Enciclopédia de Apocalipse 14:10-10

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

ap 14: 10

Versão Versículo
ARA também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.
ARC Também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
TB beberá este também do vinho da ira de Deus, que está preparado, sem mistura, no cálice da sua cólera, e será atormentado em fogo e em enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.
BGB καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν τῷ ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ, καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ⸂ἀγγέλων ἁγίων⸃ καὶ ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου.
BKJ este beberá do vinho da ira de Deus, que é derramado sem mistura no cálice da sua indignação; e ele será atormentado com fogo e enxofre na presença dos santos anjos, e na presença do Cordeiro.
LTT Também ele (o adorador) beberá do vinho da ira de Deus, aquele (vinho) tendo sido derramado- para- fora, não diluído, no cálice da Sua ira. E será atormentado em fogo e enxofre na presença dos santos anjos e na presença do Cordeiro.
BJ2 esse também beberá o vinho do furor de Deus, derramado sem mistura na taça da sua ira; será atormentado com fogo e enxofre[M] diante dos santos Anjos e diante do Cordeiro.
VULG et hic bibet de vino iræ Dei, quod mistum est mero in calice iræ ipsius, et cruciabitur igne, et sulphure in conspectu angelorum sanctorum, et ante conspectum Agni :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Apocalipse 14:10

Gênesis 19:24 Então, o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra.
Deuteronômio 29:23 e toda a sua terra abrasada com enxofre e sal, de sorte que não será semeada, e nada produzirá, nem nela crescerá erva alguma, assim como foi a destruição de Sodoma e de Gomorra, de Admá e de Zeboim, que o Senhor destruiu na sua ira e no seu furor;
Jó 18:15 Morará na sua tenda aquele que nada lhe era; espalhar-se-á enxofre sobre a sua habitação.
Jó 21:20 Seus olhos veem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-Poderoso.
Salmos 11:6 Sobre os ímpios fará chover laços, fogo, enxofre e vento tempestuoso; eis a porção do seu copo.
Salmos 37:34 Espera no Senhor e guarda o seu caminho, e te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem desarraigados.
Salmos 52:6 E os justos o verão, e temerão, e se rirão dele, dizendo:
Salmos 60:3 Fizeste ver ao teu povo duras coisas; fizeste-nos beber o vinho da perturbação.
Salmos 73:10 Pelo que o seu povo volta aqui, e águas de copo cheio se lhes espremem.
Salmos 75:8 Porque na mão do Senhor há um cálice cujo vinho ferve, cheio de mistura, e dá a beber dele; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes.
Salmos 91:8 Somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios.
Isaías 29:9 Tardai, e maravilhai-vos, e folgai, e clamai; bêbados estão, mas não de vinho; andam titubeando, mas não de bebida forte.
Isaías 30:33 Porque uma fogueira está preparada desde ontem, sim, está preparada para o rei; ele a fez profunda e larga; a sua pilha é fogo e tem muita lenha; o assopro do Senhor como torrente de enxofre a acenderá.
Isaías 34:9 E os seus ribeiros se transformarão em pez, e o seu pó, em enxofre, e a sua terra, em pez ardente.
Isaías 51:17 Desperta, desperta, levanta-te, ó Jerusalém, que bebeste da mão do Senhor o cálice do seu furor, bebeste e sorveste as fezes do cálice da vacilação.
Isaías 51:21 Pelo que, agora, ouve isto, ó opressa e embriagada, mas não de vinho:
Jeremias 25:15 Porque assim me disse o Senhor, o Deus de Israel: Toma da minha mão este copo de vinho do furor e darás a beber dele a todas as nações às quais eu te enviar.
Jeremias 25:27 Pois lhes dirás: Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Bebei, e embebedai-vos, e vomitai, e caí, e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que eu vos enviarei.
Jeremias 49:12 Porque assim diz o Senhor: Eis que aqueles que não estavam condenados a beber o copo totalmente o beberão, e tu ficarias inteiramente impune? Não ficarás impune, mas, certamente, o beberás.
Jeremias 51:57 E embriagarei os seus príncipes, e os seus sábios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono perpétuo e não acordarão, diz o Rei cujo nome é o Senhor dos Exércitos.
Lamentações de Jeremias 4:21 Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice chegará também para ti; embebedar-te-ás e te descobrirás. Tau.
Ezequiel 20:48 E verá toda carne que eu, o Senhor, o acendi; não se apagará.
Habacuque 2:16 serás farto de ignomínia em lugar de honra; bebe tu também e sê como um incircunciso; o cálice da mão direita do Senhor se voltará sobre ti, e vômito ignominioso cairá sobre a tua glória.
Mateus 13:41 Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo e os que cometem iniquidade.
Mateus 13:49 Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os justos.
Mateus 20:22 Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos.
Mateus 25:41 Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
Mateus 26:39 E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.
II Tessalonicenses 1:8 como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo;
Judas 1:7 assim como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno.
Apocalipse 9:17 E assim vi os cavalos nesta visão; e os que sobre eles cavalgavam tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e a cabeça dos cavalos era como cabeça de leão; e de sua boca saía fogo, e fumaça, e enxofre.
Apocalipse 16:19 E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande Babilônia se lembrou Deus para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.
Apocalipse 18:3 Porque todas as nações beberam do vinho da ira da sua prostituição. Os reis da terra se prostituíram com ela. E os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias.
Apocalipse 18:6 Tornai-lhe a dar como ela vos tem dado e retribuí-lhe em dobro conforme as suas obras; no cálice em que vos deu de beber, dai-lhe a ela em dobro.
Apocalipse 19:20 E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre.
Apocalipse 20:10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.
Apocalipse 21:8 Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, o que é a segunda morte.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

ap 14:10
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
5. Os 144.000 (14:1-5)

Esses são identificados por Charles como "os mesmos que os 144:000 em 7:5-8, i.e, o Israel espiritual, toda a comunidade cristã, os judeus e gentios, que foram sela-dos para protegê-los das aflições demoníacas, que devem vir em seguida e rapida-mente".' Veja também os comentários em 7.4. Por que eles são novamente mencio-nados? Swete diz: "A visão das duas bestas e seus seguidores é adequadamente se-guida por uma figura tranqüilizadora do Cordeiro no meio da sua Igreja".' Antes que as sete últimas pragas sejam derramadas na terra, lemos mais uma vez que os que pertencem a Cristo estão seguramente selados. Em contraste com aqueles que tinham recebido a marca da besta em suas testas, esses têm escrito o nome [...] de seu Pai em sua testa (1).

Muitos comentaristas entendem que sobre o monte Sião significa que Cristo vol-tou para a terra e estava parado em Jerusalém. Mas o significado aqui é provavelmente mais bem expresso pela referência a Hebreus 12:22: "Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial". Os seguidores do Cordeiro estão seguros com Ele no Reino eterno.

Novamente, veio uma voz do céu (2). Ela era como a voz de muitas águas, ressaltando o volume do som; como a voz de um grande trovão, sugerindo seu ruído; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua harpa, indicando "que era articu-lada e doce".132

E cantavam (gr., cantam) um como'cântico novo diante do trono e diante dos quatro animais ("criaturas viventes"; veja comentários em 4,6) e dos anciãos (veja co-mentários em 4,4) ; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e qua-renta e quatro mil que foram comprados da terra (3). A figura parece de um coro celestial cantando um novo cântico de louvor para aqueles que foram redimidos pelo Cor-deiro. Somente aqueles que tiveram uma experiência espiritual de salvação podem cantá-lo.

Os redimidos são então descritos como aqueles que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens (4). A palavra virgens (parthenoi) é masculina em forma. Alguns entendem isso de forma literal, favorecendo um clero celibatário. Mas, de acordo com a linguagem simbólica de Apocalipse, parece mais sensato entender virgens como descrevendo pureza espiritual, o estado de ser imaculado. Talvez também haja uma alusão à pureza moral. Swete diz: "A escolha da castidade como a primeira virtude evidente da irmandade cristã não parecerá estranha para aqueles que acreditam que a vida pagã era contaminada com imoralidade do pior tipo".1"

Esses cristãos redimidos seguem o Cordeiro para onde quer que vai. O Cor-deiro é aqui o Pastor de ovelhas. Os Evangelhos relatam como Jesus chamou os homens para segui-lo. Mas, nesse caso, isso significa mais do que um termo geográfico. Seguir a Cristo significa imitá-lo, viver como Ele viveu. Seguir a Jesus é um privilégio glorioso e um desafio solene e sério.

O termo primícias tem ocasionado uma discussão considerável. De que maneira isso pode ser aplicado aos santos da Tribulação? Os preteristas, como Swete, encontram uma referência lógica aos cristãos do primeiro século. Essa palavra podia inclusive en-caixar-se na idéia dos 144:000 representando os redimidos de todos os tempos (veja co-mentários em 7.4). Mas usá-la para os crentes no fim desta era parece estranho No entanto, Charles resolve essa dificuldade ao ressaltar que, na Septuaginta, a palavra grega (aparche), na maioria das vezes, significa "oferta", sacrifício" ou "dom".135 Todos os redimidos são uma oferta para Deus e para o Cordeiro.

Por último, lemos o seguinte acerca dos seguidores do Cordeiro: E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus (5). Acerca da primeira parte dessa oração, Swete comenta: "Depois da pureza, a autenticidade era talvez a marca mais clara dos seguidores de Cristo, quando contrastados com seus vizi-nhos pagãos; cf. Ef 4:20-25".1"

A palavra irrepreensíveis (amomos) é usada freqüentemente na Septuaginta para a exigência de que os animais a serem sacrificados ao Senhor devem ser sem defeito. Por causa da referência à "oferta" no versículo anterior, parece que amomos deveria ser en-tendido aqui como "sem manchas" ou "imaculados" (RSV).

6. Os Três Anjos (14:6-13)

Três anjos apareceram sucessivamente, cada um fazendo uma proclamação impor-tante. O cenário está sendo montado para as sete últimas pragas.

  • O anjo com o evangelho (14.6,7). O primeiro anjo estava voando pelo meio do céu (6) — lit.: "no meridiano" (veja comentários em 8.13). Dessa maneira, ele podia ser visto e ouvido. Ele tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra. Alguns têm buscado distinguir três evangelhos diferentes no Novo Testa-mento: "o evangelho do Reino (Mt 4:23), que era para os judeus; "o evangelho de Jesus Cristo" (Mc 1:1), que era para todos; e "o evangelho duradouro", a ser proclamado no fim dos tempos. Mas essa é uma tricotomia falsa. Há somente um evangelho, as boas-novas de salvação por meio de Jesus Cristo.
  • A mensagem do primeiro anjo era: Temei a Deus e dai-lhe glória, porque vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas (7). A última frase é encontrada no Antigo Testamento (cf. 1 Rs 18.5; 2 Rs 3.19). Ela se refere às fontes de água em nascentes ou poços.

    O dia do julgamento de Deus, seu ajuste de contas com o homem, chegou. Portanto, as pessoas devem se arrepender e adorá-lo.

  • O anjo da condenação (14.8). O segundo anjo clamou: Caiu! Caiu Babilônia, aquela grande cidade (lit., Caiu! Caiu! Babilônia, a Grande) que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. Os pais primitivos interpretam a Babilônia em Apocalipse como sendo um nome simbólico para Roma. Essa interpreta-ção parece correta.
  • A linguagem desse versículo é semelhante à de Jeremias 51:7-8: "A Babilônia era um copo de ouro na mão do SENHOR, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações; por isso, as nações enlouqueceram. Num momento, caiu a Babilônia e ficou arruinada". Há uma combinação de duas idéias: "A Babilônia faz as nações beber do copo da sua fornicação; e ela, bem como as outras nações, [...] há de beber do copo da ira de Deus: v. 10; 16.19. Em 18.6, como em Jeremias 51:7, de onde a imagem é tirada, há, como provavelmente é o caso aqui, uma combinação das duas".'

  • O anjo do julgamento (14:9-13). O anúncio do terceiro anjo foi o seguinte: Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira (9-10). Já tinha sido mencionado que se alguém não adorasse a ima-gem da besta, seria morto (13.15). Agora vem a advertência do céu de que se alguém adorar a imagem, sofrerá um destino pior do que a morte. Ele beberá do vinho da ira (thymos, raiva ardente), de Deus, que se deitou, não misturado (lit.: foi misturado sem mistura) no cálice da sua ira (orge). Não misturado significa "não diluído" (Phillips), ou "concentrado".
  • O destino do adorador de imagens é descrito graficamente: Ele será atormenta-do com fogo e enxofre ("em chamas sulfurosas", NEB) diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. Que coisa horrível é sofrer pela desobediência na presença do Cordeiro, que de maneira obediente sofreu para nos salvar! A linguagem dessa passagem rememora Isaías 30:33 e Ezequiel 38:22. Mas a comparação mais impressio-nante é a destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19:24).

    Ainda fazendo eco desse relato (Gn 19:38), mas falando agora em termos eternos, o relato traz: E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre (11). Adorar César ou o Anticristo significa renunciar a Cristo, e dessa forma, ser culpado de apostasia. O castigo para isso é o tormento eterno. Não há repouso (cessação) para aqueles que rejeitam o chamado daquele que disse: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei".

    Novamente (cf. 13 10:18) temos uma declaração enigmática: Aqui está a paciên-cia dos santos (12). A palavra grega para paciência significa "persistência" ou "constância". Swete comenta: "O culto a César oferecia aos santos um teste de lealdade que fortalecia e amadurecia aqueles que eram dignos do nome".' Esses são aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus; isto é, sua fé em Jesus.

    Então João ouviu uma voz do céu (13) expressando palavras que geralmente são citadas em cultos fúnebres: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, mor‑

    rem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam. Os trabalhos do cristão terminam com a morte, mas as suas boas obras o seguem na próxima vida.

    7. O Tempo da Ceifa (14:14-20)

    Duas cenas de ceifa são retratadas aqui. A primeira é a ceifa de trigo, com o Filho do Homem como Segador. A segunda é de uvas, recolhidas pelo anjo.

    a) A ceifa do trigo (14:14-16). João viu uma nuvem branca (14) e sentado nela estava um semelhante ao Filho do Homem. Isso reflete a linguagem de Daniel 7:13: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem". Visto que o título Filho do Homem é usado por Jesus para si mesmo 81 vezes nos Evangelhos, parece justificável aceitar que João aqui se refira a Jesus."'

    Ele tinha sobre a cabeça uma coroa (stephanos, coroa do vitorioso) de ouro e, na mão, uma foice aguda. Pelo que tudo indica, era a época de realizar a colheita.

    Agora outro anjo (9) saiu do templo (santuário), clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e sega! É já vinda a hora de segar, porque já a seara da terra está madura (15) — lit.: "estava seca"; isto é, "completamente madura" (RSV), ou possivelmente "madura demais" (ERV, NEB). Lança é literalmente "envia" (pempson). Essa é uma repeti-ção de Joel 3:13: "Lançai [LXX, `enviai'] a foice, porque já está madura a seara". Jesus disse: "E, quando já o fruto se mostra, mete-lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa" (Mac 4.29).

    Aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu (ebalen, "lançou" ou "colo-cou") a sua foice à terra, e a terra foi segada (16). Barnes interpreta essa colheita como a vinda de Cristo "para reunir o seu povo". Ele comenta o seguinte acerca da última parte do versículo: "Para os justos, o fim tinha chegado; a Igreja estava redimida; a obra contemplada estava cumprida e os resultados da obra do Salvador eram como uma colheita gloriosa".'

    b) A colheita de uvas (14:17-20). Da mesma forma que a vindima naturalmente segue a colheita de trigo (cf. Dt 16:9-13), assim foi na visão profética aqui. E saiu do templo, [...] outro anjo, o qual também tinha uma foice aguda (17). Ainda saiu do

    altar outro anjo, que tinha poder sobre o fogo (18). Em relação a essa estranha alusão, Simcox comenta: "Pode [...] ser que 'o Anjo de Fogo' seja ordenado a invocar o julgamento sobre os maus que serão executados pelo fogo. Mas é mais fácil entender que esse é o Anjo 'que tinha poder sobre o fogo no Altar' — talvez, por isso, seja o Anjo de quem já tínhamos ouvido falar em 8:3-5".'

    Esse anjo clamou ao anjo com a foice: Lança (envia) a tua foice aguda e vindi-ma os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras! — lit.: "estão no seu auge". Assim o anjo meteu (19) — lit.: "lançou" (cf. v. 16) — a sua foice à terra, e vindimou as uvas da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus.

    E o lagar foi pisado (20) lembra a linguagem de Isaías 63:2-6. O terrível julga-mento ocorreu fora da cidade, evidentemente Jerusalém. Joel profetizou: "Congre-garei todas as nações e as farei descer ao vale de Josafá" 3.2). Esse vale fica ao sul de Jerusalém.

    Saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, pelo espaço de mil e seis-centos estádios (gr., stadia). Isso representa cerca de 300 quilômetros. Essa figura tem

    causado muita discussão. Alguns entendem que o autor está se referindo aproximada-mente à extensão da Palestina (na verdade com cerca de 225 quilômetros. Outros enten-dem tratar-se de uma figura simbólica de perfeição (1.600 = 4 x 4 x 100). Assim, signifi-caria destruição por toda parte (exceto na cidade). Parece evidente que a linguagem deveria ser tomada figuradamente, não literalmente.

    Qual é a relação entre as duas colheitas descritas nessa seção? Parece que a explica-ção de Swete é razoável: "Nos Profetas, a colheita, quer do trigo quer da vindima, representa a derrota dos inimigos de Israel, que estão maduros para a queda [...] o Apocalipse [...] como os Evangelhos identificam o trigo com os verdadeiros 'filhos do Reino' (cf. Mt 13:30-38) [...] a vindima, da sua associação com o 'vinho da ira' [...] representa o mal".

    Ele acrescenta: "Assim, pelo novo modo de tratar a antiga metáfora da ceifa divina das pessoas, o autor de Apocalipse expressa o claro ensino do Senhor em relação à grande separação entre os homens que está reservada para aparousia",i" a Segunda Vinda. Na primeira ceifa, os justos serão reunidos; na segunda, os perversos.


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 versículo 10
    Ap 16:19; conforme Is 51:17; Jr 25:15.Ap 14:10 Fogo e enxofre:
    Ap 19:20; Ap 20:10; conforme Gn 19:24; Sl 11:6; Ez 38:21-22. Ver Ap 9:17,

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    *

    14.1-5 Os “cento e quarenta e quatro mil” representam os santos no seu número total (7.4-8, nota). Eles formam uma congregação sacerdotal (5,10) consagrada para oferecer louvor a Deus no monte santo.

    *

    14.4 castos. Usam-se figuras sexuais para expressar pureza espiritual. Seguidores fiéis de Cristo mantêm distância da Babilônia, a prostituta (v. 8; 17:1-6), e são leais exclusivamente a ele, como sua pura noiva (19.7,8; Ef 5:26,27). Pureza na conduta sexual é incluída como um elemento dessa pureza ampla (1Co 6:15-20).

    * 14.6 cada nação, e tribo, e língua, e povo. Ver nota em 5.9.

    * 14.8 a grande Babilônia. Ver nota em 17:1-19.10.

    vinho... da sua prostituição. Imoralidade sexual bem como idolatria (que é adultério espiritual) eram as maiores tentações para as sete igrejas (2.20, nota). Mas o resultado, semelhante àquele da embriaguês, é vergonha, tolice e desgraça (17.2,4; 18.3; 19.2; 13 20:9-18'>Pv 9:13-18; Jr 51:7).

    * 14.9 a besta. Ver nota em 13.2 e Introdução: Características e Temas: Outros Aspectos.

    sua marca. Ver nota em 13.16.

    *

    14.12 perseverança dos santos. Ver nota em 1.9.

    *

    14.14-20 Uma descrição da segunda vinda como a colheita que Cristo preside (13 36:40-13.43'>Mt 13:36-43; conforme Jl 3:12-16) — o “um semelhante a filho de homem” (1.13; Dn 7:13,14). São descritas duas colheitas: cereais (vs. 14-16) e uvas (vs. 17-20). Esses talvez sejam dois aspectos dos mesmos eventos do juízo. Porém, a colheita de cereais pode simbolizar a colheita dos justos (Lc 3:17), seguida pela colheita dos ímpios (uvas).


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    14.1ss O capítulo 13 descreve o ataque do maligno que terá lugar quando Satanás e seus demônios dominem o mundo. O capítulo 14 apresenta uma vislumbre da eternidade a fim de lhes mostrar aos crentes o que os espera se permanecerem fiéis. O Cordeiro é o Messías. fica em contraste o monte do Sion, que com freqüência é outro nome dado a Jerusalém a capital do Israel, com o império mundano. Os 144:000 representam a quão crentes permaneceram fiéis nas perseguições na terra e agora estão preparados para desfrutar dos benefícios eternos e as bênções da vida com Deus para sempre. Os três anjos contrastam o destino dos crentes com o dos incrédulos.

    14:4 Estas pessoas são crentes verdadeiros cujas roupas foram lavadas e desencardidas pelo sangue de Cristo (7,14) mediante sua morte ("redimidos de entre os homens"). No Antigo Testamento, freqüentemente se descrevia a idolatria como adultério espiritual (veja o livro do Oseas). Estes crentes são espiritualmente puros, permaneceram fiéis a Cristo, seguiram-no sozinho ao e receberam a recompensa de Deus por permanecer fiéis. "Primicias" se refere ao ato de dedicação da primeira parte da colheita como sagrada para Deus (Ex 23:19; veja-se também Jc 1:8)

    14.6, 7 Alguns pensam que esta é uma última apelação mundial a todas as pessoas para que reconheçam ao único Deus verdadeiro. Ninguém terá a desculpa de não ter ouvido jamais a verdade de Deus. Outros, entretanto, vêem isto como um anúncio de julgamento e não como uma apelação. A população do mundo teve sua oportunidade de proclamar sua lealdade a Deus, e agora o grande julgamento de Deus está a ponto de começar. Por ter lido isto, você já teve a oportunidade de escutar a verdade de Deus. Sabe que o julgamento final de Deus não será posposto para sempre. recebeu com regozijo as eternas boas novas? Se for assim, não tem nada que temer do julgamento de Deus. O Juiz de toda a terra é seu Salvador!

    14:8 Babilônia era uma cidade perversa como também um império imoral, um centro mundial para o culto aos ídolos. Babilônia saqueou Jerusalém e conduziu ao reino do Judá ao cativeiro (vejam-se 2 Rseis 24 e II Crônicas 36). Assim como Babilônia foi o pior inimigo dos judeus, o nascente Império Romano foi o pior inimigo dos primeiros cristãos. João, que não pôde atrever-se a falar contra Roma abertamente, aplicou o nome Babilônia a este inimigo do povo de Deus (Roma) e, por extensão, a todos os inimigos de Deus de todos os tempos.

    14.9-11 Os que adoram à besta aceitam sua marca sobre suas frentes, e atuam de acordo com a palavra de tal besta com relação ao sistema econômico que finalmente se enfrentará ao julgamento de Deus. Nosso mundo valora o dinheiro, o poder e o prazer mais que a direção de Deus. Para obter o que o mundo valora, muitas pessoas negam a Deus e violam princípios cristãos. Sortes pessoas têm que beber a taça da ira de Deus (vejam-se Salmo 75; Is 51:17).

    14:11 O resultado final do pecado é separação eterna de Deus. devido a que os seres humanos foram criados a imagem de Deus com uma sede inata por comunhão com O, a separação de Deus será o tortura final e a desdita conseguinte. O pecado sempre conduz desdita, mas nesta vida podemos optar por nos arrepender e restaurar nossa relação com Deus. Na eternidade já não haverá outra oportunidade de arrependimento. Se nesta vida optamos por ser independentes de Deus, no mais à frente estaremos separados do para sempre. Ninguém está obrigado a escolher a separação eterna de Deus e ninguém sofre esse destino por acidente. Jesucristo convida a todos a abrir a porta de nosso coração ao (3.20). Se o fizermos, desfrutaremos de eterna comunhão com Deus.

    14:12 Estas notícias sobre o triunfo final de Deus devesse estimular ao povo de Deus a permanecer firme em meio de cada prova e sofrimento. pode-se fazer, segundo Deus o promete, ao confiar no Jesucristo e obedecer os mandamentos de sua Palavra. O segredo para permanecer firme, entretanto, é confiar e obedecer. Confie em Deus para que lhe dê paciência a fim de que se mantenha firme até nas provas pequenas que você sofre diariamente; lhe obedeça, mesmo que a obediência não seja atrativa ou inclusive perigosa.

    14:13 É verdade que não podemos nos levar desta vida o dinheiro, a fama nem os bens. Mas o povo de Deus pode produzir fruto que sobreviva até além da morte. Deus recordará nosso amor, bondade e fidelidade, e os que aceitam a Cristo mediante nosso testemunho se unirão a nós na terra nova. Assegure-se de que seus valores estejam em harmonia com os de Deus e dita-se hoje a produzir fruto que perdure para sempre.

    14.14-16 Esta é uma imagem do julgamento. Cristo separa o fiel do infiel, a semelhança do agricultor que colheita seus grãos. Este é um tempo de gozo para quão cristãos foram perseguidos e martirizados, que receberão sua recompensa tão esperada. Os cristãos não devem temer o julgamento final. Jesus diz: "De certo de certo lhes digo: que ouça minha palavra, e crie ao que me enviou, tem vida eterna; e não virá a condenação, mas passou que morte a vida" (Jo 5:24).

    14:19 Um lagar era um grande recipiente onde ficavam as uvas e logo se esmagavam. O suco corria por um conduto que levava a um depósito de majores dimensione. Freqüentemente se emprega a imagem do lagar na Bíblia para simbolizar a ira de Deus e seu julgamento em contra do pecado (Is 63:3-6; Lm 1:15; Jl 3:12-13).

    14:20 A distância de 1,600 estádios equivale a 288 km, aproximadamente a distância do norte ao sul que tem a Palestina.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    F. A IGREJA NO MONTE SIÃO (14: 1-5)

    1 E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e fourthousand, tendo o seu nome eo nome de seu Pai, escrito nas suas testas. 2 E ouvi uma voz do céu , como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão ea voz que ouvi era como a voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas: 3 e cantam como se fosse um cântico novo diante do trono, e perante os quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil, até mesmo os que foram comprados da terra. 4 Estes são os que não se contaminaram com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro withersoever que vá. Estes foram comprados dentre os homens, para ser as primícias para Deus e ao Cordeiro. 5 E na sua boca não se achou mentira: eles são, sem mancha.

    O sexto cena desta série é uma das garantias e da garantia da salvação final para os santos. A 144000 stand em contraste com aqueles que adoraram a besta (Ap 13:12) e teve sua marca 666 em suas testas. Eles representam a Igreja que segue o Cordeiro, e eles têm o seu nome eo nome de seu Pai, escrito nas suas testas . Este é o selo que tinham recebido no capítulo 7 . Eles ficam no Monte Sião com o Cordeiro em seu meio-Cristo no meio dos castiçais (Ap 1:13 ).

    Aqui, novamente, é visto dependência de João sobre o Antigo Testamento. Os profetas falaram muito de Sião, a montanha fundação de Jerusalém. Esperança do retorno do cativeiro e o estabelecimento do Reino Messiânico de Israel fez a Cidade Santa, o chefe foco de atração. Isaías deu essa esperança expressão bela e poderosa no capítulo 35 de sua profecia. "O resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com júbilo; e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e tristeza eo gemido fugirão "(v. Ap 14:10 ). Para João, o monte Sião significava a Nova Jerusalém, em antecipação da cidade santa, que ele mais tarde viu que descia do céu (Ap 21:2 ). Ela só pode ser o exército de anjos que de tempos em tempos têm sido encontrados diante do trono de Deus. Eles cantam como se fosse um cântico novo diante do trono, e seus assistentes. Essa música é, sem dúvida, "o cântico de Moisés, ... eo cântico do Cordeiro" (15: 3-5 ). Ele lembra o mandamento de que João falou, era velho, ainda novo (1Jo 2:7 ), e pode estar associada com a sua seguinte Cordeiro withersoever ele entrar , Aquele que nunca experimentou o estado conjugal na terra.

    Estes são os remidos, a Igreja. Eles são aqueles que foram comprados , e eles representam as primícias para Deus e ao Cordeiro . Ao contrário do que alguns escritores expressaram, esta última referência não é suficiente por si só para detonar esse grupo de 144 mil como apenas uma parte da Igreja. A palavra grega aparchē , aqui traduzida como fruto a ser colhido por Deus (ou seja, as primícias) foi usado no grego falado comum da Ásia Menor, e também freqüentemente na Septuaginta, que significa simplesmente "sacrifício". A igreja é falado como testemunhas (martysin , Ap 11:3)

    Esta cena é a antítese da visão que acabamos de descrever. É o sétimo na presente série e segue o padrão joanina de ser dividido em sete partes. Constitui um interlúdio encorajador para os fiéis, seguindo a terceira de sete anjos. A cena inteira pode ser convenientemente dividido em duas partes, marcados por dois grupos de anjos, três e em número de quatro. A primeira tem a ver com pronunciamentos e o segundo com a ação relativa ao julgamento de Deus sobre o mundo após a pregação do evangelho.

    1. Três anjo Messengers (14: 6-13)

    6 E vi outro anjo voando pelo meio do céu, e tinha boas novas eternas para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, tribo, língua e povo, 7 e disse com grande voz: Temei a Deus, e dar- -lhe glória; para a hora do seu julgamento é vindo; e adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas.

    8 E outra, um segundo anjo, seguiu, dizendo. Caiu, caiu Babilônia, a Grande, que fez todas as nações a beber do vinho da ira da sua prostituição.

    9 E outro anjo, um terceiro, seguiu-os, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta ea sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, 10 também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que é preparado sem mistura, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro: 11 E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia e de noite os que adoram a besta ea sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome. 12 Aqui está a paciência dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus ea fé de Jesus.

    13 E ouvi uma voz do céu que dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor de agora em diante: Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; porque as suas obras os acompanham.

    Estes três anjos são vistos voando pelo meio do céu, ou no ar (veja Ap 8:13 e notas ). Esta é a sua primeira aparição. O primeiro anjo tem eternas boas notícias para o povo da terra. Ele é chamado de outro anjo , provavelmente com referência ao anjo da sétima trombeta (Ap 11:15 ). As boas notícias não pode ter referência ao evangelho da graça divina, mas com o pronunciamento que a hora do seu [de Deus] julgamento veio . Isso não é uma boa notícia (exceto em termos de pensamento apocalíptico). A notícia é boa, no entanto, porque o dia da salvação ainda não passou, mesmo que o mal é para ser punido. O anjo diz a toda nação, tribo, língua, povo que ainda é possível a temer a Deus e dai-lhe glória . Esta é a sugestão de um apelo evangelístico, mas não se sustenta. A chamada para a adoração pode ser pouco mais do que o desafio que os homens e as nações deveriam reverenciar a Deus, apesar de não escolher para servi-Lo.

    O segundo anjo anuncia que a grande Babilônia está caído. Em outros lugares, ele é chamado de "a grande Babilônia" ou "a grande cidade" (Ap 17:5 ; Ap 18:21 ). Como veremos mais tarde, a cidade de Roma estava na mente de João, que representava o império romano e, por sua vez simbolizava o mundo apóstata descrente em que a ira de Deus é para ser derramado.

    O terceiro anjo emite um aviso a todos aqueles que podem ser superados pelas convicções da besta e aceitar a sua marca em cima deles. Embora possam não ter sido activamente empenhados em pesquisas satânicos, se eles têm a marca da besta sobre eles devem participar de sua punição. fidelidade leve não pode oferecer nenhuma oferta para exoneração. A ira de Deus contra o mal é não misturados: não é diluído mesmo com misericórdia. fogo e enxofre são uma reminiscência de Sodoma e Gomorra, e servem para enfatizar a gravidade do julgamento divino. "A punição é agravada pela presença de espectadores ...composta dos santos anjos e do Cordeiro." E o seu tormento "é agravada por uma consciência dos seres espirituais puros que estão ao redor, mas ainda mais pela presença do Senhor" quem havia rejeitado. A punição é definitiva e eterna, continuando para sempre e sempre - eis aionas aiōnon , a séculos dos séculos.

    Essa punição segue um grande momento de provação e tentação que todos os que não têm a marca da besta sobre eles são martirizados. Isso impõe um grande teste para o povo de Deus, para a paciência dos santos . Eles não só resistir, mas eles também são capazes de provar a validade de sua fé e obter benefícios eternos que eles não teria conhecido de outra forma (ver Ap 13:10 ).

    Como se para assegurar esta paciência dos santos, uma voz do céu é ouvida no incentivo tons para os mortos que morrem no Senhor . Não mártires são disse a estar presente como anteriormente (Ap 6:9)

    14 E olhei, e eis uma nuvem branca; e sobre a nuvem que eu vi uma sessão semelhante a um filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. 15 E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: Lança a tua foice e ceifa, para a hora de colher é vindo; para a seara da terra está madura. 16 E aquele que estava assentado sobre a nuvem meteu a sua foice sobre a terra; ea terra foi ceifada.

    17 E outro anjo saiu do templo, que está no céu, o qual também tinha uma foice afiada. 18 E outro anjo saiu do altar, que tinha poder sobre o fogo, e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: Lança a tua foice afiada, e vindima os cachos da videira da terra; porquanto as suas uvas estão maduras. 19 E o anjo lançou a sua foice à terra, e reuniu a safra da terra, e lançou-a no lagar, o grande lagar da ira de Dt 20:1 ). Este não é outro senão aquele de quem João falou antes: "Ele vem com as nuvens" (Jo 1:7 ). É Cristo em uma nuvem branca , e tendo na cabeça uma coroa de ouro . "O Cristo coroado é aqui o conquistador em vez do que o rei." Isto é significativo, porque Cristo foi retratado até este ponto como aquele que serve. Ele abriu os selos para liberar as desgraças; Ele é o Cordeiro; Ele é (seguindo a visão de Zacarias) a tigela de óleo no meio dos candeeiros (igrejas). Isso pode ajudar a explicar por que o anjo na visão atual é dito para dar instruções a Ele para lançar sua foice sobre a terra . Nesta base alguns escritores têm interpretado este harvester para ser um arcanjo e não a Cristo.

    Os anjos aparecem quase setenta vezes no Apocalipse e são praticamente nulas de individualidade. Eles são identificados pela jurisdição dada por Deus, e eles aparecem mais como representações do que entidades reais. Eles têm atribuições diferentes, alguns controlar os ventos (Ap 7:1 ), enquanto o sexto anjo em o atual cenário controla fogo. Todos eles agem para Deus e, assim, enfatizar, em vez de obscurecer o fato de poder soberano de Deus.

    Esta é a parusia-Cristo tem aparecido. A sequência que nos trouxe a este ponto é a seqüência das visões dramáticas ao invés da seqüência de que eles simbolizam: o próprio fato de que os eventos posteriores aparecem proíbe pensar nisso como o fim. O tema é a segunda vinda de Cristo, mas não tem nenhuma referência ao tempo de que vem. Na verdade, a referência a Cristo é quase incidental-it é a introdução de um tema que não está totalmente desenvolvido até mais tarde na narrativa de João (cap. Ap 19:1 ). Estamos envolvidos aqui com uma série de sete anjos que são agentes de punição de Deus. Os três primeiros têm proclamado a vinda do julgamento com o aumento da intensidade; o quarto dá a ordem para a sua execução. No entanto, no cômputo final Cristo é o distribuidor do juízo de Deus.

    Cristo vem para colher, trazendo na mão uma foice afiada , porque as visões já registrada, contendo ambas as desgraças e bênçãos, proclamaram Ele vencedor. Ele vem para colher os frutos da vitória, para a colheita está madura. Mas é uma triste vitória-a vitória do juízo e não da redenção. Não há alegria. Os frutos de julgamento são sempre "Vinhas da Ira".

    A ira de Deus apresenta um problema para muitas pessoas boas. Como pode um Deus de amor, ao mesmo tempo estar zangado com aqueles que Ele criou e redimiu? Parte da resposta pode ser encontrada na distinção entre ira e ódio. Wrath é a raiva, raiva, ou indignação, uma reação apenas para um crime cometido. Ódio, no entanto, é bastante diferente. Ela pode ser definida como aversão, animosidade, ódio, com base na má vontade. É uma paixão do coração, o oposto do amor, enquanto a ira é uma reação apenas para um ato de maldade e é compatível com, e pode até mesmo ser considerada uma saída de, amor. Um torna-se apenas com raiva porque ele tem cuidado; ele odeia, porque ele não se importa. Os profetas hebreus retratam Deus cortejar o povo para si mesmo, ao mesmo tempo em que Ele é o mais bravo com eles por causa do seu pecado.

    Na segunda parte desta visão (vv. Ap 14:17-20 ), outro anjo vem do templo ... no céu ... tinha uma foice afiada . Ele é comandado por ainda outro anjo , este a partir do altar , para enviar adiante [o] foice afiada, e vindima os cachos da videira da terra; porquanto as suas uvas estão maduras . Este sexto anjo tem poder sobre o fogo , mas o fogo não tem conexão direta com a punição que se segue. Desde que ele fala por Deus quando ele dá a fim de colher, o fogo pode significar apenas a ira de Deus, sem dúvida, compartilhada pelo anjo.

    O altar do qual este anjo aparece não deve ser dado um significado objetivo distinto do templo a partir do qual o anjo apareceu anterior. Ambos altar eo templo se referir à presença de Deus em termos religiosos, assim como o trono de Deus fala de sua presença em termos de soberania. Não nos é dito se o autor tinha em mente o altar do incenso (Ap 8:3 .

    Em certo sentido, a colheita é secundário para o lagar em que a vindima é lançada, para o julgamento dos ímpios é o tema desta visão dual. "O esmagamento das uvas na imprensa, e, especialmente, a coloração dos pés e vestes de, percorre o caminho com os sucos vermelho, o" sangue das uvas "( Gn 49:11 ), tornou-se uma figura familiar para o pisoteio absoluta para baixo de inimigos e furiosa vingança. "

    A descrição de João aqui segue Os 3:13 . O lagar foi pisado fora da cidade . Os estudiosos estão divididos sobre a interpretação da cidade, entre Roma e Jerusalém. Roma é favorecida ", pois são os cidadãos infiéis do Império Romano que sofrerão esse massacre no Dia da Ira". Roma também é favorecida porque "'os destruidores da terra" ... são eles próprios destruídos. "Ambas estas razões parecem implicar a destruição da cidade, ou pelo menos que a destruição dos ímpios terá lugar dentro dele, ao passo que João diz que o lagar foi pisado fora da cidade . Mas desde que ele parece estar a seguir o pensamento de Joel, Jerusalém é a melhor escolha. Para o profeta, Deus iria proferir seus juízos de Jerusalém, onde ele iria proteger o seu povo, ea destruição teria lugar no "vale de Josafat ... vale da decisão" (Os 3:12 ). Isso vale não foi localizado, com carácter definitivo, e a tradução que o torna um local específico não é sem sua incerteza. "A intenção deste texto é simbólica em vez de geográfica, como pode ser inferida a partir da etimologia do nome, 'o Senhor julgará." "No entanto, Joel viu Jerusalém seguro, e desde o início do século IV ANÚNCIO Josafá foi identificada com o Vale do Cedron entre Jerusalém e no Monte das Oliveiras.

    Não é necessário para Jerusalém ter sido parado quando João escreveu em ordem para ele fazer referência a ele. É muito provável que a cidade foi a Nova Jerusalém de que o velho era apenas o tipo. João também pode ter tido em mente a imagem de Jesus, que "sofreu fora da porta" (He 13:12) como um sacrifício pelo pecado, em contraste com o que os ímpios sofrerão sem a cidade como um castigo pelo pecado.

    O lago de sangue, se tomado literalmente, seria praticamente cobrir Palestina. A descrição é uma hipérbole, uma hipérbole medonho. Nada mais é do que significava para enfatizar a enormidade da punição e do grande número que seria morto. Sua profundidade, até aos freios dos cavalos , só contribui para a descrição.

    VIII. As sete taças da ira de DEUS (Ap 15:1) não é tão evidente que entre as sete trombetas e da abertura do sétimo selo (Ap 8:1 a Dt 15:1 corresponderá a 8: 3-5 no esquema de repetição de João.

    As sete taças da ira é o último, porque nelas é terminar a ira de Deus . Mas eles não representam o fim do que está para acontecer. O destino de ambos os maus e os justos ainda é um serão lançados no "lago de fogo" e "serão atormentados dia e noite para todo o sempre" para o vir-( 20: 10-15 ); o outro "reinará pelos séculos dos séculos" (22: 5 ), em Nova Jerusalém.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    Nesse capítulo, Deus apresenta um resumo, uma "visão panorâmica" dos eventos que Apocalipse tem pela frente.

    I. O estabelecimento do reino (14:1-5)

    Há discórdia em relação a esse monte Sião ser um ponto de referên-cia celestial (veja He 12:22-58) ou o monte físico. Parece mais provável que se trata de um cenário terrestre, um retrato do reino vindouro. O fato de, no versículo 2, João ouvir "uma voz do céu" sugere que ele está na terra. O "novo cântico" dá a enten-der que eles vivem uma nova expe-riência, ou seja, que passaram pela tribulação e, agora, reinam com Cristo. Todavia, mesmo que essa seja uma cena celestial, ela anteci-pa a vinda do reino para a terra. O versículo 3 indica que a igreja (an-ciãos) reinará, na terra, com Cristo.

    A seguir, é descrito o caráter dos 144 mil

    judeus selados. As expres-sões "não se macularam com mu-lheres" e "castos" (v. 4) devem ser vistas no sentido espiritual, não no físico. Nessa época, o pecado dos habitantes da terra será a prostitui-ção espiritual (14:8; vejaTg 4:4 e Êx 34:15). Esses crentes judeus, marca-dos com o nome do Pai, não com o da besta, serão separados, do ponto de vista espiritual, e totalmente de-dicados a Cristo. Eles seguem o Cor-deiro, em vez de adorar a besta. Eles se tornarão o núcleo do reino judeu, as "primícias" da colheita futura.

    II. O derramamento do "cálice da sua ira" (14:6-13)

    Cada anjo faz um anúncio:

    1. O evangelho eterno (vv. 6-7)

    Hoje, Deus usa pessoas para trans-mitir sua mensagem, mas ele tam-bém usará anjos no último período do julgamento. O termo "evangelho eterno" apresenta Deus como o Cria-dor, não como Salvador, e adverte que o julgamento está chegando. É um chamado para que o homem tema e glorifique a Deus, em vez da besta e de Satanás. A sugestão é que serão salvos todos os que honrarem ao Senhor. Infelizmente, os homens adoram e servem à criatura, não ao Criador (Rm 1:25). Esse é o chama-do final do Senhor para um mundo iludido por Satanás.

    1. A queda de Babilônia (v. 8)

    Os capítulos 17:18 descrevem es-se evento, embora ele seja anteci-pado aqui e em 16:18-19. Aqui, Babilônia refere-se ao sistema po- I ítico-rel igioso apóstata encabeça-do pela besta, em conjunto com a igreja mundana apóstata. Para ver o cumprimento dessa profecia, leia Ap 17:0; estude tambémJr 50:14,Jr 50:15,Jr 50:38;Jr 51:7-24). Em vez disso, aceitaram as mentiras de Satanás. Agora, ele vem como o Ceifador e traz julgamen-to para o mundo. O segundo anjo grita: "A seara da terra já amadure-ceu"! Deus sabe o momento exato de julgar e espera até que a semente da iniqüidade frutifique (Jc 1:14-59; Gn 15:16). Isso é uma antecipação da batalha de Armagedom (veja Os 3:11-29).

    Nesse ponto, devemos rever os eventos que levam à batalha de Armagedom. Durante a primeira metade da tribulação, o Egito e a Rússia atacaram 1srael, na época em que a besta trabalhava com os judeus. A besta foi forçada a ir à Pa-lestina para manter seu pacto com os judeus. Deus derrotou a Rússia; e a besta, o Egito; os dois inimigos foram mandados para casa em total derrota. A seguir, a besta instituiu- se o governante e a divindade do mundo e fez de Jerusalém a sede de seu governo. Contudo, a Rússia e seus aliados planejavam rebelar-se contra a besta. Os inimigos da besta tiveram uma oportunidade para ata-car após a destruição da Babilônia. Na última metade da tribulação, os exércitos se moverão em direção à Palestina (veja 16:13-16) para lutar contra a besta. O dr. Dwight Pentecost sugere o uso da palavra "cam-panha", em vez de "batalha"; vejaAp 16:14. Em outras pa-lavras, a "batalha de Armagedom" não é tanto uma mera batalha como uma movimentação militar que cul-mina no enfrentamento dos exér-citos do mundo em Megido. Apo-calipse 19:17-21 indica que, nesse momento, surgirá o sinal do Filho do Homem, e que esses exércitos se unirão para combater a Cristo, em vez de lutar uns contra os outros.

    Os versículos 17:18 retratam um homem cortando cachos de uva de uma videira. O perverso sistema mundano é a "videira da terra" (v. 17, enquanto Cristo é a Videira ver-dadeira Jo 15). A videira santa de Deus plantou Israel no mundo com a finalidade de frutificar para a gló-ria do Senhor (Is 5:1-23; Sl 80:8-19). Infelizmente, Israel frutificou "uvas bravas". Na verdade, Israel rejeitou seu verdadeiro Messias, aceitou o falso Cristo e tem de sofrer as amar-gas conseqüências de seus atos. Para material adicional a respeito dessa batalha final, leia Isaías 66:1 -6 e Joel 3.

    O versículo 20 apresenta um retrato terrível: o sangue correrá uma extensão de 321 quilômetros para fora da cidade de Jerusalém e em uma profundidade que vai da altura dos freios dos cavalos até o chão! Esse é o lagar da ira de Deus (19:15). Veja Isaías 63:1 -6.

    Portanto, esse capítulo apresen-ta um resumo profético dos eventos seguintes. Ele nos apresenta lições bem práticas: (1) Deus estabelece-rá seu reino sobre a terra, apesar da oposição de Satanás. Cumprir-se-ão, de forma literal, todas as promessas do Antigo Testamento, Israel terá seu reino prometido. (2) Os que hoje re-jeitam o evangelho da graça do Se-nhor enfrentarão, no futuro, um jul-gamento terrível. É melhor morrer por causa de Cristo e desfrutar de glória eterna que viver pelo demô-nio e sofrer para sempre. (3) Hoje, as nações do mundo tomam o ca-minho para o Armagedom. Vemos o levantar da Europa, do Egito e das nações asiáticas. Vemos também a formação da federação européia. Todavia, a batalha final do homem contra Deus será uma derrota amarga para Satanás e seus aliados!


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    14.1 Cento e quarenta e quatro mil. Número completo (conforme 7.4n). É a multidão daqueles que foram selados com o nome de Cristo e do Pai (conforme Mt 28:19). Recusaram a marca do anticristo. Assim os que pertencem a Deus e os que não são do diabo se distinguem abertamente. Nome. O nome indica o poder e a autoridade. Comunica a natureza de uma pessoa.

    14.4 Castos. A castidade aqui seria espiritual. São libertos do pecado da idolatria (que é fornicação, 14.8; 17.2, 4; 18.3, 9; 19,2) com tudo que isto implica (conforme 2Pe 2:20-61). Primícias. Aquela parte da ceifa que era consagrada a Deus (Êx 23:19; Nu 18:12). O restante da humanidade que rejeita os direitos de Deus sobre si mesmo está amadurecendo para a vindima do julgamento e punição (vv. 17-20).

    14.5 Mentira. Principalmente, refere-se à negação do Cordeiro de Deus como Senhor. Os redimidos, como o seu Senhor, não mentem, mesmo que falar a verdade custe a vida (Jo

    18.37; Sf 3:13). Em Cristo são sem mácula.

    14.6 Um evangelho eterno. A falta do artigo no gr sugere que aqui, as boas novas serão não somente as da salvação em Cristo, mas as novas da vitória que logo virá para os que já crêem, junto com o galardão que os espera.

    14.8 Babilônia. O nome Babilônia significava para o povo de Israel o império pagão, materialista e destruidor por excelência dos fiéis. No NT o nome apontava para Roma, e finalmente para a capital da civilização opressora final. Todos as nações. O poder e a influência de Roma se estendiam a muitas nações. As legiões romanas espalhadas pelo mundo afora, introduziam em Roma a prostituição religiosa, i.e., a idolatria cada vez mais depravante.

    14.9 Terceiro. O terceiro anjo proclama a condenação dos seguidores do anticristo. Os termos da condenação eterna no inferno vêem-se em 20:13-15.

    14.12 Este versículo desafia os santos a não negar sua fé em Cristo, em vista do terrível fim que aguarda os que se ajuntam ao anticristo (conforme Mt 24:13).

    14.13 Bem-aventurados. A segunda das sete bem-aventuranças (conforme Mt 5:1-40) no Apocalipse. A expressão contrabalança a severidade dos julgamentos sobre os ímpios nos vv. 9-12. Uma bênção especial aguarda os que morrem por Cristo. Descansem. Lit. "recebem refrigério", "habitam seguros” (gr anapauõ). As fadigas resultam da grande adversidade que os crentes enfrentam, especialmente na força concentrada do anticristo (Conforme Mt 11:28). Surge mais uma vez a doutrina da separação final entre os justos e o ímpios (como em 6:12-14 e 7:9-11); conforme Mt 25:31ss. • N. Hom. As bem-aventuranças do Apocalipse (14.13). Bem-aventurados são:
    1) Os que conhecem e guardam a Palavra (1.3);
    2) Os que morrem no Senhor (14.13);
    3) Os que aguardam a Vinda de Cristo, com vidas santas (16.15);
    4) Os convidados à ceia das bodas do Cordeiro (19.9);
    5) Os que participam da primeira ressurreição (20.6);
    6) Os que atendem às exortações deste livro (22.7); 7):Os que lavam suas vestiduras no sangue do Cordeiro (22.14).

    14.14 Semelhante a filho de homem. É Jesus Cristo (conforme 1.13 e Ez 7:13), o Rei dos reis que é o juiz final do mundo (Mt 3:12; Jc 4:12). Foice (gr drepanon "foice", "faca de poda"). Poda a videira, e colhe os frutos. Em Os 3:13 e Mt 13:39; como aqui, simboliza julgamento.

    14.19 Lagar do cólera de Deus. Simboliza a destruição das obras malignas, provocada pela justiça divina (conforme 19.15). Os ímpios não produzem suco de uva, mas sim, sangue em quantidade enorme (v. 20). Este juízo poderia ser um resultado das próprias forças pagãs (não mais impedidas por Deus), até que se destruam por meio daquilo que chamamos "guerra total".

    14.20 Fora do cidade. Talvez uma referência à Nova Jerusalém, indicando, assim, o julgamento que cairá sobre todos os excluídos da presença salvadora de Deus.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20
    III. OS PRIMEIROS FRUTOS, A COLHEITA E A VINDIMA (14:1-20)
    As séries de quadros vívidos no cap. 14 podem ser resumidas sob os títulos de primeiros frutos (v. 1-5), colheita (v. 14-16) e vindima (v. 17-20), sendo os primeiros frutos e a colheita separados por quatro proclamações de anjos (v. 6-13).

    1) Os primeiros frutos (14:1-5)
    v. 1. o Cordeiro, em pé sobre o monte Sião: Isto é, na Sião celestial (conforme He 12:22), visto que ele e seu exército aparecem diante do trono, dos quatro seres viventes e dos anciãos (v. 3; conforme 4.2ss; 7.9ss). O fato de que seus 144.000 companheiros trazem escritos na testa o nome dele e o nome de seu Pai sugere sua identificação com os 144:000 servos de Deus que são selados na testa em 7.3ss; enquanto o fato de que eles seguem o Cordeiro por onde quer que ele vá (v. 4) os associa também à multidão de vestes brancas Dt 7:02ss: “Eu, Esdras, vi no monte Sião uma grande multidão que não pude contar, e todos estavam louvando o Senhor com cânticos”. Esdras descreve a seguir como entre eles estava “o Filho de Deus, a quem confessavam no mundo”, v. 2. Ouvi um som dos céus. Acerca de som [...] de muitas águas, cf. 1.15; 19.6; acerca de som [...] um forte trovão conforme 19.6, e acerca de som [...] como o de harpistas tocando seus instrumentos, conforme 5.8; 15.2. O som que João ouve é o cântico novo (v. 3) da redenção, acompanhado da música do céu. Não é um cântico diferente do “novo cântico” Dt 5:9,Dt 5:10, exceto que agora é cantado na primeira pessoa, como só podem cantar aqueles que foram comprados da terra. v. 4. não se contaminaram com mulheres-, Lit. “eles são virgens” — um uso excepcional do grego parthenos no masculino. O termo geralmente tem sido interpretado como referência ao celibato, como se esses homens, nas palavras de Cristo, “se [fizessem] eunucos por causa do Reino dos céus” (Mt 19:12). Nesse caso, podemos comparar com a ordem de Paulo em vista da “presente crise”: “aqueles que têm esposa, vivam como se não tivessem” (1Co 7:26,1Co 7:29). Conforme E. Stauffer: “Não há sugestão aqui nem de impotência humana por um lado nem de realização monástica bem-sucedida por outro. A referência é ao heroísmo genuíno daqueles que são chamados por causa de uma situação e comissão singulares”. Mas isso sugere que homens casados “se mancharam com mulheres” — algo tão contrário ao ensino bíblico invariável acerca do matrimônio (conforme He 13:4) que é improvável que tenha sido introduzido incidentalmente num livro tão profundamente “hebraico” quanto esse. E mais provável que seja uma referência aos homens que têm sido, na linguagem das Epístolas Pastorais, “marido de uma só mulher”. Foram comprados dentre os homens e ofertados como primícias a Deus e ao Cordeiro-. Os primeiros frutos são o sinal da colheita muito maior por vir (conforme v.

    15,16): assim como Paulo fala de seus primeiros convertidos na Ásia e Acaia como os “primeiros frutos” (gr. aparché) dessas províncias, João pensa nesses 144.000 como o primeiro pagamento da humanidade redimida, apresentados como um sacrifício vivo a Deus e a Cristo, v. 5. Mentira nenhuma foi encontrada em suas bocas'. O mesmo testemunho foi dado de seu Mestre (1Pe 2:22; citando Is 53:9). são imaculados: Conforme as vestes brancas Dt 7:9,Dt 7:13,Dt 7:14.


    2) As proclamações dos anjos (14:6-13)
    a)    O evangelho eterno (14.6,7)
    v. 6. outro anjo\ Essa expressão aparece seis vezes nesse capítulo, mas estaria em melhor harmonia com o estilo do português traduzi-la aqui por “um anjo” (gr. allos numa seqüência como essa é usado tanto para “um” quanto para “outro”), que voava pelo céu: Cf. 8.13. e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na terra: Os habitantes da terra são aqui designados por um verbo diferente do usado em 3.10 etc.; acerca desse uso do grego kathêmai (lit. “sentar”), conforme Lc 21:35. O evangelho que é pregado a eles requer submissão a Deus como Criador e Juiz antes de fé em Cristo como Salvador e Senhor, v. 7. Temam a Deus e glorifiquem-no: Conforme 11.13. Dar glória a Deus pode significar confessá-lo, como em Js 7:19. o mar e as fontes das águas: A água salgada e a água doce são distinguidas aqui; o Criador tem poder sobre ambas, como os castigos da segunda e da terceira trombetas mostraram (8:8-11).

    b)    A queda da Babilônia (14.8)
    v. 8. Caiu! Caiu a grande Babilônia: Essa proclamação faz eco de trechos do AT como Is 21:9; Jr 51:8; é elaborada no canto fúnebre sobre a Babilônia no cap. 18. que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição: Conforme Jr 51:7; Ap 17:2,Ap 17:4. A característica associada ao vinho aqui provavelmente é o seu efeito inebriante (como tb. nov. 10; 16.19; 18.3; 19.15), o grego thymos tendo aqui o sentido transmitido pelo hebraico chemah em Is 51:17,Is 51:22; Jr 25:15; Hc 2:15.

    c)    A condenação dos apóstatas (14:9-11)
    O terceiro anjo segue com uma advertência em alta voz do castigo divino que vai cair sobre qualquer um que adorar a besta e a sua imagem, ou receber “a marca da besta” na testa ou na mão (v. 9; conforme 13 15:17). A advertência pode ter a intenção de atingir toda a humanidade, mas é especialmente dirigida aos cristãos apóstatas (He 6:4-58). Pode ser uma mitigação da crueldade do seu castigo que é sofrido na presença dos santos anjos e do Cordeiro (v.10); ser julgado na sua presença é menos intolerável do que ser banido da sua presença sem ser julgado. Mas não seria a sua angústia ainda mais aguda pela exata presença daquele a quem tinham negado por sua apostasia? v. 11. a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo o sempre-. A linguagem é derivada da descrição da destruição das cidades na planície sob a chuva de fogo e enxofre; conforme Gn 19:24,28; Is 34:9,Is 34:10; Jd 1:7 (conforme Ap 1:13), em que “alguém semelhante a um filho de homem” vem com as nuvens do céu para receber do Ancião de Dias o domínio universal e eterno; esse é aquele a quem o Pai também deu “autoridade para julgar, porque é o Filho do homem” (Jo 5:27). Mais uma vez (como em 11.15ss), somos conduzidos ao juízo final: como em Mt 13:39, “A colheita é o fim desta era”. Em Mt 13:39ss, no entanto, “os encarregados da colheita são anjos”, enviados pelo

    Filho do homem para tirar “do seu Reino tudo o que faz tropeçar e todos os que praticam o mal”; aqui o Filho do homem é o mesmo que faz a colheita, e seus servos-anjos estão ausentes do quadro, v. 15. Tome a sua foice. Conforme J1 3.13a (ao qual o trecho presente remonta em última instância); Mc 4:29.


    4) A vindima (14:17-20)
    Na colheita de grãos, os grãos são recolhidos em depósitos, embora os resíduos e a palha sejam queimados. Mas essa cena de vindima simboliza juízo completo: talvez seja por isso que o anjo que faz a vindima recebe suas ordens do anjo que tem autoridade sobre o fogo (v. 18), sendo o fogo mais um símbolo de juízo (conforme Mt 3:11,Mt 3:12; 1Co 3:13ss). O uso da vindima como um símbolo de juízo talvez remonte a J1 3.13b; também lembra Is 63:1-23, em que o conquistador de Edom tem suas roupas manchadas completamente pelo sangue da vida dos seus inimigos, a quem ele pisoteou como uvas são pisadas no lagar (conforme Ap 19:13,Ap 19:15). Assim, aqui a vindima da terra é pisada de forma tão impiedosa no grande lagar da ira de Deus (v. 19) que o sangue corre na altura dos freios dos cavalos, por uma distância de cerca de trezentos quilômetros (v. 20). Reformular isso em quilômetros, como faz aqui a NVI (o original traz 1.600 estádios), significa perder a completude simbólica do número 1.600, que é o quadrado de 40. Contudo, a observação de que a vindima foi pisada fora da cidade (v. 20) pode nos lembrar de alguém que absorveu na sua própria pessoa o juízo devido à humanidade, e fez isso fora da cidade (conforme Jo 19:20; He 13:12).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 21

    V. Os Juízos das Sete Taças. 14:1 - 16:21.

    Assim como há os capítulos introdutórios que precedem os juízos apresentados pela abertura dos sete selos e pelo tocar das sete trombetas, aqui também, precedendo a última série dos juízos, temos um capítulo introdutório.


    Moody - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 8 até o 13

    8-13. O segundo anjo anuncia a queda da Babilônia, a qual é detalhadamente descrita nos capítulos Ap 17:1 e 18. O terceiro anjo pronuncia um juízo sobre todos aqueles que adoraram a besta e a sua imagem, com uma declaração antecipatória sobre o castigo eterno daqueles que usam o sinal da besta. Um século atrás os Adventistas do Sétimo Dia apegaramse a estes versículos como cumprimento de suas convicções particulares em relação à igreja. Eles consideraram o primitivo movimento Milerita como uma advertência à igreja de que ela era a Babilônia. Por isso, os crentes deviam sair da cristandade organizada – e a mensagem do terceiro anjo se lhe seguiria imediatamente. Os adventistas insistem que esta é uma promessa de que nos últimos dias só serão aceitos por Deus aqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (v. Ap 14:12), e que isto é "um chamado a que os homens honrem o verdadeiro sábado de Deus, o sétimo dia do Decálogo" (Francis D. Nichol: The Midnight Cry, pág. 462). Por que eles particularizam o mandamento referente ao sétimo dia, nem sequer levemente aludido aqui, e não incorporam neste esquema os outros nove do Decálogo, eu não sei.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 6 até o 20
    d) O dia da ira (Ap 14:6-66) -Uma última advertência é dada aos homens descrentes. Todas as nações são convocadas ao arrependimento e ao culto de Deus. A mensagem chama-se um "eterno Evangelho", pois as eternas bênçãos das boas novas ainda permanecem para aqueles que atendem, este oráculo parece registrar o cumprimento final de Mc 13:10.

    >Ap 14:8

    2. O SEGUNDO ANJO (Ap 14:8) -A queda de "Babilônia" é relatada em maiores pormenores no cap. 18. Este nome simbólico de Roma aparece em 1Pe 5:13, os Oráculos Sibilinos 5:143-159 e 2 Baruque 11.1.

    >Ap 14:9

    3. O TERCEIRO ANJO (Ap 14:9-66) -Esta é uma advertência que forma um complemento à pregação do eterno evangelho nos vers. 6-7. Para o cálice não misturado (não "diluído"), cfr. Sl 75:8. Para o fogo e enxofre, cfr. Is 34:8-23, que é reminescente de Gn 19:24-25. A paciência dos santos (12) encontra um aguilhão adicional na contemplação da terrível destruição dos adoradores da besta, assim como o saber que alguns deles serão chamados para o encarceramento e a morte dá um estímulo semelhante (Ap 13:10). A bem-aventurança dos mortos que desde agora morrem no Senhor (13) serve à mesma finalidade; cristãos que encaram a possibilidade de sofrer por causa do nome sabem que eles repousarão na companhia do seu Senhor e receberão uma recompensa pela sua fidelidade,

    >Ap 14:14

    4. O QUARTO ANJO (Ap 14:14-66) -É comum considerar estes versículos como descrevendo o arrebatamento da Igreja por Cristo na sua vinda, e os vers. 18-20 como o ajuntamento do mundo incrédulo para o juízo; é possível que seja esta a verdadeira interpretação da passagem, especialmente em vista do uso da frase um semelhante ao Filho do homem no vers. 14 (cfr. Ap 1:13). Contudo, parece estranho que Cristo fosse orientado por um anjo para levar a efeito a sua obra salvadora. À sua descrição, também, falta o resplendor das visões do Senhor em Ap 1:12 e Ap 19:11. Parece melhor, por conseguinte, considerar a forma parecida a homem como um anjo, compartilhando algo da glória de Cristo como o "anjo forte" de Ap 10:1. A colheita do trigo e das uvas então representa um ato todo-inclusivo de juízo, como em Os 3:13, em que se baseiam estas duas visões, Para a colheita da terra por instrumentalidade angélica, comparar Mt 13:41-40.

    >Ap 14:17

    5. O QUINTO ANJO (Ap 14:17) -Observa-se que o anjo que tem a foice aguda saiu do templo, assim como o fez o quarto anjo.

    >Ap 14:18

    6. O SEXTO ANJO (Ap 14:18-66) -Este anjo que autoriza o vindimador a colher as uvas da vinha da terra saiu do altar e chama-se aquele que tem poder sobre o fogo, Isto se relaciona com Ap 6:9-66; Ap 8:1-66; Ap 9:13; Ap 16:7, e exemplifica mais uma vez a conexão entre o sacrifício dos santos de Deus e o advento do reino. O simbolismo do juízo messiânico (19-20), como o pisar do lagar, remonta a Is 63:3. A cidade fora da qual o pisar do lagar ocorre é presumivelmente a cidade universal, "A grande Babilônia" (ver Ap 11:8; Ap 18:2).


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20

    30. O Triunfo dos Santos ( Apocalipse 14:1-5 )

    E olhei, e eis o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sião, e com ele 144 mil, tendo o seu nome eo nome de seu Pai escrito nas suas testas. E ouvi uma voz do céu, como o som de muitas águas e como o som de um forte trovão, ea voz que ouvi era como o som de harpistas, que tocavam as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os 144 mil que haviam sido comprados da terra. Estas são as únicas que não se contaminaram com mulheres, porque eles têm se mantido casto. Estes são os que seguem o Cordeiro por onde quer que vá. Estes foram comprados dentre os homens, como primícias para Deus e para o Cordeiro. E nenhuma mentira foi encontrada em sua boca; porque são irrepreensíveis. ( 14: 1-5 )

    Nossa sociedade adora vencedores. Seja na política, negócios, entretenimento, esportes, ou de guerra, que idolatram os que conseguem. Por outro lado, nós não toleramos perdedores. Os treinadores que perdem são demitidos; jogadores que perdem são negociados; executivos que não são substituídos; políticos que não são votados fora do escritório. Nossos heróis são aqueles que superar todos os obstáculos e triunfar no final.

    Embora não em todos endossando definição superficial do mundo de sucesso, no entanto, a Bíblia fala da vida cristã em termos triunfantes. Rm 8:37 declara que "somos mais que vencedores, por aquele que nos amou." Em sua primeira epístola João escreveu: "Por que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé, que é aquele que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho. de Deus? " ( I João 5:4-5 ). Em 1Co 15:57 , Paulo exclamou: "Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo." Em 2Co 2:14 , acrescentou outra nota triunfante, "Graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo." Preso, abandonado, e de frente para execução iminente, Paulo ainda poderia escrever a seguinte epitáfio vitorioso: "Combati o bom combate, terminei o curso, eu guardei a fé; no futuro não está guardada para mim a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda "( 2 Tm 4: 7-8. ).

    Mas triunfos e vitórias dos crentes nesta vida são incompletas e marcada por contratempos e derrotas. O mundo, a carne eo diabo tomar seu pedágio em nossos melhores esforços. O mesmo apóstolo Paulo, que terminou sua vida em triunfo vitorioso anteriormente descreveu sua experiência cristã nos seguintes termos tristes:
    Pois sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Para o que eu estou fazendo, eu não entendo; pois não estou praticando o que eu gostaria de fazer, mas eu estou fazendo a mesma coisa que eu odeio. Mas, se eu faço a mesma coisa que eu não quero fazer, estou de acordo com a Lei, confessando que a Lei é boa. Então, agora, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que nada de bom habita em mim, isto é, na minha carne; para o disposto está presente em mim, mas o de fazer o bem não é.Para o bem que eu quero, eu não faço, mas eu pratico o muito mal que eu não quero. Mas se eu estou fazendo a mesma coisa que eu não quero, já não sou o único a fazer isso, mas o pecado que habita em mim.

    Acho então o princípio de que o mal está em mim, aquele que quer fazer o bem. Pois eu alegremente concordar com a lei de Deus no homem interior, mas vejo outra lei nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente e me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros . Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? ( Rom. 7: 14-24 )

    Abraão, o "amigo de Deus" ( Jc 2:23 ; cf. . 2Cr 20:72Cr 20:7 ; At 13:22 ), era culpado de adultério e assassinato ( 2 Sam. 11: 1-17 ; 2Sm 12:9 ). Maiores triunfos do crente são falhos porque "não há homem que não peque ... não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e que nunca pecados" ( 1Rs 8:46 ; . Ec 7:20 ), e portanto, ninguém pode dizer: "Eu tenho purificado o meu coração, estou limpo do meu pecado" ( Pv 20:9. ). Ao longo da história, Deus tem protegido os que pertencem a Ele. Ele preservou Noé durante o dilúvio e manteve Rahab seguro quando Jericó foi destruída. Ele preservou muito com a destruição de Sodoma e manteve os filhos de Israel seguro contra as pragas que assolaram o Egito. Salmo 37:39-40 declara: "A salvação dos justos vem do Senhor, Ele é a sua fortaleza no tempo da angústia. O Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porque nele se refugiam ".

    Os 144:1. ; Zc 13:1 ; Rom. 11: 26-27 ) e gentios ( 6: 9-11 ; 7: 9 , 13-14 ; Matt. 25: 31-46 ) será salvo. Muitos, talvez a maioria, um deles vai morrer como mártires durante a perseguição selvagem desencadeada pelo Anticristo. O resto, no entanto, que vai viver através dos horrores da Tribulação vai entrar no reino milenar ( Isa. 65: 20-23 ; . Mt 25:31-36 ). Mas os 144:000 evangelistas judeus são únicos porque todos eles vão sobreviver.Quando Cristo voltar e fica em Monte Sião, eles vão ficar com ele em triunfo.

    Um breve panorama prepara o terreno para a visão dos 144:000. O leitor deve lembrar que os capítulos 12:14 do Apocalipse formar um interlúdio na saga de decisões finais de Deus sobre o mundo pecaminoso. O desdobramento dessas decisões é descrito em capítulos 6:11 , como Deus vai começar a tomar de volta a terra desde o usurpador, Satanás. capítulo 11 , versículo 15 , registra o soar da sétima trombeta, embora os julgamentos associados não vai começam a acontecer até o capítulo 15 . Capítulos 12 e 13 de recapitular os eventos da tribulação, desta vez dando-lhes a partir da perspectiva de Satanás. Eles expõem os esforços de Satanás para destruir Israel ( cap. 12 ) e detalhes da carreira do Anticristo eo Falso Profeta final ( cap. 13 ). Capítulo 14 retorna para o que Deus está fazendo. Ele contém três visões que dão uma prévia geral dos julgamentos ainda está por vir, que culminará com o retorno de Cristo.

    Capítulo 14 é um contraste brilhante à escuridão do capítulo 13 , que descreve Satanás (o dragão), o Anticristo, a final falso profeta, o engano, a não resgatados, idolatria e a marca da besta. Capítulo 14 descreve o Cordeiro, anjos, santos remidos, adoração genuína, e aqueles que são selados por Deus. No capítulo 13 , há falsidade, maldade, corrupção, e blasfêmia; no capítulo 14, há uma verdade, a justiça, pureza e louvor.

    Além de seu significado profético, esta passagem produz princípios práticos importantes para a vida cristã triunfante. Sete desses recursos irão caracterizar a 144.012: o poder, o louvor, a pureza, partidarismo, Proposito, precisão e perfeição.

    Poder

    E olhei, e eis o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sião, e com ele 144 mil, tendo o seu nome eo nome de seu Pai escrito nas suas testas. ( 14: 1 )

    A frase que eu olhei, e eis ou seu equivalente aparece freqüentemente em Apocalipse introduzir surpreendente, acontecimentos dramáticos (cf. v. 14 ; 4: 1 ; 6: 2 , 5 , 8 , 7: 9 ; 15: 5 ; 19:11 ). O que prendeu a atenção de João foi a inspiradora de vista . Cordeiro ... de pé sobre o Monte Sião Apocalipse retrata o Cordeiro como morto ( 5: 6 ; 13: 8 ), glorificado ( 5: 8 , 12-13 ), exaltado ( 7: 9-10 ), o Redentor ( 07:14 ) e Pastor ( 07:17 ) de seu povo, e o Senhor dos senhores e Rei dos Reis ( 17:14 ).

    A aparência do Cordeiro no Monte Sião é um momento monumental na história da redenção. O salmista escreveu deste momento em Salmo 2:6-9 :

    "Mas, quanto a mim, eu tenho o meu Rei
    Após a Sião, meu santo monte.
     
    "Eu certamente irá contar do decreto do Senhor:
    Ele disse-me: "Tu és meu Filho,
    Hoje te gerei.
    Pede-me, e eu te darei as nações por herança,
    E o próprio confins da Terra como sua posse.
    Você deve quebrá-los com uma vara de ferro,
    Você deve quebrar-los como barro '. "

    Sl 48:2 ). O cumprimento dessas previsões chegou agora.

    Estranhamente, alguns equacionar essa passagem com Hebreus 12:22-24 e vê-lo como uma visão do céu. Mas o ex-passagem descreve o Monte Sião celestial, a morada de Deus. Esta passagem descreve o retorno de Cristo para o monte Sião terrestre. A questão toda seria perdida seo monte Sião refere-se ao céu, porque isso significaria a 144:000 tinham morrido. Nesse caso, a sua selagem com a marca de Deus ( 7: 3-4 ; cf. 9: 4 ) ficariam vazios de conteúdo. Isaías 11:9-12 e 24:23 , Jl 2:32 e Zc 14:4 ). (Para mais evidências de que a 144,000 será crentes judeus vivos durante a Tribulação, ver Apocalipse 1:11, A Commentary MacArthur Novo Testamento . [Chicago: Moody, 1999], 219-20)

    144000 será um grupo único na história da redenção. João Phillips escreveu:

    Nenhuma outra idade produziu uma empresa como esta, um verdadeiro exército de crentes militantes marchando incólume por todas as formas de perigo. Foi dele a desafiar o dragão, a isca O Beast, e para dar a mentira do falso profeta. Seu chamado foi para pregar o evangelho de cima dos telhados quando até para citar o nome de Cristo chamado para as penas mais terríveis. Eles foram cercados, estes últimos dias Jobs, com sebes impenetráveis, capazes de rir com desdém todos os grandes inquisidores do inferno. Eles percorreram as ruas em plena luz do dia, descuidado da raiva ranger de dentes do seu candidato a torturadores e assassinos, verdadeiras testemunhas de Jeová no mais terrível era da história da humanidade. O diabo sabe sobre esta promissora banda de conquistadores, e já se contorce em uma agonia de antecipação. (Explorando Apocalipse, rev ed [Chicago: Moody, 1987; reimpressão, Neptune, NJ: Loizeaux, 1991].., 179-80)

    O texto também descreve os 144:000 como tendo sua [do Cordeiro] nome eo nome de seu Pai escrito nas suas testas. incrédulos receberão a marca da besta ( 13 16:17 ); 144.000 terá a marca de Deus colocou em suas testas ( 7: 3 ) para a sua protecção. Satanás e do mundo incrédulo irá desesperAdãoente procuram matar esses poderosos, pregadores destemidos do evangelho. Mas, depois de ter marcado-los como Seu próprio povo, Deus não vai permitir que eles sejam prejudicados. Durante todo o derramamento cataclísmica de julgamentos finais de Deus e fúria final de Satanás, eles vão pregar o evangelho. Eles vão enfrentar os descrentes com os seus pecados, chamá-los ao arrependimento e à fé no Salvador, e proclamar que as catástrofes que ocorrem são julgamentos justos de Deus. E apesar dos melhores esforços de Satanás, tudo 144.000 vai sobreviver ao encontro de Cristo no Monte Sião em sua segunda vinda. Eles entrarão no reino milenar como homens vivos. Muito provavelmente, os 144:000 continuarão o seu trabalho evangelístico durante todo esse período de mil anos. Enquanto as pessoas só redimidos entrarão no reino, as crianças nascidas a eles (cf. Is 65:23 ) Nem todos vão acreditar. Na verdade, não haverá número suficiente de pessoas não regeneradas pelo fim do Milênio para Satanás para liderar uma rebelião mundial contra o governo de Cristo ( 20: 7-10 ). Assim, a Escritura fala da salvação durante o Milênio (cf. Is 60:3 ) —a salvação 144.000, sem dúvida, proclamar.

    A história desses sobreviventes vitoriosos ilustra o lado divino da vida cristã triunfante: Deus vai preservar os Seus. Os 144:1 ). Os crentes estão eternamente seguros, Jesus declarou, porque "ninguém as arrebatará da minha mão Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos;. E ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai" ( João 10:28-29 ). Aos filipenses, Paulo escreveu: "Porque estou certo isto mesmo, que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" ( Fp 1:6 eloquentemente resumir a verdade maravilhosa que Deus protege e livra os Seus:

    Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como também não vai com ele, ele nos dará todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? Deus é o único que justifica; que é aquele que condena? Cristo Jesus é Aquele que morreu, sim, em vez que foi criado, que está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Assim como está escrito:
    "Por amor de ti estamos sendo condenado à morte o dia todo;
    Fomos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro ".
    Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

    Louvor

    E ouvi uma voz do céu, como o som de muitas águas e como o som de um forte trovão, ea voz que ouvi era como o som de harpistas, que tocavam as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os 144 mil que haviam sido comprados da terra. ( 14: 2-3 )

    Em pé, com o Cordeiro no Monte Sião, a 144.000 irá juntar-se na música celestial da redenção. Com toda a devastação que já vimos, com todos os problemas que têm enfrentado, com toda a rejeição, hostilidade, ódio e perseguição que têm sofrido, pode-se esperar que eles sejam muito triste para cantar (cf. Sl 137:1 ). Mas em vez disso, vai alegremente louvar o Senhor pela sua proteção e triunfo.

    Esta não é a primeira vez que João ouviu uma voz do céu (cf. 4: 1 ; 10: 4 , 8 ; 11:12 ; 12:10 ), nem será a última (cf. v. 13 ; 18: 4 ; 19: 1 ). A voz que ele ouviu foi muito alto e contínuo, como o som de muitas águas e como o som de um forte trovão. Ez 43:2 descreve a voz do Senhor Jesus Cristo, da mesma forma. Mas desde que Ap 19:6. ; Ne 12:27. ; Sl 33:2 ; Sl 144:9. ; Sl 40:3 ; 98: 1-2 ; 144: 9-10 ; Sl 149:1. ). Os anjos vão aderir santos do Antigo Testamento, a igreja arrebatada, e os mártires da tribulação resgatados em louvando a Deus para a salvação. Enquanto os anjos não experimentar a redenção, eles se alegram por causa dele ( Lc 15:10 ). Todo o Céu vai transbordar com louvor, porque a obra redentora de Deus culminando com o retorno de Cristo é realizada.

    Louvor do Céu transborda para terra, onde a nova música é retomado. João observa que ninguém podia aprender o cântico, senão os 144 mil que haviam sido comprados da terra. O não regenerado não pode, é claro, cantar a canção da redenção; é apenas para os remidos, aqueles comprados pelo sangue de Cristo. Por que a música é restrito a a 144 mil não é declarado, mas Henry Morris ofereceu uma possível explicação:

    Embora as palavras da canção dos 144:000 não são registrados, certamente habita em parte, pelo menos, sobre a grande verdade de que eles haviam sido "comprados da terra." Embora, em certo sentido, todas as pessoas salvas foram comprados da terra, estas poderiam saber o significado de tal tema de uma forma mais profunda do que outros. Eles tinham sido salvos após o arrebatamento, naquele momento da história em que maiores perseguições do homem e maiores julgamentos de Deus estavam sobre a terra. Foi em tal tempo que eles, como Noé (Gn 6:8 ), sendo protegido de dor e morte pelo selo de guarda. ( A Revelação da ficha [Wheaton, Ill .: Tyndale, 1983], 260)

    Os 144:1 ; Jc 1:2. ).

    Pureza

    Estas são as únicas que não se contaminaram com mulheres, porque eles têm se mantido casto. ( 14: 4 a)

    A adoração do Anticristo durante a Tribulação será indescritivelmente vil e perversa. Assim como fez nos cultos da fertilidade dos tempos antigos, o pecado sexual, aparentemente de forma desenfreada. Mesmo no dia em curso grosseiramente imoral, dificilmente podemos imaginar o que a perversão sexual desviante da Tribulação vai ser assim. Com toda restrição divina removido ( II Tessalonicenses 2:6-7. ) (conforme eo mundo descrente judgmentally abandonado por Deus . Rm 1:24 , Rm 1:26 , Rm 1:28 ), o pecado será lançado como uma inundação, inundando o mundo. E abanando as chamas infernais da maldade será Satanás e seus exércitos de demônios, tanto aqueles lançados do céu com ele ( 12: 9 ) e os demônios vis recentemente liberados da prisão ( 9: 1-11 , 14-19 ).

    No meio da escuridão do período da Tribulação, os 144:000 resplandecerá como faróis de pureza. Apesar do pecado sexual desenfreado que os cerca, eles não se contaminaram com mulheres, mas irá manter -se casto. Que o pecado específico que eles vão evitar envolvemulheres indica que a pureza sexual está em vista aqui, o não afastamento do sistema do mundo corrupto. Que a 144.000 será separado do império do Anticristo já foi esclarecido; eles ostentar a marca de Deus, não do (besta 7: 3-4 ). Nem essa passagem ensina que tudo vai ser solteiros, uma vez que o sexo dentro do casamento não contaminar ninguém ( He 13:4 ). Aos Coríntios, Paulo escreveu: "O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor ... Fugi da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo" ( 1Co 6:13 , 1Co 6:18 ). Os que querem servir a Deus de forma eficaz deve levar vidas santas, puras. O pregador escocês do século XIX piedosa Robert Murray McCheyne deu as seguintes palavras de conselho a um jovem aspirante a ministro:

    Não se esqueça a cultura do interior do homem, quero dizer, do coração. Como diligentemente o oficial de cavalaria mantém seu sabre limpo e nítido; toda mancha ele sai facilmente com o maior cuidado. Lembre-se que você é a espada de Deus, o Seu instrumento-Confio em um vaso escolhido para Ele a ter o seu nome. Em grande medida, de acordo com a pureza e perfeição do instrumento, será o sucesso. Não é grandes talentos que Deus abençoa tanto como grande semelhança com Jesus. Um ministro santo é uma arma terrível nas mãos de Deus. (André A. Bonar, Memórias de McCheyne [Chicago: Moody, 1978], 95)

    Partidarismo

    Estes são os que seguem o Cordeiro por onde quer que vá. ( 14: 4 b)

    Os 144:1 Ele disse: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me." Ele aconselhou o jovem rico: "Se queres ser perfeito, vai e vender seus bens e dar aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me" ( Mt 19:21. ). Jesus disse aos judeus incrédulos que não eram suas ovelhas, observando que "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem" ( Jo 10:27 ). Paulo declarou-se um seguidor de Jesus Cristo ( 1Co 11:1 ; 1Co 6:201Co 6:20 ; 1Co 7:23 ; 1 Pe 1: 18-19. ), 144.000 foram comprados para um propósito especial. Eles serão resgatadas como primícias para Deus e para o Cordeiro. No Antigo Testamento, os primeiros frutos, a primeira parte de uma safra a ser colhida, foram oferecidos a Deus ( Dt. 26: 1-11 ) a ser utilizado em sua serviço ( . Dt 18:3-5 ). Os 144:1 ). Os 144:1 ). Desse dia Paulo escreveu:

    Porque eu não quero que você, irmãos, que ignoreis este mistério, para que você não vai ser sábio na sua própria estimativa, que o endurecimento parcial que aconteceu com Israel até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo; assim como está escrito:
     
    "O Libertador virá de Sião,
    Ele irá remover a impiedade de Jacó.
    Esta é a minha aliança com eles,
    Quando eu tirar os seus pecados. "

    Rom. 11: 25-27 )

    Os 144:1 ).

    Precisão

    E nenhuma mentira foi encontrada em sua boca; ( 14: 5 a)

    Os 144:1. ). O mundo incrédulo será consumida com "falsas maravilhas", "todo o engano da injustiça", e "a influência ilusória" judgmentally decretadas por Deus, para que aqueles que rejeitam o evangelho "vai acreditar no que é falso" ( 2 Ts. 2: 9-11 ). Mas a 144.000 proclamará fielmente a Palavra de Deus, sem vacilar, equivocado, ou alterá-lo. Eles serão como seu Senhor, de quem a Bíblia diz: "[Ele] não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" ( 1Pe 2:22 ).

