Enciclopédia de Atos 2:22-22

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

at 2: 22

Versão Versículo
ARA Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
ARC Varões israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis;
TB Israelitas, ouvi estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão a quem Deus acreditou junto a vós com poderes, prodígios e sinais, que Deus fez por meio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
BGB Ἄνδρες Ἰσραηλῖται, ἀκούσατε τοὺς λόγους τούτους. Ἰησοῦν τὸν Ναζωραῖον, ἄνδρα ⸂ἀποδεδειγμένον ἀπὸ τοῦ θεοῦ⸃ εἰς ὑμᾶς δυνάμεσι καὶ τέρασι καὶ σημείοις οἷς ἐποίησεν δι’ αὐτοῦ ὁ θεὸς ἐν μέσῳ ὑμῶν, ⸀καθὼς αὐτοὶ οἴδατε,
HD Varões israelitas, ouvi estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus para vós com poderes , prodígios e sinais, os quais Deus realizou através dele, no meio de vós, como {vós} mesmos sabeis.
BKJ Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem aprovado por Deus entre vós com milagres, maravilhas e sinais, que Deus fez por ele no meio de vós, como também vós sabeis;
LTT Ó varões israelitas, dai vós ouvidos a estas palavras: a Jesus, o nazareno (o varão proveniente- de- junto- de Deus e tendo sido aprovado entre vós por obras- de- poder (de Deus) e prodígios e sinais, os quais fez Deus (por- ação- dEle (Jesus)) no meio de vós, como também vós mesmos bem tendes sabido),
BJ2 Homens de Israel, ouvi estas palavras![q] Jesus, o Nazareu, foi por Deus aprovado diante de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus operou por meio dele entre vós, como bem o sabeis.
VULG Viri Israëlitæ, audite verba hæc : Jesum Nazarenum, virum approbatum a Deo in vobis, virtutibus, et prodigiis, et signis, quæ fecit Deus per illum in medio vestri, sicut et vos scitis :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Atos 2:22

Isaías 41:14 Não temas, ó bichinho de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu Redentor é o Santo de Israel.
Mateus 2:23 E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Mateus 9:8 E a multidão, vendo isso, maravilhou-se e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens.
Mateus 11:2 E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos
Mateus 12:28 Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus.
Lucas 7:20 E, quando aqueles homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos a perguntar-te: És tu aquele que havia de vir ou esperamos outro?
Lucas 11:20 Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, a vós é chegado o Reino de Deus.
Lucas 24:18 E, respondendo um, cujo nome era Cleopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?
João 1:45 Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
João 3:2 Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
João 4:48 Então, Jesus lhe disse: Se não virdes sinais e milagres, não crereis.
João 5:17 E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
João 5:36 Mas eu tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço testificam de mim, de que o Pai me enviou.
João 6:14 Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus tinha feito, diziam: Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo.
João 6:27 Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.
João 7:31 E muitos da multidão creram nele e diziam: Quando o Cristo vier, fará ainda mais sinais do que os que este tem feito?
João 9:33 Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.
João 10:37 Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
João 11:40 Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
João 11:47 Depois, os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho e diziam: Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais.
João 12:17 A multidão, pois, que estava com ele quando Lázaro foi chamado da sepultura testificava que ele o ressuscitara dos mortos.
João 14:10 Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.
João 15:24 Se eu, entre eles, não fizesse tais obras, quais nenhum outro têm feito, não teriam pecado; mas, agora, viram-nas e me aborreceram a mim e a meu Pai.
João 19:19 E Pilatos escreveu também um título e pô-lo em cima da cruz; e nele estava escrito: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.
Atos 3:12 E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?
Atos 4:10 seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós.
Atos 5:35 e disse-lhes: Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens.
Atos 6:14 porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.
Atos 10:37 esta palavra, vós bem sabeis, veio por toda a Judeia, começando pela Galileia, depois do batismo que João pregou;
Atos 13:16 E, levantando-se Paulo e pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas e os que temeis a Deus, ouvi:
Atos 14:27 E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
Atos 21:28 clamando: Varões israelitas, acudi! Este é o homem que por todas as partes ensina a todos, contra o povo, e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos e profanou este santo lugar.
Atos 22:8 E eu respondi: Quem és, Senhor? E disse-me: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues.
Atos 24:5 Temos achado que este homem é uma peste e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo, e o principal defensor da seita dos nazarenos;
Atos 26:9 Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus, o Nazareno, devia eu praticar muitos atos,
Atos 26:26 Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer canto.
II Coríntios 12:12 Os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas.
Hebreus 2:4 testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?


Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 2 : 22
poderes
Lit. “poder, força, habilidade”. Trata-se de um substantivo utilizado como objeto do verbo “fazer”, o que requer um esforço para recuperar a força da expressão.

Mapas Históricos

Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados ​​para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.

VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO

TOPOGRAFIA FÍSICA
UMA TERRA PEQUENA
No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho.
De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos.
Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.

UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA
Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha).
Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino.
Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos.
Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos.
Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.

UMA TERRA VARIADA
Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.

PLANÍCIE COSTEIRA
A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom).
A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos).
Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade.
Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus.
Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade.
Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional.
Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.

CADEIA MONTANHOSA CENTRAL
Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2.
22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz
7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte.
Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat.
Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra.
A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3).
No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19).
A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus).
Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá.
Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14).
Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia.
A localização estratégica da Palestina
A localização estratégica da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
As regiões geográficas da Palestina
Altitude da Palestina
Altitude da Palestina
Samaria
Samaria
O vale de Jezreel
O vale de Jezreel

HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA

HIDROLOGIA
Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates).
não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens.
Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12).
O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado.
As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho.
Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente.
Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29).
É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito.
Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos.
Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril.
É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:


Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:


Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais.
O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo.
Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água.
Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh).

Os solos da Palestina
Os solos da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Montanhas e rios da Palestina
Índice pluviométrico na Palestina
Índice pluviométrico na Palestina

A MORTE DE JESUS E O TÚMULO VAZIO

33 d.C.
JESUS É PRESO
Os quatro evangelistas descrevem em detalhes os acontecimentos que antecederam a morte de Jesus. Na noite de quinta-feira, Jesus e seus discípulos saíram da cidade de Jerusalém, atravessaram o vale do Cedrom e se dirigiram ao bosque de oliveiras conhecido como jardim do Getsêmani. Foi nesse local que uma grande multidão armada com espadas e porretes, enviada pelos principais sacerdotes, prendeu Jesus depois de Judas tê-lo identificado!

JESUS É JULGADO
Jesus foi levado a Anás, o sogro de Caifás, o sumo sacerdote, e, em seguida, ao próprio Caifás e ao Sinédrio, a suprema corte dos judeus. Decidiu-se que Jesus devia receber a pena capital, mas como não tinham autoridade para executar a sentença de morte em casos desse tipo, os líderes judeus enviaram Jesus a Pôncio Pilatos, o governador romano da Judéia de 26 a 36 d.C. Ao ficar sabendo que Jesus era da Galiléia, Pilatos se deu conta que o prisioneiro estava sob a jurisdição de Herodes Antipas e, assim, o enviou a Herodes, que se encontrava em Jerusalém na ocasião. Em 196l, arqueólogos italianos que estavam escavando um teatro construído por Herodes, o Grande, em Cesaréia, ao norte da atual Tel Aviv, encontraram um bloco de pedra calcária reutilizado, medindo 82 por 68 por 20 cm. No bloco, havia uma inscrição em latim, onde se podia ler na segunda linha:
...TIVSPILATVS"
e, na linha seguinte, o seu título:
Prefeito da Judeia. Ficou claro de imediato que a maior parte do nome de Pôncio Pilatos em latim havia sido preservada por acaso.

JESUS É CRUCIFICADO
Em resposta às exigências dos líderes judeus, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado. O local escolhido foi o Gólgota ("caveira" em aramaico). Os evangelistas consideram suficiente declarar: "Então, o crucificaram"." Não procuram descrever em detalhes a dor lancinante sofrida pelas vítimas da crucificação. Sem dúvida, seus leitores já haviam visto os condenados serem pregados pelos pulsos e pés a duas traves de madeira. A crucificação, talvez de origem fenícia, era uma forma de execução usada com frequência pelos romanos desde 200 a.C. m 71 a.C., o general romano Marco Lucínio Crasso mandou crucificar seis mil escravos rebeldes ao longo da via Ápia de Cápua até Roma.
Na cruz de Jesus havia uma inscrição em aramaico, latim e grego, informando que ele era o "Rei dos Judeus". De acordo com Mateus 27:37, essa placa foi colocada acima da sua cabeça, dando a entender que a forma tradicional da cruz é, de fato, correta.
Escavações realizadas em 1968 num cemitério antigo em Giv'at ha-Mivtar, ao norte de Jerusalém, revelaram algumas arcas de pedra calcária ou "ossuários" contendo os restos mortais de trinta e cinco indivíduos. Num dos ossuários, inscrito com o nome Yehohanan, havia restos do esqueleto de uma pessoa que morreu provavelmente com vinte e poucos anos de idade, vítima de crucificação no primeiro século d.C. Nos calcanhares de Yehohanan ainda estava cravado um único prego com 18 cm de comprimento. Quem remove Yehohanan da cruz concluiu que era mais fácil cortar os pés com o prego do que arrancar o prego cravado nos pés. Parece que Yehohanan foi pregado na cruz pelo antebraço, e não pela mão. Assim, sugere-se que a palavra normalmente traduzida por "mãos" em Lucas 24:39-40 e João 20.20,25,27 deve ser traduzida por "braços".
"Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito."
João 19:28-30 Assim, nesta primeira Sexta-Feira Santa - provavelmente 14 de nisã, ou seja, sexta-feira, 3 de abril de 33 d.C. - por volta das 15 horas, no exato momento que os cordeiros pascais estavam sendo imolados, Jesus morreu. No caso de Yehohanan, o osso de sua canela direita foi estilhaçado por um golpe desferido para apressar sua morte. Com referência a Jesus, João registra: "Então, os judeus, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação, pois era grande o dia daquele sábado, rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados (...] chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. João 19.316 33-34a

A IMPORTÂNCIA DA MORTE DE JESUS
Os evangelistas registram um período de escuridão durante as últimas três horas que Jesus passou na cruz e descrevem em detalhes vários fenômenos ocorridos imediatamente depois da sua morte. O véu do templo se rasgou de alto a baixo em duas partes, a terra tremeu e as rochas se partiram, túmulos se abriram, e os corpos de muitos santos que haviam morrido foram ressuscitados. Os escritores das epístolas do Novo Testamento focalizam mais a teologia da morte de Jesus, seu lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado lugar no plano preordenado de Deus para tratar do pecado dos seres humanos e poder restaurá-los a Deus: "Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (1Pe 3:18).

JESUS É SEPULTADO
Mateus 27:57-56 relata como, no fim da tarde de sexta-feira, José de Arimatéia obteve permissão de Pilatos para sepultar o corpo de Jesus. José era um dos discípulos ricos de Jesus. Ele possuía um túmulo no qual sepultou o corpo de Jesus. O corpo foi envolvido num pano limpo de linho e uma pedra foi colocada na entrada do túmulo. Mateus enfatiza que os romanos levaram a sério a declaração de Jesus de que ressuscitaria e, portanto, montaram guarda na entrada do túmulo e a selaram.

JESUS RESSUSCITA
No domingo começaram a circular relatos de que o túmulo estava vazio e Jesus estava vivo. Os líderes judeus pagaram aos guardas uma grande soma em dinheiro para dizer que os discípulos tinham vindo durante a note e levado o corpo." Porém, os boatos persistiram e os líderes judeus não conseguiram contê-los, pois para isso seria preciso mostrar o corpo de Jesus. Os discípulos desmoralizados foram transformados. Sete semanas depois da ressurreição de Jesus, Pedro estava proclamando a ressurreição de Cristo ousadamente no dia de Pentecostes: "Ao qual [...] Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela" (At 2:24). Esses relatos se transformaram no cerne da fé dos milhões de cristãos ao longo de quase dois milênios. Nunca foram refutados de forma satisfatória nem receberam uma explicação lógica incontestável. Para alguns, uma inscrição supostamente de Nazaré, a cidade onde Jesus passou sua infância, pode ter sido a resposta de um imperador romano anônimo as acontecimentos subseqüentes à crucificação de Jesus e dita ressurreição. A pedra com 60 por 37,5 cm traz uma tradução do latim para o grego e a forma das letras indica uma data do século I. "Decreto de César. É minha vontade que túmulos e sepulturas [.….] permaneçam intocados para sempre [.…..] O respeito pelos que se encontram sepultados é de suma importância; ninguém deve perturbá-los de nenhum modo. Se alguém o fizer, exijo que seja executado por saquear túmulos" (linhas 1-2,5-6,17-22).
O texto não parece ser um decreto imperial, mas sim, uma resposta oficial a um governador local que havia relatado ao imperador um caso específico de saque em túmulos. Ou esse tipo de crime havia acontecido em escala tão grande que era considerado digno da atenção do imperador, ou o acontecimento do qual o imperador foi informado foi extremamente incomum. A ameaça de aplicação da pena de morte, sem precedentes para esse crime no século I, mostra a gravidade da resposta do imperador.
Memo que a inscrição de Nazaré não tenha nenhuma relação com a morte e dita ressurreição de Jesus, torna muito menos provável a hipótese de que os discípulos removeram o corpo. O que os levaria a correr o risco de serem executados por saquearem um túmulo, num momento em que se encontravam profundamente desalentados com a morte de Jesus? E se os discípulos haviam roubado o corpo, por que as autoridades romanas não os julgaram e aplicaram a pena de morte?

O TÚMULO VAZIO DE JESUS
Sabemos pelo Novo Testamento que tanto o lugar onde Tesus foi crucificado quanto o lugar onde foi sepultado ficavam foram dos muros de Jerusalém, pois a lei judaica não permitia sepultamentos dentro da cidade. Os dois lugares propostos com mais freqüência para o túmulo vazio de lesus ficam ao norte da Terusalém do século I. O local chamado de "túmulo do jardim" só foi identificado no final do século XIX pelo general Charles Gordon. Usando como indicação a designação "lugar da caveira" e observando que duas cavernas num morro próximo pareciam as órbitas dos olhos de uma caveira, ele propôs 'um novo lugar para a crucificação que ficou conhecido como "Calvário de Gordon" O túmulo do iardim fica perto do Calvário de Gordon e fora do muro da Jerusalém moderna. A popularidade desse local se deve, em grande parte, à sua simplicidade serena. Porém, esse não pode ser o local do sepultamento de Jesus, pois não é um túmulo do século I. Na verdade, é bem mais antigo; pode ser datado do século VIII ou VIl a.C. Desde 326 d.C., o local do túmulo de lesus é marcado pela Igreja do Santo Sepulcro. Não há praticamente nenhum vestígio do túmulo original, pois este foi destruído em 1009 .C. pelo califa Hakim, considerado um louco. Porém, uma descrição feita por um peregrino francês chamado Arculf por volta de 680 .C., dando conta de que havia uma bancada que ia de uma extremidade à outra sem divisões, sobre a qual havia espaço suficiente para estender uma pessoa de costas, condiz com a forma dos túmulos mais sofisticados do século I. Um aspecto controverso é a posicão desse local, a saber, se ficava, de fato, fora do segundo muro no norte de Jerusalém. Nenhum vestígio desse segundo muro foi descoberto nessa parte da cidade, mas uma pedreira encontrada 40 m ao sul da Igreja do Santo Sepulcro e várias sepulturas nos arredores da igreja parecem indicar que esse lugar ficava ao norte do segundo muro de Terusalém e, portanto, fora da cidade. É possível, então, que o local seja autêntico.

A última semana da vida de Jesus

Os números referem-se, em ordem cronológica, aos acontecimentos da última semana da vida de jesus.

Referências

Mateus 26:47-50;

Marcos 14:43-46;

Lucas 22:47-54;

João 18:2-12

Mateus 27:33

Marcos 15:22

João 19.17

Marcos 15:24

Lucas 23:33

João 19.18

Mateus 27:51-52

Mateus 28:13

João 19.17

Hebreus 13:12

A última semana da vida de Jesus
A última semana da vida de Jesus
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
O assim chamado calvário de Gordon, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Interior da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Bloco de pedra com 82 × 68 × 20 cm. Faz referência a Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia. Proveniente de um teatro em Cesaréia.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.
Interior do túmulo do jardim, em Jerusalém.

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Amélia Rodrigues

at 2:22
Primícias do Reino

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 18
Divaldo Pereira Franco
Amélia Rodrigues

A saudade pairava como ar misterioso em toda parte. [39] Na Galileia tudo eram evocações: o cenário do mar cantante e generoso, imenso e piscoso, que Ele tanto amara; as cidades ribeirinhas adornadas de sebes verdejantes e ricas de pomares; as rechãs coroadas de trigo que Lhe inspiraram as inconfundíveis parábolas!. . .


Tudo, lá, na romanesca Região das almas simples do povo, estava assinalado pelos selos da Sua mansidão. Mesmo os montes serenos e cansados de permanecerem sob ventos, Sol e chuva, pareciam recordá-lO. O Jordão na cantilena das suas águas, murmurejantes, carreando sal para o Mar Morto, igualmente O evocava! Todos os recantos, naquela querida Galileia de amores simples e gente apaixonada, de fé abrasadora e coração de criança, guardavam as marcas vivas das suas pegadas. Seus caminhos, Ele os percorrera, e os seus cenários Ele emoldurara com as mais tocantes expressões de carinho.


Caná fora assinalada pelo admirável fenômeno da transformação da água em vinho; Magdala acolhera-O mais de uma vez, na antiga residência da mulher atormentada que Ele libertou; Naim fora contemplada com a recuperação da criança, aparentemente morta; e Cafarnaum, Tiberíades, Nazaré, as cidadezinhas da Samaria, todas elas eram recordações dele, impregnadas da sua presença.


Na Judeia, raras exceções, as cenas evocativas da traição, da paixão, da soledade, do presídio, do suplício, da morte. . . e da ressurreição!


Fora, no entanto, nos sítios formosos e queridos daquela Galileia singela que Ele elegera para ascender, diante do mar inolvidável, ao entardecer. . . . Galileus eram os discípulos, exceto Judas, que nascera em Karioth, na Judeia. . .


Jerusalém, agora, parecia mais cruel. Seu ar era difícil de ser respirado.


Mantinham-se ali, porque para ali foram designados, ao todo, quase cento e vinte daqueles "quinhentos irmãos", testemunhas vivas da ascensão d’Ele. . .


Reuniam-se frequentemente no cenáculo, onde alguns residiam, aqueles que com Ele conviveram amiúde, e que aguardavam respostas que lhes clareassem as iriquietudes.


Embora a comunhão mantida com o Rabi, não se sentiam preparados para o ministério. Sabiam-se inseguros.


Até há pouco os alentavam reencontros inesperados, as notícias constantes, as visões, os diálogos incomparáveis. . .


Agora, porém, mergulhados em saudades incoercíveis, abatiam-se, sem saber como ou por onde começar.


Reconheciam a própria ignorância e limitação.


Nem se atreveram, sequer, a reorganizar o grupo desfalcado com a deserção de Judas, o companheiro enganado.


Aquela era uma Cidade poliglota.


Dificilmente eram entendidos ou entendiam, mesmo entre os compatriotas.


A língua hebreia era "santa", porque nela estavam escritos os Livros, herdeira de todas as tradições da raça e consagrada às questões do Senhor. Para eles, porém, homens muito simples e mesmo ignorantes, o dialeto da sua região era mais fácil e canoro.


Como enfrentar dificuldades de tal monta?


Reuniam-se para evocá-lO, discutirem os Seus feitos, enriquecerem-se de piedosa comoção e chorarem de saudades, de júbilos por se saberem escolhidos, conquanto. . .


* * *

O Pentecostes [40] guardava uma significação toda especial para o povo, para toda a Israel.


Reuniram-se naquele dia consagrado ao Quinquagésimo com o Espírito festivo.


Matias ingressara no Colégio, após o lançamento de "sortes", por inspiração superior, cuja escolha fora recebida por unanimidade.


Sentiam-se, naquele dia, mais saudosos que nos dias anteriores.


Experimentavam a impressão de que algo estava por acontecer.


A Cidade regurgitava de peregrinos.


A bulha da rua atingia o recinto cenacular em que se congregavam.


Guardavam no coração emoções que não conseguiam traduzir.


—Subitamente "veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. Foram vistas por eles línguas de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, começando a falar em outras línguas". . .


Parecia-lhes terem caído escamas dos olhos e soerguidas sombras que os envolviam mentalmente. Discernimento vigoroso dominou-os a todos, lucidez e segurança irromperam em palavras que, atropeladas, a princípio fluíam dos lábios, qual se êxtase singular deles se apossasse.


Abriram as janelas, saíram à porta, dominados por impulso indomável que os guiava, falando sem mesmo saberem o quê, nem o porquê daquelas expressões que lhes eram estranhas.


Mentalmente experimentavam a impressão de um suave velejar por além dos rios insondáveis, onde anteriormente jamais deslizaram.


Aragens brandas perpassavam, conquanto o coração estivesse preso de indescritível ventura e aceleração. As veias, nas têmporas, alteadas, mal detinham o comportamento circulatório. Os olhos, brilhantes e parados, palidez mortal, suor abundante e o verbo vertido em catadupas sob estranho e vigoroso comando.


Atraídos pelo inusitado acontecimento, os transeuntes se acercaram e, curiosos, puseram-se a comentar.


Ali estavam visitantes de províncias e países remotos: "partos e medos, elamitas e os que habitavam na Mesopotâmia, Judeia, Capadócia, Ponto, na Ásia, Frigia, Panfília, Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes". . . e todos os escutavam em suas "próprias línguas falar das grandezas de Deus. Maravilhavam-se e estavam surpresos, dizendo uns para os outros: que quer isto dizer?"

— Não são galileus — interrogavam — estes que assim nos falam? Como se assenhorearam dos nossos idiomas tão diversos e tão complexos?


Chocarrice, atroada, porém, explodem e, passado o primeiro momento, alguém moteja: "estão cheios de mosto!" Gargalhadas e gritos de zombaria acompanham os mais exaltados, que intimam:

— Acabemos com o aranzel.


Eles, porém, incorporados pelos Espíritos Superiores, Embaixadores de Jesus, pregam, transfigurados, dão começo à Era Nova do Espírito Imortal, já inaugurada pelo Rabi Ressurreto.


As "Vozes do Céu" haviam descido e a mediunidade ensejava a comunhão perfeita com a Imortalidade. A "Igreja Triunfante" levantava nos corações a "Igreja Militante". O Consolador se derramava como primícia, tendo em vista o futuro longínquo, em que, um dia, traria de volta ao mundo e ao homem conturbado a mensagem de vida, verdadeiro renascimento do Cristianismo puro, profético e regenerador. [41]

A xenoglossia [42] , irrompendo nos continuadores do Mestre Crucificado, pasmava.


Os glossólalos [43] prosseguiam imunes à ironia, quando Simão, vivamente mediunizado, com o semblante irradiando suave claridade, adiantou-se e, tomando a palavra, exorou, eloquente.


Não parecia o antigo homem do mar.


Não mais o pescador das águas de reflexos prateados, hábil manipulador das redes. Sua palavra, seu coração, agora, eram rede e barco sublimes em mar de esperança. Estava em pesca nova: a de criaturas para o Reino de Deus.


* * *

Ereto, confiante, de voz firme, disse:

— Varões judeus, e todos os que habitais em Jerusalém. . . A palavra ardente vibrava com força e beleza. Mentalmente revia-se no Tabor, recordava a Transfiguração do Mestre. A cena inesquecível repassava-lhe pela mente com incoercível celeridade. Os olhos umedeceram-se ante a visão psíquica do Senhor, acolitado por Moisés e Elias, em vestes resplandecentes. . .


Lágrimas deslizavam mornas pela face sulcada das lutas. Com verbo inconfundível, prosseguiu:

— Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo a terceira hora do dia. Isto é o que foi dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias acontecerá, diz Deus: que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne;


vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, vossos mancebos terão visões, os vossos velhos sonharão;


E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão. . .


Fez uma pausa. O silêncio era total. Respeito natural fizera-se e o ar transparente deixava a descoberto o azul cintilante do firmamento.


Os galileus recordavam os cenários onde Jesus pregara, as anêmonas vermelhas, tingindo os campos verde-escuros. . . Farei aparecer prodígios, em cima, no céu; e sinais, embaixo, na terra, . . .


O Sol se converterá em trevas, a Lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor!


E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.


Varões israelitas, escutai estas palavras: a Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós. . . todos vimos a realização de prodígios, na semeação da Verdade por esse Embaixador e Excelente Filho de Deus. Depois da crucificação infamante que Lhe impusemos por nossa leviandade, ressuscitou dos mortos e nos apareceu, elegendo-nos para manter vivo e claro o Sol do Seu amor na rota dos espíritos.


Saiba, pois, com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus O fez Senhor e Cristo. Meditai e arrependei-vos, libertando-vos das hienas da cobiça, da cólera e de todas as paixões que vos seguem famélicas e impiedosas. . .


A palavra se alteava, alcandorada e incomparável e, enquanto modulava, impregnava os Espíritos e os corações.


Quantos a escutavam e em deslumbramento se deixavam tocar, como se estivessem transformados em harpas vivas que fossem tangidas por mãos invisíveis de invulgar destreza.


Comovidos, muitos dentre os ouvintes, se aproximaram, ansiosos e sequiosos de paz deixando-se conduzir pelas vibrações imponderáveis que os visitavam, enquanto a palavra, a flux, concluía em peroração comovente.


Demorava no recinto o impregnante hálito da paz.


Cantavam no imo de todos em inarticuladas mensagens, as alegrias da hora.


Os Espíritos da Luz conduzi-los-iam pelos caminhos do mundo doravante, levantando os alquebrados, consolando os aflitos, libertando os obsidiados e pregando, esparzindo a luz, todos eles, na verdade, como o próprio Mestre fizera.


Dali marchariam, como o fizeram, para a Terra toda, entoando e vivendo a excelsa canção das Boas-novas, que agora volta a vibrar em todos os rincões do Mundo, reconduzindo o homem ao coração do Altíssimo, através de Jesus, O Rei Inconquistado.







Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

at 2:22
Sabedoria do Evangelho - Volume 3

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 26
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 14:1-2


1. Nessa época, ouviu o tetrarca Herodes a fama de Jesus.


2. e disse a seus cortesãos: "esse é João o Batista; ele despertou dentre mortos, e por isso os poderes operam nele".


MC 6:14-16


14. E Herodes o rei ouviu (porque o nome dele se tornava conhecido) e disse: "João o Batista despertou dentre os mortos, e por isso os poderes operam nele". 15. Outros diziam: "É Elias"; outros ainda: "É profeta, como um dos profetas".


16. Mas, ouvindo isso, Herodes dizia: "É João, que eu degolei, que despertou dentre os mortos".


LC 9:7-9


7. Ora, o tetrarca Herodes ouviu tudo o que foi feito por ele (Jesus), e admirouse, porque era dito por alguns:


8. "João despertou dentre os mortos", por outros: "Elias apareceu", e outros: "reencarnou um dos antigos profetas".


9. Disse, porém, Herodes: "Eu degolei João, mas quem é este de quem ouço tais coisas". E procurava vê-lo.


Além da ação pessoal de Jesus a pregar as Boas-Novas, houve um recrudescimento de fatos extraordinários, que se multiplicaram com a saída dos Emissários Dele, por diversas aldeias concomitantemente.


A fama de Jesus, em nome de Quem todos agiam, cresceu muito, estendendo-se tanto que chegou aos ouvidos do tetrarca daquela região.


As palavras de Herodes dão a perfeita impressão de que ele se convenceu da ressurreição de João Batista ressurreição" no sentido atual do termo, isto é, que o "morto" voltara a viver no mesmo corpo.


Herodes não se refere à reencarnação, conforme o notara já Jerônimo (Patrol. Lat. vol. 26, col. 96) com razão: Jesus tinha mais de trinta anos, quando João desencarnou.


* * *

Para fins de estudo, observemos o emprego dos verbos gregos nesses textos, e para isso analisemos antes os próprios verbos.


Aparecem dois; egeírô e anístêmi, ambos traduzidos correntemente com a mesma palavra portuguesa: "ressuscitar". Mas o sentido difere bastante de um para outro.


EGEÍRÔ, composto de GER com o prefixo reforçativo E (cfr. o sânscrito ajardi, que significa "estar acordado") tem exatamente o sentido de "despertar do sono, acordar", ou seja, passar do estado de sono ao de vigília. Era empregado correntemente com o sentido de ressuscitar, isto é, sair do estado de sono da morte, para o da vigília da vida. Para não haver confusão, acrescentava-se ao verbo o esclarecimento indispensável: egeíró ek (ou apó) nekrôn, "despertar de entre os mortos".


ANÍSTÊMI, composto de ANÁ (com três sentidos: "para cima", ou "de novo" ou "para trás") e ÍSTÊ-MI ("estar de pé"). De acordo com as três vozes, teríamos os seguintes sentidos:

a) voz ativa (transitivo) - "levantar alguém", "elevá-lo"; ou "tornar a levantar", ou então "fazer alguém voltar";


b) voz média - "levantar-se" (do lugar em que se estava sentado ou deitado, sem se cogitar se se estava desperto ou adormecido), ou "tornar a ficar de pé", ou "regressar" ao lugar de onde se viera;


c) voz passiva - "ser levantado por alguém", ou "ser posto de novo em pé", ou "ser mandado embora de volta".


Esse verbo, portanto, apresenta maior elasticidade de sentido que o anterior, podendo, inclusive, ser interpretado como "ressuscitar"; com efeito, não só a ressurreição pode ser compreendida um "despertar do sono da morte" (egeírô, que é o mais exato tecnicamente), como também pode ser entendida como um "levantar-se" de onde se estava deitado (o caixão); ou como um "tornar a ficar de pé"; ou como um "regressar ao lugar de onde se veio". No sentido de ressuscitar foi usado por Homero ("Ilíada",

24, 551), por Ésquiles de Elêusis ("Agamemnon", 1361), por Sófocles ("Electra", 139), etc.


No entanto, esse verbo anístêmi apresenta outro sentido muito importante, e que geralmente é desprezado pelos hermeneutas, que procuram esconder as ideias originais dos autores, quando não estão de acordo com a sua, e isso até em obras "cientificamente" organizadas (Não estamos fazendo acusações levianas. Para só citar um exemplo moderno, tomemos a obra "Lexique de Platon", publicada em dois volumes (1964) pelas edições "Les Belles lettres" (portanto editora crítica, da qual se espera fidelidade absoluta ao original). Pois bem, nessa obra, preparada pelo padre Édouard des Places, jesuíta, não figuram anístêmi, nem egeírô, nem o substantivo anástasis, nem qualquer outra palavra que signifiqu "reencarnação" ...), e é o sentido de "reencarnar". Realmente, a reencarnação é um "levantarse" para reaparecer na Terra; é um "tornar a ficar de pé", e é sobretudo um "regressar ao lugar de sua vida anterior". Nesse sentido foi bastante empregado pelos autores gregos. Anotemos, todavia, que esse não era um verbo especializado nesse sentido, como o é, por exemplo, ensómatóô ou o substantivo paliggenesía. Numerosas vezes é usado, mesmo nos Evangelhos, com a simples acepção de "levantarse" do lugar em que se estava sentado (cfr. MC 3:26; LC 10:25; AT 6:9, etc.) .


Daí a necessidade de interpretar, pelo contexto, qual o sentido exato em que foi empregado.


Ora, nos textos em estudo, os três sinópticos referem-se à opinião de Herodes com o mesmo verbo egeírô (que sistematicamente traduzimos por "despertar", seu significado real e etimológico). No entanto, o próprio Lucas que empregou egeírô para exprimir a ideia de "ressurreição", nesse mesmo versículo 8, para exprimir o "regresso à Terra" de algum dos antigos profetas, muda o verbo, e usa aníst êmi... Então, não era a mesma coisa: João "ressuscitara", despertara do sono da morte; mas o antigo profeta "regressara à Terra", ou seja, em linguagem moderna, "reencarnara". E assim traduzimos, acreditando haver agora justificado nossa tradução afoita.


Para antecipadamente responder à objeção de que não havia esse rigor "literário" nos evangelistas, queremos chamar a atenção para o verbo usado com referência a Elias. Era crença geral que Elias não desencarnara, mas fora raptado num carro de fogo (cfr. 2RS 2:11). Ora, nesse caso especial, não podia ser empregado egeírô (despertar dentre os mortos), nem anistêmi (reencarnar); e de fato, nenhum dos dois foi usado por Lucas, e sim um terceiro verbo: epháne, isto é "apareceu".


* * *

A Herodes não ocorria outra explicação mais plausível, em vista dos "poderes" (dynámeis) espirituais que se manifestavam, e de cujos resultados assombrosos ouvia falar com insistência. Realmente, enquanto Jesus permanecera em Cafarnaum e adjacências, sua fama aí ficara adstricta ao pessoal mais humilde. Mas depois das excursões mais prolongadas, sobretudo após a ação conjunta dos doze emissários que se espalharam por muitas aldeias e cidades, os fatos começaram a atrair a atenção e admiração gerais, tanto mais que, durante sua existência terrena João jamais operara prodígios nem fizera demonstrações de curas, limitando-se seu ensino a falar e exemplificar.


Os "poderes" exprimem aqui (como em MC 5:30, em 1. º Cor. 12:10, 28, 29, em GL 3:5 e em HB 6:5) a faculdade, a força de realizar obras extraordinárias; e não as próprias obras em si mesmas (como em MC 6:2, em AT 2:22; AT 8:13 e AT 19:11, em 2. ª Cor. 12:12, em HB 2:4, etc.) .


Entretanto, a opinião de Herodes não foi aceita concordemente pelos cortesãos, já que alguns diziam que Elias reaparecera na Terra, e Jesus havia afirmado o mesmo em relação ao Batista, como lemos em MT 11:4, 3 17:10-13, e em MC 9:9-13, garantindo a reencarnação de Elias na pessoa de João Batista; o mesmo também foi confirmado por Lucas (Lucas 1:17). Dizem alguns comentaristas ortodoxos (cfr. Lagrance, "Le Messianisme", cap. 6, pág. 210-213), que essa assertiva de Jesus se prende a uma "saída" do Mestre, para que Seus contemporâneos não Lhe objetassem que Ele não era o Messias, porque Elias não viera antes! Então Jesus "inventou" isso. Até esse triste papel é atribuído a Jesus, por Seus" representantes" na Terra, contanto que o pensamento deles não seja "atrapalhado" pelo ensino do Mestre!


Mas outras vozes fazem-se ouvir: trata-se de um profeta, como tantos já houve em Israel; e mais: "é a reencarnação de um dos antigos profetas" que teria regressado a seu povo, para reavivar o entusiasmo religioso. Não obstante essas opiniões, que pretendiam desviar o tetrarca de suas apreensões, Herodes insiste, amedrontado, em seu ponto de vista: "eu degolei (por "mandei degolar") João, mas ele voltou do meio dos mortos"... E procurava conhecer Jesus, para certificar-se da veracidade de seus temores, com a secreta esperança de que não fosse João... Mas só conseguiu esse intento por ocasião da condenação de Jesus (cfr. LC 23:8).


A atuação de Herodes é típica das personalidades ainda sem o contato íntimo com o Cristo: apavoramse com as experiências, temem o resultado de seus erros, supõem as mais absurdas coisas, olhando outras criaturas como abantesmas que as assustam. Obra do remorso que lhes estrangula o consciente e que, sufocado de um lado, surge de outro, como as cabeças da Hidra de Lerna.


A personalidade, que vive presa na materialidade, julgando real apenas o curto período de uma exist ência terrena, amedronta-se diante de qualquer ocorrência que lhe pareça comprovar uma sequência da vida após a cadaverização no túmulo. A voz da consciência fala em silêncio, mas nem por isso deixamos à e ouvi-la, pois é mais forte que os ruídos de que nos possamos cercar externamente para abafá-la.


Daí a necessidade absoluta de aniquilarmos não a consciência, mas a personalidade, mergulhando em busca do Cristo Interno que em nós habita. Só assim nos libertaremos do medo. O desconhecimento dessa verdade leva a esses paroxismos angustiosos, e como os involuídos só conhecem a personalidade, esta é temida.


Verificamos que Herodes não teme a realidade, mas aparências: não tem medo da individualidade eterna (que ele nem sabe existir), mas se apavora diante das personalidades palpáveis e visíveis (únicas que conhece). O temor do tetrarca refere-se a um reaparecimento da personalidade do Batista, entidade concreta que o aterrorizava. Assim, hoje, o ser imaturo teme a polícia, não o Espírito; tem medo das enfermidades e da morte, e não das consequências mais remotas de seus erros na existência seguinte.


Ao lado disso, comprovamos o medo pânico que os involuídos têm, naturalmente, do plano astral: dos fantasmas, das ameaças de espíritos atrasados, dos "lobisomens", etc., sem experimentarem o menor receio da Lei de Causalidade, tão rigorosa em seus efeitos, depois que "plantamos" as causas. Escondemse de um homem para que os não veja praticar más ações, e não se dão conta de que o Cristo Interno, habitando dentro deles, é permanente e silenciosa testemunha de tudo o que fazem, embora sozinhos, embora trancados num quarto à noite, embora apenas em pensamento...


Outro ponto ainda a considerar é que, nesses ambientes, os seres jamais ficam de acordo: cada um tem sua opinião, que procura fazer prevalecer acima da dos outros. Daí surgem as divergências, as discussões, as separações, surgindo sérias controvérsias que os tornam até inimigos, levantando-se perseguições de uns contra outros. Comportamento totalmente diferente ocorre no âmbito das individualidades cônscias de si: todos os grandes místicos, de qualquer religião ou seita, do oriente e do ocidente, dizem a mesma coisa, falam a mesma língua espiritual, qualquer que seja a época de sua vida terrena, acreditam nas mesmas verdades, unem-se ao mesmo Pai que em todo habita.


at 2:22
Sabedoria do Evangelho - Volume 6

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 29
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 20:29-34


29. E saindo eles de Jericó, acompanhou-o grande multidão.

30. E eis dois cegos sentados à beira da estrada, ouvindo que Jesus passa, gritaram, dizendo: "Compadece-te de nós, senhor filho de David"!

31. A multidão repreendia-os, para que se calassem, mas eles gritavam mais, dizendo: "Senhor, filho de David, compadece-te de nós"! 32. Parando, Jesus chamou-os e disse: "Que quereis que vos faça"?

33. Disseram-lhe: "Senhor, que se abram nossos olhos"!

34. Compadecido, pois, Jesus tocou-lhes os olhos e imediatamente enxergaram de novo e o seguiam.

MC 10:46-52


46. E chegaram a Jericó. E saindo ele de Jericó com seus discípulos, e bastante gente, o filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira da estrada.

47. E ouvindo que era Jesus o Nazareno, começou a gritar e dizer: "Jesus, filho de David, compadece-te de mim"!

48. E muitos mandaram que se calasse, mas ele gritava mais ainda: "Filho de David, compadece-te de mim"!

49. E parando, Jesus disse: "Chamai-o". E chamaram o cego, dizendo-lhe: "Confia, levanta-te, ele te chama".

50. Alijando a capa e saltando, ele veio para Jesus.

51. E falou-lhe Jesus, dizendo: "Que queres que te faça"? O cego disse-lhe: "Rabboni, que eu veia de novo"!

52. E disse-lhe Jesus: "Vai, tua fé te salvou". E imediatamente viu de novo e o acompanhou pela estrada.

LC 18:35-43


35. Aconteceu pois, ao aproximarse ele de Jericó, um cego estava sentado, mendigando, à beira da estrada.

36. Ouvindo passar uma multidão, indagava o que era aquilo.

37. Disseram-lhe que era Jesus, o Nazareno, que passava.

38. E gritava, dizendo: "Jesus, filho de David compadecete de mim"!

39. E Os que iam à frente mandavam que se calasse, ele porém gritava mais ainda: "Filho de David, compadecete de mim"!

40. Detendo-se, pois, Jesus mandou que o conduzissem a ele. Tendo chegado, perguntoulhe:

41. "Que queres que te faca"? Ele disse: "Senhor, que eu veja de novo".

42. E Jesus disse-lhe: "Vê. Tua fé te salvou".

43. E de pronto viu de novo e seguiu-o, louvando a Deus. E, vendo, todo o povo deu louvor a Deus.



De início precisamos resolver uma dificuldade. Mateus e Marcos dizem que a cura foi efetuada ao sair de Jericó e Lucas que foi ao entrar na cidade. Estudemos a topografia.


A cerca de 26 ou 30 km de Jerusalém, havia uma cidade antiquíssima, chamada Jericó, construída perto da fonte de Eliseu. Cidade desde Números e Deuteronômio, ficou célebre quando os israelitas, sob o comando de Josué, a tomaram, ao entrar na Terra Prometida, tendo sido derrubadas suas muralhas ao som das trombetas e dos gritos dos soldadas hebreus. Era chamada a "cidade das palmeiras" (DT 34:3), pois estava num oásis fértil. Suas ruínas foram descobertas nas escavações de 1908-1910.


Acontece que Herodes o Grande, e mais tarde Arquelau, aproveitando o oásis, construíram outra cidade mais ao sul, com o mesmo nome, no local em que o Ouadi eI-Kelt desemboca na planície. Local maravilhoso para morar no inverno, porque as montanhas da Judeia o protegiam contra os ventos frios de oeste. Foram construídos grandes palácios suntuosos, com piscinas luxuosas, um anfiteatro e um hipódromo, termas e templos, etc. Jericó tornou-se a segunda cidade da Palestina em importância e extensão, depois de Jerusalém.


Para os israelitas Mateus e Marcos, a Jericó verdadeira era a "velha", pois a nova era "pagã". Para o grego Lucas, Jericó era a cidade nova. Compreende-se, então, que ao sair da velha e entrar na nova cidade, tenha o cego encontrado Jesus. Tanto assim que, logo a seguir Lucas narra o episódio de Zaqueu, que habitava a cidade nova.


Mas os cegos eram dois ou só havia um? Mateus diz que eram dois, contra a opinião de Marcos e de Lucas, que afirmam ter sido um, sendo que o primeiro lhe dá até o nome, demonstrando estar muito bem informado do que ocorreu. Alguns exegetas alegam que de fato os cegos costumavam andar em duplas, para se distraírem conversando durante as longas horas de espera, e para se consolarem de seu infortúnio. Observamos, entretanto, que Mateus gosta de dobrar, como no caso dos dois cegos, narrado em 9:27, dos dois obsidiados de Gerasa (8:28), embora Marcos 5:1-3 e Lucas 8:26-3 digam ter sido um (cfr. vol. 3).


