Enciclopédia de Marcos 11:22-22

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 11: 22

Versão Versículo
ARA Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus;
ARC E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus;
TB Tornou-lhes Jesus: Tende fé em Deus.
BGB καὶ ἀποκριθεὶς ὁ Ἰησοῦς λέγει αὐτοῖς· Ἔχετε πίστιν θεοῦ·
HD Em resposta, Jesus lhe diz: Tende fé em Deus.
BKJ E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus.
LTT E Jesus lhes diz, (nisso) havendo respondido: "Tende vós a 550 (a respeito) DE ① Deus;
BJ2 Jesus respondeu-lhe: Tende fé em Deus.
VULG Et respondens Jesus ait illis : Habete fidem Dei.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 11:22

II Crônicas 20:20 E, pela manhã cedo, se levantaram e saíram ao deserto de Tecoa; e, saindo eles, pôs-se em pé Josafá e disse: Ouvi-me, ó Judá e vós, moradores de Jerusalém: Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.
Salmos 62:8 Confiai nele, ó povo, em todos os tempos; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio. (Selá)
Isaías 7:9 Entretanto, a cabeça de Efraim será Samaria, e a cabeça de Samaria, o filho de Remalias; se o não crerdes, certamente, não ficareis firmes.
Marcos 9:23 E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê.
João 14:1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Colossenses 2:12 Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.
Tito 1:1 Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade,

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 550

Mc 11:22 TraIdutores da NVI (mas NENHUM texto grego!), em rodapé, enfraquecem o chamado - ordem "TENDE {presente ativo imperativo} VÓS A FÉ" para o condicional "SE VOCÊS TIVEREM FÉ".


 ①

genitivo objetivo. Nota Rm 3:22.


Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

Últimos dias do ministério de Jesus em Jerusalém (Parte 1)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

33 d.C., 8 de nisã

Betânia

Jesus chega seis dias antes da Páscoa

     

Jo 11:55Jo 12:1

9 de nisã

Betânia

Maria derrama óleo na cabeça e nos pés de Jesus

Mt 26:6-13

Mc 14:3-9

 

Jo 12:2-11

Betânia–Betfagé–Jerusalém

Entra em Jerusalém montado num jumento

Mt 21:1-11, Mt 14:17

Mc 11:1-11

Lc 19:29-44

Jo 12:12-19

10 de nisã

Betânia–Jerusalém

Amaldiçoa figueira; purifica o templo novamente

Mt 21:18-19; Mt 21:12-13

Mc 11:12-17

Lc 19:45-46

 

Jerusalém

Principais sacerdotes e escribas tramam matar Jesus

 

Mc 11:18-19

Lc 19:47-48

 

Jeová fala; Jesus profetiza sua morte; descrença de judeus cumpre profecia de Isaías

     

Jo 12:20-50

11 de nisã

Betânia–Jerusalém

Lição sobre figueira que secou

Mt 21:19-22

Mc 11:20-25

   

Templo em Jerusalém

Sua autoridade é questionada; ilustração dos dois filhos

Mt 21:23-32

Mc 11:27-33

Lc 20:1-8

 

Ilustrações: lavradores assassinos, banquete de casamento

Mt 21:33Mt 22:14

Mc 12:1-12

Lc 20:9-19

 

Responde a perguntas sobre Deus e César, ressurreição, maior mandamento

Mt 22:15-40

Mc 12:13-34

Lc 20:20-40

 

Pergunta se Cristo é filho de Davi

Mt 22:41-46

Mc 12:35-37

Lc 20:41-44

 

Ai dos escribas e fariseus

Mt 23:1-39

Mc 12:38-40

Lc 20:45-47

 

Vê a contribuição da viúva

 

Mc 12:41-44

Lc 21:1-4

 

Monte das Oliveiras

Fala sobre o sinal de sua presença

Mt 24:1-51

Mc 13:1-37

Lc 21:5-38

 

Ilustrações: dez virgens, talentos, ovelhas e cabritos

Mt 25:1-46

     

12 de nisã

Jerusalém

Judeus tramam matá-lo

Mt 26:1-5

Mc 14:1-2

Lc 22:1-2

 

Judas combina a traição

Mt 26:14-16

Mc 14:10-11

Lc 22:3-6

 

13 de nisã (tarde de quinta-feira)

Jerusalém e proximidades

Prepara a última Páscoa

Mt 26:17-19

Mc 14:12-16

Lc 22:7-13

 

14 de nisã

Jerusalém

Celebra a Páscoa com os apóstolos

Mt 26:20-21

Mc 14:17-18

Lc 22:14-18

 

Lava os pés dos apóstolos

     

Jo 13:1-20


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Allan Kardec

mc 11:22
O Evangelho Segundo o Espiritismo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 19
Página: 317
Allan Kardec
Quando ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando-se de joelhos a seus pés, disse: Senhor, tem piedade do meu filho, que é lunático e sofre muito, pois cai muitas vezes no fogo e muitas vezes na água. Apresenteio aos teus discípulos, mas eles não o puderam curar. Jesus respondeu. dizendo: Ó raça incrédula e depravada, até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazeime aqui esse menino. E tendo Jesus ameaçado o demônio, este saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter com Jesus em particular e lhe perguntaram: Por que não pudemos nós outros expulsar esse demônio? - Respondeulhes Jesus: Por causa da vossa incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível. (Mateus 17:14-20)

Francisco Cândido Xavier

mc 11:22
Ceifa de Luz

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 53
Página: 181
Francisco Cândido Xavier
“…Tende fé em Deus.” — JESUS (Mc 11:22)

Tendo fé nas descobertas e nas observações conjugadas de físicos, astrônomos e matemáticos, o homem construiu o foguete com que explora vitoriosamente o espaço cósmico;

   tendo fé nas ondas eletromagnéticas, formou as bases da televisão que hoje transmite a palavra e a imagem a longas distâncias, simultaneamente, em todas as direções;

   tendo fé nos processos imunológicos, iniciados e desenvolvidos por ele mesmo, criou a vacina, liquidando o problema das moléstias contagiosas que, de tempos a tempos, dizimavam milhares de existências no mundo;

   tendo fé na escola, dividiu-a em setores múltiplos e estabeleceu cursos específicos, de modo a servir às criaturas, da infância à madureza, afastando a Humanidade dos prejuízos da insipiência e do flagelo da ignorância;

   tendo fé no motor, inventou o automóvel em que se transporta, à vontade, de região para região, atendendo aos próprios interesses com inestimável ganho de tempo.

Assim também, confiando nos ensinamentos do Cristo e praticando-os como se faz necessário, a criatura edificará a sua própria felicidade; entretanto, qual acontece ao foguete, à televisão, à vacina, à escola e ao automóvel, que funcionam, segundo os princípios em que se baseiam, a fim de oferecerem os frutos preciosos, no auxílio ao homem, a fé nas lições de Jesus só vale devidamente se for usada.




Joanna de Ângelis

mc 11:22
Florações Evangélicas

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3363
Capítulo: 53
Página: 169
Divaldo Pereira Franco
Joanna de Ângelis
Não te surpreendam as dificuldades nem as incompreensões na esfera da ação em que te encontras a serviço da Era Melhor do Espírito Imortal. Todo empreendimento que visa a modificação de estrutura ultramontana do erro experimenta a reação contrária da própria força em atuação. Apontas ásperas lutas e duras provas, referes-te a desencantos e dubiedades, arrolas desassossego e evasão, abisma-te em desaire e amargura como se desejasses um jardim florido para aspirar aroma e não uma gleba a transformar-se em seara de bênçãos, toda por inteira. Considera, porém, que a lâmina que produz desgasta-se, a pedra que atrita destrói-se, o lume que clareia consome o combustível de sustentação, o corpo que se desenvolve e cresce para a glória do espírito caminha para o sepulcro. . . Tudo são permutas incessantes. Átomo a átomo agrega-se à molécula. Célula a célula compõe-se o órgão. Partícula a partícula forma-se o vegetal. Vibração a vibração aglutinam-se as força do Universo. O sol que nos sustenta aniqUila-se paulatinamente ao converter massa em energia para o equilíbrio e manutenção dos astros que gravitam na sua órbita. . . Assim, também, ocorre no campo das aspirações morais. A excelência dos nossos ideais se revela no testemunho que deles oferecemos. Começamos e recomeçamos tarefas de sublimação até atingirmos o ápice da libertação, resgatando todos os débitos. Por essa forma, cada qual respira no clima elaborado pelo pensamento e cultivado pela vontade. Ante o que fazer, não te aquietes no já feito. Fase ao produzir em nome do amanhã, evita a paisagem do passado. Projetando o bem esquece o mal, que em última análise é apenas o bem ausente. Não desfaleças, não retrocedas, porque as tuas aspirações sofrem a baba da injúria e as tuas expressões são entendidas como acicates que no entanto não esparzes. Reverenciando Jesus, a Quem procuras atender e cujo amor te incendeia a alma em pleno despertar, agradece todo empeço e azedume que te apareçam, perdoando sempre, porquanto, testemunhando a legitimidade dos teus propósitos, o perdão que ofertes é oportunidade para ti mesmo, como perdão de Nosso Pai na direção dos teus desejos.
“Tende fé em Deus!"

(Marcos, 11:22)


“A verdadeira fé se conjuga à humildade; aquele que a possui deposita mais confiança em Deus do que em si próprio, por saber que, simples instrumento da vontade divina, nada pode sem Deus

(O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 19º — Item 4)



Saulo Cesar Ribeiro da Silva

mc 11:22
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 74
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: tende fé em Deus.” — (Mc 11:22)


Bastas vezes, as dificuldades na concretização de um projeto elevado se nos afiguram inamovíveis.

Começamos por reconhecer-lhes o peso inquietante e estimáveis companheiros acabam por destacar-nos a importância delas, como a dizer-nos que é preciso renunciar ao bem que pretendemos fazer.

Tudo, aparentemente, é obstáculo intransponível…

Mas Deus intervém e uma porta aparece.

Há circunstâncias, nas quais o problema com que somos defrontados, numa questão construtiva, é julgado insolúvel.

Passamos a inquietar-nos e, não raro, especialistas no assunto comparecem junto de nós, apontando-nos a impraticabilidade da solução.

As obscuridades crescem por sombras indevassáveis… Mas Deus interfere e desponta uma luz.

Em certas ocasiões, uma pessoa querida, ao perturbar-se de chofre, fornece a impressão de doente irrecuperável.

Afligimo-nos ao vê-la assim em desequilíbrio e, quase sempre, observadores amigos comentam a inexequibilidade de qualquer melhoria, induzindo-nos a largá-la ao próprio infortúnio.

Avoluma-se a prova que lembra angústia inarredável… Mas Deus determina e surge um remédio.

Ocorrem-te no mundo as mesmas perplexidades, em matéria de saúde, família, realizações.

Salientam-se fases de trabalho em que a luta é suposta invencível, com absoluto desânimo daqueles que te rodeiam, mas Deus providencia e segues, tranquilo, à frente.

Por mais áspera a crise, por maior a consternação, não percas o otimismo e trabalha, confiante.

Ouçamos, nós todos, a indicação de Jesus:

— “Tende fé em Deus.”




(Reformador, junho 1964, p. 125)


mc 11:22
Palavras de Vida Eterna

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 162
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

“E Jesus, respondendo, disse-lhes: tende fé em Deus.” — (Mc 11:22)


Bastas vezes, as dificuldades na concretização de um projeto elevado se nos afiguram inamovíveis.

Começamos por reconhecer-lhes o peso inquietante e estimáveis companheiros acabam por destacar-nos a importância delas, como a dizer-nos que é preciso renunciar ao bem que pretendemos fazer.

Tudo, aparentemente, é obstáculo intransponível…

Mas Deus intervém e uma porta aparece.

Há circunstâncias, nas quais o problema com que somos defrontados, numa questão construtiva, é julgado insolúvel.

Passamos a inquietar-nos e, não raro, especialistas no assunto comparecem junto de nós, apontando-nos a impraticabilidade da solução.

As obscuridades crescem por sombras indevassáveis… Mas Deus interfere e desponta uma luz.

Em certas ocasiões, uma pessoa querida, ao perturbar-se de chofre, fornece a impressão de doente irrecuperável.

Afligimo-nos ao vê-la assim em desequilíbrio e, quase sempre, observadores amigos comentam a inexequibilidade de qualquer melhoria, induzindo-nos a largá-la ao próprio infortúnio.

Avoluma-se a prova que lembra angústia inarredável… Mas Deus determina e surge um remédio.

Ocorrem-te no mundo as mesmas perplexidades, em matéria de saúde, família, realizações.

Salientam-se fases de trabalho em que a luta é suposta invencível, com absoluto desânimo daqueles que te rodeiam, mas Deus providencia e segues, tranquilo, à frente.

Por mais áspera a crise, por maior a consternação, não percas o otimismo e trabalha, confiante.

Ouçamos, nós todos, a indicação de Jesus:

— “Tende fé em Deus.”




(Reformador, junho 1964, p. 125)



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 11:22
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 16:24-28


24. Jesus disse então o seus discípulos: "Se alguém quer vir após mim, neguese a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


25. Porque aquele que quiser preservar sua alma. a perderá; e quem perder sua alma por minha causa, a achará.


26. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?


27. Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com seus mensageiros, e então retribuirá a cada um segundo seu comportamento.


28. Em verdade vos digo, que alguns dos aqui presentes absolutamente experimentarão a morte até que o Filho do Homem venha em seu reino. MC 8:34-38 e MC 9:1


34. E chamando a si a multidão, junto com seus discípulos disse-lhes: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.


35. Porque quem quiser preservar sua alma, a perderá; e quem perder sua alma por amor de mim e da Boa-Nova, a preservará.


36. Pois que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?


37. E que daria um homem em troca de sua alma?


38. Porque se alguém nesta geração adúltera e errada se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, também dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na glória de seu Pai com seus santos mensageiros". 9:1 E disse-lhes: "Em verdade em verdade vos digo que há alguns dos aqui presentes, os quais absolutamente experimentarão a morte, até que vejam o reino de Deus já chegado em força".


LC 9:23-27


23. Dizia, então, a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia sua cruz e siga-me.


24. Pois quem quiser preservar sua alma, a perderá; mas quem perder sua alma por amor de mim, esse a preservará.


25. De fato, que aproveita a um homem se ganhar o mundo inteiro, mas arruinar-se ou causar dano a si mesmo?


26. Porque aquele que se envergonhar de mim e de minhas doutrinas, dele se envergonhará o Filho do Homem, quando vier na sua glória, na do Pai e na dos santos mensageiros.


27. Mas eu vos digo verdadeiramente, há alguns dos aqui presentes que não experimentarão a morte até que tenham visto o reino de Deus.


Depois do episódio narrado no último capítulo, novamente Jesus apresenta uma lição teórica, embora bem mais curta que as do Evangelho de João.


Segundo Mateus, a conversa foi mantida com Seus discípulos. Marcos, entretanto, revela que Jesu "chamou a multidão" para ouvi-la, como que salientando que a aula era "para todos"; palavras, aliás, textuais em Lucas.


Achava-se a comitiva no território não-israelita ("pagão") de Cesareia de Filipe, e certamente os moradores locais haviam observado aqueles homens e mulheres que perambulavam em grupo homogêneo.


Natural que ficassem curiosos, a "espiar" por perto. A esses, Jesus convida que se aproximem para ouvir os ensinamentos e as exigências impostas a todos os que ambicionavam o DISCIPULATO, o grau mais elevado dos três citados pelo Mestre: justos (bons), profetas (médiuns) e discípulos (ver vol. 3).


As exigências são apenas três, bem distintas entre si, e citadas em sequência gradativa da menor à maior. Observamos que nenhuma delas se prende a saber, nem a dizer, nem a crer, nem a fazer, mas todas se baseiam em SER. O que vale é a evolução interna, sem necessidade de exteriorizações, nem de confissões, nem de ritos.


No entanto, é bem frisada a vontade livre: "se alguém quiser"; ninguém é obrigado; a espontaneidade deve ser absoluta, sem qualquer coação física nem moral. Analisemos.


Vimos, no episódio anterior, o Mestre ordenar a Pedro que "se colocasse atrás Dele". Agora esclarece: " se alguém QUER ser SEU discípulo, siga atrás Dele". E se tem vontade firme e inabalável, se o QUER, realize estas três condições:

1. ª - negue-se a si mesmo (Lc. arnésasthô; Mat. e Mr. aparnésasthô eautón).


2. ª - tome (carregue) sua cruz (Lc. "cada dia": arátô tòn stáurou autoú kath"hêméran);

3. ª - e siga-me (akoloutheítô moi).


Se excetuarmos a negação de si mesmo, já ouvíramos essas palavras em MT 10:38 (vol. 3).


O verbo "negar-se" ou "renunciar-se" (aparnéomai) é empregado por Isaías (Isaías 31:7) para descrever o gesto dos israelitas infiéis que, esclarecidos pela derrota dos assírios, rejeitaram ou negaram ou renunciaram a seus ídolos. E essa é a atitude pedida pelo Mestre aos que QUEREM ser Seus discípulos: rejeitar o ídolo de carne que é o próprio corpo físico, com sua sequela de sensações, emoções e intelectualismo, o que tudo constitui a personagem transitória a pervagar alguns segundos na crosta do planeta.


Quanto ao "carregar a própria cruz", já vimos (vol. 3), o que significava. E os habitantes da Palestina deviam estar habituados a assistir à cena degradante que se vinha repetindo desde o domínio romano, com muita frequência. Para só nos reportarmos a Flávio Josefo, ele cita-nos quatro casos em que as crucificações foram em massa: Varus que fez crucificar 2. 000 judeus, por ocasião da morte, em 4 A. C., de Herodes o Grande (Ant. Jud. 17. 10-4-10); Quadratus, que mandou crucificar todos os judeus que se haviam rebelado (48-52 A. D.) e que tinham sido aprisionados por Cumarus (Bell. Jud. 2. 12. 6); em 66 A. D. até personagens ilustres foram crucificadas por Gessius Florus (Bell. Jud. 2. 14. 9); e Tito que, no assédio de Jerusalém, fez crucificar todos os prisioneiros, tantos que não havia mais nem madeira para as cruzes, nem lugar para plantá-las (Bell. Jud. 5. 11. 1). Por aí se calcula quantos milhares de crucificações foram feitas antes; e o espetáculo do condenado que carregava às costas o instrumento do próprio suplício era corriqueiro. Não se tratava, portanto, de uma comparação vazia de sentido, embora constituindo uma metáfora. E que o era, Lucas encarrega-se de esclarecê-lo, ao acrescentar "carregue cada dia a própria cruz". Vemos a exigência da estrada de sacrifícios heroicamente suportados na luta do dia a dia, contra os próprios pendores ruins e vícios.


A terceira condição, "segui-Lo", revela-nos a chave final ao discipulato de tal Mestre, que não alicia discípulos prometendo-lhes facilidades nem privilégios: ao contrário. Não basta estudar-Lhe a doutrina, aprofundar-Lhe a teologia, decorar-Lhe as palavras, pregar-Lhe os ensinamentos: é mister SEGUILO, acompanhando-O passo a passo, colocando os pés nas pegadas sangrentas que o Rabi foi deixando ao caminhar pelas ásperas veredas de Sua peregrinação terrena. Ele é nosso exemplo e também nosso modelo vivo, para ser seguido até o topo do calvário.


Aqui chegamos a compreender a significação plena da frase dirigida a Pedro: "ainda és meu adversário (porque caminhas na direção oposta a mim, e tentas impedir-me a senda dolorosa e sacrificial): vai para trás de mim e segue-me; se queres ser meu discípulo, terás que renunciar a ti mesmo (não mais pensando nas coisas humanas); que carregar também tua cruz sem que me percas de vista na dura, laboriosa e dorida ascensão ao Reino". Mas isto, "se o QUERES" ... Valerá a pena trilhar esse áspero caminho cheio de pedras e espinheiros?


O versículo seguinte (repetição, com pequena variante de MT 10:39; cfr. vol. 3) responde a essa pergunta.


As palavras dessa lição são praticamente idênticas nos três sinópticos, demonstrando a impress ão que devem ter causado nos discípulos.


Sim, porque quem quiser preservar sua alma (hós eán thélei tên psychên autòn sõsai) a perderá (apolêsei autên). Ainda aqui encontramos o verbo sôzô, cuja tradução "salvar" (veja vol. 3) dá margem a tanta ambiguidade atualmente. Neste passo, a palavra portuguesa "preservar" (conservar, resguardar) corresponde melhor ao sentido do contexto. O verbo apolesô "perder", só poderia ser dado também com a sinonímia de "arruinar" ou "degradar" (no sentido etimológico de "diminuir o grau").


E o inverso é salientado: "mas quem a perder "hós d"án apolésêi tên psychên autoú), por minha causa (héneken emoú) - e Marcos acrescenta "e da Boa Nova" (kaì toú euaggelíou) - esse a preservará (sósei autén, em Marcos e Lucas) ou a achará (heurêsei autén, em Mateus).


A seguir pergunta, como que explicando a antinomia verbal anterior: "que utilidade terá o homem se lucrar todo o mundo físico (kósmos), mas perder - isto é, não evoluir - sua alma? E qual o tesouro da Terra que poderia ser oferecido em troca (antállagma) da evolução espiritual da criatura? Não há dinheiro nem ouro que consiga fazer um mestre, riem que possa dar-se em troca de uma iniciação real.


Bens espirituais não podem ser comprados nem "trocados" por quantias materiais. A matemática possui o axioma válido também aqui: quantidades heterogêneas não podem somar-se.


O versículo seguinte apresenta variantes.


MATEUS traz a afirmação de que o Filho do Homem virá com a glória de seu Pai, em companhia de Seus Mensageiros (anjos), para retribuir a cada um segundo seus atos. Traduzimos aqui dóxa por "glória" (veja vol. 1 e vol. 3), porque é o melhor sentido dentro do contexto. E entendemos essa glória como sinônimo perfeito da "sintonia vibratória" ou a frequência da tônica do Pai (Verbo, Som). A atribui ção a cada um segundo "seus atos" (tên práxin autoú) ou talvez, bem melhor, de acordo com seu comportamento, com a "prática" da vida diária. Não são realmente os atos, sobretudo isolados (mesmo os heroicos) que atestarão a Evolução de uma criatura, mas seu comportamento constante e diuturno.


MARCOS diz que se alguém, desta geração "adúltera", isto é, que se tornou "infiel" a Deus, traindo-O por amar mais a matéria que o espírito, e "errada" na compreensão das grandes verdades, "se envergonhar" (ou seja "desafinar", não-sintonizar), também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier com a glória do Pai, em companhia de Seus mensageiros (anjos).


LUCAS repete as palavras de Marcos (menos a referência à Boa Nova), salientando, porém, que o Filho do Homem virá com Sua própria glória, com a glória do Pai, e com a glória dos santos mensageiros (anjos).


E finalmente o último versículo, em que só Mateus difere dos outros dois, os quais, no entanto, nos parecem mais conformes às palavras originais.


Afirma o Mestre "alguns dos aqui presentes" (eisin tines tõn hõde hestótõn), os quais não experimentar ão (literalmente: "não saborearão, ou mê geúsôntai) a morte, até que vejam o reino de Deus chegar com poder. Mateus em vez de "o reino de Deus", diz "o Filho do Homem", o que deu margem à expectativa da parusia (ver vol. 3), ainda para os indivíduos daquela geração.


Entretanto, não se trata aqui, de modo algum, de uma parusia escatológica (Paulo avisa aos tessalonicenses que não o aguardem "como se já estivesse perto"; cfr. 1. ª Tess. 2: lss), mas da descoberta e conquista do "reino de Deus DENTRO de cada um" (cfr. LC 17:21), prometido para alguns "dos ali presentes" para essa mesma encarnação.


A má interpretação provocou confusões. Os gnósticos (como Teodósio), João Crisóstomo, Teofilacto e outros - e modernamente o cardeal Billot, S. J. (cfr. "La Parousie", pág. 187), interpretam a "vinda na glória do Filho do Homem" como um prenúncio da Transfiguração; Cajetan diz ser a Ressurreição;


Godet acha que foi Pentecostes; todavia, os próprios discípulos de Jesus, contemporâneos dos fatos, não interpretaram assim, já que após a tudo terem assistido, inclusive ao Pentecostes, continuaram esperando, para aqueles próximos anos, essa vinda espetacular. Outros recuaram mais um pouco no tempo, e viram essa "vinda gloriosa" na destruição de Jerusalém, como "vingança" do Filho do Homem; isso, porém, desdiz o perdão que Ele mesmo pedira ao Pai pela ignorância de Seus algozes (D. Calmet, Knabenbauer, Schanz, Fillion, Prat, Huby, Lagrange); e outros a interpretaram como sendo a difusão do cristianismo entre os pagãos (Gregório Magno, Beda, Jansênio, Lamy).


Penetremos mais a fundo o sentido.


Na vida literária e artística, em geral, distinguimos nitidamente o "aluno" do "discípulo". Aluno é quem aprende com um professor; discípulo é quem segue a trilha antes perlustrada por um mestre. Só denominamos "discípulo" aquele que reproduz em suas obras a técnica, a "escola", o estilo, a interpretação, a vivência do mestre. Aristóteles foi aluno de Platão, mas não seu discípulo. Mas Platão, além de ter sido aluno de Sócrates, foi também seu discípulo. Essa distinção já era feita por Jesus há vinte séculos; ser Seu discípulo é segui-Lo, e não apenas "aprender" Suas lições.


Aqui podemos desdobrar os requisitos em quatro, para melhor explicação.


Primeiro: é necessário QUERER. Sem que o livre-arbítrio espontaneamente escolha e decida, não pode haver discipulato. Daí a importância que assume, no progresso espiritual, o aprendizado e o estudo, que não podem limitar-se a ouvir rápidas palavras, mas precisam ser sérios, contínuos e profundos.


Pois, na realidade, embora seja a intuição que ilumina o intelecto, se este não estiver preparado por meio do conhecimento e da compreensão, não poderá esclarecer a vontade, para que esta escolha e resolva pró ou contra.


O segundo é NEGAR-SE a si mesmo. Hoje, com a distinção que conhecemos entre o Espírito (individualidade) e a personagem terrena transitória (personalidade), a frase mais compreensível será: "negar a personagem", ou seja, renunciar aos desejos terrenos, conforme ensinou Sidarta Gotama, o Buddha.


Cientificamente poderíamos dizer: superar ou abafar a consciência atual, para deixar que prevaleça a super-consciência.


Essa linguagem, entretanto, seria incompreensível àquela época. Todavia, as palavras proferidas pelo Mestre são de meridiana clareza: "renunciar a si mesmo". Observando-se que, pelo atraso da humanidade, se acredita que o verdadeiro eu é a personagem, e que a consciência atual é a única, negar essa personagem e essa consciência exprime, no fundo, negar-se "a si mesmo". Diz, portanto, o Mestre: " esse eu, que vocês julgam ser o verdadeiro eu, precisa ser negado". Nada mais esclarece, já que não teria sido entendido pela humanidade de então. No entanto, aqueles que seguissem fielmente Sua lição, negando seu eu pequeno e transitório, descobririam, por si mesmos, automaticamente, em pouco tempo, o outro Eu, o verdadeiro, coisa que de fato ocorreu com muitos cristãos.


Talvez no início possa parecer, ao experimentado: desavisado, que esse Eu verdadeiro seja algo "externo".


Mas quando, por meio da evolução, for atingido o "Encontro Místico", e o Cristo Interno assumir a supremacia e o comando, ele verificará que esse Divino Amigo não é um TU desconhecido, mas antes constitui o EU REAL. Além disso, o Mestre não se satisfez com a explanação teórica verbal: exemplificou, negando o eu personalístico de "Jesus", até deixá-lo ser perseguido, preso, caluniado, torturado e assassinado. Que Lhe importava o eu pequeno? O Cristo era o verdadeiro Eu Profundo de Jesus (como de todos nós) e o Cristo, com a renúncia e negação do eu de Jesus, pode expandir-se e assumir totalmente o comando da personagem humana de Jesus, sendo, às vezes, difícil distinguir quando falava e agia "Jesus" e quando agia e falava "o Cristo". Por isso em vez de Jesus, temos nele O CRISTO, e a história o reconhece como "Jesus", O CRISTO", considerando-o como homem (Jesus) e Deus (Cristo).


Essa anulação do eu pequeno fez que a própria personagem fosse glorificada pela humildade, e o nome humano negado totalmente se elevasse acima de tudo, de tal forma que "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na Terra e debaixo da terra" (Filp. 2:10).


Tudo isso provocou intermináveis discussões durante séculos, por parte dos que não conseguiram penetrar a realidade dos acontecimentos, caracterizados, então, de "mistério": são duas naturezas ou uma? Como se realizou a união hipostática? Teria a Divindade absorvido a humanidade?


Por que será que uma coisa tão clara terá ficado incompreendida por tantos luminares que trataram deste assunto? O Eu Profundo de todas as criaturas é o Deus Interno, que se manifestará em cada um exatamente na proporção em que este renunciar ao eu pequeno (personagem), para deixar campo livre à expressão do Cristo Interno Divino. Todos somos deuses (cfr. Salmo 81:6 e JO 10:34) se negarmos totalmente nosso eu pequeno (personagem humana), deixando livre expansão à manifestação do Cristo que em todos habita. Isso fez Jesus. Se a negação for absoluta e completa, poderemos dizer com Paulo que, nessa criatura, "habita a plenitude da Divindade" (CL 2:9). E a todos os que o fizerem, ser-lhes-á exaltado o nome acima de toda criação" (cfr. Filp. 2:5-11).


Quando isto tiver sido conseguido, a criatura "tomará sua cruz cada dia" (cada vez que ela se apresentar) e a sustentará galhardamente - quase diríamos triunfalmente - pois não mais será ela fonte de abatimentos e desânimos, mas constituirá o sofrimento-por-amor, a dor-alegria, já que é a "porta estreita" (MT 7:14) que conduzirá à felicidade total e infindável (cfr. Pietro Ubaldi, "Grande Síntese, cap. 81).


No entanto, dado o estágio atual da humanidade, a cruz que temos que carregar ainda é uma preparação para o "negar-se". São as dores físicas, as incompreensões morais, as torturas do resgate de carmas negativos mais ou menos pesados, em vista do emaranhado de situações aflitivas, das "montanhas" de dificuldades que se erguem, atravancando nossos caminhos, do sem-número de moléstias e percalços, do cortejo de calúnias e martírios inomináveis e inenarráveis.


Tudo terá que ser suportado - em qualquer plano - sem malsinar a sorte, sem desesperos, sem angústias, sem desfalecimentos nem revoltas, mas com aceitação plena e resignação ativa, e até com alegria no coração, com a mais sólida, viva e inabalável confiança no Cristo-que-é-nosso-Eu, no Deus-

Imanente, na Força-Universal-Inteligente e Boa, que nos vivifica e prepara, de dentro de nosso âmago mais profundo, a nossa ascensão real, até atingirmos TODOS, a "plena evolução crística" (EF 4:13).


A quarta condição do discipulato é também clara, não permitindo ambiguidade: SEGUI-LO. Observese a palavra escolhida com precisão. Poderia ter sido dito "imitá-Lo". Seria muito mais fraco. A imitação pode ser apenas parcial ou, pior ainda, ser simples macaqueação externa (usar cabelos compridos, barbas respeitáveis, vestes talares, gestos estudados), sem nenhuma ressonância interna.


Não. Não é imitá-Lo apenas, é SEGUI-LO. Segui-Lo passo a passo pela estrada evolutiva até atingir a meta final, o ápice, tal como Ele o FEZ: sem recuos, sem paradas, sem demoras pelo caminho, sem descanso, sem distrações, sem concessões, mas marchando direto ao alvo.


SEGUI-LO no AMOR, na DEDICAÇÃO, no SERVIÇO, no AUTO-SACRIFÍCIO, na HUMILDADE, na RENÚNCIA, para que de nós se possa afirmar como Dele foi feito: "fez bem todas as coisas" (MC 7. 37) e: "passou pela Terra fazendo o bem e curando" (AT 10:38).


Como Mestre de boa didática, não apresenta exigências sem dar as razões. Os versículos seguintes satisfazem a essa condição.


Aqui, como sempre, são empregados os termos filosóficos com absoluta precisão vocabular (elegantia), não deixando margem a qualquer dúvida. A palavra usada é psychê, e não pneuma; é alma e nã "espírito" (em adendo a este capítulo daremos a "constituição do homem" segundo o Novo Testamento).


A alma (psychê) é a personagem humana em seu conjunto de intelecto-emoções, excluído o corpo denso e as sensações do duplo etérico. Daí a definição da resposta 134 do "Livro dos Espíritos": "alma é o espírito encarnado", isto é, a personagem humana que habita no corpo denso.

Aí está, pois, a chave para a interpretação do "negue-se a si mesmo": esse eu, a alma, é a personagem que precisa ser negada, porque, quem não quiser fazê-lo, quem pretender preservar esse eu, essa alma, vai acabar perdendo-a, já que, ao desencarnar, estará com "as mãos vazias". Mas aquele que por causa do Cristo Interno - renunciar e perder essa personagem transitória, esse a encontrará melhorada (Mateus), esse a preservará da ruína (Marcos e Lucas).


E prossegue: que adiantará acumular todas as riquezas materiais do mundo, se a personalidade vai cair no vazio? Nada de material pode ser-lhe comparado. No entanto, se for negada, será exaltada sobre todas as coisas (cfr. o texto acima citado, Filp. 2:5-11).


Todas e qualquer evolução do Espírito é feita exclusivamente durante seu mergulho na carne (veja atrás). Só através das personagens humanas haverá ascensão espiritual, por meio do "ajustamento sintônico". Então, necessidade absoluta de consegui-lo, não "se envergonhando", isto é, não desafinando da tônica do Pai (Som) que tudo cria, governa e mantém. Enfrentar o mundo sem receio, sem" respeitos humanos", e saber recusá-lo também, para poder obter o Encontro Místico com o Cristo Interno. Se a criatura "se envergonha" e se retrai, (não sintoniza) não é possível conseguir o Contato Divino, e o Filho do Homem também a evitará ("se envergonhará" dessa criatura). Só poderá haver a" descida da graça" ou a unificação com o Cristo, "na glória (tônica) do Pai (Som-Verbo), na glória (tônica) do próprio Cristo (Eu Interno), na glória de todos os santos mensageiros", se houver a coragem inquebrantável de romper com tudo o que é material e terreno, apagando as sensações, liquidando as emoções, calando o intelecto, suplantando o próprio "espírito" encarnado, isto é, PERDENDO SUA ALMA: só então "a achará", unificada que estará com o Cristo, Nele mergulhada (batismo), "como a gota no oceano" (Bahá"u"lláh). Realmente, a gota se perde no oceano mas, inegavelmente, ao deixar de ser gota microscópica, ela se infinitiva e se eterniza tornando-se oceano...

Em Mateus é-nos dado outro aviso: ao entrar em contato com a criatura, esta "receberá de acordo com seu comportamento" (pláxin). De modo geral lemos nas traduções correntes "de acordo com suas obras". Mas isso daria muito fortemente a ideia de que o importante seria o que o homem FAZ, quando, na realidade, o que importa é o que o homem É: e a palavra comportamento exprime-o melhor que obras; ora, a palavra do original práxis tem um e outro sentido.


Evidentemente, cada ser só poderá receber de acordo com sua capacidade, embora todos devam ser cheios, replenos, com "medida sacudida e recalcada" (cfr. Lc. 5:38).


Mas há diferença de capacidade entre o cálice, o copo, a garrafa, o litro, o barril, o tonel... De acordo com a própria capacidade, com o nível evolutivo, com o comportamento de cada um, ser-lhe-á dado em abundância, além de toda medida. Figuremos uma corrente imensa, que jorra permanentemente luz e força, energia e calor. O convite é-nos feito para aproximar-nos e recolher quanto quisermos.


Acontece, porém, que cada um só recolherá conforme o tamanho do vasilhame que levar consigo.


Assim o Cristo Imanente e o Verbo Criador e Conservador SE DERRAMAM infinitamente. Mas nós, criaturas finitas, só recolheremos segundo nosso comportamento, segundo a medida de nossa capacidade.


Não há fórmulas mágicas, não há segredos iniciáticos, não peregrinações nem bênçãos de "mestres", não há sacramentos nem sacramentais, que adiantem neste terreno. Poderão, quando muito, servir como incentivo, como animação a progredir, mas por si, nada resolvem, já que não agem ex ópere operantis nem ex opere operatus, mas sim ex opere recipientis: a quantidade de recebimento estará de acordo com a capacidade de quem recebe, não com a grandeza de quem dá, nem com o ato de doação.


E pode obter-se o cálculo de capacidade de cada um, isto é, o degrau evolutivo em que se encontra no discipulato de Cristo, segundo as várias estimativas das condições exigidas:

a) - pela profundidade e sinceridade na renúncia ao eu personalístico, quando tudo é feito sem cogitar de firmar o próprio nome, sem atribuir qualquer êxito ao próprio merecimento (não com palavras, mas interiormente), colaborando com todos os "concorrentes", que estejam em idêntica senda evolutiva, embora nos contrariem as ideias pessoais, mas desde que sigam os ensinos de Cristo;


b) - pela resignação sem queixas, numa aceitação ativa, de todas as cruzes, que exprimam atos e palavras contra nós, maledicências e calúnias, sem respostas nem defesas, nem claras nem veladas (já nem queremos acenar à contra-ataques e vinganças).


c) - pelo acompanhar silencioso dos passos espirituais no caminho do auto-sacrifício por amor aos outros, pela dedicação integral e sem condições; no caminho da humildade real, sem convencimentos nem exterioridades; no caminho do serviço, sem exigências nem distinções; no caminho do amor, sem preferências nem limitações. O grau dessas qualidades, todas juntas, dará uma ideia do grau evolutivo da criatura.


Assim entendemos essas condições: ou tudo, à perfeição; ou pouco a pouco, conquistando uma de cada vez. Mas parado, ninguém ficará. Se não quiser ir espontaneamente, a dor o aguilhoará, empurrandoo para a frente de qualquer forma.


No entanto, uma promessa relativa à possibilidade desse caminho é feita claramente: "alguns dos que aqui estão presentes não experimentarão a morte até conseguirem isso". A promessa tanto vale para aquelas personagens de lá, naquela vida física, quanto para os Espíritos ali presentes, garantindo-selhes que não sofreriam queda espiritual (morte), mas que ascenderiam em linha reta, até atingir a meta final: o Encontro Sublime, na União mística absoluta e total.


Interessante a anotação de Marcos quando acrescenta: O "reino de Deus chegado em poder". Durante séculos se pensou no poder externo, a espetacularidade. Mas a palavra "en dynámei" expressa muito mais a força interna, o "dinamismo" do Espírito, a potencialidade crística a dinamizar a criatura em todos os planos.


O HOMEM NO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento estabelece, com bastante clareza, a constituição DO HOMEM, dividindo o ser encarnado em seus vários planos vibratórios, concordando com toda a tradição iniciática da Índia e Tibet, da China, da Caldeia e Pérsia, do Egito e da Grécia. Embora não encontremos o assunto didaticamente esquematizado em seus elementos, o sentido filosófico transparece nítido dos vários termos e expressões empregados, ao serem nomeadas as partes constituintes do ser humano, ou seja, os vários níveis em que pode tornar-se consciente.


Algumas das palavras são acolhidas do vocabulário filosófico grego (ainda que, por vezes, com pequenas variações de sentido); outras são trazidas da tradição rabínica e talmúdica, do centro iniciático que era a Palestina, e que já entrevemos usadas no Antigo Testamento, sobretudo em suas obras mais recentes.


A CONCEPÇÃO DA DIVINDADE


Já vimos (vol, 1 e vol. 3 e seguintes), que DEUS, (ho théos) é apresentado, no Novo Testamento, como o ESPÍRITO SANTO (tò pneuma tò hágion), o qual se manifesta através do Pai (patêr) ou Lógos (Som Criador, Verbo), e do Filho Unigênito (ho hyiós monogenês), que é o Cristo Cósmico.


DEUS NO HOMEM


Antes de entrar na descrição da concepção do homem, no Novo Testamento, gostaríamos de deixar tem claro nosso pensamento a respeito da LOCALIZAÇÃO da Centelha Divina ou Mônada NO CORA ÇÃO, expressão que usaremos com frequência.


A Centelha (Partícula ou Mônada) é CONSIDERADA por nós como tal; mas, na realidade, ela não se separa do TODO (cfr. vol. 1); logo, ESTÁ NO TODO, e portanto É O TODO (cfr. JO 1:1).


O "TODO" está TODO em TODAS AS COISAS e em cada átomo de cada coisa (cfr. Agostinho, De Trin. 6, 6 e Tomás de Aquino, Summa Theologica, I, q. 8, art. 2, ad 3um; veja vol. 3, pág. 145).


Entretanto, os seres e as coisas acham-se limitados pela forma, pelo espaço, pelo tempo e pela massa; e por isso afirmamos que em cada ser há uma "centelha" ou "partícula" do TODO. No entanto, sendo o TODO infinito, não tem extensão; sendo eterno, é atemporal; sendo indivisível, não tem dimensão; sendo O ESPÍRITO, não tem volume; então, consequentemente, não pode repartir-se em centelhas nem em partículas, mas é, concomitantemente, TUDO EM TODAS AS COISAS (cfr. l. ª Cor. 12:6).


Concluindo: quando falamos em "Centelha Divina" e quando afirmamos que ela está localizada no coração, estamos usando expressões didáticas, para melhor compreensão do pensamento, dificílimo (quase impossível) de traduzir-se em palavras.


De fato, porém, a Divindade está TODA em cada célula do corpo, como em cada um dos átomos de todos os planos espirituais, astrais, físicos ou quaisquer outros que existam. Em nossos corpos físicos e astral, o coração é o órgão preparado para servir de ponto de contato com as vibrações divinas, através, no físico, do nó de Kait-Flake e His; então, didaticamente, dizemos que "o coração é a sede da Centelha Divina".


A CONCEPÇÃO DO HOMEM


O ser humano (ánthrôpos) é considerado como integrado por dois planos principais: a INDIVIDUALIDADE (pneuma) e a PERSONAGEM ou PERSONALIDADE; esta subdivide-se em dois: ALMA (psychê) e CORPO (sôma).


Mas, à semelhança da Divindade (cfr. GN 1:27), o Espírito humano (individualidade ou pneuma) possui tríplice manifestação: l. ª - a CENTELHA DIVINA, ou Cristo, partícula do pneuma hágion; essa centelha que é a fonte de todo o Espirito, está localizada e representada quase sempre por kardia (coração), a parte mais íntima e invisível, o âmago, o Eu Interno e Profundo, centro vital do homem;


2. ª - a MENTE ESPIRITUAL, parte integrante e inseparável da própria Centelha Divina. A Mente, em sua função criadora, é expressa por noús, e está também sediada no coração, sendo a emissora de pensamentos e intuições: a voz silenciosa da super-consciência;


3. ª - O ESPÍRITO, ou "individualização do Pensamento Universal". O "Espírito" propriamente dito, o pneuma, surge "simples e ignorante" (sem saber), e percorre toda a gama evolutiva através dos milênios, desde os mais remotos planos no Antissistema, até os mais elevados píncaros do Sistema (Pietro Ubaldi); no entanto, só recebe a designação de pneuma (Espírito) quando atinge o estágio hominal.


Esses três aspectos constituem, englobamente, na "Grande Síntese" de Pietro Ubaldi, o "ALPHA", o" espírito".


Realmente verificamos que, de acordo com GN 1:27, há correspondência perfeita nessa tríplice manifesta ção do homem com a de Deus: A - ao pneuma hágion (Espírito Santo) correspondente a invisível Centelha, habitante de kardía (coração), ponto de partida da existência;


B - ao patêr (Pai Criador, Verbo, Som Incriado), que é a Mente Divina, corresponde noús (a mente espiritual) que gera os pensamentos e cria a individualização de um ser;


C - Ao Filho Unigênito (Cristo Cósmico) corresponde o Espírito humano, ou Espírito Individualizado, filho da Partícula divina, (a qual constitui a essência ou EU PROFUNDO do homem); a individualidade é o EU que percorre toda a escala evolutiva, um Eu permanente através de todas as encarnações, que possui um NOME "escrito no livro da Vida", e que terminará UNIFICANDO-SE com o EU PROFUNDO ou Centelha Divina, novamente mergulhando no TODO. (Não cabe, aqui, discutir se nessa unificação esse EU perde a individualidade ou a conserva: isso é coisa que está tão infinitamente distante de nós no futuro, que se torna impossível perceber o que acontecerá).


No entanto, assim como Pneuma-Hágion, Patêr e Hyiós (Espírito-Santo, Pai e Filho) são apenas trê "aspectos" de UM SÓ SER INDIVISÍVEL, assim também Cristo-kardía, noús e pneuma (CristoSABEDORIA DO EVANGELHO coração, mente espiritual e Espírito) são somente três "aspectos" de UM SÓ SER INDIVÍVEL, de uma criatura humana.


ENCARNAÇÃO


Ao descer suas vibrações, a fim de poder apoiar-se na matéria, para novamente evoluir, o pneuma atinge primeiro o nível da energia (o BETA Ubaldiano), quando então a mente se "concretiza" no intelecto, se materializa no cérebro, se horizontaliza na personagem, começando sua "crucificação". Nesse ponto, o pneuma já passa a denominar-se psychê ou ALMA. Esta pode considerar-se sob dois aspectos primordiais: a diánoia (o intelecto) que é o "reflexo" da mente, e a psychê propriamente dita isto é, o CORPO ASTRAL, sede das emoções.


Num último passo em direção à matéria, na descida que lhe ajudará a posterior subida, atinge-se então o GAMA Ubaldiano, o estágio que o Novo Testamento designa com os vocábulos diábolos (adversário) e satanás (antagonista), que é o grande OPOSITOR do Espírito, porque é seu PÓLO NEGATIVO: a matéria, o Antissistema. Aí, na matéria, aparece o sôma (corpo), que também pode subdividir-se em: haima (sangue) que constitui o sistema vital ou duplo etérico e sárx (carne) que é a carapaça de células sólidas, último degrau da materialização do espírito.


COMPARAÇÃO


Vejamos se com um exemplo grosseiro nos faremos entender, não esquecendo que omnis comparatio claudicat.


Observemos o funcionamento do rádio. Há dois sistemas básicos: o transmissor (UM) e os receptores (milhares, separados uns dos outros).


Consideremos o transmissor sob três aspectos: A - a Força Potencial, capaz de transmitir;


B - a Antena Emissora, que produz as centelas;


C - a Onda Hertziana, produzida pelas centelhas.


Mal comparando, aí teríamos:

a) - o Espirito-Santo, Força e Luz dos Universos, o Potencial Infinito de Amor Concreto;


b) - o Pai, Verbo ou SOM, ação ativa de Amante, que produz a Vida


c) - o Filho, produto da ação (do Som), o Amado, ou seja, o Cristo Cósmico que permeia e impregna tudo.


Não esqueçamos que TUDO: atmosfera, matéria, seres e coisas, no raio de ação do transmissor, ficam permeados e impregnados em todos os seus átomos com as vibrações da onda hertziana, embora seja esta invisível e inaudível e insensível, com os sentidos desarmados; e que os três elementos (Força-
Antena e Onda) formam UM SÓ transmissor o Consideremos, agora, um receptor. Observaremos que a recepção é feita em três estágios:

a) - a captação da onda


b) - sua transformação


c) - sua exteriorização Na captação da onda, podemos distinguir - embora a operação seja uma só - os seguintes elementos: A - a onda hertziana, que permeia e impregna todos os átomos do aparelho receptor, mas que é captada realmente apenas pela antena;


B - o condensador variável, que estabelece a sintonia com a onda emitida pelo transmissor. Esses dois elementos constituem, de fato, C - o sistema RECEPTOR INDIVIDUAL de cada aparelho. Embora a onda hertziana seja UMA, emitida pelo transmissor, e impregne tudo (Cristo Cósmico), nós nos referimos a uma onda que entra no aparelho (Cristo Interno) e que, mesmo sendo perfeita; será recebida de acordo com a perfeição relativa da antena (coração) e do condensador variável (mente). Essa parte representaria, então, a individualidade, o EU PERFECTÍVEL (o Espírito).


Observemos, agora, o circuito interno do aparelho, sem entrar em pormenores, porque, como dissemos, a comparação é grosseira. Em linhas gerais vemos que a onda captada pelo sistema receptor propriamente dito, sofre modificações, quando passa pelo circuito retificador (que transforma a corrente alternada em contínua), e que representaria o intelecto que horizontaliza as ideias chegadas da mente), e o circuito amplificador, que aumenta a intensidade dos sinais (que seria o psiquismo ou emoções, próprias do corpo astral ou alma).


Uma vez assim modificada, a onda atinge, com suas vibrações, o alto-falante que vibra, reproduzindo os sinais que chegam do transmissor isto é, sentindo as pulsações da onda (seria o corpo vital ou duplo etérico, que nos dá as sensações); e finalmente a parte que dá sonoridade maior, ou seja, a caixa acústica ou móvel do aparelho (correspondente ao corpo físico de matéria densa).


Ora, quanto mais todos esses elementos forem perfeitos, tanto mais fiel e perfeito será a reprodução da onda original que penetrou no aparelho. E quanto menos perfeitos ou mais defeituosos os elementos, mais distorções sofrerá a onda, por vezes reproduzindo, em guinchos e roncos, uma melodia suave e delicada.


Cremos que, apesar de suas falhas naturais, esse exemplo dá a entender o funcionamento do homem, tal como conhecemos hoje, e tal como o vemos descrito em todas as doutrinas espiritualistas, inclusive

—veremos agora quiçá pela primeira vez - nos textos do Novo Testamento.


Antes das provas que traremos, o mais completas possível, vejamos um quadro sinóptico:
θεός DEUS
πνεϋµα άγιον Espírito Santo
λόγος Pai, Verbo, Som Criador
υίός - Χριστό CRISTO - Filho Unigênito
άνθρωπος HOMEM
иαρδία - Χριστ

ό CRISTO - coração (Centelha)


πνεϋµα νους mente individualidade
πνεϋµα Espírito
φυΧή διάγοια intelecto alma
φυΧή corpo astral personagem
σώµα αίµα sangue (Duplo) corpo
σάρ

ξ carne (Corpo)


A - O EMPREGO DAS PALAVRAS


Se apresentada pela primeira vez, como esta, uma teoria precisa ser amplamente documentada e comprovada, para que os estudiosos possam aprofundar o assunto, verificando sua realidade objetiva. Por isso, começaremos apresentando o emprego e a frequência dos termos supracitados, em todos os locais do Novo Testamento.


KARDÍA


Kardía expressa, desde Homero (Ilíada, 1. 225) até Platão (Timeu, 70 c) a sede das faculdades espirituais, da inteligência (ou mente) e dos sentimentos profundos e violentos (cfr. Ilíada, 21,441) podendo até, por vezes, confundir-se com as emoções (as quais, na realidade, são movimentos da psychê, e não propriamente de kardía). Jesus, porém, reiteradamente afirma que o coração é a fonte primeira em que nascem os pensamentos (diríamos a sede do Eu Profundo).


Com este último sentido, a palavra kardía aparece 112 vezes, sendo que uma vez (MT 12:40) em sentido figurado.


MT 5:8, MT 5:28; 6:21; 9:4; 11:29; 12:34 13-15(2x),19; 15:8,18,19; 18;35; 22;37; 24:48; MC 2:6, MC 2:8; 3:5;


4:15; 6;52; 7;6,19,21; 8:11; 11. 23; 12:30,33; LC 1:17, LC 1:51, LC 1:66; 2;19,35,51; 3:5; 5:22; 6:45; 8:12,15;


9:47; 10:27; 12:34; 16:15; 21:14,34; 24;25,32,38; JO 12:40(2x); 13:2; 14:1,27; 16:6,22 AT 2:26, AT 2:37, AT 2:46; AT 4:32; 5:3(2x); 7:23,39,51,54; 8;21,22; 11;23. 13:22; 14:17; 15:9; 16;14; 21:13; 28:27(2x);


RM 1:21, RM 1:24; 2:5,15,29; 5:5; 6:17; 8:27; 9:2; 10:1,6,8,9,10; 16:16; 1. ª Cor. 2:9; 4:5; 7:37; 14:25; 2. ª Cor. 1:22; 2:4; 3:2,3,15; 4:6; 5:12; 6:11; 7:3; 8:16; 9:7; GL 4:6; EF 1:18; EF 3:17; EF 4:18; EF 5:19; EF 6:5, EF 6:22;


Filp. 1:7; 4:7; CL 2:2; CL 3:15, CL 3:16, CL 3:22; CL 4:8; 1. ª Tess. 2:4,17; 3:13; 2. ª Tess. 2:17; 3:5; 1. ª Tim. 1:5; 2. ª Tim.


2:22; HB 3:8, HB 3:10, HB 3:12, HB 3:15; HB 4:7, HB 4:12; 8:10; 10:16,22; Tiago, 1:26; 3:14; 4:8; 5:5,8; 1. ª Pe. 1:22; 3:4,15; 2. ª Pe. 1:19; 2:15; 1; 1. ª JO 3;19,20(2x),21; AP 2:23; AP 17:17; AP 18:7.


NOÚS


Noús não é a "fonte", mas sim a faculdade de criar pensamentos, que é parte integrante e indivisível de kardía, onde tem sede. Já Anaxágoras (in Diógenes Laércio, livro 2. º, n. º 3) diz que noús (o Pensamento Universal Criador) é o "’princípio do movimento"; equipara, assim, noús a Lógos (Som, Palavra, Verbo): o primeiro impulsionador dos movimentos de rotação e translação da poeira cósmica, com isso dando origem aos átomos, os quais pelo sucessivo englobamento das unidades coletivas cada vez mais complexas, formaram os sistemas atômicos, moleculares e, daí subindo, os sistemas solares, gal áxicos, e os universos (cfr. vol. 3. º).


Noús é empregado 23 vezes com esse sentido: o produto de noús (mente) do pensamento (nóêma), usado 6 vezes (2. ª Cor. 2:11:3:14; 4:4; 10:5; 11:3; Filp. 4:7), e o verbo daí derivado, noeín, empregado

14 vezes (3), sendo que com absoluta clareza em João (João 12:40) quando escreve "compreender com o coração" (noêsôsin têi kardíai).


LC 24. 45; RM 1:28; RM 7:23, RM 7:25; 11:34; 12:2; 14. 5; l. ª Cor. 1. 10; 2:16:14:14,15,19; EF 4:17, EF 4:23; Filp.


4:7; CL 2:18; 2. ª Tess. 2. 2; 1. ª Tim. 6:5; 2. ª Tim. 3:8; TT 1:15;AP 13:18.


PNEUMA


Pneuma, o sopro ou Espírito, usado 354 vezes no N. T., toma diversos sentidos básicos: MT 15:17; MT 16:9, MT 16:11; 24:15; MC 7:18; MC 8:17; MC 13:14; JO 12:40; RM 1:20; EF 3:4, EF 3:20; 1. ª Tim. 1:7;


2. ª Tim. 2:7; HB 11:13

1. Pode tratar-se do ESPÍRITO, caracterizado como O SANTO, designando o Amor-Concreto, base e essência de tudo o que existe; seria o correspondente de Brahman, o Absoluto. Aparece com esse sentido, indiscutivelmente, 6 vezes (MT 12:31, MT 12:32; MC 3:29; LC 12:10; JO 4:24:1. ª Cor. 2:11).


Os outros aspectos de DEUS aparecem com as seguintes denominações:

a) - O PAI (ho patêr), quando exprime o segundo aspecto, de Criador, salientando-se a relação entre Deus e as criaturas, 223 vezes (1); mas, quando se trata do simples aspecto de Criador e Conservador da matéria, é usado 43 vezes (2) o vocábulo herdado da filosofia grega, ho lógos, ou seja, o Verbo, a Palavra que, ao proferir o Som Inaudível, movimenta a poeira cósmica, os átomos, as galáxias.


(1) MT 5:16, MT 5:45, MT 5:48; MT 6:1, MT 6:4, MT 6:6, MT 6:8,9,14,15,26,32; 7:11,21; 10:20,29,32,33; 11:25,27; 12:50; 13:43; 15:13; 16:17,27; 18:10,14,19,35; 20:23; 23:9; 24:36; 25:34:26:29,39,42,53; MC 8:25; MC 11:25, MC 11:32; MC 11:14:36; LC 2:49; LC 2:6:36;9:26;10:21,22;11:2,13;12:30,32;22:29,42;23:34,46;24:49;JO 1:14, JO 1:18; JO 1:2:16;3:35;4:21,23;5:1 7,18,19,20,21,22,23,26,36,37,43,45,46,27,32,37,40,44,45,46,57,65;8:18,19,27,28,38,41,42,49,54;10:1 5,17,18,19,25,29,30,32,35,38;11:41;12:26,27,28,49,50;13:1,3;14:2,6,7,8,9,10,11,13,16,20,21,24,26,28, 31,15:1,8,9,10,15,16,23,24,26;16:3,10,15,17,25,26,27,28,32;17:1,5,11,21,24,25; 18:11; 20:17,21;AT 1:4, AT 1:7; AT 1:2:33;Rom. 1:7;6:4;8:15;15:6;1. º Cor. 8:6; 13:2; 15:24; 2. º Cor. 1:2,3; 6:18; 11:31; Gól. 1:1,3,4; 4:6; EF 1:2, EF 1:3, EF 1:17; EF 2:18; EF 2:3:14; 4:6; 5:20; FP 1:2; FP 2:11; FP 4:20; CL 1:2, CL 1:3, CL 1:12:3:17; 1. 0 Teõs. 1:1,3; 3:11,13; 2° Tess. 1:1 2; : 2:16; 1. º Tim. 1:2; 2. º Tim. 1:2; TT 1:4; Flm. 3; HB 1:5; HB 12:9; Tiago 1:17, Tiago 1:27:3:9; 1° Pe. 1:2,3,17; 2. º Pe. 1:17, 1. º JO 1:2,3; 2:1,14,15,16, 22,23,24; 3:1; 4:14; 2. º JO 3,4,9; Jud. 9; AP 1:6; AP 2:28; AP 3:5, AP 3:21; 14:1. (2) MT 8:8; LC 7:7; JO 1:1, JO 1:14; 5:33; 8:31,37,43,51,52,55; 14:23,24; 15:20; 17:61417; 1. º Cor. 1:13; 2. º Cor. 5:19; GL 6:6; Filp. 2:6; Cor. 1:25; 3:16; 4:3; 1. º Tess. 1:6; 2. º Tess. 3:1; 2. º Tim. 2:9; Heb. : 12; 6:1; 7:28; 12:9; Tiago, 1:21,22,23; 1. ° Pe. 1:23; 2. º Pe. 3:5,7; 1. º JO 1:1,10; 2:5,7,14; AP 19:13.


b) - O FILHO UNIGÊNITO (ho hyiós monogenês), que caracteriza o CRISTO CÓSMICO, isto é, toda a criação englobadamente, que é, na realidade profunda, um dos aspectos da Divindade. Não se trata, como é claro, de panteísmo, já que a criação NÃO constitui a Divindade; mas, ao invés, há imanência (Monismo), pois a criação é UM DOS ASPECTOS, apenas, em que se transforma a Divindade. Esta, além da imanência no relativo, é transcendente como Absoluto; além da imanência no tempo, é transcendente como Eterno; além da imanência no finito, é transcendente como Infinito.


A expressão "Filho Unigênito" só é usada por João (1:14,18; 13:16,18 e 1. a JO 4:9). Em todos os demais passos é empregado o termo ho Christós, "O Ungido", ou melhor, "O Permeado pela Divindade", que pode exprimir tanto o CRISTO CÓSMICO que impregna tudo, quanto o CRISTO INTERNO, se o olhamos sob o ponto de vista da Centelha Divina no âmago da criatura.


Quando não é feita distinção nos aspectos manifestantes, o N. T. emprega o termo genérico ho theós Deus", precedido do artigo definido.


2. Além desse sentido, encontramos a palavra pneuma exprimindo o Espírito humano individualizado; essa individualização, que tem a classificação de pneuma, encontra-se a percorrer a trajetória de sua longa viagem, a construir sua própria evolução consciente, através da ascensão pelos planos vibratórios (energia e matéria) que ele anima em seu intérmino caminhar. Notemos, porém, que só recebe a denominação de pneuma (Espírito), quando atinge a individualização completa no estado hominal (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 79: "Os Espíritos são a individualização do Princípio Inteligente, isto é, de noús).


Logicamente, portanto, podemos encontrar espíritos em muitos graus evolutivos, desde os mais ignorantes e atrasados (akátharton) e enfermos (ponêrón) até os mais evoluídos e santos (hágion).


Todas essas distinções são encontradas no N. T., sendo de notar-se que esse termo pneuma pode designar tanto o espírito encarnado quanto, ao lado de outros apelativos, o desencarnado.


Eis, na prática, o emprego da palavra pneuma no N. T. :

a) - pneuma como espírito encarnado (individualidade), 193 vezes: MT 1:18, MT 1:20; 3:11; 4:1; 5:3; 10:20; 26:41; 27:50; MC 1:8; MC 2:8; MC 8:12; MC 14:38; LC 1:47, LC 1:80; 3:16, 22; 8:55; 23:46; 24. 37, 39; JO 1:33; JO 3:5, JO 3:6(2x), 8; 4:23; 6:63; 7:39; 11:33; 13:21; 14:17, 26; 15:26; 16:13; 19-30, 20:22; AT 1:5, AT 1:8; 5:3; 32:7:59; 10:38; 11:12,16; 17:16; 18:25; 19:21; 20:22; RM 1:4, RM 1:9; 5:5; 8:2, 4, 5(2x), 6, 9(3x), 10, 11(2x),13, 14, 15(2x), 16(2x), 27; 9:1; 12:11; 14:17; 15:13, 16, 19, 30; 1° Cor. 2:4, 10(2x), 11, 12; 3:16; 5:3,4, 5; 6:11, 17, 19; 7:34, 40; 12:4, 7, 8(2x), 9(2x), 11, 13(2x); 14:2, 12, 14, 15(2x), 16:32; 15:45; 16:18; 2º Cor. 1:22; 2:13; 3:3, 6, 8, 17(2x), 18; 5:5; 6:6; 7:1, 13; 12:18; 13:13; GL 3:2, GL 3:3, GL 3:5; 4:6, 29; 5:5,16,17(2x), 18, 22, 25(2x1); 6:8(2x),18; EF 1:13, EF 1:17; 2:18, 22; 3:5, 16; 4:3, 4:23; 5:18; 6:17, 18; Philp. 1:19, 27; 2:1; 3:3; 4:23; CL 1:8; CL 2:5; 1º Tess. 1:5, 6; 4:8; 5:23; 2. º Tess. 2:13; 1. º Tim. 3:16; 4:22; 2. º Tim. 1:14; TT 3:5; HB 4:12, HB 6:4; HB 9:14; HB 10:29; HB 12:9; Tiago, 2:26:4:4; 1. º Pe. 1:2, 11, 12; 3:4, 18; 4:6,14; 1. º JO 3:24; JO 4:13; JO 5:6(2x),7; Jud. 19:20; AP 1:10; AP 4:2; AP 11:11.


b) - pneuma como espírito desencarnado:


I - evoluído ou puro, 107 vezes:


MT 3:16; MT 12:18, MT 12:28; 22:43; MC 1:10, MC 1:12; 12:36; 13. 11; LC 1:15, LC 1:16, LC 1:41, LC 1:67; 2:25, 27; 4:1, 14, 18; 10:21; 11:13; 12:12; JO 1:32; JO 3:34; AT 1:2, AT 1:16; 2:4(2x), 17, 18, 33(2x), 38; 4:8; 25, 31; 6:3, 10; 7:51, 55; 8:15, 17, 18, 19, 29, 39; 9:17, 31; 10:19, 44, 45, 47; 11:15, 24, 28; 13:2, 4, 9, 52; 15:8, 28; 16:6, 7; 19:1, 2, 6; 20:22, 28; 21:4, 11; 23:8, 9; 28:25; 1. º Cor. 12:3(2x), 10; 1. º Tess. 5:9; 2. º Tess. 2:2; 1. ° Tim. 4:1; HB 1:7, HB 1:14; 2:4; 3:7; 9:8; 10:15; 12:23; 2. º Pe. 1:21; 1. ° JO 4:1(2x), 2, 3, 6; AP 1:4; AP 2:7, AP 2:11, AP 2:17, AP 2:29; 3:1, 6, 13, 22; 4:5; 5:6; 14:13; 17:3:19. 10; 21. 10; 22:6, 17.


II - involuído ou não-purificado, 39 vezes:


MT 8:16; MT 10:1; MT 12:43, MT 12:45; MC 1:23, MC 1:27; 3:11, 30; 5:2, 8, 13; 6:7; 7:25; 9:19; LC 4:36; LC 6:18; LC 7:21; LC 8:2; LC 10:20; LC 11:24, LC 11:26; 13:11; AT 5:16; AT 8:7; AT 16:16, AT 19:12, AT 19:13, AT 19:15, AT 19:16; RM 11:8:1. ° Cor. 2:12; 2. º Cor. 11:4; EF 2:2; 1. º Pe. 3:19; 1. º JO 4:2, 6; AP 13:15; AP 16:13; AP 18:2.


c) - pneuma como "espírito" no sentido abstrato de "caráter", 7 vezes: (JO 6:63; RM 2:29; 1. ª Cor. 2:12:4:21:2. ª Cor. 4:13; GL 6:1 e GL 6:2. ª Tim. 1:7)


d) - pneuma no sentido de "sopro", 1 vez: 2. ª Tess. 2:8 Todavia, devemos acrescentar que o espírito fora da matéria recebia outros apelativo, conforme vimos (vol. 1) e que não é inútil recordar, citando os locais.


PHÁNTASMA, quando o espírito, corpo astral ou perispírito se torna visível; termo que, embora frequente entre os gregos, só aparece, no N. T., duas vezes (MT 14:26 e MC 6:49).

ÁGGELOS (Anjo), empregado 170 vezes, designa um espírito evoluído (embora nem sempre de categoria acima da humana); essa denominação específica que, no momento em que é citada, tal entidade seja de nível humano ou supra-humano - está executando uma tarefa especial, como encarrega de "dar uma mensagem", de "levar um recado" de seus superiores hierárquicos (geralmente dizendo-se "de Deus"): MT 1:20, MT 1:24; 2:9, 10, 13, 15, 19, 21; 4:6, 11; 8:26; 10:3, 7, 22; 11:10, 13; 12:7, 8, 9, 10, 11, 23; 13:39, 41, 49; 16:27; 18:10; 22:30; 24:31, 36; 25:31, 41; 26:53; 27:23; 28:2, 5; MC 1:2, MC 1:13; 8:38; 12:25; 13:27, 32; LC 1:11, LC 1:13, LC 1:18, LC 1:19, 26, 30, 34, 35, 38; 4:10, 11; 7:24, 27; 9:26, 52; 12:8; 16:22; 22:43; 24:23; JO 1:51; JO 12:29; JO 20:12 AT 5:19; AT 6:15; AT 7:30, AT 7:35, AT 7:38, AT 7:52; 12:15; 23:8, 9; RM 8:38; 1. ° Cor. 4:9; 6:3; 11:10; 13:1; 2. º Cor. 11:14; 12:7; GL 1:8; GL 3:19; GL 4:14; CL 2:18; 2. º Tess. 1:7; 1. ° Tim. 3:16; 5:21; HB 1:4, HB 1:5, HB 1:6, HB 1:7, 13; 2:2, 5, 7, 9, 16; 12:22; 13:2; Tiago 2:25; 1. º Pe. 1:4, 11; Jud. 6; AP 1:1, AP 1:20; 2:1, 8, 12, 18; 3:1, 5, 7, 9, 14; 5:2, 11; 7:1, 11; 8:2, 3, 4, 5, 6, 8, 10, 12, 13; 9:1, 11, 13, 14, 15; 10:1, 5, 7, 8, 9, 10; 11:15; 12:7, 9, 17; 14:6, 9, 10, 15, 17, 18, 19; 15:1, 6, 7, 8, 10; 16:1, 5; 17:1, 7; 18:1, 21; 19:17; 20:1; 21:9, 12, 17; 22:6, 8, 16. BEEZEBOUL, usado 7 vezes: (MT 7. 25; 12:24, 27; MC 3:22; LC 11:15, LC 11:18, LC 11:19) só nos Evangelhos, é uma designação de chefe" de falange, "cabeça" de espíritos involuído.


DAIMÔN (uma vez, em MT 8:31) ou DAIMÓNION, 55 vezes, refere-se sempre a um espírito familiar desencarnado, que ainda conserva sua personalidade humana mesmo além túmulo. Entre os gregos, esse termo designava quer o eu interno, quer o "guia". Já no N. T. essa palavra identifica sempre um espírito ainda não-esclarecido, não evoluído, preso à última encarnação terrena, cuja presença prejudica o encarnado ao qual esteja ligado; tanto assim que o termo "demoníaco" é, para Tiago, sinônimo de "personalístico", terreno, psíquico. "não é essa sabedoria que desce do alto, mas a terrena (epígeia), a personalista (psychike), a demoníaca (demoniôdês). (Tiago, 3:15)


MT 7:22; MT 9:33, MT 9:34; 12:24, 27, 28; 10:8; 11:18; 17:18; MC 1:34, MC 1:39; 3:15, 22; 6:13; 7:26, 29, 30; 9:38; 16:9, 17; LC 4:33, LC 4:35, LC 4:41; 7:33; 8:2, 27, 29, 30, 33, 35, 38; 9:1, 42, 49; 10:17; 11:14, 15, 18, 19, 20; 13:32; JO 7:2; JO 8:48, JO 8:49, JO 8:52; 10:20, 21; AT 17:18; 1. ª Cor. 10:20, 21; 1. º Tim. 4:1; Tiago 2:16; Apoc 9:20; 16:24 e 18:2.


Ao falar de desencarnados, aproveitemos para observar como era designado o fenômeno da psicofonia: I - quando se refere a uma obsessão, com o verbo daimonízesthai, que aparece 13 vezes (MT 4:24;


8:16, 28, 33; 9:32; 12:22; 15:22; Marc 1:32; 5:15, 16, 18; LC 8:36; JO 10:21, portanto, só empregado pelos evangelistas).


II - quando se refere a um espírito evoluído, encontramos as expressões:

• "cheio de um espírito (plêrês, LC 4:1; AT 6:3, AT 6:5; 7:55; 11:24 - portanto só empregado por Lucas);


• "encher-se" (pimplánai ou plêthein, LC 1:15, LC 1:41, LC 1:67; AT 2:4; AT 4:8, AT 4:31; 9:17; 13:19 - portanto, só usado por Lucas);


• "conturbar-se" (tarássein), JO 11:33 e JO 13:21).


Já deixamos bem claro (vol 1) que os termos satanás ("antagonista"), diábolos ("adversário") e peirázôn ("tentador") jamais se referem, no N. T., a espíritos desencarnados, mas expressam sempre "a matéria, e por conseguinte também a "personalidade", a personagem humana que, com seu intelecto vaidoso, se opõe, antagoniza e, como adversário natural do espírito, tenta-o (como escreveu Paulo: "a carne (matéria) luta contra o espírito e o espírito contra a carne", GL 5:17).


Esses termos aparecem: satanãs, 33 vezes (MT 4:10; MT 12:26; MT 16:23; MC 1:13; MC 3:23, MC 3:26; 4:15; 8:33; LC 10:18; LC 11:18; LC 13:16; LC 22:3; JO 13:27, JO 13:31; AT 5:3; AT 26:18; RM 16:20; 1. º Cor. 5:5; 7:5; 2. º Cor. 2:11; 11:14; 12:17; 1. ° Tess. 2:18; 2. º Tess. 2:9; 1. º Tim. 1:20; 5:15; AP 2:9, AP 2:13, AP 2:24; 3:9; 12:9; 20:2, 7); diábolos, 35 vezes (MT 4:1, MT 4:5, MT 4:8, MT 4:11; 13:39; 25:41; LC 4:2, LC 4:3, LC 4:6, LC 4:13; 8:12; JO 6:70; JO 8:44; JO 13:2; AT 10:38; AT 13:10; EF 4:27; EF 6:11; 1. º Tim. 3:6, 7, 11; 2. º Tim. 2:26; 3:3 TT 2:3; HB 2:14; Tiago, 4:7; 1. º Pe. 5:8; 1. º JO 3:8, 10; Jud. 9; AP 2:10; AP 12:9, AP 12:12; 20:2,10) e peirázôn, duas vezes (MT 4:3 e MT 4:1. ª Tess. 3:5).


DIÁNOIA


Diánoia exprime a faculdade de refletir (diá+noús), isto é, o raciocínio; é o intelecto que na matéria, reflete a mente espiritual (noús), projetando-se em "várias direções" (diá) no mesmo plano. Usado 12 vezes (MT 22:37; MC 12:30: LC 1:51; LC 10:27: EF 2:3; EF 4:18; CL 1:21; HB 8:10; HB 10:16; 1. ª Pe. 1:13; 2. ª Pe. 3:1; 1. ª JO 5:20) na forma diánoia; e na forma dianóêma (o pensamento) uma vez em LC 11:17. Como sinônimo de diánoia, encontramos, também, synesis (compreensão) 7 vezes (MC 12:33; LC 2:47; 1. ª Cor. 1:19; EF 3:4; CL 1:9 e CL 2:2; e 2. ª Tim. 2:7). Como veremos logo abaixo, diánoia é parte inerente da psychê, (alma).


PSYCHÊ


Psychê é a ALMA, isto é, o "espírito encarnado (cfr. A. Kardec, "Livro dos Espíritos", resp. 134: " alma é o espírito encarnado", resposta dada, evidentemente, por um "espírito" afeito à leitura do Novo Testamento).


A psychê era considerada pelos gregos como o atualmente chamado "corpo astral", já que era sede dos desejos e paixões, isto é, das emoções (cfr. Ésquilo, Persas, 841; Teócrito, 16:24; Xenofonte, Ciropedia, 6. 2. 28 e 33; Xen., Memoráveis de Sócrates, 1. 13:14; Píndaro, Olímpicas, 2. 125; Heródoto, 3. 14; Tucídides, 2. 40, etc.) . Mas psychê também incluía, segundo os gregos, a diánoia ou synesis, isto é, o intelecto (cfr. Heródoto, 5. 124; Sófocles, Édipo em Colona, 1207; Xenofonte, Hieron, 7. 12; Plat ão, Crátilo, 400 a).


No sentido de "espírito" (alma de mortos) foi usada por Homero (cfr. Ilíada 1. 3; 23. 65, 72, 100, 104;


Odisseia, 11. 207,213,222; 24. 14 etc.), mas esse sentido foi depressa abandonado, substituído por outros sinônimos (pnenma, eikôn, phántasma, skiá, daimôn, etc.) .


Psychê é empregado quase sempre no sentido de espírito preso à matéria (encarnado) ou seja, como sede da vida, e até como a própria vida humana, isto é, a personagem terrena (sede do intelecto e das emoções) em 92 passos: Mar. 2:20; 6:25; 10:28, 39; 11:29; 12:18; 16:25, 26; 20:28; 22:37; 26:38; MC 3:4; MC 8:35, MC 8:36, MC 8:37; 10:45; 12:30; 14:34; LC 1:46; LC 2:35; LC 6:9; LC 9:24(2x), 56; 10:27; 12:19, 20, 22, 23; 14:26; 17:33; 21:19; JO 10:11, JO 10:15, JO 10:17, JO 10:18, 24; 12:25, 27; 13:37, 38; 15:13; AT 2:27, AT 2:41, AT 2:43; 3:23; 4:32; 7:14; 14:2, 22; 15:24, 26; 20:10, 24; 27:10, 22, 37, 44; RM 2:9; RM 11:3; RM 13:1; RM 16:4; 1. º Cor. 15:45; 2. º Cor. 1:23; 12:15; EF 6:6; CL 3:23; Flp. 1:27; 2:30; 1. º Tess. 2:8; 5:23; HB 4:12; HB 6:19; HB 10:38, HB 10:39; 12:3; 13:17; Tiago 1:21; Tiago 5:20; 1. º Pe. 1:9, 22; 2:11, 25; 4:19; 2. º Pe. 2:8, 14; 1. º JO 3:16; 3. º JO 2; AP 12:11; AP 16:3; AP 18:13, AP 18:14.


Note-se, todavia, que no Apocalipse (6:9:8:9 e 20:4) o termo é aplicado aos desencarnados por morte violenta, por ainda conservarem, no além-túmulo, as características da última personagem terrena.


O adjetivo psychikós é empregado com o mesmo sentido de personalidade (l. ª Cor. 2:14; 15:44, 46; Tiago, 3:15; Jud. 19).


Os outros termos, que entre os gregos eram usados nesse sentido de "espírito desencarnado", o N. T.


não os emprega com essa interpretação, conforme pode ser verificado:

EIDOS (aparência) - LC 3:22; LC 9:29; JO 5:37; 2. ª Cor. 5:7; 1. ª Tess. 5:22.


EIDÔLON (ídolo) - AT 7:41; AT 15:20; RM 2:22; 1. ª Cor. 8:4, 7; 10:19; 12; 2; 2. ª Cor. 6:16; 1. ª Tess.


1:9; 1. ª JO 5:21; AP 9:20.


EIKÔN (imagem) - MT 22:20; MC 12:16; LC 20:24; RM 1:23; 1. ª Cor. 11:7; 15:49 (2x) ; 2. ª Cor. 3:18; 4:4; CL 1:5; CL 3:10; HB 10:11; AP 13:14; AP 14:2, AP 14:11; 15:2; 19 : 20; 20 : 4.


SKIÁ (sombra) - MT 4:16; MC 4:32; LC 1:79; AT 5:15; CL 2:17; HB 8:5; HB 10:1.


Também entre os gregos, desde Homero, havia a palavra thumós, que era tomada no sentido de alma encarnada". Teve ainda sentidos diversos, exprimindo "coração" quer como sede do intelecto, quer como sede das paixões. Fixou-se, entretanto, mais neste último sentido, e toda, as vezes que a deparamos no Novo Testamento é, parece, com o designativo "força". (Cfr. LC 4:28; AT 19:28; RM 2:8; 2. ª Cor. 12:20; GL 5:20; EF 4:31; CL 3:8; HB 11:27; AP 12:12; AP 14:8, AP 14:10, AP 14:19; 15:1, 7; 16:1, 19; 18:3 e 19:15)


SOMA


Soma exprime o corpo, geralmente o físico denso, que é subdividido em carne (sárx) e sangue (haima), ou seja, que compreende o físico denso e o duplo etérico (e aqui retificamos o que saiu publicado no vol. 1, onde dissemos que "sangue" representava o astral).


Já no N. T. encontramos uma antecipação da moderna qualificação de "corpos", atribuída aos planos ou níveis em que o homem pode tornar-se consciente. Paulo, por exemplo, emprega soma para os planos espirituais; ao distinguir os "corpos" celestes (sómata epouránia) dos "corpos" terrestres (sómata epígeia), ele emprega soma para o físico denso (em lugar de sárx), para o corpo astral (sôma psychikôn) e para o corpo espiritual (sôma pneumatikón) em 1. ª Cor. 15:40 e 44.


No N. T. soma é empregado ao todo 123 vezes, sendo 107 vezes no sentido de corpo físico-denso (material, unido ou não à psychê);


MT 5:29, MT 5:30; 6:22, 25; 10:28(2x); 26:12; 27:58, 59; MC 5:29; MC 14:8; MC 15:43; LC 11:34; LC 12:4, LC 12:22, LC 12:23; 17:37; 23:52, 55; 24:3, 23; JO 2:21; JO 19:31, JO 19:38, JO 19:40; 20:12; Aros. 9:40; RM 1:24; RM 4:19; RM 6:6, RM 6:12; 7:4, 24; 8:10, 11, 13, 23; 12:1, 4; 1. º Cor. 5:13; 6:13(2x), 20; 7:4(2x), 34; 9:27; 12:12(3x),14, 15(2x), 16 (2x), 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25; 13:3; 15:37, 38(2x) 40). 2. 0 Cor. 4:40; 5:610; 10:10; 12:2(2x); Gól. 6:17; EF 2:16; EF 5:23, EF 5:28; Ft. 3:21; CL 2:11, CL 2:23; 1. º Tess. 5:23; HB 10:5, HB 10:10, HB 10:22; 13:3, 11; Tiago 2:11, Tiago 2:26; 3:2, 3, 6; 1. º Pe. 2:24; Jud. 9; AP 18:13. Três vezes como "corpo astral" (MT 27:42; 1. ª Cor. 15:14, duas vezes); duas vezes como "corpo espiritual" (1. º Cor. 15:41); e onze vezes com sentido simbólico, referindo-se ao pão, tomado como símbolo do corpo de Cristo (MT 26:26; MC 14:22; LC 22:19; RM 12:5; 1. ª Cor. 6:15; 10:16, 17; 11:24; 12:13, 27; EF 1:23; EF 4:4, EF 4:12, EF 4:16; Filp. 1:20; CL 1:18, CL 1:22; 2:17; 3:15).


HAIMA


Haima, o sangue, exprime, como vimos, o corpo vital, isto é, a parte que dá vitalização à carne (sárx), a qual, sem o sangue, é simples cadáver.


O sangue era considerado uma entidade a parte, representando o que hoje chamamos "duplo etérico" ou "corpo vital". Baste-nos, como confirmação, recordar que o Antigo Testamento define o sangue como "a alma de toda carne" (LV 17:11-14). Suma importância, por isso, é atribuída ao derramamento de sangue, que exprime privação da "vida", e representa quer o sacrifício em resgate de erros e crimes, quer o testemunho de uma verdade.


A palavra é assim usada no N. T. :

a) - sangue de vítimas (HB 9:7, HB 9:12, HB 9:13, HB 9:18, 19, 20, 21, 22, 25; 10:4; 11:28; 13:11). Observe-se que só nessa carta há preocupação com esse aspecto;


b) - sangue de Jesus, quer literalmente (MT 27:4, MT 27:6, MT 27:24, MT 27:25; LC 22:20; JO 19:34; AT 5:28; AT 20:28; RM 5:25; RM 5:9; EF 1:7; EF 2:13; CL 1:20; HB 9:14; HB 10:19, HB 10:29; 12:24; 13:12, 20; 1. ª Pe. 1:2,19; 1. ª JO 1:7; 5:6, 8; AP 1:5; AP 5:9; AP 7:14; AP 12:11); quer simbolicamente, quando se refere ao vinho, como símbolo do sangue de Cristo (MT 26:28; MC 14:24; JO 6:53, JO 6:54, JO 6:55, JO 6:56; 1. ª Cor. 10:16; 11:25, 27).


c) - o sangue derramado como testemunho de uma verdade (MT 23:30, MT 23:35; 27:4; LC 13:1; AT 1:9; AT 18:6; AT 20:26; AT 22:20; RM 3:15; HB 12:4; AP 6:10; 14,: 20; 16:6; 17:6; 19:2, 13).


d) - ou em circunstâncias várias (MC 5:25, MC 5:29; 16:7; LC 22:44; JO 1:13; AT 2:19, AT 2:20; 15:20, 29; 17:26; 21:25; 1. ª Cor. 15:50; GL 1:16; EF 6:12; HB 2:14; AP 6:12; AP 8:7; AP 15:3, AP 15:4; 11:6).


SÁRX


Sárx é a carne, expressão do elemento mais grosseiro do homem, embora essa palavra substitua, muitas vezes, o complexo soma, ou seja, se entenda, com esse termo, ao mesmo tempo "carne" e "sangue".


Apesar de ter sido empregada simbolicamente por Jesus (JO 6:51, JO 6:52, JO 6:53, JO 6:54, 55 e 56), seu uso é mais literal em todo o resto do N. T., em 120 outros locais: MT 19:56; MT 24:22; MT 26:41; MC 10:8; MC 13:20; MC 14:38; LC 3:6; LC 24:39; JO 1:14; JO 3:6(2x); 6:63; 8:15; 17:2; AT 2:7, AT 2:26, AT 2:31; RM 1:3; RM 2:28; RM 3:20; RM 4:1; RM 6:19; RM 7:5, RM 7:18, RM 7:25; 8:3, 4(2x), 5(2x), 6, 7, 8, 9, 13(2x); 9:358; 11:14; 13:14; 1. º Cor. 1:2629; 5:5; 6:16; 7:28;10:18; 15:39(2x),50; 2. º Cor. 1:17; 4:11; 5:16; 7:1,5; 10:2,3(2x); 1:18; 12:7; GL 2:16, GL 2:20; 3:3; 4:13, 14, 23; 5:13, 16, 17, 19, 24; 6:8(2x), 12, 13; EF 2:3, EF 2:11, EF 2:14; 5:29, 30, 31; 6:5; CL 1:22, CL 1:24; 2:1, 5, 11, 13, 18, 23; 3:22, 24; 3:34; 1. º Tim. 3:6; Flm. 16; HB 5:7; HB 9:10, HB 9:13; 10:20; 12:9; Tiago 5:3; 1. º Pe. 1:24; 3;18, 21; 4:1, 2, 6; 2. º Pe. 2:10, 18; 1. º JO 2:16; 4:2; 2. º JO 7; Jud. 7, 8, 23; AP 17:16; AP 19:21.


B - TEXTOS COMPROBATÓRIOS


Respiguemos, agora, alguns trechos do N. T., a fim de comprovar nossas conclusões a respeito desta nova teoria.


Comecemos pela distinção que fazemos entre individualidade (ou Espírito) e a personagem transitória humana.


INDIVIDUALIDADE- PERSONAGEM


Encontramos essa distinção explicitamente ensinada por Paulo (l. ª Cor. 15:35-50) que classifica a individualidade entre os "corpos celestiais" (sómata epouránia), isto é, de origem espiritual; e a personagem terrena entre os "corpos terrenos" (sómata epígeia), ou seja, que têm sua origem no próprio planeta Terra, de onde tiram seus elementos constitutivos (físicos e químicos). Logo a seguir, Paulo torna mais claro seu pensamento, denominando a individualidade de "corpo espiritual" (sôma pneumatikón) e a personagem humana de "corpo psíquico" (sôma psychikón). Com absoluta nitidez, afirma que a individualidade é o "Espírito vivificante" (pneuma zoopioún), porque dá vida; e que a personagem, no plano já da energia, é a "alma que vive" (psychê zôsan), pois recebe vida do Espírito que lhe constitui a essência profunda.


Entretanto, para evitar dúvidas ou más interpretações quanto ao sentido ascensional da evolução, assevera taxativamente que o desenvolvimento começa com a personalidade (alma vivente) e só depois que esta se desenvolve, é que pode atingir-se o desabrochar da individualidade (Espírito vivificante).


Temos, pois, bem estabelecida a diferença fundamental, ensinada no N. T., entre psychê (alma) e pneuma (Espírito).


Mas há outros passos em que esses dois elementos são claramente distinguidos:

1) No Cântico de Maria (LC 1:46) sentimos a diferença nas palavras "Minha alma (psychê) engrandece o Senhor e meu Espírito (pneuma) se alegra em Deus meu Salvador".


2) Paulo (Filp. 1:27) recomenda que os cristãos tenham "um só Espírito (pneuma) e uma só alma (psychê), distinção desnecessária, se não expressassem essas palavras coisas diferentes.


3) Ainda Paulo (l. ª Tess. 5:23) faz votos que os fiéis "sejam santificados e guardados no Espírito (pneuma) na alma (psychê) e no corpo (sôma)", deixando bem estabelecida a tríade que assinalamos desde o início.


4) Mais claro ainda é o autor da Carta dos Hebreus (quer seja Paulo Apolo ou Clemente Romano), ao


. utilizar-se de uma expressão sintomática, que diz: "o Logos Divino é Vivo, Eficaz; e mais penetrante que qualquer espada, atingindo até a divisão entre o Espirito (pneuma) e a alma (psychê)" (HB 4:12); aí não há discussão: existe realmente uma divisão entre espírito e alma.


5) Comparando, ainda, a personagem (psiquismo) com a individualidade Paulo afirma que "fala não palavras aprendidas pela sabedoria humana, mas aprendidas do Espírito (divino), comparando as coisas espirituais com as espirituais"; e acrescenta, como esclarecimento e razão: "o homem psíquico (ho ánthrôpos psychikós, isto é, a personagem intelectualizada) não percebe as coisas do Espírito Divino: são tolices para ele, e não pode compreender o que é discernido espiritualmente; mas o homem espiritual (ho ánthrôpos pneumatikós, ou, seja, a individualidade) discerne tudo, embora não seja discernido por ninguém" (1. ª Cor. 2:13-15).


Portanto, não há dúvida de que o N. T. aceita os dois aspectos do "homem": a parte espiritual, a tríade superior ou individualidade (ánthrôpos pneumatikós) e a parte psíquica, o quaternário inferior ou personalidade ou personagem (ánthrôpos psychikós).


O CORPO


Penetremos, agora, numa especificação maior, observando o emprego da palavra soma (corpo), em seu complexo carne-sangue, já que, em vários passos, não só o termo sárx é usado em lugar de soma, como também o adjetivo sarkikós (ou sarkínos) se refere, como parte externa visível, a toda a personagem, ou seja, ao espírito encarnado e preso à matéria; e isto sobretudo naqueles que, por seu atraso, ainda acreditam que seu verdadeiro eu é o complexo físico, já que nem percebem sua essência espiritual.


Paulo, por exemplo, justifica-se de não escrever aos coríntios lições mais sublimes, porque não pode falar-lhes como a "espirituais" (pnenmatikoí, criaturas que, mesmo encarnadas, já vivem na individualidade), mas só como a "carnais" (sarkínoi, que vivem só na personagem). Como a crianças em Cristo (isto é, como a principiantes no processo do conhecimento crístico), dando-lhes leite a beber, não comida, pois ainda não na podem suportar; "e nem agora o posso, acrescenta ele, pois ainda sois carnais" (1. ª Cor. 3:1-2).


Dessa forma, todos os que se encontram na fase em que domina a personagem terrena são descritos por Paulo como não percebendo o Espírito: "os que são segundo a carne, pensam segundo a carne", em oposição aos "que são segundo o espírito, que pensam segundo o espírito". Logo a seguir define a "sabedoria da carne como morte, enquanto a sabedoria do Espírito é Vida e Paz" (Rom, 8:5-6).


Essa distinção também foi afirmada por Jesus, quando disse que "o espírito está pronto (no sentido de" disposto"), mas a carne é fraca" (MT 26:41; MC 14:38). Talvez por isso o autor da Carta aos Hebreus escreveu, ao lembrar-se quiçá desse episódio, que Jesus "nos dias de sua carne (quando encarnado), oferecendo preces e súplicas com grande clamor e lágrimas Àquele que podia livrá-lo da morte, foi ouvido por causa de sua devoção e, não obstante ser Filho de Deus (o mais elevado grau do adeptado, cfr. vol. 1), aprendeu a obediência por meio das coisas que sofreu" (Heb, 5:7-8).


Ora, sendo assim fraca e medrosa a personagem humana, sempre tendente para o mal como expoente típico do Antissistema, Paulo tem o cuidado de avisar que "não devemos submeter-nos aos desejos da carne", pois esta antagoniza o Espírito (isto é constitui seu adversário ou diábolos). Aconselha, então que não se faça o que ela deseja, e conforta os "que são do Espírito", assegurando-lhes que, embora vivam na personalidade, "não estão sob a lei" (GL 5:16-18). A razão é dada em outro passo: "O Senhor é Espírito: onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2. ª Cor. 3:17).


Segundo o autor da Carta aos Hebreus, esta foi uma das finalidades da encarnação de Jesus: livrar a personagem humana do medo da morte. E neste trecho confirma as palavras do Mestre a Nicodemos: "o que nasce de carne é carne" (JO 3:6), esclarecendo, ao mesmo tempo, no campo da psicobiologia, (o problema da hereditariedade: dos pais, os filhos só herdam a carne e o sangue (corpo físico e duplo etérico), já que a psychê é herdeira do pneuma ("o que nasce de espírito, é espírito", João, ibidem). Escreve, então: "como os filhos têm a mesma natureza (kekoinônêken) na carne e no sangue, assim ele (Jesus) participou da carne e do sangue para que, por sua morte, destruísse o adversário (diábolos, a matéria), o qual possui o império da morte, a fim de libertá-las (as criaturas), já que durante toda a vida elas estavam sujeitas ao medo da morte" (HB 2:14).


Ainda no setor da morte, Jesus confirma, mais uma vez, a oposição corpo-alma: "não temais os que matam o corpo: temei o que pode matar a alma (psychê) e o corpo (sôma)" (MT 10:28). Note-se, mais uma vez, a precisão (elegantia) vocabular de Jesus, que não fala em pneuma, que é indestrutível, mas em psychê, ou seja, o corpo astral sujeito a estragos e até morte.


Interessante observar que alguns capítulos adiante, o mesmo evangelista (MT 27:52) usa o termo soma para designar o corpo astral ou perispírito: "e muitos corpos dos santos que dormiam, despertaram".


Refere-se ao choque terrível da desencarnação de Jesus, que foi tão violento no plano astral, que despertou os desencarnados que se encontravam adormecidos e talvez ainda presos aos seus cadáveres, na hibernação dos que desencarnam despreparados. E como era natural, ao despertarem, dirigiram-se para suas casas, tendo sido percebidos pelos videntes.


Há um texto de Paulo que nos deixa em suspenso, sem distinguirmos se ele se refere ao corpo físico (carne) ou ao psíquico (astral): "conheço um homem em Cristo (uma individualidade já cristificada) que há catorze anos - se no corpo (en sômai) não sei, se fora do corpo (ektòs sômatos) não sei: Deus

sabe foi raptado ao terceiro céu" (l. ª Cor. 12:2). É uma confissão de êxtase (ou talvez de "encontro"?), em que o próprio experimentador se declara inapto a distinguir se se tratava de um movimento puramente espiritual (fora do corpo), ou se tivera a participação do corpo psíquico (astral); nem pode verificar se todo o processo se realizou com pneuma e psychê dentro ou fora do corpo.


Entretanto, de uma coisa ele tem certeza absoluta: a parte inferior do homem, a carne e o sangue, esses não participaram do processo. Essa certeza é tão forte, que ele pode ensinar taxativamente e sem titubeios, que o físico denso e o duplo etérico não se unificam com a Centelha Divina, não "entram no reino dos céus", sendo esta uma faculdade apenas de pneuma, e, no máximo, de psychê. E ele o diz com ênfase: "isto eu vos digo, irmãos, que a carne (sárx) e o sangue (haima) NÃO PODEM possuir o reino de Deus" (l. ª Cor. 15:50). Note-se que essa afirmativa é uma negação violenta do "dogma" da ressurreição da carne.


ALMA


Num plano mais elevado, vejamos o que nos diz o N. T. a respeito da psychê e da diánoia, isto é, da alma e do intelecto a esta inerente como um de seus aspectos.


Como a carne é, na realidade dos fatos, incapaz de vontades e desejos, que provêm do intelecto, Paulo afirma que "outrora andávamos nos desejos de nossa carne", esclarecendo, porém, que fazíamos "a vontade da carne (sárx) e do intelecto (diánoia)" (EF 2:3). De fato "o afastamento e a inimizade entre Espírito e corpo surgem por meio do intelecto" (CL 1. 21).


A distinção entre intelecto (faculdade de refletir, existente na personagem) e mente (faculdade inerente ao coração, que cria os pensamentos) pode parecer sutil, mas já era feita na antiguidade, e Jerem ías escreveu que YHWH "dá suas leis ao intelecto (diánoia), mas as escreve no coração" (JR 31:33, citado certo em HB 8:10, e com os termos invertidos em HB 10:16). Aí bem se diversificam as funções: o intelecto recebe a dádiva, refletindo-a do coração, onde ela está gravada.


Realmente a psychê corresponde ao corpo astral, sede das emoções. Embora alguns textos no N. T.


atribuam emoções a kardía, Jesus deixou claro que só a psychê é atingível pelas angústias e aflições, asseverando: "minha alma (psychê) está perturbada" (MT 26:38; MC 14:34; JO 12:27). Jesus não fala em kardía nem em pneuma.


A MENTE


Noús é a MENTE ESPIRITUAL, a individualizadora de pneuma, e parte integrante ou aspecto de kardía. E Paulo, ao salientar a necessidade de revestir-nos do Homem Novo (de passar a viver na individualidade) ordena que "nos renovemos no Espírito de nossa Mente" (EF 4:23-24), e não do intelecto, que é personalista e divisionário.


E ao destacar a luta entre a individualidade e a personagem encarnada, sublinha que "vê outra lei em seus membros (corpo) que se opõem à lei de sua mente (noús), e o aprisiona na lei do erro que existe em seus membros" (RM 7:23).


A mente espiritual, e só ela, pode entender a sabedoria do Cristo; e este não se dirige ao intelecto para obter a compreensão dos discípulos: "e então abriu-lhes a mente (noún) para que compreendessem as Escrituras" (LC 24:45). Até então, durante a viagem (bastante longa) ia conversando com os "discípulos de Emaús". falando-lhes ao intelecto e provando-lhes que o Filho do Homem tinha que sofrer; mas eles não O reconheceram. Mas quando lhes abriu a MENTE, imediatamente eles perceberam o Cristo.


Essa mente é, sem dúvida, um aspecto de kardía. Isaías escreveu: "então (YHWH) cegou-lhes os olhos (intelecto) e endureceu-lhes o coração, para que não vissem (intelectualmente) nem compreendessem com o coração" (IS 6:9; citado por JO 12:40).


O CORAÇÃO


Que o coração é a fonte dos pensamentos, nós o encontramos repetido à exaustão; por exemplo: MT 12:34; MT 15:18, MT 15:19; Marc 7:18; 18:23; LC 6:45; LC 9:47; etc.


Ora, se o termo CORAÇÃO exprime, límpida e indiscutivelmente, a fonte primeira do SER, o "quarto fechado" onde o "Pai vê no secreto" MT 6:6), logicamente se deduz que aí reside a Centelha Divina, a Partícula de pneuma, o CRISTO (Filho Unigênito), que é UNO com o Pai, que também, consequentemente, aí reside. E portanto, aí também está o Espírito-Santo, o Espírito-Amor, DEUS, de que nosso Eu é uma partícula não desprendida.


Razão nos assiste, então, quando escrevemos (vol. 1 e vol. 3) que o "reino de Deus" ou "reino dos céus" ou "o céu", exprime exatamente o CORAÇÃO; e entrar no reino dos céus é penetrar, é MERGULHAR (batismo) no âmago de nosso próprio EU. É ser UM com o CRISTO, tal como o CRISTO é UM com o PAI (cfr. JO 10. 30; 17:21,22, 23).


Sendo esta parte a mais importante para a nossa tese, dividamo-la em três seções:

a) - Deus ou o Espírito Santo habitam DENTRO DE nós;


b) - CRISTO, o Filho (UNO com o Pai) também está DENTRO de nós, constituindo NOSSA ESSÊNCIA PROFUNDA;


c) - o local exato em que se encontra o Cristo é o CORAÇÃO, e nossa meta, durante a encarnação, é CRISTIFICAR-NOS, alcançando a evolução crística e unificando-nos com Ele.


a) -


A expressão "dentro de" pode ser dada em grego pela preposição ENTOS que encontramos clara em LC (LC 17:21), quando afirma que "o reino de Deus está DENTRO DE VÓS" (entòs humin); mas tamb ém a mesma ideia é expressa pela preposição EN (latim in, português em): se a água está na (EM A) garrafa ou no (EM O) copo, é porque está DENTRO desses recipientes. Não pode haver dúvida. Recordese o que escrevemos (vol. 1): "o Logos se fez carne e fez sua residência DENTRO DE NÓS" (JO 1:14).


Paulo é categórico em suas afirmativas: "Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito Santo habita dentro de vós" (1. ª Cor. 3:16).


Οΰи οίδατε ότι ναός θεοϋ έστε иαί τό πνεϋµα τοϋ θεοϋ έν ϋµϊν οίиεί;

E mais: "E não sabeis que vosso corpo é o templo do Espírito Santo que está dentro de vós, o qual recebestes de Deus, e não pertenceis a vós mesmos? Na verdade, fostes comprados por alto preço. Glorificai e TRAZEI DEUS EM VOSSO CORPO" (1. ª Cor. 6:19-20).


Esse Espírito Santo, que é a Centelha do Espírito Universal, é, por isso mesmo, idêntico em todos: "há muitas operações, mas UM só Deus, que OPERA TUDO DENTRO DE TODAS AS COISAS; ... Todas essas coisas opera o único e mesmo Espírito; ... Então, em UM Espírito todos nós fomos MERGULHADOS en: UMA carne, judeus e gentios, livres ou escravos" (1. ª Cor. 12:6, 11, 13).


Καί διαιρέσεις ένεργηµάτων είσιν, ό δέ αύτός θεός ό ένεργών τα πάντα έν πάσιν... Дάντα δέ ταύτα ένεργεί τό έν иαί τό αύτό πνεύµα... Кαί γάρ έν ένί πνεύµατι ήµείς πάντες είς έν σώµα έβαπτίσθηµεν,
είτε ̉Ιουδαίοι εϊτε έλληνες, είτε δούλοι, εϊτε έλεύθεροι.
Mais ainda: "Então já não sois hóspedes e estrangeiros, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus, superedificados sobre o fundamento dos Enviados e dos Profetas, sendo a própria pedra angular máxima Cristo Jesus: em Quem toda edificação cresce no templo santo no Senhor, no Qual tamb ém vós estais edificados como HABITAÇÃO DE DEUS NO ESPÍRITO" (EF 2:19-22). " Αρα ούν ούиέτι έστε ζένοι иαί πάροιиοι, άλλά έστε συµπολίται τών άγίων иαί οίиείοι τού θεού,
έποιиοδοµηθέντες έπί τώ θεµελίω τών άποστόλων иαί προφητών, όντος άиρογωνιαίου αύτού Χριστόύ
#cite Іησού, έν ώ πάσα οίиοδοµή συναρµολογουµένη αύζει είς ναόν άγιον έν иυρίώ, έν ώ иαί ύµείς
συνοιиοδοµείσθε είς иατοιиητήεριον τού θεού έν πνεµατ

ι.


Se Deus habita DENTRO do homem e das coisas quem os despreza, despreza a Deus: "quem despreza estas coisas, não despreza homens, mas a Deus, que também deu seu Espírito Santo em vós" (1. ª Tess. 4:8).


Тοιγαρούν ό άθετών ούи άνθρωπον άθετεί, άλλά τόν θεόν τόν иαί διδόντα τό πνεύµα αύτού τό άγιον είς ύµάς.

E a consciência dessa realidade era soberana em Paulo: "Guardei o bom depósito, pelo Espírito Santo que habita DENTRO DE NÓS" (2. ª Tim. 1:14). (20)


Тήν иαλήν παραθήиην φύλαζον διά πνεύµατος άγίου τού ένοιиούντος έν ήµϊ

ν.


João dá seu testemunho: "Ninguém jamais viu Deus. Se nos amarmos reciprocamente, Deus permanecer á DENTRO DE NÓS, e o Amor Dele, dentro de nós, será perfeito (ou completo). Nisto sabemos que permaneceremos Nele e Ele em nós, porque DE SEU ESPÍRITO deu a nós" (1. ª JO 4:12-13).


θεόν ούδείς πώποτε τεθέαται: έάν άγαπώµεν άλλήλους, ό θεός έν ήµϊν µένει, иαί ή άγάπη αύτοϋ τε-
τελειωµένη έν ήµϊν έστιν. Εν τουτω γινώσиοµεν ότι έν αύτώ µένοµεν иαί αύτός έν ήµϊν, ότι έи τοϋ
πνεύµατος αύτοϋ δέδώиεν ήµϊ

ν.


b) -


Vejamos agora os textos que especificam melhor ser o CRISTO (Filho) que, DENTRO DE NÓS. constitui a essência profunda de nosso ser. Não é mais uma indicação de que TEMOS a Divindade em nós, mas um ensino concreto de que SOMOS uma partícula da Divindade. Escreve Paulo: "Não sabeis que CRISTO (Jesus) está DENTRO DE VÓS"? (2. ª Cor. 13:5). E, passando àquela teoria belíssima de que formamos todos um corpo só, cuja cabeça é Cristo, ensina Paulo: "Vós sois o CORPO de Cristo, e membros de seus membros" (l. ª Cor. 12:27). Esse mesmo Cristo precisa manifestar-se em nós, através de nós: "vossa vida está escondida COM CRISTO em Deus; quando Cristo se manifestar, vós também vos manifestareis em substância" (CL 3:3-4).


E logo adiante insiste: "Despojai-vos do velho homem com seus atos (das personagens terrenas com seus divisionismos egoístas) e vesti o novo, aquele que se renova no conhecimento, segundo a imagem de Quem o criou, onde (na individualidade) não há gentio nem judeu, circuncidado ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre, mas TUDO e EM TODOS, CRISTO" (CL 3:9-11).


A personagem é mortal, vivendo a alma por efeito do Espírito vivificante que nela existe: "Como em Adão (personagem) todos morrem, assim em CRISTO (individualidade, Espírito vivificante) todos são vivificados" (1. ª Cor. 15:22).


A consciência de que Cristo vive nele, faz Paulo traçar linhas imorredouras: "ou procurais uma prova do CRISTO que fala DENTRO DE MIM? o qual (Cristo) DENTRO DE VÓS não é fraco" mas é poderoso DENTRO DE VÓS" (2. ª Cor. 13:3).


E afirma com a ênfase da certeza plena: "já não sou eu (a personagem de Paulo), mas CRISTO QUE VIVE EM MIM" (GL 2:20). Por isso, pode garantir: "Nós temos a mente (noús) de Cristo" (l. ª Cor. 2:16).


Essa convicção traz consequências fortíssimas para quem já vive na individualidade: "não sabeis que vossos CORPOS são membros de Cristo? Tomando, então, os membros de Cristo eu os tornarei corpo de meretriz? Absolutamente. Ou não sabeis que quem adere à meretriz se torna UM CORPO com ela? Está dito: "e serão dois numa carne". Então - conclui Paulo com uma lógica irretorquível - quem adere a Deus é UM ESPÍRITO" com Deus (1. ª Cor. 6:15-17).


Já desde Paulo a união sexual é trazida como o melhor exemplo da unificação do Espírito com a Divindade. Decorrência natural de tudo isso é a instrução dada aos romanos: "vós não estais (não viveis) EM CARNE (na personagem), mas EM ESPÍRITO (na individualidade), se o Espírito de Deus habita DENTRO DE VÓS; se porém não tendes o Espírito de Cristo, não sois Dele. Se CRISTO (está) DENTRO DE VÓS, na verdade o corpo é morte por causa dos erros, mas o Espírito vive pela perfeição. Se o Espírito de Quem despertou Jesus dos mortos HABITA DENTRO DE VÓS, esse, que despertou Jesus dos mortos, vivificará também vossos corpos mortais, por causa do mesmo Espírito EM VÓS" (RM 9:9-11). E logo a seguir prossegue: "O próprio Espírito testifica ao nosso Espírito que somos filhos de Deus; se filhos, (somos) herdeiros: herdeiros de Deus, co-herdeiros de Cristo" (RM 8:16). Provém daí a angústia de todos os que atingiram o Eu Interno para libertar-se: "também tendo em nós as primícias do Espírito, gememos dentro de nós, esperando a adoção de Filhos, a libertação de nosso corpo" (RM 8:23).


c) -


Finalmente, estreitando o círculo dos esclarecimentos, verificamos que o Cristo, dentro de nós, reside NO CORAÇÃO, onde constitui nosso EU Profundo. É ensinamento escriturístico.


Ainda é Paulo que nos esclarece: "Porque sois filhos, Deus enviou o ESPÍRITO DE SEU FILHO, em vosso CORAÇÃO, clamando Abba, ó Pai" (GL 4:6). Compreendemos, então, que o Espírito Santo (Deus) que está em nós, refere-se exatamente ao Espírito do FILHO, ao CRISTO Cósmico, o Filho Unigênito. E ficamos sabendo que seu ponto de fixação em nós é o CORAÇÃO.


Lembrando-se, talvez, da frase de Jeremias, acima-citada, Paulo escreveu aos coríntios: "vós sois a nossa carta, escrita em vossos CORAÇÕES, conhecida e lida por todos os homens, sendo manifesto que sois CARTA DE CRISTO, preparada por nós, e escrita não com tinta, mas com o Espírito de Deus Vivo; não em tábuas de pedra, mas nas tábuas dos CORAÇÕES CARNAIS" (2. ª Cor. 3:2-3). Bastante explícito que realmente se trata dos corações carnais, onde reside o átomo espiritual.


Todavia, ainda mais claro é outro texto, em que se fala no mergulho de nosso eu pequeno, unificandonos ao Grande EU, o CRISTO INTERNO residente no coração: "CRISTO HABITA, pela fé, no VOSSO CORAÇÃO". E assegura com firmeza: "enraizados e fundamentados no AMOR, com todos os santos (os encarnados já espiritualizados na vivência da individualidade) se compreenderá a latitude, a longitude a sublimidade e a profundidade, conhecendo o que está acima do conhecimento, o AMOR DE CRISTO, para que se encham de toda a plenitude de Deus" (EF 3:17).


Кατοιиήσαι τόν Χριστόν διά τής πίστεως έν ταϊς иαρδίαις ύµών, έν άγάπη έρριζωµένοι иαί τεθεµελιωµένοι, ϊνα έζισγύσητε иαταλαβέσθαι σύν πάσιν τοϊςάγίοιςτί τό πλάτος иαί µήиος иαί ύψος
иαί βάθος, γνώσαι τε τήν ύπερβάλλουσαν τής γνώσεως άγάπην τοϋ Χριστοϋ, ίνα πληρωθήτε είς πάν τό πλήρωµα τού θεοϋ.

Quando se dá a unificação, o Espírito se infinitiza e penetra a Sabedoria Cósmica, compreendendo então a amplitude da localização universal do Cristo.


Mas encontramos outro ensino de suma profundidade, quando Paulo nos adverte que temos que CRISTIFICAR-NOS, temos que tornar-nos Cristos, na unificação com Cristo. Para isso, teremos que fazer uma tradução lógica e sensata da frase, em que aparece o verbo CHRIO duas vezes: a primeira, no particípio passado, Christós, o "Ungido", o "permeado da Divindade", particípio que foi transliterado em todas as línguas, com o sentido filosófico e místico de O CRISTO; e a segunda, logo a seguir, no presente do indicativo. Ora, parece de toda evidência que o sentido do verbo tem que ser O MESMO em ambos os empregos. Diz o texto original: ho dè bebaiôn hemãs syn humin eis Christon kaí chrísas hemãs theós (2. ª Cor. 1:21).


#cite Ο δέ βεβαιών ήµάς σύν ύµίν είς Χριστόν иαί χρίσας ήµάς θεό

ς.


Eis a tradução literal: "Deus, fortifica dor nosso e vosso, no Ungido, unge-nos".


E agora a tradução real: "Deus, fortificador nosso e vosso, em CRISTO, CRISTIFICA-NOS".


Essa a chave para compreendermos nossa meta: a cristificação total e absoluta.


Logo após escreve Paulo: "Ele também nos MARCA e nos dá, como penhor, o Espírito em NOSSOS CORAÇÕES" (2. ª Cor. 1:22).


#cite Ο иαί σφραγισάµενος ήµάς иαί δούς τόν άρραβώνα τόν πνεύµατος έν ταϊς иαρδϊαις ήµώ

ν.


Completando, enfim, o ensino - embora ministrado esparsamente - vem o texto mais forte e explícito, informando a finalidade da encarnação, para TÔDAS AS CRIATURAS: "até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, ao Homem Perfeito, à medida da evolução plena de Cristo" (EF 4:13).


Мέρχι иαταντήσωµεν οί πάντες είς τήν ένότητα τής πίστοως. иαί τής έπιγνώσεως τοϋ υίοϋ τοϋ θεοϋ,
είς άνδρα τελειον, είς µέτρον ήλιиίας τοϋ πληρώµατος τοϋ Χριστοϋ.
Por isso Paulo escreveu aos Gálatas: "ó filhinhos, por quem outra vez sofro as dores de parto, até que Cristo SE FORME dentro de vós" (GL 4:19) (Тεиνία µου, ούς πάλιν ώδίνω, µέρχις ού µορφωθή Χριστός έν ύµϊ

ν).


Agostinho (Tract. in Joanne, 21, 8) compreendeu bem isto ao escrever: "agradeçamos e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos", (Christus facti sumus); e Metódio de Olimpo ("Banquete das dez virgens", Patrol. Graeca, vol. 18, col. 150) escreveu: "a ekklêsía está grávida e em trabalho de parto até que o Cristo tome forma em nós, até que Cristo nasça em nós, a fim de que cada um dos santos (encarnados) por sua participação com o Cristo, se torne Cristo". Também Cirilo de Jerusalém ("Catechesis mystagogicae" 1. 3. 1 in Patr. Graeca vol. 33, col. 1. 087) asseverou: " Após terdes mergulhado no Cristo e vos terdes revestido do Cristo, fostes colocados em pé de igualdade com o Filho de Deus... pois que entrastes em comunhão com o Cristo, com razão tendes o nome de cristos, isto é, de ungidos".


Todo o que se une ao Cristo, se torna um cristo, participando do Pneuma e da natureza divina (theías koinônoí physeôs) (2. ª Pe. 1:3), pois "Cristo é o Espírito" (2. ª Cor. 3:17) e quem Lhe está unido, tem em si o selo (sphrágis) de Cristo. Na homilia 24,2, sobre 1. ª Cor. 10:16, João Crisóstomo (Patrol.


Graeca vol. 61, col. 200) escreveu: "O pão que partimos não é uma comunhão (com+união, koinônía) ao corpo de Cristo? Porque não disse "participação" (metoché)? Porque quis revelar algo mais, e mostrar uma associação (synápheia) mais íntima. Realmente, estamos unidos (koinônoúmen) não só pela participação (metéchein) e pela recepção (metalambánein), mas também pela UNIFICAÇÃO (enousthai)".


Por isso justifica-se o fragmento de Aristóteles, supra citado, em Sinésio: "os místicos devem não apenas aprender (mathein) mas experimentar" (pathein).


Essa é a razão por que, desde os primeiros séculos do estabelecimento do povo israelita, YHWH, em sua sabedoria, fazia a distinção dos diversos "corpos" da criatura; e no primeiro mandamento revelado a Moisés dizia: " Amarás a Deus de todo o teu coração (kardía), de toda tua alma (psychê), de todo teu intelecto (diánoia), de todas as tuas forças (dynameis)"; kardía é a individualidade, psychê a personagem, dividida em diánoia (intelecto) e dynameis (veículos físicos). (Cfr. LV 19:18; DT 6:5; MT 22:37; MC 12:13; LC 10:27).


A doutrina é uma só em todos os sistemas religiosos pregados pelos Mestres (Enviados e Profetas), embora com o tempo a imperfeição humana os deturpe, pois a personagem é fundamentalmente divisionista e egoísta. Mas sempre chega a ocasião em que a Verdade se restabelece, e então verificamos que todas as revelações são idênticas entre si, em seu conteúdo básico.


ESCOLA INICIÁTICA


Após essa longa digressão a respeito do estudo do "homem" no Novo Testamento, somos ainda obrigados a aprofundar mais o sentido do trecho em que são estipuladas as condições do discipulato.


Há muito desejaríamos ter penetrado neste setor, a fim de poder dar explicação cabal de certas frases e passagens; mas evitamo-lo ao máximo, para não ferir convicções de leitores desacostumados ao assunto.


Diante desse trecho, porém, somos forçados a romper os tabus e a falar abertamente.


Deve ter chamado a atenção de todos os estudiosos perspicazes dos Evangelhos, que Jesus jamais recebeu, dos evangelistas, qualquer título que normalmente seria atribuído a um fundador de religião: Chefe Espiritual, Sacerdote, Guia Espiritual, Pontífice; assim também, aqueles que O seguiam, nunca foram chamados Sequazes, Adeptos, Adoradores, Filiados, nem Fiéis (a não ser nas Epístolas, mas sempre com o sentido de adjetivo: os que mantinham fidelidade a Seus ensinos). Ao contrário disso, os epítetos dados a Jesus foram os de um chefe de escola: MESTRE (Rabbi, Didáskalos, Epistátês) ou de uma autoridade máxima Kyrios (SENHOR dos mistérios). Seus seguidores eram DISCÍPULOS (mathêtês), tudo de acordo com a terminologia típica dos mistérios iniciáticos de Elêusis, Delfos, Crotona, Tebas ou Heliópolis. Após receberem os primeiros graus, os discípulos passaram a ser denominado "emissários" (apóstolos), encarregados de dar a outros as primeiras iniciações.


Além disso, é evidente a preocupação de Jesus de dividir Seus ensinos em dois graus bem distintos: o que era ministrado de público ("a eles só é dado falar em parábolas") e o que era ensinado privadamente aos "escolhidos" ("mas a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus", cfr. MT 13:10-17 ; MC 4:11-12; LC 8:10).


Verificamos, portanto, que Jesus não criou uma "religião", no sentido moderno dessa palavra (conjunto de ritos, dogmas e cultos com sacerdócio hierarquicamente organizado), mas apenas fundou uma ESCOLA INICIÁTICA, na qual preparou e "iniciou" seus DISCÍPULOS, que Ele enviou ("emissários, apóstolos") com a incumbência de "iniciar" outras criaturas. Estas, por sua vez, foram continuando o processo e quando o mundo abriu os olhos e percebeu, estava em grande parte cristianizado. Quando os "homens" o perceberam e estabeleceram a hierarquia e os dogmas, começou a decadência.


A "Escola iniciática" fundada por Jesus foi modelada pela tradição helênica, que colocava como elemento primordial a transmissão viva dos mistérios: e "essa relação entre a parádosis (transmissão) e o mystérion é essencial ao cristianismo", escreveu o monge beneditino D. Odon CaseI (cfr. "Richesse du Mystere du Christ", Les éditions du Cerf. Paris, 1964, pág. 294). Esse autor chega mesmo a afirmar: " O cristianismo não é uma religião nem uma confissão, segundo a acepção moderna dessas palavras" (cfr. "Le Mystere du Culte", ib., pág. 21).


E J. Ranft ("Der Ursprung des Kathoíischen Traditionsprinzips", 1931, citado por D . O. Casel) escreve: " esse contato íntimo (com Cristo) nasce de uma gnose profunda".


Para bem compreender tudo isso, é indispensável uma incursão pelo campo das iniciações, esclarecendo antes alguns termos especializados. Infelizmente teremos que resumir ao máximo, para não prejudicar o andamento da obra. Mas muitos compreenderão.


TERMOS ESPECIAIS


Aiôn (ou eon) - era, época, idade; ou melhor CICLO; cada um dos ciclos evolutivos.


Akoueíu - "ouvir"; akoueín tòn lógon, ouvir o ensino, isto é, receber a revelação dos segredos iniciáticos.


Gnôse - conhecimento espiritual profundo e experimental dos mistérios.


Deíknymi - mostrar; era a explicação prática ou demonstração de objetos ou expressões, que serviam de símbolos, e revelavam significados ocultos.


Dóxa - doutrina; ou melhor, a essência do conhecimento profundo: o brilho; a luz da gnôse; donde "substância divina", e daí a "glória".


Dynamis - força potencial, potência que capacita para o érgon e para a exousía, infundindo o impulso básico de atividade.


Ekklêsía - a comunidade dos "convocados" ou "chamados" (ékklêtos) aos mistérios, os "mystos" que tinham feito ou estavam fazendo o curso da iniciação.


Energeín - agir por dentro ou de dentro (energia), pela atuação da força (dybamis).


Érgon - atividade ou ação; trabalho espiritual realizado pela força (dynamis) da Divindade que habita dentro de cada um e de cada coisa; energia.


Exêgeísthaí - narrar fatos ocultos, revelar (no sentido de "tirar o véu") (cfr. LC 24:35; JO 1:18; AT 10:8:15:12, 14).


Hágios - santo, o que vive no Espírito ou Individualidade; o iniciado (cfr. teleios).


Kyrios - Senhor; o Mestre dos Mistérios; o Mistagogo (professor de mistérios); o Hierofante (o que fala, fans, fantis, coisas santas, hieros); dava-se esse título ao possuidor da dynamis, da exousía e do érgon, com capacidade para transmiti-los.


Exousía - poder, capacidade de realização, ou melhor, autoridade, mas a que provém de dentro, não "dada" de fora.


Leitourgia - Liturgia, serviço do povo: o exercício do culto crístico, na transmissão dos mistérios.


Legómena - palavras reveladoras, ensino oral proferido pelo Mestre, e que se tornava "ensino ouvido" (lógos akoês) pelos discípulos.


Lógos - o "ensino" iniciático, a "palavra" secreta, que dava a chave da interpretação dos mistérios; a" Palavra" (Energia ou Som), segundo aspecto da Divindade.


Monymenta - "monumentos", ou seja, objetos e lembranças, para manter viva a memória.


Mystagogo – o Mestre dos Mystérios, o Hierofante.


Mystérion - a ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação; donde, o ensino revelado apenas aos perfeitos (teleios) e santos (hágios), mas que devia permanecer oculto aos profanos.


Oikonomía - economia, dispensação; literalmente "lei da casa"; a vida intima de cada iniciado e sua capacidade na transmissão iniciática a outros, (de modo geral encargo recebido do Mestre).


Orgê - a atividade ou ação sagrada; o "orgasmo" experimentado na união mística: donde "exaltação espiritual" pela manifestação da Divindade (erradamente interpretado como "ira").


Parábola - ensino profundo sob forma de narrativa popular, com o verdadeiro sentido oculto por metáforas e símbolos.


Paradídômi - o mesmo que o latim trádere; transmitir, "entregar", passar adiante o ensino secreto.


Parádosis - transmissão, entrega de conhecimentos e experiências dos ensinos ocultos (o mesmo que o latim tradítio).


Paralambánein - "receber" o ensino secreto, a "palavra ouvida", tornando-se conhecedor dos mistérios e das instruções.


Patheín - experimentar, "sofrer" uma experiência iniciática pessoalmente, dando o passo decisivo para receber o grau e passar adiante.


Plêrôma - plenitude da Divindade na criatura, plenitude de Vida, de conhecimento, etc.


Redençãoa libertação do ciclo de encarnações na matéria (kyklos anánkê) pela união total e definitiva com Deus.


Santo - o mesmo que perfeito ou "iniciado".


Sêmeíon - "sinal" físico de uma ação espiritual, demonstração de conhecimento (gnose), de força (dynamis), de poder (exousía) e de atividade ou ação (érgon); o "sinal" é sempre produzido por um iniciado, e serve de prova de seu grau.


Sophía - a sabedoria obtida pela gnose; o conhecimento proveniente de dentro, das experiências vividas (que não deve confundir-se com a cultura ou erudição do intelecto).


Sphrágis - selo, marca indelével espiritual, recebida pelo espírito, embora invisível na matéria, que assinala a criatura como pertencente a um Senhor ou Mestre.


Symbolos - símbolos ou expressões de coisas secretas, incompreensíveis aos profanos e só percebidas pelos iniciados (pão, vinho, etc.) .


Sótería - "salvação", isto é, a unificação total e definitiva com a Divindade, que se obtém pela "redenção" plena.


Teleíos - o "finalista", o que chegou ao fim de um ciclo, iniciando outro; o iniciado nos mistérios, o perfeito ou santo.


Teleisthai - ser iniciado; palavra do mesmo radical que teleutan, que significa "morrer", e que exprime" finalizar" alguma coisa, terminar um ciclo evolutivo.


Tradítio - transmissão "tradição" no sentido etimológico (trans + dare, dar além passar adiante), o mesmo que o grego parádosis.


TRADIÇÃO


D. Odon Casel (o. c., pág. 289) escreve: "Ranft estudou de modo preciso a noção da tradítio, não só como era praticada entre os judeus, mas também em sua forma bem diferente entre os gregos. Especialmente entre os adeptos dos dosis é a transmissão secreta feita aos "mvstos" da misteriosa sôtería; é a inimistérios, a noção de tradítio (parádosis) tinha grande importância. A paraciação e a incorporação no círculo dos eleitos (eleitos ou "escolhidos"; a cada passo sentimos a confirmação de que Jesus fundou uma "Escola Iniciática", quando emprega os termos privativos das iniciações heléntcas; cfr. " muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" - MT 22. 14), características das religiões grecoorientais. Tradítio ou parádosis são, pois, palavras que exprimem a iniciação aos mistérios. Tratase, portanto, não de uma iniciação científica, mas religiosa, realizada no culto. Para o "mysto", constitui uma revelação formal, a segurança vivida das realidades sagradas e de uma santa esperança. Graças a tradição, a revelação primitiva passa às gerações ulteriores e é comunicada por ato de iniciação. O mesmo princípio fundamental aplica-se ao cristianismo".


Na página seguinte, o mesmo autor prossegue: "Nos mistérios, quando o Pai Mistagogo comunica ao discípulo o que é necessário ao culto, essa transmissão tem o nome de traditio. E o essencial não é a instrução, mas a contemplação, tal como o conta Apuleio (Metamorphoses, 11, 21-23) ao narrar as experiências culturais do "mysto" Lúcius. Sem dúvida, no início há uma instrução, mas sempre para finalizar numa contemplação, pela qual o discípulo, o "mysto", entra em relação direta com a Divindade.


O mesmo ocorre no cristianismo (pág. 290).


Ouçamos agora as palavras de J. Ranft (o. c., pág. 275): "A parádosis designa a origem divina dos mistérios e a transmissão do conteúdo dos mistérios. Esta, à primeira vista, realiza-se pelo ministério dos homens, mas não é obra de homens; é Deus que ensina. O homem é apenas o intermediário, o Instrumento desse ensino divino. Além disso... desperta o homem interior. Logos é realmente uma palavra intraduzível: designa o próprio conteúdo dos mistérios, a palavra, o discurso, o ENSINO. É a palavra viva, dada por Deus, que enche o âmago do homem".


No Evangelho, a parádosis é constituída pelas palavras ou ensinos (lógoi) de Jesus, mas também simbolicamente pelos fatos narrados, que necessitam de interpretação, que inicialmente era dada, verbalmente, pelos "emissários" e pelos inspirados que os escreveram, com um talento superior de muito ao humano, deixando todos os ensinos profundos "velados", para só serem perfeitamente entendidos pelos que tivessem recebido, nos séculos seguintes, a revelação do sentido oculto, transmitida quer por um iniciado encarnado, quer diretamente manifestada pelo Cristo Interno. Os escritores que conceberam a parádosis no sentido helênico foram, sobretudo, João e Paulo; já os sinópticos a interpretam mais no sentido judaico, excetuando-se, por vezes, o grego Lucas, por sua convivência com Paulo, e os outros, quando reproduziam fielmente as palavras de Jesus.


Se recordarmos os mistérios de Elêusis (palavra que significa "advento, chegada", do verbo eléusomai," chegar"), ou de Delfos (e até mesmo os de Tebas, Ábydos ou Heliópolis), veremos que o Novo Testamento concorda seus termos com os deles. O logos transmitido (paradidômi) por Jesus é recebida (paralambánein) pelos DISCÍPULOS (mathêtês). Só que Jesus apresentou um elemento básico a mais: CRISTO. Leia-se Paulo: "recebi (parélabon) do Kyrios o que vos transmiti (parédote)" (l. ª Cor. 11:23).


O mesmo Paulo, que define a parádosis pagã como "de homens, segundo os elementos do mundo e não segundo Cristo" (CL 2:8), utiliza todas as palavras da iniciação pagã, aplicando-as à iniciação cristã: parádosis, sophía, logo", mystérion, dynamis, érgon, gnose, etc., termos que foram empregados também pelo próprio Jesus: "Nessa hora Jesus fremiu no santo pneuma e disse: abençôo-te, Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e hábeis, e as revelaste aos pequenos, Sim, Pai, assim foi de teu agrado. Tudo me foi transmitido (parédote) por meu Pai. E ninguém tem a gnose do que é o Filho senão o Pai, e ninguém tem a gnose do que é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quer revelar (apokalypsai = tirar o véu). E voltando-se para seus discípulos, disse: felizes os olhos que vêem o que vedes. Pois digo-vos que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram, e ouvir o que ouvis, e não ouviram" (LC 10:21-24). Temos a impressão perfeita que se trata de ver e ouvir os mistérios iniciáticos que Jesus transmitia a seus discípulos.


E João afirma: "ninguém jamais viu Deus. O Filho Unigênito que esta no Pai, esse o revelou (exêgêsato, termo específico da língua dos mistérios)" (JO 1:18).


"PALAVRA OUVIDA"


A transmissão dos conhecimentos, da gnose, compreendia a instrução oral e o testemunhar das revelações secretas da Divindade, fazendo que o iniciado participasse de uma vida nova, em nível superior ( "homem novo" de Paulo), conhecendo doutrinas que deveriam ser fielmente guardadas, com a rigorosa observação do silêncio em relação aos não-iniciados (cfr. "não deis as coisas santas aos cães", MT 7:6).


Daí ser a iniciação uma transmissão ORAL - o LOGOS AKOÊS, ou "palavra ouvida" ou "ensino ouvido" - que não podia ser escrito, a não ser sob o véu espesso de metáforas, enigmas, parábolas e símbolos.


Esse logos não deve ser confundido com o Segundo Aspecto da Divindade (veja vol. 1 e vol. 3).


Aqui logos é "o ensino" (vol. 2 e vol. 3).


O Novo Testamento faz-nos conhecer esse modus operandi: Paulo o diz, numa construção toda especial e retorcida (para não falsear a técnica): "eis por que não cessamos de agradecer (eucharistoúmen) a Deus, porque, recebendo (paralabóntes) o ENSINO OUVIDO (lógon akoês) por nosso intermédio, de Deus, vós o recebestes não como ensino de homens (lógon anthrópôn) mas como ele é verdadeiramente: o ensino de Deus (lógon theou), que age (energeítai) em vós que credes" (l. ª Tess. 2:13).


O papel do "mysto" é ouvir, receber pelo ouvido, o ensino (lógos) e depois experimentar, como o diz Aristóteles, já citado por nós: "não apenas aprender (matheín), mas experimentar" (patheín).


Esse trecho mostra como o método cristão, do verdadeiro e primitivo cristianismo de Jesus e de seus emissários, tinha profunda conexão com os mistérios gregos, de cujos termos específicos e característicos Jesus e seus discípulos se aproveitaram, elevando, porém, a técnica da iniciação à perfeição, à plenitude, à realidade máxima do Cristo Cósmico.


Mas continuemos a expor. Usando, como Jesus, a terminologia típica da parádosis grega, Paulo insiste em que temos que assimilá-la interiormente pela gnose, recebendo a parádosis viva, "não mais de um Jesus de Nazaré histórico, mas do Kyrios, do Cristo ressuscitado, o Cristo Pneumatikós, esse mistério que é o Cristo dentro de vós" (CL 1:27).


Esse ensino oral (lógos akoês) constitui a tradição (traditio ou parádosis), que passa de um iniciado a outro ou é recebido diretamente do "Senhor" (Kyrios), como no caso de Paulo (cfr. GL 1:11): "Eu volo afirmo, meus irmãos, que a Boa-Nova que preguei não foi à maneira humana. Pois não na recebi (parélabon) nem a aprendi de homens, mas por uma revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo".


Aos coríntios (l. ª Cor. 2:1-5) escreve Paulo: "Irmãos, quando fui a vós, não fui com o prestígio do lógos nem da sophía, mas vos anunciei o mistério de Deus. Decidi, com efeito, nada saber entre vós sen ão Jesus Cristo, e este crucificado. Fui a vós em fraqueza, em temor, e todo trêmulo, e meu logos e minha pregação não consistiram nos discursos persuasivos da ciência, mas numa manifestação do Esp írito (pneuma) e do poder (dynamis), para que vossa fé não repouse na sabedoria (sophía) dos homens, mas no poder (dynamis) de Deus".


A oposição entre o logos e a sophia profanos - como a entende Aristóteles - era salientada por Paulo, que se referia ao sentido dado a esses termos pelos "mistérios antigos". Salienta que à sophia e ao logos profanos, falta, no dizer dele, a verdadeira dynamis e o pnenma, que constituem o mistério cristão que ele revela: Cristo.


Em vários pontos do Novo Testamento aparece a expressão "ensino ouvido" ou "ouvir o ensino"; por exemplo: MT 7:24, MT 7:26; 10:14; 13:19, 20, 21, 22, 23; 15:12; 19:22; MC 4:14, MC 4:15, MC 4:16, MC 4:17, 18, 19, 20; LC 6:47; LC 8:11, LC 8:12, LC 8:13, LC 8:15; 10:39; 11:28; JO 5:24, JO 5:38; 7:40; 8:43; 14:24; AT 4:4; AT 10:44; AT 13:7; AT 15:7; EF 1:13; 1. ª Tess. 2:13; HB 4:2; 1. ª JO 2:7; Ap. 1:3.


DYNAMIS


Em Paulo, sobretudo, percebemos o sentido exato da palavra dynamis, tão usada nos Evangelhos.


Pneuma, o Espírito (DEUS), é a força Potencial ou Potência Infinita (Dynamis) que, quando age (energeín) se torna o PAI (érgon), a atividade, a ação, a "energia"; e o resultado dessa atividade é o Cristo Cósmico, o Kosmos universal, o Filho, que é Unigênito porque a emissão é única, já que espaço e tempo são criações intelectuais do ser finito: o Infinito é uno, inespacial, atemporal.


Então Dynamis é a essência de Deus o Absoluto, a Força, a Potência Infinita, que tudo permeia, cria e governa, desde os universos incomensuráveis até os sub-átomos infra-microscópicos. Numa palavra: Dynamis é a essência de Deus e, portanto, a essência de tudo.


Ora, o Filho é exatamente o PERMEAADO, ou o UNGIDO (Cristo), por essa Dynamis de Deus e pelo Érgon do Pai. Paulo já o dissera: "Cristo... é a dynamis de Deus e a sophía de Deus (Christòn theou dynamin kaí theou sophían, 1. ª Cor. 1:24). Então, manifesta-se em toda a sua plenitude (cfr. CL 2:9) no homem Jesus, a Dynamis do Pneuma (embora pneuma e dynamis exprimam realmente uma só coisa: Deus): essa dynamis do pneuma, atuando através do Pai (érgon) toma o nome de CRISTO, que se manifestou na pessoa Jesus, para introduzir a humanidade deste planeta no novo eon, já que "ele é a imagem (eikôn) do Deus invisível e o primogênito de toda criação" (CL 1:15).


EON


O novo eon foi inaugurado exatamente pelo Cristo, quando de Sua penetração plena em Jesus. Daí a oposição que tanto aparece no Novo Testamento Entre este eon e o eon futuro (cfr., i. a., MT 12:32;


MC 10:30; LC 16:8; LC 20:34; RM 12:2; 1. ª Cor. 1:20; 2:6-8; 3:18:2. ª Cor. 4:4; EF 2:2-7, etc.) . O eon "atual" e a vida da matéria (personalismo); O eon "vindouro" é a vida do Espírito ó individualidade), mas que começa na Terra, agora (não depois de desencarnados), e que reside no âmago do ser.


Por isso, afirmou Jesus que "o reino dos céus está DENTRO DE VÓS" (LC 17:21), já que reside NO ESPÍRITO. E por isso, zôê aiónios é a VIDA IMANENTE (vol, 2 e vol. 3), porque é a vida ESPIRITUAL, a vida do NOVO EON, que Jesus anunciou que viria no futuro (mas, entenda-se, não no futuro depois da morte, e sim no futuro enquanto encarnados). Nesse novo eon a vida seria a da individualidade, a do Espírito: "o meu reino não é deste mundo" (o físico), lemos em JO 18:36. Mas é NESTE mundo que se manifestará, quando o Espírito superar a matéria, quando a individualidade governar a personagem, quando a mente dirigir o intelecto, quando o DE DENTRO dominar o DE FORA, quando Cristo em nós tiver a supremacia sobre o eu transitório.


A criatura que penetra nesse novo eon recebe o selo (sphrágis) do Cristo do Espírito, selo indelével que o condiciona como ingresso no reino dos céus. Quando fala em eon, o Evangelho quer exprimir um CICLO EVOLUTIVO; na evolução da humanidade, em linhas gerais, podemos considerar o eon do animalismo, o eon da personalidade, o eon da individualidade, etc. O mais elevado eon que conhecemos, o da zôê aiónios (vida imanente) é o da vida espiritual plenamente unificada com Deus (pneuma-dynamis), com o Pai (lógos-érgon), e com o Filho (Cristo-kósmos).


DÓXA


Assim como dynamis é a essência de Deus, assim dóxa (geralmente traduzida por "glória") pode apresentar os sentidos que vimos (vol. 1). Mas observaremos que, na linguagem iniciática dos mistérios, além do sentido de "doutrina" ou de "essência da doutrina", pode assumir o sentido específico de" substância divina". Observe-se esse trecho de Paulo (Filp. 2:11): "Jesus Cristo é o Senhor (Kyrios) na substância (dóxa) de Deus Pai"; e mais (RM 6:4): "o Cristo foi despertado dentre os mortos pela substância (dóxa) do Pai" (isto é, pelo érgon, a energia do Som, a vibração sonora da Palavra).


Nesses passos, traduzir dóxa por glória é ilógico, não faz sentido; também "doutrina" aí não cabe. O sentido é mesmo o de "substância".


Vejamos mais este passo (l. ª Cor. 2:6-16): "Falamos, sim da sabedoria (sophia) entre os perfeitos (teleiois, isto é, iniciados), mas de uma sabedoria que não é deste eon, nem dos príncipes deste eon, que são reduzidos a nada: mas da sabedoria dos mistérios de Deus, que estava oculta, e que antes dos eons Deus destinara como nossa doutrina (dóxa), e que os príncipes deste mundo não reconheceram. De fato, se o tivessem reconhecido, não teriam crucificado o Senhor da Doutrina (Kyrios da dóxa, isto é, o Hierofante ou Mistagogo). Mas como está escrito, (anunciamos) o que o olho não viu e o ouvido não ouviu e o que não subiu sobre o coração do homem, mas o que Deus preparou para os que O amam.


Pois foi a nós que Deus revelou (apekalypsen = tirou o véu) pelo pneuma" (ou seja, pelo Espírito, pelo Cristo Interno).


MISTÉRIO


Mistério é uma palavra que modificou totalmente seu sentido através dos séculos, mesmo dentro de seu próprio campo, o religioso. Chamam hoje "mistério" aquilo que é impossível de compreender, ou o que se ignora irremissivelmente, por ser inacessível à inteligência humana.


Mas originariamente, o mistério apresentava dois sentidos básicos:

1. º - um ensinamento só revelado aos iniciados, e que permanecia secreto para os profanos que não podiam sabê-lo (daí proveio o sentido atual: o que não se pode saber; na antiguidade, não se podia por proibição moral, ao passo que hoje é por incapacidade intelectual);


2. º - a própria ação ou atividade divina, experimentada pelo iniciado ao receber a iniciação completa.


Quando falamos em "mistério", transliterando a palavra usada no Novo Testamento, arriscamo-nos a interpretar mal. Aí, mistério não tem o sentido atual, de "coisa ignorada por incapacidade intelectiva", mas é sempre a "ação divina revelada experimentalmente ao homem" (embora continue inacessível ao não-iniciado ou profano).


O mistério não é uma doutrina: exprime o caráter de revelação direta de Deus a seus buscadores; é uma gnose dos mistérios, que se comunica ao "mysto" (aprendiz de mística). O Hierofante conduz o homem à Divindade (mas apenas o conduz, nada podendo fazer em seu lugar). E se o aprendiz corresponde plenamente e atende a todas as exigências, a Divindade "age" (energeín) internamente, no "Esp írito" (pneuma) do homem. que então desperta (egereín), isto é, "ressurge" para a nova vida (cfr. "eu sou a ressurreição da vida", JO 11:25; e "os que produzirem coisas boas (sairão) para a restauração de vida", isto é, os que conseguirem atingir o ponto desejado serão despertados para a vida do espírito, JO 5-29).


O caminho que leva a esses passos, é o sofrimento, que prepara o homem para uma gnose superior: "por isso - conclui O. Casel - a cruz é para o cristão o caminho que conduz à gnose da glória" (o. c., pág. 300).


Paulo diz francamente que o mistério se resume numa palavra: CRISTO "esse mistério, que é o Cristo", (CL 1:27): e "a fim de que conheçam o mistério de Deus, o Cristo" (CL 2:2).


O mistério opera uma união íntima e física com Deus, a qual realiza uma páscoa (passagem) do atual eon, para o eon espiritual (reino dos céus).


O PROCESSO


O postulante (o que pedia para ser iniciado) devia passar por diversos graus, antes de ser admitido ao pórtico, à "porta" por onde só passavam as ovelhas (símbolo das criaturas mansas; cfr. : "eu sou a porta das ovelhas", JO 10:7). Verificada a aptidão do candidato profano, era ele submetido a um período de "provações", em que se exercitava na ORAÇÃO (ou petição) que dirigia à Divindade, apresentando os desejos ardentes ao coração, "mendigando o Espírito" (cfr. "felizes os mendigos de Espírito" MT 5:3) para a ele unir-se; além disso se preparava com jejuns e alimentação vegetariana para o SACRIF ÍCIO, que consistia em fazer a consagração de si mesmo à Divindade (era a DE + VOTIO, voto a Deus), dispondo-se a desprender-se ao mundo profano.


Chegado a esse ponto, eram iniciados os SETE passos da iniciação. Os três primeiros eram chamado "Mistérios menores"; os quatro últimos, "mistérios maiores". Eram eles:

1 - o MERGULHO e as ABLUÇÕES (em Elêusis havia dois lagos salgados artificiais), que mostravam ao postulante a necessidade primordial e essencial da "catarse" da "psiquê". Os candidatos, desnudos, entravam num desses lagos e mergulhavam, a fim de compreender que era necessário "morrer" às coisas materiais para conseguir a "vida" (cfr. : "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica só; mas se morrer dá muito fruto", JO 12:24). Exprimia a importância do mergulho dentro de si mesmo, superando as dificuldades e vencendo o medo. Ao sair do lago, vestia uma túnica branca e aguardava o segundo passo.


2 - a ACEITAÇÃO de quem havia mergulhado, por parte do Mistagogo, que o confirmava no caminho novo, entre os "capazes". Daí por diante, teria que correr por conta própria todos os riscos inerentes ao curso: só pessoalmente poderia caminhar. Essa confirmação do Mestre simbolizava a "epiphanía" da Divindade, a "descida da graça", e o recem-aceito iniciava nova fase.


3 - a METÂNOIA ou mudança da mente, que vinha após assistir a várias tragédias e dramas de fundo iniciático. Todas ensinavam ao "mysto" novato, que era indispensável, através da dor, modificar seu" modo de pensar" em relação à vida, afastar-se de. todos os vícios e fraquezas do passado, renunciar a prazeres perniciosos e defeitos, tornando-se o mais perfeito (téleios) possível. Era buscada a renovação interna, pelo modo de pensar e de encarar a vida. Grande número dos que começavam a carreira, paravam aí, porque não possuíam a força capaz de operar a transmutação mental. As tentações os empolgavam e novamente se lançavam no mundo profano. No entanto, se dessem provas positivas de modifica ção total, de serem capazes de viver na santidade, resistindo às tentações, podiam continuar a senda.


Havia, então, a "experiência" para provar a realidade da "coragem" do candidato: era introduzido em grutas e câmaras escuras, onde encontrava uma série de engenhos lúgubres e figuras apavorantes, e onde demorava um tempo que parecia interminável. Dali, podia regressar ou prosseguir. Se regressava, saía da fileira; se prosseguia, recebia a recompensa justa: era julgado apto aos "mistérios maiores".


4 - O ENCONTRO e a ILUMINAÇÃO, que ocorria com a volta à luz, no fim da terrível caminhada por entre as trevas. Através de uma porta difícil de ser encontrada, deparava ele campos floridos e perfumados, e neles o Hierofante, em paramentação luxuosa. que os levava a uma refeição simples mas solene constante de pão, mel, castanhas e vinho. Os candidatos eram julgados "transformados", e porSABEDORIA DO EVANGELHO tanto não havia mais as exteriorizações: o segredo era desvelado (apokálypsis), e eles passavam a saber que o mergulho era interno, e que deviam iniciar a meditação e a contemplação diárias para conseguir o "encontro místico" com a Divindade dentro de si. Esses encontros eram de início, raros e breves, mas com o exercício se iam fixando melhor, podendo aspirar ao passo seguinte.


5 - a UNIÃO (não mais apenas o "encontro"), mas união firme e continuada, mesmo durante sua estada entre os profanos. Era simbolizada pelo drama sacro (hierõs gámos) do esponsalício de Zeus e Deméter, do qual nasceria o segundo Dionysos, vencedor da morte. Esse matrimônio simbólico e puro, realizado em exaltação religiosa (orgê) é que foi mal interpretado pelos que não assistiam à sua representação simbólica (os profanos) e que tacharam de "orgias imorais" os mistérios gregos. Essa "união", depois de bem assegurada, quando não mais se arriscava a perdê-la, preparava os melhores para o passo seguinte.


6 - a CONSAGRAÇÃO ou, talvez, a sagração, pela qual era representada a "marcação" do Espírito do iniciado com um "selo" especial da Divindade a quem o "mysto" se consagrava: Apolo, Dyonisos, Isis, Osíris, etc. Era aí que o iniciado obtinha a epoptía, ou "visão direta" da realidade espiritual, a gnose pela vivência da união mística. O epopta era o "vigilante", que o cristianismo denominou "epískopos" ou "inspetor". Realmente epopta é composto de epí ("sobre") e optos ("visível"); e epískopos de epi ("sobre") e skopéô ("ver" ou "observar"). Depois disso, tinha autoridade para ensinar a outros e, achando-se preso à Divindade e às obrigações religiosas, podia dirigir o culto e oficiar a liturgia, e também transmitir as iniciações nos graus menores. Mas faltava o passo decisivo e definitivo, o mais difícil e quase inacessível.


7 - a PLENITUDE da Divindade, quando era conseguida a vivência na "Alma Universal já libertada".


Nos mistérios gregos (em Elêusis) ensinava-se que havia uma Força Absoluta (Deus o "sem nome") que se manifestava através do Logos (a Palavra) Criador, o qual produzia o Filho (Kósmo). Mas o Logos tinha duplo aspecto: o masculino (Zeus) e o feminino (Deméter). Desse casal nascera o Filho, mas também com duplo aspecto: a mente salvadora (Dionysos) e a Alma Universal (Perséfone). Esta, desejando experiências mais fortes, descera à Terra. Mas ao chegar a estes reinos inferiores, tornouse a "Alma Universal" de todas as criaturas, e acabou ficando prisioneira de Plutão (a matéria), que a manteve encarcerada, ministrando-lhe filtros mágicos que a faziam esquecer sua origem divina, embora, no íntimo, sentisse a sede de regressar a seu verdadeiro mundo, mesmo ignorando qual fosse.


Dionysos quis salvá-la, mas foi despedaçado pelos Titãs (a mente fracionada pelo intelecto e estraçalhada pelos desejos). Foi quando surgiu Triptólemo (o tríplice combate das almas que despertam), e com apelos veementes conseguiu despertar Perséfone, revelando lhe sua origem divina, e ao mesmo tempo, com súplicas intensas às Forças Divinas, as comoveu; então Zeus novamente se uniu a Deméter, para fazer renascer Dionysos. Este, assumindo seu papel de "Salvador", desce à Terra, oferecendose em holocausto a Plutão (isto é, encarnando-se na própria matéria) e consegue o resgate de Perséfone, isto é, a libertação da Alma das criaturas do domínio da matéria e sua elevação novamente aos planos divinos. Por esse resumo, verificamos como se tornou fácil a aceitação entre os grego, e romanos da doutrina exposta pelos Emissários de Jesus, um "Filho de Deus" que desceu à Terra para resgatar com sua morte a alma humana.


O iniciado ficava permeado pela Divindade, tornando-se então "adepto" e atingindo o verdadeiro grau de Mestre ou Mistagogo por conhecimento próprio experimental. Já não mais era ele, o homem, que vivia: era "O Senhor", por cujo intermédio operava a Divindade. (Cfr. : "não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim", GL 2:20; e ainda: "para mim, viver é Cristo", Filp. 1:21). A tradição grega conservou os nomes de alguns dos que atingiram esse grau supremo: Orfeu... Pitágoras... Apolônio de Tiana... E bem provavelmente Sócrates (embora Schuré opine que o maior foi Platão).


NO CRISTIANISMO


Todos os termos néo-testamentários e cristãos, dos primórdios, foram tirados dos mistérios gregos: nos mistérios de Elêusis, o iniciado se tornava "membro da família do Deus" (Dionysos), sendo chamado.


então, um "santo" (hágios) ou "perfeito" (téleios). E Paulo escreve: "assim, pois, não sois mais estran geiros nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e familiares de Deus. ’ (EF 2:19). Ainda em Elêusis, mostrava-se aos iniciados uma "espiga de trigo", símbolo da vida que eternamente permanece através das encarnações e que, sob a forma de pão, se tornava participante da vida do homem; assim quando o homem se unia a Deus, "se tornava participante da vida divina" (2. ª Pe. 1:4). E Jesus afirmou: " Eu sou o PÃO da Vida" (JO 6. 35).


No entanto ocorreu modificação básica na instituição do Mistério cristão, que Jesus realizou na "última Ceia", na véspera de sua experiência máxima, o páthos ("paixão").


No Cristianismo, a iniciação toma sentido puramente espiritual, no interior da criatura, seguindo mais a Escola de Alexandria. Lendo Filon, compreendemos isso: ele interpreta todo o Antigo Testamento como alegoria da evolução da alma. Cada evangelista expõe a iniciação cristã de acordo com sua própria capacidade evolutiva, sendo que a mais elevada foi, sem dúvida, a de João, saturado da tradição (parádosis) de Alexandria, como pode ver-se não apenas de seu Evangelho, como também de seu Apocalipse.


Além disso, Jesus arrancou a iniciação dos templos, a portas fechadas, e jogou-a dentro dos corações; era a universalização da "salvação" a todos os que QUISESSEM segui-Lo. Qualquer pessoa pode encontrar o caminho (cfr. "Eu sou o Caminho", JO 14:6), porque Ele corporificou os mistérios em Si mesmo, divulgando-lhes os segredos através de Sua vida. Daí em diante, os homens não mais teriam que procurar encontrar um protótipo divino, para a ele conformar-se: todos poderiam descobrir e utir-se diretamente ao Logos que, através do Cristo, em Jesus se manifestara.


Observamos, pois, uma elevação geral de frequência vibratória, de tonus, em todo o processo iniciático dos mistérios.


E os Pais da Igreja - até o século 3. º o cristianismo foi "iniciático", embora depois perdesse o rumo quando se tornou "dogmático" - compreenderam a realidade do mistério cristão, muito superior, espiritualmente, aos anteriores: tornar o homem UM CRISTO, um ungido, um permeado da Divindade.


A ação divina do mistério, por exemplo, é assim descrita por Agostinho: "rendamos graças e alegremonos, porque nos tornamos não apenas cristãos, mas cristos" (Tract. in Joanne, 21,8); e por Metódio de Olímpio: "a comunidade (a ekklêsía) está grávida e em trabalho de parto, até que o Cristo tenha tomado forma em nós; até que o Cristo nasça em nós, para que cada um dos santos, por sua participação ao Cristo, se torne o cristo" (Patrol. Graeca, vol. 18, ccl. 150).


Temos que tornar-nos cristos, recebendo a última unção, conformando-nos com Ele em nosso próprio ser, já que "a redenção tem que realizar-se EM NÓS" (O. Casel, o. c., pág. 29), porque "o único e verdadeiro holocausto é o que o homem faz de si mesmo".


Cirilo de Jerusalém diz: "Já que entrastes em comunhão com o Cristo com razão sois chamados cristos, isto é, ungidos" (Catechesis Mystagogicae, 3,1; Patrol. Graeca,, 01. 33, col. 1087).


Essa transformação, em que o homem recebe Deus e Nele se transmuda, torna-o membro vivo do Cristo: "aos que O receberam, deu o poder de tornar-se Filhos de Deus" (JO 1:12).


Isso fez que Jesus - ensina-nos o Novo Testamento - que era "sacerdote da ordem de Melquisedec (HB 5:6 e HB 7:17) chegasse, após sua encarnação e todos os passos iniciáticos que QUIS dar, chegasse ao grau máximo de "pontífice da ordem de Melquisedec" (HB 5:10 e HB 6:20), para todo o planeta Terra.


CRISTO, portanto, é o mistério de Deus, o Senhor, o ápice da iniciação a experiência pessoal da Divindade.


através do santo ensino (hierôs lógos), que vem dos "deuses" (Espíritos Superiores), comunicado ao místico. No cristianismo, os emissários ("apóstolos") receberam do Grande Hierofante Jesus (o qual o recebeu do Pai, com Quem era UNO) a iniciação completa. Foi uma verdadeira "transmiss ão" (traditio, parádosis), apoiada na gnose: um despertar do Espírito que vive e experimenta a Verdade, visando ao que diz Paulo: "admoestando todo homem e ensinando todo homem, em toda sabedoria (sophía), para que apresentem todo homem perfeito (téleion, iniciado) em Cristo, para o que eu também me esforço (agõnizómenos) segundo a ação dele (energeían autou), que age (energouménen) em mim, em força (en dynámei)". CL 1:28-29.


Em toda essa iniciação, além disso, precisamos não perder de vista o "enthousiasmós" (como era chamado o "transe" místico entre os gregos) e que foi mesmo sentido pelos hebreus, sobretudo nas" Escolas de Profetas" em que eles se iniciavam (profetas significa "médiuns"); mas há muito se havia perdido esse "entusiasmo", por causa da frieza intelectual da interpretação literal das Escrituras pelos Escribas.


Profeta, em hebraico, é NaVY", de raiz desconhecida, que o Rabino Meyer Sal ("Les Tables de la Loi", éd. La Colombe, Paris, 1962, pág. 216/218) sugere ter sido a sigla das "Escolas de Profetas" (escolas de iniciação, de que havia uma em Belém, de onde saiu David). Cada letra designaria um setor de estudo: N (nun) seriam os sacerdotes (terapeutas do psicossoma), oradores, pensadores, filósofos;

V (beth) os iniciados nos segredos das construções dos templos ("maçons" ou pedreiros), arquitetos, etc. ; Y (yod) os "ativos", isto é, os dirigentes e políticos, os "profetas de ação"; (aleph), que exprime "Planificação", os matemáticos, geômetras, astrônomos, etc.


Isso explica, em grande parte, porque os gregos e romanos aceitaram muito mais facilmente o cristianismo, do que os judeus, que se limitavam a uma tradição que consistia na repetição literal decorada dos ensinos dos professores, num esforço de memória que não chegava ao coração, e que não visavam mais a qualquer experiência mística.


TEXTOS DO N. T.


O termo mystérion aparece várias vezes no Novo Testamento.


A - Nos Evangelhos, apenas num episódio, quando Jesus diz a Seus discípulos: "a vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus" (MT 13:11; MC 4:11; LC 8:10).


B - Por Paulo em diversas epístolas: RM 11:25 - "Não quero, irmãos, que ignoreis este mistério... o endurecimento de Israel, até que hajam entrado todos os gentios".


Rom. 16:15 - "conforme a revelação do mistério oculto durante os eons temporais (terrenos) e agora manifestados".


1. ª Cor. 2:1 – "quando fui ter convosco... anunciando-vos o mistério de Deus".


1. ª Cor. 2:4-7 - "meu ensino (logos) e minha pregação não foram em palavras persuasivas, mas em demonstração (apodeíxei) do pneúmatos e da dynámeôs, para que vossa fé não se fundamente na sophía dos homens, mas na dynámei de Deus. Mas falamos a sophia nos perfeitos (teleiois, iniciados), porém não a sophia deste eon, que chega ao fim; mas falamos a sophia de Deus em mistério, a que esteve oculta, a qual Deus antes dos eons determinou para nossa doutrina". 1. ª Cor. 4:1 - "assim considerem-nos os homens assistentes (hypêrétas) ecônomos (distribuidores, dispensadores) dos mistérios de Deus".


1. ª Cor. 13:2 - "se eu tiver mediunidade (prophéteía) e conhecer todos os mistérios de toda a gnose, e se tiver toda a fé até para transportar montanhas, mas não tiver amor (agápé), nada sou". l. ª Cor. 14:2 - "quem fala em língua (estranha) não fala a homens, mas a Deus, pois ninguém o ouve, mas em espírito fala mistérios". 1. ª Cor. 15:51 - "Atenção! Eu vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados".


EF 1:9 - "tendo-nos feito conhecido o mistério de sua vontade"

EF 3:4 - "segundo me foi manifestado para vós, segundo a revelação que ele me fez conhecer o mistério (como antes vos escrevi brevemente), pelo qual podeis perceber, lendo, minha compreensão no mistério do Cristo".


EF 3:9 - "e iluminar a todos qual a dispensação (oikonomía) do mistério oculto desde os eons, em Deus, que criou tudo".


EF 5:32 - "este mistério é grande: mas eu falo a respeito do Cristo e da ekklésia.


EF 9:19 - "(suplica) por mim, para que me possa ser dado o logos ao abrir minha boca para, em público, fazer conhecer o mistério da boa-nova".


CL 1:24-27 - "agora alegro-me nas experimentações (Pathêmasin) sobre vós e completo o que falta das pressões do Cristo em minha carne, sobre o corpo dele que é a ekklêsía, da qual me tornei servidor, segundo a dispensação (oikonomía) de Deus, que me foi dada para vós, para plenificar o logos de Deus, o mistério oculto nos eons e nas gerações, mas agora manifestado a seus santos (hagioi, iniciados), a quem aprouve a Deus fazer conhecer a riqueza da doutrina (dóxês; ou "da substância") deste mistério nas nações, que é CRISTO EM VÓS, esperança da doutrina (dóxês)".


CL 2:2-3 - "para que sejam consolados seus corações, unificados em amor, para todas as riquezas da plena convicção da compreensão, para a exata gnose (epígnôsin) do mistério de Deus (Cristo), no qual estão ocultos todos os tesouros da sophía e da gnose".


CL 4:3 - "orando ao mesmo tempo também por nós, para que Deus abra a porta do logos para falar o mistério do Cristo, pelo qual estou em cadeias".


2. ª Tess. 2:7 - "pois agora já age o mistério da iniquidade, até que o que o mantém esteja fora do caminho".


1. ª Tim. 3:9 - "(os servidores), conservando o mistério da fé em consciência pura".


1. ª Tim. 2:16 - "sem dúvida é grande o mistério da piedade (eusebeías)".


No Apocalipse (1:20; 10:7 e 17:5, 7) aparece quatro vezes a palavra, quando se revela ao vidente o sentido do que fora dito.


CULTO CRISTÃO


Depois de tudo o que vimos, torna-se evidente que não foi o culto judaico que passou ao cristianismo primitivo. Comparemos: A luxuosa arquitetura suntuosa do Templo grandioso de Jerusalém, com altares maciços a escorrer o sangue quente das vítimas; o cheiro acre da carne queimada dos holocaustos, a misturar-se com o odor do incenso, sombreando com a fumaça espessa o interior repleto; em redor dos altares, em grande número, os sacerdotes a acotovelar-se, munidos cada um de seu machado, que brandiam sem piedade na matança dos animais que berravam, mugiam dolorosamente ou balavam tristemente; o coro a entoar salmos e hinos a todo pulmão, para tentar superar a gritaria do povo e os pregões dos vendedores no ádrio: assim se realizava o culto ao "Deus dos judeus".


Em contraste, no cristianismo nascente, nada disso havia: nem templo, nem altares, nem matanças; modestas reuniões em casas de família, com alguns amigos; todos sentados em torno de mesa simples, sobre a qual se via o pão humilde e copos com o vinho comum. Limitava-se o culto à prece, ao recebimento de mensagens de espíritos, quando havia "profetas" na comunidade, ao ensino dos "emissários", dos "mais velhos" ou dos "inspetores", e à ingestão do pão e do vinho, "em memória da última ceia de Jesus". Era uma ceia que recebera o significativo nome de "amor" (ágape).


Nesse repasto residia a realização do supremo mistério cristão, bem aceito pelos gregos e romanos, acostumados a ver e compreender a transmissão da vida divina, por meio de símbolos religiosos. Os iniciados "pagãos" eram muito mais numerosos do que se possa hoje supor, e todos se sentiam membros do grande Kósmos, pois, como o diz Lucas, acreditavam que "todos os homens eram objeto da benevolência de Deus" (LC 2:14).


Mas, ao difundir-se entre o grande número e com o passar dos tempos, tudo isso se foi enfraquecendo e seguiu o mesmo caminho antes experimentado pelo judaísmo; a força mística, só atingida mais tarde por alguns de seus expoentes, perdeu-se, e o cristianismo "foi incapaz - no dizer de O. Casel - de manterse na continuação, nesse nível pneumático" (o. c. pág. 305). A força da "tradição" humana, embora condenada com veemência por Jesus (cfr. MT 15:1-11 e MT 16:5-12; e MC 7:1-16 e MC 8:14-11; veja atrás), fez-se valer, ameaçando as instituições religiosas que colocam doutrinas humanas ao lado e até acima dos preceitos divinos, dando mais importância às suas vaidosas criações. E D. Odon Casel lamenta: " pode fazer-se a mesma observação na história da liturgia" (o. c., pág. 298). E, entristecido, assevera ainda: "Verificamos igualmente que a concepção cristã mais profunda foi, sob muitos aspectos, preparada muito melhor pelo helenismo que pelo judaísmo. Lamentavelmente a teologia moderna tende a aproximar-se de novo da concepção judaica de tradição, vendo nela, de fato, uma simples transmiss ão de conhecimento, enquanto a verdadeira traditio, apoiada na gnose, é um despertar do espírito que VIVE e EXPERIMENTA a Verdade" (o. c., pág. 299).


OS SACRAMENTOS


O termo latino que traduz a palavra mystérion é sacramentum. Inicialmente conservou o mesmo sentido, mas depois perdeu-os, para transformar-se em "sinal visível de uma ação espiritual invisível".


No entanto, o estabelecimento pelas primeiras comunidades cristãs dos "sacramentos" primitivos, perdura até hoje, embora tendo perdido o sentido simbólico inicial.


Com efeito, a sucessão dos "sacramentos" revela exatamente, no cristianismo, os mesmos passos vividos nos mistérios grego. Vejamos:
1- o MERGULHO (denominado em grego batismo), que era a penetração do catecúmeno em seu eu interno. Simbolizava-se na desnudação ao pretendente, que largava todas as vestes e mergulhava totalmente na água: renunciava de modo absoluto as posses (pompas) exteriores e aos próprios veículos físicos, "vestes" do Espírito, e mergulhava na água, como se tivesse "morrido", para fazer a" catarse" (purificação) de todo o passado. Terminado o mergulho, não era mais o catecúmeno, o profano. Cirilo de Jerusalém escreveu: "no batismo o catecúmeno tinha que ficar totalmente nu, como Deus criou o primeiro Adão, e como morreu o segundo Adão na cruz" (Catechesis Mistagogicae,

2. 2). Ao sair da água, recebia uma túnica branca: ingressava oficialmente na comunidade (ekklêsía), e então passava a receber a segunda parte das instruções. Na vida interna, após o "mergulho" no próprio íntimo, aguardava o segundo passo.


2- a CONFIRMAÇÃO, que interiormente era dada pela descida da "graça" da Força Divina, pela" epifanía" (manifestação), em que o novo membro da ekklêsía se sentia "confirmado" no acerto de sua busca. Entrando em si mesmo a "graça" responde ao apelo: "se alguém me ama, meu Pai o amará, e NÓS viremos a ele e permaneceremos nele" (JO 14:23). O mesmo discípulo escreve em sua epístola: "a Vida manifestou-se, e a vimos, e damos testemunho. e vos anunciamos a Vida Imanente (ou a Vida do Novo Eon), que estava no Pai e nos foi manifestada" (l. ª JO 1:2).


3- a METÁNOIA (modernamente chamada "penitência") era então o terceiro passo. O aprendiz se exercitava na modificação da mentalidade, subsequente ao primeiro contato que tinha tido com a Divindade em si mesmo. Depois de "sentir" em si a força da Vida Divina, há maior compreensão; os pensamentos sobem de nível; torna-se mais fácil e quase automático o discernimento (krísis) entre certo e errado, bem e mal, e portanto a escolha do caminho certo. Essa metánoia é ajudada pelos iniciados de graus mais elevados, que lhe explicam as leis de causa e efeito e outras.


4- a EUCARISTIA é o quarto passo, simbolizando por meio da ingestão do pão e do vinho, a união com o Cristo. Quem mergulhou no íntimo, quem recebeu a confirmação da graça e modificou seu modo de pensar, rapidamenle caminha para o encontro definitivo com o Mestre interno, o Cristo.


Passa a alimentar-se diretamente de seus ensinos, sem mais necessidade de intermediários: alimentase, nutre-se do próprio Cristo, bebe-Lhe as inspirações: "se não comeis a carne do Filho do Homem e não bebeis seu sangue, não tendes a vida em vós. Quem saboreia minha carne e bebe meu sangue tem a Vida Imanente, porque minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue é

verdadeiramente bebida. Quem come minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele" (JO 6:53 ss).


5- MATRIMÔNIO é o resultado do encontro realizado no passo anterior: e o casamento, a FUSÃO, a união entre a criatura e o Criador, entre o iniciado e Cristo: "esse mistério é grande, quero dizê-lo em relação ao Cristo e à ekklêsia", escreveu Paulo, quando falava do "matrimônio" (EF 5:32). E aqueles que são profanos, que não têm essa união com o Cristo, mas antes se unem ao mundo e a suas ilusões, são chamados "adúlteros" (cfr. vol. 2). E todos os místicos, unanimemente, comparam a união mística com o Cristo ti uma união dos sexos no casamento.


6- a ORDEM é o passo seguinte. Conseguida a união mística a criatura recebe da Divindade a consagra ção, ou melhor, a "sagração", o "sacerdócio" (sacer "sagrado", dos, dotis, "dote"), o "dote sagrado" na distribuição das graças o quinhão especial de deveres e obrigações para com o "rebanho" que o cerca. No judaísmo, o sacerdote era o homem encarregado de sacrificar ritualmente os animais, de examinar as vítimas, de oferecer os holocaustos e de receber as oferendas dirigindo o culto litúrgico. Mais tarde, entre os profanos sempre, passou a ser considerado o "intemediário" entre o homem e o Deus "externo". Nessa oportunidade, surge no Espírito a "marca" indelével, o selo (sphrágis) do Cristo, que jamais se apaga, por todas as vidas que porventura ainda tenha que viver: a união com essa Força Cósmica, de fato, modifica até o âmago, muda a frequência vibratória, imprime novas características e a leva, quase sempre, ao supremo ponto, à Dor-Sacrifício-Amor.


7- a EXTREMA UNÇÃO ("extrema" porque é o último passo, não porque deva ser dada apenas aos moribundos) é a chave final, o último degrau, no qual o homem se torna "cristificado", totalmente ungido pela Divindade, tornando-se realmente um "cristo".


Que esses sacramentos existiram desde os primeiros tempos do cristianismo, não há dúvida. Mas que não figuram nos Evangelhos, também é certo. A conclusão a tirar-se, é que todos eles foram comunicados oralmente pela traditio ou transmissão de conhecimentos secretos. Depois na continuação, foram permanecendo os ritos externos e a fé num resultado interno espiritual, mas já não com o sentido primitivo da iniciação, que acabamos de ver.


Após este escorço rápido, cremos que a afirmativa inicial se vê fortalecida e comprovada: realmente Jesus fundou uma "ESCOLA INICIÁTICA", e a expressão "logos akoês" (ensino ouvido), como outras que ainda aparecerão, precisam ser explicadas à luz desse conhecimento.


* * *

Neste sentido que acabamos de estudar, compreendemos melhor o alcance profundo que tiveram as palavras do Mestre, ao estabelecer as condições do discipulato.


Não podemos deixar de reconhecer que a interpretação dada a Suas palavras é verdadeira e real.


Mas há "mais alguma coisa" além daquilo.


Trata-se das condições exigidas para que um pretendente possa ser admitido na Escola Iniciática na qualidade de DISCÍPULO. Não basta que seja BOM (justo) nem que possua qualidades psíquicas (PROFETA). Não é suficiente um desejo: é mistér QUERER com vontade férrea, porque as provas a que tem que submeter-se são duras e nem todos as suportam.


Para ingressar no caminho das iniciações (e observamos que Jesus levava para as provas apenas três, dentre os doze: Pedro, Tiago e João) o discípulo terá que ser digno SEGUIDOR dos passos do Mestre.


Seguidor DE FATO, não de palavras. E para isso, precisará RENUNCIAR a tudo: dinheiro, bens, família, parentesco, pais, filhos, cônjuges, empregos, e inclusive a si mesmo: à sua vontade, a seu intelecto, a seus conhecimentos do passado, a sua cultura, a suas emoções.


A mais, devia prontificar-se a passar pelas experiências e provações dolorosas, simbolizadas, nas iniciações, pela CRUZ, a mais árdua de todas elas: o suportar com alegria a encarnação, o mergulho pesado no escafandro da carne.


E, enquanto carregava essa cruz, precisava ACOMPANHAR o Mestre, passo a passo, não apenas nos caminhos do mundo, mas nos caminhos do Espírito, difíceis e cheios de dores, estreitos e ladeados de espinhos, íngremes e calçados de pedras pontiagudas.


Não era só. E o que se acrescenta, de forma enigmática em outros planos, torna-se claro no terreno dos mistérios iniciáticos, que existiam dos discípulos A MORTE À VIDA DO FÍSICO. Então compreendemos: quem tiver medo de arriscar-se, e quiser "preservar" ou "salvar" sua alma (isto é, sua vida na matéria), esse a perderá, não só porque não receberá o grau a que aspira, como ainda porque, na condição concreta de encarnado, talvez chegue a perder a vida física, arriscada na prova. O medo não o deixará RESSUSCITAR, depois da morte aparente mas dolorosa, e seu espírito se verá envolvido na conturbação espessa e dementada do plano astral, dos "infernos" (ou umbral) a que terá que descer.


No entanto, aquele que intimorato e convicto da realidade, perder, sua alma, (isto é, "entregar" sua vida do físico) à morte aparente, embora dolorosa, esse a encontrará ou a salvará, escapando das injunções emotivas do astral, e será declarado APTO a receber o grau seguinte que ardentemente ele deseja.


Que adianta, com efeito, a um homem que busca o Espírito, se ganhar o mundo inteiro, ao invés de atingir a SABEDORIA que é seu ideal? Que existirá no mundo, que possa valer a GNOSE dos mistérios, a SALVAÇÃO da alma, a LIBERTAÇÃO das encarnações tristes e cansativas?


Nos trabalhos iniciáticos, o itinerante ou peregrino encontrará o FILHO DO HOMEM na "glória" do Pai, em sua própria "glória", na "glória" de Seus Santos Mensageiros. Estarão reunidos em Espírito, num mesmo plano vibratório mental (dos sem-forma) os antigos Mestres da Sabedoria, Mensageiros da Palavra Divina, Manifestantes da Luz, Irradiadores da Energia, Distribuidores do Som, Focos do Amor.


Mas, nos "mistérios", há ocasiões em que os "iniciantes", também chamados mystos, precisam dar testemunhos públicos de sua qualidade, sem dizerem que possuem essa qualidade. Então está dado o aviso: se nessas oportunidades de "confissão aberta" o discípulo "se envergonhar" do Mestre, e por causa de "respeitos humanos" não realizar o que deve, não se comportar como é da lei, nesses casos, o Senhor dos Mistérios, o Filho do Homem, também se envergonhará dele, considerá-lo-á inepto, incapaz para receber a consagração; não mais o reconhecerá como discípulo seu. Tudo, portanto, dependerá de seu comportamento diante das provas árduas e cruentas a que terá que submeter-se, em que sua própria vida física correrá risco.


Observe-se o que foi dito: "morrer" (teleutan) e "ser iniciado" (teleusthai) são verbos formados do mesmo radical: tele, que significa FIM. Só quem chegar AO FIM, será considerado APTO ou ADEPTO (formado de AD = "para", e APTUM = "apto").


Nesse mesmo sentido entendemos o último versículo: alguns dos aqui presentes (não todos) conseguirão certamente finalizar o ciclo iniciático, podendo entrar no novo EON, no "reino dos céus", antes de experimentar a morte física. Antes disso, eles descobrirão o Filho do Homem em si mesmos, com toda a sua Dynamis, e então poderão dizer, como Paulo disse: "Combati o bom combate, terminei a carreira, mantive a fidelidade: já me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia - e não só a mim, como a todos os que amaram sua manifestação" (2. ª Tim. 4:7-8).


mc 11:22
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 6
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 21:20-22


20. E vendo-o, os discípulos admiravam-se, dizendo: como secou repentinamente a figueira?

21. Respondendo, Jesus disselhes: "Em verdade vos digo, se tiverdes fidelidade e não hesitardes, fareis não só isto da figueira; mas se disserdes a esse monte: desarraigate e lança-te ao mar, far-se-á.

22. E tudo quanto, tendo fidelidade, pedirdes na oração, recebereis".

MC 11:20-24


20. E passando de manhã, viram a figueira seca desde a raiz.

21. E recordando-se, Pedro disse-lhe: "Rabbi, olha a figueira que condenaste, secou"!

22. E respondendo Jesus disselhes: "Se tendes fidelidade a Deus,

23. em verdade vos digo, que quem quer que diga a esse monte: desarraiga-te e lançate ao mar, e não hesitar em seu coração, mas confiar que se faz o que diz, assim será.

24. Por isso digo-vos: tudo quanto orardes e pedirdes, confiai que (já) recebestes, e ser-vos-á (feito)".

LC 17:5-6


5. E os emissários disseram ao Senhor: "Aumenta nossa fidelidade"!

6. Disse então o Senhor: "Se tendes fidelidade como um grão de mostarda, diríeis a este sicômoro: desarraigate e planta-te no mar; e ele vos teria obedecido".



Marcos coloca a comprovação da figueira que secou nas palavras de Pedro, que o observa na manhã de terça-feira.


O fato em si, já o vimos, não importa: vale a lição, cujas conclusões foram anotadas pelos evangelistas.


A fidelidade (pístis) é essencial. Assim como a certeza intelectual de que o que se quer se realizará.


Não pode haver hesitação nem dúvida, nem no intelecto (confiar) nem no coração (fidelidade da união com o Eu Real).


De fato diakrithête exprime, literalmente, "julgar dentro de si", ou seja, ficar pensando se poderá conseguirse ou não, calculando as possibilidades e probabilidades, e agir com uma ponta de desconfiança intelectual.


Observemos, no entanto, que a prece não conhece limites: "TUDO QUANTO PEDIRDES" (pánta ósa). Todavia, é necessário ter uma certeza absoluta, como "se já tivéssemos recebido o que pedimos": temos que considerar o fato consumado; agir com a convicção plena de já ter o que queremos.


Em Lucas não se fala do episódio da figueira. Mas a resposta de Jesus por ele citada, em esclarecimento do pedido dos emissários, lembra o fato, tanto mais porque não se fala em "montanha", mas em" sicômoro" (sykáminos) que, como vimos, é palavra composta de figueira (syké). O encadeamento da frase torna-se, até, mais lógico: falando de árvore, cabe mais o termo "desarraiga-te (ekrizóthéte) e planta-te no mar; e ele vos teria obedecido".


Pode parecer, em português, que haja solecismo violento no texto de Lucas. No entanto, quisemos manter os tempos do original grego, que dá a seguinte construção: "Se TENDES fidelidade (condição real: ei échete), DIRIEIS (condição possível no presente: elégete án) a este sicômoro desarraiga-te e planta no mar. e ele vos TERIA OBEDECIDO (condição possível no futuro: hypêkousen án).


A lição dirige-se, aos iniciados mais avançados da Assembleia do Caminho. Aos outros, tudo parecia um sonho. Eram palavras bonitas, mas esperanças vãs. Ora, quando jamais se poderia conseguir, com a mente, destacar do solo uma montanha e lançá-la ao mar? Consolo e animação para a humanidade, com uma esperança impossível...


A humanidade acha-se ainda no ciclo da lagarta feia e pesadona, colada às folhas. Se alguém lhe disser que um dia se tornará leve e multicolorida borboleta, levantará os "ombros" e dirá em seu coração: " lérias"!


Mas alguns daquele grupo, (e alguns de outros grupos atuais), já sabiam, por havê-lo visto, que breve seriam borboletas. E alguns já haviam sabido, através dos ensinos ministrados nos círculos "secretos" da Assembleia (ekklêsía) que a força mental segura e bem dirigida, pode obter coisas assombrosas mesmo na parte material. Talvez tivessem ouvido falar no que aconteceu com as pirâmides do Egito e do Peru, na época dos grandes Iniciados Atlantes. Sem dúvida tinham conhecimento da ação daqueles que são chamados Devas no oriente, e anjos no ocidente, quando ativos, no governo da natureza.


Como fazem a acomodação dos solos, como provocam a libertação de gases incandescentes sob a forma de vulcões, como armam as tempestades para purificar a atmosfera, como conseguem afundar e reerguer continentes nos oceanos encapelados, como dominam águas, ventos e eletricidade. De certo fora-lhes explicado que tudo obedece a ordens mentais de extraordinária força, pois os próprios universos em manifestação constituem indiscutivelmente a projeção mental (o Pensamento) do ser a que vulgarmente denominamos "Deus".


Ora, como Centelhas e partículas dessa mesma Divindade que se fragmentou em sem-número de criaturas atualmente também já pensantes e, portanto, com a mesma capacidade mental, embora finita em grau e natureza, os homens adquiriram a capacidade criadora, ainda que limitada e infinitamente menos poderosa que a plenitude (o plêrâma) divina.


Como exemplo final do ensino dado a respeito da Força Mental, foi escolhida uma árvore inútil, pois não conseguia amadurecer os frutos (lembrémo-nos: Betfagé!) e esta, durante a exposição da teoria, foi sacrificada através de uma ordem, e "secou desde a raiz" (exêramménên ek rhizôn).


Eis aí: é possível admitir-se que o fato realmente se deu. Mas é mister ler nas entrelinhas, para compreender o episódio. Os narradores, que não podiam estender-se sobre o ensino esotérico, tiveram que "inventar" uma história. E a história inventada acontece que não convence ao nosso intelecto perquiridor, pois repugna ao bom-senso.


Por aí verificamos que os ensinos grafados nos Evangelhos constituem "conclusões" de ensinos extensos, resumos de lições profundas, ou pequenas histórias e parábolas que tinham por mira apenas fazer recordar aos iniciados, o que eles haviam aprendido oralmente, mas devia ficar oculto.



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
SEÇÃO VI

O MINISTÉRIO EM JERUSALÉM

Marcos 11:1-13.37

A. EVENTOS QUE PRECEDERAM O MINISTÉRIO, 11:1-26

1. A Entrada em Jerusalém (Marcos 11:1-11)

Jesus e seus discípulos, junto com outros peregrinos, haviam agora chegado às pro-ximidades de Jerusalém (1), um objetivo que seu ministério havia muito tempo indica-va. Betfagé ("casa dos figos verdes") e Betânia ("casa das tâmaras") eram duas peque-nas cidades nas encostas do Monte das Oliveiras, sendo que a primeira era provavel-mente um subúrbio de Jerusalém, e a última estava situada a cerca de três quilômetros de distância da cidade (veja o mapa).

Parando em Betânia, onde Ele ia ficar em retiro durante a Semana da Paixão, Jesus enviou dois dos seus discípulos à vila que ficava defronte a eles, provavelmente Betfagé (cf. Mt 21:1). Pedro era um deles, porque se lembrava dos detalhes que foram registrados. Eles deveriam encontrar preso um jumentinho, sobre o qual ainda não havia mon-tado homem algum; então iriam soltá-lo e levá-lo para (2) Jesus. O Mestre que havia nascido de uma virgem, e que no fim ascendeu à mão direita de Deus, iria cavalgar em um jumento nunca dantes cavalgado. "Na antiguidade, o animal escolhido para o uso sagrado deveria ter esta característica."1

Se o proprietário, que pode muito bem ter sido um seguidor de Jesus, questionasse o que estavam fazendo, eles deveriam responder: o Senhor precisa dele (3), e que iriam devolver o animal prontamente. Esse é o único exemplo em Marcos onde a expressão o Senhor foi usada para descrever Jesus. Essa seria uma identificação suficiente para o proprietário do jumento e uma razão suficiente para dedicar sua propriedade ao serviço do Senhor. Quem estaria disposto a imitar o exemplo daquele discípulo anônimo? Os discípulos encontraram o jumentinho preso fora da porta, "no meio da rua" (4), e o soltaram.

Quando alguns (5) dos que ali estavam perguntaram o que os discípulos estavam fazendo, eles responderam como Jesus lhes tinha mandado e tiveram permissão de levar o jumentinho a Jesus (7). Alguns sugeriram que essas providências um pouco misteriosas poderiam ser o resultado de um planejamento anterior, talvez durante uma das viagens a Jerusalém, mencionadas em João, ou eram uma prova do conhecimento sobrenatural de Jesus. Qualquer dessas hipóteses certamente seria possível.

A questão mais importante é: Por que Jesus preferiu cavalgar para a Cidade Santa? Seu propósito era cumprir a profecia de Zacarias 9:9) :

Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei

virá a ti, justo e Salvador, pobre e montado sobre um jumento, sobre um asninho, filho de jumenta.

Esta era uma "clara e deliberada afirmação de seu messianato",2 mas de um tipo que o judaísmo não esperava nem aceitava. "Seu propósito não era derrotar Roma, mas der-rotar o poder do pecado."' Seu messianato ainda estava encoberto pela cegueira do povo, um fato que levou Jesus a chorar pela cidade (Lc 19:41-42).

Depois que lançaram... suas vestes sobre o jumento para servir como sela, Jesus assentou-se sobre ele e começaram a viagem para Jerusalém (que estava a cerca de três quilômetros de distância de Betânia) em meio à agitação e aclamação daqueles que "acarpetaram a estrada com seus mantos" (8, NEB) e com "ramos que tinham cortado nos campos" (RSV). Aqueles que iam adiante (9) da procissão, provavelmente alguns que tinham vindo da cidade, e os que seguiam atrás, talvez os peregrinos da Galiléia, clamavam, dizendo: Hosana! ("Deus salve!" ou "Salve agora!" cf. 2 Sm 14.4; Sl 20:9).

Os gritos de Hosana! e Bendito o que vem em nome do Senhor! repetiam um dos Salmos do Hallel (Sl 118:25-26), "os quais eram entoados como antífona pelos peregri-nos ao se aproximarem de Jerusalém e pelos levitas que os vinham receber junto à porta santa".4 Entretanto, não há dúvida de que na multidão havia muitos que esperavam que esse "Profeta de Nazaré" (Mt 21:11) iria de alguma forma apressar a vinda do reino do Messias. "Bendito o Reino do nosso pai Davi, que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!' (10, NASB). Foram esses nacionalistas fanáticos que ficaram perturbados ao saber que Jesus havia vindo em paz, e pela justiça, e não como um guerreiro da revolu-ção política. Entretanto, Jesus havia determinado se oferecer ao povo escolhido nas mes-mas portas da Cidade Santa, qualquer que fosse sua reação. Ele "veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (Jo 1:11).

Tendo chegado ao fim a sua Entrada Triunfal, Jesus entrou (11) na cidade e no templo, onde Ele tendo visto tudo ao redor, sentiu tristeza e ira pela evidente cor-rupção. Mas, como já era tarde, Ele saiu para Betânia novamente, com os doze, e aguardou até o dia seguinte.

Neste ponto, pode ser útil incluir um r —rno da cronologia de Marcos para a Sema-na da Paixão:

Domingo ("de Ramos") : Entrada em Jerusalém e retorno a Betânia (Marcos 11:1-11)

Segunda-feira: Maldição da figueira e purificação do Templo (Marcos 11:12-19)

Terça-feira: Parábolas, discussão de histórias e outros ensinos (Marcos 11:20-13,37)

Quarta-feira: Unção em Betânia e a traição de Judas (Marcos 14:1-11)

Quinta-feira: Preparação para a Páscoa, Última Ceia, Getsêmani, prisão e julga-mento perante o Sinédrio (Marcos 14:12-72)

Sexta-feira: Julgamento perante Pilatos, condenação, crucificação, sepultamento (Marcos 15:1-47)

Sábado: Jesus na sepultura.

Domingo (de Páscoa) : A Ressurreição (Marcos 16:1-20) 6

  1. A Figueira Seca (Marcos 11:12-14)

No dia seguinte (12), isto é, na segunda-feira, depois da Entrada Triunfal, Jesus e seus discípulos retornaram a Jerusalém, vindos de uma cidade próxima, Betânia. Esse seria o padrão daquela semana: Jerusalém de dia e Betânia à noite.

Evidentemente, ainda era de manhã bem cedo porque Jesus estava com fome. A humanidade de Jesus sempre esteve em íntima justaposição com Sua natureza divina. Vendo de longe uma figueira que tinha folhas, Ele foi ver se nela acharia algu-ma coisa (13).

A presença de folhas na árvore era a indicação de que normalmente os frutos tam-bém estariam presentes, embora ainda fosse muito cedo para o tempo de figos.

Embora a principal colheita de figos maduros só acontecesse em Jerusalém perto do mês de agosto, pequenos figos começavam a aparecer... assim que as folhas novas brotavam... Mesmo esses figos ainda verdes eram comidos pelos camponeses. A falta de qualquer fruto na árvore era prova de sua infertilidade.'

O que aconteceu depois foi uma espécie de "ação-parábola". Aquela semana iria tra-zer um contundente encontro com um infrutífero e estéril judaísmo. Quando Jesus... disse à figueira (14) : Nunca mais coma alguém fruto de ti, Ele estava pronuncian-do, de forma simbólica, a certeza da condenação da Cidade Santa. E os seus discípulos ouviram isso.

  1. A Purificação do Templo (Marcos 11:15-19)

Em sua chegada a Jerusalém no dia anterior, Jesus havia entrado "no templo e... visto tudo ao redor" (11). O que Ele viu deve ter provocado Sua indignação moral, mas Ele esperou até o dia seguinte para tomar uma atitude.
O lugar onde os cambistas (15) e aqueles que vendiam pombas ofereciam sua mercadoria era chamado Montanha da Casa ou Pátio dos Gentios. Era um pátio espaço-so que circundava todo o Templo e estava aberto aos gentios bem como aos judeus.'

Todo judeu adulto do sexo masculino era obrigado a pagar um imposto anual de meio sido para a manutenção do Templo. Havia cambistas especiais para trocar moedas estran-geiras "pelo padrão exigido, que era a antiga moeda hebraica ou a moeda de Tiro".9 Esse câmbio de moedas custava cerca de quinze por cento da quantia envolvida. Entretanto, o principal abuso estava no fato de que a venda das pombas e de animais para o sacrificio era controlada pelos ricos e odiados sacerdotes saduceus. Essas práticas eram censuradas pelos rabinos judeus e os mercados foram destruídos pelo público no ano 67 d.C."

A ira de Jesus foi despertada principalmente porque os odores ofensivos, a balbúr-dia e a confusão, impediam que os gentios prestassem o seu culto a Deus na única área do Templo que se encontrava acessível a eles. Isaías havia descrito o dia em que judeus e gentios iriam juntos adorar a Deus em uma "Casa de Oração para todos os povos" (veja Is 56:6-7). Aqueles que vendiam e compravam no templo haviam transformado a casa de oração (17) em uma "caverna de salteadores" (Jr 7:11). Aquele que "ama a justiça e aborrece a iniqüidade" (Hb 1:9) derribou as mesas e as cadeiras dos gananciosos mercadores e colocou um ponto final na prática daqueles que haviam feito do Templo um simples e conveniente caminho mais curto para os seus negócios (16).

Quando os escribas e príncipes dos sacerdotes (18; fariseus e saduceus) viram que a fonte de renda do Templo estava ameaçada, eles buscavam ocasião para o ma-tar, mas o temiam, "porque o povo admirava os seus ensinos" (NEB). Conhecendo a malícia deles, Jesus novamente saiu para fora da cidade (19) e dirigiu-se a um retiro entre seus amigos em Betânia. No segundo ato messiânico da semana, o Senhor do tem-plo havia repentinamente vindo à sua casa, "como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros" (veja Ml 3:1-3).

4. A Figueira Seca (Marcos 11:20-26)

Marcos registra que na manhã (20) do dia seguinte à purificação do Templo (15-19), passando pelo caminho de volta a Jerusalém, os discípulos viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. No dia anterior, Jesus havia amaldiçoado a árvore pela sua pretensão de ter folhas, mas não ter frutos (veja 12-14). E Pedro, lembrando-se desse acontecimento (21), provavelmente com alguma agitação, chamou a atenção de Jesus para a figueira que agora havia secado totalmente. A destruição da árvore era tão completa que chamava a atenção."

Na ocasião em que Jesus amaldiçoou a árvore, Ele estava preocupado em mostrar o Seu descontentamento com a mentira e a hipocrisia. O resultado daquela maldição que provocou a morte da árvore ofereceu uma ocasião para outro assunto: o poder da fé, quando aliado a uma oração eficaz. Tende fé em Deus (22), Jesus disse, e mais do que isso será possível. Talvez apontando para o monte das Oliveiras, sobre o qual se encon-travam, e olhando para o mar Morto à distância, Jesus ensinou que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito (23).

Entre os judeus, as montanhas eram geralmente consideradas símbolos de grandes dificuldades e obstáculos. Na literatura rabínica, o mestre que conseguia explicar uma passagem obscura era chamado de "removedor-de-montanhas". Zacarias disse, a respei-to de um respeitado líder judeu: "Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel, serás uma campina" (Zc 4:7). Chegaria o dia em que os discípulos teriam que enfrentar problemas tão grandes quanto uma montanha. Jesus os desafiou a fazer a "oração da fé" (Tg 5:15). Essa oração leva as dificuldades a Deus para que Ele dê a solução, e se move em um espírito de expectativa e fé. "Acredite que você recebeu tudo aquilo pelo que orou e pediu, e isso lhe será feito" (24, Barclay).' Jesus não estabeleceu limites para as possi-bilidades da oração.

Aquele que ora com esperança e com fé em Deus também deve cumprir uma outra condição. Quando estiverdes orando (cf. I Reis 8:14-22; Lc 18:11-13) perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém (25, NEB) para que o Pai perdoe as vossas ofensas.' Aquele que nega o perdão não pode recebê-lo, pois um espírito rancoroso é contrário a uma súplica por perdão.'

B. ENSINOS E DEBATES EM JERUSALÉM, Marcos 11:27-12.44

  1. A Questão da Autoridade (Marcos 11:27-33)

Jesus e os discípulos tornaram' a Jerusalém (27). E andando ele pelo templo (27) dedicado a ensinar o povo e a anunciar o evangelho (Lc 20:1, RSV), chegou uma delegação oficial do Sinédrio' que desafiou a atitude de Jesus de livrar a área do templo dos cambistas e mercadores. A oposição deles foi imediata e rigorosa: Com que autori-dade fazes tu estas coisas? (28). A pergunta deles era apenas retórica, pois eles não reconheciam qualquer autoridade no Templo, a não ser a deles.

Enquanto Jesus ensinava e curava na Galiléia, o judaísmo oficial estava apenas desconfiando da Sua Pessoa (cf. Marcos 7.1), mas naquela província do norte Ele estava sob o governo de Herodes Antipas e fora da jurisdição dos judeus. Agora que o Profeta de Nazaré estava à porta deles, eles estavam determinados a lhe armar uma cilada. Se, ao responder a pergunta deles, Jesus alegasse ter autoridade divina, Ele seria acusado de blasfemar. Se alegasse ter autoridade como Filho de Davi, seria acusado de traição con-tra Roma. E se alegasse não ter nenhuma autoridade, seria chamado de impostor.

Seguindo o estilo da discussão rabínica, Jesus respondeu fazendo uma outra per-gunta. O batismo de João era do céu ou dos homens? (30). E, de modo imperativo, deixou bem claro quem estava sendo julgado: Respondei-me. Essa pergunta não tinha resposta, pois os ministérios de João e de Jesus estavam interligados (veja Marcos 1.2ss.; Marcos 6.14ss.). A autoridade de ambos era do céu e não dos homens. Os membros do Sinédrio ficaram presos nas garras de um dilema. Todos os homens sustentavam que João (32) era um verdadeiro profeta. Negar esse fato poderia colocar suas vidas em perigo: "o povo nos apedrejará" (Lc 20:6) Também não podiam admitir a divina inspiração de João, pois não acreditavam nele. Além disso, tal admissão seria uma confissão tácita de que a autorida-de de Jesus também era do céu. A resposta deles, depois de confabularem entre si, foi alegar ignorância. Não sabemos (33). Com isso, "eles estavam virtualmente abdicando de sua função de mestres da nação e não tinham mais nenhum direito de questionar a autoridade de Jesus".17 A resposta do Mestre encerrou o debate. Também eu vos não direi. Jesus não disse: "Eu não sei", somente que Ele não iria dizer. Um dos frutos trági-cos da desobediência é ser afastado da Fonte da verdade e da luz.

Sob o tema "Jesus Afirma a Sua Autoridade", podemos observar:

1) A demonstração da Sua autoridade, 15-18;

2) A defesa da Sua autoridade, 27-33.


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
*

11:1

Quando se aproximaram de Jerusalém. A viagem (10.1, nota) atinge seu destino e começa a chamada Semana da Paixão. A decisão de Jesus de subir a Jerusalém é claramente determinada pelo seu entendimento do Antigo Testamento e suas profecias referentes à sua própria morte (8.31, nota).

Betfagé. Palavra hebraica que significa “casa de figos verdes”, é uma pequena aldeia a leste de Jerusalém.

Betânia. No hebraico significa “casa de tristeza”, fica a cerca de três ou cinco quilômetros a leste de Jerusalém.

monte das Oliveiras. A leste de Jerusalém, cerca de sessenta metros acima da colina do templo, e de onde se tem uma visão espetacular de Jerusalém e, especialmente, do templo. Nos tempos de Jesus, esse monte era coberto de oliveiras. Porém, os romanos — durante o cerco de Jerusalém, no ano 70 d.C. — destruíram essas árvores.

* 11:2

achareis. Esse texto dá testemunho do conhecimento sobrenatural de Jesus (conforme Jo 1:48-50).

jumentinho. Uma cria de jumenta (Mt 21:2; Jo 12:15). O Antigo Testamento profetizou as ações de Jesus (Zc 9:9) que, neste caso, o identificam claramente com o Messias. Zacarias profetizou a vinda de um rei justo e humilde, trazendo salvação.

* 11:8

suas vestes no caminho. Um reconhecimento da dignidade real de Jesus.

ramos. Ver Sl 118:27. Este Salmo celebra a procissão do Messias Real.

* 11:9

Hosana. Um transliteração grega das palavras aramaicas “Oh! Salva-nos... SENHOR” (Sl 118:25). A multidão está gritando frases deste salmo.

* 11:11

saiu para Betânia. Em Mt 21:12-22, Jesus realiza a purificação do templo logo na sua chegada (a Jerusalém) e amaldiçoa a figueira no dia seguinte. Conforme Marcos, Jesus retorna a Betânia à noite e, na manhã do dia seguinte, amaldiçoa a figueira e, então, purifica o templo. Provavelmente, Mateus trata do assunto tematicamente (nenhuma referência ao tempo, para a purificação do templo é especificada em Mt 21:12), enquanto Marcos, que coloca histórias dentro de histórias (5.21-43; 6:7-30), trata do assunto cronologicamente.

* 11:13

não era tempo de figos. Ver nota em Mt 21:18-20.

* 11:14

Nunca jamais coma alguém fruto de ti. Jesus amaldiçoa esta árvore por causa de sua aparência enganosa, não tendo fruto, exatamente do mesmo modo como ele julgará o templo (vs. 15-17) e predirá sua destruição (13.2). Isto indicaria que a reconstrução do templo, em Jerusalém, não seria mais um alvo da História da Redenção. Jeremias usou os figos como um símbolo do juízo sobre Jerusalém (Jr 24).

* 11:15

templo. Isto é, o átrio dos gentios, o átrio mais afastado no complexo das estruturas que cercam o templo propriamente dito. Era a única área em que se permitia a presença dos gentios (conforme v. 17).

passou a expulsar. Jo 2:12-22 descreve a purificação do templo como tendo ocorrido no começo do ministério de Jesus, enquanto os três Sinóticos registram uma tendo ocorrido no fim. É provável que Jesus tenha purificado o templo duas vezes. A narrativa de João é cuidadosamente datada (Jo 2:20; Mr 1.9, nota) e as narrativas não são de modo algum idênticas. Em João, Jesus vem com os seus discípulos e suas ações trazem à memória deles o Sl 69:9. Na narrativa dos Sinóticos, Jesus vem em glória messiânica triunfal e justifica suas ações citando Is 56:7 e Jr 7:11. Jesus, sem dúvida, está ciente de que Jeremias amaldiçoou o templo duas vezes (Jr 7:1-14 e 26:2-6).

cambistas. Este serviço era necessário porque os impostos e as ofertas do templo tinham de ser pagas em moeda corrente, mas essa prática tinha se tornado tão corrupta, que Jesus a descreveu como “covil de salteadores” (v. 17; Lc 19:45-46, nota). Jesus está também julgando as famílias sumo sacerdotais dos saduceus, que não se harmonizavam com o caráter do Pai, de quem era a casa (conforme 12:18-27).

* 11:16

Não permitia que alguém conduzisse. Não somente o átrio tinha se tornado um mercado, mas estava também sendo usado como atalho pelos mercadores de toda espécie. Marcos vê, no gesto de Jesus, a defesa dos direitos dos gentios e, talvez, uma indicação da futura missão aos gentios.

* 11:18

principais sacerdotes e escribas. Jesus agiu sob os olhares daqueles que sabia que iriam matá-lo (8.31).

se maravilhava de sua doutrina. Ver nota em 1.22.

* 11:20

secara desde a raiz. Esta frase indica a completa destruição da figueira (v. 14, nota).

* 11:25

alguma coisa contra alguém. Ver Mt 5:23-24.

* 11:26

Este versículo não existe em alguns dos mais antigos manuscritos (Ver referência lateral). Um dito semelhante é encontrado em Mt 6:14-15).

* 11:27

principais sacerdotes. Ver nota em 11.18.

* 11:28

Com que autoridade. As “autoridades” de Jerusalém procuram expor Jesus como um arrogante, sem nenhum status oficial para agir dentro do templo.

* 11:30

era do céu. A resposta de Jesus silencia os teólogos profissionais detentores do poder, cortando pela raiz a pretensão de uma tal autoridade “oficial” absoluta. A autoridade profética, por definição, não pode ter uma fonte humana (Gl 1:11-12). Ela é atestada por Deus e exige submissão. Com a resposta de Jesus constata-se uma última pergunta implícita: “Reconheceis e vos submeteis à minha autoridade?”


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
11:1, 2 Isto ocorreu no domingo da semana quando crucificaram a Cristo e a grande Festa da Páscoa ia começar. Desde todos os rincões do mundo romano, os judeus foram a Jerusalém durante esta larga semana de celebração para recordar a saída do Egito (veja-se Ex 12:37-51). Muitos tinham ouvido do Jesus ou o tinham visto e esperavam que O fora ao templo (Jo 11:55-57).

Jesus chegou, não como um rei, a não ser montado em um asno no que nunca antes ninguém tinha montado. Freqüentemente os reis iam à guerra montados em cavalos ou em carros, mas Zacarías (Jo 9:9) profetizou que o Messías viria em paz sobre um humilde asno, sobre um pollino filho de asna. Jesus sabia que quem o ouvisse ensinar no templo voltariam para suas casas em qualquer parte do mundo anunciando a vinda do Messías.

11:9, 10 A gente exclamava: "Hosanna!" (que significa "salva agora!"). Assim davam cumprimento total à profecia de Zc 9:9. (Vejam-se Sl 24:7-10; Sl 118:26.) Falaram da volta do reino do Davi apoiando-se nas palavras de Deus ao salmista em 2Sm 7:12-14. Viam muito bem no Jesus o cumprimento dessas profecias, mas não entendiam a projeção que teria o Reino de Cristo. Quando solo alguns dias mais tarde levaram ao Jesus ao tribunal, essa mesma multidão gritou: "lhe crucifique!"

11.11-21 Há duas partes neste incomum incidente: A maldição da figueira e a limpeza do templo. A maldição da figueira foi uma parábola encenada relacionada com a limpeza do templo. O templo era um lugar de adoração, mas a verdadeira adoração tinha desaparecido. A figueira prometia frutos, mas não produzia nada. Jesus manifestou sua irritação pelas vidas religiosas sem fruto. Se andamos mostrando religiosidade mas não a pomos em ação em nossas vidas, seremos como a figueira que se secou e morreu. A fé genuína tem um grande poder. lhe peça a Deus que lhe ajude a produzir frutos para seu Reino.

11.13-26 A figueira, uma fonte econômica e popular de alimentação no Israel, demorava três anos em dar fruto logo depois de plantar-se. Cada árvore produz uma grande quantidade de fruto, o qual se colhe duas vezes ao ano: a finais da primavera e a começos do outono. Este incidente ocorreu perto da primavera, quando as folhas começavam a brotar. Os figos quase sempre crescem junto com as folhas, mas esta árvore em particular, embora estava cheio de folhas, não tinha figos, o que significa que esse ano não daria fruto. A árvore se via prometedor, mas não tinha fruto. As palavras duras do Jesus conotavam que a nação do Israel era como esta figueira. Devia dar fruto, mas era espiritualmente estéril.

11.15-17 Jesus se zangou, mas não pecou. Há lugar para uma justa indignação. Os cristãos deveriam nos opor ao pecado e a injustiça tomando uma posição ativa em seu contrário. É lamentável, mas freqüentemente os crentes são passivos respeito a estes assuntos tão importantes ou nos zangamos em lugar de superar qualquer insulto pessoal ou ofensas insignificantes. nos asseguremos que nossa indignação esteja bem dirigida.

11.15-17 Os cambistas de dinheiro e os comerciantes faziam grandes negócios durante a Festa da Páscoa. Os que vinham de países estrangeiros tinham que trocar seu dinheiro pela moeda judia, que era a única aceita no templo para questões de impostos e para comprar animais para o sacrifício. Freqüentemente, as especulativos taxas na mudança enriqueciam aos cambistas e os exorbitantes preços dos animais enriqueciam aos comerciantes. Instalavam seus postos no átrio dos gentis no templo, com o que frustravam as intenções de quão gentis foram adorar a Deus (Is 56:6-7). Jesus se zangou porque a casa de adoração de Deus chegou a ser um lugar de extorsão e uma barreira para que os gentis oferecessem seu

11:22, 23 O tipo de oração da que falava Jesus é a oração pela fecundidade do Reino de Deus. Orar que uma montanha seja arremesso no mar não tem nada que ver com a vontade de Deus, mas Jesus usou essa figura para ensinar que para Deus é possível fazer o impossível. Deus responde as orações, mas não devido a uma atitude mental positiva. Devem reunir-se outras condições como: (1) ser crentes; (2) não ter nada contra outros; (3) não orar por motivos egoístas; (4) que seja para o bem do Reino de Deus. Para orar com eficácia temos que ter fé em Deus, não no objeto de nossa petição. Se pusermos nossa fé no objeto de nossa petição, não teremos nada quando nos negar o pedido.

11:24 Jesus, nosso exemplo na oração, orou uma vez dizendo: "Todas as coisas são possíveis para ti[...] mas não o que eu quero, a não ser o que você" (Mc 14:36). Freqüentemente oramos motivados por nossos interesses e desejos. Nós gostamos de ouvir que podemos ter algo. Mas quando Jesus orou, fez-o com os interesses de Deus em mente. Quando oramos, podemos expressar nossos desejos, mas que a vontade de Deus esteja sobre a nossa. Examine-se para ver se suas orações se centram em seus interesses ou nos de Deus.

11.27ss Os líderes religiosos perguntaram ao Jesus quem lhe deu a autoridade para jogar aos mercados e cambistas. Esta pergunta, entretanto, escondia uma armadilha. Se Jesus dizia que a autoridade a recebeu de Deus, acusariam-no de blasfêmia; se dizia que o fez com sua própria autoridade, desacreditariam-no e o jogariam por fanático. Para descobrir seus verdadeiros propósitos, Jesus atacou a pergunta com outra a respeito do João o Batista. O silêncio dos fariseus provou que não lhes interessava no mais mínimo a verdade. O que queriam simplesmente era livrar-se do Jesus porque lhes escavava sua autoridade.

11:30 se desejar mais informação, veja o perfil do João o Batista no João 1.

CARACTERISTICAS CHAVE DE CRISTO NOS EVANGELHOS

Jesus é o Filho de Deus: Mt 16:15-16; Mc 1:1; Lc 22:70-71; Jo 8:24

Jesus é Deus feito Homem: Jo 1:1-2, Jo 1:14; Jo 20:28

Jesus é o Cristo, o Messías: Mt 26:63-64; Mc 14:61-62; Lc 9:20; Jo 4:25-26

Jesus veio para ajudar aos pecadores: Lc 5:32; Mt 9:13

Jesus tem poder para perdoar pecados: Mc 2:9-12; Lc 24:47

Jesus tem autoridade sobre a morte: Mc 5:22-24, Mc 5:35-42; Jo 11:1-44; Lc 24:5-6; Mt 28:5-6

Jesus tem poder para dar vida eterna: Jo 10:28; 17.2

Jesus sanava aos doentes: Mt 8:5-13; Mc 1:32-34; Lc 5:12-15; Jo 9:1-7

Jesus ensinava com autoridade: Mc 1:21-22; Mt 7:29

Jesus foi compassivo: Mc 1:41; Mc 8:2; Mt 9:36

Jesus experimentou tristeza: Mt 26:38; Jo 11:35

Jesus nunca desobedeceu a Deus: Mt 3:15; Jo 8:46


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
D. na Judéia (Mc 11:13)

1. Acclaim de Crowd (11: 1-10)

1 E quando eles desenhar perto de Jerusalém, de Betfagé e de Betânia, junto do Monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, 2 e disse-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo como que entrardes nela, achareis preso um jumentinho, sobre o qual nenhum homem jamais ainda montou; solta-lo, e trazê- Lv 3:1 E, se alguém vos disser: Por que fazeis isso? dizei: O Senhor precisa dele; e logo tornará a enviá-lo de volta para Ct 4:1 E eles foram embora, e encontrou um jumentinho preso na porta, sem na rua aberta; eo soltaram. 5 E alguns dos que ali estavam lhes disseram: Que fazeis, soltando o jumentinho? 6 E disseram-lhes como Jesus lhes tinha dito: e eles deixá-lo ir. 7 E trouxeram o jumentinho até Jesus, e lançaram sobre ele os seus mantos; e ele sentou-se em cima dele. 8 Muitos também estenderam seus mantos sobre o caminho; e outros ramos, que tinham cortado nos campos. 9 E os que entraram antes, e os que o seguiam, clamavam: Hosana! Abençoado é aquele que vem em nome do Senhor: 10 Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi: Hosana nas alturas.

Quando chegamos à última semana do ministério de nosso Senhor encontramos o relato mais completo e detalhado. É interessante notar que o Evangelho de João é, no seu tratamento desta semana, em estreita correlação com os Sinópticos. Anterior a esta João não teve muito em comum com eles, exceto a história da alimentação dos cinco mil. Agora o relato de João se encaixa com os Evangelhos anteriores em vários pontos.

O chamado Entrada Triunfal é registrado em todos os quatro Evangelhos (conforme Lc 19:29 ; Jo 12:12 ; e as notas sobre Mt 21:1. ). Como de costume, Marcos faz a narrativa um pouco mais vivas com a sua utilização das apresen- históricosaproximamos e mandou (v. Mc 11:1 ), solta (v. Mc 11:4 ), trazer (v. Mc 11:7 ).

Marcos e Lucas ambos mencionam Betfagé e de Betânia . Desde Mateus menciona apenas o primeiro, parece que esta foi a aldeia onde o potro foi encontrado.

Bethany foi localizado nas encostas sul-oriental do Monte das Oliveiras, cerca de dois quilômetros de Jerusalém na estrada para Jericó. Ele é representado hoje pelo El-Azariyeh, "Aldeia de Lázaro", onde seu suposto túmulo é mostrado aos turistas.

A localização de Bethphage é um problema muito mais difícil. Não é mencionado no Antigo Testamento e somente a este respeito no Novo. O Talmud diz que era muito perto de Jerusalém, e sugere que, para fins de comer a Páscoa era tratada como uma área sagrada adjacente à cidade. Esta proximidade seria necessário, uma vez que no interior das muralhas de Jerusalém não fornecer espaço adequado para as multidões de peregrinos da Páscoa. Andrews sugere: "Betfagé era o nome dado a um bairro que se estende de um sábado viagem a leste da cidade até as encostas do monte das Oliveiras, e considerado sagrado."

O texto grego do versículo 3 indica que Jesus prometeu devolver o jumentinho a seus proprietários. Literalmente ele lê assim: "E se alguém deveria dizer a vocês: 'Por que você está fazendo isso?", Diz,' O Senhor precisa dele, e imediatamente Ele envia-lo novamente para cá. " "Esta certeza iria dissipar todos os medos, os discípulos tinham sobre não ter conseguido obter o animal.

Marcos continua a dizer que os dois discípulos, eram estes Pedro e João (conforme Lc 22:8 ). Este é um detalhe vívido típico dado somente neste Evangelho. Ainda pode-se ver burros amarrados portas fora nas ruas estreitas de Jerusalém. "Um lugar onde duas maneiras conheceu" (KJV) é uma tentativa de traduzir a palavra grega amphodon (somente aqui no NT), o que significa, literalmente, "uma estrada ao redor." Mas, neste momento em que foi usado simplesmente para dizer "rua".

Os discípulos colocaram suas roupas exteriores sobre o jumentinho, para formar uma sela. Muitos dos peregrinos galileus jubilosos mesmo lançar as suas vestes no caminho como um tapete para Jesus para percorrer. Outros cortado nos campos ramos feria a mesma palavra grega para "ramos" em Mt 21:8 indica. Marcos relata o seu clamor assim: Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi. Tudo isso mostra que os galileus estavam prontos para aceitar Jesus como seu Messias, embora os judeus de Jerusalém rejeitaram.

b. Vindo de Temple (Mc 11:11)

11 E ele entrou em Jerusalém, no templo; e quando ele olhou em volta redonda sobre todas as coisas, sendo já tarde, saiu para Betânia com os doze.

Marcos sozinho acrescenta que quando Jesus entrou no templo e , olhando em redor -a muito típico Markan expressão-desde que foi anoitecer (no final da tarde), saiu para Betânia com os doze (v. Mc 11:11 ). Parece que durante a semana da Páscoa se constituir em alguma casa lá, talvez a de Maria, Marta e Lázaro.

c. Maldição da figueira (11: 12-14)

12 . E no dia seguinte, quando eles saíram de Betânia, teve fome 13 E, vendo de longe uma figueira com folhas fora, ele veio, se por acaso, ele pode encontrar qualquer coisa nela: e quando ele se aproximou, ele não encontrou nada, mas folhas; pois não era a época de figos. 14 E, respondendo ele, disse-lhe: Nunca mais coma alguém fruto de ti doravante para sempre. E os seus discípulos, ouvindo isto.

Este incidente (veja as notas sobre Mt 21:28) ocorreu na segunda-feira de manhã, como Jesus e seus discípulos estavam voltando para Jerusalém, Bethany. Ele estava com fome-se tivessem deixado antes do café? De qualquer forma, quando viu a uma distância uma figueira com folhas sobre ele, Ele veio para ela, pensando que ele pode encontrar alguns frutos.

AM Hunter chama isso de "uma das histórias mais desconcertantes nos Evangelhos." Vários problemas se apresentam. Por que Jesus destruir a figueira indefeso? Mas Deus ordenou a Jeremias para quebrar o vaso do oleiro como um aviso simbólico para o povo de Judá (Jr 19:1 ). Portanto, não houve destruição de propriedade privada. Também não era um caso de vingança vingativo por causa de Sua decepção por não encontrar frutas. Pelo contrário, era uma parábola promulgada, o que significa que a Cidade Santa seria destruída (AD
70) para que indeferiu o seu Rei, e da nação iria murchar. Respostas Trench bem as objeções levantadas, quando ele diz: "Seus milagres de misericórdia eram inúmeros, e para os homens; Seu milagre de julgamento foi apenas um, e em uma árvore. "

Outro problema é a questão de por que Jesus esperaria encontrar figos maduros no início de abril. Marcos, de fato observa que não era a estação de figos (v. Mc 11:13 ). Parece haver consenso geral entre os melhores autoridades que figos verdes aparecem no início da primavera, antes que as folhas saem, mas que maduras, figos comestíveis não estão disponíveis até junho.

Por que, então, seria Jesus estar procurando figos para comer? Deve-se notar que a expressão se, por acaso (v. Mc 11:13) é no grego "se portanto". Ou seja, uma vez que a árvore tinha folhas, Ele espera-se ter pelo menos algum tipo de fruta. Ele puniu-o para fazer uma falsa profissão. Ele não tinha fruto de todo.

Deve ser lembrado que o Mestre e seus discípulos tinham acabado de chegar de sub-tropical Jericho (700 pés abaixo do nível do mar), onde, sem dúvida, comeu figos maduros. Aqui em Jerusalém (2500 metros acima do nível do mar), Ele viu uma figueira com folhas. Quando Ele encontrou nenhum fruto nela, Ele pronunciou sua condenação como uma parábola dramático sobre a pecaminosidade da hipocrisia. Os judeus exibidas as folhas de profissão religiosa, mas faltava-lhes o fruto da piedade sincera.

d. Lavagem do Templo (11: 15-19)

15 E eles vêm a Jerusalém, e ele entrou no templo, começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no templo, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; 16 e ele não consentia que alguém levasse um vaso pelo templo. 17 e ensinava, e disse-lhes: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? mas vós fizestes dela um covil de ladrões. 18 E os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram isto, e procuravam um modo de o matar; pois o temiam, porque toda a multidão se admirou da sua doutrina.

19 E todas as noites, saiu para fora da cidade.

Para as diferenças nas contas de João e Mateus, veja as notas sobre Mt 21:12 . Lucas, que omite a maldição da árvore de figo, registra este incidente logo após a Entrada Triunfal (Lc 19:45 ). Marcos sozinho observa que foi na segunda-feira, após a Maldição da árvore de figo.

O relato de Marcos da limpeza real (v. Mc 11:15) é quase exatamente o mesmo que o de Mateus (Mt 21:12 ). O versículo 16 é uma adição em Marcos. A área do templo, localizado na parte oriental da cidade, cobriu cerca de vinte e cinco ou trinta hectares. Pessoas que vão desde a parte sudoeste de Jerusalém até o nordeste acharam conveniente tomar um atalho através do tribunal dos gentios no Templo. Assim, eles perderam o sentido de sua santidade como a casa de Deus. Jesus proibiu esse tipo de tráfego descuidado através dos recintos sagrados. O mesmo aviso deve ser soado hoje contra profanar o santuário da igreja. Ele deve ser usado como um local de culto, não de negócios secular.

Na citação de Is 56:7)

20 E, como eles, passando pela manhã, viram que a figueira secou imediatamente a partir das raízes. 21 E Pedro, a lembrança diz-lhe: Rabi, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou. 22 E Jesus, respondendo, -lhes: Tende fé em Dt 23:1 . Que Jesus atribuiu grande importância à necessidade de um espírito de perdão é encontrado em Seu ensino repetido sobre o assunto (conforme Mt 6:12. , Mt 6:14 ; Mt 18:35 ; Lc 11:4)

27 E tornaram a Jerusalém: e como ele estava andando no templo, aproximaram-se dele os principais sacerdotes, e os escribas e os anciãos, 28 e disseram-lhe: Com que autoridade fazes estas coisas? ou quem te deu tal autoridade para fazer estas coisas?29 E Jesus lhes disse: Eu vou pedir-lhe uma pergunta e responde-me, e eu vos digo com que autoridade faço estas coisas. 30 O batismo de João era -lo do céu, ou dos homens? me responder. 31 E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ? ele dirá: Então por que não credes ele 32 Mas devemos dizer: Dos homens-temiam o povo; porque todos verdadeiramente tinham a João para ser um profeta. 33 E, respondendo Jesus e dizer: Não sabemos. E disse-lhes Jesus: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

Este incidente ocorre em linguagem quase idêntica em todos os três Evangelhos sinópticos (ver Lc 20:1 e as notas sobre Mt 21:23 ). No versículo 30 de Marcos acrescenta: responde-me. Sem dúvida, Jesus estava angustiado com a atitude obstinada, obstinada dos líderes religiosos judaicos em se recusar a reconhecer o óbvio. A resposta deles trai uma trágica falta de preocupação com a verdade.

Duas vezes no versículo 33 Marcos usa o presente histórico em que Mateus tem um tempo passado. Quando os homens se recusaram a responder diretamente sua pergunta, Jesus se recusou a responder a deles.

Os príncipes dos sacerdotes , os escribas e os anciãos (v. Mc 11:27) foram os três grupos que compunham a Grande Sinédrio em Jerusalém. Por isso, foi a "Suprema Corte" da nação judaica, que desafiou a autoridade de Jesus para purificar o Templo.


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
  1. O triunfo (Mc 11:1-41)

Essa descrição da "entrada triun-fal" do nosso Senhor deve ter sur-preendido os leitores romanos de Marcos, acostumados com a glória do "triunfo romano". Esse era o tipo de desfile de boas-vindas feito a qualquer general romano vitorioso, cujo exército tivesse matado, pelo menos, 5 mil soldados inimigos, conquistado territórios novos para Roma e trazido para casa riquezas e prisioneiros importantes. O gene-ral vinha em uma carruagem dou-rada, rodeado por seus oficiais, e, no desfile, expunha as riquezas e os prisioneiros. Os sacerdotes romanos compareciam ao desfile e ofereciam incensos a seus deuses. Em 2 Corín- tios2:14-17, Paulo faz alusão ao triunfo romano.

Contudo, a entrada do nosso Senhor em Jerusalém envolveu um jumentinho, algumas vestimentas, ramos lançados sobre o chão e o louvor de alguns peregrinos pascais comuns. Foi a única vez em que Je-sus permitiu uma demonstração pú-blica a seu favor e fez isso para forçar os líderes religiosos judeus a agirem durante a Páscoa, época determina-da para ele morrer (Mt 26:3-40).

Marcos não cita Zc 9:9, mas Sl 118:25-19 (vv. 9-10), um salmo messiânico. "Elosana" significa: "Oramos para que salve agora!" ("Deus salve o rei!"). Quan-do Jesus entrou na cidade montado no jumentinho, proclamou sua rea-leza, mas também assinou sua sen-tença de morte (Mt 26:3-40).

  1. A árvore (Mc 11:12-41,Mc 11:20-41) mas os mercadores religiosos voltaram para o templo. A simples mudança exterior não é duradoura, se o co-ração não mudar. O que começou como um serviço para os judeus de fora (que precisavam trocar dinhei-ro e comprar sacrifícios) tornou-se um negócio que não podia aconte-cer na casa do Senhor. As pessoas usavam o templo como um atalho para o monte das Oliveiras (v. 16), e as cadeiras e as mesas atravanca-vam o pátio dos gentios em que os judeus deviam estar testemunhan-do a verdade de Deus aos seus vi-zinhos gentios.

    Em sua acusação contra os lí-deres (v. 17), Jesus cita Isaías (56:
    7) e Jeremias (7:11), que condenaram a nação por seus pecados no templo (Is 1; Jr 7). "Covil de salteadores" é lugar onde os ladrões se escondem depois de cometer um crime. Os lí-deres religiosos usavam a adoração a Deus como uma forma de enco-brir seus pecados!

    1. O teste (Mc 11:27-41)

    Os líderes religiosos ficaram com raiva do que Jesus fez e disse. Eles estavam determinados a destruí-lo (v. 18); todavia, antes disso tinham de reunir evidências suficientes para acusá-lo. Tudo girava em torno da autoridade (vv. 28-29,33): que direito ele tinha de limpar o templo e chamá-lo de sua casa? Ele estava afirmando que era Deus!

    Jesus os fez voltar três anos no tempo, à época em que João Batista ministrava ao povo. Ele perguntou: "O batismo de João era do céu ou dos homens?" (v. 30). Essa pergunta deixou os escribas, os anciãos e os principais sacerdotes em um dilema, pois qualquer resposta que dessem lhes traria problema! Talvez esses lí-deres tivessem esquecido a decisão deles a respeito de João Batista, mas a decisão deles não os esquecera. Por fim, ela os pegava e os conde-nava. Eles rejeitaram o ministério de João (Lc 7:29-42) e, além disso, não estavam dispostos a receber Je-sus e crer nele. Em sua covardia e descrença, eles até permitiram que Herodes Antipas matasse João Ba-tista, e logo pediriam a Pilatos que crucificasse Jesus.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
Mc 11:1-41 Conforme notas em Mt 21:1-40 e Lc 19:29-42.

11.2 Ide à aldeia. Deve ser a de Betfagé. Achareis,preso... Não sabemos se Jesus tratara, anteriormente, este assunto com o dono do jumentinho ou não. Pode se tratar, por outro lado, de mais um caso em que Jesus mostra Sua presciência. Ninguém montou. Para cumprir Zc 9:9 e pelo fato que o uso real ou sagrado exigia que o artigo não fosse usado (conforme Nu 19:2; Dt 21:3).

11.3 O Senhor. É estranho encontrarmos este titulo para Jesus nesta altura (pode ser uma reverência ao dono). Se é Jesus quem está em evidência, logo, afirma-se aqui, que Ele tem autoridade e direitos sobre quaisquer coisas, acima mesmo que o próprio dono humano,

11.7 Suas vestes. Serviram de sela para o jumentinho. Jesus o montou. Os profetas do AT ensinaram por intermédio de ações dramáticas (cf.Jr 19:0; conforme Lc 19:39n).

11.9 Hosana. Esta palavra pode ser entendida como um grito de louvor, ou então uma petição a Deus para a Salvação deste Messias (conforme Mt 21:0 que Jesus cita, aqui. Não menciona os sacrifícios porque Ele mesmo, na cruz, uniria judeu e gentio nonovo templo, o Seu corpo, a Igreja (Jo 2:19 n).

11.18 A indignação dos sacerdotes é compreensível, uma vez que foram eles e seus chefes, Anás e Caifás, que embolsavam o lucro do comércio no templo. Temiam. Jesus condenara o templo à destruição (conforme 13.2).

11.21 Figueira... secou. Conforme vv. 12-14n, Lc 1:3.Lc 1:6-42).

11:29-33 Jesus mostra que a rejeição da comissão divina de João implica numa rejeição dEle mesmo. Isto também pode-se afirmar com respeito ao testemunha acerca de Cristo no AT.
11.31 Acreditastes. (Gr pisteuõ). Crer, no caso, seria seguir a mensagem de João.

11.33 Não sabemos... Nem eu tampouco vos digo. Jesus es conde a verdade daqueles que não se submetem honestamente a Ele.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33
V O MINISTÉRIO EM JERUSALÉM (11.1—13.37)

A entrada em Jerusalém (11.1—11).

(Textos paralelos: Mt 21:1-40; Lc 19:28-42; Jo 13:12-43.)

Quando Jesus se aproximou de Jerusalém vindo de Jerico, chegou a Betânia (conhecida hoje como El Azariyeh), do lado leste do monte das Oliveiras (v. 1). Considerando que agora a hora era apropriada para anunciar publicamente que ele era o Messias (conforme 10.47; v.comentário), decidiu fazer isso em um ato que constituía a reivindicação de que a profecia de Zc 9:9 estava associada a ele. Portanto, em vez de entrar em Jerusalém a pé, como ocorria com os peregrinos, ele resolveu entrar na cidade montado num jumentinho (v. 2), e, além disso, num animal que nunca havia sido montado. Mt 21:2 e Jo 12:14 confirmam que de fato o animal era um jumento, e o seu uso por parte de Jesus era testemunho de que, apesar da opinião popular, não era como guerreiro que ele iria cumprir a missão de Messias (nesse caso, um animal de montaria mais apropriado teria sido um cavalo), mas com grande mansidão e humildade. Jesus pediu que dois dos seus discípulos buscassem esse animal em uma vila próxima, que talvez tenha sido Betfagé. Embora seja possível que o conhecimento que Jesus tinha da localização do jumento e de como as pessoas iriam reagir ao fato de ser desamarrado (v. 3) se deveu a acertos prévios com o seu proprietário, é mais provável que Jesus tenha agido de acordo com o seu conhecimento sobrenatural (conforme 1Sm 10:2-9). Depois de o jumento ter sido levado a Jesus, uma sela improvisada foi colocada sobre o seu lombo (v. 7), e Jesus sentou nela. Como sinal da honra demonstrada a Jesus, mantos (conforme 2Rs 9:13). A multidão, acerta-damente, identificava a vinda do Reino prometido com a vinda do Rei prometido (v.

10). E provável que o lugar de hospedagem em que Jesus se recolheu em Betânia para a noite (v. 11) tenha sido a casa de Marta, Maria e Lázaro (Jo 12:1,Jo 12:2).

A purificação do templo (11:15-19). (Textos paralelos: Mt 21:12-40; Lc 19:45,Lc 19:46; e conforme Jo 2:13-43.)

Uma das ações preditas acerca do Messias no AT era a purificação do culto no templo (Ml 3:1-39), e ele agora se voltou a isso. No pátio externo do templo (o “pátio dos gentios”), ele descobriu que as autoridades dos judeus tinham montado barracas de comércio, onde se vendiam vinho, azeite, sal e diversos animais, tudo que era necessário para o ritual dos sacrifícios, pombas (v. 15) eram usadas para tais cerimônias como a descrita em Lc 2:22-42. Estava implícito que os comerciantes eram culpados de obter lucros com essas transações (v. 17b). Os cambistas trocavam as moedas grega e romana pela moeda de Tiro para os peregrinos judaicos da Dispersão a fim de que eles pudessem pagar o imposto do templo de meio siclo por ano, exigido de cada homem judeu (Ex 30:1 lss; Mt 17:24), e que tinha de ser pago na moeda corrente de Tiro. Outro abuso que estava sendo cometido no pátio externo era o de pessoas carregadas com mercadorias, que, em vez de darem a volta por esses recintos sagrados, pegavam um atalho e passavam pelo meio deles (v. 16). Jesus interrompeu todas essas atividades, citando Is 56:7 e Jr 7:11 (v. 17) contra os que as praticavam. Somente Marcos entre os evangelistas relata que Jesus continuou a citação de Isaías para destacar o ensino do profeta de que na era messiânica os gentios terão a permissão de usar o templo de Jerusalém junto com os judeus.

O desejo de Jesus, evidentemente, era remover o que impedia os gentios de silenciosa e reverentemente adorar a Deus no lugar que tinha o propósito de ser uma casa de oração para todos os povos.

A maldição lançada sobre a figueira (11:12-14,20-25). (Texto paralelo: Mt 21:1822.)
Na Palestina, as folhas aparecem nas figueiras em março, e são acompanhadas de uma colheita de pequenos botões comestíveis chamados taksh, que caem antes da formação dos verdadeiros figos, que amadurecem em junho. A ausência de taksh indica que a árvore em questão não vai dar figos. Portanto, era perfeitamente razoável que Jesus, pouco antes do período da Páscoa na metade de abril, fosse a uma figueira para ver se encontraria nela algum fruto (v. 13) e aí condenasse a árvore ao descobrir que ela não tinha nada, a não ser folhas. Essa ação de Jesus foi um simbolismo profético do tipo com os quais os judeus estavam familiarizados por meio de atos como os registrados em 2Cr 18:10 e também em Jr 27:2, junto com Jr 28.10ss. Com isso, Jesus estava proclamando que, assim como a figueira trazia folhas mas não estava dando frutos, os judeus, na observância dos seus inúmeros rituais, faziam uma bela representação de religião, mas não estavam produzindo aquelas belas qualidades que Deus tanto esperava deles, e para as quais, na verdade, ele os tinha chamado à existência. Ele foi impelido, portanto, a pronunciar sobre eles, como também sobre a figueira, uma sentença de condenação (13.2). Depois que, na manhã seguinte, a figueira secou (v. 20), em vez de Jesus usar isso para imprimir nos seus discípulos a certeza da condenação que iria cair sobre a sua nação, usou o incidente como demonstração prática do poder da fé (v. 22), que poderia efetuar, assim lhes ensinou, não somente a destruição de uma árvore, mas a remoção de uma montanha (v. 23). Com essa hipérbole, ele quis mostrar que, pelo exercício da fé em Deus, as pessoas podem fazer o que humanamente é impossível. Segue-se disso, portanto, que, quando a pessoa se empenha na atividade da oração, tendo uma atitude de fé em Deus (v. 24) e perdão para com o seu próximo (v. 25), os pedidos que são feitos (pressupondo que não são contrários à vontade de Deus) certamente serão atendidos.

A autoridade de Jesus é questionada (11:27-33). (Textos paralelos: Mt 21:23-40Lc 20:1-42.)

Deve-se pressupor que os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os lideres religiosos (v. 27) que agora se aproximaram de Jesus eram uma delegação enviada pelo Sinédrio judaico, a quem a polícia do templo respondia no final das contas. Perguntaram a ele, portanto, quem o havia autorizado a realizar esses atos como a purificação do templo (v. 28), esperando, sem dúvida, forçá-lo a admitir que, na verdade, ele não tinha nenhuma autoridade para agir dessa forma. Como resposta, Jesus trouxe à memória deles o caso de João Batista e lhes perguntou se João tinha exercido o seu ministério por designação divina ou se, ao contrário, tinha sido comissionado para isso pelas autoridades judaicas (v. 30). Eles se recusaram a encarar essa pergunta honestamente por conta das conseqüências desconcertantes em que se meteriam se resolvessem enfrentar a questão. Admitir que João tinha sido divinamente autorizado para o seu ministério seria um convite para Jesus responder com o questionamento relacionado ao que eles tinham feito com o fato de que ele mesmo tinha sido identificado por João como Aquele, maior do que ele, que iria sucedê-lo (v. 31). Por outro lado, alegar que João tinha agido somente por um capricho pessoal traria sobre eles a fúria do povo em geral, pois este sempre tinha acreditado que João era profeta (v. 32), e ainda mais ultimamente, por ter morrido como mártir. Espetados na ponta de um dilema, recusaram-se, covardemente, a responder à pergunta de Jesus, com o que Jesus se recusou a responder à pergunta deles (v. 33), embora respondesse indiretamente na parábola que então dirigiu a eles.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 26

A. A Entrada em Jerusalém e no Templo. Mc 11:1-26.

A partir desse ponto, Cristo abandonou a atitude de cautela que o levou a se retirar das áreas de tensão e possíveis crises. Agora desafiava os líderes judeus. Na entrada de Jerusalém provocou, abertamente, desaprovação e oposição. Esta "Entrada Triunfal" devia ser encarada, não como a vinda de um rei glorioso, mas como a apresentação do Salvador que logo sofreria.


Moody - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 37

VI. Conclusão do Ministério de Cristo em Jerusalém. 11:1 - 13:37.

Nesta seção Marcos registrou os últimos atos e ensinamentos do Salvador antes da sua paixão. Todos esses acontecimentos tiveram lugar em Jerusalém e nos seus arredores. Aqui aconteceu a "Entrada Triunfal" e a purificação do Templo (Mc 11:1-26), as numerosas controvérsias com os líderes judeus (11:27 - 12:44), e o longo discurso apocalíptico no Monte das Oliveiras (Mc 13:1-37).

Marcos 11


Dúvidas

Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, por Norman Geisler e Thomas Howe
Dúvidas - Comentários de Marcos Capítulo 11 versículo 22
Mt 21:12-19 (conforme Mc 11:12-14,Mc 11:20-24) - Quando foi que Jesus amaldiçoou a figueira, antes ou depois da purificação do templo?


PROBLEMA:
Mateus coloca a maldição da figueira depois da purificação do templo. Entretanto, Marcos a coloca antes desse evento. Mas essas duas colocações não podem ser ambas verdadeiras. Será que um dos evangelistas cometeu um erro?

SOLUÇÃO: Na verdade Jesus amaldiçoou a figueira quando ia para o templo, como Marcos disse, mas isso não significa que o relato de Mateus esteja errado. Cristo foi ao templo duas vezes, e ele amaldiçoou a figueira na segunda ida.

Mc 11:11 diz que Cristo entrou no templo no dia da sua entrada triunfal. O evangelista não mencionou que Jesus tenha feito alguma proclamação contra qualquer coisa errada, ao entrar no templo. O versículo 12 usa a expressão: "No dia seguinte", referindo-se à jornada até o templo, quando passaram pela figueira, no segundo dia. Foi nesse momento que Cristo expulsou os que compravam e vendiam no templo.

Mateus, entretanto, refere-se às duas idas de Cristo ao templo como se fossem um só evento, e relata em seguida a maldição sobre a figueira. Fica-se assim com a impressão de que na primeira ida ao templo Cristo expulsou os que ali vendiam e compravam. O relato de Marcos, portanto, nos fornece mais detalhes desses eventos, revelando que realmente foram duas as idas ao templo. Em vista disso, não temos razão alguma para crer que haja uma discrepância entre os relatos.


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 26
IV. A SEMANA DA PAIXÃO Mc 11:1-41) -Cfr. Mt 21:1-40; Lc 19:29-42; Jo 12:12-43. Betfagé (1): mencionado por todos os sinóticos neste contexto, entretanto, o nome não se encontra em nenhum outro lugar nas escrituras do Velho e Novo Testamentos, embora conhecida na literatura rabínica. O nome significa "casa de figos". A localidade é desconhecida. A aldeia diante de vós (2): não é certo se se refere a Betfagé ou a Betânia. Não é essencial ler no verso 2 evidência do conhecimento sobrenatural de Jesus. Uma simples explicação seria que Ele arranjou tudo de antemão com o dono, talvez um discípulo anônimo, como era o dono de casa em Mc 14:14. No qual ainda ninguém montou: uma das condições de consagração a Jeová (Nu 19:2; 1Sm 6:7). Plummer comenta que o nascimento virginal e a sepultura num sepulcro novo são fatos parecidos. O Senhor (3); alguns expositores consideram-no referência ao dono do animal, visto que este título não se usa de Jesus até depois da ressurreição, e mesmo assim somente por Lucas e João. Mas tal interpretação cria uma atmosfera artificial ao redor dos discípulos, pois em todo caso era Jesus que precisava do jumento. Ele assume para si certa soberania sobre os bens dos seus discípulos, embora não os tomando por força. Logo o mandará de volta: Jesus prometeu devolver o jumentinho quanto antes. Sua pobreza era tal que, mesmo para esta ocasião, Ele foi obrigado a tomar emprestado o animal que ia montar. Não era sinal de humildade que Ele andou montado num jumento, pois em tempos bíblicos as pessoas reais os montavam para significar sua vinda em paz, e esta é a verdadeira significação da entrada triunfal.

O episódio representa primeiro o cumprimento da profecia de Zc 9:9, e foi neste sentido que o povo o reconheceu. Em segundo lugar, se colhe que Jesus apareceu aberta e propositadamente como Messias. A hora estava próxima em que Ele seria rejeitado e portanto foi-lhe mister revelar Sua missão. Ou Ele é rei, ou vítima de uma grande decepção. Ele há de ser rejeitado como Messias-Rei. Não há mais necessidade de esconder Sua identidade. Em terceiro lugar, a maneira da Sua entrada expressa a índole do ministério messiânico. Não se apresentou como conquistador militar, montado num cavalo aparelhado para guerra, nem como revolucionário político da laia esperada pelos judeus. Seu propósito era, não quebrar o poder de Roma, mas libertar da escravidão do pecado. O grito Hosana (9) é transliteração do hebraico de Sl 118:25, e significa "Salve agora". É notável que Marcos não traduz o vocábulo: talvez seja que já era termo de louvor e saudação tão bem conhecido como "rabino".

Chegando na cidade capital, Jesus foi logo ao templo que, segundo a narrativa, Ele contemplou com autoridade. Sua obra tangeu, não tanto a política e as guerras de Israel, mas sim sua vida religiosa. Finalmente, Ele se retirou para pernoitar em Betânia. Isto foi seu costume todas as noites da Semana da Paixão, que Ele passou acampado no Monte das Oliveiras (cfr. Mt 21:17).

>Mc 11:12

2. A FIGUEIRA ESTÉRIL (Mc 11:12-41, Mc 11:20-41. Em Marcos, esta história é dividida em duas partes, separadas pela narração da purificação do templo. O milagre tem sido criticado por teólogos modernos por dois motivos. Primeiro, que a ação do Senhor em buscar figos na Páscoa era insensata; segundo, que tal ação associada com Sua própria fome era improvável e indigna dEle. Uma explicação geral é que o incidente representa fatualmente a parábola de Lc 13:6-42, mas contra isto há objeções que nem os detalhes nem o sentido são os mesmos. Com referência à primeira objeção, consta que na Palestina a figueira dá fruto temporão, verde e imaturo, que aparece antes das folhas. Chama-se taksh, e serve de alimento para os camponeses. A ausência deste fruto seria evidência inegável da esterilidade da árvore. Quanto à segunda objeção, ressumbra que este foi o único milagre de juízo, operado "em misericórdia para o homem, num objeto inânime, para ensinar uma lição moral" (T. M. Lindsay). A figueira era símbolo da nação dos judeus, que abundou em folhas de profissão religiosa, sendo porém estéril quanto aos frutos de justiça. A maldição da árvore foi profecia da sorte das autoridades judaicas que estavam na véspera de rejeitar seu Messias.

>Mc 11:20

O dia seguinte, Pedro ficou assombrado pela rapidez com que as palavras do Senhor tiveram efeito (21), e deste incidente Jesus tira uma lição para os discípulos sobre a eficácia da oração (24). A resposta às orações depende de duas condições, a saber, nossa relação com Deus e com o próximo. A primeira requer a fé (22). Tende fé em Deus (gr. echete pistin theou), literalmente, tende uma fé que repousa em Deus. Com esta fé será possível enfrentar e remover os montes de obstáculos que se intrometem no caminho do propósito divino. Com verso 23, cfr. Zc 4:7. A segunda condição em oração é o perdão (25-26). Refere-se aqui ao espírito e atitude do crente quando ora. Isto não quer dizer que o perdão do pecador dispensado por Deus, no sentido evangélico, dependa do perdão que o pecador estende a outros (veja Ef 4:32).

>Mc 11:15

3. PURIFICAÇÃO DO TEMPLO (Mc 11:15-41) -Veja notas sobre Mt 21:12-40; Lc 19:45-42. Muitos comentadores modernos tendem a identificar este incidente, colocado por todos os sinóticos ao começo da semana da Paixão, com aquele semelhante, narrado por João, logo no início do ministério de Jesus (Jo 2:13-43). Há forte divergência de opinião quanto à posição cronológica. Uma solução muito mais satisfatória é que Jesus purificou o templo em duas ocasiões. Esta hipótese concorda também com o plano geral de João, em suplementar os sinóticos e, ao mesmo tempo, explica as importantes diferenças de pormenores, como por exemplo o uso do azorrague de cordas.

Suas observações na noite anterior (11) levaram, Jesus a seguir certo caminho. Ele agia mais uma vez na Sua função de Messias (veja-se Ml 3:1-39). Nesta ocasião, o Pátio dos Gentios serviu de palco para a cena. Naquele pátio havia um mercado para venda de objetos necessários ao templo, e um câmbio onde se obtinha dinheiro judaico, visto que não se aceitava no recinto sagrado tributo pago em moedas pagãs. Estas provisões aparentemente razoáveis abriram, no entanto, uma porta para a hierarquia extorquir dinheiro e, ao mesmo tempo, para o povo regatear os animais como se fosse bazar oriental, com o conseqüente prejuízo dos peregrinos. Parece que alguns aproveitavam do recinto como atalho entre a cidade e o Monte das Oliveiras (16), minúcia esta notada somente por Marcos. Bem podemos imaginar a confusão ocasionada pela ação de Jesus; é notável que na hora em que Ele ia entregar-se pacificamente aos Seus inimigos, Ele se revelou capaz de indignação por motivos morais. Purificado o mercado, Jesus começou a ensinar (17), baseando sua mensagem sobre os dois trechos do Velho Testamento, a saber, Is 56:7 e Jr 7:11. É sugestivo que o trecho em Isaías se refere precisamente à provisão de um lugar de oração e culto para os gentios. Apesar de tudo, as autoridades nada podiam fazer, devido à popularidade de Jesus com as massas (18). Cada dia desta última semana, Jesus andava como homem procurado pelas autoridades e, à tarde, saiu da cidade (19).


John MacArthur

Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33

52. A coroação Falsa do verdadeiro Rei (Marcos 11:1-11)

Quando se aproximaram de Jerusalém, em Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: "Ide à aldeia em frente, e logo que você entrar, você vai encontrar um jumentinho preso lá , em que ainda ninguém jamais montou; desfazê-lo e trazê-lo aqui. Se alguém vos disser: 'Por que você está fazendo isso?' você diz: 'O Senhor precisa dele'; e imediatamente ele irá enviá-lo de volta aqui "Eles foram embora e encontrou um jumentinho preso na porta, do lado de fora, na rua.; eo desprenderam-lo.Alguns dos espectadores estavam dizendo-lhes: "O que você está fazendo, desamarrando o jumentinho?" Eles falaram com eles, assim como Jesus lhes tinha dito, e eles lhes deu permissão. Eles levaram o jumentinho a Jesus e colocar seus casacos sobre ele; e Ele sentou-se nela. Muitos também estenderam seus casacos na estrada, e outros espalhar ramos frondosos que tinham cortado nos campos. Os que iam na frente e os que seguiam gritavam: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor; Bem-aventurado é o reino vindouro de nosso pai Davi; ! Hosana nas alturas! "Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo; e depois de olhar ao redor em tudo, Ele partiu para Betânia com os doze, pois já era tarde. (11: 1-11)

Esta passagem introduz a última semana de nosso Senhor da vida e do ministério público. A semana começou com a sua chegada a Jerusalém, no décimo dia do primeiro mês do calendário judaico, o mês de Nisã, no ano AD 30. Isso foi semana da páscoa; a entrada triunfal foi na segunda-feira o décimo, e Páscoa seguido nesta sexta-feira o décimo quarto dia do mês.

O título tradicional para o evento descrito nesta passagem, a entrada triunfal, não capta o que estava acontecendo. Esta não foi, em nenhum sentido-terrena, judeus, ou celestial-a coroação de Jesus Cristo.Delirante reação do público não era uma verdadeira expressão de fé ou elogios para o verdadeiro Rei de Israel. Não houve formalidades relacionadas com o evento; não há dignitários, não há regalia, sem alarde. Também não foi este evento coroação de Seu Filho de Deus. Apesar de sua aparência exterior, foi um evento diferente de qualquer outro coroação. Coroações não são humildes, inesperado, espontâneo, não-oficial, ou superficial. Este evento foi tudo isso. Também não são verdadeiros coroações invertida alguns dias depois, com o que havia sido exaltado e elogiou a ser rejeitado e executado.Embora Jesus era verdadeiro Rei do céu, merecedor de todos exaltação, honra, adoração e louvor, isso não foi uma coroação real; que era, na verdade, a falsa coroação do verdadeiro Rei.

A posse oficial do Senhor Jesus Cristo ocorre em duas etapas. O primeiro, Sua coroação celestial, teve lugar em Sua ascensão quando "Ele sentou-se à direita da Majestade nas alturas" (He 1:3; He 8:1; He 12:2 ).Quando ele chega, Ele irá julgar e destruir os ímpios, e estabelecer o Seu trono em Jerusalém. Jesus vai reinar ali por mil anos no reino milenar (Ap 20:4; conforme Is 9:1; Dn 2:44). Esses eventos, juntamente com a recente criação do Senhor de Lázaro dentre os mortos, intensificada emoção e entusiasmo da multidão enquanto se dirigiam para Jerusalém para celebrar a Páscoa, o ponto alto do ano judaico.

Não só era suposto falso coroação, também foi prematuro. Antes de Jesus vem para reinar, Ele tinha que morrer (conforme a discussão de 10: 32-34, no capítulo 9 deste volume). Até este ponto Jesus não tivesse permitido uma declaração aberta, pública que Ele era o Messias. Após a afirmação de Pedro de que Ele era o "o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mt 16:16), Jesus ", advertiu os discípulos que a ninguém dissessem que Ele era o Cristo" (v. 20). Após o milagre espetacular da alimentação dos cinco mil mais na Galiléia, o povo exclamou: "Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo." Então Jesus, percebendo que eles estavam com a intenção de vir e levá-lo à força para o fazerem rei, retirou-se novamente para o monte, Ele mesmo só "(João 6:14-15), frustrando sua tentativa. O Senhor sabia que qualquer escalada pública significativa de sua popularidade aumentaria a ameaça que ele representa para os líderes judeus. Isso poderia ter provocado los para provocar a sua morte prematura.

Agora, no entanto, tinha chegado o momento no plano divinamente determinada por Jesus para morrer. Ele, portanto, permitida uma exposição tão grande de aclamação popular (alguns sugerem que pode ter havido até cem mil pessoas envolvidas na procissão entrada triunfal) que os líderes religiosos não tinha escolha. A ameaça de uma revolta pelas cerca de dois milhões de pessoas que inundaram Jerusalém para a Páscoa não poderia ser ignorado. Como os líderes religiosos bem sabia, que provocaria uma resposta maciça dos romanos, resultando na destruição da nação e da perda de sua própria posição privilegiada (João 11:47-50).

A chegada Fiel

em Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, e disse-lhes: "Ide à aldeia em frente, e logo que você entrar, você vai encontrar um jumentinho preso lá, onde ninguém Ainda jamais se sentou; desfazê-lo e trazê-lo aqui. Se alguém vos disser: 'Por que você está fazendo isso?' você diz: 'O Senhor precisa dele'; e imediatamente ele irá enviá-lo de volta aqui "Eles foram embora e encontrou um jumentinho preso na porta, do lado de fora, na rua.; eo desprenderam-lo. Alguns dos espectadores estavam dizendo-lhes: "O que você está fazendo, desamarrando o jumentinho?" Eles falaram com eles, assim como Jesus lhes tinha dito, e eles lhes deu permissão. Eles levaram o jumentinho a Jesus e colocar seus casacos sobre ele; e Ele sentou-se nela. (11: 7-1b)

No sábado, seis dias antes da Páscoa (Jo 12:1). No mesmo dia uma "grande multidão de judeus então soube que ele estava ali; e eles vieram, e não para apenas causa de Jesus, mas que eles também podem ver a Lázaro, a quem ele ressuscitou dentre os mortos "(Jo 12:9), segunda-feira da Semana da Paixão, não no domingo como cristãos acreditaram tradicional. Esta cronologia elimina o problema de os Evangelhos ter nenhum registro de atividades de Jesus na quarta-feira, o que seria o caso se a entrada triunfal foram no domingo. É difícil explicar como poderia haver um dia omitido na conta da semana mais importante da vida de Cristo, especialmente desde os eventos de todos os outros dias são cuidadosamente contabilizados.

Outra evidência de que a entrada triunfal foi na segunda-feira vem da exigência da lei que os cordeiros pascais ser selecionado no décimo dia do primeiro mês (Nisan) e sacrificados no décimo quarto dia (Ex. 12: 2-6). No ano de nosso Senhor foi crucificado, o décimo de Nisan caiu na segunda-feira da semana da páscoa. Quando Ele entrou em Jerusalém naquele dia, Jesus veio para cumprir o papel de cordeiro escolhido do Pai (Jo 1:29, Jo 1:36), da mesma maneira e no mesmo dia em que o povo judeu escolheram seus cordeiros pascais. Completando o paralelo, Cristo, o único e verdadeiro sacrifício que levou o pecado, foi morto na sexta-feira, o décimo quarto dia de Nisan, com milhares de outros cordeiros, cujo sangue nunca poderia tirar o pecado (conforme He 10:4; Jo 2:25) de Cristo. Ele lhes disse que eles iriam encontrar um burro (Jo 12:14; conforme Zc 9:9.) amarrado. Jesus não tinha sido a Betfagé, nem tinha Ele enviou ninguém para mandar para o jumentinho a estar disponíveis. O detalhe que o potro foi um em que ninguém ainda havia já sentou fornece mais provas de Sua onisciência, assim como seu conhecimento de que os discípulos seriam perguntou como eles desamarrou o jumentinho, (Lucas 19 "Por que vocês estão desamarrando-lo?": 31). O Senhor também sabia que, quando eles responderam: "O Senhor precisa dele", o dono do colt (evidentemente um crente em Jesus) e os transeuntes lhes permitisse levá-la.

Desenrolar dos acontecimentos, assim como o Senhor onisciente tinha dito que faria. Os dois discípulos foram embora e encontrou um jumentinho preso na porta, do lado de fora na rua; eo desprenderam-lo. Como Jesus havia predito, alguns dos espectadores estavam dizendo-lhes: "O que você está fazendo, desamarrando o jumentinho?" Mas os discípulos falou-lhes, assim como Jesus lhes tinha dito, e eles lhes deu permissão. O dois homens levaram o jumentinho a Jesus (provavelmente de volta em Betânia) e colocar seus casacos sobre ele, formando uma sela improvisado para que o Senhor não teria que montar bareback, e Ele sentou-se nela.

É verdade que Davi montou uma mula (1Rs 1:33, 1Rs 1:38, 1Rs 1:44), que Solomon também montou a sua coroação (I Reis 1:32-40). Mas por montar o jumentinho jumento, Jesus foi não apenas a identificação com a tradição davídica. Em vez disso, "Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta:" Dizei à filha de Sião: "Eis que o teu rei vem a ti, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de um animal de carga "" (Mat. 21: 4-5). Mateus estava se referindo a uma profecia feita séculos antes por Zacarias, que escreveu: "Alegra-te muito, ó filha de Sião! Exulta, ó filha de Jerusalém! Eis que o teu rei vem a ti; Ele é justo e dotado de salvação, humilde, e montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta "(Zc 9:9), o que os outros na multidão tinham cortado nos campos, simbolizado alegria e vitória. De acordo com o livro apócrifo de Primeiro Macabeus, quando os judeus durante o período intertestamental recapturado Jerusalém, dos sírios, que "entrou com louvor e palma ramos" (1 Macc 13:51; conforme 2 Mc 10:7). Esses milagres incluiu a recente trazer Lázaro de volta de estar morto por quatro dias, e a cura dos dois cegos em Jericó. Expressando o seu entusiasmo e esperança, as pessoas gritavam: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor; Bem-aventurado é o reino vindouro de nosso pai Davi; ! Hosana nas alturas! " A exclamação Hosanna ("Salvar agora") foi um elogio messiânico, que Mateus liga ao messiânica título Filho de Davi (Mt 21:9; conforme Mc 12:35). As expressões Bendito o que vem em nome do Senhor (conforme Sl 118:26)

Enquanto que para o momento em que suas esperanças eram muito alto, o seu louvor infiel não enganou Jesus:

Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, dizendo: "Se você tivesse conhecido neste dia, mesmo que você, as coisas que servem para a paz! Mas agora eles têm sido escondido de seus olhos.Para os dias virão em que os seus inimigos vão deitar-se uma barricada contra você, e cercá-lo e hem você de todos os lados, e eles vão nivelar-lo para o chão e seus filhos dentro de você, e eles não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo da tua visitação "(Lucas 19:41-44).

Eles iriam rejeitá-Lo, e em resposta a Deus traria para baixo sobre si mesmos a condenação devastadora nas mãos dos romanos, resultando na destruição da nação.

O Fateful Appraisal

Jesus entrou em Jerusalém e foi ao templo; e depois de olhar ao redor em tudo, Ele partiu para Betânia com os doze, pois já era tarde. (11:11)

Declaração anticlímax de Marcos reforça o fato de que esta não era uma verdadeira coroação. Ao mesmo tempo, ele prenuncia assalto do Senhor no templo, que terá lugar no dia seguinte (terça-feira). Tendo chegado ao templo, Jesus, depois de olhar ao redor em toda a corrupção lá, partiu para Betânia com os doze, pois já era tarde no dia.

Como a multidão inconstante, pecadores se converterão em Jesus quando Ele não satisfaz seus caprichos egoístas. Coroações falsos como a descrita nesta passagem acontecem todos os dias. Inescrupulosos falsos mestres prometem a seus seguidores iludidos que Jesus irá torná-los ricos, curá-las, cumprir todas as suas sonhos, e conceder a todos os seus desejos. Quando tais, egoístas, de promessas centrados no homem não bíblicas deixar de vir a passar, e problemas entra em suas vidas em vez disso, muitos crescer desiludido e voltar-se contra Jesus. (I examinar o perigo representado pelo evangelho da prosperidade em meus livros fogo estranho [Nashville: Tomé Nelson, 2013], e Charismatic Caos . [Grand Rapids: Zondervan, 1992])

Os redimidos, por outro lado, reconhecer Jesus como seu Rei soberano (At 17:7; Ap 19:16), digno de sua completa submissão (1Pe 3:15; conforme 2Co 4:52Co 4:5; Mt 28:9; Lc 24:52; Jo 9:38; conforme He 1:6)

No dia seguinte, quando eles tinham deixado Betânia, teve fome. Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa; e quando Ele veio a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. Ele disse a ela: "Que ninguém coma fruto de ti!" E os seus discípulos estavam ouvindo. Em seguida, vieram a Jerusalém. E Ele entrou no templo e começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e Ele não permitiria que qualquer um para levar mercadoria por meio do templo. E começou a ensinar e dizer-lhes: "Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações"? Mas você tiver feito isso cova dos ladrões "Os chefes dos sacerdotes e os escribas ouviram isto, e começou a procurar a forma de destruí-lo.; pois eles tinham medo dele, por toda a multidão se maravilhava da sua doutrina. Quando a noite chegou, eles sairiam da cidade. Ao passarem pela manhã, viram que a figueira secou desde as raízes para cima. Sendo lembrado, Pedro disse-lhe: "Mestre, olha, a figueira que que amaldiçoaste secou." (11: 12-21)

Esta passagem introduz um dia monumental na história da redenção. Na terça-feira da Semana da Paixão, o Senhor Jesus Cristo, em uma inversão completa de esperanças e expectativas messiânicas do povo judeu, em essência pronunciou uma maldição sobre o templo. Que maldição, expeça-lo para o julgamento de Deus, por extensão incluiu os líderes religiosos corruptos e toda a nação. Em uma reviravolta chocante de eventos 1srael, a nação da aliança, escolhido (Dt 7:6; 1Rs 3:81Rs 3:8; Nu 22:12; Dt 1:11; Sl 33:12) por Deus, foi amaldiçoado por Messias de Deus, por causa de sua rejeição dEle.... Essa rejeição culminaria na sexta-feira, quando a multidão, pediu em pelos líderes religiosos, chamados para a execução do Filho de Deus.

Maldição da figueira Jesus, o único milagre destrutivo registrado nos Evangelhos, serve como um símbolo de visualizar o que vem destruição do templo. Assalto do Senhor no templo e os comerciantes poluentes é uma previsão por ação da destruição do templo. Sua maldição da figueira, e, assim, simbolicamente, o templo, manifesta descontentamento de Deus com o lugar, os seus líderes, e as pessoas que adoravam lá.

Ao longo da história do país, o templo tinha sido o centro da vida religiosa de Israel. Durante séculos antes do primeiro templo foi construído, a adoração de Israel ocorreu por volta da tenda, que estava em vigor um templo móvel (conforme Ex 25:30; Ex 35:1:. 30-40.: 38; Lev 10: 1-7). O primeiro templo fixo foi planejado por Davi (2 Sam 7:1-11; 1 Crônicas 22:.. 13 22:19'>1-19) [. 2Cr 3:1). Depois de séculos de apostasia e rebelião, Deus retirou Sua presença do templo (Ez 9:3, 18-19; 11: 22-23), e foi destruído em 586 AC por parte das forças do rei babilônico Nabucodonosor (2Rs 25:9; Is 64:11.).

Após a setenta anos cativeiro babilônico, o retorno dos exilados, sob a liderança de Zorobabel reconstruiu o templo. Esse segundo templo não em tudo aproximar o esplendor do templo de Salomão. Menor e menos ornamentado, a visão de que causou aqueles idade suficiente para lembrar o primeiro templo a chorar (Ed 3:12). Este segundo templo foi profanado durante o período intertestamental pelo governante selêucida diabólica Antíoco IV (Epifânio), como previsto na profecia de Daniel (Dn 11:31).

Em 20 AC, Herodes, o Grande começou a restauração e ampliação do templo de Zorobabel, um longo processo (conforme Jo 2:20), que continuou até O D.C 64 a apenas seis anos antes que os romanos destruíram o templo em AD 70. É esta reconstruída e ampliada templo que está em exibição nesta passagem.

A história do templo reflete a história de Israel da apostasia, que culminou com a rejeição e assassinato do Messias. Desde os romanos destruíram o templo de Herodes, em AD 70, nenhum novo templo foi construído. No futuro, porém, haverá mais dois templos. Um templo será construído durante a tribulação, que o Anticristo profanar (Mt 24:15; 2 Ts 2:.. 2Ts 2:4), e um templo final será construído durante o reino milenar (Ez 40:43.). No estado eterno, não haverá necessidade de um templo ", porque o Senhor Deus Todo-Poderoso eo Cordeiro são o seu templo" (Ap 21:22).

Esta passagem, que inspeciona a demolição do templo de Herodes, pode ser examinada em duas categorias: a maldição inspecionado e retratada em analogia, ea maldição inspecionado e retratada em ação.

O Curse Previewed e retratada em Analogia

No dia seguinte, quando eles tinham deixado Betânia, teve fome. Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se, porventura, acharia nela alguma coisa; e quando Ele veio a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. Ele disse a ela: "Que ninguém coma fruto de ti!" E os seus discípulos estavam ouvindo. (11: 12-14)

Na terça-feira, no dia seguinte, após a entrada triunfal na segunda-feira (veja a discussão de 11: 1-11 no capítulo anterior deste volume), Jesus e os discípulos deixaram a casa de Maria, Marta e Lázaro deBetânia para Jerusalém. No caminho, Jesus teve fome. Embora Ele era Deus encarnado, Jesus também era plenamente homem e, portanto, sujeito às limitações de ser humano (conforme He 2:14). Ele não só regularmente experimentou a fome, como nesta ocasião e na Sua tentação (Mt 4:2; Jo 4:6; Os 9:10; Mq 7:1.); Assim, ninguém seria capaz de comer qualquer partir dele. Jesus pronunciou uma maldição (veja a discussão sobre v 21 abaixo.) Sobre a figueira que o matou.

A figueira estéril ilustra graficamente a pretensão vazia de culto no templo. Por meio do profeta Isaías, Deus, usando outra metáfora agrícola, pronunciou uma sentença semelhante em Israel:

Deixe-me cantar-se agora para o meu bem-amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado possuía uma vinha numa colina fértil. Ele cavou tudo ao redor, removeu suas pedras, plantou-a de excelentes vides. E Ele construiu uma torre no meio dela e também escavou um lagar nele; Ele, então, espera-se produzir boas uvas, mas produziu apenas aqueles sem valor. "E agora, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai entre mim ea minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu não tenha feito? Por que, quando eu esperava que produzir boas uvas se ele produzir bravas? Então, agora deixe-me dizer o que eu vou fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe e será consumido; Vou quebrar sua parede e será pisada. Eu tornarei em deserto; ele não vai ser podadas ou capinado, mas urzes e espinhos virão para cima. Eu também irá cobrar as nuvens que não derramem chuva sobre ela. "Pois a vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel e os homens de Judá Sua encantadora de plantas. Assim, Ele olhou para a justiça, mas eis que o derramamento de sangue; de justiça, mas eis que um grito de socorro. (Is. 5: 1-7)

Citando Is 29:13, Jesus condena a hipocrisia dos escribas e fariseus: "Vocês, hipócritas, fez justamente Isaías profetiza de vocês: 'Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens "(Mt 15:7-9; conforme 23:. 13 40:23-36'>13-36).

A destruição do templo não ocorreria imediatamente. Mas, como outra parábola em que uma figueira simbolizado Israel (13 6:42-13:9'>Lucas 13:6-9) ensina, retenção paciente de Deus de julgamento foi temporária. Não seria até quatro décadas mais tarde, em AD 70, que as forças romanas sob o comando de Tito iria saquear Jerusalém e queimar e nivelar o templo.

Enquanto os discípulos estavam ouvindo a Jesus conversa sobre a figueira, que, sem dúvida, me lembrei do que o Senhor disse em Mateus 7:16-20, onde Ele declarou que os falsos mestres são conhecidos pelos seus frutos. Eles podem também ter se lembrado Deuteronômio 28:15-68, onde Moisés alertou para as maldições que cairiam sobre Israel se o povo desobedecer a Deus. Em última análise, o templo eo sistema religioso infrutífera representava seria destruída porque os líderes e povo de Israel "não conhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria ... não se sujeitaram à justiça de Deus" (Rm 10:3), Cristo veio para declarar a intolerância divina para as atividades religiosas acontecendo lá e, por um dia, pelo menos, purgar os tribunais de corrupção por expulsar o comerciantes poluindo-o. Entre esses dois assaltos, Jesus confrontados regularmente a apostasia e iniqüidade da religião de Israel e chamou a nação de volta para a verdadeira adoração de Deus mediante a fé em Deus (conforme Jo 4:23-24). O povo de Deus são aqueles "que adoram no Espírito de Deus, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne" (Fp 3:3). Embora Anás havia sido deposto pelos romanos, ele ainda manteve o título de sumo sacerdote e exercia enorme poder e influência nos bastidores. Junto com seu genro-igualmente perverso Caifás, o sumo sacerdote Anás atual correu negócios do templo, a aquisição de extrema riqueza no processo. Eles venderam franquias para os comerciantes para os preços exorbitantes e, em seguida, desnatado fora uma enorme percentagem dos lucros que os vendedores feitas.

Tudo isso tinha combinado de transformar o templo de Deus em um lugar de abuso e extorsão. O som de louvor e orações haviam sido substituído pelo berrando de bois, o balido das ovelhas, o arrulhar de pombos, e o regateio alto de comerciantes e seus clientes. Cheio de ira santa na profanação crasso da casa de Seu Pai, Jesus fez o seu caminho através do complexo do templo para o Pátio dos Gentios ecomeçou a expulsar os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas.

No mesmo instante, o Senhor Jesus transformou a Bazaar de Annas no caos completo. Ele tão ameaçado os comerciantes que eles fugiram como Ele derrubou as mesas dos cambistas e enviou suas moedas rolando no chão com os cambistas, sem dúvida, desesperAdãoente lutando depois deles. Ele também puxou os assentos para fora sob os vendedores pomba (Mt 21:12) e assustou-los para fora do templo. O Senhor mostrou o mesmo zelo que tinha pela primeira vez Ele limpou o templo, que tinha lembrou a Seus discípulos de Sl 69:9).

Além de expulsar os comerciantes, Jesus também parou as pessoas de usar o terreno do templo como um atalho para o transporte de mercadorias para a cidade, como Ele não permitiria que qualquer um para levar mercadoria por meio do templo. Esta foi uma espantosa exibição de autoridade singular e força em da parte do Senhor, que teria encontrado uma resistência significativa dos mercantes. Ele força demonstra que o Senhor odeia aqueles que pervertem culto, especialmente para sua própria ganância.

Marcos relata um breve trecho do que foi, sem dúvida, uma exposição longa Antigo Testamento, notando que Jesus, após a todo esse caos furioso, começou a ensinar e dizer-lhes: "Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações "? . Mas você tiver feito isso cova dos ladrões " A primeira citação, a minha casa será casa de oração, é de Is 56:7). Salomão, em sua oração de dedicação do templo, pediu a Deus "que [sua] olhos estejam abertos para esta casa, noite e dia, para o lugar de que [Tinha] disse: 'Meu nome estará ali", para ouvir a oração que o teu servo orarem voltados para este lugar "(1Rs 8:29). Mais tarde, em sua oração, Salomão estendeu essa solicitação para incluir os gentios:

Ainda em relação ao estrangeiro, que não é do teu povo Israel, quando vier de um país remoto por amor do seu nome (por eles ouvirão do teu grande nome e sua mão poderosa e do teu braço estendido);quando ele vem e ora para esta casa, ouvi no céu a tua habitação, e faze conforme tudo o que o estrangeiro te chama, a fim de que todos os povos da terra conheçam o teu nome, a temer Você, como fazer a Tua povo de Israel, e que saibam que esta casa que eu construí é chamado pelo seu nome. (vv. 41-43)
Mas o barulhento, mau cheiro, ocupados den 'ladrões que o templo tornou-se era a antítese de um lugar onde quieto, pensativo, instrutivo, culto de oração de Deus poderia ter lugar. Jesus comparando o templo para a ladrões 'den é uma referência a Jr 7:11: "Tem esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o Senhor. "Robbers frequentemente se esconderam nas cavernas, a partir do qual eles iriam emitir para trás para roubar e saquear. Isso é o que o templo tornou-se; em vez de o lugar mais alto do ensino, oração e adoração, ele foi o mais baixo-a de domínio de saque executado por ladrões.

Não surpreendentemente, os líderes religiosos ficaram chocados e indignados com a devastação de solo de Jesus de seu mercado templo. Portanto, quando os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram falar do que tinha acontecido, eles começaram a procurar como destruir Jesus; para que eles tinham medo dele, por toda a multidão se maravilhava da sua doutrina. Seu ódio foi escalado por Jesus 'crescente popularidade e continuou curas (Mt 21:14) e ensino (Lc 19:47). Temendo a ameaça que ele representava para eles economicamente e para o seu prestígio entre o povo (Jo 11:48), eles intensificaram seus esforços para destruí-lo.

Marcos observou que quando a noite chegou, Jesus e os Doze iria sair da cidade e voltar a Betânia (conforme Mc 14:3: "Digo, porém: Deus não rejeitou o seu povo, não é? De maneira nenhuma! Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o seu povo que antes conheceu. "É verdade que" um endurecimento parcial que aconteceu com Israel até que a plenitude dos gentios haja entrado "(v. 25). Mas, no futuro, o remanescente resgatadas de Israel vai "olhar em mim, a quem traspassaram; e eles vão chorar por ele, como quem pranteia por um filho único, e chorarão amargamente por Ele como o choro amargo ao longo de um primogênito "(Zc 12:10)," e assim todo o Israel será salvo "(Rm 11:26). Até então, os judeus são membros do mesmo corpo de Cristo com gentios (1Co 12:13; Gl 3:28; Ef 2:1).

54. As necessidades de Oração Eficaz (Marcos 11:22-25)

E Jesus respondeu, dizendo-lhes: "Tende fé em Deus. Em verdade vos digo que, qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que o que ele diz que vai acontecer, ele será concedido a ele. Por isso eu digo a você, todas as coisas pelas quais você orar e pedir, acreditar que você recebeu, e eles vos será atendido. Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus também vos perdoará as vossas ofensas "(11: 22-25).

Nesta breve passagem nosso Senhor lembrou os discípulos do Deus de bondade exibe concedendo o acesso ao poder de Deus através da oração. A lição teve lugar na quarta-feira de manhã da Semana da Paixão como o Senhor e os discípulos estavam andando de Betânia para Jerusalém. Como observado no capítulo anterior deste volume, a caminho de Jerusalém a partir de Bethany no dia anterior (terça-feira), Jesus tinha visualizado o futuro destruição do templo por amaldiçoar uma figueira estéril (11: 12-14).

A questão de saber por que o Senhor iria inserir uma lição sobre a oração neste momento. Houve, no entanto, uma necessidade crítica para a essa instrução. Em apenas alguns dias Jesus, Deus em carne humana, não seria mais fisicamente presente com os discípulos. E, embora Jesus salientou repetidamente a importância da oração e ensinou-lhes especificamente os elementos de oração (Mt 6:9-13.), A Sua presença com eles haviam restringido a urgência da sua vida de oração. Houve pouca razão para eles a orar a Deus para que eles poderiam pedir e receber diretamente de Jesus. Ele forneceu disposição, direção, proteção, correção e instrução paciente que precisavam.

Mas a experiência familiar de Sua presença estava prestes a mudar drasticamente para os discípulos. Eles estavam indo para ir de ter Cristo presente o tempo todo para não tê-lo presente em tudo. Eles se tornariam como crentes das gerações seguintes, que dependem exclusivamente em oração para acessar poder e provisão de Deus para as suas necessidades. Como eles, os discípulos se tornaria totalmente dependente de alguém a quem eles não podiam ver (conforme Jo 20:29; 1Pe 1:81Pe 1:8; Jo 15:16; 16: 23-24, Jo 16:26).

Esta lição importante revela cinco componentes da oração eficaz: os seus componentes históricos, teológicos, espirituais, práticos e morais.

O componente histórico de Oração

No caminho de volta para Betânia terça-feira à noite, na escuridão, os discípulos não tinha notado que a figueira amaldiçoada tinha morrido. Mas "como eles foram passando ... o [próximo] de manhã, eles viram a figueira seca desde as raízes Up" (11:20). Notando que Pedro comentou: "Rabi, olha, a figueira que Você amaldiçoaste secou" (v. 21). A transição de que o comentário para o ensinamento do Senhor em oração parece um pouco abrupto. A conexão, no entanto, é que a maldição da figueira demonstrou o poder do julgamento divino. Pedro, junto com o resto dos discípulos, estava "surpreso e perguntou:" Como é que a figueira secou tudo de uma vez? "(Mt 21:20). Eles queriam saber como essa demonstração de poder de julgamento divino ocorreu. A resposta do Senhor foi que o poder vinha de Deus (veja a discussão sobre v. 22), e eles poderiam acessá-lo através da oração.

Referência dos discípulos até o murchamento milagrosa da figueira ilustra o fundamento histórico da oração eficaz. Deus, que pode afetar milagrosamente uma árvore, vai poderosamente fornecer para o seu povo. Confiança na oração começa com a lembrança de como Deus tem mostrado seu poder no passado. Não haveria pouco motivo para chamar a ajuda do Senhor, no presente ou no futuro, se Ele não tinha demonstrado seu poder no passado. Mais de uma dúzia de vezes em Deuteronômio, Moisés cobrado Israel, pronto para entrar em Canaã, para lembrar o que Deus tinha feito por eles no passado (4:10; 5:15; 7:18; 8: 2, 18; 9: 7 , 27; 15:15; 16: 3, 12; 24: 9, 18, 22). Em Isaías 46:8-10 Deus desafiou Israel,

Lembre-se disso, e ter a certeza; lembrar que a mente, você transgressores. Lembre-se das coisas passadas passado muito tempo, porque eu sou Deus, e não há outro; Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim, que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que não foram feitas, dizendo: "Meu objetivo será estabelecido, e farei toda a minha vontade."

No Salmo 77:1-10 Asafe expressou seu desespero sobre abandono aparente de Deus dele. Mas, na segunda metade do salmo, ele encorajou-se por recordar atos passados ​​de Deus de poder:

Vou lembrar os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade. Vou meditar sobre todo o seu trabalho e refletir sobre seus atos. Seu caminho, ó Deus, é santo; Que deus é tão grande como o nosso Deus? Tu és o Deus que opera maravilhas; Você fez conhecido a tua força entre os povos. Você tem pelo Seu poder redimiu Seu povo, os filhos de Jacó e de José. As águas te viram, ó Deus; as águas te viram, eles estavam em angústia; os abismos também tremeu. As nuvens lançaram água; os céus deu à luz um som; Suas flechas brilhou aqui e ali. O som do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos iluminaram o mundo; a terra se abalou e tremeu. Seu caminho foi no mar e seus caminhos nas águas poderosas, e suas pegadas não pode ser conhecido. Você levou o teu povo como um rebanho, pela mão de Moisés e Arão. (Vv. 11-20)

No Sl 105:5). O componente teológico da oração não está preocupado com a natureza do pessoal  , mas o caráter do viver Deus. Para se ter uma vida de oração eficaz requer confiar o poder de Deus, o propósito, a promessa, planos e vontade. A oração se concentra em honrar o nome de Deus, avançando o seu reino, e realizar a Sua vontade (Mt 6:9-10.). Em contraste, a oração egoísta não serão respondidas. "Pedis e não recebeis," Tiago avisou ", porque pedis mal, para o que você pode gastar em seus prazeres" (Jc 4:3; conforme 13 43:14-14'>João 14:13-14).

Em sua carta aos filipenses, o apóstolo Paulo foi um exemplo de confiar em Deus por causa do que Ele fez:

Agora eu quero que você saiba, irmãos, que as minhas circunstâncias se voltaram para fora para o maior progresso do evangelho, para que a minha prisão na causa de Cristo tornou-se conhecido a toda a guarda pretoriana e de todos os outros, e que a maioria dos os irmãos, confiando no Senhor por causa da minha prisão, têm muito mais coragem de falar a palavra de Deus sem medo. (Fl 1. 12-14; conforme 1Pe 4:191Pe 4:19)

A fidelidade de Deus em permitir poderoso testemunho de Paulo para a Palavra de Deus, apesar de suas circunstâncias incentivou outros cristãos em Roma a confiar em Deus e corajosamente pregar o evangelho.

O componente espiritual da Oração

Em verdade vos digo que, qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que o que ele diz que vai acontecer, ele será concedido a ele. (11:23)

Confiar em Deus não é meramente, um exercício teórico e abstrato em Teologia Sistemática; é pessoal e prático. A promessa do Senhor neste versículo é surpreendentemente amplo e generoso. É introduzido pela palavra verdadeiramente ( Amém ), que, como é aqui, é usada mais de cem vezes no Novo Testamento para dar ênfase. O termo quem se aplica o princípio relacionado aqui para todos os crentes.

O especial de montanha a que Jesus se refere não é identificada. Pode ter sido o Monte das Oliveiras (a partir do qual o Mar Morto é visível) ou o monte do templo (Mt. Moriah). O mais provável, no entanto, a referência era, uma montanha não literal hipotético. Jesus não estava se referindo ao elenco fisicamente uma montanha real no mar como se isso fosse ocorrer normalmente. Ninguém jamais viu a tal acontecer por meio da oração. Sua declaração, "Aquele que disser a este monte: 'Levante-se e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que o que ele diz que vai acontecer, ele será concedido a ele," era uma hipérbole, uma analogia ou figura de linguagem destinado a ensinar um princípio espiritual. Na literatura judaica extra-bíblica, os rabinos que demonstraram habilidade incomum para resolver problemas muito difíceis foram por vezes referido como removedores ou rooters cima das montanhas.

Ponto do Senhor é que, quando confrontados com um problema esmagadora sem uma solução humana aparente, se um crente não duvidar no seu coração, mas crer que o que ele diz que vai acontecer, o seu pedido de oração será concedido a ele. A dúvida para o qual Jesus se refere não é, como muitos falsos mestres afirmam, duvidando da própria fé. A fé em si não tem poder; ele simplesmente acessa o poder de Deus. O cuidado aqui é contra a duvidar da natureza e poder de Deus. Tiago escreve que aqueles que rezam "deve pedir com fé, não duvidando, pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Por que o homem não deva esperar que ele vai receber alguma coisa do Senhor, sendo um homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos "(Tiago 1:6-8).

A fé necessária para ativar o poder de Deus não precisa ser grande fé. A fé de Pedro era forte o suficiente para capacitá-lo a sair de um barco no meio de uma grande tempestade no Mar da Galiléia (Mt 14:29). No entanto, sua fé falhou antes de alcançar Jesus (v. 30), fazendo com que o Senhor a rotulá-la "pouca fé" (v. 31). O pai de um menino endemoninhado expressou dúvidas quanto a saber se Jesus poderia entregar seu filho (Mc 9:22). Depois Jesus disse-lhe: "Tudo é possível ao que crê", censurando assim sua fé fraca ", imediatamente o pai do menino gritou e disse: 'Eu acredito (v 23.); ajuda a minha incredulidade "(v. 24). Esse fraco, fé imperfeita era suficiente; Jesus expulsou o demônio do menino (vv. 25-27). O Senhor também repreendeu os discípulos por ter pouca fé na provisão de Deus (Mt 6:30; 16: 8-10.; Lc 12:28), proteção (Mt 8:26), e poder (Mt 17:20) , bem como na sua própria capacidade de perdoar os outros com humildade (Lucas 17:5-6).

Fé Ninguém é perfeito, sem mistura com a dúvida. Mas, mesmo fraco, mas com confiança orante fé na pessoa e poder de Deus é suficiente para sacar o poder de Deus.

A componente prática da Oração

Por isso eu digo a você, todas as coisas pelas quais você orar e pedir, acreditar que você recebeu, e eles vos será atendido. (11:24)

A componente prática da oração é óbvio, mas necessário. Para receber todas as coisas que Deus promete, através da oração, é preciso primeiro perguntar para eles. Tiago colocá-lo simplesmente: "Você não tem porque você não perguntar" (Jc 4:2.)

Mas a promessa de Jesus, "Todas as coisas para as quais você orar e pedir, acreditar que você recebeu, e eles serão concedidos você", não é uma garantia de carta branca para conceder a todos os pedidos, egoístas gananciosos. É verdade que "nenhuma coisa boa que [Deus] sonega aos que andam na retidão" (Sl 84:11). Mas essas promessas são semelhantes e qualificado; todos os pedidos de oração deve ser coerente com a vontade de Deus. Depois de repreender os crentes para não pedir a Deus o que eles precisam, Tiago advertiu, "Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o que você pode gastar em seus prazeres" (4: 3). Jesus clamou ao Pai no Getsêmani, "Abba! Pai! Tudo é possível para você; remover de mim este cálice ", mas, em seguida, acrescentou:" No entanto, não é o que eu quero, mas o que tu queres "(Mc 14:36).

Jesus salientou repetidamente que a verdade aos apóstolos no Cenáculo:

Tudo o que pedirdes em meu nome [ou seja, de acordo com a Sua pessoa e propósito], eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. (13 43:14-14'>João 14:13-14)

Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito para você. (Jo 15:7)

Verdade, em verdade vos digo que, se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, Ele vai dar a você. Até agora vocês pediram nada em meu nome; perguntar e você receberá, para que a vossa alegria seja completa ... Naquele dia pedireis em meu nome, e eu não digo a você que eu vou solicitar do Pai em seu nome. (João 16:23-24, Jo 16:26)

Os crentes são chamados a derramar seu coração diante de Deus em persistente, fervorosa oração (Sl 62:8;. Mc 11:26 não aparece aqui nos manuscritos gregos mais antigos e mais confiáveis ​​do Novo Testamento, por isso foi emprestado de Mt 6:15 e inserido. mais tarde por um escriba desconhecido). Standing era uma postura comum para a oração (conforme Mt 6:5, Lc 18:13), juntamente com ajoelhado (2Cr 6:13; Sl 95:1; Lc 22:41; At 20:36 ), prostrado (Nu 16:22; Js 5:14; 1 Crônicas 21:... 13 21:17'>16-17; Mt 26:39), e se espalhando ou levantando mãos (Is 1:15; Sl 28:2; 1Tm 2:81Tm 2:8; Ef 1:7, Rm 3:28; 5:.. Rm 5:1; Gl 2:16; Gl 3:11, Gl 3:24; Tt 3:7.), Cristo se refere aqui ao perdão-os relacionais pecados que fazem parte do cotidiano dos crentes e perturbar o seu prazer de comunhão com o Senhor. 'Lavagem dos pés dos Apóstolos no cenáculo Jesus ilustra a diferença:

Então, Ele veio para Simão Pedro. Ele disse-lhe: "Senhor, não te lavar os meus pés?" Jesus respondeu, e disse-lhe: "O que eu você não percebe agora, mas você vai entender daqui por diante." Pedro disse-lhe: "Nunca deve Você lava o meu pés! "Jesus respondeu-lhe:" Se eu não te lavar, não terás parte comigo ". Simão Pedro disse-lhe:" Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos ea cabeça. ", disse Jesus —lhe: "Aquele que se banhou não necessita de lavar seus pés, mas está completamente limpo; e vós estais limpos, mas não todos vós "(13 6:43-13:10'>João 13:6-10).

Consternado com o pensamento de que o Senhor Jesus, Deus em carne humana, realizando a tarefa de o menor de escravos, lavando seus pés, Pedro protestou. Mas quando Jesus lhe disse que era necessário se fosse para ter qualquer parte com Ele, Pedro, em sua forma tipicamente impetuoso, saltou para o outro extremo. Ele pediu ao Senhor para lavar todo o seu corpo, e não apenas seus pés. Mas Jesus respondeu que aqueles que tinham sido banhado, ou seja, lavados do pecado através da salvação eterna (conforme 1Co 6:11; Ef 5:26; Fm 1:3), só precisa ter seus pés lavados. A limpeza completa da resgatadas a salvação não é nunca ter de ser repetido. Mas eles ainda precisam da limpeza diária da santificação da contaminação do pecado que habita que permanece neles e atrai iniqüidades.

Para tentar Oração enquanto abrigando uma atitude implacável contra outra pessoa é auto-destrutivo. Visto que a Bíblia ordena aos crentes: "Seja gentil com o outro, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou" (Ef 4:32.); para deixar de fazê-lo é um pecado. E já que o salmista escreveu: "Se eu atender (ou seja, olha com favor e se recusam a confessar e abandonar) maldade no meu coração, o Senhor não me ouvirá" (Sl 66:18), orações tal de uma pessoa não será ouvido. A escolha crentes enfrentam é clara: guardar rancor ou ter suas orações ouvidas. Dito de outra forma, não se pode aceitar o perdão completo, da graça de Deus e, em seguida, ser implacável de outra pessoa (conforme Mt 18:1)

Essas orações serão respondidas no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos. Assim, com poderes, os apóstolos proclamou o evangelho, milhares foram salvos, ea igreja nasceu. Se a igreja é ver o poder de Deus desencadeou na vida dos seus membros e em seu ministério corporativo, isso também deve "orar sem cessar" (1Ts 5:17).

55. A confrontação sobre Autoridade (Marcos 11:27-33)

Eles voltaram para Jerusalém. E como Ele estava andando no templo, os sumos sacerdotes e os escribas e os anciãos aproximaram-se dele, e começou a dizer-lhe: "Com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te deu tal autoridade para fazer essas coisas?" E Jesus disse-lhes: "Eu vou te fazer uma pergunta, e você me responda, e então eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era do céu ou dos homens? Responde-me. "Eles começaram a se entre si, dizendo:" Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: "Então por que você não acredita nele?" Mas vamos dizer, 'Dos homens'? "— Eles estavam com medo do povo, para que todos considerados João ter sido um profeta real. Respondendo Jesus, eles disseram: "Nós não sabemos." E Jesus disse-lhes: (11: 27-33) "Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas."

Esta passagem inicia o confronto final entre o Senhor Jesus Cristo e os chefes apóstatas do sistema religioso de Israel. Tudo começou na quarta-feira da Paixão Week e culminou na sua crucificação na sexta-feira. A fase inicial do confronto que vai até o final de Marcos 12.

Como os Evangelhos deixam claro, os líderes judeus odiava Jesus para que Ele disse, tanto contra a sua hipocrisia e suas obras legalista justiça (23 por exemplo, Matt.: 1-36; Marcos 12:1-12). Mas seu desafio registrado nessa passagem não foi provocada por aquilo que Jesus disse, mas pelo Seu comportamento ultrajante. Na terça-feira o Senhor havia assaltado o templo, que, com a sua comercialização crasso pelos sumos sacerdotes Anás e Caifás, simbolizava a religião judaica corrupto. Esse incidente inflamou o confronto de quarta-feira da Semana da Paixão.

Como eles tinham quando Jesus expulsou os corruptores fora dele desde o início de seu ministério (13 43:2-18'>João 2:13-18), os líderes desafiou Sua autoridade para lançar este ataque ao templo. Duas palavras gregas traduzidas como "autoridade" no Novo Testamento revelam o alcance do domínio legítimo do Senhor. Dunamis refere-se ao poder ou capacidade; exousia para a direita ou privilégio. Porque Jesus possui autoridade infinitamente, nunca em seu ministério terreno que Ele pediu todos os seres humanos permissão para promulgar e Sua vontade do Pai.

Jesus afirmou repetidamente sua autoridade absoluta. Em Mt 28:18 Ele declarou: "Toda a autoridade foi-me dada no céu e na terra." No início do Evangelho de Mathew Ele disse: "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai" (Mt 11:27) . Em Jo 3:35 Ele acrescentou: "O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão" (conforme Jo 13:3; Ef. 1: 21-22; Fm 1:2;. Mc 1:22, Mc 1:27), mas também agiu com autoridade divina. Ele reivindicou o direito de perdoar pecados (Mc 2:10), e as implicações não foram perdidos em seus oponentes. Depois que Jesus perdoou o pecado de um homem paralítico a quem Ele havia milagrosamente curado, "Os escribas e os fariseus começaram a arrazoar, dizendo:" Quem é este homem que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? "(Lc 5:21).

Jesus também demonstrou sua completa autoridade sobre as forças do inferno. Em certa ocasião, quando Ele expulsou um demônio de um homem, aqueles que testemunharam o milagre "debatida entre si, dizendo: 'O que é isso? A nova doutrina com autoridade! Ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem "(Mc 1:27).

Outro aspecto do domínio soberano de Cristo é o Seu direito de conceder a salvação eterna. No prólogo do seu Evangelho, o apóstolo João escreveu: "Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome" (Jo 1:12). Mais tarde, no Evangelho de João, Jesus declarou: "Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (6:37), e em 7: 37-38 "Jesus levantou-se e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, "Em Mateus 11:28-30 Ele convidou as pessoas a vir a Ele para a salvação:" "do seu interior correrão rios de água viva." Vinde a mim, todos os que estais cansados ​​e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tome meu jugo sobre vós e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave eo meu fardo é leve. "

A extensão da autoridade do Senhor Jesus é também revelado pelo Pai do concedendo-lhe o direito de ser o juiz final. "Pois nem mesmo o Pai a ninguém julga," Jesus declarou: "mas deu todo o julgamento ao Filho ... e deu-lhe autoridade para julgar, porque Ele é o Filho do Homem" (Jo 5:22, Jo 5:27 ).

Finalmente, Cristo tem plena autoridade sobre a vida ea morte. Em Jo 10:18 Ele disse: "Ninguém tomou [Minha vida] longe de mim, mas eu a dou por mim mesmo. Eu tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai ", e em Ap 1:18 Ele acrescentou:" [Estou] aquele que vive; e eu estava morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre, e tenho as chaves da morte e do Hades ".

Embora a autoridade de Jesus é infinita e absoluta, é sempre exercido em perfeito acordo com a vontade do Pai. Que a verdade é uma ênfase particular do evangelho de João.
Portanto, Jesus respondeu, e foi dizendo-lhes: «Em verdade, em verdade eu vos digo, o Filho nada pode fazer de si mesmo, a menos que seja algo que Ele vê o Pai fazer; para o que o Pai faz, essas coisas também o Filho faz da mesma maneira. "(5:19)
Não posso fazer nada por mim mesmo. Como eu ouço, julgo; eo meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (5:30)
Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (06:38)
Então Jesus disse: "Quando você levantar o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas falo destas coisas como o Pai me ensinou." (8:28)
Porque eu não falei por mim mesmo, mas o próprio Pai que me enviou tem me dado um mandamento quanto ao que dizer eo que falar. (12:49)
Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo, mas o Pai, que permanece em mim, faz as Suas obras. (14:10)
Jesus falou estas coisas; e, levantando os olhos ao céu, Ele disse: "Pai, é chegada a hora; glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti, até mesmo como lhe deste autoridade sobre toda a carne, que a todos quem você deu, Ele pode dar a vida eterna. "(17: 2)

Que Jesus nunca procurou a permissão das autoridades judaicas para seu ensino e ações de assim tratá-los e as suas posições religiosas com desdém-enfureceu-los. Ele levou a sua trazendo Sua execução nas mãos dos romanos (At 2:23). Seus corações foram endurecidos; eles eram filhos de Satanás (Jo 8:44) e inimigos apóstatas de Deus.

Este confronto entre eles e Jesus, o clímax de três anos de animosidade por parte deles (conforme Mc 2:6-7, Mc 2:16, Mc 2:18, Mc 2:24; 3: 2-6, Mc 3:22; 7: 5-8; 08:11 —12; Mc 10:2 no capítulo 13 deste volume, o templo abrangeu um vasto complexo de pátios e edifícios. Como ele tinha todo o Seu ministério, Jesus, em um método normalmente rabínica de ensino, estava andando entre os milhares de moagem em torno da área do templo (conforme Jo 10:23) "ensinando o povo ... e pregando o evangelho" (Lc 20:1; Lc 8:1; Lc 4:17 Matt; 11:. 1; Marcos 1:38-39; Jo 18:20). O Senhor ocupou o centro do palco no pátio do templo. Foi Sua sala de aula, Seu púlpito; que era o templo de Deus por um dia final, onde a verdade iria dominar no lugar de mentiras.

A mensagem de Cristo, nesta ocasião, era provável um resumo do que Ele tinha ensinado todo o Seu ministério. Ele certamente falou sobre a miséria do pecado, ea loucura de hipócrita, legalista falsa religião que não poderia contê-lo, o desespero de tentar alcançar a justiça por um de seus próprios esforços, e a loucura de orações pretensiosos e atos religiosos superficiais, realizada para ser vistos pelos homens, em vez de Deus (conforme Mt 6:1-5.; 23: 5-7). Seu ensino deve ter incluído os avisos sobre a inevitabilidade do juízo divino e eterno inferno, sobre a necessidade de humildade, a falência de espírito e um coração quebrantado e contrito, a esperança de reconciliação para todas as transgressões, paz e reconciliação com Deus, com base em o amor compassivo de Deus para os pecadores, a promessa de perdão, entrada para o reino da salvação, a vida eterna, e a esperança do céu. Ele provavelmente falou sobre falsa humildade eo perigo de orgulho espiritual, e, certamente, lembrou seus ouvintes sobre o custo de segui-Lo através da auto-negação (Lucas 9:23-24). Seu ensinamento provavelmente também incluiu temas como a perseguição e sofrimento daqueles que identificados com Ele teria de enfrentar, a importância da Palavra de Deus, a honestidade, a verdadeira riqueza, arrependimento, fé, graça e misericórdia. Em suma, o ensinamento do Senhor teria abrangido tudo o que pertence à boa nova da salvação.

Ensino poderosa de Cristo tanto enfurecido e alarmado os príncipes dos sacerdotes (os atuais e antigos sacerdotes e outros sacerdotes de alta patente) e os escribas (principalmente fariseus) . e os anciãosEstes três grupos diferentes são muitas vezes mencionados juntos (conforme Mt 27:41; Mc 15:1; Lc 22:66). Embora em muitas matérias discordavam entre si, eles estavam de pleno acordo que Jesus tinha que ser eliminado.

DesesperAdãoente tentando silenciá-lo antes que desacreditou-los ainda mais aos olhos do povo, eles aproximaram-se dele, e começou a dizer-lhe: "Com que autoridade fazes estas coisas, ou quem te deu tal autoridade para fazer essas coisas?" Esta questão não foi motivada pela curiosidade; que era um ataque (a palavra grega traduzida como "confrontados" em Lc 20:1).Mas "eles não poderiam encontrar qualquer coisa que eles podem fazer, para todas as pessoas foram pendurado em cada palavra que ele disse" (v. 48). Eles estavam furiosos em seu ódio, mas paralisado a qualquer ação contra Jesus porque seu ensino tinha cativado as pessoas.

Ainda assim eles se recusaram a desistir de seu plano para prender o Senhor em desacreditar-se publicamente com a esperança de que poderia levar a armadilha apoio para a sua intenção homicida. Sabendo-se que, no passado, ele havia afirmado que a sua autoridade tinha vindo diretamente de Deus, eles assumiram que Ele faria isso novamente. Eles, então, o acusam de blasfêmia e pedir a sua execução. Na realidade, porém, eles foram os blasfemos (Lc 22:65).

O Counter

E Jesus disse-lhes: "Eu vou te fazer uma pergunta, e você me responda, e então eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. O batismo de João era do céu ou dos homens?Responde-me. "Eles começaram a se entre si, dizendo:" Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: "Então por que você não acredita nele?" Mas vamos dizer, 'Dos homens'? "— Eles estavam com medo do povo, para que todos considerados João ter sido um profeta real. Respondendo Jesus, eles disseram: "Nós não sabemos." (11: 29-33a)

Resposta devastadora do Senhor evitou sua tentativa desajeitada prendê-lo e, por sua vez preso los em um dilema inevitável. Ele prefaciou-lo, dizendo -lhes: "Eu vou te fazer uma pergunta, e você me responda, e então eu vos direi com que autoridade faço estas coisas." Ao responder a uma pergunta com outra pergunta, Jesus estava sendo nem grosseiro nem evasiva. Para interagir desta forma foi aceito prática rabínica, projetado para forçar o questionador para analisar a questão a um nível mais profundo. Neste caso, counterquestion do Senhor desmascarou a hipocrisia. Como mencionado acima, eles já sabiam que Ele alegou que sua autoridade vem de Deus. Eles não estavam buscando conhecimento, mas sim tentando levá-lo a repetir essa afirmação publicamente, para que pudessem acusá-lo de blasfêmia.

Counterquestion do Senhor, "O batismo de João era do céu ou dos homens? Responda-me, " colocar os chefes religiosos diretamente entre a cruz ea espada. João Batista foi o precursor extremamente popular do Messias, o maior profeta que já viveu até sua época. Ele foi escolhido por Deus e ministrou no deserto, pregando o arrependimento, em preparação para o Messias. A frase batismo de Joãoestende para abranger todo o seu ministério; sua pregação, seu ensinamento, sua vocação das pessoas à preparação e ao arrependimento, e mais importante, a sua declaração de que Jesus era o Messias. Cristo desafiou-os a declarar se eles acreditavam que o ministério de João era de origem divina ou humana.

Esse desafio virou o jogo sobre os atacantes do Senhor e colocá-los em um dilema impossível. Eles retiraram temporariamente e começou a raciocinar (dialogando, debatendo) entre si, procurando inutilmente uma saída para o seu dilema. Por um lado, se disse "Do céu," eles não teriam resposta para inevitável pergunta de seguimento de Cristo, "Então por que você não acredita nele?" Nem eram confortáveis ​​colocando seu selo oficial de aprovação em alguém a quem eles não acreditava era um verdadeiro profeta (Lucas 7:28-30), e que tinha denunciado publicamente:

Mas quando [João] viu muitos dos fariseus e dos saduceus que vinham ao batismo, disse-lhes: "Raça de víboras, quem vos ensina a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento; e não acho que você pode dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão'; pois eu vos digo que até destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão. O machado já está posto à raiz das árvores; portanto toda árvore que não dá bom fruto é cortada e lançada ao fogo "(Mateus 3:7-10.).

Mas, por outro lado, eles não se atreveu a resposta, "Dos homens," porque eles estavam com medo do povo, para que todos considerados João ter sido um profeta real. Negar a visão popular de que João era um verdadeiro profeta teria grave possivelmente, inclusive, fatais-conseqüências. Lucas registra que eles disseram uns aos outros: "Mas, se dissermos: Dos homens, todo o povo nos apedrejará à morte, pois eles estão convencidos de que João era um profeta" (Lc 20:6), o Senhor tinha fornecido a prova cabal de que Ele era o Messias. Nenhuma informação adicional seria concedido. Eles haviam rejeitado a luz, ea luz tinha saído (conforme Jo 12:35). Jesus não iria lançar pérolas aos porcos (Mt 7:6).

Há um limite para a paciência de Deus, como observei em um volume anterior desta série:

Aqueles que dura o coração rejeitar a luz acabará por ser abandonada à escuridão judicial. Deus disse do mundo pré-diluviano, "Meu Espírito não se para sempre no homem, porque ele também é carne; no entanto, os seus dias serão 120 anos "(Gn 6:3). Isaías acrescenta: "Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo; Ele, portanto, entregou-se a tornar-se seu inimigo, ele lutou contra eles "(Is 63:10). Por meio do profeta Jeremias, Deus lembrou rebelde Israel: "Eu solenemente advertiu seus pais no dia em que os fiz subir da terra do Egito, até hoje, alertando persistentemente, dizendo: 'Ouça a minha voz." ... Portanto assim diz o Senhor: 'Eis que eu estou trazendo desastre sobre eles que eles não serão capazes de escapar; embora eles vão chorar a mim, mas eu não vou ouvi-los '"(Jr 11:7). Lc 19:41 diz que "quando [Jesus] se aproximou de Jerusalém, Ele viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo:" Se você tivesse conhecido neste dia, mesmo que você, as coisas que servem para a paz! Mas agora eles têm sido escondido de seus olhos. "" 
     O misericordioso, poupando mensagem do evangelho seria ainda ser estendido para as pessoas, e milhares seriam salvos no Dia de Pentecostes e além. Mas, para os líderes de coração duro, a porta da oportunidade estava fechada. ( Lucas 18:24, A Commentary MacArthur Novo Testamento [Chicago: Moody, de 2014], 117-18)

A autoridade única que Jesus possuía a dizer e fazer o que Ele queria foi, surpreendentemente, delegada aos apóstolos. Em Lc 9:1). Apesar de Tito não era um apóstolo, ele ainda foi ordenado a proclamar a sã doutrina com autoridade. Os crentes também podem confiantemente proclamar a verdade revelada de Deus com autoridade.

A realidade mais importante nesta perdido, caído, mundo pecaminoso é a verdade divina. A única maneira que as pessoas podem ouvir é através de crentes, que são os instrumentos de que Deus depositados Seu Espírito e para quem confiou a Sua Palavra. "Como pois invocarão aquele em quem não creram?" Paulo perguntou em Rm 10:14, "E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como poderão ouvir sem pregador? "

Jesus também prometeu autoridade eterna àqueles em seu futuro, glorioso reino: "O que vencer, e ao que guardar as minhas obras até o fim, eu lhe darei autoridade sobre as nações" (Ap 2:26). A gloriosa realidade é que o Pai tem toda a autoridade, Ele dá-lo para o Filho, e do Filho vai delegá-la a crentes no futuro.


Barclay

O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 11 do versículo 1 até o 33

Marcos 11

A vinda do Rei — Mar. 11:1-6 Aquele que vem — Mar. 11:7-10 Mc 11:11 A figueira sem frutos — Mar. 11:12-14, 20-21 A ira de Jesus — Mar. 11:15-19 As leis da oração — Mar. 11:22-26

Uma pergunta ardilosa e uma resposta aguda — Mar. 11:27-33

A VINDA DO REI

Marcos 11:1-6

Aqui chegamos à última etapa da viagem. Houve um período de retirada, na zona da Cesaréia de Filipe, ao Norte. Houve um período de atividade na Galiléia. Houve o período da estadia na zona montanhosa da Judéia e nas terras mais além do Jordão. Seguimos a Jesus no caminho que atravessa Jericó, e agora chegamos a Jerusalém. Aqui devemos tomar nota de algo sem o qual esta história resulta virtualmente incompreensível. Quando lemos os primeiros três Evangelhos recebemos a impressão de que esta é a primeira visita de Jesus adulto a Jerusalém. Estes Evangelhos se ocupam principalmente de nos contar a obra de Jesus na Galiléia. Devemos recordar que os Evangelhos são muito breves. Dentro dos estreitos limite que seus autores se fixaram, devem amontoar episódios que acontecessem durante três anos intensos. Esta circunstância os obrigou a escolher aquelas coisas que lhes pareceram mais importantes ou aquelas que conheciam de maneira mais íntima. Mas quando lemos o Quarto Evangelho a história que encontremos ali é bem distinta. Em João Jesus visita Jerusalém com relativa freqüência (Jo 2:13, Jo 5:1, Jo 7:10). Encontramos que Jesus tinha o costume de ir a Jerusalém para assistir a todas as grandes festividades da religião judia.

A informação que nos transmite o Quarto Evangelho não é contraditória. Os primeiros três Evangelhos estão principalmente interessados no ministério de Jesus na Galiléia, e o quarto se concentra no ministério de Jesus na Judéia. Por outro lado, é certo que até nos primeiros três Evangelhos encontramos indícios das freqüentes visitas do Jesus a Jerusalém. Por exemplo, a amizade íntima que unia fortemente ao Jesus com Marta, Maria e Lázaro, em Betânia, uma relação que só pode ter-se cultivado ao longo de várias visitas. Há o fato de que José da Arimatéia fora um discípulo secreto de Jesus. Em Mt 23:37, quando o Mestre sustenta que muito freqüentemente procurou reunir o povo de Jerusalém em um rebanho, tal como a galinha reúne seus pintinhos debaixo de suas asas, mas eles não quiseram. Jesus não teria dito isto a menos que previamente em seu ministério tenha havido várias ocasiões nas quais dirigiu seu chamado aos habitantes de Jerusalém, sem obter deles a resposta que esperava.

Este dado nos serve para explicar a forma em que Jesus obtém o jumentinho sobre o qual faz sua entrada na cidade. Jesus não deixou as coisas para o último momento. Sabia perfeitamente o que ia fazer. Muito tempo antes tinha estabelecido com seu amigo em Jerusalém como pensava entrar na cidade. Quando enviou seus discípulos a este seu amigo, deu-lhes uma contra-senha previamente estabelecida, que o amigo de Jesus compreenderia: "O precisa senhor dele agora". Não foi uma decisão repentina de Jesus e sim algo que tinha estado construindo durante toda a sua vida.
Betfagé e Betânia eram vilarejos próximos a Jerusalém. É muito provável que Betfagé signifique "a casa dos figos", e Betânia significa "a casa das tâmaras". Devem ter estado muito perto da capital, porque a Lei judaica estabelecia a distância de Jerusalém a Betfagé como o limite do que estava permitido viajar de dia sábado, quer dizer, algo menos que uma milha. Betânia, por outro lado, era o lugar onde os peregrinos estavam acostumados a alojar-se quando Jerusalém estava cheia de visitantes.

Os profetas de Israel sempre tiveram maneiras bem concretas de transmitir sua mensagem. Quando as palavras não bastavam para motivar a seus ouvintes, faziam um pouco de caráter dramático, como se quisessem dizer, "possivelmente não queiram ouvir, mas estão obrigados a ver..." (veja-se especialmente I Reis 11:30-32). Estas ações dramáticas poderiam chamar-se advertências atuadas ou sermões teatrais. Isto era o que Jesus faz agora. A ação de Jesus era um meio dramático, de reclamar para si o reconhecimento de seu caráter de Messias. Mas devemos notar cuidadosamente o que era, com exatidão, o que Jesus estava fazendo. Havia um ensino do profeta Zacarias (Zc 9:9) que dizia: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu

Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. O impacto desta profecia era que o Rei vinha em som de paz. Na Palestina o jumento não era um animal de carga desprezível. O jumento era considerado um animal nobre. Quando o rei ia à guerra montava sobre um cavalo, mas quando voltava em paz cavalgava sobre um jumento. Em nossos dias o jumento é um animal que motiva brincadeiras, mas na época do Jesus era um animal que usavam os reis. Mas devemos notar qual tipo de rei Jesus pretendia ser. Veio como um rei humilde e não violento. Os habitantes de Jerusalém o saudaram chamando-o "filho de Davi", mas esse título precisamente nos indica que não entenderam o caráter de Jesus.

Houve uns poemas intitulados Os Salmos de Salomão, que se escreveram perto da época em que Jesus viveu. Neles se descreve o tipo de "filho de Davi" que o povo judeu esperava:

"Olhe, Senhor, e levante seu Rei, o Filho de Davi,

No momento quando vir que ele possa reinar sobre Israel, seu servo.

Arma-o com seu poder para que possa destruir os governantes injustos.

E para que possa purgar a Jerusalém das nações que a pisoteiam até destruí-la.

Com sabedoria e justiça expulsará os pecadores da herdade,
E destruirá o orgulho dos ímpios como um barro de oleiro.
Com uma vara de ferro quebrará em pedaços sua substância.
Destruirá às nações que não têm Deus com a palavra de sua boca.

Ao escutar sua palavra de julgamento as nações fugirão de diante dele,

E reprovará os pecadores dos pensamentos de seu coração.

Todas as nações o temerão

Porque assolará a terra com a palavra de sua boca, pelos séculos dos séculos".

(Salmos de Salomão, Sl 17:21-25

O jumentinho que lhe trouxeram nunca tinha sido montado. Isso era adequado, porque um animal que devia ser empregado para um propósito sagrado não devia ter sido usado nunca para outro propósito. Assim acontecia com a novilha vermelha cujas cinzas limpavam da corrupção (Nu 19:2; Dt 21:3).

Todo o quadro é o de um povo que não entendia do que se tratava. Mostra uma multidão de pessoas que falam sobre um reino nos termos de conquista em que tinham pensado durante tanto tempo. O quadro mesmo é estranhamente remanescente da entrada do Simão Macabeu em Jerusalém cento e cinqüenta anos antes, depois de haver derrotado os inimigos de Israel. “E entrou nela no dia vinte e três do segundo mês, no ano cento e setenta e um, com cânticos e palmas, harpas, címbalos, liras, hinos e louvores, porque um grande inimigo de Israel tinha sido aniquilado” (1 Macabeus 13:51). Tratavam de dar a Jesus as boas-vindas de um conquistador, mas não sonhavam com o tipo de conquistador que Ele queria ser.

Os mesmos gritos com que a multidão o aclamava mostram qual era a direção de seus pensamentos. Quando estendiam suas roupas no chão diante de Jesus, faziam exatamente o que fez a multidão quando o sanguinário Jeú foi ungido rei (2Rs 9:13). Gritavam: "Bendito o que vem em nome do Senhor!" Esta é uma citação do Sl 118:26, e realmente deveria ler-se um pouco diferente: "Bendito em nome do Senhor é o que vem".

Sobre este grito devem notar-se três coisas.

  1. Era a saudação comum com que eram recebidos os peregrinos ao chegar ao templo por ocasião das grandes festas.
  2. "Aquele que vem" era outro nome do Messias. Quando os judeus falavam do Messias se referiam a ele como Aquele que há de vir.
  3. Mas o que faz tão sugestivas estas palavras é a origem do salmo do qual procedem. Em 167 A.C. tinha surgido na Síria um rei extraordinário chamado Antíoco. Antíoco concebia seu dever como o de um missionário do helenismo, e introduzir os costumes gregos, o pensamento grego e a religião grega onde quer que pudesse fazê-lo, até pela força se fosse necessário. Tentou fazê-lo na Palestina. Durante um tempo dominou o país. Nessa época, possuir um exemplar da Lei ou circuncidar a um menino era um delito punível com a morte.

Profanou os pátios do templo. Chegou a instituir o culto de Zeus onde se adorava a Jeová. Como uma ofensa deliberada, ofereceu o sacrifício de carne de porco no grande altar dos holocaustos. Converteu em prostíbulos as câmaras que rodeavam o pátio do templo. Fez tudo o que pôde para eliminar a religião judaica. Foi então quando se levantou Judas Macabeu, e depois de uma assombrosa carreira de vitórias expulsou a Antíoco em 163 A.C. e voltou a purificar e reconsagrar o templo, acontecimento que ainda é comemorado com a festa da Purificação ou Hanukah. E com toda probabilidade o Salmo 118 foi escrito e composto para comemorar esse grande dia de purificação e a batalha ganha pelo Judas Macabeu. Mais uma vez, é o salmo de um vencedor.

Em todo este incidente vemos repeti-lo mesmo uma e outra vez. Jesus se tinha proclamado o Messias, mas o tinha feito de modo a mostrar que as idéias populares sobre o Messias eram errôneas e estavam mal orientadas. Mas o povo não o via assim. As suas boas-vindas eram as boas-vindas que convinham, não ao Rei do amor, e sim ao conquistador que teria que esmagar os inimigos de Israel.

Nos versículos 9:10 aparece a palavra hosana. Esta palavra em geral foi mal entendida. É citada e emprega como se significasse louvor. Mas é simplesmente uma transliteração do hebraico Salve agora! Ocorre exatamente na mesma forma em 2Sm 14:4 e 2Rs 6:26, onde é usada pelas pessoas que procuram ajuda e amparo às mãos do rei. Quando o povo gritava Hosana não era no mais mínimo um grito de louvor a Jesus, como freqüentemente soa quando o repetimos. Era um clamor para que Deus irrompesse e salvasse a seu povo agora que o Messias tinha vindo.

Não há incidente que mostre como este o valor pessoal de Jesus. Nas circunstâncias reinantes, poderia-se ter esperado que Jesus entrasse em Jerusalém em segredo e se mantivera oculto das autoridades que queriam destruí-lo. Em troca entrou em forma tal que a atenção de todos se enfocou sobre Ele. Uma das coisas mais perigosas que alguém pode fazer é ir ao povo e dizer-lhe que todas as suas idéias e noções aceitas são errôneas. Qualquer pessoa que procure arrancar de raiz os sonhos nacionalistas de um povo, está buscando dificuldades. Mas era o que Jesus estava fazendo deliberadamente. Vemo-lo aqui fazendo o último apelo de amor e fazendo-o com um valor heróico.

A CALMA ANTES DA TORMENTA

Mc 11:11). "Produzam, pois, frutos dignos de arrependimento" (Lc 3:8). Não é o que piedosamente diz "Senhor, Senhor" que entrará no Reino, mas o que faz a vontade de Deus (Mt 7:21). A menos que a religião faça de alguém um homem melhor e mais útil, a menos que faça seu lar mais feliz, a menos que faça melhor e mais fácil a vida para aqueles com quem está em contato, não se pode chamar religião. Ninguém pode pretender ser um seguidor de Jesus Cristo e permanecer inteiramente diferente do Mestre a quem pretende amar.

Se este incidente tiver que ser tomado literalmente e é uma parábola em ação, este deve ser o significado. Mas, por importantes que estas lições possam ser para a vida, parece ser muito difícil extraí-las do incidente, devido a que era totalmente irrazoável esperar que a figueira tivesse figos quando faltavam seis semanas para o tempo dos figos.

O que temos a dizer, então? Lucas não relata este incidente, mas tem a parábola da figueira que não dá fruto (Lucas 12:6-9). Agora, a parábola termina sem uma definição. O dono da vinha quis arrancar a figueira. O jardineiro rogou que lhe desse outra oportunidade. Foi-lhe dada a última oportunidade e se fez um acordo que se desse fruto seria deixada, e senão, seria destruída. Não pode ser que este incidente seja uma espécie de continuação dessa parábola? O povo de Israel tinha tido sua oportunidade, e não tinha dado fruto. Tinha chegado, pois, o momento de sua destruição.

Sugeriu-se — e é muito possível — que no caminho de Betânia Jerusalém havia uma solitária figueira seca, uma dessas árvores esqueléticas que às vezes aparecem nítidas em uma paisagem. Bem pode ser que Jesus dissesse a seus discípulos: "Recordam a parábola que lhes disse a respeito da figueira sem fruto? Israel ainda não dá frutos e se secará como esta figueira." Bem pode ser que essa árvore solitária ficasse associada no relato e nas mentes dos homens com um dito de Jesus sobre a sorte de quem não dá fruto, e assim pode ter surgido a história.

O leitor pode tomá-la como quiser. Para nós há dificuldades insuperáveis para interpretá-la literalmente. Parece-nos conectada de algum modo com a Parábola da Figueira Estéril. Em todo caso, toda a lição do incidente é que a inutilidade é um convite ao desastre.

A IRA DE JESUS

Marcos 11:15-19

Visualizaremos melhor este incidente se tivermos em mente a disposição dos distintos recintos do templo. Há no Novo Testamento duas palavras estreitamente relacionadas. A primeira é hieron, que significa o lugar sagrado. Isto incluía toda a área do templo, que cobria a cúpula do Monte Sião e tinha uns quinze hectares de extensão. Estava rodeado por grandes muralhas que variavam, de um lado a outro entre trezentos e quatrocentos metros de comprimento. Havia um amplo espaço exterior chamado Pátio dos gentios. Nele podia entrar qualquer pessoa, judeu ou gentio. No extremo interior do Pátio dos Gentios havia uma parede baixa na qual se colocou placas nas que dizia que se um gentio transpassava esse ponto a pena era a morte. Um gentio não podia ir mais à frente do Pátio dos gentios. O seguinte pátio era o Pátio das mulheres. Era chamado assim porque as mulheres não podiam passar dali, a não ser que tivessem ido realmente a oferecer um sacrifício. Logo vinha o pátio chamado Dos israelitas. Aqui era onde se reunia a congregação nas grandes ocasiões, e era dali que os adoradores entregavam as ofertas aos sacerdotes. O pátio mais interior era o chamado Pátio dos sacerdotes.

A outra palavra importante é naos, que significa o templo propriamente dito, que se levantava no pátio dos sacerdotes. Toda a área, incluindo os diferentes pátios, eram os recintos sagrados (hieron). O edifício especial levantado no pátio dos sacerdotes era o templo (naos).

Este incidente teve lugar no pátio dos gentios. Pouco a pouco este pátio se secularizou totalmente. Estava destinado a ser um lugar de oração e preparação, mas nos dias de Jesus reinava nele uma atmosfera comercializada de compra e venda que fazia completamente impossível a oração, a devoção e a meditação. O pior era que os negócios que ali se faziam consistiam na exploração desconsiderada dos peregrinos. Todo judeu tinha que pagar ao templo anualmente um imposto do meio siclo. Esse imposto devia ser abonado em uma determinada moeda. Para os fins comuns eram igualmente válidas as moedas gregas, romanas, sírias, egípcias, fenícias ou tírias. Mas o imposto do templo devia abonar-se em siclos do santuário. Pagava-se na época de Páscoa.
Chegavam judeus de todas partes do mundo e com toda classe de moedas. Quando iam a trocar seu dinheiro, tinham que pagar uma quantia, e se sua moeda excedia o imposto, tinham que pagar outra quantia antes de obter o cambio. A maioria dos peregrinos tinham que pagar essas quantias extra antes de poder pagar o imposto em si. Devemos ter em mente que se tratava de uma soma importante para eles, pois equivalia a meio dia de trabalho.

Quanto aos vendedores de pombas, estas intervinham no sistema sacrificial (Lv 12:8; Lv 14:22; Lv 15:14). Uma vítima sacrificial tinha que ser irrepreensível. Podia-se comprar pombas baratas fora, mas certamente os inspetores do templo achariam nelas algum defeito e aconselhariam os fiéis a comprarem no pátio dos gentios. Naturalmente ali lhes custariam quase o dobro a mais. Tratava-se de uma flagrante imposição, e o que piorava as coisas era que este negocio de comprar e vender pertencia à família de Anás, que tinha sido sumo sacerdote. Todos os judeus estavam a par deste abuso.

O Talmud diz que o rabino Simão Ben Gamaliel, ao ouvir que um par de pombas custava no templo uma moeda de ouro, insistiu em que se reduzisse o preço a uma moeda de prata. O que provocou a ira de Jesus foi o fato de que os pobres peregrinos foram depenados, explorados e oprimidos.

Lagrange, o grande erudito, que conhecia tão bem o Oriente, diz— nos, que precisamente a mesma situação se produz hoje em dia na Meca. O peregrino que busca a presença divina, encontra-se em meio de uma gritaria, onde o único propósito dos vendedores é atirar o preço o mais alto possível enquanto os peregrinos discutem e regateiam com não menos ferocidade. Jesus usou uma vívida metáfora para descrever o pátio do templo. O caminho de Jerusalém ao Jericó era notório por seus assaltantes. Era um caminho estreito e sinuoso que passava entre desfiladeiros de pedra. Nessas rochas estavam as covas em que os bandidos permaneciam em espreita, e Jesus disse: "Nos pátios do templo há ladrões piores que nas covas do caminho de Jericó."
O versículo 16 contém a estranha declaração de que Jesus não permitia que ninguém levasse utensílio algum pelo pátio do templo. De fato o pátio constituía um atalho para cortar caminho entre a parte Leste da cidade e o Monte das Oliveiras. A própria Mishna estabelece que "ninguém pode entrar no monte do templo com seu cajado ou suas sandálias ou sua bolsa, ou com pó sobre os pés, nem pode aproveitá-lo para cortar caminho." Ao fazer isto, Jesus estava lembrando aos judeus suas próprias leis. Em seu tempo os judeus tinham em tão pouco a santidade do pátio exterior do templo que o usavam como um lugar de passagem em seus recados de negócios. Jesus dirigiu a atenção dos judeus para suas próprias leis, e lhes citou seus próprios profetas, pois sua condenação consiste em duas citações do Antigo Testamento, uma de Is 56:7 e outra de Jr 7:11.

O que foi, pois, o que moveu Jesus à ira?

  1. Irou-se pela exploração dos peregrinos. As autoridades do templo os tratavam não como adoradores, nem mesmo como seres humanos, mas sim como coisas que podiam explorar para seus próprios fins. A exploração do homem sempre provoca a ira de Deus, e duplamente quando a realiza sob o disfarce da religião.
  2. Irou-se pela profanação do lugar santo de Deus. O homem tinha perdido o senso da presença de Deus em sua casa. Estavam comercializando as coisas santas, e portanto violando a casa de Deus.
  3. É possível que Jesus tivesse uma irritação ainda mais profunda? Citou Is 56:7: "Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." Mas na própria casa havia uma muralha, e passar além dela para um gentio significava a morte. Bem pode ser que Jesus fosse levado à ira pelo exclusivismo e a separação do culto judeu, e queria lhes recordar quanto amava Deus, não aos judeus, e sim ao mundo.

AS LEIS DA ORAÇÃO

Marcos 11:22-26

Esta passagem nos dá, pois, três regras para a oração.

  1. A oração deve ser oração de fé. A frase sobre mover montanhas era uma expressão judia muito comum. Era uma maneira de referir-se vividamente à remoção de dificuldades. Aplicava-se especialmente aos mestres sábios. Um bom professor, que podia remover as dificuldades que seus alunos encontravam, era chamado um removedor de montanhas. Alguém que ouviu um rabino famoso ensinar disse que "viu o Resh Laquish como se estivesse arrancando montanhas".

Assim, pois, a frase significa que se tivermos verdadeira fé, a oração é um poder que pode resolver qualquer problema e nos fazer capazes de enfrentar qualquer dificuldade. Isto parece muito simples, mas implica duas coisas. Primeiro, que devemos estar dispostos a levar a Deus nossos problemas e dificuldades. Isto em si é uma prova muito real. Às vezes nossos problemas são que queremos obter algo que não deveríamos desejar, que queremos obter algo que é em realidade um pouco proibido, que queremos achar a maneira de fazer algo que nem deveriamos pensar em fazer, que queremos nos justificar por fazer ou ter feito algo no qual nunca deveriamos ter posto as mãos nem aplicado a mente. Uma das maiores provas de qualquer problema consiste simplesmente em nos perguntar: "Posso levar isto a Deus e lhe pedir sua ajuda?" Segundo, implica que devemos estar dispostos a aceitar a direção de Deus quando Ele nos concede. O mais comum é que alguém peça conselho quando tudo o que realmente quer é a aprovação de alguma ação que já está decidido a realizar. É inútil ir a Deus e pedir sua direção a não ser que também estejamos dispostos a ser bastante humildes e obedientes para aceitá-la. Mas se levarmos nossos problemas a Deus e somos suficientemente valentes para aceitar sua direção, receberemos o poder que pode vencer as dificuldades de pensamento e ação.

  1. A oração deve ser oração de espera. É uma realidade universal que algo que se faz ou se tenta com espírito de esperança e confiada espera tem mais do dobro de possibilidades de êxito. O paciente que vai a um médico e não tem confiança nos remédios que lhe receita tem muito menos possibilidades de curar que o que vai confiando em que o médico pode curá-lo. Nossa oração não deve ser uma mera formalidade. Nunca deve ser um ritual sem esperança. Para muitas pessoas a oração é ou um ritual piedoso ou uma esperança perdida, quando deveria ser uma ardente espera. Talvez a dificuldade esteja em que queremos que Deus nos dê nossa resposta, e quando não a recebemos não reconhecemos a resposta de Deus, que sempre chega.
  2. A oração deve ser uma oração de caridade. A oração de uma pessoa amargurada não pode penetrar a muralha de sua própria amargura. Por que? Se tivermos que falar com Deus, deve haver algum vínculo entre nós e Deus. Nunca pode haver intimidade entre duas pessoas que não têm nada em comum. O princípio de Deus é o amor, porque Deus é amor. E se o princípio dirigente do coração do homem é a aversão e o espírito rancoroso, erigiu uma barreira entre ele e Deus. Para que a oração do tal seja respondida, primeiro tem que orar para que Deus limpe seu coração do espírito de rancor e ponha em seu coração o espírito de amor. Então poderá falar com Deus e Deus poderá falar com ele.

UMA PERGUNTA ARDILOSA E UMA RESPOSTA AGUDA

Marcos 11:27-33

Nos recintos sagrados havia dois claustros famosos, um neste lado e outro no lado Sul do Pátio dos gentios. O claustro do Este recebia o nome de Pórtico do Salomão. Era uma magnífica arcada constituída por fortes colunas de uns doze metros de altura. O claustro do Sul era ainda mais esplêndido. Chamavam-no o Pórtico Real. Estava formado por quatro filas de colunas de mármore branco, de dois metros de diâmetro por dez de altura cada uma, em número de cento e sessenta e dois. Era comum que rabinos e mestres passeassem entre estas colunas ensinando. A maior parte das grandes cidades da antiguidade tinham estas arcadas e colunatas. Protegiam do Sol, do vento e da chuva, e, em realidade, nesses lugares era onde se realizava a maior parte do ensino religioso e filosófico. Uma das escolas mais famosas do pensamento antigo foi a dos estóicos. Receberam seu nome do fato de que Zeno, seu fundador, ensinava enquanto caminhava pela Stoa Poikitie, o Pórtico Pintado, em Atenas. A palavra stoa significa pórtico ou arcada e os estóicos eram a escola do pórtico. Nessas arcadas do templo era onde Jesus ensinava enquanto caminhava.

Aproximou-se dele uma delegação dos principais sacerdotes, os doutores da Lei, quer dizer, os escribas e os rabinos, e os anciãos. Em realidade se tratava de uma delegação do Sinédrio, que estava composto por isso grupos. Fizeram-lhe uma pergunta muito natural. Era algo assombroso que um simples indivíduo particular, por si só, varresse o pátio dos gentis de seus comerciantes acostumados e oficiais. De modo que lhe perguntaram: "Com que autoridade procedes desta maneira?" Esperavam pôr Jesus em um dilema. Se dissesse que atuava por sua própria autoridade poderiam prendê-lo como um megalômano antes de que fizesse mais dano. E se dissesse que o fazia pela autoridade de Deus, poderiam prendê-lo sob a acusação de blasfêmia, porque era óbvio que

Deus nunca daria autoridade a ninguém para criar uma perturbação nos pátios de sua própria casa.

Jesus viu claramente o dilema em que queriam envolvê-lo, e sua resposta foi pô-los em um dilema pior ainda. Sua pergunta foi: "A obra do João Batista, em sua opinião, foi humana ou divina?" Isto os colocou nos ganchos de um dilema insolúvel. Se dissessem que era divina, sabiam que Jesus lhes perguntaria por que tinham estado contra ele. Pior ainda: se dissesse que era divina, Jesus poderia lhes replicar que em realidade João tinha dirigido a todos os homens a Ele, e que portanto Ele tinha o testemunho divino e não necessitava outra autoridade. Se aqueles membros do Sinédrio concordassem em que a obra de João era divina, poderiam ver-se compelidos a aceitar a Jesus como o Messias.
Por outro lado, se dissessem que a obra do João era puramente humana, agora que João tinha, além disso, a distinção de ter morrido como mártir, sabiam bem que o povo que ouvia provocaria uma revolta. De modo que se viram obrigados a dizer fracamente que não sabiam, e Jesus evitou a necessidade de dar resposta à pergunta deles.
Todo este relato é um exemplo vívido do que acontece aos homens que não querem enfrentar a verdade. Para evitar enfrentar a verdade têm que torcer-se e retorcer-se e no final se colocam em uma posição em que ficam envoltos tão desesperadamente que não têm nada que dizer.

O homem que enfrenta a verdade pode ser que tenha a humilhação de reconhecer que estava equivocado, ou o perigo de ter que tomar partido pela verdade, mas ao menos para ele o futuro é forte e brilhante. O homem que não enfrenta a verdade não tem outra perspectiva que a de um envolvimento cada vez mais profundo em uma situação que o faz incapaz e ineficaz.


Dicionário

Deus

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
(a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
(b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
(c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
(d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
(e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
(f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
(a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
(b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
(c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
(d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
(1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
(2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

Introdução

(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

A existência do único Deus

A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

O Deus criador

A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

O Deus pessoal

O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

O Deus providencial

Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

O Deus justo

A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

O Deus amoroso

É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

O Deus salvador

O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

O Deus Pai

Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

Os nomes de Deus

Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


A Trindade

O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

Conclusão

O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

P.D.G.


Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

==========================

NOMES DE DEUS

Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


2) DEUS (Gn 1:1);


3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


12) REDENTOR (19:25);


13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


18) Pastor (Gn 49:24);


19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


Dissê

1ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer
3ª pess. sing. pret. perf. ind. de dizer

di·zer |ê| |ê| -
(latim dico, -ere)
verbo transitivo

1. Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).

2. Referir, contar.

3. Depor.

4. Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).

5. Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).

6. Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).

7. Exprimir por música, tocando ou cantando.

verbo intransitivo

8. Condizer, corresponder.

9. Explicar-se; falar.

10. Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem). = CONVIR, QUADRAR

verbo pronominal

11. Intitular-se; afirmar ser.

12. Chamar-se.

13. Declarar o jogo que se tem ou se faz.

nome masculino

14. Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).

15. Estilo.

16. Maneira de se exprimir.

17. Rifão.

18. Alegação, razão.


quer dizer
Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente. = ISTO É, OU SEJA

tenho dito
Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.


O consentimento dado a uma crença unido a uma confiança nela. Não pode identificar-se, portanto, com a simples aceitação mental de algumas verdades reveladas. É um princípio ativo, no qual se harmonizam o entendimento e a vontade. É essa fé que levou Abraão a ser considerado justo diante de Deus (Gn 15:6) e que permite que o justo viva (Hc 2:4).

Para o ensinamento de Jesus — e posteriormente dos apóstolos —, o termo é de uma importância radical, porque em torno dele gira toda a sua visão da salvação humana: crer é receber a vida eterna e passar da morte para a vida (Jo 3:16; 5,24 etc.) porque crer é a “obra” que se deve realizar para salvar-se (Jo 6:28-29). De fato, aceitar Jesus com fé é converter-se em filho de Deus (Jo 1:12). A fé, precisamente por isso, vem a ser a resposta lógica à pregação de Jesus (Mt 18:6; Jo 14:1; Lc 11:28). É o meio para receber tanto a salvação como a cura milagrosa (Lc 5:20; 7,50; 8,48) e pode chegar a remover montanhas (Mt 17:20ss.).

A. Cole, o. c.; K. Barth, o. c.; f. f. Bruce, La epístola..., El, II, pp. 474ss.; Hughes, o. c., pp. 204ss.; Wensinck, Creed, pp. 125 e 131ss.



1) Confiança em Deus e em Cristo e na sua Palavra (Mt 15:28; Mc 11:22-24; Lc 17:5).


2) Confiança na obra salvadora de Cristo e aceitação dos seus benefícios (Rm 1:16-17;
v. CONVERSÃO).


3) A doutrina revelada por Deus (Tt 1:4).


Da liberdade de consciência decorre o direito de livre exame em matéria de fé. O Espiritismo combate a fé cega, porque ela impõe ao homem que abdique da sua própria razão; considera sem raiz toda fé imposta, donde o inscrever entre suas máximas: Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

[...] A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do Infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5, it• 19

[...] confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 3

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que constituem as diferentes religiões. Todas elas têm seus artigos de fé. Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega. Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão. Levada ao excesso, produz o fanatismo. Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é à luz meridiana. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 6

[...] Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 7

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 11

No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.
Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19, it• 12

[...] É uma vivência psíquica complexa, oriunda das camadas profundas do inconsciente, geralmente de feição constitucional, inata, por se tratar mais de um traço de temperamento do que do caráter do indivíduo. No dizer de J. J. Benítez, as pessoas que têm fé fazem parte do pelotão de choque, a vanguarda dos movimentos espiritualistas. Nas fases iniciais ela é de um valor inestimável, mas à medida que a personalidade atinge estados mais diferenciados de consciência, pode ser dispensável, pois a pessoa não apenas crê, mas sabe. [...] Do ponto de vista psicológico, a vivência da fé pode ser considerada mista, pois engloba tanto aspectos cognitivos quanto afetivos. Faz parte mais do temperamento do que do caráter do indivíduo. Por isso é impossível de ser transmitida por meios intelectuais, tal como a persuasão raciocinada. Pode ser induzida pela sugestão, apelo emocional ou experiências excepcionais, bem como pela interação com pessoas individuadas.[...]
Referencia: BALDUINO, Leopoldo• Psiquiatria e mediunismo• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1995• - cap• 1

No sentido comum, corresponde à confiança em si mesmo [...]. Dá-se, igualmente, o nome de fé à crença nos dogmas desta ou daquela religião, caso em que recebe adjetivação específica: fé judaica, fé budista, fé católica, etc. [...] Existe, por fim, uma fé pura, não sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no Amor, na Justiça e na Misericórdia de Deus.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 11

A futura fé que já emerge dentre as sombras não será, nem católica, nem protestante; será a crença universal das almas, a que reina em todas as sociedades adiantadas do espaço, e mediante a qual cessará o antagonismo que separa a Ciência atual da Religião. Porque, com ela, a Ciência tornar-se-á religiosa e a Religião se há de tornar científica.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.
Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 5, cap• 44

A fé é uma necessidade espiritual da qual não pode o espírito humano prescindir. [...] Alimento sutil, a fé é o tesouro de inapreciado valor que caracteriza os homens nobres a serviço da coletividade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

Nesse labor, a fé religiosa exerce sobre ele [o Espírito] uma preponderância que lhe define os rumos existenciais, lâmpada acesa que brilha à frente, apontando os rumos infinitos que lhe cumpre [ao Espírito] percorrer. [...] Respeitável, portanto, toda expressão de fé dignificadora em qualquer campo do comportamento humano. No que tange ao espiritual, o apoio religioso à vida futura, à justiça de Deus, ao amor indiscriminado e atuante, à renovação moral para melhor, é de relevante importância para a felicidade do homem.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 25

O melhor tônico para a alma, nas suas múltiplas e complexas atividades afetivas e mentais, é a fé; não a fé passiva, automática, dogmática, mas a fé ativa, refletida, intelectualizada, radicada no coração, mas florescendo em nossa inteligência, em face de uma consciência esclarecida e independente [...].
Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Carta a um materialista

Essa luz, de inextinguível fulgor, é a fé, a certeza na imortalidade da alma, e a presunção, ou a certeza dos meios de que a Humanidade tem de que servir-se, para conseguir, na sua situação futura, mais apetecível e melhor lugar.
Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 23

A fé é, pois, o caminho da justificação, ou seja, da salvação. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

[...] é a garantia do que se espera; a prova das realidades invisíveis. Pela fé, sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de maneira que o que se vê resultasse daquilo que não se vê.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Diálogo com as sombras: teoria e prática da doutrinação• 20a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

A fé é divina claridade da certeza.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 16

A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente. A fé é mãe extremosa da prece.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 35

[...] A fé constitui a vossa égide; abrigai-vos nela e caminhai desassombradamente. Contra esse escudo virão embotar-se todos os dardos que vos lançam a inveja e a calúnia. [...]
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

A fé e a esperança não são flores destinadas a enfeitar, com exclusividade, os altares do triunfo, senão também poderosas alavancas para o nosso reerguimento, quando se faz preciso abandonar os vales de sombra, para nova escalada aos píncaros da luz.
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Ainda assim

Razão, pois, tinha Jesus para dizer: “Tua fé te salvou”. Compreende-se que a fé a que Ele se referia não é uma virtude mística, qual a entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação. [...]
Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 5

Mas a fé traduz também o poder que supera nossas próprias forças físicas e mentais, exteriores e interiores, poder que nos envolve e transforma de maneira extraordinária, fazendo-nos render a ele. A fé em Deus, no Cristo e nas forças espirituais que deles emanam pode conduzir-nos a uma condição interior, a um estado de espírito capaz de superar a tudo, a todos os obstáculos, sofrimentos e aparentes impossibilidades.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 14

A fé no futuro, a que se referem os 1nstrutores Espirituais da Terceira Revelação, deixa de ser apenas esperança vaga para se tornar certeza plena adquirida pelo conhecimento das realidades eternas. [...]
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 28

A fé significa um prêmio da experiência.
Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 13

Quem não entende não crê, embora aceite como verdade este ou aquele princípio, esta ou aquela doutrina. A fé é filha da convicção.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Res, non verba

[...] constitui o alicerce de todo trabalho, tanto quanto o plano é o início de qualquer construção. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos desta e doutra vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 8

Curiosidade é caminho, / Mas a fé que permanece / É construção luminosa / Que só o trabalho oferece.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 44

[...] A fé está entre o trabalho e a oração. Trabalhar é orar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é emanação divina que o espírito auxilia e absorve.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé é a caridade imaterial, porque a caridade que se concretiza é sempre o raio mirífico projetado pela fé.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé continuará como patrimônio dos corações que foram tocados pela graça do sofrimento. Tesouro da imortalidade, seria o ideal da felicidade humana, se todos os homens a conquistassem ainda mesmo quando nos desertos mais tristes da terra.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé não desabrocha no mundo, é dádiva de Deus aos que a buscam. Simboliza a união da alma com o que é divino, a aliança do coração com a divindade do Senhor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 39

Fé representa visão.Visão é conhecimento e capacidade deauxiliar.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 69

[...] A fé representa a força que sustenta o espírito na vanguarda do combate pela vitória da luz divina e do amor universal. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 354

A fé sincera é ginástica do Espírito. Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

A fé é a força potente / Que desponta na alma crente, / Elevando-a aos altos Céus: / Ela é chama abrasadora, / Reluzente, redentora, / Que nos eleva até Deus. / [...] A fé é um clarão divino, / refulgente, peregrino, / Que irrompe, trazendo a luz [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Parnaso de Além-túmulo: poesias mediúnicas• Por diversos Espíritos• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Supremacia da caridade

É força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida. Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pensamento e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

A fé é o guia sublime que, desde agora, nos faz pressentir a glória do grande futuro, com a nossa união vitoriosa para o trabalho de sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Em plena renovação

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 40

[...] a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 141

Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 29


1. Definição da Palavra. A simples fé implica uma disposição de alma para confiarem outra pessoa. Difere da credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não Lhe é contrário. A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida. A fé é uma atitude, e deve ser um impulso. A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra. A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como ‘uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras’. E mais adiante diz o mesmo escritor: ‘o segredo de um belo caráter está no poder de um perpétuo contato com Aquele Senhor em Quem se tem plena confiança’ (Bispo Moule). A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração. 2.A fé, no A.T. A atitude para com Deus que no Novo Testamento a fé nos indica, é largamente designada no A.T. pela palavra ‘temor’. o temor está em primeiro lugar que a fé – a reverencia em primeiro lugar que a confiança. Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no A.T., sendo isso particularmente entendido naquela parte do A.T., que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas. Não se está longe da verdade, quando se sugere que o ‘temor do Senhor’ contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no N.T. As palavras ‘confiar’ e ‘confiança’ ocorrem muitas vezes – e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gn 15:6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática. 3. A fé, nos Evangelhos. Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do N.T. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita. As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mt 9:29 – 13.58 – 15.28 – Me 5.34 a 36 – 9.23 – Lc 17:5-6). Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder – é a fé que obra maravilhas. Na passagem de Mc 11:22-24 a fé em Deus é a designada. Mas a fé tem, no N.T., uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros evangelhos (Mt 9:2Lc 7:50): é a fé salvadora que significa Salvação. Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome ‘fé’ não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo ‘crer’. Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (Jo 6:44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (Jo 3:15-18 – 4.41 a 53 – 19.35 – 20.31, etc.). Em cada um dos evangelhos, Jesus Cristo proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece. A tese é mais clara em S. João do que nos evangelhos sinópticos, mas é bastante clara no último (Mt 18:6Lc 8:12 – 22.32). 4. A fé, nas epístolas de S. Paulo. Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo. As obras não têm valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é a causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus, pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos. Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nós realmente estamos sendo justificados, somos santificados pela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai celestial por meio de Jesus Cristo. E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do Espírito Santo (Ef 3:16-19, etc). 5. Fé e obras. Tem-se afirmado que há contradição entre S. Paulo e S. Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Rm 4:2Tg 2:21). Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual. E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que S. Paulo ensina a respeito da fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem (*veja Mt 16.
17) – a sua sede é no coração, e não meramente na cabeça – é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele – e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata de uma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gl 5:6). Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias – ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação. Tiago condena uma fé morta – Paulo louva uma fé

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

substantivo feminino Convicção intensa e persistente em algo abstrato que, para a pessoa que acredita, se torna verdade; crença.
Maneira através da qual são organizadas as crenças religiosas; religião.
Excesso de confiança depositado em: uma pessoa merecedora de fé; crédito.
Religião A primeira das três virtudes próprias da teologia: fé, esperança e caridade.
Comprovação de uma situação; afirmação: sua opinião demonstrava sua fé.
Acordo firmado através de palavras em que se deve manter o compromisso feito: quebrou a fé que tinha à chefe.
[Jurídico] Crédito atribuído a um documento, através do qual se firma um acordo, ocasionando com isso a sua própria veracidade.
Etimologia (origem da palavra ). Do latim fides.

Jesus

interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
Ver também: Jesus.
Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

[...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

[...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

[...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

[...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

[...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

[...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

[...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

[...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

[...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

[...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

[...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

[...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

[...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

[...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

[...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

J [...] é o guia divino: busque-o!
Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

[...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

[...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

[...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

[...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

[...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

[...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

[...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

[...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

[...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

[...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

[...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

[...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

[...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

[...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

[...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

[...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

[...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

Jesus é a história viva do homem.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

[...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

[...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

[...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

[...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

[...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

[Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

[...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

Jesus é também o amor que espera sempre [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

[...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

[...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

[...] é a única porta de verdadeira libertação.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

[...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

Jesus é o salário da elevação maior.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

[...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

[...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

[...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

[...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

[...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

[...] é a verdade sublime e reveladora.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

[...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

[...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


Tender

verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

verbo transitivo indireto Possuir uma inclinação, aptidão para: sua filha sempre tendia para o piano.
Ser parecido ou estar próximo de: o vestido listrado tendia para o vermelho.
Encaminhar; seguir em direção a: seus projetos tendem à falência.
Destinar-se; ter como objetivo, como motivo: os impostos tendem à falência do consumidor.
verbo transitivo direto Desfraldar; encher ou manter-se aberto com o vento: o temporal tendia os lençóis no varal.
verbo intransitivo Voltar-se; apresentar uma inclinação em relação a: a bicicleta tendeu para a esquerda.
verbo transitivo direto e pronominal Estender; expandir-se ou alongar-se no tempo ou num espaço: tendia as pernas; a praia tendia-se pelo horizonte.
Etimologia (origem da palavra tender). Do latim tendere.

tender
v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

Tênder

tênder
v. 1. tr. dir. Estender, estirar. 2. tr. dir. Desfraldar, enfunar. 3. tr. dir. Bater ou enformar (a massa do pão) antes de cozer. 4. pron. Estender-se, fazer-se largo. 5. tr. ind. Dirigir-se, encaminhar-se. 6. tr. ind. Aproximar-se de: T. para o zero a temperatura. 7. tr. ind. Apresentar tendência, inclinação, pendor ou propensão para.

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
καί Ἰησοῦς αὐτός ἀποκρίνομαι λέγω ἔχω πίστις θεός
Marcos 11: 22 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus.
Marcos 11: 22 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

4 de Abril de 30. Terça-feira
G2192
échō
ἔχω
ter, i.e. segurar
(holding)
Verbo - Presente do indicativo ativo - nominina feminino no singular
G2316
theós
θεός
Deus
(God)
Substantivo - Masculino no Singular nominativo
G2424
Iēsoûs
Ἰησοῦς
de Jesus
(of Jesus)
Substantivo - Masculino no Singular genitivo
G2532
kaí
καί
desejo, aquilo que é desejável adj
(goodly)
Substantivo
G3004
légō
λέγω
terra seca, solo seco
(the dry land)
Substantivo
G3588
ho
para que
(that)
Conjunção
G4102
pístis
πίστις
(faith)
Substantivo - feminino acusativo singular
G611
apokrínomai
ἀποκρίνομαι
respondendo
(answering)
Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - nominativo masculino Singular
G846
autós
αὐτός
dele
(of him)
Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


ἔχω


(G2192)
échō (ekh'-o)

2192 εχω echo

incluindo uma forma alternativa σχεω scheo, usado apenas em determinados tempos), verbo primário; TDNT - 2:816,286; v

  1. ter, i.e. segurar
    1. ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
  2. ter, i.e., possuir
    1. coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
    2. usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
  3. julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
  4. segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
    1. estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa

θεός


(G2316)
theós (theh'-os)

2316 θεος theos

de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

  1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
  2. Deus, Trindade
    1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
    2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
    3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
  3. dito do único e verdadeiro Deus
    1. refere-se às coisas de Deus
    2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
  4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
    1. representante ou vice-regente de Deus
      1. de magistrados e juízes

Ἰησοῦς


(G2424)
Iēsoûs (ee-ay-sooce')

2424 Ιησους Iesous

de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

Jesus = “Jeová é salvação”

Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)


καί


(G2532)
kaí (kahee)

2532 και kai

aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

  1. e, também, até mesmo, realmente, mas

λέγω


(G3004)
légō (leg'-o)

3004 λεγω lego

palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

  1. dizer, falar
    1. afirmar sobre, manter
    2. ensinar
    3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
    4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
    5. chamar pelo nome, chamar, nomear
    6. gritar, falar de, mencionar


(G3588)
ho (ho)

3588 ο ho

que inclue o feminino η he, e o neutro το to

em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

  1. este, aquela, estes, etc.

    Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


πίστις


(G4102)
pístis (pis'-tis)

4102 πιστις pistis

de 3982; TDNT - 6:174,849; n f

  1. convicção da verdade de algo, fé; no NT, de uma convicção ou crença que diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e com as coisas divinas, geralmente com a idéia inclusa de confiança e fervor santo nascido da fé e unido com ela
    1. relativo a Deus
      1. a convicção de que Deus existe e é o criador e governador de todas as coisas, o provedor e doador da salvação eterna em Cristo
    2. relativo a Cristo
      1. convicção ou fé forte e benvinda de que Jesus é o Messias, através do qual nós obtemos a salvação eterna no reino de Deus
    3. a fé religiosa dos cristãos
    4. fé com a idéia predominante de confiança (ou confidência) seja em Deus ou em Cristo, surgindo da fé no mesmo
  2. fidelidade, lealdade
    1. o caráter de alguém em quem se pode confiar

ἀποκρίνομαι


(G611)
apokrínomai (ap-ok-ree'-nom-ahee)

611 αποκρινομαι apokrinomai

de 575 e krino; TDNT - 3:944,*; v

  1. responder a uma questão proposta
  2. começar a falar numa situação onde algo já aconteceu (dito ou feito) e a cujo acontecimento a fala se refere

αὐτός


(G846)
autós (ow-tos')

846 αυτος autos

da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

  1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
  2. ele, ela, isto
  3. o mesmo