    Em todas as gerações, os cristãos triunfantes são caracterizados por "falar a verdade em amor" ( Ef 4:15 ) e "deixando de lado a falsidade [e] falar [ndo] a verdade" ( Ef 4:25 ). Sabendo da importância vital de "maneja bem a palavra da verdade," eles vão "ser diligente para apresentar [si] a Deus aprovado, como [trabalhadores] que [se] não precisam se envergonhar" ( 2Tm 2:15 ). Eles nunca será culpado de "andando com astúcia ou adulterando a palavra de Deus"; sim ", pela manifestação da verdade [eles vão recomendar-se] à consciência de todo homem, na presença de Deus" ( 2Co 4:2 ; 1Rs 8:461Rs 8:46 ; Sl 143:2. ; 1 João 1:8-10 ), mas eles vão ser santificado. Eles estarão acima de qualquer suspeita, levando uma vida religiosa antes de tudo que o vê.

    Como a 144.000, todos os cristãos são chamados à santidade. Em Ef 1:4 ). Para o Corinthians, o apóstolo escreveu: "Eu prometi a um marido, a fim de que a Cristo vos apresentar como uma virgem pura" ( 2Co 11:2 ). Pedro exortou os crentes a "como o Santo que vos chamou, sejam santos vocês também em todo o seu comportamento; porque está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" ( I Pedro 1:15-16. ). Judas lembrou seus leitores que Deus "é poderoso para vos guardar de tropeçar, e para fazê-lo ficar na presença de Sua glória irrepreensível com grande alegria" ( Jd 1:24 )

    E vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que habitam sobre a terra, ea toda nação, tribo, língua e povo; e disse em alta voz: "Temei a Deus e dai-lhe glória, porque a hora do seu juízo; adorai Aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas."
    E outro anjo, um segundo, seguido, dizendo: "Caiu, caiu a grande Babilônia, ela, que fez todas as nações beber do vinho da ira da sua prostituição."
    Em seguida, outro anjo, um terceiro, seguiu-os, dizendo em alta voz: "Se alguém adorar a besta ea sua imagem, e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que é misturado com toda a força no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. ; eles não têm descanso nem de noite, os que adoram a besta ea sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome ".( 
    14: 6-11 )

    As pessoas estão constantemente na esperança de um dia melhor. Os políticos prometem trazer em tempos melhores se forem eleitos. Os líderes do mundo se esforçam para encontrar um terreno comum entre as nações, buscando trazer a paz e harmonia. Todo mundo gostaria de ver o mercado de ações para cima, a taxa de criminalidade, pobreza e doença eliminada, o meio ambiente preservado, e um fim ao ódio e discórdia.
    Mas os esforços do homem para trazer um mundo melhor, mais bem-intencionada, são finalmente condenado. Eles equivaleria a pouco mais do que reorganizar as cadeiras no convés do Titanic para dar a todos uma melhor visão como o navio afunda. A verdade é que não há um dia melhor, mas um dia inimaginavelmente pior está por vir para o homem e seu mundo. No futuro, Deus derramará Sua ira e julgamento em uma escala nunca antes vista. Só depois de a terra está totalmente devastada e descrentes julgados irá um dia melhor vir-reino terrestre abençoada do Senhor Jesus Cristo.
    Revelação tem muito a dizer sobre os próximos julgamentos; como já foi observado, eles são o foco principal do capítulos 6:11 e 15-19 , com 12-14 capítulos que formam um breve interlúdio na revelação progressiva da ira julgamento de Deus. Os capítulos 12 e 13 têm sido vistos para recontar os acontecimentos do Tribulação do ponto de vista de Satanás; capítulo 14 retorna para o que Deus vai fazer. Em três visões, este texto pré-visualiza os julgamentos restantes da Tribulação e do retorno de Cristo. A primeira visão ( vv. 1-5 ) foi de 144.000 evangelistas judeus que aparecerão com o Senhor Jesus Cristo no Monte Sião, em sua segunda vinda. Antes de nos versos 6:11 é o registro da segunda visão, em que o julgamento é proclamado por três mensageiros Angelicalais.

    Anjos servir toda a Escritura como mensageiros de Deus; na verdade, a palavra grega angelos ("Anjo") significa "mensageiro". Eles foram fundamentais para a entrega da Lei de Moisés ( At 7:38 , At 7:53 ; Gl 3:19. ; He 2:2. ; 9: 21-22 ), Zacarias ( Lucas 1:11-19 ), Maria ( Lucas 1:26-27 ), José ( Mt 1:20 ; Mt 2:13 , Mt 2:19 ), os pastores ( Lucas 2:9-13 ), Phillip ( At 8:26 ), e Paulo ( Atos 27:23-24 ). Anjos também ministro e cuidado para os crentes ( Mt 18:10. ; Atos 12:7-11 ; He 1:14. ).

    Anjos irá desempenhar um papel importante nos eventos do fim dos tempos. Eles irão se reunir a não eleitos para o julgamento ( 13 41:40-13:42'>Mat. 13 41:42 , 13 49:40-13:50'>49-50 ), os eleitos para a glória ( Mt 24:31. , e acompanhar o Senhor Jesus Cristo, quando Ele voltar à Terra em triunfo () Mt 25:31 ), levando a fé salvadora. Deus vai oferecer graciosamente pecadores outra oportunidade de se arrepender antes de libertar os julgamentos bacia aterrorizantes ( 16: 1 e ss .). O primeiro anjo prega o evangelho, o segundo julgamento pronuncia, eo terceiro promessas condenação.

    O primeiro anjo: a pregação do evangelho

    E vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que habitam sobre a terra, ea toda nação, tribo, língua e povo; e disse em alta voz: "Temei a Deus e dai-lhe glória, porque a hora do seu juízo; adorai Aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas." ( 14: 6-7 )

    O anjo ou grupo de anjos que João específico viu outro anjo diferente de não é especificado. Enquanto os anjos aparecem em cada capítulo de capítulos 4:12 , o antecedente mais próximo é a referência a Michael e seus anjos ( 12: 7 ). A frase também poderia apontar para o sétimo anjo ( 11:15 ). Em qualquer caso, outro dos incontáveis ​​miríades de anjos ( 5:11 ) é selecionado para um propósito muito especial.

    Dramaticamente, o anjo aparece no céu voando pelo meio do céu. Mesouranēma ( Meio do Céu ) refere-se ao ponto do céu onde o sol atinge o seu meridiano, ápice, ou ponto alto ao meio-dia (cf. 08:13 ; 19:17 ). A partir desse ponto, o anjo seria mais visível para os habitantes da Terra. Lá, ele também vai estar fora do alcance do Anticristo, assim como Satanás e suas hostes demoníacas, cuja actividade vai por esse tempo ser limitado à terra ( 12: 7-9 ). A batalha que se trava atualmente nas regiões celestiais entre os anjos e os demônios (cf. Dan. 10: 12-13 ) vai até então ser longo. Este anjo pregação serão inalcançáveis, a visão do mundo dele desobstruída, e seu ministério sem impedimentos.

    No momento em que o anjo começa o seu ministério, o mundo terá sofrido a incrível devastação dos juízos dos selos e trompete. Holocaustos Relentless vai abalaram o mundo, e os céus estáveis ​​familiarmente terá se tornado uma fonte de desintegração de terror (cf. 6: 12-14 ).Durante este tempo, o mundo incrédulo irá ouviram o evangelho pregado por 144.000 evangelistas judeus e as duas testemunhas, bem como outras milhares de pessoas salvas sob seus ministérios. Mas apesar de tudo isso, a maior parte da população da Terra irá rejeitar o evangelho ( 9: 20-21 ; cf. 16: 9 , 11 ); portanto, Deus graciosamente lhe envia um anjo poderoso para proclamar o evangelho a eles mais uma vez.

    Como ele voa através do céu, o anjo terá . um evangelho eterno para pregar Esta é a única ocorrência do substantivo euangelion ( Evangelho ) nos escritos de João, embora o verbo relacionado traduzido para pregar também aparece em 10: 7 . Como uma jóia multifacetada, a Escritura descreve o evangelho em vários termos, cada um olhando para ele de um ponto de vista diferente. O evangelho é chamado o evangelho do reino ( Mt 4:23. ), o evangelho de Jesus Cristo ( Mc 1:1 ), o evangelho da graça de Deus ( At 20:24. ), o evangelho da paz ( Ef 6:15. ), eo glorioso evangelho ( 1Tm 1:11 ). Aqui ele é descrito como eterna , pois fornece os meios para a vida eterna. É a boa notícia de que Deus vai perdoar todos os pecados daqueles que se arrepender e crer no Senhor Jesus Cristo como o único caminho para a salvação, e por que o arrependimento ea fé salvadora levá-las em seu reino eterno

    evangelho eterno pregado pelo anjo é a mesma proclamada por toda a história. É a boa notícia do perdão e da vida eterna. Ele vai declarar que as pessoas são pecadoras, de frente para o julgamento eterno no inferno, mas que Deus providenciou expiação dos pecados através da morte sacrificial do Senhor Jesus Cristo. Essa mensagem de perdão foi dado mesmo nos tempos do Antigo Testamento com base em novos termos da aliança (cf. Jer. 31: 31-34 ; Ez 36:25-27. ). Seus benefícios foram aplicados a todos os que verdadeiramente se arrependeu e pediu perdão e graça de Deus, mesmo que o Salvador ainda não tinha morrido. No propósito de Deus, o mérito do Cordeiro que foi morto no Calvário foram concedidas a todos os verdadeiros arrependidos em todas as idades. Na Tribulação, a maioria das pessoas já estará familiarizado com o evangelho através da pregação dos 144:000, as duas testemunhas, e outros crentes. Mas Jesus declarou que antes de chegar o fim do mundo inteiro vai ouvir o evangelho do reino ( Mt 24:14 ). A pregação deste anjo vai chegar a qualquer que ainda não ouviram a mensagem do evangelho. Como mais escuros abordagens hora da terra, o anjo vai anunciar a boa nova de que não é tarde demais. Ainda há tempo para se arrepender antes de o julgamento de Deus é retomado.

    A mensagem do anjo é dirigida para aqueles que vivem na terra frase —a sempre usada em Apocalipse para se referir aos incrédulos (cf. 03:10 ; 06:10 ; 08:13 ; 11:10 ; 13: 8 , 12 , 14 ; 17: 2 , 8 ). A frase all-inclusive toda nação, tribo, língua, povo (cf. 5: 9 ; 7: 9 ; 11: 9 ; 13: 7 ) sublinha o carácter abrangente e mundial de proclamação do anjo. O anjo vai chamar em alta voz a todas as pessoas em todos os lugares não regenerados. Sua voz garante que ele será ouvido e enfatiza a urgência de sua mensagem. A mensagem do anjo para os pecadores é "Temei a Deus e dai-lhe glória." Ele vai chamar as pessoas do mundo para mudar a sua lealdade do animal ao Cordeiro. Ele vai exortá-los a não mais medo, reverência e adoração a Satanás e do Anticristo, mas ao invés de medo, reverência, e honrar a Deus voltando-se para o Seu Filho.Como o soberano do universo, só Deus-Pai, Filho, e Espírito Santo, tem o direito de ser adorado ( 19:10 ; 22: 9 ; . Is 42:8 ; 04:10 Matt. ) .

    A Bíblia chama repetidamente as pessoas temem a Deus. No Sl 111:10 comandos, "Viva no temor do Senhor sempre. " Um sábio pai aconselha o filho a "temer ao Senhor e rei" ( Pv 24:21 ), enquanto Pedro exortou seus leitores a "Honra a todas as pessoas, o amor a fraternidade, a temer a Deus, honrar o rei" ( 1Pe 2:17 Jesus advertiu: "Não temais os que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma; temei antes aquele que é capaz de destruir a alma eo corpo no inferno." A temer a Deus é viver na realidade da Sua santidade, Sua soberania e Seu julgamento do pecado. É amar a Deus, respeitá-Lo, reverenciá-lo, adorá-lo, segurá-lo no temor, e adorá-Lo. E isso só pode ser feito por amar o Seu Filho, o Salvador ( Jo 5:23 ).

    Além de temer a Deus, os homens estão a dar-Lhe glória. Esta exigência vai para a própria essência do problema das pessoas não regeneradas, que "apesar de conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças" ( Rm 1:21 ). Esta é a primeira ocorrência da palavra krisis ( julgamento ) em Apocalipse. Ele aparecerá novamente em 16: 7 , 18:10 e 19: 2 . (A sinônimo grego para krisis , krima , aparece em 17: 1 , 18:20 e 20: 4 .) Até este ponto em Apocalipse, a palavra ira tem sido usado para descrever o julgamento de Deus (cf. 6: 16-17 ; 11:18 ); os dois termos continuarão a ser usados ​​de forma intercambiável (cf. vv 10. , 19 ; 15: 1 , 7 ; 16: 1 , 19 ; 19:15 ). Justos juízos de Deus são o derramamento da Sua ira contra o mundo teimoso e não se arrepende.

    Parece que as advertências do anjo seria supérfluo. Afinal de contas, por este ponto as pessoas vão ter experimentado os juízos dos selos e trompete devastadoras. A terra terá sido devastada por guerras em todo o mundo, fomes e terremotos, resultando na destruição do meio ambiente, testemunharam sinais terríveis nos céus, e foi atacado por hordas de demônios. Tudo isso pode resultar em morte em uma escala sem precedentes na história da humanidade. No entanto, embora eles acabarão por perceber que esses desastres são os juízos de Deus (cf. 6: 15-17 ), as pessoas, certamente não se arrepender ( 9: 20-21 ). Mas Deus, em graça e misericórdia, voltará a chamar os pecadores ao arrependimento através da pregação deste anjo.

    O anjo dá uma razão final para os pecadores, ao passar de Anticristo a Deus, proclamando que as pessoas devem adorá-Lo, que fez o céu, a terra eo mar, e as fontes das águas. O universo criado tanto oferece uma prova da existência de Deus e serve de base para adorá-Lo .Davi afirmou em Salmos 19:1-4 que

    Os céus proclamam a glória de Deus;
    E o firmamento proclama a obra das suas mãos.
    Dia-a-dia discursa a outro,
    E a noite a noite revela conhecimento.
    Não há fala, nem há palavras;
    Sua voz não é ouvida.
    Sua linha saiu por toda a terra,
    E suas declarações para o fim do mundo.

    Isaías 40:21-26 também ensina que a criação revela a glória e majestade de Deus:

    Você não sabe? Você não ouviu?
    Será que não foi declarada a você desde o início?
    Você não entendido desde a fundação da terra?
    É Ele que está assentado sobre o círculo da terra,
    E seus habitantes são como gafanhotos,
    Quem estende os céus como uma cortina
    E os desenrola como tenda para morar.
    Ele é quem reduz a nada os governantes,
    Quem faz os juízes da terra sem sentido.
    Mal eles têm sido plantadas,
    Mal eles têm sido semeada,
    Mal tem seu estoque raízes na terra,
    Mas Ele apenas sopra sobre eles, e eles murcham,
    E a tempestade os leva como palha.
    "A quem, pois você será comparado Me
    Que eu seria igual a ele? ", Diz o Santo.
    Levantai ao alto os olhos
    E ver quem criou estas estrelas,
    Aquele que faz sair o exército delas segundo número,
    Ele os chama pelo nome;
    Por causa da grandeza do seu poder e da força do seu poder,
    Nenhum deles está faltando.
    Porque Deus se revela em Sua criação, os homens não têm desculpa para não reconhecê-lo:

    A ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça, porque o que se sabe sobre Deus é evidente dentro deles; pois Deus tornou evidente para eles. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis, o seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo percebidos por meio do que tem sido feito, de modo que eles fiquem inescusáveis. "( Romanos 1:18-20. )

    Quando Paulo evangelizado judeus, ele sempre iniciado a partir da Escritura do Antigo Testamento. Mas quando ele evangelizou os pagãos, se as pessoas comuns simples ( Atos 14:14-17 ) ou filósofos sofisticados ( Atos 17:22-31 ), ele proclamou que o Deus vivo e verdadeiro deve ser adorado, porque Ele é o Criador de tudo. Identificar a causa primeira é a questão mais importante na filosofia antes de Darwin. Paulo apresentou-os a Ele. Em Ap 4:11 ).

    Severa advertência do anjo é que o Criador é também o Juiz; Ele é o único povo deve temer e adoração, em vez de Satanás e do Anticristo. Enquanto o mundo oscila à beira do desastre final, Deus graciosamente oferece às pessoas uma outra chance de se arrepender. Ele vai arrebatar os que acatam o aviso do fogo do julgamento (cf. Jd 1:23 ).

    Segundo Anjo: pronuncia a sentença

    E outro anjo, um segundo, seguido, dizendo: "Caiu, caiu a grande Babilônia, ela, que fez todas as nações beber do vinho da ira da sua prostituição." ( 14: 8 )

    João viu outro anjo, uma segunda, que seguiu o primeiro anjo. Ao contrário do primeiro, este anjo não pregar as boas novas do evangelho, mas sim pronuncia a má notícia de julgamento. Infelizmente, isso implica que a mensagem do primeiro anjo foi amplamente rejeitada. É quase como se o segundo anjo interrompe o primeiro anjo, porque ninguém está respondendo.

    Mensagem igualmente breve e direto do segundo anjo é "Caiu, caiu a grande Babilônia." A repetição reforça o carácter definitivo, a segurança, ea natureza abrangente do julgamento de Babilônia. Ainda no futuro queda de Babilônia é tão certo que ele pode ser falado de como se ele já teve lugar. Pronunciamento do anjo virá como um choque para o mundo incrédulo. Esse poderoso império do Anticristo, o mais poderoso na história humana, poderia ser destruído será inconcebível para seus seguidores (cf. 13: 4 ). Pode ser que uma cidade restaurada deBabilônia será a capital do Anticristo. Mas Babilônia nesta passagem refere-se não só para a cidade, mas para império político, econômico e religioso mundial do Anticristo.

    Babylon tem desde o seu início simbolizado mal e da rebelião contra Deus. Foi fundada por Nimrod ( Gn 10:9 ). A Torre de Babel, a expressão de que a religião falsa, era um zigurate; um edifício projetado para facilitar o culto idólatra. Deus julgou a idolatria e da rebelião do povo por confundir a sua linguagem e espalhando-os sobre o globo ( Gênesis 11:5-9 ). Assim, as sementes de idolatria e falsa religião se espalhou pelo mundo a partir de Babilônia, a criar raízes onde quer que esses rebeldes orgulhosos e seus descendentes se estabeleceram.

    Como a humanidade se uniu em falsa religião idólatra em Babel, por isso vai novamente se unir no fim dos tempos, sob a égide da Babilônia final. A história vai, assim, um círculo completo. O Babylon final, personificado como uma prostituta (cf. 17: 1-5 ), é descrito como ela, que fez todas as nações beber do vinho da ira da sua prostituição. O mundo vai ser intoxicado, enganado, e seduzido por a falsa religião babilônica chefiada pelo Anticristo. Thumos ( paixão ) descreve forte, consumindo paixões e desejos. Como resultado de sua paixão, os pecadores se envolver em uma orgia de rebelião, a idolatria, e do ódio de Deus. Embora o pecado sexual será galopante, a imoralidade que se fala aqui é prostituição espiritual a falsa religião do Anticristo; que imagens de infidelidade a Deus. Após ter bebido o vinho da prostituta sedutora, as nações do mundo vão continuar seu curso de deserção espiritual de Deus e acabam bebendo o "vinho da ira de Deus" ( v. 10 ). Como o terceiro anjo revela, isto irá revelar-se desastrosa. Este julgamento será detalhado nas discussões de 16: 17-19 e capítulos 17 e 18 .


    O Terceiro Anjo: Prometende Condenação

    Em seguida, outro anjo, um terceiro, seguiu-os, dizendo em alta voz: "Se alguém adorar a besta ea sua imagem, e receber o sinal na testa ou na mão, também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que é misturado com toda a força no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. ; eles não têm descanso nem de noite, os que adoram a besta ea sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome ".( 14: 9-11 )

    Os três anjos aparecem em uma lógica, se não cronológica, seqüência. A rejeição do evangelho pregado por o primeiro anjo resultados no pronunciamento de julgamento pelo segundo anjo, que será realizada na condenação descrito pelo terceiro anjo. O terceiro anjo vai entregar sua advertência com uma voz alta, para que todos irão ouvir e entender sua mensagem. Deus, sendo perfeitamente santo e justo, julga as pessoas, porque eles rejeitam o que eles sabem ser verdadeiro. É por isso que todo mundo condenado ao inferno será sem desculpa ( Rm 1:20. ; Rm 2:1 ; Sl 75:8 , Is 51:22 ; Jr 25:15. ).A fúria da ira de Deus, tanto tempo contido, será desencadeada. Essa ira não é um desabafo impulsivo de emoção divina destinado a pessoas caprichosamente. É a resolvido, deliberada impiedoso resposta, sem graça do Deus justo contra todos os pecadores. João descreve essa realidade aterrorizante, observando que a ira de Deus será misturado com toda a força no cálice da sua ira. Misturado com força total (lit. "misto sem mistura") refere-se à antiga prática de diluir o vinho com água. O vinho encher a xícara de de Deus raiva, no entanto, é um vinho forte, não diluído. Ira escatológico de Deus será a vingança não diluído, não misturado com qualquer traço de compaixão.

    O destino horrível esperando a pessoa que bebe o vinho da ira de Deus é para ser atormentado com fogo e enxofre. O verbo traduzido ser atormentado fala da inflição incessante de dor insuportável. A forma substantiva de que verbo é usado em Lc 16:23 para descrever a agonia do homem rico no Hades. Aqueles a quem Deus vai forçar a beber do cálice da sua ira não conhecerão diminuição ou diminuição do seu tormento; eles irão desfrutar não há momentos de descanso por toda a eternidade. fogo e enxofre são frequentemente associados na Escritura com o julgamento divino. Deus usou para destruir Sodoma e Gomorra ( Gênesis 19:24-25 ; Lc 17:29 ). No Sl 11:6:. 7-8 NVI ).Aqueles no inferno sofrerão o castigo eterno nas mãos de Deus, porque Ele é o único que é "capaz de destruir a alma eo corpo no inferno" ( Mt 10:28 ).

    O terceiro anjo conclui a sua mensagem com um pensamento preocupante final sobre a punição daqueles que adoram a besta, declarando que a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; não têm repouso nem de dia e noite. Este anjo discordariam fortemente com aqueles que negam a eternidade do inferno. Sua descrição do inferno como o lugar onde a fumaça de o tormento dos ímpios sobe para todo o sempre (cf. 20:10 ) é consistente com o restante das Escrituras. Isaías ( Is 66:24. , Daniel () Dn 12:2 ;Lc 3:17 ), eo apóstolo Paulo ( . 2Ts 1:9 ), de "fogo inextinguível" ( Mc 9:43 ), onde "o fogo não se apaga" ( Mc 9:48 ) . E em Mt 25:46 , Jesus ensinou claramente que o tormento dos perdidos no inferno vai durar tanto tempo como a bem-aventurança dos redimidos no céu. Embora sensibilidades humanas podem recusar a doutrina da punição eterna, é tanto o ensino explícito da Bíblia e exigida pela justiça e santidade de Deus.

    Então, esses três anjos entregar última chamada de Deus ao arrependimento antes que os julgamentos finais cair e do Senhor Jesus Cristo voltar. Mas avisos graciosos de Deus será ignorado pela maior parte do mundo pecaminoso. Talvez não exista ilustração mais clara nas Escrituras da verdade triste que "os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" ( Jo 3:19 ).

    32. Bem-aventurados são os mortos ( Apocalipse 14:12-13 )

    Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus ea sua fé em Jesus.
    E ouvi uma voz do céu, dizendo: "Escreve: Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor de agora em diante! '" "Sim", diz o Espírito, "para que descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras siga com eles ". ( 
    14: 12-13 )

    A Bíblia tem muito a dizer sobre a felicidade. Os familiares de palavras do Novo Testamento makarios ("abençoado") refere-se a alegria espiritual, felicidade, realização e satisfação. Ele descreve uma alegria interior que é o cumprimento de toda a saudade, um, intocável, contentamento inatacável sereno e paz. O Antigo eo Novo Testamento revelam muito sobre tal bem-aventurança:

    Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios,
    Nem se detém no caminho dos pecadores,
    Também não se sentar no banco dos escarnecedores!
    Mas o seu prazer está na lei do Senhor,
    E na sua lei medita de dia e de noite.

    Sl 1:1-2. )

     
    Bem-aventurados todos os que se refugiam em [Filho de Deus]!

    Sl 2:12 )

     
    Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada,
    Cujo pecado é coberto!
    Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade,
    E em cujo espírito não há engano!

    Sl 32:1-2. ; cf. Rom 4: 7-8. )

     
    Bem-aventurado o homem que fez o Senhor a sua confiança,
    E não se voltou para os soberbos nem para aqueles que decaem em falsidade.

    Sl 40:4 )

     
    Bem-aventurado o homem que me ouve [sabedoria],
    Velando cada dia às minhas entradas,
    Esperando em meus umbrais.

    Pv 8:34 )

     
    Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus.
    Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
    Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
    Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
    Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.
    Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.
    Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
    Bem-aventurados aqueles que foram perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

    Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque vosso galardão nos céus é grande; pois da mesma forma perseguiram os profetas que foram antes de vós. ( Mat. 5: 3-12 )

     

    Jesus disse-lhe: "Porque me viste, você acredita? Bem-aventurados os que não viram e creram." ( Jo 20:29 )

     

    Bem-aventurado o homem que suporta a provação; por uma vez que ele tenha sido aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. ( Jc 1:12 )

     

    Mas mesmo se você deve sofrer por causa da justiça, bem-aventurados sois ... Se você está injuriado para o nome de Cristo, você é abençoado, porque o Espírito da glória e de Deus repousa sobre você. ( 1Pe 3:14. ; 1Pe 4:14 )

    Mas o mais surpreendente pronunciamento de abençoar em toda a Escritura é encontrada em versículo 13 Surpreendentemente, esta segunda de sete bem-aventuranças em Apocalipse (cf.. 1: 3 ; 16:15 ; 19: 9 ; 20: 6 ; 22: 7 , 14 ) pronuncia bênção sobre os mortos. Tal pensamento é incompreensível para a maioria das pessoas, que vêem a morte como algo a ser evitado. "Bem-aventurados os vivos" parece um lema mais apropriado para a maioria das pessoas.

    A pergunta óbvia que o texto provoca é "Por que estes mortos abençoada?" A resposta apresenta é duplo: Os mortos em vista aqui é abençoado por causa de como eles viveram e por causa de como eles morreram.

    Como eles viviam

    Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus ea sua fé em Jesus. ( 14:12 )

    A frase a perseverança dos santos introduz uma das doutrinas mais importantes e mais reconfortantes nas Escrituras. Ela expressa a verdade de que todos aqueles a quem Deus escolheu, chamou e justificou nunca perderá a sua fé, mas irá perseverar nele até a morte. Essa realidade constitui uma garantia, esperança e alegria para todo verdadeiro crente em Jesus Cristo e põe fim ao medo e dúvida. Ela também revela que as mortes dos crentes são abençoados porque a morte inaugura-los para as glórias do céu.

    Alguns se referem a isso como a doutrina da segurança eterna; outros dub é o ensino "uma vez salvo, salvo para sempre". Enquanto essas definições são precisos, eles não expressam essa verdade tão claramente como a frase bíblica da perseverança dos santos. Essa declaração enfatiza a realidade de que Deus cumpre suas próprias santos, sustentando a sua fé até o fim, não importa o que ocorre. A verdadeira fé salvadora em sua própria natureza, é eterna e não pode ser perdido ou destruído.

    O caráter perseverante da fé salvadora nunca é mais clara e poderosamente visto que nesta passagem. No grupo de crentes nunca enfrentou ou enfrentará ataques mais fortes em sua fé do que os santos da tribulação. Este grande grupo de crentes ( 7: 9 , 13-14 ) incluirá ambos os gentios ( 7: 9 ) e judeus ( 0:17 ). Eles serão salvos através dos ministérios das duas testemunhas ( 11: 3-13 ) e 144.000 ( 7: 1-8 ; 14: 1-5 ). Os crentes da Tribulação vai suportar a perseguição mais intensa da história humana. Em Mt 24:21 Jesus descreveu este período como um momento de "grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, nem nunca será." Tão terrível que as condições de ser que "se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se salvaria; mas por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados" (Mt 24:22. ). Deus irá definir um limite para a Tribulação para que os eleitos não sofrerá mais do que podem suportar (cf. 1Co 10:13 ). Há evidência mais forte que a fé salvadora persevera do que a realidade que os crentes mais testados na história vai manter a sua fé salvadora até o fim.

