Enciclopédia de Marcos 7:9-9

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 7: 9

Versão Versículo
ARA E disse-lhes ainda: Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição.
ARC E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição.
TB Continuou: Sabeis muito bem rejeitar o mandamento de Deus, para manter a vossa tradição.
BGB Καὶ ἔλεγεν αὐτοῖς· Καλῶς ἀθετεῖτε τὴν ἐντολὴν τοῦ θεοῦ, ἵνα τὴν παράδοσιν ὑμῶν ⸀τηρήσητε·
HD E dizia-lhes: Bem anulais o mandamento de Deus para que mantenhais de pé a vossa tradição.
BKJ E ele dizia-lhes: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para que possais guardar a vossa própria tradição.
LTT E Ele (Jesus) lhes dizia: "Excelentemente ① rejeitais o mandamento de Deus a fim de à vossa própria tradição preservardes- e- obedecerdes!
BJ2 E dizia-lhes: Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus para observar a vossa tradição.
VULG Et dicebat illis : Bene irritum facitis præceptum Dei, ut traditionem vestram servetis.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 7:9

II Reis 16:10 Então, o rei Acaz foi a Damasco, a encontrar-se com Tiglate-Pileser, rei da Assíria; e, vendo um altar que estava em Damasco, o rei Acaz enviou ao sacerdote Urias a aparência do altar e o modelo, conforme toda a sua obra.
Salmos 119:126 Já é tempo de operares, ó Senhor, pois eles têm quebrantado a tua lei.
Isaías 24:5 Na verdade, a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna.
Isaías 29:13 Porque o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim e, com a boca e com os lábios, me honra, mas o seu coração se afasta para longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foi instruído;
Jeremias 44:16 Quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti;
Daniel 7:25 E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo.
Daniel 11:36 E esse rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito.
Mateus 15:3 Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Por que transgredis vós também o mandamento de Deus pela vossa tradição?
Marcos 7:3 Porque os fariseus e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
Marcos 7:13 invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas.
Romanos 3:31 anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei.
Gálatas 2:21 Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.
II Tessalonicenses 2:4 o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Marcos 7 : 9
anulais
Lit. “deslocar, pôr de lado; ab-rogar, anular, violar (lei, tratado); rejeitar, desprezar”.


Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

ironia /sarcasmo.


Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 7:9
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 2
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 15:1-11


1. Vieram, então, de Jerusalém a Jesus, escribas e fariseus, dizendo:


2. "Por que transgridem teus discípulos a tradição dos mais velhos? Pois não lavam as mãos quando comem pão".


3. Respondendo, disse-lhes Jesus: "Por que vós também transgredis o mandamento de Deus com vossa tradição?


4. Pois Deus ordenou, dizendo: "Honra teu pai e tua mãe", e também: "Quem falar mal do pai ou da mãe seja ferido de morte", mas vós dizeis:


5. "Se alguém disser a seu pai ou a sua mãe: "Oferta, o que de mim serias ajudado",


6. esse nunca mais honre seu pai nem sua mãe. Assim invalidais a ordem de Deus com vossa tradição.


7. Hipócritas! Bem profetizou de vós Isaías, dizendo:


8. "Este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está muito longe de mim;


9. em vão, porém, me veneram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens".


10. E tendo chamado a multidão, disse-lhe: "Ouvi e entendei:


11. não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que sai da boca, isso contamina o homem".


MC 7:1-16


1. Reuniram-se com ele os fariseus e alguns escribas vindos de Jerusalém.


2. E, tendo visto que alguns discípulos dele comiam pão com mãos contaminadas, isto é, sem lavá-las,


3. - pois os fariseus e todos os judeus, observando a tradição dos mais velhos, não comem sem lavar as mãos até o punho,


4. e quando voltam da rua não comem sem banhar-se; e muitas outras coisas há que receberam e observam, lavando copos, jarros e vasos de metal –


5. perguntaram-lhe os fariseus e os escribas: "Por que não caminham teus discípulos segundo a tradição dos mais velhos, mas comem com mãos contaminadas"?


6. Respondeu ele: "Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: "Este povo honra-me com os lábios, mas seu coração está muito longe de mim;


7. em vão, porém, me veneram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens".


8. Deixando o mandamento de Deus, observais a tradição dos homens".


9. E disse-lhes: "Anulais muito bem o mandamento de Deus, para manter a vossa tradição,


10. pois Moisés disse: "Honra teu pai e tua mãe", e: "Quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, seja morto";


11. mas vós dizeis: "Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe: "Oferta o que de mim serias ajudado",


12. não lhe permitis fazer mais nada pelo pai ou pela mãe,


13. invalidando o ensino de Deus pela tradição que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes".


14. E tendo chamado todo o povo, disse-lhe: "Ouvi-me todos e entendei:


15. nada há fora do homem que, entrando nele, possa contaminálo, mas as coisas procedentes dele, essas são que contaminam o homem.


16. Se alguém tem ouvidos de ouvir, ouça".


Depois da exposição realizada em Jerusalém, e que provocara a perseguição a Jesus, com o intuito de matá-Lo, já de volta a Cafarnaum (onde também o pequeno sinédrio o julgara digno de morte por causa da lição sobre o Pão da Vida), o Mestre se vê cercado pelos fariseus locais, cujo grupo fora reforçado por alguns escribas vindos de Jerusalém. A impressão que temos, é que se formara uma comissão de "doutores da Lei", para sindicar a respeito das atividades desse operário-carpinteiro afoito, que dava tanto que falar. E Jesus vai sublinhar com ênfase o que dissera: "não recebo doutrinas de homens" (JO 5:41).


Logo à chegada, verificaram eles uma falta grave: os discípulos de Jesus tomavam sua refeição sem lavar as mãos. Constituía isso imperdoável crime, porque violava os preceitos dos "mais velhos" (presbyteros, no comparativo de presbys, "velho"); referiam-se às ordenações orais (hálaga) que chegavam por meio da tradição. Esta era considerada superior até à própria lei mosaica e transgredi-la importava em heresia punível com a morte.


Conforme esclarece Marcos, a lavagem das mãos antes de comer era prescrição rigorosa, sujeita a longa série de complicadas regras. Tinham que ser lavadas pygmêi (até os punhos), com dois derramamentos de água sobre elas: o primeiro para purificar (e a água saía contaminada) e o segundo para tirar as gotas "contaminadas" da primeira ablução, que porventura tivessem ficado aderidas à pele; tinham que ser lavadas com as mãos vazias (sem segurar nada); se a água não chegasse até os punhos, não purificava as mãos; na ablução, os dedos tinham que permanecer no alto e os pulsos para baixo, e assim permanecer até que as mãos secassem por si, etc. (cfr. Strack e BilJerbeck, o. c. t. 1, pág. 698 a

705).


Quanto ao termo "contaminadas" é a tradução do grego koinos ("comum") e do verbo koinéô ("tornar comum"). Esse adjetivo e o verbo que dele deriva qualificam as coisas que pertencem ao uso ordinário e vulgar de todas as criaturas (como, por exemplo, a língua utilizada nos domínios romanos do oriente, como a Palestina, era conhecida como "grego koinê", isto é, a língua familiar a todos, falada pelo povo todo, não o grego clássico, privativo dos literatos). Então, na época de Jesus, esse adjetivo e esse verbo eram empregados com o sentido "comum" ou "vulgar", e portanto contaminado pela multidão, pelo contato com as criaturas não legalmente purificadas.


Quando Marcos aqui se refere a "judeus", com isso designa a nação judaica, não tendo a palavra o sentido que vimos utilizado por João.


A prescrição da lavagem das mãos era mais severa quando se voltava "da rua" (no original, apò agorá, ou seja, do mercado, das lojas, da praça pública, que nós hoje englobamos na expressão "chegar da rua"). E continuando diz que também copos, jarros e vasilhas de metal deviam todos ser lavados e purificados antes de neles serem servidos os alimentos e bebidas.


Todas essas prescrições foram posteriormente reunidas na Mishna e depois no Talmud.


Outro termo que convém analisar é presbyteros, "os mais velhos", geralmente transliterado por "presb íteros" ou traduzido por "sacerdotes", "padres", etc. Nada disso exprime esse termo. Segundo a legisla ção mosaica, em cada comunidade judaica deviam os homens mais idosos, "os mais velhos", assumir uma espécie de direção da comunidade, solucionando os casos, resolvendo as questões, decidindo litígios, quase um "conselho patriarcal". A esses "mais velhos" a Vulgata dá o nome de maiores natu, ou então de seniores, traduzindo exatamente presbyteroi e o hebraico zeqênim. A constituição oficial dos mais velhos (cfr. NM 11:16 e seguintes; LV 9:1 e DT 27:1) também foi praxe em Roma, na organiza ção inicial do "senatus", palavra derivada de sénis, "velho".


Dirigindo-se, pois, ao Mestre, responsável moral pelos atos de seus discípulos, indagam do motivo por que não obedecem estes aos preceitos dos "mais velhos". Interessante observar que foi empregado o verbo peripatéô, "caminhar", no sentido figurado: "caminhar pelos preceitos", isto é, seguir os preceitos, significado ignorado no grego clássico, mas usado no Antigo Testamento na versão dos LXX (cfr. 2RS 20:3, PV 8:20) e também por Paulo (cfr. RM 8:4 e RM 14:15, RM 14:2. º Cor. 10:2 e 3, EF 2:2) e por João (cfr. 8:12, 12:35 e I JO 1:6).


Ao invés de responder diretamente à pergunta, Jesus contra-ataca, justificando sua maneira de ver as coisas e mostrando à evidência que as exageradas exigências dos "mais velhos" não só careciam de importância como, muitas vezes, ludibriavam e anulavam a própria lei mosaica. Diante do argumento ad hominem, calam-se contrafeitos os emissários de Jerusalém, engulindo o pesado epíteto de "hipócritas" (atores) que lhes aplica o Mestre.


As palavras são todas de tom acre e acusatório, revelando a energia máscula que jamais faltou ao Mestre, que não se intimidava perante qualquer ataque. A meiguice era usada com os pobres e enfermos desvalidos, em cujo trato transparecia uma bondade delicada, até quase feminina. Mas perante a "autoridades constituídas", contra os "grandes" da política ou da religião, revelava indômita energia e autoridade moral, ensinando-nos que a humildade não consiste em abaixar-se covardemente nem silenciar perante adversários poderosos.


O argumento lançado em face dos escribas, de que eles colocavam as tradições acima da lei, anulandoa, é fundamentada com o exemplo de qorban. Quando um filho não desejava ajudar a seus pais, bastavalhe afirmar que tudo o que poderia dar-lhes "era qorban". Essa palavra designava os objetos consagrados (ou pseudo-consagrados) ao Templo, como oferta particular; e o doador da oferta podia dispor deles para qualquer finalidade, menos para seus pais, abuso baseado em LV 27:1-34. O rigor nesse sentido chegava ao absurdo (Wakefield diz que extraiu do Talmud o caso de um israelita de Beth Horon, que consagrara seus bens como qorban. Mas ao casar um filho quis convidar seu pai. Para isso, vendeu a um amigo o quarto em que se realizaria a festa, "com a condição de que convidasse seu pai".


A transação foi julgada ilegal, só por causa dessa cláusula...) . Por isso não admira a energia de Jesus ao protestar contra esse costume bárbaro.


A frase grega é uma tradução literal do aramaico (qônâm sheâttâh neheneh lakh) e por isso sua forma não apresenta maleabilidade. Mas o sentido é este: "tudo o que tenho e que poderia ser-te útil, é qorban (oferta ao Templo)". Com isso estava realmente anulado o quinto mandamento, "honrarás teu pai e tua mãe" (EX 20:12 e DT 5:16) e ainda outro texto: "quem fala mal de seu pai ou de sua mãe será punido com a morte" (LV 21:17) . Ora, quem condenava seus pais a sofrerem todas as necessidades.


sem socorrê-los, agia pior que se falasse mal deles.


Mais uma vez Jesus ataca com veemência a impertinência costumeira dos dirigentes religiosos, que antepõem suas prescrições rituais aos mandamentos simples e naturais da Grande Lei do Amor, "anulando a ordem divina, para manter a tradição criada pelos homens".


E, classificando-os de hipócritas, atribui a eles a palavra do profeta Isaías (Isaías 29:13), segundo a versão grega dos LXX, já que o texto hebraico reza: "pois esse povo se aproxima com palavras e me honra com os lábios, enquanto mantém afastado de mim seu coração, e o culto que me rende é um preceito aprendido de homens".


Dando então as costas aos acusadores, que se mantinham retraídos, silenciosos e vencidos, volta-se Jesus para o povo, exclamando: "ouvi e compreendei"! Estava consciente de que a frase que ia proclamar era de difícil compreensão, mas de qualquer forma é ela dita de forma axiomática, de que Marcos parece conservar-nos o texto original mais completo: "Nada, vindo de fora, pode, ao entrar no homem, contaminá-lo; mas as coisas que procedem dele, essas contaminam o homem".


A seguir, para mais uma vez chamar a atenção dos ouvintes, repete a conhecida expressão "quem tem ouvidos de ouvir, ouça". Esta sentença (o vers. 16) inexistente em aleph, B, L, 28 e 102, aparece em A, D, X. gama, sigma, phi e numerosos códices minúsculos, e na maioria das versões; é rejeitado por Tishendorf, Nestle, Swete, mas aceita por von Soden. Vogel, Merk, Lagrange, Huby e Pirot.


Realmente, a sentença é de difícil compreensão. Para os israelitas, que tinham uma série de "alimentos impuros" proibidos (cfr. Lev. cap. 11 e Deut. cap. 14) equivalia a uma ab-rogação da lei mosaica. Mas a segunda parte corria o risco de ser interpretada à letra, isto é, significando que só contaminava o homem o que saía dele (em Mateus: "da boca"), ou seja, as excreções, a saliva, etc. Mais adiante o Mestre explicará aos discípulos o sentido que deu a essas palavras.


A lição para a individualidade é válida em todos os seus pontos.


Em primeiro lugar, aprendemos que são inúteis todos os ritos e rituais, as preces repetidas desatentament "com os lábios" 50 ou 100 vezes, (se excetuarmos jaculatórias ou "japas" ditas de coração) todos os gestos, as posturas, as "observâncias" de datas, as exterioridades que só valem para as personalidades ou personagens (Aceitamos a observação de Sergio M. Mondaini (v. SABEDORIA n. º

34) de que talvez seja melhor classificar de "personagem" (substantivo concreto) o que denominávamos" personalidade" (substantivo abstrato, que considerávamos como concreto). Realmente expressa bem o que desejamos, e evita confusões com o sentido atribuído a "personalidade" pelos psicólogos modernos. Daqui por diante iremos pouco a pouco substituindo essa palavra por "personagem") ainda retardadas no caminho da evolução. Para todos aqueles que julgam que seu verdadeiro eu é o corpo, logicamente só vale o que é executado por esse corpo: é o máximo que eles podem fazer na etapa em que se encontram. Para eles, acender uma vela, realizar um gesto em cruz com as mãos, cobrir ou descobrir a cabeça, ajoelhar-se ou ficar de pé, comer carne domingo ou peixe na sexta-feira, são coisas de capital importância; não compreendem ainda que só tem real valor o íntimo, com pensamentos de amor para com todos, de perdão, de amizade, sem falar nem mesmo pensar mal de ninguém, sem malícia nem julgamentos apressados.


O que constitui evolução são as vibrações internas e a adesão total à Lei Natural, à Lei de Deus, de nada valendo as prescrições humanas. A honra a ser dada aos pais, como a todas as criaturas, é manifestada com o respeito e a assistência nos momentos de necessidade, sem estar a fazer conta do que se dá, sem lançar ao rosto dos beneficiados os benefícios prestados, sem exigir retribuição e nem mesmo gratidão, porque a ajuda a quem está necessitado constitui obrigação, e não caridade.


Em segundo lugar, a lição importantíssima da energia na defesa da verdade. Há quem pense que espiritualizarse e ser humilde é ceder e abaixar (quase escrevemos rebaixar-se) deixando que todos o dominem e lhe imponham suas vontades.


De modo algum pode ser aceito tal modo de proceder. Humildade, já o vimos, é a naturalidade espontânea, é ser o que se é. Ceder externamente com revolta no íntimo, é hipocrisia, e não humildade.


Mesmo o mais humilde tem obrigação de falar para fazer valer a verdade contra o erro, embora para isso seja mister alterar-se, mesmo usando termos violentos. A hipocrisia, a mentira, as aleivosias têm que ser combatidas a peito aberto, sem temores, pois muitas vezes sob capa de humildade temos legítima corvadia.


Não queremos dizer que logo na primeira fala deva alguém ser violento: pode-se ser enérgico sem perder a linha com palavras pesadas. Mas há casos em que até essas palavras são indispensáveis para que se seja ouvido e respeitado.


Se humildade não é covardia, mansidão não é temor. Não podemos nem devemos atemorizar-nos diante dos poderosos e grandes, mas ao contrário: temos que enfrentar como homens e fazer como Paulo fez diante de Pedro: in faciem ei réstiti, isto é, "resisti-lhe na cara" (GL 2:11). Firmeza, energia, coragem são virtudes, e virtudes másculas, que Jesus possuía em alto grau.


Chegamos, depois, à sentença (que comentaremos no próximo capítulo) "não é o que entra no homem, mas o que dele sai, que o contamina".


mc 7:9
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 10
CARLOS TORRES PASTORINO

LC 11:37-41


37. Tendo acabado de falar, pediu-lhe um fariseu que almoçasse com ele; e havendo entrado, reclinou-se à mesa.

38. Vendo isto, o fariseu estranhou, porque não se lavou antes do almoço.

39. O Senhor, porém, disse-lhe: "Agora vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas vosso interior está cheio de rapina e maldade 40. Insensatos, acaso quem fez o exterior não fez também o interior?

41. Dai, porém, em esmolas o conteúdo, e eis que todas as coisas são limpas para vós".



Este trecho, privativo de Lucas, arma o cenário de uma série de invectivas, em que Jesus demonstra toda a falsidade dos fariseus. escribas e doutores da lei, falando sem constrangimento, "resistindo-lhes na cara" (cfr. GL 2:11), com tal autoridade e firmeza, que ninguém ousou retrucar nem desmentir.


Vê-lo-emos no próximo capítulo.


"Um" fariseu. sem citação de nome, sem identificação possível, um dentre a grande coletividade, após ouvir-Lhe as palavras, pede que aceite almoçar em sua casa. Jesus acede. Entra-lhe no lar e reclina-se à mesa: o fariseu de estranhar; Jesus, o conhecido Rabbi, não fizera as abluções ritualísticas! Já o caso fora anteriormente discutido e explicado (cfr. MT 15:1-20; MC 7:1-23; vol. 4).


Essas abluções ritualísticas constituíam praxe rigorosa entre os fariseus (pharusim = separados), que as exageravam, exigindo-as de todos sem exceção, no trato diário, sempre que se chegavam à mesa; ao passo que o prescrito em LV 15:11-12 estabelece sua necessidade apenas para os homens vitimados por doença venérea. Todavia, de medo hipócrita de ser contaminados sem sabê-lo exigiam eles a ablução das mãos e de todos os recipientes que serviam à alimentação.


O Mestre vai direto ao assunto, mostrando que não é o recipiente físico material (prato ou copo) que necessitam de limpeza. mas o "interior", o âmago, o coração deles, que se revela, no entanto, cheio de" rapina e maldade". Jesus revela perceber que essa exigência rígida constitui um "transfert" psicológico, em que a criatura descarrega no objeto todo o peso da própria consciência, para com isso sentir-se aliviada. Com Sua frase franca, lançando-lhes em rosto o epíteto magistralmente escolhido e que se adapta de pleno ao caso: "insensatos"! (asynetoi, isto é, "sem inteligência").


São proferidas, a seguir, duas frases aparentemente enigmáticas: "quem fez o interior, também fez o exterior". É uma oposição entre duas coisas distintas mas que, pelo jogo psicológico, vinham a constituirse, no fundo, uma só: o interior dos homens e o exterior dos pratos, dos copos, dos recipientes, dos" vasos". Ora, a comparação é válida, mesmo no estilo escriturístico, conforme podemos verificar na literatura posterior, em que o "corpo" físico é considerado o "vaso" da alma, e o homem, o "vaso" da Divindade: "Esse (Paulo) é para mim um vaso de eleição" (AT 9:15); "será um vaso de honra, santificado e útil ao Senhor" (2. ª Tim. 2:21); "para que cada um de vós saiba possuir o vaso em santificação e honra" (1. ª Tess. 4:4); "temos esse tesouro em vasos frágeis" (2. ª Cor. 4:7).


A segunda frase é: "dai porém em esmolas o conteúdo (tà enónta) e todas as coisas são limpas para vós". Observamos o processo de superação dos convencionalismos, por meio do trabalho de doação de si. A interpretação corrente, que atribui a essas palavras o sentido de dar "o que está dentro dos pratos e copos" - ou, pior ainda, a tradução da Vulgata: quod súperest, "o que é supérfluo" - como se houvesse referência à doação de bens materiais ou alimentos, constitui uma distorsão da ideia básica, que vem sendo desenvolvida no contexto, ou seja, a oposição entre o exterior dos recipientes e o interior do homem. Conservando-se o mesmo teor interpretativo, verificamos que a doação em esmolas do "conteúdo" da criatura, de sua própria pessoa, de suas vibrações de amor desinteressado, em benefício "dos demais, fará que se esqueçam seus próprios problemas, anulando-se traumas e fobias, e promovendo a tranquilidade da paz interna, a única que pode garantir a pureza de todas as coisas: "tudo é limpo para os limpos" (Tito, 1:15).


A lição que se depreende deste trecho vem de encontro a muitas teorias esposadas por muitas seitas religiosas, sistemas filosóficos e mesmo doutrinas esotéricas.


A distinção estabelecida entre o "recipiente" e o "interior" faz-nos compreender, logo de início, que os termos são usados em sentido metafórico: trata-se do corpo, vaso do Espírito, que é seu interior. Com efeito, a "pureza legal" reteria-se unicamente ao corpo físico-denso: corrimentos, fluxos sanguíneos muliebres (menstruação) ou de ambos os sexos (hemorroidas), poluições seminais masculinas (espermatorreia), contatos sexuais com emissão espermática, ou seja, tudo o que estava ligado às partes genitais; ou então, aos casos de cadáveres, que também tornavam "legalmente impuros" os que deles tratavam ou neles tocavam. Tudo isso era, inclusive, extensivo aos que tivessem contatos com os próprios impuros ou com os objetos em que eles tocassem. Essas regras higiênicas tinham razão de ser: evitar o alastramento das doenças venéreas (pelo que também foram proibidas as carnes "remosas", isto é, causadoras de irritações cutâneas e dermatoses), e o perigo de contágio de enfermidades que pudessem ser transmissíveis, sobretudo depois da rápida deteriorização dos cadáveres no clima quente palestiniano. Daí serem "legalmente impuras" também as doenças julgadas contagiosas. Tudo, como vemos, relacionado com o corpo físico-denso.


Na realidade, já se falara antes da limpeza do coração (cfr. Salmo 23:4), na limpeza do mal (cfr. IS

1:16), na limpeza da alma (2CR 3:16). Essa a limpeza do interior a que se refere Jesus (cfr. MT 5:8) em oposição à outra.


E o que se deduz deste trecho é uma lição em que o Mestre demonstra que não é a limpeza de corpo que vale, mas a do Espirito. E justamente a tendência de muitas seitas é a de considerar "pecado" o ato físico, sem dar a devida importância ao Espírito, quando o oposto foi ensinado por Jesus: haja limpeza espiritual, que o ato físico pouca importância tem (cfr. 1. ª Cor. 7:9). Muito mais que o contato físico dos sexos, o que importa são os pensamentos a esse respeito (cfr. MT 5:28 e MT 15:19; MC 7:21). Não é o ato carnal que torna impuro: é a criação mental. De nada adianta guardar uma castidade física e nutrir pensamentos libidinosos. Será melhor realizar logo o ato e aliviar-se, que arder de desejos incontidos perdendo a paz espiritual, como afirmou Paulo aos coríntios (1CO 7:9).


A explicação dessa teoria é dada categoricamente: quem fez o exterior (Com os órgãos sexuais, para serem santamente usados, dentro do amor), também fez o interior, que se revela o único responsável, como guia do conjunto Homem. Não é bastante a pureza exterior; com maior razão, requer-se a interior.


De nada adianta lavar e purificar o exterior, o "recipiente", sem que o mesmo suceda com o" conteúdo", que precisa estar "limpo" de maldade e rapina.


Ora, o contrário da rapina e da maldade, é a generosidade e a bondade. Então, para combater os vícios primordiais da usura e do egoísmo, que "sujam" a criatura, o ideal será fazer a doação do próprio Espírito em atos de socorro, de iluminação, de conforto, de assistência. Quem organizar sua vida sem ambição egoísta, sem enclausuramento em si mesmo, mas aprender a dedicar-se integralmente ao próximo, com auto-doação plena, verá que tudo é puro para si, não apenas de pureza "legal", mas de pureza real, que nada consegue manchar.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
C. O CONFLITO COMA TRADIÇÃO DOS ANCIÃOS, Marcos 7:1-23

O material dessa seção está naturalmente dividido em três partes: versículos 1:8, a questão da profanação cerimonial; versículos 9:13, o contra-ataque de Jesus; versículos 14:23, uma explicação dessa profanação, sua fonte e sua verdadeira natureza. Jesus trata desses três grupos – as críticas hostis (6), o povo (14), e os discípulos (18). Aquele que é "o fim da lei" (Rm 10:4), isto é, o cumprimento (telos) da lei, está aqui censurando o legalismo em todas as épocas.

Em outro atrito com o judaísmo oficial (cf. Marcos 2:3), Jesus foi confrontado por uma delegação de fariseus, alguns daquela região; outros, os escribas (e também fariseus) vindos de Jerusalém (1). Os relatórios relativos ao Profeta da Galiléia havi-am começado a perturbar a Cidade Santa. Os críticos não demoraram muito para encon-trar algumas faltas.31 Os fariseus observavam que alguns dos seus discípulos (2) co-miam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar. Não era uma questão de higiene, mas de cerimonial religioso.

Marcos continua a explicar a seus leitores gentios que os judeus praticavam toda sorte de abluções para evitar a contaminação cerimonial,' e dessa forma conservavam a tradição dos antigos (3). A não ser que lavassem as mãos muitas vezes ("de uma forma particular", Goodspeed) 33 eles não poderiam comer. Havia muitas outras coisas (tradição) às quais eles obedeciam fielmente, desde lavar-se depois de se acotovelar no mercado (4) 34 até as abluções cerimoniais usadas para tudo, desde copos até jarros e camas." Tão dificultosa tinha se tornado a tradição dos antigos (5) 36 que não era de admirar que as pessoas comuns, inclusive os discípulos, não andassem (vivessem) de acordo com elas.

Jesus respondeu com uma citação de Isaías 29:13, Septuaginta) e comparou seus críticos a hipócritas (6; literalmente, "atores") cuja aparência exterior é diferente da sua realidade interior. Eles honram a Deus com seus lábios, mas seu coração está longe dele. Sua doutrina (7) era em vão, porque ensinavam mandamentos de ho-mens em lugar dos mandamentos de Deus (8).' Sua tradição oral não era uma cerca em volta da lei para protegê-la, mas uma completa subversão humana da lei divina. Uma acusação tão grave certamente levantaria a fúria dos opositores.

