Enciclopédia de Amós 1:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

am 1: 1

Versão Versículo
ARA Palavras que, em visão, vieram a Amós, que era entre os pastores de Tecoa, a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
ARC AS palavras de Amós, que estava entre os pastores de Técoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
TB As palavras de Amós, que era entre os pastores de Tecoa, as quais viu no tocante a Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
HSB דִּבְרֵ֣י עָמ֔וֹס אֲשֶׁר־ הָיָ֥ה בַנֹּקְדִ֖ים מִתְּק֑וֹעַ אֲשֶׁר֩ חָזָ֨ה עַל־ יִשְׂרָאֵ֜ל בִּימֵ֣י ׀ עֻזִיָּ֣ה‪‬‪‬ מֶֽלֶךְ־ יְהוּדָ֗ה וּבִימֵ֞י יָרָבְעָ֤ם בֶּן־ יוֹאָשׁ֙ מֶ֣לֶךְ יִשְׂרָאֵ֔ל שְׁנָתַ֖יִם לִפְנֵ֥י הָרָֽעַשׁ׃
BKJ As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
LTT As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
BJ2 Palavras de Amós, um dos pastores de Técua.[a] O que ele viu contra Israel, nos dias de Ozias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão,[b] filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.[c]
VULG Verba Amos, qui fuit in pastoribus de Thecue, quæ vidit super Israël in diebus Oziæ, regis Juda, et in diebus Jeroboam, filii Joas, regis 1sraël, ante duos annos terræmotus.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Amós 1:1

Êxodo 3:1 E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe.
II Samuel 14:2 enviou Joabe a Tecoa, e tomou de lá uma mulher sábia, e disse-lhe: Ora, finge que estás de luto; veste vestes de luto, e não te unjas com óleo, e sejas como uma mulher que há já muitos dias está de luto por algum morto.
I Reis 19:19 Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; e ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou a sua capa sobre ele.
II Reis 14:21 E todo o povo de Judá tomou a Azarias, que já era de dezesseis anos, e o fizeram rei em lugar de Amazias, seu pai.
II Reis 14:23 No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos.
II Crônicas 11:6 Edificou, pois, a Belém, e a Etã, e a Tecoa,
II Crônicas 20:20 E, pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, saindo eles, pôs-se em pé Josafá e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém: Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.
II Crônicas 26:1 Então, todo o povo tomou a Uzias, que era da idade de dezesseis anos, e o fez rei em lugar de Amazias, seu pai.
Salmos 78:70 Também elegeu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas.
Isaías 1:1 Visão de Isaías, filho de Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.
Jeremias 1:1 Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, dos sacerdotes que estavam em Anatote, na terra de Benjamim.
Jeremias 6:1 Fugi para salvação vossa, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a buzina em Tecoa e levantai o facho sobre Bete-Haquerém; porque da banda do Norte espreita um mal e um grande quebrantamento.
Jeremias 7:27 Dir-lhes-ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão.
Oséias 1:1 Palavra do Senhor que foi dita a Oseias, filho de Beeri, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.
Amós 7:9 Mas os altos de Isaque serão assolados, e destruídos os santuários de Israel; e levantar-me-ei com a espada contra a casa de Jeroboão.
Amós 7:14 E respondeu Amós e disse a Amazias: Eu não era profeta, nem filho de profeta, mas boieiro e cultivador de sicômoros.
Miquéias 1:1 Palavra do Senhor que veio a Miqueias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, a qual ele viu sobre Samaria e Jerusalém.
Zacarias 14:5 E fugireis pelo vale dos meus montes (porque o vale dos montes chegará até Azel) e fugireis assim como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos contigo, ó Senhor.
Mateus 1:8 e Asa gerou a Josafá, e Josafá gerou a Jorão, e Jorão gerou a Uzias,
Mateus 4:18 E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
I Coríntios 1:27 Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.

Gematria

Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.

Dois (2)

A natureza dualística existente no cosmo. O positivo e negativo, o bem e o mal, céus e terra, anoite e o dia, ..., Etc. É a pluralidade das criaturas existentes no mundo, isto é, as coisas tangíveis; a matéria.



Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

OS PATRIARCAS: AS EVIDÊNCIAS BÍBLICAS

Início do segundo milênio a.C.

UM CONTEXTO CRONOLÓGICO

Gênesis 12:50 trata da relação de Deus com um homem, Abraão, e seus descendentes: Isaque, Jacó (Israel) e seus doze filhos, dos quais José é o mais destacado. É difícil situar os "patriarcas", como costumam ser chamados, num período histórico exato. Para isso, é preciso considerar, em grande medida, a data fornecida para um acontecimento posterior da história bíblica, a saber, o êxodo, para o qual são definidas duas datas (como veremos em detalhes mais adiante).
Uma das datas para o êxodo é 1447 a.C.' Considerando-se que os israelitas permaneceram no Egito durante 430 anos, pode-se concluir que Jacó e seus filhos chegaram ao Egito em 1877 a.C. Assim, Abraão deve ter nascido na metade do século XXII a.C.
A outra data para o êxodo é c. 1270 a.C. Aceitando-se os mesmos dados mencionados acima, Abraão deve ter nascido por volta de 2000 a.C.
Alguns estudiosos também consideram que a estadia de Israel no Egito foi mais curta e situam os patriarcas num período posterior (mais próximo de nossa época), entre os séculos 20 e XVI a.C., a Média Idade do Bronze II.

ABRÃO VIAJA DE UR PARA HARÀ Tera, o pai de Abrão (como ele era conhecido naquele tempo), deixou "Ur dos caldeus"* e se assentou em Harà, na fronteira norte da Mesopotâmia, 32 km a sudeste da atual cidade turca de Urfa. Para alguns, Ur e Urfa se referem ao mesmo lugar, mas, nesse caso, Abrão teria voltado pelo mesmo caminho de onde veio antes de partir para Canaâ. Na verdade, a designação "Ur dos caldeus" resolve a questão. Os caldeus foram um povo que viveu no sul do Iraque do final do segundo milênio em diante.
Assim, Ur dos caldeus deve ser identificada com a cidade famosa de Ur, no sul do Iraque, conhecida hoje como Tell el- Muqayyar. Ur era um dos centros de uma civilização sofisticada vários séculos antes de Abraão, como indicam o Cemitério Real de Ur e o zigurate (templo em forma de torre) de Ur-Nammu, datados respectivamente de c. 2500 a.C. e 2113-2096 a.C.

ABRÃO VIAJA DE CANAÁ PARA O EGITO

Quando Abrão estava com cerca de 75 anos de idade, ele respondeu ao chamado de Deus para deixar seu país, seu povo e a casa de seu pai e se dirigir à terra que o Senhor lhe mostraria.* Abrão foi para Canaã, a terra prometida, mas uma grave escassez de alimento o levou a buscar refúgio no Egito. Lá, sua esposa Sarai (chamada posteriormente de Sara) chamou a atenção do Faraó.

EM CANAÃ

Ao voltar a Canaã, Abrão se tornou extremamente rico em rebanhos, prata e ouro. Tinha tantos rebanhos que precisou se separar de seu sobrinho, Ló, o qual escolheu armar suas tendas próximo a Sodoma, cujos habitantes eram conhecidos por sua grande perversidade. De acordo com Gênesis 19:24-25, "fez o Senhor chover enxofre e fogo, da parte do Senhor, sobre Sodoma e Gomorra. E subverteu aquelas cidades, e toda a campina". Não há dúvidas que Sodoma e Gomorra ficavam próximas, ou talvez debaixo, do atual mar Morto, mas é impossível determinar a localização exata das duas cidades proporção extraordinária de sal (25 por cento) do mar Morto pode ser evidência dessa calamidade.
Abrão (Pai exaltado) se tornaria Abraão (Pai de muitos)." ¡ Agar, a serva de Sara, lhe deu à luz Ismael e a própria Sara lhe deu à luz Isaque (o filho da promessa).° Quando Sara faleceu em Quiriate-Arba (atual Hebrom), Abraão comprou de Efrom, o heteu, um campo com uma caverna e ali sepultou a esposa. Posteriormente, Abraão, seu filho Isaque, Rebeca, esposa de Isaque, seu filho Jacó e Lia, a esposa de Jacó, também foram sepultados nesse local.
Isaque reabriu os poços que haviam sido cavados por Abraão no vale de Gerar e, de acordo com João 4:5-6, Jacó cavou um poço em Sicar, próximo a Siquém.
Fica evidente que os patriarcas eram homens de grande riqueza e influência em Canaã. Abrão tinha trezentos e dezoito "homens dos mais capazes" à sua disposição.' Aliás, a expressão "homens dos mais capazes" é bastante antiga, pois também aparece em textos egípcios de execração (maldição) do final do século XIX a.C. Os patriarcas se casaram com parentas: Isaque se casou com Rebeca, sobrinha neta de seu pai, e Jacó se casou com suas primas Lia e Raquel. Essas três mulheres eram da região de Harã, também chamada Harâ- Naharaim e Pada-Arã.

 

 

Por Paul Lawrence


Árvore genealógica dos patriarcas
Árvore genealógica dos patriarcas
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.
Viagem de Abraão: Saiu de Ur, no sul do Iraque em direção a Harã.

OS REIS DE JUDÁ

930-701 a.C.
Voltamo-nos agora para os acontecimentos em Tudá, o reino do sul, cujo governo era centrado em Jerusalém. Os reis que ocuparam o trono de Davi depois de Roboão constituíram uma dinastia muito mais estável e duradoura do que os governantes de Israel, o reino do norte.

SISAQUE ATACA ROBOÃO
Roboão (930-913 a.C.) estava no trono há apenas cinco anos (em 926 a.C.) quando teve de enfrentar a grande invasão de Sisaque, rei do Egito. Sisaque levou embora alguns dos tesouros do templo e do palacio real, inclusive os escudos de ouro feitos por Salomão. O rei do Egito deve ser identificado com Shosheng (945-924 a.C.), o fundador da vigésima segunda dinastia.
Sisaque I deixou no templo de Amun, Karnak, um relevo com uma cena triunfal que traz o nome de várias cidades da Palestina permite fazer uma reconstrução detalhada de sua campanha. Uma estela quebrada com as cártulas distintivas de Shosheng 1 to1 encontrada em Megido.

ZERÁ ATACA ASA
Asa (910 869 a.C.), neto de Roboão, derrotou um exército invasor numeroso liderado por Zerá, o etiope (ou cuxita), no vale de Zefatà, próximo a Maressa.? Etiópia (ou Cuxe) era uma região que ia do sul de Assuâ no Egito até Cartum no Sudão. Zerá não ceve ser identificado com o rei contemporâneo do Egito, Osorkon I (924 889 a.C.), pois os nomes não podem ser equivalentes. Convém observar que o livro de Crônicas não chama Zerá de "rei" e, portanto, talvez ele fosse um comandante de Osorkon I. Uma vez que o rei já era idoso na época da campanha, pode ter preferido enviar um general para liderar expedição à Palestina.

A LINHAGEM DE DAVI É AMEAÇADA POR ATALIA
Apesar do Senhor ter prometido a Davi que sua linhagem seria estabelecida para sempre, houve um momento em que ela quase foi extinta. Jeorão (848-841 a.C.), rei de Judá, se casou com Atalia, filha do perverso rei Acabe (873-853 a.C.). Quando Jeú, o rei de Israel, matou Acazias, o filho de Jeorão, Atalia tomou o trono de Judá e se manteve no poder por seis anos (841-835 a.C.). Atalia exterminou todos da família real, exceto um filho de Acazias chamado Joás que ainda era bebè e ficou escondido no templo, sem conhecimento da rainha, durante os seis anos de seu reinado. O sumo sacerdote loiada liderou um golpe bem-sucedido contra a rainha Atalia e o menino Joás foi coroado em seu lugar.

UZIAS
Diz-se que Uzias (também chamado de Azarias) reinou 52 anos sobre Judá. Há evidências claras de que esse período incluiu uma co-regência com seu pai, Amazias, de 792 a.C.até a morte de Amazias em 767 .C. Semelhantemente, Jotão, filho de Uzias, foi regente com ele até a morte de Uzias em 740 a.C. De acordo com o registro bíblico, Uzis reconstruiu Elate, no golfo de Ácaba, derrotou os filisteus e árabes, construiu torres no deserto, cavou cisternas, aumentou o potencial agrícola da terra e desenvolveu máquinas para atirar flechas e pedras grandes. Não se sabe ao certo se tais máquinas eram catapultas (que, de acordo com o escritor grego Diodoro Sículo," foram inventadas apenas em 399 .C.) ou se eram construções especiais sobre os muros e torres que permitiam aos defensores atirar pedras na cabeça dos soldados atacantes. O retrato positivo de Uzias apresentado pelos livros de Reis e Crônicas é contrabalançado com a revelação de que, depois de oferecer incenso sem autorização no templo do Senhor, Uzias foi acometido de uma doença de pele grave, traduzida de forma tradicional, porém anacrônica, como "lepra". Uzias se mudou para uma casa afastada e permaneceu excluído do templo até o final de sua vida. Entrementes, seu filho Jotão governou como regente.

ACAZ
Acaz (735-715 .C.), rei de Judá, é lembrado especificamente por sua perversidade. "Andou no caminho dos reis de Israel e até queimou a seu filho como sacrifício, segundo as abominações dos gentios, que o Senhor lançara de diante dos filhos de Israel" (2Rs 16:3). Tratamos anteriormente de como Acaz lidou com a ameaça de Peca, rei de Israel, pedindo ajuda a Tiglate-Pileser III (746-727 a.C.), rei da Assíria. Além de colocar um novo altar no templo do Senhor, Acaz remove os painéis laterais e as bacias dos suportes móveis de bronze que Salomão havia feito para o templo, tirou o "mar de fundição" de cima dos bois de bronze, colocando-o sobre uma base de pedra, e remove também o passadiço coberto que se usava no sábado e a entrada real do templo. Os profetas contemporâneos 1saías e Miquéias descrevem superstições e práticas pagas abomináveis.

A AMEAÇA ASSÍRIA SOB SARGÃO Il
Vimos que Samaria, a capital do reino do norte, foi tomada pelos assírios em 722 .C. Depois de organizar a deportação dos israelitas de Samaria, o novo rei assírio, Sargão II (722-705 a.C.), avançou para o sul pela planície costeira em 720 a.C., conquistando Gaza e, talvez, Ecrom e Gibetom. Em 712 a.C., Sargão enviou seu turtanu, ou comandante supremo, para reprimir uma rebelião na cidade costeira de Asdode. Um estela fragmentária erigida pelo comandante supremo de Sargão Il foi encontrada em Asdode. O profeta Isaías valeu-se da captura de Asdode para advertir o povo contra a confiança no Egito como um aliado contra a ameaça crescente da Assíria. E os assírios viriam a ameaçar a própria existência do reino de Judá nos acontecimentos marcantes do ano de 701 a.C., tema dos próximos dois capítulos.
invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo
invasões contra Judá entre 926-712 a.C. O reino de Judá foi -invadido várias vezes pelo sul por Sisaque, rei do Egito, e por Zera, o cuxita. Pelo norte, foi invadido por Sargão, rei da Assíria, e seu tartà ou comandante supremo
expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período.
expansão do Império Assírio em c. 850-650 a.C. A Assíria tornou-se a principal potência no Oriente Próximo. Estabeleceu um império por todo o crescente fértil e conquistou até o Egito por um breve período.

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL


TECOA

Atualmente: ISRAEL
Região de pastos, contígua ao deserto de Judá. Amós 1:1 e II Crônicas 20:20

Tecoa, ou Tuquʿ(Árabe تقوع, Hebráicoתקוע) é uma cidade Israelense da Província de Belém, localizada à 12 km ao sudeste de Belém na Cisjordânia.

Mapa Bíblico de TECOA


JUDÁ

O Reino de Judá limitava-se ao norte com o Reino de Israel, a oeste com a inquieta região costeira da Filístia, ao sul com o deserto de Neguev, e a leste com o rio Jordão, o mar Morto e o Reino de Moabe. Sua capital era Jerusalém.
Mapa Bíblico de JUDÁ



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Introdução ao Livro de Amós
O Livro de

AMÓS

Oscar E Reed

Introdução

Amós viveu e escreveu na primeira metade do século VIII a.C. durante o reinado de Jeroboão II, monarca do Reino do Norte. Talvez a data de 755 a.C. melhor se ajuste às condições apresentadas no livro. Seu ensino é de significação particular, porque inaugu-rou uma linha de ministérios proféticos que levou o povo de Israel a um entendimento mais profundo sobre o caráter de Jeová. Somente a revelação de Deus em Jesus Cristo é maior que esta compreensão da natureza divina. Foi pelos ensinos de Amós e das pesso-as depois dele que os israelitas conseguiram "sobreviver ao fim trágico de Israel como nação, e tornar-se o veículo da revelação distintiva de Deus para o mundo".'

A. O Autor e o Pano de Fundo Histórico

Há pouco mais de um século, pensava-se que Amós fosse apenas um dos profetas menores; hoje, em virtude dos estudos exegéticos e críticos, o livro recebe destacada posição na literatura bíblica. Considera-se sua linguagem um dos melhores exemplos do puro estilo hebraico.

Amós foi o primeiro dos profetas literários que se aplicou a eliminar os elementos pagãos que se insinuaram na vida religiosa e social de Israel. Ele, como os outros, teve de reavivar o ideal mosaico que advoga que Deus exige santidade de vida. Estes profetas "moralizaram" a religião e também a universalizaram. O Deus em cujo nome falavam, não era apenas o Senhor deles, mas o Deus do mundo inteiro.

Como no caso de Joel, muito pouco sabemos sobre a pessoa de Amós, exceto alguns indícios que podemos depreender das evidências internas do livro. Sabemos que viveu nos dias de Jeroboão II (782-753 a.C.). Ao levarmos em conta que um longo período de prosperidade precedeu os dias do profeta, deduzimos que seu ministério se deu na se-gunda metade do reinado de Jeroboão.

Amós morava em Judá, mas sua mensagem profética foi entregue em Israel e para essa nação. Este fato levanta uma pergunta interessante concernente à relação de sua mensagem para Judá. Amós pretendia excluir Judá da destruição pronunciada para Israel e os povos vizinhos? Ou pretendia incluir Judá? Este comentarista é inclinado a crer na última opção. Amós não cogitava poupar o Reino do Sul. Temos, então, de aceitar que pretendia incluir Judá na destruição comum que se abateria sobre Israel e as nações circunvizinhas. Por que escolheu Betel, e não Jerusalém, para o cenário do seu ministé-rio? A resposta provável é que considerava essencialmente um os dois ramos do povo israelita e que, dos dois, o Reino do Norte era o mais importante.

O centro da vida nacional estaria em Betel, o santuário do monarca do Reino do Norte. Era este o lugar estratégico para um profeta começar seu ministério. Ali, sua mensagem produziria o efeito mais imediato e forte.
Amós nega o título de nabi (profeta profissional). Com esta atitude, quer dizer que não pertencia à ordem profética e não tinha recebido o treinamento para isso. Designa-se cidadão de posição social humilde pertencente à classe mais pobre. Em vista deste fato, imaginamos como adquiriu o grau de cultura que manifestadamente possuía. Entre os hebreus, o conhecimento e a cultura não eram peculiares aos ricos e às classes de profissionais. Mesmo o treinamento inicial de todo israelita o equipava religiosa e cultu-ralmente, a despeito de sua posição social.

Mesmo assim, Amós era homem simples, um boiadeiro e cultivador de sicômoros, a comida dos pobres. Seu pai não era profeta, nem possuía formação nobre como Isaías. Sua casa ficava em Tecoa, quase 20 quilômetros ao sul de Jerusalém (ver mapa 2), onde a vida espiritual genuína e a pura adoração a Deus sobreviviam no acidentado interior montanhoso.

O chamado era de Deus. O próprio Amós diz que Jeová o "tirou" do serviço referente ao rebanho. Este ato indica que um poder não dele mesmo o tomava de súbito. Esta também é a implicação de Am 3:8, onde o profeta diz: "Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor JEOVÁ, quem não profetizará?" Havia um fogo ardente retido em seus ossos que o compelia a falar. Amós era um homem com uma mensagem de Jeová e tinha de livrar-se desse peso.

Ao considerar que o seu chamado era divino, Amós foi honesto, corajoso e dinâmico. Ressentia-se profundamente com os males sociais dos seus dias e ficava irritado com a injustiça e a desonestidade. Obteve um discernimento profundo sobre as questões pecu-liares de Deus, bem como acerca das relações nacionais e internacionais. Sua língua era como um chicote para os opressores e mel para os oprimidos.

B. A Mensagem

As grandes concepções fundamentais que subjazem a mensagem de destruição pro-clamada por Amós torna-o uma figura importante na história da fé religiosa. Os israelitas de sua época sentiam-se certos do favor divino por duas razões: Primeira, não foram eles escolhidos por Deus? Segunda, eles zelavam minuciosamente de todos os detalhes da adoração. Para Amós, porém, estes dois pilares de confiança popular eram canas quebra-das — sequer ofereciam a mais trivial base de garantia do favor divino.

Era verdade que Jeová escolhera Israel para ser o seu povo peculiar. Ele se colocou numa relação especialmente íntima com a nação. Mas este fato não significava, como supunham, que tinham o monopólio do favor divino ou que o cuidado protetor de Jeová se limitava a Israel. Seu favor era universal, procedente do Deus que não tolerava rivais.
A primazia que Israel possuía estava na revelação especial que Deus lhe dera sobre seu caráter e vontade. Mas os israelitas rejeitaram esta revelação. Israel, portanto, não tinha vantagem sobre as outras nações. Quando pecavam, não significavam a Jeová mais que os distantes e desprezados etíopes. Foi deste modo que Amós lidou com a pre-tensão nacional de seus dias.
Com a confiança popular em ritos e cerimônias, o profeta foi ainda mais severo, mas é erro supor que Amós queria condenar todos os ritos e cerimônias em si. Ele não era tão idealista quanto a estar cego ao fato de que a verdadeira devoção precisa de "dias e tempos" e formas externas para seu exercício. O que o profeta contestava era a substitui-ção do espírito de devoção interno por estes ritos externos.
Contra a confiança popular nos sacrifícios, a eleição não qualificada de um povo escolhido e a providência especial de Deus pela nação, Amós estabeleceu o princípio de que a única esperança de Israel estava na justiça. E sobre esta virtude, o profeta queria dizer o que era certo no sentido absoluto do termo, tanto objetiva quanto subjetivamente: respeito pela personalidade própria e pela dos outros.

Amós designou expressamente dois males: a opressão dos pobres pelos ricos e a corrupção do sistema judicial em Israel. Nestas mazelas, a vida humana era literalmen-te negociada pela troca. Na opinião do profeta, esta situação era o cúmulo da iniqüidade e o extremo da insensatez. Por isso, exortou os homens: "Buscai o SENHOR e vivei"; e: "Buscai o bem e não o mal, para que vivais" (Am 5:6-14). Desta forma, Amós identificou a religião com a lei moral. Buscar Jeová é procurar o bem. Não há outro meio de entrar em comunhão com Deus. A religião é a principal força preservadora na sociedade e estímulo poderosíssimo para o desenvolvimento das mais sublimes aptidões humanas.

Nosso estudo sobre os ensinos de Amós não estaria completo se omitíssemos as pala-vras de esperança registradas em 9:8-15. Claro que, apesar de todas as suas previsões sombrias, o profeta não havia perdido a esperança de Israel ser salvo, e certamente não lhe faltava a convicção de que pelo menos alguns "viveriam". Amós era homem de paixão intensa que via propósito em tudo. O elemento ideológico permeia a totalidade de seu livro. É incrível que alguém como ele não tivesse atinado no que aconteceria depois da destruição de Israel.

Mesmo que Amós tivesse uma perspectiva esperançosa para o futuro, estava subor-dinado à tendência vigente de seu ensino. Sua tarefa primária era confirmar as reivindi-cações da lei moral em oposição ao formalismo material e a pretensão nacional de seus dias. Sua maior significação estava na eficácia com que moralizou a concepção de reli-gião em sua exigência de justiça nacional e pessoal.


Beacon - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
SEÇÃO

O JULGAMENTO IMINENTE

Amós 1:1— 2.16

A profecia de Amós divide-se em três partes com uma estabelecida unidade que não deixa dúvida sobre sua autoria e motivação. A predição de julgamento imediato está no âmago do ministério de Amós. Ele proclamou essa mensagem habilmente, ao começar com os gentios, exortar os judeus e terminar com Israel, o povo a quem ele pessoalmente se dirige. "O israelita ouviria com certa satisfação interior as faltas dos seus vizinhos e os julgamentos com que eles incorreriam".1 Mas, Israel seria me-dido exatamente pelo mesmo padrão aplicado aos outros povos e com um julgamento não menos severo.

A. TÍTULO E TEMA, 1.1,2

O autor da profecia identifica-se como pastor' de Tecoa (1), que viveu nos reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão, rei de Israel. A cidade de Tecoa situava-se ao sul de Judá (cf. 2 Cron 11.6; 20.20). Amós afirma que era apenas um pastor e "cultivador de sicômoros" (Am 7:14). Vemos, então, que o profeta não era um próspero proprietário de ove-lhas, mas um pastor modesto e um "podador de árvores" que estava determinado a não ser classificado como nabi (profeta profissional). Ele era o tipo de pessoa que Israel "in-sistia em silenciar" (cf. Am 2:11-12).3

Os estudantes do livro datariam a profecia com mais precisão se porventura conse-guissem identificar o terremoto (cf. Zc 14:5) mencionado no versículo 1, o qual eviden-temente era bem conhecido na época do ministério de Amós. Sabemos, porém, que este profeta estava em atividade durante o apogeu do próspero reinado de Jeroboão II, algum tempo antes da morte do rei em 753 a.C. (ver diagrama A).

Amós inicia sua profecia com a confirmação de um tema declarado primeiramente por Joel (Jl 3:16) : O SENHOR bramará de Sião e de Jerusalém dará a sua voz (2). Foi o próprio Deus que falou por meio de Amós. A figura foi dada para advertir os violadores do concerto que estavam tranqüilos em sua prosperidade. Tinham de saber que o julga-mento de Deus viria sobre Israel como também para o mundo pagão — até o cume do Carmelo se secaria.'

B. ORÁCULOS CONTRA NAÇÕES VIZINHAS, Am 1:3-2.3

Esta subdivisão foi compilada com habilidade para apresentar o "peso" ou sentença contra as nações estrangeiras. Claro que só elogia os povos no intuito de prepará-los para o tremendo golpe que vem imediatamente a seguir.

  1. Damasco (1:3-5)

O primeiro oráculo é contra Damasco (3; ver mapa 2), a capital do reino arameu (sírio), com o qual Israel estivera em guerra por grande parte do século VIII a.C. Três, o número perfeito, é seguido por quatro, que indica um número maior de crimes em sua pior forma. A medida da iniqüidade estava cheia, além de toda proporção.

Gileade, a área mais exposta à invasão síria (ver mapa 2), foi sujeita a "rodas com pontas de ferro" (NTLH) ; "trilhos de ferro pontudos" (NVI). Estes trilhos de ferro eram grossos rolos com dentes entalhados, que tinham sido usados para destruir e mutilar a carne humana. É uma referência à destruição que Hazael ocasionou em Gileade, fato registrado em II Reis 10:32-33.

O versículo 4 identifica os líderes sírios que tinham pecado contra Gileade (a história é contada em 2 Rs 8-13). Hazael foi o fundador da dinastia que Ben-Hadade (Ben-Hadá II), seu filho, representou. A casa de Hazael representa a dinastia, e Ben-Hadade, o rei específico (cf. Is 17:1-3; Jr 49:23-27; Zc 9:1-4). A parte final do versículo 5 demonstra o poder de Jeová em seu julgamento. O profeta ouve o rompimento do ferrolho de Damas-co (as fortificações da cidade) e vê o massacre dos habitantes de Biqueate-Áven (5). O restante da Síria será levado à distante e remota Quir — tudo isto pela palavra do SE-NHOR. 'Esta profecia cumpriu-se quando Tiglate-Pileser, rei da Assíria (ver diagrama A), conquistou Damasco durante o reinado de Acaz, governante de Judá (2 Rs 16.9). A palavra final, diz o SENHOR, identifica a autoridade com que o oráculo é proclamado.

  1. Filístia (1:6-8)

Destruição semelhante deve acontecer com os filisteus (ver comentários no v. 3). Gaza (6), a principal cidade da Filístia, é usada como símbolo da nação. Era importante centro de caravanas que transitavam pela estrada entre o Egito e a Síria. Situava-se ao sul de Judá, perto do mar Mediterrâneo (ver mapa 2). A acusação específica contra os filisteus é que eles levaram em cativeiro todos os cativos; ou seja, tomaram cativo um povo inteiro e o entregaram a Edom, inimigo mortal de Israel. É uma referência à invasão dos filisteus nos dias de Jeorão (2 Cr 21.16; cf. J13.4). Os versículos 7:8 auten-ticam o fato de que toda a Filístia está inclusa na destruição futura. Julgamento seme-lhante virá sobre todas as suas cidades importantes: Gaza (7), Asdode (8), Asquelom e Ecrom. Todas estão inclusas para serem exterminadas pela mão do Senhor JEOVÁ.

A ironia do julgamento de Deus é evidente. Os próprios edumeus, a quem os israelitas foram vendidos, serão aqueles que venderão os filisteus em escravidão. (Os edumeus tinham um porto no mar Vermelho e eram notórios traficantes de escravos.)

  1. Tiro (1.9,10)

Os grandes pecados de Tiro são simbolizados novamente por três transgressões... e por quatro (9; cf.comentários no v. 3). A transgressão é maior, porque os habitantes de Tiro não se lembraram da aliança dos irmãos, ou seja, o antigo pacto entre Salomão e Hirão (I Reis 5:1-12). Ainda que não se possam confirmar as ocasiões históricas, talvez a acusação indique que Tiro entregou os israelitas a Edom no tráfico de escravos. Não há registro de um rei de Israel ou de Judá ter guerreado contra a Fenícia (Tiro). Por causa de seu pecado, nem mesmo a magnífica cidade de Tiro escaparia do julgamento de Jeová (10), conforme declarou Amós (ver Ez 28 para inteirar-se de uma descrição de Tiro).

  1. Edom (1.11,12)

Existia uma marcante hostilidade entre Israel e Edom, mesmo antes do exílio. Amós não condenou um pecado em particular, mas destacou o ódio implacável de Edom na perseguição de Israel à espada (11), a absoluta falta de misericórdia e o ininterrupto espírito de ira contra seu irmão.'

Como nos oráculos anteriores, o julgamento seria por fogo a Temã, que consumirá os palácios de Bozra (12), a capital de Edom, situada ao sul do mar Morto. Temã era provavel-mente um distrito ao norte de Bozra (ver mapa 3). Ambos simbolizavam a totalidade de Edom.

  1. Amom (1:13-15)

O território de Amom estendia-se ao longo do rio Jordão até ao leste de Gileade. A acusação específica: Eles fenderam as grávidas de Gileade (13) ; era só o clímax de uma sucessão de crueldades contra Israel. Mas os israelitas também poderiam ter sido acusados de ofensa semelhante (II Reis 15:16).

Igual ao castigo de Edom, a importante cidade de Rabá (14, "a grande") seria quei-mada no dia da batalha. Nessa ocasião, o invasor pareceria uma tempestade que devasta tudo que há pela frente. A profecia se encerra com o oráculo de destruição contra o rei e seus príncipes (15), que irão para o cativeiro.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Amós
Introdução ao Livro O profeta e o seu meio Amós foi um dos grandes profetas do séc. VIII a.C., muito embora ele mesmo preferisse ver a si mesmo como um homem simples, dedicado aos seus afazeres rurais como um “entre os pastores de Tecoa” (Am 1:1). Assim o declara na sua controvérsia com o sacerdote Amasias, que o acusa de trair o rei de Israel: “Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta, mas boieiro e colhedor de sicômoros” (Am 7:14). Houve, todavia, um dia em que aconteceu a transformação de Amós no mensageiro enviado por Deus para profetizar no Reino do Norte. Como ele mesmo disse: “O SENHOR me tirou de após o gado e o SENHOR me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel” (Am 7:15). Distante uns 10 km ao sul de Belém, próximo ao mar Morto e como que suspensa entre as montanhas de Judá, situava-se a pequena cidade de Tecoa. Amós residia ali, mas, por algum motivo que ignoramos, a sua atividade profética desenvolveu-se no Reino do Norte. Deve ter começado em torno do ano 750 a.C., “dois anos antes do terremoto” (conforme Zc 14:5), durante o reinado de Jeroboão II (783-743 a.C.). Aquela era uma época de prosperidade para o reino. Sob o cetro de Jeroboão, o comércio com outros países enriqueceu o Estado; Israel voltou ao esplendor dos dias de Davi e, por força das armas (Am 6:13), conseguiu recuperar territórios que havia perdido no lado oriental do Jordão (2Rs 14:25). Certamente, os êxitos militares e o aumento da riqueza despertaram no povo grande entusiasmo; mas, no devido tempo, foram a causa do crescimento da desigualdade entre os diversos estratos sociais. Os ricos aumentaram as suas riquezas, enquanto que os pobres submergiam cada vez mais na miséria. O povo humilde sofria a opressão dos poderosos, uma opressão agravada pela corrupção dos juízes e dos tribunais de justiça (Am 2:6-7; Am 5:7-12). Até mesmo a vida religiosa havia se corrompido. O culto contaminou-se com as práticas pagãs de outros povos (Am 5:26), e as cerimônias religiosas, exteriormente esplendorosas, perderam a sua autenticidade e sua piedade sincera (Am 5:21-23). O livro e a sua mensagem O livro de Amós (= Am) começa com o anúncio do castigo que as nações e cidades vizinhas de Israel sofrerão por causa da crueldade da sua conduta na guerra. Damasco, Bete-Éden, Gaza, Asdode e outros lugares são mencionados em uma série de oráculos que precedem o da condenação a que Judá e Israel também tornaram-se merecedoras (Am 1:3-16); pois, mesmo sendo o povo escolhido, Deus não deixará impunes os pecados que cometeram. Muito ao contrário, precisamente por causa da sua eleição, o compromisso contraído por Israel e a sua responsabilidade aos olhos de Deus são maiores. Em conseqüência, mais severo será o castigo merecido pela sua conduta (Am 3:1-2). A mensagem central de Amós representa, dessa forma, uma dura crítica contra a sociedade israelita da época. O profeta ataca a injustiça social reinante, o enriquecimento por parte de muitos à custa dos pobres, explorados sem compaixão (Am 3:10; Am 5:11; Am 8:4-6); o suborno e a prevaricação de juízes e tribunais (Am 5:12); a opressão, a violência e até a escravidão a que os mais pobres são submetidos (Am 2:6; Am 8:6). O profeta proclama que o SENHOR não ficará indiferente diante de pecados como estes, mas castigará aqueles que os cometem (Am 2:13-16; Am 4:2-3; Am 5:18-20; Am 8:3); em vista disso, urge a todo o Israel: “Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus” (Am 4:12). A última parte do livro (Am 7:1-10) contém uma série de visões que anunciam a impossibilidade de se escapar do juízo de Deus, do castigo iminente que lhes há de sobrevir apesar dos apelos insistentes de Amós (Am 7:2,Am 7:5). Porém, ainda que tais juízos e o castigo anunciados sejam inevitáveis, também é certo que Deus não quer destruir a Israel, mas reedificá-lo e restaurá-lo, para que continue sendo, já em liberdade, o povo da sua eleição (Am 9:11-15). Esboço: 1. Juízos contra as nações vizinhas (Am 1:1-5) 2. Juízo contra Israel (Am 2:6-16) 3. Denúncias e ameaças (Am 3:1-14) 4. Visões de castigo (Am 7:1-10) 5. Restauração futura de Israel (Am 9:11-15)

Champlin - Comentários de Amós Capítulo 1 versículo 1
Que era entre os pastores:
Hebr. noqued, termo que designa não um simples pastor, mas um proprietário e criador de rebanhos. Amós gozava, pois, de uma boa situação econômica antes de ser chamado a exercer a missão profética. Conforme Am 7:14.Am 1:1 Tecoa:
Povoado de Judá, situado a uns 9 km ao sul de Belém. Conforme 2Sm 14:2; 2Cr 11:6.Am 1:1 O nome Israel refere-se aqui ao conjunto das tribos israelitas que, depois da morte de Salomão, se rebelaram contra Judá e formaram o Reino do Norte (ver 1Rs 12:1-24,). Ainda que Amós fosse de Judá, foi enviado a anunciar a sua mensagem no reino de Israel. Conforme Am 7:12,Am 7:15.Am 1:1 Uzias, também chamado de Azarias (2Rs 15:1-7), reinou sobre Judá entre os anos 783:742 a.C. Conforme 2Cr 26:1-23.Am 1:1 Jeroboão:
Trata-se de Jeroboão II, rei de Israel (786-746), em cujo longo e brilhante reinado Israel alcançou o apogeu da sua expansão territorial e da sua prosperidade econômica (conforme 2Rs 14:23-29). Amós revelará o lado negativo daquele pujante período:
o luxo demasiado e o excessivo afã por lucro (Am 6:1; Am 8:5), a falsa religiosidade (Am 5:21-23) e o desprezo absoluto pela justiça (Am 2:6-8; Am 4:1; Am 5:7; Am 8:4,Am 8:6).Am 1:1 Este terremoto ocorreu em torno do ano 750 a.C., em uma data que não se pode determinar com exatidão. Deve ter produzido grande impacto, já que é novamente mencionado muito tempo mais tarde (Zc 14:5). Ver Am 8:8,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Introdução ao Livro de Amós
O Livro de AMÓS

Autor Tecoa, em Judá, uma aldeia cerca de 8 km ao sul de Belém, era o lar do profeta Amós (1.1). Ele era um homem de muitos ofícios: pastor (1.1), boiadeiro e colhedor de sicômoros (7.14). Embora sua formação tenha sido rural e aparentemente distante dos centros de conhecimento, Amós com toda certeza conhecia as nações circunvizinhas e estava familiarizado com a história internacional da época (1.3—2.3). Ele também conhecia a história do povo da aliança e a própria aliança, como o demonstram suas numerosas referências à lei. Amós não tinha formação de profeta (7.14), mas o Senhor soberanamente o chamou para este ofício. Amós exerceu seu ministério essencialmente no reino do Norte de Israel (7.15), embora suas profecias também se referissem aos pecados de Judá (2.4,5; conforme 9.11).

Data e Ocasião O ministério profético de Amós se realizou durante os reinados de Uzias (às vezes denominado Azarias), de Judá (792-740 a.C.) e de Jeroboão II de Israel (793-753 a.C.). Durante o reinado de Jeroboão houve paz entre Judá e Israel. De acordo com as profecias de Jonas, filho de Amitai (2Rs 14:25), ele havia restaurado os limites de Israel. O reino do Norte havia enriquecido e vivia uma falsa sensação de segurança, encorajada pelo enfraquecimento do Egito, da Babilônia e especialmente da Assíria, que entrara em declínio temporário após a morte de Adad-nirari III (810-783 a.C.). Por cerca de quarenta anos 1srael não sofreu nenhuma séria ameaça dos exércitos assírios.

Sob Tiglate-Pileser III (745-727 a.C.), a Assíria ganhou nova força e se expandiu para o norte e o oeste. Judá logo tornou-se vassala da Assíria, e o estado de Damasco, que estivera entre Israel e a Assíria, passou a fazer parte do império assírio (2Rs 16:7-9).

Tiglate-Pileser III foi sucedido por seu filho Salmaneser V (727-722 a.C.), que continuou a política paterna de expansão para o oeste, e forçou Oséias, rei de Israel, a tornar-se seu vassalo. Contudo, Oséias se rebelou e erroneamente buscou no Egito uma ajuda que jamais recebeu. Então Salmaneser sitiou a Samaria; e depois de três anos, tomou a capital israelita (722 a. C.) pondo fim ao reino do Norte de Israel (2Rs 17:3-6).

Características e Temas Amós deve ter proferido as profecias de seu livro em diferentes locais do reino do Norte, tais como a Samaria e Betel (7.12,13). Contrariamente às mensagens dos profetas anteriores (à exceção, talvez, de Joel), as palavra de Amós foram preservadas em documentos escritos, como os dos seus contemporâneos 1saías e Oséias. Era essencial que essas grandes mensagens a respeito dos processos legais da aliança fossem preservadas, não só como lembrança da história de Israel, mas pelas promessas de restauração e redenção que continham.

Amós ataca duas áreas principais de pecado geralmente criticadas pelos profetas: a idolatria e a injustiça social. O problema básico de Israel era sua falsa religiosidade — “tendo forma de piedade, negando-lhes, entretanto, o poder” (2Tm 3.5). Embora Israel mantivesse as formalidades rituais da lei, e mesmo se excedesse nelas (4.4-5), a idolatria era muito comum (2Rs 17:9-17; Am 5:26), assim como a violência e a injustiça (2.6-8; 4.1).

O Deus que encontramos em Amós é o mesmo Criador que fez o homem à sua imagem e semelhança. Ele é Deus, e não há outro. Ele não tolera a idolatria, que é na verdade a adoração a demônios (Dt 32:16,17; 1Co 10:20). O Senhor é soberano e é capaz de levantar uma nação contra a outra como castigo (1.3—2.3), um processo que continuará até a sua volta. Deus é também o Juiz de Israel, o povo de sua aliança, disposto a levantar contra ele uma outra nação (6.14). Mas apesar de tudo isso, ele é um Deus de amor, que deseja a vida, não a morte de seu povo. Acima de tudo, seu desejo é “buscai ao Senhor e vivei” (5.4; 1Tm 2:3,4) .

O Senhor enviou sinais a Israel em forma de sede, fome, destruição, gafanhotos, epidemias e derrotas militares, mas o povo se recusou a ver sua mão nesses acontecimentos (4.6-11). O castigo era inevitável (4.12—5.20), e essa punição foi retratada em uma série de profecias verbais e visionárias que previram a destruição total e o exílio. Mas o Senhor castiga aqueles que ama e seu castigo é um sinal de fidelidade ao povo de sua aliança. Sua promessa de restaurar “o tabernáculo caído de Davi” (9.11), e o futuro decisivo de seu povo é retratado em uma descrição final que se assemelha ao Éden em sua abundância e bênçãos (9.13-15).

Esboço de Amós

I. Introdução (1.1,2)
II. Juízos pronunciados contra as nações (1.3—2.16)

A. Oráculos contra os inimigos de Israel (1.3—2.3)

B. Oráculos contra Judá e Israel (2.4-16)

III. Profecias contra Israel (caps. 3—6)

A. O castigo divino é iminente (cap. 3)

1. Origem histórica e ratificação da profecia (3.1-8)

2. Chamado às testemunhas pagãs (3.9,10)

3. O castigo anunciado (3.11-15)

B. A cegueira espiritual de Israel (cap. 4)

1. Acusação formal do pecado social e religioso (4.1-5)

2. Retrospecto histórico dos castigos passados (4.6-11)

3. Outros castigos anunciados (4.12,13)

C. Lamento e chamado ao arrependimento (5.1-17)

1. Lamento pelo Israel decaído (5.1-3)

2. Admoestações e acusações formais (5.4-17)

D. Não há como escapar ao castigo de Deus (5.18—6.14)

1. Oráculos de ais contra o sincretismo e a complacência de Israel

(5.18—6.7)

2. Castigo contra o orgulho e a injustiça (6.8-14)

IV. Visões da retribuição divina (7.1—9.10)

A. O castigo evitado pela intercessão (7.1-6)

1. Visão dos gafanhotos (7.1-3)

2. Visão do fogo (7.4-6)

B. Castigo inevitável (7.7—9.10)

1. Visão de um muro e de um prumo (7.7-9)

2. Confrontação com o sacerdote Amazias (7.10-17)

3. Visão de frutos de verão (cap. 8)

4. Visão do Senhor junto ao altar (9.1-10)

V. Restauração e Bênção (9.11-15)

A. Restauração da dinastia de Davi (9.11,12)

B. Bênção de abundância (9.13-15)


Genebra - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
*

1:1

Amós apresenta aqui a si mesmo e à sua profecia, especificando a época em que a palavra de Deus lhe foi dada.

Palavras que, em visão, vieram a Amós. As mensagens proféticas são introduzidas com essa fórmula (conforme Jr 1:1). A frase tem um pano-de-fundo alicerçado na aliança (Dt 1:1: "São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel"). Especificamente, Amós, o profeta é o mensageiro do processo jurídico movido por Deus contra uma desobediente nação de Israel.

pastores. O termo hebraico provavelmente refere-se a pastores de um tipo especial de ovelhas, conhecidas por seu tipo de lã extremamente fina. O rei de Moabe é identificado como quem possuía tais ovelhas (2Rs 3:4).

Tecoa. Essa vila ficava a oito quilômetros ao sul de Belém. Por causa de suas boas terras de pastagem, sustentava a muitos pastores com os seus rebanhos.

terremoto. Visto que esse era um evento memorável em uma região sujeita a terremotos, seria relembrado como um ato de juízo divino, conforme se vê em Zc 14:5.

* 1:2

O SENHOR. Ver notas em Êx 3:15.

Rugirá. Na qualidade de pastor, Amós conheceria bem o rugido aterrorizante de um leão quando atacava (1Sm 17:34-37). O próprio Senhor ruge de Sião para anunciar o seu julgamento (Jr 25:30; Jl 3:16). Essas palavras de abertura, ameaçando o julgamento, estabelecem o tom para aquilo que vem em seguida.

prados... secar-se-á. O julgamento do Senhor afetará a terra inteira, desde os campos de pastagem até o topo do monte Carmelo, rico em pomares e vinhedos (Lv 26:19; Dt 28:23,24).

* 1.3—2.16

Essa série de profecias começa com seis nações gentílicas: a Síria, a Filístia, a Fenícia, Edom, Amom e Moabe. E então, dramaticamente, os oráculos voltam-se contra Judá (2.4,5) e Israel (2.6-16).

* 1:3

Por três transgressões... e por quatro. Esse refrão, repetido a cada profecia, é um exemplo de paralelismo que usa números ascendentes para efeito de ênfase (conforme Sl 62:11; Mq 5:5). Esse artifício padrão, na antiga poesia do Oriente Próximo não deve ser entendido literalmente, mas significa "por muitas transgressões".

Damasco. Davi derrotou e guarneceu de soldados essa cidade real da Síria (2Sm 8:6). Durante o reinado de Salomão, porém, Damasco se desvencilhou do jugo israelita, tendo Rezom como rei (1Rs 11:23-25).

trilhos de ferro. Os trilhos era uma tábua de madeira munida com dentes de ferro ou de basalto, fixados na parte de baixo. Um boi puxava o trilho sobre os grãos, enquanto que aquele que o manuseava ficava de pé sobre o mesmo. Os sírios são acusados de ter tratado Gileade com extrema crueldade (2Rs 13:7).

* 1:4

meterei fogo. Esse refrão, que aparece em cada uma das mensagens, também se acha em Oséias (8,14) e Jeremias (17.27; 21.14; 29.27 e 50.32). O fogo era largamente compreendido no antigo Oriente Próximo como um instrumento de julgamento divino. Com freqüência também era usado na guerra, e era considerado uma maneira pela qual um deus expurgava um povo rebelde qualquer. Essa compreensão pagã também reflete uma verdade revelada nas Escrituras: o verdadeiro Deus, de fato, julgará pelo fogo (2Pe 3:7 nota).

Hazael. O rei da Síria (c. de 841 - 801 a.C.), cujo reinado foi predito pelo profeta Eliseu (2Rs 8:13).

Castelos. Esses "castelos" parecem ter sido fortalecidos à posição de palácios-cidadelas da nobreza antiga.

Ben-Hadade. Esse é um título de trono, como o "Faraó" do Egito. Provavelmente, o terceiro rei com esse nome está em pauta. O primeiro ajudou o rei de Judá, Asa, contra o rei Baasa (1Rs 15:18-20). O segundo, Ben-Hadade II, foi assassinado pelo usurpador Hazael (2Rs 8:14,15). O filho de Hazael, Ben-Hadade III, foi contemporâneo de Jeoacaz, de Israel (2Rs 13:25). Foi ele quem fez o exército de Israel como "o pó, trilhando-os" (2Rs 13:7).

* 1:5

eliminarei. Esse verbo é com freqüência usado para indicar o aniquilamento mediante a guerra (Js 23:4; Is 10:7).

o morador. Lit., "aquele que se assenta", provavelmente o rei. A palavra hebraica é usada para indicar Deus sentado ou entronizado como Rei, em Sl 2:4; 22:3 ("entronizado"); 29.10.

Biqueate-Áven. Lit., "vale da Iniqüidade". Possivelmente, refere-se à antiga Heliópolis da Síria, atualmente chamada Baalbeque, no vale do Becá do Líbano. Ao que tudo indica era um centro da adoração ao sol.

Bete-Éden. Provavelmente era um distrito a cerca de trezentos e vinte quilômetros a nordeste de Damasco (não deve ser confundido com o jardim do Éden, Gn 2:8 nota) e era governado por um rei vassalo sírio. O objetivo do paralelismo entre o Biqueate-Áven e Bete-Éden é indicar que não somente Damasco, mas também seus territórios, serão destruídos.

Síria... Quir. O território original dos sírios (9.7), Quir, se tornará o lugar do exílio deles.

* 1:6

Gaza. A cidade mais ao sul das cinco cidades reais dos filisteus, Asquelom, Asdode, Ecrom, Gate e Gaza. Localizada entre o Egito e Canaã, Gaza era um centro comercial natural.

em cativeiro todo o povo. Ou seja, um grupo inteiro de exilados (ver também o v. 9). O comércio dos filisteus incluía escravos. Os prisioneiros de guerra usualmente tornavam-se escravos, mas aqui uma população inteira foi vendida à escravidão. A referência aparente é à captura e venda de israelitas durante o reinado de Jeorão (2Cr 21:16,17; Jl 3:3,6).

Edom. Esse antigo irmão de Israel (Gn 25:30) recebeu israelitas como escravos da parte dos filisteus. Por causa de seu papel nesse pecado entre irmãos, Gaza, que representa a Filístia como um todo, era agora sentenciada.

* 1:8

Asdode. Uma forte e próspera cidade da Filístia, localizada a vinte e nove quilômetros a nordeste de Gaza.

Ascalom. A terceira cidade real da Filístia ficava a meio-caminho entre Gaza e Asdode, na costa do Mediterrâneo.

Ecrom. A localização exata dessa cidade real da Filístia é incerta; um número de locais a nordeste de Asdode têm sido sugeridos. Gate, a quinta cidade real, não é mencionada porque ela já havia sido derrotada por Hazael (2Rs 12:17), e, novamente, por Sargão II (722-705 a.C.). A Assíria foi o instrumento primário de julgamento divino contra todas essas cidades, e todas as quatro foram subseqüentemente mencionadas nos anais da Assíria como vassalos de Esar-Hadom (681—
669) e Assurbanipal (668—627).

* 1:9

Tiro. Uma das duas principais cidades fenícias (a outra é Sidom) mencionada nas cartas cananéias de Tell-el-Amarna (século XIV a.C.). O nome Tiro significa "pederneira". Tiro foi construída em uma grande rocha no mar, e era considerada virtualmente inexpugnável até o século IV a.C., quando Alexandre o Grande conquistou a cidade construindo um caminho elevado até ela.

entregaram todos os cativos. Ver notas no v. 6.

não se lembraram da aliança. Essa frase denota a observância das obrigações do pacto e é uma frase padrão nos antigos pactos ou tratados internacionais (conforme Gn 9:15; Êx 2:24; Lv 26:42). Tiro não manteve seus tratados com Israel.

de irmãos. No antigo Oriente Próximo, os reis que se compactuavam por tratados chamavam-se "irmãos". Foi por isso que Hirão, de Tiro, chamou Salomão de "meu irmão" (1Rs 9:13; conforme 1Rs 5:12), dentro do contexto das relações de tratado com Davi (2Sm 5:11). Mais tarde, Acabe continuou a relação de amizade com a Fenícia casando-se com Jezabel, filha de Etbaal, o rei de Sidom (1Rs 16:31).

* 1:11

perseguiu o seu irmão à espada. Ver nota no v. 6. Esses eventos do reinado de Jeorão incluem a revolta de Edom e a aliança com os filisteus e os árabes, que atacaram Judá e entraram em Jerusalém, saqueando o palácio real e deportando a família real (2Cr 21:16,17; Ob 10:14).

* 1:12

Temã. Temã foi um neto de Esaú (Gn 36:11,15). O clã que dele descendia deu seu nome à região ao sul de Edom, bem como é uma aldeia a cerca de vinte e quatro quilômetros de Petra. Aqui, está em pauta a região de Temã. Seus habitantes eram famosos por sua sabedoria (2:11; Jr 49:7).

Bozra. Essa era a cidade mais ao norte de Edom, a cerca de cinqüenta e seis quilômetros de Petra. Ao mencionar suas regiões nos extremos norte e sul, Amós designa Edom inteiro à destruição.

* 1:13

filhos de Amom. Os amonitas descendiam de Ben-Ami, que era filho do truque e incesto da filha mais jovem de Ló (Gn 19:34-38). Eles viviam entre Harã e Moabe.

rasgaram o ventre às grávidas. Essa atrocidade em particular também foi praticada por outros, incluindo Hazael, da Síria (2Rs 8:12), Menaém, de Israel (2Rs 15:16) e pela Assíria (Os 13:16). O propósito aparente foi aniquilar descendentes que poderiam tentar reivindicar o território.

dilatarem os seus próprios limites. Os reis do antigo Oriente Próximo e Médio orgulhavam-se, tipicamente, de que tinham estendido as fronteiras de suas terras. Ao assim fazerem, imaginavam que estavam efetuando o desejo de seus deuses.

* 1:14

Rabá. Uma forma abreviada da referência inteira: "Rabá dos filhos de Amom" (Dt 3:11; 2Sm 12:26). Sua localização é a moderna cidade de Amã, na Jordânia.

turbilhão... tempestade. Nas Escrituras, a figura de uma tempestade violenta e destruidora é, com frequência, usada para indicar o tumulto da batalha, bem como para indicar a ira de Deus, ou, de fato, para ambas as coisas ao mesmo tempo (Sl 83:15; Is 5:28; 17:13; 29:6; 66:15; Jr 4:13; 23:19 e 25.32).

ele e os seus príncipes juntamente. De conformidade com a prática assíria regular, um rei vencido, sua casa e seus oficiais seriam levados juntamente para o exílio. Sob Salmaneser III (858—824 a.C.), a Assíria conquistou Amom, tornando esse país um vassalo assírio.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Introdução ao Livro de Amós
Amós

Cronologia

Jeroboam 2 sobe ao trono do Israel 793 a.C.

Amós começa a profetizar no Israel 760

Oseas começa a profetizar no Israel 753

O rei Salum morre assassinado 752

Termina o ministério do Amós 750

Isaías começa a profetizar no Judá 740

DADOS ESSENCIAIS:

PeROPÓSITO:

Pronunciar o julgamento de Deus sobre o Israel (reino do norte) devido à displicência, a idolatria e a opressão contra os pobres

AUTOR:

Amós

DESTINATÁRIOS:

Israel, o reino do norte, e todo o povo de Deus

DATA:

Talvez durante os reinados do Jeroboam 2 no Israel e Uzías no Judá (ao redor de 760-750 a.C.).

MARCO HISTÓRICO:

O povo rico do Israel desfrutava de paz e prosperidade. sentiam-se autosatisfechos e oprimiam aos pobres, inclusive os vendiam como escravos. Logo Assíria conquistaria ao Israel e os ricos passariam também a ser escravos.

VERSÍCULO CHAVE:

< Mas corra o julgamento como as águas, e a justiça como impetuoso arroio > (5.24).

PESSOAS CHAVE:

Amós, Amasías, Jeroboam 2

LUGARES CHAVE:

Bet-o, Samaria

CARACTERÍSTICAS PARTICULARES:

Amós utiliza metáforas surpreendentes a partir de sua experiência como pastor e agricultor, um carro cheio (2.13), um leão rugiente (3.8), uma ovelha despedaçada (3.12), umas vacas consentidas (4.1), e um canastillo de frutas (8.1, 2).

QUANDO escutamos: < É um homem de Deus >, pensamos em um famoso evangelista, um reverendo, um missionário ou em uns desses que ministran na universidade. Enfim, pensamos nos operários cristãos profissionais que pregam e ensinam a Palavra de Deus por vocação.

Amós foi um homem de Deus; uma pessoa cuja vida esteve dedicada a servir ao Senhor, e cujo estilo de vida refletiu esta devoção. Amós era laico. Pastoreava um rebanho e cuidava as figueiras silvestres na campina do Judá. Não era filho de profeta nem de sacerdote. Como um humilde pastor, pôde ter permanecido na Tecoa, realizando seu trabalho, ganhando o sustento de sua família e adorando a Deus. Entretanto, Deus deu ao Amós uma visão do futuro (1,2) e lhe disse que levasse sua mensagem ao Israel, o reino do norte (7.15). Amós obedeceu e demonstrou ser um verdadeiro homem de Deus.

Através dos séculos, a mensagem do Amós teve um impacto no povo de Deus. As nações da atualidade precisam escutá-lo também. Apesar de que os irmãos do Judá estavam divididos, os israelitas do norte seguiam sendo o povo de Deus. Entretanto, viviam detrás de um infundado marco religioso, adorando ídolos e oprimindo aos pobres. Amós, um pastor do reino do sul, valente, forte e honrado, confrontou ao povo com o pecado e lhe advertiu do julgamento iminente.

O livro do Amós começa descrevendo a este humilde pastor que observa suas ovelhas. Deus lhe dá uma visão do que está a ponto de lhe acontecer ao Israel. Deus condena a todas as nações que pecaram em seu contrário e ferido a seu povo. Começando com Síria e seguindo rapidamente para Filistéia, Tiro, Edom, Amón e Moab. Todas são condenadas e quase podemos escutar aos israelitas gritando: < Amém! > Inclusive Judá, a terra natal do Amós, inclui-se na muito severo denuncia de Deus (2.4, 5). Quanto terá gozado a audiência do Amós estas palavras! De repente, entretanto, Amós se volta contra o povo do Israel e pronuncia o castigo de Deus que lhe sobrevirá. Os seguintes quatro capítulos enumeram e descrevem o pecado do povo. Não cabe dúvida de por que Amasías, o sacerdote, trata de deter a predicación (7.10-13). Amós, corajosamente, continua relatando as visões do castigo futuro que Deus lhe tinha dado (capítulos 8:9). depois dos capítulos que falam do castigo, o livro conclui com uma mensagem de esperança. À larga, Deus restauraria a seu povo e o engrandeceria de novo (9.8-15).

Quando você leia o livro do Amós, fique no lugar daqueles israelitas e escute a mensagem de Deus. Está satisfeito consigo mesmo? ocuparam as preocupações o lugar de Deus em sua vida? Esquece aos que têm necessidade e oprime aos pobres? Imagine ao igual a Amós, fazendo fielmente o que Deus lhe encomendou. Também você pode ser um homem ou uma mulher de Deus. Escute o claro chamado e faça o que Deus lhe ordena.

