher, entre a tua descendência ea sua descendência: ele te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. 16 E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, ea tua conceição; em dor darás à luz filhos; eo teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: não deves comer dela, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela todos os dias da tua vida; 18 espinhos e abrolhos ele deve trazer diante de ti; e tu comerás a erva do campo, 19 com o suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra; porque dela foste tomado; porque tu és pó, e em pó te voltar. 20 E o homem chamou o nome de sua mulher Eva; porque ela era a mãe de todos os viventes. 21 E o Senhor Deus fez para Adão e sua mulher túnicas de peles, e os vestiu.

    Os versículos 9:13 delinear a série de perguntas, através da qual Deus procura a verdade sobre a queda. Adão se recusou a enfrentar a sua responsabilidade pessoal e culpou seu pecado sobre a mulher que me deste por companheira me , implicando, assim, que o próprio Deus foi parcialmente a culpa. Eve se recusou a enfrentar sua responsabilidade pessoal e apontou o dedo acusador para a serpente. Assim, temos o primeiro registro do dispositivo familiar conhecido como projectionism psicológico. Ambos, no entanto, foram forçados a admitir, eu comi . Qualquer que seja o papel desempenhado por outros, o fato do pecado não poderia ser evitado.

    Nenhuma menção é feita da tentativa da serpente para evitar a responsabilidade. Em qualquer caso, Deus começou Seu pronunciamento do juízo com a serpente. O julgamento sobre a serpente, a mulher, o homem, e até mesmo a própria Terra é composta principalmente de mudanças não-físicos ou externos, necessariamente, a introdução de novos fatores, mas a modificação ou exagero das já existentes. A serpente era a rastejar no pó e ao ser confrontado com inimizade contínua por parte do homem. É duvidoso dos princípios manifestados em outros julgamentos que esta foi uma mudança total de estrutura corporal e estilo de vida para a serpente, mas sim uma intensificação da sua postura geralmente abjeta e da tentativa do homem de controlar ou matá-lo. A mulher tinha sido nomeado ajudante do homem e portador de crianças, mas ela foi rebaixado na medida em que seu marido era o seu mestre, e ao maior cumprimento de seu destino estava envolvido na dor e risco. O homem sempre foi esperado para o trabalho, mas agora o seu trabalho deveria ser intensificado. Ele não era mais para ser rápida e facilmente o mestre do seu mundo, mas estava a ser forçado a trabalhar duro para obter as necessidades da vida, lutando contra os espinhos e cardos a terra iria produzir, enfrentando apenas a perspectiva de voltar para a terra de que ele originalmente tinha sido tomada.

    Mas, no momento do julgamento, a soberania ea graça de Deus foram claramente revelada. Deus realmente havia projetado homem para a comunhão com Ele e até mesmo a transgressão eo pecado não estavam indo para frustrar o grande projeto. Deus amou o homem desde o início e de Seu amor não abandonou Adão agora. Mesmo quando se fala à serpente, Deus declarou: Porei inimizade entre ti ea mulher, entre a tua descendência ea sua descendência: ele te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar .Embora a referência à mulher semente hematomas da serpente cabeça refere-se, em parte, para a inimizade do homem para a serpente, ele também deve significar que Deus providenciou para o triunfo final do homem sobre o tentador. Quando este versículo é visto à luz do evangelho cristão, é impossível não ver uma referência velada a Cristo, o Deus-homem, que era de fato a semente da mulher, e por cuja morte e ressurreição e intercessão homem é redimido e Satanás derrotado. Essa impressão é agravada quando se observa que semente é singular e o pronome pessoal referindo-se é ele . E um certamente não vê conflito entre a previsão de que esta vitória vem através da semente da mulher (em vez de a semente do homem e da mulher) e o fato de que Cristo foi concebido da virgem Maria, sem a anuência de um homem.

    A graça de Deus foi ainda revelada quando Ele substituiu as fig-leaf inadequados aventais Adão e Eva tinham feito para se com casacos de pele. É possível que Deus instituiu, assim, o sacrifício de sangue como a única esperança do homem de acesso a Deus. É certo que o sangue foi derramado neste ato gracioso para atender a necessidade do homem. E a lição é claramente revelado que as tentativas do homem para cobrir sua vergonha nunca são suficientes. A única cobertura para vergonha e culpa, a única esperança de perdão e restauração deve vir através de Deus e o remédio que ele inventa e fornece. Assim, na hora mais escura do homem, quando o pecado tinha prejudicado a imagem divina nele, quando o julgamento tinha sido pronunciada contra ele, quando todo o seu mundo estava mudando, mesmo assim, a graça ea misericórdia de Deus foram revelados como na promessa velada e ato simbólico Ele predisse o vinda do Salvador e Sua obra redentora.

    c. As Conseqüências Dispensational (3: 22-24)

    22 E o Senhor Deus disse: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecendo o bem eo mal; e agora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva em constante 23 , portanto, o Senhor Deus o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de onde ele foi levado. 24 Então ele expulsou o homem; e ele colocou no leste do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

    O ato final de Deus em julgamento sobre Adão envolveu uma conferência divina, aparentemente dentro da Trindade, do mesmo tipo que o que resultou em sua criação: Eis que o homem se tornou como um de nós (conforme Gn 1:26 ). Deus enfrentou a possibilidade de que agora desde que o homem pecou, ​​se o homem manteve constante acesso à árvore da vida, ele poderia perpetuar o seu Estado independente, rebelde e pecaminosa sempre. Então Deus empurrou Adão e Eva do jardim, cumprindo, assim, o aviso de que se eles comeram do fruto da árvore que iam morrer. Por enquanto eles foram cortadas a partir da fonte da vida e da mortalidade inerente em seus corpos de poeira começou a se afirmar. Assim, os meios de distribuição de vida de Deus ao homem foi alterado em consequência da queda. Antes que ele tinha acesso livre e pronto para a fonte da vida. Agora ele só poderia ser obtida se Deus providenciou alguns novos meios-que Ele havia de fato prometeu fazer, mas que seria tão cercada de condições que para cumprir o propósito original de Deus de amor, companheirismo dispostos.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    Gênesis 3 Tentação (3:1-6)

    O tentador

    Deus não é o autor do pecado nem tenta as pessoas para que pequem; esse é o trabalho do demônio (Jc 1:13). Já vimos que Satanás caiu em pecado antes da obra de Gêne-Sf 1:0); em Gênesis 4, ele é o mentiroso homicida (Jo 8:44). Temos de ter cuidado para evitar os caminhos enganosos dele.

    1. O alvo

    Satanás mira a mente de Eva (2Co 11:1-47; 1Tm 2:9-54) e consegue enganá-la. A mente do homem é uma parte de seu ser que foi cria-da à imagem de Deus (Cl 3:9-51).

    Assim, Satanás ataca Deus quando ataca a mente humana. Satanás usa mentiras. Ele é mentiroso, o pai da mentira Jo 8:44).

    1. A tática

    Satanás não pode vencer se a mente se apega à verdade de Deus; mas, se a mente duvida da Palavra de Deus, ela abre espaço para que as men-tiras do demônio se instalem. Sata-nás questiona a Palavra de Deus (v. 1), nega a Palavra de Deus (v. 4) e, depois, a substitui por suas próprias mentiras (v. 5). Observe que Satanás tenta minar nossa fé na bondade de Deus — ele sugere a Eva que Deus resistia a eles ao mantê-los afastados da árvore do conhecimento do bem e do mal. Quando questionamos a bondade de Deus e duvidamos de seu amor, favorecemos diretamente Satanás. Este faz com que a tenta-ção soe maravilhosa ao dizer: "Se-reis como Deus" (ARC). O próprio Satanás quis ser "semelhante ao Al-tíssimo" (Is 14:14), e, séculos mais tarde, ele ofereceu a Cristo "todos os reinos do mundo", se Cristo o adorasse (Mt 4:8).

    1. A tragédia

    Eva não devia ter dado "lugar ao diabo" (Ef 4:27); ela devia ter se apegado à Palavra de Deus e resis-tido ao diabo. Nós nos pergunta-mos onde estava Adão durante essa conversa. De qualquer forma, Eva

    afastou-se da Palavra de Deus ao negligenciá-la livremente (v. 2); ela acrescentou "nem tocareis" à Pa-lavra (v. 3); e ela mudou a Palavra de Deus de "certamente morrerás" para "para que não morrais" (v. 3). No versículo 6, vemos a trágica ação da cobiça da carne ("boa para se comer"), dos olhos ("agradável aos olhos") e da vaidade ("desejá-vel para dar entendimento") — veja 1Jo 2:15. É difícil pecar sozi-nho. Há algo em nós que nos faz querer compartilhar o pecado com os outros. Adão pecou deliberada- mente e mergulhou o mundo em julgamento (1Tm 2:14).

    1. Condenação (3:7-19)
    2. Interna (vv. 7-13)

    De imediato, veio a perda da ino-cência e da glória e o sentimento de culpa. Eles tentaram cobrir a nudez com vestimentas feitas por eles mesmos, as quais Deus não aceitou (v. 21). Além disso, vemos a perda do desejo de ter amizade com Deus EÍes se escondem quan-do ouvem Deus se aproximando! A culpa, o temor e a vergonha que-bram a amizade que usufruíam com Deus antes da desobediência. Observe que também cresce uma atitude de autodefesa: o homem culpa a mulher, a mulher culpa a serpente. Vemos aqui o trágico efeito interior do pecado.

    1. Externa (vv. 14-19)

    É provável que a serpente que Sa-tanás usou não seja a criatura ras-tejante que conhecemos hoje. O nome sugere brilho e glória, mas a criatura foi julgada e condenada a uma vida vil na poeira, porque se rendeu a Satanás e tomou parte na tentação. O julgamento da mulher envolveu concepções múltiplas e dor no parto. Ela teve que se sujei-tar a seu marido. Observe que Pau-lo sugere que as mulheres cristãs que casam com homens não-salvos correm perigo especial ao dar à luz crianças (1Tm 2:8-54). O julgamen-to do homem envolveu seu traba-lho: o deserto substituiu o paraíso, e o suor e a exaustão do trabalho pesado no campo substituíram a alegria de ministrar no jardim. Deus não puniu o trabalho, pois o traba-lho não é pecaminoso (2:15). São o suor, a exaustão e os obstáculos da natureza que nos lembram a queda do homem. Toda a criação foi amal-diçoada e está em servidão por cau-sa do pecado (Rm 8:15-45).

    1. Eterna (v. 15)

    Esse foi o primeiro evangelho decla-rado na Bíblia: a boa-nova de que, no fim, a semente da mulher (Cristo) vencería Satanás e sua semente (Gl 4:4-48). O curso divide-se desse pon-to em diante: Satanás e sua família (semente) opõem-se a Deus e sua família. Deus mesmo põe a inimiza-de (hostilidade) entre eles, e a guer-ra chega a seu ápice quando Deus expulsa Satanás para o inferno (Ap 20:10). Reveja a parábola do joio, em Mt 13:0 informa-nos que Caim "era do Maligno" — um filho do demônio. O Antigo Testamento é o relato das duas sementes em con-flito; o Novo Testamento é o registro do nascimento de Cristo e de sua vitória sobre Satanás por intermédio da cruz.

    1. Salvação (3:20-24)

    O único evangelho que Adão conhe-cia era o que Deus disse em 3:15, contudo ele acreditou e foi salvo. Como sabemos que ele acreditou no que Deus disse? Porque deu o nome de Eva, que significa "vida", ou "doadora de vida", a sua mulher. Deus disse que Adão e Eva morre-ríam, e Adão morreu fisicamente de-pois de 930 anos. Contudo, ele tam-bém morreu espiritualmente, pois ficou separado de Deus por causa do pecado. Deus prometeu que o Salvador nascería por intermédio da mulher, e Adão acreditou nessa pro-messa e se salvou. Deus não mudou as conseqüências físicas do pecado, mas ele cancelou a conseqüência espiritual — o inferno.

    No versículo 21, a vestimenta de peles retrata a salvação que temos em Cristo. É o derramar de sangue, a oferenda de uma vida inocente por causa da culpa. Adão e Eva tentaram cobrir o pecado e a vergonha com folhas (3:7), mas Deus não aceitou essas boas obras. Ele também não aceita essas obras hoje!

    A Bíblia, com freqüência, usa as vestimentas para retratar a salva-ção (veja Is 61:10 e Zc 3:0). À vista de Deus, as vestimentas de auto-retidão e as boas obras são trapos imundos (Is 64:6). Note que Deus quer que Adão e Eva se cubram, ele apro-va esse sentimento de vergonha. A pessoa abolir isso e voltar à nudez é sempre um sinal de degeneração. O padrão de Deus é sempre a vesti-menta modesta (1Tm 2:9).

    Os versículos 22:24 mostram uma ação singular da graça de Deus: ele expulsou o homem e a mulher do jardim! Eles perderam o direito à árvore da vida ao desobedecer a Deus. Eles, se tivessem comido des-sa árvore, viveríam para sempre em seu estado pecaminoso. Isso signi-ficaria que o Salvador, o segundo Adão, não poderia vir para morrer a fim de salvar a humanidade do pecado. Por isso, Deus, ao expulsar Adão e Eva do paraíso, mostrou sua graça e misericórdia em relação a toda a raça humana. A espada que Deus pôs no jardim barrava a pas-sagem. Pode-se traduzir essa "espada flamejante" (NVI) por "fogo de Deus", uma referência à sua santi-dade (He 12:29).

    O contraste entre o primeiro Adão e o último Adão, Cristo, é ex-plicado em Rm 5:0).

    Observe que em Romanos 5 temos muito mais afirmações (9, 15,17,20) indicando que a morte de Cristo não nos trouxe apenas de volta à posição em que Adão esta-va, mas ela também nos deu muito mais que Adão já teve. Somos reis e sacerdotes para Deus e reinare-mos com Cristo para sempre!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    • N. Hom. 3.1 Nem Deus nem o homem é autor do pecado, pois este é algo que vem de fora, mediante a serpente (Satanás, conforme 2Co 11:14; Ap 12:9 ; Ap 20:2). Observe-se que a tentação está associada à dúvida relativa à Palavra de Deus, "Deus disse". São estes os estágios da tentação:
    1) A curiosidade e a desconfiança despertadas em Eva (v. 1),
    2) Insinuação de tríplice dúvida com referência a Deus: sua bondade no tocante à restrição; sua retidão relativamente à afirmação de que morreriam (v. 4); e, por fim, sua santidade quando Satanás assevera que, ao contrário de morrerem, "como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" (v. 5) - esta tríplice dúvida conduz à
    3) Incredulidade, que por seu turno se desfecha na
    4) Desobediência (v. 6).

    3.10 A consciência despertada com relação ao pecado e, em conseqüência, a vergonha, leva ao temor e à tentativa de esconder-se, mostrando claramente a natureza decaída da humanidade, desde então, até a presente.
    3.12,13 Sintomático do estado impenitente reinante nos corações de Adão e Eva é a maneira como procuram lançar a culpa um sobre o outro.

    3.15 Aqui está que se denomina de Proto-evangelho, isto é, a primeira referência feita ao necessário Redentor, capaz de efetuar a purificação pelo pecado, bem como pagar a horrenda pena que este acarreta. Observe-se que o termo "descendente" encontra-se no singular, portanto, uma referência clara feita a certa pessoa (Cristo) descendente de Eva, e não a toda a raça humana (conforme Gl 3:16).

    3.20 Eva quer dizer vida. A linguagem primitiva não era a hebraica mas, à medida que os pensamentos se transmitem de uma para outra língua, os nomes vão se ajustando para manterem a significação original.

    3.21 A tentativa feita pelo homem de cobrir-se com folhas (7), era tão inadequada como o desejo de desculpar-se pelo pecado. A provisão de Deus, fazendo-lhes vestimentas de peles é o primeiro vestígio da exigência divina de uma vítima sacrificial que ofereça uma cobertura (propiciação: heb caphar) capaz de promover a reconciliação.

    3.22 Foi devido à misericórdia de Deus que não se permitiu ao homem comer da "árvore da vida", de modo a perpetuar e agravar ainda mais a sua condição pecaminosa.

    3.23 A separação é o resultado inevitável do pecado (conforme Is 59:2). O pecado e o paraíso (significando o lugar onde Deus pode ser encontrado para com Ele manter-se Comunhão) são realidades incompatíveis.

    3.24 Querubins, uma categoria de anjos; têm a tarefa de zelar pela santidade de Deus. Por isso Deus mandou que, no Santo dos Santos, Moisés colocasse dois querubins de ouro, simbolizando o local da presença sagrada e gloriosa de Deus no tabernáculo (Êx 37:7-10).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24

    2) a) A queda do homem (3:1-24)

    v. 1. a serpente: cobra (BLH) seria uma tradução melhor, pois trata-se da palavra hebraica normal nãhãs. Embora o elo com Satanás esteja implícito no v. 15 e explícito no NT, não é explicado aqui. Ela é apresentada como o mais esperto e inteligente (Leupold) entre os animais selvagens — não há conotação negativa na palavra. A tentação é retratada como que vindo não de um ser superior, mas de um ser inferior, sobre o qual a mulher deveria ter exercido domínio. Como a mulher ouviu o réptil, não é explicado no texto.

    Deve ter sido algo inerentemente natural, senão o choque a teria levado a se precaver. Parece claro que a voz foi a expressão dos seus pensamentos e desejos mais profundos. O castigo da cobra (v. 14) não deve ser entendido como se em alguma época ela tenha tido pernas. Antes, o que antigamente tinha parecido normal e belo seria agora um lembrete perpétuo do que ela havia feito.
    Será que Deus realmente é bom? (v. 1-5). As primeiras palavras da cobra podem ser traduzidas assim: “Deus certamente não disse a vocês que não poderiam comer de nenhuma árvore do jardim, certo?”. Ela falou como se tivesse ouvido um boato terrível. A resposta da mulher foi impecável, mas o seu tom de voz deve ter traído a sua disposição de duvidar da bondade perfeita de Deus. O fato de ela mencionar o tocar nas árvores deve provavelmente ser colocado sob a responsabilidade do homem, pois ele pensou que havia uma cilada no presente de Deus; assim, era melhor que ele fosse cuidadoso. Com a dúvida, veio a negação: não morrerão; Deus quer evitar que vocês se tornem como ele mesmo. A tradução “como deuses” (BJ, VA, NEB) é possível, mas não tão adequada como “como Deus”. A tentação era optar pela independência. A atratividade da árvore (v. 6) provavelmente era só subjetiva. Deus não fizera a tentação mais difícil de ser vencida. O mau desejo sempre irradia uma atratividade falsa sobre o que não é certo.

    Nudez (v. 6,7). Não é sugerida motivação alguma para a mulher dar o fruto a seu marido nem para a aceitação dele. A afirmação categórica de Paulo em lTm 2.14 de que Adão não foi enganado coloca a culpa maior sobre ele e implica que ele agiu de olhos abertos. Podemos deduzir disso que ele já havia tido a intenção de comer o fruto, ou que ele tinha a intenção de compartilhar do destino da sua esposa em vez de confiar em Deus, mas, se foi esse o caso, ele logo se esqueceu disso (v. 12). Aqui o sentimento de nudez (v. 7) assume um significado simbólico ainda mais profundo. Os dois buscavam a independência, mas só se pode desfrutar dela completamente quando há subordinação a um centro comum de autoridade, que no final das contas é Deus. Ao se “libertarem” de Deus, entraram em conflito um com o outro. Quanto mais próximo o relacionamento, tanto mais prejudicial é o pecado.