Continuando sua acusação contra os fariseus, Jesus respondeu com grande ironia: Bem ("quão esplendidamente", 9, Johnson) invalidais o mandamento de Deus a fim de guardardes a vossa tradição. Ele passou a citar o que deve ter sido um flagrante exemplo de usar mandamentos de homens para distorcer a Palavra de Deus. A práti-ca daqueles homens tem sido chamada de "Casuística Corbã"' e representava um artifí-cio para fugir do quinto mandamento. Moisés tinha dito: Honra a teu pai e a tua mãe (10; Êx 20:12) e quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido com a morte (Êx 21:17; Lv 20:9). Esse era o mandamento de Deus. Entretanto, se um filho tomado de ira fizesse um voto de dar como oferta (talvez ao Templo) posses realmente necessári-as ao sustento de seus pais, essa promessa seria posteriormente válida, a despeito da desgraça que isto pudesse causar. O significado do versículo 11 é o seguinte: Esse dinhei-ro com o qual eu poderia ter-lhe ajudado foi dedicado a Deus. Corbã tornou-se assim "uma casuística rigorosa, insensível e desumanamente lógica"." Ela não só fornecia os meios pelos quais filhos egoístas podiam fugir ao dever de cuidar de seus pais (pois a oferta não precisava ser realmente entregue) como também se tornou uma barreira para algum filho arrependido que se lastimasse pelo voto, e desejasse quebrá-lo. Os fariseus nada mais lhe deixariam fazer por seu pai ou sua mãe (12). Um voto era um voto!

Através de tradições como essa, que eles tinham o cuidado de transmitir às gerações seguintes, os fariseus invalidavam a palavra de Deus (13) ("tornaram-na sem valor", Barclay). E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. Que grande poder o Deus infinito havia colocado nas mãos de homens mortais, que podiam até "sufocar a palavra" (Marcos 4:19) e torná-la ineficaz!

Virando as costas aos seus adversários, Ele se dirigiu à multidão que parecia estar sempre nas proximidades e, com firmeza, ordenou: Ouvi-me, vós todos, e compreendei (14). "Entendam bem!" Jesus muitas vezes apelava ao povo para conseguir uma audiên-cia atenta e cuidadosa. Ele considerava o princípio a seguir de crucial importância. A fonte da contaminação não está fora do homem (15) como os fariseus estavam ensinan-do, mas aquilo que contamina o homem é o que sai dele, de dentro do coração. "O que é meramente externo não pode contaminar a natureza espiritual do homem nem purificá-la."' O que o Senhor diria àqueles do nosso tempo que "querem mostrar boa aparência na carne" (Gl 6:12) e identificam a santidade cristã simplesmente com a aparência exte-rior? "Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo" (Mt 23:26)."

Depois que a multidão havia se dispersado e Jesus ficou sozinho com seus discí-pulos ("aprendizes"), eles o interrogavam acerca desta parábola (17; cf. Marcos 4:10). A palavra parábola tem um sentido muito amplo e inclui o que pode ser chamado de "provérbio obscuro" (15).42 Perturbado e perplexo por causa de sua lentidão para apren-der, Jesus perguntou: "Também vós estais sem entendimento?" (18). Eles, na verdade, assim como mais tarde a igreja, não haviam compreendido que nem mesmo o alimento cerimonialmente impuro poderia contaminar (18) o homem, porque não entra no seu coração (19), mas no aparelho digestivo e "é lançado fora". Foi depois do Pente-costes que Pedro disse: "Porque nunca comi coisa alguma comum e imunda" (Atos 10:14; cf. Gl 2:12). A frase ficando puras todas as comidas não faz parte da declaração de Jesus. Trata-se de um comentário de Marcos de que Jesus "considerou... puros todos os alimentos" (19, NEB).

0 que, então, significa: O que sai do homem, isso é que contamina o homem? (20). Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos (21), e é isso que contamina e macula o homem. A relação de pecados que se segue (21-22) é uma rigorosa evidência de que "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" (Jr 17:9). Somente uma salvação radical pode purificar o corrupto coração humano. Mas isso é exatamente o que Jesus veio oferecer ao mundo.

Geralmente se admite que os maus pensamentos dão origem aos atos e vícios pecaminosos que foram descritos. "Marcos inicia a relação onde começa todo pecado; no âmbito do pensamento."'

Na língua grega, os seis primeiros termos estão no plural e os seis restantes estão no singular." Os primeiros provavelmente se referem a atos pecaminosos, e os últimos a vícios ou defeitos morais. O adultério é um pecado de pessoas casadas e a prostituição se refere "geralmente aos solteiros",' enquanto o homicídio é geralmente fruto de am-bos. O furto (22) se refere a qualquer tipo de furto. A avareza se deve a um insaciável desejo de possuir "mais e mais",' e as maldades à iniqüidade ou "malícia" (NEB). O engano, literalmente um engodo ou cilada, é, portanto, uma "trapaça" e a dissolução ou lascívia seria o resultado de um "desenfreado instinto sexual" (Robertson), ou licenci-osidade, indecência. A inveja seria um "rancor invejoso" (Swete), e a blasfêmia o insul-to ou a calúnia, seja contra Deus ou contra o homem." A soberba, literalmente, "mos-trar-se acima dos outros", portanto, arrogância e a loucura, isto é, a falta de senso moral, são uma apropriada conclusão dessa lista tão sórdida.

Se o coração de um homem tiver esse caráter degenerado, sua situação será desesperadora. Todos esse males procedem do coração humano, e, na verdade, eles real-mente contaminam o homem. O ser humano precisa da "lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" (Tt 3:5). A santidade do coração e da vida será o único e adequado remédio.

Sob o tema "Ritualismo versus Realidade" poderíamos considerar:

1) Críticas ma-lignas, 1-2;

2) Purificação cerimonial, 3-8;

3) O caso do corbã, 9-13;

4) A contaminação carnal, 14-23.

D. DUAS CURAS ENTRE OS GENTIOS, Marcos 7:24-37

1. A Mulher Siro-Fenícia (Marcos 7:24-30)

Talvez devido à crescente oposição religiosa e política ou mais provavelmente por causa de um desejo de repouso e privacidade, Jesus foi para os territórios (regiões) de Tiro e de Sidom (24).48 Essas cidades independentes, situadas entre 65 e 95 quilômetros de Cafarnaum (veja o mapa), tinham uma longa história que pode ser acompanhada desde a antiguidade, quando os fenícios lideraram o mundo da navegação.

Tanto Tiro como Sidom possuíam baías naturais, o que fazia com que suas posi-ções se assemelhassem a fortalezas. A Fenícia, que quase circundava todo o norte da Galiléia, fazia parte da Síria. Por causa dessa proximidade era muito natural que um viajante da Galiléia atravessasse o território de Tiro. O profeta Elias também fez uma viagem por essa área, levando uma milagrosa assistência a uma viúva (I Reis 17:8-23).

Jesus, entrando numa casa de um amigo, cujo nome não é mencionado (cf. 3.19), procurava um pouco de reclusão, mas isso foi em vão, porque Ele não pôde esconder-se. Uma mãe, cuja filha (algumas versões utilizam o termo no diminutivo, filhinha, como uma expressão de carinho) estava atormentada, veio em grande desespero e lan-çou-se aos seus pés (25).

Uma mulher grega (16) por cultura e religião, provavelmente também pela língua, e da raça siro-fenícia (que, portanto, não deve ser confundida com a Fenícia Cartaginesa), implorou a Jesus que expulsasse um demônio de sua filha. O relato de Mateus 15:21--28), assim como o uso do verbo no tempo imperfeito, indica que sua súplica deve ter persistido durante algum tempo.

A resposta de Jesus desperta alguma reflexão. Deixa primeiro saciar os filhos, porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos (27). O termo filhos está se referindo, naturalmente, a Israel (Is 1:2) e a expressão cachorrinhos representa os gentios. Isso parece ser uma resposta um pouco ríspida, porém vários fatores servem para abrandar essas palavras. Jesus estava no território dos

gentios e sentia o custo de desenvolver a sua missão fora da terra de Israel. No plano divino, o Servo Sofredor deveria ir até as "tribos de Jacó" antes de se tornar a "luz dos gentios" (Is 49:6). O evangelho deveria ser pregado primeiro aos judeus e depois aos gregos (Rm 1:16; cf. Marcos 15:8-9). Jesus não podia se afastar do caminho que levava a Jeru-salém e à cruz.

Essa aparente rispidez foi amenizada pelo fato de Jesus ter-se referido, não aos cachorros carniceiros e violentos das ruas, mas aos cachorrinhos das casas (kunarioi), provavelmente aos bichinhos de estimação das crianças. Esses podiam comer debai-xo da mesa (28), especialmente se recebessem as migalhas que os filhos lhes joga-vam às escondidas. "Um quadro gracioso. Cachorrinhos, pequenas lascas de pão... criancinhas.""

A persistência, fé e perspicácia da mulher abriram caminho em meio as dificulda-des. Concordando que os filhos devem receber primeiro (27) e aceitando a implicação de que os gentios eram uma espécie de cães, ela pediu, buscou e bateu (Lc 19:9-10) até que o seu pedido foi atendido. Jesus lhe disse: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. E, indo ela para sua casa, achou a filha (29-30) completamente sã. O demônio havia se retirado, mas não sem antes aplicar um golpe derradeiro. A mulher achou a filha deitada ("atirada", 30, NT Amplificado) sobre a cama.

2. O Surdo e Gago de Decápolis (Marcos 7:31-37)

Tornando a sair dos territórios de Tiro (31), Jesus seguiu a rota de um circuito a partir de Sidom, passando pelo território de Decápolis" (veja o mapa), até o mar da Galiléia. Dessa forma, Ele acompanhou os limites do reino do hostil Antipas e evitou as áreas mais densamente habitadas.

O povo de Decápolis, nas vizinhanças do mar da Galiléia, levou até Ele um surdo e gago. E inteiramente possível que esse evento tenha acontecido na terra dos gerasenos e, se assim for, ele representa uma notável mudança de atitude (cf. Marcos 5:17) por parte de seus habitantes. O testemunho do antigo endemoninhado de Gerasa deve ter produzido fru-tos (Marcos 5:20). Longe de pedir que Ele partisse, o povo suplicou que Jesus impusesse as mãos sobre ele (32), um homem que era um surdo, que falava dificilmente.

A fim de evitar publicidade, e também para se comunicar mais claramente com esse homem, Jesus tirou-o à parte de entre a multidão (33). O Mestre restaurou sua audi-ção e sua fala através de uma série de atos evidentemente destinados a aumentar e fortalecer a fé dele. Colocando os seus dedos nos ouvidos do homem e tocando sua língua com saliva de Sua própria boca, Jesus olhou para o céu e suspirou — uma oração sem palavras (cf. Rm 8:26; também Jo 11:33-38). Foi assim que Jesus falou com sinais ao homem que não podia ouvir. Seus gestos mostravam que com o poder que vinha do alto e pela palavra da sua própria boca Ele iria abrir os ouvidos que estavam fechados e liber-tar a língua da escravidão. O surdo e gago deve ter lido os lábios do Senhor quando Ele lhe disse: Efatá, isto é, abre-te (34; ou "abra completamente", Earle).

Logo o aflito homem começou a ouvir e falar claramente (confirmando a opinião de que não era completamente mudo, mas que falava com dificuldade). A promessa de Isaías 35:6 havia se cumprido: "E a língua dos mudos cantará".

Aqui se encontra uma parábola: a mudez é conseqüência da surdez. Enquanto as pessoas não ouvirem a Palavra de Deus, elas nada terão de importante para dizer. "Se os nossos ouvidos estiverem abertos para ouvir a palavra do Senhor, então nossas línguas certamente ficarão libertas para louvar, orar e testemunhar."' Talvez Marcos também quisesse que os seus leitores vissem que os discípulos, que eram espiritualmente surdos, mudos, e cegos, estavam agora começando a ouvir e enxergar, à medida que o Mestre os levava à parte para os instruir. Eles logo começariam a falar (Marcos 8:27ss.).

Como aconteceu em tantas outras ocasiões, Jesus ordenou-lhes (36) que a nin-guém o dissessem. Mas foi em vão. Quanto mais lho proibia, tanto mais o divul-gavam. Não parece estranho, é claro, que tal desobediência acontecesse, pois eles admi-rando-se" sobremaneira, diziam... (37). Ecoando Gênesis 1:31: "E viu... que era mui-to bom", o povo disse a respeito de Jesus: Tudo faz bem; faz ouvir os surdos e falar os mudos.

Enfocando sua atenção no versículo 37, G. Campbell Morgan reúne em torno desse texto não só a cura do surdo e gago, mas também a conduta de Cristo em relação à mulher siro-fenícia (Marcos 7:24-30), aos fariseus (Marcos 8:11-21) e ao cego de Betsaida (Marcos 8:22-26). Ele observa:

1) A compreensão que Cristo demonstrou em cada caso;

2) Sua imediata simpa-tia;

3) Sua permanente lealdade ao princípio.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
*

7:1

fariseus. Ver nota em 2.16.

escribas. Eram mestres da lei, a maioria deles era constituída de fariseus.

* 7:2

impuras. Os discípulos não tinham se lavado conforme mandava a “Tradição dos Anciãos” (vs. 3,4) e, por isso, foram considerados cerimonialmente impuros. Jesus crítica estas expansões tradicionais da lei cerimonial elaboradas pelos escribas e fariseus, porque eles estenderam suas tradições a ponto de permitir a própria transgressão da lei moral (vs. 9-13). A cruz de Jesus levará, finalmente, ao fim da lei cerimonial.

* 7:3

tradição dos anciãos. Os fariseus acreditavam que, além das palavras escritas da lei, Moisés recebeu instruções para a sua interpretação e aplicação. Esta lei oral era transmitida pela palavra falada de mestre para mestre. Ao argumentar com eles, Jesus apela consistentemente para as Escrituras, procurando sempre voltar ao seu verdadeiro sentido (vs. 6-8).

lavar. Por suas tradições os fariseus estenderam as injunções bíblicas da purificação sacerdotal, no momento do sacrifício no templo (Êx 30:19; 40:12), ao comer do pão por todos os judeus.

* 7:5

Por que não andam os teus discípulos. Os fariseus e os escribas não estão genuinamente interessados na prática da refeição dos discípulos de Jesus, mas na razão por que Jesus, como Mestre deles, não exige que eles observem “a tradição dos anciãos”, de modo geral.

* 7:6

Isaías. O objetivo de Jesus é trazer o povo de volta à conformidade com as Escrituras.

* 7:8

Negligenciando o mandamento de Deus. O verbo “negligenciar” pode significar também “cancelar” ou, “abandonar”. Jesus não é um antinomiano. Como o salmista, ele se consumia por desejar incessantemente a lei de Deus (Sl 119:20), que ele cumpre, protege (Mt 5:17-20) e defende. Ele não é nem mesmo contra a tradição, mas é contra aquilo que nela anula as Escrituras.

* 7:11

Corbã. Uma palavra hebraica e aramaica (que Marcos traduz para os leitores gentios), e que significa alguma coisa dedicada a um propósito religioso. Por um simples voto, para reservar suas posses como dádiva para Deus, uma pessoa poderia fugir à responsabilidade de sustentar seus pais.

* 7:20

O que sai do homem. Jesus está fazendo uma generalização a respeito do modo constante e natural pelo qual se expressa a natureza humana decaída, e sua lista de vícios (vs. 21-22) visa trazer ao homem auto-conhecimento da sua própria imundície interior (conforme Rm 1:24-32; 2.17-24).

contamina. Jesus vai à essência do problema — a imundície do coração, da qual a impureza cerimonial é realmente um símbolo.

* 7:24

Tiro. Jesus se dirige ao norte, a uma região marcadamente gentílica (conforme Mt 11:21-22), à vizinhança de Tiro, uma antiga cidade portuária da Fenícia (no Líbano moderno).

* 7:26

grega. Ela era de origem siro-fenícia, mas falava grego.

* 7:27

primeiro. Mesmo em território gentílico, Jesus mantém a prioridade temporal de Israel (“os filhos”) no plano divino da salvação, como Paulo fará posteriormente (Rm 1:16; 2:10; conforme At 1:8-13:46-47).

cachorrinhos. O termo, certamente, é pejorativo (Mt 7:6; Fp 3:2; Ap 22:15) ainda que a palavra grega inclua a nuance de “filhotes de cães” de estimação. Deve ser visto como exemplo da vívida figura do convívio à mesa dada por Jesus, para explicar o plano da salvação, especialmente para dizer que “a salvação vem dos judeus” (Jo 4:22). A mulher entende isto deste modo, como indica a sua resposta.

* 7:31

Decápolis. Ver nota em 5.1. Jesus permanece em território gentílico, indo primeiro ao norte, para Sidom e, depois, ao sudeste para Decápolis.

* 7:33

pôs-lhe os dedos nos ouvidos. Estas atitudes físicas acompanham o milagre da cura, mas não são a causa dela.

* 7:34

Efatá. Uma palavra aramaica que Marcos traduz para os leitores de língua grega.

* 7:35

e falava desembaraçadamente. Para uma pessoa surda, o expressar-se claramente em linguagem falada só pode ser aprendido, normalmente, depois de um período de tempo.

* 7:36

que a ninguém o dissessem. Com relação à ordem de sigilo dada por Jesus, ver notas em 1.34 e 5.19.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
7.1ss Os líderes religiosos enviaram investigadores desde sua sede em Jerusalém para que observassem ao Jesus. Não gostaram do que encontraram, porque Jesus os repreendeu por guardar a Lei para parecer Santos e não para honrar a Deus. O profeta Isaías acusou do mesmo aos líderes religiosos de seus dias (Is 29:13). Jesus uso as palavras do Isaías para acusar a esses homens.

7.3, 4 Marcos explicou estes rituais porque escrevia a pessoas que não eram judias. antes de cada comida, os judeus devotos levavam a cabo uma breve cerimônia, lavando-se mãos e braços de certa maneira. Para eles era um símbolo de que estavam limpos de qualquer contato que pudessem ter tido com alguma coisa considerada impura. Jesus disse que os fariseus estavam equivocados ao pensar que seriam aceptos a Deus só porque se lavavam por fora.

7:6, 7 Hipocrisia é pretender ser algo que não se é, sem ter intenção de sê-lo. Jesus chamou os fariseus hipócritas porque adoravam a Deus não porque o amassem, mas sim porque lhes beneficiava, os fazia parecer Santos e fortalecia sua posição social na comunidade. Somos hipócritas se: (1) damos mais importância à reputação que ao caráter, (2) cumprimos com rigor certas práticas religiosas, mas deixamos que nossos corações se mantenham longe de Deus, e (3) destacamos nossas virtudes e os pecados de outros.

7.8, 9 Os fariseus adicionaram centenas de suas regras e regulações insignificantes às santas leis de Deus, e tratavam de forçar às pessoas a que as obedecessem. Diziam que conheciam a vontade de Deus para cada detalhe da vida. Os líderes religiosos de hoje em dia também tratam de adicionar regras e regulamentos à Palavra de Deus, com o que provocam não pouca confusão entre os crentes. É idolatria pretender que nossa interpretação da Palavra de Deus é tão importante como a Palavra de Deus mesma. É sobre tudo perigoso fixar parâmetros não bíblicos para que outros os cumpram. Em lugar disso procuremos em Cristo a direção para nossa conduta e deixemos que O guie a outros nos detalhes de suas vidas.

7:10, 11 Os fariseus usavam a Deus como desculpa para não ajudar a seus familiares, sobre tudo a seus pais. Acreditavam que era mais importante dar dinheiro ao templo que ajudar aos pais necessitados, não obstante que a Lei de Deus diz especificamente que devemos honrar a pai e mãe (Ex 20:12) e cuidá-los em suas necessidades (Lv 25:35-43). (Para uma explicação do Corbán, veja-a nota a Mt 15:5-6.)

Devemos dar dinheiro e tempo a Deus, mas nunca devemos usar a Deus como desculpa para deixar de cumprir nossos deveres. Ajudar a quem o precisa é uma das formas mais importantes para honrar a Deus.

7:18, 19 Nos preocupa mais a dieta que a alma? Conforme interpretavam as leis sobre a comida (Levítico 11), os judeus acreditavam que podiam ser puros diante de Deus pelo que deixavam de comer. Mas Jesus disse que o pecado começa nas atitudes e nas intenções da pessoa. Não anulou a lei, mas sim pavimentou o caminho para a mudança esclarecida em At 10:9-29 quando Deus tirou as restrições culturais em relação à comida. Os fatos externos não nos desencardem, mas sim chegamos a ser puros no interior quando Cristo renova nossas mentes e conforma a sua imagem.

7.20-23 Uma má ação começa com um simples pensamento. Nossos pensamentos podem nos poluir, nos levando a pecado. Se dermos capacidade a pensamentos de luxúria, inveja, ódio e revanche, guiarão-nos a cometer más ações. Deus permita que não nos voltem indignos ante O. Por isso Paulo aconselha em Fp 4:8: "Tudo o que é verdadeiro, todo o honesto, todo o justo, todo o puro, todo o amável, tudo o que é de bom nome; se houver virtude alguma, se algo digno de louvor, nisto pensem".

7:24 Jesus viajou 45 km até Tiro e daí foi ao Sidón. Eram duas cidades portuárias do Mediterrâneo, ao norte do Israel. Ambas possuíam um florescente comércio e eram prósperas. Nos dias do Davi, Tiro mantinha relações amistosas com o Israel (2Sm 5:11), mas tempo depois a cidade chegou a ser famosa por sua maldade. Seu rei afirmava ser Deus (Ez 28:1ss). Tiro se regozijou com a destruição de Jerusalém em 586 a.C. porque sem sua competência, o comércio e as utilidades de Tiro aumentariam. Foi em meio desta cultura materialista e pecaminosa que Jesus levou sua mensagem. É interessante que enfatizasse a importância da pureza interna, precisamente antes de visitar Tiro.

7:26 Marcos a chama sirofenicia e Mateus a chama cananea. A designação do Marcos faz referência a seu trasfondo político. Sua audiência romana poderia identificá-la com facilidade pela parte do império de onde procedia. A descrição do Mateus se criou para sua audiência judia, os que recordavam aos cananitas como acérrimos inimigos quando o Israel se estabeleceu na terra prometida.

7.27, 28 Perrillo se refere a um pequeno mascote, não a um animal que anda solto comendo carniça. Jesus simplesmente queria explicar que sua prioridade era alimentar aos filhos (ensinar a seus discípulos), não permitir aos mascotes interromper a comida familiar.

A mulher não discutiu. Usando os termos que Jesus escolheu, declarou que estava disposta a que a considerassem uma interrupção enquanto recebesse a bênção de Deus para sua filha. É irônico, mas muitos judeus perderam a bênção e a salvação de Deus porque rechaçaram ao Jesus, enquanto que muitos gentis encontrariam a salvação reconhecendo ao Jesus.

7:29 Este milagre mostra que o poder do Jesus sobre os demônios é tão grande que O não precisa estar presente fisicamente para liberar a alguém. Seu poder transcende as distâncias.

7:36 Jesus lhe pediu às pessoas que não divulgasse a notícia de sua sanidade porque O não queria que o vissem simplesmente como alguém que fazia milagres. Não queria que a gente perdesse sua verdadeira mensagem. Se enfatizarmos o que Cristo pode fazer por nós, esqueceremos escutar sua mensagem.

RELATOS DO EVANGELHO QUE APARECEM SOZINHO NO Marcos

4:26-29: Parábola da semente que cresce

Trascendencia : Devemos depositar a semente do evangelho em outras pessoas, mas só Deus a fará crescer em suas vidas.

7:31-37: Jesus sã a um surdo e gago

Trascendencia : Jesus se ocupa tanto de nossas necessidades físicas como de nossas necessidades espirituais.

8:22-26 : Jesus sã ao cego da Betsaida

Trascendencia : Jesus é bondoso porque se assegurou de restaurar por completo a vista deste homem.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
d. O conflito sobre limpeza (7: 1-23)

1 E lá estão reunidos com Jesus os fariseus, e alguns dos escribas, que tinham vindo de Jerusalém, 2 e repararam que alguns dos seus discípulos comiam pão com profanada, isto é, por lavar, Mc 3:1 (Para os fariseus , e todos os judeus, não se lavarem as mãos cuidadosamente, não comer, mantendo a tradição dos anciãos; 4 e quando eles vêm do mercado, se não se purificarem, não comem, e muitas outras coisas há que receberam para observar, a lavagem de copos, potes e vasos de bronze.) 5 E os fariseus e os escribas perguntar-lhe: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? 6 E ele disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito:

Este povo honra-me com os lábios,

Mas o seu coração está longe de mim.

7 Mas, em vão me adoram,

Ensinar como suas doutrinas que são preceitos dos homens.

8 Ye deixar o mandamento de Deus, e guarda-a tradição dos homens. 9 E disse-lhes: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para que possais manter a tradição. 10 Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e, Quem fala mal de pai ou mãe, que morra a morte: 11 , mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe, Que com que tu poderias ter sido aproveitar de mim é Corban, isto é, , Dada a Deus ; 12 vós já não sofrem para ele fazer alguma coisa por seu pai ou sua mãe, 13 invalidando a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós: e muitas outras coisas semelhantes fazeis. 14 E chamou a -lo outra vez a multidão, e disse-lhes: Ouvi-me todos vocês, e compreender: 15 não há nada fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo; mas o que sai do homem são aqueles que contaminam o homem. 17 E quando ele estava entrando na casa da multidão, os seus discípulos perguntaram-lhe a parábola. 18 E disse-lhes: vós estais sem entender? Não percebem-vos, que o que de fora vai-se para o homem, quenão pode contaminar, 19 ? porque não lhe entra no coração, mas no ventre, e vai partir para o projecto Este disse ele , fazendo com que todas as carnes limpo. 20 E ele disse, o que sai do homem, isso contamina o homem. 21 Porque de dentro, do coração dos homens, os maus pensamentos prosseguir, prostituição, furtos, homicídios, adultérios, 22 covetings, wickednesses, engano, a dissolução, um mau olhado, trilhos, soberba, a loucura: 23 todas estas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem.

Mateus e Marcos ambos dão um registro dessa controvérsia dos fariseus com Jesus sobre a questão de limpezas cerimoniais (ver em Mt 15:1 ). À medida que o número de versos indica, as duas contas são semelhantes em comprimento. A pequena diferença é devido ao fornecimento de Marcos (entre parênteses) para seus leitores gentios uma explicação sobre o costume judaico de lavar as mãos antes de comer cerimonialmente (vv. Mc 7:3-4 ).

Como de costume, Marcos, e ele sozinho, representa graficamente a configuração do incidente. Tanto ele quanto Mateus afirmam que escribas e fariseus tinham vindo a longa distância de Jerusalém para ver o que estava acontecendo na Galiléia. Mas só Marcos diz que, quando eles tinham visto a comer discípulos, os repreendiam. Em outras palavras, eles tinham vindo com o propósito específico de tentar encontrar alguma infracção dos regulamentos farisaica por parte de Jesus ou seus discípulos, e eles conseguiram. Com os olhos de falcão olhavam, e, em seguida, lançou-se sobre suas vítimas.

O que eles viram foi que os discípulos do Mestre comeu sua comida com impuras, isto é, por lavar, as mãos. A palavra grega para contaminado é, literalmente, "comum". Com os fariseus isso significava "impuro" ou "profano". Aquilo que não era sagrado era "comum". A coisa foi tornada sagrada por ser cerimonialmente limpo. sem lavar , não significa que os discípulos não tinham lavado as mãos em tudo antes de comer. Apenas indica que eles não tinham passado pelo procedimento mais elaborado, que foi prescrito pelo código farisaica.

Em seguida, Marcos explica para seus leitores romanos o que era este o costume judaico. Todos os judeus -Este não significa cada indivíduo judeu, mas refere-se à prática geral e especialmente os fariseus , os observadores rigorosos e mestres da lei, não comer a menos eles lavaram as mãos com diligência . Este é Pygme no grego. No ReiTiago 5ersion, é traduzida "oft." Literalmente, significa "com o punho." Mas o que isso significa é uma questão de disputa. Alguns muito bons estudiosos interpretá-lo "para o pulso." Outros dizem: "até o cotovelo." As duas melhores autoridades (Swete e Taylor) levaria a palavra literalmente, "com o punho", talvez o que significa que eles lavaram um lado com os dedos da outra fechadas. A tradução diligentemente provavelmente transmite a idéia correta. A Versão Revisada Padrão deixa a palavra não traduzida, por causa da incerteza do seu significado, como faz também o New Inglês Bible (1961).

Quando os judeus rigorosos voltou do mercado, a primeira coisa que fizeram foi banhar -se. Os mais antigos manuscritos gregos têm uma palavra que significa "pitada", que seria uma espécie de purificação cerimonial. Manuscritos posteriores "batizar". O significado é, aparentemente, muito mesmo. Foi um ato religioso, feito por santidade em vez de saneamento.

Para seus leitores romanos Marcos acrescenta que existem muitas outras coisas que os judeus observados. Ele enumera as lavagem de copos, potes e vasos de bronze. A palavra lavagens é no grego baptismous , "batismos". O termo é usado para limpezas rituais. Pots é talvez melhor traduzida como "jarros." Trata-se de um recipiente segurando cerca de um litro. Os vasos de bronze foram, provavelmente, caldeirões usados ​​para cozinhar. O fato de que os judeus deram grande atenção à questão da lavagem cerimonial de pratos é abundantemente corroborada pela Mishná, trinta capítulos dos quais são dedicados a este assunto.

Os escribas e fariseus perguntaram a Jesus por seus discípulos não estavam andando de acordo com a tradição dos anciãos. Veja esta frase explicado nas notas sobre Mt 15:2 . A descrição do profeta das pessoas no século VIII AC aplicado igualmente bem para aqueles no primeiro século AD Em ambos os casos, eles foram honrar a Deus com os lábios, enquanto seus corações não eram submissos à Sua vontade. Neste eram hipócritas (v. Mc 7:6 ). A palavra ocorre somente desta vez no Evangelho de Marcos, embora seja encontrado quatorze vezes em Mateus e três vezes em Lucas. É uma transliteração exato da palavra grega que foi usado para atores no palco.Naqueles dias em que não havia sistemas de amplificação eletrônicos modernos, os atores têm dificuldades para realizar as suas vozes ao longo de um anfiteatro com capacidade Dt 25:1 pessoas. Então eles usavam grandes máscaras em que estavam escondidas pequenas megafones. Assim, um hipócrita é aquele que usa um rosto falso, que parece ser o que ele não é.

Jesus acusou os escribas de ensinar os preceitos dos homens (v. Mc 7:7 ). Eles abandonaram a lei divina e segurou firme a tradição dos homens (v. Mc 7:8 ). Ele era, evidentemente, falando ironicamente quando disse: Bem sabeis rejeitar ("pôr de lado") . o mandamento de Deus, para que possais manter sua tradição Isso ainda é feito por aqueles que esquecem o maior comando de tudo, amar uns aos outros , enquanto eles asperamente criticar aqueles que não conseguem manter suas tradições humanas.

Para ilustrar seu ponto, Cristo deu um exemplo de sua própria prática. Ele primeiro citou o quinto mandamento. A forma como esta citação é introduzida é mais impressionante. Moisés disse está em Mateus: "Deus disse." Assim, a autoridade divina e inspiração do código de Mosaic é forçosamente enfatizou. A Lei veio de Deus através de Moisés.

Para o quinto dos Dez Mandamentos (Ex 20:12) Jesus acrescentou uma citação de Ex 21:17 . Morre a morte é um hebraísmo. Literalmente, significa "venha a um fim com a morte." A passagem do Antigo Testamento dá a idéia correta em inglês "certamente morrerás".

Em contraste com o que Deus disse a Moisés, os rabinos disseram que um homem pode reter de seu velho pai ou a mãe o apoio financeiro que eles extremamente necessário. Isso foi feito através da ficção de Corban . Marcos explica para seus leitores romanos que esta palavra hebraica significa um dom que foi consagrada a Deus. Os cognatos prazo corbanas é usada em Mt 27:6 ), faz com que este comentário sobre o que Jesus queria dizer: o ensinamento de Cristo neste momento abolida para todos os seus seguidores a distinção Judaistic entre carnes limpas e imundas. O livro de Atos mostra que a primeira geração de cristãos judeus tinham dificuldade em absorver essa verdade.

Jesus declarou que era o que fluiu para fora do coração do homem, que ele contaminado. Os maus pensamentos (ou "modelos") é, provavelmente, um termo geral da introdução da lista de pecados. Doze itens específicos são mencionados, seis no plural e seis no singular. A enumeração é semelhante ao das "obras da carne" (Gl 5:19. ). Paulo tem várias listas de tais em suas epístolas, mas esta é a mais longa nos Evangelhos.

Os pecados listados aqui são as coisas que são realmente imundo aos olhos de Deus. Deve-se notar que a empresa desagradável em que os chamados pecados do espírito-conveting, o dolo, a inveja (um olho mau), orgulho e insensatez-são encontrados. No olhar de raio-X de um Deus santo estes são tão pecaminoso como prostituição, roubo, assassinato e adultério. Todos estes são os pecados contra o amor.

3. Terceiro Retiro e Return (7: 24-8: 13)

1. Mulher da Fenícia (7: 24-30)

24 E, a partir daí, ele se levantou e foi embora para as regiões de Tiro e Sidon. E ele entrou em uma casa, e queria que ninguém o soubesse; e ele não podia ser escondida. 25 , porém, imediatamente uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, veio e prostrou-se a seus Pv 26:1 Agora, a mulher era grega, de origem siro-fenícia. E rogava-lhe que lancei o demônio de sua filha. 27 E disse-lhe: Deixa os filhos em primeiro lugar ser preenchido, pois não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 28 Mas ela respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; até mesmo os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos. 29 E disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio já saiu de tua filha. 30 E ela foi embora à sua casa, e encontrou a criança deitada sobre a cama, e o demônio já havia saído.

Deixando de Cafarnaum, Jesus retirou-se cerca de 40 ou 50 milhas para o norte para as fronteiras (literalmente "limites") de Tiro e Sidon. Estas foram as duas principais cidades do Phoenicia antiga e eram conhecidos por seus marinheiros marítimas. Esta área estava ao norte da Palestina, na costa do Mediterrâneo.

Neste, território Gentile estrangeira, o Mestre procurou reclusão com os seus discípulos, para que pudesse dar-lhes a instrução privada que eles precisavam. Mas ele não pode ocultar-se , mesmo em uma casa . Sua reputação tinha fugir dele. Este pequeno detalhe é adicionado por Marcos.

Entre aqueles que procurou-Lo foi um de língua grega siro-fenícia mulher. Phoenicia foi parte da área geral da Síria. Marcos, escrita em Roma, utiliza este composto para distingui-la da Libyo-fenícios do Norte de África.

Este incidente interessante é gravada também por Mateus (ver em Mt 15:21 ). Os dois relatos são muito semelhantes em seus pensamentos, embora consideravelmente diferente da formulação. Marcos identifica os "cachorros pequenos" (ambos os Evangelhos) como sendo debaixo da mesa (v. Mc 7:28) -a detalhe típico pitoresca. Ele também relata Jesus dizendo para a mãe angustiada: o demônio já saiu de tua filha (v. Mc 7:29 ). Em seguida, ele conclui com o toque gráfico que quando a mãe voltou para casa, em fé obediente, ela encontrou a criança deitada sobre a cama, e o demônio já havia saído. Assim, ele confirma a promessa de Jesus para a mulher.

Este é o único caso em que Marcos registros de curar alguém do Mestre à distância. Mateus acrescenta que do servo do centurião (Mt 8:5. ). Ambas as vezes foi um gentio que mostrou uma fé incrível. Ainda hoje os novos convertidos muitas vezes apresentam uma fé maior do que os cristãos experientes.

b. Deaf Mute da Decápole (7: 31-37)

31 E novamente ele saiu das fronteiras de Tiro, foi por Sidom até o mar da Galiléia, pelo meio das fronteiras da Decápole. 32 E trouxeram-lhe um que era surdo, e teve um impedimento em seu discurso; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. 33 E, tomando-o à parte de entre a multidão, e colocou os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua; 34 e olhando para o céu, suspirou e disse -lhe: Efatá, ou seja, ser aberto. 35 E os seus ouvidos se abriram, e a prisão da língua foi solto, e falava perfeitamente. 36 E ordenou-lhes que a ninguém dissessem: mas o mais lho , tanto mais um grande negócio que o publicaram. 37 E eles se maravilhavam sobremaneira, dizendo: Tudo tem feito bem; faz até os surdos ouvir e os mudos falar.

Deixando as regiões de Tiro, Jesus voltou para o sul até o lago da Galiléia. A afirmação de que Ele passou por Sidom é surpreendente, pois esta cidade é o norte de Tiro. Isso implica que Jesus deu um soco algumas 20 milhas ao norte antes de virar a leste e sul.

Cristo não voltou para a Galiléia, no entanto, mas entrou na Decápole , no lado leste do lago da Galiléia. Havia provavelmente duas razões pelas quais ele evitou Galiléia. Seu regente, Herodes Antipas, tinha matado João Batista e agora ameaçado a vida de Jesus (Lc 13:31 ). Em segundo lugar, a oposição dos fariseus tinham crescido mais nítida. Desde a Decápole ("dez cidades", ver em Mt 4:25) era território principalmente Gentile, Cristo seria relativamente livre de interferências lá pelos fariseus. Soma-se a esses dois motivos foi o fato de que Ele estava procurando evitar as grandes multidões que se reuniram em torno dele sempre na Galiléia. Ele queria que, nesta fase, estar a sós com seus discípulos para instruí-los.

A cura do surdo-mudo na Decápole, só é registrado por Marcos. Mateus menciona muitas curas neste momento.

A palavra para surdos pode significar tanto surdo ou mudo. Mas Marcos emprega só no primeiro sentido. Tinha um impedimento em seu discurso é tudo uma palavra nos greco mogilalos (literalmente, "falando com dificuldade"). É provável que este homem não estava completamente mudo. Pois, quando ele foi curado, Marcos diz, ele falou planície (v. Mc 7:35 ).

Normalmente, Marcos descreve como Jesus levou o homem para longe da multidão privada (v. Mc 7:33 ). Não é capaz de ouvir, o paciente precisava de silêncio, muita atenção, e o Grande Médico deu para ele. Para reforçar a fé do homem e também para indicar que Ele planejou para curar sua língua e orelhas, Jesus colocou os dedos nos ouvidos do pobre companheiros, e tocou-lhe a língua. Isso mostrou o quão gracioso e pensativo Jesus estava em lidar com os homens.

Efatá é uma palavra aramaica. A palavra grega usada para traduzir isso significa "abrir completamente." Orelhas (v. Mc 7:35) é, literalmente, "audiências". O médico Mestre fez um trabalho completo de cura.

Não é de se admirar que a multidão foi além da medida (literalmente, "acima extremamente") atônito . Seu testemunho de Jesus era muito appropriate- Ele fez bem todas as coisas.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
Esse capítulo deve despertar um in-teresse especial nos leitores de Mar-cos, já que, nele, Jesus responde a duas questões importantes a respei-to dos gentios.

  • Os gentios contaminam os judeus (Mc 7:1-41)?
  • E evidente que a visita dos escribas e dos fariseus era uma investigação oficial do Sinédrio, o conselho ju-deu de administradores religiosos. Jesus violara as tradições do sábado (2:15-28; 3:22-30); agora, eles o vi-giavam de perto para ver o que mais ele faria. Nesse caso, era a violação da tradição deles em relação ao ce-rimonial de lavagem de mãos. Esse ritual não dizia respeito à higiene, pois era puramente um cerimonial a fim de que os judeus se livrassem de qualquer contaminação aciden-tal que contraíssem por parte dos gentios ou samaritanos.

    A tradição não é necessaria-mente uma coisa ruim, mas, quan-do tem mais autoridade que a Pa-lavra de Deus, então ela é ruim. Cl 2:8 adverte-nos em re-lação às tradições instituídas pelos homens; todavia, devemos atentar para as tradições fornecidas e trans-mitidas por Deus ao seu povo (1Co 11:2; 2Co 2:15; 2Tm 2:2). Jesus menciona que o maior perigo é a hi-pocrisia, obedecermos às tradições com palavras e obras, porém fracas-sarmos em servir a Deus de coração (Is 29:13). Observe os passos des-cendentes: primeiro, negligencia-mos a Palavra de Deus (v. 8), depois rejeitamos a Palavra (v. 9) e, por fim, invalidamos a Palavra em nossa vida (v. 13). A tradição do homem con-trola nossa vida, não a verdade do Senhor. Os fariseus, escondendo-se em suas tradições, eram capazes de negar ajuda a seus pais! (No versí-culo 11, "Corbã" significa "oferta para o Senhor" e diz respeito à leis deNu 20:0). Veja também a lista de Rm 1:29-45, 1Tm 1:9-54. Apenas o san-gue de Jesus Cristo pode purificar o coração do pecado e transformar- nos em nova criatura.

  • Os gentios são menos importan-tes que os judeus (Mc 7:24-41)?
  • Jesus visitou duas regiões de pre-dominância gentia, Tiro e Sidom (vv. 24-30), e a região de Decápolis ("dez cidades", vv. 31-37), onde mi-nistrou a uma mulher e um homem. A lei judaica separava os judeus dos gentios, não porque os judeus fossem melhores, mas porque eram diferentes em seu relacionamento da aliança com Deus. Um muro no templo impedia que os gentios en-trassem nos pátios do templo dos judeus, e, se isso acontecesse, era passível de pena de morte. O Se-nhor queria que os judeus testemu-nhassem o Deus verdadeiro e vivo para os gentios, porém seu povo fra-cassou nessa tarefa. Jesus derrubou o muro de separação e acabou com a "distância espiritual", tornando, assim, os crentes gentios e judeus um em Cristo (Ef 2:11 -22). Observe que Jesus curou a filha da mulher a distância, e o "surdo e gago", longe da multidão.

    A mulher, por ser gentia, não ti-nha o direito concedido pela aliança de chamar Jesus de "Filho de Davi" (Mt 15:22), não obstante ela cha-mou-o de "Senhor", e sua súplica foi atendida. Jesus não foi rude com ela; ele apenas testava e fortalecia a fé da mulher. No versículo 27, a palavra "cachorrinhos" refere-se aos filhotes. Jesus não a chamou de "ca-chorro" da forma que alguns judeus dirigiam-se aos gentios, e ela foi rá-pida em apreender a palavra dele e argumentar com base nela! As duas ocasiões em que Jesus se maravi-lhou com uma grande fé envolviam gentios (Mt 8:10 e 15:28).

    O homem (vv. 31-37) não po-dia ouvir nem falar, mas as pessoas tinham certeza de que Jesus podia curá-lo (Is 35:6). Já que o homem não podia ouvir a Palavra e, assim, fortalecer sua fé, nem orar verbal-mente, o Senhor usou a saliva e o toque para encorajá-lo. O "suspiro" do Senhor ("gemido"; veja 8:
    12) lembra-2Co 5:2 e Ro-manos 8:22. Como sua alma santa deve ter sofrido com as tristes conseqüências do pecado no mundo! Jesus afastou o homem da multidão curiosa e não o transformou em um espetáculo. Jesus não queria que as pessoas o seguissem por causa dos milagres; no entanto, quanto mais ele pedia que guardassem silêncio a respeito dos milagres, mais elas falavam! Por outro lado, ele pede que propaguemos a todos as boas- novas, mas nós nos calamos!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
    7:1-23 Veja as notas explicativas sobre Mt 15:1-40. Os inimigos de Jesus começam a planejar Sua morte. Escribas. Conforme 3.22n.

    7.2 Impuras. Não se refere à falta de higiene mas à pureza formal, cerimonial. Todo contato com os pagãos constituía imundícia espiritual, como se fosse, realmente, pecado, do qual se livrariam apenas por ritos purificadores.

    7.3 Fariseus. Conforme 3.6n. Tradição dos anciãos. Refere-se à interpretação oral e expositiva da lei de Moisés, mais tarde codificada na Mishná. O Talmude é um comentário sobre a Mishná que executava um "cerco" em volta da lei para evitar qualquer transgressão.

    7.4 Se aspergirem. O original talvez "batizando", i.e., obedecendo a um ritual de imersão.

    7.6 Lábios... coração. A hipocrisia surge quando as atitudes e a vida íntima, tal como de fato são, não correspondem com as palavras e atos religiosos.

    7.9 Os fariseus, criando um cerco em volta da lei, modificaram profundamente a intenção de Deus. Preceito de Deus. Jesus contrasta a lei escrita com a tradição interpretativa dos homens, esta sem qualquer autoridade divina. Guardardes. Possivelmente, "estabelecerdes".

    7.11 Corbã., Conforme Mt 15:4-6n. Pronunciando esta palavra de dedicação, a "oferta" foi, santificada. Os filhos, assim, escapavam à responsabilidade moral de auxiliar os pais, dedicando, com juramento, o sustento devido aos seus progenitores, ao templo, mas sem haver uma real necessidade de entregarem essas ofertas.

    7.13 Invalidando. Jesus não respondeu diretamente à pergunta dos judeus que aparece no v 5. Indiretamente, Ele lhes dá uma resposta válida para todas as gerações vindouras. Os homens, tendo o pecado corrompido suas mentes, cometem erros mui facilmente ao interpretarem a Palavra de Deus. Devemos sempre ser como os bereanos (At 17:11).

    7.14,15 Jesus, aqui, passa a ensinar, à multidão, o verdadeiro sentido da lei sobre a impureza.
    7.17 Parábola. No sentido da palavra correlata em heb, mashal, significa, figura.

    7.19 Assim... puros. Parece ser um comentário da parte de Marcos, que revela o que Pedro aprendeu (At 10:1 At 10:5) sobre a desobrigação de os cristãos guardarem as leis sobre comidas, puras e impuras (conforme Lv 11 e Dt 14:0; Ef 5:3; Cl 3:5). Malícia. Termo geral para se referir a atos de maldade. Dolo. Uso de engano ou sutileza, em palavras ou atos, com a finalidade de fazer o mal. Lascívia. Dissolução (assim vem sendo traduzida em Rm 13:13). Inveja. Lit. "olho mau", i.e., "pão-duro", ser falto de generosidade (Conforme Lc 11:34; Mt 6:22ss; Pv 24:6). Quem tem este "olho mau" quer a derrota do seu inimigo. Blasfêmia. Uma afronta contra a majestade de Deus. Loucura caracteriza o homem que não tem consciência do que seja responsabilidade ética ou religiosa.

    7.23 Contaminam. Gr koinos, "comum". Cf Mt 15:11n.

    7.24 Jesus procura um retiro no norte, na Fenícia para melhor poder instruir os seus.
    7.26 Grega. Em cultura e língua, não em nacionalidade.

    7.27 Filhos. Israelitas que, pela primeira aliança pertenciam a Deus (Êx 4:22; Dt 14:1, etc.). Jesus seque a missão do Servo (Is 49:6), trazendo, inicialmente , salvação aos judeus (Rm 15:8).

    7.29 Milagres que favoreceram aos gentios foram operados à distância.
    7.34 Suspirou. Sugere que houve profunda luta em oração para prevalecer contra o diabo.

    7.37 Tudo... bem. O Filho, como o Pai, faz tudo bem (cf. Gn 1:31; Jo 5:1 Jo 5:7).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
    A discussão acerca da purificação (7:1-23). (Texto paralelo: Mt 15:1-40.)

    O entusiasmo em relação a Jesus dos protagonistas da história em 6:54-56 está em forte contraste com a crítica que a maioria dos líderes judeus fazia a ele. Em 7.1, como já antes em 3.22, uma delegação de escribas de Jerusalém viajou para a Galiléia no norte para discutir com ele. A sua objeção a ele nessa ocasião estava relacionada ao comportamento dos seus discípulos (conforme 2.18,24) e, especifí-camente, em virtude de eles fazerem suas refeições sem antes submeterem as suas mãos a um ritual de purificação (v. 2), infringindo, assim, uma das regras contidas na tradição dos líderes religiosos (v. 5). A “tradição dos anciãos” (ARA) era uma legislação que havia sido formulada pelos rabinos e à qual os fariseus atribuíam grande importância; nela estavam prescritas as aplicações detalhadas da Lei de Moisés a situações particulares. Jesus, no entanto, como também os saduceus, rejeitou essa legislação suplementar (embora os saduceus tivessem sua própria tradição, que em muitos pontos coincidia com a dos fariseus). Para esse fim, ele destacou a sua origem humana, chamando-a não de “tradição dos anciãos”, mas de tradição dos homens (v. 8), que estava em antítese com os mandamentos de Deus. Ao citar Is 29:13 (v. 6,7) contra os que a defendiam, ele argumentou que, embora pudesse ter sido proposta com o propósito de ajudar as pessoas a observar a Lei mosaica, em muitas situações (v.
    - 13b) conduzia as pessoas a desobedeceram à Lei, e aí forneceu um exemplo disso. A Lei de Moisés ordenava que os filhos tinham a responsabilidade de apoiar os seus pais financeiramente, e com respeito a isso Jesus citou Ex 20:21 e 21.17 (v. 10). Mas alguns judeus se esquivavam dessa obrigação ao aceitarem um juramento com o efeito de que esses recursos deles que poderiam ter estado à disposição da provisão dos seus pais tinham sido prometidos, em vez disso, para a manutenção do templo (v. 11,12). Esse tipo de conduta tornava hipócritas (v. 6) os que a praticavam, pois, apesar da aparência exterior de piedade que isso causava por parte deles, na verdade o seu comportamento estava em completa contradição com a vontade de Deus. Retornando, portanto, ao tema da purificação, Jesus frisou que não era o fazer as refeições sem cumprir o ritual de purificação que tornava a pessoa impura, nem mesmo comer alguns alimentos específicos (v. 18,19), mas o que a tornava impura era o estado do coração dessa pessoa, que, aliás, era a raiz de toda a manifestação do mal moral (v. 20-23).

    III. A JORNADA NO NORTE (7.24—8.26)
    A cura da filha da mulher siro-fenícia (7:24-30). (Texto paralelo: Mt 15:21-40.)

    A parte do que está registrado em 8:10-13 9:30, o ministério de Jesus na Galiléia estava agora concluído. A sua declaração da sua liberdade de muitos dos regulamentos do judaísmo com que terminou aquele ministério (7:1-23) forma um prelúdio adequado para esse relato de uma segunda jornada que ele empreendeu (conforme 5,1) ao território dos gentios. Dessa vez, não foi para o leste, mas para o norte, para os arredores de Tiro e de Sidom (v. 24). Não é apresentada nenhuma razão para essa viagem, mas pode bem ter sido empreendida com o propósito de se livrar das multidões para ganhar uma oportunidade de concentrar sua atenção, mais do que havia sido possível anteriormente, no treinamento e na instrução dos seus apóstolos.

    Enquanto estava numa casa nessa região, uma mulher grega (i.e., gentia) de origem siro-fenícia (v. 26) se aproximou de Jesus; ela pediu que Jesus expulsasse um demônio da sua filha. No entanto, no início Jesus se recusou a fazer isso dizendo-lhe que o ministério que lhe tinha sido designado era entre os judeus, e não entre os gentios. A figura de linguagem que Jesus usou para afirmar esse fato foi aquela em que os judeus eram representados como filhos, os gentios como cachorrinhos (o substantivo diminutivo grego kynarion sugere “que a referência é aos cachorrinhos que eram mantidos como animais de estimação, e não os cachorros do pátio e das ruas”; Cranfield, ad loc.) e os benefícios do ministério de Jesus como o pão dos filhos (v. 27). A mulher aceitou a verdade que Jesus afirmou aqui; mas, desenvolvendo um pouco mais a analogia que ele tinha empregado, ela ressaltou que, quando os filhos recebem a sua comida, os cachorrinhos recebem um pequeno benefício por meio das migalhas que os filhos deixam cair no chão (v. 28). Mesmo que assim ela não quisesse desmerecer os privilégios dos judeus, não obstante suspirava por obter de Jesus, por assim dizer, uma misericórdia incidental. E ela a recebeu, pois Jesus curou a sua filha (v. 29) sem ter visto a menina (como também em Mt 8:06ss).

    A cura do homem surdo e gago (7:31-37).
    Em Decápolis (v. 31; v.comentário Dt 5:20), que era a região em que o homem que tinha sido habitado por muitos demônios havia experimentado a sua cura, pediu-se de Jesus que curasse um homem surdo e gago que foi levado a ele (v. 32). O homem em questão, embora vivesse numa região de gentios, provavelmente era judeu, pois, ao curá-lo, Jesus falou com ele em aramaico. Mas não foi por uma simples palavra que Jesus o curou, embora curar assim fosse o seu costume normal. Como nas histórias de Mc 8:22ss e Jo 9:0,Is 35:6.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 23

    B. Discussão da Injustificada Exaltação da Tradição. Mc 7:1-23.

    Estes versículos registram o conflito entre Cristo e os fariseus sobre a questão básica da fonte da autoridade. A tradição possui autoridade divina? Ela é igual, ou superior, à Palavra de Deus escrita? Também está envolvida aqui a discussão da verdadeira natureza da imundície e purificação. O cenário desta parte parece que foi os arredores de Cafarnaum.


    Dúvidas

    Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
    Dúvidas - Comentários de Marcos Capítulo 7 versículo 9
    Mt 8:5-13 (conforme Lc 7:2-10) - Há um erro nos relatos a respeito de Jesus e o centurião?


    PROBLEMA:
    Mateus parece apresentar o centurião como aquele que pessoalmente foi buscar ajuda de Jesus (Mt 8:5); mas Lucas parece dizer que o centurião enviou anciãos, como seus representantes, até Jesus .c Lc 7:3).

    SOLUÇÃO: Tanto Mateus como Lucas estão corretos. No século I entendia-se que, quando um representante era enviado para falar por seu Senhor, era como se o senhor estivesse falando pessoalmente. Mesmo em nossos dias ainda é assim. Quando um ministro de Estado encontra-se com representantes de outros países, ele vai em nome do presidente do país. Em outras palavras, o que o ministro diz é como se tivesse sido dito pelo presidente. Portanto, Mateus afirma que um centurião foi implorar em favor de seu servo enfermo, quando de fato ele enviou Outros em seu nome. Assim, quando Mateus declara que o centurião estava falando, isso era verdade, muito embora ele estivesse falando por intermédio de seus representantes oficiais (como Lucas esclarece).