Bosquejo

1. Anúncio do castigo (1.1-2,16)

2. Razões do castigo (3.1-6,14)

3. Visões do castigo (7.1-9,15)

Amós fala com uma grande franqueza ao denunciar o pecado. Choca-se com os falsos líderes religiosos de seus dias, e não se intimida nem pelos sacerdotes nem pelo rei. Continua declarando sua mensagem com valentia. Deus também espera sinceridade e retidão de todas as pessoas e nações na atualidade. Muitas das condições que prevaleciam no Israel durante o tempo do Amós são evidentes nas sociedades atuais. Necessitamos o valor do Amós para esquecer o perigo e nos levantar em contra do pecado.

Megatemas

TEMA

EXPLICAÇÃO

IMPORTÂNCIA

Todos respondem a Deus

Amós pronunciou o castigo de Deus sobre todas as nações vizinhas. Logo, incluiu o Judá e ao Israel. Deus tem o controle supremo sobre todas as nações. Todos são responsáveis ante ele.

Todas as pessoas terão que prestar contas por seu pecado. Quando aqueles que rechaçam a Deus parecem levar a dianteira, não inveje sua prosperidade, nem sinta lástima por você mesmo. Recorde que todos devemos responder ante Deus pela forma em que vivemos.

Autosatisfechos

Todo o povo era otimista, os negócios estavam em seu esplendor, o povo estava feliz (exceto os pobres e os oprimidos). Com todo o luxo e as comodidades chegou a auto-suficiência, e um falso sentimento de segurança. Entretanto, a prosperidade trouxe corrupção e destruição.

Um presente que se contente em si mesmo leva a um futuro desastroso. Não se congratule pelas bênções e os benefícios do que agora desfruta. Tudo provém de Deus. Se se encontrar mais satisfeito com você mesmo que com Deus, recorde que nada tem significado sem ele. Uma atitude de auto-suficiência pode provocar sua queda.

Opressão dos pobres

O rico e poderoso povo da Samaria, a capital do Israel, voltou-se próspero, ambicioso e injusto. A escravidão ilegal e imoral chegou como resultado dos excessivos impostos e da apropriação das terras. Além disso, havia crueldade e indiferença para os pobres. Deus estava cansado da cobiça e não tolerará a injustiça.

Deus criou a todas as pessoas; portanto, esquecer ao pobre é esquecer aos que Deus ama e aos que Cristo deveu salvar. Devemos ir mais à frente do sentimento de angústia pelos pobres e oprimidos. Devemos atuar com compaixão para deter a injustiça e ajudar aos que padecem necessidade.

Religião supérflua

Apesar de que muita gente abandonou a fé verdadeira em Deus, seguia fingindo ser religiosa. Levavam a cabo rituais religiosos, em vez de ter integridade espiritual e praticar a obediência sincera a Deus.

A mera participação em uma cerimônia ou ritual está muito longe de ser uma verdadeira religião. Deus quer que confiemos nele, não que finjamos mediante rituais ou ações vões. Não trate de impressionar a outros com rituais quando Deus espera uma obediência e um compromisso sinceros.


Matthew Henry - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
AMOS foi profeta do Israel (o reino do norte) desde 760-750 a.C.

Ambiente da época: Israel desfrutava de prosperidade econômica e paz. Isto provocou que a sociedade se voltasse egoísta e materialista. Enriquecido-los não tinham em conta as necessidades dos menos afortunados. O povo se centrava em si mesmo e sentia indiferença para Deus.

Mensagem principal: Amós falou contra os que exploravam ou esqueciam aos necessitados.

Importância da mensagem: Acreditar em Deus é algo mais que um assunto pessoal. Deus faz um chamado para que todos os crentes trabalhem contra a injustiça da sociedade e para que ajudem aos menos afortunados.

Profetas contemporâneos: Jonás (793-753) Oseas (753-715)

1:1 Amós era pastor e cultivava figueiras no reino do sul (Judá), mas profetizou no reino do norte (Israel). Israel estava politicamente na cúpula de seu poder e sua economia era muito próspera. Entretanto, a nação se corrompeu espiritualmente. adoravam-se ídolos em toda a terra e sobre tudo no Bet-o, onde se supunha que se encontrasse o centro religioso da nação. Ao igual a Oseas, Deus enviou ao Amós para denunciar a corrupção social e religiosa do povo. Aproximadamente 30 ou 40 anos depois que Amós profetizou, Assíria destruiu a cidade capital, Samaria, e conquistou a nação (722 a.C.). Uzías reinou no Judá desde 792-740 a.C.; Jeroboam 2 reinou no Israel desde 793-753.

1:1 Tecoa, a terra natal do Amós, estava localizada na escarpada nação ovejera do Judá, a 16 km de Jerusalém. Muito antes de que Amós nascesse, uma mulher da Tecoa fez que Davi se reconciliasse com o Absalón, seu filho rebelde (2Sm 14:1-23).

1:1 Amós cuidava ovelhas, um trabalho muito pouco "espiritual", entretanto, converteu-se em um instrumento para levar a mensagem de Deus. Talvez seu trabalho não o faça sentir-se "espiritual" nem com êxito, mas é um de fundamental importância se estiver no lugar que Deus quer. O pode obrar através de você para realizar coisas extraordinárias, sem importar quão comum seja sua ocupação.

1:1 O profeta Zacarías e outras narrações históricas desta época mencionam um terremoto (Zc 14:5).

1:2 Na Bíblia, freqüentemente a Deus lhe representa como um pastor e seu povo como ovelhas. Como pastor, dirige e protege às ovelhas. Entretanto, também se descreve como um leão feroz, preparado para devorar aos malvados e infiéis (Os 11:10).

1:2 Carmelo significa campo frutífero. Era uma região muito fértil. Para que este lugar se secasse, a seca devia ser muito severo.

1:3 Damasco era a capital de Síria. No passado, Síria foi um dos inimigos acérrimos do Israel. depois da derrota de Síria, por Assíria, em 802 a.C. (2Rs 16:9), Damasco já não representou uma verdadeira ameaça.

1.3-2.6 Amós pronunciou o castigo de Deus às nações que rodeavam as fronteiras do Israel, inclusive Judá. Possivelmente o povo do Israel se alegrou quando escutou a reprimenda ditada contra aquelas nações. Mas mais tarde Amós proclamou o castigo de Deus sobre o Israel. Não puderam encontrar desculpas para seu pecado, já que pensavam que os pecados de seus vizinhos eram piores. Deus não faz distinção entre as pessoas. Deus julga a todos por igual, com justiça e imparcialidade.

1.3-2.6 A acusação de que estas nações "tinham pecado uma e outra vez" ecoa nestes versículos, ao avaliar Deus nação detrás nação. Cada uma se negou a cumprir com os mandamentos de Deus. O pecado está acostumado a voltar-se parte de nosso estilo de vida. Evitar ou negar o problema não nos ajudará. Devemos começar o processo de mudança confessando nossos pecados a Deus, e lhe pedindo que nos perdoe. Do contrário, não temos outra esperança mas que continuar pecando.

1:4 A casa do Hazael se refere ao reino de Síria. Ben-adad foi o filho do Hazael (2Rs 13:24).

1:5 Os sírios foram escravos no Kir e agora estavam livres (9.7). Decretar que os sírios retornassem ao Kir era como dizer que os israelitas deviam voltar para o Egito como escravos (Exodo 1).

1.7, 8 Asdod, Ecrón, Gaza e Ascalón eram quatro das cinco cidades principais de Filistéia, um inimigo que freqüentemente ameaçava ao Israel. A quinta cidade, Gad, já se tinha destruído. portanto, Amós lhe dizia que toda a nação de Filistéia seria destruída por seus pecados.

1:9 Tiro era uma das duas cidades principais de Fenícia. feito-se alguns tratados com esta cidade devido a que lhes proporcionava madeira de cedro para construir o palácio do Davi e o templo de Deus (2Sm 5:11; 2 Rsseis 5).

1:11, 12 Tanto Edom como o Israel descendiam do Isaque. Edom do Esaú, filho do Isaque, e Israel do irmão gêmeo do Esaú, Jacó (Gn 25:19-28; Gn 25:27). Mas estas duas nações, ao igual aos dois irmãos, sempre estiveram em conflito. Edom se regozijou pela desgraça do Israel. Como resultado, Deus prometeu destruir ao Edom totalmente, desde o Temán no sul, até a Bosra no norte.

1.13-15 Os amorreos descendiam da relação incestuosa do Lot e sua filha menor (Gn 19:30-38). Eram hostis com o Israel, e apesar de que o Israel começou a adorar seus ídolos, continuaram atacando (Jz 10:6-8). depois de que Saul foi ungido rei do Israel, sua primeira vitória em batalha foi contra os amorreos (1 Smamuel 11). Rabá era a cidade capital do Amón. A profecia do Amós sobre a destruição do Amón se cumpriu por meio da invasão de Assíria.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Introdução ao Livro de Amós
O livro de Amós

Por Claude A. Ries

Esboço

I. os vícios das Nações (Jl 1:1)

B. Os Seis juízos sobre as nações circundantes (1: 3-2: 3)

. 1 Damasco (1: 3-5)

. 2 Philistia (1: 6-8)

. 3 Tiro (1: 9-10)

. 4 Edom (1: 11-12)

. 5 Ammon (1: 13-15)

. 6 Moab (2: 1-3)

C. Os dois acórdãos em Judá e Israel (2: 4-16)

. 1 Judá (2: 4-5)

. 2 Israel (2: 6-16)

. um a acusação (2: 6-8)

. b As circunstâncias agravantes (2: 9-12)

. c O Julgamento (2: 13-16)

II. a vileza DE ISRAEL (Jl 3:1)

. 1 alegação do Profeta (3: 1-8)

. 2 Proclamação do Profeta (3: 9-12)

. 3 Testemunho O Unidas (3: 13-15)

B. Ouvi esta palavra: Israel é rebelde e voluntarioso (4: 1-12)

. 1 As mulheres de Samaria (4: 1-3)

. 2 o sacrilégio de Israel (4: 4-5)

. 3 a teimosia de Israel (4: 6-11)

4. O encontro com o Senhor (4: 12-13)

C. Ouvi esta palavra: Israel será destruído (5: 1-6: 14)

. 1 O lamento de Amos (5: 1-3)

. 2 do convite de buscar o Senhor (5: 4-9)

. 3 A denúncia da injustiça (5: 10-13)

. 4 o convite para buscar a justiça (5: 14-15)

. 5 a admoestação Quanto Dia de Jeová (5: 16-20)

. 6 a rejeição da adoração de Israel (5: 21-27)

7. O auto-engano do Complacent (6: 1-6).

. 8 A retribuição pelos pecados de Israel (6: 7-14)

III. visões de Amós (Jl 7:1)

B. Vision of the Fire: Oração restringe Julgamento (7: 4-6)

C. Visão do Plumb-Line: Não Intercessão (7: 7-9)

D. Um Interlúdio: Amos, o Profeta e Amazias, o sacerdote (7: 10-17)

E. Visão do cesto de fruta madura: Chegou o fim (8: 1-3)

F. Um Interlúdio: Renovado Exposé de Pecados e Punição de Israel (8: 4-14)

. 1 avaro Merchants castigado (8: 4-6)

. 2 Julgamento Jeová Decretos (8: 7-10)

. 3 fome da Palavra de Deus prevalece (8: 11-14)

G. Vision of Unrelenting Vengeance (9: 1-6)

H. Um Interlúdio: A Remissório e uma Promessa (9: 7-15)

. 1 A Remissório do Juízo (9: 7-10)

. 2 A promessa de restauração (9: 11-15)

Introdução

I. AUTORIA

A. The Man

Amos, um pastor de Tekoa, 12 milhas ao sul de Jerusalém (conforme 2Cr 20:20 ), era um profeta leigo. Ele não era um pregador profissional, mas um fazendeiro comum que conhecia a Deus e tinha ouvido falar. "Jeová me levou" foi o seu testemunho simples e franca. E Amos cumpridas sem hesitação, e tornou-se porta-voz de Deus para Israel pecaminoso.

Amos revelou o plano de fundo da pobreza a partir do qual ele veio quando ele falou de si mesmo como um fazendeiro e um pincher de sicômoro frutas (Am 7:14 ). Mas, sob a unção e capacitar d'Aquele que o chamou, ele se tornou negrito (7: 16-17 ), sem medo (3: 1-8 ), e Frank (1: 1-2: 6 ), mas manteve uma estrutura humilde da mente (Am 7:14 ), um coração obediente (Am 7:15 ), uma alma articulado (5: 14-15 ), e um espírito de intercessão (7: 1-6 ).

Em seu destemor e ousadia santa, ele se assemelha a Elias. Em sua denúncia do pecado, ele nos lembra de João Batista. Em seus fundamentos de uma mudança radical de vida, ele soa como Martin Luther. Ele é severo, auto-suficiente, possuidor de uma mente lógica e uma imaginação forte. Seu amor do campo e do país derrama em cada página.

Amos tinha um conhecimento experimental de Deus. Ele fala intimamente de Deus oitenta vezes nos nove capítulos. Ficamos com vislumbres de seu chamado ao longo do livro, especialmente em Am 1:2 ; e 7: 14-17 . O chamado de Deus veio a ele com a força e rapidez do rugido de um leão (Am 3:8 ). Jeová era o instigador de sua chamada, e Amos foi o destinatário pronto e obediente dessa chamada, assim como o Apóstolo Paulo (conforme At 26:19 ).A sua resposta é observada em Am 3:8 e Am 7:1 os únicos capítulos próximos integralmente a partir de Amos. Como o tema do poder criador de Deus não é suposto ter sido sublinhado no dia da Amos, porções, Ct 4:13 ; Ct 5:8 ; e 9: 5-6 que descreve poder de Jeová na criação são descartadas como tendo vindo da pena de Amos. Fosbroke, observando a forma de expressão rítmica Amos ', especialmente as sílabas acentuadas (cf., por exemplo, Am 4:4 ).

No entanto, o testemunho em favor de interpolações não é unânime. Motorista, embora um membro da escola fundamental, pesando as acusações contra a integridade completa do livro, conclui, "pode-se duvidar se não existem considerações que prejudicam o seu poder de persuasão." Corvo considera que "os críticos fabricar um Amos ideal a partir de uma parte de seu livro e, em seguida, afirmar que outras declarações do livro não concordo com esse ideal. "É a crença de Keil e Delitzsch que os endereços em capítulos 4-6 reflectem claramente a entrega original, e que os capítulos Am 1:1 e 2 foram escritos na época, o livro foi compilado pela primeira vez, esses pensamentos, que se baseia aqueles oralmente expressa. O escritor moderno, Raymond Calkins, que é muito mais em sintonia com a escola crítica, depois de examinar os chamados interpolações de Amos, faz uma observação aguçada:

É uma operação delicada, e uma pergunta se é necessário lidar tão radicalmente com o texto como alguns têm feito. Para rejeitar um verso, por exemplo, porque não vemos a conexão, é certamente arbitrária e "operações críticas podem facilmente fazer violência às formas literárias".

Quando alguém se aproxima o livro de Amós de um bem como um ponto de vista negativo positivo, e lembra que "a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2Pe 1:21 ), dando promessa e esperança para os filhos justos de homens.

Significativas palavras repetidas com freqüência ajudar a dar uma visão sobre o teor do pensamento de um escritor. Em Amos, estas palavras são: transgressão, o mal, o castigo, a fome, calamidade, tumulto, choro, ai, escuridão, rugido, oprimir, devorar, choram, perecer, massacre, cortado, abatida, virar-se, entregar-se, totalmente destruir. De outra conotação são essas palavras muitas vezes repetidas como: palácios, altares, cidade, ofertas, vinho, trompete, remanescente, pobre, carente. Os mandamentos de Deus também aparecem frequentemente: ouvir, buscar, girar; buscar a justiça, buscai a justiça. O "i vontades" de Deus são dignas de nota, como é a cláusula ", e vós não o voltou a mim."

A maioria das palavras pertencem ao negativo e retratam mal e julgamento. Três são comandos positivos para ouvir, procuram, e virar, proferidas por um profeta suplicando. O "eu quiser" retratar a soberania de Deus, e as repetidas "e vós não o voltou a mim", revela um Deus decepcionado e de coração partido, quebrado por causa da dureza de aveia do homem é seguir sua rebelião.

O pecado de Israel é completamente exposta na pregação de Amós:

(1) Eles fizeram escravos com os pobres (Am 2:6 ).

(5) Eles tentaram calar a boca dos profetas (Am 2:12 ).

(6) Eles se fez de surdo aos apelos de Deus (3: 1-10 ).

(7) Eles cometeram roubo em lugares altos (Am 3:10 ).

(8) Eles oprimidos os pobres (Am 4:1 ).

(10) Eles foram duro de coração (4: 6-11 ).

(11) Eles aceitaram subornos (Am 5:12 ).

(12) Eles eram idólatras (Am 5:26 ).

(13) Eles eram egoístas (6: 4-6 ).

(14) Eles estavam orgulhosos (Am 6:13 ).

(15) Eles perseguiram os servos de Deus (7: 10-13 ).

(16) Eles estavam tortos no negócio (Am 8:5 ).

Como punição por estes pecados, Amos prometeu: (1) os smitings de Deus a pessoas e bens (conforme Am 3:11 , Am 3:15 ; Am 4:7 ; Am 5:3 ), e (3) "Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra" (Am 7:11 ).

V. THE BOOK AT A GLANCE

Tema do livro: Samaria deve ser destruído.

Peg do livro: ". Por três transgressões, ... sim, para quatro"

Versículo-chave do livro: 2: 6 .


Wesley - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
I. os vícios das Nações (Jl 1:1)

1 As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, o que ele viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.

2 E ele disse: Senhor brama de Sião, e proferir sua voz de Jerusalém; e os prados dos pastores lamentam, e ao cume do Carmelo murcharão.

O prólogo dá o assunto, data e confirmação divina de Amos da seguinte forma: (1) O assunto: As palavras de Amós, ... o que ele viu a respeito de Israel. Ele viu -His palavras eram janelas de abertura discernimento sobre os atos eternos de Deus. (2) A data: ., nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão ... rei de Israel, dois anos antes do terremoto (". Introdução" Veja "Date" sob) (3) A confirmação divina: o Senhor brama de Sião, e proferir sua voz de Jerusalém. Deus é revelada a Amos como um Deus que odeia e castiga o pecado. Ele é tanto um Deus de justiça, como Ele é um Deus de amor e misericórdia. As referências à origem do enunciado de Deus, como Sião e Jerusalém são dignos de nota. A maior parte do ministério registrou Amos 'era o Reino do Norte, um reino Deus havia chamado a existir em punição por desvio de Salomão em direção a idolatria. Mas o próprio Amos era do Reino do Sul, e para ele como para os profetas do norte, Jerusalém ainda era o único assento legítimo de culto, o lugar onde o Senhor habitou entre os homens.

B. OS SEIS DECISÕES EM nações vizinhas (1: 3-2: 3)

Era, aparentemente, numa altura em que milhares de israelitas foram migrando para Bethel para uma das festas e bacanais religiosas anuais em honra do bezerro de ouro (conforme 1Rs 12:32 ), que o até então desconhecido e cerca de folheados camponês de Judá apareceu em cena. Ele começou a falar com os celebrantes montados e sua eloqüência rapidamente capturou um público crescente. Sua mensagem era simples e clara, redigida em figuras de linguagem familiar para as pessoas comuns que dirigiu. Ele denunciou o pecado, e para o deleite de seus ouvintes, ele começou a falar de pecados de seus vizinhos. Ele pronunciou julgamento sobre sete nações vizinhas, começando no ponto mais distante de Israel e, em seguida, circulando rodada e volta Samaria, aproximando-se cada vez. WW Branco tem graficamente retratado estratégia Amos 'da seguinte maneira.

De Damasco (1)

de Gaza (2)

a Tiro (3)

de Edom (4)

para Ammon (5)

para Moab (6)

a Judá (7)

para Israel (8)

1. Damasco (1: 3-5)

3 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Damasco, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque trilharam a Gileade com trilhos de ferro. 4 Por isso porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade. 5 E eu vou quebrar o ferrolho de Damasco, e exterminarei o morador desde o vale de Aven, e ele que tem o cetro da casa do Éden; eo povo da Síria será levado em cativeiro a Quir, diz o Senhor.

Amos começou com Damasco, capital da Síria, um dos inimigos mais implacáveis ​​de Israel. Por mais de dois séculos contenda havia prevalecido entre a Síria e Israel. Amos iniciou aqui o uso de sua parte introdutória que se tornou tão familiar antes que ele finalmente atingiu seu alvo real, Por três transgressões, ... sim, por quatro, não retirarei o castigo . E ele também limitou-se, como fez com todas as nações subseqüentes, exceto Judá e Israel, não a três pecados ou quatro pecados ou sete pecados, mas apenas para um em seu pronunciamento do juízo. Porque eles trilharam a Gileade com trilhos de ferro. Gilead foi a região do planalto de Israel a leste do rio Jordão e a parte mais facilmente e mais frequentemente atacados pelos sírios. É possível que isso se refere a seus repetidos ataques lá, ou talvez para o abate cruel de homens, mulheres e crianças Eliseu tinha previsto cerca de cinquenta anos antes se realizaria sob Hazael (conforme 2Rs 8:12 ; 2Rs 10:32) . Eu porei fogo à casa de Hazael, e ele consumirá os palácios de Ben-Hadade. O fogo era um símbolo da guerra. Hazael tinha sido o mais forte dos reis da Síria, morrendo cerca de quarenta anos antes de Amos. Ben-Hadade era o nome do antecessor de Hazael, e também do filho e sucessor de Hazael. À medida que os sírios tinham fazia guerra contra Israel, então guerra iria invadir o coração da nação, quebrando suas defesas, cortando seus habitantes e seus reis, e levando seu povo em cativeiro a Quir, agora para o nordeste. Dentro de 50 anos, essas calamidades se abateu sobre a Síria (conforme 2Rs 16:9)

6 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de Gaza, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque levaram cativo todo o povo, para o entregarem a Edom. 7 Por isso porei fogo ao muro de Gaza, e ele consumirá os seus palácios. 8 E exterminarei o morador de Ashdod, e ele que tem o cetro de Ashkelon; e tornarei a minha mão contra Ecrom; eo resto dos filisteus perecerá, diz o Senhor Deus.

Enquanto Gaza, usado aqui como típico das cinco cidades dos filisteus, foi totalmente culpado de três transgressões ... sim, ... quatro, apenas um foi escolhido para a atenção por Amos. Foi o tráfico de seres humanos, populações inteiras sendo apreendidos e vendidos como escravos, como se fossem tantas gado. Enquanto Ashdod, Ashkelon, e Ekron, todas as outras grandes cidades dos filisteus, exceto Gate, são mencionados, Gaza foi provavelmente o mercado de escravos capital, uma vez que foi no principal rota de caravanas para o Egito. Amos previsto como punição a destruição do poder dos filisteus e da nacionalidade.

3. Tiro (1: 9-10)

9 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Tiro, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque entregaram todo o povo de Edom, e não se lembraram da aliança dos irmãos. 10 Por isso porei fogo ao muro de Tiro, e ele consumirá os seus palácios.

O terceiro objeto da ira de Amós foi Tyre, o grande porto fenício ao noroeste de Israel. As relações entre Israel e Tiro quase sempre foi pacífica, e desde que a aliança dos irmãos estabelecida entre Davi e Salomão e Hiram de Tiro (conforme 2Sm 5:11. ; 1Rs 5:1 ), tinha sido bastante amigável e cooperativa. No entanto, Tiro tinha agora se juntou Philistia na escravização em massa de israelitas. Um incêndio, novamente típico de guerra, era para ser enviado contra Tiro, uma previsão parcialmente cumprida pelos assírios e Nabucodonosor, mas finalmente levada à sua conclusão por Alexandre, o Grande.

4. Edom (1: 11-12)

11 Assim diz o Senhor: Por três transgressões de Edom, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque perseguiu a seu irmão à espada, e baniu toda a compaixão; ea sua ira despedaçou eternamente, e conservou a sua indignação para sempre. 12 Por isso porei fogo a Temã, e ele consumirá os palácios de Bozra .

Edom havia sido mencionado duas vezes já nos pronunciamentos Amos de julgamento, em conjunto com o comércio de escravos dos filisteus e dos pneus (Am 1:6 ). Seu prazer em receber os pobres coitados dos vizinhos ocidentais de Israel haviam escravizado, e na realização de incursões assassinas ao longo das fronteiras de Israel, foi feito tudo o mais repreensível em que Israel foi de Edom irmão -o duas nações eram descendentes de Jacó e Esaú, o gêmeo filhos de Isaque. Um incêndio, ea guerra que tipificado, estava prevista para as fortalezas de Edom.

5. Ammon (1: 13-15)

13 Assim diz o Senhor: Por três transgressões dos filhos de Amom, sim, por quatro, não retirarei o castigo; porque eles dilaceraram às grávidas de Gileade, para que possam ampliar sua fronteira. 14 Mas porei fogo ao muro de Rabá, e ele consumirá os seus palácios, com alarido no dia da batalha, com um tempestade no dia da tormenta, 15 e seu rei irá para o cativeiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o Senhor.

Ammon, perto vizinho a leste de Israel do rio Jordão e ao norte do Mar Morto, foi o quinto objeto de denúncia Amos '. O único pecado de seus muitos escolhido para repreensão específica era seu abate cruel de mulheres e crianças indefesas por nascer emGilead, região do planalto leste do Jordão de Israel. Guerra e cativeiro também viria a Ammon. Esses vizinhos menores de Israel foram tragados pelas invasões subsequentes da área pelos assírios e babilônios.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Introdução ao Livro de Amós
Amós

Os eventos desse relato ocorreram cerca Dt 25:0 revela a essência do livro. Amós anseia por ver a nação obedecendo a Deus e executando a justiça dele na terra. No capítulo 6, Amós continua a lamentar o pecado do povo: indiferença e indulgência (vv. 1-6); injustiça, imoralidade e ido-latria (vv. 7-14). "Ai dos que andam à vontade em Sião" — que descrição de alguns crentes de hoje!

  1. Ele olha adiante (7—9)

Nessa parte final de sua mensagem, Amós tem cinco visões e desco-bre nelas o que Deus fará com as nações. (1) Visão dos gafanhotos (7:1-3) — os gafanhotos estão para destruir a safra, mas Amós interce-de, e o Senhor os detém. (2) Visão do fogo (7:4-6) — uma terrível ari-dez dominou a terra, o profeta orou, e o Senhor libertou a terra. (3) Visão do prumo (7:7-9) — o Senhor estava ao lado de um muro (não "sobre" ele) e testa-o com o prumo para ver se é reto. Deus mede Israel, e este não está de acordo com sua Palavra, por isso o julgamento está a cami-nho. Nesse ponto da mensagem de

Amós, Amazias, o "sacerdote ofi-cial", não pôde mais ficar calado e interrompeu-o com as seguintes pa-lavras: "Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali profetiza". Em outras pa-lavras: "Você não é patriota! Pegue seu caixote de pregar e vá pregar nas colinas". Amós não ficou com medo. Ele disse ao falso sacerdote: "O Senhor me disse: Vai e profetiza ao meu povo de Israel. [...] [e você, Amazias, pagará por suas conces-sões e pecados, pois] sua mulher se prostituirá na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada".

  1. cesto de frutos de verão (8:1-14) — para entender essa vi-são, devemos fazer um breve estu-do de hebraico. A palavra hebraica para "frutos de verão" é hayitz e, no versículo 2, a palavra para "fim" é hatz. Essas palavras têm grafia e som semelhantes, e Amós usou uma para levar à outra. "Chegou o fim, pois 1srael, como os frutos de verão, está maduro para o julgamento." Nos versículos 4:14, mais uma vez o profeta enumera os pecados do povo: roubar os necessitados (8:4); reclamar porque os dias santos in-terferem nos negócios (8:5); estabe-lecer preços abusivos que lesam o pobre (8:6). Deus adverte que envia-rá sua fúria sobre o povo não apenas por meio de calamidades naturais, mas também na forma de fome pela Palavra do Senhor. Eles não ouviram a Palavra quando tinham a oportu-nidade para isso, por essa razão, ele afastará sua Palavra deles. Nesse dia, os ídolos de Dã e Berseba não farão bem a eles (8:14).
  2. Visão no altar (9:1-10) — aqui, Amós vê o próprio Senhor, e não algum símbolo. Por que Deus está junto ao altar? Porque o jul-gamento inicia-se na casa do Se-nhor (1Pe 4:17). As pessoas têm devoção exterior, mas não a since-ra, de coração. Deus ordena que os umbrais se rompam — e o teto caia. Os versículos 8:9 apresentam o que o Senhor planeja fazer. Ele compara o julgamento que está a caminho com o peneirar do trigo (Lc 22:31-42). Os grãos bons (os crentes verdadeiros, o remanescen-te crente) serão salvos, mas o joio será queimado.

Amós encerra com uma nota de vitória, Jl 9:11-30 cita os versículos 11:12 no primeiro concilio da igreja. Hoje, Deus cha-ma das nações um povo para seu nome, a igreja, e, quando a igreja es-tiver completa, ele retornará, restau-rará o tabernáculo (casa) de Davi e estabelecerá o reino judeu. A terra se tornará produtiva de novo, e o povo será abençoado para sempre.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Introdução ao Livro de Amós
Amós

Análise

A tonalidade da mensagem de Amós é estabelecida pela grande proclamação feita no início de sua profecia (1.2). De Sião a voz do Senhor, como o rugir de um leão, será ouvida a proferir juízo. Por debaixo da película respeitável de prosperidade material, Amós desvenda a massa decadente de formalismo religioso e de corrupção espiritual (5.12, 21). Ele salienta a total desconsideração para com os direitos e a personalidade humanos (2.6), e destaca a deterioração da moralidade e da justiça social (2.7, 8). O profeta tinha um remédio para a enfermidade que ameaçava a vida da nação. Que os homens buscassem ao Senhor, que se arrependessem e estabelecessem a justiça, e, assim, viveriam (5.14, 15). Porém, para frisar a desesperadora situação do caso Amós adverte que os responsáveis pelos males na terra não se "entristeciam" com o desastre iminente (6,6) Conseqüentemente, nada restaria para Israel senão a destruição (9:1-8). O Dia do Senhor não seria dia da vindicação de Israel, como algumas pessoas pensavam, mas antes, uma asseveração das reivindicações do caráter moral de Deus contra aqueles que O haviam repudiado. Somente quando isso fosse reconhecido é que seria estabelecido o resplendor do Reino Davídico. Mas aquele Dia era inevitável (9:11-15). A mensagem de Amós consiste principalmente em um "clamor pela justiça”.
Autor

Nativo de Tecoa, lugar cerca de 19 quilômetros ao sul de Jerusalém, Amós fora um pastor e tratador de sicômoros (figos) (1.1; 7.14, 15). Quando liderava o rebanho, a chamada de Deus ao ministério profético foi ouvida por ele, e, profetizou no reino do norte por um breve período, na segunda metade do reinado de Jeroboão II (785-744 a.C.), rei de Israel, e durante o reinado de Uzias (780-740 a.C.), rei de Judá (1.1).


Russell Shedd - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
1.1 Amós. O nome é considerado uma forma familiar de Amasias (conforme 2Cr 17:16). Profetizou entre 765 e 750 a.C., no norte, completando seu ministério uns dez anos antes de Isaías começar a profetizar no sul, em Judá. Não é, porém, o Amoz que se registra como o pai de Isaías (Is 1:1), o nome é diferente no heb Tecoa. Uma cidadezinha que se situava 8 km ao sul de Belém, em Judá. A respeito de Israel. Isto foi escrito pouco antes do tempo em que as dez tribos do norte (Israel) foram levadas ao cativeiro.

1.2 Sião. Ou Jerusalém, a cidade onde se situava o templo de Deus. Carmelo. Uma bela montanha junto ao mar, extremamente abundante em pastagens, oliveiras e vinhedos, que aqui simbolizam a prosperidade.

1.3 A expressão "três ou quatro" significa "muitos e vários". Damasco. Capital da Síria, poderoso reino ao norte de Israel. Trilharam a Gileade. Ver 2Rs 13:7.

1.4 Ben-Hadade. Filho de Hazael, rei em Damasco.

1.5 Da Síria será levado. Profecia cumprida em 732 a.C., quando Tiglate-Pileser III levou o povo de Damasco ao cativeiro em Quir (2Rs 16:9). Quir é o lugar de onde vinham os arameus ou sírios (9.7). Biqueate-Áven. "Vale da Iniqüidade". Bete-Éden. "Casa da luxúria".

1.7 Fogo. Esta profecia cumpriu-se no reinado de Ezequias (2Rs 18:8).

1.8 Filisteus. Esta nação dividia-se em cinco cidades: Gaza; Gate, Asdode, Ascalom e Ecrom. Depois da invasão mencionada no v. 7n, os filisteus ainda foram reduzidos por Psamético, do Egito, e pelos exércitos de Alexandre Magno.

1.9 Tiro. Grande cidade marítima, cujo rei, Hirão, tinha feito aliança com Davi (1Rs 5:12).

Agora estava vendendo escravos hebreus.
1.10 Meterei fogo. Tiro foi terrivelmente assaltada durante 13 anos, pelo rei Nabucodonosor da Babilônia, entre 532 e 570 a.C. e destruída por Alexandre Magno em 332 a.C.

1.12 Temã... Bozra. Duas cidades de Edom, que representam a nação.

1.13 Amom. Amom e Moabe (2,1) receberam os seus nomes e descendência das duas filhas de Ló, formando antigos reinos a leste do Jordão. O propósito do ato desumano de Amom, descrito aqui, era deixar Israel sem defensores para o caso de uma futura invasão; assim os amonitas esperavam estender seus termos à custa dos israelitas.

1.14 Rabá. A capital de Amom, a única cidade amonita mencionada na Bíblia.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Introdução ao Livro de Amós
Amós

J. KEIR HOWARD
1. O pano de fundo histórico
O profeta Amós foi o primeiro dos grandes profetas clássicos cujas palavras foram registradas em forma escrita, e ele provavelmente é o maior dos chamados Profetas Menores. As suas palavras foram proclamadas durante o reinado de Jeroboão II, filho de Jeoás, que reinou sobre Israel de 786 a 746 a.G. Essa foi a época em que o Reino do Norte de Israel atingiu o seu ponto mais alto de prosperidade e paz. O pai de Jeroboão, Jeoás (801—786 a.C.), havia sido um líder forte e vigoroso, e durante o seu reinado Israel tinha conseguido tirar vantagem das mudanças no equilíbrio de forças em todo o Oriente Médio. O espinho do norte, a Síria, havia sido efetivamente removido como resultado de derrotas anteriores diante da Assíria, e, como resultado, tanto Israel quanto a Filístia, que tinham sido vassalos da Síria, puderam aproveitar a oportunidade e se revoltar contra o governo do rei da Síria. A Síria agora era tributária da Assíria, mas a preocupação dos governantes assírios estava em outros lugares, e esse fato, junto com a incapacidade de seus governantes nesse período, impediu-os de consolidar os seus sucessos. O resultado foi que Jeoás conseguiu firmar a sua própria posição, reconquistando o território que anteriormente havia sido perdido para a Síria.
Na época em que Jeroboão II subiu ao trono de Israel, grande parte das terras anteriormente perdidas para a dinastia araméia da Síria tinha sido reconquistada. Além disso, havia paz com Judá, o Reino do Sul, depois de um longo período de conflitos e, embora em muitos aspectos Judá fosse subserviente a Israel, não obstante, havia agora um espírito de cooperação e empreendimentos conjuntos que resultou em forte intercâmbio e comércio entre os dois reinos. A ascensão de Jeroboão ao trono de Israel prenunciou um tempo de prosperidade e esplendor que foi correspondido por um período equivalente de avanços econômicos em Judá sob o reinado do seu contemporâneo Uzias.

Os sucessos militares do seu pai continuaram sob o próprio Jeroboão, que prosseguiu com a guerra contra a Síria, tirando vantagem da fraqueza interna daquele país naquela época e também do fato de que eles mesmos estavam preocupados com o conflito contínuo com o reino de Hamate. Assim, Jeroboão conseguiu estender as suas fronteiras quase até os limites do antigo reino de Davi, e também insistiu numa forte política de expan-sionismo na Transjordânia (v. 2Rs 14:25). Os sucessos militares de Jeroboão II foram acompanhados do desenvolvimento que deu à economia do país. A Fenícia continuava sendo o poder comercial predominante no Oriente Médio nessa época, e Israel tinha extraído benefícios consideráveis do seu relacionamento próximo com esse país. Tributos eram cobrados de todas as caravanas que atravessavam 1srael, e, agora que as principais rotas comerciais estavam efetivamente debaixo do seu controle, isso aumentou consideravelmente as receitas do tesouro. Por conseqüência disso, Samaria tinha sido elevada de uma pequena capital de uma nação de segunda categoria a um centro comercial de importância respeitável na região oriental do Mediterrâneo.

A expansão crescente e o comércio em desenvolvimento trouxeram riquezas para o país, mas, simultaneamente às riquezas crescentes houve um crescimento daqueles males sociais que haviam caracterizado a prosperidade do reinado de Salomão; os ricos ficaram muito ricos, e os pobres, ainda mais pobres. “A antiga estrutura econômica homogênea de Israel deu lugar às fortes distinções das riquezas e dos privilégios” (J. L. Mays). O aumento das riquezas levou a amplos projetos de construção, e as edificações simples de tijolos de dias anteriores deram lugar a construções de pedra talhada e decorações de marfim que haviam tornado famoso o palácio de Acabe (2Rs 22:39), um padrão importado originariamente dos fenícios e agora imitado amplamente (3.12,13). As escavações em Samaria e em outros lugares confirmam o esplendor desse período da história de Israel, mas também destacam as distinções na sociedade da época, pois, se durante o século X as casas parecem ter sido de tamanho uniforme, durante o século VIII havia uma área de casas grandes e caras e outra de estruturas e moradias amontoadas e desordenadas. (Conforme R. de Vaux, Ancient Israel, 2. ed., 1965, p. 72ss.)

Amós ataca com freqüência essa divisão entre ricos e pobres e, em especial, o luxo dos ricos por um lado e a miséria dos pobres por outro. Ele pinta um retrato vívido das circunstâncias da época. Destaca as muitas belas construções da capital Samaria (3.10), mas também aponta para o fato de que os proprietários dessas construções, os ricos mercadores e outros, eram homens que não se intimidavam com nada para aumentar os seus lucros. Eles odiavam qualquer dia em que não pudessem fazer negócios (8.5). Os ricos apreciavam a vida preguiçosa e tolerante, impelidos pela voracidade e ganância das suas mulheres que exigiam mais e mais luxos (4.1,2; 6:1-6), e suas casas estavam repletas de tudo que pudesse significar uma vida opulenta e confortável (3.12; 6.4), enquanto, por outro lado, os pobres eram sujeitados a uma ímpia exploração econômica (2:6-8; 4.1; 5:10-12; 8:4-6). O negociante pequeno era forçado a abandonar os negócios pelos grandes monopólios e não conseguia obter no tribunal reparação alguma pelas injustiças sofridas, pois a corte estava nas mãos de “cartéis” e, por conseqüência, a justiça era pervertida, testemunhas eram compradas e os juízes subornados (2.6; 8.5,6;
5.10). A justiça oferecida era de fato um cálice amargo (5.7), pois os processos legais haviam sido totalmente corrompidos e eram na verdade usados como ferramentas de opressão. A corte tinha se tornado em pouco mais do que um mercado em que o pobre era escravizado e em que o último pedaço de terra lhe era arrancado à força e os seus direitos eram violados impunemente (2.7).
Lado a lado com a degradação da ordem social, estava a perversão da religião de Israel, uma questão também exposta habilmente por Amós. A “canaanização” da adoração a Javé tinha prosseguido a passos rápidos sob Roboão e Jeroboão I desde os dias de Salomão e do colapso do reino unido. Em Israel, tornou-se visível que a adoração a Javé, mesmo mantendo a continuidade, havia se tornado inextricavelmente associada com as práticas degradantes da adoração cananéia, embora talvez seja adequado dizer que nunca chegou às profundezas da apostasia que atingiu em Judá sob o governo de Manassés. E interessante observar que o exame dos ós-tracos de Samaria desse período fornece um número de nomes compostos com Baal que é equivalente a quase a metade dos nomes compostos com Javé (W. F. Albright, Archaeology and the Religion of Israel, 1942, p. 160). Pode parecer que, fora essas vozes isoladas como as de Amós ou Oséias, até os profetas se degeneraram em oportunistas, cegados pela complacência da nação. A religião certamente estava prosperando no país, mas era uma religião completamente divorciada da realidade. Era em grande parte um ativismo e uma demonstração exterior com as multidões enchendo os santuários em épocas das grandes festas (4.4,5; 5.5). Os rituais eram bem elaborados (5:21-24), mas eram acompanhados de características como a prostituição cultual e orgias e bacanais que faziam parte dos cultos de fertilidade das nações à volta de Israel (2.7,8). Não havia vida verdadeira e nenhuma evidência de que valores espirituais tivessem algum lugar, e Javé foi prestigiado com uma presunção que beirava a arrogância (5:14-20; 6.3).

Essa foi a situação a que Amós se dirigiu com a palavra de Javé. Na superfície, essa situação era radiante e parecia cheia de esperança para o futuro, mas Amós conseguia ver o que Israel não conseguia, ou seja, que a abdicação propositada dos princípios divinos para a nação havia conduzido à corrosão gradativa de todo o fundamento da sociedade. O país deveria ser comparado com um cesto de frutas de verão maduras demais, que serviam somente para serem jogadas fora e destruídas (8.2).
2. O profeta
O profeta Amós é conhecido somente no livro em que os seus oráculos foram colecionados e preservados. Para os compiladores dos livros proféticos, a coisa que importava era a mensagem, e não o homem que a transmitiu. Não obstante, é possível obter um retrato do profeta com base nas escassas informações que o livro fornece. Na época em que iniciou o seu ministério profético, Amós estava morando na região desértica do sul de Judá, na região de Tecoa (1.1). Tecoa era uma pequena cidade no topo de um monte, a aproximadamente 20 quilômetros de Jerusalém e a 10 quilômetros a sudeste de Belém. Ele parece ter nascido no Reino do Sul e era cidadão de Judá (1.1; 7.12). Tecoa era o centro de uma grande região de criação de ovelhas, e esse é na verdade o ofício que Amós exercia. Amós afirma que, quando Javé o chamou ao ofício profético, estava cuidando do gado (7.14).

O próprio profeta usa duas expressões a respeito de Sl mesmo nesse versículo: cuido do gado e faço colheita de figos silvestres (“sicômoro”

ARA e ARC). Em 1.1, no entanto, uma terceira expressão é usada: nõqêd, traduzida por criador de ovelhas, que era usada para descrever o criador de uma espécie específica de ovelhas do deserto altamente valorizadas por conta da excelência da lã que produziam. A palavra é incomum, ocorrendo ainda somente em 2Rs 3.4 com respeito a Mesa, rei de Moabe. A inferência é que o termo se refira a um proprietário de ovelhas que tinha outros pastores sob suas ordens, e Amós pode bem ter sido um homem importante e respeitado em sua comunidade. De forma nenhuma, deve se pensar nele como um homem bruto e inculto. Como E. W. Heaton observou (The Old Testament Prophets, 1958, p. 19): “É peculiarmente difícil estabelecer a sua posição social, mas um crítico tão articulado da corrupção da sociedade urbana dificilmente poderia ter sido um simples matuto do campo”.

Parece que Amós aumentava sua renda com um pequeno pomar de “figos silvestres”. Talvez fossem amoras silvestres que eram remoídas ou esmagadas para aumentar a concentração de açúcar. Não crescem em Tecoa, mas, junto ao mar Morto, ao qual a região ao redor da cidade desce para o leste, onde essas frutas podem ter sido cultivadas. E impossível reconstruir a carreira de Amós em qualquer sentido real. Parece, no entanto, que a sua atividade principal tenha se concentrado em Betei, embora haja a possibilidade de que tenha pregado também em Samaria. Certamente foi em Betei que ele entrou em conflito com as instituições religiosas do Reino do Norte, e muitas das suas palavras combinam com a congregação que se reunia nesse local para a festa do outono (e.g., 2.8; 3.14; 4.4; 5.5; 6:21-27). É possível que o seu ministério não tenha durado além desse um ano sugerido pelo primeiro versículo (1.1).
Amós emerge da coleção dos seus ditos como um homem com a profunda convicção do chamado de Deus e a profunda convicção da mensagem que ele tinha de anunciar. “Vemos em Amós um sucessor digno de Elias, um homem incendiado pelo zelo pelo avivamento da religião e da moralidade social, para quem as práticas cananéias do javismo oficial eram quase tão repugnantes quanto eram particularmente os ritos pagãos” (W. F. Albright, From the Stone Age to Christianity, 2. ed., 1957, p. 313). O chamado que ele recebeu “o arrancou da sua vida normal e o colocou em outro país gritando ‘Ai’ à sua sociedade, religião e governo em nome de Deus. Ele se tornou exclusivamente o mensageiro cuja vida era o meio da sua mensagem” (J. L. Mays).


3) A mensagem
Amós provavelmente conhecia bem Israel, pois deve ter visitado os seus mercados para vender seus produtos. As suas falas testemunham de um conhecimento profundo da situação. A característica essencial da mensagem de Amós pode ser resumida na palavra “justiça”, compreendida como aquilo que Deus exige. Ele veio a uma nação em que os fracos, pobres, aflitos e inocentes estavam sofrendo diversas formas de injustiça, sendo vendidos como escravos, e eram espoliados e explorados. A profecia de Amós é uma acusação contra o Reino do Norte por ter permitido que a situação chegasse a esse ponto. Por serem seguidores de Javé, a justiça, no sentido da conduta correta e da vida correta orientadas de acordo com a lei de Deus, deveria ter caracterizado a nação. A profecia de Amós veio como resposta de Deus à injustiça e à iniqiiidade. Os fracos e os pobres haviam clamado a Javé, e a resposta de Javé veio por meio da profecia de Amós. E uma mensagem de condenação e escuridão não abrandadas, que consiste totalmente em juízo sobre uma nação irreligiosa.
As suas palavras foram dirigidas contra as três áreas da vida da nação: a administração da justiça nos tribunais, a afluência e fartura dos abastados e o estado do culto nos vários santuários. Aos olhos de Amós, o tribunal parecia representar a instituição central da vida da nação, pois era aí que a justiça deveria ser revelada e a eqiiidade estabelecida. O tribunal deveria defender o fraco e o pobre, mas, na verdade, como Amós observou, a justiça que era ministrada aos pobres era amarga como absinto (5.7). Os processos legais eram totalmente corrompidos e usados como ferramentas de opressão. Amós também dirigiu a sua atenção à afluência das classes abastadas. E importante reconhecer que ele não direcionou a sua mensagem de juízo contra os ricos porque ele fosse asceta, mas, antes, a riqueza que ele denunciava era a riqueza obtida com a opressão dos pobres por intermédio da injustiça social, e isso, por sua vez, provinha da forma da religião da nação. Era uma religião vazia de conteúdo, embora repleta de rituais. Amós insistiu em que Deus não tinha tempo para uma religião ritualista sem coração. A verdadeira religião precisa ser demonstrada por meio de ação, e a ação que Deus exige é eqiiidade verdadeira. Essa eqiiidade deve se mostrar na compaixão, misericórdia e justiça social. Israel era uma nação privilegiada, mas o privilégio está relacionado à responsabilidade, e Israel havia esquecido as obrigações da responsabilidade que estava contida na adoração a Javé.
O comportamento de Israel era tal que o juízo já estava à porta. Como o leão pronto para saltar sobre a sua presa, assim Javé estava pronto para trazer juízo sobre o seu povo. Javé já não iria mais poupar o povo (7.8; 8.2), mas passaria no meio do seu povo com juízo tão severo que os removeria da face da terra (5.17). “O Deus que deu a Israel o seu passado não vai lhes dar futuro algum como vindicação da sua vontade contra a deles. Os oráculos proferidos por Amós não oferecem esperança de futuro algum para o Israel de Jeroboão” (J. L. Mays).

A mensagem de Amós é apresentada em estilo claro e veemente. O profeta demonstra um domínio amplo de habilidades retóricas, suas sentenças são bem formuladas e, acima de tudo, ele possui uma habilidade extraordinária no uso de ilustrações. A maioria delas foi colecionada nas suas observações e experiências da vida no campo. Ele usa a imagem do leão fugindo com a ovelha que roubou do rebanho e as tentativas vãs de resgate (3.12). Ele fala de ferramentas usadas na debulha (1,3) e armadilhas para pássaros selvagens (3.5). Ele se refere à atividade de pescadores (4,2) como também a coisas como pragas e ferrugem e outros aspectos da vida conhecidos por aqueles que também eram homens do campo. Em todos esses retratos dos eventos naturais, mais especificamente daqueles de desastres e catástrofes, ele demonstra a observação cuidadosa do mundo à sua volta. A NVI mostra bem o aspecto de que a grande maioria dos oráculos que compõem o livro de Amós está em forma
poética. A poesia era um meio em que o profeta era versado, e muitos hoje concordariam com as palavras de G. A. Smith (EB) na sua avaliação de Amós como alguém cuja maestria do puro estilo hebraico nunca foi suplantada por nenhum dos seus sucessores. “O texto é um dos mais bem-preservados dos livros proféticos” (E. Hammershaimb). Há pouquíssimos trechos em que o texto apresenta dificuldades sérias, e essas serão observadas no comentário.

ANÁLISE

I.    PRÓLOGO (1.1,2)

II.    ORÁCULOS CONTRA AS NAÇÕES (1.3—2.16)


1)    Os pecados de Damasco (1:3-5)

2)    Os pecados da Filístia (1:6-8)

3)    Os pecados da Fenícia (1.9,10)

4)    Os pecados de Edom (1.11,12)

5)    Os pecados de Amom (1:13-15)

6)    Os pecados de Moabe (2:1-3)

7)    Os pecados de Judá (2.4,5)

8)    Os pecados de Israel (2:6-16)

III.    A TERRA CORRUPTA (3.1—6.14)


1)    O juízo é inevitável (3:1-8)

2)    A causa do juízo (3:9-11)

3)    O juízo é completo (3:12-15)

4)    As mulheres de Samaria (4:1-3)

5)    O culto em Israel (4.4,5)

6)    A obstinação de Israel (4:6-14)

7)    Um lamento pela nação (5:1-3)

8)    Um apelo à nação (5:4-17)

9)    O dia de Javé (5:18-20)

10)    A religião vã (5:21-27)

11)    Os ricos preguiçosos (6:1-7)

12)    A destruição iminente (6:8-14)

IV.    VISÕES DE CONDENAÇÃO (7.1—8.3)


1)    Os gafanhotos (7:1-3)

2)    O fogo (7:4-6)

3)    O prumo (7:7-9)

4)    O conflito com Amazias (7:10-17)

5)    Os frutos de verão (8:1-3)

V CHEGOU A HORA (8.4—9.10)


1)    Uma terra corrupta (8:4-8)

2)    Um dia de escuridão (8.9,10)

3)    Um novo tipo de fome (8:11-14)

4)    Javé sobre o altar (9:1-6)

5)    A soberania de Deus (9:7-10)

VI. EPÍLOGO — A RESTAURAÇÃO PROMETIDA (9:11-15)


NVI F. F. Bruce - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 15
I. PRÓLOGO (1.1,2)
Os dois primeiros versículos constituem a introdução a toda a coletânea de oráculos. O v. 1 pode ser considerado o título posto no início da coletânea. Esse versículo conta ao leitor que o livro é constituído de ditos — Palavras. Conta também quem disse essas palavras, a quem as disse e quando. A data é bem específica, dois anos antes do terremoto. Esse evento é mencionado em outro lugar no ATOS somente em Zc 14:5, e tem-se a impressão de que foi um evento de natureza particularmente catastrófica. Josefo (AntIX. 10,4) e rabinos posteriores o sincronizam com a expulsão do leproso Uzias do templo (2Cr 26:1; Sl 39:3-19; Pv 30:15Pv 30:16,Pv 30:21-20). A lei de Israel proibia expressamente esse comércio (Ex 21:16).

Em virtude de seu crime, os Estados filisteus seriam subjugados e destruídos. Amós mencionou pelo nome quatro de cinco cidades-Estado. A omissão notória de Gate suscitou uma variedade de problemas, incluindo a suspeição de que esse oráculo pressupõe a destruição de Gate em 711 a.C. pelos exércitos de Sargão por causa de sua participação na rebelião contra a Assíria (v. Is 20:3). No entanto, há outras possibilidades que oferecem uma explicação melhor para a ausência do nome. Gate, com freqüência, era incluída no território judaico e pode ter estado sob a autoridade de Asdode nesse período.


3) Os pecados da Fenícia (1.9,10)
O oráculo contra Tiro, representando toda a nação da Fenícia, continua seguindo o padrão, mas preenche os detalhes de forma ligeiramente diferente dos ditos anteriores acerca de Damasco e Gaza. Os fenícios foram talvez a maior nação de comerciantes do mundo antigo, e a compra e venda de seres humanos semelhantes a eles era provavelmente apenas mais uma faceta dos seus amplos negócios. Tiro havia suplantado Sidom como a cidade dominante na época de Amós e era famosa em todo o leste do Mediterrâneo por causa de seu amplo comércio (v. 1Sm 23:0; 1Rs 9:13). (Acerca desse assunto, v. mais detalhes em J. Priest, “The Covenant of Brothers”, JBL 84 [1964], p. 400-1). O castigo que estava prestes a cair sobre Tiro era idêntico ao de Gaza (v. 10). O castigo de Deus também dessa vez seria executado por agentes humanos.


4) Os pecados de Edom (1.11,12)
Com o oráculo contra Edom, a série se dirige para a região a sudeste de Israel. A nação de Edom estava situada ao longo da Arabá ao sul do extremo inferior do mar Morto. Em toda a história dos tempos bíblicos, Edom esteve intimamente envolvido com a vida de Israel e sempre foi considerado um dos seus inimigos hereditários. O profeta destaca Temã, possivelmente uma cidade no sul, e Bozra, um centro importante no norte (talvez a capital; v. Gn 36:33), para menção especial, mostrando que o juízo de Deus vai cair sobre toda a terra de norte a sul (v. 12). O pecado de Edom foi contra o seu irmão (v. 11). E uma referência clara a Israel. O parentesco entre Jacó e Esaú é sublinhado nas histórias patriarcais, e Edom é citado com freqüên-cia como irmão de Israel (Nu 20:14; Dt 2:4;

23:3-7; Ob 10:12; Ml 1:2,Ml 1:3). A acusação afirma expressamente que Edom se negou a ter compaixão e perseguiu seu irmão implacavelmente e com ira incessante — perpetuando para sempre a sua ira (v. 11). A sua hostilidade, sem dúvida, foi demonstrada nos constantes conflitos fronteiriços.

O crime específico é a violação das obrigações de parentesco, e o problema surge em relação ao período que está em vista. Edom esteve sob forte controle de Judá desde o tempo de Davi até o reinado de Uzias, exceto por um breve período no reinado de Jeorão (c. 850 a.C.). Portanto, é difícil encaixar um retrato de hostilidade vingativa contínua nesse período, embora Amós possa ter se fundamentado em tradições que se perderam com respeito à conduta de Edom durante a luta anterior pela independência. Por outro lado, há inúmeros textos no ATOS que estão associados especificamente à conduta de Edom contra Judá no período que seguiu imediatamente o exílio (Am 1:10; Lm 4:21,Lm 4:22). É interessante observar que Obadias destaca precisamente o mesmo ponto de Amós, que Edom traiu as obrigações de parentesco em relação a seu irmão Judá. E possível que os textos do ATOS que falam da inimizade de Edom também venham do mesmo período (Is 34:5Is 34:6; Jr 49:7; Os 3:19 e Sl 137:7). “Edom explorou o colapso de Judá ao máximo, agindo de forma vingativa contra refugiados e constantemente se apropriando de território de Judá no sul” (J. L. Mays).


5) Os pecados de Amom (1:13-15)
O reino de Amom estava situado a leste do Jordão, com Moabe ao sul e Gileade ao norte, ocupando grande parte do que é hoje a Jordânia. Em certa época, Amom pertenceu ao império davídico, mas se tornou independente com rei próprio logo após a morte de Salomão. A referência no v. 13 aparenta ser a um período de conflitos fronteiriços conduzidos pelos amonitas para expandir o seu território para dentro de Gileade. O ato especialmente desumano de matar mulheres grávidas nessa área (v. 13) às vezes era uma característica da guerra naqueles tempos (2Rs 8:12; 2Rs 15:16; Dn 13:16) e, aliás, também acontece em dias mais recentes. Era especialmente comum em guerras fronteiriças em que o propósito era aterrorizar e também dizimar a população residente. O castigo de Javé é descrito em termos militares; o inimigo iria varrer Rabá, a capital dos amonitas (no local da atual Amã) como ventos violentos num dia de tempestade, consumindo a cidade com chamas e destruindo tudo que estivesse diante dele (v. 14). Os conceitos de tempestade e vendavais com freqüêncía são combinados nas descrições proféticas das catástrofes que anunciariam o juízo de Javé (conforme Jr 23:19Jr 30:23; Dn 13:15 etc.). A tempestade de Javé é a forma que vai assumir a sua ira contra os seus inimigos, e o juízo assim assume a forma do iminente dia de Javé (v. mais detalhes em 5:18-20), considerado aqui não em termos escatológicos, mas como um evento específico no qual Deus traz a guerra como castigo catastrófico sobre toda a área. O resultado seria que tanto o rei quanto a sua corte iriam para o exílio (v. 15).


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Amós Capítulo 1 versículo 1

1. Palavras, que . . . vieram a Amós. Às vezes um profeta referese à sua profecia como "a palavra de Jeová" (por exemplo, Jl 1:1; Jn 1:1; Mq 1:1). Mas nesta declaração (cons. meu Am 1:11) as palavras da profecia são declaradas serem as palavras de Jeová. A origem divina das palavras do profeta está enfatizado pela frase, em visão. A palavra hazah, "ele viu", geralmente caracteriza o método sobrenatural da recepção da mensagem divina (cons. Is 1:1). A mensagem era de Deus e não de Amós. Que era entre os pastores. A palavra hebraica para pastores não é a palavra comum para pastor, ro'eh, mas noqêd, que significa que o rebanho de Amós não era do tipo comum. A palavra se refere a alguém que cuida de ovelhas anãs, de pernas curtas. Ajuda a explicar a expressão árabe, "mais vil que um naqqad". Esta raça de ovelhas é valiosa por sua lã boa e abundante. Além desta referência em Amós, noqêd só se encontra em 2Rs 3:4, onde se refere a Mesa, rei de Moabe, e foi traduzido para "criador de gado". Os arqueólogos encontraram-na na linha 30 da Pedra Moabita de Mesa. Com base em 2Rs 3:4, os judeus têm insistido que Amós era um rico proprietário de ovelhas, com outros interesses além de suas ovelhas (cons. Am 7:14) e que ele voluntariamente se submeteu à aflição por causa dos pecados de Israel. Mas esta interpretação não é um resultado espontâneo. Tecoa. Uma vila em Judá, 9,60 quilômetros a sudoeste de Belém e 19,20 quilômetros a sudoeste de Jerusalém. As terras à volta da colina sobre a qual Tecoa estava localizada eram rochosas mas ricas em pastagens. A respeito de Israel. Embora haja alusões a Judá na profecia, as palavras de Amós destinavam-se a Israel. Uzias . . . Jeroboão. Veja Data e Antecedentes. Dois anos antes do terremoto. O terremoto mencionado tem a intenção de ser uma observação cronológica. Devia ter sido um terremoto fora do comum para ser assim mencionado, uma vez que os terremotos eram muito comuns naquela região. O profeta Zacarias também se refere a este terremoto (Zc 14:5). Josefo (Antiq. xi. Zc 10:4) relaciona-o com o pecado de Uzias em agir como sacerdote (2Cr 26:16).


Moody - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 2

INTRODUÇÃO

A Data e os Antecedentes. O primeiro versículo da profecia de Amós, junto com Am 7:10-13; Am 3:15; Am 4:1; Am 5:7-12; Os 6:8, Os 6:9; Os 12:7, Os 12:8).

Crê-se generalizadamente que Amós profetizou em cerca de 760 A.C. O período de Amós foi um período de segurança política para Israel, que se refletiu no orgulho e negligência das classes governantes.

A luta com a Síria terminou com a vitória de Israel; Jeroboão tinha restabelecido "os termos de Israel, desde a entrada de Hamate até ao mar da planície" (2Rs 14:25). Esta atitude de negligência caracterizou os últimos anos do reinado de Jeroboão e não o princípio dele. A ameaça do poder assírio sob Tiglate-Pileser III (745-727 A.C.; veja comentário sobre Am 1:14) ainda não se desenvolvera. O terremoto mencionado em Am 1:1 não ajuda na determinação mais definida da data do ministério do profeta.

A Vida de Amós. Amós era nativo de Tecoa, localizada no deserto de Judá, 19,2 quilômetros ao sul de Jerusalém. Era um pastor, que suplementava seus ganhos tomando conta de sicômoros (figueiras bravas; Am 1:1; Am 7:14, Am 7:15). Não há registro de sua família. Deus o chamou enquanto apascentava seu rebanho. Sua declaração de que o Senhor o chamou diretamente (Am 7:15) coloca-o ao lado de todos os profetas que experimentaram uma revelação direta de Deus. Embora Amós fosse nativo de Judá, profetizou no Reino do Norte. Sua pregação despertou tal antagonismo, entretanto, que ele retornou a Judá, onde registrou a sua mensagem. A maneira de Amós escrever indica que ele não era uma pessoa inculta, mas tinha profundo conhecimento de história e dos problemas de sua época. Sua linguagem, rica em figuras e símbolos, está ao lado dos mais finos estilos literários do Velho Testamento.

A Mensagem de Amós. A grande proclamação no começo desta profecia (Am 1:2) estabelece o tom da mensagem de Amós. A voz do Senhor, como o rugido de um leão, será ouvida em julgamento desde Sião. O profeta revela a corrupção espiritual sob o formalismo religioso e prosperidade material da época (Am 5:12, Am 5:21). Ele castiga os líderes pela deterioração da justiça social e da moral (Am 2:7, Am 2:8), e destaca seu total desrespeito para com a personalidade e direitos humanos (Am 2:6). Ele insiste que o povo de Deus deve buscar o Senhor e se arrepender e que deve impor a justiça para que haja vida (Am 5:14, Am 5:15). Mas como o povo de Israel não se arrependia, nada mais restava para ele a não ser a destruição

(Am 9:1-8). O Dia do Senhor será uma asserção das reivindicações do caráter moral de Deus sobre aqueles que o repudiaram. Quando isto for reconhecido, ficará estabelecida a glória do prometido reino davídico; e esse dia é inevitável (Am 9:11-15). A mensagem de Amós é principalmente um "grito por justiça".

COMENTÁRIO

I. Profecias Contra as Nações. 1:1 - 2:16.

Am 1:1, Am 1:2.

O sobrescrito (Am 1:1) serve de título para todo o livro e identifica o escritor. Ele coloca o livro em seu encaixe histórico. A proclamação (Am 1:2) cria o espírito e o caráter da profecia como um todo.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Introdução ao Livro de Amós
AMÓS

INTRODUÇÃO

I. O FUNDO HISTÓRICO

Amós, um dos maiores dos chamados profetas "menores" (Cornill o chama de uma das mais maravilhosas aparições na história do espírito humano), profetizou durante os dias de Uzias, rei de Judá e de Jeroboão II, rei de Israel. É impossível determinar o ano exato de sua profecia, mas provavelmente foi cerca de 760 A. C. A referência ao terremoto (Jl 1:1), que evidentemente tinha sido memorável (cfr. a alusão de Zacarias ao mesmo, em Zc 14:5, muito tempo depois), não nos ajuda muito a fixar uma data absolutamente certa.

Em 803 A. C., Adade-Nirari III, da Assíria, infligiu uma esmagadora derrota sobre a confederação síria. Esse enfraquecimento do vizinho nortista de Israel e subseqüente preocupação da Assíria com outros locais, deu a Jeoás e a seu filho, Jeroboão II, uma supremacia na parte norte da Palestina e na Síria provavelmente desconhecida por qualquer de seus predecessores. Israel estava novamente livre para apropriar-se de novos territórios e isso fez com o maior zelo, particularmente, às expensas da Síria. Todas as principais estradas estavam em suas mãos e Samaria, a capital, se tornou ponto de encontro dos mercadores que viajavam entre a Mesopotâmia e o Egito. Ali se juntavam as caravanas vindas de várias partes do mundo oriental e Samaria se tornou o empório de mercadorias de toda espécie. As crescentes atividades comerciais trouxeram a Israel enormes lucros e uma poderosa classe comerciante se desenvolveu, o que teve largas repercussões sobre o resto dos habitantes.

Essa prosperidade comercial deu origem a um grande programa de edificação de "casa de inverno" e "casa de verão" (Jl 3:15), bem como "casa de marfim". Samaria contava com muitos palácios (Jl 3:10) que pertenciam não só ao próprio rei, mas aos ricos príncipes-comerciantes que se tinham enriquecido no comércio. Essas grandes casas se tornaram, antes de muito tempo, depósitos de toda espécie de luxos (Jl 3:12; Jl 6:4). A oportunidade de enriquecer tornou os comerciantes ansiosos para aumentar seus lucros, tanto por meios honestos como por artifícios desonestos. Mostravam-se impacientes para com os sábados e as luas novas (Jl 8:5). Nesse tráfico mundano eram impelidos por suas mulheres, que exigiam luxos cada vez maiores (Jl 4:1).

O ditado que "o dinheiro corrompe" foi verdadeiramente exemplificado no reino do norte durante os dias de Jeroboão II. O desejo de riquezas teve resultados desastrosos, tanto para o comerciante como para o pobre aldeão. Os ricos príncipes-comerciantes se tornaram desmoralizados, corruptos e injustos; os pobres eram oprimidos, roubados e maltratados. Amós pertencia à classe pobre dos aldeões e provavelmente sabia, por amarga experiência própria, a que indignidades haviam sido sujeitados os pobres e oprimidos. Os ricos ficavam cada vez mais ricos e os pobres tornavam-se cada vez mais empobrecidos. Qualquer propriedade possuída pelo pequeno proprietário tinha de ser vendida, devido à força bruta de circunstâncias adversas. Para Amós, pois, não havia justiça na terra. Os que emprestavam dinheiro tomavam as próprias roupas das pessoas para servirem de garantia pela dívida. Os juízes eram influenciados pelo suborno e isso significava vitória para a injustiça e derrota para a verdade (Jl 8:6). Nenhuma testemunha honesta podia ser encontrada nos tribunais. "O homem honesto perdia o direito da verdade, da propriedade e da vida". A piedade tornou-se uma qualidade rara e os pobres eram mantidos com as costas na parede (Jl 2:6). O pequeno proprietário independente e o proprietário aldeão, lutavam numa batalha perdida. As áreas menores de terreno eram absorvidas nas propriedades mais vastas.

No que dizia respeito à religião, os santuários de Betel e de Gilgal, especialmente o de Betel, estavam apinhados de adoradores. A adoração a Baal certamente havia sido suprimida por Jeú, o sucessor de Acabe, mas o espírito, se não a forma, havia permanecido nos santuários autorizados, onde supostamente Jeová era adorado. Ali o opressor do pobre, o rico a regalar-se em seus luxos, adorava com uma consciência embotada ou morta. Externamente tudo era feito de conformidade com a regra, mas não havia verdadeira adoração segundo a compreendemos hoje. Israel tinha cessado de viver perante Deus, tal como havia acontecido no deserto, sob Moisés, e agora estava meramente existindo para Deus. Os santuários talvez estivessem apinhados de adoradores, mas Deus não se achava presente. A superstição e a imoralidade tinham tomado o lugar da piedade e da sinceridade. A religião estava totalmente divorciada da conduta e passou-se algum tempo antes que Israel pudesse entender que essas duas coisas devem seguir paralelas. (Ver Apêndice I de Reis, "A Religião de Israel sob a Monarquia").

O reino de Jeroboão, portanto, era uma terra de extremos contrastantes: os ricos eram muito ricos e os pobres eram muito pobres. Sob tais condições era inevitável que crescessem a insatisfação e o desassossego. Conforme ficou demonstrado pelos acontecimentos subseqüentes, o país estava maduro para a guerra civil. Após a morte de Jeroboão houve três reis no espaço de um ano. Revolução seguia-se a revolução e no período de alguns poucos anos uma parte do reino de Israel havia desaparecido, enquanto que o restante se mantinha numa independência precária, dependendo da boa vontade da Assíria. Tais condições sociais não podiam prolongar-se indefinidamente; de fato, tinham em si mesmas a sentença de morte. Amós foi um daqueles homens que perceberam o fato. Ele percebeu a negra nuvem de julgamento surgir no horizonte. Havia forças sociais, morais e políticas em operação que realizariam a vontade de Deus e executariam o juízo que já tinha sido decretado. Israel, efetivamente, "um cesto de frutos de verão" (qayits), e seu fim (qeyts) não podia ser adiado (Jl 8:2).

II. O PROFETA

Amós era nativo de Tecoa, uma pequena cidade cerca de dez quilômetros de Belém. Não era cortesão como Isaías, nem sacerdote como Jeremias, mas pastor e cultivador de sicômoros. Por meio das comparações que ele freqüentemente empregou, fica claro que ele estava plena e pessoalmente familiarizado com as dificuldades e perigos da vida de boieiro. A vida lhe era difícil e havia pouco luxo. Por outro lado, seu negócio o levava certamente a cidades e mercados importantes onde, sem dúvida, se encontrava com caravanas de muitas terras. Um homem de seu calibre sempre mantém os ouvidos abertos para as notícias sobre homens e seus feitos em outros lugares. Isso explica seu surpreendente conhecimento sobre outras terras e outros povos. Conforme mostram os capítulos iniciais de seu livro, ele sabia muita coisa sobre a história, as origens e feitos das nações circunvizinhas. Devido a tais experiências e moldado por sua observação pessoal e condições na terra desenvolveu-se ele como homem duro e severo, grande combatente, legítimo campeão dos pobres.

Embora não pertencesse à linha de profetas, nem à escola de profetas, foi chamado, à semelhança de Eliseu, das atividades diárias de seus deveres para a dignidade do ministério profético. Não havia dúvidas em sua mente, nem deixava ele qualquer dúvida na mente de outros homens, que havia sido chamado por Deus, assim como Moisés tinha sido chamado, quando ocupado em tarefa semelhante à sua. Para Amós seu caso não foi que se tornou profeta a fim de ganhar a vida; mas se tratava de abandonar suas atividades para tornar-se profeta. Ele não fazia tentativa para esconder sua vida passada ou emprego e não se envergonhava de tornar conhecido seu nascimento humilde. O fogo de Deus queimava em sua alma e, à semelhança do apóstolo Paulo, séculos mais tarde, bem poderia ele ter dito "Ai de mim se eu não falar". Ele via a corrupção, o pecado e a vergonha do povo a quem Deus havia tirado do Egito e não podia fazer silêncio. A vereda para a qual foi chamado a palmilhar não era de sua escolha. O Deus das extremidades da terra, com Quem ele tinha comungado freqüente e longamente na solidão do deserto de Tecoa, tinha uma mensagem a Seu povo rebelde do norte e era por intermédio de Amós que essa mensagem de justiça e julgamento devia ser anunciada.

III. A MENSAGEM DO PROFETA

A mensagem de Amós era de julgamento e punição quase sem alívio. Embora nos últimos poucos versículos do livro relampejem algumas notas de otimismo, revelando a largueza da misericórdia de Deus através do trono davídico restaurado, a mensagem inteira, todavia, desse intrépido mensageiro de Deus, precisa ser incrustada no contexto de desastre iminente. Certamente que ele não agradava aos ouvidos populares, mas mantinha os olhos na mensagem divina que lhe cumpria proclamar. Pecado nacional conduz a julgamento nacional e quanto maiores o privilégio e a oportunidade de uma nação, maior também deve ser seu julgamento.

Tanto quanto dizia respeito ao Israel de Jeroboão, externamente tudo parecia estar em ordem, mas a condenação estava prestes a cair sobre todos. Assim como um leão se prepara para saltar sobre a presa, igualmente Jeová estava pronto para visitar Seu povo com julgamento. A terra inteira sentiria o impacto desse julgamento. Por muitas e muitas vezes Israel havia sido advertida, mas sem o menor proveito. Quando o povo continua a desviar os ouvidos da vontade de Deus, então tem de arcar com as conseqüências.

Em adição à corrupção moral que havia resultado em opressão social e em injustiça legal, havia a questão dos falsos santuários de Betel e Gilgal. Pois Deus abomina tão asquerosos rituais. Ele não tolerava suas festas, seus festivais e suas ricas ofertas. Pois tudo não passava de zombaria; tudo era estranho para Ele. No deserto, nos dias passados, nada disso havia. Qual a dose de influência era exercida sobre Amós, para ele ser contrário à adoração em Betel e Gilgal, pelo fato de ser ele do sul, não precisamos interrogar agora. Pouca dúvida pode haver, contudo, que tais santuários, estabelecidos pouco depois da divisão do reino salomônico, eram considerados, por todos verdadeiros "ortodoxos" do reino do sul, como abominações contra o Senhor. Tais santuários, anuncia o profeta, serão totalmente destruídos. Jeová já se encontrava ao pé do altar (Jl 9:1-30) e arruinaria totalmente o local.

Para esses pecados-expressos para com o homem por meio da opressão social e da injustiça, e para com Deus por meio das abomináveis práticas de Betel e Gilgal-só podia haver um resultado-Israel ser completamente rejeitada. Se o privilégio é a medida da responsabilidade, então a rebelião de Israel era imperdoável. Deus havia tirado Israel do Egito, tinha-o guiado pelo deserto e havia-lhe dado possessão de uma terra boa, além de ter posto profetas em seu meio. O castigo para sua transgressão devia ser proporcional à sua gravidade; portanto, Israel seria totalmente rejeitado. O fato que Jeová tinha tirado Israel do Egito agora não significaria mais que os outros fatos que retirara os filisteus de Creta e os sírios de Quir. A sentença já havia sido decretada e o julgamento seria executado prontamente. Como o carro de uma eira, assim Ele esmagaria a nação inteira (Jl 2:13-30).

A mensagem de Amós se fundamenta na firme convicção que Jeová é Deus de justiça. Essa justiça está em conflito com a injustiça do homem e havia-lhe declarado guerra. O resultado desse conflito seria o juízo mais severo possível contra o homem. O ensino de Amós é de caráter ético, mas, tal como os outros profetas do oitavo século antes de Cristo, ele não baseava seu ensino sobre o que havia de bom e reto no homem, mas sobre o que sabia sobre a natureza de Deus. Para Amós, portanto, o "pecado" é mais que a mera transgressão, mais que o mero lapso moral em vista de algum código estabelecido; é rebelião contra Deus. Israel estava em relação de aliança com Jeová. Essa relação impunha-lhe deveres e seu pecado consistia em haver repudiado os deveres inerentes a essa relação divino-humana. Israel se havia rebelado contra Jeová.

Embora cidadão do reino do sul, a mensagem de Amós era dirigida para e contra o reino do norte. De fato, ele foi o último profeta enviado ao reino do norte. No todo, bem pouco ele diz sobre seu próprio povo. Esse silêncio, contudo, não deve ser entendido como a querer ensinar que o reino do sul estava livre daqueles pecados que o profeta via no norte e que tão veementemente denunciava. Ele fora chamado para falar a Israel, que estava maduro para o juízo e se confinou quase exclusivamente a essa parte da nação.

Mas Amós também tinha algo a dizer sobre as nações circunvizinhas. Se condenava Israel por pecar contra uma lei que Deus lhe tinha tornado conhecida, por outro lado aplicava um padrão bem diferente para as nações que não estavam em relação de aliança com Deus. O que Amós via nas nações circunvizinhas era o espetáculo, capaz de partir o coração, de uma crueldade que ignorava todos os direitos humanos, que negava toda compaixão e que tornava as relações entre as nações semelhantes às lutas entre as feras. Para qualquer lado para onde o profeta olhasse, havia sempre algo ausente-a piedade natural do homem para com seu semelhante. E o que tornava pior a situação era a vantagem trivial que tal conduta proporcionava. Gaza vendeu uma vila inteira à escravidão para ganhar algum dinheiro. O rei de Moabe queima os ossos de um inimigo para satisfazer seus desejos de vingança. E assim continua a história. O senso de amizade do homem com o homem havia desaparecido. Tal mundo não podia continuar, pois a própria base de sua continuação já não existia.

Embora Amós não tivesse treinamento acadêmico, não foi ultrapassado por nenhum de seus sucessores no que diz respeito a vivacidade, vigor e simplicidade de linguagem. Seu estilo é simples, mas cheio de energia e elegância. O professor Robertson Smith defende Amós como mestre de puro estilo hebraico. Os termos que empregou eram todos familiares para seus contemporâneos, pois suas observações são todas derivadas da vida diária. Nenhum outro profeta nos forneceu tais metáforas tiradas da natureza com uma variedade tão fresca, vívida e variada. Ele se refere aos trilhos de ferro de debulhador (Jl 1:3), à tempestade (Jl 1:14); aos cedros e carvalhos com suas profundas raízes (Jl 2:9); ao leão faminto a rugir na floresta (Jl 3:4); à ave apanhada ao laço (Jl 3:5); ao pastor que sai em socorro da ovelha (Jl 3:12); aos anzóis e redes do pescador (Jl 4:2); às chuvas parciais (Jl 4:7); ao bolor e à ferrugem, às colinas e ventos ao nascer do sol, às estrelas, aos criadores lamentosos, aos terremotos, aos eclipses, ao grão peneirado numa peneira, ao refugo do trigo, às tendas consertadas, etc.

Tal foi esse grande profeta "menor". Vivendo perto de Deus ele conhecida a vontade do Senhor e tinha Sua mensagem. Embora não gozasse de popularidade, como de fato aconteceu a quase todo profeta de Israel, ele proclamava com zelo imorredouro a mensagem que Jeová lhe tinha confiado, pois, juntamente com Martinho Lutero, Amós poderia ter dito: "Não posso fazer outra coisa; portanto, ajuda-me, ó Deus".


Francis Davidson - Comentários de Amós Capítulo 1 do versículo 1 até o 2
I. PRÓLOGO Am 1:1-2

As palavras de Amós (1). Há apenas um Amós no Antigo Testamento e esse é o escritor deste livro. Sua ocupação era a de boieiro e pastor. A palavra empregada não é a usual roeh, mas noqed, que significa criador de uma espécie peculiar de ovelha do deserto, dotada de pernas curtas e cara feia, mas altamente valiosa devido à sua lã. Essa palavra só se encontra novamente em 2Rs 3:4, onde é traduzida como "contratador de gado". Até hoje há um provérbio árabe que expressa desprezo: "Vil como um naqqad". O que ele viu (1). A palavra chaxah era usada para a visão profética específica. O escopo dessa mensagem era a respeito de Israel. Amós foi profeta de Deus para o reino do norte e foi o último profeta enviado a esse reino. O profeta recebeu sua visão nos dias de Uzias (cerca de 791-740 A. C.), rei de Judá, e de Jeroboão II (cerca de 793-753 A. C.), rei de Israel. Na sentença seguinte essa profecia é limitada a dois anos antes do terremoto. É impossível, contudo, fixar o ano exato desse terremoto particular, mas que havia deixado uma profunda impressão é testificado pelo fato que, após muitas décadas, Zacarias se refere a ele (Zc 14:5). O Senhor bramará... (2). Deus estava prestes a falar de modo dramático e quando Ele fala seguem-se certas conseqüências. A palavra bramar (sha’ag) tem o sentido do rugido do leão, quando salta sobre a presa. O julgamento de Deus, conforme Amós o via, não estava distante, mas já estava a caminho e logo se revelaria com todas suas espantosas conseqüências. Além disso, não viria de Betel ou de Gilgal, mas de Sião, o centro da autoridade religiosa, e de Jerusalém, o próprio lugar da habitação de Jeová, é que Sua voz seria ouvida. Uma das conseqüências previstas é que secar-se-á o cume do Carmelo (2). O Carmelo, um promontório sobre o mar, com 400 metros de altura, ao sul da baía de Acre e cena dos grandes prodígios de Elias, é considerado como a mais frutífera e notável colina do norte. Seu nome, que quer dizer "terra-ajardinada", testifica quanto à sua fertilidade. Não admira, pois, que os pastores lamentar-se-ão, pois, se o Carmelo haveria de ressecar-se com a seca, que outras pastagens poderiam ser encontradas na terra?

Esses versículos iniciais nos fornecem a substância da mensagem de Amós. Não importa quão segura pareça a ovelha em seu suculento pasto, o rugido do leão indica quão enganosas podem ser as aparências. Israel estava-se alimentando em ricas pastagens e, pelo menos externamente, tudo parecia seguro; mas não era essa a realidade. O julgamento era iminente e, além disso, inescapável.


Profetas Menores

Justiça e Esperança, Mensagem dos profetas menores por Dionísio Pape, da Aliança Bíblica Universitária
Profetas Menores - Introdução ao Livro de Amós
  • O VAQUEIRO PROFETA
  • AMÓS

    Amós vivia num período histórico de grande prosperidade ilusória. A nação de Israel, no norte da Palestina, tinha experimentado no reinado do inteligente monarca Jeroboão II um desenvolvimento inigualado. Em Samaria, a metrópole, havia a frenética construção de novos prédios; dinheiro era gasto à toa, e a sociedade era entregue à vida de estonteante luxúria. Amós não era natural de Israel. Nascera num lar humilde no reino de Judá, no Sul. Viu a luz do dia na pobre aldeia de Tecoa, na região árida do sertão que se estende até o Mar Morto, ao Leste, e até o deserto de Negev ao Sul. O povoado não gozava de nenhum prestígio, sendo apenas uma encruzilhada nas estradas utilizadas pelas inúmeras caravanas que atravessavam o Oriente Médio. Naquele lugarejo inóspito Deus preparou um rude pregoeiro da justiça.

    Desde a meninice, Amós aprendeu a digladiar-se com as forças ingentes da natureza fera do sertão. Conseguiu algum pasto para as poucas cabeças de rês que dificilmente eram sustentadas na aridez requeimada do sertão judaico. Raras eram as frutas que apareciam naquelas plagas pedregosas, mas o menino Amós sabia onde colher os pequenos figos dos sicômoros espalhados na pouca sombra de penhascos seculares. Provavelmente vendia as frutinhas aos árabes que acompanhavam as caravanas, ou na feira de Belém, que distava apenas dez quilômetros.
    Arrancava o jovem Amós uma existência sacrificada do sertão. Muitas vezes pouco se comia entre a alvorada sobre o deserto oriental e o pôr-do-sol rosado, atrás dos píncaros lúgubres das montanhas da Judéia. A fome, a sede e o cansaço eram os seus companheiros constantes. Ao mesmo tempo, o jovem Amós sabia que as caravanas levavam a farta opulência oriental para a grande metrópole de Samaria. Tinha ouvido falar daquela sociedade urbana, onde muitos nem trabalhavam, onde a gangrena da luxúria desenfreada roía a medula da nação. Tinha aprendido que no paço real, e nos círculos sociais da elite, não se observava mais aos pé da letra a lei de Moisés. Aprendia que grassava a mais devassa podridão entre os mais privilegiados. Não ignorava o fato de que a maioria do povo, explorado e frustrado como ele, sustentava aquela minoria opressora. Sentia crescer no seu coração o desejo de falar sobre o assunto.
    Passavam diariamente as caravanas portadoras de artigos de luxo. Quando os camelos, de marcha lenta, paravam na encruzilhada de Tecoa, Amós se informava da fabulosa carga destinada à distante metrópole israelita. Sedas finíssimas, tapetes felpudos, louças fragílimas, pedras preciosas, móveis luxuosos, vinhos raros, frutas cristalizadas, e uma infinidade de artigos de luxo atravessavam a pobre aldeia na encruzilhada. Estes produtos não chagavam às cálidas mãos dos sertanejos rudes de Tecoa. Os tecoanos silenciosos nunca entendiam por que o destino os tinha eleito para a labuta opressiva, enquanto outros tinham o direito de viver sem trabalhar, e usufruir da opulência fantástica dos empórios orientais.
    Nas casas toscas de adubo na circunvizinhança de Tecoa, a vida nunca melhorava. As vezes, depois do labor do dia, sob o sol causticante que requeimava o solo infértil do sertão, os habitantes recebiam notícias dos palacetes em construção em Samaria, dos jardins e pomares, das alamedas e praças públicas. Em contraste com a cidadezinha sertaneja, a longínqua metrópole parecia ser uma cidade paradisíaca.
    Amós amava a Deus, o Deus da justiça, o Deus que ampara o pobre e necessitado. Como conciliar esta contradição na terra santa do Senhor Deus de Israel? O jovem crente no Senhor não pôde silenciar frente à desigualdade social. Começou a pregar com o vocabulário simples e direto de vaqueiro, falando do Deus verdadeiro e justo que ama o seu povo, e anunciando um juízo divino contra uma sociedade materialista e opressora. Por mais inverossímil que pareça, dois anos depois de Amós iniciar sua nova carreira de pregador leigo, houve um sinal confirmador da sua mensagem. Ocorreu um abalo sísmico de severidade inédita (Am 1:1). Os pobres desabrigados das casas de taipa perderam pouco, mas a demolição das mansões e dos palacetes representou uma perda estarrecedora. Para o pregador sertanejo, não podia haver indicação mais clara da intervenção divina.
    "O Senhor rugirá de Sião!" (Am 1:2), bradou o profeta. Confirmado na sua convicção de que Deus iria julgar a nação vizinha, Amós não perdeu mais tempo entre os seus. Ele não precisava pregar a justiça aos tecoanos, oprimidos pelo sistema desumano de crassa exploração ao próximo. Despediu-se depressa, e se dirigiu à nação de Israel, ao norte.
    Com a ingenuidade do entusiasmo juvenil, Amós se lançou no ministério profético, sem se mergulhar nos estudos teológicos. Várias escolas de profetas atraíam jovens sisudos em cada época, mas Amós soube ler os sinais dos tempos, e para ele a palavra do Senhor se comparava ao rugido do leão (Am 1:2). Nunca chegou a estudar hermenêutica, nem exegese textual. Não pretendia imitar o estilo polido de um Isaías. Sabia que um julgamento pior do que o terremoto viria, e que o povo estava inconsciente do perigo.
    Amós começou o seu ministério em Samaria, anunciando os juízos do Senhor contra as nações ímpias. Sem muita experiência didática, o profeta inculto aproveitou um método ainda utilizado em regiões de pouca oportunidade escolar, e cantava a sua mensagem. A Bíblia conserva miraculosamente oito estrofes deste cancioneiro primitivo (1.3 - 2.16). Antes da invenção da imprensa, as nações dependiam deste método para insuflar um povo contra o inimigo. São muitas as canções de desprezo patriótico conservadas no Velho Testamento. Como trovador medieval, Amós cantava ao ar livre, para deleite dos transeuntes curiosos, atraídos pelo espetáculo incomum de um cantor sertanejo, vestindo trajes típicos.
    O cantor rústico denunciou na primeira estrofe o inimigo tradicional de Israel:

    "Quebrarei o ferrolho de Damasco! "(Am 1:5)

    Não houve quem se opusesse a este sentimento nacionalista. Amós conseguiu aprovação total da sua mensagem. Deus que julgasse Damasco! Amós continuou cantando, enquanto outros se uniam aos espectadores. A segunda estrofe prometeu fogo divino sobre a detestada Gaza, cidade dos filisteus. Mais uma vez, todos concordaram plenamente com sentimentos tão justos (Am 1:7). Depois veio a vez de Tiro, cidade cosmopolita, rainha do Mediterrâneo, e rival de Samaria quanto à vida luxuosa (Am 1:9). Todos desejavam que Deus minasse a economia dela. E a canção castigou depois Edom (Am 1:11). Quem podia simpatizar com o reino que controlava todo o tráfego norte-sul no deserto? Quem podia se esquecer de que foi Edom que interditou aos primeiros israelitas a entrada em Canaã? Deus que os consumisse com fogo! Gritos de apoio acompanhavam a canção. Amém, irmão!
    Amós continuou cantando mensagens de juízo. Chegou a vez de Amom, na Transjordânia, cujos soldados mereciam a censura de todo povo civilizado, por causa das atrocidades inenarráveis perpetradas em guerra. Que Deus fosse como turbilhão contra eles! (Am 1:13)
    Amós não se esqueceu do julgamento de Moabe, cujos líderes mandaram queimar os restos mortais dum rei inimigo. Que Deus matasse os seus príncipes! (Am 2:3)
    A esta altura a multidão dos ouvintes aguardava a próxima estrofe. O rude sertanejo já tinha julgado todos os inimigos vizinhos de Israel. E agora? A multidão atenta ficou surpresa ao ouvir a estrofe que seguiu:

    "Assim diz o Senhor: por três transgressões de Judá, e por quatro . . ." (Am 2:4)

    Todo mundo reconhecia Amós como natural de Judá. Como se explicava que anunciava um julgamento contra o seu próprio povo? Por que o julgava? Não por ter cometido atrocidade, nem por ódio infrene. Amós continuou cantan-

    "Porque rejeitaram a lei do Senhor,
    e não guardaram os seus estatutos,
    antes as suas próprias mentiras os enganaram,
    e após elas andaram seus pais". (Am 2:4)

    Amós abandonou o argumento político, a favor do religioso. Judá seria julgada pela sua infidelidade ao SENHOR! O povo não tinha guardado a Palavra de Deus. Esquecera-se dos seus ensinos. E, logo em seguida, a vida nacional perdeu as características bíblicas de piedade e honestidade. A canção de Amós não era mais modinha popular. De repente se tornou corinho de crente.
    A multidão aclamou a honestidade intrépida do jovem de Judá, que ousava falar de fogo divino consumindo a santa cidade de Jerusalém, cidade capital do profeta. O trovador do Senhor prendeu a atenção indivisa dos ouvintes. Começou a entoar firmemente a última estrofe:

    "Assim diz o SENHOR: por três transgressões de Israel e por quatro . . ." (Am 2:6)

    Nem bem pronunciado o nome da capital samaritana, sentiu-se um calafrio nos ouvintes. Aos olhos deles, o genial cantor sertanejo se transformava imediatamente na figura desprezível e ridícula de um matuto injurioso. Os elegantes cidadãos da capital silenciaram, enquanto Amós apontava para as injustiças berrantes praticadas contra os humildes.

    "Os juizes vendem o justo por dinheiro, e condenam o necessitado por causa de um par de sandálias! (Am 2:6)

    Ninguém podia negar que os tribunais sempre favoreciam os que se serviam de meios venais para ganhar a causa. Assim sendo, havia duas leis, uma para o rico, e outra para o pobre. Amós prosseguiu cantando a mensagem acusadora:

    "Suspiram pelo pó da terra sobre a cabeça dos pobres!" (Am 2:7)

    Os donos das grandes fazendas não queriam entregar aos pobres nem uma nesga de terra para o seu próprio uso. Com ironia Amós declarou que os ricos cobiçavam até o pó da terra, colado às frontes suadas dos trabalhadores!
    A canção profética continuava a alfinetar as consciências:

    "Um homem e seu pai coabitam com
    a mesma jovem e assim
    profanam o meu santo nome." (Am 2:7)

    Todos os homens sabiam que, não obstante a profissão de fé no Senhor, a licenciosidade dos lupanares e a doce sedução de corpos bronzeados na praia constituíam o principal interesse masculino. Na luta titânica entre a carne e o espírito, este perdia e aquela ganhava.
    Com olhar severo, o rude pregoeiro da justiça prosseguiu, relembrando os grandes atos intervenientes do Senhor na história do povo. Deus fê-lo subir da terra do Egito, destruindo os seus inimigos, e levantando profetas dentre os filhos de Israel.

    "Mas vós aos nazireus destes a beber vinho, e aos profetas ordenastes, dizendo: Não profetizeis." (Am 2:12)

    O nazireu fazia voto de não tomar bebida alcoólica, e de não cortar o cabelo. Os israelitas enfraqueciam os que tinham assumido esses solenes votos ao Senhor, animando-os a agir contrariamente. Dos profetas nada se pedia nos cultos, senão uma cerimônia empolgante. Nada de pregação da Palavra de Deus! O culto cantado bastava. O profeta era benquisto se dirigisse o programa especial, sem mensagem nenhuma. Religião sem Palavra de Deus. Culto sem pregação.
    Deus falou pela boca de Amós, como rugido de leão:

    "Eis que farei oscilar a terra debaixo de vós como oscila um carro carregado de feixes." (Am 2:13)

    As palavras de advertência profética ecoaram na esplêndida praça pública da linda metrópole. Alguns se lembraram logo do terremoto que sacudira a terra em tempos recentes. Outros passaram a ludibriar do sertanejo desprestigioso. Uns poucos refletiram com evidente sobriedade. E a maioria ficou indiferente, e o humilde mas intrépido filho de Tecoa rematou o refrão fatídico:

    "E o mais corajoso entre os valentes
    fugirá nu naquele dia, disse o Senhor." (Am 2:16)

    Criou manchetes a canção de Amós na bela cidade de Samaria. Na capital, tudo exalava paz e prosperidade. Exímio na diplomacia, o rei Jeroboão II reatara alianças com os tradicionais inimigos de Israel, conseguindo um clima de paz inaudita. Seu tino administrativo garantia para a capital e para a classe privilegiada uma vida nababesca. E agora chegava esse forasteiro doido proclamando o fim do mundo. Com certeza, o sábio rei seria altamente competente no futuro como no presente. Por que temer?
    Amós se atreveu a falar em público novamente. Desta vez não cantou mas, falando o linguajar de sertanejo, apelou para o raciocínio dos ouvintes irrefletidos. A sorte não existe para o povo de Deus! Tudo se explica por causa e efeito.

    "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" (Am 3:3)

    Dois negociantes se encontram porque marcam a hora. Dois namorados andam de mãos dadas porque de antemão já marcaram o lugar do encontro. A rapaziada de Samaria entendia perfeitamente bem a lógica de Amós'

    "Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa?" (Am 3:4)

    Mesmo os que não se interessavam pela caça, preferindo ficar nas elegantes mansões da metrópole, sabiam que o leão silencia enquanto anda à procura da rapina. Só ruge depois de tomá-la.

    "Tocar-se-á trombeta na cidade, sem que o povo se estremeça?" (Am 3:6)

    Claro que não. O estremecimento se explica pela causa, a trombeta que anuncia a guerra. Os mais velhos cidadãos na cidade real de Samaria nunca se esqueciam do pânico que tomou posse da cidade quando exército sírio a invadiu. Amós prendeu a atenção de todos ao pronunciar a frase seguinte:

    "Sucederá algum mal à cidade,
    sem que o Senhor o tenha feito?" (Am 3:6)
    "Rugiu o leão, quem não temerá?
    Falou o Senhor Deus,
    quem não profetizará?" (Am 3:8)

    Agora o profeta declarava nitidamente que um inimigo cercaria a cidade para destruí-la, e com elas seriam derrubadas as casas de inverno e as casas de verão (Am 3:15). A causa dessa destruição era a chocante injustiça e a opressão perpetradas contra os humildes e os pobres. Não se poderia dar um jeito. Nem era questão de sorte na vida. Teriam que colher o que haviam semeado.

    As belas damas da corte passeavam nas alamedas da cidade maravilhosa de Samaria. Andavam vestidas com as últimas criações, nas mais leves sedas importadas do estrangeiro. Seguia-as, como incenso celeste, a delicada fragrância de perfumes exóticos, tão caros que o trabalho de um agricultor durante o ano todo nem daria para adquirir um frasquinho do precioso líquido. Em Tecoa, Amós não ganharia num mês o suficiente para comprar uma daquelas bolsas de senhoras feitas de couro finíssimo, com prendedor de prata trabalhado como asa de pássaro.
    A lembrança da pobreza do sertão escaldou o espírito do jovem profeta abnegado. Cada senhora levava consigo dinheiro suficiente para alimentar uma família inteira no interior, por muitas semanas ou meses. Na cidade, tanto dinheiro esbanjado. No sertão, tanta penúria. Na capital, uma festa por dia. No interior, a fome, a cada dia. Amós não conseguiu conter a crescente onda de protesto dentro do seu coração. Em alta voz, pediu a palavra:

    "Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimis os pobres, esmagais os necessitados, e dizeis a vossos maridos: dai cá, e bebamos." (Am 4:1)

    Um arrepio de indignação atônita se registrou com estas palavras tão grosseiras. Pelo menos o pregador descortês captou a atenção das belas senhoras por um momento. Nada sabendo de homilética, Amós misturou as metáforas, pois continuou dizendo:

    "Jurou o Senhor Deus pela sua santidade, que dias estão para vir sobre vós, em que vos levarão com anzóis e as vossas restantes com fisga de pesca." (Am 4:2)

    Amós comparou as damas da alta sociedade a vacas gordas no pasto. Elas, no entanto, seriam semelhantes a peixes tomados com anzóis, naquele dia da tomada da tão próspera cidade pelos seus inimigos, quando elas iriam para o cativeiro.
    Existia na nação um espírito profundamente religioso. Israel se gabava de sua cultura religiosa e de seu espírito moderno de ampla tolerância. Em matéria de fé, achava que toda religião era boa, e que não se devia condenar qualquer crença praticada com sinceridade. Para mostrar ao mundo que a religião nacional tinha raízes históricas profundas, o clero organizava uma romaria anual, visitando os lugares santos. Os peregrinos em festa chegavam primeiro em Betei, onde o patriarca Jacó tivera a visão da escada celestial. A próxima parada era Gilgal, lugar do encontro de Samuel com Deus. Em seguida, os romeiros iam até Berseba, oásis no deserto do Negev, para relembrar a presença do pai Abraão naquele lugar santo,séculos antes.
    Em verdade, a romaria anual tinha mais o aspecto de festa do que de ato religioso. Os comerciantes aproveitavam o ensejo com preços inflacionados. Muitos peregrinos passavam mais tempo visitando amigos e parentes do que participando das orações. E, felizmente, não havia pregações incômodas.
    Na ocasião da visita de Amós, todos se preparavam, como sempre, para a romaria. Achavam que isso servia como demonstração positiva da sua fé, face às acusações do jovem pregador. Para surpresa geral de todos, o profeta do sertão ergueu a voz nos seguintes termos:

    "Assim diz o SENHOR à casa de Israel:
    Buscai-me e vivei.
    Porém não busqueis a Betei,
    Nem venhais a Gilgal,
    nem passeis a Berseba, ...
    Buscai ao SENHOR e vivei,
    para que não irrompa na casa de José
    como um fogo que a consuma!" (Am 5:4-6)

    Sem uma relação pessoal com o Senhor, sem buscá-lo, a religiosidade da romaria nada valeria em termos espirituais, e os lugares santos seriam destruídos. Deus contemplava as transgressões sociais em Israel:

    "... afligis o justo, tomais suborno, e rejeitais os necessitados." (Am 5:12)

    A religião divorciada da moral e da compaixão é anátema; aos olhos do Senhor. Ele promete estar com o seu povo somente quando este busca o bem e aborrece o mal (Am 5:15). O profeta conhecia a índole do povo de Israel, e previu as conseqüências da rejeição da mensagem:

    "Em todas as praças haverá pranto."

    Como no dia de hoje, muitos naquela época falavam do Dia do Senhor como solução final de todos os problemas, sem perceber que a sua vinda marcaria o julgamento do povo do Senhor.

    "Ai de vós que desejais o dia do Senhor! Para que desejais vós o dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz." (Am 5:18)

    Israel pensava que a vinda do Senhor marcaria o julgamento das nações ímpias e o reconhecimento por elas da supremacia de Israel. Tragicamente, a nação não entendeu que o Dia do Senhor seria o julgamento do próprio povo de Deus. Em nossos dias, sai do prelo uma abundância de livros sobre a segunda vinda de Cristo. Porém, a maioria tenta interpretar os acontecimentos políticos à luz da profecia, sem mencionar o fato de que a volta de

    Cristo iniciará o julgamento da igreja! Como diz Paulo, "todos compareceremos perante o tribunal de Deus" (Rm 14:10). E Pedro afirma: "A ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?" (1Pe 5:17).

    Tanto no Novo como no Velho Testamento, os judeus nunca acreditaram que fosse possível Deus julgar o seu povo. A destruição de Samaria em 722 a.C. e o exílio babilônico de Judá em 587 a.C. são advertências contra toda presunção. Dificilmente aprendemos as lições da História. É salutar lembrar que a matança de um milhão de judeus, fervorosos para com a Bíblia, mas desobedientes a ela, no ano 70 de nossa era, é mensagem para nós. Deus julgará o crente desobediente severamente. O fato de ser salvo eternamente não lhe exclui o comparecimento perante o tribunal de Cristo, com a possibilidade da perda do galardão. Escrevendo sobre "o dia", isto é, sobre o dia do Senhor, Paulo revela que:

    "... qual seja a obra de cada um
    o próprio fogo o provará
    ... se a obra de alguém se queimar,
    sofrerá ele dano; mas esse mesmo
    será salvo, todavia, como

    que através do fogo." (1Co 3:13, 1Co 3:15)

    Com a vinda de Cristo, toda a nossa vida, todo o nosso testemunho (ou a falta dele) serão avaliados pelo SENHOR, e muitos descobrirão que as coisas pelas quais viviam não tinham valor permanente. Serão queimados. Desaparecerão. As coisas feitas para Cristo o Senhor permanecerão para toda a eternidade. Para evitarmos a tolice de gastar a vida inutilmente, é preciso ter os olhos fitos sempre na segunda vinda de Cristo.

    Amós lamentou a triste cegueira dos israelitas, pois não percebiam a relação entre o seu comportamento e o dia do Senhor. Lançou mão de um exemplo tirado da sua própria vida de camponês para salientar o perigo em que jaz o povo indiferente.

    "Como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encostando a mão à parede, fosse mordido duma cobra." (Am 5:19)

    A parábola do vaqueiro dispensava esclarecimento. O homem da parábola escaparia do leão, e fugiria do urso, mas seria destinado à destruição, não evitando a serpente. Assim seria Israel. A compassiva mão do Senhor a poupara diversas vezes, mas chegaria a hora do julgamento divino, contra as injustiças sociais e a devassidão moral no país.
    Os habitantes da sofisticada metrópole adotaram uma filosofia religiosa dicótoma, separando corpo e alma de tal maneira que praticavam a libidinagem mais desenfreada do corpo durante a semana, para assumirem ares de pomposa religiosidade solene no sábado do Senhor, para o bem da alma. O corajoso profeta Amós repulsou essa hedionda aberração da verdade:

    "Aborreço, desprezo as vossas festas, e com as
    vossas assembléias solenes não
    tenho nenhum prazer . . .
    Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos;
    porque não ouvirei as melodias
    das tuas liras." (Am 5:21, Am 5:23)

    A mocidade israelita não gostou desse pregador matuto. Não estavam os jovens sempre presentes no culto, e alguns até mesmo no coral? Não respeitavam bem as campanhas? Não faziam parte de várias atividades religiosas? E agora vinha esse sertanejo forasteiro alegando que todo aquele tempo gasto em culto nada valia, sem uma consagração como nunca houvera. Esse Amós nunca ouvira falar da necessidade biológica do homem? Não sabia que, afinal de contas, não se pode ser perfeito aqui em baixo na terra? A Bíblia não diz também que o rei Davi teve muita experiência erótica? Os argumentos e os protestos se proliferaram contra as acusações moralizadoras de Amós. Nos círculos respeitados da elite era inaceitável esse tipo de pregação de juízo, e condenação do pecado lascivo. Amós se sentiu sem apoio. A juventude israelita gostava de cantar hinos, mas gostava também de divertir-se com os amigos que não eram inibidos por tanto ensino da Bíblia. Um pé na igreja, o outro no mundo. Amizade com todos era o seu ideal, e não a intransigência moral desse pregador de fora. Uma gargalhada de desprezo irrompeu no meio da rapaziada. O pregador sertanejo, imperturbável, lançou-lhes a última palavra:

    "Por isso vos desterrarei, para além de Damasco, diz o SENHOR, cujo nome é o Deus dos exércitos." (Am 5:27)

    Tal pai, qual filho. Amós observava os costumes corrompidos dos pais em Samaria. Os "filhos de papai" se guiam fielmente a vida de materialismo crasso e de luxúria infrene que testemunhavam em casa. Amós dirigiu-se agora aos genitores da juventude transviada:

    "Vós, que imaginais estar longe o dia mau,
    e fazeis chegar o trono da violência;
    que dormis em camas de marfim,
    e vos espreguiçais sobre os vossos leitos,
    e comeis os cordeiros do rebanho,
    e os bezerros do cevadouro . . .
    que bebeis vinho em taças,
    e vos ungis com o mais excelente óleo;. . .
    Portanto, agora ireis em cativeiro! " (Am 6:3-7)

    Encolerizado, Amós apontou para o mau uso do dinheiro na sociedade. Na região de Tecoa, muita gente deitava-se no chão. Alguns possuíam uma cama primitiva, ou rede. Mas aqui, na riquíssima capital de Israel, os burgueses conciliavam o sono em camas de marfim. O valor só do marfim pagaria um agricultor no sertão por mais de um ano! Amós se lembrou do gado de casa, e a luta sacrificada para salvar um cordeiro ou bezerro ameaçado pelas feras, os ladrões e os próprios elementos da natureza. Mas, aqui em Samaria, os donos de rês nem se preocupavam se os animais não chegassem à maturidade. Em vez de conservar os rebanhos, os senhores se alimentavam todos os dias de filé-mignon, e das melhores carnes, dizimando o patrimônio nacional. Quem se alimentasse com tais quitutes no sertão seria considerado louco.
    Na cidade opulenta os pratos requintados eram servidos com rios de vinho, em taças em vez de copos. No sertão somente na ocasião de um casamento ou de um enterro se servia às vezes um copinho de vinho, mas não em circunstâncias normais. Na metrópole, porém, o vinho corria como água.
    Nos seus palacetes suntuosos, os habitantes da cidade capital tinham festa diária, sendo cada refeição o fruto do suor e labor dos paupérrimos irmãos de Amós, labutando vida bastante sofrida. E não somente as damas, mas os homens também se perfumavam como galantes ociosos num paço em ocaso, gastando uma fortuna com os mais excelentes perfumes importados de países exóticos. Amós calculou rapidamente a despesa diária numa só mansão, e a soma atingia o salário de um ano no sertão. Rijo de ânimo, Amós profetizou em praça pública num dos bairros mais esnobes da cidade:

    "Eis que o SENHOR ordena e será destroçada em ruínas a casa grande, e a pequena, feita em pedaços!" (Am 6:11)

    A notícia perturbadora da pregação de juízo correu rapidamente da rua para os círculos mais elegantes e exclusivos. Chegou a notícia na capela real, onde Amazias, capelão de S.M. Jeroboão II, franziu a testa. A comunicação pareceu-lhe ser conspiração perigosa, visto que Amós já anunciara a queda da cidade e o exílio do povo. Embora despretenciosa, a mensagem do rude sertanejo pôde abalar algumas pessoas nervosas, e o capelão resolveu denunciar incontinenti o impertinente pregador-vaqueiro. Pior ainda, o audacioso profeta do sertão tinha tido a temeridade de vaticinar a morte do próprio monarca.
    Tudo indica que o rei Jeroboão II pouco se importunou com a notícia. Provavelmente considerou Amós como um desses visionários messiânicos que em cada geração se levantam entre os analfabetos dos sertões, arrastando um punhal de adeptos para o seu inevitável fim desastroso. Fosse como fosse, o rei não mandou prender o pregador sedicioso. Bastou mandá-lo para fora do país, pela instrumentalidade do capelão. Amazias encontrou o sertanejo dentro da própria capela real, e não perdeu tempo em entregar o recado do rei:

    "Vai-te, ó vidente, foge para a terra de Judá e ali come o teu pão, e ali profetiza; mas em Betei, daqui por diante, já não profetizarás, porque é o santuário do rei e o templo do reino" (Am 7:12, Am 7:13)
    Com desprezo mordaz, respondeu Amós:
    "Eu não sou profeta, nem discípulo de profeta,

    mas boieiro e colhedor de sicômoros!" (Am 7:14)

    Amazias recebia um gordo salário pelas suas funções como capelão real. Amós não recebia mercê alguma. Se haveria de comer pão em Judá, não seria provimento de cargo religioso que o sustentaria. Era boieiro, e visto que o dinheiro nem dava para se viver do trabalho, era obrigado a aumentar a pitança miserável pela venda, a um preço irrisório, das pequenas frutas de sicômoro palestino colhidas durante umas poucas semanas de verão. Amós não era pregador assalariado. Pregava por conta própria, sacrificando-se para falar a verdade, nua e crua, dizendo que a profissão de fé no SENHOR, sem vida moral e sem compaixão para os pobres, é uma revoltante nulidade!
    Terminou o diálogo entre o capelão magnificamente paramentado e o humilde profeta do Senhor, delgado de talhe, e vestindo o trajo tradicional de couro. Nunca mais se encontrariam. Com o olhar místico de vidente, Amós proferiu sua última sentença:

    "Assim diz o SENHOR,
    tua mulher se prostituirá na cidade,
    e teus filhos e tuas filhas cairão à espada,
    e a tua terra será repartida a cordel,
    e tu morrerás na terra imunda,
    e Israel certamente será levado cativo
    para fora da sua terra! " (Am 7:17)

    Amós cumpriu a sua missão ingrata e perigosa. Antes de deixar a nação de Israel, sua terra missionária, ele não perdeu a ocasião de advertir o povo do perigo em que jazia enquanto não voltasse ao Senhor. Quão solenes são os juízos do Altíssimo! Quão soberbo é o coração humano que não acredita num juízo final para todos, inclusive para o povo de Deus! Quão presunçoso aquele que pensa que uma profissão de fé, alguma assistência aos cultos, alguma contribuição ocasional aos cofres sacros compensam a falta de pureza moral, de honestidade, e de compaixão!

    No caminho de volta, Amós anunciou as suas visões apocalípticas, chamando o povo ao arrependimento e à fé no SENHOR. Mas o povo, desde o rei no trono até o homem na rua da capital, endureceu o coração. A cidade parecia tão segura, tão rica, e a vida tão aprazível, que a mensagem de Amós foi tida como a alucinação de um alienado. Nada de conversão em massa. Aparente fracasso da campanha. No entanto, Amós não se desanimou.
    Como todos os profetas do SENHOR, Amós vivia na esperança certa do triunfo final do Senhor. A apostasia materialista de Israel não podia ofuscar os raios rutilantes da glória vindoura do dia do Senhor. Quantos profetas anelaram a sua chegada, falando "daquele Dia!" E assim é que Amós rematou a sua obra monumental, erguendo os olhos para ver um Israel restaurado, um povo de Deus purificado:

    "Naquele dia levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas." (Am 9:11)

    Jeroboão II não era da linhagem de Davi, a quem o Senhor prometera o reino em perpetuidade. Séculos de pois, o apóstolo João, escrevendo a respeito de Jesus, testificou: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (Jo 1:14). A palavra "habitou" traduz o grego eskenosen que significa literalmente "levantou tenda" ou "levantou tabernáculo". Foi por Jesus que Deus levantou o tabernáculo de Davi, e assim se cumpriu a profecia messiânica escrita por Amós uns sete séculos antes.

    Sob o futuro reino de Cristo haverá a verdadeira prosperidade. Não o privilégio de uma minoria que explora a maioria, mas a conseqüência de todos praticarem a justiça, a compaixão e o amor para com o próximo, seja quem for.

    "Eis que vêm dias, diz o SENHOR,
    em que o que lavra segue logo ao que ceifa,
    e o que pisa as uvas ao que lança a semente;
    os montes destilarão mosto,
    e todos os outeiros se derreterão." (Am 9:13)

    Em nosso mundo do século XX, em que opera ainda a maldição proferida na hora da queda do homem, há uma abundância adequada para todos os quatro bilhões que habitam no planeta. A cobiça, esta praga humana que exige lucros cada vez maiores, faz com que a metade da humanidade tenha fome, enquanto a outra metade vive fartamente, jogando fora milhares de toneladas de comida cada dia. Mas não será sempre assim. Um dia, "naquele dia", quando Cristo tomar conta do mundo, quando houver novos céus e nova terra, cumprir-se-á o último sonho do heróico compeão do Senhor, Amós de Tecoa no sertão, que prometeu:

    "Plantá-los-ei na sua terra,
    e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados,
    diz o SENHOR teu Deus." (Am 9:15)


    Dicionário

    Amós

    masc. pl. de amo

    a·mo
    (alteração de ama)
    nome masculino

    1. Dono da casa (em relação aos empregados). = PATRÃO, SENHOR

    2. Pessoa que chefia. = CHEFE, PATRÃO

    3. Antigo Forma de tratamento atribuída a reis e príncipes.


    Amós [Carregador]

    Um dos PROFETAS MENORES, nascido em Tecoa, no Reino de Judá. Era pastor de ovelhas e cultivador de SICÔMOROS. Profetizou nos reinados de Uzias, de Judá, e de Jeroboão II, de Israel (Am 1:1; 7.14).









    --

    LIVRO DE AMÓS

    Livro que contém as mensagens de Amós, pronunciadas aí pelo ano 750 a.C. Em nome de Deus, Amós denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão. O povo não era sincero na prática da religião. O profeta apela para que o povo se arrependa e se volte para Deus, fazendo o bem e odiando o mal. Por meio de visões, Deus revela a Amós que castigará o seu povo, mas não o destruirá. No futuro, Deus fará com que a nação volte a gozar da paz e da prosperidade que tinha tido no passado.


    Condutor de carga. l. Autor do livro que com o seu nome está na coleção dos ‘Doze Profetas’ ou ‘Profetas menores’ – provavelmente a sua profecia é a mais antiga dos escritos proféticos. Quanto ao tempo em que Amós escreveu, como parece que ele exerceu o seu ministério nos reinados de Uzias e Jeroboão ii (1.1), deve ter sido contemporâneo de oséias. A missão de Amós era exercida tendo em vista as dez tribos (7.10 a 13). Todavia, ele não pertencia ao reino de israel, mas habitava em Tecoa, talvez sua terra natal, cidade ao sul de Belém, na orla das grandes pastagens da montanhosa região de Judá. A respeito da sua vida pessoal, era pastor e lavrador (7.14), e não ‘profeta, nem discípulo de profeta’ – quer isto dizer que não tinha sido educado para esta missão, mas foi chamado para profetizar ao povo de israel pela força irresistível de Deus (3.8 – 7.15). A este fato alude o profeta, quando Amazias, o sacerdote idólatra de Betel, o acusou de conspirar contra Jeroboão. A sua primitiva ocupação devia afastar qualquer suspeita de ligação política com a casa de Davi, e ele faz sobressair a soberania e sabedoria Daquele que procura os Seus ministros tanto na tenda dos pastores como no palácio dos reis, dando a cada um a aptidão necessária para cumprimento dos seus deveres. 2. Filho de Naum na genealogia de Cristo (Lc 3:25).

    (Heb. “carga ou carregador”). Único personagem com esse nome no Antigo Testamento, era fazendeiro e homem de negócios em Judá, chamado como leigo para pronunciar uma mensagem de condenação e juízo contra o reino do Norte, Israel. Ele nada cita sobre sua família ou linhagem, mas proporciona informações numa quantidade acima do comum sobre sua época de modo geral e sobre seu contexto geográfico, cronológico e cultural em particular.

    Amós era natural de Tecoa, uma pequena vila 10 quilômetros ao sul de Belém, de onde era também a mulher sábia que Joabe procurou para aconselhar Davi a respeito de Absalão (2Sm 14:120). Sua ocupação, segundo suas próprias palavras, era a de pastor de ovelhas, mas a palavra usada aqui (noqed) sugere algo mais do que simplesmente alguém que cuida de rebanhos. A outra ocorrência da mesma palavra no Antigo Testamento (2Rs 3:4), é usada para descrever Mesa, rei dos moabitas, que claramente não era pastor. É mais provável que Amós fosse um mercador de ovelhas ou algo semelhante, e é assim que a sua ocupação deve ser entendida. Essa ideia tem apoio em Amós 7:14, onde ele se refere a si mesmo como um boqer, outro termo raro para “pastor”. Apesar de boqer sem dúvida relacionar-se de alguma maneira ao termo baqar, um vocábulo comum para “(gado) rebanho”, Amós 7:15 conecta o trabalho do profeta com o rebanho, não com o gado. Assim, era um homem envolvido com ovelhas, mas não necessariamente um pastor.

    O profeta também descreve a si mesmo como “cultivador de sicômoros” (Am 7:14). O termo hebraico aqui para a frase inteira é boles, uma palavra que, na base dos textos da Septuaginta e do grego clássico, provavelmente se refere a cortar e amassar o fruto, a fim de torná-lo comestível. De qualquer maneira, parece que Amós era especialista no cultivo de figos, bem como um comerciante de ovelhas bem-sucedido. A importância disso está no fato de que Deus chamou um homem ocupado e próspero, e separou-o de seus interesses seculares, para realizar uma missão entre os israelitas, o rebanho de Deus, errante e pecaminoso.

    Fica claro que o ministério de Amós foi breve — talvez apenas uma missão, por alguns dias — devido à sua declaração de abertura, de acordo com a qual sua comissão veio nos dias do rei Uzias, de Judá (790-739 a.C.), e do rei Jeroboão, de Israel (793-753 a C.); mais especificamente, “dois anos antes do terremoto” (Am 1:1). Essa catástrofe, tão grande que ainda foi lembrada 240 anos mais tarde pelo profeta Zacarias (Zc 14:5), ocorreu por volta de 760 a.C. Portanto, 762 a.C. seria a data precisa do ministério de Amós contra os santuários ilícitos de Jeroboão (Am 7:10-13).

    O único local citado em suas mensagens é Betel, um dos principais lugares de adoração estabelecidos por Jeroboão I, logo depois da divisão do reino em 931 a.C. (1Rs 12:29-33). Esse ato ímpio de criar locais ilegítimos para adoração, a fim de competir com o único autorizado pelo Senhor (isto é, em Jerusalém), resultou numa profecia de que o altar de Betel seria finalmente destruído e seus sacerdotes, mortos (1Rs 13:1-3). Isso aconteceu como parte das reformas realizadas pelo rei Josias, 300 anos mais tarde (2Rs 23:15-16), e o próprio Amós ajudou a preparar o caminho para que o culto de Betel fosse denunciado (Am 3:14; Am 5:5). Foi sua firme mensagem que ocasionou sua expulsão de Betel, por Jeroboão II e seu sacerdote Amazias, sob as acusações caluniosas de que Amós visava apenas a ganho financeiro (Am 7:12).

    Atingido por essa interpretação equivocada de seus motivos, Amós replicou que “não era nem profeta, nem filho de profeta” (Am 7:14), mas um homem de negócios que Yahweh tinha chamado. Com essa alegação, Amós desfaz qualquer conexão entre ele e os profetas “profissionais” ou vocacionados. Os “filhos dos profetas” (veja 2Rs 2:7; etc.) eram homens que freqüentavam um curso específico para o ministério. Amós queria que Amazias entendesse que ele não fazia parte de tal escola, embora a considerasse digna de toda honra, mas apenas um leigo enviado por Deus, que escolhe e usa a quem quer. Em adição ao conteúdo profundamente importante da mensagem em si, há também a lição da própria vida de Amós. Aqueles que são chamados e comissionados pelo Senhor não precisam de credenciais formais nem qualificações, para serem bem-sucedidos em cumprir seus propósitos. E.M.


    Anos

    ano | s. m. | s. m. pl.
    masc. pl. de ano

    a·no 1
    (latim annus, -i)
    nome masculino

    1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

    4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

    5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

    6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


    anos
    nome masculino plural

    7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


    ano bissexto
    Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

    ano civil
    Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

    ano comum
    Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

    ano de safra
    Ano abundante.

    ano económico
    Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

    ano escolar
    Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

    ano lectivo
    Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

    ano natural
    O mesmo que ano civil.

    ano novo
    Ano que começa.

    Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

    ano planetário
    [Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

    ano sabático
    Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

    Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

    ano secular
    Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

    ano sideral
    [Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

    fazer anos
    Completar mais um ano de existência.

    muitos anos a virar frangos
    [Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

    verdes anos
    A juventude.


    a·no 2
    (latim anus, -i, ânus)
    nome masculino

    O mesmo que ânus.


    ano | s. m. | s. m. pl.
    masc. pl. de ano

    a·no 1
    (latim annus, -i)
    nome masculino

    1. [Astronomia] Tempo, de aproximadamente 365 dias e um quarto, que a Terra demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    2. [Astronomia] Tempo que um planeta demora a fazer uma revolução completa em torno do Sol.

    3. Período de 12 meses consecutivos (ex.: tem um contrato de um ano).

    4. Idade ou tempo de existência, medido em períodos de 12 meses (ex.: a empresa vai fazer 26 anos).

    5. Período de duração aproximada de 12 meses ou menos, em relação às actividades que aí se desenvolvem ou aos acontecimentos que nele acontecem (ex.: ano lectivo, ano judicial).

    6. Nível de escolaridade que corresponde a um ano escolar ou lectivo (ex.: o menino está no segundo ano).


    anos
    nome masculino plural

    7. Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém (ex.: festa de anos; prenda de anos; anos de casamento). = ANIVERSÁRIO


    ano bissexto
    Ano com 366 dias, em que Fevereiro tem 29 dias, por oposição a ano comum.

    ano civil
    Divisão do calendário gregoriano, com 365 ou 366 dias (se for ano bissexto), que principia a 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro.

    ano comum
    Ano com 365 dias, em que Fevereiro tem 28 dias, por oposição a ano bissexto.

    ano de safra
    Ano abundante.

    ano económico
    Período que, para efeitos administrativos, principia em 1 de Janeiro e acaba em 31 de Dezembro seguinte.

    ano escolar
    Período compreendido entre o início e o fim de todas as actividades escolares.

    ano lectivo
    Período compreendido entre o início das aulas e o fim das aulas ou das actividades escolares.

    ano natural
    O mesmo que ano civil.

    ano novo
    Ano que começa.

    Noite de passagem de ano de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro.

    ano planetário
    [Astronomia] Tempo que um planeta gasta a fazer a sua revolução à volta do Sol.

    ano sabático
    Religião Último ano de um ciclo de sete anos, no calendário judaico, em que nãso são permitidas certas actividades agrícolas nem a cobrança de dívidas.

    Ano lectivo concedido a professores para investigação ou formação.

    ano secular
    Último ano de cada século (ex.: o ano 2000 foi o ano secular do século XX).

    ano sideral
    [Astronomia] Tempo que o Sol, no seu movimento aparente, gasta para voltar ao mesmo ponto do céu em relação às constelações. (A sua duração é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos, 9 segundos.)

    fazer anos
    Completar mais um ano de existência.

    muitos anos a virar frangos
    [Portugal, Informal] Muita experiência (ex.: não tem problemas com saltos altos, são muitos anos a virar frangos).

    verdes anos
    A juventude.


    a·no 2
    (latim anus, -i, ânus)
    nome masculino

    O mesmo que ânus.


    Antes

    antes adv. 1. Em tempo anterior. 2. Em lugar anterior. 3. De preferência. 4. Em realidade, realmente. adj. Contado de então para trás (di-Zse de tempo): Dois anos antes.

    Dias

    substantivo masculino plural Tempo de vida, de existência, dias de vida, vida.
    Etimologia (origem da palavra dias). Pl de dia.

    Dois

    numeral Um mais um (2); o número imediatamente após o 1; segundo.
    Equivalente a essa quantidade: dois carros na garagem.
    Segundo dia do mês: dia um, dia dois.
    Segundo elemento numa contagem, série, lista.
    substantivo masculino Algarismo que representa esse número (2).
    Nota dois: tirei dois no exame.
    Carta do baralho, marcada com dois pontos: o dois de ouros.
    Etimologia (origem da palavra dois). Do latim duos; pelo espanhol dos.

    Filho

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Filho
    1) Pessoa do sexo masculino em relação aos pais (Gn 4:17)

    2) Descendente (Ml 3:6); (Lc 1:16). 3 Morador de um país (Am 9:7) ou de uma cidade (Jl 3:6).

    4) Membro de um grupo (2Rs 2:15), RC).

    5) Qualidade de uma pessoa (Dt 13:13), RC; (2Sm 3:34); (Mc 3:17); (Lc 10:6); (Jo 12:36).

    6) Tratamento carinhoso (1

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    substantivo masculino O descendente masculino em relação aos seus pais: este é meu filho.
    Indivíduo que descente; aquele que tem sua origem em certa família, cultura, sociedade etc.: filho dos primeiros habitantes das Américas.
    Pessoa que é natural de um país em específico, de uma determinada região e/ou território; de uma pequena localidade ou Estado etc.: o filho desta terra.
    Figurado Algo ou alguém que tem sua origem ou resulta da junção de certas forças ou influências: filho da tragédia; filho do talento.
    Figurado Algo ou alguém que é partidário de certas teorias, pontos de vista, opiniões, ideologias etc.: os filhos do capitalismo; filho da fé.
    Por Extensão A cria de descente de algum animal.
    Por Extensão O broto e/ou semente da planta.
    [Brasil] Regionalismo. Tipo de tambor utilizado em certos sambas e/ou batuques.
    Religião Designação atribuída à segunda pessoa da Santíssima Trindade (Jesus Cristo): o Filho de Deus.
    adjetivo Figurado Aquilo que acontece como consequência de; resultante: um comportamento filho da intolerância.
    substantivo masculino plural Filhos. A lista de pessoas que descendem de; descendência.
    Etimologia (origem da palavra filho). Do latim filius.filii.

    Nossos filhos são companheiros de vidas passadas que retornam ao nosso convívio, necessitando, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, reconciliação e reeducação. [...]
    Referencia: BARCELOS, Walter• Sexo e evolução• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 19

    [...] todo filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhando através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. [...]
    Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 1

    O filhinho que te chega é compromisso para a tua existência.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] os filhos [...] são companheiros de vidas passadas que regressam até nós, aguardando corrigenda e renovação... [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 39

    Os filhos são doces algemas de nossa alma.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Os filhos não são almas criadas no instante do nascimento [...]. São companheiros espirituais de lutas antigas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outro tempo. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 49

    Os filhos são liames de amor conscientizado que lhes granjeiam proteção mais extensa do mundo maior, de vez que todos nós integramos grupos afins.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vida e sexo• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 2

    [...] Os filhos são as obras preciosas que o Senhor confia às mãos [dos pais], solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 135

    [...] os filhos são associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do pretérito próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na 5ida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Estude e viva• Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38


    Israel

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    substantivo masculino Designação do Estado de Israel, localizado no Oriente Médio, reconhecido oficialmente em 1948, sendo também conhecido como Estado Judeu e Democrático.
    Por Extensão Significado do nome em hebraico: "o homem que vê Deus".
    Etimologia (origem da palavra Israel). Do latim Isráél; do grego Israêl; pelo hebraico Yisraél.

    Luta com Deus. Foi este o novo nome dado a Jacó, quando ele pedia uma bênção depois de ter lutado com o Anjo do Senhor em Maanaim (Gn 32:28os 12:4). Depois é usado alternadamente com Jacó, embora menos freqüentemente. o nome era, primeiramente, empregado para designar a família deste patriarca, mas depois, libertando-se os hebreus da escravidão egípcia, aplicava-se de modo genérico ao povo das doze tribos (Êx 3:16). Mais tarde, porém, achamos a tribo de Judá excluída da nação de israel (1 Sm 11.8 – 1 Rs 12,16) a qual, desde que as tribos se revoltaram contra Roboão, se tornou o reino do Norte, constituindo o reino do Sul as tribos de Judá e Benjamim, com partes de Dã e Simeão. E isto foi assim até à volta do cativeiro. os que voltaram à sua pátria tomaram de novo o nome de israel, embora fosse um fato serem judeus a maior parte deles. Nos tempos do N.T. o povo de todas as tribos era geralmente conhecido pelo nome de judeus.

    Nome dado a Jacó depois que “lutou com Deus” em Peniel (Gn 32:28-31). Veja Jacó.


    Israel [O Que Luta com Deus] -

    1) Nome dado por Deus a Jacó (Gn 32:28)

    2) Nome do povo composto das 12 tribos descendentes de Jacó (Ex 3:16).

    3) Nome das dez tribos que compuseram o Reino do Norte, em contraposição ao Reino do Sul, chamado de Judá (1Rs 14:19);
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ).

    4) Designação de todo o povo de Deus, a Igreja (Gl 6:16).

    Israel Nome que Jacó recebeu após lutar com Deus — como hipóstase — em Jaboc (Gn 32:29). Derivado da raiz “sará” (lutar, governar), contém o significado de vitória e pode ser traduzido como “aquele que lutou com Deus” ou “o adversário de Deus”. Mais tarde o nome se estenderia aos descendentes de Jacó (Ex 1:9) e, com a divisão do povo de Israel após a morte de Salomão, passou a designar a monarquia do Reino do Norte, formada pela totalidade das tribos exceto a de Judá e Levi, e destruída pela Assíria em 721 a.C. A palavra designa também o território que Deus prometeu aos patriarcas e aos seus descendentes (Gn 13:14-17; 15,18; 17,18; 26,3-4; 28,13 35:12-48,3-4; 1Sm 13:19).

    Após a derrota de Bar Kojba em 135 d.C., os romanos passaram a chamar esse território de Palestina, com a intenção de ridicularizar os judeus, recordando-lhes os filisteus, desaparecidos há muito tempo. Pelos evangelhos, compreende-se que a Igreja, formada por judeus e gentios que creram em Jesus, é o Novo Israel.

    Y. Kaufmann, o. c.; m. Noth, Historia...; J. Bright, o. c.; S. Hermann, o. c.; f. f. Bruce, Israel y las naciones, Madri 1979; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...


    Jeroboão

    -

    que o povo se multiplique

    Dois reis de Israel tinham este nome:

    1Jeroboão I (930-909 a.C.) Os registros sobre Jeroboão aparecem em I Reis 11:26-14:20 e II Crônicas 10:1-13:20. Era um homem proeminente da tribo de Efraim, a quem o rei Salomão colocou como supervisor de todo o trabalho forçado. Essa nomeação real colocou Jeroboão no centro de um conflito político entre as tribos do Norte e as do Sul. As esposas estrangeiras de Salomão o levaram a adorar falsos deuses (1Rs 11:1-13) e o Senhor levantou muitos adversários contra ele (vv. 14-25). Jeroboão foi o maior deles. O profeta Aías anunciou que Deus dividiria o reino e daria a este súdito dez das doze tribos (vv. 26-39). Essa divisão foi adiada, entretanto, quando Salomão tentou matar Jeroboão, o qual fugiu para o Egito (v. 40).

    Depois da morte de Salomão, Jeroboão se uniu a outros representantes das tribos do Norte, os quais pediram a Roboão (sucessor do rei Salomão) que aliviasse a severa política dos trabalhos forçados de seu pai (1Rs 12:1-24). Depois de três dias de discussão, Roboão recusou o pedido e insensatamente ameaçou seus trabalhadores com condições ainda piores. Como resultado, Jeroboão liderou uma rebelião contra a casa de Davi e tornou-se rei sobre as dez tribos do Norte.

    A Bíblia não condena Jeroboão por essa rebelião. Na verdade, o relato bíblico indica que ele tinha motivos, devido às ameaças de Roboão de acrescentar mais dificuldades aos trabalhadores. O trono de Jerusalém tinha violado tão profundamente suas prerrogativas que se tornara um governo ilegítimo. Em duas ocasiões o Senhor aprovou explicitamente Jeroboão como rei das tribos do Norte. Prometeu-lhe especificamente uma dinastia tão duradoura quanto a da linhagem de Davi, desde que permanecesse fiel (1Rs 11:38). Além disso, quando Roboão reuniu suas tropas e preparou-se para atacar Jeroboão, o profeta Semaías ordenou em nome do Senhor que voltassem (1Rs 12:24).

    Mesmo assim, os problemas logo surgiram para Jeroboão. Ficou preocupado com a possibilidade de seu povo voltar-se para a casa de Davi, se freqüentasse o Templo em Jerusalém para adorar ao Senhor (1Rs 12:26-27). Por essa razão, inaugurou dois centros de culto alternativo, um em Betel, alguns quilômetros ao norte de Jerusalém, e o outro no extremo norte de Israel, na região de Dã. Essa atitude não foi simplesmente contra Roboão, mas também um desafio contra o Senhor, que estabelecera o Templo em Jerusalém como o lugar de sua presença especial e o único local de adoração (1Rs 8:27-30). Além disso, Jeroboão misturou a adoração a Deus com o culto a Baal. Erigiu bezerros de ouro em Betel e Dã e pronunciou essas palavras, reminescentes de Arão (Ex 32:4-5): “Vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito” (1Rs 12:28). Ele também construiu altares em vários lugares altos por todo seu reino. Nomeou seus sacerdotes e criou suas próprias festas de adoração (1Rs 12:31-33).

    A falsa religião criada por Jeroboão suscitou a ira de Deus contra ele. Um profeta anônimo anunciou que um rei chamado Josias um dia destruiria o altar de Betel (1Rs 13:2-3). Essa predição se cumpriu quando este monarca estendeu sua reforma religiosa também a Israel, o reino do Norte (2Rs 23:15). Além disso, o próprio profeta Aías, que proferira boas palavras a Jeroboão (1Rs 11:29-39), anunciou que as ações do rei trariam desastre sobre sua dinastia (1Rs 14:1-16). Essa profecia cumpriu-se quando Baasa assassinou o filho de Jeroboão, Nadabe, e o resto de sua família (1Rs 15:27-28).

    A idolatria do rei Jeroboão tornou-se um padrão pelo qual o escritor dos livros dos Reis comparou todos os demais governantes do Norte. Freqüentemente mencionava que o rei “andou em todos os caminhos de Jeroboão” (1Rs 16:26-2Rs 14:24). Assim como Davi era o modelo do rei íntegro, Jeroboão era o modelo do monarca ímpio. Essa lembrança constante de seu pecado indica a maneira como o Senhor tratou contra a idolatria durante a história de Israel.

    2Jeroboão II (793 a 752 a.C.) Filho de Jeoás, foi o quarto rei da dinastia de Jeú. Seu longo reinado sobre Israel (quarenta e um anos) recebeu uma atenção relativamente pequena nos registros de II Reis (2Rs 14:23-29), mas foi alvo de muitas profecias nos livros de Amós e Oséias.

    Jeroboão II liderou Israel numa época de prosperidade sem precedentes. A Assíria havia enfraquecido a Síria, que dessa maneira não representava mais uma ameaça para Israel. Os próprios assírios estavam preocupados com a guerra na Armênia. Conseqüentemente, Jeroboão teve liberdade para executar uma agressiva expansão de seu território. O profeta Jonas predissera que ele restauraria as fronteiras dos dias de Salomão e realmente o rei alcançou esse objetivo (2Rs 14:25). O Senhor usou esse governante para salvar Israel de anos de dificuldades e problemas (2Rs 14:27).

    A prosperidade do reino de Jeroboão, entretanto, levou a muitos males. Amós condenou a grande lacuna que havia entre os ricos e os pobres (Am 2:6-7); denunciou os rituais religiosos vazios (Am 5:21-24) e a falsa segurança (Am 6:1-8). Esses e outros pecados levaram o profeta a predizer a queda de Israel (Am 6:8-14). Jeroboão e seu povo recusaram-se a dar ouvidos às palavras de Amós (Am 7:10-17) e em 722 a.C. Samaria caiu diante do exército assírio.

    O reinado de Jeroboão II é uma advertência sobre quão facilmente a prosperidade leva à corrupção. Embora Deus tivesse abençoado a nação de muitas maneiras, a bênção do Senhor tornou-se ocasião para a desobediência e a destruição decorrente dela. R.P.


    Joás

    Joás [Javé Deu ? Javé Sustenta ?]

    Oitavo rei de Judá, que reinou 40 anos (835-796 a.C.). Tornou-se rei por iniciativa do sumo sacerdote Joiada, após ter sido salvo de Atalia pela tia Jeoseba, esposa de Joiada (2Rs 11). Sob a orientação de Joiada, Joás restaurou a religião de Javé; mas, depois da morte do sacerdote, Joás se desviou de Javé. Por isso foi derrotado pelos sírios e depois foi morto pelos seus próprios servos (2Cr 24:17-26).


    l. Um descendente de Benjamim porBequer (1 Cr 7.8). 2. Um dos oficiais da casa de Davi (1 Cr 27.28). 3. Este e o seguinte nome são palavras diferentes das duas anteriores o Senhor é forte. Pai de Gideão, que manteve no seu próprio lugar um altar e um poste-ídolo a Baal. Todavia, quando Gideão, na obediência a Deus, derrubou o altar de Baal, defendeu Joás o filho contra os que se levantaram contra ele (Jz 6:31). 4. Filho de Acabe (1 Rs 22.26). 5. Rei de Judá. Foi o único dos filhos de Acazias que escapou ao massacre, que Atalia ordenara (2 Rs 11.2). Foi salvo por Joseba, e oculto no templo pelo espaço de seis anos. No fim deste tempo foi Joás, por meio de uma revolução, elevado ao trono de Salomão, sendo ele o único sobrevivente que descendia deste rei. Começou então, um período de prosperidade, sendo restabelecida a verdadeira religião. Mas, quando morreu Joiada, ele, influenciado por maus conselheiros, restaurou o culto de Baal, estabelecendo também postes-ídolos em honra de Astorete. Zacarias o censurou, mas Joás mandou que ele fosse apedrejado no vestíbulo do templo. Recebeu depois a recompensa da sua barbaridade. o pais foi saqueado por Hazael, rei da Síria – e Joás, tendo adoecido, foi morto na cama pelos seus criados (2 Cr 24.20 a 25). o seu reinado teve a duração de quarenta anos. Foi sepultado em Jerusalém, mas o seu corpo não foi levado para os sepulcros dos reis de Judá (2 Rs 11.2 e seg. – 2 Cr 24.25). 6. Rei de israel, Joás, ou também Jeoás, era filho de Jeoacaz, a quem sucedeu – e foi pai de Jeroboão ii (2 Rs 14.1). Em conseqüência de uma visita que Jeoás fez a Eliseu, já moribundo, prometeu-lhe o profeta que ele havia de alcançar três vitórias na luta com seus inimigos g Rs 13 14:19). Por três vezes derrotou Hadade, reconquistando algumas cidades que os sírios tinham tomado. Saiu, também, vitorioso numa guerra que teve com Amazias, rei de Judá (2 Cr 25 e seg.). A causa desta guerra foi extraordinária. Ele tinha tomado a soldo por 100 talentos de prata um exército de guerreiros de israel, com o fim de tomarem parte numa expedição contra Edom. Mas sendo persuadido a ir ao combate sem esses homens, mandou-os embora. Ficaram as tropas mercenárias enfurecidas com este procedimento, e, no caminho para as terras de israel, saquearam um certo número de cidades de Judá. Amazias, para vingar-se da afronta, declarou guerra a Joás. Este rei derrotou Amazias em Bete-Semes, derribou o muro de Jerusalém, e saqueou a cidade e o templo, levando para o seu pais alguns dos seus habitantes, como reféns. Ele morreu em Samaria (2 Rs 13.9 e seg. – 14.1 a 27 – 2 Cr 25 – os 1:1Am 1:1). 7. Um judaíta que aparentemente tinha domínio em Moabe (1 Cr 4.22). 8. Um dos heróis que foram auxiliar Davi em Zielague. Alcançou, por isso, o segundo posto no comando das tropas (1 Cr 12.3). JoBABE. Grito agudo. 1. Filho de Joctã (Gn 10:29 – 1 Cr 1.23). 2. Rei de Edom (Gn 36:33-34 – 1 Cr 1.44). 3. Rei de Madom, ao norte de Canaã, derrotado por Josué em Merom (Js 11:1). 4. Um benjamita (1 Cr 8.9). 5 Um benjamita (1 Cr 8.18).

    (Heb. “o Senhor tem dado”).


    1. Filho de Bequer e neto de Benjamim (1Cr 7:8).


    2. Mencionado em I Crônicas 4:22, como líder na tribo de Judá. Junto com outros, é listado como membro do grupo de oleiros que viviam em Moabe.


    3. O abiezrita. Um anjo apareceu a Gideão, seu filho, quando este trabalhava no lagar, perto do “carvalho que está em Ofra” (Jz 6:11). Ali, o referido jovem foi desafiado a liderar os israelitas na vitória contra os midianitas. Joás interviu a favor do filho, quando Gideão destruiu um altar dedicado a Baal. Obviamente ele era um homem que permanecera fiel ao Senhor e ficou atônito, quando presenciou os homens de Belial no propósito de matar seu filho, por desejar obedecer a Yahweh (vv. 20-31). A fé demonstrada em sua resposta à multidão hostil é impressionante: “Contendereis vós por Baal? Livrá-lo-eis vós? Qualquer que por ele contender, ainda esta manhã será morto. Se é deus, por si mesmo contenda quando alguém lhe derrube o seu altar” (v. 31). Gideão prosseguiu em sua missão, até que finalmente tornou-se um dos maiores juízes de Israel.


    4. Arqueiro hábil e ambidestro, da tribo de Benjamim; filho de Semaá. Primeiro lutou no exército de Saul e depois uniu-se a Davi em Ziclague (1Cr 12:3).


    5. Um dos superintendentes durante o reinado de Davi. Era responsável pelos depósitos de azeite (1Cr 27:28).


    6. Rei de Judá, tinha sete anos de idade quando chegou ao trono, em 835 a.C. Era filho do rei Acazias e sua mãe chamava-se Zibia (2Rs 11:2-2Rs 12:1). Quando seu pai foi morto por Jeú, Atalia, sua avó, usurpou o poder. Mandou matar todos os descendentes da família real; Jeoseba, porém, tia do garoto, o escondeu no Templo, onde seu marido Jeoiada era o sumo sacerdote. Naquele local, o menino foi bem criado e conheceu a Lei do Senhor, até que Jeoiada decidiu que já tinha idade suficiente para ser apresentado ao povo e assumir o trono, com o apoio de alguns oficiais do exército (2Cr 24:1-3). “Então Jeoiada fez aliança entre o Senhor e o rei e o povo, que seriam o povo do Senhor. Fez também aliança entre o rei e o povo” (2Rs 11:17). Os judeus então derrubaram o templo dedicado a Baal. Enquanto Joás crescia e governava a nação, o escritor dos livros de Reis comenta: “Fez Joás o que era reto aos olhos do Senhor todos os dias em que o sacerdote Jeoiada o dirigia” (2Rs 12:2). Durante o tempo em que foi influenciado pelo sumo sacerdote, Joás ordenou que o Templo fosse reformado. Decidiu estabelecer um imposto para este propósito, como Moisés fizera no deserto (2Cr 24:9), mas os levitas não implementaram o projeto imediatamente (2Rs 12:7-2Cr 24:4-6). Posteriormente, muito dinheiro e diversos tesouros foram doados pelo povo e o Templo foi totalmente reformado e remobiliado. Enquanto Jeoiada viveu, os sacrifícios foram oferecidos regularmente no Templo do Senhor (2Cr 24:13-16).

    Durante esse período Joás casou-se com duas mulheres e teve vários filhos (2Cr 24:3). Lamentavelmente, assim que o fiel sacerdote Jeoiada morreu, o rei foi influenciado por outros líderes e não pelos sacerdotes e, como seus antecessores, envolveu-se com os cultos pagãos (2Cr 24:17-18). O Senhor enviou profetas para adverti-lo sobre os perigos de seus atos, mas ele não deu atenção. Um desses mensageiros foi Zacarias, filho do sacerdote Jeoiada. O Espírito do Senhor desceu sobre ele, o qual falou aos judeus, a fim de advertir que o povo e o rei desobedeciam aos mandamentos de Deus. Por isso, o Senhor os abandonaria, (2Cr 24:20). Ao invés de se arrependerem, apedrejaram Zacarias até a morte, no próprio átrio do Templo; o rei Joás foi responsabilizado ele mesmo por esta ação (vv. 21,22). Conforme registra o escritor de Crônicas: “Porque Judá havia deixado o Senhor, Deus de seu pais. Assim executaram os sírios os juízos de Deus contra Joás” (2Cr 24:24). Dentro de um ano os sírios invadiram Judá. Durante algum tempo o rei manteve-se fora de um conflito direto, pois enviou diversos presentes ao rei da Síria (2Rs 12:17-18), mas finalmente foi morto por um grupo de oficiais de Jerusalém, depois que muitos tesouros foram mandados para Damasco. Os oficiais o mataram porque havia ordenado a morte do profeta Zacarias (2Cr 24).

    Talvez mais do que com qualquer outro rei, a influência de um sacerdote fiel ao Senhor sobre a nação e seus governantes foi revelada nos primeiros anos do reinado de Joás. Jeoiada cumpriu tudo o que Deus esperava dele como sumo sacerdote. Instruiu fielmente o jovem rei nos caminhos do Senhor e liderou a nação, dos bastidores, numa adoração fiel a Deus. Esta deveria ser a função contínua dos sacerdotes; mas, assim como os reis, eram falíveis e, após a morte de Jeoiada, parece que não havia ninguém que o substituísse, em termos de influência espiritual na corte real. Joás era facilmente influenciável. Talvez fosse demasiadamente dependente de Jeoiada, e foi colocado no trono ainda muito criança. Ou talvez sua fé nunca tenha sido baseada num compromisso pessoal com o Senhor. Sem um rei ou um sacerdote fiel, o juízo de Deus sobre a nação veio rapidamente. As últimas palavras de Zacarias, antes de morrer, “O Senhor o verá, e o requererá” (2Cr 24:22) foram proféticas e se cumpriram logo depois. Após um reinado de 40 anos, Joás morreu de forma ignominiosa em 796 a.C.


    7. Em algumas versões da Bíblia o 12o rei de Israel (Jeoás) é também chamado de Joás. Para mais detalhes, veja Jeoás.


    8. Filho do rei Acabe, de Israel; foi o responsável pelo local onde o profeta Micaías ficou preso (1Rs 22:26-2Cr 18:25). P.D.G.


    Judá

    Louvor. É este um nome que em diversos lugares aparece com a forma de Judas e de Juda. E também a Judéia se chama Judá em certo número de exemplos. 1. Pela primeira vez ocorre em Gn 29:35 – é Lia que dá esse nome ao seu quarto filho quando disse: ‘Esta vez louvarei o Senhor. E por isso lhe chamou Judá.’ Nasceu em Harã, na Mesopotâmia. À exceção de José, ele figura mais vezes na história de israel do que qualquer dos seus irmãos. Foi ele que aconselhou a venda de José aos mercadores ismaelitas, querendo evitar a sua morte (Gn 37:26-27). Ele se nos apresenta como o diretor dos negócios da família e, como se diz em 1 Cr 5.2, ‘foi poderoso entre os seus irmãos’. Naquelas memoráveis viagens ao Egito, para comprar trigo, foi Judá que fez objeções ao fato de querer Jacó conservar Benjamim junto de si – e foi ele também que, oferecendo os seus próprios filhos como reféns, fez todos os esforços para trazer de novo Benjamim (Gn 43:3-10). Em todas as ocorrências dramáticas entre os filhos de israel e seu irmão José, bem como no caso de ser a família removida para o Egito, foi Judá quem sempre falou pelos outros. E Jacó reconheceu a ascendência de Judá sobre seus irmãos, o que se mostra nas últimas palavras que o patriarca lhe dirigiu: ‘os filhos de teu pai se inclinarão a ti’ (Gn 49:8-10). Judá teve cinco filhos, dois dos quais morreram novos. os outros três, Selá, Perez e Sera, foram com seu pai para o Egito (Gn 46:12). Estes filhos nasceram na Palestina numa parte do país, de que a família, já uma tribo, se apossou de novo, no tempo da conquista. (*veja Judá, Judéia.) 2. Levita do tempo de Zorobabel, que auxiliou a restaurar o templo (Ed 3:9). Provavelmente devia ler-se Hodavias. 3. Levita que mandou embora a sua mulher estranha (Ed 10:23). 4. Um indivíduo da tribo de Benjamim. o superintendente de uma parte de Jerusalém, no tempo de Neemias (Ne 11:9). 5. Levita, provavelmente o mesmo que Judá 2 (Ne 12:8). 6. Chefe dos que fizeram a dedicação dos muros, ou então, talvez, devamos compreender por esse nome a própria tribo (Ne 12:34). 7. Um sacerdote na dedicação dos muros (Ne 12:36).

    1. Nascido em Padã-Arã, era o quarto filho de Jacó e Lia (Gn 29:35; Gn 35:23). Tornou-se o progenitor de uma das doze tribos de Israel. Pouco se sabe sobre ele; quando os irmãos decidiram matar José, Judá falou com eles e recusou-se a participar do assassinato de alguém de sua própria carne e sangue; sugeriu que o vendessem como escravo para os mercadores midianitas (Gn 37:26-27).

    Em certa ocasião, Judá saiu para passar uns dias com seu amigo Hira, em Adulão, onde conheceu e casou-se com uma mulher filha de um cananeu chamado Sua. Teve vários filhos com ela (Gn 38:1-11). Um deles, chamado Er, era ímpio e foi morto pelo Senhor (v. 7). A esposa dele, cujo nome era Tamar, foi dada a seu irmão Onã, o qual recusou-se a ter filhos com ela. Ele também foi morto, por não obedecer ao Senhor nesta questão. Em vez de dá-la ao seu terceiro filho, Judá mandou-a para a casa de seu pai e lhe disse que levasse uma vida de viúva. Algum tempo depois, a esposa de Judá morreu e ele foi novamente visitar seu amigo Hira. Tamar, usando de um estratagema, seduziu o próprio sogro e engravidou. Quando soube de tudo, Judá reconheceu que não a tratara com justiça; por ser viúva, levou-a para sua casa, onde cuidou dela. Quando deu à luz, Tamar teve gêmeos: Perez e Zerá (Gn 38:26-30; Gn 46:12).

    Há um grande contraste entre o pecado sexual de Judá, ao aproximar-se de uma mulher que se fazia passar por prostituta (Gn 38), e a fidelidade de José, o qual recusou-se a deitar com a esposa de Potifar. Todo o relato sobre Judá é narrado pelo escritor bem no meio da história do sofrimento de José, na prisão, devido ao seu comportamento íntegro (Gn 37:39-40).

    Judá aparece novamente em cena quando os irmãos viajaram pela segunda vez ao Egito, a fim de comprar alimentos, durante a fome que assolava a humanidade. Ele lembrou ao pai que o primeiro-ministro do Egito avisara que não os receberia a menos que levassem o irmão mais novo, Benjamim, junto com eles (ainda não sabiam que era José, desejoso de ver o irmão). Judá prometeu ao pai que ele próprio se ofereceria como refém para que Benjamim regressasse do Egito em segurança. Sem dúvida, tanto Jacó como Judá percebiam que havia possibilidade de perderem mais um membro da família (Gn 43:8). Parece que ele se tornou o líder dos irmãos, nos contatos que tiveram com José (Gn 44:14-34). Finalmente, o governador revelou sua identidade e trouxe todos eles, inclusive Jacó, para viver no Egito. Judá levou todos os familiares para a terra de Gósen (Gn 46:28).

    Quando estava próximo da morte, Jacó abençoou seus filhos e profetizou que Judá seria a maior de todas as tribos. Predisse que o cetro (símbolo da realeza) jamais se apartaria de sua mão (Gn 49:8-10).

    Quando a terra de Canaã foi distribuída entre as tribos, no tempo de Moisés e de Josué, Judá recebeu como herança a região ao redor de Hebrom, ao sul de Jerusalém. A bênção de Jacó sobre este filho provou ser correta e duradoura. Judá permaneceu a tribo abençoada por Deus e, depois da invasão de Israel pelos assírios, tornou-se o reino abençoado por Deus. O rei Davi era descendente de Judá e entre os seus filhos, no futuro, estaria o Salvador Jesus. Desta maneira, o cetro seria estabelecido para sempre entre os descendentes de Judá (Lc 3:33).


    2. Um dos levitas que se casaram com mulheres estrangeiras depois do retorno do exílio na Babilônia (Ed 10:23).


    3. Filho de Senua, da tribo da Benjamim, foi colocado como segundo superintendente da cidade de Jerusalém, após o exílio na Babilônia (Ne 11:9).


    4. Um dos levitas que ajudaram no ministério da música no Templo, após o retorno do exílio na Babilônia (Ne 12:8).


    5. Um dos líderes da tribo de Judá que participaram do culto de dedicação dos muros de Jerusalém, quando a obra de reconstrução foi concluída, na época de Neemias (Ne 12:34).


    6. Outro envolvido na celebração da festa de dedicação dos muros de Jerusalém, sob a liderança de Neemias (Ne 12:36). P.D.G.


    Judá
    1) Quarto filho de Jacó e Lia (Gn 29:35). Aparece como líder entre os irmãos (Gn 37:26-27); 43:3-10; 44:16-34). Casou com mulher cananéia (Gn 38:1-11) e foi pai de gêmeos com Tamar, sua nora (Gn 38:12-30). Recebeu de Jacó a bênção do CETRO (Gn 49:8-12). Foi antepassado de Davi (Rth 4:12,18-2)

    2) e de Cristo (Mt 1:3)

    2) Uma das 12 TRIBOS do povo de Israel, formada pelos descendentes de JUDÁ 1. Na divisão da terra, essa tribo recebeu a maior parte do sul da Palestina (Jos 15:1-12:2) 0-63).

    3) Reino localizado no sul da Palestina. Foi formado quando as dez tribos do Norte se revoltaram contra Roboão e formaram o Reino de Israel sob o comando de Jeroboão I, em 931 a.C. (1Rs 12;
    v. o mapa OS REINOS DE ISRAEL E DE JUDÁ). Durou até 587 a.C., quando Jerusalém, sua capital, foi tomada e arrasada pelos babilônios, e o povo foi levado ao CATIVEIRO (1Rs 12—22; 2Rs; (2Ch 11—36).

    4) Nome usado em Esdras (5.8; 9.9), Neemias (2,7) e Ageu (1.1,14; 2,2) a fim de indicar a PROVÍNCIA para onde os

    -

    Palavras

    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    Pastores

    masc. pl. de pastor
    2ª pess. sing. pres. conj. de pastorar

    pas·tor |ô| |ô|
    (latim pastor, -oris)
    nome masculino

    1. Pessoa que guarda, guia e apascenta o gado. = PEGUREIRO, ZAGAL

    2. Pessoa que dá conselhos ou orientações relativos aos assuntos do espírito. = GUIA ESPIRITUAL

    3. Figurado Cura de almas, pároco.

    4. Ministro protestante.

    5. Cão usado para guardar e conduzir rebanhos.

    adjectivo
    adjetivo

    6. Que faz ou leva vida de pastor.


    bom Pastor
    Jesus Cristo.

    pastor universal
    O papa.


    pas·to·rar -
    (pastor + -ar)
    verbo intransitivo

    Levar os gados ao campo e guardá-los enquanto pastam.


    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Respeito

    Respeito: É o sentimento fundamental que possibilita a aquisição de noções morais.
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    Olvide a discussão intempestiva. Recorde que o respeito ao semelhante é o alicerce da paz.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 90


    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Tecoa

    Talvez signifique o ato de armartendas, ou o soar das trombetas (*veja Jr 6:1). É hoje Tukua, que fica 8 km ao sul de Belém, 11 km ao nordeste de Bete-Zur, num território de pastagem e montanhoso, que principia perto de Hebrom e se estende para o oriente, na direção do mar Morto. Asur, um neto de Judá, é chamado seu ‘pai’, evidentemente o seu fundador (1 Cr 4.5). Era a terra natal daquela discreta mulher que foi mandada a Davi com o fim de o reconciliar com Absalão (2 Sm 14,2) – também a de um dos homens valentes de Davi (2 Sm 23.26 – 1 Cr 11.28 – 27,9) – e a do profeta Amós (Am 1:1). Foi fortificada pelo rei Roboão (2 Cr 11,6) – e reocupada pelos judeus depois da volta do cativeiro (Ne 3:5-27). o povo que vivia por aqueles sítios devia ter-se dedicado, principalmente, à vida de pastor – e então Tecoa pouco mais podia ter sido do que um grupo de tendas, às quais voltavam os homens, em ocasiões de folga, das vizinhas pastagens, e nas quais habitavam as famílias durante a ausência dos seus chefes. Este é, ainda, o caráter daquele lugarejo.

    Tecoa Cidade de Judá situada 20 km ao sul de Jerusalém. Amós era natural de Tecoa (Am 1:1).

    Terremoto

    substantivo masculino Abalo ou trepidação na superfície terrestre, originário de um foco subterrâneo; tremor de terra.

    As terras da Bíblia sempre foram sujeitas a terremotos – no vale do Jordão e na região do mar Morto há muitos vestígios da ação vulcânica. Estas forças interiores foram, provavelmente, os instrumentos de destruição, na ruína das cidades da planície (Gn 19:25) – e o tremor de terra juntou-se à terrível presença e juízos de Deus (Êx 19:18 – 1 Rs 19.11). Por esta razão se vê estar o terremoto no simbolismo da profecia (is 29:6Mc 13:8Ap 16:18). Nos dias de Saul acha-se registrado um tremor de terra, quando se trata do feito de armas, que Jônatas e seu escudeiro realizaram (1 Sm 14.15). No reinado de Uzias dois terremotos são mencionados de forma a fazer crer que foram uma memorável catástrofe (Am 1:1Zc 14:5). Josefo liga o fato com a impiedade do rei, que julgou que devia oferecer incenso no altar de ouro, e descreve o caso com linguagem muito semelhante à da profecia de Zc 14:4. (Josefo, Ant iX. 10.4.) Segundo a narração de S. Mateus, a morte de Jesus foi assinalada por um terremoto, abrindo-se os túmulos e aparecendo os mortos (Mt 27:51-54). E, na cidade de Filipos, Paulo e Silas puderam livrar-se da prisão em virtude de um fenômeno semelhante (At 16:26).

    Uzias

    -

    o Senhor é minha força. 1. Rei de Judá, e filho do assassinado rei Amazias, sendo colocado no trono pelo povo, quando tinha dezesseis anos (2 Cr 26.1 e seg.). Foi um rei sábio, que fortaleceu e consolidou a sua nação durante um longo reinado de cinqüenta e dois anos (808-9 a 756-7 a.C.). Também é conhecido pelo nome de Azarias. A sua primeira e bem sucedida campanha foi contra os edomitas, a quem tirou Elate (*veja esta palavra) que eles tinham arrancado das fracas mãos de Jorão oitenta anos antes. Este importante porto do golfo de Acabá foi por ele fortificado, e transformado em centro do seu comércio eom os estrangeiros (2 Rs 14.22 – 2 Cr 26.2). Em seguida levantou-se contra os filisteus e certas tribos árabes do sul, derrotando-os e impondo-lhes tributos. os amonitas foram também compelidos, ou por prudência, ou por necessidade, a enviar presentes a Uzias (2 Cr 26.6 a 8). Também este rei fortaleceu grandemente as defesas de Jerusalém, construindo sobre as muralhas novos e terríveis engenhos de destruição. É atribuída a Uzias a invenção da catapulta e da balista para o arremesso de grandes pedras e dardos (2 Cr 26.15). Estas máquinas de guerra acham-se representadas nas esculturas assírias. Ele equipou um exército, que se diz ter sido de 307.500 homens, com as melhores armas do tempo, de maneira que era temido das nações circunvizinhas (2 Cr 26.7,8). Para beneficiar o povo, mandou abrir poços e animou a agricultura, dando ele próprio o exemplo, pois cultivou os campos e plantou vinhas. Edificou torres com o fim de proteger os rebanhos e as manadas contra os ladrões e as feras (2 Cr 26.10). Uzias foi um verdadeiro e firme adorador do Senhor, procurando os conselhos do profeta Zacarias (2 Cr 26,5) – mas tornou-se altivo, e o seu orgulho trouxe sobre ele um terrível castigo. Ele intentou queimar incenso sobre o altar de Deus, ato que somente o sumo sacerdote podia praticar – mas fizeram-lhe forte oposição o sumo sacerdote Azarias e alguns outros. irado com a resistência destes sacerdotes procurou à força satisfazer o seu desejo, mas Deus o feriu de lepra (2 Rs 15.5 – 2 Cr 26.16 e seg.). Como ficou leproso, teve de abandonar o seu palácio e viver fora da cidade, governando como regente o seu filho Jotão. Quando morreu, foi sepultado num sepulcro especial (2 Cr 26.23). (*veja Azarias.) 2. Filho de Uriel, um levita e ascendente de Samuel (1 Cr 6.24). 3. Um dos superintendentes de Davi (1 Cr 27,25) 4. Sacerdote que havia casado com mulher estrangeira no tempo de Esdras (Ed 10:21). 5. Pai de Ataías (Ne 11:4).

    (Heb. “o Senhor é minha força”).


    1. Rei de Judá, governou aproximadamente de 791 a 740/39 a.C. O relato mais longo sobre ele encontra-se em II Crônicas 26, que diz que ele reinou por 52 anos. Governou como co-regente junto com seu pai Amazias, o qual, nos primeiros anos de seu reinado, provavelmente estava preso no reino do Norte. Sua mãe chamava-se Jecolia e era de Jerusalém. Uzias liderou Judá num período de grande prosperidade que culminou num rápido declínio (II Reis 15:1-7 chama-o de Azarias).

    O cronista deseja que o leitor entenda que, assim como seu pai Amazias, Uzias teve grande sucesso “enquanto buscou ao Senhor” (v. 5). Certamente na primeira parte de seu reinado ele “fez o que era reto aos olhos do Senhor” (v. 4) e isso trouxe a bênção de Deus nas lutas contra os filisteus, árabes e amonitas. Durante este tempo, Uzias era ensinado sobre a fé por um profeta chamado Zacarias, o qual é mencionado somente neste texto (v. 5). A fama deste rei espalhou-se muito além das fronteiras de Judá e chegou até o Egito (vv. 6-8). Fortificou a cidade de Jerusalém e construiu postos de vigia no deserto. Juntou um poderoso e enorme exército, muito bem equipado, e até mesmo desenvolveu novos tipos de armas para serem usadas na defesa dos muros da cidade (vv. 9-15).

    Como, porém, acontece com muitas pessoas que se tornam poderosas e famosas, Uzias ficou orgulhoso e desobedeceu ao Senhor. Entrou no Templo para oferecer sacrifícios, o que só os sacerdotes tinham permissão para fazer, de acordo com a Lei de Deus. Sacerdotes corajosos, liderados por Azarias, opuseram-se ao rei e denunciaram o pecado que ele cometera. Uzias aborreceu-se com os sacerdotes, mas, no mesmo instante, ficou leproso, “visto que o Senhor o ferira” (vv. 1620). A lepra era um mal que impedia a pessoa de entrar no Templo e, assim, foi o castigo apropriado para o crime do rei. II Reis 15:1-7 relata muito pouco sobre o reinado de Uzias. Depois de ser afligido com a lepra, provavelmente teve seu filho Jotão como co-regente (v. 5), o qual posteriormente foi seu sucessor no trono (vv. 13 30:32-34; veja também Mt 1:8-9). Durante o reinado de Uzias, os profetas Isaías, Amós e Oséias fizeram pronunciamentos (Is 1:1; Is 6:1; Is 7:1; Os 1:1; Am 1:1). A preocupação deles com a riqueza e o orgulho é evidente em todas as profecias feitas naquele período. O rápido declínio de Judá nos últimos anos de reinado de Uzias era parte do juízo de Deus, que vem sobre o orgulhoso que o ignora. O Senhor enviou também um terremoto como parte do juízo sobre a nação. O tremor de terra foi tão forte que Amós o usou como referência para indicar uma data particular e o profeta Zacarias tempos mais tarde o mencionou para ilustrar o que Deus faria no final para julgar a terra (Am 1:1; Zc 14:5).


    2. Filho de Uriel e pai de Saul, do clã dos coatitas, da tribo de Levi (1Cr 6:24).


    3. Pai de um certo Jônatas, o qual era responsável pelos “tesouros dos campos, das cidades, das aldeias, das torres” do rei Davi; portanto, era um dos superintendentes pessoais do rei (1Cr 27:25).


    4. Descendente de Harim, viveu no tempo de Esdras; foi um dos judeus que se casaram com mulheres estrangeiras, em vez de escolher uma esposa na tribo de Judá (Ed 10:21).


    5. Pai de Ataías e descendente de Perez, da tribo de Judá. Ataías se estabeleceu em Jerusalém depois do exílio na Babilônia (Ne 11:4). P.D.G.


    6. Asteratita, pertencia ao grupo dos “trinta” guerreiros valentes de Davi, os quais saíam com ele para as batalhas e lideravam o povo de Israel na guerra (1Cr 11:44).


    Uzias Décimo rei de Judá, que reinou de 781 a 740 a.C., depois de Amazias, seu pai (2Rs 14:21); 15:1-7). V. AZARIAS (2Cr 26:1).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Amós 1: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    As palavras de Amós, que estava entre os pastores de Tecoa, as quais viu a respeito de Israel, nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto.
    Amós 1: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    766 a.C.
    H1121
    bên
    בֵּן
    crianças
    (children)
    Substantivo
    H1697
    dâbâr
    דָּבָר
    discurso, palavra, fala, coisa
    (and speech)
    Substantivo
    H1961
    hâyâh
    הָיָה
    era
    (was)
    Verbo
    H2372
    châzâh
    חָזָה
    ver, perceber, olhar, observar, profetizar, providenciar
    (shall provide)
    Verbo
    H3063
    Yᵉhûwdâh
    יְהוּדָה
    Judá
    (Judah)
    Substantivo
    H3101
    Yôwʼâsh
    יֹואָשׁ
    filho do rei Acazias e o oitavo rei de Judá
    ([pertained] to Joash)
    Substantivo
    H3117
    yôwm
    יֹום
    dia
    (Day)
    Substantivo
    H3379
    Yârobʻâm
    יָרׇבְעָם
    o primeiro rei do reino do norte, Israel, quando este dividiu-se após a morte de Salomão e
    (And Jeroboam)
    Substantivo
    H3478
    Yisrâʼêl
    יִשְׂרָאֵל
    Israel
    (Israel)
    Substantivo
    H4428
    melek
    מֶלֶךְ
    rei
    (king)
    Substantivo
    H5349
    nôqêd
    נֹקֵד
    ()
    H5818
    ʻUzzîyâh
    עֻזִּיָּה
    filho do rei Amazias, de Judá, e rei de Judá ele próprio por 52 anos; também ‘Azarias’
    (of Uzziah)
    Substantivo
    H5921
    ʻal
    עַל
    sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de,
    ([was] on)
    Prepostos
    H5986
    ʻÂmôwç
    עָמֹוס
    um profeta do Senhor que profetizou no reino do norte; natural de Tecoa, em Judá,
    (of Amos)
    Substantivo
    H6440
    pânîym
    פָּנִים
    o rosto
    (the face)
    Substantivo
    H7494
    raʻash
    רַעַשׁ
    tremor, estrondo, estremecimento
    (an earthquake)
    Substantivo
    H8141
    shâneh
    שָׁנֶה
    ano
    (and years)
    Substantivo
    H834
    ʼăsher
    אֲשֶׁר
    que
    (which)
    Partícula
    H8620
    Tᵉqôwaʻ
    תְּקֹועַ
    um judaíta, filho de Assur e neto de Hezrom n. pr. l.
    (to Tekoah)
    Substantivo


    בֵּן


    (H1121)
    bên (bane)

    01121 בן ben

    procedente de 1129; DITAT - 254; n m

    1. filho, neto, criança, membro de um grupo
      1. filho, menino
      2. neto
      3. crianças (pl. - masculino e feminino)
      4. mocidade, jovens (pl.)
      5. novo (referindo-se a animais)
      6. filhos (como caracterização, i.e. filhos da injustiça [para homens injustos] ou filhos de Deus [para anjos])
      7. povo (de uma nação) (pl.)
      8. referindo-se a coisas sem vida, i.e. faíscas, estrelas, flechas (fig.)
      9. um membro de uma associação, ordem, classe

    דָּבָר


    (H1697)
    dâbâr (daw-baw')

    01697 דבר dabar

    procedente de 1696; DITAT - 399a; n m

    1. discurso, palavra, fala, coisa
      1. discurso
      2. dito, declaração
      3. palavra, palavras
      4. negócio, ocupação, atos, assunto, caso, algo, maneira (por extensão)

    הָיָה


    (H1961)
    hâyâh (haw-yaw)

    01961 היה hayah

    uma raiz primitiva [veja 1933]; DITAT - 491; v

    1. ser, tornar-se, vir a ser, existir, acontecer
      1. (Qal)
        1. ——
          1. acontecer, sair, ocorrer, tomar lugar, acontecer, vir a ser
          2. vir a acontecer, acontecer
        2. vir a existir, tornar-se
          1. erguer-se, aparecer, vir
          2. tornar-se
            1. tornar-se
            2. tornar-se como
            3. ser instituído, ser estabelecido
        3. ser, estar
          1. existir, estar em existência
          2. ficar, permanecer, continuar (com referência a lugar ou tempo)
          3. estar, ficar, estar em, estar situado (com referência a localidade)
          4. acompanhar, estar com
      2. (Nifal)
        1. ocorrer, vir a acontecer, ser feito, ser trazido
        2. estar pronto, estar concluído, ter ido

    חָזָה


    (H2372)
    châzâh (khaw-zaw')

    02372 חזה chazah

    uma raiz primitiva; DITAT - 633; v

    1. ver, perceber, olhar, observar, profetizar, providenciar
      1. (Qal)
        1. ver, observar
        2. ver como um vidente em estado de êxtase
        3. ver, perceber
          1. com a inteligência
          2. ver (por experiência)
          3. providenciar

    יְהוּדָה


    (H3063)
    Yᵉhûwdâh (yeh-hoo-daw')

    03063 יהודה Y ehuwdaĥ

    procedente de 3034, grego 2448 Ιουδα e 2455 Ιουδας; DITAT - 850c; n pr m Judá = “louvado”

    1. o filho de Jacó com Lia
    2. a tribo descendente de Judá, o filho de Jacó
    3. o território ocupado pela tribo de Judá
    4. o reino composto pelas tribos de Judá e Benjamim que ocuparam a parte do sul de Canaã depois da nação dividir-se dois reinos após a morte de Salomão
    5. um levita na época de Esdras
    6. um supervisor de Jerusalém na época de Neemias
    7. um músico levita na época de Neemias
    8. um sacerdote na época de Neemias

    יֹואָשׁ


    (H3101)
    Yôwʼâsh (yo-awsh')

    03101 יואש Yow’ash

    ou יאשׂ Yo’ash (2Cr 24:1)

    uma forma de 3060; n pr m Joás ou Jeoás = “dado pelo Senhor”

    1. filho do rei Acazias e o oitavo rei de Judá
    2. filho do rei Jeoacaz e o décimo-segundo governante do reino do norte, Israel
    3. pai de Gideão
    4. um filho do rei Acabe
    5. um descendente de Selá, o filho de Judá; ou o filho de Selá ou o filho de Joquim
    6. filho de Semaá, o gibeatita, que recorreu a Davi em Ziclague

    יֹום


    (H3117)
    yôwm (yome)

    03117 יום yowm

    procedente de uma raiz não utilizada significando ser quente; DITAT - 852; n m

    1. dia, tempo, ano
      1. dia (em oposição a noite)
      2. dia (período de 24 horas)
        1. como determinado pela tarde e pela manhã em Gênesis 1
        2. como uma divisão de tempo
          1. um dia de trabalho, jornada de um dia
      3. dias, período de vida (pl.)
      4. tempo, período (geral)
      5. ano
      6. referências temporais
        1. hoje
        2. ontem
        3. amanhã

    יָרׇבְעָם


    (H3379)
    Yârobʻâm (yaw-rob-awm')

    03379 ירבעם Yarob am̀

    procedente de 7378 e 5971; n pr m Jeroboão = “o povo contenderá”

    1. o primeiro rei do reino do norte, Israel, quando este dividiu-se após a morte de Salomão e as dez tribos separaram-se de Judá e Benjamim e do reino sob o filho de Salomão, Reoboão; a idolatria foi introduzida no início do seu reinado
    2. o oitavo rei do reino do norte, Israel, filho de Joás, e o quarto na dinastia de Jeú; durante o seu reinado os invasores sírios foram afastados e o reino foi restaurado às suas antigas fronteiras, porém a idolatria do reino continuou

    יִשְׂרָאֵל


    (H3478)
    Yisrâʼêl (yis-raw-ale')

    03478 ישראל Yisra’el

    procedente de 8280 e 410, grego 2474 Ισραηλ; n pr m

    Israel = “Deus prevalece”

    1. o segundo nome dado a Jacó por Deus depois de sua luta com o anjo em Peniel
    2. o nome dos descendentes e a nação dos descendentes de Jacó
      1. o nome da nação até a morte de Salomão e a divisão
      2. o nome usado e dado ao reino do norte que consistia das 10 tribos sob Jeroboão; o reino do sul era conhecido como Judá
      3. o nome da nação depois do retorno do exílio

    מֶלֶךְ


    (H4428)
    melek (meh'-lek)

    04428 מלך melek

    procedente de 4427, grego 3197 Μελχι; DITAT - 1199a; n m

    1. rei

    נֹקֵד


    (H5349)
    nôqêd (no-kade')

    05349 נקד noqed

    particípio ativo da mesma raiz que 5348; DITAT - 1411a; n m

    1. criador de ovelhas, negociante de ovelhas, pastor de ovelhas

    עֻזִּיָּה


    (H5818)
    ʻUzzîyâh (ooz-zee-yaw')

    05818 עזיה ̀Uzziyah ou עזיהו Uzziyahuw

    procedente de 5797 e 3050, grego 3604 Οζιας; n pr m Uzias = “minha força é Javé”

    1. filho do rei Amazias, de Judá, e rei de Judá ele próprio por 52 anos; também ‘Azarias’
    2. um levita coatita e antepassado de Samuel
    3. um sacerdote dos filhos de Harim que casou com uma esposa estrangeira na época de Esdras
    4. um judaíta, pai de Ataías ou Utai
    5. pai de Jônatas, um dos supervisores de Davi

    עַל


    (H5921)
    ʻal (al)

    05921 על ̀al

    via de regra, o mesmo que 5920 usado como uma preposição (no sing. ou pl. freqüentemente com prefixo, ou como conjunção com uma partícula que lhe segue); DITAT - 1624p; prep

    1. sobre, com base em, de acordo com, por causa de, em favor de, concernente a, ao lado de, em adição a, junto com, além de, acima, por cima, por, em direção a, para, contra
      1. sobre, com base em, pela razão de, por causa de, de acordo com, portanto, em favor de, por isso, a respeito de, para, com, a despeito de, em oposição a, concernente a, quanto a, considerando
      2. acima, além, por cima (referindo-se a excesso)
      3. acima, por cima (referindo-se a elevação ou preeminência)
      4. sobre, para, acima de, em, em adição a, junto com, com (referindo-se a adição)
      5. sobre (referindo-se a suspensão ou extensão)
      6. por, adjacente, próximo, perto, sobre, ao redor (referindo-se a contiguidade ou proximidade)
      7. abaixo sobre, sobre, por cima, de, acima de, pronto a, em relacão a, para, contra (com verbos de movimento)
      8. para (como um dativo) conj
    2. por causa de, porque, enquanto não, embora

    עָמֹוס


    (H5986)
    ʻÂmôwç (aw-moce')

    05986 עמוס Àmowc

    procedente de 6006; n pr m Amós = “carga”

    1. um profeta do Senhor que profetizou no reino do norte; natural de Tecoa, em Judá, próxima a Belém, e um pastor por ofício; autor do livro profético que tem o seu nome

    פָּנִים


    (H6440)
    pânîym (paw-neem')

    06440 פנים paniym plural (mas sempre como sing.) de um substantivo não utilizado פנה paneh

    procedente de 6437; DITAT - 1782a; n. m.

    1. face
      1. face, faces
      2. presença, pessoa
      3. rosto (de serafim or querubim)
      4. face (de animais)
      5. face, superfície (de terreno)
      6. como adv. de lugar ou tempo
        1. diante de e atrás de, em direção a, em frente de, adiante, anteriormente, desde então, antes de
      7. com prep.
        1. em frente de, antes de, para a frente de, na presença de, à face de, diante de ou na presença de, da presença de, desde então, de diante da face de

    רַעַשׁ


    (H7494)
    raʻash (rah'-ash)

    07494 רעש ra ash̀

    procedente de 7493; DITAT - 2195a; n. m.

    1. tremor, estrondo, estremecimento
      1. terremoto
      2. tremura, tremor (de uma pessoa)
      3. vibração, agitação (de um dardo)

    שָׁנֶה


    (H8141)
    shâneh (shaw-neh')

    08141 שנה shaneh (somente no pl.), ou (fem.) שׂנה shanah

    procedente de 8138; DITAT - 2419a; n. f.

    1. ano
      1. como divisão de tempo
      2. como medida de tempo
      3. como indicação de idade
      4. curso de uma vida (os anos de vida)

    אֲשֶׁר


    (H834)
    ʼăsher (ash-er')

    0834 אשר ’aher

    um pronome relativo primitivo (de cada gênero e número); DITAT - 184

    1. (part. relativa)
      1. o qual, a qual, os quais, as quais, quem
      2. aquilo que
    2. (conj)
      1. que (em orações objetivas)
      2. quando
      3. desde que
      4. como
      5. se (condicional)

    תְּקֹועַ


    (H8620)
    Tᵉqôwaʻ (tek-o'-ah)

    08620 תקוע T eqowa ̂ ̀

    uma forma de 8619; n. pr. m.

    Tecoa = “uma cerca” n. pr. m.

    1. um judaíta, filho de Assur e neto de Hezrom n. pr. l.
    2. uma cidade na região montanhosa de Judá próxima a Hebrom, edificada pelo rei Roboão, de Judá; lugar de nascimento de Amós
    3. um deserto onde o rei Josafá, de Judá, derrotou os filhos de Moabe, de Amon e os do monte Seir