Enciclopédia de Marcos 4:30-30

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

mc 4: 30

Versão Versículo
ARA Disse mais: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos?
ARC E dizia: A que assemelharemos o reino de Deus? ou com que parábola o representaremos?
TB Ainda disse: A que assemelharemos o reino de Deus ou com que parábola o representaremos?
BGB Καὶ ἔλεγεν· ⸀Πῶς ὁμοιώσωμεν τὴν βασιλείαν τοῦ θεοῦ, ἢ ἐν ⸀τίνι ⸂αὐτὴν παραβολῇ θῶμεν⸃;
HD Dizia: Como assemelhamos o Reino de Deus ou em que parábola o colocamos?
BKJ E ele disse: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que comparação o compararemos?
LTT E dizia Ele: "A que assemelharmos o reinar de Deus? Ou com que parábola o compararmos?
BJ2 E dizia: Com que compararemos o Reino de Deus? Ou com que parábola o apresentaremos?
VULG Et dicebat : Cui assimilabimus regnum Dei ? aut cui parabolæ comparabimus illud ?

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Marcos 4:30

Lamentações de Jeremias 2:13 Que testemunho te trarei? A quem te compararei, ó filha de Jerusalém? A quem te assemelharei, para te consolar a ti, ó virgem filha de Sião? Porque grande como o mar é a tua ferida; quem te sarará? Nun.
Mateus 11:16 Mas a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros,
Mateus 13:24 Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo;
Mateus 13:31 Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo;
Lucas 13:18 E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei?

Apêndices

Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.

Principais acontecimentos da vida terrestre de Jesus

O grande ministério de Jesus na Galileia (Parte 2)

DATA

LUGAR

ACONTECIMENTO

MATEUS

MARCOS

LUCAS

JOÃO

31 ou 32 d.C.

Região de Cafarnaum

Ilustrações sobre o Reino

Mt 13:1-53

Mc 4:1-34

Lc 8:4-18

 

Mar da Galileia

Acalma tempestade

Mt 8:18-23-27

Mc 4:35-41

Lc 8:22-25

 

Região de Gadara

Manda demônios para os porcos

Mt 8:28-34

Mc 5:1-20

Lc 8:26-39

 

Provavelmente Cafarnaum

Cura mulher que tinha fluxo de sangue; ressuscita filha de Jairo

Mt 9:18-26

Mc 5:21-43

Lc 8:40-56

 

Cafarnaum (?)

Cura cegos e mudo

Mt 9:27-34

     

Nazaré

Novamente rejeitado em sua cidade

Mt 13:54-58

Mc 6:1-5

   

Galileia

Terceira viagem à Galileia; expande a obra enviando apóstolos

Mt 9:35–11:1

Mc 6:6-13

Lc 9:1-6

 

Tiberíades

Herodes corta a cabeça de João Batista; fica perplexo com Jesus

Mt 14:1-12

Mc 6:14-29

Lc 9:7-9

 

32 d.C., perto da Páscoa (Jo 6:4)

Cafarnaum (?); lado NE do mar da Galileia

Apóstolos voltam da pregação; Jesus alimenta 5 mil homens

Mt 14:13-21

Mc 6:30-44

Lc 9:10-17

Jo 6:1-13

Lado NE do mar da Galileia; Genesaré

Povo quer fazer de Jesus rei; anda sobre o mar; cura muitas pessoas

Mt 14:22-36

Mc 6:45-56

 

Jo 6:14-21

Cafarnaum

Diz que é “o pão da vida”; muitos ficam chocados e o abandonam

     

Jo 6:22-71

32 d.C., depois da Páscoa

Provavelmente Cafarnaum

Tradições invalidam a Palavra de Deus

Mt 15:1-20

Mc 7:1-23

 

Jo 7:1

Fenícia; Decápolis

Cura filha de mulher siro-fenícia; alimenta 4 mil homens

Mt 15:21-38

Mc 7:24–8:9

   

Magadã

Não dá sinal, exceto o de Jonas

Mt 15:39–16:4

Mc 8:10-12

   

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Cairbar Schutel

mc 4:30
Parábolas e Ensinos de Jesus

Categoria: Livro Espírita
Ref: 3661
Capítulo: 10
Página: 7
Cairbar Schutel

“O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e lançou no seu campo; o qual grão é na verdade, a menor de todas as sementes, mas depois de crescida é a maior das hortaliças e faz-se árvore, de tal modo que as aves do céu vêm pousar nos seus ramos. "


(Mateus, VIII, 31-32 – Marcos, IV, 30-32 – Lucas, 18-19.)


Consideremos, aqui, o Reino dos Céus como tudo o que está acima e abaixo, à direita e à esquerda de nós, todo esse espaço imenso, infinito, incomensurável, onde se balançam os astros e fulgem as estrelas; todo esse Éter que nos parece vazio, mas que, na verdade, encerra multidões de seres e de mundos, onde se ostentam maravilhas da Arte e da Ciência de Deus.


Vide também O Espírito do Cristianismo.


Para quem o vê da Terra, com os olhos da carne, parece o seu conhecimento insignificante, como o é uma semente de mostarda.


Mas, depois que o estudamos, assim como depois que se planta a semente, nossa inteligência se dilata, como se dilata a semente quando germina; transforma-se o nosso modo de pensar, como sói acontecer à semente modificada já em erva; e o conhecimento do Reino dos Céus cresce em nós como cresce a mostarda, a ponto de nos tornarmos um centro de apoio em torno do qual voluteiam os Espíritos, bem assim os homens que sentem a necessidade desse apoio moral e espiritual, da mesma forma que os pássaros, para o seu descanso, procuram as arvores mais exuberantes para gozarem a sombra benéfica das suas ramagens!


O grão de mostarda serviu duas vezes para as comparações de Jesus: uma vez comparou-o ao Reino dos Céus; outra, à Fé.


O grão de mostarda tem substância e uma semente faz efeito revulsivo.


Essa mesma substância se transforma em árvore; dá, depois, muitas sementes e muitas árvores e até suas folhas servem de alimento.


Mas é necessária a fertilidade da terra, para que trabalhe a germinação, haja transformação, crescimento e frutificação do que foi semente; e é necessário, a seu turno, o trabalho da semente e da planta no aproveitamento desse elemento que lhe foi dado.


Assim acontece com o Reino dos Céus na alma humana; sem o trabalho dessa “semente", que é feito pelos Espíritos do Senhor; sem o concurso da boa vontade, que e a melhor fertilidade que lhe podemos proporcionar; sem o esforço da pesquisa, do estudo, não pode aumentar e engrandecer-se em nós, não se nos pode mostrar tal como é, assim como a mostarda não se transforma em hortaliça sem o emprego dos requisitos imperiosos para essa modificação.


A Fé é a mesma coisa: parece-se com um grão de mostarda quando já é capaz de “transportar montanhas", mas a sua tendência é sempre para o crescimento, a fim de operar mudança para campo mais largo, mais aberto, de mais dilatados horizontes.


A Fé verdadeira estuda, examina, pesquisa, sem espírito preconcebido, e cresce sempre no conhecimento e na vivência do Evangelho de Jesus.


O Espiritismo, com seus fatos positivos, vem dar um grande impulso à Fé, desvendando a todos o Reino dos Céus.


Assim como o Reinado Celeste abrange o infinito, a Fé é tudo e dela todos precisam para crescer no conhecimento da Vida Eterna!



Emmanuel

mc 4:30
Reconforto

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 2
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

Recorda a sementeira de bênçãos na Terra, se desejas atingir a seara do aperfeiçoamento maior, na Espiritualidade Superior.

Não há edifício sem base, tanto quanto não existe realização sem esforço.

Lembra-te de que Jesus não nos pediu o impossível.

As lições do Divino Mestre permanecem vazadas nos quadros mais simples da natureza.

Um grão de mostarda. (Mc 4:30)

Uma candeia sob o velador. (Mt 5:15)

Uma dracma perdida. (Lc 15:8)

Cinco pães e dois peixes.  (Mt 14:13)

Nas adjacências de um lago e através de barcos humildes, emoldurou, sem ouro e sem poder humano, a maior epopeia de amor universal que a Humanidade já presenciou no curso dos séculos.


Não te esqueças de que o serviço de aprimoramento deve começar nos aspectos mais insignificantes de nossa própria vida.

Um sorriso em casa.

Um favor espontâneo aos amigos…

Um olhar de compreensão a quem sofre…

Uma prece pelos adversários…

Um gesto de fraternidade…

O silêncio diante da calúnia…

O socorro mudo aos enfermos…

A caridade de uma boa palavra em auxílio aos ausentes…

Não procures a perfeição pela virtude postiça…

Ninguém pode começar a construção de uma casa pelo telhado.

Somos seres humanos, encarnados e desencarnados, com as nossas raízes ainda presas à Terra, mãe admirável de nosso desenvolvimento através dos milênios.

Não pretendas voar sem asas.

Entretanto, se ainda não somos anjos, podemos ser companheiros da bondade fiel.

Tanto quanto possível, começa hoje o ministério da boa vontade para com todos, a partir do teu santuário doméstico, e amanhã conseguirás abençoado equilíbrio em mais amplos degraus no caminho ascensional da evolução.



mc 4:30
Roteiro

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 23
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel

(O Livro dos Espíritos — )


Que seria do Espiritismo se não guardasse finalidades de aperfeiçoamento da própria Terra, onde se expressa por movimento libertador das consciências?

Seria louvável subtrair o homem do campo à função laboriosa da sementeira, distraindo-o com narrativas brilhantes e induzindo-o à inércia?

Seria aconselhável a imposição do êxtase ao esforço ativo, congelando-se preciosas oportunidades de realização para o bem?

Mas, se nos abeirarmos do trabalhador, com o intuito de estimulá-lo ao serviço, auxiliando-lhe o entendimento, para que a tarefa se lhe faça menos sacrificial, e favorecendo-o a fim de que descubra, por si mesmo, os degraus da própria elevação, estaremos edificando o bem legítimo, no aprimoramento da vida e da coletividade.

De que valeria a intimidade do homem com os Espíritos domiciliados em outras Esferas, sem proveito para a existência que lhe é peculiar? Não será deplorável perda de tempo informarmo-nos, sem propósito honesto, quanto aos regulamentos que regem a casa alheia? Se a criatura humana ainda não pode dispensar o suprimento de proteínas e carboidratados, de oxigênio e vitaminas, se não pode prescindir do banho e da leitura, por que induzi-la ao ocioso prazer das indagações sem elevação de vistas?

Atendamos, acima de tudo, ao essencial.

É curioso notar que o próprio Cristo, em sua imersão nos fluidos terrestres, não cogitou de qualquer problema inoportuno ou inadequado.

Não se sentou na praça pública para explicar a natureza de Deus e, sim, chamou-lhe simplesmente “Nosso Pai”, indicando os deveres de amor e reverência com que nos cabe contribuir na extensão e no aperfeiçoamento da Obra Divina.

Embora asseverasse que “na casa do Senhor há muitas moradas”, (Jo 14:2) não se deteve a destacar pormenores quanto aos habitantes que as povoam.

Não obstante exaltar o Reino Celeste, nele situando a glória do futuro, não olvidou o Reino da Terra, que procurou ajudar com todas as possibilidades de que dispunha.

Curando cegos e leprosos, loucos e paralíticos, deu a entender que vinha não somente regenerar as almas e sim também socorrer os corpos enfermos, na recuperação do homem integral.

Não se contentou, porém, com isso. Em todas as ocasiões, exaltou nossos deveres de amor para com a vida comum.

Recorre à semente de mostarda (Mc 4:30) e à dracma perdida (Lc 15:8) para alinhar preciosos ensinamentos.

Compara o mundo a vinha imensa, onde cada servidor recebe determinada quota de obrigações.

Consagra especial atenção às criancinhas, salientando o amparo que devemos às gerações renascentes.

Nessa mesma esfera de realizações, os princípios do Espiritismo Evangélico se estenderão em favor da Humanidade.

Os desencarnados testemunham a sobrevivência individual, depois da morte, provam que a alma se transfere de habitação sem alterar-se, de imediato, mas, preconizando o estudo e a fraternidade, a cultura e a santificação, o trabalho e a análise, em obediência a ditames superiores, objetivam, acima de tudo, a melhoria da vida na Terra, a fim de que os homens se façam, efetivamente, irmãos uns dos outros no mundo porvindouro que será, indiscutivelmente, iluminada seção do Reino Infinito de Deus.




Meimei

mc 4:30
Sentinelas da Alma

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 14
Francisco Cândido Xavier
Meimei

Não menosprezes a migalha de amor que te pode marcar o concurso no serviço do bem.

Estende o coração através dos braços e auxilia sempre.

Quem definirá, entre os homens, toda a alegria da xícara de leite nos lábios da criancinha doente ou da gota de remédio na boca atormentada do enfermo? Quem dirá o preço de uma oração fervorosa, erguida ao Céu, em favor do necessitado? Quem medirá o brilho oculto da caridade que socorre os sofredores e desvalidos?

Que ouro pagará o benefício da fonte, quando a sede te martiriza? e onde o cofre repleto que te possa valer, no suplício da fome, quando a casa está órfã de pão?

Recorda a importância do pano usado para os que choram de frio, da refeição desaproveitada para o companheiro subnutrido, do vintém a transformar-se em mensagem de reconforto, do minuto de conversação consoladora que converte o pessimismo em esperança, e auxilia quanto possas.

Lembra-te de que Jesus renovou a Terra, utilizando diminutas migalhas de boa vontade e cooperação… Dos recursos singelos da Manjedoura faz o mais belo poema de humildade, (Lc 2:1) de cinco pães e dois peixes retira o alimento para milhares de criaturas, (Mt 14:13) em velhos barcos emprestados erige a tribuna das sublimes revelações do Céu… (Mt 15:29) Para ilustrar seus preciosos ensinamentos, detém-se na beleza dos lírios do campo, (Lc 12:27) salienta o valor da candeia singela, (Mc 4:21) comenta a riqueza de um grão de mostarda (Mc 4:30) e recorre ao merecimento de uma dracma perdida. (Lc 15:8)

Não olvides que teu coração é esperado por bênção viva, na construção da felicidade humana e, empenhando-lhe, agora, a tua migalha de carinho, recolhê-la-ás, amanhã, em forma de alegria eterna no Reino do Eterno Amor.




Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

mc 4:30
Sabedoria do Evangelho - Volume 5

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 24
CARLOS TORRES PASTORINO

LC 13:10-17


10. Estava (Jesus) ensinando numa das sinagogas, nos sábados,

11. e eis uma mulher tendo, havia dezoito anos, um espírito enfermo; e estava recurvada e não podia levantar a cabeça até o fim.

12. Vendo-a, Jesus chamou-a e disse-lhe: "Mulher, foste libertada de tua enfermidade".

13. E pôs as mãos sobre ela, e imediatamente levantou a cabeça e cria em Deus.

14. Respondendo, o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus curava no sábado, dizia à multidão que "há seis dias nos quais se deve agir; nesses então vindo, curai-vos, e não no dia de sábado".

15. Respondeu-lhe, porém, o Senhor e disse: "Hipócritas, não solta cada um de vós, no sábado, seu boi ou seu jumento da manjedoura, levando-os a beber?

16. E sendo filha de Abraão, esta que o antagonista incorporou há dezoito anos não devia ser solta dessa ligação no dia de sábado"?

17. Dizendo ele isto, envergonharam-se todos os seus opositores, e toda multidão se alegrava de todas as coisas famosas feitas por ele.



Lemos aqui mais uma cura de certa mulher obsidiada. Jesus ainda fala, aos sábados, nas sinagogas dos judeus (embora seja esta a última vez que Lucas o assinala). Ao falar, num dos sábados, percebe na assistência uma criatura com um obsessor preso a ela, forçando-lhe a cabeça para baixo, porque ele mesmo era doente. O narrador não assinala nenhum pedido dela nem dos outros, mas talvez tenha havido uma intercessão no astral. Apiedado, Jesus chamou-a e anunciou-lhe a cura, efetuada ao aplicarlhe um passe de descarga, com a imposição das mãos, cuja força magnética era extraordinária.


Sendo sábado, o chefe da sinagoga - zeloso observador da lei mosaica e das prescrições tradicionais dos fariseus - zanga-se, e dirige-se ao povo, parecendo temer falar diretamente àquele Rabbi poderoso.


Não nega o fato: reconhece-o. Não o culpa, mas acusa os assistentes de "trazerem seus doentes justamente no sábado". E, para dar ênfase à sua reclamação, cita os termos da lei (EX 20:9): "Seis dias trabalharás"

... Pois que nesses dias tragam seus enfermos para serem curados.


O orador do dia retruca com a energia que lhe outorga sua autoridade, acusando os fariseus de "hipócritas", pois soltam jumentos e bois da manjedoura e os levam a beber, no sábado, e vêm protestar quando Ele solta da ligação de um espírito enfermo uma irmã de crença, filha de Abraão, como eles! O efeito da reprimenda causou mal-estar e vergonha aos fariseus, e produziu alegria ao povo, que se regozijou com a cura e com a resposta de Jesus.


* * *

Há duas observações a fazer, ambas no campo do Espiritismo.


A primeira é o fato da obsessão, tão comum entre as criaturas, de qualquer raça ou credo. Dizem os exegetas que era "crença" dos judeus daquela época que algumas doenças fossem causadas por obsessores.


Mas aqui é o evangelista que afirma categoricamente, com sua autoridade de médico diplomado, que a mulher NÃO ESTAVA enferma, mas que TINHA UM ESPÍRITO ENFERMO (gynê pneuma êchousa astheneías). E ao falar, o próprio Jesus confirmou o FATO não a suposta crença: "a qual o antagonista incorporou há dezoito anos" (hên édêsen ho satanãs idoú dêka kaí okto étê). O verbo êdêsen, aoristo ativo de édô, tem o sentido de LIGAR, prender amarrando, agrilhoando, vinculando, e uma boa tradução dele é "incorporou", que, na realidade, é uma ligação fluídica que prende a vítima.


Não se trata de agrilhoar fisicamente, mas no plano astral: logo, é uma incorporação. Caso típico, estudado e explicado pelo Espiritismo e milhares de vezes atestado nas sessões mediúnicas.


Observe-se, quanto à tradução, a diferença entre desmós, que é a ligação (de édô, ligar, amarrar) que tanto pode referir-se à matéria quanto ao astral, e phylakês, que é a cadeia, prisão material, entre quatro paredes (1).


(1) Confrontem-se os passos: desmós: MC 7:35; LC 8:28; LC 13:165; AT 16:26; AT 20:23; 23,29:

26:29; Philip, 1:7, 13, 14, 17; CL 4:18; 2. ª Tim. 2:9; Phm. 10. 13; HB 11:36 e Judas 6; e phylakês: MT 5:25; MT 14:3, MT 14:10; 18:30; MC 6:17, MC 6:27; LC 3:20; LC 12:58; LC 21:12; LC 23:19, LC 23:25; JO 3:24; AT 5:19, AT 5:22, AT 5:25; 8:3; 12:4, 5, 10, 17; 16:2, 24, 27, 37, 40; 22:4; 26:10; 2. ª Cor. 6:5; 11:23; HB 11:36; 1PE 3:19 e Ap. 2:10 e 20:7.


Na mediunidade dá-se, exatamente, a ligação fluídica, que amarra o espírito ao médium. A isso chama "incorporação", embora o termo não exprima a realidade do fenômeno, pois o espírito não "entra no corpo" (in - corpore), mas apenas SE LIGA.


A segunda observação é quanto ao método da libertação, o "passe", ou "imposição das mãos". O verbo utilizado, epitíthémi (também no aoristo ativo epéthêken) significa literalmente "colocar sobre", "pôr em cima". As anotações evangélicas não falam em "passe" no sentido de movimentar as mãos, mas sempre no de colocar as mãos sobre o enfermo (cfr. MT 9:18; MT 19:13, MT 19:15; MC 5:23; MC 6:5; MC 7:32; MC 8:23-25; 16:18; LC 4:40; LC 13:13; AT 6:6; AT 8:17, AT 8:19; 9:12, 17; 13:3; 19:6; 28:8; 1. ª Tim. 5:22).


Esse derrame de magnetismo através das mãos serve para curar, para retirar obsessores, para infundir o espírito (fazer "incorporar") ou para conferir à criatura um grau iniciático que necessite de magnetismo superior do Mestre.


O passe foi utilizado abertamente por Jesus e Seus discípulos, conforme farta documentação em Evangelhos e Atos, embora não fossem diplomados por nenhuma faculdade de medicina (o único médico era Lucas). Hoje estariam todos condenados pelas sociedades que se dizem cristãs, mas não seguem o cristianismo. O próprio Jesus, hoje, teria que responder a processo por "exercício ilegal da medicina", acusado, julgado e talvez condenado pelos próprios "cristãos".


O passe com gestos e com imposição das mãos (embora só produzindo efeitos em casos raríssimos) continua a ser praticado abundante e continuadamente, ainda que com outro nome, nas bênçãos de criaturas e de objetos, sendo o movimento executado em forma de cruz traçada no ar e em certos casos, colocando as mãos, logo a seguir, sobre o objeto que se abençoa.


A lição aqui ensinada é de interesse real. Além da parte referente ao Espiritismo, aprovado e justificado com o exemplo do Mestre em Seu modo de agir, encontramos outras observações.


Por exemplo, Lucas salienta que a ligação ou incorporação do obsessor enfermo durava havia dezoito anos, quando se deu o desligamento. Esse número dezoito aparece duas vezes neste capítulo, pois também oram dezoito as vítimas do desabamento da torre em Siloé. Façamos, pois, uma análise rápida do arcano DEZOITO, para depois tentar penetrar o sentido do ensino.


No plano divino, simboliza o abismo sem fundo do Infinito; no plano humano, denota o crepúsculo do espírito e suas últimas provações; no plano da natureza, exprime as forças ocultas hostis do Cosmo.


Baseando-nos nesses ensinos ocultistas, observamos que os números citados por Lucas têm sua razão de ser. As forças ocultas hostis da natureza (não personalizemos; são forças cegas, fundamentadas em leis científicas, que nada cogitam a respeito de carmas humanos, embora possam ser utilizadas pelo "Senhores do Carma", em ocasiões determinadas, para atingir objetivos desejados) agem de acordo com os impulsos das leis de atração e repulsão, de causa e efeito, de gravidade (centrípeta) e de expansão (centrífuga). No entanto, se seus resultados beneficiam (arcano 7), nós as denominamos "benéficas"; se nos causam prejuízo (arcano 18), as dizemos "hostis". Em si, porém, elas agem, essas forças da natureza material, sem ligação com as vidas dos homens. Daí a queda da torre de Siloé que, por terem sido esmagadas criaturas humanas, foram julgadas hostis, o que foi traduzido com o número dezoito.


No plano do homem, esse mesmo arcano simboliza "o crepúsculo do espírito e as últimas provações".


Daí ser dito que a mulher obsidiada o estava havia dezoito anos, ou seja, finalizara sua provação.


Este caso difere do da mulher que tinha o fluxo sanguíneo (MT 9:20-22; MC 5:25-34; LC 8:43-45 ; vol. 3) e que "se sacrificava" havia doze anos. Já aqui sabemos que existiu uma provação, ou seja, uma experiência que devia ser suportada, a fim de provocar uma melhoria. Como chegara ao fim o período probacional, e como a vítima estava totalmente resignada (tanto que não solicitou sua cura) o Mestre lhe anuncia que foi libertada, passando, a seguir, a desligá-la do obsessor. Ela não foi liberta da por causa dos passes, mas por causa do término da prova; os passes foram o meio de efetuar o desligamento já obtido antes, pela aprovação nos exames da dor. Por isso, a contradição aparente nos tempos de verbo: "foste libertada" ... é feita a imposição das mãos... ela se cura.


Uma das lições a deduzir é que as "provações" constituem experimentações, uma espécie de "exames", para verificar o grau de adiantamento do espírito: se aprendeu a comportar-se nas lutas e tristezas, com a mesma força e equanimidade com que enfrenta os momentos de alegria e prazer. Vencida a prova, superado o exame, o espírito é libertado da prova: ascende mais um passo evolutivo.


Outro ponto a considerar é que a realização iniciática só se efetua na prática da vida. Simples e lógica a ciência, mas vale apenas na aplicação vivida do dia a dia. Só essa prática experimental transforma um profano num iniciado, e não o conhecimento teórico intelectual nem os títulos que ele ou outrem agreguem a si. Assim, uma experiência dolorosa e longa suportada com heroísmo é mais apta a elevar um espírito, que o simples estudo intelectual. Mas cada criatura recebe apenas o que está preparado a receber, segundo a idade de seu espírito e o estágio atingido em suas encarnações atual e anteriores.


Quando aquele que caminha pela via da iniciação atinge o arcano 18, é obrigado a enfrentar os "inimigos ocultos" que procuram levá-lo ao desespero. Trata-se de um ponto crucial da caminhada, que para ser vencido precisa da intervenção de seu mestre. Um exemplo disso é-nos dado com o "tarot"

18, que representa um iniciado a chegar ao cimo da montanha, descobrindo que esta se divide em duas, abrindo-se um abismo entre elas, cheio de monstros. Se ele se desespera, perde a caminhada. Se confia, descobre a realidade: tudo é ilusão dos sentidos. Neste ponto é que precisa ter a humildade suficiente para pedir ou pelo menos para aceitar a intervenção da misericórdia divina, tal como ocorreu com a "mulher curvada". A simples força do homem é insuficiente. E quando ele verifica isso, descobre a fragilidade de suas forcas pessoais, tornando-se humilde. Quando, ao contrário, subentra nesse ponto a vaidade das posições adquiridas, dos títulos, do conhecimento intelectual, tudo se esboroa e ele cai (arcano 16) constrangido pelo carma.


Torna-se indispensável, portanto, para vencer o arcano 18, que a criatura já se tenha desapegado de sua situação no mundo, de seu orgulho, de sua posição social, de seus títulos. Mas, se se dá a vitória, com a intervenção do Mestre, depois da provação do arcano 18 surge o Amor no arcano 19, como nova aurora, para ajudá-lo a transformar-se, e então a criatura "levanta a cabeça e crê em Deus", sua fé aumenta, solidifica-se sua confiança no poder Supremo, e reconhece que foi reintegrado em sua individualidade.


As palavras de Jesus, consideradas sob este prisma, adquirem novo significado: os homens que ainda se acreditam ser apenas o corpo, apegados ao animalismo, dão valor às datas (sábados) e à parte animal (jumento e boi), mas não conseguem vislumbrar a altitude que adquiriu o espírito que já se tornou "filho de Abraão", ou seja, que está ligado ao "Pai-Luz" (cfr. vol. 3) que deu origem. Embora o intelecto racionalista (os opositores) se houvesse envergonhado da interpretação involuída que havia dado, a "multidão" das células de todos os veículos se alegrou com a ação do Cristo Interno.


A imagem trazida com a "mulher recurvada" é maravilhosamente bem escolhida: é a criatura tão obsidiada por preconceitos que chega a andar curvada sob o peso dos preceitos e das exigências descabidas, que lhe são impostas pelos legistas. Há que libertar-se a humanidade desse peso inútil e prejudicial, adquirindo conhecimento que a coloque no nível de filhos de Deus, que só reconhecem o Espírito.


"Ora, o Senhor é o Espírito, e onde há o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2CO 3:17).


MT 13:31-33


31. Outra parábola lhes transmitiu, dizendo: "O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, tomando o qual um homem plantou em seu campo.

32. O qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, mas sempre que cresça é a maior das leguminosas e se torna árvore, de modo que as aves do céu também vêm nidificar em seus ramos".

33. Outra parábola lhes falava: "O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha de trigo, até que fosse toda levedada".

MC 4:30-32


30. E dizia: "A que assemelharemos o reino de Deus, ou com que o representaremos?

31. Como um grão de mostarda, o qual, sempre que se semeia na terra, sendo a menor de todas as sementes sobre a terra,

32. e sempre que se planta, cresce e se torna a maior de todas as leguminosas, e faz ramos grandes, de forma que sob sua sombra podem as aves do céu nidificar".

LC 13:18-22


18. Disse, então: "A que é semelhante o reino de Deus, e a que o compararei?

19. É semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e lançou em sua horta, e que cresceu e se tornou árvore; e as aves do céu nidificaram em seus ramos".

20. E de novo disse: "A que comparei o reino de Deus?

21. É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha de trigo, até que fosse toda levedada".

22. E passava pelas cidades e aldeias, ensinando e jornadeando para Jerusalém.



Aqui encontramos duas parábolas, em Mateus e Lucas, e uma só em Marcos. Como o sentido de ambas é o mesmo, deixamo-las juntas.


Mateus relata simplesmente as historietas, ao passo que Lucas e Marcos as precedem de uma interrogação natural e espontânea, vívida e de grande efeito, como se o Mestre, cercado de Seus discípulos, os introduzisse em Seu próprio pensamento e lhes pedisse colaboração, para os exemplos a citar: a que compararemos o reino de Deus? Em Mateus, a expressão é substituída por "céus", já que a palavra sagrada não devia, entre os judeus, ser proferida "em vão", coisa que, para Lucas, pagão, e para Marcos, que escreveu entre os pagãos de Roma, não representava motivo de escrúpulo.


Por falar em Marcos, observamos que seu estilo, nesta parábola, se revela confuso e infantil, como se escrito por incipiente aluno. Talvez dificuldade de manusear o grego, por parte de alguém que só manejava o aramaico. Mateus é o mais completo. E do ensino, Lucas registrou apenas o essencial à memória da lição.


A primeira parábola fala do grão de mostarda (sínapis nigra, L., da família das crucíferas), arbusto comum na Palestina, atingindo, na região lago de Tiberíades, até 3 ou 4 metros de altura. A semente é ansiosamente devorada sobretudo por pardais e pintassilgos.


A semente da mostarda é, realmente, minúscula, sendo imagem favorita dos rabinos, "pequeno como grão de mostarda " (cfr. Strack

& Billerbeck, o. c. tomo 1 pág. 669). Foi novamente usada por Jesus: " se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda" (Mt. 17:20).


O verbo grego usado, kataskênô significa "fazer tabernáculo, campar em tenda" e, portanto, "fazer ninho, nidificar". Mas na maioria das traduções aparece "pousar" porque, no século 17, o jesuíta espanhol Maldonado atesta: nam ego, qui magnas aliquando sinapis silvas vidi, insidentes saepe aves vidi, nidos non vidi ("Commentarii in quatuor Evangelistas", pág, 279), isto é, "pois eu que já vi muitos bosques de mostardeiras, muitas vezes vi pássaros pousados, ninhos não vi". Isso bastou para que as traduções se modificassem...


A interpretação comum é que o Mestre salienta que a vida espiritual, mesmo começando pequenina, cresce enormemente. Outros aplicam a parábola ao cristianismo, iniciado em pequeno grupo, mas que se expandirá por toda a Terra. Essa imagem já fora empregada por Ezequiel (17:23 e 31:6) e por Daniel (4:9). Mas Jerônimo (Patrol. Lat. vol. 26, col. 90) arrisca que a semeadura é feita na própria criatura, no coração, e quem semeia é a inteligência e a alma.


A segunda parábola é a da mulher que faz o pão, costume tradicional na 2 Palestina e nas aldeias pequenas, mesmo da Europa. Ela "esconde" o fermento na massa da farinha de trigo (áleuron) em quantidade pequena, mas isso basta para que a massa cresça até o dobro em sua quantidade (no campo, sendo maior a quantidade de fermento, a massa cresce até o triplo, mas o pão fica com gosto acre e mofa depressa).


As três medidas (sáton) correspondem à medida do módio (em hebraico seah, cfr. Flávio Josefo. Ant. JD 9, 4, 5) que tem, cada uma, 13, 131 lt. ; o que, tomado ao pé da letra, parece exagero, pois daria para fazer mais de 250 bisnagas de pão, demais para uma família mesmo numerosa, sabendo-se que o pão era feito de duas a três vezes por semana. Mas essas três "medidas" podem significar apenas três" porções", sem rigor matemático, não exigido numa simples parábola.


Também aí Jerônimo (Patrol. Lat. vol. 26, col. 92) aventa hipóteses simbólicas: que as três medidas representam as três qualidades platônicas da alma, a racional (logikós), a irascível (thymós) e a concupiscível (epithymós); ou ainda, embora a classifique de pius sensus, a mistura da fé humana com as três manifestações da Trindade.


A interpretação profunda revela-nos que o "reino dos céus" ou "reino de Deus" não pode ser definido com palavras humanas. Daí só ter sido revelado pelo Cristo por meio de comparações e parábolas (cfr. vol. 3).


Aqui é dado, justamente, um complemento às parábolas que aí comentamos (MT 13:44-53). Foi dito lá que o reino dos céus era semelhante a um "tesouro oculto no campo", a "uma pérola" mergulhada no oceano, a uma "rede que apanha muitos peixes": localizava, então, o Encontro do "reino" no centro cardíaco. Mas talvez houvesse ainda algumas dúvidas por parte de alguns discípulos: esperavam algo grandioso, solene, imenso, que deslumbrasse logo no primeiro instante.


