Enciclopédia de Atos 7:56-56

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 7: 56

Versão Versículo
ARA e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus.
ARC E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus.
TB e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem em pé, à destra de Deus.
BGB καὶ εἶπεν· Ἰδοὺ θεωρῶ τοὺς οὐρανοὺς ⸀διηνοιγμένους καὶ τὸν υἱὸν τοῦ ἀνθρώπου ἐκ δεξιῶν ἑστῶτα τοῦ θεοῦ.
HD E disse: Eis que contemplo os céus abertos e o filho do homem, em pé, à direita de Deus.
BKJ e disse: Eis que eu vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus.
LTT E ele (Estevão) disse: "Eis que vejo os céus tendo sido abertos, e o Filho do homem à mão direita de Deus tendo se postado- de- pé."
BJ2 E disse: "Eu vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, de pé,[h] à direita de Deus".[i]
VULG Exclamantes autem voce magna continuerunt aures suas, et impetum fecerunt unanimiter in eum.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 7:56

Ezequiel 1:1 E aconteceu, no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do mês, que, estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se abriram os céus, e eu vi visões de Deus.
Daniel 7:13 Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele.
Mateus 3:16 E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
Mateus 8:20 E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
Mateus 16:27 Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras.
Mateus 25:31 E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória;
Mateus 26:64 Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.
Marcos 1:10 E, logo que saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito, que, como pomba, descia sobre ele.
Lucas 3:21 E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu,
João 1:51 E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem.
João 5:22 E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo,
Atos 10:11 e viu o céu aberto e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para a terra,
Atos 10:16 E aconteceu isto por três vezes; e o vaso tornou a recolher-se no céu.
Apocalipse 4:1 Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer.
Apocalipse 11:19 E abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca do seu concerto foi vista no seu templo; e houve relâmpagos, e vozes, e trovões, e terremotos, e grande saraiva.
Apocalipse 19:11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

As dez pragas

século XV ou XIII a.C.
De acordo com o livro de Êxodo, o Senhor ordenou que Moisés e seu irmão mais velho, Arão, se dirigissem ao faraó. Arão lançou diante do faraó o seu bordão e este se transformou numa serpente.' Os magos e feiticeiros dos egípcios conseguiram reproduzir esse feito com suas ciências ocultas, mas a vara de Arão engoliu a vara dos egípcios. Então, o Senhor lançou sobre a terra uma série de pragas devastadoras, culminando com a morte dos primogênitos do Egito. O escritor de Êxodo descreve pragas que mostram o controle do Senhor sobre diversos aspectos de sua criação e o contrasta implicitamente com a impotência dos deuses e da magia do Egito. Ele registra o propósito de Deus: "Saberão os egípcios que eu sou o Senhor, quando estender cu a mão sobre Egito e tirar do meio deles os filhos de Israel" (Éx 7.5). E possível sugerir explicações naturais para todas as pragas, com exceção da última; o caráter miraculoso das mesmas diz respeito à sua sequência devastadora e a fato de metade delas (as de número 4, 5, 7, 9 e
10) não ter atingido especificamente os israelitas.

1. Sangue
O nível das águas do Nilo se eleva em julho e agosto e chega ao seu ponto mais alto em setembro quando, normalmente o rio adquire um aspecto avermelhado devido à presença de partículas do solo suspensas na água. Neste caso, porém, trata-se de uma ocorrência incomum. Alguns estudiosos sugerem que milhões de organismos microscópicos chamados de flagelados, provavelmente originários do lago Tana, na Etiópia, conferiram às águas do Nilo a cor vermelha semelhante a sangue. Os peixes morreram, provocando mau odor e tornado a água impotável. Durante a noite, os flagelados precisariam de uma quantidade maior de oxigênio, mas durante o dia, o expeliriam. Essa variação poderia ser a causa da morte dos peixes, pois estes precisam de um nível constante de oxigênio.

2. Rãs
Sabe-se da ocorrência de invasões de rãs que saem do rio e vão para a terra no final do período de cheias (setembro-outubro). A água poluída poderia estimular as rás a saírem do rio e se espalharem pela terra (chegando a entrar nos aposentos do faraó). A morte súbita das rãs teria sido causada, talvez, pela contaminação dos peixes em decomposição.

3. Piolhos
Seres humanos e animais sofreram uma infestação de piolhos. O termo original também pode indicar um tipo de mosquito que talvez tenha se multiplicado nas poças que ficavam nas margens do Nilo quando as águas baixavam.

4. Moscas
Enxames densos de moscas (talvez mutucas) devastaram a terra. Esses insetos também podem ter se procriado nas poças às margens do rio.

5. Pestilência entre os animais
A quinta praga, possivelmente uma epidemia de antraz propagada pelas rãs, exterminou os rebanhos egípcios.

6. Úlceras
Tanto os seres humanos quanto os animais de toda a terra tiveram úlceras supurantes.

7. Granizo
Uma vez que o granizo é uma ocorrência incomum numa terra quente como o Egito, esta tempestade foi, sem dúvida, extraordinária. Arrasou todas as plantações e desfolhou as árvores. De acordo com Êxodo 9.31, o linho e a cevada já haviam florescido e foram destruídos pelo granizo, mas o trigo e o centeio ainda não tinham germinado. E possível inferir, então, que esta tempestade ocorreu em janeiro ou fevereiro.

8. Gafanhotos
Em março ou abril, os ventos orientais predominantes podiam trazer, talvez do Sudão, nuvens de gafanhotos migradores no seu estágio imaturo e mais voraz. Os insetos cobriram a terra até que esta escureceu e consumiram toda a vegetação que havia sobrevivido ao granizo.

9. Trevas
Os três dias de trevas podem ter sido causados pela hamsin, uma tempestade de areia comum no mês de março. Depois que os gafanhotos limparam toda a vegetação da terra, a tempestade levantou ainda mais pó.

10. A morte dos primogênitos
A décima praga ocorreu entre março e abril, quando os judeus de hoje celebram a Páscoa. Esta é a única praga para a qual não há nenhuma explicação natural, constituindo uma ocorrência inequivocamente sobrenatural. "Aconteceu que, à meia-noite, feriu o Senhor todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até ao primogênito do cativo que estava na cnxovia, e todos os primogênitos dos animais" (Êx 12.29).

A TRAVESSIA DO MAR
Os egípcios instaram os israelitas a deixar a terra. Êxodo 12.37 registra a partida de seiscentos mil homens, sem contar as mulheres e crianças. Considerando que o termo eleph (traduzido, em geral, como "mil") também pode significar ll grupos familiares alguns estudiosos sugerem um número muito menor. Depois de permitir a partida, o faraó mudou de ideia e perseguiu os escravos na tentativa de recuperar parte importante da força de trabalho do seu reino. Durante a noite, um forte vento oriental empurrou as águas do mar e o transformou em terra seca, permitindo as israelitas atravessar o mar em segurança. Então, o mar se fechou e afogou os egípcios que os perseguiam. Esse livramento dramático foi considerado na história subsequente de Israel como o acontecimento constitutivo do povo de Israel.

Em nossas traduções da Biblia, diz-se que as águas do "mar Vermelho" foram divididas e depois se fecharam sobre os perseguidores egípcios. A designação hebraica yam suph significa, na verdade, "mar de juncos" e, provavelmente se refere a um dos lagos rasos ao norte do golfo de Suez, e não ao que chamamos de mar Vermelho, ou seja, o próprio golfo de Suez. Evidencias geográficas, oceanográficas e arqueológicas sugerem que o golfo de Suez se estendia bem mais para o norte do que nos dias de hoje e que o lago Amargo se estendia bem mais para o sul. Existe a possibilidade de que os dois fossem ligados no segundo milênio a.C. Outros possíveis locais de travessia são os lagos Timsah e Ballah, mais ao norte.


Uma objeção levantada ocasionalmente é a impossibilidade de haver juncos em regiões alagadiças de água salgada. No entanto, alguns juncos e caniços tolerantes ao sal, chamados de halófilos, crescem em regiões desse tipo. Tanto Rashi (rabino Solomon ben Isaac), um estudioso do século XI, quanto os reformadores do século XVI Martinho Lutero e João Calvino adotaram a designação "mar de Juncos". Mas o nome "mar Vermelho" foi sedimentado em nosso linguajar devido ao seu uso na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) e no Novo Testamento.

 

Por Paul Lawrence

As duas rotas possíveis que os israelitas usaram para cruzar o mar de Juncos em sua fuga do Egito
As duas rotas possíveis que os israelitas usaram para cruzar o mar de Juncos em sua fuga do Egito

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Léon Denis

at 7:56
Cristianismo e Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5
Léon Denis

Os primeiros cristãos comunicavam-se com os Espíritos dos mortos e deles recebiam ensinamentos. Nenhuma dúvida é possível sobre esse ponto, porque são abundantes os testemunhos. Resultam dos próprios textos dos livros canônicos, textos que conseguiram escapar às vicissitudes dos tempos e cuja autenticidade é indubitável. (Nota xvii: Ver nota complementar nº 6.) O Cristianismo repousa inteiramente em fatos de aparição e manifestação dos mortos e fornece inúmeras provas da existência do mundo invisível e das almas que o povoam.


Essas provas são igualmente abundantes no Antigo e Novo Testamento. Num como noutro, encontram-se aparições de anjos (Nota xviii: Em hebraico, o verdadeiro sentido da palavra anjo, melach, é mensageiro.) dos Espíritos dos justos, avisos e revelações feitos pelas almas dos mortos, o dom de profecias (Nota xix: O dom de profecia não consistia simplesmente em predizer o futuro, mas, de um modo mais extenso, em falar e transmitir ensinos sob a influência dos Espíritos.) e o dom de curar. (Nota xx: Ver, quanto ao conjunto desses fenômenos, a nota complementar n° 7, sobre "Os fatos espíritas na Bíblia".) Em o Novo Testamento são referidas as aparições do próprio Jesus, depois do seu suplício e sepultura.


A existência do Cristo havia sido uma constante comunhão com o mundo invisível. O filho de Maria era dotado de faculdades que lhe permitiam conversar com os Espíritos. Estes, muitas vezes, tornavam-se visíveis ao seu lado. Seus discípulos o viram, assombrados, conversar um dia no Tabor com Elias e Moisés. (Nota xxi: Jesus tinha escolhido discípulos, não entre homens instruídos, mas entre sensitivos e videntes, dotados de faculdades mediúnicas.) Nos momentos críticos, quando uma questão o embaraça, como no caso da mulher adúltera, ele evoca as almas superiores e com o dedo traça na areia a resposta a dar, do mesmo modo que em nossos dias o médium, movido por força estranha, traça caracteres na ardósia.


Esses fatos são conhecidos, relatados, mas outros muitos, relacionados com essa permuta assídua com o invisível, permaneceram ignorados dos homens, mesmo daqueles que o cercavam.


As relações do Cristo com o mundo dos Espíritos se afirmam pelo constante amparo que do Além recebia o divino mensageiro.


Por vezes, apesar da sua coragem, da abnegação que inspira todos os seus atos, perturbado pela grandeza da tarefa, ele eleva a alma a Deus; ora, implora novas forças e é atendido. Grandioso sopro lhe bafeja a mente. Sob um impulso irresistível, ele reproduz os pensamentos sugeridos; sente-se reconfortado, socorrido.


Nas horas solitárias, seus olhos distinguem letras de fogo que exprimem as vontades do céu; (Nota xxii: Estes pormenores, que talvez surpreendam o leitor, não são um produto de nossa imaginação. Foram-nos comunicados por alto Espírito, cuja vida esteve envolvida com a do Cristo. O mesmo se dá em muitas passagens deste livro.) soam vozes aos seus ouvidos, trazendo-lhe resposta às suas ardentes preces. É a transmissão direta dos ensinos que deve divulgar, são preceitos regeneradores para cuja propagação baixara à Terra. As vibrações do supremo pensamento que anima o Universo lhe são perceptíveis e lhe incutem esses eternos princípios que espalhará e que jamais se hão de apagar da memória dos homens. Ele percebe celestes melodias e seus lábios repetem as palavras escutadas, sublimes revelações, mistério ainda para muitos seres humanos, mas para ele confirmação absoluta dessa constante proteção e das intuições que lhe provêm dos mundos superiores.


E quando essa grande vida terminou, quando se consumou o sacrifício, depois que Jesus foi pregado à cruz e baixou ao túmulo, seu Espírito continuou a afirmar-se por novas manifestações. Essa alma poderosa, que em nenhum túmulo poderia ser aprisionada, aparece aos que na Terra havia deixado tristes, desanimados e abatidos. Vem dizer-lhes que a morte nada é. Com a sua presença lhes restitui a energia, a força moral necessária para cumprirem a missão que lhes fora confiada.


As aparições do Cristo são conhecidas e tiveram numerosos testemunhos. Apresentam flagrantes analogias com as que em nossos dias são observadas em diversos graus, desde a forma etérea, sem consistência, com que aparece a Maria Madalena e que não suportaria o mínimo contacto, até a completa materialização, tal como a pôde verificar Tomé, que tocou com a própria mão as chagas do Cristo. (Nota xxiii: João, XX, 15-17 e 24-28.) Daí esse contraste nas palavras de Jesus: "Não me toques" - diz ele à Madalena - ao passo que convida Tomé a pôr o dedo nos sinais dos cravos: "Chega também a tua mão e mete-a no meu lado".


Jesus aparece e desaparece instantaneamente. Penetra numa casa a portas fechadas. Em Emaús conversa com dois dos discípulos, que o não reconhecem, e desaparece repentinamente. Acha-se de posse desse corpo fluídico, etéreo, que há em todos nós, corpo sutil que é o invólucro inseparável de toda alma e que um alto Espírito como o seu sabe dirigir, modificar, condensar, rarefazer à vontade. (Nota xxiv: Ver nota complementar nº 9, sobre "O perispírito ou corpo fluídico".) E a tal ponto o condensa, que se torna visível e tangível aos assistentes.


As aparições de Jesus depois da morte são mesmo a base, o ponto capital da doutrina cristã e foi por isso que São Paulo disse: "Se o Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé. " No Cristianismo não é uma esperança, é um fato natural, um fato apoiado no testemunho dos sentidos. Os apóstolos não acreditavam somente na ressurreição; estavam dela convencidos.


E é por essa razão que a sua prédica adquiria aqueles tons veementes e penetrantes, que incutia uma convicção robusta. Com o suplício de Jesus o Cristianismo era ferido em pleno coração. Os discípulos, consternados, estavam prestes a se dispersarem.


O Cristo, porém, lhes apareceu e a sua fé se tornou tão profunda que, para a confessar, arrostaram todos os suplícios. As aparições do Cristo depois da morte asseguraram a persistência da ideia cristã, oferecendo-lhe como base todo um conjunto de fatos.


Verdade é que os homens lançaram a confusão sobre esses fenômenos, atribuindo-lhes um caráter miraculoso. O milagre é uma postergação das leis eternas fixadas por Deus, obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos.


Jesus, conforme a Igreja, teria ressuscitado com o seu corpo carnal. Isso é contrário ao primitivo texto do Evangelho. Aparições repentinas, com mudanças de forma, que se produzem em lugares fechados, não podem ser senão manifestações espíritas, fluídicas e naturais. Jesus ressuscitou, como ressuscitaremos todos, quando nosso espírito abandonar a prisão de carne.


Em Marcos e Mateus, e na descrição de Paulo (l Coríntios, XV), essas aparições são narradas do modo mais conciso. Segundo Paulo, o corpo do Cristo é incorruptível; não tem carne nem sangue. Essa opinião procede da mais antiga tradição. A materialidade só veio mais tarde, com Lucas. A narrativa se complica então e é enfeitada com particularidades maravilhosas, no intuito evidente de impressionar o leitor. (Nota xxv: Clemente de Alexandria refere uma tradição que circulava ainda no seu tempo, segundo a qual João enterrara a mão no corpo de Jesus e o atravessara sem encontrar resistência. ("Jesus de Nazareth", por Albert Réville, 2°- vol., nota à pág. 470).) Esse modo de ver, como em geral toda teoria do milagre, resulta de uma falsa interpretação das leis do Universo. O mesmo sucede com a ideia do sobrenatural, que corresponde a uma concepção deficiente da ordem do mundo e das normas da vida. Na realidade, nada existe fora da Natureza, que é a obra divina em sua majestosíssima expansão. O erro do homem provém da acanhada ideia que ele faz da Natureza e das formas da vida, limitadas para ele à esfera traçada pelos seus sentidos. Ora, nossos sentidos apenas abrangem porção muitíssimo restrita do domínio das coisas. Além desses limites que eles nos impõem, a vida se desdobra sob aspectos ricos e variados, sob formas sutis, quintessenciadas, que se graduam, se multiplicam e renovam até ao infinito.


A esse domínio do invisível pertence o mundo fluídico, povoado pelos Espíritos dos homens que viveram na Terra e se despojaram do seu grosseiro invólucro. Subsistem eles sob essa forma sutil de que acabamos de falar, forma ainda material posto que etérea, porque a matéria afeta muitos estados que não nos são familiares.


Essa forma é a imagem, ou antes, o esboço dos corpos carnais que esses Espíritos animaram em suas vidas sucessivas. Passam eles, mas a forma permanece, como a alma, de que é o organismo indestrutível.


Os Espíritos ocupam diferentes posições em harmonia com a sua elevação moral. Sua irradiação, brilho, poder, são tanto maiores quanto mais alto houverem subido na escala das virtudes, das perfeições, e quanto maior tiver sido a sua dedicação em servir à causa do bem e da Humanidade. São esses seres, ou Espíritos, que se manifestam em todas as épocas da História e em todos os meios, tendo como intermediários sensitivos especialmente dotados e que, conforme os tempos, se denominam adivinhos, sibilas, profetas ou médiuns.


As aparições que assinalam os primeiros tempos do Cristianismo, como as bíblicas épocas mais longínquas, não são fenômenos isolados, mas a manifestação de uma lei universal, eterna, que sempre presidiu às relações entre os habitantes dos dois mundos, o mundo da matéria grosseira, a que pertencemos, e o mundo fluídico invisível, povoado pelos Espíritos dos que denominamos, tão impropriamente, os mortos. (Nota xxvi: Ver minhas outras obras, especialmente "Depois da Morte" e "No Invisível" - "Espiritismo e Mediunidade".) Apenas em época recente foi que essa ordem de manifestações pôde ser estudada pela Ciência. Graças às observações de numerosos sábios, a existência do mundo dos Espíritos foi positivamente estabelecida e as leis que o regem foram determinadas com certa precisão.


Conseguiu-se reconhecer a presença, em cada ser humano, de um duplo fluídico que sobrevive à morte, no qual foi reconhecido o envoltório imperecível do Espírito. Esse duplo, que já se desprende durante o êxtase e o sono, que se transporta e opera à distância durante a vida, torna-se, depois da separação definitiva do corpo carnal, e de um modo mais completo, o instrumento fiel e o centro das energias ativas do Espírito.


Mediante esse invólucro fluídico é que o Espírito preside a tais manifestações de além-túmulo, que já não são segredo para ninguém, desde que comissões científicas lhe estudaram os múltiplos aspectos, chegando a pesar e fotografar os Espíritos, como o fizeram W Crookes com o Espírito de Katie King, Russell Wallace e Aksakof com os de Abdullah e John King. (Nota xxvii: W Crookes - "Pesquisas sobre os fenômenos espíritas"; Russell Wallace - "O moderno espiritualismo"; Aksakof - "Animismo e Espiritismo". Relativamente a uma série de fenômenos análogos e mais recentes, ver também Léon Denis - "No Invisível" - "Espiritismo e Mediunidade", cap. XX.)

É provável que o dom das línguas, conferido aos apóstolos, oferecesse analogias com o fenômeno que, sob o nome de xenoglossia, atualmente conhecemos. A luz ódica de Reichenbach e a matéria radiante explicam a auréola dos santos; as chamas ou "línguas de fogo", que apareceram no dia de Pentecostes, reproduzem-se hoje em dia nos fatos comunicados ao Congresso Espiritualista de 1900 pelo Doutor Bayol, senador pelo Distrito das Bocas do Ródamo, (Nota xxviii: Ver "No Invisível""-Espiritismo e Mediunidade", pág. 332.) e finalmente as visões dos mártires são fenômenos da mesma ordem que os em nosso tempo observados no momento da morte de certas pessoas. (Nota xxix: Ver a morte de Estevão: Atos, VII, 55 e 56.) Assim, também, o desaparecimento do corpo de Jesus do sepulcro em que fora depositado, pode explicar-se pela desagregação da matéria, observada há alguns anos em sessões de experimentação psíquica. (Nota xxx: Ver "No Invisível", pág. 346.) Durante muito tempo não viram nisso os homens senão fatos miraculosos, provocados pelo próprio Deus ou por seus anjos, opinião cuidadosamente alimentada pelos padres, a fim de impressionar a imaginação das massas e torná-las mais submissas ao seu poder.


Nas Escrituras encontramos frequentes exemplos dos erros de que foram objeto esses fenômenos. Em Patmos, João vê aparecer um gênio que, a princípio, ele quer adorar, mas que lhe afirma ser o Espírito de um dos profetas seu irmão. (Nota xxxi: Apocalipse, XIX, 10.) Nesse caso, foi dissipado o erro; o Espírito deu a conhecer a sua personalidade; em quantos outros casos, porém, não foi ele mantido? É o mesmo que se dá com a intervenção, tão frequente, dos anjos da Bíblia. É preciso nos pôr em guarda contra as tendências dos judeus e dos cristãos no sentido de atribuir a Deus e aos seus anjos fenômenos produzidos pelos Espíritos dos mortos, e a cujo respeito competia à nossa época fazer a luz, restabelecendo-os em sua verdadeira categoria.


Na época de Jesus, a crença na imortalidade estava enfraquecida. Os judeus achavam-se divididos a respeito da vida futura. Os cépticos saduceus aumentavam em número e influência.


Vem Jesus. Torna mais amplas as vias de comunicação entre o mundo terrestre e o mundo espiritual. Aproxima a tal ponto os invisíveis dos humanos, que eles se podem novamente corresponder. Com mão possante levanta o véu da morte e surgem visões do âmago da sombra; no meio do silêncio fazem-se ouvir vozes; e essas visões e essas vozes vêm afirmar ao homem a imortalidade da vida.


O Cristianismo primitivo afeta, pois, esse caráter particular de ter aproximado as duas humanidades, terrestre e celeste; tornou mais intensas as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Efetivamente, em cada grupo espírita, as pessoas se entregavam a evocações; havia médiuns falantes, inspirados, de efeitos físicos, como está escrito no capítulo XII da primeira epístola de Paulo aos Coríntios. Então, como hoje, certos sensitivos possuíam o dom da profecia, o dom de curar, o de expelir os maus Espíritos. (Nota xxxii: Apocalipse, XIX, 10.) Na Epístola citada, S. Paulo fala também do corpo espiritual, imponderável, incorruptível: "O homem é colocado na terra como um corpo animal, e ressuscitará como um corpo espiritual; do mesmo modo que há um corpo animal, há um corpo espiritual. " (I Coríntios, XV, 44) Fora um fenômeno espírita, a aparição de Jesus no caminho de Damasco, o que havia feito de S. Paulo um cristão; (Nota xxxiii: Idem.) Paulo não conhecera o Cristo e, no momento dessa visão, que decidiu do seu destino, bem longe estava de achar-se preparado para a sua ulterior tarefa. "Respirando sempre ameaças de morte contra os discípulos do Senhor", munido contra eles de ordens de prisão, seguira para Damasco a fim de os perseguir. Nesse caso, não cabe invocar, como a respeito dos apóstolos se poderia fazer, um fenômeno de alucinação, provocado pela constante recordação do Mestre. Essa visão, ao demais, não foi isolada; em todo o subsequente curso de sua vida, Paulo entreteve assíduas relações com o invisível, particularmente com o Cristo, de quem recebia as instruções indispensáveis à sua missão. Ele mesmo declara que haure inspirações nos colóquios secretos com o filho de Maria.


S. Paulo não foi apenas assistido por Espíritos de luz, de que se fazia o porta-voz e o intérprete. (Nota xxxiv: Idem.) Espíritos inferiores por vezes o atormentavam, e era-lhe necessário resistir à sua influência. (Nota xxxv: Apocalipse, XIX, 10.) É assim que, em todos os meios, para educação do homem e desenvolvimento da sua razão, a luz e a sombra, a verdade e o erro se misturam. O mesmo se dá no domínio do moderno Espiritualismo, em que se encontram todas as ordens de manifestações, desde as comunicações do mais elevado caráter até os grosseiros fenômenos produzidos por Espíritos atrasados. Mas esses também têm a sua utilidade, do ponto de vista dos elementos de observação e dos casos de identidade que fornecem à Ciência.


S. Paulo conhecia estas coisas. Lecionado pela experiência, ele advertia os profetas, (Nota xxxvi: Denominavam-se então os médiuns profetas.) seus irmãos, a fim de se conservarem em guarda contra tais ciladas. E acrescentava em consequência: "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Coríntios, XIV, 32), isto é, é preciso não aceitar cegamente as instruções dos Espíritos, mas submetê-las ao exame da razão.


No mesmo sentido, dizia S. João: "Caríssimos, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus. " (I Epístola, IV, 1) Os "Atos dos Apóstolos" fornecem numerosas indicações acerca das relações dos discípulos de Jesus com o mundo invisível. Aí se vê como, observando as instruções dos Espíritos, (Nota xxxvii: Na versão grega dos Evangelhos e dos Atos, a palavra espírito está muitas vezes isolada. S. Jerônimo acrescenta-lhe a de santo; e foram os tradutores franceses da Vulgata que daí fizeram o Espírito-Santo, (Ver Bellemare - "Espírita e Cristão", págs. 270 e segs.) os apóstolos adquirem maior amplitude de visão das coisas; chegaram a não fazer mais distinções entre as carnes, a suprimir a barreira que separava dos gentios os judeus, a substituir a circuncisão pelo batismo. (Nota xxxviii: Atos dos Apóstolos, X, 10-16, 28, 29, 44-48; XVI, 6-10; XXI, 4; Ep. Romanos - XIV, 14,1 Cor. - XII e XIV. - Ver também nota complementar nº 6.) As comunicações dos cristãos com os Espíritos dos mortos eram tão frequentes nos primeiros séculos, que instruções positivas circulavam entre eles a esse respeito.


Hermas, discípulo dos apóstolos, o mesmo que São Paulo manda saudar de sua parte em sua Epístola aos Romanos (XVI, 14), indica, em seu "Livro do Pastor",xxxix os meios de distinguir os bons dos maus Espíritos.


Nas linhas seguintes, escritas há mil e oitocentos anos, julgarse-ia ter a descrição fiel das sessões de evocações, tais como, em muitos centros, se praticam em nossos dias: "O espírito que vem da parte de Deus é pacífico e humilde; afasta-se de toda malícia e de todo vão desejo deste mundo e paira acima de todos os homens. Não responde a todos os que o interrogam, nem às pessoas em particular, porque o espírito que vem de Deus não fala ao homem quando o homem quer, mas quando Deus o permite. Quando, pois, um homem que tem um espírito de Deus vem à assembleia dos fiéis, desde que se fez à prece, o espírito toma lugar nesse homem, que fala na assembleia como Deus o quer. " (É o médium falante.) "Reconhece-se, ao contrário, os espíritos terrestres, frívolos, sem sabedoria e sem força, no que se agita, se levanta e toma o primeiro lugar. É importuno, tagarela e não profetiza sem remuneração. Um profeta de Deus não procede assim. " Os Espíritos manifestavam, então, sua presença de mil modos, quer tornando-se visíveis, (Nota xl: Atos, XII, 55, 56; IX, 10, 12; XVI, 9 etc.) ou produzindo a desagregação da matéria, como o fizeram para libertar Pedro das cadeias que o prendiam e retirá-lo da prisão, (Nota xli: Atos, XII, 7-10. Ver também v. 19 e XVI, 26.) quer ainda provocando casos de levitação. (Nota xlii: Ibid., VIII, 39, 40.) Esses fenômenos eram, às vezes, tão impressionastes que até mágicos sentiam-se abalados, a ponto de se converterem. (Nota xliii: Atos, VIII. 9-13.) Penetrados desse espírito de caridade e abnegação, que lhes transfundia o Cristo, os primeiros cristãos viviam na mais íntima solidariedade. "Tudo possuíam em comum" e "eram queridos de todo o povo". (Nota xliv: Ibid., II, 44-47; IV, 32-36.) A revelação dos Espíritos continua muito tempo além do período apostólico. Durante os séculos II e III, os cristãos se dirigiam diretamente às almas dos mortos para decidir pontos de doutrina.


S. Gregório, o taumaturgo, bispo de Neo-Cesareia, declara "ter recebido de João Evangelista, em uma visão, o símbolo da fé pregado por ele na sua igreja". (Nota xlv: Resumo da história eclesiástica, pelo abade Racine. São Gregório de Nissa, em sua Vida de São Gregório, o taumaturgo, refere essa visão. Ver Obras de São Gregório de Nissa, edição de 1638, t. III, págs. 545 e 546.) Orígenes, esse sábio que S. Jerônimo considerava o grande mestre da Igreja, depois dos apóstolos, fala muitas vezes, em suas obras, da manifestação dos mortos.


Em sua controvérsia com Celso, diz ele: "Não duvido de que Celso escarneça de mim; as zombarias, porém, não me impedirão de dizer que muitas pessoas têm abraçado o Cristianismo a seu pesar, tendo sido de tal modo seu coração repentinamente transformado por algum espírito, quer numa aparição, quer em sonho, que, em lugar da aversão que nutriam pela nossa fé, adotaram-na com amor até a ponto de morrer por ela. Tomo Deus por testemunha da verdade do que digo; Ele sabe que eu não pretendo recomendar a doutrina de Jesus Cristo por meio de histórias fabulosas, mas com a verdade de fatos incontestáveis". (Nota xlvi: Orígenes, edição beneditina de 1733, t. I, págs. 361 e 362.) O imperador Constantino era pessoalmente dotado de faculdades mediúnicas e sujeito à influência dos Espíritos. Os principais sucessos de sua vida - sua conversão ao Cristianismo, a fundação de Bizâncio, etc. - assinalam-se por intervenções ocultas, do que se pode ter a prova nos seguintes fatos que vamos buscar à narrativa do Sr. Alberto de Broglie, imparcial e severo historiador, pouco inclinado ao misticismo: (Nota xlvii: Alb. de Broglie, A Igreja e o Império romano no século quarto, t. I, págs. 214 e seguintes.) "Quando planejava apoderar-se de Roma, um impulso interior o induziu a se recomendar a algum poder sobrenatural e invocar a proteção divina, com apoio das forças humanas. Grande era, porém, o embaraço para um piedoso romano dessa época... A si mesmo ansiosamente perguntava de que Deus iria implorar a assistência.


Caiu, então, em absorta meditação das vicissitudes políticas de que fora testemunha. " Reconhece que depositar confiança na multidão dos deuses traz infelicidade, ao passo que seu pai Constancio, secreto adorador do Deus único, terminara seus dias em paz. "Constantino decidiu-se a suplicar ao Deus de seu pai que prestasse mão forte à sua empresa". "A resposta a essa prece foi umas visões maravilhosas, que ele próprio referia, muitos anos depois, ao historiador Eusébio, afirmando-a sob juramento e com as seguintes particularidades: Uma tarde, marchando à frente das tropas, divisou no céu, acima do sol que já declinava para o ocaso, uma cruz luminosa com esta inscrição: Com este sinal vencerás. Todo o seu exército e muitos espectadores que o rodeavam viram como ele, estupefato, esse prodígio. Ficou intrigado com o que poderia significar essa aparição. A noite o surpreendeu ainda na mesma perplexidade.


Durante o sono, porém, o próprio Cristo lhe apareceu com a cruz com que fora visto no céu e lhe ordenou que mandasse fazer, por aquele modelo, um estandarte de guerra que lhe serviria de proteção nos combates. Ao alvorecer, Constantino levantou-se e transmitiu aos confidentes a revelação. Logo foram chamados ourives e o Imperador lhes deu instruções para que a cruz misteriosa fosse reproduzida em ouro e pedras preciosas. " Mais adiante, acerca da escolha de Bizâncio para capital do Império, refere o mesmo autor: Quando os olhos de Constantino se detiveram em Bizâncio, não a apresentava mais que os destroços de uma grande cidade. Na escolha que fez, acreditava ele não estar desamparado da intervenção divina. Dizia-se que, por uma confidência miraculosa, fora informado de que em Roma não estaria em segurança o Império. Relativamente a essa escolha, falava-se também de um sonho, etc. Filostórgio refere que:

... na ocasião em que ele (Constantino) traçava com a espada em punho o novo recinto da cidade, os que o acompanhavam vendo que ele se adiantava sempre, de modo a abranger uma área imensa, perguntaram-lhe respeitosamente até onde pretendia ir. - Até o lugar em que pare quem vai adiante de mim - respondeu. (Nota xlviii: Filostórgio, II, 9. Ver A Igreja e o Império Romano no século quarto, por Alb de Broglie, t. II, pá.g. 153.) E provável que, sem o saber, padecesse Constantino a influência dos invisíveis, em tudo o que devia favorecer o estabelecimento da nova religião, em detrimento muitas vezes do bem do Estado e de seus próprios interesses. Seu caráter, sua vida íntima, não sofreram com isso modificação alguma. Constantino se manteve sempre cruel e astucioso, refratário à moral evangélica, o que demonstra ter sido, em tudo mais, um instrumento nas mãos das eminentes Entidades cuja missão era fazer triunfar o Cristianismo.


Sobre a questão que nos ocupa, o célebre bispo de Hipona, Santo Agostinho, não é menos afirmativo. Em suas "Confissões" (Nota xlix: Confissões, livro. VIII, cap. XII.), alude aos infrutíferos esforços empenhados por deixar a desregrada vida que levava. Um dia em que rogava com fervor a Deus que o iluminasse, ouviu subitamente uma voz que repetidas vezes lhe dizia: Tolle, lege (toma, lê). Tendo-se certificado de que essas palavras não provinham de um ser vivo, ficou convencido de ser uma ordem divina, que lhe determinava abrisse as santas Escrituras e lesse a primeira passagem que sob os olhos lhe caísse. Foram exortações de S. Paulo sobre a pureza dos costumes, o que leu.


Em suas cartas menciona o mesmo autor "aparições de mortos", indo e vindo em sua morada habitual - fazendo predições que os acontecimentos vêm mais tarde confirmar. l Seu tratado De cura pro mortuis, fala das manifestações dos mortos, nestes termos: "Os espíritos dos mortos podem ser enviados aos vivos, podem desvendar-lhes o futuro, cujo conhecimento adquiriram, quer por outros espíritos, quer pelos anjos, quer por uma revelação divina. " (Nota li: De cura pro mortuis, edição beneditina, t. VI, col. 527.) Em sua Cidade de Deus, a propósito do corpo lúcido, etéreo, aromal, que é o perispírito dos espíritas, trata das operações teúrgicas, que o tornam apropriado a comunicar com os Espíritos e os anjos e obter visões.


S. Clemente de Alexandria, S. Gregório de Nissa em seu Discurso catequético, o próprio S. Jerônimo em sua famosa controvérsia com Vigilantius, o gaulês, pronunciam-se no mesmo sentido.


S. Tomás de Aquino, o anjo da escola, no-lo diz o abade Poussin, professor no Seminário de Nice, em sua obra O Espiritismo perante a Igreja (1866), "comunicava-se com os habitantes do outro mundo, com mortos que o informavam do estado das almas pelas quais se interessava ele, com santos que o confortavam e lhe patenteavam os tesouros da ciência divina". (Nota lii: Lê-se na Suma (1, qu. 89, 8 2.m): "o espírito (anima separata) pode aparecer aos vivos".) A Igreja, pelo órgão dos concílios, entendeu dever condenar as práticas espíritas, quando, de democrática e popular que era em sua origem, se tornou despótica e autoritária. Quis ser a única a possuir o privilégio das comunicações ocultas e o direito de as interpretar.


Todos os leigos, provado que mantinham relações com os mortos, foram perseguidos como feiticeiros e queimados.


Mas esse monopólio das relações com o mundo invisível, apesar dos seus julgamentos e condenações, apesar das execuções em massa, a Igreja nunca o pôde obter. Ao contrário, a partir desse momento, as mais brilhantes manifestações se produzem fora dela.


A fonte das superiores inspirações, fechada para os eclesiásticos, permanece aberta para os hereges. A História o atesta. Aí estão as vozes de Joana d"Arc, os gênios familiares de Tasso e de Jerônimo Cardan, os fenômenos macabros da Idade Média, produzidos por Espíritos de categoria inferior; os convulsionários de S. Medard, depois os pequenos profetas inspirados de Cavennes, Swedenborg e sua escola. Mil outros fatos ainda formam uma ininterrupta cadeia, que, desde as manifestações da mais remota antiguidade, nos conduz ao moderno Espiritualismo.


Entretanto, numa época recente, no seio da Igreja, alguns raros pensadores investigavam ainda o problema do invisível. Sob o título Da distinção dos Espíritos, o cardeal Bona, esse Fenelon da Itália, consagrava uma obra ao estudo das diversas categorias de Espíritos que podem manifestar-se aos homens. "Motivo de estranheza - diz ele - é que se pudessem encontrar homens de bom senso que tenham ousado negar em absoluto as aparições e comunicações das almas com os vivos, ou atribuí-las a extravio da imaginação, ou ainda a artifício dos demônios. " Esse cardeal não previa os anátemas dos padres católicos contra o Espiritismo. (Nota liii: Ver nota complementar no 6.) Forçoso é, portanto, reconhecê-lo: os dignitários da Igreja que, do alto de sua cátedra, têm anatematizado as práticas espíritas, desnortearam completamente. Não compreendem que as manifestações das almas são uma das bases do Cristianismo, que o movimento espírita é a reprodução do movimento cristão em sua origem. Não se lembram de que negar a comunicação com os mortos, ou mesmo atribuí-la à intervenção dos demônios, é por em contradição com os padres da Igreja e com os próprios apóstolos. Já os sacerdotes de Jerusalém acusavam Jesus de agir sob a influência de Belzebu. A teoria do demônio fez sua época; agora já não é admissível.


A verdade é que o Espiritismo se encontra hoje por toda parte, não como superstição, mas como lei fundamental da Natureza.


Sempre existiram relações entre homens e Espíritos, com maior ou menor intensidade. Por esse meio, contínua revelação se propagou no mundo. Flui, através dos tempos, uma grande corrente de energia espiritual cuja fonte é o mundo invisível. Por vezes, essa corrente se oculta na penumbra; vai-se encontrar dissimulada sob a abóbada dos templos da Índia e do Egito, nos misteriosos santuários da Gália e da Grécia; só dos iniciados e dos sábios é conhecida. Mas, também às vezes, em épocas determinadas pela vontade de Deus, surge dos lugares ocultos, reaparece em pleno dia, à vista de todos; vem oferecer à Humanidade esses tesouros, essas magnificências esquecidas, que a vêm embelezar, enriquecer, regenerar.


É assim que as verdades superiores se revelam através dos séculos, para facilitar, estimular a evolução dos seres. Com o concurso de poderosos médiuns, se patenteiam entre nós, pela intervenção dos Espíritos geniais, que viveram na Terra e que nela sofreram pela Justiça e pelo Bem. Esses Espíritos de escol foram restituídos à vida do espaço, mas não cessaram de velar pela Humanidade e com ela corresponder-se.


Em certos momentos da História, um sopro do Alto perpassa pelo mundo; as brumas que envolviam o pensamento humano se dissipam; as superstições, as dúvidas, as quimeras se desvanecem; as grandes leis do destino se revelam e a verdade reaparece.


Felizes, então, os que a sabem reconhecer e agasalhar!



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 7:56
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28
CARLOS TORRES PASTORINO
JO 1:43-51

43. No dia seguinte, resolveu (Jesus) ir à Galileia e encontrou Filipe, e disse-lhe: "segueme"!


44. Ora, Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.


45. Filipe encontrou Natanael e declarou-lhe: "encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e os profetas falaram. Jesus filho de José, o de Nazaré".


46. Perguntou-lhe Natanael: "De Nazaré pode vir coisa boa?" Respondeu-lhe Filipe: "Vem e vê".


47. Vendo Jesus Natanael aproximar-se, disse dele: "eis um verdadeiro israelita, em quem não há engano"!


48. Perguntou-lhe Natanael: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes de Filipe chamar-te, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira".


49. Replicou-lhe Natanael: "Rabbi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel"!


50. Disse-lhe Jesus: "por dizer-te que te vi debaixo da figueira, crês? verás coisas maiores que estas"...


51. E acrescentou: "Em verdade, em verdade vos digo, que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".


No dia seguinte (é o 5. º dia dessa sequência), Jesus resolveu regressar à Galileia, juntamente com seus três novos discípulos: João, André e seu irmão Simão-Pedro. Voltavam os quatro para sua terra natal, ao norte da Palestina.


Aí o pequeno grupo encontra Filipe. Também é nome tipicamente grego, significando "amigo do cavalo", embora corresponda. ao hebraico פֿבֿטּ׳אב (Phaltiel), que significa "libertação de El" (cfr, 2SM 3:15). Filipe aderiu de imediato. Podia confiar em seus amigos e conterrâneos. E logo se enfervora com o que ouve do novo mestre, tentando arranjar outro prosélito. Vai chamar Natanael (mesmo significado que Teodoro = "dom de Deus"). O nome de Natanael não mais aparece em o Novo Testamento; por isso os comentaristas o identificaram com Bartolomeu (filho de Tolmai), que é sempre citado ao lado de Filipe em todas as listas dos apóstolos (MT 10:3; MC 3:18; LC 6:14).

Segundo informações do próprio João (21:2), Filipe era natural ria cidade de Caná da Galileia (hoje, parece, Kefr-Kenna), que fica a 8 quilômetros de Nazaré, a aldeia de Jesus. Temos a impressão de que Natanael já conhecia Jesus, porque Filipe, ao anunciar-lhe o encontra "daquele de quem Moisés escreveu na Lei e os profetas falaram", cita o nome familiar: "Jesus, filho de José", esclarecendo "o de Nazar é". Esses pormenores deviam recordar algo a Natanael que com isso o identificaria.


Conhecendo Jesus, um operário braçal que vivia em minúscula aldeola, Natanael indaga: "e de Nazaré pode sair algo de importante"? Filipe, porém, não procura fazer a apologia de Jesus: convida-o apenas a verificá-lo de visu. E Natanael aceita e vai.


O primeiro choque vem do primeiro contato, quando ouve Jesus anunciar ao grupo: "vejam um israelita em quem não há simulação". Admirado com o elogio inesperado, Natanael indaga donde Jesus o conhece. Poderia ter tido informações. Mas o Rabbi quer revelar seu poder. Sabe que Natanael é pessoa íntegra, cumpridor de seus deveres religiosos, convicto de sua fé. E revela-lhe algo que o estarrece. Mas o evangelista registra apenas uma frase simples: "antes que Filipe te chamasse, eu te vi debaixo da figueira". Para nós, não faz sentido. Mas para Natanael deve ter constituído uma prova irretorquível, por aludir a algo que ele deveria estar fazendo debaixo da figueira, e a frase de Jesus deve ter tido significado profundo para ele, que exclama: "Rabbi, tu és o Filho de Deus (o Enviado especial), tu és o Rei de Israel (o Messias aguardado) "!


A resposta de Jesus vem ampliar de muito o horizonte mental dos cinco primeiros escolhidos para participarem da campanha de transfiguração do planeta.


Começa dizendo que a alusão à estada sob a figueira era de somenos importância e que muitas coisas, ainda mais extraordinárias, seriam por eles testemunhadas.


Passa então a esclarecer: "Em verdade, em verdade", locução típica à o hebraico. Quando um israelitaafirma, com força de juramento (mas sem jurar, para "não tornar em vão o nome de Deus), ele diz: amén (אמוּ) ou seja, "é verdade". E quando quer solenizar sua palavra, usa a expressão אמך סלח (amén selô): "é verdade eternamente".

Essa fórmula era com frequência empregada por Jesus, quando revelava fatos que desejava fossem compreendidos e lembrados por seus discípulos.


"Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo" é uma alusão indiscutível a GN 28:10- 17, onde se narra o sonho de Jacob em Bethel, quando de partia para a Mesopotâmia.


Aqui aparece pela primeira vez o título que Jesus se atribuía de FILHO DO HOMEM, já usado por algum profetas (cfr. DN 7:13-14, etc.) .


FILHO DO HOMEM


A expressão hebraica "filho de... ", exprime o possuidor da qualidade da palavra que se lhe segue: "filho da paz" é o pacífico; "filho do estrangeiro" é o estrangeiro; nessa interpretação, "filho do homem" é o homem. No entanto, embora em alguns passos possa interpretar-se assim (por exemplo:

"Deus não é como um homem que mente, nem como o filho do homem que muda ", NM 23:19) nem sempre essa expressão se conservoucom esse sentido. Na época mais recente do profetismo, o significado se foi elevando, passando a designar algo de especial.


Observamos assim que Daniel (Daniel 7:13) descreve a visão que teve do "Filho do Homem que vinha sobre as nuvens do céu". Isaías fala: "feliz o Filho do Homem que compreende isto" (56:2). Jeremias afirma que o Filho do Homem não habitará a Iduméia" (49:18) nem Asor (49:33) nem Babilônia (50:40 e 51:43), significando que não terá participação com os pecadores. Ezequiel só é chamado por YHWH de "Filho do Homem" (em todo o livro de Ezequiel, 92 vezes). O sentido, dessa maneira, se foi restringindo até assumir o significado que, na época de Jesus, já se havia firmado: era o Homem que já se havia libertado do ciclo reencarnatório ("guilgul" ou "samsara"). Nesse sentido, "Filho do Homem" se opunha a "Filho de Mulher", que representava o homem ainda sujeito às reencarnações, ainda não liberto da necessidade de nascer através da mulher.


O "Filho do Homem" é o Espírito que já terminou sua evolução, e que portanto se tornou o "produto do Homem", o "fruto da humanidade". Não mais necessita encarnar, mas pode fazê-lo, se o quiser.


Não está preso ao "ciclo fatal" (kyklos anánke): vem quando quer. São os grandes Manifestantes da Divindade, os Mensageiros, os Profetas, os Enviados, os Messias, que descem à carne por amor à humanidade a fim de trazer revelações, de indicarem o caminho da evolução, exemplificando com sua vida de dores e sacrifícios, a estrada da libertação, que eles já percorreram, e que agora apenas perlustram para mostrar, como modelos, o que compete ao homem comum fazer por si mesmo. É o caso de Krishna, Buddha, Moisés, Ezequiel, Jesus, Maomé, Ramakrishna, Bahá ’u ’lláh e outros.


Em o Novo Testamento encontramos o título "Filho do Homem" aplicado por Jesus a ele mesmo na seguinte proporção: em MT 31 vezes; em LC 25 vezes; em MC 14 vezes; em JO 12 vezes; apenas em JO 12:34 o título lhe é dado pelo povo. No entanto, Jesus não o aplica a mais ninguém. E dá-nos ele mesmo a definição do que entendia pela expressão, quando diz: "ninguém subiu ao céu, senão aquele que desceu do céu. a saber, o Filho do Homem" (JO 3:13), ou seja, só aquele que já subiu ao céu (que já se libertou da Terra, das reencarnações) é que, ao descer à Terra reencarnado, pode ser chamado "Filho do Homem", como era seu caso. Esse tem conhecimento próprio, adquirido pela experiência pessoal, do que se passa nos planos superiores à humanidade, e portanto pode falar com autoridade.


Não sendo mais "Filho de Mulher", mas "Filho do Homem", podia ele dizer que João Batista era o maior entre os "Filhos de Mulher", ou seja, entre aqueles que ainda estão sujeitos à reencarnação pela Lei do Carma. João era, realmente o maior entre os presos à "roda de Samsara"; mas o menor dos já libertos, era superior a ele; e Jesus era Filho do Homem, já liberto.


Interessante observar que, no resto do Novo Testamento, a expressão "Filho do Homem" aplicada a Jesus (que assim se denominava) só é encontrada na boca de Estêvão (AT 7:56) e em dois passos do Apocalipse (1:13 e 14:14). Explica-se o fato porque, fora da Palestina, sobretudo entre os gentios, a expressão podia ser interpretada ao pé da letra, e portanto traria sentido ridículo à pregação dos apóstolos sobre a pessoa de Jesus.


Depois de começar a admitir os discípulos na "hora décima", ou seja, a exteriorizar o aprendizado evolutivo interno, Jesus resolve caminhar com os recém-vindos para um local de meditação, onde lhes possa dar as primeiras lições e a exemplificação viva.


Ao penetrar o "jardim fechado" (Galileia) são citados mais dois nomes: Filipe, ou melhor Phaltiel, que significa a "libertação de El", isto é, o Espírito que se liberta do domínio da matéria, a individualidade que se livra do jugo da personalidade, passando a utilizá-la como instrumento da evolução, e não a servi-la como escravo. Filipe chama Natanael (o "dom de Deus"), completando-se assim o grupo de cinco, que simboliza a personalidade mais a intuição: ANDRÉ, o "homem" (físico), o "outro" (sensações), PEDRO (emoções), NATANAEL (o intelecto, "dom de Deus") e FILIPE (a intuição, intermediária entre a Mente e o Intelecto).


Como representante da intuição, Filipe convoca Natanael, o intelecto, com ele se comunicando. Agindo como legítimo intelecto comum, a primeira reação de Natanael é a crítica, e crítica com menosprezo.


Mas, em presença da individualidade, ao ouvir o conhecimento que ela tem do próprio intelecto, admirase profundamente. De início, ao perceber o conceito em que é tido, de não ser falso nem fingido, o intelecto indaga: "de onde me conhece"? É o vício da pesquisa, que quer explicação de tudo. Mas ao ouvir a resposta final, entrega-se inerme, rende-se sem mais resistência.


A frase que causou o impacto é simples: "antes que Filipe te chamasse, eu te vi sentado sob a figueira".


A figueira, abundantíssima em toda a bacia mediterrânea (e portanto também na Palestina) apodrece citada 56 vezes nas Escrituras (37 no Antigo e 19 em o Novo Testamento). Árvore que não produz frutos, mas apenas flores (embora flores "inclusas") era muito apreciada e tido como símbolo de abundância. Suas flores tinham grande utilidade: como alimento dos mais delicados e saborosos, e como medicamento (usado como cataplasma em antrazes, úlceras e abcessos) com efeito curativo. A árvore floresce na primavera em grande profusão.


De modo geral a figueira é citada ao lado da vinha, da oliveira e da romã, com expressão esotérica. A figueira representa a floração interna das qualidades morais e espirituais, isto é, a evolução em si mesma, a transmutação da seiva interior da árvore nas flores da perfeição, não abertas para o exterior, mas inclusas ou fechadas em si mesmas, florescendo para o íntimo. A vinha simboliza a sabedoria espiritual (como afirmavam: in vino véritas, no vinho, a verdade). A romã representa a fecundidade sexual e sua consequência natural: o desenvolvimento mental. A oliveira exprime a paz, quer a externa, quer sobretudo a interna e profunda. A figueira, uma das árvores mais antigas no conhecimento da humanidade, aparece desde as primeiras páginas da Bíblia. No profundo simbolismo do episódio adâmico, segundo o Gênesis (Gênesis 3:7), Adão e Eva cobriram suas partes sexuais com folhas de figueira (tradição conservada até hoje pelos pintores e escultores puritanos). O significado dessa ideia é que a parte material (animal) é superada (coberta) pelo aprimoramento da pujante força espiritual.


A expressão "sentar-se sob a figueira e sob a vinha", ou seja, preparar-se interiormente pela aquisição da Virtude e da Sabedoria é empregada em 1RS 4:26; em Miquéas, 4:4; em Zacarias, 3:10 e em 1 Macabeus, 14:12, para simbolizar a Virtude e a Sabedoria que haverá na "época messiânica", isto é, no momento em que o homem se encontrará com o Messias ou Cristo Interno.


A frase de Jesus teve, portanto, sentido profundo, quando afirmou que, antes de ser avisado pela intuição, já ele (Cristo Interno) percebera o intelecto (Natanael) "sentado sob a figueira", ou seja, buscando ansiosamente o encontro com seu Eu, aspirando ao contato - por meio do florescimento das virtudes - com o Cristo Interno, o Filho de Deus, o Rei da Humanidade (Israel).


O intelecto que tem boa vontade, e desejo sincero de evoluir, cede sempre diante da realidade, vencido e convencido.


Mas Jesus acrescenta que ele e os companheiros veriam o "céu aberto", ou seja, penetrariam o segredo do "Reino dos Céus" que se abriria para eles, em seus corações, e, nesse encontro, seus Espíritos, os "anjos de Deus", subiriam e desceriam em contatos sucessivos, iluminando o Filho do Homem, o "espírito" liberto totalmente das peias da matéria.


at 7:56
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 19:23-30


23. Jesus, pois, disse a seus discípulos: "Em verdade vos digo que um rico entrará com dificuldade no reino dos céus.

24. Novamente vos digo: mais fácil é um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus".

25. Ouvindo isso, os discípulos muito se chocaram e perguntaram: "quem pode, então, salvar-se"?

26. Olhando-os, porém, Jesus disse-lhes: "Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível".

27. Respondendo, então, Pedro disse-lhe: "Eis que nós abandonamos tudo e te seguimos; que, pois, será para nós"?

28. Mas Jesus disse-lhes: "Em verdade vos digo, que vós, que me seguistes na reencarnação, cada vez que o Filho do Homem se sentar no trono de sua glória, sentareis também vós sobre doze tronos, discriminando as doze tribos de Israel.

29. E todo que tenha abandonado casas ou irmãos ou irmãs ou pai ou mãe ou esposa ou filhos ou campos por causa do meu nome, receberá o cêntuplo e participará da vida imanente.

30. Muitos primeiros, porém, serão últimos, e últimos serão primeiros".

MC 10:23-31


23. Olhando em torno, disse Jesus a seus discípulos: "Como entrarão com dificuldade no reino dos céus os que têm riquezas"!

24. Os discípulos porém se horrorizaram com as palavras dele. Mas respondendo Jesus disselhes: "Filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!

25. É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus".

26. Eles se chocaram terrivelmente, dizendo uns aos outros: "E quem poderá salvar-se"? 27. Olhando-os, Jesus disse: "Aos homens isso é impossível, mas não a Deus, pois tudo é possível a Deus".

28. Começou Pedro a dizer-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos".

29. Disse Jesus: "Em verdade vos digo, ninguém que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs ou mãe ou pai ou filhos ou terras, por minha causa e por causa da Boa Nova,

30. que não receba agora, nesta oportunidade, o cêntuplo de casas e irmãos e irmãs e mães e filhos e campos, com perseguições, e no eon vindouro a vida imanente.

31. Muitos primeiros, porém, serão últimos, e últimos serão primeiros".

LC 18:24-30


24. Vendo, então, Jesus que ele se tornara triste, disse: "Como dificilmente os que têm riquezas entrarão no reino de Deus!

25. Pois é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no rei no de Deus".

26. Disseram, então, os ouvintes: "E quem pode salvar-se"?

27. Ele disse: "O impossível entre os homens é possível para Deus".

28. Disse Pedro, então: "Eis que deixamos nossas coisas e te seguimos...

29. Então ele disse-lhes: "Em verdade vos digo que ninguém há que abandone casa ou esposa ou irmãos ou pais ou filhos por causa do reino de Deus,

30. que não receba muito mais nesta oportunidade e a vida imanente no eon vindouro".



Neste trecho, temos os primeiros comentários feitos por Jesus, enquanto se afastava o jovem rico, triste e preocupado (stygnasas, "de sobrecenho carregado") com a luta íntima que nele se travara entre a vontade incontrolável de seguir o Mestre, e o apego descontrolado a seus bens, entre o amor ao Espírito e o amor à matéria.


Marcos anota que Jesus "olhou em torno de si" (periblepsámenos), observando com penetração psicol ógica o efeito que nos discípulos causara a cena, e o que produziriam suas palavras. E disse: "Como os ricos entram com dificuldade no reino dos céus!" O advérbio dyskólôs, "dificilmente", é usado apenas aqui nos três sinópticos.


A impressão recolhida no semblante dos discípulos foi de horror. Justamente eles pensavam que os ricos entrariam muito mais facilmente: que não consegue um homem com dinheiro? Então Jesus resolve aprofundar o espanto e chocá-los, para que jamais esqueçam a lição, e faz uma comparação que os deixa boquiabertos: "é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, que um rico entrar no reino dos céus".


Teofilacto, no século 11°, em seus comentários evangélicos (Patrol. Graeca vol. 123) sugere que, em lugar de kámelos, "camelo", devia ler-se cámilos, "cabo", "corda grossa", aceitando a hipótese já lançada por Cirilo de Alexandria, em sua obra "Contra Julianum", cap. 6. º. Mas isso nada resolve. Além do que a expressão de Jesus encontra eco nos escritos rabínicos: "ninguém sonha com uma palmeira de ouro, nem com um elefante a passar pelo buraco de uma agulha" (Rabbi Raba, cfr. Strack e Billerbeck, vol. I, pág. 828). Ora, na época de Jesus os camelos eram comuns à vida cotidiana, ao passo que os elefantes constituíam recordações vagas de séculos atrás, por ocasião das guerras macedônicas. E o mesmo Jesus utiliza outra comparação com o camelo: "vós, que coais um mosquito e engolis um camelo" (MT 23:24).


A exclamação cheia de ternura, com que Jesus se dirige a seus discípulos, chamando-os "meus filhos" (tékna) parece querer abrandar o choque traumático que lhes causara. Na expressão "os que têm riquezas", o substantivo empregado é chrêmata, que engloba bens móveis e imóveis, ao passo que ktêmata exprime apenas os imóveis.


No vers. 24 alguns códices trazem "Filhos, como é difícil aos que confiam nas riquezas entrar no reino dos céus". Esse adendo, na opinião dos hermeneutas, é glosa antiga, para justificar os ricos que não queriam desfazer-se de suas riquezas, mas cuja amizade interessava ao clero. Knabenbauer (Cursus Sacrae Scripturae Paris, 1894, pág. 271) esclarece muito atiladamente: si glossa est, apte et opportune addebatur; neque enim opes incursat, sed eos qui ultra modus iis inhaerent, isto é, "se é uma glosa, foi acrescentada adequada e oportunamente; pois não condena as riquezas, mas aqueles que a elas se apegam além da medida".


O trauma leva os discípulos (Lucas diz "os ouvintes") a interrogar-se entre si: "e quem poderá salvarse"?


Realmente todos os seres humanos têm posses, embora as de alguns seja constituída de alguns trapos para cobrir a nudez. Há então clara distinção entre pobreza efetiva e pobreza afetiva. A primeira, por maior que seja, talvez a posse de simples lata velha para beber água, pode envolver apego que provoque briga se alguém lha quiser tirar: enquanto a segunda, mesmo que se possuam bens quantiosos, é mantida com a psicologia do mero gerente ou mordomo, sem nenhum apego afetivo em relação a ela.


Após a explicação de que a Deus nada é impossível, que corta o espanto com a faca da esperança, afiada na pedra da fé e umedecida com o azeite da confiança no Amor divino, Pedro anima-se e "começa a interrogar" a respeito dos discípulos. Não transparece, em sua indagação, nem egoísmo nem ambição, mas a curiosidade temperamental e ansiosa, típica dos inquietos: "e nós? Afinal, nós deixamos tudo e te seguimos... que acontecerá a nós"?


A resposta de Jesus, registrada por Mateus, tem um pormenor que não aparece nos outros.


Analisemos: amén légô humin (em verdade vos digo) hóti hymeis hoí akolouthésantés moi (que vós que me seguistes), en têi palligenesíai (na reencarnação), hotan kathísêi ho hyiós toú anthrôpou (cada vez que se sente o filho do homem) epi thrônou doxês autoú (sobre o trono de sua glória) kathêsesthe kaì hymeis (sentareis também vós) epì dôdeka thronoús (sobre doze tronos) krínontes tàs dôdeka phylàs toú Israêl (discriminando as doze tribos de Israel).


Temos que assinalar a expressão en têi paliggenesíai, "na reencarnação", termo familiar aos pitagóricos e estoicos, para exprimir o que chamamos hoje, ainda, de reencarnação: o renascimento na matéria do espírito imortal; com ele também era designada outrora a "transformação do mundo", nos passos evolutivos que o planeta vai conquistando através dos milênios. Flávio emprega a palavra para exprimir a restauração de Israel, sentido provavelmente corrente na época, entre os israelitas, o que fez que os discípulos pensassem que Jesus vinha operar essa restauração; e isso quiçá tenha provocado o pedido de Tiago e de João (MC 10:35) logo a seguir. Philon de Alexandria usa essa palavra para designar o renascimento do planeta após o dilúvio. E Paulo de Tarso (Tito, 3:5) com o sentido material de reencarna ção e o sentido espiritual de nascimento na individualidade ou transição do psiquismo ao espírito, tendo como resultado o surgir do "homem novo".


Outra observação quanto ao "trono de glória", que o Talmud denomina kissê kakkabod, quando diz: " Há sete coisas que precederam de 2000 anos o mundo: a Torah, o trono de glória, o jardim do Eden, a geena, a penitência, o santuário de sabedoria, e o nome do Messias. Onde estava escrita a Torah? Com fogo negro sobre fogo branco, estava ela colocada nos joelhos de Deus, e Deus estava sentado no trono de glória, e o trono de glória se mantinha no firmamento, que está acima da cabeça dos animais sagrados" (cfr. Strack e Billerbeck, tomo I, pág, 975).


Jesus fala nos "doze tronos", contando ainda com Judas e nas "doze tribos" de Israel que, já à Sua época, não mais se achavam divididas, pois séculos antes tinham sido conquistadas e dominadas pela tribo de Judá, unificando-se num só bloco. Sua existência, pois, era apenas simbólica.


Essa frase consolida a interpretação de "palingenesia" dada por Flávio Josefo: a restauração do reino de Israel, tornando a dividi-lo em doze tribos soberanas, cada uma das quais seria governada por um dos doze discípulos. Os Apocalipses (cfr. 4. º Esdras 7:75) falam na renovação messiânica do mundo," quando o Todo-Poderoso vier renovar Sua criação ". Mas embora se acreditasse que o Messias julgaria o mundo (cfr. MT 25:31ss), neste trecho é dito que o julgamento seria feito pelos doze, a exemplo dos" juízes" de Israel (como os "sufetas" de Cartago). Já Paulo fala que "os santos julgarão o mundo" (l. ª Cor. 6:2).


A promessa de julgar (ou discriminar) é benefício honroso, mas transitório, pois é um "ato", que logo finalizará.


Outras coisas, porém são ditas, a seguir, estendendo a todos os discípulos, contemporâneos e futuros, que tiverem abandonado tudo "por causa dele". Marcos acrescenta: "E por causa do Evangelho.


(1) A palavra Evangelho ("Boa-Notícia") é frequente no vocabulário de Marcos, sendo empregada oito vezes: 1:1; 1:14; 1:15; 8:35; 10:29; 13:10; 14:9 e 16:15, contra 4 vezes em MT 4:23; MT 9:35; MT 24:14 e MT 26:13, e nenhuma vez nos outros dois evangelistas.


A enumeração do que se abandona compreende: casas, pai, mãe, esposa, filhos, irmãos, irmãs e campos.


(2) Em Mateus, o códice Vaticano, o mss. 2148, a ítala a e n, a versão siríaca palestinense, os pais Irineu (latino) e Orígenes omitem "esposa" ; mas o termo aparece nos códices sinaítico, C; K, L, W, X, delta, theta, nos mss. f 13, 28, 33, 565, 700, 892, 1009, 1010, 1071, 1079, 1195, 1216, 1230, 1241, 1242, 1253, 1344, 1365, 1546, 1646, 2174, os leccionários bizantinos, as ítalas áurea, c, i, gl, h, l, q, a vulgata clementina as versões siríacas peschitta, curetoniana, harclense, as coptas saídica e boaídica, a armênia, a etiópica, a georgiana, os pais Basílio, João Crisóstomo, Cirilo e João Damasceno.


Quem, pois, deixar tudo isso, receberá "o cêntuplo AGORA, nesta oportunidade" (nyn en tôi kairôi toútôi), que só podemos interpretar como "nesta presente vida física", pois logo a seguir se fala "no eon vindouro", ou seja, na próxima existência.


A promessa de abandonar UM e ganhar CEM tem trazido dificuldades aos hermeneutas da letra. Jerônimo, porém, já dissera: qui carnalia pro Salvatore dimíserit, spiritualia récipit, ou seja: "quem pelo Salvador deixar as coisas, recebe as espirituais" (Patrol. Lat. vol. 26, col. 139), interpretação também apoiada por Ambrósio (Patrol. Lat. vol. 15, col. 1296).


Outros acenam à ampliação de bens e de "família" espiritual que lucram todos os que deixam a família sanguínea, tendo como pais os superiores (Jesus, aqui mesmo, chama seus discípulos de "filhos"); como irmãos, todos os companheiros de crença (cfr. 2PE 1:4, etc.) ; os "convertidos" são chamados" filhos" (cfr. GL 4:19; 1CO 15:58; 2CO 6:11-13) e Paulo chega a chamar "mãe", à mãe de Rufus (RM 16:13); quanto aos bens, eram eles colocados em comum (cfr. AT 2:44; AT 4:32; AT 11:29, AT 11:30; 16:15; GL 2:10 e GL 2:2CO 8:1 a 9:15).


Lebreton ("Le Centuple Promis", in "Recherches de Science Religieuse", tomo 20, 1930, pág. 42-44) diz que "a renúncia nos torna senhores da riqueza, ao invés de escravos dela", lembrando Paulo: tamquam nihil habentes et omnia possidentes, isto é, "como nada tendo, mas tudo possuindo" (2CO 6:10).


Marcos avisa que esse cêntuplo virá "com perseguições", embora seja promessa contida nos três sin ópticos que, "no eon vindouro", o renunciante alcançará a "vida imanente".


O ensinamento todo termina com uma máxima axiomática: "muitos primeiros serão últimos, e últimos serão primeiros". O venerável Beda (Patrol. Lat. vol. 92, col. 234) comenta: vide enim judam de apóstolo in apóstatam versum et dícito quod multi erunt primi novissimi; vide latronem in cruce factum confessorem eodemque die quo pro suis crucifixus est peccatis, gratia fidei cum Christo in paradiso gaudentem, et dícito quod et novissimi erunt primi, que significa: "vê Judas, que de apóstolo se tornou apóstata e dize que muitos primeiros serão últimos; vê o ladrão, que na cruz se tornou confessor, e no mesmo dia em que foi crucificado por seus pecados, gozando com Cristo no paraíso, e dize que também os últimos serão os primeiros".


Após o exemplo dado com o episódio do "moço rico", chegam as lições teóricas explicativas, com outros exemplos e parábolas, que vamos agora começar a ver.


O comentário do Mestre precisa ser interpretado em espírito, lembrando-se, mais uma vez, que o "reino dos céus" não é O CÉU, para o qual a alma iria após a morte física, lá permanecendo para a eternidade; mas antes, uma conquista realizada AQUI, NA TERRA.


Observamos que foi isso que o moço rico pediu: a VIDA IMANENTE, na união definitiva com o Cristo Interno. E o Cristo, manifestando-se através de Jesus, ensinou-lhe - nós o vimos - que para obtê-la com perfeição era mister vender tudo e distribuir o resultado aos mendigos, para depois segui-LO internamente. O que dificulta as interpretações das igrejas dogmáticas é ficarem rasteiras na letra material. Realmente, enquanto houver riquezas e bens, NÃO É POSSIVEL a união íntima e permanente, porque a preocupação com a gerência dos bens, por maior que seja o desapego, distrai a criatura, levando-a para fora de si, e portanto desligando-a de seu interior, do Cristo.


Mais fácil seria passarmos um camelo pelo buraco de uma agulha, que servirmos a dois senhores tão opostos: Deus Interno (Espírito) e Dinheiro externo (matéria, que é satanás). Temos que desfazer-nos do segundo, se quisermos conquistar o primeiro.


A Deus é possível chamar com tanta insistência um rico, que ele abandone tudo e "se salve", embora criatura humana alguma o consiga.


Estudemos, agora, o vers. 28 de Mateus em seus vários sentidos ocultos e simbólicos.


Anotemos de início que o Cristo deixa de responder à primeira parte da pergunta de Pedro: "nós que deixamos tudo o que nos pertencia (tà idíia), para só esclarecer o segundo inciso: "te seguimos", dando a entender que o importante não é tanto "abandonar tudo", mas sim "seguí-Lo".


Reproduzamos o versículo: "Vós que me seguistes, na reencarnação, cada vez que o Filho do Homem se sentar sobre o trono de sua glória, também Vós sentareis sobre doze tronos, discriminando as doze tribos de Israel".


Vimos que a interpretação primeira feita pelos discípulos dizia respeito à libertação de Israel e sua soberania absoluta no mundo, tanto que Salomé, mãe de Tiago e João, pede para seus filhos os lugares mais honrosos à direita e à esquerda do novo Rei (MC 10:35).


Outra interpretação que dura há séculos refere-se à "renovação do mundo", confundida com a parusia, ou seja, a segunda vinda de Jesus ao planeta para julgá-lo. Já aqui os apóstolos serão juízes de toda a humanidade.


Há mais, porém, se aprofundarmos o sentido. Neste caso, leríamos assim, parafraseando o texto: "Vós que me seguistes", designando os que O buscaram no imo de seus corações, e O encontraram e com Ele se uniram.


"Na reencarnação", que exprimiria a reencarnação do globo terráqueo, que se dá a cada surgimento de nova sub-raça. Sete sub-raças constituem uma "raça-raiz"; sete raças-raíz formam uma "ronda" e sete rondas completam um "manvantara", após o qual vem o pralaya, ou repouso.


Cada sub-raça tem sua evolução confiada a um Servidor, que vem a Terra sempre acompanhado por doze discípulos que O assistem e Lhe ajudam a tarefa. Segundo essa doutrina oculta, a promessa feita aos doze discípulos ali presentes, era que eles O acompanhariam sempre em Suas encarnações, "cada vez que se sentasse no Trono de Sua glória" ou, talvez melhor, "em Sua Cátedra gloriosa" de ensino universalista; eles formariam sempre o conjunto de outras doze cátedras, a fim de espalhar o ensino e" discriminar", ou melhor "passar pelo crivo" (sentido literal de krínein) os homens e as nações de todo o planeta, que é dividido em doze raios geométricos, representados pelos doze signos do zodíaco.


Outra leitura pode ser feita através das palavras que "ocultam" o pensamento profundo. Nesta interpretação, temos que suprimir a vírgula após as palavras "me seguistes", como o fazem Wescott e Hort em sua edição grega de 1881, lendo-se, então: "vós que me seguistes na reencarnação". Compreendemos: " vós que me acompanhastes nesta encarnação, recebereis, em vossos doze tronos separados, nova consagração iniciática evolutiva, cada vez que o Filho do Homem der mais um passo à frente, obtendo o direito de sentar-se no trono glorioso da vitória".


Podemos ainda entender como um ensino dado especialmente para as Escolas Iniciáticas: os que seguiram e acompanharam o Cristo em seus corações, terão a oportunidade de conquistar a cátedra doutrinária do ensino esotérico, para distribuí-lo aos seus discípulos no planeta, após a indispensável discriminação preliminar.


Avançando um pouco mais, podemos perceber das expressões do versículo que estudamos, um sentido mais profundo: quando a criatura que segue o Cristo, unificando-se a ELE totalmente durante sua encarnação terrena, tornando-se, portanto, Filho do Homem, ela, criatura encarnada, experimentará todas as sensações gloriosas dele. E cada vez que Ele se infinitizar na glória do Trono excelso da divina Luz, ela também se sentará em seu pequeno trono de glória, podendo daí discriminar (distinguir) as "doze tribos de Israel", ou seja, os doze caracteres básicos da humanidade, conhecendo a criação toda em toda a sua amplitude, mediante a "ciência infusa" obtida pela intuição instantânea, da visão direta, pela convivência (ou simultaneidade de vivência) com o Espírito (individualidade) unido à Luz do Espírito Santo, por meio do Pai Verbo de Sabedoria, através do Cristo Interno, partícula indivisa do Cristo Cósmico ou Terceiro aspecto da Divindade. A obtenção dessa indescritível e indizível felicidade por parte da personagem terrena encarnada, pode considerar-se efetiva divinização, consagrando seu privilegiado possuidor como Adepto de alta categoria, como Manifestante divino, como Mestre em toda a amplitude do termo. Essa interpretação cabe, em sua íntegra acepção, àquela personagem histórica que nos acostumamos a amar com todo o ardor de nossos corações, e que se denominou JESUS DE NAZARÉ. Unindo-se, em Sua encarnação, ao Cristo, Sua personagem humana de Filho do Homem pode sentar-se no trono de glória à mão direita do Pai (cfr. MT 25:31 e MT 26:64; MC 14:62, LC 22:69 e AT 7:55, AT 7:56), como já dissera David, o Bem-Amado: "Disse o Senhor ao meu Senhor, senta-te à minha mão direita".


No campo da Fraternidade Branca, cujo chefe supremo é Melquisedec, o Ancião dos Dias, o PAI a que se referia Jesus, o Trono de Glória é onde Ele pontifica no Grande Concílio, em Shamballa.


Quando o Filho do Homem se sentar em Seu trono de glória, como Chefe e Guia do Sexto Raio da Devoção, os doze discípulos que O acompanharam em Sua reencarnação na Galileia, permanecerão a Seu lado, fazendo a discriminação das "doze tribos de Israel", ou seja, dos doze grandes grupos religiosos em que se subdivide a humanidade e que sucederam, espiritualmente, às doze tribos: hinduísmo, judaísmo, zoroatrismo, taoismo, xintoísmo, confucionismo, budismo, catolicismo (romano e ortodoxo), islamismo, catolicismo reformado, naturismo (umbanda) e espiritismo. Realmente, após seu sacrifício e por meio dele, Jesus "se tornou Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedec" (Hbr. 6:20) assumindo Seu trono de glória como um dos sete Espíritos que assistem diante do Todo-Poderoso Senhor da Terra (cfr. AP 1:4). E por isso escreveu David: "Disse o Senhor (Melquisedec) ao meu Senhor (YHWH-Jesus) senta-te à minha mão direita" (SL 110:1; MT 22:44,. MC 12:36; LC 20:42; AT 2:34; HB 1:13 e HB 12:2).


Mas prossigamos no texto, para não alongar-nos demasiado. Verificamos que além desse resultado (mais que recompensa) temos outros fatos citados a respeito do "deixamos tudo".


Observemos que há uma citação nominal não apenas dos bens terrenos (casas e campos), mas dos parentes de primeiro grau, um a um, sejam consanguíneos, como pai, mãe, filhos, irmãos e irmãs, como não-consanguíneos, a esposa (ou esposo).


A igreja, com a vida monástica, colocou à letra a aplicação dessas palavras; e os monges abandonam mesmo seus parentes, chegando até, em algumas ordens a trocar de nome, para dedicar-se ao serviço do Cristo, numa renúncia total e absoluta. Magnífico exemplo, apesar dos defeitos "humanos" que sobrevieram às regra, rígidas, isto é, ao abuso que se introduziu no uso. Mas, terrenamente o sentido é esse mesmo: Cristo acima de tudo, mesmo dos amores mais belos e legítimos. Se houver objeções, dificuldades, lutas, tudo deve ser deixado para seguir o Cristo. Se houver amor por parte desses parentes, eles acompanharão o seguidor do Cristo. Se o não acompanharem, é porque mais amam a si mesmos e a suas comodidades, que ao Cristo e ao buscador do Cristo: que fiquem, pois, onde mais lhes agrada. Os atletas se libertam, por vezes, até das vestes que lhes impedem ou atrapalham a carreira.


Assim deve fazer aquele que resolve correr atrás do Amor que nos chama com gemidos inenarráveis (RM 8:26).


Mas não apenas os parentes "externos" deverão ser abandonados para seguir-se o Cristo: também os parentes "internos" que constituem nossa própria personagem: veículos físicos, sangue e emoções, fenômenos do astral, raciocínios e vaidades intelectuais, tudo tem que ser sacrificado, se constituir óbice para seguir o Cristo.


No entanto, a todos os que deixarem essas coisas, será dado cem vezes mais EM VALOR, pois conseguirão o domínio de tudo. Que importam as coisas materiais transitórias, a quem possui o Espírito imperecível? Cem vezes mais vale este. E o amor do Cristo é superior ao amor de cem mães, de cem pais, de cem esposas, ou filhos, ou irmãos, ou irmãs, e a posse do Espírito faz sentir a nulidade da posse temporária tão rápida e ilusória de um pedaço do planeta, ou de uma casa que a poeira do tempo destrói e derruba.


A interpretação materialista da igreja romana, como sói acontecer, acena com centenas de irmãos encarnados nas ordens religiosas, e centenas de casas conventuais de pedra, não compreendendo que nenhuma vantagem espiritual traria isso ao seguidor do Cristo: trocaria uma ilusão material por outras cem, mas todas transitórias e perecíveis. A promessa refere-se ao abandono do material para conquista do espiritual. Tanto que Marcos esclarece "com perseguições" por parte de todos os que permanecem presos à matéria (satanás) do Antissistema.


E o final do versículo reforça esta interpretação quando adita: "e a VIDA IMANENTE", ou seja, a permanente unificação interna do Espírito com o Cristo.


Aqui lembramos ainda uma vez (cfr. vol. 2, vol. 3 e vol. 5) que a "vida eterna" das traduções correntes nada significaria, já que essa vida eterna TODOS OS ESPÍRITOS a possuem por intrínseca natureza, inclusive os maus. Quanto mais avançamos na interpretação dos textos evangélicos, mais solidificamos nossa convicção de que é certo o caminho que palmilhamos.


Resta-nos examinar a última frase: "muitos últimos serão primeiros, e muitos primeiros serão últimos".


O espanto de muitos espiritualistas, qualquer que seja sua situação ou "posto", será incalculável, ao se verem preteridos na vida espiritual por pecadores, ateus, materialistas. Mas não menor será o assombro destes ao se verem acima daqueles que eles consideravam luminares vivos e indiscutíveis da vida religiosa.


Os homens julgam pela aparência, pelas posições, pelas vestes e pela "virtude" externa. Mas nada disso significa realidade intrínseca, nem serve de qualificação para a vida espiritual. Apenas o SER, a vibração específica do Espírito, é que situa o homem no plano vibratório próprio. Ora, quantas vezes a bondade do materialista será achada superior à do espiritualista, pelo simples fato de que o primeiro é bom sem nada esperar de retribuição, ao passo que o segundo se faz de bom na secreta e íntima esperança de obter um lugar no "céu" ou em "Nosso Lar" ... O que torna sua bondade simples jogo de interesses e expectativa de polpudas recompensas espirituais após a desencarnação.


No entanto, sabemos que a frase "os últimos serão os primeiros" possui um sentido esotérico muito profundo e iniciático, que o ocultismo representa pela serpente que morde a própria cauda, onde o princípio e o fim se unem para formar o círculo perfeito. Daí o simbolismo do Sol que ilumina; o círculo perfeito, em que não há princípio nem fim (eterno) é o dispensador da luz.


Comentando a esse respeito, Luiz Goulart chamou a atenção para a representação da "hóstia" na igreja católica, que dá ao pão a forma circular: o sol que ilumina. Sendo a hóstia a manifestação da divindade, poderia a igreja ter-lhe dado a forma do triângulo equilátero, representativo da Trindade

... No entanto, o símbolo ocultista do Sol prevaleceu, tanto que o "ostensório" é feito com o acréscimo externo dos raios de ouro (dourados) do sol. E quando em exposição, o "Santíssimo" figura, exatamente, um sol no apogeu de sua trajetória: cheio e brilhante.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
2. A Defesa de Estêvão (Atos 7:1-53)

O que é freqüentemente chamado de apologia de Estêvão — tomando essa palavra no seu sentido original e correto de "defesa" — é, na realidade, uma apresentação positi-va dos ensinos cristãos, particularmente como diferenciados dos pensamentos judaicos do século I. Bruce resumiu bem os dois principais argumentos das palavras de Estêvão: "1. Deus não está restrito localmente e não habita edifícios materiais; 2. A nação judaica sempre foi rebelde; da mesma forma que as gerações anteriores se opuseram aos profe-tas, a partir de Moisés, assim também esta geração matou 'o Justo".1"

Lake e Cadbury detalham um pouco mais o assunto. Eles dizem que as três notas recorrentes aqui são: "1. A ausência de um templo ou até mesmo de um país fixo nos dias dos patriarcas; 2. A tendência geral de Israel de rebelar-se contra os seus líderes e guias divinamente indicados; 3. O paralelismo entre o tratamento que os judeus dispensaram a Jesus e o tratamento dos seus antepassados para com José, Moisés e os profetas".'

a. Abraão (Atos 7:1-8). Estêvão tinha sido falsamente acusado de blasfêmia (6.13). Ele tinha reagido com amor santo, e o seu rosto brilhava como o de um anjo (6.15). Agora, o sumo sacerdote (1), agindo como presidente do Sinédrio, exigiu uma resposta: Porventura, é isto assim? Em outras palavras: "Você disse as coisas que estas teste-munhas afirmam que lhe ouviram dizer?" (6,14)

De forma cortês, Estêvão dirigiu-se aos membros do Sinédrio como varões ir-mãos [companheiros judeus] e pais (2). Estes "anciãos de Israel" eram considerados os pais que governavam a nação. Os cristãos devem sempre se dirigir aos seus superi-ores com cortesia.

Uma excelente explicação da frase introdutória, O Deus da glória, é dada por Alexander, que escreve: "O Deus da glória não é meramente o glorioso [e maravilhoso] Deus, ou o Deus digno de ser glorificado (Sl 29:1; Ap 4:11), porém, mais especificamente, aquele Deus que sensatamente se revelou anteriormente, o que é um sentido notável de glória... no Antigo Testamento".1" Estêvão assim se identificava com a fé religiosa da sua audiência. Alexander acrescenta: "Pela mesma razão, ele chama Abraão de nosso pai, professando assim a sua adesão às tradições e associações nacionais a respeito do seu grande fundador".

Este Deus auto-revelado apareceu a Abraão. Mas onde? Não na Terra Santa, em primeiro lugar, mas em um território pagão, na Mesopotâmia — que significa "entre rios" (o Tigre e o Eufrates).

Estêvão declarou que antes que Abraão habitasse em Harã, Deus lhe ordenou que saísse da sua terra e dentre a sua parentela (3). Em Gênesis 12:1, este mandamento parece localizar-se em Harã. A aparente contradição é solucionada supondo que o chamado, primeiramente dado em Ur dos caldeus (cf. Gn 15:7; Ne 9:7), foi renovado em Harã. Estêvão afirmou que Abraão foi para Canaã depois que seu pai faleceu (4). O Antigo Testamento diz que: Tera tinha setenta anos de idade quando gerou Abraão (Gn 11:26), Abraão tinha setenta e cinco anos quando deixou Harã (Gn 12:4), e Tera viveu até duzentos e cinco anos de idade (Gn 11:32). Isto indicaria que Tera viveu sessenta anos depois que Abraão saiu de Harã. Como isto pode ser harmonizado com a afirmação de

Estêvão? A solução mais simples é supor que Abraão era um filho mais jovem de Tera, citado em primeiro lugar em Gênesis 11:26, em vista de sua grande importância. Assim, aquela passagem significaria que Tera gerou filhos quando tinha setenta anos de idade, mas que Abraão nasceu muito depois. O termo "remover" (4) que consta em algumas versões, significa que Deus o levou a outro local (RSV).

A princípio, o patriarca não teve nem sequer o espaço de um pé (5) de terra em Canaã, embora mais tarde ele comprasse um terreno para sepultura (Gn 23). Mas Deus prometeu dar a ele, e aos seus descendentes, a posse de toda a terra antes mesmo que ele tivesse um filho. O Senhor também disse a Abraão que a sua descendência (6, prole ou posteridade) seria peregrina (moraria temporariamente) em terra alheia (no Egito). Ali eles seriam levados em escravidão e maltratados por quatrocentos anos. Estêvão estava citando aqui Gênesis 15:13. Em Êxodo 12:40, a frase é mais exata: "O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos".

Um problema cronológico surge, no entanto, pelo fato de que Paulo apresenta os "quatrocentos e trinta anos" como o período desde a promessa de Abraão até a entrega da Lei no Sinai (Gl 3:16-17). Isto está de acordo com Êxodo 12:40, como se lê na Septuaginta e no Pentateuco Samaritano: "O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito e Canaã foi de 430 anos". Isto faria com que os quatro séculos incluíssem tanto o período patriarcal de Canaã quanto o período de escravidão no Egito. Josefo é favorável a esta cronologia e adicionalmente divide o período de 430 anos igualmente entre os dois paí-ses. Ele afirma: "Eles deixaram o Egito... 430 anos depois que o nosso antepassado Abraão veio a Canaã, mas somente 215 anos depois que Jacó foi levado ao Egito".' A evidência de Josefo, entretanto, é enfraquecida pelo fato de que em duas outras passagens,' ele retrata a permanência no Egito com duração de quatrocentos anos. Este é um dos pro-blemas da história bíblica que ainda permanece insolúvel. Só podemos esperar que futuras descobertas arqueológicas possam esclarecê-lo. Provavelmente a maioria dos arque-ólogos da atualidade prefira o total mais curto da cronologia de Paulo, da Septuaginta, e do Pentateuco Samaritano.

Deus também prometeu que Ele julgaria (7) a nação do Egito, punindo os egípcios e libertando os israelitas da escravidão. As palavras acrescentadas: e me servirão neste lugar não são explícitas na promessa registrada a Abraão (Gn 15:13-14), mas estão implícitas na afirmação: "a quarta geração tornará para cá" (Gn 15:16; cf. Êx 3:12).

Para Abraão, Deus deu o pacto da circuncisão (8), que está registrado em Gênesis 17:21. O ritual era realizado ao oitavo dia depois do nascimento de cada criança do sexo masculino.

Os três grandes patriarcas da nação hebraica foram Abraão, Isaque e Jacó. O termo patriarcas — palavra grega para "pais do início" — aqui (8-9) se aplica especificamente aos doze filhos de Jacó. Mas em 2.29 aplica-se a Davi, e em Hebreus 7:4 a Abraão. Estas são as únicas ocorrências desta palavra no Novo Testamento.

O uso da palavra assim no versículo 8 parece estranho, mas é explicado por Lake e Cadbury da seguinte forma: "Possivelmente o 'assim' seja enfático e signifique 'embora ainda não houvesse um santuário, todas as condições essenciais para a religião em Isra-el estavam satisfeitas".'

b. José (Atos 7:9-16). Foi a inveja (9), ou o "ciúme", o que fez com que os irmãos de José o vendessem aos mercadores que o levaram para o Egito. Mas mesmo ali — fora da Terra Santa! — Deus era com ele. Estêvão estava demonstrando que a presença de Deus não estava limitada à Terra Prometida.

Embora José tivesse sido traído pelos seus irmãos e vendido à escravidão, Deus livrou-o de todas as suas tribulações (10). Exteriormente, o jovem José chegou ao seu limite quando foi aprisionado por recusar-se a fazer o mal. Mas mesmo como um escravo aprisionado por falsas acusações, ele permaneceu fiel a Deus. Um dia, a situação foi completamente revertida. Faraó... o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa. Assim, Deus honrou o seu servo fiel.

A história da reconciliação de José com seus irmãos (Gn
45) está aqui resumida em poucas frases (11-13). Fome (11) seria a seca e a escassez de alimentos. Trigo" ainda é chamado de "milho" nas ilhas Britânicas (cf. Phillips). Ele enviou ali nossos pais, ou seja, os filhos de Jacó.

Depois de José dar-se a conhecer aos seus irmãos, ele mandou chamar Jacó, seu pai (14), para vir até ele. No total, a parentela chegava a 75 almas. Em Gênesis 46:27 Êxodo 1:5, está dito que eram setenta os que foram ao Egito, No entanto, nos dois casos a Septuaginta afirma que eram 75. Estêvão, sendo helênico, naturalmente estava citando o número da Septuaginta. A explicação mais simples desta pequena diferença é dizer que setenta aqui é um número que foi arredondado. Em Deuteronômio 10:22, a Septuaginta concorda com o texto hebraico ao dar setenta como o número daqueles que foram para o Egito. Josefo está de acordo com isto.' Cadbury chama a atenção para a reivindicação de que "um fragmento hebraico não publicado, encontrado em aproximadamente 1953 perto do mar Morto, diz em Êxodo 1:5 setenta e cinco, como a LXX e o livro de Atos".

A freqüente menção ao Egito (15) neste parágrafo é comentada por Lumby• "Agora, toda a raça que Deus tinha escolhido para si estava no Egito, longe da terra da promes-sa, e permaneceu ali por um longo período, mas Deus estava com eles no seu exílio, e a sua adoração foi preservada durante o tempo todo"."

Ao fechar o seu relato do período patriarcal, Estêvão afirma que os pais (os filhos de Jacó), tendo morrido, foram transportados para Siquém, onde foram depositados na sepultura que Abraão comprara por certa soma de dinheiro aos filhos de Hamor (16). Provavelmente, a frase adicionada, o pai de Siquém, deva ser traduzida "em Siquém" (ASV, RSV) ; o termo pai não está na língua original, como indicado pelo itálico na versão KJV em inglês.

Gênesis 50:13 diz que Jacó foi sepultado na cova do campo de Macpela, em Hebrom. Mas a presente passagem pode ser interpretada indicando que somente os filhos de Jacó, não o seu pai, foram sepultados em Siquém. Somos informados especificamente que José, um dos filhos de Jacó, foi sepultado ali (Js 24:32).

Um problema histórico está envolvido na afirmação de Estêvão de que este sepulcro em Siquém foi comprado por Abraão. O Antigo Testamento nos diz que Abraão comprou a cova do campo de Macpela, em Hebrom, como sua sepultura (Gn 23:16-17). Foi Jacó quem comprou o terreno em Siquém (Gn 33:19).

Muitos estudiosos sentem que a única explicação plausível é a de que, por um enga-no de um copista, a palavra Abraão foi substituída por "Jacó"." Bruce acompanha Lake Cadbury supondo que os relatos das duas compras, a de Abraão e a de Jacó, foram vistas "telescopicamente" aqui, e afirma: "A visão de telescópio das duas transações nes-te versículo pode ser comparada com outros exemplos de compressão neste discurso, por exemplo, a aparente visão de telescópio de dois chamados de Abraão no versículo 2, e as duas citações no versículo 7"."

Talvez a melhor solução seja aquela que foi dada por Knowling" e Plumptre. Eles afirmam que, como Abraão construiu um altar em Siquém quando entrou pela primeira vez na Terra Prometida (Gn 12:6-7), ele pode ter comprado terras ali para uma sepultura. Quando Abraão se moveu mais ao sul, para Hebrom, este lugar pode ter sido perdido e conseqüentemente comprado novamente, mais tarde, por Jacó.

O significado da menção a Siquém aqui é explicado por Lumby da seguinte manei-ra: "Estêvão insiste em `Siquém' da mesma maneira como antes ele tinha insistido no `Egito', para marcar que, nos tempos antigos, outros lugares eram conservados com reverência pelo povo escolhido, e que há muito tempo Deus tinha sido adorado em Siquém, embora na época em que Ele estava falando, o local era a residência dos seus inimigos, os samaritanos"."

c. Moisés (Atos 7:17-43). O discurso de Estêvão consiste principalmente em um rápido apanhado da história do povo escolhido de Deus, e está relacionado a três grandes perso-nagens: 1. Abraão (1-8) ; 2. José (9-16) ; 3. Moisés (17-43). Indiscutivelmente, a maior atenção é dada ao último dos três. Este fato se deve à abundância de material — referen-te à carreira de Moisés — que era relevante à tese principal de Estêvão. Ele tinha de-monstrado que Deus visitou Abraão na Mesopotâmia e que Ele estava com José no Egito. Em outras palavras, a Presença divina não se restringia a assim chamada Terra Santa. Deus está em toda a parte.

Mas no caso de Moisés, havia diversas provas da presença de Deus fora de Canaã. Na verdade, em toda a sua notável carreira, e apesar da grande obra que Ele realizou por Israel, o próprio Moisés nunca entrou na Terra Prometida.
A vida de Moisés é apresentada aqui em quatro aspectos: 1. A infância (17-22) ; 2. O desafio (23-29) ; 3. A comissão (30-34) ; 4. A conquista (35-43). Mesmo no Egito, uma terra pagã, Deus visitou o seu povo, dando-lhes um libertador. Moisés foi milagrosamente preservado, tanto em seu nascimento, quanto em sua infância. Com quarenta anos de idade, ele sentiu o peso da opressão do seu povo. Moisés tentou um movimento para libertá-los, mas isto foi prematuro, e ele ainda não estava preparado para tal tarefa. Ele teve de passar os quarenta anos seguintes esperando e aprendendo, enquanto cuidava de ovelhas do outro lado do deserto. No final deste período, ele recebeu o seu chamado e a sua tarefa na sarça ardente. Então, vieram quarenta anos de conquista — com a vitó-ria sobre os deuses do Egito, a vontade de Faraó, o exército de Faraó, o mar Vermelho, um deserto seco e fatigante, uma nação obstinada e desobediente.

(1) Infância (Atos 7:17-22). Deus nunca deixa de agir a tempo. O texto grego diz, literal-mente: "Aproximando-se, porém, o tempo da promessa" (17). Não era o plano divino que Israel permanecesse no Egito, no meio de um paganismo licencioso e cheio de luxúria (cf. Gn 39:7-20). Assim, Deus permitiu que os israelitas fossem escravizados e maltratados, até que pudessem ficar felizes por deixar o Egito. Então, oitenta anos antes da sua par-tida, o Senhor produziu o nascimento do libertador. Salvando-o da morte na infância, Deus o preparou para esta tarefa significativa durante quarenta anos de treinamento real no governo, no palácio de Faraó. A isto se seguiram outros quarenta anos de apren-dizado paciente e submissão no deserto solitário. Como são sábios os caminhos de Deus! Como o tempo da promessa se aproximava, Deus estava trabalhando.

Esta era a promessa já citada por Estêvão (cf. 7). Os "quatrocentos anos" (6) já estavam quase terminando. Era a hora de colocar as máquinas em funcionamento para o Êxodo.
Ao invés das palavras que Deus tinha jurado a Abraão, o melhor texto grego parece ser "que Deus tinha consentido (ou prometido) a Abraão". Na verdade, o manuscrito mais antigo existente do livro de Atos (Papiro 45, século III) apresenta "prometido", usando um verbo que tem a mesma raiz do substantivo para promessa. No intervalo desses anos, o povo — os israelitas — cresceu e se multiplicou no Egito.

Finalmente, levantou-se outro rei, que não conhecia a José (18). A arqueologia nos prestou um grande serviço ao esclarecer o significado deste versículo. Não se tratava sim-plesmente de outro rei, mas de uma nova dinastia. Agora parece que José era o primeiro ministro do Egito durante o governo dos reis hicsos," no período entre 1710 e 1550

Albright escreve: "Recentemente descobrimos que os hicsos eram quase completa-mente semitas.... [e] falavam a mesma língua falada pelos hebreus".' E acrescenta: "O Faraó que 'não conhecia a José' deve ter sido um dos reis da Décima Oitava Dinastia"." Agora o quadro fica claro. José foi feito primeiro ministro por um Faraó que perten-cia à mesma raça (semita) que ele próprio. Isto também explica por que Jacó e os seus filhos receberam "o melhor da terra" do Egito (Gn 47:6-11), no fértil Delta. Mas a sorte dos israelitas mudou completamente quando uma dinastia nativa egípcia derrubou o governo estrangeiro dos hicsos. Os hebreus seriam odiados por causa da sua antiga asso-ciação com os hicsos.

O novo Faraó usou de astúcia contra os israelitas (19). Este é o significado do verbo composto (somente aqui no NT), cuja verdadeira força é bem expressa por Phillips -"castigou inteligentemente". De modo surpreendente, esta palavra grega é usada com a mesma conexão na Septuaginta sobre Êxodo 1:10, onde se diz que este Faraó disse aos egípcios, sobre o povo israelita: "usemos sabiamente para com ele".

Seguindo esta política, Faraó maltratou ("tratou com crueldade", ASV) 213 os israelitas, a ponto de fazê-los enjeitar as suas crianças, ou "de forçá-los a enjeitar seus filhos" (RSV; cf. NEB, Phillips). Lumby, discordando desta interpretação do texto original, diz: "As palavras são mais uma descrição do que o rei egípcio fez na sua tirania (Êx 1:22), do que (como na versão AV) aquilo que os israelitas foram forçados a fazer pelo seu desespero".214 Knowling2" e Lechler2' concordam com esta opinião, como também a nota de margem da versão ASV. Mas a maioria dos comentaristas apóia as versões tradicionais em inglês neste ponto. A questão é se mesmo sob a pressão dos egípcios, os hebreus expuseram os seus filhos à morte. O texto grego não é completamente claro.

Nesta hora terrível da história de Israel, nasceu Moisés (20). Ele era formoso -literalmente "formoso aos olhos de [perante] Deus". Esta é uma maneira tipicamente semita de dizer que ele era "uma criança de notável beleza" (Phillips). A criança foi mantida em casa por três meses (cf. Êx 2:2). Quando ele não podia mais ficar escondi-do, foi enjeitado (ou exposto; 21). Na verdade, ele foi cuidadosamente colocado em uma pequena "arca de juncos" impermeabilizada com betume (Êx 2:3), e posto junto à borda do rio Nilo. Ali, foi descoberto pela filha de Faraó, que o tomou... e o criou como seu próprio filho. O resultado foi que Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em suas palavras e obras (22). Esta afirmação foi interpretada por alguns como uma contradição de Êxodo 4:10, onde Moisés diz ser "pesado de língua". Bruce comenta: "... mas a referência [no livro de Atos] pode ser à palavra escrita"." Tendo observado esta sugestão e outras, Alexander comenta: "A necessidade de todas estas explicações é removida pela simples observação de que a passagem em Êxodo está relacionada com a fluência, mas esta com a energia e a força do discurso"." Knowling concorda com esta opinião.'

(2) Desafio (Atos 7:23-29). A passagem em Êxodo 2:11 identifica este evento como tento ocorrido "sendo Moisés já grande" (cf. Hb 11:24). Estêvão é mais específico; Ele diz: quando completou a idade de quarenta anos (23) — literalmente, "quando completava qua-renta anos de vida". Uma tradução correta também seria: "Ele estava se aproximando dos quarenta anos de idade" (NEB). Embora isto não seja afirmado especificamente no Antigo Testamento, a tradição rabínica dividiu a vida de Moisés em três períodos de quarenta anos: 1. No palácio do Faraó; 2. No outro lado do deserto; 3. Conduzindo os filhos de Israel para fora do Egito e pelo deserto. Uma comparação entre as passagens do Antigo Testamento confirma duas destas três divisões. Em Êxodo 7:7 está dito que Moisés tinha oitenta anos quando começou a conduzir os israelitas. Deuteronômio 34:7 registra que ele tinha cento e vinte anos de idade quando morreu. Mas o livro de Atos é o único lugar das Escrituras onde se afirma que ele tinha cerca de quarenta anos quando tentou, pela primeira vez, ajudar os israelitas.

Veio-lhe ao coração ir visitar o seu próprio povo. Lumby comenta: "O mesmo verbo é usado em Lucas 7:16, 'Deus visitou o seu povo', e significa 'supervisionar com bondade' (cf. episkeptesthai, Tg 1:27), e este é o sentido antigo do verbo visitar em português".' De maneira similar, Alexander diz que este verbo "quase que invariavelmente significa (a única exceção é a de 6, 3 [`escolhei']) visitar com o objetivo de dar assistência ou alivio".

Ele acrescenta: "O sentido mais apropriado neste ponto é o básico, cuidar, que implica que Moisés agora teve o objetivo não de simplesmente ir ver os seus irmãos, mas de ajudá-los nos seus interesses, tornando-se o seu protetor".222

Quando Moisés viu um escravo israelita sendo "tratado injustamente" (Phillips; esta é a representação mais exata do grego) o defendeu (24). O verbo encontrado somente aqui no Novo Testamento significa literalmente "desviou". Como sabemos que Moisés encontrou "um varão egípcio que feria a um varão hebreu" (Êx 2:11), o quadro é o de Moisés colocando-se entre os dois homens para defender o escravo. Ele vingou o ofendido

— lit., "exausto", e matou o egípcio. O relato do Antigo Testamento indica que Moisés matou o opressor — provavelmente um dos cruéis supervisores de Faraó — pois afirma que ele "escondeu-o na areia" (Êx 2:12).

