Enciclopédia de Mateus 19:6-6

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mt 19: 6

Versão Versículo
ARA De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.
ARC Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem.
TB Assim já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
BGB ὥστε οὐκέτι εἰσὶν δύο ἀλλὰ σὰρξ μία. ὃ οὖν ὁ θεὸς συνέζευξεν ἄνθρωπος μὴ χωριζέτω.
HD De modo que não são mais dois, mas uma única carne. Portanto, o que Deus juntou {no jugo} não separe o homem.
BKJ Por isso, eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, nenhum homem o separe.
LTT Assim, não mais são dois, mas exatamente uma carne. Aquilo, pois, que Deus uniu- juntamente- como- uma- parelha, o homem não o separe."
BJ2 De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu,[x] o homem não deve separar".
VULG Itaque jam non sunt duo, sed una caro. Quod ergo Deus conjunxit, homo non separet.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Mateus 19:6

Provérbios 2:17 a qual deixa o guia da sua mocidade e se esquece do concerto do seu Deus;
Malaquias 2:14 E dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher do teu concerto.
Marcos 10:9 Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.
Romanos 7:2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.
I Coríntios 7:10 Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido.
Efésios 5:28 Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
Hebreus 13:4 Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Mateus 19 : 6
juntou
Lit. “jungir juntamente, juntar no jugo, colocar debaixo do mesmo jugo”, e metaforicamente “unir em matrimônio”, “unir intimamente”.


Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

Dois (2)

A natureza dualística existente no cosmo. O positivo e negativo, o bem e o mal, céus e terra, anoite e o dia, ..., Etc. É a pluralidade das criaturas existentes no mundo, isto é, as coisas tangíveis; a matéria.



Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Ministério de Jesus ao leste do Jordão

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

32 d.C., após a Festividade da Dedicação

Betânia do outro lado do Jordão

Vai ao local onde João batizava; muitos exercem fé em Jesus

     

Jo 10:40-42

Pereia

Ensina em cidades e aldeias, no caminho para Jerusalém

   

Lc 13:22

 

Aconselha a entrar pela porta estreita; lamenta por Jerusalém

   

Lc 13:23-35

 

Provavelmente Pereia

Ensina humildade; ilustrações: lugar mais destacado e convidados que deram desculpas

   

Lc 14:1-24

 

Calcular o custo de ser discípulo

   

Lc 14:25-35

 

Ilustrações: ovelha perdida, moeda perdida, filho pródigo

   

Lc 15:1-32

 

Ilustrações: administrador injusto; rico e Lázaro

   

Lc 16:1-31

 

Ensina sobre não ser causa para tropeço; perdão e fé

   

Lc 17:1-10

 

Betânia

Lázaro morre e é ressuscitado

     

Jo 11:1-46

Jerusalém; Efraim

Conspiração contra Jesus; ele se retira

     

Jo 11:47-54

Samaria; Galileia

Cura dez leprosos; explica como o Reino de Deus virá

   

Lc 17:11-37

 

Samaria ou Galileia

Ilustrações: viúva persistente, fariseu e cobrador de impostos

   

Lc 18:1-14

 

Pereia

Ensina sobre casamento e divórcio

Mt 19:1-12

Mc 10:1-12

   

Abençoa crianças

Mt 19:13-15

Mc 10:13-16

Lc 18:15-17

 

Pergunta do jovem rico; ilustração dos trabalhadores no vinhedo e mesmo salário

Mt 19:16–20:16

Mc 10:17-31

Lc 18:18-30

 

Provavelmente Pereia

Profetiza sua morte pela terceira vez

Mt 20:17-19

Mc 10:32-34

Lc 18:31-34

 

Pedido de posição no Reino para Tiago e João

Mt 20:20-28

Mc 10:35-45

   

Jericó

No caminho, cura dois cegos; visita Zaqueu; ilustração das dez minas

Mt 20:29-34

Mc 10:46-52

Lc 18:35Lc 19:28

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mt 19:6
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 22
Página: 245
Allan Kardec
Também os fariseus vieram ter com ele para o tentarem e lhe disseram: Será permitido a um homem despedir sua mulher, por qualquer motivo? Ele respondeu: Não lestes que aquele que criou o homem desde o princípio os criou macho e fêmea e disse: Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se ligará à sua mulher e não farão os dois senão uma só carne? Assim, já não serão duas, mas uma só carne. Não separe, pois, o homem o que Deus juntou.
Mas, por que então, retrucaram eles, ordenava Moisés que o marido desse à sua mulher um escrito de separação e a despedisse? Jesus respondeu: Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés permitiu despedísseis vossas mulheres; mas, no começo, não foi assim. Por isso eu vos declaro que aquele que despede sua mulher, a não ser em caso de adultério, e desposa outra, comete adultério; e que aquele que desposa a mulher que outro despediu também comete adultério. (Mateus 19, 3 a 9)

Emmanuel

mt 19:6
Caminho, Verdade e Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 164
Página: 343
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” — JESUS (Mt 19:6)


A palavra divina não se refere apenas aos casos do coração. Os laços afetivos caracterizam-se por alicerces sagrados e os compromissos conjugais ou domésticos sempre atendem a superiores desígnios. O homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais para lisonjear os sentidos. Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos, desorganizará a própria existência. Os princípios equilibrantes da vida surgirão sempre, corrigindo e restaurando…

A advertência de Jesus, porém, apresenta para nós significação mais vasta.

“Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao “não perturbeis o que Deus harmonizou”.

Ninguém alegue desconhecimento do propósito divino. O dever, por mais duro, constitui sempre a Vontade do Senhor. E a consciência, sentinela vigilante do Eterno, a menos que esteja o homem dormindo no nível do bruto, permanece apta a discernir o que constitui “obrigação” e o que representa “fuga”.

O Pai criou seres e reuniu-os. Criou igualmente situações e coisas, ajustando-as para o bem comum. Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a recomposição. Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões…

Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera para o bem.

Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Às vezes, é possível perturbar-lhe as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a repará-las com suor e lágrimas.



mt 19:6
Livro da Esperança

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 76
Página: 203
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“…Não separe o homem o que Deus ajuntou.” — JESUS (Mt 19:6)


“…Quando Jesus disse: “Não separe o homem o que Deus ajuntou”, essas palavras se devem entender com referência à união, segundo a lei imutável de Deus e não segundo a lei mutável dos homens.” —


Aspiras a convivência dos Espíritos de eleição com os quais te harmonizas agora, no entanto, trazes ainda na vida social e doméstica, o vínculo das uniões menos agradáveis que te compelem a frenar impulsos e a sufocar os mais belos sonhos.

Não violentes, contudo, a lei que te preceitua semelhantes deveres. Arrastamos, do passado ao presente, os débitos que as circunstâncias de hoje nos constrangem a revisar.

O esposo arbitrário e rude que te pede heroísmo constante é o mesmo homem de outras existências, de cuja lealdade escarneceste, acentuando-lhe a feição agressiva e cruel.

Os filhinhos doentes que te desfalecem nos braços, cancerosos ou insanos, idiotizados ou paralíticos são as almas confiantes e ingênuas de anteriores experiências terrestres, que impeliste friamente às pavorosas quedas morais.

A companheira intransigente e obsidiada, a envolver-te em farpas magnéticas de ciúme, não é outra senão a jovem que outrora embaiste com falsos juramentos de amor, enredando-lhe os pés em degradação e loucura.

Os pais e chefes tirânicos, sempre dispostos a te ferirem o coração, revelam a presença daqueles que te foram filhos em outras épocas, nos quais plantaste o espinheiral do despotismo e do orgulho, hoje contigo para que lhes renoves o sentimento, ao preço de bondade e perdão sem limites.

Espíritos enfermos, passamos pelo educandário da reencarnação, qual se o mundo, transfigurado em sábio anestesista, nos retivesse no lar, para que o tempo, à feição de professor devotado, de prova em prova, efetue a cirurgia das lesões psíquicas de egoísmo e vaidade, viciação e intolerância que nos comprometem a alma.

À frente, pois, das uniões menos simpáticas, saibamos suportá-las, de ânimo firme.

Divórcio, retirada, rejeição e demissão, às vezes, constituem medidas justificáveis nas convenções humanas, mas quase sempre não passam de moratórias para resgate em condições mais difíceis, com juros de escorchar.

Ouçamos o íntimo de nós mesmos. Enquanto a consciência se nos aflige, na expectativa de afastar-nos da obrigação, perante alguém, vibra em nós o sinal de que a dívida permanece.



mt 19:6
Chico Xavier - Dos Hippies aos Problemas do Mundo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 23
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

— Vou usar de um recurso, mas muito legitimo, porque eu vou fazer duas perguntas dada à premência do tempo e a necessidade de fazê-las. A primeira é a seguinte: o texto evangélico lembra que não deve o homem separar o que Deus uniu. (Mt 19:6) Argumenta-se de um lado, que o casamento, portanto, é indissolúvel, e de outro lado, que aquilo que Deus não uniu pode ser separado, porque não foi Deus que uniu. Pergunto então como os mentores espirituais de Chico Xavier interpretariam o texto bíblico e, em segundo lugar, há uma preocupação, ainda hoje os nossos companheiros de rádio me pediram: “pergunta ao Chico Xavier, já que você vai ser um dos perguntadores, pergunta como é que a população deste planeta cresce desta maneira, se com o problema da reencarnação a fonte de vida para toda essa população teria origem exatamente onde?” Essa pergunta dos companheiros de rádio é uma pergunta que anda, às vezes, nas preocupações gerais de muitas pessoas. É evidente que muitos de nós aqui podemos ter o nosso entendimento a propósito do assunto, mas os nossos companheiros de rádio que hoje estão tão interessados nesta matéria de espírito, me pedem para formular a pergunta e aí ficam as duas interrogações, pedindo a você desculpas pelo expediente que usei para formular a pergunta.

— A primeira questão apresentada pelo nosso digno amigo Sr. deputado federal, Dr. Freitas Nobre, envolve o problema do divórcio no Brasil. Isso traz uma outra questão, que é a questão do desquite. Sem nenhum desrespeito às nossas leis, com absoluta veneração aos nossos magistrados, que são zeladores da nossa dignidade como povo cristão, mas os nossos amigos espirituais consideram que o desquite facultado pelo artigo 316 do nosso Código Civil de algum modo, sem qualquer irreverência, pode ser comparado, com todo o respeito nosso à dignidade dos nossos governantes e dos nossos legisladores, o desquite no Brasil pode ser comparado ao presente de um carro de luxo, que é doado sem o motor. O carro não pode funcionar porque o motor está de um lado e a estrutura do veículo de outro. No artigo número 323 do nosso Código Civil, existe a possibilidade da reconciliação dos cônjuges seja de que modo for, e a lei então aprova a reaproximação dos cônjuges que não puderam viver juntos. Então é o trazimento do motor ao carro, para que o carro venha a funcionar da mesma forma pela qual o mesmo foi considerado em dificuldade antes do reajuste. Por isso mesmo, nós, que hoje vivemos em dimensões econômicas diferentes, em dimensões de intercâmbio diferentes, dimensões comerciais, dimensões diplomáticas muito diferentes daquelas que nos caracterizavam até 1918, quando o nosso Código era herdeiro de muitas das idiossincrasias do Código de Napoleão, e já diferente da lei 4.121, de 27 de agosto de 1962, considerada como sendo o estatuto da mulher casada. Nós que vivemos hoje em dimensões tão grandes de compreensão humana, nós consideramos o divórcio como medida humana, medida legítima, porquanto dói ao nosso coração quando ouvimos, nas palavras públicas de nossos grandes magistrados a palavra, desculpem-me, a palavra concubina para designar senhoras distintíssimas, grandes mães de família que estão em segunda, terceira ou quarta união, com absoluto respeito ao regime monogâmico que impera em nossas relações. Peçamos a Deus que as nossas autoridades possam ouvir os nossos sentimentos, mas não apressadamente, porque as leis não devem se alterar de um dia para outro, para que determinadas alas de criaturas ainda não matriculadas na escola da compreensão humana, da ternura humana, venham a abusar da magnanimidade de nossos preceitos legais. Nós vamos esperar que dias melhores venham para a família brasileira, e que o divórcio possa ser consagrado, por nós todos, como medida humana, porque do ponto-de-vista espírita-cristão, muitos, talvez, afirmem: mas, e a dívida de outras reencarnações? Muito bem, mas os nossos bancos fornecem moratórias, fornecem reformas, será que o banco da providência divina está em penúria tal que não nos possa dar tempo para depois resgatarmos as nossas dívidas, com determinados companheiros ou companheiras, para que nós não venhamos a cair, muitas vezes, em delinquência, para salvaguardar os nossos interesses, a nossa integridade mental, mesmo? O divórcio é uma medida humana, mas nós devemos considerar e isso digo na condição de espírita, nós os espíritas precisamos e sabemos respeitar a maioria católica da Nação brasileira. Por isso mesmo, fazemos votos para que o Soberano Pontífice, que nós tratamos com a máxima veneração, e que suas eminências, os cardeais do Brasil, e suas excelências, os senhores arcebispos e bispos do Brasil possam também abençoar esses nossos ideais para que o divórcio venha tranquilizar tantos adultos e legalizar tantos adultos e jovens que necessitam de semelhante medida para que a paz e o amor, na fala do nosso caro entrevistador, Dr. Durval Monteiro, para que a paz e o amor reinem dentro do lar pátrio, do território brasílio, isto sem desconsiderar os princípios monogâmicos, os princípios de fidelidade que os cônjuges devem entre si, dentro das novas dimensões psicológicas em que os nossos grupos sociais são chamados a viver. Nós temos dois fantasmas que precisamos abolir do campo de vidas, que são a promiscuidade e a prostituição. Nós poderemos vencer a prostituição com a dignidade do trabalho porque, pelo trabalho, cada criatura se faz respeitada pelo rendimento de sua própria vida no grupo social e a promiscuidade pela orientação médica que vai liberar a nossa te de aventuras susceptíveis de comprometer o futuro de nossos descendentes. Mas, o divórcio, medida humana, sem nenhum desrespeito à família brasileira, que é profundamente cristã, é medida humana, mas devemos esperar que os nossos magistrados reconsiderem os pontos de vista em andamento, e que processos novos de vivência possam inspirar essa lei de libertação; que é uma lei justa em favor da paz de nossos lares com emancipação para o homem e emancipação para a mulher, sem as ilusões e fantasias do amor possessivo, do amor egoístico de um lado ou de outro, porque cada um é senhor do seu próprio destino.

Quanto à população, nós podemos dizer, podemos esclarecer ao nosso caro informante, que a população, vamos dizer, flutuante do globo terrestre é muito grande, e que orientadores de economia na Europa são unânimes em asseverar, a maioria deles, que o nosso planeta ainda comporta talvez mais de 30 bilhões de habitantes, desde que nós venhamos a explorar também as nossas possibilidades no mar, porque há toda uma flora e toda uma fauna a esperarem por nós no mar. Conversando a esse respeito há algum tempo com alguns jovens, e quando falávamos a respeito da pecuária com base na produção do anequim [tubarão-branco], um deles me disse, com muita propriedade em seu sentimento de cristão: mas, Chico Xavier, será possível que vamos viver até à morte matando para comer? Sinceramente, eu me envergonhei porque é verdade, matar, matar para comer. Mas, com base na pecuária justa, com base na economia bem dirigida, nós precisamos viver, ainda, talvez, alguns milênios, necessitando dos valores protéicos, adquiríveis na carne.


— Mas, Chico, a pergunta dos nossos companheiros de rádio envolvia um pouco mais. Eles diziam, levando em conta a reencarnação como cresce a população do nosso planeta, qual a origem desses Espíritos que reencarnam.

— A origem, a nossa origem está em Deus. Nós somos uma faixa de população visível na Terra, considerados como habitantes do Plano físico, mas em torno da Terra há toda uma população terrestre ainda eivada, ou vamos dizer, caracterizada por sentimentos puramente terrestres.

A evolução não se faz num dia e somos bilhões…


mt 19:6
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Mateus

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 324
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” — JESUS (Mt 19:6)


A palavra divina não se refere apenas aos casos do coração. Os laços afetivos caracterizam-se por alicerces sagrados e os compromissos conjugais ou domésticos sempre atendem a superiores desígnios. O homem não ludibriará os impositivos da lei, abusando de facilidades materiais para lisonjear os sentidos. Quebrando a ordem que lhe rege os caminhos, desorganizará a própria existência. Os princípios equilibrantes da vida surgirão sempre, corrigindo e restaurando…

A advertência de Jesus, porém, apresenta para nós significação mais vasta.

“Não separeis o que Deus ajuntou” corresponde também ao “não perturbeis o que Deus harmonizou”.

Ninguém alegue desconhecimento do propósito divino. O dever, por mais duro, constitui sempre a Vontade do Senhor. E a consciência, sentinela vigilante do Eterno, a menos que esteja o homem dormindo no nível do bruto, permanece apta a discernir o que constitui “obrigação” e o que representa “fuga”.

O Pai criou seres e reuniu-os. Criou igualmente situações e coisas, ajustando-as para o bem comum. Quem desarmoniza as obras divinas, prepare-se para a recomposição. Quem lesa o Pai, algema o próprio “eu” aos resultados de sua ação infeliz e, por vezes, gasta séculos, desatando grilhões…

Na atualidade terrestre, esmagadora percentagem dos homens constitui-se de milhões em serviço reparador, depois de haverem separado o que Deus ajuntou, perturbando, com o mal, o que a Providência estabelecera para o bem.

Prestigiemos as organizações do Justo Juiz que a noção do dever identifica para nós em todos os quadros do mundo. Às vezes, é possível perturbar-lhe as obras com sorrisos, mas seremos invariavelmente forçados a repará-las com suor e lágrimas.



mt 19:6
Vida e Sexo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 8
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

O divórcio é lei humana que tem por objeto separar legalmente o que já, de fato, está separado. Não é contrário à lei de Deus, pois que apenas reforma o que os homens hão feito e só é aplicável nos casos em que não se levou em conta a lei divina.

de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Partindo do princípio de que não existem uniões conjugais ao acaso, o divórcio, a rigor, não deve ser facilitado entre as criaturas.

É aí, nos laços matrimoniais definidos nas leis do mundo, que se operam burilamentos e reconciliações endereçados à precisa sublimação da alma.

O casamento será sempre um instituto benemérito, acolhendo, no limiar, em flores de alegria e esperança, aqueles que a vida aguarda para o trabalho do seu próprio aperfeiçoamento e perpetuação. Com ele, o progresso ganha novos horizontes e a lei do renascimento atinge os fins para os quais se encaminha.

Ocorre, entretanto, que a Sabedoria Divina jamais institui princípios de violência, e o Espírito, conquanto em muitas situações agrave os próprios débitos, dispõe da faculdade de interromper, recusar, modificar, discutir ou adiar, transitoriamente, o desempenho dos compromissos que abraça.

Em muitos lances da experiência, é a própria individualidade, na vida do Espírito, antes da reencarnação, que assinala a si mesma o casamento difícil que faceará, na estância física, chamando a si o parceiro ou a parceira de existências pretéritas para os ajustes que lhe pacificarão a consciência, à vista de erros perpetrados em outras épocas. Reconduzida, porém, à ribalta terrestre e assumida a união esponsalícia que atraiu a si mesma, ei-la desencorajada à face dos empeços que se lhe desdobram à frente. Por vezes, o companheiro ou a companheira voltam ao exercício da crueldade de outro tempo, seja através de menosprezo, desrespeito, violência ou deslealdade, e o cônjuge prejudicado nem sempre encontra recursos em si para se sobrepor aos processos de dilapidação moral de que é vítima.

Compelidos, muita vez, às últimas fronteiras da resistência, é natural que o esposo ou a esposa, relegado a sofrimento indébito, se valha do divórcio por medida extrema contra o suicídio, o homicídio ou calamidades outras que lhes complicariam ainda mais o destino. Nesses lances da experiência, surge a separação à maneira de bênção necessária e o cônjuge prejudicado encontra no tribunal da própria consciência o apoio moral da autoaprovação para renovar o caminho que lhe diga respeito, acolhendo ou não nova companhia para a jornada humana.

Óbvio que não nos é lícito estimular o divórcio em tempo algum, competindo-nos tão somente, nesse sentido, reconfortar e reanimar os irmãos em lide, nos casamentos de provação, a fim de que se sobreponham às próprias susceptibilidades e aflições, vencendo as duras etapas de regeneração ou expiação que rogaram antes do renascimento no Plano Físico, em auxílio a si mesmos; ainda assim, é justo reconhecer que a escravidão não vem de Deus e ninguém possui o direito de torturar ninguém, à face das leis eternas.

O divórcio, pois, baseado em razões justas, é providência humana e claramente compreensível nos processos de evolução pacífica.

Efetivamente, ensinou Jesus: “não separeis o que Deus ajuntou”, (Mt 19:6) e não nos cabe interferir na vida de cônjuge algum, no intuito de arredá-lo da obrigação a que se confiou. Ocorre, porém, que se não nos cabe separar aqueles que as Leis de Deus reuniu para determinados fins, são eles mesmos, os amigos que se enlaçaram pelos vínculos do casamento, que desejam a separação entre si, tocando-nos unicamente a obrigação de respeitar-lhes a livre escolha sem ferir-lhes a decisão.




Fernando Worm e Francisco Cândido Xavier

mt 19:6
Janela Para a Vida

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Fernando Worm e Francisco Cândido Xavier

Certa noite de novembro de 1971, de repente vi-me frente aos altos muros de Jerusalém. O núcleo cristão da cidade velha preparava-se para as festividades natalinas, iluminando feericamente alguns prédios e templos, as torres e o mercado.

Embora ali comparecesse com a credencial única de mero viajor daquelas eleitas regiões do Planeta, causou-me natural perplexidade a consciência de que a poucos passos de mim estavam a Porta de Damasco, a Porta de Santo Estêvão, a antiga pretoria de Pilatos, a Via Dolorosa, o Santo Sepulcro, os templos sagrados de judeus e muçulmanos, o Getsemane no Monte das Oliveiras e todos aqueles históricos locais cujos nomes, desde pequenino, eu me acostumara a ouvir intermitentemente.

Os registros históricos informam que a cidade murada foi tomada e destruída pelos romanos no ano 70 da nossa era. No rastro das hordas de Tito, a dramática Jerusalém prosseguiu sendo invadida e saqueada primeiramente pelos persas de Khosro, em 614; depois pelos árabes, em 637; pelos Cruzados de Godefroi de Bouillon, em 1099; por Saladino, em 1187; por Frederico II, em 1229; por tropas franco-inglesas, em 1917. Internacionalizada pela Organização das Nações Unidas em 1947, foi então dividida pela linha de armistício entre árabes e judeus em 1948; novamente invadida e anexada à Jerusalém nova após a “Guerra dos Seis Dias”, a estranha cidade murada dos Patriarcas prossegue na rota de seu dramático destino de marco de disputa entre povos irmãos, cultuando religiões que ali tiveram sua origem comum.

Dois dias após a chegada às semi-áridas terras da antiga Judeia e Samaria, desci a Jericó, visitando depois Belém, Hebron, a desembocadura do rio Jordão no mar Morto e a região adjacente no deserto de Neguef.

A enganosa calma que se observava na região só era quebrada pela passagem ruidosa de veículos militares, ou pela visão dos campos de refugiados, com cercas divisórias de arame farpado, além dos destroços de tanques de guerra ao longo da rodovia que desce em direção ao mar Morto.

Continuava a não existir ali a paz entre os homens. Não bastaram dois milênios de desencontros após a passagem do Nazareno sob o mesmo céu cintilantemente azul, pregando incessantemente a tolerância e o amor, a busca da perfeição e a necessidade de perdoar-nos uns aos outros.

Árabes viam com ressentimento seus irmãos judeus, enquanto cristãos peregrinavam pelos santuários do Cristianismo como quem pisa chão alheio.

A tensão dominante, visível no relacionamento das comunidades conterrâneas, inconscientemente fazia com que nos lembrássemos das vozes ressoantes do Cristo, desde aquelas terras de antanho: “Perdoai-vos setenta vezes sete vezes; (Mt 18:21) Sede misericordiosos;(Lc 6:36) Amai os vossos inimigos; (Mt 5:44) Bem-aventurados os que são brandos e pacíficos; (Mt 5:9) Não separeis o que Deus juntou; (Mt 19:6) Pedi e obtereis”. (Lc 11:9)

Não, ali não se achava o Cristo. Ou seu Espírito ali ainda não chegara, depois de tudo e de tanto tempo. Passaram-se anos.

Do regresso lembro apenas ter ouvido de alguém esta perene afirmativa: “É mais fácil encontrar o Cristo no coração de uma criatura animada pela fé do que no silencioso e subterrâneo tumulto de Jerusalém”.

Decorridos quatro anos dessa viagem, eis que um dia circunstâncias inesperadas me levam a tomar parte numa peregrinação a bairros humildes de Uberaba, no preparo de matéria jornalística.

Numa das moradas com paredes de barro e piso de chão batido, fomos encontrar uma senhora enferma, de aproximadamente 70 anos de idade, dividindo a casa com outra amiga, também anciã e de saúde abalada.

A paralisia atingira todo um lado de seu corpo, prejudicando a faculdade da fala de tal forma que ela, embora ouvindo perfeitamente, só respondia através de sinais mímicos.

Por meio desses sinais emitidos com dificuldade, ela inicialmente demonstrou júbilo pela presença da caravana de irmãos, que fraternalmente a visitava, para em seguida, enquanto um médium da comitiva fazia a prece de agradecimento e súplica a Deus, emitir através de seus olhos uma luminosidade estática, cuja transcedente descrição eu só poderia tentar se conhecesse a linguagem dos anjos. Era como uma antevisão celestial da presença irradiante do próprio Deus.

Naquele olhar vasado de amor sublimado, naquelas encarquilhadas e trêmulas mãos em prece, estava o Cristo redivivo dos Evangelhos de sempre.

Menos de um ano depois desse significativo episódio, quase ao fim de um dia de intenso trabalho, adentrei-me pelo paço de uma igreja a fim de desfrutar da paz, do reconfortante silêncio e das vibrações das preces ali existentes.

Quase ao meu lado, uma senhora de meia-idade orava com visível fervor e concentração.

De seus olhos, voltados para o Mais Alto, fulgia o mesmo luminescente olhar da enferma de Uberaba: pareciam verter lágrimas de iluminado amor.

Saímos do templo quase ao mesmo tempo, de forma que pude observar quando, deparando-se com um menino que descia a rua fronteira transido de frio, tirou de seus ombros a manta que a agasalhava, colocando-a sobre os ombros da criança.

Novamente, ali estava o Cristo redivivo.

Em outra ocasião, ainda em Uberaba, uma caravana de fiéis do “Grupo Espírita da Prece” com Chico Xavier à frente, lia o Evangelho sob uma densa chuva, pés imersos no barro campesino, antes de fazer a distribuição de gêneros para centenas de criaturas nas quais a subnutrição era visível, algumas comendo o alimento ali mesmo.

Pontos luminosos na Terra, propiciando a revivência daquele mesmo Jesus dos tempos primevos do Cristianismo.

A constatação se impunha desde logo: a presença viva do Cristo tanto pode estar na aparente solidão de um velho que tenha o coração aquecido pela fé em Deus, quanto no aconchego de uma catedral; tanto na prece de uma mãe aflita pelo seu rebento, quanto na súplica inocente de uma criança orando; no gesto de boa vontade de uma criatura para com outra menos favorecida ou na esperança convicta em Deus de um moribundo à míngua de recursos médicos num humilde tugúrio, embora assistido pelo consolo do Mundo Espiritual Maior.

“Onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração.” (Lc 6:45)

Preciosos ensinamentos hauridos ao correr de um caminho e de um tempo longo e frutífero, que não devo esquecer:

Um sábio me falou isto:

— “O Cristo em Jerusalém?…

Não vive lá! Jesus Cristo

Está, onde esteja o bem”.


Enquanto me concentrava na redação desta breve introdução, lia em horas disponíveis um compêndio tratando da Astronomia e do Universo em expansão. Recolho nas páginas admiráveis desse compêndio os seguintes dados científicos:

O observatório de Monte Palomar, nos Estados Unidos, consegue abranger, numa única chapa fotográfica, dez mil bilhões de sóis; a Via-Láctea, à qual pertencemos, é composta de 200 mil estrelas, sendo o nosso Sol uma dessas estrelas, de tamanho apenas mediano, embora 109 vezes maior do que a Terra — pelo Equador. Cada galáxia contém centenas, de milhares, ou milhões, ou bilhões de estrelas, sendo que o raio desse observatório permite entrever um bilhão de galáxias. A luz viaja a uma velocidade de 300.000 km/s e a luz do Sol, nessa velocidade, necessita de oito minutos para chegar à Terra; a Constelação Andrômeda, uma das mais próximas da nossa Via Láctea necessita de 680.000 anos-luz até tocar nosso planeta, existindo galáxias cujas distâncias são superiores a milhões de bilhões de anos-luz. Quase ao fim de uma longa existência de pesquisa debruçado sobre a imensidão cósmica, e sentindo a proximidade da morte, exclama Isaac Newton: “Ignoro o que o mundo pensa de mim, mas tenho a impressão de nunca haver sido, em toda a minha vida, senão um garotinho brincando à beira do mar e se divertindo com descobrir, aqui e ali, uma pedrinha mais polida ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o grande oceano da Verdade se estendia, pleno de mistérios, diante de meus olhos. Há um Ser Infinito que governa tudo, é Deus quem dirige o balé do Universo”. A Cosmologia comprovou que o Universo se move em contínua expansão, enquanto as galáxias se afastam rapidamente umas das outras em direção a rumos desconhecidos.

Uma única colher das de café, se contivesse massa dos chamados espaços ou “buracos negros”, onde a matéria fica concentrada ao extremo, pesaria em torno de um bilhão de toneladas.

Os “quasar” do espaço, ou nebulosas gasosas dotadas das luminosidades azul e ultravioleta, de intensidade espantosa e com cauda de luz saindo de um dos flancos, embora não sejam classificadas como cometa, estrela ou planeta, emitem sinais de radioeletricidade com frequência e potência desconcertantes.

Também numa colher das de café existem 50 quatrilhões de átomos, sem falar nos sub-átomos.

O macrocosmo e o microcosmo contêm enigmas de estonteante grandeza, harmonia e equilíbrio perfeitos! Observando tudo isso, analisando, medindo e comparando, os sábios e astrônomos que se debruçam sobre a mais ampla das ciências — a Cosmologia — após um esforço desesperado de compreensão abrangente, afirmam, entre perplexos e desiludidos: “Nada sabemos acerca da origem e da razão de ser do Universo e de tudo o que nele há”. Depois que os homens aprenderam a se orientar pelos astros, a Cosmologia, teoricamente, tornou-se uma ciência inútil!

A grande janela aberta para o Céu por Copérnico, Tycho Brahe, Kepler e Galileu, Newton é William Herschel, de repente se revela um espetáculo tão grandioso quanto vazio de sentido. “Por que tudo isso? Para que existem esses bilhões de mundos aparentemente estéreis, mudos e despovoados? Para onde vão as galáxias? Por que esses bilhões de astros anódinos — e conhecemos apenas uma fração deles — não respondem aos nossos sinais e interpelações?”

Renova-se, através das gerações, afirmativa de Jesus quando diz que Deus confunde os sábios com aquilo que revela aos simples pela graça da fé. “Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito.” (Jo 14:2)

Outro dia, numa reunião fraterna de amigos no Hospital Espírita de Porto Alegre, presentes o professor Cícero Marcos Teixeira, os doutores Nei da Silva Pinheiro e José Jorge da Silva, e este vosso servidor, considerava-se a grandiosidade de Deus relembrando a célebre frase de Santo Agostinho: “Que absurdo não crer!”

“Janela Para a Vida” constitui uma das tentativas de iluminar ao menos parte dos múltiplos problemas e indagações que fazem também perplexo o ser humano perquiridor das razões que teriam, determinado a origem do homem, sua presença e finalidade neste planeta.

Através das respostas do Benfeitor Emmanuel — a Mediunidade com Jesus — novas luzes para enfocar problemas emergentes descem até nós sempre por acréscimo da Misericórdia Divina do Pai.

Mudam os tempos e as circunstâncias e, com eles, às vezes sem o perceber, mudamos nós também.

Janela Para a Vida deseja fazer parte desse esforço de conscientização individual e coletiva que aproxima o homem de Deus, visando à autotransformação para melhor.

Através das luzes do Mundo Maior, tenta colocar frente à frente a involução e a evolução, a dúvida e a resposta, o amargor e a esperança, a obscuridade e a luminescência Divina, objetivando sintonizar a mente humana com os enigmas da vida, na busca do sentido real da existência.

Longa e difícil é a caminhada evolutiva, desde a mônada até o Arcanjo, desde o profundo sono da inconsciência nos reinos inferiores da Natureza até o cósmico despertar do Espírito para a essência de tudo o que existe nos Dois Planos da Vida: Deus.

Sabemos que é nas asas do amor e do conhecimento que a alma humana alça o voo definitivo para as cumeadas do Mundo Maior.

Num futuro não previsível, o Evangelho será a Lei Maior para a Humanidade inteira.

Isto pode parecer utopia de um escriba alienado das realidades da existência terrena. Entretanto, se formos considerar o progresso alcançado pelos seres humanos, principalmente a partir do século XIX até esta parte, nos campos filosóficos, científico e religioso, constataremos que há motivos para grandes esperanças quanto ao futuro da Humanidade.

Enquanto esse amanhecer do Espírito não chega, cabe-nos prosseguir na gradual conscientização da senda evolutiva que a todos, sem exceções, convoca e condiciona, sempre sob as luzes infinitas e misericordiosas do Alto.



Guaíba, 23 de julho de 1979.



Simonetti, Richard

mt 19:6
Setenta Vezes Sete

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 3
Simonetti, Richard
Simonetti, Richard
Mateus, 19:1-9 Marcos, 10:1-
Ao tempo de Jesus, desde longa data, vigorava entre os judeus a poligamia. |

Detalhe machista, típico da época: beneficiava os homens.


As mulheres, nem pensar!


Os grandes líderes da raça, dentre eles David e Salomão, tiveram várias esposas e incontáveis concubinas.


Consta que Salomão montou um harém particular com perto de mil mulheres para servi-lo.


Um prodígio de virilidade! Em rodízio diário, levaria perto de três anos para, segundo o eufemismo bíblico, "conhecê-las".


Eram tempos difíceis para a mulher.


Não passava de escrava do homem, objeto de seus desejos...


Seu amo e senhor podia livrar-se dela quando bem entendesse.


Bastava entregar-lhe uma carta de divórcio e pronto - a união estava desfeita.


Lembrando uma regra do futebol, mostrava-lhe o cartão vermelho.


Era como um patrão demitindo a empregada.


E nada de indenização por direitos adquiridos, fundo de garantia, férias, dedicação em tempo integral...


Imaginamos a esposa, a indagar, aflita:

—O que fiz de errado? Onde falhei?


E o marido:

—Cansei de sua comida.


Além do mais, com cinquenta anos você está ficando passada.


Resolvi trocá-la por duas de vinte e cinco...


* * *

A questão do divórcio foi abordada por Jesus na Peréia, respondendo às indagações maliciosas dos fariseus.


Como sempre, procurando comprometê-lo, abordando temas polêmicos, perguntaram-lhe, diante da multidão:

—É lícito a um homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?


A lei mosaica facultava o repúdio.


Iria Jesus, condescendente com as mulheres, contrariar as escrituras?


Como sempre, o Mestre saiu-se com sabedoria, aproveitando o ensejo para oferecer uma nova visão sobre o casamento:

—Não tendes lido que o Criador desde o princípio os fez homem e mulher e disse: "Por esta razão o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne? " Assim, já não são dois, mas uma só carne.


Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.


Questionam os fariseus:

—Por que, então, mandou Moisés dar carta de divórcio e repudiar a mulher?


—Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas não foi assim desde o princípio.


Eu, porém, vos digo que aquele que repudiar sua mulher, a não ser por infidelidade, e casar com outra, comete adultério...


Jesus eleva o casamento ao status de compromisso perante Deus.


Não pode, portanto, subordinar-se aos caprichos masculinos.


Os fariseus contestam, lembrando a autorização de Moisés, ao que Jesus enfatiza que foi por causa da dureza do coração humano.


Essa insensibilidade sustentava um costume tão arraigado, que Moisés não pôde ou não achou conveniente mudar.


A carta de divórcio era o mal menor.


Representava um avanço no relacionamento conjugal.


Legalizava a situação da mulher repudiada, dando-lhe a chance de nova união.


Entretanto, diz Jesus que no princípio não era assim.


Nas tradições mais antigas envolvendo o Velho Testamento, não se observa a utilização frequente da carta de divórcio.


Jesus deixa bem claro que o casamento é compromisso para a vida toda. .


Admissível a separação apenas numa circunstância: o adultério, quando o respeito e a confiança, fatores indispensáveis à vida familiar, são gravemente comprometidos.


Não obstante, não o situa como regra inamovível.


E possível preservar o lar, se o cônjuge traído se dispõe a exercitar a tolerância e o perdão em favor dos filhos.


Fundamental, nessa situação, avaliar a relação custo e benefício.


Valerá a pena desfazer uma ligação, estabelecer uma modificação radical, por causa de uma defecção do cônjuge? E os filhos, como ficam? Quando Jesus diz que devemos perdoar sempre, não se refere, também, a essa situação?


Jovem senhora, de elevados dotes morais, experimentou imensa decepção quando o marido engraçou-se com outra mulher.


Não obstante, não pediu a separação. E explicava:

—Há ocasiões em que o esposo deve ser encarado como um filho rebelde.


Assim estou fazendo, a fim de preservar a família e não causar um dano maior aos nossos filhos.


Para o homem comum, uma tola, sangue de barata.


Para Deus, uma heroína.


* * *

A Doutrina Espírita ratifica o pensamento de Jesus sobre o casamento e até nos oferece subsídios valiosos em favor da preservação do lar.


Mostra-nos que a união matrimonial não é obra do acaso e envolve compromissos assumidos na Espiritualidade, antes da reencarnação.


No lar reúnem-se afeiçoados e desafetos do passado, a fim de consolidar afeições e desfazer aversões, ensaiando fraternidade.


Assim, reencontramos no reduto familiar: O verdugo que devemos perdoar...


A vítima que deve nos perdoar...


O inimigo que vem para a reconciliação...


O ente querido que retorna ao nosso convívio...


O companheiro em quem nos apoiamos...


O irmão que devemos amparar...


O mentor que nos orienta...


Ressurgem na condição de filhos, cônjuge, pais, irmãos, personagens que participam de nossa história milenar, em reencontros marcados.


* * *

A família representa, acima de tudo, a oportunidade de melhorarmos a própria vida, refazendo-a em termos de resgate do passado e semeadura de bênçãos para o futuro.


Se fracassarmos, simplesmente repetiremos as experiências, como alunos indisciplinados que retornam à escola para aprender lições não assimiladas, sujeitos aos corretivos drásticos da Dor, essa mestra inflexível dos aprendizes récalcitrantes.


Como princípio, portanto, com base no Evangelho e na Doutrina Espírita, podemos afirmar que o casamento deve ser indissolúvel.


É compromisso perante a própria consciência, uma tomada de posição diante da vida.


* * *

Justamente porque a sustentação do casamento é um problema de consciência, será inútil instituir leis que o tornem indissolúvel, como acontecia no Brasil, antes do divórcio.


A ideia de que o divórcio age contra a família é absolutamente infundada.


Casar e descasar, unir e separar, nada têm a ver com as leis civis.


O homem e a mulher unem-se porque se amam, se desejam, se entendem...


Separam-se porque deixaram de se amar, de se desejar, de se entender...


* * *

Imperioso que sustentemos a estabilidade do lar.


A família é, talvez, o compromisso mais importante de nossa vida.


Mas, negar àqueles que chegaram a extremos de incompatibilidade o direito de se separarem é um anacronismo.


Ficaria bem no passado, mas não tem razão de ser no presente, quando o homem, ensaiando discernimento, não admite grilhões senão os impostos pela própria consciência.


Esta, sim, e não a lei civil, deve nos dizer que a porta do casamento está aberta, mas não é conveniente sair.


Compete-nos, para tanto, envidar esforços por superar divergências e desentendimentos no lar.


Jesus nos dá a fórmula perfeita de como podemos fazê-lo: Combater a dureza de nossos corações!



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mt 19:6
Sabedoria do Evangelho - Volume 2

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 36
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 5:27-32


27. Ouvistes o que foi dito: "não adulterarás"


28. Eu porém vos digo, que todo o que olha uma mulher casada, cobiçando-a, já adulterou com ela em seu coração.


29. Se pois teu olho direito te faz tropeçar, arrancao e lança-o de ti; pois te convém mais que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no vale dos gemidos.


30. Se tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém mais que se perca um de teus membros, do que todo o teu corpo seja lançado no vale dos gemidos.


31. Também foi dito: "quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio".


32. Eu porém vos digo, que todo o que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz ser adúltera; e qualquer que se casar com a repudiada, comete adultério.


LC 16:18


18. Todo aquele que repudia sua mulher e casa Com outra, comete adultério; e quem casa com a mulher repudiada pelo marido, comete adultério.


Neste passo, Jesus esclarece as relações entre os dois sexos, tocando em dois pontos essenciais: o adultério e o divórcio.


Quanto ao primeiro, é ele tratado claramente no decálogo de Moisés (EX 20:14 e DT 5:18), constituindo o sétimo mandamento. Já a tradição rabínica ensinava que o simples olhar de desejo (o movimento do corpo de emoções) constituía de per si o adultério (cfr. Strack-Billerbeck, o. c. , página 299).


Jesus confirma essa opinião, dando a entender que não é o contato dos corpos densos que provoca liga ções cármicas entre duas pessoas (como ainda o julga a humanidade de hoje, convicta de que o "homem é o corpo físico"), Se assim fora, os homens que, em seu estado de solteiro, frequentam criaturas livres, por vezes com várias dezenas ou centenas de variações, arcariam com responsabilidades cármicas intermináveis com todas elas, o que não se dá. Com efeito, sendo o corpo denso uma "casca" externa, o veículo visível básico para movimentação na crosta terrestre, ou seja, o suporte pesado do "esp írito", não são seus contatos físicos que ocasionam carmas. Só as ações espirituais, no domínio espiritual, é que provocam ligações reais, e por isso o pensamento é que realmente produz vibrações capazes de "marcar" o intelecto e o corpo emocional de tal forma, que só resgates futuros possam cancelar.


Dai o aviso sério e oportuno do Mestre a seus discípulos e seguidores, com respeito ao pensamento. De fato, o ato material, de que só participam os veículos inferiores, sem coparticipação espiritual, só traria consequências cármicas se produzisse prejuízos de ordem material ou moral aos atores da peça. Não havendo prejuízo, nada acarretará de nocivo, pois não deixa marcas. O mesmo, todavia, não pode dizerse do pensamento.


Todavia, est modus in rebus: não é qualquer pensamento que cria carma, como não é qualquer semente que cai ao solo que produz árvore. O simples olhar que admira a beleza, julgando-a uma criatura vistosa, bonita, etc., não criará carmas; o que causará vínculos fortes, e portanto carecentes de resgate, é o olhar insistente, que provoca movimentos internos emocionais intensos, chegando por vezes até às sensações, o que demonstra ter atingido a ligação fluídica entre os dois seres (mesmo que um deles o ignore, e por isso fique isento de culpa). Essa força mental em ação tem seu ponto de partida no Espírito, e por isso nele impregna suas consequências, que se imprimem para futuro cancelamento pelo resgate.


Analisemos, agora, o que se entendia por "adultério" na lei mosaica: era a infidelidade da esposa ou da noiva ao seu senhor.


Perante a lei, portanto, só a mulher casada e a noiva podiam cometer adultério. O homem tinha plena liberdade de ação: se tivesse relações sexuais com moças solteiras, nada de mal havia; no máximo, se fosse colhido em flagrante, pagava uma multa de 500 ciclos de prata ao pai da moça e a levava como uma esposa mais (DT 22:28-29), podendo assim ampliar à vontade o seu harém, desde que pudesse sustentá-las todas. Simplesmente, pois, "comprava mais uma propriedade, ao pai, antigo "dono" da donzela.


A mulher é que, se casada, não podia entregar-se a outro homem, pois esse fato constituía um roubo ao marido dela, já que ela era propriedade dele. Por isso o adultério era uma infidelidade ao seu senhor. A lei mosaica mandava que, se eles fossem surpreendidos em flagrante, fossem mortos a pedradas ambos caso a mulher tivesse marido ou noivo (LV 20:10 e DT 22:23); a ela, porque fora infiel a seu dono; a ele, porque lesara uma propriedade alheia.


Jesus não aprova essa barbaridade: prefere o perdão, como vemos em JO 8:1-11.


A seguir vêm dois exemplos, em belas hipérboles literárias. A determinação de olho direito e mão direita é uma concessão à maioria da humanidade, constituída de destros e, além disso, uma minúcia que agrada ao povo.


Lógico que o ato de arrancar o olho e cortar a mão são atitudes morais, e não físicas. Quando comentarmos a segunda vez em que Mateus cita essas palavras do Mestre 18:8-3, reproduzindo-as com maior fidelidade, teremos ocasião de estabelecer o sentido preciso que por Ele foi atribuído a essas afirmativas: veremos que o sentido hiperbólico desce a uma realidade palpável e lógica.


Depois, ligado ainda a esse assunto, vem a questão do repúdio da esposa (jamais o inverso se podia dar!) permitido por lei (DT 24:1), mesmo que o motivo fosse unicamente "não achar graça em seus olhos ou encontrar nela alguma coisa que fosse feia" ...


Jesus continua a autorizar o repúdio da mulher (ou divórcio) e o repete em MT 19:9-10, mas restringe essa atitude ao único caso em que a esposa tenha tido relações sexuais com outro homem (infidelidade).


Nesse caso, o libelo de repúdio a deixaria livre, podendo unir-se ao outro.


Entretanto, se o repúdio não for por causa de infidelidade da esposa, então o marido, pondo-a para fora de casa, a empurraria para o adultério; e quem a acolhesse também cometeria adultério porque, de fato, ela não estaria divorciada, isto é, os vínculos matrimoniais não estariam dissolvidos. Assim também o entende a igreja grega ortodoxa, que afirma: a infidelidade conjugal, por parte da esposa, dissolve os vínculos matrimoniais.


Lucas não cita a exceção: reproduz apenas a regra geral, que proíbe o repúdio.


Nada se fala, entretanto, do caso de uma separação espontânea e voluntária dos dois cônjuges, quando agissem de comum acordo. A prescrição é clara e taxativa: que o homem não cometa a injustiça de repudiar a esposa, depois que viveu com ela; dando quase a entender tratar-se do caso em que ela não quer, e ele a põe pela porta afora. A própria exceção apontada como lícita (quando ela mesma, a esposa, prefere sair de casa para unir-se a outro homem) parece confirmar que, quando o afastamento é voluntário de ambos os lados, nada existe que os impeça de reconquistar a liberdade.


Vamos entrar em considerações mais profundas, como sempre ocorre. No entanto, logo no pórtico, queremos dar um aviso que nos parece de suma importância. Leiam com atenção.


Somos forçados a apresentar o que nos é ditado, mas CUIDADO: não nos responsabilizamos pelos erros de interpretação que cada um faça por sua conta, julgando estar movido pelo Espírito, quando na realidade são apenas as emoções que o movem. Pedimos encarecidamente muito cuidado e prud ência, pois é facílimo o equívoco nestes casos, e não queremos que ninguém adquira carmas, pretendendo posteriormente desculpar-se com o que aqui tiver lido. Cuidado, pois, muito cuidado e nada de ilusões!


Subamos inicialmente a planos mais elevados: Paulo maiora canamus.


A individualidade (Jesus) avisa à nossa personalidade que não podemos tornar-nos adúlteros, isto é, infiéis ao nosso único dono e senhor, que é o Eu Profundo, o Cristo Interno, o Deus Abscónditus; não podemos abandonar a REALIDADE, para idolatrar as formas exteriores de nosso eu pequenino e vaidoso.


Com efeito, no Velho Testamento já YHWH (Jesus) dizia, por intermédio dos profetas (médiuns) essas verdades e empregava o termo "adultério" no sentido preciso de abandonar o culto a YHWH para seguir outros espíritos. Pela boca de Jeremias (Jeremias 9:2) diz YHWH: "oxalá tivesse eu no deserto um albergue de viandantes, para poder deixar meu povo, e afastar-me deles, porque todos eles são adúlteros, uma assembleia de prevaricadores". Com o mesmo sentido vemos a palavra usada por Isaías 57:3-3 e por Ezequiel (16:3-5-38).


Aí se compreende a afirmativa de Jesus: "o que Deus uniu, (a individualidade à personalidade) o homem não separe" (MT 19:6), para prender-se a outros amores, como o dinheiro, a fama. a glória, a política, o intelectualismo, etc. Una-se o homem ao Cristo Interno, que é o verdadeiro esposo da alma, que é UM conosco "formando um só espírito e uma só carne" (MT 19:6). E termina essa lição com a frase enigmática: "e há outros que se fizeram eunucos por causa do reino dos céus: quem puder compreender, que compreenda" (MT 19:12). E mais adiante: "todo o que deixar casas, irmãos, irmãs, pai, mãe e terras por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais (?) e herdará a vida imanente (MT 19-29). Perguntamos: não fosse o sentido que atribuímos a essas palavras, que adiantaria abandonar tudo, para tornar a receber tudo de volta e multiplicado? Trata-se, evidentemente, de frases simbólicas, confirmadas pela outra frase: "procurai em primeiro lugar o reino de Deus e sua perfei ção, e tudo o mais vos será acrescentado" (MT 6:33).


* * *

No entanto, não é só nesse plano - mais real porque espiritual - que vige a lei do adultério. Também a infidelidade pode repercutir no plano da personalidade, pois através dela é que se manifesta a individualidade, isto é, o Espírito.


Precisamos, então, considerar, sob das uniões amorosas.


Logo de início assinalemos que a individualidade condena in totum os movimentos provenientes da pura concupiscência animal, motivada pela atração das formas físicas exteriores e expressa no texto evangélico como o desejo carnal. Para quem já vive na individualidade, no reino do Espírito, ou reino dos céus (e são pouquíssimos!), essa parte foi, de há muito, superada.


De modo geral a humanidade não sabe e não pode ainda fazê-lo: mas há que distinguir entre o Amor que nasce do Eu Profundo e o desejo emocional, que provém das sintomas animais do corpo astral. E a confusão é fácil, porque o Amor que vem do Eu Interno (geralmente com raízes milenares) também se manifesta através dos outros veículos, que lhe são a expressão única possível neste plano terráqueo. Mas o Amor do Espírito é sempre puro, induzindo à união dos Espíritos, independendo das emoções animalizadas.


Também neste plano se aplica o ensino de Jesus (MT 19:6): "o que Deus uniu, o homem não separe".


Com efeito, o Pai, que em cada um se manifesta na Centelha Divina, tende a unir-se pelo amor a todas as demais Centelhas Divinas ("que eles sejam aperfeiçoados na unificação", JO 17:23); mas, ao encontrar sintonia vibratória mais harmônica com outra Centelha que vibra através de outra personalidade (mormente se já vêm as duas há séculos ou milênios numa só caminhada, acompanhando a evolução do Espírito), pode dar-se uma atração irresistível, uma nota uníssona que ressoa num só tom. Quando isto se dá, a unificação das duas Centelhas, mesmo através das personalidades e de seus veículos, é fatal, sobretudo se as vibrações se manifestam em pólos opostos (que se atraem).


Neste caso, embora raríssimo, todos os empeços humanos são superados, pois o homem, seja juiz ou sacerdote, não pode nem deve separar (com suas leis, seus contratos, suas convenções ou preconceitos) o que Deus uniu. A união divina é superior a todos e a tudo, nem está sujeita a quaisquer leis criadas pelos homens.


O grande perigo reside em não saber distinguir-se se o movimento provém do Eu Profundo ou se é ocasionado por uma atração do físico. E como a maioria da humanidade ainda vibra no plano emocional (animal) há necessidade de regras e freios que contenham os abusos.


Eis, pois, alguns sinais que, se existirem todos concomitantemente, podem fazer conhecer se, na realidade, o Amor é Espiritual, isto é, se nasce do Eu Profundo:

1. º - não requer retribuição de espécie alguma, continuando irresistível, firme e sólido mesmo se desprezado e ferido;


2. º - não alimenta qualquer paixão (não é "apaixonado") mas, ao contrário, é equilibrado, e não visa a ligações sexuais físicas, embora estas possam ocorrer como consequência desse amor, mas não como seu objetivo; qualquer fanatismo, porém, é anti-natural;


3. º - embora não seja o primeiro numa existência carnal (pois, de modo geral, o homem evoluído passa por três fases: o amor vital, o amor artístico e o amor místico; já nas mulheres é mais difícil encontrar essas variantes, pois cada uma pertence a um tipo definido: ou é vital, visando à procriação de filhos; ou é artístico, inspirando o homem; ou é místico, elevando-o a Deus, E nele permanece durante toda a existência terrena), é na realidade o único verdadeiro, que prescinde das formas físicas belas ou feias, da idade, da condição social, etc. ;


4. ºmesmo que apareçam outras atrações físicas por outras criaturas encarnadas (em geral mais moças e mais belas), o amor Espiritual permanece com a mesma intensidade, vibrando no plano do espírito:

5. º - não há absolutamente nenhum movimento íntimo de ciúme pois se sabe que só o Espírito vale, nada valendo as formas físicas. E o Amor Espiritual quer a felicidade do ser amado, e não, egoisticamente, a própria felicidade;


6. º - O Amor Espiritual supera todos os defeitos (físicos e morais) do ser personalístico, não os levando jamais em consideração: é como se não existissem, pois ama-se o espírito, a individualidade, e a personalidade é apenas uma casca exterior que hoje existe e amanhã termina;


7. º - jamais se leva em conta qualquer sacrifício que seja necessário fazer para o benefício espiritual da criatura amada, não se aceitando qualquer retribuição, nem se magoando se não houver gratidão: a alegria da doação é pela doação em si, não pelo resultado que daí possa advir;


8. º - nenhum outro ser poderá ocupar, no Espírito que ama, o lugar do Espírito amado, embora a personalidade possa ligar-se, temporariamente, a outras personalidades. Mas o ser amado é insubstituível e indispensável à vida espiritual;


9. º - para a felicidade espiritual do ser amado, o Espírito que ama sabe usar, se necessário, de rigor, energia e até rudeza, a fim de corrigir-lhe os defeitos da personalidade que lhe prejudicam a evolução do Espírito;


10. º - a franqueza e lealdade entre os dois é absoluta e não há jamais segredos entre ambos, pois a vida de um é um livro aberto diante do outro, mesmo quando se trate dos movimentos mais íntimos e ocultos. Por isso, onde um procura ocultar do outro qualquer coisa que seja, o amor não é espiritual.


Isso vale para o campo espiritual (experiências íntimas), para o intelectual (conhecimentos), para o emocional (amores), para o etérico (sensações) e para o físico: em nenhum plano há segredos e coisas escondidas: tudo é encarado com a maior naturalidade, porque, na realidade, os dois constituem um só Espírito é um só corpo.


Numa palavra, em síntese: o Amor Espiritual é o que sempre dá e se doa, sem jamais pretender receber e sem magoar-se nem diminuir seu amor, se deixar de receber em qualquer campo.


* * *

Outro passo adiante devemos dar. Quando o amor é realmente do Espírito, proveniente das Centelhas Divinas, muito mais fácil se torna o Encontro Supremo na união das duas Centelhas, através dos veículos manifestantes. Esse é o verdadeiro e real Esponsalício Místico, e a união é realizada em prece, que circunda o Espírito de celestial aura, e durante a qual os corpos são esquecidos e quase não sentidos, percebendo-se apenas a fusão mística do eu pequeno com o Eu Profundo. A personalidade experimenta a sensação de haver mergulhado num vácuo de luz, produzindo-se um relâmpago que supera quaisquer emoções e sensações etéricas; o Espírito expande-se fora do tempo e do espaço, perdendo totalmente a noção da matéria, e entra em êxtase, consumido pelo Fogo do Amor Divino, como que perdido na vastidão do infinito.


Daí ter escrito Paul Brunton: "A união permanente com outrem só existe quando se descobriu o Eu Permanente" ("La Sagesse du Moi Supreme", página 143).


A fim de comprovar que essa teoria não é nossa, apresentamos uma transcrição, embora algo longa, do jesuíta Padre Pierre Teilhard de Chardin - O Padre Teilhard de Chardin, Jesuíta, foi um dos maiores cientistas de nosso século, no domínio da geologia e da antropologia, tendo descoberto o "homo pekinensis" em suas pesquisas. Portanto, profundo teólogo "doublé" de abalisado homem de ciência, justamente no ramo específico do estudo da evolução humana na terra - extraída de sua obra "L’énergie humaine". Vejamos suas palavras textuais: " Que a sexualidade teve primeiramente a função dominante de assegurar a conservação da espécie, não há dúvida... Mas desde o instante crítico da Hominização, outra função, mais essencial, foi atribu ída ao amor - função de que apenas começamos a ver a importância: quero dizer a síntese necessária dos dois princípios masculino e feminino na edificação da personalidade (segundo nosso modo de classificação, deve ler-se: na edificação da INDIVIDUALIDADE) humana. Nenhum moralista nem psicólogo jamais duvidou que os dois encontrassem uma complementação mútua no jogo da função reprodutora. Mas esse término era considerado até agora como efeito secundário, acessoriamente ligado ao fenômeno principal da geração. Agora, se me não engano, a importância dos fatores, de acordo com as Leis do universo pessoal, tem que inverter-se: O homem e a mulher para o filho - ainda, e por muito tempo, enquanto a vida terrestre não tiver chegado à maturidade. Mas o homem e a mulher um para o outro, cada vez mais e para sempre... Se o homem e a mulher existem são principalmente uma para o outro, então compreendemos que, quanto mais se humanizarem, tanto mais sentem, só por isso, uma necessidade major de aproximar-se... No indivíduo humano a Evolução não se fecha: continua mais longe, para uma concentração mais perfeita, ligada à diferenciação ulterior, ela mesma conseguida pela união. Pois bem, diríamos, a mulher é, precisamente, para o homem, o termo susceptível de produzir esse movimento para o alto. Pela mulher, e só pela mulher, pode o homem escapar ao isolamento, em que sua perfeição arriscaria prendê-lo. Então é mais rigorosamente exato dizer que a malha do Universo é, para nossa experiência, a Mônada pensante. A molécula humana completa já é, agora, um elemento mais sintético, e portanto mais espiritualizado do que a pessoaindiv íduo - ela é uma dualidade, composta ao mesmo tempo do masculino e do feminino. E aqui aparece em sua amplitude, a função cósmica da sexualidade. Ao mesmo tempo vemos aqui as regras que nos guiarão na conquista dessa energia terrível em que passa, através, de nós, em linha direta, a pot ência que faz convergir sobre si mesmo o Universo. A primeira dessas regras é que o amor, conforme as leis gerais da união criadora, serve à diferenciação dos dois seres que ele aproxima. Portanto, nem um deve absorver o outro nem, menos ainda, perderem-se os dois nos gozos da posse corporal, que significaria queda no plural e volta ao nada. É a experiência corrente. Mas só se compreende bem isso nas perspectivas do Espírito-Matéria. O amor é uma conquista aventurosa: só se mantém e desenvolve, como o próprio Universo, por uma perpétua descoberta. Então só se amam legitimamente aqueles cuja paixão os conduz, a ambos, e um através do outro, a uma posse maior de seu ser. Assim, a gravidade das faltas contra o amor não é ofender não sei que pudor ou que virtude: mas desperdiçar, por negligência ou volúpia, as reserva da personalização do Universo. Esse desperdício é que explica as desordens da "impureza". E ele ainda, em grau mais elevado nos desenvolvimentos da união, conduz a uma alteração mais sutil do amor: quero dizer o "egoísmo a dois" ... Em virtude do mesmo princípio que obriga os elementos "simples" a completar-se no par, deve também o par continuar além de si os acréscimos que seu crescimento requer. E isto de duas maneiras: de um lado procurando, fora, outros grupamentos da mesma ordem aos quais associar-se; de outro lado, o CENTRO para os quais os dois amantes convergem, ao unir-se, deve manifestar sua personalidade no coração mesmo do círculo em que buscaria isolar-se sua união. Sem sair de si, o casal só acha seu equilíbrio num terceiro acima dele. Que nome daríamos a esse "intruso" misterioso? Enquanto os elementos sexuados do Mundo não haviam atingido o estado da personalidade, a progenitura podia representar a única realidade em que, de qualquer modo, se prolongavam os autores da geração. Mas logo que o amor começou a aparecer, não só entre os pais, mas entre duas pessoas, então teve que descobrir-se, mais ou menos confusamente, acima dos amantes, o TERMO final em que seriam, ao mesmo tempo salvas e consumidas, não só a raça como sua personalidade... E então aparece como necessário à consolidação do amor, muito mais que o filho, o CENTRO TOTAL em si mesmo. O amor é uma função a três termos: o homem, a mulher e Deus. Toda sua perfeição e seu êxito estão ligados ao balanceamento harmonioso desses três elementos".


A citação está longa, mas explica bem nosso pensamento. Continuemos lendo Teilhard de Chardin: "Manifesta-se aqui uma grande diferença entre os resultados aos quais leva nossa análise de um Universo pessoal, e as regras admitidas pelas antiga moral. Para esta, pureza era geralmente sinônimo de separação dos sexos. Para amar, era indispensável renunciar. Um termo expelia o outro. O "binômio" homem-mulher era substituído pelo binômio homem-Deus (ou mulher-Deus): essa era a lei da suprema virtude. Muito mais gera! e satisfatória parece-nos ser a fórmula que respeita a associação dos três termos em conjunto. A pureza, diremos nós, exprime simplesmente a maneira mais ou menos distinta em que se manifesta, acima dos seres que se amam, o Centro Último de sua coincidência. Não é mais questão de renunciar, mas apenas de unir-se a um maior do que si mesmo. O mundo não se diviniza por supressões, mas por sublimação. Sua santidade não é feita por eliminação mas por concentra ção das seivas da Terra. Assim se realiza, uma nova ascese - muito mais laboriosa, mas mais compreensível e operante que a antiga - a noção do Espírito-Matéria. Sublimação: então conservação; mas também, e mais ainda, transformação. Se é verdade que o homem e a mulher se unirão tanto mais a Deus, quanto mais se amarem um ao outro - não é menos certo que quanto mais se unirem a Deus, mais se verão conduzidos a amar-se de maneira mais sublime. Em que direção imaginaremos que se efetuará essa evolução ulterior do amor? Sem dúvida para uma diminuição gradual do que ainda representa (e necessariamente) o lado admirável, mas transitório, da reprodução. A Vida nós o admitimos, não se propaga apenas por propagar-se, mas para acumular elementos necessários à sua personalização. Então, quando se aproximar para a Terra a maturação de sua Personalidade, os Homens terão que reconhecer que para eles não haverá simplesmente a questão de controlar os nascimentos; mas que importa sobretudo dar plena expansão à quantidade de amor, liberto do dever da reprodução. Sob a pressão dessa nova necessidade, a função essencialmente personalizante do amor se desligará mais ou menos totalmente do que foi, em certo tempo, o órgão da propagação, a "carne".


Sem cessar de ser físico, para ficar no físico, se fará mais espiritual. O sexo, para o homem, se expandir á no puro feminino. Não é este, na realidade, o sonho mesmo da castidade? Pelo amor do homem e da mulher, liga-se um fio que se prolonga diretamente ao coração do Mundo", (página 91 a 97): (todos os grifos são nossos).


Mas reproduzamos mais algumas linhas, da mesma obra: "O Amor é a mais universal, a mais formid ável e a mais misteriosa das energias cósmicas" (pág. 40). E ainda: "É o universo que realmente caminha para o homem através da mulher: toda a questão (questão vital para a Terra...) é que eles o saibam" (pág. 41). E mais: "Que o homem perceba a Realidade Universal que brilha espiritualmente através da carne, e descobrirá a razão do que, até então, o decepcionava e atrapalhava seu poder de amar. Diante dele está a mulher como a atração e o Símbolo do Mundo: ele só poderá abraçá-la, enSABEDORIA DO EVANGELHO grandecendo-se por sua vez até a medida do Mundo" (pág. 194). E: "a lei geral e suprema da moralidade é: limitar a força (o amor), eis o pecado" (pág. 134).


No momento supremo da união das Centelhas, há um átimo em que as criaturas se sentem "morrer", desaparecendo a consciência da personalidade; nesse átimo sublime o centro da existência se fixa no coração e "a personalidade se transforma em impersonalidade", sentindo, a seguir, a sensação de" haver nascido de novo". Estas últimas expressões aspeadas são de outro autor, Paul Brunton (em sua obra "À la Recherche du Soi Suprême"). Aí ainda lemos (pág. 239): "Se o Ser Supremo não fosse a mais alta forma de felicidade possível para o homem, este nada aproveitaria de seus prazeres; com efeito, no instante em que o prazer atinge o clímax, esse é o instante em que ele abandona, ao mesmo tempo, seu desejo que está satisfeito e o ego, que está na raiz do desejo: então, involuntariamente, no espaço de um relâmpago, ele faz a experiência da Supraconsciência. Nesse instante experimenta o mais alto grau de prazer que lhe possa dar a realização de um desejo particular". Mais adiante escreve esclarecendo sua ideia: "O ponto essencial a fixar, é que num relâmpago repentino de desapego (depois que o prazer sensual ou o desejo está satisfeito), numa fração infinitesimal de segundo, surge docemente essa suprema felicidade que a alma do homem irradia. A sensação de desaparecimento do eu pessoal produz um estado extraordinário e único de libertação. No momento em que o desejo é satisfeito o eu se sente livre de um fardo e por certo tempo, o mental volta realmente à sua fonte secreta, e experimenta a felicidade da Supraconsciência" (pág. 240).


Ora, se isso ocorre com os homens comuns, sem que eles o saibam, que não ocorrerá com aqueles que já experimentaram o Encontro Sublime?


De tudo isso se conclui, finalmente, que Jesus sabia o que dizia, quando afirmou: "0 que Deus uniu, o homem não separe".


mt 19:6
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 22
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 19:1


1. E aconteceu, quando Jesus acabou esses ensinos, partiu da Galileia e veio para a fronteiras da Judeia, além do Jordão.


LC 9:51


51. Em se completando, porém, os dias de sua elevação, aconteceu que ele fortaleceu sua personagem para ir a Jerusalém.


JO 7:10


10. Mas quando seus irmãos já tinham ido à festa, então ele também foi, não abertamente, mas às ocultas.


Os três dizem a mesma coisa, mas cada um revela um pormenor significativo.


Em Mateus é a primeira vez que Jesus vai à Judeia, onde só estivera (segundo ele) duas vezes: no nascimento (2:1) e no mergulho do Batista (3:1, 13). É que esse evangelista organizou sua narrativa de forma a dar todos os acontecimentos da Galileia de seguida, para depois fazer o Messias seguir para Jerusalém definitivamente, lá ficando até ser crucificado. Sabemos que não havia preocupação cronol ógica nem histórica: estavam sendo escritos livros de ensinamentos para iniciação dos que desejavam aprofundar-se na Escola de Jesus.


Entretanto, anote-se que em Mateus é dito que Jesus foi "para além Jordão" (a Peréia ou Transjordânia), pois atravessou o Jordão, que é o limite leste extremo da Judeia.


Depois desta viagem, Jesus ainda volta à Galileia, subindo a Jerusalém mais duas vezes (a 1. ª dada em LC 13:22 e JO 7:1 a 10:39: a segunda em LC 17:11 e JO 11:8), até que segue definitivamente (LC 18:31 e JO 11:55). Mateus, porém, além da vez aqui citada, só relata a viagem definitiva (20:18).


Em João, é afirmado que Jesus vai a Jerusalém (está escrito "a festa", mas, como vamos verificar só compareceu para ensinar no Templo). E sua viagem é feita "às ocultas", isto é, em particular, não em caravana.


Lucas é que apresenta aqui a frase reveladora que, por ser bastante clara, trouxe sempre aos hermeneutas dificuldades de tradução. Observemos.


A primeira frase: "quando se completaram (literalmente: "ao se completarem") os dias de sua elevação" (en tôi symplêroústhai tàs hêméras têsanalépseôs autoú) traz discussões quanto à palavra analépsis (ou analémpsis). Usado apenas aqui, no N. T., embora apareça o perfeito passivo anelémphthê de analambánô em At, l: 2 e 22: e o particípio aoristo passivo analemphtheis (em Art. 1:11) com os sentidos respectivamente de "foi elevado", referindo-se à chamada "ascensão". Esse termo, entretanto, é usado no Antigo Testamento, quando fala da subida de Elias (2RS 2:11), na de Moisés (1. º Mac. 2:58 e Eccli. 48:9) e na de Enoch (Eccli. 49:14). Realmente analêpsis exprime "elevação promoção, suspensão".


A segunda frase: "e fortaleceu sua personagem para ir a Jerusalém" (kaí autòs prósôpon autou estérixe tou poreúesthai eis lerousalêm) é geralmente traduzida por "firmou seu rosto" ou "manifestou a firme resolução". No entanto, prósôpon, que literalmente significa "face", "rosto", corresponde "o latim" pessoa" ou "máscara" (persona) e portanto especifica a personagem encarnada, designando o todo pela parte, numa figura de sinédoque. Jesus sabia que iria começar a fase final de sua paixão, e logicamente a coragem da parte humana precisava ser fortalecida pelo Espírito, para que se animasse a enfrentar o cenário dos sofrimentos físicos atrozes.


A revelação que obtemos na frase simples e despretensiosa de Lucas é de molde a tornar claro o sentido oculto: "tirando o véu" da letra, descobrimos o que realmente houve. Há necessidade de penetrar pela meditação o sentido, mas a Luz se fará e tudo será visto.


Enquanto Mateus e João se limitam a citar o fato da ida de Jesus a Jerusalém, Lucas, talvez esclarecido por Paulo, revela o motivo exato da partida de Jesus do "Jardim fechado" de sua vivenda espiritual, para penetrar no ambiente estreito e fanatizado dos religiosos ortodoxos.


A frase de Lucas, embora incompreensível aos profanos, é clara para os que já viveram essas fases.


Suas palavras: "em se completando, porém, os dias de sua elevação", que tantas dúvidas têm suscitado nos hermeneutas, pode ser assim traduzida em linguagem atual: "já tendo, pois, transcorrido os" prazos de carência" para sua promoção ao grau seguinte".


Todos os passos iniciáticos eram dados controladamente e, entre um e outro, o candidato era obrigado a demonstrar o aproveitamento que tivera; mas além disso, era indispensável que respeitasse os intervalos prefixados, os "prazos de carência" determinados para cada intervalo. Só depois de transcorrido o tempo regulamentar, lhe era permitido dar o passo seguinte.


Diz-nos Lucas que terminara o prazo da espera, e chegara a hora de submeter-se à prova para, se aprovado, passar ao grau seguinte, "ser elevado" ou "promovido". As provas desse passo eram duras, rudes, dolorosas. E é dito que a individualidade (Jesus) "fortaleceu sua personagem, para que não esmorecesse e tivesse a coragem de colocar-se entre as mãos daqueles que o fariam passar pelas angústias e aflições da provação violenta a que tinha de submeter-se.


Já tinham sido superadas as fases iniciais:

1. º - Vencera a grande dificuldade do mergulho consciente na matéria, com todos os horrores causados pelas limitações à liberdade de um Espírito infinitamente superior, como era o de Jesus (vol. 2). Vencida a prova, tivera a primeira promoção, quando conseguira, na presença do "mestre" João Batista, dar, enquanto na carne, o mergulho no Espírito (vol. 1). 2. º - O segundo passo, a "confirmação", veio em virtude do adiantamento de seu espírito, nesse mesmo momento do mergulho, com a epifania, ou "manifestação" da aprovação divina, por meio da frase: " este é meu Filho, o amado" (vol. 1). Com um ato, superara os dois primeiros graus. 3. º - Para galgar o terceiro, tinha de comprovar o resultado da "metánoia", ou seja, a modificação da mente. É então submetido às "tentações" ocasionadas pela matéria: vaidade, orgulho e ambição. Superouas a todas, dando inequívocas provas de superioridade e elevação máxima. Provava na prática que o Espírito já dominara a matéria totalmente (vol. 1). Podia então dar o passo seguinte.


4. º - O ingresso fora feito com a espetacular manifestação da "Transfiguração", a "ação de graças"

("eucharistía") do homem pela vitória obtida, recebendo a plena efusão do Espírito Divino, com a aprovação confirmada: "este é meu Filho, o amado, ouvi-lo". Depois desse passo, unido já à Divindade, pode Jesus dar as lições maiores: "minha carne é verdadeiramente comida, e meu sangue é verdadeiramente bebida" (JO 6:55). Ensinou-o com clareza absoluta e mais tarde, na chamada "última ceia", iria revelar integralmente o mistério cristão da união com Deus.


Mas agora chegara o momento de preparar-se para as provas dolorosas em que teria que submeter-se ao violento afastamento dos veículos físicos, para unir-se inteiramente a Deus, num "matrimônio" místico total e definitivo: "o que Deus uniu, o homem não separe" (MT 19:6). Mas, para esse grau superior, havia necessidade absoluta da "experiência sofrida", o "páthos" ou paixão. Era o ponto crucial, em que mergulharia em cheio na DOR-AMOR, desligando-se violentamente da parte inferior de seu ser, em holocausto cruento, a fim de libertar a parte superior para a união definitiva com a Divindade no matrimônio indissolúvel.


Diante dessas perspectivas sombrias, a parte física assusta-se, teme e treme, procurando subtrair-se às provas (coisa que, veremos adiante, ocorre com o homem Jesus no instante decisivo). Tudo isso é explicado pelo evangelista com a frase: "fortaleceu sua personagem", para que tivesse a coragem indispensável de colocar-se espontaneamente entre as mãos dos algozes.


No momento crucial do passo decisivo, quando as forças começam a fraquejar, Ele recorre à prece a fim de receber novas energias; e as recebe. E impertérrito segue adiante até o sacrifício final. Exemplo magnífico para todos nós, revelando que realmente "a carne é fraca" (MT 26:41 e MC 14:38), mas que nem por isso devemos esmorecer nem desesperar-nos: os grandes Espíritos também sofrem, quando na carne, as limitações que a carne impõe a todos.


mt 19:6
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 17
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 19:3-12


3. E vieram a ele (alguns) fariseus, tentando-o e dizendo: É lícito a um homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

4. Respondendo, disse: "Não sabeis que o Criador, de início, macho e fêmea os fez,

5. e disse: por isso, um homem deixará o pai e a mãe e se aglutinará à mulher e serão os dois uma só carne?

6. Por isso, já não são dois, mas uma só carne. O que Deus juntou, portanto, um homem não separe".

7. Disseram-lhe: Por que então Moisés ordenou dar carta de divórcio e repudiar?

8. Disse-lhes: "Moisés, por causa da vossa dureza de coração, vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no início não foi assim.

9. Digo-vos, porém, que quem repudiar sua mulher, a não ser por infidelidade, e casar com outra, adultera".

10. Disseram-lhe seus discípulos: Se é essa a condição do homem com a mulher, não convém casar.

11. Mas disse-lhes: "Nem todos compreendem esta doutrina, mas a quem é dado:

12. porque há eunucos, os quais desde o ventre materno foram gerados assim; e há eunucos os quais foram castrados pelos homens; e há eunucos os quais se castraram a si mesmas, por causa do reino dos céus. Quem pode compreender, compreenda".

MC 10:2-12


2. E chegando (alguns) fariseus, perguntaramlhe, tentando-o, se era lícito a um homem repudiar sua mulher.

3. Respondendo, disse-lhes: "Que vos ordenou Moisés"?

4. Eles disseram: Moisés permitiu dar carta de divórcio e repudiar.

5. Jesus então disse-lhes: "Pela dureza de vosso coração vos escreveu esse preceito.

6. Mas no início da criação fê-los macho e fêmea, por essa razão, um homem deixará seu pai e sua mãe e se aglutinará à sua mulher,

7. e serão os dois uma só carne; assim já não são dois, mas uma só carne.

8. Então, o que Deus juntou, um homem não separe".

9. E em casa, os discípulos de novo o interrogaram sobre isso 10. e disse-lhes: "o que repudiar sua mulher e casar com outra, adultera contra a primeira; e se ela repudiar o homem dela e casar com outro, adultera".



Este trecho tem suscitado discussões teológicas e éticas, e não seremos nós que pretenderemos dizer a última palavra. Trata-se da indissolubilidade ou não do matrimônio e da liceidade de novas núpcias após o divórcio. A questão já foi ventilada no 2. º volume, quando se tratou do adultério, comentando MT 5:27-32 e LC 16:18.


Aqui o assunto é tratado com mais pormenores, provocado por uma pergunta de "alguns" (o grego não traz artigo, deixando indeterminado o sujeito no texto).


Na época de Jesus havia duas escolas bastante influentes: a de Hillel, mais humana e tolerante e a de Chammai, rigorosa e exigente. Vejamos, então, o discutido texto do Deuteronômlo 24:1-3: "Se um homem toma uma mulher e coabita com ela, assim será se não achar benevolência diante dele porque descobriu nela um costume inconveniente, escreverá carta de repúdio, dar-lha-á nas mãos dela e a despedirá de sua casa. E, saindo, ela se torna de outro homem: o segundo homem, se não gostar dela e escrever-lhe carta de repúdio e lhe der nas mãos dela e a despedir de sua casa; e se morrer o segundo homem que a tomou para sua mulher, não poderá o primeiro homem que a despediu, voltando atrás, tomá-la como sua mulher, depois de suja, porque isso é abominação diante do Senhor teu Deus: e não sujarás a terra que o Senhor teu Deus te deu em partilha".


Segundo Hillel, bastaria que o homem se desgostasse ou descobrisse qualquer defeito nela (até se queimasse um prato de comida), para que fosse lícito repudiá-la. Chammai, porém, era inflexível: só se houvesse realmente um "costume inconveniente", isto é, se a mulher lhe fosse infiel entregando-se a outro homem, é que se lhe poderia dar carta de repúdio.


A mulher podia casar-se, depois disso, com outro homem.


O caso da mulher é o único previsto, porque o homem tinha plena liberdade de fazer o que quisesse com seu corpo, do qual era dono absoluto, ao passo que o corpo da mulher pertencia ao homem que "comprara". O homem não precisava repudiar a mulher para ter outra ou outras esposas, desde que tivesse meios para pagar os 50 siclos (1) poderia comprar quantas virgens quisesse e coabitar com todas a um tempo. Na época de Moisés não havia "casamento" no sentido em que hoje o entendemos (civil e religioso ou contrato e "sacramento"): o homem era polígamo (e os mais evoluídos seres, os patriarcas, reis e sacerdotes, os homens de bem, conviviam maritalmente com várias mulheres). A regulamenta ção, pois, foi escrita por Moisés quanto ao repúdio, que nada tem que ver com a monogamia nem com a indissolubilidade de um vínculo que só surgiu posteriormente, com a evolução da humanidade e das leis sociais.


Não havia, mesmo na época de Jesus, cerimônia religiosa para o casamento, mas apenas, nas famílias, uma festa, em que, numa procissão, a noiva era levada por seus pais, que já haviam recebido o dinheiro (o célebre "dote") à casa do noivo, mesmo que esse já possuísse uma, dez ou vinte outras mulheres como esposas. Só era adúltera a mulher, porque o fato de entregar seu corpo a outro homem constituía um "roubo" a seu dono, que lhe havia comprado exatamente o corpo.


Na época de Jesus, embora menos ampla, a poligamia ainda proliferava, permitida por lei. Para esses hábitos Jesus falou, e não para o costume que mais tarde se implantou (em grande parte por obra da legislação romaria e da influência do cristianismo) da monogamia.


O que Jesus afirmou foi que, uma vez que o homem houvesse adquirido uma esposa (ou várias delas) não a deveria jamais repudiar, a não ser por motivo de infidelidade, isto é, a não ser que ela se entregasse a outro homem, caso em que poderia libertá-la para que fosse viver com seu novo amor. "O que Deus juntou, um homem não separe", pois "os dois se tornaram uma só carne": isto é, uma vez unidos, não deve haver repúdio, não deve ser expulsa de casa a mulher com que se coabitou, pois isso seria um atentado contra o mandamento de "amar ao próximo tanto quanto a si mesmo". Depois de conviver com a mulher, é criminoso pô-la para fora de casa, a não ser que ela quisesse ir por sua espontânea vontade, para aderir a outro. Quem o fizer, a leva a talvez adulterar (roubar o marido de outra); e se o fizer e colocar outra no lugar dela, está adulterando com a primeira, isto é, está sendo infiel àquela à qual se uniu numa só carne; e quem receber a repudiada e unir-se a ela, igualmente adultera, porque se está unindo à que pertence a outro homem.


Então, vemos taxativamente condenado o repúdio, a expulsão de casa, quando ainda existe o laço de amor, pelo menos de um lado. Quando, todavia, esse laço foi rompido de fato, porque ela se entregou a outro por amor, aí o motivo mais forte existe: a ligação feita por Deus o foi com outra pessoa: dê-selhe a liberdade de escolher seu caminho.


A pergunta dos fariseus prende-se, precisamente, à causa do repúdio; se é lícito repudiar "por qualquer motivo" (katà pásan aitía). E Jesus utiliza-se da mais perfeita técnica rabinica para responder, reportandose ao texto do Pentateuco e citando suas palavras ipsis lítteris, segundo a versão dos LXX, como era de seu hábito, e não no original hebraico: " Não sabeis que o criador (ktísas) desde o princípio macho e fêmea os fez"?


Está citado o vers. 27 do cap. 1. º do Gênesis, que se lê: no hebraico (1) no grego (A)

"Elohim fez o homem à sua imagem, à imagem de elohim o fez, macho e fêmea os fez" . " E o deus fez o homem, segundo a imagem do deus o fez, macho e fêmea os fez".


1) ךיבךא אלהים יאה־האךם פצלמך בצלם
אתם׃ Н בךא Н ךבקבת М אתך М בךא Н אלהים A) Καί έποίησεν ό θεός τόν άνθρωπον,
иατ΄είиόνα θεού έποίησεν αύτόν, άρσεν иαί θήλυ
έποίησεν αύτού

ς.


Notemos que "macho e fêmea" no grego estão no gênero neutro (ársen e thêlu); e no hebraico, os termos zakâr e n"qebâh exprimem macho e fêmea tendo em vista os órgãos sexuais, isto é, literalmente, pênis e vagina.


Logo a seguir, emendando as frases com uma simples vírgula, prossegue citando o vers. 24 do cap. 2. º do Gênesis: e disse: no hebraico (2) no grego (B)

"Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e será ligado com sua mulher e serão uma carne". " Por essa razão deixará o homem o pai dele e a mãe e se unirá à mulher dele e serão os dois uma carne".


Daí tira a conclusão: "O que Deus juntou, um homem não separe".


Até aqui, nada existe a respeito da monogamia: apenas é salientado que não se deve repudiar a mulher com quem se coabita, porque, unindo-se, ambos passaram a constituir um só corpo físico; e o repúdio representaria quase a amputação de uma metade do todo.


Na realidade, lemos no vers. 2 do cap. 5. º do Gênesis: no hebraico (3) no grego (C)

"Macho e fêmea os fez e abençoou-os e fez o nome dele homem (adám) no dia em que o fez". " Macho e fêmea fê-los e abençoou-os e chamou o nome dele adám no dia em que os fez".


Portanto, há uma só unidade macho e fêmea, e seu nome é um só, adám ("homem"), englobando o ser completo, o duplo macho-fêmea.


Tudo isso, a nosso ver, refere-se à constituição do Espírito, que não possui distinção sexual, mas engloba em si a dupla possibilidade masculina e feminina. Quando se trata da plasmação dos veículos físicos, é que a característica dominante prevalece sobre a outra, então dá-se a encarnação como homem (varão) ou como mulher. Tanto que, no próprio Gênesis, logo no cap. 2. º (após haver dito que foi feito adám macho e fêmea, com a ordem de multiplicar-se na terra), volta o texto a dizer: "e não existia o homem (adám) para trabalhar a terra" (GN 2:5). Como assim? Então o elohim, que já aqui é chamado YHWH, resolve formar (o verbo hebraico não é mais baráh, criar, mas itsér, formar) o home "do pó da terra", isto é, revesti-lo de matéria física densa. Aí, nessa situação de encarnado, é que o sexo dominante prevalece.


2) על־בו יעזב־איש אח־אביו ךאת־אמד
ודכק באשחז דחיו לבשך אחך ׃ B) "Ενεиεν τούτου иαταλείψει άνθρωπος τόν πα-
τέρα αύτού иαί τήν µητέρα, иαί προσиολληθήσε-
ται πρός τήν γυναϊиα αύτού, иαί έσονται οιδυο είς
σάρиα µίαν.
3) זבר ובקבח בראם ויבךד אחם ויקךא
אה־שמם ארם ביום חבראם ׃
Γ) "Aρσεν иαί θήλυ έποίησεν αύτούς, иαί εύλόγησεν αύτούς, иαί έπωνόµασε τό όνοµα αύτού ‘Aδάµ, ή ήµέρα έποίησεν αύτού

ς.


Então, resolve o "elohim YHWH" dar-lhe uma companheira do sexo feminino, "que lhe seja a contraparte" literalmente: "E disse elohim-YHWH, não é bom ser o homem separado, farei para ele uma auxiliar, sua contraparte".


Temos, portanto, dois tempos distintos: a constituição (ou "criação") do Espírito bi-sexual, e a formação do corpo físico no qual só se desenvolve uma das duas características. Ora, a união de dois corpos carnais de pólos opostos recompleta o Espírito bivalente: é um só Espírito em dois corpos. E quando estes se unem, por meio do ato sexual, as duas tendências, que se encontravam separadas, tornam a unificar-se.


A objeção dos fariseus é feita em tom de defesa da própria ideia. Sente-se que a primeira pergunta foi colocada por um discípulo de Chammai: "será que qualquer motivo é suficiente para repudiar a mulher, como diz Hillel"? Agora entra um dos discípulos de Hillel: "mas Moisés ordenou o repúdio" ... E Jesus, imediatamente, corrige: Moisés PERMITIU o repúdio, o que é bem diferente...


Mas por que permitiu? Pela dureza de coração (pròs tên sklerokardían) que não se sensibiliza pela desgraça alheia e, egoisticamente, resolve as coisas de acordo com sua comodidade e seu prazer: se não gosta mais da mulher, manda-a embora, sem pensar nos males que lhe podem advir, ao invés de suportá-la e tratá-la bem até o fim, mesmo que seja ao lado de outras mulheres.


"De início, porém, não foi assim". Realmente, só é conhecido o caso do repúdio de Abraão contra Hagar, por exigência de Sarah (cfr. GN 21. 9-14), embora tivesse esse ato "parecido bem duro aos olhos de Abraão, por causa de seu filho" (Ismael).


Repete-se, então, o ensino dado em MT 5:32, com as mesmas palavras: "Digo-vos, porém, que quem repudia sua mulher, a não ser por infidelidade, e casa com outra, adultera; igualmente, também, quem casa com a repudiada, adultera" (1).


(1) Esta última expressão não aparece em bons códices, como o Sinaítico, mas preferimos conservála, porque: a) está no papiro 25 do 4. º século; b) está em MT 5:32; c) o copista pode ter saltado a frase, erro fácil pois ambas as cláusulas terminam com a mesma palavra: kaì gamêsêi állên moichátai, ôsaútôs kaì ho gamôn apoleyménên moichátai. Além disso, aparece em outros bons códices.


O último versículo de Marcos creem alguns ter sido acrescentado pelo evangelista, porque escreveu para os cristãos romanos, e nessa cidade era permitido a mulher repudiar o marido, coisa que a legislação israelita jamais admitiria. Lembremo-nos, todavia, que em 25 A. C. a irmã de Herodes o Grande, Salomé, repudiou seu marido Costobar "apesar das leis judaicas" diz Flávio Josefo (Ant. JD 15, 7,

10); e também Herodíades deixara seu tio e marido Herodes Filipe, para casar com Herodes Ântipas; por verberar isso, o Batista foi decapitado. E talvez a situação do momento, em que esse mesmo Ântipas repudiara a filha de Nabateu 4. º, houvesse dado margem às perguntas dos fariseus.


Aqui entra Marcos, esclarecendo que o diálogo com os fariseus parou aí. O resto foi dito aos "discípulos", em particular, "em casa" onde os ensinos podiam ser aprofundados espiritualmente.


Vem então a objeção dos discípulos: "Se essa é a condição do homem em relação à mulher, não conv ém casar". Seria arriscado trazer para casa a mulher e depois ter que sofrê-la o resto da vida, por pior que ela fosse. Ainda aqui não se fala de monogamia, que só mais tarde Paulo exigiria daqueles que pretendessem o cargo de inspetores ("bispos"): "Se alguém aspira a ser inspetor, deseja belo trabalho; deve pois o inspetor ser irrepreensível, homem de uma só mulher", ... (1TM 3:1-2).


No entanto, esse mesmo Paulo permite que a mulher cristã, abandonada pelo marido incrédulo, se case novamente, e vice-versa (1CO 7:15); é o chamado "privilégio paulino". Mas recomenda a monogamia: " Bom é que o homem não toque mulher mas, por causa das fornicações, cada um tenha sua mulher e cada uma seu homem" (1CO 7:1-2).


Aos discípulos em particular foi dado o ensino elevadíssimo, do qual apenas as expressões enigmáticas foram escritas e publicadas, com o aviso bem claro, duas vezes sublinhado, anteposto e posposto: "Nem todos compreendem esta doutrina, mas a quem é dado", e no fim: "Quem pode compreender, compreenda". As duas advertências salientam a dificuldade de interpretar-se a doutrina tão resumida e enigmaticamente exposta.


Tornemos a ler as três asserções: a) há eunucos que foram gerados assim desde o ventre materno; b) há eunucos que foram castrados pelos homens; c) há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus.


Como entender? Literal e materialmente? Ou espiritualmente?


Se as duas primeiras forem interpretadas carnalmente, a terceira também deverá sê-lo (e foi o que compreendeu e executou em si mesmo Orígenes), e não como quer Jerônimo (Patrol, Lat., vol. 36, col. 135): duorum carnalium et tertii spiritualis, ou seja, "o sentido dos dois (primeiros) é carnal, do terceiro é espiritual".


Os rabinos (cfr. Strack-Billerbeck, o. c., t. 1, pág. 805/6) dividiam os eunucos em duas categorias: a) os de nascimento (sârís mimme"ê immô) ou "do céu" (sârís châmaim) ou do sol, do calor (sârís hâmmâh); b) os dos homens (sârís

" âdâm).


O terceiro grupo foi introduzido por Jesus e proliferou de forma estupenda nos séculos que se lhe seguiram até hoje. Daí nasceu, pelo menos doutrinariamente, senão na prática, apoiada desde o início, por todos os "pais da igreja": a) a monogamia para ambos os sexos; b) a indissolubilidade do vínculo matrimonial (1), sem exceções na igreja ocidental, e com a exceção da infidelidade na igreja oriental-grega, que diz que "o adultério rompe os laços matrimoniais"; c) o culto do celibato masculino, sobretudo monacal e sacerdotal; d) a exaltação da virgindade feminina.


(1) O matrimônio foi citado na igreja cristã como "sacramento", pela primeira vez, por Hugo de Saint-

Victor (+ 1142) em "De Sacramentis", 2, 11 (Patrol. Lat vol. 176, col. 479) e logo a seguir Pedro Lombardo (c. 1150) em seu "Sententiae" 4, 2, 1, cita a lista dos sete sacramentos, introduzindo, em último lugar, o matrimônio. Só no Concílio de Florença (1439) essa lista foi proclamada "dogma".


A palavra "sacramentum" que Agostinho escreve no De Bono Conjugali, 32 e no Contra Julianum, 3, 57, referindo-se ao matrimônio, tem o sentido exato do termo latino na época: sánctitas sacramenti é então, a "santidade do juramento" da fidelidade conjugal, baseado no sacramentum que era a palavra usada para o juramento dos soldados quando entravam para o serviço do exército romano.


Antes de qualquer comentário ulterior, pedimos ao leitor que releia o que foi escrito no volume 2 desta obra.


Tudo o que escrevemos nessas páginas é mantido integralmente aqui, em vista da interpretação que dá o apóstolo Paulo das palavras aqui focalizadas: "Assim também devem os maridos amar a suas mulheres como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo, pois ninguém jamais aborreceu a própria carne, mas a nutre e dela cuida, como também o Cristo o faz à ekklêsía, porque somos membros de seu corpo. Por esta razão o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne. Este mistério é grande, mas eu falo em relação a Cristo e à ekklêsía" (EF 5:28-32).


Tudo o que expendemos no primeiro comentário é válido para a personagem humana, que situa sua consciência nos veículos interiores materiais.


Mas Paulo, como iniciado graduado na "Assembleia do Caminho", penetrou o "mistério" (a explicação proibida aos profanos) do ensino dado aos "discípulos" em particular, e que apenas vimos acenados nos dois últimos versículos do trecho que analisamos.


Eunuco é palavra grega composta de eunê ("leito") e échô ("guardo"), e exprime o cargo do homem de maior confiança: o que vigiava o leito e o quarto de dormir de seu senhor. Por extensão passou a designar os grandes do reino (ainda hoje, um título de grande honra na igreja católica é a de "Camareira do Papa", isto é, guarda do quarto (câmara) em que dorme o Pontífice), os homens de absoluta confiança do governo, encarregados dos negócios secretos, titulares de responsabilidade, embaixadores e legados de assuntos particulares. Com o tempo, os eunucos passaram a ser vigias dos harens dos soberanos, para cuidar de suas concubinas, a carga mais preciosa do palácio. E, para tal mister, eralhe imposta a operação da extirpação das glândulas sexuais. Daí o sentido derivado que tomou a palavra, de "castrados", que se popularizou, tornando-se termo depreciativo de "homem impotente e sem capacidade para procriar e para realizar".


Até hoje se tem interpretado as palavras do Cristo como designativas de "mantenedor de castidade", ou seja, criatura afastada dos prazeres sexuais. Jerônimo classifica os dois primeiros casos de castimoniae necéssitas, non volúntas est, isto é, "não vontade, mas necessidade de castidade", e a terceira: per se enim cástitas blanda est et quémlibet ad se alliciens, ou seja: "atrativa por si mesma e suave" (Patrol. Lat. vol. 26, col. 136), porque espontânea e "concedida aos que a pediram, aos que a quiseram, aos que se esforçaram para recebê-la" (his datum qui petierunt, qui voluerunt, qui ut accíperent laboraverunt, ib, col. 135).


Parece-nos evidente que Jesus, o Cristo, não podia ter tomado como modelo dos que aspiravam ao reino dos céus aqueles homens que se tornavam impotentes e deficientes, quando sabemos que a produção hormonial das glândulas sexuais é excepcional alimento das atividades intelectuais e, por esse intermédio, do vigor espiritual. Não se trata, pois, do segundo sentido derivado e depreciativo d "castrado", mas simplesmente do significado moral que possa exprimir.


Em geral os hermeneutas interpretam: se existem homens que já nascem defeituosos nos órgãos genitais, forçados por isso a evitar as relações sexuais; se há os que são violentamente obrigados pela maldade e ambição dos homens a tornar-se incapazes para essas relações; também existem aqueles que voluntária e espontaneamente se coagem moralmente para evitar contatos com o sexo oposto, quer com o celibato masculino, quer com a virgindade feminina.


Mas há outra interpretação dos dois primeiros casos, que reputamos muito mais lógica e coerente com a doutrina do Cristo: os "eunucos" desde o ventre materno são os que já nascem com a elevação espiritual conquistada em vidas anteriores, e desde pequenos se revelam totalmente fortes e superiores às emoções sensoriais do sexo vivendo uma vida casta e isenta de sensações fortes, como tantos exemplos de santos e místicos que a história registra, e que se tornaram modelos para a humanidade.


Os "eunucos" que foram castrados pelos homens são os que se vêem obrigados a observar o celibato ou a virgindade por decretos humanos, mesmo que sofram, e muito, com isso, como os membros masculinos e femininos das ordens e congregações religiosas, os sacerdotes e monges, a isso coagidos pelas leis eclesiásticas. E também os que, pelas circunstâncias e situações da vida, se sentem forçados a manter-se celibatários e castos, o que ocorre sobretudo com as mulheres.


Os "eunucos" que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus são aqueles que, mesmo podendo e tendo todas as capacidades, resolvem espontaneamente manter a castidade, a fim de aperfeiçoarse mais depressa. Não nasceram isentos das emoções amorosas. Não são obrigados pelos homens, porque não entraram para monastérios. Mas combatem para que - julgam - possam assim alcançar mais evolução e maior perfeição. Pelo trecho do Padre Teilhard de Chardin, que citamos no vol. 2, não é isso o que ele pensa: "o homem encontra Deus através do amor à mulher, e vice-versa", pode resumir-se seu pensamento. E para sintonizar com a Divindade, havemos de ter o amor que se doa, e não o amor-egoísmo, que busca a própria perfeição sem doar-se.


Mas são nuanças muito pessoais, sobre que não é lícito legislar. Cada um tem seu ponto de vista e deve seguir sua consciência.


* * *

Quanto às Escolas Iniciáticas, já que o ensino foi dado especialmente para elas, temos algumas considerações que fazer.


Já aqui olharemos toda a lição do ponto de vista da Individualidade, isto é, do Espírito, ao qual não afetam as ações puramente materiais da personagem transitória, pois todas elas são também transitórias e morrem com a morte da personagem. Ao Espírito só afetam as ações que partem do Espírito, envolvendo-o profundamente e baixando suas vibrações para o plano das emoções desordenadas.


Olhando sob esse prisma, sabemos que o Espírito possui uma contraparte em algum plano de vibração (cfr. GN 2:18; que reproduzimos mais abaixo), encarnada ou desencarnada, neste ou em outro planeta, mas sua complementação inata. Quando foi criado o homem (adám) isto é, quando a psiquê animal adquiriu a capacidade racional através do intelecto, foi feita a bipolaridade do Espírito, taxativamente declarada: fez adám macho e fêmea.


HOMINIZAÇÃO


Aproveitando o termo utilizado pelo padre Teilhard de Chardin, recordemos a narrativa bíblica.


O animal, que vivia no paraíso da irresponsabilidade (como até hoje seus iguais) podia alimentar-se de todas as árvores, menos da árvore da "ciência do bem e do mal" (raciocínio com discernimento moral). A "árvore", representação da medula espinal encimada pelo cérebro, é maravilhoso símbolo; e Huberto Rohden já descreveu o processo: no reino vegetal, a planta está com a cabeça e os órgãos da alimentação para baixo (as raízes) e com os órgãos sexuais de reprodução para o alto (flores e frutos). No reino animal, há um processo de horizontalização, e tanto a cabeça quanto os órgãos genitais estão no mesmo nível do solo. No homem, termina o giro de 180º, e a cabeça fica no alto, passando para baixo os órgãos sexuais.


Tudo isso figura nas entrelinhas do relato do Gênesis. Reparemos em que a proibição de comer d "árvore" do conhecimento do bem e do mal traz ameaça de um castigo, mas o homem é levado a isso pela serpente, exatamente o símbolo do intelecto, tanto assim que aí mesmo se diz que era "o animal mais astuto do éden". Então, o desenvolvimento maior do intelecto, permitido pelo maior número de circunvoluções do cérebro físico, trouxe a possibilidade do raciocínio abstrato de consequências morais.


Um dos castigos é "a morte".


A expressão "se comeres do fruto da árvore do bem e do mal certamente morrerás" (GN 2:17) é confirmação: no dia em que adquirires o raciocínio abstrato, a "razão", discernindo o bem do mal, morrerás como animal irracional, para nasceres como homem racional. Porque não é crível que até então os animais não estivessem sujeitos à morte... Os símbolos são belos e certos, mas a interpretação do texto segundo a "letra" faz desacreditar no relato bíblico, que se torna "incrível", cientificamente absurdo. Por exemplo, como podia Adám (que segundo o Gênesis foi formado diretamente por Deus, e Eva da costela dele) dizer que "o homem deixaria pai e mãe", se ele não tivera nem pai nem mãe? E mais quando YHWH diz à serpente "andarás sobre teu ventre e comerás pó todos os dias de tua vida", o sentido é simbólico, já que ninguém conseguiu jamais descobrir que a serpente, antes disSABEDORIA DO EVANGELHO so, tivesse pernas... ao contrário, sempre foi assim, mesmo antes dessa solene condenação. No entanto, não é difícil descobrir nessas palavras, o significado: o intelecto (serpente) caminhará sempre horizontalmente sobre a terra (raciocínio linear ou serpentino) e para toda a vida "comeria o pó" das coisas terrenas. Realmente, só quando o homem supera a fase do intelecto e atinge a mente, é que poderá verticalizar-se pela intuição, acima do intelecto rasteiro. Mas estamos saindo do assunto.


O novo ser, que abandona a animalidade irracional, sai do campo de forças da mente cósmica, a que cegamente obedecem minerais, vegetais e animais, para adquirir a liberdade de escolha, que já lhe é possível, e que vai torná-lo responsável pelo bem e pelo mal que praticar por seu livre arbítrio. Daí em diante ele terá que resolver sozinho sua estrada e percorrê-la à própria custa, com "o suor de seu rosto".


A psiquê animal evoluiu a tal ponto, que se tornou um Espírito, um Ego consciente, ilimitado, atemporal, inespacial, partícipe da Mente Divina que nele habita e portanto apto a perceber, no próprio intelecto, as intuições que lhe advêm dos planos superiores, onde permanece ligado o Espírito imortal.


Trata-se, então, realmente, da CRIAÇÃO DO HOMEM, cujas origens anímicas e corporais procedem do animal, mas cuja superioridade racional é uma conquista sua própria, um prêmio a seu esforço ininterrupto, através dos reinos inferiores da natureza, conseguido por obra do impulso da Luz que sempre esteve nele, o Lúcifer da Terra, pois consigo carregava a Centelha ou Mônada divina, mas em estado latente, sem que ele mesmo se desse conta de sua grandeza interna. Agora, com o intelecto desenvolvido, o processo atinge seu clímax, a consciência desabrocha vívida, e o caminho se torna mais rápido, mas sob sua própria e pessoal responsabilidade.


Quando, CRIADO ESSE ESPÍRITO, este tem que descer à carne, para evoluir, não pode mais ter os dois sexos totalmente desenvolvidos a um tempo no corpo físico: uma parte terá sempre que atrofiarse, para deixar que sua contraparte alcance sua maturação normal e eficiente.


O fragmento "elohista" chega até GN 2:3; daí começa um dos fragmentos "yahwistas" (1) em que se relata a formação do globo terráqueo e o aparecimento do corpo do homem formado de matéria ("do pó da terra"). E o verbo empregado não é mais bará (criar), mas itsér (formar). Neste segundo trecho é que aparece a distinção dos sexos: "e disse yahweh-elohim: não é bom ser o homem separado, farei para ele um auxiliar, sua contraparte" (waiiômer YHWH elohim lô-tôb heiôt haâdâm, l’bâddô, e’echehlô eger b’negddô).


(1) Chamam-se fragmentos "elohistas" os trechos de Gênesis em que a divindade é apresentada com o nome de "elohim", e "yahwistas" aqueles em que se chama "elohim-YHWH". A esse respeito, a" Enciclopedia de la Biblia", Obra católica, escreve: "No puede atribuirse al mismo autor el relato esquemático, teológico y transcendente de la creación del primer capítulo donde ’Elohim aparece como un Ser transncendente e inaccesible, creando todas las cosas con su omnipotencia y sabiduria, y el relato folklórico, descriptivo, infantil, ingenuo y antropomórfico del capítulo 2 donde Yahweh-’Elohim aparece modelando el cuerpo del hombre como um alfarero, o sacando, como un cirurjano, una costilla de Adán para formar a Eva, y haciendo después de sastre para cubrir la desnudez de los primeros padres" ("Enciclopedia de la Biblia", Garriga, Barcelona, 1963, vol. 3. º, col. 772).


Formado o corpo do homem, faltava-lhe o complemento físico e emocional. E numa simbologia muito interessante, mostra-nos adám formando com sua "costela" (eufemismo piedoso) no silêncio da noite, na hora do sono, o ser feminino que lhe nasce como "osso de meus ossos e carne de minha carne" (isto é, sua filha), companheira que já começava, como ele, a perder as características simiescas, porque já possuía, como ele, uma forma melhorada, embora o tipo primitivo, cientificamente conhecido como "pitecânthropus erectus". Talvez seja afoita essa teoria, mas, pelo menos, é cientificamente aceitável, mais que o "transplante" de uma costela...


Evidentemente, depois disso, e bem mais tarde, foi compreendido que o homem devia "deixar pai e mãe" (de forma e intelecto rudimentares, porque ainda símios) e aderir à sua mulher, com ele formando uma só carne no mesmo nível evolutivo um pouco superior.


Tudo isso, entretanto, refere-se ainda à personagem.


Mas em relação à individualidade, temos outra visão.


O Espírito, como vimos, se biparte para encarnar, mas a união das duas metades (macho-fêmea) foi realizada pela Vida em evolução constante, e essa jamais poderá ser separada por "um homem", nem pelas contingências da vida. Hão de reencontrar-se e refundir-se num só todo, em plano superior de evolução. Mas isso já é outro assunto.


No entanto, há que descer à matéria para evoluir: a necessidade é vital, pois não há evolução fora da matéria, já o vimos (cfr. vol. 4). Para isso, o Espírito deixará seu mundo próprio e sublime (seu pai e sua mãe) e se unirá à personagem, e "os dois serão uma só carne", porque o corpo físico É REALMENTE o próprio Espírito condensado, que permanece unido a ele, e homem algum tem o direito de separá-los, nem ele próprio pode "repudiar" seu alter ego (cfr. Paulo: "ninguém jamais aborreceu a própria carne, mas a nutre e dela cuida", EF 5:29).


A lição servia para os profanos no campo das uniões carnais do matrimônio, mas para os "discípulos" o ensino era muito mais profundo. De uma lição dada às massas, foi feita ilação para outra mais elevada e definitiva.


Tanto foi assim que, quando os discípulos, já em casa a sós com o Mestre, lhe dizem que "não vale a pena casar", este muda totalmente de assunto; se a resposta tivesse sido realmente apenas a que o Evangelho registra, seríamos tentados a perguntar com certa irreverência: "e daí?" Os três casos de" eunucos" não respondem absolutamente à objeção de que "não convinha que o homem casasse".


O assunto tratado era bem mais sublime, daí a introdução: "nem todos podem compreender este ensino, mas só a quem é dado"; e a eles foi dado. E eles nos legaram o esquema, para que, se pudéssemos compreender, compreendêssemos.


Vejamos, inicialmente, o que pode significar o termo eunuco. Etimologicamente, o "guarda do leito"; na realidade, um alto funcionário, um título nobiliárquico; no sentido pejorativo, o que é castrado, ou seja, aquele de que foi tirada toda esperança e a possibilidade de possuir uma complementação para seu corpo físico (porque continuam aptos a amar espiritualmente).


Parece que o sentido é o terceiro, já que por duas vezes é usado o verbo eunouchízô, a primeira no aoristo passivo (eunouchísthêsan, foram castrados) a segunda no aoristo ativo (eunoúchisan, castraram).


Isto é: nascem privados, foram privados e privaram-se a si mesmos, por uma razão sublime: o reino dos céus. Mas, privaram-se DE QUE?


Na mesma ordem de ideias: da posse de todas as complementações materiais, e não apenas do sexo.


Há os que são privados de tudo, desde o nascimento, entrando na vida terrena como criaturas paupérrimas, sem ter onde repousar a cabeça, a não ser um pedaço de chão duro. Nem sempre resignados, quase sempre revoltados.


Há os que são privados de tudo pelos homens: embora ambiciosos, tudo o que conquistam lhes é tirado, e jamais conseguem juntar nada para si mesmos.


E há os que "vendem tudo e distribuem aos pobres", e além do mais vão "seguir o Mestre", eunucos voluntários, que renunciam ao sexo, aos bens, aos parentes sanguíneos, reduzindo-se ao zero quase absoluto, como o fez Gandhi ainda neste século. Gandhi que escreveu em suas Epístolas ao Ashram, que quem pretendesse controlar o sexo, tinha que controlar também todos os sentidos e os vícios: o gosto, o olfato, o tato, os olhos e ouvidos, e a gula, a ambição, o conforto material... se isso não fosse feito, a força sexual explodiria, senão nas realizações, pelo menos nos desejos e pensamentos incontroláveis.


Gandhi entendeu o sentido do termo "eunuco" que Jesus emprega neste passo do Evangelho: abstenção total de tudo o que diz respeito aos veículos inferiores, para poder conquistar o reino dos céus, ou seja, o Espírito.


A maior dificuldade que sentem os seminaristas e os sacerdotes em observar o voto de castidade reside na recomendação que o Papa Bento XV fez aos reitores de seminários e superiores de ordem religiosa, de que compensassem a falta de relações sexuais com boa alimentação, bons vinhos e com o "prazeres lícitos"; ora, Gandhi, o Mestre que, neste século, melhor viveu o cristianismo evangélico, ensinou o contrário, e ensinou certo: para conservar-se casto sexualmente, abstenção total e absoluta de vinhos e bebidas fortes, de carnes, de acepipes condimentados, moderação no comer, passando em quase jejum sem conforto de camas macias, nem de muitos agazalhos, e nenhuma concessão aos prazeres de qualquer espécie, por mais inocente que sejam. Ou brahmacharya (castidade-abstenção) é completa, ou não existe. Isto é castrar-se e tornar-se eunuco por causa do reino dos céus: renúncia voluntária e espontânea e entusiástica e completa a TUDO o que traga sensações e emoções. Viver do Espírito, no Espírito e para o Espírito.


E vamos encontrar plena confirmação desta interpretação no próprio Evangelho, logo a seguir, no episódio do "moço rico" e na "dificuldade de os ricos conquistarem o reino dos céus" (MT 19:16-30; MC 10:17-31; LC 18:18-30).


Quem pode compreender, compreenda!



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
SEÇÃO IX

NARRATIVA RETOMADA:

DISCIPULADO E CONTROVÉRSIA

Mateus 19:1-23.39

A. DISCIPULADO, Mateus 19:1-20.34

1. A Partida da Galiléia (Mateus 19:1-2)

Pela quarta vez (cf. Mateus 7.28; 11.1, 13,53) encontramos a expressão conclusiva: E acon-teceu que, concluindo Jesus esses discursos (1). Essa frase marca o final do quarto discurso.

O "Grande Ministério da Galiléia", que havia durado talvez um ano e meio, agora chegava ao fim. Pela última vez Jesus disse adeus à sua terra e começou a jornada fatal a Jerusalém. A expressão saiu da Galiléia traz em si o sinal da decisão. Ela marcou o fim de uma época. Lucas realça o significado dessa afirmação nesse ponto da história: "E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósi-to de ir a Jerusalém" (Lc 9:51).

Cristo dirigiu-se aos confins ("limites") da &adeja, além do Jordão (1). Essa é uma estranha expressão geográfica. Falando apropriadamente, a Judéia estava locali-zada entre o vale do Jordão e o mar Mediterrâneo. A terra além do Jordão era conheci-da, naquela época, como Peréia, e era governada pelo tetrarca da Galiléia, Herodes Antipas. Mas, como observa Plummer: "Judéia aqui parece ser usada no sentido mais amplo da Palestina, a terra dos judeus".'

Nessa área da Peréia, novamente seguiram-no muitas gentes e curou-as ali (2). Em uma passagem semelhante, Marcos 10:1 diz que: "Ele tornou a ensiná-los". A narrativa indica que Ele fez as duas coisas.

Em sua última viagem a Jerusalém, o Mestre e seus discípulos atravessaram o Jordão ao sul do Lago da Galiléia (veja o mapa) e se dirigiram para o lado oriental do rio através da Peréia. Essa era a rota usada geralmente pelos peregrinos da Galiléia quando viaja-vam para as festas anuais em Jerusalém. O caminho mais curto através de Samaria não era muito usado, porque esse território era considerado "impuro".

Em relação à Peréia, Andrews escreve: "A população não era formada exclusivamen-te por judeus, mas era mista: não era totalmente pagã como em Decápolis e também não seria tão facilmente incitada contra o Senhor como os habitantes da Judéia ou mesmo da Galiléia"? Ele também chama atenção para a expressão rabínica que diz que "a Judéia era o trigo, a Galiléia a palha, e a Peréia era o joio".3

2. O Casamento (Mateus 19:3-12)

a) O Divórcio (Mateus 19:3-9). A questão do divórcio teve um papel importante no primeiro século, da mesma forma que hoje. Jesus discutiu essa questão no Sermão do Monte (Mateus 5.31--32). Agora ela reapareceu. A discussão sobre esse assunto tinha um significado e um perigo especiais na época do ministério de Jesus, porque Herodes Antipas havia recente-mente se divorciado de sua esposa.

Dessa vez, a discussão foi precipitada pelos fariseus (3), os rígidos mantenedores e mestres da Lei. Eles se aproximaram de Jesus tentando-o, ou "testando-o" (veja as notas sobre Mateus 4.1; 16.1).4A pergunta que fizeram foi: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?

A última frase — por qualquer motivo — é particularmente significativa. Ela não é encontrada na passagem paralela em Marcos 10:2-12, pois os leitores gentios não teriam conhecimento, como os leitores de Mateus, da conotação judaica. Ela real-ça a controvérsia existente no primeiro século a.C. entre as escolas de Hillel e Shammai.

O conflito se originou a partir da interpretação de Deuteronômio 24:1 — "Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então, será que, se não achar graça em seus olhos, por nela achar coisa feia, ele lhe fará escrito de repúdio, e lho dará na sua mão, e a despedirá da sua casa". Shammai afirmava que "coisa feia" significa fornicação: "Um homem não se divorciaria de sua mulher, a não ser que tivesse encontrado nela um motivo de vergonha".5 Seu colega Hillel (cerca de 60 a.C. — 20 d.C.), que era muito mais liberal, enfatizava a primeira frase: "Ela não encontrou favor em seus olhos". Ele permi-tiria a um homem divorciar-se da esposa se ela fizesse alguma coisa que o desagradasse, até mesmo se queimasse o alimento ao cozinhá-lo.

Ao responder (4) a pergunta dos fariseus, Jesus, como de costume, mencionou a Palavra de Deus — uma sugestão para nós quando estivermos tratando de controvérsias teológicas. O Senhor relembrou que, no início, Deus fez os seres humanos como macho e fêmea (Gn 1:27). Então (5) Ele citou Gênesis 2:24, onde se encontram as diretrizes divi-nas para o casamento humano. Essa passagem é citada duas vezes por Paulo 1Co 6:16; Ef 5:31). Jesus insistiu na última frase ao repeti-la (6). A união do casamento é precisa-mente indissolúvel porque transforma duas pessoas em uma só — não separe o ho-mem. Stier diz: "Uma só carne, isto é, uma pessoa, formando ambos, juntos, um homem dentro dos limites de sua vida na carne, para esse mundo".'

Como ainda não estavam satisfeitos, os fariseus perguntaram: "Então, por que man-dou Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá-la?" (7). Jesus respondeu: por causa da dureza do vosso coração... mas, ao princípio, não foi assim (8). O plano original de Deus era "conserve-se somente com ela enquanto ambos viverem". Ao dizer que Moisés permitiu dar-lhes uma carta de divórcio, Cristo corrigiu a palavra mandou (7) usada pelos fariseus. Moisés apenas "permitiu" o divórcio. A exigência de que o marido forne-cesse uma carta de divórcio tinha o objetivo de funcionar como um controle e não como um encorajamento. Atualmente, um muçulmano só precisa dizer três vezes à sua esposa: "Eu me divorcio de você", e o divórcio será legalmente reconhecido. Moisés teria tornado esse assunto mais difícil, ao exigir que o homem usasse os serviços de um escriba para preparar um documento escrito.

Cristo se colocou claramente a favor da estrita interpretação de Deuteronômio 24:1. Ele só permitia uma razão para o divórcio — exceto por causa de prostituição' (9). Essa cláusula acrescentada ocorre apenas em Mateus (aqui e em 5.32). Embora alguns estudiosos tenham assumido a posição de que essas palavras não teriam sido pronunci-adas por Jesus, a opinião deles rejeita a inspiração de Mateus. O adultério representa a negação do voto do casamento e, nesse caso, a posição de Jesus é bastante sólida. Marcos e Lucas enfatizam, ainda mais do que Mateus, a divina aversão ao divórcio. No plano de Deus, o casamento deve ser uma união permanente.

b) O Celibato (Mateus 19:10-12). Os discípulos se mostraram assustados com a severidade e o rigor do Mestre. Se o casamento deve ser um compromisso tão grande, não convém casar (10). Ignorando esse ponto de vista egoísta e mesquinho, Jesus defendeu o celiba-to, ao qual tanto Ele mesmo quanto João Batista seguiam. A expressão Nem todos podem receber esta palavra (11) "provavelmente significa que não é dada a todos a capacidade de enxergar que não é bom se casar; 'esta palavra' está se referindo à obser-vação dos discípulos" .8 Em vista do que Cristo tinha acabado de dizer sobre a divina instituição do casamento, torna-se óbvio que o celibato não pertence ao plano habitual de Deus. Um ministro casado, e pai, pode entender mais plenamente e oferecer maior ajuda quanto aos problemas domésticos dos membros de sua congregação, do que um homem solteiro. Seria desnecessário mencionar que o discipulado pode exigir o celibato. Como diz A. B. Bruce: "Jesus eleva todo esse assunto da simples região do gosto pessoal, prazer ou conveniência, até à elevada região do Reino de Deus e de seus requisitos".9

Jesus prosseguiu (12), mencionando três classes de eunucos (uma palavra grega). Os primeiros são aqueles que nascem com um defeito físico que os torna eunucos por toda a vida. Outros são aqueles que foram castrados pelos homens. Apalavra "eunuco" vem de eune, "cama", e echo, "ter". Ela foi usada primeiramente para o "guarda do quarto de um harém oriental... uma função zelosa que só poderia ser confiada àqueles que fos-sem incapazes de abusar dessa confiança; portanto alguém que tivesse sido emasculado".1°

O terceiro grupo é composto por aqueles que se castraram a si mesmos por cau-sa do Reino dos céus. Essa é uma atitude ética e não física. Paulo reconheceu a sabe-doria dessa decisão para alguns (1Co 7:32-35). Mas também preveniu contra a promoção dos falsos mestres que "proibiam o casamento" (1 Tm 4.3).

Não existe nenhum suporte escriturístico para o celibato obrigatório. Somente aqueles que forem capazes de recebê-lo, aqueles a quem foi concedido, (11) é que deverão segui-lo. A palavra grega para concedido significa "dar espaço". Ela foi usada aqui, "metaforicamente, como dando espaço no coração ou na mente"»

  • A Bênção aos Pequeninos (Mateus 19:13-15)
  • Esse breve e maravilhoso episódio foi descrito nos três Evangelhos Sinóticos (cf. Mac 10:13-16; Lc 18:15-17). Pais amorosos trouxeram seus filhos a Cristo, para que lhes impusesse as mãos e orasse (13). Carr diz: "Parece que era costume levar as crianças judias à sinagoga para serem abençoadas pelo Rabino".12 O casamento é sagrado, assim como as crianças.

    Os discípulos se ressentiam dessa imposição sobre o tempo e a resistência do seu Mestre. Eles censuravam aqueles que traziam suas crianças. Achavam que elas não tinham importância, assim como alguns obreiros da igreja atualmente. Mas a atitude de Jesus era muito diferente. Ele disse: Deixai — "permitam", "consintam" — os pequeninos e não os estorveis — "não os impeçam" — de vir a mim (14). O Senhor apreciava muito recebê-los de bom grado. Então, Ele acrescentou: porque dos tais é o Reino dos céus. A palavra grega também pode significar "aos quais pertence o Reino dos céus", ou "o Reino dos céus é composto dos tais". Na verdade, as duas idéias são verdadeiras. "Amor, simplicidade de fé, inocência e, acima de tudo, humildade, são as características ideais das criancinhas, e dos súditos do reino.'

  • As Riquezas (Mateus 19:16-26)
  • a) O Jovem Rico (19:16-22). Essa história foi contada nos três Evangelhos Sinóticos (cf. Mac 10:17-31; Lc 18:18-30). Mateus diz que o homem era "jovem" (20) e que "possuía muitas propriedades" (22). Lucas informa que ele era um "príncipe" e "muito rico" (Lc 18:18-23).

    O homem disse a Jesus: Bom Mestre' ("Professor"), que bem farei, para conse-guir a vida eterna? (16). Essa era uma questão relevante que mostrava a necessidade de um relacionamento mais profundo com Deus. Vida eterna significa "uma amizade plena e permanente" com Deus." Para os judeus ela geralmente queria dizer "vida na era por vir"." Essa frase, muito comum em João, é encontrada pela primeira vez aqui nos Sinóticos.

    Em resposta, o Mestre perguntou: Por que me chamas bom? (17). O melhor texto grego diz: "Por que me perguntas a respeito do que é bom?" O termo bom não se refere a algo, mas a alguém; a Deus. Então Jesus levou o homem a considerar as Escrituras, e disse-lhe: guarda os mandamentos.

    Mas o interlocutor era persistente, e perguntou: Quais? (18). A palavra grega poia quer dizer, literalmente: "De que espécie?" Embora aqui essa palavra possa ser equiva-lente a tis, "Quais?, Jesus deixou de lado os quatro primeiros dos Dez Mandamentos, e citou o sexto, sétimo, oitavo, nono e o quinto. Ele omitiu o décimo, e em seu lugar Marcos registrou, "Não defraudarás alguém" (Mc 10:19). Só Mateus acrescentou: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (19; veja Lv 19:18), que é um resumo dos seis últimos mandamentos que descrevem as obrigações em relação ao homem.

    Jesus não mencionou os primeiros quatro mandamentos que indicam as obriga-ções em relação a Deus, talvez porque tivesse a intenção de, nesse momento, testar o jovem rico. O jovem havia quebrado o primeiro mandamento, pelo fato de "mamom" ter se tornado o seu principal deus.

    A afirmação desse príncipe — Tudo isso tenho guardado (20) — é encontrada nos três Sinóticos. Somente Mateus acrescenta: que me falta ainda? Parece claro que ele não estava satisfeito com a sua religião, e sentia que faltava alguma coisa em seu interior.

    Jesus falou com aquele homem em seus próprios termos: Se queres ser perfeito (21). A palavra teleios já havia ocorrido duas vezes em 5.48 (e em nenhuma outra passa-gem nos Evangelhos, mas ocorre dezesseis vezes nas Epístolas). Ela vem de telos, ou "fim". Thayer observa que seu significado mais correto é: "Levou ao seu final, terminou; nada mais faltava para a conclusão, estava perfeito".' Para as duas passagens em Mateus, ele sugere: "Aquele que alcançou a estatura adequada de virtude e integridade".' Abbott-Smith pensa que aqui ela expressa "a simples idéia da completa bondade"." Arndt e Gingrich sugerem para essa passagem: "Perfeito, totalmente desenvolvido em um senti-do moral"." A tradução "completo" é a que responde melhor a essa questão: "Que me falta ainda?"

    No caso desse jovem, a perfeição exigia que ele vendesse todas as suas propriedades e distribuísse todos os proventos entre os pobres. Isso porque o dinheiro, e não Deus, era o principal objetivo da sua vida. O discipulado exige renúncia a tudo em nome de Cristo. Para a maioria das pessoas, isso não quer dizer renunciar a todos os bens materiais. Mas, a fim de serem plenamente santificadas (1 Ts 5.23), todas as pessoas devem renun-ciar àquilo que lhes é mais querido para que Deus possa realmente assumir o primeiro lugar em suas vidas. Bonhoeffer escreve: "Existe alguma parte de sua vida que você está se recusando a renunciar? Talvez alguma paixão pecaminosa, alguma animosidade, al-guma esperança, talvez a sua ambição ou a sua intuição? Se assim for, não deve se sur-preender por não ter recebido o Espírito Santo, por sentir dificuldade de orar, ou por seu pedido para ter fé permanecer sem resposta".'

    Recusando-se a renunciar, o jovem retirou-se triste (22, literalmente, "entristeci-do"). Ele estava dominado por um conflito de interesses. Desejava obedecer a Jesus, mas também queria gozar a sua fortuna. Esse último desejo era mais forte, e venceu.

    O discipulado exige perfeita obediência. Algumas pessoas pensam que "Crer no Senhor Jesus Cristo" (Atos 16:31) significa simplesmente um consentimento mental. Mas, como insiste D. L. Moody, também é preciso um consentimento moral. Isso quer dizer um compromisso com Cristo. Bonhoeffer expressou essa idéia com exatidão quando escreveu: "O homem que desobedece não pode crer, pois somente aquele que obedece pode crer"."

    Na obra Biblical Illustrator, D. Macmillan resume a história do jovem príncipe rico da seguinte maneira:

    1) Um encontro cheio de esperança, 16;

    2) Uma importante conver-sa, 17-21;

    3) Uma triste partida, 22;

    4) Importantes lições, 23-26.

    b) O Perigo das Riquezas (19:23-26). Depois que o jovem príncipe rico havia partido, o Mestre se voltou aos seus discípulos e declarou solenemente: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no Reino dos céus (23). O termo difícil quer dizer "com dificuldade", e essa dificuldade reside precisamente no fato de a maioria dos homens ricos fazer da sua riqueza o seu deus.

    Mais uma vez Jesus fez uso de uma hipérbole – uma afirmação exagerada para alcançar o efeito desejado. A tentativa de mudar a palavra camelo (24) para corda -como faz George Lamsa, baseado em um suposto original em aramaico – ou a tentativa de aumentar o fundo da agulha para uma pequena porta no muro de Jerusalém, são equivocadas. Devemos aceitar essa passagem exatamente como está escrita. O Talmude judaico usa a figura de um elefante passando pelo buraco de uma agulha para expressar a idéia de uma coisa impossível. Jesus fez a mesma coisa aqui.

    Os discípulos admiraram-se muito e perguntaram, Quem poderá, pois, salvar-se? (25). Essa pergunta reflete a crença judaica comum de que a prosperidade material era uma evidência das bênçãos de Deus. Embora essa crença esteja muitas vezes refletida no Antigo Testamento, o Livro de Jó refuta essa idéia.

    Como uma forma de responder, Jesus primeiramente olhou para eles (26) – literal-mente, "olhou em direção a eles". Carr observa: "Esses olhares penetrantes de Cristo produziam, sem dúvida, um efeito em suas palavras que é impossível recordar, mas que nunca se apagaria da memória daqueles que entenderam o seu significado".' Em segui-da, o Mestre declarou que embora isso (a salvação dos ricos) fosse impossível aos ho-mens, não há limite para aquilo que Deus pode fazer quando os homens permitem que Ele faça a Sua vontade.

    5. As Recompensas do Discipulado (Mt 19:27-20.
    16)

    Existem dois episódios nesta seção, e eles estão intimamente ligados pelo fato de ambos terminarem essencialmente com as mesmas palavras (19.30; 20.16).

    a) A Preocupação de Pedro (Mt 19:27-30). A recusa do príncipe rico de desistir de sua fortuna levou Pedro a dizer: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos (27). Mas seu testemunho estava viciado por um pedido egoísta: que receberemos? O apóstolo ainda estava sendo irremediavelmente materialista e egoísta em sua visão da vida.

    Jesus lhes garantiu (28) – Pedro era o porta-voz de todo o grupo de discípulos – que todos aqueles que o seguissem seriam abundantemente recompensados na regenera-ção. A palavra palingenesia significa "novo nascimento, renovação, restauração, regene-ração".' Ela ocorre apenas aqui e em Tito 3:5 – "regeneração, renovação", referindo-se à experiência espiritual individual. Mas aqui ela quer dizer "o novo mundo" como foi traduzida na 5ersão Siríaca e encontrada no apócrifo Apocalipse de Baruque (44.12).25 Ela foi posteriormente identificada como o momento em que o Filho do Homem se senta-rá no trono de sua glória. Essa combinação está admiravelmente refletida em Apocalipse 21:5 – "E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas". Bengel comenta: "Haverá uma nova criação, sobre a qual um segundo Adão presidirá, quando tanto o microcosmo da natureza humana, através da ressurreição, quanto tam-bém o macrocosmo do universo, renascerão".'

    A recompensa dos discípulos foi assim expressa: também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Como poderíamos esperar, essa declaração apocalíptica, vestida em uma linguagem judaica, despertou várias interpre-tações. O melhor que podemos fazer é interpretar Escritura por Escritura. Paulo diz: "Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?" 1Co 6:2). Isso parece refletir Daniel 7:22 – "Até que veio o ancião de dias, e foi dado o juízo aos santos do Altíssimo".

    Porém, muitos relacionam essa linguagem a "reinar" e não a "julgar" em um sentido jurídico. Williams diz: "O verbo 'julgar' às vezes significa 'governar ou dirigir' e talvez possa ter sido usado aqui para dizer que os santos serão, no novo reino Messiânico, os vice-regentes de Cristo e exercerão a autoridade que a Ele pertence"."

    Em relação às doze tribos de Israel, Williams escreve: "É muito provável que o termo 'Israel' seja uma referência ao Israel espiritual, ou a todo o corpo da igreja, e o número doze... represente o número completo daqueles que estão sendo julgados".'

    Jesus também prometeu que todos aqueles que deixarem os seus familiares e as suas propriedades para segui-lo, receberão cem vezes tanto (29). Marcos acrescenta "já neste tempo". Mas a suprema recompensa é a vida eterna. A melhor tradução é "vida eterna" pois representa alguma coisa que é tanto qualitativa como quantitativa. Não é apenas a vida que dura para sempre (eternamente), mas a vida da eternidade (o pró-prio Deus) na alma do homem.

    O versículo 30 representa uma censura à autocomplacência de Pedro. Embora ele fosse o primeiro dos discípulos, se mostrasse um espírito errado passaria a ser o último. E os cristãos que, aos olhos do mundo, são os últimos, passarão a ser os primeiros.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    *

    19:3

    É lícito. A pergunta dos fariseus pode refletir a opinião de Hillel, um rabino que permitia o divórcio pelas mais fúteis razões, baseado em Dt 24:1-4. Ele foi contrariado por um outro mestre, Shammai, que considerava somente a indecência gritante como base própria para o divórcio. A resposta de Jesus transcende a este debate a respeito de Deuteronômio e retorna à ordem da criação de Deus. Jesus considera o divórcio como uma fundamental negação da ordem criada por Deus e da natureza do casamento.

    * 19.7-8

    Ouvindo o ponto de vista de Jesus a respeito do casamento, os fariseus pensaram que podiam colocá-lo contra Moisés. Porém, Jesus mostra que Moisés, em Dt 24:1-4, não estava dando justificativa para o divórcio, mas oferecendo providências no caso de divórcio. Dt 24:1-4 consiste de uma longa afirmação condicional introdutória (“se acontecer”), terminando com a proibição para um homem casar novamente com uma mulher de quem ele já havia se divorciado anteriormente. A dureza de coração com respeito ao casamento e ao divórcio é especificamente refreada por este dispositivo legal.

    * 19:9

    não sendo por causa de relações sexuais ilícitas. A palavra grega para “relações sexuais ilícitas” é bastante ampla e inclui, além do adultério, vários pecados de natureza sexual. Nesta cláusula (presente também em 5.32, mas omitida em Mc 10:11), Jesus reconhece que a infidelidade conjugal, potencialmente, destrói os laços conjugais entre os cônjuges e, portanto, torna-se base para o divórcio legal. Contudo, o divórcio não é obrigatório, e a reconciliação (ver 18:23-35, nota) é preferível. Ver “Casamento e Divórcio”, em Ml 2:16.

    * 19:10

    não convém casar. A reação dos discípulos parece cínica. Jesus aceita a resposta deles e diz que pode ser melhor não casar, mas somente por causa do reino e não porque Deus vê o casamento como se fosse uma união impraticável (conforme 1Co 7:7-9).

    * 19:14

    Deixai os pequeninos... vir a mim. Os discípulos consideravam as crianças como um embaraço na obra de Jesus, mas Jesus as acolhe como súditos do reino e as abençoa. Uma vez que a entrada do reino é pela graça de Deus e não por conquista humana, os pequenos dependentes desfrutam de direito especial às bênçãos da Aliança (18.1-9). Ver “Batismo Infantil”, em Gn 17:11.

    * 19:16

    alcançar a vida eterna. Esta expressão é equivalente a “entrar... no reino de Deus” (v. 24) e “ser salvo” (v. 25).

    * 19:21

    vende os teus bens. A instrução de Jesus àquele jovem para vender tudo o que possuía, foi porque ele tinha demonstrado que lhe faltava a atitude de desligar-se de todas as coisas (16,24) por causa da imerecida graça de Deus (Fp 3:7-9).

    * 19.23-26

    A riqueza era considerada evidência da aprovação de Deus e o rico parecia ser o mais provável candidato ao reino. Jesus inverteu esta idéia e o resultado não passou despercebido aos discípulos: “quem pode ser salvo?” (v. 25).

    * 19:28

    para julgar. Governar, e não sentenciar à punição.

    * 19:29

    receberá muitas vezes mais. As bênçãos da salvação excedem em muito a qualquer coisa que alguém deve abandonar para obtê-las (1Co 2:9).

    * 19:30

    primeiros serão últimos. Posições de honra ou prestígio nesta vida, de modo algum asseguram a aprovação do céu; na verdade, com freqüência, o inverso é o que acontece. Do mesmo modo, como a parábola seguinte ilustra (20.1-16) a extensão do labor terreno pode não corresponder à recompensa celestial que se recebe.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    19.3-12 João foi ao cárcere e morreu por expressar em público suas opiniões sobre o matrimônio e o divórcio, e os fariseus esperavam apanhar também ao Jesus. Trataram de lhe fazer cair na armadilha de adotar uma postura em uma controvérsia teológica. Dois grupos principais tinham pontos de vista opostos sobre o divórcio. Um grupo defendia o divórcio quase por qualquer razão. O outro acreditava que o divórcio podia permitir-se só em caso de infidelidade conjugal. O conflito girava ao redor da interpretação de Dt 24:1-4. Mas em sua resposta, Jesus se referiu mais ao matrimônio que ao divórcio. Sublinhou que a intenção de Deus sempre tinha sido que o matrimônio fora permanente e para manifestar sua importância deu quatro razões (Dt 19:4-6).

    19:7, 8 Esta lei se acha em Dt 24:1-4. Nos tempos do Moisés, assim como no do Jesus, a prática do matrimônio se afastou muito da intenção de Deus. O mesmo acontece hoje. Jesus disse que Moisés deu esta lei só porque o coração da gente estava endurecido (natureza pecaminosa). O matrimônio permanente era a intenção de Deus, mas como a natureza humana fez inevitável o divórcio, Moisés instituiu algumas leis para ajudar às vítimas. Eram leis civis designadas especialmente para proteger às mulheres que, nessa cultura, convertiam-se em vulneráveis ao viver sozinhas.

    Com a lei do Moisés, um homem já não poderia jogar fora a uma mulher com facilidade, mas sim devia escrever uma carta formal de separação. Foi um passo radical para os direitos civis, pois fazia que os homens pensassem duas vezes antes de divorciar-se. Deus desenhou o matrimônio para que fora indissolúvel. Em lugar de estar procurando desculpas para deixar ao outro, os casais devessem concentrar-se em achar uma forma de permanecer juntos (Dt 19:3-9).

    19.10-12 Apesar de que o divórcio foi relativamente fácil nos tempos do Antigo Testamento (19.7), não é o que originalmente Deus quis. Os casais devem opor-se ao divórcio desde o começo e construir seu matrimônio sobre a base de um pacto mútuo. Existem também muitas boas razões para não casar-se, uma delas é dispor de mais tempo para trabalhar em favor do Reino de Deus. Não dê por sentado que Deus quer que todos se casem. Para muitos pode ser melhor que não. Procure em oração a vontade de Deus antes de lançar-se a um compromisso matrimonial de por vida.

    19:12 Um "eunuco" é um homem castrado, um homem sem testículo.

    19:12 Alguns têm certas limitações físicas que lhes impedem de casar-se, enquanto que outros não se casam porque em seu caso particular podem servir melhor a Deus como solteiros. Jesus não nos estava ensinando a evitar o matrimônio porque não fora bom nem porque limita nossa liberdade. Isso seria egoísmo. Um bom motivo de permanecer sozinho é desejar usar o tempo e a liberdade para servir a Deus. Paulo fala disto em 1 Corintios 7.

    19.13-15 Os discípulos deveram ter esquecido o que Jesus disse a respeito dos meninos (18.4-6). Jesus queria que os meninos lhe aproximassem porque os ama e porque têm a atitude que alguém necessita para aproximar-se de Deus. Jesus não quis dizer que o céu é só para os meninos, mas sim a gente requer atitudes semelhantes às de um menino para confiar em Deus. A receptividade dos meninos era um contraste notável com a obstinação dos líderes religiosos que permitiram interpor sua sofisticação e educação religiosa na via da fé simples, necessária para acreditar no Jesus.

    19:16 Este homem queria ter a segurança de que possuía vida eterna. Jesus lhe mostrou que não podia salvar-se por meio das boas obras que não estão apoiadas no amor a Deus. Este homem necessitava um novo ponto de partida. Em vez de procurar um novo mandamento que cumprir ou uma boa obra que realizar, este jovem precisava submeter-se humildemente ao senhorio de Cristo.

    19:17 Em resposta à pergunta do jovem de como ter vida eterna, Jesus lhe disse que devia guardar os Dez Mandamentos. Logo Jesus fez referência a seis deles, todos relacionados com o trato com outros. Quando o jovem replicou que os tinha guardado, Jesus lhe disse que lhe faltava algo mais: vender tudo e dar o dinheiro aos pobres. Isto imediatamente pôs de relevo a debilidade do homem. Em realidade, sua riqueza era seu deus, seu ídolo, e não o ia rechaçar. Estava violando o primeiro e grande mandamento (Ex 20:3; Mt 22:36-40).

    19:21 Quando Jesus lhe disse ao jovem rico "que seria perfeito" se dava tudo o que tinha aos pobres, não falava no sentido humano, temporário. Falava de como alcançar justificação, integridade total, ante os olhos de Deus.

    19:21 Devem os crentes vender tudo o que possuem? Não. Temos a responsabilidade de manter a nossos familiares e a nós mesmos, de maneira que não sejamos carga para outros. Devemos, entretanto, estar dispostos a deixar o que Deus nos peça. Esta classe de atitude nos permite evitar que o material se interponha entre Deus e nós, e nos libera de usar em forma egoísta o que Deus nos dá.

    19:24 Ao rico lhe é tão difícil entrar no céu como a um camelo atravessar o olho de uma agulha. Entretanto, explicou Jesus, "para Deus todo é possível" (19.26). Até os ricos podem entrar no Reino se Deus os faz entrar. Fé no, não no eu ou nos ricos, é o que vale. No que está confiando você quanto a salvação?

    19.25, 26 Os discípulos ficaram confundidos. Se alguém podia salvar-se, pensavam, era um rico, pois para os judeus os ricos eram os mais bentos Por Deus.

    19:27 Na Bíblia, Deus outorga prêmios a seu povo de acordo a sua justiça. No Antigo Testamento, a obediência muitas vezes trazia aparelhada recompensas nesta vida (Deuteronomio 28), mas a obediência e a recompensa não sempre estão ligadas. Se o estivessem, a gente boa sempre seria rica e o sofrimento seria sempre sinal de pecado. Como crentes, nossa recompensa real é a presença de Deus e o poder por meio do Espírito Santo. Logo, na eternidade, seremos premiados por nossa fé e serviço. Se houvesse prêmios materiais nesta vida por cada obra fiel, estaríamos tentados a nos gabar de nossos lucros e mancharíamos nossas motivações.

    19:29 Jesus assegurou aos discípulos que qualquer que deixasse algo valioso pelo será recompensado muitas vezes mais nesta vida, embora não necessariamente na mesma forma. Por exemplo, uma pessoa pode perder a sua família ao aceitar a Cristo, mas vontade uma família mais numerosa: os crentes.

    19:30 Jesus investiu a ordem dos valores mundanos. Pense nas pessoas mais poderosas e conhecidas em nosso mundo. Quantas delas obtiveram sua posição por ser dóceis, bondosos, irrepreensíveis? Não muitos! Mas na vida vindoura, o último será primeiro, se estiver no último lugar por ter escolhido seguir a Cristo. Não perca prêmios eternos por benefícios temporários. Predisponha-se a fazer sacrifícios agora para obter recompensas maiores mais tarde. Esteja disposto a aceitar a censura do homem por obter a aprovação de Deus .

    Jesus E O PERDON

    O paralítico que foi descendido do teto: Mt 9:2-8

    A mulher tomada em adultério: Jo 8:3-11

    A mulher que ungiu seus pés com azeite: Lc 7:47-50

    Pedro, por ter negado que conhecia o Jesus: Jo 18:15-18, Jo 18:25-27; Jo 21:15-19

    O ladrão na cruz: Lc 23:39-43

    A gente que o crucificou: Lc 23:34

    Jesus não somente ensinou, com freqüência, sobre o perdão mas sim também demonstrou disposição para perdoar.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    3. Divórcio e Discipulado (19: 1-30)

    1. Divórcio (19: 1-12)

    1 E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, saiu da Galiléia, e foi para os confins da Judéia, além do Jordão; 2 e grandes multidões o seguiam; e curou-os ali.

    3 E aproximou-se dele os fariseus, tentando-o, e dizendo: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? 4 E ele, respondendo, disse: Não tendes lido que aquele que fez -los desde o início fez macho e fêmea, 5 e disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher; e serão os dois uma só carne? 6 Assim que eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, não o separe o homem. 7 Eles disseram-lhe: Por que, então comandar fez Moisés dar-lhe carta de divórcio e repudiá- la embora ? 8 Ele lhes disse: Moisés, por causa da dureza do vosso coração sofrido vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas desde o início que não tem sido assim. 9 E eu vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, não por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e aquele que casar com ela quando ela a repudiada comete adultério. 10 Os discípulos disseram-lhe: Se o caso do homem é assim com sua esposa, não é conveniente casar-se. 11 Mas ele lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas para quem é dado. 12 Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos, que fizeram eunucos para o reino de amor de Deus. Aquele que é capaz de recebê-lo, que o receba.

    Jesus partiu da Galileia , provavelmente pela última vez, e começou sua viagem final a Jerusalém. Mas primeiro ele foi para os confins da Judéia, além do Jordão . Esta área era conhecida como Perea, no lado leste do rio Jordão. Peregrinos da Galiléia preferiu vir para o lado leste do rio Jordão, para evitar passar por "impuros" e hostil Samaria. Aqui em Perea Jesus realizada em um ministério de cura (v. Mt 19:2 ).

    Mais uma vez os fariseus vieram para testá-lo. Desta vez, o tema foi o divórcio-já discutido por Cristo no Sermão da Montanha (5: 31-32 ). Eles perguntaram se era lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo (v. Mt 19:3 ).

    Jesus começou a Sua resposta, chamando a atenção para o plano original de Deus na criação, um homem e uma mulher. Ele citou Gn 2:24 . Um homem deve deixar seus pais e unir à sua mulher (v. Mt 19:5 ). Estes são fortes verbos no grego. Literalmente eles querem dizer "deixar para trás" e "ser colado." Uma das causas da dificuldade doméstica é que alguns maridos e esposas--realmente não deixar seus pais. Somos tentados a orar: ". Deus nos dê mais cola no casamento moderno"

    A última cláusula do versículo 5 e na primeira frase do versículo 6 indicam que existe para ser um físico, bem como espiritual, união. Isso é o que faz do casamento sagrado, algo diferente de qualquer outro contrato ou associação na vida. É por esta razão que o verdadeiro casamento é indissolúvel.

    Os fariseus perguntaram por que era, então, que Moisés tinha ordenado a dar uma certidão de divórcio e colocar a esposa de distância (v. Mt 19:7 ; conforme Dt 24:1. ). Jesus respondeu que se tratava de uma concessão à dureza dos seus corações, mas não a de Deus primeiro plano e propósito.

    Deve-se reconhecer que Moisés não estava aqui incentivando divórcio. O oposto foi o caso: ele estava colocando restrições sobre ele para impedir o divórcio fácil. O muçulmano hoje só precisa dizer a sua esposa por três vezes, "Eu me divorcio de ti", e isso é feito de forma legal. Moisés insistiu que um homem deve procurar um escriba e têm papéis jurídicos elaborados. Isso tende a desencorajar divórcio.

    Os fariseus tinham perguntado: por qualquer motivo ? Jesus disse: "Não, apenas para fornicação "(v. Mt 19:9 ). Para obter um divórcio por qualquer outro motivo e, em seguida, voltar a casar é cometer adultério. Aquele que se casa com uma pessoa não biblicamente divorciada também é culpada de adultério.

    A pergunta dos fariseus (v. Mt 19:3) reflete a disputa contemporânea entre as duas escolas de Hillel e Shammai. Ele girava em torno da interpretação de uma cláusula em Dt 24:1 ).

    b. Deslocados (19: 13-15)

    13 Em seguida, foram lhe trouxeram algumas crianças para que ele deveria colocar suas mãos sobre eles, e orasse; mas os discípulos os repreendiam. 14 Mas Jesus disse: Deixai as crianças pequenas, e não as impeçais de vir a mim; porque a tais é o reino dos céus. 15 E pôs as mãos sobre eles, e partiram dali.

    A relação deste com o que precede não pode ser ao mesmo tempo aparente. Mas os filhos de pais divorciados estão entre os mais patético DP da de qualquer geração. Seja ou não Mateus foi a intenção dele, a bela imagem de Jesus abençoando as criancinhas é certamente apropriado neste momento. Os discípulos repreenderam os pais que trouxeram seus filhos. Jesus, por sua vez repreendeu os discípulos por sua insensibilidade. Suffer (v. Mt 19:14) deve ser "deixar" ou "autorização". Para tais é o reino dos céus e "dos tais é o reino dos céus" (KJV) são traduções igualmente precisas do grego, embora este último é mais literal. Na verdade, tanto o Reino pertence e é composta de tais. Muitas vezes, o grego é ambígua e permite mais de uma interpretação.

    c. Discipulado (19: 16-26)

    16 E eis que veio a ele e disse: Mestre, que boa coisa que farei, para que eu tenha a vida eterna? 17 E disse-lhe: Por que me perguntas sobre o que é bom? Uma existe quem é bom; mas, se queres entrar na vida, observa os mandamentos. 18 Disse-lhe: Quais? E Jesus disse: Não matarás, Tu não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho, 19 honra teu pai e tua mãe; . e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo 20 Diz o jovem-lhe: Tudo isso tenho observado; que me falta ainda? 21 Jesus disse-lhe: Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. 22 Mas quando o jovem ouviu o ditado, retirou-se triste; pois ele era um que tinha grandes posses.

    23 E Jesus disse aos seus discípulos: Em verdade vos digo que, é difícil para um rico entrar no reino dos céus. 24 E outra vez vos digo que, É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Dt 25:1) e Lucas (18: 18-30 ). Mateus indica que ele era jovem (v. Mt 19:20) e tinha grandes posses (v. Mt 19:22 ). Lucas chama-o de "governante" e diz que ele era "muito rico" (Lc 18:18 , Lc 18:23 ). Daí o título.

    O jovem veio com uma pergunta: Mestre, que coisa boa é que eu faço, que eu possa ter a vida eterna? Marcos e Lucas têm o "bom" antes de "professor" (conforme KJV ​​aqui) e dar a resposta de Jesus como " Por que me chamas bom? "Os mais antigos manuscritos gregos apoiar a revista render aqui em Mateus. Por que o governante perguntar a respeito do que é bom? Só Deus é bom no sentido absoluto.

    O texto em Mateus é mais difícil de interpretar do que em Marcos e e Lucas. Mas é preciso começar com a pergunta do jovem. Ele pensou que poderia alcançar a vida eterna por fazer alguma coisa boa . Esta foi a forma de legalismo. Talvez ele tenha pensado que Jesus tinha descoberto algum segredo espiritual que ele tinha perdido.

    A resposta de Jesus eleva-se a isto: "Por que você me perguntar sobre o bem? Você precisa voltar-se para Deus e à Sua Palavra. Lá você vai encontrar a resposta, o caminho da vontade de Deus para os homens. "A resposta à pergunta do homem já tinha sido revelado nas Escrituras.

    Quando Jesus mencionou manter os mandamentos (v. Mt 19:17 ), o governador perguntou: Quais? (v. Mt 19:18 ). Em resposta Cristo enumerou o sexto, sétimo, oitavo, nono e quinto dos Dez Mandamentos, acrescentando que o grande mandamento : Amarás o teu próximo como a ti mesmo (v. Mt 19:19 ). Este resumiu os últimos seis mandamentos, que se relacionam com os deveres do homem para com seus semelhantes. Provavelmente foi assumido que este homem tinha mantido os quatro primeiros (deveres para com Deus), embora sua ação posterior mostrou que ele tinha quebrado o primeiro. Ele realmente tinha um outro deus diante do Senhor. Foi Mammon.

    A resposta do jovem é impressionante. Depois de afirmar que ele tinha guardado todos estes mandamentos, ele perguntou: o que me falta ainda? (v. Mt 19:20 ). Este mostrou alguma nobreza e certamente grande seriedade.

    Jesus enfrentou o desafio com uma demanda crucial. Se o governante queria ser perfeito - teleios : completo, tendo atingido a meta (telos) -ele deve vender todos os seus bens e dar os recursos para os pobres, lançando assim tesouros no céu. Então, e somente então, ele estaria pronto para seguir Jesus.

    O jovem não passou no teste. Seu amor ao dinheiro provou ser a força mais poderosa em sua vida. Ele foi embora triste (v. Mt 19:22 ); ou, como diz o grego, "pesar." A desobediência sempre deprime.

    Por sua desobediência o homem mostrou sua descrença em Jesus. Dietrich Bonhoeffer disse muito bem: "só aquele que crê é obediente, e somente quem é obediente acredita"; e novamente, "Porque a fé só é real quando há obediência, nunca sem ele, e somente a fé torna-se fé no ato de obediência."

    Jesus, então, fez o que estavam a seus discípulos duas afirmações muito surpreendentes: É difícil para um rico entrar no reino dos céus (v. Mt 19:23) e que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico para entrar no reino de Deus (v.Mt 19:24 ). Alguns têm tentado reduzir o camelo a uma "corda" (root semelhante em aramaico), enquanto outros tentaram aumentar o olho da agulha para uma pequena porta traseira no muro de Jerusalém. Ambos os esforços são mal aconselhado, e rejeitado pelos estudiosos respeitáveis. Esta é uma hipérbole marcante e Jesus destina-lo como tal. Era semelhante ao Seu falar de engolir um camelo (Mt 23:24 ).

    Os discípulos estavam admiradíssimos (v. Mt 19:25 ). Os judeus consideravam a prosperidade material como um sinal do favor divino. O que poderia Jesus significa? O mestre, olhando para eles com terna compaixão e preocupação, explicou que, enquanto isso (salvação dos ricos) era impossível para os homens, mas para Deus todas as coisas são possíveis (v. Mt 19:26 ).

    d. Dedicação (19: 27-30)

    27 Então Pedro, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; Então que nós temos? 28 E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vos que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. 29 E todo aquele que tiver casas restantes, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna . 30 Mas muitos serão os últimos que são em primeiro lugar; e primeiro que são passada.

    Pedro estava pensando do jovem rico que se recusaram a participar com os seus bens. Agora, o porta-voz dos discípulos se ofereceu a lembrança de que ele e seus companheiros discípulos tinham deixado tudo para seguir a Cristo. O que eles estavam indo para sair dela? (V. 27 ). Era uma questão de mercenários, mas Jesus deu uma resposta amável. Em primeiro lugar, eles seriam muito bem recompensada na próxima vida (v. Mt 19:28 ). Regeneração significa a "renovação" de todas as coisas no final desta época. Quando isso veio, os seus discípulos que compartilharam as privações de Seu ministério terreno seria igualmente compartilhar as glórias do Seu reino. Como literalmente os doze tronos e doze tribos estão a ser tomada é uma questão para cada pessoa a se estabelecer em sua própria mente. Provavelmente, a linguagem é figurativa.

    Em segundo lugar, Jesus afirmou que havia uma recompensa, mesmo nesta vida. Aqueles que haviam deixado a propriedade e entes queridos iria receber um cêntuplo aqui, além de vida eterna (v. Mt 19:29 ). Franzmann oberves corretamente: "O sem-teto e sem-terra deve encontrar casa e terra suficiente na comunhão generoso da igreja-uma indicação de que Jesus não faz nenhuma regra cobertor de pobreza para todos os discípulos."

    A última declaração do capítulo é encontrado novamente em Mt 20:16 , assim como Mc 10:31 e Lc 13:30 . Evidentemente, foi proferida mais de uma vez por Jesus. Ele pode ter duas aplicações aqui. O jovem rico parecia primeiro , mas ele acabou por ser a última , enquanto o oposto era verdade dos discípulos. Mas a declaração de Jesus também pode ter sido uma repreensão para a auto-complacência de Pedro e um convite à humildade.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    1. Casamento e divórcio (Mt 19:1-40)

    Os fariseus perguntaram a respei-to de casamento porque esse era um assunto "explosivo" na época, e eles queriam que Cristo se com-prometesse, e, assim, o povo ficaria contra ele. Os seguidores do rabi Hillel interpretam que Deuteronô- mio24:1 significa que o homem pode divorciar-se de sua esposa por qualquer motivo, e os seguidores do rabi Shammai atêm-se a uma in-terpretação mais rigorosa de que o casamento só pode ser desfeito por causa de adultério. Jesus foi além dos rabis e até da Lei, pois ele lem-brou as pessoas da lei original de casamento instituída no Éden. Essa passagem discute três "leis" de ca-samento.

    1. A lei edênica original (w. 4-6; Cn 1:27-28; 2:18-25)

    Deus instituiu o casamento no Éden muito antes da lei mosaica. A Bíblia apresenta, pelo menos, quatro ob-jetivos para o casamento: (1) para continuação da raça (Gn 1:28); (2) para companhia e alegria (Gn 2:18);

    (3) para evitar a fornicação (1Co 7:1-46); e (4) para mostrar o relacio-namento entre Cristo e sua igreja (Ef 5:22-49). O desígnio original de Deus era que um homem podia casar-se com uma mulher, e apenas a morte quebraria essa união (Rm 7:1-45). O casamento é basicamente uma união física (v. 5), embora tam-bém deva ser união de mente e cora-ção. Os laços do casamento são até mais fortes que os familiares, pois o homem deve deixar o pai e a mãe para unir-se a sua mulher. É uma união sagrada, pois Jesus disse que o Senhor uniu homem e mulher.

    1. A lei mosaica temporária (w. 7-8; Dt 24:1-5)

    Os pecadores sempre procuram desculpas, e os fariseus apelam para Dt 24:1 na tentativa de mostrar que havia conflito entre Je-sus e Moisés. É importante que per-cebamos por que Moisés deu essa lei, e o que ela realmente estabele-ce. Moisés não ordenou o divórcio. Cristo disse que Deus o permitiu "por causa da dureza do vosso co-ração" (v. 8). Moisés ordenou que se desse à mulher divorciada o termo de divórcio a fim de protegê-la e de tornar mais difícil que o homem resolvesse se divorciar no calor da raiva. A mulher estava proibida de voltar para seu primeiro marido, mas podia casar-se com outro ho-mem. O sentido literal da expressão "coisa indecente" é "assunto de nu-dez" e sugere imoralidade por parte da mulher (Lv 18). A lei do divórcio era temporária e aplicava-se a Isra-el, não era permanente e para todas as pessoas.

    1. A lei de Cristo para o casamento (vv. 9-12)

    Cristo deixa claro que o divórcio é permitido apenas em um caso, quan-do houver relações sexuais ilícitas. Isso é um pecado contra o corpo (1Co 6:15-46) e, por isso, é peca-do contra a união matrimonial, uma união física. A Bíblia usa a expres-são "relações sexuais ilícitas" para se referir a vários pecados sexuais. Mc 7:21 fala de "prostituições" (plural; ARC), ao mesmo tempo que At 15:20; Rm 1:29 e 1 Co- ríntios6:13 indicam que "prostitui-ção" refere-se aos pecados sexuais em geral. Em geral, concorda-se que fornicação é um pecado come-tido por pessoas solteiras, e adulté-rio, por casadas. De qualquer for-ma, Jesus afirma que o divórcio por qualquer outra razão torna o côn-juge culpado de adultério se voltar a casar-se (veja 5:27-31; Lc 16:18; Mc 10:1-41). Assim, há apenas dois motivos físicos que permitem a dis-solução do casamento: a morte e o adultério.

    A resposta dos discípulos (vv. 10-12) indica que não entendem a vontade de Deus em relação ao casamento. Ao mesmo tempo que a Bíblia não exalta o celibato, ela re-conhece que nem todas as pessoas devem casar-se. Em 1Co 7:7, Paulo indica isso. O próprio Paulo absteve-se de casar a fim de servir melhor ao Senhor, mas essa não é a vontade de Deus para todos os seus servos. A pessoa deve descobrir a vontade de Deus para sua vida e certificar-se de casar "no Senhor" (1Co 7:39).

    1. Bens e salvação (Mt 19:16-40)

    Essa passagem gira em torno de cinco perguntas e das respostas de Cristo.

    1. "Mestre> que farei eu de bom?" (vv. 16-17)

    Temos de admirar o rico proprietário por sua cortesia, seriedade, desejo de verdade espiritual e coragem. A resposta de Jesus pretendia enfati-zar sua deidade. Ele quis dizer: "Ou eu sou bom ou não sou Deus". Ele queria que o jovem percebesse que falava com Deus, não com um mero ser humano mestre da Lei.

    1. "Quais [mandamentos]?" (w. 18-19)

    Cristo disse-lhe que guardasse a Lei não porque ela salva, mas porque precisamos ser condenados pela Lei a fim de que sintamos necessidade de ser salvos pela graça. Esse jovem conhecia a Lei, e ela serviu de "aio" para conduzi-lo até Cristo (Gl 3:24).

    Agora, a Lei servia como um espelho (Jc 1:22-59) para mostrar ao jovem sua necessidade real. Se ele tentasse realmente obedecer à Lei de Deus, descobriría como era pecador!

    C "[O] que me falta ainda?" (w. 20-22)

    Não temos razão para duvidar de que o jovem guardasse, pelo menos exteriormente, todos os mandamen-tos. No entanto, quando ele contem-plou a correta Lei do Senhor deve ter pensado no mandamento que diz: "Não cobiçarás" (Êx 20:17) e no principal: "Não terás outros deu-ses diante de mim" (Êx 20:3). Sua riqueza era seu deus, mas ele não reconhecia isso. Por que Jesus disse- lhe que vendesse tudo e desse aos pobres? Essa não é a forma como o homem é salvo! Não. Todavia, esse mandamento indicava o problema real dele: ele era ganancioso. No poço, Cristo disse à mulher pecado- ra que chamasse o marido, e essa ordem trouxe-a à confissão e ao arrependimento. Infelizmente, o jo-vem proprietário não confessou seu pecado nem mudou sua mente. Ele foi embora triste; em João 4, a mu-lher foi embora feliz.

    1. "Quem pode ser salvo?" (w. 23-26)

    Os discípulos estavam espantados: se um homem rico não podia ser salvo, quem poderia? Eles ainda tinham a noção judaica do Antigo Testamento de que a riqueza signifi-cava a bênção de Deus em sua vida. Mc 10:24 indica que os ricos têm dificuldade em ser salvos por-que acreditam em suas posses. Veja a admoestação de Paulo em 1 Timó-teo 6:6-10.

    1. "Que será, pois, de nós?" (w. 27-30)

    Pedro foi rápido em fazer um con-traste entre ele e o jovem rico e apontar para o próprio auto-sacri- fício. Com ternura, Jesus assegu-rou aos seus que seriam recom-pensados na era do reino. ("Rege-neração" significa quando a terra "nascer de novo".) Não obstante, ele alertou-os de não se porem como "primeiros", porque os pri-meiros serão os últimos. Ele ilustra isso com a parábola que apresen-ta no capítulo seguinte, em que mostra que o mais importante é o motivo pelo qual lhe servimos. Se Pedro servia a Cristo por causa da recompensa prometida, então ele precisava examinar seu coração e seus motivos. Felizmente, Pe-dro cresceu da atitude: "Quanto conseguirei?", deMt 19:0, e nós também devemos fazer o mesmo.

    Essa parábola e os eventos que a se-guem nasceram do encontro com o jovem rico de 19:16-30. A parábola é a explicação que Cristo apresen-ta para sua afirmação paradoxal a respeito dos primeiros e dos últimos (19:30 e 20:16).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    19.1 Deixou a Galiléia. Pela última vez. Daí para a frente este evangelho descreve o ministério de Jesus no caminho de Jerusalém (conforme Lc 9:51 n).

    19 3-12 A questão do divórcio, além do seu valor intrínseco, revestia-se de especial importância para os fariseus que vieram provar a Jesus com um assunto que os dividia. Os seguidores de Hillel, permitiam ao homem servir-se de qualquer pretexto para o divórcio, e os de Shammai afirmavam que só se podia admitir o divórcio em :caso de adultério. Jesus, ao responder, superou à expectativa dos rabinos, assim como a das regras civis, pelas quais Moisés permitiu divórcio legalizado à pessoa que, moral e religiosamente, já estivesse separada do cônjuge. Ele raciocinou pelos principias morais que Deus dotara o mundo ao criar o homem. A intenção de Deus não era só que as pessoas casadas ficassem juntas, mas também que houvesse plena união do corpo e alma em amor. Jesus não proibiu o segundo casamento da parte inocente, no caso de adultério (9).
    19:10-12 O ensinamento de Jesus era difícil mesmo para os doze, cuja atitude baseava-se no fato de que se as condições eram tão severas, o caminho mais certo seria não casar. Nota-se que Jesus dignificou o casamento muito acima do nível então aceito, declarando ser o princípio e plano divinos, de que o casamento seja indissolúvel. Os judeus, assim como os demais orientais daquela época, tinham um conceito errôneo a respeito das mulheres, quase compradas e até consideradas como propriedade do esposo. Jesus ressalta o, valor da mulher, iniciando uma humanização que se desenvolve até hoje.

    19.12 Jesus reconheceu o valor do celibato quando assumido para melhor servir a Deus. Tinha entretanto, que ser voluntário. Sua prática depende do dom de Deus que capacita a pessoa para esta vocação (1Co 7:7). O celibato imposto por decreto não é apoiado na Bíblia.

    19.13 Impusesse os mãos. o gesto de transmitir a bênção; 65 pais piedosos devem sempre buscar a bênção de Cristo para seus filhos.

    19.15 Retirou-se dali. Jesus estava prosseguindo viagem pela Peréia, território além do Jordão, dominado por Herodes Antipas. Ao longo do caminho parava em várias cidades e aldeias, realizando Sua obra.

    19:16-22 Lucas descreve este jovem como um homem de posição (Lc 18:18), e Marcos menciona que, ao aproximar-se correu e ajoelhou-se (Mc 10:17). Possuindo tudo o que se podia desejar na terra, preocupava-se com a vida eterna. Não cogitara a incompatibilidade entre o mundanismo e o reino de Deus (Mt 6:33). A riqueza gera a soberba e rejeita a humilde fé em Deus.

    19.23 Dificilmente. Jesus não disse que é impossível. O grande tropeço é colocar as riquezas acima da responsabilidade que se tem perante Deus (conforme Lc 18:26, Lc 18:27 n). Abraão, Isaque e Jó eram homens de grandes posses, mas colocavam Deus em primeira lugar, sendo herdeiros das promessas de Deus, às quais davam mais valor do que às riquezas materiais (He 11:8-58).

    19.24 Camelo pelo fundo de uma agulha. O camelo era o maior animal comumente conhecido pelos judeus. Uns dizem que se refere à impossibilidade de o camelo passar pela porta pequena (ao lado do portão grande nos muros da cidade), porta essa que um homem atravessa com dificuldade (Conforme Mc 10:25n). • N. Hom. O perigo das riquezas: .
    1) Produzem uma falsa segurança;
    2) Algemam o homem a este mundo;
    3) Tendem a criar um espírito egoísta (1Tm 6:9, 1Tm 6:10).

    19.28 Regeneração. Conforme At 3:20, At 3:21n. Doze tribos. A Bíblia explica como as dez tribos do norte (Israel) perdidas por séculos, antes de Cristo, pela mistura com gentios, serão literalmente restauradas. Alguns pensam que esta frase representa a Igreja universal composta de judeus e gentios salvos (conforme Ap 7.4ss).

    19.29 Jesus promete que, todos os que tomam parte na Sua batalha, compartilharão da Sua vitória. Em troca por tudo que sacrificam, receberão, não posses materiais, mas novas relações humanas e divinas.
    19.30 Haverá surpresas, no fim. Deus não julgará pelos padrões dos homens.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30
    V.l. NARRATIVA: O CAMINHO PARA JERUSALÉM (19.1—23.39)
    A maior parte dessa seção é encontrada em Marcos e também em grande parte em Lucas.
    O ensino de Jesus acerca do casamento e do divórcio (19:1-12)

    V.comentário Dt 5:31,Dt 5:32 e de Mc 10:1

    12. Um ponto fraco comum na exposição se origina na idéia de que os fariseus eram um corpo unido e bem ajustado. Não há razão para pensarmos que os fariseus envolvidos nesse incidente eram mais hostis do que os de 22.35 ou de Lc 10:25. E permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer razão?-. Essa pergunta mostra que os ques-tionadores pertenciam a um dos dois grupos rivais de Hillel e Shammai e esperavam poder citar Jesus a favor deles.

    Os discípulos acharam, assim como muitas pessoas hoje, que a resposta de Jesus era desumana. Ele deixou claro que não era um novo legislador, mas que estava se atendo a um ideal espiritual. No caso de alguns homens e mulheres, a sua constituição física é tal que para eles o casamento, na melhor das hipóteses, é uma conveniência social. Outros não casam porque foram castrados ou colocados em circunstâncias, e.g., de escravidão, onde o casamento é impossível. Ainda outros serão elevados acima da urgência material e física de casar. Caso eles casem, não vão considerar impossível nem difícil o ideal de Jesus. Não há percepção suficiente na igreja de que muitos — talvez a maioria — dos casamentos entre cristãos são realizados num nível principalmente físico. Para esses, a execução e prática do ensino de Jesus podem ser muito difíceis.

    Jesus abençoa as crianças (19:13-15) V.comentário de Mc 10:13-41; Lc 18:1517. A história é contextualizada de tal forma que afasta qualquer idéia de que no v. 11 Jesus estava atribuindo algum mérito especial ao celibato. O que motivou os pais (o texto não sugere que somente mulheres estavam envolvidas) permanece desconhecido, pois não há paralelos na tradição judaica. A associação com o batismo infantil é uma curiosidade no pensamento cristão.

    O jovem rico (19:16-30)

    V.comentário de Mc 10:17-41; Lc 18:1830. Mestre, que farei de òom para ter a vida eterna?-. Em todos os sistemas legais, há a tentação de pensar que deve haver um ato tão extraordinário que garanta a vida eterna (cf. Lc 10:25). Na sua resposta, Jesus disse: obedeça aos mandamentos-, o tempo do verbo grego implica não uma ação única, mas um processo contínuo.

    Marcos e Lucas se concentram no título “bom” dado a Jesus e na sua rejeição como sendo inadequado; Mateus destaca a coisa boa (que farei de bom) e a advertência de que estamos ocupados com “Aquele que é bom”, e não com um princípio bom. Se você quer ser perfeito é explicado satisfatoriamente por “Falta-lhe uma coisa” (Mc e Lc). O abrir mão das posses não era uma lei universal para a perfeição, como foi a compreensão de Francisco de Assis, mas um desafio decisivo a um homem específico, v. 24. passar um camelo pelo fundo de uma agulha-. Um equivalente rabínico é um elefante passar pelo fundo de uma agulha. A interpretação popular em alguns círculos de que o fundo de uma agulha é uma porta pequena dentro do portão de uma cidade é infundada. A salvação é obtida por meio de confiança completa em Deus; riquezas de qualquer tipo, inclusive talentos naturais, tornam essa confiança quase impossível. v. 26. para Deus (para theõ) todas as coisas são possíveis'. Isso não significa “tudo é possível para Deus” (NEB). E difícil imaginar qualquer mestre judaico fazendo uma afirmação tão trivial. Deveríamos traduzir: “Na presença de Deus, todas as coisas são possíveis”, i.e., o homem que se volta dos homens para Deus vai encontrar aí o poder para superar o que de outra forma é insuperável, v. 28. ...da regeneração de todas as coisas (palingene-sia): Melhor seria “na renovação do mundo” (Filson), que seria trazida pelo Messias. A transferência do conceito da terra para o céu força o sentido, as doze tribos de Israel-, Nesse contexto, a expressão é equivalente a “todo o Israel” (Rm 11:26).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 16

    B. Na Peréia. 19:1 - 20:16.

    Mateus observa a saída de Jesus da Galiléia e descreve a última viagem a Jerusalém. Uma comparação com Lc. 9:51 - 18:14 indica outra viagem a Jerusalém e um ministério que durou alguns meses. Assim um intervalo de talvez seis meses deve ser colocado em Mt 19:1 entre deixou a Galiléia e foi para o território da Judéia, além do Jordão.


    Moody - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 4 até o 6

    4-6. Em vez de se colocar ao lado de qualquer posição, Jesus cita o propósito divino na criação (Gn 1:27; Gn 2:24). Considerando que o propósito de Deus exigia que o homem e a mulher fossem uma só carne, qualquer ruptura no casamento contraria a vontade de Deus.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 3 até o 12
    XXVI. ENSINAMENTOS SOBRE O DIVÓRCIO, COMO RESPOSTA AOS FARISEUS Mt 19:3-40. Quem pode receber isto, receba-o (12). Parece que o Senhor se refere à observação dos discípulos, no vers. 10, e não à indissolubilidade do casamento. Este verso não glorifica a vida celibata, mas implica que somente os que são verdadeiros eunucos podem aceitar o pensamento dos discípulos. Aqueles que podem abandonar todo o desejo de casamento por causa do reino dos céus podem ser chamados a uma vida celibata. Caso não possa fazer isso, o homem deve casar-se normalmente.

    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30

    103. Jesus Ensino em divórcio (Mateus 19:1-12)

    E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, saiu da Galiléia, e foi para a região da Judéia, além do Jordão; e grandes multidões o seguiam, e curou-os ali.
    E alguns fariseus foram ter com Ele, tentando-o, e dizendo: "É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" E ele, respondendo, disse: "Não tendes lido que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse:" Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne? Conseqüentemente, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. " Eles disseram-lhe: "Então por que mandou Moisés dar-lhe um certificado de divórcio e ela?" Ele lhes disse: "Por causa da dureza do vosso coração, Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim E eu vos digo, qualquer que repudiar sua mulher, exceto por imoralidade;. E casar com outra mulher comete adultério "Os discípulos disseram-lhe:" Se a relação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar "Mas Ele disse-lhes:" Nem todos os homens podem aceitar esta declaração, mas apenas aqueles a quem foi dada Porque há eunucos que nasceram assim do ventre da mãe;. e há eunucos que foram castrados pelos homens;. e também há eunucos que se fizeram eunucos por amor do reino dos céus Ele que é capaz de aceitar isso, que ele aceitá-la. " (19: 1-12)

    Alguns anos atrás, um jornalista de uma revista nacional de notícias perguntou retoricamente. "Existem pessoas que ficaram na terra que não ouviram um amigo ou uma criança ou um pai descrever a agonia de divórcio?" O divórcio tornou-se uma pandemia, a tal ponto que dificilmente uma pessoa pode ser encontrado que não foi afetado por ela direta ou indiretamente. Muitos casamentos, incluindo um número trágico de casamentos cristãos, parece ser pouco mais do que um campo de batalha socialmente reconhecida, onde a guerra entre os cônjuges é a regra e harmonia a exceção.
    A cada ano nos Estados Unidos há bem mais de um milhão de divórcios, e sob os escombros dessas estatísticas entorpecente encontram-se as vidas esmagadas de homens, mulheres e crianças. Para cada milhão de divórcios, há dois milhões de adultos e mais alguns milhões de crianças que estão diretamente envolvidos. Nenhum deles escapa sofrimento e danos, não importa o quão amigável o divórcio pode ser. Quase todos os estados promulgou "sem culpa" leis do divórcio, tornando o divórcio quase tão fácil como casamento. Não é de estranhar que os maiores número de casos em tribunais civis hoje dizem respeito a litígios familiares.
    Nos últimos anos nesta nação a grande maioria dos casamentos realizada em conjunto, eo divórcio foi difícil e raro. As razões para que a estabilidade não são difíceis de encontrar. Primeiro foi a força moral da família. Não só a família imediata, mas a família alargada de avós, tias e tios, primos e foi o centro de lealdade e de atividades pessoais e geralmente tinham uma tradição de convicções morais e religiosas. Foram esses entes queridos íntimos que todos os membros da família, os adultos como para as crianças, sabiam que podiam depender de ajuda, conforto, incentivo e segurança. Mas, como a permissividade moral, o feminismo, o humanismo, a mobilidade mais fácil, e as influências perturbadoras e mundanos de televisão, filmes e outros meios de comunicação começaram a comprometer a família, o divórcio aumentou rapidamente. O número de adultos solteiros que vivem à parte de qualquer relacionamento íntimo da família também aumentou dramaticamente, somando-se a diminuição do apoio familiar, incentivo e influência.
    A segunda razão para a estabilidade da família no passado era a expectativa da comunidade. A sociedade em geral, e do sistema jurídico em particular, reconhecida e fortemente apoiada e protegida a primazia da família, bem como uma moralidade baseada em biblicamente. Leis rigorosas feitas divórcio difícil, e ética da comunidade e pressão dos colegas fez o estigma de que grave.
    A terceira e mais forte das forças que ajudaram a manter a estabilidade da família era o ensinamento da Igreja. Até os tempos modernos, todos os ramos da cristandade católica, ortodoxa e protestante-fortemente apoiada vida familiar e divórcio, assim como sempre se opôs. Mas, como seus eleitores suplicou por mais concessões a normas e práticas mundanas, organismos eclesiais aquiesceu, ea família tem sofrido as conseqüências amargas desses compromissos.
    Em nome do amor cristão, alguns indivíduos e grupos não só tolera divórcio, mas insistem que é, por vezes, a vontade de Deus. Um artista bem conhecido alegou que seu divórcio foi justificado porque o marido era um prejuízo para a sua carreira. Ela alegou que ela não acreditava que seu divórcio relacionado com suas crenças religiosas de forma significativa e que, mesmo se o divórcio estavam errados, Deus a amava apesar dela. Em outras palavras, ele não fez nenhuma diferença real para Deus. A prova final dada para justificar o divórcio era o fato de que ela e seu marido seria mais feliz como amigos do que inimigos como divorciados casados.
    Mesmo quando os cristãos ir às Escrituras para orientação sobre divórcio e novo casamento, que muitas vezes fazem com preconceitos e predisposições que fazem interpretação responsável impossível.Algumas pessoas consultam Escritura unicamente para encontrar justificação para posições que eles já possuem. Outros cair na armadilha de se acrescentar ou tirar a partir do que ele ensina. Para justificar o divórcio, algumas pessoas abaixar o padrão bíblico em nome do amor. Para tentar conter a onda de divórcio e promover a espiritualidade, outros elevar o padrão mais elevado do que a Bíblia ensina. Mas o que é contrário à Escritura nunca pode ser amorosa ou espiritual. Um padrão humano pode ser mais branda ou mais restritiva do que a Escritura, mas nunca pode ser melhor. Quando a Palavra de Deus é ignorado ou pervertidos em qualquer área, a tragédia é sempre a conseqüência. A questão de padrões de casamento e divórcio não é uma exceção.

    O primeiro pecado da humanidade não era civil, mas foi cometida no âmbito do casamento. Deus criou o homem ea mulher igual, em muitos aspectos, mas deu-lhes papéis claramente diferentes. O homem era para ser o provedor e líder e mulher, sua ajudante em uma co-regência perfeito, equilibrado e majestoso sobre toda a terra (Gênesis 1:27-28). A liderança do homem e submissão da mulher foram misturadas em uma interdependência amorosa que lhes permitiu multiplicar e encher a terra juntos, subjugar a terra juntos, e governar a terra juntos. Mas porque Eva não consultou Adão, sua cabeça e protetor, quando a tentação veio ela facilmente sucumbiu aos ardis de Satanás. E quando Adão perdeu seu papel de liderança e de bom grado seguiu seu exemplo, ele também sucumbiu ao pecado.

    Como consequência do que o pecado, Deus amaldiçoou Eva e todas as outras mulheres a dor no parto e amaldiçoou Adão e todos os outros homens para a dificuldade de trabalhar para a sua alimentação e sustento (Gn 3:16-19). Além disso, porque a harmonia dada por Deus entre homem e mulher tinha sido quebrado, Deus também colocou uma maldição sobre a sua relação com o outro. Porque eles reverteram suas funções, com Eva usurpando o lugar de liderança e Adão submetendo-se ao local de seguidor, Deus destinou-los ao conflito contínuo.

    Deus disse a Eva: "Seu desejo será para o teu marido, e ele te dominará" (Gn 3:16 b ). O desejo que se fala aqui não se refere ao que Deus lhe deu desejo original para a apresentação de amor e companheirismo, que ela já tinha antes da queda. Seu desejo não seria mais a apresentar a sua regra, mas a usurpar-lo. O uso da palavra hebraica traduzida como "desejo" neste texto refere-se à busca de controle e dominação. É o mesmo termo usado no próximo capítulo da mesma maneira para descrever o desejo personificada do pecado para corromper e ganhasse controle sobre Cain (4: 7).

    Assim como o papel da mulher caída da apresentação foi subvertido, assim era o papel do homem caído da chefia. Seu governo sobre ela não seria mais benevolente e altruísta, mas arrogante e egoísta. Foi na queda que tanto o feminismo e machismo nasceram, quando as mulheres começaram a procurar supremacia e os homens começaram a ser supressiva.
    Porque os homens são naturalmente mais forte, o machismo tem sido o dominante dessas duas perversões ao longo da história. Em muitas culturas antigas, incluindo judeus, as mulheres eram frequentemente tratados mais como animais do que os seres humanos e as mulheres foram tratadas mais como posses para ser comprado e comercializado de parceiros para ser amado e querido.

    Mas Deus não muda o Seu padrão porque os homens mudaram deles. "Eu, o Senhor, não mudo", declarou Ele (Ml 3:6).

    O profeta Oséias retratado o epítome do amor conjugal Deus-ordenado e capacitados por Deus. Ele era uma ilustração viva do amor eterno de Deus para Seu povo Israel. O profeta se casou com uma mulher chamada Gomer, que se tornou uma prostituta adúltera. Ele teve filhos com ela e continuou a amar, cuidar e protegê-la, apesar de sua infidelidade persistente. Ele até comprou para ela de volta a partir do mercado de escravos depois que ela tinha afundado para os boxes de imoralidade. Sua vida com Gomer não era certamente sem momentos de raiva e ressentimento, mas ele a perdoou e fez tudo o que era necessário para trazê-la de volta para si mesmo. Seu amor por Gomer e seu compromisso com ela como sua esposa, como o amor de Deus por e aliança com o Seu povo Israel, foi extremamente gentil e perdoador.

    Pelo poder do Espírito Santo que habita, Deus espera que Seu povo redimido em Cristo para exemplificar a beleza original e mutualidade da relação do casamento, bem como a graça do perdão. "Vós, mulheres, sede submissas a vossos maridos, como ao Senhor", declara Paulo. "Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. Mas, como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres deveriam ser para seus maridos em tudo ". A responsabilidade divinamente ordenada e exemplificada do marido é tão clara: "Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja ea si mesmo se entregou por ela" (Ef 5:18, 22-25.).

    As duas atitudes fundamentais em um casamento de sucesso são auto-negação e auto-doação, sendo que ambos são contrários à natureza humana, mas tornou possível aos cristãos por meio do Espírito Santo.O marido e mulher que estão andando no Espírito estará andando em humildade altruísta e perdoar, restaurar o amor que sempre coloca os outros em primeiro lugar.

    Em Mateus 19:1-12 Jesus dá um discurso claro sobre a revelação de Deus sobre o casamento e divórcio.

    O Fundo e Ambiente

    E aconteceu que, concluindo Jesus estas palavras, saiu da Galiléia, e foi para a região da Judéia, além do Jordão; e grandes multidões o seguiam, e curou-os ali. (19: 1-2)

    Estes dois versos marcam uma transição especialmente significativo no ministério de Jesus. Durante cerca de dois anos, ele estava pregando, ensinando e cura na Galiléia, no norte da Palestina. Nos últimos dois meses, ele tinha concentrado quase que inteiramente em aulas particulares para os Doze.
    Para marcar o fim de cada um dos grandes discursos de Jesus Mateus usou uma frase como quando Jesus concluído estas palavras (conforme 07:28; 11: 1; 13 53:26-1). No presente passagem, a frase estas palavras se refere ao discurso do Senhor na infantilidade registrada no capítulo 18 e dado aos discípulos pouco antes de deixar Cafarnaum. No fim de que o discurso, saiu da Galiléia.

    Como Jesus já havia anunciado aos Doze, era necessário que Ele "ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia" (16:
    21) . Ele não quis, no entanto, ir diretamente para o sul para Jerusalém, mas sim a leste e sul pelo caminho da região da Judéia, além do Jordão e Jericó (20:29).

    Esta região mais tarde veio a ser chamado de Perea, um nome tirado do grego peran , o que significa mais além. Situada a leste do rio Jordão River, este território que tinha sido desde há muito pouco povoada agora estava bem resolvida. Como o tempo estava se aproximando da Páscoa, Jesus seria capaz de ministro não só para os moradores de Perea, mas também para os muitos judeus que viajam através lá como eles também fez sua peregrinação anual da Páscoa em Jerusalém.

    Como Jesus pregado e ensinado em Perea (ver Mc 10:1, e como sempre, ao demonstrar Seu poder e Sua compaixão , as curas de Jesus atestou Suas credenciais divinas, messiânico.

    O ataque

    E alguns fariseus foram ter com Ele, tentando-o, e dizendo: "É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?" (19: 3)

    Quase desde o início de seu ministério (ver Mt 9:11), Jesus foi criticado pelos fariseus , que mesmo antes desta vez se tornou o seu arqui-inimigos e planejavam matá-lo (12:14). Eles eram o maior e mais influente do partido no estabelecimento religioso judaico, cujas tradições e estilos de vida hipócritas antibíblico eram a antítese da verdadeira justiça (5:20). Eles desprezaram Jesus porque Ele prejudicou seu falso ensino e expôs sua vida enganosa.

    Portanto, quando eles vieram a Ele , este grupo de líderes religiosos, obviamente, foi fazendo perguntas testá-lo na esperança de que ele seria um fracasso público. Eles queriam desacreditá-lo aos olhos do povo para que ele perderia seu popularidade e mais fácil para eles para destruir. Desta vez, a pergunta de teste foi bem pensado, cuidadosamente calculado para colocá-lo em desacordo com Moisés, o grande doador da lei de Deus.

    Por muitos séculos, o divórcio tinha sido uma questão volátil para debate entre os judeus. Como as mulheres passaram a ser tratados quase como mercadoria a ser comprada, vendida, ou negociado, divórcio, inevitavelmente, tornou-se comum. Por causa de suas espúrias, interpretações interesseiras da lei mosaica para justificar seus desejos para outras mulheres, os fariseus tinham se tornado os principais expoentes do divórcio fácil. Eles eram conhecidos por muitas vezes se divorciar de suas esposas por qualquer causa em tudo para se casar com outra mulher e para o ensino de que a prática não só era permitido, mas, por vezes, obrigatória.

    No outro extremo, era uma facção adversária e muito menos influente de rabinos, representado por um certo Shamai, que sustentavam que o divórcio nunca foi permitida. Essa visão tacanha, de linha dura não só era impopular, mas, como a posição liberal dos fariseus, também foi antibíblico.
    Representando a visão farisaica liberal foi rabino Hillel, que tinha morrido apenas cerca de vinte anos antes de Jesus começou o seu ministério. Ele ensinou que um homem podia se divorciar de sua esposa para o mais trivial de razões, para coisas como tendo seu cabelo para baixo em público ou conversando com outros homens e até mesmo para a gravação do pão ou colocar muito sal na comida. Para ela falar mal de sua mãe-de-lei ou para ser infértil foram mais do que motivos suficientes para o divórcio.

    A partir de seu ensino anterior, os fariseus sabiam que Jesus não era titular de uma visão tão liberalizado de divórcio. Eles tinham ouvido dizer que "todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5:32.). Eles agora esperavam que Ele tome a mesma posição e, assim, afastar e intimidar os muitos outros judeus além de si mesmos, que aceitou a idéia de divórcio por qualquer causa em tudo. Eles esperavam para desacreditá-lo, identificando-o nas mentes das pessoas com a estreita e visão intolerante da escola Shammai.

    Em última análise, é claro, eles queriam destruí-Lo. Os fariseus inteligentes estavam bem conscientes de que Perea, onde Jesus já ministrou, estava sob o domínio de Herodes Antipas. Ele era o tetrarca que tinha João Batista preso e decapitado por condenar seu casamento ilegal Herodias, a quem ele tinha seduzido longe de seu irmão Filipe (ver Matt. 14: 3-12). Sem dúvida, os fariseus esperavam que, ao denunciar o divórcio por qualquer motivo , Jesus seria, assim, condenar publicamente relacionamento adúltero de Herodes, assim como João tinha feito e sofrer o destino de João.

    O Answer

    E ele, respondendo, disse: "Não tendes lido que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse:" Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne? Conseqüentemente, eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem. " (19: 4-6)

    Em vez de dar um sim, diretos ou não, Jesus voltou para além da tradição rabínica, e ainda mais para trás do que a lei de Moisés, todo o caminho para a criação do homem por Deus.
    Palavras de abertura de Jesus não tinha nada a ver diretamente com a questão do divórcio, mas foram uma repreensão sarcástica e mordaz aos fariseus aprendi, que se orgulhavam de seu grande conhecimento das Escrituras. Respondendo a sua pergunta com uma pergunta de sua autoria, Jesus estava em vigor perguntando, "Vocês não leram o livro de Gênesis? Você não está ciente do que o próprio Deus declarou na própria criação? Você não sabe que a primeira coisa Deus disse sobre o casamento Você não lembra? que aquele que os criou desde o princípio os fez macho e fêmea, e disse: "Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne? '" , citando Gn 1:27 e 2:24, Jesus estava dizendo: "Seu argumento não é comigo, mas com Deus."Suas palavras devem ter picado, os orgulhosos fariseus hipócritas, que se consideravam as autoridades supremas sobre a Escritura.

    A partir desses dois versículos, retirados de os dois primeiros capítulos da Bíblia, o Senhor apresentou quatro razões pelas quais o divórcio nunca estava nos planos de Deus. Primeiro, disse ele, Deus os criou desde o início ... macho e fêmea. No texto hebraico de Gn 1:27, ambos do sexo masculino e do sexo feminino estão na posição enfática, dando a sensação de "o masculino e o feminino . " Em outras palavras, Deus não criou um grupo de homens e mulheres que poderiam escolher e escolher companheiros como lhes convinha. Não havia peças de reposição ou opções. Não houve disposição, ou mesmo possibilidade, para vários ou suplentes cônjuges. Havia apenas um homem e uma mulher no início, e por essa razão muito óbvia, divórcio e novo casamento não era uma opção.

    Em segundo lugar, Jesus disse : "Por esta razão, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher." Desde Adão e Eva não tinha pais para sair, o abandono do pai e da mãe era um princípio a ser projetada para dentro e aplicado a todas as gerações futuras.

    A palavra hebraica ( dābaq ) atrás cleave refere-se a uma ligação forte conjunto de objetos e, muitas vezes foi usado para representar colagem ou cimentação. Job usou a palavra, quando ele falou de seus ossos que se agarram à sua pele e carne (19:20; conforme Sl 102:5) e os homens de Judá restantes firme para Davi (2Sm 20:2; Dt 11:22; 13:.. Dt 13:4; Js 22:5), o que indica ainda que o ato sexual em si não é o equivalente de casamento.

    Por outro lado, o ato de adultério, quebrando, pois é para o relacionamento conjugal, em si, não dissolver um casamento. O casamento é um pacto mútuo, uma obrigação ordenada por Deus entre um homem e uma mulher para a companhia ao longo da vida. Quando repreender os israelitas por sua adultério e divórcios frequentes, o Senhor declarou que, ao se divorciar de sua esposa um homem "se portaram aleivosamente" com ela ", sendo ela a tua companheira ea mulher da tua aliança" (Mal. 2: 14-16). Aos olhos de Deus, cada mulher é uma "mulher da tua aliança", nunca meramente uma esposa por fornicação, conveniência ou capricho.

    A quarta razão Jesus dá o divórcio não estar no projeto perfeito de Deus é que, no sentido criativo, todo casamento é feito no céu. Desde o primeiro casamento de Adão e Eva, Deus uniu todo marido e mulher. Casamento é a primeira instituição de tudo de Deus e obra de Deus, independentemente de como os homens podem corrompê-lo e negar ou desconsiderar Sua parte nela. Se é entre crentes fiéis ou entre pagãos posto ou ateus, ou se foi arranjado pelos pais ou pelo desejo mútuo e consentimento da noiva e do noivo, o casamento como uma relação social geral é acima de tudo o plano e obra de Deus por a procriação, o prazer, e preservação da raça. Se é celebrado com sabedoria ou tolamente, sinceramente ou sem sinceridade, egoísta ou desinteressAdãoente, com grande ou pouco compromisso, projeto de Deus para todo casamento é que seja permanente até a morte de um dos cônjuges.

    Deus projetou o homem ea mulher para complementar, apoiar e dar alegria para o outro através do compromisso mútuo do vínculo matrimonial. É por Sua mão divina que eles são criados para satisfazer o outro, incentivar uns aos outros, reforçar-se mutuamente, e produzir filhos como fruto do seu amor um pelo outro. Se eles reconhecê-lo ou não, cada casal que tem contado com a companhia, felicidade e realização do casamento tem experimentado a bênção milagrosa de Deus. Não há nenhuma coisa boa no casamento que não é derivado dEle.
    Nenhuma criança pode ser concebida pelo ato procriador de um homem e uma mulher que não é o primeiro concebido pelo ato criativo de Deus. Todo casamento e cada criança é uma criação de Deus, e, portanto, divórcio e aborto compartilhar esta denominador comum tragicamente mal: eles matam uma criação de Deus.
    Para destruir um casamento é destruir a criação de Deus Todo-Poderoso. " Portanto, o que Deus uniu ", Jesus advertiu: " Não separe o homem . " A palavra é separada de chouriço , que, no contexto do casamento sempre carregava a idéia de divórcio, separação simplesmente não temporária. É traduzida como "licença" em 1Co 7:10, onde Paulo está claramente falando de divórcio.

    A lição de Jesus é que o casamento é sempre o trabalho de Deus , ao passo que o divórcio é sempre obra do homem , e que nenhum homem -whoever ele é ou onde quer que ele é ou por qualquer motivo que possa ter-tem o direito de separar o que Deus tem Juntaram-se . Um marido pagão e mulher que se divorciam quebrar a lei de Deus da mesma forma como os crentes que se divorciam. Em última instância, todo casamento foi ordenado por Deus e todo o divórcio não é. Na melhor das hipóteses, o divórcio e novo casamento só é permitido pelo Senhor, nunca elogiou e certamente nunca ordenou, como alguns dos rabinos contemporâneos de Jesus ensinou. Jesus disse que Deus permite que apenas com base de imoralidade sexual e até mesmo, em seguida, como uma concessão graciosa a pecaminosidade do homem (vv. 8-9). Para reclamar, como alguns cristãos professos fazer, para que o Senhor os conduziu para fora de um casamento é a mentir e fazer de Deus um mentiroso.

    Embora Jesus aqui menciona apenas Gn 1:27 e 2:24, o Antigo Testamento está repleto de outros ensinamentos sobre a santidade divina e permanência do casamento. Dois dos Dez Mandamentos-o um contra o ato físico de adultério (Ex 20:14.) E aquele contra cobiçar a mulher do próximo (v. 17), que é o ato mental de adultério (Mt 5:28.) — proteger especificamente a santidade do casamento. O adultério era um pecado tão hediondo que sua punição era a morte (Lv 20:10; Dt. 22: 22-24.). Deus não fez nenhuma provisão legal para o divórcio. O adultério poderia trazer o fim de um casamento, mas pela execução, não o divórcio.

    O Argumento

    Eles disseram-lhe: "Então por que mandou Moisés dar-lhe um certificado de divórcio e ela?" (19: 7)

    Sem dúvida, antecipando apelo de Jesus à Escritura, os fariseus foram preparados com o que eles consideravam ser uma refutação bíblica. Eles estavam tão preocupados em defender seus próprios padrões carnais e na tentativa de desacreditar e destruir Jesus que eles totalmente desconsiderado o que Ele tinha acabado de dizer. Eles não estavam interessados ​​no padrão divino para o casamento Deus tinha estabelecido na criação, mas na defesa de seus próprios padrões de baixa auto-centrada. Eles foram exemplos clássicos do homem natural à procura de brechas morais e espirituais para acomodar o seu pecado.
    Para dar a aparência de apoio divino para seus costumes liberais de divórcio, eles apelaram para Moisés , buscando pit Jesus contra o grande doador da lei de Deus. Porque é a única passagem em os cinco livros de Moisés que menciona qualquer fundamento para o divórcio, a passagem para que os fariseus se refere tinha que ser Deuteronômio 24:1-4. Mas essa passagem claramente não comanda o divórcio, como os fariseus reivindicado. E todas as outras passagens Pentateuco que mencionam o divórcio simplesmente reconhecer a sua existência (ver Lv 21:7; Dt 22:19, Dt 22:29.).

    Uma leitura cuidadosa do texto Deuteronômio 24 mostra que, longe de comandar o divórcio, a passagem não ensina sobre o divórcio em tudo. Moisés estava dando um comando no que diz respeito a um caso particular de um novo casamento. Essa passagem não elogia nem condena a razão e procedimento para o divórcio mencionado lá. Ele afirma que o motivo foi "indecência". sem detalhar o que isso poderia envolver, e em seguida, menciona a doação de um certificado de divórcio, sem comentar sobre a adequação desse procedimento. O único comando na passagem refere-se à emissão de um novo casamento, não o divórcio. O comando é simplesmente que, se uma mulher divorciada se casa novamente e que o marido se divorcia dela ou morre, seu primeiro "ex-marido, que a despediu não tem permissão para levá-la de novo para ser sua esposa, já que ela foi contaminada" (v. 4 ). É a esse mandamento sobre o novo casamento, não um mandamento de divórcio, como alguns supõem, que Jesus se refere aqui e em Mc 10:5.). Para o primeiro marido para ter de volta uma mulher contaminaram seria profano.

    A Afirmação

    Ele lhes disse: "Por causa da dureza do vosso coração, Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim E eu vos digo, qualquer que repudiar sua mulher, exceto por imoralidade, e casar com outra. mulher comete adultério "(19: 8-9)

    Depois de esclarecer que a lei mosaica não elogiar, e muito menos de comando, o divórcio, Jesus afirmou que permitia o divórcio sob certas condições. Falando a eles como representantes de seus antepassados ​​carnais, Jesus disse aos fariseus que era só por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos permitiu repudiar vossas mulheres.

    Como mencionado acima, até mesmo a permissão bíblica para o divórcio está implícito em vez de explicitamente ensinado. Em nenhuma passagem do Antigo Testamento, incluindo o Deuteronômio 24:1-4 texto para que os fariseus, sem dúvida, estavam se referindo, é específica permissão para o divórcio dada. Uma razão não é difícil supor. Se os israelitas permissão tão abusado implícita para o divórcio, quanto mais eles teriam abusado permissão explícita?

    Por causa de Sua graça amar a Deus nem sempre exigir a pena de morte por adultério sob a aliança mosaica. História posterior de Israel está repleta de casos de adultério, que não levam a execução. Davi foi fortemente repreendido e severamente punido por seu adultério com Bate-Seba, mas ele não foi condenado à morte. Por causa de suas centenas de esposas e concubinas, Salomão vivia em adultério incessante virtual na base do one-man, one-woman padrão de Gênesis 1:2. No entanto, como seu pai Davi, ele não sofrer a pena de morte.

    Quando os exilados judeus retornados dos setenta anos de cativeiro na Babilônia e foram buscar restaurar o Templo e para começar a viver de acordo com a Palavra de Deus, eles foram trazidos cara a cara com o problema de seus muitos casamentos com mulheres pagãs. Consequentemente, sob Ezra eles decidiram que iriam arrumar suas esposas descrentes e os filhos nascidos dessas uniões, com base em "o mandamento do nosso Deus" e "de acordo com a lei" (Ed 10:3.), Mas os sistemas religiosos mais pagãos envolvidos imoralidade como um parte integrante dos seus ritos e cerimônias. Por isso, é provável que a maioria, se não todas, as mulheres estrangeiras os homens israelitas havia se casado com dois eram adúlteros físicas e espirituais, dando assim os maridos motivos legítimos para o divórcio.

    Deus tomou Israel como esposa, e como Gomer de Oséias, ela também era infiel. Por meio de Isaías, o Senhor repreendeu Israel por seu adultério espiritual na adoração de divindades pagãs. "Onde está a certidão de divórcio," Ele lhes pergunta retoricamente "por que eu enviou a sua mãe embora?" (Is 50:1). Foi com base no seu adultério espiritual que Deus, por assim dizer, finalmente, deu a Israel um certificado de divórcio.

    É notável que, desde o exílio e até mesmo para os dias de hoje, não há número significativo de judeus foi envolvido em idolatria. Porque o seu povo tem não "casadas" os falsos deuses com quem eles cometem adultério espiritual, assim como Gomer não havia se casado com qualquer um de seus amantes, Deus prediz que um dia Ele vai levar Israel de volta para si mesmo:

    "Eis que vêm dias", declara o Senhor, "quando farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá, e não conforme a aliança que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, o meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu era um marido para eles ", diz o Senhor. "Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias", declara o Senhor, "Eu vou colocar a minha lei no seu interior, e no seu coração eu vou escrevê-lo; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo ". (Jer. 31: 31-33)

    À luz de Deus divórcio espiritual e eventual novo casamento para Israel, não é certamente possível afirmar que a Escritura reconhece nenhuma razão em tudo para o divórcio e novo casamento, como alguns rabinos antigos e alegou como alguns cristãos ainda afirmam hoje. Deus não nos dá ilustrações de Seu próprio comportamento justo que nós não podemos seguir. Se Ele finalmente divorciado idólatra e impenitente Israel, após longos anos de perdão e misericórdia, não pode ser errado para um homem ou uma mulher se divorciar de um parceiro continuamente adúltera e impenitente após longos anos de tolerância.

    Antes de José percebeu que Maria "estava grávida pelo Espírito Santo, ... sendo um homem justo, e não querendo desonrar-la, [ele] desejado para deixá-la secretamente" (Mateus 1:18-19.). Teve a sua suposição sobre seu estado correta, ou seja, que ela estava grávida de outro homem e, portanto, uma adúltera, José, que só foi contratado para ela, sabia que ele tinha motivos legítimos para o divórcio. A contratação foi por um contrato legal e obrigatório, embora a União ainda não foi consumado fisicamente. O contexto sugere que, porque ele era "um homem justo", ele sentia que ele era obrigado a divorciar-se dela. Para proteger a sua reputação, no entanto, para não falar de sua vida, ele planejava fazer isso em particular.

    Dureza de coração sugere a condição em que o adultério foi prolongada eo cônjuge pecado não estava arrependido, tornando a reconciliação e um relacionamento conjugal normal impossível. Quando um marido adúltero ou a mulher tornou-se totalmente insensível a fidelidade conjugal. Deus através de Moisés indiretamente e relutantemente permitido ... divórcio.

    Lembrando Seus adversários novamente do ensino Gênesis sobre o plano de Deus para o casamento, Jesus declarou, então, que desde o início não foi assim. O divórcio nunca foi no projeto original, o ideal de Deus para a humanidade e nunca será.

    Quando um homem obtém o divórcio por qualquer motivo , exceto a imoralidade, e casar com outra mulher, comete adultério. Ao dar o mesmo ensino básico no Sermão da Montanha, Jesus enfatizou que a mulher divorciada e seu novo marido seria levado a cometer adultério . O homem "que se divorciar de sua mulher, exceto por causa da falta de castidade." Ele disse, "faz com que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" (Mt 5:32).. Em outras palavras, a mensagem de Jesus queria passar a esses expoentes de fácil divórcio e novo casamento é que o divórcio ilegítimo seguido por novo casamento faz adúlteros de todos os envolvidos.

    Porneia aqui traduzida imoralidade , é um termo amplo que abrange toda a atividade sexual ilícita. No contexto do casamento que sempre constituiu adultério ; que, por definição, é o sexo ilícito por uma pessoa casada. A forma verbal do termo é usado por Paulo para descrever a imoralidade para os quais 23:000 (do total de 24.000) israelitas foram mortos por uma praga em um dia (1Co 10:1; conforme Nu 25:9 Jesus só falava de um homem que se divorcia de sua esposa, o mesmo princípio aplica-se a uma mulher que se divorcia de seu marido. Essa situação não é mencionado pelo Senhor, pois era praticamente desconhecido. Apesar de um judeu poderia se divorciar de sua esposa por motivos mais triviais ", por qualquer motivo" (Mt 19:3). A fim de permitir o divórcio é mostrar misericórdia para com o cônjuge pecar, não para condenar o inocente a uma vida de celibato e solidão que não seria necessária se o Senhor tinha o parceiro pecar executado. Caso sua graça ao pecador penalizar o inocente? O Senhor permite o divórcio, a fim de que o adúltero poderá ter oportunidade de se arrepender, em vez de ser condenado à morte. E tanto aqui como em Mt 5:32 Jesus especificamente permite novo casamento do cônjuge inocente, a fim de que ele ou ela pode ter a oportunidade de desfrutar novamente as bênçãos do casamento que foram destruídas pelo adultério outros parceiros. A qualificação exceto por imoralidade permite claramente a parte inocente que se casa com outro para fazê-lo sem cometeradultério .

    Declaração de Jesus aqui não só reforçou seu ensinamento anterior sobre divórcio e novo casamento, mas foi uma acusação devastadora dos fariseus, que foram, em seguida, tentando devastar Ele. Durante o Sermão da Montanha, e no contexto de contrastar a verdadeira justiça de Deus com a justiça falsa e hipócrita tipificado pelos escribas e fariseus (Mt 5:20), Jesus tinha declarado que nem mesmo olhar para uma mulher com intenção impura, constituído adultério (v . 28). Muito pouco tempo depois dessa declaração, como no presente texto, Jesus declarou então que o divórcio por qualquer motivo, mas a imoralidade também resultou em adultério , quando houve um novo casamento, como era quase sempre o caso. A forte implicação de que a declaração, que os fariseus hipócritas não poderia ter perdido, foi a de que eles próprios eram culpados de proliferação de adultério.

    Note-se que o Espírito Santo acrescenta uma outra concessão gratuita por também permitir o divórcio e novo casamento como uma opção para um crente que é abandonado por um incrédulo. (Para um tratamento completo desta questão, ver do autor I Coríntios [Chicago.: Moody 1984], pp 153-86.).

    A Apropriação

    Os discípulos disseram-lhe: "Se a relação do homem com a mulher é assim, é melhor não se casar." Mas Ele disse-lhes: "Nem todos os homens podem aceitar esta declaração, mas só aqueles a quem foi dado Porque há eunucos que nasceram assim do ventre da mãe;. E há eunucos que foram castrados pelos homens; e também há eunucos que fizeram eunucos por amor do reino dos céus. Aquele que é capaz de aceitar isso, que ele aceitá-la. " (19: 10-12)

    A essa altura, os fariseus tinham desaparecido. Eles, sem dúvida, foram completamente enfurecido, tanto porque não tinha conseguido fazer Jesus contradizem Moisés e porque, pelo contrário. Jesus tinha conseguido demonstrar que eles próprios foram condenados por Moisés em suas divórcios ilegítimos e consequentes adultérios.
    Jesus estava agora sozinho em uma casa com os discípulos (Mc 10:10), onde eles se sentiam à vontade para comentar sobre o que ele tinha acabado de dizer. Eles podem ter discutido o divórcio e novo casamento com o Senhor durante algum tempo antes de finalmente dizer -lhe: "Se a relação do homem com a mulher é assim, é melhor não se casar."

    Porque eles tinham crescido em uma cultura onde o divórcio era galopante, em grande parte devido a que o ensino rabínico que não só permitido, mas o divórcio ainda necessário para praticamente qualquer razão, os Doze foram mais do que um pouco perplexo com o que Jesus ensinou. Muitos judeus considerado divórcio uma virtude quase em pé de igualdade com o casamento em si. Entre os escritos talmúdicos dos rabinos é a afirmação: "A má esposa é como lepra ao seu marido. O que é o remédio? Que ele se divorciar dela e ser curado de sua lepra" Outra rabino escreveu: "Se um homem tem uma má esposa , é um dever religioso para divorciar-se dela. "
    A diferença entre o que os discípulos tinham sido ensinados por toda a vida e que Jesus estava ensinando era tão radical que eles estavam completamente perplexo. É provável que olharam sobre o casamento como a maioria de seus colegas do sexo masculino judeu e como muitas pessoas hoje, acreditando que se as coisas não deram certo, sempre havia o divórcio como um fora. Mas se o adultério é a única justificativa para o divórcio, concluíram eles, é melhor não se casar.

    Embora a sua resposta não foi bem pensado, isso mostra que eles corretamente entendido o que Jesus estava dizendo. Eles perceberam que o Senhor estava declarando que o casamento é um compromisso de vida que podem ser legitimamente quebrado apenas por morte ou adultério e que mesmo o adultério não exigem divórcio. A idéia de "para melhor ou pior" foi mais do que eles poderiam aceitar. Melhor , pensavam eles, não se casar em tudo.

    Eles tinham dificuldade em aceitar a idéia de compromisso conjugal ao longo da vida por causa da vista superficial e antibíblica existente de casamento. Se tivessem prestado mais atenção à Palavra de Deus do que as tradições dos anciãos rabínicos (conforme Mt 15:6). No mesmo livro que podia ler: "Aquele que encontra uma esposa acha uma coisa boa, e alcança o favor do Senhor" (18:
    22) e "Casa e riquezas são herdadas dos pais, mas a mulher prudente vem do Senhor "(19:14).

    Como a maioria das pessoas de ambos os sexos hoje, muitos homens judeus na época do Novo Testamento olhou sobre o casamento apenas como um meio de satisfazer as suas próprias concupiscências e de cumprir seus próprios propósitos. O casamento era os meios aceitos de indulgência sexual e de procriar filhos, e também forneceu um cozinheiro conveniente e governanta. Ao contrário das pessoas modernas, no entanto, a maioria dos homens judeus parecem ter sido pouco preocupado com o romance.
    Romântico pode ele uma parte bonita do casamento que dura até à velhice. Mas os sentimentos românticos não pode ser a base para um som e casamento duradouro, porque eles são em grande parte composto por sensações agradáveis ​​para com a outra pessoa, que são facilmente sujeitos a alterações. Um casamento de som é baseado em permanente, compromisso incondicional com o cônjuge, mesmo que sentimentos românticos piscar ou se extinguem por completo. Se sentimentos românticos são a base de um casamento, quando um cônjuge começa a perder a atratividade, a atenção do outro está ligado a alguém que parece mais promissor e emocionante. Quando um fling romântico após o outro é perseguido, desgaste emocional é inevitável. Tal relacionamento superficial não pode durar muito tempo e nunca alcança o cumprimento esperado. Cada falha sucessiva traz menos satisfação e mais decepção, desilusão e vazio. O resultado coletivo, como pode ser visto de forma tão dramática e tragicamente na sociedade moderna, é uma geração de desajustados desorientados, solitários, isolados, não confiáveis, desconfiados, e emocionalmente falido que procuram a próxima sensação excitante.
    Alguns anos atrás, eu ouvi a história de um ministro idosos que estavam casados ​​há 50 anos. Uma manhã no café da manhã a esposa caiu sobre a mesa, inconsciente. No momento em que seu marido ficou-la ao hospital ela estava morta. Após o funeral, ele disse a seus filhos: "Este é um bom dia, um dia maravilhoso" Quando perguntaram o que ele queria dizer, ele explicou: "Bem, eu sei que ela está com o Senhor agora. E eu estou feliz que ela foi o primeiro. Essa é a maneira que eu queria que fosse, porque eu não quero que ela tenha a dor de me enterrar e de ter de viver em paz. "
    Alguns anos mais tarde, que o ministro foi convidado para falar em uma reunião feminista sobre o tema do casamento. Ele relatou a morte de sua esposa e sua gratidão que ela tinha morrido em primeiro lugar. "Ouça", ele lhes disse: "qualquer um que sabe o significado do verdadeiro amor sempre quer a outra pessoa para ir em primeiro lugar, porque não quero que eles para suportar a dor ea tristeza ea ansiedade e solidão de enterrar o que eles tenho amado. Eu ouso dizer que os modernos relacionamentos românticos que tentam passar para o amor são muito longe esse tipo de sentimento e esse tipo de realidade. " Ele estava certo.
    A maioria das pessoas, incluindo muitos cristãos, sabemos pouco do dom de si, a auto-atribuição e amor abnegado que malhas duas almas unidas para uma vida de partilha e de felicidade. Em vez de a amizade rica, aprofundando, significativo e emocionante que só esse amor pode trazer, eles se contentar com um substituto barato e raso que flutua com todos os gostos e que está condenado desde o início para ser decepcionante e de curta duração. Um relacionamento que é construído apenas em emoções agradáveis ​​e bons sentimentos vai morrer em breve, porque essas emoções e sentimentos são construídos sobre as circunstâncias e nas expectativas superficiais e egoístas. Mas surpreendentemente, uma relação que é construída sobre o compromisso e preocupação doação amorosa para a outra pessoa vai produzir emoções e sentimentos que não só não morrem, mas ficam mais ricos e mais satisfatória a cada ano. Os sentimentos são uma base fraca para o casamento, mas eles podem ser uma gloriosa maravilhoso, subproduto.
    O casamento comprometido é o casamento apenas feliz e duradouro. Quando dois cristãos amam uns aos outros por causa dos outros em vez de seu próprio e viver suas vidas em humilde submissão à Palavra de Deus e uns aos outros, a ligação é formada que pode resistir a todas as tentações, decepção e fracasso que Satanás e do mundo pode arremessar contra eles. Eles se tornam amantes e amigos de uma forma que o incrédulo eo cristão desobediente nunca pode saber. Em partilhar tudo juntos, eles forjar uma amizade que não conhece limites, não há limites, não há segredos, e não há condições.
    Como os discípulos, alguns cristãos de hoje parecem com medo de que ao longo da vida, compromisso incondicional seria destiná-los a uma vida de tédio e restrições frustrantes. Eles concluem com os Doze que, portanto, é simplesmente melhor não casar . Mas Deus planejado e projetado compromisso matrimonial para trazer exatamente o oposto. Nenhum casamento pode ser feliz e gratificante, muito menos duradoura, sem ele. Deus abençoa a união comprometida de forma que uma única pessoa, ou um marido e mulher não confirmada, nunca pode experimentar e dificilmente imaginar. Longe de ser uma razão para evitar o casamento, compromisso com a vida e amar é a mesma coisa que faz com que seja mais gratificante e desejável.

    Obviamente cônjuge de um cristão deve ser escolhido com cuidado e com muita oração. Compromisso Casamento só deve ser dado a uma pessoa que compartilha de seus valores e compromissos espirituais.Mas não há alegria humana ou cumprimento que pode medir-se ao que é experimentado por um marido e uma esposa que ama Jesus Cristo e uns aos outros e que vivem juntos em obediência à Sua Palavra e na força do Seu Espírito.
    Havia uma certa verdade no que os discípulos tinham acabado de dizer sobre ele que é melhor não casar, mas o contexto sugere que não era verdade que eles tinham em mente. A sua visão do casamento, como a de seus colegas judeus, focado principalmente na satisfação egoísta, superficial e realização. Do ponto de vista puramente prático que concluiu que singeleza solitário é preferível ao casamento arriscado. (Para uma discussão detalhada sobre a declaração de Paulo sobre os benefícios da singeleza, ver do autor I Coríntios , pp. 153-86).

    Jesus lembrou-lhes que nem todos os homens podem aceitar esta declaração, mas só aqueles a quem foi dado . Celibato tem seus próprios problemas e tentações, e nem todo cristão é capaz de viver uma vida de solteiro dos deuses. Paulo disse que é bom para permanecer solteiro para fins espirituais, mas que era "melhor casar do que abrasar" com luxúria (1 Cor. 7: 8-9).

    Aceitar é de Choreo , que tem a idéia básica de fazer sala ou espaço para alguma coisa. Metaforicamente que significa abraçar completamente uma idéia ou princípio com o coração e mente para que ele se torna parte de sua própria natureza. Ser solteiro não pode ser aceito de todo o coração simplesmente pela força de vontade humana ou sinceridade. Também não pode ser vivido com sucesso simplesmente aplicando os princípios bíblicos corretos. Singeleza celibato é uma espécie de dom espiritual (1Co 7:7.).

    Aquele que é capaz de aceitar isso, deixe que ele aceitá-la , disse Jesus. No sentido mais restrito e mais específica o Senhor estava dizendo que aqueles que por um presente de Deus são capazes de aceitaruma vida de celibato celibato deve aceitá-la como a vontade de Deus para eles. Mas Ele também parece ter falado mais amplamente sobre os discípulos de aceitar tudo o que Ele tinha acabado ensinou sobre casamento, divórcio, novo casamento, e singeleza. Eles estavam a pôr de lado as falsas idéias e práticas que haviam herdado das tradições rabínicas humanamente-concebidas e não bíblicas. Em outras palavras, aceitar o que eu tenho ensinado como a Palavra de Deus e viver em conformidade.

    A pessoa não salva não pode aceitar os padrões de Jesus para casamento e divórcio, e não têm os recursos para viver de acordo com essas normas, se ele as aceitou. A idéia de doar-se, incondicional, e empenho ao longo da vida, em qualquer área da vida, incluindo o casamento, ficar completamente na contramão da natureza humana caída. A verdade de Deus não tem autoridade em uma vida não resgatados, porque o próprio Deus não tem lugar em que a vida.

    Mesmo o crente mundano tem grande dificuldade em aceitar a idéia de total compromisso incondicional, porque ele perdeu seu primeiro amor e transformou seus interesses de volta sobre si mesmo. Somente aqueles que verdadeiramente honrar a Jesus como Senhor e Salvador pode realmente aceitar Seus ensinamentos. Mesmo assim Seus ensinamentos se tornar plenamente aceitável somente na vida andou no Espírito, o único que pode manter os crentes da realização do "desejo da carne" natural (Gl 5:16), que tem o compromisso de auto, em vez de Deus, um parceiro de vida, ou outros.

     

    Para um estudo mais aprofundado do que a Palavra de Deus diz sobre o divórcio e novo casamento, ver do autor O Familia (Chicago: Moody, 1982).

    104. Jesus ama as crianças pequenas (13 40:19-15'>Mateus 19:13-15)

    Em seguida, algumas crianças foram levadas a Ele para que Ele possa colocar as mãos sobre elas e orar; e os discípulos os repreendiam. Mas Jesus disse: "Deixai as crianças sozinhas, e não as impeçais de vir a mim, porque o reino dos céus pertence a como estes." E depois de impor as mãos sobre eles, partiu dali. (19: 13-15)

    Todas as crianças criadas em um lar cristão ou que tenham freqüentado a escola dominical quando eles eram jovens, lembrar por muito tempo cantando canções como "Jesus Loves Me" e "Jesus ama as crianças pequenas." Essas lindas sentimentos são baseadas em clara verdade bíblica. Jesus faz amor crianças pequenas, como este texto de Mateus atesta. Os pais destas crianças queriam Jesus para tocá-los e abençoá-los, e ele foi mais do que dispostos a acomodar esse desejo.

    Alguns anos atrás, uma família em nossa igreja experimentou uma grande tragédia. A mãe e as duas filhas estavam planejando voar no dia seguinte para a Nova Zelândia para se juntar ao marido e pai, que estava em uma missão de pregação lá. Como a esposa estava aprendendo alguns novos pontos crotchet para usar no longo vôo, as meninas foram para fora para jogar. Alguns momentos depois, a mãe ouviu o barulho de pneus de automóvel, mas desde que não havia nenhum som de um acidente pensou pouco dele, até que sua filha mais velha veio correndo para dentro da casa gritando que sua irmã, Tanya, tinha sido atropelado por um carro .
    A menina estava inconsciente, mas não mostrou nenhum sinal de lesão grave. Enquanto a mãe se inclinou sobre ela, Tanya deu um suspiro pesado e virou a cabeça para o lado. No hospital o neurocirurgião disse à mãe que a menina havia sofrido grandes danos cerebrais, e tinha pouca chance de sobreviver. Parentes e amigos orou fervorosamente ea mãe mantinha uma vigília com sua preciosa filha durante toda a noite, orando com grande intensidade para que Deus poupasse e restaurar sua filha. Mas ela também orou para que, acima de tudo, vontade de Deus seja feita, mesmo que isso significasse tendo Tanya para estar com Ele mesmo.
    Um parente que era médico explicou que a respiração e os batimentos cardíacos de Tanya estavam funcionando no hospital apenas por meios artificiais. "Seu corpo está sendo mantido de trabalho", disse ele, "mas Tanya não está mais lá. Ela está com o Senhor." Com um rosto radiante sua mãe disse ao Senhor: "Tenha a tua vontade e não a minha." Para seus amigos e entes queridos, ela explicou: "Não vou abandonar o meu Senhor;. Porque se eu fiz, eu estaria dizendo Tanya se foi para sempre I [vai] fazer como o rei Davi no Antigo Testamento tinha feito quando seu filho foi levado . Ele lavou o rosto, trocou de roupa e foi sobre o seu negócio, convencida de que Deus sabia melhor. "
    Naquele momento, ela determinou que não mais seria implorando a Deus para trazê-la de menina de volta. Tanya estava nos cuidados do Senhor, e sua mãe acreditava que ela tinha entrado em sua presença quando, deitado inconsciente na rua, ela suspirou e virou a cabeça. A mãe atesta que ela foi preenchida com uma força interior que era estranho para ela. Ela lembrou que durante vários meses anteriormente Tanya tinha orou: "Senhor, eu quero ir e estar com você enquanto eu sou jovem." Quando a mãe perguntou por que ela fez esse pedido, Tanya sorriu e respondeu: "Porque eu quero sentar no colo de Jesus, quando eu chegar lá, e eu não quero ser muito grande." Em lembrando essas palavras, disse a mãe, "New segurança e paz surgiu através da minha alma triste. Eu estava atualizado com uma alegria que todos nós estávamos em boas mãos e que Deus não nos abandonou por um instante."
    Aquela mãe eo resto da família pudesse se alegrar mesmo na morte do que a menina amada, porque eles sabiam onde ela tinha ido. Porque ela tinha sido levado para o Salvador, ela estava agora reunidos em seus braços, onde ela desejava ser.

    Cada pai cristão deve tomar profundamente a admoestação coração de Paulo para educar os seus filhos "na disciplina e na admoestação do Senhor" (Ef 6:4), um outro grupo de pessoas , em seguida,veio buscar seu ministério. Naquela época algumas crianças foram levadas a Ele , sem dúvida, por seus pais. Tanto Marcos e Lucas usar o pretérito imperfeito ("eles estavam trazendo"), indicando um processo contínuo e, provavelmente, um longo período de tempo (Mc 10:13; Lc 18:15). Quando a notícia se espalhou de que Jesus estava na área, os pais foram atraídos para este professor cujo amor de crianças ficou conhecido por toda a Palestina (conforme 17:18; 18: 2-3; Jo 4:50).

    A palavra grega usada aqui para crianças foi paidiá , um termo que se refere às crianças desde a infância até a idade da criança, talvez. Em sua passagem paralela, Lucas nos diz "eles estavam trazendo até mesmo seus bebês" (18:15).

    Mas os discípulos se ressentiam da intrusão no seu tempo privado com Jesus, e repreendeu os pais. O verbo grego atrás repreendeu poderia levar a idéia de ameaçador, e seu ser no imperfeito sugere que a censura era tão contínua quanto a interposição. À medida que mais e mais pais levaram seus filhos para Jesus, os discípulos continuaram a tentar repelir-los. Obviamente, os Doze, que passou a maior parte de dois anos vivendo com Jesus e ouve a cada palavra que ele falou e observando tudo o que Ele fez, não compartilhava ainda totalmente Sua mente e os batimentos cardíacos.

    Apenas alguns dias antes, Jesus tinha tomado uma criança em seus braços na presença dos discípulos. Especificamente para o bem dos discípulos, que estavam no meio de uma disputa sobre quem seria o maior no reino, Ele declarou: "Todo aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus" (Mt . 18: 1-4). Sem dúvida, em incontáveis ​​ocasiões Doze havia testemunhado expressões semelhantes de ternura e bondade de Jesus e Sua grande paciência com aqueles que vieram a Ele em busca de ajuda. Eles tinham visto Sua compaixão derramar em um fluxo infinito de cura, encorajamento e conforto.
    Eles também sabiam que o Talmud ensina pais judeus de trazer seus filhos para rabinos respeitados pelas bênçãos e orações. Um pai que habitualmente trazer sua criança infantil à sinagoga e Oração para a própria criança. Ele, então, entregá-lo aos anciãos, que seria cada segurá-la e Oração para a bênção de Deus sobre a vida de jovem. Muitas igrejas hoje seguem um padrão um pouco semelhante em espírito de oração, dedicando crianças pequenas para o Senhor.
    Seguindo essa tradição, os pais judeus em Perea, "a região da Judéia, além do Jordão" (v. 1), trouxe seus filhos para Jesus para ser abençoado. Ele não só era um popular, se controverso, rabino conhecido por seu poder milagroso, mas também era conhecido por sua compaixão e sua disposição para atender as necessidades de até mesmo as pessoas mais humildes e indefesos da sociedade. Se Ele era de fato o Messias, como ele dizia ser, esses pais viram uma oportunidade maravilhosa para ter seus filhos abençoados pelo próprio Ungido do Senhor, o Libertador de Israel.
    Porque Jesus não repreendeu os pais ou resistir abençoar seus filhos, é óbvio que seus motivos eram puros. Eles não compreenderam a verdadeira grandeza de Jesus, e, provavelmente, poucos, se algum deles tinha colocado a sua confiança em Jesus Cristo como seu Salvador. Mas eles o reconheceram como um verdadeiro professor de Deus que os amava e que cuidou de seus preciosos pequeninos. Eles, portanto, procurou Sua intercessão junto a Deus em nome de seus filhos, na esperança de que possam crescer como o Talmud admoestou: forte na lei, fiel no casamento, e conhecido pelas boas obras.

    Jesus não era ingenuamente sentimental sobre crianças. Tendo criado-los, Ele bem sabia que eles nascem com uma natureza pecaminosa. As crianças têm uma certa inocência, mas eles não estão sem pecado.Ele sabia que eles não têm que ser ensinados a fazer o mal, que os seus pequenos corações foram naturalmente se inclinou para o mal. Mas Ele amava-os com uma compaixão especial e, devido à sua abertura natural e confiabilidade, Ele segurou-los como exemplos da atitude necessária para a cidadania reino (Mateus 18:3-5.).

    Aqueles que compartilham a mente de Cristo compartilhar seu amor e cuidado para as crianças. Nenhuma igreja ou Cristão movimento prosperou espiritualmente que não teve em conta ou negligenciado os cuidados e formação dos seus filhos. O coração que é quente em direção ao Senhor, inevitavelmente, ser quente para as crianças.

    Um escritor fez esta bela observação:
    Como a flor no jardim se estende em direção à luz do sol, para que haja na criança uma inclinação misterioso na direção da luz eterna. Você já notou essa coisa misteriosa que, quando você diz que a criança menor sobre Deus, ele nunca pede com estranheza e admiração: "O que ou quem é Deus? Eu nunca o vi", mas ouve com brilho rosto para as palavras como se eles foram suave amando sons da terra de casa?Ou quando você ensinar uma criança a dobrar suas pequenas bandas em oração, ele faz isso como se fosse uma coisa natural, como se não estivesse abrindo para ele que o mundo de que tinha sonhado com saudade e expectativa. Ou dizer-lhes, estes pequeninos, as histórias de Salvador, mostrar-lhes as imagens com cenas e personagens da Bíblia [e] ver como seus olhos puros brilhar, como seus pequenos corações batem. (RCH Lenski, A Interpretação dos St . Evangelho de Mateus . [Minneapolis: Augsburg, 1943], p 743)

    Jesus , portanto, disse aos Doze, e ainda diz aos seus discípulos hoje: " Deixem as crianças sozinhas, e não as impeçais de vir a Mim. O verbo grego atrás let ... sozinho está no aoristo, ao passo que o verbo atrás não impeçam é no tempo presente com um negativo, indicando uma chamada para parar alguma coisa. O Senhor estava, portanto, dizendo: " Deixe as crianças em paz, começando imediatamente e parar impedindo -os de chegar a mim. "

    De Marcos aprendemos que Jesus ficou muito indignado com os discípulos (10:14). Eles freqüentemente frustrado e decepcionado ao Senhor por sua insensibilidade e egoísmo, mas este é um dos apenas dois ou três ocasiões em que Ele realmente ficou zangado com eles.
    É provável que havia uma série de razões que estava zangado com eles. Ele estava com raiva porque amava as criancinhas com muito carinho, e Ele, sem dúvida, sentiu compaixão especial para eles por causa da, doloroso, mundo corrupto pecaminosa em que haviam nascido e cujo mal que iria progressivamente tem que enfrentar como eles cresceram. Ele estava com raiva porque Ele também amava os pais e compreendido os anseios especiais e ansiedades que eles têm para os seus filhos. Ele percebeu que amar as criancinhas foi uma forma de corações de seus pais. Ele estava zangado porque ninguém, nem mesmo o mais ínfimo infantil, está fora do cuidado e do amor de Deus. Ele estava com raiva por causa da frieza espiritual persistente dos discípulos e dureza. E Ele, sem dúvida, estava com raiva porque os discípulos presumido para determinar quem podia e não podia aproximar-se d'Ele, o Cristo e Filho de Deus. Não era nem dentro de sua prerrogativa nem a sua competência para fazer tais escolhas. Foi presunção classificação para eles para impedir os pais e seus filhos de vir a Jesus. Especificamente, ele estava com raiva porque o reino dos céus pertence, ou seja, abrange e é caracterizada por crianças como estas.
    Não há nada no texto para indicar que, como alguns afirmam, Jesus foi isolar estes supostamente eleger as crianças dos outros que estavam não eleitos. Além disso, Ele não faz nenhuma menção do batismo, aliança parental, a fé dos pais, ou rito eclesiástico. Ele também não menciona fé pessoal por parte das crianças, que eram provavelmente muito jovem para ter exercido tal crença. O Senhor estava simplesmente dizendo que essas crianças, representante de todas as crianças, eram um retrato da dependência humildade e confiança daqueles de qualquer idade que entrar em Seu reino.
    O reino dos céus é a esfera do governo de Deus em Cristo por meio de salvação graciosa. Para aqueles que tenham atingido a idade em que a fé de poupança pessoal pode ser exercido, o reino está inscrita apenas por uma compreensão divinamente iluminado do que significa confiar em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. A implicação de como estes é que, para aqueles que, por causa da pouca idade ou deficiência mental são incapazes de exercer a fé salvadora, Deus concede-lhes, em caso de morte, a entrada no reino pela operação soberana de Sua graça. Quando as crianças morrem antes de atingirem a idade de decisão, eles vão para a presença de Jesus Cristo, porque eles estão sob a proteção especial do Rei soberano.

    Foi essa gloriosa verdade e reconfortante de que Davi expressou quando perdeu seu filho recém-nascido de Bate-Seba. "Eu irei a ela", disse Davi ", mas ele não vai voltar para mim" (2Sm 12:23).Embora essa afirmação pode indicar pouco mais que uma renúncia às suas tanto entrar no reino dos mortos, os pronomes pessoais eu e ele , assim como a crença confiante de Davi em relação à vida futura (ver Atos 2:25-28; Sl 16. : 8-11), dar credibilidade à idéia de que ele estava confiante de consciência pessoal e identidade na vida por vir. Davi sabia que ele próprio pertencia a Deus e um dia iria entrar em Sua presença, e ele teve igual confiança de que, quando ele entrou na presença do Senhor, ele encontraria o filho pequeno que o precedera lá.

    Não é que as crianças pequenas são regenerados e, em seguida, perder a salvação se não mais tarde receber a Cristo como Senhor e Salvador. É, antes, que sua morte expiatória é aplicada em seu nome se eles morrerem antes que eles são capazes de escolher por conta própria. Pode ser que a taxa de mortalidade infantil é tão alto em muitos países onde o evangelho ainda não penetrou, porque o Senhor está tomando aqueles pequeninos, para si mesmo antes que eles possam crescer em uma cultura onde é tão difícil de encontrar do evangelho e cressem .
    Mas o que uma impressionante responsabilidade enfrenta pais cristãos para se certificar de que seus filhos são ensinados a respeito de Cristo e são levados para recebê-Lo como Salvador quando eles são capazes de exercer a fé salvadora.
    Assim como os pais das crianças solicitado, Jesus pôs as mãos sobre eles, e abençoou-os. No relato de Marcos deste incidente (10:16), a forma grega atrás "bênção" é intenso, indicando um fervor apaixonado. Jesus deve ter sorrido com infinita bondade como Ele olhou para os rostos dessas crianças pequenas. Não sabemos a natureza específica de Sua bênção, mas podemos supor que Ele prometeu a provisão de Deus em seu nome e do cuidado de Deus sobre cada um deles.

    Lucas relata que Jesus declarou então, como ele tinha pouco tempo antes, "Em verdade eu vos digo: quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele em tudo" (Lc 18:17; conforme Mt 18:3.). Todos os "filhos são um dom do Senhor; o fruto do ventre é uma recompensa," dada a pais como graciosas bênçãos (Sl 127:3; conforme 2Tm 1:5), por isso os pais cristãos podem ter versículos bíblicos e placas em toda a casa para reforçar as verdades bíblicas. Quando histórias e verdades bíblicas são cantadas, novo reforço é dado.

    Nessa passagem Deuteronômio Deus deu a Israel antigo um aviso final para não esquecer Ele ea Sua Palavra depois que eles tinham vindo para a Terra Prometida e foram abençoados com bênçãos materiais ", para que não te esqueças do Senhor, que vos fiz da terra do Egito, da da casa da escravidão "e" seguir outros deuses, os deuses dos povos que o cercam "(06:12, 14). Tal como os seus pais, as crianças precisam tomar cuidado com os muitos falsos ídolos pela qual o mundo os atrai para longe do Senhor.
    A terceira palavra-chave é modelo . As crianças não apenas precisa preceitos divinos colocar padrões divinos. Eli, o sacerdote era um exemplo negativo para seus dois filhos. Seguindo o modelo ímpios da vida de seu pai, que foi ainda a mais extremos de imoralidade e sacrilégio. Quando Eli repreendeu-os eles não prestaram atenção, em parte porque sua repreensão era indiferente e muito leve e, em parte porque não tinha respeito por ele devido à sua própria vida comprometida (1 Sam. 2: 12-25).

    De forma semelhante até mesmo o grande Davi não conseguiu ser um exemplo piedoso para seus filhos. Seu filho Absalão era tão perverso e rebelde que ele tentou matar o pai e usurpar o trono. Seu filho Salomão levou centenas de esposas e concubinas, incluindo muitos estrangeiros cujas formas pagã virou-o de lealdade para com o Senhor. Não só foi a família de Solomon quebrado, mas também do reino.Rei Ezequias desobedecido a instrução de Deus, mostrando as jóias reais para o rei de Babilônia, e seu filho Manassés superou compromisso de seu pai e totalmente abandonada a lei de Deus.
    Escrevendo em Eternity revista (maio 1979, p. 35), Tom Cowan observado,

    Os pais devem estar cientes do valor pessoal da verdade para seu próprio bem e não apenas para as causas de seus filhos. Não podemos simplesmente fazer uma criança acredita em uma verdade, porque isso é bom para eles. Seus espíritos perceptivas vai sentir quando estamos fazendo algo para engenheiro ou manipular uma determinada resposta. Em vez disso, é a autenticidade do compromisso dos pais com a verdade para além das vidas das crianças que traz a liberdade de compartilhar e transmitir a verdade para eles. Em outras palavras, um motivo maduro para transmitir a verdade é que, como um pai eu defendo que a verdade tem valor para a minha vida, independente dos meus filhos e da sua resposta a ela.
    A quarta palavra-chave é o amor , então obviamente imperativo que pouco precisa ser dito sobre ele. Somente os pais que choram amorosamente com seus filhos, alegrem-se com eles, ferido com eles, desinteressAdãoente atendê-los, mostrar-lhes afeto genuíno e sacrifício por eles efetivamente influenciá-los nas coisas do Senhor.

    A palavra chave final é a confiança . Depois que os pais fizeram tudo humanamente possível para criar seus filhos no caminho do Senhor, que deve finalmente confiar nele para fazer esses esforços frutífera.Somente o Espírito Santo pode chegar ao coração humano, incluindo o coração de uma criança, e só Seu poder pode dar a vida espiritual e capacitar fidelidade espiritual.

    105. Como obter a vida eterna (Mateus 19:16-22)

    E eis que um veio até ele e disse: "Mestre, que coisa boa que eu devo fazer para que eu possa alcançar a vida eterna?" E disse-lhe: "Por que você está perguntando-me sobre o que é bom Não é só aquele que é bom,? Mas se queres entrar na vida, observa os mandamentos". Ele disse-lhe: "Quais?" E Jesus disse: "Você não matarás; não cometerás adultério; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe;. E amarás o teu próximo como a ti mesmo" O jovem disse-lhe: "Todas essas coisas eu mantive;? O que estou ainda falta"Jesus disse-lhe: "Se queres ser perfeito, vai e vender seus bens e dar aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." Mas quando o jovem, ouvindo esta afirmação, ele retirou-se triste; pois ele era um dono de muitas propriedades (19: 16-22)

    A princípio pode-se perguntar que tipo de mensagem de Jesus estava tentando dar a este homem que veio a Ele. A verdade é resumido na afirmação de Jesus em outra ocasião: "Então, por isso, não um de vocês pode ser meu discípulo que não desistir de todos os seus próprios bens" (Lc 14:33).

    Há alguns anos o jovem no assento ao meu lado em um avião perguntou: "Senhor, você não sabe como eu poderia ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo, não é?" Tomado um pouco de surpresa pela sua abertura e parecendo prontidão para a salvação, eu disse a ele que ele precisava para receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. Ele disse: "Eu gostaria de fazer isso", e oramos juntos e se alegraram em sua decisão. Ele estava em seu caminho para um novo emprego perto da nossa igreja, por isso ele foi batizado e começou a frequentar serviços. Mas alguns meses depois, eu estava extremamente desapontado ao descobrir que ele tinha desenvolvido nenhum interesse em tudo nas coisas do Senhor e foi viver de tal forma que era evidente que ele não tinha sido transformada. Ele logo desapareceu da igreja e nunca mais voltou.
    Qualquer pessoa que tenha feito muito testemunho pessoal encontrou pessoas que fazem uma profissão de fé em Cristo, mas cujas vidas subseqüente mostram nenhuma mudança nas atitudes ou comportamentos. E quando eles não indicam o amor a Deus e de Cristo, não há interesse na Bíblia, na oração, ou na comunhão do povo de Deus, não há nenhuma boa razão para acreditar que eles nunca foram salvos.
    Nosso Senhor deu este jovem um teste. Ele teve que fazer uma escolha entre Cristo e os seus bens e do pecado, e ele falhou no teste. Não importa o que ele pode ter acreditado, porque ele não estava disposto a abandonar tudo, ele não poderia ser um discípulo de Cristo. A salvação é para aqueles que estão dispostos a abandonar tudo.

    O incidente registrado em Mateus 19:16-22 dá uma visão sobre como algumas pessoas que demonstram grande interesse no evangelho nunca chegar a uma relação salvadora com Jesus Cristo. Este jovem foi afastado de Cristo, não porque ele ouviu a mensagem errada ou porque ele não acreditava, mas porque ele não estava disposto a admitir o seu pecado, renunciar a tudo o que tinha, e obedecer a Cristo como Senhor.

    O pedido de Jesus

    E eis que um veio até ele e disse: "Mestre, que coisa boa que eu devo fazer para que eu possa alcançar a vida eterna?" (19:16)

    Do versículo 20 aprendemos que o único que veio a Ele era um homem jovem, e a partir do versículo 22 que ele era rico. Lucas nos informa que ele também era um governante (18:18), provavelmente uma régua na sinagoga, uma posição especialmente homenageado por um jovem. Ele era um líder religioso-devoto, honesto, rico, proeminente e influente. Ele tinha tudo. Eis que sugere quão incomum e inesperado foi que ele iria admitir que ele faltou a vida eterna e vir a Jesus para encontrá-lo.

    Vários fatores são claras ao analisarmos este encontro único. Em primeiro lugar, ele veio procura realmente a vida eterna, motivado por seu senso de necessidade de uma verdadeira esperança espiritual. O termo vida eterna é utilizado cerca de 50 vezes nas Escrituras, e sempre se refere principalmente à qualidade e não quantidade. Embora a vida eterna , obviamente, traz a idéia de ser uma realidade eterna que não se refere simplesmente a existência interminável. Mesmo antigos pagãos sabia que a mera existência sem fim, não seria necessariamente desejável. Segundo a mitologia grega, Aurora, deusa do amanhecer, se apaixonou por uma jovem mortal chamada Tithonus. Quando Zeus ofereceu para fornecer qualquer coisa que ela desejava para seu amante humano, ela pediu que ele nunca poderia morrer. O desejo foi concedido, mas porque ela não pediu que Tithonus permanecer jovem para sempre, ele continuou a crescer mais velho e mais decrépita. Em vez de ser abençoado, ele foi amaldiçoado a degeneração perpétua.

    Se, como William Hendriksen observa com perspicácia "," vida "significa resposta ativa para com o meio ambiente", então a vida eterna deve significar resposta ativa para o que é eterno, ou seja, reino celestial de Deus. Assim como a vida física é a capacidade de viver e mover-se e responder no mundo físico, a vida eterna é a capacidade de viver e circular e responder no mundo celestial.

    A vida eterna é antes de tudo uma qualidade de existência, a capacidade divinamente dotado de estar vivo para Deus e as coisas de Deus. Os judeus, vendo-o como aquilo que enche o coração de esperança de vida após a morte. A pessoa não salva está espiritualmente vivo apenas para o pecado. Mas quando ele recebe a Cristo como Senhor e Salvador, ele torna-se viva a Deus e à justiça (Rom. 6: 1-13). Essa é a essência da vida eterna , a vida do próprio Filho de Deus que habita dentro.

    O jovem príncipe não poderia ter entendido o significado completo do que ele pediu, mas ele percebeu que havia uma dimensão importante para a sua vida presente, religioso e de prestígio como estava, o que estava faltando. Apesar de sua alta posição aos olhos dos homens, ele sabia que não tinha o dado por Deus de paz, descanso, esperança, segurança e alegria de que os salmistas e os profetas falaram. Ele pode ter percebido que ele precisava de um relacionamento mais próximo de Deus do que ele tinha. Simplesmente por fazer essa pergunta de Jesus, ele mostrou-se além da religiosidade hipócrita dos escribas e fariseus Ele reconheceu a necessidade espiritual profunda que, para todos os seus esforços religiosos, estava insatisfeito. Ele sabia que ele não possuía a vida de Deus que satisfaz aqui e agora e dá esperança para a vida futura.
    O fato de que ele veio a Jesus publicamente e fez uma pergunta tão pessoal e revelador mostra a sinceridade do homem. Ele não era arrogante ou presunçoso, mas foi humildemente determinado a encontrar satisfação para a necessidade premente que sentiu em sua vida, e ele estava alheio ao que as pessoas ao seu redor pode ter pensado.
    O jovem príncipe não só sabia que sua necessidade, mas profundamente sentida essa necessidade, e ele estava desesperado. Muitas pessoas que admitem que não tem a vida eterna , no entanto, não sinto nenhuma necessidade para isso. Eles sabem que não estão vivos para Deus, e não me importo. Eles sabem que não há dimensão divina para suas vidas, mas consideram que fato irrelevante e sem importância. Eles não têm nenhuma esperança para a vida futura, mas são perfeitamente satisfeito em permanecer como estão.

    O jovem príncipe sentiu sua necessidade tão profundamente que, quando ouviu Jesus estava na vizinhança, ele "correu até ele e se ajoelhou diante dele" (Mc 10:17). Ele não podia esperar para fazer esta grande Mestre como encontrar a resposta à sua profunda saudade. Ele não estava envergonhado pelo fato de que ele era conhecido e respeitado pela maioria das pessoas que se aglomeravam em torno de Jesus. Ele não se importava com o risco de perder a face com aqueles que, provavelmente, considerou-o já a ser religiosamente cumprido e especialmente favorecidos por Deus.

    Embora ele provavelmente estava no meio da multidão de pais que trouxeram seus filhos para ser abençoado, este homem não tinha vergonha de pedir uma bênção para si mesmo. Ele estava dizendo para Jesus, com efeito, "Preciso de sua ajuda, tanto como estas crianças." Assim como as crianças submetidas a Jesus por ser levado em seus braços, o jovem rico apresentado pelo ajoelhando-se diante dele. Ele prostrou-se diante do Senhor em uma posição de humildade. Ele apareceu sério, sincero, altamente motivado e ansioso.
    Este jovem governante veio buscando a coisa certa: a vida eterna, e ele veio para a única pessoa que poderia dar-lhe. Ele, é claro, refere-se a Jesus, que não só é o caminho para a vida eterna , mas é Ele mesmo que a vida. "Deus nos deu a vida eterna", declara João ", e esta vida está em seu Filho", que "é o verdadeiro Deus ea vida eterna" (1Jo 5:11, 1Jo 5:20). Não havia nada de errado com a sua motivação, porque certamente é bom desejar a vida eterna.

    Ao abordar Jesus como professor ( didaskalos ), o jovem admitiu que Ele seja um rabino respeitado, uma autoridade no Antigo Testamento, um professor de verdade divina. Embora os dois outros evangelhos sinópticos relatam que o homem também chamado de Jesus "bom" (Mc 10:17; Lc 18:18), não há razão para acreditar que ele considerava Ele era o Messias prometido e Filho de Deus.Mas ele, obviamente, considerada Jesus para ter uma estatura de caráter justo acima do rabino típico. A autoridade do ensinamento de Jesus e o poder de Seus milagres certamente qualificou-o como alguém que sabia o caminho para a vida eterna . Mesmo que ele não reconhecer que Jesus era o Messias e Deus na carne, ele tinha vindo para a pessoa certa (conforme At 4:12).

    Não só o jovem vir para a fonte de direito, mas ele fez a pergunta certa: "Que coisa boa que eu farei para que eu possa alcançar a vida eterna?" Muitos intérpretes têm criticado o homem por perguntar sobre o que ele deve fazer, o que sugere que a sua questão foi orientada obras. Sem dúvida ele estava mergulhada no sistema legal farisaica que passou a dominar o judaísmo e foi treinado para pensar que fazer as coisas religiosas era o caminho para ganhar o favor divino. Mas em termos nominais, a pergunta era legítima. Não é algo que se deve fazer para chegar a Deus. Quando a multidão perto de Cafarnaum perguntaram a Jesus: "O que devemos fazer, para que possamos realizar as obras de Deus?" Ele respondeu: "Esta é a obra de Deus, que creiais naquele que por ele foi enviado" (João 6:28-29).

    O principal ponto da questão era descobrir como obter a vida eterna, e esta é a questão mais importante que uma pessoa pode perguntar. Todo o propósito do evangelismo é trazer os perdidos para Jesus Cristo, a fim de que eles possam alcançar a vida eterna . O significado muito efeito e da salvação é trazer a vida eterna para aqueles que, por causa do pecado, enfrentar a morte eterna (Rm 6:23).

    A questão nesta ocasião foi a salvação do homem, e não um maior nível de discipulado subseqüente à salvação. A maior parte do trabalho de evangelização é trazer as pessoas para o ponto onde eles sentem sua necessidade de salvação, mas este jovem já estava lá. Ele estava pronto para assinar o cartão, levantar a mão, andar pelo corredor, ou o que quer. Ele estava madura e pronta-o que muitos evangelistas modernos consideraria uma "perspectiva quente."

    A resposta por Jesus

    E disse-lhe: "Por que você está perguntando-me sobre o que é bom Não é só aquele que é bom,? Mas se queres entrar na vida, observa os mandamentos". Ele disse-lhe: "Quais?" E Jesus disse: "Você não matarás; não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe;. E amarás o teu próximo como a ti mesmo" (19: 17-19)

    A resposta de Jesus é ainda mais surpreendente do que o pedido da jovem . Ele disse-lhe: "Por que você está perguntando-me sobre o que é bom Não é só aquele que é bom,? Mas se queres entrar na vida, observa os mandamentos".

    Em vez de levar o jovem pelo valor de face e pedindo-lhe para "tomar uma decisão por Cristo," Jesus foi muito mais profundo na busca de o estado de seu coração e testou seu verdadeiro propósito e motivação. Em vez de regozijando-se de que o homem estava aparentemente disposto a receber a vida eterna e encorajando-o a simplesmente fazer uma oração ou afirmar sua fé, Jesus lhe fez uma pergunta em troca que era imensamente desconcertante.
    Abruptas e aparentemente evasivas As palavras do Senhor: "Por que você está perguntando-me sobre o que é bom?" revelam que Ele podia ler o coração do homem. Ele tinha perguntado sobre a vida eterna verbalmente e seu coração estava com saudades de saber o que um bom trabalho pode trazê-lo de que a vida. O comentário de Jesus que "não há somente um que é bom" foi, talvez, um meio de curiosos fora do homem justo, que ele achava que era Jesus. Será que ele percebe que Aquele a quem ele estava perguntando sobre o que é bom mesmo era Aquele que é bom, ou seja, Deus? Se ele tivesse vindo a Jesus para a ajuda divina, porque ele acreditava que o próprio Jesus a ser divino? Porque o homem não fez nenhuma resposta relativa à único que é bom, parece certo que ele viu Jesus como nada mais que um professor humano especialmente dotado. Ele havia de fato chegado à fonte de direito para a resposta à sua pergunta e para o cumprimento de sua necessidade, mas ele não reconheceu que a Fonte para quem ele realmente era.
    Jesus não respondeu de imediato, mostrando o caminho da salvação, porque o homem estava faltando uma qualidade essencial. Faltava-lhe o sentido de seu próprio pecado, e Jesus teve que apontar isso.

    Próximo comentário de Jesus: "Se queres entrar na vida, observa os mandamentos", foi mais do que familiarizado com o homem judeus foram ensinadas todas as suas vidas que o caminho para a vida era por meio da obediência aos mandamentos de Deus. Lv 18:5.). Talvez Jesus estava simplesmente dizendo ao homem: "Você sabe o que fazer. Por que você está perguntando de mim? Eu não ensinei nada que já não está escrito nas Escrituras. Você é um aprendeu e dedicou judeu e você sabe o que a lei de Deus requer. Vai fazê-lo ".

    Julgado pelos princípios e estratégia de evangelismo muito contemporâneo, Jesus parece ter feito um erro grave e insensível. Ele não só não tirar partido de prontidão óbvia do homem para tomar uma decisão, mas Ele mesmo parecia estar ensinando justiça pelas obras.
    Mas Jesus conhecia o coração deste homem não estava pronto para crer nEle, assim como os corações de muitas pessoas que expressam grande interesse por ele não está pronto para acreditar. O homem tinha um profundo desejo por algo importante em sua vida que ele sabia que estava faltando. Ele, sem dúvida, tinha ansiedade e frustração e ansiava por paz, alegria esperança e de convicção. Ele queria que todas as bênçãos interiores do Antigo Testamento associados com a vida espiritual. Ansiava por bênçãos de Deus, mas não o fez por muito tempo para Deus. Ele queria saber o que as coisas boas que ele deveria fazer, mas ele não queria saber o Único que é bom.
    Ao longo da história e muitos princípios e métodos de evangelismo questionáveis, certamente, em nossos dias a Igreja tem testemunhado, muitas vezes exercido com sinceridade e boa intenção. Ênfase indevida em tais atos externos, como as mãos levantadas, cartões assinados, e as decisões verbais pode levar muitas pessoas cristãs trabalhadores e convertidos professos alike-em salvação acreditando ocorreu quando ele não tem. A decisão prematura e incompleta não é uma decisão Cristo reconhece como válido.
    O evangelho não é um meio de adição de algo melhor para o que já tem, uma forma de complementar o esforço humano por divina. Nem é simplesmente um meio de satisfazer as necessidades psicológicas, não importa o quão real e significativa que sejam. Jesus não morreu simplesmente para fazer as pessoas se sentirem melhor, aliviando suas frustrações e ansiedades. E alívio de tais sentimentos há certa evidência de salvação.
    Muitas pessoas estão simplesmente à procura de soluções para as suas necessidades sentidas, mas isso não é o suficiente para trazê-los à salvação legítimo. Jesus, portanto, não oferecem qualquer alívio para os jovens mans necessidades sentidas. Em vez disso, ele deu uma resposta projetado para confrontá-lo com o fato de que ele era uma ofensa vivendo para Deus Santo. Evangelismo adequado deve levar um pecador para medir-se contra a lei perfeita de Deus para que ele possa ver a sua deficiência. A salvação é para aqueles que odeiam seu pecado.
    O jovem príncipe deve ter soado mais do que um pouco perplexo como ele pediu, quase retoricamente "Quais?" A implicação parece ser: "Eu li os mandamentos muitas vezes. Decorei-los quando eu era pequeno e eu tenho guardado cuidadosamente eles desde então. Como eu poderia ter perdido alguma? Quais delas você poderia, eventualmente, ter em mente?"

    Jesus respondeu citando cinco dos Dez Mandamentos: a não cometer o assassinato, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, e para honrar seu pai e sua mãe (ver Ex. 20: 12-16). Em seguida, acrescentou o segundo maior mandamento: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Lv 19:18; conforme Mt 22:39..).

    Não há palavras da Escritura teria sido mais familiar para o jovem governante do que aqueles. Mas novamente ele perdeu o ponto de Jesus. Assim como ele não reconheceu que Aquele a quem ele falava era mesmo Deus e fonte de vida eterna, ele também não conseguiu ver que os mandamentos bem conhecido, e todos os outros mandamentos, não poderia fornecer a vida para a qual apontou . Se uma pessoa foi capaz de manter perfeitamente a todos os mandamentos durante toda a sua vida, ele teria de fato a vida, assim como Jesus havia dito (v. 17). O que Ele estava tentando mostrar ao homem, no entanto, é que ninguém é capaz de guardar todos os mandamentos perfeitamente nem mesmo um deles.

    O Senhor não mencionou os quatro primeiros dos Dez Mandamentos, que se concentram em atitude do homem para com Deus (Ex. 20: 3-11), ou o primeiro e maior mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com todas as tuas forças "(Dt 6:5..). Esses mandamentos são ainda mais impossível de manter do que as que Jesus citados. Por isso, o Senhor desafiou o jovem príncipe contra o menos possível dos mandamentos, como se fosse.

    A resposta para Jesus

    O jovem disse-lhe: "Todas essas coisas eu mantive;? O que estou ainda falta" Jesus disse-lhe: "Se queres ser perfeito, vai e vender seus bens e dar aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." Mas quando o jovem, ouvindo esta afirmação, ele retirou-se triste; pois ele foi um dos que possuía muitos bens. (19: 20-22)

    Resposta— do homem " Todas essas coisas que eu mantive;? O que estou ainda falta " -era provavelmente sincera, mas estava longe de ser verdade. Como a maioria dos escribas e fariseus, ele estava convicto em sua própria mente que ele tinha guardado tudo da lei de Deus. Ele disse a Jesus: "Mestre, eu guardava todas estas coisas desde a minha mocidade" (Mc 10:20). Porque os mandamentos referentes atitudes em relação a Deus eram tão familiar ao homem como o de um Jesus citou, ele, obviamente, pensei que ele tinha cumprido as também. Seu ponto de vista da lei era completamente superficial, externo, e orientada para o homem. Porque ele não havia cometido adultério físico ou assassinato, porque ele não era um mentiroso ou um ladrão, e porque ele não blasfemar nome ou adorar os ídolos do Senhor, olhou a si mesmo como sendo praticamente perfeito aos olhos de Deus.

    Ao perguntar: " O que eu estou ainda falta ? " ele deu a entender que lá também deve ter sido um mandamento de que ele nunca tinha ouvido falar ou que algo além de manter a lei foi necessária para obter a vida eterna. Ele simplesmente não ocorreu a ele que ele ficou aquém em obediência a qualquer parte da lei conhecida de Deus. Porque sua vida exterior, humanamente observado foi vertical e religioso, ele nunca suspeitou que sua vida interior, divinamente observada foi "cheios de ossos de mortos e de toda imundícia (Mt 23:27). Ele não iria admitir para si mesmo que a luxúria é um forma de adultério, que o ódio é uma forma de assassinato, ou que jurar por qualquer coisa no céu ou na terra é uma forma de tomar o nome do Senhor em vão (Mt 5:22, Mt 5:28, 34-35) E certamente nunca ocorreu. a ele que "qualquer que guardar toda a lei, mas tropeça em um só ponto, tornou-se ... culpado de todos" (Jc 2:10).

    Como a maioria de seus contemporâneos judeus, ele falhou totalmente para ver o que os comandos do mosaico não foram dadas como meios para alcançar humanamente padrão de justiça de Deus, mas foram dados como fotos de Sua justiça. A lei também foi dada para mostrar aos homens como é impossível para eles para viver de acordo com seus padrões de retidão em seu próprio poder. A obediência à lei é sempre imperfeito, porque o coração humano é imperfeito.
    Uma das maiores maldições do pecado é a cegueira espiritual e moral que produz. Não parece exigir a revelação especial de Deus para os homens a perceber que mesmo os mandamentos relativos à sua relação com os outros homens são impossíveis de manter perfeitamente. Que pessoa verdadeiramente honestos diriam que ele nunca disse uma única falsidade de qualquer tipo, nunca cobiçado qualquer coisa que pertence a outra pessoa, e sempre tratou seus pais com respeito e honra, e muito menos que ele sempre amou os seus vizinhos, tanto quanto ele amava a si mesmo? Mas uma das principais estratégias de Satanás é cegar os pecadores para o seu pecado; e porque o orgulho é o cerne de todo o pecado, há uma inclinação natural para o auto-engano. E nada é mais eficaz na produção de auto-engano que faz a justiça, que é a base de toda religião feita pelo homem, incluindo a religião dada por Deus, mas humanamente corrompida do judaísmo do primeiro século.
    O jovem príncipe estava ciente de que ele não tinha e precisava de receber, ou seja, a vida eterna. Mas ele não estava disposto a admitir o que ele tinha e precisava se livrar, ou seja, o pecado. Ele tinha muito orgulho espiritual de reconhecer que ele era pecador por natureza e que toda a sua vida ficou aquém da santidade de Deus e era uma ofensa a Ele. Seu desejo para a vida eterna foi centrado inteiramente em suas próprias necessidades sentidas e anseios.

    Ele não tinha ódio pelos pecados que precisava perdoar e nenhuma admissão de um coração que precisava de limpeza. Ele, portanto, não estava olhando para o que Deus precisava fazer por ele, mas pelo que ele ainda precisava fazer para Deus. Como a maioria dos judeus de sua época e, como a maioria das pessoas em todas as épocas e culturas, acreditava que seu destino estava nas suas mãos e que, se o seu lote foram para melhorá-lo teria que ser por seus próprios esforços. Tudo o que ele queria de Jesus foi outro mandamento, uma outra fórmula, um outro rito ou cerimônia pela qual ele pudesse completar suas obrigações religiosas e tornar-se aceitável a Deus.
    Mas a salvação é para as pessoas que o desespero de seus próprios esforços, que percebem que, em si mesmos e por si mesmos, eles são irremediavelmente pecaminosa e incapaz de melhorar. A salvação é para aqueles que se vêem como violações de vida da Sua santidade e que confessam e se converter dos seus pecados e se lançam sobre a misericórdia de Deus. É para aqueles que reconhecem que não têm absolutamente nada de bom para dar a Deus, que nada de bom que recebem ou realizar pode ser apenas por Sua soberana disposição, gracioso em Jesus Cristo.

    Paulo passa três capítulos inteiros de Romanos que declaram a pecaminosidade do homem antes que ele nunca discute o caminho da salvação. Jo 1:17 declara: "A Lei foi dada por Moisés, a graça ea verdade vieram por Jesus Cristo." Lei precede sempre a graça; é o tutor que conduz a Cristo (Gl 3:24).

    Jesus tomou o foco fora sentida do jovem necessidades religiosas e psicológicas e colocou-o em Deus. Ele tentou mostrar ao homem que o verdadeiro problema em sua vida não era o seu sentimento de vazio e incompleto, legítimo e importante quanto esses sentimentos eram. Seu grande problema, das quais as necessidades sentidas levantou-se, foi a sua separação de Deus e de sua total incapacidade de reconciliar-se com Deus. Escritura diz: "Deus está zangado com o ímpio todos os dias" (Sl 7:11 NVI ). Em si mesmo, este homem não só ficou muito aquém de padrões justos de Deus, mas era, na verdade, um inimigo de Deus e sob a Sua ira (Rm 5:10; Ef 2:3; At 26:20). Pedro mesmo usado arrependimento como sinônimo de salvação, quando escreveu que "o Senhor ... é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" (2Pe 3:9; 16: 8-9). Eles são obras divinas de graça, não obras pré-salvação de esforço humano. Mas, assim como receber a Cristo como Senhor e Salvador exige a ação da vontade do crente, então, fazer a confissão e arrependimento. Não é que um incrédulo deve entender tudo sobre a confissão, o arrependimento, ou qualquer outro aspecto da salvação. Uma pessoa pode realmente receber a Cristo como Senhor e Salvador com muito pouco conhecimento sobre Ele e o evangelho. Mas a crença genuína é caracterizada pela vontade de fazer o que o Senhor exige, assim como a descrença é caracterizada pela falta de vontade de fazer o que Ele exige.

    Em outra tentativa de tornar o jovem governante auto-satisfeito enfrentar sua verdadeira condição espiritual, Jesus disse-lhe: "Se queres ser perfeito, vai e vender seus bens e dar aos pobres, e terás um tesouro no céu; e . Vem e segue-Me " Neste contexto, completa é usado como sinônimo de salvação, como acontece muitas vezes no livro de Hebreus, onde a mesma palavra grega básica é traduzida como "perfeito" (ver 07:19; 10: 1, 14; 12:23). Jesus estava dizendo: "Se você realmente deseja a vida eterna, provar a sua sinceridade com a venda de seus bens e dar o que você tem para os pobres . " Se ele realmente viveu até o comando Mosaic amar o próximo como a si mesmo, ele estaria disposto a fazer o que Jesus agora ordenado. Sua disposição de obedecer a esse comando não merecer a salvação, mas seria evidência de que ele desejava a salvação acima de tudo, como um tesouro inestimável, ou uma pérola de grande valor para o qual nenhum sacrifício pode ser muito grande (veja 13 44:40-13:46'>Mat. 13 44:46 ).

    O último teste foi ou não o homem estava disposto a obedecer ao Senhor. A verdadeira questão Jesus apresentado foi: "Você vai fazer o que eu peço, não importa o quê? Quem será o Senhor em sua vida, você ou eu?" Que atingiu um nervo sensível. Jesus pede para ser Senhor, soberano sobre tudo. Não havia melhor maneira de descobrir se o homem estava pronto para aceitar a soberania de Cristo do que pedir-lhe para desistir de suas riquezas. O Senhor desafiou sua riqueza para forçá-lo a admitir que era mais valioso para ele, Jesus Cristo ea vida eterna ou o seu dinheiro e posses. O último foi claramente a prioridade do homem e, portanto, para ele salvação foi perdido.
    A primeira parte da ordem de Jesus era bem capaz de ser obedecido no próprio poder do homem. Mas ele recusou-se a cumpri-lo, não porque ele não podia , mas porque ele não o faria . Ele não só não conseguiu manter impossível comandos de Deus, mas não conseguiu manter este que foi facilmente possível, provar conclusivamente que ele realmente não quer fazer a perfeita vontade de Deus e espiritualmente estar completa .

    Marcos diz-nos que, como Ele deu ao homem que comanda, "Jesus sentiu um amor por ele" (10:21). O Senhor deve ter sentido por ele como fez com Jerusalém como Ele olhou para a grande cidade e gritou: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos juntos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o teria "(Lc 13:34). Jesus estava se aproximando o momento em que Ele derramou Seu próprio sangue para os pecados do jovem rico, e pelos pecados de Jerusalém e de todo o mundo. Mas tanto quanto Ele amava o homem e desejado por ele não se perca, Ele não poderia salvá-lo, enquanto ele se recusou a admitir que estava perdido. O Senhor não pode fazer nada com uma vida que não é entregue a Ele, exceto para condená-la.

    É possível que o homem nem sequer ouviu Jesus dizer: " Vem e segue-me . " Ele estava tão desanimado com o comando de vender seus bens e dar aos pobres que o chamado de Jesus para o discipulado não registrou em sua mente consciente. Seu chamado para o discipulado sempre cai em ouvidos surdos quando há falta de vontade de desistir de tudo por Ele (conforme Mt 8:19-22.).

    O jovem não queria que Jesus quer como Salvador ou como Senhor. Ele não estava disposto a dar-lhe os seus pecados sejam perdoados ou sua vida para ser governado. Portanto, quando ouviu Jesus 'declaração, ele retirou-se triste; pois ele foi um dos que possuía muitos bens. Ao contrário do que a sua própria auto-avaliação, ele não fez jus a qualquer da lei de Deus, mas ele foi especialmente culpado na área do materialismo. A propriedade que ele pensou que ele possuía realmente pertence a ele, e ele preferiria ser seu servo de Jesus.

    Ele retirou-se triste , porque, embora ele veio Jesus para a vida eterna, ele deixou sem ele. Ele não desejá-lo acima das posses de sua vida presente. Ele queria ganhar a salvação, mas não tanto quanto ele queria manter sua propriedade.

    Zaqueu era também um homem rico. Mas quando Jesus o chamou, "ele correu e desceu, e recebeu de boa vontade" Espontaneamente ele se ofereceu para fazer basicamente o que Jesus ordenou ao jovem rico que fazer. "Metade dos meus bens darei aos pobres." Zaqueu disse, "e se defraudei alguém em qualquer coisa, eu vou dar a volta quatro vezes mais." Jesus então lhe disse: "Hoje a salvação entrou nesta casa" (Lucas 19:5-9). Zaqueu não foi salvo por causa de sua generosidade recém-descoberta. Ao contrário, sua generosidade recém-descoberto evidências de que ele era realmente salva. Como está implícito no versículo seguinte, Zaqueu foi salvo porque ele confessou que estava perdido (v. 10).

    Apesar de todo o pecado deve ser abandonado por causa de Cristo, muitas vezes há um certo pecado ou grupo de pecados que uma pessoa encontra particularmente difícil de desistir. Por essa jovem foi amor de sua riqueza e do prestígio associado a ele. Vontade de desistir de sua propriedade não o teria salvo, mas ele teria revelado um coração que, sob a obra de convencimento do Espírito Santo estava pronto para a salvação.

    Quando Jesus declarou: "Ninguém de vocês pode ser meu discípulo que não desistir de todos os seus próprios bens" (Lc 14:33), Ele não estava se referindo apenas aos bens materiais. Para algumas pessoas o obstáculo supremo para a salvação pode ser uma carreira, um namorado ou namorada não salva, ou algum pecado acariciado. Muitas pessoas que são materialmente destituídos estão tão longe do reino como o jovem rico. No entanto, eles devem estar dispostos a abrir mão de tudo o que eles possuem, mesmo que tudo o que resta é o orgulho, se eles seriam salvos.

    Salvação envolve um compromisso de abandonar o pecado e seguir a Jesus Cristo a todo custo. Ele tomará discípulos em nenhum outro termo. Uma pessoa que não se "confessar com a [sua] boca que Jesus é Senhor e crer em [seu] coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos," não pode ser salvo ", para que com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação "(Rom. 10: 9-10).

    106. A pobreza das riquezas e as riquezas da Pobreza (Mateus 19:23-29)

    E Jesus disse aos seus discípulos: "Em verdade vos digo que, é difícil para um rico entrar no reino dos céus. E mais uma vez eu digo a você, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus ". E os discípulos ouviram isto, eles foram muito surpreso e disse: "Então, quem pode ele salvou?" E, olhando para eles, Jesus disse-lhes: «Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." Então Pedro, respondendo, disse-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos;? O que, em seguida, haverá para nós" E Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo que, que você que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, você também deve se sentar em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna. " (19: 23-29)

    O jovem rico veio a Jesus buscando a vida eterna, mas as barreiras de seu egocentrismo e auto-justiça ficava no caminho de sua recebê-lo (19: 16-22). Ele não iria reconhecer a sua necessidade de arrependimento e do perdão de Cristo, nem que ele iria apresentar ao senhorio de Cristo. Ele sinceramente queria a vida eterna, mas ele queria suas riquezas e sua auto-justiça ainda mais. Quem quiser algo mais do que Cristo perderá Cristo.
    Neste presente passagem do Senhor elabora sobre o perigo espiritual de confiar em riquezas materiais e as bênçãos espirituais de abandoná-los por causa dele. Ele se concentra em primeiro lugar sobre o que poderia ser chamado de pobreza das riquezas (vv. 23-26) e, em seguida, sobre as riquezas da pobreza (vv. 27-29).

    O Poverty da Riches

    E Jesus disse aos seus discípulos: "Em verdade vos digo que, é difícil para um rico entrar no reino dos céus. E mais uma vez eu digo a você, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no reino de Deus ". E os discípulos ouviram isto, eles foram muito surpreso e disse: "Então, quem pode ser salvo?" E, olhando para eles, Jesus disse-lhes: «Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível." (19: 23-26)

    A expressão Em verdade vos digo que foi uma figura judaica comum de expressão utilizada para introduzir um ensino de grande importância. Ele levou a idéia de "Preste atenção especial para o que estou prestes a dizer" A verdade importante Jesus quis transmitir a seus discípulos no momento era que, uma vez que tinha acabado de ver tragicamente ilustrado pelo jovem rico, é difícil para um homem rico entrar no reino dos céus.

    O reino dos céus se refere à esfera da regra da graça de Deus e, como resulta do fato de que Jesus usa tanto na mesma declaração, é sinônimo com o reino de Deus. Por vezes intertestamentários, o céu tornou-se um termo substituto judeu comum para o nome da aliança de Deus (Yahweh, Jeová), que preferiram não falar. Neste contexto, os termos também são sinônimo de vida eterna, que o jovem rico estava procurando (v. 16), e, portanto, com a salvação. Na sequência do incidente daquele jovem, cuja riqueza era para ele uma barreira impenetrável para receber a Cristo como Senhor e Salvador, Jesus explicou aos Doze o perigo eterno de confiar em bens materiais.

    O Senhor enfatizou repetidamente que segui-Lo necessária disposição de sacrificar tudo o que uma pessoa tinha, econômico, pessoal, social, e tudo o mais. "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim", ele disse; "E quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim E quem não toma a sua cruz e siga-Me depois não é digno de mim Quem acha a sua vida, perdê-la.". (Mateus 10.: 37-39). A pessoa deve desejar a salvação mais do que qualquer outra coisa, de modo que nenhum sacrifício é grande demais para fazer por amor de Cristo. É por isso que "o portão é pequeno, e o caminho é estreito que conduz à vida, e poucos são os que o encontram" (Mt 7:14).

    Duskolōs (duro) é usada no Novo Testamento somente aqui e no sinóptica paralelo contas (Mc 10:23; Lc 18:24). Jesus passou a explicar que, na medida em que um homem rico entrar no reino dos céus está em causa, difícil é equivalente ao impossível: " Mais uma vez eu digo a você, é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que para um homem rico entrar no reino de Deus. "

    A expressão mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha era um coloquialismo judaica para o impossível. Foi, provavelmente, uma forma modificada de uma expressão persa por impossibilidade "mais fácil para um elefante que passar pelo buraco de uma agulha", que é citado no Talmud. Sendo o maior animal conhecido na Palestina, o camelo foi substituído por o elefante.
    Alguns foram confundidos por este texto, pensando que parece dizer que os ricos não têm esperança de salvação. Portanto, a fim de fazer a expressão significa algo difícil, mas não impossível, os intérpretes têm sugerido inúmeras explicações, muitos deles rebuscada. Alguns propõem que havia uma pequena porta na parede antiga de Jerusalém chamado buraco da agulha. Para que um camelo passar por isso, eles supuseram, o animal teria que ser completamente descarregado e depois através de rastreamento em seus joelhos. Mas nem o persa nem o ditado judaico usou o termo portão , e nenhum portão Jerusalém por esse nome é mencionado em nenhum registro histórico ou arqueológico existente. Em qualquer caso, nenhuma pessoa sensata iria para tais problemas quando ele poderia tomar seu camelo a poucas centenas de metros abaixo da parede e passar por um portão maior.

    Outros estudiosos têm sugerido que o erro de escriba mudou a palavra grega Kamilos (uma grande corda ou cabo) em kamēlos (um camelo). Mas uma grande corda também seria impossível linha pelo buraco de uma agulha. Mais do que isso, é difícil conceber que os escribas que faziam cópias do manuscrito original todos fizeram o mesmo erro e fez com que todos os três relatos evangélicos!

    Mesmo que um antigo manuscrito foi encontrado com a palavra para camelo alterado para corda , ele seria rejeitado pela razão de que isso indicaria um escriba tinha mudado para torná-la mais aceitável.Porque nenhum escriba giraria corda em camelo , este último seria considerado a leitura original. A expressão refere-se claramente a uma impossibilidade. É impossível para um homem rico como o que acabou de encontrar para entrar no reino dos céus.

    Antes de considerar o que Jesus quis dizer ao afirmar que é impossível, vamos considerar algumas das razões por que é difícil. Por um lado, os ricos tendem a ter uma falsa segurança em suas riquezas.Porque a riqueza pode prever todas as necessidades físicas e muitas coisas vão além das necessidades, os ricos estão dispostos a contar com o seu dinheiro para comprar o que eles querem, então eles vêem poucas razões para confiar em Deus. Essa é uma razão que existem "não são muitos os sábios, ... poderoso ... nobre, mas Deus escolheu o insensato, ... fraco, ... base, ... desprezado" (1 Cor. 1: 26— 28). Os pobres, por outro lado, se tornaram os objetos especiais de e respondedores ao ensino de nosso Senhor (Lc 4:18).

    Uma atitude de auto-suficiência assolado a igreja de Laodicéia. Porque eles disse: "Eu sou rico, e tornaram-se ricos e não preciso de nada", eles não perceberam que eles estavam espiritualmente "miserável e miserável, pobre, cego e nu" (Ap 3:17). Em AD 60 Laodicéia tinha um devastador terremoto que praticamente nivelou a cidade. Embora o governo romano ofereceu para reconstruir a cidade para eles, os habitantes orgulhosos insistiu em fazer por si próprios. Eles conseguiram elevar toda a cidade a partir das cinzas, por assim dizer, sem qualquer ajuda externa. Isso, atitude orgulhosa auto-suficiente, obviamente, tinha derramado sobre a igreja, cujos membros chegaram a pensar em si como capaz de fazer sem a ajuda de Deus mesmo.

    Aqueles que têm grandes recursos materiais tendem a imaginar que não exigem recursos divinos. Portanto, Paulo disse a Timóteo para "instruir aqueles que são ricos deste mundo que não sejam altivos, nem para corrigir a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para desfrutar" (1Tm 6:17), e os ricos costumam achar que é difícil, e aparentemente desnecessário a valorizar as coisas de Deus. Quando ouvem o evangelho, a sua semente divina cai freqüentemente em corações espinhosos que possam ter uma resposta inicial, mas estão cheios de "as preocupações do mundo, a sedução das riquezas e os desejos por outras coisas" que sufocam a palavra e fazer —a infrutífera (Marcos 4:18-19).