O Cristo parece encontrar dificuldade em traduzir, em palavras humanas, em conceitos intelectuais, a verdade profunda, em vista da pobreza do linguajar terreno, e da capacidade intelectual nossa. "A que poderemos comparar o reino céus"? E acaba descobrindo na semente minúscula da mostarda, um símile que pode dar vaga ideia da Mônada Divina, ultra-microscópica, infinitésima, invisível. E, no entanto, quando encontrada, agiganta-se de modo espetacular.


Assim o reino de Deus, o Cristo Interno, embora um átomo Espiritual, ao ser encontrado, dá a possibilidade de encontrar-se o infinito e o eterno, de mergulhar-se no inespacial e no atemporal. O ponto de partida pode ser o infinitamente pequeno, mas o ponto de chegada é o infinitamente grande.


A ideia do crescimento de algo pequeno, é trazida, também, com o fermento: o Encontro Sublime age na criatura como o fermento na massa de farinha de trigo, isto é, faz crescer espiritualmente de maneira inesperada.


Duas imagens diferentes, procurando explicar a mesma ideia básica. Nem atribuamos ao Cristo a dificuldade a que acenamos acima: a dificuldade residia nos ouvintes. Figuremos um professor a querer explicar algo mais transcendental a uma criança: que dificuldade não teria em achar termos e comparações que o intelecto infantil pudesse captar! Os próprios exemplos seriam aproximados, nunca perfeitos, porque a criança não entenderia.


Em ambas as parábolas, pormenores comuns ressaltam a justeza dos exemplos: a semente é enterrada no solo, o fermento escondido na massa. A semente é a menor antes de enterrada, mas depois de plantada, cresce; o fermento é pouco, mas depois de escondido, faz crescer: só a humildade, no mergulho interno, poderá obter o êxito desejado. Mas num e noutro caso, os "frutos" são espalhados por muitos: os grãos atraem os pássaros, os pães alimentam os homens. Assim os pensamentos, as vibrações, as palavras e obras dos que se uniram ao Cristo interno, sustentam e fazem crescer todos os que deles se aproximam.


No campo iniciático, a lição é dada aos estudantes com precisão maravilhosa. A jornada não é feita por meio de ações externas, mas com o início humilde dentro de si mesmo.


O reino dos céus - o grau de REI ou hierofante, o sétimo passo - não é o coroamento mundano de valores terrenos, mas o labor oculto ("enterrado, escondido") que é o único que pode garantir o crescimento certo e benéfico posterior.


Tudo isso faz-nos penetrar no sentido exato da Escola Iniciática "Assembleia do Caminho". Coloquemos a semente, embora pequena, e o fermento, embora pouco, no coração das criaturas, e aguardemos que cada um cresça por si; se o terreno for fértil, a semente se tornará árvore; se a massa for boa, levedará com o fermento, por si mesma. Saibamos agir, em nós e nos outros, com humildade: a ação divina fará por si, não nos preocupemos. Basta que lancemos as sementes e coloquemos o fermento: "eu plantei, Apolo regou, mas Deus fez crescer" (1. ª Cor. 3:6).



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
D. UM MINISTÉRIO EM PARÁBOLAS, Marcos 4:1-34

1. A Parábola do Semeador (Marcos 4:1-9)

Afastando-se daqueles que deturpavam a sua imagem e não o entendiam, Jesus outra vez começou a ensinar junto ao mar uma grande multidão (1). Entre eles, estavam seguidores cuja afinidade espiritual com Ele era mais forte do que os seus laços de família.

Talvez para escapar à pressão da multidão, muitas vezes quase uma ameaça pesso-al, Jesus entrou num barco. Aqui Ele tinha um "púlpito flutuante" (Hunter), e assen-tou-se...sobre o mar para ensinar toda a multidão que estava junto ao mar naquilo que deve ter sido um anfiteatro natural. O fato de Jesus sentar-se para ensinar é uma evidência do poder das suas palavras. A verdade vívida, mais do que uma apresentação dramática, aprisionava a atenção do povo. A doutrina que Ele ensinava não era nesta ocasião um discurso teológico, mas ensinava-lhes muitas coisas por parábolas (2), tais como as que aparecem neste capítulo.

Será útil, neste ponto, considerar o significado da palavra parábola. A palavra do Novo Testamento pode ser definida como "uma colocação ao lado... uma comparação... exemplificação, analogia, imagem".' Pode referir-se não apenas às histórias que Jesus contava, mas também às figuras de linguagem e analogias que Ele freqüentemente usava (por exemplo, Marcos 2:17-19ss.). "Uma parábola é uma história terrena com um signi-ficado espiritual.'

O uso de parábolas era comum entre o povo hebreu, mas Jesus as usava com propósito penetrante, especialmente quando entre os ouvintes aumentava o número daqueles que poderiam interpretar mal ou usar mal os seus ensinos. Uma história poderia captar e conservar naturalmente a atenção de um amigo e também de um inimigo; mas, além disso, a parábola examinava o coração, levando a pensamentos e aplicações mais profundos. As parábolas eram "armas morais para surpreender e agitar a consciência"."
Jesus começou pedindo a atenção dos ouvintes: Ouvi (3). "Escutem!" O aviso miste-rioso do versículo 9, concluindo a parábola, combinado com este pedido, parece ressaltar a necessidade da audição atenta.

Esta parábola do semeador está no início de uma série de parábolas, em todos os Evangelhos Sinóticos, e está relacionada à recepção dos ensinos de Jesus, o divino seme-ador que saiu para semear.

A justificativa para esta parábola se encontra na atitude das autoridades judaicas, que deturpavam a imagem de Jesus, e na reação da sua própria família, que não conse-guiu compreendê-lo. Por que a pregação do Evangelho não produz resultados uniformes em todos os ouvintes? A resposta da parábola é: "A obra da Palavra Divina não é automá-tica... a natureza da resposta divina é ditada pela natureza do coração que a recebe".'

O Pai "faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos" (Mt 5:45) ; portanto, Ele também semeia a semente em todos os tipos de solo: junto ao caminho (4), sobre pedregais (5), entre espinhos (7) e em boa terra (8) (literalmente, em "solo bom"). "O coração duro, o coração superficial, o coração ocupado e o coração bom — todos estão verdadeiramente presentes, onde quer que a Palavra de Deus estiver sendo pregada."'

Para mesclar metáforas, sem dúvida existe uma responsabilidade por parte daque-les que "preparam o caminho do Senhor" (1,3) no que tange ao cultivo do solo. Apesar disso, todo aquele que ouve a Palavra tem uma obrigação clara: Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça (9).

2. Uma Explicação das Parábolas (Marcos 4:10-20)

As multidões tinham partido e Jesus estava só, exceto por aqueles que estavam junto dele com os doze (10). Estes eram seguidores solidários que estavam entre o público maior, e interrogaram-no acerca da parábola!'

Esta pergunta ilustra o objetivo e a eficiência das suas parábolas: levarem as pesso-as a pensar, a fim de que a mensagem pudesse penetrar em seus corações através dos seus ouvidos (cf. Lc 9:44).

Antes de explicar a parábola, Jesus lembrou os seus discípulos de que eles haviam sido abençoados com discernimento espiritual, que lhes fora dado por revelação, ao pas-so que o mesmo não havia ocorrido com os de fora (11) do seu círculo. Os mistérios ("segredos") do reino de Deus, através da fé e da obediência, lhes foram esclarecidos. Para aqueles que ainda permaneciam na cegueira moral, Jesus propositadamente fala-va essas coisas... por parábolas.

A seguir (12) vem um versículo desconcertante. Da maneira que as palavras são colocadas, Marcos parece dizer que o propósito das parábolas era o de (hina, "para") obstruir a compreensão e impedir a conversão. A linguagem é tão forte que um exegeta moderado como Vincent Taylor conclui que "Marcos nos deu uma versão inautêntica de um pronunciamento genuíno"."

Nenhuma conclusão desse tipo é exigida pelas evidências. O fundamento deste versículo é Isaías 6:9-10, onde a comissão do profeta é dada em linguagem irônica. A explanação de Barclay é útil: "A explicação é que nenhum homem consegue traduzir nem colocar no papel um tom de voz. Quando Isaías falou, ele falou equilibrando ironia e desespero, e, de modo geral, com amor"."

Isaías, que disse: "Eis-me aqui, envia-me a mim" (Is 6:8), e Jesus: "àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo" (Jo 10:36), trabalharam para ajudar o homem a enxergar. A linguagem do versículo 12 é a ironia. Jesus tinha, primeiramente, optado por falar de forma direta, mas quando os homens rejeitaram as suas palavras, Ele se voltou para o estilo indireto das parábolas, com a esperança de que a curiosidade conduzisse à reflexão mais profunda e, finalmente, à aceitação. Apesar disso, no fim, Ele soube que os corações endurecidos, superficiais e sobrecarregados iriam desde-nhar a verdade.

A compreensão desta parábola era crucial. Aqueles que não percebessem esta pa-rábola (13) teriam dificuldades com todas as parábolas. Isso ocorre não somente porque a parábola do semeador é simples, mas porque a sua compreensão reflete a reação aos ensinos por parábolas em geral. Esta é a chave para o valor do ensino de todas as demais parábolas.

A semente é a palavra (14) ; e se Jesus tinha confiança na vitalidade daquela se-mente, assim também devemos ter. A colheita é garantida. E sobre os solos onde a se-mente é semeada? Os quatro tipos de solo exemplificam

1) a vida endurecida, 4, 15;

2) a vida superficial, 5-6, 16-17;

3) a vida atribulada, 7, 18-19; e

4) a vida receptiva, 8, 20.22

O coração endurecido não tem abertura para a semente; assim, vem logo Satanás e tira a palavra (15). De alguma forma aquele solo deveria ser aberto, para que a semente pudesse se alojar ali.

O solo com pedregais, onde uma camada fina de solo cobre a rocha, produz um resultado aparentemente deslumbrante. Mas sem raízes em si mesmos, esses seguidores de Cristo são temporãos ou de pouca duração (17), sujeitos a "tropeçar e se afastar" (NT Amplificado) diante da tribulação ou perseguição. Uma teologia que ensina uma salvação posicional não encoraja. O mesmo acontece com a doutrina conhecida como a "segu-rança eterna". Mas tampouco existe base para aquele pessimismo que não vê esperança no cristão que "vem fácil", e que também se vai "facilmente". Se ele puder ao menos uma vez se achegar a Deus para a purificação dos seus pecados, a sua superficialidade pode ser substituída pela profundidade, e a sua hesitação pode dar lugar à estabilidade.

É alarmante saber que existem forças capazes de sufocar a palavra, de tal forma que ela fique infrutífera (19) ! Os cuidados diários, os enganos' das riquezas, somados às ambições ou desejos de outras coisas que não são a vontade de Deus podem se combinar e sufocar a palavra (a palavra traduzida literalmente significa "espremer", ou seja, "estrangular")."

O quadro até agora é pessimista, mas o clímax não o é. Existe boa terra (20) tam-bém, e talvez em um campo exista mais terra boa do que um solo menos produtivo. São os que ouvem a palavra, e a recebem (20; que "lhe dão as boas-vindas", Goodspeed). A fé é mais do que concordar com a verdade, ou consentir com o dever; é também um compromisso e uma aceitação do coração. Isso dá fruto em grandes quantidades.

3. Uma Exortação à Compreensão (Marcos 4:21-25)

Mais uma vez Jesus lança mão das características da vida cotidiana e lhes dá um significado luminoso. Repare na candeia (ou lamparina), no cesto (com capacidade apro-ximada de um litro), na cama (um colchão para ser enrolado durante o dia), no velador (uma pequena prateleira projetada da parede). Todos estes eram utensílios básicos em uma típica casa na Palestina.

A terra está repleta de céu

E todo arbusto comum está aceso com o fogo de Deus, Mas somente aquele que vê tira os seus sapatos."

Por que se traz uma candeia (21) para dentro da casa? Para ser posta debaixo do cesto ou debaixo da cama? (Colocar a candeia debaixo da cama não era impossível, pois o colchão poderia ser ligeiramente levantado, obstruindo a luz.) A resposta é óbvia. A candeia é trazida para dentro da casa para afastar a escuridão, e assim deve permane-cer em uma posição desobstruída.

Por que, então, o Cristo veio ao mundo? Com certeza, Ele falava por meio de miste-riosas parábolas e passava quase incógnito, revelando os "mistérios do Reino de Deus" (Marcos 4:11) somente a algumas poucas pessoas. Apesar disso, nada há encoberto (22) "que não haja de ser manifesto", e nada se faz para ficar oculto, "mas para ser descoberto".

A ocultação temporária da sua mensagem sob a forma de parábolas, e o encobrimen-to temporário da sua pessoa ("E ele os ameaçava muito, para que não o manifestassem", Marcos 3:12) tinham realmente a finalidade de revelar a verdade. "O véu aumenta a atenção, estimula a curiosidade, apressa o esforço, e assim se torna positivamente subsidiário para o grande propósito da revelação....""

Assim, o ouvinte tem claramente uma obrigação: "Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça" (23, S. E. Johnson). Atendei ao que ides ouvir (24) e "como ouvis" (Lc 8:18). Se o homem no púlpito precisa cuidar para que "a ovelha faminta, ao procurar comida, não deixe de encontrá-la",27 a conseqüência é que o homem no banco da igreja tem a responsabilidade de ouvir com ansiosa consideração. Quanto mais você der, mais recebe-rá, ou, mais precisamente: Com a medida com que medirdes vos medirão a vós (24). "A resposta à verdade é a condição para receber mais verdade." Além disso, uma recusa em responder à verdade irá levar à atrofia moral e à decadência. Neste sentido, "o rico fica mais rico e o pobre fica mais pobre". ... ao que nada tem, até o que tem lhe será tirado (25). "E, quanto ao homem que nada tem, até mesmo esse 'nada' lhe será tirado" (Phillips).

4. A Parábola da Semente que Cresce Secretamente (Marcos 4:26-29)

Esta parábola, que só é encontrada no livro de Marcos, está de acordo com a parábo-la do semeador, mas tem sido sujeita a várias interpretações. O impulso central desta parábola certamente é o de que "o crescimento do Reino de Deus está além da compreen-são e do controle do homem"." O Reino de Deus é assim como se um homem lanças.. se semente à terra... e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como (26-27). Enquanto o semeador segue a sua rotina diária, dormindo e levantando, noite e dia, a terra por si mesma frutifica (28; de forma literal: "automaticamente", automate).

O servo do Senhor certamente tem a obrigação de cultivar o solo, plantar a semente e regar as plantas, mas é "Deus que dá o crescimento" 1Co 3:7). Podemos deduzir outras verdades, tais como as limitações do homem e a necessidade de paciência; mas a parábo-la ensina, antes de mais nada, "a certeza... a inevitabilidade da vinda do reino, uma vez que a semente' é lançada à terra (26).

Pode ser que a intenção da parábola não fosse ensinar a progressão gradual da vin-da do Reino, mas essa vinda ocorre com certeza, e em estágios ordenados: primeiro, a erva, depois, a espiga, e, por último, o grão cheio na espiga (28). Como Halford Luccock nos recorda,' o primeiro e o último estágio deste processo são estimulantes. Mas o estágio do meio, a "adolescência" do crescimento cristão, é menos deslumbrante. Quer seja na vida de um jovem cristão, de uma igreja jovem ou na sociedade, a erva e o grão cheio na espiga são motivos para alegria. A mais dolorosa experiência de cresci-mento requer paciência e fidelidade.

Quando já o fruto se mostra (29), isto é, "quando o fruto já está maduro", é tempo de meter-lhe logo a foice (cf. J1 3.13), porque está chegada a ceifa. A visão que alguém tem da parábola como um todo, governa a sua interpretação sobre a ceifa. Al-guns consideram o tempo da colheita como sendo o fim do mundo. Nesse caso, o traba-lhador cristão não tem a responsabilidade de meter a foice. Parece melhor, embora sem rejeitar as implicações escatológicas, aplicar esta parábola ao crescimento do Reino, seja onde e quando ele ocorrer. Os homens que lançam sementes à terra (26) e os que assistem a terra frutificando por si mesma, ainda terão uma tarefa urgente. "A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros" (Mt 9:37).

  • A Parábola da Semente de Mostarda (Marcos 4:30-32)
  • Jesus aqui continuou com o seu esforço para ajudar os discípulos a entender a ver-dadeira natureza do Reino de Deus (30). (E como eram lentos para aprender! cf. At 1:6.) Ele perguntou: A que assemelharemos o Reino de Deus?, graciosamente inclu-indo os ouvintes no projeto. De forma incidental, podemos notar a importância do pensa-mento ilustrado nos assuntos espirituais. Com que parábola o representaremos?' As idéias abstratas precisam ser revestidas de histórias e imagens para que possam atingir o coração e a mente.

    O tema da parábola é que, embora o Reino possa ter tido o menor começo possível, algum dia crescerá e chegará a um tamanho fenomenal. Um grão de mostarda (31) foi usado proverbialmente para representar alguma coisa muito pequena (veja Mt 17:20). Apesar do seu tamanho, a semente de mostarda produz uma planta ou arbusto maior do que qualquer outra hortaliça do jardim, com cerca de três metros de altura, ou mais. Os galhos da planta têm tamanho suficiente para permitir que as aves do céu façam os seus ninhos e possam se abrigar debaixo da sua sombra. (Os pássaros gostam da semente de mostarda.)

    A imagem de uma grande árvore, com pássaros habitando nos seus galhos e animais descansando à sua sombra, é uma lembrança do ensino do Antigo Testamento sobre o destino dos grandes impérios e a ascensão do Reino de Deus. O grande cedro da Assíria foi cortado e também a poderosa árvore de Nabucodonosor (Ez 21:3-13; Dn 4:10-14), mas a árvore do Senhor floresceu (Ez 17:22-24).

    A consciência da certeza dada por Cristo nesta parábola deve ter sido uma fonte de enorme encorajamento, na época de Marcos, para a jovem igreja que estava lutando neste mundo. Existe uma pergunta que desperta o nosso raciocínio: "... quem despreza o dia das coisas pequenas?" (Zc 4:10).

  • Sobre o Uso de Parábolas (Marcos 4:33-34)
  • As palavras: com muitas parábolas tais (33) deixam claro que Marcos nos fornece somente uma seleção de um agrupamento maior. "Ao manter a sua ênfase na ação, Mar-cos apresenta menor quantidade de ensinos de Jesus do que os outros Evangelhos Sinóticos; porém, proporcionalmente, mais dos seus milagres.'

    Por meio de tais parábolas, ou figuras, Jesus lhes dirigia a palavra, as boas-novas do Reino (33). Seja qual for o meio, permita-se ao homem de Deus "pregar a palavra" (2 Tm 4,2) e assim seguir as "suas pisadas" (1 Pe 2.21).

    Como o Mestre por excelência, Jesus lhes dirigia a palavra, segundo o que po-diam compreender (33). Um bom professor adapta os seus materiais e métodos à ca-pacidade dos seus alunos. Mesmo no final de seu ministério, Jesus disse aos seus discí-pulos: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora" (Jo 16:12). Isso dá uma pista tanto para o aluno quanto para o professor. Permita-se que o professor tenha um sincero interesse pelos seus alunos, para o próprio bem deles, e permita-se que os alunos se lembrem de que "ninguém pode passar para os estudos avançados até domi-nar os estudos básicos".'

    Era costume de Jesus não se dirigir às multidões sem parábolas (34), uma figura de linguagem de algum tipo. "Se tivesse falado às multidões de uma forma direta, Ele as teria forçado a tomar uma decisão final de uma vez... uma decisão de descrença e rejeição.' (Veja o comentário sobre Marcos 4:10-20.) Mas quando os discípulos estavam em particular com Ele, tudo lhes declarava (literalmente: "liberava o conhecimento"). Os aprendizes ansiosos e interessados ficavam até depois da aula para terem uma explicação detalhada da lição!

    Ao negligenciarem a exposição das Escrituras, os pregadores não melhoram o méto-do de Jesus. Continua sendo verdade que os corações dos homens arderão dentro deles quando alguém lhes abrir as Escrituras (cf. Lc 24:32).

    E. UM MINISTÉRIO DE MILAGRES, Marcos 4:35-5.43

    1. Jesus Apazigua a Tempestade (Marcos 4:35-41)

    O cenário do "ministério de parábolas", registrado no capítulo 4, foi "junto ao mar" (1). Jesus tinha se assentado "sobre o mar", tendo um barco como seu púlpito. Naquele [mesmo] dia (35), um dia cheio de ensinos públicos e explicações em particular, Ele dis-se: Passemos para a outra margem. Jesus se referia, naturalmente, ao mar da Galiléia (veja o mapa), um lago de água fresca no norte da Palestina, em forma de coração, com cerca de vinte quilômetros de comprimento por treze de largura, duzentos metros abaixo do nível do mar. O mar era um lugar de beleza inspiradora: era um centro de atividade comercial na época de Jesus. Com montanhas margeando a maior parte do lago, era sujeito a violentas tempestades por causa das fortes correntes de ar frio que vinham dos níveis mais altos até os mais baixos.'

    Já era tarde quando Jesus fez o convite: Passemos para a outra margem. Aqui existe uma sugestiva palavra de carinhosa compaixão nos lábios de um pastor, ao com-partilhar uma hora de luto com o seu rebanho.

    Deixando a multidão, os discípulos levaram Jesus consigo assim como estava (36), talvez sem deixar o barco mencionado no versículo 1. Chega uma hora em que é preciso afastar-se da vida agitada e procurar um lugar para repouso e recuperação. Je-sus tentou colocar vários quilômetros de água entre Ele e as cidades da costa oeste quan-do se dirigiu para o lado leste, um lugar menos habitado. As palavras havia também com ele outros barquinhos deixa evidente que esse anseio era um tanto estranho. Este detalhe, desnecessário para a história, é outra recordação autêntica, muito prova-velmente do próprio Pedro. Aparentemente, a tempestade logo virou os demais barcos.

    Pelas razões geográficas descritas anteriormente, logo levantou-se grande tem-poral de vento (37), de proporções de furacão, com ondas fortes que ameaçavam afun-dar o barco.' Demonstrando fadiga e fé, Jesus estava... dormindo sobre uma almofa-da (38) na popa do barco. Mas esse não era "um travesseiro macio e luxuoso... [mas sim] o banco baixo da popa onde às vezes se sentava o timoneiro, e onde ocasionalmente o capitão apoiava a sua cabeça para dormir"," A almofada talvez fosse de couro. Somente aqui o Novo Testamento menciona Jesus adormecido, embora João 4:6 registre que Je-sus "cansado... assentou-se assim junto da fonte".

    Aterrorizados, os discípulos acordaram Jesus e disseram, em tom de reprovação: Mestre, não te importa que pereçamos? (38). A rispidez com que se dirigiram a Ele e a severidade da reprimenda de Jesus são exemplos adicionais de detalhes das lem-branças de Pedro, de quem se acredita que Marcos obteve grande parte do conteúdo do seu Evangelho.

    Despertado de forma rude, Jesus se dirigiu à tempestade com uma linguagem que nos faz lembrar alguém expulsando o diabo da vida de uma pessoa possessa. Ele proferiu duas palavras: uma para o vento ruidoso: "Cala-te!"; a outra para as águas iradas, "Aqui-eta-te!" Como se estivessem cansados e fatigados, o vento se aquietou (39), e nas águas houve grande bonança.

    Sob o título "Com o Mestre a Bordo", podemos observar:

    1) a crise, 37-38;

    2) Cristo, 39;

    3) a calma, 39.

    Os milagres de Jesus, especialmente os "milagres da natureza", são uma ofensa para aqueles que rejeitam o que é sobrenatural. Mas não foi sempre assim? (cf. 1 Co 1.23). Quando alguém admite o maior de todos os milagres, a Encarnação, os milagres do Novo Testamento também são aceitos. De qualquer forma, a rejeição deste milagre sim-plesmente não leva em consideração o responsável relato de Marcos.'

    Tendo repreendido os elementos da natureza, Jesus se voltou aos seus perturbados seguidores e lhes repreendeu: Por que sois tão tímidos? (40) Se Ele censurou a falta de coragem deles, será que elogiaria os nossos temores? Nós vivemos em uma era de ansiedade. A preocupação não é um adversário manso. Mas em oposição ao medo, Jesus estabelece a fé. O nosso Senhor nos ajuda nesse ponto. "No dia em que eu temer, hei de confiar em ti" (S156.3).

    Sem palavras, os discípulos agora sentiram um grande temor (41). Literalmen-te: "Estavam apavorados com grande medo". Os discípulos fizeram a maior pergunta da vida: Mas quem é este? A resposta correta para esta pergunta é a única solução para a questão dos milagres. O singular do verbo obedecer no texto original indica que se pensou em cada elemento separadamente. "Até mesmo o vento, até mesmo o mar, obedecem a Ele.""

    A pergunta: Mas quem é este? pode ser usada para iniciar uma exposição dos versículos Marcos 4:39-5.43. O tema poderia ser "O poder de Cristo":


    1) sobre o perigo, Marcos 4:36--41;


    2) sobre os demônios, Marcos 5:1-19;


    3) sobre as enfermidades, Marcos 5:24-34;


    4) sobre a morte, Marcos 5:20-23, 35-43.


    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    *

    4:2

    parábolas. Ver Mt 13:3, nota.

    * 4.3-8

    semeador a semear. Na Palestina do primeiro século, o semear precedia o arar. Nos caminhos feitos pelos aldeães e nas áreas espinhosas, as sementes eram enterradas pelo arado. Lugares rochosos, cobertos por uma fina camada de terra, só se tornavam visíveis depois de arados.

    * 4:9

    Quem tem ouvidos. Ver também v. 23; Mt 11:15; 13:9, 43; Lc 8:8; 14:35; Ap 2:7, conforme Sl 115:6. Esta frase é uma chamada para ficar atento.

    * 4.10 Quando Jesus ficou só. Jesus estava só com os seus discípulos, em particular com os Doze (3.14, nota), dando-lhes instruções especiais. Este aspecto do ministério terreno de Jesus está em todos os Evangelhos.

    * 4:11

    mistério... parábolas. Ver referência lateral. O “mistério” se refere à revelação divina especial (Rm 16:25; Ef 1:9; 3:3, 9), a noção do Antigo Testamento, de que o profeta, pelo Espírito, está presente no conselho deliberativo de Deus. Aquilo que ele ouve torna-se sua mensagem autoritativa, divinamente inspirada para o povo (Ex 24:15-18; Dt 33:2; 1Rs 22:19; Is 6:1-13; Jr 23:18; Am 3:7). Tal revelação se cumpre plenamente no evangelho, que Paulo, mais tarde, chamará o “mistério de Cristo” (Ef 3:4; Cl 4:3) ou “o mistério do evangelho” (Ef 6:19). Aqui, o mistério do reino é que o reino vem com Jesus, porque ele é o Rei. Esse “mistério” revelado aos discípulos é contrastado com “parábolas” contadas “aos de fora”. Para “os de fora”, a parábola é um enigma (contrastar Jo 16:29), obscurecendo o seu entendimento, como as Escrituras tinham profetizado (v. 12, citando Is 6:9-10). Para “os de fora” Jesus permanece um enigma provocativo, como será através de todo seu ministério.

    * 4:13

    todas as parábolas. Esta explicação a respeito da função das parábolas aplica-se a todas as parábolas. Ver nota em Mt 13:13.

    * 4.14-20

    O “mistério” da parábola não é o seu ensino moral a respeito da dureza dos corações humanos. O “mistério” está no paradoxo que a vinda do reino de Deus deve ser comparada com uma frágil semente. O Filho do homem, que exerce toda autoridade na terra (2.11, 27), aparece como Jesus de Nazaré. A vinda do reino não é igualmente visível a cada um, embora seja um reino de poder. Os que estão fora, têm corações não receptivos. Para aqueles que têm ouvidos para ouvir, a parábola revela o “mistério” da redenção encoberto na pessoa e obra do próprio Cristo (1.34, nota).

    * 4:19

    fascinação da riqueza. Conforme Ef 4:22.

    * 4:22

    nada está oculto... senão para ser revelado. Durante o ministério terreno de Cristo coisas estão encobertas; mas virá o dia, da ressurreição em diante, quando tudo será revelado (Mt 10:26, 27; Lc 12:2-3).

    * 4:24

    Com a medida com que tiverdes medido. A futura disseminação do mistério do reino será recompensada na medida direta da fidelidade da pessoa à esta obra.

    * 4:25

    ao que tem se lhe dará. Este princípio é ilustrado nas parábolas dos talentos (Mt 25:14-30) e das minas (Lc 19:11-27).

    * 4.30-32. A parábola do grão de mostarda é outra vez relacionada com a presente manifestação do reino, na pessoa de Jesus.

    * 4:32

    aves do céu. Em Dn 4:21, a mesma metáfora se refere ao domínio mundial de Nabucodonosor.

    * 4.33-34

    Ver vs. 10-12.

    * 4:35

    a outra margem. De acordo com 3.7, Jesus está na Galiléia. A “outra margem” do lago é a região dos gadarenos, em Decápolis (5.1, nota).

    * 4:37

    grande temporal. O Mar da Galiléia fica a cerca de 213 metros abaixo do nível do mar, tem cerca de vinte e um quilômetros de comprimento por cerca de treze quilômetros de largura. Na sua extremidade meridional (sul) há um vale profundo cercado por rochas escarpadas. O vento, afunilando-se através de colinas que o cercam e através deste vale, pode açoitar o lago, provocando repentinas e violentas tempestades.

    * 4:38

    dormindo. Jesus tinha estado ensinando o dia todo e, sem dúvida, estava exausto. Marcos assim como João (Jo 4:6; 11:35, 38), dá ênfase à plena humanidade de Jesus.

    * 4:39

    Acalma-te, emudece. Lit., “seja amordaçada”. Jesus tem autoridade sobre a terra para perdoar pecados (2.10), é Senhor do Sábado (2.28), tem autoridade no seu ensino (1.22), sobre os demônios (1,27) e agora demonstra sua autoridade sobre a natureza. O ato de acalmar a tempestade parece-se com o seu poder de exorcizar; há a expressão demoníaca de violência (1.26; 5.4, 13); a ordem para a natureza aquietar-se (1.25, nota) e a calma resultante (5.15). Jesus amarra “o valente” (3.23-27) e corrige com seu poder a criação física.



    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    4:2 Jesus falava por parábolas e, através das histórias que contava, ensinava às pessoas. Essas histórias eram parábolas. A parábola usa cenas conhecidas para explicar verdades espirituais. Este método de ensino obriga ao ouvinte a pensar. E oculta a verdade a quem é muito obstinados ou têm prejuízos para atender o ensino que lhes dá. A maioria das parábolas tem um ponto central, pelo qual devemos ser cuidadosos em não ir além do que Jesus quis ensinar.

    4:3 A semente se plantava ou semeava à mão. Os agricultores foram pelo terreno lançando punhados de sementes que tiravam de uns sacos grandes que tinham pendurados dos ombros. As plantitas não cresciam na ordem que crescem agora graças à maquinaria que se usa para as plantar. Por destros que fossem os agricultores, não podiam evitar que as sementes caíssem no caminho ou entre as pedras e os espinhos, nem que as arrastasse o vento. Lançavam as sementes em abundância e obtinham que grande parte destas caíssem em boa terra assegurando a colheita.

    4:9 Escutamos com nossos ouvidos, mas há uma forma mais profunda de ouvir, com o coração, necessária para captar o sentido espiritual das palavras do Jesus. Algumas pessoas na multidão procuravam alguma evidência contra O; outros em realidade queriam aprender e crescer. As palavras do Jesus são para os que lhe buscam com sinceridade.

    4.11, 12 Algumas pessoas não entendem a verdade de Deus porque não estão preparadas. Deus revela sua verdade aos que desejam andar nela, aos que querem vivê-la. Quando você fala de Deus, sem dúvida não o entenderão se não estarem ainda preparados. Seja paciente e aproveite cada oportunidade para falar da verdade de Deus; peça que o Espírito Santo abra o coração de seus ouvintes para que recebam a verdade e a experimentem.

    4.14-20 As quatro classes de estou acostumado a representam quatro maneiras diferentes em que a gente reage à Palavra de Deus. Pelo general, pensamos que Jesus falava de quatro classes distintas de pessoas. Mas O também falava de: (1) diversas épocas ou fases na vida da pessoa, ou (2) como estamos dispostos a receber a mensagem de Deus em alguns aspectos de nossa vida e como o rechaçamos em outros. Por exemplo, você possivelmente seja receptivo a Deus quanto a seu futuro, mas fechado respeito a como usar seu dinheiro. Talvez é como a boa terra quanto às demandas de adoração de Deus, mas como o rochoso respeito a suas demandas de dar aos necessitados. Devemos procurar, sempre, ser como a boa terra em cada aspecto de nossa vida.

    4:19 As preocupações mundanas, a falsa sensação de segurança que produz a prosperidade e o desejo pelas coisas, infestaram aos discípulos do primeiro século tal como o fazem hoje. Com quanta facilidade as rotinas diárias se recarregam de coisas. Uma vida cheia de buscas materiais nos deixam surdos ante a Palavra de Deus. Mantenha-se firme a fim de ouvir quando Deus fala.

    4:21 Se um abajur não ajuda a ver, de nada serve. Está nossa vida mostrando a outros como é possível encontrar a Deus e viver para O? Se não ser assim, pergunte-se que "almudes", ocultam sua luz. A autocomplacencia, o ressentimento, a dureza de coração ou a desobediência podem ser "almudes", que impedem que a luz de Deus brilhe através de você para bênção de outros.

    4:24, 25 A luz da verdade do Jesus nos revela, não se esconde. Mas não estamos em capacidade de ver nem usar toda essa verdade agora mesmo. Solo na medida que pomos os ensinos de Deus em prática entenderemos e veremos mais dessa verdade. A verdade é clara, mas nossa capacidade para compreendê-la é imperfeita. Na medida que obedeçamos, iremos aguçando nossa visão e aumentando nossa compreensão (veja-se Jc 1:22-25).

    4:25 Esta frase significa simplesmente que temos o dever de usar bem o que temos. Não é questão de quanto temos, mas sim de como usamos o que temos.

    4.26-29 Esta parábola sobre o Reino de Deus, narrada unicamente pelo Marcos, revela que o crescimento espiritual é um processo contínuo e gradual que culmina em uma colheita de maturidade espiritual. Podemos entender o processo de crescimento espiritual comparando-o com o lento mas seguro crescimento de uma planta.

    4.30-32 Jesus usou esta parábola para explicar que até o cristianismo tinha um começo muito pequeno, chegaria a crescer até transformar-se em uma comunidade mundial de crentes. Quando se sentir sozinho em sua relação com Deus, lembre-se que O está construindo um reino mundial. Tem fiéis seguidores em cada parte do mundo e nossa fé, não importa quão pequena seja, pode juntar-se com a de outros para obter grandes costure.

    4.33, 34 Jesus adaptou seus métodos à capacidade e os desejos de entender de sua audiência. Não falou em parábolas para confundir, mas sim a fim de desafiar aos que sinceramente o buscavam a descobrir o verdadeiro sentido de suas palavras. Muitas dos ensinos do Jesus foram contra a hipocrisia e os motivos impuros, tão comuns nos líderes religiosos. Se tivesse falado diretamente contra eles, seu ministério público se teria visto embaraçado. Os que escutavam de verdade ao Jesus podiam entendê-lo.

    4.37, 38 O mar da Galilea está a pouco mais de duzentos metros sob o nível do mar e se encontra rodeado de montanhas. Os ventos sopram com bastante intensidade nas regiões próximas ao mar e provocam violentas e inesperadas tormentas. Os discípulos eram pescadores experimentados, toda sua vida pescaram naquele lago, mas nesta tempestade o pânico os dominó.

    4.38-40 Os discípulos se assustaram porque a tempestade ameaçava destrui-los e parecia que Jesus não se dava conta nem se preocupava do que acontecia. Era uma tempestade física, mas há tormentas que se produzem também em outro sentido. Pense nas tormentas de sua vida, nas circunstâncias que provocam em você grande ansiedade. Qualquer que seja sua dificuldade, tem duas opções: preocupar-se e supor que ao Jesus não importa ou resistir o medo e pôr toda sua confiança no. Quando o pânico queira fazer presa de você, confesse sua necessidade a Deus e confie em que O cuidará de sua vida.

    4:41 Os discípulos andavam com o Jesus, mas o subestimavam. Não compreendiam que seu poder se aplicava também a aquela situação. Jesus esteve conosco durante vinte séculos e em que pese a isso, ao igual aos discípulos, subestimamos seu poder quanto a resolver as crises de nossas vidas. Os discípulos ainda não conheciam bem ao Jesus, mas nós não temos a mesma desculpa.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    8. Ensino em parábolas (4: 1-34)

    1. Parábola do Semeador (4: 1-9)

    1 E mais uma vez ele começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele uma grande multidão, de modo que ele entrou num barco e sentou-se no mar; e toda a multidão estavam junto ao mar sobre a terra. 2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, 3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear: 4 e aconteceu que, como semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. 5 E outra caiu no rochoso terreno , onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; 6 e, quando o sol estava ressuscitado, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. 7 E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram e não deu fruto. 8 E outra caiu em boa terra, e deu fruto, crescendo e aumentando; e trouxe à luz, trinta, a sessenta, e cem vezes mais. 9 E ele disse: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

    Para esta parábola, encontrada em todos os três Evangelhos sinópticos, ver em Mt 13:1 . Sat no mar é, obviamente ". sentou-se em um barco no mar" Para o significado da palavra parábolas (v. Mc 4:2) ver especialmente em Mt 13:3)

    10 E quando ele estava sozinho, os que estavam junto dele com os doze, interrogaram-as parábolas. 11 E disse-lhes: A vós é dado o mistério do Reino de Deus, mas aos que estão de fora, todas as coisas são feito em parábolas: 12 que, vendo, vejam, e não percebam; e ouvindo, ouçam, e não entendam; que nunca se ache que eles se convertam, e ele deve ser perdoado. 13 E ele lhes disse: Não sabeis vós esta parábola? e como haveis de conhecer todas as parábolas? 14 O semeador semeia a palavra. 15 E estes são os à beira do caminho, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvido, vem logo Satanás e tira a palavra que tem sido semeada neles. 16 E estes na forma como são os que recebem a semente em cima das rochas locais , que, quando eles ouviram a palavra, logo a recebem com alegria; 17 e eles não têm raiz em si mesmos, mas de pouca duração; depois, sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. 18 E outros são os que recebem a semente entre os espinhos; estes são os que ouvem a palavra, 19 e os cuidados do mundo ea sedução das riquezas e as ambições de outras coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera. 20 E esses são os que foram semeados em boa terra; como ouvir a palavra, e aceitá-la, e deis fruto, trinta, a sessenta, e cem vezes mais.

    Antes de explicar a Parábola do Semeador Jesus estabelecido Sua razão para falar em parábolas (ver em Mt 13:10 ). O texto em Marcos (v. Mc 4:12) e Lucas (Lc 8:10) coloca um problema. Por que Cristo uso parábolas que (literalmente, "a fim de que") as pessoas devem não entendeu? Isso parece totalmente irracional e diferente Dele. Mas Maclear sugere que este falar em parábolas era " Penal , como testar a disposição de quem a ouvisse; retirar a luz de tais como amaram mais as trevas e foram deliberadamente cego, e proteger a verdade desde o escárnio da escarnecedor. "Ou seja, aqueles que estavam dispostos a entender o faria, enquanto que aqueles que não estavam dispostos perderia a verdade inteiramente. Ressalta novamente o facto de incredulidade-e, em alguns casos ignorância-se mais do que uma moral uma dificuldade mental.

    Outro exemplo interessante de diferença de redacção, sem qualquer variação no significado é encontrado aqui. Marcos (v. Mc 4:15) usa o nome de Satanás, enquanto Mateus tem "maligno" e Lucas "o diabo".

    A explicação dos espinhos como dado em Marcos é especialmente impressionante. Nomes de Jesus três coisas em verso Mc 4:19 (Matt. tem apenas os dois primeiros). Os cuidados do mundo é, literalmente, "as ansiedades da idade." Este é um dos perigos mais graves com que se confrontam o filho de Deus. Muitos tornam-se obcecados com a ansiedade sobre assuntos materiais e perder seu brilho espiritual. A sedução das riquezas é uma frase muito significativa. Posses prometem paz, mas, geralmente, dão o oposto.Muito homem foi enganado pelo amor ao dinheiro em fazer as coisas que ele nunca sonhou que ia fazer. As ambições de outras coisas é, literalmente, "os desejos relativos às coisas demais." Isso inclui tudo o mais que pode estrangular a vida espiritual do crente .Desejo errado é a raiz de todos os problemas do homem.

    c. Lâmpada na Lampstand (4: 21-25)

    21 E disse-lhes: Está a candeia para se meter debaixo do alqueire ou debaixo da cama, e não para ser colocado no suporte? 22 Pois não há nada encoberto senão para ser manifesto; nem foi nada . feita em segredo, mas que deve vir à luz 23 . Se alguém tem ouvidos para ouvir, que ouça 24 E disse-lhes: Acautelai-vos, que ouvis: com o que vos mete medida deverá ser medido vos você; e mais vos será dado a você. 25 Porque ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, lhe será tirado até mesmo o que ele tem.

    Nos dias de Jesus uma pequena argila lâmpada, com uma pequena mecha no azeite de oliva, era o principal meio de acender a casa palestina, muitas vezes sem janelas. Ele seria colocado em um suporte, ou um nicho na parede, não sob um alqueire -realmente uma "medida" beijinho -ou cama. Este último não é um "tapete grosso" ou "pallet" (conforme Mc 2:4 . Os discípulos estavam para deixar a luz do evangelho brilhar.

    O versículo 22 declara um princípio geral. Somente coisas valiosas estão ocultas, e aquele que esconde o faz com a intenção de algum dia revelá-las.

    O contexto sugere o significado do verso Mc 4:24 como sendo de que a medida de sua audição será a medida de seu aprendizado. A pessoa que recebe retém; mas aquele que negligencia perde o pouco que ele já tem (v. Mc 4:25 ).

    d. Semente que cresce Secretly (4: 26-29)

    26 E ele disse: Assim é o reino de Deus, como se um homem lançasse a semente à terra; 27 e dormisse e se levantasse de noite e de dia, ea semente brotar e crescer, que não sabe. 28 A terra dá fruto de si mesma; primeiro a erva, depois a espiga e, em seguida, o grão cheio na espiga. 29 Mas, quando o fruto está maduro, logo lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa.

    Esta é a única parábola encontrado sozinho em Marcos. Ele se encaixa no contexto da Parábola do Semeador. Ele ressalta o fato de que, mesmo em boa terra "a produção de frutas é um processo gradual tempo exigente."

    Elenco é aoristo, enquanto o sono e aumento estão no tempo presente. "A semeadura é uma vez por todas; de dormir e crescentes são um hábito diário. "

    De si mesma é automatizar , "automaticamente". A palavra é usada em outros lugares no Novo Testamento apenas em At 12:10 , para descrever a abertura do portão de sua própria vontade. Lâmina é, literalmente, "grama", referindo-se à filmagem. Eardeve ser "cabeça", porque o grão foi de trigo ou cevada.

    A ênfase desta parábola é sobre "a necessidade de paciência por parte do trabalhador cristão." É preciso dar tempo para que a semente que semeou a emitir na conversão e na vida cristã, no caso de o ouvinte.

    e. Semente de Mostarda (4: 30-32)

    30 E ele disse: Como havemos de comparar o reino de Deus, ou em que parábola é que vamos apresentá-la? 31 É como um grão de mostarda que, quando se semeia na terra, ainda que seja menos do que todos as sementes que estão sobre a terra, 32 contudo, quando é semeado, cresce, e se a maior de todas as ervas, e puser grandes ramos; de modo que as aves do céu podem apresentar sob a sombra da mesma.

    Para esta parábola, que é encontrada em todos os três Evangelhos sinópticos, ver em Mt 13:31 .

    f. Muitas parábolas (4: 33-34)

    33 E com muitas parábolas tais falou ele a palavra a eles, como eles foram capazes de ouvi-lo; 34 e sem uma parábola que ele não lhes: mas em particular aos seus próprios discípulos explicava tudo.

    Este breve parágrafo está intimamente paralelo em Mt 13:34 . Marcos acrescenta no versículo 33 : como eles foram capazes de ouvi-lo ; e no versículo 34 : mas em particular aos seus próprios discípulos explicava tudo.

    B. em áreas circunvizinhas (4: 35-9: 50)

    1. Primeiro Retiro e Return (4: 35-6: 29)

    1. Storm on the Lake (4: 35-41)

    35 E, naquele dia, quando já era tarde, ele disse-lhes: Passemos para o outro lado. 36 E, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco. E outros barcos estavam com ele. 37 E se levanta uma grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que o barco já estava enchendo. 28 E ele mesmo estava na popa, dormindo sobre a almofada; e despertaram ele, e dizer-lhe: Mestre, carest não te importa que pereçamos? 39 E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Paz, aquieta. E o vento se aquietou, e houve grande bonança. 40 E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? 41 E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?

    Marcos acrescenta alguns detalhes à descrição de Mateus deste incidente (ver em Mt 8:23. ). Ele diz que, devido à tempestade de vento (mesmo em Lc 8:23 ), o barco já estava enchendo (v. Mc 4:37 ). Obviamente, a afirmação de que era "cheio" (KJV) é incorreta, pois, nesse caso, já teria afundado. O grego diz claramente, "estava a ser preenchido."

    Todos os três relatos afirmam que Jesus estava dormindo. Marcos sozinho observa o lugar: . na popa ... sobre a almofada Provavelmente esta foi a almofada de couro no assento do piloto. Marcos também dá as palavras que Jesus proferiu nos dentes da tempestade. Enfrentando os ventos e as ondas, Ele exigiu severamente: Cala-te, ainda (v. Mc 4:39 ). Este último é, literalmente, "ser amordaçados." Lenski traz o duplo sentido do tempo perfeito, traduzindo-a: "Coloque o focinho no e mantê-lo em" Os elementos imediatamente obedeceram à voz do seu Criador.

    Normalmente, Marcos usa uma linguagem mais forte do que os outros para descrever as reações dos discípulos. Ele diz que eles grande temor , literalmente, "temia um grande medo." Isso não foi por causa da tempestade, mas porque a milagrosa demonstração do poder divino que tinham testemunhado.

    Este e outros "milagres da natureza" nos Evangelhos são rejeitados por muitos estudiosos hoje. Mas Rawlinson tem uma excelente resposta para essa atitude. Ele escreve: "A grande verdade da doutrina cristã da encarnação, uma vez assumido, nenhuma pessoa sábia irá proceder precipitadamente para desenhar os limites entre o que é eo que não é possível."


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    Em Mc 3:23, Marcos introduz a palavra "parábola" e usa-a oito vezes nes-se capítulo (Mc 4:2,Mc 4:10-41,Mc 4:30-41). A não ser que nosso coração esteja prepara-do para receber a semente da Pa-lavra, não cresceremos em graça e em conhecimento (2Pe 3:18). Ori- ginariamente, o semeador era Jesus, que veio para semear a Palavra de Deus (a semente) e para buscar a colheita. A Palavra de Deus, como a semente, "é viva, e eficaz" (He 4:12) e, quando é cultivada, frutifi-ca. Contudo, há forças que tentam impedir que a semente frutifique. Satanás tira a semente dos cora-ções duros (vv. 4,15); a carne pro-duz uma resposta temporária nos corações superficiais (vv. 5-6,16-1 7); e o mundo atrapalha o cresci-mento nos corações ocupados (vv. 7,18-19). O solo bom representa o coração preparado, que recebe a semente e frutifica em vários graus distintos ("fruto [...] mais fruto [...] muito fruto"; Jo 15:1-43).

    E relevante o fato de que três quartos dos corações não frutificam (eles não nasceram de novo verda-deiramente), e que os corações em produção não frutificam com todo o seu potencial. Não nos devemos desencorajar quando semeamos a semente em nossa pregação, nosso ensino e nosso testemunho (Gl 6:9; SI 126:5-6), pois Deus usará sua se-mente da forma mais adequada, e ela não será desperdiçada (Is 55:8-23; 31:3-9; Ez 4:20-27). O verdadeiro povo de Deus sempre foi minoria (Lc 12:32); todavia, a igreja confes-sa é muito parecida com uma árvo-re grande e cheia de ramos.

  • Iluminar (Mc 4:21-41)
  • Esse capítulo usa 13 vezes o verbo "ouvir", e ele refere-se ao recebi-mento da verdade de Deus no in-terior da pessoa, exatamente como o solo recebe a semente. Devemos estar atentos à maneira como ouvi-mos (Lc 8:18) e ao que ouvimos (v. 24), pois essas coisas determinam o que temos para compartilhar com os outros. Não recebemos a Palavra a fim de que apenas nós mesmos a desfrutemos. Nós a recebemos para compartilhá-la, da mesma for-ma que a lâmpada tem a finalidade de iluminar a casa toda. Veja Ma-teus 5:15-16 eLc 11:33-42.

  • Colher (Mc 4:26-41)
  • Podemos resumir essa parábola em quatro palavras: semear (v. 26), dor-mir (v. 27), crescer (v. 28), colher (v. 29). Tudo que podemos fazer é se-mear a semente; apenas Deus a faz crescer (1Co 3:6-46). Não podemos fazer a semente crescer; na verda-de, não entendemos totalmente seu crescimento. Nossa tarefa é semear a semente e ficar atentos à época da colheita (Jo 4:35-43). Embora, às vezes, o dormir retrate o pecado (Rm 13:11-45; 1Co 5:1-46), aqui é apenas um lembrete de que as pes-soas que trabalham duro precisam de descanso (veja Mc 6:31). Se os trabalhadores não se cuidam, não têm condição de fazer o trabalho que Deus os chamou a fazer.

  • Crer (Mc 4:35-41)
  • Jesus concluiu a lição e, a se-guir, fez um teste inesperado com os discípulos! Eles tinham ouvido a Palavra de Deus, e a Palavra de-veria fazer crescer a fé deles (Rm 10:17). Infelizmente, eles fracas-saram no teste! Embora as tempes-tades violentas e inesperadas não sejam incomuns no mar da Gali- léia, parece que essa teve origem satânica. No versículo 39, a pala-vra "repreendeu" é a mesma usada quando Jesus expulsava demônios (1:25). Talvez o inimigo quisesse impedir Cristo de chegar a Gada- ra, local em que ele libertaria dois endemoninhados do poder de Sa-tanás. Você pode sorrir na tempes-tade com Cristo no navio — se sua fé estiver nele, e apenas nele.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    4.1 Entrou num barco. Afastando-se da multidão, Jesus podia, do palco do barquinho, ser ouvido por muito mais gente.

    4.2 Ensinava... parábolas. Conforme Mt 13:0 e Talmude);
    3) Tornaram concretas idéias abstratas;
    4) Provocaram uma decisão e
    5) Guardaram em sigilo o mistério do reino para crentes (vv. 11,12).

    4.3 Ouvi. Esta parábola do semeador inicia-se e termina com a chamada à atenção salientando a importância de sua mensagem, como também a necessidade de fé da parte do ouvinte. A Parábola do Semeador sugere vários propósitos:
    1) Estímulo aos proclamadores da mensagem da salvação em face de muito desinteresse e oposição;
    2) A responsabilidade do ouvinte de perseverar em face das dúvidas vindas do diabo, a perseguição dos oponentes e a tentação do mundo;
    3) A diferença entre a receptividade dos discípulos e a dos incrédulos.

    4.5 Rochoso. Conforme Lc 8:0). Reino de Deus. Equivale ao termo em Mt "o reino dos céus" (conforme Mt 3:0). Isto não quer dizer que se negue ou a eleição de Deus (Rm 8:29, Rm 8:30) ou a livre escolha por parte do homem. • N. Hom. 4:13-20 Quatro reações à pregação do evangelho:
    1) O coração duro tem o diabo em pleno controle;
    2) O coração instável que espera displicentemente por uma cômoda viagem para o lar celestial;
    3) O coração egoísta quer o que há de melhor no evangelho e no mundo (Mt 6:24);
    4) O novo coração preparado por Deus (Ez 36:26ss).

    4.17 Escandalizam, Gr scandalizõ, vem de scandalon (o verbo só ocorre em literatura bíblica e cristã) referindo-se ao pau que segura a isca e aciona a armadilha.

    4:21-25 Parece que a aplicação desta parábola, aqui, refere- se ao ministério do reino. O propósito de Deus não é de guardar para sempre o evangelho e Seu Messias ocultos num cantinho da Palestina. Após a morte, a ressurreição de Cristo e o Pentecostes, Eles serão manifestados ao mundo inteiro (conforme Mt 5:1-40; Lc 8:16n). Medida, Conforme Lc 8:10n.

    4:26-29 Esta parábola só se encontra em, Marcos. Fala do crescimento imperceptível da Palavra semeada no coração e no mundo, iniciativa própria de Deus, O clímax vem no fim, no julgamento final quando o propósito de Deus ficará claro.
    4.31 Menor de todas. Não no sentido absoluto, mas era ditado proverbial (cf.Mt 17:20; Lc 17:6). Esta parábola apresenta o contraste dramático entre o reino insignificante agora e seu futuro glorioso. Aninhar-se. Refere-se ao refúgio providenciado no reino para todos os povos da terra (conforme Mt 24:31).

    4.33 Muitos. Marcos faz apenas uma pequena coletânea, selecionada de todo o ensino parabólico de Jesus. O tema principal dessas parábolas é o crescimento da semente, apontando para a tarefa principal de evangelização na 1greja. Capacidade. Jesus, pelas parábolas, manteve o interesse do povo enquanto o chamava para uma decisão. Após Sua paixão, não haveria mais desculpa, pois abertamente o evangelho será anunciado (At


    2) .
    4.35 Outra margem. Seria a margem leste do mar da Galiléia.

    4.37 Grande temporal. Tempestades tremendas, às vezes, descem ainda hoje, dos altos montes das redondezas, especialmente do monte Hermon, atingindo com violência o lago de Quinerete (ou de Tiberíades), 200 m abaixo do nível do mar Mediterrâneo.

    4.38 Dormindo. Jesus não era imune ao cansaço (conforme Jo 4:6). Não te importa. Contrasta-se a impetuosidade dos discípulos com a calma de Jesus (Lc 8:23n). Seria natural que a Igreja primitiva, oprimida por fortes perseguições, visse, nesta experiência, um paralelo com sua situação (muito cedo um barco servia de símbolo da igreja na arte cristã). No meio de toda provação, Jesus está, realmente com Sua Igreja, não havendo, portanto, nem razão para o temor, ainda que Seu auxílio demore chegar.

    4.39 Acalma-te, emudece! As mesmas palavras pronunciadas por Jesus em 1.25, contra os demônios. Um dia, todo o mal espiritual e material ainda será afastado dos fiéis em Cristo (conforme Ap 21:3, Ap 21:4).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41
    A parábola do semeador (4:1-20).

    (Textos paralelos: Mt 13:1-40; Lc 8:4-42).

    Essa parábola mostra que a razão de os líderes religiosos e outras pessoas se oporem a Jesus e até os seus parentes o interpretarem mal (3.19b-35) era a condição espiritual do coração deles. Ao dirigir essa parábola à multidão na margem do lago, Jesus queria que ela prestasse atenção especial na natureza do seu próprio coração. Alguns ouvintes do seu ensino, ele destacou, nunca captavam coisa alguma de sua mensagem; outros eram desencorajados em virtude de dificuldades, e ainda outros eram seduzidos pela prosperidade, de modo que somente uma pequena proporção se comprometia com ela de forma duradoura.
    Antes de explicar a parábola aos seus discípulos, Jesus respondeu à pergunta acerca do porquê de ele usar parábolas (v. 10-12). A essência da sua resposta parece ser que ele fazia isso para testar a receptividade espiritual dos seus ouvintes. As pessoas que eram provocadas por elas à reflexão intensa poderiam avançar para obter esclarecimento sobre elas (e.g., ao perguntarem a Jesus acerca do seu significado, como fizeram os discípulos nessa ocasião); ao passo que as pessoas que se negassem a refletir sobre elas seriam pessoas que ainda que vejam não percebam (v. 12; citando Is 6:9,Is 6:10), i.e., que compreenderiam o sentido literal das palavras, mas não o significado mais profundo das parábolas.

    O objetivo das parábolas de Jesus, continuação (4:21-25,33,34). (Textos paralelos: Mt 5:15; Mt 10:26; Mt 11:15; Mt 7:2; Mt 13:34; Lc 8:17; Lc 12:2; Lc 6:38.)

    Assim como uma lâmpada só é útil quando colocada sobre um suporte (v. 21), o objetivo final das parábolas de Jesus era revelar a verdade, e não escondê-la (v. 22), embora expressassem a verdade de forma um tanto mistificadora no início. Considerem atentamente o que vocês estão ouvindo, disse Jesus (v. 24), i.e., “Não considerem essas parábolas meras histórias, mas penetrem na mensagem que elas estão tentando compartilhar”. Com a medida com que medirem (de atenção às parábolas), vocês serão medidos (medida recebida de benefício espiritual das parábolas). Pois a quem tiver (por causa da aplicação sincera), mais lhe será dado (em forma de bênção divina), ao passo que ouvintes descuidados vão acabar num estado de confusão sempre crescente (v. 25). Ao falar em parábolas, Jesus adaptou o seu ensino ao grau de receptividade dos seus ouvintes (v. 33), esperando que, por meio das parábolas, os seus ouvintes não somente compreendessem a verdade, mas fossem atraídos a ele, o revelador da verdade (v. 34).

    A parábola da semente que cresce em segredo (4:26-29).
    Nessa breve parábola, peculiar ao evangelho de Marcos, Jesus ensinou que o Reino de Deus certamente iria atingir a sua consumação, embora no início nada muito dramático fosse observável. Por meio do ministério da pregação de Jesus, a semente havia sido semeada, e agora nada poderia impedir a colheita que no final resultaria dela. Em vez de ficarem aflitas, as pessoas agora deveriam mostrar paciência, calma, confiança e expectativa.

    A parábola da semente de mostarda (4:30-32). (Textos paralelos: Mt 13:31,Mt 13:32; Lc 13:18.)

    Essa parábola adicional que Jesus contou afirma o grande futuro destinado ao Reino de Deus, apesar do grupo pequeno que até então tinha nascido para esse reino. A semente de mostarda, proverbialmente a menor de todas as sementes, em poucas semanas podia se desenvolver em um arbusto de mais Dt 2:0; 31:6Ez 4:21,Ez 4:22).

    A tempestade no lago (4:35-41). (Textos paralelos: Mt 8:23-40; Lc 8:22-42.)

    Dt 4:35 a 5.43, são registrados os três atos de poder divino realizados por Jesus numa situação de desespero e impotência humanos (sendo o último deles um ato duplo). O primeiro aconteceu quando ele acalmou uma das violentas tempestades que com freqüên-cia caíam repentinamente sobre o mar da Ga-liléia. Cansado no final de um dia de ensino, Jesus rumava para o leste atravessando o mar com seus discípulos. Na almofada do barco (fornecida ao visitante de honra e colocada na popa, longe dos respingos das ondas), Jesus descansou a sua cabeça e adormeceu. Quando a tempestade aumentou, os discípulos acordaram Jesus, insinuando que ele não se importava com o perigo deles. Mas o fato de ele acalmar as águas os deixou admirados e pasmos diante dele (v. 41).


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 34

    F. Parábolas à Beira-mar. Mc 4:1-34.

    Aqui vem à tona um diferente método de ensino. Ainda que Cristo usasse o ensino alegórico até um certo ponto anteriormente, só nessa ocasião do seu ministério ele começou a empregá-lo como veículo importante de expressão. Conforme as multidões foram aumentando, a oposição se intensificando e os seguidores superficiais foram se multiplicando, Jesus adotou a parábola como meio de instrução dos seus próprios discípulos, de um lado, e do outro escondendo a substância do seu ensino dos ouvintes superficiais e antagônicos. Nessa ocasião ele usou as parábolas para ilustrar certas características do Reino.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 34
    f) Ensino por parábolas (Mc 4:1-41; Lc 8:4-42. Este capítulo introduz um novo método didático no ministério de Jesus com o uso de parábolas. É sugestivo que a mudança de método se manifesta no momento em que Jesus transfere Sua atenção principal das massas para os Doze, cujo ensino e preparação agora O preocupam. O povo não se perde da vista, mas até aqui a multidão é mais atraída pelas Suas obras do que pelos Seus ensinos. Buscaram curas, mas ainda não responderam ao Seu ensino espiritual. A beira-mar (1): Mais uma vez, Jesus se separa da multidão, entrando num barquinho, talvez o mesmo que usou em Mc 3:9, e faz dele Seu púlpito, de onde prega a palavra para o povo reunido na praia. A palavra "parábola" contém a idéia básica de comparação, e dali da ilustração de verdades espirituais por meio de uma história tirada da experiência terrestre e natural. Porém, a parábola não é apenas uma ilustração edificante. A exortação Ouvi (3), preservada somente em Marcos, e outras parecidas nos vers. 8,23-24, indicam que o propósito da parábola é estimular séria reflexão. A parábola cumpre o papel de arma moral que desperta e anima a consciência.

    A parábola de Natã para Davi (2Sm 12:1-10) é exemplo clássico no Velho Testamento desta função. A parábola do semeador (3-8) narrado por todos os três sinóticos reflete a situação imediata em que se encontrava Jesus e Seu ensino. Ao mesmo tempo enuncia princípios que são válidos quanto à pregação da palavra em todos os tempos. Pedregais (5, ARC); melhor, solo rochoso (ARA), isto é, terreno raso com subsolo de pedra. Verifica-se na Galiléia esta feição geográfica. Salienta-se na parábola a colheita abundante (8), não obstante os primeiros resultados desanimadores (cfr. Jo 4:35; Mt 9:37). Dos evangelistas somente Marcos dá relevo a esta ênfase, utilizando no original grego o singular quando se refere aos insucessos, e o plural quando descreve os bons resultados: gr. homem (4); allo (5), allo (7); alla (8). A semente mais abundante foi aquela que caiu em boa terra.

    >Mc 4:10

    Antes de explanar a parábola aos Doze particularmente (10), Jesus comenta Seu uso do ensino parabólico, para responder a uma pergunta. O vers. 12 sempre apresenta dificuldades para expositores. Cita-se aqui Is 6:9-23, que sugere um duplo propósito no método parabólico de ensino. Primeiro, revela-se a verdade aos discípulos, e em segundo lugar, se esconde dos que estão de fora (11) como juízo ou castigo por sua cegueira.

    A referência ao mistério do reino do Deus (11) dá apoio a esta idéia, pois o uso do vocábulo "mistério" no Novo Testamento indica um "segredo revelado", antanho escondido, mas agora conhecido por revelação (cfr. Ef 3:3-49; Cl 1:27). Alguns expositores acham esta interpretação tão inaceitável que preferem rejeitar o ditado como não sendo um ensino autêntico de Jesus, e consideram isto e a seguinte explicação nos vers. 13-20 como um acréscimo de tradição cristã secundária, de data posterior. Outra interpretação considera o julgamento contra os ouvintes insensíveis um ato de misericórdia que os poupa da culpa de rejeitar a simples verdade. Mais outra aponta para o estilo resumido de Marcos, e sugere que as palavras "para que" do verso 12 equivalem "para que a Escritura se cumpra" (cfr. Mt 13:14).

    A premissa aceita por todos os expositores é que o propósito principal duma parábola consiste em facilitar e não impedir a apreensão da verdade. Além disto, podemos observar que a natureza intrínseca da revelação é tal que a capacidade de recebê-la depende em primeiro lugar da renúncia da vontade individual e em seguida da obediência. "Vinde e vede" (Jo 1:39) é sempre a seqüência na experiência cristã: a conquista moral há de preceder a iluminação intelectual. Os discípulos já se renderam à soberania de Jesus e portanto podiam compreender (11), se as parábolas escondem temporariamente dos que estão de fora as verdades do reino no nível intelectual, é somente para o fim de conseguir primeiro uma convicção moral que os leva depois ao esclarecimento intelectual. Há muitos que no seu orgulho queriam inverter esta ordem inalterável (cfr. Mt 11:25). A interpretação da parábola do semeador (13-20) serve como modelo para entender as outras parábolas, da mesma maneira que um professor demonstra um teorema no quadro-negro. O reino se estenderá, semeando a palavra (14). Esta idéia é fundamental ao evangelismo. A tarefa do evangelista não é apenas a de apresentar argumentos convincentes, e de induzir outros por eloquência sedutora a pensar de sua maneira, mas de semear a semente viva da Palavra de Deus no solo do coração humano. O germe da nova vida se encontra na Palavra, sem a implantação da qual ninguém jamais se torna cristão (1Pe 1:23). As coisas que impedem a aceitação da Palavra são as seguintes: indiferença (15); falta de espiritualidade (16); preocupação com os cuidados e riquezas do mundo (18). Onde a palavra for ouvida, compreendida e aceita, a ceifa é certa (20). Satanás (20): esta referência mostra patentemente que Jesus ensinava a existência de um poder pessoal do mal. De outra maneira, Ele bem podia ter interpretado as aves do céu (4) como tentações impessoais.