Também aqui os exegetas dividem suas opiniões, procurando justificar: um dos cegos, Bartimeu, tomou a iniciativa e chamou sobre si a atenção; o outro, que o acompanhava, nem foi quase notado, a não ser por Mateus, presente à cena, pois Marcos ouviu o relato de Pedro, e Lucas só veio a saber dos fatos muito mais tarde, pela tradição oral. É o que diz Agostinho: hinc est ergo quod ipsum solum voluit commemorare Marcus, cujus illuminatio tam claram famam huic miráculo comparavit, quam erat illius nota calámitas, isto é, "daí porque Marcos só quis recordar aquele único, cuja cura adquiriu uma fama tão grande com esse prodígio, quanto era conhecida a calamidade dele" (Patrol. Lat. vol. 34, col. 1138).


De qualquer forma, a anotação de Marcos e Lucas, de que se tratava de "mendigos" (prosaítês), confirma a realidade, já que, àquela época, não havia preocupação de aproveitar os estropiados: desde que a criança nascesse defeituosa, só havia um caminho: a mendicância.


O local escolhido pelos dois era excelente: passagem obrigatória para todos os peregrinos que, por ocasião da Páscoa que se aproximava, vinham da Transjordânia e da Galileia, dirigindo-se para Jerusal ém.


Quanto ao nome, dado em arameu, observamos que geralmente (cfr. MC 3:17; MC 7:11, MC 7:34; 14:26, etc.) é dado primeiro o nome, e depois o significado; no entanto aqui se inverte: primeiro aparece a tradução, "filho de Timeu", e depois o nome "Bartimeu". Portanto, nome patronímico, como tantos outros (cfr. Barjonas, Bartolomeu, Barjesus, Barnabé, Baraquias, Barrabás, Barsabás, etc.) .


Ao perceber a pequena multidão bulhenta que passava, o cego indagou de que se tratava, e foi informado de que era o taumaturgo-curador Jesus o Nazareno, filho de David.


A Palavra "Nazareno" aparece com mais frequência sob a forma "Nazoreu" (nâshôray e nazôraios, em hebr. e grego). Porém, não se confunda essa palavra com "nazireu"! Com efeito, nos evangelhos temos onze vezes a forma nazoreu (MT 2:23 e MT 26:71; JO 18:5, JO 18:7, e 19:19; AT 2:22; AT 3:6; AT 4:10; AT 6:14; AT 22:8; 24:5 e 26:9) contra seis vezes a forma "nazareno" (MC 1:24; MC 10:47; MC 14:67 e MC 16:6, e LC 4:34 e LC 24:19). Mesmo neste local o texto de Mateus varia nos códices entre nazarenus (Vaticano e outros) e nazoreu (Sinaítico e outros).


Ao saber de quem se tratava, o cego gritou em altos brados, pedindo compaixão. A multidão tenta faz ê-lo calar-se, mas ele não quer perder aquela oportunidade e grita mais forte ainda.


Marcos dá pormenores vivos: Jesus pára e manda chamá-lo. Lucas, médico, é mais preciso na linguagem: Jesus "manda que o tragam até Ele". O espírito leviano da alma coletiva demonstra sua psicolo gia: já não mais o repreendem para que se cale; ao invés, o encorajam e ajudam, como se tudo proviesse da generosidade deles!


Ao saber-se chamado, o cego arroja de si o manto, para não atrapalhá-lo na rapidez dos movimentos, e levanta-se de um salto, lépido e esperançoso. Jesus pergunta-lhe o que quer Dele: dinheiro? A resposta do cego é clara: "Senhor (Marcos manteve o arameu Rabboni) que eu veja de novo"! O verbo anablépô dá a entender que não se tratava de cego de nascença.


Como sempre, Jesus atribui a cura, que foi instantânea, à fé ou confiança (pistis) do cego. A certeza de obter o favor era tão firme, que foi possível curá-lo.


E o cego "acompanhou Jesus pela estrada", feliz de estar novamente contemplando a luz e de poder ver o homem que o tirara das trevas.


Aqui novamente deparamos com um fato que simboliza uma iluminação obtida por um espírito que sabe o que quer e que quer o que sabe. Não é pedida nenhuma vantagem pessoal, mas a luz da compreensão.


Bartimeu (filho do "honorável"), embora mergulhado nas trevas em que o lançaram seus erros, ainda sabe reconhecer o momento propício de uma invocação, para obter a visão plena do espírito, e sabe seguí-la depois que a obteve, acompanhando Jesus pela estrada da vida.


Apesar de muita gente querer impedir que o cego grite por compaixão, este não desiste de sua pretensão.


Sua confiança é ilimitada; e esse espírito está enquadrado na primeira bem-aventurança: "felizes os que mendigam o espírito, porque deles é o reino dos céus".


O mendigar a plenos pulmões, diante da multidão, sem deixar vencer-se pelas vozes que nos querem obrigar a calar, tem esse resultado: "entramos no reino dos céus", seguindo o Cristo na estrada, sem mais largá-Lo. Realmente, é esse o primeiro passo para o início da caminhada na Senda: VER com o intelecto aberto e com a alma liberta dos preconceitos mundanos. E, uma vez obtida a luz, saber abandonar tudo, para seguir o Mestre excelso.


Hoje não temos mais o Mestre Jesus em corpo a perambular pelas ruas de nossas cidades. Mas quantas vezes passa o Cristo por nós e, distraídos, deixamos escapara oportunidade.


Passa o Cristo no meio da multidão azafamada, preocupada pelos negócios, interesseira de vantagens materiais, e não sabemos descobri-Lo, e deixamos desvanecer-se o ensejo.


Passa o Cristo entre os furacões e as tempestades de nossa alma, e nós, atormentados e dominados pelas emoções, nem reparamos em Sua passagem.


Passa o Cristo silencioso nas solidões tristes das horas vazias, nos abandonos cruéis de todos os amigos, nas fugas amedrontadas de nossos companheiros, e não percebemos Sua vibração misteriosa e profunda a convocar-nos ao Seu coração amoroso.


Quantas vezes já terá passado o Cristo, sem que o tenhamos percebido!


at 2:22
Sabedoria do Evangelho - Volume 8

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 19
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 26:59-68


59. Mas os principais sacerdotes e o sinédrio todo procuravam um falso testemunho contra Jesus a fim de condená-lo à morte,

60. e não acharam (embora) muitas testemunhas falsas se tenham apresentado. Finalmente apareceram duas,

61. dizendo: Ele disse: posso destruir o Santuário de Deus e em três dias reedificá-lo.

62. E levantando-se o Sumo-Sacerdote disselhe: Nada respondes? Que testificam eles contra ti?

63. Mas Jesus calava. E O Sumo-Sacerdote disselhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.

64. Disse-lhe Jesus: "Tu o disseste; além disso digo-vos: desde agora vereis o filho do homem sentado à direita do Poder e vindo sobre as nuvens do céu".

65. Então o Sumo-Sacerdote rasgou seu manto dizendo: Blasfemou! Que ainda temos necessidade de testemunhas? Vedes que agora ouvistes a blasfêmia!

66. Que vos parece? Respondendo, eles disseram: É réu de morte.

67. Então cuspiram-lhe no rosto e deram socos e esbofetearam,

68. dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem te bateu?

LC 22:63-71


63. E os homens que o guardavam zombavam dele, batendo

64. e, pondo-lhe urna venda, perguntavam dizendo: Profetiza: quem é que te bateu?

65. E blasfemando diziam muitas (coisas) con-

Mar. 14:55-65
55. Mas os principais sacerdotes e todo o sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para condená-lo à morte e não acharam,

56. pois muitos testemunhavam falsamente contra ele, mas seus testemunhos não eram concordantes.

57. E levantando-se davam falso testemunho contra ele, dizendo:

58. Nós lhe ouvimos dizer: eu destruirei este santuário manufaturado, e em três dias edificarei outro não manufaturado.

59. E nem assim era concordante o testemunho deles.

60. E levantando-se o Sumo-Sacerdote no meio, interrogou Jesus dizendo: Não respondes nada? Que testificam estes contra ti?

61. Mas ele calava e não respondeu nada De novo o Sumo-Sacerdote interrogou-o e disselhe: Tu és o Cristo o Filho do Bendito?

62. E Jesus disse: "Eu sou, e vereis o filho do homem sentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu".

63. E o Sumo-Sacerdote, rasgando sua túnica, disse: Que temos ainda necessidade de testemunhas?

64. Ouvistes a blasfêmia. Que vos parece? E todos os julgaram ser réu de morte.

65. E Começaram alguns a cuspir nele e, cobrindolhe o rosto, a esbofeteá-lo, dizendolhe: Profetiza! E os guardas retiraram-no a pauladas.

67. dizendo: Se tu és o Cristo, dize-nos. Respondeu-lhes: "Se vos disser, não acreditareis,

68. e se vos interrogar, não me respondereis.

69. Desde agora estará o filho do homem sentaSABEDORIA DO EVANGELHO tra ele.

66. E quando se fez dia, reuniu-se o Conselho dos Anciãos do Povo, dos principais sacerdotes e dos escribas e o retiraram para o sinédrio deles do à direita do poder de Deus".

70. Disseram todos: Então tu és o Filho de Deus? E ele retrucou-lhes: "Vós dizeis que eu sou".

71. Então disseram: Ainda temos necessidade de testemunhas? Pois nós mesmos ouvimos de sua boca.



Mateus afirma que era procurada uma "testemunha falsa", mas a expressão de Marcos é mais fiel à realidade: era procurada uma testemunha contra Jesus, mas que, para eles, fosse verdadeira. Daí a dificuldade de encontrá-la. Muitos apareciam com as mais variadas afirmativas, embora fosse impossível colocá-las de acordo.


E o Deuteronômio (Deuteronômio 17:6) exigia textualmente: "Com a palavra de duas ou três testemunhas se fará matar quem deve morrer; não será morto com a palavra de uma só testemunha".


Finalmente surgiram duas, cujas acusações coincidiram basicamente, embora lhes diferisse a forma, conforme deduzimos dos textos de Mateus e Marcos. Dizia um: "posso destruir", revelando a capacidade de fazê-lo; o outro diz: "destruirei", afirmativa clara de intenção subversiva dolosa. O primeiro falava de reconstrução material: "posso destruir e reedificar"; o segundo distinguia o "Santuário manufaturado" (feito por mãos de homens) e a reconstrução de outro espiritualmente edificado. Portanto, a concordância não era absoluta: apenas coincidiam na ideia fundamental. A frase proferida por Jesus (JO 2:19) dizia: "se o destruirdes" ... e o evangelista assevera que se referia ao "santuário de seu corpo físico".


Instigado a pronunciar-se a respeito da acusação, Jesus permaneceu calado, o que causou admiração a Caifás, habituado a súbitos e raivosos gritos de protesto do réu, interessado em defender-se a qualquer preço.


Nada obtendo por esse caminho, coloca-se o Sumo-Sacerdote na posição de seu cargo e coage a vítim "pelo Deus vivo" a declarar se é, ou não, o "Cristo, o Filho de Deus".


FILHO DE DEUS


Aqui dividem-se os exegetas, afirmando uns (Loisy "Les Evangiles Sinoptiques", t. 2, pág. 604; M.


Maillet, "Jesus, Fils de Dieu", pág. 52; Strack e Billerbeck, o. c., pág. 1. 006, etc.), que a designação" Cristo" e "Filho de Deus" representam uma unidade, com o sentido único de "Messias".


Outros (Buzy, "Evangile selon Saint Marc", pág. 358; Durand, "Evangile selon Saint Matthieu", pág.,
444; Prat, "Jesus-Christ, sa vie, sa doctrine, son oeuvre", t. 2, pág. 349, etc.) acham que a pergunta é dupla:
1. ª se é o Cristo (Messias);
2. ª se é o Filho de Deus no sentido metafísico e teológico, ou seja, se é a "segunda pessoa da santíssima Trindade".

Estes últimos não observaram o anacronismo dessa interpretação, pois a teoria da Trindade só se foi plasmando lentamente, chegando ao ponto atual séculos mais tarde. Mas aqui só nos interessa estudar o sentido, na época, da expressão "Filho de Deus" e seu desenvolvimento nas primeiras décadas, a fim de provar que Caifás jamais pôde entender sua pergunta nesse segundo sentido.


O mosaísmo era estritamente monoteísta, não admitindo qualquer sombra de multiplicidade de "aspectos" na Divindade. Portanto é historicamente inadmissível que o Sumo-Sacerdote colocasse essa questão em termos teológicos, perguntando a um homem se era "Filho de Deus" sensu stricto.


O judaísmo aceitava essa expressão alegoricamente, isto é, era possível a qualquer um ser "Filho de Deus" por ADOÇÃO, inclusive quando a aplicavam ao Messias esperado, pois se baseavam no Salmo (2:7) que cantava: "Tu és meu filho, eu hoje te serei". E qualquer judeu, sem nenhum perigo de blasf êmia, podia declarar-se "Filho de Deus" em sentido amplo, como empregou Pedro (MT 16:16) para afirmar que Jesus era "o Cristo, o Filho do Deus vivo" (cfr. vol. 4).


A partir daí temos, pois, três sentidos que se foram superpondo no decurso dos séculos:
a) FILHO DE DEUS em sentido metafórico ou alegórico, segundo o pensamento judaico: filho POR ADOÇÃO;
b) FILHO DE DEUS no sentido físico ou material (carnal), por influência do paganismo: um Deus fecundava uma mulher, produzindo um filho;
c) FILHO DE DEUS no sentido metafísico ou teológico: consubstancial com a Divindade.

I - FILHO POR ADOÇÃO


Nos "Atos dos Apóstolos" encontramos Jesus apresentado como "um homem de quem Deus deu testemunho e através do qual fez prodígios e sinais" (AT 2:22). Em Atenas, Paulo diz que Jesus é "o homem pelo qual Deus decidiu discriminar a humanidade" (AT 17:31). Era, pois, o Filho de Deus no sentido metafórico: "Sirvo a Deus, pregando seu Filho" (RM 1:9); "Deus vos chamou à sociedade de seu filho Jesus, o Cristo" (1CO 1:9): "o Cristo Jesus, Filho de Deus, que vos pregamos" (2CO

1:19), etc. ; tudo isso decorre do Salmo citado "Tu és meu filho, eu hoje te gerei", composto em homenagem de um príncipe macabeu (João Hircan?) mas atribuído a Jesus desde os primórdios por Seus discípulos (cfr. AT 13:33 e HB 1:5 e HB 5:5). Para os primeiros cristãos, esse Salmo foi a patente da realeza de Jesus como filho de David.


Mas essa filiação divina é encontrável em outros passos do Antigo Testamento, tendo sido sempre interpretada como filiação ADOTIVA, não sendo considerado blasfêmia dizer-se, nesse sentido, Filho de Deus, como não o era afirmar-se o "Messias".


No Êxodo 4:22-3 lemos "Assim diz YHWH: Israel é meu filho primogênito... deixa ir meu filho".


No Deuteronômio (Deuteronômio 14:1), falando a todo o povo, está: "Sois filhos de YHWH vosso Deus". Isaías (63:16) escreveu: "Pois tu és nosso Pai... agora, YHWH, és nosso Pai". Em Jeremias (Jeremias 31:9) YHWH assevera: "Tornei-me Pai de Israel". No livro da Sabedoria, de Salomão, o autor descreve vividamente, no capítulo 2, o comportamento das criaturas do Antissistema, que infalivelmente investem contra as do Sistema (então como agora), dizendo entre outras coisas: "Cerquemos o justo porque é inútil para nós e contrário às nossas obras... ele diz ter conhecimento de Deus e se diz Filho de Deus" 2:12-3.


E, logo a seguir: "Ele julga-nos de pouca valia e se afasta de nosso modo de viver como de coisas imundas e prefere as sendas dos bons, glorificando-se de ter Deus como Pai. Vejamos, pois, se são verdadeiras suas palavras e verifiquemos qual será seu fim, e saberemos o resultado: se, com efeito, é verdadeiro Filho de Deus, Ele o receberá e o livrará das mãos dos adversários" (Sab. 2:16-18). Tamb ém no Eclesiástico (4:11) lemos as palavras do mestre ao discípulo: "E tu serás obediente como um Filho do Altíssimo " e mais à frente (36:14): "Apiada-se de Israel, que igualaste a teu filho primogênito".


YHWH, pois, o Deus dos judeus, era Pai de todos os israelitas e, por extensão, de todos os homens, no pensamento de Paulo (cfr. RM 1:7; 1CO 1:3; 2CO 1:2; EF 1:2; Filp. 1:2; CL 1:3; 2. ª Tes. 1:2; GL 1:3; 1. ª Tim. 1:2; Tito, 1:4, etc.) Ainda em meados do 2. º século Justino escreve a Tryphon, o judeu (Diál. 48, 2; Patrol. Gr. vol. 6, col. 581; cfr. Lagrange, "Le Messianisme", pág. 218): "Entre vós reconhecem que Jesus é o Cristo (Messias), mesmo afirmando que ele é homem nascido de homens (ánthrôpon ex anthrôpôn genómenon).


II - FILHO CARNAL DE DEUS


Até o final do 1. º século, a maioria dos cristão provinha do judaísmo, mas a partir daí inverte-se a situa ção, e o número dos de origem "pagã" supera de muito o dos do judaísmo.


Ora, na mitologia do paganismo era comum encontrarem-se deuses que possuíam sexualmente mulheres mortais (geralmente virgens), dando origem a filhos: os semi-deuses, os heróis, os grandes vultos.


Facílimo foi adaptar essa concepção divina a Maria, supostamente possuída por um deus, para dar nascimento a um semi-deus, fato que Lucas (proveniente do paganismo e não do judaísmo) aceitou com facilidade, sendo reproduzida a cena com o seguinte diálogo (LC 1:34-35): "Como será, pois não conheço homem? - Um Espírito Santo virá sobre ti e o Poder do Altíssimo te cobrirá, POR ISSO o menino que nascerá de ti será chamado Filho de Deus".


Então Jesus passou a ser considerado fisicamente Filho de Deus, que nessa situação recebeu o nome d "Espírito-Santo".


Como se teria processado a concepção, a penetração do sêmen no útero de Maria? Na cena do mergulho ("Batismo") o Espírito Santo é apresentado numa forma semelhante a uma pomba, que afirma ser Jesus seu Filho. Teria sido essa forma apresentada também para a concepção de Jesus no ventre de Maria, à imitação da forma de cisne, assumida por júpiter para fecundar Leda’?


O mesmo Justino diz a Tryphon (1. ª Apol. 33, 4) que a concepção se deu sem que Maria perdesse a virgindade (kyophorêsai parthênon oúsan pepoiêkê).


Mas o judeu Tryphon objeta: "Nas fábulas gregas diz-se que Danae, ainda virgem, deu à luz Perseu, porque Júpiter a possuíra sob a forma de uma chuva de ouro. Devias envergonhar-te de narrar a mesma coisa. Seria melhor dizeres que teu Jesus era um homem como os outros e demonstrar, pelas Escrituras, se puderes, que ele é o Cristo, porque sua conduta conforme a lei e perfeita lhe mereceu essa dignidad " (Diál. 67,2).


A isso Justino responde (Apol. 54, 2) com argumento fraco e infantil: "Sabendo os demônios, pelos profetas, que o Cristo devia vir, apresentaram muitos pretensos filhos de Júpiter, pensando que conseguiriam fazer passar a história de Cristo como uma fábula semelhante à invenção dos poetas".


Então, para os pagãos que chegavam ao cristianismo, era fácil aceitar que, como Júpiter o fazia, tamb ém o Deus dos judeus podia ter relações sexuais com Maria para gerar Jesus. (Notemos que a raiz de Júpiter - IAO pater - é a mesma de IAU-hé).


Logicamente a interpretação pagã de filho carnal de Deus era superior à ideia de simples filho adotivo, defendida pelos judeus.


III - FILHO CONSUBSTANCIAL DE DEUS


O terceiro passo, que eleva Jesus a filho consubstancial de Deus é iniciado ainda pelo próprio Justino, figura que teve larga repercussão no segundo século da era cristã. Nasceu ele na cidade de Flávia Neápolis, a antiga e famosa cidade de Siquém, no ano 100, e aos trinta anos ingressou no cristianismo. Em suas obras (o "Diálogo" e as duas "Apologias", a l. ª, ou grande e a 2. ª ou pequena) assistimos a toda a elaboração da doutrina teológica que predominaria mais tarde na igreja cristã romana.


Para Justino, depois de certo tempo, Jesus passa a ser Filho de Deus no sentido metafísico, ainda não eterno, como o Pai, pois foi gerado em determinado momento da eternidade, quando então recebe, legitimamente, o título de "Filho" (2. ª Apol. 6,3): "Seu Filho, o único que deve ser chamado Filho; (ho mónos legómenos kyrios hyiós), o Verbo que estava com Deus antes das criaturas (ho lógos prò tôn poiematôn kaì synón), que foi gerado quando, no início, fez e elaborou todas as coisas por meio dele (kaì gennômenos hóte tên archên di"autoú pánta éktise).

Teófilo ("Ad Aulólicum", 2, 22 e 2, 10) tenta explicar como e quando foi o Verbo gerado, e diz que a voz ouvida por Adão só pode ter sido o Verbo de Deus, que também é Filho, e "existe de toda eterni dade, envolvido (endiathêton) no seio de Deus. Quando Deus quis criar o mundo, gerou o Verbo proferindoo (tòn lógon êgénnêse prophorikón) e fazendo dele o primogênito de toda a criação".


Mas tudo isso ocorria um século depois do interrogatório de Caifás, que jamais poderia compreender nem admitir o atributo de Filho de Deus, a não ser por adoção, como todo o povo israelita.


Concluindo, vemos que a pergunta do Sumo-Sacerdote NÃO PODE ser interpretada como filiação nem física nem metafísica do Inefável, mas apenas como filiação ADOTIVA, como aposto gramatical de MESSIAS.


* * *

Em Mateus a resposta é "Tu o disseste"; em Marcos é mais categórico: "Eu sou". Até aí, nada poderia ter ocorrido, nenhuma acusação poderia ser levantada, e o réu não apresentava motivos de condenação à morte.


Lucas registra o diálogo de modo diferente, com a pergunta que supõe pedido de esclarecimento: se Jesus é, ou não é, o Messias. E este responde com lógica que: se ele disser que é o Messias, eles não acreditarão; e se fizer perguntas esclarecedoras, eles não responderão.


Mas, de uma forma ou de outra, a frase acrescentada, e coincidente nos três sinópticos é que provocou celeuma e atraiu a condenação à morte como blasfêmia:

—"Desde agora vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vindo com as nuvens do céu".


Ao ouvir as ousadas assertivas daquele operário altivo, porque cônscio de sua realidade, mas na condição humilhante de prisioneiro algemado, a irritação e o despeito foram incontroláveis no Sumo-

Sacerdote, pois a vítima se dizia, com firmeza tranquila e segurança absoluta, muito superior a ele, autoridade máxima da religião israelita.


E sua reação foi a tradicional: "rasgou suas túnicas’, hábito que vigorava entre os judeus em sinal de protesto, de luto, de dor (cfr. NM 14:6; 2SM 13:19; Esd. 9:3; JÓ 1:20 e JÓ 2:12; JR 36:24 e AT 14:14).


As túnicas (em Mateus tà imátia, em Marcos toús chitônas, no plural porque era hábito vestirem duas ou três nos dias frios, uma por cima da outra), eram rasgadas pela costura (descosturadas violentamente) a partir da gola, por cerca de um palmo (30 cm).


Com a palavra do acusado, afirmando-se não apenas o Messias mas o "Senhor de David", pois fora convidado por YHWH a sentar-se à sua direita; e atribuindo que a ele se referia a visão de Daniel, perdiam valor as testemunhas trazidas. A confissão "blasfematória" era evidente. E triunfante, o Sumo-

Sacerdote aproveita a palavra do réu e consulta o Sinédrio: "Que vos parece"? A resposta veio, parece, unânime e pronta: "É réu de morte"!


Essa condenação não aparece em Lucas. Tendo-o apresentado, no início de seu Evangelho, segundo a concepção pagã, como filho carnal de Deus, podia chegar, neste ponto, à conclusão lógica. E depois da afirmativa de Jesus, de que "se sentaria à direita do Poder de Deus", fazem a indagação ilativa: " Então és Filho de Deus"? Ao que Jesus responde, confirmando-o, embora indiretamente: "Vós dizeis que eu sou"!


A expressão "desde agora" (em Mateus ap"árti, em Marcos apò toú nún) é a afirmação da dignidade que seria conquistada com seu sacrifício; "vereis" (ópsesthe) refere-se a uma visão espiritual; a alusão à sua vinda com as nuvens do céu não aparece em Lucas.

A citação de sentar-se à direita do Poder (isto é, de Deus), é baseada no Salmo (110:1) que reza: "Diz o Senhor ao meu Senhor, senta-se à minha direita, até que ponha teus inimigos como escabelo a teus pés". Essa assertiva era demais forte, pois assim igualava-se a YHWH, assegurando que tinha lugar de honra ao lado dele; já na Festa dos Tabernáculos, em outubro, escapara de ser apedrejado por ter dado a entender a mesma coisa (JO 10:33).


A segunda parte decalca as palavras de Daniel (Daniel 7:13) quando confessa: "Vi nas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como Filho do Homem, que se chegou até o Ancião dos Dias".


Essa mesma afirmativa já fora feita perante seus discípulos, quando o Mestre lhes falava das dores do "últimos tempos" (cfr. MT 24:30 e MC 13:26; ver vol. 7).


Depois da condenação, o ódio do Antissistema se derrama como metal liquefeito sobre ele, retirado do Sinédrio para aguardar sua ida ao palácio do Procurador Romano: só este tinha poder para ratificar e executar a sentença de morte.


Como fosse voz corrente de que se tratava de um profeta, os guardas (alguns comentadores dizem ter sido os próprios componentes do Sinédrio) cobrem-lhe os olhos com um pano e pedem que adivinhe quem bateu: confusão ainda hoje corrente entre profeta (médium) e adivinho. Nessas horas extravaza o violento e desumano instinto de sadismo dos seres ainda animalizados da humanidade, que batem, socam, cospem, maltratam, revelando a perversidade inata que ainda conservam.


Como sempre, descobrimos preciosa lição que, infelizmente, não é ainda bem compreendida por grande parte da humanidade, e de modo especial contra ela se rebelam os que se encontram a meio caminho da jornada evolutiva: os que já superaram quase toda a fase negativa do Antissistema e dele começam a destacar-se, mas ainda não se firmaram no campo do Sistema, que só agora penetram em passos ainda inseguros e hesitantes.


Dessa forma, negam-se a aceitar, e positivamente não entendem, por que os bons são encarniçadamente perseguidos neste planeta. A alegação baseia-se no escândalo de observar que os Espíritos Superiores não tomam a defesa dos bons, salvando-os das mãos dos maus. Gostariam que as virtudes celestiais fulminassem os perversos, tal como João e Tiago, os "Boanerges" (cfr. MC 3:17), queriam que Jesus fizesse descer fogo sobre a aldeia que se recusou recebê-lo! O próprio Jesus que PODIA solicitar doze legiões de defensores, preferiu submeter-se à Lei e ao que é natural no Antissistema, conforme está descrito no já citado cap. 2 do Livro da Sabedoria, cuja leitura e meditação aconselhamos.


Os dois pólos, negativo e positivo, que constituem respectivamente o Antissistema e o Sistema, encontramse emborcados, como dois funis, um ligado ao outro pela boca mais larga. Tudo o que num é bom, no outro é mau, e vice-versa, em posição absolutamente invertida e contrária.


E como as criaturas encarnam na Terra rigorosamente segundo sua tônica vibratória, pela Lei Universal de sintonia, a maioria da humanidade se encontra na zona intermediária entre Sistema e Anti-

Sistema. Os que, em seu íntimo, já renunciaram ao mal, mas ainda não atingiram degraus mais elevados do Sistema, encarnam nessa faixa em que predomina o divisionismo egoísta, e sofrem o atrito doloroso que arranca do ferro a ferrugem e o fogo consumidor que separa da ganga o ouro puro. E se alguém, dos degraus mais elevados, resolve sacrificar-se e imiscuir-se nas zonas mais baixas para qualquer trabalho regenerador, inevitavelmente terá que submeter-se à situação ambiental predominante, sofrendo os mesmos impactos, embora não no mereça.


Mas não poderia caminhar-se na Senda evolutiva pela trilha do AMOR, sem necessidade de mergulhar no negro abismo do sofrimento? Teoricamente, sim; mas cremos que somente nos planos mais elevados, onde reine o amor de modo absoluto, sem sombras sequer de egoísmo (nem pessoais, nem familiares, nem grupais), pois é o egoísmo que gera o sofrimento. Quem não se libertou totalmente do egoísmo, é automaticamente atraído para o ambiente egoísta, onde predominam ódio, concorrência desleal, violência, falsidade, engano, maldade, mentira, perseguições e destruição.


Descendo das altitudes sublimes, Jesus resolveu, voluntariamente, embrenhar-se no cipoal das paixões de uma humanidade ainda animalizada, a fim de indicar o caminho da libertação. Além dos ensinos teóricos, mister era-lhe dar o exemplo prático de como agir, e por isso resolveu viver e experimentar (páthein) em Si mesmo todas as dificuldades por que deveriam passar aqueles que O seguissem.


E como soara a hora de ascender mais um posto na escala evolutiva, e como para esse passo importante era indispensável sujeitar-se a fim exame rigoroso, a fim de comprovar sua coragem e avaliar sua força, aproveitou-se desse ensejo para executar os dois planos de uma vez; e baixando suas vibra ções o mais que pôde, revestiu o escafandro de carne, para permanecer pregado ao solo do planeta.


Ipso facto, caiu em cheio no ambiente do Antissistema, preparado para receber todo o choque que isso lhe provocaria. Para avaliarmos bem melhor o que passou, imaginemos que um de nós humanos, no ponto atual em que se encontra a humanidade, encarnasse conscientemente numa vara de porcos e agisse de modo diferente deles; que não sofreria? Muito, sem dúvida; mas de certo menos, do que sofreu Jesus na humanidade!


Entre as feras humanas do Antissistema Jesus prosseguiu tranquilamente sua trajetória, até chegar a hora aprazada, quando então se submeteu às provas previstas para sua ascensão. O "Alto-Comando" do Antissistema foi todo mobilizado para essa ocasião. E o exemplo que essa vítima do amor imenso que nos dedica deu a todos nós, mantendo a dignidade, foi dos mais sublimes, calando quando a pergunta era feita fora das normas legais, e corajosamente respondendo quando o indagante possuía autoridade para fazê-lo.


Mas diante do sofrimento, não abriu a boca, como previra Isaías 53:7-3: "Ele foi oprimido, contudo humilhou-se a si mesmo e não abriu a boca. Como o cordeiro que é levado ao matadouro e como a ovelha que é muda diante dos que as tosquiam, assim não abriu ele a boca. Pela opressão e pelo juízo foi ele arrebatado, e quanto à sua geração, quem considerou que ele foi cortado da terra dos viventes?


Por causa da transgressão de meu povo foi ele ferido. Deram-lhe a sepultura com os ímpios e com o rico esteve em sua morte, embora não tenha cometido violência nem houvesse dolo em sua boca".


No entanto, outra consideração que deduzimos dessa lição in artículo mortis (quase poderíamos dizer), é a coragem indômita de afirmar a Verdade acima de tudo. Não se utilizou da desculpa da modéstia, para negar Sua qualidade real. E isso causa tremenda irritação entre os homens ainda envolvidos pela atmosfera do pólo negativo, não só porque não podem dizer o mesmo de si mesmos, com porque não podem admitir que haja seres, iguais externamente a eles, e no entanto espiritual e culturalmente superiores. A inveja e o egoísmo não admitem superioridade nos outros.


E quando não existe a arma da violência, em virtude de maior evolução dos meios sociais humanos, outras armas talvez piores são utilizadas: a maledicência e a calúnia, as campanhas de arrasamento moral dos seres de fato superiores, a fim de desmoralizá-los perante a opinião pública.


O exemplo de Jesus, o Mestre incomparável, é claro e insofismável: à pergunta se era Filho de Deus, ou seja, se pertencia ao Sistema, responde altaneiramente: "EU SOU". A resposta deve ter soado, especialmente se foi - e deve ter sido - proferida em hebraico, como uma afirmativa insustentável, pois a expressão EU SOU, em hebraico, é exatamente YHWH, o nome impronunciável, a não ser pelo próprio Sumo-Sacerdote uma vez por ano.


Paremos um instante em profunda meditação. De olhos fechados para a neiramente: "EU SOU". A resposta deve ter soado, especialmente se foi - e deve ter sido - proferida em hebraico, como uma afirmativa insustentável, pois matéria que nos circunda, revejamos a cena: aquele operário cansado, algemado, simples, cercado de adversários ferrenhos, está diante do Sumo-Sacerdote, paramentado a rigor, no trono de sua gloriosa posição suprema. E o réu, cabeça erguida, pronuncia o Nome Indizível diante de todos, afirmando-se ser aquele que todos acreditavam ser o "Deus dos judeus", o Espírito-

Guia da raça, o Supremo Ser para eles, e acrescenta, além disso, as frases do Salmo - de que fora convidado para sentar-se à direita do Altíssimo - do grande profeta Daniel, de que viria, com as nuvens do céu. Que espanto inenarrável deve ter percorrido aquela assembleia, como um arrepio de medo, diante da inqualificável ousadia daquela figura já abatida pela noite indormida, mas, segundo eles, ridiculamente altiva, a proferir uma legítima blasfêmia, imperdoável e merecedora da imediata condenação à morte: "é réu de morte"!


Essa atuação teve numerosos imitadores: por muito menos que isso, a igreja romana queimou muitos homens nas fogueiras da inquisição de triste memória. Nenhuma autoridade humana pode admitir que um ser, socialmente inferior, se diga espiritualmente superior, com autoridade mais elevada que a concedida pelos homens. Nenhum elemento do Antissistema aceitará, jamais, que um homem igual a eles, confesse possuir categoria mais elevada, ainda que pelos exemplos de suas obras se possa deduSABEDORIA DO EVANGELHO zir a realidade da afirmativa. Isso porque o Antissistema não aprendeu a lição de Jesus: "Conhecereis as árvores pelos seus frutos: nenhuma árvore má produzirá bons frutos, e nenhuma árvore boa produzirá maus frutos" (MT 12:33). Até hoje, o Antissistema pretende julgar a árvore por ela mesma: se é alta ou baixa, frondosa ou raquítica, reta ou torta, lisa ou espinhosa, sem levar em consideração os frutos que produza. Essa maneira de julgar tem produzido numerosos hipócritas no seio da humanidade.


Estejamos todos preparados para dar testemunho certo daquilo que realmente somos, diante de quem quer que seja, empregando o mesmo método utilizado por Jesus diante do tribunal religioso dos judeus.


Quando acossados pela maledicência e pela calúnia, proferidas por aqueles que não possuem autoridade moral para fazê-lo, saibamos calar, pois o silêncio é a melhor resposta; soframos em silêncio, orando por aqueles que, mal informados, se deixam levar pelo ódio inato que os mina como chama oculta. Um dia, quando na mesma posição, experimentarão as mesmas acusações.


Quando interrogados por quem tenha o direito legal de fazê-lo, a respeito daquilo que realmente somos, respondamos corajosamente, de acordo com a consciência límpida que tivermos a nosso respeito, sem nos deixarmos levar pelo orgulho, mas também sem nos escondermos por trás da bandeira esfarrapada de uma falsa modéstia: quem sabe e tem consciência de saber, esse é sábio verdadeiro.


Mas, se a vida nos trouxer a felicidade de não sermos colocados no fogo cruzado dos adversários do polo negativo, caminhemos tranquilos, sem esquecer-nos de agradecer ao Pai por essa felicidade sem nome, de não sermos atacados e despedaçados.


De qualquer forma, em qualquer circunstância, recordemos que o que de fato vale, é o fruto que produzirmos em benefício da humanidade, são as lições escritas ou faladas, e sobretudo é a lição do exemplo de desprendimento e de bondade, de perdão e de amor para com todos. Poderão atingir nossa personagem terrena, mas nosso Eu verdadeiro jamais será atingido: foi maltratado, batido, cuspido, ridiculizado o corpo físico de Jesus, mas Seu Eu profundo, o Cristo, não foi tocado, nem até Ele chegaram as ofensas animalescas da violência e do despeito de homens involuídos cheios de ódio.


Essa lição, que Jesus nos ensinou com Seu exemplo sublime, é sempre oportuna para todos os que vivemos no ambiente do pólo negativo, e que, por vezes, acossados pela vaidade de nosso pequeno eu mesquinho, gostaríamos de ripostar aos que nos acusam, devolvendo ofensa por ofensa, e procurando defender-nos das acusações gratuitas: Jesus calava e em Seu coração suplicava que o Pai lhes perdoasse, "pois não sabiam o que diziam".


Obrigado, Mestre, pela lição do Teu exemplo!



Locais

Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.

ISRAEL

Atualmente: ISRAEL
País com área atual de 20.770 km2 . Localiza-se no leste do mar Mediterrâneo e apresenta paisagem muito variada: uma planície costeira limitada por colinas ao sul, e o planalto Galileu ao norte; uma grande depressão que margeia o rio Jordão até o mar Morto, e o Neguev, uma região desértica ao sul, que se estende até o golfo de Ácaba. O desenvolvimento econômico em Israel é o mais avançado do Oriente Médio. As indústrias manufatureiras, particularmente de lapidação de diamantes, produtos eletrônicos e mineração são as atividades mais importantes do setor industrial. O país também possui uma próspera agroindústria que exporta frutas, flores e verduras para a Europa Ocidental. Israel está localizado numa posição estratégica, no encontro da Ásia com a África. A criação do Estado de Israel, gerou uma das mais intrincadas disputas territoriais da atualidade. A criação do Estado de Israel em 1948, representou a realização de um sonho, nascido do desejo de um povo, de retornar à sua pátria depois de mil oitocentos e setenta e oito anos de diáspora. Esta terra que serviu de berço aos patriarcas, juízes, reis, profetas, sábios e justos, recebeu, Jesus o Senhor e Salvador da humanidade. O atual Estado de Israel teve sua origem no sionismo- movimento surgido na Europa, no século XIX, que pregava a criação de um país onde os judeus pudessem viver livres de perseguições. Theodor Herzl organizou o primeiro Congresso sionista em Basiléia, na Suíça, que aprovou a formação de um Estado judeu na Palestina. Colonos judeus da Europa Oriental – onde o anti-semitismo era mais intenso, começaram a se instalar na região, de população majoritariamente árabe. Em 1909, foi fundado na Palestina o primeiro Kibutz, fazenda coletiva onde os colonos judeus aplicavam princípios socialistas. Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a favor da divisão da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes palestinos. Porém, o plano de partilha não foi bem aceito pelos países árabes e pelos líderes palestinos. O Reino Unido que continuava sofrer a oposição armada dos colonos judeus, decidiu então, encerrar seu mandato na Palestina. Em 14 de maio de 1948, véspera do fim do mandato britânico, os líderes judeus proclamaram o Estado de Israel, com David Bem-Gurion como primeiro-ministro. Os países árabes (Egito, Iraque, Síria e Jordânia) enviaram tropas para impedir a criação de Israel, numa guerra que terminou somente em janeiro de 1949, com a vitória de Israel, que ficou com o controle de 75% do território da Palestina, cerca de um terço a mais do que a área destinada ao Estado judeu no plano de partilha da ONU.
Mapa Bíblico de ISRAEL



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
SEÇÃO II

O TESTEMUNHO EM JERUSALÉM
Atos 2:1-7.60

Como observamos nos comentários sobre Atos 1:8, esta seção descreve o testemunho dos discípulos em Jerusalém e nas suas proximidades. Foi ali que aconteceu o Pentecos-tes — tanto a vinda do Espírito Santo quanto a conversão de três mil pessoas em um único dia. Foi nessa cidade que Pedro pregou e os apóstolos foram perseguidos. Aqui também teve lugar o primeiro martírio cristão, o de Estêvão.

A. A PREGAÇÃO POR MEIO DE TESTEMUNHOS 2:1-47

O poder para a proclamação — foi isto o que o Espírito trouxe. No mesmo dia em que o Espírito Santo desceu sobre eles, os apóstolos começaram a sua pregação, com resulta-dos surpreendentes. Era o método de Deus de transmitir o Evangelho — as Boas Novas daquilo que Cristo realizara pelos homens pecadores na sua morte e ressurreição.

1. As Testemunhas Recebem o Poder (2:1-13)

Antes de poder pregar, as testemunhas precisavam ser preparadas. Assim, encon-tramos neste parágrafo das Escrituras a história de como os discípulos foram cheios do Espírito Santo.

a. Pentecostes (2:1-4). Este é o acontecimento mais importante do livro de Atos. Sem ele, o livro nunca teria sido escrito. Foi este grandioso ato de Deus de derramar o Espírito Santo sobre os primeiros crentes que precipitou todos os atos dos homens autorizados pelo Espírito, sobre os quais podemos ler na história do início da igreja cristã. Winn sugere que o livro de Atos poderia ser chamado de "o livro mais emocio-nante que já foi escrito".'

Cumprindo-se o dia de Pentecostes' literalmente significa "quando o dia de Pen-tecostes estava sendo completado". Isto pode se referir ao final das sete semanas que pre-cederam o Pentecostes.' Mas como a palavra dia está no singular, e uma vez que o dia dos judeus começava no pôr-do-sol, pode-se assumir melhor que a frase indica que, naquela manhã, "o dia de Pentecostes estava se cumprindo".4 Robertson diz: "Lucas pode querer dizer que o dia de Pentecostes ainda não estava terminado; ainda estava em curso".'

Mas o verdadeiro significado da frase é provavelmente mais teológico do que crono‑

lógico. Lenski escreve: "Lucas está pensando na promessa do Senhor e de como agora se aproxima o seu cumprimento. A chegada deste dia conclui a medida do tempo que o

Senhor contemplava quando Ele fez a promessa".' O retrocesso é anterior a isto — até às profecias do Antigo Testamento sobre o derramamento do Espírito Santo, como a refe-rência de Joel 2:28. Todas estas promessas se cumpririam em Jerusalém, em 30 d.C.

Pentecostes é a palavra grega que significa "cinqüenta". Este nome para a festa é encontrado pela primeira vez nos escritos apócrifos do período intertestamentário, em Tobias 2.1 e em 2 Macabeus 12.32. A designação do Antigo Testamento é Festa das Semanas (Êx 34:22; Dt 16:10), assim chamada porque a festa era celebrada sete semanas depois da Festa das Primícias, que marcava o começo da colheita de cevada (Lv 23:9-16). Todo homem judeu adulto deveria comparecer a três festas anuais — a Festa dos Pães Asmos (relacionada com a Páscoa), a das Semanas e a dos Tabernáculos (Dt 16:16).