    O fazendeiro bem sucedido que derrubaram seus antigos celeiros e construiu as maiores para segurar todo o seu grão estava alheio ao bem-estar de sua alma. Completamente conteúdo nas suas riquezas, disse para si mesmo: "Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; levar a sua vontade, comer, beber e ser feliz" E porque ele se recusou a reconhecer Deus como a fonte de seus muitos bens ou para permitir que Ele tem algum lugar em sua vida, a sua vida foi perdida. "Deus disse-lhe: 'Insensato Esta mesma noite a sua alma é exigido de você;!? E agora quem será o proprietário o que você preparou'Assim é o homem ", Jesus explicou," que entesoura para si mesmo, e não é rico para com Deus "(Lucas 12:18-21).

    Cada posse uma pessoa tem é pela provisão de Deus e deve ser usada para a Sua glória. Mesmo os cristãos correm o risco de ser desviado e preso por suas posses, dando a Deus só o que resta depois de terem acumulado o que eles querem e cumpriu os seus próprios planos.
    Tudo o que pode explicar por que é tão difícil para o rico entrar no reino de Deus, mas por que é impossível é uma questão-e completamente diferente é o ponto inteiro aqui.
    O jovem príncipe não era um denunciante de Cristo, mas um candidato que queria a vida eterna, que queria cidadania reino. Mas a falha foi que ele pensou que ele mesmo tinha os recursos para consegui-lo.Esse é o ponto aqui.

    Em relato paralelo de Marcos, Jesus deixa claro que a impossibilidade de entrar no reino por qualquer meio humanamente inventadas ou habilitadas estende-se a todos, não apenas os ricos. Aprendemos com Marcos que, depois de os discípulos expressaram assombro sobre sua declaração sobre os ricos, Jesus disse: "Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus!" (Mc 10:24). O problema do jovem rico não era a sua própria riqueza, mas a sua confiança na sua riqueza e na sua própria capacidade de atender os padrões de Deus para aceitação. Ele queria entrar no reino e receber a vida eterna em seus próprios termos, através de seu próprio dinheiro e por seus próprios esforços. Mas, Jesus disse, é tão difícil para qualquer um ficar guardado em seus próprios termos e por seus próprios esforços que é absolutamente impossível. Os mais pobres entre os pobres não têm uma melhor chance de ganhar a vida eterna por seus próprios esforços na justiça.

    Jesus não está aqui ensinando como é difícil para as pessoas ricas para se soltou de suas riquezas e curvar os joelhos a Ele com fé humilde. Ele está dizendo como é impossível para eles ou para qualquer outra pessoa para ser salva por esforço próprio de qualquer tipo. Com efeito, ele estava dizendo a mesma coisa que Deus disse por meio da lei mosaica. Era humanamente impossível viver-se a um único um dos Dez Mandamentos ou para os dois grandes mandamentos (Lv 19:18; Dt 6:1; Mt 22:37-39.), E essas leis foram a intenção de mostrar o povo de Deus da impossibilidade de cumprir a Sua perfeita, padrões santos em seu próprio poder. A salvação foi sempre impossível pelo esforço humano.

    Paulo expressou a mesma verdade, quando escreveu: "Ora, nós sabemos que tudo o que diz a Lei, ela fala para aqueles que estão sob a Lei que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus; porque pelas obras da da lei nenhuma carne será justificada diante dele, porque pela lei vem o pleno conhecimento do pecado "(Romanos 3:19-20.).

    Jesus declarou que todos retidão de obras, que é a base de toda religião feita pelo homem, é inútil, afirmando que Jeremias havia escrito centenas de anos antes: "Pode o etíope mudar a sua pele ou o leopardo as suas manchas Então você também pode fazer o bem a quem? estão acostumados a fazer o mal "(Jr 13:23). Todo o ser humano desde a queda é por natureza "acostumados a fazer o mal" e, portanto, incapaz de fazer o bem em qualquer forma que seja aceitável a Deus. Ninguém pode salvar a si mesmo mais do que ele pode mudar a cor de sua pele ou de um leopardo pode mudar suas manchas.

    Jesus não estava separando os ricos como sendo inerentemente mais longe do reino do que outras pessoas, mas foi apontando que suas riquezas, por um lado eram uma barreira formidável e, por outro lado que o seu dinheiro não lhes deu nenhuma vantagem em tudo, embora eles pode ser capaz de comprar mais sacrifícios, dar mais esmolas, e fazer mais ofertas no Templo.

    Os ricos também estão inclinados a ser egoísta e egocêntrica. Seu tempo e interesses são frequentemente dedicado a ampliar, proteger e desfrutar o que eles têm, e, consequentemente, têm pouco tempo ou preocupação com os interesses ou o bem-estar dos outros. Certa vez, conversei com um homem que tinha trabalhado durante vários multimilionários. Ele disse que eles tinham três coisas em comum: eles não só eram ricos, mas eram capazes de ficar ainda mais rico, eles foram excêntrico, e eles foram extremamente egoísta e egocêntrica. Embora haja exceções, essas características são geralmente universal.Como o homem rico auto-indulgente que era alheio ao Lazarus doentes e desamparados que lançou fora da sua porta esperando para ter algumas migalhas de mesa (Lucas 16:20-31), os ricos estão dispostos a estar interessado apenas em si mesmos.

    O ensinamento de Jesus sobre a impossibilidade de o rico entrar no reino por seus próprios esforços era uma idéia chocante para os judeus. Portanto, quando os discípulos ouviram isto, eles foram muito surpreso e disse: "Então, quem pode ser salvo?" Por muitos séculos, os rabinos tinham ensinado que a acumulação de riqueza era uma virtude e que era não só imprudente, mas pecaminoso para uma pessoa para dar de presente mais de um quinto do que ele possuía. Eles haviam projetado uma lei religiosa para proteger seu egoísmo e ganância. Prevendo o Senhor na sua própria imagem materialista, eles argumentaram que Deus estava satisfeito com um presente em proporção direta ao seu tamanho. Portanto, quanto mais se deu fora do limite permitido de um quinto, o mais favorável que encontrou com Deus.
    Tais idéias foram tão fortemente arraigada que em muitas esmolas pensamento judaico dando era praticamente um meio de compra de salvação. Bem como as indulgências da Idade Média, dar esmolas era considerado um meio de, literalmente, a compra de um lugar mais privilegiado no reino. Para Jesus a ensinar que a riqueza era, na verdade, um sério obstáculo para o reino era diametralmente contrário de tudo a maioria dos judeus tinha sido ensinado. Os ricos podiam pagar o maior e mais seletas dos animais sacrificados. Eles poderiam dar grandes quantidades para o Templo e suas sinagogas locais. Eles nunca faltou dinheiro para cair treze recipientes em forma de trompete no pátio das mulheres que foram visivelmente localizados de modo que sua doação generosa para a obra do Senhor pode ser observada por outros adoradores.

    Mas se mesmo o rico não pode entrar no reino por seus próprios esforços e generosidade os discípulos se perguntou, o que poderia o pobre esperança para? No total perplexidade que, portanto, perguntou a Jesus: "Então, quem pode ser salvo?"
    E, olhando para eles Jesus disse-lhes explicitamente o que a lei mosaica disse implicitamente: "Aos homens isto é impossível." Assim como não é apenas difícil, mas impossível para um camelo passar pelo buraco de uma agulha, não é apenas difícil, mas impossível para os homens de agradar ao Senhor e entrar em seu reino em seus próprios termos e por seus próprios esforços. Em uma simples declaração, Jesus destruiu totalmente a perspectiva atual na religião de Israel e, ao mesmo tempo, toda a esperança na retidão de obras. O que quer que suas posses materiais e realizações terrenas, cada pessoa fica totalmente desamparado e impotente diante de Deus. Ele está condenado diante de um Deus justo, e em sua natureza depravada, ele não pode fazer nada para tornar-se santo e digno de perdão e aceitação de Deus. Com essa declaração Jesus varreu todas as religiões da realização humana e retidão de obras no inferno. Da esquerda para qualquer obra do homem, a salvação é impossível.
    "Mas, com Deus tudo é possível", Jesus passou a dizer. Porque Deus é capaz de mudar corações pecadores, é possível para ele para salvar os homens indefesos. Deus pode fazer o que os homens não podem fazer. O jovem rico foi embora sem vida eterna, porque ele procurou-o com base impossível de seus próprios recursos humanos e bondade. A salvação é inteiramente um trabalho gracioso e soberana de Deus, e do trabalho de Suas testemunhas humanos é simplesmente para proclamar a verdade integral do evangelho da forma mais clara e amorosamente quanto possível e confiar em Deus para aplicar essa verdade ao coração de um incrédulo e trazê-lo a reconhecer a sua falência espiritual e cheguem ao arrependimento e fé obediente. Embora o arrependimento ea fé requer um ato de vontade humana, eles são solicitados pelo poder de Deus.

    "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer", disse Jesus (Jo 6:44). É por isso que Paulo advertiu que "servo do Senhor não convém contender, mas ser gentil com todos, apto para ensinar, paciente quando injustiçado, corrigindo com mansidão os que estão na oposição, se talvez Deus lhes conceda o arrependimento para o conhecimento de a verdade, e eles podem vir a seus sentidos e escapar da armadilha do diabo, tendo sido mantida em cativeiro por ele para cumprirem a sua vontade "(2 Tim. 2: 24-26).

    O Riches da Pobreza

    Então Pedro, respondendo, disse-lhe: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos;? O que, em seguida, haverá para nós" E Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo que, que você que me seguistes, que na regeneração, quando o Filho do Homem se sentar no seu trono glorioso, você também deve se sentar em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna. " (19: 27-29)

    Com esperança, talvez, tingida com a incerteza, Pedro aventurou-se a pedir a Jesus : "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos;? o que, em seguida, haverá para nós" "Viemos em seus termos, não nós"?ele disse em vigor. "Será que nós, assim, qualificar-se para a vida eterna? O jovem rico se recusou a entregar os seus bens e sua vida a Ti, e ele perdeu o reino. Mas nós abandonaram os nossos empregos, nossas famílias, nossos amigos, e tudo o resto que tinha, a fim de ser seus discípulos. Nós nos arrependemos de nossos pecados e se rendeu ao seu senhorio. Assim como você ordenou, temos negado a nós mesmos e levado a nossa cruz por sua causa. Isso não qualificar-nos para um lugar em seu reino? "

    Pedro estava falando para todos os Doze, porque ele não tinha suspeita da traição de Judas. Como esse falso discípulo logo tornam evidente, ele tinha não abandonou tudo por Cristo, mas foi em vez buscando usá-lo para seus próprios fins. Ele esperava que Jesus para derrubar Roma e montou seu próprio reino terreno, com os discípulos dado os mais elevados lugares de honra e poder. Judas foi muito mais longe do reino do que o jovem rico, que, pelo menos, sabia que precisava de vida eterna e tinha um certo desejo por ela. Judas, por outro lado, era totalmente preocupado com seu presente, a vida terrena.

    Mas o resto dos Doze, apesar da sua pequena fé e lentidão para compreender o ensinamento de Jesus, tinha realmente dado-se a Ele. Eles compartilharam com Judas muitos dos equívocos mais comuns sobre judeus, o Messias e Seu reino. Podem ainda ter sido esperando-o a estabelecer o reino durante suas vidas e, portanto, não poderia trazer-se a aceitar a idéia de Seu sofrimento e morte. Mas eles, no entanto, continuou a seguir e obedecer-Lhe. Como Pedro havia declarado em nome dos Doze, "Tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e viemos a saber que tu és o Santo de Deus." (João 6:68-69).

    Embora Pedro e os outros ainda estavam confusos sobre grande parte da mensagem e missão de Jesus, eles sabiam que realmente pertencia a Ele e que Ele realmente amava e não abandonaria. Eles estavam certos Ele tinha algo divinamente bom na loja para eles, mesmo que eles tiveram uma idéia distorcida do que se tratava. Portanto, Pedro pediu para ouvir da própria boca de Jesus a respeito de o que, em seguida, haverá para nós? "Quais são os benefícios de seu reino para nós?" eles queriam saber "O que nós temos que olhar para a frente como seus discípulos?"

    Alguns criticaram Pedro para sua expectativa de bênção e recompensa. Mas Jesus não deu nenhuma sugestão de insatisfação com a pergunta. Em vez disso, ele reconheceu que eles eram de fato Seus verdadeiros e sinceros discípulos, referindo-se a eles como vós que me seguistes. O particípio aoristo grego caracteriza-los como Seus seguidores.

    Em seguida, deu-lhes a promessa maravilhosa e única , que na regeneração, quando o Filho do Homem vai sentar-se no seu trono glorioso, você também deve se sentar em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel.

    O termo palingenesia ( regeneração ) significa literalmente novo nascimento. Foi usado por Josephus para o novo nascimento da nação judaica após o cativeiro babilônico e por Philo do novo nascimento da terra depois do dilúvio e depois de sua destruição pelo fogo. Ele é usado apenas duas vezes no Novo Testamento, aqui e em Tt 3:5. Assim como eles foi dada a vida espiritual e uma nova natureza em Jesus Cristo, mas ainda não são perfeitos, por isso haverá um renascimento da terra que é divinamente recriada. Embora ainda não será uma totalmente nova terra (Ap 21:1 e 66:22. Pedro o chamou de "o período de restauração de todas as coisas sobre as quais Deus falou pela boca dos seus santos profetas, desde os tempos antigos" (At 3:21).

    Todos os crentes vai sentar-se no trono de Cristo (Ap 3:21), exercendo autoridade sobre os povos da terra (Ap 2:26), enquanto os apóstolos são exclusivamente despacho a Israel restaurado. Este não pode ser o estado eterno descrito em Apocalipse 21:12-14, onde doze portas na Nova Jerusalém estão inscritos os nomes das doze tribos e doze fundamentos estão inscritos com os nomes dos doze apóstolos.

    Na época da restauração da terra, a justiça irá florescer, a paz não faltam, Jerusalém será novamente exaltado, saúde e cura vai prevalecer, a terra vai produzir alimentos como nunca antes, o leão vai se deitar em paz com o cordeiro, os desertos florescerão, ea vida vai ser longa. A maldição milenar que começou com a queda, então, ser limitada , em antecipação de seu ser eliminado completamente no estado eterno de seguir (Ap 22:3). Esta é uma referência à profecia de 13 27:7-14'>Daniel 7:13-14, onde Deus ", o Ancião dos Dias", dá o reino do Filho do Homem, Jesus está afirmando a realidade de que Ele vai governar no reino vindouro.

    Naquela época os redimidos de todas as idades, também reinaremos com Ele. "Então a soberania do domínio, ea grandeza de todos os reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecem" (Dn 7:27; conforme 1Co 6:21Co 6:2), irá juntar-se a outros onze nas doze tronos (conforme 07:22 Dan. e Is 1:26).

    Porque intérpretes amilenistas não acreditam em um reino de mil anos literal na terra ou na restauração nacional de Israel, eles levam os doze tronos e as doze tribos como sendo puramente figurativos. Um desses escritor não fez nenhuma tentativa de discernir significado de Jesus, mas simplesmente comentou: "Agora, temos que saber o que nosso Senhor quis dizer com as doze tribos de Israel."

    Se Jesus se referia a um verdadeiro reinado de Sua parte quando Ele falou sobre o seu trono, Ele deve estar se referindo a literais tronos que os apóstolos se sentava em cima, enquanto, literalmente, para julgar as doze tribos de Israel . E, como já foi referido, esta verdade milenar também é revelado em outro lugar nas Escrituras.

    A Palavra deixa claro que no reinado de Cristo sobre o mundo, Ele será soberana e governar sobre os judeus e gentios, com justiça, paz e justiça imediata. Ele será adorado como supremo Senhor e Seu reino trará cura prosperidade, saúde e bem-aventurança.
    Não só isso, Jesus continuou, mas "todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou campos por causa do meu nome, receberá tanto, e herdará a vida eterna . " Aqueles que renunciar às suas posses e tornar-se pobre para de Cristo causa do nome estão indo para compartilhar com os apóstolos em seu triunfo e reinado. Marcos relata que Jesus disse que a pessoa que desiste das coisas por amor a Ele e ao evangelho do "não receba cem vezes tanto, já na idade atual" (Mc 10:30).

    Quando uma pessoa vem a Jesus Cristo muitas vezes ele deve ter que virar as costas para certas relações, mesmo com aqueles que são muito caro para ele. Muitas vezes sua conversão transforma sua própria família e amigos mais próximos contra ele, em alguns casos, até mesmo ao ponto de buscar sua deserdação ou até mesmo sua vida. Mas aquele que dá tudo por amor de Cristo, não só vai herdar a vida eterna , mas também a família de Deus na vida presente. Ele terá uma série de novos pais e mães, irmãos e irmãs com quem ele será para sempre unidos em família divina de Deus. Onde quer que vá, ele conhece entes queridos espirituais, muitos dos quais ele nunca viu ou ouviu falar de antes. Em todo o mundo, ele encontra aqueles que irão compartilhar suas tristezas, incentivar o seu espírito, e ajudar a atender às suas necessidades, tanto material como espiritual.

    O crente em Jesus Cristo terá bênçãos agora bênçãos do reino milenar e bênçãos por toda a eternidade. Ser pobre por amor de Cristo é ser rico, de fato. Jim Elliot, um jovem missionário martirizado pelos índios Auca do Equador quem ele estava procurando para chegar a Cristo, escreveu pouco antes de sua morte, "Não é nenhum tolo que dá o que não pode manter para ganhar o que não pode perder."

    107. Igualdade no Reino (Mateus 19:30-20: 16)

    Mas muitos que são primeiros serão últimos; eo último, em primeiro lugar.
    Porque o reino dos céus é semelhante a um proprietário que saiu de manhã cedo para contratar trabalhadores para a sua vinha. E quando ele tinha acordado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira e viu outros que estavam ociosos no mercado; e para aqueles que ele disse: "Você também ir para a vinha, e tudo o que é certo eu vou te dar." E assim foi. Mais uma vez, saindo perto da sexta e à hora nona, e fez a mesma coisa. E cerca da hora undécima, saiu e encontrou outros que estavam; e disse-lhes: "Por que você foi parado aqui ocioso durante todo o dia?" Eles disseram-lhe: "Porque ninguém nos contratou". Ele disse-lhes: "Ide vós também para a vinha." E, quando já era tarde, o dono da vinha disse ao capataz: "Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando com o último grupo para o primeiro lugar." E quando aqueles contratados pela undécima hora chegou, cada um recebeu um denário. E quando aqueles contratados veio pela primeira vez, eles pensaram que haviam de receber mais; e eles também receberam um denário cada um. E quando eles recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: "Estes últimos homens trabalharam apenas uma hora, e você tê-los feito igual a nós, que suportamos o peso eo calor escaldante do dia" Mas ele respondeu, e disse a um deles: "Amigo, eu estou fazendo nada de errado você; você não concorda comigo por um denário Pegue o que é seu e seguir o seu caminho, mas eu gostaria de dar a este último homem o mesmo que para você é?. não legal para eu fazer o que eu quero com o que é meu? Ou é o seu olho com inveja porque sou generoso? " Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão últimos. (19: 30-20: 16)

    O profeta Ezequiel ministrou para os filhos de Israel durante o cativeiro babilônico. Como os outros verdadeiros profetas de Deus, ele repetidamente teve de lembrá-los de e avisá-los sobre seus pecados, especialmente aqueles para os quais eles foram exilados em primeiro lugar. Um desses pecados foi a de acusar Deus de ser injusto e injusto.

    Eles gostavam de usar o provérbio: "Os pais comeram uvas verdes, mas os dentes dos filhos se embotaram", que trouxe à justiça questão de Deus. "Por minha vida, diz o Senhor Deus, 'você certamente não vai usar deste provérbio em Israel mais Eis que todas as almas são minhas;.. A alma do pai, assim como a alma do filho é minha a alma que pecar, essa morrerá "(Ez. 18: 2-4). Duas vezes no mesmo capítulo, o Senhor declara: "Ainda que você diga 'O caminho do Senhor não é justo." Ouvi agora, ó casa de Israel! É a minha maneira não certo? Não é os vossos caminhos que não estão certas? " (V 25;.. Conforme v 29).

    Quando os homens duvidar da justiça e da equidade de Deus, é sempre por causa de seus próprios pontos de vista pervertidas de justiça e de Deus. O próprio Deus é o padrão para a justiça, e é tão impossível para ele ser injusto a ponto de mentir. Confrontando o mesmo princípio falso refletida no antigo provérbio israelita, Paulo declarou: "Haverá tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal, primeiro do judeu e também do grego, mas glória, honra e paz a todo aquele que faça o bem, primeiro do judeu e também do grego Pois não há parcialidade com Deus "(Rom. 2: 9-11).. Aos Colossenses ele escreveu: "A partir do Senhor recebereis como recompensa a herança. É o Senhor Cristo, a quem você serve. Pois quem faz injustiça receberá as conseqüências do mal que ele tem feito, e que, sem acepção de pessoas" (Colossenses 3:24-25). Deus castiga aqueles que fazem o mal e abençoa aqueles que fazer o certo, com total imparcialidade.

    Em nenhuma área é a imparcialidade de Deus mais importante e maravilhoso do que em relação à salvação. Não importa o que as circunstâncias dos homens pode ser quando eles vêm a Cristo, e não importa o quão bem ou mal eles podem servi-lo depois de entrar, eles recebem a mesma gloriosa salvação. Essa é a grande verdade Jesus ensina em Mateus 19:30-20: 16.



    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Mateus Capítulo 19 do versículo 1 até o 30

    Mateus 19

    O casamento e o divórcio judaicos — Mat. 19:1-9 Razões dos judeus para o divórcio — Mat. 19:1-9 (cont.)

    A resposta de Jesus — Mat. 19:1-9 (cont.)

    O ideal supremo — Mat. 19:1-9 (cont.)

    A realização do ideal — Mat. 19:10-12 Casamento e divórcio — Mat. 19:10-12 (cont.)

    13 40:19-15'>Jesus acolhe os meninos — 13 40:19-15'>Mat. 19:13-15

    A grande rejeição — Mat. 19:16-22

    O perigo das riquezas — Mat. 19:23-26

    Uma resposta sábia a uma pergunta errada — Mat. 19:27-30

    O CASAMENTO E O DIVÓRCIO JUDAICOS Mateus 19:1-9

    Aqui Jesus trata um assunto que em sua época, assim como na nossa, era uma questão candente e polêmica. O divórcio era algo a respeito do qual os judeus não tinham chegado a uma opinião unânime. E o único objetivo da pergunta dos fariseus era comprometer a Jesus em uma discussão.
    Nenhuma nação jamais teve um sentido mais elevado sobre o casamento que os judeus. O casamento era um dever sagrado. Permanecer solteiro depois dos vinte. anos, a menos que fosse com o propósito de concentrar-se no estudo da Lei, significava desobedecer um mandamento, o de "frutificar e multiplicar-se". Quem não tinha filhos, "destroçava sua própria posteridade" e "diminuía a imagem de Deus sobre a Terra." "Quando marido e mulher são dignos, a glória de Deus está com eles."
    Não era preciso contrair casamento em forma ligeira e frívola. Josefo esboça o enfoque dos judeus para com o casamento, apoiando-se no ensino mosaico (Antiguidades dos judeus 4.8.23). O homem devia casar-se com uma virgem de boa família. Nunca devia corromper a mulher de outro, e não devia casar-se com uma mulher que fosse escrava ou prostituta. Se algum homem acusava a sua mulher de não ser virgem quando se casou com ele, devia apresentar provas que fundamentassem sua acusação. O pai ou o irmão da mulher deviam defendê-la. Se a mulher era considerada inocente, devia casar-se com ela e jamais podia voltar a abandoná-la exceto pelo pecado mais flagrante. Se fosse comprovado que a acusação tinha sido maliciosa, infundada e falsa era preciso castigar o homem com quarenta açoites menos um e devia pagar cinqüenta siclos ao pai da mulher. Mas se fosse demonstrado que a acusação era verdadeira e que a mulher era culpada, se era uma pessoa comum, teria que matá-la a pedradas; se era filha de um sacerdote, teria que queimá-la viva.

    Se um homem seduzia uma mulher que estava comprometida para casar-se, se a sedução contava com o consentimento de ambos, tanto a mulher como o homem eram condenados à morte. Se em um lugar solitário, ou onde não havia auxílio, o homem forçava a mulher a pecar, só morria o homem. Se um homem seduzia a uma mulher que não estava comprometida devia casar-se com ela ou, se o pai da mulher não desejava que se casasse com ele, devia lhe pagar cinqüenta siclos.

    As leis de casamento e de pureza apontavam muito alto. De um ponto de vista ideal, odiava-se o divórcio. Deus havia dito: “Eu odeio o divórcio” (Ml 2:16, NVI). Dizia-se que até o altar derramava lágrimas no dia que um homem se divorciava da mulher de sua juventude.

    Mas o ideal e a realidade não andavam de mãos dadas. Na situação havia dois elementos perigosos e negativos.
    Em primeiro lugar, para a lei judaica a mulher era uma coisa. Pertencia a seu pai ou a seu marido, segundo o caso. Portanto, do ponto de vista técnico, carecia de todo direito legal. A maioria dos casamentos judeus eram arranjados pelos pais ou casamenteiros profissionais. Uma menina podia estar comprometida a casar-se desde a infância e em geral estava comprometida com um homem a quem jamais tinha visto. Tinha uma oportunidade: quando chegava aos doze anos podia repudiar o marido escolhido por seu pai. Mas quando se tratava de divórcios, toda a iniciativa devia ficar em mãos do marido. A lei estabelecia: "O homem pode divorciar-se de sua mulher com ou sem seu consentimento, mas a mulher só pode divorciar-se de seu marido com o consentimento dele." A mulher nunca podia iniciar o processo de divórcio, não podia divorciar-se, tinha que seu marido divorciar-se dela. Havia algumas novidades. Se um homem se divorciava de sua mulher com qualquer pretexto, exceto o de imoralidade flagrante, devia lhe devolver o dote, e isto deve ter sido uma barreira para o divórcio irresponsável. O tribunal podia pressionar um homem para que se divorciasse de sua mulher em caso de ele não querer consumar o casamento, por exemplo, ou de impotência ou de incapacidade comprovada para mantê-la em forma adequada. A mulher podia obrigar a seu marido a divorciar-se dela se este adquiria uma enfermidade detestável, como a lepra, ou se era curtidor, o que implicava recolher esterco de cão, ou se ele planejava obrigá-la a abandonar a Terra Santa. Mas, na maioria dos casos, a lei estabelecia que a mulher não tinha nenhum direito legal e que o direito ao divórcio cabia totalmente a seu marido.

    Em segundo lugar, a facilidade do processo do divórcio era fatal. Tal processo se apoiava na passagem da lei mosaica que citaram ao expor a pergunta a Jesus: “Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa” (Dt 24:1). A sanção de divórcio era uma simples afirmação, composta de uma só cláusula na qual o marido expressava que expulsava a sua mulher. Josefo escreve: "Aquele que quiser divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo (e há muitas dessas causas entre os homens), que manifeste por escrito que não tornará a usá-la como esposa, porque assim ela é livre para casar-se com outro homem." A facilidade do processo de divórcio era fatal. Como já dissemos, o único atenuante era que, a menos que a mulher fosse uma pecadora notória, o dote deveria ser-lhe devolvido.

    RAZÕES DOS JUDEUS PARA O DIVÓRCIO

    Mateus 19:1-9 (continuação)

    Evidentemente um dos grandes problemas do divórcio judeu reside na sanção mosaica. Tal sanção estabelece que um homem pode despedir sua mulher “se ela não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela” A pergunta, sem dúvida alguma, é como se deve interpretar a frase coisa indecente? Sobre este assunto os rabinos judeus estavam violentamente divididos, e os que interrogavam a Jesus queriam envolvê-lo neste problema. A escola do Shammai estabelecia com toda clareza que coisa indecente significava fornicação e nada mais, e que não se podia repudiar uma mulher por nenhuma outra razão. Se uma mulher era má como Jezabel, enquanto não cometesse adultério, não se podia repudiá-la. Por outro lado, a escola de Hillel interpretava essa coisa indecente de forma mais ampla possível. Segundo ele queria dizer que o homem podia repudiar a sua mulher se lhe arruinava a comida, se não recolhia o cabelo, se falava com os homens na rua, se falava em forma desrespeitosa a respeito de seus sogros em presença de seu marido, se era uma mulher escandalosa cuja voz se podia ouvir da casa vizinha. O rabino Akiba ia mais longe e afirmava que a frase se ela não for agradável aos seus olhos significava que um homem podia repudiar a sua mulher se encontrava outra de quem gostava mais e a considerava mais bonita.

    A tragédia era que o resultado foi o mais óbvio: prevaleciam os ensinos da escola de Hillel. O vínculo matrimonial era considerado com leviandade, e o divórcio pelas razões mais fúteis era moeda corrente.
    É necessário acrescentar mais alguns dados para completar esta imagem. É importante assinalar que segundo a lei rabínica o divórcio era obrigatório por duas razões. Era obrigatório em caso de adultério. "Uma mulher que cometeu adultério deve ser repudiada." Aqui não havia opção, o divórcio era inevitável. Em segundo lugar, o divórcio era obrigatório em caso de esterilidade. O objetivo do casamento era a procriação; se depois de dez anos um casal ainda não tinha filhos, devia divorciar-se. Neste caso a mulher podia voltar a casar-se, mas a mesma obrigação corria para o segundo casamento.

    Devemos acrescentar duas normas judaicas sobre o divórcio. Em primeiro lugar, a deserção nunca era causa de divórcio. Se havia deserção, era preciso comprovar a morte. O único atenuante era que, enquanto em todos outros casos se necessitava a corroboração de duas testemunhas, a lei judia só exigia uma testemunha para demonstrar a morte de um cônjuge que tinha desaparecido e não tinha retornado.

    Em segundo lugar, e isto é estranho, a loucura não era causa de divórcio. Se uma mulher se tornava louca, o marido não podia repudiá-la porque se o fizesse a mulher não teria ninguém que a protegesse. Há um elemento de misericórdia nesta norma. Se o marido ficasse louco o divórcio era impossível, porque nesse caso não podia escrever a carta de divórcio e sem tal carta, iniciada por ele, não podia haver divórcio.

    Quando formularam esta pergunta a Jesus, no fundo havia uma controvérsia, e por trás dela uma situação problemática e acidentada. Sua resposta caiu como uma surpresa esmagadora para ambos os lados, que sugeria uma mudança radical na situação imperante.

    A RESPOSTA DE JESUS

    Mateus 19:1-9 (continuação)

    Esta foi a situação que a Jesus enfrentou quando lhe perguntaram sua opinião sobre o divórcio. De fato, os fariseus lhe estavam perguntando se estava a favor da posição estrita de Shammai ou da mais liberal de Hillel, e desse modo procuravam implicá-lo em uma disputa.
    A resposta de Jesus consistiu em remontar as coisas a seu princípio. Voltou ao ideal da criação. No princípio — disse — Deus criou Adão e Eva, homem e mulher. Agora nas circunstâncias da criação, Adão e Eva foram criados para o outro e para ninguém mais. Sua união era, necessariamente, completa e inseparável. Jesus diz que estes dois são o modelo e o símbolo dos que viriam depois. Como diz A. H. M'Neile: "Cada casal é uma cópia de Adão e Eva, e portanto, sua união não é menos indissolúvel." O argumento está bem claro. No caso de Adão e Eva o divórcio não era só pouco recomendável, não só era mau, era completamente impossível, pela simples razão de que não havia ninguém mais com quem qualquer dos dois pudesse casar. Assim, pois, Jesus estabelece o princípio de que todo divórcio é mau. Portanto, devemos destacar desde o começo que não é uma lei: é um princípio, o que é algo muito diferente.

    Aqui os fariseus viram imediatamente um lugar por onde atacar. Moisés (Dt 24:1) disse que se um homem queria repudiar a sua mulher porque não era agradável aos seus olhos e por alguma coisa indecente que achou nela, podia dar-lhe carta de divórcio, e o casamento ficava dissolvido. Era a oportunidade que os fariseus procuravam. Agora podem dizer a Jesus: "Dizes que Moisés estava errado?" Tentas anular a lei divina que Moisés recebeu? Te colocas como legislador acima de Moisés?" A resposta de Jesus é que o que disse Moisés não era de fato uma lei, não era mais que uma concessão. Moisés não ordenou o divórcio, no melhor dos casos só o permitiu para regulamentar uma situação que do contrário se converteu em algo caoticamente promíscuo.

    A regulamentação mosaica não é mais que uma concessão à natureza humana caída. Em Gênesis 2:23-24 temos o ideal que Deus planejou, o ideal de que duas pessoas casadas deveriam tornar-se numa só tão indissoluvelmente que sejam uma só carne. A resposta de Jesus é: "Está certo, Moisés permitiu o divórcio, mas isso não foi mais que uma concessão diante de um ideal perdido. O ideal do casamento deve ser buscado na união inseparável e perfeita de Adão e Eva. Este é o propósito de Deus para o casamento."

    E agora nos encontramos com uma das dificuldades mais reais e agudas do Novo Testamento. O que Jesus quis dizer? Há uma pergunta que é anterior a esta: O que disse Jesus?
    A dificuldade, e não há como evitá-la, estriba em que Mateus e Marcos dão distintas versões das palavras de Jesus.

    Mateus diz: “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério” (Mt 19:9).

    Marcos diz: “E ele lhes disse: Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra aquela. E, se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.” (Marcos 10:11-12).

    Lucas tem uma versão diferente: “Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério” (Lc 16:18).

    Há uma dificuldade relativamente menor em que segundo Marcos a mulher pode divorciar-se de seu marido coisa que, como vimos, era impossível segundo a lei judia. Mas a explicação desta dificuldade é que Jesus deve ter sabido muito bem que segundo a lei dos gentios a mulher podia divorciar-se de seu marido e que ao pronunciar esta frase seu objetivo estava mais à frente do mundo judeu. A grande dificuldade é que tanto Marcos como Lucas estabelecem a proibição do divórcio como algo absoluto. Não há exceções possíveis. Mas Mateus tem uma frase que serve de exceção: permite-se o divórcio em caso de adultério. Neste caso não se pode evitar uma decisão. A única escapatória consistiria em afirmar que de fato, segundo a lei judia, como já vimos, o divórcio por adultério era obrigatório em todos os casos, e que por isso Marcos e Lucas não creram necessário mencioná-lo; mas também era obrigatório, como assinalamos, o divórcio por esterilidade.

    Em última instância devemos escolher a versão de Mateus ou a de Marcos e Lucas. Cremos que não há dúvida alguma de que a versão do Marcos e Lucas é correta. Apoiamo-nos em duas coisas. Só a proibição absoluta de separação cumprirá o ideal da união simbólica total entre Adão e Eva. E as palavras de surpresa dos discípulos implicam esta proibição total porque de fato dizem (versículo
    10) que se o casamento os ata nessa forma, é melhor não casar-se. Não há dúvida de que nesta oportunidade Jesus estabelece o princípio — repitamos que não se trata de uma lei — segundo o qual o ideal do casamento é uma união que não pode quebrar-se. Há muito mais para dizer sobre o tema, mas aqui se estabelece o ideal, tal como Deus planejou, e a frase atenuante de Mateus é uma interpretação posterior que se incluiu à luz da realidade da igreja na época em que escreveu seu evangelho.

    O IDEAL SUPREMO

    Mateus 19:1-9 (continuação)

    Passamos agora a ver o alto ideal do estado matrimonial que Jesus propõe àqueles que estão dispostos a aceitar os seus mandamentos. Aqui veremos que o ideal judeu nos dá a base do ideal cristão. A palavra com que os judeus designavam o casamento era Kiddushin. Kiddushin significa santificação ou consagração. É usada para descrever algo que se dedica a Deus como sua posse exclusiva e particular. Algo que se entrega em forma total e completa a Deus é Kiddushin. Isto significa que no casamento o marido se consagra e se entrega à mulher, e esta ao marido. Um se converte em posse exclusiva do outro, tal como uma oferenda ou um sacrifício se convertem em propriedade exclusiva de Deus. Isso é o que Jesus quis dizer quando afirmou que pelo casamento o homem abandonaria a seu pai e a sua mãe e se entregaria a sua mulher; e isso foi o que quis dizer ao afirmar que homem e mulher se convertem em um tão plenamente que são uma só carne. Esse era o ideal do casamento que Deus sustentava, segundo o antigo relato do Gênesis (Gn 2:24), e esse é o ideal que Jesus restabelece. Não há dúvida de que essa idéia tem algumas conseqüências.

    1. Esta unidade total significa que o casamento não ocorre para um ato da vida, por mais importante que seja, e sim para todas as ações da vida. Significa que embora a vida sexual tem uma importância suprema dentro do casamento, não constitui o princípio e o fim dele. Qualquer casamento que se constitui só porque não se pode satisfazer um imperioso desejo físico em nenhuma outra forma, está condenado ao fracasso. O casamento não se dá para que duas pessoas façam uma coisa juntos, mas sim para que façam todas as coisas juntos.
    2. Outra maneira de expressar isto é: O casamento é a união total de duas personalidades. Duas pessoas podem existir juntas em infinidade de formas. A pessoa pode ser o companheiro dominante até o ponto em que a única coisa que importa são seus desejos, sua conveniência e seus objetivos vitais, enquanto que o outro só existe para satisfazer os desejos e necessidades do primeiro. Duas pessoas podem existir em uma espécie de neutralidade armada; estão em tensão permanente, em oposição contínua e seus desejos e necessidades se chocam todo o tempo. A vida pode ser uma discussão contínua e, no melhor dos casos, a convivência se apóia sobre um acordo. Por outro lado, duas pessoas podem fundar sua relação em uma aceitação mútua, mais ou menos resignada. Em todas as coisas da vida, cada um segue seu caminho e vive sua vida a seu modo, embora vivam juntas. Compartilham a mesma casa mas seria exagerado afirmar que compartilham o mesmo lar. Não há dúvida de que nenhuma destas relações é a relação ideal. O ideal é que no estado matrimonial duas pessoas encontrem a realização de suas personalidades.

    Platão sustentava uma idéia estranha. Relata uma espécie de lenda segundo a qual em suas origens os seres humanos eram o dobro do que são agora. Como seu tamanho e sua força os fez arrogantes, os deuses os cortaram pela metade. A verdadeira felicidade surge quando duas metades se voltam a encontrar, casam-se e nessa forma se completam. O casamento não deveria restringir a vida, deveria completá-la. Deve dar a ambos os cônjuges uma nova plenitude, uma nova satisfação, uma nova alegria de viver. É a união de duas personalidades na qual ambas se completam uma à outra. Isto não quer dizer que não se devem fazer ajustes e inclusive sacrifícios, antes quer dizer que a relação que surge é mais completa, mais plena, mais alegre, mais satisfatória do que poderia ser qualquer das duas vidas na solidão e no isolamento.

    1. Podemos expressá-lo de maneira mais prática — o casamento deve ser um compartilhar de todas as circunstâncias da vida. Há certo perigo na época do deleite do noivado. Nesses momentos é natural que cada um veja o outro em seu melhor aspecto. Esta é a época do que se denomina aparência. Vêem-se em suas melhores roupas, em geral se dedicam a desfrutar de algum prazer juntos, com freqüência o dinheiro não se converteu ainda em um problema. Mas no casamento duas pessoas devem ver-se quando não estão em seus melhores momentos, quando estão cansados, quando os filhos trazem os problemas que sempre levam ao lar, quando o dinheiro é escasso, e a comida, a roupa, as contas, convertem-se em um problema; quando a luz da Lua e as rosas se convertem na pia da cozinha e em mimar a um menino que chora durante a noite. A menos que duas pessoas estejam dispostas a aceitar tanto a rotina da vida em comum como seus prazeres, seu casamento está condenado ao fracasso.
    2. Disso se deduz uma coisa que não se dá em todos os casos, mas que é mais que provável. O casamento tem mais possibilidades de ter êxito depois de um longo período de conhecimento mútuo e quando as duas pessoas conhecem muito bem o ambiente do qual procede seu companheiro. Quanto melhor o casal se conheça, e quanto maior seja o número de circunstâncias que compartilharam, mais possibilidades tem o casamento de lançar resultados positivos. O casamento significa viver juntos em forma constante. É perfeitamente possível que haja choques entre hábitos arraigados, educação, manias inconscientes. Quanto maior for o conhecimento mútuo entre duas pessoas antes de tomar a decisão de unir suas vidas para sempre, melhor. Isto não significa negar que pode dar-se algo assim como o amor à primeira vista, e que o amor pode superar todas as coisas, mas significa que quanto maior for o conhecimento entre duas pessoas, mais possibilidades têm de converter seu casamento em algo próximo ao ideal.
    3. Tudo isto conduz a uma última conclusão prática: a base de todo casamento é a união, e a base da união não é outra senão a consideração. Para o casamento ter êxito, cada um de seus membros deve pensar mais no outro que em si mesmo. O egoísmo destroça qualquer relação pessoal com outros. E isto é mais válido ainda quando duas pessoas estão tão unidas entre si que não podem separar-se, estão atados um ao outro.

    Somerset Maugham relata a história de sua própria mãe. Era bonita e agradável e todos a apreciavam. Seu pai não era bem apessoado de nenhum ponto de vista, e tinha poucas qualidades sociais e dotes superficiais. Alguém disse em uma ocasião a sua mãe: "Se todos estão apaixonados por você, e se você pode escolher a quem quiser, como você pode permanecer fiel a esse horrível homenzinho com quem você se casou?" Ela respondeu com simplicidade: "Ele jamais fere meus sentimentos." Não poderia ter-lhe prestado melhor tributo.
    O verdadeiro fundamento do casamento não é complicado, sofisticado, nem recôndito, não é mais que o amor que pensa mais na felicidade de outros que na própria, o amor que se sente orgulhoso de poder servir, que é capaz de compreender e portanto sempre pode perdoar. Quer dizer, é o amor semelhante ao de Cristo, que sabe que esquecendo-se a si mesmo, se encontrará e que, perdendo-se, se completará.

    A REALIZAÇÃO DO IDEAL

    Mateus 19:10-12

    Aqui chegamos à ampliação necessária do que se disse antes. Quando os discípulos ouviram o ideal de casamento cristão que Jesus lhes apresentava se sentiram atemorizados. Terão lembrado muitas frases rabínicas. Os rabinos tinham muitas frases sobre os casamentos infelizes. "Entre aqueles que jamais verão o rosto do Ge-hinnom está o que teve uma má esposa." Um homem assim se salva do inferno porque expiou seus pecados em vida! "Entre aqueles cuja vida não é vida está o homem que é dominado por sua mulher." Uma má esposa é como a lepra para o marido. Qual é o remédio? Que se divorcie dela e se cure da lepra." Inclusive se estabelecia: "Se um homem tiver uma má esposa é um dever religioso divorciar-se dela." Para homens que se criaram ouvindo frases como estas, a exigência incondicional de Jesus era algo quase aterrador. A reação dos discípulos foi que se o casamento for uma relação tão definitiva e exigente, e se o divórcio está proibido, é melhor não casar-se porque não há escapatória — tal como eles a entendiam — de uma situação má. Jesus dá duas respostas.

    1. Diz com toda clareza que, de fato, nem todos podem aceitar esta situação, que só aqueles a quem foi dado aceitá-la podem fazê-lo. O que Jesus diz, em realidade, é o seguinte: Só o cristão pode aceitar a ética cristã. Só o homem que conta com a ajuda contínua de Jesus Cristo e a guia permanente do Espírito Santo pode construir a relação pessoal que o ideal do casamento exige. Só por meio da ajuda de Jesus Cristo o homem pode desenvolver a simpatia, a compreensão, o espírito de perdão, o amor considerado que o casamento autêntico exige. Sem a ajuda de Jesus Cristo tudo isto é evidentemente impossível. O ideal cristão do casamento implica no requisito de que os membros do casal sejam cristãos. É esta uma verdade que vai muito além desta aplicação particular.

    Com freqüência ouvimos as pessoas dizerem: "Aceitamos a ética do Sermão da Montanha; mas por que nos preocupar com a idéia da divindade de Jesus, de sua ressurreição, de sua presença ressuscitada, de seu Espírito Santo, e de todo esse tipo de coisas? Aceitamos o fato de que foi um homem bom, e seu ensino é o mais elevado que jamais se repartiu. Por que não se deixam as coisas assim e nos dedicamos a viver segundo esse ensino sem nos preocupar com a teologia?"
    A resposta é muito simples. Ninguém pode viver o ensino de Jesus Cristo sem Jesus Cristo. É impossível. E se Jesus não foi mais que um grande e bom homem, mesmo que tenha sido o homem maior e melhor que existiu, então, no melhor dos casos, não é mais que um grande exemplo, não é uma grande potência. Se se estabelecer que Jesus viveu e morreu, seu ensino é impossível. Seu ensino só se converte em algo possível se se tiver a convicção que não está morto, mas que está presente aqui para nos ajudar a levar a cabo seu ensino. O ensino de Cristo exige a presença de Cristo, do contrário não é mais que um ideal impossível, e torturante. Temos que aceitar, pois, a realidade de que o matrimônio cristão só é possível entre cristãos.

    1. A passagem termina com um versículo muito intrigante sobre os eunucos. É muito provável que Jesus tenha dito isto em alguma outra ocasião e que Mateus o coloca aqui porque está reunindo os ensinos de Jesus sobre o casamento, porque era seu costume reunir todos os ensinos de Jesus sobre um mesmo tema.

