ἀκούσαντες δὲ οἱ ἀπόστολοι Βαρναβᾶς καὶ Παῦλος, διαρρήξαντες τὰ ἱμάτια ⸀αὐτῶν ⸀ἐξεπήδησαν εἰς τὸν ὄχλον κράζοντες

Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

Having heard ἀκούσαντεςG191 however δὲG1161 the οἱG3588 apostles ἀπόστολοιG652 Barnabas ΒαρνάβαςG921 and καὶG2532 Paul ΠαῦλοςG3972 having torn διαρρήξαντεςG1284 the τὰG3588 garments ἱμάτιαG2440 of them αὐτῶν*G846 rushed out ἐξεπήδησανG1530 into εἰςG1519 the τὸνG3588 crowd ὄχλονG3793 crying out κράζοντεςG2896

Interlinear com inglês (Fonte: Bible.hub)

PorémG1161 δέG1161, ouvindo istoG191 ἀκούωG191 G5660, os apóstolosG652 ἀπόστολοςG652 BarnabéG921 ΒαρνάβαςG921 eG2532 καίG2532 PauloG3972 ΠαῦλοςG3972, rasgandoG1284 διαρῥήσσωG1284 G5660 as suasG848 αὑτοῦG848 vestesG2440 ἱμάτιονG2440, saltaramG1530 εἰσπηδάωG1530 G5656 para o meioG1519 εἰςG1519 da multidãoG3793 ὄχλοςG3793, clamandoG2896 κράζωG2896 G5723:

(ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear (Fonte insegura)

Versões

Nesta seção, você pode conferir as nuances e particularidades de diversas versões sobre a perícope Atos 14:14 para a tradução (ARAi) - 1993 - Almeida Revisada e Atualizada
Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes, saltaram para o meio da multidão, clamando:
(ARA) - 1993 - Almeida Revisada e Atualizada

Ouvindo, porém, isto os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgaram os seus vestidos, e saltaram para o meio da multidão, clamando,
(ARC) - 1969 - Almeida Revisada e Corrigida

Mas os apóstolos Barnabé e Paulo, quando ouviram isso, rasgaram os seus vestidos e saltaram para o meio da multidão,
(TB) - Tradução Brasileira

ἀκούσαντες δὲ οἱ ἀπόστολοι Βαρναβᾶς καὶ Παῦλος, διαρρήξαντες τὰ ἱμάτια ⸀αὐτῶν ⸀ἐξεπήδησαν εἰς τὸν ὄχλον κράζοντες
(BGB) - Bíblia Grega Bereana

Os apóstolos Barnabé e Paulo, ao ouvir {isso}, rasgando as suas vestes, correram para a turba, gritando
(HD) - Haroldo Dutra

Mas quando os apóstolos Barnabé e Paulo ouviram-no, eles rasgaram as suas vestes e correram para o meio da multidão, gritando,
(BKJ) - Bíblia King James - Fiel 1611

Havendo, porém, os apóstolos Barnabé e Paulo 970 ouvido isto, e havendo rasgado as suas vestes, saltaram para dentro da multidãO, clamando,
(LTT) Bíblia Literal do Texto Tradicional

Ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram seus mantos[a] e precipitaram-se em meio à multidão, clamando e repetindo:
(BJ2) - 2002 - Bíblia de Jerusalém

et dicentes : Viri, quid hæc facitis ? et nos mortales sumus, similes vobis homines, annuntiantes vobis ab his vanis converti ad Deum vivum, qui fecit cælum, et terram, et mare, et omnia quæ in eis sunt :
(VULG) - Vulgata Latina


Notas de rodapé da LTT

Bíblia de Estudo LTT: Bíblia Literal do Texto Tradicional (com Notas), 2ª Edição, 2018 por Hélio de Menezes Silva, membro da Igreja Batista Bíblica Fundamentalista (independente) de Soledade

Havendo, porém, os apóstolos Barnabé e Paulo 970 ouvido isto, e havendo rasgado as suas vestes, saltaram para dentro da multidãO, clamando,


 970

At 14:14 "OS APÓSTOLOS BARNABÉ E PAULO": Barnabé é "apóstolo" apenas no sentido de chamado pela ASSEMBLEIA local, de especial comissionado, mensageiro, delegado, enviado para cumprir as ordens da ASSEMBLEIA local At 13:3 comp. At 14:26, em contraste com o sentido dos 11:1+1+1 = 13 apóstolos de o Cristo, diretamente chamados por Ele enquanto Ele prestou- serviço na terra em Seu corpo físico.



Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

Atos 14 : 14

Os apóstolos Barnabé e Paulo, ao ouvir {isso}, rasgando as suas vestes, correram para a turba, gritando


rasgando
Na Mishna, Seder Nezikin, Tratado Sanhedrin 7:5, aqueles que julgavam um blasfemo deveriam ficar de pé e rasgar suas vestes, ao ouvirem uma blasfêmia. Nesse caso, parece que Barnabé e Paulo, diante da blasfêmia ouvida, repetiram esse mesmo ato.

vestes
ιματιον - (himation) Veste externa, manto, peça de vestuário utilizada sobre a peça interna. Pode ser utilizada como sinônimo do vestuário completo de uma pessoa. O termo também aparece em Mt 5:40, traduzido como “manto”.


Notas de rodapé da Bíblia (BJ2) - 2002 - Bíblia de Jerusalém

Atos 14 : 14

Ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram seus mantos[a] e precipitaram-se em meio à multidão, clamando e repetindo:


[a]
Em sinal de indignação (cf. Mt 26:25).

G191
akousantes
ἀκούσαντες
(Having heard)
Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) ativo - nominativo masculino Masculino no Plural
G1161
de
δὲ
(however)
Conjunção
G3588
hoi
οἱ
(the)
Artigo - nominativo Masculino no Plural
G652
apostoloi
ἀπόστολοι
(apostles)
Substantivo - nominativo Masculino no Plural
G921
Barnabas
Βαρνάβας
(Barnabas)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G2532
kai
καὶ
(and)
Conjunção
G3972
Paulos
Παῦλος
(Paul)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G1284
diarrēxantes
διαρρήξαντες
(having torn)
Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) ativo - nominativo masculino Masculino no Plural
G3588
ta
τὰ
(the)
Artigo - Afusivo neutro
G2440
himatia
ἱμάτια
(garments)
Substantivo - neutro acusativo plural
G846
autōn
αὐτῶν*
(of them)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3º pessoa do plural
G1530
exepēdēsan
ἐξεπήδησαν
(rushed out)
Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Ativo - 3ª pessoa do plural
G1519
eis
εἰς
(into)
Preposição
G3588
ton
τὸν
(the)
Artigo - Masculino no Singular acusativo
G3793
ochlon
ὄχλον
(crowd)
Substantivo - acusativo masculino singular
G2896
krazontes
κράζοντες
(crying out)
Verbo - particípio presente ativo - nominativo Masculino no Plural

Strongs

O objetivo da Concordância de Strong é oferecer um índice de referência bíblico palavra por palavra, permitindo que o leitor possa localizar todas as ocorrências de um determinado termo na Bíblia. Desta forma, Strong oferece um modo de verificação de tradução independente e disponibiliza um recurso extra para uma melhor compreensão do texto.
Autor: James Strong


δέ
(G1161)
Ver mais
(deh)

1161 δε de

partícula primária (adversativa ou aditiva); conj

  1. mas, além do mais, e, etc.

διαῤῥήσσω
(G1284)
Ver mais
diarrhḗssō (dee-ar-hrayce'-so)

1284 διαρρησσω diarrhesso

de 1223 e 4486; v

  1. quebrar em pedaços, romper, despedaçar
  2. rasgar, o que era feito pelos judeus com suas vestes em casos de extrema indignação ou profunda tristeza

εἰς
(G1519)
Ver mais
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

εἰσπηδάω
(G1530)
Ver mais
eispēdáō (ice-pay-dah'-o)

1530 εισπηδαω eispedao

de 1519 e pedao (pular, lançar-se); v

  1. apresentar-se inesperadamente, entrar impetuosamente

ἀκούω
(G191)
Ver mais
akoúō (ak-oo'-o)

191 ακουω akouo

uma raiz; TDNT - 1:216,34; v

  1. estar dotado com a faculdade de ouvir, não surdo
  2. ouvir
    1. prestar atenção, considerar o que está ou tem sido dito
    2. entender, perceber o sentido do que é dito
  3. ouvir alguma coisa
    1. perceber pelo ouvido o que é dito na presença de alguém
    2. conseguir aprender pela audição
    3. algo que chega aos ouvidos de alguém, descobrir, aprender
    4. dar ouvido a um ensino ou a um professor
    5. compreender, entender

ἱμάτιον
(G2440)
Ver mais
himátion (him-at'-ee-on)

2440 ιματιον himation

de um suposto derivado de ennumi (vestir); n n

  1. vestimenta (de qualquer tipo)
    1. vestimentas, i.e. a capa ou o manto e a túnica

      vestimenta exterior, capa ou o manto

Sinônimos ver verbete 5934


καί
(G2532)
Ver mais
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

κράζω
(G2896)
Ver mais
krázō (krad'-zo)

2896 κραζω krazo

palavra primária; TDNT - 3:898,465; v

  1. grasnar
    1. do grito de um corvo
    2. daí, gritar, berrar, vociferar
    3. clamar ou pedir por vingança
  2. chorar
    1. chorar alto, falar com uma voz alta

Sinônimos ver verbete 5823



(G3588)
Ver mais
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὄχλος
(G3793)
Ver mais
óchlos (okh'los)

3793 οχλος ochlos

de um derivado de 2192 (que significa veículo); TDNT - 5:582,750; n m

  1. multidão
    1. ajuntamento informal de pessoas
      1. multidão de pessoas que se reuniram em algum lugar
      2. tropel
    2. multidão
      1. povo comum, como oposto aos governadores e pessoas de importância
      2. com desprezo: a multidão ignorante, o populacho
    3. multidão
      1. multidões, parece denotar grupo de pessoas reunidas sem ordem

Sinônimos ver verbete 5927


Παῦλος
(G3972)
Ver mais
Paûlos (pow'-los)

3972 παυλος Paulos

de origem latina; n pr m Paulo = “pequeno ou menor”

Paulo era o mais famoso dos apóstolos e escreveu boa parte do NT, as 14 epístolas paulinas

Paulo era representante ou procônsul de Chipre. É conhecido como homem prudente tanto na administração dos afazeres quanto como governador


ἀπόστολος
(G652)
Ver mais
apóstolos (ap-os'-tol-os)

652 αποστολος apostolos

de 649; TDNT - 1:407,67; n m

  1. um delegado, mensageiro, alguém enviado com ordens
    1. especificamente aplicado aos doze apóstolos de Cristo
    2. num sentido mais amplo aplicado a outros mestres cristãos eminentes
      1. Barnabé
      2. Timóteo e Silvano

αὐτός
(G846)
Ver mais
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo

Βαρνάβας
(G921)
Ver mais
Barnábas (bar-nab'-as)

921 βαρναβας Barnabas

de origem aramaica 1247 e 5029 בר נבא; n pr m

Barnabé = “filho do descanso (ou de Nabas = de profecia)”

  1. o sobrenome de José, um levita, nativo de Chipre. Ele era um distinto mestre cristão e companheiro e amigo de Paulo.

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Referências em Livro Espírita

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Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 14:14
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 5
CARLOS TORRES PASTORINO
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at 14:14
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 19
CARLOS TORRES PASTORINO
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Comentários

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores






Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante






Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)






Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.






Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano






Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista






Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.






NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia






Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista






Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson






John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora






Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia







Referências Cruzadas

É sistema de referências cruzadas fornecidas na margem das Bíblias que ajuda o leitor a descobrir o significado de qualquer comparando com outras passagens da Bíblia.

Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 14:14

II Reis 5:7 E sucedeu que, lendo o rei de Israel a carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar, para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.
II Reis 18:37 Então, Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o chanceler, vieram a Ezequias com as vestes rasgadas e lhe fizeram saber as palavras de Rabsaqué.
Esdras 9:3 E, ouvindo eu tal coisa, rasguei a minha veste e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei atônito.
Jeremias 36:24 E não temeram, nem rasgaram as suas vestes o rei e todos os seus servos que ouviram todas aquelas palavras.
Mateus 26:65 Então, o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes, agora, a sua blasfêmia.
Marcos 14:63 E o sumo sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: Para que necessitamos de mais testemunhas?
Atos 14:4 E dividiu-se a multidão da cidade: uns eram pelos judeus, e outros, pelos apóstolos.
I Coríntios 9:5 Não temos nós direito de levar conosco uma mulher irmã, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?

Dicionários

Trata-se da junção de diversos dicionários para melhor conseguir definir os termos do versículo.

Apóstolos

O vocábulo “apóstolo” (do grego apostolos, que significa “mensageiro” ou “enviado”) é o nome dado a alguém enviado para uma missão por outrem. No NT esse termo é usado para identificar os primeiros líderes do movimento que se formou em torno de Jesus de Nazaré. Com o tempo, este termo tornou-se mais amplo e abrangeu também outros cristãos que cumpriram tarefas de destaque na área de evangelização e missões.

A escolha dos Doze

Os primeiros apóstolos foram escolhidos diretamente por Jesus (Mc 3:14-15; Jo 15:16) e indicados depois de uma noite de oração, em busca da direção divina (Lc 6:12). Os quatro evangelistas mencionam que havia doze líderes (Mt 10:5; Mt 11:1; Mt 20:17; Mc 4:10-6,7; 9:35; Lc 6:13; Lc 8:1; Lc 22:3; Jo 6:71; Jo 20:24).

Os nomes dos apóstolos são relacionados quatro vezes, em Mateus 10:2-4, Marcos 3:16-19, Lucas 6:14-16 e Atos 1:13, onde Matias foi nomeado como substituto de Judas 1scariotes (At 1:12-26). Um estudo dessas listas e dos nomes apostólicos no evangelho de João revela fatos interessantes. Primeiro, quatro dos apóstolos eram pescadores — Pedro, André, Tiago e João. Desses, Pedro, Tiago e João formavam um círculo de amizade mais próximo e estavam presentes com Cristo em várias ocasiões memoráveis, como a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:37; Lc 8:51), a Transfiguração (Mc 9:2; Lc 9:28) e a agonia no Getsêmani (Mc 14:32). Às vezes, André era também incluído, como na ocasião em que os discípulos perguntaram a Jesus sobre quando o Templo seria destruído (Mc 13:3-4). Segundo, dois discípulos, Tiago e João, foram chamados Boanerges, que significa, “filhos do trovão”, provavelmente referindose ao “temperamento esquentado” deles (Mc 3:17). Terceiro, Mateus ou Levi possivelmente tinha bom nível de instrução, um cobrador de impostos e considerado colaboracionista das autoridades romanas que dominavam a Palestina naquela época. Quarto, Tomé era chamado Dídimo, “o gêmeo” (Jo 11:16; Jo 20:24). Quinto, provavelmente Judas 1scariotes era o único judeu (não galileu) e Simão, chamado “o zelote” ou “o cananeu”, possivelmente era um revolucionário político. Eles formavam um grupo heterogêneo e somente a lealdade comum a Jesus os mantinha juntos. Eles o conheciam e amavam e queriam ser seus seguidores, embora freqüentemente falhassem muito (Mt 8:26; Mt 14:31; Mt 16:8; Mt 22:40-45; Mc 4:40; Lc 8:25; Lc 12:28; Jo 20:24-28).

A relação única dos doze com Jesus

Havia muitas pessoas que desejavam seguir a Jesus (Mt 8:18-22; Lc 9:57-62) e desse grande grupo Ele selecionou os setenta (Lc 10:1-20; alguns manuscritos trazem “setenta e dois” nos vv. 1,17), bem como os doze (Lc 9:1-6). A escolha destes últimos tinha um propósito duplo. Foram escolhidos “para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar” e a fim de participarem do ministério de Jesus (Mc 3:14-15). Essa seria uma tarefa cheia de desafios e que exigiria muito deles; mas o Senhor prometeu estar com eles e ajudá-los, mesmo após seu retorno ao Pai (Jo 14:18). Ele enviaria o Espírito Santo, a fim de ensiná-los e capacitá-los para o testemunho cristão (Jo 14:26; Jo 15:26-27). Eles então seriam capazes de sair pelo mundo, a fim de compartilhar o Evangelho com outros. No livro de João, após a ressurreição de Cristo, o Senhor lembra aos discípulos qual é a comissão deles: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio” (Jo 20:21). Essa comissão é citada repetidas vezes (Mt 28:16-20; Lc 24:46-49; cf. Mc 16:15-16; At 1:8).

Devido ao grau de aproximação com Jesus, algum reconhecimento favorável deve ser dado ao “discípulo amado”, citado apenas no evangelho de João e nunca identificado pelo nome. A tradição cristã geralmente assume que se tratava do próprio autor do quarto evangelho, embora haja discussão quanto a isso. De qualquer maneira, o escritor deste livro notou que esse discípulo estava próximo a Jesus e foi quem lhe perguntou, durante a última Ceia, sobre a identidade do traidor (Jo 13:23-25). O discípulo amado também estava presente durante a crucificação, quando foi-lhe dada a responsabilidade de cuidar da mãe de Cristo (Jo 19:25-27). Posteriormente, esteve presente com Pedro na cena do túmulo vazio e na pesca milagrosa no mar de Tiberíades (Jo 21:20). Aparentemente, era uma figura bem conhecida nos círculos de amizade de João e gozava da total confiança de Jesus.

Dois outros discípulos devem ser mencionados, pelo seu grau de amizade com Jesus. Em todas as listas com os nomes dos apóstolos, Pedro é sempre mencionado em primeiro lugar e Judas 1scariotes em último. Evidentemente Pedro era o líder do grupo e claramente serviu como porta-voz deles em várias situações (Mt 16:13-16; Mc 8:27-29; Lc 9:18-20; Jo 6:68-69). No outro extremo da escala está a trágica figura de Judas, cujo ato de traição contra Jesus resultou em ser colocado sempre como último nome nas listas. Passou a ser visto como traidor de “sangue inocente” e confessou seu pecado antes de se matar (Mt 27:3-10; cf. At 1:16-19).

A dedicação dos doze

Alguns dos apóstolos de Jesus eram provenientes de uma associação prévia com João Batista (Jo 1:35-42). Haviam participado de um movimento nacional da volta para Deus, por parte do povo da aliança (cf. Mc 1:5; Mt 3:5). Estavam conscientes da importância do arrependimento e tinham dado os primeiros passos para reafirmar o relacionamento com o Senhor (Mt 3:1-3; Lc 3:7-14). Por isso prepararam-se a fim de receber a Jesus como o Libertador de Israel, há muito prometido.

Jesus também insistiu para que o povo se arrependesse, voltasse as costas para os pecados do passado e abrisse seus corações, a fim de crer nas boas novas de salvação (Mc 1:15; cf. Mt 3:2). Para os doze, o chamado ao discipulado envolveria o abandono da cena da vida familiar, a fim de exercer um ministério itinerante com Jesus. Assim, Pedro e André foram convocados por Cristo para se tornarem pescadores de homens, e eles imediatamente, “deixando as redes, o seguiram” (Mc 1:16-18; Mt 4:18-20). O chamado para o discipulado implicava exigências radicais e envolveu um compromisso total.

Numa ocasião Pedro lembrou a Jesus os sacrifícios que ele e os outros discípulos fizeram: “Nós deixamos tudo, e te seguimos! O que, então, haverá para nós?” (Mt 19:27; cf. Mc 10:28; Lc 18:28). Era totalmente natural que tal questão fosse levantada quando o custo do compromisso parecia tão elevado. Em outra ocasião, Tomé disse estoicamente aos demais discípulos: “Vamos nós também para morrer com ele” (Jo 11:16). O próprio Jesus reconhecera a lealdade deles em meio a tempos difíceis e prometeu-lhes grandes bênçãos em seu reino, onde se sentariam em tronos e julgariam as doze tribos de Israel (Lc 22:28-30). As alegrias da vida no reino de Deus seriam mais do que compensadoras por todos os sofrimentos e provações que passassem por sua causa (Mt 19:28-29; Mc 10:29-30; Lc 18:29-30).

O treinamento dos doze

O Senhor sabia que sua missão seria depositada nas mãos dos que a terminariam, depois que Ele deixasse a Terra. Por essa razão, dedicou grande parte de seu tempo e atenção ao treinamento dos discípulos, especialmente dos doze. Em público, Ele geralmente ensinava por meio de parábolas, mas, em particular, explicava tudo claramente aos discípulos (Mt 13:10-13,36; Mc 4:10-20,34; Lc 8:9-15). Jesus falou-lhes a respeito da natureza de sua vida e seu trabalho, da necessidade de sua morte, da certeza de sua ressurreição e de seu retorno final em poder e grande glória (Mt 16:21; Mc 8:31; Mc 9:31; Mc 10:33-34; Mc 14:62; Lc 9:26; cf. Jo 5:25-30). Foram excelentemente ensinados por Jesus, o Mestre dos mestres, que era também o Senhor (Jo 13:13). De fato, o título de “Mestre” foi usado com referência a Cristo mais freqüentemente do que qualquer outro título nos evangelhos (Mt 8:19; Mt 12:38; Mt 17:24; Mc 4:38;12:14-32; Lc 7:40; Lc 10:25; Jo 3:2; Jo 20:16); certamente Ele dirigiu a maior parte de sua instrução para os que estavam mais próximos, para os quais confiou o futuro de sua Igreja.

A qualificação dos doze

Havia qualificações bem definidas para o apostolado, e Pedro as relacionou resumidamente em seu discurso em Atos 1:12-22. Vários aspectos estão relacionados nessa declaração.

Primeiro, para ser apóstolo, era preciso que a pessoa tivesse testemunhado todo o ministério público de Jesus, desde seu batismo até a ressurreição. Assim, o propósito do testemunho ocular dos apóstolos foi enfatizado. Lucas, na introdução de seu evangelho, destacou a importância dos apóstolos como “testemunhas oculares”, bem como “ministros da palavra” (Lc 1:2). Assim, a maior ênfase possível era colocada nos fundamentos históricos da vida e obra de Jesus. Seus milagres, ensinamentos, morte e ressurreição não eram fábulas, mas fatos solidamente comprovados, os quais os apóstolos podiam confirmar como testemunhas oculares. Esse mesmo testemunho foi fortemente firmado nas palavras iniciais de I João (1:1-4).

Segundo, o testemunho apostólico realçava a importância da cruz e da ressurreição. Era do conhecimento público no primeiro século, em Jerusalém, que Jesus de Nazaré fora morto por meio de crucificação, e a inscrição informava isso a todos “em aramaico, latim e grego” (Jo 19:20). Enquanto a execução foi atestada por muitas pessoas, os apóstolos corajosamente testemunharam sobre a veracidade da ressurreição de Cristo, e isso é repetidamente destacado na pregação deles (At 2:24-32; At 4:10; At 5:30-32; At 13:30). Os apóstolos declaravam solenemente que podiam testemunhar com certeza que Jesus estava vivo (At 3:15; At 10:39-42; At 13:31). O testemunho deles, associado ao ensino das Escrituras (At 2:25-32; At 3:17-26; At 13:32-39), servia para confirmar a mensagem cristã. Esse critério estava em harmonia com a bem conhecida lei judaica da evidência, a qual exigia que toda verdade fosse estabelecida pelo testemunho de duas ou três testemunhas — um princípio que é ensinado repetidamente na Bíblia (Nm 35:30; Dt 17:6; Dt 19:15; Mt 18:16-2Co 13 1:1Tm 5:19; Hb 10:28). A fé cristã foi assim apresentada de maneira tal que honrou o princípio das múltiplas testemunhas.

A autoridade dos apóstolos

O fato de que os apóstolos foram as testemunhas oculares de Jesus deu à mensagem deles uma autoridade exclusiva. Foram escolhidos pelo Pai e pelo Filho como os comunicadores da mensagem cristã (Lc 6:12-13; Jo 13:18; Jo 15:16-19; At 1:2; At 10:41). Além do mais, foram divinamente apontados como “ministros da Palavra” (Lc 1:2), e o Cristo ressurrecto disse a eles: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1:8).

O papel do apóstolo Paulo

A mais excelente figura no cumprimento da missão apostólica foi a do apóstolo Paulo, cuja conversão é narrada três vezes no livro de Atos (At 9:1-19; At 22:3-16; At 26:9-18). Aos olhos de Lucas, foi um evento de grande significado na história do cristianismo, pois Paulo, assim como os doze, foi comissionado divinamente (At 9:15-16; At 22:14-15; At 26:15-18). Assim, Lucas ampliou seu uso do termo “apóstolo”, para incluir Paulo e Barnabé, dois dos principais missionários entre os gentios (At 14:4-14).

Paulo tinha convicções muito fortes quanto ao seu apostolado (1Co 1:1-1Co 15:9; 2Co 1:1; Cl 1:1). Em várias ocasiões, insistiu em afirmar que era apóstolo, quando suas credenciais foram questionadas (1Co 9:1-2; Gl 1:1; Gl 1:15-2:10). Embora houvesse “falsos apóstolos” na 1greja primitiva (2Co 11:13; Ap 2:2), o papel de Paulo foi desempenhado por indicação divina. Ele viu o Senhor ressuscitado e foi chamado para a obra pelo próprio Cristo.

Paulo afirmou o papel dos doze (1Co 15:7; Gl 1:17), mas também reconhecia os “apóstolos” num sentido mais amplo, que incluía Tiago, irmão de Jesus (Gl 1:19), Silas e Timóteo (1Ts 2:6-7), Andrônico e Júnia (Rm 16:7) e os “apóstolos da igreja” (2Co 8:23).

Sumário

Em resumo, os apóstolos tiveram a responsabilidade primária da proclamação do Evangelho e do cumprimento da Grande Comissão. Foram as testemunhas oculares e os ministros da Palavra; a Igreja certamente foi edificada “sobre o fundamento dos apóstolos...” (Ef 2:20). Estes foram seguidos por outros, como Estêvão e Filipe, que participaram juntamente com eles no labor evangelístico e missionário. O apóstolo Paulo foi um excepcional líder na tarefa de levar o Evangelho ao mundo daquela época. Os apóstolos claramente tinham um lugar especial na missão de Deus. (Para mais detalhes, veja os verbetes dos nomes individuais.) A.A.T.

Fonte: Quem é quem na Bíblia?

Apóstolos São os discípulos mais próximos de Jesus, escolhidos para expulsar demônios, curar enfermidades, anunciar o evangelho (Mt 10:2-4; Mc 3:16-9; Lc 6:14-16; At 1:13) e julgar as doze tribos de Israel (Mt 19:28). Conhecemos seus nomes através das listas que aparecem nos Sinóticos e nos Atos (Mt 10:2-4; Mc 3:16-19; Lc 6:14-16; At 1:13), omitindo-se, nesse último caso, o nome de Judas 1scariotes. João não apresenta nenhuma lista, porém menciona os “Doze” como grupo (Jo 6:67; 20,24) e no mesmo sentido escreve Paulo (1Co 15:5). A lista costuma ser dividida, de maneira convencional, em três grupos de quatro. No primeiro, o apóstolo mencionado em primeiro lugar é sempre Simão, cujo nome foi substituído pelo cognome Pedro (“Petrós” [pedra], seguramente uma tradução do aramaico “Kefas”). Sempre associado a Pedro, vem seu irmão André (Jo 1:40-41; Mc 1:16) e, logo em seguida, são mencionados Tiago e João, que eram, como os dois irmãos citados anteriormente, pescadores na Galiléia (Mc 1:19). Se sua mãe (Mt 27:56) era Salomé, irmã de Maria, a Mãe de Jesus (Mc 15:40; Jo 19:25), seriam então primos deste. Entretanto, a hipótese não é de todo segura. No segundo grupo de quatro, encontram-se Filipe de Betsaida (Jo 1:44; 6,5-8; 12,22), Bartolomeu, geralmente identificado com Natanael (Jo 1:45-46; 21,2), Tomé, chamado “Dídimo” (o gêmeo) (Jo 11:16; 20.24), e Mateus, que deve ser identificado com o Levi de outras listas. Finalmente, no terceiro grupo de quatro estão Judas 1scariotes (supostamente morto logo após a execução de Jesus), Simão, o Zelote, Tiago, filho de Alfeu e — situado em décimo lugar em Mateus e Marcos e em décimo primeiro em Lucas e Atos — Lebeu, Tadeu e Judas. Essa última discrepância tem sido explicada por diversas maneiras. Alguns apontam a falta de escritos sobre esse personagem (R. E. Brown, “The Twelve and the Apostolate” em NJBC, Englewood Cliffs 1990, p. 1.379); outros identificam Tadeu com Judas, o irmão de Tiago, considerando Lebeu apenas uma variante textual (A.T. Robertson, “Uma armonía de los cuatro Evangelios, El Paso 1975, pp. 224-226. No mesmo sentido, m. J. Wilkins, “Disciples” em DJG, p. 181, alegando, principalmente, a existência de uma coincidência total no restante dos nomes), uma tese conciliadora que, possivelmente, corresponda à realidade histórica. f. Schleiermacher e f. C. Baur negaram que o grupo dos Doze foi estabelecido por Jesus. De início, é impossível negar que ele era bem primitivo, já que Paulo o menciona em 1Co 15:5. Além disso, em vista da análise das fontes, o mais adequado é fixar seu estabelecimento durante a vida de Jesus (E. P. Sanders, m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.). Isso explicaria também circunstâncias como a premência em completar seu número após a morte de Judas (At 1:15-26). Tem-se discutido bastante desde os finais do século passado o significado exato do apostolado. O ponto inicial dessa análise foi, sem dúvida, a obra de Lightfoot sobre a Epístola aos Gálatas (J. B. Lightfoot, Saint Paul’s Epistle to the Galatians, Londres 1865). É evidente que o termo deriva do infinitivo grego “apostellein” (enviar), cujo uso não era muito comum nessa língua. Na Septuaginta, só aparece uma vez (1Rs 14:6) como tradução do particípio passado “shaluaj” de “shlj” (enviar). Tomando como ponto de partida essa circunstância, H. Vogelstein e K. Rengstorf relacionaram a instituição dos apóstolos aos “sheluhim” ou comissões rabínicas enviadas pelas autoridades palestinas para representá-las com plenos poderes. Os “sheluhim” recebiam um mandato simbolizado pela imposição das mãos, e seus deveres — que, muitas vezes, eram simplesmente civis — incluíam ocasionalmente a autoridade religiosa e a proclamação de verdades religiosas.

Por não possuirmos referências aos “sheluhim” cronologicamente paralelas aos primeiros tempos do cristianismo, a interpretação citada já recebeu fortes ataques a partir da metade deste século. Atualmente, existe uma tendência de relacionar novamente a figura do apóstolo com a raiz verbal “shlj”, que foi traduzida na Septuaginta umas setecentas vezes por “apostollein” ou “exapostollein”. O termo era bastante amplo — como já destacou Lightfoot — indo, posteriormente, além do grupo dos Doze. São consideradas importantes as contribuições de H. Riesenfeld (The Gospel Traditions and Its Beginnings, Londres 1
957) e de B. Gerhardsson (Memory and Manuscript: Oral Tradition and Written Transmission in the Rabbinic Judaism and Early Christianity, Uppsala 1961), que estudavam a possibilidade de os Doze serem o receptáculo de um ensinamento de Jesus, conforme uma metodologia de ensinamento semelhante ao rabínico e que, a partir deles, foi-se formando um depósito de tradições relacionadas com a pregação de Jesus. Essa tese, embora não seja indiscutível, possui certo grau de probabilidade.

C. K. Barrett, The Signs of an Apostle, Filadélfia 1972; f. Hahn, “Der Apostolat in Urchristentum” em KD, 20, 1974, pp. 56-77; R. D. Culver, “Apostles and Apostolate in the New Testament” em BSac, 134, 1977, pp. 131-143; R. W. Herron, “The Origin of the New Testament Apostolate” em WJT, 45, 1983, pp. 101-131; K. Giles, “Apostles before and after Paul” em Churchman, 99, 1985, pp. 241-256; f. H. Agnew, “On the origin of the term Apostolos” em CBQ, 38, 1976, pp. 49-53; Idem, “The origin of the NT Apostle- Concept” em JBL, 105, 1986, pp. 75-96; B. Villegas, “Peter Philip and James of Alphaeus” em NTS, 33, 1987, pp. 294; César Vidal Manzanares, Diccionario de las Tres Religiones, Madri 1993; Idem, El judeo-cristianismo...

Fonte: Dicionário de Jesus e Evangelhos

Barnabé

barnabé | s. m.
Será que queria dizer Barnabé?

bar·na·bé
(Barnabé, antropónimo [personagem das letras de alguns sambas])
nome masculino

[Brasil, Informal] Funcionário público que está numa hierarquia inferior.

Fonte: Dicionário Comum

Filho da consolação. Talvez, na sua origem, filho de Nebo – conhecido primeiramente pelo nome de José (At 4. 36). Barnabé, levita, natural da ilha de Chipre, era um dos mais antigos crentes em Jesus Salvador, e parece ter tido especial zelo em exortar e animar os ouvintes. Era homem abastado, mas vendeu os seus bens e depositou o dinheiro da venda aos pés dos apóstolos. Na ocasião em que os cristãos judaicos hesitavam em receber Paulo como seu irmão, foi Barnabé quem venceu a sua relutância, e apresentou o novo convertido à igreja de Jerusalém (At 9:27). Era tão altamente considerado, e tanto confiavam no seu bom senso e integridade de caráter, que foi várias vezes encarregado de delicadas e importantes missões (At 11:19-26,30). Foi com referência à missão de Barnabé em Antioquia que Lucas emprega a seu respeito estas significativas palavras: ‘era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé’ (At 11:24). Ele acompanhou Paulo na sua primeira viagem missionária (At 13:2-3). Em Listra, depois de ter curado um coxo, os pagãos prestaram-lhe culto, julgando ser ele o deus Júpiter (At 14:12). Levantaram-se divergências entre Barnabé e Paulo a respeito de João Marcos, primo ou sobrinho de Barnabé (Cl 4:10), e ele já não acompanhou Paulo na segunda viagem missionária deste Apóstolo (At 15:36 e seguintes). o rompimento foi mais tarde reparada, sendo certo que na providência de Deus esse fato havia servido para maior extensão da obra evangélica. Pouco se sabe da vida posterior de Barnabé. Diz-se que ele sofreu martírio pela sua fé. A sua vida foi cheia de abnegação e zelo – mas uma vez ele transigiu em atos que sabia não serem bons (Gl 2:12-13). Que não era homem casado parece depreender-se do que está escrito em 1 Co 9.6, passagem que também nos faz ver que, apesar da antiga questão, era ele tido em grande consideração pelo Apóstolo.

Fonte: Dicionário Bíblico

O apelido que os apóstolos deram a um levita natural de Chipre que se tornou líder na igreja primitiva. Seu nome judeu era José, mas Lucas interpretou seu nome apostólico como “filho da consolação”, para sugerir algo do seu caráter (At 4:36). Barnabé é mencionado 29 vezes em Atos e cinco nas cartas de Paulo. A primeira aparição de Barnabé foi em Jerusalém, onde é citado como um maravilhoso exemplo de generosidade (At 4:32-37). Quando Saulo de Tarso se converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9:27).

Os dons de Barnabé foram reconhecidos pela igreja de Jerusalém, que o enviou para investigar as atividades cristãs em Antioquia (At 11:22). Ele ficou empolgado com o desenvolvimento espiritual e encorajou os crentes a permanecer fiéis (At 11:23). Recrutou Saulo (também conhecido como Paulo, At 13:9), e os dois trabalharam juntos em Antioquia e ensinaram muitas pessoas (At 11:25-26).

No meio de uma crise de fome, durante o governo do imperador Cláudio, a igreja em Antioquia enviou ajuda para os irmãos na Judéia, cuja tarefa foi confiada a Barnabé e a Paulo (At 11:30), os quais foram comissionados e enviados na primeira viagem missionária (At 13:1-3). Conscientes da direção do Espírito, eles pregaram por toda a ilha de Chipre, onde o procônsul Sérgio Paulo creu no Evangelho (At 13:7-12). Eles navegaram adiante e chegaram a Perge, na Panfília (atual Turquia); um dos componentes da equipe, João Marcos, separou-se deles e voltou para Jerusalém (At 13:13). Daí em diante, parece que Paulo assumiu a liderança, pois Lucas (o escritor do livro de Atos) refere-se a “Paulo e os que estavam com ele” (At 13:13). A dupla missionária seguiu adiante e pregou em Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe, diante da oposição e do interesse da multidão (At 13:42-51; At 14:1-7,19-21). Indicaram homens aptos a prover futura liderança para cada igreja (At 14:23). Evidentemente Barnabé tinha a figura mais imponente, pois em Listra foi chamado de “Júpiter” e Paulo, de “Mercúrio, porque este era o que falava” (At 14:12). Na viagem de volta, fizeram o mesmo itinerário e, ao chegar a Antioquia da Síria, prestaram o relatório sobre a missão realizada (At 14:21-28). Paulo e Barnabé apresentaram a proposta sobre a plena admissão dos gentios na igreja (At 15:1-5,
12) e receberam apoio do concílio de Jerusalém (vv 22-29). A decisão do conclave foi bem aceita em Antioquia, onde ambos ficaram por algum tempo, pregando e ensinando (vv. 30-35). Infelizmente, os dois companheiros tiveram um sério desentendimento a respeito de João Marcos. Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem missionária, enquanto Barnabé deu-lhe uma segunda chance, ao conduzi-lo consigo a Chipre (At 15:36-39). A partir desse momento, o filho da consolação não é mais mencionado no relato de Atos.

Existem três referências a Barnabé em Gálatas (Gl 2:13), onde aparece com Paulo e Tito numa consulta com os líderes da igreja em Jerusalém. Durante essa reunião privativa, Tiago, Cefas (Pedro) e João estenderam a destra da comunhão a Barnabé e Paulo, ao concordar que deveriam ir para os “gentios, e eles à circuncisão (aos judeus)” (Gl 2:9). Lamentavelmente, Pedro cedeu às pressões dos defensores da circuncisão e “até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação”, que Paulo confrontou e repreendeu (Gl 2:13-14).

Em I Coríntios, Paulo discute os direitos de um apóstolo e levanta uma série de questões retóricas destinadas a estabelecer o princípio de que “os que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Assim, ele pergunta incisivamente: “Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos o direito de deixar de trabalhar?” (1Co 9:5-6).

A referência final a Barnabé é tocante, porque se relaciona a João Marcos, seu sobrinho, o qual mandou saudações com Aristarco, prisioneiro junto com Paulo. O problema que tiveram foi resolvido e o apóstolo escreve aos colossenses: “Se ele (João Marcos) for ter convosco, recebeio” (Cl 4:10). O ministério paciente de Barnabé com João Marcos foi bem-sucedido (2Tm 4:11).

O que se poderia dizer sobre o caráter de Barnabé? Era uma pessoa boa, generosa e calorosa, que ofertou abundantemente seu tempo e seus talentos para a causa de Cristo, tanto em casa como nos lugares distantes. Era um homem de oração, que buscava a direção do Espírito Santo para tomar as decisões. Encorajava seu companheiros de trabalho no ministério cristão e era um amigo sempre disposto a dar uma segunda chance a quem precisasse. Via potencial nas pessoas e desejava recrutá-las, mesmo que, só com o tempo, conforme aconteceu com Paulo, pudessem superar as dificuldades. Como qualquer outro ser humano, Barnabé podia ceder às pressões, mas geralmente “era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11:24).

A.A.T.

Fonte: Quem é quem na Bíblia?

Barnabé [Aquele que Dá Coragem] - Sobrenome de José, LEVITA rico, natural da ilha de Chipre e convertido ao cristianismo (At 4:36); 9.27). Foi companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária (At 11:22-26); caps. 13—15). Paulo se refere várias vezes a ele (1Co 9:6); (Gal 2:1,9,13); (Col 4:)

Fonte: Dicionário da Bíblia de Almeida

Dentro

advérbio Interiormente; localizado no interior de; de modo interno: lá dentro está melhor.
Adentro; em direção ao interior de: entrou mato adentro.
interjeição [Marinha] Ordem dada aos marinheiros para que as vergas sejam recolhidas.
expressão Estar por dentro. Saber do que acontece: estou por dentro do assunto.
Dentro de. Na parte interna; de modo íntimo; com o passar do tempo: passou o dia dentro do escritório; guardei seu nome dentro da minha cabeça; o ônibus sairá dentro de minutos.
Dentro em. Intimamente; de maneira íntima e particular: o amor está dentro em mim.
Etimologia (origem da palavra dentro). Do latim de + intro.

Fonte: Dicionário Comum

Mantos

masc. pl. de mantó

man·tó
nome masculino

Espécie de manto usado pelas mulheres.


• Grafia no Brasil: mantô.

• Grafia no Brasil: mantô.

• Grafia em Portugal: mantó.

man·to
nome masculino

1. Capa senhoril de luto.

2. Veste superior de certas religiosas.

3. Grande véu.

4. Espécie de capa roçagante que nos actos solenes usam os soberanos.

5. Véu de cavaleiro de ordem militar.

6. Figurado O que encobre ou oculta. = VÉU

7. Pretexto, disfarce.

8. Geologia O mesmo que manto terrestre.

9. [Zoologia] Parte superior no corpo de certos insectos (assim dita por ser de cor diferente do resto do corpo).


manto terrestre
Geologia Parte do interior da Terra, situada entre a litosfera e o núcleo.

Fonte: Dicionário Comum

Meio

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

Fonte: Dicionário Comum

numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

Fonte: Dicionário Comum

Multidão

substantivo feminino Agrupamento de pessoas, de animais ou de coisas.
Grande número de; montão: multidão de roupa para passar!
Reunião das pessoas que habitam o mesmo lugar.
Parte mais numerosa de gente que compõe um país; povo, populacho.
Etimologia (origem da palavra multidão). Do latim multitudo.inis.

Fonte: Dicionário Comum

Ouvido

substantivo masculino Sentido pelo qual se percebem os sons; sentido da audição.
[Anatomia] Antigo órgão da audição, atualmente denominado por orelha.
[Música] Abertura no tampo dos instrumentos de corda ou orifício nos instrumentos de palheta.
[Música] Facilidade de fixar na memória peças musicais, ou de distinguir qualquer falta de afinação.
[Militar] Orifício usado para colocar pólvora em armas de fogo e de artilharia.
adjetivo Que se conseguiu ouvir, perceber pela audição: som ouvido.
locução adverbial De ouvido. Sem ter estudado, só por ter ouvido: aprender música de ouvido.
expressão Duro de ouvido. Diz-se de quem não ouve bem.
Entrar por um ouvido e sair pelo outro. Não dar importância ao que ouve, não levar em conta, especialmente um conselho, advertência.
Fazer ouvidos de mercador. Fingir que não ouve; não atender ao que se pede ou pergunta.
Ser todo ouvidos. Prestar toda a atenção, ouvir atentamente.
Etimologia (origem da palavra ouvido). Do latim auditum.

Fonte: Dicionário Comum

Em diversos casos esta palavra é usada figuradamente como em Jr 6:10, onde ouvidos incircuncisos são ouvidos desatentos à Palavra de Deus. os ‘ouvidos abertos’ do salmo 34.15 significam que Deus presta constante atenção às orações do Seu povo, ao passo que a expressão ‘endurece-lhe os ouvidos’ (is 6:10) refere-se às almas desobedientes que não querem ouvir. Entre os judeus, o escravo que renunciava ao privilégio de poder libertar-se no ano sabático, tinha de sujeitar-se a ser a sua orelha furada com uma sovela pelo seu senhor, como sinal de perpétua escravidão. A cerimônia era realizada na presença de algum juiz, ou magistrado, e era um ato voluntário (Êx 21:5-6).

Fonte: Dicionário Bíblico

Os ouvidos são sentinelas do conhecimento.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7

Fonte: Dicionário da FEB

Ouvido Ver Escutar.

Fonte: Dicionário de Jesus e Evangelhos

Ouvir

verbo transitivo direto Entender ou perceber os sons pelo sentido do ouvido, da audição: ouvir músicas.
Oferecer atenção; atender, escutar: o prefeito não ouve os moradores do município.
Escutar os conselhos, as razões de; considerar: você precisa ouvir seus pais.
[Jurídico] Receber o depoimento; inquirir: ouvir as testemunhas.
Dar uma resposta positiva em relação a; responder sim: ele ouviu os meus conselhos.
verbo intransitivo Ser reprovado; receber uma repreensão: se não se comportar direito, vai ouvir!
Etimologia (origem da palavra ouvir). Do latim audire.

Fonte: Dicionário Comum

Paulo

Introdução e antecedentes

Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de Atos com seu nome hebraico — Saulo (At 7:58-13.9). Nasceu em Tarso, Cilícia, cidade localizada na Ásia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu uns dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como “um jovem”, na ocasião do apedrejamento de Estêvão (At 7:58). Seu pai sem dúvida era judeu, mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razão, Paulo mais tarde utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em Roma pelo próprio imperador César (At 22:25). A despeito de sua cidadania, ele foi criado numa família judaica devotada, da tribo de Benjamim. Recebeu uma instrução cuidadosa na lei judaica e tornou-se fariseu. Também descreveu a si mesmo como “hebreu de hebreus”. Foi criado de acordo com a judaísmo e circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obediência de cada ponto da lei mosaica (Fp 3:5-6).

Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois” (At 22:3).

Todos os mestres judaicos exerciam determinada função para sobreviver; por isso, não é de admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão com seu pai. Paulo era fabricante de tendas (At 18:3) e ocasionalmente a Bíblia menciona como exerceu essa função para se sustentar (1Co 4:12-2 Ts 3.8; etc.). Existem amplas evidências nessas e em outras passagens de que ele trabalhava, para não impor um jugo sobre as pessoas entre as quais desejava proclamar o Evangelho de Cristo (1Co 9:16-19). Além disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filósofos esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanças, Paulo provavelmente não desejava ser considerado mais um aventureiro (1Ts 2:3-6).

A vida e as viagens de Paulo

Com a educação que possuía e a profissão de aceitação universal, é bem provável que Paulo já tivesse viajado bastante antes de se tornar cristão. Com certeza era fluente nas línguas grega, hebraica, latina e aramaica. É mencionado pela primeira vez em Atos, como responsável pelas vestes das multidões que apedrejaram Estêvão até à morte por causa da sua fé e seu compromisso com Cristo e o desejo de promover o Evangelho. “Também Saulo consentia na morte dele” (At 8:1).

Perseguidor dos cristãos. A partir da morte de Estêvão, uma grande perseguição se levantou contra os seguidores de Cristo. As atividades zelosas de Saulo, como judeu, levaram-no a unir-se aos perseguidores. Não precisou ser forçado, mas ofereceu voluntariamente seus serviços aos líderes judaicos de Jerusalém. Sua perseguição foi tão violenta que a Bíblia diz: “Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8:3-1 Co 15.9; Fp 3:6). Em Atos 9:1, lemos que: “Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”, pediu ao sumo sacerdote que lhe desse cartas, para que as levasse às sinagogas de Damasco, na Síria, a fim de também estabelecer a perseguição naquela cidade.

A conversão de Paulo. A caminho de Damasco, uma luz muito forte brilhou do céu ao redor dele, e fez com que ele caísse por terra e ficasse cego. Enquanto isso, uma voz lhe disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Atônito, ele perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A resposta que recebeu deixou-o realmente surpreso e apavorado: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:4-5). Cristo então lhe disse que entrasse em Damasco e aguardasse outras instruções. Saulo esperou três dias, sem comer nem beber, na casa de Judas, onde aguardou a visita de Ananias (veja Ananias). Esse tempo sem comer nem beber provavelmente foi um jejum de arrependimento, pois a Bíblia diz que, quando o servo de Deus chegou, encontrou-o orando (v. 11).

Ananias impôs as mãos sobre ele, ocasião em que sua visão foi restaurada. Imediatamente ele recebeu o Espírito Santo e foi batizado. Saulo ainda ficou vários dias na companhia dos cristãos de Damasco, sem dúvida para aprender o máximo que podia sobre Jesus. Entretanto, esse processo de aprendizado não demorou muito tempo: “E logo, nas sinagogas, pregava que Jesus era o Filho de Deus” (v. 20). Seu extraordinário entendimento teológico somado à mudança total de sua perspectiva sobre Cristo, permitiu que confundisse “os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o Cristo” (v. 22). Provavelmente, depois de um tempo considerável como pregador naquela cidade, os judeus decidiram silenciar a mensagem dele, ao planejar assassiná-lo. Ele escapou durante a noite e voltou para Jerusalém, onde descobriu que era difícil unir-se aos demais discípulos de Cristo, pois naturalmente todos tinham medo dele. Barnabé levou-o à presença dos apóstolos, os quais lhe deram sua aprovação. Paulo pregava e discutia abertamente com os judeus, até que novamente sua vida foi ameaçada; os discípulos o levaram para Cesaréia, onde embarcou num navio para Tarso (At 9:29-30; Gl 1:18-24). A extraordinária rapidez da mudança no coração de Paulo e a velocidade com que entendeu as Escrituras sob uma nova luz e começou a pregar o Evangelho de Cristo proporcionam a mais dramática evidência da obra do Espírito Santo em sua vida, depois do encontro que teve com Cristo na estrada de Damasco. Ele próprio contou sobre sua experiência de conversão em duas ocasiões posteriores. Na primeira instância, em Atos 22, quando foi preso em Jerusalém e pediu para falar à multidão. Na segunda, em Atos 26, quando fazia sua defesa diante do rei Agripa.

Chamado para os gentios. A rapidez com que Paulo dedicou-se a viajar pelos territórios gentílicos é mais uma indicação de que o Espírito Santo o guiava em direção ao seu chamado, ou seja, o de apóstolo entre os gentios. Ele menciona em suas cartas seu compromisso especial com Deus, para ser um ministro entre os povos (Rm 11:13; Gl 2:8-1 Tm 2.7). Embora Pedro fosse chamado para os judeus e Paulo para os gentios (Gl 2:8), sabemos que ambos pregavam em qualquer lugar onde tivessem uma oportunidade. Saulo, de fato, primeiramente visitava a sinagoga, em qualquer cidade em que chegasse. Ali ele pregava, onde havia muitas conversões, até ser expulso pelos judeus que se opunham (desta maneira, praticava o que ensinou em Romanos 1:16-2.9,10; etc.). Um dos primeiros trabalhos de Paulo entre os gentios, após ser aceito pelos apóstolos em Jerusalém (Gl 1), foi iniciado por Barnabé, o qual o levou de Tarso para a cidade de Antioquia, situada no norte da Síria. A igreja já estava estabelecida naquela cidade e sem dúvida o amigo o envolveu naquele trabalho, devido ao ensino que ele era capaz de ministrar (At 11:19-30). O trabalho da igreja ali iniciara-se entre os judeus e posteriormente espalhara-se aos gentios (gregos), e a habilidade de Paulo para debater e o que já fizera previamente sem dúvida o ajudaram. Enquanto estava em Antioquia, o profeta Ágabo advertiu sobre um iminente período de fome na região da Judéia, de maneira que aquela igreja local concordou em levantar fundos para ajudar os irmãos carentes em Jerusalém; enviaram o dinheiro por intermédio de Paulo e Barnabé (v. 30).

É muito difícil estabelecer uma cronologia exata da vida de Paulo nessa época, pois Atos e Gálatas dão informações parciais; o ministério entre os gentios, contudo, já estava estabelecido e o papel principal de Paulo foi visto quase imediatamente no trabalho em Antioquia. Ele e Barnabé deixaram a cidade dirigidos pelo Espírito Santo (At 13:2). Desse momento em diante a vida dele é vista constantemente em pleno movimento por todo o império. Às vezes, permanecia mais tempo em certa cidade e em outras ocasiões ficava apenas por um período bem curto de tempo; na maioria das vezes viajava de acordo com sua própria vontade; entretanto, especialmente nas últimas viagens, freqüentemente era escoltado por guardas a caminho da prisão, dos julgamentos e finalmente de Roma.

A primeira viagem missionária. As viagens de Paulo são geralmente chamadas de “viagens missionárias”. A primeira, realizada provavelmente entre os anos 47:48 d.C., iniciou-se na terra natal de Barnabé, a ilha de Chipre. Atravessaram todo o território, anunciando o Evangelho. Quando chegaram a Pafos, Paulo teve oportunidade de proclamar a Palavra de Deus ao procônsul romano Sérgio Paulo (veja Sérgio Paulo). “Então o procônsul creu, maravilhado da doutrina do Senhor” (At 13:12). Esta conversão representa a confirmação final para Paulo de que ele realmente contemplaria gentios influentes tornar-se cristãos por meio de seu ministério. Talvez seja significativo que a partir desse momento Saulo começou a ser chamado por seu nome latino, Paulo (At 13:9). De Chipre, ele e Barnabé navegaram para Perge, na Ásia Menor (atual Turquia). Quando chegaram lá, João Marcos, que estivera com eles desde Antioquia, deixou o grupo e retornou a Jerusalém. Dali viajaram para o Norte, e passaram por Antioquia da Pisídia e Icônio, a leste, e Listra e Derbe, ao sul. Voltaram pelo mesmo caminho e navegaram de volta para Antioquia da Síria, partindo de Atalia. Os resultados do trabalho deles durante essa viagem variaram de lugar para lugar; toda a viagem está registrada em Atos 13:14. Os benefícios, entretanto, foram consideráveis, pois a segunda viagem envolveu a visita às igrejas que haviam fundado, “confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé” (At 14:22). Também advertiram os novos cristãos “que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus”. Paulo e seus companheiros experimentavam essas tribulações em suas viagens, por meio do antagonismo não somente por parte dos gentios, mas também dos judeus, os quais criavam sérios problemas e diversas dificuldades. Mesmo assim, as igrejas foram bem estabelecidas por Paulo e Barnabé, fortes o suficiente para nomear líderes em cada uma, à medida que os missionários seguiam adiante.

Quando voltaram a Antioquia, alguns mestres chegaram da Judéia com o argumento de que a verdadeira salvação dependia da circuncisão. Paulo e Barnabé discutiram acaloradamente com eles sobre a questão. A igreja da Antioquia decidiu então enviar os dois a Jerusalém para se reunir com os outros apóstolos, onde a questão seria tratada.

O Concílio de Jerusalém. Os apóstolos e os líderes cristãos compareceram a tal reunião, que ficou conhecida como o “Concílio de Jerusalém” (At 15:1-35). Primeiro ouviram os relatórios de toda a obra de evangelização que era desenvolvida na Ásia Menor, em Antioquia e entre os gentios de modo geral e houve muito louvor a Deus. Alguns cristãos, entretanto, que antes foram fariseus, argumentaram que os convertidos entre os gentios deveriam ser circuncidados (At 15:5). Seguiu-se demorada discussão, até que Pedro se levantou para falar à assembléia. Em sua declaração, presumivelmente bem aceita pelos líderes (Tiago e os demais apóstolos), ele fez algumas observações interessantes. Destacou que ele próprio foi o primeiro a levar o Evangelho para os gentios (ao referir-se ao episódio da visão que teve e da viagem à casa de Cornélio, At 10). Depois apelou para o fato de que “Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, concedendo-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15:8). Em outras palavras, assim como a presença do Espírito Santo fora “manifesta” aos apóstolos no dia de Pentecostes em Jerusalém, quando falaram em línguas e louvaram a Deus (At 2:4-47), assim a presença do Espírito foi “manifesta” novamente entre os gentios, quando também falaram em outras línguas e louvaram a Deus. Naquela ocasião, Lucas registrou especificamente que aquilo acontecera para surpresa de todos os crentes circuncidados (At 10:45-46). Para Pedro, esta evidência fora suficiente para se tomar a iniciativa de batizar esses novos cristãos, não como alguma forma de comunidade cristã de segunda classe, mas na fé cristã plena, na qual os próprios apóstolos foram batizados (At 10:47-48).

Desde que Deus “não fez diferença alguma entre eles e nós”, argumentou Pedro (At 15:9-11), seria totalmente impróprio insistir em que os convertidos entre os gentios fossem circuncidados. A circuncisão claramente não era uma exigência para alguém ser um cristão, pois a real marca do crente era a possessão do Espírito Santo. A salvação operava inteiramente pela fé na graça do Senhor Jesus Cristo (v. 11). Paulo e Barnabé também participaram da discussão e destacaram a grande obra da graça que se manifestava entre os gentios e os milagres que Deus operava entre eles. Tiago, entretanto, teve a sublime felicidade de dar a palavra final.

Tiago levantou-se, expôs as Escrituras e mostrou como os profetas falaram sobre o tempo em que os gentios se voltariam para Deus. Concordou que os novos convertidos não eram obrigados a circuncidar-se, mas deviam demonstrar seu amor pelos cristãos judeus, ao abster-se da carne sacrificada aos ídolos e da imoralidade sexual (At 15:13-21). Desde que essa decisão não envolvia qualquer questão de princípio, todos concordaram e uma carta foi enviada às igrejas gentílicas, a fim de informar sobre a decisão do concílio. O grande significado dessa reunião foi a maneira como se estabeleceu definitivamente a legítima aceitação dos gentios como filhos de Deus. A defesa de Paulo da universalidade da mensagem do Evangelho prevalecera.

A segunda e a terceira viagens missionárias. A segunda viagem durou de 49 a 52 d.C. (At 15:36-18.22). Ela foi muito importante, pois espalhou a Evangelho de maneira ainda mais ampla, tanto pela Ásia Menor como pela Europa. Infelizmente, porém, começou com uma diferença de opinião entre Paulo e Barnabé. O segundo queria levar João Marcos novamente com eles. Talvez o jovem tenha retornado a Jerusalém na primeira viagem devido às suas dúvidas sobre a pregação entre os gentios, mas não podemos determinar com certeza. Paulo achava que não deviam levá-lo; por isso Barnabé e João Marcos foram para Chipre, a fim de consolidar o trabalho ali, e Paulo foi para o Norte. Na companhia de Silas, passou por Tarso, na Cilícia, e visitou novamente as igrejas recém-fundadas em Derbe, Listra e Icônio.

Em Listra, Paulo foi apresentado a um jovem, convertido ao cristianismo, que se tornou um de seus melhores amigos — Timóteo. Seu pai era grego, porém sua mãe era judia. Os líderes da igreja em Listra insistiram para que Paulo o levasse consigo e “davam bom testemunho dele” (At 16:1-2). Pertencente a uma família grega, isso significava que Timóteo não era circuncidado. Devido ao fato de sua mãe ser judia, Paulo achou que seria melhor para o ministério de Timóteo entre as comunidades judaicas se ele fosse circuncidado. Sob a orientação do apóstolo, Timóteo passou pela cerimônia da circuncisão (At 16:3). Aqui não há conflito no pensamento de Paulo com o antagonismo que demonstrou para com a circuncisão em sua carta aos Gálatas. Um judeu ser circuncidado para alcançar melhor seu próprio povo era uma coisa, mas obrigar os gentios a se circuncidar com base num entendimento equivocado de que precisavam ser “judeus” para receber a salvação era outra coisa bem diferente!

A próxima etapa da viagem foi em um território novo. Fizeram uma caminhada por terra até Trôade, onde foram orientados “pelo Espírito de Jesus” para não trabalhar naquela região (At 16:7). Enquanto pregavam naquela cidade, numa noite, Paulo contemplou numa visão alguém que o chamava para ministrar a Palavra de Deus na Macedônia. Concluindo que era uma direção divina para a próxima etapa da viagem, atravessaram de barco para a província grega da Macedônia, onde pregaram em Neápolis, Filipos, Tessalônica e Beréia. Dali, navegaram para o sul e pregaram em Atenas e Corinto (onde ficaram por 18 meses), antes de atravessarem de volta para Éfeso, na Ásia Menor, e de lá navegarem para Cesaréia, Jerusalém e finalmente Antioquia, local de partida.

A obra de evangelização expandiu-se rapidamente durante esta viagem. As igrejas estabelecidas na primeira viagem estavam bem firmes e cresciam cada vez mais em número (At 16:19). Havia muito encorajamento, mas também muita perseguição. Paulo testemunhou o estabelecimento bem-sucedido de muitas outras igrejas. Também viu os resultados da mensagem do Evangelho na vida de homens e mulheres que, sem dúvida, tornaram-se amigos especiais da equipe de missionários. Em Filipos, conheceram uma mulher de negócios chamada Lídia, que se converteu e hospedou o grupo em sua casa. Também testemunharam a incrível conversão do carcereiro, quando foram presos em Filipos (veja Carcereiro Filipense). Em Tessalônica testemunharam conversões como a de Jasom, o qual foi preso pela causa do Evangelho. Apreciaram imensamente a recepção que tiveram dos “nobres” moradores de Beréia, “pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17:11). Paulo e seus companheiros viram como a mensagem do Evangelho tocava os corações e as vidas de pessoas de diferentes classes sociais, quando “creram muitos deles, e também mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens” (v. 12).

Em Atenas, Paulo testemunhou pelo menos algumas conversões, quando debateu com alguns dos maiores filósofos da época. De volta a Corinto, ele desenvolveu uma grande amizade com um casal de judeus que também fabricavam tendas e tornaram-se grandes cooperadores na obra de Cristo, ou seja, Áqüila e Priscila (At 18:1-3). Os dois o acompanharam na viagem de Corinto a Éfeso, onde ajudaram Apolo a entender mais claramente a verdade do Evangelho. Este então foi enviado à Grécia e desenvolveu seu ministério em Corinto. Enquanto isso, Paulo fez uma parada rápida em Éfeso e logo retornou a Cesaréia e Jerusalém, onde saudou a igreja e em seguida subiu para Antioquia.

Em cada cidade em que pregava, Paulo encontrava severa resistência ao Evangelho. Em Filipos, foi preso junto com Silas por causa do antagonismo da multidão e só foram soltos depois da intervenção sobrenatural de Deus, a qual levou à conversão do carcereiro. Em Tessalônica outros irmãos foram presos porque o apóstolo não foi encontrado, quando o procuraram. Em Corinto, apesar da soltura imediata, Paulo foi atacado pelos judeus e levado diante do tribunal presidido por Gálio (veja Gálio).

Paulo passou algum tempo em Antioquia antes de embarcar para a terceira viagem missionária, realizada no período entre os anos 53:57 d.C. (At 18:23-21.16). Nesta viagem, o apóstolo novamente dirigiu-se ao norte e oeste, por terra, e visitou outra vez as igrejas na Galácia e Frígia (Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia). Quando finalmente chegou em Éfeso, lemos que Paulo encontrou “alguns discípulos”. Eles tinham recebido apenas o batismo de João e, quando o apóstolo lhes falou sobre Jesus Cristo e o Espírito Santo, foram imediatamente batizados “em nome do Senhor Jesus” e o Espírito desceu sobre eles (At 19:1-7). Esse episódio dá uma indicação de que o trabalho do Batista tivera um alcance muito mais amplo do que o relato dos evangelhos poderia sugerir.

Ao começar novamente a pregar na sinagoga, Paulo foi expulso e pregou para os gentios na cidade de Éfeso por dois anos (v. 10). Fica claro que muitos milagres acompanharam a proclamação do Evangelho, e uma breve menção disso é feita no
v. 11. Um grande número de pessoas se converteu, quando muitos mágicos e pessoas adeptas da feitiçaria se converteram e entregaram seus livros de magia, os quais foram queimados publicamente. O
v. 20 resume esse período de ministério: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia”.

Foi durante esse período que ocorreu um grande tumulto em Éfeso. A cidade era famosa pelo templo da deusa Ártemis (veja Ártemis e Alexandre). O livro de Atos não relata em detalhes a perseguição que Paulo experimentou ali, mas provavelmente foi considerável (veja Rm 16:3-4; 1 Co 15.32; 2 Co 1:8-11). O apóstolo então enviou Timóteo e Erasto adiante dele para a Macedônia. Expressou sua intenção de viajar para Jerusalém via Macedônia e Acaia (At 19:21) e informou às pessoas que desejava muito ir até Roma.

Foi durante essa viagem que Paulo se preocupou em angariar dinheiro para ajudar os crentes mais pobres de Jerusalém. Deu instruções às igrejas para que se unissem a ele nessa campanha, pois observava nisso um sinal de unidade da igreja e especialmente entre os convertidos judeus e gentios (Rm 15:25-32).

Paulo navegou para a Macedônia e repetiu seu trajeto anterior por Filipos, Tessalônica e Beréia, a fim de encorajar os crentes. Uma rápida estadia na Grécia, talvez em Atenas, levou a mais perseguições; por isso, ele retornou à Macedônia antes de embarcar e navegar novamente para Trôade, onde continuou a pregar. Num antigo exemplo de reunião e culto no primeiro dia da semana (domingo), lemos que Paulo pregou depois que partiram o pão juntos. Ensinou até tarde da noite, pois partiria no dia seguinte. Devido ao calor da sala lotada e à hora avançada, um jovem chamado Êutico adormeceu sentado numa janela e caiu do terceiro andar, sendo levantado morto. Paulo o restaurou novamente à vida e continuou sua pregação (At 20:7-12).

Na manhã seguinte Paulo viajou e passou por várias cidades portuárias no caminho para o sul, inclusive Mileto, onde se encontrou com os líderes da igreja em Éfeso. Ali, falou-lhes sobre os perigos dos falsos ensinos e a necessidade de vigiarem por si mesmos e pelo rebanho. Encomendou-os a Deus e disse-lhes que era compelido pelo Espírito Santo a ir até Jerusalém. A tristeza da despedida é descrita dramaticamente, quando todos se ajoelharam para orar juntos e perceberam que não veriam novamente o amado apóstolo (vv. 36-38). O restante da jornada é descrito rapidamente por Lucas em Atos 2:1-17. A única parada mais significativa foi em Cesaréia, onde o profeta Ágabo advertiu Paulo de que a perseguição o esperava em Jerusalém. Talvez seja importante notar que a declaração anterior de Paulo, que era compelido pelo Espírito Santo a visitar a cidade santa, teve prioridade sobre a advertência de Ágabo para não ir. Ao que parece, embora a profecia estivesse correta, sua interpretação estava equivocada. O profeta claramente esperava que Paulo desistisse de ir a Jerusalém, mas foi para lá que o apóstolo se dirigiu, o que culminou com sua prisão. Ao fazer isso, o apóstolo mostrou que estava pronto a morrer por Cristo, se fosse necessário (v. 13).

Essa terceira jornada contemplou muitas pessoas convertidas e experimentou muito mais oposições e perseguições; mas também foi um tempo de grande encorajamento. Paulo teve oportunidade de conhecer muitos jovens envolvidos no ministério da Palavra de Deus. Entre os que foram mencionados durante essa viagem, estavam pessoas como “Sópatro de Beréia, filho de Pirro; e dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo; Gaio de Derbe e Timóteo; e dos da Ásia, Tíquico e Trófimo” (At 20:4). Apesar de o apóstolo nunca mais retornar a muitos daqueles lugares, sabia que o trabalho continuaria nas mãos da nova geração de missionários e pastores fiéis ao Senhor.

A prisão e o julgamento. Assim que Paulo chegou a Jerusalém, a profecia de Ágabo se cumpriu. Os judeus instigaram a oposição e o apóstolo foi preso para sua própria proteção, no meio de um tumulto contra ele que quase levou-o à morte (At 21:27-36). Paulo pediu permissão ao comandante romano para falar à multidão e aproveitou a oportunidade para mais uma vez pregar o Evangelho de Jesus, quando falou sobre sua própria conversão e chamado ao ministério para os gentios. Quando mencionou a salvação dos povos, novamente a turba se alvoroçou e o apóstolo foi conduzido com segurança à fortaleza. Foi obrigado a apelar para sua cidadania romana, a fim de não ser chicoteado. No dia seguinte o comandante romano convocou o Sinédrio e Paulo defendeu-se diante de seus acusadores (At 23). Inteligentemente, o apóstolo causou uma divisão entre seus acusadores, ao alegar que era julgado porque acreditava na ressurreição. Os fariseus, que também acreditavam, discutiram com os saduceus, que não aceitavam tal doutrina. Novamente, para sua própria proteção, o apóstolo foi levado à fortaleza. Naquela noite o Senhor lhe apareceu e o encorajou, ao dizer-lhe que deveria ir a Roma para testificar do Evangelho (At 23:11).

Foi descoberto um complô para matar Paulo e o comandante do destacamento romano, Cláudio Lísias, decidiu transferi-lo para Cesaréia, onde seu caso seria examinado pelo governador Félix. O capítulo 24 de Atos descreve o julgamento do apóstolo diante de Félix, que pareceu interessado no que ouviu de Paulo acerca do “caminho”, mas que, em deferência aos judeus, manteve o apóstolo preso por mais dois anos. Quando Pórcio Festo assumiu o governo da província, os líderes judaicos lhe pediram que cuidasse do caso de Paulo. O novo governador fez menção de entregá-lo aos judeus, mas o apóstolo, sabedor de que não teria um julgamento justo em Jerusalém considerando a palavra do Senhor de que deveria ir a Roma, apelou para ser julgado pelo imperador César. Essa atitude de fato livrou-o totalmente do sistema legal judaico. Logo depois o rei Agripa visitou Cesaréia e Festo pediu-lhe que ouvisse o caso de Paulo. Novamente o apóstolo contou sobre sua conversão e testemunhou do Evangelho de Jesus Cristo. Enquanto Festo pensava que Paulo estivesse louco, Agripa pareceu tocado pelo que o apóstolo dissera, e até mesmo insinuou que por pouco não se tornara cristão (At 26:28). A conclusão de Agripa foi que Paulo tinha tudo para ser solto, se não tivesse apelado para Roma (v. 32).

Paulo foi então transportado para Roma na condição de prisioneiro, sob a custódia de um centurião chamado Júlio (para mais detalhes, veja Agripa, Festo, Félix e Júlio). Depois de um naufrágio na ilha de Malta, o qual Paulo usou como uma oportunidade para pregar o Evangelho, finalmente o grupo chegou a Roma, onde o apóstolo foi colocado num regime de prisão domiciliar e tinha permissão para receber visitas (At 28). Durante dois anos vivendo nesse sistema (provavelmente por volta de 61—63 d.C.), Paulo continuou “pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (At 28:31).

A morte de Paulo. Existem poucas indicações sobre o que aconteceu depois desse período de prisão domiciliar em Roma. É claro que Paulo aproveitou a oportunidade da melhor maneira possível para pregar o Evangelho, mas Lucas encerra seu livro neste ponto, ao estabelecer o direito legal para que a Palavra de Deus fosse pregada na capital do império. Existe muita discussão entre os estudiosos sobre o que aconteceu. Desde que as epístolas pastorais (veja abaixo) referem-se a eventos na vida do apóstolo que não são mencionados em Atos, pressupõe-se que Paulo realmente as escreveu. Então, muitos chegam à sublime conclusão de que o apóstolo foi declarado inocente das acusações e colocado em liberdade. Ele próprio dá a entender isso em Filipenses 1:19-25; 2.24. Provavelmente após sua absolvição ele acalentou o desejo de ir à Espanha (veja Rm 15:24-28). Este período também seria a época em que as cartas a Timóteo e Tito foram escritas. Quando o cristianismo foi considerado ilegal, Paulo foi preso novamente e levado de volta a Roma, onde escreveu II Timóteo. Seu período de liberdade provavelmente durou até por volta de 62 a 66 d.C. II Timóteo 4 é então o triste relato do que certamente foi o julgamento final do apóstolo, no qual foi condenado à morte (v. 18). Mesmo nesse triste capítulo, entretanto, percebe-se que Paulo aproveita todas as oportunidades para pregar (2Tm 4.17,18). A tradição diz que morreu em Roma, como mártir nas mãos do imperador Nero, por volta do ano 67 d.C.

Os escritos de Paulo

O legado de Paulo para o mundo é enorme. Além do fato de ter levado a verdade do Evangelho a praticamente todo o mundo conhecido daquela época, também escreveu cartas muito significativas, as quais chegaram até nós como parte do cânon do Novo Testamento. Tais documentos são cheios de exposições sobre Jesus, o pecado, a salvação, a vida cristã, o futuro e a natureza da Igreja. Suas cartas não podem ser examinadas detalhadamente aqui e o resumo apresentado a seguir não faz justiça à profundidade dos ensinamentos que cada uma contém, mas talvez aguce o apetite do leitor e o leve a examiná-las mais detidamente. Em muitos aspectos as epístolas paulinas têm proporcionado o perfil para a Igreja através dos séculos. Embora sempre haja alguns críticos que questionem se o apóstolo realmente escreveu todas as epístolas atribuídas a ele, existem 13 escritas por Paulo no Novo Testamento. Por conveniência, vamos dividi-las em três grupos.

As epístolas maiores e mais antigas. Incluem Gálatas, 1 e II Tessalonicenses, 1 e II Coríntios e Romanos. A primeira é a única carta na qual Paulo não tinha quase nada de positivo a dizer aos destinatários. Escreveu devido à sua grande preocupação, pois muitos gálatas já seguiam “outro evangelho”. O apóstolo temia pela salvação deles e pela pureza da doutrina da vida eterna somente pela graça, por meio da fé. Ao que parece, os que argumentavam que o cristão precisava primeiro tornar-se judeu para ser salvo tinham grande sucesso na difusão de suas ideias. Defendiam a necessidade da circuncisão, a guarda da Lei de Moisés e do sábado. Esses ideais iam diretamente contra o ensino de Paulo de que os gentios tornavam-se cristãos e eram “justificados” (declarados não culpados diante de Deus) por meio da fé em Jesus Cristo e ainda continuavam gentios (Gl 3:8-11,24; 5.4). Paulo disse aos gálatas: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1:9). Declarava que eles eram todos filhos de Deus “pela fé em Cristo Jesus... desta forma não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3:26-29). Jesus livra da letra da lei e da sua punição, pois assim declarou Paulo: “Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20). Esta existência em Jesus é uma vida composta de uma nova natureza, agora dirigida pelo Espírito de Cristo e conduzida ao objetivo da vida eterna (Gl 5:16-22,25; 6.8). Paulo afirmava que essas verdades eram para todos os que creem em Jesus Cristo, qualquer que fosse a nacionalidade, sexo ou classe social. O cristianismo nunca seria meramente uma facção do judaísmo. O fato de que as decisões do Concílio de Jerusalém não fazem parte das argumentações e do ensino de Paulo leva alguns a crerem que provavelmente a carta aos Gálatas foi escrita antes desta reunião (talvez em 49 d.C.). Outros colocam a data bem depois.

As epístolas de 1 e II Tessalonicenses são bem conhecidas pelos ensinos que contêm sobre a segunda vinda de Cristo. De fato, na primeira das duas Paulo gasta um tempo considerável encorajando os cristãos na fé, na vida cristã e no testemunho (1Ts 4). Dá graças a Deus por eles, especialmente pela maneira como aceitaram a pregação no início, “não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que credes” (1Ts 2:13). O apóstolo apelou para que continuassem na fé, principalmente à luz da vinda de Cristo, a qual lhes proporcionaria grande esperança e alegria. Deveriam encorajar uns aos outros (1Ts 4:18) com a certeza de que Jesus voltaria e não deveriam lamentar pelos que morressem, como se fossem iguais ao resto do mundo sem esperança (1Ts 4:13). A segunda epístola provavelmente foi escrita durante a permanência de Paulo na cidade de Corinto. Novamente dá graças a Deus pela perseverança dos cristãos, pela fé e pelo amor que demonstravam uns aos outros (2Ts 1:3-12). Parte da carta, entretanto, é escrita para corrigir algumas ideias equivocadas sobre a volta de Cristo. Um fanatismo desenvolvera-se, o qual aparentemente levava as pessoas a deixar de trabalhar, a fim de esperar a iminente volta do Senhor (2Ts 2). Paulo insistiu em que os irmãos deveriam levar uma vida cristã normal, mesmo diante das dificuldades e perseguições. O fato de que Deus os escolheu e salvou por meio da operação do Espírito os ajudaria a permanecer firmes na fé (2Ts 2:13-15).

As epístolas aos Coríntios provavelmente foram escritas durante a longa permanência de Paulo na cidade de Éfeso. A primeira carta trata de uma variedade de problemas que a igreja enfrentava. O apóstolo demonstrou preocupação pela maneira como os cristãos se dividiam em facções (1Co 1:12). Lembrou que não deveriam ir diante dos tribunais seculares para resolver suas diferenças (1Co 6). Ensinou-os sobre a importância de uma vida moralmente pura e lembrou que seus corpos eram santuário de Deus e o Espírito de Deus habitava neles (1Co 3:16-5:1-13). Tratou da questão prática sobre se deveriam ou não comer carne previamente oferecida a divindades pagãs e também discutiu sobre a maneira como os dons espirituais deviam ser usados na 1greja, ou seja, para a edificação e a manifestação do verdadeiro amor cristão no meio da comunidade (1Co 12:14). A ressurreição física de Cristo também é amplamente discutida em I Coríntios 15.

Na época em que Paulo escreveu a segunda carta aos Coríntios, as supostas divisões na igreja estavam cada vez mais patentes. Ele, porém, preocupou-se com o seu próprio relacionamento com a igreja e discutiu sobre isso. É claro que alguns irmãos da comunidade o desrespeitavam, talvez mediante o argumento de que não era mais espiritual do que os líderes locais, os quais Paulo chama de “excelentes apóstolos” (2Co 11:5).

Nesta carta, Paulo demonstrou como deveria ser a vida do verdadeiro cristão. Ao tomar sua própria vida como exemplo, mostrou que sofreu terríveis perseguições e dificuldades por causa de Cristo (2Co 10:12). Talvez não fosse o mais eloqüente dos oradores, mas fora chamado para o ministério do Evangelho e Deus tinha honrado seu trabalho. Muitas vezes sentiu-se enfraquecido e derrotado, mas a fé no Senhor Jesus Cristo e o desejo de completar seu chamado fizeram-no seguir adiante (veja especialmente 2 Co 4 e 5; 7). Lembrou os leitores sobre a glória do Evangelho (2Co
3) e os encorajou a serem generosos na oferta para os pobres de Jerusalém (2Co 8).

A carta aos Romanos provavelmente foi redigida na década de 50 d.C. É uma epístola escrita a uma igreja que o apóstolo nunca visitara. É cheia de louvores pela fé e pelo compromisso deles com Cristo. Seu tema principal enfatiza que a justificação se opera pela fé em Jesus, tanto para os judeus como para os gentios. Existe alguma discussão sobre o motivo que levou Paulo a escrever esta carta. Alguns dizem que estava consciente das divergências entre os convertidos judeus e gentios na igreja e a necessidade que tinham de uma ajuda pastoral. Outros alegam que a carta formou a base teológica para sua estratégia missionária de levar o Evangelho aos gentios e que o apóstolo esperava o apoio dos cristãos de Roma no seu projeto de viajar à Espanha. Existem outros motivos alegados. A própria carta enfatiza que todas as pessoas, tanto judeus como gentios, têm pecado (Rm 1:18-3.10,11; etc.). A salvação, entretanto, veio para todo o que tem fé em Jesus Cristo, “sem distinção”. Embora todos tenham pecado, os que crêem “são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:23-24). A razão para esta possibilidade de salvação para todos é vista na natureza vicária da morte de Cristo (Rm 3:24-26; veja Jesus). Judeus e gentios igualmente são herdeiros das ricas bênçãos da aliança de Deus, porque o Senhor é fiel em cumprir suas promessas. A justiça de Deus é vista na absolvição dos que são salvos pela graça, mas também na maneira como cumpriu as promessas feitas a Abraão, o grande exemplo de justificação pela fé (Rm 4). Nesta epístola, Paulo discutiu também sobre a vida cristã debaixo da direção do Espírito Santo, ou sobre o privilégio da adoção de filhos de Deus e a segurança eterna que ela proporciona (Rm 8). Paulo mencionou também como a nação de Israel encaixa-se no grande plano de salvação de Deus (Rm 9:11) e enviou instruções sobre como os cristãos devem viver para Cristo, como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1-2).

As epístolas da prisão. Essas cartas foram redigidas na prisão. Há alguma discussão sobre se todas foram escritas durante o tempo em que Paulo esteve preso em Roma ou durante um período em que ficou detido em Cesaréia. Se todas são do tempo da prisão na capital do império, elas foram elaboradas entre 62 e 63 d.C. Aqui estão incluídas as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom (para mais detalhes sobre Filemom, veja Filemom e Onésimo).

A carta aos Efésios se inicia com uma das mais gloriosas passagens das Escrituras, pois descreve as grandes bênçãos que os cristãos experimentam por estarem “em Cristo”. Tais promessas foram planejadas por Deus desde antes da criação do mundo. Incluem o perdão dos pecados, a adoção para os que se tornam filhos de Deus, a alegria da glória de Deus e a posse do Espírito Santo como garantia da redenção e da plena herança da vida eterna (Ef 1). A epístola medita sobre essas bênçãos e o maravilhoso amor de Deus por seu povo, amor este que leva à grande demonstração da graça na salvação dos que têm fé em Jesus (Ef 2). A Igreja é o Corpo de Cristo, unida no chamado e no propósito (Ef 2:11-12). Portanto, o povo de Deus deve viver como filhos da luz, andar cheios do Espírito Santo, ser imitadores de Deus e testemunhas dele no meio das trevas do mundo ao redor (Ef 4:1-5.21). Paulo prossegue e expõe como certos relacionamentos específicos refletiriam o amor de Deus por seu povo (Ef 21. a 6.10). Depois insistiu em que os cristãos permanecessem firmes na fé e colocassem toda a armadura de Deus, liderados pelo Espírito e obedientes à Palavra do Senhor (Ef 6:1-18).

Filipenses é uma carta de agradecimento. O apóstolo escreveu para agradecer aos cristãos de Filipos pela recente ajuda financeira que lhe enviaram (especialmente Fl 1 e 4:10-20). Os crentes daquela cidade aparentemente eram mantenedores fiéis do ministério de Paulo, e sua gratidão a Deus pela vida deles brilha por toda a carta. Os comentários pessoais sobre Epafrodito e sua enfermidade refletem o relacionamento pessoal que o apóstolo mantinha com esses irmãos. Paulo advertiu-os com relação aos judaizantes (Fl 3:1-11) e os desafiou a permanecer firmes e continuar a viver vidas “dignas de Cristo”, qualquer que fosse a situação que tivessem de enfrentar (Fl 1:27-30; 2:12-18; 3.12 a 4.1). A passagem teológica mais notável pode ser encontrada em Filipenses 2:1-11. O texto fala sobre a humildade de Cristo, uma característica que ninguém no mundo antigo e muito menos no moderno realmente aspira! Esta humildade demonstrada por Jesus, que acompanhou seu chamado até a cruz, proporciona a base e o exemplo ao apelo de Paulo para que os filipenses continuassem unidos em humildade, sem murmurações, enquanto cumpriam o próprio chamado. Esta vocação é resumida por Paulo em Filipenses 2:14-17. Deveriam resplandecer “como astros no mundo, retendo a palavra da vida”.

Os cristãos de Colossos provavelmente eram, na maioria, gentios; portanto, foram os primeiros a se converter ao Evangelho por intermédio do ministério de Epafras (Cl 1:7-2.13). Pelo que Paulo diz, os eruditos inferem que, ao escrever esta carta, ele estava preocupado com algumas doutrinas falsas que haviam entrado na igreja. Talvez o ensino herético tenha diminuído a importância de Cristo, pois enfatizava demais a sabedoria humana. Talvez insistissem na adoção de certas práticas judaicas como a circuncisão e a guarda do sábado. A adoração de anjos provavelmente fazia parte das ideias, e possivelmente havia também uma ênfase no misticismo e nas revelações secretas. Em resposta a tudo isso, Paulo falou sobre a preeminência de Jesus sobre todas as coisas. Somente Ele é o cabeça da Igreja. É o Criador preexistente e o primeiro a ressuscitar dentre os mortos (Cl 1:15-23). Foi em Cristo que aquelas pessoas haviam morrido para o pecado e ressuscitado por Deus para uma nova vida. Foi “nele” que foram perdoadas. “Em Cristo” as leis do sábado e sobre comidas e bebidas foram consideradas redundantes, pois eram apenas “sombras” que esperavam a manifestação do Filho de Deus (Cl 2:16-19). O desafio para esses cristãos era que não se afastassem de Jesus, em busca de experiências espirituais por meio de anjos ou da obediência a preceitos legais; pelo contrário, conforme Paulo diz, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus” (Cl 3:2-3). Deveriam viver como escolhidos de Deus e filhos consagrados, a fim de que a palavra de Cristo habitasse neles abundantemente (Cl 3:15-17).

As epístolas pastorais. Essas cartas são 1 e II Timóteo e Tito. São tradicionalmente chamadas de “pastorais” porque incluem instruções para os jovens pastores Timóteo e Tito, na liderança da igreja primitiva. Paulo desafiou esses líderes a estar vigilantes contra o falso ensino que rapidamente surgiria nas igrejas (1Tm 1:3-20; 2 Tm 3; Tt 1:1016; etc.). O apóstolo os exortou quanto à oração pública e deu instruções sobre o tipo de pessoa adequada para ocupar cargos de liderança nas igrejas (1Tm 3:1-13; Tt 1:6-9). Paulo também desejava que eles soubessem o que ensinar e como lidar com diferentes grupos de pessoas. O ensino deveria ser de acordo com as Escrituras e não comprometido por causa de pessoas que nem sempre gostavam do que ouviam (2Tm 3.14 a 4.5; Tt 2; etc.) A mensagem também precisava exortar contra as dissensões e a apostasia que seriam os sintomas dos “últimos dias” (1Tm 4:1-16; 6:3-10; 2 Tm 2.14 a 3.9; etc.).

O ensino de Paulo

Apenas alguns dos ensinamentos de Paulo foram mencionados aqui. O que motivou o apóstolo em seu ensino foi sua experiência pessoal na estrada de Damasco. Enquanto refletia sobre o que acontecera ali, chegara à conclusão de que aquela luminosidade o deixara cego a fim de que pudesse contemplar o poder de Deus. Jesus tinha essa glória; portanto, era Senhor, um ponto que enfatiza várias vezes, inclusive ao aplicar a Cristo declarações e ideias atribuídas a Yahweh no Antigo Testamento. O apóstolo reconheceu que, embora fosse judeu, precisava de salvação e perdão do pecado, e tais dádivas só podiam ser encontradas no sacrifício de Cristo, que morrera em seu lugar na cruz. Esta grande mensagem era para todas as pessoas, independentemente de raça ou antecedentes.

Todos pecaram. Esse assentimento da situação difícil do homem serve como base da grande convicção que Paulo tinha de que todas as pessoas precisavam ouvir o Evangelho. Em Romanos 1:3 ele demonstra que os gentios (os pagãos) serão considerados culpados de rejeição para com Deus com base em sua revelação por meio da criação. O apóstolo argumenta assim: “Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis” (Rm 1:19-20). O pecado tem levado a mais transgressões, pois as pessoas se afastam de Deus em rebelião, de maneira que o Senhor as entrega a práticas infames que desejam realizar. O fim delas está claramente determinado: “Mas, segundo a tua dureza de coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (Rm 2:5). Para o apóstolo, entretanto, falar de tal profundidade do pecado entre os gentios era uma coisa; mas ele prossegue e argumenta que os judeus estão na mesma situação, pois “para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2:11). A Lei de Moisés não pode salvar e Paulo argumenta que o verdadeiro judeu é o que o é interiormente: “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra, e cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (v. 29). A vantagem do judeu reside no fato de que tem a Palavra de Deus, a Lei e as Escrituras do Antigo Testamento (Rm 3:2), ainda que essa mesma Lei aponte para a justiça de Deus e o juízo sobre o pecado. A Lei revela como os homens e as mulheres realmente são pecadores (Rm 3:20). As conclusões de Paulo, baseadas no que é ensinado nesses capítulos, são resumidas numa citação de vários livros da própria Lei na qual os judeus achavam que podiam confiar: “Não há um justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3:10-12; veja Sl 14:1-3; 53:1-3). Portanto, o resultado desse pecado universal é claro, pois ninguém escapará da ira (do justo julgamento) de Deus. Por isso, o problema enfrentado por toda a humanidade é temível. Seja judeu ou gentio, o Senhor não fará distinção entre os pecadores.

Cristo crucificado. Para o apóstolo, havia apenas uma resposta para essa questão, e ele a encontrara na pessoa de Jesus. Aonde quer que fosse, Paulo proclamava a Cristo. O Filho de Deus era a resposta para a situação de todas as pessoas, não somente para os judeus, mas também os gentios. Todos estão debaixo do julgamento de Deus e precisam de salvação, redenção e perdão. O Senhor, entretanto, jamais ignoraria sua justiça, ou seja, não expressaria amor por meio da supressão da justiça (veja Deus, Jesus). Deus é amor, mas é também justiça. Paulo aprendera que, em Cristo, a justiça perfeita de Deus foi revelada, mas a grande bondade, o amor, a misericórdia e a graça do Senhor também se manifestam em Jesus.

Em Romanos 3:21-26 Paulo expôs que essa justiça de Deus é “pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem” (v. 22). Precisamente porque o Senhor não tem favoritismo, “pois todos pecaram”, homens e mulheres de todas as raças são “justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (v. 24). Jesus foi apresentado por Deus como sacrifício. A fé em Cristo significa entender que sua vida foi dada como um sacrifício de expiação pelos pecados e que, desta maneira, Deus permanece justo — o castigo pelo pecado foi pago na cruz. Paulo refere-se a esse sacrifício de maneiras diferentes em outros textos. Por exemplo, viu o sacrifício como “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Também contemplou Jesus da seguinte maneira: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5:7).

O argumento de Paulo de que judeus e gentios encontravam a salvação da mesma maneira está baseado no fato de que “há somente um Deus” para todos. Portanto, desde que Ele é justo e não faz distinção, a salvação será pela fé em Jesus Cristo para todo o que crer (Rm 3:29-30).

Para o apóstolo, o advento de Cristo cumpriu o propósito de Deus para a salvação: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4:4-5). Sob a Lei, Cristo recebeu a punição sobre si e resgatou as pessoas da “maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3:13). O sacrifício de Jesus na cruz e a redenção que pagou para nós com seu próprio sangue tornaram-se o ponto principal da pregação de Paulo. Essas eram as boas novas: Jesus trouxe o perdão e recebeu a punição pelo pecado. O apóstolo assim resume sua pregação: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1:23). Sua mensagem era “a palavra da cruz” (1Co 1:18).

Justificação pela graça por meio da fé. O aceso a essa obra salvadora de Cristo na cruz era, para o apóstolo, inteiramente pela graça de Deus. Se a redenção fosse alcançada por meio da obediência à Lei, seria possível que as pessoas se orgulhassem de ter alcançado a própria salvação; Paulo, porém, tinha plena convicção de que era obra de Deus por seu povo e uma demonstração da sua graça (seu amor e misericórdia imerecidos) em favor do seu povo (Ef 2:9). Várias vezes o apóstolo insiste em que todos terão de comparecer diante do trono de Deus, e a única esperança do veredicto de “não culpado” (de justificado), quando enfrentassem o julgamento justo de Deus, estava na sua graça. Assim, a redenção vem pela graça e o indivíduo pode apropriar-se dela pela fé, que envolve um compromisso com a justiça de Deus e com seus caminhos justos em Cristo. A fé olha somente para Deus em busca da salvação e, desta maneira, o homem admite a própria incapacidade diante do Senhor, reconhece o pecado e a necessidade de perdão, e olha para Deus como o único que o pode perdoar.

Essa justificação é conquistada à custa da morte de Cristo, e o pagamento da dívida foi confirmado por Deus na ressurreição de seu Filho (Rm 4:25-5.16,18; etc.). Nenhum outro custo é exigido. Os pecadores são justificados “gratuitamente pela graça”; “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé — e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Rm 3:24; Ef 2:5-8; etc.). Desde que a obediência à Lei não proporcionou a salvação, novamente Paulo mostra que os gentios também estão incluídos. Eles podem ter fé: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro a evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações” (Gl 3:8). Paulo não ensina somente sobre a justificação pela fé em Cristo como meio para alguém se tornar cristão. Deus salva a todos pela graça com um propósito: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9). Essa justificação pela graça significa que os que crêem têm acesso a todas as bênçãos que o Senhor prometeu ao seu povo, resumidas nas palavras “vida eterna”: “A fim de que, justificados por sua graça, sejamos feitos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Ti 3.7).

A vida no Espírito. De acordo com os escritos de Paulo, a operação do Espírito Santo permeia cada área da vida cristã e da Igreja. Ele primeiramente se manifesta na proclamação do Evangelho do Cristo crucificado. A pregação do apóstolo levava as pessoas à conversão porque, segundo ele, “a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:4). Esta obra do Espírito, segundo Paulo, era para que a fé se apoiasse inteiramente no poder de Deus (v. 5), “de sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17-1 Ts 1.5). O Espírito, entretanto, está ativo também na vida da pessoa que ouve a mensagem, pois “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Assim, o Espírito de Deus está ativamente presente na pregação do Evangelho e na vida do que ouve e se volta para Cristo.

Os que exercem a fé são redimidos e justificados e sabem que não são mais condenados por Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). A evidência que eles têm da obra de Deus em suas vidas, segundo Paulo, está na posse do Espírito Santo. A vida no Espírito desta maneira traz ao crente muitas bênçãos e muitos desafios. Todos os que pertencem a Jesus possuem o Espírito de Cristo, e isso significa que são controlados pelo Espírito (Rm 8:9). É Ele quem garante a uma pessoa que ela pertence a Deus. De fato, este é o “selo de posse” de Deus, “o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2Co 1:22). Esse aspecto da função do Espírito como “um selo de garantia” é mencionado em numerosas ocasiões, especialmente quando Paulo pensa sobre o futuro, quando teria de enfrentar a morte, ou sobre a herança que um dia os cristãos receberão do Senhor (2Co 5:4-5; Ef 1:14; etc.).

O Espírito Santo auxilia as pessoas na oração e leva as súplicas dos crentes fracos e falíveis diante do Pai (Rm 8:26-27). Desde que a vida cristã é vivida em comunidade, o Espírito também ajuda na vida corporativa da Igreja. Segundo Paulo, cada cristão recebe algum “dom do Espírito” com o qual ajuda outros crentes em seu progresso espiritual. Esses dons serão úteis na edificação de outras pessoas na fé, de maneiras variadas. O apóstolo não dá uma lista exaustiva de tais dons, mas menciona diversos, como demonstrar hospitalidade, falar em línguas, ensinar, repartir com liberalidade, profetizar e administrar (1Co 12:4-11; Rm 12:6-8). Intimamente ligado a esse trabalho que capacita todos os crentes a ter uma plena participação na vida da Igreja está o trabalho de promover a unidade cristã. Freqüentemente Paulo enfatiza essa tarefa do Espírito Santo. A unidade entre os crentes não é um acessório opcional, mas a essência da fé cristã, pois ela é proveniente da própria natureza de Deus: “Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12:13). Desta maneira, é tarefa de cada cristão procurar “guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz”, porque “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4:3-6).

Um importante aspecto da operação do Espírito Santo na vida do crente é o de produzir a consciência do pecado, a necessidade do perdão e ajudar o indivíduo a viver em santidade e integridade para a glória de Deus. Esse processo efetuado pelo Espírito leva ao crescimento e é chamado de “santificação”. É papel do Espírito separar o crente da pecaminosidade e operar nele, para que ele produza uma existência cada vez mais semelhante à de Cristo. Em II Tessalonicenses 2:13 Paulo diz: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (veja também 1 Co 6.11). É esse trabalho do Espírito que os cristãos ignoram, para a própria perdição. O apóstolo insiste em que todos devem “viver no Espírito” e dessa maneira serão protegidos do mal que os cerca e do pecado: “Digo, porém: Andai no Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5:16-17; Rm 8:13-15).

Quando lemos os escritos de Paulo, observamos que é difícil encontrar uma obra do Espírito que nos deixe tão empolgados do que a que concede ao crente o direito de ser “filho de Deus”. Isso claramente tem que ver com o fato de sermos herdeiros de todas as bênçãos do Senhor, mas também com o relacionamento novo e pessoal com o Pai: “Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6; veja Aba). Essa convivência é maravilhosamente libertadora: “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8:15). De acordo com Paulo, o Espírito Santo é essencial para a própria existência do cristão. Ele inicia, confirma e desenvolve a fé, estabelece a unidade, vive no interior do crente, promove a santificação, garante o futuro, possibilita a vida em comunidade e cumpre muitas outras tarefas além dessas. Seu objetivo é cumprir a plena vontade de Deus na vida do cristão individualmente e na vida da Igreja de Deus.

A vida depois da morte. Paulo tinha plena convicção da vida após a morte. Pressupunha que um dia todas as pessoas testemunhariam a volta do Senhor e enfrentariam seu julgamento (Rm 2:5-14.10; Fp 2:10). Naquele dia haverá uma separação entre as pessoas, que não dependerá de suas boas obras ou más ações, mas da experiência da graça de Deus que tiveram em suas vidas, pela fé (Rm 5:1-8.1). Uma das maiores alegrias que Paulo demonstrava como cristão era o fato de não temer a morte, pois cria que Jesus conduziu seus pecados sobre si na cruz, onde pagou por eles (Rm 8:1517). De fato, o apóstolo tinha plena confiança no futuro. Se morresse ou permanecesse vivo, estaria com o Senhor e continuaria a glorificá-lo (2Co 5:6-9). De todas as pessoas, Paulo estava consciente da fragilidade da vida humana. Em muitas ocasiões esteve próximo da morte e muitas vezes foi espancado e apedrejado (2Co 11:23-29). Falou em “gemer” e carregar um fardo nesse corpo, mas mesmo assim perseverava, ciente de que um dia o que é mortal será absorvido pela vida (2Co 5:4). Novamente o apóstolo voltou-se para o Espírito Santo dentro dele para a confirmação e a garantia dessas promessas futuras (v. 5).

Embora Paulo deixasse claro que preferia estar com o Senhor do que sofrer perseguições por causa da fé, nunca se preocupou com o que viria depois da morte. Pelo contrário, sua absoluta convicção de que um dia, como Cristo, ele ressuscitaria dentre os mortos e herdaria a vida eterna deu-lhe um propósito para a existência. Deus o chamara para proclamar as boas novas de que Jesus morrera no lugar de todo o que cresse nele e ressuscitara dentre os mortos, sendo “as primícias” dos que dormem. A volta de Cristo e a ressurreição dos mortos levarão a uma mudança radical do corpo (1Co 15:20-35-44). Isso levou o apóstolo a declarar: “Mas a nossa pátria está nos céus, de onde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:20-21).

Existe muita discussão sobre o que Paulo imaginava a respeito do tempo da morte e o da ressurreição geral, na vinda de Cristo. Será que o apóstolo acreditava em alguma forma de “sono da alma”, no qual as pessoas entrariam em um tipo de inconsciência, no aguardo da vinda de Cristo? Ou será que acreditava na possibilidade de o espírito humano ir imediatamente à presença do Senhor? Não temos espaço aqui para examinar o ensino de Paulo detalhadamente, mas existem passagens que deixam claro o seu ponto de vista: após a morte, o homem interior (alma e espírito) é imediatamente conduzido à presença do Senhor. Ao falar novamente sobre seu desejo de servir a Deus, ao mesmo tempo em que desejava estar com Ele na eternidade, Paulo disse: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fp 1:23; veja também 2 Co 5.3).

Apesar de todas as suas implicações, para o apóstolo a morte significava “glória eterna”; “estar com o Senhor”; “vida”; “da parte de Deus um edifício, uma casa... eterna, nos céus” (2Co 4:17-5.1,4,8). Não é de estranhar, portanto, que pudesse declarar: “Portanto, nós não atentamos nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas” (2Co 4:18).

Conclusões

Certamente Paulo foi o maior mestre da fé cristã depois do próprio Senhor Jesus Cristo. Chamado e dirigido pelo Espírito Santo para proclamar o Evangelho aos gentios, esse grande teólogo expôs as profundidades da fé cristã de uma maneira que se mostra fundamental para a Igreja de Jesus através dos séculos. Seu total compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado permanece como um exemplo para todos os crentes de todas as épocas. Seu desejo de preservar a verdade contra todas as heresias ou qualquer coisa que tentasse desfazer o direito à salvação somente pela graça brilha através de todos os seus escritos. Seu profundo zelo pela aplicação da verdade do Evangelho na vida do crente levou-o a escrever páginas sobre como se deve viver o autêntico cristianismo no meio de uma sociedade pagã. Tudo isso só seria alcançado por meio do Espírito Santo, que vive no interior do crente para realizar os propósitos do Pai. Seu profundo amor pelos irmãos na fé e a maneira como sofria e entristecia-se com os pecados e sofrimentos deles são vistos não somente no modo como escreveu sobre os crentes, ou seja, com grande carinho e encorajamento, mas também em suas repetidas referências às orações que fazia por eles.

Sua profunda convicção de que todos pecaram e estão debaixo do julgamento de Deus e sua preocupação para que homens e mulheres ao redor do mundo encontrassem a salvação de que precisavam tão desesperadamente levaram Paulo a responder ao chamado para pregar o Evangelho aos gentios. Para o apóstolo, Cristo era a única resposta.

Ele era o foco e o poder da vida de Paulo e, acima de tudo, aquele que morreu para que ele recebesse o perdão e encontrasse a justificação e a vida eterna no último dia. P.D.G.

Fonte: Quem é quem na Bíblia?

Paulo [Pequeno] - Nome romano de SAULO, APÓSTOLO dos GENTIOS, o maior vulto da Igreja primitiva (At 13:9). Israelita da tribo de Benjamim (Fp 3:5) e FARISEU (At 23:6), era cidadão romano por ter nascido em TARSO. Foi educado em Jerusalém aos pés de GAMALIEL (At 22:3); 26:4-5). De perseguidor dos cristãos (At 8:3), passou a ser pregador do evangelho, a partir de sua conversão (At 9). De Damasco foi à Arábia (Gl 1:17). Voltando para Damasco, teve de fugir (At 9:23-25). Em Jerusalém os cristãos tinham receio dele (At 9:26-28), mas Barnabé o levou aos apóstolos. Foi enviado a Tarso (At 9:30), e dali Barnabé o levou a Antioquia da Síria (At 11:19-30). Com vários companheiros Paulo realizou três viagens missionárias (Act 13—20). Em Jerusalém enfrentou a fúria dos opositores, indo parar em Cesaréia (At 21:17—23:) 35), onde compareceu perante Félix, Festo e Herodes Agripa II (Act 24—26). Tendo apelado para o Imperador, viajou para Roma, onde permaneceu preso durante 2 anos (At 27—28;
v. os mapas das viagens missioná rias de Paulo: PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO, SEGUNDA VIAGEM DE PAULO, TERCEIRA VIAGEM DE PAULO, VIAGEM

Fonte: Dicionário da Bíblia de Almeida

Pequeno. Paulo é o nome romano de Saulo de Tarso, que pela primeira vez se lê em At (13.9), quando ele resistiu a Elimas, o feiticeiro, principiando nessa ocasião o seu trabalho gentílico na corte de Sérgio Paulo. Pode presumir-se que ele já era assim chamado nas suas relações com os gentios – mas depois deste incidente é sempre esse nome que o Apóstolo tem nos Atos e nas suas epístolas. o nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio ‘hebreu de hebreus’. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11:1Fp 3:5) – e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9:11 – 21.39 – 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel ‘segundo a exatidão da lei de nossos antepassados’, dizia ele (At 22:3). Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23:6 – 26.5 – Fp 3:5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, ‘sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais’ (Gl 1:14). Além disto, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20:34 – 1 Ts 2.9). Como Tarso era, naquele tempo, notável centro de instrução, quase tão célebre como Atenas ou Alexandria, foi ali, sem dúvida, que Paulo estudou os antigos poemas e a filosofia do tempo – e isso se deduz de algumas citações que ele faz (At 17:28 – 1 Co 15.35 – Tt 1:12). A erudição de Paulo era, desta forma, notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego – pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato político com o mundo romano – e pelo fato de que essa prerrogativa de cidadão romano era hereditária, tinha por conseqüência a sua família vantagens sociais. os seus parentes estavam muito espalhados, porque alguns deles viviam em Jerusalém (At 23:16), e outros, segundo uma certa interpretação, em Roma (Rm 16:11), os quais tinham aceitado o Cristianismo antes dele (Rm 16:7). Paulo é mencionado pela primeira vez nos At, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estêvão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (At 7. 58 a 60 – 8.1). Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (At 22:20). Paulo entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (At 22:3 – 26.9 – Gl 1:14). Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (At 9:1-2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estêvão, se ele já não o era. Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (At 26:10). A morte de Estêvão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo. Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco. Foi então, quando se dirigia para aquela cidade, que o perseguidor se transformou em discípulo de Jesus Cristo. o zelo que tinha mostrado contra o Cristianismo se mudou em apoio e auxílio aos perseguidos. o miraculoso acontecimento acha-se narrado por Lucas (At 9:1-19), e por Paulo nos seus discursos feitos ao povo de Jerusalém, depois da sua prisão (At 2L4 a
16) – e mais tarde na presença de Agripa e de Festo em Cesaréia (At 26:10-18). o primeiro efeito do milagre foi o alívio que tiveram os cristãos de Damasco. Era bem conhecido o fim da sua ida àquela cidade – e o terror, que inspirava aquele fariseu, pode deduzir-se da relutância de Ananias em aproximar-se dele (At 9:13-14), e da incredulidade dos discípulos, quando Saulo lhes apareceu como correligionário nas sinagogas (At 9:21). A cegueira de Paulo e a sua inquietação, que Lucas nota nos Atos (9.18,19), foram uma preparação para a visita de Ananias e para nova revelação da vontade de Deus. Dignas de nota, também, são as palavras dirigidas a Ananias ‘pois ele está orando’ (At 9:11).Elas nos mostram o homem que tinha por hábito levantar o pensamento a Deus, nos atos da sua vida (At 16:25 – 20.36 – 21.5). As próprias palavras de Paulo nos fazem ver isso mesmo (Gl 1:16-17). A natureza da revelação do Senhor a Paulo é por ele explicada. É evidente que não se trata de uma mera impressão na sua alma durante qualquer arrebatamento. Ele sentiu a visível presença de Jesus Cristo. isto é sustentado em várias passagens, quer de uma forma positiva, quer incidentalmente. Na sua primeira epístola aos Coríntios, quando ele sustenta a validade do seu próprio apostolado, ele argumenta assim: ‘Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, nosso Senhor?’ 1Co 9:1). E quando ele aduz, para prova, a verdade da ressurreição, o seu argumento é: ‘E apareceu a Cefas… depois foi visto por Tiago … e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo’ 1Co 15:5-8). Significativas são também, as palavras de Ananias: ‘Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas’ (At 9:17 – cp.com At 22:14). o direto e imediato caráter da sua chamada, sem a intervenção de qualquer agência humana, é outro ponto sobre o qual o próprio Paulo insistia muito, no decurso da sua vida apostólica. ‘Chamado para ser apóstolo’, ‘apostolo pela vontade de Deus’ (Rm 1:11Co 1:12Co 1:1Ef 1:1 – Cl l.1), são expressões que não usam os outros apóstolos, e com as quais Paulo se descreve a si próprio, quando a sua autoridade estava em perigo de ser contestada. Paulo foi aliviado da cegueira, de que tinha sido ferido por motivo da visão, pela oração de Ananias (At 9:18) – e, com a abertura dos seus olhos, nasceu na sua alma uma completa submissão à vontade de Deus, e o desejo de ser ‘Sua testemunha diante de todos os homens’ (At 22:14-15). Foi batizado, e

Fonte: Dicionário Bíblico

Paúlo

substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
Cerrado para o gado.

Fonte: Dicionário Comum

substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
Cerrado para o gado.

Fonte: Dicionário Comum

Precipitar

verbo bitransitivo e pronominal Impelir de cima para baixo; despenhar: sacos de comida precipitaram do avião; precipitou-se do navio em alto-mar.
verbo pronominal Figurado Proceder com precipitação, agir impensadamente: precipitou-se e só falou besteiras.
Atirar-se violentamente sobre ou contra: o policial se precipitou sobre o bandido.
verbo bitransitivo [Química] Provocar a precipitação, a subida de uma substância dissolvida: o óleo precipita em água.
verbo intransitivo e pronominal Formar-se o precipitado de alguma substância: o óleo precipitou; o óleo se precipita em soluções com água.
verbo transitivo direto Correr vertiginosamente: precipitar o passo.
Figurado Reduzir o tempo de; antecipar: precipitou sua demissão.
verbo bitransitivo e pronominal Figurado Provocar ruína, decadência; arruinar-se: precipitar uma amizade.
Etimologia (origem da palavra precipitar). Do latim praecipitare.

Fonte: Dicionário Comum

precipitar
v. 1. tr. dir. e pron. Atirar(-se) ao precipício; despenhar(-se). 2. pron. Fig. Lançar-se, atirar-se e.M 3. tr. dir. Quí.M e Fís. Fazer separar-se como precipitado. 4. pron. Cair impetuosamente. 5. Intr. e pron. Quí.M Formar-se o precipitado de uma solução; separar-se de uma solução como precipitado. 6. tr. dir. Meteor. Fazer condensar-se (umidade atmosférica, vapor etc.) e cair ou condensar-se. 7. pron. Meteor. Condensar-se (a umidade atmosférica) e cair como chuva ou neve. 8. tr. dir. Apressar muito; acelerar. 9. pron. Lançar-se contra. 10. pron. Proceder com precipitação, irrefletidamente. 11. tr. dir. Acelerar.

Fonte: Dicionário Comum

Quando

advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
Em qual época: quando partiram?
advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

Fonte: Dicionário Comum

quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

Fonte: Dicionário Comum

Rasgado

rasgado adj. 1. Esfarrapado, roto. 2. Despedaçado, fendido. 3. Espaçoso, largo, vasto. 4. Aflito, amargurado, dilacerado. 5. Di-Zse dos olhos grandes, amendoados. S. .M Toque de viola, em que se arrastam as unhas pelas cordas sem pontear.

Fonte: Dicionário Comum

Rasgar

verbo transitivo Abrir rasgo em; fender, romper.
Ferir, lacerar, golpear.
Abrir, furar.
Sulcar, cortar, atravessar.
Alargar, ampliar, estender.
verbo intransitivo e pronominal Dividir-se em fragmentos, dividir-se em pedaços, fender-se, romper-se, separar-se.
Abrir-se, expandir-se.
Revelar, ir aparecendo.
Afligir-se, atormentar-se.
Figurado Alargar-se, estender-se.

Fonte: Dicionário Comum

rasgar
v. 1. tr. dir. Fazer rasgão ou rasgões em; abrir, romper. 2. tr. dir. Ferir, golpear, lacerar; romper com violência. 3. tr. dir. e pron. Fazer abertura e.M 4. pron. Dividir-se em fragmentos ou porções; fender-se, romper-se, separar-se. 5. tr. dir. Dilacerar. 6. tr. dir. Abrir, arar, cavar. 7. tr. dir. Abrir, sulcar. 8. pron. Cindir-se, desagregar-se, desarmonizar-se, desassociar-se, separar-se. 9. tr. dir. Desfazer, dissipar. 10. tr. dir. Desfazer, desmanchar, rescindir. 11. pron. Dar-se a conhecer; patentear-se. 12. pron. Afligir-se, atormentar-se. 13. Intr. Executar, à viola, o rasgado.

Fonte: Dicionário Comum

Saltar

verbo intransitivo Elevar-se do chão com esforço, atirar-se de um lugar para outro.
Brotar, surgir: lágrimas saltaram-lhe dos olhos.
Apear, descer.
Lançar-se, investir contra: saltou-lhe ao gasganete.
verbo transitivo Galgar.
Passar por cima, atravessar pulando, transpor: saltar janela.
Omitir: saltou duas linhas na transcrição.
Saltar em terra, desembarcar (de um navio, um barco).
Saltar (ou ir) pelos ares, explodir.

Fonte: Dicionário Comum

saltar
v. 1. Intr. Dar salto ou saltos. 2. tr. ind. e Intr. Pular de um ponto para outro. 3. tr. ind. Atirar-se. 4. tr. ind. Acometer para matar ou roubar; assaltar, saquear. 5. Intr. Despregar-se, desprender: Esta mola faz saltar. 6. tr. ind. Galgar, dando saltos. 7. tr. dir. Passar em claro ou em silêncio; omitir. 8. tr. ind. Passar bruscamente de um assunto a outro. 9. Intr. Palpitar descompassadamente. 10 tr. ind. Irromper. 11. tr. ind. e Intr. Mudar subitamente de direção (o vento). 12. Intr. Cobrir a égua (falando do cavalo).

Fonte: Dicionário Comum

Turba

Turba Multidão (Mt 26:47), RA).

Fonte: Dicionário da Bíblia de Almeida

Vestes

Do Lat. vestes
Vestuário; fato; vestido; véstia; vestidura sacerdotal.

Fonte: Dicionário Bíblico

Vestidos

masc. pl. part. pass. de vestir
masc. pl. de vestido

ves·tir -
verbo transitivo

1. Pôr no corpo uma peça de roupa.

2. Pôr no corpo de outrem a roupa que o deve cobrir; ajudar alguém a vestir-se.

3. Dar roupa a.

4. Cobrir, adornar, revestir.

5. Usar como vestuário.

6. Trazer ordinariamente.

7. Fazer roupa para.

8. Figurado Cobrir, revestir, atapetar, alcatifar, forrar.

9. Adornar.

10. Assumir.

11. Encobrir, disfarçar.

12. Dar realce a; embelecer.

13. Tingir; tingir-se de.

verbo intransitivo

14. Trajar.

verbo pronominal

15. Cobrir-se com roupa.

16. Pôr trajo de sair; preparar-se para.

17. Comprar roupa para seu uso.

18. Cobrir-se, revestir-se, encobrir-se.

19. Imbuir-se, impregnar-se.

20. Disfarçar-se.


ves·ti·do
(latim vestitus, -us, traje, veste)
nome masculino

1. [Vestuário] [Vestuário] Peça de roupa, geralmente feminina, com ou sem mangas, de comprimento e formato variável, que cobre o tronco e as pernas (ex.: vestido curto; vestido de noiva).

2. Objecto que serve para vestir. = VESTE, VESTUÁRIO

adjectivo
adjetivo

3. Coberto com roupa. = ENROUPADO

4. [Linguagem poética] Atapetado, alcatifado.

Fonte: Dicionário Comum