    >Mc 4:21

    Dois grupos de ensinos (21-23 e 24-25), iniciados pela fórmula "E disse-lhes", dão mais pormenores quanto ao método parabólico de ensino, com referência especial à responsabilidade moral dos ouvintes. A parábola da candeia (21) confirma a observação acima (12) que a grande finalidade da parábola é iluminar e revelar, embora tenha o efeito temporário de ofuscar. Alqueire: vasilha usada para medir cereais. O segundo grupo (24-25) ensina a necessidade de abraçar a verdade como condição para receber maior revelação de verdade. Quando o indivíduo não aceita a verdade, diminuem-se seus poderes de percepção, que se atrofiam por falta de uso, exatamente como as faculdades físicas. Veja Lc 8:16 n. e cfr. Mt 5:15; Mt 10:26.

    >Mc 4:26

    A parábola da semente que cresce misteriosamente (26-29) é a única que se encontra somente em Marcos. Salienta-se o fato que a palavra de Deus operará de si mesma no coração humano, dadas as condições favoráveis, justamente da mesma maneira em que a terra por si mesma frutifica (28; cfr. Is 40:10; 1Co 3:6). De si mesma: grego-automate. A instrumentalidade humana se limita a duas atividades, o semear e o ceifar (Jo 4:35, Jo 4:38). O que acontece entre estas duas atividades depende da vitalidade da semente e da interação frutífera entre a semente e a terra.

    >Mc 4:30

    É singular a expressão que se usa para introduzir a terceira parábola do reino, a do grão de mostarda: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que parábola o representaremos? (30, ARC). Melhor com a ARA: Com que parábola o apresentaremos? Como se a parábola fosse uma espécie de embrulho contendo a verdade. Há duas maneiras de interpretar esta parábola. A primeira vê nela a expansão do reino desde um começo insignificante. A segunda, apoiada por Dr. Campbell Morgan, aponta para o desenvolvimento do reino até proporções anormais, permitindo que as aves do céu, símbolo de espíritos maus, se aninhassem nele. Esta segunda interpretação tem o mérito de conformidade quanto ao uso de símbolos, visto que as aves do céu representam o mal não somente aqui mas também na parábola do semeador. A própria história da igreja o confirma, pois ela se corrompeu sob o imperador Constantino que lhe deu uma posição e patronato imperiais que lhe eram impróprios. Veja Mt 13:32 n. Por outro lado, a exposição tradicional é mais natural, e consona melhor com os sentimentos gerais do capítulo que exalam otimismo e confiança no triunfo final da Palavra de Deus.

    Uma declaração do evangelista ultima os ensinos sobre o propósito e os princípios parabólicos. O reino de Deus era completamente diferente do que muitos pensavam, e as parábolas serviam muito bem para desarraigar aquelas noções erradas, onde ensinos diretos não teriam sido aceitos. Revelou-se a natureza do reino ao povo mais por comparação do que por definição. Aos discípulos, porém, Jesus explicava em particular seus ensinos mais minuciosamente.


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41

    14. O solo das Almas (Marcos 4:1-20)

    Ele começou a ensinar de novo à beira-mar. E uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra.E Ele estava ensinando-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, "Ouça a esta! Eis que o semeador saiu a semear; como ele estava semeando, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda. E depois que o sol tinha subido, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na, e não deu safra. Outras sementes caíram em boa terra, e, como eles cresceram e aumentaram, eles produziram uma safra e produziu trinta, sessenta e cem por um. "E Ele estava dizendo:" Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça. "Como Assim que Ele estava sozinho, seus seguidores, juntamente com os doze, começou perguntando a ele sobre as parábolas. E ele estava dizendo-lhes: "A vós foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora colocar tudo em parábolas, para que, enquanto vendo, vejam e não percebam, e, ouvindo, ouçam e não entender, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado. "E disse-lhes:" Não compreendeis esta parábola? Como você vai entender todas as outras parábolas? O semeador semeia a palavra. Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos; esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um "(4: 1-20).

    A nação de Israel, desde o início do primeiro século, foi dominada por expectativa messiânica. O povo judeu imaginou um libertador que iria resgatá-los da ocupação romana, restaurar a glória nacional de Israel tudo o que havia sido perdida nas mãos dos opressores estrangeiros, como os assírios, babilônios, gregos e romanos.

    Como os leitores dedicados do Antigo Testamento, eles olharam para as extensas promessas do reino de Messias com grande expectativa, convencido de que ele iria restabelecer o trono de Davi em Jerusalém e exaltar Israel acima de todas as outras nações. Nos tempos do Novo Testamento, a única dinastia real em Israel era a de os Herodes, que governou por consentimento de Roma. Mas Herodes, o Grande e seus filhos foram edomitas, descendentes de Esaú, que repetidamente colocar seus próprios interesses acima dos interesses dos judeus. Sob o domínio romano, as pessoas eram obrigadas a pagar impostos pesados ​​para César (conforme 13 41:2-17'>Marcos 2:13-17), uma lembrança dolorosa de sua escravidão nacional cansativo. Muitas vezes, o alvo da brutalidade Roman, em parte por causa de seu estrito monoteísmo, o povo judeu tornou-se cada vez mais ressentida com o jugo imperial eles foram forçados a suportar. Como o peso da opressão estrangeira cresceu mais pesado, as chamas de antecipação messiânica queimado cada vez mais brilhante.

    Quando João Batista começou a pregar no deserto, declarando-se o precursor do Messias (conforme Mc 1:2). As mesmas multidões que esperavam a Sua vinda se voltaram contra ele, acabou chorando por sua morte. Como Pedro disse a um público judeu no templo, "O Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou seu servo Jesus, a quem vós entregastes e rejeitado na presença de Pilatos, quando ele tinha decidido soltá-lo. Mas você renegou o Santo e Justo, e pediu um assassino a conceder a você, mas condenado à morte o Príncipe da vida, aquele a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, um fato de que nós somos testemunhas "(13 44:3-15'>Atos 3:13 —15).Inconcebivelmente, Israel odiava o ungido de Deus, o Messias, mesmo num momento em que a antecipação para Sua chegada nunca tinha sido mais fervorosa. Preocupado com a libertação político prometido no Antigo Testamento, o povo judeu cegamente ignorado o fato de que o mesmo Antigo Testamento também predisse que o Messias deve primeiro sofrer e morrer (conforme Sl. 22: 1-18; Is 52:13). Como Pedro passou a explicar: "As coisas que Deus anunciadas de antemão pela boca de todos os profetas, que o seu Cristo iria sofrer, assim, Ele cumpriu" (At 3:18).

    O Senhor Jesus, é claro, retornar em um dia futuro para estabelecer o Seu glorioso reino de Jerusalém (Apocalipse 19:11-20: 6). Naquela época, todo o Antigo Testamento promete ao seu povo sobre o Seu reino terrestre será perfeitamente observadas (por exemplo, Isa. 9: 6-7; 11: 4-5; Is 24:23; 33: 17-22; 42: 3-4; 49: 22-23; 60: 1-62: 7; Jer 33: 14-21).. Mas, em sua primeira vinda, Jesus veio como o último Cordeiro sacrificial quem arcaria com a pena do pecado, morrendo na cruz (conforme 2 Phil:. 5-11; I Pedro 2:21-25). O próprio Jesus declarou Sua missão com estas palavras: "Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mc 10:45). Claramente, seu papel como o Servo Sofredor não correspondia às expectativas prevalecentes de um príncipe guerreiro que iria derrotar os romanos. Embora houvesse uma grande quantidade de interesse superficial em milagres de Jesus, o número de verdadeiros discípulos foi relativamente pequeno.

    Deve ter sido difícil para os discípulos de Jesus para entender por que tão poucos do povo judeu, e, especialmente, os líderes religiosos, creram nele. Em numerosas ocasiões, eles tinham testemunhado Jesus exercer o poder divino sobre os demônios, doenças e até mesmo a morte. Eles sabiam que Ele era o Messias (conforme Mc 8:29). Jesus se referiu a eles como membros de Sua família espiritual (Mc 3:34), porque obedeceu a vontade do Pai, crendo no Filho (Jo 6:40). Mas eles estavam em minoria, compreendendo apenas um pequeno rebanho (conforme Jo 10:27).

    Instituição religiosa de Israel trabalhou incansavelmente para desacreditar Jesus na mente das pessoas. Eles afirmaram: "Ele expulsa os demônios pelo príncipe dos demônios" (Mc 3:22). As multidões que vieram ouvir Jesus encontraram-se presos entre uma curiosidade superficial em seus milagres e um desejo de não ofender os líderes religiosos (conforme Jo 2:24-25). Mesmo alguns dos fariseus experimentado isso muito a tensão: "No entanto, muitas mesmo dos governantes creram nele, mas por causa dos fariseus não estavam confessando-O, por medo de que eles seriam expulsos da sinagoga; Porque amavam a aprovação dos homens, em vez de a aprovação de Deus "(João 12:42-43). O medo do homem, junto com o alto custo do discipulado, causou muitos que foram inicialmente atraídos por Jesus para, eventualmente, cair fora (conforme Jo 6:66).

    Por que isso aconteceu? Como poderia o Messias esperado ser tão amplamente rejeitado pelo seu próprio povo? O poder de Jesus era inconfundivelmente divina. Seu ensinamento foi autorizada; Seus milagres, wondrously sobrenatural; Sua vida, sem pecado; Sua popularidade, sem precedentes. No entanto, no final do Seu ministério terreno, Seu grupo de seguidores apenas numeradas cerca de 500, provavelmente na Galiléia, e 120 em Jerusalém (conforme At 1:15; 1Co 15:6: "Senhor, são apenas alguns que se salvam?" Jesus já tinha respondido a essa pergunta no Sermão da Montanha. "Entrai pela porta estreita; por larga é a porta e o caminho é largo que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela. Porque a porta é pequena e o caminho é estreito que leva à vida, e poucos há que a encontrem "(13 40:7-14'>Mateus 7:13-14.). Claramente, Jesus enfatizou a exclusividade estreito do Evangelho. Mesmo assim, aqueles que realmente acreditava nele deve ter se perguntado por que a maioria de seus compatriotas rejeitaram o Messias, mesmo depois de muitos tiveram inicialmente respondeu-lhe com entusiasmo e fascinação.

    Para ajudar seus discípulos compreender a causa da crescente rejeição de Israel, Jesus criou uma parábola explicativas elaboradas diretamente do mundo agrícola do primeiro século. Em Marcos 4:1-9, Ele simplesmente descreveu a realidade de diferentes tipos de solo para as multidões de escuta. Ele, então, articulou o propósito por trás de suas parábolas nos versículos 10:13, mas apenas aos Seus seguidores.Nos versículos 14:20, Ele explicou-lhes que o ponto dessa parábola era para ilustrar a razão básica para as respostas das pessoas ao evangelho.

    A parábola: Uma história sobre Solos

    Ele começou a ensinar de novo à beira-mar. E uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra.E Ele estava ensinando-lhes muitas coisas em parábolas, e lhes dizia no seu ensino, "Ouça a esta! Eis que o semeador saiu a semear; como ele estava semeando, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e comeram. Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra; e logo nasceu, porque não tinha terra profunda. E depois que o sol tinha subido, queimou-se; e porque não tinha raiz, secou-se. Outras sementes caíram entre os espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na, e não deu safra. Outras sementes caíram em boa terra, e, como eles cresceram e aumentaram, eles produziram uma safra e produziu trinta, sessenta e cem por um "(4: 1-8).

    Depois de Sua família veio para encontrá-lo em uma aparente tentativa de levá-lo de volta para Nazaré (Mc 3:21, Mc 3:32), Jesus deixou a casa em que ele estivera ministrando e retirou-se para as margens do Mar da Galiléia. Há, ainda cercado por uma multidão de pessoas, começou a ensinar de novo à beira-mar. Mais cedo naquele mesmo dia (Mt 13:1). Em resposta, o Senhor os advertiu sobre o perigo eterno de blasfemar contra o Espírito Santo, assim, que estava no trabalho por meio dele (vv. 28-29).

    Embora Ele havia sido rejeitado e repudiado pela elite religiosa de Israel por causa de suas palavras, Jesus manteve-se popular com as pessoas comuns por causa de suas obras. As multidões massivas o obrigou a passar longos períodos em áreas rurais, longe das cidades, a fim de acomodar todos os que vieram a ele por causa de seus milagres (conforme 01:45). Nesta ocasião, como em outros (conforme 3: 9), uma grande multidão tão reuniu-lhe que ele entrou num barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra. A fim de enfrentar toda a multidão, Jesus pôs algum espaço entre ele e os mob pressionando por entrar em um barco navio-que —likely uma pequena pesca foi empurrado apenas offshore. Em estilo típico rabínica, o Senhor sentou-se para ensinar. Isso também lhe proporcionou estabilidade devido ao balanço do barco. De acordo com Mt 13:2). O propósito das parábolas era esclarecer a verdade a crentes e escondê-lo dos incrédulos. Nesse sentido, eles foram uma bênção e um julgamento. O termo parabole (parábola) vem de duas palavras: gregopara, ou seja, ao lado de, e Ballo , ou seja, para colocar ou leigos. A idéia é a de fazer uma comparação, colocando algo junto com algo mais por uma questão de ilustração ou explicação. Como analogias ou contos estendidos, parábolas utilizadas práticas ou objetos familiares para elucidar as verdades espirituais desconhecidos ou complexos. Eles representavam uma forma comum de ensino rabínico, com o termo que aparece cerca de quarenta e cinco vezes na Septuaginta (a versão grega do Antigo Testamento).

    Como Jesus introduziu a parábola dos solos, começou por dizer a eles em seu ensinamento, "Escutem isso!" O comando de atenção As palavras ressaltou a importância de que ele estava prestes a dizer. O Senhor escolheu uma cena bem conhecido para a definição da parábola dos solos. Sem dúvida, muitos de seus ouvintes eram os próprios agricultores. Eles sabiam, por experiência própria, o que significou para o semeador para ir para fora para semear seus campos. Todo mundo em que a sociedade predominantemente agrária no primeiro século Israel estava bem familiarizado com a analogia Jesus usado.Campos de grão cobriu a paisagem da Galiléia. Um homem içar um saco de sementes por cima do ombro e dispersando sementes como ele lentamente atravessado seu campo franzida teria sido uma visão familiar.

    Ouvintes de Jesus eram igualmente ciente dos tipos de solo em que as sementes possam cair como o semeador foi de semeadura. Dispersão de sementes por mão significava que algumas das sementes inevitavelmente caiu em vários tipos de solo pobre. Algumas sementes foi obrigado a cair ao lado da estrada , uma referência aos caminhos estreitos que cruzavam a paisagem galileu, separar campos e fornecer tanto os agricultores e viajantes acessar através do campo. Jesus e seus discípulos tinham anteriormente caminhava tal estrada , quando os fariseus os confrontaram para a colheita de grãos no sábado (Marcos 2:23-28). Esses caminhos foram seco e sem proteção do clima quente e árido. Devido ao tráfego repetido pé, estradas foram duro embalado, quase como pavimento, o que torna quase impossível para qualquer semente que caiu lá para penetrar no solo e raízes. Porque semente que caiu ao lado da estrada ficou exposto ao lado do caminho empoeirado, não demorou muito para que os pássaros vieram e as comeram. Eles seguiram o semeador, voando atrás e esperar até que o semeador tinha se mudado para outra parte do campo, em Para swoop para baixo e comer a semente de fácil acesso. Quaisquer que sejam as aves perdidas seriam "pisada" (Lc 8:5, "Os discípulos vieram e disseram a Ele: "Por que lhes falas em parábolas?" "Eles não entendiam por que Jesus escolheu para abordar as multidões usando analogias inexplicáveis ​​e enigmas espirituais. Por que Ele contar histórias sem explicar o que quis dizer? Em parte, a consternação dos discípulos foi motivado por sua própria falta de compreensão (Mc 4:13). Mesmo que eles não sabem como interpretar a parábola até que o Senhor explicou o significado para eles.

    Jesus ofereceu uma explicação dupla para usar parábolas: para esconder a verdade do coração duro enquanto revelando-lo para aqueles que acreditavam. Assim, Ele estava dizendo a eles: "Para você [que acreditam em mim] foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora [que rejeitaram Me] colocar tudo em parábolas. " Os seguidores de Cristo possuía os ouvidos para ouvir, e Jesus de bom grado divulgado o significado para eles. Quando Jesus contou uma parábola para os que acreditavam, era uma revelação da graça que fez a verdade espiritual clara.

    A palavra mistério ( musterion ) refere-se a verdade espiritual que estava oculto, mas agora foi revelado. Nos tempos modernos, a palavra "mistério" é muitas vezes usado para falar de acontecimentos inexplicáveis, crimes não resolvidos, ou o enredo intrigante de um romance policial. Na Roma antiga, os membros de cultos pagãos, chamadas "religiões de mistério", desenvolvido ritos clandestinos e orgulhavam-se de posse de conhecimentos secretos. Nas Escrituras, mistério não se refere a qualquer uma dessas idéias. Mistérios do Novo Testamento consistem em revelações e explicações da verdade divina que não foram totalmente compreendidas pelos crentes antes era do Novo Testamento.

    Neste contexto, o mistério é o reino de Deus, uma referência ao reino da salvação. Embora Deus reina sobre tudo e todos, o reino da salvação consiste apenas aqueles que pertencem a Ele através da fé salvadora. Porque eles têm realmente abraçou Jesus Cristo como Salvador e Senhor, os crentes foram resgatados por Deus "a partir do domínio das trevas e transferido ... para o reino do seu Filho amado, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" (13 51:1-14'>Colossenses 1:13-14). Além disso, eles foram adotados na família de Deus (Rom. 8: 14-17). Eles já não pertencem a este sistema mundial (conforme I João 2:16-17). Em vez disso, eles são cidadãos do céu (Fp 3:20), seu verdadeiro lar.

    As parábolas de Jesus serviu a um propósito completamente diferente para os incrédulos: para esconder a verdade deles. Para aqueles que estavam do lado de fora do reino, como os líderes religiosos que tinha acabado de declarar que Jesus é demoníaca (Mc 3:22), as parábolas foram deixados sem explicação e, portanto, soou como nada mais do que enigmas. O fato de que, a partir deste ponto em diante, o povo iria colocar tudo em parábolas foi um ato de juízo divino sobre sua incredulidade persistente (conforme 13 34:40-13:35'>Mt 13:34-35.). Jesus ilustrou este ponto referenciar Isaías 6:9-10para que ao ver, eles podem ver e não perceber, e, ouvindo, ouçam e não entendam, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado. Apesar de escrito há cerca de sete séculos antes , aquelas palavras de Isaías forneceu uma descrição apropriada dos incrédulos israelitas nos dias de Jesus. Durante o ministério de Isaías, as pessoas ignoraram repetidamente advertências do profeta até que as suas consciências estavam tão cauterizada, e seus sentidos espirituais tão entorpecida, que já não tinha qualquer capacidade de compreender ou responder. Deus permitiu que a endurecer o coração, a ponto de eles não podiam mais se arrepender. Consequentemente, o juízo divino sobre Israel, executado através do instrumento de exércitos invasores de Nabucodonosor, tornou-se inevitável. As parábolas de Jesus representava uma forma semelhante de julgamento sobre a incredulidade intratável Ele encontrou no primeiro século. Devido à rejeição do povo repetida de Seus ensinamentos claros e milagres inegáveis, a partir deste ponto em diante Jesus iria enquadrar Seus ensinamentos de uma maneira que não conseguia entender. Incapaz de compreender a verdade, eles nunca iria voltar e ser perdoado. Assim, eles teriam de enfrentar a ira de Deus. Historicamente, o julgamento divino veio sobre a nação apóstata de Israel no D.C 70, quando Jerusalém foi destruída pelos romanos. Eternamente, que o julgamento veio quando aqueles que haviam rejeitado Jesus morreu e foram lançados os tormentos eternos do inferno.

    Ambas as multidões de curiosos e os líderes religiosos tinham sido dadas mais de tempo e provas suficientes para concluir que Jesus era o Messias. Sua incredulidade persistiu, crescendo cada vez mais firme, até que passou o ponto de não retorno (conforme Marcos 3:28-30). Consequentemente, o julgamento divino havia se estabelecido. Sua rejeição voluntária do Filho de Deus levou a rejeição judicial de Deus deles. Deus confirmou-los na sua resoluta dureza de coração, o que lhes permite permanecer cimentado em sua própria incredulidade. Porque sua rejeição era final, tinha chegado o momento em que eles deixariam de ser dada a mensagem.

    Jesus dirigiu o foco de volta para os seus discípulos, quando Ele lhes disse: "Vocês não entendem esta parábola?" É claro que eles não fizeram. Ele continuou: "Como você vai entender todas as outras parábolas?" Ao pedir que a segunda questão, o Senhor motivou-os a ouvir atentamente como explicou o seu significado. Como as palavras de Jesus indicam, a compreensão da parábola dos solos foi a chave para interpretar quaisquer parábolas subseqüentes. Se os discípulos não podiam compreender essas verdades fundamentais sobre a salvação e do evangelho, eles não seriam capazes de compreender as verdades posteriores que construíram sobre essa base. Em um nível prático, foi crítico para os discípulos de Jesus para entender por que sua mensagem estava sendo rejeitada por muitos. Eles, também, seria arautos do evangelho que iria experimentar um tratamento semelhante dos incrédulos. No entanto, os seus esforços evangelísticos não seria em vão. Embora nem todos quiseram ouvir, alguns, e aqueles que responderam com fé iria dar frutos abundantes.

    O Point: O significado da parábola

    O semeador semeia a palavra. Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos;esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um "(4: 14-20).

    Embora esta parábola é popularmente conhecida como a "parábola do semeador," o semeador não é de todo o foco da analogia de Jesus. Na verdade, não há detalhes sobre o semeador são dadas. A semente que é semeada é a palavra de Deus, a mensagem bíblica da salvação (conforme Lc 8:11). Em Mt 13:37, ao explicar a parábola do joio e do trigo, Jesus observou que "Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem." A missão de Jesus era pregar "o evangelho de Deus" (Mc 1:14). As palavras de Jesus teria sido tanto esclarecimento e incentivo aos discípulos-a quem Ele iria em breve comissão de pregar o evangelho a todas as nações (conforme Mat. 28: 18-20). Por um lado, esta parábola preparou os discípulos para a sua tarefa de evangelização, equipando-os a esperar alguns para responder positivamente ao evangelho enquanto outros rejeitam. Por outro lado, ele encorajou-os com o conhecimento de que Deus já estava trabalhando nos corações de Seu solo de modo que ela estaria pronta para receber a semente do evangelho-cultivando eleitos.

    O Senhor estava preparando Seus discípulos, e todas as gerações subseqüentes de evangelistas cristãos, que esperar quatro respostas básicas para a pregação do evangelho: o indiferente, o superficial, o mundano, eo receptivo.

    O sem resposta, Roadside Soil

    Estes são os que estão ao lado da estrada, onde a palavra é semeada; e quando eles ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. (4:15)

    O disco, sujeira incultas que cobria as vias por toda a Galiléia, desde a analogia perfeita para um coração duro, não receptivo. Os que estão à beira da estrada, onde a palavra é semeada são tão calejada por sua incredulidade que a semente do evangelho é incapaz de penetrar em tudo. O mesmo sol que dá vida à semente plantada em terra boa endurece o barro da incredulidade no coração dos estes rejeitam.A razão pela qual essas pessoas não conseguem receber o evangelho não é devida a qualquer deficiência em qualquer um a habilidade do semeador ou o poder da semente, mas sim a sua própria incredulidade deliberada. Tendo continuamente resistiu a verdade sobre Cristo, seus corações se tornaram duros como pavimento. Sua animosidade calejada para a verdade é tão grande que, quando ouvem, vem logo Satanás e tira a palavra que foi semeada neles. Recusando-se a acreditar, eles permanecem escravizados para o príncipe das trevas (Ef 2:1-2. ).

    Satanás (o "maligno", Mt 13:19) é "o deus deste mundo [que] cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é à imagem de Deus "(2Co 4:4), estavam em agentes realidade de Satanás (Jo 8:44). Eles se opuseram abertamente à Jesus e negou Sua autoridade (conforme Mc 2:7). Eles promoveram um sistema externo de obras justiça que foi diametralmente oposto ao verdadeiro evangelho da graça (conforme Mt 23:1; Jo 12:42). Nos séculos que, Satanás continuou a utilizar falsos mestres, religião hipócrita, e o medo de homens para manter o evangelho de penetrar corações incrédulos.

    O Superficial, Stony Soil

    De forma semelhante estes são os que em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria; e eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários; então, quando sobrevindo tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo se escandalizam. (4: 16-17)

    Quando a semente caiu no solo pedregoso, ele penetrou no solo e até mesmo brotaram rapidamente, mas logo morreu. O solo pedregoso, então, representa as pessoas que, apesar de seu entusiasmo inicial, em última análise, rejeitam o evangelho. Porque a fé não é genuína, Jesus comparou-os de uma forma similar aos descritos pelo solo de beira de estrada. A única diferença é que a sua dureza de coração não é inicialmente aparente, sendo enterrado sob a superfície.

    Na primeira, o solo pedregoso parece ser bom. Como Jesus explicou, estas são as únicas em que foi semeado em solo rochoso, que, quando ouvem a palavra, logo a recebem com alegria. A resposta inicial de alguns para o evangelho é emocional e dramática. Cada indicação externa parece indicar fé genuína. Na realidade, porém, a sua fé é superficial e temporária. Seus sentimentos foram afetados, mas seus corações não foram transformados. Consequentemente, eles não têm raízes firmes em si mesmos, mas são apenas temporários. Sob a fina camada de entusiasmo para o exterior encontra-se uma camada impenetrável de incredulidade impenitente, como uma fita de rocha que não é imediatamente visível.

    A superficialidade do seu compromisso é evidenciado quando tribulação ou perseguição por causa da palavra. Forçado a contar o custo de seguir a Cristo, a verdadeira natureza de seu interesse no evangelho se torna evidente. Em vez de suportar sofrimentos por causa do evangelho, sua fé desmorona ao primeiro sinal de auto-sacrifício e problemas. Incapaz de perseverar, porque a sua fé no evangelho não ir mais fundo do que a superfície, logo se escandalizam sob a pressão de dificuldades.

    A frase cair traduz uma forma da palavra grega skandalizō , ou seja, de ofender ou causar a tropeçar, a partir do qual a palavra Inglês "escandalizar" é derivado. Quando sua fé é posta à prova (conforme Jo 8:31; 1Jo 2:19), estes falsos crentes tropeçar, cair, e estão escandalizados por causa da perseguição que eles enfrentam. Por causa de sua fé em Cristo carece de uma verdadeira tristeza pelo pecado, um arrependimento sincero, uma fome sentido para justiça, e um profundo amor pelo Salvador, nunca verdadeiramente se enraizou. Inevitavelmente, quando as coisas ficam difíceis, eles abandonam o seu compromisso superficial ao Senhor. Os verdadeiros crentes, pelo contrário, possuem uma fé que perdura perseguição e até mesmo martírio por causa do seguimento de Cristo (conforme Lucas 9:23-25; 2Tm 3:12.).

    A Mundana, espinhoso Soil

    E os outros são aqueles em que foi semeado entre os espinhos; esses são os que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. (4: 18-19)

    Os queridos em que foi semeado entre os espinhos, como o solo rochoso, boa aparência na superfície, mas debaixo da terra está contaminada por espinhos dormentes e ervas daninhas. A palavra espinhosakantha ) refere-se a um espinhoso espinheiro comum para a terra de Israel e frequentemente encontrado em solos cultivados. (Essa mesma palavra é usada em Mt 27:29 para se referir à coroa de espinhos colocada sobre a cabeça de Jesus na Sua crucificação.) Quando a semente começa a crescer, um espinhosos brotos de ervas daninhas ao lado dele, acabou sufocando a planta boa assim que ele não pode dar fruto. O solo infestado de erva daninha representa aqueles que ouviram a palavra, mas os cuidados do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas entrando, sufocam a palavra, e ela fica infrutífera. Ao contrário do coração duro resistência do solo da estrada ou para o emocionalismo superficial do solo rochoso, os representados pelo solo espinhoso são de ânimo dobre. Ao invés de possuir um amor singular para Cristo, os seus corações permanecem cativado por um amor para o mundo. Sua preocupação com as preocupações do mundo, a sedução das riquezas e os desejos de outras coisas expõe a verdadeira lealdade de seus corações. Como Jesus explicou, no Sermão da Montanha,

    Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça ea ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça ea ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem roubam; para onde o seu tesouro, aí estará o seu coração também ... Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (Mateus 6:19-21, Mt 6:24; conforme Mc 10:25; 1Tm 6:17.).

    Poucas barreiras para o evangelho são mais enganoso ou mortal do que o mundanismo e do amor ao dinheiro. O apóstolo Paulo alertou que "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e alguns por anseio por ela se desviaram da fé e se atormentaram com muitas dores" (1Tm 6:10). O apóstolo João emitiu uma advertência semelhante:

    Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. O mundo está passando, e também as suas concupiscências; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre. (I João 2:15-17)

    Um amor para o mundo e um amor para a palavra são incompatíveis e mutuamente excludentes; um vai sufocar a outra. Aqueles que verdadeiramente amam a Cristo vai abandonar o mundo. Por outro lado, aqueles que amam o mundo vai abandonar Cristo e, assim, ser espiritualmente infrutífera.

    O Bom, Receptivo Soil

    E esses são os que em que foi semeado em boa terra; e ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto, trinta, sessenta e cem por um. (04:20)

    Jesus contrasta os três tipos de solo pobre com o solo macio, limpo, e fértil da verdadeira crença. Ele descreve como autênticos discípulos . aqueles em que foi semeado em boa terra Seus corações foram preparadas pelo próprio Deus (conforme Jo 6:44, Jo 6:65), cultivada e lavrados pelo Espírito Santo (conforme João 16:8 —11), de modo que quando ouvem a palavra, eles aceitá-lo (conforme palavras de Paulo em 1Ts 2:13: ". Por esta razão, nós também agradecer constantemente a Deus que quando recebeu a palavra de Deus que de nós ouvistes , a recebestes, não como palavra de homens, mas por aquilo que ele realmente é, a palavra de Deus, que também realiza o seu trabalho em vós que credes "). A verdade da Palavra de Deus tem raiz profunda neles. Nem Satanás nem o mundo pode impedir o efeito de salvar o evangelho quando é depositado em um coração preparado por Deus para recebê-lo. Ao incluir o bom solo na parábola, Jesus procurou incentivar a Seus discípulos e, por extensão, todos os outros crentes que proclamam a verdade do evangelho. Apesar de muitos ouvintes irão rejeitar o evangelho, devido à dureza, superficialidade, e mundanismo-sempre haverá alguns que Deus tem preparado para receber a boa notícia da salvação (conforme Isa. 6: 8-13).

    Os verdadeiros crentes, aquelas caracterizadas pela boa terra, não se limitam a aceitar o evangelho mentalmente, eles são transformados por ele por meio do poder do Espírito Santo. Consequentemente, eles inevitavelmente e necessariamente dar frutos. Como Jesus explicou aos Seus discípulos em João 15:5-8, usando uma metáfora agrícola diferente:

    Eu sou a videira, vós sois os ramos; Aquele que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, é lançado fora, como um ramo e seca; e os colhem, e lançá-los no fogo, e ardem ... Meu Pai é glorificado por este, em que deis muito fruto, e assim sereis meus discípulos.

    Como as palavras de Jesus indicam, frutífera é a marca final daqueles que realmente acreditam (Jo 8:31; Jo 14:15). Tendo sido vivificado pelo Espírito de Deus (conforme Ef. 2: 4-5), eles produzem "frutos dignos de arrependimento" (Mt 3:8 ; conforme Cl 1:6).. (. Ef 2:8-9) Embora os crentes não são salvos por fazer boas obras, aqueles que verdadeiramente são salvos vão dar provas da sua nova vida em Cristo através do fruto da obediência (Ef 2:10; conforme Mt 7.. : 16-20; 2Co 5:17)..

    Jesus incluiu muitas vezes um elemento surpreendente em suas parábolas. A colheita Ele descreveu aqui, de trinta, sessenta e cem por um, foi muito além de qualquer coisa que os agricultores no primeiro século experientes. Esses números representam os rendimentos de 3000, 6.000, e 10.000 por cento. Como observado acima, os rendimentos naturais foram menos do que oito vezes, e que produziu uma colheita de dez vezes teria sido extraordinário. No entanto, os campos de que Jesus falava eram exponencialmente mais produtivo. Quando o evangelho sai, pelo poder do Espírito de Deus, os resultados são sobrenaturais.

    Todos os crentes são chamados a ser testemunhas do Evangelho de Jesus Cristo (conforme Mt 28:18-20.). Eles não são para mexer com a semente, nem podem cultivar o solo. Pelo contrário, são para lançar fielmente a mensagem do evangelho. Como eles fazem, eles podem esperar as respostas que recebem a cair em uma dessas categorias. Alguns vão rejeitar completamente, devido à dureza de coração. Outros vão demonstrar um interesse superficial, apenas para cair fora quando as dificuldades vem. Ainda outros professam o amor por Cristo, ao mesmo tempo nutrir um carinho mortal para o mundo. Por fim, haverá alguns que realmente receber o evangelho. Eles vão voltar-se humildemente de seus pecados e de todo o coração abraçar o Senhor Jesus como seu Salvador e Rei. A autenticidade da sua profissão será demonstrado pelo fruto abundante de suas vidas transformadas, como andam em obediência e fé.

    Por um lado, sabendo que muitos irão rejeitar o evangelho capacita os crentes a se aproximar evangelismo com as expectativas apropriadas. Por outro lado, sabendo que alguns vão realmente acredito que deveria servir como um grande incentivo. Na evangelização, os cristãos têm o privilégio de participar de uma empresa que não pode falhar. Aqueles a quem Deus é soberanamente desenhar a si mesmo será salvo. Se Ele preparou o solo de seus corações, a semente será invariavelmente criar raízes e dar frutos abundantes.

    Embora possa haver muitas explicações de por que as pessoas rejeitam a mensagem da salvação, o verdadeiro arrependimento só é explicável como uma obra sobrenatural de Deus (conforme 2Tm 2:25). Todos os pecadores nascem com corações que são difíceis, superficial e mundana. Falando de seu estado preconversion, Paulo disse aos Efésios,

    E vocês estavam mortos em seus delitos e pecados, nos quais você anteriormente andou de acordo com o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. Entre eles também todos nós outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. (Ef. 2: 1-3)

    O coração não redimida é incapaz de fazer-se pronto para receber o evangelho. Só Deus pode transformar o que é frio, insensível, e morto em algo vibrante, receptiva, e cheio de vida. Como Paulo chegou a dizer: "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos) "(vv. 4-5).
    Que consolo é saber que o preparo do solo é obra de Deus. Ele fornece tanto a semente da Sua Palavra e do poder do seu Espírito. Ele prepara o solo, trabalhando nos corações de todos aqueles que Ele está atraindo a Si mesmo. A tarefa do evangelista é simplesmente esta: para disseminar a semente através da proclamação do Evangelho fiel. Tendo cumprido essa responsabilidade, os crentes podem descansar na soberania de Deus, sabendo que a Sua Palavra dará frutos no coração e na vida daqueles a quem chamou.


    15. Ouvintes frutíferos (Marcos 4:21-34)

    E ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não é para ser posta debaixo do alqueire, é isso, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? Pois nada está oculto, senão para ser revelado; nem tem sido tudo em segredo, mas que viria à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. "E ele estava dizendo a eles:" Cuide o que você ouve. Por seu padrão de medida que será usada para medir vocês; e mais serão dadas por acréscimo. Por que tem, dar-lhe mais será dado; e quem não tem, até aquilo que tem lhe será tirado dele "e ele estava dizendo:" O Reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra.; e ele vai para a cama à noite e se levanta por dia, e a semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. Mas quando as licenças de colheita, ele imediatamente mete a foice, porque é chegada a ceifa. "E Ele disse:" Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos ; de modo que as aves do céu podem aninhar sob a sua sombra "Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo.; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular aos seus próprios discípulos. (4: 21-34)

    Nada se compara remotamente para a maravilha da boa notícia de que Deus deu Seu Filho para morrer como um sacrifício pelo pecado para que os rebeldes indignos pode ser reconciliada com Deus por meio de Cristo (2 Cor. 5: 18-21). O fato de que a salvação é inteiramente uma obra da graça de Deus para além de qualquer esforço hipócrita só contribui para a maravilha. Como o apóstolo Paulo explicou em Efésios 2:8-9: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não como resultado de obras, para que ninguém se glorie ". João Crisóstomo, o pregador do século IV, em comparação essa realidade notável para um sonho que era tão incrível que parecia bom demais para ser verdade. Como ele explicou:

    Porque, assim como as pessoas, ao receber algum grande bem, se perguntar se não é um sonho, como não acreditando; por isso, é com relação aos dons de Deus. O que então era isso que foi pensado incrível? Que aqueles que eram inimigos e pecadores, justifica-se pela lei nem obras, deve de imediato através da fé somente ser avançado para o mais alto favor, ... [e] que uma pessoa que tinha mal gasto toda a sua vida anterior em ações vãs e ímpio depois ser salvo somente pela sua fé. (João Crisóstomo, Homilia em I Timóteo 1:15-16, citado em Joel C. Elowsky, nós cremos no Espírito Santo [Downers Grove, IL: InterVarsity, 2009], 98)

    Essa é a natureza magnífica do evangelho. O totalmente underserving são elevados a uma posição de privilégio mais alto não por mérito próprio (conforme Ef. 2: 4-7). Deus resgata antigos escravos do pecado do reino das trevas e os transfere "para o reino do Filho do seu amor" (Cl 1:13). Eles tornam-se cidadãos do céu (Fp 3:20.), Herdeiros da vida eterna (Tt 3:7).

    Tendo em conta que não há notícias se pode comparar com a boa notícia da salvação, o fato de que a maioria se recusam a aceitá-lo é chocante e trágico. O próprio Jesus ilustra essa verdade dizendo a parábola dos solos (Marcos 4:3-20). Algumas pessoas rejeitam o evangelho, logo que ouvi-lo. Jesus comparou sua dureza de coração ao solo impenetrável, pavementlike pela estrada (15 v.). Outros respondem com exuberância superficial. Quando os tempos de dificuldades e perseguições surgir, eo emocionalismo inicial desaparece, eles se desviam. O Senhor comparou esses indivíduos para, solo raso rochoso, em que a verdadeira fé nunca se enraíza (vv. 16-17). Um terceiro tipo de solo também parece ser bom na superfície, mas é, na verdade, infestada de espinhos. As pessoas nesta categoria também reagem ao evangelho com interesse inicial. Mas os cuidados do mundo e da busca de riquezas, como ervas daninhas sufocantes, sufocar um genuíno amor por Cristo (vv. 18-19). Em contrapartida, o bom solo representa aqueles que abraçam o evangelho e ter quantidades variadas de frutas ", trinta, sessenta e cem por um" (v. 20).

    Na diferenciação solo bom do ruim, Jesus destacou uma diferença fundamental entre os dois. O bom solo é composta por aqueles que "ouvem a palavra e aceitá-lo e dar fruto" (v. 20). Em outras palavras, aqueles que realmente ouvir o evangelho são aqueles que aceitam e dão fruto. Muitos podem professar a "ouvir" a mensagem da salvação, mas os verdadeiros ouvintes são, invariavelmente, caracterizada pela obediência frutífera. O tema da audiência percorre as parábolas contadas em Marcos 4:1-34. No versículo 9, Jesus disse à sua audiência, "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça." Ele ressaltou a importância de que a frase, repetindo-o no versículo 23. Seu ponto era simples: os verdadeiros discípulos ouvir ansiosamente e obedientemente. Como aqueles cujos corações e mentes foram abertos para a verdade pelo Espírito Santo, autênticos discípulos de Jesus gostam de ouvir e obedecer à Sua Palavra (Jo 8:32; conforme 10: 3-4, Jo 10:27). A verdade divina encontrou uma casa em seus corações. Eles se deleitam nela, apresentar-lhe, e deis fruto, colocando-o em prática e ao anunciá-la aos outros.

    A parábola dos solos enfatizou a importância de ser um ouvinte frutífera por distinguir o solo bom do ruim. Nesta passagem (4: 21-34), Jesus articulou três parábolas adicionais que se expandem sobre esse tema. O Senhor indicou que a compreensão da parábola dos solos foi a chave para a compreensão dessas parábolas posteriores (v. 13). Estas parábolas, portanto, não devem ser consideradas como histórias desconectados. Ilustrações Em vez disso, eles estão inter-relacionados cuidadosamente arranjadas por Jesus para fazer uma verdade divina clara. Tendo identificado os seus discípulos como aqueles que são ambos capazes de perceber a verdade divina e equipado para proclamar essa verdade aos outros, Jesus usou estas parábolas identificar quatro características dos ouvintes frutíferas: eles testemunham obedientemente, trabalhar com expectativa, esperar dependente, e caminhe confiante.

    Frutífera Ouvintes Testemunha Obediente

    E ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não é para ser posta debaixo do alqueire, é isso, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? Pois nada está oculto, senão para ser revelado; nem tem sido tudo em segredo, mas que viria à luz. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça "(4: 21-23).

    Na parábola dos solos, Jesus usou bom solo para representar crentes que ouviram o Evangelho, recebê-lo, e, consequentemente, dar fruto duradouro. Cristãos demonstram vida espiritual por meio do arrependimento e abandono do pecado (Mt 3:8.). Paulo delineou os elementos de atitudes espirituais em sua carta aos Gálatas: "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio; Contra estas coisas não há lei "(5: 22-23). O apóstolo semelhante abordou o comportamento dos crentes em seu comando aos Colossenses: "Ande de modo digno do Senhor, para agradá-Lo em todos os aspectos, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus" (Cl 1:10). Embora ele pode assumir muitas formas, fruto espiritual é sempre composta por dois atitudes alegres e atos de obediência ao Senhor (conforme Jo 1:16; Efésios 1:3-8., 2: 7-10; Fp 1:11.) .

    Nesta passagem, a ênfase específica do Senhor estava no fruto que vem de ser uma testemunha fiel a Ele. A parábola dos solos focada sobre os destinatários do Evangelho, a distinção entre aqueles que acabaria por rejeitar a mensagem e aqueles que realmente adotá-la. Por outro lado, estas parábolas subsequentes (em vv. 21-32) destacam a responsabilidade do ouvinte fiel como um evangelista. Como os que receberam o evangelho e aceitou-a, os discípulos de Jesus que hoje seria chamado a dar frutos por obedientemente proclamar a mensagem de salvação para os outros (conforme Rm 1:13; Col. 1: 3-6.).

    O Senhor usou uma analogia simples para fazer este ponto. Ele estava dizendo-lhes: "A lâmpada não deve ser colocado sob uma cesta é, é, ou debaixo da cama? Não está para ser posta no candelabro? " lâmpadas Terracotta consistiu de um pequeno jarro ou pires com uma alça em uma extremidade. O lançador seria preenchido com óleo e um pavio flutuante seria colocado no topo do óleo. A fim de maximizar o seu esplendor, lâmpadas foram fixadas em castiçais ou em prateleiras salientes da parede, onde seu brilho pode irradiar por todo o quarto desobstruída. Por razões óbvias, ninguém iria colocar uma lâmpada debaixo do alqueire ou debaixo de uma cama, negando assim a sua Proposito.

    O ponto de analogia de Jesus é clara: Aqueles que receberam a luz do Evangelho não para escondê-lo são; ao contrário, eles são para deixar é brilhar para que os outros vejam. Em toda a Escritura, a luz é variAdãoente usado como uma metáfora para a verdade (Sl 36:9, Sl 119:130; Pv 6:23; At 26:23; Ef 5:1; 1Ts 5:5)., e da vida espiritual em Cristo (Jo 1:4.)

    As palavras do Senhor servido como um mandato para os discípulos, que pode ter se perguntado se a proclamação do evangelho ainda era parte da estratégia de Jesus para alcançar o mundo. Embora Jesus já havia ido por toda a Galiléia claramente a pregação do evangelho (conforme Mc 1:14, Mc 1:38), Ele estava falando agora em parábolas. Como ele disse aos seus discípulos: "A vós foi dado o mistério do Reino de Deus, mas os que estão fora colocar tudo em parábolas, para que, enquanto vendo, vejam e não percebam, e, ouvindo, ouçam e não entendo, caso contrário, eles podem voltar e ser perdoado "(4: 11-12).Como observado anteriormente, as parábolas de Jesus eram um ato de juízo divino contra a obstinada incredulidade do povo, incluindo a alegação bizarra feita pelos líderes religiosos que Ele tinha o poder de Satanás (3:22; conforme Jo 10:20). Reconhecendo o carácter definitivo da sua rejeição, Jesus cortá-los de qualquer outra verdade por falar com eles por meio de enigmas inexplicáveis ​​e enigmas.

    Talvez os discípulos, observando a mudança de estratégia pregação de Jesus, perguntou se eles estavam também a obscurecer a mensagem do evangelho como um julgamento sobre a descrença de Israel. Isso não era o que o Senhor planejou para eles fazerem. Em um curto espaço de tempo, Ele iria enviá-los aos pares para pregar o evangelho (Marcos 6:7-13; conforme Lucas 9:1-6). Tal era parte da preparação para a sua plena comissionamento após a Sua ressurreição (Mat. 28: 18-20). Como Jesus disse aos seus discípulos antes de subir, "Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós; e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até mesmo para a parte mais remota da terra "(At 1:8), continue no outro lado da Grande Comissão, e duram até o Seu retorno (Mt 24:14).

    As palavras de Jesus no versículo 22 também pode ter incluído uma advertência sobre a realidade da hipocrisia espiritual. Em Lucas 12:1-2, Jesus usou essa mesma expressão como uma advertência contra a hipocrisia dos fariseus: "Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não venha a ser revelado, e oculto que não venha ser conhecido. "Na parábola dos solos, Jesus descreveu dois tipos de pessoas que respondem inicialmente com entusiasmo para o evangelho, mas mais tarde se revelam falsos convertidos. O Senhor comparou esses indivíduos para o solo que era ou rochoso ou infestada de espinhos. Como os discípulos consideraram a sua tarefa de evangelização, eles podem ter se perguntado como eles seriam capazes de distinguir entre hipócritas espirituais e cristãos genuínos. As palavras de Jesus assegurou-lhes que, com o tempo, a verdade viria à luz. No curto prazo, falsos convertidos pode ser detectado, mas, eventualmente, a realidade escondida de seus corações se tornaria evidente.

    Seja qual for a resposta à sua proclamação do Evangelho, os discípulos foram para divulgar fielmente a mensagem. A semente da fé salvadora em seus corações era produzir o fruto do testemunho do evangelho. Esse mandato evangelístico não terminou com os apóstolos. Iniciou-se com eles e caiu sobre todos os crentes, em todas as gerações da história da igreja. Os cristãos são chamados para ansiosamente "proclamar as virtudes daquele que vos chamou [eles] das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9; 1 Ts. 2: 19-20; 2Tm 4:8).

    Impulsionada por um desejo de agradar seu Mestre celeste (conforme 2 Cor. 5: 9-10), ouvintes frutíferos se esforçar duradouro, sabendo que . que tem, ser-lhe mais será dada O relato paralelo de Mt 13:12 acrescenta a frase "e ele terá em abundância." Como crentes dispensar verdade aos outros, Deus abençoa-los com mais poder, alegria, satisfação e recompensa.

    Falsos discípulos, pelo contrário, são caracterizados por falta de frutos (Jo 15:2). Como Jesus advertiu seus ouvintes, "Quem não tem, até o que tem lhe será tirado." A declaração paralela em Lc 8:18 faz com que a intenção da declaração de Jesus clara: "Quem não tem, até aquilo que acha que ele tem lhe será tirado. "converte Falsa (como ilustrado pelos solos rochosos e invasoras) alegam que podem ter vida espiritual, mas na realidade eles não o possuem. Eles podem professam conhecer a Deus, mas através de suas obras o negam (Tt 1:16). No dia do julgamento, sem nenhum fundamento, a sua casa vai desabar (Mt 7:26-27; conforme Fm 1:3), e que o Senhor lhes dirá "Nunca vos conheci; partem de mim, vós que praticais a iniquidade "(Mt 7:23).

    As palavras de Jesus também serviu como um alerta aos falsos mestres, aqueles que lançou a semente corrompido. Assim como existem falsos discípulos, também existem falsos evangelistas. Ambos serão julgados por Deus. Por outro lado, os crentes genuínos deliciar-se com a proclamação da verdade do evangelho a outras pessoas, sabendo que tal obediência traz bênção divina neste mundo e no céu.

    Ouvintes frutíferas Espere dependente

    E Ele estava dizendo: "O reino de Deus é como um homem que lança a semente à terra; e ele vai para a cama à noite e se levanta por dia, e a semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. Mas quando as licenças de colheita, ele imediatamente mete a foice, porque é chegada a ceifa "(4: 26-29).

    Uma terceira característica dos ouvintes frutífera é que eles aprenderam a esperar dependente de Deus, o único que pode trazer resultados. Embora os crentes são chamados a testemunhar obedientemente e trabalhar com expectativa, eles não podem produzir vida. Só Deus pode dar a vida espiritual (conforme Jo 3:3-8.; 2 Cor 4: 5-7).

    Jesus chamou outra analogia da agricultura para ilustrar seu ponto. Esta breve parábola, exclusivo para o evangelho de Marcos, complementa a ilustração de plantio na parábola dos solos (conforme Marcos 4:2-20), olhando para a forma como a semente cresce. Nele, Jesus comparou o reino de Deus, uma referência para a esfera da salvação, que é avançado através da proclamação do evangelho, para um homem que lança a semente à terra. Depois que ele termina semear a semente, ele vai para a cama à noite e dorme. O agricultor não pode fazer com que a semente a germinar ou nova vida a se formar. Para essa matéria, ele não consegue entender mesmo plenamente como se trata de vida. No entanto, ele planta a semente e espera. E enquanto espera, totalmente à parte de seu envolvimento, a semente na terra vem à vida. À medida que os dias e as semanas passam, enquanto o agricultor dorme à noite e se levanta por dia e vai sobre sua rotina normal, pequenos brotos verdes começam a romper o solo. Os semente germina e cresce-how, ele mesmo não sabe. O solo produz colheitas por si só; primeiro a erva, depois a cabeça, em seguida, o grão maduro na cabeça. O semeador não está envolvida no processo misterioso pelo qual a semente dormente se transforma em uma planta viva.

    No reino espiritual, o evangelista (representado pelo semeador) distribui a mensagem do evangelho (semente). Alguns dos ouvintes (o bom solo) responder ao evangelho na fé salvadora e exibem vida espiritual. Esta regeneração e transformação espiritual é obra do Espírito Santo (João 3:5-8). É claro que não depende de o evangelista, mas apenas em Deus, que dá a vida pelo poder do Evangelho (conforme Jo 6:1; 1 Tessalonicenses 1:. 1Ts 1:5; 1Pe 1:23; Tt 3:5).

    O ponto desta parábola é simples: da mesma forma que o agricultor não é o poder por trás da regeneração da semente, assim também o evangelista não é o poder por trás da regeneração das almas. Que conforto esta deve ter sido para os discípulos de Jesus para ouvir. Talvez eles estavam preocupados que a tarefa de salvar os pecadores descansou em seus ombros. Jesus respondeu que noção, lembrando-lhes que só Deus pode mudar o coração humano. Sua responsabilidade era pregar fielmente a mensagem. Tendo feito isso, eles poderiam confiar em Deus com os resultados. O evangelista diligente, cuja mensagem corresponde ao verdadeiro evangelho, pode dormir tranquilamente à noite, sabendo que é Deus que faz com que o crescimento (1Co 3:6). O resto é obra de Deus, e os crentes podem confiar plenamente em Sua prerrogativa soberana.

    Jesus concluiu essa analogia esclarecedora, salientando que mesmo que o semeador não causou o crescimento do grão, ele ainda se alegra com a colheita (conforme 2Tm 2:6;.. 1Ts 2:19). As riquezas do que a comunhão vai durar por toda a eternidade, como os santos glorificados-como uma grande colheita espiritual-se reúnem em torno do trono para adorar seu Salvador e Rei.

    Ouvintes frutíferas caminhe confiante

    E Ele disse: "Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos ; de modo que as aves do céu podem aninhar sob a sua sombra "Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo.; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular aos seus próprios discípulos. (4: 30-34)

    A quarta característica de ouvintes frutífera é que eles anunciam o evangelho, com confiança. Porque Deus é quem abençoa Sua Palavra e cria vida espiritual, os crentes podem cumprir seu chamado evangelístico com a certeza de saber que eles são parte de uma empresa que não pode falhar (conforme Mt 16:18). Com esta parábola final, Jesus assegurou a Seus discípulos que o trabalho em que eles iriam se envolver iria produzir uma colheita abundante muito além de qualquer coisa que jamais poderia imaginar (Ef 3:20). Falando sobre a propagação do evangelho, Ele disse: "Como é que vamos imaginar o reino de Deus, ou por que parábola vamos apresentá-lo?" Para os discípulos, que ainda estavam sendo treinados como pregadores, a tarefa pode parecer esmagadora, dado tais começos aparentemente humildes. Mas Jesus queria que eles fossem confiante no resultado final.

    Para ilustrar esse ponto, o Senhor deu-lhes uma outra imagem agrária. É como um grão de mostarda que, quando semeado em solo, embora seja menor de todas as sementes que há sobre o solo, mas quando é semeado, cresce —se e torna-se maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos; de modo que as aves do céu podem aninhar sob sua sombra. " O Senhor Jesus comparou o avanço do evangelho a um grão de mostarda que é semeado em solo, que começa pequeno, mas cresce em um poderoso, arbusto treelike.

    Quando Jesus disse que ele é menor de todas as sementes que há sobre o solo, Ele não estava dizendo que as sementes de mostarda são as menores sementes no planeta Terra. Orquídeas selvagens, por exemplo, têm um grão muito menor do que o da planta de mostarda. Em vez disso, Jesus estava limitando Sua declaração para que, com o qual Sua audiência teria sido familiar. Das plantas cultivadas em Israel do primeiro século para fins agrícolas, a planta da mostarda teve as menores sementes. Além disso, utilizando a semente de mostarda , como forma de referir-se a coisas que eram muito pequena era uma expressão proverbial comum (conforme Mt 17:20), que os ouvintes de Jesus teria reconhecido imediatamente. Mesmo que a semente de mostarda é muito pequena, mas quando é semeado, cresce e se torna maior do que todas as plantas de jardim e forma grandes ramos. plantas de mostarda em Israel cresceu a uma altura de 15 pés, maiores do que outras plantas de jardim, com ramos em que as aves poderiam ninho.

    O ponto da parábola de Jesus teria sido evidente para os discípulos: embora o reino dos céus, naquele momento, era minúsculo, como um grão de mostarda, ele iria crescer para abranger o mundo para geração após geração. O próprio Messias teve um humilde educação-nascido em um estábulo, deitado numa manjedoura, e cresceu em uma cidade out-da-O-way na Galiléia (conforme Jo 1:46). Nenhum dos doze discípulos foram altamente educado ou membros da elite social ou religiosa de Israel. Longe de ser líderes espirituais, os discípulos foram muitas vezes com medo, lentos para crer, e espiritualmente fraco (conforme Mt 8:26; Mt 14:31; Mt 16:8). Mesmo depois de sua ressurreição e ascensão, o grupo que se reuniram em Jerusalém numeradas apenas cerca de 120 seguidores (At 1:15), com outra de quinhentos ou assim na Galiléia (1Co 15:6). Centenas de milhões mais foram adicionados desde então.

    A parábola do grão de mostarda também antecipou a realidade de que o reino de Deus (uma referência à esfera da salvação) iria abençoar o mundo inteiro. A planta da mostarda, totalmente crescido, desde abrigo para as aves do céu , que pode aninhar sob sua sombra. No Antigo Testamento, a imagem de uma árvore que fornece abrigo seguro para as aves foi utilizada para ilustrar reinos que eram tão poderosos que trouxeram estabilidade e bênção para nações ao redor deles (conforme Dan 4: 10-12, 20-22; Ez. 31: 3-6.). Apesar de seus pequenos começos, o reino de Deus se tornaria uma grande árvore proporcionando segurança e bênção para toda a terra.

    Na era da igreja, essa bênção se estende às nações através da influência de cristãos ao redor do globo. Quando os crentes caminhar com fidelidade, eles são uma bênção para aqueles que os rodeiam. A influência social da Igreja tem beneficiado o mundo de muitas maneiras: espiritualmente, econômica, cultural e moralmente. No entanto, as implicações desta parábola ir além da era da igreja para o futuro reino milenar de Cristo (conforme Ez 17:23). Durante o Seu glorioso reino, o Senhor Jesus Cristo reinará em Jerusalém sobre todo o mundo, estendendo-se bênçãos sem paralelo a todas as nações.

    Apesar de numeração tão poucos e enfrentando a oposição severa, os discípulos poderiam proclamar o evangelho na confiança de que eles eram instrumentos na construção reino invencível de Deus. O que lhes parecia irremediavelmente pequeno iria se espalhar sua influência até que permeou a terra durante séculos. O que era fraco e frágil, sob o poder divino, foi o início do cumprimento imparável e eterna do plano redentor de Deus através da igreja para reunir os eleitos para a glória.
    Marcos conclui esta seção das parábolas de Jesus com uma declaração resumo final: Com muitas parábolas tais Ele estava falando a palavra a eles, tanto quanto eles foram capazes de ouvi-lo; e Ele não falar com eles sem uma parábola; mas Ele estava explicando tudo em particular com os seus próprios discípulos. A incredulidade das multidões foi julgado por Jesus como Ele obscureceu a verdade e ensinou-lhes apenas enigmas inexplicáveis ​​(conforme Mt 13:1 explica que Jesus falou em parábolas "para cumprir o que foi dito pelo profeta:" Abrirei a minha boca em parábolas; Publicarei coisas ocultas desde a fundação do mundo '"Essas palavras, escritas pelo profeta Asafe (2Cr 29:30). No Sl 78:2).

    Os seguidores de Jesus consistiu em verdadeiros ouvintes que abraçaram o evangelho. O que foi escondido dos incrédulos, Ele estava explicando ... em particular com os seus próprios discípulos. Os crentes de hoje parte desse mesmo privilégio de conhecer a verdade. Embora o Senhor Jesus subiu ao céu, Seu Espírito habita e ilumina os corações de todos os que pertencem a Ele (conforme 1 Cor. 2: 10-14; 1Jo 2:27). Assim, todo cristão tem o privilégio de conhecer e compreender a verdade, uma realidade que permite que eles sejam ouvintes frutíferos.

    16. Acalmando a tempestade (Marcos 4:35-41)

    Naquele dia, quando a noite chegou, Ele lhes disse: ". Passemos para o outro lado" Deixando a multidão, eles levaram junto com eles no barco, assim como ele foi; e outros barcos estavam com ele. E aí surgiu um vendaval feroz de vento, e as ondas estavam quebrando sobre o barco tanto que o barco já estava enchendo. O próprio Jesus estava na popa, dormindo sobre a almofada; e eles o acordou e disse-lhe: "Mestre, não te importas que pereçamos?" E Ele se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." E o vento cessou e ele tornou-se perfeitamente calmo. E disse-lhes: "Por que você tem medo? Você ainda não têm fé "Eles ficaram com muito medo e diziam uns aos outros:" Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem "(4: 35-41)?

    As Escrituras corajosamente declarar a divindade do Senhor Jesus Cristo. O apóstolo João afirma explicitamente que a verdade desde o início do seu Evangelho: "No princípio era o Verbo, eo Verbo estava com Deus, eo Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus "(João 1:1-2; conforme v 18).. Sete séculos antes, o profeta Isaías declarou do Messias, "Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is 9:6). Após a morte e ressurreição de Jesus, ao ver o Salvador ressuscitado, Tomé entusiasticamente o chamava de "Meu Senhor e meu Deus!" (Jo 20:28). O apóstolo Paulo disse de Jesus que "Ele é a imagem do Deus invisível" (Cl 1:15) e "nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade" (Cl 2:9).

    Como a Palavra de Deus encarnado (conforme Jo 1:14), o próprio Jesus afirmou repetidamente Sua divindade. Ele muitas vezes referiu a Si mesmo como o "Filho do Homem" (Mt 8:20; Mc 2:28; Lc 6:22; João 9:35-37.), Um título messiânico derivado de 13 27:7-14'>Daniel 7:13-14 (NVI), onde a "um como o Filho do Homem" aparece como um igual com "o Ancião dos Dias" (conforme Mt 25:31;. Mt 26:64). Ele semelhante descreveu-se como o "Filho de Deus", um título que indique claramente sua natureza divina e eterna união com Deus Pai. Como ele explicou em Mt 11:27, "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. "Em João 5:25-26, falando de Sua autoridade divina, Ele disse:" Em verdade, em verdade vos digo que, uma hora vem, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. Pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, assim também deu ao Filho também para ter vida em si mesmo ". Depois de receber a notícia de que Lázaro estava gravemente doente, Jesus disse aos discípulos:" Esta enfermidade não é para terminar em morte, mas para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela "(Jo 11:4; conforme Mc 14:61-62).

    Jesus afirmou, igualmente, que Ele era de cima, tendo eternamente preexistido no céu antes de nascer em Belém. No dia após a alimentação dos milhares na Galiléia, Ele perguntou à multidão: "O que então se você vir o Filho do Homem subir para onde estava antes?" (Jo 6:62). Pouco tempo depois, ele disse aos seus inimigos, "Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo "(Jo 8:23). No cenáculo, Ele explicou que mesmo verdade aos seus discípulos: "Saí do Pai e vim ao mundo; Eu estou deixando o mundo de novo e vou para o Pai "(Jo 16:28). Sua oração sacerdotal ecoou esse refrão celeste: "Agora, Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse" (Jo 17:5; conforme Lucas 12:8-9; Jo 5:22, 27-29). Ele declarou-se Senhor do sábado (Mt 12:8; Lc 6:5; conforme At 7:59; 9: 10-17), o direito de receber adoração (Mt 21:16; conforme Jo 5:23), e a autoridade para perdoar pecados (Mc. 2: 5-11). Ele se referiu aos anjos de Deus como Seus anjos (Mt 13:41; 24: 30-31.), Os eleitos de Deus como Seus eleitos (Matt. 24: 30-31). O, e Deus reino como o Seu reino (Mt 13:41; Mt 16:28; Lc 1:33; 2Tm 4:1, onde Ele disse a uma platéia de líderes judeus hostis ", verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou" (conforme Jo 13:19; 18: 5 —8).

    Os inimigos de Jesus sabia exatamente o que Jesus estava reivindicando, razão pela qual eles tentaram apedrejá-lo por blasfêmia (Jo 8:59; conforme Jo 10:33). Como o apóstolo João escreveu: "Os judeus procuravam ainda mais procuravam matá-lo, porque não só violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus" (Jo 5:18 NVI). Era, de fato, sua afirmação de ser o Filho de Deus que, desde que os líderes religiosos com os fundamentos jurídicos para sua execução. Como explicaram a Pilatos: "Nós temos uma lei, e segundo esta lei ele deve morrer, porque Ele se fez por ser o Filho de Deus" (Jo 19:7). Apesar das ameaças de seus inimigos, Jesus nunca recuou dessa reclamação ou suas implicações. Porque Ele era Deus em carne humana, Ele poderia corajosamente declarar: "Eu eo Pai somos um" (Jo 10:30); "Quem me vê a mim vê aquele que me enviou" (0:45); e "Quem me vê a mim vê o Pai" (14: 9-10).

    Jesus não só declarou sua divindade, Ele demonstrou-se poderosamente através de Seus milagres. As obras sobrenaturais de Cristo incluem água se transformar em vinho (João 2:1-11), freqüentemente expulsando demônios (Marcos 1:21-27; Lucas 4:31-36, etc.), arranjando capturas milagrosas de peixe (Lucas 5:1-11; João 21:4-11), a criação de alimentos para milhares de pessoas (13 40:14-21'>Mateus. 14: 13-21; Marcos 6:30-44; Lucas 9:10-17; João 6:1-15), caminhando sobre as águas (Mt 14:22-33; Mc 6:1), fazendo com que uma moeda para aparecer na boca de um peixe (Mateus 17:24-27.), e curando a todos os tipos 12 a mãos murchas (Matt:, de paralisia incapacitante (1-8 Matt. 9) as doenças e enfermidades (40-41, etc. Mateus 8:16-17;::; Marcos 1. Lucas 4:32-34). : 9-14; Marcos 3:1-6; Lucas 6:6-11) a cegueira (Mateus 9:27-31; 20:. 29-34; João 9:1-12.) a desvantagens da fala (Mateus 9:32-34) à surdez (Marcos 7:31-37) à hanseníase (Lucas 17:11-19) para o reatamento de uma orelha decepada (Lucas 22:50-51). Jesus também levantou os mortos à vida (Mateus 9:23-26; Mc 5:1; Lucas 7:11-17; João 11:1-45). Por incrível que pareça, essa lista é só uma amostra representativa. De fato, Jesus realizou muitos sinais miraculosos que João celebrados seu evangelho com estas palavras: "Há também muitas outras coisas que Jesus fez, que se eles foram escritos em detalhes, creio que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que seriam escritos "(Jo 21:25; conforme Jo 20:30).

    Esse tipo de poder sobrenatural sobre a criação, repetidamente demonstrado por Jesus durante o Seu ministério, só tem uma explicação: ele pertence ao próprio Criador. Como o Novo Testamento declara de Jesus Cristo, "Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada surgiu que veio a existir" (Jo 1:3, onde ele disse de Cristo ", por Ele todas as coisas foram criadas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou governantes ou autoridades que todas as coisas têm foi criado por meio dele e para ele "(conforme 1Co 8:6) compreende uma outra ocasião em que o poder sobrenatural de Jesus foi apresentado de forma dramática. Embora seus discípulos tinham visto Jesus curar inúmeras pessoas, e embora cada cura era em si uma vívida demonstração do seu poder divino, que nunca antes tinha experimentado nada dessa magnitude. Eles sabiam que Ele tinha autoridade sobre demônios e doenças. No entanto, eles foram totalmente despreparada para o show de onipotência desenfreada prestes a se manifestar. A conta pode ser dividida em quatro partes: a calma antes da tempestade, a calma durante a tempestade, a calma após a tempestade, ea tempestade após a calma.

    A calma antes da tempestade

    Naquele dia, quando a noite chegou, Ele lhes disse: ". Passemos para o outro lado" Deixando a multidão, eles levaram junto com eles no barco, assim como ele foi; e outros barcos estavam com ele. (4: 35-36)

    Tinha sido um longo dia de pregar para vastas multidões ao longo das margens do Mar da Galiléia, perto da cidade de Cafarnaum. Jesus estava ensinando em parábolas-usando analogias sobre o solo (vv. 3-20), lâmpadas (vv. 21-22), e sementes de mostarda (vv. 30-32) —para ilustrar verdades poderosas sobre o reino de Deus. Embora as multidões não foram capazes de compreender o significado das parábolas de Jesus, devido a sua incredulidade (conforme v. 13), o Senhor teve o cuidado de explicar "tudo em particular aos seus próprios discípulos" (v. 34).

    Naquele dia, quando a noite chegou, Jesus disse a seus discípulos: "Passemos para o outro lado." A partir da proximidade de Cafarnaum, na ponta noroeste do Mar da Galiléia, Jesus e Seus seguidores se dirigiu para a costa oriental . A multidão que se reuniu para ouvir Jesus pregar mais cedo naquele dia era tão grande que, a fim de abordar todos eles de forma eficaz, "Ele entrou em um barco no mar e sentou-se; e toda a multidão estava junto do mar sobre a terra "(Mc 4:1; conforme Lucas 9:57-62). Jesus usou a ilustração de solo rochoso e espinhoso (Marcos 4:16-19) para demonstrar que o interesse superficial no evangelho não é suficiente para a salvação. A fé dos discípulos genuínos, como a semente em boa terra, cria raízes e produz frutos duradouros, o que significa que as vidas dos crentes verdadeiros são caracterizados por obediência e perseverança. O Senhor viria a reiterar que ponto "aos judeus que haviam crido nele:" Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos "(Jo 8:31). Falsos discípulos são aqueles cujo amor por Jesus "esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim, será salvo "(Mt 24:12-13). Para esses discípulos que acompanharam Ele nos barcos, Jesus estava prestes a apresentar o seu divino poder surpreendente projetado para movê-los para a fé genuína nEle.

    O Mar da Galiléia é conhecido hoje como Yam Kinneret. Nas Escrituras, é variAdãoente referido como o lago de Genesaré (Lc 5:1; Js 13:27), ou Sea da ​​Quinerote (. Js 12:3, que "estavam navegando ao longo", indicando que uma brisa constante impulsionou os barcos sem ninguém que precisam remar. Jesus, compreensivelmente exausto depois de um árduo dia de ensino e ministério, "adormeceu" (Lc 8:23) na popa do barco. Embora Ele era plenamente Deus, Jesus também era plenamente humano. Ele ficou com fome (Mt 4:2), com sede (Jo 4:7), e cansado (Jo 4:6), de modo que" eles começaram a ser inundado e estar em perigo "(Lc 8:23).

    No meio da tempestade violenta, o próprio Jesus estava na popa, dormindo sobre uma almofada. À medida que a tempestade se desenrolava ao redor, Ele permaneceu dormindo. Nem mesmo o balanço severo do barco, o estrondo do vento, ou a água chapinha no barco despertado Ele. Presumivelmente encharcado até os ossos, Jesus dormia profundamente sobre as pranchas de madeira dura, com apenas uma pequena almofada como um travesseiro para a cabeça. Talvez em nenhum outro lugar nas Escrituras é a humanidade de Cristo de forma mais dramática justapostos com a Sua divindade. A única dormindo na popa do barco, exausto após um dia de ministério intenso, é o mesmo que iria despertar para parar o enorme tempestade com uma palavra.

    Como muitos como sete dos discípulos eram pescadores, inclusive Pedro, André, Tiago e João. Eles passaram suas vidas navegar no lago e estavam intimamente familiarizado com o que seus barcos podia suportar. Que eles ficaram apavorados com o vento e as ondas ressalta a natureza extrema dessa tempestade. Para esses pescadores experientes experientes com as condições no lago, tornou-se óbvio que os seus próprios esforços não eram páreo para o poderoso tempestade, e eles entraram em pânico.
    Frantic e com medo, eles chegaram a Jesus, acordou-o e disse-lhe: "Mestre, não te importas que pereçamos?" Mateus observa que chamou Jesus de "Senhor", e Lucas registra que o chamava de "Mestre. "Tais variações não implica qualquer contradição entre os relatos evangélicos. Em vez disso, elas refletem o pandemônio da situação. Como os discípulos frenéticos procurou despertar Jesus, tentando ser ouvido sobre o rugido do vento uivando e ondas quebrando, alguns gritou: "Mestre", outros o chamavam, "Senhor", e outros ainda gritou: "Mestre". Eles ficaram chocados, perplexo, e perturbado que ele ainda estava dormindo, parecendo não para cuidar sobre as terríveis circunstâncias que ameaçavam suas vidas. Refletindo sobre a pergunta dos discípulos de Jesus, o comentarista Puritan Mateus Henry comentou:

    O seu endereço de Cristo se expressa muito enfaticamente; Mestre, carest não te importa que pereçamos? Confesso que isso soa um pouco duro, um pouco como repreendendo-o para dormir do que implorando-lhe para acordar. Eu sei que há desculpa para isso, mas a grande familiaridade que ele teve o prazer de recebê-los em, ea liberdade que ele permitiu-lhes; eo presente aflição em que estavam, que os colocou em tal susto, que não sabiam o que eles disseram. Eles fazem Cristo um acordo de errado, que suspeitam que ele seja descuidado de seu povo em perigo. A coisa não é assim; ele não está querendo que nenhum pereça, muito menos qualquer um de seus pequeninos. ( Mateus Henry, Uma Exposição do Antigo e do Novo Testamento, 3 volumes [Londres: José Ogle Robinson, 1828], 3: 273, em Mc 4:38)

    Como Mateus Henry observado, os discípulos não tinha nenhuma razão legítima para questionar o cuidado de Jesus por eles ou a sua situação. Eles haviam testemunhado o poder divino de Jesus e havia seguido tempo suficiente para saber do seu amor genuíno para eles (conforme Jo 13:1, Davi escreveu:

     

    Por coisas tremendas Você nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação,
    Você que é a confiança de todos os confins da terra e do mar mais distante;
    Quem estabelece as montanhas por Sua força,
    Cingido com poder;
    Quem acalma o ruído dos mares,
    O ruído das suas ondas,
    E o tumulto dos povos.

     

    No Sl 89:9 ofereceu estas palavras de conforto e de louvor:

     

    Os que descem ao mar em navios,
    Quem faz negócios em grandes águas;
    Eles viram as obras do Senhor,
    E as suas maravilhas no profundo.
    Pois ele falou e levantou-se um vento tempestuoso,
    Que levantou as ondas do mar.
    Eles levantaram-se para os céus, desceram às profundezas;
    A sua alma derreteu em sua miséria.
    Eles cambaleou e cambaleou como um homem embriagado,
    E se no final o tino.
    Então clamaram ao Senhor na sua angústia,
    E Tirou-os das suas angústias.
    Ele causou a tempestade a ser ainda,
    Para que as ondas do mar foram abafado.
    Em seguida, eles estavam contentes porque eles ficaram quietos,
    Então, Ele os guiou ao porto desejado.
    Dêem graças ao Senhor pela sua bondade,
    E pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! (Vv. 23-31)

     

    Em resposta ao desespero dos seus discípulos, Jesus estava prestes a realizar um cumprimento literal desses versos. Que Ele se preocupava com eles e as suas circunstâncias em breve seria feito dramaticamente claro.

    A calma após a tempestade

    E Ele se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." E o vento se acalmou e se tornou perfeitamente calmo. E disse-lhes: "Por que você tem medo? Você ainda não têm fé "(4: 39-40)?

    Tendo ouvido os gritos frenéticos de seus discípulos, Jesus se levantou e repreendeu o vento e disse ao mar: "Silêncio, ficar quieto." Em Gênesis 1, o Cristo pré-encarnado estabeleceu os limites dos mares com nada mais do que uma palavra (Gn 1:9-10; conforme Jo 1:3). Nesta ocasião, Ele semelhante utilizado um comando simples para conter as ondas e restaurar a calma no lago. A palavra para silêncio vem da mesma palavra grega que Jesus usou antes, quando ele comandou um demônio para "ficar quieto e sai dele" (Mc 1:25). Da mesma forma que Jesus repreendeu os poderes espirituais, e eles obedeceram, então poderes naturais submetidos ao comando autoritário de seu Criador.

    O resultado foi instantâneo. Em um momento, o vento parou e tornou-se perfeitamente calmo. As ondas altas desapareceu, as rajadas uivantes foram silenciados, e a superfície do lago se tornou como o vidro. Como Charles Spurgeon expressou: "Não havia nenhum sinal de tempestade outro momento depois de ter sido despertado. O mais blustering dos ventos conflitantes dormi como um bebê no seio de sua mãe. As ondas eram como o mármore "(Charles Spurgeon," Cristo adormecido na 5essel, "sermão no. 1121, 13 de julho de 1873). Quando Cristo repreendeu o vento e as ondas, elas não diminuiu gradualmente até que a calma foi restabelecida. Ambos desapareceram imediatamente. A tempestade pode ter surgido de repente, mas ele desapareceu ainda mais rápido do que se tratava. Utilização de Marcos da palavra megas (que significa "grande", traduzido perfeitamente ) indica o silêncio absoluto que agora caracterizou o Mar da Galiléia.

    Com a tempestade passou, Jesus virou-se para enfrentar os discípulos, que atônitos, sem dúvida, olhou para ele com os olhos arregalados com boquiabertos. O Senhor disse-lhes: "Por que você tem medo?Você ainda não têm fé? " (Mt 6:30; Mt 14:31; 16:. Mt 16:8; Mt 17:20; Lc 12:28). Tendo silenciado a tempestade literal, Jesus voltou sua atenção para os ventos do medo e das ondas de infidelidade que tinha sido em fúria em seus corações (conforme Jc 1:6)?. O apóstolo Pedro semelhante incentivou os fiéis a lançar "todos os [seus] ansiedade sobre Ele, porque Ele tem cuidado de [eles]" (1Pe 5:7.). Escrevendo aos Romanos, Paulo expressa esse mesmo tipo de confiança confiante na permanência do amor divino: "Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor "(Rom. 8: 38-39).

    A tempestade após a calma

    Eles se tornaram muito medo e diziam uns aos outros: "Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?" (4:41)

    Compreensivelmente, os discípulos se maravilharam em extrema perplexidade (conforme Mt 8:27). Havia apenas uma explicação para o que eles tinham acabado de presenciar. A realização desse fato desencadeou uma tempestade de admiração em seus corações que ofuscaram muito qualquer terror momentâneo eles tinham experimentado durante a tempestade no lago. Esses homens tinham encontrado tempestades no Mar da Galiléia antes. Nenhum deles tinha experimentado o tipo de poder sobrenatural que Jesus apresentado no mesmo dia. A explicação de Marcos que eles ficaram com muito medopoderia ser traduzido literalmente, "temiam com um grande medo", enfatizando a intensidade de seu espanto. A constatação de que o Criador estava em seu barco era muito mais assustador do que qualquer terror que pode enfrentar fora de seu barco.

    Eles sabiam que só Deus possuía tal poder. Em seu choque eles perguntaram uns aos outros uma pergunta a que já sabia a resposta, "Quem é este, que até o vento eo mar lhe obedecem?" Mais tarde no ministério de Jesus, depois de Ele milagrosamente andou sobre a água, os discípulos articular a sua resposta: "Os que estavam no barco o adoraram, dizendo:" Tu és o Filho de Deus "(Mt 14:33)..

    O medo é a resposta natural para os seres humanos pecadores para expor sempre que estão na presença de Deus. Como Abraão reconheceu depois de falar com o Senhor: "Eu sou pó e cinza" (Gn 18:27). Job responderam da mesma forma depois de testemunhar o poder de Deus, "Eu ouvi de você pela audição do ouvido; mas agora os meus olhos te vêem; portanto, eu retrair, e eu me arrependo no pó e na cinza "(42:5-6). Quando o pai de Sansão, Manoá, percebeu que o Anjo do Senhor lhe apareceu, ele "disse a sua esposa:" Nós certamente irá morrer, pois temos visto a Deus '"(Jz 13:22). Ao ver uma visão de Deus, o profeta Isaías declarou sua própria morte:

     

    "Ai de mim, porque estou arruinado!
    Porque eu sou um homem de lábios impuros,
    E eu vivo no meio de um povo de lábios impuros;

    Para os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. "(Is 6:5). Daniel Da mesma forma, "caiu em um sono profundo em [seu] rosto, com o [seu] rosto em terra" (Dn 10:9). Como estes exemplos ilustram, mesmo um pequeno vislumbre da glória de Deus é esmagadora (conforme Ex. 33: 19-21). Quando os discípulos de Jesus perceberam que Deus estava presente com eles no barco, eles também foram superados com medo ao pensar em seu poder e santidade.

    Embora este incidente exemplifica a glória divina de Cristo, como o criador e controlador do mundo natural, ele também revela Seu cuidado compassivo. No meio de uma tempestade assustadora no lago, e apesar de não a fé dos discípulos, o Salvador soberano resgatado Seus seguidores. Da mesma forma e, obviamente, os crentes hoje podem descansar com confiança no fato de que, através de todas as tempestades da vida, o Senhor onipotente de criação está disposto e é capaz de libertar aqueles que confiam nEle. Isso não significa que os cristãos nunca irá enfrentar provações (conforme Tiago 1:2-3); mas quando o fazem eles podem descansar com confiança na promessa de Rm 8:28: "E sabemos que Deus faz com que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Armado com Nessa perspectiva cheia de fé, os crentes são capazes de obedecer à ordem de Filipenses 4:6-7: "Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplica com ações de graças sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. "O apóstolo Paulo, que escreveu essas palavras, suportou as diversas provas de seu ministério com essa mesma confiança. Assim, mesmo que sua vida chegou ao fim, Paulo poderia resolutamente declarar: "O Senhor me livrará de toda má ação, e me levará salvo para o seu reino celestial; A ele seja a glória para todo o sempre. Amém "(2Tm 4:18). Como as palavras do hinoNosso Grande Salvador (escrito por João Wilbur Chapman em 1
    910) de forma tão eloquente expressar:

     

    Jesus! Que ajuda na tristeza! Enquanto as ondas o'er me rolar,
    Mesmo quando meu coração está partido, Ele, o meu conforto, ajuda a minha alma.
    Jesus! O que um guia e guarda-redes! Enquanto a tempestade ainda é alta,
    Storms sobre mim, me o'ertakes noite, Ele, o meu piloto, ouve o meu clamor.
    Aleluia! O que um Salvador! Aleluia! Que amigo!
    Salvando, ajudando, mantendo, amar, Ele está comigo até o fim.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Marcos Capítulo 4 do versículo 1 até o 41

    Marcos 4

    O ensino por meio de parábolas — Mar. 4:1-2 Da terra ao céu — Mar. 4:3-9 O mistério do reino — Mar. 4:10-12 13 41:4-20'>A colheita está garantida — 13 41:4-20'>Mar. 4:13-20 Mc 4:21 A verdade que não se pode ocultar — Mar. 4:22-23 Mc 4:24 Mc 4:25

    O crescimento invisível e o fim certeiro — Mar. 4:26-39 Do pequeno ao grande — Mar. 4:30-32 O mestre e o discípulo sábio — Mar. 4:33-34 A paz de sua presença — Mar. 4:35-41

    O ENSINO POR MEIO DE PARÁBOLAS Marcos 4:1-2

    Nesta passagem vemos outra inovação de Jesus. Já não ensinava na sinagoga, e sim junto ao lago. Tinha-se aproximado das pessoas com o enfoque ortodoxo; agora tinha que empregar métodos inusitados. Convirá que notemos que Jesus estava disposto a usar novos métodos. Estava ansioso para tirar as multidões de homens e mulheres simples para fora de seu contexto convencional na sinagoga e levá-los ao ar livre, bem como a pregação e o ensino religioso.
    Durante muitos anos, João Wesley foi um servo leal e ortodoxo da Igreja da Inglaterra. Na cidade de Bristol, seu amigo George Whitefield pregava aos mineiros, fazendo isso diante de vinte mil pessoas ao mesmo tempo, e se convertiam por centenas. Mandou procurar João Wesley. "Eu gosto de ter uma habitação cômoda, um travesseiro suave, um bonito púlpito ", disse o próprio Wesley. Todo esse assunto de pregar ao ar livre lhe desagradava. "A princípio, quase não podia aceitar este método estranho pois toda minha vida (até muito recentemente) tinha sido tão estrito em todos os detalhes relacionados com a decência e a ordem que teria pensado que salvar uma alma fora de um templo era quase um pecado", afirmou. Mas ele via que a pregação ao ar livre ganhava almas — e como ele expressou — "não posso discutir contra um fato concreto". Devem ter sido muitos os judeus ortodoxos que consideraram que esta inovação de Jesus era uma demonstração de sensacionalismo; mas Jesus era o suficientemente sábio para saber quando se necessitavam novos métodos e era o suficientemente corajoso para fazer uso deles. Seria muito conveniente que sua igreja fosse igualmente sábia e corajosa.
    Agora, esta inovação exigia um método novo. O método que Jesus escolheu foi falar às pessoas por meio de parábolas. O significado literal de parábolas é algo lançado ao lado de outra coisa; quer dizer que uma parábola é, basicamente, uma comparação, É um relato terrestre que tem um significado celestial. Algo que pertence à Terra é comparado com algo que pertence ao céu a fim de que se possa captar e entender melhor a verdade celestial à luz do exemplo terreno. Por que Jesus escolheu este método? E por que o usou tanto que se tornou uma de suas características a tal ponto de ser conhecido como o Mestre das parábolas?

    1. Primeiro e sobretudo, Jesus escolheu o método das parábolas para levar as pessoas a ouvi-lo. Ele agora não se encontrava frente a um grupo de pessoas dentro de uma sinagoga quase obrigadas a permanecer ali até o final do culto. Enfrentava-se com uma multidão ao ar livre que tinha liberdade para afastar-se em qualquer momento. Em conseqüência, o primeiro ponto essencial era provocar interesse na multidão. A menos que despertasse seu interesse, as pessoas se afastariam. Sir Philip Sidney se refere ao segredo do poeta nestes termos: "Aproxima-se de um relato que afasta os meninos do jogo e os anciãos do lado do fogo". A forma mais segura de despertar o interesse dos homens é contar-lhes histórias e Jesus o sabia.
    2. Por outro lado, quando Jesus usava o método das parábolas apelava a algo muito conhecido para os mestres judeus e seus ouvintes. O Antigo Testamento contém parábolas. A mais famosa delas é a que se refere ao cordeiro, que Natã relatou a David quando este tinha eliminado por traição a Urias, tomando posse do Bate-Seba (II Samuel 12:1-7). Os rabinos costumavam usar parábolas quando ensinavam. Diz-se que o rabino Meir falava um terço em termos de decisões legais, um terço em termos expositivos, um terço em parábolas. Aqui temos dois exemplos de parábolas rabínicas. A primeira pertence ao rabino Judá o Príncipe (190 D.C.). O imperador romano, Antonino, perguntou-lhe como podia haver castigo mais adiante desde que, como o corpo e a alma não podiam cometer nenhum pecado depois de sua separação, podiam-se acusar mutuamente pelos pecados cometidos na Terra. O rabino respondeu com uma parábola:

    Certo rei tinha um belo jardim com fruta excelente. Nomeou dois guardas para cuidá-lo, um cego e o outro coxo. Ele disse ao cego: "Vejo fruta deliciosa no jardim. Leve-me até ali para que possa pegá-la e a comeremos juntos". O cego aceitou a proposta e ambos comeram a fruta. Depois de uns dias chegou o Senhor do jardim e interrogou aos guardas a respeito da fruta. O paralítico disse: "Como não tenho pernas não pude me aproximar dela de modo que não é minha culpa". E o cego afirmou: "Eu nem sequer pude vê-la, de maneira que não tenho a culpa". O que fez o senhor do jardim? Fez o cego carregar ao coxo e assim julgou a ambos. Do mesmo modo Deus voltará a pôr as almas em seus corpos e castigará a ambos.

    Quando Abin, o filho do rabino Chiyya, morreu aos vinte e oito anos, o rabino Zera pronunciou a oração fúnebre e o fez em forma de uma parábola:

    Um rei tinha uma vinha para a qual contratou a muitos lavradores. Um deles era particularmente capaz e hábil. O que fez o rei? Tirou este lavrador de seu trabalho e caminhou com ele pelo jardim enquanto conversavam. Quando, ao cair da tarde, os outros se aproximaram para receber seu pagamento o hábil lavrador apareceu entre eles e recebeu o dinheiro correspondente ao dia inteiro de trabalho das mãos do rei. Os outros trabalhadores se zangaram muito por isso e disseram: "Nós trabalhamos todo o dia enquanto este homem só o fez durante duas horas. Por que o rei lhe dá o pagamento integral como a nós? O rei lhes respondeu: "Por que estão zangados? Devido à sua capacidade ele fez mais em duas horas que o que vocês fizeram durante o dia inteiro". O mesmo acontece com o rabino Abin Ben Chiyya. Em seus vinte e oito anos de vida aprendeu mais do que aprendem outros durante cem anos. Assim cumpriu com seu trabalho e tem direito de ser chamado ao Paraíso antes de outros, interrompendo seu trabalho na Terra. E não perderá um ápice de sua recompensa.

    Quando Jesus empregava o método de ensinar por meio de parábolas fazia uso de um método que os judeus conheciam e podiam compreender.

    1. Mais ainda, ao empregar esse método convertia em algo concreto a uma idéia abstrata. Há pouca gente que pode compreender as idéias abstratas. A maioria das pessoas pensam em imagens. Podemos falar sobre a beleza durante muito tempo e não entender do que se trata, mas se podemos assinalar a alguém e dizer: "Essa pessoa é bela" a idéia de beleza fica clara. Podemos falar durante horas a respeito da bondade sem chegar a defini-la; mas qualquer um reconhece uma boa ação quando a vê. Há certo sentido no qual toda palavra deve fazer-se carne; toda idéia deve atualizar-se em uma pessoa. Quando o Novo Testamento fala sobre a fé usa o exemplo do Abraão, de modo que a idéia da fé se faz carne na pessoa de Abraão.

    Jesus era um professor sábio. Sabia que era inútil pretender que as mentes simples compreendessem idéias abstratas; por, isso, punha as idéias abstratas dentro de histórias concretas; mostrava-as em ação; convertia-as em pessoas para que os homens pudessem percebê-las e compreendê-las.

    1. Por último, a grande virtude das parábolas é que levam os homens a pensar por sua própria conta. Não pensa por eles. Obriga-os a tirar suas próprias conclusões e a descobrir por si mesmos a verdade. A pior forma de ajudar um menino é fazer a sua tarefa. Não significa nenhuma ajuda fazer as suas contas, escrever suas composições, resolver seus problemas e traduzir seus textos. O que o beneficia é dar-lhe a ajuda necessária para que possa fazê-lo por si mesmo. Essa era a proposta de Jesus. A verdade sempre tem um duplo impacto quando ela é um descobrimento pessoal. Jesus não pretendia poupar os homens do esforço que impõe o pensar; queria fazê-los pensar. Não desejava obter mentes preguiçosas, queria que fossem mentes ativas. Não queria tirar-lhes a responsabilidade, e sim adjudicar-lhe. De modo que empregava o método das parábolas, não para pensar pelos homens, e sim para alentá— los a pensar por sua própria conta. Apresentava-lhes uma verdade que, se fizessem o esforço adequado, com a atitude mental correta, poderiam descobrir por si mesmos e desse modo chegar a possuí-la de maneira tal que fosse deles real e verdadeiramente.

    DA TERRA AO CÉU

    Marcos 4:3-9

    Deixaremos a interpretação desta parábola para quando chegarmos a que nos dá Marcos. No momento, nos limitaremos a tomá-la como um exemplo do ensino de Jesus por meio de parábolas. O lugar é a margem do lago; Jesus está sentado em um barco, afastado da margem. A costa desce em um suave pendente até a margem da água e forma um anfiteatro natural onde as pessoas se podem se localizar. Enquanto fala, Jesus vê um semeador que trabalha com esforço no campo. "Olhem!" diz, "o saiu a semear". Essa é a essência do método de parábolas.

    1. Jesus partiu do aqui e agora para chegar ao lá e então. Partiu de algo que acontecia nesse momento na Terra para conduzir o pensamento dos homens ao céu. Começou com algo que todos podiam ver para chegar às coisas invisíveis. Partiu de algo que todos conheciam para chegar a algo que ainda não tinham percebido. Essa era a própria essência do ensino de Jesus. Não confundia os homens começando com algo que implicava coisas complexas, estranhas e difíceis. Partia das coisas mais simples, que até um menino podia entender.
    2. Jesus, ao fazer isso, mostrava que creia na existência de uma verdadeira relação entre o céu e a Terra. Do contrário, não teria estado de acordo com a opinião de que "a Terra é um deserto lúgubre". Cria que os homens podiam ver Deus nas coisas comuns, simples e cotidianas. Como disse William Temple: "Jesus ensinou os homens a ver a ação de Deus nas coisas normais e comuns: no nascer do Sol, na queda da chuva e no crescimento das plantas". Faz muito tempo que Paulo expressou a mesma idéia quando disse que o mundo visível está destinado a dar a conhecer as coisas invisíveis de Deus (Rm 1:20). Para Jesus, este não era um lugar perdido e mau, era a veste do Deus vivo. Sir Christopher Wren está sepultado na Catedral de São Paulo, em Londres. É uma grande igreja que seu próprio gênio planejou e construiu. Sobre sua lápide há uma inscrição muito simples em latim que significa: "Se querem ver seu monumento, olhem a seu redor". Nas coisas simples da vida, Jesus encontra uma fonte infinita de sinais que conduzirão os homens a Deus se as interpretarem como corresponde.
    3. A própria essência das parábolas consistia em que eram espontâneas, surgiam nesse momento e não foram ensaiadas antes. Jesus olha a seu redor em busca de um ponto de contato com a multidão. Vê o semeador e sob a urgência do momento esse semeador se converte em seu texto. As parábolas não eram relatos elaborados na tranqüilidade de um estúdio; não eram cuidadosamente pensadas, polidas e ensaiadas. Sua grandeza suprema consiste em que Jesus pensava e compunha estas breves histórias imortais nesse mesmo momento. Surgiam a partir das necessidades do momento e no meio do calor da discussão. C. J. Cadoux disse a respeito delas: "Uma parábola é a arte disposta para o serviço e o conflito..." Nisso encontramos a razão pela qual as parábolas são tão escassas. Exige uma boa medida de capacidade artística, mas uma capacidade exercida em condições difíceis.

    Nas três parábolas típicas da Bíblia o relator arrisca a vida. Jotão (Juízes 9:8-15) contou a parábola das árvores aos homens de Siquém e depois escapou para salvar sua vida. Natã (II Samuel 12:1-7), com a parábola da cordeirinho descreveu seu pecado a um déspota oriental. Na parábola dos lavradores maus, Jesus usou sua própria sentença de morte como uma arma a favor de sua causa.

    Em seu uso mais característico, a parábola é uma arma para a discussão que não foi elaborada em uma concentração tranqüila, como um soneto, e sim improvisada em um momento difícil para enfrentar uma situação imprevista. Em seu emprego supremo, põe de manifesto a sensibilidade do poeta, a penetração, a rapidez e a riqueza conceptual do protagonista e a coragem que permite a essa mente trabalhar sem preocupar-se com o conflito e o perigo de uma luta mortal. Sempre admiramos as parábolas de Jesus, mas quando recordamos que se pronunciaram de maneira espontânea, sem preparação, sob a excitação de uma situação concreta, aumenta cem vezes nossa maravilha.

    1. Isto nos traz para um elemento que sempre devemos recordar ao tratar de interpretar as parábolas. A intenção das mesmas não era em primeiro lugar que fossem lidas, e sim fossem ouvidas. Isso quer dizer que, em um primeiro momento, ninguém podia sentar para investigá-las e estudá-las frase por frase. Não as pronunciava para que alguém as estudasse em profundidade e com tempo, e sim para produzir uma impressão e uma reação imediatas. Isso quer dizer que nunca se deve ver as parábolas como alegorias. Numa alegoria, cada parte, cada ação e cada detalhe da história têm um significado e um sentido profundo.

    O Peregrino do Bunyan, é uma alegoria. Cada um dos acontecimentos, personagens e detalhes têm um sentido simbólico. Se for assim, resulta evidente que a alegoria deve ser estudada, analisada e investigada. A parábola, por outro lado, era algo que se ouvia uma só vez. Portanto, o que devemos procurar nela não é uma situação na qual cada detalhe represente outra coisa; devemos procurar uma situação na qual sai à luz uma grande idéia e brilha como um relâmpago. É sempre errado buscar dar um significado a cada detalhe de uma parábola. O correto quer dizer sempre: "Que idéia terá penetrado na mente de quem ouviu esta historia pela primeira vez?".

    O MISTÉRIO DO REINO

    Marcos 4:10-12

    Esta passagem sempre foi uma das mais difíceis de entender de todos os Evangelhos. Em grego, o mistério do Reino de Deus tem um sentido técnico: não significa um algo complicado e misterioso como acontece em nosso idioma. Refere-se a algo totalmente ininteligível para aqueles que não foram iniciados em seu significado, mas muito claro e simples para quem foi iniciado. Na época do Novo Testamento, uma das características mais importantes da religião popular do mundo pagão eram as Religiões de mistérios. Estas religiões prometiam a comunhão, a união, e até a identidade com algum deus, mediante o qual desapareceriam todos os temores e terrores da vida e da morte. Quase todas estas religiões de mistérios se apoiavam na história de algum deus que tinha sofrido, morto e ressuscitado. Quase todas pertenciam à linha de dramas de paixão.

    Uma das mais famosas era o Mistério de Isis. Osíris era um rei sábio e bom. Seth, seu irmão malvado, odiava-o. Junto com setenta e dois conspiradores convenceu-o a assistir a um banquete. Uma vez ali, persuadiu-o de que entrasse em um ataúde feito com muita astúcia, no qual se localizava com perfeição. Quando se achou dentro dele, fecharam a tampa e arrojaram o ataúde ao Nilo. Isis, sua fiel esposa, depois de uma busca longa e fatigante achou o ataúde e o levou à sua

    casa para fazer luto. Estando ela ausente, o cruel Seth voltou, roubou o corpo, o cortou em quatorze partes e as esparramou por todo o Egito. Uma vez mais saiu Isis em seu triste e fatigável busca. Por último, encontrou todas as partes e, graças a seus poderes mágicos, reuniu-as e restituiu a vida de Osíris. A partir desse momento se converteu no rei imortal dos vivos e dos mortos.

    Agora, o que acontecia nas religiões de mistérios era o seguinte. O candidato passava por um longo período de purificação, jejum, ascetismo e instrução acerca do mais recôndito significado da história. Logo se teatralizava o relato com toda sua dor, sua tristeza, sua ressurreição e seu final triunfante como se se tratasse de um drama de paixão. Recorria-se à música, o incenso, as luzes e a uma liturgia esplêndida para realçar a atmosfera emocional. À medida que se desenvolvia a cena, o fiel se identificava com o deus tanto em seus sofrimentos como em sua vitória final. Passava da morte à imortalidade pela união com o deus.
    Agora, o fato que nos interessa é que tudo isto carecia de sentido para a pessoa que não estava iniciada; mas para os iniciados, estava carregado de todo o sentido que lhe tinham ensinado a encontrar nisso. Esse é o significado técnico da palavra grega mysterion. Quando o Novo Testamento fala do mistério do Reino, não quer indicar que este é algo remoto, obscuro, recôndito e difícil de compreender; o que quer dizer é que é totalmente incompreensível para aquele que não entregou seu coração a Jesus e que só o homem que tomou a Jesus como Mestre e Senhor pode entender o que significa o Reino de Deus.

    Não obstante, a dificuldade real da passagem se encontra no que segue. Se tomarmos em seu sentido literal pareceria que Jesus ensinava em parábolas para obscurecer o sentido de suas palavras com toda deliberação, para escondê-lo de todos os homens e mulheres simples. Fosse qual fosse o sentido original, a passagem não pode significar isso; e haja dito Jesus o que haja dito, não disse isso. Pois se houver algo claro como a água é que Jesus não empregava as parábolas para ocultar o sentido de suas palavras e para encobrir sua verdade, e sim para levar os homens a reconhecer a verdade e para ajudá-los a vê-la.

    Então, como esta passagem chegou a adquirir a forma que tem? Trata-se de uma citação de Isaías 6:9-10, que tinha preocupado as pessoas do começo. Tinha estado preocupando as pessoas por mais de duzentos anos antes de que Jesus a usasse. A tradução literal do hebraico é a seguinte (as duas versões pertencem ao W. O. E. Oesterley):

    E disse, Vá e diga a este povo: "Continuem ouvindo mas não compreendam; continuem procurando mas não percebam." Engrossa o coração deste povo, endurece seus ouvidos, cobre seus olhos; não seja que vejam com seus olhos, que escutem com seus ouvidos e que compreendam com seu coração, de modo que fique são outra vez.

    Em seu sentido literal, pareceria que Deus diz a Isaías que deve seguir um caminho pensado com deliberação para fazer com que as pessoas não possam entender. No século III a.C. as Escrituras hebraicas foram traduzidas ao grego e a versão neste último idioma, chamada Septuaginta, tornou-se um dos livros que exerceu maior influência no mundo porque levou o Antigo Testamento a todos aqueles lugares onde se falava grego. Os tradutores desta versão se sentiram preocupados com esta passagem estranha e mudaram a tradução:

    E disse, Vá e diga a este povo: "Ouvirão mas não entenderão; e vendo, verão mas não perceberão." Porque o coração deste povo se endureceu, e com seus ouvidos não ouvem bem e seus olhos se fecharam. Para que não cheguem a ver com seus olhos, a ouvir com seus ouvidos e a compreender com seus corações e para que não se convertam e eu deva curá-los.

    Esta versão grega não diz que o propósito de Deus fora que esse povo fosse tão torpe que não pudesse entender. Diz que se entorpeceram a si mesmos de maneira tal que não podiam entender, coisa esta que é muito distinta. A explicação é que ninguém pode traduzir ou expressar com palavras um tom de voz.
    Quando Isaías falou ele o fez, em parte, com um tom irônico e em parte, com desespero, mas cheio de amor. Pensava o seguinte:

    "Deus me enviou para trazer a verdade a este povo e pelo resultado que obtenho, bem poderia ter sido enviado para fechar suas mentes.

    Poderia falar com uma parede, seria o mesmo. Dir-se-ia que Deus fechou suas mentes à verdade."

    Jesus pronunciava suas parábolas com a intenção de que penetrassem na mente dos homens e os iluminassem com a verdade de Deus. Mas via uma profunda incompreensão nos olhos de muitos. Via muita gente cegada pelo prejuízo, ensurdecida por seus próprios desejos, muito lentos para pensar. Voltou-se para seus discípulos e lhes perguntou: "Recordam o que Isaías disse uma vez? Disse que quando foi a Israel, o povo de Deus, com sua mensagem, estava tão pouco disposto a entender que se podia pensar que Deus tinha fechado suas mentes em lugar de abrir-lhe Isso é o que eu sinto hoje."

    Quando Jesus disse isto não o fez com raiva, irritação, amargura ou exasperação. Disse-o com o desejo do amor frustrado, com a aguda dor de alguém que trazia um grandioso dom que os homens não recebiam por sua cegueira. Se lermos esta passagem sem imaginar um tom de amarga exasperação, o tom do amor entristecido, nos parecerá muito distinto. Não nos falará de um Deus que cegava deliberadamente os homens e lhes ocultava sua verdade, mas sim de homens tão incompreensivos que parecia quase inútil que o mesmo Deus tratasse de penetrar a cortina de aço de sua incompreensão. Não permita Deus que escutemos sua verdade dessa maneira!

    A COLHEITA ESTÁ GARANTIDA

    13 41:4-20'>Marcos 4:13-20

    Para aqueles que ouviam a Jesus, cada detalhe desta parábola era algo real porque provinha da vida cotidiana. Mencionam-se quatro tipos de solos.

    (1) O solo duro à margem do caminho. A semente podia cair de duas maneiras neste tipo de terreno. Os campos da Palestina estavam dispostos em fatias largas e estreitas. Estas fatias estavam divididas por pequenos atalhos pelos quais se podia caminhar. Por causa disso se endureciam tanto como um pavimento de cimento dada a quantidade de gente que os transitava. Quando o semeador pulverizava a semente, uma parte dela podia cair nestes atalhos e ali não tinha nenhuma possibilidade de crescer.

    Mas havia outra forma de semear na Palestina. Às vezes se punha uma bolsa cheia de sementes sobre o lombo de um asno, se fazia um corte em um dos extremos da bolsa e logo se fazia o animal caminhar de uma ponta à outra do campo enquanto caía a semente. Era inevitável que parte da semente caísse sobre o caminho quando se conduzia o animal até o campo, e inevitavelmente as aves se equilibravam sobre ela e a comiam. Há alguns em cujo coração a verdade cristã não pode penetrar. Essa impossibilidade se deve à falta de interesse do ouvinte e essa falta de interesse, por sua vez, deve-se à incapacidade de perceber a importância da decisão cristã. O cristianismo não acha guarida em muita gente, não porque sejam hostis a ele, e sim porque são indiferentes. Crêem que é algo irrelevante e que podem viver sem ele. Isso poderia ser certo se a vida fosse um caminho simples onde não existissem tensões nem lágrimas; mas a realidade concreta é que na vida de todos os homens chega um momento em que precisam de um poder distinto ao seu próprio. A tragédia da vida é que são muitos os que descobrem este fato muito tarde.
    (2) Fala-se do terreno pedregoso. Não se tratava de uma zona cheia de pedras, mas sim de um terreno de pedra calcária coberta por uma capa muito fina de terra. Esta era a composição de grande parte da Galiléia. Em muitos campos a rocha aflorava à superfície. A semente que caía nesses terrenos germinava muito bem, mas como a terra era tão fina e continha tão pouca umidade e alimento, o calor do Sol não demorava para secar os brotos de maneira que morriam. Sempre resulta mais fácil começar algo que terminá-lo.

    Conta-se que um famoso evangelizador disse: "Aprendemos que se necessita cinco por cento de esforço para ganhar um homem para Cristo e um noventa e cinco por cento para mantê-lo a seu lado e para que cresça dentro da Igreja." São muitos os que empreendem o caminho cristão, e também são muitos os que ficam ao flanco do caminho.
    Há dois problemas que provocam esta deserção. O primeiro é a incapacidade de pensar a fundo no que significa o cristianismo, de dar-se conta de qual é seu conteúdo e o preço que terá que pagar por ele antes de começar. O outro fator é que há milhares de pessoas que se sentem atraídas pelo cristianismo mas que jamais permitem que penetre além da superfície. O concreto é que o cristianismo é uma questão de tudo ou nada. O homem só está seguro quando se entrega por completo a Cristo.

    1. O terceiro tipo de terreno era o que estava cheio de espinhos. O camponês da Palestina era ocioso. Cortava os ramos superiores dos espinhos fibrosos e os queimava, o campo podia parecer limpo, mas debaixo da superfície permaneciam as raízes. Dali a pouco, as ervas daninhas recuperavam sua força. Cresciam com tanta celeridade e com tanto vigor que afogavam a vida da semente. É muito fácil abarrotar a vida com tantos interesses que não sobra tempo para dedicar a Jesus.

    Como disse o poeta, as preocupações da vida podem ser como a terra acumulada até que "esquecemos porque temos que esquecer e não porque queiramos." quanto mais complexa seja a vida, mais importante resulta comprovar que nossa ordem de prioridades seja correta, pois são muitas as coisas que tentam de tirar Cristo do lugar principal.

    1. Por último, menciona-se o terreno bom, limpo e profundo onde podia germinar a semente. Se tivermos que nos beneficiar realmente com a mensagem cristã, a parábola nos diz que devemos fazer três coisas.

    (a) Devemos escutá-lo. Não podemos ouvir se não escutarmos. Pode acontecer que muitos de nós estamos tão ocupados em falar que não temos tempo para escutar; estamos tão empenhados em discutir que não temos tempo para escutar; tão ocupados em manifestar nossas próprias opiniões e pontos de vista que não temos tempo para escutar os pontos de vista de Cristo; nos levando de um lado para o outro, que carecemos do tempo necessário para a quietude essencial.

    1. Devemos recebê-lo. Quando ouvimos a mensagem cristã devemos fazê-la penetrar em nossa mente. A mente humana é uma máquina estranha e perigosa. Estamos constituídos de modo tal que quando um corpo estranho trata de penetrar no olho, este se fecha automaticamente. É uma ação reflexa, instintiva. Quando a mente ouve alguma coisa que não quer escutar, automaticamente fecha suas portas e a esquece. Em alguns momentos, a verdade pode produzir dor; mas às vezes temos que aceitar uma droga desagradável ou um tratamento doloroso para conservar a saúde. Fechar a mente à verdade que não queremos ouvir é o caminho que nos levará diretamente à tragédia e ao desastre.
    2. Devemos transformá-lo em ações concretas. A produção que se menciona na parábola foi de trinta, sessenta, e cem por um. É uma colheita abundante, mas o terreno vulcânico da Galiléia era famoso por sua produção. A verdade cristã sempre deve traduzir-se em ações concretas. Em última instância~, o cristão recebe um desafio, não para especular, e sim para agir.

    Agora, tudo o que acabamos de ver é o sentido que encontramos na parábola quando sentamos para estudá-la com atenção. E nós a lemos com tempo para refletir sobre ela. Seria quase impossível para que quem a ouviu pela primeira vez ter pensado em todas estas coisas; e devemos recordar, como vimos antes, que originariamente a parábola foi pronunciada diante de uma multidão. Qual seria o elemento que apareceria nas mentes da multidão que a ouvia pela primeira vez? Sem dúvida seria o seguinte: que embora uma parte da semente jamais crescia, o certo era que no fim do dia se recolhia uma colheita esplêndida. Esta parábola põe fim ao desespero. Pode parecer que boa parte de nosso esforço não consiga nenhum resultado, ou que grande parte de nosso trabalho seja estéril. Isso era o que sentiam os discípulos quando viam que expulsavam a Jesus da sinagoga e o olhavam com suspeita. Em mais de um lugar, sua mensagem parecia ter fracassado, e eles se sentiam desalentados e deprimidos. Não obstante, esta parábola lhes dizia, e também nos diz: "Paciência! Faz tua tarefa. Semeia a semente. Deixa o resto a Deus. A colheita está garantida."

    A LUZ QUE DEVE SER VISTA

    Mc 4:21

    Os versículos 21:25 são interessantes porque nos mostram os problemas que os autores dos Evangelhos enfrentavam. Estes versículos apresentam quatro ditos diferentes do Jesus. No versículo 21 há um dito sobre o abajur. No versículo 22 se fala sobre a revelação das coisas secretas. No versículo 24 há uma frase que afirma que receberemos na mesma medida em que tenhamos dado. No 25 se afirma que àquele que tem lhe será dado ainda mais. Agora, Marcos apresenta estes versículos um após o outro, mas o versículo 21 é repetido em Mt 5:15; o versículo 22 é repetido em Mt 10:26; o versículo 24 é repetido em Mt 7:2 e o versículo 25 em Mt 13:12 e também em Mt 25:29. Isso quer dizer que quatro versículos consecutivos do Evangelho de Marcos aparecem espalhados por todo o Evangelho de Mateus. Ao ouvi-los, aparece um fato prático. Não devemos tentar achar alguma conexão entre eles porque é evidente que não há. São frases desconectadas entre si e devemos tomar uma por uma.

    Como isto aconteceu? Como é que Marcos apresenta estas frases de Jesus uma após outra e Mateus as reparte por todo o seu Evangelho? A razão é muito simples. Jesus tinha um domínio único sobre a linguagem. Podia dizer as coisas mais vívidas e expressivas. Podia dizer coisas que permaneciam na memória e o povo gente não as esquecia. Por outro lado, deve ter dito muitas destas coisas mais de uma vez. Viajava de um lado a outro e seus ouvintes eram outros; deve ter repetido uma boa parte de seus ensinos em cada lugar. Como resultado, os homens lembravam o que Jesus dizia, dizia-o de uma maneira tão vívida que não a podiam esquecer; mas, não lembravam quando o havia dito. O resultado é que existem uma quantidade do que poderia denominar-se ditos "órfãos" de

    Jesus. A própria frase se grava na mente das pessoas de maneira tal que a recordam para sempre, mas esquecem seu contexto, o momento em que ela foi pronunciada. Portanto, devemos tomar cada um destes ditos separadamente e analisá-los.

    Um dos ditos memoráveis de Jesus é que os homens não acendem um abajur e o põem debaixo do alqueire, que seria o mesmo que tampá— lo com um recipiente, nem a põem debaixo da cama. O objetivo do abajur é ser visto e capacitar aos homens a verem. Por isso deve ser posto em um lugar onde todos os homens possam vê-la.
    Esta frase nos ensina duas coisas.
    (1) O objetivo da verdade é que seja vista. O propósito da verdade não é permanecer escondida, e sim ser manifestar. Pode haver momentos em que resulta perigoso dizer a verdade. Em certas ocasiões, dizer a verdade é o caminho mais seguro para gerar perseguições e problemas. Mas o homem verdadeiro e o cristão autêntico defendem a verdade diante de todos.

    Quando Lutero decidiu enfrentar a Igreja Católica Romana se propôs atacar, em primeiro lugar, as indulgências. Para todos os efeitos práticos, as indulgências eram remissões de pecados que qualquer um podia comprar de um sacerdote se estivesse disposto a pagar seu preço. Lutero elaborou noventa e cinco teses contra estas indulgências. E o que fez com essas teses? Em Wittenberg havia uma igreja chamada a Igreja de Todos os Santos. Estava intimamente relacionada com a Universidade. Na porta da igreja se fixavam notícias da Universidade, assim como os temas das discussões acadêmicas. Era o único anúncio de notícias da cidade. Lutero fixou sua tese nessa porta. Quando o fez? O dia em que a maior quantidade de pessoas assistiam à igreja era o de Todos os Santos, em primeiro de novembro, que coincidia com o aniversário da fundação dessa igreja; celebravam-se vários cultos e multidões assistiam. Lutero fixou sua noventa e cinco tese sobre a porta da igreja o dia de Todos os Santos.

    Se tivesse sido um homem prudente e cauteloso nem sequer teria escrito essas teses. Se sua mente estivesse posta em sua segurança não as teria fixado na porta da igreja. E, de havê-lo feito, não teria escolhido o Dia de Todos os Santos para fazer sua declaração, se tivesse pensado em sua segurança pessoal. Mas Lutero sentia que tinha descoberto a verdade e a única idéia que ocupava sua mente era tirar à luz essa verdade e dedicar sua vida a ela. Em todos os níveis da vida chegam momentos quando sabemos muito bem quais são as exigências da verdade, o que é o que devemos fazer, qual é a obrigação do cristão. Em todos os níveis da vida há momentos em que não fazemos o que devemos fazer porque isso nos conduziria à impopularidade ou coisas piores. Devemos ter presente que o abajur da verdade é algo que devemos manter em alto e que não devemos ocultá-la para conservar uma covarde segurança.
    (2) O propósito do cristianismo é que seja visto. Na Igreja primitiva às vezes o fato de mostrar que alguém era cristão implicava a morte. O Império romano se estendia por todo mundo. A fim de obter algum tipo de unidade em tão vasto império, iniciou-se o culto ao imperador. O imperador era a encarnação e personificação do Estado e era adorado como um deus. Exigia-se a todos os habitantes do império que em certos dias estabelecidos chegassem para sacrificar diante da divindade do imperador. Em realidade, tratava-se de uma prova de lealdade política. Após completar o requisito, recebia um certificado, e de posse deste certificado, podia-se ir adorar a qualquer outro deus. Ainda se conservam muitos destes certificados. Dizem o seguinte:

    A quem tem a seu cargo o sacrifício do Inareo Aqueo da aldeia de Theoxenis, junto com seus filhos Aías e Hera, que habitam na aldeia da Theadelfia. Sacrificamos regularmente aos deuses e agora, em sua presença, como as normas exigem, sacrificamos derramamos nossa libação e provamos as ofertas. Pedimos que nos dêem o certificado correspondente. Que a sorte lhes acompanhe.

    Logo segue o testemunho:

    Nós, Serenas e Hermas, testemunhamos seu sacrifício.

    Tudo o que o cristão devia fazer era passar por esse ato formal, receber o certificado e ficar tranqüilo, sem correr nenhum perigo. E a história prova que milhares de cristãos preferiram a morte em vez de fazer isso. Com a maior facilidade podiam ter oculto o fato de que eram cristãos. Poderiam ter continuado sendo cristãos em particular, sem o menor problema. Mas para eles, seu cristianismo era algo do qual era preciso dar testemunho perante todos os homens. Sentiam-se orgulhosos de que todos soubessem qual era sua posição. A esses homens devemos a fé cristã que temos hoje. O costume, o mais fácil é silenciar o fato de que pertencemos a Cristo e a sua Igreja; mas nosso cristianismo deve ser como o abajur que todos os homens podem ver.

    A VERDADE QUE NÃO SE PODE OCULTAR

    Marcos 4:22-23

    Jesus estava absolutamente convencido de que, em última instância, não se podia ocultar a verdade. Esta frase se aplica a duas coisas.
    (1) Vale para a própria verdade. Há algo indestrutível na verdade. Os homens podem resistir de confrontar a verdade; podem tentar suprimi-la; podem negar-se a aceitá-la mas "grande é a verdade e no final prevalecerá".

    A princípios do século XVI um astrônomo, chamado Copérnico, descobriu que a Terra não é o centro do universo. Viu que, em realidade, é a Terra que gira ao redor do Sol e não o Sol ao redor da Terra. Copérnico era um homem cauteloso e durante trinta anos não difundiu seu descobrimento. Por fim, em 1543, quando estava a um passo da morte, convenceu a um editor atônito que publicasse sua obra fundamental, As revoluções dos corpos celestes. Copérnico morreu pouco tempo depois, mas outros herdaram a tormenta.

    A princípios do século XVII Galileu aceitou a teoria de Copérnico e afirmou publicamente sua adesão a ela. Em 1616, A Inquisição o convocou a Roma e condenou suas crenças. Ditou-se sentença: "A primeira proposição a respeito de que o Sol é o centro e não gira ao redor da Terra é tola, absurda, teologicamente falsa e herética porque contradiz as Sagradas Escrituras... A segunda proposição a respeito de que a Terra não é o centro, mas que gira ao redor do Sol é absurda, filosoficamente falsa e, do ponto de vista teológico, contrária à fé." Galileu abdicou. Era mais fácil concordar do que morrer; e durante anos guardou silêncio. Uma novo Papa subiu ao trono e Galileu pensou que Urbano VIII era um homem de mente mais ampla e mais culto que seu predecessor. Voltou a expor sua teoria. Suas expectativas estavam equivocadas. Desta vez teve que escolher entre assinar uma retratação ou submeter-se a torturas. Preferiu assinar.

    "Eu, Galileo, aos setenta anos, sendo prisioneiro e de joelhos, diante de suas eminências e com os Santos Evangelhos sob os olhos e tocando-os com minhas mãos, abjuro, amaldiçôo e detesto o engano e a heresia do movimento da Terra."

    A retratação o salvou da morte mas não da prisão. Por fim, até se proibiu que o enterrassem na abóbada de sua família.
    A Igreja Católica Romana não foi a única que se negou a aceitar a verdade. Lutero escreveu:

    "O povo emprestou os ouvidos um astrólogo tresnoitado (referia-se a Copérnico) que se empenhou em mostrar que a Terra gira e que não acontece assim com o céu ou o firmamento, o Sol e a Lua. Este insensato quer modificar toda a ciência da astronomia, mas a Sagrada Escritura nos diz que Josué mandou o Sol deter-se, não a Terra."

    O tempo, entretanto, segue seu curso. Pode-se ameaçar torturando a um homem por ter descoberto a verdade. Pode-se qualificá-lo de néscio e rir dele quando comparece diante do tribunal, mas isso não altera a verdade. "Não está em teu poder", disse Andrew Melville, "enforcar ou exilar à verdade." Pode-se atacar, retardar, suprimir, zombar da verdade. Mas o tempo traz sua vingança e, por fim, a verdade prevalece. Todo homem deve precaver-se de não brigar contra ela.

    (2) Aplica-se a nós, à nossa própria vida e à nossa conduta. Quando alguém faz algo mau, seu primeiro instinto é ocultar-se. Isso foi o que Adão e Eva fizeram quando desobedeceram o mandato de Deus (Gn 3:8). Mas a verdade tem sua forma de sair à luz. Em última instância, ninguém pode esconder a verdade de si mesmo e o homem que guarda um segredo jamais é feliz. A rede de ocultação nunca é um engano permanente. E, quando se trata das coisas últimas, ninguém pode esconder nada de Deus. No final é literalmente certo que não há nada secreto que não tenha que ser revelado diante de Deus. Quando recordamos isso, devemos estar cheios do desejo de converter a vida em algo que todos os homens possam ver e que Deus possa observar, sem que sintamos vergonha.

    O EQUILÍBRIO DA VIDA

    Mc 4:24

    Na vida sempre há um equilíbrio. O que alguém obtenha estará determinado, em cada caso, pelo que faz.

    1. Isto se aplica ao estudo. Quanto mais tempo de estudo se dedique a um tema, mais se obterá dele. Conta-se que o antigo país dos partos não dava de comer a seus jovens até que não tivessem suado. Tinham que trabalhar antes de poder comer. Todos os temas de estudo são assim. Dão prazer e satisfações em proporção ao esforço que estejamos dispostos a lhes dedicar. Isto se aplica de maneira especial ao estudo da Bíblia. Às vezes sentimos que certas partes da Bíblia não nos resultam agradáveis. Se as estudarmos, costumam ser as que nos produzem maior satisfação. Um estudo superficial de qualquer tema em geral não despertará maior interesse; mas todo estudo a fundo realmente nos deixará entusiasmados e fascinados.
    2. Aplica-se à adoração. Quanto mais levemos ao culto da casa de Deus mais obteremos de Deus. Quando nos aproximamos ao culto na casa de Deus, podemos fazê-lo de três maneiras equivocadas.
    3. Podemos nos aproximar unicamente para receber. Se chegarmos com esse estado de ânimo, o mais provável é que critiquemos o organista, o coro e o sermão do ministro. Veremos todo o culto como uma obra posta em cena única e exclusivamente para nosso próprio entretenimento. Devemos nos aproximar com o ânimo disposto a dar. Devemos recordar que o culto é um ato grupal e que cada um de nós pode fazer sua contribuição. Se não nos perguntarmos "O que posso obter deste culto?" e sim "O que posso contribuir a ele?", obteremos muito mais do que se só assistirmos com a intenção de receber coisas.
    4. Podemos nos aproximar sem nenhuma espera. Nossa assistência pode ser devido ao hábito e a rotina. Pode formar parte do horário que estabelecemos para distribuir nosso tempo. Mas, depois de tudo, vamos ao culto para nos encontrar com Deus e quando nos encontramos com Deus pode acontecer alguma coisa.
    5. Podemos chegar sem preparação alguma. Resulta muito fácil nos dirigir para o culto na casa de Deus sem nenhum tipo de preparação da mente ou do coração. E é fácil porque muito freqüentemente chegamos às pressas. Seria muito diferente se antes de nos aproximar do culto permanecêssemos quietos e em silêncio durante alguns minutos e se nos aproximássemos de Deus por meio da oração. Como diziam os rabinos judeus a seus discípulos: "Oram melhor juntos os que antes oraram separadamente."

    (3) Aplica-se às relações pessoais. Uma das grandes realidades da vida é que nos vemos refletidos em outras pessoas. Se formos irritáveis e mal-humorados sentiremos que o resto das pessoas também é desagradável. Se vivemos criticando e encontrando defeitos, é provável que outros façam o mesmo. Se somos desconfiados e suspeitamos de todos, sem dúvida outros farão o mesmo conosco. Se quisermos que outros nos amem, primeiro devemos amar. Quem quer ter amigos deve ter um ânimo amistoso. Os homens acreditaram em Jesus porque ele acreditava neles.

    LEI DOS LUCROS

    Mc 4:25

    É possível que à primeira vista este ensino pareça duro. Mas a lição de toda a vida é aprender quão inevitável e profundamente verdadeiras são estas palavras.

    1. Vale com respeito ao conhecimento. Quanto mais saiba uma pessoa, mais será capaz de aprender. Ninguém pode ingressar nas riquezas da literatura grega antes de ter transitado o penoso atalho que conduz através da gramática desse idioma. Quando possui conhecimentos básicos de gramática grega, algo mais lhe será dado. Ninguém pode aproveitar totalmente uma experiência musical até não conhecer a estrutura da sinfonia. Mas quando possui esse conhecimento, há muita maior riqueza estética reservada para ele na música.

    Também é certo que se alguém não se aplicar constantemente à tarefa de aumentar seus conhecimentos, até o pouco que tem lhe será tirado. Há muitos que quando foram à escola podiam dirigir os elementos de alguma língua estrangeira, como inglês ou francês, mas por não terem exercitado e aumentado os conhecimentos que a escola lhe repartiu vieram a perder até o pouco que tinham. Em matéria de conhecimentos quanto mais se conhece mais fácil será adquirir. Quando se possui algum conhecimento, outros são dados. E se alguém não procura aumentar a quantidade de conhecimentos que possui, estes escaparão, pouco a pouco, de sua capacidade de captação. Os mestres judeus tinham um dito extravagante mas muito expressivo. O estudioso deve ser tratado como uma mula pequena: cada dia é necessário aumentar a carga que leva sobre suas costas. No campo do conhecimento não podemos nos deter; sempre adquirimos mais conhecimentos ou os perdemos.

    1. Vale com respeito à força. Quanto mais força física possua um homem, mais, dentro dos limites de sua constituição física, poderá adquirir. Quanto mais treine seu corpo, mais seu corpo será capaz de fazer. Por outro lado, se permitir que seu físico se abandone, se permitir que se abrande e afrouxe o tônus muscular, terminará perdendo até o pouco de habilidade que tinha. Às vezes conviria que recordássemos que nossos corpos pertencem a Deus do mesmo modo que nossas almas. Mais de um homem é incapaz de realizar as tarefas que lhe solicitam por ter permitido que seu corpo perdesse a capacidade de funcionar de maneira adequada.
    2. Vale com respeito às habilidades ou capacidades técnicas. Quanto mais desenvolvamos a habilidade de nossas mãos, nosso olho, nossa mente, mais poderemos desenvolvê-la no futuro. Se nos contentarmos guardando o que temos, não tratando nunca de fazer nada novo, não adotando novas técnicas, ficaremos sempre em um mesmo trabalho e perderemos a capacidade de progredir para outras técnicas, mais complicadas. Se descuidarmos a habilidade que possuímos, depois de pouco tempo nos daremos conta que ainda essa a teremos perdido.
    3. Vale com respeito à capacidade de assumir responsabilidades. Quanto mais responsabilidades temos, mais responsabilidades seremos capazes de aceitar. Quanto mais sejam as decisões que sejamos obrigados a tomar, mais adequada será nossa capacidade de decidir de maneira correta. Mas se nos esquivarmos às responsabilidades, se não quisermos tomar decisões e vacilamos todo o tempo diante de cada opção, terminaremos por nos torna seres sem coluna dorsal, fracos, totalmente ineptos para a aceitação de responsabilidades e incapazes de decidir. Em várias oportunidades, em suas parábolas, Jesus afirma que a recompensa de quem executa bem as tarefas que lhes encarregaram é receber mais tarefas para realizar. É uma das leis fundamentais da vida, uma lei que não devemos esquecer, que quanto mais ganhemos mais poderemos ganhar, e que se não estarmos dispostos a nos esforçar, perderemos até aquilo que alguma vez ganhamos.

    O CRESCIMENTO INVISÍVEL E O FIM CERTEIRO

    Marcos 4:26-29

    Esta é a única parábola que aparece apenas em Marcos. Ele é o único em nos relatá-la. O Reino de Deus significa o governo ou reinado divino; significa aquele dia em que todos aceitarão a vontade de Deus, e quando esta seja feita na Terra assim como no céu. Esta é a meta, o fim de Deus para o universo inteiro. Esta parábola é breve, mas está cheia de inequívocas verdades.

    1. Fala-nos da condição indefesa do homem. O agricultor não faz crescer a semente. Em última análise, nem sequer compreende como cresce. A semente possui o segredo da vida e cresce por si mesmo. Nenhum homem jamais possuiu o segredo da vida; nenhum homem criou nada, no sentido pleno e total desta palavra. O homem pode descobrir coisas; pode reordená-las; pode desenvolvê-las; mas não pode criá-las. Nós não criamos o Reino de Deus; o Reino é de Deus. Por certo nós podemos frustrá-lo, ou opor-nos à sua vinda. Também podemos criar condições nas quais o Reino poderá manifestar-se de maneira mais clara, vir mais rapidamente e com maior plenitude. Mas por trás de todas as coisas está Deus e seu poder e vontade.
    2. Diz-nos algo com respeito ao Reino. É digno de se ter em conta que Jesus use tão freqüentemente exemplos que provêm dos processos naturais de crescimento para referir-se à vinda do Reino.
    3. O crescimento natural em geral é imperceptível. Não vemos as plantas crescerem. Se tivermos uma planta diante de nós todos os dias não nos daremos conta de como cresce. Somente quando a vemos, afastamo-nos dela durante algum tempo e depois voltamos a vê-la podemos perceber a diferença. O mesmo ocorre com o Reino. Resulta evidente que o Reino cresce, mas não se compararmos hoje com ontem, e sim este século com o século anterior.

    Quando Elizabeth Fry esteve no cárcere do Newgate, em 1817, encontrou na seção de mulheres que em só dois cárceres tinha amontoadas trezentas mulheres e uma grande quantidade de meninos. Viviam, dormiam, cozinhavam e comiam sobre o chão. Os únicos carcereiros eram um ancião e seu filho. Estavam apinhadas, seminuas, quase como animais, mendigando algumas moedas para gastar em bebidas alcoólicas que podiam comprar no bar do cárcere. Encontrou nessa mesma prisão um menino de nove anos que estava esperando ser executado na forca por ter posto um pau por uma janela e roubado uns lápis de cor avaliadas em dois peniques. Em 1853 os operários têxteis de Bolton fizeram uma greve para exigir um pagamento diário de sete peniques e meio e os mineiros do Stafford pediam 2 xelins e 6 peniques por semana. Em nossos dias tais barbaridades seriam impensáveis. Por que? Porque o Reino avança. O crescimento do Reino, como o de uma planta, possivelmente seja irreconhecível de um dia para o outro; mas quando o contemplamos da perspectiva de muitos anos não pode nos caber dúvida de sua realidade.

    1. O crescimento natural é constante. De dia e de noite, enquanto o lavrador dorme, o crescimento prossegue. Deus não se caracteriza por atuar de maneira espasmódica. O grande problema com os esforços e a bondade do homem é que em geral atuam de maneira espasmódica. Um dia damos um passo para frente, no dia seguinte retrocedemos dois. Mas a obra de Deus continua sempre, silenciosamente mas com segurança, para a obtenção de suas metas. De maneira constante, desenvolve seu plano.

    Os desígnios de nosso Deus cumprindo-se estão;
    O Espírito do Senhor não deixa de operar;

    Horas e séculos sem cessar um dia nos levarão Quando ao mundo a glória de Deus cobrirá Como as águas cobrem o mar.

    1. O crescimento natural é inevitável. Não há nada tão poderoso como o crescimento. Uma árvore pode romper um pavimento de cimento armado com o poder de seu crescimento. Quase qualquer semente pode rasgar o asfalto dos caminhos para que as primeiras folhas de seu plantinha recebam a luz do Sol. O mesmo ocorre com o Reino. Em face da rebeldia humana e sua desobediência, a obra de Deus prossegue. Nada pode deter o cumprimento dos propósitos de Deus.
    2. Diz-nos que há uma consumação. Há um dia quando se fizer a colheita. É inevitável que ao se fazer a colheita duas coisas, duas coisas aconteçam que são os aspectos opostos e contraditórios de um mesmo ato. Recolhem-se as sementes ou os frutos e a palha e as ervas daninhas são destruídas.

    Quando pensamos nesse dia vindouro há três coisas que devem chamar nossa atenção.

    1. Trata-se de um convite à paciência. Somos filhos da pressa e inevitavelmente pensaremos sempre de maneira apressada. Deus tem toda a eternidade para realizar sua obra. "Porque mil anos diante de seus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma das vigílias da noite" (Sl 90:4). Em vez da impertinente, irritável, inconsciente urgência humana que nos caracteriza deveríamos cultivar em nossas almas a paciência que aprende a confiar em Deus.
    2. Trata-se de um convite à esperança. Hoje vivemos em uma atmosfera de desesperança. Há muitos que perdem a esperança na 1greja; muitos perdem esperança no mundo; contemplam o futuro com arrepiante temor. "O homem", disse H. G. Wells, "que começou nas trevas de uma caverna, terminará nas ruínas insalubres de uma vila miserável." Entre a primeira e a segunda guerra mundial Sir Philip Gibbs escreveu um livro no qual prognosticava o futuro. Pensava na possibilidade de uma guerra na qual se usassem gases venenosos. "Se cheirar o aroma do gás nas ruas principais de minha cidade, não colocarei a máscara, mas sairei à rua e respirarei profundamente; porque sei que nesse momento já terminou a partida."

    Há muitos que crêem que a humanidade perdeu a partida. Ninguém pode pensar assim e crer em Deus. Se Deus for o Deus quem eles crêem que existe não resta lugar para pessimismo algum com respeito à vida. Possivelmente possamos experimentar remorsos; possivelmente possamos estar arrependidos; possivelmente examinemos a fundo nosso coração, descobrindo nossos fracassos e nosso pecado; mas nunca podemos perder a esperança.

    1. É um convite a estar preparados. Quando a consumação chegar devemos estar preparados. Será muito tarde para nos preparar-nos quando já estiver sobre nós. Temos que nos preparar para encontrar a nosso Deus, e estas não são palavras mil vezes repetidas e sem sentido. Se vivermos com essa paciência que não admite derrota, com essa esperança que não deixa lugar ao desalento e nesse estado de preparação que sempre contempla a vida à luz da eternidade, estaremos preparados, pela graça de Deus, para receber a consumação final de todas as coisas, quando quer que sobrevenha.

    DO PEQUENO AO GRANDE

    Marcos 4:30-32

    Nesta parábola há duas imagens que qualquer judeu deve ter reconhecido imediatamente.
    Em primeiro lugar, na Palestina o grão de mostarda representava simbolicamente a coisa de menor tamanho concebível. Por exemplo, "ter fé como um grão de mostarda" significava "ter tão pouca fé que menos seria impossível". Na Palestina este grão de mostarda crescia até ser um arbusto frondoso, muito parecido a uma árvore. Um viajante nos conta ter visto pessoalmente uma árvore de mostarda mais alta que um homem a cavalo. As aves gostavam muito das pequenas sementes negras da mostarda e era muito comum ver verdadeiras nuvens de pássaros em cima das plantas de mostarda.

    Em segundo lugar, no Antigo Testamento uma das formas mais comuns de referir-se graficamente a um grande império era compará-lo a uma árvore, e se dizia que as nações satélites do grande império eram como aves que procuravam refúgio à sombra de seus ramos (Ez 17:22ss.; Ez 31:1,Dn 4:21). A imagem de uma árvore cujos ramos estão carregados de aves, portanto, representam a um grande império e as nações tributárias de seu poderio.

    1. Esta parábola nos diz que nunca nos devem desanimar os começos humildes. Pode nos parecer que, nesse momento, somente poderemos produzir efeitos insignificantes; mas se esse efeito insignificante se repete, e se volta a repetir, virá a ter significado. Há uma experiência científica que demonstra o efeito das tinturas. Toma um grande recipiente de água pura e uma pequena garrafa de tintura. A tintura se adiciona à água, gota a gota. A princípio pareceria que o efeito do corante não influíra na água. Mas depois de haver-se somado muitas gotas começamos a perceber que a grande massa de líquido transparente começa a tingir-se, até que a totalidade adquire a tintura procurada. É o efeito repetido das gotas que produziu esse resultado. Muitas vezes sentimos que pelo pouco que somos capazes de fazer quase nem vale a pena que o façamos. Mas devemos recordar que alguém deve começar as coisas; tudo começou alguma vez. Nada aparece na plenitude de seu desenvolvimento. Nosso dever é fazer o que pudermos; e o efeito acumulado de todos os esforços pequenos pode chegar a produzir resultados surpreendentes.
    2. Esta parábola nos fala do Império da Igreja. A árvore e as aves, como vimos, representam ao grande império e a todas as nações que procuram refúgio nele. A Igreja começou com um indivíduo, mas terminará abrangendo o mundo inteiro. Há dois sentidos em que se pode afirmar que isto é verdade.
    3. A Igreja é um império no qual podem encontrar seu lugar todas os tipos de opiniões e de teologias. Temos a tendência de classificar como herege a todo aquele que não pensa como nós.

    João Wesley foi o maior exemplo de tolerância no mundo. "Pensamos", disse, "e deixamos pensar." "Não tenho direito algum", disse, "de objetar as idéias daquele que pensa de maneira diversa à minha, do mesmo modo como não posso qualificar de ridículo o homem que usa uma peruca enquanto eu uso meu próprio cabelo." Wesley saudava quem lhe saía ao passo dizendo: "Seu coração é como o meu? Então, me dê a mão!" É bom ter a segurança de estar no correto, mas isso não significa que devamos pensar que todos os outros, que não pensam como nós, estão equivocados.

    1. A Igreja é um império no qual se encontram todas as nações. Uma vez se estava construindo "um novo templo. Uma de suas características era que teria um grande vitral de riquíssimas cores. A comissão que estava a cargo da construção procurou durante muito tempo um texto para esse vitral, até que finalmente decidiram usar aquelas linhas de um hino que dizem: "Ao redor do trono celestial do Pai milhares de seus filhos cantam..."

    Contrataram um grande artista para que desenhasse o modelo do qual se copiaria o vitral. O artista ficou trabalhando no encargo e terminou amando profundamente sua obra. Quando terminou o desenho, fatigado, foi dormir. Mas durante a noite pareceu-lhe que ouviu ruídos; pareceu-lhe, possivelmente em sonhos, que tinha levantado e ido até seu estúdio para ver do que se tratava. Ali encontrou um homem que tinha a paleta em uma mão, um pincel na outra, e estava retocando o quadro.
    "Pare, arruinará minha obra", disse-lhe o pintor. "Penso", respondeu o estranho, "que você já quase a arruinou." "O que quer dizer?", perguntou intrigado o artista. "Pois bem, em sua paleta você tem muitas cores, mas usou somente um para pintar os rostos destes meninos. Quem lhe disse que no céu há somente meninos de rosto branco?" "Ninguém, simplesmente me ocorreu que seria assim." "Olhe", disse o estranho, "farei que alguns dos rostos sejam amarelos, e outros castanhos, e outros negros, e outros avermelhados; todos estes estão lá, pois todos responderam a meu chamado." "Seu chamado?", disse o artista. "Quem é você?" "Uma vez, faz muito tempo", disse o estranho sorrindo, "eu disse: Deixem que os meninos venham a mim, não os impeçam, porque deles é o Reino dos céus... e ainda hoje prossigo dizendo." E o artista soube que o estranho era o Senhor em pessoa.
    No momento que soube, sua presença se desvaneceu. O quadro era muito mais formoso agora, com os rostos de pequenos negrinhos, de meninos orientais com os olhos amendoados e a pele amarela, avermelhados índios da América e árabes com a pele queimada pelo Sol e a areia. E também alguns meninos brancos. Pela manhã, quando o artista despertou de seu longo sonho, foi correndo ao estúdio para ver novamente sua obra. Estava tal qual ele a tinha deixado ao dá-la por concluída. O encontro com o Mestre tinha sido uma visão e um sonho. Mesmo que esse mesmo dia a comissão viria para ver o resultado de seu encargo, tomou a paleta e os pincéis, e energicamente ficou pintando os rostos de distintas cores, representando todas as raças de todos os meninos que há no mundo. Quando finalmente chegaram seus visitantes opinaram que a obra era muito bela, e um dos membros do grupo disse: "É a grande família de Deus com seu Pai."

    A Igreja é a família de Deus; e essa Igreja que começou na Palestina, pequena como a semente da mostarda, tem suficiente lugar para que entrem nela todas as nações da Terra. Não há barreiras na 1greja de Deus. O homem levantou as barreiras. Deus, em Cristo, destruiu-as.

    O MESTRE E O DISCÍPULO SÁBIO Marcos 4:33-34

    Nesta passagem temos uma definição breve mas perfeita tanto do mestre sábio como do discípulo sábio. Jesus adaptava seu ensino à capacidade receptiva daqueles a quem era dirigida. Essa é a primeira característica essencial de um professor sábio.
    Há dois perigos que um professor deve evitar a todo custo.

    (a) Deve evitar o auto-exibicionismo. O trabalho de um professor não consiste em chamar a atenção de seus alunos sobre si mesmo e sim sobre o tema de seu ensino. A inclinação a mostrar-se a si mesmo pode fazer com que um professor procure ser brilhante a custa da verdade. Pode fazer que se ocupe mais em procurar as formas mais engenhosas de dizer algo que na análise profunda de seu tema. Ou pode fazer com que seja tão grande seu desejo de mostrar sua erudição que ao ensinar será muito escuro, confuso, elevado ou esotérico para que seus alunos possam entendê-lo. Não é uma virtude poder falar acima da capacidade de entender de um auditório.

    Alguém disse: "Que alguém dispare sempre acima do alvo, a única coisa que significa é que tem má pontaria." Um bom professor deve amar seu tema e não amar-se a si mesmo.
    (b) Deve evitar o sentimento de superioridade. O verdadeiro ensino não consiste em dizer coisas às pessoas e sim em aprender coisas junto com as pessoas. Platão pensava que somente ensina quem é capaz de extrair aquilo que a pessoa já tem em suas própria mente e portanto já sabe. Nunca triunfará o professor que se posta em um pedestal e ensina lá de cima. O verdadeiro ensino consiste em compartilhar e descobrir a verdade de maneira conjunta. É uma exploração conjunta das regiões da mente.

    Há certas qualidades que devem sempre procurar os que ensinam.

    1. O professor deve possuir compreensão. Uma das grandes dificuldades que tem o perito para poder ensinar é que poucas vezes é capaz de compreender por que o leigo acha difícil captar e fazer coisas que para ele são simples. O professor deve pensar com a mente de seu aluno e ver com seus olhos antes de poder repartir qualquer tipo de conhecimento.
    2. O professor deve possuir paciência. O rabino judeu Hillel disse: "Aquele que se irrita jamais será capaz de ensinar e afirmava que a qualidade essencial de qualquer um que se dedique ao ensino deve ser seu caráter afável. Os judeus sustentavam que se algum professor descobrir que seus alunos não compreendem o que está ensinando deve começar novamente desde o começo. Isto é, precisamente, o que fez Jesus, durante toda a sua vida.
    3. O professor deve possuir bondade. As disposições judaicas com respeito ao ensino proibiam categoricamente a violência excessiva.

    Especialmente, proibiam um castigo que humilhasse o aluno. A missão do professor era estimular o discípulo e nunca desanimá-lo. É muito fácil para o professor usar o látego de sua língua contra as costas do aluno cuja mente não reage com agilidade; muitas vezes é uma tentação conquistar um triunfo barato convertendo tais alunos em vítimas do sarcasmo e o engenho maligno, que podem convertê-los no bobo da classe. Um professor bondoso jamais fará tal coisa.

    Mas esta passagem também nos ensina como deve ser o discípulo sábio. Pinta-nos o quadro de um círculo íntimo de seguidores a quem Jesus podia explicar os significados mais profundos de seus ensinos.

    1. O discípulo sábio não esquece as coisas que aprendeu. depois de ter recebido um ensino, segue pensando nela, reflete. Deve mastigar e mastigar até ter digerido do todo a nova verdade.

    Epicteto, o grande professor dos estóicos, na Grécia, causar pena se muito pelas dificuldades que tinham alguns de seus discípulos para seguir a doutrina que lhes ensinava. Dizia que os homens deveriam ser capazes de usar a filosofia que aprenderam não para falar dela e sim para vivê-la. Em uma metáfora algo grosseira, dizia que nenhuma ovelha vomita o pasto que engoliu para mostrar ao pastor quanto comeu, mas sim o digere e o usa para produzir leite.
    O discípulo sábio se afasta de seu professor mas não esquece o que aprendeu mas sim o segue dando voltas em sua cabeça, até descobrir o que significa para sua vida, e o põe em prática.

    1. Mas, acima de todas as coisas, o aluno sábio procura a companhia de seu professor. Depois que Jesus terminou de falar, as multidões se dispersaram; mas um grupo pequeno ficou com ele, porque não queriam separar-se do Professor. A estes Jesus revelou o significado profundo de tudo o que havia dito. Em uma última análise, se alguém for verdadeiramente um grande professor, não são seus ensinos o que mais nos interessará, e sim ele próprio, sua pessoa. O ensino principal não será tanto o que o professor diz e sim o que ele é. Quem queira aprender de

    Cristo deve manter-se perto de Cristo. Se o faz obterá não somente conhecimentos, mas sim conquistará a vida.

    A PAZ DE SUA PRESENÇA

    Marcos 4:35-41

    O lago da Galiléia era famoso por suas tempestades. Eram tempestades que apareciam literalmente do nada, com força e ímpeto catastróficos. Um autor as descreve da seguinte maneira: "Não é pouco comum ver repentinas tempestades de neve que se convertem, mesmo com o céu perfeitamente claro, em terríveis tempestades, rompendo a superfície das águas que em geral é um espelho de paz. As numerosas quebradas que jogam suas águas no lago, especialmente sobre a costa Norte, atuam como perigosos desfiladeiros por onde também se precipitam sobre o lago os ventos das alturas de Hauran, a meseta do Traconites e a cúpula do monte Hermom. Apanhadas e comprimidas desse modo as correntes de ar adquirem uma força que, ao livrar-se repentinamente sobre as águas do lago de Genesaré alcançam proporções terríficas." Aquele que navega sobre as águas deste lago pode tropeçar em qualquer momento com uma dessas tormentas.

    Jesus viajava no barco na posição que ocupavam, em geral, os passageiros distinguidos. Foi-nos dito que "naqueles barcos... o lugar que corresponde aos estranhos de distinção é um pequeno banco que há na popa, onde se leva sempre um tapete e um almofadão. O capitão do barco se localizava perto da popa, um pouco mais adiante, a fim de poder ter uma visão privilegiada do mar mais à frente."

    É interessante destacar que as palavras com que Jesus se dirige ao vento e às ondas são as mesmas que usa para expulsar os demônios do possesso que o enfrenta em Mc 1:15. Assim como os demônios podiam possuir a um ser humano, o poder destrutivo de uma tormenta era, para os homens daqueles dias, a atuação do poder maligno dos demônios na natureza.

    Não fazemos justiça a esta história se nos limitarmos a interpretá-la em seu significado literal. Se aqui nos descreve um simples milagre físico no qual se calma uma tormenta, a história poderá nos parecer muito maravilhosa, e depois de tê-la lido ficaremos admirados pelo poder de Jesus. Entretanto, é algo que aconteceu no passado e que muito dificilmente volte a ocorrer hoje: está fora de nós e além de nosso alcance. Mas se lermos esta historia em seu sentido simbólico, chegará a ser muito mais valiosa.
    Quando os discípulos se deram conta da presença de Jesus com eles a tormenta perdeu seu poder. Quando souberam que Ele estava ali, a tormenta se transformou em calmaria, seus corações desfrutaram de uma paz sem medo, sem que importasse a inquietante periculosidade do vento que os tinha açoitado. Viajar com Jesus é viajar em paz, em face das possíveis tormentas. E isto é universalmente válido. Não se trata de algo que pode ter ocorrido uma vez no passado e não voltará a acontecer; é algo que ainda acontece e que nos pode acontecer .
    Na presença de Jesus podemos gozar de paz até em face das tormentas mais terríveis da vida.

    1. Dá-nos paz na tormenta da dor. Quando sobrevém a dor, como sem dúvida terá que ocorrer, Ele nos consola com a glória da vida eterna. Transforma a sombra da morte na glória de nossa visão de uma vida além da morte. Fala-nos do amor de Deus. Há uma antiga história que conta de um jardineiro que tinha uma flor que queria muito. Um dia foi a seu jardim e viu que essa flor tinha desaparecido. Zangou-se muito, ficou irado e de sua boca saíam protestos de grosso calibre. Na cegueira de sua irritação não percebeu que o dono do jardim se aproximava e descarregou sobre ele toda sua fúria. "Não proteste tanto", disse-lhe o dono, "eu cortei essa flor para tê-la junto a mim." Na tormenta da dor Jesus nos diz que nossos seres amados que morreram estão junto a Deus, e nos dá a certeza de que algum dia voltaremos a nos encontrar com aqueles a quem perdemos há algum tempo.
    2. Dá-nos a paz quando os problemas da vida nos envolvem nas tempestades da dúvida, da tensão e da incerteza. Há momentos quando não sabemos o que fazer, quando estamos em uma encruzilhada e não podemos decidir por um caminho ou por outro. Então, é possível nos voltar para Jesus e lhe dizer: "Senhor, o que quer que eu faça?" Então nosso caminho se tornará claro e plano a nossa frente. "A verdadeira tragédia não é que não saibamos o que fazer, mas que não saibamos nos submeter humildemente a seu guia. Perguntar qual é sua vontade e nos submeter a ela é o caminho mais direto para a verdadeira paz nos momentos mais difíceis.
    3. Dá-nos a paz nas tormentas da ansiedade, que podem atacar nossa vida em qualquer momento. O pior inimigo da paz é a preocupação, preocupação por nós mesmos, preocupação diante do futuro desconhecido, preocupação pelos que amamos. Mas Jesus nos fala de um Pai cuja mão jamais fará derramar lágrimas inúteis a seus filhos, e de cujo amor não apartará jamais a ninguém. Na tormenta da ansiedade nos traz a paz do amor de Deus.

    Dicionário

    Assemelhar

    verbo transitivo Tornar parecido ou semelhante.
    Comparar com.
    verbo pronominal Parecer-se, ser semelhante a: assemelha-se muito ao pai.

    Assemelhar
    1) Ser ou tornar-se parecido com (Mt 6:8)

    2) Comparar (Mc 4:30).

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Parábola

    Parábola Geralmente história curta e, às vezes, comparação, baseada em fatos reais com o fim de ensinar lições de sabedoria, de moral ou de religião. No AT encontram-se algumas parábolas: (2Sm 12:1-4); 14:6-7; (Is 5:1-7); (Ez 19:1-9); cap. 23; 24:1-14. São 44 as parábolas de Jesus registradas nos Evangelhos, alistadas a seguir em ordem alfabética: o administrador desonesto (Lc 16:1-9); o amigo importuno (Lc 11:5-8); as bodas (Mt 22:1-14); o bom samaritano (Lc 10:29-37); a casa vazia (Mt 12:43-45); coisas novas e velhas (Mt 13:51-52); o construtor de uma torre (Lc 14:28-30); o credor incompassivo (Mt 18:23-35); o dever dos servos (Lc 17:7-10); as dez virgens (Mt 25:1-13); os dois alicerces (Mt 7:24-27); os dois devedores (Lc 7:40-43); os dois filhos (Mt 21:28-32); a dracma perdida (Lc 15:8-10); o fariseu e o publicano (Lc 18:9-14); o fermento (Mt 13:33); a figueira (Mt 24:32-33); a figueira estéril (Lc 13:6-9); o filho pródigo (Lc 15:11-32); a grande ceia (Lc 14:15-24); jejum e casamento (Lc 5:33-35); o joio (Mt 13:24-30,36-43); o juiz iníquo (Lc 18:1-8); os lavradores maus (Mt 21:33-46); os meninos na praça (Mt 11:16-19); a ovelha perdida (Lc 15:3-7); o pai vigilante (Mt 24:42-44); a pedra rejeitada (Mt 21:42-44); a pérola (Mt 13:45-46); os prim

    Parábola Este termo encerra diversos significados: pode ser uma comparação desenvolvida (daí “parábola” ou colocar em paralelo) e também designar formas literárias como a alegoria ou o enigma.

    Nos evangelhos, a parábola é uma expressão de estilo proverbial (Mt 15:15; Lc 4:23; 5,36); é também uma narração comparativa em que todos os elementos são comuns e reais na vida cotidiana, mas que adquirem no texto um conteúdo simbólico. O evangelho de João emprega mais o termo paroimia ou comparação (Jo 16:25.29), que costuma ter forma alegórica (Jo 10:6; 15,1ss.).

    C. H. Dodd, Las parábolas del Reino, Madri 1974; D. Flusser, Die rabbinischen Gleichnisse und der Gleichniserzähler Jesus, Berna 1981; J. Jeremias, Las parábolas...; Idem, Interpretación...; R. H. Stein, An Introduction to the Parables of Jesus, Filadélfia 1981; B. H. Young, Jesus and His Jewish Parables, Nova York 1989; D. Marguerat, Parábola, Estella 21994.


    substantivo feminino Comparação desenvolvida em uma história curta, cujos elementos são eventos e fatos da vida cotidiana e na qual se ilustra uma verdade moral ou espiritual: parábola do filho pródigo.
    Geometria. Curva plana com os pontos estão igualmente distantes de um ponto fixo (foco) e de uma reta fixa (diretriz): fazer a bolinha descrever uma parábola.
    Etimologia (origem da palavra parábola). Do grego parabolé.és.

    Parábolas, como sabemos, são narrações alegóricas, encerrando doutrina moral.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Parábolas evangélicas: à luz do Espiritismo• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Parábola das bodas

    [...] a parábola da semente lançada à terra é o emblema dos períodos que a humanidade terrena percorreu e transpôs na via do progresso, desde o aparecimento do homem na terra, assim como dos períodos que ela tem de percorrer e transpor para sua regeneração. [...]
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2

    As parábolas do Mestre Nazareno são lições imortais que nos ajudam a compreender a vida e cuja oportunidade e realidade poderemos constatar diariamente, nas peripécias da vida prática de cada um. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• À luz do Consolador• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB• 1997• - Panorama

    P
    Referencia:


    É uma narrativa, imaginada ouverdadeira, que se apresenta com o fim de ensinar uma verdade. Difere do provérbio neste ponto: não é a sua apresentação tão concentrada como a daquele, contém mais pormenores, exigindo menor esforço mental para se compreender. E difere da alegoria, porque esta personifica atributos e as próprias qualidades, ao passo que a parábola nos faz ver as pessoas na sua maneira de proceder e de viver. E também difere da fábula, visto como aquela se limita ao que é humano e possível. No A.T. a narração de Jotào (Jz 9:8-15) é mais uma fábula do que uma parábola, mas a de Natã (2 Sm 12.1 a 4), e a de Joabe (14.5 a
    7) são verdadeiros exemplos. Em is 5:1-6 temos a semi- parábola da vinha, e, em 28.24 a 28, a de várias operações da agricultura. o emprego contínuo que Jesus fez das parábolas está em perfeita concordância com o método de ensino ministrado ao povo no templo e na sinagoga. os escribas e os doutores da Lei faziam grande uso das parábolas e da linguagem figurada, para ilustração das suas homílias. Tais eram os Hagadote dos livros rabínicos. A parábola tantas vezes aproveitada por Jesus, no Seu ministério (Mc 4:34), servia para esclarecer os Seus ensinamentos, referindo-se à vida comum e aos interesses humanos, para patentear a natureza do Seu reino, e para experimentar a disposição dos Seus ouvintes (Mt 21:45Lc 20:19). As parábolas do Salvador diferem muito umas das outras. Algumas são breves e mais difíceis de compreender. Algumas ensinam uma simples lição moral, outras uma profunda verdade espiritual. Neander classificou as parábolas do Evangelho, tendo em consideração as verdades nelas ensinadas e a sua conexão com o reino de Jesus Cristo.

    Reino

    substantivo masculino Nação ou Estado governado por príncipe reinante que tem título de rei ou de rainha; monarquia, reinado: o reino da Dinamarca.
    Conjunto das pessoas cujas funções estão subordinadas à aprovação do rei ou da rainha.
    Figurado Domínio, lugar ou campo em que alguém ou alguma coisa é senhor absoluto: esta casa é o reino da desordem.
    Figurado Conjunto do que ou de quem compartilha particularidades essenciais compondo algo único e homogêneo: aquele habita o reino da mentira!
    [Biologia] Divisão que enquadra e agrupa seres, sendo considerada a mais elevada de todas as divisões taxonômicas: os reinos são Animalia, Plantae, Fungi, Monera e Protista .
    [Biologia] Divisão que enquadra seres e coisas por relação de semelhança: reino animal, vegetal, mineral.
    [Regionalismo: Nordeste] Mistura de aguardente.
    expressão Religião Reino de Deus. Expressão evangélica que significa a atualização da realeza eterna de Deus.
    Religião Reino celeste, Reino eterno, Reino dos céus. Paraíso cristão, o céu.
    Etimologia (origem da palavra reino). Do latim regnum.

    Reino Território politicamente organizado, governado por um rei ou por uma rainha (1Rs 2:12); 10.1; (2Cr 22:12).

    Reino O âmbito de soberania de Deus. No Antigo Testamento e na literatura intertestamentária, a idéia do Reino aparece relacionada à intervenção de Deus na história através de seu messias. Essa mesma idéia permaneceu no judaísmo posterior. A crença na vinda do Reino constitui uma das doutrinas básicas do ensinamento de Jesus, que — não poucas vezes — refere-se a esse Reino em suas parábolas. O Reino já se manifestara com a vinda de Jesus e evidenciou-se em seus milagres e expulsões de demônios (Lc 11:20; 10,8-9). Não é deste mundo (Jo 18:36) e, por isso, não segue seu procedimento. A ética do Reino apresentada, por exemplo, no Sermão da Montanha (Mt 5:7) é totalmente diversa de qualquer norma humana e tem sido considerada, com justiça, inaplicável em uma sociedade civil. Se é possível viver, é graças ao amor de Deus e à sua vivência entre pessoas que compartilham essa mesma visão. O início do Reino é pequeno (Mt 13:31-33), contudo, apesar das dificuldades provocadas pelo Diabo e seus sequazes (13 24:30-36'>Mt 13:24-30:36-43), terá um final glorioso na Parusia de Jesus, após um tempo de grande tribulação e da pregação desse mesmo Reino no mundo inteiro (Mt 24:14). Desaparecerá então o domínio do diabo sobre o mundo e acontecerá a ressurreição, a recompensa dos que se salvaram e o castigo eterno dos condenados (13 1:23-24'>Mt 13:1-23:24-43; Mt 25:41-46). É oportuno ressaltar que todos esses aspectos coincidem com idéias sustentadas pelo judaísmo do Segundo Templo. Desde então, toda a humanidade é convidada a entrar no Reino (Mt 13:44-46). O Reino não pode ser confundido com a Igreja — como o demonstraram desenvolvimentos teológicos posteriores —, ainda que nesta se deva viver a vida do Reino.

    G. E. Ladd, El evangelio del reino, Miami 1985; Idem, Theology...; Idem, Crucial questions about the kingdom of God, 1952; J. Grau, Escatología...; J. Bright, The kingdom...; C. H. Dodd, Las parábolas del Reino, Madri 1974; J. Jeremías, Teología..., vol. I; N. Perrin, The Kingdom of God in the teaching of Jesus, Londres 1963; C. Vidal Manzanares, El Primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo...; Colectivo, Evangelio y Reino de Dios, Estella 1995.


    Representar

    verbo transitivo direto Mostrar claramente: representar uma ideia, um conceito.
    Reproduzir a imagem de; retratar, refletir: representar a natureza.
    Ter como sentido, significado; significar: o lucro representa o capitalismo.
    Demonstrar numa conversa ou por escrito: representar uma teoria, religião.
    Ser procurador ou representante de: os deputados representam o povo.
    Ser embaixador, diplomata de: o senhor representa bem seu país.
    verbo transitivo direto e intransitivo Desempenhar um papel no teatro, no cinema; atuar ou encenar: ela representou bem seu papel; vivia de representar.
    verbo bitransitivo Fazer uma petição, uma queixa: o professor representou contra a turma.
    Estar no lugar de outro: o aluno será representado pelo pai.
    Etimologia (origem da palavra representar). Do latim representare.

    representar
    v. 1. tr. dir. Ser a imagem de; parecer, aparentar, figurar. 2. tr. dir. Reproduzir a imagem de; pintar, retratar. 3. tr. dir. Significar, simbolizar. 4. pron. Aparecer numa outra forma; figurar como emblema. 5. pron. Apresentar-se, oferecer-se ao espírito. 6. tr. ind. Dirigir uma representação. 7. tr. dir. Ser ministro ou embaixador de. 8. tr. dir. Ser mandatário ou procurador de. 9. tr. dir. Apresentar-se no lugar de; fazer as vezes de; suprir a falta de. 10. tr. dir. Exibir em teatro. 11. tr. dir. Desempenhar em espetáculo público (um papel de peça teatral). 12. Intr. Desempenhar funções de ator.

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    λέγω καί τίς ὁμοιόω βασιλεία θεός ἤ ἔν ποῖος παραβολή αὐτός παραβάλλω
    Marcos 4: 30 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    E ele disse: A que assemelharemos o reino de Deus? Ou com que comparação o compararemos?
    Marcos 4: 30 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    Dezembro de 29
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G2228
    um sacerdote, filho de Uzi, e antepassado de Esdras, o escriba
    (Zerahiah)
    Substantivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3004
    légō
    λέγω
    terra seca, solo seco
    (the dry land)
    Substantivo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3666
    homoióō
    ὁμοιόω
    ser feito como
    (be like)
    Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Subjuntivo Passivo - 2ª pessoa do plural
    G3850
    parabolḗ
    παραβολή
    uma cidade a aprox. 17 km (11 milhas) a sudeste de Jope, na planície de Sarom e no
    (Lod)
    Substantivo
    G4459
    pōs
    πῶς
    dente, dente grande
    (the great teeth)
    Substantivo
    G5087
    títhēmi
    τίθημι
    fazer um voto
    (And vowed)
    Verbo
    G5101
    tís
    τίς
    Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
    (who)
    Pronome interrogativo / indefinido - nominativo masculino singular
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular
    G932
    basileía
    βασιλεία
    um rubenita que demarcou o limite entre Judá e Benjamim com uma pedra
    (of Bohan)
    Substantivo


    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.


    (G2228)
    (ay)

    2228 η e

    partícula primária de distinção entre dois termos conectados; partícula

    1. ou ... ou, que

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λέγω


    (G3004)
    légō (leg'-o)

    3004 λεγω lego

    palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v

    1. dizer, falar
      1. afirmar sobre, manter
      2. ensinar
      3. exortar, aconselhar, comandar, dirigir
      4. apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
      5. chamar pelo nome, chamar, nomear
      6. gritar, falar de, mencionar


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὁμοιόω


    (G3666)
    homoióō (hom-oy-o'-o)

    3666 ομοιοω homoioo

    de 3664; TDNT - 5:188,684; v

    1. ser feito como
    2. assemelhar, comparar
      1. ilustrar por comparação

    παραβολή


    (G3850)
    parabolḗ (par-ab-ol-ay')

    3850 παραβολη parabole

    de 3846; TDNT - 5:744,773; n f

    1. ato de colocar algo ao lado de outro, justaposição, como de navios em batalha
    2. metáf.
      1. comparação de algo com outro, semelhança, similitude
      2. um exemplo pelo qual uma doutrina ou preceito é ilustrado
      3. uma narrativa, fictícia, mas apropriada às leis e usos da vida humana, pela qual os deveres dos homens ou as coisas de Deus, particularmente a natureza e história do reino de Deus são figurativamente retratados
      4. parábola: estória terrena com o sentido celeste
    3. dito expressivo e instrutivo, envolvendo alguma semelhança ou comparação e tendo força preceptiva ou repreensiva
      1. aforismo, máxima

        provérbio

        ato pelo qual alguém expõe a si mesmo ou suas posses ao perigo, aventura, risco


    πῶς


    (G4459)
    pōs (poce)

    4459 πως pos

    advérbio da raiz de 4226, partícula interrogativa de modo; partícula

    1. como, de que maneira

    τίθημι


    (G5087)
    títhēmi (tith'-ay-mee)

    5087 τιθημι tithemi

    forma prolongada de uma palavra primária θεω theo (que é usada somente como substituto em determinados tempos); TDNT - 8:152,1176; v

    1. colocar, pôr, estabelecer
      1. estabelecer ou colocar
      2. pôr em, deitar
        1. curvar
        2. dispensar ou colocar de lado, não usar ou levar mais
        3. guardar, economizar dinheiro
      3. servir algo para comer ou beber
      4. apresentar algo para ser explicado pelo discurso
    2. tornar
      1. fazer (ou colocar) para si mesmo ou para o uso de alguém
    3. colocar, fixar, estabelecer
      1. apresentar
      2. estabelecer, ordenar

    τίς


    (G5101)
    tís (tis)

    5101 τις tis

    τíς (Strong G5101) Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?

    Possui relação com τις (Strong G5100) Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)

    Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo

    βασιλεία


    (G932)
    basileía (bas-il-i'-ah)

    932 βασιλεια basileia

    de 935; TDNT - 1:579,97; n f

    1. poder real, realeza, domínio, governo
      1. não confundir com um reino que existe na atualidade. Referência ao direito ou autoridade para governar sobre um reino
      2. do poder real de Jesus como o Messias triunfante
      3. do poder real e da dignidade conferida aos cristãos no reino do Messias
    2. um reino, o território sujeito ao governo de um rei
    3. usado no N.T. para referir-se ao reinado do Messias