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37
    Mc 7:1

    5. ENSINO SOBRE A PURIFICAÇÃO (Mc 7:1-41) -Veja também Mt 15:1-40. Os quatro primeiros versículos fornecem mais evidência de que este Evangelho foi escrito para leitores gentios, pois os costumes dos judeus acerca de purificação cerimonial são cuidadosamente explicados. As lavagens não se praticavam simplesmente para fins de higiene, mas para remover a imundície cerimonial. Impuras (2). Gr. koinais. A mesma palavra se traduz "comum" em At 10:14-28 e "impura" em Rm 14:14. Usava-se o vocábulo para descrever a condição daquilo que era cerimonialmente inaceitável aos judeus, devido à associação gentílica. No vers. 3 o texto original não é claro. Alguns manuscritos têm a palavra grega pykna, traduzida na ARC "muitas vezes". Os melhores manuscritos conservam outra palavra grega pygme, lit. "com o punho", e traduzida na ARA "cuidadosamente", que é mais certo. Neste trecho Jesus se dirige a três grupos distintos: aos seus críticos hostilizados (1), ao povo (14) e aos discípulos (17). Os fariseus perguntaram acerca da tradição dos anciãos (3-5). Jesus replicou que a tradição humana nunca pôde revestir-se da mesma autoridade como a Palavra de Deus. Houve casos em que os escribas exaltaram suas tradições acima dos dez mandamentos, preferindo, como muitos hoje, o ritual religioso àquele que é moral e espiritual. Esta atitude é antiquíssima no coração humano, pois a natureza humana é essencialmente a mesma em todas as gerações. Para uma descrição apropriada do coração, leia Is 29:13. Em seguida, Jesus citou um notável exemplo que não foi simples hipótese (10-13). Na verdade, alguns pensam que fosse tirado de algum processo bem conhecido daquele tempo, com respeito ao voto de Corbã. A lei sobre o dever para com os pais era bem clara, mas os judeus, com sofisma característico, maquinaram sutilezas para esquivar-se das suas responsabilidades, sob o pretexto de piedade. Um filho podia empenhar seu dinheiro na tesouraria do templo. Isto podia ser feito como idealismo, sem porém efetuar-se o pagamento, que às vezes foi adiado até depois da morte. Dava-se a promessa às vezes num momento de raiva, e em tal caso o filho podia negar ajuda financeira aos velhos pais, sob o pretexto que seu dinheiro era Corbã (11), isto é, consagrado pelo seu voto. Corbã é transliteração da palavra hebraica que quer dizer oferta consagrada a Deus.

    Depois de responder aos fariseus sobre o assunto da tradição e da lei, Jesus se dirigiu a todos os presentes para tratar do assunto de contaminação. Sua resposta parabólica era revolucionária nas suas implicações religiosas, e era destinada a libertar o Cristianismo da escravidão do legalismo. Por um lado, não há nada exterior que possa corromper o homem; por outro lado, a verdadeira fonte de toda contaminação humana é interior, oriunda do coração e não das mãos. Os discípulos não entenderam isto na hora, e conseqüentemente pediram esclarecimentos do Senhor mais tarde (17).

    >Mc 7:18

    Os vers. 18-23 desdobram o pensamento do vers. 15. Segundo os melhores textos do grego (e a diferença é de uma só letra) a última frase do vers. 19 deve ser traduzida como na ARA: "E assim considerou Ele puros todos os alimentos". Com Jesus finda a distinção entre alimento puro e contaminado. A observação pode representar a reflexão de Pedro, à luz da sua experiência em Jope (At 10:9-16). No seguinte catálogo de vícios, Marcos começa no ponto de partida de todo pecado, na esfera do pensamento. Cfr. Gl 5:19-48. Dissolução (22, ARC) ou lascívia (ARA): conduta desregrada que ofende a decência pública. Blasfêmia: também se traduz calúnia. Soberba: complexo de superioridade, ilustrado em Lc 18:9. Loucura: frivolidade moral que ridiculariza o pecado.

    >Mc 7:24

    6. A MULHER SIRO-FENÍCIA (Mc 7:24-41) -Veja também Mt 15:21-40. O grande significado deste e dos dois seguintes milagres é que acontecem em território gentio, isto é, pagão. Jesus seguiu para aquelas plagas não tão somente para evitar um embate com os judeus antagônicos, mas principalmente para estar a sós com Seus discípulos. O empreendimento deste breve ministério entre os gentios antecipa o escopo universal do evangelho. A mulher é apresentada no quadro da sua religião, como grega (26), e da sua nacionalidade como siro-fenícia, o que a distingue dos libi-fenícios, ou cartagineses. Os siro-fenícios descendiam dos cananeus, e é sob esta classificação étnica que Mateus a descreve (Mc 15:22). É oportuno considerar se ela era a primeira pessoa pagã convertida a Cristo. A evidente aspereza da resposta do Senhor à sua súplica para a filha se explica francamente no fato de que ela era alheia à aliança, mas ao mesmo tempo frisa o assunto da soberana graça de Deus em eleição, que, à primeira vista, parece ser favoritismo. Mas a, eleição deve ser considerada como o método que a iniciativa divina usa para a salvação. "Particularização é uma etapa no plano de Deus que tem em mira um universalismo mais vasto" (E. Y. Mullins). Cfr. Ef 2:11-49. Deus deseja a salvação, não do mínimo mas do máximo número possível. Aquela etapa no desenvolvimento do evangelho ainda não foi alcançada, mas é prefigurada pela atitude de Cristo para com a mulher. A resposta dela (28), que exterioriza sua fé e sisudez, frisa duas coisas. Primeiro, o termo cachorrinhos (o gr. kynaria significa animal caseiro de estimação, e não os cachorros da rua) não se usa aqui num sentido pejorativo. Ela aceita a estimação de Cristo, e faz sua própria conclusão. Em segundo lugar, a frase de Cristo Deixa primeiro que se fartem os filhos (27) levou-a a esperar que o seu turno chegasse eventualmente.

    Alguns expositores modernos explicam o milagre desta história como caso de conhecimento sobrenatural ou telepático, antes de ser uma cura milagrosa. Parece claro, porém, que Marcos, apoiado por Mateus, dá a entender que Jesus curou a uma distância, sendo este o único exemplo neste Evangelho de um prodígio desta natureza.

    >Mc 7:31

    7. A CURA DE UM SURDO E GAGO (Mc 7:31-41) -Veja também Mt 15:29-40 -Para os detalhes geográficos do vers. 31, é preferível seguir a ARA. Vê-se pelo mapa que é difícil seguir a rota indicada. Há grandes desvios para o norte, o leste e o sul. São especulativas e insatisfatórias quase todas as tentativas que procuram explanar a longa viagem. A conjetura mais provável é que Jesus procurava a solidão necessária para dar instrução aos Doze, o que já duas vezes não conseguira (cfr. Mc 6:31-41; Mc 7:24). Decápolis: veja nota, Mc 5:20. Mais uma vez Jesus se encontrava na terra dos gerasenos, onde o endemoninhado restaurado entrementes estava testemunhando, e assim servindo de pioneiro do evangelho. Por conseguinte, o povo da região trouxe mais um caso desesperado a Jesus, esta vez um surdo e gago. Os vers. 33 e 34 oferecem detalhes vívidos, cheios de interesse quanto ao método empregado na cura. Jesus se retira da multidão primeiro, para evitar sem dúvida a distração e publicidade inconveniente (cfr. vers. 36). Depois, nota-se o meio de estabelecer contato pessoal, inclusive o uso de saliva, que seria considerado remédio, porém neste caso serviria para despertar no homem sua cooperação pela fé (cfr. Mc 8:23; Jo 9:6). Em seguida, observa-se o olhar para cima e o suspiro, ou gemido, índices estes do profundo sentimento e compaixão do Senhor, que Marcos salienta na sua narração. É interessante notar que a palavra aramaica efata seria facilmente lida nos lábios por um surdo. O todo serve de parábola para o cristão. Mudez é geralmente conseqüência de surdez. Uma vez aberto o ouvido à palavra do Senhor, a língua logo se desata em louvores, oração e testemunho.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37

    24. Escritura— A tradição corrupta (Marcos 7:1-13)

    Os fariseus e alguns escribas reuniam ao redor dele quando eles tinham vindo de Jerusalém, e viu que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar.(Para os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar cuidadosamente as mãos, observando-se, assim, as tradições dos anciãos, e quando voltam do mercado, eles não comem sem purificar-se, e há muitas outras coisas que tenham recebido a fim de observar, como a lavagem de copos e jarros e panelas de cobre.) Os fariseus e os escribas lhe perguntou: "Por que os teus discípulos não andam segundo a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras? "E ele disse-lhes:" Justamente profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. " Negligenciar o mandamento de Deus, você mantém a tradição dos homens. "Ele também estava dizendo a eles:" Vocês são especialistas em deixar de lado o mandamento de Deus, a fim de manter sua tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe "; e, "Aquele que fala mal de pai ou mãe, deve ser condenado à morte"; mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe, o que eu tenho que ajudá-lo é Corban (isto é, dada a Deus), 'você não permitir que ele faça qualquer coisa por seu pai ou sua mãe; invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vocês mesmos transmitiram; e você faz muitas coisas, como que "(7: 1-13).

    Como o Antigo Testamento declara repetidamente, a única adoração que agrada a Deus é o que flui de um coração que sinceramente ama e procura obedecer a Sua Palavra (conforme Dt 10:12;. Dt 11:13; Dt 13:13; Dt 26:16 ; 30:. Dt 30:2, Dt 30:6, Dt 30:10; Js 22:5). A verdadeira adoração envolve toda a pessoa: coração, alma e força.Mere externalism nunca é agradável a Deus (conforme 1Sm 15:22). Como o Senhor disse ao profeta Samuel sobre Davi: "Deus não vê como vê o homem, pois o homem vê o exterior, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16:7; 1Rs 8:391Rs 8:39). Quando Davi passou o reino sobre a Salomão, que deu o seu filho instrução similar ", quanto a ti, meu filho Salomão, conhece o Deus de teu pai, e servi-Lo de todo o coração e uma mente solícita; porque o Senhor esquadrinha todos os corações, e entende todas as intenções dos pensamentos "(1Cr 28:9), não ficou imune à permitindo que o seu coração para ser desencaminhado (conforme 11: 4). Em resposta a incredulidade calejada de Israel, Deus levantou profetas que chamaram as pessoas de volta à adoração sincera e obediência. Como declarou o Senhor por intermédio do profeta Jeremias (29:13), "Você vai buscar-me e encontrar-me quando me procurarem de todo o coração "(grifo nosso). O profeta Joel semelhante proclamou:

    "No entanto, mesmo agora", diz o Senhor ", voltarão para mim de todo o vosso coração, e isso com jejuns, lágrimas e lamentações; E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes. "Agora volte para o Senhor teu Deus, porque Ele é misericordioso e compassivo, lento para a cólera, e abundante em benignidade, e se compadece do mal. (Joel 2:12-13; conforme Amos 5:21-24)

    O Senhor não estava interessado em símbolos externos de tristeza, como o rasgar de roupa, a menos que eles realmente representado genuíno arrependimento e remorso sincero. O profeta Isaías semelhante repreendeu o povo de seu dia para o seu frio, a religião sem coração. Embora o povo ofereciam sacrifícios corretos (Is 1:11), observadas as festas religiosas (vv. 13-14), e levantou a orações contínuas (15 v.), Fizeram-no de corações que eram rebeldes e impenitente (vv. 16-17). Eles eram bons na observação de tradição, mas seus corações estavam longe de Deus (conforme 29:13). Se eles se recusaram a se arrepender, eles teriam de enfrentar o julgamento divino na mão dos babilônios.

    Sete séculos depois, o judaísmo do tempo de Jesus foi caracterizado por uma forma similar de vazio, sem vida, adoração hipócrita. Ao longo dos séculos, a tradição judaica tinha criado uma religião legalista de externalism hipócrita, propagada principalmente pelos fariseus e escribas. Embora a sua religião foi dirigido a Deus verdadeiro, ele foi praticado de forma errada (conforme Rm 10:2). Por isso, ele colidiu violentamente com os líderes religiosos de Israel do primeiro século. Ele os chamou de víboras (Mt 0:34.), Condenou-los como falsos pastores (Jo 10:8)., E os amaldiçoou como hipócritas (conforme Mt 23:13, Mt 23:15, Mt 23:23, Mt 23:25, Mt 23:27, Mt 23:29). Embora Jesus exibiu humildade, mansidão e compaixão para com as multidões (conforme Mc 6:34), Ele nunca hesitou em repreender abertamente os fornecedores de religião falsa.

    Os eventos descritos em Mc 6:1). Mas a sua motivação era meramente nacional e materialista. No dia seguinte, quando Jesus articulada realidades espirituais sobre o reino, a multidão tornou-se rapidamente desencantado. Muitos de seus seguidores deixaram Ele (conforme v. 66), e sua popularidade começou a declinar. Desse ponto em diante, Jesus centrou-se mais e mais de sua atenção na formação dos Doze, preparando-os para o seu ministério para começar depois de sua crucificação e ressurreição.

    Contribuir para que o declínio na popularidade foi a propaganda espalhada pelos fariseus e escribas, que tentou desacreditar Jesus atribuindo Seu poder de Satanás (conforme Mc 3:22). Como observado acima, o Senhor freqüentemente entraram em confronto com os líderes religiosos judeus. Esta seção descreve um desses episódios, em que o juiz messiânico condenados a hipocrisia descarada de apóstata judaísmo.A passagem pode ser dividido em três segmentos: o interrogatório, a acusação, e ilustração.

    O Interrogatório

    Os fariseus e alguns escribas reuniam ao redor dele quando eles tinham vindo de Jerusalém, e viu que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar.(Para os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar cuidadosamente as mãos, observando-se, assim, as tradições dos anciãos, e quando voltam do mercado, eles não comem sem purificar-se, e há muitas outras coisas que tenham recebido a fim de observar, como a lavagem de copos e jarros e panelas de cobre.) Os fariseus e os escribas lhe perguntou: "Por que os teus discípulos não andam segundo a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos impuras "(7: 1-5)?

    De acordo com Jo 6:4), que ocorreu na Galiléia logo após a alimentação miraculosa, ocorreu em torno desse mesmo tempo. (Para uma harmonia dos Evangelhos, ver John Macarthur, One Perfect 5ida [Nashville: Tomé Nelson, 2012].) Uma delegação de fariseus e alguns dos escribas se reuniram em torno de Jesus. Como um grupo anteriormente (conforme Mc 3:22), essa comissão de clérigos tinham vindo para a Galiléia , de Jerusalém. (Para mais informações sobre os fariseus e os escribas, consulte o capítulo 7 do volume atual.) O mais provável é que eles vieram a pedido de membros galileanas de sua seita para ajudar a enfrentar Jesus à luz de sua popularidade e ameaçador. Desde Jerusalém foi a sede da religião judaica, a localização de ambos do templo e do Sinédrio, esta delegação representada autoridade eclesiástica significativo. Como os especialistas reconhecidos em ambos lei do Antigo Testamento e na tradição rabínica, os fariseus eram campeões da forma popular do judaísmo legalista que dominou Israel do primeiro século. Desde o início do ministério de Jesus, os fariseus e escribas sabia Sua mensagem foi um ataque direto em seu sistema de justiça própria. Consequentemente, eles estavam sempre buscando maneiras de desacreditar o seu ministério aos olhos do povo, com o objetivo final de acabar com sua vida (conforme Mc 3:6), que fez não exigir outros para lavar as mãos de qualquer forma especial antes de comer. Os fariseus insistiram que o povo judeu realizar lavagens cerimoniais específicos, não porque foram biblicamente ordenado, mas porque eram parte do ensino rabínico. Eram pouco preocupada com o saneamento, mas obcecado com a tradição ritual. Como Marcos explica em sua nota entre parênteses, os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar cuidadosamente as mãos, observando-se, assim, as tradições dos anciãos. A lavagem cerimonial prescrito por praxis rabínicas envolveu várias etapas. Primeiro, a água foi derramada de um frasco em ambas as mãos com os dedos apontando para cima, para que a água seria executado fora aos pulsos. Em seguida, a água foi novamente derramado sobre as mãos com os dedos apontando para baixo. Finalmente, cada lado era esfregado com o punho da outra mão. Rigorosa judeus seguiria esses regulamentos antes de cada refeição e entre cada curso na refeição. (Para uma discussão mais completa dessas lavagens cerimoniais, ver Alfred Edersheim do O Vida and Times de Jesus o Messias [Grand Rapids: Eerdmans, 1972], 2: 10-13.)

    As lavagens tornou-se mais elaborada quando as pessoas voltaram para casa depois de sair, porque eles poderiam ter sido contaminado pelo contato com um samaritano, um gentio, ou até mesmo um judeu que era impuro. Assim, como Marcos observa, quando voltam do mercado, eles não comem sem se purificar. Somado a isso de lavagem das mãos tradicional foi a limpeza cuidadosa de instrumentos e utensílios de cozinha para refeições. Na verdade, há muitas outras coisas que receberam para observar, como a lavagem de copos e jarros e panelas de cobre. Juntas, essas lavagens rituais feitos cada hora das refeições um caso elaborado e meticuloso.

    As tradições dos anciãos consistiu de regulamentação extra-bíblicas que haviam sido passadas desde o tempo do cativeiro babilônico (605-535 AC ). Estas tradições orais, que permearam o judaísmo do tempo de Jesus, foram finalmente escritas no Mishnah por volta do final do segundo século AD A Mishná, juntamente com comentário rabínico adicional chamado o Gemara, compõe o Talmud (a coleção da tradição judaica que na forma impressa abrange milhares de páginas de material extra-bíblica). De acordo com o Talmud, Deus deu a Moisés a lei oral, que ele passou para outros grandes homens em Israel.Estes homens foram acusados ​​de, pessoalmente, apropriando-se a lei em suas próprias vidas, a formação de outros que ensinam a lei para as gerações seguintes, ea construção de um muro de proteção em torno da lei, a fim de preservá-la. Esse muro de proteção consistia em regulamentos extrabiblical destinadas a garantir que as pessoas nunca chegou perto de quebrar a lei. Na realidade, porém, essas regras rabínicas realmente prejudicados e obscureceu a lei que visavam proteger. Ao longo do tempo, o povo judeu começou a medir a sua condição espiritual em termos de conformidade externa com os requisitos tradicionais e rituais cerimoniais, em vez de em termos de amor sincero a Deus e humilde obediência à Sua Palavra (conforme Is 66:2.). Como os israelitas dos dias de Isaías, os fariseus e os escribas enfatizou rituais externos e regulamentos extra-bíblicas, negligenciando completamente um verdadeiro amor por Deus. Citando Is 29:13, Jesus disse: "Como está escrito: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. " As palavras de Isaías atingiu o coração do sistema farisaico, que fingiu amar a Deus, mas adoraram de uma forma que era superficial, artificial, anti-bíblica e inaceitável. No caso eles perderam o ponto, Jesus acrescentou: "Negligenciar o mandamento de Deus, você tem a tradição dos homens." Os fariseus e escribas estavam muito mais preocupados com a defesa costumes rabínicos do que obedecer a lei de Deus.

    Do primeiro século judaísmo, como todas as formas de religião apóstata, elevadas tradições humanas acima dos ensinamentos das Escrituras. Os fariseus valorizada seus ritos, rituais e regulamentos, permitindo o que era meramente externo para tomar o lugar de adoração verdadeira e sincera obediência. Externamente, eles prestaram homenagem a Deus com os lábios, mas interiormente seus corações cheios de calos foram longe Dele. Porque nunca tinha sido transformado no interior, as suas tentativas para adorar a Deus eram inevitavelmente hipócrita. A verdadeira adoração, pelo contrário, flui a partir da alma que foi regenerado e ansiosamente procura honrar e submeter à vontade do Senhor. Como Jesus explicou em Jo 4:24, o único culto Deus aceita é que o que é "em espírito" (do coração) e em "verdade" (de acordo com a sã doutrina). Como hipócritas hipócritas que rejeitaram o Messias, os fariseus falhou em ambas as contagens.

    Estas falsificações arquetípicas ficaram indignados que Jesus ignorou suas tradições. Mas o Senhor sabia que nem ele nem os seus discípulos estavam obrigados a seguir costumes rabínicos. Só o que veio a partir da Escritura era autoritário; onde a tradição em conflito com a Palavra de Deus, a tradição precisava ser derrubado e seus fornecedores expostos abertamente. Consequentemente, Jesus também estava dizendo a eles: "Vocês são especialistas em deixar de lado o mandamento de Deus, a fim de manter sua tradição." Os fariseus e escribas acusaram os discípulos de Jesus de cometer um delito grave.Na realidade, foram eles que eram culpados de crimes reais contra Deus. Eles esqueceram o mandamento de Deus e influenciou muitos outros a fazer o mesmo. Suas mãos podem ter sido lavados e limpos, mas o seu coração não estavam. Consequentemente, eles e seus seguidores foram caminhando para o julgamento eterna (conforme Mt 23:15).

    A Ilustração

    "Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe"; e, "Aquele que fala mal de pai ou mãe, deve ser condenado à morte"; mas vós dizeis: Se um homem disser a seu pai ou a sua mãe, o que eu tenho que ajudá-lo é Corban (isto é, dada a Deus), 'você não permitir que ele faça qualquer coisa por seu pai ou sua mãe; invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição que vocês mesmos transmitiram; e você faz muitas coisas, como que "(7: 10-13).

    Depois de expor sua duplicidade a partir do texto de Isaías 29, Jesus deu aos hipócritas uma ilustração para provar seu ponto. Levando-los de volta para Ex 20:12 e 21:17, Ele lembrou-lhes que Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe "; e, "Aquele que fala mal de pai ou mãe, deve ser condenado à morte." O próprio Deus havia instruído o seu povo à honra, respeito, e tratar os seus pais com cuidado.Não fazê-lo foi tanto uma violação do quinto mandamento e um crime digno de morte.

    Inerente a honrar o pai ea mãe é a responsabilidade de amar e respeitá-los ao longo de toda a sua vida, inclusive ajudando a satisfazer as suas necessidades, se eles se tornam incapazes de prover o próprio sustento. Mas a tradição rabínica tinha crescido para minar que o mandato bíblico. Ele impetuosa sugeriu que uma criança poderia evitar auxiliando seus pais simplesmente dizendo-lhes: "Tudo o que eu tenho que iria ajudá-lo tem sido dado a Deus" (Mt 15:5; 6: 1-6.; 23: 1-36). Em resposta, o Messias repudiou sua forma falsa do judaísmo, ensinando que essas tradições são sem sentido e que o que Deus requer é um coração que ama e busca a Sua glória (conforme Mc 12:29-30).

    Embora Jesus detestava as tradições do judaísmo apóstata, deve-se notar que a própria tradição não é inerentemente mau. Há muitas tradições maravilhosas que os crentes já celebraram ao longo dos séculos.Problemas devastadores surgem quando essas tradições são dadas uma autoridade igual ou maior do que as Escrituras. Sempre que a palavra de Deus é invalidada por tradição, como no caso dos fariseus e dos escribas, é uma abominação e uma ofensa. Aqueles que realmente amam a Deus valorizar a Sua Palavra e procurai com zelo a apresentar aos seus comandos (conforme Jo 14:15), mesmo que isso exige romper com a tradição. Eles olham para nenhuma autoridade maior do que a Palavra de Deus.

    De acordo com um rabino que honestamente avaliou o judaísmo de sua época: "Há dez partes da hipocrisia do mundo, nove em Jerusalém e um em todo o mundo" (citado de João A. Broadus, Comentário ao Evangelho de Mateus [Filadélfia : American Baptist Publication Society, 1886],
    335) Hipocrisia não se limita ao judaísmo antigo. Ele ainda é difundida em várias formas de cristandade hoje, onde prospera em cerimônias vazias, adoração superficial, doutrinas errantes, rezas indiferentes, moralismo legalista, e outros semelhantes. Por sua própria definição, a hipocrisia parece bom do lado de fora, mas é corrupto no interior.

    A solução para a hipocrisia é a mesma que para qualquer outro pecado: o arrependimento. Talvez nenhum exemplo Novo Testamento ilustra melhor que a verdade do que o apóstolo Paulo. Como um fariseu, Paulo medida a sua condição espiritual em termos de aparências hipócritas e elogios religiosas. Quando ele se tornou um cristão, ele percebeu que as coisas eram inúteis. Como ele explicou aos Filipenses:

    Se alguém tem uma mente que confiar na carne, eu muito mais: circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível. Mas tudo o que para mim era lucro, essas coisas que eu considerei perda por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, tendo em vista o valor de excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas as coisas, e as considero como lixo, para que eu possa ganhar a Cristo, e pode ser achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus com base na fé, para que eu possa conhecê-Lo eo poder da sua ressurreição, ea comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com Sua morte; a fim de que eu possa alcançar a ressurreição dentre os mortos. (Fl 3. 4-11)

    Pela graça de Deus, Paulo passou a entender o que cada hipócrita religioso deve reconhecer, que as obras hipócritas são como trapo imundo antes de um santo Deus (Is 64:6;. 2Co 5:212Co 5:21). Aqueles que abraçam-Lo na fé salvadora será perdoado e transformado a partir do interior (conforme Is 1:18). Eles vão ser transformados em verdadeiros adoradores (conforme Fm 1:3).

    25.  A Historia da impureza interior (Marcos 7:14-23)

    Depois Ele chamou a multidão para ele novamente, ele começou a dizer-lhes: "Ouça-me, todos vocês, e entender: não há nada fora do homem que possa contaminá-lo, se ele vai para ele; mas o que sai do homem é o que contamina o homem. [Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.] "Quando Ele havia deixado a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola. E Ele lhes disse: "Você está tão carente de entender? Não compreendeis que tudo o que vai para o homem do lado de fora não pode contaminá-lo, porque ele não entra em seu coração, mas em seu estômago, e é eliminado? "(Assim Ele declarou puros todos os alimentos.) E Ele estava dizendo:" O que sai do homem, isso é o que contamina o homem. Porque de dentro, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, homicídios, adultérios, atos de cobiça e maldade, assim como o engano, a sensualidade, a inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem "(7: 14-23).

    A noção de que os seres humanos são basicamente boas persiste no mundo, apesar da evidência constante e onipresente em contrário. Populares psicólogos e antropólogos seculares insistir mal não é inerente às pessoas. Consequentemente, a culpa por comportamentos destrutivos é finalmente colocado em forças externas e fatores ambientais. "Outras pessoas são ruins não me" parece ser a desculpa orgulhoso facilmente formado pelo coração humano enganosa. Recusando-se a reconhecer a sua própria culpa, muitas vezes os autores afirmam ser vítimas-criticante pais, colegas, ou circunstâncias de seu comportamento criminoso.

    A compreensão bíblica da natureza humana não poderia ser mais oposto. Porque todas as pessoas são pecadores (. Conforme Rm 3:23), eles nascem com uma natureza que já está corrompido (conforme Sl 51:5, Rm 5:19.). O problema não está fora deles, mas dentro deles. Como Jr 17:9).

    O povo judeu do tempo de Jesus, obviamente, não foram afetados pelas reflexões de psicólogos modernos. No entanto, eles semelhante mal a verdade fundamental sobre onde a corrupção ea contaminação se origina. Pensar que a contaminação moral veio de fontes externas, eles desenvolveram um sistema elaborado de rituais e cerimônias exteriores que eles achavam que iria fazê-los pura. Eles supôs errAdãoente que se parecia bom do lado de fora, participando da sinagoga, honrando a lei, e observando as tradições dos anciãos, Deus iria considerá-los justos no interior (conforme Mt 23:1).Consequentemente, o judaísmo tornou-se um terreno fértil para a hipocrisia, o externalismo, e legalismo superficial.

    Nesta seção (Marcos 7:14-23), Jesus confrontou esse sistema falso, articulando a diferença entre as fontes verdadeiras e falsas de contaminação. Significativamente, a palavra defile ou desfiladeiros (do verbo grego koinoō , ou seja, a poluir ou fazer imundo) aparece cinco vezes nesta passagem (vv. 15 [duas vezes], 18, ​​20, 23). Após Sua confronto com os fariseus sobre a autoridade da tradição rabínica (vv. 1-13), Jesus continuou por quebrando a noção de que a corrupção moral se origina fora de uma pessoa. Ao fazê-lo, Ele também demonstrou que a limpeza espiritual não pode ser obtida através de rituais externos e cerimônias religiosas. A passagem pode ser dividido em duas partes, cada um concentrando-se na verdade sobre a corrupção: a verdade ea verdade declarou explicou.

    A verdade enunciada

    Depois Ele chamou a multidão para ele novamente, ele começou a dizer-lhes: "Ouça-me, todos vocês, e entender: não há nada fora do homem que possa contaminá-lo, se ele vai para ele; mas o que sai do homem é o que contamina o homem. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça "(7: 14-16).

    Assim como Jesus chamou seu ministério galileu ao fim, multidões de pessoas ainda acumulou onde quer que Ele era (conforme Mc 6:56). Sua popularidade atraiu a ira dos líderes religiosos judeus, cujo ressentimento foi tão forte que a única coisa que satisfizesse era matá-Lo (conforme 3: 6). Em algum momento logo após a primeira alimentação miraculosa dos milhares (conforme 6: 33-44), alguns fariseus e escribas viajou de Jerusalém para a Galiléia para confrontar Jesus (7: 1-13). Sua intercâmbio antagônica com Ele, sem dúvida, atraiu um grupo de curiosos, que teria sido espantado ao ouvir Jesus desafiar abertamente a autoridade dos líderes religiosos para seus rostos (conforme 01:22; Lucas 11:39-44). Depois do confronto foi mais, Jesus chamou a multidão com ele novamente e começou a dizer-lhes: "Ouça-me, todos vocês, e entender." Ao chamar as pessoas a ouvir cuidadosamente suas palavras, Jesus estava fazendo mais do que apenas pedir a sua atenção. Ele estava ressaltando a importância eterna do que ele estava prestes a dizer.

    Falando de contaminação espiritual, Jesus explicou que não há nada fora do homem que possa contaminá-lo, se ele vai para ele. ponto do Senhor era que as coisas externas, como refeições feitas com as mãos por lavar cerimonialmente (conforme 7: 2), e não o são fonte de impureza espiritual. Pelo contrário, a corrupção que ofende a Deus é uma realidade interna, espiritual, que tem uma fonte interna correspondente. Poluição Sinful não vem de fora do pecador, mas fica dentro dele. Na passagem paralela de Mt 15:11, Jesus explicou que é "o que sai da boca [que] contamina o homem." Ponto do Senhor era que a contaminação moral não é evidenciado pelo o que se passa dentro da boca de uma pessoa, mas o que vem fora dele (conforme Mt 0:34;. Lc 6:45). A boca não é o único lugar onde a miséria se manifesta, mas é a saída mais pronto, imediato e constante para o mal dentro (conforme Tiago 3:2-12). ". Aquele que anda com a perversidade na boca" Pv 6:12 caracteriza um homem mau como Pv 15:28 acrescenta: "A boca dos ímpios derrama coisas más." Quando Jesus falou das coisas que sai do homem, Ele estava se referindo não só ao discurso de uma pessoa, mas também os desejos, pensamentos e atitudes por trás de seu discurso. Porque o coração é mau, mau concupiscências, palavras e ações inevitavelmente jorram. Aqueles são o que contamina o homem.

    As palavras de Jesus deve ter chocado seus ouvintes, os quais haviam sido suscitadas em um sistema que valorizada moralidade externa e cerimônias (6 conforme Matt.: 1-6, 16-18). Na realidade, o Senhor não foi a introdução de novas idéias, mas reiterando verdades do Velho Testamento que o povo judeu deve ter conhecido bem. Eles estavam familiarizados com passagens que ensinou que "Deus não vê como vê o homem, pois o homem vê o exterior, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16:7; 1Rs 8:391Rs 8:391Rs 8:61; 2Rs 20:32Rs 20:3), e certas questões médicas (como a lepra [13 11:44-45], tocando um corpo morto [21: 1, 11], e menstruação [15 : 19]) rendeu uma pessoa impura. No entanto, essas coisas foram concebidos como símbolos ou ilustrações da verdadeira natureza do coração pecaminoso do homem e sua necessidade desesperada para a limpeza divina. Que uma pessoa que foi cerimonialmente contaminado a necessária limpeza externa para participar no culto público forneceu uma imagem poderosa do fato de que todo pecador requer o perdão divino e limpeza interna antes de chegar à presença de Deus.

    O fato de que os rituais do Antigo Testamento eram apenas símbolos é particularmente enfatizado ao longo do livro de Hebreus. Comentando sobre o sistema levítico, o autor de Hebreus explicou que o sacerdócio era "uma figura e sombra das coisas celestiais" (8: 5); o sacrifício de touros e bodes prenunciava a obra expiatória final de Cristo (conforme 13 58:9-14'>Heb. 9: 13-14); e no Santo Lugar no tabernáculo era "um símbolo para o tempo presente. Assim dons e sacrifícios são oferecidos que não pode fazer o adorador perfeito em consciência, uma vez que dizem respeito apenas à comida e bebida e várias lavagens, os regulamentos para o corpo impostas até ... Cristo apareceu "(9: 9-11). Mesmo a lei mosaica era "apenas uma sombra dos bens futuros, e não a própria forma das coisas", porque conformidade externa a ela "não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que desenhar próximo "(10: 1). A salvação requer limpeza interna, de tal forma que o povo de Deus pode "se aproximam com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo [suas] corações purificados da má consciência, e [seu] corpo lavado com água pura" (10:22).

    Como o sistema de sacrifício, a circuncisão também foi um ato físico prescrito por Deus para simbolizar uma realidade espiritual. Mesmo quando Israel entrou na Terra Prometida, o Senhor lembrou as pessoas que Seu olhar estava voltada para a circuncisão de seus corações:

    "Agora, Israel, o que o Senhor, teu Deus requer de você, mas a temer o Senhor, teu Deus, que andes em todos os seus caminhos, e amá-lo, e para servir ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de guardar os mandamentos do Senhor e os seus estatutos, que eu hoje te ordeno para o seu bem? ... Circuncide então o seu coração. "(Dt 10:12-13, Dt 10:16; conforme Jr 4:4,

    Para ele não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Mas ele é um judeu que é interiormente; e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não na letra; e seu louvor não provém dos homens, mas de Deus.

    Afinal de contas, Abraão foi justificado pela fé antes de ser circuncidado (conforme Rom. 4: 1-12).

    O Antigo Testamento era clara: nenhuma atenção a cerimônia ou ritual comandado era agradável a Deus, a menos que ele veio de um coração que sinceramente amavam (conforme (conforme Dt 10:12; Dt 11:13; Dt 13:13; Dt 26:16. ; Dt 30:2, Dt 30:10; Js 22:5; 1Sm 7:31Sm 7:3, 1Sm 12:24; 1Rs 8:231Rs 8:23; 2Cr 11:162Cr 11:16; Is 51:7) A noção de que atos como externos-ser circuncidado, observando as leis dietéticas, ou realizando limpeza-cerimonial poderia fornecer a salvação do pecado era totalmente estranha à lei de Deus, a despeito desse fato, o povo judeu, agarrando-se à sua.. pecado com amor corrupto (conforme Jo 3:19-20), ficou preocupado com os símbolos externos, com a exclusão de pureza interna Fazer isso lhes permitiu aparecer religiosa sem ser nem arrependido ou justo (conforme Is. 1: 11-17. .; Is 29:13; Amos 5:21-24) por atravessando os movimentos enquanto se agarra ao seu pecado, eles cultivaram um sistema que prosperou em hipocrisia É por isso que Jesus disse aos fariseus: "Vocês são como sepulcros caiados, que. do lado de fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Então, você, também, por fora parecem justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade "(Mateus. 23: 27-28; conforme Tt 1:15-16). Para piorar a situação, eles acrescentaram suas próprias regras e regulamentos feitos pelo homem para a lei-eventualmente eclipsando a verdade da Palavra de Deus com as tradições dos homens (conforme Mc 7:8). Em vez de levá-los mais perto de Deus, seus rituais e regulamentos extrabiblical levou-os para longe dele. No final, por rejeitar e crucificar Seu Filho, eles provaram que eles amavam suas tradições muito mais do que o próprio Deus.

    Jesus protestou contra a sua religião superficial, enfatizando a necessidade de verdadeira justiça interna (conforme Mt 5:6). Porque a fonte de sua profanação era espiritual e interna, que não poderia ser removido por lavagens físicas e rituais externos. Foi essa questão que Jesus explicou a Nicodemos: "Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, eo que é nascido do Espírito é espírito "(João 3:5-6). "Nascer da água e do Espírito" foi uma referência não à lavagem literal, mas a limpeza espiritual (Ez 36:24-27; conforme Num. 19: 17-19., Sl. 51: 9-10.; Is 32:15; 55: 1-3.; Jr 2:13; Joel 2:28-29), uma realidade realizada pelo Espírito Santo no momento da conversão (conforme Tito 3:4-7 ).Assim como o nascimento físico não pode produzir vida espiritual, de modo que somente o Espírito Santo pode afetar a transformação necessária para entrar no reino de Deus em regeneração. Os fariseus e os escribas estavam tentando remover a corrupção espiritual através de meios físicos, externos e cerimoniais. O resultado foi uma fachada caiada que velada um coração enegrecido. Como Jesus explicou-lhes: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Para limpar o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de auto-indulgência "(Mt 23:25;. Conforme Lc 16:15).

    O versículo 16 acrescenta a frase Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. A maioria das traduções modernas colocar essa frase entre parênteses porque não ocorre nos primeiros manuscritos, mais de confiança do evangelho. Embora Jesus usou esta frase em outras ocasiões (Mt 11:15; Mt 13:9; Mc 4:9; Lc 8:8; conforme Ap 3:6, Ap 3:22), a evidência indica que não fazia parte do texto original.

    A Verdade Explicado

    Quando Ele havia deixado a multidão e entrou em casa, os seus discípulos o interrogaram acerca da parábola. E Ele lhes disse: "Você está tão carente de entender? Não compreendeis que tudo o que vai para o homem do lado de fora não pode contaminá-lo, porque ele não entra em seu coração, mas em seu estômago, e é eliminado? "(Assim Ele declarou puros todos os alimentos.) E Ele estava dizendo:" O que sai do homem, isso é o que contamina o homem. Porque de dentro, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, homicídios, adultérios, atos de cobiça e maldade, assim como o engano, a sensualidade, a inveja, calúnia, orgulho e insensatez. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem "(7: 17-23).

    Algum tempo mais tarde naquele dia , quando Ele havia deixado a multidão, Jesus e seus discípulos entraram na casa onde ele foi presumivelmente ficar, possivelmente, a casa de Pedro e André, em Cafarnaum (conforme 1:29). Longe das multidões, o Senhor foi capaz de comunicar de forma privada com os seus discípulos, que o questionaram sobre a parábola. De acordo com Mateus 15:12-14:

    Os discípulos vieram e disseram-lhe: "Você sabe que os fariseus ficaram ofendidos quando ouviram esta afirmação?" Mas ele, respondendo, disse: "Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada. Deixai-os; são guias cegos. E, se um cego guiar outro cego, ambos cairão num buraco. "

    Que os fariseus e os escribas ficaram ofendidos pelas palavras de Jesus não foi nenhuma surpresa. Ele intencionalmente atingido golpes devastadores no coração da sua forma hipócrita de externalism hipócrita.Embora eles se consideravam autoridades espirituais que representavam Deus, na realidade, eles eram guias cegos que conduzem as pessoas na estrada para o inferno (conforme Mt 23:15). Como falsos pastores, que não poderia ajudar as pessoas a escapar julgamento, porque um dia iria enfrentar a ira divina si (conforme Ez. 34: 2-10), desenraizamento como ervas daninhas e lançada no fogo (conforme 13 40:40-13:42'>Mt 13.: 40-42). Líderes apóstatas de Israel eram tão longe de salvação que Jesus disse aos seus discípulos para "deixá-los em paz." Porque eles tinham finalmente e deliberAdãoente rejeitaram o seu Messias, que tinha sido abandonado para o julgamento (conforme Marcos 3:28-29) e foram, assim, para ser ignorado.

    De acordo com Mt 15:15 ", disse-lhe Pedro:" Explique-nos a parábola. "É neste ponto que a narrativa de Marcos retoma a história. Jesus respondeu e disse-lhes: "Você está tão carente de compreensão também?" A pergunta do Senhor serviu como uma leve repreensão aos seus discípulos. Foi menos de um ano, até a cruz, e eles ainda estavam lutando com verdades básicas, como a prioridade de justiça interno sobre o ritual externo. É provável que os discípulos compreenderam alguns aspectos da verdade do que Jesus estava revelando. No entanto, o Seu ensinamento foi tão ao contrário do que tinha sido ensinado que inicialmente achou difícil aceitar.

    Reconhecendo a sua luta, Jesus explicou pacientemente a verdade por trás da metáfora: "Você não entende que tudo o que vai para o homem do lado de fora não pode contaminá-lo, porque ele não entra em seu coração, mas em seu estômago, e é eliminado?" Como é frequentemente o caso nas Escrituras (por exemplo, Dt 6:5; Pv 22:15; Jr 17:10; Rm 1:21; 1 Cor. 4:..... 1Co 4:5; Ef 1:18) , ocoração não se refere ao órgão físico, mas para o interior pessoa-a sede de um ser mental, emocional e espiritual. Ela abrange as atitudes, os afetos, as prioridades, ambições e desejos. Ponto do Senhor era que algo físico e externo, como alimentos ingeridos sem lavar as mãos, não o pode contaminar a pessoa interior, porque é física, não espiritual. A condição do coração de alguém diante de Deus não é determinado pelo que se come.

    Nota entre parêntesis de Marcos explica que, ao fazer esta declaração de Jesus em um momento obliterado as leis dietéticas do judaísmo e declarou puros todos os alimentos. A questão não é escolhas culinárias de uma pessoa, mas a condição espiritual de sua pessoa interior. Dada estreita associação da marca com o apóstolo Pedro (ver Introdução: Autoria), o comentário de Marcos foi provavelmente influenciado pela própria experiência de Pedro em Jope (At 10:15; conforme 1Tm 4:31Tm 4:3). Fora da fossa das palavras corruptos fluxo coração do mal, as más ações e atitudes do mal; o Senhor enumerou seis de cada um. Os fariseus e os escribas gostava de produzir listas legalistas de coisas externas de fazer ou evitar. Em resposta, Jesus articulou sua própria lista que define a verdadeira natureza da contaminação espiritual ao delinear os tipos de maldade que vivem dentro e procedem de corações corruptos.

    Lista de seis más ações representativas de Jesus começou com prostituição (uma forma da palavra grega porneia , a partir do qual o Inglês palavra "pornografia" é derivado), uma referência geral para o pecado sexual. Em seguida, Ele identificou furtos (uma forma de klopē ; o verbo relacionado, cleptomaníaco , fornece a base para o Inglês palavra "cleptomaníaco"); assassinatos (uma forma de phonos ), denotando a obtenção ilícita de vida de outra pessoa; adultérios (uma forma de moicheia ), ou seja, o pecado sexual que viola a aliança de casamento; e atos de cobiça (uma forma de pleonexia ), uma referência aos desejos e comportamentos motivados pela ganância e avareza. Todos os quatro dessas ações estão incluídas na segunda metade dos Dez Mandamentos (conforme 13 2:20-17'>Ex 20:13-17; conforme Rm 13:9, Jesus também mencionou falso testemunho neste contexto.) Concluindo esta categoria de mal, Jesus acrescentou maldade (uma forma de Poneria ), uma referência geral a iniqüidade que englobava tudo o que viola a lei de Deus e vontade santa.

    O Senhor continuou denunciando seis atitudes más representativos que estão por trás dessas ações ímpios (conforme Mt 5:21-37.). Estes incluem engano (da palavra grega dolos ), ou seja, astúcia, mentira e engano; e sensualidade (uma forma de aselgeia ), uma referência para a luxúria desenfreada de uma mente suja. A palavra inveja traduz duas palavras gregas (formas de ophthalmos , que significa "olho", eponeros , que significa "mal") e poderia ser literalmente processado como "mau-olhado". Jesus usou aqui para descrever os olhos cheios de inveja e ódio. Calúnia (uma forma de blasphēmia ) refere-se a linguagem grosseira e prejudicial em relação aos outros; orgulho (da palavra grega huperēphania ) descreve os sentimentos de superioridade, arrogância e auto-promoção. Da mesma forma que a palavra "maldade", resumiu as ações malignas em lista de Jesus, loucura (uma forma de aphrosunē ) abrangeu as atitudes anteriores que Ele havia articulados. É um termo geral para a loucura e insensatez moral (conforme Pv 13:16; 18:. Pv 18:2; Eclesiastes 10:1-3.). A garantia de que os discípulos não perder o ponto, Jesus reiterou a verdade que todas essas coisas procedem de dentro e contaminam o homem. Não é por lavar as mãos que contaminam uma pessoa, mas uma alma não lavado.

    No ato físico de purificação cerimonial ou ritual externo pode purificar o coração depravado, dos quais flui todas as ações e atitudes ímpios malignos. Pecadors necessidade de ser dada uma nova natureza, um novo coração. Somente o Espírito de Deus pode criar esse (conforme Jr 31:33; João 3:3-8.). Falando do novo convênio, o Senhor Deus prometeu aos israelitas:

    "Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; Vou purificar de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos. Além disso, eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de você; e tirarei o coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. Porei o meu Espírito em vocês e farei que andeis nos meus estatutos, e você vai ter o cuidado de observar os meus juízos "(Ez. 36: 25-27).

    Como a profecia de Ezequiel indica, a salvação requer transformação interior, um novo coração. O Novo Testamento identifica que a realidade como o milagre da regeneração e do novo nascimento (conforme Jo 1:12-13; Jo 3:3; 5:. 26-27; Cl 2:13; Jc 1:18; 1Pe 1:31Pe 1:3; 1Jo 3:9: 7). O apóstolo Paulo descreveu a regeneração, com estas palavras:

    Ele nos salvou, e não com base em ações que nós temos feito em justiça, mas de acordo com a Sua misericórdia, pela lavagem da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou sobre nós abundantemente através de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que sendo justificados pela sua graça, seriam feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna. (Tito 3:5-7)

    A salvação não se baseia "com base em ações", incluindo obras morais, cerimônias religiosas e rituais externos. Pelo contrário, exige um milagre interno pelo Espírito Santo, que, segundo a sua vontade e poder soberano, cria e purifica as almas de todos que abraçam a fé em Jesus Cristo (Atos 15:8-9; conforme Rm 8:2; Fp 3:4-9.). Como todos os pecadores, eles precisavam de um novo coração que foram regenerados pelo Espírito de Deus. No entanto, quando Jesus enfrentou a hipocrisia deles, eles desprezaram-Lo na incredulidade com raiva, plotados Seu assassinato (conforme Mt 12:24; 26:. Mt 26:4; João 11:47-53), e suicídio espiritual comprometido, não muito diferente de Judas 1scariotes.

    Aqueles que endurecer o coração para a boa notícia do evangelho, como os fariseus e os escribas fez, terá de enfrentar o julgamento eterno (conforme Rm 1:21; 2:. Rm 2:5; He 3:15.). Mas aqueles cujos corações foram feitos novos pelo poder de Deus (2Co 4:6) se tornaram novas criaturas em Cristo (. 2Co 5:17; conforme Cl 3:10) . Como aqueles que "têm fome e sede de justiça" (Mt 5:6:.. Sl 119:11; conforme Dt 6:6; Jr 17:1; conforme Rm 6:17; Ef 6:6; conforme Jo 13:34; Rom 0:10; He 13:1; 1Pe 3:8), eles já estão divinamente capacitado para viver de uma forma que agrada a Deus (conforme Rm 6:17-18. , Rm 6:22; 13 11:45-13:14'>13 11:14), uma vez que "Foge também das paixões da mocidade e segue a justiça, a fé, o amor ea paz, com aqueles que invocam o Senhor com um coração puro" (2Tm 2:22)..

    26. Migalhas da mesa do Mestre (Marcos 7:24-30)

    Jesus levantou-se e foi embora de lá para a região de Tiro. E quando Ele tinha entrado em uma casa, Ele não queria que ninguém sabe disso; Ele ainda não podia escapar aviso prévio. Mas depois de ouvir dele, uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo veio imediatamente e caí a seus pés. Agora, a mulher era uma Gentil, da raça siro-fenícia. E ela continuou pedindo-Lhe que expulsou o demônio de sua filha. E ele estava dizendo a ela: "Deixe que as crianças ser cumprida em primeiro lugar, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." Mas ela respondeu, e disse-lhe: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos . sob o avanço da mesa em migalhas dos filhos "E disse-lhe:" Por causa desta resposta ir; o demônio já saiu de tua filha. "E vai voltar para sua casa, ela encontrou a criança deitada na cama, o demônio ter deixado. (7: 24-30)

    Porque Marcos escreveu seu evangelho para um público Gentil, ele teve o cuidado de destacar o fato de que a mensagem da salvação não se limitou a Israel, mas alargada a todo o mundo (conforme Mc 13:10; Mc 14:9). Para judeus do primeiro século, essa noção foi radical e revolucionário. Mesmo no início da igreja, muitos crentes judeus inicialmente lutou para aceitar a idéia de que os gentios poderiam ser salvas sem primeiro converter ao Judaísmo (conforme Atos 11:1-18; 15: 1-11).

    Os israelitas viram os não-judeus como párias que foram separados do reino e os propósitos de Deus (conforme Ef. 2: 11-12). Assim, os gentios eram considerados impuros, amaldiçoado, e expedidos para o julgamento divino. Os judeus do princípio de que só eles (juntamente com prosélitos) poderia receber as bênçãos da salvação, porque eles faziam parte da nação escolhida de Deus. Essa perspectiva míope refletiu uma incompreensão do Antigo Testamento, que declarou Israel de ser um reino de sacerdotes: que refletiria as bênçãos da salvação a todas as famílias da terra (conforme Gn 12 (Ex 19:6.): 3; 22:18; 26: 4; 28:14). Deus planejou os judeus para serem Seus fiéis testemunhas para o mundo, para que as almas de todas as nações que se juntar a eles em glorificá-lo. Como o livro de Salmos exclama:

     

    Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe,
    E fazer sua face brilhar sobre nós, Selah.
    Que o Seu caminho pode ser conhecido na terra,
    Sua salvação entre todas as nações.
    Deixe os povos 5os louvem, ó Deus;
    Que todos os povos 5os louvem.
    Deixe que as nações prazer e alegria para cantar;
    Para Você julgará os povos com retidão
    E orientar as nações sobre a terra. Selah.
    Deixe os povos 5os louvem, ó Deus;
    Que todos os povos 5os louvem.
    A terra tem produzido o seu fruto;
    Deus, nosso Deus, nos abençoa.
    Deus nos abençoa,

    Que todos os confins da terra pode temem. (Sl 67:1-7; conforme 112: 1-3.)

     

    Assim, o povo de Israel foi chamado para ser uma luz para as nações, para que através deles os habitantes de toda a terra iria cantar louvores a Deus e dar-Lhe glória. Envolvido na idolatria e imoralidade, as nações do mundo precisava saber sobre o verdadeiro Deus:, sem os quais não poderiam ser salvos (Is 43:11; conforme João 14 (conforme Is 45:5).

    O Senhor Deus sempre pretendeu que a mensagem de salvação para alcançar o mundo todo, inicialmente usando Israel como os meios para esse fim (conforme Gl 3:8). Tragicamente, Israel do Antigo Testamento não conseguiu abraçar o seu papel missionário. Talvez nenhuma figura bíblica ilustra que a falha mais vividamente do que o profeta Jonas, que preferiu fugir de Deus para pregar uma mensagem de arrependimento para os ninivitas (conforme Jonas 4:1-3). Ao invés de ver as nações vizinhas com compaixão, os israelitas cresceu a desprezar os estrangeiros, tratá-los como inimigos, em vez de um campo missionário.

    Tudo isso mudou com a vinda do Messias. Como Is 49:6)

     

    Quando a nação falhou em seu testemunho global, o Messias iria triunfar. Ele seria a luz indefectível para as nações, para que a mensagem de salvação de Deus iria se espalhar por todo o mundo.

    As profecias de Isaías foram claramente cumpridos na vida e ministério de Jesus Cristo. Embora o foco de seu ministério terreno centrada na nação de Israel, Sua oferta de salvação estendida a todas as pessoas, sejam judeus ou gentios. Por exemplo, Ele Se revelou como o Messias a uma mulher samaritana pária em Jo 4:26. Depois de Sua morte e ressurreição, Ele comissionou seus seguidores a serem suas testemunhas ", tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até mesmo para a parte mais remota da terra" (At 1:8.). O alcance global do evangelho é talvez o mais ricamente expressa em Apocalipse 5, uma passagem que descreve a igreja glorificada no céu. Lá, os quatro seres viventes declarar ao Cordeiro: "Você estava morto, e comprado por Deus com seus homens de sangue de toda tribo, língua, povo e nação" (v. 9). Para toda a eternidade, redimiu pessoas de todas as idades e todas as nações irão glorificar e adorar seu Salvador.

    Ministério salvação do Messias para o mundo inteiro é visualizado neste texto (Marcos 7:24-30), como uma mulher gentia de Tiro demonstra salvar a fé no Senhor Jesus. A passagem pode ser organizadas em cinco temas: 'retiro estrangeira, pedido fervoroso da mulher, Jesus Jesus resposta focada, resposta cheia de fé da mulher, e de reacção favorável de Jesus.

    Retreat Foreign Jesus '

    Jesus levantou-se e foi embora de lá para a região de Tiro. E quando Ele tinha entrado em uma casa, Ele não queria que ninguém sabe disso; Ele ainda não podia escapar aviso prévio. (7:24)

    Depois de mais de um ano, na Galiléia, o ministério estendida de Jesus havia chegado ao fim. Embora alguns acreditavam, a maioria das pessoas rejeitou Ele (Jo 6:66; conforme Mt 11:20-24.), Incluindo os moradores de sua cidade natal, Nazaré (conforme Mc 6:1-6). Os líderes religiosos judeus tinham crescido cada vez mais hostil (3: 20-30), e procuravam matá-lo (3: 6; conforme Mt 0:14.). O rei Herodes, temendo que Jesus representava uma ameaça ao seu poder político, também queria executá-lo (conforme Lc 13:31). Ciente da oposição contra Ele montagem, e sabendo a cruz foi ainda a meses de distância, Jesus deixou a Galiléia durante um tempo concentrado de treinamento com seus apóstolos. Ele não se retirou por medo (conforme Lc 9:51; conforme Lc 19:28), mas a partir de uma vontade deliberada de preparar os Doze para os seus próximos desafios apostólicos. Em vez de viajar para o sul para a Judéia, onde seria quase impossível encontrar a privacidade que buscava, o Senhor viajou para o norte. Como explica Marcos, Jesus levantou-se e foi embora de lá para a região de Tiro.

    região de Tiro, situado ao noroeste da Galiléia, refere-se ao território Gentil da antiga Fenícia, que hoje está localizado no sul do Líbano. Em seu relato paralelo, Mateus identifica-o como "o distrito de Tiro e Sidon" (Mt 15:21; conforme Gn 10:19; Gn 49:13; Js 11:1; 1Rs 17:91Rs 17:9, depois de passar um período indeterminado de tempo nesta região, Jesus percorreu Sidon, antes de viajar a leste e sul, ao longo do lado oriental do Mar da Galiléia. Diante da rejeição do seu próprio povo, Jesus buscava descanso e reclusão em um lugar Gentil. Cerca de 900 anos antes, o profeta Elias viajou para essa mesma área durante a seca de Israel, quando o ímpio rei Acabe tentou encontrá-lo (conforme 1Rs 17:9; Lucas 4:25-26).

    Chegando nos arredores de Tiro, Jesus, juntamente com os Doze, tinha entrado em uma casa. Que este era um tour privado é indicado pelo fato de que Ele não queria que ninguém sabe disso; Ele ainda não podia escapar aviso prévio. Inevitavelmente, como aconteceu sempre que Jesus ia, as notícias sobre Sua chegada rapidamente se espalhou. Mesmo no fundo do território Gentil, cerca de 35 milhas a noroeste de Cafarnaum, as pessoas tinham ouvido falar sobre Ele. De acordo com Mc 3:8). Eles, sem dúvida, voltou para casa com em primeira mão relatos de milagres surpreendentes que haviam presenciado. Como resultado, a palavra sobre Ele espalhou muito além das fronteiras de Israel.

    Embora o Senhor destina esta viagem para descansar e aulas particulares para os seus discípulos, Ele também sabia da nomeação divina que O aguardava. Na verdade, esse encontro foi planejado uma parte crítica da formação dos apóstolos a ser suas testemunhas. Seu encontro com a mulher Gentil desde os Doze com um exemplo vivo da verdadeira fé e uma prévia do que estava por vir, quando eles iriam começar a levar o evangelho até os confins da terra.

    Fervent solicitação da mulher

    Mas depois de ouvir dele, uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo veio imediatamente e caí a seus pés. Agora, a mulher era uma Gentil, da raça siro-fenícia. E ela continuou pedindo-Lhe que expulsou o demônio de sua filha. (7: 25-26)

    Depois de ouvir que ele estava hospedado nas proximidades, uma mulher cuja filha tinha um espírito imundo veio imediatamente e caí a seus pés. Aparentemente, ela já tinha ouvido falar de Jesus.Talvez ela tivesse mesmo viajou para a Galiléia e visto os milagres de Jesus a si mesma. Se assim for, ela já havia testemunhado Seu poder de curar doenças e expulsar os demônios. Como muitos outros que desesperAdãoente procuram ajuda Jesus, esta mulher se aproximou dele em humilde reverência, prostrando-se diante dele (conforme Mt 17:14;. Mc 1:40; Mc 5:22; Lc 17:16; Jo 11:32) . Jesus curou regularmente judeus. Mas, como explica Marcos, a mulher era um Gentil, da raça siro-fenícia. Do ponto de vista do judaísmo do primeiro século, ela tinha tudo contra ela. Em primeiro lugar, ela era umamulher, que até mesmo entre os judeus significava que ela era vista como inferior ao homem. Em segundo lugar, ela era um gentio. O adjetivo siro-fenícia descrito pessoas desta área naquele momento;Phoenicia tinha sido anexado à Síria sob um general romano chamado Pompeu (cerca de 65 AC ). De acordo com Mt 15:22, ela era descendente dos cananeus, os antigos inimigos de Israel (conforme Ex 23:23; Nu 33:1). Em terceiro lugar, ela veio de uma área que estava envolto em idolatria pagã e foi, sem dúvida, um ídolo adorador de si mesma. Tiro e Sidon foram os principais centros de culto para a deusa da fertilidade Astarte, conhecido como Ashtaroth no Antigo Testamento (conforme Jz 2:13; 10:. Jz 10:6; 1 Sam. 7: 3-4; 1Sm 12:10; 1Sm 31:10 ). Na mente dos judeus, nenhum rabino que se preze jamais iria permitir que um gentio, especialmente uma mulher idólatra, para permanecer em sua presença. O Senhor queria mostrar aos seus discípulos que a mensagem de salvação foi para as nações, aqueles a quem eles tinham sido ensinados foram graça e bênção dos deuses da externos.

    A mulher tinha um problema urgente, que é por isso que ela ficava perguntando Jesus para expulsar o demônio de sua filha. Os demônios são anjos caídos que operam no reino das trevas. Neste caso horrível, um demônio foi cruelmente possuindo uma menina (conforme Mt 15:22). (Para mais informações sobre a possessão demoníaca, veja o capítulo 17 deste volume.) Como mãe, coração desta mulher estava doendo para sua filha. Com sua vida e casa em tumulto satânico, ela provavelmente realizados quaisquer cerimônias ela pensou que iria apaziguar seus falsos deuses, mas sem sucesso. Quando se tornou evidente que os ídolos de pedra não poderia entregar o seu filho (conforme Sl 115:4-8; Is 44:1 explica, ela "começou a gritar, dizendo: Tende piedade de mim, Senhor, Filho de Davi; minha filha está cruelmente possuídas pelo demônio. "Reconhecendo sua própria indignidade, como o publicano em Lc 18:13, ela implorou por misericórdia, com base em Sua bondade inerente, não a sua própria. Seu endereço de Jesus foi também caracterizado pela reverência e um reconhecimento de seu papel messiânico. Mesmo que ela era um gentio, ela reconheceu como Senhor e Ele identificado pelo título messiânico "Filho de Davi" (conforme Mt 21:9 indica que, embora ela ficava perguntando insistentemente, inicialmente Jesus "não lhe respondeu palavra." À primeira vista, o silêncio do Senhor pode parecer um pouco surpreendente. Ele não estava sendo rude ou indiferente. Ao contrário, Ele estava ilustrando um ponto vital, tanto espiritual para ela e para os seus discípulos. A razão pela qual Jesus não lhe respondeu imediatamente foi para permitir que o caráter robusto da sua fé para ser colocado em exibição. Depois de experimentar a fé superficial de muitos em Israel (conforme Jo 2:24; Jo 6:64, Jo 6:66), o Senhor encontrou a verdadeira fé em uma mulher Gentil da região de Tiro. As barreiras erguidas Ele não foram projetados para afastá-la, mas para mostrar a autenticidade de sua fé. Ao contrário do jovem rico, cuja fé se desintegrou quando testado (conforme Mt 19:16-22.), A fé desta mulher era inquebrável. Que o Senhor teve compaixão dela é corroborada pelo resto desta conta (conforme Jo 6:37).

    Responder Focused Jesus '

    E ele estava dizendo a ela: "Deixe que as crianças ser cumprida em primeiro lugar, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." (7:27)

    Os discípulos mal interpretado o silêncio de Jesus, assumindo Sua recusa em responder indicaram que Ele queria que a mulher a sair. Como ela continuou a pleitear, sua frustração e impaciência para ela aumentou. Não só ela foi um gentio e um incômodo, seus apelos foram altos atraindo a atenção no momento em que eles procuraram privacidade e isolamento das multidões. Assim, de acordo com Mt 15:23, "Seus discípulos vieram e implorou-lhe, dizendo: Despede-a, porque ela continua gritando com a gente." "Eles encontraram a mulher incômodo e simplesmente queria que ela fosse silenciada e mandado embora. O Senhor, no entanto, destina-se a ensinar-lhes uma lição valiosa sobre o caráter de fé genuína.

    Em resposta aos discípulos "pedido, mas ao alcance da voz da mulher, Jesus", respondeu e disse: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 15:24). As palavras do Senhor lembrou aos discípulos que Sua missão inicial era o povo judeu (conforme Jo 4:22; Rm 1:16; Rm 15:8). A frase "se curvar" (da palavra grega proskuneo ) é rendido frequentemente como a adoração, e ressalta sua atitude reverente para com Jesus. Sabendo que ele era sua única esperança, ela humildemente se recusou a ser dissuadidos de vir a Ele (conforme Lucas 18:1-8).

    Jesus continuou a testar a sua fé por novamente atrasar sua resposta. Essencialmente reafirmando o que Ele havia dito aos discípulos, Ele estava dizendo a ela: "Deixe que as crianças ser cumprida em primeiro lugar, porque não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." Com uma simples analogia, o Senhor reiterou que sua prioridade ministério foi o primeiro a Israel. A refeição preparada para as crianças não devem ser administradas aos cães. Da mesma forma, a prioridade do Messias era para pregar o evangelho do reino para os filhos de Israel (conforme Mateus 10:5-6.; Mt 15:24; Marcos 1:14-15; Jo 1:11; At 10:36) . Embora o evangelho em breve seria pregado a todas as nações, que a expansão global estava à espera de ascensão de Cristo e com a chegada do Espírito Santo (Mt 28:18-20; At 1:8; 11: 51-52). O Novo Testamento usa duas palavras gregas diferentes para cães. Uma refere-se aos mestiços selvagens que percorriam as ruas em embalagens e ser eliminado para o lixo (conforme Mt 7:1; Lc 16:21; Fp 3:2). Os cães referidos aqui (da palavra grega kunarion , às vezes traduzido como "cachorrinhos") foram diminutos animais domésticos que foram cuidadas pela família. Assim, Jesus usou um termo para os cães que era muito menos dura do que a maioria dos judeus do primeiro século teria aplicado aos gentios. Mesmo assim, a mulher entendeu ponto do Senhor. Seu foco principal era o de alimentar os filhos de Israel (conforme Jo 6:35), e ela não foi incluído.

    Response Cheio-fé da mulher

    Mas ela respondeu, e disse-lhe: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos debaixo da mesa de alimentação em migalhas dos filhos." (7:28)

    O Senhor sabia fé divinamente outorgado da mulher (conforme Ef 2:8-9.) Era verdadeira, e que não seriam desencorajados ou dissuadidos (conforme Lc 13:24; Lc 16:16). Ao invés de ser ofendido, ela respondeu com confiança destemida. Estendendo analogia Jesus ", ela respondeu, e disse-lhe: "Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos debaixo da mesa de alimentação em migalhas dos filhos." Ela reconheceu sua indignidade e reconheceu seu lugar como um gentio. Ao contrário de muitos dos judeus, que responderam a Jesus com orgulho farisaico, sua atitude foi muito mansos e humildes de espírito (conforme Mt 5:3), mas Deus planejou para os gentios para receber o transbordamento (conforme Rm 11:12.). A mensagem de salvação que veio pela primeira vez para os judeus é a mesma mensagem do evangelho que era e seria dado aos gentios. As várias conversões de gentios nos Evangelhos são previews do futuro salvação das almas de todas as nações.

    A resposta da mulher, provocada pelo Senhor Jesus, expressa uma qualidade de fé que ele chamou de "grande fé" (conforme Mt 15:28). Numa ocasião anterior, o Senhor fez uma observação semelhante sobre um centurião romano que perguntou a Jesus para curar seu servo: "Eu não encontrei tão grande fé com ninguém em Israel" (conforme Mt 8:10; Lc 7:9). Teve sua fé permaneceu nas divindades pagãs de sua cultura cananéia, que teria sido vazia e sem valor. A verdadeira fé define sua esperança no Deus único e verdadeiro (conforme He 11:1) e corrige os seus "olhos em Jesus, autor e consumador da fé" (12: 2).

    A grandeza da fé desta mulher é ampliada quando comparado com o pouco que sabia. Nascido e criado em uma cultura pagã, ela não compartilhar a herança privilegiada do povo judeu. Ela foi removida do templo, o sistema sacrificial, e até mesmo as Escrituras. No entanto, apesar de ter recebido apenas uma pequena revelação, ela acreditava. A magnitude da sua fé foi evidenciada pela sua vontade de transformar a partir das divindades pagãs de sua educação e abraçar Jesus Cristo na fé. Essa resposta estava em forte contraste com os líderes religiosos judeus, que arrogantemente condenadas seu próprio Messias como um blasfemador (conforme Jo 10:33), um amigo dos pecadores (conforme Lc 7:34), e um aliado de Satanás (cf . Mc 3:22). Em Mt 11:21, Jesus ofereceu esta severa advertência aos israelitas que rejeitaram Ele: "Ai de vocês, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres ocorreram em Tiro e Sidon, que ocorreu em você, elas se teriam arrependido há muito tempo no saco e cinza. "Aqui era uma mulher pagã da região de Tiro, que provou a veracidade das palavras de Jesus. Que repreensão ela era a apóstata Israel, um gentio que abraçou o Messias quando tantos judeus hipócritas rejeitaram (conforme Rm 11:11).

    Reação favorável de Jesus

    E disse-lhe: "Por causa desta resposta go; o demônio já saiu de tua filha. "E vai voltar para sua casa, ela encontrou a criança deitada na cama, o demônio ter deixado. (7: 29-30)

    Embora Jesus prolongou sua interação com esta mulher, a fim de colocar a natureza da fé genuína em exposição, Ele sabia o tempo todo que ele ia fazer. O Senhor nunca recusou ninguém, judeu ou gentio, que se aproximou Ele com fé sincera (Jo 6:37; conforme Lc 7:9). Depois de ouvir sua resposta, ele disse a ela: "Por causa desta resposta go; . o demônio já saiu de tua filha " Porque ela possuía verdadeira fé nEle, o processo de que está sendo testado só fortaleceu-lo (conforme Rm 4:20; 1Pe 1:71Pe 1:7; Mc 9:20) e que ela pôde finalmente descansar em paz, agora que o espírito maligno se foi. Sem dúvida, como Jairo e sua esposa sobre a ressurreição de sua filha (conforme Mc 5:42), ou os inúmeros outros que Jesus curou, esta mulher respondeu cheia de alegria espanto que sua filha tinha sido entregue.

    A cura da filha, embora maravilhoso, não é o principal ponto de esta conta. Em vez disso, os centros de focar tanto a substância desta mulher-fé sendo caracterizado pela humildade, penitência, reverência e persistência e o objeto de sua fé, ou seja, o Senhor Jesus Cristo. A história desta mulher é uma ilustração magnífica sobre o fato de que uma genuína fé salvadora abandona ídolos, abandona orgulho, e ainda com reverência persistentemente implora por misericórdia e graça divina (conforme Mt 7:7)

    Novamente Ele saiu da região de Tiro, foi por Sidom até o mar da Galiléia, na região da Decápole. Eles trouxeram-lhe um que era surdo e falava com dificuldade, e implorou-lhe que pusesse a mão sobre ele. Jesus tomou-o de entre a multidão, por si mesmo, e pôs os dedos nos seus ouvidos, e depois de cuspir, tocou a língua com saliva; e olhando para o céu com um profundo suspiro, Ele lhe disse: "Efatá!", isto é, "ser aberto!" E os seus ouvidos se abriram, e o impedimento de sua língua foi removido, e ele começou a falar claramente. E Ele deu-lhes ordens para não contar a ninguém; Mas quanto mais ele ordenou-lhes, mais amplamente eles continuaram a proclamá-la. Eles eram totalmente surpreso, dizendo: "Ele tem feito bem todas as coisas; Ele faz até os surdos ouvirem e os mudos falarem "(7: 31-37).

    Estes versos pode ser introduzida com um enigma: Quem é permitido falar, mas não é capaz, e capaz de falar, mas não é permitida? Essa pergunta enigmática encontra a sua resposta neste relato dramático.

    Depois de mais de um ano de ministério público na Galiléia, Jesus levou seus discípulos para longe por um tempo de instrução isolado. O Doze tinha afirmado recentemente que Ele era o Filho de Deus (Mt 14:33), o único que falou palavras de vida eterna (Jo 6:68). O tempo tinha vindo para o Senhor Jesus centrar os seus esforços mais intensamente em prepará-los para o seu ministério depois de Sua morte e ressurreição. Eles seriam comissionados como a primeira geração de pregadores do evangelho, acusados ​​de lançar a verdade em direção aos confins da terra (. Conforme Mt 28:19; At 1:8; 11: 1-18, 20-25).

    Após a sua estadia perto de Tiro terminou, Jesus e os Doze saiu da região de Tiro, foi por Sidom até o mar da Galiléia, na região da Decápole. Viajando em um caminho tortuoso, a fim de estender o tempo com seus discípulos , o Senhor continuou indo para o norte através da cidade de Sidon (situado na costa do Mediterrâneo cerca de 20 milhas de Tiro) antes de viajar para o leste e sul para o seu destino nas praias do sudeste do mar da Galiléia.

    região da Decápole, localizado no lado sudeste do lago, foi a casa de gentios e fora do território de Herodes Antipas. A região compreendida dez cidades-estados (o nome Decápole, do grego deka ["dez"] e polis ["city"], significa literalmente "dez cidades"). As descobertas arqueológicas indicam que essas cidades eram centros de paganismo grego, repleta de ídolos que honram divindades pagãs, como Zeus, Afrodite, Artemis, e Dionísio. Embora a nação de Israel ainda era a prioridade de Jesus, Sua disposição para ministrar nesta área Gentil, bem como sua interação com a mulher de Tiro, inspecionou o fato de que o evangelho foi sempre a intenção de ser pregado em todo o mundo. (. Para mais informações sobre este ponto, ver o capítulo 26 do volume atual) por viajar para Decápole, Jesus voltou para a vizinhança da Gerasa onde Ele já havia curado um homem possuído por uma legião de demônios (conforme Marcos 5:1-20 ). Através do testemunho de que o homem (v. 20), bem como outras da Decápole que tinham viajado para a Galiléia para ver Jesus (conforme Mt 4:25), a notícia sobre Jesus já tinha se espalhado para esta área.

    O tempo do Senhor de instrução com os Doze terminou como grandes multidões se reuniram em torno dele mais uma vez. Mateus 15:29-31 define a cena:

    Jesus foi ao longo do mar da Galiléia, e de ter passado em cima da montanha, Ele estava sentado lá. E grandes multidões aproximaram-se dele, trazendo consigo aqueles que eram coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros, e eles depositavam aos Seus pés; e ele os curou. Assim, a multidão se maravilhou, ao verem a falar em mute, os aleijados restaurada, ea curta coxos e os cegos a ver; e glorificavam ao Deus de Israel.
    Embora os moradores da Decápole eram adoradores de ídolos, eles tinha ouvido falar sobre o poder de Jesus e sabia que Ele poderia fazer o que suas divindades pagãs nunca tinha feito. Consequentemente, eles correram aqueles que estavam com deficiência física à Ele, e Ele os curou, imediata e completamente. Previsivelmente, eles "maravilhou" (do grego thaumazō, o que significa ser golpeado com admiração) e começou a glorificar a Deus verdadeiro. Ironicamente, os líderes judeus de Israel que viram os mesmos milagres rejeitado Jesus, acusando-o de operar pelo poder de Satanás (Mc 3:22); os pagãos gentios da Decápole reconheceu que o Seu poder vem de Deus. Para o momento, virando de seus ídolos, eles ofereceram louvor ao Deus de Israel.

    É nesse contexto que a conta descrita nesta passagem (Marcos 7:31-37) ocorreu. Considerando que a passagem paralela em Mateus 15:29-31 fornece uma visão geral de curas de Jesus, Marcos é o único evangelista que inclui este encontro. Inicialmente, o homem surdo descrito aqui foi incapaz de falar. Pela vontade e poder de Cristo, ele foi habilitado a falar. Finalmente, quando o Senhor lhe ordenou para ficar quieto, ele não foi capaz de não falar.

    Incapaz de falar

    Eles trouxeram-lhe um que era surdo e falava com dificuldade, e implorou-lhe que pusesse a mão sobre ele. (07:32)

    Amigos ou membros da família trouxe um homem que era surdo e falava com dificuldade para ver Jesus. Sua surdez era provável congênita ou longo prazo; sem ser capaz de ouvir como uma criança, ele era incapaz de aprender a falar, resultando assim em um problema de fala grave. Nesse mundo, não há remédios existiu por tal condição. Aqueles que sofrem de tais deficiências físicas foram ostracizados pela sociedade. Mesmo em Israel, as pessoas surdas, por causa de seus defeitos de perda de audição e de fala, foram geralmente consideradas como deficientes mentais. Adicionando insulto à injúria, os judeus alegaram que deficiências como surdez ou cegueira foram resultado direto do juízo de Deus por causa do pecado (conforme João 9:1-2). Que esse homem viveu em uma sociedade pagã provavelmente significava que a maus-tratos e desprezo que ele sofreu foi ainda pior.

    No entanto, alguns se importava o suficiente sobre este homem para levá-lo a Jesus, e eles implorou-lhe que pusesse a mão sobre ele. Neste contexto, o verbo implorou (do verbo grego parakaleo ) significa "pedir" ou "suplicar" com um senso de urgência. Em desespero que se confessou em nome do seu amigo, que não poderia falar por si mesmo, que Jesus lhe permitiria ouvir. Jesus muitas vezes impôs as mãos sobre as pessoas visualmente e tangível demonstrar Seu poder para os que sofrem (conforme Mc 1:31, Mc 1:41; Mc 5:41; Mc 6:5, Mc 8:25). Ao contrário dos fariseus e escribas, que se consideravam acima das pessoas comuns, Jesus de bom grado se misturavam com as multidões e de bom grado estendido Seu toque para aqueles que precisam. Se o fizer, mostrou Seu e terna compaixão de Deus e cuidados pessoais. Ele também demonstrou que ele não tinha medo de contaminação cerimonial. Jesus nunca foi contaminado por aqueles a quem Ele tocou-se era um leproso (1: 40-41), uma mulher com uma hemorragia de sangue (5: 25-34), um corpo morto (5: 41-42), ou um homem Gentil, que sofria de surdez. Ao invés de ser corrompido por eles, ficaram limpos e restaurados por Ele.

    Concedia que falassem

    Jesus tomou-o de entre a multidão, por si mesmo, e pôs os dedos nos seus ouvidos, e depois de cuspir, tocou a língua com saliva; e olhando para o céu com um profundo suspiro, Ele lhe disse: "Efatá!", isto é, "ser aberto!" E os seus ouvidos se abriram, e o impedimento de sua língua foi removido, e ele começou a falar claramente. (7: 33-35)

    Respondendo com compaixão, como sempre fazia (conforme Mt 9:36; Mt 14:14; Mc 1:41; 8:. Mc 8:2, etc.), Jesus tomou o homem de lado da multidão, por si mesmo. No meio do pressionando multidão, com muitos outros esperando para ser curado, o Senhor Jesus deu a Sua atenção para um homem desesperado que certamente haviam sido ignoradas e negligenciadas ao longo de sua vida. Por enquanto o homem podia se lembrar, ele havia sido desprezado, condenado ao ostracismo, e desprezado. Mas, nesse momento, ele recebeu a atenção e compaixão do próprio Criador.

    Em um ato de profunda bondade, o Senhor começou a se comunicar em linguagem de sinais, através de gestos e sinais não-verbais. Jesus usou quatro sinais específicos para fazer seu ponto. Primeiro, elecolocou os dedos em ambos os ouvidos para indicar que Ele reconheceu problema físico do homem. Jesus entendeu que ele não foi prejudicado mentalmente ou possuído por demônios, como alguns podem ter pensado; ele simplesmente não podia ouvir. O Senhor usou um gesto simbólico para demonstrar que Ele tinha justamente diagnosticado o problema médico. Em segundo lugar, depois de cuspir, tocou a língua dele com a saliva. Jesus novamente empregou um gesto físico para identificar discurso incapacidade do homem. Embora Jesus usou saliva em suas curas em outras duas ocasiões (conforme Mc 8:23; Jo 9:6), e defende-o com "a palavra do seu poder" (He 1:3, Gn 1:9, Gn 1:14, Gn 1:20, Gn 1:24, Gn 1:26) .

    Impossível não falar

    E Ele deu-lhes ordens para não contar a ninguém; Mas quanto mais ele ordenou-lhes, mais amplamente eles continuaram a proclamá-la. Eles eram totalmente surpreso, dizendo: "Ele tem feito bem todas as coisas; Ele faz até os surdos ouvirem e os mudos falarem "(7: 36-37).

    Sem dúvida, a reação do homem foi um dos alegria exuberante. Naturalmente, seu impulso imediato foi para dizer a todos o que aconteceu. Mas Jesus instruiu ele e seus amigos para manter a calma, uma imensa restrição à luz de tal experiência. No entanto, Ele deu-lhes ordens para não contar a ninguém.

    Encomendas (do grego diastellomai ) refere-se a um comando. Que Jesus ordenou este homem para permanecer em silêncio pode parecer estranho, não só porque ele tinha acabado de lhe dar a capacidade de falar, mas também porque o Senhor tinha dito anteriormente o endemoninhado Garasene para fazer exatamente o oposto:

    Ele lhe disse: "Vá para casa para o seu povo e que lhes transmitam as grandes coisas que o Senhor tem feito por você, e como teve misericórdia de ti." E ele foi e começou a proclamar em Decápolis quão grandes coisas Jesus tinha feito para ele; e todo mundo ficou surpreso. (Marcos 5:19-20)

    Alguém poderia perguntar por que Jesus instruiu o ex-endemoninhado para espalhar a notícia sobre Ele toda a região de Decápolis e mais tarde disse ao ex-homem surdo para manter a calma. Houve uma diferença importante. O ex-endemoninhado foi o primeiro missionário a essa área Gentil. Mas agora, em grande parte, através de seu testemunho, a notícia sobre o poder milagroso de Jesus era bem conhecido em toda a região, resultando em euforia generalizada. A situação atingiu proporções épicas devido ao entusiasmo desenfreado das multidões pesadas. Como na Galiléia, o Senhor não tinha vontade de adicionar combustível para o fogo de suas expectativas inerentemente materialistas e políticos sobre Ele (conforme Jo 6:15).

    Jesus emitido comandos semelhantes em outras vezes também (conforme Mt 8:4; Mt 12:16; Mt 17:9, Mc 1:34, Mc 1:44; Mc 3:12; Mc 5:43; Mc 7:36 ; Mc 8:26, Mc 8:30; Mc 9:9; Lc 9:21). Em certas ocasiões, o Senhor insistiu em silêncio porque sabia que o relatório seria ampliar o fervor entusiástico das multidões, que só iria dificultar Seu ministério (conforme Mc 1:40-45; João 6:14-15). Como mencionado acima, que era provável parte de preocupação de Jesus, nesta ocasião, uma vez que grandes multidões já estavam migrando para Ele na Decápole (conforme Marcos 8:1-10). Em outros momentos, a ordem de mordaça serviu como um ato de juízo sobre os incrédulos por obscurecer a verdade para aqueles que tinha rejeitado de forma permanente (conforme Lc 9:21).

    No entanto, a principal razão Jesus insistiu repetidamente sobre esse tipo de silêncio é encontrado em Marcos 8:30-31. Depois de Seus discípulos identificado como Messias e Filho de Deus (v 29;.. Conforme Mt 16:18) ", Ele lhes advertiu que a ninguém contassem sobre Ele. E começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e os escribas, e ser morto, e depois de três dias ressuscitaria. "Sabendo que sua missão terrena não seria realizado até depois de sua morte e ressurreição, Jesus instruiu até mesmo os próprios discípulos de permanecer em silêncio até depois que a história estava completa. Muitos quem Ele curou conheciam apenas como um fazedor de milagres, mas Jesus tinha vindo para um propósito muito mais gloriosa (conforme Lc 19:10).Uma mensagem que destacou apenas Suas curas milagrosas seria inadequada. A mensagem completa sobre Ele deve incluir a verdade de que "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Cor. 15: 3-4 ).

    Cientes da sua euforia incontida, o Senhor repetiu Sua instrução, mas o mais Ordenou-lhes, mais amplamente eles continuaram a proclamá-la. Apesar de seus mandamentos repetidas, o homem e seus amigos, incapaz de conter sua alegria, mostrou desobediente. Ironicamente, apesar de Jesus curava as orelhas, o homem se recusou a ouvir as instruções do Senhor. É provável que a admoestação de Jesus também foi destinado a espectadores no meio da multidão que testemunharam este milagre impressionante. Os discípulos devem ter se perguntado por isso também que Jesus iria emitir tal comando. Mesmo que eles só mais tarde veio a entender a história completa de Jesus "Sua morte e ressurreição, incluindo o trabalho (conforme Mc 9:32; Lc 9:45; Lc 18:34; Lc 12:16 João).

    Ao ver os prodígios que ele fez, incluindo a transformação deste homem surdo, as pessoas na multidão eram totalmente espantado. A palavra totalmente vem do termo grego huperperissōs , que significa "excessivamente", "acima de tudo medida", ou "superabundante. " Surpreendido traduz uma forma de a palavra ekplessō , que significa "a ser atingido com espanto" ou, coloquialmente, "a ser apagado da mente." As pessoas eram completamente boquiaberto e incapaz de se conter. Assim, apesar de a instrução de Jesus em contrário, eles também espalhar a palavra em todos os lugares.

    Em seu entusiasmo, o povo exclamou: Ele fez bem todas as coisas. Ele faz até os surdos ouvir e os mudos falar. O advérbio bem traduz a palavra grega Kalos, que significa "com razão", "corretamente", ou "de forma adequada." As pessoas estavam comentando sobre a perfeição de seus milagres. Ele fez o cego ver, os coxos andam, os surdos ouvirem e os mudos falarem. A sua recuperação foi imediata, e sua recuperação completa. Curas de Jesus nunca falhou; eles eram perfeitos o tempo todo.

    A palavra mudo vem da palavra grega alalos , ou seja, o termo é usado apenas três vezes nos Evangelhos, tudo em Marcos "sem fala." (conforme 7:37; 9:17, 25). Mais cedo, no versículo 32, Marcos usou uma palavra ainda menos comum para descrever a condição deste homem. A frase "falava com dificuldade" traduz uma forma da palavra grega mogilalos , ocorrendo somente aqui no Novo Testamento.Significativamente, essa mesma palavra ocorre apenas uma vez na Septuaginta (a antiga tradução grega do Antigo Testamento) em Isaías 35. Esta passagem profética descreve as maravilhas do reino milenar futuro quando Cristo voltar para reinar sobre a terra: o deserto florescerá com belas flores (vv. 1-2), Israel e as nações vizinhas verá a glória do Senhor Deus (v. 2), a fraca e frágil serão incentivados (3 v.), e os inimigos de Deus serão julgados e o justos salvos (v. 4). Nesse contexto, Isaías escreve: "Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então o coxo saltará como um cervo, ea língua do mudo gritará de júbilo "(vv. 5-6). A palavra "mute" (a partir da palavra hebraica ' illem ) é traduzido por uma forma da palavra grega mogilalos na Septuaginta. Ao usar esse mesmo termo raro, Marcos ligado seu relato com a profecia de Isaías 35. As curas que Jesus realizou, como a cura de um surdo com um impedimento de fala grave, foram previews das glórias de seu futuro reino messiânico, quando a morte e doença será muito diminuída (conforme Is 29:18; Is 30:23; 32: 14-15.; Is 65:20).

    Isaías 35:8-10 continua sua descrição do reino milenar com uma imagem bonita dos redimidos que vai morar lá:

     

    A estrada vai estar lá, uma estrada,
    E ele será chamado pelo caminho da santidade.
    O imundo não vai viajar nele,
    Mas vai ser para ele que anda desse jeito,
    E os tolos não vai passear nele.
    No leão vai estar lá,
    Nem todos os animais vicioso subir nele;
    Estes não serão encontrados lá.
    Mas os redimidos andarão por ele,
    E os resgatados do Senhor voltará
    E vêm com júbilo a Sião:
    Com eterna alegria sobre as suas cabeças.
    Eles vão encontrar alegria e gozo,
    E a tristeza eo gemido fugirão.

     

    Enquanto as pessoas que Jesus curou fisicamente durante Seu ministério tinham razão para se alegrar, sua exuberância momentânea não se pode comparar com as alegrias eternas que esperam por aqueles que Ele salvou espiritualmente e para quem Ele prometeu corpos glorificados eternos (conforme João 11:25-26; 1 Cor. 15: 20-28, 35-56). Durante o reino milenar (conforme Ap 20:1-6) e, em seguida, para sempre na nova terra (conforme Ap 21:1-22: 5), os remidos exultar com a maravilha de sua salvação concluída.

    Ao curar doenças temporais, o Senhor Jesus apontou as pessoas para algo maior: a esperança de vida eterna (conforme Jo 5:40; Jo 6:35; Jo 10:10; 17: 2-3). Através dele, o perdão do pecado e da reconciliação com Deus estão disponíveis para todos os que crêem no evangelho, sejam judeus ou gentios (conforme Rm 1:16; 2 Cor 5:... 20-21; Gl 3:28). Jesus é infinitamente mais do que um fazedor de milagres e o maior mestre.Ele é o único Salvador (Jo 14:6) que morreu para pagar a pena para o pecado (conforme Is 53:1; 13 51:2-14'>Colossenses 2:13-14; 1Pe 3:181Pe 3:18) e levantou-se vitoriosamente para demonstrar o Seu poder sobre a morte (conforme At 2:24; At 17:31; Rm 8:11; 1 Cor. 15: 20-22., 54-56). Aqueles que se arrependem e crêem nEle Salvadora experimentará o Seu poder de dar vida para toda a eternidade (conforme Jo 4:14; Jo 7:38; Ap 7:17; Ap 21:6; At 15:9; Tito 3:4-7.). Fisicamente, seus corpos, um dia, ser ressuscitado, para nunca mais experimentar doença ou decadência de novo (conforme João 5:28-29; 1 Cor 15: 42-56; 2 Cor. 5: 1-4.; Ap 21:4; 19: 1-6; 22: 3-4).


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 7 do versículo 1 até o 37

    Marcos 7

    Puro e impuro — Mar. 7:1-4

    As leis de Deus e as regras dos homens — Mar. 7:5-8

    Uma regulamentação iníqua — Mar. 7:9-13

    A verdadeira contaminação — Mar. 7:14-23

    Predição de um mundo para Cristo — Mar. 7:24-30

    Fazendo bem todas as coisas — Mar. 7:31-37

    PURO E IMPURO

    Mc 7:14

    A diferença e a discussão entre Jesus e os fariseus e os doutores da Lei que nos relata este capítulo são de suma importância, porque nos mostram a própria essência e o coração da divergência entre Jesus e os judeus e os judeus ortodoxos de seus dias.
    A pergunta que se coloca é: Por que Jesus e seus discípulos não observam a tradição dos anciões? Qual era essa tradição e qual o espírito que a informava? Originalmente, para os judeus a Lei significava duas coisas: primeiro e sobretudo, os Dez Mandamentos, e segundo, os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, conhecidos como o Pentateuco.
    Agora, é certo que o Pentateuco contém uma certa quantidade de regulamentações e instruções detalhadas; mas em questões morais o que se estabelece é uma série de grandes princípios morais que se deve interpretar e aplicar se for o caso.

    Durante muito tempo os judeus se conformaram com isso. Mas nos séculos 4 e V antes de Cristo apareceu uma classe de peritos legais que conhecemos como os escribas. Estes não se conformavam com os grandes princípios morais; tinham o que se pode chamar uma paixão pela definição. Queriam que esses grandes princípios fossem expandidos, amplificados, esmiuçados até dar lugar a milhares e milhares de pequenas regras e regulamentações que governavam toda ação e toda situação possíveis na vida. A vida já não seria governada por princípios, e sim por regras e regulamentos.
    Estas regras e estes regulamentos nunca foram escritos até muito tempo depois da época do Jesus. São o que se denomina a Lei oral; esta era a tradição dos anciãos. A palavra anciãos nesta frase não significa os chefes da sinagoga, mas sim os grandes doutores da Lei de tempos passados, como Hillel e Shammai. Muito depois, no século III depois de Cristo, redigiu-se por escrito um resumo de todas essas regras e regulamentos, que é o que se conhece atualmente como a Mishnah.

    Nesta passagem surgem dois aspectos destas regras e regulamentações dos escribas. Um é o referente à lavagem das mãos. Os escribas e fariseus acusavam os discípulos de Jesus de comer com as mãos sem lavar. A palavra grega é koinos. O significado de koinos é comum; mas também descreve algo que é ordinário no sentido de não ser sagrado, algo que é profano, em oposição ao sagrado; e finalmente, descreve, como neste caso, algo que é cerimonialmente impuro e inepto para o serviço e o culto de Deus. Havia regras rígidas e definidas para a lavagem das mãos.

    Note-se, entretanto, que esta lavagem não tinha nada que ver com a higiene; tratava-se de uma limpeza cerimonial. Antes de cada comida, e entre um prato e outro, era necessário lavar as mãos, e isso devia fazer-se de certa maneira estipulada. Para começar, as mãos deviam estar limpas de toda capa de areia ou terra, ou algo por estilo. A água para a lavagem devia guardar-se em grandes cântaros especiais de pedra, de modo que ela estivesse limpa em sentido cerimonial, e de modo que existisse a garantia de que não se empregaria para nenhum outro propósito, e que não tinha caído nada nela nem se mesclou com nada. Primeiro, as mãos deviam colocar-se com as pontas dos dedos apontando para cima; a água se vertia sobre eles de modo que se deslizasse ao menos até o punho a quantidade mínima de água era um quarto de log, que equivale a uma casca e meia de ovo cheia. Enquanto as mãos estavam ainda molhadas, cada uma devia ser esfregada com o punho da outra; esfregava-se o punho de uma mão contra a palma e o dorso da outra. Isto significava que nesta etapa as mãos estavam molhadas; mas essa água em si mesma era impura por haver tocado mãos sujas. Assim, em segundo lugar, as mãos deviam ser postas com os dedos apontando para baixo e verter neles água do punho, para que corresse até as pontas dos dedos. Depois de feito tudo isto, as mãos estavam limpas.

    Agora, note-se que, para os judeus, o não fazer isto significava não ser culpados de más maneiras, nem estar sujos no sentido físico, e sim ser impuros aos olhos de Deus. quem comia com as mãos sem lavar estava sujeito aos ataques de um demônio chamado Shibta. O omitir esta lavagem de mãos expunha a pessoa à pobreza e à destruição. O pão comido com mãos impuras, não era melhor que excrementos.
    Um rabino que uma vez omitiu a cerimônia foi sepultado em excomunhão. Outro rabino, encarcerado pelos romanos, usou a água que lhe davam para estes lavados em lugar de bebê-la e no fim quase morreu de sede, pois estava decidido a observar as regras para o lavamento das mãos antes que saciar a sede.
    Isto era a religião para fariseus e escribas. Rituais, cerimônias, regras e regulamentações como estas era o que se considerava a essência do serviço de Deus. A religião ética estava sepultada debaixo de uma massa de tabus e regras e regulamentações.

    Os últimos versículos da passagem abundam nesta concepção da impureza. Uma coisa podia estar perfeitamente limpa no sentido comum, mas ser imunda no sentido legal. Algo desta concepção da impureza se encontra no Levítico, caps. Mc 11:1 ao 15, e em Números 19. Hoje em dia falaríamos de coisas que são tabu em vez de imundas. Certos animais eram considerados imundos (Levítico 11). Uma mulher depois do parto era imunda; um leproso era imundo; qualquer que tocasse um cadáver era imundo. E qualquer que estivesse assim imundo convertia em imundo tudo o que tocasse. Um gentio era imundo; os mantimentos tocados por um gentio eram imundos; qualquer vasilha tocada por um gentio era imunda. De modo que quando um judeu estrito voltava do mercado inundava todo seu corpo em água limpa para tirar qualquer mancha que tivesse podido adquirir.

    Evidentemente, as vasilhas podiam tornar-se facilmente imundas. Podiam ser tocadas por uma pessoa imunda ou conter mantimentos imundos. É a isto que se refere nossa passagem com o lavamento de copos e jarros e utensílios de metal. Na Mishnah há não menos de doze dissertações sobre esta classe de imundície. Um copo fundo feito de barro podia contrair a impureza por dentro mas não por fora; quer dizer, não importava o que ou quem o tocasse por fora, mas importava o que o tocava por dentro. Se ficasse imundo se teria que rompê-lo e esmiuçá-lo de modo que não ficasse um pedaço suficientemente grande para conter azeite suficiente para ungir o dedo menino do pé. Um prato raso sem borda não podia converter-se em imundo, mas se tinha borda, sim. Se os copos feitos de couro, osso ou vidro são rasos não podem contrair imundície alguma; se forem fundos podem ficar imundos por dentro e por fora. Se forem imundos, devem ser quebrados; e a ruptura deve ser um buraco suficientemente grande para que passe por ele uma granada de tamanho médio. Os copos de barro para ser curados da impureza devem ser quebrados; outras vasilhas devem ser inundadas, fervidas, purgadas por fogo — no caso de vasilhas de metal — e polidas. Uma mesa de três pernas pode contrair imundície; se perder uma ou duas das pernas, já não pode; se perder as três pernas, pode, porque então pode será usada como um tabuleiro e um tabuleiro pode converter-se em imundo. As coisas feitas de metal podem tornar-se imundas, exceto uma porta, um ferrolho, uma fechadura, uma dobradiça, um arame e uma canaleta. A madeira incorporada em utensílios de metal pode tornar-se imunda; mas não o metal dos mesmos. Meu uma chave de madeira com dentes de metal pode converter-se em imunda; mas uma chave de metal com dentes de madeira, não. E também o leito. Leito, em segunda acepção é banco, que no Oriente se usava como mesa.

    Detivemo-nos bastante sobre estas leis dos escribas, esta tradição dos anciões, porque é contra isto que Jesus estava. Para os escribas e fariseus estas regras e regulamentações eram a essência da religião. Observá-la era agradar a Deus; quebrantá-las era pecar. Esta era sua idéia da bondade e do serviço de Deus. No sentido religioso, Jesus e essas pessoas falavam diferentes idiomas. Precisamente porque Ele não queria saber nada de todas essas regras era que o consideravam um homem mau. Aqui há uma brecha fundamental: a brecha entre o homem que vê a religião como ritual, cerimonial, regras e regulamentos, e o que vê nela o amor a Deus e o amor a seus semelhantes.

    Na próxima passagem se desenvolverá isto; mas está claro que a idéia que Jesus tinha da religião e a dos escribas e fariseus não tinham nada em comum.

    AS LEIS DE DEUS E AS REGRAS DOS HOMENS

    Marcos 7:5-8

    Os escribas e fariseus viram que os discípulos de Jesus não observavam as minúcias da tradição e o código da Lei oral acerca do lavamento das mãos antes e durante as refeições, e perguntaram por que Jesus começou citando uma passagem do Is 29:13. Ali Isaías acusa ao povo de seus dias de honrar a 'Deus' com os lábios enquanto seus corações realmente estavam longe Do. Em princípio, Jesus acusou aos escribas e fariseus de duas coisas.

    (1) Acusou-os de hipocrisia. A palavra hypokrites tem uma história interessante e reveladora. Começa significando simplesmente alguém que responde; passa a significar logo o que responde em um diálogo ou uma conversação estabelecidos, quer dizer, um ator teatral, e finalmente significa, não simplesmente um ator em cena, a não ser alguém cuja vida é uma atuação sem nenhuma sinceridade. Aquele para quem a religião é algo legal, para quem a religião significa levar a cabo certas regras e regulamentações, para quem a religião está inteiramente relacionada com a observância de certo número de tabus, no fim de contas tem que resultar, neste sentido, um hipócrita. A razão disto está em que crê que é um bom homem se levar a cabo as práticas e atos exteriores corretos, não importa o que sejam seu coração e seus pensamentos.

    Voltando ao caso do judeu legalista dos dias de Jesus, no íntimo de seu coração podia aborrecer a seu próximo, podia estar cheio de inveja e ciúmes e de oculta amargura e orgulho; mas isso não importava, enquanto lavasse as mãos corretamente e observasse corretamente as leis a respeito da pureza e a impureza. O legalismo leva em conta as ações externas do homem; mas não leva em conta absolutamente seus sentimentos íntimos. Pode estar servindo a Deus meticulosamente nas coisas exteriores, e ao mesmo tempo desobedecendo-o flagrantemente nas coisas interiores, e isso é hipocrisia.
    O maometano deve orar a Deus certo número de vezes por dia. Para fazê-lo, leva consigo sua esteira de oração; onde quer que esteja, desenrola sua esteira, cai de joelhos sobre ela, diz suas orações e segue seu caminho. Conta-se de um maometano que ia perseguindo a outro, faca em mão, para assassiná-lo. Justo nesse momento soou o chamado à oração, imediatamente se deteve, estendeu sua esteira de oração, ajoelhou-se, rezou sua oração o mais rápido possível, e logo se levantou e prosseguiu sua perseguição homicida. A oração foi simplesmente uma fórmula e um ritual, e uma observância externa, simplesmente o correto interlúdio na carreira do assassinato.
    Não há perigo religioso maior que o perigo de identificar a religião com a observância externa. Não há engano religioso mais comum que o de identificar a bondade com certos atos chamados religiosos. Ir à igreja, ler a Bíblia, contribuir financeiramente, até as orações estabelecidas não fazem de alguém homem bom. A questão fundamental é como está seu coração com respeito a Deus e a seus semelhantes. E se, em seu coração há inimizade, amargura, cobiças, orgulho, todas as observâncias religiosas do mundo não farão dele outra coisa senão um hipócrita.
    (2) A segunda acusação que Jesus lançou implicitamente contra aqueles legalistas foi que substituíam as leis da voz de Deus pelos esforços do engenho humano. Porque em sua direção para a vida não dependiam de ouvir a Deus; dependiam de escutar os engenhosos argumentos e debates, as finas sutilezas e as hábeis interpretações dos peritos legais. A sutileza nunca pode ser base da verdadeira religião. A verdadeira religião nunca pode ser produto da mente do homem. A verdadeira religião deve proceder sempre, não dos engenhosos descobrimentos do homem, e sim simplesmente de ouvir e aceitar a voz de Deus.

    UMA REGULAMENTAÇÃO INÍQUA

    Marcos 7:9-13

    É muito difícil descobrir o significado exato desta passagem. Gira em torno da palavra Corbã, e pareceria que esta palavra realmente passou por duas etapas em sua significação no uso judeu.

    (1) A palavra significa presente, dom. Era empregada para descrever algo que estava especialmente dedicado a Deus. Uma coisa que era Corbã era como se já tivesse sido colocada sobre o altar. Quer dizer, estava completamente separada de todos os propósitos e usos ordinários e se tornava propriedade de Deus. Se alguém queria dedicar algo de seu dinheiro ou sua propriedade a Deus, declarava-o Corbã, e depois já não podia ser empregado para nenhum propósito comum ou secular. Parece que, já nesta etapa, a palavra podia prestar-se a usos muito sagazes.

    Por exemplo, um credor podia ter um devedor que se negava a pagar ou tardava o pagamento. O credor podia dizer então: "O que me deve é Corbã", quer dizer: "O que me deve está consagrado a Deus." Desde esse momento o devedor deixava de estar em dívida com seu semelhante e começava a estar em dívida com Deus, o que era muito mais grave. E o credor bem poderia descarregar sua parte na questão fazendo uma pequena doação simbólica ao templo, e guardando o resto. Em todo caso, o introduzir a idéia do Corbã neste tipo de dívidas era um modo de chantagem religiosa, que transformava uma dívida ao homem em uma dívida a Deus.

    Ao que parece, a idéia do Corbã já era suscetível de abusos. Se esta for a idéia que há por trás desta passagem, significaria que alguém declarou Corbã sua propriedade, consagrada e dedicada a Deus, como colocada sobre o altar, e logo quando seu pai ou sua mãe, em um momento de necessidade vai a ele em busca de ajuda, ele diz: "Sinto muito, mas não posso lhe ajudar porque nada do que tenho pode usar-se em seu favor, pois está dedicado a Deus." O voto se convertia em uma desculpa ou uma razão para evitar ajudar a um pai em necessidade. O voto que alegava o escriba em realidade implicava a violação de um dos Dez Mandamentos, que são a verdadeira lei de Deus.

    (2) Parece que chegou um momento em que a palavra Corbã se converteu em um juramento muito mais comum. Quando alguém declarava Corbã uma coisa, alienava-a totalmente, e a separava da pessoa com quem estava falando. Podia-se dizer: "Corbã tudo aquilo com o qual pudesse me aproveitar" e com isso se obrigava a não tocar, gostar, ter ou manipular algo que possuísse a pessoa assim aludida. Ou poderia dizer: "Corbã tudo aquilo com que eu poderia aproveitar em seu favor", e ao dizer assim se obrigava a não ajudar ou beneficiar a pessoa aludida com nada que fora de sua pertença.

    Se este for o uso a que se faz referência aqui, a passagem significa que em alguma ocasião, talvez em um acesso de ira ou rebelião, o homem havia dito a seus pais: "Corbã tudo aquilo com o qual pudessem ser ajudados por mim", e que depois, embora se arrependesse de seu precipitado juramento, os legalistas escribas declaravam que era inquebrantável e que nunca mais poderia emprestar nenhuma ajuda a seus pais. Seja qual for o caso e não é possível ter nenhuma certeza, o certo é que havia casos em que o cumprimento estrito da Lei dos escribas fazia impossível o cumprimento da Lei dos Dez Mandamentos.

    Jesus estava atacando um sistema que punha as regras e regulamentações acima dos reclamos da necessidade humana. O mandamento de Deus era que as reclamações do amor e os vínculos humanos deviam ser o primeiro; o mandamento dos escribas era que deviam ir primeira as reclamações das regras e regulamentações legais. Jesus estava seguro de que qualquer regra ou regulamento que impedisse alguém de prestar ajuda quando necessária, era nada menos que uma contradição da Lei de Deus. Devemos tomar cuidado para não permitir jamais que as regras e regulamentações paralisem as reclamações da caridade e o amor. Nada que nos impeça ajudar a um semelhante pode ser jamais uma norma aprovada por Deus.

    A VERDADEIRA CONTAMINAÇÃO

    Marcos 7:14-23

    Embora agora pode não parecer assim, muito provavelmente esta passagem foi originalmente a mais revolucionário do Novo Testamento. Jesus tinha estado disputando com os eruditos na Lei sobre diferentes aspectos da Lei tradicional. Tinha apontado que os complicados lavamentos de mãos careciam de importância. Tinha mostrado como a rígida adesão à Lei tradicional podia significar em realidade desobedecer a Lei de Deus. Mas aqui diz algo mais assombroso ainda. Declara que nada que entra no homem pode contaminá-lo, visto que só é recebido pelo corpo e este se desembaraça disso pelos meios fisiológicos normais. Agora, nenhum judeu cria isso, nem ainda o crê nenhum judeu ortodoxo. Em Levítico 11 aparece uma longa lista de animais imundos, que não podem usar-se na alimentação.

    A seriedade com que isto se tomava se pode ver em mais de um incidente na época dos Macabeus. Naquele então, o rei da Síria, Antíoco Epifanes, havia resolvido extirpar a fé judia. Uma das coisas que exigiu foi que os judeus comessem carne de porco, mas morreram centenas deles antes que fazer tal coisa. "Morreram também muitos israelitas que com integridade e coragem se negaram a comer coisa impura, preferindo a morte antes que poluir-se com aquela comida e profanar a aliança Santa" (1 Macabeus 1:62-63). No Segundo Livro do Macabeus (cap. Mc 7:1) se relata a história de uma viúva e seus sete filhos, a quem ele quis obrigar a comer carne de porco. Eles se negaram. À maior lhe cortaram a língua e as extremidades dos membros, e o assaram vivo em uma frigideira depois de lhe arrancar o couro cabeludo; ao segundo lhe arrancaram o couro cabeludo e o submeteram ao mesmo suplício; um por um foram torturados até a morte, enquanto sua anciã mãe presenciava os torturas e os animava; morreram antes que comer o que para eles era imundo.
    Diante disso fez Jesus esta revolucionária declaração de que nada do que entra no homem pode fazê-lo imundo. Com um gesto estava apagando as leis pelas quais os judeus tinham sofrido e tinham morrido. Não é estranho que os discípulos estivessem assombrados. O que em realidade quis dizer Jesus é que as coisas não podem ser imundas nem limpas em nenhum sentido realmente religioso do termo. Só as pessoas podem realmente ser contaminadas; e o que contamina a pessoa são suas ações, que são produto de seu próprio coração. Esta doutrina era nova e bombasticamente nova. Os judeus tinham, e têm ainda, todo um sistema de coisas puras e impuras. Com um pronunciamento terminante Jesus declarou tudo isso sem importância, afirmando que a impureza não tem nada que ver com o que alguém introduza em seu corpo, e sim exclusivamente com o que sai de seu coração.
    Vejamos as coisas que Jesus enumera como as que saem do coração e poluem ao homem.
    Começa com os maus pensamentos (dialogismoi). Todo ato pecaminoso externo é precedido por um ato interno de decisão; portanto, Jesus começa com o mau pensamento do qual procede a má ação.

    *

    Logo vêm as fornicações (porneiai); mais adiante mencionará os adultérios (moiqueiai); mas a palavra fornicações é muito ampla — significa toda classe de vício sexual.

    Logo seguem os furtos (klopai). Em grego há duas palavras para designar a um ladrão: kleptes e lestes. Lestes é um bandoleiro; Diabinho era um lestes (Jo 18:40) e um bandoleiro pode ser um homem muito valente, embora fora da lei. Kleptes é um ladrão; Judas era um ladrão quando subtraía da bolsa (Jo 12:6). Um kleptes é um ladrão enganoso e desprezível, que não tem sequer uma certa audácia galante que deve ter um bandoleiro.

    Barclay segue a ordem do texto grego que traduz diretamente, que é também o da Bíblia em inglês e o da Bíblia de Jerusalém.

    Logo na lista vêm assassinatos e adultérios, e seu significado é claro. Logo vêm as avarezas (VM, cobiças) (pleonexiai). Pleonexia vem de duas palavras gregas que significam ter mais. Tem sido definido como o maldito amor ao ter; "o espírito que arrebata o que não é correto ter", "o funesto apetite do que pertence a outros". É o espírito que se apodera das coisas, não para as acumular, como o avarento, a não ser para as gastar em lascívias luxos. Cowley a define como "o voraz apetite de lucro, não pelo ganho em si, mas sim pelo prazer de dilapidá-la imediatamente através de todos os canais do orgulho e o luxo". Não é o afã de dinheiro e coisas, inclui o desejo de poder e a insaciável concupiscência da carne. Platão disse: "O desejo do homem é como uma peneira ou um copo perfurado que tenta encher mas nunca pode." Pleonexia é esse afã de ter que está no coração do homem que vê a felicidade nas coisas e não em Deus.

    Seguem as maldades. Em grego há duas palavras para mau: kakos, que descreve algo que é mau em si mesmo, e lhes pôr que descreve uma pessoa ou uma coisa que é ativamente má. O recipiente térmico que aqui se usa é poneriai. O homem que é poneros é aquele em cujo coração há o desejo de fazer o mal. É, como diz Bengel, "instruído em todos os creme e completamente equipado para infligir o mal sobre qualquer". Jeremy Taylor descreve esta poneria como a "aptidão para jogar sujo, para deleitar-se nos males e tragédias; amar o incomodar a nosso próximo e causar-lhe dificuldades; aborrecimento, perversidade e mau gênio em nossas relações". A poneria não só corrompe ao homem que a padece, corrompe também os que a ouvem. Poneros — o Maligno — é o título de Satanás. O pior dos homens, que faz a obra de Satanás, é o homem que, sendo ele próprio mau, faz a outros tão maus quanto ele.

    Logo segue dolos, que se traduz engano (BJ, fraude). Vem de uma palavra que significa ceva. Emprega-se, por exemplo, para uma armadilha para ratos. Quando os gregos estavam sitiando a Tróia e não podiam conseguir entrar na cidade, enviaram aos troianos o presente de um grande cavalo de madeira, como se fosse um sinal de boa vontade.

    Os troianos abriram suas portas e o introduziram na cidade. Mas o cavalo estava cheio de gregos que durante a noite saíram e semearam a morte e a devastação na Tróia. Isso exatamente é dolos. Dolos é um proceder matreiro, ardiloso, enganoso e traiçoeiro.

    Vem logo na lista a lascívia (VM, luxúria) (aselgeia). Os gregos definiam a aselgeia como "uma disposição da alma que rechaça toda disciplina", como "um espírito que não reconhece restrições, se lança a tudo o que seu capricho e desenfreada insolência lhe sugerem". A grande característica do homem que é culpado de aselgeia é que perdeu toda decência e vergonha. O homem mau pode ocultar seu pecado, e sempre buscará ocultá-lo, mas o homem que tem aselgeia peca sem escrúpulo e nunca vacila em escandalizar a seus semelhantes. Jezabel foi o exemplo clássico de aselgeia quando edificou em Jerusalém, a Cidade Santa, um altar pagão. A inveja é literalmente o olho mau, o olho que olhe o êxito e a felicidade de outro de maneira tal que se pudesse lhe jogaria uma maldição.

    Logo vem a maledicência. A palavra é blasfêmia (VM.). Quando este termo se refere a palavras contra o homem, significa calúnia; quando se refere a palavras contra Deus, é blasfêmia. Significa insultar ao homem ou a Deus.

    Segue a soberba (hyperefania). A palavra grega significa literalmente "alguém mostrar-se por cima". Descreve a atitude do homem que "tem certo desprezo por todos, menos por si mesmo". O interessante desta palavra, no uso que os gregos lhe davam, é que descreve uma atitude que pode não fazer-se pública jamais. Pode ser que alguém, no íntimo de seu coração, esteja sempre comparando-se com os demais. Até pode aparentar humildade, mas em seu foro íntimo ser soberbo. Às vezes, certamente, a soberba é evidente. Os gregos tinham uma lenda sobre isto. Diziam que os Gigantes, os filhos do Tártaro e Ge, em sua soberba, tentaram alvoroçar o céu e foram expulsos por Hércules. Isso é hyperefania. É levantar-se contra Deus; é "invadir as prerrogativas de Deus". Por isso foi chamada "o cúmulo de todos os vícios", e é por isso que "Deus resiste aos soberbos" (Jc 4:6).

    Finalmente, vem a insensatez (afrosune). Isto não significa a insensatez devida a debilidade intelectual e falta de cérebro; significa insensatez moral. Descreve, não o homem desprovido de miolo, e sim o que, como dizemos, se faz de louco.

    É uma lista verdadeiramente terrível a que Jesus apresenta das coisas que saem do coração humano. Quando entramos em analisá-la não podemos evitar que nos percorra um estremecimento. Entretanto, convoca-nos, não a um afastamento desdenhoso dessas coisas, e sim a um honrado exame de nossos corações.

    PREDIÇÃO DE UM MUNDO PARA CRISTO

    Marcos 7:24-30

    Quando se estuda este incidente contra seu pano de fundo e em suas implicações, converte-se em um dos mais comovedores e extraordinários incidentes da vida de Jesus.
    Vejamos, primeiro, a geografia do incidente. Tiro e Sidom eram cidades de Fenícia, e Fenícia era parte da Síria. Estendia-se ao norte do Carmelo ao longo da planície costeira. Fenícia, era a que se interpunha entre a Galiléia e o mar. Como disse Josefo: Fenícia "cercava a Galiléia". Tiro estava a uns sessenta e cinco quilômetros a Noroeste de Cafarnaum. Seu nome significa A Rocha. Era assim chamava porque fora da borda jazem duas grandes rochas unidas por um recife de mil metros de comprimento. Isto formava um quebra-mar natural e Tiro era um dos grandes portos naturais do mundo dos tempos mais antigos.

    As rochas não só formavam um quebra-mar, mas também uma defesa, e Tiro era não só um porto famoso; também era uma famosa fortaleza. De Tiro e Sidom saíram os primeiros marinheiros que se guiariam pelas estrelas. Até que os homens aprendessem a guiar-se pelas estrelas, as embarcações tinham que seguir a costa e deter-se durante a noite; mas os marinheiros fenícios circunavegaram o Mediterrâneo e conseguiram entrar através das Colunas do Hércules até chegar às ilhas britânicas e as minas de estanho de Cornwallis. Bem pode ser que em suas aventuras tivessem circunavegado a África.

    Sidom estava a uns quarenta e dois quilômetros ao Nordeste de Tiro e a cem quilômetros ao norte do Cafarnaum. Como Tiro, tinha um quebra-mar natural e sua origem como porto e cidade era tão antigo que ninguém sabia quem a tinha fundado.
    Embora as cidades fenícias eram parte da Síria, todas eram independentes e eram rivais. Tinham seus próprios reis, seus próprios deuses e sua moeda própria. Exerciam uma autoridade suprema dentro de um raio de vinte ou trinta quilômetros. Exteriormente, a davam para o mar; e no interior, para Damasco; e a elas afluíam os navios do mar e as caravanas de muitas regiões. No final Sidom perdeu seu comércio, que passou às mãos de Tiro, e ao perder sua grandeza caiu em uma degeneração desmoralizada. Mas o nome dos marinheiros fenícios será sempre famoso como o dos homens que primeiro se guiaram em sua rota pelas estrelas.

    1. Assim, pois, a primeira coisa importante que achamos aqui é que Jesus está em território gentio. Será por acaso que este incidente aparece aqui? O incidente anterior mostra Jesus apagando as distinções entre mantimentos limpos e imundos. Pode ser que aqui o tenhamos apagando simbolicamente a diferença entre pessoas limpas e imundas? Os judeus, da mesma maneira que não contaminariam seus lábios com mantimentos proibidos, tampouco contaminariam sua vida pelo contato com os gentios imundos. Bem pode ser que Jesus esteja dizendo por implicação que os gentios não são imundos, e sim que eles também tiverem lugar no Reino. Jesus deve ter chegado a esta região tão ao norte para procurar um alívio momentâneo das armadilhas a que estava submetido por toda parte em sua terra. Fazia tempo que os escribas e fariseus o tinham apontado como pecador, porque quebrava suas regras e regulamentos. Herodes o tinha considerado como uma ameaça. O povo de Nazaré o tinha tratado com uma escandalizada desconsideração. A hora chegaria em que enfrentaria a seus inimigos com um flamejante desafio, mas essa hora ainda não tinha chegado. Antes que chegasse, Ele buscaria a paz e a quietude do retiro, e nesse afastamento da inimizade dos judeus pôs as bases do reino dos gentios. É o prenúncio de toda a história do cristianismo. O rechaço dos judeus se converteu na oportunidade dos gentios.
    2. Mas há algo mais. Idealmente, essas cidades fenícias eram parte do reino de Israel. Quando, sob Josué, a terra foi repartida entre as tribos, a Aser lhe tocou uma porção “até à grande Sidom... e até à forte cidade de Tiro” (Josué 19:28-29). Nunca tinham conseguido subjugar esse território, e nunca tinham entrado nele. Não é isto também simbólico?

    Onde o poder das armas tinha sido impotente, o amor de Jesus Cristo tinha obtido uma vitória. O Israel terrestre não tinha conseguido abranger o povo de Fenícia, agora tinha aparecido sobre eles o verdadeiro Israel. Não era uma terra estranha a que Jesus tinha ido; era uma terra que muito antes Deus lhe tinha dado como sua. Não estava tanto entre estrangeiros, como em sua própria herança.

    1. O próprio relato deve ser lido com critério. A mulher acudiu solicitando a ajuda de Jesus para sua filha. A resposta de Jesus foi que não é lícito tomar o pão dos filhos e dá-lo aos cães. À primeira vista é uma expressão chocante. O cão não era o apreciado guardião que é hoje. Mais comumente o cão era um símbolo de desonra. Para os gregos, a palavra cadela se aplicava a uma mulher audaz e desavergonhada, com a mesma conotação que lhe damos hoje. Para os judeus era igualmente um termo térmico de desprezo. “Não deis aos cães o que é santo” (Mt 7:6; conforme Fp 3:2; Ap 22:15). Com efeito, a palavra cão, às vezes se empregava entre os judeus como um termo depreciativo aplicado aos gentios.

    O rabino Josué Ben Levi tinha uma parábola. Vendo as bênçãos de Deus que os gentios desfrutavam, perguntava: "Se os gentios sem lei desfrutam de bênçãos como essas, quantas mais bênçãos desfrutará

    Israel, o povo de Deus?" "É como um rei que deu uma festa e trouxe os hóspedes e os pôs na porta de seu palácio. Eles viram sair os cães com faisões e cabeças de aves engordadas e bezerros em suas bocas, e começaram a dizer: ‘Se assim for com os néscios, quanto mais esplêndida será a própria comida’. E as nações do mundo se comparam com os cães, como está escrito (Is 56:11). ‘E esses cães comilões são insaciáveis’.” Não importa como é vista, a palavra cão é um insulto. Como explicar, então, que Jesus a empregasse aqui?

    1. Não empregou a palavra usual; empregou um diminutivo que descrevia, não os cães selvagens das ruas, e sim os cãezinhos das casas. Em grego os diminutivos são caracteristicamente afetuosos. Jesus tirou o aguilhão da palavra.
    2. Sem dúvida alguma o tom de sua voz foi o que fez a diferença. A mesma palavra pode ser um insulto mortal e uma expressão afetuosa, segundo o tom de voz. Podemos chamar a alguém "velho vadio" com tom afetuoso ou com tom de desprezo. O tom de Jesus tirou todo o veneno da palavra.
    3. Em todo caso, Jesus não fechou a porta. Primeiro — disse — devem ser alimentados os filhos; mas só primeiro; fica carne para os cãezinhos da casa. Na verdade, o primeiro oferecimento do evangelho foi para Israel; mas só o primeiro: depois outros viriam a participar. Agora, a mulher era grega, e os gregos tinham o dom da réplica aguda; e ao mesmo tempo viu que Jesus falava com um sorriso. Sabia que a porta ficava aberta.

    Naqueles dias não se usavam facas nem garfos nem guardanapos para comer, comiam com as mãos, e as limpavam em pedaços de pão que jogavam no chão para que os cães da casa os comessem. Assim que a mulher disse: "Eu sei que os filhos devem comer primeiro, mas não posso comer sequer os miolos que os filhos arrojam?" E Jesus a amou.
    Ali havia uma fé luminosa que não aceitaria um não como resposta, uma mulher com a tragédia de uma filha doente em casa, e em cujo coração ainda havia suficiente luz para responder com um sorriso.

    Sua fé foi posta à prova e demonstrou ser real, e sua oração foi respondida. Simbolicamente esta mulher representa o mundo gentio que tão ansiosamente recebeu o pão do céu que os judeus tinham rechaçado e jogado fora.

    FAZENDO BEM TODAS AS COISAS

    Marcos 7:31-37

    Este relato começa descrevendo o que, à primeira vista, é uma viagem surpreendente. Jesus estava indo de Tiro ao território que rodeava o Mar da Galiléia. Quer dizer, ia de Tiro, no Norte, à Galiléia, no Sul; e segundo o relato, primeiro se dirigiu a Sidom. Quer dizer, partiu para o Sul dirigindo-se para o Norte. Devido a esta dificuldade, alguns pensaram que o texto está equivocado, e que Sidom não deveria entrar nele absolutamente. Mas quase com certeza o texto é correto tal como está. Outro grande estudioso pensa que esta viagem não teria durado menos de oito meses, e isto, em realidade, é muito mais provável. Bem pode ser que esta longa viagem fora a paz que antecede à tormenta; a prolongada comunhão com os discípulos antes que deflagrasse a tempestade final. Precisamente no capítulo seguinte, Pedro faz o grande descobrimento de que Jesus é o Cristo (Marcos 8:27-29), e bem pode ser que nesta longa e solitária temporada juntos, essa impressão se tornasse uma certeza no coração de Pedro. Jesus necessitava esse longo lapso com seus homens antes da tempestade e a tensão do fim iminente.

    Quando esteve de volta nas regiões da Galiléia, Jesus entrou no distrito de Decápolis, e ali lhe trouxeram um homem surdo e gago. Indubitavelmente as duas coisas foram juntas; a dificuldade para ouvir era o que fazia que o homem não pudesse falar bem. Não há um milagre como este que mostre tão belamente a maneira como Jesus tratava as pessoas.
    (1) Jesus levou o homem a sós, a parte da multidão. Mostrou assim a mais tenra consideração. As pessoas surdas sempre se sentem um pouco confundidas. Em certos sentidos é mais incômodo ser surdo que ser cego. Um surdo sabe que não ouve, e quando alguém em uma multidão lhe grita e trata de fazê-lo ouvir, em sua excitação, sente-se mais impotente. Jesus mostra a mais tenra consideração pelos sentimentos de um homem para quem a vida era muito difícil.

    (2) Durante todo o milagre Jesus atuou sem falar. Pôs suas mãos nas orelhas do homem. Naqueles dias se acreditava que a saliva tinha propriedades curativas. Suetônio, o historiador romano, conta um incidente na vida do Vespasiano, o imperador romano.

    "Aconteceu que certo ínfimo plebeu totalmente cego, e outro com uma perna má e coxa acudiram juntos a ele estando sentado em seu tribunal, implorando a ajuda e remédio para seus males que Serapis lhes tinha mostrado em um sonho; que lhe restauraria a um a vista, se lhe cuspia nos olhos, e fortaleceria a perna do outro se só condescendia em tocá-la com seu calcanhar. Agora, como ele não podia acreditar que a coisa teria algum êxito, e portanto não queria pô-la a prova, no fim, devido à insistência de seus amigos, ensaiou ambos os meios abertamente diante da assembléia, e não faltou o efeito". (Suetônio, Vida do Vespasiano, 7).

    Logo Jesus olhou ao céu para mostrar que a ajuda viria de Deus. Depois pronunciou a palavra e o homem ficou são. Todo o relato mostra que Jesus não considerou o homem meramente como um caso; considerou-o como um indivíduo. O homem tinha uma necessidade especial e um problema especial, e com a mais tenra consideração Jesus o tratou em uma forma que respeitava seus sentimentos, e de uma maneira que ele podia entender.

    Quando foi feito, o povo declarou que o tinha feito tudo bem. Este não é outro senão o veredicto de Deus sobre sua própria criação no próprio começo (Gn 1:31). Quando Jesus veio trazendo cura ao corpo dos homens e salvação a sua alma, tornou a começar a obra da criação. No princípio todo tinha sido bom; o pecado do homem tinha posto tudo a perder; e agora Jesus estava trazendo de novo a formosura de Deus ao mundo que o pecado do homem havia afeado.


    Dicionário

    Bem

    substantivo masculino O que causa alegria e felicidade: desejar o bem.
    Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
    Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
    advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
    De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
    Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
    De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
    De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
    Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
    De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
    adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
    Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.

    substantivo masculino O que causa alegria e felicidade: desejar o bem.
    Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
    Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
    advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
    De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
    Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
    De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
    De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
    Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
    De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
    adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
    Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.

    [...] O bem é uma couraça contra o qual virão sempre se quebrar as armas da malevolência.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] para fazer o bem, o espírita não deve sondar a consciência e a opinião e, ainda que tivesse à sua frente um inimigo de sua fé, mas infeliz, deve vir em seu auxílio nos limites de suas faculdades. É agindo assim que o Espiritismo mostrará o que é e provará que vale mais do que o que lhe opõem.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

    O bem é tudo o que é conforme à Lei de Deus [...]. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 630

    [...] fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 643

    [...] é uma couraça contra a qual sempre se quebrarão as manobras da malevolência!...
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Os desertores

    [...] O bem que fazemos é conquista pessoal, mas ele vem partilhado pelos empréstimos de talentos da Bondade Divina, a fim de que nossos esforços não sucumbam diante da história de sombras que trazemos de experiências passadas. Para realizar o bem, é preciso a decisão íntima – eu quero fazer. Mas os resultados que porventura venham dessa prática, segundo Paulo, não nos pertencem. Uma visita fraterna, uma aula bem preparada em favor da evangelização infanto-juvenil, uma palestra amorosa que toque o coração dos ouvintes – tudo são ações cometidas pelo empenho individual, por uma decisão particular, mas cujas conseqüências devem ser depositadas na conta do Cristo, Fonte geradora dos recursos sutis em que nos apoiamos para realizar a tarefa.
    Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A luz é minha realização

    [...] é a única realidade eterna e absoluta em todo o Universo [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O problema do mal

    [...] é a única Realidade Absoluta, o destino final da Criação [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Os Espíritos podem retrogradar?

    O bem é a lei suprema do Universo e o alvo da elevação dos seres. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo

    [...] Todo bem que se pode produzir é felicidade que se armazena.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34

    O bem [...] não se circunscreve a limites nem se submete a nominações, escolas ou grupos. Como o oxigênio puro, a tudo vitaliza e, sem ele, a vida perece.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 18

    [...] O bem que distendemos pelo caminho é eterna semente de luz que plantamos no solo do futuro, por onde um dia chegarão nossos pés. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 8

    [...] saneador divino [...].
    Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 8

    [...] É uma conseqüência inevitável do que traz uma das características divinas: a imutabilidade.
    Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Tempo

    O bem é, por conseguinte, valioso recurso autopsicoterápico, que merece experimentado pelos encarnados.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 33

    [...] é a substância intrínseca de tudo quanto existe. [...]
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 28

    [...] todo bem realizado, com quem for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 6

    [...] é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada [...], nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7

    [...] constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19

    [...] é o verdadeiro antídoto do mal.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19

    [...] é o único determinismo divino dentro do Universo, determinismo que absorve todas as ações humanas, para as assinalar com o sinete da fraternidade, da experiência e do amor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15

    [...] é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 35

    Não olvides, portanto, / Que possuis tão-somente / O que dás de ti mesmo / No amparo aos semelhantes, / Porque o bem que ofereces / Aos irmãos de jornada / É crédito de luz / A enriquecer-te a vida, / Nos caminhos da Terra / E nas bênçãos do Céu.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 20

    O Bem é a luz que deve consolidar as conquistas substanciais do nosso esforço e onde estiver o bem, aí se encontra o Espírito do Senhor, auxiliando-nos a soerguer os corações para as Esferas Superiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O Bem é o trabalho que aperfeiçoa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O bem é porto seguro / Neste globo deescarcéus, / Pague o seu débito aomundo / E seja credor nos céus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o inamovível fundamento da Lei.[...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    [...] o bem real para nós será semprefazer o bem aos outros em primeirolugar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 2ª reunião-conversação

    Em suma, o bem é o Amor que sedesdobra, em busca da Perfeição noInfinito, segundo os Propósitos Divinos[...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Amor

    Estende a bondade a todos. / O bem é aglória da vida. / Enfermeiro sem cuidado/ Alarga qualquer ferida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 5

    Nunca te afastes do bem, / Que é a baseda Lei Divina. / O desejo é semprenosso, / Mas Deus é quem determina
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 30

    Todo bem, qualquer que ele seja, ébênção creditada a favor de quem opratica.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Merecimento maior

    [...] o bem genuíno será sempre o bemque possamos prestar na obra do bemaos outros. [...]O bem é luz que se expande, na medidado serviço de cada um ao bem de todos,com esquecimento de todo mal.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Na lei do bem

    [...] A prática do bem ainda é a maior escola de aperfeiçoamento individual, porque conjuga em seus cursos a experiência e a virtude, o raciocínio e o sentimento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 31

    [...] é a nossa porta redentora. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] é o crédito infalível no livro da eternidade [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Amanhã

    O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 62

    [...] praticar o bem, dando alguma coisa de nós mesmos, nas aquisições de alegria e felicidade para os outros, é o dom sublime por excelência [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O bem é uma idéia-luz, descerrando à vida caminhos de elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 20

    [...] o bem [...] possui caráter divino e semelhante aos atributos do Pai Excelso, traz em si a qualidade de ser infinito em qualquer direção.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 44

    Bem e mal O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] todo bem é expansão, crescimento e harmonia e todo mal é condensação, atraso e desequilíbrio. O bem é a onda permanente da vida a irradiar-se como o Sol e o mal pode ser considerado como sendo essa mesma onda, a enovelar-se sobre si mesma, gerando a treva enquistada. Ambos personalizam o amor que é libertação e o egoísmo, que é cárcere.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60


    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Guardar

    verbo transitivo direto e bitransitivo Vigiar, a fim de defender: guardar um ponto estratégico; guardar os limites de um terreno.
    verbo transitivo direto Vigiar com o fim de proteger; abrigar, tomar cuidado em: guardar uma criança, guardar ovelhas.
    Vigiar para evitar uma evasão: guardar os prisioneiros.
    Conservar, arrecadar: quem guarda, tem.
    Conservar, manter em bom estado: guardar as joias da família.
    Ocultar, não revelar: guardar um segredo.
    Conservar, não perder: conseguiu guardar seu prestígio.
    Livrar, defender: Deus nos guarde de todo mal.
    Trazer dentro de si; conter: guardo em mim os males do mundo.
    Obedecer regras, preceitos: guardar as leis de Deus.
    verbo transitivo direto e transitivo direto predicativo Não demonstrar nem expressar; calar: guardar segredos.
    verbo pronominal Ficar protegido em; abrigar-se: guardou-me da tempestade.
    Deixar de fazer parte; abster-se: guardou-se mudo.
    expressão Guardar os domingos e dias santificados. Não trabalhar nesses dias.
    Guardar castidade. Fazer voto de castidade, viver casto por vontade própria.
    Guardar silêncio. Calar-se.
    Etimologia (origem da palavra guardar). Do latim guardare.

    Invalidar

    Tornar inválido; tirar o valor a; inutilizar; anular.

    Invalidar ANULAR (Is 14:27; Mt 15:6).

    invalidar
    v. tr. dir. 1. Tornar inválido ou nulo. 2. Tirar o crédito ou a importância a.

    Mandamento

    Mandamento
    1) Ordem divina a ser obedecida pelas pessoas que temem a Deus. Sinônimos bíblicos: lei, estatuto, preceito, testemunho, juízo, ensinamento, etc. (Lv 26:14-15); Sl 119; (Jo 15:10-12).

    2) Ordem paterna ou materna (Pv 6:20). 3 O “novo mandamento” é o amor ao próximo, tomando-se como exemplo o amor sacrificial de Cristo por nós (Jo 13:34).

    mandamento s. .M 1. Ato ou efeito de mandar. 2. Mandado, orde.M 3. Voz de comando. 4. Cada um dos preceitos que constituem o decálogo. 5. Preceito da Igreja.

    Tradição

    substantivo feminino Costume transmitido de geração a geração ou aquilo que se faz por hábito; costume: as tradições de uma região.
    Herança cultural, legado passado de uma geração para outra: não concordava com tradições que violavam os direitos dos animais.
    Transmissão oral de doutrinas, de lendas, de costumes etc., durante longo espaço de tempo, de geração para geração.
    Religião.Transmissão oral, às vezes registrada por escrito, dos fatos ou das doutrinas religiosas.
    [Jurídico] Entrega material de um bem móvel, objeto de uma transferência de propriedade.
    Ação ou efeito de transmitir, de fazer a transferência entre uma coisa e outra.
    Etimologia (origem da palavra tradição). Do latim traditio.onis, "ato de entregar".

    A palavra tradição é mais dinâmica do que parece à primeira vista. Traditio, em latim, é a ação de entregar, de transmitir algo a alguém, de confiar algo valioso a outra pessoa. Uma pessoa tradicional é aquela que recebeu (e precisar transmitir depois) um conhecimento, uma herança ou uma responsabilidade do passado.

    Tradição
    1) Informações, costumes, crenças e práticas religiosas transmitidas oralmente de GERAÇÃO 2, a geração. Os fariseus davam mais valor às tradições do que à LEI 2, (Mt 15:1-20).


    2) Crenças e práticas religiosas das pessoas em geral, isto é, dos não-judeus (Cl 2:8).


    3) As verdades ensinadas pelo apóstolo Paulo (1Co 11:2, RA; 2Ts 2:15; 3.6).


    Tradição Os evangelhos evidenciam uma atitude de Jesus claramente contrária às tradições da lei oral, porque considerava que elas desvirtuavam o conteúdo das Escrituras (Mt 15:2-6; Mc 7:3ss.). Isso foi motivo de conflito com os escribas e fariseus.

    C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; P. Lenhardt e m. Collin, La Torá oral de los fariseos, Estella 1991.


    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    καί λέγω αὐτός καλῶς ἀθετέω ἐντολή θεός ἵνα τηρέω ὑμῶν παράδοσις
    Marcos 7: 9 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E ele dizia-lhes: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para que possais guardar a vossa própria tradição.
    Marcos 7: 9 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Junho de 29
    G114
    athetéō
    ἀθετέω
    pôr de lado, desprezar, negligenciar
    (to refuse)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) infinitivo ativo
    G1785
    entolḗ
    ἐντολή
    ordem, comando, dever, preceito, injunção
    (commandments)
    Substantivo - Feminino no Plural genitivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2443
    hína
    ἵνα
    para que
    (that)
    Conjunção
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2573
    kalōs
    καλῶς
    belamente, finamente, excelentemente, bem
    (good)
    Advérbio
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3862
    parádosis
    παράδοσις
    tradição
    (tradition)
    Substantivo - feminino acusativo singular
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G5083
    tēréō
    τηρέω
    נדן
    (your gifts)
    Substantivo
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    ἀθετέω


    (G114)
    athetéō (ath-et-eh'-o)

    114 αθετεω atheteo

    de um composto de 1 (como partícula negativa) e derivado de 5087; TDNT - 8:158,1176; v

    1. pôr de lado, desprezar, negligenciar
    2. opor-se à eficácia de alguma coisa, anular, tornar sem efeito, frustrar
    3. rejeitar, recusar, fazer pouco caso

    ἐντολή


    (G1785)
    entolḗ (en-tol-ay')

    1785 εντολη entole

    de 1781; TDNT - 2:545,234; n f

    1. ordem, comando, dever, preceito, injunção
      1. aquilo que é prescrito para alguém em razão de seu ofício
    2. mandamento
      1. regra prescrita de acordo com o que um coisa é feita
        1. preceito relacionado com a linhagem, do preceito mosaico a respeito do sacerdócio
        2. eticamente usado dos mandamentos da lei mosaica ou da tradição judaica

    Sinônimos ver verbete 5918


    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    ἵνα


    (G2443)
    hína (hin'-ah)

    2443 ινα hina

    provavelmente do mesmo que a primeira parte de 1438 (pela idéia demonstrativa, cf 3588); TDNT - 3:323,366; conj

    1. que, a fim de que, para que

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    καλῶς


    (G2573)
    kalōs (kal-oce')

    2573 καλως kalos

    de 2570; adv

    1. belamente, finamente, excelentemente, bem
      1. corretamente, de forma a não deixar espaço para reclamação, bem, verdadeiramente
      2. excelentemente, nobremente, recomendável
      3. honrosamente, em honra
        1. em um bom lugar, confortável
      4. falar bem de alguém, fazer bem
      5. estar bem (daqueles que recuperaram a saúde)

    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    παράδοσις


    (G3862)
    parádosis (par-ad'-os-is)

    3862 παραδοσις paradosis

    de 3860; TDNT - 2:172,166; n f

    1. entrega, dádiva
      1. ato de entregar
      2. rendição de cidades
    2. dádiva que é entrege pela palavra falada ou escrita, i.e., tradição pela instrução, narrativa, preceito, etc.
      1. objetivamente, aquilo que é proferido, a substância de um ensino
      2. do corpo de preceitos, esp. rituais, que na opinião dos judeus tardios foram oralmente proferidos por Moisés e oralmente transmitidos em íntegra sucessão para gerações subseqüentes. Esses preceitos, que tanto ilustravam como expandiam a lei escrita, deviam ser obedecidos com igual reverência

    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    τηρέω


    (G5083)
    tēréō (tay-reh'-o)

    5083 τηρεω tereo

    de teros (relógio, talvez semelhante a 2334); TDNT - 8:140,1174; v

    1. atender cuidadosamente a, tomar conta de
      1. guardar
      2. metáf. manter, alguém no estado no qual ele esta
      3. observar
      4. reservar: experimentar algo

    Sinônimos ver verbete 5874


    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo