Enciclopédia de Marcos 15:41-41

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 15: 41

Versão Versículo
ARA as quais, quando Jesus estava na Galileia, o acompanhavam e serviam; e, além destas, muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém.
ARC As quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia; e muitas outras, que tinham subido com ele a Jerusalém.
TB as quais, quando Jesus estava na Galileia, o acompanhavam e serviam; e além, destas, muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
BGB ⸀αἳ ὅτε ἦν ἐν τῇ Γαλιλαίᾳ ἠκολούθουν αὐτῷ καὶ διηκόνουν αὐτῷ, καὶ ἄλλαι πολλαὶ αἱ συναναβᾶσαι αὐτῷ εἰς Ἱεροσόλυμα.
HD as quais o seguiam e o serviam, quando ele estava na Galileia; e muitas outras que haviam subido com ele para Jerusalém.
BKJ (as quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia); e muitas outras mulheres que tinham subido com ele para Jerusalém.
LTT (As quais também, quando Ele estava na Galileia, O seguiam e O serviam); e (ali também estavam) muitas outras mulheres, que haviam juntamente subido com Ele a Jerusalém.
BJ2 Elas o seguiam e serviam enquanto esteve na Galiléia. E ainda muitas outras que subiram com Ele para Jerusalém.
VULG et cum esset in Galilæa, sequebantur eum, et ministrabant ei, et aliæ multæ, quæ simul cum eo ascenderant Jerosolymam.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 15:41

Mateus 27:55 E estavam ali, olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para o servir,
Lucas 8:2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios;

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

O CLIMA NA PALESTINA

CLIMA
À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte.
A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.

1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19).
2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1).
3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.


A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo.
Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste.
Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13.
15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".

ARBORIZAÇÃO
Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:

(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.);
(2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.);
(3) os últimos 200 anos.


O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18).
Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina.
Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos.
Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos.
É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8).
Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6).
A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina.

O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Verão
O Clima no Oriente Médio no Inverno
O Clima no Oriente Médio no Inverno
Tabela do clima da Palestina
Tabela do clima da Palestina

CIDADES DO MUNDO BÍBLICO

FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO
Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:


(1) acesso à água;
(2) disponibilidade de recursos naturais;
(3) topografia da região;
(4) topografia do lugar;
(5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.


O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza.
Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C.
A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso.
Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares.
A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas.
Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49.
2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.

A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS
Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados.
A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7).
A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.


Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização.
Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável.
Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes.
Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:


De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística.

Principais cidades da Palestina
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Principais sítios arqueológicos no mundo bíblico
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Principais sítios arqueológicos da Palestina
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JERUSALÉM NO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO

JERUSALÉM E SEUS ARREDORES
Jerusalém fica no alto da cadeia de montes que forma a espinha dorsal da Judeia, cerca de 750 m acima do Mediterrâneo e 1.150 m acima do mar Morto. É protegida pelo vale do Cedrom a leste e pelo vale de Hinom ao sul e a leste. Para os judeus, a cidade de Jerusalém é o umbigo da terra, situada no meio dos povos, com as nações ao seu redor.! Uma vez que é completamente cercada de montes, quem deseja chegar a Jerusalém tinha de subir? Apesar da cidade ficar próxima de uma rota que, passando pelo centro da Palestina, se estendia de Hebrom, no sul, até Samaria, ao norte, essa via só era usada para o comércio interno. Outra via se estendia de leste a oeste, saindo de Emaús, passando por Jerusalém e chegando até Jericó. Como a parábola do bom samaritano contada por Jesus deixa claro, além de outros perigos, os viajantes corriam o risco de serem assaltados. Os recursos naturais da região ao redor de Jerusalém eram limitados. Havia pedras em abundância, mas nenhum metal, e a argila era de qualidade inferior. Lá e couro eram produzidos graças à criação de ovelhas e gado, mas a maior parte dos cereais de Jerusalém tinha de ser trazida de fora. A cidade possuía apenas uma fonte importante de água, a fonte de Siloé, na parte sul. A água tinha de ser coletada em cisternas ou trazida de lugares mais distantes por aquedutos. Um desses aquedutos, com cerca de 80 km de extensão, foi construído por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, que usou recursos do templo, provocando uma revolta popular. Uma vez que a maioria dos produtos agrícolas vinha de fora, o custo de vida em Jerusalém era alto. Animais domésticos e vinho eram mais caros na cidade do que no campo e as frutas custavam seis vezes mais em Jerusalém.

UM CENTRO RELIGIOSO
O elemento principal da cidade de Jerusalém no primeiro século era o templo do Senhor, reconstruído por Herodes, o Grande, de 19 a.C em diante. Somas consideráveis de dinheiro eram injetadas na economia da cidade, especialmente durante as principais festas religiosas, a saber, Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, quando Jerusalém ficava abarrotada de peregrinos. Além de trazerem ofertas para o templo e manterem o comércio de souvenires, os peregrinos enchiam as hospedarias, dormiam em tendas armadas fora da cidade ou se hospedavam em vilarejos vizinhos. Muitos judeus se mudavam para Jerusalém a fim de ficarem perto do templo e serem sepultados nas imediações da cidade santa Além disso, um imposto de duas dramas para o templo era cobrado anualmente de todos os judeus. Quando as obras do templo finalmente foram concluídas em c. 63 d.C., mais de dezoito mil operários ficaram desempregados.
As autoridades do templo usaram essa mão de obra para pavimentar Jerusalém com pedras brancas. Acredita-se que Jerusalém também tinha cerca de quatrocentas sinagogas, junto às quais funcionavam escolas para o estudo da lei. Uma inscrição de origem incerta sobre um chefe de sinagoga chamado Teódoto foi descoberta em 1913 na extremidade sul da colina de Ofel. Teódoto construiu não apenas uma sinagoga, mas também uma hospedaria para visitantes estrangeiros.

PALÁCIOS
Os governantes hasmoneus haviam construído um palácio chamado de Acra ou cidadela a região a oeste do templo. Mas Herodes, o Grande, construiu um palácio novo na Cidade Alta, na extremidade oeste da cidade, onde hoje fica a Porta de Jafa. Continha salões de banquete grandiosos e vários quartos de hóspedes. O muro externo tinha 14 m de altura, com três torres chamadas Hippicus, Fasael e Mariamne, os nomes, respectivamente, do amigo, do irmão e da (outrora favorita) esposa de Herodes. As torres tinham, respectivamente, 39, 31 e 22 m de altura. Parte da torre de Fasael ainda pode ser vista nos dias de hoje, incorporada na atual "Torre de Davi"

A FORTALEZA ANTÔNIA
Na extremidade noroeste, Herodes construiu uma fortaleza chamada Antônia em homenagem ao general romano Marco Antônio. A fortaleza possuía três torres imensas com 23 m de altura e outra com 30 m de altura. Uma coorte, isto é, uma unidade de infantaria romana com seiscentos homens, guardava o templo e podia intervir rapidamente caso ocorresse algum tumulto (como em At 21:30-32). Os romanos mantinham as vestes do sumo sacerdote nesse local, liberando-as para o uso apenas nos dias de festa. É possível que o pavimento de pedra conhecido como Gabatá, onde Pilatos se assentou para julgar Jesus, fosse o pátio de 2.500 m dessa fortaleza Antônia.

OUTRAS CONSTRUÇÕES EM JERUSALÉM
Na Cidade Baixa, Herodes mandou construiu um teatro e um hipódromo. O tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego de nascença, ficava no sopé do monte sobre o qual estava edificada a cidade de Davi. Os Evangelhos também mencionam o tanque de Betesda, um local cercado por cinco colunatas cobertas. Crendo que, de tempos em tempos, um anjo agitava as águas e realizava um milagre, muitos enfermos se reuniam ali à espera da oportunidade de serem curados. Jesus curou um homem paralítico havia 38 anos.° Os dois tanques descobertos no terreno da igreja de Sta. Ana, ao norte da área do templo, parecem ser o local mais plausível. Ao norte do segundo muro e, portanto, fora da cidade antiga, fica a Igreja do Santo Sepulcro, um possível local do túmulo vazio de Jesus.
Herodes Agripa I (41-44 d.C.) começou a construir mais um muro ao norte da cidade, cercando essa área. Com mais de 3 km de extensão e 5,25 m de espessura, o muro foi concluído em 66 d.C.

TÚMULOS
No vale do Cedrom foram preservados vários túmulos datados do período anterior à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. O assim chamado "Túmulo de Absalão", adornado com colunas jônicas e dóricas, tinha uma cobertura em forma cônica. Um monumento relacionado ao assim chamado "Túmulo de Zacarias" tinha uma torre de pedra quadrada com uma pirâmide no alto. Entre 46 e 55 d.C., a rainha Helena de Adiabene, originária da Assíria (norte do Iraque) e convertida ao judaísmo, erigiu um mausoléu cerca de 600 m ao norte de Jerusalém. Com uma escadaria cerimonial e três torres cônicas, esse túmulo, conhecido hoje como "Túmulo dos Reis", era o mais sofisticado de Jerusalém. Jesus talvez estivesse se referindo a monumentos como esses ao condenar os mestres da lei e fariseus por edificarem sepulcros para os profetas e adornarem os túmulos dos justos. Túmulos mais simples eram escavados na encosta de colinas ao redor da cidade, e muitos destes foram descobertos nos tempos modernos.

FORA DA CIDADE
A leste da cidade ficava o monte das Oliveiras, cujo nome indica que essas árvores eram abundantes na região em comparação com a terra ao redor. Na parte mais baixa defronte a Jerusalém, atravessando o vale do Cedrom, ficava o jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso. Getsêmani significa "prensa de azeite". E possível que azeitonas trazidas da Peréia, do outro lado do rio Jordão, também fossem prensadas nesse local, pois era necessária uma grande quantidade de azeite para manter acesas as lâmpadas do templo. Na encosta leste do monte das Oliveiras ficava a vila de Betânia onde moravam Maria, Marta e Lázaro, e onde Jesus ficou na semana antes de sua morte. De acordo com os Evangelhos, a ascensão de Jesus ao céu ocorreu perto desse local.

A HISTÓRIA POSTERIOR DE JERUSALÉM
Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C. e ficou em ruínas até a revolta de Bar Kochba em 132 d.C. Em 135 d.C., foi destruída novamente durante a repressão dessa revolta e reconstruída como uma cidade romana chamada Aelia Capitolina, da qual os judeus foram banidos. Depois que Constantino publicou seu édito de tolerância ao cristianismo em 313 d.C., os cristãos começaram a realizar peregrinações à cidade para visitar os lugares da paixão, ressurreição e ascensão de Cristo. Helena, mãe de Constantino, iniciou a construção da igreja do Santo Sepulcro em 326 .C. Em 637 d.C., a cidade foi tomada pelos árabes, sendo recuperada pelos cruzados que a controlaram entre 1099 e 1244. Os muros vistos hoje ao redor da Cidade Antiga são obra do sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542.

Jerusalém no período do Novo Testamento
Jerusalém tornou-se um canteiro de obras durante o começo do século I d.C.. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) construiu um terceiro muro no norte da cidade.

 

Referências

Ezequiel 5:5-38.12

Salmos 122:4-125.2

Lucas 10:30

Mateus 17:24

João 19.13

João 9.7

João 5:2-9

Mateus 23:29

Marcos 11:11;

Mateus 21:17:

Lucas 24:50

Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalem no período do Novo Testamento
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.
Jerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.

ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO

UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO
Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo.
Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício.
A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.

No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn
14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era.
Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava.
Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio.
Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo.
Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.)
, os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.

DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE
Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura.
Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos.
Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos.
Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros.
Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade.
Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros.
Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil.
Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas.
Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:


Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).

A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS
A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL
Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido.
Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco.
De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã.
De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade.
Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.

A ESTRADA REAL
Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21.
22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã
Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.

A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS
Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.

VIAGEM POR MAR
As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem.

Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas de Transporte do mundo bíblico
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
Rotas Marítimas do mundo Greco-Romano
As estradas da Palestina
As estradas da Palestina

As condições climáticas de Canaã

CHUVA
No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11).
Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm).
O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.

O CALENDÁRIO DE CANAÃ
Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.

SECAS
Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24).

terra cultivável no vale de Dota
terra cultivável no vale de Dota
chuvas
chuvas
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina
Temperaturas na Palestina

A Agricultura de Canaã

A VEGETAÇÃO NATURAL
A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).

O REINO ANIMAL
A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).

CULTURAS
O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.

A CRIAÇÃO DE ANIMAIS
Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.

Uma descrição de Canaã
"Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18

ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia

PALESTINA - DISTRITOS GEOPOLÍTICOS

Antes de nos envolvermos numa análise mais aprofundada dos aspectos topográficos naturais da Palestina, é necessário definir e, em poucas palavras, delinear certos termos que as Escrituras usam para designar as várias subdivisões geográficas e/ou geopolíticas da terra. Mas, para isso, será proveitoso introduzir, primeiro, dois vocábulos geográficos modernos que, às vezes, são empregados para designar essa terra: Cisjordânia ("deste lado o lado ocidental do rio Jordão") e Transjordânia ("do outro lado [o lado oriental] do rio Jordão"). Já vimos como, em várias épocas, o rio Jordão serviu de fronteira tanto geográfica quanto política. E, antes de prosseguir, é fundamental entender a natureza temporária dessas subdivisões. As fronteiras de um distrito específico podem ter variado ao longo dos séculos, e não é possível estabelecê-las com precisão em cada período. Esse problema é especialmente agravado quando se tenta determinar as fronteiras de um distrito que existiu durante um longo período da história bíblica, talvez durante mais de um milênio. Além do mais, é necessário levar em conta que uma mesma área geográfica frequentemente tinha nomes diferentes em períodos diferentes.

CISJORDÂNIA
De uma perspectiva geopolítica, pode-se dizer que a Cisiordânia esteve dividida em quatro distritos durante a maior parte da história bíblica. Indo do norte para o sul, essas quatro secções foram: Fenícia, Galileia, Samaria e Judá/Judeia.

FENÍCIA
No Antigo Testamento, a Fenícia é em geral definida como uma área litorânea estreita, que se estendia por cerca de 200 quilômetros, desde o rio el-Kabir até o monte Carmelo, e, no lado oriental, era flanqueada pelas montanhas do Líbano e da Galileia. Na época do Novo Testamento, o monte Carmelo já havia caído nas mãos de monarcas de Tiro,62 de sorte que, para o lado sul, a Fenícia chegava até a planície de Dor. A Fenícia foi o cenário de dois milagres da Bíblia: em Sarepta, Eliseu ressuscitou o filho de uma viúva, o qual havia parado de respirar (1Rs 17:8-24), e, na região de Tiro e Sidom, Jesus curou a filha de uma mulher siro-fenícia (Mc 7:24-30). A Fenícia também recebeu várias das primeiras viagens apostólicas.

GALILEIA
Imediatamente a leste da região sul da Fenícia, ficava o distrito da Galileia, o território mais setentrional que o Israel antigo chegou a ocupar. A área central da Galileia se estendia do rio Litani e da região de Dá, no norte, até o vale de Jezreel, no sul, medindo cerca de 80 quilômetros de norte a sul e uns 40 quilômetros de leste a oeste. Em todas as épocas, o distrito esteve dividido por um estreito vale lateral que acompanhava uma falha geológica que saía de Aco/Ptolemaida, rumava para o leste e chegava até a moderna Rosh Pinna (apenas cerca de 16 quilômetros ao norte do mar da Galileia). Esse vale de Beth Kerem divide a Galileia em duas subdivisões: Alta Galileia e Baixa Galileia.3 A distinção é geográfica e não administrativa. O terreno acidentado e praticamente intransponível da Alta Galileia chega a mais de 1.000 metros de altitude, e parte de sua região central é a mais elevada de toda a Cisiordânia (o iebel Jarmuk fica mais de 1.200 metros acima do nível do mar). Na Baixa Galileia, os cumes ficam abaixo de 600 metros de altura. A maioria das referências à Galileia, inclusive todas as do Novo Testamento, é à Baixa Galileia. Por causa de sua localização no norte, a Galileia talvez fosse mais vulnerável à assimilação cultural e ao domínio militar (Is 9:1; Mt 4:15-16; 2Rs 15:29). Embora a Galileia tenha sido habitada pelas tribos de Naftali, Issacar, Zebulom e talvez parte de Aser durante o período da ocupação, a partir do cativeiro babilônico (1Rs 9:10-14) a sua população gentílica passou a ser majoritária. Por isso, o distrito era suspeito tanto do ponto de vista ideológico (Jo 1:46; cp. 7.41,52) quanto do linguístico (Mt 26:73b). Apesar disso, a Galileia se tornou muito importante, igualmente, para judeus e cristãos. Para os judeus, após a destruição de Jerusalém em 70 d.C., a cidade de Tiberíades se converteu, pouco a pouco, no centro da erudição talmúdica; ali o Sinédrio se reuniu pela última vez e a Mishná foi editada; ali se concentraram as famílias de Ben Asher e Ben Naphtali, da tradição massorética; ali também o venerado Códice Aleppo (a mais antiga e mais completa Bíblia hebraica existente) foi criado e é onde se encontram os túmulos dos sábios judeus Maimônides, rabino Akiva e Johanan ben Zekkai. Para os cristãos, a Galileia foi um centro das atividades de Jesus. Ele passou a infância no pacato vilarejo de Nazaré, baseou seu ministério no importante centro de Cafarnaum e, o que talvez seja o mais interessante, ali realizou a maioria de seus milagres públicos.

SAMARIA
Ao sul da Galileia, fica a terceira subdivisão: Samaria. Anteriormente era conhecida como região montanhosa de Efraim (Is 17:15-19.50; Jz 3:27-4.5; 1Sm 1:1-9.4; 1Rs 4:8-2Rs 5,22) e não deve ser confundida com a região montanhosa de Judá (v. a seguir). Por fim, o distrito de Samaria ganhou esse nome devido à terceira e última capital do Reino do Norte (1Rs 16:24). A região central de Samaria se estendia da borda do vale de Jezreel, rumo ao sul, chegando até as proximidades de uma linha topográfica natural que, saindo de Jericó para o oeste, passava pelo uádi Makkuk e ia até Ofra. A partir dali, a fronteira avancava além de Betel e Bete-Horom Superior, onde começava sua descida até Aijalom (cp. ]s 10.11,12) para, então, terminar na planície Costeira, em frente de Gezer. Assim, a Samaria abrangia uma área aproximada de 65 quilômetros de norte a sul e uns 50 quilômetros de leste a oeste (com base na descrição feita por Josefo, infere-se que a Samaria do Novo Testamento foi ligeiramente reduzida em sua área ao sul) 64 O centro geográfico natural de Samaria era a cidade de Siquém, situada no vale entre o monte Ebal e o monte Gerizim, e adjacente à atual cidade de Nablus. Ali a principal estrada rumo ao norte procedente de Jerusalém (estrada da Serra Central) se conectava com uma estrada secundária (estrada lateral de Efraim), que ligava Samaria tanto ao Mediterrâneo quanto ao rio Jordão. Por isso, não é de surpreender que Siquém tenha testemunhado períodos de ocupação prolongada que remontam a 4000 a.C. Durante boa parte do segundo milênio a.C., Siquém competiu com Jerusalém pela supremacia sobre a Palestina central. Esse local foi o primeiro lugar onde Abraão erigiu um altar e adorou ao Senhor em Canaã (Gn 12:6); onde os ossos de José finalmente encontraram descanso (Is 24:32; cp. Gn 50:25-26: Êx 13.19): onde, pela primeira vez 1srael tentou instituir a monarquia (Iz 9); onde aconteceu a divisão da monarquia unida de Israel (1Rs 12:1-16): onde esteve localizada a primeira capital do reino setentrional de Israel (1Rs 12:25) e onde lesus confrontou uma mulher iunto ao poco (Jo 4:5). Embora ofuscada pela cidade de Samaria durante a maior parte do período da monarquia dividida, a ascendência de Siquém foi reafirmada depois que os assírios deram fim ao Reino do Norte, em 722 a.C. Cativos estrangeiros foram estabelecidos em cidades samaritanas (2Rs 17:24-34). Alguns dos refugiados adotaram vários elementos da fé judaica e, com o tempo, passaram a se considerar judeus (e.g., Ed 4:2). Mas sua tentativa de se tornarem membros da comunidade judaica foi em grande medida repudiada pelos judeus pós-exílicos, o que gerou uma hostilidade religiosa que durou todo o restante do período bíblico (Lc 9:52-53; Jo 4:9-8.48). Assim mesmo, o samaritanismo sobreviveu aos séculos. Um relato medieval localizou em Damasco cerca de 400 samaritanos. Estimativas atuais sobre a população samaritana em Israel vão de 550 a 800 pessoas que, todos os anos, continuam a celebrar a Páscoa no alto do monte Gerizim, o monte sagrado deles (Jo 4:20).

JUDÁ
A quarta principal subdivisão geopolítica da Cisiordânia era Judá, que relatos históricos mais antigos chamavam de região montanhosa de Judá (Js 11:21-15.48; 20.7; 21.11; cp. 2C 21.11; 27.4; Lc 1:65). De acordo com II Reis 23:8, Judá ia de Geba, uma cidade estratégica localizada cerca de 8 quilômetros ao norte de Jerusalém, até tão ao sul quanto Berseba (Zc 14:10). Assim, quando compreendido também no contexto do limite norte de Israel na cidade de Da, isso está de acordo com a fórmula recorrente no Antigo Testamento ("de Da até Berseba"), que denota as fronteiras efetivas da região central de Israel (Jz 20:1-1Sm 3.20 2Sm 3:10-17.11; 24.2,15; 1Rs 4:25). Ainda é possível delinear especificamente a região central de Judá a partir de seu eixo lateral, indo para o leste até a descida abrupta para o deserto de Judá (Jesimom [Nm 21:20; cp. 1Sm 26:1 - Haquila, em frente de Jesimom]) e para o oeste até a descida íngreme e rochosa que termina num valado estreito que a separa da Sefelá (v. a seguir). A região central de ludá media não mais de 80 quilômetros de norte a sul e apenas uns 30 quilômetros de leste a oeste. Só raramente Judá atraiu o interesse dos construtores de impérios, pois era um território bem pequeno, em grande parte constituído de amplas áreas de terra incultivável, que ficava bastante isolado das rotas internacionais e nunca experimentou prosperidade material independente. Um estudioso descreveu Judá como uma terra isolada que promovia um estilo de vida pastoril e era o ambiente para fortalezas, altares e vilarejos.

IDUMEIA
Além das quatro principais entidades geopolíticas da Cisjordânia, a província da Idumeia desempenhou um papel secundário na política do período pós-exílico e do Novo Testamento. Idumeia é o nome grego aplicado especificamente a refugiados edomitas que fugiram para o noroeste para evitar a crescente pressão feita por seus vizinhos nabateus. Embora oscilasse bastante, ora separado da Judeia, ora a ela reanexado, o território idumeu chegou a cobrir a região que vai de Bete-Zur, perto de Hebrom, até Berseba, sua extremidade sul, e do mar Morto até os limites da planície da Filístia. Por fim, governantes macabeus subjugaram a Idumeia. Um deles (Alexandre laneu) nomeou Antipatro, um chefe local, para governar a região. É irônico que Herodes, o Grande, no devido tempo descendesse de Antípatro. Na condição de "rei dos judeus" (Mt 2:1), Herodes não se dispôs muito a descentralizar sua autoridade.

TRANSJORDÂNIA
A Transjordânia do Antigo Testamento é constituída de cinco entidades geopolíticas. Do norte para o sul, elas são. Basa, Gileade, Mishor, Moabe e Edom. O termo "Transjordânia" define especificamente a área que vai do monte Hermom até o golfo de Ácaba (cerca de 400 quilômetros de distância) e do vale do Jordão até as margens do deserto Oriental (entre 50 e 130 quilômetros). A natureza geopolítica dessa região é, na realidade, muito mais complicada do que a da vizinha Cisjordánia. Tentar, numa única análise, tratar da Transiordânia tanto do Antigo quanto do Novo Testamento é possível apenas em parte e, com certeza, trata-se de uma tarefa suscetível a imprecisão. Mas também aqui o propósito básico é fornecer a localização aproximada de entidades geopolíticas mencionadas nas Escrituras.

BASÃ
Basà significa "terra frutífera/plana" (Js 9:10-1Rs 4.13; 2Rs 10:33) e é o nome do território que as forças de Israel tomaram do controle de Ogue (Nm 21:33-35). Incluía 60 cidades muradas (Dt 3:4-5) e foi designado para Manassés Oriental (Dt 3:13). Do norte para o sul, Basa se estendia por aproximadamente 55 quilômetros, do monte Hermom (Js 12:45) até o rio Yarmuk,67 e, para o leste, chegava até Quente (Nm 32:42) e Salca (Dt 3:10), cidades situadas no monte Haura. Na época do Novo Testamento, a região ao norte do Yarmuk consistia basicamente nas províncias que formavam a tetrarquia de Herodes Filipe, filho de Herodes, o Grande.

GILEADE
A segunda entidade básica da Transjordânia é Gileade. Embora pareça que a Bíblia às vezes empregue essa palavra num sentido genérico, referindo-se a toda a Transiordânia ocupada (Dt 34:1-4; Js 22:9), a entidade geopolítica Gileade designa especificamente o domo elevado, montanhoso e ovalado que, do ponto de vista topográfico, é uma extensão oriental da elevação de Samaria (Jz 10:4-1Sm 13 7:25m 2.9; 2Rs 10:33). Esse domo começa a se elevar a apenas uns poucos quilômetros ao sul do Yarmuk e se estende na direção sul, chegando aproximadamente até o uádi Husban. que deságua no Jordão em frente a Jericó.
Longitudinalmente, o domo de Gileade era dividido por um desfiladeiro profundo, escavado pelo rio Jaboque, que separou Gileade em duas metades (cp. Js 12:5-13.31, a metade norte; Dt 3:12; Is 12:2, a metade sul). Na fronteira oriental, é possível delimitar Gileade apenas negativamente: não incluía a terra de Amom (Nm 21:23-24; Jz 11:13; cp. 1Sm 11:1-4), de modo que, em seu quadrante sudeste, não alcançava o deserto Oriental.
Em contraste com o significado do nome de seus vizinhos ao norte (Basa significa "terra plana") e ao sul (Mishor significa "planalto/chapada*), o provável significado do nome Gileade (terra acidentada") pode ajudar a esclarecer suas fronteiras.
Assim delineada, a região montanhosa de Gileade (Gn 31:21-23,25; Dt 3:12) cobria uma área de aproximadamente 55 quilômetros de norte a sul e não mais de uns 50 quilômetros de leste a oeste. Quase todo o norte de Gileade se tornou parte da herança de Manassés Oriental, ao passo que o sul foi entregue à tribo de Gade . A totalidade do domo foi de fato colonizada por Israel, provavelmente porque a altitude elevada permitia chover o suficiente para criar condições para um pouco de florestamento, agricultura e criação de animais (2Sm 18:6; Nm 32:1-4, 16,26; Js 22:8). Embora não saibamos sua exata natureza, o "bálsamo de Gileade", que tinha propriedades medicinais, era muito valorizado na Antiguidade (Jr 8:22-46.11; cp. Gn 37:25). Muitas cidades gregas que haviam sido estabelecidas durante o período alexandrino formaram um núcleo transjordaniano de oposição (em grande parte malsucedida) à independência judaica obtida pelos asmoneus. Mas, quando as legiões de Pompeu deram fim ao domínio asmoneu, muitas daquelas cidades foram devolvidas a seus compatriotas helênicos. Em alguns casos, certas cidades consideraram necessário constituir ligas para proteção mútua contra os vizinhos não gregos, assim como também estavam unidas em termos econômicos e sociais. Uma dessas confederações, conhecida como Decápolis ("dez cidades"), era constituída de localidades situadas principalmente ao longo das estradas comerciais do centro e do norte da Transiordânia.
Esse grupo é mencionado tanto na Bíblia (Mt 4:25: Mc 5:20-7.
31) quanto em fontes clássicas. No período do Novo Testamento, as cidades provavelmente incluíam, do norte para o sul, Damasco, Rafana, Canata, Hipos, Gadara, Citópolis, Pela, Diom, Gerasa e Filadélfia? Embora o propósito de uma confederação helenística assim tão pouco estruturada se choque com qualquer tentativa de definir fronteiras geográficas claras, é possível concluir que a região central da Decápolis se estendia transversalmente à região montanhosa de Gileade.

MISHOR
Ao sul da Gileade do Antigo Testamento, ficava o Mishor ("planalto", p. ex., Dt 3:10-4.43; Js 20:8), que se estendia por cerca de 40 quilômetros, desde Hesbom (Is 13:10) e Medeba (Is 13:16), no norte, até as cidades de Aroer (Is 13:9) e Dibom (Jr 48:22), situadas no sul, logo ao norte do cânion do Arnom e perto da Estrada Real. Outras cidades localizadas no Mishor eram Nebo (Ir 48.22). Sitim (onde os israelitas tiveram relações sexuais ilícitas com mulheres moabitas INm 25:1s.|).
Bete-Peor (perto de onde Moisés foi sepultado [Is 13:20; Dt 34:6] e onde Balaão pronunciou suas bêncãos desfavoráveis [Nm 22:41-23.13,141) e Bezer, uma das cidades israelitas de refúgio (Dt 4:43). O Mishor se tornou a heranca da tribo de Rúben. No entanto, como do ponto de vista geográfico o Mishor ficava a meio caminho entre a região central de Israel e a região central de Moabe, a luta para controlá-lo teve início ainda no período dos juízes (Jz 3:12-30, implícito). prosseguindo na época da monarquia unida (1Sm 14:47;25m 8.2,12) e chegando até os dias de Acabe e do rei moabita Messa. Mas, no pensamento dos profetas, o controle israelita da região do Mishor havia sido cedido aos mobitas (Is 15:1-9; 16.8,9; Jr 48:1-5,21-25,34-36,45-47; Ez 25:8-11). E provável que esse vaivém político ajude a explicar por que, apesar de descenderem do primogênito de Jacó (Gn 29:32-49.3,4), os rubenitas aparentemente foram incapazes de desempenhar um papel importante na história posterior de Israel.

MOABE/PEREIA
O planalto mais elevado que, partindo do Arnom, estendia-se para o sul, chegando até o ribeiro de Zerede, era a região mais importante e central do território moabita, tendo como capital a cidade de Quir-Haresete (2Rs 3:25; Is 16:7; cp. Nm 22:36; Is 15:1 ['Quir de Moabe", que é a forma encontrada na ARA, significa "cidade de Moabe"|). Durante o período do Novo Testamento, o distrito da Pereia? ocupava a região ocidental daquilo que havia sido o Mishor e Moabe. O historiador Josefo escreveu que, no norte, o distrito de Pereia chegava até a cidade de Pela e, no sul, até Maqueronte (uma cidade-fortaleza de onde se avistava o mar Morto e onde Herodes Antipas decapitou João Batista). Além disso, Josefo relata que Pereia começava no rio Jordão e ia para o leste, chegando até Filadélfia, e informa que a capital da Pereia era Gadara (T. Gadur, que não se deve confundir com a Gadara da Decápolis [Umm Qeis]) 73 Causam perplexidade as fronteiras norte e leste informadas por Josefo, pois tanto Pela quanto Filadélfia faziam parte da região da Decápolis. Talvez sua descrição signifique que as fronteiras das cidades-estados de Pela e Filadélfia encostavam na Pereia. De qualquer maneira, os geógrafos bíblicos justificadamente seguem critérios arqueológicos e topográficos, estabelecendo a fronteira oriental basicamente numa linha norte-sul que começa no norte, nas vizinhanças do jebel Munif, no alto Arnom. Parece que, dali, a fronteira norte acompanhou os contornos a jusante do uádi Yabis até sua foz no rio Jordão, em frente a Enom.

EDOM
O último distrito transiordaniano a ser listado é Edom, às vezes conhecido como Seir (Gn 32:3; Nm 24:18: Jz. 5.4; Is 21:11) ou monte Seir (Gn 14:6; Dt 1:2-2.5). Edom designa a terra e o reino situados no alto da estreita e longa cadeia de montanhas imponentes que, partindo do ribeiro de Zerede, dirige-se para o sul, quase até o golfo de Ácaba. No entanto, as terras centrais de Edom, saindo do ribeiro de Zerede, estendiam-se para o sul por cerca de 110 quilômetros até um planalto de onde se avista o uádi Hasma, parte de uma enorme dissecação no solo recoberta de areia, a qual se estendia na direção sudeste e era a porta de entrada para o sul da Arábia. A maioria dos cumes de Edom ultrapassa os 1:200 metros acima do nível do mar e, em mais da metade de sua extensão longitudinal, o terreno elevado fica acima dos 1:500 metros. E esse cenário assustador ficava claramente limitado, a oeste, pela Arabá e, a leste, pelas planícies do deserto Oriental. O resultado é que Edom propriamente dito media apenas 16 a 24 quilômetros num eixo leste-oeste, tendo, ao longo da serra altaneira, uma série de fortalezas e cidades que basicamente acompanhavam a Estrada Real. A combinação de fortificações tanto naturais quanto feitas pelo homem tornava Edom uma barreira intransponível para tráfego lateral. Cerca de 40 quilômetros ao sul de Zerede, uma falha geológica criou um cánion que, partindo da A rabá, abre-se em leque para o leste por mais ou menos 14 quilômetros. No fim desse uádi notável, ficava a antiga Punom, um centro importante de mineração de cobre e onde, de acordo com a Biblia (Nm 33:42), os israelitas acamparam durante a viagem de Cades-Barneia para as planícies de Moabe. Moisés solicitou ao rei de Edom permissão para que Israel atravessasse o território edomita para chegar à Estrada Real (Nm 20:14-21). Mas o rei rejeitou o pedido, o que exigiu que o grupo israelita vigiasse cerca de 160 quilômetros a mais por terreno árido e num calor escaldante, apenas para desviar de Edom (Dt2.1-8).
Sem dúvida, essa derrota psicológica foi relacionada com o incidente das "serpentes ardentes" (Nm 21:4-9; 33:42-49), em que Moisés foi forçado a erguer uma serpente de cobre nesse deserto. Com base no contexto geográfico, é possível entender por que a recusa do rei edomita não foi desafiada, apesar de ser improvável que os edomitas fossem numericamente superiores aos israelitas. Os penhascos imensos e as gargantas íngremes de Edom, mesmo nas encostas menos escarpadas do desfiladeiro de Punom, eram um alvo inacessível que, por capricho edomita, continuaria em esplêndido isolamento (Ob3). Situado junto às montanhas edomitas ocidentais e cerca de 32 quilômetros ao sul de Punom, há um cânion que se parece com uma cratera e contém as impressionantes ruínas de Petra, a fabulosa capital do Reino Nabateu, mais tarde ocupada pelos romanos.? Embora não se saiba quais foram seus ancestrais, os nabateus vieram a ocupar Edom no terceiro século a.C. e, já no primeiro século a.C., sua influência era sentida desde Damasco até Gaza e também até o interior da Arábia. Boa parte de seu poder era resultado do controle que exerciam sobre parte de uma lucrativa rede comercial que, àquela época, estendia-se do interior da atual Arábia Saudita até o Mediterrâneo Ocidental Chegava-se a Petra através de um estreito corredor de cerca de 1.600 metros, flanqueado em ambos os lados por elevados penhascos perpendiculares que, em alguns lugares, quase se tocavam. A bacia onde se situava a cidade propriamente dita era cercada de desfiladeiros de arenito, nos quais foram escavados estruturas e túmulos daquilo que, na Antiguidade, foi uma cidade de grande riqueza.
Por cerca de 65 quilômetros para o sul a partir da região central de Edom, descendo do uádi Hasma para o uádi Yutm, próximo ao golfo de Ácaba, fica uma cadeia bem estreita de intransitáveis montanhas de granito. Essas montanhas de Midia elevam-se a alturas que chegam perto de 1.750 metros acima do nível do mar. Nessa região, vestígios arqueológicos revelam uma cultura totalmente distinta de sua contraparte palestina e que é, às vezes, descrita como midianita. É nesta "cultura midianita que alguns estudiosos acreditam que Moisés talvez tenha se refugiado quando fugiu do faraó e ali serviu a seu sogro, um sacerdote de Midia (Ex 2:15-17:3.1).

Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Antigo Testamento
Distritos do Novo Testamento
Distritos do Novo Testamento

GEOLOGIA DA PALESTINA

GEOLOGIA
Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.


Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno.
Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada.
Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele.
Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais.

A Geologia da Palestina
A Geologia da Palestina

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

A última semana de Jesus na Terra (Parte 2)

12 de nisã
PÔR DO SOL (Dias judaicos começam e terminam ao pôr do sol)NASCER DO SOL

Dia tranquilo com os discípulos

Judas combina a traição

Mateus 26:1-5, Lc 14:16

Marcos 14:1-2, Mc 10, 11

Lucas 22:1-6

PÔR DO SOL
13 de nisã
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pedro e João preparam a Páscoa

Jesus e os outros apóstolos chegam no final da tarde

Mateus 26:17-19

Marcos 14:12-16

Lucas 22:7-13

PÔR DO SOL
14 de nisã
PÔR DO SOL

Celebra a Páscoa com os apóstolos

Lava os pés dos apóstolos

Dispensa Judas

Estabelece a Ceia do Senhor

Mateus 26:20-35

Marcos 14:17-31

Lucas 22:14-38

João 13:1–17:26

É traído e preso no jardim de Getsêmani

Apóstolos fogem

Julgado pelo Sinédrio na casa de Caifás

Pedro nega Jesus

Mateus 26:36-75

Marcos 14:32-72

Lucas 22:39-65

João 18:1-27

NASCER DO SOL

Perante o Sinédrio pela segunda vez

Levado a Pilatos, depois a Herodes e de novo a Pilatos

Sentenciado à morte e executado em Gólgota

Morre por volta das 3 h da tarde

O corpo é tirado da estaca e sepultado

Mateus 27:1-61

Marcos 15:1-47

Lucas 22:66Lc 23:56

João 18:28– jo 19:42

PÔR DO SOL
15 de nisã (sábado)
PÔR DO SOLNASCER DO SOL

Pilatos autoriza colocar soldados de guarda no túmulo de Jesus

Mateus 27:62-66

PÔR DO SOL
16 de nisã
PÔR DO SOL

Aromas são comprados para sepultamento

Marcos 16:1

NASCER DO SOL

É ressuscitado

Aparece aos discípulos

Mateus 28:1-15

Marcos 16:2-8

Lucas 24:1-49

João 20:1-25

PÔR DO SOL

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

14 de nisã

Jerusalém

Jesus identifica Judas como traidor e o dispensa

Mt 26:21-25

Mc 14:18-21

Lc 22:21-23

Jo 13:21-30

Institui a Ceia do Senhor (1Co 11:23-25)

Mt 26:26-29

Mc 14:22-25

Lc 22:19-20, Lc 24:30

 

Profetiza que Pedro o negaria e que os apóstolos o abandonariam

Mt 26:31-35

Mc 14:27-31

Lc 22:31-38

Jo 13:31-38

Promete ajudador; ilustração da videira; ordena que se amem; última oração com apóstolos

     

Jo 14:1Jo 17:26

Getsêmani

Angustiado no jardim; traído e preso

Mt 26:30, Mt 36:56

Mc 14:26, Mc 32:52

Lc 22:39-53

Jo 18:1-12

Jerusalém

Interrogado por Anás; julgado por Caifás no Sinédrio; Pedro o nega

Mt 26:57Mt 27:1

Mc 14:53Mc 15:1

Lc 22:54-71

Jo 18:13-27

O traidor Judas se enforca (At 1:18-19)

Mt 27:3-10

     

Perante Pilatos, depois perante Herodes e de novo perante Pilatos

Mt 27:2, Mt 11:14

Mc 15:1-5

Lc 23:1-12

Jo 18:28-38

Pilatos quer libertá-lo, mas judeus preferem Barrabás; sentenciado à morte numa estaca

Mt 27:15-30

Mc 15:6-19

Lc 23:13-25

Jo 18:39Jo 19:16

(Sexta-feira, c. 3 h da tarde)

Gólgota

Morre na estaca de tortura

Mt 27:31-56

Mc 15:20-41

Lc 23:26-49

Jo 19:16-30

Jerusalém

Seu corpo é tirado da estaca e sepultado

Mt 27:57-61

Mc 15:42-47

Lc 23:50-56

Jo 19:31-42

15 de nisã

Jerusalém

Sacerdotes e fariseus solicitam que o túmulo seja lacrado e vigiado

Mt 27:62-66

     

16 de nisã

Jerusalém e proximidades; Emaús

Jesus é ressuscitado; aparece cinco vezes aos discípulos

Mt 28:1-15

Mc 16:1-8

Lc 24:1-49

Jo 20:1-25

Após 16 de nisã

Jerusalém; Galileia

Aparece outras vezes aos discípulos (1Co 15:5-7; At 1:3-8); dá instruções; comissão de fazer discípulos

Mt 28:16-20

   

Jo 20:26Jo 21:25

25 de íiar

Monte das Oliveiras, perto de Betânia

Jesus sobe aos céus, 40 dias depois de sua ressurreição (At 1:9-12)

   

Lc 24:50-53

 

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita

Não foram encontradas referências em Livro Espírita.

Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 15:41
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 19
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 18:1-5


1. Naquela hora chegaram-se os discípulos a Jesus perguntando: "Quem é, então, o maior no reino dos céus"?


2. 2 E tendo chamado Jesus uma criancinha, colocou-a no meio deles


3. e disse: "Em verdade vos digo que se não vos modificardes e não vos tornardes como as criancinhas: não podeis entrar no reino dos céus.


4. Quem, portanto, se diminua como esta criancinha, esse é o maior no reino dos céus,


5. e quem receba uma criancinha assim em meu nome, me recebe".


MC 9:33-37


33. E chegaram a Cafarnaum; e estando ele em casa perguntoulhes: "Sobre que pensáveis no caminho"?


34. Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam conversado entre si qual (deles era) maior.


35. E sentando-se, chamou os doze e disse-lhes: "Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servidor de todos".


36. E tomando uma criancinha, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse-lhes:


37. "Quem quer que receba uma criancinha assim em meu nome, a mim me recebe; e quem quer que me receba, não recebe a mim, mas aquele que me enviou".


LC 9:46-48


46. Surgiu um pensamento neles, sobre qual deles seria o maior.


47. Mas Jesus vendo o pensamento de seus corações, tomou uma criancinha e colocou-a junto de si e disselhes:


48. "Quem quer que receba esta criancinha em meu nome, a mim me recebe; e quem quer que me receba, recebe aquele que me enviou". Pois aquele que for menor dentre todos vós, esse será grande".


Como se dá com frequência, embora sendo o mais curto no cômputo total, o Evangelho de Marcos é o que apresenta mais pormenores e maior vivacidade; neste trecho, em poucas palavras ele situa a cena, esclarecendo que realmente "residia" em Cafarnaum; e, após citar o nome dessa que Mateus chamou "a sua cidade" (cfr. MT 9:1; vol. 2), acrescenta: estando em sua casa (en têi oikíai).


Mateus inverteu a ordem dos outros dois, e atribui a iniciativa da conversa aos discípulos, que se teriam dirigido ao Mestre com uma indagação teórica; parece, com isso, querer desculpara ambição do grupo, do qual ele mesmo fazia parte. Apresenta, pois, o colegiado acercar Jesus, e a perguntar inocentemente, como ávidos de conhecimento: "então, quem é o maior no reino dos céus"? Observemos que, pelo tom, não se trata deles, pessoalmente, mas é uma questão de tese. A resposta do Rabbi, no entanto, é fielmente transcrita, concordando com a dos outros dois intérpretes.


Marcos, ao invés, dá a iniciativa a Jesus, que lhes pergunta maliciosamente (tal como em Lucas) "em que pensavam eles no caminho" ... E Lucas explica a seus leitores que o Mestre "lera o pensamento" que neles surgira.


Antes de prosseguir, seja-nos lícito estranhar que, nas traduções deste trecho, aparece em Lucas "surgiu uma DISCUSSÃO entre eles... e Jesus lendo o PENSAMENTO deles" ... Ora, no original, a mesSABEDORIA

ma palavra dialogismos aparece nos dois versículos seguidos. Por que razão é ela traduzida de dois modos diferentes (e tão diferentes!), a primeira como discussão e a segunda como pensamento, à dist ância de duas linhas e no mesmo episódio? Não conseguimos perceber o móvel dessas "nuanças sutis".


Também em Marcos a pergunta é feita com o verbo dialogízein (no texto dielogízesthe, "pensáveis"). Mas logo a seguir aparece o verbo dieléchthêsan (aoristo depoente de dialégomai) pròs allêlous, que se traduz: "conversavam uns com os outros". Mas de uma conversa em pequenos grupos, que entre si sussurravam um descontentamento, deduzir-se que se tratava de uma DISCUSSÃO, a dist ância é grande...


O descontentamento já vinha grassando há tempos entre eles, como sempre ocorre entre discípulos, que se julgam mais competentes ou pelo menos mais "espertos" que o mestre, para "ver" as coisas e resolvê-las com acerto. Apesar de Jesus lhes haver ensinado que "o discípulo não é maior que seu mestre" (cfr. MT 10:24; LC 6:40; vol. 3), eles eram humanos e achavam, talvez, que a escolha de Jesus e a "autoridade" que conferira a Pedro, não estava cem por cento perfeita: outros melhores havia.


E eram relembrados "fatos": Jesus se hospedara em casa de Pedro (que morava com seu irmão André, as esposas de um e de outro, e os filhos; cfr MC 1:29, vol. 2) quando podia ter escolhido uma casa mais tranquila, maior, mais cômoda... Quando chegou a época de pagar a didracma (MT 17:27; vol.


3) Jesus recorre a um expediente "fora do normal" para pagar por si e por Pedro, sem pensar em fazêlo pelos "outros", nem mesmo por André ... Havia desagradado o encargo de cada um dos outros pagar por si mesmo, embora o gesto elegante de Jesus se justificasse plenamente, em relação ao discípulo que o hospedava em seu próprio lar, naturalmente arcando com todas as despesas de alimentação, vestuário, etc. Sem dúvida, Pedro podia fazê-lo com folga, já que não devia ser pequena a receita que percebia da "companhia de pesca", de que ele e André tinham sociedade com Zebedeu (cfr. vol. 2).


Mas havia mais: o Mestre tinha até mudado o nome dele para Kêphas (Pedro), sendo-lhe conferidas prerrogativas de chefe sobre os outros (ver acima). Ora, tudo isso, e talvez outras coisas que desconheçamos, tinham deflagrado uma crise de ciúmes e ambições ocultas, algumas mal disfarça das (como veremos mais tarde a de Judas Iscariotes que, julgando não ter o próprio Jesus capacidade e dinamismo suficientes para sua tarefa messiânica, entrou em entendimentos com o Sinédrio para que assumisse a direção da obra, ficando Jesus apenas com o encargo de dar ensinamentos espirituais e fazer "milagres").


Então, quem REALMENTE seria o CHEFE, após o tão anunciado assassinato do Mestre? Pedro podia ser o mais velho, mas seria o mais sábio? seria o administrador mais competente? seria o mais fiel int érprete das ideias? seria o mais culto? o mais prudente? Prudente? ... Não fora Pedro repreendido por Jesus, que o chamara "antagonista"? Não fracassara na tentativa imprudente de pretender imitar o Mestre andando sobre as águas? Com esse seu temperamento vivo e emotivo, não estava sempre a intervir inoportunamente, nos momentos mais impróprios? ... Tudo porque Jesus ainda não dera a "chave" para resolver a questão, que só foi revelada após sua paixão, quando, por três vezes seguidas perguntou a Pedro "se O amava" (cfr. JO 21:15-17). O AMOR VERDADEIRO do discípulo pelo Mestre é o que realmente decide sobre a escolha do sucessor.


Cada um dos outros julgava-se com alguma qualidade superior a Pedro, pretendendo que essa qualidade o predispunha melhor ao posto de chefe... "afinal, quem era DE FATO o maior entre eles"?


Uma solução direta e radical do caso poderia provocar mágoas em Seus escolhidos. Com a sabedoria profunda e delicada de sempre, Jesus resolve apresentar aos doze uma parábola em ação, de compreens ão mais pronta e fixação mais duradoura que as de simples narrativa.


Chama uma "criancinha". Quem era? Curiosidade ociosa. Jesus acha-se ’"em casa", ou seja, na casa de Pedro, com quem morava também André. Qual a criancinha que lá havia para ser chamada? A resposta mais pronta é que deveria tratar-se de um dos filhos ou filhas de Pedro ou de André. Que Pedro tinha filhos, parece não haver dúvidas, pois a tradição o diz e mesmo alguns "Pais da igreja" o atestam (cfr. Clemente de Alexandria, Strom. 3. 6. 52, Patrol. Graeca, vol. 8, col. 1156 e Jerônimo, Adv. Jov., 1. 26, Patrol. Lat. vol. 23, vol. 245). Mas qual prova teríamos da criancinha? Os outros discípulos também deviam ter filhos, podendo tratar-se de algum deles (segundo a tradição, o único discípulo que não contraiu matrimônio foi o evangelista João, que, à época da morte de Jesus devia contar entre 20 e 21 anos). Mas havia também o grupo das discípulas que acompanhavam o Mestre (MC 15:41). É verdade que as narrativas evangélicas calam sistematicamente o fato de estar alguém casado; a não ser o aceno à sogra de Pedro (MT 8;14; MC 1;30; LC 4:38; vol. 2), não se fala em nenhum casamento, nem do Mestre, nem dos discípulos. Só algumas figuras a látere aparecem como formando casais.


No século 9. º afirmaram que a criancinha teria sido Inácio de Antióquia, mas sem qualquer prova (teria sido revelação mediúnica?). De qualquer forma, não importa quem tenha sido o garotinho; o que conta é o fato. Vamos a ele.


Jesus chama uma Criancinha e a "carrega ao colo" ou "a abraça". O particípio enagkalisámenos, do verbo enagkalízomai, é composto de en + agkálê, que exprime "nos braços recurvados", podendo exprimir uma ou outra das traduções. Entre todos aqueles homens, a ternura de Jesus pela criança é emocionante.


E Ele a apresenta como modelo a ser imitado, numa lição que nos foi transmitida em duas variantes.


MATEUS: "se não nos modificardes e vos tornardes (eàn mê straphête kaí genêsthê, ou seja, "voltardes a ser") crianças, NÃO PODEIS entrar no reino dos "céus".


E continua: "quem se diminuir será o maior". O verbo tapeinôsei exprime exatamente "diminuir-se" ou" tornar-se pequeno"; diríamos, em linguagem moderna, "miniaturizar-se". Não é, pois, da humildade que aqui se trata, já que a criança não é humilde: é pequena. A oposição, na parábola, é salientada entre a pequenez, a simplicidade e a sinceridade (Sinceridade no sentido etimológico: "isento, puro, sem mistura". Tanto que os antigos - cfr. Donato, Ad Ev. 177 - faziam derivar a palavra da expressão "sinecera".


Horácio - Epod. 2, 15 - escreveu: aut pressa puris mella condit ámphoris, que o Pseudo Acron comenta: hoc est, favos premit, ut ceram séparet et mel sincerum réparet. E Donato conclui: sincerum, purum, sine fuco et simplex est, ut mel sine cera) da criança, e a ambição, o orgulho, e o egoísmo que tomavam vulto no coração deles. Esse mesmo termo foi empregado por Paulo (FP 2:8), testificando que, Jesus "se diminuiu (apequenou-se, etapeínôsen), tornando-se obediente até a morte".


MARCOS acrescenta uma frase: "quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos", lição que voltar á na parábola do banquete (cfr. LC 14:7-11), e além disso: "o servidor de todos. Essas ideias voltam em MT 20:26-27 e MC 10:43-44; e também de si mesmo disse o próprio Jesus (MT 20:28): "o Filho do Homem veio para SERVIR, e não para SER SERVIDO".


O mesmo conceito aparece sob outra forma em Lucas: "o que dentre vos for o menor de todos, esse será grande".


Terminada a lição do "apequenamento" e do "serviço", os três sinópticos concordam na conclusão, que se resume numa garantia para o futuro: "quem recebe uma criancinha assim EM MEU NOME (epí tôi onómati mou, ou seja, "por minha causa") é a mim que recebe". Trata-se, portanto, de uma delegação ampla de credenciais, feita em caráter geral a todas as crianças em todos os tempos, para representá-Lo como embaixadores perante todos os adultos da humanidade.


E essa delegação vai ampliada mais ainda, quando confessadamente declara o Mestre que Ele apenas sub-delega, pois "quem O recebe, recebe Aquele que O enviou". Marcos utiliza um hebraísmo típico genuíno e, confessamo-lo, saborosíssimo: "e quem me recebe, não é a mim (propriamente) que recebe, mas Aquele que me enviou".


Os hermeneutas dividem-se em três grupos principais, a fim de esclarecer que crianças são essas:

1. simbolizariam os próprios discípulos enviados por Jesus, conforme a regra estabelecida no cap. 12 da Didachê, que ordena aos cristãos que recebam "quem quer que venha em nome do Senhor";


2. seriam o símbolo de todas as crianças, que devem ser acolhidas sempre pelos adultos;


3. seriam não apenas as crianças assim classificadas por causa de sua idade física, mas, além delas, todas as crianças intelectuais ou morais, os "espíritos-novos" (embora adultos na idade do corpo), que não tivessem alcançado desenvolvimento e amadurecimento mental.


De qualquer forma, entende-se com a lição que, por menor que seja a criatura, devemos sempre consider á-la como legítimo representante na Terra do Cristo e, por conseguinte, que devemos tratá-la como o faríamos pessoalmente ao próprio Mestre Jesus.


Tolstoi bem o compreendeu em seu conto: "A Visita de Jesus".


A luta titânica da personagem para prevalecer sobre todos os que a cercam é constante e insaciável.


Mesmo nas escolas espiritualistas (para não dizer "sobretudo nelas" ...) manifesta-se com força incalculável e renascente.

A tentação vencida pela individualidade (Jesus, vol. 1) ainda não o fora pelas personagens que a serviam.


Nas outras atividades (pintura, música, literatura, poesia, técnica, ciência, etc.) o valor de cada um é avaliável pelos "de fora", que aplaudem, apupam ou ficam indiferentes. No espiritualismo nada disso se dá. A evolução é INTERIOR, invisível e inapreciável de fora. Só um Mestre que possua o dom de penetrar no âmago dos discípulos poderá dizer qual o melhor (ou "o maior", no dizer do texto evangélico). As exterioridades enganam. Ninguém pode julgar ninguém nesse campo: "não julgueis e não sereis julgados" (MT 7:1 e LC 5:37; vol. 2).


Exatamente contra esse preceito investiram as personagens (discípulos) ao darem acolhida em seus corações à ambição de cada um ser "o maior".


No sentido profundo é indiferente que o tema parta da personagem, que pretenda enaltecer-se diante da individualidade, ou desta, que resolva ensinar o caminho certo àquela. O que vale é a lição que recebemos, definitiva e clara.


Que é, em última análise, a personagem transitória diante da individualidade eterna? Um recémnascido a balbuciar sons desconexos! ... Com o exemplo dado - a criancinha - está evidente o ensino: se a personagem não se diminuir, não se miniaturizar, não poderá ser dado o "mergulho" dentro do" reino dos céus", ou seja, do coração. Essa miniaturização tem que ir até a grandeza de um ponto adimensional, embora isto signifique precisamente infinitizar-se, pois também o infinito é adimensional.


Difícil em linguagem daquela época, uma explicação assim clara. Mas o exemplo dado não deixa margem a dúvidas e as palavras também são de limpidez absoluta: há necessidade de modificação, de voltar a ser como as criancinhas: sem isso NÃO SE PODE penetrar no coração para unificar-se com o Cristo Interno.


O maior ou menor será julgado em relação AO REINO DOS CÉUS, isto é, à maior ou menor unificação com o Cristo, e não em relação a dons e faculdades da personagem. Não são a agudeza intelectual, o desenvolvimento da cultura, as atividades mentais nem físicas, a força emocional, os dons artísticos, numa palavra, não são as qualidades personalísticas que decidirão sobre a grandeza de uma criatura, mas única e exclusivamente seu grau de união com o Cristo é que medirá sua evolução. Daí não terem sido escolhidos os expoentes da época para discípulos de Jesus, mas somente aqueles cuja evolução lhes permitia atingirem o maior grau de unificação com o Mestre único (cfr. MT 23:10) de todos nós.


Desde que se diminua, não terá dificuldade em tornar-se o "servidor de todos" (cfr. MT 23:11), o" diácono" que serve sem exigir pagamento, nem recompensa, nem retribuição, nem gratidão. Servir desinteressadamente, e continuar servindo com alegria, mesmo se observar indiferença; sem contar os benefícios prestados, ainda que receba grosserias; sem magoar-se porque, depois de ajudar com sacrifício e sofrimento, dando de si, o recebedor passa por nós e não nos cumprimenta, e faz até que nos não conhece... Pequenino, diminuído, como invisível micróbio que nos ajuda a viver, oculto em nossas entranhas, e de cuja existência nem sequer tomamos conhecimento.


Realmente assim agem as crianças: prestam favores e não esperam o "muito obrigado": viram as costas e seguem seu caminho. Servem, e passam.


A segunda parte da lição é valiosa, tanto para as personagens quanto para a individualidade.


Para as personagens, além das interpretações que vimos acima, há outros pormenores a considerar.


Pode tratar-se (e trata-se evidentemente) da acolhida em nome do Cristo das crianças que encontramos abandonadas ou desarvoradas, em qualquer idade física que se encontrem, a qualquer religião a que pertençam, qualquer que seja a pigmentação da pele (como fez, por exemplo, Albert Schweitzer).


Outra interpretação - e cremos que de suma importância - refere-se às crianças que chegam através da carne; cada filho que recebemos, em nome ou por causa do Mestre, é como se a Ele mesmo recebêssemos.


E ao recebê-Lo é realmente ao Pai que recebemos, pois a Centelha divina lá está naquele pequenino templo da Divindade. Essa interpretação mostra-nos a linha de comportamento a ser seguida pelos discípulos: jamais recusar receber uma criancinha entre nossos braços, e não preocuparnos com o caminho por que chegam até nós.


Há ainda a considerar a relação existente entre individualidade eterna (e adulta) e a personagem (recémcriada, infantil) que recebemos a cada nova encarnação. A individualidade tem que receber, em nome do Cristo que em nós habita, a personagem que lhe advém pela necessidade cármica, aceitandoa com as deficiências que tiver, e amando-a com o mesmo amor; sabendo perdoar-lhe os desvios e desmandos que servirão maravilhosamente para exercitar a humildade; educando-a e dirigindo-a pelo melhor caminho que lhe proporcione evolução mais rápida; compreendendo que a personagem reproduz EXATAMENTE a necessidade maior do Espírito naquele momento da evolução, e portanto sem rebelar-se contra qualquer coisa que lhe não pareça perfeita e que lhe traga dificuldades e embaraços.


Mais. Na linguagem iniciática, o trecho assume novos matizes.


Consideremos a Escola Iniciática que Jesus criara para os doze, revelando-lhes, de acordo com o grau evolutivo de cada um, os "mistérios" que viera desvendar.


Nas antigas Escolas, os graus eram comparados às idades das criaturas. Assim, a pergunta dos discípulos como relata Mateus, visava a conhecer qual o caminho para atingir as mais altas culminâncias da perfeição; quais as características dos maiores na senda evolutiva. E Jesus vê-se constrangido a esclarecê-los. Leva em conta que três deles (Pedro, Tiago e João) estão em grau mais elevado que os outros, pois cursavam o quarto plano iniciático (em nossa hipótese); ao passo que os demais estavam em planos mais baixos, talvez ainda no terceiro ou no segundo nível.


Serve-se, então, da terminologia típica das iniciações nos mistérios gregos (mais uma vez) e recordalhes que o primeiro passo é o da "infância", segundo essa terminologia: CRIANÇAS (iniciantes dos primeiros planos) quando ainda estavam em busca do "mergulho" e da "confirmação"; HOMENS FEITOS, os iniciados que já haviam superado o terceiro grau (vencendo as tentações e dominando a matéria) e o quarto grau (obtendo a união com o Cristo Interno); esses eram chamados també "perfeitos" (teleios) ou "santos" (hágios).


Para confirmar o que afirmamos, basta ler 1. ° Cor. 3:1-3; e 13:11, e também EF 4:13-14: "até que todos cheguemos à unidade da fé, e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito (ou perfeito), à medida da evolução plena do Cristo, para que não sejamos mais meninos, jogados de um lado para outro, e levados ao redor por todos os ventos de doutrina, etc. ".


Recordemo-nos, ainda, da conhecida pergunta da Esfinge, sobre as três idades do homem.


Nessa interpretação, "tornar-se como criancinha" é rejeitar toda cultura externa, toda "a sabedoria do mundo, que é estultice" (1. ª Cor. 3:19), para recomeçar a caminhada em outra direção; diríamos ainda: fazer tábula rasa de tudo o que se aprendeu, a fim de poder penetrar os segredos dos "mistérios do reino". Com efeito, se alguém pretender entrar na Escola Iniciática da Espiritualidade Superior, trazida por Jesus, a primeira coisa a fazer é tomar-se como criança intelectual, nada sabendo da sabedoria deste eon, para poder reaprender tudo de novo, como as crianças fazem, da Vida Espiritual, conquistando, dessarte, a verdadeira sabedoria de Deus.


Notemos ainda que os três evangelistas empregam o verbo déchomai, que se traduz "receber", mas no sentido de "ouvir", aceitar (um ensino) (cfr. Lidell

& Scott, "Greek-English Lexicon", ad verbum). Não se trata, pois, só de "receber como hóspede em casa", mas de "aceitar o ensino" (cfr. o termo correspondente em aramaico, Kabel). Teríamos: quem aceitar o ensino de um desses meus discípulos (que se tornaram criancinhas) por minha causa é como se a mim mesmo ouvisse e aceitasse; e quem aceitar um ensino eatá aceitando o ensino do Pai que me enviou.


Responsabilidade pesadíssima dos intérpretes da Boa-Nova!


mc 15:41
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 27
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 20:17-19


17. E, subindo Jesus para Jerusalém, tomou os doze discípulos a sós e no caminho lhes disse:

18. "Olhem, subimos a Jerusalém, e o filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e escribas, e o condenarão à morte,

19. e o entregarão aos gentios para escarnecer, flagelar e crucificar, e no terceiro dia será despertado".

MC 10:32-34


32. Estavam, pois, na estrada, subindo para Jerusalém, e Jesus os estava precedendo e os seguiam se espantavam e temiam. E tomando de novo os doze começou a dizerlhes o que estava para acontecer-lhe:

33. "Olhem, subimos para Jerusalém, e o filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas e o condenarão à morte e o entregarão aos gentios,

34. e o escarnecerão e cuspirão nele e o flagelarão e matarão, e no decurso de três dias se levantará".

LC 18:31-34


31. Tomando, pois, os doze, disse-lhes: "olhem, subimos para Jerusalém e se realizará tudo o que foi escrito por meio dos profetas sobre o filho do homem;

32. pois será entregue aos gentios, escarnecido, injuriado e cuspido,

33. e, flagelando-o, o matarão, e no terceiro dia se levantará".

34. E eles nada disso entenderam, e era essa palavra oculta para eles, e não tiveram a gnose do que lhes dizia.



Encontramos aqui mais uma advertência de Jesus a respeito do que se passaria em Jerusalém. É o terceiro aviso em Mateus (cfr. 16:21 e 17:22-23); o terceiro em Marcos (cfr. 8:31 e 9. 30); e o quarto em Lucas (cfr. 9:22 e 44; e 17:25). Interessante observar que Lucas, o não-israelita, é o único a referir-se às profecias.


"Subir a Jerusalém" era a expressão corrente, consagrada pelo uso (cfr. 2RS 16:5; MT 20:17, MT 20:18; MC 10:33; LC 2:42; LC 18:31; LC 19:28; JO 3:12; JO 5:1; JO 7:8; JO 11:55).


Mateus e Marcos avisam que será entregue primeiro aos principais sacerdotes e escribas que "o condenar ão à morte", entregando-o aos gentios para a execução (técnica muito usada, também. na igreja romana, que condena e entrega "ao braço civil", para que seja executada a sentença por ela proferida).


Lucas, entretanto, nada diz dos principais sacerdotes e dos escribas: avisa que será entregue (por quem?) diretamente aos gentios. Será que, não sendo judeu, não quis magoá-los, procurando desculpálos do crime, deixando velada a ação anterior do sinédrio, de que também não fala?


Na descrição do que ocorrerá, cada narrador acrescenta um pormenor: Mateus: para ser escarnecido (empaíxai), flagelado (mastigôsaí) e crucificado (staurôsai);


Marcos: será escarnecido (empaíxousin), cuspido (emptysousin), flagelado (mastigôsousin) e assassinado (apoktenoúsin);


Lucas: será escarnecido (empaichthêsetai), injuriado (hybristhêsetai) cuspido (emptysthêsetai), e, flagelado (mastigôsantes) o matarão (apoktenoúsin autón).


No entanto todos concordam que não será o fim. Mateus assevera que "no terceiro dia será despertado" (têi trítêi hêmérai egerthêsetaì); Marcos que "no transcurso de três dias se levantará (metá treis hemérais anastêsetai); e Lucas (têi hemêrai têi trítêi enastêsetai).


A expressão de Marcos metá treis hemêrais é geralmente traduzida como "após três dias", o que não corresponde à verdade dos fatos. Não há dúvida que metá, preposição com acusativo de sentido temporal, pode significa: "depois". Mas encontramos também, o sentido de "no transcurso de", "no decurso de", "no curso de", "no lapso de": cfr. Bailly, Dict. Grec-Français, in verbo: "Com ideia de tempo, o sentido é "durante": meth"hêméran, durante o dia, Heródoto, 1, 150; Euripedes, Oreste, 58; Bacantes,

485; metá dyo étê, durante dois anos, no transcurso de dois anos, F. Josefo, Bell. JD 1, 13, 1; metá tríton étos, Teofrasto, História das Plantas, 4, 2, 8, no lapso de três anos". Portanto, a bem da verdade, traduzimos: "no decurso de três dias", e não "depois de três dias".


Observe-se que, desta vez, não houve protesto por parte dos discípulos, como ocorrera no primeiro anúncio dos sofrimentos.


Na caminhada para Jerusalém, Jesus segue à frente (ên proágôn autóus), com passo firme, qual Chefe intrépido. Os discípulos e as mulheres (cfr. MT 20:20 e MC 15:41) se acham espantados, e até apavorados (ethamboúnto kaì ephoboúnto).


Apesar de palavras tão claras, os discípulos não compreenderam (kaì autoí oudén toútôn synêkan, kaì ên to rhêma toúto kekrymménon ap"autôn, kaì ouk egínôskon tà legómena, Luc.) . Tão fortes eram os preconceitos, em relação ao Messias, que julgavam fosse tudo simbólico: como poderia o "vencedor dos romanos" ser assassinado, se ele reinaria soberano sobre Israel?

A todo aquele que se acha na Senda, é pedido o sacrifício árduo de uma subida íngreme e difícil. Ninguém jamais evoluiu "sur des roulettes".


Nem todos os sofrimentos e dores são provocados pelos resultados (carmas) de ações passadas: muitas vezes (e proporcionalmente tanto mais, quanto maior é a evolução da criatura) a dor é causada pelo espasmo do empuxo para cima, ao serem arrancadas as raízes do psiquismo animal, do

"terreno árido e pedregoso do pólo negativo, para que o homem se transforme no super-homem.


Quanto mais baixo na escala da espiritualidade está o indivíduo, menos sofrimento existe, de vez que ele se afina com as vibrações vigentes no Antissistema. À proporção que se vai elevando, na transmutação de psychê em pneuma, mais profundas e conturbadoras e violentas e dolorosas as reações externas e internas.


Com efeito, do lado de fora da personagem, vemos aparecer grupos de pessoas, encarnadas e desencarnadas, que atacam por todos os meios imagináveis aqueles que iniciam a subida: convites insistentes para deter-se e novamente mergulhar nos velhos erros; atrações quase irresistíveis por parte de seres do sexo oposto, pretendendo enlear na teia de novos compromissos cármicos; facilidades financeiras à vista, generosamente oferecidas em troca do abandono dos novos caminhos iniciados, e tantos outros recursos de que o Antissistema dispõe com largueza, para prender em seu âmbito o maior número de psychês, já que na hora fim que estas lhe faltarem, sua existência entrará em colapso fatal e desaparecerá.


