Profecia

Dicionário Comum

Fonte: Priberam

Profecia: substantivo feminino Ação de predizer (prever) o futuro, que se acredita ser por meio de uma inspiração divina: as profecias bíblicas.
Previsão feita por alguém que diz conhecer o futuro de; previsão: aquela senhora faz profecias verdadeiras.
Por Extensão O prenúncio de uma acontecimento futuro, feito por dedução, suposição ou hipótese: ela acredita nas profecias dos astrólogos.
Etimologia (origem da palavra profecia). Do latim prophetia.ae.

Dicionário Bíblico

Fonte: Dicionário Adventista

Profecia: A mensagem do profeta. Também dom espiritual – capacitação sobrenatural para edificação da família de Deus. Quem tinha esse dom anunciava verdades novas ao povo de Deus ou o desafiava com verdades escriturísticas (1Co 14:1-5)
Profecia, e profetas:
i. A significaçãodas palavras. A palavra profecia (oráculo) em Pv 30:1 segundo algumas versões, representa a palavra hebraica ‘massa’, que propriamente significa ‘oráculo’ – e o nome profeta, em is 30:10, representa a palavra hebraica ‘chozeh’, que propriamente significa ‘vidente’, e refere-se àqueles que vêem visões. Mas sempre, em qualquer outro lugar no A.T., a ‘profecia’ é a tradução de ‘nebu”a’ – e ‘profeta’ a de ‘nabi’. Não é certa a significação original da raiz (NB”). A raiz (NB”) significa ferver em cachão, e nabi, portanto, supõe-se querer dizer aquele que ferve com a inspiração ou com a mensagem divina. Todavia, é mais provável que nabi esteja em conexão com uma raiz assíria ou árabe, que significa proferir, anunciar uma mensagem. Neste caso o nabi é considerado o orador, a quem foi confiada uma missão. isto está em conformidade com o que se lê em Êx 7:1: ‘Então disse o Senhor a Moisés: Vê que te constituí como deus sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será teu profeta.’ Por isso é provável que o nome ‘profeta’, como é empregado na Bíblia, signifique aquele que fala como acreditado mensageiro do Altíssimo Deus. Deve-se observar que no termo, de que se trata, não há coisa alguma que implique previsão de acontecimentos. Pode um profeta predizer, ou não, o futuro segundo a mensagem que Deus lhe der. Deste modo a palavra grega prophetes, que se acha na versão dos Setenta, e no N.T., significa aquele que ‘expõe, fala sobre certo assunto’. os substantivos abstratos nebu”a e propheteie (‘profecia’) têm uma significação correspondente.
ii. o estado dos profetas ao receberem a sua mensagem. É importantíssimo ter uma noção certa das condições espirituais do profeta, a fim de que possamos penetrar os segredos da comunicação do homem com Deus. A concepção pagã da profecia era a de uma condição absolutamente passiva no profeta, de modo que, quanto mais inconsciente se mostrava, mais apto estava para receber a mensagem divina. Alguma coisa deste gênero se pode ver na história do povo israelita. Aquelas danças sagradas dos profetas de Baal, durante as quais eles batiam em si furiosamente, cortando-se com canivetes, para que pudessem receber um sinal visível de aprovação divina, eram, na realidade, uma manifestação típica (1 Rs 18.26 a
28) – e é provável que em tempos posteriores os falsos profetas tomassem disposições semelhantes, com o fim de provocarem em si próprios o estado de êxtase para as suas arengas. Mas a idéia pagã de profecia se apresenta de um modo muito claro em Balaão. A sua vontade e os seus próprios pensamentos são vencidos pela inspiração divina, proclamando ele a mensagem celestial, contrariamente aos seus particulares desejos (Nm 22:24). No tempo de Samuel já se vê o princípio de melhor sistema. Ele reunia em comunidades aqueles que parecia terem dons especiais da profecia, disciplinando-os, ensinando-lhes a música, e, segundo parece, ministrando-lhes conhecimentos da história e religião, para que pudessem estar nas melhores condições de receber as palavras de Deus (1 Sm 10.10 a 13 – 19.18 a 20). A respeito da música pode-se compreender que era para aquietar a alma, e prepará-la para as comunicações com Deus (1 Sm 16.14 a 23 – 2 Rs 3.15). Quanto a serem estas escritas ou não pelo profeta, isso dependia do caráter particular de cada alocução. Essas profecias, devemos dizê-lo, são inteiramente opostas às produzidas no estado de mero êxtase. São escritas com grande escolha de palavras e frases, revelando a vida anterior dos profetas, os seus interesses e ocupações, e apresentando em vários graus a cultura e as circunstâncias do tempo em que cada profecia foi revelada. As profecias de Amós, de Miquéias, de isaias, e de Jeremias, por exemplo, estão muito longe das de Balaão, tanto na visão espiritual como nos conscientes pensamentos e deliberado estudo. os profetas tinham aprendido que Deus Se servia das próprias faculdades e aptidões deles como instrumento das Suas revelações. Na verdade, querendo formar a mais alta concepção do estado do profeta, na recepção das comunicações divinas, temos esse ideal em Jesus Cristo, que estava em comunhão com o Seu Pai, e anunciava aos homens o que dele ouvia (Jo 8:26-40 – 15.15 – 17.8). Em Jesus não havia o estado de êxtase, mas manifestava-se uma clara comunicação espiritual, tendo a Sua alma um grandioso poder receptivo e ativo. Na proporção em que os profetas alcançavam este dom maravilhoso de profecia, podiam eles receber e transmitir perfeitamente a mensagem divina.
iii. A função dos profetas. Examinando as suas palavras num sentido mais lato, e tomando no seu todo a obra dos profetas, observamos que uma das suas mais importantes funções era a interpretação dos fatos passados e presentes. Estudando eles os acontecimentos na presença de Deus, puderam vê-los na sua luz divina, e compreendê-los assim no seu verdadeiro aspecto e significação. Por isso os profetas não eram, realmente, historiadores (como o escritor dos livros dos Reis), mas foram algumas vezes políticos ativos bem como diretores religiosos. Entre estes podemos admitir não somente isaías e Jeremias, mas também Eliseu, visto como este mandou um dos filhos dos profetas ungir Jeú, efetuando deste modo a destruição da dinastia de onri, culpada de prestar culto a Baal (2 Rs 9). Além disso, o fato de eles perceberem a significação dos acontecimentos passados e presentes, habilitava-os a conhecer os resultados da vida pessoal e nacional, e a proclamar princípios que tinham um alcance muito mais largo, de muito maior extensão, do que o que eles podiam imaginar. E, deste modo, quando as mesmos forças operavam em tempos e lugares muitíssimo distantes dos contemplados pelos próprios profetas, as suas palavras de aviso e conforto achavam cumprimento, não talvez uma vez somente, mas em diversas ocasiões. É a este poder, inerente a uma previsão verdadeiramente inspirada, que S. Pedro provavelmente se refere, quando escreveu (2 Pe 1.20): ‘nenhuma profecia da Escritura é de particular elucidação, querendo dizer que o seu significado e referência não devem limitar-se a qualquer acontecimento no tempo. iV. o valor d

Quem é quem na Bíblia?

Autor: Paul Gardner

Profetas e profecias:

No Antigo Testamento, os profetas eram mensageiros de Deus. Como pessoas que falavam em nome do Senhor, referiam-se aos interesses humanos a partir da perspectiva divina. Tinham uma dupla responsabilidade em suas pregações. Por um lado, apresentavam um nítido quadro das ambições humanas, do desafio ao Senhor e da depravação. Neste contexto, os profetas anunciavam o arrependimento e falavam sobre a iminência do juízo de Deus. Por outro lado, visualizavam uma humanidade transformada e uma nova ordem mundial (o Reino de Deus). Com esse objetivo, encorajavam os piedosos, pois os confortavam com a promessa da restauração, exortando-os a perseverar na busca da piedade.

Os profetas, como arautos do Reino, formam uma corrente contínua de Moisés até João Batista. O curso dessa “correnteza” é alterado durante a história da redenção em junções cruciais, ou seja, “as correntes mais rápidas”.

Moisés

Moisés, o início da correnteza, é a “nascente” do movimento profético. Foi o mediador da Aliança do Sinai (mosaica) (Ex 9:3-8; Ex 20:18-19) e o veículo de comunicação escolhido por Deus: “Boca a boca falo com ele... ele contempla a semelhança do Senhor” (Nm 12:6-8; veja Dt 18:18). O Senhor separou Moisés como “servo” (Ex 14:31; Dt 34:5; Js 1:1-2) — um relacionamento de amizade e de confiança entre o superior e um subalterno. Ele experimentava o privilégio de uma comunhão íntima com Deus. “Falava o Senhor a Moisés face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Ex 33:11). Foi o servo fiel da administração que durou até o advento do Filho de Deus (Hb 3:1-5). Como nascente da tradição profética, Moisés testemunhou mais da autorrevelação da glória de Deus do que qualquer outra pessoa no Antigo Testamento (Ex 33:18; Ex 34:29-35). Sempre que era confrontado, ele questionava o Senhor. Israel podia encontrar conforto, graça e bênção porque em Moisés os papéis de mediador da aliança e de intercessor (Ex 32:1—34:10; Nm 14:13-25) estavam sempre juntos. Orava por Israel, falava ousadamente como advogado do povo na presença do Senhor e encorajava a que olhassem além dele, para Deus.

A principal diferença entre Moisés e os demais profetas que vieram depois dele está na maneira direta pela qual o Senhor falava com ele. Moisés, como precursor, foi o primeiro a receber, escrever e ensinar sobre a revelação de Deus. Essa manifestação estendia-se a todas as áreas da vida, inclusive as leis de santidade, pureza, as cerimônias, a vida familiar, o trabalho e a sociedade. Embora ele ainda não conhecesse a revelação de Deus em Cristo, viu a “glória” de Deus (Ex 34:29-35). Moisés, o maior de todos os mensageiros antes da encarnação de Jesus, falou sobre o ministério de outro profeta (Dt 18:15-22). Foi testemunha de Deus para Israel de que um cumprimento ainda maior os aguardava: “Moisés, na verdade, foi fiel em toda a casa de Deus, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar” (Hb 3:5). A natureza desse futuro não era nada menos do que o resto que viria (Hb 4:1-13) em Jesus Cristo, por causa de quem Moisés também sofreu (Hb 11:26). A esperança escatológica da revelação mosaica não é nada menos do que a presença de Deus no meio de seu povo.

Moisés percebeu dolorosamente que Israel não entraria naquele descanso, por causa da desobediência e rebelião do povo (Dt 4:21-25). Ainda assim, falou sobre uma nova dispensação, iniciada pela graça de Deus, de liberdade e fidelidade (Dt 4:29-31; Dt 30:5-10: 32:39-43). Moisés olhou adiante, para uma época de paz, tranqüilidade e plena alegria na presença de Deus, de bênção e proteção na Terra Prometida (Dt 12:9-10; Dt 25:19; Ex 33:14; Js 1:13). Essa esperança, fundamentada na fidelidade de Deus (Dt 4:31), é expressa mais claramente no testemunho final de Moisés, “o Hino do Testemunho” (Dt 32), no qual ele recitou os atos de amor de Deus em favor de Israel (vv. 1-14), advertiu contra a rebelião e o sofrimento que isso acarretaria (vv. 15-35. e confortou os piedosos com a esperança da vingança do Senhor sobre os inimigos e o livramento do remanescente de Israel e das nações (vv. 36-43). Fez até uma alusão à grandeza do amor de Deus pelos gentios! (vv. 36-43; Rm 15:10)!

O significado escatológico do hino de Moisés reverbera nas mensagens proféticas de juízo e esperança, justiça e misericórdia, exclusão e inclusão, vingança e livramento. A administração mosaica, portanto, nunca tencionou ser um fim em si mesma. Era apenas um estágio na progressão do cumprimento da promessa, aliás, um estágio importantíssimo! O apóstolo Paulo confirmou a graça de Deus na aliança mosaica (Rm 9:4-5). Veja também Moisés e Aliança.

Profetas semelhantes a Moisés

A possibilidade para revelações adicionais abriu o “cânon” mosaico para mais uma revelação de Deus. Moisés não era o fim da manifestação divina, mas sim o início do movimento profético. Deu instruções específicas sobre a função, o papel e a mensagem dos profetas, os quais comporiam uma classe de oficiais teocráticos, por meio dos quais Deus guiaria a comunidade da aliança, junto com os sacerdotes (e levitas), os reis (Dt 17:14-20) e a liderança tribal e local (anciãos, líderes e príncipes).

Os profetas, como os sacerdotes e os reis, foram chamados e escolhidos pelo Senhor como guardiães de seu reino. Os profetas, entretanto, diferentemente dos sacerdotes e das dinastias reais, não tinham direitos hereditários. Cada um deles recebia um chamado distinto. Como oficiais no Reino de Deus, eram convocados para apascentar o povo. Os profetas em Israel submetiam-se a sete critérios estabelecidos na revelação mosaica:


1. Como israelita, o profeta partilhava totalmente a herança da aliança, a manifestação divina e as promessas; portanto, a nova revelação precisava ser coerente com a mosaica (Dt 13:1-5). Isso foi verdadeiro no caso de todos os profetas, inclusive o Senhor Jesus (Mt 5:17-19).


2. O profeta recebia um chamado específico de Deus. Como Moisés, sabia sem sombra de dúvida que fora enviado para transmitir uma mensagem enviada pelo grande Rei.


3. O Espírito Santo dava poder ao servo de Deus para suportar as pressões causadas por seus contemporâneos, porque falava a Palavra de Deus e cumpria sua tarefa fielmente. O poder do Espírito, que caracterizava o ministério de Moisés (Nm 11:17), também estava presente na vida dos profetas. Alguns percebem aqui uma mudança visível, quando o Espírito “os levantava” (Ez 3:12-14; Ez 8:3; Ez 11:1-24; Ez 43:5), ou “descia sobre eles” (1Sm 19:20-2Cr 20:14; Ez 11:4). Todos eles experimentaram uma presença que lhes dava novo poder. O sentimento inquestionável da presença do Espírito não deixava dúvidas de que Deus havia falado e explicava o sentimento profético de uma compulsão interior, como no caso de Amós: “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas... Falou o Senhor Deus, quem não profetizará” (Am 3:7-8b).


4. O profeta declarava a Palavra de Deus como seu porta-voz. Não servia a seus próprios propósitos, mas ao Senhor (Dt 18:18-19; Ex 4:10-16; Ex 7:1).


5. A autoridade do profeta não residia em suas credenciais pessoais, mas no privilégio de falar em nome do Senhor (Dt 18:22).


6. O profeta era semelhante a Moisés no sentido de que ele fora um bom pastor para Israel, pois amava o povo e intercedia em favor dele.


7. O verdadeiro profeta faria uma demonstração para comprovar que o Senhor o enviara (Ex 3:12; Ex 4:8; Dt 13:2). O “sinal” também testemunhava a favor da autenticidade de sua mensagem. Embora as comprovações fossem diversas — um milagre (1Rs 13:5-2Rs 20:9); a designação de um tempo específico (1Sm 12:16-19; Is 7:14-25); um evento especial (1Sm 10:3-7; veja vv. 9-11; 1Rs 13:3-5; 2Rs 19:29); o próprio profeta (Is 8:18; Is 20:3; Ez 24:24); ou uma lição objetiva (Ez 4:3) —, significavam que a missão do profeta era a serviço do Senhor e que ele era o porta-voz de Deus. Quer o profeta desse um sinal quer não, a veracidade de sua mensagem era comprovada pelo seu cumprimento (1Rs 13:26-1Rs 16:12; 2Rs 24:2; Jr 28:15-17; Ez 33:33).

O povo de Deus tinha a obrigação de “provar” a nova revelação pelo padrão (“cânon”) da revelação anterior e pela verificação do “sinal” mostrado pelo profeta (Dt 13:1-5; Dt 18:20-22). A veracidade da palavra profética era verificada também pelas gerações posteriores, como Ezequiel escreveu: “Mas quando vier isto — e aí vem — então saberão que houve no meio deles um profeta” (Ez 33:33).

Samuel: o modelo do papel profético

Samuel foi o elo de ligação entre a época de Moisés/Josué e a de Davi/Salomão. Depois da morte de Moisés, Israel teve a garantia de que o Senhor estava com eles, por meio da revelação que transmitiu a Josué (Js 3:7; Js 4:14; Js 6:27). Pouco antes de sua morte, ele exortou os líderes de Israel a permanecer fiéis ao Senhor (Js 23:111), pois não tinha condições de conduzir o povo a um estado de “descanso”, devido à sua idade avançada (Js 13:1). A despeito das repetidas advertências feitas por Moisés (Deuteronômio), Josué (Js 23:24) e pelos servos de Deus (Jz 2:1-5; Jz 6:7-10), Israel rebelou-se contra o Senhor e muitas vezes experimentou o abandono divino. Deus colocara a lealdade do povo à prova (Jz 2:22-3:1), mas Israel falhou individualmente, como tribo e como nação. Desde que o descanso que começaram a experimentar sob a liderança Josué (Js 22:4) fora condicionado à fidelidade para com a aliança (Js 22:5), o Senhor suspendeu o cumprimento da promessa de descanso (Jz 2:3-21; Sl 95:11). Israel alcançara um ponto extremamente baixo na história da redenção.

Samuel é considerado o primeiro profeta de uma nova ordem (At 3:24). O Senhor o chamou para ser um mensageiro (1Sm 3:1-14) e nessa condição ele recebeu o espírito de Moisés (Jr 15:1). Foi reconhecido como “servo” de Deus, por meio de quem o Senhor falou com seu povo individualmente (1Sm 9:6) e como nação (1Sm 7:2-4); 8:1-22). O ministério profético de Samuel foi tão exclusivo que todas as tribos assim ouviram sobre o homem de Deus: “E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado como profeta do Senhor” (1Sm 3:20). Ele se tornou o modelo para os profetas como o guardião da teocracia. Demonstrou uma preocupação pastoral por todas as doze tribos (1Sm 4:1), trouxe avivamento para Israel (1Sm 7:6-1Sm 12:18-19), liderou o povo na adoração e orientou as tribos com seus conselhos. Também levou Israel a experimentar um período de estabilidade internacional, paz nacional e prosperidade.

Em sua posição como porta-voz de Deus para o povo e a teocracia, Samuel definiu o papel dos profetas como guardiães desse sistema de governo. Como Moisés e Josué, em seu discurso de despedida, Samuel exortou os israelitas a permanecer fiéis ao Senhor, ou as maldições de Deus cairiam sobre eles (1Sm 12:1-25). O salmista colocou-o ao lado de Moisés e de Arão, como sacerdote de Deus: “Moisés e Arão estavam entre os seus sacerdotes, Samuel entre os que invocavam o seu nome; clamavam ao Senhor, e ele os ouvia” (Sl 99:6).

Elias: o defensor da aliança

Elias, o tisbita, também viveu em outro período de crise. Acabe, rei de Israel, casarase com Jezabel, princesa fenícia, a qual introduzira o culto a Baal e uma cultura pagã em Israel. Este monarca seguia as ambições políticas do pai, Onri, o qual tornara Israel [reino do Norte] uma potência militar de renome internacional. A administração de Acabe concedera ao país um grande futuro de prosperidade econômica e um poderio bélico, pois o tornara um “poder” entre as nações. O povo rejeitara a Aliança e o meio da revelação e se apaixonara por um novo estilo de vida.

Elias ocupa uma posição distinta na história da redenção. Embora não tenha escrito um livro profético, é um dos maiores profetas do Antigo Testamento e ocupa um lugar especial próximo a Moisés. Estabeleceu o curso dos profetas “clássicos”. As histórias a seu respeito, registradas em I Reis 17:21 e II Reis 1:1-2:11, mostram-nos um dos maiores personagens da Bíblia.

Sozinho e exausto, perseguido depois da experiência no monte Carmelo (1Rs 18), Elias subiu o monte Horebe (19:7), onde Moisés recebera a revelação e vira a glória do Senhor. O retorno dele ao monte Sinai marcou o fim de uma era caracterizada pela paciência divina e o início de outra, consolidada pela purificação! Israel mostrara-se uma nação endurecida pela incredulidade. A situação mudara dramaticamente desde os dias em que Moisés incessantemente rogava em favor do povo. Diferente dele, que intercedia (Ex 31:34), Elias acusava os israelitas de ser infiéis. Fez três acusações e um lamento pessoal sobre a nação: “
(i): deixaram a tua Aliança, (ii) derrubaram os teus altares, e (iii) mataram os teus profetas à espada. (iv) Só eu fiquei, e agora estão tentando matar-me também” (1Rs 19:10-14). O Senhor se manifestou a Elias “numa voz calma e suave” (1Rs 19:12), à qual o profeta respondeu com um lamento, pois sentiu a presença de Deus.

Elias representou o começo de uma longa linha de profetas que acusaram o povo de Deus de ter desfeito a aliança e que pronunciaram o juízo de Deus sobre Israel. Embora Elias dirigisse sua mensagem diretamente ao rei, seu ministério estendeu-se além de Acabe, para todo o Israel. Foi o primeiro defensor da aliança de Deus, pois acusou Israel por seu fracasso em viver de acordo com as expectativas do pacto (1Rs 18:21). A questão não era mais entre o profeta e o rei, mas, sim, entre ele e o povo, como foi nos dias de Moisés e Samuel. O profeta não mais advertia nem ameaçava — pronunciava o julgamento e a realidade das maldições da aliança.

Como “defensores da aliança”, os profetas ficavam entre o Senhor e o povo. Eles ouviam os conselhos divinos, enquanto observavam o movimento do Todo-poderoso na história. O profeta de Deus era tanto “de seu tempo” como “fora de seu tempo”. Como “de seu tempo”, a mensagem profética precisava ser compreendida dentro de seu contexto histórico, geográfico e cultural. Como “fora de seu tempo”, o profeta falava de eventos pertinentes ao estabelecimento do Reino de Deus, ao juízo dos ímpios e à vindicação do remanescente justo.

Elias foi dos principais profetas que participaram da história da redenção humana. O Espírito Santo deu-lhe poder e uma preocupação quanto à condição espiritual de Israel. Ele almejava por um povo cujo coração fosse leal ao Senhor, enquanto discernia a necessidade do julgamento e da purificação (veja Ml 4:5-6). Seu ministério estava alinhado com o de Moisés e com o de todos os profetas que serviram depois dele como “defensores da aliança”, inclusive os literários ou clássicos. A vocação de Elias também foi peculiar a Amós, Oséias 1saías, Jeremias, Ezequiel e a todos os outros profetas que vieram antes, durante e depois do exílio. João Batista foi o que mais se identificou com ele (Ml 4:5; Mt 11:14; Mt 17:10-13), mas os apóstolos também assimilaram o seu ministério, que continua presente com todo aquele que proclama fielmente a Palavra de Deus.

Interpretação dos profetas

O que estuda e interpreta os escritos proféticos deve ser sensível ao contexto histórico, à linguagem, às metáforas e à imagem literária. Os profetas eram seres humanos reais que compartilhavam suas vidas com seus contemporâneos dentro de um contexto cultural. Receberam uma visão de Deus, mas falavam sobre isso numa linguagem que as pessoas pudessem compreender. Os profetas pintaram imagens multiformes que representavam os atos do Senhor desde os seus dias até a inauguração plena do Reino de Deus.

A palavra profética tem uma ligação com o contexto histórico do profeta, mas sua relevância vai muito além das questões sobre as quais ele falou e como as profecias se cumpriram. Os oráculos proféticos são a Palavra de Deus para cada nova geração em seu próprio contexto histórico. Cada geração pode encontrar sua identidade na história e na progressão do cumprimento enquanto vive na esperança do grande futuro que Deus tem preparado para seu povo. Cada geração deve envolver-se na interpretação e na aplicação da palavra profética, de maneira que isso também contribua para o progresso da redenção.

A interpretação dos escritos proféticos requer um entendimento sobre o universo social de Israel e uma sensibilidade em relação aos recursos que Deus usa para apresentar sua verdade mediante a linguagem e as imagens humanas. Isaías, por exemplo, anunciou a grandeza da salvação usando imagens de vitória: luz, brilho e alegria (Is 51:4; Is 58:8-10; Is 59:9;60:1-19,20). Situou sua metáfora dentro da linguagem historicamente condicionada de um povo vitorioso que recebera o reconhecimento das nações (Is 11:11-16; Is 14:2; Is 49:22-26; Is 60:4). Os povos presentearão os remidos com objetos preciosos (Is 60:4-16), trarão tributos a Jerusalém (Is 23:17-18; Is 60:13-16; Is 66:20) e servirão aos eleitos (Is 61:4-6).

Os profetas empregaram formas distintas de discurso profético e recursos da retórica. Viviam num ambiente cultural no qual as formas oral e literária eram as maneiras comuns de comunicação. Transmitiam as mensagens de Deus usando fórmulas que seus contemporâneos reconheciam como “proféticas”; eram “poetas com uma mensagem”. Com criatividade, usavam a herança cultural e a revelação de Israel, enquanto se moviam por todas as suas tradições: teofania, guerra, lei, sabedoria e culto.

A profecia clássica foi primeira e principalmente uma expressão oral, ao passo que as formas literárias foram secundárias, embora o processo de transição da forma oral para a escrita esteja longe de ser entendido. Alguns discursos provavelmente foram escritos muito antes do pronunciamento original. Outros circularam possivelmente entre um grupo de discípulos. Nos casos em que houve um lapso de tempo significativo, o profeta provavelmente resumiu ou parafraseou seus oráculos e deu um polimento em seu trabalho, transformando-o numa obra-prima. Com a queda de Samaria e Jerusalém, alguns livros proféticos foram editados em condições extremamente desfavoráveis. A profecia de Jeremias, por exemplo, resulta de vários estágios de coleta e edição, o que resultou numa “antologia de antologias” completada durante o exílio.

Os profetas proclamavam uma mensagem de transformação num contexto histórico de pessoas complacentes com suas habilidades e realizações. Falavam do iminente julgamento de Deus sobre a humanidade — inclusive Israel e Judá — porque todo o ser humano havia-se rebelado contra o Senhor, o Rei da glória. Anunciavam o advento do Reino do Senhor, o juízo e a transformação da criação.

A visão profética do Reino glorioso de Deus arruinava a realidade das estruturas e dos reinos humanos, mas também demonstrava a visão de um remanescente que vivia em harmonia com o Senhor. Via uma antítese radical entre Deus e o homem, o Criador e a criatura, o Reino de Deus e os governos humanos e a revelação e a religião. A distinção entre revelação e religião é fundamental no entendimento da natureza do papel profético e na interpretação da mensagem profética.

O estudo da interpretação profética envolve escatologia. Os profetas anunciaram o encerramento de uma época e a abertura de outra. A nova dispensação no desenvolvimento da redenção tem elementos de continuidade com o passado, pois os novos atos da graça fluem das promessas de Deus. Apesar disso, a nova dispensação tem também elementos originais, pois o Senhor determina um cumprimento ainda maior de suas promessas. Os profetas apontavam para além de seu próprio tempo, a um momento na eternidade quando Deus cumprirá todas as suas promessas e alianças. Estará com seu povo e governará perpetuamente sobre ele junto com seu Messias. A mensagem profética escatológica é teocêntrica, com seu foco no advento do grande Rei, a inauguração do período davídico (messiânico), o derramamento do Espírito Santo, a renovação da aliança, a restauração do povo de Deus, a união dos judeus e gentios, a glória e a alegria associadas com a presença do Senhor, o júbilo do povo de Deus, a restauração de Canaã, de Jerusalém e toda a Terra e a remoção do mal, da maldição, da morte e de qualquer outra forma de julgamento divino.

O Novo Testamento confirma a esperança profética por meio do testemunho de que em Jesus Cristo as promessas de Deus se cumpriram. Conseqüentemente, Jesus é o “foco” da esperança, em quem a realidade e o cumprimento de todas as promessas do Senhor estão garantidos. A salvação sobre a qual os profetas falavam (1Pe 1:10-12) não pode ser encontrada em nenhum outro além de Jesus Cristo. Somente o Pai, entretanto, sabe a natureza, o método e o tempo da plenitude da salvação (At 1:7). Desde que o cumprimento é em Jesus Cristo (2Co 1:20), o pleno cumprimento das promessas é o objeto da esperança dos santos tanto do Antigo como do Novo Testamento. Ambos testemunham sobre “a salvação” vindoura e as afirmações exclusivas de Jesus de que Ele é o meio pelo qual o Pai inaugurará plenamente as promessas e alianças, inclusive o reino de Davi.

No advento de Cristo, a inauguração do Reino mostrou mais claramente sua dimensão escatológica. Os evangelhos apresentam a pregação e o ministério de Jesus da perspectiva do Cristo ressurrecto, o qual voltará para cumprir a Lei de Moisés e a palavra profética. Integram isso com o ensino de Jesus sobre o futuro — o juízo, os eleitos, a ressurreição, o crescimento e a alegria do Reino com a esperança profética. O passado, o presente e o futuro se unem em Cristo. O Senhor explicou sua missão quando utilizou esses escritos do Antigo Testamento. Disse aos discípulos: “Era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc 24:44). Dessa passagem aprendemos que o que está escrito no AT tem seu foco apropriado em Jesus Cristo. Ao ler o Antigo Testamento, o cristão deve prestar cuidadosa atenção à relação entre AT e o Senhor Jesus Cristo. Cada divisão do Antigo Testamento relaciona-se com nosso Senhor, inclusive os escritos proféticos. Essas Escrituras são a Palavra de Deus para seu povo, e a autoridade dessa mensagem não foi diminuída com o advento de Cristo. A própria base para a pregação apostólica foi o Antigo Testamento. Em Jesus o futuro é cheio de esperança, porque agora Ele está sentado à direita do Pai. O testemunho do Antigo e do Novo Testamentos encontra seu foco em Cristo, por meio de quem o Pai completará seu plano de redenção (2Co 1:20). Jesus é aquele de quem os profetas falaram (Rm 1:2; Rm 16:26); Ele é o Alfa e o Ômega (Ap 22:12-14).

Sumário

O ministério profético é uma continuação direta da revelação do Senhor por meio de Moisés, a “nascente” da revelação do Antigo Testamento. Ele desejava que o povo de Deus formasse uma “contracultura”, ou seja, uma nova comunidade transformada pela revelação divina e pelo Espírito. A mensagem profética era coerente com a revelação mosaica, pois aplicava mais explicitamente as bênçãos e maldições sobre as quais Moisés falara e complementava os escritos canônicos existentes com novas revelações do Senhor.

Todos os pronunciamentos proféticos seriam testados pela revelação de Deus a Moisés. Os profetas aplicaram e expandiram mais os elementos essenciais da revelação mosaica: os julgamentos e bênçãos, o chamado para a fidelidade à aliança e a esperança no grande futuro preparado para o povo de Deus. Como Moisés, os profetas foram chamados para um compromisso com o Senhor que levaria a um “conflito com a civilização”.

Um grande desenvolvimento aconteceu com Samuel, o qual foi o modelo do movimento profético. Declarou a Palavra do Senhor para todo o Israel e ungiu seus dois primeiros reis. Como guardião da teocracia, liderou o povo de Deus num avivamento e num período de paz. Samuel é o modelo dos profetas na maneira como preservou a teocracia estabelecida na aliança de Deus no monte Sinai. Samuel, o guardião da aliança, falou a Palavra de Deus para o rei e também ao povo. Seu ministério consistia na intercessão em favor de Israel, na aplicação das maldições e das bênçãos da aliança mosaica e em uma vida piedosa. Samuel foi também um profeta escatológico, pois almejou uma maior sensibilidade espiritual, discernimento e um descanso que duraria mais do que ele próprio.

Os profetas depois de Samuel transmitiram a Palavra de Deus com poucos resultados aparentes. Israel e Judá rapidamente adotaram as práticas da magia dos povos pagãos. Adaptaram-se à adoração de muitos deuses e adulteraram a revelação do Senhor. Finalmente Elias se levantou e trouxe uma demanda da aliança de Deus no monte Sinai. Desse ponto em diante, os profetas se afastaram cada vez mais dos reis e voltaram-se para o povo, com o propósito expresso de chamar um remanescente.

A mensagem dos profetas clássicos inclui a declaração da demanda legal de Deus contra seu povo, um anúncio do juízo, um chamado ao arrependimento e a proclamação das boas novas do livramento do Senhor. Afirmaram que Deus é fiel em seu compromisso de renovar as alianças, conduzir as pessoas ao seu Reino e cumprir suas promessas. Os profetas eram defensores do pacto nomeados pelo Senhor, mas mesmo nessa função não cessavam de orar para que o povo de Deus se voltasse ao Todo-poderoso, experimentasse uma transformação operada pelo Espírito e usufruísse das bênçãos de Reino. Veja também Aliança. W.A.VG.


Dicionário da FEB

Fonte: febnet.org.br

Profecia: O dom de profecia não consistia simplesmente em predizer o futuro, mas, de um modo mais extenso, em falar e transmitir ensinos sob a influência dos Espíritos.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

[...] o sentido bíblico da palavra profecia, que, em linguagem moderna e espírita, é sinônimo de mediunidade.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 10


Dicionário da Bíblia de Almeida

Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil

Profecia: Profecia A mensagem de Deus anunciada por meio de um PROFETA a respeito da vida religiosa e moral do seu povo (2Pe 1:20-21). As profecias tratam, às vezes, do futuro, mas geralmente se prendem às necessidades presentes das pessoas. V. PROFETA, PROFETISA.

Pequeno Abc do Pensamento Judaico

Neviim: Profetas. Em assírio, "nabu", em etiópico "nababa", em hebreu "nabi", é aquele que fala em nome de Deus. É o órgão da divindade, o porta-voz, o oráculo, o orador de Deus, que faz conhecer a sua vontade. Os judeus chamaram "profetas" a todos os seus autores inspirados. Assim, denominavam "Profetas Anteriores" os autores das narrativas contidas nos livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis dando o nome de "Profetas Posteriores" aos profetas propriamente ditos, que são os três maiores (Isaías, Jeremias e Ezequiel) e os Doze Profetas Menores. Os profetas revelavam a vontade de Deus e, além disso mandavam, agiam, condenavam, ameaçavam, prometiam, e prediziam. Este último aspecto foi o que maior impressão causou no ânimo do povo, para quem "profeta" era o que anunciava com antecipação o que deveria suceder. O estilo profético aproxima-se bastante do estilo poético. Em geral as profecias contidas na Bíblia não passam de resumo de oráculos proferidos pelos profetas. Sua linguagem quase sempre se avizinha do sublime. Em todas as épocas da história "bíblica vemos aparecer profetas, a começar de Moisés que foi o primeiro deles. (JS)
Shelosha assar ikarim: Os treze princípios da fé judaica são de autoria de Rambam. Ele compôs treze "ikarim" - princípios com a ideia dos treze atributos de Deus. Segundo Rasbhan, a razão de serem treze é porque no tempo de Rambam havia povos idolatras que adoravam treze divindades e ele instituiu estes treze princípios para combater aquela crença. Há obrigação de recitá-los, pelo menos uma vez por mês. O texto resumido, dos treze princípios é o seguinte: Eu creio com fé completa: Que Deus é o criador de tudo o que existe.
Que Ele é Um, que sempre foi, e o será.
Que Ele não tem corpo, nem cabe atribuir-lhe nenhuma forma corporal.
Que Ele existiu antes que nada existisse, e existirá eternamente.
Que só a Ele convém dirigir as nossas rezas.
Que todos os nossos profetas foram inspirados por Deus.
Que Moisés é o maior dos profetas e a sua profecia era verídica.
Que a Lei que possuímos é a mesma que nos deu o profeta Moisés.
Que esta Lei nunca mudará.
Que Deus conhece todos os pensamentos humanos.
Que Deus recompensará ou castiga nossas ações.
Que Deus mandará o Messias.
Que Deus fará ressuscitar os mortos.

Strongs


Δανιήλ
(G1158)
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Daniḗl (dan-ee-ale')

1158 δανιηλ Daniel

de origem hebraica 1840 דניאל; n pr m

Daniel = “julgamento de Deus”

  1. nome de um profeta judaico, notável pela sua sabedoria e profecias

δεῖ
(G1163)
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deî (die)

1163 δει dei

terceira pessoa do singular presente ativo de 1210; TDNT - 2:21,140; v

  1. é necessário, há necessidade de, convém, é correto e próprio
    1. necessidade encontrada na natureza do caso
    2. necessidade provocada pelas circunstâncias ou pela conduta de outros em relação a nós
    3. necessidade com referência ao que é requerido para atingir algum fim
    4. uma necessidade de lei e mandamento, de dever, justiça
    5. necessidade estabelecida pelo conselho e decreto de Deus, especialmente por aquele propósito seu que se relaciona com a salvação dos homens pela intervenção de Cristo e que é revelado nas profecias do Antigo Testamento
      1. relativo ao que Cristo teve que finalmente sofrer, seus sofrimentos, morte, ressurreição, ascensão

Sinônimos ver verbete 5829 e 5940


λόγος
(G3056)
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lógos (log'-os)

3056 λογος logos

de 3004; TDNT - 4:69,505; n m

  1. do ato de falar
    1. palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia
    2. o que alguém disse
      1. palavra
      2. os ditos de Deus
      3. decreto, mandato ou ordem
      4. dos preceitos morais dados por Deus
      5. profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas
      6. o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima
    3. discurso
      1. o ato de falar, fala
      2. a faculdade da fala, habilidade e prática na fala
      3. tipo ou estilo de fala
      4. discurso oral contínuo - instrução
    4. doutrina, ensino
    5. algo relatado pela fala; narração, narrativa
    6. assunto em discussão, aquilo do qual se fala, questão, assunto em disputa, caso, processo jurídico
    7. algo a respeito do qual se fala; evento, obra
  2. seu uso com respeito a MENTE em si
    1. razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio, cálculo
    2. conta, i.e., estima, consideração
    3. conta, i.e., cômputo, cálculo
    4. conta, i.e., resposta ou explanação em referência a julgamento
    5. relação, i.e., com quem, como juiz, estamos em relação
      1. razão
    6. razão, causa, motivo

      Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a segunda pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras. Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança. Era a palavra apropriada para o objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho. Ver Gill ou “Jo 1:1”.


λύχνος
(G3088)
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lýchnos (lookh'-nos)

3088 λυχνος luchnos

da raiz de 3022; TDNT - 4:324,542; n m

  1. candeia, vela, que é colocada em um castiçal

    Uma candeia é semelhante a um olho, que mostra ao corpo qual o caminho; é possível fazer uma analogia entre a candeia e as profecias do AT, visto que elas proporcionam pelo menos algum conhecimento relativo à volta gloriosa de Jesus do céu.


μαντεύομαι
(G3132)
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manteúomai (mant-yoo'-om-ahee)

3132 μαντευομαι manteuomai

de um derivado de 3105 (significando um profeta, de quem espera-se que fale por inspiração); v

  1. agir como um vidente
    1. pronunciar um oráculo, profecia divina

πληρόω
(G4137)
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plēróō (play-ro'-o)

4137 πληροω pleroo

de 4134; TDNT - 6:286,867; v

  1. tornar cheio, completar,i.e., preencher até o máximo
    1. fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente
      1. Tenho em abundância, estou plenamente abastecido
  2. tornar pleno, i.e., completar
    1. preencher até o topo: assim que nada faltará para completar a medida, preencher até borda
    2. consumar: um número
      1. fazer completo em cada particular, tornar perfeito
      2. levar até o fim, realizar, levar a cabo, (algum empreendimento)
    3. efetuar, trazer à realização, realizar
      1. relativo a deveres: realizar, executar
      2. de ditos, promessas, profecias, fazer passar, ratificar, realizar
      3. cumprir, i.e., fazer a vontade de Deus (tal como conhecida na lei) ser obedecida como deve ser, e as promessas de Deus (dadas pelos profetas) receber o cumprimento

προέπω
(G4277)
Ver ocorrências
proépō (pro-ep'-o)

4277 προεπω proepo

de 4253 e 2036; v

  1. dizer de antemão
    1. dizer o que precede, falar sobre
    2. dizer de antemão, i.e,. antes, anteriormente
    3. dizer de antemão, i.e., antes do evento: profecias

προερέω
(G4280)
Ver ocorrências
proeréō (pro-er-eh'-o)

4280 προερεω proereo

de 4253 e 2046, usado como substituto de 4277; v

  1. dizer antes
    1. dizer o que precede, falar sobre
    2. dizer antes, i.e., antes, anteriormente
    3. dizer de antemão, i.e., antes do evento: profecia

προκαταγγέλλω
(G4293)
Ver ocorrências
prokatangéllō (prok-at-ang-ghel'-lo)

4293 προκατ-αγγελλω prokataggello

de 4253 e 2605; TDNT - 1:70,10; v

  1. anunciar de antemão (que algo será)
    1. de profecias

      preanunciar no sentido de prometer


προφητεία
(G4394)
Ver ocorrências
prophēteía (prof-ay-ti'-ah)

4394 προφητεια propheteia

de 4396 (“profecia”); TDNT - 6:781,952; n f

  1. profecia
    1. discurso que emana da inspiração divina e que declara os propósitos de Deus, seja pela reprovação ou admoestação do iníquo, ou para o conforto do aflito, ou para revelar

      coisas escondidas; esp. pelo prenunciar do eventos futuros

    2. Usado no NT da expressão dos profetas do AT
      1. da predição de eventos relacionados com o reino de Cristo e seu iminente triunfo, junto com as consolações e admoestações que pertence a ela, o espírito de profecia, a mente divina, origem da faculdade profética
      2. do dom e discurso dos professores cristãos chamados profetas
      3. os dons e expressão destes profetas, esp. das predições das obras que instaurarão o reino de Cristo

συντέμνω
(G4932)
Ver ocorrências
syntémnō (soon-tem'-no)

4932 συντεμνω suntemno

de 4862 e a raiz de 5114; v

  1. cortar em pedaços
  2. encurtar
  3. metáf.
    1. despachar em seguida, executar ou finalizar rapidamente
    2. apressar-se
    3. palavra curta, i.e., profecia ou decreto expedido

τελειόω
(G5048)
Ver ocorrências
teleióō (tel-i-o'-o)

5048 τελειοω teleioo

de 5046; TDNT - 8:79,1161; v

  1. tornar perfeito, completar
    1. executar completamente, efetuar, finalizar, levar até o fim
  2. completar (aperfeiçoar)
    1. acrescentar o que ainda está faltando a fim de tornar-se algo completo
    2. ser achado perfeito
  3. levar até o fim (objetivo) proposto
  4. realizar
    1. levar a um fim ou a realização do evento
      1. das profecias das escrituras

ψευδοπροφήτης
(G5578)
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pseudoprophḗtēs (psyoo-dop-rof-ay'-tace)

5578 ψευδοπροφητης pseudoprophetes

de 5571 e 4396; TDNT - 6:781,952; n m

  1. quem, agindo como um profeta divinamente inspirado, declara falsidades como se fossem profecias divinas
  2. falso profeta

Βαρνάβας
(G921)
Ver ocorrências
Barnábas (bar-nab'-as)

921 βαρναβας Barnabas

de origem aramaica 1247 e 5029 בר נבא; n pr m

Barnabé = “filho do descanso (ou de Nabas = de profecia)”

  1. o sobrenome de José, um levita, nativo de Chipre. Ele era um distinto mestre cristão e companheiro e amigo de Paulo.

בֵּלְטְשַׁאצַּר
(H1095)
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Bêlṭᵉshaʼtstsar (bale-tesh-ats-tsar')

01095 בלטשאצר Belt esha’tstsar̂

de derivação estrangeira; n pr m

Beltessazar = “senhor do tesouro confinado”

  1. o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia; por causa do dom de Deus para interpretar sonhos, tornou-se o segundo no comando do império babilônico e permaneceu até o fim do império babilônico e mesmo no império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos acontecimentos dos tempos do fim. Segundo um profeta contemporâneo, Ezequiel, a sua pureza e piedade eram dignas de nota.
    1. também, ’Daniel’ (1840 ou 1841)

בֵּלְטְשַׁאצַּר
(H1096)
Ver ocorrências
Bêlṭᵉshaʼtstsar (bale-tesh-ats-tsar')

01096 בלטשאצר Belt esha’tstsar̂ (aramaico)

procedente de uma raiz correspondente a 1095; n pr m

Beltessazar = “senhor do tesouro confinado”

  1. o quarto dos profetas maiores, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia; por causa do dom de Deus para interpretar sonhos, tornou-se o segundo no comando do império babilônico e permaneceu até o fim do império babilônico e mesmo no império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos acontecimentos dos tempos do fim. Segundo um profeta contemporâneo, Ezequiel, a sua pureza e piedade eram dignas de nota.
    1. também, ’Daniel’ (1840 ou 1841)

בִּלְעָם
(H1109)
Ver ocorrências
Bilʻâm (bil-awm')

01109 בלעם Bil am̀

provavelmente procedente de 1077 e 5971, grego 903 Βαλααμ; DITAT - 251b Balaão = “não do povo” n pr m

  1. o filho de Beor, um homem dotado com o dom da profecia n pr loc
  2. uma cidade em Manassés

גְּמַרְיָה
(H1587)
Ver ocorrências
Gᵉmaryâh (ghem-ar-yaw')

01587 גמריה G emaryaĥ ou גמריהו G emaryahuŵ

procedente de 1584 e 3050; n pr m Gemarias = “Javé realizou”

  1. o filho de Safã, o escriba e pai de Micaías; um dos nobres de Judá que tinha uma câmara no templo de onde Baruque leu a profecia alarmante de Jeremias para todo o povo
  2. o filho de Hilquias que trouxe a carta de Jeremias aos judeus cativos

דָנִיֵּאל
(H1840)
Ver ocorrências
Dânîyêʼl (daw-nee-yale')

01840 דניאל Daniye’l em Ezequiel דניאל Dani’el

procedente de 1835 e 410, grego 1158 δανιηλ; n pr m

Daniel = “Deus é meu juiz”

  1. o segundo filho de Davi com Abigail, a carmelita
  2. o quarto dos grandes profetas, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia, por causa do dom da interpretação de sonhos, recebido de Deus, tornou-se o segundo no governo do império babilônico e permaneceu até o fim do mesmo estendendo-se para dentro do império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos eventos do fim dos tempos. Destacado por sua pureza e santidade por seu contemporâneo, o profeta Ezequiel
    1. também, ’Beltessazar’ (1095 ou 1096)
  3. um sacerdote da família de Itamar que fez aliança com Neemias

דָּנִיֵּאל
(H1841)
Ver ocorrências
Dânîyêʼl (daw-nee-yale')

01841 דנאיל Daniye’l (aramaico)

correspondente a 1840; n pr m Daniel = “Deus é meu juiz”

  1. o quarto dos grandes profetas, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia, por causa do dom da interpretação de sonhos, recebido de Deus, tornou-se o segundo no governo do império babilônico e permaneceu até o fim do mesmo estendendo-se para dentro do império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos eventos do fim dos tempos. Destacado por sua pureza e santidade por seu contemporâneo, o profeta Ezequiel
    1. também, Beltessazar’ (1095 ou 1096)

חָזֹון
(H2377)
Ver ocorrências
châzôwn (khaw-zone')

02377 חזון chazown

procedente de 2372; DITAT - 633a; n m

  1. visão
    1. visão (em estado de êxtase)
    2. visão (à noite)
    3. visão, oráculo, profecia (comunicação divina)
    4. visão (como título de um livro profético)

חִזָּיֹון
(H2384)
Ver ocorrências
chizzâyôwn (khiz-zaw-yone')

02384 חזיון chizzayown ou (plural) חזינות

procedente de 2372; DITAT - 633e; n m

  1. visão
    1. visão (no estado de êxtase)
      1. vale da visão (talvez fig. de Jerusalém ou Hinon)
    2. visão (à noite)
    3. visão, oráculo, profecia (na comunicação divina)

יְהֹורָם
(H3088)
Ver ocorrências
Yᵉhôwrâm (yeh-ho-rawm')

03088 יהורם Y ehowram̂

procedente de 3068 e 7311; n pr m Jeorão ou Jorão = “Javé é exaltado”

  1. filho do rei Josafá, de Judá, e, ele próprio, rei de Judá por oito anos; sua esposa era a perversa Atalia que, provavelmente, foi quem fez com que a nação de Judá decidisse pelo culto a Baal
  2. filho do rei Acabe, do reino do norte, Israel, e, ele próprio, rei de Israel durante doze anos; foi assassinado por Jeú no mesmo local de terra onde seu pai tinha matado Nabote, cumprindo-se assim cada letra da profecia de Elias
  3. um sacerdote no reinado de Josafá

יֹורָם
(H3141)
Ver ocorrências
Yôwrâm (yo-rawm')

03141 יורם Yowram

uma forma de 3088, grego 2496 Ιωραμ; n pr m Jorão = “Javé é exaltado”

  1. filho do rei Josafá, de Judá, e, ele próprio, rei de Judá por oito anos; sua esposa era a perversa Atalia que provavelmente foi quem o instigou a fim de que o culto a Baal fosse aceito em Judá
  2. filho do rei Acabe, do reino do norte, Israel, e, ele próprio, rei de Israel durante doze anos; foi assassinado por Jeú no mesmo terreno onde o seu pai tinha matado Nabote, cumprindo-se, assim, cada letra da profecia de Elias
  3. um levita na época de Davi e um antepassado de Selomite
  4. filho de Toí, rei de Hamate

נָאַם
(H5001)
Ver ocorrências
nâʼam (naw-am')

05001 נאם na’am

uma raiz primitiva; DITAT - 1272; v

  1. profetizar, falar uma profecia, falar como profeta, dizer
    1. (Qal) falar uma profecia, falar como profeta

נְבוּאָה
(H5016)
Ver ocorrências
nᵉbûwʼâh (neb-oo-aw')

05016 נבואה n ebuw’aĥ

procedente de 5012; DITAT - 1277b; n f

  1. profecia
    1. profecia
      1. específica e genuína
      2. falsa
    2. escrito profético

נָטַף
(H5197)
Ver ocorrências
nâṭaph (naw-taf')

05197 נטף nataph

uma raiz primitiva; DITAT - 1355; v

  1. pingar, gotejar, destilar, profetizar, pregar, discursar
    1. (Qal) pingar, gotejar
    2. (Hifil)
      1. gotejar
      2. pingar (profecia)

נְכֹחָה
(H5229)
Ver ocorrências
nᵉkôchâh (nek-o-khaw')

05229 נכחה n ekochaĥ

procedente de 5228; DITAT - 1365a; adj f

  1. direto na frente, estar na frente de, direto, reto, retidão
    1. coisas verdadeiras (referindo-se à profecia)
    2. retidão (substantivo)

סֵפֶר
(H5612)
Ver ocorrências
çêpher (say'-fer)

05612 ספר cepher ou (fem.) ספרה ciphrah (Sl 56:8)

procedente de 5608; DITAT - 1540a,1540b n f

  1. livro n m
  2. carta, documento, escrito, livro
    1. carta
      1. carta (de instrução), ordem escrita, comissão, requerimento, decreto escrito
    2. documento legal, certificado de divórcio, contrato de compra, acusação escrita, sinal
    3. livro, rolo
      1. livro de profecias
      2. registro genealógico
      3. livro da lei
      4. livro (de poemas)
      5. livro (dos reis)
      6. livros do cânon, escritura
      7. livro de registro (de Deus)
    4. aprendizado pelos livros, escrita
      1. ser apto a ler (depois do verbo ’conhecer’)

רוּחַ
(H7307)
Ver ocorrências
rûwach (roo'-akh)

07307 רוח ruwach

procedente de 7306; DITAT - 2131a; n. f.

  1. vento, hálito, mente, espírito
    1. hálito
    2. vento
      1. dos céus
      2. pontos cardeais ("rosa-dos-ventos”), lado
      3. fôlego de ar
      4. ar, gás
      5. vão, coisa vazia
    3. espírito (quando se respira rapidamente em estado de animação ou agitação)
      1. espírito, entusiasmo, vivacidade, vigor
      2. coragem
      3. temperamento, raiva
      4. impaciência, paciência
      5. espírito, disposição (como, por exemplo, de preocupação, amargura, descontentamento)
      6. disposição (de vários tipos), impulso irresponsável ou incontrolável
      7. espírito profético
    4. espírito (dos seres vivos, a respiração do ser humano e dos animias)
      1. como dom, preservado por Deus, espírito de Deus, que parte na morte, ser desencarnado
    5. espírito (como sede da emoção)
      1. desejo
      2. pesar, preocupação
    6. espírito
      1. como sede ou órgão dos atos mentais
      2. raramente como sede da vontade
      3. como sede especialmente do caráter moral
    7. Espírito de Deus, a terceira pessoa do Deus triúno, o Espírito Santo, igual e coeterno com o Pai e o Filho
      1. que inspira o estado de profecia extático
      2. que impele o profeta a instruir ou admoestar
      3. que concede energia para a guerra e poder executivo e administrativo
      4. que capacita os homens com vários dons
      5. como energia vital
      6. manifestado na glória da sua habitação
      7. jamais referido como força despersonalizada