    A mensagem encorajadora de versículos 12 e 13 forma uma breve pausa na revelação do juízo de Deus contra os incrédulos. Versículos 9:11 pintou um quadro terrível da condenação dos adoradores impenitentes do Anticristo. A narrativa do julgamento de Deus recomeça noversículo 14 e continua até o resto do capítulo. No meio de toda aquela carnificina, com catástrofes sem precedentes acontecendo ao redor deles, os santos da Tribulação permanecerá fiel e leal a Cristo. Mesmo a perspectiva do martírio não vai convencê-los a abandonar sua fé. Sua lealdade perseverante a Jesus Cristo constitui o ponto brilhante na escuridão da Tribulação. Ele também responde a pergunta do mundo descrente, "O grande dia do [Deus Pai e de Cristo] ira chegou, e quem poderá subsistir?" ( 06:17 ). Os crentes da Tribulação vai se manter firme até o fim.

    A doutrina bíblica da perseverança dos santos assenta em cinco pilares sólidos, inabaláveis. A primeira prova da veracidade do que a doutrina é que a promessa de Deus a estabeleceu. No Salmo 37:23-34 , Davi expressa a verdade que Deus detém sobre a sua própria:

    Os passos de um homem são estabelecidos pelo Senhor,
    E Ele se deleita em seu caminho.
    Quando ele cai, ele não deve ser arremessado de cabeça,
    Porque o Senhor é Aquele que segura a mão.
    Fui moço e agora sou velho,
    No entanto, eu não vi o justo abandonado
    Ou sua descendência a mendigar o pão.
    Durante todo o dia ele é misericordioso e empresta,
    E seus descendentes são uma bênção.
     
    Afastar-se do mal e fazer o bem,
    Então você vai respeitar sempre.
    Pois o Senhor ama a justiça
    E não desampara os seus santos;
    Eles serão preservados para sempre,
    Mas os descendentes dos ímpios serão cortadas.
    Os justos herdarão a terra
    E nela habitam para sempre.
     
    A boca do justo profere a sabedoria,
    E sua língua fala justiça.
    A lei do seu Deus está em seu coração;
    Seus passos não escorregar.
    Os espiões perversos sobre os justos
    E procura matá-lo.
    O Senhor não vai deixá-lo na mão
    Ou deixá-lo ser condenado quando for julgado.
    Espera no Senhor e segue o seu caminho,
    E Ele te exaltará para herdar a terra;
    Quando os malvados são cortadas, você vai vê-lo.
    Isaías também comemorou esta grande verdade:
    Mas agora, assim diz o Senhor, teu Criador, ó Jacó,
    E que te formou, ó Israel,
    "Não temas, porque eu te remi;
    Eu te chamei pelo nome; você é minha!
    Quando passares pelas águas, eu serei contigo;
    E quando pelos rios, eles não te submergirão.
    Quando você andar através do fogo, você não vai ser queimada,
    Nem a chama queimar.
    Pois eu sou o Senhor, teu Deus,
    O Santo de Israel, o seu Salvador;
    Tenho dado o Egito como o seu resgate,
    Cush e Seba no seu lugar.
    Desde que você é precioso aos meus olhos,
    Desde que você está honrado e eu te amo,
     
    Vou dar outros homens em seu lugar e outros povos em troca de sua vida.
    Não temas, porque eu sou contigo;
    Trarei a tua descendência desde o Oriente,
    E você reunir a partir do oeste.
    Direi ao norte, "Dê-los!"
    E ao sul, "Não impedi-los. '
    Trazei meus filhos de longe
    E minhas filhas das extremidades da terra,
    Todo aquele que é chamado pelo meu nome,
    E que criei para minha glória,
    A quem eu formei, mesmo que eu tenha feito. "

    Isaías 43:1-7. )

     
    Israel foi salvo pelo Senhor
    Com uma salvação eterna;
    Você não vai ser envergonhado ou humilhado
    Para toda a eternidade.

    Is 45:17 )

     
    Mas Sião diz: "O Senhor me desamparou,
    E o Senhor se esqueceu de mim. "
    "Pode uma mulher esquecer-se do filho de enfermagem
    E que não se compadeça do filho do seu ventre?
    Mesmo estes podem esquecer, mas eu não vou te esquecer.
    Eis que tenho inscrito você nas palmas das minhas mãos;
    Os seus muros estão continuamente diante de mim. "

    Isaías 49:14-16. )

     
    "Levantai os vossos olhos para o céu,
    Em seguida, olhar para a terra em baixo;
    Para o céu desaparecerão como fumaça,
    E a terra se envelhecerá como uma peça de roupa
    E seus habitantes morrerão semelhantemente;
    Mas minha salvação durará para sempre,
    E a minha justiça não deve diminuir. "

    Is 51:6 )

    "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna." ( Jo 3:36 )

    "Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida." ( Jo 5:24 )

    Esta é a promessa que Ele mesmo fez para nós: a vida eterna. ( 1Jo 2:25 )

    A segunda verdade sobre a qual a doutrina da perseverança dos restos santos é que o propósito de Deus assegura ele. Jesus declarou:

    "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora. Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. Esta é a vontade daquele que me enviou, para que de tudo o que ele me deu eu não perde nada, mas o ressuscite no último dia. Porque esta é a vontade de meu Pai, que todo aquele que vê o Filho, e crê nele terá a vida eterna, e eu me o ressuscitarei no último dia. " ( João 6:37-40 )

    A promessa de Deus repousa sobre seu propósito soberano ou plano; aqui está claramente declarado que a Sua vontade é que nenhum daqueles que Ele dá ao Seu Filho deve ser perdido. Em Jo 6:44 Jesus reforçou que a verdade, observando que "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer;. e eu o ressuscitarei no último dia" Todos os que vêm à fé salvadora em Jesus fará parte da "ressurreição da vida" ( Jo 5:29 ); Nada será perdido. Romanos 8:28-30 também ensina que não há quebras no processo de salvação:

    E nós sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Para aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e estes aos que predestinou, também os chamou; e estes aos que chamou, também justificou; e estes aos que justificou, também glorificou.

    Todos aqueles a quem Deus previu são predestinados, chamados, justificados e glorificados. Desde o seu início na eternidade passada à sua conclusão, no futuro, a eternidade, o processo de salvação é uma continuidade ininterrupta; não há possibilidade de qualquer um abandono ao longo do caminho. "Porque eu estou confiante isto mesmo", escreveu Paulo, "que aquele que começou a boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" ( Fp 1:6 , acrescentou, "os dons ea vocação de Deus são irrevogáveis." O propósito de Deus, Ele vai levar a cabo.

    A terceira prova da doutrina da perseverança dos santos é que o poder de Deus garante. O poder de Deus que transforma os crentes em novas criações ( 2Co 5:17 ) irá sustentá-los, para que eles nunca pode ser perdido. Em João 10:27-29 Jesus declarou enfaticamente que o poder de Deus mantém crentes seguro: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e não uma as arrebatará da minha mão Meu Pai, que as deu para mim, é maior do que todos;.. e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai " Nem Satanás, nem todas as forças do inferno pode tomar um crente longe de Deus, "porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" ( 1Jo 4:4 ). Epístola de Judas termina com a bênção, "Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e para fazê-lo ficar na presença de Sua glória irrepreensível com grande alegria" ( Jd 1:24. ). Desde que não fez nada para merecê-lo, por isso não podemos fazer nada para mantê-lo. Como ele concluiu sua primeira epístola aos Tessalonicenses, Paulo pronunciou a bênção seguinte sobre eles: "Ora, o Deus de paz vos santifique completamente; eo vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo "( 1Ts 5:23 ). Em seguida, o apóstolo explicou como a custódia dos Tessalonicenses seria realizado: "Fiel é o que vos chama, e ele também vai trazê-lo para passar" ( v. 24 ).

    Argumentar que a fé salvadora pode morrer, ou se perder, contradiz a promessa, a Proposito, o poder ea graça de Deus. Os crentes foram "nascer de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que não se corrompe e imaculada e não irá desaparecer, reservada nos céus para [os], que são protegidos pelo poder de Deus mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo "( 1 Pe 1: 3-5. ). Deus garante que os crentes perseveram.

    As exortações bíblicas repetidas à perseverança deixar claro, no entanto, que os crentes têm a responsabilidade de perseverar. "E sereis odiados de todos por causa do meu nome", advertiu Jesus ", mas é aquele que perseverar até o fim, que será salvo" ( Mt 10:22 ). Em Mt 24:13 Ele acrescentou: "Aquele que perseverar até o fim, será salvo." Chegando em Antioquia, Barnabé "começou a incentivá-los todos com o coração decidido a permanecer fiéis ao Senhor" ( At 11:23 ). Mais tarde, Paulo e Barnabé passou um tempo em Listra, Icônio e Antioquia "fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo:" Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus "( At 14:22 ). Colossenses 1:21-23 revela claramente parte de Deus na salvação ea responsabilidade do homem para perseverar. Os cristãos são resgatados ", embora [eles] eram anteriormente alienado e hostil em mente, envolvidos em atos maus", porque Deus "tem agora reconciliado [eles] no corpo carnal [de Cristo], pela morte, a fim de apresentar [eles] diante dele santos e imaculados e irrepreensíveis ". Mas isso não elimina a responsabilidade dos crentes a "continuar na fé alicerçados e firmes, e não se afastou da esperança do evangelho que [eles] já ouviu falar." Na mesma linha o autor de Hebreus escreveu: "Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se nos ativermos o início da nossa confiança até ao fim" ( He 3:14 ). O apóstolo João descreveu os cristãos como vencedores ( 2: 7 , 11 , 17 , 26-28 ; 3: 5 , 12 , 21 ; I João 5:4-5 ).

    Os crentes perseveram pela fé ( 1Pe 1:5 ), medo ( Jr 32:40. ), amor ( Ef 6:24. ), obediência ( Jo 8:31 ), e girando longe do pecado ( . 2Co 7:1. ). Todos esses meios são concedidos por Deus-que então exorta os crentes a se manifestar em suas vidas. A doutrina da perseverança não deve ser interpretado como ensinando que os crentes serão salvos eternamente, independentemente da sua crença ou comportamento. O que elas ensinam é que, como mencionado acima, os verdadeiros crentes vai continuar na fé.Justificação será seguido de santificação que leva à glorificação.

    Isso levanta a questão sobre aqueles que uma vez professou a fé em Cristo, mas depois caíram. A Bíblia ensina que essas pessoas nunca foram salvos em primeiro lugar. Explicando a parábola dos solos para os seus discípulos, Jesus disse sobre o solo rochoso, "Estes são aqueles em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm empresa de raiz em si mesmos, mas são apenas temporários e, em seguida, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam "(Marcos 4:16-17 ). Jesus advertiu em Jo 15:6. ). Em He 10:29 , perguntou retoricamente, "Como castigo mais severo que você acha que ele será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? ""Eles saíram de nós", declarou o apóstolo João, "mas eles não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas eles saíram, de modo que seria mostrado que eles nem tudo de nós somos "( 1Jo 2:19 ).

    Uma cena de João Bunyan O Peregrino ilustra o fato de que os cristãos verdadeiros perseverar sob provações, enquanto falsos crentes apostatarão da fé:

    Vi então no meu sonho, que quando foi CRISTÃO chegou às fronteiras da sombra da morte, não o conheci dois homens, filhos daqueles que trouxeram um relatório de mal da boa terra, fazendo com pressa para voltar ( Nu 13:32. ; Sl 107:10 ).

    Chr. Então disse Cristão: "Eu não perceber, no entanto, por que você disse, mas que este é meu caminho para o porto desejado."

    Homens. "Seja o teu caminho, não vamos escolhê-lo para a nossa."

    Então, eles se separaram, e CRISTÃO seguiu o seu caminho; mas ainda com a sua espada desembainhada na mão, por medo de que ele deve ser agredido. ([Reprint, Grand Rapids: Zondervan, 1967], 61-62)

    A perseverança da tribulação santos será evidente, porque eles vão guardar os mandamentos de Deus. Que fé genuína poupança irá resultar em tal obediência é o claro ensino da Escritura. Em Jo 8:31 Jesus disse: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos." Em Jo 14:21 , Jesus definiu aqueles que verdadeiramente amam como os que lhe obedecem: "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei ele e divulgará-me a ele. " Em Jo 15:14 Ele acrescentou: "Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." Em Lc 6:46 Jesus perguntou: "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?" O apóstolo João escreveu: "Este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos" ( 1Jo 5:3 ).

    voz informou João que não só os já mortos, mas também aqueles que morrem a partir de agora são abençoados. Os crentes martirizados a partir desse ponto até o final da Tribulação terá nada a temer. Suas mortes, também, serão abençoados.

    O Santo Espírito é citado diretamente em Apocalipse apenas aqui e em 22:17 . Sua enfático "sim" (a partícula grega nai indica forte afirmação) mostra que Ele concorda com a voz celestial que os mortos são abençoados. Como seu sustentador e Consolador, que os ama e se entristece por sua dor, o Espírito Santo deseja ver que acabar com o sofrimento. Ele acrescenta mais duas razões para a bem-aventurança dos mártires da Tribulação.

    Primeiro, o Espírito declara bem-aventurados, porque eles podem descansem dos seus trabalhos. Kopos descreve duro, difícil, cansativo labuta. Também pode se referir a incomodar, aborrecimento, ou problemas. Certamente os santos da tribulação vai experimentar toda a gama de significados da palavra. Eles vão se encher de tristeza profunda como eles vêem aqueles que amam-crianças, pais, cônjuges e amigos-sofrer tormento e morte. Suas vidas será um disco difícil, luta, perigoso para a sobrevivência. Não ter a marca da besta, eles serão excluídos da sociedade, não ser capaz de comprar ou vender, e vivem vidas em fuga como fugitivos caçados. A morte, que concede resto de todas as dificuldades e tristezas de sua vida, virá como um alívio bem-vindo. Em forte contraste estão os condenados, que não vai saber um momento de descanso por toda a eternidade ( 14:11 ).

    O Espírito Santo também pronuncia os mártires da Tribulação abençoado porque as suas obras os sigam. Erga ( ações ) refere-se a seu serviço ao Senhor. Quando esses crentes vão para o céu, o registro de seu trabalho diligente vai seguir junto com eles. A Bíblia ensina que Deus recompensará os crentes no céu para o seu serviço terrestre para Ele. He 6:10 diz: "Porque Deus não é injusto, de modo esquecer o seu trabalho e do amor que você tem mostrado para com o seu nome, por ter ministrado e ainda ministrar aos santos ". Enfrentando execução iminente, Paulo triunfante, declarou: "Combati o bom combate, terminei o curso, eu guardei a fé; no futuro não está guardada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda "( 2 Tim. 4: 7-8 ). Primeira Carta aos Coríntios 3:12-14 descreve o teste de obras dos crentes de Deus. O "ouro, prata, [e] pedras preciosas" ( v. 12 ) será preservada, enquanto o "madeira, feno, [e] de palha" ( v. 12 ), serão destruídos. O que resta vai formar a base para recompensas dos crentes ( vv. 13-14 ).

    Os mortos que viveram em obediência e confiança serão abençoados com descanso e recompensa depois que morrem. Aqueles que vivem agora para o prazer devassa estão mortos mesmo quando vivem ( 1Tm 5:6)

    E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: "Coloque na sua foice e ceifa, pois a hora de colher veio, porque a seara da terra está madura." Então que se sentou sobre a nuvem meteu a sua foice sobre a terra, ea terra foi ceifada.
    E outro anjo saiu do templo, que está no céu, e ele também tinha uma foice afiada. Em seguida, outro anjo, o único que tem poder sobre o fogo, saiu do altar; e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: "Coloque na sua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras." Então o anjo lançou a sua foice à terra e reuniu os cachos da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, para uma distância de 200 milhas. (14: 14-20)

    Primeira vinda de Jesus foi um dos humilhação, num momento em que Ele, "pois ele, subsistindo em forma de Deus, não considerou a igualdade com Deus uma coisa que deve ser aproveitada, mas se esvaziou, assumindo a forma de um servo, e . a ser feito à semelhança dos homens, achado na forma de homem, humilhou-se, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz "(Fil. 2: 6-8).

    Jesus veio a primeira vez como um servo; Ele voltará como o Rei soberano. Em Sua primeira vinda, Ele veio em humildade; Na sua segunda vinda, Ele virá em majestade e esplendor. A primeira vez que veio à Terra, "o Filho do Homem [veio] para buscar e salvar o que estava perdido" (Lc 19:10); quando Ele voltar, será para "julgar os vivos e os mortos" (2Tm 4:1.). Depois de anos de duradouro regra do Anticristo opressivo, assaltos demoníacos, e os terríveis, devastadoras, julgamentos em staccato de Deus, as pessoas vão wearily espero que as coisas estão prestes a ficar melhor. Vai parecer como se a vida não poderia ficar pior, mas vai. "Dia do Senhor" cataclísmico julgamento está prestes a cair sobre Satanás, suas hordas de demônios, o Anticristo, e todas as pessoas más, que não se arrependem do mundo. Esse julgamento é descrita nesta passagem como a colheita final da terra. Em um holocausto sem precedentes, a fúria do Senhor Jesus Cristo será lançado em juízo devastador.

    O tema do próximo julgamento não é certamente única ao Apocalipse. Mesmo antes do Messias pregou as boas novas do evangelho, Seu precursor proclamou a má notícia de julgamento. Em Mt 3:7; Mt 11:22, Mt 11:24; Mt 12:36, 41-42; João 5:28-29.). Paulo escreveu: "Porque a ira de Deus se revela do céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça ... Mas por causa de sua teimosia e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras "(Rm 1:18; 2: 5-6.). Em II Tessalonicenses 1:6-9 o apóstolo acrescentou: "Porque, afinal de contas, é apenas justo para Deus retribuir com tribulação aos que vos atribulam, e dar alívio a vocês, que estão aflitos e para nós também, quando o Senhor Jesus vai do céu se manifestar com os seus anjos poderosos em chama de fogo, causando a retribuição àqueles que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, longe da presença de o Senhor e da glória do seu poder ". O escritor de Hebreus advertiu: "Porque, se nós continuar pecando voluntariamente, depois de receber o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma expectativa terrível de julgamento e a fúria de um fogo que consumirá os adversários" (Heb. 10: 26-27). Pedro também escreveu sobre o julgamento vindouro, advertindo que "o Senhor sabe livrar os piedosos da tentação, e para manter os injustos sob castigo para o dia do juízo ... por Sua palavra os céus ea terra estão sendo reservados para o fogo , mantida para o dia do juízo e da perdição dos homens ímpios "(2Pe 2:9)

    O próximo julgamento é também referido em Isaías 24:21-23:

    Então, isso vai acontecer naquele dia,
    Que o Senhor vai punir o exército dos céus em alta,
    E os reis da terra, na terra.
    Eles serão reunidos
    Como prisioneiros no calabouço,
    E serão confinados na prisão;
    E depois de muitos dias, eles serão punidos.
    Em seguida, a lua vai ser envergonhado eo sol se envergonhará,
    Pois o Senhor dos exércitos reinará no monte Sião e em Jerusalém,
    E a Sua glória será perante os seus anciãos.

    Duas passagens do Antigo Testamento presentes impressionantes paralelos com Apocalipse 14. Isaías 63:1-6 registra um monólogo fascinante do Messias como Ele vem para executar o julgamento final sangrento no mundo incrédulo:

    Quem é este que vem de Edom,
    Com roupas de cores brilhantes de Bosra,
    Este que é majestoso em sua roupa,
    Marcha na plenitude da sua força?
    "Eu é que falo em justiça, poderoso para salvar."
    Por que a sua roupa vermelha,
    E as vossas vestes, como a daquele que pisa no lagar?
    "Eu pisei no cocho vinho sozinho,
    E dentre os povos não havia homem Comigo.
    Eu também os pisei na minha ira
    E esmaguei no meu furor;
    E o seu sangue salpicou as minhas vestes,
    E eu manchei toda a minha roupa.
    Para o dia da vingança estava no meu coração,
    E meu ano de redenção chegou.
    E olhei, e não havia ninguém para ajudar,
    E fiquei surpreso e não havia ninguém para defender;
    Então, o meu próprio braço me trouxe a salvação para mim,
    E minha ira confirmou Me.
    Pisei os povos na minha ira
    E os embriaguei no meu furor,
    E eu derramou a sua alma na Terra. "

    Esta passagem, como Apocalipse 14:19-20, usa a metáfora de pisar uvas num lagar para descrever a devastação do julgamento final de Deus.

    O profeta Joel registrou a devastação causada em Israel pela seca, o fogo, e uma invasão maciça de gafanhotos (Joel 1:1-2: 11). Então o profeta usou esses juízos temporais para alertar sobre o julgamento ainda mais devastador do Dia do Senhor (2: 18-3: 21). Em Joel 3:12-13 que o julgamento é descrito usando as mesmas imagens encontradas em Apocalipse 14:

    Que as nações ser despertado
    E chegar ao vale de Josafá,
    Pois ali me assentarei, para julgar
    Todas as nações vizinhas.
    Lançai a foice, porque a colheita está madura.
    Venha, passo, para o vinho imprensa está cheia;
    O estouro de cubas, porque a sua malícia é grande.
    Joel, como Isaías, representado futuro julgamento dos ímpios de Deus, no imaginário de um lagar de vinho e de uma colheita.

    O Senhor Jesus Cristo também usou a analogia da colheita, para julgamento. Na parábola do joio ele disse: "Permitir que tanto a crescer juntos até a colheita, e no momento da colheita, direi aos ceifeiros: 'Primeiro recolher o joio e atai-o em feixes para ser queimado; mas recolher o trigo no meu celeiro "(Mt 13:30). Enviada por seus discípulos para explicar que a parábola de Jesus disse:

    "O inimigo que o semeou é o diabo, e a ceifa é o fim dos tempos, e os ceifeiros são os anjos Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será no final da época.. O Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os obstáculos, e aqueles que cometem a iniquidade, e lançá-los na fornalha de fogo; naquele lugar haverá choro e ranger de dentes. " (13 39:40-13:42'>Mat. 13 39:42)

    Então Joel 1saías, e do Senhor Jesus Cristo, todos falavam de uma futura colheita da ira divina, quando o Messias vai executar o julgamento final. Esse derramamento final da fúria de julgamento do Cordeiro é o tema do texto deste capítulo.
    Essa passagem retrata a colheita final da ira divina em dois motivos agrícolas: a safra de grãos (. Vv 14-16) e a colheita da uva (. Vv 17-20), levantando a questão de por que João gravou duas visões de um mesmo evento . Existem muitas representações desse evento pelos profetas, incluindo os mencionados acima, portanto, não é incomum para João para gravar duas visões do mesmo. Mas também existe uma situação específica neste momento no livro de Apocalipse que sugere um propósito por trás da repetição. Como a tribulação se aproxima do seu clímax, dois aspectos principais da ira escatológico de Deus continuam a ser derramado sobre o mundo pecaminoso. O primeiro aspecto envolve os julgamentos das sete taças (16: 1-21), uma sequência de tiro rápido de decisões em todo o mundo assustadoras e mortais que vão destruir o império final, Babylon-do Anticristo. O segundo aspecto é a batalha do Armagedom, momento em que Jesus Cristo voltar para julgar e destruir seus inimigos (19: 11-21).

    A colheita de grão

    E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: "Coloque na sua foice e ceifa, pois a hora de colher veio, porque a seara da terra está madura." Então que se sentou sobre a nuvem meteu a sua foice sobre a terra, ea terra foi ceifada. (14: 14-16)

    A safra de grãos simboliza os julgamentos das sete taças, a colheita da uva do acórdão do Armageddon. Ambas as colheitas envolvem uma foice e ceifa, e ambos podem ser descritas pelos mesmos três pontos: a ceifeira, a maturação ea colheita.

    O Reaper

    E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão. (14:14)

    A frase familiar olhei, e eis que muitas vezes apresenta um novo e importante tema no Apocalipse (conforme 4: 1, 6: 2, 5, 8, 7: 9; 14: 1). O que chamou a atenção de João era uma nuvem branca, uma imagem desenhada de 13 27:7-14'>Daniel 7:13-14:

    "Eu continuei olhando nas visões da noite,
    E eis que, com as nuvens do céu
    Um como um Filho do Homem estava chegando,
    E Ele veio até o Ancião dos Dias
    E foi apresentado diante dele.
    E foi-lhe dado o domínio,
    Glória e um reino,
    Que todos os povos, nações e homens de todas as línguas
    Pode servi-Lo.
    Seu domínio é um domínio eterno
    Que não passará;
    E o Seu reino é um
    O que não será destruído. "
    João viu sentado na nuvem um semelhante ao Filho do homem o Senhor Jesus Cristo, que vem para estabelecer o Seu reino em cumprimento da profecia de Daniel. O brilhante, branco nuvem simboliza a Sua glória e majestade (conforme 1: 7; Mt 17:5; Mt 26:64; At 1:9). Era o título preferido do Senhor para si mesmo durante sua encarnação (por exemplo, Mt 8:20; 9:. Mt 9:6; Mt 24:27, Mt 24:30; Mc 2:10, Mc 2:28; Mc 8:31; Mc 9:9; Lc 7:34; Lc 9:22; Lc 12:8; Jo 6:27, Jo 6:62; Jo 8:28), quando Ele "se esvaziou, assumindo a forma de um servo, e [foi] feita no semelhança de homens ... [e estava] encontrado em forma de homem "(Filipenses 2:7-8.). Por que o texto não usar o artigo definido e ler filho do homem não é clara. No entanto, a frase também aparece sem um artigo definido em sua única outra aparição no Apocalipse (1:13). Talvez o artigo foi omitido para reforçar a alusão a Dn 7:13. Em qualquer caso, não há dúvida de que o um como o Filho do homem é o Senhor Jesus Cristo.Esta é a última vez que as Escrituras se referem a Ele por esse título, e apresenta um contraste marcante com a primeira vez que o Novo Testamento chama de o filho do homem. Então, Ele não tinha nada, nem mesmo um lugar para reclinar a cabeça (Mt 8:20; 1Ts 2:191Ts 2:19; 2 Tm 4:... 2Tm 4:8; Jc 1:12; 1Pe 5:41Pe 5:4).

    O ceifeiro também tinha uma foice afiada na mão. A foice foi um curvado, lâmina longa e afiada de ferro ligado a um longo, broomsticklike cabo de madeira. Sickles foram usadas para safra de grãos; como eles foram realizados com as duas mãos afastadas e penteado para trás e para a frente, as suas lâminas afiadas cortaria as hastes de grãos ao nível do solo. A imagem é do Senhor Jesus Cristo derrubando seus inimigos como um grão de corte harvester.

    O Ripeness

    E outro anjo saiu do templo, clamando com grande voz ao que estava assentado sobre a nuvem: "Coloque na sua foice e ceifa, pois a hora de colher veio, porque a seara da terra está madura." (14:15)

    Outro anjo, o quarto mencionados neste capítulo (conforme vv. 6, 8, 9), aparece em cena. Os primeiros três anjos proclamou que o julgamento estava chegando; o quarto traz o comando para executá-lo. Este anjo saiu do celeste (conforme v. 17) templo, de diante do trono de Deus. Em uma voztransmitindo urgência, poder e da autoridade delegada a ele de Deus, o anjo gritou ao que estava assentado sobre a nuvem: "Coloque na sua foice e ceifa, pois a hora de colher veio, porque a colheita de da terra está madura. " Ele entrega a mensagem de Deus Pai para o Filho do Homem que é tempo para ele se mover em julgamento. A ira de Deus atingiu o seu limite, e sua cólera se derramou. O tempo de graça é longo, e não haverá mais atrasar a colheita de julgamento. O Filho agora podem exercer o direito de julgar que o Pai delegou a Ele (Jo 5:22, Jo 5:27; At 10:42; At 17:31), porque a terra está madura para julgamento. Na verdade, o verbo traduzido está madura na verdade significa "secou", "murchas", "madura", ou "podre". O grão (a terra) retratado aqui passou o ponto de qualquer utilidade e só serve para ser "colhido e queimado no fogo" (Mt 13:40).

    A Colheita do Mal

    Então que se sentou sobre a nuvem meteu a sua foice sobre a terra, ea terra foi ceifada. (14:16)

    Aqui está uma das declarações mais trágicos e preocupantes em toda a Escritura. Simplesmente, e sem alarde, ele registra a execução do julgamento divino. Os detalhes assustadoras de que o julgamento se desdobram no capítulo 16: (v. 2) feridas terríveis e malignas sobre os adoradores do Anticristo, a morte de toda a vida nos oceanos do mundo (v. 3), o giro de rios e nascentes do mundo de água em sangue (v. 4), a intensificação do calor do sol até que castiga as pessoas (v. 8), a escuridão dolorosa sobre todo o reino do Anticristo (v. 10), a seca do rio Eufrates, em preparação para a invasão maciça pelos reis do oriente (12 v.), e o terremoto mais poderoso e destrutivo na história (v. 18). Esses julgamentos das sete taças rapid-fire marcará a primeira fase da colheita final da terra.

    A colheita da uva

    E outro anjo saiu do templo, que está no céu, e ele também tinha uma foice afiada. Em seguida, outro anjo, o único que tem poder sobre o fogo, saiu do altar; e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: "Coloque na sua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras." Então o anjo lançou a sua foice à terra e reuniu os cachos da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, para uma distância de 200 milhas. (14: 17-20)

    A visão da safra de grãos é seguido pela visão da colheita da uva, que não fala dos julgamentos bacia mas do acórdão, que tem lugar na batalha de Armagedom. O julgamento do vintage é mais dramática por causa da aparência do lagar. Como a visão da safra de grãos, a colheita da uva pode ser descrito em três pontos: a ceifeira, a maturação ea colheita.

    O Reaper

    E outro anjo saiu do templo, que está no céu, e ele também tinha uma foice afiada. (14:17)

    A ceifeira nesta visão não é o Filho do Homem, como na colheita de grãos, mas um anjo, o quinto mencionado no capítulo 14. Como o quarto anjo (v 15)., ele saiu do templo, que está no céu . Como Cristo na visão anterior, ele também tinha uma foice afiada. Os anjos têm desempenhado um papel de destaque no Apocalipse, até este ponto, convocando os quatro cavaleiros, soando as sete trombetas, e derrotar Satanás e suas hostes demoníacas. Anjos também derramarei os julgamentos das sete taças no capítulo 16, anunciar a batalha do Armagedom (19:17), e amarrar Satanás (20: 1-3). Que um anjo é representado nesta visão como o ceifeiro, então, não é surpreendente. O Filho do Homem vai ser assistido pelos santos anjos em seu juízo final (conforme Mt 13:39, Mt 13:49; 2 Tessalonicenses 1:.. 2Ts 1:7).

    O Ripeness

    Em seguida, outro anjo, o único que tem poder sobre o fogo, saiu do altar; e clamou com grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: "Coloque na sua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras." (14:18)

    Como João observava, outro anjo apareceu, o sexto na visão. Ele é dada a designação interessante do . Aquele que tem poder sobre o fogo Esse título está intimamente ligado com o fato de que ele . saiu do altar Este celeste altar já foi mencionado em 6: 9-11:

    Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que tinham mantido; e clamou com grande voz, dizendo: "Até quando, ó Senhor, santo e verdadeiro, Você vai abster-se de julgar e vingar o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" E foram dadas a cada um deles uma veste branca; e foi-lhes dito que eles devem descansar um pouco mais, até que o número de seus conservos e seus irmãos que iam ser mortos assim como haviam sido, seria concluída também.

    É mais provável é emblemático do Antigo Testamento incenso bronze altar (Ex 40:5:. Sl 141:2; Lc 1:10). Esses santos martirizados estão orando a Deus para se vingar de seus algozes e enviar a sua ira.

    Este altar também é descrita em 8: 3-5:
    Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, segurando um incensário de ouro; e muito incenso foi dado a ele, para que ele possa adicioná-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E a fumaça do incenso, com as orações dos santos subiu diante de Deus a partir da mão do anjo. E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar, e atirou-a para a terra; e houve trovões e sons e flashes de relâmpagos e um terremoto.

    Cada manhã e à noite os sacerdotes do Antigo Testamento levaria brasas do altar de bronze (sobre a qual se ofereciam sacrifícios) e trazê-los para o altar do incenso. Lá eles acender o incenso (Ex. 30: 7-8.; 2Cr 29:112Cr 29:11), que passaria para o céu, simbolizando as orações do povo de Deus (5: 8). Nessa mesma época, as pessoas de fora estaria orando (Lc 1:10).

    Que o anjo tinha poder sobre o altar de fogo (artigo definido está presente no texto grego, que literalmente lê "o fogo") indica que ele estivera ministrando no celestial contrapartida para o altar do incenso terrena. Ao contrário do anjo no versículo 17, o anjo não vem do trono de Deus, mas a partir do altar associado com as orações dos santos. Sua aparência significa que o tempo tinha vindo para essas orações a serem respondidas. Havia chegado a hora de Deus para tomar fogo associado à intercessão e usá-lo para a destruição de seus inimigos e os inimigos do Seu povo.

    Deixando o altar, clamou com voz alta, urgente, comandando voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: "Coloque na sua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque já as suas uvas estão maduras." Em resposta às orações dos santos, o tempo para a colheita de julgamento vem. Pecadores não arrependidos são descritos como aglomerados de uvas, a ser cortada pelo ceifeiro foice afiada a partir da vinha da terra, isto é, da existência terrena. A palavra maduro não é a mesma palavra grega usada no versículo 15. Esta palavra se refere a algo completamente maduras e em sua prima. Ele Perverso Pictures, pessoas não regeneradas da terra como a rebentar com o suco de maldade e pronto para a colheita de justiça.

    A Colheita do Mal

    Então o anjo lançou a sua foice à terra e reuniu os cachos da vinha da terra, e lançou-as no grande lagar da ira de Deus. E o lagar foi pisado fora da cidade, e saiu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, para uma distância de 200 milhas. (14: 19-20)

    Qual foi o resultado quando o anjo meteu a sua foice à terra foi catastrófico. Todos os inimigos de Deus que sobrevivem aos julgamentos das sete taças serão reunidos como uva cachos da videira da terra e jogou no grande lagar da ira de Deus. A imprensa de vinhoconsistiu de duas bacias de pedra ligados por uma calha. Uvas seria pisoteada na bacia superior, eo suco iria recolher em um menor. A projecção do suco como as uvas são pisou vividamente retrata o sangue espirrou daqueles que serão destruídos (conforme Is 63:3; Jl 3:13.).

    lagar será pisado fora da cidade, como o Senhor protege Jerusalém, desde o massacre da batalha de Armagedom (conforme 11: 2; Dn 11:45; Zc. 14: 1-4.). Essa batalha terá lugar no norte de Israel na planície de Esdrelon, perto do Monte Megiddo (cerca de 60 milhas ao norte de Jerusalém). Ele irá assolar toda a extensão de Israel até o sul de Bosra em Edom (conforme Is 63:1 descreve a cena em detalhes:

    E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco, eo que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro, e em justiça julga e salários guerra. Seus olhos eram como chama de fogo, e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e Ele tem um nome escrito nele que ninguém conhece, senão ele mesmo. Ele está vestido com um manto tinto de sangue, eo seu nome se chama o Verbo de Deus. E os exércitos que estão no céu, vestidos de linho fino, branco e limpo, seguiam em cavalos brancos. De sua boca saía uma espada afiada, para que com ele Ele pode derrubar as nações, e ele as regerá com vara de ferro; e Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira de Deus, o Todo-Poderoso. E no seu manto e na sua coxa tem escrito o nome: "REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES."
    Então eu vi um anjo em pé no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voam pelo meio do céu: "Vinde, ajuntai para a grande ceia de Deus, de modo que você pode comer a carne dos reis e a carne de comandantes e carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que se senta sobre eles, ea carne de todos os homens, tanto os homens livres e escravos, pequenos e grandes. "
    E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo e contra o seu exército. E a besta foi apreendido, e com ela o falso profeta que realizou os sinais de sua presença, com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem; Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos com a espada que veio da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.
    Colocando a cena neste capítulo juntamente com a de capítulo 19, enquanto o anjo corta as uvas, é o Senhor Jesus Cristo, que esmaga as suas vidas.

    Humanidade não regenerada enfrenta um futuro assustador, já que esta cena incrível indica. Aqueles que se recusam a arrepender-se, mesmo depois de repetidas advertências, vai aprender em primeira mão a verdade sóbria que "é uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo" (He 10:31). Eles fariam bem em prestar atenção a admoestação do salmista:

    Faça homenagem ao Filho, que Ele não fica com raiva, 
    e você perecer no caminho,

    Para a sua ira em breve poderá ser acesa.
    Bem-aventurados todos os que nele se refugiam!

    (Sl 2:12)



    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Apocalipse Capítulo 14 do versículo 1 até o 20

    Apocalipse 14

    Os que são do Pai — Ap 14:1

    O cântico que só aqueles que pertencem a Deus podem aprender — Ap 14:2-3).

    Algumas destas alternativas implicam degradação e crueldade. Tenha-se em mente, entretanto, que há outras possibilidades menos

    negativas. Os sírios sempre tatuavam o punho ou o pescoço com o sinal de seu deus. Não obstante, há um caso mais importante de sinalização.

    Heródoto (2,113) diz que havia um templo de Heracles na entrada do Nilo, na Canopia. Tal templo tinha direito de asilo. Qualquer criminoso, escravo ou liberto que chegasse a ele estava livre de perseguições e vinganças. Era marcado com certos sinais sagrados como símbolo de que se tinha entregue ao deus e que já ninguém poderia tocá-lo.

    Aqueles que estão com o Cordeiro são aqueles que se entregaram à misericórdia de Deus em Jesus Cristo e estão a salvo para sempre.

    Enfrentamo-nos com costumes muito antigos. Entretanto, há uma

    verdade imutável. Aqueles que pertencem a Deus têm sua marca, até em nossos dias. Como o expressou H. B. Swete, "Têm um caráter que corresponde à mente de Deus e consagram sua vida a servi-lo."

    O CÂNTICO QUE AQUELES QUE PERTENCEM A DEUS PODEM APRENDER

    Apocalipse 14:2-3

    Esta passagem começa com uma descrição da voz de Deus e é uma descrição maravilhosa. João afirma três coisas a respeito da voz de Deus.

    1. Era como o som de muitas águas. Isto nos lembra o poder da voz de Deus, pois não há outro poder semelhante ao estrondo das ondas sobre

    os rochas. É um poder que pode despedaçar as maiores obras dos homens.

    1. É como a voz de um grande trovão. Aqui nos lembra o caráter

    inconfundível de sua voz. Ninguém pode deixar de escutar o som do trovão. Encontramo-nos com algo que insiste em ser ouvido, o único som que o homem não pode deixar de ouvir.

    1. Era como o som de muitos harpistas que tocavam suas harpas. Isso nos lembra o melodioso da voz de Deus. Não há nada semelhante ao poder que tem a música para acalmar e tranqüilizar o coração aflito. Foi

    a música de Davi o que levou um momento de paz à mente confundida de Saul. A voz de Deus tem o poder do escolho das ondas, o caráter inconfundível do trovão ensurdecedor mas também a doce suavidade da música que calma o coração.

    Aqueles que acompanhavam o Cordeiro cantavam um cântico que só eles podiam aprender. Esta é uma verdade que percorre toda a vida. A fim de aprender certas coisas deve-se ter uma determinada personalidade. Os acompanhantes do Cordeiro podiam aprender o cântico novo porque tinham vivido certas experiências.

    1. Tinham sofrido e padecido. Tinham passado por grandes tribulações, pois eram os mártires de Cristo. Há certas coisas que só se aprendem mediante a dor. Alguém levou os poetas dizerem:

    "Aprendemos sofrendo o que ensinamos com o canto." A dor gera uma serenidade

    um estado de graça, uma fé incomovível, uma relação íntima com Deus que não se obtêm de nenhum outro modo. Pode

    provocar amargura e ressentimento, mas também pode suscitar a fé, a paz e um cântico novo.

    1. Tinham vivido em lealdade. É evidente que, à medida que

    passem os anos, o líder se aproximará cada vez mais a seus seguidores leais e eles a ele. Então poderá lhes abrir o seu coração e lhes ensinar coisas que o discípulo infiel ou passageiro jamais poderá ouvir.

    1. Há outra forma de dizer que os que acompanham o Cordeiro tinham crescido espiritualmente. Qualquer mestre pode ensinar coisas mais difíceis e importantes ao estudante amadurecido que ao

    principiante. Jesus Cristo pode revelar mais tesouros de sabedoria e conhecimento àqueles que crescem no dia a dia. A tragédia de muitos é o cristianismo estático no qual não há nenhum crescimento. O cristão deve aproximar-se cada vez mais a Cristo e, ao fazê-lo, aprenderá o

    cântico que só aqueles que acompanham o Cordeiro podem cantar.

    A MAIS BELA FLOR

    Ap 14:4a

    Tomamos a metade deste versículo, pois é um dos mais difíceis de todo o Apocalipse e é fundamental compreender seu significado. É uma

    descrição daqueles que são as flores mais belas da vida cristã, daqueles

    que acompanham o Cordeiro. A pergunta que se nos expõe é a seguinte: O que quer dizer? Descreve a pureza sem mancha daqueles que acompanham o Cordeiro, mas em que consiste essa pureza? Pode ter três sentidos. Como se trata de significados muito incertos os expressamos em forma de pergunta.

    1. Descreve àqueles que se mantiveram puros do adultério físico? Descreve os quais se mantiveram castos, honrosos e puros nas relações sexuais? É muito difícil que tal seja o sentido das palavras, pois não só

    descreve a estas pessoas como puros mas também como virgens. Quer dizer que se trata de gente que jamais manteve relações sexuais.

    1. Acaso descreve os que se mantiveram livres do adultério

    espiritual, quer dizer, de toda deslealdade a Jesus Cristo e não adoraram a ídolos ou falsos deuses? Visto que Israel era a noiva de Cristo, o Antigo Testamento costumava falar da infidelidade a Deus como se se tratasse de um adultério. Encontramos muitas descrições do povo de Israel nas quais se afirma que fornicam com os deuses estranhos (Ex 34:15; Dt 31:16; Jz 2:17; Jz 8:27,Jz 8:33; Os 9:1). É difícil que esta seja a explicação da passagem, pois não tem as características de uma metáfora. É-nos apresentado como algo que deve tomar-se, em certo sentido, ao pé da letra.

    1. Refere-se àqueles que se mantiveram celibatários? A homens e mulheres que nunca se casaram e renunciaram a toda relação física com o sexo oposto?

    É importante responder a esta pergunta porque não há dúvida de

    que não demoraria para chegar a época quando a Igreja glorificou o celibato e a virgindade. Isso foi acompanhado por certa subestimação do casamento e a afirmação de que só aqueles que renunciavam a ele por completo, podiam ter acesso à vida cristã superior. Era uma atitude muito comum entre os hereges.

    Os gnósticos sustentavam que "o casamento e a reprodução vêm de Satanás."

    Taciano afirmava que "o casamento é corrupção e fornicação."

    Marciano fundou Igrejas para os celibatários e proibiu a entrada a outros.

    Um dos mais importantes pais da Igreja, Orígenes, castrou-se voluntariamente a fim de assegurar sua virgindade perpétua.

    Não passou muito tempo antes de que os pregadores cristãos mais entusiastas insistissem que o cristianismo implicava no celibato e na virgindade. Nos Atos de Paulo e Tecla, Demas acusa a Paulo de "privar aos jovens de esposas e às jovens de maridos, dizendo que a única forma

    de assegurar sua ressurreição é mantendo-se castos." É obvio que se trata de um livro apócrifo, mas esse é o ensino que se põe na boca de Paulo.

    Existe um relatório de um juízo romano (Ruinart, Atos dos mártires,

    de 27 de abril de
    304) no qual se descreve os cristãos como "pessoas que influem sobre as mulheres tolas e lhes dizem que não devem casar-se e as convencem para que adotem uma castidade insólita." Esse é exatamente o espírito que originou os monastérios, os conventos e as monjas e aquele que estabeleceu que todo o relacionado com o sexo e o corpo era mau.

    Seja qual fosse a conclusão a que cheguemos com relação a esta passagem, tais afirmações não têm nada que ver com o ensino do Novo Testamento. Jesus exaltou o casamento e disse que por ele o homem deixava a sua família e se unia de maneira tão íntima à sua esposa que os dois se tornavam uma só carne. Também advertiu que o que Deus tinha unido não podia ser separado por nenhum homem (Mateus 19:4-6). Isto demonstra de maneira incontrovertível que o casamento é uma instituição divina. Em seus ensinos fundamentais, Paulo exaltou o casamento. Compara a relação de Cristo com sua Igreja à que existe entre o homem e sua esposa (Efésios 5:22-33). O autor de Hebreus afirma: "Honroso seja entre todos o casamento" (He 13:4). Os ensinos do Novo Testamento não justificam a doutrina do celibato.

    O que diremos, então, com respeito, a esta passagem? Se a tivermos que tratar honestamente, resta pouca dúvida que encomenda em termos

    não ambíguos tanto o celibato como a virgindade, e que põe num

    segundo plano o casamento. Que explicação temos para isto? Há duas explicações possíveis.

    1. É perfeitamente possível que o autor do Apocalipse tenha crido na superioridade do celibato e da virgindade, e que queria exaltá-los. É

    muito provável que tenha escrito por volta do ano 90, e por aquela época a tendência ao ascetismo já tinha entrado na 1greja. Neste caso o autor do Apocalipse prega uma doutrina que não conta com a aprovação do resto do Novo Testamento, e em suas palavras encontramos, dentro do

    Novo Testamento, a primeira manifestação dessa heresia que, posteriormente, poria em segundo lugar de importância ao casamento, com relação ao celibato, por razões religiosas. Nesse caso deveríamos

    deixar esta passagem de lado, porque provado com a pauta do que ensina o resto do Novo Testamento, não apresenta de maneira correta a ética cristã.

    1. Mas há outra interpretação possível. Ocorria freqüentemente que quando os copistas reproduziam o texto bíblico acrescentavam, à margem, suas notas e comentários. Podemos supor que um copista

    posterior ao texto original, mas numa época muito anterior, tenha querido dar sua opinião com relação ao que eram os 144:000. Este copista vivia na época quando já se exaltava o celibato e a virgindade na

    Igreja. Então acrescentou, à margem, "Estes são os que nunca se contaminaram com mulheres, permanecendo virgens". Que um escriba sustentara esta opinião não é estranho, pois em sua grande maioria eram monges. Quando este manuscrito cotado se voltou a copiar, o comentário

    foi incorporado ao texto.

    Era muito freqüente que ocorresse tal coisa. Isto significaria que a primeira parte do v. Ap 14:4 não foi escrito por João e não representa seu

    pensamento, mas sim é um comentário de algum escriba, incorporado por erro como parte do texto.

    Nós preferimos esta segunda explicação; mas seja qual for a

    explicação que aceitemos, estamos obrigados a reconhecer que a

    exaltação do celibato e da virgindade não é um ensino que apareça no Novo Testamento, exceto nesta passagem.

    A IMITAÇÃO DE CRISTO

    Apocalipse 14:4b-5

    Aqui temos uma descrição do grupo que acompanha o Cordeiro, sobre a qual não pode haver discussão nem controvérsia..

    Os que acompanham o Cordeiro são aqueles que o seguem em qualquer lugar que Ele vá. A definição mais simples do que significa ser cristão é "aqueles que seguem a Jesus". Um dos mandamentos que

    encontramos com maior freqüência nos lábios de Jesus é "Segue-Me!". Isso foi o que disse a Filipe (Jo 1:43) e a Mateus (Mc 2:14); também o escutou do Mestre o jovem rico (Mc 10:21) e aquele discípulo de quem não sabemos o nome (Lc 9:59). Quando Pedro lhe

    perguntou o que sucederia com João, Jesus lhe respondeu que deixasse de preocupar-se pelo que sucederia com os outros, e que ele se concentrasse em segui-lo (João 21:19-22). Deixou-nos um exemplo —

    diz Pedro — para que sigamos os seus passos (1Pe 2:21).

    A vida cristã, essencialmente, é a constante imitação de Jesus Cristo.

    João diz três coisas com relação aos que andam com o Cordeiro.

    1. Diz que são um sacrifício feito a Deus e ao Cordeiro. A palavra que se usa para dizer "sacrifício" representa, em realidade, a oferta dos primeiros frutos de cada colheita. Os primeiros frutos eram o melhor de cada colheita. Eram o antegozo e o símbolo do que viria depois; ofertá— los era consagrar a Deus, simbolicamente, a colheita inteira. O cristão, em outras palavras, é o melhor que se pode oferecer-se a Deus; cada cristão é uma antecipação daquele dia quando todo mundo esteja dedicado a Deus; o cristão é o homem que dedicou toda sua vida a Deus e seu serviço.

    1. Diz que em sua boca não se encontrou falsidade. Esta expressão aparece em repetidas ocasiões nas Escrituras. O salmista afirma, “Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo” (Sl 32:2, veja-se também Is 53:9, Sf 3:13). Pedro aplica esta idéia a Jesus: “O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca” (1Pe 2:221Pe 2:22). Isto é algo que podemos entender perfeitamente bem. Nós também cremos que a falta de sinceridade e a hipocrisia são defeitos de caráter muito insuportáveis. Nós também queremos que nossos amigos sejam sinceros e honestos. Não temos tempo para atender às declarações cheias de dobras e ocultações, nem nos interessam as falsas promessas de amizade e amor. Do mesmo modo como nós queremos ter amigos que sejam sinceros, o mesmo ocorre com Jesus.
    2. Diz que não têm mancha nem defeito. A palavra que traduzimos "sem mancha" ou "sem defeito" era característica da linguagem

    sacrifical. Descrevia o animal que não tinha marcas, deformações ou qualquer outro tipo de defeito que o tornasse inadequado para o

    sacrifício. É muito freqüente o uso desta palavra com relação aos cristãos (Ef 1:4; Cl 1:22; Ef 5:27; 1Pe 1:191Pe 1:19). Nós recebemos a vida para fazer dela um dom, um sacrifício, uma oferta a

    Deus. E o que se oferece a Deus deve necessariamente ser perfeito.

    A seguir temos a visão dos três anjos. Um anjo chama à adoração do verdadeiro Deus (versículos 6:7). Outro anjo antecipa a queda de Roma (versículo 8). E o outro anjo anuncia o juízo e a destruição dos que

    foram infiéis à sua fé e adoraram a besta (versículos 9:12). Tomemos cada uma destas visões separadamente.

    O CHAMADO PARA ADORAR A DEUS

    Apocalipse 14:6-7

    O primeiro anjo vem com um convite para que todos os homens

    adorem a Deus.

    Devemos lembrar que um dos sinais que precederão o fim é a pregação do Evangelho do Reino a todas as nações (Mt 24:14). Aqui temos o cumprimento dessa profecia. O anjo anuncia a mensagem do Evangelho a todos os homens de todas as raças, línguas e cores de pele. A Terra tem sua última oportunidade para aceitar ou rejeitar a Cristo.

    O anjo vem com o evangelho eterno. O que significa, neste contexto, a palavra "eterno"? Pode significar que o evangelho é válido desde a eternidade, que até num mundo que se precipita desbocado para

    seu desastre final, cada uma das palavras do Evangelho segue tendo vigência e sendo verdadeira. Também pode significar que o evangelho existiu

    da eternidade. Paulo, na Doxologia que encontramos em

    Romanos, diz que Jesus Cristo é a revelação de um mistério que se guardou como secreto desde que começou o mundo (Rm 16:25). Pode ser "eterno" porque o evangelho representa o propósito eterno de

    Deus para o homem. Pode significar que é o evangelho no qual se fala das coisas eternas, que seu conteúdo não tem que ver com o que é temporário e passageiro mas com as verdades e realidades da eternidade.

    Pode parecer estranho que o anjo que traz o evangelho seja seguido imediatamente pelos anjos da condenação. Mas o Evangelho possui, necessariamente, a qualidade de uma espada de dois gumes. São boas

    novas para quem o aceita e o recebe e se submete a ele; mas é juízo para quem o rejeitam, desobedecem-no e escarnecem dele. E a condenação dos

    que rejeitam o Evangelho é maior ainda precisamente pela oportunidade que lhes foi dado de aceitá-lo.

    As palavras do anjo são muito interessantes. São um chamado à reverência e a adoração, ao temor de Deus, Criador e Sustentador de todas as coisas que existem. Esta mensagem não especificamente cristã;

    é a base e a matéria prima de uma religião. Corresponde exatamente com a mensagem que Paulo e Barnabé trouxeram aos habitantes de Listra, quando disseram que deviam apartar-se das vaidades e adorar ao

    verdadeiro Deus, o Criador de todas as coisas (At 14:15).

    H. Swete fala, neste caso, de "um chamado à consciência ingênua do paganismo, incapaz, no momento, de receber outro tipo de pregação". É o chamado às criaturas de Deus para que tragam à lembrança o seu Criador, e para que vejam o Criador nas maravilhas do mundo que Ele fez. A religião deve começar com o reconhecimento de que Deus é nosso Criador e que nós fomos feitos por Ele. A religião deve começar pelo mundo, e consistir em dar-se conta que o mundo foi feito por Deus. Somente quando o homem percebe que é uma criatura na presença do Criador é que toma consciência de seu pecaminosidade e da necessidade que tem de um Salvador. A mensagem do anjo é mensagem elementar de toda pregação religiosa, a matéria-prima da fé em Deus, aquilo pelo qual toda religião tem que começar.

    A QUEDA DE BABILÔNIA

    Ap 14:8

    Esta é a profecia da condenação de Roma. Em todo o Apocalipse Roma é chamada "Babilônia". Esta descrição de Roma era bastante

    comum na época intertestamentária. O autor de 2 Baruque começa seu pronunciamento contra Roma dizendo: "Eu, Baruque, digo isto contra ti, Babilônia" (2 Baruque Ap 11:1) Nos tempos antigos Babilônia tinha sido,

    para os profetas a própria encarnação do poder, do luxo, da lascívia e do pecado; para os cristãos primitivos Babilônia tinha renascido no luxo e na imoralidade de Roma.

    A queda de Babilônia em mãos do Ciro o Persa tinha sido um dos eventos mais comovedores da história antiga. As palavras que o Apocalipse usa ecoam das palavras dos antigos profetas sobre Babilônia:

    “Caiu, caiu Babilônia; e todas as imagens de escultura dos seus deuses jazem despedaçadas por terra” (Is 21:9: veja-se Jr 51:8).

    Diz-se que Babilônia fez beber a todas as nações do vinho da ira de sua fornicação. Nessa expressão se mesclaram duas imagens e conceitos

    do Antigo Testamento. Em Jr 51:7 diz-se com relação a

    Babilônia: “A Babilônia era um copo de ouro na mão do SENHOR, o qual embriagava a toda a terra; do seu vinho beberam as nações”. A idéia é que o poder e a influência de Babilônia foram forças corruptoras e sedutoras, que arrastaram a muitos homens a uma insana imoralidade. O pano de fundo da imagem é a arte de sedução da prostituta, que arrasta os homens à imoralidade, ao adultério e à fornicação, embebedando-os com vinho, intoxicando-os para que não possam resisti-la. Roma agiu da mesma maneira. foi como uma bela prostituta, que seduziu o mundo inteiro. A outra imagem, muito freqüente no Antigo Testamento, é a da taça da ira de Deus (veja-se 21:20; Sl 75:8; Is 51:17; Jr 25:15).

    Fundem-se duas imagens, então. Em primeiro lugar a de Roma como uma grande prostituta que seduz os homens, embriagando-os, eliminando primeiro toda fibra moral; em segundo lugar a da taça da ira de Deus, que o pecador deve beber até a última gota. Podemos parafrasear o Apocalipse dizendo que Babilônia fez com que as nações bebessem o vinho que seduz os homens à fornicação, e que causa como conseqüência que também devam beber, depois, e até a última gota, a taça da fúria e da ira de Deus.

    Atrás destas idéias está o conceito permanentemente válido de que o homem ou a nação cuja influência é má, que afrouxa as ataduras da

    moral, que consegue tornar o vício atrativo, tornar fácil o pecado e difícil a virtude, não escapará nunca à ira vingadora de Deus.

    A CONDENAÇÃO DO HOMEM QUE NEGA A SEU SENHOR

    Apocalipse 14:9-12

    Já se observou sobre o poder da besta, e da marca que ela tratará de

    impor sobre os homens. Agora a advertência vai dirigida em torno dos que não sejam capazes de suportar esse tempo de prova e durante ele manter-se fiéis.

    É significativo que esta seja a advertência mais drástica. Entre as condenações, segundo o Apocalipse, a pior é a do apóstata. A razão é que na época de João a Igreja lutava com todas as forças por sua só sobrevivência. Se a Igreja ia seguir existindo, cada cristão, individualmente, devia estar disposto a suportar o sofrimento e a prova, a prisão e a morte. Se os cristãos cediam, a Igreja morreria. É precisamente porque tanto dependia da fidelidade de cada membro da Igreja que a condenação com que se ameaçava o apóstata é tão terrível. Em nosso tempo e época não se trata de ser fiel até a morte mas sim de ser fiel durante a vida. Cada cristão continua sendo chave para a sobrevivência do cristianismo, mas sua função já não consiste em proteger a fé sendo fiel a ela até diante da ameaça de morte, mas sim destacar seu significado para o homem contemporâneo vivendo segundo seus ditados a existência cotidiana.

    A condenação do apóstata é concebida em termos das mais terríveis situações de juízo que jamais tenha visto a terra: o juízo de Sodoma e Gomorra. Segundo Gênesis a fumaça que se produziu ao incendiar-se essas duas cidades se elevou ao céu como a fumaça de um forno (Gn 19:28). João ecoa as palavras de Isaías quando descreve o dia da vingança do Senhor (Isaías 34:8-10). A sorte que espera o apóstata é em realidade terrível.

    Voltamos a assinalar aqui uma característica que já tínhamos remarcado anteriormente. Os ímpios serão destruídos na presença dos anjos e do Santo Cordeiro. Como tem-se dito, parte da bem-aventurança

    do céu era poder contemplar os sofrimentos do inferno (4 Ed 7:36; Enoque 48:9; 27:2-3). Quando Crisóstomo exorta Olimpias para que se mantenha fiel, diz-lhe que, chegado o momento, poderá ver como Deus

    tortura os seus perseguidores, do mesmo modo como Lázaro, do seio de Abraão, pôde ver o tortura nas chamas que Divas sofria.

    Este tipo de concepção pode nos parecer desagradável. Podemos

    chegar a condená-lo por estar abaixo da altura de uma atitude autenticamente cristã. Mas não temos o direito de falar se não sofremos

    as mesmas pressões que os cristãos na 1greja primitiva. Muitas vezes os pagãos tinham contemplado com regozijo os sofrimentos dos cristãos na areia do circo. Os cristãos esperavam ansiosamente o dia quando se inverteriam os papéis, e quando os santos e as hostes celestiais fossem os espectadores e as vítimas seus perseguidores terrestres. Os crentes naqueles tempos terríveis viviam alimentados pela esperança de que algum dia a justiça divina ajustaria o balanço das injustiças terrestres.

    O DESCANSO DA ALMA FIEL

    Ap 14:13

    Depois das terríveis profecias sobre os terrores que virão, e depois das terríveis advertências que se dirigem aos que agem com falsidade, vem a promessa. Estas são as palavras de estimulo, estas são as promessas para os que permanecem fiéis.

    “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. A idéia de "morrer no Senhor" aparece mais de uma vez no Novo Testamento. Paulo fala dos mortos em Cristo (1Ts 4:16), e

    dos que dormiram em Cristo (1Co 15:181Co 15:18). O significado destas frases é "aqueles que chegam no fim de suas vidas sendo um com Cristo". Fazia-se todo o esforço para separar os crentes de Cristo. A

    Igreja vivia numa época quando todo tipo de coisas terríveis procuravam forçar os cristãos a abandonar a seu Senhor e a deixar de lado sua lealdade a Ele; mas a grande e suprema felicidade estava reservada para

    os que se mantivessem fiéis a Cristo até o fim de suas vidas, unidos indissoluvelmente a Ele, inseparáveis do Senhor, Mestre e Salvador que tanto amavam.

    É prometido descanso aos fiéis. Descansarão de suas lutas. O descanso nunca é tão precioso como quando foi ganho trabalhando, mesmo com sofrimento e dor. Nunca é tão doce como depois da tarefa exaustiva.

    Alistair Maclean conta de uma mulher escocesa que, devido às circunstâncias da vida foi reduzida a viver nas condições miseráveis de um tugúrio. Quando se ia visitá-la e se fazia solidário com ela, destacando a injustiça que a tinha levado a essa situação, sua resposta invariavelmente era: "Deus emendará todo erro que se possa ter cometido e eu voltarei a ver as flores do campo". Não pode haver dúvida com relação à eterna bem-aventurança e alegria dos que cheguem ao fim de suas vidas unidos com Cristo. Quanto mais dura tenha sido a batalha, mais dilacerante a dor, mais duros os trabalhos, mais excelso será a alegria e mais sublime a bem-aventurança.

    “Suas obras os acompanham”. À primeira vista pareceria que o autor do Apocalipse estivesse pregando a doutrina da salvação pelas

    obras. Mas devemos ver cuidadosamente o que João quer dizer com estas palavras. Quando fala das obras dos Efésios refere-se a sua

    paciência e sofrimento (Ap 2:2); quando se trata das obras dos cristãos em Tiatira, refere-se a seu amor, seu serviço e sua fé (Ap 2:19). As "obras" para João nunca são o cumprimento legalista das ordenanças divinas, mas sim

    um tipo especial de caráter. Em realidade está dizendo: "Quando vocês deixarem esta terra tudo o que poderão levar consigo é o seu caráter, o que vocês são. Se chegarem ao fim de suas vidas em união com Cristo,

    seu caráter terá sido provado e purificado como o ouro, refletirá em mais de uma maneira a glória que provém dEle, porque terão vivido com Ele. E podem levar ao outro mundo um caráter autenticamente cristão, receberão lá toda a bem-aventurança." Quando fala de obras João não se

    refere a um balanço positivo de ações meritórias, mas sim a uma vida na qual Jesus Cristo tenha estado presente de maneira ininterrupta.

    A COLHEITA DO JUÍZO

    Apocalipse 14:14-20

    A última visão deste capitulo é uma visão de juízo que se descreve

    em imagens bem conhecidas do pensamento judeu antigo.

    Começa com a descrição do rosto vitorioso de um que é como um Filho de Homem. Esta imagem provém de 13 27:7-14'>Daniel 7:13-14. De modo que aqui temos o Cristo vitorioso, representado por esta imagem, que vem para julgar.

    A seguir se descreve o juízo, mediante duas metáforas que já apareceram em outros lugares das Escrituras.

    O juízo é como uma colheita. Quando Joel quis dizer que o juízo viria logo, disse: “Lançai a foice, porque está madura a seara” (Joel

    Ap 3:13). É similar à expressão de Jesus com relação aos frutos amadurecidos e os preparativos para a colheita em Mc 4:29. Na parábola do trigo e o joio volta a aparecer a mesma imagem (Mateus

    Mt 13:24-30). Esta mesma noção encontramos no Apocalipse. O juízo final de toda a Terra

    deve ter lugar nas subúrbios de Jerusalém.

    Há duas coisas difíceis nesta passagem. Em primeiro lugar o ceifeiro é alguém "como um Filho de Homem". Mas também há um anjo que colheita. É bem possível que o Filho do Homem seja Jesus Cristo ressuscitado e vitorioso, que recolhe a colheita de seu próprio povo. O anjo com a foice afiada na mão, pelo contrário, recolheria a colheita daqueles que estão destinados para o juízo. O Senhor ressuscitado, então, colhe os que estão destinados para a salvação, enquanto que o anjo colhe os condenados.

    Em segundo lugar, diz-se que o sangue sobe até os freios dos cavalos, estendendo-se sobre uma superfície de 1.600 estádios. Ninguém encontrou uma explicação satisfatória deste simbolismo. Mil e seiscentos estádios são quase exatamente a distância entre a fronteira norte e a fronteira sul da Palestina. Isto significaria que a maré do juízo subirá até abranger a totalidade da terra santa. Neste caso a imagem descreveria, de maneira simbólica, a inclusividade do juízo.

    Temos aqui, então, imagens que simbolizam o juízo. São ações da vida cotidiana: a colheita e a fabricação do vinho. O juízo terá lugar nas subúrbios de Jerusalém, ali onde, segundo se sustentava, os gentios seriam reunidos no final. O Cristo ressuscitado recolhe pessoalmente os seus, para levá-los com Ele à glória. O anjo da vingança divina recolhe os que estão destinados para a condenação, para que sejam julgados. O juízo é tão completo que, de fato, cobre a totalidade da terra.


    Dicionário

    Anjos

    masc. pl. de anjo

    an·jo
    (latim angelus, -i)
    nome masculino

    1. Ser espiritual que se supõe habitar no céu.

    2. Figurado Criancinha.

    3. Pessoa de muita bondade.

    4. Figura que representa um anjo.

    5. Criança enfeitada que vai nas procissões.

    6. Mulher formosa.


    anjo custódio
    Religião Anjo que se supõe atribuído por Deus a cada pessoa para a proteger e para a encaminhar para o bem. = ANJO-DA-GUARDA

    anjo da paz
    Pessoa que trata de reconciliar desavindos.


    Ver também dúvida linguística: feminino de anjo.

    Existem aproximadamente 292 referências a “anjos” nas Escrituras, ou seja, 114 no Antigo e 178 no Novo Testamento. Esse número registra mais de 60 referências ao “anjo do Senhor”, mas não inclui as relacionadas aos dois anjos chamados pelo nome na Bíblia, Gabriel (Dn 8:16; Dn 9:21; Lc 1:19-26) e Miguel (Dn 10:13-21; Dn 12:1; Jd 9; Ap 12:7). Existem também mais de 60 referências aos querubins, seres celestiais que são citados freqüentemente em conexão com a entronização simbólica de Deus no Tabernáculo e no Templo (Ex 25:18-20; Ex 37:7-9; 1Rs 6:23-25; Rs 8:6-7; 2Cr 3:7-14; Ez 10:1-20; Hb 9:5).

    Os anjos no Antigo Testamento

    A palavra usada no Antigo Testamento, para designar anjo, significa simplesmente “mensageiro”. Normalmente, constituía-se em um agente de Deus, para cumprir algum propósito divino relacionado com a humanidade. Exemplo: dois anjos foram a Sodoma alertar Ló e sua família sobre a iminente destruição da cidade, como punição do Senhor por sua depravação (Gn 19:1-12-15).


    Os anjos trazem direção, ajuda ou encorajamento
    Em outras ocasiões, um anjo atuou na direção de uma pessoa, para o fiel cumprimento da vontade de Deus. Exemplo: o servo de Abraão foi enviado à Mesopotâmia, a fim de encontrar uma esposa para Isaque entre seus parentes, depois que Abraão lhe disse que o Senhor “enviaria seu anjo” adiante dele, para que o ajudasse a alcançar seu propósito (Gn 24:8-40).

    Às vezes os anjos apareciam, no Antigo Testamento, para encorajar o povo de Deus. Assim, o patriarca Jacó, depois que saiu de Berseba, teve um sonho em Betel, no qual viu uma escada “posta na terra, cujo topo chegava ao céu; e os anjos de Deus subiam e desciam por ela” (Gn 28:12). Por meio dessa experiência, o Senhor falou com Jacó e tornou a prometer-lhe que seria o seu Deus, cuidaria dele e, depois, o traria à Terra Prometida (Gn 28:13-15).

    Essa proteção divina é vista pelo salmista como extensiva a todos os que genuinamente colocam a confiança no Deus vivo: “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34:7; cf. 91:11-12).

    Uma das referências mais interessantes aos anjos foi quando Moisés enviou mensageiros ao rei de Edom. Ao registrar as dificuldades enfrentadas durante o cativeiro egípcio, o legislador comentou: “Mas quando clamamos ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, enviou um anjo, e nos tirou do Egito” (Nm 20:16). Infelizmente, a lembrança da ajuda divina no passado não foi suficiente e a passagem pelo território edomita foi negada (Nm 20:18-20).


    Os anjos como executores do juízo de Deus
    Houve ocasiões em que os anjos tiveram um papel preponderante no propósito divino (Gn 19:12-2Sm 24:16-17). Uma ilustração contundente de um anjo no exercício do juízo divino é encontrada em I Crônicas 21:15: “E Deus mandou um anjo para destruir a Jerusalém”. Nesse caso, felizmente, a aniquilação da cidade foi evitada: “Então o Senhor deu ordem ao anjo, que tornou a meter a sua espada na bainha” (1Cr 21:27). A justiça de Deus foi temperada com a misericórdia divina. Por outro lado, houve ocasiões quando a teimosa oposição ao Senhor foi confrontada com a implacável fúria divina, como nas pragas que caíram sobre o Egito. “Atirou para o meio deles, quais mensageiros de males, o ardor da sua ira, furor, indignação e angústia” (Sl 78:49).

    Um dos casos mais dramáticos de retaliação divina ocorreu na derrota de Senaqueribe, em 701 a.C., em resposta à oração do rei Ezequias: “E o Senhor enviou um anjo que destruiu a todos os homens valentes, os chefes e os oficiais no arraial do rei da Assíria” (2Cr 32:21s.; cf. 2Rs 19:35; Is 37:36). A mesma ação que produziu juízo contra os inimigos de Deus trouxe livramento ao seu povo.


    Anjos interlocutores
    Eles aparecem com freqüência no livro de Zacarias, onde um anjo interlocutor é citado várias vezes (Zc 1:14-18,19; 2:3;4:1-5; 5:5-10; 6:4-5; cf. Ed 2:44-48; Ed 5:31-55). Assim lemos, quando o anjo do Senhor levantou a questão sobre até quando a misericórdia divina seria negada a Jerusalém: “Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, palavras boas, palavras consoladoras” (Zc 1:13). O anjo então transmitiu ao profeta a mensagem dada por Deus (Zc 1:14-17). Esse papel do mensageiro do Senhor de comunicar a revelação divina ao profeta traz luz sobre o Apocalipse, onde um papel similar é dado a um anjo interlocutor (Ap 1:1-2; Ap 22:6).


    Os anjos e o louvor a Deus
    Um dos mais bonitos papéis desempenhados pelos anjos no Antigo Testamento é o louvor. O salmista exortou: “Bendizei ao Senhor, anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz. Bendizei ao Senhor, todos os seus exércitos celestiais, vós, ministros seus, que executais a sua vontade” (Sl 103:20-21). Semelhantemente, o Salmo 148 convoca os anjos a louvar ao Senhor junto com todos os seres criados: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos celestiais” (v. 2). Quando Deus criou a Terra, todos os anjos (conforme trazem algumas versões) rejubilaram (38:7). Da mesma maneira, os serafins — criaturas celestiais que são citadas somente na visão de Isaías — ofereciam louvor e adoração, por sua inefável santidade: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Is 6:2-4). O próprio nome desses seres (“aqueles que queimam”) indica sua pureza como servos de Deus. Nesse texto, uma grande ênfase é colocada sobre a santidade do Senhor e a importância do louvor por parte dos anjos que o servem.

    Os anjos no período intertestamentário

    Os anjos foram particularmente proeminentes na literatura judaica no período entre os dois testamentos (2 Esdras 6:3; Tobias 6:5; 1 Macabeus 7:41; 2 Macabeus 11:6). Alguns anjos, segundo os livros apócrifos, eram conhecidos pelo nome (Uriel, em 2 Esdras 5:20 e Rafael, em Tobias 5:
    4) e, a partir daí, desenvolveram-se elaboradas angelologias. Tobias, por exemplo, falou sobre “sete santos anjos que apresentam as orações dos santos e entram na presença da glória do Santo”. O livro apócrifo “Os Segredos de Enoque”, que apresenta um forte interesse pelos anjos, menciona quatro deles pelo nome, os quais são líderes e desempenham funções específicas no plano divino (1 Enoque 40:9-10). No entanto, este ensino sobre os anjos é restrito e saturado do elemento especulativo, o qual tornou-se tão dominante no período intertestamentário.

    Os anjos no Novo Testamento

    No Novo Testamento, a palavra grega angelos significa “mensageiro” (usada com referência a João Batista, Mc 1:2-4) ou um “anjo”. Os anjos são mencionados muitas vezes nos Evangelhos, Atos, Hebreus e Apocalipse e ocasionalmente nos outros livros.
    Os anjos e os nascimentos de João e de Jesus
    O elemento do louvor certamente marcou presença no NT. Em Lucas, o nascimento de Jesus é anunciado por uma “multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na terra entre os homens...” (Lc 2:13-14). Assim, também no NT os anjos participam do louvor e da adoração ao Senhor, da mesma maneira que faziam no AT. O louvor a Deus era uma de suas atividades primárias (Ap 5:11-12).

    Vários outros aspectos da história do nascimento de Jesus são dignos de nota. Primeiro, o anjo do Senhor teve um papel preponderante no anúncio dos nascimentos tanto de João Batista como de Jesus, ao aparecer a José (Mt 1:20-24; Mt 2:13), a Zacarias (Lc 1:11-20) e aos pastores (Lc 2:9-12). Segundo, o anjo Gabriel fez o anúncio para Zacarias e Maria (Lc 1:19-26). Lucas destacou também a participação de Gabriel na escolha do nome de Jesus (2:21; cf. 1:26-38).


    Os anjos e a tentação de Jesus
    Durante a tentação, o Salmo 91:11-12 foi citado pelo diabo, para tentar Jesus e fazê-lo colocar a fidelidade de Deus à prova (Mt 4:5-7; Lc 4:9-12). Cristo recusou-se a aceitar a sugestão demoníaca e é interessante que Marcos destacou o ministério dos anjos em seu relato da tentação (Mc 1:13). Da mesma maneira, no final de seu registro sobre este assunto, Mateus declarou: “Então o diabo o deixou, e chegaram os anjos e o serviram” (Mt 4:11). A promessa divina do Salmo 91 foi assim cumprida, mas no tempo e na maneira de Deus (cf. Lc 22:43).


    Os anjos e o tema do testemunho
    Os anjos são citados várias vezes em conexão com a vida cristã. O testemunho de Cristo era importante, pois era visto contra o pano de fundo da eternidade: “Qualquer que de mim e das minhas palavras se envergonhar, dele se envergonhará o Filho do homem, quando vier na sua glória e na do Pai e dos santos anjos” (Lc 9:26). O testemunho cristão tem um significado solene, com relação à nossa situação final na presença de Deus e dos anjos: “Digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12:8-9; cf. Mt 10:32-33; Ap 3:5). Em adição, Lucas destacou também a alegria trazida pelo arrependimento sincero: “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15:10).


    Os anjos e o dia do Senhor
    Mateus destacou o papel dos anjos no dia do Senhor. Na Parábola do Joio, por exemplo, Jesus disse aos discípulos: “A ceifa é o fim do mundo, e os ceifeiros são os anjos. . . Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa pecado e todos os que cometem iniqüidade” (Mt 13:39). Semelhantemente, na Parábola da Rede, os anjos participam no julgamento final: “Virão os anjos e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha de fogo, onde haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13:49-50). Em Mateus 16:27, os anjos são vistos como agentes de Deus, os quais terão um papel significativo no processo judicial: “Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com seus anjos, e então recompensará a cada um segundo as suas obras”. No final dos tempos, Deus “enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24:31).


    Os anjos em cenas de morte e ressurreição
    Os anjos são mencionados na intrigante passagem sobre o homem rico e Lázaro, onde “morreu o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão”; por outro lado, “morreu também o rico e foi sepultado” (Lc 16:22). O destino eterno dos dois foi muito diferente e mostrou um forte contraste com o contexto de suas vidas na Terra!

    Anjos apareceram no túmulo vazio, logo depois da ressurreição de Jesus Cristo (Mt 28:2-5; Lc 24:23; Jo 20:12). Mateus escreveu que um “anjo do Senhor” rolou a pedra que fechava o túmulo, e citou sua impressionante aparência e a reação aterrorizada dos guardas (Mt 28:2-3). Ele também registrou as instruções do anjo para as mulheres (Mt 28:5-7; cf. Mc 16:5-7; Lc 24:4-7). De acordo com o evangelho de João, Maria Madalena encontrou “dois anjos vestidos de branco” e depois o próprio Cristo ressurrecto (Jo 20:11-18; cf. At 1:10-11).


    Os anjos em outras referências nos evangelhos
    Mateus chamou a atenção para o papel dos anjos guardiões, que protegem o povo de Deus (Mt 18:10; cf. Sl 34:7; Sl 91:11; At 12:11). Incluiu também o ensino de Jesus sobre o casamento no estado futuro: “Na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; serão como os anjos de Deus no céu” (Mt 22:30; cf. Lc 20:36). Finalmente, há o sombrio repúdio dos que estarão ao lado esquerdo do Rei, na passagem sobre os bodes e as ovelhas: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). A partir desta passagem, fica claro que alguns dos anjos pecaram e uniram-se ao maligno e consequentemente também receberão o castigo eterno (cf. Is 14:12-17; Ez 28:12-19; 2Pe 2:4; Jd 6).

    Em seu evangelho, João registrou o comentário de Jesus para Natanael: “Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” (Jo 1:51). Essa passagem lembra o sonho que Jacó teve em Betel (Gn 28:10-17), onde os anjos faziam algo similar. Aqui, a ideia é que Cristo, como o Filho de Deus, será o elo de ligação entre o céu e a terra.


    Os anjos no livro de Atos
    Lucas fez muitas referências aos anjos em Atos. “O anjo do Senhor” abriu as portas das prisões para os apóstolos em várias ocasiões (At 5:19; At 12:7-11). Mais tarde, “o anjo do Senhor” encorajou Paulo no meio de uma tempestade no mar, com uma mensagem de conforto e a certeza do livramento (At 27:23-24). Por outro lado, “o anjo do Senhor” trouxe juízo contra um inimigo do povo de Deus (o rei Herodes) como no AT: “No mesmo instante o anjo do Senhor feriu-o, porque não deu glória a Deus, e, comido de bichos, expirou” (At 12:23). Deus guiava seu povo e usava seus anjos, embora os saduceus racionalistas negassem a existência deles (At 23:8).


    Os anjos nas cartas de Paulo
    Paulo tinha menos a dizer sobre anjos do que se poderia esperar, embora reconhecesse que a luta do cristão era contra “principados e potestades” (Ef 6:12; cf. 2:2; Jo12:31; 14:30). Estava convencido de que nem os anjos e nem qualquer outro poder criado separariam os verdadeiros cristãos do amor de Deus em Cristo (Rm 8:38-39).

    Paulo mencionou os anjos caídos, e lembrou aos crentes pecaminosos de Corinto que “os santos” julgariam os anjos (1Co 6:3). Também admitiu que “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (2Co 11:14). Esse comentário afirma ser necessário estarmos em constante vigilância, para resistirmos a tais ataques enganadores. Embora os anjos tenham desempenhado um papel importante no tocante à colocação da lei divina em atividade (Gl 3:19), certamente não deveriam ser adorados Cl 2:18). Na verdade, ao escrever aos gálatas, Paulo diz que “ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja anátema” (Gl 1:8). Ele reconhecia com gratidão a bondade inicial dos gálatas, pois “me recebestes como a um anjo de Deus” (Gl 4:14). Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo declarou solenemente que os oponentes do cristianismo, os quais perseguiam os crentes, seriam punidos, “quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo...” (2Ts 1:7-8). Deus ainda estava no controle de sua criação.

    Duas passagens em I Timóteo devem ser observadas. Na primeira, os anjos são mencionados num antigo hino muito bonito (1Tm 3:16). Na segunda, uma séria advertência é feita ao jovem líder cristão, não só na presença de Deus e de Cristo, mas também diante “dos anjos eleitos” (1Tm 5:21), em contraste com Satanás e os outros anjos caídos.


    Os anjos no livro de Hebreus
    Os anjos são citados muitas vezes na carta aos Hebreus (Hb 2:16; Hb 12:22; Hb 13:2), mas são considerados inferiores a Cristo (Hb 1:5-14). São cuidadosamente definidos no primeiro capítulo como “espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de herdar a salvação” (Hb 1:14). São introduzidos numa passagem que adverte os discípulos a atentar para a grande salvação oferecida em Cristo (Hb 2:1-2). Anjos inumeráveis fazem parte da Jerusalém celestial e isso é mencionado como um incentivo a mais, para que os destinatários não recaíssem no Judaísmo (Hb 12:22-24; cf. Mt 26:53).


    Os anjos em I Pedro, II Pedro e Judas
    O plano divino da salvação é tão maravilhoso que desperta a curiosidade dos anjos (1Pe 1:12). A ascensão de Cristo ao Céu, entre outras coisas, significou que anjos, autoridades e potestades foram colocados em submissão a Ele (1Pe 3:22). Referências sombrias à condenação dos anjos caídos em II Pedro e Judas são feitas nas passagens que apontam solenemente os erros dos falsos mestres e sua absoluta destruição (2Pe 2:4; Jd 6). Em II Pedro 2:11, um forte contraste é feito entre os anjos bons e os maus.


    Os anjos no livro de Apocalipse
    Em Apocalipse, as cartas são endereçadas “ao anjo” das sete igrejas (Ap 2:12-18;3:1-14). Em cada um dos casos, a referência é feita aos pastores das igrejas, os quais eram os mensageiros de Deus para o seu povo, numa época de crise iminente. Por outro lado, existem também muitas citações aos anjos como seres sobrenaturais, por todo o livro (Ap 5:2-11;7:1-11; 8:3-8; 14:6-10; 19:17; 20:1).

    A limitação do espaço nos restringe a quatro observações: primeira, os anjos aqui, como em outros lugares na Bíblia, são descritos como executores do juízo de Deus sobre a Terra (Ap 9:15; Ap 16:3-12); segunda, o papel do anjo interlocutor, observado em Zacarias, também é encontrado em Apocalipse (Ap 1:1-2; Ap 10:7-9; Ap 22:6); terceira, é observada uma divisão entre os anjos bons e os maus. “E houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam” (Ap 12:7). Nesta batalha, o lado divino saiu vitorioso: o diabo “foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12:9); quarta, os anjos verdadeiros adoram a Deus e reúnem-se no louvor a Cristo ao redor do trono divino (Ap 5:11-12).

    Sumário

    A Bíblia tem muito a dizer sobre os anjos. Eles foram criados e não devem ser adorados ou louvados. Pelo contrário, são servos sobrenaturais de Deus, que participam dos seus propósitos, tanto de juízo como de salvação. São agentes e mensageiros do Senhor, trabalhando em favor dos seus filhos e protegendo-os. Os anjos participam da adoração a Deus e cumprem a sua vontade na Terra. Alguns, entretanto, se rebelaram contra o Senhor e aliaram-se a Satanás. Estes serão julgados junto com o diabo. A.A.T.


    Atormentado

    atormentado adj. 1. Submetido a tormentos. 2. Aflito, atribulado, mortificado.

    Bêbera

    substantivo feminino Figo temporão, grande, preto e alongado.
    Etimologia (origem da palavra bêbera). Do latim bifera.

    Cordeiro

    substantivo masculino Filhote de ovelha; anho.
    Figurado Pessoa dócil.
    Cordeiro de Deus, Jesus Cristo.
    Cordeiro pascal, cordeiro imolado anualmente pelos israelitas para comemorar a saída do Egito.

    São diversas as palavras que no A.T. se traduzem por ‘cordeiro’. A mais livremente usada, especialmente em Levítico e Números, refere-se ao cordeiro macho. o cordeiro pascal tanto podia ser um cordeiro, como um cabrito (Êx 12:5), visto como a respectiva palavra hebraica se aplica aos dois animais. o cordeiro aparecia notavelmente entre os sacrifícios ordenados pela Lei. Era oferecido todos os dias (Êx 29:38Nm 28:3) – e designadamente no sábado (Nm 28:9 – cp com Ez 46:4-13 -) – na Páscoa (Êx 12:5), no Pentescoste (Lv 23:18), na Festa dos Tabernáculos (Nm 29:13), eem outras ocasiões. No N.T. há três palavras gregas traduzidas como ‘cordeiro’. o cordeiro aparece como símbolo de inocência e da impotência no Antigo e Novo Testamento (is 11:6-53.7 – cp com Lc 10:3, e At 8:32). (*veja Sacrifício, e Cordeiro de Deus.)

    Cordeiro
    1) Filhote ainda novo da ovelha; carneirinho. Sua carne servia de alimento e era usada nos SACRIFÍCIOS (Ex 29:39).

    2) Jesus, o Cordeiro de Deus (Jo 1:29).

    Cálice

    substantivo masculino Conjunto de sépalas de uma flor.
    Copinho para licores e vinhos fortes: um cálice de conhaque.
    Vaso sagrado em que se põe o vinho durante o sacrifício da missa.
    Beber o cálice até as fezes, sofrer até o fim as maiores aflições; suportar as mais pesadas afrontas.

    Do latim calix, que significa “copo” ou “vaso para beber”.

    Segundo o costume dos judeus, nos seus sacrifícios de ação de graças, o anfitrião tomava um cálice de vinho na mão, e em palavras solenes rendia graças e louvores a Deus pelos benefícios recebidos, naquela ocasião especial, e passava depois o cálice a todos os convidados, cada um dos quais bebia dele. o Salmista refere-se a este costume em Sl 116:13 – nosso Salvador, na célebre reunião em que se despedia dos Seus discípulos, seguiu a mesma prática. S. Paulo, em 1 Co 10.16, faz referência ao uso do ‘cálice de bênção’. É, algumas vezes, uma expressão eufêmica por ‘amaldiçoar’, e assim se acha traduzida em 1:5-11 e 2.5,9.

    Cálice Figuradamente pode significar sofrimento (Mt 20:22; 26.39), ou a morte (sangue) de Jesus por nós (Lc 22:20).

    Cálice Copo de barro ou metal, de forma côncava e de pouca profundidade (Mt 23:25ss.; Mc 7:4). Nos evangelhos, simboliza o destino ou missão da pessoa (Mt 20:22ss.; Mc 10:38ss.), o que, às vezes, implica uma prova difícil (Mt 26:39.42; Mc 14:36; Lc 22:42; Jo 18:11).

    Deitar

    verbo transitivo Estender ao comprido; dispor horizontalmente: deitar um caixote.
    Exalar, trescalar: deitar um perfume.
    Escorrer, segregar: a ferida deita pus.
    Meter na cama: deitar o bebê.
    Pôr, botar: deitar a língua de fora.
    Atirar, arremessar.
    verbo pronominal Meter-se na cama: deitou-se bem cedo.

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Diante

    advérbio Em frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante.
    locução adverbial Em, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente.
    locução prepositiva Diante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador.
    Em companhia de: falou a verdade diante do júri.
    Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão.
    Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.

    Enxofre

    substantivo masculino [Química] Elemento químico insípido e inodoro, de cor amarelada, símbolo S, número atômico 16, massa atômica 32,066, densidade 2, se funde aos 115 ºC aproximadamente e ferve aos 444:6 ºC.
    Etimologia (origem da palavra enxofre). Do latim sulfur, sulphur.uris, "enxofre".

    Enxofre Elemento amarelo com cheiro forte que existia em grande quantidade perto do mar Morto (Gn 19:24); (Ap 9:17).

    Fogo

    Fogo Um dos símbolos com o qual se descreve o castigo eterno: o inferno (Mt 5:22). Passagens como as de Lc 3:16 ou 12:49ss. referem-se, evidentemente, à dupla opção de vida diante da qual se coloca todo ser humano: ou aceitar o Evangelho de Jesus, o messias, e ser mergulhado (batizado) no Espírito Santo ou rejeitá-lo e ser lançado ao fogo eterno, destinado ao diabo e a seus anjos (Mt 25:41-46).

    C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Las sectas frente a la Biblia, Madri 1992.


    [...] No pensamento de Jesus, o fogo eterno não podia passar, portanto, de simples figura, pouco lhe importando fosse essa figura interpretada à letra, desde que ela servisse de freio às paixões humanas. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6, it• 7

    Imagem, semelhante a tantas outras, tomada como realidade. [...] O homem não encontrou comparação mais enérgica do que a do fogo, pois, para ele, o fogo é o tipo do mais cruel suplício e o símbolo da ação mais violenta. Por isso é que a crença no fogo eterno data da mais remota antiguidade, tendo-a os povos modernos herdado dos mais antigos. Por isso também é que o homem diz, em sua linguagem figurada: o fogo das paixões; abrasar de amor, de ciúme, etc.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 974 e 974a

    [...] A Teologia reconhece hoje que a palavra fogo é usada figuradamente e que se deve entender como significando fogo moral. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 1009

    O fogo exprime emblematicamente a expiação como meio de purificação e, portanto, de progresso para o Espírito culpado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3


    Deus revelou a Sua presença na sarça ardente por meio do fogo (Êx 3:2), e desceu ao monte Sinai entre chamas e relâmpagos (Êx 19:18). Aquele fogo que desceu do céu, primeiramente sobre o altar do tabernáculo, e mais tarde sobre o altar do templo de Salomão, quando da sua dedicação, ali se conservou constantemente alimentado, e cuidadosamente sustentado de dia e de noite pelos sacerdotes. o fogo para fins sagrados, que não fosse obtido do altar, era chamado ‘fogo estranho’ – e por ser este usado por Nadabe e Abiú, foram estes sacerdotes mortos com fogo que veio de Deus (Lv 10:1-2Nm 3:4 – 26.61). o emprego do fogo para fundir metais já era conhecido dos hebreus no tempo do Êxodo (32.24). Em dia de sábado nenhum lume se acendia para qualquer fim doméstico (Êx 35:3Nm 15:32-36). os adoradores do deus Moloque, ou queimavam os seus filhos no fogo, ou os faziam passar por ele (2 Rs 16.3 – 21.6 – 2 Cr 33.6). o Espirito Santo é comparado ao fogo (Mt 3:11At 2:3), sendo a sua obra converter e purificar as almas, inflamando-as de amor a Deus e de zelo pela Sua Glória. A Palavra de Deus é, também, apresentada como semelhante ao fogo (Jr 23:29). Empregam-se, além disso, os termos ‘fogo’ e ‘chama’, para exprimir vivos sentimentos e a inspiração divina, e descrever calamidades temporais e futuros castigos (Sl 66:12Jr 20:9Jl 2:30Ml 3:2Mt 25:41Mc 9:43).

    Fogo (que em latim se dizia "ignis" = ignição do carro) tem origem noutra palavra latina, "focu", cujo primeiro sentido é lar doméstico, lareira, e só posteriormente passou a significar fogo. Por via culta, "focu" nos deu foco, já com sentidos novos.

    substantivo masculino Desenvolvimento simultâneo de calor, de luz e de chama produzido pela combustão viva de certos corpos, como a madeira, o carvão etc.
    Fogueira, incêndio, labareda, lume.
    Fogão ou lugar onde se cozinha ou se faz fogo para qualquer fim; lareira: conversávamos junto ao fogo.
    Calor intenso e molesto: o dia de hoje foi um fogo.
    Figurado Veemência, ardor, paixão: o fogo da cólera.
    Fuzilaria, guerra, combate.
    Figurado Fogo de palha, entusiasmo passageiro ou aparente.
    Figurado Excitação, ardência sexual: mulher de muito fogo.
    Negar fogo, falhar, iludir, desanimar.
    Pegar fogo, incendiar-se, inflamar-se.
    Fazer fogo, acender.
    Comer fogo, fazer alguma coisa com grande sacrifício ou passar dificuldades.
    Figurado Atiçar fogo, açular, incitar.
    Brincar com o fogo, expor-se ao perigo, arriscar-se.
    Figurado Ser fogo, ser difícil, irredutível, indomável, intransigente.
    A fogo lento, pouco a pouco.
    Tocar fogo na canjica, animar.
    Figurado Pôr as mãos no fogo (por alguém), responsabilizar-se, confiar em.
    interjeição Voz de disparo em combate ou aviso de incêndio.
    substantivo masculino plural Fogos de artifício, peças pirotécnicas fáceis de inflamar para festejos juninos e outras comemorações.

    Ira

    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    substantivo feminino Raiva, sentimento intenso e permanente de ódio, mágoa e rancor que, normalmente contra uma ou algumas pessoas, é gerado por uma ofensa, dando origem a uma situação agressiva.
    Manifestação desse sentimento ou o que é causado por ele: sua ira acabou causando o fim do seu casamento.
    Por Extensão Indignação agressiva, violenta: a ira do povo!
    Por Extensão Vingança ou sentimento impulsionado pelo desejo de se vingar: não se deve brincar com a ira dos deuses.
    Etimologia (origem da palavra ira). Do latim ira.ae.

    1. O jairita, mencionado junto com Zadoque e Abiatar em II Samuel 20:26 como “ministro de Davi”. Os jairitas eram da tribo de Manassés (Nm 32:41). Isso pode significar que os que não pertenciam à tribo de Levi foram autorizados a exercer algumas funções sacerdotais durante o reinado de Davi.


    2. Filho de Iques, de Tecoa, era um dos “trinta” guerreiros valentes de Davi.

    Como comandante do exército do rei, estava de prontidão com seus homens todo sexto mês de cada ano e tinha 24:000 soldados sob suas ordens (2Sm 23:26-1Cr 11:28; 1Cr 27:9).


    2. O itrita, outro dos guerreiros valentes de Davi (2Sm 23:38-1Cr 11:40).


    Ira CÓLERA (Sl 30:5); (Ef 4:26). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (Is 54:7-8); (Rm 9:22-23). “Filhos da ira” quer dizer “sujeitos ao castigo” de Deus (Ef 2:3). A ira de Deus é a sua reação contra o pecado, a qual o leva a castigar o pecador (Ez 7:8-9); (Ap 16:19). Porém maior do que a ira de Deus é o seu amor, que perdoa aqueles que se arrependem e mudam de vida (

    Irã

    Cidadão

    Um dos chefes de Edom, mencionado em conexão com Magdiel, descendente de Esaú (Gn 36:43-1Cr 1:54).


    Misturado

    adjetivo Que está confusamente ajuntado a outras coisas; misto.
    Adicionado.
    Associado.
    Etimologia (origem da palavra misturado). Particípio de misturar.

    adjetivo Que está confusamente ajuntado a outras coisas; misto.
    Adicionado.
    Associado.
    Etimologia (origem da palavra misturado). Particípio de misturar.

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Santos

    masc. pl. de santo

    san·to
    (latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

    2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

    3. Dedicado a Deus.

    4. Bem-aventurado, sagrado.

    5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

    6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

    7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

    8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

    9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

    10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

    11. Inocente; imaculado; inviolável.

    12. Eficaz; que cura.

    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

    14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

    15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

    nome masculino

    16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


    não haver santo que valha
    Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

    santo de casa não faz milagre
    O mesmo que santos da casa não fazem milagres

    santo de pau carunchoso
    O mesmo que santo de pau oco.

    santo de pau oco
    Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

    [Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

    santos da casa não fazem milagres
    Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


    masc. pl. de santo

    san·to
    (latim sanctus, -a, -um, tornado sagrado ou inviolável)
    adjectivo
    adjetivo

    1. Relativo ao culto religioso. = SACRO, SAGRADOPAGÃO, PROFANO

    2. Que vive segundo a lei de Deus ou segundo preceitos religiosos.

    3. Dedicado a Deus.

    4. Bem-aventurado, sagrado.

    5. Que deve ser cumprido ou respeitado. = SAGRADO

    6. Religião Destinado ao culto ou a uma celebração religiosa, correspondo por vezes a um feriado (ex.: dia santo). = SANTIFICADO

    7. Religião Que precede o domingo de Páscoa (ex.: quinta-feira santa, sábado santo).

    8. Que inspira ou deve inspirar grande respeito ou veneração.

    9. Religião Usa-se antes do nome masculino de um santo começado por vogal (ex.: Santo António) ou antes de um nome feminino de uma santa (ex.: Santa Teresa). [Confrontar: são]

    10. Essencialmente puro; perfeito em tudo.

    11. Inocente; imaculado; inviolável.

    12. Eficaz; que cura.

    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    13. Que ou quem foi canonizado e santificado por uma igreja.

    14. Que ou quem morreu em estado de santidade.

    15. Que ou quem tem uma extraordinária bondade, tem qualidades superiores ou tem um comportamento irrepreensível.

    nome masculino

    16. Imagem ou representação de uma pessoa canonizada (ex.: comprou mais dois santos no antiquário).


    não haver santo que valha
    Não haver solução (ex.: com esta maré de azar, não há santo que nos valha).

    santo de casa não faz milagre
    O mesmo que santos da casa não fazem milagres

    santo de pau carunchoso
    O mesmo que santo de pau oco.

    santo de pau oco
    Estátua de madeira de um santo, oca por dentro.

    [Informal] Pessoa que finge ou parece ser o que não é. = FINGIDO, SONSO

    santos da casa não fazem milagres
    Expressão que se usa para indicar que é mais fácil contar com a ajuda de estranhos do que com a daqueles que nos são mais próximos.


    Esta palavra no A.T. representadas palavras hebraicas, significando uma delas
    (1). piedoso (Sl 30:4, e freqüentes vezes nos Salmos, e também em 1 Sm 2.9 – 2 Cr 6.41 – Pv 2:8) – e a outra
    (2). separado, aplicando-se o termo aos anjos (Sl 89:5-7), e aos homens (Dt 33:3 – cp.com o vers. 2 – Sl 16:3 – 34.9 – Dn 7:18, etc.). É esta última palavra, no seu equivalente grego, que no N.T. é adotada com uma designação característica da comunidade cristã (At 9:13Rm 1:7 – 1 Co 1.2 – 2 Co 1.1, etc.). E assim, por aquela expressão se indica, em primeiro lugar, a chamada e estado do crente cristão – e, em segundo lugar, as qualidades próprias do crente, as quais derivam de tão alto privilégio. A Escritura não autoriza, de nenhum modo, a limitação da palavra a pessoas de especial santidade. (*veja Santificação.)

    Sera

    abundância

    Será

    substantivo deverbal Ação de ser; ato de se colocar num local, situação ou circunstância determinada no futuro: amanhã ele será o novo diretor.
    Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
    Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
    Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.

    substantivo deverbal Ação de ser; ato de se colocar num local, situação ou circunstância determinada no futuro: amanhã ele será o novo diretor.
    Ação de passar a possuir uma identidade ou qualidade intrínseca: ele será médico.
    Ação de apresentar temporariamente determinada forma, estado, condição, aspecto, tempo: um dia ele será rico; o exame será na semana que vem.
    Etimologia (origem da palavra será). Forma Der. de ser.

    (Heb. “abundância”). Filha de Aser, a qual, juntamente com seus irmãos, é listada entre os que desceram ao Egito com Jacó (Gn 46:17; Nm 26:46-1Cr 7:30).


    Tal

    substantivo masculino e feminino Pessoa sobre quem se fala, mas de nome ocultado: estava falando do tal que me criticou.
    Uso Informal. Quem se destaca ou expressa talento em: se achava o tal, mas não sabia nada.
    pronome Este, esse, aquele, aquilo: sempre se lembrava de tal situação; tal foi o projeto que realizamos.
    Igual; que se assemelha a; de teor análogo: em tais momentos não há nada o que fazer.
    Dado ou informação que se pretende dizer, mas que não é conhecida pelo falante: livro tal.
    Informação utilizada quando se pretende generalizar: não há como combater a pobreza em tal país.
    advérbio Assim; de determinado modo: tal se foram as oportunidades.
    Que tal? Indica que alguém pediu uma opinião: Olha o meu vestido, que tal?
    Um tal de. Expressão de desdém: apareceu aqui um tal de João.
    De tal. Substitui um sobrenome que se desconhece: José de tal.
    Etimologia (origem da palavra tal). Do latim talis.e.

    tal pron. 1. Igual, semelhante, análogo, tão bom, tão grande. 2. Este, aquele; um certo. 3. Isso, aquilo. S. .M e f. 1. Pessoa de mérito em qualquer coisa. 2. Pop. Pessoa que se julga ser a mais importante entre outras; o batuta, o notável. Adv. Assim mesmo.

    Vinho

    substantivo masculino Bebida alcoólica resultante da fermentação da uva sob efeito de certas leveduras.
    Essa bebida feita pela fermentação do sumo de outras frutas.
    Licor análogo, que se extrai de certas plantas.
    Coloração da uva ou cor do vinho tinto.
    Copo, cálice ou garrafa de vinho: comprei dois vinhos ontem.
    Figurado O que causa embriaguez; bebedeira: o vinho do seu sorriso.
    adjetivo Que tem a cor do vinho; roxo, arroxeado: vestido vinho.
    Diz-se dessa cor: seu vestido era vinho.
    expressão Vinho de mesa. Vinho que se costuma beber às refeições.
    Vinho doce. Vinho feito de uva bem madura, e que possui qualidades muito sacarinas.
    Vinho rascante. Vinho adstringente, que deixa certo travo na garganta.
    Vinho seco. Vinho que não é doce e possui sabor firme e são.
    Vinho tinto. Vinho de cor avermelhada.
    Vinho verde. Vinho ácido, produzido com uvas pouco maduras e pouco doces.
    Etimologia (origem da palavra vinho). Do latim vinum.i.

    o sumo das uvas produzia diversas espécies de vinho. Pisadas as uvas no lagar, corria o sumo para uma cuba. A esse sumo chamavam ‘vinho novo’ – e os judeus bebiam-no nesse estado – mas passado pouco tempo, principiava a fermentação. o vinho fermentado tinha diversos nomes. Algum era pouco melhor do que o vinagre, e formava a bebida comum dos operários, ou dos trabalhadores do campo durante o calor da colheita (Rt 2:14). Foi este o vinho, fornecido em enormes quantidades por Salomão, para os rachadores de lenha no Líbano (2 Cr 2.10). o vinagre que deram ao Salvador, quando estava na cruz (Mc 15:36), era provavelmente a ‘posca’, uma mistura de vinho e água que costumavam dar aos soldados romanos – e o vinho com mirra era uma bebida estupefaciente (*veja 23). o vinho não era somente misturado com água, mas também o aromatizavam algumas vezes (Sl 75:8Pv 9:2-5 – 23.30). o A.T. alude muitas vezes ao vício em que caíram os hebreus e outros povos da antigüidade, bebendo excessivamente, e também faz muitas referências às vergonhosas cenas de orgia por ocasião das festas, no tempo da vindima. igualmente, Belsazar e Xerxes tinham os seus ‘banquetes de vinho’ – Neemias aparece como copeiro de Artaxerxes – e Naum e Habacuque acusaram os ninivitas e os caldeus de serem vergonhosamente desregrados (Na 1.10 – 2.1 – 3.11 – Dn 5:1-2Hc 2:15-16). Em conformidade com estas passagens acham-se muitas vezes exemplificados, nas esculturas assírias, o uso e o abuso do fruto da vide. os profetas do oitavo século antes de Cristo referem-se freqüentemente aos banquetes, nos quais bebiam demasiadamente as classes mais ricas da comunidade. Amós descreve com viveza aquelas orgias dos príncipes de Samaria, que se estendiam sobre as camas de marfim e bebiam vinho por taças (6.4 a 6). oséias escreve que no dia do aniversário natalício do rei, os príncipes se tornaram doentes com a excitação do vinho (os 7:5) – e isaías exclamava (28.1): ‘Ai da soberba coroa dos bêbados de Efraim.’ o mesmo profeta denuncia os habitantes de Jerusalém deste modo: ‘Ai dos que se levantam pela manhã, e seguem a bebedice, e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta’ (is 5:11). Jesus Cristo, em Caná da Galiléia, mudou a água em vinho (Jo 2:9-10). Acham-se indicações no N.T. de que o vinho era algumas vezes bebido em excesso: (Jo 2:10At 2:13 – 1 Co 5.11 e 6.10 – Ef 5:18). Paulo (Rm 14:21) sugere a lei da abstinência para o bem-estar dos outros, mas recomenda um pouco de vinho a Timóteo, em vista da sua fraqueza física (1 Tm 5.23). (*veja Videira, Lagar de Vinho.)

    Vinho Bebida alcoólica resultante da fermentação natural do suco de uvas (Pv 20:1); (Ef 5:18).

    Vinho Ver Álcool.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Apocalipse 14: 10 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    também esseG846 αὐτόςG846 G2532 καίG2532 beberáG4095 πίνωG4095 G5695 doG1537 ἐκG1537 vinhoG3631 οἶνοςG3631 da cóleraG2372 θυμόςG2372 de DeusG2316 θεόςG2316, preparadoG2767 κεράννυμιG2767 G5772, sem misturaG194 ἄκρατοςG194, doG1722 ἔνG1722 cáliceG4221 ποτήριονG4221 da suaG846 αὐτόςG846 iraG3709 ὀργήG3709, eG2532 καίG2532 será atormentadoG928 βασανίζωG928 G5701 comG1722 ἔνG1722 fogoG4442 πῦρG4442 eG2532 καίG2532 enxofreG2303 θεῖονG2303, dianteG1799 ἐνώπιονG1799 dos santosG40 ἅγιοςG40 anjosG32 ἄγγελοςG32 eG2532 καίG2532 na presençaG1799 ἐνώπιονG1799 do CordeiroG721 ἀρνίονG721.
    Apocalipse 14: 10 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    95 d.C.
    G1537
    ek
    ἐκ
    o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
    (Gilgal)
    Substantivo
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G1799
    enṓpion
    ἐνώπιον
    ante, perante / na frente de
    (before)
    Preposição
    G194
    ákratos
    ἄκρατος
    talvez, porventura
    (it may be)
    Advérbio
    G2303
    theîon
    θεῖον
    enxofre
    (sulphur)
    Substantivo - neutro acusativo singular
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2372
    thymós
    θυμός
    ver, perceber, olhar, observar, profetizar, providenciar
    (shall provide)
    Verbo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G2767
    keránnymi
    κεράννυμι
    uma cidade dos cananeus conquistada por Josué, repartida para Judá e localizada no sul
    ([even] Hormah)
    Substantivo
    G32
    ángelos
    ἄγγελος
    anjo / mensageiro
    (angel)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3631
    oînos
    οἶνος
    conclusão, destruição, consumação, aniquilação
    (and failing)
    Substantivo
    G3709
    orgḗ
    ὀργή
    palma, mão, sola, palma da mão, cavidade ou palma da mão
    (for the sole)
    Substantivo
    G40
    hágios
    ἅγιος
    Abimeleque
    (Abimelech)
    Substantivo
    G4095
    pínō
    πίνω
    beber
    (you should drink)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Ativo - 2ª pessoa do plural
    G4221
    potḗrion
    ποτήριον
    copo, cálice
    (a cup)
    Substantivo - neutro acusativo singular
    G4442
    pŷr
    πῦρ
    rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo a quem Abrão deu o dízimo depois da batalha
    (Melchizedek)
    Substantivo
    G721
    arníon
    ἀρνίον
    ()
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
    G928
    basanízō
    βασανίζω
    testar (metais) pelo pedra de toque, que é um pedra silicosa preta usada para testar a
    (tormented)
    Verbo - particípio no presente médio ou passivo - Masculino no Singular nominativo


    ἐκ


    (G1537)
    ek (ek)

    1537 εκ ek ou εξ ex

    preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

    1. de dentro de, de, por, fora de

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἐνώπιον


    (G1799)
    enṓpion (en-o'-pee-on)

    1799 ενωπιον enopion

    neutro de um composto de 1722 e um derivado de 3700; prep

    1. na presença de, diante
      1. de um lugar ocupado: naquele lugar que está diante, ou contra, oposto, a alguém e para o qual alguém outro volta o seu olhar

    ἄκρατος


    (G194)
    ákratos (ak'-rat-os)

    194 ακρατος akratos

    de 1 (como partícula negativa) e um suposto derivado de 2767; adj

    1. não misturado, puro

    θεῖον


    (G2303)
    theîon (thi'-on)

    2303 θειον theion

    provavelmente de 2304 (no seu sentido original de flamejar); TDNT - 3:122,*; n n

    1. enxofre
      1. incenso divino, pois pensava-se que a queima de incenso tinha o poder de purificar, e de prevenir enfermidades

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    θυμός


    (G2372)
    thymós (thoo-mos')

    2372 θυμος thumos

    de 2380; TDNT - 3:167,339; n m

    paixão, raiva, fúria, ira que ferve de forma imediata e logo se acalma outra vez

    brasa, ardor, o vinho da paixão, o vinho que excita,(que enloquece o beberrão ou o destrói pela sua força)


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    κεράννυμι


    (G2767)
    keránnymi (ker-an'-noo-mee)

    2767 κεραννυμι kerannumi

    uma forma prolongada de uma palavra mais primária κεραω kerao (que é usada em certos tempos); v

    misturar, combinar

    misturar vinho, água

    despejar para beber


    ἄγγελος


    (G32)
    ángelos (ang'-el-os)

    32 αγγελος aggelos

    de aggello [provavelmente derivado de 71, cf 34] (trazer notícias); TDNT 1:74,12; n m

    1. um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    οἶνος


    (G3631)
    oînos (oy'-nos)

    3631 οινος oinos

    palavra primária (ou talvez de origem hebraica 3196); TDNT - 5:162,680; n m

    vinho

    metáf. vinho abrasador da ira de Deus


    ὀργή


    (G3709)
    orgḗ (or-gay')

    3709 οργη orge

    de 3713; TDNT - 5:382,716; n f

    raiva, disposição natural, mau humor, caráter

    1. movimento ou agitação da alma, impulso, desejo, qualquer emoção violenta, mas esp.
    2. raiva
    3. raiva, ira, indignação
    4. raiva exibida em punição, por isso usado também para punição
      1. de punições impostas pelos magistrados

    ἅγιος


    (G40)
    hágios (hag'-ee-os)

    40 αγιος hagios

    de hagos (uma coisa grande, sublime) [cf 53, 2282]; TDNT 1:88,14; adj

    1. algo muito santo; um santo

    Sinônimos ver verbete 5878


    πίνω


    (G4095)
    pínō (pee'-no)

    4095 πινω pino

    forma prolongada de πιω pio; que (junto como outra forma ποω poo) ocorre apenas como um substituto em determinados tempos; TDNT - 6:135,840; v

    beber

    figurativamente, receber na alma o que serve para refrescar, fortalecer e nutrir para a vida eterna


    ποτήριον


    (G4221)
    potḗrion (pot-ay'-ree-on)

    4221 ποτηριον poterion

    de um derivado do substituto de 4095; TDNT - 6:148,841; n n

    copo, cálice

    metáf. porção ou experiência de alguém, seja prazenteira ou adversa.

    Designações divinas, sejam favoráveis ou desfavoráveis. Comparável a um cálice que Deus apresenta a alguém para beber: tanto de prosperidade, como de adversidade


    πῦρ


    (G4442)
    pŷr (poor)

    4442 πυρ pur

    palavra raiz; TDNT - 6:928,975; n n

    1. fogo

    ἀρνίον


    (G721)
    arníon (ar-nee'-on)

    721 αρνιον arnion

    diminutivo de 704; TDNT - 1:340,*; n n

    1. um cordeirinho, um cordeiro

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo

    βασανίζω


    (G928)
    basanízō (bas-an-id'-zo)

    928 βασανιζω basanizo

    de 931; TDNT - 1:561,96; v

    1. testar (metais) pelo pedra de toque, que é um pedra silicosa preta usada para testar a pureza do ouro ou prata pela cor da listra que se forma nela ao friccioná-la com qualquer dos dois metais
    2. questionar através de tortura
    3. torturar
    4. vexar com com dores horríveis (no corpo ou na mente), atormentar
    5. ser molestado, afligido
      1. daqueles que no mar estão lutando com um vento contrário