    Um eunuco é homem sem órgãos sexuais. Jesus distingue três tipos de pessoas. Há aqueles que, por alguma deformação ou impossibilidade física, não podem manter relações sexuais. Há os que foram feitos eunucos pelos homens. Esta frase alude a costumes que são estranhas à civilização ocidental. Com freqüência se castrava intencionalmente os servos dos palácios reais, em especial aos que tinham alguma vinculação com o harém real. E também se castrava freqüentemente os sacerdotes que serviam nos templos. Isto era o que acontecia, por exemplo, com os sacerdotes do templo de Diana em Éfeso.
    Logo Jesus faz referência àqueles que se fizeram eunucos por causa do reino de Deus. Devemos deixar bem sentado que não deve tomar-se esta frase em um sentido literal. Uma das tragédias da Igreja primitiva foi o caso de Orígenes. Quando era jovem tomou esta passagem em seu sentido literal e se castrou, embora depois chegou a compreender que estava errado. Clemente de Alexandria se aproxima mais, dizendo: "O verdadeiro eunuco não é aquele que não pode, e sim o que rechaça os prazeres carnais." Com esta frase Jesus se referia àqueles que abandonavam a possibilidade de casar-se, de ser pais e de desfrutar do amor físico humano por causa do Reino.

    Como pode ser isto? Pode acontecer que um homem tenha que optar entre algum chamado que o desafia e o amor humano. Tem-se dito: "Viaja mais longe quem viaja sozinho." Um homem pode sentir que só pode fazer o trabalho de uma paróquia que está em um bairro miserável vivendo em circunstâncias em que o casamento e o lar são impossíveis. Pode sentir que deve aceitar algum chamado missionário a um lugar onde não pode levar, em consciência, a sua mulher e ter filhos. Também pode descobrir que está apaixonado e que lhe é feito um chamado iniludível que a pessoa que ama não quer compartilhar. Nesse caso deve escolher entre o amor humano e a tarefa para a qual Cristo o chama.

    Graças a Deus, essas opções não se nos apresentam com freqüência. Mas existem pessoas que assumiram os votos voluntários de castidade, celibato, pureza, pobreza, abstinência, continência. Esse não será o caminho para o homem comum, mas o mundo teria perdido muito se não tivessem existido pessoas que tivessem aceito o desafio de viajar sozinhos por causa da obra do Reino de Deus.

    CASAMENTO E DIVÓRCIO Mateus 19:10-12 (continuação)

    Seria incorreto deixar este tema sem tratar de ver qual o significado com relação ao tema do divórcio no momento atual.
    Podemos assinalar uma coisa de início. O que Jesus estabeleceu foi um princípio e não uma lei. Não lembrar deste elemento e converter esta frase de Jesus em uma lei, significa não compreender o seu significado. A Bíblia não nos dá leis, dá-nos princípios que devemos adaptar a uma situação determinada com a ajuda da oração e da inteligência. A Bíblia diz com respeito ao sábado: “Não farás nenhum trabalho” (Ex 20:10). Sabemos muito bem que em nenhuma civilização foi possível parar o trabalho completamente. Em uma civilização agrícola era preciso cuidar o gado e era necessário ordenhar as vacas todos os dias da semana. Em uma civilização desenvolvida há certos serviços públicos que devem seguir funcionando para evitar que parem os meios de transporte e que não se possa dispor de água, luz e calefação. Em qualquer lar, em especial naqueles onde há meninos, sempre há algum trabalho a fazer. Nunca se deve tomar um princípio como se fosse uma lei definitiva. Sempre é preciso aplicar o princípio a uma situação particular, tal como Deus quer. Por conseguinte, não se pode resolver o problema do divórcio, limitando-se a citar as palavras de Jesus. Isso significaria agir como legalistas; tomaremos as palavras de Jesus como um princípio que aplicaremos aos casos particulares à medida que estes se apresentem. Se cumprirmos isto, surgem certas conseqüências.

    1. Não há a menor dúvida de que o ideal é que o casamento seja uma união indissolúvel entre duas pessoas e que se estabeleça sobre a base de uma união total de duas personalidades, não com o objetivo de possibilitar uma ação, e sim para tornar a vida em um companheirismo satisfatório e no qual ambos os companheiros encontrem sua realização. Não se pode negar que essa é a base fundamental sobre a qual devemos elaborar nossa interpretação.
    2. Mas a vida não é, e não pode ser, um assunto completamente organizado e minucioso. Sempre entra na vida o elemento imprevisível e inesperado. Suponhamos, então, que duas pessoas estabelecem uma relação matrimonial. Suponhamos que o fazem com a maior das esperanças e os ideais mais elevados; e suponhamos que algo imprevisível começa a andar mal, e que essa relação que deveria ser a maior alegria da vida se converte em um inferno sobre a Terra. Ninguém sabe que vai acontecer isso até duas pessoas embarcarem na experiência de compartilhar suas vidas. Suponhamos que recorrem a todos os meios possíveis para tentar solucionar essa situação desastrosa. Suponhamos que se chama o médico para tratar as questões físicas, ao psiquiatra para solucionar os problemas psicológicos, ao sacerdote ou ministro para ocupar-se do espiritual. Suponhamos que o problema subsiste; suponhamos que um dos membros do casal tem uma constituição física, mental ou espiritual que o converte em uma dessas estranhas pessoas para quem o casamento é uma impossibilidade, e suponhamos que não se podia descobrir essa realidade até que não se fizesse a experiência. Nesse caso, deve-se dizer a essas duas pessoas que elas estão ligadas para sempre em uma situação que não pode lhes proporcionar mais que uma vida miserável a ambas? É muito difícil ver o elemento cristão nesse raciocínio. É muito duro imaginar a Cristo condenando em forma legalista a duas pessoas a uma situação semelhante. Tudo isto não significa que se deva facilitar o divórcio, mas sim uma vez que se empregaram todos os recursos físicos, mentais e espirituais para solucionar a situação, e esta segue sem solução e inclusive se converte em algo perigoso, é preciso que se ponha um fim. E a Igreja, longe de considerar as pessoas que passaram por um caso como esse como gente indigna, deve fazer todo o possível por ajudá-las, fortalecendo-as e brindando-lhes carinho. Não parece haver outra forma pela qual se ponha em ação o verdadeiro espírito de Cristo.
    3. Mas neste assunto enfrentamos uma situação muito trágica. Com freqüência acontece que as causas que fazem fracassar num casamento são coisas nas quais a lei não pode intervir. Em um momento de paixão e falta de controle, um homem comete adultério e logo passa o resto de sua vida com um sentimento de vergonha e dor pelo que fez. O menos provável é que alguma vez volte a repetir seu pecado. Por outro lado, um homem pode ser um modelo de retidão em público, e possivelmente a última coisa que pensaria fazer seria cometer adultério, e entretanto pode submeter quem vive com ele em um inferno cotidiano por meio de uma sádica crueldade que repete dia após dia, por seu egoísmo, sua crítica, seu sarcasmo, sua crueldade mental, e o pode fazer com toda premeditação. Seria bom lembrarmos que os pecados que aparecem nos jornais e aqueles cujas conseqüências são mais evidentes, podem não ser os piores pecados aos olhos de Deus. Muitos homens e muitas mulheres fazem naufragar a relação matrimonial e entretanto, diante do mundo, apresentam uma imagem de impecável retidão.

    Tudo isto é algo que devemos abordar com mais simpatia e menos condenação. Entre todas as coisas que podem acontecer a uma pessoa, o fracasso no amor deve ser aquele para o qual se deve aplicar uma menor medida de legalismo e uma maior medida de amor. Nesse caso, o que é preciso conservar não é uma assim chamada lei, e sim um coração e uma alma humanas. O que se requer é que os casais se aproximem do casamento em atitude de precaução apoiada na oração; que se o casamento está a ponto de fracassar, trate-se de salvá-lo por todos os meios médicos, psicológicos e espirituais de que se disponha; mas se se trata de algo que está além de toda solução, deve-se encarar a situação com um amor pormenorizado e não com um legalismo rígido.

    JESUS ACOLHE OS MENINOS

    13 40:19-15'>Mateus 19:13-15

    Bem se pode dizer que temos aqui a situação mais bela de todo o relato evangélico. Os personagens aparecem com clareza e sem rodeios, embora o relato só ocupa dois versículos.
    (1) Ali estão os que levaram os meninos. Sem dúvida se devia tratar das mães das criaturas. Não deve nos surpreender, então, que desejassem que Jesus colocasse as suas mãos sobre eles. Tinham visto o que essas mãos podiam fazer, tinham visto desaparecer a dor e a enfermidade ao seu contato. Tinham visto que devolviam a vista aos cegos, e a paz à mente atormentada; e queriam que mãos como essas tocassem a seus filhos. Há poucos relatos que mostrem tão claramente o amor que irradiava a vida de Jesus. Os que levavam os meninos não deviam saber quem era Jesus. Sem dúvida compreenderiam que Jesus não era por certo um personagem popular entre os escribas, os fariseus, os sacerdotes, os saduceus e os líderes da religião ortodoxa; mas viam nEle amor.
    Premanand, o hindu de elevada casta, conta em sua autobiografia algo que sua mãe lhe disse em uma oportunidade. Quando Premanand se converteu ao cristianismo sua família o expulsou e lhe fechou as portas, mas costumava entrar na casa para visitar sua mãe. Ela tinha o coração destroçado porque seu filho era cristão mas não cessou de amá-lo. Contou-lhe que quando o levava em seu ventre costumava vir um missionário que conversava com ela. O missionário lhe deu uma cópia de um dos evangelhos. Leu-o e o seguia conservando. Disse a seu filho que ela não sentia desejo de converter-se ao cristianismo, mas que às vezes, quando ainda ele não tinha nascido, costumava pensar que se agradaria de que seu filho chegasse a ser um homem semelhante a Jesus.
    Há em Jesus Cristo um amor que qualquer um pode perceber. É fácil supor que aquelas mães da Palestina poderiam considerar que a mão de um homem como Aquele sobre as cabeças de seus meninos poderia trazer uma bênção embora não soubessem muito bem por quê.
    (2) Ali estão os discípulos. Os discípulos pareceriam ser rudes e inflexíveis; mas se o eram, estavam impulsionados pelo amor. Seu único desejo era proteger a Jesus. Viam que estava muito cansado, viam quanto lhe custava curar, porque cada vez que curava se desprendia dEle uma medida de virtude. Falava-lhes tão freqüentemente sobre uma cruz, e devem ter visto em seu olhar a tensão de seu coração e de seu espírito. Tudo o que queriam era assegurar-se de que ninguém incomodasse a Jesus. Só podiam pensar que n um momento como esse os meninos eram um estorvo para o Mestre. Não devemos pensar nos discípulos como homens sérios, duros e ásperos, não devemos condená-los; só queriam evitar a Jesus outra dessas insistentes demandas que sempre estavam expondo imperiosas exigências a seu poder.

    1. Ali está o próprio Jesus. Este relato nos diz muito sobre Ele. Era o tipo de pessoa a quem os meninos apreciam. George Macdonald costumava dizer que nenhum homem podia ser um discípulo de Jesus se os meninos sentiam temor de jogar em sua porta. Evidentemente, se os meninos gostavam dEle, Jesus não era um asceta carrancudo. Além disso, para Jesus ninguém carecia de importância. Alguém poderia dizer: "Não passa de um menino, não deixes que te incomode." Mas Jesus jamais teria dito algo assim. Ninguém foi jamais um incômodo para Jesus. Nunca estava muito cansado nem ocupado para entregar-se de cheio a quem dEle necessitasse.

    Há uma estranha diferença entre Jesus e muitos pregadores ou evangelizadores famosos. Com muita freqüência é quase impossível aproximar-se de uma destas celebridades. Têm uma espécie de séquito e escolta que mantêm o público à distância para que o personagem não se fatigue ou se sinta alterado. Jesus era justamente o contrário. O caminho à presença de Jesus está aberto à pessoa mais humilde e ao menor dos meninos.

    1. Ali estão os meninos e ao referir-se a eles, Jesus disse que estavam mais perto de Deus que qualquer outro. A simplicidade do menino está mais perto de Deus que qualquer outra coisa. A tragédia da vida é que à medida que crescemos com muita freqüência nos afastamos de Deus em vez de nos aproximar dEle.

    A GRANDE REJEIÇÃO

    Mateus 19:16-22

    Aqui deparamos com um dos relatos mais conhecidos e apreciados de todo o evangelho. Uma das coisas mais interessantes a respeito desta história é a forma em que a maioria de nós reúne, de maneira inconsciente, distintos detalhes sobre este relato que extraímos dos diferentes evangelhos para obter uma imagem mais completa. Em geral costumamos denominá-la a história do jovem rico. Todos os evangelhos nos dizem que era rico porque este é o motivo central do relato. Mas Mateus é o único que diz que era jovem (Mt 19:20), e Lucas é o único que diz que era homem de posição (Lc 18:18). É interessante observar como, inconscientemente elaboramos uma imagem composta por elementos extraídos dos três evangelhos (Mateus 19:16-22; Marcos 10:17-22; Lucas 18:18-23).

    Há outro elemento interessante a respeito deste relato. Mateus muda a pergunta que o homem faz a Jesus. Tanto Marcos como Lucas dizem que a pergunta foi a seguinte: "Por que me chamas bom? Nenhum há bom, senão só Deus" (Mc 10:18; Lc 18:19). Mateus diz que a pergunta foi assim: "Por que me perguntas sobre o que é bom? O Bom é um só." (Mt 19:17, Bíblia de Jerusalém). Tal é a versão mais correta que aparece em qualquer tradução moderna. O evangelho de Mateus é o último da série de três evangelhos e seu respeito para com Jesus o impede de mostrar Jesus formulando a pergunta: "Por que me chamas bom?" Para ele semelhantes palavras pareceriam indicar um rechaço por parte de Jesus a que o chamem bom, de maneira que muda as palavras e escreve: "Por que me perguntas sobre o que é bom?" a fim de evitar o que considera uma irreverência.

    Nesta história temos um dos ensinos mais profundos do evangelho. Contém todo o fundamento da diferença entre a idéia correta e a incorreta a respeito da religião.
    O homem que se aproximou de Jesus procurava o que ele denominava a vida eterna. Procurava felicidade, satisfação, paz com Deus. Mas a forma em que expõe a pergunta o trai. Pergunta "Que bem farei?" Pensa em termos de ações. Ele se parece com os fariseus, pensa em termos de obedecer regras, leis e normas. Pensa em acumular um crédito com Deus mediante a observância das obras da lei. É evidente que não sabe nada a respeito da religião da graça; pensa em termos de uma religião da lei e em obter a aprovação de Deus. De maneira que Jesus trata de conduzi-lo para um ponto de vista correto.

    Jesus lhe responde em seus próprios termos. Diz-lhe que guarde os mandamentos. O jovem pergunta a que tipo de mandamentos se refere. Então Jesus cita cinco dos dez mandamentos. Agora, há duas coisas importantes a respeito dos mandamentos que Jesus escolhe. Em primeiro lugar, trata-se de mandamentos que se ocupam da obrigação do homem para com o homem. Todos pertencem à segunda parte do decálogo, a parte que não se ocupa de nossa obrigação para com Deus, mas sim de nossa obrigação para com os homens. São os mandamentos que regem nossas relações pessoais e nossa atitude para com nosso próximo. Em segundo lugar Jesus cita um mandamento que está fora de lugar, por assim dizer. Cita em último lugar o mandamento sobre a obrigação de honrar ao pai e à mãe quando em realidade deveria ocupar o primeiro lugar. Por que? É evidente que Jesus quer sublinhar esse mandamento em forma especial. Por que? Não será acaso porque este jovem se tornou rico e poderoso em sua carreira e tinha esquecido de seus pais que possivelmente eram pobres? É provável que tivesse escalado posições no mundo e se sentisse envergonhado de seus pais e de seu lar. E é provável que tivesse encontrado uma excelente justificação legal na lei do Corbã que Jesus tinha condenado sem receio (Mateus 15:1-6; Marcos 7:9-13). Estas passagens demonstram que pôde tê-lo feito e entretanto tinha direito de sustentar que tinha obedecido os mandamentos. Nos mandamentos que Jesus cita, ele está sendo perguntado qual era sua atitude para com seus pais e para com seu próximo, como eram suas relações pessoais.

    A resposta que o jovem dá a Jesus é que tinha obedecido os mandamentos e que, entretanto, havia algo que sabia que devia ter e não tinha. De maneira que Jesus lhe deu outro mandamento: que vendesse tudo o que tinha, o desse aos pobres e seguisse a Jesus.
    Agora, acontece que contamos com outra versão de todo este incidente no Evangelho Segundo os Hebreus. Trata-se de um dos primeiros evangelhos que não foi incluído no Novo Testamento. Seu relato nos proporciona alguma informação acessória muito valiosa.

    "O segundo dos jovens disse a Jesus: ‘Mestre, que coisa boa posso fazer para viver?’ Ele respondeu: ‘Amigo, cumpre a lei e os profetas.’ O jovem respondeu: ‘Eu os tenho cumprido.’ Jesus lhe disse: ‘Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e segue-me.’ Mas o jovem rico começou a coçar a cabeça e não se satisfez. E o Senhor lhe disse: ‘Como dizes, cumpri a lei e os profetas? Porque está escrito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo, e eis aqui que muitos de teus irmãos, filhos do Abraão, estão vestidos com farrapos, sofrem fome, e tua casa está cheia de coisas boas e eles não recebem nenhuma.’ ”
    Aqui temos a chave de toda a passagem. O jovem afirmava que tinha comprido a lei. No sentido legal podia ser verdade, mas do ponto de vista espiritual não o era, porque toda sua atitude com relação a seu próximo era incorreta. Em última instância, sua atitude era completamente egoísta. Foi por isso que Jesus o enfrentou com o desafio de vender tudo e dá-lo aos pobres. Este homem estava tão atado a suas posses que a única coisa que o separaria delas era uma espécie de extração cirúrgica. Se o homem vir suas posses como algo que lhe foi dado com o único fim de lhe proporcionar conforto e luxo, esses bens se transformam numa cadeia que precisa ser quebrada. Se o homem vir suas posses como um meio para ajudar a outros, seus bens se convertem em uma coroa.
    A grande verdade desta história está na forma em que ilumina o significado da vida eterna. A vida eterna é a vida tal como a vive Deus. A palavra para designar o eterno é aionios, que não significa algo que dura para sempre. Significa algo que pertence a Deus, é característico ou digno de Deus. A grande característica de Deus é que amou e deu como o fez. De maneira que a essência da vida eterna não é uma observação cuidadosa e calculada dos mandamentos e das regras e normas. A vida eterna se apóia em uma atitude de generosidade amorosa e sacrificial para com nosso próximo. Se queremos encontrar a vida eterna, se queremos encontrar a felicidade, a alegria, a satisfação, a paz de espírito e serenidade de coração, não a encontraremos tentando encher uma folha de crédito com Deus, obedecendo seus mandamentos, regras e normas. Nós a encontraremos se copiarmos a atitude de amor e preocupação por nosso próximo que caracteriza Deus. Porque seguir a Cristo e servir com graça e generosidade aos homens por quem morreu Cristo é o mesmo.

    No final, o jovem se afastou com um sentimento de desespero. Rechaçou o desafio porque tinha muitas posses. E sua tragédia era que amava mais as coisas que as pessoas. E se amava mais a si mesmo que a outros. E qualquer que põe as coisas como mais importantes que as pessoas e a si mesmo antes que a outros, deve necessariamente dar as costas a Jesus Cristo.

    O PERIGO DAS RIQUEZAS

    Mateus 19:23-26

    O caso do jovem rico iluminou em forma vívida e trágica o perigo das riquezas; aqui vemos um homem que tinha pronunciado um grande rechaço porque tinha muitas posses. Jesus passa a sublinhar esse perigo. "É difícil", disse, "que um homem rico entre no reino dos céus." Usou um símile muito eloqüente para ilustrar quão difícil seria. Disse que era tão difícil que um rico entrasse no reino dos céus quanto um camelo passar pelo fundo de uma agulha.
    Deram-se diferentes interpretações destas palavras de Jesus. O camelo era o maior animal que os judeus conheciam. Afirma-se que nas cidades muradas costumava haver duas portas. A porta principal pela qual passava todo o comércio e o trânsito, junto a ela costumava haver uma porta baixa e estreita. Quando se fechava a porta principal, era fechada com ferrolhos e se montava guarda durante toda a noite, e a única forma de entrar na cidade era pela porta pequena pela qual nem sequer as pessoas podiam passar de pé. Diz-se que às vezes se chamava essa porta de "o olho da agulha". De maneira que nessa imagem Jesus diz que é tão difícil para um rico entrar no reino dos céus como para um

    camelo passar por essa porta pequena, pela qual somente os homens podiam passar.

    Há outra sugestão, que é muito atrativa. A palavra grega para camelo é kamelos; a palavra grega para o cabo de um casco de navio é kamilos. No grego posterior os sons vocálicos costumavam perder suas diferenças agudas e se aproximavam uns dos outros. Nesse grego haveria uma diferença apenas perceptível entre o som do i e o do e, ambos se pronunciariam como i. De maneira que Jesus pôde haver dito que seria tão difícil para um rico entrar no reino dos céus como tentar enfiar uma agulha com o cabo de um navio. Trata-se de uma imagem muito eloqüente.

    Mas o mais provável é que Jesus tenha empregado a imagem em seu sentido literal, e que dissesse que era tão difícil um homem rico entrar no reino como um camelo passar pelo fundo de uma agulha. Onde está a dificuldade? As riquezas surtem três efeitos principais no ponto de vista e na atitude do homem.
    (1) Fomentam uma falsa independência. Quem está excessivamente provido de bens deste mundo se sente inclinado a pensar que pode sair— se bem diante de qualquer situação que possa surgir.

    Há uma imagem muito eloqüente desta realidade na carta à Igreja da Laodicea no Apocalipse. Laodicea era a cidade mais rica da Ásia Menor. Foi arrasada por um terremoto no ano 60 d. C. O governo romano ofereceu sua ajuda e uma soma importante de dinheiro para reconstruir os edifícios que ficaram destroçados. A cidade o rechaçou dizendo que era capaz de solucionar a situação por si mesma. Tácito, o historiador romano, diz: "Laodicea surgiu das ruínas por seus próprios meios e sem contar com nenhuma ajuda de nossa parte." O Cristo ressuscitado ouve Laodicéia dizer: “Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma” (Ap 3:17).

    Walpole foi quem sugeriu o cínico epígrafe que afirma que todo homem tem o seu preço. Se um homem for rico tende a pensar que todas as coisas têm um preço e que se quiser algo pode comprá-lo, e que se se encontrar em alguma situação complicada pode pagar para sair dela. Possivelmente chegue a pensar que pode comprar o caminho à felicidade assim como o que o tirará da dor. De maneira que pode chegar a pensar que as resolverá sem Deus e que é capaz de solucionar sua vida por sua própria conta. Chega o momento em que o homem descobre que há coisas que não se podem comprar com dinheiro, e coisas das quais o dinheiro não o pode livrar. Mas sempre existe o perigo de que as posses muito numerosas fomentem uma falsa independência que crê — até ele comprovar o contrário — que eliminou a necessidade de Deus.

    1. As riquezas prendem o homem a este mundo. "Onde estiver o teu tesouro", disse Jesus, "ali estará também o teu coração" (Mt 6:21). Se tudo o que o homem deseja pertence a este mundo, se todos seus interesses se centrarem aqui, nunca pensa em outro mundo e em um mais além. Se o homem estiver muito comprometido com a Terra, é muito propenso a esquecer que há um céu.

    Depois de uma visita a um castelo e a umas terras muito ricas e bonitas, o doutor Johnson comentou com tristeza: "Estas são as coisas que fazem difícil morrer." É muito possível que um homem se interesse tanto nas coisas terrenas que se esqueça das celestiais, que esteja tão preso às coisas que se vêem, que se esqueça das que não se vêem: e isso é trágico, porque as coisas visíveis são temporais enquanto que as coisas invisíveis são eternas.

    1. As riquezas tendem a tornar o homem egoísta. Por mais que possua, é natural que o homem deseje um pouco mais; assim diz o epigrama: "O suficiente sempre é um pouquinho mais do que se tem." Além disso, uma vez que o homem chegou a desfrutar do luxo e o conforto, sempre tende a temer ficar sem eles. A vida se converte em uma luta laboriosa e cansativa para reter o que se possui. O resultado é que quando o homem enriquece, em vez de sentir um impulso de dar, costuma experimentar o desejo de apegar-se às coisas. Seu instinto o leva a possuir mais e mais em busca da segurança que acredita que lhe darão as coisas. O perigo das riquezas é que tendem a levar ao homem a esquecer que perde o que retém, e ganha o que dá a outros.

    Mas Jesus não disse que era impossível que um rico entrasse no reino dos céus. Zaqueu era um dos homens mais ricos de Jericó e entretanto, em forma inesperada, entrou no Reino (Lc 19:9). José de Arimatéia era um homem rico (Mt 27:57). Nicodemos deve ter sido muito rico porque trouxe especiarias para ungir o cadáver de Jesus e essas especiarias valiam uma fortuna (Jo 19:39). Não se trata de que os ricos tenham as portas fechadas. Tampouco se trata de que as riquezas sejam um pecado, mas são um perigo. A base de todo o cristianismo é um sentimento imperioso de necessidade; quando um homem tem muitas coisas sobre a Terra, corre o risco de considerar que não precisa de Deus. Quando um homem possui poucas coisas na Terra, costuma dirigir-se a Deus porque não tem nenhum outro lugar aonde ir.

    UMA RESPOSTA SÁBIA A UMA PERGUNTA ERRADA

    Mateus 19:27-30

    Para Jesus teria sido fácil responder a pergunta de Pedro com uma recriminação impaciente. Em seu sentido decisivo a pergunta de Pedro era a seguinte: "O que ganhamos te seguindo?" Jesus bem pôde ter dito que qualquer um que o seguia com esse ânimo não tinha a menor idéia do que significava segui-lo. Contudo, era uma pergunta muito natural. É verdade que teria sua correção implícita na parábola que em seguida Jesus pronunciaria, mas Ele não repreendeu Pedro com dureza. Recebeu a pergunta e a partir dela estabeleceu três grandes leis da vida cristã.

    1. Sempre é certo que quem compartilha a campanha de Jesus compartilhará seu triunfo. Nas guerras entre os homens aconteceu muito freqüentemente que uma vez que terminou a luta, obteve-se o triunfo e os soldados já não eram necessários, foram esquecidos aqueles que tinham suportado o fragor da luta. Nas guerras entre os homens sucedeu com muita freqüência que quem lutou para formar um país onde os heróis pudessem viver, acharam que esse país se converteu num lugar onde os heróis podiam morrer de fome. Isso não acontece com Jesus Cristo. Quem compartilha a luta de Cristo, compartilhará sua vitória; e quem carrega com a cruz, luzirá a coroa.
    2. Sempre é certo que o cristão receberá muito mais do que jamais tenha tido que abandonar. Mas o que recebe não é uma posse material, e sim uma nova companhia, humana e divina. Quando um homem se torna cristão entra em uma nova confraternidade humana. Enquanto exista uma igreja cristã, não deveria existir ninguém que esteja sozinho ou que não tenha amigos. Se sua decisão cristã significou que teve que abandonar certos amigos, também deveria significar que entrou em um círculo de amizades mais amplo do que jamais teve. Deveria ser uma realidade que não existisse quase nenhum povo ou cidade onde um cristão pudesse ser um estranho. Porque em toda cidade, aldeia ou povo há uma igreja e tem direito a unir-se a esse círculo de pessoas. Pode acontecer que o cristão que é um estranho seja muito tímido para entrar nesse círculo como deveria; pode acontecer que a igreja desse lugar se converteu em um círculo muito fechado para abrir seus braços e suas portas. Mas se se cumpre o ideal cristão, em nenhum lugar do mundo onde há uma igreja cristã deveria existir um indivíduo cristão que se sentisse sozinho, sem amigos. O fato de ser cristão deveria significar que se entrou em um grupo que estende seus braços até os limites da Terra.

    Mas, mais ainda, quando um homem se torna cristão entra em uma nova companhia divina. Entra em posse da vida eterna. A vida eterna é a vida idêntica à vida de Deus. O cristão pode ser separado de outras coisas, mas jamais pode ser separado do amor de Deus em Cristo Jesus seu Senhor.

    1. Por último, Jesus adverte que haverá surpresas no juízo final. Os critérios que Deus emprega para julgar não são os mesmos que os homens empregam, embora só seja porque Deus vê o interior do coração dos homens. Existe um mundo novo para compensar o equilíbrio do velho; há uma eternidade para corrigir os julgamentos equivocados do tempo. E pode ser que aqueles que foram humildes na Terra sejam grandes no céu, e que aqueles que foram grandes na Terra sejam humilhados no mundo por vir.

    Dicionário

    Ajuntar

    verbo bitransitivo e pronominal Juntar, colocar junto ou perto; unir-se: ajuntar os alunos da escola; os melhores se ajuntaram.
    Reunir pessoas ou coisas que têm relações entre si; unir uma coisa com outra: ajuntar os bons e os maus.
    Juntar em grande quantidade; acumular, acrescentar, coligir: ajuntar dinheiro.
    verbo intransitivo Unir de maneira muito próxima: não temos o dinheiro todo, estamos ajuntando.
    Etimologia (origem da palavra ajuntar). A + juntar.

    Assim

    advérbio Deste modo, desta forma: assim caminha a humanidade.
    Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim.
    Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim!
    Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim.
    conjunção Portanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular.
    Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos.
    locução adverbial De valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu.
    locução interjeição Assim seja. Queira Deus, amém; oxalá.
    expressão Assim ou assado. De uma maneira ou de outra.
    Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora!
    Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças.
    Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.

    Carne

    substantivo feminino O tecido muscular do homem e dos animais, e principalmente a parte vermelha dos músculos.
    Particularmente, o tecido muscular dos animais terrestres que serve de alimento ao homem.
    Carne viva, o derma ou o tecido muscular posto a descoberto depois de arrancada ou cortada a epiderme.
    Figurado A natureza humana: a carne é fraca.
    O corpo humano: mortificar a carne.
    A polpa das frutas.
    Cor de carne, branco rosado.
    Nem peixe nem carne, diz-se de uma pessoa de caráter indeciso, que não tem opinião definida, ou de uma coisa insípida.
    São unha com carne, ou unha e carne, ou osso e carne, diz-se de duas pessoas que vivem em muita intimidade, que mutuamente comunicam seus pensamentos secretos.

    substantivo feminino O tecido muscular do homem e dos animais, e principalmente a parte vermelha dos músculos.
    Particularmente, o tecido muscular dos animais terrestres que serve de alimento ao homem.
    Carne viva, o derma ou o tecido muscular posto a descoberto depois de arrancada ou cortada a epiderme.
    Figurado A natureza humana: a carne é fraca.
    O corpo humano: mortificar a carne.
    A polpa das frutas.
    Cor de carne, branco rosado.
    Nem peixe nem carne, diz-se de uma pessoa de caráter indeciso, que não tem opinião definida, ou de uma coisa insípida.
    São unha com carne, ou unha e carne, ou osso e carne, diz-se de duas pessoas que vivem em muita intimidade, que mutuamente comunicam seus pensamentos secretos.

    A palavra hebraica do A.T., basar, tem freqüentemente o sentido literal de carne, ou seja do homem ou de animal (Gn 2:21 – 9.4 – Lv 6:10Nm 11:13), e também significa todas as criaturas vivas (Gn 6:13-17) – além disso tem a significação especial de Humanidade, sugerindo algumas vezes quanto é grande a fraqueza do homem, posta em confronto com o poder de Deus (Sl 65:2 – 78.39). No N. T. a palavra sarx é empregada da mesma maneira (Mc 13:20 – 26.41 – Hb 2:14 – 1 Pe 1.24 – Ap 17:16) S. Paulo põe habitualmente em contraste a carne e o espírito – e faz a comparação entre aquela vida de inclinação à natureza carnal e a vida do crente guiado pelo Espírito (Rm 7:5-25, 8.9 – Gl 5:17 – etc.). A frase ‘Carne e sangue’ (Mt 16:17Gl 1:16) é para fazer distinção entre Deus e o homem (*veja Alimento).

    A carne é veículo transitório e abençoado instrumento para o espírito aprender na Academia terrestre através do processo incessante da evolução.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    A carne, de certo modo, em muitas circunstâncias não é apenas um vaso divino para o crescimento de nossas potencialidades, mas também uma espécie de carvão milagroso, absorvendo -nos os tóxicos e resíduos de sombra que trazemos no corpo substancial.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela adquiridos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 33

    A carne é a sagrada retorta em que nos demoramos nos processos de alquimia santificadora, transubstanciando paixões e sentimentos ao calor das circunstâncias que o tempo gera e desfaz.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Evangelho

    A carne terrestre, onde abusamos, é também o campo bendito onde conseguimos realizar frutuosos labores de cura radical, quando permanecemos atentos ao dever justo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - cap• 5


    Carne
    1) O tecido muscular do corpo dos seres humanos e dos animais (Gn 2:21)

    2) O corpo humano inteiro (Ex 4:7).

    3) O ser humano fraco e mortal (Sl 78:39).

    4) A natureza humana deixada à vontade e dominada pelos seus desejos e impulsos (Gl 5:19); 6.8;
    v. CARNAL).

    Carne O termo carne não tem uma significação unívoca nos evangelhos. A expressão “toda carne” refere-se ao conjunto de todos os seres humanos (Mt 24:22); “carne e sangue” designa o ser humano em suas limitações (Mt 16:17; 26,41) e “carne” também se refere — em contraposição a espírito — ao homem em seu estado de pecado (Jo 3:6). Finalmente “comer a carne e beber o sangue” de Jesus, longe de ser uma referência eucarística, significa identificar-se totalmente com Jesus, custe o que custar, pelo Espírito que dá a vida. A exigência dessa condição explica por que muitos que seguiam Jesus até esse momento abandonaram-no a partir de sua afirmação (Jo 6:53-58:63).

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Dois

    numeral Um mais um (2); o número imediatamente após o 1; segundo.
    Equivalente a essa quantidade: dois carros na garagem.
    Segundo dia do mês: dia um, dia dois.
    Segundo elemento numa contagem, série, lista.
    substantivo masculino Algarismo que representa esse número (2).
    Nota dois: tirei dois no exame.
    Carta do baralho, marcada com dois pontos: o dois de ouros.
    Etimologia (origem da palavra dois). Do latim duos; pelo espanhol dos.

    Homem

    O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

    O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

    H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

    O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

    Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

    O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

    [...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

    O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

    Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

    [...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

    Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

    Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

    [...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

    Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

    [...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
    Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

    O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

    Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    [...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

    Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

    [...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

    [...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

    O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

    [...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

    [...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

    [...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

    Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

    [...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
    Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

    [...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

    [...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    [...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

    O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

    [...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

    Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

    [...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

    [...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    [...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

    O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

    No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

    Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

    [...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

    Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

    Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

    Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

    O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

    Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

    Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

    [...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


    Homem
    1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
    v. IMAGEM DE DEUS).

    2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

    4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

    5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

    6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
    (1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
    (2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
    (3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
    (4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
    (1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
    (2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    Maís

    substantivo masculino Variedade de milho graúdo, bem desenvolvido.
    Não confundir com: mais.
    Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.

    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Separar

    verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Desunir, fazer a disjunção de: separar os lápis das borrachas; separar os alunos em turmas homogêneas; as amigas se separaram na adolescência.
    Enviar para longe; afastar, apartar: separar dois contendores; separar os participantes dos não participantes; as tempestades se separaram no litoral.
    Causar desentendimento, discórdia; desunir: a briga separou os irmãos.
    verbo transitivo direto Não corroborar para a união de uma pessoa com outra: traições separaram o casal.
    Ocasionar a divisão de; repartir, dividir, isolar: separar a sala em duas peças.
    Considerar à parte; distinguir, classificar: separar o útil do inútil.
    Obstar à união; incompatibilizar: os preconceitos separam as pessoas e as classes.
    verbo transitivo direto e bitransitivo Guardar algo para um outro momento ou fim; destinar: separar os ingredientes para o bolo.
    Marcar fronteiras; estar localizado entre uma coisa e outra: oceano que separa continentes; estaca que separa um município do outro.
    verbo pronominal Afastar-se um do outro; apartar-se: separaram-se amistosamente.
    Deixar de viver em comum; divorciar-se, desquitar-se: separou-se da mulher.
    Pôr-se à parte; distanciar-se: separou-se da sociedade.
    Etimologia (origem da palavra separar). Do latim separare.

    separar
    v. 1. tr. dir. e pron. Apartar(-se), desligar(-se), desunir(-se). 2. tr. dir. dir. Permitir a separação judicial entre. 3. pron. Cessar de viver em comu.M 4. pron. dir. Divorciar-se. 5. tr. dir. Isolar: S. os doentes. 6. tr. dir. Estar colocado entre; manter separação. 7. tr. dir. Lançar a discórdia, a indiferença, o ódio etc. entre; desunir. 8. tr. dir. Isolar de uma mistura ou de um composto; extrair.

    São

    adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
    Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
    Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
    Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
    Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
    Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
    Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
    Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
    substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
    Aquele que está bem de saúde; saudável.
    Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
    Condição do que está completo, perfeito.
    expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
    Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
    substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
    Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

    adjetivo Que se encontra em perfeito estado de saúde; sadio: homem são.
    Que não está estragado: esta fruta ainda está sã.
    Que contribui para a saúde; salubre: ar são.
    Figurado Concorde com a razão; sensato, justo: política sã.
    Por Extensão Que não está bêbado nem embriagado; sóbrio: folião são.
    Sem lesão nem ferimento; ileso, incólume: são e salvo.
    Que age com retidão; justo: julgamento são; ideias sãs.
    Em que há sinceridade, franqueza; franco: palavras sãs.
    substantivo masculino Parte sadia, saudável, em perfeito estado de algo ou de alguém.
    Aquele que está bem de saúde; saudável.
    Característica da pessoa sã (sensata, justa, sincera, franca).
    Condição do que está completo, perfeito.
    expressão São e salvo. Que não corre perigo: chegou em casa são e salvo!
    Etimologia (origem da palavra são). Do latim sanus.a.um.
    substantivo masculino Forma abreviada usada para se referir a santo: São Benedito!
    Etimologia (origem da palavra são). Forma sincopada de santo.

    são adj. 1. Que goza de perfeita saúde, sadio. 2. Completamente curado. 3. Salubre, saudável, sadio. 4. Que não está podre ou estragado. 5. Reto, justo. 6. Impoluto, puro; sem defeitos. 7. Ileso, incólume, salvo. 8. Justo, razoável. 9. Inteiro, intacto, sem quebra ou defeito (objeto). Sup. abs. sint.: saníssimo. Fe.M: sã. S. .M 1. Indivíduo que tem saúde. 2. A parte sã de um organismo.

    substantivo masculino Senhor; forma informal utilizada para se dirigir à pessoa que tem certa autoridade, poder ou é proprietária de algo: sô advogado; sô Francisco.
    Gramática Usado como interlocutório pessoal: anda logo, sô, corre atrás da namorada.
    Não confundir com: .
    Etimologia (origem da palavra ). Forma Red. de senhor; do latim senior.oris.

    substantivo masculino Senhor; forma informal utilizada para se dirigir à pessoa que tem certa autoridade, poder ou é proprietária de algo: sô advogado; sô Francisco.
    Gramática Usado como interlocutório pessoal: anda logo, sô, corre atrás da namorada.
    Não confundir com: .
    Etimologia (origem da palavra ). Forma Red. de senhor; do latim senior.oris.

    Rei egípcio, de descendência etiópica, cujo nome por extenso era Sabaku, pertencendo à vigésima-quinta dinastia. oséias, que desejou livrar-se do jugo da Assíria, procurou para esse fim o auxilio e a aliança de Sô (2 Rs 17.4). A conseqüência desta aliança foi desastrosa, pois oséias foi feito prisioneiro pelos assírios que haviam invadido o reino de israel, tomando Samaria e levando as dez tribos para o cativeiro. Muitos, contudo, pensam que Sô era apenas um vice-rei no Delta. (*veja oséias, israel e Samaria.)

    Oséias, o último monarca do reino do Norte, tentara escapar da opressão dos assírios, ao recusar-se a pagar os pesados tributos exigidos e ao enviar mensageiros para buscar a ajuda de Sô, faraó do Egito (2Rs 17:4). Essa atitude fez com que Salmaneser, rei da Assíria, mandasse prender Oséias e ordenasse a invasão de Israel. Não se sabe ao certo quem era exatamente esse faraó egípcio. Alguns eruditos sugerem que se tratava de Shabako, que governou o Egito por volta de 716 a.C., mas isso o colocaria numa época muito posterior à dos eventos narrados, desde que Oséias foi rei no período entre 732 a 722 a.C. Sô também é identificado por alguns estudiosos com Osorcom IV, de Tanis (nome da cidade mencionada na Bíblia como Zoã). Essa sugestão é apoiada pela mensagem de Isaías contra o Egito, na qual o profeta destacou que aquela nação não servia para nada e mencionou especificamente “os príncipes de Zoã” (Is 19:11-15). Outras sugestões ainda são apresentadas. P.D.G.


    Rei do Egito (2Rs 17:4).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    ὥστε οὐκέτι εἰσί οὐκέτι δύο ἀλλά μία σάρξ οὖν ὅς θεός συζεύγνυμι μή χωρίζω ἄνθρωπος
    Mateus 19: 6 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Por isso, eles não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, nenhum homem o separe.
    Mateus 19: 6 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Fevereiro de 30
    G1417
    dýo
    δύο
    alguma coisa cortada, sulco, corte
    (the furrows)
    Substantivo
    G1510
    eimí
    εἰμί
    ser
    (being)
    Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
    G1520
    heîs
    εἷς
    uma
    (one)
    Adjetivo - nominativo feminino no singular
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G235
    allá
    ἀλλά
    ir, ir embora, ir de uma parte para outra
    (is gone)
    Verbo
    G3361
    mḗ
    μή
    não
    (not)
    Advérbio
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3765
    oukéti
    οὐκέτι
    não mais
    (no longer)
    Advérbio
    G3767
    oûn
    οὖν
    portanto / por isso
    (therefore)
    Conjunção
    G444
    ánthrōpos
    ἄνθρωπος
    homem
    (man)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G4561
    sárx
    σάρξ
    carne
    (flesh)
    Substantivo - Feminino no Singular nominativo
    G4801
    syzeúgnymi
    συζεύγνυμι
    prender a um jugo, escravizar
    (united together)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G5563
    chōrízō
    χωρίζω
    separar, dividir, partir, quebrar em pedaços, separar-se de, despedir-se
    (let separate)
    Verbo - presente imperativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G5620
    hṓste
    ὥστε
    de modo a
    (so that)
    Conjunção


    δύο


    (G1417)
    dýo (doo'-o)

    1417 δυο duo

    numeral primário; n indecl

    1. dois, par

    εἰμί


    (G1510)
    eimí (i-mee')

    1510 ειμι eimi

    primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

    1. ser, exitir, acontecer, estar presente

    εἷς


    (G1520)
    heîs (hice)

    1520 εις heis

    (incluindo o neutro [etc.] hen); TDNT - 2:434,214; numeral

    1. um

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    ἀλλά


    (G235)
    allá (al-lah')

    235 αλλα alla

    plural neutro de 243; conj

    1. mas
      1. todavia, contudo, não obstante, apesar de
      2. uma objeção
      3. uma exceção
      4. uma restrição
      5. mais ainda, antes, mais propriamente, até mesmo, além do mais
      6. introduz uma transição para o assunto principal

    μή


    (G3361)
    mḗ (may)

    3361 μη me

    partícula de negação qualificada (enquanto que 3756 expressa um negação absoluta); partícula

    1. não, que... (não)


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    οὐκέτι


    (G3765)
    oukéti (ook-et'-ee)

    3765 ουκετι ouketi também (separadamente) ουκ ετι ouk eti

    de 3756 e 2089; adv

    1. não mais, nem mais, já não mais

    οὖν


    (G3767)
    oûn (oon)

    3767 ουν oun

    aparentemente, palavra raiz; partícula

    1. então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim

    ἄνθρωπος


    (G444)
    ánthrōpos (anth'-ro-pos)

    444 ανθρωπος anthropos

    de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

    1. um ser humano, seja homem ou mulher
      1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
      2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
        1. de animais e plantas
        2. de Deus e Cristo
        3. dos anjos
      3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
      4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
      5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
      6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
      7. com referência ao sexo, um homem
    2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
    3. no plural, povo
    4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

    σάρξ


    (G4561)
    sárx (sarx)

    4561 σαρξ sarx

    provavelmente da mesma raiz de 4563; TDNT - 7:98,1000; n f

    1. carne (substância terna do corpo vivo, que cobre os ossos e é permeada com sangue) tanto de seres humanos como de animais
    2. corpo
      1. corpo de uma pessoa
      2. usado da origem natural ou física, geração ou afinidade
        1. nascido por geração natural
      3. natureza sensual do homem, “a natureza animal”
        1. sem nenhuma sugestão de depravação
        2. natureza animal com desejo ardente que incita a pecar
        3. natureza física das pessoas, sujeita ao sofrimento

          criatura viva (por possuir um corpo de carne), seja ser humano ou animal

          a carne, denotando simplesmente a natureza humana, a natureza terrena dos seres humanos separada da influência divina, e por esta razão inclinada ao pecado e oposta a Deus


    συζεύγνυμι


    (G4801)
    syzeúgnymi (sood-zyoog'-noo-mee)

    4801 συζευγνυμι suzeugnumi

    de 4862 e a raiz de 2201; v

    1. prender a um jugo, escravizar
    2. juntar, unir
      1. do laço do matrimônio

    χωρίζω


    (G5563)
    chōrízō (kho-rid'-zo)

    5563 χωριζω chorizo

    de 5561; v

    1. separar, dividir, partir, quebrar em pedaços, separar-se de, despedir-se
      1. deixar esposo ou esposa
      2. de divórcio
      3. partir, ir embora

    ὥστε


    (G5620)
    hṓste (hoce'-teh)

    5620 ωστε hoste

    de 5613 e 5037; partícula

    assim que, de tal modo que

    então, portanto