    Os resultados do pecado (v. 8-24). O medo da nudez na presença de Deus (v. 9) dificilmente era uma questão física; eles sabiam que o que haviam feito não podia ser escondido dele. O maior problema gerado por essa história à medida que ela se desenrola é por que não há sugestão de perdão por parte de Deus, “Deus compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade [...] e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado” (Ex 34:7). Por que não houve uma segunda oportunidade? A resposta certamente está nas respostas do homem e da mulher; não há o menor sinal de que eles quisessem voltar à completa dependência do seu Criador. Vemos isso nos castigos que atingem o orgulho dos que estavam envolvidos no problema. A oferta de Satanás sempre é glória e poder (Mt 4:8,Mt 4:9) para os que o seguem, mas o resultado no final é sempre vergonha, como é simbolizado pela forma de se locomover e o alimento da cobra. Não há sugestão alguma de que o corpo da cobra foi modificado, e sim que assumiu um novo significado (conforme o arco-íris 9:11-15).

    O proto-evangelho (v. 15). A anunciação germinal do evangelho. Conta-se por antecipação aqui a história do longo conflito entre os filhos de Deus e os filhos do maligno, que é um dos temas principais do AT. Até o Nascimento Virginal, não se conseguiu entender todas as implicações dessa promessa (conforme Is
    7.14). A tradução infeliz da Vulgata, “ela ferirá a tua cabeça”, contribuiu muito para uma valorização exagerada da Virgem Maria. Precisamos observar aqui que, em contraste com a representação medieval errônea da mulher, atribuindo a culpa principal da Queda a ela (isso já aparece em Eclesiástico 25,24) — uma atitude que infelizmente foi perpetuada em certa medida nas igrejas da Reforma — a promessa de Deus vê a mulher exercendo um papel fundamental no conflito que estava por vir. A glória principal do homem é a sua habilidade de exercer domínio, assim ele é humilhado pela rebeldia do solo. Apesar dos avanços da ciência, o homem nunca foi capaz de controlar a natureza, suas secas e pestes. A glória da mulher é que a vida nova precisa vir por intermédio dela. Isso não está ligado, a partir daí, somente com sofrimento, mas também com um desejo profundo e irresistível (a mesma palavra ocorre em 4.6) “para o seu marido” (v. 16), algo que está por trás de tantos casamentos destruídos. Além disso, ela fica sabendo que o seu marido vai tirar vantagem disso e dominá-la. Isso não é uma ordem, como é traduzido em algumas versões; a NVI está certa ao traduzir “e ele a dominará”.

    Está amplamente difundida na tradição cristã a idéia de que o v. 21 se refere à instituição divina do sacrifício animal (conforme comentário Dt 4:3). Se este é o caso, então é difícil explicar por que algo tão fundamental não é ensinado de forma mais explícita.

    Adão e Eva são expulsos do paraíso (v. 22-24). A expulsão de Adão e Eva do paraíso é retratada como um ato de graça. A vida interminável, que em todas as épocas da história humana tem sido o sonho de tantos, seria um peso intolerável, se não tivesse um alvo alcançável, pois isso depende da comunhão viva entre o ser humano e seu Deus (conforme Ec 1:0, argumentamos que a função das árvores era “sacramental”, caso em que comer ocasionalmente, em contraste com o comer intencional, não teria maiores consequências. A árvore da vida nunca é explicada, nem aqui nem em Ap 22:2. Observe que em contraste com a árvore do conhecimento do bem e do mal, não havia proibição para comer dela.

    Os querubins (v. 24). No tabernáculo, eles eram o trono de Deus (Ex 37.7ss). Além disso, estavam bordados no véu que separava o Santo dos Santos (Ex 36:35), simbolizando a sua função de guardiões do trono de Deus, e é nessa função que eles aparecem em Ez 1.5ss; lO.lss; e Ap 4.6ss. A melhor forma de compreendê-los é considerá-los representantes da criação. Eles são os guardiões da árvore da vida, pois sabem que sem a morte do Senhor da Vida não haveria salvação para o mundo (Rm 8:18-45). Observe que a espada flamejante (v. 24), não mencionada em outra passagem, não era empunhada pelos querubins.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24

    Gênesis 3

    B. A Tentação e a Queda. Gn 3:1-24.

    O autor do Gênesis faz aqui uma lista dos passos que levaram à entrada do pecado nos corações daqueles indivíduos divinamente criados, que começaram suas vidas com corações tão puros e tantas promessas. A desobediência e o pecado obscureceram o quadro. Embora estes seres fossem moralmente honestos, receberam o poder da escolha; e estavam sujeitos ao poder do tentador a qualquer momento. Por isso o teste foi inevitável. O jardim era uma criação primorosa, cheia de provisões abundantes. O meio ambiente do homem nada deixava a desejar. Uma proibição, contudo, fora feita ao homem e à mulher. Todas as árvores, arbustos e guloseimas seriam deles, com exceção do fruto da "árvore do conhecimento do bem e do mal". Esta proibição parece que formou a atmosfera na qual as mentes humanas acolheram o apelo do tentador.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Gênesis Capítulo 3 versículo 8
    Gn 3:8 - Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?

    PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, isto é, que ele é onipresente (Sl 139:7-10; Jr 23:23). Mas, já que Deus está em toda parte, então como Adão e Eva puderam esconder-se "da presença do Senhor Deus"?

    SOLUÇÃO: Este versículo não está abordando a onipresença de Deus, mas está falando de uma visível manifestação dele (conforme v. 24). Deus está em toda parte em sua onipresença, mas ele se manifesta de tempos em tempos, em certos lugares e por certos meios, tais como uma sarça ardente (Ex 3:1), fumaça no templo (Is 6) e assim por diante. É nesse sentido restrito que alguém pode sair "da presença do Senhor Deus".


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Gênesis Capítulo 3 do versículo 1 até o 24
    c) A entrada do pecado no mundo (Gn 3:1-4.26)

    1. TENTAÇÃO E QUEDA DO HOMEM (Gn 3:1-7). Em porção alguma a Bíblia provê um relato filosófico ou especulativo sobre a raiz, a origem, do mal. Na qualidade de livro da redenção, a Bíblia descreve o modo pelo qual o pecado entrou na esfera da experiência humana. Trata-se de um relato histórico sobre a queda do homem. Alguns expositores invocam o conceito de mito ao explicarem essa passagem: mas mito, mesmo em seu sentido técnico e legítimo, não é requerido na narração de acontecimentos históricos. A idéia do fruto proibido é familiar nas histórias antigas, mas essas histórias podem ser consideradas como memórias sobre o modo como ocorreu a queda do homem. O ponto teológico importante, neste registro, é que ele ensina que a tentação veio do exterior e que o pecado foi um intruso na vida do homem. Portanto, o pecado não pode ser considerado como latentemente bom: pelo contrário estragou um mundo que foi criado como "bom" (Gn 1:31).

    A serpente (1). Em parte alguma do relato do livro de Gênesis o tentador é chamado de diabo ou Satanás. É impossível, entretanto, não ver mais do que a serpente aqui, pois o evento envolve muito mais do que poderia ser praticado por uma criatura irracional sozinha. A identificação com o diabo é feita em Jo 8:44; 2Co 11:3, 2Co 11:14; Ap 12:9; Ap 20:2. O maligno empregou o caráter excepcional da serpente para alcançar seu propósito destruidor. Astuta (1). Cfr. "prudentes como as serpentes" (Mt 10:16). Essa sagacidade já devia ter sido observada pela mulher, pois não demonstrou sinais de alarma quando a serpente realmente falou com ela. Disse (1). Cfr. Nu 22:28. O fato do jumento ter falado a Balaão foi um milagre divino; o fato da serpente ter falado à mulher foi um milagre diabólico. Deus disse...? (1). Uma dúvida e uma insinuação. Sereis como Deus (5). No original hebraico, a palavra para "Deus" é ’ el que, na qualidade de substantivo comum, tem forma análoga em todas as línguas semíticas. O plural, ’ elohim, portanto, pode significar "deuses", como em Gn 31:30, ou "Deus" (Gn 1:1).

    A mentira incluía certo elemento de verdade, o que a tornava ainda mais enganosa (ver versículo 22). É verdade que o participar da fruta proibida levaria à fixidez moral, no qual estado, naturalmente, Deus existe; porém, a semelhança com Deus, nesse caso, era de espécie contrária àquela que Deus tencionava para o homem. Da posição de contrapeso moral, embora esta palavra seja um tanto insuficiente, visto que o homem foi criado em retidão e com tendências inclinadas para Deus, o homem, supostamente, avançaria para uma posição avançada de perfeição moral e seria confirmado em seu caráter, num caráter santo. Quanto a esse respeito, a intenção divina é que o homem fosse como Deus. Mediante o pecado, porém, o homem atingiu uma diferente espécie de fixidez moral: foi confirmado em caráter, mas esse caráter era mau em sua qualidade.

    >Gn 3:6

    VENDO A MULHER QUE AQUELA ÁRVORE ERA BOA PARA SE COMER (6). O tentador desviara então a mente da mulher do propósito de Deus envolvido na proibição. A palavra divina ensinara que a proibição visava a proteger o homem do mal; o pensamento de dúvida, na mente da mulher, era agora que o fruto proibido não era danoso, afinal de contas. A psicologia da queda da mulher é significativamente demonstrada em 1Jo 2:16. Foram abertos os olhos de ambos (7). Até aquele instante não passavam de crianças, mas agora o estado adulto lhes sobreviera num momento.

    >Gn 3:8

    2. DEUS INTERROGA OS PRATICANTES DO MAL (Gn 3:8-13). Deus, que passeava no jardim (8). A descrição, neste ponto, não deve ser considerada como inteiramente antropomórfica. Havia algum modo sem igual de intercurso entre Deus e o homem, que o jardim do Éden pressupõe e que a subseqüente encarnação de nosso Senhor até certo ponto confirma. Onde estás? (9). "Deus o busca, não porque ele esteja separado de Seu conhecimento, mas de Sua comunhão" (Delitzsch).

    >Gn 3:14

    3. O JULGAMENTO DIVINO CONTRA O PECADO (Gn 3:14-24). O castigo é primariamente, retributivo: somente em certo sentido secundário é correto falar do castigo como algo corretivo ou restringente. O castigo é uma retidão vindicativa, e não uma paixão vindicativa, e é a reação da santidade de Deus contra toda violação a esta. O pecado e o castigo não estão arbitrariamente ligados mas estão entrelaçados pelas leis espirituais segundo as quais o homem foi divinamente constituído. O castigo, todavia, não é simplesmente o processo natural que é posto em movimento por uma ação pecaminosa; em outras palavras, é mais que uma penalidade natural, como o dano que um homem recebe se colocar sua mão no fogo. O sofrimento por causa do pecado é uma penalidade judicial, uma penalidade infligida pelo julgamento divino, e pertence ao terreno moral.

    À serpente (14). Faz parte da ordem divina que, embora um animal não seja moralmente responsável por suas ações, este deve sofrer por qualquer dano que venha a fazer ao homem. Ver Gn 9:5; Êx 21:28. Tudo foi criado para contribuir para a perfeição moral do homem, e sempre que a criação animal ou inanimada deixa de atingir essa finalidade, fica sujeita ao julgamento de Deus. Note-se a maldição contra a "terra", no versículo 17, e ver Rm 8:21-45. Sobre o teu ventre andarás (14). A degradação da forma da serpente fez parte da maldição que lhe foi imposta. Inimizade (15). Isso explica, no terreno natural, a profunda hostilidade que parece haver entre as serpentes e o homem, mas certamente se liga ao conflito que também pertence ao terreno espiritual.

    >Gn 3:15

    Esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar (15). Há uma sugestividade natural na figura aqui empregada. A serpente mata ferindo o calcanhar do homem, mas o homem destrói a serpente esmagando-lhe a cabeça. Mas, a sentença divina ultrapassa o animal e atinge o próprio diabo. Essas palavras proclamam que a vitória estará do lado do homem: visto que foi o homem que foi vencido, assim será o homem que efetuará o triunfo. Essas palavras contêm, em primeiro lugar, um sentido coletivo; é a raça humana que esmaga o maligno. Mas também contêm uma significação individual. Note-se a transição da "semente" da serpente para a própria "serpente", e igualmente o fato que a "semente" da mulher está no singular. Somente em Cristo, "a semente da mulher" é que essa vitória poderia ser realizada (ver 1Jo 3:8), e daí haverá de tornar-se uma realidade para a humanidade que está n’Ele (Rm 16:20; 1Co 15:57). É digno de nota o fato que a promessa foi precisamente verdadeira em relação ao seu cumprimento. A palavra é proferida especificamente a respeito da mulher, e quando o Redentor veio, Ele foi "nascido de mulher" (Gl 4:4) de forma exclusivamente miraculosa. Não é correto inferir o nascimento virginal do Proto-evangelho, mas certamente é perfeitamente legítimo olhar, do ponto de vista do nascimento virginal e verificar quão maravilhosamente próximas foram as palavras da promessa do modo de sua realização. Não deve passar despercebido o fato que o Proto-evangelho, como são chamadas essas palavras, não foi dirigido aos pecadores, mas ao tentador. A obra de Cristo, em sua base, é a vindicação e a vitória de Deus sobre o maligno.

    >Gn 3:16

    À mulher (16). O castigo particular da mulher é duplo. Primeiramente, sua vida sexual já não seria uma alegria para ela, porém, um motivo de sofrimento; e, em segundo lugar, ela foi posta em sujeição a seu marido. A verdadeira subordinação que se deriva do fato da mulher ter-se originado do homem, tornou-se em sujeição. Uma das bênçãos do Evangelho às mulheres dos países ocidentais é a mitigação dessa sujeição.

    >Gn 3:17

    A Adão (17). No julgamento imposto a Adão foi chamada atenção particular ao caráter de seu pecado como uma transgressão contra o mandamento de Deus. Ver 1Jo 3:4. Se foi o incidente do pecado que foi tratado no caso da mulher, foi o princípio do pecado que foi posto em consideração no caso de Adão, na qualidade de cabeça da raça. O julgamento foi: "Porquanto...comeste da árvore de que te ordenei dizendo: "Não comerás dela". Maldita é a terra (17). Trata-se de um relato sobre o pecado de Adão. Não é possível, por conseguinte, julgar pelo presente estado da terra como seriam as coisas quando saíram da mão do criador. Com dor (17). No hebraico é a mesma palavra do versículo 16. Com o fim do pecado chegará ao fim a dor. Ver Ap 21:4. És pó, e em pó te tornarás (19). Por ocasião de sua criação, o homem foi feito glorioso, com semelhança moral com Deus. Quando o pecado entrou em sua vida a glória o deixou, e o homem passou a ser considerado em termos dos aspectos materiais de sua constituição. Isso não significa, naturalmente, que o homem deixou de ser um espírito vivo, ou que ele tenha perdido qualquer "parte" de sua natureza, e, sim, que agora ele passaria a viver de conformidade com o que é material e terreno, e não de conformidade com o que deveria ter sido seu alto destino. Eva (20). Esse nome significa "viva" ou "vida". Assim como Adão foi rebaixado sob a sentença de morte, a presença da mulher, que era sua esposa, era o penhor da vida. Através da mulher é que a semente conquistadora haveria de vir e que a vida seria restaurada. Túnicas de peles (21). É possível que, oculta por detrás deste versículo, esteja alguma indicação sobre a origem divina do sacrifício. Ou mediante algum mandamento direto, ainda que não registrado, ou talvez mediante uma convicção divinamente inspirada dentro dele, é possível que Adão tenha sido impelido a oferecer a vida de um animal em sacríficio, de cuja pele ele e sua mulher foram orientados para usar como cobertura de sua vergonha. É impossível, contudo, dogmatizar a maneira pela qual o Senhor "fez" as túnicas de peles, ou ser dogmático sobre se esta passagem provê ou não um relato sobre a origem do princípio de holocausto.

    >Gn 3:22

    É como um de nós (22). Isso significa que o homem tinha adquirido um estado de determinação moral. Para que não estenda... (22). A sentença foi retoricamente deixada por terminar. E tome também da árvore da vida (22). Existe quem pense que a árvore era alguma espécie de meio sacramental para transferir o homem a um estágio mais elevado de vida física, sem passar pela morte: porém, o reaparecimento dessa árvore, no livro de Apocalipse, não encoraja essa interpretação. Não há a menor indicação, em parte alguma da narrativa, que Adão e Eva soubessem qualquer coisa quanto à existência dessa árvore como uma das árvores do jardim. Note-se com atenção o que Eva diz, nos versículos 2:3. A despeito do fato que o argumento baseado no silêncio é notoriamente perigoso, parece haver alguma significação na ausência de alusão a essa árvore, na narrativa das ações e pensamentos de Adão e Eva. A interpretação sobre o caráter dessa árvore constitui um dos pontos obscuros das Escrituras. Em Ap 22:2 reaparece "a árvore da vida", mas desta vez numa passagem altamente simbólica (conf. Ap 2:7). É possível que essa árvore tenha sido qualquer árvore, tão somente simbólica da "vida" que o homem, se não tivesse pecado, poderia ter desfrutado em comunhão com Deus. E coma e viva eternamente (22). O tomar e comer são expressões simbólicas da maneira de como desfrutamos da vida eterna. Mas dessa vida não podia Adão agora desfrutar; por conseguinte, em figura, a "árvore" é posta fora do alcance do homem, ainda que ela, durante sua inocência, tivesse sido símbolo de sua bênção.

    >Gn 3:23

    O Senhor Deus, pois, o lançou fora (23). Qualquer que seja a verdadeira explicação sobre a árvore, não há dúvida sobre a significação da ação de Deus ao remover o homem do jardim. O homem estava agora cortado de Deus e, portanto, no sentido mais real estava cortado da "vida": isso foi simbolizado mediante a separação entre ele e a "árvore da vida". Somente quando a redenção aparece consumada é que a árvore da vida reaparece dentro do alcance do homem. Note-se que a "árvore da vida" era símbolo do estado abençoado do homem; enquanto que a "árvore da ciência do bem e do mal" simbolizava o teste a que foi sujeitado o homem. Querubins (24). O assunto dos querubins é um estudo à parte por si mesmo, mas parece razoavelmente verdadeiro afirmar que não são anjos. Noutras passagens Deus aparece a cavalgar sobre eles (ver, por exemplo, Sl 18:10). Melhor é considerá-los como figuras simbólicas, ainda que não de natureza estática, pois sempre são representados como ativos e em movimento. Podem ser definidos como o "símbolo animado da proposital atividade de Deus". E uma espada inflamada (24). Dessa maneira, por causa do pecado, o homem é mantido fora do Paraíso, de conformidade com o propósito de Deus e em execução à Sua ira. Note-se que o caráter simbólico e pictórico da árvore da vida, dos querubins, e da espada, se verifica no fato que não temos registro histórico a respeito de sua remoção deste mundo.


    Dicionário

    Adão

    Nome Hebraico - Significado: Homem da terra vermelha (solo da Palestina).

    Adão [Terra, Solo] -

    1) O primeiro homem criado por Deus (Gn 1:27—5:5). É uma FIGURA de Cristo, que é o segundo Adão (Rm 5:14-19); (1Co 15:22)

    2) Nome genérico do ser humano, incluindo o homem e a mulher (Gn 5:1-2).

    Originariamente significa “homem”, de forma genérica, embora comece logo a ser empregado como nome próprio do primeiro homem. São Paulo faz notar o paralelismo entre Adão e Cristo. O primeiro Adão é pai do homem caído; o Novo Adão – Cristo – é a origem da humanidade redimida (cf. Rm 5:12-21).

    Adão personifica a Humanidade [...]. Está hoje perfeitamente reconhecido que a palavra hebréia haadam não é um nome próprio, mas significa: o homem em geral, a Humanidade, o que destrói toda a estrutura levantada sobre a personalidade de Adão.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12, it• 16

    O homem, cuja tradição se conservou sob o nome de Adão, foi dos que sobreviveram, em certa região, a alguns dos grandes cataclismos que revolveram em diversas épocas a superfície do globo, e se constitui tronco de uma das raças que atualmente o povoam. As Leis da Natureza se opõem a que os progressos da Humanidade, comprovados muito tempo antes do Cristo, se tenham realizado em alguns séculos, como houvera sucedido se o homem não existisse na Terra senão a partir da época indicada para a existência de Adão. Muitos, com mais razão, consideram Adão um mito ou uma alegoria que personifica as primeiras idades do mundo.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 51


    Adão 

    Adão no Antigo Testamento

    Alguns estudiosos sugerem que o vocábulo adão vem do hebraico, e significa “solo”; mas não se pode ter certeza disso. Esse termo é usado na Bíblia para referir-se à primeira pessoa criada (Gn 5:1-1Cr 1:
    1) e, regularmente, para significar “humanidade” ou “homem”. Em certos textos, nos capítulos iniciais de Gênesis, existe algum debate sobre se este vocábulo seria traduzido como o nome próprio “Adão” ou simplesmente como “humanidade”. A primeira ocorrência deste termo encontra-se em Gênesis 1:26-27. A Versão Contemporânea registra ali: “façamos o homem”, no que concorda a maioria dos comentaristas. Em Gênesis 2:20 algumas traduções trazem “mas para Adão não se achava adjutora...”, acrescentando uma nota de rodapé na qual se explica que o vocábulo pode também sugerir “homem”.

    Adão, feito por Deus, tornou-se o primeiro ser humano a habitar a recém-criada Terra. Os primeiros capítulos de Gênesis descrevem a criação. O homem distingue-se claramente de todo o resto. Feito “à imagem de Deus”, recebeu domínio sobre toda a criatura terrena (Gn 1:26). Ele tinha em si o sopro do Senhor (Gn 2:7) e foi colocado no Jardim do Éden (Gn 2:8-17), para obedecer aos mandamentos de Deus, principalmente o de não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:17). Adão trabalharia e cuidaria desse paraíso e Deus fez-lhe a mulher, para ajudá-lo a cumprir as tarefas para as quais fora criado. Ele descreveu sua esposa como “osso dos meus ossos, e carne da minha carne” (Gn 2:23). Ambos foram feitos sem pecado e viviam na inocência.

    A maneira como a Bíblia descreve Adão nesses primeiros capítulos ajuda o leitor a entender a comunhão entre Deus e sua obra-prima. Nosso primeiro pai não era como os animais. O domínio sobre o resto da criação que lhe fora confiado no princípio seria também exercido por seus descendentes, enquanto a Terra existisse. O Senhor conversava com Adão (Gn 1:28-30). Além dessa comunhão íntima, os dois primeiros capítulos servem também para reforçar a completa dependência que o homem tinha de seu Criador. Adão precisava de que Deus criasse a mulher para ele, pois necessitava de alguém para servir-lhe de companhia (Gn 1:29-30) no Jardim do Éden (Gn 2:15).

    Não se observa Adão ter suas próprias reações ao que Deus fazia por ele. Ele começou a exercer seu domínio sobre a criação (Gn 1:26), quando deu nome a todos os animais (Gn 2:19-20); mas aqui fica claro que esse poderio era secundário. No entanto, ele mostrou claramente que apreciara sua companheira e suas palavras em Gênesis 2:23 podem muito bem ter suscitado a ideia que o apóstolo Paulo usou em Efésios 5:28-29, quando disse: “quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”.

    Gênesis 3 descreve o pecado de Adão. A comunhão com Deus e a sujeição ao Criador, mostradas nos dois primeiros capítulos, são repentinamente destruídas. Eva foi tentada pela “serpente” (Satanás) e comeu o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Além disso, ofereceu-o a Adão. A pureza da criação foi imediatamente corrompida. Nus, sem nenhum constrangimento (Gn 2:25), de repente seus olhos foram “abertos”, ficaram envergonhados, e buscaram meios de se cobrir (Gn 3:7). O desejo de se vestirem foi um reflexo de tentar se esconder da presença de Deus, a quem sabiam que desobedeceram. Assim, antes estavam felizes em caminhar com o Senhor e obedecer aos seus mandamentos; agora se escondem de Deus, quando Ele passeia pelo Jardim (Gn 3:8). A única conversa entre o Senhor e Adão registrada na Bíblia é aquela em que ele tenta jogar a culpa sobre a mulher por tudo o que acontecera.

    A punição de Deus para o pecado de Adão é declarada em termos bem claros. As duas áreas em que ele era tão claramente distinto dos animais foram afetadas pelo castigo. O trabalho que Adão recebeu para fazer, para a glória de Deus, como parte do seu domínio sobre a criação, agora seria doloroso (Gn 3:17-19). A partir daquele instante, nosso primeiro pai teria dificuldades em cultivar o solo e exercer o domínio sobre os animais. Esta seria sua tarefa, mas mediante um esforço cansativo e doloroso, que continuaria até a morte — quando então retornaria ao pó, de onde fora formado (Gn 3:19). Adão também experimentou o castigo da separação de Deus, ao ser expulso do Jardim do Éden (Gn 3:23-24) e ao ver a manifestação física do que agora era sua realidade espiritual — a morte. Ele contemplou, constrangido, Caim, seu primogênito, matar Abel, seu segundo filho (Gn 4:8).

    Adão preparou o palco para a humanidade e apresentou a cena em que as verdadeiras origens da humanidade, como única, em toda a criação de Deus é claramente revelada; contudo, é também o espetáculo no qual o que recebeu tanto domínio do Criador tentou negar sua dependência do Senhor. Naquela negação, naquele pecado, Adão fixou seu olhar num tipo de vida que ignoraria ou mesmo negaria ao Todo-poderoso. Por meio daquela transgressão, o homem colocou a si mesmo no lugar de Deus. Por intermédio de Adão, o pecado entrou no mundo e trouxe o castigo e a maldição do Criador sobre toda a criação.

    É importante notar que, após o castigo e a exclusão do Jardim do Éden, Adão continuou o mesmo. Ele não regrediu a um estado no qual não seria melhor que os animais. Ele possuía a imagem de Deus; possuía o sopro do Criador dentro dele. Agora, contudo, era um ser pecaminoso e, conforme a narrativa bíblica prossegue, fica claro que cada aspecto da vida do homem foi permeada pelo pecado e pelo desejo de negar a Deus, em pensamentos, palavras e obras.

    O Antigo Testamento não faz muitas outras referências nominais a Adão. A criação é mencionada freqüentemente e a condição da humanidade como seres criados foi lembrada pelos que eram fiéis e adoravam a Deus (veja Sl 8:3-5). Abraão recebeu mais atenção na história judaica, porque foi o pai da nação israelita. No entanto, na época do Novo Testamento, Adão novamente assumiu a posição proeminente nas discussões sobre como Deus trata com a humanidade.

    Em Lucas 3:38, Adão encabeça a genealogia que leva até Jesus. A diferença entre essa relação e a de Mateus (Mt 1:1), que retorna até Abraão, é notável e provavelmente indica o cuidado deste escritor em mostrar a relação de Cristo com toda a humanidade e não somente com o povo judeu. Há outra referência direta a Adão em Judas 14. Jesus mencionou Gênesis 1:27-2:4, quando falou do casamento como uma instituição indissolúvel. Deus criou Adão e Eva para permanecerem juntos e este deveria ser o padrão para o matrimônio e a vida familiar. Paulo usa os mesmos textos de forma similar em Efésios 5:31. Ali, contudo, o apóstolo acrescenta mais um significado ao relacionamento entre homem e mulher, ao indicar que na própria convivência conjugal havia uma alusão à comunhão entre Cristo e sua Igreja (cf. 1Co 6:16-17). O amor, a durabilidade e a intimidade desse relacionamento com Jesus foram mostrados por Paulo, quando ele fez a comparação com o casamento.

    Paulo também apelou para o relacionamento de Adão com Eva, para apoiar seu argumento sobre o lugar da esposa na família e na igreja. As mulheres exercem funções diferentes das dos homens, porque Adão “foi formado primeiro” e Eva foi enganada primeiro (1Tm 2:13; cf. 1Co 11:8-9).

    Foi também nos escritos de Paulo que uma clara descrição foi formulada sobre o lugar teológico que Adão ocupa nos assuntos relacionados com o homem. Em Romanos 5, o apóstolo apresenta sua visão da comunhão entre Adão e Cristo. Adão (Rm 5:14), “um homem” (v.12), trouxe o pecado a toda a humanidade. Ele, portanto, “é a figura daquele que havia de vir” (v. 14). Paulo provavelmente viu nisso uma “figura”, mas o interesse do apóstolo era, na verdade, demonstrar o quanto Adão e Cristo são diferentes.

    O argumento de Paulo baseava-se em seu entendimento de que Adão era realmente um personagem histórico. Ele trouxe o pecado ao mundo, o qual é reafirmado diariamente na vida de cada indivíduo (Rm 5:12): “porque todos pecaram”. Então, no v.15, começa o contraste com: “mas não é assim o dom gratuito como a ofensa”. O apóstolo queria que as pessoas vissem sua ênfase em duas coisas nesta passagem. Primeiro, ele fala repetidamente em “um homem”, ao referir-se tanto a Adão como a Cristo (a palavra “um/uma” é repetida dez vezes nos vv. 15-19). Segundo, queria que todos entendessem plenamente o significado de sua expressão “muito mais”. Os crentes aprendem sobre a graça de Deus em Cristo, quando observam que ela se torna “muito mais” superabundante para as pessoas depois que muitas transgressãos são cometidas, quando comparada com o castigo que seguiu apenas um pecado (vv.15-17). Dessa maneira, Adão foi superado por Jesus. Cristo obedeceu a Deus quando Adão não o fez. Cristo trouxe justiça — Adão, juízo. Cristo trouxe vida eterna (v. 21) — Adão, morte.

    Paulo mostrou que a humanidade tem diante de si duas alternativas: ser representada por Adão ou Cristo, como seu líder; receber a graça da salvação de Deus mediante a fé em Jesus (Rm 5:2) ou alcançar o castigo, como filhos de Adão. Dessa maneira, nosso primeiro pai é visto como o que foi desobediente e trouxe o pecado, o juízo e a morte para todas as pessoas (v. 18), enquanto Cristo traz a salvação desse juízo, da ira de Deus.

    Esse contraste entre Adão e Cristo foi desenvolvido em linhas similares em I Coríntios 15, na discussão de Paulo sobre a morte e a ressurreição. O
    v. 22 diz: “Pois assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”. O contraste que o apóstolo fez foi entre a pessoa natural e a que, pela fé, é espiritual. Paulo fala sobre isso de forma mais vívida em I Coríntios 15:45-47, onde faz um contraste entre o “primeiro homem, Adão, (que) foi feito alma vivente”, e o “último Adão, espírito vivificante”. O primeiro era o Adão de Gênesis, “sendo da terra”, e o segundo “é do céu”.

    O vocábulo “todos” de I Coríntios 15:22 tem sido exaustivamente discutido pelos comentaristas. Ele se refere a dois grupos diferentes de “todos”: o primeiro, os que estão “em Adão”, seres humanos naturais que morrem devido ao juízo de Deus sobre o pecado de nosso primeiro pai e sobre suas transgressões diárias; o segundo, todos os que estão “em Cristo”, os quais têm fé nele e são representados por Ele, receberão sua natureza — “a imagem do celestial” (1Co 15:49) e isso redundará em vida eterna e ressurreição.

    A passagem, contudo, da morte para vida, por meio da fé em Cristo, começou primeiro com o próprio Jesus que se tornou “homem”. Cristo estava preparado para receber a maldição do juízo de Deus e morrer, para tornar-se “as primícias” dos que ressuscitariam, conforme Paulo fala em I Coríntios 15:21: “Pois assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem”. É nesse sentido que Jesus é realmente “Adão” — o último Adão (1Co 15:45), ou o segundo homem (v. 47). Cristo teve sucesso onde Adão fracassou e Ele só poderia fazer isso como um verdadeiro homem. O “homem do céu” viveu, sofreu e morreu como aconteceu com Adão e sucede com toda a humanidade, para trazer vida aos que crêem.

    Em sua morte, Jesus identificou-se com Adão e toda a humanidade, que está debaixo do juízo de Deus por causa do pecado. Ao fazer isso, Ele ofereceu a si mesmo como sacrifício pelo pecado, um ato que foi aceito por Deus quando Ele levantou o segundo Adão dentre os mortos e dessa maneira reverteu em Cristo a maldição do juízo colocado sobre Adão. P.D.G.


    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Dia

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)

    Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento

    [...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58

    [...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo

    O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41

    [...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31

    [...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6


    Dia
    1) Período de 24 horas (Rm 8:36;
    v. HORAS).


    2) Tempo em que a terra está clara (Rm 13:12).


    3) O tempo de vida (Ex 20:12).


    4) Tempos (Fp 5:16, plural).


    Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).

    substantivo masculino Período de tempo que vai do nascer ao pôr do sol.
    Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar.
    As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia.
    Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício.
    Época atual; atualidade: as notícias do dia.
    Condição climática; estado da atmosfera: dia claro.
    Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma.
    Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.

    Esconder

    verbo transitivo direto e pronominal Pôr (algo, alguém ou si mesmo) em certo local onde não se consegue encontrar; ocultar-se: escondeu o presente que havia ganhado; escondeu-se no quarto.
    Não demonstrar; permanecer em segredo: escondia suas reais intenções.
    Deixar oculto; fazer com que não se perceba: cantava para esconder sua tristeza.
    verbo bitransitivo Evitar que outra pessoa tome conhecimento sobre (algo ou alguém): escondeu o refém (do policial) em sua casa.
    Etimologia (origem da palavra esconder). Do latim obscondere.

    Jardim

    os jardins dos hebreus destinavam-se principalmente a árvores de fruto e de sombra, e a plantas e ervas aromáticas (1 Rs 21.2 – Ct 4:12-16). A Bíblia também se refere a jardim de rosas e de oliveiras. Em virtude do excessivo calor na estação de estio era indispensável um abastecimento de água, proveniente das fontes, ou de um poço, ou de corrente de águas que atravessasse o jardim (Gn 2:10 – 13.10 – Pv 21:1Ec 2:5-6is 58:11). Um jardim regado, e um jardim sem água são símbolos de bênção ou de maldição. os jardins eram utilizados para sepulturas (Jo 19:41), sendo também lugares de culto e de retiro religioso (is 1:29 – 65.3). Plantavam-se vegetais para alimentação, em algum sitio produtivo do jardim. Estacionavam ali vigias para guardar os frutos (27:18Jr 4:16-17) – mas não lhes era permitido impedir alguém de tomar do campo o que fosse bastante para a sua alimentação naquele mesmo sítio (Dt 23:24). No Jardim de Getsêmani, nas rampas do monte olivete, há oito oliveiras muito antigas, que marcam o lugar onde, segundo a tradição, se passou a agonia de Jesus.

    substantivo masculino Espaço ordinariamente fechado, onde se cultivam árvores, flores, plantas de ornato.
    Figurado Terra fértil: Barbacena é o jardim de Minas.
    Jardim da infância, escola onde as crianças (em geral com menos de sete anos) se ocupam com jogos educativos.
    Jardim de inverno, peça junto a uma janela ou varanda, onde se podem cultivar plantas ornamentais.

    A palavra jardim pressupõe em sua etimologia, algo fechado, pois terá origem no radical garth, proveniente das línguas nórdicas e saxônicas, que significa "cintura ou cerca". Pode ser derivado também da palavra francesa jardin, que tem o significado de "terreno cercado em que se cultivam flores, ou árvores frutíferas ou legumes, hortaliças e vegetais comestíveis".

    Mulher

    substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
    Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
    Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
    Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
    Aquela que deixou de ser virgem.
    Companheira do cônjuge; esposa.
    Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
    Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

    Entre os judeus, a igualdade social do homem e da mulher fazia contraste com os costumes que de um modo geral prevaleceram no oriente, especialmente em tempos mais modernos. As mulheres hebraicas ainda assim gozavam de considerável liberdade. Não eram encerradas dentro de haréns, nem eram obrigadas a aparecer de face coberta – misturavam-se com os homens e os jovens nos trabalhos e nas amenidades da vida simples. As mulheres efetuavam todo o trabalho da casa (*veja Mulher casada). iam buscar água e preparavam o alimento (Gn 18:6 – 24.15 – 2 Sm 13,8) – fiavam e faziam a roupa (Êx 35:26 – 1 Sm 2.19). Também se metiam em negócios (Pv 31:14-24). Participavam da maior parte dos privilégios da religião, e algumas chegaram a ser profetisas. (*veja Débora, Hulda, Miriã.) o lugar que as mulheres tomam no N. T. mostra o efeito igualador de um evangelho, no qual ‘não pode haver… nem homem nem mulher’ (Gl 3:28). Serviam a Jesus e a Seus discípulos (Lc 8:1-3 – 23,55) – participaram dos dons do Espírito Santo, no dia de Pentecoste(At2.1a4 – cf. 1,14) – e foram preeminentes em algumas das igrejas paulinas (At 16:14 – 17.4 – cf. Fp 4:2-3). o ponto de vista de S. Paulo a respeito da igualdade dos sexos aparece de um modo especial em 1 Co 7, não sendo inconsistente com isso o ato de reconhecer que a mulher deve estar sujeita a seu marido (Ef 5:21-33Cl 3:18-19 – cf. 1 Pe 3.1 a 9). Pelo que se diz em 1 Co 11.5, parece depreender-se que era permitido às mulheres, nas reuniões da igreja, praticar os seus dons de oração e profecia, embora o falar com a cabeça descoberta seja por ele condenado, apelando para a ordenação divina da sujeição da mulher ao homem 1Co 11:3-16). Mas na mesma epístola parece retirar a permissão 1Co 14:34-36) – e em 1 Tm 2.8 a 15 a proibição de ensinar na igreja é feita com maior severidade. Entre as mulheres mencionadas no cap. 16 da epistola aos Romanos, uma pelo menos, Febe, parece ter tido uma posição oficial, a de diaconisa, na igreja de Cencréia. A respeito dos serviços que deviam prestar as viúvas sustentadas pela igreja, vede a palavra Viúva.

    [...] A mulher sinceramente espírita só poderá ser uma boa filha, boa esposa e boa mãe de família; por sua própria posição, muitas vezes tem mais necessidade do que qualquer outra pessoa das sublimes consolações; será mais forte e mais resignada nas provas da vida [...]. Se a igualdade dos direitos da mulher deve ser reconhecida em alguma parte, seguramente deve ser entre os espíritas, e a propagação do Espiritismo apressará, infalivelmente, a abolição dos privilégios que o homem a si mesmo concedeu pelo direito do mais forte. O advento do Espiritismo marcará a era da emancipação legal da mulher.
    Referencia: KARDEC, Allan• Viagem espírita em 1862 e outras viagens de Kardec• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Instruções•••, 10

    [...] A instituição da igualdade de direitos entre o homem e a mulher figura entre as mais adiantadas conquistas sociais, sejam quais forem, à parte das desfigurações que se observam nesta ou naquele ponto. É outro ângulo em que se configura claramente a previsão social da Doutrina. Há mais de um século proclama o ensino espírita: “a emancipação da mulher segue o progresso da civilização”. [...]
    Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36

    A mulher de hoje é o mesmo Espírito de mulher do mundo primitivo, da época dos homens das cavernas e que nestes numerosos milênios foi acumulando as qualidades da inteligência e do sentimento, tendo como base de edificação da sua individualidade as funções específicas realizadas principalmente no lar, M junto ao marido e aos filhos. O Espírito feminino também se reencarnou em corpos de homem, adquirindo caracteres masculinos, mas em proporções bem menores. [...] O Espírito feminino, muito mais do que o Espírito masculino, foi adquirindo, através de suas atividades específicas na maternidade, nos trabalhos do reino doméstico, nos serviços e no amor ao marido, aos filhos e à família e nas profissões próprias, na sucessividade dos milênios, as qualidades preciosas: o sentimento, a humildade, a delicadeza, a ternura, a intuição e o amor. Estes valores estão em maior freqüência na mulher e caracterizam profundamente o sexo feminino. As belas qualidades do Espírito feminino no exercício da maternidade, fizeram surgir a imensa falange das “grandes mães” ou “grandes corações”, que é fruto de muitos trabalhos, amor e renúncia, no cumprimento correto de seus sagrados deveres, em milênios. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Analisemos o que Jesus elucidou ao apóstolo Pedro, quando falou sobre a evolução do Espírito feminino. O Espírito Irmão X reporta [no livro Boa Nova]: “Precisamos considerar, todavia, que a mulher recebeu a sagrada missão da vida. Tendo avançado mais do que o seu companheiro na estrada do sentimento, está, por isso, mais perto de Deus que, muitas vezes, lhe toma o coração por instrumento de suas mensagens, cheias de sabedoria e de misericórdia”. [...] Se Jesus disse que a mulher está mais perto de Deus, é porque é do sentimento que nascem o amor e a humildade, e com maior facilidade o Espírito feminino adquiriu preciosos valores do coração para se elevar aos planos iluminados da Vida Superior. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Nos problemas do coração, a mulher sempre ficou com a parte mais difícil, pois sempre foi a mais acusada, a mais esquecida, a mais ferida, a mais desprotegida e a mais sofredora, mesmo nos tempos atuais. [...] Apesar de todas essas ingratidões, perseguições e crueldades, em todos os tempos, para com a mulher, o Divino Mestre Jesus confia e reconhece nelas, mesmo as mais desventuradas e infelizes nos caminhos das experiências humanas, o verdadeiro sustentáculo de regeneração da Humanidade [...].
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

    [...] A mulher é a alma do lar, é quem representa os elementos dóceis e pacíficos na Humanidade. Libertada do jugo da superstição, se ela pudesse fazer ouvir sua voz nos conselhos dos povos, se a sua influência pudesse fazer-se sentir, veríamos, em breve, desaparecer o flagelo da guerra.
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 55

    A mulher é um espírito reencarnado, com uma considerável soma de experiências em seu arquivo perispiritual. Quantas dessas experiências já vividas terão sido em corpos masculinos? Impossível precisar, mas, seguramente, muitas, se levarmos em conta os milênios que a Humanidade já conta de experiência na Terra. Para definir a mulher moderna, precisamos acrescentar às considerações anteriores o difícil caminho da emancipação feminina. A mulher de hoje não vive um contexto cultural em que os papéis de ambos os sexos estejam definidos por contornos precisos. A sociedade atual não espera da mulher que ela apenas abrigue e alimente os novos indivíduos, exige que ela seja também capaz de dar sua quota de produção à coletividade. [...]
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    [...] Na revista de janeiro de 1866 [Revista Espírita], por exemplo, Kardec afirma que “[...] com a Doutrina Espírita, a igualdade da mulher não é mais uma simples teoria especulativa; não é mais uma concessão da força à franqueza, é um direito fundado nas mesmas Leis da Natureza. Dando a conhecer estas leis, o Espiritismo abre a era de emancipação legal da mulher, como abre a da igualdade e da fraternidade”. [...]
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    A Doutrina não oferece também respaldo às propostas que promovem a participação da mulher em atividades que possam comprometer a educação dos filhos. A meta do Espiritismo é a renovação da Humanidade, pela reeducação do indivíduo. E, sem dúvida, o papel da mulher é relevante para a obtenção dessa meta, já que é ela que abriga os que retornam à vida terrena para uma nova encarnação na intimidade do seu organismo, numa interação que já exerce marcante influência sobre o indivíduo. É ela também o elemento de ligação do reencarnante com o mundo, e o relacionamento mãe/filho nos primeiros anos de vida marca o indivíduo de maneira bastante forte [...].
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    A mulher é um Espírito reencarnado. Aporta a essa vida, trazendo em seu arquivo milhares de experiências pretéritas. São conhecimentos e vivências que se transformam em um chamamento forte para realizações neste ou naquele setor da atividade humana. Privá-la de responder a esse chamamento interior será, mais uma vez, restringir-lhe a liberdade, considerando-a um ser incapaz de tomar decisões, de gerir sua própria vida e, sobretudo, será impedi-la de conhecer-se e de crescer espiritualmente.
    Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe

    [...] A mulher é a estrela de bonança nos temporais da vida.
    Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 3, cap• 3, it• 3

    [...] a mulher dentro [do lar] é a força essencial, que rege a própria vida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    A mulher é a bênção de luz para as vinhas do homem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é uma taça em que o Todo-Sábio deita a água milagrosa do amor com mais intensidade, para que a vida se engrandeça. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39


    Mulher Jesus tratou as mulheres com uma proximidade e uma familiaridade que chamou a atenção até de seus discípulos (Jo 4:27). São diversas as ocasiões em que falou com elas em público e mesmo em situações bastante delicadas (Mt 26:7; Lc 7:35-50; 10,38ss.; Jo 8:3-11).

    Apresentou-as como exemplo (Mt 13:33; 25,1-13; Lc 15:8) e elogiou sua fé (Mt 15:28). Várias mulheres foram objeto de milagres de Jesus (Mt 8:14; 9,20; 15,22; Lc 8:2; 13,11) e se tornaram discípulas dele (Lc 8:1-3; 23,55). Nada conduziu Jesus a um idealismo feminista nem o impediu de considerar que elas podiam pecar exatamente como os homens (Mc 10:12). Também não estão ausentes dos evangelhos as narrativas referentes a mulheres de conduta perversa como Herodíades.

    Não são poucos os simbolismos que Jesus emprega partindo de circunstâncias próprias da condição feminina, como a de ser mãe. Os evangelhos reúnem ainda referências muito positivas ao papel das mulheres em episódios como a crucifixão (Mt 27:55; Mc 15:40; Lc 23:49; Jo 19:25), o sepultamento de Jesus (Mt 27:61) e a descoberta do túmulo vazio (Mt 28:1-8).

    Ver Herodíades, Isabel, Maria, Marta, Salomé.

    A. Cole, o. c.; D. Guthrie, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    substantivo feminino Ser humano do sexo feminino, dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Indivíduo cujas características biológicas representam certas regiões, culturas, épocas etc.: mulher mineira; mulher ruiva; as mulheres de Neandertal.
    Aquela cujas características biológicas definem o ser feminino.
    Menina que começa a apresentar fatores característicos da idade adulta; mulher-feita: sua filha já é uma mulher.
    Aquela que atingiu a puberdade; moça, mocinha.
    Aquela que deixou de ser virgem.
    Companheira do cônjuge; esposa.
    Figurado Pessoa indeterminada: quem é essa mulher?
    Etimologia (origem da palavra mulher). Do latim mulier. mulieris.

    Presença

    substantivo feminino Fato de uma pessoa estar num lugar específico; comparecimento.
    Existência de uma coisa em um lugar determinado: presença de mosquitos.
    Fato de existir, de ter existência real num local; existência: a presença de índios na Amazônia.
    Participação em alguma coisa: sua presença trouxe glamour ao evento.
    Figurado Manifestação de uma personalidade forte capaz de chamar a atenção dos demais: sempre foi um sujeito sem presença.
    Figurado Algo ou alguém que não se consegue ver, mas que se sente por perto: sinto sua presença sempre comigo.
    Etimologia (origem da palavra presença). Do latim praesentia.ae.

    presença s. f. 1. Fato de estar presente. 2. Existência, estado ou comparecimento de alguém num lugar determinado. 3. Existência de uma coisa em um dado lugar. 4. Aspecto da fisionomia. 5. Modos, porte. 6. Juízo, opinião, parecer, voto.

    Senhor

    Senhor
    1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.


    2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).


    Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.

    Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).

    Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.

    W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...


    o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)

    [...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho


    substantivo masculino Proprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto.
    História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal.
    Pessoa nobre, de alta consideração.
    Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você.
    Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas.
    Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si.
    Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui.
    Pessoa distinta: senhor da sociedade.
    Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas.
    Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos.
    Antigo O marido em relação à esposa.
    adjetivo Sugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel!
    Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.

    Viração

    substantivo feminino Vento suave e fresco, espécie de brisa que sopra do mar para a terra; aragem.
    [Brasil: Sul] Cerração que de costume aparece, no verão, entre duas e quatro horas da tarde.
    [Brasil: Amazonas e Goiás] Local de desova das tartarugas; O mesmo que praia de viração.

    Viração Vento fraco; aragem (Gn 3:8).

    Voz

    substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
    Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
    [Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
    [Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
    Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
    [Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
    Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
    Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
    Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
    Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
    Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
    Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
    Gramática Expressão verbal; palavra.
    [Zoologia] Som próprio de alguns animais.
    Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
    Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

    substantivo feminino [Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe.
    Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso.
    [Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes.
    [Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc.
    Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos.
    [Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão.
    Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação.
    Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto.
    Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa.
    Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado.
    Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração.
    Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva.
    Gramática Expressão verbal; palavra.
    [Zoologia] Som próprio de alguns animais.
    Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando.
    Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.

    voz s. f. 1. Produção de sons na laringe dos animais, especialmente na laringe humana, com auxílio do ar emitido pelos pulmões. 2. A faculdade de emitir esses sons. 3. A faculdade de falar. 4. Linguage.M 5. Grito, clamor. 6. Ordem dada em voz alta. 7. Boato, fama. 8. Palavra, dicção, frase. 9. Fon. Som que uma vogal representa na escrita. 10. Mús. Parte vocal de uma peça de música. 11. Mús. Nas fugas para piano e para órgão, cada uma das diferentes alturas em que o tema é desenvolvido. 12. Gra.M Aspecto ou forma com que um verbo indica a ação. 13. Opinião. 14. Sugestão íntima.

    árvores

    2ª pess. sing. pres. conj. de arvorar
    Será que queria dizer árvores?

    ar·vo·rar -
    (árvore + -ar)
    verbo transitivo

    1. Pôr em posição vertical. = EMPINAR, ENDIREITAR, LEVANTAR

    2. Pôr em sítio alto. = ERGUER, HASTEAR, IÇAR

    3. Fingir ter. = ALARDEAR

    4. [Pouco usado] Plantar árvores. = ARBORIZAR

    verbo transitivo e pronominal

    5. [Popular] Atribuir(-se) título, cargo, condição ou qualidade.

    verbo intransitivo

    6. [Pouco usado] Sair de repente. = ABALAR, FUGIR


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gênesis 3: 8 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    E ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração ① do dia; e Adão e sua esposa esconderam-se da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim.
    Gênesis 3: 8 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Antes de 4000 a.C.
    H120
    ʼâdâm
    אָדָם
    homem / ser humano / marido / peão
    (man)
    Substantivo
    H1588
    gan
    גַּן
    jardim, área cercada
    (a garden)
    Substantivo
    H1980
    hâlak
    הָלַךְ
    ir, andar, vir
    (goes)
    Verbo
    H2244
    châbâʼ
    חָבָא
    esconder, ocultar
    (and hid themselves)
    Verbo
    H3068
    Yᵉhôvâh
    יְהֹוָה
    o Senhor
    (the LORD)
    Substantivo
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H430
    ʼĕlôhîym
    אֱלֹהִים
    Deus
    (God)
    Substantivo
    H6086
    ʻêts
    עֵץ
    árvore, madeira, tora, tronco, prancha, vara, forca
    (tree)
    Substantivo
    H6440
    pânîym
    פָּנִים
    o rosto
    (the face)
    Substantivo
    H6963
    qôwl
    קֹול
    a voz
    (the voice)
    Substantivo
    H7307
    rûwach
    רוּחַ
    vento, hálito, mente, espírito
    (And the Spirit)
    Substantivo
    H802
    ʼishshâh
    אִשָּׁה
    mulher, esposa, fêmea
    (into a woman)
    Substantivo
    H8085
    shâmaʻ
    שָׁמַע
    ouvir, escutar, obedecer
    (And they heard)
    Verbo
    H8432
    tâvek
    תָּוֶךְ
    no meio
    (in the midst)
    Substantivo
    H853
    ʼêth
    אֵת
    -
    ( - )
    Acusativo


    אָדָם


    (H120)
    ʼâdâm (aw-dawm')

    0120 אדם ’adam aw-dawm’

    procedente de 119; DITAT - 25a; n m

    1. homem, humanidade (designação da espécie humana)
      1. homem, ser humano
      2. homem (como indivíduo), humanidade (sentido intencionado com muita freqüência no AT)
      3. Adão, o primeiro homem
      4. cidade no vale do Jordão

    גַּן


    (H1588)
    gan (gan)

    01588 גן gan

    procedente de 1598; DITAT - 367a n m/f

    1. jardim, área cercada
      1. jardim cercado
        1. (fig. de uma noiva)
      2. jardim (de plantas) n pr loc
      3. Jardim do Éden

    הָלַךְ


    (H1980)
    hâlak (haw-lak')

    01980 הלך halak

    ligado a 3212, uma raiz primitiva; DITAT - 498; v

    1. ir, andar, vir
      1. (Qal)
        1. ir, andar, vir, partir, proceder, mover, ir embora
        2. morrer, viver, modo de vida (fig.)
      2. (Piel)
        1. andar
        2. andar (fig.)
      3. (Hitpael)
        1. percorrer
        2. andar ao redor
      4. (Nifal) liderar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar

    חָבָא


    (H2244)
    châbâʼ (khaw-baw')

    02244 חבא chaba’

    uma raiz primitiva [veja 2245]; DITAT - 588; v

    1. esconder, ocultar
      1. (Nifal) esconder-se
      2. (Pual) ser forçado a esconder
      3. (Hifil) esconder
      4. (Hofal) ser escondido
      5. (Hitpael)
        1. esconder-se, recuar
        2. aproximar, engrossar, endurecer

    יְהֹוָה


    (H3068)
    Yᵉhôvâh (yeh-ho-vaw')

    03068 יהוה Y ehovaĥ

    procedente de 1961; DITAT - 484a; n pr de divindade Javé = “Aquele que existe”

    1. o nome próprio do único Deus verdadeiro
      1. nome impronunciável, a não ser com a vocalização de 136

    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    אֱלֹהִים


    (H430)
    ʼĕlôhîym (el-o-heem')

    0430 אלהים ’elohiym

    plural de 433; DITAT - 93c; n m p

    1. (plural)
      1. governantes, juízes
      2. seres divinos
      3. anjos
      4. deuses
    2. (plural intensivo - sentido singular)
      1. deus, deusa
      2. divino
      3. obras ou possessões especiais de Deus
      4. o (verdadeiro) Deus
      5. Deus

    עֵץ


    (H6086)
    ʻêts (ates)

    06086 עץ ̀ets

    procedente de 6095; DITAT - 1670a; n m

    1. árvore, madeira, tora, tronco, prancha, vara, forca
      1. árvore, árvores
      2. madeira, gravetos, forca, lenha, madeira de cedro, planta de linho

    פָּנִים


    (H6440)
    pânîym (paw-neem')

    06440 פנים paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh

    procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m.

    1. face
      1. face, faces
      2. presença, pessoa
      3. rosto (de serafim or querubim)
      4. face (de animais)
      5. face, superfície (de terreno)
      6. como adv. de lugar ou tempo
        1. diante de e atrás de, em direção a, em frente de, adiante, anteriormente, desde então, antes de
      7. com prep.
        1. em frente de, antes de, para a frente de, na presença de, à face de, diante de ou na presença de, da presença de, desde então, de diante da face de

    קֹול


    (H6963)
    qôwl (kole)

    06963 קול qowl ou קל qol

    procedente de uma raiz não utilizada significando chamar em voz alta; DITAT - 1998a,2028b; n. m.

    1. voz, som, ruído
      1. voz
      2. som (de instrumento)
    2. leveza, frivolidade

    רוּחַ


    (H7307)
    rûwach (roo'-akh)

    07307 רוח ruwach

    procedente de 7306; DITAT - 2131a; n. f.

    1. vento, hálito, mente, espírito
      1. hálito
      2. vento
        1. dos céus
        2. pontos cardeais ("rosa-dos-ventos”), lado
        3. fôlego de ar
        4. ar, gás
        5. vão, coisa vazia
      3. espírito (quando se respira rapidamente em estado de animação ou agitação)
        1. espírito, entusiasmo, vivacidade, vigor
        2. coragem
        3. temperamento, raiva
        4. impaciência, paciência
        5. espírito, disposição (como, por exemplo, de preocupação, amargura, descontentamento)
        6. disposição (de vários tipos), impulso irresponsável ou incontrolável
        7. espírito profético
      4. espírito (dos seres vivos, a respiração do ser humano e dos animias)
        1. como dom, preservado por Deus, espírito de Deus, que parte na morte, ser desencarnado
      5. espírito (como sede da emoção)
        1. desejo
        2. pesar, preocupação
      6. espírito
        1. como sede ou órgão dos atos mentais
        2. raramente como sede da vontade
        3. como sede especialmente do caráter moral
      7. Espírito de Deus, a terceira pessoa do Deus triúno, o Espírito Santo, igual e coeterno com o Pai e o Filho
        1. que inspira o estado de profecia extático
        2. que impele o profeta a instruir ou admoestar
        3. que concede energia para a guerra e poder executivo e administrativo
        4. que capacita os homens com vários dons
        5. como energia vital
        6. manifestado na glória da sua habitação
        7. jamais referido como força despersonalizada

    אִשָּׁה


    (H802)
    ʼishshâh (ish-shaw')

    0802 אשה ’ishshah

    procedente de 376 ou 582; DITAT - 137a; n f

    1. mulher, esposa, fêmea
      1. mulher (contrário de homem)
      2. esposa (mulher casada com um homem)
      3. fêmea (de animais)
      4. cada, cada uma (pronome)

    שָׁמַע


    (H8085)
    shâmaʻ (shaw-mah')

    08085 שמע shama ̀

    uma raiz primitiva; DITAT - 2412, 2412a v.

    1. ouvir, escutar, obedecer
      1. (Qal)
        1. ouvir (perceber pelo ouvido)
        2. ouvir a respeito de
        3. ouvir (ter a faculdade da audição)
        4. ouvir com atenção ou interesse, escutar a
        5. compreender (uma língua)
        6. ouvir (referindo-se a casos judiciais)
        7. ouvir, dar atenção
          1. consentir, concordar
          2. atender solicitação
        8. escutar a, conceder a
        9. obedecer, ser obediente
      2. (Nifal)
        1. ser ouvido (referindo-se a voz ou som)
        2. ter ouvido a respeito de
        3. ser considerado, ser obedecido
      3. (Piel) fazer ouvir, chamar para ouvir, convocar
      4. (Hifil)
        1. fazer ouvir, contar, proclamar, emitir um som
        2. soar alto (termo musical)
        3. fazer proclamação, convocar
        4. levar a ser ouvido n. m.
    2. som

    תָּוֶךְ


    (H8432)
    tâvek (taw'-vek)

    08432 תוך tavek

    procedente de uma raiz não utilizada significando partir ao meio; DITAT - 2498; n. m.

    1. meio
      1. meio
      2. para dentro, pelo meio de (depois de verbos de movimento)
      3. entre (referindo-se a um grupo de pessoas)
      4. entre (referindo-se a objetos dispostos em pares)
      5. dentre (quando para tirar, separar, etc.)

    אֵת


    (H853)
    ʼêth (ayth)

    0853 את ’eth

    aparentemente uma forma contrata de 226 no sentido demonstrativo de entidade; DITAT - 186; partícula não traduzida

    1. sinal do objeto direto definido, não traduzido em português mas geralmente precedendo e indicando o acusativo