O versículo 25 (não há correspondente no AT) é literalmente: "Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio dele; eles, porém, não compreenderam". O uso duplo do termo "would", no caso do idioma inglês, transmite uma impressão equivocada, ao colocar o assunto no futuro.

No dia seguinte... foi por eles visto (26) — ou "apareceu a eles", exatamente a mesma forma de I Coríntios 15:5-8. O relato do Antigo Testamento indica que havia "dois varões hebreus" (Êx 2:13) que pelejavam, ou "contendiam". Ele procurou levá-los à paz — literalmente "tentou reconciliá-los [somente aqui no NT] à paz". Ele lhes pergun-tou (lit.) : "Por que vos tratais injustamente?" Aquele que ofendia (27) o repeliu, dizen-do: "Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?" É típico da natureza humana que, em uma disputa, a pessoa culpada seja aquela que recusa a reconciliação.

Este israelita mau prosseguiu (28), fazendo uma pergunta que era verdadeiramente alarmante: "Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio?" Evidentemente, a notícia já havia sido divulgada.
Tomado pelo medo, Moisés fugiu e esteve como estrangeiro — lit., "tornou-se um pere-grino" — na terra de Midiã (29). Alexander comenta: "Midiã é uma espécie de forma intermediária entre a palavra hebraica Midian e a grega Madiam, o nome de um dos filhos de Abraão com Quetura (Gn 25:2), também aplicado aos seus descendentes, uma tribo nômade que perambulava no deserto entre Moabe, o Sinai e o mar Vermelho" 223 Como em todos os casos deste tipo, a forma "Midiã" do Antigo Testamento deve ser usada aqui. Nestas terras onde ele era um peregrino, ou um estrangeiro, Moisés se casou e gerou dois filhos (Êx 2:21-22; 18:1-4).

  • Tarefa (7:30-34). Completados quarenta anos (30) — lit., "Tendo sido cumpri-dos quarenta anos" — apareceu-lhe — a mesma forma de "foi... visto" (26) — o anjo224 do Senhor, no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo de um sarçal (cf. Êx 3:2-10). Moisés, quando viu isto (31), se maravilhou da visão; e, aproximando-se para observar — lit.,"considerar cuidadosamente" — foi-lhe dirigida a voz do Se-nhor, assegurando-lhe que era o Deus de seus pais (32) que lhe estava aparecendo. Com temor, Moisés não ousava olhar.
  • O Senhor disse a Moisés que tirasse as sandálias, porque o lugar em que estava era terra santa (33). Esta terra não era o Templo, nem a Cidade Santa, nem mesmo a Terra Santa. Era Midiã, um território estrangeiro. Ainda assim, Deus declarou que era terra santa. Mais uma vez, Estêvão afirma sua tese principal de que a Presença divina não está restrita a nenhum país ou a nenhuma nação em particular.

    Tenho visto (34) é literalmente: "Tendo visto, eu vi". Esta expressão idiomática é mais bem traduzida como "Certamente vi" (cf. Êx 3:7, onde a Septuaginta apresenta esta mesma forma). Deus declarou que Ele tinha visto a aflição (os maus tratos) do seu povo no Egito; Ele ouvira os seus gemidos e descera para livrá-los. A seguir, veio a tarefa: Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito. Era chegada a hora de Deus para que Moisés agisse.

  • A Conquista (Atos 7:35-43). No texto grego, este está no início de 35,36,37 e 38, assim como na metade de 35 (o mesmo é idêntico em grego, com este no início), e enfatiza a importância de Moisés no plano de Deus.
  • A este Moisés, ao qual haviam negado (35) — literalmente "recusado a reconhe-cer" — Deus enviou como príncipe e libertador. A palavra grega (somente aqui no NT) não é encontrada em obras de autores seculares. Ela quer dizer, literalmente, "aquele que resgata ou redime". Alexander diz: "Como existe uma alusão evidente ao paralelismo entre Cristo e Moisés, e como a libertação do Egito foi do mesmo tipo da libertação dos pecados, não existe a necessidade de abrandar a expressão para significar uma mera libertação, sem referência a resgate ou a redenção, no seu sentido".'

    Pela mão significa literalmente "com a mão" — um símbolo de poder comum no Antigo Testamento. O anjo era o próprio Senhor, como indicado em Êxodo 3:4 — "E, vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça". Assim, pela mão do anjo significa "com o poder de Deus".

    A relação deste versículo com o argumento de Estêvão pode ser expressa da seguinte maneira: "Deus, diz ele, enviou de volta o Moisés rejeitado para ser um príncipe e liber-tador, e deixa que eles cheguem à conclusão de que o que Deus havia feito no caso de Moisés, também faria no caso do profeta que Moisés tinha predito como alguém que seria como ele mesmo".' Aconteceria com Cristo exatamente o que aconteceu com Moisés: o patriarca tinha sido rejeitado na sua primeira aparição ao seu povo, mas foi aceito na sua segunda vinda.

    Este [em grego, "este aqui"] os conduziu para fora da escravidão no Egito, fazen-do [lit., "depois de ter mostrado"] prodígios e sinais (36), como fez Jesus, e que estão registrados nos Evangelhos. Os milagres na terra do Egito seriam as dez pragas; no mar Vermelho seriam a divisão das águas, a libertação do seu povo e a destruição dos seus inimigos Os registros dos milagres no deserto são encontrados particularmente no livro de Números.

    O profeta (37) que Deus levantaria para tomar o lugar de Moisés foi, primeira-mente, Josué (Dt 18:15), mas finalmente Jesus (os dois nomes significam a mesma coisa). Esta dupla aplicação — o cumprimento parcial e próximo e o cumprimento dis-tante e completo — é chamado de princípio "telescópico" da profecia (ver os comentá-rios sobre Atos 3:22).

    Moisés esteve entre a congregação [ecclesia] no deserto, com o anjo (38) — a presença de Deus. Foi Deus quem falou com ele no monte Sinai, e com nossos pais. Moisés... o qual [singular] recebeu as palavras de vida [vivas] para no-las dar ["a vocês" nos dois manuscritos gregos mais antigos].

    Ao qual nossos pais não quiseram obedecer (39) é uma frase que possui uma estrutura estranha em inglês (o "to" deferia ser omitido). Antes o rejeitaram (Moisés) e, em seu coração, se tornaram ao Egito (cf. Êx 16:3; Nm 11:4-5; 14.4). "Rejeitar" é o mesmo verbo usado no versículo 27 em algumas versões (outras utilizam "repelir"). A respeito do homem no incidente anterior, Alexander diz: "Assim como ele recusou a mediação com o seu próximo, também o povo recusou a sua mediação entre eles e Deus".227 Este tema principal da rejeição está presente em todo o discurso de Estêvão.

    A citação no versículo 40 é de Êxodo 32:1. Eles fizeram o bezerro (41) é uma única palavra em grego, encontrada somente aqui e em comentários sobre esta passagem.

    Como o povo de Deus rejeitou ao Senhor e ao líder que Ele havia escolhido, o Senhor se afastou (pelejou contra eles, cf. Is 63:10) e os abandonou (cf. Rm 1:24-26,
    28) a que servissem ao exército do céu (42) — a adoração pagã ao sol, à lua e às estrelas (cf. Dt 4:19-17.3). O livro dos profetas provavelmente se refere ao "livro dos Doze" (profetas menores).' A citação (42-43) é de Amós 5:25-27.

    Existe um problema que surge pelo fato de o texto hebraico e da Septuaginta diferi-rem consideravelmente. O texto hebraico de Amós 5:26-27 diz: "Levastes Sicute, vosso rei, Quium, vossa imagem, e o vosso deus-estrela, que fizestes para vós mesmos. Por isso, vos desterrarei para além de Damasco" (versão Almeida Revista e Atualizada).' A Septuaginta interpretou Sicute como "tabernáculo" e "vosso rei" como "Moloque" (que tem as mesmas consoantes que melekh, "rei"). Renfã "é semelhante a Repa, outro nome para Seb, o deus egípcio do planeta Saturno".'

    O que Estêvão está enfatizando é que a idolatria que apareceu de maneira chocan-te no Sinai tinha se desenvolvido durante o período do reinado, e se transformado em uma intensa adoração de corpos celestes. Por causa disso, o povo de Israel foi levado ao cativeiro.

    Em lugar de "além de Damasco" (tanto no texto hebraico quanto no grego de Am 5:27), encontramos a expressão além de Babilônia. Bruce escreve: "Amós estava predizendo o cativeiro sob os assírios, um castigo adequado para aqueles que praticassem a adoração aos astros dos assírios. Estêvão tem mente o cativeiro na Babilônia, algo que não seria estranho para alguém que estivesse falando em Jerusalém".2" Alexander conclui que esta alteração "não é um erro nem uma distração, mas se destina a trazer a profecia, sem nenhuma mudança real de significado, ao contato e a estar de acordo com as associações históricas do povo em relação ao exílio na Babilônia".'

    d. Tabernáculo e Templo (Atos 7:44-50). Os judeus da época de Jesus acreditavam que o Templo de Jerusalém era o único lugar em todo o mundo onde se manifestava a Presença divina, Shekinah. Por isso, eles ficaram tão irritados com o relato: "Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar" (6.13). Mas Estêvão agora recorda os membros do Sinédrio que os seus pais (44) tinham no deserto o tabernáculo. Este tabernáculo esteve fora da Terra Santa, mas ali a presença de Deus foi revelada pela Shekinah no santuário.

    O tabernáculo do Testemunho é o que a Septuaginta apresenta em lugar do hebraico "tabernáculo da congregação", ou, mais exatamente, "a tenda da congregação" (Êx 33:7).

    Uma tradução melhor talvez fosse "o tabernáculo do testemunho" (ASV) ou "a tenda do Testemunho" (NEB), como o texto hebraico em Êxodo 38:21. A arca é também chamada de "arca do testemunho": ...depois que houveres posto na arca o Testemunho, que eu te darei..." (Êx 25:21). Este testemunho triplo consistia na vara de Arão, que tinha floresci-do, do vaso com o maná, e as tábuas onde estavam escritos os Dez Mandamentos. Estes seriam os testemunhos perpétuos da autoridade de Deus sobre o seu povo, e também do seu cuidado por eles.

    Deus ordenou a Moisés que construísse o Tabernáculo segundo o modelo que Ele lhe tinha mostrado no monte Sinai. A palavra grega para modelo é typos (tipo). É a mesma palavra que é traduzida como "figuras" no versículo 43. Bruce observa: "Este typos pode estar em contraste com o typoi idólatra do versículo 43".

    Este Tabernáculo o qual nossos pais, recebendo-o também (45) — lit., "tendo-o por sua vez recebido" (cf. ASV, RSV) — o levaram com Josué (algumas versões mencionam "Jesus"), quando entraram na posse — "quando tomaram posse".234 As nações seri-am os cananeus e outros habitantes da Palestina. A última frase, até aos dias de Davi, pode referir-se à expulsão dos gentios ou às sucessivas gerações que receberam o Tabernáculo. As duas coisas chegaram ao seu final com o reinado de Davi.

    Este maior de todos os reis de Israel achou graça diante de Deus (46), e pe-diu — literalmente, "pediu para si mesmo" (voz intermediária) ; "pediu permissão, o que está em perfeito acordo com o desejo de governar e o objetivo da sua vida, tão maravilhosamente expresso no Salmo 132"235 — que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó. A palavra que significa tabernáculo é diferente da encontrada no versículo 44, embora tenha a mesma raiz. Ela significa simplesmente "um abrigo". Na verdade, Davi desejava construir uma estrutura permanente para a pre-sença de Deus. Mas Salomão lhe edificou casa (47) ; Davi não obteve a permissão para fazê-lo.

    Então vem o principal impulso do discurso de Estêvão, o verdadeiro centro do seu argumento: o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens (48).

    Salomão expressou o mesmo pensamento em sua oração de consagração (2 Cr 6.18). A palavra templos não aparece nos manuscritos mais antigos, que simplesmente apre-sentam o plural do adjetivo "feito por mãos de homens". A maioria das versões modernas acrescenta a palavra "casas" (cf. ASV).

    A maior parte do versículo 48 deveria estar situada no versículo 47, como se estives-se repetindo aquilo que Salomão afirmara em sua oração, na ocasião em que consagrou o Templo. A última frase do versículo 48, como diz o profeta, deveria, assim, estar colocada com o versículo 49.

    Para consolidar o seu argumento, Estêvão citou (49-50) o Antigo Testamento. O sig-nificado desta Escritura é descrito assim por Alexander: "O profeta citado é Isaías (66, 1.2), e a passagem é aquela em que ele conclui as duas profecias com uma predição expressa da mudança das revelações, da época em que Jeová já não mais habitaria em templos (v. 1), mas sim nos corações humanos (v. 2) ; quando o ritual, embora instituído divinamente, não se mostrasse menos odioso do que a própria idolatria (v. 3), aqueles que ainda se apegassem a ele receberiam a temida justiça (v. 4) ".236

    e. O Réu Transforma-se em Acusador (Atos 7:51-53). Pareceria, neste ponto, que o discur-so de Estêvão foi interrompido, ou pelo menos que ele percebeu uma oposição crescente, pois o seu tom mudou bruscamente. Bruce comenta: "Esta repentina repreensão pode ter sido ocasionada por alguma reação irada contra o que ele acabara de dizer. Está claro que ele estava atacando algumas das crenças mais profundas que aqueles homens ti-nham em relação ao Templo".'

    Estêvão acusou os seus ouvintes de serem de dura cerviz (51) — sklerotracheli (somente aqui no NT, encontrada na LXX, e.g. Êx 33:3), sugerindo a imagem de um boi teimoso que se recusa a receber o jugo no seu pescoço — incircuncisos de coração -cf. Lv 26:41; Ez 44:7e ouvido (cf. Jr 6:10). A respeito da linguagem utilizada aqui, Lumby escreve: "Assim como o ritual da circuncisão era o sinal da submissão à religião judaica, também a palavra incircunciso, na sua exigência mais completa, tornou-se um sinônimo da resistência obstinada ao que Deus tinha revelado, e a frase, no texto, conse-qüentemente significa 'vocês, que fecharam os seus corações e ouvidos à verdade'".'

    Mas a idéia da circuncisão traz consigo uma conotação adicional no Novo Testamen-to. Paulo fala da verdadeira circuncisão como sendo aquela "do coração" (Rm 2:29). Ele escreve aos colossenses: "No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo" (Cl 2:11). A circunci-são cristã é a purificação do coração de todos os pecados. Este pensamento já tinha sido sugerido por Moisés: "Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz" (Dt 10:16) — fazendo a mesma combinação que Estêvão faz aqui. Estas passagens destacam o fato de que a essência do pecado é a rebelião contra a vontade de Deus. Isto deve ser removido do coração na santificação completa. Os líderes da nação eram culpados, como foram os seus pais, de resistirem ao Espírito Santo que procurava iluminá-los e guiá-los.

    Os seus pais tinham perseguido os profetas (52). Eles tinham ido mais longe, e ti-nham assassinado aqueles que prediziam a vinda do Justo — o Messias (cf. Atos 3:14).

    Estas palavras de Estêvão foram um eco daquilo que Jesus já havia dito (cf. Mt 5:12-23:29-37; Lc 13:34). Mas ele acrescentou que aquilo que Jesus tinha predito aconteceria; os membros do Sinédrio eram os traidores e homicidas do Messias. Este foi o pior pecado dos líderes rebeldes e obstinados da nação judaica.

    Mataram refere-se aos pais, que tinham recebido a Lei no Sinai (53). A ordenação dos anjos talvez seja mais bem traduzida assim: "como foi ministrado [organizado] pelos anjos" (ASV). Esta idéia não está explícita no relato do Antigo Testamento, embora este-ja sugerida na Septuaginta de Deuteronômio 33:2. Josefo reflete este costume ao escre-ver: "Nós recebemos de Deus a mais excelente das nossas doutrinas, e a parte mais santa da nossa lei pelos anjos".' Paulo faz a melhor correspondência à afirmação de Estêvão quando diz, sobre a lei: "Foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro" (G1 3.19). A mesma idéia é sugerida em Hebreus 2:2. Ainda assim, a lei dada deste modo não tinha sido observada.

    3. A Morte de Estêvão (Atos 7:54-60)

    À medida que os membros do Sinédrio ouviam a denúncia que Estêvão fazia da sua rebelião obstinada, enfureciam-se em seu coração (54). O verbo é o mesmo usado em Atos 5:33 (ver os comentários ali). Rangiam os dentes contra ele reflete Salmos 35:16.

    Qual foi a reação de Estêvão a esta explosão de ódio? Estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus — "i.e., uma manifestação sensível da sua presença".24° Ele também viu Jesus, que estava à direita de Deus — "a posição de honra e de poder equivalente".241 Como Jesus normalmente é representado sentado à direita do Pai (Mt 26:64; Ef 1:20; Cl 3:1; Hb 1:3-13; 8.1; 10.12), a maioria dos comentaristas, desde Gregório, o Grande, assumiram a palavra "estar", nesta passagem, como simplesmente implicando que Jesus levantou-se para assistir e receber o seu pri-meiro mártir.

    Estêvão deu testemunho do que ele estava vendo (56). A expressão Filho do Ho-mem ocorre somente aqui no Novo Testamento fora dos Evangelhos. Nos Evangelhos, é um título usado por Jesus para referir-se a si mesmo, aproximadamente oitenta vezes.

    A cena que se seguiu é um comentário triste sobre o judaísmo daqueles dias. Os ouvintes de Estêvão gritaram com grande voz, taparam os ouvidos — como para não ouvir mais nenhuma de suas palavras — e arremeteram unânimes contra ele (57). Eles o expulsaram da cidade — para que não mais corrompesse o lugar sagrado! — e o apedrejaram (58). A lei exigia que as testemunhas atirassem as primeiras pedras ao criminoso condenado (Dt 17:7). Estas falsas testemunhas (cf. 6,13) depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo. Esta é a primeira menção àquele que iria se tornar o grande apóstolo Paulo. O jovem fariseu nunca se esqueceu da cena que testemu-nhou naquele dia.

    Então apedrejaram a Estêvão (59). Em evocação, tem o particípio singular, indi-cando Estêvão. Este trecho poderia ser traduzido da seguinte forma: "Ele estava cha-mando...".' Esta oração do primeiro mártir, na hora da morte — Senhor, não lhes imputes este pecado (60) foi um eco da oração do Senhor na cruz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Estêvão tinha o espírito do seu Mestre.

    Este incidente destaca o "Triunfo em meio à Tragédia": 1. A vingança humana (54) ; 2. A visão celestial (55-56) ; 3. A maldade horrível (57-58) ; 4. O perdão divino (55-60).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Atos Capítulo 7 versículo 56
    Filho do Homem:
    Título que Jesus aplica a si mesmo nos Evangelhos; ver a Concordância Temática. Conforme Lc 22:69.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    *

    7.2 O Deus da glória. Este título relembra a divina glória que Deus mostrou a seu povo no tempo de Moisés: a coluna de nuvem (Êx 14:19; 16:10; Sl 105:39), a coluna de fogo (Êx 14:24), a glória do Senhor no monte (Êx 24:15-18; 2Co 3:7), e a glória sobre o tabernáculo (Êx 40:34,35; conforme Jo 1:14).

    * 7.4 da terra dos caldeus. Babilônia, na Mesopotâmia setentrional (moderno Iraque).

    * 7.6 quatrocentos anos. Êx 12:40 traz “quatrocentos e trinta anos”, mas Estêvão está falando em números redondos, e pode ter estado seguindo o texto de Gn 15:13 que traz “quatrocentos anos”.

    * 7.8 aliança da circuncisão. Deus estabeleceu esta aliança com Abraão. Ele era o pai de todo Israel, mas viveu séculos antes da vinda de Moisés. Moisés instituiu os costumes que os adversários de Estêvão tentavam proteger.

    *

    7.14 setenta e cinco pessoas. O texto hebraico de Êx 1:5 traz “setenta”. Mas a tradução grega do Antigo Testamento, em que este sermão está basicamente seguindo, e os fragmentos de Êxodo encontrados entre os manuscritos do Mar Morto diz “setenta e cinco”. A explicação dos setenta e cinco deve ser encontrada nos cinco descendentes adicionais de José incluídos na tradução grega de Gn 46:20, onde dois filhos de Manassés, dois filhos de Efraim, e um neto de Efraim estão incluídos.

    * 7.16 Siquém... no sepulcro que Abraão ali comprara. Estêvão condensou os eventos relativos às compras dos sepulcros dos patriarcas. Jacó foi enterrado na caverna de Macpela em Hebrom (Gn 50:13); e de acordo com Josefo (Antigüidades 2,199) os irmãos de José foram enterrados em Hebrom. Os ossos de José, contudo, foram colocados na terra que Jacó havia comprado dos filhos de Emor (Gn 33:19; 50:25; Êx 13:19; Js 24:32). Os ouvintes de Estêvão sabiam que Jacó e seus filhos haviam sido enterrados em dois lugares diferentes (Hebrom e Siquem). A narrativa aqui é altamente condensada.

    * 7.22 Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios. Êx 2:10 declara que quando Moisés cresceu, a ama (mãe de Moisés) levou-o para a filha de Faraó e ele “tornou-se seu filho”, entendendo-se que na casa real lhe seria dada uma completa educação egípcia. Dois estudiosos do primeiro século, o historiador Josefo e o filósofo Filo, contam do extensivo aprendizado de Moisés.

    * 7.38 na congregação no deserto. “Congregação” traduz a palavra grega ekklesia (“igreja”, ver 5.11 nota).

    o anjo que lhe falava no monte Sinai. Embora Moisés tenha recebido a lei de Deus no Monte Sinai (Êx 20:1,21), os anjos tiveram alguma parte na sua instituição (v. 53; Dt 33:2; Gl 3:19; Hb 2:2). A respeito do Anjo do Senhor, ver nota em Gn 16:7 e Jz 2:1.

    *

    7.44 O tabernáculo do Testemunho. O tabernáculo do Antigo Testamento continha a arca da aliança e as tábuas dos Dez Mandamentos, que eram chamadas de “o Testemunho”. Mais adiante, representando a presença de Deus e seu poder vivificante estava a mesa dos pães consagrados (Êx 37:10-16; Hb 9:2), o candelabro de sete hastes (Êx 37:17-23; conforme Jo 8:12; Ap 1:12-18), e o altar de incenso (Êx 37:25-29), que simbolizavam as orações do povo de Deus subindo para o onipresente Deus (Sl 141:2; Ap 8:3,4).

    * 7.51 Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e ouvidos. Eles não ouviriam com o coração, e não obedeceriam ao Senhor e nem às Escrituras que Estêvão havia citado. Estas metáforas são figuras do Antigo Testamento que significam teimosia e falta de regeneração espiritual (Êx 32:9; 33:3,5; Dt 9:6; 10:16; 30:6; Jr 4:4).

    * 7.52 do Justo. Um título usado para o Senhor Todo Poderoso (Is 24:16) e para Jesus Cristo (22.14; 1Jo 2:1).

    * 7.55 a glória de Deus. O brilho da presença de Deus (Ap 15:8; 21:11,23).

    que estava à sua direita. Normalmente diz-se que Jesus está assentado à direita de Deus, porque sua obra estava terminada (Rm 8:34; Cl 3:1; Hb 10:12), mas aqui ele está em pé para receber Estêvão ou para defendê-lo. Nesta cena o Filho do Homem é ao mesmo tempo Juiz e Advogado. Ver nota teológica “O Reino Celestial de Jesus”, índice.

    *

    7.56 Eis que vejo... o Filho do homem. A visão que Estêvão teve do Filho do Homem no céu deve ter recordado vividamente o Sinédrio que, quando eles perguntaram a Jesus, “És tu o Cristo?”, ele respondeu “Eu sou, e vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso, e vindo com as nuvens do céu” (Mc 14:61,62). Estêvão viu o mesmo Jesus sentado no céu à mão direita de Deus, comprovando a verdade do que ele estava dizendo, e condenando o Sinédrio.

    * 7.58 um jovem chamado Saulo. Saulo, mais tarde chamado Paulo, era um fariseu, associado com o Sinédrio (Fp 3:5). Provavelmente ele foi um instigador do julgamento de Estêvão (8.3; 9.1,2). Neste ponto Lucas introduz Saulo, a segunda grande figura deste livro.

    *

    7.60 não lhes imputes este pecado. Comparar com a declaração de Jesus em Lc 23:34.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    7:1 O supremo sacerdote era possivelmente Caifás, o mesmo que questionou e condenou antes ao Jesus (Jo 18:24).

    7.2ss Esteban deu início a uma extensa exposição a respeito da relação do Israel com Deus. Da história do Antigo Testamento mostrou que os judeus uma vez atrás de outra rechaçaram a mensagem de Deus e seus profetas, e que este concílio negou ao Messías, o Filho de Deus. Apresentou três pontos principais: (1) a história do Israel é a história dos fatos de Deus no mundo, (2) os homens adoraram a Deus muito antes que houvesse um templo, porque Deus não vive em um templo, (3) a morte do Jesus foi um exemplo mais da rebelião do Israel e o rechaço a Deus.

    7.2ss Em realidade, Esteban não se defendeu. Em lugar disso tomou a ofensiva, aferrando-se à oportunidade para resumir seus ensinos a respeito do Jesus. Esteban acusou aos líderes religiosos por falhar em obedecer as leis de Deus, as leis que eles com orgulho manifestavam seguir meticulosamente. Esta foi a mesma acusação que Jesus elevou contra eles. Quando atestamos do Jesus, não precisamos estar à defensiva, a não ser simplesmente devemos manifestar nossa fé.

    7:8 A circuncisão era um sinal da promessa ou o pacto entre Deus, Abraão e a nação do Israel (Gn 17:9-13). A mensagem do Esteban resumiu a história do Israel, expressando como o pacto se tomou em conta através do tempo. Esteban assinalou que Deus sempre respeitou a parte que lhe correspondia na promessa feita, mas o Israel falhou uma e outra vez até o final. Apesar de que os judeus contemporâneos do Esteban seguiam adhiriéndose à cerimônia da circuncisão, eram negligentes em obedecer. Os corações da gente estavam longe de Deus. Sua falta de fé e desobediência significam sua falha em guardar a parte do pacto que lhe correspondia.

    ESTEBAN

    Ao redor do mundo, freqüentemente o evangelho veio enraizando-se em lugares preparados pelo sangue de mártires. antes de que uma pessoa sua vida pelo evangelho, antes deve viver pelo evangelho. Uma das maneiras em que Deus prepara a seus servos é se localizando-os em posições insignificantes. Seu desejo de servir a Cristo se traduz na realidade de servir a outros. Esteban foi um administrador eficaz e também um bom mensageiro antes de ser mártir.

    Esteban foi um dos nomeados para distribuir mantimentos na igreja primitiva. Desde muito antes se desatou uma violenta perseguição contra os cristãos, existia já ostracismo social. Pelo general, quão judeus aceitavam ao Jesus como o Messías os separavam de seus familiares. Como resultado, os crentes dependiam um do outro para seu sustento. Compartilhar casas, mantimentos e outros recursos era uma distinção prática e necessária da igreja primitiva. À larga o número dos discípulos obrigou à organização do serviço. descuidavam-se a muitas pessoas. Começaram as falações. Nomeado-los para administrar se escolheram por sua integridade, sabedoria e sensibilidade para Deus.

    Esteban, além de ser um bom administrador, também era um pregador eficaz. Quando no templo se teve que enfrentar a diferentes grupos antagônicos, a lógica do Esteban ao responder era convincente. Isto se deduz da defesa que fez ante o concílio. Apresentou um resumo da história judia e fez uma aplicação contundente que paralisou a seus ouvintes. Durante sua defesa deveu ter em conta que ditava sua própria sentença de morte. Os membros do Sanedrín não podiam permitir que seus motivos malignos ficassem ao descoberto. Apedrejaram-no até matá-lo, enquanto ele orava em favor deles. Suas palavras finais mostram quanto se assemelhou ao Jesus em pouco tempo. Sua morte teria um impacto duradouro no jovem Saulo (Paulo) do Tarso, quem deixaria de ser o perseguidor violento dos cristãos para converter-se no maior dos campeões do evangelho que a igreja tenha conhecido.

    A vida do Esteban é um desafio contínuo a todos os cristãos. Como foi o primeiro em morrer pela fé, seu sacrifício motiva perguntas: Quantos regas corremos ao seguir ao Jesus? Estaríamos dispostos a morrer pelo? Queremos na verdade viver para Cristo?

    Pontos fortes e lucros:

    -- Um dos sete diáconos escolhidos para fiscalizar a distribuição de mantimentos aos necessitados na igreja primitiva

    -- Conhecido por suas qualidades espirituais de fé, sabedoria, graça e poder, e pela presença do Espírito em sua vida

    -- Líder, professor e polemista sobressalente

    -- O primeiro em dar sua vida pelo evangelho

    Lições de sua vida:

    -- O esforço por obter o excelente em tarefas insignificantes é a preparação para responsabilidades maiores

    -- Conhecer verdadeiramente a Deus guia a ações práticas e compassivas em favor da gente

    Dados gerais:

    -- Responsabilidades na igreja: Diácono, distribuidor de mantimentos entre os necessitados

    -- Contemporâneos: Paulo, Caifás, Gamaliel, os apóstolos

    Versículos chave:

    "E apedrejavam ao Esteban, enquanto ele invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe meu espírito. E posto de joelhos, clamou a grande voz: Senhor, não tome neste conta pecado. E havendo dito isto, dormiu" (At 7:59-60).

    A história do Esteban se narra em Feitos 6:3-8.2. Também se menciona em At 11:19; At 22:20.

    7:17 O repasse do Esteban a respeito da história dos judeus nos dá um claro testemunho da fidelidade e a soberania de Deus. Apesar dos contínuos enguiços em seu povo escolhido e os turbulentos acontecimentos do mundo, Deus foi elaborando seu plano. Quando atravessar circunstâncias confusas, recorde: (1) Deus tem o controle, nada lhe surpreende; (2) este mundo não é tudo o que existe; este passará, mas Deus é eterno; (3) Deus é justo e fará justiça, castigando ao malvado e recompensando ao fiel; (4) Deus o quer usar (ao igual a José, Moisés e Esteban) para se distinga neste mundo.

    7:37 Os judeus em um início pensaram que este "profeta" era Josué, mas Moisés se referia ao Messías que viria (Dt 18:15). Pedro faz o mesmo neste versículo (Dt 3:22).

    7:38 Esteban usou a palavra "ecclesia" (traduzido "assembléia") para descrever a congregação ou povo de Deus no deserto. Esta palavra significa "os chamados" e a usavam os cristãos do primeiro século para descrever sua própria comunidade ou "assembléia". O ponto do Esteban era que a Lei dada através do Moisés aos judeus era o sinal do pacto. Por obediência, continuariam sendo o povo do pacto de Deus. Mas como desobedeceram (7.39), romperam o pacto e perderam o direito a ser o povo escolhido.

    7:38 Em Gl 3:19 e Hb 2:2, parece que Deus deu ao Moisés a Lei através dos anjos. Ex 31:18 diz que Deus escreveu os Dez Mandamentos ("escritas com o dedo de Deus"). Ao parecer, Deus usou mensageiros angélicos para entregar sua Lei ao Moisés.

    7:42 Exército do céu se refere à prática de adorar deidades associadas com estrelas e planetas.

    7:43 Aqui Esteban dá mais detalhes da idolatria que se fala em 7.40. Estes eram ídolos que o Israel adorava durante sua peregrinação no deserto (Ex 32:4). Moloc era o deus associado com o sacrifício de meninos e Renfán era um deus egípcio. Amós também nomeia deidades assírias que o Israel adorava (Am 5:25-27).

    7.44-50 Ao Esteban o acusaram de falar em contra do templo (6.13). Apesar de reconhecer a importância do mesmo, sabia que não era mais importante que Deus. Deus não está limitado; O não vive sozinho em um santuário, a não ser onde hajam corações de fé dispostos a lhe receber (Is 66:1-2). Salomão soube quando orou na dedicação do templo (2Cr 6:18). Deus quer viver em nós. Vive O em você?

    7:52 A muitos profetas perseguiram e mataram: Urías (Jr_26:20-23); Jeremías (Jr_38:1-6); Isaías (a tradição diz que o rei Manasés o matou; veja-se 2Rs 21:16); Amós (Am 7:10-13); Zacarías (não o autor do livro bíblico, a não ser o filho do sacerdote Joiada: 2Cr 24:20-22); Elías (1Rs 19:1-2). Jesus também usou uma parábola para referir-se a como os judeus rechaçaram sempre aos mensageiros de Deus e como os perseguiram (Lc 20:9-19). O Justo se refere ao Messías.

    7.55-58 Esteban viu a glória de Deus e ao Jesus o Messías à mão direita do Muito alto. As palavras do Esteban são similares às que Jesus disse ante o concílio (Mt 26:64; Mc 14:62; Lc 22:69). A visão do Esteban ratificou as palavras do Jesus e encolerizou aos dirigentes judeus que condenaram ao Jesus à morte por blasfêmia. Não toleraram as palavras do Esteban, por isso o tiraram da cidade e lhe apedrejaram. Talvez a gente não nos mate por lhes falar de Cristo, mas vão dar a entender que não querem ouvir a verdade e até tratarão freqüentemente de nos calar. Siga honrando a Deus com sua conduta e palavras; apesar de que muitos fiquem em seu contrário e sua mensagem, outros seguirão a Cristo. Recorde, a morte do Esteban provocou um profundo impacto no Saulo, quem logo se converteu no missionário maior do mundo. Até os que lhe oponham agora podem mais tarde voltar-se para Cristo.

    7:58 Ao Saulo também lhe chama Paulo (veja-se 13.9), o grande missionário que escreveu muitas das epístolas do Novo Testamento. "Saulo" era seu nome hebreu; Paulo, seu nome grego, usou-se ao iniciar seu ministério aos gentis. Quando Lucas apresenta ao Paulo, este detestava e perseguia os seguidores do Jesus. É um contraste com o Paulo do que Lucas se ocupará em grande parte do resto do livro de Feitos: um devoto seguidor de Cristo e um dotado pregador do evangelho. Paulo tinha a qualidade única para falar com os judeus a respeito do Jesus porque antes perseguia os que acreditavam no Jesus e entendia esta oposição. Paulo é um grande exemplo de que para Deus não há nenhuma pessoa impossível de alcançar nem trocar.

    7:59 A pena por blasfêmia, falar com irreverência de Deus, era morrer apedrejado (Lv 24:14). Os furiosos líderes religiosos, sem julgamento nem veredicto, apedrejaram ao Esteban. Não entendiam que as palavras do Esteban eram certas porque não procuravam a verdade. Solo queriam defender seus pontos de vista.

    7:60 Ao morrer Esteban, falou palavras muito similares às palavras do Jesus na cruz (Lc 23:34). Os primeiros cristãos se gozavam ao sofrer como Jesus sofreu porque isso significava que lhes tinham por dignos (Lc 5:41). Esteban estava preparado para sofrer como Jesus, até ao ponto de pedir perdão por seus assassinos. Esta atitude perdonadora vem sozinho do Espírito Santo. O Espírito também pode nos ajudar a atuar como Esteban o fez, com amor por nossos inimigos (Lc 6:27). Como reagiria você se alguém o ferisse por causa do que crie?

    EFEITOS DA MORTE DO ESTEBAN

    A morte do Esteban não foi em vão. A seguir verá alguns dos fatos que se devem (direta ou indiretamente) à perseguição iniciada com o martírio do Esteban.

    1. Viaje evangelístico do Felipe (At 8:4-40)

    2. A conversão do Saulo (Paulo) (At 9:1-30)

    3. Viagem missionária do Pedro (Feitos 9:32-11.18)

    4. funda-se a igreja na Antioquía e Síria (At 11:19ss)


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    B. DA DEFESA ESTEVÃO e ao indiciamento do Conselho (7: 1-53)

    A aparência de justiça aparece na permissão do sumo sacerdote concedido Estevão a responder perante o Sinédrio as acusações feitas contra ele. ". Não é, obviamente, um discurso de defesa no sentido forense do termo" Bruce observa corretamente que o discurso de Estevão Bruce continua:

    Tal discurso como este não era de forma calculada para garantir uma absolvição perante o Sinédrio. É mais uma defesa do cristianismo puro como forma designado por Deus para adoração; Estevão aqui mostra-se o precursor dos apologistas cristãos posteriores, especialmente aqueles que defendiam o cristianismo contra o judaísmo.

    O ponto crucial do discurso de Estevão revela que ele tinha entendido o verdadeiro significado da universalidade do cristianismo como expresso por Cristo com a mulher samaritana no poço de Jacó:

    Mulher, crê-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém [templo], vós vos adorar o Pai. ... Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade: para tal Acaso o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade (Jo 4:21 A mesma astúcia com a nossa raça, e maltrataram nossos pais, que eles deveriam expulsar seus bebês até o fim que não vivessem. 20 Nesse tempo nasceu Moisés, e era mui formoso; e ele foi alimentado três meses em casa de seu pai; 21 e quando ele foi expulso a filha de Faraó o recolheu e criou como seu próprio filho. 22 E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. 23 Mas, quando ele era quase quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. 24 E vendo um deles sofrer injustamente, defendeu-o, e vingou o oprimido, matando o egípcio: 25 e ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus pela sua mão estava dando-lhes libertação; mas eles não entenderam. 26 E no dia seguinte, ele apareceu-lhes quando brigavam, e quis levá-los à paz, dizendo: Senhores, vós sois irmãos; por que vos um ao outro? 27 Mas o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? 28 : Queres matar-me como mataste o egípcio ontem? 29 E Moisés fugiu A esta palavra, e tornou-se peregrino na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. 30 E quando se cumpriram 40 anos, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo em um arbusto. 31 E quando Moisés viu, admirou-se da visão; e, aproximando-se para eis que veio a voz do Senhor, 32 Eu sou o Deus de teus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. E Moisés, todo trêmulo, não ousava olhar. 33 E o Senhor disse-lhe: Tira as alparcas dos teus pés, porque o lugar em que estás é terra santa. 34 Tenho visto a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los: e agora vir, eu te enviarei ao Egito. 35 A este Moisés que eles haviam repelido, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? a este enviou Deus como príncipe e libertador, pela mão do anjo que apareceu para ele no mato. 36 Este homem levou para fora, fazendo maravilhas operadas e sinais no Egito, e no Mar Vermelho, e no deserto por quarenta anos. 37 Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel, um profeta é Deus vos levantará dentre vossos irmãos, semelhante a mim.

    O Deus da glória apareceu. ... Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel, um profeta é Deus vos levantará dentre vossos irmãos, semelhante a mim (vv. At 7:2 ). Por uma recontagem estudado e prolongado da história judaica, com o qual seus ouvintes estão familiarizados, Estevão reflete sua reverência extrema para, e fé em que ambos, Deus e Seu servo Moisés e, assim, refuta a sua acusação de que ele blasfemou contra Deus e Moisés.

    A facilidade com que Estevão relata a história de povo escolhido de Deus, a partir do chamado de Abraão em Ur para a entrega da Lei no Sinai, revela tanto o seu conhecimento profundo desses fatos históricos e sua compreensão do seu significado espiritual, que culminou com a promessa do Messias (v. At 7:37 e At 3:22 ). Assim Estevão mostra, não só que ele acredita e reverencia a Deus e Moisés, mas que Deus através de Moisés preparou o caminho para a vinda do Cristo, a quem ele pregava. Em vez de blasfemar contra Deus e Moisés, como eles cobrado, Estevão mostra que a fé em Deus e Moisés é estabelecida por meio da fé em Cristo, que é o Filho do primeiro e do cumprimento do tipo da segunda.

    Resposta 3. Estêvão à Terceira Charge (7: 38-43)

    38 Este é o que esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com nossos pais, o qual recebeu palavras de vida para dar a nós: 39 ao qual os nossos pais não quiseram obedecer, antes o impulso -lo a partir deles, e virou-se em seus corações para o Egito, 40 dizendo a Arão: Faze-nos deuses que vão adiante de nós; porque, quanto a este Moisés, que nos levou para fora da terra do Egito, não sabemos o que é tornar-se . daquele 41 E eles fizeram um bezerro, naqueles dias, e trouxe um sacrifício ao ídolo, e se alegraram nas obras das suas mãos. 42 Mas Deus se afastou, e os abandonou para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas,

    Será que vós me oferecerem vítimas e sacrifícios

    Quarenta anos no deserto, ó casa de Israel?

    43 E vós tomastes o tabernáculo de Moloque,

    E a estrela do deus Renfã,

    As figuras que vós fizestes para adorá-los:

    E eu vou levá-lo para além da Babilônia.

    Estevão continua sua defesa, indicando que Moisés era parte integrante da verdadeira igreja [de Deus] no deserto (v. At 7:38-A ), que culminou em Cristo, o Messias, e que foi pela mão deste Moisés que Deus, através um anjo, deu a Israel a Lei, os oráculos vivos.Além disso, ele mostra a partir de sua própria história que seus pais haviam rejeitado a Moisés e a Lei que Deus lhes deu por meio dele; enquanto ele, Estevão, em vez de blasfemar contra a Lei, reverenciado lo pelo que ele tinha a intenção de Deus: oráculos vivos concebidos como um "tutor para nos conduzir a Cristo" (Gl 3:24)

    44 Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto, assim como ele nomeado, que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. 45 que também nossos pais, por sua vez, levaram com Josué quando entraram na posse das nações que Deus empurrado para fora da presença de nossos pais, até os dias de Davi; 46 . Que achou graça diante de Deus, e pediu que pudesse achar tabernáculo para o Deus de Jacó 47 E Salomão lhe edificou uma casa. 48 Mas o Altíssimo não habita emcasas feitas com as mãos; como diz o profeta:

    49 O céu é o meu trono,

    E a terra o escabelo dos meus pés:

    Que tipo de casa me quereis construir? diz o Senhor:

    Ou qual é o lugar do meu repouso?

    50 Não a minha mão todas estas coisas?

    Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto (v. At 7:44 , At 7:49 ; 2Cr 2:6 ).

    Acusação 5. Estevão do Conselho (7: 51-53)

    51 Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo: como fizeram vossos pais, assim também vós. 52 A qual dos profetas não perseguiram vossos pais? e eles os mataram, que mostrou antes da vinda do Justo; a quem vós já se tornaram traidores e homicidas; 53 vós, que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e não a guardastes.

    Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; como fizeram vossos pais, assim também vós (v. At 7:51 ). Finalmente, tendo incontestavelmente limpou-se da acusação de blasfêmia, Estevão transforma todo o argumento sobre os dirigentes dos judeus e diretamente acusa-los com a altura do crime de blasfêmia, por meio de sua desobediência deliberada e persistente para, e rejeição da lei de Deus e seu cumprimento realizado em Jesus Cristo o Messias (ver Nu 15:30. , Nu 15:31 ). Assim, ele estabeleceu dois grandes fatos: primeiro , que, como Paulo declarou mais tarde (Gl 3:23 ), apenas a Lei serviu para levar o homem a Cristo, e que o seu valor instrumental agora é passado, uma vez que Cristo, o Messias tem já veio; e segundo, que eles, seus acusadores, elas mesmas estão inevitavelmente condenado pelo crime muito de que o acusaram, a blasfêmia, o que acarreta a pena de morte.

    MARTÍRIO C. Estêvão GLORIOSO (7: 54-60)

    Estevão tornou-se o primeiro mártir cristão, e ele deu a sua vida que o evangelho seja unshackled do legalismo judaico para encontrar o seu caminho para os corações de todos os homens em todo o mundo.

    1. A indignação do Conselho (At 7:54)

    54 E, ouvindo eles estas coisas, elas foram cortadas para o coração, e rangiam sobre ele com os dentes.

    Weymouth diz: "Eles ficaram furiosos e rangeram os dentes contra ele." A realização da sua situação humilhante, depois do discurso de Estevão, deveria ter trazido-los ao arrependimento e submissão a Cristo, como no dia de Pentecostes. No entanto, ele só inflamou a sua ira e destronou a sua razão, e, portanto, um tribunal ordenada e digna de repente se tornou uma cena de violência caótica mob-mad. O vulcão havia muito tempo ardia, mas agora, de repente, irrompeu em toda a sua fúria destruidora, inundando sua vítima inocente com sua ira escaldante.

    2. O consolo de Estevão (At 7:55 , 56)

    55 Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus em pé à mão direita de Deus, 56 e disse: Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus.

    Mas ele ... viu a glória de Deus . Através da chuva de morte-pedras, Estevão pegou uma visão de Deus revelada de glória que foi colocado acima na loja para ele e viu Jesus em pé à mão direita de Deus, na identificação com o Seu santo martirizado, esperando para recebê-lo na glória eterna. Diz-se que este é o único registro bíblico de Cristo em pé, depois de Sua ascensão. Com Davi, Estevão poderia dizer: "Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum; para tu estás comigo "( Sl 23:4. ). A palavra evidencia a continuidade da vida nova que eles já apreciado. Ele sugere que eles haviam compreendido o significado da imortalidade através de Cristo.

    Vincent significativamente observa a respeito da morte de Estêvão, como expresso nas palavras, ele caiu no sono , que esta expressão marcas

    ... Sua calma e morte pacífica. Embora os autores pagãos por vezes utilizado sono para significar a morte , foi apenas como uma figura poética. Quando Cristo, por outro lado, disse: "Nosso amigo Lázaro dorme ... ", ele usou a palavra, e não como uma figura, mas como a expressão de um fato . No mistério da morte, em que o pagão só viu nada, Jesus assistiu-se a vida, descanso, acordando-os elementos que entram em sono. E assim, no discurso cristão e do pensamento, como a doutrina da ressurreição atingiu suas raízes mais profundas, a palavra morta , com a sua finalidade sem esperança, deu lugar para a palavra mais gracioso e esperançoso sono . O pagão enterrando-se realizado em seu nome qualquer sugestão de esperança e conforto. Era um lugar de sepultura, um esconderijo, um monumentum , um mero memorial de algo ido; um columbário ou pomba-berço, com seus pequenos compartimentos para urnas de cinza; mas o pensamento cristão da morte como sono, trouxe com ele em discurso cristão o pensamento parentela de uma câmara de descanso, e encarnou na palavra cemitério ... o lugar para se deitar para dormir .

    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    Esse capítulo registra o mais longo discurso do relato de Atos, como também o ponto de virada na histó-ria espiritual de Israel. Ele apresenta o terceiro assassinato importante da nação Qoão Batista, Cristo e, agora, Estêvão), e sua rejeição final da men-sagem da salvação. Em seu discurso, Estêvão revê a história de Israel e co-menta que a nação sempre rejeitou os líderes escolhidos por Deus em sua primeira apresentação e, depois, os aceitava em sua segunda apresen-tação. Moisés e José são exemplos desse padrão (7:13,35). Israel tam-bém tratou Cristo da mesma forma: João Batista e os apóstolos o apresen-taram à nação, mas ela recusou-o; no entanto, o receberá quando ele aparecer pela segunda vez.

    1. A aliança de Deus com Abraão (7:1-8)

    13 14:1'>Gênesis 13:14-18 e Gênesis 15 e 17 relatam a aliança com Abraão. Essa aliança inclui a posse da ter-ra prometida pela descendência de Abraão e a promessa de multiplica-ção da semente dele nos anos vin-douros. A circuncisão selava essa promessa. A aliança com Abraão era o fundamento da nação judaica. Deus não fez essa aliança com os gentios, e ela não se aplica à igreja. Entendemos de forma errônea as Es-crituras e as desvirtuamos se "espi-ritualizarmos" essas promessas e as aplicarmos à igreja. Os judeus não receberam nem a terra nem o reino prometidos por Deus em virtude da desobediência deles. No entanto, essa aliança ainda permanece e será cumprida quando Cristo retornar e estabelecer seu reino sobre a terra.

    1. A rejeição de José por Israel (7:9-16)

    De várias formas, José tem uma se-melhança maravilhosa com Cristo:

    1. ele era o amado de seu pai (Gn 37:3; Mt 3:1 Mt 3:7); (2) era odiado pelos irmãos (Gn 37:4-8; Jo 15:25); (3) era invejado pelos irmãos (Gn 37:11; Mc 15:10); (4) foi vendido pelo pre-ço de escravo (Gn 37:28; Mt 26:15); (5) foi humilhado e serviu como servo (Gn 39:1 ss; Fp 2:04ss; Fp 2:9-50); (8) os irmãos não o reconheceram no primeiro encontro (Gn 42:8; At 3:1 At 3:7); (9) ele se revelou a eles no segundo encon-tro (Gn 45:1 ss; At 7:13; Zc 12:10); (10) ele tomou uma noiva gentia quando foi rejeitado pelos irmãos (Gn 41:45; At 15:6-44).

    Aqui, o argumento de Estêvão é que os judeus trataram Cristo da mesma forma que os patriarcas tra-taram José, porém ele faz essa acu-sação apenas no fim de seu discur-so. Cristo sofreu para salvar Israel e toda a humanidade da mesma forma que José sofreu para salvar seu povo, contudo os judeus não rece-beram a Cristo.

    1. A rejeição de Moisés por Israel (7:7-41)

    Moisés, como José, tem uma seme-lhança impressionante com Cristo: (1) foi perseguido e quase morto em criança (Êx 1:22 e 4:19; Mt 2:13-

    1. ; (2) ele recusou o mundo a fim de salvar seu povo (He 11:24-58; Mt 4:8; 2Co 8:9); (3) na primei-ra vez em que tentou ajudar Israel, foi recusado (Êx 2:11-14; Is 53:3);
    2. tornou-se pastor (Êx 3:1; Jo 10:0); (6) da segun-da vez, seus irmãos o receberam (Êx 4:29-31; At 7:5); (7) ele liber-tou o povo da escravidão por meio do sangue do cordeiro (Êx 12; 1Pe 2:24). Moisés foi profeta (Dt 18:15-5).

    O versículo 38 chama Israel de a "congregação no deserto", e isso merece um comentário. A pa-lavra ekklesia significa "assembléia convocada" e não sugere que Isra-el fosse a "igreja" do Antigo Testa-mento. O Antigo Testamento não apresenta profecias a respeito da igreja. No Antigo Testamento, Isra-el (povo terreno) não tem o mesmo relacionamento com Deus que os crentes (povo celestial) do Novo Testamento têm.

    Israel desobedeceu à vontade de Deus e rejeitou-a, embora contas-se com a presença do Senhor e com um líder devoto (v. 38)! "[Eles] no seu coração, voltaram para o Egito" (v. 39)! Eles se voltaram para a ido-latria, e Deus desistiu deles. Eles não fizeram a mesma coisa quando Cris-to esteve com eles na terra? Moisés realizou milagres, satisfez as neces-sidades deles no deserto e deu-lhes a Palavra do Senhor; Cristo também realizou obras poderosas, alimentou o povo e deu-lhes a Palavra de Deus — contudo eles o rejeitaram!

    1. A rejeição dos profetas por Israel (7:42-50)

    Nesses versículos, Estêvão refere-se a Jl 5:25-30 e aIs 66:1-23. Os judeus pensavam que estavam protegidos de injúria e que Deus os abençoaria porque tinham o templo. Todos os profetas os advertiram de que, se o coração deles não fosse correto, o templo não lhes assegura-ria bênçãos. Como se pode confinar Deus, que enche todo o céu e a ter-ra, a um templo feito por mãos hu-manas? A vida religiosa de Israel era uma formalidade: Os judeus adota-vam as formas exteriores da religião, mas o coração não estava certo com o Senhor. Eles rejeitaram a voz dos profetas e até os perseguiram e mata-ram (veja Mt 23:29-40); e rejeitaram as Palavras e crucificaram o Profeta (Cristo) quando ele apareceu (v. 37)!

    1. O julgamento de Israel é selado (7:51-60)

    Israel cometeu dois assassinatos e estava para cometer o terceiro. Ele rejeitou o Pai que enviou João Ba-tista, a fim de preparar o caminho para Cristo, ao permitir que fosse morto. E rejeitou o Filho quando crucificou Cristo. Agora, cometia o "pecado imperdoável" de resistir ao Espírito Santo ao assassinar Es-têvão (Mt 12:31-40). Deus perdo-aria a nação pelo tratamento que deu a seu Filho, mas não podia perdoá-la agora, já que resistira ao Espírito que testemunhou tão po-derosamente por seu Filho. Deus forneceu à nação todas as evidên-cias de que Cristo era seu Messias, mas os judeus preferiram endure-cer a cerviz e o coração (7:51). Da mesma forma que os pecadores de hoje fazem!

    Estêvão usou a Palavra, e essa "espada do Espírito" (Ef 6:17; He 4:12) penetrou até o coração deles e os condenou. Estêvão, quando estava para ser morto, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus. Agora, poder-se-ia dizer isto da nação de Israel: "Icabô [...] foi- se a glória de Israel" (1Sm 4:19-9), contudo Estêvão viu essa glória em Cristo, como também nós a vemos hoje (2Co 4:1 ss). Passagens como Sl 110:1, Mc 16:19 e He 1:3 e 10:12 indicam que Cristo "assentou-se" porque termi-nara sua obra, mas o versículo 55 fala que ele estava em pé. Algu-mas pessoas sugerem que ele se levantou para receber seu mártir, Estêvão, quando este chegou em glória. Outros pensam que Cristo estava de pé como uma testemu-nha a fim de testificar a mensagem e o ministério de seu servo, pois essa era a postura da testemunha nas cortes judaicas. Outro ponto a observar é que a morte de Estêvão encerra a oferta para que os judeus aceitem o Rei e representa o pon-to de virada de Atos, pois a igreja passa a assumir o papel predomi-nante, e o ministério de Cristo à direita de Deus é em favor da igre-ja. Talvez devamos ter em menteLc 22:69, pois, com certeza, os líderes judeus se lembraram do testemunho de Cristo.

    A oração de Estêvão mostra seu amor pelo povo e lembra a interces- são que Cristo fez do alto da cruz. Talvez Estêvão tenha pensado que Cristo estava de pé a fim de enviar julgamento sobre a nação por seus repetidos pecados (veja SI 7:
    6) e orou pedindo graça e o adiamento da ira. O uso do verbo "adormecer" é uma bela imagem do que a morte representa para o crente!
    O julgamento de Israel estava selado; no capítulo seguinte, vemos o evangelho da graça (não a men-sagem do reino) mudar dos judeus para os samaritanos e os gentios.

    Os capítulos 1:7 descrevem o "período de teste" em que, pela terceira vez, ofereceu-se o reino a Israel. Os capítulos 8:12 relatam o "período de transição" em que aconteceram as seguintes mudan-ças:

    1. A Antioquia passa a ser o centro da atividade, não Jerusalém.
    2. A mensagem muda dos ju-deus para os samaritanos e, a seguir, para os gentios.
    3. À medida que Paulo se torna líder, as atividades de Pedro ficam menos importantes.
    4. A atividade da igreja substi-tui o comunismo da "economia do reino". A igreja existia desde o Pen- tecostes, no entanto o ministério de graça de Paulo revela o sentido dela e seu lugar no projeto de Deus.
    5. O evangelho da graça de Deus substitui o evangelho do rei-no. Se o eunuco etíope era negro (como dizem alguns), então nos ca-pítulos 8:10 temos três conversões notáveis que fazem paralelo com as dos três filhos de Noé, em Gê-nesis 10:18. O etíope poderia ser descendente de Cam; Paulo, judeu, de Sem; e Cornélio, gentio, de Jafé. Dessa forma, temos um retrato da propagação do evangelho para toda a humanidade.

    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    7.2 Estêvão. Não responde diretamente às acusações Dt 6:11-5. Sua defesa apresenta o universalismo do evangelho que marca o meio termo entre Pedro e Paulo. Dois argumentos irritam profundamente:
    1) Deus não limita seus encontros com os homens (ex. Abraão, José, Moisés) ao templo em Jerusalém. As primeiras grandes revelações de Deus ocorreram em terras estrangeiras, Ur, Harã, Egito, Sinai. Estêvão limita sua narração da história gloriosa de Israel entre Abraão e Salomão que construiu o templo.
    2) Israel sempre foi rebelde, rejeitando os profetas e finalmente crucificando o Justo (52).

    7.4 Harã. Cidade importante de comércio nos tempos de Abraão (séc. XIX a.C.). Nas descobertas arqueológicas, na região de Harã, já se acharam nomes como Naor, Serugue, Terá, etc.

    7.6 Quatrocentos anos. Conforme Gn 15:13. É número arredondado. Mais precisamente 430 anos, segundo Êx 12:40 e Gl 3:17. Peregrina. O povo de Deus não deve se apegar a terra ou país neste Mundo (conforme He 11:8; 16).

    7.7 Servirão neste lugar. Se for citação de Êx 3:12, refere ao Sinai, não a Jerusalém. Deus pode ser cultuado em qualquer lugar.

    7:9-16 Tal qual os irmãos trataram a José, os judeus trataram a Jesus (seu irmão na carne, Rm 9:5). Sem usar o nome de Cristo uma vez sequer, Estêvão O anuncia por meio de tipos e figuras, destacando as de José e Moisés (20-43). Graça (10). Conforme Gn 39:21. Sabedoria, refere-se à capacidade sobrenatural de interpretar sonhos.

    7.13 Segunda vez. Tanto José como Moisés visitaram a "seus irmãos" duas vezes (23, 30). Cristo na Sua segunda vinda será reconhecido pelos judeus (Zc 12:10).

    7.14 Setenta e cinco pessoas. Gn 46:26 e Êx 1:5 têm 70. Estêvão provavelmente inclui a família de José nascida no Egito.

    7.16 Siquém... José foi sepultado em Siquém (Js 24:32). Jacó foi sepultado em Hebrom (Gn 49:29ss). Estêvão encaixa os dois acontecimentos numa só referência, como as duas chamadas de Abraão em v. 2.

    7.22 Jesus, como Moisés, era "poderoso em palavras e obras," (Lc 24:19). Ambos vieram como pacificadores (24; Ef 2:17). Como os judeus escravizados não compreenderam que Moisés era seu libertador, os judeus não perceberam que Jesus veio para os salvar.

    7.27 Autoridade e juiz. A vida de Jesus paralela à de Moisés. Os judeus ressentiram-se profundamente do exercício de autoridade por Jesus (Mc 11:28-41; Jo 2:18; conforme At 10:42; At 17:31).

    7.29 Midiã. Região nas redondezas do Golfo de Acaba. Dois filhos. Gérson e Eliezer (Êx 2:22; 18:4; conforme Jz 18:29n).

    7.30 Um anjo. Isto é, o Anjo do Senhor (conforme 5.19). Em Êx 3, a Personagem que fala com Moisés é "o Anjo do SENHOR" "o SENHOR” e "Deus”. Vv. 31, 32 aqui, tornam claro que Deus falou com Moisés.

    7.33 Sandália. Até hoje, no Oriente Médio, um lugar sagrado não deve ser pisado senão descalço.

    7.34 Eu te enviarei. O libertador, rejeitado pelo seu povo, é escolhido por Deus (conforme 4,11) para cumprir sua missão.

    7.35 Negaram. O A.T. não usa este verbo com respeito a Moisés, mas At 3:13, At 3:14 o aplica a Jesus. Chefe e libertador. Esta frase descreve a Jesus Cristo em 5.31 (conforme a nota). Gr Lutrotes, "libertador", palavra muito rara, refere-se a Cristo em Lc 24:21.

    7.37 Um profeta semelhante a mim. Um texto messiânico, já citado em 3.22, muito útil num apelo aos judeus, sendo Moisés quem fala.

    7.38 Congregação (gr ekklesia) "igreja". No contexto de Dt 18:16, aplica-se a Israel congregado para receber a Lei. A igreja do AT dependia de Moisés (1Co 10:2); a do NT de Cristo (H b 2:10-12) que a conduz ao verdadeiro descanso. Palavras vivas. Obedecer à Lei é viver (Dt 4:1; Lv 18:5 citado em Gl 3:12; Rm 10:5). A fraqueza humana (Rm 8:3) transformou a Lei de Deus em instrumento de morte (Rm 7:10; Rm 3:10-45. Isaías declarou que nem o céu pode conter a Deus; como o poderia uma simples criação humana? Deuses falsos podem ter suas casas, mas o Altíssimo é onipresente (conforme Mc 14:58; At 17:24).

    7.51 Dura cerviz... linguagem muito familiar do A.T. (conforme Êx 33:5; Lv 26:41; Dt 10:16; Jr 4:4; Jr 6:10). Resistis ao Espírito Santo. • N. Hom. Resistiram-no,
    1) Seguindo o exemplo dos pais (52);
    2) Desobedecendo à palavra de Deus;
    3) Rejeitando e crucificando a Cristo (52, 55, 56).

    7.52 justo. Título primitivo de Jesus (conforme 3.14; 22.14); mais tarde atribuído a Tiago, meio-irmão de Jesus. Traidores. Os judeus, obrigando os romanos a crucificar seu Messias, traíram-no. Estêvão, não admite a ignorância como desculpa (contraste-se com Pedro em 3.17).

    • N. Hom. 7.55 A Trindade Sustenta o Crente Fiel:
    1) O Espírito Santo o enche com paz e amor (60; Gl 5:22);
    2) A glória de Deus se manifesta trazendo firmeza e esperança (Jo 17:5; 1Pe 1:5-60);
    3) Jesus Cristo exaltado, de pé, abre os céus para o receber (conforme Mc 14:62) :

    7.57 A declaração de Estêvão acerca de Jesus parecia blasfêmia aos membros do Sinédrio que crucificaram a Jesus por esse suposto pecado. Arremeteram. Sugere linchamento mais do que execução de justiça.

    7.58 Testemunhas. As mesmas, falsas, Dt 6:13, Dt 6:14, que a lei exigia fossem os primeiros a lançar as pedras. Saulo. Paulo, antes da conversão, evidentemente membro do Sinédrio, aprovava tudo (conforme 22.20).

    7.59,60 Estevão morreu como Cristo, seu exemplo (1Pe 2:21-60).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    3) A defesa de Estêvão (7:2-53)
    O método de Estêvão. A primeira vista, um longo resumo da história de Israel parece um meio estranho de “defesa” contra as acusações registradas em 6.11,14, mas isso (a) conseguiu captar a atenção para a mensagem, visto que os juízes não poderiam interromper ou abreviar um resumo da sua própria história sagrada; (b) era um apelo ao conceito válido dos hebreus de que Deus se revela por meio do que faz na história, e não somente no que proclama pelos seus profetas. Os ouvintes de Estêvão deveriam entender a diversidade de auto-revelação de Deus como o Deus glorioso (v. 2) e enxergar o seu próprio crime prefigurado no comportamento dos líderes nacionais, que haviam rejeitado repetidamente tanto a revelação divina quanto os homens que Deus havia levantado para promover os seus propósitos.

    A experiência de Abraão (v. 2-8).
    O título Deus glorioso faz um elo com a visão concedida a Estêvão antes do seu martírio (v. 55,56). E significativo que Abraão tenha conhecido Deus e se submetido às suas ordens em terras distantes, primeiro em Ur e depois em Harã. A terra foi prometida, mas os propósitos providenciais de Deus foram cumpridos de diversas formas antes de ter sido ocupada por Israel.

    A experiência de José (v. 9-16). Deus revelou parte dos seus propósitos ao fiel José, mas os patriarcas, motivados por inveja, se opuseram a esses propósitos, embora Deus tivesse transformado o seu mal em bem. O ponto é que José, rejeitado por seus irmãos e exaltado pelo faraó pagão, tomou-se o meio de salvação de sua família em tempos de fome. Como resultado, a nação foi multiplicada fora da Palestina. O paralelo com o Messias rejeitado está completo. A referência às setenta e cinco pessoas (v. 14) difere do cálculo de Gn 46:27 e Ex 1:5, mas concorda com a LXX, versão que aparece num antigo manuscrito hebraico do Êxodo em Cunrã. O número exato depende da inclusão ou exclusão da família de José e do número dos seus filhos. A referência ao lugar de sepultamento dos pais hebreus (v. 16) apresenta uma dificuldade, visto que Jacó foi sepultado em Hebrom, na caverna de Macpela que Abraão comprou de Efrom, o hitita (conforme Gn 23:16 com 49.29ss), enquanto José foi sepultado em Siquém, na propriedade comprada por Jacó dos filhos de Hamor. A expressão anterior Seus corpos foram levados de volta generaliza a situação, e temos uma fusão óbvia de duas compras: uma realizada por Abraão diretamente, e outra, de forma mediada, por seu descendente Jacó. Temos de lembrar o forte sentimento de solidariedade racial entre os hebreus e que Estêvão está falando de improviso.

    A experiência de Moisés no Egito (v. 17-29). O tema ainda são os propósitos de Deus e a cegueira de Israel. Apesar da falha aparente das promessas durante o cativeiro no Egito, Deus salvou Moisés da morte e o fez passar por um treinamento na corte egípcia. As experiências espirituais de Moisés são resumidas em He 11:24-58, mas aqui vislumbramos o seu plano de libertação do seu povo, talvez por meio da sua posição e influência. A sua proposta foi rejeitada com escárnio pelos hebreus. O homem que o lançou de lado representa os muitos que rejeitam Deus, até o tempo do próprio Caifás.

    A experiência de Moisés como líder do povo (v. 30-41). O tema da auto-revelação do Deus da glória está muito claro em referência às labaredas de uma sarça em chamas (v. 30), que transformaram Horebe em terra santa (v. 33). Os israelitas haviam dito: Quem o nomeou líder e juiz?, mas depois de quarenta anos Deus disse a Moisés: Venha agora, e eu o enviam de volta. O anjo é praticamente identificado com Javé, como em Ex 3.2ss.

    Todo o livro de Êxodo está resumido no v. 36, e mais uma rejeição criminosa do instrumento de Deus é registrada nos v. 39-41, quando o povo levantou o bezerro de ouro ao pé do monte em que Deus manifestou a sua presença.

    A predição do “profeta” de Dt 18:15-5 (conforme At 3:22-23) lança a consumação do propósito de Deus para frente, adiante de Moisés e do sistema que ele foi conduzido a estabelecer, e é uma resposta parcial à acusação de

    6.11. Moisés, como porta-voz de Deus, proclamou as palavras vivas, que foram violadas pelo povo pecador. E os seus descendentes foram mais obedientes ao testemunho de Moisés? Foi Estêvão quem disse palavras blasfemas contra ele, ou foi o Sinédrio que o negou por seus atos como os seus pais tinham feito?

    O tema do templo (v. 42-50). A denúncia forte de Amós contra os apóstatas remontou às condições aparentemente ideais da adoração no tabernáculo no deserto (Jl 5:25-30). O tabernáculo da aliança (v. 44) foi feito de acordo com o modelo, mas qual era a condição espiritual interior do povo? O livro dos profetas (v. 42) é uma referência aos Doze Profetas Menores; Estêvão cita da LXX, exceto pelo fato de que “além de Damasco” se torna além da Babilônia, à luz do exílio babilónico.

    A história do “santuário” é resumida nos v. 44-50 e está associada à acusação de “falar contra este santo lugar” (6.13). Estêvão reconhece a origem divina do tabernáculo e do templo que o substituiu, mas, em concordância com a revelação mais elevada do AT, ele vê a “habitação” material como uma figura e promessa de uma realidade espiritual final. O testemunho do trono e do templo nos reinados de Davi e Salomão foi eficiente e bem difundido de acordo com os termos da oração inaugural de Salomão, o que evidencia uma visão clara tanto da infinitude do Criador quanto do significado universal da casa (2Cr 6:12-14). Mas a geração que rejeitou o Cristo tinha sido carnalmente orgulhosa de seus privilégios e particularista na sua perspectiva. Para eles, a citação de Is 66:1,Is 66:2 era especialmente adequada.

    Estêvão acusa os seus juízes (v. 51-53). Talvez Estêvão tivesse algo a mais a dizer acerca da revelação da glória “na face de Jesus Cristo”, mas sinais de impaciência entre os juízes talvez o tivessem advertido a chegar rapidamente à conclusão. Percebendo que não receberia um julgamento justo, foi conduzido pelo Espírito a pronunciar um solene “ai” contra os líderes que haviam rejeitado o próprio Cristo e o convite amável ao arrependimento, feito pelo Cristo ressur-reto por meio dos apóstolos. A “circuncisão” deles era insignificante, pois não afetava o coração e o ouvido (conforme Dt 10:16; Jr 4:4 etc.); eles haviam resistido ao empenho do Espírito Santo de forma até mais persistente que os seus pais, pois os seus predecessores haviam martirizado os profetas, e eles haviam traído e assassinado o Justo (conforme 3.14; 22.14), tema de promessas proféticas. Afirmando ser os guardiões da lei, na verdade eram os chefes dos transgressores. Com esse tom, o testemunho bastante difundido em Jerusalém foi levado à conclusão, e se ouviu mais uma vez o lamento sobre a cidade.


    4) O martírio de Estêvão (7.54—8.1a)
    A ira dos juízes (v. 54). A formulação “estavam cortados até os seus corações” (RV) é mais expressiva do que “ficaram furiosos” (NVI) e preserva a metáfora por trás de diapriõ (conforme “tremiam de raiva em seus corações”, BJ). As palavras de Estêvão tinham revelado o fanatismo, a rebeldia e a hipocrisia deles, e, como eles não estavam dispostos a se arrepender, lançaram-se contra ele com uma veemência mais adequada a um linchamento do que a um procedimento no tribunal (v. 57,58). Alguns vestígios de respeito por procedimentos legais podem ser vistos no fato de que as testemunhas são os primeiros a jogar pedras (conforme Lv 24:14), e Saulo parece ter presidido ao apedrejamento (v. 58).

    A visão de Estêvão (v. 55,56). A glória havia partido de Jerusalém e estava centrada à direita de Deus, onde Estêvão viu o Filho do homem em pé para recebê-lo (conforme Lc 12:8). A relação entre a visão e o tema do sermão não pode ser negligenciada. Conforme o testemunho do próprio Cristo diante do mesmo tribunal, fundamentado em Ez 7:13,Ez 7:14 (Mt 26:64-40).

    As orações e a morte de Estêvão (v. 59,60). Pilatos, provavelmente, estava em Ce-saréia e enfrentando tantos problemas que Caifás e seus companheiros acharam que era seguro tomar as questões nas suas próprias mãos, levando Estêvão ao apedrejamento sem apelarem à confirmação de Roma. A morte por apedrejamento era um procedimento horrível, mas menos vergonhoso que a crucificação. A primeira oração de Estêvão foi semelhante à última do seu Senhor: Senhor Jesus, recebe o meu espírito, com referência óbvia à visão, que pode ter durado até o fim. A sua oração final foi semelhante ao primeiro pedido de Cristo na cruz: Senhor, não os consideres culpados deste pecado. Os líderes estavam perpetrando mais um crime terrível, mas Estêvão ansiava pela bênção sobre a nação, apesar disso (conforme Rm 9:1-45).

    As frases simples e reveladoras de Lucas destacam o contraste dramático entre a violência cruel do apedrejamento e a alegria e a paz interior do mártir e intercessor que adormeceu na terra para se juntar ao seu Senhor no céu.

    Saulo de Tarso é mencionado (7.58;8.1a). A menção de Saulo como o que presidiu ao apedrejamento associa o martírio à primeira perseguição geral da igreja e, indiretamente, à fase subsequente da evangelização conduzida pelo antigo perseguidor. Ele aparece como um inimigo, mas “resistir ao aguilhão” da consciência, sem dúvida, começou quando ele ouviu o testemunho de Estêvão e viu o seu fim triunfal. Saulo já era líder do judaísmo farisaico (8.1; 9.1,2; 22.5; 26.10; G1 1.14), e, visto que votou a favor de sentenças de morte contra os nazarenos, pode ter sido membro do Sinédrio, apesar de ser ainda bastante jovem na época.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 55 até o 56

    55, 56. Estêvão não se perturbou com a ira do Sinédrio. A essa altura, Deus lhe concedeu uma visão dos céus abertos com o Filho do homem em pé à Sua direita. As palavras de Estêvão foram, na realidade, uma declaração de que as palavras que Jesus recentemente proferira, diante desse mesmo corpo judicial, de ser o Filho do homem, não eram blasfemas, como o Sinédrio proclamara, mas eram a verdade de Deus (Mc 14:62). Estêvão declarou que realmente Jesus estava agora à direita de Deus na qualidade de Filho do homem.

    Jesus costuma ser descrito como assentado à direita de Deus (Sl 110:1; He 1:13). É possível que aqui Ele esteja representado como levantando-se do Seu trono para receber este mártir. O nome Filho do homem não designa a humanidade de Jesus; é um título messiânico, com base em Dn 7:13, Dn 7:14, e designa o Messias como ser celestial e sobrenatural. Este é o único lugar fora dos Evangelhos onde o título foi aplicado a Jesus.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60
    b) Defesa e morte de Estêvão (At 7:1-8.1)

    Preso e interrogado pelo Sinédrio, Supremo Tribunal da nação judaica, presidido naqueles dias pelo Sumo Sacerdote, Estêvão expôs o seu caso sob a forma de uma resenha histórica, como era costume entre os judeus. Os dois principais temas de seu discurso são, primeiro, que a nação, a partir dos dias de Abraão, nunca se preocupou em fixar-se num lugar da terra; uma tenda móvel, por conseguinte, servia mais de santuário do que um edifício permanente. E segundo, que a nação, a partir do tempo de Moisés, sempre se rebelara contra Deus e se opusera aos Seus mensageiros, numa série de atos que culminara em eles matarem "o Justo". Dificilmente se podia imaginar houvesse uma linha de argumentos menos adequados a apaziguar aqueles juízes. Após urna ou duas interrupções de ira, que Estêvão enfrentou com verdadeiro gênio profético, foi impedido de terminar seu discurso; lançaram-no fora do edifício e apedrejaram-no. Se sua morte foi um simples ato de linchamento legal ou um excesso de jurisdição da parte do Sinédrio, não está bastante claro. Provavelmente tanto foi uma coisa como outra. Se bem que a ratificação do Procurador fosse tecnicamente necessária para a execução, ele no momento estava em Cesaréia, sua residência costumeira. Caifás e Pilatos certo que se entendiam mutuamente, em virtude do que se confiava que este último fechasse os olhos quando isso convinha. (Era caso excepcionalíssimo um governador romano deixar o mesmo Sumo Sacerdote no exercício da função durante todo o período de sua Procuradoria, como Pilatos fez com Caifás).

    Então lhe perguntou o sumo sacerdote (1), funcionando como presidente do tribunal. Quando estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã (2). Harã fora uma florescente cidade na primeira metade do segundo milênio A. C., época a que pertenceu Abraão. De acordo com o Texto Recebido de Gn 11:31, 12.5, foi depois da chegada de Abraão a Harã que as palavras citadas aqui no vers. 3 lhe foram ditas. Porém Filo e Josefo concordam com Estevão que Abraão recebeu uma comunicação divina antes de se dirigir a Harã (cfr. Gn 15:7, Ne 9:7). Mas prometeu... (5). Cfr. Gn 17:8. E falou Deus assim... (6). É citação de Gn 15:13 e seg. Quatrocentos anos (6). A exegese rabínica contava quatrocentos anos do nascimento de Isaque ao êxodo. E me servirão neste lugar (7). Estas palavras vêm de Êx 3:12, onde são proferidas a Moisés e onde o lugar referido é Horebe. O entrelaçamento de passagens separadas é característica do discurso de Estêvão, aqui resumido. Então lhe deu a aliança da circuncisão (8); cfr. Gn 17:10, 21.4. "Assim, embora ainda não houvesse um lugar sagrado, todas as condições essenciais à religião de Israel foram cumpridas" (Lake e Cadbury).

    >At 7:9

    Os patriarcas, invejosos de José, venderam-no para o Egito (9). A narrativa, a começar daqui até ao vers. 34, consiste em grande parte, numa miscelânea de passagens tiradas de Gn 37; Ex 3. Setenta e cinco pessoas (14). O Texto Hebraico Recebido, de Gn 46:27, Êx 1:5, Dt 10:22 dá setenta pessoas, inclusive Jacó e seus dois filhos; o número setenta e cinco vem dos LXX de Gn 46:27 e Êx 1:5; omite Jacó e José, porém conta nove filhos deste último. E foram transportados para Siquém (16). Jacó foi sepultado na caverna de Macpela em Hebrom (Gn 49:29 e segs.); José foi sepultado em Siquém (Js 24:32). No sepulcro que Abraão ali comprara a dinheiro os filhos de Emor (16). Abraão comprara a caverna de Macpela, em Hebrom, aos heteus (Gn 23:16); Jacó comprou a terra em Siquém, que deu a José (e onde este foi sepultado), os filhos de Hemor (Js 24:32). Não somente passagens separadas (ver o vers. 7), como incidentes distintos são entrelaçados no resumo que Lucas apresenta do discurso de Estêvão.

    >At 7:18

    Até que se levantou ali outro rei que não conhecia a José (18); provavelmente é referência a fundação da 19a Dinastia (cerca de 1320 A. C.). Era mui formoso (20); lit. "formoso aos olhos de Deus" (como vem na ARA). A filha de Faraó o recolheu (21); isto é, adotou-o. Eusébio chama-a Merris; cfr. Meri, filha de Ramessés II e de uma princesa hetéia. Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios (22). Estêvão é mais moderado que a generalidade dos escritores heleno-judaicos, que apresentam Moisés como fundador de toda a ciência e cultura e até de toda a civilização do Egito. Era poderoso em palavras e obras (22). Moisés, em Êx 4:10, negou que fosse eloqüente, mas a referência aqui pode ser a palavras escritas. Josefo (Ant. 2,10) refere uma lenda das proezas guerreiras de Moisés. Quando completou quarenta anos (23). Êx 2:11 diz simplesmente "sendo Moisés já homem". Cuidava que seus irmãos entenderiam... (25). Esta explicação do seu ato não consta no Velho Testamento. Filo, como Estêvão, considera a defesa dos israelitas por parte de Moisés, neste ponto de sua carreira, como habilidade política decisiva. E note-se aqui o paralelo: Moisés apresentou-se como mensageiro de paz e livramento, mas foi rejeitado; Jesus, no devido tempo, foi tratado do mesmo modo. Nasceram-lhe dois filhos (29); isto é, Gérson e Eliézer (Êx 2:22, 18. 3-4). Apareceu-lhe no deserto do monte Sinai um anjo (30). Estêvão frisa que Deus não está preso a uma cidade ou país; apareceu a Abraão na Mesopotâmia, e no deserto a Moisés, na terra em que este era peregrino (29). Este anjo é o mensageiro da Presença divina, que fala como Deus (32). A este... enviou Deus como chefe e libertador (35). O rejeitado é o salvador designado por Deus; é isto o que se vê nos casos de José, Moisés e Jesus. Pela mão (35), isto é, com a assistência (ARA).

    >At 7:37

    Deus vos suscitará... um profeta (37). Esta citação de Dt 18:15 (ver At 3:22, acima) ajuda ainda a estabelecer paralelo entre Moisés e Cristo. É este quem esteve na congregação no deserto (38). Provavelmente é alusão a Dt 18:16 (seguindo imediatamente as palavras citadas no verso anterior), onde se faz menção do "povo reunido em assembléia (heb. qahal, LXX ekklesia) em Horebe. Como Moisés esteve com a antiga ekklesia, assim Cristo está com a nova ekklesia, sendo porém esta ainda uma igreja peregrina, "a congregação no deserto". Com o anjo que lhe falava (38). Em Êx 32:34 Deus diz a Moisés, "o meu anjo irá adiante de ti"; mais tarde, porém, por insistência de Moisés, Ele faz uma promessa mais pessoal, "Minha presença (isto é, "Eu mesmo", autos nos LXX), irá contigo" (Êx 33:14). Em Jubileus At 1:27-2.1, entretanto, um anjo fala com Moisés no Sinai (ver o vers. 53, abaixo). Naqueles dias fizeram um bezerro (41). Ver Ex 32, onde vem narrado este incidente.

    >At 7:42

    Mas Deus se afastou e os entregou ao culto da milícia celestial (42). Esta declaração aparentemente não se baseia em a narrativa das peregrinações no deserto, como vem no Velho Testamento, mas parece ser uma inferência da passagem de Jl 5:25-30, citada nos vers. 42,43. No Texto Recebido, hebraico, de Amós, o povo de Israel é avisado que o rei assírio o desterrará para "além de Damasco", e que eles levarão para lá os utensílios da idolatria, em virtude da qual essa calamidade está prestes a vir sobre eles. Nos LXX (citação aqui com variantes), essa idolatria-o culto da milícia celestial, especialmente do planeta Saturno-é datada do período do deserto. Porventura me oferecestes... no deserto? (42). A construção grega faz esperar resposta negativa. Não foi a Jeová, mas às deidades astrais do paganismo que eles adoraram. O tabernáculo de Moloque (43). Em contraste com o tabernáculo do testemunho (44). O hebraico significa "Sakkut vosso rei", sendo Sakkut um nome acadiano do deus do planeta Saturno. A estrela do vosso deus Renfã (43). Uma versão de Amós tem "Chiun", forma de Kaiuanu, nome assírio de Saturno; nos LXX (citados aqui) o nome assírio é substituído por outro egípcio do mesmo deus planetário, aqui representado por Renfá. Para além da Babilônia (43). Estêvão tem o cativeiro babilônico em mente, como era natural a quem falava em Jerusalém, e por isso diz "para além da Babilônia", em lugar de "para além de Damasco", como diz Amós, referindo-se ao princípio do cativeiro assírio.

    >At 7:44

    O tabernáculo do testemunho (44), assim chamado porque encerrava o "testemunho" que Deus dera a Israel, consistindo nas tábuas da Lei-vindo dai chamar-se a arca, que as abrigava, "arca do testemunho" (por ex. Êx 25:22). Segundo o modelo que tinha visto (44); citado de Êx 25:40 (cfr. o desenvolvimento desta idéia em He 9:1 e segs.). Levaram-no com Josué (45) (cfr. He 4:8). Até aos dias de Davi (45). O processo do desalojamento dos cananeus, começado sob Josué, só se completou no tempo de Davi; além disso, e mais especialmente, gerações sucessivas foram passando a tenda uma a outra, até ao reinado de Davi (2Sm 7:6; cfr. 1Cr 17:5).

    >At 7:46

    Pediu para achar tabernáculo para o Deus de Jacó (46). Cfr. Sl 132:5. Algumas excelentes autoridades em crítica textual têm aqui "a casa de Jacó", porém esta lição fica em rude conexão com o vers. 47, Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. A ênfase é dada a casa -casa fixa, distinta de tenda móvel. Estêvão considera a construção do templo um passo atrás, e rebate a idéia de Deus morar numa casa, citando Is 66:1-23 (49-50). De outras divindades podia-se conceber tal coisa, porém não do Altíssimo (48). Este ataque inequívoco ao centro acariciadíssimo da religião nacional causou provavelmente uma explosão de ira, que deu lugar à invectiva do vers. 51.

    >At 7:51

    Homens de dura cerviz... (51). A linguagem desta denúncia é vazada no Velho Testamento; cfr. Êx 33:5, Lv 26:41; Dt 10:16, Is 63:10, Jr 4:4, Jr 4:6.10, Jr 4:9.26, Ez 44:7. Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo (52). Cfr. a acusação de nosso Senhor em Mt 23:29-40 e a inferência de Suas palavras em Mc 12:2-41; Lc 13:33-42. Vós que recebestes a lei por ministério de anjos (53). Quanto à mediação da lei pelos anjos, cfr. Gl 3:19; He 2:2. A idéia não consta no Velho Testamento, mas se encontra em Jubileus 1.29, Testamento de Ez 6:2, Josefo (Ant. 15:5-3) e Filo (Sobre Sonhos 1:141 e segs.).

    >At 7:54

    Ouvindo eles isto... (54). Interromperam o discurso; ouviram mais do que desejavam. Jesus que estava (de pé) à direita de Deus (55). Não devemos insistir aqui na idéia de Jesus estar de pé, contrariamente à menção mais regular de se achar Ele sentado à direita de Deus. Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus (56). Este é o único lugar do Novo Testamento, fora dos Evangelhos, onde ocorre o título "Filho do homem" (a expressão em Ap 1:13; Ap 14:14 é diferente). Muitos membros do Sinédrio devem ter lembrado as palavras do próprio Jesus (Mc 14:62), que arrancaram deles o veredicto de blasfêmia. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo (58). Era dever das testemunhas lançar as primeiras pedras. A menção de Saulo sugere que lhe tocou alguma responsabilidade no ato, o que se confirma em At 8:1. Senhor, não lhes imputes este pecado (60). Contraste-se a oração de Zacarias, morrendo em situação semelhante (2Cr 24:22). E Saulo consentia na sua morte (At 8:1). Isto pode significar, porém não necessariamente, que ele era membro do Sinédrio. Cfr. At 22:20; At 26:10.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    16. Em Defesa da Fé ( Atos 7:1-53 )

    E o sumo sacerdote disse: "Estas coisas são assim?" E ele disse: "Ouvi-me, irmãos e pais! O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe:" Apartai-vos de seu país e os seus parentes, e entram em a terra que eu te mostrar. " Então ele partiu da terra dos caldeus, e se estabeleceram em Haran. E a partir daí, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para o país em que você está vivendo agora. E Ele não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de solo, e ainda, mesmo quando ele não teve filhos, Ele prometeu que lhe daria a ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele Mas Deus falou para o efeito, que a sua descendência seria estrangeiros em uma terra estrangeira. , e que eles seriam escravizados e maltratados por quatrocentos anos. "E o que quer nação que os tiver escravizado Eu mesmo julgará", disse Deus ', e depois que eles vão sair e me servirão neste lugar. " E deu-lhe a aliança da circuncisão; e assim por Abraão tornou-se pai de Isaque, eo circuncidou ao oitavo dia; e Isaque foi pai de Jacó, e dos doze patriarcas e os patriarcas ficou com ciúmes de José e vendido. José no Egito E ainda Deus estava com ele, e livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito;.. e que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa agora uma fome vieram de todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida Mas tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, enviou nossos pais lá pela primeira vez E na segunda visita se deu a conhecer.. a seus irmãos, e da família de José foi divulgada a Faraó. E José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas em todos. E Jacó desceu ao Egito e ali faleceu, ele e nossos pais. E a partir daí eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. Mas como o tempo da promessa se ​​aproximava que Deus tinha assegurado a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se levantou outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José. Foi ele quem aproveitou perspicaz de nossa raça, e maltratados nossos pais para que eles se expõem seus filhos e que não iria sobreviver. E foi nessa época que nasceu Moisés; e ele era lindo aos olhos de Deus; e ele foi alimentado três meses, em casa de seu pai. E depois que ele tinha sido exposto, a filha de Faraó o levou embora, e alimentou-o como seu próprio filho. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e ele era um homem de poder em palavras e ações. Mas quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E quando ele viu um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, ele apareceu a eles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: Homens, sois irmãos, por que você ferir um ao outro? Mas aquele que foi uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo: Quem você um governante e juiz sobre nós? Você não quer me matar como matou o egípcio ontem, não é? ' E neste observação Moisés fugiu, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos. E depois de 40 anos se passaram, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro em chamas. E quando Moisés viu, ele começou a se maravilhar com a vista; e quando ele se aproximou para olhar mais de perto, veio a voz do Senhor: 'Eu sou o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. " E Moisés tremia de medo e não se aventurar a olhar. Mas o Senhor disse-lhe: "Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Eu certamente já viu a opressão de meu povo no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los; Vinde então, e eu vos enviarei ao Egito. Este Moisés que eles repudiaram, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este homem conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: 'Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos. " Este é o único que estava na congregação no deserto, junto com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e que foi com nossos pais; E recebeu palavras de vida para passar para você. E nossos pais não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses para que vão adiante de nós; a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele. 'E naquele tempo fizeram um bezerro e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. Mas Deus virou-se e entregou-os para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas: "Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel? Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los. Além disso, vou retirá-lo além da Babilônia. Nossos pais tinham o tabernáculo do testemunho no deserto, assim como ele, que falou a Moisés mandou que ele fizesse segundo o modelo que tinha visto. E tê-la recebido, por sua vez, nossos pais trouxeram-lo com Josué sobre desapropriando as nações que Deus expulsou diante de nossos pais, até o tempo de Davi. E Davi achou graça diante de Deus, e pediu que ele pudesse encontrar uma morada para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão que construiu uma casa para ele. No entanto, o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos humanas; como diz o profeta: "O céu é o meu trono, E a terra é o estrado dos Meus pés; Que tipo de casa você vai construir para mim? ' diz o Senhor; "Ou o lugar é lá para o meu repouso? Não foi minha mão que fez todas estas coisas? ' Vocês, homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvidos estão sempre resistem ao Espírito Santo; você está fazendo exatamente como fizeram vossos pais. Qual dos profetas que os vossos pais não perseguiram? Até mataram os que anteriormente anunciaram a vinda do Justo, cuja traidores e assassinos que você já se tornaram; vós que recebestes a lei por ordenação dos anjos, e ainda não mantê-lo "(. 7: 1-53 )

    Para alcançar o mundo de forma eficaz com o evangelho, os crentes devem ser capazes de defender a sua fé. Quando Paulo instruiu Tito de ordenar como pastores homens que eram capazes de "segurar firme a fiel palavra, que é de acordo com a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina e de refutar os que o contradizem" ( Tt 1:9 ). Infelizmente, muitos cristãos não são capazes de fazer isso, tendo pouca ou nenhuma compreensão de por que eles acreditam. Na falta de uma base sólida para sua fé, eles são facilmente "jogou aqui e ali por ondas e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia enganam fraudulosamente" ( Ef 4:14 ). Atormentado pela dúvida e ignorante da fé, eles são testemunhas ineficazes para o Senhor Jesus Cristo.

    Apologética é o estudo da defesa da fé. O Inglês palavra deriva da palavra grega apologia , que significa "um discurso em defesa de alguma coisa." Em At 25:16 , descreve defesa de um acusado em seu julgamento. Paulo deu uma apologia à multidão enfurecida em Jerusalém ( At 22:1 ). No versículo 7 do mesmo capítulo, Paulo falou de "defesa e confirmação do evangelho." Esse versículo delineia os dois lados da apologética: defender a fé contra ataque, e apresentação de alegações de verdade do cristianismo para os incrédulos.

    Paulo não era apenas adepto de apresentar o evangelho, mas também um dos seus defensores mais hábeis. Atos 17:2-3 descreve Paulo o apologista no trabalho: "De acordo com o costume de Paulo, ele foi para eles [a sinagoga em Tessalônica], e por três sábados discutiu com eles as Escrituras, explicando e dando provas de que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos, e dizendo: "Este Jesus que eu estou anunciando-vos é o Cristo '." Assim como Paulo, todos os crentes devem "batalhar pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" ( Jd 1:3. ), que era um tema que nunca se cansou de ouvir falar.

    Outro objetivo do discurso de Estevão era para indiciar os seus ouvintes para a rejeição do Messias. Ao longo de sua mensagem, que acusação constrói lentamente até atingir um clímax devastador em versos 51:53 . Ele mostra que, ao rejeitar o Messias, eles estavam imitando seus pais apóstatas, que rejeitaram José, Moisés, e até mesmo o próprio Deus. Estevão não era o blasfemo, eles eram.

    Finalmente, Estevão procurou apresentar-lhes Jesus como o Messias, usando José e Moisés como tipos de Cristo.
    Esta passagem apresenta defesa quádruplo de Estevão contra as falsas acusações de blasfêmia contra ele instaurada. Qualquer comentador é melhor servido por não buscar todas as possíveis longa discussão sobre o Antigo Testamento faz referência Estevão emprega, mas pela busca de capturar os temas dramáticos e fluxo desta mensagem magistral. O propósito de Estevão não é a recitar a história, mas para provar que ele não é culpado de blasfêmia contra Deus, Moisés, a lei, ou o templo. Seus acusadores foram, no entanto, porque eles rejeitaram o Messias.

    Deus

    E o sumo sacerdote disse: "Estas coisas são assim?" E ele disse: "Ouvi-me, irmãos e pais! O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã, e disse-lhe:" Apartai-vos de seu país e os seus parentes, e entram em a terra que eu te mostrar. " Então ele partiu da terra dos caldeus, e se estabeleceram em Haran. E a partir daí, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para o país em que você está vivendo agora. E Ele não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de solo, e ainda, mesmo quando ele não teve filhos, Ele prometeu que lhe daria a ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele Mas Deus falou para o efeito, que a sua descendência seria estrangeiros em uma terra estrangeira. , e que eles seriam escravizados e maltratados por quatrocentos anos. "E o que quer nação que os tiver escravizado Eu mesmo julgará", disse Deus ', e depois que eles vão sair e me servirão neste lugar. " E deu-lhe a aliança da circuncisão; e assim por Abraão tornou-se pai de Isaque, eo circuncidou ao oitavo dia; e Isaque foi pai de Jacó, e dos doze patriarcas e os patriarcas ficou com ciúmes de José e vendido. José no Egito E ainda Deus estava com ele, e livrou de todas as suas tribulações, e lhe deu graça e sabedoria perante Faraó, rei do Egito;.. e que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa agora uma fome vieram de todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida Mas tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, enviou nossos pais lá pela primeira vez E na segunda visita se deu a conhecer.. a seus irmãos, e da família de José foi divulgada a Faraó. E José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas em todos. E Jacó desceu ao Egito e ali faleceu, ele e nossos pais. E a partir daí eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. ( 7: 1-16 )

    Estevão aborda o crime mais grave de primeira a acusação de blasfêmia contra Deus. Ele estabelece que acredita plenamente no Deus de Israel, e que a Antiga Aliança não for revogada, mas cumpriu no cristianismo, e isso é a vontade de Deus.
    sumo sacerdote (provavelmente Caifás, que estava no cargo até UM . D .
    36) começou o processo, pedindo Estevão, são assim estas coisas? Ele estava perguntando: "Como você se declara para as acusações contra você: Culpado ou inocente? " A resposta de Estevão não parece, à primeira vista, ser uma resposta direta a essa pergunta. Comentários Richard Longenecker,

    A defesa de Estevão perante o Sinédrio não é propriamente uma defesa no sentido de uma explicação ou pedido de desculpas calculado para ganhar uma absolvição. Pelo contrário, é uma proclamação da mensagem cristã em termos do judaísmo popular do dia e uma acusação dos líderes judeus pela sua incapacidade de reconhecer Jesus de Nazaré como o Messias ou a apreciar a salvação oferecida por ele.("At", em Frank E. Gaebelein, ed,. Comentário Bíblico do Expositor, vol 9. [Grand Rapids: Zondervan, 1981], 337)

    Estevão usa um somatório histórico demorado para fazer o seu caso. Seu estilo de resposta tinha suas raízes em tais passagens do Antigo Testamento como Ne 9:5. ). Depois de abrir com a fonte soberana de todo o plano, ele se volta para o nosso pai Abraão,o pai da fé e do povo de Deus. Sua linha de abertura e, em seguida, ter a sua crença na soberania de Deus de Abraão e reconheceu a paternidade de Abraão sobre Israel. Ele estava testemunhando que ele não era nem um blasfemador de Deus, nem um traidor de seu povo. Que ascenderam a um apelo "não culpado".

    Estevão, em seguida, afirmou sua crença firme no controle soberano de Deus sobre o destino de Israel. Ele começou por descrever o chamado de Abraão quando ele estava na Mesopotâmia, antes de habitar em Haran. Há uma discrepância histórica aparente aqui. Abraão era originalmente da cidade de Ur ( Gn 11:31 ). Estevão coloca a chamada enquanto ele ainda vivia naquela cidade antes de habitar em Haran. Gênesis 12:1-4 , no entanto, parece colocar o chamado de Deus depois de Abraão tinha deixado Ur e se estabeleceram em Haran. Desde Estevão foi totalmente controlado pelo Espírito Santo ( At 6:5 ; At 7:55 ) os fatos devem ser corretas e pode ser harmonizada com outra Escritura. Evidentemente, Deus originalmente chamado de Abraão em Ur ( Gn 15:7 ). Isto coloca um outro problema interessante com um texto aparentemente contraditória. Homer Kent, Jr., o comentário é útil:

    A morte do pai de Abraão Tera é colocado antes da partida de Abraão de Haran. A comparação dos dados em Gênesis ( 11:26 , 32 ; 12: 4 ) parece indicar que Tera viveu mais 60 anos após Abraão esquerda. Gênesis afirma que Terá tinha 70 anos quando ele foi pai de seu filho mais velho, presumivelmente Abraão ( 11:26 ). Desde Abraão tinha 75 anos quando ele deixou Haran ( 12: 4 ), Tera teria sido 145. Ainda Tera não morreu até que ele estava 205 ( 11:32 ). A melhor solução parece ser que Abraão não era o filho mais velho de Tera, mas foi nomeado primeiro porque ele era o mais proeminente (11:26 ). Se Abraão nasceu quando Terá tinha 130, os números são harmonizados. ( Jerusalém a Roma [Grand Rapids: Baker, 1992], 68)

    Deus, então o trouxe para esse país (Israel) em que foram vivendo agora. obediência de Abraão sob a soberania de Deus realizou o propósito de Deus para sua vida.

    Como Paulo foi mais tarde para fazer (cf. Rm 4. ; . Gal 3 ), Estevão centra-se em Abraão como um homem de fé. Completamente pela fé ele obedeceu chamada soberana de Deus e deixou sua terra natal, sem saber exatamente para onde estava indo. Mesmo quando ele chegou em seu novo país, Deus não lhe deu nela herança, nem sequer um pé de chão. A única terra Abraão possuía era sua sepultura (Gen. 23 ). Tudo o que ele recebeu e que , quando ele não teve filhos, -foi a promessa de Deus e prometer que daria a terra para ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele (cf. Gn 12:7 ; Gn 15:18 ). O tamanho exato da estada de Israel no Egito foi de 430 anos ( Ex 0:40. ); Estevão dá um número redondo de Gênesis. Abraão creu na promessa de Deus de que tudo o que nação que os tiver escravizado Eu mesmo a julgar. Deus prometeu ainda que depois de seu tempo em cativeiro, eles iriam sair e servir -Lo neste lugar (a terra de Israel; cf. Gn 15:14 ). Jesus foi condenado à morte pelo depoimento de testemunhas falsas; José foi preso por causa das falsas acusações da mulher de Potifar. Assim como Deus libertou Jesus da prisão da morte e exaltou, por isso também que Ele libertar José da prisão e enalteceu a um alto cargo.Como José foi capaz de entregar seus irmãos pecadores da morte física, para que Jesus oferece Seus irmãos da morte espiritual.

    Após a rejeição de José por seus irmãos, Estevão lembra-lhes, a fome veio sobre todo o Egito e Canaã, e grande tribulação com ele; e nossos pais não conseguia encontrar comida. Da mesma forma, a rejeição de Jesus de Israel mergulhou-as em uma fome-a fome espiritual que vai durar até aquele dia ", quando todo o Israel será salvo" ( Rm 11:26 ).

    Devido à gravidade da fome, tendo ouvido Jacó que havia trigo no Egito, ele enviou os pais lá pela primeira vez. Não foi até a sua segunda visita, no entanto, que se deu a conhecer a seus irmãos, e da família de José foi divulgado a Faraó. É só um pouco antes da segunda vinda de Cristo que Israel vai reconhecê-Lo por quem Ele é (cf. Zacarias 12:10-13: 1. ; 14 ).

    Depois de revelar-se a seus irmãos, José mandou palavra e convidou Jacó seu pai e todos os seus parentes para chegar a ele, setenta e cinco pessoas ao todo. Gênesis 46:26-27 ; Ex 1:5 dizer que setenta pessoas desceram para o Egito. No entanto, o texto da Septuaginta de Gn 46:27 lê setenta e cinco. Estevão, sendo um helenista, que naturalmente têm usado a figura da Septuaginta. A figura maior foi aparentemente chegou por incluindo no total de descendentes de José nascidos no Egito. Gleason Archer escreve:

    Concluímos, portanto, que ambos os totais [do texto hebraico Massorético ea Septuaginta] estão correctas, embora eles foram calculados de forma diferente. Próprios filhos de Jacó numeradas doze; seus netos por eles numerados e cinqüenta e dois; já existiam quatro bisnetos nascidos em Canaã na época da migração, para um total de sessenta e seis. Manassés e Efraim, nascido no Egito, aumentou o total de sessenta e oito; Jacó e sua esposa (o que ela era) trouxe-o até setenta. Mas a Septuaginta adicionados os sete netos do primeiro-ministro [José] e omitida Jacó e sua esposa a partir do registro.

    Isso nos leva à conclusão de que Estevão relatado corretamente o número setenta e cinco, de acordo com a Septuaginta em Gn 46:27 e Ex 1:5 , Ex 1:5 no texto Massorético estão corretas com o seu total de setenta. Ou figura é correcta, dependendo se os netos de José estão incluídos. (Quatro bisnetos de Jacó foram incluídos ainda na contagem texto Massorético de setenta.) ( Enciclopédia de Dificuldades da Bíblia [Grand Rapids: Zondervan, 1982], 379)

    Depois de Jacó desceu ao Egito, ele faleceu naquela nação, juntamente com todos os pais. Depois de sua morte, eles foram removidos para Siquém, e depositados na sepultura que Abraão tinha comprado por uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor em Siquém. O versículo 16 apresenta duas dificuldades. Em primeiro lugar, Jacó não foi enterrado em Siquém , mas na sepultura de Abraão em Machpelah ( Gn 50:13 ). Por causa disso, o antecedente de que no verso 15 , deve ser restrito aos pais (José e seus irmãos) apenas, e não inclui Jacó. De acordo com Js 24:32 , José foi enterrado em Siquém; Estevão aqui nos informa que outros filhos de Jacó também foram enterrados lá.

    A dificuldade mais grave reside na afirmação de Estevão que Abraão comprou o túmulo de uma soma de dinheiro aos filhos de Hamor, em Siquém. De acordo com Js 24:32 , foi Jacó que comprou o terreno em Siquém. Muitas explicações foram dadas, mas dois parecem mais razoáveis. Em primeiro lugar, é inteiramente possível que Abraão fez a compra original dos filhos de Hamor (o povo, ou tribo a que pertencia) em Siquém. Ele construiu ali um altar ( Gn 12:6-7 ) e muito provavelmente comprou o lote de terreno em que ele construiu. Abraão não se estabelecer lá, no entanto, e com o tempo o site pode ter revertido para as pessoas que ocupam de Hamor, necessitando, portanto, de recompra do mesmo (Archer, de Jacó Enciclopédia de Dificuldades da Bíblia , 379-81; W. Arndt, Será que a Bíblia contradiz Itself ? [reimpressão, St. Louis: Concordia, 1955], 14-17).

    Uma segunda explicação possível é que Estevão telescópios as contas de Abraão da compra do site de Macpela e aquisição do site do Siquém de Jacó. Isso seria consistente com a sua telescópica das duas chamadas de Abraão em verso 2 (Bruce, O Livro dos Atos , 149 n 39; Simon J. Kistemaker,. New Testament Commentary: Atos [Grand Rapids: Baker, 1990], 249 ).

    Seria temerário para carregar ou Estevão ou Lucas com um erro com base em nosso conhecimento limitado. É absolutamente inconcebível que alguém tão imerso no Velho Testamento como Estevão teria feito uma asneira histórico tão óbvio. Além disso, ele pode ter tido um propósito definido em mente ao se referir a Siquém, já que em sua época de que cidade estava dentro do território dos odiados samaritanos. (Para uma discussão dos motivos teológicos de Estevão para mencionar Siquém, ver Rex A. Koivisto, "Discurso de Estevão:? A Theology da Errors" Graça Theological Journal 8 [Primavera 1987]:. 101-14) Também não é plausível que uma cuidadosa e divinamente inspirada historiador, como Lucas (cf. Lc 1:1-4 ) teria registrado erroneamente discurso de Estevão.

    Para carregar ou Lucas ou Estevão com um erro tem sérias implicações para a doutrina da inspiração. Para fazer isso ou é afirmar que o Espírito da Verdade inspirado erro, ou negar que toda a Bíblia é inspirada. O primeiro é um absurdo do ponto de blasfêmia; os últimos contradiz 2Tm 3:16 . E se toda a Escritura não é inspirada, quem decide o que é eo que não é inspirada? Falível razão humana certamente não está qualificada para julgar sobre a Palavra de Deus. O problema, então, encontra-se com a veracidade da nem Estevão nem Lucas, mas apenas com a nossa falta de informações completas.

    Estevão, assim, se defende da acusação de que ele blasfemou contra Deus. Ele não faz, mas afirma a grande obra aliança de Deus através de Abraão e os patriarcas.

    Moisés

    Mas como o tempo da promessa se ​​aproximava que Deus tinha assegurado a Abraão, o povo cresceu e se multiplicou no Egito, até que se levantou outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José. Foi ele quem aproveitou perspicaz de nossa raça, e maltratados nossos pais para que eles se expõem seus filhos e que não iria sobreviver. E foi nessa época que nasceu Moisés; e ele era lindo aos olhos de Deus; e ele foi alimentado três meses, em casa de seu pai. E depois que ele tinha sido exposto, a filha de Faraó o levou embora, e alimentou-o como seu próprio filho. E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios, e ele era um homem de poder em palavras e ações. Mas quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E quando ele viu um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, ele apareceu a eles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: Homens, sois irmãos, por que você ferir um ao outro? Mas aquele que foi uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo: Quem você um governante e juiz sobre nós? Você não quer me matar como matou o egípcio ontem, não é? ' E neste observação Moisés fugiu, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos. E depois de 40 anos se passaram, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro em chamas. E quando Moisés viu, ele começou a se maravilhar com a vista; e quando ele se aproximou para olhar mais de perto, veio a voz do Senhor: 'Eu sou o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. " E Moisés tremia de medo e não se aventurar a olhar. Mas o Senhor disse-lhe: "Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Eu certamente já viu a opressão de meu povo no Egito, e ouvi os seus gemidos, e desci para libertá-los; Vinde então, e eu vos enviarei ao Egito. Este Moisés que eles repudiaram, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz? é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este homem conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. Este é o Moisés que disse aos filhos de Israel: 'Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos. " ( 7: 17-37 )

    Tendo sucesso defendeu-se da acusação de blasfêmia contra Deus, Estevão agora se desloca para a segunda acusação, a rejeição de Moisés. Ele mostra que, assim como ele reverencia a Deus, assim também ele honrar Moisés. Mais uma vez, ele pede "não culpado". Estevão elucida que a defesa, continuando sua pesquisa histórica. Nos primeiros dezesseis versos, ele cobriu o período de Abraão a José, a partir do chamado de Abraão até o cativeiro de Israel no Egito. Agora, ele se move para o segundo grande período da história de Israel, de Moisés até o cativeiro babilônico.
    tempo da promessa refere-se ao tempo em que Deus cumpriria sua promessa de . Abraão Essa promessa foi de que "Ele daria [a terra] para ele como uma possessão, e à sua descendência depois dele" (At 7:5 ), e o povo de Israel tinha aumentado e se multiplicou no Egito. Eles estavam contentes lá, e não tinha retornado à terra que Deus lhes havia prometido. O tempo para a promessa de Deus para ser cumprida tinha chegado, e Ele soberanamente eventos para mover a Israel do Egito orquestrada.

    Neste momento, surgiu um outro rei sobre o Egito, que nada sabia sobre José ( Ex 1:8 ). Ele maltratado eles, obrigando-os a expor seus filhos a fim de que . não sobreviveriam Este infanticídio jogando bebês para fora para ser deixada aos elementos limitou-se a crianças do sexo masculino ( Ex. 1: 15-22 ).

    Deus tinha preparado o seu libertador, no entanto. Foi neste cruciais vez na história de Israel que Moisés nasceu. Os detalhes da vida e ministério de Moisés eram bem conhecidos ao Sinédrio, então Estevão meramente resume-los para fazer o seu ponto. Sensível à acusação de que ele havia blasfemado Moses, Estevão faz questão de elogiar ele, descrevendo-o como encantadora aos olhos de Deus.

    Moisés não poderia escapar do perigo do tempo, e, depois de ser alimentado três meses, em casa de seu pai, ele também foi exposto. Como tantas outras crianças, ele estava a ser jogado no Nilo para afogar ( Ex 1:22 ) . Seus pais, no entanto, colocou-o em uma cesta para que ele não iria morrer. De acordo com o plano soberano de Deus, a filha de Faraó o encontrou, levou-o para longe, e alimentou-o como seu próprio filho ( Ex. 2: 1-6 ). Como o neto adotivo do faraó, Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios. Estevão continua a mostrar seu respeito por Moisés, descrevendo-o como um homem de poder em palavras e ações. Moisés era um homem notável. Suas qualidades naturais de liderança, juntamente com a educação mais abrangente no mundo antigo, o fez unicamente qualificada para sua tarefa.

    O chamado de Deus veio quando ele estava se aproximando da idade de quarenta anos. Naquela época, ele entrou em sua mente para visitar seus irmãos, os filhos de Israel. Embora tenha sido criado na casa de Faraó, Moisés nunca tinha esquecido o seu povo. Sem dúvida, sua mãe incutiu nele que durante os anos Deus tinha arranjado providencialmente que ela servir como sua enfermeira ( Ex. 2: 7-9 ).Ele decidiu ajudar o seu povo sitiado. Vendo um deles sendo tratado injustamente, defendeu-o e levou a vingança para o oprimido por derrubando o egípcio. Ao tomar essa ação assassina, Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes concedia livramento por meio dele. Seu objetivo em visitá-los foi não pagar uma visita social, mas para livrá-los de seus opressores. Eles, no entanto,não entendi. Embora Moisés tinha mostrado seu compromisso com eles, matando um egípcio, eles falharam em reconhecer ou reconhecê-lo como seu libertador.

    No dia seguinte, ele apareceu a dois deles como eles estavam lutando juntos, e ele tentou reconciliar-los em paz, dizendo: "Homens, vocês são irmãos, por que você ferir um ao outro?" Moisés viu-se não só como o libertador da nação, mas também como um pacificador entre os indivíduos. Seus esforços não foram apreciados, no entanto, e ele foi rejeitado. O que era uma lesão no vizinho o empurrou, dizendo sarcasticamente, "Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós?" Em seguida, ele acrescentou ameaçadoramente, "Você não quer dizer que matar-me, como ontem mataste o egípcio, não é? " ( Ex 2:14 ). Percebendo seu assassinato do egípcio tornou-se amplamente conhecido, fugiu Moisés, e tornou-se um estrangeiro na terra de Midiã, onde ele se tornou pai de dois filhos ( 02:15 Ex. , 22 ). Sem dúvida, vendo-o como o líder de um movimento insurrecional judaica, o faraó procurou, sem sucesso, executá-lo ( Ex 2:15 ). Rejeição tolice de Israel de Moisés serviu para alongar seu tempo em cativeiro por 40 anos. Isso, também, é análoga à rejeição do Libertador messiânico e conseqüente perda alongou da bênção de Israel.

    Moses viveu entre os midianitas para os 40 anos. No final da época, um anjo lhe apareceu no deserto do monte Sinai, na chama de um espinheiro ardente ( Ex 3:1. ). Apesar de seu povo eram continuamente infiel a Ele, Deus permaneceu fiel à sua aliança.

    Estevão atinge seu ponto. Os próprios Moisés que eles haviam repudiado, dizendo: "Quem te constituiu príncipe e juiz?" é aquele que Deus enviou para ser um governante e libertador, com a ajuda do anjo que lhe apareceu no espinheiro. Este é um padrão constante de orgulho histórico-espiritual de Israel, aliada à ignorância espiritual que faz com que eles rejeitam a libertadores Deus lhes envia. Algumas vezes se argumenta que Jesus não poderia ter sido o Messias, ou então Israel teria reconhecido ele. Como Estevão salienta, no entanto, rejeitaram tanto José e Moisés. Esta foi sua resposta típica para aqueles que Deus enviou para entregá-los. Jesus falou dessa atitude em Mateus 21:33-46 .

    Moisés cumpriu sua missão e os conduziu para fora, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, e no Mar Vermelho e no deserto por quarenta anos. ainda a rebelião de Israel contra Deus sob Moisés, apesar das maravilhas e sinais que tinham visto no a terra do Egito e na divisão do Mar Vermelho, e no deserto, causou-lhes um outro atraso. Por causa dessa rebelião, eles vagaram fora da Terra Prometida por quarenta mais anos.

    A partir de discussão de Estevão de Moisés, é óbvio que ele tem o maior respeito por ele. A acusação de blasfêmia contra Moisés é tão falsa como a de blasfemar contra Deus. Na verdade, Estevão virou o jogo no Sinédrio, mostrando que a própria nação tinha sido culpados de rejeitar Moisés. 'Resposta a Moisés' Os judeus vida, como sua resposta a José, paralelo a sua resposta a Cristo.
    Estevão lembra-lhes que Moisés predisse Messias viria, profetizando para os filhos de Israel, "Deus levantará para você um profeta como eu de seus irmãos." Essa passagem, tirada do Dt 18:15 , era bem conhecido de todos Estêvão contemporâneos. Em Jo 6:14 , a multidão disse a Jesus: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." Afirmaram que Ele era o One Moisés tinha prometido que viria, uma afirmação com a qual esses judeus não concordaria. Eles estavam fazendo, assim, mais uma vez o que seus pais fizeram-rejeitando o libertador enviado de Deus. Somente este era mais grave do que todos os outros juntos. Este era o Messias que eles estavam rejeitando.

    Tivesse o Sinédrio estavam dispostos a considerar os fatos, eles não poderiam ter perdido os paralelos entre a história de sua nação e seu comportamento em relação a Jesus. Também não poderia ter perdido os paralelos entre Jesus e Moisés. Moisés se humilhou ao deixar palácio do Faraó; Jesus se humilhou, tornando-se homem ( Filipenses 2:7-8. ). Moisés foi rejeitado no início, por isso foi Jesus ( Jo 1:11 ).Moisés era um pastor; Jesus é o Bom Pastor ( Jo 10:11 , Jo 10:14 ). Moisés redimiu o seu povo da escravidão no Egito; Jesus redime os homens da escravidão do pecado. A história de Moisés prefigura a história de Jesus Cristo.

    A Lei

    Este é o único que estava na congregação no deserto, junto com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e que foi com nossos pais; E recebeu palavras de vida para passar para você. E nossos pais não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito, dizendo a Arão: Faze-nos deuses para que vão adiante de nós; a esse Moisés que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele. ' E naquele tempo fizeram um bezerro e ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. Mas Deus virou-se e entregou-os para servir o exército dos céus; como está escrito no livro dos profetas: "Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel? Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los.Além disso, vou retirá-lo além da Babilônia. ( 7: 38-43 )

    É uma fácil transição de Moisés com a lei, uma vez que os dois estão intimamente associados. Enquanto Moisés estava com a congregação de Israel no deserto, ele recebeu o direito de o anjo que faloucom ele no monte Sinai e que foi com nossos pais. Que os anjos estavam envolvidos na entrega da lei é evidente, versículo 53 (cf . . Gl 3:19 ; He 2:2 ). É divino, revelação autorizada.

    Estevão afirma sua crença na lei, mais uma vez fazendo um apelo "não culpado". Ele declara que Deus foi o autor da lei, os anjos eram seu mediador, e Moisés era seu destinatário. Isso certamente não era uma blasfêmia, e do Sinédrio sabia disso.
    Tendo defendeu-se suficientemente e mais, Estevão agora vai para a ofensiva. Nossos pais, ele lembra-lhes, não estavam dispostos a ser obediente a ele, mas o repudiaram e em seus corações voltaram ao Egito. Não era Estevão que desobedeceram a lei, mas os próprios pais do Sinédrio reverenciado. Estevão não rejeitou Moisés, mas esses mesmos pais repudiou Moisés e da lei, e em seus corações voltaram ao Egito. Por incrível que pareça, apesar de terem sido cruelmente oprimidos lá, olharam para trás com saudade de sua época no Egito ( Nu 11:5 ). Sua rejeição de Moisés sobrepôs a sua rejeição da lei. Aaron obrigou-os e fez um bezerro, e os israelitas ofereceram sacrifícios ao ídolo, e se alegravam nas obras das suas mãos. adoração do bezerro era uma parte integrante da religião egípcia. Propensão de Israel para a idolatria, que começou no Sinai, contradiz as alegações orgulhosos do Sinédrio que Israel era o povo da lei. Ainda antes de ser entregue a eles, eles o rejeitaram.

    Embora Deus tinha todo o direito de destruir a nação, Ele permaneceu fiel à sua aliança. Três mil foram executados ( Ex 32:28 ), mas a nação foi poupado. Deus se afastou em juízo, no entanto, e os entregou para servir o exército dos céus. Assim como Ele judicialmente abandonou a gentios ( Rm 1:24 , Rm 1:26 , Rm 1:28 ), assim também Deus fez abandonar o Seu povo à idolatria (cf. Os 4:17 ). Desde o tempo do deserto vagando pelo cativeiro babilônico, a idolatria era um problema incessante de Israel.

    Estevão apoia seu ponto citando as palavras de Deus, está escrito no livro dos profetas: Não era a mim que você ofereceu vítimas e sacrifícios por quarenta anos no deserto, era isso, ó casa de Israel?Você também levou consigo o tabernáculo de Moloque ea estrela do deus Rompha, as imagens que vós fizestes para adorá-los. Além disso, vou retirá-lo para além da Babilônia ( Amós 5:25-27 ).Deve-se notar que Amos usou a palavra "Damasco", onde Estevão usa Babilônia. Tanto o hebraico e da Septuaginta dizer "Damasco". Amos estava profetizando o cativeiro do reino do norte nas mãos da Assíria-a deportação, que os levaram para além de Damasco. Mais tarde, o reino do sul foi levado cativo para a Babilônia. Estevão, guiados pelo Espírito de inspiração, escolhe para expandir o texto de Amos para abraçar o juízo de Deus sobre toda a nação. Uso de Estevão dessa profecia sucintamente resume a história triste, idólatra de Israel (cf. Dt 17:3 ; 2Rs 21:3 , Ex 25:40 ). A geração do deserto não poderia alegar ignorância da glória de Deus, uma vez que o tabernáculo estava no meio deles. Nem poderia os posteriores pais que, tendo recebido o tabernáculo , por sua vez, trouxe-o com Josué sobre desapropriando as nações que Deus lançou para fora Israel ( Js 3:1 ). Esse templo tinha sido substituído por um construído por Zorobabel ( Ed 5:2 ).

    Estevão contrafortes seu ponto citando Isaías , o profeta, que escreveu: "O céu é o meu trono, ea terra é o estrado dos Meus pés; que tipo de casa você vai construir para mim?" diz o Senhor; "Ou o lugar é lá para o meu repouso Não foi minha mão que fez todas essas coisas?" ( Is 66:1 )

    Estevão seguida, desenha o paralelo à sua sangrenta conclusão. Como seus pais haviam matado aqueles que tinham previamente anunciado a vinda do Justo, o Messias, por isso teve de se tornarem Seustraidores e assassinos. Enquanto orgulhando-se de ter recebestes a lei por ordenação dos anjos, eles não mantê-lo. Eles foram sem desculpas, já que a lei apontava para Cristo ( Jo 5:39 ). Estevão mais uma vez ecoa as palavras de seu Senhor, que disse a esses mesmos líderes, "Se você acredita Moisés, você acreditaria em mim, porque ele escreveu de mim" ( Jo 5:46 ). Eles não tinham nenhum respeito real para Moisés ou a lei ou eles nunca teriam assassinado o One Moisés prometeu ( Gn 18:15 ) ou a de quem a lei falou.

    Apesar de sua glória orgulhoso que "se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido parceiros com eles para derramar o sangue dos profetas" ( Mt 23:30 ), que tinham feito muito pior. Seus pais haviam assassinado os profetas de Deus; eles haviam assassinado seu Filho, o Justo (um título usado somente aqui e em At 3:14 e 22:14 ). Agora eles estavam a cometer mais um assassinato.Estevão em breve tornar-se outro na longa linha dos mensageiros de Deus morto por nação escolhida de Deus, e com o primeiro morto por pregar o nome de Cristo.

    Que resultou em sua execução, em vez de sua absolvição não manchar o brilho de defesa e acusação de Estevão. Ele permanecerá para sempre um dos maiores sermões já proferidas. O Sinédrio deve ter ouvido isso com seus corações e se arrependeu. Tragicamente, eles não fizeram.

    17. O primeiro mártir cristão ( Atos 7:54-8: 1-A )

    E, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos, e eles começaram a ranger os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus; e ele disse: "Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus." Mas eles gritaram com grande voz, e cobriu os ouvidos, e eles correram para ele com um impulso. E quando ele tinha conduzido para fora da cidade, eles começaram a apedrejá-lo, e as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. E eles foram sobre a lapidação Estevão como ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" E caindo de joelhos, clamou com grande voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" E, havendo dito isto, ele adormeceu. E Saul estava de acordo com farto colocando-o à morte. ( 7: 54-8: 1-A )

    Na primavera de 1521, foi convocado um monge católico romano e professor de teologia para comparecer perante o imperador Carlos 5 e da Dieta Imperial do Sacro Império Romano. Para os anos anteriores, Martin Luther tinha destemidamente criticou os abusos da Igreja Romana. Suas críticas se espalharam em chamas os ressentimentos de longa fumegantes do povo alemão em direção a Roma.Decididos a pôr fim à revolta popular religiosa Luther tinha acendido, o jovem imperador convocou-o para Worms, onde a dieta convocaria. Lá, ele seria julgado, e se condenado, ele enfrentou a execução.Amigo de Lutero Spalatin ele advertiu contra indo para Worms, embora tivesse um conduto a salvo do Imperador. Um século antes, João Hus havia sido queimado na fogueira, no Concílio de Constança, sua conduta segura passar, não obstante. Em resposta, Lutero escreveu que ele iria entrar Worms, apesar das "portas do inferno e os poderes das trevas", mesmo que não houvesse ", como muitos demônios em que, como não havia telhas nos telhados das casas" (Harold J. Grimm, A Reforma Era [New York: Macmillan, 1954], 137). Ele apareceu antes da dieta e se recusou a renegar o que tinha escrito. Ele tomaria de volta nada, afirmou ele, que seus acusadores não podia provar errado a partir da Escritura:

    A menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou por motivo claro (por que eu não confio tanto no papa ou em conselhos sozinho, uma vez que é sabido que eles têm muitas vezes erram e se contradizem), sou obrigado pelas Escrituras citei e minha consciência é cativa da Palavra de Deus. Eu não posso e não vou retirar nada, uma vez que não é seguro nem certo ir contra a consciência. Eu não posso fazer o contrário, aqui estou eu, que Deus me ajude, Amém. (Lewis W. Spitz, O Rise da Modern Europe: A Reforma Protestante [New York: Harper & Row, 1985], 75)

    Mil e quinhentos anos antes, um servo de milagres de Cristo foi julgado por sua vida. Como Lutero, Estevão ficou solidamente sobre a rocha da revelação divina. E como Lutero, sua posição corajosa era mudar o curso da história. Seu discurso em sua própria defesa era um relato magistral da história de Israel. Nela, ele habilmente defendeu-se, e, por extensão, todos os cristãos, contra as falsas acusações de que ele havia blasfemado contra Deus, Moisés, a lei, e do templo. Evangelista fiel Estevão seguida, partiu para a ofensiva, encerrando seu discurso com uma denúncia bolhas de hipocrisia do Sinédrio. Ao fazer isso, ele virou o jogo sobre seus acusadores. Foram eles, e não ele, que estava condenado por blasfêmia.
    Os versos finais do capítulo 7 recorde dos últimos momentos da vida de Estevão. Pois, ao contrário Lutero, que foi subtraído à segurança por Eleitor Frederico, o Sábio da Saxônia, Estevão foi para pagar por sua ousadia com sua vida. É um dramático, passagem em movimento. Embora ele foi morto, Estevão não era a vítima, ele foi o vencedor. Morte meramente inaugurou Estevão à presença do seu Senhor. A maior parte da turba assassina (com a notável exceção do jovem Saulo de Tarso), embora vivessem em, pereceria eternamente.

    Um contraste entre Estevão e seus assassinos tece o seu caminho através desta breve passagem. Então extremo é o contraste que pode ser dito para simbolizar o contraste entre o céu eo inferno. Esse contraste pode ser visto a partir de quatro ângulos: é o contraste entre a ser preenchido com raiva e ser cheio do Espírito, entre cegueira espiritual e visão espiritual, entre a morte ea vida, e entre o amor eo ódio.

    Cheio de raiva Versus Cheios do Espírito

    E, ouvindo eles isto, eles foram cortados para os vivos, e eles começaram a ranger os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, ( 7: 54-55a )

    O Sinédrio tinha nenhuma dúvida ouviu a primeira parte do discurso de Estevão com interesse e acordo. Afinal, ele estava simplesmente recitando história-a querida tópico da nação para seus corações. Mas, como sua deriva tornou-se cada vez mais claro, eles começaram a crescer desconfortável. E quando ouviram castigation definitivas de Estevão deles em versículos 51:53 , que foram cortados ao rápido.Diapriō ( corte para a rápida ) significa literalmente "a viu pela metade." As palavras de Estevão rasgado o verniz da sua espiritualidade falsa e expô-los para os hipócritas blasfemas que eram.

    Enfurecido, em vez de quebrado em arrependimento por palavras de Estêvão, eles começaram a ranger os dentes contra ele. Esse ato expressaram sua raiva e frustração (cf. Sl 35:16. ; Sl 37:12 ), e nos lembra de uma geração de pecadores obstinados para vir . Quando os anjos derramar as taças da ira e juízo de Deus durante a Tribulação, os pecadores, então, também irá se recusar obstinAdãoente a se arrepender:

    E o quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. E os homens se queimaram com o intenso calor; e blasfemaram o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas; e não se arrependeram, de modo a dar-Lhe glória. E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta; eo seu reino se fez tenebroso; e eles mordiam as suas línguas por causa da dor, e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras; e não se arrependeram das suas obras ... E o sétimo anjo derramou a sua taça no ar; e uma voz saiu do templo do trono, dizendo: "Está feito." E houve relâmpagos e sons e trovões; e houve um grande terremoto, como não tinha havido desde que o homem passou a ser sobre a terra, tão grande terremoto foi, e tão poderoso. E a grande cidade foi dividida em três partes, e as cidades das nações caíram. E a grande Babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho do furor da sua ira. E toda a ilha fugiu, e os montes não foram encontrados. E enormes pedras de granizo, cerca de £ 100 cada, desceu do céu sobre os homens; e os homens blasfemaram de Deus por causa da praga da saraiva, porque a sua praga era extremamente grave. ( Apocalipse 16:8-11 , 17-21 )

    Até mesmo os julgamentos mais severos sempre para bater a terra não fará com que os pecadores obstinados para se arrepender. Três vezes na passagem acima eles mostram a sua raiva contra Deus por blasfemar contra Ele.
    Ouvintes de Estevão parecem tão resistentes e insensível para com a verdade. Este foi pelo menos a terceira vez que tinham ouvido o evangelho apresentado (cf. 4: 8 e seguintes .; 5: 27ff .), mas sua raiva escalado e eles continuaram a endurecer o coração. É uma dura realidade que quando os homens persistem em deliberAdãoente endurecendo seus corações, Deus pode intervir e judicialmente endurecê-los.O apóstolo Paulo alertou essas pessoas, "O Espírito Santo, com razão, falou pelo profeta Isaías a vossos pais, dizendo: Vai a este povo e dizer:" Você vai continuar a ouvir, mas você não vai entender; e você vai continuar a ver, mas você não vai perceber "'" ( Atos 28:25-26 ). De Israel, escreveu ele,

    E depois? O que Israel está buscando, não tenha obtido, mas aqueles que foram escolhidos alcançaram, e os outros foram endurecidos; assim como está escrito: "Deus lhes deu um espírito de atordoamento, olhos para não ver e ouvidos para não ouvir, até o dia de hoje." E Davi diz: "Deixe sua mesa se ​​tornar uma armadilha e uma armadilha, e uma pedra de tropeço e uma retribuição para eles. Deixe seus olhos escurecerá a ver não, e dobrar as costas para sempre." ( Rom. 11: 7-10 )

    Da mesma forma, depois de Faraó endureceu repetidamente o seu coração, Deus endureceu-lo (cf. Ex 8:15. , Ex 8:19 , Ex 8:32 ; Ex 9:7 , com Ex 10:1 ). Bem que o escritor de Hebreus avisar,

    Portanto, assim como diz o Espírito Santo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como quando eles me provocaram, como no dia da tentação no deserto, onde vossos pais Me tentaram, testando-me, e vi meu . obras por quarenta anos Portanto, eu estava irritado com esta geração, e disse: 'Estes sempre erram em seu coração, e eles não sabiam os meus caminhos "; Assim jurei na minha ira:' Eles não entrarão no meu repouso." "Tome cuidado, irmãos, para que não haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. ( 3: 7-12 )

    O Sinédrio tinha ouvido falar a verdade. Eles tinham ouvido o ensinamento de Jesus e testemunharam Seus milagres. Eles também tinham ouvido a pregação dos apóstolos e visto os milagres que realizavam.Por causa de sua rejeição contínua, Estevão não dar-lhes outro convite, mas uma acusação, uma que eles cheio de raiva. Eles rangeram os dentes naquele dia, e talvez a maioria deles estão fazendo a mesma coisa hoje no inferno. Sua ação visualizaram o que eles estariam fazendo por toda a eternidade. Jesus repetidamente descrito o inferno como um lugar onde não é ranger de dentes. Em 13 41:40-13:42'>Mateus 13:41-42 Ele advertiu que "o Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os obstáculos, e aqueles que cometem a iniquidade, e lançá-los na fornalha de fogo; na aquele lugar ali haverá choro e ranger de dentes ". Ele advertiu os judeus incrédulos que "muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus, mas os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; naquele lugar haverá choro e ranger de dentes "( Mateus 8:11-12. ; cf. . Mt 13:50 ; Mt 22:13 ; Mt 24:51 ; Mt 25:30 ; Lc 13:28 ). O sofrimento do inferno vai incluir a raiva e frustração sem fim daquelas pessoas que vai sempre sentir tanto intensa convicção do seu pecado condenável e raiva para com Deus. As pessoas que rejeitam a graça de Deus e amor não vai sentir remorso sob Seu julgamento. Na verdade, isso só vai torná-los mais irritado.

    Em nítido contraste, Estevão era cheio do Espírito Santo. Em meio à tempestade de fúria que uivava em torno dele, Estevão permaneceu calmo, totalmente entregue ao controle do Espírito. Huparchō (sendo ) "adequAdãoente [expressa] continuação de um estado antecedente ou condição" (G. Abbott-Smith, um léxico manual de grego do Novo Testamento [Edinburgh: T. & T. Clark, 1977], 457), um significado reforçado pelo seu uso aqui no tempo presente. Ser cheio do Espírito era um modo de vida para Estevão (cf. 6: 3 , 5 ; Ef 5:18. ). Por isso, ele não tem que fazer os ajustes em sua vida, quando chegou a hora de enfrentar a morte.

    O Espírito produz o fruto de uma vida piedosa no cotidiano dos crentes. Mas, como Ele fez por Estevão, Ele também prevê graça especial e força em tempos de crise. "Quando pois, vos levarem às sinagogas e os governantes e as autoridades", Jesus disse aos seus seguidores: "não ficar ansioso sobre como ou o que você deve falar em sua defesa, ou o que você deve dizer, pois o Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer "( Lucas 12:11-12 ). Pedro escreveu: "Se você está injuriado para o nome de Cristo, você é abençoado, porque o Espírito da glória e de Deus repousa sobre vós" ( 1Pe 4:14). O Espírito concede graça aos crentes perseguidos, habilitando-os para glorificar a Deus em suas mortes. Estevão foi o protótipo para incontáveis ​​milhares de mártires cristãos cujas mortes têm confirmado que a verdade.

    Cristãos, então, não deve fugir de situações difíceis. Assim como Paulo, eles podem dizer: "Eu estou muito contente com fraquezas, nas injúrias, nas angústias, nas perseguições, nas dificuldades, pelo amor de Cristo, pois, quando sou fraco, então é que sou forte" ( . 2 Cor 0:10 ) . Eles devem corajosamente comunicar Cristo em todas as circunstâncias, sabendo que o Espírito Santo lhes conceda a graça de enfrentar as conseqüências triunfante e com alegria e paz.

    Cegueira espiritual e Visão Espiritual

    fitando os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé à direita de Deus; e ele disse: "Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus." Mas eles gritaram com grande voz, e cobriu os ouvidos, e eles correram para ele com um impulso. ( 7: 55b-57 )

    Um crente cheio do Espírito Santo continua "buscando as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus" ( Cl 3:1. ), Ezequiel ( Ez 1:26-28. ), Paulo ( 2 Cor. 12: 2 —4 ), e João ( Ap 4:1 ; Mt 26:64 ; Lc 22:69 ; At 2:34 ; Ef 1:20. ; Cl 3:1 ; He 12:2 ). Estevão vê Jesus de pé para mostrar sua preocupação para ele. Ele também destaca a acolher Estevão ao céu.

    Então encantado era Estevão com sua visão beatífica que ele explodiu, Eis que vejo os céus abertos eo Filho do homem em pé à mão direita de Deus. Para o Sinédrio, tal declaração foi a última gota, a sua tolerância para esta blasfemo estava exausta. Uso de Estevão da frase Filho do Homem pode ter sido o punhal mais nítida, porque ele os levou de volta para o julgamento de outro prisioneiro. Como Estevão, Jesus foi acusado de blasfêmia por falsas testemunhas, mas Ele se manteve em silêncio. Finalmente, frustrado, o sumo sacerdote exigiu que ele fala: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus." Jesus disse-lhe: "Você mesmo disse, no entanto eu vos digo, a seguir você verá o Filho do Homem sentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu" ( Mt 26:1. ; cf. Mt 23:16 Matt. , 24 ). Eles continuaram na tradição arrependido de seus pais ao rejeitar mais um dos mensageiros de Deus para eles. E, tendo rejeitado e morto o Messias, não é surpreendente que eles rejeitam e matar um de Seus arautos mais fiéis.

    Escolha de Lucas hormao ( apressado ) retrata vividamente a fúria do Sinédrio. É a palavra usada para descrever a corrida louca do rebanho de suínos possuído por um demônio para o Mar da Galiléia (Mc 5:13 ; Mt 8:32 ). Ele também é usado em At 19:29 para descrever a multidão frenética que correu para o teatro em Éfeso. Para colocá-lo em termos de vernáculo moderno Inglês, eles perderam.Deixando de lado a dignidade e decoro, a mais alta corte Israel foi reduzida a um urro, turba assassina.

    Morte e Vida

    E quando ele tinha conduzido para fora da cidade, eles começaram a apedrejá-lo, e as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. E eles foram sobre a lapidação Estevão como ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" ( 7: 58-59 )

    Comentaristas discordam sobre se Estevão foi abatido pela violência mob ou legalmente executado. A cena se presta para a primeira interpretação, assim como a falta de autoridade do Sinédrio para levar a cabo a pena de morte ( Jo 18:31 ). Os detalhes da morte de Estevão, no entanto, mostram que eles tentaram segurar a algumas características da legalidade. Eles não apedrejaram Estevão até que o tinha levado para fora da cidade. Isso estava de acordo com a liminar de Lv 24:14 . Além disso, o apedrejamento foi o castigo por blasfêmia de acordo com Lv 24:16 . Antes eles começaram a apedrejá Estevão, as testemunhas depuseram lado os seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Dt 17:7 ). Apesar de seus esforços, ele estava com sérios problemas com a Roma, o que logo me lembro dele como governador. Além disso, ele normalmente vivia em Cesaréia, não em Jerusalém, e, portanto, foi, provavelmente, nem de longe a cena.

    É duvidoso, porém, que o procedimento completo para execução por apedrejamento prescrito no Mishna foi realizado no caso de Estevão. Esse procedimento chamado de a vítima ser empurrado de um de dez metros de altura parapeito. Se isso não matá-lo, a primeira testemunha deixou cair uma grande pedra em seu coração. No caso improvável de que ele sobreviveu a isso, a segunda testemunha, em seguida, caiu mais uma pedra em cima dele. É altamente improvável que Estevão teria sido em qualquer condição de falar se isso tivesse sido feito no seu caso (cf. vv. 59-60 ). O mais provável é a cena de pessoas com raiva incontroláveis ​​empurrando, empurrando e jogando pedras aleatoriamente em Estevão. Deve notar-se a partir de At 8:2 ). Sementes de sua própria conversão surpreendente certamente foram plantadas naquele dia.

    A multidão continuou com o trabalho terrível de apedrejamento Estevão. Como a morte se aproximava, ele invocou o Senhor e disse: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" Seu grito ecoou a do nosso Senhor na cruz: "Pai, nas tuas mãos Eu entrego o meu espírito "( Lc 23:46 ), com uma exceção importante: Jesus cometeu-se ao Pai, Estevão ao Senhor Jesus. Isso ele fez isso atesta a divindade de Cristo, a quem ele obviamente considerado igual ao Pai.

    Esta confissão de Estevão indica que ele esperava para entrar na presença do Senhor, logo que ele morreu. A Bíblia não ensina qualquer atraso em tudo entre a vida aqui e no céu, ou algum lugar de retenção, como o purgatório ou algum estado inconsciente chamado soul-sono. Em vez disso, a Escritura ensina que os crentes entrar na presença de Cristo, imediatamente após a morte ( 2Co 5:8. ).Nosso Senhor prometeu o ladrão na cruz que Ele iria levá-lo para o Paraíso (a morada de Deus e os justos) naquele mesmo dia ( Lc 23:43 ). Sua parábola do homem rico e Lázaro ( Lucas 16:19-31 ) ensinou que os mortos nunca são inconscientes ou desconhecem as suas circunstâncias. Apocalipse 6:9-11 descreve os mártires da tribulação como acordado na presença divina e capazes de defender com o Senhor por vingança contra seus assassinos.

    Oração confiante de Estevão foi respondida. Após a sua morte, ele foi conduzido imediatamente à presença do Senhor, ele havia servido tão fielmente.

    Ódio e Amor

    E caindo de joelhos, clamou com grande voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" E, havendo dito isto, ele adormeceu. E Saul estava de acordo com farto colocando-o à morte. ( 7: 60-8: 1-A )

    A multidão derramou seu ódio por Estevão por apedrejá-lo sem piedade. Seu coração, ao contrário, foi preenchido apenas com amor por eles. Em meio às pedras que voam, Estevão caiu de joelhos eexclamou em alta voz: "Senhor, não imputes este pecado eles!" Como teve seu amado Senhor diante dele, Estevão pediu perdão de Deus, em nome de seus algozes. Ele estava orando para a sua salvação, uma vez que é a única maneira que Deus perdoa o pecado. A morte do profeta Zacarias, filho de Joiada, fornece uma comparação instrutiva. Segundo Crônicas 24: 20-22 descreve seu assassinato:

    Então o Espírito de Deus veio sobre Zacarias, filho do sacerdote Joiada; e ele estava em cima do povo e disse-lhes: "Assim, Deus disse: 'Por que você transgredir os mandamentos do Senhor, e não prosperar? Porquanto abandonastes o Senhor, Ele também se esqueceu de você." "Então, eles conspiraram contra ele e sob o comando do rei, eles apedrejaram até a morte no átrio da casa do Senhor. Assim o rei Joás não se lembrou da bondade que seu pai Jehoiada lhe havia mostrado, mas ele matou seu filho. E ele, como ele morreu, disse: "Que o Senhor veja e vingar!"
    Como Estevão, Zacarias foi injustamente condenado à morte. Ao contrário de Estevão, no entanto, a sua oração foi morrendo por justiça e vingança, não o perdão.

    Somente os cristãos podem amar como Estevão fez ", porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dada" ( Rm 5:5 ). O sono é uma bela maneira de descrever a morte de um crente. É indolor e temporário e leva um a partir da experiência de cansaço, trabalho e consciência de todos os problemas da vida com o frescor de um novo dia (cf. João 11:11-12 ; 1Co 11:301Co 11:30 ; 1Co 15:20 ; 1Ts 4:141Ts 4:14. ; 1Ts 5:10 ).

    Lucas fecha seu relato da vida de Estevão com uma nota muito importante. Ele nos lembra mais uma vez da presença de Saul, observando que Saul estava de acordo com a colocação farto Estevão à morte. Por sua própria confissão Saul era "o principal dos pecadores" com intenção homicida para todos os crentes em Jesus Cristo ( 13 54:1-15'>1 Tim. 1: 13— 15 ). Que ódio assassino era evidente aqui. Como já foi referido, a pregação ousada de Estêvão, e, especialmente, sua coragem calma e amor que perdoa em face da morte, profundamente afetado Saul como seu testemunho mais tarde, em At 22:20 reconhece.Da influência de Estevão veio Paulo, e de lidar com a morte Saul Deus fez Paulo, cujo evangelho, trazendo vida penetrou todo o mundo romano, sempre alterando o curso da história. Como Agostinho colocou, "Se Estevão não tivesse orado, a igreja não teria tido Paulo".

    Tanto na vida e na morte, Estevão era tão parecido com o seu Senhor. Jesus foi cheio do Espírito Santo, assim era Estevão. Jesus estava cheio de graça, assim era Estevão. Jesus corajosamente enfrentou o estabelecimento religioso de sua época, o mesmo que fizeram Estevão. Jesus foi condenado por mentir testemunhas, assim era Estevão. Jesus teve um julgamento simulado, assim fez Estevão. Jesus foi executado embora inocente de qualquer crime, assim era Estevão. Ambos foram acusados ​​de blasfêmia. Ambos morreram fora da cidade e foram enterrados por simpatizantes. E, como já observado, tanto orou pela salvação de seus algozes. Já houve um homem mais parecido com Jesus?


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Atos Capítulo 7 do versículo 1 até o 60

    Atos 7

    O homem que decidiu sair — At 7:1-7

    Como já vimos, o método defensivo de Estêvão foi tomar uma visão panorâmica da história judia. Em sua mente não havia meramente uma seqüência de eventos. Para ele cada pessoa e cada fato simbolizavam algo, eram em realidade um espécime e uma amostra das reações dos homens diante dos mandatos de Deus. Começou com Abraão, porque para os judeus a história começava com ele, na forma mais literal.
    Em Abraão, Estêvão vê três coisas.

    1. Foi um homem que respondeu à ordem: "Saí..." Como o autor de Hebreus estabelece, Abraão "saiu sem saber aonde ia" (He 11:8). Foi um homem de espírito aventureiro.

    Lesslie Newbigin, o ministro escocês que chegou a ser bispo na 1greja do Sul da Índia, conta-nos que quando tudo estava encaminhado rumo à união, viam-se sempre detidos por pessoas que queriam saber aonde se dirigiriam com tal ou qual passo. No final alguém teve que dizer a esses melindrosos: "Um cristão não tem direito a perguntar aonde vai".
    Para Estêvão o homem de Deus era aquele que obedecia os mandamentos divinos mesmo que não tivesse a menor idéia das conseqüências.

    1. Abraão era homem de fé. Não sabia aonde se dirigia, mas cria que sob a direção de Deus encontraria algo melhor. Embora não tivesse filhos, e quando, humanamente falando, parecia impossível que os tivesse, creu na promessa de que algum dia seus descendentes herdariam a terra que Deus lhes tinha prometido. Abraão era um homem que cria na veracidade das promessas de Deus.
    2. Era um homem que tinha esperança. Apesar de que nunca viu plenamente realizada a promessa, nunca duvidou de que se cumpriria. De modo que Estêvão apresenta a estes judeus um quadro da vida aventureira, sempre lista para responder ao mandato: "Sal...", que contrastava com o desejo deles de aferrar-se ao passado e não trocar nunca.

    LÁ NO EGITO

    Atos 7:8-16

    O quadro de Abraão é seguido pelo de José. A chave da vida de José está resumida em suas próprias palavras em Gn 50:20. Nesse momento seus irmãos temiam que, depois da morte de seu pai Jacó, José se vingaria deles pelo que lhe tinham feito. A resposta de José foi a seguinte: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem”. José foi um homem para quem o aparente desastre se converteu em triunfo. Foi vendido ao Egito como escravo, encarcerado injustamente, esquecido pelos homens que tinha ajudado; entretanto, chegou o dia em que se converteu no primeiro-ministro do Egito.

    Estêvão resume as características de José em duas palavras: Deus lhe deu graça e sabedoria.

    1. A palavra graça é bonita. Em seu significado mais simples expressa beleza física. Logo significa essa beleza de caráter que todos amam. Seu equivalente mais próximo é encanto. José tinha o encanto que tem sempre um homem realmente bom. Teria sido muito fácil para ele converter-se em um homem azedo, amargurado e desiludido. Mas José realizava fielmente todas as tarefas que lhe davam, e servia com igual devoção como escravo na prisão ou primeiro-ministro de um país. Foi primordialmente um homem que punha todo seu empenho em realizar o que suas mãos podiam fazer.
    2. Não há palavra mais difícil de definir que a palavra sabedoria. Significa muito mais que a mera inteligência, ou astúcia ou a compreensão intelectual da verdade. Mas a própria vida de José nos dá a chave do significado da palavra. Em essência, a sabedoria é a capacidade de ter uma perspectiva de longo alcance, de ver as coisas como Deus as vê. Mais uma vez se vê o contraste. Os judeus estavam perdidos na contemplação de seu passado e envoltos estaticamente nos labirintos de sua própria lei. Mas José era o homem que dava as boas-vindas a todas as tarefas novas, embora se tratasse de algo repulsivo; o homem que tinha uma perspectiva de longo alcance, que é a perspectiva da vida que Deus tem.

    O HOMEM QUE NUNCA ESQUECEU
    A SEUS IRMÃOS DE RAÇA

    Atos 7:17-36

    O próximo em aparecer em cena é Moisés. Para os judeus, Moisés estava por cima de todos os homens que tinham obedecido o mandato de Deus: "Sal..." Era literalmente o homem que tinha deixado um reino para responder ao chamado de Deus para ser o condutor de seu povo. Nossa história bíblica nos conta muito pouco dos primeiros dias de Moisés; mas os historiadores judeus tinham muito mais a relatar. Sabemos que Moisés foi encontrado pela filha de Faraó quando seus pais o tinham tirado de seu lar, e que ela o criou como se fosse seu próprio filho.
    Mas Josefo, o historiador judeu, conta-nos muito mais que isso. Segundo ele, Moisés era um menino tão bonito que quando a ama o levava em seus braços pelas ruas, as pessoas paravam para vê-lo. Era um menino tão brilhante que ganhava em todos em velocidade e afã com que estudava. Um dia a filha de Faraó o apresentou a seu pai e lhe pediu que o fizesse seu sucessor no trono do Egito. O Faraó concordou. Depois disto — continua a lenda — o Faraó tomou sua própria coroa e brincando a pôs sobre a cabeça do pequeno Moisés, ao que o menino respondeu tirando-a da cabeça, negando-se a levá-la posta e a jogou no chão. Um dos sábios egípcios que estava presente disse que esse era um sinal de que se não o matava imediatamente, esse menino estava destinado a trazer desastres à coroa do Egito. Mas a filha de Faraó tomou a Moisés em seus braços e persuadiu a seu pai de que não ouvisse a advertência. Quando Moisés cresceu se converteu em um dos maiores generais egípcios e dirigiu uma campanha vitoriosa na longínqua Etiópia, onde se casou com uma princesa do lugar.

    Ao considerar isto podemos nos dar conta do que Moisés deixou de lado. Em realidade deixou um reino para tirar seu povo ao deserto, para Deus, em uma grande aventura. Assim, pois, mais uma vez Estêvão fala do mesmo. O homem de grandeza não é um homem que como os judeus está preso a seu passado e ciumento de seus privilégios; o homem verdadeiramente grandioso é aquele que está preparado a responder ao chamado: "Sai..." e deixar toda a comodidade e tranqüilidade que tinha.

    UM POVO DESOBEDIENTE

    Atos 7:37-53

    Neste momento a dissertação de Estêvão se acelera. Todo o tempo esteve condenando por inferência a atitude dos judeus; e agora essas acusações implícitas se convertem em explícitas. Nesta seção que conclui sua defesa Estêvão entreteceu vários fios de seu pensamento.

    1. Insiste nas rebeliões contínuas e repetidas e na desobediência do povo. Nos dias de Moisés se rebelaram fabricando o bezerro de ouro. Nos tempos de Amós seus corações foram atrás de Moloque e dos deuses das estrelas. A referência ao Livro dos Profetas é o que chamamos Profetas Menores. A citação é em realidade de Amós 5:25— 27. É distinta de nossa versão devido a Estêvão citar da versão grega de Amós e não da hebraica.
    2. Insiste em que tiveram os privilégios mais surpreendentes. Receberam os profetas; o tabernáculo do testemunho, assim chamado porque nele se guardavam as tábuas da Lei; a Lei que lhes foi entregue pelos anjos. Duas coisas devem ficar lado a lado: havia contínuas rebeliões e desobediências e também privilégios contínuos. A pessoa quanto mais privilégios tem, maior é sua condenação se tomar o caminho equivocado. De modo que Estêvão insiste em que a condenação da nação judia é completa porque apesar do fato de haverem tido todas as oportunidades para agir melhor, eles se rebelaram contínua e conseqüentemente contra Deus.
    3. Estêvão insiste em que limitaram a Deus equivocadamente. O templo que deveria ter sido a bênção maior se converteu em sua maior maldição. Tinham chegado a adorar o templo em lugar de a Deus. Tinham terminado com um Deus judeu que vivia em Jerusalém em lugar de ter um Deus para todos os homens, cuja morada era todo o universo.
    4. Estêvão os acusa de terem açoitado continuamente os profetas; e logo chegamos à acusação máxima: ele os acusa de terem assassinado o próprio Filho de Deus. E notemos que Estêvão não os escusa com a desculpa de sua ignorância como o fez Pedro. Não é a ignorância, mas sim a desobediência rebelde a que os levou a cometer esse crime. Há ira nas palavras finais de Estêvão, mas também tristeza. Existe a ira do homem que vê que seu povo cometeu o mais terrível dos crimes; mas existe a tristeza do homem que vê que seu povo rechaçou o destino que Deus lhe ofereceu.

    O PRIMEIRO MÁRTIR

    Atos 7:54-60

    Uma dissertação como esta não podia ter outro final; Estêvão desafiou a morte e ela chegou. Mas Estêvão não viu as caras retorcidas de ira. Seu olhar tinha transpassado o tempo e viu Jesus à mão direita de Deus. Mas quando o disse, para eles só foi a maior das blasfêmias. A pena por blasfêmia, por falar mal de Deus, era morrer apedrejado (Dt 13:6 ss.). Devemos notar que não foi um juízo. Foi um linchamento, porque o Sinédrio não tinha direito de condenar ninguém à morte. O que matou a Estêvão foi uma explosão de ira cega e incontrolada.

    O método de lapidação era o seguinte. Levava-se a réu a uma certa altura e o despenhava. Esta era a obra das testemunhas. Se morria na queda, bem; se não, jogavam-se sobre ele grandes pedras até que finalmente morria.
    Há na cena certas coisas que devemos notar a respeito de Estêvão.

    1. Vemos o segredo de seu valor. Seu segredo era que além do que todos esses homens pudessem fazer com ele, via que à sua espera estavam as boas-vindas de seu Senhor. Via o martírio como a entrada ao trono de Cristo.
    2. Vemos Estêvão seguindo o exemplo de seu Senhor. Assim como Jesus orou pelo perdão dos que O executavam (Lc 23:34) Estêvão também o fez.

    Quando George Wishart ia ser executado, o verdugo duvidou. Wishart se aproximou e o beijou. "Vamos", disse, "eis aqui uma prova de que te perdôo." Toda a lição da história é que o homem que segue a Cristo até o fim, achará forças para fazer coisas que parecem humanamente impossíveis.

    1. Para Estêvão o terrível tumulto terminou em uma estranha paz. Dormiu. Chegou-lhe a paz que sobrevém ao homem que fez o que era certo embora tenha que morrer por isso.

    Dicionário

    Abertos

    masc. pl. part. pass. de abrir
    masc. pl. de aberto

    a·brir -
    (latim aperio, -ire)
    verbo transitivo

    1. Fazer cessar o estado de fechado (ex.: abri as janelas). = DESCERRARENCERRAR, FECHAR

    2. Fazer cessar o estado de inactividade de certas coisas (ex.: os comerciantes já abriram as lojas).

    3. Desunir, alargar (ex.: abram alas).

    4. Fazer funcionar ou circular (ex.: hoje vieram abrir o gás).

    5. Destapar (ex.: não abras a panela de pressão).

    6. Desembrulhar ou rasgar (ex.: abre a prenda).

    7. Escavar para tornar fundo (ex.: abrir um buraco). = DESATERRAR, PERFURAR

    8. Tornar acessível (ex.: abriram a estrada). = DESIMPEDIR, DESOBSTRUIR

    9. Dar início a (ex.: o professor convidado abrirá a conferência). = COMEÇAR, INICIARENCERRAR

    10. Dar uma oportunidade de (ex.: isto abre novas perspectivas). = PROPORCIONAR

    11. Desapertar botões ou fecho (ex.: abriu o casaco). = DESAPERTARFECHAR

    12. Gravar (ex.: abrir um entalhe).

    verbo intransitivo

    13. Cessar de estar fechado (ex.: a loja abre às 15h).

    14. Deixar entrar; não impedir a acesso por uma porta (ex.: bati à porta e foi o miúdo que abriu).

    15. Rachar-se (ex.: a parede está a abrir).

    16. Desanuviar-se (ex.: a tarde vai abrir).

    17. Ter início (ex.: a época da caça já abriu). = COMEÇAR, PRINCIPIAR

    verbo pronominal

    18. Deixar de estar fechado (ex.: as rosas ainda não se abriram).

    19. Revelar os seus sentimentos (ex.: abre-te comigo). = DESABAFARFECHAR-SE

    20. Abrir fenda (ex.: o muro está a abrir-se). = FENDER-SE

    21. Estender-se (ex.: o airbag abriu-se com o embate).

    22. [Portugal, Informal] Soltar ventosidades pelo ânus. = PEIDAR-SE


    a abrir
    [Portugal, Informal] A grande velocidade (ex.: ele conduz sempre a abrir).


    a·ber·to |é| |é|
    (latim apertus, -a, -um, sem cobertura, aberto, exposto)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Que não tem cobertura.

    2. Que não tem resguardo; livre, franco.

    3. Vasto, extenso.

    4. Desdobrado.

    5. Cortado, rasgado.

    6. Gravado.

    7. Não cicatrizado.

    8. Patente.

    9. Livre.

    10. Inaugurado.

    11. Vigilante.

    12. Que denota franqueza.

    13. Que se pronuncia com força e abrindo a boca.


    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Direita

    substantivo feminino Reunião dos parlamentares, dos políticos ou das organizações políticas que se pautam ou seguem preceitos tradicionais e conversadores.
    Por Extensão Corrente política que se opõe à esquerda, aos comunistas ou socialistas.
    [Política] Parlamentares que, numa assembléia, estão opostos à esquerda.
    Destra; a mão direita; a mão contrária à esquerda: escreve com a direita.
    O lado oposto ao esquerdo; o lado direito: andava sempre pela direita.
    Futebol. A perna direita: chutava com a direita.
    Etimologia (origem da palavra direita). Feminino de direito; do latim directus.a.um.

    grego: destra, gazeta

    Direita O lado mais nobre do ser humano (Mt 5:29ss. e 39). O lugar mais favorável — por oposição à esquerda (Mt 25:33) — ocupado pelos redimidos em relação ao messias, e pelo Filho do homem em relação a Deus (Mt 22:44; 26,64; Mc 16:19).

    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Eis

    advérbio Aqui está; veja, perceba, olhe: eis o prêmio que tanto esperava.
    Eis que/quando. De maneira inesperada; subitamente: eis que, inesperadamente, o cantor chegou.
    Etimologia (origem da palavra eis). De origem questionável.

    Filho

    Filho
    1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

    2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

    4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

    5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

    6) Tratamento carinhoso (1

    Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    [...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
    Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

    O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

    Os filhos são doces algemas de nossa alma.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

    Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

    [...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

    [...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Homem

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
    (1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
    (2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
    (3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
    (4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
    (1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
    (2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

    O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

    O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

    H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

    O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

    Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

    O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

    [...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

    O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

    Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

    [...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

    Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

    Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

    [...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

    Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

    [...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
    Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

    O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

    Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    [...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

    Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

    [...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

    [...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

    O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

    [...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

    [...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

    [...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

    Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

    [...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
    Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

    [...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

    [...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    [...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

    O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

    [...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

    Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

    [...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

    [...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    [...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

    O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

    No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

    Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

    [...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

    Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

    Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

    Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

    O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

    Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

    Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

    [...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


    Homem
    1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
    v. IMAGEM DE DEUS).

    2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

    4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

    5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

    6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

    Mão

    As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente.
    (a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18.
    (b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão.
    (c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15).
    (d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8).
    (e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).

    Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).

    Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).

    substantivo masculino Parte terminal do membro inferior que assenta no chão.
    Designação da pata, falando-se de animais.
    Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
    Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
    Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
    Parte da cama oposta à cabeceira.
    Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
    Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
    Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
    [Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
    [Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
    locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
    Etimologia (origem da palavra ). Do latim pes, pedis.

    substantivo masculino Parte terminal do membro inferior que assenta no chão.
    Designação da pata, falando-se de animais.
    Parte inferior de algo sobre a qual descansa o seu peso; base: pé de mesa.
    Figurado Circunstância em que se encontra algo: em que pé anda o trabalho?
    Botânica Parte do tronco ou do caule de um vegetal que mais se aproxima do solo; o próprio vegetal: dez pés de roseiras.
    Parte da cama oposta à cabeceira.
    Cada uma das unidades que compõe um par de sapatos ou de meias.
    Cada uma das unidades métricas do verso quantitativo: verso de seis pés.
    Unidade de comprimento divisível em doze polegadas, de extensão variável conforme o país; no Brasil corresponde a 0,3248.
    [Poética] Linha de texto poético na literatura oral dos cantadores brasileiros.
    [Zoologia] Órgão rastejador musculoso e mole dos moluscos.
    locução adverbial Pé ante pé. De modo lento, devagar; cautelosamente.
    Etimologia (origem da palavra ). Do latim pes, pedis.

    Regar com o pé (Dt 11:10) refere-sea um método de irrigação, que se praticava no Egito. os campos eram divididos em porções de terreno, com 4,5 metros de comprimento e 1.80 de largura, separados uns dos outros por pequenas elevações de terra. A água era levada dos fossos para os canais, formados nessas elevações. Bastava fazer uma depressão com o dedo do pé na terra amontoada, para que a água caísse no tabuleiro. E depois de ter corrido suficientemente, o aldeão empurrava outra vez a terra com o pé, abrindo caminho à água para outro lugar. E desta maneira ficava enfim todo o campo regado. Cp.com Pv 21:1. Descalçar as sandálias ou os sapatos era um sinal de respeito e de reverência (Êx 3:5), e além disso um sinal de luto (Ez 24:17). Era costume lavar os pés dos estrangeiros que chegavam de viagem, porque geralmente caminhavam descalços, ou usavam sandálias, estando por isso os pés quentes, doridos e empoeirados. Não se deve esquecer que em muitas ocasiões, principalmente nas estações secas, ou em sítios desertos do país, era a água cara por ser pouca – e concedê-la para fins de limpeza não era de forma alguma um meio barato de prestar um serviço. Nas casas abastadas eram as abluções efetuadas por escravos, como sendo serviço humilde. E por isso foi certamente grande a lição de humildade dada pelo nosso Salvador, quando lavou os pés aos Seus discípulos (Jo 13:5).

    V. ALFABETO HEBRAICO 17.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    καί ἔπω ἰδού θεωρέω οὐρανός ἀνοίγω καί υἱός ἄνθρωπος ἵστημι ἐκ δεξιός θεός
    Atos 7: 56 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    e disse: Eis que eu vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à destra de Deus.
    Atos 7: 56 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    31 d.C.
    G1188
    dexiós
    δεξιός
    o lugar de uma vitória de Davi sobre os filisteus, e de uma grande destruição das suas
    (to Baal-perazim)
    Substantivo
    G1272
    dianoígō
    διανοίγω
    atravessar, fugir, escapar, perseguir, afugentar, pôr em fuga, alcançar, disparar (estender),
    (she fled)
    Verbo
    G1537
    ek
    ἐκ
    o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
    (Gilgal)
    Substantivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2334
    theōréō
    θεωρέω
    algumas vilas oa leste do Jordão, em Gileade ou Basã, que foram tomadas por Jair, filho
    (Havoth-jair)
    Substantivo
    G2476
    hístēmi
    ἵστημι
    causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
    (it stood)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Passivo - 3ª pessoa do singular
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3708
    horáō
    ὁράω
    ira, irritação, provocação, aflição
    (of the provocation)
    Substantivo
    G3772
    ouranós
    οὐρανός
    cortar, cortar fora, derrubar, cortar uma parte do corpo, arrancar, eliminar, matar, fazer
    (be cut off)
    Verbo
    G444
    ánthrōpos
    ἄνθρωπος
    homem
    (man)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G5207
    huiós
    υἱός
    filho
    (son)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo


    δεξιός


    (G1188)
    dexiós (dex-ee-os')

    1188 δεξιος dexios

    de 1209; TDNT - 2:37,143; adj

    1. direita, mão direita
    2. metáf.
      1. lugar de honra ou autoridade

    διανοίγω


    (G1272)
    dianoígō (dee-an-oy'-go)

    1272 διανοιγω dianoigo

    de 1223 e 455; v

    1. abrir pela divisão ou fragmentação, abrir completamente (o que estava fechado)
      1. bebê que abre o ventre (o útero fechado), i.e. o primogênito
      2. dos olhos e ouvidos
      3. abrir a mente de alguém, i.e. fazer com que compreenda algo
        1. abrir a alma de alguém, i.e. despertar em alguém a faculdade de entender ou o desejo de aprender

    ἐκ


    (G1537)
    ek (ek)

    1537 εκ ek ou εξ ex

    preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

    1. de dentro de, de, por, fora de

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    θεωρέω


    (G2334)
    theōréō (theh-o-reh'-o)

    2334 θεωρεω theoreo

    de um derivado de 2300 (talvez por adicão de 3708); TDNT - 5:315,706; v

    1. ser um espectador, ver, observar
      1. olhar atentamente, ter uma visão de, examinar
        1. ver mentalmente, considerar
    2. ver
      1. perceber com os olhos, desfrutar da presença de alguém
      2. discernir, distinguir
      3. averiguar, descobrir pela procura

    Sinônimos ver verbete 5848


    ἵστημι


    (G2476)
    hístēmi (his'-tay-mee)

    2476 ιστημι histemi

    uma forma prolongada de uma palavra primária σταω stao stah’-o (do mesmo significado, e usado para este em determinados tempos); TDNT - 7:638,1082; v

    1. causar ou fazer ficar de pé, colocar, pôr, estabelecer
      1. ordenar ficar de pé, [levantar-se]
        1. na presença de outros, no meio, diante de juízes, diante dos membros do Sinédrio;
        2. colocar
      2. tornar firme, fixar, estabelecer
        1. fazer uma pessoa ou algo manter o seu lugar
        2. permanecer, ser mantido íntegro (de família, um reino), escapar em segurança
        3. estabelecer algo, fazê-lo permanecer
        4. segurar ou sustentar a autoridade ou a força de algo
      3. colocar ou pôr numa balança
        1. pesar: dinheiro para alguém (porque antigamente, antes da introdução da moeda, era costume pesar os metais)
    2. permanecer
      1. ficar de pé ou próximo
        1. parar, permanecer tranqüilo, permanecer imóvel, permanecer firme
          1. da fundação de uma construção
      2. permanecer
        1. continuar seguro e são, permanecer ileso, permanecer pronto ou preparado
        2. ser de uma mente firme
        3. de qualidade, alguém que não hesita, que não desiste

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁράω


    (G3708)
    horáō (hor-ah'-o)

    3708 οραω horao

    propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v

    1. ver com os olhos
    2. ver com a mente, perceber, conhecer
    3. ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
    4. ver, olhar para
      1. dar atênção a, tomar cuidado
      2. cuidar de, dar atênção a

        Eu fui visto, mostrei-me, tornei-me visível

    Sinônimos ver verbete 5822


    οὐρανός


    (G3772)
    ouranós (oo-ran-os')

    3772 ουρανος ouranos

    talvez do mesmo que 3735 (da idéia de elevação); céu; TDNT - 5:497,736; n m

    1. espaço arqueado do firmamento com todas as coisas nele visíveis
      1. universo, mundo
      2. atmosfera ou firmamento, região onde estão as nuvens e se formam as tempestades, e onde o trovão e relâmpago são produzidos
      3. os céus siderais ou estrelados

        região acima dos céus siderais, a sede da ordem das coisas eternas e consumadamente perfeitas, onde Deus e outras criaturas celestes habitam


    ἄνθρωπος


    (G444)
    ánthrōpos (anth'-ro-pos)

    444 ανθρωπος anthropos

    de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

    1. um ser humano, seja homem ou mulher
      1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
      2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
        1. de animais e plantas
        2. de Deus e Cristo
        3. dos anjos
      3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
      4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
      5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
      6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
      7. com referência ao sexo, um homem
    2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
    3. no plural, povo
    4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

    υἱός


    (G5207)
    huiós (hwee-os')

    5207 υιος huios

    aparentemente, palavra primária; TDNT - 8:334,1206; n m

    1. filho
      1. raramente usado para filhote de animais
      2. generalmente usado de descendente humano
      3. num sentido restrito, o descendente masculino (alguém nascido de um pai e de uma mãe)
      4. num sentido amplo, um descendente, alguém da posteridade de outro,
        1. os filhos de Israel
        2. filhos de Abraão
      5. usado para descrever alguém que depende de outro ou que é seu seguidor
        1. aluno
    2. filho do homem
      1. termo que descreve a humanidade, tendo a conotação de fraqueza e mortalidade
      2. filho do homem, simbolicamente denota o quinto reino em Dn 7:13 e por este termo sua humanidade é indicada em contraste com a crueldade e ferocidade dos quatro reinos que o precedem (Babilônia, Média e Pérsia, Macedônia, e Roma) tipificados pelas quatro bestas. No livro de Enoque (séc. II), é usado para Cristo.
      3. usado por Cristo mesmo, sem dúvida para que pudesse expressar sua messianidade e também designar a si mesmo como o cabeça da família humana, o homem, aquele que forneceu o modelo do homem perfeito e agiu para o benefício de toda humanidade. Cristo parece ter preferido este a outros títulos messiânicos, porque pela sua discrição não encorajaria a expectativa de um Messias terrestre em esplendor digno de reis.
    3. filho de Deus
      1. usado para descrever Adão (Lc 3:38)
      2. usado para descrever aqueles que nasceram outra vez (Lc 20:36) e dos anjos e de Jesus Cristo
      3. daqueles que Deus estima como filhos, que ele ama, protege e beneficia acima dos outros
        1. no AT, usado dos judeus
        2. no NT, dos cristãos
        3. aqueles cujo caráter Deus, como um pai amoroso, desenvolve através de correções (Hb 12:5-8)
      4. aqueles que reverenciam a Deus como seu pai, os piedosos adoradores de Deus, aqueles que no caráter e na vida se parecem com Deus, aqueles que são governados pelo Espírito de Deus, que repousam a mesma tranqüila e alegre confiança em Deus como os filhos depositam em seus pais (Rm 8:14; Gl 3:26), e no futuro na bem-aventurança da vida eterna vestirão publicamente esta dignidade da glória dos filhos de Deus. Termo usado preeminentemente de Jesus Cristo, que desfruta do supremo amor de Deus, unido a ele em relacionamento amoroso, que compartilha seus conselhos salvadores, obediente à vontade do Pai em todos os seus atos

    Sinônimos ver verbete 5868 e 5943