Mas a luta é pior dentro da própria psychê, na transformação profunda que opera para tomar-se pneuma. Analisemos.


As criaturas humanas, hoje, possuem e utilizam largamente a psychê que herdaram e desenvolveram através de toda a caminhada evolutiva pelos reinos animal e hominal. Mas a essa psychê se vai somando o pneuma, que vai conquistando terreno à psychê. O pneuma começou no reino hominal com o aparecimento do chacra coronário no alto da cabeça (coronário, de corona, "coroa"). Esse aparecimento é descrito simbolicamente no Gênese (3:24) da seguinte forma: "Expulsou o homem do paraíso (da irresponsabilidade animal e do desconhecimento moral) e ao oriente do Jardim do Éden (oriente de órior, "nascer"; ou seja, no ponto em que começa a criatura: o alto da cabeça) pôs os querubins (rodas de fogo turbilhonantes) e o chamejar de uma espada que girava por todos os lados (o chacra ígneo de mil pétalas que gira incandescente vertiginosamente) para guardar o caminho da árvore da vida", isto é, para impedir que, uma vez iniciado o estágio hominal com o surgimento, embora rudimentar de um pneuma (Espírito) representado pelo chacra coronário ausente nos animais, jamais pudesse a criatura regressar ao estágio animal, ainda que dele estivesse bem próximo evolutivamente.


Mas a vibração passou a ser de outro tipo, com outro timbre, e uma vez adquirido o pneuma, não mais poderia ser perdido.


Então, aí temos o início do processo.


E a evolução no reino hominal consiste em fazer diminuir, cada vez mais, a psychê, e em fazer crescer, cada vez mais, o pneuma, que paulatinamente vai conquistando a psychê; ou melhor, paulatinamente a psychê se vai transformando em pneuma e morrendo.


A evolução tende a abolir a emotividade psíquica animal, substituindo-lhe o sentimento elevado espiritual, numa transmutação lenta de várias dezenas de milênios.


Ocorre que o psiquismo coletivo sente que as forças se lhe vão diminuindo gradativamente, e, como é óbvio, tende a reagir e a deter a evolução a fim de não desaparecer. Então, os elementos mais afinados com o psiquismo animal inferior, recebem os impulsos de força psíquica (logicamente negativa), e tentam por todos os modos impedir a transformação que, como vimos, é lenta e dolorosa. Esses elementos influenciados pelo psiquismo inferior, açulam e procuram injetar em todos os campos, em todos os povos, por todos os meios (a imprensa periódica, as revistas, os livros, a publicidade, o rádio e a televisão, o cinema e o mais que exista) com palavras suaves e figuras embelezadas e atraentes, o que de mais baixo impera no homem. Forcejam por despertar-lhe os instintos emotivos mais violentos, através da parte animal do sexo desenfreado e do sensualismo gozador. Com isso, visam a retardar o máximo que puderem, a transmutação da psychê em pneuma.


Muito é conseguido daqueles que estão atrasados, após mais de cem mil anos de exercícios no estágio hominal. Mas de outro lado, confortadoramente, há alguns que conhecem os segredos das coisas, e que aprendem a reagir positivamente.


É a esse sacrifício doloroso que nos referimos acima, pelo qual passam todos os que pretendem progredir espiritualmente. Cada passo dado na Senda da iniciação corresponde a um conjunto específico de dores físicas, morais e espirituais, sem as quais não é possível renascer na escala imediatamente superior. A própria natureza nos ensina isso com múltiplos exemplos. Basta abrir os olhos da mente: para nascer um ponto acima de onde se achava, a criança passa nove meses no sepulcro de uma caverna sombria, mergulhada na água e comprimida, e para sair de lá, tem que atravessar uma "porta estreita", que a aperta dolorosamente, forçando-a a chorar logo que atinge a luz: a dor foi muito grande! O homem, para dar um passo além, precisar atravessar o pórtico da chamada "morte", em que o corpo astral é arrancado do físico, causando sensações dolorosas e angustiantes. Os mesmos passos são exigidos no reino animal e até mesmo no vegetal: a semente sentir-se-á esmagada sob a terra fria, úmida e escura, experimentando uma espécie de apodrecimento, em que se rompe, para que de dentro surja a árvore frondosa, o arbusto modesto ou a ervinha humilde. Tudo poderá ser denominado a dor da expansão, o sacrifício do crescimento, o sofrimento da ascensão. Mas isso constitui uma exigência da natureza em qualquer campo, sem exceção.


Nos graus superiores, a criatura não é mais forçada pela natureza ao progresso, mas conscientemente o busca; assim como no curso primário obrigamos nossos filhos ao estudo, embora o curso superior esteja na dependência da vontade livre de cada um deles.


Assim, exemplificando para nós, Jesus anuncia mais uma vez a Seus discípulos, as dores que O esperam e, que Ele terá que superar para obter mais um passo evolutivo, e também para ajudar ao planeta a evolver globalmente com todos os seus moradores.


Para iniciar a etapa dolorosa, é indispensável que haja uma "entrega" (parádosis) nas mãos daqueles que poderão causar-lhe as dores previstas e necessárias a cada caso. Já vimos (vol. 4) que o substantivo parádosis e o verbo paradídômi são vocábulos estritamente iniciáticos, das Escolas gregas, com sentido preciso. Não se trata, pois, de uma "traição", mas de uma "tradição", algo de previsto pela Lei, algo de preparado e acompanhado pelos mentores encarregados de ajudar a evolução do candidato, assim como os enfermeiros terrenos preparam um doente que precisa de tratamento cirúrgico para o ato operatório, mas não o abandonam, nem antes, nem durante, nem depois, só lhe dand "alta" quando tiver superado a crise e estiver "fora de perigo de recaída", com seu corpo curado. Os mentores espirituais e Mestres agem da mesma forma com Seus discípulos: jamais os abandonam. E são incomparavelmente mais cuidadosos que os melhores enfermeiros terrenos...


As dores atingirão a parte física e a astral com a flagelação e a crucificação: a parte moral com a zombaria e o desprezo (cuspir na face); a personagem total com a separação violenta do espirito (assassinato).


Se durante todo esse processo o candidato conseguir manter-se firme e inalterado na Mente e no Espírito, conservando intacta sua paz interior, e inabalável sua fidelidade, a vitória lhe sorrirá brilhante, e seu Mestre o receberá de braços abertos: terá renascido um degrau acima, dominando a morte. liquidando definitivamente as emoções, superando todo o estágio hominal, e iniciando a caminhada no nível de super-homem ou de Filho do Homem. Nesse ponto, não há mais necessidade de reingressar na matéria. Mas muitos o fazem em missão sacrificial, para "salvar" humanidades e ajudar a evolução de Seus irmãos menores, ainda atrasados na estrada, enleados nos cipós grosseiros das paixões e afundados nos charcos pegajosos das emoções descontroladas do psiquismo animal predominante, donde é tão difícil sair.


Lucas adverte sem ambages, que os discípulos "nada entenderam"; que esse foi um "ensino oculto" para eles, e que, por isso, "não tinham a gnose (ouk egínoskon) das palavras (tà legômena)". Como vemos, linguajar nitidamente iniciático.


mc 15:41
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 33
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 27:55-56


55. Estavam ali muitas mulheres, contemplando de longe, as quais tinham acompanhado Jesus desde a Galileia, para servi-lo.

56. Entre elas estavam Maria, a Madalena e Maria, a mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu

MC 15:40-41


41. Estavam também ali umas mulheres, contemplando de longe, entre elas Maria, a Madalena e Maria a mãe de Tiago o menor e de José, e Salomé,

42. as quais, quando estava na Galileia, o acompanhavam e serviam, e muitas outras que subiram com ele a Jerusalém.

LC 23:49


49. Mas todos os conhecidos dele estavam de pé, ao longe, e as mulheres que o seguiam desde a Galileia, contemplando essas coisas.

JO 19:25-27


25. Estavam, porém, junto à cruz de Jesus, a mãe dele e a Irmã da mãe dele, Maria a (esposa) de Cleopas, e Maria a Madalena.

26. Vendo, então, Jesus sua mãe e ao lado o discípulo que amava, disse à mãe: "Mulher, eis teu filho".

27. Depois disse ao discípulo. "Eis tua mãe". E desde essa hora, tomou-a o discípulo como coisa própria.

Aqui encontramos a relação dos que se encontravam a contemplar a cruz, durante a permanência de Jesus. A enumeração não é lisonjeira para os homens, pois o único presente, dos Seus amigos, parece ter sido João, o "discípulo amado". As mulheres citadas, em número de cinco, acompanharam Jesus durante todo o Seu ministério. Temos então (cfr. vol. 2 e vol. 3).


1. MARIA, a mãe de Jesus.

2. MARIA, denominada a Madalena, do nome de sua aldeia natal Magdala (atual El-Medjdel) no lago de Tiberíades, a quem Jesus dedicava tão grande amor, que a brindou com Sua primeira aparição. após levantar-se do túmulo.

3. JOANA, irmã da mãe de Jesus, esposa de Cuza e mãe de Salomé (a esposa de Zebedeu), de Simão, de Maria e de Suzana (?) ditos "irmãos de Jesus".

4. MARIA, esposa de Clopas, que era irmão de José, e mãe de Tiago (o menor), de José e de Judas Tadeu, também ditos "irmãos de Jesus".

5. SALOMÉ, esposa de Zebedeu e mãe de Tiago (o maior) e de João o evangelista.

João cita as quatro primeiras, omitindo o nome de sua própria mãe, Salomé, talvez para não chocar os leitores com a narração, a seguir, da entrega que a ele fez Jesus de uma segunda mãe, ou mesmo por modéstia. Mateus e Marcos omitem o nome da mãe de Jesus e de Joana de Cuza, mas são unânimes em registrar a presença de Salomé. Lucas não cita nomes.


Concordamos (vol 2) com Zahn, Loisy, Lagrange, Durand e Bernard, que a "irmã de Maria" não podia ser "Maria de Clopas", pois não se compreenderia duas irmãs com o mesmo nome. Daí nossa hipótese de que a "irmã de Maria" era Joana, esposa de Cuza.


Todos mantinham-se "de pé" (eistêkeisan), fortes e corajosas.


Foi quando Jesus cônscio de si e com todas as Suas energias, percorreu o olhar pelas pessoas ali presentes, e proferiu as frases curtas e incisivas: "Mulher, eis teu filho" (gynai, híde ho huiós sou). Com isso nomeava João, o discípulo amado, como Seu substituto legal no afeto de Maria. Voltando-se, depois, para João, ratifica o mesmo legado: "eis tua mãe" (híde hê mêtêr sou). E o evangelista acrescenta: e desde essa hora, tomou-a o discípulo como coisa própria" (eis tà ídia), ou "a seu cargo".


A partir do século XII, apoiando-se em Orígenes (Comment. in Joannem, 1. 4. 23), a tradição passou a considerar válida a interpretação de Rupert de Deutz ou Rupertus (Comment. in Joannem, Patr. Lat.


vol. 169, col. 790): João representou, ao pé da cruz, todas as criaturas humanas, que se tornaram, ipso facto, irmãs de Jesus.


Essa tradição foi sancionada por Leão XIII (Encíclicas Quamquam pluries, de 25-8-1889; Octobri mense adveniente de 22-9-1591; Jucundum semper, de 8-9-1894; e Adjutricem populi christiani, de 5-

9-1895) e por Pio XI (Encíclica Rerum Ecclesiae, de 28-2-1926), onde se lê: Sanctissima Regina Apostolorum Maria, cum homines universos in Callvaria habúerit materno animo suo commendatos, non minus eos fovet ac diligit, qui se fuisse a Christo Jesu redemptos ignorant, quam qui ipsius beneficiis fruuntur feliciter, ou seja: "Maria santíssima, rainha dos apóstolos, ao ter encomendados a seu ânimo materno, no Calvário, todos os homens, não menos ama e acalenta aqueles que ignoram terem sido redimidos pelo Cristo Jesus, do que àqueles que felizmente gozam dos benefícios Dele".


Portanto, segundo o pensamento católico, todas as criaturas humanas, fiéis e infiéis, estão sob o manto protetor e materno, de Maria, por delegação de Jesus.


A beleza deste capítulo é imensa, pois o vemos imbuído de delicadeza de sentimentos.


Em primeiro lugar salienta-se a fidelidade feminina, geralmente bem maior que a masculina, em vista dos sentimentos mais apurados e do amor naturalmente materno e sacrificial. Apesar do ambiente rude de soldados, do espetáculo horripilante e deprimente da cruel crucificação, do cansaço e dos fortes impactos emocionais das últimas horas, não abandonaram o ser amado à sua sorte: permaneceram "de pé", a confortar com seus olhares amorosos aquele que estava a sofrer pelo bem que espalhara e pelos profundos conhecimentos espirituais que demonstrara em Seus ensinamentos às multidões e ao grupo de Seus discípulos. E através do olhar, deveram também sustentá-Lo com seus fluidos de amor inigualável, diminuindo-Lhe a dor moral do abandona da maioria de Seus discípulos e mantendo-O anestesiado às dores físicas.


A expressão "de longe contemplavam" (Mateus, Marcos e Lucas) é contraditada pelo testemunho pessoal de João, ali presente: "junto à cruz de Jesus". Temos que compreender um meio termo, pois "de longe" nem poderiam ter ouvido as palavras proferidas por Jesus; mas também "junto" deve pressupor "colados" à cruz, já que os soldados não teriam permitido proximidade exagerada, com receio de ser prestada aos condenados ajuda indesejável.


Fora do círculo familiar da mãe, das duas tias e da irmã de Jesus (Salomé) e do sobrinho João, a única não parenta era a Madalena, a grande apaixonada pelo Mestre, e que, uma vez tocada, jamais O abanonara.


Em segundo lugar observamos a cena da entrega de Maria, Sua Mãe, ao discípulo amado, a fim de que ele cuidasse de Maria em lugar do próprio filho Jesus.


Anotemos, de passagem, que se Maria tivesse tido outros filhos, ou mesmo enteados (filhos do primeiro matrimônio de José), esse gesto de Jesus tem ensanchas de magoá-los profundamente. Daí termos aceitado, desde o início, a hipótese da expressão "irmãos de Jesus", como sendo seus "primos irmãos"
(1).

(1) A palavra grega adelphós, "irmão", referia-se também a "primos", como lemos em muitos autores profanos (cfr. Herodoto. 1. 65; 4. 147; 6. 94. etc. ; Thucidides. 2. 101, etc. ; Strabão, 10. 5. 6, etc.), dandose o mesmo com a palavra latina frater. Lemos em Cícero (De Fin; 5. 1. 1): L. Cícero frater noster, cognatione patruelis, amore germanus, ou seja, "Lúcio Cícero nosso irmão, pelo parentesco primo, pelo amor, irmão". E a definição do Digesto (38. 10. 1, § 6): item fratres patrueles, sorores patrueles, id est qui quaeve ex duobus fratribus progenerantur, "da mesma forma, primosirm ãos, primas-irmãs, os que e as que são gerados de dois irmãos". Não esqueçamos que a palavra portuguesa "irmão", assim como a castelhana "hermano", são derivadas do latim germanus (proveniente de gérmen) e exprime aqueles que são da mesma origem, do mesmo germe, conforme já lemos mesmo em Plauto (Menaechmi, 1102): spes mihi est vos inventuros fratres germanos duos geminos una matre natos et patre uno uno die, isto é: "minha esperança é de que vos descobrireis irmãos autênticos gêmeos nascidos de uma mãe e de um pai, no mesmo dia".


Já o contrário podia dar-se, como se deu: embora estivesse presente Salomé, mãe de João, era perfeitamente admissível que Jesus atribuísse o encargo de Sua mãe ao discípulo amado, sem que por isso se sentisse magoada a mãe de João, grande e sincera discípula de Jesus. Antes, para ela constituía uma honra, pois demonstrava a confiança que o Mestre depositava em seu filho, ainda tão jovem (João, a essa época, parece que contava cerca de 21 ou 22 anos).


A partir daí, João manteve Maria a seu lado, tendo-a levado para Éfeso, segundo a tradição, onde ela veio a falecer muitos anos depois.






FIM




Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

GALILÉIA

Atualmente: ISRAEL
Região de colinas áridas e vales férteis, que se estende a leste e norte do Mar da Galiléia
Mapa Bíblico de GALILÉIA


JERUSALÉM

Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217)
Nome Atual: Jerusalém
Nome Grego: Ἱεροσόλυμα
Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.

Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
Mapa Bíblico de JERUSALÉM



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
3. Jesus Diante de Pilatos (Marcos 15:1-5)

E logo ao amanhecer (1), isto é, o mais cedo possível, os principais dos sacerdo-tes saduceus, agora liderando a oposição, tiveram conselho com todo o Sinédrio para preparar urna ação contra Jesus no tribunal romano. O "julgamento" eclesiástico realizado durante a noite havia declarado que o crime de Jesus era uma blasfêmia, mas isso não teria qualquer valor para Pilatos. A acusação perante o procurador romano deveria ter urna natureza política e qualificar Jesus como uma ameaça a César. Com essa acusação em mente, e provavelmente por escrito, amarrando Jesus eles o leva-ram a Pilatos.

Pilatos, o governador da Judéia e de Samaria nos anos 26:36 d.C., não era urna figura benquista pelos judeus e foi finalmente chamado a Roma por causa do cruel con-trole que exercia sobre seus súditos. Ah, se Pilatos pudesse imaginar que era ele que estava sendo julgado! Todas as vezes que o Credo dos Apóstolos é repetido somos lembra-dos do julgamento histórico que ele realizou. Nosso Senhor "padeceu sob Pôncio Pilatos".

Considerando a acusação contra Jesus, Pilatos lhe perguntou: Tu és o Rei dos judeus? (2) Como a Palestina havia se tornado um caldeirão fervente em termos de agitação política, os governadores romanos tomavam muito cuidado com os sinais de uma insurreição. A confissão de Messianismo feita durante a noite (14,62) havia sido distorcida como se fosse um crime político. A resposta de Jesus: Tu o dizes, provavel-mente queria dizer: "Sim, sou, mas não da forma como tu o dizes".'

Enquanto "os principais dos sacerdotes continuavam a acumular acusações contra Jesus" (3, Goodspeed), e Ele nada respondia, Pilatos ficou confuso, e o interrogou ou-tra vez, dizendo: Nada respondes? (4). "Mas Jesus não deu nenhuma outra resposta — para a admiração de Pilatos" (5, Phillips). Estava bastante claro que esse Prisioneiro incomum era inocente da acusação que lhe faziam.

Às vezes, o silêncio significa uma tragédia. Foi assim nos dias de Amós quando Isra-el se dedicou aos falsos deuses:

Enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor."

E foi assim que aconteceu com Pilatos.

4. Jesus Bar-José e Jesus Barrabás (Marcos 15:6-15)

Era evidentemente um costume de Pilatos, um homem descrito pelos judeus como teimoso e impiedoso, suavizar um pouco suas sentenças na época da Páscoa libertando um preso qualquer que eles pedissem (6). Não temos qualquer conhecimento seguro sobre esta prática, além dos Evangelhos, mas "a prática de conceder anistia na época das festas é bastante conhecida"."

Havia se desenvolvido um considerável sentimento em Jerusalém pela libertação de um homem chamado Barrabás (7; "filho de um pai"), preso por causa de sua participa-ção num motim.' Talvez ele fosse membro dos fanáticos Sicarii ("assassinos"), cuja marca registrada eram as adagas que carregavam. Barrabás havia derramado sangue. Uma multidão de adeptos desse grupo, seus correligionários, havia "comparecido"' ao palácio de Pilatos e começado a implorar para que ele fizesse o que habitualmente costu-mava fazer por eles (8). "Para os príncipes dos sacerdotes isso representava uma oportu-nidade 'caída do céu' ."9 Com a presença de sua própria multidão, ficaria mais fácil infla-mar o clamor pela libertação do revoltoso.

Porém, o pensamento de Pilatos era diferente. Estando certo de que Jesus era ino-cente, ele entendeu no pedido da multidão uma oportunidade para salvá-lo, porque ele bem sabia que os principais dos sacerdotes (10) estavam motivados pela inveja. Mas sua pergunta: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? (9) foi recebida com gritos de oposição. Os principais dos sacerdotes incitaram' a multidão (11) para que escolhesse Barrabás em seu lugar.

Em certos manuscritos confiáveis de Mateus o nome do revoltoso era Jesus Barrabás (27.16ss.), e é muito provável que a mesma frase tenha ocorrido anteriormente em 15.7. A escolha original do povo pode ter sido entre "Jesus Bar-José" e "Jesus Barrabás".61 O prisioneiro que escolheram "era exatamente o que os judeus estavam acusando Jesus de ser, um homem que havia levantado uma revolta contra o poder romano"." Como o cora-ção humano é desobediente! Mas quão sublime é a expiação divina! (cf. Hb 2:9).

A questão muitas vezes levantada é como a multidão de Jerusalém podia ser tão inconstante, a ponto de aclamar Jesus no domingo e depois exigir sua morte na sexta-feira. Tal inconstância não era algo novo (cf. Atos 14:11-19), mas uma outra explicação poderia ser mais eficiente aqui. A resposta é que simplesmente havia duas multidões. Os peregrinos que se alegraram quando Jesus entrou na Cidade Santa talvez não tivessem tido conhecimento dos eventos da quinta-feira à noite e do início da manhã da sexta-feira. Como mencionamos acima, a multidão reunida no palácio de Pilatos certamente era composta pelos próprios adeptos dos principais dos sacerdotes e muito provavelmen-te incluía também uma outra multidão já inclinada à libertação de Barrabás.

Dividido pelo conflito entre o senso de justiça romano e seu indigno desejo de agra-dar o povo," Pilatos... lhes disse outra vez: Que quereis, pois, que faça daquele a quem chamais Rei dos judeus? (12). Essa pergunta era na realidade um escárnio, e estava cheia de sarcasmo. Mas, em essência, era uma questão que ainda atormenta os homens. O destino eterno de cada um depende da resposta que der a essa pergunta. A resposta da multidão foi imediata e vigorosa: Crucifica-o (13).

Movido, sem dúvida, pela própria consciência (cf. Mt 27:24), e também ansioso por testar a força da opinião pública, Pilatos respondeu: Mas que mal fez? (14). O ressoar do grito da multidão lhe forneceu a resposta que a sua habilidosa pergunta desejava. "Suas vozes se ergueram em um bramido: 'Crucifica-o' " (14, Phillips). Pilatos tomou essa decisão como o político oportunista, moralmente fraco e desprovido de integridade que era. "Desejando agradar à multidão" (15, RSV), ele libertou Barrabás e, depois de açoitar" Jesus, entregou-o para ser crucificado. Ele era apenas mais um galileu (cf. Lc 13:1) !

Uma curiosa informação da história cristã antiga diz que Pilatos foi canonizado pela Igreja da Abissínia por causa da sua crença na inocência de Jesus. A igreja grega conce‑

deu o mesmo reconhecimento à sua esposa. Mas o julgamento da história é diferente. Pilatos poderia ter libertado Jesus, e os judeus deveriam ter recebido o Salvador. Ambos experimentaram o castigo do Deus Todo-poderoso.

5. A Zombaria dos Soldados (Marcos 15:16-20)

Pilatos havia ordenado que Jesus fosse "crucificado" (15). Os soldados romanos eram responsáveis por executar esta ordem. Talvez enquanto a cruz era preparada, esses homens empedernidos, estranhos ao solo da Judéia, levaram Jesus à sala da audiência (16), isto é, ao pátio do Pretório, ou do palácio real de Herodes (no lado ocidental de Jerusalém) ou na Torre de Antônia (anexada à extremidade noroeste dos limites do templo).

O que aconteceu então é chocante, mas evidentemente era uma ocorrência muito comum." Era uma espécie de jogo realizado entre os militares, cuja lealdade era dirigida a César, sem consideração pelos judeus, especialmente por um deles que parecia ser pretendente ao trono imperial. Embora o escárnio fosse demasiadamente cruel, ele pode ter provocado em Jesus um sofrimento menos pessoal do que outras indignidades dos julgamentos e da Crucificação.

Convocando toda a coorte ("batalhão", RSV),66 os soldados vestiram Jesus com sím-bolos grotescos de realeza, fazendo dele o objeto de sua injúria e zombaria. Vestiram-no com um "manto militar escarlate... parte de seu próprio uniforme"' (cf. Mt 27:28) e colo-cando uma coroa de espinhos em sua cabeça (17),68 eles o saudaram como Rei" dos judeus (18). Em uma série contínua de insultos (evidente por causa do tempo imperfeito do verbo), feriram-no na cabeça com uma cana (19; "cetro"; Cf. Mt 27:29; também 36), cuspiram nele e postos de joelhos, o adoravam, em uma homenagem cheia de zombaria (Is 50:6).

Tendo o esquadrão de estúpidos soldados terminado a zombaria, tornaram a vestir Jesus com suas próprias roupas e o levaram para fora, a fim de o crucificarem (20).

O ridículo e a zombaria sempre estiveram entre as armas mais eficientes de Sata-nás. Sejam eles grosseiros ou refinados, de incultos ou de homens cultos, é certo que virão. Jesus preveniu a igreja: "Não é o servo maior do que o seu senhor" (Jo 15:20).

6. A Crucificação (Marcos 15:21-41)

a) A Manhã da Ignomínia (Marcos 15:21-32). Enquanto o centurião e seus quatro soldados levavam Jesus pelas ruas de Jerusalém em direção ao local da execução, fora dos muros da cidade (Hb 13:12), a força física do Mestre evidentemente cedeu debaixo do pesado madeiro." A tensão provocada por aqueles cruciantes eventos, desde o Getsêmani até o açoite e a zombaria dos soldados, era esmagadora.

Um certo Simão Cireneu (21; um norte-africano) que ali passava, foi "constrangi-do' a prestar um serviço a Roma e carregou a cruz por Jesus. Tal obrigação civil geral-mente agravava o relacionamento entre judeus e romanos. Nesse momento, alguma coi-sa memorável deve ter ocorrido. Por que Marcos iria registrar que Simão era pai de Alexandre e de Rufo se essa família não era conhecida pelos leitores? (Veja Atos 11:20-13.1; Rm 16:3.) O que ele viu na Crucificação evidentemente o levou a se tornar um cristão convertido.

O lugar da execução era o Gólgota (22; em aramaico) ou Calvário (em latim), enten-dido como um outeiro com a forma de crânio, localizado fora dos muros de Jerusalém no primeiro século. Sua exata localização ainda não obteve o consenso dos estudiosos. Nesse local da crucificação, colocavam permanentemente vigas em pé para que os passantes pudessem ver e observar os acontecimentos. Como medida humanitária, era hábito que as mulheres da cidade preparassem drogas para os condenados, a fim de aliviar a dor causticante da crucificação. Nesse caso ofereceram a Jesus vinho com mirra (23), mas ele não o tomou. Ele preferiu manter a mente lúcida até o fim (cf. 14.25). Era a terceira hora — nove horas da manhã — quando o crucificaram (25).

A crucificação era uma forma cruel de pena de morte que os romanos haviam usa-do durante várias gerações. Era reservada àqueles que pertenciam às classes sociais mais baixas ou aos que tinham um nível político mais baixo. Os cidadãos romanos eram isentos. Em primeiro lugar, os soldados removiam todas as roupas do condenado e as repartiam entre si. Os braços da vítima eram fixados na viga. Seu corpo era levan-tado até o poste e apoiado por meio de uma cavilha. Os pés eram então pregados ou os calcanhares amarrados ao poste, alguns centímetros acima do chão. "A exposição, per-da de sangue, maus tratos aplicados por espectadores sádicos, tortura por insetos e a circulação prejudicada, causavam um sofrimento atroz."' A morte demorava a aconte-cer e era tão bem-vinda como se fosse uma amiga.

Para que os espectadores pudessem saber a natureza do crime, era preparada uma placa de madeira coberta com gesso exibindo a acusação escrita com letras pretas. Essa inscrição era pendurada no pescoço do criminoso ou carregada à sua frente pelos algozes. Depois, era amarrada na cruz, acima da sua cabeça.'

Na inscrição (26) que trazia a acusação contra Jesus estava escrito: O REI DOS JUDEUS. João (19.21ss.) deixa claro que Pilatos de certo modo se vingou através das palavras de acusação, porque os principais dos sacerdotes não gostaram dela.

Os prisioneiros eram executados em grupos e parece que uma execução havia sido planejada, possivelmente para Barrabás e dois de seus cúmplices. Os homens que foram crucificados com Jesus, um à sua direita, e outro à esquerda (27) eram salteadores (um termo mais forte que ladrões), e provavelmente rebeldes. Tiago e João haviam pro-curado estas posições à direita e à esquerda de nosso Senhor. Eles haviam declarado suas aptidões para ocupá-las (Marcos 10:37), mas na verdade não sabiam o que estavam pedin-do. Jesus, ao contrário, ...com os malfeitores foi contado."

Mais uma vez Jesus foi submetido a insultos e zombarias." Todas as zombarias e ofensas tinham um ponto em comum: se Jesus fosse o Messias, o Salvador do mundo, o Rei de Israel (32), Ele deveria provar a sua condição através de uma demonstração de poder sobrenatural. Rabinos do século XX têm feito a mesma acusação — "Jesus de Nazaré não era o Messias porque Ele foi um fracasso!" Aqueles que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça (29)." Os principais dos sacerdotes saduceus e os fariseus (escribas) também "se divertiram diante da situação dele" (31, Goodspeed), dizendo: Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo. Até os salteadores crucificados (32) o injuriavam.

...vede se há dor como a minha dor... '

Inconscientemente, e com uma incrível cegueira moral, aqueles que zombavam falavam uma amarga verdade. O próprio Senhor Jesus havia dito: "Qualquer que qui-ser salvar a sua vida perdê-la-á..." (Marcos 8:35) e "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só..." (Jo 12:24). Esta era a luta contra a Tentação e um contínuo teste durante o seu ministério público. Alguns pensam que, em certas ocasiões, Jesus ficava profundamente perturbado com o custo da salvação e imaginava se deveria pedir ao Pai para poupá-lo "daquela hora". Mas Ele nunca se entregou. "Mas para isso vim a esta hora" (Jo 12:27).

Os inimigos de Jesus haviam há muito tempo procurado uma confirmação miraculosa de suas afirmações (Marcos 8:11; cf. 1 Co 1,22) para que o vejamos e acreditemos. Mas ne-nhum sinal sobrenatural iria "transformar um fariseu ou um legalista tacanho, formal e hipócrita em um homem espiritual em sintonia com os princípios e os propósitos de Cris-to"." O único caminho para a salvação era o caminho da Cruz e do Sepulcro Vazio.

b) Trevas ao Meio-Dia (Marcos 15:33-39). E, chegada a hora sexta (meio-dia; 33), Jesus tinha estado na Cruz durante três horas (25).79 Desde esse momento até as três horas da tarde (a hora nona), houve trevas sobre toda a terra. Este era um dos presságios associados com a morte do Filho de Deus. Mesmo se fosse o resultado de causas naturais, como as nuvens negras do vento siroco, as trevas ainda assim seriam um símbolo profético do juízo.

E sucederá que, naquele dia, diz o Senhor, farei que o sol se ponha ao meio-dia

E a terra se entenebreça em dia de luz."

À hora nona (34), um grande grito veio da Cruz, Deus Meu, Deus Meu, por que...? "As palavras de Jesus nos dão uma versão aramaica tingida de hebraico do Sal-mo 22.1."" Este grito pode ter sido proferido originalmente em hebraico, pois as duas primeiras palavras (como em Mateus 27:46) poderiam ter sido facilmente confundidas com um chamado por Elias (35).

A verdadeira questão é o significado delas. Se forem entendidas no contexto do Novo Testamento como um todo, elas nos dão uma visão do custo da expiação. Segundo a vontade de Deus, Jesus estava sendo "em tudo... semelhante aos irmãos" (Hb 2:17), exceto no que dizia respeito à experiência do pecado (Hb 4:15). O angustiado grito de desamparo deve ser entendido à luz de Marcos 14:36; II Coríntios 5:21 e Galatas 3.13. "O peso dos pecados do mundo e sua completa identificação com os pecadores envolviam não um sentimento, mas um verdadeiro abandono pelo seu Pai. É no grito do abandono que se revela todo o horror dos pecados da humanidade.'

Alguns dos que ali estavam supunham que Jesus estivesse pedindo ajuda do céu, como os insultos anteriores haviam sugerido que Ele iria fazer (30-32). "Eis que chama por Elias" (35). Alguém, provavelmente um soldado, embebeu uma esponja em vinagre (cf. Rt 2:14; Sl 69:21) e lhe deu em uma cana, dizendo: Deixai, vejamos se virá Elias tirá-lo (36).

A palavra deixai levanta a questão sobre quem estava falando. Mateus 27:48-49) diz que "os outros [plural] diziam: Deixa" (singular). No relato de Marcos o verbo dizer está no singular na língua grega, indicando que apenas uma pessoa estava falando. Uma explicação natural seria que Marcos escreve como se um único espectador falasse pelo grupo. Outra solução é entender que a última parte do versículo 36 foi falada, como as próprias palavras parecem indicar, pela pessoa que ofereceu o vinagre a Jesus. Gould oferece esta paráfrase como uma explicação: "Deixe-me dar-lhe isto e assim prolongar sua vida e então teremos oportunidade de ver se Elias virá ou não para ajudá-lo".

Naquele momento, depois de cerca de seis horas na cruz," Jesus, dando um gran-de brado, expirou (37). Como outros Evangelistas indicam," o momento da separação do Pai havia passado e Jesus morreu em paz e em triunfo. Seu último brado, talvez a palavra de João 19:30 (tetelestai, "Está consumado"), foi "o brado de um vencedor"." O véu do templo (38), que separava o lugar santíssimo do lugar santo, se rasgou em dois, dando-nos "ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus" (Hb 10:19), e talvez também indicando a iminente destruição do templo."

O efeito cumulativo da conduta de Jesus desde a flagelação até à crucificação arran-cou uma admirável confissão do obstinado centurião (39) que estava defronte dele. Ouvindo o brado de vitória vindo da cruz, o homem que estava acostumado a presenciar mortes cruéis, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.'

Encontramos aqui:
1) A Crucificação, 24-28;
2) A cruel zombaria, 29-32;

3) Os brados de Cristo, 33-38;

4) A confissão do centurião, 39.
c) As Mulheres da Galiléia (Marcos 15:40-41). O lado feminino da história da Crucificação foi contado em uma breve nota de rodapé. Ela faz um terno contraste com os versículos seguintes e é um comentário sobre a vida da igreja. Embora "olhando à distância" (40, NT Amplificado), as mulheres da Galiléia estavam presentes, mas os discípulos não. As mulheres participaram do sepultamento (47) e foram as primeiras a ver o túmulo vazio (Marcos 16:1). (Sendo assim, elas podem ter estado entre os informantes de Marcos.) Também estavam entre aqueles que haviam ajudado Jesus com seus serviços e com alimentos enquanto Ele estava na Galiléia (cf. Lc 8:3), e haviam se juntado ao seu grupo de peregri-nos na última viagem a Jerusalém.

Essas pessoas escolhidas, cujos nomes Marcos imortalizou, eram: Maria Madalena, de Magdala, que tinha uma dívida especial para com Jesus (veja Lc 8:2) ; Maria, mãe de Tiago, o menor ("filho de Alfeu", Mt 10:3) e de José, e Salomé, mãe de Tiago e João (Mt 27:56). Elas observavam tudo com muito sofrimento e desgosto, mas também com amor. "Somente o amor pode nos unir a Cristo de tal modo que nem mesmo as experiências mais assustadoras podem nos afastar dele."

7. O Sepultamento de Jesus (Marcos 15:42-47)

"Crucificado, morto e sepultado." Os cristãos têm confessado estes fatos dolorosos durante séculos. A morte de Jesus não foi uma ilusão, pois Ele era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, o Deus-homem.

Jesus morreu na sexta-feira, aproximadamente às três horas da tarde, algumas horas antes do sábado, que começava ao pôr-do-sol. Sexta-feira era o dia da preparação. Nenhum sepultamento era permitido no sábado, e a Lei exigia que o corpo de Jesus fosse retirado da Cruz e sepultado antes do anoitecer (Dt 21:23).

Preocupado com essa urgência, José de Arimatéia,' "um respeitado membro do Concilio" (43, NEB), isto é, do Sinédrio, reuniu coragem e pediu a Pilatos o corpo de Jesus." José era um homem rico (Mt 27:57), de caráter nobre (Lc 23:50) e um discípulo secreto de Jesus (Jo 19:38). Ele e Nicodemos estavam evidentemente entre aqueles "prin-cipais" que acreditavam em Jesus, mas que não o reconheciam publicamente (Jo 12:42). Foi preciso que acontecesse a tragédia da cruz para levá-los a confessar (cf. Jo 12:32). Entretanto, José estava à espera do Reino de Deus e era um homem de fé. "Sua vida era vivida na expectativa da ação de Deus no mundo."'

Não podemos deixar de imaginar os pensamentos que devem ter ocupado a mente de Pilatos quando José apresentou o seu corajoso pedido. Assustado com a notícia da morte relativamente rápida de Jesus, Pilatos chamou o centurião (44), que estava bem qualificado para confirmar se Jesus estava realmente morto (39). Pilatos, então, deu o corpo a José (45).

De forma sucinta e emocionante, Marcos observa cinco aspectos no modo como José serviu a Jesus: Ele comprou um lençol fino (46), retirou o corpo da Cruz e o enrolou na mortalha de linho (veja Jo 19:40), e o depositou em um sepulcro lavrado em uma rocha (que ficava no jardim de uma colina próxima) e revolveu uma pesada pedra contra a porta do sepulcro (para protegê-lo dos saqueadores).

Finis (fim) ? Não, tetos (destino, objetivo) ! "... A história mostra que Deus nunca nota as pedras. Os objetivos da terra nunca são os dele."'

As piedosas mulheres da Galiléia (40-41) observavam onde o punham (47) e fize-ram seus planos para ajudar a embalsamá-lo depois do sábado (Marcos 16:1; Lc 23:56). A maio-ria dos detalhes que Marcos nos relatou deve ter vindo delas.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Marcos Capítulo 15 versículo 41
Lc 8:2-3,

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
*

15:1

Logo pela manhã. Provavelmente ao amanhecer. O propósito da nova reunião era, ao que parece, levantar contra Jesus alguma acusação de natureza civil (conforme Lc 23:2).

Pilatos. O Credo Apostólico menciona Pilatos como o representante de Roma que se defrontou com Jesus, neste julgamento. Pilatos foi o governador romano da Judéia de 26 a 36 d.C. Como magistrado, só ele tinha o direito legal de pronunciar sentenças capitais (14.64, nota).

* 15:2

rei dos judeus. Este título é ambíguo. No sentido político, os Herodes eram reis, Jesus não. Não obstante, Jesus era rei dos judeus, oferecido a eles como cumprimento de suas esperanças messiânicas.

* 15:4

Nada respondes. Aparentemente, Pilatos queria levar Jesus a perceber que, diante da lei, o silêncio significava consentimento.

* 15:7

Barrabás. Provavelmente, um insurreicionista, que procurava a derrocada militar de Roma. Mt 27:16 (em alguns manuscritos) dá seu primeiro nome como sendo “Jesus”, que era um nome comum naquela época. A escolha que Pilatos propõe à multidão (v. 9) é involuntariamente irônica: Jesus Barrabás — que queria salvar politicamente a Israel — ou Jesus de Nazaré, o verdadeiro Salvador do mundo.

* 15:13

Crucifica-o. De origem persa e adotada pelos romanos, esta forma vergonhosa e cruel de punição capital era aplicada especialmente contra escravos rebeldes e contra insurreicionistas. Cravos de metal eram cravados nos pulsos ou nas mãos (Jo 20:25) e nos calcanhares da vítima, provocando sofrimento atroz. A morte, geralmente, ocorria no decorrer de dias, e resultava dos ferimentos, da fome, da desidratação e do abandono ao relento. Quebrar as pernas do condenado (Jo 19:33) provocava morte rápida por asfixia, uma vez que as pernas não podiam mais sustentar o corpo ajudando a pessoa a respirar. Como Paulo observa, a crucificação de Jesus mostrou-o publicamente sob a maldição de Deus (Gl 3:13, conforme Dt 21:23).

* 15:15

açoitar. Segundo o costume romano, o açoite precedia a crucificação.

* 15:16

pretório. Originalmente, a palavra designava a sede do comando militar ou quartéis, em geral. Nos Evangelhos, refere-se a uma residência oficial (conforme At 23:35).

todo o destacamento. Lit., “corte” ou a décima parte de uma legião romana, que seriam então seiscentos homens.

* 15:17

Vestiram-no de púrpura. A púrpura era cara e difícil de produzir e, por esta razão, era indício de alta classe (Et 1:6; Pv 31:22; Lc 16:19; Ap 17:4), especialmente da realeza (2Cr 2:7, 14; 3:14; Ct 3:10).

coroa de espinhos. Jesus suportou a maldição divina (v. 13, nota) na terra, que produziu espinhos depois do pecado de Adão (Gn 3:17, 18). Os soldados usaram essa coroa para ridicularizar a idéia de que Jesus era um rei.

* 15:18

Salve. Esta saudação e homenagem prestadas (v. 19) são zombarias do respeito devido à realeza.

* 15:21

Cireneu. Cirene era uma importante cidade na região da Líbia atual. Havia uma grande colonização judaica em Cirene, que remontava a centenas de anos atrás (At 6:9).

Alexandre e de Rufo. Os filhos de Simão podiam ter sido membros de uma comunidade cristã, provavelmente em Roma, à qual Marcos escreveu (Rm 16:13).

a carregar-lhe a cruz. Usualmente o condenado devia carregar a cruz, que pesava de treze a vinte quilos. Simão, ao tomar a cruz de Jesus, tornou-se um quadro visível do verdadeiro discipulado que Jesus exige (8.34).

* 15:22

Lugar da Caveira. Um nome sinistro, provavelmente refere-se à forma da colina onde as execuções eram levadas a cabo.

* 15:23

vinho com mirra. Uma primitiva forma de analgésico. Mirra era uma especiaria cara usada como cosmético. Foi oferecida a Jesus por ocasião de seu nascimento, como dádiva para um rei (Mt 2:11) e usada em seu sepultamento por Nicodemos (Jo 19:39-40).

* 15:24

repartiram... as vestes dele. Estas eram os espólios reservados ao esquadrão da execução. Este detalhe, aparentemente sem importância, cumpre o Sl 22:18, um salmo que descreve a agonia de uma morte violenta e imerecida (Sl 22:16).

* 15:25

hora terceira. Nove horas da manhã.

* 15:26

sua acusação. Chamada “titulus”, em Latim, era uma placa levada diante do prisioneiro a caminho da execução, e afixada na cruz sobre sua cabeça.

* 15:27

dois ladrões. Ainda que a palavra grega signifique freqüentemente “ladrão”, pode também significar insurrecionista (14.48, nota) ou mais geralmente “criminoso”. Uma vez que o roubo não era punido com crucificação (v. 13, nota), um dos dois últimos significados é preferível aqui.

* 15:28

Este versículo está faltando nos mais antigos manuscritos gregos, ainda que conste da vasta maioria dos manuscritos existentes. É possível que os primeiros copistas tenham inserido a citação de Is 53:12, valendo-se da passagem paralela de Lc 22:37.

* 15:29

Ver nota em 14.58.

*

15:30

descendo. Estas palavras são tanto um insulto como uma tentação diabólica, semelhante àquela que foi proposta a Jesus no começo do seu ministério (Mt 4:2-6). O diabo está procurando ainda subverter a obra da redenção, exatamente no momento de sua consumação, quando Jesus está enfrentando sua maior fraqueza física (14.38).

* 15:33

hora sexta. Meio dia.

trevas. Isto recorda as trevas no Egito, que se estenderam por três dias, antes da morte dos primogênitos (Êx 10:22). Ver também a profecia de Amós (8.9-10), onde o Senhor promete “entenebrecerei a terra em dia claro”, em um tempo “como luto por filho único”.

hora nona. Cerca de três horas da tarde.

* 15:34

Eloí... sabactâni. Esse é o primeiro versículo de Sl 22 em Aramaico. Mesmo nas garras da morte, a vida de Jesus é determinada por aquilo que está escrito nas Escrituras.

* 15:35

Elias. Alguns entenderam mal a palavra “Eloi”, tomando-a por “Elias” talvez porque, em alguns círculos, acreditava-se que Elias voltaria (6.15; 8.28).

* 15:36

vinagre. Diferente do vinho e mirra oferecidos (v. 23), aqui não há o desejo humanitário de abrandar o sofrimento, mas antes a intenção cruel de prolongá-lo, mantendo Jesus vivo, para verem se “Elias” viria ao ser chamado por ele.

* 15:37

dando um grande brado. Já havia seis horas que Jesus estava pendurado sobre a cruz (vs. 25, 34). A crucificação podia estender-se por dois ou três dias (v. 13, nota).

* 15:38

o véu do santuário rasgou-se em duas partes. A morte de Jesus é o sacrifício final e definitivo pelo pecado (Hb 7:27). A velha dispensação da aliança da graça é levada a um final decisivo. O sumo sacerdote não mais teria necessidade de entrar no Santo dos Santos, atrás do véu, para expiar os pecados do povo (Êx 26:31-33, conforme Hb 9:1-10). Jesus é o novo e eterno Sumo Sacerdote (Hb 8:1) e, também, a perfeita vítima sacrificial (Hb 9:14), que obtém “redenção eterna” para o seu povo (Hb 9:12).

* 15:39

centurião. Oficial romano responsável por cem homens. Este centurião, aparentemente, era o responsável pelo destacamento encarregado de executar a sentença contra Jesus. Ele estava bem posicionado para observar a morte de Jesus.

Filho de Deus. O grego poderia ser traduzido “um filho de Deus”. Um romano não veria, neste termo, o Messias do Antigo Testamento, nem o eterno Filho da Trindade, mas a idéia helenística de um humano sendo favorecido pelos deuses. Não obstante, a confissão permanece como o propósito e o clímax do Evangelho de Marcos, completado com o conteúdo da mensagem cristã (conforme 1.1).

* 15:40

Maria Madalena. Isto é, Maria de Magdala, cidade à margem sudoeste do Mar da Galiléia (conforme 16.9; Lc 8:2).

Maria, mãe de Tiago, o menor e de José. Conhecida somente através deste incidente (Conforme Mt 27:56).

Salomé. Mãe de Tiago e de João (Mt 27:56, conforme 20.20, 21).

* 15:41

muitas outras. Todos os homens tinham fugido, exceto o discípulo amado (Jo 19:26, 35).

* 15:42

dia da preparação. O dia anterior ao Sábado (sexta feira, Jo 19:14, nota). O alimento era preparado antes de o sol se por, quando o Sábado começava. José tinha de comprar o linho, tomar as providências para o sepultamento de Jesus e aprontar o túmulo (vs. 43-46) nas três horas que restavam entre a morte de Jesus e o pôr do sol.

* 15:43

José de Arimatéia. Talvez, de Ramá, na Judéia, a aproximadamente trinta e dois quilômetros a noroeste de Jerusalém, e cidade do profeta Samuel (1Sm 1:1). Ver nota em Lc 23:50-51.

Sinédrio. Ver 8.31, nota.

reino de Deus. Ver nota em 1.15. José, sem dúvida, era um fariseu piedoso mas também, um secreto seguidor de Jesus.

dirigiu-se resolutamente. Este, aparentemente, é o primeiro ato de fé demonstrado por José, porém, é revelado num momento em que todos os próprios discípulos de Jesus tinham fugido. José coloca-se em conflito com a decisão do Sinédrio, pondo em risco todo o seu futuro.

* 15:44

Pilatos admirou-se. A surpresa de Pilatos outra vez confirma o caráter incomum da morte de Jesus (v. 37, nota).

* 15:46

túmulo... aberto numa rocha. De acordo com Mt 27:60, o túmulo pertencia a José e à sua família. Um tal lugar de sepultamento familiar consistiria de um vestíbulo primorosamente pintado, de onde uma passagem conduziria a bancos ou prateleiras individuais cavados na rocha, e onde os corpos eram deitados. O túmulo devia ser selado com uma pesada pedra rolada ao longo de um sulco feito na rocha à sua entrada.



Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
15:1 por que os judeus enviaram ao Jesus ao Pilato, o governador romano? Os romanos tiraram aos judeus o direito de aplicar a pena de morte, pelo qual tinham que sentenciá-lo-os romanos. Mais importante ainda, os judeus queriam que crucificassem ao Jesus, forma de justiçar que acreditavam que incluía a maldição de Deus (veja-se Dt 21:23). Esperavam persuadir ao povo de que Jesus estava sob maldição, não sob a bênção de Deus.

15:3, 4 Os judeus tiveram que inventar novas acusações contra Jesus para levá-lo ante o Pilato. Como para o governador romano o cargo de blasfêmia não teria nenhuma importância, acusaram-no de outros três delitos: (1) instigar ao povo para que não pagasse impostos a Roma, (2) afirmar que era "o Rei dos judeus", (3) provocar distúrbios em todo o país. A evasão de impostos, a traição e o terrorismo sim eram motivos de preocupação para o Pilato (veja-se também Lc 23:2).

15:5 por que Jesus não respondeu às perguntas que lhe fez Pilato? Teria sido inútil as responder, além disso, o tempo chegou para dar sua vida a fim de salvar ao mundo. Não tinha motivos para prolongar o julgamento nem tentar salvar-se. O foi o supremo exemplo de paz e confiança em si mesmo. Nisto nenhum criminoso ordinário poderia imitá-lo. Ninguém poderia detê-lo em seu plano de consumar a obra que deveu realizar na terra (Is 53:7).

15:7 A Diabinho o prenderam por participar de uma rebelião em contra do governo romano e, embora cometeu assassinato, os judeus o consideravam um herói. Os judeus independentistas acérrimos detestavam que os governassem os pagãos de Roma. Aborreciam pagar impostos que financiassem a tão desprezível governo e seus deuses. A maioria das autoridades romanas, que tinham que resolver as disputas entre judeus, odiavam a sua vez a estes. Este período da história era propício para a rebelião.

15:8 Talvez esta multidão era de judeus leais a suas líderes. Mas, onde estavam os discípulos e as multidões que dias antes gritaram: "Hosanna nas alturas!" (11.10)? Os seguidores do Jesus temiam aos líderes judeus pelo qual se esconderam. Outra possibilidade é que entre a multidão havia muita gente que participou do desfile do Domingo do Ramos, mas que se voltaram contra Jesus quando viram que não ia ser um conquistador terrestre.

15:10 Os judeus odiavam ao Pilato, mas foram a ele para que lhes fizesse o favor de condenar ao Jesus à crucificação. É óbvio que Pilato se deu conta de que tudo era um teatro. por que outra coisa esta gente que o odiava a ele e ao Império Romano que representava lhe ia pedir que declarasse sentenciado de traição e condenasse à pena de morte a um de seus patrícios judeus?

15:13 A crucificação era a pena que os romanos aplicavam pelo delito de rebelião. Somente os escravos e os que não eram cidadãos romanos podiam crucificar-se. Se crucificavam ao Jesus, morria como um rebelde ou um escravo, não como o Rei que proclamava ser. Isto é, precisamente, o que os líderes religiosos judeus queriam ao incitar à multidão até o frenesi. Além disso, a crucificação o faria aparecer como que os romanos o matavam e portanto a multidão não culparia aos líderes religiosos.

15.14, 15 Quem foi o culpado da morte do Jesus? Em realidade, todos. Os discípulos o abandonaram aterrorizados. Pedro negou conhecer o Jesus. Judas o traiu. A multidão que o seguiu ficou estática sem fazer nada. Pilato tratou de agradar ao povo. Os líderes religiosos promoveram ativamente a morte do Jesus. Os soldados romanos o torturaram. Se você tivesse estado ali, qual tivesse sido sua reação?

15:15 A calorosa e poeirenta região da Judea, onde Pilato era governador, não era muito mais que uma avançada do Império Romano. devido a que estava muito longe de Roma, ao Pilato lhe atribuiu um pequeno exército. Seu principal dever era manter a paz. Pelas recontagens históricas sabem que ao Pilato já se advertiu de outras sublevações na região. Embora não viu nenhuma culpa no Jesus, nem razão alguma para condená-lo a morte, assustou-se quando ouviu a multidão dizer que o o comunicariam ao César (Jo 19:12). Um relatório assim, acompanhado de uma rebelião, poderia lhe custar sua posição e suas esperanças de ascensão.

15:15 Embora de acordo com a lei romana Jesus era inocente, Pilato cedeu ante a pressão política. Jogou a um lado tudo que sabia que era bom. Tratou de congraçar-se com os líderes judeus ditando uma sentença que agradaria a todos e o protegeria a ele. Quando fazemos caso omisso das declarações de Deus sobre o bom e o mau, e tomamos decisões apoiadas no que dirão, caímos em arranjos e ilegalidades. Deus promete honrar a quem atua rectamente, não a quem trata de agradar a todos.

15:19 Os soldados "lhe faziam reverências"; em outras palavras, burlavam-se do Jesus simulando adoração.

15:21 Fora da Judea havia colônias de judeus, Simón veio do Cirene, ao norte da África, em uma peregrinação com motivo da Páscoa. Seus filhos, Alejandro e Rufo, mencionam-se aqui porque evidentemente chegaram a ser muito bem conhecidos na igreja primitiva (Rm 16:13).

15:24 Os soldados jogaram sorte para decidir com qual roupa do Jesus ficaria cada um. Os soldados romanos tinham o direito de conservar a roupa dos crucificados. Este ato fez que se cumprisse a profecia do Sl 22:18.

15:25 A crucificação era uma temível e vergonhosa forma de morrer. Obrigavam à vítima a carregar sua cruz através da rota mais larga ao sítio da crucificação, como uma forma de advertência para o povo. Há cruzes de diversas formas, assim como diferentes métodos de crucificação. Ao Jesus o cravaram na cruz. Às vezes, a alguns condenados a morrer crucificados atavam a suas cruzes com cordas. Em qualquer caso, a morte vinha por asfixia porque o peso do corpo fazia mais e mais difícil a respiração à medida que o réu perdia as forças.

15:26 Freqüentemente ficava na cruz um letreiro no que se declarava o crime pelo que se crucificava à pessoa. A idéia era que servisse de advertência ao povo. Como ao Jesus não puderam culpar o de nada, a única acusação que figurou sobre sua cabeça foi o "crime" de haver dito ser o Rei dos judeus.

15:27 Lucas narra que um dos ladrões se arrependeu antes de morrer e que Jesus lhe prometeu que estaria com O no paraíso (Lc 23:39-43).

15:31 Jesus se pôde ter salvado, mas preferiu sofrer por amor a nós. Pôde ter eleito não sofrer nem ser humilhado na forma que foi; pôde ter dado morte a todos os que se mofavam do, mas suportou o sofrimento porque ama até a seus inimigos. Nós também tivemos uma parte importante no drama dessa tarde, porque nossos pecados também estavam sobre a cruz. Jesus morreu por nós e o castigo de nossos pecados os pagou com sua morte. A única resposta adequada que podemos realizar é confessar nossos pecados e aceitar que Jesus pagou pelos pecados para que nós não tivéssemos que fazê-lo. Não insultemos a Deus ao ser indiferentes ante o maior ato de amor na história.

15:32 Quando Jacóo e João pediram lugares de honra próximas ao Jesus em seu Reino, O lhes respondeu: "Não sabem o que pedem" (10.35-39). Aqui, como Jesus preparava a inauguração de seu Reino através de sua morte, os lugares à direita e à esquerda tomaram criminosos moribundos. Como Jesus explicou a seus dois discípulos desejosos de poder, alguém que quer estar perto do Jesus deve estar preparado a sofrer e morrer como O. O caminho do Reino é o da cruz. Se quisermos a glória do Reino, devemos ter a vontade de permanecer unidos ao Cristo crucificado.

15:34 Jesus não fez esta pergunta surpreso nem desesperado. Citava a primeira estrofe do Salmo 22. Este salmo é uma profecia a respeito da profunda agonia do Messías ao morrer pelo pecado do mundo. Jesus sabia que esta separação temporária de Deus chegaria no momento em que jogasse sobre si os pecados do mundo. Esta separação foi o que o aterrorizou, conforme orou no Getsemaní. A agonia física foi horrível, mas a separação espiritual de Deus foi a tortura maior.

15:37 Com esta exclamação Jesus talvez pronunciou suas últimas palavras: "Consumado é" (Jo 19:30).

15:38 Um véu pesado pendurava ante a parte do templo chamada Lugar Muito santo. Era um lugar que Deus reservou para O. Simbolicamente, o véu separava ao Deus santo da humanidade pecadora. Uma vez ao ano, no Dia da Expiação, o supremo sacerdote entrava nesse lugar e apresentava sacrifício pelo perdão dos pecados de todo o povo. Quando Jesus morreu, o véu se rasgou em dois, mostrando assim que sua morte por nossos pecados deixava aberta a entrada até a presença do Deus santo. Isto foi de acima para baixo, o que mostra que Deus abriu o caminho. Em Hebreus 9 se encontra uma mais completa explicação destes fatos.

PILATO

Nos dias do Jesus, cada sentença de morte tinha que aprová-la o funcionário romano de mais alta fila do distrito. Poncio Pilato era governador da província da Judea, em Jerusalém. Quando os líderes judeus tiveram ao Jesus em seu poder e solicitaram sua morte, o obstáculo final era conseguir a autorização do Pilato. Assim que uma manhã cedo, Pilato encontrou a uma multidão frente a sua porta pedindo a morte de um homem.

As relações do Pilato com os judeus eram sempre tormentosas. Sua firmeza e eqüidade romanas a opacaban seu cinismo, seus compromissos e seus enganos. Em várias ocasiões suas ações ofenderam profundamente aos líderes religiosos. As manifestações e o caos resultantes possivelmente fizeram repensar ao Pilato. Tentava controlar a um povo que tratava a seus conquistadores romanos sem nenhum respeito. O julgamento do Jesus foi outro dos muitos problemas que já tinha.

Pilato não tinha dúvida alguma em relação à inocência do Jesus. Em três diferentes ocasione declarou ao Jesus isento de toda culpa. Não entendia por que esta gente queria a morte do Jesus, mas o temor à pressão dos judeus lhe levou a permitir a crucificação do Jesus. Ante a ameaça de que o acusassem ante o imperador de não querer eliminar a um rebelde contra Roma, decidiu fazer o que sabia que não era bom. Em seu desespero escolheu o que em realidade não desejava.

Pilato era tão humano como nós. Às vezes sabemos o que é bom, mas optamos pelo oposto. Teve sua oportunidade na história e agora nós temos a nossa. O que fazemos com nossas oportunidades e responsabilidades? Em que maneira julgamos ao Jesus?

Pontos fortes e lucros:

-- Governador romano da Judea

Debilidades e enganos:

-- Falhou em seu intento de governar a um povo que embora o derrotaram militarmente, nunca se deixou dominar por Roma

-- Seus constantes conflitos políticas lhe fizeram um árbitro cínico e tolerante pouco compassivo, suscetível às pressões

-- Embora viu que Jesus era inocente, cedeu às demandas da gente que pedia sua execução

Lições de sua vida:

-- Grandes males podem acontecer quando a verdade está a mercê das pressões políticas

-- Resistir a verdade deixa a uma pessoa sem propósitos nem rumo fixo

Dados gerais:

-- Onde: Judea

-- Ocupação: Governador romano da Judea

-- Familiares: Esposa, não se menciona seu nome

-- Contemporâneos: Jesus, Caifás, Herodes

Versículos chave:

"Disse-lhe Pilato: O que é a verdade? E quando houve dito isto, saiu outra vez aos judeus, e lhes disse: Eu não acho no nenhum delito. Mas vós têm o costume de que lhes solte um na páscoa. Querem, pois, que lhes solte ao Rei dos judeus?" (Jo 18:38-39).

A história do Pilato se narra nos Evangelhos. Também em At 3:13; At 4:27; At 13:28; 1Tm 6:13.

15.42ss na sábado começava com a queda do sol da sexta-feira e finalizava com a queda o sol do sábado. Jesus morreu umas poucas horas antes que o sol da sexta-feira ficasse. Ia contra a Lei judia fazer qualquer trabalho físico ou viajar o dia de repouso. Também ia contra a Lei deixar que um corpo permanecesse pendurado durante toda a noite (Dt 21:23). José veio para sepultar o corpo do Jesus antes que começasse na sábado. Se Jesus tivesse morrido em sábado, quando José não podia fazer nada, os romanos teriam baixado seu corpo da cruz. Se os romanos tivessem feito tal coisa, os judeus não tivessem tido confirmação de sua morte, por isso tivessem podido negar sua ressurreição.

15.42, 43 depois da morte do Jesus na cruz, José da Arimatea pediu o corpo, pô-lo em uma tumba nova e a selou. Embora era um membro honorável do concílio judeu, José era um discípulo secreto do Jesus. Não todos os líderes religiosos odiavam ao Jesus. José arriscou sua reputação para dar sepultura adequada a seu Senhor. Assusta arriscar a reputação até pelo que é bom. Se seu testemunho cristão puser em perigo sua reputação, lembre-se do José. Hoje em dia, a igreja cristã o recorda com admiração. Quantos de outros membros do concílio judeu podemos nomear?

15:44 Pilato se surpreendeu que Jesus tivesse morrido tão logo, por isso ordenou a um soldado que o comprovasse a fim de estar absolutamente seguro que o relatório era veraz. Na atualidade, em um esforço por negar a ressurreição, alguns sustentam que Jesus não morreu. Sua morte, entretanto, confirmou-a o soldado, Pilato, José da Arimatea, os líderes religiosos e as mulheres que presenciaram o enterro. Jesus experimentou uma verdadeira morte física na cruz.

15:46 Sem dúvida, esta tumba era uma cavidade feita a emano na colina e o bastante grande para caminhar dentro. José envolveu o corpo do Jesus, colocou-o na tumba e pôs uma pedra pesada na entrada. Os líderes religiosos também viram onde se colocou o corpo do Jesus. Depois puseram guardas ante a tumba e selaram a pedra para assegurar-se que ninguém roubasse o corpo para dizer logo que tinha ressuscitado (Mt 27:62-66).

15:47 Foi muito pouco o que estas mulheres puderam fazer. Não falaram ante o Sanedrín em defesa do Jesus, não apelaram ante o Pilato, não se enfrentaram à multidão, não venceram aos soldados romanos. Mas fizeram o que puderam. mantiveram-se perto da cruz quando os discípulos fugiram, seguiram depois do corpo do Jesus quando o levaram a tumba e prepararam especiarias aromáticas para seu corpo. devido a que aproveitaram a oportunidade que tiveram, foram as primeiras testemunhas da ressurreição. Deus benzeu sua entrega e diligência. Como crentes, devemos aproveitar as oportunidades que temos e fazer tudo o que possamos por Cristo, em lugar de nos afligir pelo que não podemos fazer.

POR QUE Jesus TÊNIA QUE MORRER?

O problema

Todos temos feito costure más e desobedecemos a lei de Deus. Por causa disto, estamos separados de Deus nosso Criador. Separação de Deus significa morte; mas não podemos fazer nada para nos reconciliar com O.

por que Jesus pôde ajudar

Jesus não só era homem; a não ser o unigénito Filho de Deus. Obrigado a que nunca desobedeceu a Deus e nunca pecou, pode ser ponte entre o Deus sem pecado e a humanidade pecadora.

A solução

Jesus voluntariamente ofereceu sua vida e morreu por nós na cruz. Ao fazê-lo levou sobre si todas nossas maldades e nos liberou das conseqüências do pecado (entre elas o julgamento de Deus e a morte).

Os resultados

Jesus levou nossos pecados passados, pressente e futuros sobre O para que tivéssemos vida nova. Devido ao perdão de toda nossa má conduta, ficamos reconciliados com Deus. Além disso, a ressurreição do Jesus é prova de que Deus aceitou seu sacrifício por nós na cruz e sua ressurreição veio a ser fonte de vida nova para todo aquele que acredita que Jesus é o Filho de Deus. Todo aquele que acredita no terá esta vida nova e viverá junto Ao.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
3. Pilatos e Pessoas (15: 1-21)

1. Problema de Pilatos (15: 1-5)

1 Logo de manhã, os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, realizou uma consulta, e amarrou Jesus, o levaram e entregaram-no a Pilatos. 2 E Pilatos lhe perguntou: És tu o rei dos judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes. 3 E os principais dos sacerdotes o acusavam de muitas coisas. 4 E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Nada respondes? Vê quantas coisas eles te acusam Dt 5:1 Mas Jesus nada mais respondeu nada; de modo que Pilatos se admirava.

O julgamento judeu de Jesus à noite era ilegal (veja as notas em Mt 27:1. ). Então agora todo o conselho (Sinédrio) reuniu-se ao amanhecer para fazer a sua sentença antes da morte (Mc 14:64) oficial. É interessante notar que, mais frequentemente do que os outros evangelistas Marque os nomes dos três grupos que compõem o Grande Sinédrio em Jerusalém (conforme Mc 14:53 e paralela em Mt 26:57 ). O fraseado aqui, no entanto, é um pouco unusual- os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas. Isso ressalta o fato de que, enquanto antes era os escribas (fariseus) que se opunham a Jesus e perseguiram os seus passos, agora era os príncipes dos sacerdotes (saduceus) que liderou a oposição. Aparentemente, este foi o resultado da sua purificação do Templo, quando Ele ameaçou tanto o poder e livros de bolso da hierarquia sacerdotal. Nos primeiros capítulos de Atos é perceptível que os saduceus são os principais perseguidores dos discípulos cristãos.

Limite Jesus significa "colocar Jesus em cadeias" (NEB). É chocante pensar no Cristo compassivo, cujas mãos loving curou os enfermos, foi colocado em bênção sobre a cabeça dos meninos, e quebrado os biscoitos para alimentar as multidões, sendo algemado e levado pelas ruas de Sua própria Cidade Santa em cadeias. Esta foi uma daquelas ironias dramáticas da história. Seu corpo foi obrigado que as almas dos homens pode ser posto em liberdade.

O Sinédrio, tendo condenou Jesus à morte, entregou ao governador, o único que tinha o poder de execução. Pilatos era procurador da Judéia por dez anos (AD 26-36). Seu lugar de residência regular caiu na costa do Mediterrâneo, em Cesaréia. Mas a Páscoa tendem a excitar os sentimentos nacionalistas dos judeus, muitas vezes levando a distúrbios. Então o governador encontrou-o mais seguro para estar na mão em Jerusalém nos tempos de festa.

Josefo indica que Pilatos era odiado pelos judeus por causa de sua ganância, teimosia e crueldade. Ele finalmente foi recordado pelo imperador e banido para o exílio.

Quando confrontado por Cristo, Pilatos perguntou desdenhosamente, " Você , você é o rei dos judeus? "Tanto quanto aparência externa estava em causa, Jesus não se parece muito com um rei.

A resposta de Cristo é bastante enigmático. Tu dizes é uma tradução literal do grego. Mas o que isso significa? É equivalente à expressão de gíria, "Você disse isso!" - Uma afirmação forte? Ou será que significa: "Isso é o que você diz." Parece que Jesus propositadamente deu uma resposta ambígua (conforme NEB- "As palavras são suas"), porque Pilatos entenda mal um categórico "sim". Suas idéias de realeza seria muito diferentes dos de Jesus (ver notas sobre Mt 27:11 ).

Marcos registra que os sumos sacerdotes acusados ​​Cristo de muitas coisas . Eles eram cruéis e violentos em sua oposição. Em uma coisa que eles foram determinados pelo que Pilatos não devem libertar Jesus, mas colocá-lo à morte.

Poise perfeito de Mestrado em face de acusações falsas deixou um exemplo para seus seguidores. O governador ficou espantado. Ele nunca tinha tido antes dele um prisioneiro como este. À luz desses fatos Pilatos é totalmente sem desculpa para condenar o Imaculado de morrer.

b. Excepção de Pessoas (15: 6-15)

6 Agora, por ocasião da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles pedissem. 7 E havia um chamado Barrabás, deitado presos com eles que tinha feito insurreição, os homens que na insurreição tinham cometido um homicídio. 8 E a multidão subiu e começou a pedir-lhe para fazer como ele estava acostumado a fazer-lhe. 9 E Pilatos lhes respondeu, dizendo: Quereis que vos solte o Rei dos judeus? 10 Para ele percebeu que por inveja os principais sacerdotes tinham o entregou. 11 Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão, que ele deve, antes, lançar-lhes Barrabás. 12 E Pilatos, respondendo, disse-lhes: Que farei então daquele a quem chamais o rei dos judeus? 13 E gritaram: Crucifica-o. 14 E Pilatos lhes disse: Mas que mal fez ele? Mas eles gritaram: Crucifica-o. 15 E Pilatos, querendo o conteúdo a multidão, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, quando ele tinha açoitado, para ser crucificado.

O costume de libertar um prisioneiro na época festa é referido apenas nos Evangelhos (ver notas sobre Mt 27:11 ). Barrabás é descrita mais completamente por Marcos, talvez porque esse Evangelho foi escrito em Roma, onde o legal aspectos envolvidos seria de particular interesse. Aqui se afirma que Barrabás foi preso com eles que tinha feito insurreição, os homens que na insurreição tinham cometido um homicídio (v. Mc 15:7 ). Lucas (Lc 23:19) também menciona a insurreição eo assassinato. Gould ressalta a importância deste trabalho, quando escreve: ". Ele era apenas o que os judeus acusaram Jesus de ser, um homem que tinha levantado uma revolta contra o poder romano"

Quando a multidão começou a exigir a libertação de um prisioneiro, Pilatos apreendidos com a oportunidade de se livrar de sua dificuldade. Ele estava convencido da inocência de Jesus, mas os principais sacerdotes estavam exigindo que ele fosse morto. Aqui, talvez, foi uma saída para o dilema.

Então o governador perguntou: Quereis que vos solte o Rei dos Judeus ? Uma resposta afirmativa teria sido uma solução fácil para o problema. Jesus era, obviamente, inocente. Barrabás era tão claramente culpados. Por que não liberar o homem de bem, e executar o criminoso?

A triste verdade é que Pilatos se preocupava mais com a atitude da multidão que o caráter de Cristo. Ele estava mais preocupado com suas próprias fortunas políticas do que ele estava com a visão de que este prisioneiro recebeu justiça. Ele foi atuado por motivos egoístas. Como muitas vezes acontece em tais casos, o seu bem-estar pessoal, finalmente, sofreu perda, pois ele foi banido de sua posição.

Não foi difícil para Pilatos para ver que era por inveja (NEB- "por maldade") que os principais sacerdotes haviam entregado Jesus para ele. Eles ainda estavam sofrendo sob o golpe Ele tinha infligido sobre eles quando Ele limpou o templo. Por que Ele nunca seria perdoado. Eles devem se livrar dele.

Então, eles incitaram a multidão (v. Mc 15:11 ). Kagawa dá uma representação gráfica do que poderia muito bem ter ocorrido. Ele descreve os servos de Anás que se deslocam através da multidão, distribuindo moedas, e sussurrando ao povo a exigir a morte de Jesus. O verbo grego traduzido despertou vem de seismos ", um terremoto." O sumo sacerdote causou distúrbios do terremoto no meio da multidão, até que Pilatos se sentiu impotente para lidar com a situação. Mais uma vez, ele perguntou, provavelmente, sarcasticamente, o que deveria fazer com aquele a quem chamais o rei dos judeus . Se apenas a população aceitaria seu Rei, como haviam feito no domingo anterior na Entrada Triunfal, o governador seria libertado de uma maior responsabilidade no caso.

Mas as esperanças de Pilatos foram frustradas para o chão, enquanto a multidão gritou: Mais uma vez o governador se declarou "Crucifica-o!": " Mas que mal fez ele? (v. Mc 15:14 ). Esta questão, dada em todos os três Evangelhos sinópticos, mostra a vacilante caráter fraco, do governador.

Mais uma vez o governador foi frustrado. O clamor foi tornando-se um alvoroço, como milhares gritou, crucificá-lo . Finalmente Pilatos literalmente "cedeu" sob a pressão da multidão. Desejando para o conteúdo (melhor, "satisfazer") a multidão, ele soltar-lhes Barrabás . Os dirigentes judeus preferiram ter um assassino solto no meio deles do que ter Jesus vai sobre curando os enfermos, ressuscitar os mortos, e pregando as boas novas aos pobres. Este é mais um exemplo dramático da terrível loucura do pecado.Pedro apontou o contraste quando ele disse mais tarde a esta mesma multidão: "A quem vós entregastes e negou perante a face de Pilatos, quando este havia resolvido soltá-lo. Mas vós negastes o Santo e Justo, e pediu um assassino a conceder-vos, e matou o Príncipe da vida "( At 3:13 ). Todo pecador está abraçando um assassino de seu seio e rejeitando a Fonte da vida eterna. Esta é a loucura do pecado.

Antes de enviar Jesus para o local da execução, Pilatos Ele açoitado. Este foi um gesto de crueldade absoluta. Tem sido sugerido que este era um requisito legal antes da crucificação, mas a questão não é certa. Outros pensam que o governador pode ter sido atraente para as simpatias do povo, na esperança de que eles podem ainda solicitar a libertação de Jesus. Em todo o caso, foi um ato horrível (ver notas sobre Mt 27:36 ).

c. Perseguição no Praetorium (15: 16-21)

16 E os soldados o levaram dentro da corte, que é o pretório; e convocaram toda a banda. 17 E eles vestiram-no de púrpura, e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha; 18 ! e começaram a saudá-lo: Salve, Rei dos Judeus 19 E feriram a cabeça com uma cana, e cuspiu em cima dele, e curvando-se seus joelhos, o adoraram. 20 E quando o haverem escarnecido, tiraram-lhe a púrpura, vestiram-lhe as suas vestes. E eles levá-lo para fora para ser crucificado.

21 E obrigaram certo passando, Simão de Cirene, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, para ir com eles , para que pudesse levar a sua cruz.

Lucas, o único que diz que Pilatos mandou Jesus a Herodes e que os soldados deste último zombaram do profeta galileu (Lc 23:4 ), omite a conta aqui da zombaria dos soldados do governador. Mas Mateus novamente se aproxima bastante Marcos neste momento (ver notas sobre Mt 27:27 ).

Parece que a flagelação foi feito fora diante da multidão, pois afirma-se que os soldados levaram Jesus dentro do tribunal. Na versão ReiTiago da palavra grega traduzida como "palácio" em Mc 14:54 , Mc 14:66 e "hall" aqui. Mas significa "pátio", e deve ser assim prestados em cada caso. JH Moulton e George Milligan afirmar: "Até agora, como temos observado, não há nada no Koine para apoiar a afirmação de que no NT Aule sempre significa a própria casa. "

Para a localização do Praetorium , bem como o significado da banda , veja as notas sobre Mt 27:27 . Em vez de roxo (v. Mc 15:17 ), Mateus tem "um manto escarlate." As duas palavras são usadas em conjunto para descrever a roupa da Mulher Escarlate emApocalipse Mt 17:4 . Se assim for, estes dois homens eram provavelmente dois membros conhecidos da igreja em Roma. Era natural que Marcos, escrita em Roma, deve chamar a atenção para esta ligação familiar interessante. Como não havia uma grande colônia judaica em Cirene, no norte da África, é provável que Simon (o nome judeu mais comum desse dia) era um judeu (não um Negro), que tinha ido a Jerusalém para a Páscoa. Vindo do país sugere que Simon estava apenas entrando por um portão norte da cidade, enquanto os soldados estavam levando Jesus para fora.

4. Execução e Enterro (15: 22-47)

1. Trilhos e Robbers (15: 22-32)

22 E eles trazê-lo até o lugar do Gólgota, que é, por interpretação, o lugar de um crânio. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra, mas ele não o tomou. 24 E o crucificaram, e parte as suas vestes entre eles ., lançando sortes sobre eles, o que cada um deve ter 25 . E era a hora terceira quando o crucificaram 26 . E o título da sua acusação foi escrito sobre, O REI DOS JUDEUS 27 E com ele, crucificaram dois salteadores; um à sua direita, e outro à sua esquerda. 29 E os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Ah! tu que destróis o templo, e reedificas em três dias, 30 Salvar-te, e desce da cruz. 31 De igual modo também os principais sacerdotes ele entre si, com os escribas, diziam: Salvou os outros; a si mesmo não pode salvar. 32 Que o Cristo, o rei de Israel, desça agora da cruz, para que possamos ver e crer. E os que com ele foram crucificados o repreendeu.

Uma vez mais, Mateus e Marcos estão intimamente paralelo, enquanto Lucas (Lc 23:33-43) chama a atenção para a linguagem de Is 53:1)

33 E, quando a sexta hora chegou, houve trevas sobre toda a terra até a hora nona. 34 E, à hora nona, Jesus exclamou em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni; que, traduzido, Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste? 35 E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, disse: Eis que chama por Elias. 36 E um deles correu e ensopou uma esponja de vinagre, coloque-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo ser; Vejamos se Elias vem tirá-lo. 37 E Jesus disse uma voz, e entregou o espírito. 38 E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 E o centurião, que estava defronte dele, vendo que assim entregou o espírito, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho de Dt 40:1 ). Todos os três sinóticos mencionar o trevas sobre a terra do meio-dia até às três horas da tarde (conforme Lc 23:44 ). Marcos e Mateus dar o chamado "grito de abandono" (v. Mc 15:34 ). A forma Eloi é aramaico, "Eli" (Mt 27:46) hebraico. Ambos significam Meu Deus . O grito é uma citação de Sl 22:1 . Pode-se acrescentar que qualquer referência a um romano centurião sozinho -Marcos usa o termo em latim, escrevendo em Roma-no Novo Testamento mostra-o em uma boa luz (por exemplo, At 10:1 ; At 27:43 ; Mt 8:5 ). Como uma classe que parecem ter sido homens de grande caráter e habilidade. Eles mostram-se melhor do que os governadores acima deles ou os soldados comuns abaixo deles.

Depois de nomear aparentemente os mesmos três mulheres (v. Mc 15:40 ), como em Mateus (Mt 27:56 ), Marcos acrescenta: e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém . Estes eram mais dedicados, leais seguidores de Jesus. Eles, sem dúvida, cuidou muito bem de suas necessidades materiais, além de ouvir com amor a seu ensino. Diante da oposição dos inimigos, e incompreensão maçante de amigos, eles devem ter sido um grande conforto para ele.

Note-se que as mulheres eram o último na cruz e a primeira no túmulo. Sua devoção, muitas vezes coloca os homens de vergonha.

c. Bondade e Cortesia (15: 42-47)

42 E, quando veio a tarde, porque era a preparação, que é o dia antes do sábado, 43 , veio José de Arimatéia, um vereador honrado da fazenda, que também se estava olhando para o reino de Deus; e ele corajosamente entrou a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 44 E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto: e chamando o centurião, perguntou-lhe se ele tinha sido morrido. 45 E quando ele aprendeu do centurião, cedeu o cadáver a José. 46 E ele comprou um pano de linho, e levá-lo para baixo, envolveu-o no pano de linho, e pô-lo em um túmulo que tinha sido cavado em uma rocha; e rolou uma pedra para a porta do sepulcro. 47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde foi colocado.

Mesmo aqui, evidentemente, significa o fim da tarde, o que às vezes é chamado de "primeira noite" (3:00 PM ao por do sol). A segunda noite seria de cerca Dt 6:1) a afirmação de que Pilatos ficou surpreso ao ouvir que Jesus tinha morrido tão rapidamente, e enviou um centurião para verificar o relatório (vv. Mc 15:44 , Mc 15:45 ). Normalmente criminosos crucificados pendurado durante dias na cruz, antes de finalmente expirou.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
Nesse capítulo, Jesus é chamado de Rei seis vezes (vv. 2,9,12,1 8,26,32). Os líderes judeus sabiam que uma acusação religiosa não faria Pilatos condenar Jesus, por isso criaram uma acusação política: Jesus afir-mou ser rei e, além disso, era uma ameaça à paz da terra e à autorida-de de Roma.

  1. O julgamento do Rei (15:1-15)

No início da manhã, o Sinédrio reuniu-se uma segunda vez e con-siderou Jesus culpado de blasfêmia e, por isso, merecedor da pena de morte (Lv 24:16). Todavia, apenas Roma podia condenar um crimi-noso à morte, portanto o conselho precisava da cooperação do gover-nador, Pôncio Pilatos. Os principais sacerdotes acusaram Jesus repetidas vezes diante de Pilatos, mas Jesus fi-cou em silêncio. Pilatos, não Jesus, era julgado! Veja Is 53:7 e 1 Pe-Dt 2:1 Dt 2:3-5). Com certeza,

Pilatos desconhecia o coração humano se pensou que a multidão esolhería Jesus!

  1. O escárnio para com o Rei (15:16-20)

Jesus dissera aos discípulos que os gentios escarneceríam dele (10:34), e suas palavras provaram ser verda-de. Quais seriam as conseqüências se tratassem um prisioneiro dessa maneira hoje? Os soldados romanos não puderam deixar de divertir-se com a idéia de haver um rei judeu! Mais uma vez, cumpriu-se a profe-cia (Is 50:6; Is 52:14; Is 53:5; SI 69:7).

  1. A crucificação do Rei (15:21-41)

Jesus iniciou o caminho para o Gól- gota carregando sua cruz (Jo 19:1 Jo 19:7); contudo, no caminho, os soldados romanos tiraram-na dele e obrigaram Simão a carregá-la. No versículo 21, a palavra "obrigaram" significa "re-crutar para o serviço público", e os soldados tinham direito legal para fazer isso (Mt 5:41). Quando Mar-cos escreveu seu evangelho, seus leitores conheciam Simão como o "pai de Alexandre e de Rufo" (v. 21), homens muito conhecidos na igreja (Rm 1:6:13). A experiência humilhan-te de Simão levou-o à conversão, bem como à conversão de sua famí-lia. Ele foi a Jerusalém para a Páscoa e conheceu o Cordeiro de Deus!

A bebida alcoólica que ofereeram a Jesus tinha a finalidade de mitigar a dor, mas ele recusou-a. Ele suportou totalmente o sofrimen-to pelos nossos pecados. Além dis-so, ele prometera a seus discípulos que não beberia o fruto da videira até que estivesse com eles no reino (Mt 26:29).

Por volta das 9 horas, Jesus foi crucificado (v. 25) junto com dois ladrões (Is 53:12; Lc 22:37). Os soldados, sem saber, cumpriram a profecia deSl 22:18, quando jogaram a sorte pelas vestes dele. No momento em que o homem fa-zia o seu pior, Deus estava no con-trole e realizava seu propósito. Pen-saríamos que as pessoas estavam caladas e reverentes em um lugar como o Calvário, mas não estavam, a zombaria continuava. O clamor do mundo sempre foi: "Salva-te a ti mesmo", todavia a ordem do Senhor para nós é esta: Doe-se a si mesmo (Jo 12:23-43). Os passantes (v. 29), os líderes (vv. 31-32), os ladrões (v. 32) e os soldados (Lc 23:36-42) blasfemavam contra Jesus. Um dos ladrões creu em Cristo e, assim, en-trou em seu reino (Lc 23:39-42).

Marcos relata o milagre das trevas sobre a terra (v. 33) e o do véu do santuário que se rasgou (v.

  1. . As trevas lembram-nos o jul-gamento de Deus sobre o Egito (Êx 10:22ss), e o rasgar do véu anuncia que a morte de Cristo abriu o cami-nho até a presença do Senhor (He 10:1-58). Jesus não foi assassinado; ele desistiu voluntariamente de seu espírito (Jo 10:11,Jo 10:15). O clamor dele (v. 34) ecoaSl 22:1; na verdade, Sl 22:1-19 é um re-trato profético da morte do nosso Senhor na cruz. O Pai desamparou Jesus para que jamais pudéssemos ser desamparados.
  2. O sepultamento do Rei (15:42-47)

As mulheres fiéis foram as últimas a sair de perto da cruz e as primeiras a ir à sepultura (16:1 ss). A mãe do nosso Senhor ficou na cruz até João tirá-la de lá Oo 19:25-27). Contudo, foram José de Arimatéia e Nicode- mos (Jo 19:38-43) que Deus prepa-rara para proteger o corpo de Jesus e sepultá-lo (\s 53'.9; Mt 27:57). Nico- demos viera até Jesus à noite Oo 3); todavia, agora ele saía à luz e assu-miu sua posição em favor de Cristo. Se esses dois homens corajosos não tivessem sepultado o corpo de Je-sus, talvez outras pessoas pudessem dispor dele de alguma forma humi-lhante. É importante para a legitimi-dade da mensagem do evangelho que a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo fossem autenticados como um fato históri-co (1Co 15:1-46).


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
15.1 Todo o Sinédrio. A sugestão de muitos é que a reunião do Sinédrio a qual ocorrera durante a noite foi informal. De manhã, todo aquele tribunal oficializou a decisão dos poucos que, já desde então, estavam unidos.

15.2,3 Pilatos. Foi procurador (governador apontado diretamente pelo imperador Tibério) da Palestina entre 26 e 36 d.C. Rei dos Judeus. Esta teria sido a acusação formal, apresentada contra Jesus, por escrito, a Pilatos. Muitas coisas. Foram acusações feitas oralmente.

15.5 Não respondeu. Conforme Is 53:7. Pilatos muito se admirar. Conforme Is 52:15.

15.7 Um, chamado Barrabás. O gr indica que ele tinha outro nome. Alguns manuscritos de Mt 27:16ss revelam que esse nome era "Jesus". A omissão do nome "Jesus" explica-se pela reverência a Cristo.

15.8 A multidão. Provavelmente os amigos do "Jesus" (Salvador) Barrabás, interessados em aproveitar a oferta tradicional da parte do governador, de soltar um preso anualmente.
15.11 De preferência Barrabós. • N. Hom. A preferência do pecador.
1) Quer a violência no lugar do amor de Deus;
2) Quer a guerra no lugar da paz.
3) Quer a anarquia no lugar da lei de Deus.

15.15 Açoitar. Um castigo horrível, no qual foi empregado um açoite de uma comprida faixa de couro com pedaços de ossos ou chumbo.

15.16 Palácio. gr aules, "pátio". A mesma palavra ocorre em 14.54. Pretório (vocábulo do latim). Residência do governador. Pilatos poderia ter ficado alojado na fortaleza de Antônia, bem na esquina ao lado noroeste da área do templo, ou no palácio de Herodes. Destacamento. At 10:0).

15.21 Simão... pai de Alexandre e Rufo. Este último é o Rufo de Rm 16:13. Possivelmente Simão é Níger ("negro"), o mesmo de Cirene (norte da África) deAt 13:1.

15.23 Vinho com mirra. Era costume judaico, amenizar, através de entorpecentes, os sofrimentos do crucificado. Jesus o rejeitou.

15.24,25 Crucificaram. Forma de execução reservada para escravos e elementos da mais baixa classe social. Terceiro. Nove horas da manhã.

15.26 Acusação. O motivo oficial da morte de Jesus foi Ele se ter feito Messias, i.e., segundo os judeus era pretendente ao trono da Judéia.

15.29 Destróis o santuário. Conforme 14.58n e Jo 2:1; Mc 10:45; Rm 5:8); Pilatos usou o termo "judeus" (v. 26). Vejamos e creiamos. A verdadeira fé salvadora não se alicerça em maravilhas visíveis, mas na convicção criada pelo Espírito Santo (conforme Jo 20:29).

15.34 Eloí... Citado do Sl 22:1 no aramaico. Ainda que isto seja paradoxal, reconhecemos que Jesus Se identificou com nossos pecados (conforme 2Co 5:21; Gl 3:13), de modo que Cristo sofreu, por nós, a inevitável separação entre Deus, e o pecado.

15.35 Elias. Tradicionalmente, o judeu, pedia socorro a Elias porque ele foi elevado à presença de Deus.

15.37 Grande brado. De Jo 19:30, sabemos que Jesus bradou uma palavra (assim é, no grego) "consumado". Foi o grito de triunfo.

15.38 Véu do santuário. Era o véu que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (cf. He 6:19; He 9:3; He 10:20). • N. Hom. O véu uma vez rasgado, proporciona ao crente:
1) Acesso ao perdão no propiciatório (conforme Ef 1:7);
2) Acesso à comunhão da oração (conforme 1Ts 5:17; Fp 4:6; Jo 17:22).

15.39 Centurião. Este homem ficou profundamente impressionado com a maneira pela qual Jesus morreu (inclusive com o brado, v. 37). Se ele professou, ou não, conscientemente, sua fé cristã (conforme 1,1) Isto não sabemos. Filho de Deus. Pelo texto original grego podemos subentender o artigo "o" antes de Filho.

15.40 Mulheres. A menção nominal de algumas, "entre as muitas outras" (v. 41 é importante porque foram elas as principais testemunhas da ressurreição (47; 16.1), Tiago, o menor. Era filho de Alfeu. José é desconhecido, Salomé era mãe de João e Tiago, esposa de Zebedeu (Mt 27:56).

15.42 Jesus morreu na sexta-feira, às três horas da tarde (v. 34). Restavam apenas três horas para começar o sábado, no qual o trabalho era vedado.
15.43 É possível que as informações sobre o processo que abriram contra Jesus, no Sinédrio, chegaram, até Marcos, por intermédio de José. Arimatéia. Ramataim (conforme 1 Sm 1.1), 30 km a noroeste de Jerusalém. Esperava o reino. Mt diz que era "discípulo". José guardou em segredo sua fé, até ser abalado pelo choque da morte de Jesus, que lhe despertou, então, muita coragem.

15.44 Admirou-se. Normalmente, demorava muito mais para morrer.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
Jesus é julgado por Pilatos (15:1-5).

(Textos paralelos: Mt 27:1,Mt 27:2,Mt 27:11-40. Quando, além disso, Jesus foi acusado de muitas coisas (v. 3; Lc 23:2), ele não deu resposta alguma (v. 5; Is 53:7). Mas Pilatos sabia que a verdadeira razão de os líderes judeus o terem acusado diante dele era seu ciúme da popularidade e influência de Jesus (v. 10).

Barrabás, provavelmente, era um judeu nacionalista que se havia envolvido em uma escaramuça com os romanos em que tinha havido baixas (v. 7). Seus partidários suplicaram a Pilatos que o soltasse (v. 8) de acordo com o seu costume de indultar durante a Páscoa um prisioneiro da escolha deles (v. 6). O desejo de Pilatos foi soltar Jesus; mas os sacerdotes incitaram os judeus que estavam presentes (que deve ter sido o povo de Jerusalém, e não os peregrinos da Galiléia que eram leais a Jesus) a gritar a favor da crucificação de Jesus (v. 11). A conseqüência foi que, embora Pilatos acreditasse que Jesus era inocente (v. 14), para agradar os judeus (v. 15) ele sentenciou Jesus à crucificação, ordenando que isso fosse precedido, como era costume, pelo castigo dos açoites.

Jesus é zombado pelos soldados (15:16-20). (Textos paralelos: Mt 27:27-40; Jo 19:2,Jo 19:3.)

Um passatempo cruel que os soldados romanos praticavam periodicamente era o “jogo do rei”. A forma em que isso acontecia era que alguém era escolhido como “rei” (ou se houvesse um criminoso condenado à disposição, ele era usado para esse propósito). Ele era carregado, então, com honras ridículas — uma imitação de coroa, uma imitação de cetro, uma imitação de manto etc. — e finalmente era morto. Esse tratamento foi agora concedido a Jesus dentro do palácio, isto é, [o] Pretório (v. 16), i.e., no pátio em torno do qual tinha sido construída a fortaleza de Antônia, onde ficavam as tropas. Esse tratamento deve ter parecido mais do que adequado no caso de Jesus, visto que era por sua suposta reivindicação de ser “o rei dos judeus” que ele tinha sido condenado por Pilatos.

A crucificação de Jesus (15:21-41). (Textos paralelos: Mt 27:32-40; Lc 23:26-42; Jo 19:17-43.)

Na cidade de Cirene (v. 21), no norte da África, havia uma comunidade considerável de judeus (At 2:10), tantos, aliás, que tinham estabelecido em Jerusalém a sua própria sinagoga (At 6:9), onde podiam se reunir quando estivessem participando das festas judaicas. Simão, supostamente, tinha vindo da sua cidade natal de Cirene para visitar Jerusalém para a Páscoa. Visto que os açoites tinham evidentemente enfraquecido muito Jesus e o tinham tornado incapaz, como era costume, de carregar a viga transversal da cruz ao local da execução (v.comentário de 8.34), os romanos recrutaram Simão (de acordo com a sua lei mencionada em Mt 5:41) para carregar a viga. Jesus, junto com dois ladrões (v. 27), que tinham sido condenados anteriormente, foram levados ao Gólgota (v. 22). Aqui se oferecia vinho narcótico às vítimas para amortecer a sensibilidade dos seus sentidos; isso era feito pelas mulheres de Jerusalém. Faziam-no de forma rotineira por consideração às palavras de Pv 31:6. Jesus, no entanto, rejeitou o narcótico (v. 23), tanto em vista da sua declaração Dt 14:25 quanto também pela sua determinação de não evitar nada do sofrimento designado a ele por seu Pai. As vítimas eram, então, despidas, deitadas no chão, pregadas à viga transversal pelas mãos; essa viga era afixada ao poste vertical, que estaria permanentemente na posição, ao qual os pés da vítima eram pregados. A cada cruz era afixada uma placa com a acusação por escrito que havia contra a vítima; no caso de Jesus, aquela que Pilatos havia ordenado: “O REI DOS JUDEUS” (v. 26), era uma afirmação, naturalmente, muito ofensiva aos líderes judeus (Jo 19:21,Jo 19:22). Enquanto Jesus sofria, era zombado pelas pessoas que passavam pela estrada próxima com duas das acusações feitas contra ele na noite anterior, a de ameaçar a existência do templo (v. 29; 14,58) e a de afirmar ser o Messias (v. 32; 14.62).

Essa zombaria dos passantes, como também o fato de Jesus ser sido despido, a perfuração das suas mãos e pés e a associação na sua morte com malfeitores, tudo ocorreu como cumprimento de profecia (SI 22:6-8,18,16; Is 53:12). Jesus tinha sido crucificado às 9 horas da manhã (v. 25). Do meio dia até as 15 horas, o céu se escureceu (v. 33), e esse sinal simbolizava o descontentamento de Deus por aquilo que os homens estavam fazendo ao seu Filho. Jesus, sabendo que o Pai o tomara pecado (2Co 5:21) e percebendo que o seu Pai, sendo santo, tinha sido impelido por conta disso a afastar dele a sua presença enquanto ele sofria, clamou a ele com as palavras de SI 22.1: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (v. 34). Tendo sede, além disso (Jo 19:28 relata ter sido “Está consumado!”, e aí expirou. O fato de naquele momento se rasgar o véu do santuário (v. 38; Ex 26:31-33), que separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo, significou tanto que Deus finalmente tinha se revelado completamente na morte de Cristo, como também que a barreira que separava o homem de Deus havia sido agora removida, e que o caminho, portanto, da entrada do homem à presença de Deus tinha sido aberto (He 10:19-58). O centurião (v. 39), que era o oficial não-comis-sionado responsável pelo pelotão de execução, confessou que Jesus era o Filho de Deus e, provavelmente, se tornou cristão. Há versões que preferem o artigo indefinido diante de Filho. E concebível que um pagão, para expressar o seu sentimento de que Jesus era mais do que meramente homem, pudesse se referir a ele como “um filho de Deus”, embora a formulação no texto seja preferível pelo fato de que a confissão de Jesus como o Filho de Deus por um romano foi pretendida, sem dúvida, como o clímax desse evangelho que evidentemente foi escrito para o benefício dos romanos para fundamentar exatamente essa verdade (1.1). As mulheres que observavam a crucificação (v. 40) eram aquelas que haviam acompanhado Jesus e os discípulos na Galiléia (v. 41) e tinham passado a “sustentá-los com os seus bens” (Lc 8:3). Entre elas, estavam Maria Madalena, oriunda de Magdala, no lado leste do mar da Galiléia, Maria, mãe de Tiago, o jovem (que pode ter sido o Tiago filho de Alfeu, 3,18) e Salomé, que devia ser a “mãe dos filhos de Zebedeu” (Mt 27:56).

O sepultamento de Jesus (15:42-47).

(Textos paralelos: Mt 27:57-40; Lc 23:50-42; Jo 19:38-43).

O costume normal dos romanos era deixar o cadáver do crucificado abandonado na sua cruz até que se decompusesse. Foi necessária ousadia (v. 43), portanto, por parte de José de Arimatéia, para pedir o corpo de Jesus a Pilatos. Mas ele fez isso na mesma noite (v. 42) e, aliás, antes do pôr-do-sol, pois ainda teve tempo de comprar um lençol de linho (v. 46) como mortalha antes de começar o sábado. Arimatéia talvez seja a mesma Ra-mataim-Zofim (1Sm 1:1), o lugar de nascimento de Samuel. Sua exata localização é desconhecida, embora situada ao norte de Jerusalém. Tradicionalmente, no entanto, é identificada com Ramleh, uma cidade próxima da moderna Tel-Aviv. José era membro de destaque do Sinédrio, e, cooperando com ele no sepultamento, havia outro conselheiro, Nicodemos (Jo 3:1; Jo 19:39). José também esperava o Reino de Deus (i.e., esperava o cumprimento das esperanças messiânicas de Israel), e o fato de ser chamado de “discípulo de Jesus” em Jo 19:38 mostra que ele havia considerado Jesus o Messias. O fato de ele fazer o sepultamento de Jesus, sem dúvida, ocorreu tanto por conta de sua lealdade pessoal para com Jesus quanto por consideração à lei de Dt 21:23, que exigia que os que tivessem sido pendurados fossem sepultados antes da noite, para evitar a profanação da terra. José, que certamente não tinha nenhum pressentimento de que Jesus iria ressuscitar, enrolou o corpo de Jesus no lençol de linho, em cujas pregas haviam sido inseridos perfumes e especiarias (Jo 19:39,Jo 19:40), e o colocou num nicho de uma gruta artificial que ele havia preparado para o seu próprio sepultamento (Mt 26:60). Uma pedra foi rolada para sua posição para servir como porta do túmulo.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Marcos Capítulo 14 do versículo 12 até o 47

B. A Paixão do Senhor. 14:12 - 15:47.

A narrativa de Marcos do sofrimento e morte de Cristo pode ser assim esboçada: os acontecimentos relacionados com a última ceia (Mc 14:12-25); a caminhada ao Getsêmani (Mc 14:26-42); a prisão (Mc 14:43-52); os tribunais (14:53 - 15:15); a crucificação (Mc 15:16-41); o sepultamento (Mc 15:42-47). A cronologia habitual considera que a quarta-feira foi um dia de descanso em Betânia e que os acontecimentos da parte em consideração aconteceram na quinta e sexta-feira. Não foi explicitamente declarado que um tal dia de descanso fosse intercalado, mas uma comparação entre as narrativas do Evangelho torna necessário aceitar que ele houve.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47
Mc 15:1

8. JESUS DIANTE DE PILATOS (Mc 15:1-41) -Veja notas sobre Mt 27:1-40; Lc 23:1-42; Jo 18:28-43) -Cfr. notas Mt 27:27-40; Lc 23:26-42; Jo 19:17-43. Jesus foi entregue aos soldados que o ridicularizaram e escarneceram. Pretório (16): provavelmente uma sala na residência do Procurador, localizada por alguns no Palácio de Herodes, em Jerusalém. Púrpura (17): talvez a capa desbotada de algum soldado. A atuação dos militares evidencia seu desprezo, não tanto de Jesus, mas da nação dos judeus, do qual Ele seria rei. O vers. 20 não diz especificamente que tiraram a coroa de espinhos, mas isto é provável. Plummer observa que o centurião não teria permitido a zombaria uma vez que as tropas marchassem para o lugar de execução. Os quadros que apresentam a crucificação do Salvador, coroado de espinhos, não têm base segura na verdade. A narração do escárnio à Sua agonia deixa a impressão principal da mais absoluta solidão de Jesus. Simão Cireneu (21): Cirene é território no norte da Africa. Havia antigamente uma numerosa colônia de judeus ali, da qual Simão era possivelmente membro, o que explicaria sua chegada em Jerusalém para a páscoa. Senão, seria um visitante gentio. A menção dos seus filhos sugere que se tornaram discípulos mais tarde. De Alexandre, nada se sabe, mas Rufo bem pode ser aquele mencionado em Rm 16:13, como membro da igreja em Roma. Lugar da Caveira (22): o nome seria descrição figurada da topografia. Vinho com mirra (23): propinado como entorpecente. Jesus recusou a encontrar a morte com suas faculdades mentais diminuídas. Caso tivesse sorvido o narcótico, é certo que não teria podido bradar sete vezes, do alto da cruz.

Em todos os Evangelhos a descrição da crucificação se caracteriza por simplicidade e notável limitação. Os sofrimentos físicos do Senhor Jesus não são pormenorizados, não havendo proveito na contemplação mórbida. Além disto, o sofrimento físico era secundário, em face da profunda desolação espiritual, por causa de pecado do mundo.

>Mc 15:25

>Mc 15:42

10. A SEPULTURA (Mc 15:42-41) -Veja notas sobre Mt 27:57-40; Lc 23:50-42; Jo 19:38-43. A sepultura de Jesus ocupou um lugar salientado nos credos da igreja primitiva porque confirmou a realidade da Sua morte (veja 1Co 15:3). Dia da preparação (42): termo técnico para a sexta-feira antes do sábado judaico, como Marcos explica para seus leitores gentios. Mais uma razão para urgência na sepultura do corpo de Cristo foi a lei de Dt 21:22 que exige o enterro de criminosos antes do pôr-do-sol no dia da execução. José de Arimatéia (43): provavelmente não residia mais ali, mas em Jerusalém. A localidade de Arimatéia fica desconhecida. O sepulcro (Mt 27:60), e talvez o jardim em que se achava, era sua propriedade. Como membro do sinédrio que obrigou Pilatos a condenar à morte um homem inocente, sua ação precisava de ousadia (43). Prevaleceu nele o reverente amor para com o Mestre. Somente Marcos relata o interrogatório do centurião (44).


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 15 do versículo 1 até o 47

71. Pilatos diante de Jesus (Marcos 15:1-15)

No início da manhã, os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, imediatamente realizou uma consulta; e Jesus obrigatório, eles levaram-no e entregaram a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: "És tu o rei dos judeus?" E ele respondeu-lhe: "É como você diz." Os chefes dos sacerdotes começaram a acusá-lo severamente. Então Pilatos lhe perguntou de novo, dizendo: "Você não responder? Veja quantas acusações contra eles trazem You "Mas Jesus nada mais respondeu!; Então Pilatos ficou surpreso. Agora no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles solicitado. O homem chamado Barrabás tinha sido preso com os sublevados que tinham cometido um homicídio na insurreição.A multidão subiu e começou a pedir-lhe para fazer o que ele estava acostumado a fazer por eles. Pilatos lhes respondeu, dizendo: "Você quer que eu vos solte o Rei dos judeus?" Porque ele estava ciente de que os principais sacerdotes haviam entregado por inveja. Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão a pedir-lhe para libertar Barrabás para eles em seu lugar. Respondendo mais uma vez, disse-lhes Pilatos: "Então, o que devo fazer com ele a quem chamais o rei dos judeus?" Eles gritaram: "Crucifica-o!" Mas disse-lhes Pilatos: "Que mal fez ele? "Mas eles gritavam mais ainda:" Crucifica-o! "querendo satisfazer a multidão, Pilatos soltou Barrabás para eles, e depois de ter Jesus flagelado, entregou-o para ser crucificado. (15: 1-15)

A galeria de vilões no drama de assassinato de Jesus inclui um traidor ganancioso chamado Judas, alta sacerdotal hipócritas Anás e Caifás, e um pequeno tirano, Herodes Antipas. A esta lista, o nome de um político pagão vacilante, Pôncio Pilatos, deve ser adicionado. Estes homens compreendem o lineup notório de conspiradores que, em um nível humano, efectuadas a execução injusta do Filho de Deus.

Do ponto de vista divino, no entanto, Deus era o verdadeiro poder no trabalho em trazer Seu Filho na cruz (conforme Atos 4:27-28). Quando Pilatos perguntou a Jesus "," Você não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo, e eu tenho autoridade para te crucificar? Jesus respondeu: "Você não teria nenhuma autoridade sobre mim, se não tivesse sido dado do alto" (João 19:10-11a). Como as palavras de Jesus indicam, Deus, o Pai foi soberanamente trabalhando para cumprir Seus propósitos de poupança, apesar dos planos perversos de homens maus (conforme Gn 50:20). Pedro repetiu que a verdade no dia de Pentecostes, explicando que Cristo foi "entregue por pelo plano pré-determinado e presciência de Deus" (At 2:23; At 3:18; 1Pe 1:201Pe 1:20) . De acordo com o plano divino de salvação, o Filho de Deus seria esmagado como substituto expiatório escolhido do Pai, tendo a ira do Pai e, assim, conciliar os pecadores com Deus (Is 53:5; 2 Cor 5:19 —21).

Tendo tomando Jesus prisioneiro sobre 01:12 na sexta-feira de manhã, os chefes religiosos judeus levou-o para a casa do sumo sacerdote, onde foi interrogado pela primeira vez por Anás (Jo 18:19-24) e, em seguida, tentou diante de Caifás e ao Sinédrio (Marcos 14:55-65). Quando o conselho não conseguiu produzir testemunho consistente contra Jesus, eles recorreram a acusações de blasfêmia e, posteriormente, condenado à morte. O julgamento diante de Caifás provável terminou cerca Dt 3:12 AM , no momento em que negações de Pedro também acabou (conforme 14: 66-72). Para as próximas duas horas, Jesus teria sido mantido prisioneiro pela polícia templo, que continuaram a zombar e maltratá-lo (conforme v. 65).

Ao raiar do dia, perto Dt 5:12 AM , o Sinédrio convocado. Como Marcos explica, no início da manhã, os principais sacerdotes com os anciãos, os escribas e todo o Sinédrio, imediatamente realizou uma consulta. Sabendo que a lei judaica exigia que todos os ensaios a serem realizados durante o dia, e querendo manter uma aparência de legalidade, o Conselho criou um julgamento simulado rápidos em condenar Jesus oficialmente (Lucas 22:66-71). A lei judaica exigia que passar um dia inteiro entre condenação e execução para permitir a nova prova ou testemunho para a superfície. Mas em sua pressa venal para acelerar a morte de Jesus, os membros do Sinédrio deliberAdãoente ignorou o devido processo de seu próprio sistema legal.

Breve do conselho consulta constituiu a terceira e última fase da porção judaica do julgamento de Jesus e preparou o terreno para os romanos a se envolver. O julgamento simulado Roman mesmo modo consistia em três fases. Em primeiro lugar, Jesus foi interrogado pelo governador da Judéia, Pôncio Pilatos. Em seguida, ele foi enviado brevemente para Herodes Antipas, tetrarca Roman-cliente da Galiléia e assassino de João Batista. Depois de ser ridicularizado e abusada por Herodes, Jesus foi enviado de volta a Pilatos onde enfrentou a condenação final.

A primeira fase romana: Diante de Pilatos

e Jesus obrigatório, eles levaram-no e entregaram a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: "És tu o rei dos judeus?" E ele respondeu-lhe: "É como você diz." Os chefes dos sacerdotes começaram a acusá-lo severamente. Então Pilatos lhe perguntou de novo, dizendo: "Você não responder? Veja quantas acusações contra eles trazem You "Mas Jesus nada mais respondeu!; Então Pilatos ficou surpreso. (15: 5-1b)

O Sinédrio sabiam que precisavam de permissão de Roma para aprovar legalmente a sentença de execução. Assim, Jesus obrigatório, eles levaram-no eo entregaram a Pôncio Pilatos, o governador romano (ou governador) da Judéia. Tendo sido nomeado pelo imperador Tibério em AD 26, Pilatos foi o responsável para comandar o exército romano, cobrar impostos, e julgar certas questões jurídicas.Embora ele foi muitas vezes brutal e impulsivo, Pilatos também exibiu, às vezes, fraqueza e indecisão. Nada certo é conhecido sobre a vida de Pilatos, antes de se tornar governador. No entanto, o seu mandato na Judéia é atestada por diversas fontes extra-bíblicas, incluindo Tácito, Josephus, Philo, ea Pedra de Pilatos (descoberto em 1961 em Cesaréia), no qual os nomes de Tibério e Pilatos são ambos inscritos.

Em algum momento, pouco depois do amanhecer, Jesus foi entregue ao tribunal de Pilatos, o Praetorium, provavelmente localizado em Fort Antonia ao norte do templo. Sua residência oficial estava em Cesaréia Marítima, na costa do Mediterrâneo, mas ele estava em Jerusalém para a Páscoa. Jo 18:28 observa a duplicidade hipócrita dos líderes religiosos como eles chegaram ao trimestres de Pilatos: "Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório, e foi antecipada; e eles mesmos não entraram no pretório, para que eles não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa. "Por incrível que pareça, os principais sacerdotes e escribas hipocritamente se recusou a entrar em uma residência Gentil por medo de se tornar impuro, ainda que não teve pudores sobre a mentira, a fim de assassinar o Filho de Deus (conforme Ex 20:13, Ex 20:16). (Ser da Galiléia, Jesus e seus discípulos já haviam celebrou a Páscoa na noite anterior. Para uma explicação sobre os diferentes momentos em que Galileu e da Judéia judeus observados a Páscoa, veja o capítulo 26 deste volume.)

O quarto evangelho continua a definir a cena:

Portanto Pilatos saiu ao encontro deles e disse: "Que acusação trazeis contra este homem?" Eles responderam e disseram-lhe: "Se este homem não fosse um malfeitor, não teríamos entregue a Ele que você." Então Pilatos disse— eles, "Tomai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei." Os judeus lhe disseram: "Nós não estão autorizados a colocar alguém à morte", para cumprir a palavra de Jesus, que Ele falou, significando com que tipo de morte Ele estava prestes a morrer. (João 18:29-32)

Claramente, os membros do Sinédrio não queria Pilatos para atuar como juiz, mas apenas como carrasco. Eles já haviam declarado culpado Jesus; eles só precisava do governador romano para aprovar e exigir o seu poder de punição capital. Embora o Sinédrio ocasionalmente executada pessoas sem obter permissão oficial (Atos 6:12-15; 7: 54-60; conforme 23: 12-15), o perfil público de Jesus era demasiado elevado para o conselho judaico a correr esse risco. Os principais sacerdotes e escribas esperava evitar aparecendo responsável por sua morte, prendendo a culpa em Roma, em caso de haver represálias por parte das pessoas (conforme Mt 21:46;. Mc 12:12; Lc 20:19).

Note-se que Deus exigiu o envolvimento de Roma para cumprir a profecia bíblica. A cruz foi prefigurado no Antigo Testamento (Deut. 21: 22-23; Números 21:5-9; Sl 22:1) e explicitamente previsto por Jesus nos Evangelhos (conforme Mt 20:18-19; Jo 12:32.). O povo judeu não utilizar crucificação como uma forma de execução (tradicionalmente realização de pena de morte por apedrejamento, conforme 07:25 Josh;. At 7:58), como os romanos fizeram.

Para fazer com que Jesus parece ser um revolucionário (e, portanto, uma ameaça a Roma), os líderes judaicos acusaram de enganar a nação, proibindo que as pessoas pagam impostos e que reivindica ser um rei que ameaçou César (Lc 23:2). Ao contrário, Ele instruiu seus ouvintes a pagar os seus impostos (Lucas 20:21-25) e evitou aqueles que tentaram fazê-Lo rei à força (conforme Jo 6:15). Embora Jesus é o Rei dos reis e estabelecerá Seu reino terreno no futuro (Ap 19:15), Ele não tinha nenhuma intenção de lutar contra o governo imperial romana ou incitar seus servos a fazê-lo (Jo 18:36; conforme Matt. 26: 52-54).

Como o governador da Judéia, ficando em Jerusalém durante a Páscoa para manter a ordem e manter a paz, Pilatos deve ter sido informado de que Jesus era e tudo o que Ele havia feito na cidade naquela semana, a partir de sua entrada triunfal à Sua compensação do templo. A coorte romana que prenderam Jesus depois da meia-noite na sexta-feira de manhã não teria sido despachado sem o conhecimento ou permissão de Pilatos. Mesmo assim, o governador romano nunca acreditou que Jesus representava uma ameaça política séria, como o Sinédrio alegado.

De pé diante do governador, o rosto maltratado e sangrenta e as suas vestes manchadas com a sujeira, suor e sangue, o Homem das Dores, não pareceu ser um rei (conforme Is 53:3)

O governador pagão era um agnóstico que questionou a própria essência da realidade. No entanto, apesar de sua dúvida e escárnio, Pilatos claramente não acreditam que Jesus era culpado de qualquer crime capital (conforme Mt 27:19, Mt 27:24; Mc 15:14; Lucas 23:14-15.; Jo 18:38; Jo 19:4). Os resultados oficiais do magistrado romano exonerado Cristo de qualquer culpa, e ele repetidamente disse que não encontrou nenhuma culpa nele.

Ao ouvir as conclusões de Pilatos, os príncipes dos sacerdotes começaram a acusá-lo severamente, dizendo insistentemente: "Ele agita o povo, ensinando por toda a Judéia, começando desde a Galiléia até mesmo, tanto quanto este lugar" (Lc 23:5.). Então Pilatos lhe perguntou de novo, dizendo: "Você não responder?Veja quantas acusações que trazem contra você! " A raiva incontida e engano dos judeus estava em forte contraste com o silêncio majestoso do Senhor Jesus. Embora eles incansavelmente e veementemente arremessado mentiras para ele, Jesus nada mais respondeu; Então Pilatos ficou espantado. A palavra surpreender (do verbo grego thaumazō ) significa "a maravilhar-se" ou "estar em maravilha." Para choque de Pilatos, embora Jesus foi falsamente acusado de crimes graves, Ele ofereceu nenhum testemunho em defesa própria. A inocência de Cristo já havia sido declarada pelo governador romano (Lc 23:4), fazendo com que qualquer defesa adicional desnecessário. Além disso, Seu silêncio cumpriram as palavras da profecia do Antigo Testamento (Is. 42: 1-2; Is 53:7), foi dada territórios do sul da Judéia, Samaria e Iduméia. Mas, devido à crueldade e incompetência, Arquelau foi deposto por Roma em D.C 6 e substituído por uma série de governadores, um dos quais era Pôncio Pilatos. As regiões do norte da Trachonitis e Ituréia foi para Filipe, o tetrarca (Lc 3:1. Tendo ilegalmente se divorciou de sua primeira esposa, Antipas seduziu e levou a esposa de seu meio-irmão Herodes II (também conhecido como Herodes Filipe I, para não ser confundido com Filipe, o tetrarca) e se casou com ela. Porque ela também era sua sobrinha, seu casamento com Herodias era tanto adúltera e incestuosa.Quando João Batista corajosamente enfrentou a união ilícita, Antipas tinha o fiel profeta preso e, mais tarde, durante uma bebedeira, chamada por ele de ser decapitado.

Quando Herodes Antipas ouvido falar de Jesus, tornou-se supersticiosamente com medo que Ele pode realmente ser João Batista, depois de ter ressuscitado dos mortos para se vingar. Seu interesse inicial em Jesus, então, foi motivado por um desejo de matá-lo, caso isso fosse verdade (13 31:42-13:33'>Lucas 13:31-33). Mas o Senhor tinha deliberAdãoente evitou garras de Herodes, o que significa que esta foi a primeira vez Herodes viu Jesus face-to-face. Lucas registra o encontro em seu evangelho:

Herodes ficou muito contente quando viu Jesus; pois ele queria vê-lo por um longo tempo, porque ele tinha ouvido sobre Ele e estava esperando para ver algum sinal feito por ele. E ele questionou ele em algum comprimento; mas ele nada lhe respondeu. E os príncipes dos sacerdotes e os escribas estavam ali, acusando-o com veemência. E Herodes, com seus soldados, depois de tratar com desprezo e zombando dele, vestiu-Lo de uma roupa resplandecente e mandou-o de volta a Pilatos. Agora Herodes e Pilatos se tornaram amigos uns com os outros naquele mesmo dia; pois antes eram inimigos entre si.(Lucas 23:8-12)

Quando Herodes finalmente enfrentou Jesus, ele não se impressionou. Percebendo que ele não era João em forma ressuscitada, o déspota regionais rapidamente deslizou do medo para a curiosidade ao ridículo.Ele instruiu seus soldados para vestir Jesus em uma veste real deslumbrante, tratando o Filho de Deus como um rei do ridículo e transformando todo o assunto em uma piada bizarra para seu próprio divertimento depravada. Herodes depois voltou Jesus a Pilatos, sem acrescentar quaisquer encargos, afirmando assim a inocência do Senhor, apesar das acusações incessantes dos principais sacerdotes e escribas. Assim como os saduceus e fariseus unidos em seu ódio por Jesus, ex-inimigos Herodes e Pilatos se tornaram amigos nesse dia, encontrar um terreno comum em seu desprezo de desprezo para o Homem das Dores.

A Fase de Roman Terceiro: Diante de Pilatos Novamente

Agora no dia da festa costumava soltar-lhes um preso qualquer que eles solicitado. O homem chamado Barrabás tinha sido preso com os sublevados que tinham cometido um homicídio na insurreição. A multidão subiu e começou a pedir-lhe para fazer o que ele estava acostumado a fazer por eles. Pilatos lhes respondeu, dizendo: "Você quer que eu vos solte o Rei dos judeus?" Porque ele estava ciente de que os principais sacerdotes haviam entregado por inveja. Mas os principais sacerdotes incitaram a multidão a pedir-lhe para libertar Barrabás para eles em seu lugar. Respondendo mais uma vez, disse-lhes Pilatos: "Então, o que devo fazer com ele a quem chamais o rei dos judeus?" Eles gritaram: "Crucifica-o!" Mas disse-lhes Pilatos: "Que mal fez ele? "Mas eles gritavam mais ainda:" Crucifica-o! "querendo satisfazer a multidão, Pilatos soltou Barrabás para eles, e depois de ter Jesus flagelado, entregou-o para ser crucificado. (15: 6-15)

Quando Herodes mandou Jesus a Pilatos, o governador romano encontrou-se em uma posição política difícil. Embora soubesse que Jesus era inocente e queria preservar a justiça, ele estava preocupado em ofender os líderes judeus. O mandato de Pilatos como governador tinha sido repletas de erros ousadas que irritou seus súditos. Quaisquer outros incidentes provavelmente resultaria em sua remoção por Roma, terminando assim a sua carreira política.
Loucura de Pilatos começou quando ele permitiu que seus soldados para entrar em Jerusalém, carregando bandeiras e estandartes com a imagem de César. Os judeus consideravam tais representações como idólatra. As pessoas, enfurecidos com ações irreverentes de Pilatos, viajou para seu quartel-general em Cesaréia para reclamar. Depois de cinco dias de protestos, Pilatos finalmente concordou em encontrá-los no anfiteatro. Ao invés de ouvir a sua queixa, cercou-los com seus soldados e ameaçado de tê-los morto no local, se eles não paravam de se manifestarem. Os judeus se recusou a voltar para baixo, desafiadoramente descobrindo seus pescoços como um sinal de sua vontade de morrer. Pilatos percebeu que não poderia realizar o seu blefe, uma vez que tal massacre teria desencadeou uma revolta maior.Humilhado, ele relutantemente concordou e removeu as imagens.

Em um momento posterior, Pilatos apreendidos sagrados fundos do tesouro do Templo para construir um aqueduto em Jerusalém. Quando as pessoas se revoltaram em resposta, o governador disfarçada seus soldados como civis, mandou-os para a multidão, e ordenou-lhes para atacar os manifestantes com espadas e varapaus. Lc 13:1), ele entendeu exatamente o que eles estavam ameaçando. Anos mais tarde, por volta AD 36, Pilatos errou de novo quando ele imprudentemente ordenou às suas tropas para emboscar um grupo de adoradores do Samaritano. Quando o povo de Samaria se queixou a seu imediato, o legado romano superiores da Síria, Pilatos foi chamado de volta a Roma. Depois disso, pouco se sabe sobre ele. Segundo a tradição, ele foi banido em desgraça para a Gália, onde ele finalmente se suicidou.

No julgamento de Jesus, Pilatos tentou manter algum pingo de justiça, fazendo um apelo final ao conselho judaico, explicando que ele havia encontrado nenhuma culpa em tudo em Jesus e nem teve Herodes (conforme Lucas 23:14-15). Pilatos sabia que não havia motivos em que para executar o galileu. Assim, ele ainda se ofereceu para punir injustamente Jesus na esperança de que um pouco de derramamento de sangue iria apaziguar os procuradores vingativos (16 v.). Mas eles não descansou até que Ele foi crucificado.

Esperando por uma saída, Pilatos apelou a uma tradição anual da Páscoa. Como Marcos explica, agora no dia da festa costumava soltar-lhes qualquer um preso quem solicitado. A cada ano, o governador iria conceder anistia a um criminoso condenado de escolha das pessoas como uma forma de cultivar a boa vontade e para demonstrar misericórdia de Roma. Pilatos pensou que a multidão iria selecionar Jesus, resolvendo assim o seu dilema. A outra opção era um violento homem chamado Barrabás, um ladrão (Jo 18:40) e rebelde que tinha sido preso com os insurrectos e que havia cometido homicídio na insurreição (conforme Lucas 23:18-19). É provável que a madeira que segurava Jesus, situado entre os dois ladrões, foi inicialmente destinado a Barrabás. Ironicamente, o nome de Barrabássignifica "filho do pai". Aqui o filho lawbreaking de um pai humano estava sendo oferecido para as pessoas no lugar do Filho sem pecado do Pai divino.

Pilatos estava contente de obrigar quando a multidão subiu e começou a pedir-lhe para fazer o que ele estava acostumado a fazer por eles. Consciente da popularidade de Jesus a partir de apenas alguns dias antes (Marcos 11:8-10), o governador estava confiante a multidão nunca iria escolher Barrabás. Plano de Pilatos era simples: quando a multidão selecionado Jesus, não haveria nada a conselho judaico poderia fazer. Ele poderia preservar a justiça e, ao mesmo favor Garner tempo com as pessoas. Assim, Pilatos lhes respondeu, dizendo: "Você quer que eu vos solte o Rei dos judeus?" Ao chamar Jesus o Rei dos judeus, Pilatos intencionalmente procurado esnobar os líderes religiosos (conforme Jo 19:21), pois ele estava ciente de que os principais sacerdotes haviam entregado por inveja. O governador reconheceu a sua motivação para a execução de Jesus não tinha nada a ver com fidelidade a Roma, e tudo a ver com a salvaguarda da sua influência e prestígio com o povo. Sem se abalar por qualquer opção e impulsionado pela inveja e orgulho, eles rejeitaram seu próprio Messias, o Filho de Deus, porque Ele expôs sua hipocrisia, desafiou sua autoridade, e ameaçou sua religião e poder. Simplificando, Ele realizou milagres, eles não podiam; Ele proclamou a verdade, eles não o fizeram; Ele era de Deus, e eles não estavam.

No meio do drama, Pilatos recebeu uma mensagem inesperada de sua esposa. Mt 27:19 registra o incidente peculiar: "Enquanto ele estava sentado na cadeira de juiz, sua mulher mandou-lhe uma mensagem, dizendo: 'não tem nada a ver com este justo; para ontem à noite eu sofri muito em sonhos por causa dele. '"Seu medo, depois de ter se manifestado em um pesadelo vívido, levou a mulher de Pilatos a emitir um alerta urgente para o marido. (Talvez ela tinha sido acordado na noite anterior, quando os soldados de seu marido foram despachados para prender Cristo, fazendo-a ficar ansiosos, enquanto ela dormia.) Apesar de Pilatos, em última instância desconsiderou as palavras de sua mulher, seu aviso medo foi mais um testemunho da inocência do Senhor Jesus.

Enquanto Pilatos estava considerando intensa preocupação de sua esposa, os chefes dos sacerdotes estavam se movendo em toda a multidão, agitando a multidão a pedir-lhe para libertar Barrabás para eles em vez de Jesus. Consequentemente, quando Pilatos representava sua pergunta para eles, exclamou de Jesus, "Fora com este, e solta-nos Barrabás!" (Lc 23:18). Respondendo mais uma vez, disse-lhes Pilatos: "Então, o que devo fazer com Aquele a quem chamais o rei dos judeus? " O governador foi, sem dúvida, surpreso com sua resposta implacável. Embora as multidões na segunda-feira exclamou apoio entusiástico para Jesus, esta multidão na sexta-feira gritou de volta: "Crucifica-o!" Incrédulo, disse-lhes Pilatos: "Que mal fez ele?" A resposta da multidão era ruidoso, e implacável .Eles gritavam mais ainda: "Crucifica-o!"

À medida que a multidão começou a Riot (conforme Mt 27:24), a pressão sobre Pilatos tornou-se avassaladora. Outra revolta terminaria sua carreira política, e o único meio de aquietar as demandas dessa multidão enfurecida foi para condenar Jesus à morte. Usando um costume judaico (Deut. 21: 1-9) para simbolizar a sua relutância em conceder seu pedido, Pilatos "tomando água, lavou as mãos diante da multidão, dizendo: Estou inocente do sangue deste homem; ver para que vós mesmos "(Mt 27:24). Ele havia declarado repetidamente a inocência de Cristo, e agora Pilatos tentou manter o seu próprio. Na realidade, ele foi chantageado e caiu transgredido deliberAdãoente perverter a justiça por causa de conveniência política. Ao contrário de Pilatos, os da multidão enfurecida alegremente reconheceu sua culpa na morte de Cristo. "E todo o povo disse:" o seu sangue será sobre nós e nossos filhos! "(Mt 27:25; conforme Atos 2:22-23.). Por incrível que pareça, no momento em que a nação estava se preparando para lembrar misericórdia e bondade de Deus através da Páscoa, as pessoas foram violentamente gritando pela morte de seu Filho, e querendo ser realizada totalmente responsável pelo crime.

A fase final do julgamento romano de Jesus terminou com um político vacilante espeleologia às exigências violentas de uma multidão barulhenta. querendo satisfazer a multidão, Pilatos soltou Barrabás para eles, e depois de ter Jesus flagelado, entregou-o para ser crucificado (15 : 15). Para ser açoitado era para ser chicoteado com um dispositivo conhecido como um flagelo, que consiste em um cabo de madeira com tiras de couro longo anexados. As tangas, que foram incorporados com pedaços afiados de osso e metal, foram projetados para rasgar a carne até o osso. A vítima seria amarrado a um poste, com as mãos estendidas por cima de sua cabeça e seus pés suspensos do chão, de modo que seu corpo foi ensinado. Como o flagelo rasgou em suas costas, os músculos seria dilacerado, as veias cortadas, e os órgãos internos expostos. Com a intenção de acelerar a morte na cruz, flagelando-se, por vezes, era fatal. Depois de sofrer uma tal forma debilitante da tortura, o Senhor Jesus foi entregue para ser crucificado.

Com uma sentença final, Pilatos condenou Jesus a uma forma cruel de execução. Embora parecesse como se Cristo fosse a julgamento perante Pilatos, na realidade, o governador romano foi a julgamento perante o Filho de Deus (conforme João 5:22-30; At 10:42; Rm 2:16; 2 Tim. 4: 1, 8). Embora ele não tinha consciência espiritual, Pilatos articulou a pergunta final que todo ser humano deve responder: "O que devo fazer com ele a quem chamais o rei dos judeus?" (Mc 15:12). O destino de cada pessoa é determinado pelo que ele ou ela faz com Jesus Cristo, o Rei dos reis. Aqueles que rejeitam enfrentará julgamento eterno (He 6:2)

Os soldados O levaram para dentro do palácio (ou seja, o Praetorium), e convocaram toda a coorte romana. Vestiram-se em roxo, e depois de torcer uma coroa de espinhos, puseram-lha; e eles começaram a aclamá-lo: "Salve, rei dos judeus!" Eles ficavam batendo a cabeça com uma cana, e cuspindo nele, e ajoelhando-se e curvar-se diante dele. Depois de terem zombado dele, tiraram o manto de púrpura de cima dele e colocar suas vestes sobre ele. E eles levaram para fora, para ser crucificado. Eles pressionado em serviço um transeunte que vinha do campo, Simão de Cirene (o pai de Alexandre e Rufus), para levar a sua cruz. Em seguida, o levaram para o lugar do Gólgota, que é traduzido, Lugar da Caveira. Eles tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra; mas Ele não tomá-lo. E o crucificaram, e dividiu-se entre si as suas vestes, lançando sortes para eles decidirem o que cada homem deve tomar. Era a hora terceira quando o crucificaram. A inscrição da acusação contra ele ler, "O Rei dos Judeus". Eles crucificaram dois ladrões com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda. [E se cumpriu a escritura que diz: "E Ele foi contado com os transgressores."] Quem passar por lançavam abuso para ele, meneando a cabeça e dizendo: "Ha! Você, que está indo para destruir o templo e reconstruí-lo em três dias, salve-se, e desce da cruz! "Da mesma forma, os principais sacerdotes também, juntamente com os escribas, foram zombando dele entre si, dizendo:" Ele outros salvou; Ele não pode salvar a si mesmo. Deixe este Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que possamos ver e crer! "Aqueles que foram crucificados com Ele, também foram insultá-lo. (15: 16-32)

Embora excruciante, o sofrimento físico experimentado por Jesus não foi o que fez a Sua morte único. Dezenas de milhares de pessoas morreram por crucificação nas mãos dos persas, gregos e romanos, a partir do século IV AC, até a morte de Jesus. A coroa de espinhos, os chicotes caco-laden, os pregos de ferro, ea cruz de madeira todos infligida dor indescritível. Mesmo na noite antes de sua morte, não era o pensamento de tortura física que traumatizou-o no jardim. Em vez disso, foi a antecipação de saber que em breve Ele iria beber o copo cheio de ira divina pelos pecados de todos aqueles a quem Deus escolheu para a salvação (conforme Mc 14:33-37).

Os quatro evangelhos são marcAdãoente imobilizados na sua descrição dos tormentos físicos Cristo suportou. Em um dia em que a crucificação era uma forma comum de pena capital, descrições detalhadas de seus horrores são desnecessárias dado que a visão de que a tortura foi queimado nas memórias de todos. O que é enfatizado pelos escritores do Novo Testamento, em vez disso, é a paródia irreverente arremessado em Jesus, por seu julgamento e execução. A partir do pátio de Caifás para o pretório de Pilatos para a própria cruz, o Filho de Deus foi tratado várias vezes com desprezo desenfreado e escárnio.A crueldade blasfemo dos inimigos de Jesus está em contraste impressionante à infinita misericórdia e graça de Deus, que permitiu que o Seu Filho para sofrer humilhação indizível e da morte, a fim de salvar os pecadores, incluindo blasfemos e assassinos (1 Tm 1: 12-15;. conforme Atos 2:36-38; 3: 14-16; 4: 10-12).

Como observado nos capítulos anteriores, o julgamento de Jesus consistiu em dois segmentos, um judeu e outro romano, cada um dos quais envolvidos três fases. Durante a parte judaica de seu julgamento, o Senhor foi interrogado por Anás (Jo 18:19-24), levado a julgamento por Caifás (Marcos 14:55-65), e, em seguida, oficialmente condenado pelo Sinédrio após o amanhecer na sexta-feira de manhã (Mc 15:1). O julgamento romano começou com Pilatos (Marcos 15:1-5), que repetidamente declarou que Jesus era inocente (conforme Mt 27:19, Mt 27:24; Mc 15:14; Lucas 23:14-15.; Jo 18:38; Jo 19:4). Ao saber que Ele era da Galiléia, Pilatos enviou Jesus para junto de Herodes, que tinha jurisdição lá. O governante mesquinho vestida Ele em um manto real zombar dEle antes de enviá-lo a Pilatos (Lucas 23:8-12). Em uma tentativa de libertá-lo, Pilatos invocado seu costume anual goodwill durante a Páscoa de conceder o perdão a um criminoso condenado de escolha do povo (Mc 15:6-10). A multidão, agitado pelos escribas e fariseus, exigiu que Jesus fosse crucificado e um rebelde assassino chamado Barrabás ser posto em liberdade (vv. 11-13). O governador, incapaz de pacificar a multidão enfurecida, capitulou e enviou Jesus para ser açoitado em preparação para sua execução (v. 15).

Ao descrever a crucificação de Cristo nesta seção (15: 16-32), Marcos enfoca os escarnecedores blasfemas que escarneceram de o Senhor Jesus como Ele foi tirado da sala de julgamento de Pilatos até a cruz.Perante o cenário de paródia cômica dos soldados e os participantes de zombaria, o Salvador sofrimento é visto ingloriously suportando o castigo pelo pecado, em obediência à vontade do Pai (conforme Fm 1:2). Suas costas dilacerado também estava sangrando profusamente das feridas infligidas por flagelação (15:15). No entanto, os soldados calejadas transformou seu sofrimento em uma paródia, provavelmente emprestando a ideia de homens de Herodes (Lc 23:11). Eles convocaram toda a coorte romana (a coorte completa consistiu de seis centenas de soldados), convidando os seus camaradas para participar da charada sádico. A fim de dar-lhe a aparência de realeza, eles vestiram-se em roxo, em uma referência ao manto cor de escarlate, que compreende parte do uniforme de um soldado romano. Os soldados, sem dúvida, passou um velho, robe desbotado pelo sol em toda a volta ensangüentado de Jesus. Embora ele já foi escarlate (. Mt 27:28), sua cor se desvaneceu com o tempo para produzir uma tonalidade arroxeada (conforme Jo 19:2). Para completar a sua brincadeira sádica, os soldados começaram a aclamá-lo, "! Salve, Rei dos Judeus" O Sinédrio Ele desprezado como um profeta apenas algumas horas antes (Mt 26:68.); Agora, os soldados romanos escarneceu como um coringa-rei. Sem piedade, eles continuaram a bater sua cabeça com uma cana (a palavra grega Kalamos refere-se a um pedaço de pau), e cuspindo nele, e ajoelhando-se e curvando-se perante Ele. Em Mc 10:34, Jesus havia predito que o Messias seria tratado desta forma : "Eles vão zombar Ele e cuspir nele, e açoitá-lo e matá-lo, e três dias depois ele ressuscitará." Essa previsão era de acordo com a profecia do Antigo Testamento. Falando do Servo Sofredor, registros de Isaías: "Eu dei a minha volta para aqueles que greve mim e as minhas faces aos que arrancar a barba; Eu não cobrir o meu rosto humilhação e cuspir "(Is 50:6). Ainda querendo soltar a Jesus, o governador esperava que a exibição Ele na Sua condição enfraquecida e ensanguentado invocaria piedade dos principais sacerdotes e escribas (Lc 23:16). Mas eles não cedeu em gritando por sua morte. Pilatos respondeu indignada: "Tomai-o vós e crucificá-lo, porque eu não acho culpa nele" (Jo 19:6.). Ele voltou para Jesus e lhe perguntou:

"Onde está você?" Mas Jesus não lhe deu resposta. Então Pilatos disse-lhe: "Você não fala comigo? ? Você não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo, e eu tenho autoridade para te crucificar "Respondeu Jesus:" Você não teria nenhuma autoridade sobre mim, se não tivesse sido dado do alto; por esta razão ele quem me entregou a ti, maior pecado tem. "Como resultado desta Pilatos feitos esforços para libertá-lo. (Vv. 9b-12a)
Embora Pilatos reconheceu Jesus era inocente de qualquer crime ou ameaça, os principais sacerdotes e escribas intensificaram suas táticas de manipulação, ameaçando denunciá Pilatos a César se ele deixar Jesus entrar livre: "Se soltas este homem, não és amigo de César; todo aquele que se faz para ser um rei contra César "(v. 12). Baseado em seu péssimo desempenho como governador (para obter detalhes sobre como Pilatos havia ofendido anteriormente o povo judeu, consulte o capítulo anterior deste volume), Pilatos sabia que mais um escândalo provavelmente resultaria em sua remoção por Roma, terminando assim a sua carreira política. Desmoronando sob a pressão, ele se rendeu.
Quando Pilatos ouviu estas palavras, trouxe Jesus para fora e sentou-se na cadeira de juiz em um lugar chamado Pavimento, e em hebraico, Gábata. Agora era o dia de preparação para a Páscoa; era cerca da hora sexta. E ele disse aos judeus: "Eis o vosso Rei!" Então eles gritaram: "Fora com ele, embora com-o, crucifica-O!" Disse-lhes Pilatos: "Hei de crucificar o vosso rei?" Os sumos sacerdotes responderam: "Não temos rei, senão César." (vv. 13-15)
Os líderes espirituais de Israel e representantes de auto-proclamado de Deus, em uma reviravolta trágica, declarou sua lealdade a um imperador pagão e filho do diabo ao mesmo tempo, clamando pelo assassinato do Messias e Filho de Deus.
Marcos pega a conta de back-up, neste ponto, explicando que depois de terem zombado dele, tiraram o manto de púrpura de cima dele e colocar suas vestes sobre ele. E eles levaram para fora, para ser crucificado. A lei mosaica exigia execuções a serem realizados fora da cidade (Nu 15:35), razão pela qual Jesus foi levado para fora das portas de Jerusalém.

Punição do Salvador

Eles pressionado em serviço um transeunte que vinha do campo, Simão de Cirene (o pai de Alexandre e Rufus), para levar a sua cruz. Em seguida, o levaram para o lugar do Gólgota, que é traduzido, Lugar da Caveira. Eles tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra; mas Ele não tomá-lo. E o crucificaram, e dividiu-se entre si as suas vestes, lançando sortes para eles decidirem o que cada homem deve tomar. Era a hora terceira quando o crucificaram. (15: 21-25)

Como um prisioneiro condenado à morte, Jesus foi obrigado a carregar a cruz (ou seja, a pesada viga horizontal) para o local da execução. Ele levou-a para uma distância (Jo 19:17), talvez até o portão da cidade, mas acabou por ser incapaz de continuar, depois de ter sido enfraquecida por insônia, perda de sangue, e os ferimentos graves infligidos-lo durante seu flagelação.

Para manter o movimento procissão, os soldados romanos pressionado em serviço um transeunte que vinha do campo. Espontaneamente selecionando Simão de Cirene para fora da multidão, os soldados recrutados lo a suportar Jesus cruz. O porto da cidade de Cirene foi localizado no costa norte-Africano na atual Líbia. Um centro de comércio vibrante, a cidade foi também o lar de uma grande população judaica (conforme At 2:10; At 6:9). Marcos Simon identifica como o pai de Alexandre e Rufus, uma referência inexplicável que indica os leitores de Marcos estavam familiarizados com os filhos de Simon. Desde Marcos escreveu para os crentes gentios em Roma, Alexandre e Rufus eram quase certamente ativo na igreja lá. Esta conclusão é corroborada pela menção de Paulo de Rufus e sua mãe (a esposa de Simon) em Rm 16:13. Maravilhosamente, o homem que carregou a cruz de Jesus veio para abraçá-lo na fé salvadora, assim como sua esposa e filhos.

Como o Senhor estava sendo escoltado para o local da crucificação, Ele deu uma mensagem público final. Como Lucas explica,

E segui-lo era uma grande multidão de povo e de mulheres que choravam e lamentavam-Lo. Mas Jesus, voltando-lhes disse: "Filhas de Jerusalém, parar de chorar por mim, chorai antes por vós e por vossos filhos. Pois eis que dias virão em que se dirá: "Felizes as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram". Então começarão a dizer aos montes: "Caí sobre nós", e às colinas: "Cobri-nos." Para se fazer essas coisas quando a árvore é verde, o que acontecerá quando está seco "(Lucas 23:27-31)?

Resposta sombria de Cristo a essas mulheres chorando (que eram prováveis ​​carpideiras, conforme Marcos 5:38-40) serviu como um aviso profético da destruição que cairia sobre Jerusalém em AD 70. Além disso, suas palavras também visualizaram a vinda devastação da grande tribulação que ocorrerá no fim dos tempos (conforme 13 6:41-13:37'>Mc 13:6-37).

A procissão, finalmente chegou ao seu destino, como os soldados trouxe para o lugar do Gólgota, que é traduzido, Lugar da Caveira. Localizado fora dos portões da cidade (conforme He 13:12.), ao longo de uma rodovia importante (para que o crucificado vítimas seriam visíveis por transeuntes) e, possivelmente, em uma colina, Gólgota era provável um site onde crucificações foram realizadas regularmente. O nome aramaico significa literalmente do crânio ; e é equivalente ao termo latino calvária , a partir do qual a palavra "Calvário" é derivado. Alguns estudiosos acreditam que o lugar foi chamado assim porque foi situado no topo de uma colina que se parecia com uma caveira. Outros sugeriram que os crânios das vítimas crucificados foram deixados no chão, embora pareça improvável o povo judeu teria tolerado tal prática (conforme Nu 19:11). Seja qual for a verdadeira origem do nome, Gólgota era um lugar intrinsecamente ligado com a morte horrível e muito público.

Antes de pregar Jesus na cruz e defini-lo na posição vertical, os soldados tentaram dar-lhe vinho misturado com mirra; mas Ele não tomá-lo. relato paralelo de Mateus explica que "depois de provar que ele não estava disposto a beber" (Mt 27:34). A mirra era um narcótico que também foi usado como um óleo da unção (Ex 30:23) e um perfume (Sl 45:8, Mt 2:11; Jo 19:39..). Com base em Pv 31:6.). Mas Jesus, querendo manter a consciência plena como Ele completou Sua obra expiatória, se recusou a beber.

Marcos articula o que aconteceu em seguida com uma frase muito simples: . e eles crucificaram Uma forma bem conhecida de execução no mundo antigo, crucificação necessária nenhuma descrição adicional para o público original de Marcos para entender seus horrores. O escritor romano Cícero descreveu-o como "o castigo mais cruel e hedionda possível." Aparentemente, originário da Pérsia, crucificação foi usado mais tarde pelos romanos como um meio brutais de infligir a morte de suas vítimas enquanto também dissuadir outros supostos criminosos. Estima-se que, pelo tempo de Cristo, Roma tinha crucificado cerca de 30.000 pessoas em Israel sozinho. Após a queda de Jerusalém, em AD 70, tantos rebeldes judeus foram mortos por crucificação que os romanos ficaram sem madeira para fazer cruzamentos.

Crucificação vítimas eram açoitados primeiro (conforme Mc 15:15), resultando em ferimentos graves e perda maciça de sangue que se apressaram a morte na cruz. Mesmo assim, a crucificação era uma forma prolongada de morrer para a indução máxima sofrimento e dor. Quando o criminoso condenado chegou ao local da execução, ele foi forçado em suas costas e pregado na cruz, uma vez que estava no chão.As unhas, medindo 5-7 centímetros de comprimento e que se assemelham pregos de linha modernos, foram conduzidos através dos pulsos (em vez de as palmas das mãos), a fim de suportar o peso total do corpo em queda da vítima. Pés da vítima eram então asseguradas com um único ponto, com os joelhos dobrados para que ele pudesse empurrar-se para cima, a fim de respirar. As unhas iria rasgar através dos nervos nos pulsos e pés, causando parafusos graves de dor durante todo os braços e as pernas empalado da vítima.

A cruz foi, então, levantou-se lentamente, até que fosse vertical. O pé da cruz foi posteriormente caiu no lugar em uma posthole profunda, aterrissando com um baque reverberante que enviou uma dor insuportável sacudindo através do corpo da vítima. Embora as feridas dos pregos causou agonia grave, eles não tinham a intenção de ser fatal. A causa habitual da morte foi asfixia lenta. A posição de suspensão do corpo contraiu o diafragma, o que tornava impossível respirar. A fim de obter o ar, a vítima teve que empurrar a si mesmo, colocando seu peso sobre as feridas dos cravos em seus pés e pulsos, e esfregando o dilacerado costas contra a madeira áspera da cruz. Como a vítima se cansou, espasmos musculares experientes, e ficou tomado pela dor, sua capacidade de respirar era cada vez mais prejudicada. Como resultado, o dióxido de carbono que se acumulam em sua corrente sanguínea e ele acabaria por sufocar até a morte. Se necessário, os soldados podiam apressar asfixia por quebrar as pernas da vítima (conforme João 19:31-32). (Para mais detalhes sobre as agonias da crucificação, ver John Macarthur, O Assassinato de Jesus [Nashville: Tomé Nelson, 2004]., cap 10.)

Depois de garantir Jesus na cruz, os soldados dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte para eles decidirem o que cada homem deve tomar. vestuário judaica tradicional incluída uma peça de roupa interior, um vestuário exterior (ou túnica), um cinto, sandálias, e um capacete. Embora Marcos não especifica como roupas de Jesus foi dividido, o evangelho de João fornece alguns detalhes adicionais:

Então os soldados, quando eles tinham crucificado Jesus, tomaram as suas vestes exteriores e fizeram quatro partes, uma parte para cada soldado e também a túnica; agora a túnica era sem costura, tecida em uma única peça. Então eles disseram uns aos outros: "Não vamos rasgá-lo, mas deitemos sorte sobre ela, para decidir quem será"; este foi para cumprir a Escritura: "Eles dividiram minhas vestes exteriores entre eles, e para minha roupa lançaram sortes." Portanto, os soldados fizeram estas coisas. (João 19:23-25)

Tendo distribuído Sua roupa entre si como profetizado (conforme Sl 22:18), os soldados colocaram um relógio ao redor da cruz. O esquadrão, conhecido como um quaternion porque consistia de quatro guardas, foi obrigado a permanecer até que a vítima crucificado estava morto, mantendo alguém fora que podem tentar resgatar ou aliviar o sofrimento do criminoso condenado.

Marcos observa que era a hora terceira (ou 9:12 AM , o método judaico de imputando as horas do dia começou há cerca Dt 6:12 AM ) . quando o crucificaram A declaração em Jo 19:14, que era "sobre a sexta hora "quando Pilatos condenou Jesus naquela manhã, não contradiz o que Marcos diz aqui. João estava usando o método romano de tempo acerto de contas, o que começou a contar horas à meia-noite.Por conseguinte, a sexta hora no evangelho de João referido 6:12 AM , três horas antes de Jesus foi pregado na cruz.

Apenas na noite anterior, Jesus tinha vindo a celebrar a Páscoa com seus discípulos no cenáculo. Os eventos da crucificação de Jesus transpirou muito rapidamente; mas fizeram-no de acordo com calendário pré-determinado de Deus, em que o Cordeiro de Deus iria comemorar uma última refeição com os seus discípulos na quinta-feira à noite, e depois morrer, ao mesmo tempo, os cordeiros pascais estavam sendo abatidos na sexta-feira à tarde.

Os Participantes Sneering

A inscrição da acusação contra ele ler, "O Rei dos Judeus". Eles crucificaram dois ladrões com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda. [E se cumpriu a escritura que diz: "E Ele foi contado com os transgressores."] Quem passar por lançavam abuso para ele, meneando a cabeça e dizendo: "Ha! Você, que está indo para destruir o templo e reconstruí-lo em três dias, salve-se, e desce da cruz! "Da mesma forma, os principais sacerdotes também, juntamente com os escribas, foram zombando dele entre si, dizendo:" Ele outros salvou; Ele não pode salvar a si mesmo. Deixe este Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que possamos ver e crer! "Aqueles que foram crucificados com Ele, também foram insultá-lo. (15: 26-32)

Acima da cabeça da vítima crucificada, uma placa de madeira seria preso à cruz que delineou seus crimes. No caso de Jesus, a inscrição da acusação contra ele ler, "O Rei dos Judeus". A comparação entre os quatro evangelhos revela que a inscrição completo era: "Este é Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus". Ele foi escrito em aramaico, hebraico e grego (Jo 19:20). Essa não foi a responsável os líderes judeus queriam Pilatos para escrever (v. 21), mas ele se recusou a mudá-lo (22 v.), Vendo-a como uma forma de vingança dirigida aos principais sacerdotes e escribas que o havia chantageado para condenando um homem inocente (conforme Lc 23:4, Lc 23:15, Lc 23:22).

Durante o curso do julgamento de Jesus, os líderes judeus haviam nivelado pelo menos sete acusações contra Ele (conforme Mc 15:4); segundo, que Ele era um malfeitor (Jo 18:30); terceiro, que Ele estava enganando o povo (Lc 23:2; Mc 14:1), para os quais tinham sido condenados à morte. A declaração no versículo 28 (que se cumpriu a escritura que diz: "E Ele foi contado com os transgressores" ) não está nos manuscritos mais antigos, por isso provavelmente não fazia parte do evangelho original de Marcos, fazendo traduções modernas para colocá-lo entre parênteses. No entanto, é verdade que a previsão feita em Is 53:12 sobre o Servo Sofredor encontra o seu cumprimento aqui. O que quer que seus motivos, a decisão de Pilatos para executar Jesus com criminosos concedidos perfeitamente com a profecia do Antigo Testamento (conforme Atos 4:27-28).

Somando-se a dor agonizante da cruz foi a vergonha e desgraça de ser executado publicamente de uma forma tão degradante (conforme He 12:2; Is 53:1, Is 53:10; Gl 3:10-13), que intensificado seu desdém para aqueles que estavam crucificado (conforme 1Co 1:23).

Aqueles no meio da multidão que gritava horas antes pela morte de Jesus (15: 13-14) se juntou aos líderes religiosos em fuga Ele para o local de sua execução. Como eles estavam passando, eles lançavam abuso para Ele e meneando a cabeça, num gesto de ódio e desprezo (conforme 2Rs 19:21; Sl 22:7; 109:. Sl 109:25; Jr 18:16). Repetindo as falsas acusações levantadas contra Jesus perante o Sinédrio (Mc 14:58; conforme Jo 2:19), as pessoas, muitas das quais tinham elogiou-o quando ele chegou em Jerusalém na segunda-feira (Marcos 11:8-10), provocou Ele na sexta-feira pelo dizendo: "Ha! ! Você que vai destruir o templo e reconstruí-lo em três dias, salve-se, e desce da cruz " Seus gritos de desprezo evidenciou a inconstância surpreendente e perverso de corações incrédulos (conforme Jo 2:24-25; Jo 6:66; Mc 14:43), as autoridades judaicas continuaram a atiçar as chamas do ódio e abuso. Como explica Marcos, Da mesma forma, os principais sacerdotes Além disso, juntamente com os escribas, que representam a liderança do Sinédrio, foram zombando dele entre si. De acordo com a passagem paralela em Lc 23:35: "Os governantes foram zombando dele. "A palavra" zombando "significa literalmente para levantar o nariz de um em desprezo (conforme Mt 27:41). Sua perseguição de Jesus havia começado na casa do sumo sacerdote (Mc 14:55, Mc 14:65) e continuou mesmo depois que ele foi pregado na cruz. Sua maus tratos do Messias foi profetizado por Davi no Salmo 22:7-8: "Todos os que me vêem zombam de mim; eles se separam com o lábio, eles abanam a cabeça, dizendo: "Comprometa-se com o Senhor; Que ele o livre; deixá-Lo resgatá-lo, porque tem prazer nele "" Com um tom exultante de escárnio, eles foram. dizendo: "Salvou os outros; Ele não pode salvar a si mesmo. " Sua provocação desdenhoso não era uma admissão de capacidade de Cristo para salvar, mas sim uma negação sarcástico do seu poder divino. Como Ele poderia reivindicar para salvar os outros, eles zombaram, quando Ele não poderia mesmo salvar a si mesmo? Eles sabiam sobre seus milagres, o que eles não podiam negar (Jo 11:47). No entanto, apesar de suas obras surpreendentes, eles deliberAdãoente se recusou a acreditar n'Ele (conforme Jo 5:36; Jo 10:38). Embora os zombadores destina suas palavras como um insulto, eles acidentalmente bateu em uma profunda verdade do evangelho: é porque o Senhor Jesus submissamente recusou-se a resgatar a si mesmo da cruz que Ele é capaz de salvar os outros do pecado e da morte (conforme Mc 10:1; Rm 5:19; Fp 2:1; Heb 2: 9-10; 5: 7-8).

Continuando seu discurso inflamado de abuso verbal, que gritaram, "Que essa Cristo, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para que possamos ver e crer!" Eles propositAdãoente ignorado os inúmeros milagres que Jesus tinha realizado durante todo o seu ministério e alegaram que acreditaria se ele realizado, mas mais uma (conforme Marcos 8:11-12). Mas a sua declaração não era nada mais do que uma provocação hipócrita e sarcástico. Depois que ele morreu, o corpo de Jesus foi descido da cruz e colocado num túmulo. Quando Ele ressuscitou dos mortos no terceiro dia, assim como ele havia previsto Ele, os principais sacerdotes e escribas ainda não acreditava (conforme Lucas 16:30-31). Em vez disso, eles subornaram os soldados romanos para espalhar mentiras sobre o que aconteceu, alegando que os discípulos roubaram o corpo de Jesus (Mat. 28: 11-15). Nenhum milagre teria persuadiu-os a acreditar. Eles amavam seu pecado muito.

Por incrível que pareça, aqueles que foram crucificados com Ele, também foram insultá-lo. Os dois ladrões de cada lado de Jesus juntou-se à multidão hostil em zombar do Filho de Deus, mesmo que eles estavam sendo justamente executado da mesma forma. Como a passagem paralela em Mt 27:44 explica: "os ladrões que haviam sido crucificados com ele também foram insultá-lo com as mesmas palavras", como eles ouviram dos líderes e da multidão circundante. Os criminosos endurecidos foram, sem dúvida acostumado a repreendendo e abusar dos outros. Apesar de suas mortes iminentes, juntaram-se no ridículo blasfemo do Filho de Deus.

A defesa do pecador

Conforme mencionado no início deste capítulo, que era contra esse pano de fundo escuro do ódio venenoso que a graça e misericórdia de Deus foi exibido. O Pai poderia ter destruído os blasfemos no local e resgatou o Seu Filho na cruz. Em vez disso, Ele agradou moê-lo e colocá-lo à morte (Is 53:10), para que Ele possa resgatar muitos daqueles muito blasfemos, junto com inúmeros outros, do pecado e da destruição eterna.

Dos ladrões que zombavam dele, tornou-se um troféu da graça de Deus naquele mesmo dia. Lucas narra o relato dramático:

Um dos malfeitores que estavam pendurados lá estava lançando abuso para ele, dizendo: "Não és tu o Cristo? Salve-se e nós! "Mas o outro respondeu, e repreendia-o:" Você nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? E nós, na verdade estão sofrendo com justiça, porque estamos recebendo o que merecemos por nossos atos; mas ele não fez nada de errado. "E ele estava dizendo:" Jesus, lembra-se de mim quando vieres no teu reino! "E disse-lhe:" Em verdade eu vos digo, hoje estarás comigo no paraíso. " (Lucas 23:39-43)

Dos soldados que maltratado, um centurião logo percebe: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!" (Mc 15:39). Das pessoas na multidão que zombou dele, muitos acreditam no dia de Pentecostes e nas semanas e meses seguintes (conforme Atos 2:37-38, At 2:41; At 4:4, 1Tm 1:15)

A salvação do blasfemador Paulo, como todo pecador, só é possível porque o Senhor Jesus "levou os nossos pecados em Seu corpo na cruz" (1Pe 2:24). De acordo com o Seu propósito eterno de redenção, Deus Pai "fez Aquele que não conheceu pecado, o pecado por nós, para que nos tornássemos justiça de Deus em Cristo" (2Co 5:21). Por causa do Seu sacrifício substitutivo, todos os que Salvadora colocar sua fé nEle serão salvos da ira divina e receber a vida eterna (conforme Jo 20:31; Rom. 10: 9-10; At 16:31).

73. Deus visita o Calvário (Marcos 15:33-41)

Quando a sexta hora chegou, a escuridão caiu sobre toda a terra até a hora nona. À hora nona Jesus clamou com grande voz, "Eloi, Eloi, lama sabactâni?", Que se traduz, "Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?" Quando alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, eles começaram a dizer "Eis que Ele está chamando para Elias." Alguém correu e embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe uma bebida, dizendo: "Vamos ver se Elias vem tirá-lo." E Jesus deu um grito alto, e expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. Quando o centurião, que estava bem na frente dele, vi o jeito que Ele soprou Sua última, ele disse: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!" Havia também algumas mulheres olhando de longe, entre os quais estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé. Quando Ele estava na Galiléia, eles usaram para segui-Lo e ministrar a Ele; e havia muitas outras mulheres que tinham subido com ele a Jerusalém. (15: 33-41)

Em toda a história humana, o assassinato de Jesus constitui o ato mais blasfemo do mal que foi cometido, como homens perversos submetido Deus Filho à humilhação, tortura e morte (conforme Atos 3:14-15). O pai da igreja do século II Melito de Sardes expressa essa realidade chocante com estas palavras comoventes:

Ele que desligou o Terra no espaço foi se enforcou-se; Aquele que fixa os céus foi fixada com pregos; Ele que deu a terra nasceu em uma árvore; o Senhor de toda foi submetido a ignomínia em um corpo nu-Deus condenado à morte! ... [I] fim de que Ele não pode ser visto, os luminares se virou, e no dia ficou obscurecido, porque eles mataram Deus, que estava pendurado nu na árvore ... Este é aquele que fez o céu ea terra e, no início, juntamente com o Pai, o homem moda; que foi anunciado por meio da lei e os profetas; que colocar em uma forma corpórea na 5irgem; que foi enforcado em cima da árvore.(Melito, 5. A tradução de Alexander Roberts e Tiago Donaldson, Padres Ante-Nicéia [repr, Peabody, MA:. Hendrickson Publishers, 2012], VIII: 757)

Por incrível que pareça, apesar de seus crimes ultrajantes, os autores não foram imediatamente consumido pela ira divina. Sem o conhecimento deles, o assassinato de Jesus era necessário no plano eterno de Deus de redenção (conforme Fm 1:2; conforme Gn 50:20).

Assim, quando Deus veio ao Calvário, não era para proteger o Seu Filho de malfeitores, mas para punir Seu Filho em seu nome. Como Isaías profetizou do Messias, "O Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar", a fim de que "como resultado do trabalho da sua alma," Ele pode, justificará a muitos ao levar suas iniquidades (Is. 53:10 —11; conforme Zc 12:10).. O justo foi condenado à morte como um substituto para os injustos (1Pe 3:18), tornando-se uma maldição para os pecadores, para que Ele pudesse resgatá-los da pena para os infratores da lei, que é a morte eterna (Gl 3:13). Nesta seção, Marcos descreve a consumação do sofrimento do Salvador, a confissão de um soldado apavorado, ea confusão de simpatizantes leais de Cristo.

A consumação do sofrimento do Salvador

Quando a sexta hora chegou, a escuridão caiu sobre toda a terra até a hora nona. À hora nona Jesus clamou com grande voz, "Eloi, Eloi, lama sabactâni?", Que se traduz, "Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?" Quando alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, eles começaram a dizer "Eis que Ele está chamando para Elias." Alguém correu e embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe uma bebida, dizendo: "Vamos ver se Elias vem tirá-lo." E Jesus deu um grito alto, e expirou. E o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo. (15: 33-38)

Os versículos 33:38 descrevem o ponto alto da história da salvação, a morte expiatória do Senhor Jesus Cristo. Sua obra sacrificial de redenção foi planejado por Deus na eternidade passada (Tt 1:2; conforme Ef 1:1; 2Tm 1:92Tm 1:9; conforme Ap 22:3).

De acordo com o cômputo judaico de tempo (que começou a contar horas de sol, cerca Dt 6:12 AM ), quando a sexta hora chegou, era meio-dia e Jesus já tinha estado na cruz durante três horas (conforme Mc 15:25) . Os Evangelhos registram três declarações que Jesus fez durante esse período de três horas. Em primeiro lugar, evidenciando Sua infinita compaixão e misericórdia, Ele orou por seus perseguidores, dizendo: "Pai, perdoa-lhes; pois eles não sabem o que fazem "(Lc 23:34). Um dos dois ladrões que haviam sido crucificados zombando Jesus, sem dúvida, ouvir as palavras de Cristo sobre o perdão, tornou-se condenado e buscou o perdão divino Jesus oferecido. Em segundo lugar, o Filho de Deus respondeu a fé do pecador com a promessa da vida eterna, dizendo: "Em verdade eu vos digo, hoje estarás comigo no paraíso" (23:43). Em terceiro lugar, o Senhor também levou um momento para cuidar de sua mãe viúva. Olhando para baixo da cruz, "Jesus, em seguida, viu sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava por perto, ele disse à sua mãe:" Mulher, eis o teu filho! " Depois disse ao discípulo: "Eis a tua mãe! ' A partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua própria casa "(João 19:26-27).

Como o sol do meio-dia atingiu o seu apogeu, um sobrenatural escuridão de repente caiu sobre toda a terra até a hora nona (ou seja, 3:12 PM ). A extensão geográfica dos três horas de escuridão não é descrita nos Evangelhos, embora a palavra grega  ( terra ) pode referir-se a toda a terra. Relatórios de vários dos primeiros Padres da Igreja (incluindo Tertuliano e Orígenes) sugerem que a escuridão para além das fronteiras de Israel e de todo o Império Romano.

A causa da escuridão não era Satanás (uma vez que apenas Deus possui tal poder cósmico, conforme Job 9:7-8; Isa. 45: 6-7; Ez. 32: 7-8). Também não era um eclipse ocorre naturalmente (uma vez que os eclipses solares ocorrem apenas durante a lua nova e Páscoa foi celebrada sempre na lua cheia). Em vez disso, a escuridão foi causado por Deus, o próprio Pai. O Antigo Testamento muitas vezes retrata gloriosa presença de Deus em termos de luz ardente (conforme Sl 18:12, Sl 18:28; 27:. Sl 27:1; Sl 104:2; Ez 8:1; Ez 10:4; Ex 10:21-22; 19:. 16-18; 20: 18-21; Sl 18:11; Isa.. 05:30; 13 10:11), especialmente em associação com o Seu julgamento (conforme Jl 1:15; 2: 1-2, 10-11, Jl 2:30; Am 5:20; 8:. Am 8:9; Sf 1:14-15). Inferno, por exemplo, é caracterizada pela escuridão eterna, porque é um lugar da ira divina e castigo eterno para o pecado (conforme Mt 8:12; Mt 22:13; Mt 25:30; conforme 2 Pedro 2:. 2Pe 2:4; Jd 1:6). O peso total da ira de Deus foi derramado sobre o Filho de Deus:, como o imaculado Cordeiro de Deus foi sacrificado pelo pecado para que os pecadores não podem ser justificados por meio dEle (2Co 5:21; (conforme Is 53:5; conforme Rm 4:25; 1 Cor. 15:.. 1Co 15:3; 1Jo 4:101Jo 4:10). Movido por Sua perfeita justiça, ira infinita de Deus lançou uma eternidade de castigo no Filho encarnado que, como uma pessoa infinita e eterna, absorveu as torturas do inferno em um intervalo de tempo finito. Este foi o terrível taça do julgamento divino que Jesus antecipou enquanto suando sangue no jardim do Getsêmani (Mc 14:36; Lc 22:44).

À hora nona (3:12 PM ), o julgamento terminou e a escuridão começou a levantar. Assim como fez, o Senhor Jesus pela quarta vez falou da cruz. Desta vez, ele clamou com grande voz , como se chamando o céu para ouvir a Sua mensagem dolorosa. Ele se dirigiu a seu pai, dizendo, que se traduz, "Meu Deus, Meu Deus, por que me desamparaste?" "Eloi, Eloi, lama sabactâni?" Essas palavras são do aramaico versão do Sl 22:1 dá a mesma frase em hebraico). Com intensa agonia, o Filho de Deus experimentou o que Ele nunca tinha conhecido antes, o abandono de seu pai. Essa separação não foi um dos natureza ou essência; o Senhor Jesus nunca deixou de ser o segundo membro da Trindade. Pelo contrário, era uma separação da comunhão de amor Ele havia conhecido eternamente com o Pai (conforme João 17:21-24).

Este é o único lugar no registro do evangelho em que Jesus se refere a Deus por qualquer outro título de "Pai". O nome repetido, Meu Deus, Meu Deus, expressa profundo afeto e saudade do Filho para com o Pai, misturada com a agonia e dor de Sua separação de Deus. Inequivocamente, o Pai visitou Calvário, em julgamento em massa, mas ele estava ausente no conforto. Ao contrário das tentações que Jesus suportou no deserto e no jardim do Getsêmani, após o que o Pai enviou anjos para ministrar a Seu Filho (Mc 1:13; Lc 22:43), nenhum alívio foi dado a Jesus na cruz. Essa é uma imagem do inferno, em que toda a fúria da ira de Deus está sempre presente, mas o conforto de Seu amor e compaixão é totalmente ausente. Na cruz, o Senhor Jesus suportou a realidade cheia de tormentos do inferno, incluindo a ser abandonado por seu pai.

A dor da ausência do Pai tornou-se mais aguda pela presença hostil dos líderes religiosos e da multidão que continuou a perseguir Jesus até que ele morreu. Quando alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, começou dizendo: "Eis que Ele está chamando Elias . " Não é que eles mal o que Jesus disse, uma vez que o Sl 22:1 previu que Elias, ou um profeta como ele, viria como o precursor do Messias (conforme 13 40:11-14'>Mt 11:13-14.). Ao acusar Jesus de chamar para Elias, os espectadores foram irônicos com desdém insultando-o, ao afirmar que, se Ele realmente era o Messias, talvez Elias apareceria para resgatá-lo.

Quando Jesus clamou: "Tenho sede" (Jo 19:28;. Conforme Sl 69:21), . um deles correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe uma bebida entanto, o que pode primeiro parecer um ato de misericórdia foi realmente motivada pelo ridículo e escárnio. A pessoa que lhe ofereceu a bebida de vinho barato, simultaneamente, zombou de Jesus, dizendo: "Vamos ver se Elias vem tirá-lo."O escárnio ingrato destes pecadores formado um cenário feio para o trabalho pecado-bearing do Salvador. Como o profeta Isaías tinha escrito sete séculos antes:

 

Era desprezado, eo mais rejeitado entre os homens,
Um homem de dores, e experimentado nos sofrimentos;
E, como um de quem os homens escondiam o rosto
Era desprezado, e nós não fizemos dele caso algum.
Certamente nossas tristezas Ele mesmo levou,
E as nossas dores Ele carregou;
No entanto, nós mesmos o reputávamos por aflito,
Ferido de Deus, e oprimido.
Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões,
Ele foi moído pelas nossas iniqüidades;
O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele,

E por sua pisaduras fomos sarados. (Isaías 53:3-5.)

 

Mesmo depois de suportar a tortura física da cruz e os tormentos infinitos do julgamento divino, Jesus demonstrou que Ele ainda estava mentalmente alerta e fisicamente forte quando ele soltou um grito alto. Sua vida não gradualmente escapar devido à exaustão; ao contrário, Ele voluntariamente colocou-o (João 10:17-18). Jo 19:30 relata que, depois de ter sido oferecido a bebida de vinagre, o Senhor Jesus gritou: "Está consumado!" A obra da redenção tinha sido realizado e Seu sofrimento foi completa. Então, Ele fez uma oração final, "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lc 23:46), e Eleexpirou.

A morte de Jesus, como o sacrifício perfeito para o pecado, marcou o fim do sistema de sacrifícios do Velho Testamento e todas as armadilhas que foi com ele (Heb. 10: 4-10; conforme Rom. 14: 1-6; Col. 2: 16-17). Deus sinalizou que o encerramento com um sinal dramático: o véu do templo, a cortina de tecido maciço que permanentemente separava o Santo dos Santos do santuário exterior (conforme Ex 26:31-33; 40:; 16 Lev. 20-21. : Lv 20:2; He 9:3).Naquele momento, a antiga aliança faleceu, ea nova aliança foi ratificada. Embora o edifício templo sobreviveria outros quarenta anos (sendo destruída em AD 70, conforme Mc 13:2; Heb . 9: 11-14; 10:19).

O horário exato da morte do Senhor Jesus foi acompanhado por dois milagres adicionais: um forte terremoto seguido por uma pré-visualização da ressurreição. Ambos são registradas no evangelho de Mateus. Após o véu do templo foi rasgado de cima para baixo ", a terra tremeu e as rochas foram divididas. Os túmulos se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa e apareceram a muitos "(Mt 27:1; 1 Reis 19:.. 11-12; Sl 18:7). O poder de ressuscitar os mortos, da mesma forma, só pertence a Ele (conforme Jo 5:21; At 2:24; At 3:15; At 5:30; Rm 8:11; 1Co 6:141Co 6:14;. 2 Cor. . 4:14; Gl 1:1;.. 2Tm 1:102Tm 1:10; He 2:14).

Assim, a presença de Deus, o Pai no Gólgota foi poderosamente exibido através de quatro milagres notáveis: uma escuridão sinistra que cobriram a terra, o véu do templo se rasgou em dois, um terremoto poderoso o suficiente para dividir rochas, e a ressurreição de muitos 5elho santos Testamento. Em Mt. Sinai, a presença de Deus foi igualmente acompanhado por escuridão da tempestade e um grande terremoto (conforme Ex 19:18). Mas ao contrário de Sinai, onde foi dada a lei e suas penalidades, no Calvário a lei e suas penalidades foram perdoados pelo legislador divino Si mesmo, para todos os que acreditam na pessoa e obra de Seu Filho (conforme Rm 8:3-4. ).

A confissão do soldado Apavorados

Quando o centurião, que estava bem na frente dele, vi o jeito que Ele soprou Sua última, ele disse: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!" (15:39)

Como um oficial do exército romano, o centurião tinha sido colocado no comando da crucificação de Jesus. Ele e seus homens (centuriões ordenado cem soldados) podem ter sido envolvidos na prisão de Jesus, como parte da corte romana que acompanhou Judas e os líderes religiosos (Jo 18:3), ele disse: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!" Significativamente, esta é a primeira vez no evangelho de Marcos que um ser humano que está sendo feito essa confissão (cf . Mc 1:1), incluindo o reconhecimento do clímax da divindade de Jesus a partir de um soldado romano pagão. O relato paralelo em Lc 23:47 acrescenta que "o centurião, vendo o que havia acontecido, ele começou a louvar a Deus, dizendo:" Certamente este homem era justo. "" Sua exclamação de adoração era tanto uma afirmação de inocência de Jesus e uma declaração de Sua justiça divina.

Desde o ladrão crucificado para este comandante pagã, troféus da graça divina estavam em exposição, mesmo em meio ao sofrimento e morte de Jesus. Um deles era um canalha, o outro um soldado; e ambos foram blasfemos que zombaram e perseguido o Filho de Deus. No entanto, em Sua infinita misericórdia, Deus estendeu a mão e os resgatou eternamente, concedendo-lhes a salvação através da própria Aquele cuja crucificação eles testemunharam. As conversões repentinas demonstrar que mesmo os piores pecadores e blasfemadores não estão fora do alcance do amor soberano de Deus e favor imerecido (conforme 1 Tim. 1: 12-15).

A confusão do Simpatizantes Loyal

Havia também algumas mulheres olhando de longe, entre os quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé. Quando Ele estava na Galiléia, eles usaram para segui-Lo e ministrar a Ele; e havia muitas outras mulheres que tinham subido com ele a Jerusalém. (15: 40-41)

Em contraste com o centurião, que foi transferido de confusão com a crença, a fé dos seguidores de Jesus foi misturado com tristeza e confusão. O evangelho de João indica que algumas das mulheres,juntamente com o apóstolo João, inicialmente se reuniram no pé da cruz (João 19:25-27). Talvez incapaz de suportar a visão do sofrimento de perto de Jesus, eles se retiraram e continuou olhando de longe.Eles adoraram Jesus profundamente e creram nele sinceramente, ainda que eles estavam confusos, desanimado, e devastado pela cena de sua morte.

Marcos identifica três dessas mulheres, começando com Maria Madalena, de quem Jesus tinha expulsado sete demônios (Lc 8:2; At 1:13). Em Jo 19:25, Maria é alternAdãoente identificada como "Maria, mulher de Cléofas," uma variante aparente de Alfeu. Salome era a esposa de Zebedeu (conforme Mt 27:56), a mãe de Tiago e João (Mc 10:35, Salomé era irmã da mãe de Jesus, Maria.

Embora as mulheres são representadas em todos os quatro Evangelhos (Mateus 27:55-56; Marcos 15:40-41.; Lc 23:49; João 19:25-26), os apóstolos não são mencionados como estando presente no Calvário, com exceção para João (João 19:26-27). A implicação óbvia é que, enquanto dez dos onze discípulos espalhados e se escondeu, as mulheres passaram corajosamente para mostrar a sua lealdade corajosa e simpática a Cristo. Eles tinham seguido Jesus quando Ele estava na Galiléia, ao longo do segundo ano de seu ministério público da pregação e milagres. A partir desse momento, eles usaram para segui-Lo e ministrar a Ele. O imperfeito dos verbos a seguir e ministro indica ação contínua ao longo de um período prolongado de tempo. Estes fiéis seguidores de Jesus sempre procurou aprender com ele ao mesmo tempo que procura servir e apoiar a Ele (conforme Lc 8:2-3). É a partir do verbo grego diakoneo ( ministro ) que as palavras inglesas "diácono" e "deaconess" são derivadas. No evangelho de Marcos, apenas dois grupos de pessoas estão sempre disse ter ministrado a Cristo: os anjos (1:13), e estas mulheres da Galiléia, que foram unidos por muitas outras mulheres que tinham subido com ele a Jerusalém.

Embora eles não estavam habilitados a fazer milagres ou pregar como os apóstolos, as mulheres eram representativas dos fiéis precioso que não abandonou o seu Senhor, mesmo em sua morte. Sua lealdade seriam recompensados ​​três dias depois. Na manhã de domingo, eles seriam os primeiros a saber de Sua gloriosa ressurreição (conforme Mc 16:1-8; João 20:11-18; Mat. 28: 8-10). Mas na sexta-feira à tarde em que olhou para a cruz, eles encontraram-se no meio de choque, desgosto e perplexidade. Este não era o final que tinham antecipado. Enquanto o resto das pessoas no meio da multidão gawking voltaram para Jerusalém "batendo no peito" em remorso superficial sobre a morte do operador de milagres (Lc 23:48), os poucos fiéis assistiram a uma distância de tristeza atordoado (v. 49 ).

Mas as profundezas de seu desapontamento e luto na sexta-feira não iria durar muito. Jesus iria ressuscitar no domingo de manhã, assim como ele tinha prometido repetidamente (Mc 8:31; Mc 9:31; Mc 10:34).Como o anjo lembrou as mulheres quando eles vieram para o túmulo vazio: "Ele não está aqui, porque Ele ressuscitou, assim como Ele disse:" (Mt 28:6), e ambos devem ser acreditado, a fim de ser salvo (Rm 10:9)

Quando a noite já havia chegado, porque era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, José de Arimatéia chegou, um proeminente membro do Conselho, que se estava à espera para o reino de Deus; e ele ganhou coragem e entrou antes de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos perguntou se ele estava morto por esta altura, e chamando o centurião, ele questionou-o sobre se ele já estava morto. E se certificado pelo centurião, deu o corpo a José. José comprou um pano de linho, tirando-o, envolveu-o no pano de linho e colocou-o num túmulo que tinha sido escavado na rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo. Maria Madalena e Maria, mãe de José estava procurando para ver onde foi sepultado.(15: 42-47)

Em sua primeira epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo identificou três fatos históricos que compõem a essência do evangelho: "que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras "(1 Cor. 15: 3-4). Como esses versículos demonstram, um acontecimento de importância fundamental reside entre crucificação e ressurreição do Senhor. O sepultamento de Jesus está registrada em todos os quatro Evangelhos (conforme Mt 27:57-66; Mc 15:1; João 19:38-42), ressaltando a sua importância como aquela que afirmava tanto a divindade de Cristo e da veracidade das Escrituras. Embora não envolveu milagres como aqueles que acompanharam a crucificação e ressurreição (conforme Mt 27:45, 51-53; 28: 2-6.), O sepultamento de Jesus colocar a obra de Deus em exibição impressionante, apresentando a maravilha de providência divina.

As Escrituras afirmam repetidamente a soberania absoluta de Deus sobre cada pessoa e evento no universo, explicando que Ele ordena todas as coisas e leva-los para passar (conforme 13 29:12'>I Crônicas 29:11-12.; 23:13; Sl 115:3; Pv 21:30; Isaías 46:9-10; Dan 4: 34-35; Ef 1:11)... Embora Deus tenha raramente intervieram na história através dos milagres (como os doze pragas do Egito ou a divisão do Mar Vermelho), Ele sempre trabalha por providencialmente orquestrar processos naturais e eventos comuns para cumprir Seus propósitos. Milagres são raros e envolvem uma suspensão temporária das leis da natureza, mas a providência é constante (conforme Jo 5:17) e incalculavelmente mais complexa. Porque Ele é todo-poderoso, onisciente e todo-sábio, Deus predeterminou tudo e é capaz de dirigir a cada parte da Sua criação (incluindo eventos aparentemente aleatórios, conforme Sl 103:1:.. Sl 103:19; 16:33 Prov) para realizar exatamente e completamente tudo o que Ele planejou e prometeu fazer. Ele soberanamente coordena um número quase infinito de contingências e superintende os comportamentos de todas as Suas criaturas, de modo que todas as coisas, incluindo escolhas e ações das pessoas, em última análise, se alinham com Seus propósitos perfeitos (conforme Rm 8:28). Ainda assim, não é a fonte de todo o pecado (Jc 1:13), nem é responsabilidade humana diminuído ou removido.

Muitos lugares na Escritura ilustrar providência divina em ação, destacando o controle e poder de Deus sobre os desejos e as determinações do povo (conforme 1 Sam. 2: 6-9; 5:12; Sl 33:10; Sl 76:10; Prov. . 16: 9; 19:21; 20:24; Isa. 8: 9-10; Jr 10:23; Fp 2:13)... Vez após vez, Deus providencialmente mudou nos corações dos homens, incluindo reis injustos, para cumprir Seus propósitos (2Sm 17:14; 18-20: 1;; conforme Dt 2:30 Js 11:1; 1Cr 5:261Cr 5:26).. Foi Sua mão providencial que supervisionou os esquemas malignos dos irmãos de José, de modo que José seria elevado a uma posição de liderança no Egito (Gênesis 39:2-3, Gn 39:23; 45: 7-8; Gn 50:20). Divina Providência motivado Faraó para endurecer o seu coração para que a glória de Deus seria exibido na libertação de Israel da escravidão (conforme Ex 14:4.). O trabalho providencial de Deus moveu o governante pagão Cyrus para permitir que os judeus voltassem para casa depois de 70 anos de cativeiro (Esdras 1:1-4; conforme Is 44:1).

Divina Providência é igualmente visto em toda a vida e ministério do Senhor Jesus, como evidenciado por inúmeras profecias cumpridas (conforme Mt 1:21-23; Mt 2:15, Mt 2:17, Mt 2:23; Mt 26:56; 27: 9-10.; Mc 14:49; Lc 22:37; Lc 24:44; 13 18:43-13:19'>João 13:18-19; At 1:16; At 3:18). Mesmo antes de Jesus nascer, Deus providencialmente solicitado Caesar Augustus a decretar que um censo ser tomadas (Lc 2:1; conforme Mq 5:2 PM (. conforme Mt 27:45), tendo deu a Sua vida por sua própria autoridade (conforme João 10:17-18), os dois ladrões que foram crucificados com Ele ainda estavam vivos como parte da tarde transferida para noite. Os líderes judeus, de acordo com a lei do Antigo Testamento (conforme Deut. 21: 22-23) e, especialmente, porque era Páscoa, queria que todos os três corpos retirados da cruz antes do dia de sábado começou (o que, de acordo com o cômputo judaico de tempo, começou no pôr do sol, ou aproximAdãoente 6:12 PM ). Ironicamente, apesar de os líderes religiosos hipócritas tinha acabado de participar no assassinato do Messias, que, no entanto, manteve-se exigente nos seus esforços de justiça própria para evitar a profanação religiosa.

Sabendo que os romanos não iria remover as vítimas até que eles estavam mortos, os líderes religiosos pediram a Pilatos que acelerar a execução. Como Jo 19:31 explica:

Então os judeus, porque era o dia da preparação, de modo que os corpos não ficassem na cruz no sábado (para que o sábado era um dia de alta), pediram a Pilatos que suas pernas fossem quebradas, e que eles possam ser tomadas distância.
A fim de respirar, a vítima crucificado teve de empurrar para cima com as pernas, alongando assim o seu diafragma e permitindo que seus pulmões a se encher de ar. Soldados poderia, portanto, acelerar a morte usando um enorme martelo de ferro para esmagar os fêmures de ambas as pernas (um processo conhecido como crurifragium ). Incapaz de empurrar para o ar, a vítima morreria de asfixia pouco depois.

Concordando com os líderes religiosos (como ele vinha fazendo durante todo o dia), Pilatos deu a seus soldados a ordem. Como João explica: "Então os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas "(João 19:32-33). Como executores profissionais, os soldados romanos sabiam quando uma vítima crucificado estava realmente morta. A fim de ter certeza ", um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e imediatamente sangue e água saiu" (v. 34). O fluxo de sangue e água (líquido pleural e do pericárdio seroso) demonstrou para além de qualquer dúvida de que Jesus já não estava vivo.

O que provavelmente parecia uma decisão insignificante para os soldados, que não escolheu para quebrar as pernas de Jesus, mas em vez de perfurar o lado com uma lança, cumpriu exatamente profecia messiânica (conforme João 19:36-37). Sl 34:20 profetizou do Messias que "Ele mantém todos os seus ossos, nenhum deles está quebrado." A fim de ser aceitável a Deus, cordeiros pascais não poderia ter algum osso quebrado (conforme Ex 12:46;. Num . 9:12). Assim, era imperativo que o perfeito Cordeiro de Deus não tem as pernas quebradas. O profeta Zacarias previu ainda que o Messias seria perfurado (Zc 12:10), um detalhe cumprido no Calvário por uma lança romana. Os soldados pagãos teria sido totalmente inconscientes dessas passagens do Antigo Testamento. Mesmo se fossem, eles não tinham motivação para tentar trazê-los para passar. No entanto, o seu comportamento foi guiado pela mão invisível de Deus Todo-Poderoso. As ações involuntárias dos soldados indiferentes resultou de seus próprios motivos, impulsos, e vontade; mas eles também estavam sob o controle de governo absoluto de Deus, para que a Escritura seria cumprida eo Messias afirmou.

Os santos Loving

Quando a noite já havia chegado, porque era o dia da preparação, isto é, a véspera do sábado, José de Arimatéia chegou, um proeminente membro do Conselho, que se estava à espera para o reino de Deus; e ele ganhou coragem e entrou antes de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos perguntou se ele estava morto por esta altura, e chamando o centurião, ele questionou-o sobre se ele já estava morto. E se certificado pelo centurião, deu o corpo a José. José comprou um pano de linho, tirando-o, envolveu-o no pano de linho e colocou-o num túmulo que tinha sido escavado na rocha; e rolou uma pedra para a entrada do túmulo. Maria Madalena e Maria, mãe de José estava procurando para ver onde foi sepultado.(15: 42-47)

Durante os finais poucas horas antes do por do sol na sexta-feira, a providência de Deus foi novamente colocado em exposição através das ações dos seguidores de Jesus, e de um homem em particular.Como explica Marcos, Quando a noite (com duração de cerca Dt 3:12 a 6:12 PM ) já tinha vindo, porque era o dia da preparação, isto é, um dia antes do sábado, José de Arimatéia veio para tomar conta do corpo de Jesus para sepultamento. Não se sabe muito sobre José de Arimatéia, já que ele só é mencionado nas Escrituras em relação a este evento. A localização exata de Arimatéia é desconhecida, embora alguns estudiosos associá-lo ao local de nascimento de Samuel (1Sm 1:1; 1Sm 2:11). Lucas explica que foi "uma cidade dos judeus" (Lc 23:51), indicando que ele estava na Judéia.

Incrivelmente, José era um membro proeminente do muito Conselho (ou seja, o Sinédrio), que tinha falsamente acusado, injustamente condenado, e ilegalmente condenou Jesus à morte mais cedo naquela manhã. No entanto, ao contrário da maioria de seus colegas vereadores, José era "um bom e justo homem" (Lc 23:50), que tinha sido trazido para salvar a fé no Senhor Jesus. Embora ele fosse um membro do Sinédrio, Lc 23:51 esclarece que "ele não tinha consentido" para os líderes religiosos 'tratamento malévolo de Jesus, provavelmente indicando que ele não estava presente quando Jesus "julgamento ocorrido (conforme Marcos 14:64 —65).

Tanto Mateus e João José descrever como "um discípulo de Jesus" (Mt 27:57;. Jo 19:38), indicando que ele foi um verdadeiro crente que se estava à espera para o reino de Deus. José entendeu as promessas do Antigo Testamento salvação e tinha chegado à convicção de que o Senhor Jesus era de fato o rei messiânico. No entanto, ele manteve suas opiniões sobre Jesus secreto ", por medo dos judeus" (Jo 19:38). José deve ter sido exaltado no início daquela semana, quando Jesus entrou na cidade de gritos de expectativa messiânica do povo (Mc 11:8-10). No dia seguinte, quando o Senhor atacou a corrupção do templo (11: 15-18), o discípulo secreto teria endossado isso como um ato de justiça de limpeza. Ele esperava ansiosamente Jesus iria inaugurar promessas do Antigo Testamento a respeito do reino messiânico. Mas quando Jesus foi crucificado, essas expectativas se voltaram para desgosto.

Depois de ser declarado morto, o corpo de uma vítima crucificado seria retirado da cruz e eliminados de uma de duas maneiras: ou dando-lhe aos membros da família da vítima, se solicitado, ou lançando-o em um apressAdãoente vala comum feita ou até mesmo o depósito de lixo. Com as mulheres ainda persistente na cruz (conforme Mc 15:40, Mc 15:47), e os apóstolos terem fugido (com exceção de João, que estava cuidando de mãe de Jesus, conforme João 19:26-27), o pedido de reivindicar o corpo de Jesus veio de um lugar inesperado. José de Arimatéia, motivado pelo amor e simpatia para com o seu Senhor, ganhou coragem e entrou antes de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. O verbo tolmaō ( ganhou coragem ) significa "ousar" ou "de ser ousado." José percebeu que suas ações poderiam levantar a ira dos outros membros do conselho, porque sua lealdade a Jesus seria exposto.

Tendo sido solicitado pelos líderes religiosos para certificar-se as vítimas foram crucificados da cruz antes do sábado começou (Jo 19:31), e tendo ordenou a seus soldados para acelerar a execução (v. 32), o governador romano ainda estava à espera de confirmação quando José chegou. Assim, Pilatos perguntou se Jesus foi morto por esta altura, e chamando o centurião, perguntou-lhe se ele já estava morto. E verificar que Jesus estava morto desde o centurião, deu o corpo a José. Com a permissão recebida, José voltou para o local da crucificação de dispor de um corpo sem vida de Jesus.

No plano humano, José (que Mt 27:57 notas era rico) foi claramente motivada por um desejo de honrar a Jesus. Ele queria vê-lo enterrado corretamente e não jogado em uma vala comum. Mas no nível divino, Deus estava orquestrando ações de José para cumprir a profecia bíblica. Em Is 53:9), e envolveu-o no pano de linho. O corpo estava enrolado usando tiras de pano que foram embalados com especiarias aromáticas para combater os odores causados ​​pela decomposição. Ao preparar o corpo de Jesus para o enterro, José não estava sozinho. Como o apóstolo João relatórios,

Nicodemos, que tinha chegado primeiro a Ele, de noite, também veio, trazendo uma mistura de mirra e aloés, cerca de cem libras. Então, eles tiraram o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com as especiarias, como é o costume de sepultamento dos judeus. (João 19:39-40)

Nicodemos, o professor judeu de destaque que se reuniu com o Senhor, à noite, no início do ministério de Jesus (João 3:1-21), foi também um membro do Sinédrio (Jo 7:50). Como José, ele também tinha sido dado a fé para abraçar Jesus como Senhor. Seu desejo de honrar a Cristo no Seu sepultamento é indicado pela quantidade significativa de especiarias que ele trouxe.

Depois que os preparativos para o enterro estavam completos, José deitou-o numa tumba que tinha sido escavado na rocha. Mateus explica que era próprio túmulo de José (Mt 27:60.); e João observa que ele foi localizado em um jardim perto Gólgota (João 19:41-42). No antigo Israel, como em outros lugares, era comum que os túmulos para ser reutilizado. O corpo se decompõe até que apenas os ossos foram deixados; em seguida, os ossos seriam recolhidos em um ossário eo túmulo se tornaria disponível novamente. Mas José colocado Jesus num túmulo em que ninguém ainda havia sido enterrado (Lc 23:53; Jo 19:41). A fim de impedir a entrada de intrusos indesejáveis, sejam animais ou ladrões de túmulos, ele rolou uma pedra para a entrada do túmulo. De acordo com a vontade de Deus, tudo isso ocorreu antes do pôr do sol na sexta-feira.

Algumas das mulheres que estava observando a crucificação de uma distância (v. 40), incluindo Maria Madalena e Maria, mãe de José (e possivelmente outros da Galiléia, Lc 23:55), ainda estavam na cruz, quando José chegou a reivindicar o corpo de Jesus. O texto não indica se ou não as mulheres sabiam José ou se eles assistida ele e Nicodemus no sepultamento de Jesus. Em qualquer caso, eles o seguiram, olhando para ver onde Jesus foi colocado.

Qualquer reclamação céticos de que as mulheres foram ao túmulo errado na manhã de domingo é facilmente dissipadas pelo fato de que eles tinham visto o túmulo na sexta-feira à noite. Além disso, tanto José e Nicodemos sabia que o túmulo era o caminho certo, como fizeram os líderes religiosos hostis (conforme Mt 27:66). Se os seguidores de Jesus teve assume ido a um túmulo errado que estava vazio, os seus inimigos poderia facilmente ter apontou-lhes o caminho certo que ele ainda ocupava. Que eles não fazê-lo demonstra que eles sabiam que as mulheres tinham ido para o local correto e que Jesus não estava lá.

As mulheres observavam o corpo de Jesus ser enterrado no túmulo antes de retornar às suas casas naquela noite. Quando o sol começou a se pôr na sexta-feira, eles estavam começando a preparar as suas próprias misturas de especiarias, que eles planejados para levar para o túmulo de Jesus após o sábado (Lc 23:56; Lc 24:1.), Os líderes religiosos temem que seus discípulos iria roubar seu corpo para fazer parecer que Ele tinha ressuscitado dos mortos.Para evitar essa possibilidade, eles fizeram o túmulo seguro estacionando um guarda e fixação de um selo (provavelmente dado a eles por Pilatos para significar proteção romana) sobre a pedra. Na verdade, os discípulos desorganizados e desertores (conforme Mc 14:50) não tinha tais intenções. Que eles não esperavam Jesus para ressuscitar dos mortos é visto no fato de que eles se esconderam, com medo de que as autoridades religiosas se orientá-las ao lado (Jo 20:19). Além disso, se eles tinha falsificado a ressurreição por roubar o corpo de Jesus, eles nunca deram suas vidas como mártires para o que eles sabiam que era uma fraude (conforme 1 Cor. 15: 14-19).

A intenção dos líderes religiosos foi para evitar uma farsa. Mas na providência de Deus, suas ações antagônicas involuntariamente validado a verdade da ressurreição de Jesus. Porque os inimigos de Cristo selou o túmulo e colocá-lo sob a guarda romana, que tornou impossível para o corpo de Jesus para ser removido, a menos que Ele fez na verdade ressuscitou dos mortos. Embora mais tarde afirmou que os discípulos roubaram o corpo (Mat. 28: 11-14), as suas alegações foram falsificados por suas próprias ações. As medidas de segurança que têm em vigor ao redor do túmulo garantiu que os discípulos não poderiam ter roubado o corpo de Jesus.

Os inúmeros detalhes e contingências que cercam o enterro de Jesus vividamente demonstrar a natureza notável da superintendência divina. Os soldados indiferentes, amando seguidores e líderes religiosos hostis tudo agiu de acordo com suas próprias motivações e desejos. No entanto, se eles eram apáticos, Simpático, ou antagônica em direção a Jesus, as suas acções realizadas vontade predestinada e soberana de Deus. Consequentemente, as pernas do Messias não foram quebrados; Seu lado foi perfurado; Ele estava com um homem rico em Seu sepultamento; Seu corpo estava no túmulo por três dias; e Seu túmulo foi selado e guardado por seus inimigos, tornando impossível para os discípulos ter roubado o Seu corpo, afirmando assim a verdade da Sua ressurreição. A mão invisível de Deus deixou as suas impressões sobre cada detalhe, a profecia bíblica perfeitamente realizável e afirmar ainda mais o messianismo do Filho, o Senhor Jesus (conforme Mc 1:1).


Dicionário

Galiléia

Uma das províncias da Palestina. Compreendia aquele território que foi repartido pelas tribos de issacar, Zebulom, Naftali e Aser, e também uma parte de Dã, e da Peréia além do rio. os seus limites eram: ao norte o Antilíbano – ao ocidente a Fenícia – ao sul ficava a Samaria – e tinha do lado do oriente o mar da Galiléia e o rio Jordão. A Galiléia superior era designada pelo nome de Galiléia dos Gentios, constando a sua população de egípcios, árabes, fenícios, e também de judeus. A Galiléia era bastante povoada, e os seus habitantes laboriosos, sendo, por isso, uma província rica, que pagava de tributo 200 talentos aos governadores romanos. A Cristo chamavam o galileu (Mt 26:29), porque Ele tinha sido educado nessa parte da Palestina, e ali viveu, ensinou as Suas doutrinas, e fez a chamada dos Seus primeiros discípulos (Mt 4:13-23Mc 1:39Lc 4:44 – 8.1 – 23.5 – Jo 7:1). A Galiléia tornou-se um nome de desprezo tanto para os gentios como para os judeus, porque os seus habitantes eram uma raça mista, que usava de um dialeto corrompido, originado no fato de se misturarem os judeus, que depois do cativeiro ali se tinham estabelecido, com os estrangeiros gentios (Jo 1:46 – 7.52 – At 2:7). A maneira como Pedro falava, imediatamente indicava a terra do seu nascimento (Mt 26:69-73Mc 14:70). Durante toda a vida de Cristo foi Herodes Antipas o governador ou tetrarca da Galiléia. Ainda existem em muitas das antigas cidades e vilas as ruínas de magníficas sinagogas, que são uma prova de prosperidade dos israelitas e do seu número naqueles antigos tempos.

Galiléia Uma das PROVÍNCIAS da terra de Israel. Sua parte norte era chamada de “Galiléia dos gentios” porque ali moravam muitos estrangeiros (Is 9:1). Jesus era chamado de “o Galileu” (Mt 26:69) por ter sido criado na Galiléia e por ter ali ensinado as suas doutrinas e escolhido os primeiros apóstolos (Mt 4:18-22). Os galileus tinham fama de culturalmente atrasados. No tempo de Cristo era HERODES Antipas quem governava a Galil

Galiléia Região ao norte da Palestina, habitada por um considerável número de povos pagãos após a deportação de Israel para a Assíria, principalmente durante o período dos macabeus. Por isso, era denominada a “Galiléia dos gentios” (Mt 4:15), embora no séc. I a.C., o povo judeu já se encontrasse mais fortalecido. Conquistada por Pompeu, passou, em parte, aos domínios de Hircano II. Herodes, o Grande, reinou sobre ela e, após seu falecimento, fez parte da tetrarquia de Herodes Antipas. Finalmente, seria anexada à província romana da Judéia.

E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


Jerusalém

-

Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a
4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.

Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM

Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.

No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.

Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.

O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).

J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.


Quando

advérbio Denota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando.
Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento.
Em qual época: quando partiram?
advérbio Rel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam.
conjunção Gramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão.
conjunção [Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder.
conjunção Prop. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas.
conjunção [Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro.
conjunção Conce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando.
locução conjuntiva Quando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha.
locução conjuntiva Quando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem.
Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.

quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.

Servir

verbo transitivo direto e intransitivo Prestar serviços; cumprir determinados deveres e funções: servir a pátria; passou a vida a servir.
Ter utilidade; dar auxílio; auxiliar, ajudar: servir um colega; dedicou sua vida à caridade, viveu de servir.
verbo bitransitivo Pôr na mesa: servir a sopa; servir o jantar aos filhos.
verbo transitivo direto Causar uma sensação prazerosa; satisfazer: servir as paixões.
Oferecer algo; dar: servir uísque e salgadinhos.
Prover com o necessário; abastecer: bomba que serve o reservatório.
Vender algo; fornecer: esta casa serve os melhores produtos.
verbo transitivo indireto Ocupar o lugar de; desempenhar as funções de; substituir: servir de pai aos desamparados.
verbo intransitivo Ser útil; convir, importar: em tal momento o saber serve muito.
Ter serventia, utilidade: estas coisas não servem mais para nada.
[Esporte] Lançar a bola no início de um jogo de tênis.
verbo pronominal Fazer uso de; usar: servir-se do compasso.
Tomar uma porção (comida ou bebida): servir-se do bom e do melhor.
Tirar vantagens de; aproveitar-se: servir-se dos ingênuos.
Etimologia (origem da palavra servir). Do latim servire.

Servir, no sentido cristão, é esquecer de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola dos primeiros lugares

Serve e passa, esquecendo o mal e a treva, / Porque o dom de servir / É a força luminosa que te eleva / Às bênçãos do porvir.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Servir é criar simpatia, fraternidade e luz.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -


Servir Os discípulos de Jesus podem servir somente a Deus, já que qualquer outro serviço faria com que deixassem o Senhor (Mt 6:24; Jo 15:20). Quanto a Jesus, sua situação, sem dúvida, não é a desumana do escravo, mas a do amigo (Jo 15:15) e do filho (Jo 8:33-36). Esse relacionamento especial com Deus deve conduzi-los a servir uns aos outros (Mt 20:27; 25,44; Jo 13:1-19), imitando Jesus, o Servo de YHVH (Mc 10:44-45).

Subido

adjetivo Alto, elevado, eminente.
Sublime.
Excessivo, imenso: subida honra.

subido adj. 1. Alto, elevado. 2. Eminente, sublime. 3. De preço elevado; caro. 4. Precioso.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
ὅς καί ὅτε ἦν ἔν Γαλιλαία αὐτός ἀκολουθέω καί διακονέω αὐτός καί πολύς ἄλλος ὁ συναναβαίνω αὐτός εἰς Ἱεροσόλυμα
Marcos 15: 41 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

(as quais também o seguiam, e o serviam, quando estava na Galileia); e muitas outras mulheres que tinham subido com ele para Jerusalém.
Marcos 15: 41 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

7 de Abril de 30
G1056
Galilaía
Γαλιλαία
da Galiléia
(of Galilee)
Substantivo - Feminino no Singular genitivo
G1247
diakonéō
διακονέω
o filho
(the son)
Substantivo
G1510
eimí
εἰμί
ser
(being)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
G1519
eis
εἰς
(A
(disputed)
Verbo
G1722
en
ἐν
ouro
(gold)
Substantivo
G190
akolouthéō
ἀκολουθέω
Ai
(Woe)
Interjeição
G2414
Hierosólyma
Ἱεροσόλυμα
denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
(Jerusalem)
Substantivo - neutro acusativo plural
G243
állos
ἄλλος
outro, diferente
(another)
Adjetivo - Feminino no Singular genitivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G3739
hós
ὅς
que
(which)
Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
G3753
hóte
ὅτε
quando
(when)
Advérbio
G4183
polýs
πολύς
um habitante de Moresete
(the Morasthite)
Adjetivo
G4872
synanabaínō
συναναβαίνω
Moisés
(Moses)
Substantivo
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


Γαλιλαία


(G1056)
Galilaía (gal-il-ah'-yah)

1056 γαλιλαια Galilaia

de origem hebraica 1551 הגליל; n pr loc

Galiléia = “circuito”

  1. nome de uma região do norte da Palestina, cercada ao norte pela Síria, ao oeste por Sidom, Tiro, Ptolemaida e seus territórios e o promontório do Carmelo, ao sul, pela

    Samaria e ao leste, pelo Jordão. Era dividida em alta Galiléia e baixa Galiléia


διακονέω


(G1247)
diakonéō (dee-ak-on-eh'-o)

1247 διακονεω diakoneo

de 1249; TDNT - 2:81,152; v

  1. ser um servo, atendente, doméstico, servir, atender
    1. ministrar a alguém, render ofícios ministériais a
      1. ser servido ou ministrado a
    2. atender a mesa e oferecer comida e bebida para os convidados
      1. de mulheres preparando comida
    3. ministrar i.e. fornecer alimento e necessários para a vida
      1. aliviar as necessidades de alguém (p.e. por meio de recolhimento de donativos), prover ou cuidar de, distribuir (as coisas necessárias para sustentar a vida)
      2. cuidar do pobre e doente, o que caracteriza o ofício de um diácono
      3. em igrejas cristãs, servir como diácono
    4. ministrar
      1. participar de qualquer evento que possa servir aos interesses de outros
      2. ministrar uma coisa para alguém, servir alguém ou suprir alguma necessidade

εἰμί


(G1510)
eimí (i-mee')

1510 ειμι eimi

primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v

  1. ser, exitir, acontecer, estar presente

εἰς


(G1519)
eis (ice)

1519 εις eis

preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

  1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

ἐν


(G1722)
en (en)

1722 εν en

preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

  1. em, por, com etc.

ἀκολουθέω


(G190)
akolouthéō (ak-ol-oo-theh'-o)

190 ακολουθεω akoloutheo

de 1 (como partícula de união) e keleuthos (caminho);

TDNT - 1:210,33; v

  1. seguir a alguém que precede, juntar-se a ele como seu assistente, acompanhá-lo
  2. juntar-se a alguém como um discípulo, tornar-se ou ser seu discípulo
    1. apoiar o seu partido

Ἱεροσόλυμα


(G2414)
Hierosólyma (hee-er-os-ol'-oo-mah)

2414 Ιεροσολυμα Hierosoluma

de origem hebraica 3389 ירושלימה, cf 2419; TDNT - 7:292,1028; n pr loc

Jerusalém = “habita em você paz”

  1. denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
  2. “a Jerusalém que agora é”, com suas atuais instituições religiosas, i.e. o sistema mosaico, assim designada a partir de sua localização externa inicial
  3. “Jerusalém que está acima”, que existe no céu, de acordo com a qual se supõe será construída a Jerusalém terrestre
    1. metáf. “a Cidade de Deus fundamentada em Cristo”, hoje se apresenta como igreja, mas depois da volta de Cristo se apresentará como o pleno reino messiânico

      “a Jerusalém celestial”, que é a habitação celestial de Deus, de Cristo, dos anjos, dos santos do Antigo e Novo Testamento e dos cristãos ainda vivos na volta de Cristo

      “a Nova Jerusalém”, uma cidade esplêndida e visível que descerá do céu depois da renovação do mundo, a habitação futura dos santos


ἄλλος


(G243)
állos (al'-los)

243 αλλος allos

uma palavra primária; TDNT - 1:264,43; adj

  1. outro, diferente

Sinônimos ver verbete 5806


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


ὅς


(G3739)
hós (hos)

3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

  1. quem, que, o qual

ὅτε


(G3753)
hóte (hot'-eh)

3753 οτε hote

de 3739 e 5037; partícula

  1. quando, sempre que, enquanto, contanto que

πολύς


(G4183)
polýs (pol-oos')

4183 πολυς polus

que inclue as formas do substituto pollos; TDNT - 6:536,*; adj

  1. numeroso, muito, grande

συναναβαίνω


(G4872)
synanabaínō (soon-an-ab-ah'-ee-no)

4872 συναναβαινω sunanabaino

de 4862 e 305; v

  1. subir ao mesmo tempo, vir junto a um lugar mais alto
    1. com alguém

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo