Enciclopédia de Daniel 6:16-16

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

dn 6: 16

Versão Versículo
ARA Então, o rei ordenou que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. Disse o rei a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, que ele te livre.
ARC Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará.
TB Nisso passou o rei as ordens, e trouxeram a Daniel e lançaram-no na cova dos leões. Ora, falou o rei e disse a Daniel: O teu Deus, a quem continuamente serves, te livrará.
HSB בֵּאדַ֜יִן מַלְכָּ֣א אֲמַ֗ר וְהַיְתִיו֙ לְדָ֣נִיֵּ֔אל וּרְמ֕וֹ לְגֻבָּ֖א דִּ֣י אַרְיָוָתָ֑א עָנֵ֤ה מַלְכָּא֙ וְאָמַ֣ר לְדָנִיֵּ֔אל אֱלָהָ֗ךְ דִּ֣י [אנתה] (אַ֤נְתְּ) פָּֽלַֽח־ לֵהּ֙ בִּתְדִירָ֔א ה֖וּא יְשֵׁיזְבִנָּֽךְ׃
BKJ Então o rei ordenou, e eles trouxeram Daniel e o lançaram dentro da cova dos leões. Então, o rei falou e disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, te livrará.
LTT Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e lançaram-no na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a Quem tu continuamente serves, Ele te livrará.
BJ2 Mas aqueles homens reuniram-se em tumulto junto do rei e disseram-lhe: "Lembra-te, ó rei, que a lei dos medos e dos persas determina que nenhum decreto ou interdito, promulgado pelo rei, pode ser revogado".

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Daniel 6:16

II Samuel 3:39 Eu, hoje, estou fraco, ainda que seja ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são mais duros do que eu; o Senhor pagará ao malfeitor, conforme a sua maldade.
Jó 5:19 Em seis angústias, te livrará; e, na sétima, o mal te não tocará.
Salmos 37:39 Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
Salmos 91:14 Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque conheceu o meu nome.
Salmos 118:8 É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.
Provérbios 29:25 O receio do homem armará laços, mas o que confia no Senhor será posto em alto retiro.
Isaías 43:2 Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.
Jeremias 26:14 Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim conforme o que for bom e reto aos vossos olhos.
Jeremias 38:5 E disse o rei Zedequias: Eis que ele está na vossa mão, porque o rei nada pode contra vós.
Daniel 3:15 Agora, pois, se estais prontos, quando ouvirdes o som da buzina, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música, para vos prostrardes e adorardes a estátua que fiz, bom é; mas, se a não adorardes, sereis lançados, na mesma hora, dentro do forno de fogo ardente; e quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?
Daniel 3:17 Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, ó rei.
Daniel 3:28 Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.
Daniel 6:7 Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
Daniel 6:20 E, chegando-se à cova, chamou por Daniel com voz triste; e, falando o rei, disse a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?
Mateus 14:8 E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista.
Mateus 27:23 O governador, porém, disse: Mas que mal fez ele? E eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado!
Marcos 6:25 E, entrando apressadamente, pediu ao rei, dizendo: Quero que, imediatamente, me dês num prato a cabeça de João Batista.
Marcos 15:14 Mas Pilatos lhes disse: Mas que mal fez? E eles cada vez clamavam mais: Crucifica-o.
João 19:12 Desde então, Pilatos procurava soltá-lo; mas os judeus gritavam, dizendo: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra o César!
Atos 24:27 Mas, passados dois anos, Félix teve por sucessor a Pórcio Festo; e, querendo Félix comprazer aos judeus, deixou a Paulo preso.
Atos 25:9 Todavia, Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
Atos 25:11 Se fiz algum agravo ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer; mas, se nada há das coisas de que estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles. Apelo para César.
Atos 27:23 Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo,
Romanos 13:3 Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Wanda Amorim Joviano

dn 6:16
Sementeira de Paz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 30
Francisco Cândido Xavier
Neio Lúcio
Wanda Amorim Joviano

09/10/1946


Meus caros filhos, Deus abençoe a vocês, conferindo-lhes muita paz.

Desejando-lhes uma viagem feliz, acompanho-lhes os preparativos, formulando votos sinceros para que tudo lhes corra bem. Compreendo que essas excursões, por vezes, exigem certos trabalhos e arranjos mais difíceis, mormente agora, em que tudo constitui obstáculo, tão logo se ponha a criatura fora do lar. Entretanto, a experiência e os valores que ficam representam créditos para a eternidade. Sejam, pois, felizes nesse breve período de afastamento da organização doméstica e que recolham as mais duradouras bênçãos de luz e paz – são os meus desejos.

Convém-lhes a pequena provisão de homeopatia amiga, como sempre. Assim como a fonte simples e amorosa do Evangelho vai fornecendo remédios do pensamento a nós todos, assim também o manancial homeopático, puro em suas origens, proporciona-nos avançados recursos para o corpo.

Creio não precisar indicar os elementos mais indispensáveis, no entanto, destacaria alguns, tais como: Gelseminum, Eupatorium, Pulsatila, Boldo, Lachesis, Aconitum, Beladona, Arnica, Colocinthes, Ruta, Kali b., Bryonia Alb., Carbo Veg., Ipecacuanha e outros que se adaptam às situações orgânicas complexas como alívio indispensável, no “pronto socorro” à mão. Acredito que vocês ganharão muitíssimo conduzindo esses “bons amigos” num canto.

Desejo salientar hoje, em nossa palestra habitual, o apelo do nosso amigo Israel quanto ao propósito de ouvir, novamente, a palavra paterna. O momento é de testemunhos graves e esse parecer decisivo não deve ser aguardado. Os nossos companheiros da política contemporânea permanecem perante uma prova decisiva, no desdobramento da qual a resolução de cada um se manifestará. Hora laboriosa, cheia de horizontes sombrios, porque a ausência de solidariedade para o bem coletivo constitui pesada nuvem, impedindo a visão do sol da paz, único fator de prosperidade e trabalho construtivos no espaço e no tempo. Em síntese e, confidencialmente, podemos dizer que Minas é um organismo enfermo em vias de operação. Será praticada a cirurgia? Quem arcará com as responsabilidades? Quem se dispõe a cooperar na enfermagem? Perguntas de resposta difícil.

Nós, por aqui, defrontados por outros problemas graves e mais complexos por se referirem à nossa iluminação para a eternidade, podemos encarar a paisagem sob outros prismas. Vocês, porém, enquanto aí na esfera carnal, não podem fazer o mesmo. São compelidos a examinar situações, fatos e pessoas, com aspectos diferentes. O nosso venerável amigo não poderia pronunciar-se em momento tão crítico. A prudência impõe-nos silêncio, em determinados instantes, mesmo em se tratando de nossos filhos do coração. Assim, pois, façamos o sorriso da boa concórdia, improvisemos novos recursos de esperança e passemos adiante. É desnecessário dizer-lhes que essa é uma opinião de família em família. Estamos no altar da fé assiduamente para a nossa felicidade e há companheiros nossos que não frequentam ainda semelhante serviço e não podem entender a totalidade e, às vezes, nem parte das questões.

A hora é de muita expectativa e, por falar nisso, Rômulo, ainda hoje, permutando a “conversa por vibrações mentais”, ouvi suas ponderações e justifico-lhe as apreensões. Esse Daniel  não é o dos leões. (Dn 6:16) Enfim, vamos com o Cristo, para a frente e para o Alto. A existência terrestre é uma grande programação de serviço educativo que realizamos sempre “até certo ponto”. Peço a Jesus para que vocês consigam alcançar a mais alta percentagem. Creia que por aqui sabemos melhor o que vem a ser a caminhada aí na poeira abençoada do mundo. E, por isso mesmo, penetrando-lhe o cerne, reconhecemos a extensão e a complexidade dos óbices a vencer. Graças à Providência, contudo, o julgamento do Alto é muito diverso do dos juízos terrenos e, assim, a misericórdia divina é inesgotável fonte de recursos para nós todos, desde que nos aproximemos de suas águas, com a disposição de aproveitar sinceramente a bênção do Plano superior. Em todas as lutas, consola-nos a certeza de que nos encontramos sob a paternal orientação do Sumo Poder. Podem desabar tempestades, multiplicarem-se as nuvens, ampliarem-se as ameaças, tornar-se mais aflitiva a situação do ambiente. Para alegria de nosso porvir, . (Jo 10:1) Sairemos por ela, no campo do espírito, quantas vezes forem necessárias, e tingiremos o doce aconchego da paz legítima que socorre o coração. Os homens inquietos e atormentados estão buscando essa “porta” sem saberem, sem compreenderem. Aos movimentos impulsivos em que se debatem, perseguem-se e ferem-se mutuamente, obrigando-se à despesa de longo tempo para a recomposição das forças que lhes são próprias. Enquanto, porém, não alcançarem a “passagem divina”, caminharão às tontas na superfície da Terra.

Que Deus auxilie a eles e a nós. A eles para encontrarem a bênção, a nós para que não venhamos a perdê-la, porque também estamos marchando e não chegaremos à meta programada sem vigilância, esforço e oração.

Terminando, desejo-lhes mais uma vez uma viagem muito feliz. Que o Senhor nos siga de perto, sustentando-nos em seu divino amor, são os votos muito sinceros e ardentes do papai muito amigo de sempre,




Nota da organizadora: em referindo-se a Israel Pinheiro, grande amigo da família Joviano. Ocupou, dentre vários cargos públicos, o de governador do Estado de Minas Gerais, na década de 1970.


Nota da organizadora: penso ser uma referência de vovô Arthur ao Dr. Daniel de Carvalho, grande amigo da família Joviano.



Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
E. O REINADO DE DARio, o MEDO, Dn 6:1-28

O versículo final do capítulo 5 e o primeiro versículo do capítulo 6 nos introduzem ao novo governo. Embora Ciro fosse o conquistador, Dario, o medo, é apresentado como o monarca no poder na Babilônia. Parece que a política de Ciro era deixar a administração do governo nas mãos de outros, enquanto seguia em frente com novas conquistas.

Durante muitos anos um dos problemas cruciais do livro de Daniel tem sido a iden-tidade de Dario, o medo, o filho de Assuero (Dn 5:31-9.1). A história secular não fornece nenhum tipo de ajuda para solucionar esse problema. O mesmo se podia dizer de Belsazar, até que as inscrições cuneiformes começaram a revelar seus segredos. Josefo acreditava que Dario era filho de Astiages, conhecido pelos gregos por outro nome.' Isso significaria que ele era neto de Ciaxeres, o grande aliado medo de Nabucodonosor.

Alguns têm tentado identificar Dario com Gobrias, o general do exército de Ciro que venceu a Babilônia. Acredita-se que seu reinado foi breve. Mas, sua morte dentro de dois meses após a captura da Babilônia dificilmente apoiaria essa teoria.
Em seu livro Darius the Mede (Dario, o medo), John C. Whitcomb oferece fortes indí-cios que identificam Dario, o medo, com um Gubaru, cujo nome estava separado nos registros cuneiformes. Esse Gubaru é chamado de "Governador da Babilônia e do Distrito Além do Rio". Debaixo da autoridade de Ciro, Gubaru nomeou governadores para governar com ele na ausência de Ciro, que residia por longos períodos em sua capital em Ecbatana. Gubaru recebeu um poder praticamente ilimitado sobre a imensa satrapia da Babilônia. Mesmo no governo de Cambises, o filho de Ciro, Gubaru continuou a exercer sua autoridade!'

1. Avanço Político de Daniel ( Dn 6:1-3)

Na reorganização do governo, Dario seguiu a política liberal de Ciro e logo dividiu a responsabilidade da administração. A nomeação de 120 presidentes (1), sobre os quais foram colocados três príncipes (2), pode ter sido um arranjo temporário para assegurar a coleta regular dos impostos e manter um sistema de arrecadação e contabilidade. A breve explicação do versículo 2 parece indicar isso: aos quais esses presidentes des-sem conta, para que o rei não sofresse dano.

Dos três presidentes, Daniel se distinguiu. E Dario encontrou nele um espírito excelente (3) e planejava estender sua autoridade sobre todo o reino.

Daniel devia ter em torno de 85 anos ou talvez se aproximasse dos 90 anos. Ele tinha passado por diversas crises políticas. Agora, a sua reputação de homem íntegro e honesto chegara ao conhecimento dos novos governantes. Talvez informantes tenham aconselhado os novos governantes acerca da posição de Daniel na noite fatal da queda de Belsazar. Quaisquer que fossem as circunstâncias, o homem de Deus estava pronto para servir onde fosse necessário.

  • A Trama dos Presidentes (6:4-9)
  • Um homem de fidelidade e honestidade é desconcertante para maquinadores deso-nestos. Ver Daniel prestes a receber uma promoção que o colocaria acima deles era mais do que os príncipes e os presidentes podiam tolerar. Eles precisavam destruir Daniel a qualquer custo. O fracasso em encontrar falhas na administração de Daniel os fez buscar uma maneira de atacá-lo no seu ponto mais forte — sua religião e a lei do seu Deus (5).

    O rei foi ingênuo no que tange à sugestão dos inimigos de Daniel. Era bastante comum para os governantes dos medos e persas colocar-se no lugar de um dos seus deu-ses e requerer a adoração do povo. Dario sentiu-se lisonjeado em ser o centro da devoção religiosa por um mês, assim, assinou esta escritura e edito (9).

  • A Devoção Corajosa de Daniel (Dn 6:10-24)
  • A resposta de Daniel foi inequívoca. Alterar seus hábitos de devoção ou tornar secreta a sua relação com o seu Deus seria uma negação básica. Ele se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer (10). Essa era uma lei que não tinha o direito de estar nos livros dos estatutos. Tornar uma questão de profunda consciência uma ilegalidade é uma grande traição contra o Deus dos céus. A questão da autoridade do estado e do direito da consciência individual tem se tor-nado crucial muitas vezes em nosso século iluminista E, semelhantemente a Daniel, ho-mens têm sido traídos por causa de uma posição de consciência. Os presidentes conspira-dores relataram a Dario: "Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia" (13; NVI).

    O rei ficou triste quando percebeu as implicações da sua ação. Ele propôs dentro do seu coração livrá-lo (14) da armadilha legal na qual ambos haviam sido apanhados por intermédio dessa trama abominável. Os maquinadores pressionaram o rei de manei-ra cruel e desavergonhada (15). Eles pressionaram o rei a fazer o que sentia repugnância em fazer, ou seja, lançar Daniel na cova dos leões (16).

    A cova foi selada com o anel do rei (17), de tal modo que não havia chance de escapar. O rei retornou ao palácio, mas não para comer ou dormir. Dario passou a noite em jejum (18) e, sem dúvida, em oração a todos os deuses que conhecia. Ao amanhecer, o rei se apressou em ir à cova dos leões. A NVI traduz o versículo 20 da seguinte maneira: "Quando ia se aproxi-mando da cova, chamou Daniel com voz que revelava aflição: 'Daniel, servo do Deus vivo, será que o seu Deus, a quem você serve continuamente, pôde livrá-lo dos leões?' " (20).

    Desconsolado, ele tinha dito a Daniel na noite anterior: "Que o seu Deus, a quem você adora tão fielmente, o livre!" (16, Berkeley).
    A resposta de Daniel do fundo da cova foi o som mais maravilhoso que o rei desejava ouvir. Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões (21-22).

    A alegria do rei revela a estima que ele tinha por Daniel. E seu sentido de justiça é percebido em seu esforço para corrigir o erro que havia cometido, pela reversão imediata do édito e o castigo resoluto dos maquinadores perversos.

  • O Decreto de Dario (6:25-28)
  • Embora a reação imediata de Dario tenha sido de corrigir a injustiça que havia feito a Daniel e punir os verdadeiros ofensores, ele foi muito além disso. Ele reconheceu que a verdadeira injustiça tinha sido cometida contra o Deus de Daniel. Na verdade, o decreto que havia colocado Daniel na cova dos leões tinha proscrito a lei do Deus vivo (26) no reino dos medos e persas. Esse édito precisava ser neutralizado por um outro, amplo em seu alcance e específico em suas implicações. Assim, onde o primeiro édito proibia fazer uma oração a qualquer outro a não ser ao rei, o segundo ordenava reverência ao Deus de Daniel em todo o reino. Provavelmente, a verdadeira adoração não pode ser assegurada por um édito real, mas ela certamente pode ser encorajada. A ordem do rei e a declaração de louvor expõem a glória de Deus em termos quase tão abrangentes e claros quanto aquelas proclamadas pelo grande Nabucodonosor, o caldeu. O Deus de Daniel [...] ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim. Ele livra, e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra (26-27).

    O reconhecimento de Dano acerca do caráter sobrenatural do livramento de Daniel é manifesto em dois termos aramaicos usados no versículo 27 para descrever a obra de Deus — 'athiyn e thiymhiyn, sinais e maravilhas. O substantivo singular 'ath sugere "um sinal ou farol", ou seja, "um prodígio, um milagre ou sinal". A segunda palavra, temah, sugere "assombro, perplexidade, admiração", ou seja, "milagre, maravilha". O fato de aqueles animais selvagens famintos ficarem com as bocas fechadas, a ponto de deixar o homem de Deus ileso é, de fato, um milagre. Pouco tempo depois, aqueles mes-mos animais, libertos do poder que os impedia de atacar, esmigalharam os ossos daque-les que haviam desafiado a Deus. Esse tipo de milagre é totalmente inaceitável para aqueles que insistem em uma explanação natural para cada acontecimento. Mas para aqueles que aceitam a revelação de um Deus que é livre para agir dentro do seu próprio universo criado, esse milagre não é mais impossível do que qualquer outro ato que Ele escolheu para cumprir o seu propósito. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento estão repletos desse tipo de acontecimentos. Dessa forma podemos ver o tipo de Deus que servimos, o Deus vivo [...] para sempre permanente (26).

    No capítulo 6, podemos ver a "Coragem e suas Conseqüências".

    1) Coragem para ser fiel (1-10).

    2) Coragem testada (11-17).

    3) Coragem vindicada (18-23).

    4) O Reino de Deus fomentado (25-27) A. F. Harper.
    O versículo 28 relaciona os reinos de Daáo, o medo, e Ciro, o persa com Daniel, que serviu aos dois monarcas. A história deixa claro que esses monarcas eram co-re-gentes: Dario, o medo, servia na Babilônia sob o reinado de Ciro, que havia consolidado os reinos dos medos e persas e era seu governante reconhecido. Parece que Dano rei-nou no máximo dois anos. Outras referências mencionam apenas o primeiro ano de Dano (9.1; 11.1).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 16 até o 23

    A Provação e o Livramento de Daniel (Dn 6:16-23)

    Dn 6:16

    Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel. O rei, impotente, e confessando sua impotência, com relutância ordenou que Daniel fosse trazido e lançado na cova onde os leões viviam, tal como os três amigos do profeta tinham sido lançados na fornalha ardente (verDn 3:11,Dn 3:21). Quando Daniel estava sendo arriado na cova dos leões, o rei expressou o desejo de que Deus o protegesse, pois Daniel confiava nele. Isso duplica a situação dos três amigos (ver Dn 3:17). Ver também Dn 6:20. A história, como é claro, exalta Judá e Yahweh, à custa do paganismo e de seus inúmeros deuses de nada. E Daniel, profeta genuíno, também é exaltado, às expensas dos profetas do paganismo. O livro de Daniel, em certo sentido, é uma apologia do judaísmo e de sua fé monoteísta tradicional.

    Dn 6:17

    Foi trazida uma pedra e posta sobre a boca da cova. A cova dos leões era uma espécie de abismo, conforme a palavra usada dá a entender. Ao que tudo indica, só havia uma saída, pelo que uma pedra tampou a cova, impedindo que Daniel fugisse. Naturalmente, o idoso profeta não correria muito, mesmo que os leões viessem em sua perseguição! A pedra foi selada com argila, e o pobre rei “assinou” sobre ela com seu sinete, talvez fazendo uma impressão no barro com seu anel real. Isso dizia às pessoas que se mantivessem afastadas sob pena de morte. Ninguém ousaria tentar salvar Daniel, pois, se violasse a marca do anel do rei, essa pessoa seria a próxima a descer à cova. Heródoto (Hist. 1,195) mencionou o costume babilônico de fechar covas e selar a tampa, e esse costume continuou com os persas (Et 3:12; Et 8:8,Et 8:10). Dario afixou seu selo a documentos oficiais, conforme informou Heródoto (ver Hist. III.128). Cl. 1Rs 21:8 e Mt 27:66
    Então o rei se dirigiu para o seu palácio. O pobre rei Dario ficou extremamente desanimado. Ele perdeu o apetite e nada comeu. Talvez ele estivesse ocupado em um jejum religioso, mediante o qual esperava salvar Daniel “de alguma maneira". Naquela noite ele não quis que houvesse a música, a dança e os entretenimentos que faziam parte regular das “noites do rei”. Ele não dormiu, e suponho que ele muito orou ao Deus dos judeus, a despeito do decreto restringidor. Sem dúvida o rei não estava confiando em si mesmo naquela noite. Este versículo combina admiravelmente com a experiência humana. Há tempos em que as coisas saem de nosso controle, e somente Deus pode fazer alguma diferença. Assim sendo, lançamos tudo sobre Ele, em oração. Conforme Dn 2:1 quanto ao desassossego de Nabucodonosor, e ver algo similar em Et 6:1. Mas existe uma profunda agitação “lá fora”, pois as pessoas são envolvidas por situações impossíveis e não têm fé suficiente para livrar-se delas.

    Esconder-me-ei na Rocha tendida,
    Até passarem as tempestades da vida;
    Segura nesse bendito refúgio,
    Nâo dando atenção à explosão mais feroz.

    (Mary D. James)
    Dn 6:19

    Pela manhã, ao romper do dia. O rei agitou-se e rolou em seu leito real a noite inteira, em meio a uma ansiedade nada real. Assim que o sol surgiu no horizonte, ele foi com coração pesado dar uma olhada na miserável cova dos leões. Ele temia olhar para dentro da cova. Talvez só houvesse ossos e pedaços do profeta Daniel. Porém, em seu desespero, ele correu para a cova. Somos lembrados de como certas mulheres, e então um grupo de discípulos, correram para o túmulo de Jesus, pois se espalhara a notícia de que ele tinha escapado daquele lugar miserável por meio de um milagre (ver Jo 20:4). “Elevados oficiais, nos países do Oriente, moviam-se com pomposa lentidão, como sinal de sua dignidade. Se alguém era uma grande figura, não precisava andar com pressa. Portanto, a pressa, por parte do rei, foi um elemento do efeito dramático deste relato” (Arthur Jeffery, in loc.). “Dario esperava... que o idoso estadista teria sido salvo por Deus, a quem servia (ver Dn 3:17; Dn 6:16)” (J. Dwight Pentecost, in loc.).

    Dn 6:20

    Chegando-se ele à cova, chamou por Daniel com voz triste. Chegando à cova, o rei era um destroço nervoso e, com voz chorosa, lamentável de ser ouvida, ele gritou pelo buraco, na esperança de que um homem vivo ouvisse e respondesse. O rei estava todo entusiasmado com a idéia de que o Deus vivo e verdadeiro dos judeus, sobre o qual ele tinha ouvido, realmente teria algum poder, a ponto de reverter a miserável situação de Daniei. Daniel tinha servido bem esse Deus e estava disposto a ser um mártir, para evitar tornar-se um apostatado. Talvez por essa razão, Deus tivesse baixado Sua mão poderosa e fechado a boca dos leões. Por isso o rei perguntou: “Estás vivo, Daniel? Teu Deus fez algum grande feito em teu favor? Grita de volta se puderes!'. “Teu Deus, a quem sempre tens adorado, te salvou dos leões?” (NCV). Quanto à frase, o Deus vivo (que é judaica, e não iraniana), ver Dt 5:26; Js 3:10; Sl 42:2; At 14:15; 1Ts 1:9. Conforme este versículo com Dn 3:17; Dn 6:16.

    Dn 6:21

    Então Daniel falou ao rei: Ó rei, vive para sempre! Para profunda admiração do rei, uma voz saudávei e forte, a voz do próprio Daniel, respondeu. Ficamos sempre surpresos quando Deus faz outro feito em nosso favor, que ultrapassa tudo quanto poderiamos fazer por nós mesmos. De fato. continuamos a ser surpreendidos, sem importar quantas vezes isso volte a acontecer. Portanto, Senhor, continua enviando surpresas. Um homem tem de crer em tudo quanto vem de Deus, pois é Dele que os milagres provêm. Sempre é melhor crer de mais do que crer de menos. Oh! Senhor, concede-nos tal graça! Ademais, tudo quanto temos a fazer é pedir. “... foi algo tão grande, que encheu o rei de admiração. A coisa foi realmente extraordinária e admirável” (John Gill, in loc.).

    Daniel introduziu o que tinha a dizer acerca de sua libertação com uma tipica saudação segundo a cortesia da corte: “Ó rei, vive para sempre”.

    Dn 6:22

    O meu Deus enviou o seu anjo. Deus, o Poder, a Deidade dos judeus, foi o libertador de Daniel, e o anjo foi o Seu instrumento. O anjo tinha o poder de manter os leões tranqüilos e sem vontade de atacar o profeta, e foi isso o que ele fez, conforme se entende pelas palavras “fechou a boca aos leões”. Este versículo ensina a realidade do ministério do anjos. Ver as notas sobre Anjo, no Dicionário, bem como em He 1:14, no Novo Testamento Interpretado:

    Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?

    O fato de Daniel ter sido livrado deveu-se à sua inocência diante de Deus e diante do rei. O rei é que tinha pecado, assinando o ridículo decreto e assumindo uma posição divina, o que não é certo ao homem fazer. Anjos já tinham estado ativos em circunstâncias nas quais os amigos de Daniel estiveram envolvidos (ver Dn 3:28). A história de Daniel na cova dos leões ilustra um dos atos de fé, conforme registra Heb. 11. Ver o vs. 33. Daniel era inocente e leal a Deus, pelo que Deus usou Sua graça para conceder aquele grande milagre. É um exagero fazer aqui do anjo o Cristo pré-encarnado, como se fosse c mesmo anjo que esteve na fornalha ardente. Conforme o versículo com Sl 34:7,Sl 34:10. O poder de Deus fecha a boca do “leão que ruge” (1Pe 5:8).

    Dn 6:23
    Então o rei se alegrou sobremaneira.
    Daniel nunca mais foi sujeitado a abusos. O rei ordenou que tirassem o profeta daquele buraco miserável. Ele não tinha sofrido nenhum dano físico, porquanto havia confiado em seu Deus, na hora de provação. Antes disso, porém, havia demonstrado extraordinário grau de lealdade, pelo que era o tipo de pessoa da qual se podia esperar um milagre. O paralelo, naturalmente, é a história dos três amigos de Daniel que foram libertados da fornalha ardente, e as mesmas qualidades morais governaram os dois incidentes. Conforme Sal. 57:4-6; Sl 91:11,Sl 91:15.

    Este versículo ilustra como o Criador intervém em Sua criação, recompensando e punindo, e também guiando os acontecimentos individuais e nacionais (ver no Dicionário o verbete intitulado Teísmo). Conforme 1Pe 4:19.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    *

    6:1

    Dario. Ver nota em 5.31. Dario, o medo, não aparece nos informes históricos fora das Escrituras, e também não há intervalo de tempo entre Belsazar e Nabonido (5.1, nota) e a ascensão ao trono de Ciro, da Pérsia. Os estudiosos têm sugerido que "Dario, o medo" pode ter sido: um nome oficial para Ciro, o fundador do império persa (v. 28, nota); um título; ou uma designação de Gobrias, um general que foi infiel a Nabucodonosor e se bandeou para Ciro, posteriormente capturando a cidade da Babilônia. Ciro fez de Gobrias o governador dos territórios que os persas tomaram dos babilônios.

    *

    6:3

    nele havia um espírito excelente. Ver 1.17; 4.8 e 5.12.

    *

    6:5

    lei do seu Deus. Os adversários de Daniel sem querer, afirmaram não somente a sua integridade moral, mas também a natureza visível de sua piedade e dedicação ao Deus de Israel.

    *

    6:7

    concordaram. A inverdade dessa declaração era que Daniel também tinha concordado com a proposta. Esses oficiais mostraram-se hipócritas em sua aparente lealdade a Dario. O esquema deles foi a tentativa de manipular o imperador, visando o próprio desígnio deles.

    ... qualquer deus... e não a ti. A proposta pareceria a Dario como uma proposta mais política do que religiosa, servindo para consolidar a sua autoridade sobre territórios recém-conquistados.

    *

    6:8

    segundo a lei dos medos e dos persas. A imutabilidade da lei desses povos irmãos também é confirmada nos escritos extra-bíblicos. O efeito do decreto era criar um conflito, para Daniel, entre a lealdade a Deus e a obediência ao governo humano.

    * 6:10

    punha de joelhos. Ficar em pé pode ter sido uma postura regular em oração (13 23:30'>1Cr 23:30; Ne 9:2-5), enquanto que a posição de orar de joelhos era reservada para circunstâncias de solenidade específica (1Rs 8:54; Ed 9:5; Sl 95:6; Lc 22:41; At 7:60-9.40), por ser um sinal de humildade.

    como costumava fazer. É evidente que os hábitos de oração de Daniel tinham-se tornado públicos.

    *

    6:13

    dos exilados de Judá. Essa identificação étnica de Daniel talvez indique preconceitos contra os judeus, por parte dos outros oficiais de Dario (3.8).

    *

    6:14

    determinou consigo mesmo livrar a Daniel. Dario percebeu imediatamente que ele havia se tornado uma vítima das intrigas de seus próprios oficiais que queriam que Daniel caísse em uma armadilha. A lealdade de Dario a Daniel permaneceu inabalável.

    *

    6:16

    O teu Deus... que ele te livre. Contra sua própria vontade, Dario foi forçado a submeter-se ao decreto. Não obstante, ele confiava que o Deus de Daniel interviria em favor de seu servo fiel.

    * 6:17

    selou-a o rei com o seu próprio anel. Anéis de selar e cilindros de selar eram usados pelos assírios, babilônios e persas. O cilindro de selar era pressionado sobre a argila ainda mole, para deixar nela a marca do proprietário do selo. Romper esses selos era uma violação da lei.

    *

    6:22

    O meu Deus enviou o seu anjo. Possivelmente, embora isso não se faça necessário no contexto, temos aqui uma menção ao Anjo do Senhor. Ver nota em 3.28.

    *

    6:23

    o rei... mandou. Dario podia mandar tirar a Daniel da cova, sem violar o decreto, visto que as exigências da lei se tinham cumprido.

    *

    6:26

    um decreto. Conforme 2.47; 3.28,29; 4.2,3,34-37; 5:18-29. Tal como nas narrativas anteriores, Deus exibiu a sua soberania mediante o controle sobre a natureza e a história, sobre os reinos e os reis. O decreto é um testemunho eloqüente ao "Deus vivo" e seu reino indestrutível. Esse é um reconhecimento oficial ao Deus de Daniel, embora não reflita necessariamente a fé salvífica por parte de Dario.

    *

    6:28

    Daniel, pois, prosperou. Embora o governo imperial tenha trocado de mãos, o favor de Deus sustentou a Daniel e deu prosseguimento à sua autoridade.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    6.1-3 Daniel já tinha mais de oitenta anos e era um dos três altos funcionários do Darío. Estava trabalhando com pessoas que não acreditavam em seu Deus, e era mais eficiente e capaz que outros. O rei pagão se fixou nele, e Daniel ganhou um lugar de respeito. Uma das melhores forma de influenciar aos patrões que não são cristãos é trabalhando bem. Como representa você a Deus ante seu patrão?

    6.4, 5 Os oficiais ciumentos não puderam encontrar nada do que criticar ao Daniel, por isso atacaram sua religião. Se você encontra critica invejosas devido a sua fé, alegre se de que estejam criticando essa parte de sua vida. Possivelmente não achem mais remedeio que concentrar-se em sua religião. Sua resposta deve ser seguir acreditando e vivendo como se deve. Logo recorde que Deus tem as rédeas e está brigando essa batalha por você.

    6:8, 9 Em Babilônia, a palavra do rei era a lei. Entretanto, quando se criava uma lei no império medopersa, nem sequer o rei podia trocá-la. Darío era um bom governante, mas tinha um defeito fatal: era soberbo. Ao apelar a sua soberba, os homens lhe fizeram assinar uma lei em que se autonombraba deus durante trinta dias. Esta lei não podia ser quebrantada nem sequer por um funcionário tão importante como Daniel. Outro exemplo da natureza irrevogável das leis dos medos e persas aparece em Et 8:8.

    6:10 Apesar de que Daniel conhecia a lei contra a oração, seguiu orando três vezes ao dia "como de costume". Daniel tinha uma vida de oração disciplinada. Nossas orações freqüentemente são interrompidas não por ameaças, a não ser simplesmente pela pressão de nossas agendas. Não permita que as ameaças nem as pressões interrompam seu tempo de oração. Ore com regularidade, sem importar o que acontecer, porque a oração é sua conexão vital com Deus.

    6:16 Os leões rondavam a campina e os bosques da Mesopotamia, e os antigos lhes tinham grande respeito. Alguns reis caçavam leões por esporte. Os persas capturavam leões, e os mantinham em grandes parques aonde lhes alimentava e atendia. Também utilizavam aos leões para executar às pessoas. Mas Deus tem formas de liberar a seu povo (6,22) que um nem se imagina. É sempre prematuro ceder antes as pressões dos incrédulos porque Deus tem poderes que desconhecem. Até pode fechar bocas de leões.

    6:16 Até os incrédulos notaram a firmeza do Daniel. Durante sua vida de serviço, Daniel tinha demonstrado fiel devoção a Deus. O que podem os incrédulos dizer de seu vda?

    6.21-23 A pessoa que confia em Deus e lhe obedece é intocável até que Deus a leve. Confiar em Deus equivale a ter uma paz imensurável. Deus, que liberou ao Daniel, liberará-o a você. Confia nele até a morte?

    6.25-27 Nabucodonosor acreditou em Deus pela fidelidade do Daniel e seus amigos. Darío também estava convencido do poder de Deus devido a que Daniel foi fiel e Deus o resgatou. Apesar de que Daniel estava cativo em uma terra estranha, sua devoção a Deus foi um testemunho ante capitalistas governantes. Se você se encontrar em lugares novos, aproveite a oportunidade para falar do poder de Deus em sua vida. Seja fiel a Deus para que Deus possa utilizá-lo para alcançar a outros.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    F. Daniel na cova dos leões (6: 1-28)

    A estreita tie-up Dt 6:1)

    1 Pareceu bem a Dario constituir sobre o reino cento e vinte sátrapas, que estivessem por todo o reino; 2 e sobre eles três presidentes, dos quais Daniel era um; que estes sátrapas dessem conta-lhes, e que o rei não sofresse dano. 3 Então o mesmo Daniel se destaque principalmente os presidentes e os sátrapas, porque havia um espírito excelente nele; eo rei pensava constituí-lo sobre todo o reino.

    O problema de Dario, o medo é um dos mais difíceis no livro de Daniel. Ele tem desafiado os comentaristas para as idades, porque a história secular conhece ninguém com esse nome. Estudiosos liberais têm usado o problema para desacreditar o livro e justificar a sua datação do material no tempo dos Macabeus. A sua atitude é bem expressa por HH Rowley:

    A alegação do Livro de Daniel para ser uma obra de história, escrito por um bem informado contemporâneo, é quebrado além do reparo por essa ficção de Dario, o Medo.

    Por outro lado, João C. Whitcomb tomou um olhar cuidadoso sobre os textos antigos e apresentou uma defesa da posição conservadora, histórica, que é acadêmico e aceitável. Whitcomb identifica Dario, o Medo com Gubaru, a quem Cyrus nomeado "governador da Babilônia e da região além do rio." Este Gubaru não é a mesma pessoa que Ugbaru, o general de Ciro, que capturou a cidade de Babilônia para o governante persa. Na Crônica de Nabonido há dois nomes mencionados, sendo que ambos foram traduzidas como Gobryas pelos tradutores anteriores. Whitcomb tem se destacado entre os dois, observando que Gubaru foi feito governador da Babilônia, a província entre os rios, onde exerceu poderes régios. Esta identificação é mais sugestivo e harmoniza bem com tudo o que é mencionado sobre Dario, o medo no livro de Daniel (nota Dn 5:31 ; Dn 6:1:. 1f ; Dn 9:1)

    4 Então os presidentes e os sátrapas procuravam achar ocasião contra Daniel a respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa, porque ele era fiel, e não houve qualquer erro ou falha encontrado nele. 5 Então estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra este Daniel, se não a procurarmos contra ele o lei do seu Dt 6:1)

    10 Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa (agora suas janelas estavam abertas em seu quarto em direção a Jerusalém); e ele punha de joelhos três vezes por dia, e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer. 11 Então aqueles homens foram juntos, e acharam a Daniel orando e suplicando diante do seu Dt 12:1 Então aqueles homens foram juntos ao rei, e disse ao rei: Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e persas que nenhum interdito ou decreto que o rei estabelecer, se pode ser alterado.

    Vida de oração de Daniel é conhecido não só neste capítulo, mas ao longo do livro. Daniel orou corporativamente (Dn 2:17 ), privada (Dn 6:10 ), sinceramente (Dn 9:3 ), e poderosamente (Dn 10:12 ).

    O versículo 10 não deve ser interpretado no sentido de deliberada, desobediência desafiadora, mas que, no seu tempo regular de oração Daniel foi encontrado de joelhos. Sua vida de oração é ainda descrito como particular, ele entrou em sua casa ;modelado, três vezes ao dia ; de louvor, e dava graças diante do seu Deus e humilde, ele punha de joelhos. É este tipo de oração que é poderoso com Deus. Daniel sabia que ele deve gastar tempo em oração se ele fosse para ter poder para a crise que estava por vir. Portanto, ele não deixou de fora a hora e local de devoção pessoal, embora possa parecer que ele teria evitado o conflito ao fazê-lo. Nada pode substituir a comunhão com Deus.

    Os inimigos de Daniel estavam na mão para ver e ouvi-lo orar. Ele enfrentou Jerusalém, um costume entre os judeus do exílio. Então, com a palavra de mais de uma testemunha, os inimigos se apressou para o rei com o relatório.

    Porventura não assinaste um interdito? Desde há alguns dias se passaram, eles lembraram o rei do que tinha sido feito. O lembrete iria garantir a sua aprovação continuou antes que saltou sobre ele o nome do autor do crime. O rei lembrou-se e observou que a lei não poderia ser alterado.

    Daniel caso de ti não. A primeira acusação era difamar o relacionamento de Daniel com o rei; em seguida, eles passaram a acusá-lo sobre a lei quebrada: ele faz a sua oração, três vezes por dia. Mesmo inimigos de Daniel sabia quantas vezes ele orou; não havia nada de segredo sobre sua vida devocional.

    Darius estava indignado, que significa "muito angustiado", pois ele era amigável para Daniel. Ele trabalhou durante todo o dia para resgatá-lo, o que significa que ele colocou muitas coisas em movimento para efetuar uma mudança na situação; mas sem sucesso.

    4. Proteção de Deus (6: 16-24)

    16 Então o rei deu ordem, e trouxeram Daniel, e lançaram-no na cova dos leões. Agora falou o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, ele te livrará. 17 E uma pedra foi trazida e posta sobre a boca da cova; eo rei a selou com o seu anel e com o anel dos seus senhores; que nada pode ser mudado a respeito Dn 18:1 ). Daniel foi capaz de acreditar, porque ele estava morando em um relacionamento correto com Deus e os homens.

    Proteção de Deus se estendia do presente para o futuro, por ocasião da libertação de Daniel, o rei ordenou, e os inimigos de Daniel com suas famílias foram lançados na cova dos leões. Os críticos zombam isso, dizendo que os leões devem ter refeições tiveram nos próximos meses uma vez que os inimigos de Daniel foram um grande grupo entre os presidentes e os sátrapas. No entanto, é mais razoável pensar que apenas os líderes dos acusadores estavam tão castigado. Há pouco a ser adquirida através da leitura para a conta mais do que se afirma.

    Praise 5. Dario (6: 25-28)

    25 Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada. 26 Faço um decreto, pelo qual em todo o domínio do meu reino os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo, e permanece para sempre, eo seu reino tal, que não será ele destruiu; e seu domínio durará até o fim. 27 Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; foi ele quem livrou Daniel do poder dos leões.

    28 Portanto, este Daniel prosperou no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa.

    Darius foi sempre cordial em direção a Daniel. Com a libertação de seu conselheiro de confiança, o rei enviou uma carta de proclamação em todo o reino. A carta, que é chamado de um decreto, exortou os homens a tremer e medo perante o Deus de Daniel.O pensamento é que eles devem respeitar esta divindade junto com os outros a quem eles adoram. É evidente que Darius não se tinha retirado seu politeísmo, mas ainda foi condenado por suas crenças anteriores. No entanto, ele deu seis razões para impelir esta solicitação sobre os homens: (1) Deus é viva ; (2) Seu reino é eterno; (3) Seu domínio é até o fim ; (4) Ele livra e salva ; (5) Ele opera sinais e maravilhas ; e (6) Ele livrou Daniel do poder dos leões. A divindade que pode fazer essas obras poderosas deve ser respeitado mesmo por homens que não o conheço. Darius ficou impressionado, mas não convertido.

    O versículo 28 sugere que Daniel tinha mais alguns anos de serviço público após este tempo, pois ele prosperou em o reinado de Dario, até mesmo para o reinado de Ciro, o persa. A última frase fala do retorno de Ciro para a Babilônia depois de suas conquistas e seu reconhecimento como rei de todo o império. É significativo que a última visão de Daniel é datado no terceiro ano do reinado de Ciro (Dan. 10: 1 ). Enquanto não temos nenhum registro, é provável que Daniel faleceu durante o reinado de Ciro, ou a de seu filho, Cambises, tendo vivido uma vida longa e útil.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    Esse capítulo relata um dia na vida do primeiro-ministro do Império Medo-Persa — o amado Daniel. Lembre-se que, nesse capítulo, Da-niel não é mais um adolescente, mas um homem na casa das.80 anos. Isso apenas comprova que a idade não é impedimento para servir a Cristo nem proteção contra tentações e provações. Daniel é fiel ao Senhor até a idade avançada, porque foi um jovem de fé e oração.

    1. A devoção do alvorecer

    Como o primeiro-ministro iniciava cada dia? Ele orava ao Senhor. Da-niel 6:10 informa que Daniel orava três vezes por dia em um "quarto de oração" no andar de cima de sua casa. Sl 55:17 anuncia: "À tar-de, pela manhã e ao meio-dia, farei as minhas queixas e lamentarei". Assim, Daniel iniciava o dia com o Senhor — e isso era algo bom. O inimigo estava em ação, e Daniel; enfrentaria um dos maiores testes de sua vida. Nosso Senhor aconselha: "Vigiai e orai". A oração não era algo acidental na vida de Daniel; era a coisa mais essencial. Ele tinha um local especial e horários espe-ciais para orar e, tenha certeza, ele conversava com o Senhor durante todo o dia. Não é de espantar que o Senhor o tenha chamado de "mui amado" (9:23; 10:11,19), expressão que, no Novo Testamento, ele reser-va para seu Filho. O caminhar fiel e a vida consistente de oração tor-naram Daniel um dos "filhos ama-dos" de Deus (leia com atenção Jo 14:21-43). Como é importante iniciar o dia com o Senhor. Abraão tinha esse hábito (Gn 19:27); assim como Davi (Sl 5:3) e nosso Senhor Jesus Cristo (Mc 1:35).

    II. O logro matinal (6:1-9)

    Deus honrou Daniel por sua fideli-dade, de modo que ele era pratica-mente o segundo governante da ter-ra. Na verdade, havia 124 pessoas envolvidas na liderança da terra: Dario, o rei, os três presidentes (sendo Daniel o primeiro) e 120 príncipes. Dario estava tão impres-sionado com Daniel que planejava torná-lo o segundo governante ofi-cial. O engrandecimento de Daniel na Babilônia comprova que o cren-te não precisa fazer concessões para ser bem-sucedido (Mt 6:33).

    Os outros 122 líderes não esta-vam muito satisfeitos com o sucesso de Daniel. Por um motivo: ele era judeu. Satanás sem-pre odiou os judeus e fez de tudo para persegui-los e eliminá-los. O perverso sempre odeia o justo. Com certeza, o devoto Daniel era hones-to e tomava muito cuidado com os assuntos do Estado, mas os outros líderes roubavam do rei e acoberta-vam seus furtos com contas falsas.

    Por isso, Dario reorganizou o gover-no a fim de "não ter prejuízo" (per-da). Os maus mentiram a respeito do povo de Deus. Eles disseram a Dario que todos os presidentes con-cordaram com o plano (v. 7), con-tudo Daniel não foi consultado. Como Dario foi insensato ao assinar um decreto sem consultar seu me-lhor presidente. Mas a história mos-tra que Dario deixava-se influenciar com facilidade pela lisonja.

  • A decisão noturna (6:10-13)
  • Daniel foi um dos primeiros a sa-ber sobre o novo decreto, e ele tinha de decidir o que fazer. Sem dúvida, seu caráter piedoso e seu caminhar espiritual já tinham deci-dido por ele: serviria ao Senhor e oraria a Jeová como sempre fizera. Ele poderia dar desculpas e fazer concessões. Poderia pensar: Todos estão fazendo isso. Além disso, ele era um homem idoso que servira fielmente ao Senhor durante toda a sua vida. Uma pequena concessão no final de sua vida não faria muito estrago. Afinal, ele não seria mais útil ao Senhor vivo do que mor-to? Não. Daniel recusou-se a fazer concessões. Antes, ele escolheu ser comido peIos~7êões a perdeF um - momento de oração/

    Os inimigos estavam vigiando quando Daniel foi para seu quarto de oração, em que as janelas ficavam sempre abertas ("Orai sem cessar."), e eles viram o ancião ajoelhar-se e levantar as mãos em direção a Je-rusalém. Eles o tinham pego. Toda-via, Daniel tinha o coração em paz. Ele estava orando, fazendo ações de graças e súplicas, e essa é a fórmula para encontrar paz (Fp 4:6-50). Essa oração não era por causa de um momento de crise. Daniel costuma-va orar desde adolescente. É sábio começar a formar hábitos espirituais desde jovem.

  • O desapontamento do entardecer (6:14-17)
  • O rei percebeu como fora insensa-to, mas mesmo seu poder e riqueza não podiam mudar a lei dos medos e dos__pgrsas. Deus não queria que Dario livrasse Daniel, esse era um privilégio que ele reservava para si mesmo. Daniel também não depen-dia do rei (Sl 146:1-19). Havia muito tempo, ele aprendera a confiar no Deus vivo. O Senhor não queria sal var Daniel. Ele queria tirá-lo dela.

  • A libertação noturna (6:18-23)
  • Que contraste entre o rei no palácio e Daniel na cova dos leões! Dario não tinha paz, contudo Daniel es-tava perfeitamente em paz consigo mesmo, com o Senhor e com os leões. Daniel estava em um lugar totalmente seguro, pois o Senhor estava lá com ele. Dario poderia ser morto por algum inimigo ali em seu quarto. Dario trabalhara nos dias anteriores para salvar Daniel do jul-gamento, no entanto ele não podia descumprir sua própria lei. Daniel apenas falou com o Deus do univer-so e recebeu todo o poder de que precisava para enfrentar a cova dos leões. De todas as maneiras, Daniel reinava como um rei, enquanto Da-rio era escravo.

    Foi a fé de Daniel no Senhor que o libertou (6:23; He 11:33). É surpreendente que ele tivesse qual-quer fé depois de viver em uma ter-ra pagã e idólatra por tantos anos. O segredo disso era sua comunhão diária com o Senhor. Ele tinha fé e foi fiel. Veja Salmos 1:8-1 7-24.

    Hoje, os cristãos enfrentam muitas tentações que os seduzem a fazer concessões e, com freqü- ência, parece que o caminho mais "seguro" é_seguhi^jriu]tidão. Con-tudo, esse é o caminho mais peri-goso. O único lugar realmente se-guro é a vontade do Senhor. Daniel sabia que era errado adorar o rei e orar a ele porque conhecia a Palavra de Deus. Ele preferia morrer obedecendo à Palavra do Senhor a viver fora da vontade dele. Sata-nás vem como um leão que ruge (1Pe 5:8-60), mas o Senhor liberta- nos se for para a glória dele. Nem sempre a vontade do Senhor é li-bertar seus filhos do perigo. Muitos cristãos deram a vida no lugar onde serviam. Mas que recompensa eles receberam! Leia Ap 2:10 com atenção.

  • A destruição matinal (6:24-28)
  • Nossa alma revolta-se ao pensamento de famílias inteiras, mesmo crianças, serem lançadas aos leões. No entan-to, essa era a lei da terra, a mesma lei que esses homens perversos ten-taram usar contra Daniel. Sem dúvi-da, foi trágico que os filhos inocentes deles tivessem de sofrer, entretanto essas eram as medonhas penalidades para o pecado. Cremos que as crian-ças que ainda não pudessem prestar contas de seus atos iam para o Se-nhor. Deus sempre vindica os seus. "O justo é libertado da angústia, e o perverso a recebe em seu lugar" (Pv 11:8). Leia Sl 37:1-19 se estiver sofrendo perseguição e tiver dúvidas sobre se Deus se importa com isso e creia nele da mesma forma que Da-niel confiou.

    Agora, sabemos por que Deus permitiu que Daniel passasse por essa experiência (vv. 25-27). Isso trouxe grande glória ao nome dele. Pedro devia ter Daniel em mente quando o Espírito levou-o a escrever 1Pe 3:10-60. Sempre que os cris-tãos vencem a tentação, eles glorifi-cam ao Senhor, mesmo que apenas os anjos e os demônios assistam a isso. Que nós, como Paulo, deseje-mos que Cristo seja engrandecido em nosso corpo, "quer pela vida, quer pela morte" (Fp 1:20).


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    6.1 Dario. Era um título além de ser um nome próprio, e parece que deriva das palavras persas para "Senhor" e "Rei". Quem entrou na cidade da Babilônia naquela noite de festa foi Ciro, que mais tarde passou a ser rei; Ez 6:28. Sobre o reino. Parece que aqui não se trata do império dos medos e dos persas, mas sim do reino da Babilônia que agora, fazia parte do império. Sátrapas. Pequenos governadores locais da província.

    6.2 Dano. Perda de impostos, que os 120 oficiais tinham a cobrar.

    6.3 Sobre todo o reino. Como governador geral da Babilônia.

    6.4 Procuravam ocasião. A história ensina-nos que eles tinham traído seu próprio rei abrindo as portas para os invasores. Não quiseram, portanto, que um favorito da velha família real regesse.

    6.5 Na lei do seu Deus. Procuravam um pretexto religioso. • N. Hom. O homem, sendo cínico, se entrega às ambições de Satanás, "o acusador dos irmãos"; que a própria virtude de sua vítima é considerada motivo justo para liquidá-la. Assim é que os fariseus fizeram com Jesus Cristo e assim é que o pecado dominando a carne faz com a lei de Deus (Rm 7:8-45). A mais angustiosa perseguição que o crente tem que enfrentar é justamente o plano dos homens de fazer sua virtude entrar em choque com o ambiente.

    6.7 Este decreto, que parece ter sido destinado a lisonjear o rei e voltar os olhos de todos para ele, é tão inocente, comparado com o decreto emitido pelo rei Nabucodonosor (3.15), que ele assinou.
    6.8 Lei dos medos e dos persas. O próprio rei era escravo da lei que assinava; isto era o costume do novo império. Se a lei maliciosamente atingisse ao favorito do monarca, Daniel, não haveria meios deste livrá-lo, como se verifica nos, vv. 12-16.

    6.10 Quando soube. Percebia que a lei fora planejada a atingir sua pessoa, pois jamais se envergonhara de adorar a Deus; os perigos da hora não abalariam aquele que até então fora fiel. Da Banda de Jerusalém. O que conservou o fervor religioso do povo na cidade estrangeira foi a esperança da restauração de Jerusalém e da vitória final da religião verdadeira (Ez 40 até 48).

    6.12 Que se não pode revogar. O rei não pode escapar à lei que vai condenar ao seu oficial favorito. Ainda não sabe de quem se trata.

    6.13 Não faz caso de ti. Uma mentira covarde, veja 3.12.

    6.16 Leões. Os persas adoravam o fogo; tinham meios de executar aos réus sem empregar a fornalha (3.6).

    6.22 Anjo. Compare 3.25. Inocência. Fé perante Deus, fidelidade para com o rei. O respeito mútuo foi sincero, vv. 16, 18, 20, 23.

    6.23 Porque crera no seu Deus. O próprio pagão não podia negar que houvera um milagre pelo qual justificou a fé do seu servo.

    6.24 Esmigalharam. Não haja dúvida de que os leões eram mesmo ferozes. Triste é a sorte da vítima da maledicência - muitíssimo pior é o castigo final dos falsos acusadores dos filhos de Deus.

    6.26 Decreto. Comp. Ez 3:29;Ez 4:1-27; Ez 5:29. As proclamações que os líderes civis têm feito em favor da religião pouco efeito fazem.


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    VI. DANIEL NA COVA DOS LEÕES (6:1-28)

    1) Uma nova administração (5.31—6.5)
    5.31. Dario, o medo continua uma personagem problemática; v. Introdução, “Daniel e a história: 4”. Outras fontes citam Ciro como o que conquistou a Babilônia, dando-lhe em torno de 62 anos de idade na ocasião. 6.1. Os cento e vinte sátrapas causam um problema também, pois o número dado por registros persas e gregos está entre 20 e 30.

    Alguns autores gregos aplicam o termo vagamente a altos oficiais em geral, um uso visto por muitos eruditos aqui, comparando com as 127 províncias de Et 1:1, e observando o seu lugar depois de “prefeitos” no v. 7. Nada se sabe de detalhes da administração de Ciro. v. 2. três supervisores', essenciais na supervisão de um grupo tão grande, v. 35. O que pesou mais do que a associação de Daniel com o regime deposto foi a sua integridade e suas habilidades incomuns aos olhos do rei, e isso compreensivelmente suscitou o ciúme dos outros oficiais. A única forma de ataque deles consistia nas convicções pessoais de Daniel, chamadas de a lei do Deus dele, e “lei” é a palavra discutida no v. 8.


    2) A conspiração (6:6-9)

    O governo persa estimulava as religiões dentro das suas fronteiras, e a dinastia adorava Ahura-Mazda, conforme os ensinos de Zoroastro (seus descendentes atuais são os parses). O rei tinha funções sacerdotais em virtude do seu ofício; seria necessária a intervenção de altas autoridades para modificar a norma. Por isso, os inimigos de Daniel agiram com muita astúcia. Eles lisonjearam o rei ao evitar que qualquer pessoa fizesse um pedido que não fosse por intermédio dele, produzindo assim uma demonstração da autoridade dele em todas as esferas; os seus delegados seriam impotentes, como também os seus sacerdotes, sendo o rei o único mediador com o céu. Um prazo de 30 dias seria tempo suficiente para os conspiradores, e tornaria a proposta mais aceitável ao rei, pois não se estaria introduzindo um costume novo. Nesse período, o decreto seria obrigatório conforme a lei dos medos e dos persas, que não pode ser revogada. O uso de uma palavra persa para “lei”, dat, pode sugerir um conceito novo, talvez essa qualidade da irrevogabilidade; ela já foi usada acerca da lei de Deus (v. 5) e do decreto de Nabucodonosor (2.9 etc.), e é regularmente usada em Esdras e Ester. Recentemente, essa palavra foi encontrada numa inscrição aramaica pela qual o sátrapa da Lícia estabeleceu uma nova religião, conferindo às suas orientações o status de lei.


    3)    A execução (6:10-18)
    Sem se intimidar, Daniel continuou as suas devoções diárias de oração e adoração. Os seus inimigos observaram isso e o acusaram, suprimindo todos os seus aspectos positivos, destacando a sua origem de exilado estrangeiro. Dario percebeu que eram inflexíveis. Comentaristas citam um relato de Dario III que sentenciou um homem à morte: “imediatamente ele se arrependeu e se culpou por ter cometido um grande erro, mas não era possível desfazer o que havia sido feito por autoridade real” (Diodorus Siculus, Histórias 17.30). Tudo o que o rei podia fazer era esperar que o objeto da fé e das convicções de Daniel demonstrasse o seu valor, v. 16. cova dos leões-, os animais eram mantidos para que os reis pudessem caçar e matar, demonstrando assim o seu poder régio. E provável que a cova tenha sido uma caverna com uma pequena abertura no topo para introduzir o alimento etc. e um alçapão num ponto mais abaixo para a saída dos leões, com uma pedra [...] o rei a selow. o rei e seus oficiais estavam envolvidos, de modo que ninguém poderia interferir.


    4)    A vindicação (6:19-28)
    A simpatia do rei por Daniel o dominava; se Daniel estava seguro, seria somente pelo poder do Deus vivo (v. 20). v. 21. A resposta educada de Daniel é quase irônica: Daniel estava vivo, apesar do édito do rei, em virtude da intervenção do seu Deus; somente ele poderia dar vida longa aos vivos! v. 22. fui considerado inocente', de forma nenhuma, ele foi desleal ao rei, pois, ao recusar uma ordem errada, estava servindo bem ao rei. v. 24. Os acusadores foram castigados na forma que tinham maquinado para Daniel, os homens podem ser todos ou alguns dos 120 sátrapas; junto com as suas mulheres e os seus filhos está em concordância com a prática dos registros persas; a família é quem mais pode se beneficiar das atividades de um criminoso, e é a mais propensa a imitá-lo (conforme Et

    9:7-10; Js 7:24-6). v. 26,27. O novo decreto de Dario faz eco ao de Nabucodonosor em 4.3,34,35, colocando o Deus de Daniel acima de todos os outros com base na experiência. permanece (aram. qayyãm) mais tarde se tornou um título comum para Deus em círculos judeus e samaritanos. Ironicamente, a palavra aramaica está associada ao conceito de “estabelecer”, usado nos v. 8 e 15 a respeito do édito real que Deus acabara de derrubar, v. 28. Dario [...] Ciro: apresenta uma dificuldade histórica tratada na 1ntrodução, “Daniel e a história: 4”; talvez seria melhor ler “Dario, isto é, o reinado de Ciro” (nota de rodapé da NVI).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28

    Dn 6:1, Jo 21:19; At 7:1; 1Pe 4:12, 1Pe 4:13; I Jo 3:12; Ap 1:9; Ap 13:1).

    O capítulo começa explicando a posição de destaque que Daniel tinha na Babilônia (vs. Dn 6:1-3). Logo a seguir fala-se de uma conspiração contra a sua vida (vs. Dn 6:4-9). Segue-se a oração modelo de Daniel (vs. Dn 6:10, Dn 6:11), depois a narrativa do sucesso aparente da conspiração (vs. Dn 6:11-17). O capítulo continua com a surpreendente resposta divina à oração e o fracasso da conspiração (vs. Dn 6:18-28).


    Moody - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 12 até o 17


    4) O Aparente Sucesso da Conspiração. Dn 6:12-17.

    Dario encontrou-se tolhido e amordaçado por sua própria lei. Nisto demonstrou que sua autoridade era bastante inferior em natureza a de Nabucodonosor, cuja pessoa estava acima da lei. O governo de Dario aproximou-se do ideal democrático, mas era menos absoluto do que o dos caldeus. Neste sentido era inferior, e assim cumpriu o que fora predito dele pela porção de prata da imagem na profecia do capítulo 2. Observe que a admiração do rei por Daniel não desapareceu, e que a fé de Daniel inspirou o rei a crer também.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Daniel Capítulo 6 do versículo 1 até o 28
    Dn 6:3

    Dario nomeou 120 "sátrapas" ou "protetores-do-reino" para cuidar do novo país conquistado. Essa declaração não está fora de harmonia com a história secular. Desde que Daniel se distinguiu em sua posição (3), a inveja apareceu entre os outros e procuraram um meio de destruí-lo. Foram Juntos (6); essa frase pode ser melhor traduzida como "foram pactuados", isto é, agiram em harmonia. Fazer uma petição (7), isto é, um pedido religioso, visto que o rei seria considerado como único representante da deidade. Muitos críticos, por considerarem impossível tal ação durante os dias dos reis persas, acreditam que esse relato não é histórico. Entretanto, apesar de que possa haver certas dificuldades no relato, ao mesmo tempo o rei bem poderá ter sido vencido pela sutil lisonja da proposta e tenha cedido a ela. A insensata e iníqua decisão do rei, porém, não levou Daniel a ser infiel a Deus. Tendo continuado a orar (10), Daniel não se tornou culpado de ostentação, mas evidentemente assim orava para que pudesse ser visto somente por aqueles que desejavam espioná-lo.

    Tem sido levantada objeção contra o relato da cova dos leões, objeção essa edificada sobre a premissa de que a cova deve ter sido construída de maneira particular. Com toda a probabilidade havia uma abertura no alto, pela qual Daniel foi baixado na cova e pela qual mais tarde o rei falou com Daniel e, igualmente, uma abertura em um dos lados, pela qual as feras eram alimentadas. Provavelmente foi esta última entrada que foi fechada pela pedra e pelo selo; a abertura pelo alto evidentemente era alta demais para permitir que qualquer homem escapasse por ela. Na punição dos acusadores (24) não precisamos assumir, como no caso de alguns comentaristas, que 120 sátrapas juntamente com suas esposas e filhos, foram projetados na cova. O grupo de acusadores provavelmente era pequeno, e somente esses, como instigadores do ataque contra Daniel, indubitavelmente foram os únicos castigados. Note-se a frase aqueles homens que tinham acusado (isto é, caluniado) Daniel (24), que parece destacar os culpados dos restantes. Não é preciso imaginar que o autor desse nobre relato tenha introduzido um absurdo, afirmando que todos, os sátrapas e suas famílias foram lançados na cova e tivessem caído no poder dos leões antes de chegar ao fundo da cova.

    >Dn 6:28

    A exatidão do relato deve ser frisada, visto que, de acordo com o costume persa, os parentes de um homem eram punidos por causa de seu crime. O capítulo termina com uma declaração sobre a prosperidade de Daniel no reinado de Dario, e no reinado de Ciro, o persa (28). A designação de Ciro mostra que ele era de diferente descendência real da de Dario, que era medo. Entretanto, o reino sobre o qual ambos reinavam, era o mesmo; não houve primeiramente por um medo e então por um persa.


    Dicionário

    Continuamente

    advérbio De maneira contínua, sem interrupções ou obstáculos: seguia seu caminho continuamente, sem grandes incômodos.
    Etimologia (origem da palavra continuamente). Contínuo + mente.

    Cova

    substantivo feminino Abertura no terreno, escavação profunda, caverna.
    Abertura feita para plantar árvore, lançar semente etc.
    Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
    [Brasil] Elevação de terreno em que se planta a maniva da mandioca.

    Cova
    1) Buraco na terra (Js 10:16); (Mt 12:11)

    2) Sepultura (33:22).

    substantivo feminino Abertura no terreno, escavação profunda, caverna.
    Abertura feita para plantar árvore, lançar semente etc.
    Abertura que se faz nos cemitérios para enterrar os mortos.
    [Brasil] Elevação de terreno em que se planta a maniva da mandioca.

    Daniel

    Nome Hebraico - Significado: Deus é meu juiz.

    Deus é meu Juiz. 1. Segundo filho de Davi, que lhe nasceu em Hebrom, de Abigail, a carmelita (1 Cr 3.1). Mas em 2 Sm 3.3 o seu nome é Quileabe. 2. o profeta Daniel, de cuja vida pouco se sabe, a não ser o que pode ser colhido do livro que tem o seu nome. Ele não foi sacerdote, como Jeremias e Ezequiel – mas era como isaías, da tribo de Judá, e provavelmente membro da família real (1.3 a 6). Foi levado para Babilônia, quando ainda jovem (1,4) no terceiro ano de Jeoaquim (605 a.C.), oito anos antes da ida de Ezequiel. Quando chegou à Babilônia foi colocado na corte de Nabucodonosor – ali tornou-se conhecedor da ciência dos caldeus, alcançando uma sabedoria superior à deles. o primeiro acontecimento que tornou conhecido Daniel, e que lhe deu grande influência, foi o ter revelado e explicado o sonho de Nabucodonosor. Este fato ocorreu no segundo ano do exclusivo reinado daquele monarca, isto é, em 603. Depois disso foram os seus companheiros salvos de morrer na fornalha de fogo, em que tinham sido lançados por se terem recusado a prestar culto a uma imagem – e alguns anos mais tarde sucedeu o segundo sonho de Nabucodonosor. os acontecimentos registrados no cap. 5 do livro de Daniel, isto é, o banquete de Belsazar e as palavras escritas na parede parece terem ocorrido no ano 538 a. C., pelo fim do reinado de Nabonido, representado em Babilônia pelo seu filho Belsazar. Naquela noite foi assassinado o jovem príncipe (que tinha a denominação de ‘rei’) e mudada a dinastia. Daniel tinha sido elevado por Nabucodonosor a alta posição e poder: e ele ocupou lugar honroso, embora com interrupção, durante o governo da dinastia babilônia e da persa. No reinado de Dario foi aquele servo de Deus lançado numa cova de leões, pela sua fidelidade para com a religião de Moisés, mas viu-se miraculosamente salvo. Ele profetizou durante o cativeiro (1.21), sendo a sua última profecia revelada dois anos mais tarde, no terceiro ano do reinado de Ciro (10.1). Foi um modelo de fidelidade na religião do Senhor, mesmo numa terra estranha. Ezequiel menciona Daniel, e também Noé e Jó, como homens justos (14.14,20), e dotados de especial sabedoria (28.3). Se for este o mesmo Daniel, é muito notável ter sido posto um jovem contemporâneo na mesma classe de grandes homens da antigüidade. Jesus Cristo cita-o como profeta (Mt 24:15). 3. Um descendente de itamar, que voltou do exílio com Esdras (Ed 8:2), e selou o pacto traçado por Neemias (Ne 10:6).

    (Heb. “meu juiz é Deus”). Três pessoas no Antigo Testamento são chamadas de Daniel:
    (1). Um filho do rei Davi;
    (2). um eLivros de Judá, que se tornou um oficial do alto escalão nos governos dos impérios babilônico e medo-persa, bem como profeta de Deus; e
    (3). um líder judeu que retornou da Babilônia com Esdras.


    1. Daniel, filho de Davi, é citado apenas em I Crônicas 3:1. Era o segundo filho de Davi. Sua mãe era Abigail e ele nasceu durante os sete anos e meio em que seu pai reinou em Hebrom (1Cr 3:1-4). Parece que também era chamado de Quileabe, pois este é o nome dado ao segundo filho de Davi e Abigail, nascido em Hebrom, em II Samuel 3:3.


    2. Daniel, o eLivros e profeta, é citado apenas no livro de Daniel (tanto nas partes em hebraico como em aramaico), no AT; e em Mateus 24:15, no NT. Há também a possibilidade de que seja o mesmo nome mencionado no livro de Ezequiel. Na última parte do século XIX houve considerável ceticismo com respeito aos aspectos históricos da vida de Daniel, principalmente quanto à própria existência de personagens como Belssazar e Dario, o Medo. Além disso, a tendência de menosprezar a possibilidade da previsão profética sobrenatural contribuiu imensamente para uma notável hesitação sobre a confiabilidade do retrato bíblico de Daniel. Novas evidências históricas, entretanto, bem como o estudo mais aprofundado, reforçaram a exatidão histórica do livro; também, em muitos setores da teologia, há uma consideração renovada na viabilidade das profecias bíblicas diante dos fatos.

    A reconstrução da seqüência dos fatos na vida de Daniel, partindo do livro que leva seu nome, é um grande desafio. O texto desenvolve-se em tópicos, não ordenados cronologicamente em seus movimentos mais amplos; por exemplo, os episódios citados em Daniel 7 são bem anteriores aos citados nos capítulos 5:6. O fato mais notável, entretanto, é a escassez de informações sobre o próprio Daniel, quando tinha de 20 a 25 anos (antes de 600 a.C., v.1), até os incidentes datados em Daniel 5:10 (por volta de 553-536 a.C.).

    O único evento registrado em que Daniel é visto, durante o período agitado de 50 anos, é sua interpretação da segunda visão do rei Nabucodonosor, no cap 4. Não é possível estabelecer a data dos eventos deste registro de forma mais precisa; sabe-se apenas que foi em alguma época antes do final do reinado de Nabucodonosor, em 562 a.C. Assim, tudo o que se sabe de um período de quase meio século da vida de Daniel é a informação reduzida proporcionada por esse capítulo.

    O local e a data tanto do nascimento como da morte de Daniel não são citados explicitamente nas Escrituras. Desde que este livro enfoca a invasão inicial de Jerusalém por Nabucodonosor (Dn 1:1-2), ocasião em que este jovem foi levado para a Babilônia (Dn 1:3-6), é muito provável que tenha nascido e crescido em Jerusalém. Além disso, se a invasão aconteceu em 605 a.C., quando foi colocado na categoria de “jovem” que seria educado (Dn 1:4), provavelmente tivesse entre 15 e 20 anos de idade. Isso colocaria a data de seu nascimento por volta de 625 a 620 a.C., pela metade do reinado de Josias, o último rei piedoso que governou Judá (640 a 609 a.C.; 2Cr 34:35).

    O último evento datado no livro de Daniel é a revelação dada ao profeta “no terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia” (Dn 10:1), às margens do rio Tigre (Dn 10:4). Como o Império Babilônico caiu diante da aliança medo-persa, em 539 a.C., isso significaria que o último evento cronológico no livro de Daniel aconteceu em 537 e 536 a.C. No final da profecia, entretanto, um ser celestial (12:
    7) disse a Daniel: “vai-te até que chegue o fim” (isto é, até sua morte; 12:13). Isso poderia indicar que o profeta ainda viveria por mais algum tempo. Assim, é quase certo que Daniel viveu bem mais de 80 anos, provavelmente até passou dos 90. Por não ter acompanhado a primeira leva de eLivross judeus que retornaram “no primeiro ano de Ciro” (Ed 1:1), parece que Daniel morreu na Pérsia, e passou assim 70 anos (ou mais) de sua vida longe de sua terra natal.

    Não é possível determinar mais nenhum dado específico sobre os antecedentes familiares de Daniel, a não ser que estava entre os (Dn 1:6) da “linhagem real e dos nobres” (Dn 1:3). Se ele passou os anos de sua infância na presença da corte real em Jerusalém, seu sentimento com relação à trágica queda de Judá e o exílio na Babilônia seria ainda maior. Sua experiência anterior em tais círculos, contudo, pode ter sido de grande valia nas posições que ocupou mais tarde no governo da Babilônia e da Pérsia.

    Quando Daniel iniciou o estudo de três anos, pelo qual passavam os que entravam para o serviço do rei Nabucodonosor (Dn 1:5), recebeu o nome babilônico (assim como aconteceu com seus companheiros) de Beltessazar (v.7), que significa algo como “Bel (um deus babilônico) protege sua vida”. O nome não é simplesmente a forma babilônica para Daniel e incorpora especificamente o nome de uma divindade pagã, em lugar do Deus dos judeus (o sufixo “El”); por isso, parece que o novo nome fazia parte de uma orientação sistemática para que os estudantes abraçassem completamente todos os aspectos da nova sociedade da qual faziam parte, o que era compreensível.

    Não se sabe com clareza qual a plena natureza do processo educacional no qual Daniel foi colocado ao chegar à Babilônia, embora conheçamos bem seu rigor e sua amplitude. Ele e seus companheiros foram treinados entre os melhores e mais brilhantes jovens do império (Dn 1:4). Capacitados por Deus (Dn 1:17), provaram ser muito superiores não somente aos outros estudantes (1:19), como também a “todos os magos e encantadores que havia em todo o reino” (v. 20).

    As matérias estudadas são citadas em Daniel 1:4 como as letras e a língua dos caldeus. O
    v. 17, entretanto, amplia o quadro e inclui “cultura e sabedoria”, a fim de abranger também “todas as visões” e “todos os sonhos”. No final dos três árduos anos de treinamento (o primeiro e o último poderiam ser frações, considerados como um ano completo na contagem do tempo daquela cultura) havia um exame oral feito por Nabucodonosor, no qual a sabedoria e o entendimento eram medidos e comparados com “todos os magos e encantadores” que já estavam a serviço do rei (Dn 1:20). Essas declarações indicam fortemente que o programa incluía instrução em magia, adivinhação e provavelmente astrologia como parte do estudo da venerada literatura babilônica. Depois de um furioso decreto feito por Nabucodonosor, que ordenava a execução de “todos os sábios da Babilônia” (Dn 2:12), devido ao fracasso dos conselheiros em detalhar e interpretar o sonho do rei (vv 1-11), Daniel e seus companheiros entraram em cena. Arioque, chefe da guarda real, informou-os sobre o incidente e a ordem de execução (vv. 14-16), na qual eles também estavam incluídos (v. 13); os jovens judeus puseram-se diante de Deus e oraram juntos durante toda a noite (vv.17-23) e “então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite” (v. 19). A explicação do profeta sobre o sonho e o seu significado não somente salvou a vida dos sábios como também levou o rei Nabucodonosor a louvar ao Deus de Daniel (Dn 2:47) e a elevá-lo, juntamente com seus companheiros, às mais altas posições do governo da Babilônia (v. 48,49).

    É extremamente difícil determinar quando esse incidente aconteceu na vida de Daniel. Por um lado, a referência ao segundo ano do reinado de Nabucodonosor (Dn 2:1) colocaria o fato dentro do período inicial dos três anos de treinamento, citados no
    v. 5. Se assim for, Daniel 2 funcionaria como um tipo de retrospectiva, usada para demonstrar a habilidade especial do profeta para entender as visões e os sonhos (Dn 1:17). Esse entendimento é levemente preferível, embora resulte na conclusão de que Daniel foi nomeado para um alto cargo por Nabucodonosor, antes mesmo de completar seu período de treinamento (Dn 2:48-49). Isso não explicaria melhor, entretanto, a conclusão um tanto exagerada do rei em Daniel 1:20 (considerando-os dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores) e a descrição do profeta como meramente “um dentre os filhos dos cativos de Judá” (Dn 2:25), em vez de um honorável sábio que já se encontrava a serviço do rei (Dn 1:19-20).

    Daniel 3 é o único capítulo do livro em que o profeta não é mencionado, e o cap 4 começa com Nabucodonosor aparentemente no auge de seu poder. Os eventos que se seguem inferem que o capítulo também registra a elevada influência de Daniel no governo. Depois que o profeta interpreta uma visão que adverte severamente o rei sobre as conseqüências de sua auto-exaltação, em lugar de glorificar o Deus verdadeiro (Dn 4:9-27), Nabucodonosor só é capaz de controlar seu orgulho por um ano (vv. 28-32). Sua auto-exaltação imediatamente resultou no castigo que fora predito: receberia a mente de um animal e viveria como um irracional por “sete tempos” (Dn 4:16-23,32,33).

    O significado dos “sete tempos” não está claro; a forma como o Império Babilônico foi governado durante o período em que o rei permaneceu mentalmente incapacitado é ainda mais obscura! A expressão “sete tempos” pode simplesmente referir-se a um período indefinido ou significar a um ciclo do calendário, como um mês ou um ano. Se o entendimento comum de que “um tempo” era uma estação anual de colheita estiver correto, então o rei ficou impossibilitado de governar por sete anos.

    Desde que Daniel fora nomeado conselheiro-chefe da corte real (Dn 2:49), e é chamado de “chefe dos magos” (Dn 4:9), é bem provável que tenha desempenhado um papel fundamental na manutenção da estabilidade do governo enquanto Nabucodonosor esteve afastado de sua função. Mesmo que o período tenha sido de poucas semanas ou meses e embora o império estivesse em paz, seria de se esperar que o vácuo causado pela ausência de uma figura tão inteligente e imponente como Nabucodonosor fosse rapidamente notada. Assim, desde que não existe nenuma indicação de uma luta interna pelo poder ou declínio durante sua ausência, é provável que oficiais altamente respeitáveis, como Daniel, tenham tratado dos assuntos cotidianos do império até que o rei recuperasse a sanidade e voltasse ao trono (Dn 4:37).

    Os próximos eventos registrados da vida de Daniel acontecem no início do reinado de Belsazar, o último monarca (553 a 539 a.C.) do período babilônico. “No primeiro ano de Belsazar, rei de Babilônia” (Dn 7:1), o profeta teve um sonho, que se tornou sua primeira visão registrada no livro. O cap 8 descreve a segunda visão de Daniel, que ocorreu cerca de dois anos mais tarde, “no terceiro ano do reinado do rei Belsazar” (Dn 8:1). As duas visões descreviam circunstâncias difíceis para o povo de Deus no futuro; por isso, não é de estranhar que o profeta tenha ficado espantado e com o semblante mudado depois da primeira (Dn 7:28) e “enfraquecido e enfermo alguns dias” depois da segunda visão (Dn 8:27).

    Durante a década entre a morte de Nabucodonosor (562 a.C.) e o começo do reinado de Belsazar (553 a.C.), Daniel aparentemente perdeu um pouco de sua influência no governo da Babilônia. Certamente, em certo sentido, ele menciona seu retorno aos negócios do rei (Dn 8:27) na conclusão de sua segunda visão, datada por volta de 551 a.C.; entretanto, no bem conhecido episódio da escrita na parede (Dn 5), que ocorreu na ocasião da derrota final da Babilônia pelos medos e persas (Dn 5:30-31; Dn 6:28), em 539 a.C., o rei Belsazar deu a entender que não conhecia Daniel pessoalmente (Dn 5:13-16), ou nem mesmo sabia sobre sua fama como intérprete de sonhos e de homem sábio durante o reinado de Nabucodonosor (Dn 5:11-12).

    É algo fantástico, além de indicar a proteção providencial de Deus na transição do poder, que Daniel e o Senhor novamente tenham recebido grande reconhecimento (Dn 5:29; Dn 6:2). Não somente o profeta foi exaltado contra sua vontade para ocupar a terceira posição mais elevada no império, mesmo após ter repreendido o rei por seu orgulho e interpretado a ameaçadora escrita na parede, dirigida a Belsazar (Dn 5:22-29); logo depois da vitória medo-persa sobre a Babilônia, Daniel foi também nomeado como um dos três administradores sobre o reino, pelo novo imperador, Dario, o medo. Foi um papel no qual o profeta rapidamente se destacou (Dn 6:1-3).

    Para evitar que Daniel fosse nomeado para o mais importante cargo administrativo por Dario, outros oficiais do governo medo-persa conspiraram contra ele, para tirá-lo do caminho a qualquer custo (Dn 6:4-5). Devido à conduta ética e ao compromisso religioso do profeta, seus companheiros arquitetaram um plano para persuadir o rei a decretar que, por um período de trinta dias, toda oração que não fosse dirigida ao rei seria considerada ilegal, e o culpado, punido com a morte na cova dos leões (Dn 6:6-9).

    Por causa de sua disposição de orar três vezes ao dia, mesmo sob risco da própria vida, Daniel foi imediatamente preso e jogado na cova dos leões (Dn 6:10-17). Deus o protegeu durante toda a noite, no meio dos leões. Na manhã seguinte, foi vindicado diante do rei Dario e restaurado à sua posição de autoridade (vv. 18-23,28). Os conspiradores foram então atirados às feras famintas (v. 24) e Dario fez um decreto adicional, a fim de ordenar que o povo tremesse e temesse “perante o Deus de Daniel” (v.26).

    Durante esse mesmo período (o primeiro ano de Dario; Dn 9:1), Daniel fez uma maravilhosa oração de arrependimento corporativo (Dn 9:3-20), pelo povo judeu. O tempo parece coincidir com a proclamação feita por Ciro, supremo imperador persa (Ed 1:1), quando permitiu que os judeus dispersos pelo império voltassem para Jerusalém e reconstruíssem o Templo (Ed 1:2-4). Como resultado da oração fervorosa, do jejum e do lamento de Daniel pelos pecados de seu povo (Dn 9:3-20), o velho profeta recebeu uma revelação assombrosamente detalhada das “setenta semanas” (Dn 9:24) decretadas por Deus para o futuro de Israel (Dn 9:24-27). Embora não haja um consenso com relação ao significado e ao cumprimento dessa profecia, parece altamente provável que este período seja um paralelo com o tempo acumulado durante o qual os judeus falharam em observar a lei do “descanso do sábado” ordenada por Deus (2Cr 36:20-21), referente à utilização da terra.

    Uns dois anos mais tarde (Dn 10:1), Daniel novamente lamentou, orou e jejuou, dessa vez por três semanas (Dn 10:2-3). Esse incidente talvez esteja relacionado com os eventos em Jerusalém, onde a reconstrução do Templo foi interrompida pelo medo e desânimo (Ed 4:4-24). A visão que se seguiu é o último evento registrado no livro de Daniel, onde nada mais é registrado nas Escrituras sobre o período final da vida do profeta.

    Fora de seu livro, o nome de Daniel aparece três vezes em Ezequiel (14:14,20; 28:3). Embora alguns atribuam tais referências a alguém de renome, que provavelmente viveu no tempo de Noé ou de Jó (14:14,20), é mais provável que se reportem ao Daniel contemporâneo de Ezequiel. Se as ocorrências em Ezequiel podem ser datadas em 592 a.C. (14:14,20; cf. 8:
    1) e 586 a.C. (28:3; cf. 26:1), haveria tempo suficiente para Daniel ter demonstrado sua justiça (14:14,20) e sabedoria concernente aos mistérios (28:3). Seu reconhecimento como o principal conselheiro na Babilônia e seu sólido compromisso com Deus já se teriam estabelecido solidamente por volta de 600 a.C. (Dn 1:2, esp. 2:1).

    A única menção do nome de Daniel no NT é em Mateus 24:15. No meio do discurso do monte das Oliveiras (Mt 24:25), Jesus faz uma referência à “abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel” (Mt 24:15). A maneira como Cristo fala aqui parece autenticar a exatidão histórica dos eventos e das visões registrados no livro de Daniel.

    Um tributo adicional à fé demonstrada por Daniel na cova dos leões está registrado em Hebreus 11:33. Seu nome não é citado, mas a falta de outro evento semelhante no AT, bem como o fato da menção estar próxima à referência a “apagar a força do fogo” (Hb 11:34), relacionada com Daniel cap 3, faz com que a identificação seja quase certa.

    Uma avaliação geral das contribuições de Daniel deve incluir o uso de superlativos. Ao recuperar-se do trauma causado pela invasão de seu lar em Judá, Daniel cresceu de forma notável, até ocupar posições nos mais altos escalões da autoridade imperial e ter influência tanto no Império Babilônico como no Medo-Persa, durante uma carreira que durou mais de 60 anos.

    Ainda assim, seu legado mais profundo está na esfera espiritual. Daniel foi o veículo da revelação divina, tanto para interpretar como para ter as visões mais detalhadas da profecia bíblica. Desde que essas manifestações ultrapassaram o período do exílio babilônico (geralmente datado de 605 a 539 a.C.), Daniel, mais do que qualquer outro personagem bíblico, demonstrou ser a figura intermediária entre o período do pré e o do pós-exílio, durante a reconstrução de Jerusalém e do Templo. Essa alegação é justificada, apesar de ele ter passado a maior parte da vida distante geograficamente de Judá. Daniel tinha influência por seu acesso aos corredores do poder, bem como por seu exemplo de piedade.

    Poucas pessoas na Bíblia exibiram a fé, a coragem, a vida de oração e a sabedoria que podem ser vistas de forma consistente na existência de Daniel. Tanto em seus dias (Ez 14:14-20) como na lembrança dos escritores bíblicos (Hb 11:33), seu estilo de vida como humilde conselheiro governamental, administrador e profeta do Deus verdadeiro é profundamente reverenciado e digno de ser seguido como exemplo.

    3. Daniel, líder levita da época do pós-exílio, citado como companheiro de regresso a Judá na leva de Esdras (Ed 8:2). Foi um dos que assinaram o documento de compromisso solene com Deus (Ne 10:6). Era descendente de Itamar.

    A.B.L.


    Daniel [Deus É Juiz]

    Profeta de Judá. Foi levado para o CATIVEIRO na Babilônia, onde ocupou alta posição no governo (Dn 1:2-6; 2.48). V. DANIEL, LIVRO DE.

    =======================

    LIVRO DE DANIEL

    Livro escrito em tempos de perseguição e sofrimento. Por meio de histórias e de visões, o autor procura explicar aos judeus as razões por que eles estão sendo perseguidos e também os anima a continuarem fiéis a Deus. O livro se divide em duas partes. A primeira (caps. 1—
    6) conta histórias a respeito de Daniel e dos seus companheiros. A segunda (caps. 7—
    12) relata visões de vários impérios que aparecem e depois desaparecem. Elas mostram que os perseguidores serão derrotados e que a vitória final será do povo judeu.


    Daniel Livro do Antigo Testamento que, em hebraico, está entre os Escritos e, na versão grega, entre os LXX. Escrito em hebraico e aramaico (2,4 a 7:28), conta com adições posteriores que judeus e protestantes consideram não-canônicas (3,24-50; 3,51-90; 13 1:64-14,1-22; 14,23-42). Continua sendo objeto de controvérsia o final de sua redação, que foi fixado no séc. II a.C., no séc. VI a.C. (como o próprio livro registra) e em um arco cronológico que iria do séc. VI a.C. ao séc. III a.C., sendo, nesse caso, as passagens apocalípticas as mais recentes da obra. Jesus cita freqüentemente o Livro de Daniel, especialmente em relação à figura do Filho do homem (Dn 7:13ss.) o qual, em harmonia com o judaísmo da época, identifica com o messias e consigo mesmo (Mt 16:13ss.; 17,22-23 etc.). A figura da abominação da desolação a que Daniel se refere (Antíoco IV Epífanes no sentido original? O anticristo dos últimos tempos?) aparece também nos denominados “apocalipses sinóticos” (Mc 13, Mt 24 e Lc 21). Também Jesus utilizava os ensinamentos de Dn 12:2 que fala de uma ressurreição de salvos e condenados: os primeiros para receber a felicidade eterna; os segundos, para o castigo igualmente eterno.

    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Dissê

    1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
    3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

    di·zer |ê| |ê| -
    (latim dico, -ere)
    verbo transitivo

    1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

    2. Referir, contar.

    3. Depor.

    4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

    5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

    6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

    7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

    verbo intransitivo

    8. Condizer, corresponder.

    9. Explicar-se; falar.

    10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

    verbo pronominal

    11. Intitular-se; afirmar ser.

    12. Chamar-se.

    13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

    nome masculino

    14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

    15. Estilo.

    16. Maneira de se exprimir.

    17. Rifão.

    18. Alegação, razão.


    quer dizer
    Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

    tenho dito
    Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


    Então

    advérbio Agora ou naquela circunstância: acabei então de perceber que havia sido enganada!
    Em determinada situação; nessa circunstância: o chefe está bem-humorado, então não há discussão.
    Numa situação futura; num momento afastado do presente: você precisa se casar, então irá entender do que estou falando.
    interjeição Que demonstra espanto; em que há admiração: então, você se casou?
    Que se utiliza para animar (alguém): então, força!
    substantivo masculino Período de tempo que passou: numa lembrança de então, recordou-se da juventude.
    Etimologia (origem da palavra então). Do latim in + tunc/ naquele momento.

    Lançar

    verbo transitivo Atirar com força, arremessar: lançar uma pedra.
    Fazer cair: lançar alguém ao chão.
    Dirigir: lançar os olhos pelos lados.
    Afastar; separar; expulsar.
    Figurado Fazer renascer; infundir, gerar: aquilo me lançou no coração um grande temor.
    Espalhar, semear: lançar a semente à terra.
    Derramar, verter, despejar, entornar: lançar água num jarro.
    Fazer brotar: as árvores lançavam seus rebentos.
    Proferir, exclamar: lançar pragas.
    Atribuir, imputar: lançar a responsabilidade sobre alguém.
    Enterrar, sepultar: lançaram-no numa cova rasa.
    Fazer cair: aquilo me lançou numa grande tristeza.
    Estender, pôr em volta: lancei-lhe um braço ao pescoço.
    Escrever, traçar: lançou algumas linhas no papel.
    Escriturar nos livros competentes: lançar uma quantia no livro-caixa.
    Iniciar, dar princípio: lançar os alicerces de um prédio.
    Promover, tornar conhecido: meu programa já lançou muitos artistas.
    Lançar à conta de, atribuir, dar como causa.
    Lançar a âncora, fundear.

    Leões

    leão | s. m. | s. m. pl.
    Será que queria dizer leões?

    le·ão
    (latim leo, -onis)
    nome masculino

    1. [Zoologia] Mamífero (Panthera leo) carnívoro da família dos felídeos.

    2. Figurado Indivíduo de grande coragem.

    3. Figurado Pessoa intratável. = FERA

    4. Figurado Namorador jactancioso ou feliz.

    5. [Informal] Adepto, jogador ou membro do Sporting Clube de Portugal. = SPORTINGUISTA

    6. [Astrologia] Signo do Zodíaco, entre Caranguejo e Virgem. (Geralmente com inicial maiúscula.)

    7. [Heráldica] Figura de leão.


    leões
    nome masculino plural

    8. [Desporto] Equipa do Sporting Clube de Portugal.

    Feminino: leoa.

    Livrar

    verbo transitivo direto , bitransitivo e pronominal Pôr em liberdade; soltar, libertar: livrar os alunos; livrar alguém da cadeia; livrou-se da pena com uma boa advogada.
    verbo bitransitivo Defender, preservar, pôr ao abrigo de mal ou perigo: ninguém livrará o criminoso da culpa.
    verbo bitransitivo e pronominal Retirar de alguém algo que o aborrece ou constrange; desembaraçar-se: ninguém me livrou do constrangimento de ter sido traído; livrou-se da vergonha e deu a volta por cima.
    Safar-se de uma circunstância vergonhosa, perigosa, ruim, difícil: livrar o filho do bullying; livrou-se da demissão com o apoio do pai.
    verbo transitivo direto Religião Pedir proteção a Deus ou a outras entidades espirituais, para que algum ruim não aconteça: Deus me livre de ficar doente!
    verbo pronominal Tornar-se livre, libertar-se; desobrigar-se, eximir-se: livrou-se dos importunos.
    locução interjeição Deus te livre! Usada para dissuadir alguém de uma ação ou para desejar que nada lhe aconteça.
    Etimologia (origem da palavra livrar). Do latim liberare.

    Ordenar

    verbo transitivo direto e bitransitivo Arrumar, dispor, colocar em ordem: ordenar os livros nas prateleiras; ordenava aos pares os livros.
    Dispor harmoniosamente; organizar: ordenou seus DVDs por cores; ordenava por tamanho os seus sapatos.
    verbo transitivo direto , bitransitivo e intransitivo Determinar, dar uma ordem: ordenou castigos; ordenou penas aos condenados; trabalhava ordenando.
    verbo transitivo direto e pronominal Religião Segundo o catolicismo, conferir ordens sacras: ordenar os coroinhas; ordenou-se padre.
    verbo transitivo indireto Resolver fazer alguma coisa; impor uma determinação.
    expressão [Matemática] Ordenar um polinômio. Escrever seus termos numa forma tal que as potências de uma letra particular fiquem numa ordem crescente ou decrescente.
    Etimologia (origem da palavra ordenar). Do latim ordinare.

    Ordenar
    1) Pôr em ordem (Gn 14:8)

    2) Dar ordem (Mt 15:4).

    Rei

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    substantivo masculino Monarca; aquele que detém o poder soberano num reino.
    Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa.
    Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete.
    Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira.
    Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez.
    Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas.
    substantivo masculino plural Reis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos.
    Gramática Feminino: rainha.
    Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.

    l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).

    Rei
    1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).


    2) Título de Deus (Ml 1:14) e de Jesus (Mt 21:5; Ap 7:14; 19.16).


    3) Rei do Egito,
    v. FARAÓ.


    Reí

    (Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.


    Servir

    verbo transitivo direto e intransitivo Prestar serviços; cumprir determinados deveres e funções: servir a pátria; passou a vida a servir.
    Ter utilidade; dar auxílio; auxiliar, ajudar: servir um colega; dedicou sua vida à caridade, viveu de servir.
    verbo bitransitivo Pôr na mesa: servir a sopa; servir o jantar aos filhos.
    verbo transitivo direto Causar uma sensação prazerosa; satisfazer: servir as paixões.
    Oferecer algo; dar: servir uísque e salgadinhos.
    Prover com o necessário; abastecer: bomba que serve o reservatório.
    Vender algo; fornecer: esta casa serve os melhores produtos.
    verbo transitivo indireto Ocupar o lugar de; desempenhar as funções de; substituir: servir de pai aos desamparados.
    verbo intransitivo Ser útil; convir, importar: em tal momento o saber serve muito.
    Ter serventia, utilidade: estas coisas não servem mais para nada.
    [Esporte] Lançar a bola no início de um jogo de tênis.
    verbo pronominal Fazer uso de; usar: servir-se do compasso.
    Tomar uma porção (comida ou bebida): servir-se do bom e do melhor.
    Tirar vantagens de; aproveitar-se: servir-se dos ingênuos.
    Etimologia (origem da palavra servir). Do latim servire.

    Servir, no sentido cristão, é esquecer de si mesmo e devotar-se amorosamente ao auxílio do próximo, sem objetivar qualquer recompensa, nem mesmo o simples reconhecimento daqueles a quem se haja beneficiado.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola dos primeiros lugares

    Serve e passa, esquecendo o mal e a treva, / Porque o dom de servir / É a força luminosa que te eleva / Às bênçãos do porvir.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Servir é criar simpatia, fraternidade e luz.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -


    Servir Os discípulos de Jesus podem servir somente a Deus, já que qualquer outro serviço faria com que deixassem o Senhor (Mt 6:24; Jo 15:20). Quanto a Jesus, sua situação, sem dúvida, não é a desumana do escravo, mas a do amigo (Jo 15:15) e do filho (Jo 8:33-36). Esse relacionamento especial com Deus deve conduzi-los a servir uns aos outros (Mt 20:27; 25,44; Jo 13:1-19), imitando Jesus, o Servo de YHVH (Mc 10:44-45).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Daniel 6: 16 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

    Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e lançaram-no na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a Quem tu continuamente serves, Ele te livrará.
    Daniel 6: 16 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    539 a.C.
    H116
    ʼĕdayin
    אֱדַיִן
    então
    (Then)
    Advérbio
    H1358
    gôb
    גֹּב
    ()
    H1768
    dîy
    דִּי
    quem, o qual, que indicação do genitivo
    (forasmuch)
    Partícula
    H1841
    Dânîyêʼl
    דָּנִיֵּאל
    Daniel
    (Daniel)
    Substantivo
    H1932
    hûwʼ
    הוּא
    ele, ela
    (and that)
    Pronome
    H426
    ʼĕlâhh
    אֱלָהּ
    de Deus
    (of God)
    Substantivo
    H4430
    melek
    מֶלֶךְ
    para o rei
    (to the king)
    Substantivo
    H560
    ʼămar
    אֲמַר
    diz
    (says)
    Verbo
    H6032
    ʻănâh
    עֲנָה
    responder, replicar
    (answer)
    Verbo
    H607
    ʼantâh
    אַנְתָּה
    e você
    (And you)
    Pronome
    H6399
    pᵉlach
    פְּלַח
    servir, adorar, reverenciar, ministrar para, prestar reverência a
    (or ministers)
    Verbo
    H7412
    rᵉmâh
    רְמָה
    atirar, lançar
    (to impose)
    Verbo
    H744
    ʼaryêh
    אַרְיֵה
    o que tem sido desde o começo, original, primeiro, antigo
    (ancients)
    Adjetivo - Dativo Masculine Plural
    H7804
    shᵉzab
    שְׁזַב
    ()
    H8411
    tᵉdîyrâʼ
    תְּדִירָא
    continuamente
    (continually)
    Substantivo
    H858
    ʼâthâh
    אָתָה
    vir, chegar
    (have come)
    Verbo


    אֱדַיִן


    (H116)
    ʼĕdayin (ed-ah'-yin)

    0116 אדין ’edayin (aramaico) ed-ah’-yin

    de derivação incerta; DITAT - 2558; adv

    1. então, depois, imediatamente, desde então

    גֹּב


    (H1358)
    gôb (gobe)

    01358 גב gob (aramaico)

    procedente de uma raiz correspondente a 1461; n m

    1. cova, covil (de leões)

    דִּי


    (H1768)
    dîy (dee)

    01768 די diy (aramaico)

    aparentemente procedente de 1668; DITAT - 2673 part de relação

    1. quem, o qual, que indicação do genitivo
    2. aquele que, o que pertence a, aquilo conj
    3. que, porque

    דָּנִיֵּאל


    (H1841)
    Dânîyêʼl (daw-nee-yale')

    01841 דנאיל Daniye’l (aramaico)

    correspondente a 1840; n pr m Daniel = “Deus é meu juiz”

    1. o quarto dos grandes profetas, tomado como refém na primeira deportação para a Babilônia, por causa do dom da interpretação de sonhos, recebido de Deus, tornou-se o segundo no governo do império babilônico e permaneceu até o fim do mesmo estendendo-se para dentro do império persa. Suas profecias são a chave para a compreensão dos eventos do fim dos tempos. Destacado por sua pureza e santidade por seu contemporâneo, o profeta Ezequiel
      1. também, Beltessazar’ (1095 ou 1096)

    הוּא


    (H1932)
    hûwʼ (hoo)

    01932 הוא huw (aramaico) ou (fem.) היא hiy’ (aramaico)

    correspondente a 1931; DITAT - 2693; pron 3p s

    1. ele, ela
      1. (enfatizando e retomando o sujeito)
      2. (antecipando o suj)
      3. como pron demons
      4. (relativo)
      5. (afirmando existência)

    אֱלָהּ


    (H426)
    ʼĕlâhh (el-aw')

    0426 אלה ’elahh (aramaico)

    correspondente a 433, grego 1682 ελωι; DITAT - 2576; n m

    1. deus, Deus
      1. deus, divindade pagã
      2. Deus (de Israel)

    מֶלֶךְ


    (H4430)
    melek (meh'-lek)

    04430 מלך melek (aramaico)

    correspondente a 4428; DITAT - 2829a; n m

    1. rei

    אֲמַר


    (H560)
    ʼămar (am-ar')

    0560 אמר ’amar (aramaico)

    correspondente a 559; DITAT - 2585; v

    1. (Peal) dizer, falar, ordenar, contar, relatar

    עֲנָה


    (H6032)
    ʻănâh (an-aw')

    06032 ענה ̀anah (aramaico)

    corresponde a 6030; DITAT - 2918; v.

    1. responder, replicar
      1. (Peal)
        1. responder, dar resposta
        2. replicar

    אַנְתָּה


    (H607)
    ʼantâh (an-taw')

    0607 אנתה ’antah (aramaico)

    correspondente a 859; DITAT - 2592; pron. pess.

    1. tu, você (segunda pess. sing.)

    פְּלַח


    (H6399)
    pᵉlach (pel-akh')

    06399 פלח p elacĥ (aramaico)

    corresponde a 6398; DITAT - 2940; v.

    1. servir, adorar, reverenciar, ministrar para, prestar reverência a
      1. (Peal)
        1. prestar reverência a
        2. servir

    רְמָה


    (H7412)
    rᵉmâh (rem-aw')

    07412 רמה r emaĥ (aramaico)

    correspondente a 7411; DITAT - 2997; v.

    1. atirar, lançar
      1. (Peal)
        1. atirar
        2. lançar
          1. referindo-se ao tributo (fig.)
      2. (Peil)
        1. ser lançado
        2. ser posto, ser colocado
      3. (Itpeel) ser lançado

    אַרְיֵה


    (H744)
    ʼaryêh (ar-yay')

    0744 אריה ’aryeh (aramaico)

    correspondente a 738; DITAT - 2606; n m

    1. leão

    שְׁזַב


    (H7804)
    shᵉzab (shez-ab')

    07804 שזב sh ezab̂ (aramaico)

    correspondente a 5800; DITAT - 3027; v.

    1. (Peel ou Peil) livrar

    תְּדִירָא


    (H8411)
    tᵉdîyrâʼ (ted-ee-raw')

    08411 תדירא t ediyra’̂ (aramaico)

    procedente de 1753 no sentido original de resistir; DITAT - 2669d; n. f.

    1. continuação, continuidade, perpetuity
      1. constantemente (como advérbio)

    אָתָה


    (H858)
    ʼâthâh (aw-thaw')

    0858 אתה ’athah (aramaico) ou אתא ’atha’ (aramaico)

    correspondente a 857; DITAT - 2618; v

    1. vir, chegar
      1. (Peal) vir
      2. (Afel) trazer
      3. (Hofal) ser trazido
    2. usado no NT na frase “maranata” - “Vem Senhor”