Os judeus da Palestina vinham em grande número a Jerusalém para a Páscoa, que comemorava o início da sua vida nacional e também assinalava o início do seu ano religi-oso. Mas os judeus da dispersão tinham a sua maior celebração no Pentecostes. Isto se devia ao fato de que a viagem pelo Mediterrâneo era muito mais segura em maio ou junho (Pentecostes) do que em março ou abril (Páscoa) ! Encontramos um exemplo disto no caso de Paulo. Na sua última viagem a Jerusalém, ele não teve tempo para visitar Éfeso, porque "apressava-se... para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes" (Atos 20:16). Em uma ocasião anterior, ele tinha escrito aos coríntios: "Fica-rei, porém, em Éfeso até ao Pentecostes" 1Co 16:8). Estas são as três únicas passagens do Novo Testamento onde aparece a palavra Pentecostes.

Existe uma tradição entre os judeus de que a Festa das Semanas comemorava a entrega da Lei no Sinai. Não se sabe ao certo se esta era a opinião na época de Jesus.

Purves observa que não há menção disto no Antigo Testamento, nem em Filo nem em Josefo, e conclui: "Provavelmente foi depois da queda de Jerusalém que se iniciou esta tradição".' Dosker é ainda mais específico quando escreve: "Ela originou-se com o grande rabino judeu Maimonides [século XII] e foi copiada pelos escritores cristãos".' Mas Foakes‑Jackson declara: "Não podemos deixar de recordar a cena da entrega da Lei no monte Sinai, quando Israel se tornou uma comunidade estritamente religiosa, e há razão para supor que o Pentecostes já era a festa comemorativa da entrega da lei"." O Pentecostes era o cumprimento de Jeremias 31:33 — "porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração". Aqui há uma completa submissão à vontade de Deus. É simultaneamen-te a base e o fruto da completa santificação do crente.

Na nova edição revisada da obra de Hasting, em um volume, o Dictionary of the Bible, afirma-se que tanto os fariseus quanto os saduceus consideravam o Pentecostes como "a festa que concluía a Páscoa"» Este fato tem nuanças teológicas. A crucificação de Cristo, quando Ele se ofereceu como um sacrifício pelo pecado do homem, e a ressur-reição, que validou o seu sacrifício como aceito divinamente, seriam incompletas sem o derramamento do Espírito. De certa maneira, a sexta-feira santa e o domingo de Pás-coa não seriam senão um prelúdio para o dia de Pentecostes. A crucificação, a ressur-reição e a ascensão, juntas, formam o êxodo' de Jesus da terra de volta para o céu, que era a preparação necessária para o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes.

Jesus disse: "... vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei" (Jo 16:7). Quando Maria encontrou pela primeira vez o Cristo ressuscitado, ela abraçou os seus tornozelos, em um abraço que não queria deixá-lo ir (cf. Mt 28:9). Mas Jesus gentilmente a advertiu: "Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai" (Jo 20:17), i.e., "não se agarre a mim" na carne, que é limitada em tempo e espaço, mas deixe-me ir, para que você possa receber-me no Espí-rito. Sem dúvida, Maria madalena era uma das "mulheres" (1,14) que estavam espe-rando no cenáculo. Quando o Espírito Santo encheu o seu coração no dia de Pentecos-tes, ela teve a presença do seu Senhor ressuscitado consigo durante todo o tempo e em todos os lugares.

No dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. O melhor texto grego diz: "juntos em um lugar" — homou ao invés de homothymadon.

Daí, a força total da última expressão, reunidos, não deve ser ressaltada aqui. No entanto, tanto a palavra homou (juntos) quanto o contexto sugerem um espírito de unidade. Uma das traduções recentes afirma: "Eles estavam todos harmoniosamente em um lugar" (Berk).

A primeira parte do versículo 2 diz literalmente: "e, de repente, veio do céu um som (grego echos), como de um vento veemente e impetuoso", i.e., como o rugido reverberante de um tornado. Ele encheu toda a casa. Alguns estudiosos sugeriram que o derramamen-to do Espírito sobre os discípulos pode ter ocorrido no Templo!' Mas Lenski provavel-mente está correto quando diz: "Se Lucas tivesse em mente uma sala no Templo, ele certamente teria escrito hieron"»

Este som, como o rugido do vento, serviu como um alerta para todos os que estavam reunidos. Se alguém tinha estado sonolento, agora estaria completamente desperto. As-sim, todos eles viram as línguas repartidas, como que de fogo (3). O texto grego diz: "línguas como que de fogo distribuindo-se" (ou "sendo distribuídas")." Hackett descreve a cena corretamente quando diz: "A aparição semelhante ao fogo apresentou-se primeiramente em um corpo único, e então repentinamente repartiu-se em todas as direções, para que uma porção pousasse sobre cada um dos presentes"."

A importância desses dois símbolos — o vento e o fogo — é demasiado óbvia para ser perdida. Knowling diz: "O fogo, como o vento, era símbolo da presença divina (Êx 3:2) e do Espírito que purifica e santifica (Ez 1:13, Ml 3:2-3) ".17Blaiklock escreve: "O vento (2) e o fogo (3) eram uma simbologia aceita da operação poderosa e purificadora do Espírito de Deus".18 Isto é, quando o Espírito Santo enche o coração do crente, Ele confere tanto o poder quanto a pureza. Ninguém pode ter uma coisa sem ter a outra. Receber o Espírito Santo na sua totalidade é sentir ambas as coisas, simultaneamente.

Qual era o propósito da combinação sobrenatural do som e da visão, do vento e do fogo? É muito instrutiva a comparação com o que teve lugar no monte Sinai, em relação à entrega da Lei. Lemos que "Houve trovões e relâmpagos sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina mui forte... E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente" (Êx 19:16-18). Uma nova época passava a existir; nascia uma nova era. Era importante que os israelitas percebessem a suprema importância do momento. Eles deveriam estar fortemente conscientes da autoridade divina da Lei que lhes estava sendo entregue.

Assim foi com o Pentecostes. A revelação do Espírito Santo iniciava-se. Os discípulos deveriam estar alertas e ativos para o que estava acontecendo. Os símbolos do vento e do fogo ajudariam-nos a entender o significado daquilo que acontecia.
Mas estas coisas, juntamente com o falar em outras línguas, não eram senão acom-panhamentos do Pentecostes; eram acessórios temporários. O tema central era que to-dos foram cheios do Espírito Santo (4). Este foi o grande milagre, que de longe supe-rou os demais.

O fato de que o derramamento do Espírito Santo purificou os corações dos discípulos é indicado claramente pelas palavras de Paulo no Concílio de Jerusalém. Falando das pessoas na casa de Cornélio (cap. 10), ele declarou: "E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando o seu coração pela fé" (Atos 15:8-9). Essas duas coisas — encher com o Espírito Santo e purificar o coração — estão assim equipara-das (ou, pelo menos, foi afirmado que são simultâneas).

Qual é o significado da afirmação de que os discípulos cheios do Espírito Santo co-meçaram a falar em outras línguas? (4). Os versículos seguintes parecem indicar claramente que os discípulos falavam em linguagens articuladas e compreensíveis. O propósito disso parece ter sido a evangelização mais eficaz da multidão de judeus e pro-sélitos, muitos dos quais compreenderiam melhor a mensagem do evangelho na sua pró-pria língua (8) do que no grego ou no aramaico normalmente falado.

Os primeiros quatro versículos poderiam se esquematizados assim: Pentecostes -(1) O lugar; (2) O som; (3) A visão; (4) A importância.

b. Perplexidade (2:5-13). O versículo 5 afirma que em Jerusalém estavam habi-tando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. A palavra grega para habitando, katoikountes, sugere a acomodação em um lugar para ficar. Moulton e Milligan escrevem: "Usado mais tecnicamente, o verbo se refere aos 'residentes' permanentes de uma cidade ou aldeia, assim distinguida daqueles 're-sidentes como estrangeiros' ou 'peregrinos' (paroikountes) ".19 Com base nisto, Lenski diz: "Lucas se preocupa somente com esta classe de judeus que tinham nascido ou sido criados em regiões estrangeiras, mas agora eles estavam definitivamente estabeleci-dos na Cidade Santa para ali terminar os seus dias". Lumby escreve: "Provavelmen-te, além dos visitantes que tinham vindo para a festa, muitos judeus religiosos de regiões estrangeiras eram moradores permanentes de Jerusalém, porque era muito desejado pelos judeus poder morrer e ser sepultado perto da Cidade Santa"." Apoiando este último ponto, ele cita esta frase rabínica: "Todo aquele que for sepultado na terra de Israel estará tão bem como se fosse sepultado sob o altar"?' Assim, a multidão se compunha tanto de residentes em Jerusalém quanto de visitantes para a festa. Muitos comentaristas afirmam que os varões religiosos eram os judeus, e não os gentios. Somente Lucas utiliza esta palavra (eulabeis), e nas outras três ocasiões em que o faz (Lc 2:25; Atos 8:2-22.
12) inquestionavelmente se refere aos judeus.

Correndo aquela voz (6) significa, literalmente, "quando esse som [phone] acon-teceu". Existe uma diferença de opinião quanto ao que isso significa. Cadbury e Lake comentam: "O som mencionado aqui é phone, a voz de oradores inspirados, e não o echos do versículo 2".2' Mas Lechler declara: "Ao contrário, nada, a não ser echos no versículo 2 pode significar phone aute".24Alford pensa que o som era tão alto a ponto de ser ouvido "provavelmente por toda Jerusalém"?' Mas Bruce dá o que provavelmente parece ser a melhor conclusão: "O último (v.
4) parece mais provável, mas não devemos excluir o anterior (v. 2) ".26 Isto é, a primeira referência é às pessoas ouvindo a pregação inspirada dos apóstolos.

Qualquer que tenha sido o som, ele causou um ajuntamento da multidão. Lucas utiliza plethos, "um grande número". Esta é uma palavra favorita nos seus textos, que aparece vinte e cinco vezes no seu Evangelho e em Atos, e somente sete vezes em outras partes do Novo Testamento.

Cada um ouviu os discípulos falando na sua própria língua. A palavra é a mesma usada em Atos 1:19dialektos. Ela aparece somente no livro de Atos. Em geral, significa linguagem, embora algumas vezes transmita o sentido mais restrito de "dialeto"?'

Algumas vezes perguntou-se se o milagre foi o fato de eles falarem ou de a mul-tidão os ouvir. Lechler parece plenamente justificado quando comenta a respeito deste último: "Mas sem mencionar que isto é muito mais difícil de imaginar, transfere-se o milagre daqueles que tinham o Espírito Santo para aqueles que não o tinham; isto é contra a linguagem simples do texto, que nos conta que 'começaram a falar em outras línguas"."
Os ouvintes reconheciam os que falavam como sendo galileus (7).29 Como os galileus eram desprezados por terem pouca cultura, era especialmente surpreendente que eles falassem em várias línguas. E os ouvintes os ouviam falando, cada um na sua própria língua (dialektos; o mesmo que "língua", v. 6).

Partos e medos, elamitas (9) viviam a leste do rio Tigre. Esses, juntamente com os que habitam na Mesopotâmia constituiriam um grupo geográfico, os da região Tigre-Eufrates. Como um resultado do cativeiro de Israel e de Judá (II Reis 17:6-25.11), "havia milhões de judeus nessas regiões"?'

O nome mais problemático da lista inteira é Judéia. Aqui ela aparece entre a Mesopotâmia e uma lista de cinco nomes que se referem a partes da Ásia Menor. Mas não é aí que se situa a Judéia. Knowling chama a atenção para o fato de que Jerônimo a substituiu por "Síria", e Tertuliano sugeriu "Armênia"?' Lenski acompanha Zahn, mu-dando Judéia por "judeus", deixando somente catorze países listados, ao invés de quinze?' Mas a melhor explicação é oferecida por Lake e Cadbury. Falando sobre a lista de nove nações, que se inicia com a Mesopotâmia e termina com a Líbia (junto a Cirene), eles dizem: "Se a Judéia for interpretada, no sentido profético, como o país 'do Eufrates até o rio do Egito', isto abrange, em uma ordem razoavelmente metódica, todos os distri-tos a leste do Mediterrâneo"?'

A seguir vêm cinco distritos da Ásia Menor — Capadócia, Ponto, Ásia, Frigia e Farina (9-10). Com exceção da Frigia, todos são nomes de províncias romanas. A Frigia era um território racial, na sua maioria na província da Ásia, mas parcialmente na Galiléia. Como a Frigia é citada em separado, é possível que Ásia aqui seja "usada no seu sentido popular, como denotando as terras costeiras do Egeu, e excluindo a Frigia" (cf.comentário sobre 16.6).' No Novo Testamento, o termo "Ásia" refere-se à província romana do mesmo nome e nunca ao continente asiático, como o conhecemos hoje.

O Egito tinha uma grande população judaica, a qual se diz que chegava a um milhão de pessoas. Cirene era uma cidade litorânea na parte norte da área geral da Líbia, no Norte da África. Josefo cita Estrabão, o famoso geógrafo e historiador grego da época de Cristo, como tendo dito: "Agora esses judeus já chegaram a todas as cidades; e é difícil encontrar um lugar na terra habitável que não tenha admitido esta tribo de homens e não seja possuída por eles; e aconteceu que o Egito e Cirene... imitaram o seu modo de viver, e mantêm grandes grupos desses judeus em uma maneira peculiar"."

Forasteiros romanos evidentemente significa "visitantes de Roma", como aparece na maioria das versões modernas (lit., "hóspedes de Roma"). Esta é a décima terceira região mencionada como uma que trazia pessoas à Festa do Pentecostes. Schuerer diz: "Roma era a sede de uma comunidade judaica que chegava a ter milhares de pessoas"."

Judeus e prosélitos é interpretado por Bruce 37 e Lenski 38 como referindo-se so-mente àqueles de Roma. Mas parece melhor aplicar esta dupla divisão ao povo de todas as quinze nações, como é feito talvez pela maioria dos comentaristas recentes.

O termo prosélitos (extraído diretamente do grego) é encontrado no Novo Testa-mento somente em Mateus 23:15 e três vezes no livro de Atos 2:11-6.5; 13.43). Um prosélito é literalmente "aquele que chegou", e portanto "um estrangeiro". Mas a palavra é geralmente usada em referência aos convertidos a alguma religião (aqui, ao judaísmo). Os judeus de Roma eram particularmente zelosos em buscar conversões (ver os comentários sobre Mt 23:15). Os prosélitos do judaísmo tinham de satisfazer quatro exigências: 1. instrução; 2. circuncisão; 3. batismo; 4. sacrifícios. Kirsopp Lake aparentemente estabeleceu o fato de que havia somente um tipo de prosélitos — aqueles que satisfaziamas exigências e podiam pertencer à sinagoga — e que o uso da expressão "prosélitos do portão" dos antigos autores deve agora ser abandonado.' Naturalmente, depois da des-truição do Templo em 70 d.C., já não houve sacrificios nem pelos judeus nem pelos prosé-litos. Parcialmente por causa da inconveniência da circuncisão aos convertidos do sexo masculino, havia mais mulheres do que homens que se tornavam prosélitos.

Cretenses 40 e árabes (11) é interpretado, por muitos comentaristas, como uma idéia posterior. Knowling diz que "a introdução dos dois nomes sem nenhuma conexão aparente com o restante deve mostrar que não estamos lidando com uma lista artificial, mas sim com um registro genuíno das diferentes nações representadas na Festa".' Lake e Cadbury ressaltam: "Os cretenses e os árabes representam os dois extremos do Oeste e do Sudeste que não foram abrangidos pelos nomes anteriores"." A ilha de Creta está situada a sudeste da Grécia e a oeste da Palestina (ver o mapa 3). Bruce escreve que "a Arábia, no uso greco-romano, geralmente significava o reino dos árabes nabateus, que na ocasião estava no ápice do seu poder sob Aretas IV (9 a.C.— 40 d.C.).' Isto represen-tava o Sul e o Leste da Palestina.

Plumptre sugere que esta lista de quinze nações fornece uma espécie de "visão-de-pássaro mental do império romano", e acrescenta, de acordo com o comentário de Knowling, que a "ausência de algumas nações que esperaríamos encontrar na lista" é uma indicação da autenticidade do registro."

Línguas é a mesma palavra grega (glossa) do versículo 4, mas diferente daquela traduzida como "língua" (dialektos) no versículo 8. A frase final dos ouvintes maravilha-dos destaca um contraste com o que aconteceu com a confusão de línguas em Babel (Gn 11:7). As grandezas de Deus incluiriam principalmente a ressurreição de Jesus Cristo dos mortos.

O deslumbramento foi seguido pela perplexidade: Que quer isto dizer? (12) A ex-plicação dada por alguns foi a de que os discípulos estavam cheios de mosto (vinho novo; 13).' A primeira colheita da uva não acontecia antes de agosto, e agora era junho. Assim, alguns estudiosos afirmaram ter encontrado um erro aqui. Mas Lake e Cadbury escrevem que "o problema é solucionado por Columella... que dá uma receita para impe-dir que gleukos se azede"." A expressão pode referir-se ao vinho misturado com mel.' Uma tradução melhor é "vinho doce", que é o que significa gleukos (cf. "glucose"). O escritor romano, Cato, dá esta receita: "Se você deseja manter o vinho novo doce durante o ano inteiro, coloque-o numa jarra, cubra a tampa com breu, coloque a jarra em um lago de peixes, retire-a depois de trinta dias; você terá vinho doce durante o ano inteiro".' Se surgir a pergunta de como os homens poderiam ficar embriagados com suco de uva não fermentado, a resposta pode ser que os que zombavam estavam falando sarcasticamen-te. Este "vinho doce", se armazenado apropriadamente, pode muito bem ter sido o que Jesus e os seus discípulos bebiam.

2. A Exposição do Testemunho (2:14-36)

O sermão de Pedro no Dia de Pentecostes é o primeiro de um considerável número de longos sermões no livro de Atos (cf. o sermão curto de Pedro em 1:16-22). Selwyn, no seu excelente comentário sobre a primeira carta de Pedro, destacou inúmeros paralelos entre este sermão e a primeira epístola de Pedro.' Embora muitos estudiosos recentes tenham afirmado que os discursos no livro de Atos foram feitos pelo autor do livro e colocados na boca dos seus personagens — de acordo com o costume daquela época' — é digno de nota que Macgregor aceite a força da apresentação de Selwyn. Ele também diz que a ausência de idéias teológicas avançadas "nos primeiros discursos de Pedro colabo-ra fortemente para o uso das fontes documentais primitivas"." Selwyn faz referência ao "estilo semita áspero e à doutrina primitiva que marcam partes dos discursos de Pedro".'

a. A Profecia de Joel (2:14-21). Pedro levantou-se com os onze — seus companheiros apóstolos — levantou a voz e disse-lhes (14). Temos a impressão de que o falar em várias línguas tinha terminado e que toda a multidão ouviu quando Pedro fez o seu sermão. Disse não é o verbo normal, lego, mas um composto forte, apophthengomai, que aparece somente aqui e em 26.25. Pode ser traduzido como "falou" (ASV) ou "advertiu-os". "A implicação é que o discurso de Pedro é uma manifestação inspirada e que estava em uma linguagem bem articulada"." Os três verbos no começo deste versículo sugerem três coisas que todo pregador deveria fazer no púlpito: levantar-se ("endireitar-se"), er-guer a voz, e falar.

Varões judeus (em algumas versões, "homens da Judéia") pode ser traduzido como "companheiros judeus"." Pedro procurava ganhar a atenção da sua audiência por essa forma cortês e amigável de falar. Escutai é, mais exatamente, "dêem ouvidos" (ASV). A palavra grega, encontrada somente aqui no Novo Testamento, é um composto das pala-vras que significam "dentro" e "orelha". Assim, sugere a idéia de "ligar-se". É isso o que um pregador deseja que a sua audiência faça.

A primeira coisa que Pedro fez foi negar a acusação de embriaguez. Ele chamou a atenção para o fato de que era somente a terceira hora do dia (nove horas da manhã), muito cedo para que alguém estivesse embriagado. "O costume judeu era o de não comer antes dessa hora, que era a hora da oração matinal"." Lumby escreve: "Os judeus bebi-am vinho somente com carne, e, segundo o costume estabelecido em Êxodo 16:8, eles comiam pão pela manhã e carne à tarde, e assim não bebiam vinho antes das horas finais do dia"."

Qual é, então, a explicação? Pedro declarou: isto é o que foi dito pelo profeta Joel (16). Estes homens não estavam embriagados; eles estavam cheios do Espírito (cf. Ef 5:18).

Em Atos 2:1-18, encontramos "o significado de Pentecostes". O assunto é a pergunta do versículo 12, que quer isto dizer? 1. O que quer dizer este vento impetuoso? O poder sobrenatural agora está disponível para transformar vidas e capacitar e igreja a obede-cer a Grande Comissão (Atos 2:1-2, 1,18) ; 2. Que querem dizer as línguas repartidas como que de fogo que pousaram sobre cada um deles? Que os seus corações estavam purificados, que eles poderiam ser cheios do Espírito Santo (2.3; 15:8-9) ; 3. Que quer dizer o falar em outras línguas? Que o Evangelho deve ser transmitido universal e eficazmente (7-8, 16--18). (G. B. Williamson)

A citação encontrada nos versículos 17:21 é tomada de Joel 2:28-32. A primeira par-te (vv. 17-18) foi cumprida no dia de Pentecostes, quando o Espírito foi derramado sobre os discípulos que esperavam. Mas e os versículos 19:20? Estes sinais não foram cumpri-dos literalmente nesta ocasião.

A chave para a resposta parece ser a frase últimos dias (17). Lumby diz: "Na lin-guagem dos profetas do Antigo Testamento, estas palavras significam a vinda do Messi-as (cf. Is 2:2; Mq 4:1) ".57 Isto é, os últimos dias são os dias do Messias. Eles se iniciaram com a sua primeira vinda e continuarão durante a sua segunda vinda. Os versículos 19:20 referem-se basicamente ao retorno de Cristo no final dessa era. Mas isto já está no quadro negro divino. Winn adequadamente afirma: "O sentido da vida nos últimos dias marca todo o Novo Testamento"." Na mesma linha, Bengel escreve: "Todos os dias do Novo Testamento são os últimos dias"." Com respeito à frase do meu Espirito (genitivo partitivo), ele diz: "No texto de Joel, a expressão é meu Espírito; a expressão de Pedro é `do meu Espírito', tendo especial respeito ao Pentecostes, em particular"." O cumpri-mento da profecia de Joel não acabou naquele dia, mas prossegue durante toda esta era.

No pensamento do próprio Joel, provavelmente toda a carne significava toda a na-ção de Israel, ou seja, todas as classes de israelitas — velhos e jovens, servos e senhores. Mas na mente do Espírito, e como é usada no Novo Testamento, a expressão tem um significado universal.

A frase e profetizarão (18) não está no texto de Joel. Ela se repete aqui e no versículo 17 para enfatizar que os servos e as servas, assim como os filhos e as filhas, profetizarão.

Em lugar da palavra glorioso (20), citada da Septuaginta, o texto em hebraico de Joel tem uma outra palavra que significa "terrível". Este adjetivo é usado para descrever o dia do Senhor em Joel 2:11-31.

Nos versículos 16:18, vemos as "possibilidades do Pentecostes". Toda a carne — o Pentecostes desconsidera qualquer limite. Últimos dias — o Pentecostes ultrapassa a própria história. 1. O Pentecostes preserva a glória do passado (16) ; 2. O Pentecostes provê a realidade no presente (16) ; 3. O Pentecostes promete a vitória para o futuro (17-18). (G. B. Williamson)

O versículo 21 resume o Evangelho em poucas palavras: todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Em Joel, Senhor se referia a Deus Pai, mas aqui é transferido a Cristo. Knowling escreve: "Na sua relação com a divindade do nosso Senhor, este fato é de importância básica, porque não é simplesmente que os primeiros cristãos se dirigiam ao seu Senhor ascendido tantas vezes pelo mesmo nome que é usado para 'Jeová' na LXX — embora certamente seja notável que em I Tessalonicenses o nome se aplique a Cristo mais de vinte vezes — mas que eles não hesitavam em referir a Ele os atributos e as profecias que os grandes profetas da nação judaica tinham associado com nome de Jeová".'

Para os israelitas, salvo significava "libertado" (cf. Jl 2:32). Mas a aplicação que Pedro faz mostra que ele a interpretava como a salvação espiritual por meio da fé no nome de Jesus (cf. 38).

b. Jesus de Nazaré (2:22-28). Varões judeus significa, literalmente, "homens, israelitas" (cf. 14). Como no versículo 14, Pedro pede para a audiência: escutai estas palavras (22). Os versículos 14:21 constituem a introdução para o sermão. Negativamen-te, o falar em várias línguas não se devia à embriaguez. Positivamente, simbolizava o fato de que o Espírito Santo tinha sido derramado sobre os discípulos que estavam espe-rando e que, cheios do Espírito, eles iriam pregar o Evangelho por todo o mundo (cf. 1.8).

O sermão propriamente dito se inicia no versículo 22 e se estende até o 36. Pedro falou a respeito de Jesus: 1. O seu ministério de realização de milagres (22) ; 2. A sua crucificação (23) ; 3. A sua ressurreição (24-32) ; 4. A sua ascensão e exaltação (33-36). Ele o apresenta como Jesus, o Homem, e como Jesus, o Senhor. Este primeiro sermão de Pedro pode ser interpretado como um bom exemplo do conteúdo da pregação apostólica (kerygma). O seu tema principal era Jesus — crucificado, ressuscitado, glorificado. Ele é ao mesmo tempo Salvador e Senhor.

Aprovado (22) significa "confirmado, certificado" (RSV) ou "divinamente certifica-do" (Berk.). O verbo grego era usado nos papiros daquele período no sentido de "procla-mar" uma, indicação a uma função pública.' Pedro afirma que os milagres que Jesus realizou eram as suas credenciais divinas, proclamando a indicação de Deus de Cristo como o Messias.

O versículo 22 contém as três palavras usadas para significar milagres nos Evange-lhos. Prodígios significa literalmente "poderes" (dynameis), i.e., "obras poderosas" (ASV). Maravilhas (terata) é uma palavra menos comum (16 vezes no Novo Testamento, em comparação com 120 vezes de dynamis). Ela aparece somente uma vez em Mateus, Mar-cos e João, mas 9 vezes no livro de Atos. Sempre é traduzida como "maravilha". Sinais (semeia) é traduzido como "milagre" 23 vezes no Novo Testamento (KW), em um total de 77 vezes. Mas o seu significado correto é "sinal". A primeira destas três palavras para os milagres de Jesus enfatiza a sua natureza (obras poderosas), a segunda chama a atenção para o efeito produzido, "maravilha", e a terceira ressalta o seu objetivo e importância: aqueles eram "sinais" da divindade de Jesus. A segunda palavra nunca ocorre no Novo Testamento sem a terceira. O significado destes milagres era mais importante do que o aspecto de "maravilhar".

Um dos grandes paradoxos da vida é o fato duplo da soberania divina e da liberdade humana. No versículo 23, estas se unem. Jesus foi "entregue" (ASV) pelo determinado conselho e presciência de Deus. Ao mesmo tempo, foram os homens que o tomaram e crucificaram. Embora a morte de Cristo estivesse no plano divino da redenção, isto de nenhuma maneira diminui a culpa daqueles que o mataram, porque eles agiram de livre e espontânea vontade.
A palavra grega para presciência é prognosis. Ela é usada somente aqui e em I Pedro 1:2. Esta é uma das muitas correspondências entre a primeira epístola de Pedro e os seus sermões no livro de Atos. Uma distinção cuidadosa é feita entre os judeus que tomaram Jesus e os gentios que o crucificaram. Pelas mãos de injustos significa lite-ralmente "pelas mãos de homens sem lei", ou seja, homens que não seguiam a Lei de Moisés. Esta expressão "sem lei" era "freqüentemente usada na literatura judaica em relação aos romanos",' e esse é o seu significado aqui.

Mas a crucificação foi revertida pela ressurreição — ao qual Deus ressuscitou (24). O termo ânsias pode ser traduzido como "dores" (ASV), pois a palavra grega signi-fica literalmente "dores do parto". É usada no seu sentido literal em I Tessalonicenses 5:3. Aqui, como em Mateus 24:8 e Marcos 13:8, ela provavelmente sugere as dores do parto de uma nova era.

A longa citação dos versículos 25:28 é tomada de Salmos 16:8-11. O salmo aqui é atribuído a Davi, que se alegra de que o Senhor não deixará a sua alma no Hades (ou Seol), o lugar dos mortos.

c. Jesus, o Senhor (Atos 2:29-36). Varões irmãos (29) significa literalmente "homens, irmãos". Pedro iniciou o seu sermão com "Varões judeus" (14). Depois da introdução, ele começou o corpo do sermão com "varões israelitas" (22). Agora, ele diz "varões irmãos" (cf. Atos 1:16-2.37). Com muito tato, o apóstolo procurava a atenção da sua audiência, que era basicamente judaica.

Pedro toma as palavras de Davi e aplica-as a Cristo. Davi morreu e foi sepultado. Neste ponto, Pedro está certo de que não haverá contradição. Seja-me lícito dizer-vos livremente pode ser traduzido como "Eu posso confiantemente dizer a vocês" (NASB). Além disso, entre nós está até hoje a sua sepultura. Ali o corpo — ou pelo menos os ossos — ainda poderia ser encontrado. Não seria a mesma coisa com o corpo de Jesus, o que foi provado pelo sepulcro vazio.

Pedro declarou que Davi escreveu como um profeta (30), que acreditou na promes-sa de Deus de que um dos seus descendentes sentar-se-ia no seu trono.' Sendo um pro-feta, ele previu, pelo menos de certo modo (cf. 1 Pe 1:10-12), a ressurreição de Cristo (31) — literalmente, "o Cristo" (i.e., "o Messias").

Então Pedro marcou um ponto: "Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas" (32). Assim, a profecia foi cumprida. A expressão do que pode igualmente significar "de quem" ou "da qual". A preferência provavelmente recai sobre "da qual", referindo-se à ressurreição.

A relação íntima da ressurreição (32) e a ascensão (33) também é encontrada em I Pedro 3:21-22 — outra evidência da autenticidade dos sermões de Pedro no livro de Atos.

Derramou é o mesmo verbo que é corretamente traduzido da mesma maneira nos versículos 17:18. A imagem não é a de espalhar algo como ao tirar a roupa de alguém, mas como despejar algo de um recipiente. Foi desse derramamento do Espírito que Je-sus tão claramente falara aos discípulos: "Se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei" (Jo 16:7).

A multidão podia ver e ouvir os resultados do derramamento do Espírito sobre os discípulos. Eles podiam ver a mudança nos apóstolos, e podiam ouvir a nova mensagem que estava sendo pregada. A referência também pode ter sido a visão das línguas de fogo e a audição do som como um vento veemente e impetuoso (2-4).

No versículo 34, o apóstolo retorna ao contraste entre Davi e Cristo. Davi não subiu aos céus, i.e., corporeamente. Mas Jesus sim. No Salmo 110o capítulo do Antigo Testamento mais freqüentemente citado no Novo Testamento, e que os judeus afirmam ser messiânico ‑ Disse o Senhor [Jeová] ao meu Senhor [Adon]: Assenta-te à minha direita. Este sempre era o lugar especial de honra, da mesma maneira que o convidado de honra se senta hoje à direita do anfitrião. Ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés (35) é uma refe-rência ao antigo costume dos vencedores de colocar o pé no pescoço dos vencidos (cf. Js 10:24).

Finalmente, Pedro chega ao clímax do seu sermão: a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo (36). O que chocava os judeus era que Pedro ousava igualar Jesus ao Deus Jeová do Antigo Testamento.'

3. O Testemunho Eficaz (2:37-47)

Provavelmente, nenhum sermão já pregado jamais teve um efeito maior. Isto se deveu ao recente derramamento do Espírito.

a. O Arrependimento do Povo (2:37-42). Quando o povo ouviu a mensagem de Pedro, eles compungiram-se em seu coração (37). O verbo forte (somente aqui no Novo Tes-tamento) significa "perfurar, espetar agudamente, alfinetar, ferie.' Esta é uma vívida descrição da obra do Espírito Santo para convencer o coração humano do pecado (cf. Jo 16:8). Em resposta a esta condenação, o povo dizia: Que faremos?

A resposta de Pedro foi simples e específica: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado (38). A palavra grega para "arrepender" (metanoeo) significa "modificar o seu pensamento", i.e., modificar a sua atitude em relação a Deus, ao pecado, ao mundo, a si mesmo. Aqui, ela significa que o povo deveria mudar a sua atitude com relação a Jesus. Ao invés de rejeitá-lo, deveriam aceitá-lo como "Senhor e Cristo" (36), ou seja, o seu Messias. Como testemunho público disso, eles deveriam ser batizados em nome de Jesus. Cada um de vós seja batizado significa, literalmente, "Que cada um de vós seja batizado". Esta deveria ser a etapa seguinte ao arrependimento, como no ministério de João Batista (Mc 1:4). Mas aqui o batismo deveria ser em nome de Jesus Cristo — um batismo cristão inconfundível. Isto deveria acontecer para perdão dos pecados. A. T. Robertson diz que o significado disso é "com base no perdão dos pecados que eles já tinham recebido".' Assim, eles se tornavam aptos a receber o dom do Espírito Santo.

A promessa não era apenas para os judeus de Jerusalém, e para os seus descen-dentes, mas também a todos os que estão longe (39), ou seja, os gentios, definidos também como tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. Esta expressão deve ser interpretada à luz do versículo 21 — "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo", ou seja, a promessa é feita a todos aqueles que responderem ao chamado de Deus.

E com muitas outras palavras (40) Pedro testificava ("declarava solenemente") e exortava o povo para que se salvasse daquela geração perversa — literalmente "distorcida" (cf. Dt 32:5; S178.8; Fp 2:15).

Os resultados foram espantosos. Quase três mil almas (pessoas) somaram-se ao re-lativamente pequeno grupo de crentes que tinham sido cheios com o Espírito naquele mesmo dia. Era uma tremenda demonstração do poder do Espírito Santo. Estes novos convertidos perseveravam na doutrina (melhor "ensino", didache) dos apóstolos, e na comunhão (koinonia). Isto é, havia uma unidade de fé e de espírito. O partir do pão provavelmente se refere a uma celebração freqüente da Ceia do Senhor. As orações acon-teciam tanto nas casas particulares quanto no Templo (cf. v. 46).

b. O Progresso se Repete (Atos 2:43-47). Este último parágrafo do capítulo parece, à pri-meira vista, descrever uma comunidade de bens na 1greja Primitiva em Jerusalém. Mas o texto grego dá uma impressão um pouco diferente daquela resultante da tradução em português. O tempo imperfeito, que significa uma ação contínua ou repetida, aparece nada menos que oito vezes nestes cinco versículos (43-47). Em 44 e 45, o uso do imperfei-to é excessivamente significativo para a exegese correta. Os crentes "tinham tudo em comum" (tradução literal de
- 44b) ; ou seja, eles deixavam todas as suas posses à disposi-ção da igreja, para que fossem usadas conforme a necessidade.

O versículo 45 pode ser adequadamente parafraseado assim: "E de tempos em tem-pos eles vendiam as suas posses e os seus bens, e os repartiam entre todos, segundo as necessidades que cada um tinha de tempos em tempos". A implicação é a de que, quando surgiam as necessidades especiais, algum crente, ou alguns crentes, vendiam proprieda-des e tornavam os resultados da venda disponíveis para solucionar a emergência. Ames-ma coisa ainda acontece hoje entre os cristãos consagrados.
Os primeiros discípulos — a maioria composta por judeus — continuavam a adorar diariamente no templo (46). Isto era natural. Posteriormente, a perseguição aos judeus expulsou-os do Templo, e também das sinagogas.
Eles também partiam o pão em casa. O texto grego também poderia ser traduzido como "de casa em casa". Não havia edifícios para igrejas no início, e a maioria das reuni-ões de adoração era conduzida nas casas.

Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo (47) é uma combinação desejada na igreja de todos os tempos e lugares. O Senhor estava acrescentando diaria-mente novas pessoas ao número de crentes. Esta era uma igreja em crescimento. A últi-ma frase, aqueles que se haviam de salvar, é uma tradução completamente injustificável. Não existe aqui nenhuma indicação de predeterminação ou predestinação. O texto grego diz claramente: "todos os dias acrescentava" o Senhor à igreja aqueles que estavam sendo salvos". Isto simplesmente afirma que aqueles "que estavam sendo sal-vos" uniam-se ao crescente grupo de discípulos em Jerusalém.

Este capítulo sugere "o milagre do Pentecostes". 1. As condições do Pentecostes (1). Os discípulos estavam juntos em Jerusalém, em obediência ao mandamento de Cristo (1.4), e pela de que Ele cumpriria a sua promessa (1.5). 2. Os acompanhamentos do Pentecostes (2-3). Estes foram o som de um vento tempestuoso e a visão das línguas repartidas — ambos símbolos do Espírito Santo. 3. As conseqüências do Pentecostes (37-42) : convicção (37), conversão (41), comunhão (42).


Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
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2.1 dia de Pentecostes. Lit., o “Qüinquagésimo Dia” depois do sábado da semana da Páscoa (Lv 23:4-7, 15-16). O Pentecoste era celebrado no primeiro dia da semana e era uma das três grandes festas anuais de Israel, precedida pela Páscoa (Lv 23:4-8; Nm 28:16-25) e seguida quatro meses mais tarde pela Festa dos Tabernáculos (Lv 23:33-43; Nm 29:12-38; conforme Jo 7:1-44).O Pentecoste é também chamado de “Festa das Semanas” porque era celebrado sete semanas depois da Páscoa (Dt 16:10); de “Festa da Colheita” , porque os primeiros frutos da colheita eram então juntados (Êx 23:16); e de “o dia das primícias” (Nm 28:26).

estavam todos reunidos. Todos os apóstolos (1,16) estavam lá, e provavelmente muitos dos 120 antes mencionados (1.15).

no mesmo lugar. Uma expressão idiomática que significa “juntos”.

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2.2 um som... de um vento impetuoso. Três sinais (vento, fogo e pregação inspirada) da presença de Deus foram testemunhados (Êx 3:2; 13:21; 24:17; 40:38; 1Rs 19:11-13). Vento é um símbolo da presença do Espírito Santo (Ez 37:9,13; Jo 3:8), enquanto o fogo é um símbolo de seu poder purificador e julgador (Mt 3:11,12). As línguas eram vários idiomas falados em todas as partes da região mediterrânea oriental, de Roma à Pérsia.

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2.4 Todos. Todos os 120 (1.15). Ver Joel 2:28, que fala do Espírito de Deus derramado “sobre toda a carne”.

cheios do Espírito Santo. Eles estavam sob a direção e influência especiais do Espírito, particularmente evidenciados pelo seu falar em línguas conhecidas (“outras línguas”) que não haviam previamente aprendido (ver 10.46; 19.6). Paulo discute o dom espiritual de línguas em 1Co 12:14. A vinda do Espírito é o cumprimento da promessa de Jesus relatada em 1.5,8 e Lc 24:49, mas isto não quer dizer que o Espírito Santo não estivesse presente e atuando com o povo de Deus no Antigo Testamento (“Espírito Santo” aparece em Sl 51:11; Is 63:10,11; “Espírito do Senhor“ em Jz 3:10; 1Sm 10:6; Is 11:2). Ver “O Espírito Santo” em Jo 14:26.

o Espírito lhes concedia que falassem. Em toda a vida cristã, nada é realizado à parte de Deus (Ef 2:10; Fp 2:12,13).

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2.5 judeus, homens piedosos. Ver 8.2; 22.12; Lc 2:25. Provavelmente a maior parte destes estava visitando Jerusalém para o Pentecoste.

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2:6-7 A multidão estava maravilhada que galileus de origem rural, com seus sotaques peculiares, pudessem ter aprendido essas línguas estrangeiras.

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2.8-11 A lista das pessoas de quinze nações começa com o leste (“partos, medos e elamitas, e os naturais da Mesopotâmia”, onde judeus haviam sido levados cativos para a Assíria e Babilônia). A lista prossegue em direção oeste para Judéia, e daí ao norte para a Ásia Menor (Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia e Panfília), daí para o norte da África (Egito, regiões da Líbia nas imediações de Cirene), e então para Roma. Finalmente a lista inclui dois lugares bem separados, Creta e Arábia.

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2.15 a terceira hora. Considerando as seis da manhã como a primeira hora, faz com que esta seja nove da manhã. Era costume jejuar nos dias de festa pelo menos até a quarta hora. Assim, a embriaguez alegada era muito improvável.

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2.17-21 A citação é do texto do Antigo Testamento Grego de Joel 2:28-32 (3.1-5). O fato de Pedro usar as palavras “nos últimos dias” (conforme Is 2:2; Os 3:5; Mq 4:1; 1Tm 4:1; 2Tm 3.1; 1Pe 1:20; 1Jo 2:18) torna explícito que Joel está se referindo aos últimos tempos prometidos por Deus. Pedro interpreta as palavras de Joel como referentes à nova aliança, em contraste com os dias antigos da velha aliança (Hb 8:7; 9:1).

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2.22 Jesus o Nazareno. Este título é usado nos demais lugares por Lucas (6.14; 10.38; 22.8; 26.9; Lc 18:37; 24:19). No sermão, Pedro enfatiza estes importantes fatos sobre Jesus: Sua morte (v.23), sua ressurreição corpórea (vs. 24-32), sua exaltação (v. 33), sua coroação (vs. 34-36) e a vitória na sua segunda vinda (v. 35).

aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais. Embora ter vindo de Nazaré fosse uma pedra de tropeço (conforme Jo 1:46). Através da confirmação de milagres Deus demonstrou amplamente que Jesus era o Messias.

*

2.23 pelo determinado desígnio e presciência de Deus. Embora homens ímpios, tanto judeus como gentios (4.27,28) tivessem, por sua própria vontade, levado Jesus à morte, suas ações estavam dentro da soberana determinação de Deus (conforme 17.26; 2Cr 25:16; Jr 21:10; Dn 11:36). Deus ordenou a morte de seu filho, mas os executores imediatos levam a culpa por crucificarem Jesus (3.17,18; 4.27,28; 13.27). Deus ordena tanto os meios quanto os fins dos acontecimentos humanos sem violar a liberdade e a responsabilidade humanas. Os judeus não puderam passar sua culpa aos romanos; eles tinham pedido aos romanos para crucificarem Jesus. Pedro ensina que os judeus eram responsáveis (3.15; 4.10; 5.30; 10.39).

crucificando-o. Lucas novamente enfatiza como Jesus morreu (Lc 24:39). Arqueólogos descobriram na Palestina os ossos do calcanhar perfurados, de uma vítima de crucificação, do primeiro século a.C.

*

2.25 diz Davi. No Sl 16, Davi está em primeiro lugar falando de sua própria experiência e sofrimento humano, mas nos versos citados aqui ele está, em última análise, falando sobre Jesus (v.25), o Santo de Deus, cujo corpo não viu corrupção (v.27).

*

2.33 Exaltado... à destra de Deus. O plano de Deus foi além da ressurreição de seu Filho, que deve ser exaltado à posição que ele ocupava com o Pai desde a eternidade (Jo 17. 5).

tendo recebido do Pai... Espírito Santo, derramou. A doutrina da Trindade está implícita: Pedro mostrou como o Pai (vs. 32,33) operava na vida, morte, ressurreição e exaltação de Jesus, seu Filho, e o Espírito Santo produzia o milagre de fazer com que seus servos falassem em línguas.

*

2:36 Nesta declaração culminante, Pedro não somente realça que Jesus é o Messias de Deus do Antigo Testamento (3.18,20; 4.26; 5.42; Is 11:1; Lc 4:18-21), mas também que ele é o Senhor exaltado (Rm 10:9; Fp 2:9-11) e o Rei vitorioso (1Co 15:24,25; Ap 19:16).

*

2.38 Arrependei-vos, e... seja batizado. O arrependimento (voltar-se para Deus com tristeza pelo pecado) e o batismo eram partes importantes da mensagem de João Batista (Mt 3:1; Mc 1:4) e de Jesus (Mt 4:17; 11:20; Lc 13:3,5) e eram centrais na pregação e no ensino da igreja (Mt 28:18,19). Ver “Batismo” em Rm 6:3.

em nome de Jesus Cristo. Um resumo de Mt 28:18,19 (batismo em nome do Pai, Filho e Espírito Santo), mencionando aqui somente o nome de Jesus, uma vez que o sermão de Pedro tinha a ver com Jesus e seu ministério.

para remissão dos... pecados. O batismo é um sinal e um selo da limpeza espiritual que o Espírito efetua através do perdão dos pecados (Tt 3:5).

o dom do Espírito Santo. O dom da habitação interior da pessoa do Espírito Santo, assim como o dom do perdão (Ef 1:7) e da capacitação para o ministério. É significativo que Pedro não fale aqui sobre o recebimento do dom de línguas. Os dons do perdão e da habitação interior do Espírito Santo são essenciais para produzir o fruto do Espírito na vida dos crentes (Gl 5:22,23), e para exercer os dons que o Espírito escolhe dar em diferentes tempos a diferentes crentes (1Co 12:4-11).

* 2:39 Pedro proclama que a salvação através do Messias de Deus é prometida aos judeus, a seus filhos e a todos que ainda estão longe (isto é, os gentios, Ef 2:11-13). Aqui novamente está a mensagem de Atos — o evangelho é para judeus e gentios. Ver “Batismo Infantil” em Gn 17:11.

quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. A salvação é baseada na escolha e no chamado de Deus (Jo 6:37; Ef 1:4,5).

* 2.42 na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Este é o resumo dos elementos essenciais necessários no discipulado cristão. Eram elementos que os apóstolos haviam aprendido de sua experiência com Jesus: seu ensinamento a respeito de sua pessoa e obra (Mt 16:18,19; Lc 24:46) e sobre a responsabilidade deles como seus seguidores (Mt 5—7), a comunhão de Cristo com seus discípulos (Jo 13), a Ceia do Senhor — o partir do pão (Mt 26:17-30) e sua vida de oração pelos discípulos e com eles (Mt 6:5-13; Lc 11:1-13; Jo 17).

* 2.44 Todos os que creram estavam juntos. Isto demonstra a unidade do Espírito, que Paulo mais tarde advoga (Ef 4:3).

*

2.45 Vendiam as suas propriedades. Unificados no Espírito, os crentes estavam sintonizados com as necessidades físicas dos outros, e voluntariamente (4.34; 5,4) contribuíam para suprir aquelas necessidades (4.32, “tudo, porém, lhes era comum”).

* 2.46 partiam pão de casa em casa. Isto se refere às refeições diárias comuns, compartilhadas nos lares.

*

2.47 acrescentava-lhes o Senhor. A igreja pertence ao Senhor e ele é aquele que soberanamente constrói sua igreja (Mt 16:18; 1Co 3:9).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
2:1 O Pentecostés, cinqüenta dias depois da Páscoa, lhe chamou também a Festa das Semanas. Esta foi uma das três maiores festas do ano (Dt 16:16), uma festa de agradecimento pelas colheitas. Ao Jesus o crucificaram na Páscoa e ascendeu quarenta dias depois de sua ressurreição. O Espírito Santo veio cinqüenta dias depois da ressurreição, dez dias depois da ascensão. Os judeus de diferentes nações se congregavam em Jerusalém para esta festa. O discurso do Pedro (Dt 2:14) deu-se a uma audiência internacional e o resultado foi uma colheita mundial de novos crentes, os primeiros convertidos ao cristianismo.

2:3, 4 Este foi o cumprimento das palavras do João o Batista sobre o batismo do Espírito Santo com fogo (Lc 3:16) e também o cumprimento de Jl 2:28-29 sobre o derramamento do Espírito Santo.

por que línguas de fogo? As línguas simbolizam a mensagem e a comunicação do evangelho. O fogo denota a presença purificadora de Deus, que consome os elementos indesejáveis de nossas vidas, acendendo em nossos corações a chama que inflame a vida de outros. No monte Sinaí Deus confirmou a validez das leis do Antigo Testamento com fogo do céu (Ex 19:16-18). No Pentecostés Deus confirmou a validez do ministério do Espírito Santo enviando fogo. No Sinaí o fogo descendeu em um só lugar; no Pentecostés o fogo veio sobre muitos crentes, simbolizando que a presença de Deus está ao alcance de todos os que acreditam no.

2:3, 4 Deus manifestou sua presença de uma forma espetacular: vento robusto, fogo e o Espírito Santo. Gostaria que Deus lhe revelasse mediante forma conhecidas? O poderia, mas seja precavido procurando não forçar suas expectativas em Deus. Em 1Rs 19:11-12 Elías também necessitou uma mensagem de Deus. Houve um forte vento, logo um terremoto e por último fogo. Mas a mensagem de Deus veio em um assobio aprazível. Deus poderia usar métodos dramáticos para obrar em sua vida ou poderia falar através de um assobio aprazível. Espere com paciência e escute sempre.

2:3, 4 Deus manifestou sua presença de uma forma espetacular: vento robusto, fogo e o Espírito Santo. Gostaria que Deus lhe revelasse mediante forma conhecidas? O poderia, mas seja precavido procurando não forçar suas expectativas em Deus. Em 1Rs 19:11-12 Elías também necessitou uma mensagem de Deus. Houve um forte vento, logo um terremoto e por último fogo. Mas a mensagem de Deus veio em um assobio aprazível. Deus poderia usar métodos dramáticos para obrar em sua vida ou poderia falar através de um assobio aprazível. Espere com paciência e escute sempre.

2.4-11 Estas pessoas falaram literalmente em outros idiomas, um espetáculo milagroso para os que se reuniram no povo para a festa. Todas as nacionalidades representadas reconheceram que seu idioma se estava falado. Mas mais que um milagre que captou a atenção das pessoas, viram a presença e poder do Espírito Santo. Os apóstolos continuaram o ministério no poder do Espírito Santo por onde foram.

2.7, 8 Ao cristianismo não o limita nenhuma raça nem grupo de pessoas. Cristo oferece salvação a todas as pessoas sem importar sua nacionalidade. Os visitantes em Jerusalém se surpreenderam ao escutar aos apóstolos falando em seu idioma natal, mas não deveram havê-lo feito. Deus faz toda classe de milagres para pulverizar o evangelho, usando muitos idiomas ao chamar as pessoas para que cheguem a ser seus seguidores. Sem importar raça, cor, nacionalidade nem idioma, Deus lhe fala. Escuta-o?

2.9-11 por que se mencionaram todos estes lugares? Esta é uma lista dos lugares de procedência de quão judeus vieram à festa em Jerusalém. Estes judeus não viviam na Palestina porque o cativeiro e a perseguição os dispersaram. Quão judeus responderam à mensagem do Pedro retornaram aos lugares onde residiam com as boas novas da salvação de Deus. Assim Deus preparou o caminho para pulverizar o evangelho. À medida que leoa Feitas, notará quão freqüentemente as pessoas que se converteram no dia do Pentecostés prepararam o caminho do Paulo e outros mensageiros. A igreja em Roma, por exemplo, organizou-se através destes crentes judeus.

2:14 Pedro foi um líder instável durante o ministério do Jesus, permitindo que sua fanfarronice fora sua queda, até ao extremo de negar que conhecia o Jesus (Jo 18:15-18, Jo 18:25-27). Mas Cristo o perdoou e restaurou depois que lhe negou. Este é um novo Pedro, humilde mas audaz. Sua confiança veio do Espírito Santo, que fez dele um pregador enérgico e dinâmico. Alguma vez há sentido que cometeu enganos tão maus que Deus alguma vez poderia perdoá-lo nem usá-lo? Não importa o que pecados tenha cometido, Deus promete esquecê-los e fazer de você uma pessoa útil para seu Reino. Receba o perdão de Deus e deixe que o utilize para seu serviço.

2.14ss Pedro diz às pessoas por que devem escutar aos crentes: porque as profecias do Antigo Testamento se cumpririam por completo no Jesus (2.14-21), porque Jesus é o Messías (2.25-36) e porque o Cristo ressuscitado poderia trocar suas vidas (2.37-40).

2:15 A resposta do Pedro à acusação de que estavam ébrios (2,13) foi que era muito cedo para isso.

2.16-21 Não todas as coisas assinaladas em Jl 2:28-29 aconteceram essa manhã em particular. "Os últimos dias" incluem todos os dias entre a primeira e segunda vindas de Cristo; é outra maneira de dizer "de hoje em diante". "O dia do Senhor" (Jl 2:20) denota toda a era cristã. Até Moisés desejou que o Senhor derramasse seu Espírito sobre todos (Nu 11:29). No Pentecostés, o Espírito Santo se derramou em favor de todo o mundo: homens, mulheres, filhos, filhas, judeus e gentis. Agora todos podem receber o Espírito. Este foi um pensamento revolucionário para os judeus do primeiro século.

2:23 Tudo o que aconteceu ao Jesus estava sob o controle de Deus. Seu plano nunca o interrompeu o governador romano nem algum oficial judeu. Isto sobre tudo animou aos que enfrentaram opressões durante o tempo da igreja primitiva.

2:24 Pedro começou com uma proclamação pública da ressurreição, em um tempo em que isto podia verificar-se mediante muitos testemunhas. Esta foi uma declaração enérgica porque muitas das pessoas que escutavam ao Pedro estiveram em Jerusalém cinqüenta dias antes da Páscoa e possivelmente viram ou ouviram a respeito da crucificação deste "grande professor". A ressurreição do Jesus foi o último sinal de que tudo o que disse a respeito de si mesmo era verdade. Sem a ressurreição não teríamos razão para acreditar no Jesus (1Co 15:14).

2.25-32 Pedro citou o Sl 16:8-11, um salmo do Davi. Explicou que o autor não escrevia a respeito dele mesmo, porque Davi morreu e o sepultaram (Sl 2:29). Entretanto, o que escreveu foi uma profecia (Sl 2:30) que falava do Messías que ressuscitaria. A audiência entendeu "corrupção" (Sl 2:27) como o sepulcro. A ênfase aqui é que o corpo do Jesus não se deixou para que se deteriorasse, mas sim ressuscitou e glorificou.

2:33 "derramou isto que vós vêem e ouvem" poderia ser parafraseado: "deu ao Jesus a autoridade de enviar o Espírito Santo com os resultados que vêem e ouvem hoje".

2:37 Depois do capitalista e ungida mensagem do Pedro, a gente se comoveu profundamente e perguntou: "O que faremos?" Esta é uma pergunta básica que devemos nos fazer. Não é suficiente sentir tristeza por nossos pecados, devemos permitir a Deus que os perdoe e logo devemos viver como perdoados. Falou-lhe Deus mediante sua Palavra ou outros crentes? Como a audiência do Pedro, lhe pergunte a Deus o que deve fazer e logo obedeça.

2.38, 39 Se quer seguir a Cristo, Pedro diz o que se deve fazer: "Arrepentíos, e batize-se cada um". Arrependimento significa trocar a direção da vida do egoísmo e a rebelião que vão contra as leis de Deus. Ao mesmo tempo deve voltar-se para Cristo, dependendo de seu perdão, misericórdia, direção e propósito. Não podemos nos salvar a nós mesmos, só Deus pode fazê-lo. O batismo nos identifica com a obra de Cristo e com a comunidade de crentes. É uma condição para ser discípulo e um símbolo de nossa fé.

2.40-43 Perto de três mil pessoas se converteram em discípulos quando Pedro pregou as boas novas a respeito de Cristo. Estes novos cristãos se uniram a outros crentes, ensinados pelos apóstolos e incluídos nas reuniões de oração e comunhão. Os novos crentes em Cristo precisam ser parte de um grupo onde aprendam a Palavra de Deus, orem e maturem na fé. Se você logo que começou uma relação com Cristo, procure a outros crentes para ter companheirismo, orar e receber ensinos. Este é o caminho para crescer.

2:42 "O partimiento do pão" se refere às reuniões de comunhão que se celebravam em memória do Jesus e se organizavam tomando como patrão a Ultima Jantar que Jesus celebrou com seus discípulos antes de sua morte (Mt 26:26-29).

2:44 Ao reconhecer aos outros crentes como irmãos na família de Deus, os cristãos em Jerusalém comunicaram o que tinham de maneira que todos se beneficiassem com as bênções de Deus. É uma tentação, sobre tudo se possuirmos riquezas materiais, nos apartar os uns dos outros, cada um cuidando o seu, suprindo e desfrutando de seu pequeno mundo. Mas como parte da família espiritual de Deus, temos a responsabilidade de nos ajudar mutuamente quando for possível. A família de Deus trabalha melhor quando seus membros o fazem juntos.

2:46 Uma errônea concepção comum a respeito dos primeiros cristãos (que eram judeus) foi o rechaço à religião judia. Entretanto, estes crentes viram a mensagem do Jesus e sua ressurreição como o cumprimento de tudo o que sabiam e acreditavam do Antigo Testamento. Os judeus crentes ao princípio não se separaram do resto de sua comunidade. Seguiam assistindo ao templo e às sinagogas para adorar e receber instrução da Palavra de Deus. Mas sua crença no Jesus motivou grande fricção judeus que não acreditavam que Jesus era o Messías. Os judeus crentes se viram obrigados a reunir-se em lares privados, para a comunhão, oração e ensino a respeito do Jesus. A finais do primeiro século, expulsaram a muitos desses judeus crentes das sinagogas.

2.46, 47 Uma comunidade cristã saudável atrai às pessoas a Cristo. O zelo da igreja de Jerusalém na adoração e amor fraternal foi contagioso. Uma igreja saudável e amorosa cresce em quantidade de discípulos. O que está fazendo para que sua igreja seja a classe de lugar que atraia a outros a Cristo?


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
II. DA IGREJA primeiro Pentecostes (At 2:1)

O Pentecostes de At 2:1 ). No entanto, em referência à efusão do Espírito Santo, que evidencia a culminação do plano divino da redenção e da preparação completa dos discípulos cristãos para receber a efusão especial e dispensação do Espírito Santo, e para começar a testemunha em todo o mundo para o qual Cristo lhes havia encomendado (ver Mt 28:18. e At 1:8 ). Que eles estavam em Jerusalém parece certo (Lc 24:49 ).

2. A ocorrência de Pentecostes (2: 2-4)

2 E de repente veio do céu um ruído como da pressa de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. 3 E lhes apareceram umas línguas partindo em pedaços, como que de fogo; as quais pousaram sobre cada um deles. 4 E todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem.

E de repente . ... A rapidez da efusão Pentecostal foi resultante de quatorze anos e séculos e meio (Lightfoot) de preparação, a partir da promulgação da Lei no Monte Sinai. Deus pode levar muito tempo para se preparar, mas quando Seus planos estão concluídas e o tempo é propício, Ele se move de repente e de forma significativa. Quatro palavras podem resumir o significado deste primeiro Pentecostes cristão: ou seja, o poder , a pressa de um vento ; pureza , línguas partindo em pedaços, como que de fogo, ... pousaram sobre cada um deles ; posse , todos foram cheios com o Espírito Santo ; e proclamação , eles começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem . Cristo tinha prometido poder divino como um concomitante de Pentecostes (At 1:8 ). João Batista da mesma forma havia prometido o fogo purificador divina (Mt 3:11. , ver também Hebreus 0:29. ). Plano de Cristo para a posse plena e permanente dos seus discípulos pelo Espírito Santo em Pentecostes foi explicitada a eles por enquanto Ele ainda estava com eles (Jo 14:16 , Jo 14:25 , Jo 14:26 ; Jo 15:26 ; Jo 16:7 ), bem como a necessidade decorrente da ocasião e oportunidade onde estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu que, quando ouviram os discípulos animada pelo Espírito, o anúncio de Cristo, estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua (ver também vv. At 2:7-11 ).

3. Os Efeitos de Pentecostes (2: 5-8)

5 Agora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, de todas as nações debaixo do céu. 6 E, quando aquele som ocorreu, a multidão veio junto, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua. 7 E eles foram todos atônitos e se admiravam, dizendo: Eis que não são todos esses que falam galileus? 8 E como ouvir nós, cada um em nossa própria língua em que nascemos?

Pentecostes foi um milagre tríplice de interpretação, esclarecimento, e convicção. A multidão reunida ouviu esses discípulos proclamar as maravilhas de Deus em suas próprias línguas e foram profundamente convictos em seus corações da veracidade da mensagem. Disse Cristo: "E quando ele [o Espírito Santo] vier, ele vai reprovar [condenado] o mundo do pecado, da justiça e do juízo" (Jo 16:8)

9 Partos, medos, elamitas e os que habitam na Mesopotâmia, a Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia em, 10 na Frígia e da Panfília, do Egito e as partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, 11 cretenses e árabes, ouvimo-los falar em nossas línguas as maravilhas de Deus.

Quinze países diferentes estão listados nesta passagem. Elas consistem em prosélitos gentios à fé judaica, tementes a Deus (gentios que adoravam o Deus dos judeus, mas que não se inscrever para os cerimoniais judaicos), os judeus da diáspora , e os judeus da Judéia. Aqui pode-se notar que a primeira fase da Diáspora ocorreu em 722 AC, quando as dez tribos do norte foram levados para o cativeiro nas mãos dos assírios cruéis, enquanto a segunda fase ocorreu em 586 AC , quando o Reino do Sul foi levada para a Babilônia com a conquista de Nabucodonosor. Enquanto não há nenhum registro da restauração do Reino do Norte, o Reino do Sul, depois de cerca de 70 anos, foi em parte devolvido à sua terra natal sob a Cyrus benevolente. No entanto, a maior porcentagem desses cativos posteriores foi amplamente distribuídos por todo o Império Persa, que se seguiu na sucessão política da Babilônia. Durante o auge do Império Persa, ocorreram os incidentes registrados no Livro de Ester. É de particular interesse que o autor deste livro observa que houve 127 províncias do Império Persa, que vão desde a Índia até a Etiópia, qualquer que seja o significado desses nomes de lugares pode ser a história, e ainda que não havia judeus que habita em tudo destas províncias persas (ver Et 1:1)

A nova dispensação espiritual inaugurada pela descida Pentecostal do Espírito Santo necessária uma explicação divinamente inspirada. A Palavra de Deus corretamente entendida e expôs sempre esclarece Seus atos.

1. A Pentecostal Pergunta (At 2:12 , 13)

12 E todos se maravilhavam e estavam perplexos, dizendo uns aos outros: Que quer dizer isso? 13 E outros, zombando, diziam: Estão cheios de mosto.

Aqueles que ouviram a pregação das grandes obras de Deus em suas próprias línguas por parte dos discípulos cheios do Espírito senti a poderosa influência do Espírito e que se encontravam em um estado de êxtase espiritual, pois tal é o significado da palavraespantado, além de sua capacidade de compreender. Esse algo sobrenatural tinha acontecido certo da multidão estavam bem conscientes, mas o que isso significava que não poderia dizer. As manifestações de Deus sempre prender a atenção, despertar o interesse, e provocar inquéritos relativos a verdade espiritual. Nada produz sanidade moral e investigação espiritual como manifestações divinas poderosas. Quando o homem começa a se perguntar, Deus está pronto para informar. Um disse que é só no ponto de reconhecida necessidade do homem que Deus pode ajudá-lo.

Mas enquanto alguns foram transferidos para honesta, inquérito reverente, sob a influência do Espírito, outros com ceticismo escarnecido e zombou da manifestação divina, dando o sagrado uma interpretação secular e profano, dizendo: Eles estão cheios de vinho novo . Um pedaço de barro úmido e um bloco de gelo colocados juntos no sol reagem de forma diferente, com resultados bastante opostas. A um é fundido, o outro endurecido. Então, pela mesma manifestação divina, uma pessoa pode ser derretido em submissão à vontade divina, enquanto outro pode rejeitar essa manifestação e tornar-se espiritualmente calejada.

2. O porta-voz Pentecostal (At 2:14)

14 Mas Pedro, de pé com os onze, levantou a sua voz, e proferiu-lhes, dizendo : Varões Judéia e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.

Mas Pedro . ... Pedro, sempre o porta-voz pronto e talentoso, uma vez que tem vergonhosamente falhou o seu Senhor, mas agora totalmente restaurado, responde à acusação dos escarnecedores por ereto diante da multidão para provar que ele não estava bêbado, ao qual os outros discípulos adicionar o seu apoio através de pé também. Pedro levantou a voz em plena confiança e convicção da origem divina do fenômeno, pronto para testemunhar corajosamente a Cristo ressuscitado em face da violenta oposição.

3. O equívoco de Pentecostes (At 2:15)

15 Estes homens não estão embriagados, como vós pensais; visto que é , mas a terceira hora do dia;

Muito evidentemente havia uma nítida divisão do povo, bem como de opiniões sobre as manifestações espirituais. Enquanto os judeus da dispersão inclinada em relação à influência do Espírito, os Judéia judeus que tinham sido responsáveis ​​pela rejeição e crucificação de Jesus Cristo e não queriam ouvir que Ele estava vivo de novo, marcado todo o assunto intoxicação irracional. É a esta última classe de judeus da Judéia que Pedro dirige sua grande sermão Pentecostal, e que em sua língua comum, como testemunham as suas palavras, Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém . Sem dúvida, os outros discípulos testemunharam a Cristo da mesma forma nas diferentes línguas dos presentes e menos preconceituosa do que o anterior. A terceira hora (nove horas da manhã), por si só exclui a cobrança de embriaguez. "Eles que se embriagam, embriagam-se de noite" (1Ts 5:7)

16 Mas isto é o que tem sido dito pelo profeta Joel:

17 E será que, no último dia, diz Deus,

Que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne;

E os vossos filhos e vossas filhas profetizarão,

E os vossos jovens terão visões,

E os vossos velhos terão sonhos;

18 Yea e sobre os meus servos e sobre as minhas servas naqueles dias

Será que eu derramarei do meu Espírito; e profetizarão.

19 E mostrarei prodígios em cima no céu,

E sinais em baixo na terra;

Sangue, fogo e vapor de fumaça:

20 O sol se converterá em trevas,

E a lua em sangue,

Antes que o dia do Senhor vem,

O grande e glorioso dia :

Isto é aquilo que foi dito pelo profeta Joel . Pedro faz manifestação do Espírito do cumprimento da profecia judaica por Joel, com a qual eles estavam familiarizados e que prontamente aceitou. Pentecostes foi o cumprimento de suas próprias profecias.

Nos versículos 17 através de 20 , Pedro cita a previsão de Pentecostes de Joel e interpreta-o como uma visitação divina evangélica imparcial e universal. Profecia de Pentecostes de Joel reflete quatro componentes principais, a saber: (1) derrame universal do Espírito Santo , que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne ; (2) a proclamação universal do Evangelho , vossos filhos e vossas filhas profetizarão ... meus servos e servas ... meus ... profetizarão (pregar); (3) a iluminação espiritual , e vossos jovens terão visões (a iluminar e animar a frente olhar , ver Is 6:1 ), e os vossos anciãos terão sonhos (o clarificado e gratificante retrospecto de idade avançada); e (4) prender e milagres de confirmação , mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na Terra (vejaI Tessalonicenses At 1:5 ).

5. O Propósito de Pentecostes (At 2:21)

21 E será que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Propósito, ou o que os filósofos chamam de teleologia, ou seja, plano ou projeto direcionado para um determinado fim-caracteriza todos os atos de Deus de Sua obra criativa para a restauração final de toda a criação (homem pecaminosamente rebelde de exceção) através do plano redentor e disposição . Pentecostes foi o culminar de um longo processo de planejamento divino para a redenção humana. Aqui Pedro declara abertamente para os oponentes judeus de Cristo, bem como aqueles favoravelmente inclinado, que o propósito Pentecostal tríplice é: (1) um convite evangélico universal , todo aquele ; (2) a condição evangélica universal , invocar o nome do Senhor ; e (3) a prestação evangélica universal , será salvo (ver Mt 11:28 e Jo 7:37 ).

C. DA DECLARAÇÃO DE PENTECOSTES: PEDRO Pentecostais SERMÃO (2: 22-40)

22 Varões israelitas, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré, um homem aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos sabeis; 23 ele, a ser entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós, pela mão de homens sem lei o crucificastes e matastes: 24 a quem Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte,., porque não era possível que ele deve ser retido por ela 25 Para Davi diz a respeito dele,

Eu via sempre o Senhor diante de mim;

Pois ele está à minha direita, para que eu não seja comovido;

26 Por isso o meu coração se alegrou, ea minha língua exultou;

Além disso também a minha carne repousará na esperança:

27 Porquanto não deixarás a minha alma no hades,

Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção.

28 Fazes-me saber os caminhos da vida;

Não farás para me cheio de alegria na tua presença.

29 Irmãos, posso dizer-vos livremente acerca do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, e seu túmulo está conosco até este dia. 30 Sendo, pois, profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido com juramento a ele, que do fruto de seus lombos ele iria definir um no seu trono; 31 ele prevendo esta . disse da ressurreição de Cristo, que não foi deixada no hades, nem a sua carne viu a corrupção 32 a este Jesus, Deus ressuscitou, que todos nós somos testemunhas. 33 Sendo, portanto, pela mão direita de Deus exaltado, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, que ele derramou isto que vós vedes e ouvis. 34 Porque Davi não subiu aos céus : mas ele próprio diz:

Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita,

35 até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés.

36 Que toda a casa de Israel, com absoluta certeza, que Deus o fez Senhor e Cristo, este Jesus, que vós crucificado.

37 E, ouvindo eles isto , compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos. Irmãos, o que devemos fazer? 38 E Pedro disse -lhes: Arrependei-vos, e ser batizados cada um de vocês em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo. 39 Para a você é a promessa, para vossos filhos e para todos os que estão longe, até mesmo , a todos quantos o Senhor nosso Deus chamar-lhe. 40 E com muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa.

Tendo prefaciou seu sermão pela profecia de confirmação de Joel, Pedro procede diretamente a uma afirmação de aprovação divina de Jesus Cristo e à missão redentora, e depois cobra abertamente os judeus da Judéia com Sua rejeição e crucificação (vv. At 2:22 ,At 2:23 ). A ironia divina, e resultante vergonha queima do judeu e consternação, é scathingly representado por Pedro na ressurreição milagrosa de Deus de Seu Filho dos mortos, confirmados por seu pai ilustre testemunho do próprio Davi (vv. At 2:24-32 ). Aceitação de Cristo com o Pai em Sua ascensão, com o apoio da mesma forma pelo testemunho de Davi, é apresentado no próximo fim (vv. At 2:33-A , 34 ). Tudo isso, razões Pedro, acrescenta-se à divindade incontestável e senhorio universal de Jesus Cristo (vv. At 2:34 , At 2:36 ; ver também 28 de Matt. , esp vv.. At 2:18-20 ). Vale ressaltar que o peso da mensagem de Atos pode ser resumido em seis frases, a saber: (1) Cristo crucificado ; (2) Cristo ressuscitado (a palavra com seus cognatos ocorre pelo menos 22 vezes em Atos); (3) Cristo subiu ; (4)o Espírito Santo desceu ; (5) Cristo Jesus declarou o Senhor de todos (Senhor ocorre pelo menos 110 vezes em Atos); (6) a porta de salvação aberta para todos .

Em resposta à pergunta, O que vamos fazer ?, feita por aqueles de seu público que foram condenados pelo Espírito, Pedro escancara a porta da salvação universal fornecida na obra redentora de Cristo na Cruz, e convida todos a entrar pelo caminho de arrependimento, remissão dos pecados, e do dom do Espírito Santo (vv. At 2:37-40 ).

D. A IGREJA DE PENTECOSTES (2: 41-47)

41 Eles, então, que receberam a sua palavra foram batizados, e lá foram adicionados a eles naquele dia cerca de três mil almas. 42 E perseveravam na doutrina e na comunhão dos apóstolos, na fração do pão e nas orações.

43 E veio temor sobre toda a alma, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. 44 E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum; 45 e vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a alguém tinha necessidade. 46 E no dia a dia, continuando stedfastly unânimes no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor acrescentou a eles dia a dia, os que foram salvos.

A igreja Pentecostal manteve-se um modelo para os cristãos de todas as idades posteriores. Resumidamente caracterizada: (1) os seus convertidos alegremente receberam o evangelho, foram batizados, e se identificaram com a igreja (v. At 2:41 ;) (2) a sua comunhão sagrada consistiu na firmeza de propósito, instrução doutrinal, a comunhão cristã, a observância da Ceia do Senhor (Lange) e orações (v. At 2:42 ); (3) a sua influência moral e espiritual afetou profundamente a comunidade, e milagres freqüentes confirmou a sua missão divina (v. At 2:43 ); (4) a sua liberalidade abundar para as necessidades de todo o corpo de Cristo (vv. At 2:44 , At 2:45 ); (5) o seu serviço refletido constância, unidade, comunhão, alegria e sinceridade inocente (v. At 2:46 ); e (6) a sua prosperidade espiritual se reflete em seus louvores vitoriosos, a sua confiança e de favor com a comunidade, e seu fervor evangélico e sucesso (v. At 2:47 ).


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
A Festa de Pentecostes acontece 50 dias após a Festa das Primícias. (A palavra "Pentecostes" significa "qüinquagésimo".) Levítico 23:15- 21 descreve essa festa. Como a Pás-coa retrata a morte de Cristo (1Co 5:7), e as Primícias, a ressurreição de Cristo (1Co 15:20-46), Pentecostes representa a vinda do Espírito Santo (1Co 12:13). Nesse dia, apresenta-vam-se os pães com fermento, retra-tando a igreja constituída de judeus e de gentios. (Primeira aos Corín- tios 10:17 retrata a igreja como um pão.) O fermento do pão refere-se ao pecado que ainda existe na igreja. Atos apresenta duas ocorrências de batismo pelo Espírito: emAt 2:0), e, no momento certo, o Espírito des-ceu sobre eles. Ele batizou-os em um corpo espiritual em Cristo (veja At 1:4-44 1Co 12:13) e encheu- os de poder para testemunhar (2:
4) quando desceu. O som do vento im-petuoso traz à lembrança Jo 3:8 e a profecia de Ezequiel a respeito dos ossos secos (Ez 37). As línguas de fogo simbolizam o poder divino e falam em favor de Deus.

Os crentes falaram em línguas. Eles não pregaram em línguas; an-tes, louvaram a Deus em línguas que não conheciam (2:11). Aparen-temente, eles estavam no cenáculo quando o Espírito desceu (2:2), mas devem ter mudado para o pátio do templo em que se reuniu uma gran-de multidão. O objetivo do falar em línguas era impressionar os judeus para que se dessem conta de que estava acontecendo um milagre. Em 10:46, os gentios falam em línguas, o que prova para os apóstolos que aqueles receberam o Espírito; e, em 19:6, pelo mesmo motivo, os efé- sios que seguiam João Batista fala-ram em línguas.

  1. A mensagem (2:14-41)
  2. Introdução (vv. 14-21)

Primeiro, Pedro respondeu à acu-sação de que os homens estavam embriagados. No sábado, ou em dia de festa, nenhum judeu podia comer ou beber qualquer coisa an-tes das 9 horas, e o falar em línguas aconteceu à terceira hora do dia, isto é, Jl 9:0 Jo 10:7 Jo 10:8. Ele que ressuscitara outras pessoas não podia ficar morto!

  • Sl 16:8-19 predisse a ressurreição (vv. 25-31).
  • Os apóstolos testemunha-ram e viram o Cristo ressurrecto (v. 32).
  • A vinda do Espírito prova que Cristo está vivo (v. 33).
  • Sl 110:1 promete a ressurreição dele (vv. 33-35). Lem-bre-se que Pedro não pregava o evangelho da cruz da mesma forma como o pregamos hoje. Ele estava acusando Israel de um grande cri-me (v. 23), e advertindo-o de que rejeitara e crucificara o Messias (v.
  • 36). Pedro dava mais uma oportu-nidade para que Israel recebesse Cristo. Deus dava-lhe mais uma oportunidade, apesar de ter matado João Batista e Jesus. A ressurreição de Cristo era o prometido "sinal de Jonas" que provava que ele era o Messias (Mt 12:38-40).

    1. A aplicação (vv. 37-40)

    Os homens sentiram-se compun-gidos e pediram conselho a Pedro. Pedro disse-lhes que se arrependes-sem, cressem e fossem batizados; dessa forma, eles se identificariam com Jesus como o Cristo. João Batis-ta (Mc 1:4) e Jesus (Mt 4:1 Mt 4:7) também pregaram essa mensagem. As condi-ções para recebimento do dom do Espírito são o arrependimento, a sal-vação, com a justificação e o perdão dos pecados, e o batismo em água, testificando a salvação. Todavia, a antecipação do batismo em água ao batismo do Espírito (conforme 1:4,8), ou à promessa de Deus, a que se refere Pedro, não necessita ser rigo-rosamente uma condição absoluta para a ação do Espírito Santo; assim como o batismo no Espírito não é de modo algum resultante do batismo em água. O batismo em água não precedeu o batismo no Espírito em At 9:1 At 9:7 At 9:8 e 10:44-48, fatos que, no entanto, podem ser considerados de grande importância em matéria de conversão e manifestação do Es-pírito Santo.

    A promessa do Espírito, além disso, segundo afirma Pedro, não estaria restrita aos judeus que se encontra-vam naquele instante em Jerusalém, mas seria destinada "a todos quan-tos o Senhor Jesus Cristo chamar", fosse em qualquer época, espalha-dos pelo mundo todo (v. 39).

    1. A multidão (2:42-47)

    Observe que os crentes permane-ceram no templo e testemunharam e adoraram. O Espírito deu-lhes unidade de coração e de mente e acrescentou, dia a dia, crentes à congregação. Esses versículos são uma bela descrição de como será a vida na era do reino. Embora, na época, a igreja (como a conhece-mos) existisse na mente de Deus, apenas mais tarde Paulo revelou-a totalmente. Atos 2 é uma mensa-gem ao povo judeu, por isso não veja nele verdades que foram reve-ladas apenas mais tarde. A igreja de hoje não se encontra no templo judaico nem exige a prática de co-munismo. Até os eventos de Atos 7, em que os líderes da nação resis-tem de novo ao Espírito e matam Estêvão, a oferta do reino ainda es-tava aberta aos judeus.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
    2.1 Dia de Pentecostes. A festa das Semanas, ou das Primícias, celebrada sete semanas depois da Páscoa. Todos. Os cento e vinte (1.15). Atos não nos informa onde eles estavam quando o Espírito desceu; talvez na área do templo, oferecendo-lhes oportunidade de evangelizar uma grande multidão.

    2.3 Línguas, como de fogo. Experiência extática e milagrosa e, portanto, difícil de explicar. Para a relação entre o Espírito e o fogo veja Mt 3:11; Lc 4:16 e 1Ts 5:19.

    2.4 Todos... cheios... A Igreja unida, esperançosa e que presta culto passou pelo batismo do Espírito segundo a promessa de Cristo (1.5). Significou:
    1) A presença e atuação do Espírito dentro do crente (Jo 14:17), não apenas exteriormente (conforme Jz 6:34; Jz 15:14; Ez 36:26);
    2) Presença contínua em vez de esporádica; 3), Habitou em toda a igreja (1Co 3:16, 1Co 12:13), antes somente em indivíduos excepcionais;
    4) Sua presença enche a Igreja de vida, provendo poder para propagar o evangelho; (4); confrontar o mundo sem temor (14), ganhar almas (41) e operar milagres (43). Conclui-se que há apenas um batismo da Igreja e dos indivíduos, mas repetidas plenitudes para serviço (Ef 5:18) e exercício dos dons do Espírito (1Co 12:7-46). Línguas (gr heterais glõssais "línguas diversas'). Ou ajudou aos apóstolos a comunicarem a mensagem ou aos ouvintes entenderem, ouvindo seus próprios dialetos (conforme 1Co 14:23) Estas línguas "estrangeiras" antecipam a penetração do evangelho em toda tribo, nação, povo e língua; contraste o julgamento em Babel (Gn 11:7-9).

    2.5 Homens piedosos. Provavelmente eram gentios interessados no judaísmo sem serem verdadeiros prosélitos batizados e circuncidados.

    2:9-11 Houve quatro classes de judeus da dispersão:
    1) Orientais ou babilônios;
    2) Sírios;
    3) Egípcios e
    4) Romanos, que, como Paulo, eram cidadãos do império, embora não da cidade de Roma.
    2.13 Embriagados. O gr original acrescenta "com vinho doce" i.e., ainda em processo de fermentar. A vindima era no mês de agosto.

    2.15 Terceira hora. Cerca das, nove horas da manhã. O costume dos judeus era de tomar o desjejum às dez horas e no sábado ao meio dia.

    2.17 Últimos dias. O cumprimento da profecia de Joel inaugura a "era messiânica”. Pedro cita também os, acontecimentos apocalípticos que serão prenúncio da segunda vinda de Cristo e julgamento final.

    2.18 Profetizando. Deus falará por meio de Seus servos escolhidos. Profecia era um reconhecido dom do Espírito na 1greja primitiva (1Co 14:1).

    2.23 Pedro não tem receio em confrontar a multidão com sua iniqüidade, em grande parte o mesmo povo que um pouco antes clamara "Hosana"... Barrabás... crucifica-o". Sua iniqüidade foi frustrada pela ressurreição. A cruz não era a derrota, mas a chave do plano divino.

    • N Hom. 2.24 "Impossibilidade Divina" que os grilhões da morte prendam a Cristo.
    1) A ressurreição foi a vindicação divina de Seu caráter e Sua palavra;
    2) Garante a aceitação de Sua expiação;
    3) Abre caminho para Sua exaltação "à minha direita" (conforme Fp 2:9-50; Mt 22:4, Rm 6:9, etc. Deus Pai também exaltou o Senhor Jesus (36).

    2.33 À destra de Deus. Refere-se à autoridade e majestade. Sl 118:16 introduz a citação de Sl 110:1 no v. 34 (conforme 7.55, 56). Recebido... Espírito Santo. Ele é recebido pela meditação de Cristo (conforme Jo 7:39; Jo 14:16, Jo 14:26; Jo 16:7 com Sl 68:18).

    2.34 Davi não subiu aos céus. Davi não foi ressurreto nem exaltado por Deus. Só Cristo cumpriu a profecia de Sl 110:1. Esta frase milita contra a opinião de alguns que as almas dos santos do AT foram transferidas do hades para o céu, quando Cristo ressurgiu ou subiu ao Céu. Senhor... Senhor. O primeiro representa Yahweh; o segundo ãdõn, "senhor".

    2.36 Senhor e Cristo. Apresenta o mais primitivo Credo (conforme Rm 10:9; 1Co 12:3; Fp 2:11, etc.).

    2.38 Arrependei-vos. Marca-se o fim de cada mensagem principal apostólica com o apelo ao arrependimento para receber o perdão dos pecados (3.19, 26; 5.31; 10.43; conforme 17.30; 26.20). Implica numa mudança de pensamento radical, (metanoia) que surge de convicção de pecado. Em nome de Jesus Cristo. A profissão pública de fé no batismo e invocação do nome de Cristo, foram a base de recepção na igreja (conforme 2.21; Rm 10:13). O dom do Espírito. A regeneração se realiza somente com entrada do Espírito, não por uma espécie de magia no rito do batismo.

    2.39 Estão longe. Esta frase refere aos gentios (conforme Ef 2:13). Vós... vossos filhos refere aos judeus presentes e futuras gerações.

    2.40 Salvai-vos. Os salvos formam o remanescente profetizado no AT. Eles escaparão da condenação do Senhor.

    • N Hom. 2:41-47 Uma Igreja Exemplar.
    1) Formada de crentes batizados, unidos com padrões definidos de doutrina, comunhão, amor e oração.
    2) Rege-se segundo a autoridade dos apóstolos; seu ensino deriva-se de Cristo sendo preservado no NT.
    3) O centro da comunhão se manifesta no Agape (festa ou refeição de amor incluindo a Santa Ceia, 42, 46), comunidade de bens (44,
    45) e socorro dos necessitados.
    4) Louvor e alegria no Senhor (47).
    5) Freqüência no culto (46).
    6) Crescimento e excelente reputação (41,47).

    2.43 Temor. Trata-se do pavor gerado pela presença majestosa do Deus que opera milagres (conforme 1.50n)., 2.46 Casa em casa. Os cultos em que se reuniam os crentes de Jerusalém se realizavam no templo (conforme Lc 24:53). O Agape e a Ceia se celebravam forçosamente em casas particulares


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47
    II. PENTECOSTE E A PREGAÇÃO (2:1-47)


    1) A descida do Espírito Santo (2:1-13)
    O evento (2:1-4). O grupo estava reunido num encontro normal (epi to auto), na casa mencionada anteriormente (2.2; conforme 1.14,15). O sopro de um vento muito forte revelou o evento, e a aparição de línguas de fogo foi vista sobre cada discípulo preenchido pelo Espírito. E possível que o grupo tenha deixado a casa rapidamente e ido para o templo, onde o som (talvez uma declaração solene) atraiu a multidão. O vento como símbolo do Espírito era conhecido com base na profecia de Ezequiel (Ez 37:9-14) e foi usado pelo Senhor (Jo 3:8). O fogo representa a expressão da energia divina.

    O significado da descida, (a) A vinda do Espírito encerra a série de acontecimentos que juntos constituem a intervenção de Deus na história humana para a salvação da humanidade, e não pode ser separada da encarnação e do ministério terreno de Cristo, da sua morte expiatória e da sua ressurreição triunfante. A sua exaltação possibilitou o derramamento (2.33; Jo 7:39). (b) A profecia de João Batista e a referência de Cristo a ela em 1.5 mostram que esse batismo foi a culminação da obra do Messias. A cruz removeu o obstáculo do pecado para que os crentes pudessem viver novamente em plena comunhão com Deus. (c) O batismo com o Espírito é assim um evento “de uma vez por todas” com resultados contínuos, e os seus benefícios são estendidos aos gentios crentes em

    Cesaréia (10:44-48; 1Co 12:13). (d) Tudo indica a novidade tremenda do grande evento e cumpre o propósito do Senhor (ainda no futuro quando ele falou): “sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt 16:18).

    Falar em línguas (2:4-13). Esse é um “sinal”, um acontecimento fora do curso natural e das operações da inteligência humana, que deu evidência da presença e do poder do Espírito Santo. Há outros casos à medida que os benefícios do Pentecoste são estendidos em 10.46 e 19.6, mas, à parte dessas referências, as línguas são mencionadas somente em Mc 16:17 (no apêndice mais longo de Marcos) e em 1Co 14:13, em que o “falar em línguas” se torna uma questão interna para a igreja local, algo extático e ininteligível, a não ser que seja interpretado. No dia de Pentecoste, as línguas foram inteligíveis para um número de ouvintes de diferentes países, e é impossível dizer como essas duas manifestações estão relacionadas.

    As reações da multidão (2:5-13).
    Os muitos judeus devotos da Dispersão que tinham ido a Jerusalém para a festa são selecionados para menção especial — talvez uma ênfase precoce na universalidade. Muitos haviam perdido o uso do aramaico e normalmente dependiam do grego como língua franca. A proclamação das maravilhas de Deus (v. 11) nas línguas dos países de sua adoção naturalmente despertaria o seu interesse aguçado, seguido de pasmo, visto que todos entenderam o que estava sendo dito — provavelmente por um ou outro dos que falavam. Era um teras (milagre) que se tornou um sêmeion (sinal) de que Deus queria se fazer entender, apesar da confusão das línguas humanas que lembra Babel. Aqui acontecia um fato que daria uma história extraordinária para levar e contar em países desde a Pérsia até Roma e no norte da África (v. 8-11)1 Temos de lembrar, no entanto, que todos os ouvintes pertenciam à comunidade de Israel.

    Além do pasmo e da perplexidade dos peregrinos, não sabemos nada acerca de outras reações imediatas, exceto a resposta fácil que os “espertos” apresentaram: “Eles estão bêbados”. A teoria deles foi logo desfeita por Pedro.

    2) O sermão de Pedro (2:14-36)
    O kerygma para os judeus. Agora cheio do Espírito, Pedro pôde começar a “proclamar como um arauto” o grande fato da redenção, levantando a voz, estando ele com os Onze, para expressar solenemente a mensagem inspirada (2.14). Diante dos judeus, a “mensagem do arauto” (gr. kerygma) geralmente inclui as seguintes características: (a) a culpa do povo que crucificou o Messias; (b) a revogação do seu veredicto realizada por Deus por meio da ressurreição e exaltação de Jesus; (c) a evidência do bem conhecido ministério de Cristo da graça e do poder; (d) os apelos a textos do AT; (e) a possibilidade contínua da bênção para os israelitas que se arrependessem e cressem.

    Introdução (2.14,15). Ainda são nove horas da manhã, hora em que os judeus ainda não tinham tomado refeição alguma, e muito menos teriam tomado vinho. “Isso não é embriaguez”, diz Pedro, “mas inspiração”.

    A profecia de Joel (2:16-21). Os autores do NT citam o AT em uma diversidade de formas, e com maior freqüência com base na analogia de princípios do que no cumprimento direto. Da perspectiva do autor, um uso especial feito de uma profecia do AT não anula o seu significado como estabelecido pelo contexto original. Em J1 2:28-32, o profeta fala do derramamento do Espírito sobre todos como o clímax das bênçãos que Deus vai conceder ao Israel restaurado. Isso é precedido pelos usuais presságios de juízo nos últimos dias e pela promessa da salvação a todos que invocam o nome do Senhor. Os presságios terríveis Dt 2:19,Dt 2:20 não se cumpriram no escurecimento do sol no dia da crucificação e são constantemente associados ao Dia de Javé (Is 13:9-23; Ez 32:5-8; J1 2.10; 3.15; Hc 3:11; Mt 24:29 e paralelos; Ap 6:12; Ap 8:12). O Espírito Santo desceu sobre um grupo limitado, e ainda não encheu todas as pessoas, velhas e jovens, de todas as classes sociais. As condições das citações do AT no NT são cumpridas quando compreendemos que os elementos da profecia de Joel foram percebidos no acontecimento de Pentecoste, e que a cruz e a ressurreição tinham aberto uma nova época que culminaria em bênção espiritual universal. (V. o artigo “O uso neotestamen-tário do Antigo Testamento”, p. 1538.)

    Cristo e Israel (2:22-24). Pedro fez referência ao conhecimento pessoal dos judeus da Palestina quando falou do ministério de Jesus de Nazaré, cujas obras poderosas mostraram que ele foi aprovado por Deus como seu mensageiro a Israel (v. 22). A terrível responsabilidade pela rejeição de tal Homem caiu totalmente sobre os ombros dos habitantes de Jerusalém: Este homem [...] e vocês, com a ajuda de homens perversos o mataram, pregando-o na cruz. Mas a ira irracional deles se tornou a ferramenta para o cumprimento do plano divino estabelecido na presciência de Deus.

    A ressurreição (2:24-32). Acima de tudo, os apóstolos eram “testemunhas da ressurreição” (1.22), e Pedro afirma: Deus o ressuscitou, pois o Príncipe da vida não podia ficar preso nos laços da morte (v. 24). O veredicto vergonhoso do Sinédrio foi revertido pela Onipotência.

    Tanto Pedro quanto Paulo (13,35) apelam ao Sl 16:0 é evidentemente uma referência à ressurreição da qual os apóstolos eram testemunhas, mas também conduz diretamente à exaltação do Messias como profetizada em Sl 110:1. Pedro não esqueceu o tema original e relaciona o derramamento do poder testemunhado pela multidão naquele dia ao fato da exaltação de

    Cristo. Davi não ressuscitou dos mortos, nem ascendeu ao céu para ser exaltado num trono de glória, de modo que Sl 110:1 estaria se referindo obrigatoriamente a outro. Senta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos como estrado para os teus pés pressupunha uma tarefa concluída e depois um período de espera — não desprovido de atividade — até que o triunfo final sobre o inimigo seja conquistado.

    O apelo (2.36). Profecia e fatos contemporâneos haviam sido fundidos em um forte argumento que foi a base para um apelo direto a todo o Israel. Deus havia constituído Jesus, o crucificado, tanto Senhor quanto Messias para o seu povo, apesar da trágica rebeldia deles.


    3) A primeira igreja cristã (2:37-47)
    Arrependimento e batismo (2:37-41).
    O “eles” implícito no v. 37 é uma referência àqueles que receberam a palavra e clamaram: Irmãos, que faremosP A resposta de Pedro é convincente e clara à luz de outros trechos das Escrituras, pois o arrependimento, “a mudança da mente e atitude”, é o aspecto negativo daquela fé em Cristo que está claramente implícita. O batismo em si não podia obter o perdão de pecados e a dádiva do Espírito Santo, mas era o sinal exterior de uma nova atitude que repudiava o crime da grande rejeição e colocava os que confessavam a fé cristã do lado do Messias, em nome de Jesus Cristo (v. 38): a expressão mostra que os convertidos confessaram Jesus como Messias e participaram na plenitude do seu Senhor e Salvador.

    Pedro entendia que a expressão para todos que estão longe (v. 39) se referia aos judeus dispersos, como também aos judeus da Palestina, e a promessa era para os humildes de coração que escaparam desta geração corrompida do rebelde povo de Israel, formando um remanescente fiel de testemunhas.

    A fundação da igreja (2.41). Pedro poderia ter usado a descrição que Paulo fez da sua forma de edificar a igreja: “eu, como sábio construtor, lancei o alicerce [...] Porque ninguém pode colocar outro alicerce além do que está posto, que é Jesus Cristo” (1Co 3:10). A palavra foi pregada e recebida fielmente por um grande número de crentes que foram então batizados e acrescentados à igreja. Alguns comentaristas têm feito a objeção de que teria sido impossível batizar 3.000 pessoas por imersão em Jemsalém. Nada se diz, no entanto, do tempo que isso levou nem do número de pessoas que se envolveram na tarefa. Em toda a cidade, havia muitos lugares para lavagem cerimonial, e também havia reservatórios de água para irrigação.

    As práticas da igreja (2.42). Esse versículo resume sucintamente os elementos principais da vida e da atividade da igreja em Jerusalém: (a) A perseverança no ensino dos apóstolos. Os apóstolos foram chamados não somente para testemunhar ao mundo, mas também para ensinar a família cristã. Nesse estágio, o ensino seria somente a reiteração dos fatos do ministério, da morte e ressurreição de Cristo considerados à luz da profecia do AT. Temos de pensar na grande comunidade dividida em grupos para esse tipo de instrução ministrada pelos apóstolos e seus auxiliares. Essa “tradição oral” — no real sentido — faria surgir depois o material escrito que encontramos nos Evangelhos e abriu o caminho para as revelações posteriores das cartas, (b) O termo comunhão (koinõnia) indica um compartilhamento generoso em que cada crente dava aos outros o que ele mesmo havia recebido, quer bênçãos espirituais quer bênçãos materiais (v. a base para isso em ljo 1:1-4). (c) O partir do pão nesse contexto é o equivalente à ceia do Senhor (tomada como parte de uma refeição comum); como uma atividade fundamental da igreja, era colocado lado a lado com o ensino e a oração. A solenidade da ordem do Senhor: “Façam isso em memória de mim”, à sombra da cruz, conduziu rapidamente à obediência logo depois que a igreja foi formada, (d) Oração. O destaque é dado aqui à oração coletiva, pois em épocas de plenitude do Espírito sempre há um reconhecimento alegre do benefício espiritual e das bênçãos que transbordam de louvores e pedidos conjuntos. Uma igreja que não tem essas características está em perigo de declínio espiritual.

    Influência exterior e unidade espiritual (2:43-47). A influência exterior da igreja era vista na admiração bastante difundida, na realização de milagres e no acréscimo ao grupo daqueles que Deus estava salvando (v. 43,47). As grandes características da vida interior da igreja eram a alegria no Senhor, o compartilhamento dos bens, a comunhão e os encontros no pátio do templo (v. 44-46). Os crentes estavam tão próximos da cruz e da ressurreição e tão cheios do Espírito que por um período o egoísmo foi tragado pelo amor. Assim, era fácil vender bens e pensar no bem de todos. Dessa forma, surgiu a “igreja-comunidade” de Jerusalém, que, considerada um experimento, foi de natureza temporária; prestou-se somente a um conjunto temporário de circunstâncias que não persistiram e não foram reproduzidas em outro lugar. Em anos posteriores, a igreja em Jerusalém se tornou cronicamente pobre, e as dificuldades na distribuição são ilustradas em 6.1. Considerada um exemplo de amor, no entanto, a comunidade tem muito a nos ensinar. O crescimento (v. 47) era o resultado natural do estado espiritual da igreja.


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 41

    Atos 2

    C. A Vinda do Espírito Santo. At 2:1-41.

    Há um sentido real no qual a Igreja tem o seu dia de nascimento no dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo foi dado aos homens de maneira nova para unir os crentes em Jesus através de um novo relacionamento.


    Moody - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 22 até o 23

    22, 23. Pedro recapitulou a vida e morte de Jesus para mostrar que não foi mero acidente mas que aconteceu dentro do plano redentor de Deus. Apesar do fato de Deus ter autenticado o Cristo por meio de milagres, prodígios e sinais... entre vós os judeus, eles o entregaram às mãos de iníquos, os romanos, que ignoravam a lei de Deus, para que fosse crucificado e morto. Apesar de que nem romanos nem judeus foram absolvidos da culpa, a morte de Jesus aconteceu de acordo com um determinado desígnio e presciência de Deus.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 14 até o 36
    c) A pregação apostólica (At 2:14-36)

    O dialeto galileu era tão característico e difícil de ser entendido pelos não-galileus que o fato de os discípulos deixarem as peculiaridades de sua fala local e de súbito se capacitarem a falar em línguas compreendidas pelas multidões heterogêneas, então em Jerusalém, não pode escapar de ser notado. Quando as atenções ficaram presas desse modo, Pedro aproveitou a oportunidade para se levantar com os outros apóstolos e dirigir a palavra a todos que estavam ao alcance de sua voz (14). Vale notar as palavras do seu discurso, porque mostram a forma regularmente adotada na pregação apostólica primitiva, ou o Kerygma, o modelo ou esboço que também pode ser traçado como a estrutura original de nossa tradição evangélica. Esse modelo apresenta quatro principais aspectos: primeiro, uma narração do ministério público e dos sofrimentos de Jesus; segundo, o atestado divino de Seu Ministério messiânico que a ressurreição oferece, da qual o orador afirma ser testemunha ocular; terceiro, "testemunhos" do Velho Testamento, provando ser Jesus o Messias; e por fim exortação ao arrependimento e à fé.

    Estes aspectos podem ser observados bem claramente no discurso de Pedro, proferido quando os fatos que culminaram na crucificação estavam vivos na memória dos ouvintes. Tem-se comentado muitas vezes a mudança operada nesse apóstolo desde a noite da traição. Aqui ele acusa seus ouvintes, abertamente, do crime de haverem entregue seu Messias "por mãos de iníquos" (isto é, os romanos), levando-O à morte.

    >At 2:16

    É impressionante o uso que Pedro faz dos testemunhos do Velho Testamento: declarando é o que foi dito (16), proclama que o tempo, de que testificaram os profetas, chegou. Por exemplo, as palavras do Sl 16:10, "Não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção", atribuídas a Davi pelos textos hebraico e dos Setenta, não podem-argumenta ele -referir-se a Davi porque todo o mundo sabe que este morreu, sua alma foi deixada no Seol, habitação dos mortos, e seu corpo experimentou de fato corrupção. A quem, pois, se referem tais palavras? Não a Davi, mas Àquele por ele prefigurado, "o Filho maior do grande Davi", o Rei Messias.

    Até este ponto qualquer rabino de Jerusalém teria concordado com Pedro. Mas, prossegue ele, só houve uma Pessoa de quem verdadeiramente se podia dizer aquilo-Jesus de Nazaré; porque apesar de ter morrido (como todos sabiam), Sua alma não foi deixada no Hades, nem Sua carne sofreu corrupção. Levantou-se dos mortos, acrescentando Pedro -"do que todos nós somos testemunhas"; "vimo-lO vivo". Portanto, Jesus Nazareno, crucificado pelos homens, levantado dentre os mortos por Deus, é o verdadeiro Messias; a pedra que os edificadores rejeitaram veio a ser cabeça de esquina. Mais tarde vemos Paulo, em Antioquia da Pisídia, argumentando deste modo; baseado no Sl 16:0 e segs. Também isto correspondia aos fatos reais acerca de Jesus Nazareno. Ele era, portanto, indubitavelmente Senhor e Messias.

    O profeta Joel (16). A citação é feita de Os 2:28-29. Os fenômenos físicos dos vers. 18 e 19 podem ter trazido à lembrança dos ouvintes as trevas estranhas da tarde de Sexta Feira da Paixão e o mais que se lhes seguiu.

    >At 2:17


    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 26

    3. O Batismo do Espírito Santo ( Atos 2:1-13 )

    E quando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. E, de repente, veio do céu um ruído como um violento, vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E foram vistas por eles línguas como que de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, havia judeus que vivem em Jerusalém, homens religiosos, de todas as nações que há debaixo do céu. E, quando aquele som ocorreu, a multidão veio junto, e estava confusa, porque eles estavam cada um ouvir falar na sua própria língua. E eles estavam atônitos e se admiravam, dizendo: "Por que, não todos esses que estão falando galileus? E como é que cada um de nós ouvi-los em nossa própria língua em que nascemos? Partos, medos, elamitas, e habitantes da Mesopotâmia , da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e os distritos da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes-ouvimo-los em nossas próprias línguas falar das grandes feitos de Deus . E todos eles continuaram com espanto e grande perplexidade, dizendo uns aos outros: "O que isso significa?" Mas outros estavam zombando e dizendo, ("Eles estão cheios de vinho doce". 2: 1-13 )

    O segundo capítulo de Atos marca um ponto de viragem na história do reino de Deus. Uma nova fase de seu plano redentor se desdobra como a Igreja nasce. No capítulo 1, os discípulos foram para aguardar a vinda do Espírito Santo; no capítulo 2 que Ele venha. No capítulo 1, os discípulos estavam equipados; no capítulo 2 que estão habilitadas. No capítulo 1, que foram retidas; no capítulo 2 são enviados por diante. No capítulo 1 a ascensão do Salvador; no capítulo 2, o Espírito desce. As promessas do Senhor Jesus Cristo dadas no capítulo 1 ( 1: 5 , 8 ) alcança a sua plenitude, como os crentes reunidos no cenáculo receber a maravilhosa promessa do Pai.

    Plano redentor eterno de Deus começou a se desenrolar na história da humanidade no Jardim do Éden, depois do pecado do homem. Em Gn 3:15 , Ele prometeu um salvador, que um dia iria redimir a raça humana dos efeitos do que o pecado. A planificação continuou durante toda a era patriarcal, passando pela entrega da Lei mosaica, a uma pequena colina nos arredores de Jerusalém chamado Calvário.Lá, o Filho de Deus encarnado deu a vida por todos os pecados do mundo. Após ter subido vitorioso sobre o pecado ea morte, Ele prometeu enviar o Espírito Santo para habitar os crentes. Como vimos, esse caso de necessidade tive que esperar até a ascensão de Jesus ao Pai. João 7:37-39 diz:

    Agora, no último dia, o grande dia da festa, Jesus levantou-se e clamou, dizendo: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva '"E isto disse ele do Espírito, a quem aqueles que acreditaram nele deviam receber.; pois o Espírito ainda não fora dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado.

    Embora a montagem dos redimidos no reino de Deus passou desde a Queda, a vinda do Espírito marca o início da era da igreja original. Que haveria uma idade intermediário entre os dois adventos do Messias não foi prevista no Antigo Testamento. Nem era a unidade de judeus e gentios em um corpo. Paulo chamou esse conceito um mistério em Efésios 3:3-10 . A palavra "igreja" traduz ekklesia , que significa "os chamados para fora." A igreja é a noiva de Cristo; os ramos da videira; o rebanho do Bom Pastor; o reino do Filho amado de Deus; Família de Deus, que consiste de Seus filhos adotivos; um templo espiritual, de que Jesus Cristo é a pedra angular; mas, excepcionalmente, o corpo de Cristo.

    Dentro do corpo, há uma unidade, uma vez que todos são habitados por Jesus Cristo, e todos possuem o mesmo Espírito ( Rm 8:9 Paulo escreveu: "Não há judeu nem grego, não há escravo nem homem livre, não há homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus" (cf. 1Co 12:13 ) .

    Esta passagem descreve o nascimento da igreja pela vinda do Espírito no dia de Pentecostes. Resume-se a evidência do Espírito está vindo, o efeito do Espírito está chegando, e a explicação do Espírito está vindo.

    A evidência do Espírito de Vinda

    E quando o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. E, de repente, veio do céu um ruído como um violento, vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E foram vistas por eles línguas como que de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. ( 2: 1-4 )

    Os eventos da vida, morte e ressurreição de Cristo, de acordo com Paulo, não foram realizadas em um canto sossegado ( At 26:26 ), mas a céu aberto diante de todas as pessoas. O mesmo poderia ser dito sobre o nascimento da igreja. Ele não começou de uma forma obscura em alguns fora do caminho lugar. Pelo contrário, ela nasceu com um evento surpreendente, dramático no coração de Jerusalém.

    A vinda do dia de Pentecostes encontrou os crentes todos juntos em um só lugar, sem dúvida, o mesmo cenáculo descrito em 01:13 . Como já mencionado, que o quarto foi localizado perto do portão oriental, provavelmente nas imediações do templo. Não há razão para restringir todos os doze apóstolos. Abrange todo o recolhimento de 120 crentes ( 01:15 ).

    Foi no dia de Pentecostes que calendário soberana de Deus chamado para que o Espírito descer. Note-se que o Espírito não foi induzida a vir porque os crentes orou, se detinha, ou cumpridos certos requisitos espirituais. Conta pontos de Lucas só para o momento soberana de Deus como a causa da descida do Espírito.

    Pentecostes significa "quinquagésimo". É o nome do Novo Testamento para a Festa das Semanas ( Ex. 34: 22-23 ), ou Harvest ( Ex 23:16. ), que foi celebrado 50 dias após a Páscoa. No judaísmo pós-exílico, também comemorou a entrega da Lei a Moisés. O Espírito de vir naquele dia estava ligado ao padrão de festas no Antigo Testamento.

    Calendário Novo Testamento redentora de Deus é retratado nas festas de Levítico 23 . A primeira grande festa mencionado nesse capítulo é a Páscoa. A morte do cordeiro pascal na foto da morte de Jesus Cristo, o último Cordeiro pascal ( 1Co 5:7 ordena que a oferta a ser feita no dia seguinte ao sábado. Os saduceus e fariseus divergiam sobre o que aquele sábado era. Os saduceus interpretou como o sábado semanal, e, consequentemente, a oferta de cereais seria sempre em um domingo. Os fariseus interpretado o sábado como o primeiro dia da festa dos pães ázimos. De acordo com essa interpretação, a oferta de cereais que sempre caem no mesmo dia do mês, mas não no mesmo dia da semana. Até a destruição do Templo em UM . D . 70, a interpretação dos saduceus era normativo para o Judaísmo (FF Bruce, O Livro dos Atos[Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 53 n. 3). Assim, o dia em que os primeiros frutos foram oferecidos teria sido no domingo. Isso fornece uma imagem apt da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo como as "primícias dos que dormem" ( 1Co 15:20 ).

    Cinqüenta dias após a primeira seguinte Páscoa domingo, a Festa de Pentecostes foi comemorado ( Lv 23:15 ). Completando o ciclo do cumprimento típico das festas, o Espírito veio no dia de Pentecostes como os primeiros frutos da herança dos crentes (cf. 2Co 5:5 ). Além disso, os que estavam reunidos na igreja naquele dia foram os primeiros frutos da colheita cheia de crentes que estão por vir. Deus enviou o Espírito no dia de Pentecostes, então, seguindo o padrão de Levítico 23 , e não em resposta a qualquer atividade dos homens.

    Lucas descreve este soberanamente projetado evento, levando-nos ao Cenáculo, onde os fiéis estavam reunidos. De repente, veio do céu um ruído como um violento, vento impetuoso. uso de Lucas sobre a palavra de repente, enfatiza o elemento surpresa. Mesmo que os crentes sabiam o Espírito de vir a ser iminente (cf. 1: 5 ), foram, no entanto, pegou de surpresa. O mesmo será verdade quando o Senhor voltar para a terra. Crentes vai saber dos sinais de que sua vinda é iminente. No entanto, Ele ainda virá inesperAdãoente, como um ladrão de noite ( 1Ts 5:2. ). Aqueles reunidos no cenáculo não poderia ter esperado os sinais dramáticos que acompanharam o Espírito está vindo.

    Ao descrever o ruído como emanando do céu, Lucas enfatiza que esta foi uma ação sobrenatural. Isso não foi um fenômeno meteorológico, um físico violento, vento impetuoso é evidente a partir do uso do termo como. A atividade sobrenatural de Deus é tão completamente fora do alcance dos seres humanos que os escritores da Bíblia tem que empregar metáforas para descrever Suas manifestações de homens (cf. . Ez 43:2 ).

    Em hebraico e grego, as palavras de vento e espírito são os mesmos. Vento é freqüentemente usado como uma imagem do Espírito (cf. Ez 37:9 ; 11:15 —17 ). Que eles estavam sentados oferece mais uma prova de que eles não estavam orando para que o Espírito está vindo. Pé e ajoelhado foram as posturas para oração.

    Após a manifestação auditivo da chegada do Espírito veio um visual (cf. Lc 3:22 ). Não lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles. Que estes não eram chamas do literal de fogo, mais do que o vento estava se movendo de ar, é clara a partir do uso da expressão como de.

    Alguns tentaram vincular o fogo aqui com a de Mt 3:11 . Como o contexto dessa passagem indica, no entanto, o fogo em vista não é o fogo do juízo eterno (cf. Mt 3:12 ). Que as línguas pousaram sobre cada um deles mostra que todos os que estavam presentes receberam o Espírito naquele momento. Foi uma obra soberana de Deus em tudo coletivamente, não é algo buscado individualmente uniforme. Neste ponto, pelo batismo com o Espírito, todos eles foram feitos em um corpo espiritual, o corpo de Cristo.

    Ser cheio do Espírito deve ser diferenciado de ser batizado com o Espírito. O apóstolo Paulo define cuidadosamente o batismo com o Espírito como aquele ato de Cristo, que Ele coloca os crentes em Seu corpo ( Romanos 6:4-6. ; 1 Cor. 0:13 ; Gl 3:27. ). Em contraste com muitos ensinamentos errante hoje, o Novo Testamento em nenhum lugar ordena os crentes a buscar o batismo com o Espírito. É um, único, irrepetível ato soberano da parte de Deus, e não é mais uma experiência do que são os seus companheiros de justificação e adoção. Embora alguns visualizar de forma errada o batismo com o Espírito como a iniciação nas fileiras da elite espiritual, nada poderia estar mais longe da verdade. A Proposito do batismo com o Espírito não é dividir o corpo de Cristo, mas para unificá-lo. Como Paulo escreveu aos Coríntios, através do batismo com o Espírito "todos nós fomos batizados em um corpo" ( 1Co 12:13. ; cf. Gal. 3: 26-27 ; Ef 4:4-6. ).

    Ao contrário do batismo com o Espírito, ser cheio do Espírito é uma experiência e deve ser contínuo. Embora inicialmente cheio no Dia de Pentecostes, Pedro estava cheia novamente em At 4:8 . At 6:5 grava seu ser preenchido novamente . Paulo ficou cheia do Espírito em At 9:17 e novamente em At 13:9 ). A construção gramatical da passagem indica que os crentes devem ser continuamente ser cheio do Espírito. Aqueles que seria cheio do Espírito deve primeiro esvaziar-se. Isso envolve a confissão do pecado e morrendo de vontade de egoísmo e de auto-vontade. Para ser cheio do Espírito é praticar conscientemente a presença do Senhor Jesus Cristo e ter uma mente saturada com a Palavra de Deus. Colossenses 3:16-25 delineia os resultados de "deixar a palavra de Cristo ricamente habitar em nós" . Eles são os mesmos que resultam da plenitude do Espírito ( Ef. 5: 19-33 ). Como crentes produzir o momento por decisões momento da vida ao Seu controle, eles "andar no Espírito" ( Gl 5:16 ). (Para uma discussão mais aprofundada do enchimento com o Espírito, ver Efésios, MacArthur New Testament Commentary . [Chicago: Moody, 1986]) O batismo com o Espírito concede o poder que o enchimento com o Espírito desencadeia. (Para uma discussão mais aprofundada da diferença entre o batismo e o enchimento com o Espírito, ver meu livro Charismatic Chaos [Grand Rapids: Zondervan, 1992]., 191-93)

    Depois de ser cheio do Espírito Santo, eles começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Tem havido muita controvérsia nos últimos anos sobre o que significavaa falar em outras línguas. O texto, no entanto, não é ambíguo. Longe de ser discurso extático, as línguas faladas no Dia de Pentecostes eram conhecidos idiomas. O termo glossa é a palavra para línguas, e do contexto permite nenhuma outra interpretação (conforme a discussão dos versículos 8:11 abaixo).

    Em contraste com muitos ensinamentos de hoje, sendo dada a capacidade de falar em línguas não é associado com o batismo com o Espírito, mas aqui com o enchimento com o Espírito. Também não é falar em línguas a resposta normal para ser cheio do Espírito. At 4:8 , At 4:6: 5 ; At 7:55 ; At 9:17 ; e 13: 9 todas as instâncias do registro de onde o falar em línguas não acompanhou o enchimento com o Espírito.Paulo ensinou que a plenitude do Espírito deve resultar em muitas coisas, tais como adoração, gratidão, amor, submissão e obediência, mas não falar em línguas ( Ef 5:1 : deviam ser um sinal para Israel descrente. Enquanto isso fosse verdade, por um lado, por outro eles eram os links fornecidos para mostrar que os judeus, gentios e samaritanos eram todos iguais na igreja ( Atos 15:8-9 ). Os samaritanos receberam o Espírito Santo em Atos 8:14-19 . Embora não haja nenhuma referência às línguas, que não era provável que sinal sobrenatural é evidente a partir da reacção de Simão (cf. versículos 18:19 .) Atos 10:44-47 descreve o recebimento do Espírito pelos gentios da casa de Cornélio. Isso eles falaram em línguas convenceu os crentes judeus, assim como Pedro, que os gentios tinham recebido o Espírito também (cf. versículos 45 , 47 ). O último grupo a falar em línguas eram discípulos de João Batista que Paulo encontrou em Éfeso ( Atos 19:1-7 ). Eles estavam entre os últimos remanescentes de santos do Antigo Testamento, agora a chegar à fé em Cristo. Eles receberam a capacidade de falar em línguas, a fim de demonstrar a sua plena igualdade com os judeus, samaritanos e gentios na igreja. Cada caso descreve uma transição única, histórica. No ensinamento doutrinário para hoje pode ser estabelecida a partir desses incidentes.

    Que o verdadeiro dom de línguas bíblico não existe mais, resulta das seguintes linhas de evidência. Primeiro, foi um dom miraculoso, ea idade dos milagres terminou com a morte dos apóstolos ( Hb 2:3-4. ).É significativo que, fora de Atos os dons miraculosos do Espírito são mencionados apenas no início de epístola de 1 Coríntios. Epístolas posteriores, como Efésios, romanos, e I Pedro, discutir os dons espirituais, mas não mencionam os milagrosos.

    Ao contrário do que muitos ensinamentos hoje, a propósito do dom de línguas não era a edificação dos crentes. Como observado acima, elas eram um sinal de juízo para Israel descrente ( 1 Cor. 14: 21-22 ), mostrando que a igreja iria abranger pessoas de todas as nações e línguas. O dom de línguas era, portanto, um sinal da transição entre o Antigo eo Novo Pacto-a transição concluída há quase dois mil anos atrás.

    Tendo, assim, cumpriu o seu objectivo, o dom de línguas passaram da cena, assim 1Co 13:81Co 13:8 ). A tentativa de Nicodemus para defender Jesus reuniu-se com a resposta desdenhosa, "Você não é também da Galiléia, é você? Search, e ver que nenhum profeta surge da Galiléia" ( Jo 7:52 ).

    A visão dos galileus supostamente ignorantes que falam tantas línguas causou a multidão atônita a exclamar, como é que cada um de nós ouvi-los em nossa própria língua em que nascemos? Que essa comunicação sobrenatural era conhecido línguas humanas, não fala extática, torna-se claro que a lista das línguas específicas é enumerado. partos viveram no que é o Irã moderno. Eles nunca tinha sido conquistada pelos romanos, e manteve-se seus inimigos ferrenhos. Medes, parceiros no império com os persas no tempo de Daniel, agora faziam parte do Império Parto. Elamites viveu no que hoje é a sudoeste do Irã. Eles também faziam parte do Império Parto. Os habitantes da Mesopotâmia viveu entre os dois grandes rios, o Tigre eo Eufrates ( Mesopotâmia significa "entre rios"). Um grande número de israelitas haviam sido deportados para a região pelos assírios e babilônios. Nem todos tinham retornado à Palestina na época do decreto de Ciro ( II Crônicas 36:22-23. ). Judéia provavelmente deve ser interpretado no sentido mais amplo, como toda a região, uma vez controlada por Davi e Salomão. Isso explicaria a ausência da Síria a partir da lista. Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília eram todas as regiões da Ásia Menor. Eles tinham uma grande população judaica, como fez o Egito, particularmente na cidade de Alexandria. Foi nessa cidade que a Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, tinha sido produzido. Os distritos da Líbia, junto a Cirene eram a oeste do Egito, na costa Africano do Mar Mediterrâneo. Josephus menciona uma população judaica lá. Que havia judeus em Roma, assim como gentios prosélitos, é evidente a partir da expulsão de o Imperador Claudius deles, alguns anos depois ( At 18:2. ).

    O conteúdo destas línguas é identificado por Lucas como falar dos grandes feitos de Deus. Esse ensaio foi um elemento essencial da vida judaica e adoração. Ex 15:11 diz: "Quem é como tu entre os deuses, ó Senhor? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas? " (Cf. Is 25:1 acrescenta: "Eu vou lembrar os feitos de o Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antiguidade "(cf. Sl 26:7 ; Sl 111:4)

    Mas Pedro, tendo sua posição com os onze, levantou a voz e declarou-lhes: "Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, seja-vos isto notório, e dar ouvidos às minhas palavras Para estes homens não são. embriagados, como vós pensais, visto que é apenas a terceira hora do dia, mas isso é o que foi dito pelo profeta Joel: 'E será que, nos últimos dias, "Deus diz:' Que eu derramarei do Meu Espírito e profetizarão. E eu vou conceder maravilhas no céu acima, e os sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, ea lua em sangue, antes que grande e glorioso dia do Senhor virá E será que, para que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo "(2: 14-21)..

    Em um esforço para apelar para o interesse das pessoas, a igreja de hoje enfatiza um grande número de diferentes programas, métodos e abordagens. Atividades de pequeno grupo, compartilhamento e cultos "culturalmente relevantes", enfatizando a música e drama, tornaram-se cada vez mais popular. A psicologia secular, técnicas de gestão e estratégias de publicidade, todos fizeram incursões significativas na vida da igreja. Seminários sobre tudo, desde como ter um bom casamento para como lidar com dinheiro abundam.
    Nem todas essas coisas podem ser prejudiciais. Alguns, no seu devido lugar, pode até ser útil. Mas o que tem sido frequentemente sacrificados no turbilhão de atividades e programas é a prioridade da pregação. Enquanto alguns modernos podem ofereça boa viagem, tal não tem sido a atitude da Igreja ao longo da história, começando com a igreja primitiva. O primeiro evento da história da igreja, após a vinda do Espírito Santo, foi o sermão de Pedro. Ele levou a 3.000 conversões e lançou a igreja. O livro de Atos é em grande parte o registro da pregação apostólica. Pregação manteve-se sempre fundamental para a missão da igreja.

    At 4:2). Após a primeira grande perseguição da igreja começou, "aqueles que tinham sido espalhados pregando a palavra" (At 8:4). At 11:20 descreve o ministério dos "homens de Chipre e de Cirene, que veio a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus." Todo o caminho até o último verso, Atos registra como a igreja primitiva ", continuou a pregar o evangelho" (At 14:7; At 13:5; At 14:15, At 14:21; At 15:35; At 16:10; At 17:3; At 20:25; At 28:31).

    A ênfase da igreja primitiva em pregação refletiu que de nosso Senhor. No início do seu ministério, "Jesus começou a pregar ea dizer: Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo" (Mt 4:17).Marcos registra que "depois de João [Batista] tinha sido levado em custódia, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus" (Mc 1:14). Em Lc 4:43 Jesus disse: "Eu devo pregar o reino de Deus também às outras cidades também, porque eu foi enviado para esse fim." Ao longo de seu ministério, Jesus continuou a pregar e ensinar (11 conforme Matt:. 1; Marcos 1:38-39; Lc 8:1 nos dá uma visão sobre a visão do Senhor do Seu ministério:

    E Ele veio a Nazaré, onde fora criado; e como era seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para ler. E o livro do profeta Isaías foi entregue a Ele. E abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar o evangelho aos pobres. Ele enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para libertar os que são oprimidos, a proclamar um ano favorável do Senhor ". E Ele fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. E começou a dizer-lhes: "esta Escritura foi cumprida Hoje, em sua audição."

    Pregação ou proclamação é mencionado três vezes na passagem de Isaías que Jesus ler. Isso mostra claramente a importância de pregar em seu ministério. Jesus instruiu seus discípulos: "Como você vai, pregar" (Mt 10:7). Esta chamada para pregar é mais bem resumida nas palavras de Paulo em I Coríntios 1:17-25:

    Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não na esperteza do discurso, que a cruz de Cristo não deve ser anulada. Porque a palavra da cruz é para os que estão perecendo loucura, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus. Pois está escrito: "Destruirei a sabedoria dos sábios, e a esperteza do inteligente I deixará de lado." Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o debatedor desta idade? Acaso não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto que, na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não chegou a conhecer a Deus, Deus estava bem satisfeito pela loucura da pregação para salvar aqueles que crêem. Porque, na verdade judeus pedem sinais e os gregos procurar a sabedoria; mas nós pregamos Cristo crucificado, para os judeus uma pedra de tropeço, e aos gentios loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, ea fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
    Pregação ocupou com razão, que o lugar central na vida da verdadeira igreja ao longo dos tempos. A Reforma, que recuperou a fé, foi iniciado e se espalhou em grande parte através da revitalização da pregação por homens como Lutero, Calvino, Zwinglio e Knox. No cerne da grande força do puritanismo do século XVII era a sua ênfase no som pregação bíblica. O Grande Despertar do século XVIII, foi levado através da pregação por homens como George Whitefield, João Wesley, e Jonathan Edwards. O século XIX viu grandes evangelistas, como DL Moody, e grandes pregadores, como Charles Spurgeon, José Parker, e Alexander Maclaren.
    Um homem de Deus, dotados pelo Espírito para pregar a Palavra, não tem igual na apresentação da verdade de Deus. É o método ordenada por Deus para a evangelização e edificação. A fraqueza da igreja contemporânea é, em grande parte devido ao declínio da poderosa pregação bíblica. Paulo definir o padrão em alto relevo, quando disse:

    E quando eu vim para vos, irmãos, eu não vim com ostentação de linguagem ou de sabedoria, anunciando-vos o testemunho de Deus. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, temor e grande tremor. E a minha mensagem e minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, que a sua fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. (1 Cor. 2: 1-5)

    O apóstolo foi inspirado por Deus para fazer a pergunta: "Como ouvirão, se não há quem pregue?" Em seguida, ele afirmou a nobreza do pregador, quando ele citou Is 52:7).

    O conteúdo da pregação bíblica pode ser resumido em duas palavras gregas: kērugma e Didaqué . Kērugma deriva do verbo kerusso , o que significa "proclamar", ou "para anunciar uma proclamação." O substantivo kērugma refere-se ao conteúdo de uma proclamação. Pelo menos cinco elementos formavam o Novo Testamento kērugma . Primeiro, ele apresentou Jesus como o cumprimento das profecias do Velho Testamento. Em segundo lugar, descreveu-o como Deus em carne humana. Em terceiro lugar, focado em sua vida e obra, especialmente a Sua morte e ressurreição. Em quarto lugar, ele falou da sua segunda vinda. Por fim, declarou que a salvação era apenas através da fé nEle, e que aqueles que o rejeitaram como Senhor e Salvador seria eternamente condenados.

    Além kērugma , ou proclamação, a verdadeira pregação bíblica deve conter também Didaqué , ou de ensino. Didaqué , a partir do qual deriva a palavra Inglês "didáticos", refere-se ao conteúdo doutrinário dentro da pregação do kērugma . As epístolas são em grande parte composto por essa teologia da salvação que fornece a profundidade e largura e altura da pregação. A verdadeira pregação é proclamar as grandes verdades e Sustentando-los com a riqueza da sabedoria sobrenatural e profunda revelou toda a Escritura, sobretudo do Novo Testamento. Não existe tal coisa como uma verdadeira pregação bíblica que é desprovido de conteúdo doutrinário.

    O livro de Atos registra com freqüência que os homens foram convencidos a crer e ser resgatados pela pregação apostólica. Depois de Paulo e Silas pregou na sinagoga em Tessalônica, "alguns deles foram persuadidos e se uniram a Paulo e Silas" (At 17:4)

    O uso do termo "persuadido" sugere a pregação apostólica tinha tanto um fluxo lógico e conteúdo doutrinário. E Paulo afirmou que a fé salvadora vem por ouvir a mensagem de Cristo (Rm 10:17).

    Antes de lançar para o corpo principal do seu sermão, Pedro discute o que está imediatamente à mente-os das pessoas fenómenos de Pentecostes. Ele começa por dar uma refutação da acusação caluniosa de embriaguez. Em seguida, ele oferece uma explicação de Pentecostes com base em profecias do Velho Testamento.

    A refutação

    Mas Pedro, tendo sua posição com os onze, levantou a voz e declarou-lhes: "Homens da Judéia e todos os que vivem em Jerusalém, seja-vos isto notório, e dar ouvidos às minhas palavras Para estes homens não são. embriagados, como vós pensais, visto que é apenas a terceira hora do dia, (2: 14-15)

    Pedro tinha sido o líder reconhecido e muitas vezes a porta-voz para os apóstolos durante o ministério de Cristo na terra. Em todos os quatro listas dos apóstolos, seu nome é primeiro (Mateus 10:2-4; Marcos 3:16-19.; Lc 6:14-16; At 1:13). Ele continua agora nesse papel, tendo o seu estande, juntamente com os onze outros apóstolos, de frente para a multidão. O onze incluído Matias, escolhido anteriormente para substituir o traidor Judas e completar as fileiras dos doze. Como testemunhas de Cristo ressuscitado a si mesmos, eles apoiaram Pedro.

    Pedro levantou a voz para que a multidão pudesse ouvi-lo. O verbo traduzido declarou também aparece em 2: 4. Aqui, como lá, ele se refere a um discurso inspirado pelo Espírito. Pedro provavelmente falou em aramaico, a língua vernácula da Palestina e, assim, familiar aos seus ouvintes, que incluíam os homens da Judéia (os moradores de Jerusalém), e todos os que vivem em Jerusalém (a multidão que tinha se reuniram para celebrar o Pentecostes). A expressão semita deixar isso ser conhecido por você, e dar ouvidos às minhas palavras expressa confiança e ousadia de Pedro. Não há hesitação ou equívoco em seu coração. Comentador Albert Barnes observa,

    Pedro fez a entender que esta era uma questão duvidosa, ou que não pode ser explicado. Seu discurso foi respeitoso, mas firme. Ele prosseguiu calmamente para mostrar -lhes o seu erro. Quando os inimigos da religião nós ou ridicularizar o evangelho, devemos responder-lhes gentil e respeitosamente, mas com firmeza. Devemos raciocinar com eles friamente, e convencê-los de seu erro, Pv 15:1, "estai sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir a razão da esperança que há em vós, com mansidão e temor. " ( Notas sobre o Novo Testamento: At-romanos [Grand Rapids: Baker, reimpressão da edição de 1884-85].., 29-30 itálico no original)

    Obviamente, um Pedro cheia do Espírito era um homem muito diferente do que aquele que se encolheu diante de uma serva humilde e negou o seu Senhor em três ocasiões.
    Todo bom sermão começa com uma introdução que chama a atenção dos ouvintes. Neste caso, o Espírito Santo já havia fornecido uma introdução dramática. O som como um vento e o milagre das línguas havia prendido a atenção da multidão. Eles ficaram surpresos e confusos e queria uma explicação. Antes de dar essa explicação, Pedro refuta a falsa acusação de que os discípulos estavam bêbados (conforme v. 13).Ele rejeita a acusação como absurda, já que era apenas a terceira hora do dia. A terceira hora, contados a partir do nascer do sol, era 09:12 UM . M . Mesmo aqueles que estavam bêbados não estavam embriagados que no início do dia. Isso era especialmente verdadeiro em um dia de festival, como Pentecostes. Então universal era que a realidade que o apelo de Pedro para ela foi o suficiente para refutar a acusação de embriaguez.

    A Explicação

    mas este é o que foi dito pelo profeta Joel: 'E será que, nos últimos dias, "Deus diz:' Que eu derramarei do meu Espírito sobre toda a humanidade; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos terão sonhos; mesmo sobre meus bondslaves, tanto homens como mulheres, vou naqueles dias derramarei do meu Espírito e profetizarão. E eu vou conceder maravilhas no céu acima, e os sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumaça. O sol se converterá em trevas, ea lua em sangue, antes do grande e glorioso dia do Senhor virá. E será que, para que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. " (2: 16-21)

    O que aconteceu no dia de Pentecostes não foi uma aberração bêbado. Ao contrário, como Pedro demonstra agora, que estava conectado o que foi dito por intermédio do profeta Joel (conforme Joel 2:28-32).

    O termo últimos dias é uma expressão comum do Antigo Testamento (conforme Is 2:2; Jr 49:39; Ez 38:16; Os 3:1; Mq 4:1 diz: "Filhinhos, esta é a última hora." Pedro escreve que Cristo "tem aparecido nestes últimos tempos por amor de vós" (1Pe 1:20). O escritor de Hebreus nos informa que Deus "nestes últimos dias falou-nos no seu Filho" (He 1:2). No reino haverá perfeita paz (Is 9:7); Ele reina agora no coração de Seu povo. No reino, Cristo julgará todos os homens (At 17:31; 2Tm 4:12Tm 4:1) e continua em sentido revelacional nessa idade. (Para uma discussão sobre a cessação dos dons de sinais, ver meu livro Charismatic Chaos [Grand Rapids: Zondervan, 1992].)

    Nem as maravilhas no céu acima, e sinais embaixo na Terra ocorrem no dia de Pentecostes. Não havia sangue, fogo, ou vapor de fumaça. O sol não estava converterá em trevas, nem a lua em sangue.Esses eventos estão associados com a vinda do grande e glorioso dia do Senhor.

    dia do Senhor pode se referir a qualquer momento, Deus age em julgamento (conforme Is 13: 6FF; Ez 30:1ff; Jl 1:15; 2: 1-11; Jl 3:14; Amos 5:18-20 ..; Ob 1:15). Nesta passagem, no entanto, o dia final do Senhor associado com a segunda vinda de Cristo está em vista (conforme 1Ts 5:1; 2Ts 2:22Ts 2:2, o Senhor Jesus Cristo descreveu as mudanças no sol, a lua e as estrelas que acompanhariam Sua segunda vinda:

    Logo depois da tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e os poderes dos céus serão abalados, e em seguida o sinal do Filho do Homem aparecerá no céu, e, em seguida, todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

    Alguns desses distúrbios cósmicos tinha sido prefigurado pelos eventos em torno da morte de Cristo na cruz (conforme Lucas 23:44-45).

    Depois de ouvir a descrição aterrorizante Pedro citação de Joel do dia do Senhor, a multidão naturalmente quer saber como evitar ser pego em que o tempo de terror e devastação. Pedro, então, entrega o clímax de sua citação de Joel: E será que, para que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Não há salvação para aqueles que se voltam para o Salvador. No corpo principal de seu sermão, Pedro descreve a seus ouvintes exatamente quem que Salvador é eo que Ele exige para a salvação.


    5. O Primeiro Sermão Cristão — Parte 2 ( Atos 2:22-36 )

    Homens de Israel, ouçam estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou através dele no meio de vós, como vós mesmos sabeis-este, entregue pelo plano predeterminado e presciência de Deus, você pregado a uma cruz pelas mãos de homens ímpios e colocá-lo à morte. E Deus O ressuscitou novamente, pondo fim à agonia da morte, uma vez que era impossível para ele, a ser realizada em seu poder. Para Davi diz dele: "Eu estava sempre vendo o Senhor em minha presença;. Para ele à minha direita, para que eu não seja abalado Portanto alegrou o meu coração ea minha língua exultou; além disso a minha carne também permanecereis no esperança , pois que não deixarás a minha alma no Hades, nem permitir que o Teu Santo veja corrupção Fizeste-me conhecer os caminhos da vida;. Tu me fazer ás de alegria na tua presença ". Irmãos, eu posso dizer com confiança para você a respeito do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, eo seu túmulo está conosco até hoje. E assim, porque ele era um profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido a ele com um juramento a sentar um de seus descendentes em seu trono, ele olhou para a frente e falou da ressurreição de Cristo, que ele não era nem abandonado ao Hades, nem a sua carne sofrer deterioração. Este Jesus, Deus ressuscitou novamente, para que todos nós somos testemunhas. Portanto tendo sido exaltado à mão direita de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou isto que você quer ver e ouvir. Pois não era Davi quem subiu aos céus, mas ele próprio diz: "O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés." Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo-este Jesus, que vós crucificado. ( 2: 22-36 )

    Desde que a aliança de Deus com Abraão, no qual Ele prometeu abençoar todas as nações através da descendência de Abraão ( Gn 12:1 ), o povo judeu tem ansiava por tempos messiânicos. Eles acreditam que quando o Messias vem todos os erros serão feitas certo, e ele vai levá-los para a vitória sobre seus inimigos e inaugurar as bênçãos de seu reino prometido.

    Visto nesse contexto de intensa expectativa judaica, o D.C Pedro que os últimos dias, um nome para tempos messiânicos, já tinha começado ( 2: 16-21 ) foi chocante. Essa afirmação surpreendente, feita pelo apóstolo na introdução do seu sermão no Dia de Pentecostes, dirigido seus ouvintes logicamente em tema de seu sermão. Porque, se os tempos messiânicos tinha realmente começado, então Messias deve ter vindo. Essa é precisamente a tese de Pedro desenvolve no corpo principal de seu sermão. Ele apresenta a verdade que há muito aguardado Messias de Israel veio na pessoa de Jesus de Nazaré.

    É difícil para os leitores do século XX para apreciar o quão profundamente perturbador que o pedido era para os judeus. Messias foi a figura central no pensamento judaico. Dele Deus tinha revelado, "O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha Siló, e para ele será a obediência dos povos" ( Gn 49:10 ). Dele o salmista advertiu: "Faça uma homenagem ao Filho, para que não ficar com raiva, e pereçais no caminho, para a sua ira em breve poderá ser acesas" ( Sl 2:12 ). Ele foi o grande descendente de Davi, de quem Deus disse: "eu confirmarei o trono do seu reino para sempre" ( 2Sm 7:13. ; cf. Lc 1:31-33 ).

    À luz do que, por Pedro proclamar corajosamente Jesus de Nazaré como o Messias tinha que tanto choque e indignação aos seus ouvintes. Apesar de tudo, menos de dois meses antes, eles haviam executado Jesus para afirmando ser o Messias. Agora seus seguidores arrivista estavam fazendo esta mesma afirmação em Seu nome. Para a mente judaica, não poderia haver maior expressão de blasfêmia.
    Essa mesma antipatia Jesus Cristo persiste em nossos dias. Eu nunca vou esquecer o momento em que, como um homem jovem, visitei o escritório de um rabino local. Tivemos uma conversa agradável até que eu perguntei o que ele achava de Jesus Cristo. Ele trouxe seu punho desabar sobre sua mesa e olhou para mim. Apontando o dedo para mim, ele disse com veemência: "Não nunca mencionar esse nome na minha presença de novo!"
    Para Pedro para proclamar Jesus como o Messias de Israel era levantar a questão mais dinâmico, poderoso e forte possível. Ao fazê-lo, Pedro mostrou uma ousadia e coragem que ele tinha faltado anteriormente. Ou seja, mais uma vez prova do poder transformador de Pentecostes em sua vida.

    Sabendo que seus ouvintes exigiria provas convincentes antes de aceitar tal afirmação audaciosa, Pedro passa a fornecê-la. Depois de ter explicado o milagre de Pentecostes em sua introdução, ele agora se lança em seu tema, ou seja, que Jesus de Nazaré é o Messias divino. Pedro estabelece as credenciais de Jesus, demonstrando como Sua vida, morte, ressurreição e exaltação provar que Ele era o Messias.Como seu sermão se desenrola, Pedro flui através desses quatro elementos em ordem cronológica. De acordo com o costume apostólico, porém, ele se concentra principalmente sobre a ressurreição de Cristo (cf. At 3:15 ; At 5:30 ; At 10:40 ; At 13:30 , At 13:33, At 13:34 , At 13:37 ).

    A Vida de Cristo

    Homens de Israel, ouçam estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou através dele no meio de vós, como vós mesmos know ( 02:22 )

    Assim como fez no início de seu sermão (cf. 02:14 ), Pedro corajosamente desafiou os homens de Israel presentes para ouvir as suas palavras. Sua ousadia foi baseada em duas verdades inegáveis: Deus tinha trabalhado milagres através de Jesus, e eles tiveram —los visto. Que a salvação estava sendo oferecido a Israel, apesar de sua incredulidade e rejeição do Senhor Jesus Cristo é um testemunho da magnanimidade da graça de Deus.

    Jesus, o Nazareno era o nome pelo qual o Senhor era comumente conhecido durante Seu ministério terreno ( Mt 21:11. ; Mc 10:47 ; Mc 14:67 ; Mc 16:6 ; Jo 18:5 ). Identificou-lo com sua cidade natal de Nazaré; na verdade, a frase é, por vezes traduzida como "Jesus de Nazaré". Era o nome na inscrição na cruz ( Jo 19:19 ). Pedro usou várias outras vezes em Atos ( 3: 6 ; 04:10 ; 10:38 ), como fez Paulo ( 26: 9 ). Foi ainda utilizado de escárnio por alguns (cf. Jo 1:46 ), portanto, o uso de Pedro de la constitui uma leve repreensão. Este nome de nosso Senhor reflete Sua maravilhosa condescendência em deixar a glória do céu para viver em uma aldeia da Galiléia humilde.

    Pedro ainda descreve Jesus como um homem atestada a eles por Deus (cf. João 5:32-37 ; Jo 8:18 ). Apodeiknumi ( atestado ) tem várias nuances de significado. Ela é usada em 1Co 4:9 ).

    Jesus não fez seus milagres em suas próprias; Deus realizou -los por meio dele ( João 5:17-20 , Jo 5:30 , Jo 5:36 ; Jo 8:28 ; Jo 14:10 ). Eles mostraram tanto a Sua divindade e aprovação do Pai Dele ( Mateus 11:1-6. ;Lucas 7:20-23 ; Jo 3:2 ). Pedro repetidamente enfatiza o envolvimento de Deus na vida, morte e ressurreição de Cristo ( vv. 23, 24 , 32, 33 , 36 ). Ele dirige a questão de que amplas evidências revela que Jesus Cristo não era impostor, mas era de fato escolhido o Messias de Deus.

    Os milagres que Deus realizou por meio de Jesus Cristo, Pedro lembra-los, foram feitas no meio de vós, como vós mesmos sabeis. Eles não poderiam alegar ignorância. Sua rejeição de Jesus não foi baseada em falta de informação, mas no ódio e amor ao pecado.

    Esse ódio aparece em muitas passagens. Em João 10:37-38 , Jesus disse: "Se eu não faço as obras de Meu Pai, não creiam em mim, mas, se as faço, embora você não acredita em mim, crede nas obras, para que saibais e compreender que o Pai está em mim e eu no Pai ". Qual foi a resposta? "Por isso, eles estavam buscando novamente para prendê-lo, e ele escapou de seu alcance" ( v. 39 ). Note-se que, embora eles rejeitaram suas reivindicações, eles não negam as obras que ele fez.

    Depois da ressurreição de Lázaro, Jesus, "algumas das [multidão que havia testemunhado a ressurreição de Lázaro] foi ter com os fariseus e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. Por isso, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus convocou um conselho, e foram dizendo: "O que estamos fazendo para este homem está realizando muitos sinais? '" ( João 11:46-47 ). Mesmo Seus piores inimigos não negou Seus milagres. Sua resposta, porém, foi para traçar sua morte ( vv. 48-53 ).

    Na entrada triunfal ", a multidão que estava com ele quando chamou Lázaro para fora do túmulo, e ressuscitou dentre os mortos, estavam dando a Ele testemunhar. Por isso também a multidão lhe saiu ao encontro, porque tinham ouvido que ele tinha realizada este sinal "( João 12:17-18 ). Poucos dias depois, essa mesma multidão clamou diante de Pilatos: "Seja crucificado" ( Mateus 27:22-23. ).

    Talvez a mais clara afirmação desta verdade vem de palavras de nosso Senhor em João 15:24-25 : "Se eu não tivesse feito entre eles as obras que nenhum outro fez, não teriam pecado, mas agora eles têm visto e odiado Eu e meu pai também. Mas eles têm feito isso, a fim de que a palavra pode ser cumprida que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem causa. "

    As provas de vida de Jesus e obras que Ele era o Messias de Deus foi conclusiva e inegável. Mas porque "os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" ( Jo 3:19 ), eles cometeram o maior pecado que pode ser comprometido com eles rejeitaram Jesus Cristo.

    A morte de Cristo

    este homem, entregue pelo plano pré-determinado e presciência de Deus, você pregado a uma cruz pelas mãos de homens ímpios e colocá-lo à morte. ( 02:23 )

    Uso enfático de Pedro da frase esta Man ​​traz o contraste gritante entre a avaliação de Jesus e de Deus de seus ouvintes. O próprio Aquele que Deus tinha honrado como o Messias, eles tinham rejeitado e crucificado.

    Neste verso Pedro responde uma objeção que iria surgir na mente dos seus ouvintes. Se Jesus era o Messias, por que ele estava uma vítima? Por que Ele não usa seu poder para evitar a cruz? A resposta de Pedro a esta objeção não dita é que Jesus não era vítima ( João 10:17-18 ; 19: 10-11 ); ao contrário, Ele foi entregue pelo plano pré-determinado e pré-conhecimento de Deus.

    Ekdotos ( entregue ) aparece somente aqui no Novo Testamento. Ele descreve os entregou aos seus inimigos, ou traído. Deus deu Seu Filho para ser o Salvador do mundo, o que implicou entregando-Lhe que os seus inimigos. Até o desígnio de Deus, Jesus foi traído por Judas para as mãos dos líderes judeus, que o entregou aos romanos para execução.

    Predeterminado é de HORIZO , da qual nós temos a nossa Inglês palavra "horizonte". Significa "para marcar com um limite", ou "de determinar." Plano é de boulomai e refere-se a vontade, design, ou o propósito de Deus. Tomadas em conjunto, indicam que Jesus Cristo foi entregue à morte porque Deus planejou e ordenou-lo ( Atos 4:27-28 ; 13 27:44-13:29'>13 27:29 ) desde toda a eternidade ( . 2Tm 1:9 (comp. 04:28 ); Rm 8:29 . Falando de Seu traidor lá, nosso Senhor disse: "O Filho do Homem vai, como foi determinado;! Mas ai daquele homem por quem é traído!" Os homens são responsáveis ​​não para os planos de Deus, mas por seus próprios pecados.

    O pecado abominável de rejeitar Jesus Cristo foi o momento mais negro na história de Israel. Longe de lançar dúvidas sobre suas credenciais messiânicas, no entanto, que a traição era parte do plano eterno de Deus. E apesar de Pedro não se desenvolve o pensamento aqui, o Antigo Testamento ensina claramente que o Messias tinha de morrer (cf. Sl 22. ; . Is 53 ). A morte de Jesus Cristo, não menos que Sua vida, confirmou que Ele era o Messias.

    A Ressurreição de Cristo

    E Deus O ressuscitou novamente, pondo fim à agonia da morte, uma vez que era impossível para ele, a ser realizada em seu poder. Para Davi diz dele: "Eu estava sempre vendo o Senhor em minha presença;. Para ele à minha direita, para que eu não seja abalado Portanto alegrou o meu coração ea minha língua exultou; além disso a minha carne também permanecereis no esperança , pois que não deixarás a minha alma no Hades, nem permitir que o Teu Santo veja corrupção Fizeste-me conhecer os caminhos da vida;. Tu me fazer ás de alegria na tua presença ". Irmãos, eu posso dizer com confiança para você a respeito do patriarca Davi, que ele morreu e foi sepultado, eo seu túmulo está conosco até hoje. E assim, porque ele era um profeta, e sabendo que Deus lhe havia prometido a ele com um juramento a sentar um de seus descendentes em seu trono, ele olhou para a frente e falou da ressurreição de Cristo, que ele não era nem abandonado ao Hades, nem a sua carne sofrer deterioração. Este Jesus, Deus ressuscitou novamente, para que todos nós somos testemunhas. ( 2: 24-32 )

    Como já mencionado, a ressurreição de Jesus Cristo não foi apenas o tema central da pregação apostólica, mas também é sem dúvida o clímax da história da redenção. Isso prova além de qualquer dúvida a divindade de Jesus Cristo e estabelece Suas credenciais messiânicas. Ela também é a garantia da nossa própria ressurreição ( Jo 14:19 ; Rom. 6: 4-5 ; 1Co 6:141Co 6:14 ; 15: 16-23 ). A ressurreição é a prova suprema que Deus aceitou o sacrifício de Jesus Cristo (cf. Rm 4:25 ). Sem ele, a Sua morte torna-se a morte heróica de um nobre mártir, a morte patética de um louco, ou a execução de uma fraude.

    A maior prova de que Jesus é o Messias, então, não é o Seu ensinamento, Seus milagres, ou até mesmo sua morte. É a Sua ressurreição. Isso torna-se o principal tema do sermão de Pedro. Depois de passar um verso cada sobre a vida e morte de Cristo, ele gasta nove versos sobre a Sua ressurreição.

    Os versículos 23 e 24 forma um pensamento ligado. Israel rejeitou e crucificou o seu Messias, mas Deus O ressuscitou novamente. Pedro força leva para casa a ponto de que eles eram culpados de se opor a Deus, a despeito de suas orgulha em contrário ( Rom. 2: 17-20 ). Essa tática foi utilizado freqüentemente em Atos (cf. 3: 14-15 ; 10: 39-40 ; 13 27:30 ).

    Ao elevar Jesus, Deus colocou um fim à agonia da morte para Ele. Agony traduz ōdinas , que literalmente significa "dores do parto". Como a dor de uma mulher em trabalho de parto, a dor da morte de Jesus foi temporária e resultou em algo glorioso-ressurreição.

    Deus entregou Jesus da morte , uma vez que era impossível para ele, a ser realizada em seu poder. A morte foi impotente para segurá-lo por várias razões. Primeiro, a morte não poderia segurá-lo por causa do poder divino. Jesus era "a ressurreição ea vida" ( Jo 11:25 ), que morreu ", que por sua morte, tornar impotente aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo" ( He 2:14 ). Em segundo lugar, a morte não poderia segurá-lo por causa da promessa divina. João 2:18-22 registra o seguinte diálogo:

    Os judeus, respondeu, e disse-lhe: "Que sinal nos mostras para, vendo que você faz essas coisas?" Jesus respondeu, e disse-lhes: "Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei". Por isso, os judeus disseram: "Demorou 46 anos para construir este templo, e tu o levantarás em três dias?" Mas ele falava do templo do seu corpo. Quando, pois, ressuscitou dentre os mortos, os seus discípulos lembraram-se de que Ele disse isso; e creram na Escritura, e na palavra que Jesus tinha dito.

    "Assim está escrito:" Nosso Senhor disse aos discípulos: "que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos no terceiro dia" ( Lc 24:46 ). Por fim, a morte não poderia segurá-lo por causa do propósito divino. Deus planejou que o Seu povo estar com Ele por toda a eternidade. A fim de fazer isso, eles precisam passar por morte e sair do outro lado. Jesus tinha que ir primeiro a fazer o caminho (cf. 1 Cor. 15: 16-26 ). Porque Ele vive, o seu povo vai viver para sempre ( Jo 14:19 ).

    Para confirmar ainda mais que a ressurreição era o plano de Deus para o Messias, Pedro cita uma passagem profética do Salmo 16:8-11 . Embora escrito por Davi, a passagem é profeticamente Messias falando na primeira pessoa (cf. Sl. 22 ). Ele descreve a confiança confiante do Messias em Deus como Ele olhou para a cruz. Sua declaração de que eu estava sempre vendo o Senhor na minha presença é a chave para que a confiança. Jesus manteve seu foco em Deus, não importa o que as provas vieram Seu caminho. Ele sabia que, porque Deus estava em Sua mão direita, Ele não pode ser abalado. A mão direita simboliza proteção. Em uma cerimônia de casamento, o noivo está à direita da noiva. No mundo antigo, um guarda-costas ficou no lado direito do que ele estava protegendo. Nessa posição ele poderia cobri-lo com seu escudo e ainda ter o braço direito livre para lutar.

    Por causa de Sua confiança na proteção de Deus, o Messias poderia dizer alegrou o meu coração e minha língua exultou. Mesmo a perspectiva da cruz não poderia atenuar a alegria de Cristo. Como o escritor de Hebreus diz, "Jesus ... para a alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz" ( He 12:2 ), Pedro usa-lo aqui no seu sentido mais geral da morada dos mortos. A frase expressa confiança de Cristo, que Ele não continuaria a ser um cativo no reino da morte. Nem Deus permitir Seu Santo (um título messiânico; cf. Mc 1:24 ; Lc 4:34 ; Jo 6:69 ) . submeter-se a decadência Durante seus três dias no túmulo, o corpo de nosso Senhor não experimentaram nenhuma corrupção. O significado deste versículo será visto em breve.

    A citação de Pedro de versículo 11 do Salmo 16 tem intrigado alguns comentadores, uma vez que ele não aparece para avançar seu argumento. A frase os modos de vida (o texto hebraico do Sl 16:11 usa o "caminho da vida" singular), no entanto, pode ser interpretado como uma referência à ressurreição. Seria, assim, ter o sentido de "o caminho para a vida de ressurreição." O contexto implica fortemente tal interpretação. Como resultado da ressurreição, o Messias seria cheio de alegria, como Ele experimentou de Deus presença.

    Pedro chega agora ao cerne de seu argumento. Dirigindo-los mais uma vez como irmãos, ele confiantemente lembra-lhes que o patriarca Davi morreu e foi enterrado. Na verdade, seu túmulo desde evidência visível de que ele não havia cumprido a profecia do Salmo 16 . Davi falava como um profeta, porém, não de si mesmo. Ele sabia que Deus tinha feito a ele com um juramento a sentar um de seus descendentes em seu trono. Essa promessa está registrado em II Samuel 7:11-16 :

    O Senhor também declara que o Senhor vai fazer uma casa para você. Quando seus dias estão completos e se deitar com os seus pais, então farei levantar sua descendente depois de você, que sairá de você, e eu estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e eu estabelecerei o trono do seu reino para sempre. Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho; quando vier a transgredir, vou corrigi-lo com a vara de homens e com açoites de filhos de homens, mas minha misericórdia não retirarei dele, como a tirei longe de Saul, a quem tirei de diante de ti. E a sua casa e teu reino perseverar diante de mim para sempre; teu trono será estabelecido para sempre.
    Davi, então, olhou para a frente e falou da ressurreição de Cristo, que, ao contrário de Davi, não era nem abandonou a Hades, nem a sua carne sofrer deterioração.

    O argumento de Pedro de Salmo 16 pode ser resumida da seguinte forma: O salmo fala de uma ressurreição. Desde Davi, no entanto, não foi ressuscitado, não se pode falar dele. Assim, Davi fala no salmo do Messias. Por isso, o Messias irá ressuscitar dentre os mortos. Pedro agora oferece sua poderosa conclusão: . Este Jesus, Deus ressuscitou novamente, para que todos nós somos testemunhas O argumento é conclusivo: Jesus de Nazaré é o Messias.

    A exaltação de Cristo

    Portanto tendo sido exaltado à mão direita de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou isto que você quer ver e ouvir. Pois não era Davi quem subiu aos céus, mas ele próprio diz: "O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés." Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo-este Jesus, que vós crucificado. ( 2: 33-36 )

    Não só Jesus ressuscitou dos mortos, mas ele também foi exaltado para o lugar de honra, glória e poder (cf. : Phil 2 9-11. no) à direita de Deus (cf. Mc 16:19 ; Lc 22:69 ; At 5:31 ; 7: 55-56 ; Rm 8:34. ; Cl 3:1. ; He 12:2 ). A partir dessa posição exaltada, Pedro diz, Jesus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que você quer ver e ouvir. Pedro agora traz seus ouvintes círculo completo de volta para os fenômenos de Pentecostes. Ele diz que o que tinha acabado de ver resultou da promessa de Deus de enviar o Espírito para inaugurar a era messiânica ( Joel 2:28-29 ). Agora que Cristo foi ressuscitado e glorificado, Deus cumpriu a promessa (cf. Jo 7:39 ).

    Pedro, então, cita outro salmo de Davi, Salmo 110 , para provar de Sua ascensão e exaltação que Jesus Cristo é o Messias. Mais uma vez, o salmo não poderia estar se referindo a Davi, uma vez que não era Davi, que subiu aos céus. Na verdade, Davi próprio diz no salmo que, "O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus . inimigos por escabelo de teus pés "Colocar os inimigos sob seus pés era uma figura de linguagem que denota a sua abjeta submissão (cf. Josh. 10: 24-25 ). Davi não foi exaltado à destra de Deus, mas Jesus era ( Atos 1:9-11 ). A prova disso foi o derramamento do Espírito que a multidão tinha acabado de presenciar.

    Pedro apresentou elementos de prova esmagadora de "vida de Jesus, morte, ressurreição e exaltação que Ele é realmente tão esperado Messias de Israel. Ele agora chama seu sermão a uma conclusão poderoso com estas palavras de toque: pois, toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez Senhor e Cristo-este Jesus, que vós crucificado. Asphalōs ( com certeza ) fala daquilo que é conhecido além de uma dúvida. O mesmo Jesus que Deus atestada como Messias através da Sua vida, morte, ressurreição e exaltação era o mesmo Jesus, a quem eles tinham crucificado. O veredicto foi, e eles estavam do lado errado, culpado de se opor a Deus e rejeitando o seu Messias. Como Pedro foi mais tarde para colocá-lo: "Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, mas que se tornou a pedra muito esquina" ( At 4:11 ).






    6. O Primeiro Sermão Cristão — Parte 3 ( Atos 2:37-41 )

    E, ouvindo eles isto, eles foram perfurados para o coração, e disse a Pedro e aos demais apóstolos: "Irmãos, o que devemos fazer?" E disse-lhes Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados;. E recebereis o dom do Espírito Santo Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos os que estão longe, tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar para si mesmo ". E com muitas outras palavras que ele solenemente testemunhou e continuou exortando-os, dizendo: "Salvai-vos desta geração perversa!" Então, os que receberam a sua palavra foram batizados; e adicionaram-se naquele dia cerca de três mil almas. ( 2: 37-41 )

    A pergunta mais importante que qualquer um pode fazer é a pergunta: "O que eu devo fazer para ser salvo?" A resposta errada para essa pergunta, não importa o quão correto crenças de uma pessoa pode ser em outras áreas, é o caminho para a tragédia eterna.
    Sabendo o quão importante vital uma resposta correta é a esta pergunta, Satanás fez seus maiores esforços para confundir a questão. O resultado tem sido uma infinidade de respostas erradas. Embora aparentemente baseada na Bíblia, cada um é, de facto, uma perversão da verdade bíblica.

    O legalista, por exemplo, argumenta que a salvação vem por meio de um sistema de retidão de obras. Ele pode citar Jc 2:21 como um texto de prova: "Não era o nosso pai Abraão justificado pelas obras, quando ofereceu seu filho Isaque sobre o altar?" Tal uso indevido de que o verso ignora o contexto em que aparece ( Tiago 2:14-26 ). Ele também está diretamente contradita pelas palavras do apóstolo Paulo em Romanos 4:2-3 : "Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus Pois o que diz a Escritura" E Abraão creu.? Deus, e isso lhe foi imputado como justiça "(cf. Gal 3: 6-9. ). E Paulo enfaticamente rejeita qualquer idéia de salvação por meio de manter a lei em Rm 3:20 , "Pelas obras da lei nenhuma carne será justificada diante dele."

    O moralista toma um rumo um pouco diferente. Ele acredita que, enquanto as suas boas obras superam seus maus em escalas de Deus que vai dar tudo certo para a eternidade. Como prova, ele pode citarJoão 5:28-29 : "Está chegando a hora, em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão: os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida, aqueles que fizeram o mal, para uma ressurreição de julgamento. " Esse versículo, no entanto, se limita a afirmar que uma vida redimida será caracterizado por boas obras, um um não redimido pela sua ausência. Além disso, o moralista vai evitar cuidadosamente qualquer discussão de tais passagens como Efésios 2:8-9 ("Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não como resultado de obras , para que ninguém se glorie "), Rm 3:12 ("Não há justo, nem um sequer"), e Rm 3:23 ("Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus").

    Alguns dos ouvintes judeus de Pedro teria argumentado para a salvação baseado em herança racial. Para tais pessoas, João Batista deu o seguinte aviso: "Não pensem que você pode dizer a si mesmos: 'Temos por pai a Abraão', porque eu digo a você, que Deus é capaz destas pedras suscitar filhos a . Abraão E o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo "( Mateus 3:9-10. ). A verdade é que "eles não são todos os israelitas que são descendentes de Israel" ( Rm 9:6 , "Portanto, assim como por uma só ofensa não resultou a condenação de todos os homens, assim também por um só ato de justiça não resultou justificação de vida a todos os homens." Ele ignora o aviso solene de nosso Senhor "entrar pela porta estreita, porque larga é a porta, e o caminho é largo que leva à perdição, e muitos são os que entram por ela" ( Mt 7:13. ).

    O ritualista também apela para a Escritura para validar sua noção de que a salvação vem por meio de rituais de observação. O versículo 38 do presente passagem é frequentemente citado em apoio do ponto de vista ritualist: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos seus pecados. " Ritualists ignorar a verdade bíblica de que a salvação não vem através de rituais, mas pela fé em Jesus Cristo. Eles não conseguem entender que "com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação" ( Rm 10:10 ).

    Infelizmente, todos os pontos de vista aberrantes têm legiões de seguidores em nossos dias. Isso mostra que qualquer posição pode ser comprovada a partir da Bíblia, tendo interpretado errAdãoente ou tomar passagens fora de contexto e não para comparar Escritura com Escritura.
    Ao contrário dos fornecedores de falso ensino, Pedro dá a resposta correta à pergunta de como ser salvo. Ele conclui seu sermão com um apelo aos seus ouvintes. A passagem, em seguida, conclui dando os resultados do sermão de Pedro.

    O Recurso

    E, ouvindo eles isto, eles foram perfurados para o coração, e disse a Pedro e aos demais apóstolos: "Irmãos, o que devemos fazer?" E disse-lhes Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados;. E recebereis o dom do Espírito Santo Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos os que estão longe, tantos quantos o Senhor nosso Deus chamar para si mesmo ". E com muitas outras palavras que ele solenemente testemunhou e continuou exortando-os, dizendo: "Salvai-vos desta geração perversa!" ( 2: 37-40 )

    A conclusão de Pedro para o corpo principal do seu sermão foi devastador. Ele acusou seus ouvintes com rejeição e execução de seu Messias-o muito Aquele que Deus tinha feito Senhor e Cristo ( v 36. ).Quando ouviram isso a afirmação de —Pedro no versículo 36 - que foram perfurados para o coração. Katanussō ( perfurada ) aparece somente aqui no Novo Testamento. Significa "perfurar", ou "esfaquear", e, portanto, representa algo repentino e inesperado. Atordoado pela sua incapacidade de escapar da acusação de que eles eram culpados de comportamento abominável diante de Deus, eles foram superados pela dor e remorso.

    Há várias razões para suas angústias. Em primeiro lugar, como já observado, foi a percepção de que eles haviam executado o seu Messias. Aquele por quem ansiava por séculos, Aquele que era a esperança de todas as suas promessas pessoais e nacionais, tinha finalmente chegado. Em vez de recebê-lo, no entanto, eles rejeitaram e entregou-o aos seus inimigos amargos e odiado, os romanos, para a execução.
    Em segundo lugar, eles próprios tinham feito isso. Teria sido ruim o suficiente para saber que o Messias tinha sido morto. Muito pior foi o conhecimento de sua própria cumplicidade no crime. Isso, sem dúvida, produzido neles um profundo sentimento de culpa. Eles não podiam imaginar um pecado maior do que matar o seu Messias.
    Um terceiro motivo de sua angústia era o medo da ira de Messias. Pedro havia anunciado a eles em termos inequívocos, que o mesmo Jesus que tinham crucificado era agora vivo ( vv. 24 , 31, 32 ). Pior ainda, ele tinha citado a eles uma passagem do Salmo 110 que falou sobre a derrota das inimigos do Messias. O maior inimigo de Deus existia do que aqueles que mataram seu Messias?

    Finalmente, eles foram devastadas pelo entendimento de que o que tinham feito não pode ser desfeito.
    Sobrecarregado com angústia, desespero, remorso e culpa, que disse a Pedro e aos demais apóstolos: "Irmãos, o que devemos fazer?" Eles procuraram desesperAdãoente uma maneira de fazer com que direito eles tinham feito, e evitar a ira de Messias. Eles estavam no mesmo ponto de Paulo foi quando ele gritou na estrada de Damasco, "Que farei, Senhor?" ( At 22:10 ). Suas palavras são uma reminiscência daqueles do carcereiro de Filipos, que perguntou a Paulo e Silas: "Senhores, que devo fazer para ser salvo?" ( At 16:30 ). Seu estado de espírito ilustra perfeitamente a do pecador condenado.Eles tinham um profundo senso de sua própria culpa, e um medo pânico da ira de Deus. Eles tinham um forte desejo de ser salvo do que a ira, e uma vontade de submeter-se a vontade de Deus. Tal convicção de pecado é uma parte de cada conversão genuína.

    O livro de Zacarias ilustra essa verdade. Zc 12:10 descreve o primeiro passo para a restauração de Israel, a convicção do pecado: "E eu vou derramar sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, o Espírito de graça e de súplica, para que eles olharão para mim, a quem traspassaram;. e eles vão chorar por ele, como quem pranteia por um filho único, e chorarão amargamente por ele, como o choro amargo ao longo de um primeiro-nascido " Só depois que a convicção é que a purificação do pecado descrito em Zc 13:1 ) e rejeição de Jesus Cristo ( João 16:8-9 ). Convicção Genuina é produzido pelo Espírito de Deus, em conjunto com a Palavra de Deus, que é "viva e eficaz e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas e capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração "( He 4:12 ).

    O Espírito Santo, por meio poderosa pregação de Pedro, os havia levado ao ponto de desespero. Pedro agora responde a sua pergunta com a única resposta correta: . arrepender metanoeo ( arrepender-se ) é um termo rico Novo Testamento. Ela fala de uma mudança de propósito, de abandonar o pecado a Deus ( 1Ts 1:9. ) chamado para o arrependimento. É um tema muitas vezes repetida em Atos ( 03:19 ; 05:31 ; 08:22 ; 11:18 ; 17:30 ; 20:21 ; 26:20 ).

    Apesar de ouvintes de Pedro temia o julgamento de Deus, o verdadeiro arrependimento envolve mais do que medo das consequências. Comentador Albert Barnes corretamente observa que "falso arrependimento teme as conseqüências do pecado; verdadeiro arrependimento teme o próprio pecado "( Barnes 'Notes sobre o Novo Testamento: At-romanos [1884-1885; reimpressão, Grand Rapids: Baker, nd], de 52 anos. grifos no original). O verdadeiro arrependimento odeia o pecado pelo que ele é, uma afronta a Deus. Sabendo que o pecado é o mal e que Deus odeia o motiva a pessoa verdadeiramente arrependido de abandoná-lo. O arrependimento genuíno abandona assim o pecado e se transforma em compromisso total com Jesus Cristo. (Para uma discussão sobre o arrependimento, ver meus livros O Evangelho Segundo Jesus , rev ed [Grand Rapids: Zondervan, 1994].. e obras a fé . [Dallas: Palavra, 1993])

    É difícil para os leitores modernos para compreender a magnitude da mudança de frente para ouvintes judeus de Pedro. Eles faziam parte de uma comunidade única, com uma rica história cultural e religiosa.Apesar de longos anos de subjugação para Roma, eram ferozmente nacionalista. A nação havia rejeitado Jesus como blasfemo e executaram. Ora, Pedro exorta-os a virar as costas para tudo isso e abraçar Jesus como seu Messias.
    Ao chamar em cada um deles para ser batizado em nome de Jesus Cristo Pedro não permite quaisquer "discípulos secretos" (cf. 10 Matt 32:33. ). Batismo marcaria uma ruptura pública com o judaísmo e identificação com Jesus Cristo. Tal ato público drástica iria ajudar a eliminar as conversões que não eram verdadeiras. Em nítido contraste com muitas apresentações modernas do evangelho, Pedro fez aceitar a Cristo difícil, não é fácil. Ao fazê-lo, ele seguiu o exemplo de nosso Senhor ( Lucas 14:26-33 ; 18: 18-27 ). O batismo foi sempre em nome de Jesus Cristo. Essa foi a identificação fundamental, eo custo foi alto para tal confissão.

    O significado da declaração de Pedro que o batismo é para o perdão dos pecados foi muito disputado. Aqueles que ensinam a regeneração batismal-o falso ensino de que o batismo é necessário para a salvação-ver este versículo como prova principal de seu ponto de vista.

    Essa visão ignora o contexto imediato da passagem. Como já se referiu, o batismo seria um passo dramático para ouvintes de Pedro. Ao identificar-se publicamente como seguidores de Jesus de Nazaré, que corria o risco de se tornar párias em sua sociedade (cf. Jo 9:22 ). Pedro exorta-os a provar a veracidade de seu arrependimento, submetendo ao batismo público. Da mesma forma, nosso Senhor chamado o jovem rico para provar a autenticidade de seu arrependimento pela despedida com a sua riqueza ( Lucas 18:18-27 ). Com certeza, no entanto, ninguém iria argumentar a partir da última passagem que dando as posses é necessária para a salvação. A salvação não é uma questão de água ou economia. O verdadeiro arrependimento, no entanto, vai inevitavelmente se manifestar em total submissão à vontade do Senhor.

    Em segundo lugar, tal ensino viola o princípio hermenêutico importante conhecida como analogia Scriptura (a analogia das Escrituras). Este princípio estabelece que nenhuma passagem, quando corretamente interpretados, vai ensinar algo contraditório com o restante das Escrituras. E o resto da Escritura inequivocamente ensina que a salvação é somente pela fé (cf. Jo 1:12 ; Jo 3:16 ; At 16:31 ;Romanos 3:21-30. ; Rm 4:5 ; Fp 3:9. ).

    Em terceiro lugar, depois de condenar a religião ritualística dos escribas e fariseus, nosso Senhor não teria instituído um de seus próprios. FF Bruce comenta: "É contra toda a genialidade de religião bíblica para supor que o rito exterior [do batismo] tinha qualquer valor, exceto na medida em que foi acompanhado por verdadeiro arrependimento dentro" ( O Livro dos Atos [Grand Rapids: Eerdmans, 1971], 77).

    Em quarto lugar, esta interpretação não é fiel aos fatos da Escritura. Ao longo do livro de Atos, o perdão está ligada ao arrependimento, não batismo (cf. 03:19 ; 05:31 ; 26:20 ). Além disso, a Bíblia registra que alguns que foram batizados não foram salvos ( At 8:13 ; 21-23 ), enquanto alguns foram salvos sem menção de serem batizados ( Lucas 7:37-50 ; Mt 9:2 ). A história da conversão de Cornélio e seus amigos mostra muito claramente a relação do batismo para a salvação. Foi só depois que eles foram salvos, como demonstra sua receber o Espírito Santo ( Atos 10:44-46 ), que foram batizados ( vv 47-48. ). Na verdade, era porque eles tinham recebido o Espírito (e, portanto, foram salvos) que Pedro ordenou que fossem batizados ( v. 47 ). Essa passagem mostra claramente que o batismo segue a salvação; não causá-lo.

    Em I Coríntios 15:1-4 , o apóstolo Paulo resume o evangelho que ele pregou e pelo qual o Corinthians tinha sido salvo. Não há menção de batismo. Além disso, em I Coríntios 1:14-16 , Paulo se alegrou de que ele havia batizado nenhum do Corinthians, exceto Crispo, Gaio, e a família de Estéfanas. Essa declaração é inexplicável, se o batismo é necessário para a salvação. Paulo, então, na verdade estar dizendo que ele era grato que só aqueles poucos foram salvos sob o seu ministério. O apóstolo distingue claramente o batismo do evangelho em 1Co 1:17 , onde ele diz que "Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho." Como Paulo poderia ter feito tal declaração se o batismo era necessário para a salvação?

    Enquanto a preposição eis ( para ) pode significar "com o propósito de," também pode significar "por causa de", ou "por ocasião do" (AT Robertson, Palavra Pictures no Novo Testamento [Grand Rapids: Baker, reedição de a edição de 1930], 3: 35-36; HE Dana e JR Mantey, A Gramática manual do grego do Novo Testamento [Toronto: Macmillan, 1957], 104). O último é claramente o seu significado emMateus 0:41 , que diz que o povo de Nínive se arrependeu por causa da pregação de Jonas.

    A ordem é clara. O arrependimento é o perdão. Batismo segue que o perdão; isso não faz com que ele (cf. 08:12 , 34-39 ; 10: 34-48 ; 16: 31-33 ). É o sinal público ou símbolo do que aconteceu no interior. É um passo importante de obediência para todos os crentes, e deve acompanhar de perto a conversão. Na verdade, na igreja primitiva era inseparável da salvação, para que Paulo se refere à salvação como sendo relacionada a "um só Senhor, uma só fé, um só batismo" ( Ef 4:5 , nosso Senhor disse: "Este é o meu sangue da aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados." Em Lc 24:47 , Ele lembrou os discípulos que "o arrependimento para a remissão dos pecados deve ser proclamada em seu nome a todas as nações, começando por Jerusalém." Portanto, "no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" ( Ef 1:7 ). O apóstolo João diz simplesmente: "Filhinhos, os teus pecados te são perdoados por amor do seu nome" ( 1Jo 2:12 Veja também. At 5:31 ; At 10:43 ; At 13:38 ; At 26:18 ; Rm 4:7 ; Cl 1:14 ; 1Jo 1:91Jo 1:9 , marcaria o começo dos tempos messiânicos.

    Dórea ( dom ) refere-se ao que é gratuita e imerecida. Ao contrário do que muito ensino contemporâneo, Pedro anexado sem condições de receber o Espírito exceto arrependimento. Nem ele prometer que qualquer fenômeno sobrenatural iria acompanhar a sua recepção do Espírito. Note-se bem que o dom do Espírito não vem pelo batismo de água ( At 10:47 ).

    O maravilhoso dom do Espírito Santo não era apenas para aqueles em audiência de Pedro naquele dia. A promessa do Espírito Santo, Pedro informa-los, é para você e seus filhos, e para todos os que estão longe. Eles e seus filhos, a nação de Israel, iria receber o Espírito, como o Antigo Testamento prometeu ( Is 44:3 ; Ez 37:14 ; Joel 2:28-29 ). Eles iriam compartilhar essa bênção, no entanto, com aqueles que estão longe -os gentios (cf. Ef. 2: 11-13 ).

    A descrição de Pedro de quem iria receber o Espírito como aqueles a quem o Senhor nosso Deus chamar para si mesmo descreve a soberania de Deus em ação na salvação. Apresenta-se o equilíbrio necessário para a sua afirmação no versículo 21 que "todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo." Uma visão bíblica da salvação não exclui qualquer responsabilidade humana ou a soberania divina, mas lhes permite permanecer em tensão. Devemos resistir à tentativa de harmonizar o que a Escritura não faz, o conteúdo no conhecimento de que não há contradição final na mente de Deus.

    Lucas acrescenta que com muitas outras palavras Pedro solenemente testemunhou e continuou exortando-os, dizendo: "Salvai-vos desta geração perversa!" Lucas nos deu apenas uma sinopse do sermão de Pedro, que, obviamente, durou muito mais do que os poucos minutos que demora a ler esta passagem. É provável também que Pedro iniciou um diálogo com a multidão a seguir seu sermão, como a declaração continuou a exortar indica. A essência de sua exortação foi que eles devem ser salvos desta geração perversa através do arrependimento e da fé em Cristo. Perverse traduz skolios , que significa "dobrado", ou "torto", e, portanto, o mal e injusto.

    Condenação de Pedro ecoou a do nosso Senhor. Em Mt 12:39 e 16: 4 , Ele os descreveu como "uma geração má e adúltera". Em Mt 12:45 Ele se referiu a eles como "esta geração perversa", enquanto que em Lc 11:29 Ele comentou que "esta geração é uma geração perversa". Em Mc 9:19 Ele condenou-os como uma "geração incrédula", enquanto Mt 17:17 e Lc 9:41 adicionar a palavra "pervertido" para "incrédulo". Finalmente, em Mc 8:38 , Jesus denunciou-os como uma "geração adúltera e pecadora".

    Muitos milhares de geração que estavam a perecer durante a revolta judaica, culminando com a destruição de Jerusalém em UM . D . O apelo de 70. Pedro para uma resposta imediata foi oportuna.

    Os Resultados

    Então, os que receberam a sua palavra foram batizados; e adicionaram-se naquele dia cerca de três mil almas. ( 02:41 )

    Como já observado, muito presente dia evangelismo procura fazer vir a Cristo o mais fácil possível. Muitos hoje ficaria horrorizado que Pedro fez o custo de ir a Cristo tão alto. Como ele poderia esperar que eles viram as costas ao público sobre a sua cultura? Como ele poderia pedir-lhes para risco de se tornar párias entre suas famílias e da sociedade? Como ele poderia exigir que eles aceitam como Messias aquele mesmo seus líderes haviam rejeitado e executado? Eles, sem dúvida, prevêem que os resultados do sermão de Pedro seria mínimo.
    Tal não foi o caso, no entanto. Aqueles que receberam a sua palavra aceitou as condições e foram batizados. Além disso, eles ascenderam a mais de um punhado insignificante, foram adicionadas à igreja naquele dia cerca de três mil almas. Que um número preciso era gravada sugere que eles mantiveram o controle dos que foram salvos e batizados.

    7. A Primeira Comunhão Cristã (Atos 2:42-47)

    E eles perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. E todo mundo continuava a sentir um sentimento de temor; e muitos prodígios e sinais estavam ocorrendo através dos apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum; E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, à medida que alguém tinha necessidade. E dia a dia perseveravam unânimes no templo, e partindo o pão de casa em casa, eles estavam tomando suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor estava adicionando ao seu dia a dia, os que iam sendo salvos. (2: 42-47)

    As epístolas do Novo Testamento moldar a doutrina para a vida da igreja. Atos traça a aplicação desta teoria na história da igreja primitiva. Esta passagem descreve o desenvolvimento histórico do ideal de Deus na primeira igreja local. Ele descreve a igreja recém-nascido em seus primórdios, quando possuía um grau de pureza de devoção ao Senhor ressuscitado incomparável em sucessivas gerações.
    Neste breve aparição da vida na igreja primitiva, três dimensões distintas emergem que revelam que este é um conjunto notável. Eles manifestaram deveres espirituais e atitudes espirituais, eo resultado foi o impacto espiritual.

    Deveres Espirituais

    E eles perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. (02:42)

    Este foi realmente uma igreja, nada mais e nada menos. Sua vida foi completamente definida pela devoção ao exercício dessas funções espirituais que constituem a identidade única da igreja. Nada fora do Senhor vivo, o Espírito, eo Verbo definir a vida para a igreja. Esta igreja, apesar de não ter quaisquer elementos culturais de sucesso, não há estratégias mundanas, foi ainda dotado de todos os componentes necessários para realizar os propósitos de seu Senhor. A igreja ainda será eficaz em trazer os pecadores a Cristo quando ele se manifesta os mesmos elementos-chave do dever espiritual que marcaram esta primeira comunhão.

    Era uma igreja Saved

    eles perseveravam (2: 42a)

    Os três mil que confessou a fé em Cristo e foram batizados no versículo 41 são a eles que mostrou a autenticidade da sua fé, continuando. Apesar do ódio, ridículo e perseguição que sofreu, que permaneceu fiel. Isso é um sinal de salvação genuína. Jesus disse em Jo 8:31: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos." O verdadeiro ramo irá permanecer na videira (João 15:1-4). A boa semente não vai murchar e morrer sob perseguição (13 3:40-13:9'>Mat. 13 3:9, Mt 13:21). Em contraste, o apóstolo João escreve sobre falsos crentes ", Saíram de nós, mas não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; mas eles saíram, a fim de que pode ser demonstrado que todos eles são não de nós "(1Jo 2:19).

    Que a igreja deve ser composto por indivíduos salvos parece axiomático. Infelizmente, no entanto, muitas igrejas hoje são compostas em grande parte dos indivíduos não foram salvos. Por incrível que pareça, alguns até mesmo tentar projetar uma igreja onde os não-cristãos podem se sentir confortável. Este não pode ser o objetivo em uma igreja que é dedicado à santidade e justiça em todas as áreas da vida. Tal igreja vai ser impopular com os pecadores. Nesta primeira comunhão, todos os professores eram possuidores.

    Isso não quer dizer que os incrédulos não são bem-vindos para assistir à pregação da verdade e da adoração. Eles são bem-vindos para ouvir a pregação do evangelho e da Palavra de Deus expôs. Eles são bem-vindos para ouvir as orações de confissão, os hinos de louvor, e as chamadas para a santidade. Eles são bem-vindos para testemunhar o amor corporativa e devoção da igreja de Jesus Cristo e do Deus eterno. Tudo isso deve torná-los desconfortáveis ​​com sua condição espiritual. Sócios e serviço na igreja, no entanto, são restritas aos crentes. O povo de Deus e as pessoas de Satanás não podem trabalhar em conjunto para alcançar as metas de Deus. "Não estar vinculado com os infiéis", Paulo advertiu o Corinthians ", para que sociedade tem a justiça com a injustiça, ou que comunhão tem a luz com as trevas? Ou o que a harmonia tem Cristo com Belial, ou que parte tem o fiel com o infiel ? " (2 Cor. 6: 14-15).

    Paulo elogiou os tessalonicenses, em termos que não deixam dúvida de que eles foram salvos:

    Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo: Graça e paz. Damos graças a Deus por todos vós, fazendo menção de vós em nossas orações; tendo sempre em mente o seu trabalho de fé e trabalho de amor e firmeza de esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, na presença de nosso Deus e Pai, saber, irmãos amados por Deus, a vossa eleição; porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo e em plena convicção, assim como você sabe que tipo de homem que provou ser entre vós, por amor de vós. Você também tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra em muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, de modo que você se tornou um exemplo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque a palavra do Senhor soou a partir de você, não só na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se divulgou, de modo que não temos necessidade de dizer nada. Porque eles mesmos relatam sobre nós que tipo de recepção que tivemos com você, e como se voltaram para Deus dos ídolos para servir a um Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura. (I Tessalonicenses 1:1-10.)

    Nessa passagem, Paulo descreveu o povo na igreja de Tessalônica como no Pai, Cristo (v. 1), e do Espírito Santo (v. 5). Ele observou que eles possuíam a grande tríade de virtudes cristãs, a fé, a esperança eo amor (3 v.). Ele estava confiante da escolha de Deus para a salvação deles (v. 4). Eles foram imitadores de Paulo e Cristo (v. 6), tanto assim que eles eram um exemplo para os outros crentes em sua região (7-9 vv.). É claro que foi uma congregação de pessoas salvas.
    Por outro lado, o Senhor Jesus Cristo repreendeu a igreja de Pérgamo para se permitir ser infiltrada por incrédulos, assim sendo influenciado por Satanás:

    Mas eu tenho algumas coisas contra você, porque você tem lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos, e para cometer atos de imoralidade. Assim, você também tem alguns que da mesma forma sustentam a doutrina dos nicolaítas. Arrependei-vos, portanto; ou então eu vou para junto de ti em breve, e eu vou fazer a guerra contra eles com a espada da minha boca. (Apocalipse 2:14-16)

    Tiveram aqueles que comprometida com o mundo, como Balaão e Balaque levou Israel a se misturam com Moab. O erro dos nicolaítas aparentemente envolvida imoralidade sexual. Severa repreensão de Cristo deles mostra Sua preocupação com a pureza da igreja.
    Para não excluir os incrédulos da comunhão da igreja é um grave erro. Apenas desunião e dissensão pode resultar em que aqueles que servem a Cristo tentar trabalhar em harmonia com aqueles que servem a Satanás. Além disso, para projetar as atividades da igreja de apelar para os incrédulos, ou que lhes permitam desempenhar um papel importante na vida da Igreja, é dar-lhes uma falsa sensação de segurança.O resultado para eles pode ser tragédia eterna. A igreja deve alcançar em amor para aqueles que não conhecem a Cristo. Nunca se deve, no entanto, deixá-los sentir que eles são uma parte da bolsa até que eles chegaram à fé em Cristo. E nenhum propósito evangelístico deve ser efetuados que altera o que a Igreja é divina por design de uma assembléia de adoradores salvos prosseguem serviço de santidade e espiritual.

    A primeira comunhão passou no teste inicial de dever espiritual; abrangeu apenas aqueles que conhecia e amava Jesus Cristo. Lucas aponta mais tarde que, enquanto muitos foram atraídos pelo Senhor para a salvação, incrédulos tínhamos mesmo medo de chegar perto da igreja em Jerusalém, porque o pecado estava sendo tratado de forma tão severa (13 44:5-14'>Atos 5:13-14).

    Era uma igreja bíblica

    na doutrina dos apóstolos (2: 42b)

    O conteúdo para a igreja é claramente a ser a verdade revelada. Deus projetou a igreja para ser um lugar onde a Sua Palavra é proclamada e explicada. Paulo exige tal prioridade durante todo o Epístolas Pastorais, onde ele descreveu o processo em curso a Timóteo, quando escreveu: "As coisas que você já ouviu falar de mim na presença de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis, que será capaz de também ensinarem os outros "(2Tm 2:2). "Até que eu venha, dar atenção para a leitura pública da Escritura, à exortação e ao ensino" (1Tm 4:13). "Preste muita atenção a si mesmo e ao seu ensino; perseverar nessas coisas, pois, como você faz isso, você vai garantir a salvação tanto para si e para aqueles que você ouve" (1Tm 4:16.). "Conjuro-te na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, estar pronto a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exortar, com grande paciência e doutrina "(2 Tim. 4: 1-2). Um presbítero deve ser aquele que detém "firme a palavra fiel, que está de acordo com a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina e de refutar os que o contradizem" (Tt 1:9). Eles contêm o ensinamento dos apóstolos.

    Era uma Igreja comunhão

    e na comunhão (2: 42c)

    Comunhão é o dever espiritual dos crentes para estimular uns aos outros para a santidade e fidelidade. É mais especificamente expressa através das "um anothers" do Novo Testamento (conforme Rm 0:10-16; 13:. 8; 14:19; 15:. 5, 7, 14; 16:16; Gl 5:13; 1Pe 4:9; 1Pe 5:5 cobra crentes a "considerar como estimular um ao outro ao amor e às boas obras, não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, mas encorajando uns aos outros; e tanto mais, como você vê o desenho dia perto ". A Bíblia não encaramos a vida cristã como se vivia além de outros crentes. Todos os membros da igreja universal, o corpo de Cristo, são para serem ativa e intimamente envolvido nas assembleias locais.

    Era uma igreja centrado em Cristo

    ao partir do pão (2: 42d)

    Sua comunhão era simbolizada pela obediência ao dever espiritual de o partir do pão, uma referência para a celebração da Ceia do Senhor, ou Comunhão. Este dever não é opcional, uma vez que nosso Senhor ordenou que de cada crente (conforme 1 Cor. 11: 24-29). Em comunhão, todos os crentes se encontram no terreno comum ao pé da cruz (Ef 2:16;. Cl 1:20), uma vez que todos são pecadores salvos pela graça de Deus em Cristo. Comunhão reconhece o trabalho maravilhoso do Senhor Jesus na cruz. Comunhão mais exemplifica a unidade dos crentes, pois nele todos participamos juntos simbolicamente do mesmo Senhor (Ef 4:5 que "tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. " A igreja primitiva teve essa promessa como a fonte de provisão de Deus para todas as suas necessidades, e eles implacavelmente perseguido ajuda divina. A oração em vista aqui não é só que de crentes individuais, mas da igreja corporativamente (conforme 1:14, 24; 4: 24-31).

    Infelizmente, a oração é muito negligenciada na igreja hoje. Programas, shows, entretenimento, ou os testemunhos dos atraem grandes multidões ricos e famosos. As reuniões de oração, por outro lado, atrair apenas os poucos fiéis. Essa é, sem dúvida, a razão para a maior parte da fraqueza na igreja contemporânea. Ao contrário da igreja primitiva, nos esquecemos mandamentos da Bíblia a orar em todos os momentos (Lc 18:1; Ef 6:11), e para ser dedicado à oração (Rm 0:12; Col.. 4: 2).

    A primeira comunhão sabia a importância crítica de perseguir deveres espirituais. Eles sabiam que a igreja deve ser composta de indivíduos salvos, dedicadas ao estudo da Palavra, comunhão, no partir do pão, e oração. Esses elementos são as expressões únicas da vida da igreja. Eles são os meios de graça pela qual a igreja se torna o que Deus quer que ele seja.

    Caráter espiritual

    E todo mundo continuava a sentir um sentimento de temor; e muitos prodígios e sinais estavam ocorrendo através dos apóstolos. E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum; E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, à medida que alguém tinha necessidade. E dia a dia perseveravam unânimes no templo, e partindo o pão de casa em casa, eles estavam tomando suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus (2: 43-47a)

    Uma igreja que cumpre os deveres espirituais vai achar que essas funções produzir caráter espiritual. Quatro aspectos do caráter da primeira comunhão, podem ser distinguidos nesta passagem.

    Foi uma inspiradora Igreja

    E todo mundo continuava a sentir um sentimento de temor (2: 43a)

    Phobos ( temor ) refere-se ao medo ou terror sagrado relacionado com o sentido da presença divina, com a atitude de reverência. Ele descreve a sensação produzida quando se percebe Deus está próximo.Ele é usado em At 5:5 descreve a reação dos cidadãos de Éfeso para o ataque em alguns exorcistas judeus por um homem possuído pelo demônio. Lc 7:16 a usa para retratar a reação ao aumento do filho da viúva de nosso Senhor. A vida desta primeira comunhão era tão genuína e espiritualmente poderoso que todos, seja dentro ou fora da igreja, continuava a sentir um sentimento de temor. Eles não estavam admirados com a igreja por causa de seus edifícios, programas, ou qualquer coisa que reflete a capacidade humana, mas pelo caráter sobrenatural de sua vida. Tal efeito deverá ser produzido quando os dons espirituais são corretamente operatório (1Co 14:24, 1Co 14:25).

    Era uma igreja Milagrosa

    e muitos prodígios e sinais estavam ocorrendo através dos apóstolos. (2: 43b)

    Uma das razões para o temor a primeira comunhão foi inspirado os muitos prodígios e sinais realizados pelos apóstolos (conforme Mc 16:20; He 2:4, no capítulo 5, prodígios e sinais foram projetados para atrair a atenção e apontar para a verdade espiritual.A resposta para a cura do paralítico em Lida de Pedro (Atos 9:32-34) mostra que propósito claramente. O povo daquela região, depois de testemunhar a cura ", virou-se para o Senhor" (At 9:35).Ressurreição de Dorcas de Pedro suscitou a mesma resposta em Jope (At 9:42).

    Nosso Senhor fez seus milagres, pelo mesmo motivo. Em João 14:10-12 Ele disse:

    Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo, mas o Pai, que permanece em mim, faz as Suas obras. Crede-me que estou no Pai e que o Pai está em mim; caso contrário, acredito que por conta das próprias obras. Verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim, as obras que Eu faço ele também; e maiores obras do que estas fará;porque eu vou para o Pai.

    A capacidade de realizar milagres não foi dado a todos, mas limitou-se aos apóstolos e seus associados próximos (como Filipe; conforme At 8:13). O escritor de Hebreus disse:

    Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? Depois foi no primeiro dito pelo Senhor, foi-nos confirmada pelos que a ouviram, dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais e maravilhas e por vários milagres e dons do Espírito Santo, de acordo com sua própria vontade. (Hb 2:3-4; conforme 2 Cor 0:12.).

    Deus participou da pregação dos apóstolos com milagres para confirmar que eles eram de fato Seus mensageiros. Com o passar da idade apostólica, e a conclusão do cânon das Escrituras, a necessidade de tais sinais confirmatórios terminou. Hoje podemos determinar quem fala por Deus, comparando o seu ensino com a revelação de Deus nas Escrituras.
    Embora o presente do sinal de milagres já não existe, Deus ainda faz milagres em resposta às orações do seu povo. Eles não são, no entanto, sinais públicos como os da era apostólica. O maior de todos os milagres que Deus realiza, hoje, é a transformação dos pecadores rebeldes em seus filhos amados, que estão se tornando como o Seu Filho. Tais milagres acontecem na vida da igreja, que está comprometida com o cumprimento das suas obrigações espirituais.

    Era uma igreja Sharing

    E todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum; E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, à medida que alguém tinha necessidade. E dia a dia perseveravam unânimes no templo, e partindo o pão de casa em casa, eles estavam tomando suas refeições em conjunto (2: 44-46a)

    Nestes primeiros dias, antes de contendas e divisões afetou a igreja, todos os que criam estavam juntos. Eles possuíam não só uma unidade espiritual, mas também uma unidade prática. Que eles tinham tudo em comum não, como alguns imaginam, indicam estar comum. A primeira comunhão cristã não era uma comuna, nem a oferta de suporte passagem para tal noção. A família, não o município, é a unidade social básica no projeto de Deus.

    Essa partilha e encontro mútuo das necessidades dos peregrinos foi uma longa tradição em Israel durante as grandes festas religiosas. As pousadas não poderia acomodar a grande afluxo de pessoas a Jerusalém durante esses tempos de festa. Como resultado, as pessoas comuns abriram suas casas e compartilhou seus recursos com os visitantes. Muitos membros da igreja primitiva eram esses peregrinos, salvos, enquanto visitava Jerusalém para a festa de Pentecostes. Eles agora ficou para ser uma parte da nova obra de Deus. Foi só o amor cristão básico para aqueles que viveram na cidade para compartilhar com eles. Além disso, alguns na comunhão não tinha dúvida perderam seus meios de subsistência devido à sua profissão de fé em Cristo. O resto da comunhão reuniu suas necessidades. E outros foram apenas os pobres fiéis que sempre precisavam de ajuda.
    Que esta não era uma forma primitiva do comunismo é evidente a partir da tensa (denotando ação passada contínua) imperfeito dos verbos traduzidos venda e partilha (conforme 4,34). Eles não em qualquer ponto vender tudo e reunir os recursos em uma panela comum. Tal princípio para a vida cristã teria evitado a responsabilidade de cada crente para dar em resposta ao toque do Espírito (conforme 1 Cor. 16: 1-2). Além disso, é evidente a partir do versículo 46 que os indivíduos casas ainda possuía. O que realmente aconteceu foi que os bens pessoais foi vendida à medida que alguém tinha necessidade. Foi uma indicação de imensa generosidade, como as pessoas, não só deu seu dinheiro presentes ou bens, mas também o seu futuro em atos de amor sacrificial para aqueles que precisam. E é claro nas palavras de Pedro para Ananias em At 5:4 e, provavelmente, continuou até que foi destruída em UM . D . 70. Também não tinha a hostilidade dos líderes judeus chegaram ao ponto onde os crentes foram colocados para fora do Templo. A frase com uma mente mais uma vez expressa a unidade da primeira comunhão vivida.

    Seus momentos de comunhão não se limitaram ao Templo, no entanto. Eles também foram partindo o pão de casa em casa, e tomar as suas refeições juntos. Quebrando pão refere-se ao serviço de comunhão, a tomada de refeições juntos para a festa de amor que acompanhou a Ceia do Senhor. Eles modelaram os princípios estabelecidos por Pedro, "Seja hospitaleiro para um outro sem queixa" (1Pe 4:9.). O apóstolo João estende esse comando para todos os crentes:

    Nós conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Mas quem tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o seu coração contra ele, como é que o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. (I João 3:16-18)

    Era uma igreja alegre

    com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus (2: 46b-47a)

    Ele vem como nenhuma surpresa que um sistema unificado, milagrosa, partilha igreja também era uma igreja alegre. Agalliasis ( alegria ) é a forma substantiva do verbo agalliaō , que significa "para se alegrar." Uma das principais razões para que a alegria era a sinceridade de coração que se manifesta. Aphelotēs ( sinceridade ) aparece somente aqui no Novo Testamento. Isso significa, literalmente, "simplicidade" e deriva de uma palavra raiz que significa "livre de pedras", ou "suave" (AT Robertson, Palavra Pictures no Novo Testamento [de 1930; reimpressão, Grand Rapids: Baker, nd], 3: 39— 40).Não havia pedras de egoísmo em seus corações.

    Louvar a Deus também produziu alegria. Para louvar a Deus é a recitar suas obras maravilhosas e atributos. O objetivo da primeira comunhão era exaltar o Senhor, e que produziu a verdadeira felicidade.Aqueles que se glorificar e buscar a preeminência nunca vai saber alegria duradoura. Alegria vem para aqueles que dar glória a Deus. Paulo expressou que a verdade aos Filipenses, quando escreveu: "Se, pois, há alguma exortação em Cristo, se houver alguma consolação de amor, se há alguma comunhão do Espírito, se houver afeição e compaixão, completem a minha alegria por estar da mesma mente, mantendo o mesmo amor, unidos em espírito, com a intenção de um propósito "(Fil. 2: 1-2).

    Impacto Espiritual

    e caindo na graça de todo o povo. E o Senhor estava adicionando ao seu dia a dia, os que iam sendo salvos. (2: 47b)

    A vida empresarial dinâmico e caráter espiritual da igreja teve grande impacto. Duas características desse impacto aparecer neste verso.

    Eles eram uma Igreja Attractive

    e caindo na graça de todo o povo (2: 47b)

    Suas funções e caráter concedeu-lhes a simpatia de todo o povo. Eles ainda estavam indo para o Templo e estar aberto sobre a sua fé, para que todos pudessem ver e experimentar as suas vidas transformadas. Mais tarde veio a perseguição intensa pelos judeus. Eles provaram verdadeiras as palavras de Jesus em Jo 13:35: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." Sua unidade foi uma resposta à oração sacerdotal de nosso Senhor "que todos sejam um, como Tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que Tu Envie-me "(Jo 17:21).

    Algumas das razões da igreja primitiva encontrados favor com as pessoas comuns podem ser discernidos a partir do pedido de desculpas por escrito pelo filósofo Aristides no início do segundo século:
    Agora, os cristãos, ó rei, indo sobre e buscando, ter encontrado a verdade. Para que conhece e confia em Deus, o Criador do céu e da terra, que não tem nenhum companheiro. A partir dele, eles receberam esses mandamentos que eles têm gravado em suas mentes, e que se observam na esperança e expectativa do mundo vindouro.
    Por esta razão, eles não cometer adultério ou imoralidade; não dirás falso testemunho, ou desviar, nem cobiçar o que não é deles. Eles honrar pai e mãe, e faça o bem para aqueles que são seus vizinhos.Sempre que eles são os juízes, que julgam retamente. Eles não adoram ídolos feitos à imagem do homem. O que eles não querem que os outros devem fazer a eles, por sua vez, não faço; e eles não comem a comida sacrificada a ídolos.
    Aqueles que os oprimem exortam e torná-los seus amigos. Eles fazem o bem aos seus inimigos. Suas esposas, ó rei, são puros como virgens, e as suas filhas são modestos. Seus homens abster-se de qualquer contato sexual ilegal e da impureza, na esperança de recompensa que está por vir em outro mundo.
    Quanto aos seus servos e servas, e os seus filhos, se houver algum, eles persuadi-los a se tornarem cristãos; e quando eles o fizeram, eles lhes chamar irmãos, sem distinção.
    Eles se recusam a adorar deuses estranhos; e seguem o seu caminho com toda a humildade e alegria. Falsidade não é encontrada entre eles. Eles ameis uns aos outros; necessidades da viúva não são ignorados, e resgatar o órfão da pessoa que lhe faz violência. Aquele que tem dá a ele que não tem, ungrudgingly e sem jactância. Quando os cristãos encontram um estranho, eles trazê-lo para as suas casas e se alegra com ele como um verdadeiro irmão. Eles não chamam irmãos aqueles que estão vinculados por laços de sangue sozinho, mas aqueles que são irmãos segundo o Espírito e em Deus.
    Quando um de seus pobres passa longe do mundo, cada um oferece para seu enterro segundo a sua capacidade. Se eles ouvem de qualquer de seus membros que estão presos ou oprimidos para o nome do Messias, todos eles fornecem para as suas necessidades, e se é possível resgatá-lo, eles libertá-lo.
    Se eles encontrarem a pobreza no meio deles, e eles não têm comida de reposição, jejuarem dois ou três dias, a fim de que os necessitados possam ser fornecidos com as necessidades. Eles observam escrupulosamente os mandamentos de seu Messias, vivendo de forma honesta e sóbria como o Senhor seu Deus ordenou-los. Todas as manhãs e todas as horas que louvar e agradecer a Deus pela sua bondade para com eles; e para a sua comida e bebida que eles oferecem ação de graças.
    Se qualquer pessoa justa do seu número passa longe do mundo, eles se alegrar e agradecer a Deus, e escoltar o seu corpo como se estivesse partindo de um lugar para outro nas proximidades. Quando uma criança nasce, a um deles, eles louvar a Deus. Se ele morre na infância, eles graças a Deus mais, quanto para aquele que passou pelo mundo sem pecados. Mas se um deles morre na sua iniqüidade ou em seus pecados, eles chorarão amargamente e tristeza como sobre aquele que está prestes a cumprir seu destino.
    Tal, ó rei, é o mandamento dado aos cristãos, e tal é a sua conduta. ( A Apologia de Aristides , traduzido por Rendel Harris [London: Cambridge, 1893])

    Com toda essa virtude para elogiá-los não é de admirar que eles eram uma igreja atraente.

    Eles eram uma Igreja que Cresce

    E o Senhor estava adicionando ao seu dia a dia, os que iam sendo salvos. (2: 47c)

    Evangelismo eficaz foi o impacto final dos deveres espirituais da primeira comunhão e caráter. Que o Senhor estava acrescentando à igreja aqueles que iam sendo salvos lembra que Deus é soberano na salvação (conforme 5:14). O imperfeito do verbo traduzido estava adicionando, junto com a frase dia a dia, indica que as pessoas estavam sendo continuamente salvo como eles observaram o comportamento diário dos crentes. Então unificada, alegre e cheio do Espírito Santo foram eles que a sua própria existência era um poderoso testemunho da verdade do evangelho. O verdadeiro evangelismo flui a partir da vida de uma igreja saudável.

    Esta breve vislumbre da primeira comunhão dá informações valiosas sobre o que faz um, crescimento saudável da igreja digna desse nome. A devoção adequada para as funções do Espírito produz o caráter próprio, que por sua vez produz um forte impacto e salvar os pecadores.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Comentários de Atos Capítulo 2 do versículo 1 até o 47

    Atos 2

    Introdução a Atos 2 O alento de Deus — At 2:1-13

    Havia três grandes festivais judeus aos quais todo varão judeu que vivesse dentro de um raio de trinta quilômetros de Jerusalém estava obrigado legalmente a assistir — a Páscoa, o Pentecostes e a festa dos Tabernáculos. O nome de Pentecostes significa: "A qüinquagésima" e outro nome era "A festa das Semanas". Chamava-se assim porque caía cinqüenta dias, uma semana de semanas, depois da Páscoa. A Páscoa era em meados de abril; portanto o Pentecostes caía a princípios de junho. Nessa época as condições para viajar eram as melhores. À festa do Pentecostes acudia possivelmente tanta ou mais gente que à da Páscoa. Isto explica a quantidade de países mencionados neste capítulo, porque nunca havia em Jerusalém uma multidão mais internacional que nesse momento.
    A própria festa tinha dois significados principais. (1) Tinha um significado histórico. Recordava a entrega da Lei a Moisés no monte Sinai. (2) E tinha um significado agrícola. Na Páscoa se oferecia a Deus o primeiro ômer de cevada; no Pentecostes se ofereciam dois pães em gratidão pelo fim da colheita. Tinha outra característica única. A Lei estabelecia que nesse dia não se devia fazer nenhum trabalho servil (Lv 23:21; Nu 28:26). De modo que era feriado para todos, e as multidões nas ruas eram maiores que nunca.

    Não sabemos realmente o que aconteceu no Pentecostes. O certo é que os discípulos tiveram a experiência de que o poder do Espírito inundava suas vidas como nunca antes. Devemos recordar que Lucas não foi testemunha ocular desta parte de Atos e que estava transmitindo uma história que tinha ouvido. Relata os atos como se os discípulos de repente tivessem adquirido o dom de falar em idiomas estrangeiros.

    Isto não é provável por duas razões.

    1. Havia na 1greja primitiva um fenômeno que nunca desapareceu totalmente. Chamava-se falar em línguas (ver At 10:46; At 19:6). A passagem principal que o descreve é I Coríntios 14. O que acontecia era que alguém, em êxtase, começava a pronunciar uma série de sons ininteligíveis de nenhuma linguagem conhecida. Supunha-se que isso estava diretamente inspirado pelo Espírito de Deus. Embora nos pareça estranho, era um dom altamente cobiçado. Paulo não o aprovava totalmente, porque lhe parecia preferível que se desse a mensagem em um idioma que pudesse ser compreendido. Em realidade disse que se um estranho chegava a entrar podia pensar que estava diante de uma congregação de insanos (1Co 14:23). Isto se ajusta precisamente a At 2:13. Os homens que falavam em línguas lhes pareciam bêbados àqueles que não conheciam o fenômeno. Sobre estas pautas é muito mais provável que esta passagem se refira a esse estranho, embora cobiçado, dom de poder falar em línguas.
    2. Era desnecessário falar em idiomas estrangeiros. A passagem diz que a multidão estava formada por judeus (versículo
      5) e prosélitos. Estes eram gentios que se cansaram dos numerosos deuses pagãos, da imoralidade e lassidão e tinham ido às sinagogas para aprender sobre o único Deus e o caminho limpo da vida, e que tinham aceito a religião judia e o estilo de vida dessa nação. Para uma multidão como essa se necessitavam quando muito dois idiomas. Quase todos os judeus falavam aramaico; e embora fossem judeus dos dispersos em países estrangeiros, falavam o idioma que quase todo mundo utilizava nesse momento — o grego, que chegou a ser um idioma universal que todos falavam além do próprio. Em realidade o aramaico e o grego, que os discípulos devem ter falado, eram suficientes. Parece que provavelmente Lucas, um gentio, confundiu o falar em línguas com o falar em idiomas estrangeiros. O que aconteceu foi que pela primeira vez em sua vida essa multidão tão variada estava ouvindo a palavra de Deus em uma forma que penetrava diretamente em seus corações e que podiam compreender; o poder do Espírito era tal que tinha dado a esses discípulos simples uma mensagem e uma expressão que chegavam a todos os corações.

    A primeira pregação cristã

    Atos 2:14-42 é um das passagens mais interessantes de todo o Novo Testamento, porque é um relato do primeiro sermão cristão que se pregou.

    Na Igreja primitiva havia quatro formas de pregar.

    1. Havia a chamada kerigma, que significa literalmente o anúncio de um arauto. Consiste em explicar sinceramente os principais pontos da mensagem cristã, sobre os quais, tal como o viam os primeiros pregadores, não pode haver nenhum questionamento nem rechaço.
    2. Havia a chamada didaquê. Didaquê significa literalmente ensinar e esclarecia e buscava o sentido, o significado e as implicações dos atos que se proclamaram. Dizendo-o em termos de nossos dias — suponhamos que um pregador deu a conhecer atos indisputáveis, e que alguém perguntasse: "E qual a relação com isso?" — a didaquê é a resposta a essa pergunta.
    3. Havia a chamada paraklesis que significa literalmente exortação. Este tipo de pregação admoestava os homens ao dever e à obrigação de mudar sua vida para estar de acordo com o kerigma e a didaquê que lhes foi dado.
    4. Havia a homilia que significa falar de qualquer tema ou noção da vida à luz da mensagem cristã. Uma pregação completa tem algo dos quatro elementos. Há nela uma proclamação cheia dos atos do evangelho cristão; a explicação do significado e importância destes atos; a exortação para que nossas vidas respondam a eles; e a consideração de todas as atividades da vida à luz da mensagem cristã.

    Em Atos encontraremos principalmente kerigma, devido a fala da proclamação dos atos do evangelho àqueles que nunca tinham ouvido a respeito dele antes. Este kerigma segue um modelo que se repete várias vezes através de todo o Novo Testamento.

    1. Prova-se que Jesus, e tudo o que lhe aconteceu, é o cumprimento da profecia do Antigo Testamento. Em tempos modernos damos cada vez menos ênfase ao cumprimento da profecia. Chegamos a ver que os profetas não vaticinavam tanto os atos por vir como anunciavam a verdade de Deus para os homens. Mas esta ênfase da pregação primitiva na profecia conserva e estabelece uma grande verdade. Estabelece que a história não leva um caminho sem rumo; que não se trata de um labirinto sem começo nem fim, mas sim no universo operam um significado, um sentido e uma lei moral. Crer na possibilidade da profecia é crer que Deus controla tudo e que está levando a cabo seus propósitos.
    2. O Messias veio em Jesus, as profecias messiânicas se cumpriram e nasceu uma Nova Era. A Igreja primitiva tinha o sentido tremendo de que Jesus era a pedra angular de toda a história; que com sua vinda a eternidade invadiu o tempo e que Deus entrou no campo de ação humano; e que, portanto, a vida e o mundo nunca poderiam ser os mesmos. Com a vinda de Jesus tinha nascido algo crucial, irrepetível, que o afetava tudo.
    3. A pregação primitiva passava então a estabelecer que Jesus nasceu da linhagem de Davi, que ensinou e realizou milagres, que foi crucificado, que tinha ressuscitado dos mortos e que estava agora à mão direita de Deus. A Igreja primitiva estava segura de que toda a religião cristã tinha uma base histórica, que estava baseada na vida terrestre de Cristo, e que era preciso contar a história dessa vida. Mas também estava segura de que essa vida e essa morte terrestres não eram o fim, mas que depois disso vinha a ressurreição. A base eram os atos históricos, mas estes não eram tudo. Jesus não era para eles alguém de quem tinham lido ou cuja história tinham ouvido: era Alguém que eles conheceram e experimentaram. Não era uma figura de um livro, alguém que viveu e morreu: era uma profecia viva, viva para sempre.
    4. Os pregadores primitivos insistiam além disso, em que Jesus retornaria em glória para estabelecer seu Reino sobre a Terra. Em outras palavras, a Igreja primitiva cria intensa e apaixonadamente na Segunda Vinda. Esta também é uma doutrina que em certo modo desapareceu da pregação moderna. Mas basicamente conserva uma grande verdade, a verdade de que a história se dirige para um fim; que um dia, em algum momento, haverá uma consumação, e que portanto o homem está no caminho ou sobre ele.
    5. A pregação terminava com a afirmação de que só em Jesus há salvação, que aquele que crê nEle receberá o Espírito Santo, e que aquele que não quer crer está destinado a coisas terríveis. Quer dizer, finalizava com uma promessa e uma advertência. É exatamente como aquela voz que Bunyan ouviu lhe sussurrando ao ouvido: "Você deixará seus pecados e irá ao céu ou você os conservará e irá ao inferno?

    Se agora lermos o sermão de Pedro como um tudo, veremos como estão tecidas nele estes cinco fios.

    O DIA DO SENHOR CHEGOU

    Atos 2:14-21

    No versículo 15 Pedro insiste em que esses homens não podem estar embriagados porque é a terceira hora do dia. O dia judeu se considerava depois das seis da manhã até as seis da tarde, e, portanto, a terceira hora são as nove da manhã.

    Toda a passagem nos apresenta uma das concepções básicas e dominantes tanto do Antigo como do Novo Testamento — a concepção do Dia do Senhor. Tanto em um como em outro há muito que não pode compreender-se totalmente mas podemos conhecer os princípios básicos que jazem sob essa concepção.

    Os judeus nunca perderam a convicção de que eram o povo escolhido por Deus. Interpretavam essa posição no sentido de que estavam escolhidos para receber honras e privilégios especiais entre as nações. Foram sempre uma nação pequena. A história foi para eles um longo desastre. Viam com clareza que por meios humanos nunca alcançariam a posição que mereciam como povo escolhido. De modo que, pouco a pouco, chegaram à conclusão de que o que o homem não podia fazer Deus devia fazê-lo. Começaram, pois, a esperar o dia em que Deus interviria diretamente na história e os exaltaria à honra que sonhavam. O dia dessa intervenção era o Dia do Senhor. Dividiam todo o tempo em duas eras: a era presente, completamente má e destinada à destruição; e a era vindoura que seria a idade áurea de Deus. Entre ambas estava o Dia do Senhor que seria o nascimento terrível da nova era. Chegaria de repente como um ladrão na noite; seria um dia em que o mundo tremeria até em seus pedestais de uma coluna, e o próprio universo se destroçaria, desintegrando-se; seria um dia de juízo e terror. Através de todos os livros proféticos do Antigo Testamento, e em muitos do Novo há descrições desse Dia. As passagens típicas são: Is 2:12; 13:6ss.; Am 5:18, Sf 1:7; Joel 2; 1 Tessalonicenses At 5:2. Aqui Pedro lhes está dizendo a estes judeus: "Por muitas gerações sonhastes com o Dia do Senhor, o dia em que Deus irromperia na história. Agora, em Jesus, esse dia chegou".

    Por trás de todo o gasto imaginário havia uma grande verdade em Jesus, Deus em pessoa chegou à cena da história humana.

    SENHOR E CRISTO

    Atos 2:22-36

    Esta é uma passagem cheia da essência do pensamento dos pregadores primitivos.

    1. Insiste em que a cruz não foi um acidente. Pertencia aos planos eternos de Deus (versículo 23). Várias vezes Atos afirma que a cruz estava nos planos eternos de Deus (ver: At 3:18; At 4:28; At 13:29). O pensamento de Atos nos previne de dois sérios enganos com respeito à morte de Jesus. (a) A cruz não é uma medida de emergência tomada por Deus quando todo o resto tinha fracassado. É parte da própria vida de Deus. (b) Não devemos pensar que algo do que Jesus fez mudou a atitude de Deus para com os homens. Nunca devemos opor um Jesus gentio e amante a um Deus irado e vingativo. Jesus foi enviado por

    Deus. Ele foi quem planejou sua vinda a este mundo. Podemos dizê-lo assim: a cruz foi uma janela no tempo que nos permite ver o amor sofredor que existe eternamente no coração de Deus

    1. Atos insiste em que, embora isto é assim, de modo nenhum atenua o crime dos que crucificaram a Jesus. Toda menção da crucificação em Atos leva consigo instintivamente um sentimento de horror em face do crime que os homens cometeram (At 2:23; At 3:13; At 4:10; At 5:30). Além de qualquer outra coisa a crucificação é o maior crime de toda a história. Demonstra de modo supremo o que pode fazer o pecado, que pode tomar a vida mais encantada que o mundo jamais viu e tentar destroçá-la em uma cruz.
    2. Atos propõe-se a provar que os sofrimentos e a morte de Jesus Cristo foram o cumprimento de uma profecia. Os pregadores primitivos tinham que fazer isso. Para o judeu a idéia do Messias crucificado era incrível. A Lei dizia: “o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus” (Dt 21:23). Para o judeu ortodoxo a cruz era o único fato que fazia totalmente impossível que Jesus pudesse ser o Messias. Os pregadores primitivos respondiam: "Se vocês tão-só lessem as Escrituras corretamente veriam que tudo estava escrito".
    3. Atos dá ênfase à Ressurreição como a prova final de que Jesus era fora de dúvida o Escolhido de Deus. Atos foi chamado o evangelho da Ressurreição. Para a Igreja primitiva isto era o mais importante. Devemos recordar o seguinte: sem a Ressurreição não existiría a Igreja cristã. Quando os discípulos pregavam sobre a importância da Ressurreição falavam de sua própria experiência. Depois da cruz estavam aniquilados, destroçados, com seus sonhos quebrados e suas vidas quebrantadas. A Ressurreição mudou tudo isto e converteu homens sem esperança em pessoas plenas de confiança, covardes em heróis.

    Uma das tragédias da Igreja é que muitas vezes se deixa a pregação da Ressurreição para a Páscoa. Cada domingo é o dia do Senhor; cada dia do Senhor deve ser guardado como o dia da Ressurreição. Na Igreja oriental, no dia de Páscoa, se duas pessoas se encontram, alguém diz: "O senhor ressuscitou"; e a outra responde: "ressuscitou verdadeiramente!" Um cristão é um homem que nunca esquece que vive e anda com um Senhor ressuscitado.

    SALVAI-OS!

    Atos 2:37-41

    1. Em primeiro lugar, esta passagem nos mostra com clareza cristalina o resultado da cruz. Quando mostrou aos homens o que tinham feito ao crucificar a Jesus, seus corações se quebrantaram. Disse Jesus: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo” (Jo 12:32). Se o pecado do homem foi o responsável pela crucificação de Jesus, nosso pecado foi responsável. Todo homem teve parte nesse crime.

    Conta-se que uma vez um missionário contou a história de Jesus em uma vila indígena. Depois mostrou a vida de Cristo com slides projetados numa parede branqueada. De repente quando o slide da cruz apareceu sobre a parede um homem da audiência se levantou e correu para a frente. "Desce dessa cruz, Filho de Deus", gritou, "eu, e não você, teria que estar pendurando ali".
    A cruz, quando compreendemos o que aconteceu ali, não pode menos que atravessar o coração.

    1. Essa experiência demanda uma reação por parte dos homens. Pedro disse: "Acima de tudo, arrependei-vos" (Barcelona). O que significa arrepender-se? A palavra significava originalmente repensar, pensar novamente. Muitas vezes o voltar a pensar mostra que o primeiro pensamento estava equivocado; de modo que a palavra começou a significar mudar de idéia; mas, se um homem for honesto mudar de idéia significa mudar de ação. O arrependimento deve envolver tanto uma mudança de idéia como uma mudança na ação. Alguém pode mudar de idéia e ver que suas ações estavam equivocadas, mas pode estar tão apaixonado por sua velha maneira de agir que não a mude. Alguém pode mudar seu forma de agir, mas suas idéias podem continuar sendo as mesmas. Pode mudar só por temor ou por motivos prudentes; mas seu coração ainda ama suas velhas formas de agir e, chegado o momento, recairá nelas. O verdadeiro arrependimento envolve uma mudança de mentalidade e uma mudança na ação.
    2. Quando nos arrependemos algo acontece com o passado. Vem a remissão dos pecados. O perdão de Deus para o que fica atrás. Deixemos bem claro que as consequências do pecado não se apagam. Nem sequer Deus pode fazê-lo. Quando pecamos podemos fazer algo contra nós mesmos ou contra outros, que não pode ser desfeito. Consideremos desta maneira. Quando fomos jovens e fazíamos algo mau criava-se uma barreira invisível entre nós e nossos pais. Mas quando nos desculpávamos e sentíamos outra vez os braços de nossa mãe ao redor d nós se restaurava a velha relação e tudo ficava bem. O perdão não suprime as conseqüências do que fizemos, mas restabelece nossa relação com Deus. A suspeita e o medo desaparecem e estamos em paz com Ele.
    3. Quando nos arrependemos algo acontece com o futuro. Recebemos o dom do Espírito Santo. Embora nos arrependemos, como faremos para não cair nos mesmos enganos novamente? Entra em nossa vida um poder que não é nosso, o poder do Espírito Santo, e com ele podemos vencer nas batalhas que jamais sonhamos ganhar, e resistir aquilo que por nós mesmos não poderíamos resistir.

    No momento do verdadeiro arrependimento somos libertos da alienação e do medo do passado, e equipados para enfrentar as batalhas do futuro.

    AS CARACTERÍSTICAS DA IGREJA Atos 2:42-47

    Nesta passagem temos uma espécie de brilhante resumo das características da Igreja primitiva.

    1. Era uma Igreja que aprendia. A palavra doutrina no verso At 2:42 não é passiva; é ativa. A frase significa que persistiam em ouvir os apóstolos enquanto ensinavam. Um dos grandes perigos da Igreja é uma religião estática que olhe para trás em vez de para frente. Justamente devido a que as riquezas de Cristo são inescrutáveis e intermináveis deveríamos partir sempre para frente. O cristão deve caminhar, não rumo ao entardecer mas rumo ao amanhecer. Deveríamos considerar um dia perdido aquele em que não aprendemos nada novo e quando não penetramos mais profundamente na sabedoria e na graça de Deus.
    2. Era uma Igreja em comunhão. Tinha o que alguém chamou a grande qualidade de estar juntos. Nelson explicava uma de suas grandes vitórias dizendo: "Tive a alegria de comandar um grupo de irmãos". A Igreja só é uma verdadeira Igreja quando é um grupo de irmãos.
    3. Era uma Igreja que orava. Aqueles primeiros cristãos sabiam que não podiam enfrentar a vida com suas próprias forças e que não tinham necessidade de fazê-lo. Sempre falavam com Deus antes de fazê-lo com os homens; sempre iam a Deus antes de sair ao mundo; podiam enfrentar os problemas da vida porque primeiro encontravam a Deus.
    4. Era uma Igreja reverente. No versículo 43 a palavra corretamente traduzida temor encerra a idéia de temor reverencial. Diz-se de um grande grego que se movia no mundo como se o fizesse em um templo. O cristão vive com reverência porque sabe que toda a Terra é o templo do Deus vivente.
    5. Era uma Igreja na qual aconteciam coisas. Ocorriam maravilhas e sinais (versículo 43). Se esperamos grandes coisas de Deus e busquemos fazer grandes coisas para Ele, algo acontecerá. Quando a fé morre, morre a capacidade de obter. Mais coisas aconteceriam se créssemos que juntos — Deus e nós — podemos fazer acontecer.
    6. Era uma Igreja que compartilhava (versículos 44:45). Aqueles primeiros cristãos tinham um intenso sentimento de responsabilidade um pelo outro. Diz-se que William Morris nunca via um homem ébrio sem sentir uma responsabilidade pessoal por ele. Um verdadeiro cristão não deveria suportar o ter tanto quando outros têm tão pouco.
    7. Era uma Igreja que adorava (versículo 46). Nunca esqueciam de visitar a casa de Deus. Devemos lembrar que "Deus não conhece a religião solitária". A metade da emoção de um concerto ou de uma grande competição de atletismo é o ser um entre um grande número de pessoas. Quando nos reunimos podem acontecer coisas. O Espírito de Deus se move sobre os que juntos O adoram.
    8. Era uma Igreja alegre (versículo 46). A felicidade estava ali. Um cristão melancólico é uma contradição. A alegria de um cristão não é necessariamente algo de que deva gabar-se; mas na profundidade de seu coração há uma alegria que ninguém pode tirar.
    9. Era uma Igreja de gente que não podia deixar de ser querida por outros. Há duas palavras gregas para bom. Uma é agathos que descreve simplesmente um objeto como bom. A outra é kalos que significa algo que não somente é bom, mas sim tem aspecto de bom; há um atrativo nisso. O verdadeiro cristianismo é algo bonito. Há muita gente boa, mas há neles um traço de dureza. Nunca poderiamos ir e chorar em seu regaço. São o que alguém denominou cristãos de gelo.

    Struthers estava acostumado a dizer que o que ajudaria à Igreja mais que qualquer outra coisa seria que uma que outra vez os cristãos fizessem algo agradável. A Igreja primitiva estava formada por gente atrativa.


    Notas de Estudos jw.org

    Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
    Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 2 versículo 22
    o Nazareno: Veja a nota de estudo em Mc 10:47.

    milagres: Ou: “presságios”. O fato de Deus ter dado a Jesus o poder de realizar milagres provava que Jesus tinha sido enviado por ele. Esses milagres, que incluíam curas e ressurreições, mostravam o que Jesus faria em escala muito maior no futuro. — Veja a nota de estudo em At 2:19.


    Dicionário

    Aprovado

    adjetivo Autorizado ou sancionado; que obteve confirmação ou aprovação.
    Que passou numa prova ou concurso: ele foi aprovado no vestibular.
    Bom; que foi considerado aceitável.
    substantivo masculino Quem recebeu aprovação: os aprovados do concurso público.
    Etimologia (origem da palavra aprovado). Part. de aprovar.

    Bem

    [...] O bem é uma couraça contra o qual virão sempre se quebrar as armas da malevolência.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] para fazer o bem, o espírita não deve sondar a consciência e a opinião e, ainda que tivesse à sua frente um inimigo de sua fé, mas infeliz, deve vir em seu auxílio nos limites de suas faculdades. É agindo assim que o Espiritismo mostrará o que é e provará que vale mais do que o que lhe opõem.
    Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21

    O bem é tudo o que é conforme à Lei de Deus [...]. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a Lei de Deus. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 630

    [...] fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 643

    [...] é uma couraça contra a qual sempre se quebrarão as manobras da malevolência!...
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, Os desertores

    [...] O bem que fazemos é conquista pessoal, mas ele vem partilhado pelos empréstimos de talentos da Bondade Divina, a fim de que nossos esforços não sucumbam diante da história de sombras que trazemos de experiências passadas. Para realizar o bem, é preciso a decisão íntima – eu quero fazer. Mas os resultados que porventura venham dessa prática, segundo Paulo, não nos pertencem. Uma visita fraterna, uma aula bem preparada em favor da evangelização infanto-juvenil, uma palestra amorosa que toque o coração dos ouvintes – tudo são ações cometidas pelo empenho individual, por uma decisão particular, mas cujas conseqüências devem ser depositadas na conta do Cristo, Fonte geradora dos recursos sutis em que nos apoiamos para realizar a tarefa.
    Referencia: ABRANCHES, Carlos Augusto• Vozes do Espírito• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A luz é minha realização

    [...] é a única realidade eterna e absoluta em todo o Universo [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O problema do mal

    [...] é a única Realidade Absoluta, o destino final da Criação [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Os Espíritos podem retrogradar?

    O bem é a lei suprema do Universo e o alvo da elevação dos seres. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Resumo

    [...] Todo bem que se pode produzir é felicidade que se armazena.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    O bem é tudo quanto estimula a vida, produz para a vida, respeita e dignifica a vida.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 34

    O bem [...] não se circunscreve a limites nem se submete a nominações, escolas ou grupos. Como o oxigênio puro, a tudo vitaliza e, sem ele, a vida perece.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 18

    [...] O bem que distendemos pelo caminho é eterna semente de luz que plantamos no solo do futuro, por onde um dia chegarão nossos pés. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 8

    [...] saneador divino [...].
    Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 8

    [...] É uma conseqüência inevitável do que traz uma das características divinas: a imutabilidade.
    Referencia: JACINTHO, Roque• Intimidade• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Tempo

    O bem é, por conseguinte, valioso recurso autopsicoterápico, que merece experimentado pelos encarnados.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 33

    [...] é a substância intrínseca de tudo quanto existe. [...]
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    O Bem Eterno é bênção de Deus à disposição de todos.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 28

    [...] todo bem realizado, com quem for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 6

    [...] é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada [...], nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7

    [...] constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19

    [...] é o verdadeiro antídoto do mal.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19

    [...] é o único determinismo divino dentro do Universo, determinismo que absorve todas as ações humanas, para as assinalar com o sinete da fraternidade, da experiência e do amor. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 15

    [...] é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 35

    Não olvides, portanto, / Que possuis tão-somente / O que dás de ti mesmo / No amparo aos semelhantes, / Porque o bem que ofereces / Aos irmãos de jornada / É crédito de luz / A enriquecer-te a vida, / Nos caminhos da Terra / E nas bênçãos do Céu.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 20

    O Bem é a luz que deve consolidar as conquistas substanciais do nosso esforço e onde estiver o bem, aí se encontra o Espírito do Senhor, auxiliando-nos a soerguer os corações para as Esferas Superiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O Bem é o trabalho que aperfeiçoa.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O bem é porto seguro / Neste globo deescarcéus, / Pague o seu débito aomundo / E seja credor nos céus.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o inamovível fundamento da Lei.[...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    [...] o bem real para nós será semprefazer o bem aos outros em primeirolugar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Evangelho em casa• Pelo Espírito Meimei• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - 2ª reunião-conversação

    Em suma, o bem é o Amor que sedesdobra, em busca da Perfeição noInfinito, segundo os Propósitos Divinos[...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Amor

    Estende a bondade a todos. / O bem é aglória da vida. / Enfermeiro sem cuidado/ Alarga qualquer ferida.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 5

    Nunca te afastes do bem, / Que é a baseda Lei Divina. / O desejo é semprenosso, / Mas Deus é quem determina
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 30

    Todo bem, qualquer que ele seja, ébênção creditada a favor de quem opratica.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Merecimento maior

    [...] o bem genuíno será sempre o bemque possamos prestar na obra do bemaos outros. [...]O bem é luz que se expande, na medidado serviço de cada um ao bem de todos,com esquecimento de todo mal.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Na lei do bem

    [...] A prática do bem ainda é a maior escola de aperfeiçoamento individual, porque conjuga em seus cursos a experiência e a virtude, o raciocínio e o sentimento.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 31

    [...] é a nossa porta redentora. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    [...] é o crédito infalível no livro da eternidade [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Religião dos Espíritos: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 18a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Amanhã

    O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 62

    [...] praticar o bem, dando alguma coisa de nós mesmos, nas aquisições de alegria e felicidade para os outros, é o dom sublime por excelência [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O bem é uma idéia-luz, descerrando à vida caminhos de elevação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 20

    [...] o bem [...] possui caráter divino e semelhante aos atributos do Pai Excelso, traz em si a qualidade de ser infinito em qualquer direção.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 44

    Bem e mal O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] todo bem é expansão, crescimento e harmonia e todo mal é condensação, atraso e desequilíbrio. O bem é a onda permanente da vida a irradiar-se como o Sol e o mal pode ser considerado como sendo essa mesma onda, a enovelar-se sobre si mesma, gerando a treva enquistada. Ambos personalizam o amor que é libertação e o egoísmo, que é cárcere.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 60


    substantivo masculino O que causa alegria e felicidade: desejar o bem.
    Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
    Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
    advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
    De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
    Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
    De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
    De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
    Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
    De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
    adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
    Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.

    substantivo masculino O que causa alegria e felicidade: desejar o bem.
    Pessoa de quem se gosta muito: ela sempre foi o meu bem.
    Aquilo que alguém possui; posse: tinha muitos bens.
    advérbio De maneira boa e adequada; adequadamente: ele trabalha bem.
    De modo saudável; que apresenta uma boa saúde: o paciente está bem.
    Em que há correção, perfeição, qualidade; corretamente: ele atua bem.
    De modo confortável, cômodo; confortavelmente: o sapato ficou bem?
    De modo justo, honesto ou correto; honestamente: comportou-se bem.
    Em demasia; de modo excessivo; muito: o jogo foi bem fácil.
    De modo exato; sem atrasos; exatamente: o avião aterrissou bem no horário.
    adjetivo Que faz parte da classe de pessoas ricas, da alta sociedade.
    Etimologia (origem da palavra bem). Do latim bene.

    Como

    assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).

    como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.

    Deus

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...



    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Escutar

    verbo transitivo Ouvir com atenção.
    Dar atenção a. /.
    Andar indagando.
    Perceber.
    verbo intransitivo Prestar atenção, para ouvir alguma coisa: pode falar, que eu escuto.
    Etimologia (origem da palavra escutar). Do latim auscultare.

    ouvir, atender. – Não se pode confundir o verbo ouvir com os dois outros; pois ouvir designa uma função inconsciente do sentido da audição: é sentir as impressões causadas pelo som no órgão desse sentido. Entre escutar e atender há diferença muito mais subtil. Estes dois verbos, como diz Alv. Pas., “são sinônimos quando exprimem a ideia de prestar atenção ao que se diz, com a diferença seguinte: Escuta-se para se ouvir bem o que se diz; atende-se para compreender bem o que se ouve. O primeiro representa uma função do ouvido; o segundo, uma operação do espírito. O que ouve bem o pregador atende para não perder nada do sermão. O que está longe escuta para o poder ouvir. Para escutar evita-se o barulho; para atender evita-se a distração”.

    Escutar Esse verbo está relacionado com a pregação de Jesus e a obediência a ela (Mt 11:4; 13,16ss.; 17,5; Lc 2:20), pondo em prática o seu conteúdo (Mt 7:24.26; Lc 11:28; Jo 10:16.27; 12,47). Escutar e compreender não é apenas um processo mental, mas aceitar Jesus e sua mensagem (Mt 11:15; 13 15:19-23; Mc 4:16; Jo 5:37; 6,45; 8,43.47).

    Israelitas

    São os descendentes de Jacóou israel. No N.T. o nome nacional, vulgar, é o de judeu. israelita é já um termo de especial dignidade, ‘um membro da teocracia e herdeiro das promessas’ (Jo 1:47Rm 9:4 – 11.1 – 2 Co 11.22).(*veja Hebreus, Judeus.)

    Jesus

    Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

    O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

    Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

    Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

    Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

    O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

    Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

    Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

    Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

    Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

    Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

    No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

    O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

    Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

    2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

    Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

    Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

    3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

    Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

    À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

    R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


    interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
    Ver também: Jesus.
    Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

    Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

    [...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

    [...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

    [...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

    [...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

    Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

    Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

    Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

    Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

    Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

    Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

    [...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

    Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
    Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

    [...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    [...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

    [...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

    Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

    Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

    [...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

    Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

    [...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

    [...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    J [...] é o guia divino: busque-o!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

    [...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

    [...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

    De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

    [...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

    [...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

    [...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

    [...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

    Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

    [...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

    [...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

    Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
    Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

    Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

    [...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

    esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

    Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

    Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

    Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

    [...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
    Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

    Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

    [...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

    Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

    Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

    Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

    Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

    [...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

    J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

    [...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

    Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

    Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

    Jesus é a história viva do homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

    [...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

    [...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

    [...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

    [...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

    [...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

    [Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

    [...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

    Jesus é também o amor que espera sempre [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

    J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

    [...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

    [...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    [...] é a única porta de verdadeira libertação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

    [...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

    Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

    Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o salário da elevação maior.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    [...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

    [...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

    [...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

    J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

    [...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

    Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

    [...] é a verdade sublime e reveladora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

    Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

    [...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

    [...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


    Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

    Maravilhas

    2ª pess. sing. pres. ind. de maravilhar
    fem. pl. de maravilha

    ma·ra·vi·lhar -
    (maravilha + -ar)
    verbo transitivo , intransitivo e pronominal

    Causar ou sentir espanto, admiração. = ADMIRAR-SE, PASMAR


    ma·ra·vi·lha
    nome feminino

    1. Coisa ou pessoa que excede toda a ponderação.

    2. Assombro, pasmo.

    3. Espécie de malmequer do campo.

    4. Botânica Planta balsaminácea do Brasil.


    às mil maravilhas
    Muito bem; da melhor maneira possível (ex.: tudo correu às mil maravilhas).

    Confrontar: maravalha.

    Meio

    numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
    substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
    O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
    Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
    Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
    Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
    O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
    Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
    substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
    adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
    advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
    Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
    Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

    numeral A metade de uma unidade: dois meios valem um inteiro.
    substantivo masculino Ponto médio no espaço ou no tempo: o meio da praça.
    O ambiente onde se vive: o meio influencia as pessoas.
    Modo para se chegar a um fim; recurso: usou de meios desonestos.
    Figurado Local onde se vive ou se exerce uma atividade: meio acadêmico.
    Mais ou menos; nem muito, nem pouco: estou meio chateada hoje.
    O que tende a ser possível; possibilidade: não há meio de obter isso!
    Corpo ou ambiente em que se passam fenômenos especiais ou se desenvolvem microrganismos: um meio ácido.
    substantivo masculino plural Bens, haveres, recursos: os fins justificam os meios.
    adjetivo Que é a exata metade de um todo: meio litro; meia hora.
    advérbio Pela metade, um tanto: porta meio aberta; era meio estranho.
    Por meio de. Mediante, graças a:obteve o emprego por meio de fraude.
    Etimologia (origem da palavra meio). Do latim medius.ii.

    Nazareno

    adjetivo De Nazaré.
    adjetivo, substantivo masculino Natural ou habitante dessa cidade.
    Nome que os judeus davam aos primeiros cristãos, em alusão a Jesus de Nazaré.
    Escola nazarena, grupo de pintores alemães instalados em Roma (1813), que se inspiravam no idealismo ingênuo dos primitivos italianos. (O mais conhecido dos nazarenos é Overbeck.).
    O Nazareno, nome dado a Jesus Cristo.

    Habitante de Nazaré. Era um termo freqüentes vezes aplicado ao nosso Salvador, talvez em certas ocasiões por desdém, sendo depois adotado e glorificado pelos discípulos. Todos os habitantes da Galiléia, em que se achava situada a cidade de Nazaré, eram olhados com desprezo pelo povo da Judéia por causa da singularidade das suas maneiras e da sua fala. o opróbrio de Nazaré, a que se refere um homem, que era galileu (Jo 1:46), pode ter-se originado na má reputação pela falta de religiosidade e pelo relaxamento de costumes. A palavra hebraica, vertida para nazareno, é ‘netser’, que significa ‘renovo’, e é idêntica à palavra usada em is 11:1: ‘Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes um renovo.’ E desta maneira, todas as vezes que chamaram a Jesus o ‘Nazareno’, estavam pronunciando, com conhecimento ou sem o saber, um dos nomes do anunciado Messias. E assim se explica a alusão em Mt 2:23. o epíteto de nazareno é aplicado com desprezo aos seguidores de Jesus em At 24:5. o nome ainda existe em árabe, como uma simples designação dos cristãos.

    Este nome aparece três vezes nos evangelhos e refere-se a Jesus (Mt 2:23; Mc 14:67; Mc 16:6). Em Atos 24:5 foi usado pelo orador Tértulo, no julgamento de Paulo diante do governador Félix, a fim de descrever a seita que o apóstolo supostamente liderava, ou seja, para apresentar o próprio cristianismo.

    A origem da palavra continua em debate. Provavelmente a resposta é bem simples, porque Jesus era conhecido como proveniente da cidade de Nazaré. A expressão “de Nazaré”, para se referir a Cristo ocorre com maior freqüência (17 vezes nos evangelhos e Atos). O fato de que Nazaré era uma cidade um tanto desprezada naquela época talvez indique o desdém que se vinculou à palavra no final do ministério de Jesus, no seu uso, por exemplo, em Marcos 16:6. Provavelmente isso ajuda a explicar o uso deste termo em Mateus 2:23, onde o evangelista diz que cumpriram-se as Escrituras no sentido de que Jesus seria chamado “Nazareno”.

    Mateus descreve a maneira como Jesus foi desprezado pelas pessoas que o cercavam (Mt 11:16-19; Mt 12:14-24; Mt 15:7-8).

    A associação com Nazaré, o lugar desprezado onde Cristo fora criado, provavelmente ajudou esse escritor a ver mais profundamente o cumprimento de todas as profecias que sugeriam um Messias desprezado e rejeitado (por exemplo, Is 49:7; Is 53:3; Sl 22:6-7; etc.). Ainda com relação ao cumprimento das mensagens proféticas, não é que necessariamente os profetas dissessem que o Messias viria de Nazaré, mas, sim, que seria desprezado, como acontecia com as pessoas provenientes de Nazaré nos dias de Mateus.

    P.D.G.


    Nazareno
    1) Natural ou morador de NAZARÉ (Mt 2:23).


    2) Nome que os judeus no início davam aos cristãos (At 24:5).


    Nazareno 1. Cognome de Jesus, oriundo talvez de sua procedência de Nazaré (Mc 1:24; Mt 2:23), embora também pudesse conter um jogo de palavras que o relacionassem com o “nazir” ou descendente de Davi que seria o messias (Is 11:1).

    2. Cognome que designava os judeu-cristãos (At 24:5).

    3. Denominação dos cristãos no Corão.

    4. Uma das denominações dos cristãos no Talmude e outras fontes judaicas.


    Palavras

    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    fem. pl. de palavra

    pa·la·vra
    (latim parabola, -ae)
    nome feminino

    1. [Linguística] [Linguística] Unidade linguística com um significado, que pertence a uma classe gramatical, e corresponde na fala a um som ou conjunto de sons e na escrita a um sinal ou conjunto de sinais gráficos. = TERMO, VOCÁBULO

    2. Mensagem oral ou escrita (ex.: tenho que lhe dar uma palavra).

    3. Afirmação ou manifestação verbal.

    4. Permissão de falar (ex.: não me deram a palavra).

    5. Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: confiamos na sua palavra).

    6. Doutrina, ensinamento.

    7. Capacidade para falar ou discursar.

    interjeição

    8. Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso.


    dar a sua palavra
    Prometer, comprometer-se.

    de palavra
    Que cumpre aquilo que promete; em que se pode confiar (ex.: governante de palavra).SEM PALAVRA

    de poucas palavras
    Que fala pouco (ex.: herói de poucas palavras). = CALADOFALADOR

    palavra de ordem
    Palavra ou conjunto de palavras que serve para marcar uma posição para reivindicar algo, geralmente pela repetição.

    palavra de honra
    Exclamação usada para exprimir convicção ou compromisso (ex.: ninguém vende mais barato, palavra de honra!). = PALAVRA

    Manifestação verbal de promessa ou compromisso (ex.: dou-lhe a minha palavra de honra, não se vai arrepender). = PALAVRA

    palavra gramatical
    Gramática Palavra que não tem valor semântico ou referente externo e expressa uma relação gramatical, como, por exemplo, as preposições ou as conjunções.

    palavra primitiva
    Gramática Palavra que não é formada a partir de outra da mesma língua e que serve de base à formação de outras palavras.

    palavras cruzadas
    Jogo ou passatempo em que se deve preencher uma grelha de palavras que se entrecruzam de forma vertical e horizontal, a partir de pistas.

    passar a palavra
    Dizer a mais pessoas para que se conheça. = DIFUNDIR, DIVULGAR

    retirar a palavra
    Retractar-se.

    Não deixar continuar no uso da palavra, geralmente em assembleia deliberativa.

    sem palavra
    Que não cumpre aquilo que promete; em que não se pode confiar (ex.: homem sem palavra).DE PALAVRA

    tirar a
    (s): palavra
    (s): da boca de alguém
    Anteceder-se à fala de outra pessoa, dizendo o que ela prentendia dizer.

    última palavra
    Decisão definitiva (ex.: nós demos a nossa opinião, mas a última palavra é dele).

    voltar com a palavra atrás
    Negar o que disse anteriormente. = DESDIZER-SE

    Não cumprir o prometido. = DESDIZER-SE


    Sinais

    sinal | s. m. | s. m. pl.

    si·nal
    (latim tardio *signalis, -e, que serve de sinal, de signum, -i, sinal)
    nome masculino

    1. Coisa que chama outra à memória, que a recorda, que a faz lembrar.

    2. Indício, vestígio, rastro, traço.

    3. Qualquer das feições do rosto.

    4. Gesto convencionado para servir de advertência.

    5. Manifestação exterior do que se pensa, do que se quer.

    6. Rótulo, letreiro, etiqueta.

    7. Marca de roupa.

    8. Ferrete.

    9. Marca distintiva.

    10. Firma (principalmente a de tabelião).

    11. O que serve para representar.

    12. Mancha na pele.

    13. Presságio.

    14. Anúncio, aviso.

    15. Traço ou conjunto de traços que têm um sentido convencional.

    16. Placa ou dispositivo usado para regular ou orientar a circulação de veículos e de peões (ex.: sinal de trânsito; sinal luminoso).

    17. Dispositivo provido de sinalização luminosa, automática, que serve para regular o tráfego nas ruas das cidades e nas estradas. = SEMÁFORO

    18. O que revela causa oculta ou ainda não declarada.

    19. Penhor, arras.

    20. Dinheiro ou valores que o comprador dá ao vendedor, para segurança do contrato.

    21. [Marinha] Combinações de bandeiras com que os navios se comunicam entre si ou com a terra.


    sinais
    nome masculino plural

    22. Dobre de sinos por finados.

    23. Antigo Pedacinhos de tafetá preto que as senhoras colavam no rosto para enfeite.


    sinal da cruz
    Gesto feito com a mão direita, tocando a testa, o peito, o ombro esquerdo e o direito ou com o polegar direito, fazendo uma pequena cruz na testa, na boca e no peito.

    sinal de diferente
    [Matemática] Símbolo matemático (≠) que significa "diferente de".

    sinal de igual
    [Matemática] Símbolo matemático (=) que significa "igual a".

    sinal de impedido
    Sinal sonoro que indica que o telefone está ocupado.

    sinal de vídeo
    Sinal que contém os elementos que servem para a transmissão de uma imagem.

    sinal verde
    Autorização para fazer algo. = LUZ VERDE


    Varão

    substantivo masculino Homem, sujeito adulto; pessoa do sexo masculino.
    Por Extensão Aquele que é corajoso, esforçado; quem age sem medo; viril.
    Por Extensão Quem é merecedor de respeito, de admiração; ilustre.
    adjetivo Pertencente ao sexo masculino: filho varão.
    Etimologia (origem da palavra varão). Do latim varro.onis.
    substantivo masculino Vara grande feita em metal ou ferro: varão de cortina.
    Armação de metal usada para proteger algo; grade: varão para portão.
    Etimologia (origem da palavra varão). Vara + ão.

    Varão Indivíduo do sexo masculino (Gn 2:23; Jo 1:30).

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    ἀνήρ Ἰσραηλίτης ἀκούω τούτους λόγος Ἰησοῦς Ναζωραῖος ἀνήρ ἀποδείκνυμι ἀπό θεός εἰς ὑμᾶς δύναμις τέρας καί σημεῖον ὅς θεός ποιέω διά αὐτός ἔν μέσος ὑμῶν καθώς αὐτός καί εἴδω
    Atos 2: 22 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Homens de Israel, ouvi estas palavras: Jesus de Nazaré, homem aprovado por Deus entre vós com milagres, maravilhas e sinais, que Deus fez por ele no meio de vós, como também vós sabeis;
    Atos 2: 22 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    30 d.C.
    G1223
    diá
    διά
    Através dos
    (through)
    Preposição
    G1411
    dýnamis
    δύναμις
    potência
    (power)
    Substantivo - Feminino no Singular nominativo
    G1492
    eídō
    εἴδω
    ver
    (knows)
    Verbo - Pretérito Perfeito do indicativo Ativo - 3ª pessoa do singular
    G1519
    eis
    εἰς
    (A
    (disputed)
    Verbo
    G1722
    en
    ἐν
    ouro
    (gold)
    Substantivo
    G191
    akoúō
    ἀκούω
    ser idiota, louco
    (the foolish)
    Adjetivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G2424
    Iēsoûs
    Ἰησοῦς
    de Jesus
    (of Jesus)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G2475
    Israēlítēs
    Ἰσραηλίτης
    ()
    G2531
    kathṓs
    καθώς
    como / tão
    (as)
    Advérbio
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3056
    lógos
    λόγος
    do ato de falar
    (on account)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G3319
    mésos
    μέσος
    (S
    (and was finished)
    Verbo
    G3480
    Nazōraîos
    Ναζωραῖος
    habitante de Nazaré
    (a Nazarene)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3739
    hós
    ὅς
    que
    (which)
    Pronome pessoal / relativo - neutro neutro no Singular
    G3778
    hoûtos
    οὗτος
    um território na baixa Mesopotâmia fazendo fronteira com o Golfo Pérsico n pr m
    (of the Chaldeans)
    Substantivo
    G4160
    poiéō
    ποιέω
    fazer
    (did)
    Verbo - Aoristo (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) indicativo ativo - 3ª pessoa do singular
    G435
    anḗr
    ἀνήρ
    com referência ao sexo
    (husband)
    Substantivo - acusativo masculino singular
    G4592
    sēmeîon
    σημεῖον
    pequenez, pouco, um pouco
    (a little)
    Substantivo
    G4771
    σύ
    de você
    (of you)
    Pronome pessoal / possessivo - 2ª pessoa genitiva singular
    G5059
    téras
    τέρας
    tocar ou dedilhar cordas, tocar um instrumento de cordas
    (player)
    Verbo
    G575
    apó
    ἀπό
    onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
    (and where)
    Advérbio
    G584
    apodeíknymi
    ἀποδείκνυμι
    (Nifal) suspirar, gemer (em dor ou sofrimento), ofegar
    (and sighed)
    Verbo
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    διά


    (G1223)
    diá (dee-ah')

    1223 δια dia

    preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep

    1. através de
      1. de lugar
        1. com
        2. em, para
      2. de tempo
        1. por tudo, do começo ao fim
        2. durante
      3. de meios
        1. atrave/s, pelo
        2. por meio de
    2. por causa de
      1. o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
        1. por razão de
        2. por causa de
        3. por esta razão
        4. consequentemente, portanto
        5. por este motivo

    δύναμις


    (G1411)
    dýnamis (doo'-nam-is)

    1411 δυναμις dunamis

    de 1410; TDNT - 2:284,186; n f

    1. poder, força, habilidade
      1. poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve
      2. poder para realizar milagres
      3. poder moral e excelência de alma
      4. poder e influência própria dos ricos e afortunados
      5. poder e riquezas que crescem pelos números
      6. poder que consiste em ou basea-se em exércitos, forças, multidões

    Sinônimos ver verbete 5820


    εἴδω


    (G1492)
    eídō (i'-do)

    1492 ειδω eido ou οιδα oida

    palavra raíz; TDNT - 5:116, 673; v

    1. ver
      1. perceber com os olhos
      2. perceber por algum dos sentidos
      3. perceber, notar, discernir, descobrir
      4. ver
        1. i.e. voltar os olhos, a mente, a atenção a algo
        2. prestar atenção, observar
        3. tratar algo
          1. i.e. determinar o que deve ser feito a respeito de
        4. inspecionar, examinar
        5. olhar para, ver
      5. experimentar algum estado ou condição
      6. ver i.e. ter uma intrevista com, visitar
    2. conhecer
      1. saber a respeito de tudo
      2. saber, i.e. adquirir conhecimento de, entender, perceber
        1. a respeito de qualquer fato
        2. a força e significado de algo que tem sentido definido
        3. saber como, ter a habilidade de
      3. ter consideração por alguém, estimar, prestar atênção a (1Ts 5:12)

    Sinônimos ver verbete 5825


    εἰς


    (G1519)
    eis (ice)

    1519 εις eis

    preposição primária; TDNT - 2:420,211; prep

    1. em, até, para, dentro, em direção a, entre

    ἐν


    (G1722)
    en (en)

    1722 εν en

    preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep

    1. em, por, com etc.

    ἀκούω


    (G191)
    akoúō (ak-oo'-o)

    191 ακουω akouo

    uma raiz; TDNT - 1:216,34; v

    1. estar dotado com a faculdade de ouvir, não surdo
    2. ouvir
      1. prestar atenção, considerar o que está ou tem sido dito
      2. entender, perceber o sentido do que é dito
    3. ouvir alguma coisa
      1. perceber pelo ouvido o que é dito na presença de alguém
      2. conseguir aprender pela audição
      3. algo que chega aos ouvidos de alguém, descobrir, aprender
      4. dar ouvido a um ensino ou a um professor
      5. compreender, entender

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    Ἰησοῦς


    (G2424)
    Iēsoûs (ee-ay-sooce')

    2424 Ιησους Iesous

    de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

    Jesus = “Jeová é salvação”

    Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

    Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

    Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

    Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

    Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)


    Ἰσραηλίτης


    (G2475)
    Israēlítēs (is-rah-ale-ee'-tace)

    2475 Ισραηλιτης Israelites

    de 2474; TDNT - 3:356,372; n m

    1. Israelita, alguém da nação de Israel, um nome honroso

    καθώς


    (G2531)
    kathṓs (kath-oce')

    2531 καθως kathos

    de 2596 e 5613; adv

    1. de acordo com
      1. justamente como, exatamente como
      2. na proporção que, na medida que

        desde que, visto que, segundo o fato que

        quando, depois que


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    λόγος


    (G3056)
    lógos (log'-os)

    3056 λογος logos

    de 3004; TDNT - 4:69,505; n m

    1. do ato de falar
      1. palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia
      2. o que alguém disse
        1. palavra
        2. os ditos de Deus
        3. decreto, mandato ou ordem
        4. dos preceitos morais dados por Deus
        5. profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas
        6. o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima
      3. discurso
        1. o ato de falar, fala
        2. a faculdade da fala, habilidade e prática na fala
        3. tipo ou estilo de fala
        4. discurso oral contínuo - instrução
      4. doutrina, ensino
      5. algo relatado pela fala; narração, narrativa
      6. assunto em discussão, aquilo do qual se fala, questão, assunto em disputa, caso, processo jurídico
      7. algo a respeito do qual se fala; evento, obra
    2. seu uso com respeito a MENTE em si
      1. razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio, cálculo
      2. conta, i.e., estima, consideração
      3. conta, i.e., cômputo, cálculo
      4. conta, i.e., resposta ou explanação em referência a julgamento
      5. relação, i.e., com quem, como juiz, estamos em relação
        1. razão
      6. razão, causa, motivo

        Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a segunda pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras. Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança. Era a palavra apropriada para o objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho. Ver Gill ou “Jo 1:1”.


    μέσος


    (G3319)
    mésos (mes'-os)

    3319 μεσος mesos

    de 3326; adj

    meio

    centro

    no meio de, entre


    Ναζωραῖος


    (G3480)
    Nazōraîos (nad-zo-rah'-yos)

    3480 Ναζωραιος Nazoraios

    de 3478; TDNT - 4:874,625; n pr m

    Nazareu ou Nazareno = “o que é separado”

    habitante de Nazaré

    título dado a Jesus no NT

    nome dado aos cristãos pelos judeus, At 24:5



    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    ὅς


    (G3739)
    hós (hos)

    3739 ος hos incluindo feminino η he, e neutro ο ho

    provavelmente, palavra primária (ou talvez uma forma do artigo 3588); pron

    1. quem, que, o qual

    οὗτος


    (G3778)
    hoûtos (hoo'-tos)

    3778 ουτος houtos incluindo masculino plural nominativo ουτοι houtoi , feminino singular nominativo αυτη haute e feminino plural nominativo αυται hautai

    do artigo 3588 e 846; pron

    1. este, estes, etc.

    ποιέω


    (G4160)
    poiéō (poy-eh'-o)

    4160 ποιεω poieo

    aparentemente forma prolongada de uma palavra primária arcaica; TDNT - 6:458,895; v

    1. fazer
      1. com os nomes de coisas feitas, produzir, construir, formar, modelar, etc.
      2. ser os autores de, a causa
      3. tornar pronto, preparar
      4. produzir, dar, brotar
      5. adquirir, prover algo para si mesmo
      6. fazer algo a partir de alguma coisa
      7. (fazer, i.e.) considerar alguém alguma coisa
        1. (fazer, i.e.) constituir ou designar alguém alguma coisa, designar ou ordenar alguém que
        2. (fazer, i.e.) declarar alguém alguma coisa
      8. tornar alguém manifesto, conduzi-lo
      9. levar alguém a fazer algo
        1. fazer alguém
      10. ser o autor de algo (causar, realizar)
    2. fazer
      1. agir corretamente, fazer bem
        1. efetuar, executar
      2. fazer algo a alguém
        1. fazer a alguém
      3. com designação de tempo: passar, gastar
      4. celebrar, observar
        1. tornar pronto, e assim, ao mesmo tempo, instituir, a celebração da páscoa
      5. cumprir: um promessa

    Sinônimos ver verbete 5871 e 5911


    ἀνήρ


    (G435)
    anḗr (an'-ayr)

    435 ανερ aner

    uma palavra primária cf 444; TDNT - 1:360,59; n m

    1. com referência ao sexo
      1. homem
      2. marido
      3. noivo ou futuro marido
    2. com referência a idade, para distinguir um homem de um garoto
    3. qualquer homem
    4. usado genericamente para um grupo tanto de homens como de mulheres

    σημεῖον


    (G4592)
    sēmeîon (say-mi'-on)

    4592 σημειον semeion

    de um suposto derivado da raiz de 4591; TDNT - 7:200,1015; n n

    1. sinal, marca, símbolo
      1. aquilo pelo qual uma pessoa ou algo é distinto de outros e é conhecido
      2. sinal, prodígio, portento, i.e., uma ocorrência incomum, que transcende o curso normal da natureza
        1. de sinais que prognosticam eventos notáveis prestes a acontecer
        2. de milagres e prodígios pelos quais Deus confirma as pessoas enviadas por ele, ou pelos quais homens provam que a causa que eles estão pleiteando é de Deus

    σύ


    (G4771)
    (soo)

    4771 συ su

    pronome pessoal da segunda pessoa do singular; pron

    1. tu

    τέρας


    (G5059)
    téras (ter'-as)

    5059 τερας teras

    de afinidade incerta; TDNT - 8:113,1170; n n

    prodígio, portento

    milagre: realizado por alguém


    ἀπό


    (G575)
    apó (apo')

    575 απο apo apo’

    partícula primária; preposição

    1. de separação
      1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
      2. de separação de uma parte do todo
        1. quando de um todo alguma parte é tomada
      3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
      4. de um estado de separação. Distância
        1. física, de distância de lugar
        2. tempo, de distância de tempo
    2. de origem
      1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
      2. de origem de uma causa

    ἀποδείκνυμι


    (G584)
    apodeíknymi (ap-od-ike'-noo-mee)

    584 αποδεικνυμι apodeiknumi

    de 575 e 1166; v

    1. apontar para fora de si mesmo, apontar para fora, anunciar, expor para observação, exibir
    2. declarar, mostrar, provar que tipo de pessoa alguém é, provar por argumentos, demonstrar

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo