Enciclopédia de Gálatas 1:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

gl 1: 1

Versão Versículo
ARA Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos,
ARC PAULO apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos),
TB Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por algum homem, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos),
BGB Παῦλος ἀπόστολος, οὐκ ἀπ’ ἀνθρώπων οὐδὲ δι’ ἀνθρώπου ἀλλὰ διὰ Ἰησοῦ Χριστοῦ καὶ θεοῦ πατρὸς τοῦ ἐγείραντος αὐτὸν ἐκ νεκρῶν,
BKJ Paulo, apóstolo (não de homens, nem por algum homem, mas por Jesus Cristo, e por Deus o Pai, que o ressuscitou dentre os mortos);
LTT Paulo, um apóstolo (não proveniente- de- junto- dos homens nem por- operação- de homem algum, mas por- ação- de Jesus Cristo e de Deus (o Pai, Aquele havendo-O ressuscitado para- fora- de- entre os mortos)),
BJ2 Paulo, apóstolo - não da parte dos homens nem por intermédio de um homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai que o ressuscitou dentre os mortos -
VULG Paulus, Apostolus non ab hominibus, neque per hominem, sed per Jesum Christum, et Deum Patrem, qui suscitavit eum a mortuis :

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Gálatas 1:1

Mateus 28:18 E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
João 5:19 Mas Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se o não vir fazer ao Pai, porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.
João 10:30 Eu e o Pai somos um.
João 20:21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
Atos 1:16 Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;
Atos 2:24 ao qual Deus ressuscitou, soltas as ânsias da morte, pois não era possível que fosse retido por ela.
Atos 3:15 E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.
Atos 9:6 E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer.
Atos 9:15 Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.
Atos 13:2 E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Atos 22:10 Então, disse eu: Senhor, que farei? E o Senhor disse-me: Levanta-te e vai a Damasco, e ali se te dirá tudo o que te é ordenado fazer.
Atos 22:14 E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da sua boca.
Atos 26:16 Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda,
Romanos 1:1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus,
Romanos 1:4 declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, ? Jesus Cristo, nosso Senhor,
Romanos 4:24 mas também por nós, a quem será tomado em conta, os que cremos naquele que dos mortos ressuscitou a Jesus, nosso Senhor,
Romanos 10:9 a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
Romanos 14:9 Foi para isto que morreu Cristo e tornou a viver; para ser Senhor tanto dos mortos como dos vivos.
I Coríntios 1:1 Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão Sóstenes,
II Coríntios 1:1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acaia:
II Coríntios 3:1 Porventura, começamos outra vez a louvar-nos a nós mesmos? Ou necessitamos, como alguns, de cartas de recomendação para vós ou de recomendação de vós?
Gálatas 1:11 Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens,
Gálatas 1:17 nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
Efésios 1:19 e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
Efésios 3:8 A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo
I Timóteo 1:11 conforme o evangelho da glória do Deus bem-aventurado, que me foi confiado.
II Timóteo 1:1 Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
Tito 1:3 mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela pregação que me foi confiada segundo o mandamento de Deus, nosso Salvador,
Hebreus 13:20 Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas,
I Pedro 1:21 e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dos mortos e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.
Apocalipse 1:5 e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados,
Apocalipse 1:18 e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno.
Apocalipse 2:8 E ao anjo da igreja que está em Esmirna escreve: Isto diz o Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu:

Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Saulo Cesar Ribeiro da Silva

gl 1:1
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários às Cartas de Paulo

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Emmanuel
Saulo Cesar Ribeiro da Silva

Ao chegarmos ao sexto volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, é preciso reconhecer que grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso, queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.

Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação Espírita Brasileira, particularmente à diretoria da instituição, pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa, e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.

Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.

Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor e à Ana Clara, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.

A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa através da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.

A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.

A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão Maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o Seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.

A Deus, inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.




Referências em Outras Obras

Não foram encontradas referências em Outras Obras.

Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Introdução ao Livro de Gálatas
A Epístola aos

GÁLATAS

R. E. Howard

Introdução

A. Autoria

Não há fato, dos estudos do Novo Testamento, mais amplamente atestado que a autoria paulina de Gálatas. Os poucos estudiosos que rejeitam sua autenticidade negam a existência de qualquer literatura cristã do século I e, até, de um apóstolo Paulo do século I. Em compensação, esta carta é aceita pelos críticos mais liberais como norma de autenticidade do século I: Portanto,"a carta aos Gálatas foi escrita, como está evidente, por Paulo, o apóstolo cristão que viveu no primeiro século."'

B. Data

Nenhuma evidência determina com certeza quando e onde Paulo escreveu esta epís-tola. Há, porém, algumas referências na carta que ajudam a fixar claramente a data dentro de certos limites.' O relato do Concílio de Jerusalém (2:1-10; cf. Act
15) e o conflito subseqüente com Pedro em Antioquia (2:11-18) determinam que a data mais recuada possível seja durante a permanência de Paulo em Antioquia, entre sua primeira e segun-da viagens missionárias — aproximadamente 48-50 d.C. A sugestão de duas visitas à Galácia antes que a carta fosse escrita4' tornaria necessário a Paulo tê-la produzido depois da segunda estada na Galácia, em seu segundo giro missionário' (Act 16:1-5). Esta estada teria sido antes de chegar a Corinto, ou, quando ele voltou a Antioquia, antes da terceira viagem (Act 18:23). Esta data seria provavelmente 50-51 d.C.

Outra possibilidade é que Paulo escreveu a epístola na terceira viagem missionária, durante esta permanência maior em Éfeso (Act 19:1-20), ou até mais tarde, enquanto esta-va na Macedônia ou em Corinto (Act 20:1-2). Isto fixaria a data em cerca de 54 ou 55 d.C.

A semelhança de conteúdo entre Gálatas e Romanos produz a indicação de que fo-ram escritas mais ou menos na mesma época,' o que colocaria a data em torno de 56 d.C.'
Um argumento contra data tão avançada é a rapidez da apostasia dos gálatas' e o fato de que, por essa época, a controvérsia com os judaizantes já tivesse cessado — tor-nando obsoletos os assuntos tratados em Gálatas.
Pelo visto, a Carta aos Gálatas foi escrita pouco depois da visita final de Paulo, provavelmente de Éfeso, em cerca de 54 ou 55 d.C.

C. Destinatário

À primeira vista, o destinatário desta epístola está claramente definido, qual seja, "às igrejas da Galácia" (1.2). Mas, tal conclusão logo cai por terra quando percebemos que o termo "Galácia" era usado de duas maneiras diferentes nos dias de Paulo. No uso comum, referia-se a uma região relativamente pequena no nordeste da Ásia Menor, com-parável a Licaônia, Pisídia e Frigia. O uso romano oficial do termo tinha em mira uma província grande (ver Mapa

1) que incluía porções adjacentes das regiões supracitadas.

Os movimentos migratórios das tribos celtas9 compõem grande parte da história pré-cristã do sul da Europa. No século IV a.C., depois de invasão repentina seguida de retirada igualmente brusca, cujo ápice foi o saque de Roma, estes povos inquietos e re-beldes invadiram a Grécia no século III a.C. Desta feita com propósitos permanentes. Em 279 a.C., quando foram repelidos em Delfos, os remanescentes do exército derrotado uniram-se, formaram um grande grupo de parentes que não tinham tomado parte na invasão e infestaram a Ásia Menor. Eles foram gradativamente repelidos pelos asiáticos nativos e, na última metade do século, confinados a uma pequena área no interior." Em princípios do século II a.C., estes celtas foram conquistados pelas legiões de Roma, mas, por mais de 150 anos, tiveram a permissão de ter governo próprio na qualidade de "reino dependente"» Em 25 a.C., este território relativamente pequeno foi incorporado a uma província romana maior que recebeu o mesmo nome.' O populacho, porém, ignorou em grande parte o título oficial romano, fazendo com que o termo "Galácia" fosse usado com referência ao território norte dos celtas.'

Onde ficavam as igrejas a quem esta carta foi enviada? Se estavam situadas no território norte dominado pelos migrantes celtas, quando foi que estas igrejas foram fundadas?' Temos o registro claro de Paulo ter fundado igrejas nas cidades de Derbe, Listra, Ideio e Antioquia durante sua primeira viagem missionária (Act 13:13-14; 14.16,21- 24). Todas estas igrejas estão localizadas na província romana da Galácia, mas não no território norte pertencente aos migrantes celtas. No começo da segunda viagem, Paulo voltou a estas cidades "confirmando as igrejas" (cf. At 15:41-16.5). Lucas acrescenta que o grupo missionário "percorreu a região frigia e gálata" (At 16:6, lit.). Há quem argumente que esta não é referência sumária aos versículos precedentes, mas fala que Paulo viajou para o norte e estabeleceu igrejas entre os migrantes celtas. Durante a terceira viagem missionária de Paulo, Lucas observa que o grupo missionário "atraves-sou sucessivamente a região gálata e a Frigia,' confirmando os discípulos" (At 18:23, lit.), que pode ser entendido como visita de retorno aos celtas.

Não é possível determinar com certeza onde estavam localizadas as igrejas gálatas. O fato de Paulo ter usado com consistência as divisões políticas romanas,' junto com a existência conhecida de igrejas na região sul da província romana, suge-re que Paulo escreveu para estas igrejas conhecidas no sul. Na melhor das hipóteses, o argumento a favor da "Teoria da Galácia do Norte" está baseada em suposição e conjectura." O fato importantíssimo é que a questão não tem porte fundamental na interpretação da epístola.

D. Propósito

Durante séculos, o único baluarte contra a maré de libertinagem pagã foi o legalismo judaico. Pela lei recebida por revelação especial, este povo devoto assegurou um grau de justificação com Deus. Até entre os primeiros cristãos judeus a aceitação de Cristo não era, em nenhum sentido, considerada alternativa ou substituta da lei santa (cf. At 21:20). Quando o evangelho de Cristo foi pregado aos gentios surgiu muito naturalmente a questão sobre a necessidade da lei. O apóstolo para os gentios, inspirado por nova revelação, proclamou que a salvação era mediante a graça, pela fé — sem a lei! Tal mensagem despertou a forte oposição de muitos que estavam convencidos de que o homem só podia ser justificado pela guarda da lei, e que temiam que desconsiderá-la seria escancarar a porta a práticas pagãs.

A controvérsia culminou no Concilio de Jerusalém.' Logo em seguida à evangelização bem-sucedida de Paulo na província pagã da Galácia, os intérpretes da lei chegaram e insistiram que não podia haver salvação sem a lei. O apóstolo rejeitou veementemente esta conclusão, e nesta carta apresenta convincentemente seus argumentos.

O argumento principal de Paulo é que o homem é justificado mediante a graça, pela fé, com base na promessa e não na lei. Esta salvação mediante a graça, pela fé, traz liberdade — inclusive a liberdade da lei! Permanecer sob alei era não só deixar de alcan-çar a graça de Deus, mas ficar preso à escravidão ou servidão. Alei cumprira sua função temporária e agora fora ab-rogada. A liberdade do pecado era inseparável da liberdade da lei. Houve quem contestasse que isto permitiria e até promoveria o pecado. Paulo mostra que o Espírito também é recebido mediante a graça, pela fé, e que a presença do Espírito fornece o imperativo moral adequado contra o mal, fator que tristemente está faltando na lei. Paulo enfatiza que o crente tem de viver sob a disciplina do Espírito, não abusando da liberdade, e achar a expressão positiva da sua fé pelo amor.

E. Teologia

É comum dizermos que Paulo ensina que a justificação é pela fé somente. Na verda-de, o conceito somente é adição teológica posterior. Paulo argumenta que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. Tendo sido justificado pela fé, o crente tem de cumprir as justas exigências da lei, pelo amor.

A implicação lógica da justificação pela fé somente é antinomianismo contra o qual Paulo contestou categoricamente com "de maneira nenhuma". Seus repetidos avisos de que viver no erro excluía os homens do Reino de Deus não deveria deixar dúvida sobre sua atitude (ver comentários em 5:19-21). A profunda preocupação de Paulo era que seus convertidos percebessem que a nova fé proporcionava o único meio adequado para a conduta ética; de modo nenhum seu desejo era isentá-los dessa responsabilidade.

Há certa distinção no pensamento de Paulo que é essencial reconhecermos. Pode-mos descrevê-la como o contraste entre o modo indicativo e o modo imperativo. No grego do Novo Testamento, vemos o contraste nitidamente no uso de modos verbais discrepan-tes. O modo indicativo descreve uma afirmação simples, no tempo passado, presente ou futuro — "isto é, foi ou será". O modo imperativo descreve uma afirmação imperiosa -"isto tem de ser". Paulo não só indica o que já era a experiência dos gálatas, mas também o que ele os exortava a experimentar. Ao distinguirmos suas exortações de suas observa-ções encontramos importante discernimento no pensamento do apóstolo.

É importante lembrar que a Epístola aos Gaiatas não é um tratado sistemático com assuntos organizados em forma ou esquema lógico. Trata-se de uma carta comovida re-pleta de emoção profunda. Por exemplo, no meio da referência de Paulo ao seu conflito com Pedro — fato que ele usa como prova da autoridade divina de sua mensagem —, com bastante naturalidade ele passa a dar testemunho de sua fé (Gl 2:11-21). Ele também inter-rompe um argumento forte para rogar e admoestar seus "filhos" (Gl 4:12-20; 5.1).

Embora os seguidores de Cristo não estejam hoje cercados por intérpretes do legalismo judaico, a tônica básica de Paulo é tremendamente pertinente. Como é freqüente surgir, e como abundam as formas sugestivas, e até insistentes, de que o cristão tem de ter a proteção de um manto legalista! Temos de ouvir hoje e sempre o aviso de Paulo que tal legalismo só pode resultar em servidão e que a disciplina do Espírito só pode produzir o fruto espiritual.

F. Procedimento

No começo de cada seção fazemos uma sinopse para que o parágrafo seja visto em sua totalidade. Envidamos esforços para tratar das questões técnicas e críticas nas no-tas. A menos por indicação especifica em contrário, a autoridade léxica para os comentá-rios feitos acerca do texto grego advém de Arndt e Gingrich.19


Beacon - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
SEÇÃO

INTRODUÇÃO DE PAULO

Galatas 1:1-10

A. SAUDAÇÃO APOSTÓLICA, 1:1-5

Tendo enfatizado sua comissão divina como apóstolo, Paulo junta-se a seus compa-nheiros de viagem na saudação às igrejas na Galácia. Trata-se de saudação de graça e paz de Deus Pai, e do Senhor Jesus Cristo, cuja doação de si próprio tornara possível o resgate deles do mundo mau em que viviam. E por causa deste dom que glorificavam a Deus.

Nos primórdios da igreja, um apóstolo (1) ocupava posição distinta de liderança e autoridade.' Embora se considerasse o menos merecedor de ser chamado apóstolo, por ter perseguido a igreja (cf. 1 Co 15:9), mesmo assim Paulo defendia seu direito a esse ofício (cf. 1 Co 9.1,2; 2 Co 11.5; 12.11,12) e, repetidamente, assumia o título.' Paulo decla-ra que seu apostolado não era da parte dos (apo, "de") homens, nem por (dia, "através de"; cf. BAB, BJ, RA) homem algum; não era de fonte humana ou por agência humana. Este era o ponto onde seus inimigos o desafiavam e procuravam minar-lhe a autoridade.' Com esta declaração brusca e direta, já no início da carta, o apóstolo propositadamente nega a base em que se apoiavam para desqualificá-lo. Paulo afirma que a única fonte e agência de apostolado que ele considera é por Jesus Cristo. Ele foi comissionado diretamente por Jesus.' Na estrada de Damasco, ele encontrara o Senhor ressurreto; esta era a base de sua reivindicação ao ofício apostólico (cf. 1 Co 15.8). Sua autoridade veio através de Cristo, de Deus Pai, que o ressuscitou dos mortos. Por conseguinte, todo aquele que desafiasse sua autoridade teria que resolver com o próprio Deus.

Todo servo de Cristo — ministro e leigo — deve ter o senso da comissão divina. A fonte e agência de suas obras têm de ser mais altas que a autoridade humana. Se ele for enviado só por homem, fracassará. Claro que a garantia preciosa de que "Deus me enviou" pode ser extrapolada; mas a obstinação e arrogância lançam uma sombra na realidade da declaração. Muitos ficam imaginando se, na escolha de Matias (At 1:23-26), os onze apóstolos, talvez, deixaram de fazer a escolha de Deus. O tempo mostra que Paulo era possivelmente a substituição planejada por Deus para o lugar de Judas.

A referência de Paulo à ressurreição de Jesus como base de sua reivindicação à comissão divina destaca a importância desta doutrina de fé na igreja primitiva. Tudo em que criam era condicional ao fato de que Deus Pai ressuscitara Jesus Cristo. "Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados" 1Co 15:17). Cabe aqui uma pergunta: Até que ponto a ressurreição é importante para nossa fé hoje? Não sabemos com certeza onde Paulo estava quando escreveu esta carta (cf. Intro-dução). Mas, de acordo com suas saudações habituais,' ele envia a carta de todos os

irmãos que estão comigo (2).

Esta é provavelmente referência aos companheiros missionários de viagem (cf. Atos 20:4) e não aos membros de uma igreja. Estes obreiros eram indubitavelmente conhe-cidos e respeitados pelas igrejas gálatas, e a menção deles daria força à mensagem de Paulo.

Uma das questões não solucionadas da erudição do Novo Testamento é a identifica-ção das igrejas da Gaiácia (2). Estão localizadas no distrito norte da Ásia Menor (o uso popular e étnico) ou na região sul da província da Galácia (o uso técnico romano) ? O fato de Paulo nunca se referir às cidades da Galácia do Norte é forte argumento em defesa da Teoria da Galácia do Sul (cf. Introdução; ver Mapa 1).

A bênção apostólica: Graça e paz, da parte de Deus Pai e da de nosso Senhor Jesus Cristo (3), já se tornara, nestes primeiros tempos, forma-padrão. Faz parte da saudação em cada uma das cartas de Paulo. Embora encontremos idéias relacionadas em saudações gregas e hebraicas, esta saudação espelha os inigualáveis conceitos cris-tãos do favor de Deus, que fornece a salvação por Cristo, e da resultante bem-aventurança. Paulo não está declarando especificamente que Jesus morreu pelos pecados do ho-mem, mas não há dúvidas de que era esta a intenção, quando observa que Jesus deu-se

a si mesmo por nossos pecados (4). A cruz e a ressurreição são o tema primário de Paulo, de forma que ele raramente menciona a vida e ministério de Jesus. O entendi-mento de Paulo acerca do pecado torna a cruz indispensável. Uma vida dedicada ‑mesmo a de Jesus Cristo — não é eficaz em expiar o pecado. O propósito de doar-se é que Ele poderia livrar-nos do presente mundo mau. Ao aceitar o fato histórico da cruz, Paulo faz uma aplicação pessoal e prática — libertação presente. A palavra livrar (exaireo) sugere resgate de um estado de impotência.' Essa salvação não é a conseqüência univer-sal e automática da cruz, mas é uma pronta possibilidade.'

Esta é a única ocasião em que Paulo fala deste século (lit., era) como presente e mau, embora em outros lugares esteja claramente indicado em sua expressão comum "o mundo". Sua figura de linguagem é vividamente descritiva. Os homens estão desespera-damente presos nas garras deste mundo mau; mas, pela cruz, Cristo pode salvá-los. Paulo não sugere que o propósito de Deus é retirar os homens do mundo, mas que ele os salva do poder do mal em vigor no mundo. É significativo que o apóstolo aborde o tema da libertação do poder do pecado já na saudação. Em geral, depois da bênção apostólica,

  • apóstolo expressa ação de graças a Deus acompanhada por uma nota de elogio àqueles a quem ele escreve. Aqui, é notadamente diferente. A referência à libertação do pecado, fundamentada completamente na morte de Cristo, realça a maior preocupação de Paulo: refutar os proponentes da lei. Em vez de elogiar os gálatas, ele confessa assombro e surpresa por terem rejeitado a graça de Cristo.
  • Como declaração fortalecedora da identificação de Cristo com o Pai, o apóstolo acres-centa que esta libertação foi segundo a vontade de Deus, nosso Pai. Cristo deu-se aos homens por completo de acordo com a vontade do Pai. Assim Paulo pode concluir: a quem seja glória para todo o sempre. Amém! (5).

    B. RAZÃO PARA ESCREVER, 1:6-10

    1. Apostasia dos Gálatas (1.6,7)

    Nesta subdivisão, Paulo está atônito por terem os gálatas abandonando tão depres-sa a Cristo que os chamara. Eles o renunciavam em troca de um evangelho diferente, que, na realidade, não era evangelho coisa alguma. Aqueles que os incomodavam só queriam perverter o evangelho de Cristo. Como ele lhes dissera, todo aquele que pregas-se um evangelho diferente do que receberam — seja de Paulo ou de um anjo — estaria sob a maldição de Deus. Paulo, então, pergunta se sua pregação invoca a Deus ou aos homens e, se, com isto, ele procura agradar aos homens.

    Admiro-me de que tão depressa afastásseis' daquele que vos chamou (6). Paulo estava admirado por terem desistido em tão pouco tempo.' O uso do tempo presen-te indica claramente que os gálatas estavam no processo de abandono. Isto explica a urgência de Paulo quanto a procurar fazê-los voltar antes que se estabelecessem no erro. Um movimento ou mudança envolve partir como também chegar. Para aceitar um evan-gelho diferente os gálatas tinham de deixar o que tinham conhecido e experimentado. Eles estavam desviando-se de Deus. Foi ele que os chamara das trevas pagãs para si — o Deus que é Luz, Vida e Amor. O espanto de Paulo é que eles dessem as costas a Deus tão rapidamente, e os lembra que Deus os chamara à graça de Cristo. Na base do pensamento do apóstolo está a crença de que todas as coisas são de Deus (o Pai) através de Cristo (o Filho).

    Num nítido jogo de palavras em grego, Paulo declara ironicamente que eles se volta-ram para outro (heteros) evangelho, o qual não é outro (allos, 7). Seus oponentes diziam que o que ensinavam era um evangelho, querendo dizer logicamente que era superior ao que Paulo pregara. Por um momento, o apóstolo aceita a afirmação. Mas diz que o que pregam é heteros evangelho — "de tipo diferente". Não é um evangelho allos — "do mesmo tipo".' Em seguida, Paulo ressalta as razões específicas por que não era outro evangelho do tipo que tinham recebido; na realidade, não era evangelho coisa alguma. O verdadeiro evangelho é "boas-novas" — especificamente as boas-novas de salvação. Os oponentes de Paulo os inquietavam (tarasso). A intenção era agitar, pertur-bar e desestabilizar os gálatas. Ao inquietar estes novos-convertidos, eles queriam trans-tornar (metastrepho, lit., "arruinar") o evangelho de Cristo. O que ensinavam não era absolutamente evangelho, mas tentativa velada de destruir o evangelho de Cristo que é as "boas-novas" de que, por Cristo, há libertação deste século mau (cf. 4). Como Paulo argumentará depois com mais detalhes, o resultado dessa mensagem era só escra-vidão e servidão em contraste com a libertação e liberdade que os gálatas encontraram mediante a graça, pela fé.

    2. A Questão Crucial (1:8-10)

    Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evange-lho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (8). Paulo estava tão con-vencido de que não havia outro evangelho que invocou a maldição de Deus sobre si mes-mo — ou até sobre os anjos do céu —, caso eles "pregassem um evangelho diferente (gr., para) daquele que vos pregamos' (cf. BJ, CH). Estas palavras não eram um discurso inconseqüente ou mera retórica. A pessoa da herança e educação de Paulo teria profundo respeito por votos solenes e maldições. Ser anátema (cf. "amaldiçoado", NTLH; "maldi-to", BAB; cf. CH) era fatal.' A natureza séria do erro promulgado entre os gálatas é destacada por tal declaração. Paulo os avisara deste erro, talvez na primeira vez que lhes pregara. Por isso, os lembra: Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo (9). O contraste entre agora... vo-lo digo e já vo-lo dissemos torna bastante certo que ele não estava se referindo ao versículo anterior.

    Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. O versículo 9 difere do versículo 8 no ponto em que é usado o pronome indefi-nido "alguém" (tis) no lugar do sujeito — Paulo ou um anjo. No versículo 8, a possibilida-de é mais remota — "se nós" —, ao passo que neste versículo a construção gramatical sugere que tal possibilidade está acontecendo — "se alguém está". É indiscutível que Paulo está se referindo ao que estava sendo feito na Galácia. Inicialmente, ele se usara como mera ilustração hipotética.

    Em nossos dias de tolerância crescente na religião, a denúncia dogmática de Paulo soa um tanto quanto descabida. Claro que há o respeito pela crença dos outros e apoia-mos a garantia de que ninguém sofra perseguição religiosa. Mas isto não significa que todos os caminhos levam a Deus. A oposição de Paulo não era um sectarismo estreito; era a preocupação sobre o meio fundamental de salvação. Ele estava convencido de que o curso que os gálatas estavam tomando os conduziria à escravidão espiritual — e quem saberia melhor que ele, que tinha vivido sob a lei? Só lhe resta condenar tal teologia -terminantemente. O seu Mestre não advertira que ele viera trazer espada (cf. Mt 10:34) ? Nestes dias em que vivemos precisamos ouvir esta voz de certeza e convicção, bem como da verdadeira tolerância.

    Os oponentes de Paulo o acusaram de ajustar sua mensagem de forma que fosse atraente aos homens e lhes ganhasse o favor. Por isso, pergunta: Persuado (peitho,

    "apelo") eu agora a homens ou a Deus? (10). Tal condenação séria é humanamente atraente? Ele repete a pergunta com palavras diferentes: Procuro agradar a homens?

    A resposta é um enfático Não! Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo. Esta afirmação deve ser entendida em termos do seu contexto. Paulo estava sendo acusado pelos judeus de rejeitar a lei para agradar aos gentios. Em outro texto, o apóstolo demonstra abertamente a importância e até a necessidade de agradar aos homens a fim de conquistá-los para Cristo (cf. 1 Co 10.33). O apóstolo não pode ser considerado um independente radical. Ele era sensível às atitudes dos homens. Se ele se

    permitisse ser colocado em servidão das opiniões de homens ele já não seria o servo liberto de Cristo. Se ele tivesse de decidir entre agradar aos homens e a Deus, sua esco-lha não estava em discussão.

    Segundo A. F. Harper, temos nos versículos 1:10 "A Mensagem de Deus a quem se Desvia de Jesus":
    1) A
    mensagem vem de Deus Pai, 1, e por meio de um líder espiritual preocupado (4,19) ; 2). A maior preocupação de Deus é a nossa salvação do pecado, 4;

    3) Você se desviou de Jesus?, 6,7;

    4) A seriedade da deserção, 8,9;

    5) O caminho para a recuperação: Procuro ser servo de Cristo, 10 (ver tb. 2:18-20).

    SEÇÃO II

    AUTORIDADE - DE DEUS E NÃO DO HOMEM

    Galatas 1:11-2.21

    A. DECLARAÇÃO DA AUTORIDADE DE PAULO, 1:11-12

    Paulo declara aos seus irmãos que o evangelho que ele lhes pregara não era mensa-gem humana ou elaborada pelo homem; ele não o recebera de homem, nem lhe fora ensinado. Ele a recebera por revelação de Jesus Cristo.

    Inicialmente, Paulo deseja que eles entendam que sua autoridade é de Deus e não do homem: Mas faço-vos saber (11; gnorio, "fazer saber"). O que ele afirma em declara-ção direta agora fundamentará em detalhes. Ao tratá-los de irmãos, ele dá a entender que a apostasia dos gálatas não estava completa ou era irrevogável; eles ainda eram seus companheiros cristãos. Como Paulo enfatizará depois, o evangelho por ele anun-ciado era o pronunciamento de que a salvação era mediante a graça, pela fé, e não pelas obras da lei (cf. 3:1-4.31). A carta não indica em nenhum lugar que ele tinha outro conflito teológico com seus oponentes. De particular significação é o fato de que o evange-lho não é segundo os homens.' Esta expressão tem importância especial para Paulo, sendo, talvez, equivalente a "carnal".' O significado que o apóstolo quer transmitir é claro: o seu evangelho não era mera mensagem humana, como ele explica no versículo seguinte.

    Esta mensagem não era humana, porque Paulo não a recebera, nem a aprendera de homem (12). Nem a fonte do seu evangelho, nem o método pelo qual ele o recebera era humano. A maioria dos expositores cristãos, até nos dias de Paulo, foi ensinado por ou-tros homens, mas ele não. O evangelho lhe veio por revelação de Jesus Cristo. Isto não diz respeito a uma revelação geral, disponível a todos que a recebessem, mas a uma revelação especial e pessoal para Paulo.

    A pessoa que afirma ter uma revelação pessoal faz-se acusável de ser arrogante e perigosa. Não é difícil avaliar a preocupação dos oponentes de Paulo. Com base no que lhes pareceria revelação estritamente particular e pessoal, ele estava abolindo muito do que eles consideravam vital e sagrado. No transcurso dos séculos, homens têm se levan-tado proclamando uma mensagem que afirmam ser revelação especial. Esta é precisa-mente a falácia de grande parte do atual conceito de "inspiração". Tais mestres concor-dam que a Bíblia é "inspirada". Mas do mesmo modo há outras obras inspiradas — até as de um Shakespeare e de um Beethoven. É lógico que isto destrói a singularidade das Escrituras. Reconhecemos que Deus inspirou e deu revelações aos homens desde os tem-pos bíblicos. Mas a revelação da Palavra escrita é inigualável. Neste sentido, é terminal e não contínua. A declaração audaciosa de Paulo foi inteiramente fundamentada, não por ele, mas pelo Espírito de Deus. Nossa tarefa não é fazer acréscimos à revelação escrita, mas entendê-la e explicá-la.

    B. FUNDAMENTO DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO, 1:13 2:21

    1. Antes da Conversão — Oposição Zelosa (1.13,14)

    Paulo lembrou aos gálatas os fatos que eles sabiam sobre a maneira como ele outro-ra se comportava no judaísmo — a perseguição excessiva da igreja e a busca zelosa das tradições dos seus antepassados.

    Estes convertidos pagãos na Galácia ouviram (13) deste período da vida de Paulo por seus próprios lábios, o que está de acordo com seu costume de usar o testemunho pessoal na pregação. Eles sabiam de suas relações (conduta), no passado, no judaís-mo. O termo grego anastrophe (conduta) significa "modo de vida" (BJ) — "comporta-mento" ou "procedimento" (NVI) —, fato que é prontamente verificado na descrição que se segue. Paulo se refere especificamente à sua conduta na religião dos judeus (lit., judaísmo). Os gálatas também estavam cientes de como sobremaneira ele perse-guia a igreja de Deus e a assolava. A perseguição paulina da igreja cristã' era dema-siada e extrema. O verbo grego protheo (assolava) é muito forte; significa "destruir" (cf. NTLH; NVI) ou "pilhar" com a nítida conotação de devastação (cf. RA) bélica. O apóstolo está descrevendo que sua conduta antes da conversão era uma guerra pessoal contra a igreja de Cristo.

    Paulo não só demonstrava seu zelo perseguindo os cristãos e destruindo a igreja, mas, ao mesmo tempo, excedia (14; prokopto, "progredia", BJ) 4 em judaísmo a mui-tos de sua própria nação que eram da mesma idade que ele. Nascido de pais hebreus, ele aceitara a interpretação mais rígida da lei — o farisaísmo. Mesmo por estes pa-drões excessivamente rigorosos ele podia dizer que era "irrepreensível" (cf. Fp 3:5-6), sendo extremamente zeloso das tradições de seus pais. Seu progresso no judaís-mo ia muito além da justiça da lei — no sentido mais rigoroso. Ele diz que era zelote.5 Claro que isto fazia parte essencial do farisaísmo.6 Neste aspecto, ele excedeu a muitos dos seus contemporâneos.

    O argumento básico de Paulo é que sua vida antes da conversão mostra que ele recebeu de Deus, e não do homem, a autoridade para o seu evangelho. Em apoio ao argumento, ele destaca fatos de sua hostilidade extrema ao cristianismo (no lado negativo) e seu progresso superior no judaísmo farisaico (no lado positivo). Ambos os lados são provas que sua aceitação do cristianismo não podia ser absolutamente delineada pela influência ou instrução cristã (humana) ! Só uma revelação divina podia fazer isso.

    2. Depois da Conversão — Sem Consulta Humana (1:15-24)

    a) Paulo na Arábia e Damasco (1:15-17). Quando Paulo nasceu, Deus o escolheu para pregar aos gentios. Quando Deus o chamou pela revelação de seu Filho, Paulo não visitou os apóstolos em Jerusalém, mas foi para a Arábia (cerca de 320 quilômetros ao sul de Damasco, e 160 quilômetros a sudeste de Jerusalém; ver Mapa 2). Foi só depois de três anos que ele visitou Pedro e Tiago em Jerusalém, e, então, por apenas 15 dias. Em seguida, foi para a Síria e Cilicia (ver Mapa 1). Durante este tempo, ele era desconhecido pelas igrejas na Judéia, exceto pela informação de que o ex-perseguidor agora pregava a fé que outrora destruía.

    Como Burton observou,' a seção introduzida pela palavra mas (15) não está em contraste com o que vem anteriormente. É, na verdade, uma extensão. Uma tradução melhor seria: E quando aprouve a Deus. A expressão quando aprouve a Deus é um hebraísmo que reconhece a soberania divina. E apenas outro modo de dizer: "quando Deus quis" (cf. "quando [....] houve por bem", BJ). Foi Deus quem separou Paulo no ventre de sua mãe. Esta última expressão é outro hebraísmo bem conhecido para refe-rir-se ao momento do nascimento. Paulo está chamando atenção ao fato de que desde o nascimento Deus o separara. O verbo grego aphorizo (separou) significa "separar de", no sentido de excomunhão (cf. Lc 6:22), ou "separar para". Claro que o sentido aqui é a segunda acepção, sendo praticamente equivalente a uma nomeação. Deus nomeara Paulo para a tarefa especial no nascimento. Até que um dia, na estrada de Damasco, esta nomeação foi revelada' e Deus o chamou. O fariseu cegamente zeloso foi confrontado pelo Cristo ressurreto — e ouviu o chamado de Deus. Como observado no versículo 6, no entendimento de Paulo, a proclamação do evangelho era Deus chamando os homens para si. O apóstolo ouviu o chamado da boca do Senhor ressurreto. O chamado e a nome-ação eram, como são todas as bênçãos de Deus, pela sua graça.

    Os detalhes desta revelação encontram-se em outros lugares das Escrituras, princi-palmente nos três relatos da conversão de Paulo (At 9:1-18; 22:4-16; 26:9-18). Como está evidente pela referência abreviada nesta carta, o fato importantíssimo era que a experi-ência tivera o desígnio de revelar seu Filho em mim (16). Este incidente tornou-se a pedra fundamental do ministério de Paulo, no qual tudo o mais se baseava. Ele era legalmente apóstolo, porque vira Cristo (cf. 1 Co 9.1; 15.8). Diante de seus compatriotas e captores romanos ele tinha apenas uma única defesa — ele se encontrara com o Senhor ressurreto. Sua autoridade para pregar o evangelho, agora sob ataque, era que ele a recebera por revelação do Filho de Deus. Qual foi esta revelação? Os textos dizem que era "pantomima", "alucinação", "sinal", "transe" e "visão". Mas todas estas explicações deixam escapar o ponto principal — foi uma revelação pessoal. Deus revelou seu Filho a mim! O propósito da experiência era que Paulo pregasse entre os gentios. O termo grego ethnos (gentios) designa todos os que não são judeus (cf. Act 9:15-22.15; 26:16-18).

    Como a experiência de Paulo com Cristo tornou-se o foco de sua vida e ministério, assim o cristão hoje precisa de um ponto de referência em sua vida espiritual. Obviamente, a experiência de Paulo era única, mas mesmo assim há uma experiência pessoal de confronto com Cristo que proporciona a realidade espiritual daqueles que buscam a Deus. É necessário no que tange ao chamado para o ministro de Cristo, e não é menos essencial para todo seguidor do Salvador. Um encontro com o Senhor vivo e ressurreto é o começo indispensável de toda vida transformada — o milagre do novo nascimento. Isto se torna para os nascidos de novo um ponto de perspectiva que faz com que tudo que acontece entre em foco. "Perdido andei, sem ver a luz, mas Cristo me encontrou."*

    "Preciosa a Graça de Jesus", Hinário para o Cantor Cristão , n.' 314, linhas 3 e 4 da estrofe 1, letra em inglês de John Newton e em português da Comissão do Hinário para o Cantor Cristão, 1990 (São Paulo: Bompastor, 2003, 3.á reimpressão). (N. do T.)

    Paulo fundamenta suas declarações mostrando que, depois de ter-se convertido e recebido revelação especial, ele não consultou carne nem sangue (16). O verbo grego prosanatithemi (consultei) significa "contribuir" ou "acrescentar algo". Neste caso, o apóstolo está deixando claro que nenhum homem acrescentou nada ao seu evangelho -tudo veio de Deus. Suas atividades antes e após a conversão apóiam esta declaração.

    Nem tornei ("subi", BAB, BJ, RA) a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos (17). Os judeus sempre usam a expressão "subir a Jerusalém", que reconhecidamente tornou-se lugar de liderança humana e autoridade na igreja pri-mitiva. É significativo que o novo-convertido, tendo sido especialmente chamado, não tenha trocado idéias cóm os líderes cristãos. Este fato apóia fortemente a declaração paulina de possuir uma autoridade exclusiva. A palavra antes é importante no ponto em que ressalta o apostolado de Paulo. Ele também era apóstolo, embora outros o tivessem precedido nesse chamado santo.

    Paulo foi para a Arábia, fato que está em nítido contraste com Jerusalém. Era um lugar deserto e não uma metrópole próspera. Ali, Paulo teve comunhão com Deus em vez de ter comunicação com os homens. Ele não declara o propósito da viagem para a Arábia, mas está claramente implícito que era um recolhimento ou afastamento e não uma atividade missionária. Da perspectiva da história, sabemos que Paulo precisava refazer seu sistema de pensamento. Isto era essencial para que ele ministrasse fora das frontei-ras do judaísmo. Os primeiros apóstolos tiveram apenas de acrescentar Cristo ao espera-do Messias do judaísmo. Paulo teve de fazer mais. Depois do período de meditação na Arábia, voltou outra vez a Damasco. Esta é a primeira menção da cidade de Damas-co, que é predominante em todos os relatos da conversão de Paulo em Atos. O fato de ter voltado outra vez a Damasco indica, obviamente, que ele saíra de lá. Nessa cidade pregou, provavelmente, com vigor e discernimento renovados depois do período na Arábia.

    b) A curta visita de Paulo a Jerusalém (1:18-20). Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro (18)." A menção aos três anos tem o efeito de mostrar que ele adiou a consulta com os líderes da igreja por todo este longo período de tempo. Os três anos representam o provável período total de sua conversão. Não há indícios de que a viagem de Paulo a Jerusalém tenha sido feita com a finalidade de obter aprovação ou sanção para o seu evangelho. Tratava-se de simples visita para conhecer Pedro, o líder reconhecido da igreja. E foi uma visita curta — apenas quinze dias em comparação aos três anos que haviam passado desde a conversão. Claro que esses poucos dias proporcionariam exígua oportunidade para instrução ou treinamento.

    E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor (19). Se estivesse buscando aprovação ou aceitação oficial, seria de se esperar que Paulo visitasse todos os apóstolos. Isto ele nega propositadamente,' afirmando que o único apóstolo que viu, além de Pedro, foi Tiago, o irmão do Senhor. Esta referência a Tiago é de importância especial, porque ele, como líder da igreja em Jerusalém, estava associ-ado ao grupo legalista que mais tarde discordou de Paulo.

    A atitude de Paulo para com os líderes da igreja não deve ser interpretada como desprezo pela liderança humana. O mundo de Paulo se esfacelara e só Deus podia re-construí-lo — na comunhão solitária. Tempos depois, quando seu evangelho foi desafia-do, não lhe restava senão defendê-lo desta maneira. Há evidências claras que o apóstolo respeitava profundamente a liderança e autoridade humana (cf. Atos 21:18-26), mas não hesitava em exigir explicações de quem quer que fosse, se tal pessoa transigisse com a verdade de sua consciência. Este é modo de reconhecer que a autoridade humana mais alta é a consciência pessoal. Assim, 15 séculos depois, Martinho Lutero, discípulo de Paulo, desafiou a igreja e o império ao declarar: "Não é nem seguro nem certo agir contra a consciência!"

    Paulo poderia afirmar: Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico e não minto (20). Esta declaração solene — chamar Deus como Testemunha da veracidade do que a pessoa fala — é método usado por Paulo para enfatizar a impor-tância do que ele diz (cf. Rm 9:1-2 Co 1.23; 11.31; 1 Ts 2.5).

    c) Paulo na Síria e Cilicia (1:21-24). O relato em Atos 9:28) preenche muito dos detalhes sobre o termo posteriormente (21). Os anos que Paulo passou na Síria e na Cilicia (ver Mapa

    1) vieram depois que ele pregou e discutiu abertamente Cristo em Jerusalém e depois que ele despertou a oposição assassina de seus inimigos (cf. At 9:29-22:17-20). Seus irmãos cristãos o enviaram a Tarso em prol de sua segurança pessoal. É óbvio que ele fez dessa cidade sua sede na Cilicia. Após este fato, ele foi levado a Antioquia da Síria (ver Mapa

    1) por Barnabé (cf. Atos 9:30-11.25).

    A declaração de que ele era desconhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo (22) não deve ser entendida com o sentido de que os judeus cristãos não tinham visto ou ouvido falar de Paulo depois de sua conversão. O ponto do seu argu-mento é que, durante este período extenso, ele não pregou nem trabalhou em Jerusalém — o primeiro centro da igreja. As narrativas em Atos deixam bastante claro que Paulo pregara e testemunhara em Jerusalém antes de ter voltado para Tarso. Porém, ao longo deste período de aproximadamente 11 anos, ele não voltou à Judéia.

    Neste ínterim, a igreja na Judéia ouvira apenas que, aquele que já nos perse-guiu anuncia, agora, a fé que, antes, assolou (23). Eram notícias comoventes e incrí-veis; e glorificavam a Deus a respeito de mim (24).


    Champlin

    Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
    Champlin - Introdução ao Capítulo 1 do Livro de Gálatas
    Introdução ao Livro Galácia A Epístola aos Gálatas (= Gl) é uma preciosa fonte de informação sobre os primeiros passos do evangelho na Galácia. Graças a ela, sabemos da atividade desenvolvida por Paulo em uma região que cobria grande parte da zona central da Ásia Menor e que, desde o séc. I a.C., estava anexada ao Império Romano com a categoria de “província”. Naquele tempo, a Galácia era povoada pelos descendentes de antigas tribos celtas (ou “galas”, de onde procede o nome do país) que três séculos antes haviam emigrado do centro da Europa. Algumas delas chegaram até a Ásia Menor, estabeleceram-se e, aos poucos, logo se espalharam pelos amplos territórios compreendidos nos limites da atual Turquia. Fora da epístola, a Galácia é mencionada apenas cinco vezes no Novo Testamento (At 16:6; At 18:23; 1Co 16:1; 2Tm 4:10; 1Pe 1:1). No entanto, apesar dessa escassez de notícias, é evidente a importância que teve para a história da igreja. Sabemos, pelo testemunho pessoal de Paulo, que ele ali anunciou Jesus Cristo (Gl 4:13), e não há dúvida de que também fundou um certo número de pequenas comunidades cristãs dispersas por toda a província. Para essas igrejas redigiu a epístola. Mas não para uma comunidade em particular e determinada, mas para as da Galácia em geral (Gl 1:2), formadas por crentes que, na sua maioria ou, possivelmente, na sua totalidade, procediam do paganismo (Gl 4:8). Propósito Os crentes da Galácia, em princípio, mostraram uma grande satisfação por causa do evangelho; e, durante um tempo, haviam vivido a sua fé cristã com a mesma alegria e confiança com que também haviam recebido a presença do apóstolo (Gl 4:13-15). Mas, não muito depois, aquela primeira alegria e fervor parecia ter se esfriado (Gl 5:7), o que coincidiu com o surgimento de sérios problemas doutrinários entre eles. Por isso, Paulo se sentiu movido a escrever esta carta, na qual, por um lado, reprova a frágil fé dos gálatas e, por outro, denuncia as atividades de certos “falsos irmãos que se entremeteram com o fim de espreitar a nossa liberdade que temos em Cristo Jesus” (Gl 2:4). Com essas e outras expressões duras (conforme Gl 1:8-9; Gl 5:10,Gl 5:12; Gl 6:12-13), o apóstolo se refere a alguns grupos de origem judaica que percorriam igrejas recém-formadas e as confundiam com ensinamentos alheios e inclusive opostos ao evangelho e que, além disso, atacavam a sua autoridade e a legitimidade do seu apostolado (Gl 1:10-12). Aqueles a quem Paulo chama de “falsos irmãos” tentavam convencer os gálatas de que o evangelho de Jesus Cristo, para ser perfeito, teria de ser submetido à lei de Moisés e manter em vigor determinadas práticas próprias do Judaísmo, principalmente a circuncisão (Gl 3:11-14; Gl 5:1-6; Gl 6:12-13). Eram, pois, judaizantes, os quais, pretendendo perpetuar a vigência de normas que em Cristo se tornaram superadas, impulsionavam os crentes para que se afastassem da “verdade do evangelho” (Gl 2:5), que é fundamento da “liberdade” concedida por Cristo (Gl 5:1). Em seguida, Paulo advertiu a respeito do sério perigo que as congregações cristãs visitadas pelos judaizantes corriam. Compreendeu que se tratava de um perigo real, que afetava questões básicas para a fé e a vida da igreja e que vinha perturbar o sentido do único evangelho (Gl 1:7-9) da salvação por meio de Cristo. Conteúdo e estrutura A Epístola aos Gálatas está tematicamente relacionada com a de Romanos (ver a Introdução dessa última). Começa com uma apresentação do assunto de que irá tratar (Gl 1:1-10) e, ao contrário do costume de Paulo, não contém ação de graças nem expressão alguma que dê testemunho de um sentimento de alegre afeto. Consta simplesmente de um rápido início e algumas palavras de bênção e doxologia seguidas pelo enunciado principal da carta: Não há mais nenhum evangelho além do de Jesus Cristo. A epístola está dividida em três seções: Na primeira (Gl 1:11-21), Paulo defende a autenticidade da mensagem do evangelho que havia pregado nas igrejas da Galácia (Gl 1:11-12). Desse modo, reivindica a legitimidade do seu trabalho de apóstolo chamado e enviado por Deus para anunciar Jesus Cristo entre os gentios (Gl 1:15-16). Refere-se também a alguns aspectos da sua vida e conduta: o seu anterior fanatismo judaico, que o levou a perseguir “sobremaneira (...) a Igreja de Deus” (Gl 1:13); o reconhecimento do seu ministério por parte dos apóstolos de Jerusalém (Gl 2:1-9) e a sua oposição a Pedro na Antioquia da Síria (Gl 2:11-14). Finalmente, põe em destaque o valor da fé, pela qual Deus justifica o pecador (Gl 2:15-21). A segunda seção (Gl 3:1-12) começa com uma admoestação aos que haviam sido enganados com o cumprimento externo da lei e menosprezavam assim a graça de Deus (Gl 3:1-5). Em seguida, faz uma consideração sobre a fé do Patriarca Abraão (Gl 3:6), de como Deus fez com que as bênçãos e as promessas que havia feito a ele alcançassem os gentios (Gl 3:14,Gl 3:28-29) e qual é a vigência atual da lei mosaica (Gl 3:19-24; Gl 4:1-7). O restante da seção (Gl 4:8-12) é um convite a permanecer “firmes” na liberdade que Cristo nos concedeu (Gl 5:1). A terceira parte da epístola (Gl 5:13-10) consiste em uma exortação a fazer bom uso dessa mesma liberdade, a qual deve configurar a vida do cristão conforme a norma do amor: sendo “servos uns dos outros, pelo amor” (Gl 5:13) e levar “as cargas uns dos outros” (Gl 6:2). Esta é a “lei de Cristo” (Gl 6:2) e o caminho pelo qual o Espírito de Deus conduz a igreja (Gl 5:16-18,Gl 5:25). Nessa seção está incluído o catálogo de vícios e virtudes, melhor conhecido como “as obras da carne e o fruto do Espírito”. A conclusão da epístola inclui algumas observações com o caráter de resumo (Gl 6:12-17), uma anotação de Paulo escrita do seu “próprio punho” e letra (Gl 6:11) e uma breve bênção final (Gl 6:18). Data e lugar de redação Provavelmente, Paulo tenha redigido a Epístola aos Gálatas em Corinto, entre os anos 55:60, pouco antes ou pouco depois de ter escrito aos cristãos de Roma (ver a Introdução a Romanos). Esboço: Prólogo (Gl 1:1-9) 1. O Evangelho anunciado pelo apóstolo (Gl 1:10-21) a. Recebido mediante revelação direta de Jesus Cristo (Gl 1:10-24) b. Reconhecido pelos líderes da igreja de Jerusalém (Gl 2:1-14) c. Centraliza-se na justificação pela fé em Cristo (Gl 2:15-21) 2. O Evangelho da graça de Deus e a liberdade cristã (Gl 3:1-12) a. A suficiência da fé (Gl 3:1-14) b. A relação entre lei e promessa (Gl 3:15-29) c. Demonstração de que a salvação é obra da graça de Deus (Gl 4:1-31) d. Exortação a permanecer firmes na liberdade (Gl 5:1-12) 3. O uso da liberdade cristã (Gl 5:13-10) a. O correto uso da liberdade cristã (Gl 5:13-25) b. A vida no Espírito (Gl 5:26-10) Epílogo (Gl 6:11-18)

    Champlin - Comentários de Gálatas Capítulo 1 versículo 1
    Paulo começa a sua epístola com as saudações de costume (ver Rm 1:1-7 e a Introdução às Epístolas).Gl 1:1 Apresenta-se como apóstolo (= enviado), como em todas as sua outras epístolas, deixando claro que foi nomeado como tal por Jesus Cristo e por Deus Pai (conforme At 9:3-6; At 26:15-18.

    Genebra

    Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
    Genebra - Introdução ao Livro de Gálatas
    A Epístola do Apóstolo Paulo aos Gálatas

    Autor:

    O apóstolo Paulo escreveu o livro de Gálatas (1.1). Ele menciona um grupo de seus colaboradores que participou no envio da carta (1.2), mas o estilo e a teologia da carta demonstram que Paulo era o autor imediato. Desde o século dezoito, alguns estudiosos têm considerado a carta como sendo pseudônima (isto é, que o nome "Paulo" foi usado por outro autor desconhecido) mas os seus argumentos são geralmente considerados infundados ou sem base.

    Data e Ocasião:

    A questão da data da carta está ligada ao problema dos seus destinatários. Paulo os chama de "gálatas" (3.1; conforme 1.2), mas a que "gálatas" estava escrevendo? Ele pode ter escrito especificamente ao povo celta que vivia no norte da Galácia, e que era amplamente conhecido como "gálatas", ou pode ter se dirigido ao povo que vivia na província inteira da Galácia. Quando seguimos o curso das primeiras duas viagens missionárias de Paulo (At 13:14-15:36-18,22) descobrimos que esta questão tem implicações para a data da epístola e para o seu relacionamento com as outras cartas de Paulo. Paulo visitou a Antioquia na Pisídia, Icônio, Listra, e Derbe (todas cidades no sul da Galácia) no decorrer de suas duas primeiras viagens missionárias. Se Paulo escreveu ao sul da Galácia, ele provavelmente escreveu àquelas igrejas nos primeiros anos de sua carreira, logo depois de sua primeira viagem missionária, ou aproximadamente na época do Concilio de Jerusalém (At 15; conforme Gl 2:11-14). A data que é geralmente apresentada por aqueles que mantêm este ponto de vista é 49 d.C. Se isto for correto, a epístola aos Gálatas pode ser a mais antiga em existência nos dias de hoje.

    Muitos estudiosos acreditam que a carta aos Gálatas foi escrita para os Gálatas étnicos no norte. Se este ponto de vista estiver correto, Paulo provavelmente escreveu a carta depois de passar pela "Galácia e Frígia" (At 18:23) na sua terceira viagem missionária. Muitos que seguem a "teoria do norte da Galácia" acreditam que Paulo escreveu a carta ou durante sua estadia de dois anos em Éfeso (At
    19) ou quando estava viajando através da Macedônia, indo à Grécia no final da sua terceira viajem missionária (At 20:1-6; conforme 2Co 2:13). Assim, se isto for correto, o livro de Gálatas foi provavelmente escrito em 54 ou 55 d.C.. Teorias que datam a carta durante a parte final do ministério de Paulo têm o mérito de colocar Gálatas no mesmo período de 2 Coríntios, Romanos, e talvez Filipenses—cartas que compartilham com Gálatas algumas questões de preocupação comum.

    O livro de Gálatas foi escrito para responder a problemas específicos em determinadas igrejas. Para entender a epístola, é essencial ter algum conhecimento sobre a situação que levou Paulo a escrevê-la. Não muito depois dos gálatas terem aceito o evangelho, surgiram agitadores entre eles que atacaram a Paulo pessoalmente (4,17) e pregaram uma forma distorcida de cristianismo (1.6, 7). O seu "evangelho" requeria a circuncisão para a salvação (6.12). Já que os gálatas eram gentios incircuncisos, os agitadores insistiram que os gálatas não só acreditassem em Cristo para sua salvação, mas também aceitassem a circuncisão (2.3-5; 5.2, 6, 11; 6.12, 13, 15).

    O zelo desses agitadores provavelmente reflete a pressão judaica, assim como o seu próprio orgulho. Eles provavelmente estavam tentando converter os gálatas gentios para o judaísmo sob pressão de grupos judeus nacionalistas da Judéia, que conforme o historiador judeu Josefo, estavam se tornando cada vez mais intolerantes no contato entre judeus e gentios durante a segunda metade do primeiro século.

    Os agitadores não estavam satisfeitos somente em pregar o seu tipo de evangelho. Eles também tentaram desacreditar a Paulo, que havia fundado as igrejas da Galácia (4.17). Os seus ataques vinham de três frentes: Primeiro, eles alegavam que Paulo eram um rebelde que tinha desafiado os seus superiores, os apóstolos de Jerusalém. Paulo responde a este ataque em 1.11—2.10. Segundo, eles diziam que Paulo havia recentemente discutido com Pedro sobre se o evangelho requeria que os gentios se tornassem judeus para que pudessem se tornar cristãos. Paulo dá a sua versão do encontro com Pedro em 2:11-14. Terceiro, os agitadores espalharam a noção de que Paulo havia originalmente pregado a circuncisão antes da salvação (5,11) mas que tinha recentemente mudado o seu evangelho para que pudesse acomodar com maior facilidade os gentios (1.10).

    Os Gálatas, por sua parte, estavam mostrando interesse tanto nos rumores sobre Paulo como na nova forma de evangelho dos agitadores. Até Paulo escrever, eles estavam no processo de desertar o verdadeiro evangelho e, conseqüentemente, ao próprio Deus (1.6, 7). Eles queriam agora estar "sob a lei" (4.21; conforme 5,1) e, especificamente, ser circuncidados (5.2). Esta transição para um "outro evangelho" (1,6) não foi tranqüila. A comunidade parece ter ficado dividida (5.15; 6:3-5).

    O propósito de Paulo em escrever era o de persuadir aos gálatas de que nenhum gentio precisa aceitar a circuncisão para pertencer ao povo da aliança divina. A "verdade do evangelho" (2.5,
    14) é que o acesso à comunhão com o povo de Deus vem através da fé em Jesus Cristo. Qualquer um que busque violar esta esfera sagrada de fé, adicionando outros elementos, estará adulterando o evangelho e deve ser resistido a todo o custo (1.8, 9). Para tornar o seu argumento mais persuasivo, Paulo tinha que demonstrar que os rumores sobre ele eram falsos, e que tanto o seu evangelho como a sua autoridade para pregá-lo vinham do próprio Deus (1.11—2.14; conforme 5.11; 6.17).


    Características e Temas:

    A carta aos gálatas permanece como sentinela sobre a verdade de que a salvação é uma dádiva da graça de Deus, que não é ganha e não é merecida, e que deve ser recebida pela fé somente (2.15, 16). De fato, a própria fé é dom gratuito de Deus (1.3, 6, 15; 2.19, 21; 6.18). Esta é, simplesmente, "a verdade do evangelho" (2.5, 14). Paulo mostra uma ira profunda contra a negação desta verdade pelos agitadores (3.1; 5.12), advertindo que aqueles que a rejeitam não podem esperar a salvação (1.8; 5.4).

    Fé somente é a chave, porque somente Cristo é o Salvador. Ele suportou a maldição da lei no nosso lugar na cruz (3.13 6:14). Feitos um com ele, estamos revestidos com a sua justiça (3.26, 27), que é a nossa esperança certa (5.5). Já que estamos unidos a Cristo, recebemos os direitos de sermos filhos de Deus, como ele o é (4.4, 5), e o Espírito do Filho se torna nosso, nos capacitando a viver no Espírito, em comunhão com o nosso Senhor (2.20; 4.6, 7; 5:16-18, 25). O dom do Espírito é a benção completa prometida, a muito tempo atrás, a Abraão (3.6-9, 14). Contra a especulação orgulhosa dos pecadores que dizem que podem ganhar a sua própria salvação cumprindo a lei de Deus, Paulo gloria-se somente na cruz, recebendo pela fé a promessa de Deus (6.14).

    Esboço de Gálatas

    I.

    Saudações (1.1-5)

    II.

    O problema na Galácia: outro evangelho vindo de falsos mestres (1.6-9)

    III.

    A defesa do apostolado de Paulo (1.10—2.14)

    A.

    Paulo busca a aprovação de Deus, e não do homem (1.10)

    B.

    Paulo não depende dos apóstolos de Jerusalém para ter sua autoridade (1.11—2.14)

    1.

    Chamado por Deus (1.11-16)

    2.

    As autoridades de Jerusalém não adicionaram nada ao seu primeiro chamado (1.17—2.10)

    3.

    A autoridade de Paulo demonstrada pelo seu desafio ao erro de Pedro (2.11-14)

    IV.

    Paulo defende o evangelho (2.15—6.10)

    A.

    A paz com Deus vem através da fé em Jesus Cristo, tanto para o judeu como para o gentio (2.15-21)

    B.

    A justificação pela fé tomou o lugar da condenação sob a lei (3.1—5.12)

    1.

    A presença do Espírito prova a eficácia da fé (3.1-5)

    2.

    A fé demonstrada por Abraão prova a eficácia da fé (3.6-9)

    3.

    A maldição da lei prova a ineficácia das obras (3.10-14)

    4.

    A promessa a Abraão tem prioridade sobre a condenação da lei (3.15—4.7)

    5.

    Um primeiro apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (4.8-20)

    6.

    Uma prova bíblica (4.21—5.1)

    7.

    Um segundo apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (5.2-12)

    C.

    Os efeitos práticos do evangelho (5.13—6.10)

    1.

    O amor satisfaz a lei (5.13-15)

    2.

    O Espírito luta contra a carne (5.16-26)

    3.

    A igreja trabalha em harmonia (6.1-10)

    V.

    Conclusão (6.11-18)

    A.

    Um terceiro apelo pessoal para que não abandonem o evangelho (6.11-17)

    B.

    Benção (6.18)

    Mapa da página 1846 em arquivo

    As Igrejas da Galácia

    Duas regiões possíveis são sugeridas para a localização das "igrejas da Galácia". A teoria do "norte da Galácia" sugere um território no coração da Ásia Menor cujos limites incluem a Bitínia e Ponto ao norte, a Frígia ao sudoeste, e a Capadócia ao leste. A teoria do "sul da Galácia" compreende a Galácia como sendo a província romana dos dias de Paulo que incluía a Pisídia, a Licônia, e partes da Frígia e da Capadócia.


    Genebra - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 22
    1.1 Paulo. Sabemos, através de quinze referências em At 7:13, que Paulo também tinha o nome de “Saulo”. Em suas cartas, no entanto, sempre refere-se a si próprio como “Paulo”, um nome comum entre os romanos.

    apóstolo. A palavra significa “mensageiro”. Embora Paulo, algumas vezes, empregasse o termo para designar um comissionado como Epafrodito (Fp 2:25), aqui o emprega com referência aos primeiros apóstolos em Jerusalém (1.19; 1Co 15:9). Paulo defende a autoridade que tem como apóstolo para estabelecer o fundamento da Igreja (1Co 3:10; 9:1; 14:37,38; Ef 2:20; 3.3-5). Ver 2Co 1:1 nota.

    1.3 graça a vós outros e paz. Todas as cartas de Paulo começam mencionando essas duas bênçãos de Deus. “Graça” traduz o termo grego charis, que significa “um ato de bondade imerecido”. Paulo usa essa palavra com mais freqüência do que qualquer outro escritor do Novo Testamento e a confere grande sentido teológico. Aplica-se a tudo o que Deus nos deu em Cristo, sem que tivéssemos obtido por merecimento ou que possamos devolver. "Paz" aplica-se ao relacionamento inaugurado pela morte e ressurreição de Cristo (1,4) entre Deus e os que crêem no evangelho. Para um comentário do próprio Paulo sobre o significado desses dois termos, ver Rm 5:1,2.

    1.6 vos chamou na graça. A graça de Deus vem até nós por iniciativa dele mesmo, através de seu chamado, e não por causa de coisa alguma que tenhamos feito para merecê-la (1.15; Rm 4:4-8; 8:30; 9.11-13).

    1.7 alguns que vos perturbam. Provavelmente cristãos de origem judaica provenientes de Jerusalém, os quais insistiam em exigir dos gentios não apenas que cressem em Jesus Cristo mas também que aceitassem a circuncisão e, desse modo, se tornassem judeus (2.3-5, 12; 6.12, 13). Vários indícios dessa idéia estavam disseminadas entre os cristãos de origem judaica na igreja primitiva (At 15:1-21.20, 21; Fp 3:2, 3).

    1.8, 9 Aqueles que exigem mais do que a fé em Jesus Cristo para salvação, ainda que suas credenciais sejam as melhores, distorcem completamente o evangelho. Os pregadores do falso evangelho estão debaixo da condenação de Deus.

    1.9 anátema. A ação de graças que Paulo normalmente faz por seus leitores é aqui substituída por uma ameaça de maldição, repetida para fins de ênfase. A palavra grega é anathema, empregada também em Rm 9:3.

    1.10 procuro agradar a homens? Os adversários de Paulo na Galácia não atacaram somente o evangelho mas também o seu mensageiro, a saber, Paulo. Uma das acusações era a de que Paulo pregava uma forma pouco exigente do evangelho, sequer exigindo a circuncisão ou a obediência às leis do sábado ou, tampouco, as restrições alimentares (4.10; 5.11).

    1.11 não é segundo o homem. Paulo defende-se da acusação de seus adversários de que ele está em rebelião contra os apóstolos de Jerusalém, os quais lhe teriam dado a autoridade que tem. Paulo argumenta que a sua autoridade vem tão somente de Deus, apenas confirmada pelos apóstolos de Jerusalém.

    1.12 mediante revelação. Ver At 9:3-5; 22:6-10; 26:13-18; 1Co 15:8.

    1.13 perseguia eu a Igreja de Deus. A perseguição que Paulo promovera contra a igreja antes do seu chamado era bem conhecida entre os primeiros cristãos (At 7:58-8.3; 9.1, 2). Paulo mesmo envergonhava-se profundamente dessa parte do seu passado (1Co 15:9), embora a considerasse evidência de que a graça de Deus é capaz de conquistar até os pecadores mais rebeldes (At 22:4-5; 26:9-11; 1Co 15:10; Fp 3:6; 1 Tm 1.13, 14).

    1.14 extremamente zeloso. Paulo gostava de mostrar a oponentes como os da Galácia que ser um judeu, ainda que um judeu zeloso, não é suficiente para a salvação. Paulo via sua própria experiência como prova de que o zelo pela lei não podia salvar (Rm 9:30–10.4; 2Co 11:22; Fp 3:4-6).

    1.15 antes de eu nascer. Paulo reproduz conscientemente as palavras do chamado de Jeremias (Jr 1:5) e, talvez, do chamado do Servo mencionado em Isaías (Is 49:1, 5), os quais, assim como Paulo, foram chamados para ser mensageiros de Deus aos gentios. Paulo tinha consciência de que o seu apostolado (v.1, nota) estava em continuidade com a tradição profética do Antigo Testamento.

    me chamou pela sua graça. Ver nota no v. 3; “Vocação Eficaz e Conversão” em 2Ts 2:14. O chamado de Paulo para ser um apóstolo, assim como a fé que possui cada crente, foi o resultado da graça precedente de Deus. Antes do nosso nascimento e, conseqüentemente, antes que pudéssemos fazer qualquer coisa boa ou má, Deus escolheu criar em nós a fé (Rm 9:10-13; Ef 1:4-6). Ninguém pode obter por merecimento o chamado de Deus; é um dom gratuito.

    1.16 gentios. Tanto “nações” como “gentios” são traduções corretas da palavra grega usada aqui. Escritores judeus aplicavam esse termo a qualquer um que não fosse judeu. Paulo fora chamado para pregar aos gentios (2.9; At 9:15-22.21; 26.17; Rm 1:5; 15:16) mas não se considerava chamado para pregar exclusivamente aos gentios. Em At 13:28, ele prega freqüentemente aos judeus e passagens como Rm 1:14-16; 9.1-5 e 1Co 9:20 mostram que dispunha-se sempre a evangelizar os judeus.

    não consultei carne e sangue. Paulo encontrou-se, obviamente, com Ananias três dias depois da sua conversão (At 9:10-19; 22:12-16). A palavra traduzida por “consultar”, todavia, sugere apresentar alguma coisa perante alguém ou submetê-la para observação e aprovação. Paulo certamente não consultou Ananias neste sentido. O papel de Ananias foi confirmar o chamado de Paulo para pregar aos gentios e batizá-lo.

    1.17 Jerusalém... Arábia... Damasco. A conversão e o chamado de Paulo aconteceram perto de Damasco (At 9:3-22.6; 26.12). Ele permaneceu na cidade vários dias após sua conversão (At 9:19). Essa antiga cidade situa-se em uma planície fértil entre dois rios, de modo que o viajante que parte dali precisa literalmente “subir” até Jerusalém através da região montanhosa da Palestina. Jerusalém era o centro cultural e religioso da Palestina e o lar de Tiago, Pedro e João, que, em Atos e Gálatas, destacam-se como os líderes da comunidade cristã primitiva em Jerusalém (2.9). Paulo enfatiza que o seu chamado para pregar aos gentios viera de Deus e não dos líderes da igreja de Jerusalém. A Arábia era governada por um rei nabateu, Aretas IV, que lutou contra Roma pelo controle de Damasco. Quando da conversão de Paulo, um governador de Aretas estava no controle da cidade e aparentemente ajudou judeus enraivecidos na tentativa de matar a Paulo (At 9:23-25; 2Co 11:32,33).

    1.18 três anos. Os “muitos dias” de At 9:23.

    a Jerusalém. A primeira viagem de Paulo a Jerusalém após a sua conversão (At 9:26-30).

    avistar-me com. Tradução da palavra grega que significa visitar alguém com o propósito de obter informação. Paulo provavelmente conferenciou com Pedro a respeito da vida e do ensino de Jesus.

    Cefas. Nome aramaico de Pedro (ver referência lateral). Tanto “Cefas” como “Pedro” significam “pedra”.

    1.19 Tiago, o irmão do Senhor. Ver Mt 13:55 e Mc 6:3. Esse Tiago não é o discípulo Tiago que aparece freqüentemente junto com Pedro e João nos evangelhos. Herodes assassinou aquele Tiago ainda nos primórdios da igreja (At 12:2). Tiago, o irmão do Senhor, no começo não cria em Jesus (Jo 7:5) mas converteu-se mais tarde, em conseqüência, talvez, da visão que teve do Senhor ressuscitado (1Co 15:7).

    1.21 Síria e Cilícia. Ver At 9:30. Paulo voltou para sua casa em Tarso (At 9:11-21.39; 22.3), a cidade mais importante na Cilícia. Esta região da Cilícia encontrava-se sob a administração da província romana da Síria durante os primórdios do primeiro século. É, pois, acurado o uso dos dois nomes por Paulo.

    1.22 Judéia. Paulo podia estar se referindo à região específica chamada Judá no Antigo Testamento ou à província romana da Judéia, que incluía a Judá antiga além da Samaria e da Galiléia.


    Matthew Henry

    Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
    Matthew Henry - Introdução ao Livro de Gálatas
    Romanos

    DADOS ESSENCIAIS

    PROPÓSITO:

    Apresentar ao Paulo aos romanos e dar uma amostra de sua mensagem antes de chegar a Roma

    AUTOR:

    Paulo

    DESTINATÁRIOS:

    Cristãos em Roma e crentes em qualquer lugar

    DATA:

    ao redor de 57 D.C. desde Corinto, quando Paulo se preparava para visitar Jerusalém.

    MARCO HISTÓRICO:

    Ao parecer, Paulo finalizou seu trabalho no este e planejava visitar Roma em sua viagem a Espanha depois que entregasse a primeira oferenda aos cristãos necessitados em Jerusalém (15.22-28). A maioria dos que conformavam a igreja romana eram judeus, mas também incluía um grande número de gentis.

    VERSÍCULO CHAVE:

    < Justificados, pois, pela fé, temos paz para com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo > (5.1).

    PESSOAS CHAVE:

    Paulo, Febe

    LUGAR CHAVE:

    Roma

    CARACTERÍSTICAS PARTICULARES:

    Paulo escreve aos romanos uma declaração organizada e cuidadosa de sua fé, não tem a forma típica de uma carta. Entretanto, ao final da carta emprega um tempo considerável para saudar às pessoas em Roma.

    CONHECEDOR e experiente, o procurador geral estabelece o caso. Apresenta sua evidência chamando testemunhas chave ao estrado. Logo depois de desacreditar as declarações das testemunhas pela defesa, ao lhes fazer um hábil interrogatório, conclui com um sumário impenetrável e um desafio comovedor para o jurado. O veredicto anunciado não surpreende. O presidente do jurado pronuncia a sentença: culpado. feito-se justiça.

    O apóstolo Paulo era inteligente, expressava-se bem e estava dedicado por completo a seu chamado. Como hábil advogado, em sua carta aos crentes em Roma, Paulo apresentou o caso do evangelho de uma maneira clara e direta.

    Paulo tinha ouvido da igreja em Roma, mas nunca a visitou; tampouco Pedro, João nem algum outro apóstolo. É evidente que a igreja começou com judeus que escutaram de Cristo durante o Pentecostés (Feitos 2). Ao retornar a Roma, atestaram de sua fé e a igreja cresceu.

    Apesar das muitas barreiras que o separavam dos irmãos em Cristo, Paulo se sentia vinculado a estes romanos, eram seus irmãos em Cristo e ansiava vê-los. Nunca os conheceu todos, entretanto os amava. De maneira que enviou esta carta para apresentar-se e para fazer uma clara declaração de sua fé.

    depois de uma breve introdução, Paulo expõe os fatos do evangelho (1,3) e declara sua submissão a ele (1.16, 17). A seguir desenvolve um argumento extremamente irrefutável quanto a quão perdida estava a humanidade e a necessidade da intervenção de Deus (1.18-3.20).

    Logo Paulo apresenta as boas novas: a salvação está ao alcance de todos, sem importar identidade, pecado nem herança. Somos salvos por graça (não ganha, favor imerecido de Deus) mediante a fé (confiança total) em Cristo e sua obra consumada. Através dele podemos nos apresentar justificados ante Deus, < não culpados > (3.21-5.21). Apoiado nisto, Paulo passa diretamente a discutir a respeito da liberdade que vem como resultado de ser salvo: liberdade do poder do pecado (6.1-23), liberdade da dominação da Lei (7.1-25), liberdade para ser como Cristo e descobrir o amor infinito de Deus (8.1-39). Falando em forma direta a seus irmãos judeus, Paulo mostra sua preocupação por eles e logo explica como encaixam no plano soberano de Deus (9.1-11.12). Logo revela o plano maravilhoso de Deus para unir judeus e gentis no corpo de Cristo: ambos os grupos podem elogiar pela sabedoria e amor de Deus (11.13-36).

    Paulo explica que os cristãos devessem dar-se por completo a Cristo e usar seus dons espirituais (12.3-8) para amar na verdade a outros (12.9-21) e ser bons cidadãos (13 1:14). A liberdade devem conduzi-la em amor à medida que se edificam uns aos outros na fé e são sensíveis a quem é débeis (14.1-15.4). Paulo uma vez mais enfoca a unidade, sobre tudo entre judeus e gentis (15.5-13). Por último, conclui sua carta repassando suas razões para escrever, esboçando seus planos pessoais (15.22-33), saudando seus amigos e companheiros de viagem (16.1-27).

    Quando ler Romanos, reconsidere seu compromisso com Cristo e renove sua relação com outros crentes no corpo de Cristo.

    Bosquejo

    A. O que ACREDITAR (1.1-11,36)

    1. Pecaminosidad do homem

    2. Perdão do pecado através de Cristo

    3. Liberdade das garras do pecado

    4. Passado, presente e futuro do Israel

    Paulo estabelece com claridade os fundamentos da fé cristã. Todos os homens são pecadores, Cristo morreu para nos perdoar do pecado; chegamos a ser justos ante Deus mediante a fé; isto dá início a uma nova vida com uma nova relação com Deus. Como uma equipe esportiva que freqüentemente revisa o mais importante do jogo, ajudará-nos grandemente em nossa fé se nos mantivermos perto destas bases. Se estudarmos Romanos com cuidado, nunca andaremos como o perdido que não sabe no que acreditar.

    B. COMO COMPORTAR-SE (12.1-16,27)

    1. Responsabilidade pessoal

    2. Notas pessoais

    Paulo dá aos crentes em Roma uma guia clara e prática. A vida cristã não é uma teologia abstrata desconectada da vida, mas sim tem implicações práticas que afetarão nossa conduta diária. Não é suficiente conhecer o evangelho: devemos deixar que transforme nossas vidas e permitir a que Deus nos impacte completamente.

    Megatemas

    TEMA

    EXPLICAÇÃO

    IMPORTÂNCIA

    Pecado

    O pecado é não querer fazer a vontade de Deus e falhar em cumprir tudo o que ele quer. Da rebelião do Adão contra Deus, desobedecemos por natureza. Nosso pecado nos separa de Deus. O pecado nos impulsiona a viver a nosso desejo em lugar de fazê-lo como Deus deseja. devido a que Deus é moralmente perfeito, justo e imaculado, está em seu direito de condenar o pecado.

    Toda pessoa pecou, já seja por rebelião contra Deus ou por evitar sua vontade. Sem importar nossos antecedentes nem todo o esforço que façamos para ter vistas morais e corretas, não podemos nos salvar nem nos limpar de pecados. Só Cristo pode fazê-lo.

    Salvação

    O pecado faz ressaltar a necessidade de perdão e pureza. Apesar de que não o merecemos, Deus em sua bondade nos estende seu amor e perdão. Brinda-nos a maneira de ser salvos. A morte de Cristo pagou a pena pelo pecado.

    É uma boa nova que Deus nos salve de nosso pecado. Mas devemos acreditar no Jesucristo e que ele perdoou nosso pecado a fim de que entremos em uma maravilhosa e nova relação com Deus.

    Crescimento

    Pelo poder de Deus, os crentes são santificados, feito Santos. Isto significa que ele nos separa do pecado, capacita-nos para obedecer e para chegar a ser como Cristo. Quando crescemos em nossa relação com Cristo, o Espírito Santo nos libera das demandas da Lei e o temor ao julgamento.

    devido a que somos livres do controle do pecado, das demandas da Lei e do temor ao castigo de Deus, cresceremos em nossa relação com Cristo. Ao confiar no Espírito Santo e ao permitir que nos ajude, conseguiremos vencer ao pecado e à tentação.

    Soberania

    Deus vigia e cuida de seu povo: no passado, presente e futuro. O trato de Deus para seu povo sempre é justo. devido a que Deus sustenta as rédeas de toda a criação, pode salvar a todo aquele que quer.

    Graças à misericórdia de Deus judeus e gentis podem receber salvação. Todos devemos responder a sua misericórdia e aceitar sua oferta gratuita de perdão. Já que ele é soberano, deixemos que reine em nosso coração.

    Serviço

    Quando nosso propósito é dar crédito a Deus por seu amor, poder e perfeição em tudo o que fazemos, podemos lhe servir como é devido. O serviço a ele une a todos os crentes e os capacita para mostrar seu amor e sensibilidade a outros.

    Ninguém pode por si só expressar por completo a Cristo. necessita-se o corpo de Cristo em pleno para expressar bem ao Senhor. Edificando ativa e vigorosamente a outros crentes, os cristãos podem ser uma sinfonia de serviço a Deus.

    O EVANGELHO VAI A Roma

    Quando Paulo escreveu esta carta à igreja em Roma, ainda não a tinha visitado, entretanto, tinha levado o evangelho < de Jerusalém, e pelos arredores até o Ilírico > (15.19). Planejou visitar e pregar em Roma um dia e sua esperança foi continuar levando o evangelho até o longínquo oeste, até até a Espanha.


    Matthew Henry - Introdução ao Livro de Gálatas
    Gálatas

    DADOS ESSENCIAIS

    PROPÓSITO:

    Refutar aos judaizantes (os que ensinavam que os crentes gentis deviam obedecer a lei judia a fim de ser salvos) e fazer um chamado aos cristãos à fé e liberdade em Cristo

    AUTOR:

    Paulo

    DESTINATÁRIO:

    As Iglesias no sul da Galacia, fundadas pelo Paulo em sua primeira viagem missionária (incluindo Iconio, Listra, Derbe) e os cristãos em todo lugar

    DATA:

    Mais ou menos 49 D.C., desde a Antioquía, antes do concílio de Jerusalém (50 D.C.)

    MARCO HISTÓRICO:

    A controvérsia mais premente da igreja primitiva foi sobre a relação dos novos crentes, particularmente gentis, com as leis judias. De maneira particular este foi um problema para os convertidos e as Iglesias jovens que Paulo tinha baseado em sua primeira viagem missionária. Paulo escreve para corrigir este problema. Mais tarde, no concílio em Jerusalém, os líderes da igreja resolveram oficialmente o conflito

    VERSÍCULO CHAVE:

    < Estejam, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos fez livres, e não estejam outra vez sujeitos ao jugo de escravidão > (5.1).

    PESSOAS CHAVE:

    Paulo, Pedro, Bernabé, Tito, Abraão, falsos professores

    LUGARES CHAVE:

    Galacia, Jerusalém

    CARACTERÍSTICAS PARTICULARES:

    Esta carta não está dirigida a nenhum corpo específico de crentes e circulou, provavelmente, entre as diferentes Iglesias da Galacia.

    UMA FAMÍLIA, executando cuidadosamente seus planos de escapamento a meia-noite, cruzamento depressa a fronteira... um homem parado fora das paredes da prisão, toma o ar banhado por um novo sol... uma jovem que parece ter tirado de seu sistema o efeito destrutivo da droga... São livres! Com renovada esperança, podem começar uma nova vida. Já seja por escapar da opressão, sair da prisão ou romper um hábito asfixiante. A liberdade é vida. Não há nada tão emocionante como saber que o passado foi perdoado e que temos por diante novas alternativas. A gente sonha com a liberdade.

    Gálatas é a carta constitucional da liberdade cristã. Nesta profunda epístola, Paulo proclama a realidade de nossa liberdade em Cristo: liberdade da lei e do poder do pecado, e liberdade para servir ao Deus vivo.

    Os primeiros convertidos e muitos dos líderes fundadores eram judeus: homens e mulheres que proclamavam ao Jesus como seu Messías. Como cristãos judeus, aqueles crentes lutaram com uma dobro identidade. Seu judaísmo lhes induzia a ser guardadores estritos da lei, mas sua nova fé em Cristo lhes convidava a desfrutar de uma liberdade Santa. Aqueles cristãos judeus se perguntavam como os gentis (os que não eram judeus) podiam formar parte do reino dos céus.

    Esta controvérsia dividiu à igreja primitiva. Os judaizantes, a asa de um judaísmo extremista dentro da igreja, ensinavam que os cristãos gentis deviam submeter-se às leis e tradições judias, além de acreditar em Cristo. Como missionário aos gentis, Paulo teve que fazer frente a este assunto muitas vezes.

    Gálatas foi escrita para refutar os ensinos dos judaizantes e lhes chamar a que voltassem para evangelho puro. As boas novas som para todos: judeus e gentis por igual. A salvação é pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo Jesus e nada mais. Fé em Cristo significa liberdade verdadeira.

    Logo depois de uma breve introdução (1.1-5) Paulo se dirige aos que estavam aceitando o evangelho distorcido dos judaizantes (1.6-9). Resume a controvérsia, incluindo a confrontação que teve com o Pedro e outros líderes da igreja (1.10-2.16). Depois, demonstra que a salvação é somente pela fé, aludindo a sua conversão (2.17-21), apelando à experiência de seus mesmos leitores no evangelho (3.1-5), e mostrando como o Antigo Testamento ensina a graça (3.6-20). Logo, explica o propósito das leis de Deus e a relação entre a lei, as promessas de Deus e Cristo (3.21-4.31).

    Logo depois de sentar as bases, Paulo desenvolve seu argumento sobre a liberdade cristã. Somos salvos pela fé, não por guardar a lei (5.1-12); nossa liberdade significa que somos livres para amar e nos servir mutuamente, não para fazer o mau (5.13-26), e os cristãos devem agüentar as cargas e os problemas de outros (6.1-10). Em 6:11-18, Paulo toma a pluma e expressa de seu punho e letra seus pensamentos finais.

    À medida que leoa Gálatas, procure entender este conflito do primeiro século entre a lei e a graça, a fé e as obras, mas ao mesmo tempo tome em conta as semelhanças com o presente. Como Paulo, opte por defender a verdade do evangelho e rechace a todos os que adicionam ou torcem esta verdade. Você é livre em Cristo. Entre na luz e celebre-o!

    Bosquejo

    1. Autenticidade do evangelho (1.1-2,21)

    2. Superioridade do evangelho (3.1-4,31)

    3. Liberdade do evangelho (5.1-6,18)

    Em resposta aos ataques dos falsos professores, Paulo escreveu para defender seu apostolado e para defender a autoridade do evangelho. Os gálatas começavam a passar da fé ao legalismo. O conflito entre o evangelho e o legalismo ruge ainda. Hoje, muitos tentam nos motivar a ganhar o favor de Deus por meio de ritos ou a obediência a certas regras. Como cristãos, não estamos encaixotados, mas sim somos livres. Para preservar nossa liberdade, devemos nos manter perto de Cristo e resistir a todo aquele que promove formas sutis de ganhar a salvação

    Megatemas

    TEMA

    EXPLICAÇÃO

    IMPORTÂNCIA

    Lei

    Um grupo de professores judeus insistiam que os crentes não judeus deviam obedecer as leis judias e as regras tradicionais. Acreditavam que uma pessoa se salvava por seguir as leis do Moisés (com ênfase na circuncisão, o sinal do pacto), em acréscimo à fé em Cristo. Paulo se opôs lhes mostrando que a Lei não pode salvar a ninguém.

    Não podemos nos salvar por guardar as leis do Antigo Testamento, inclusive os Dez Mandamentos. A Lei servia como guia para dar a conhecer nossa necessidade de ser perdoados. Cristo cumpriu com as obrigações da Lei em nosso lugar. Devemos nos voltar para ele para ser salvos. Solo ele pode nos fazer justos diante de Deus.

    fomos salvos Por Deus do julgamento e castigo pelo pecado, pelo presente de sua graça. Recebemos salvação pela fé, ao confiar nele, e não por alguma outra coisa mais. O ser cristãos não tem como base nossa iniciativa, sábia eleição nem bom caráter. Solo podemos manter uma boa relação com Deus ao acreditar nele.

    Somos aceitos sozinho por acreditar em Cristo. Nunca deve você adicionar algo ou distorcer a verdade. Somos salvos pela fé, não por quão bom fazemos. depositou você toda sua confiança em Cristo? Solo ele pode lhe perdoar e lhe levar a uma relação próxima com Deus.

    Liberdade

    Gálatas é nosso certificado de liberdade. Não estamos sob a jurisdição das leis e tradições judias, nem sob a autoridade de Jerusalém. A fé em Cristo traz consigo liberdade verdadeira do pecado e do vão intento por ser justos diante de Deus ao guardar a lei.

    Somos livres em Cristo, mas a liberdade é um privilégio. Não somos livres para desobedecer a Cristo ou ser imorais, somos livres para servir ao Cristo ressuscitado. Usemos nossa liberdade para amar e servir, não para fazer o mau.

    Espírito Santo

    Chegamos a ser cristãos por meio da obra do Espírito Santo. Traz nova vida, até nossa fé para acreditar é uma dádiva que lhe pertence. O Espírito Santo nos instrui, guia, orienta e dá poder. Põe fim a nossa relação com os desejos perversos e cria em nós amor, gozo, paz e origina uma série de mudanças maravilhosas.

    Quando o Espírito Santo nos guia, ele produz seu fruto em nós. Do mesmo modo em que somos salvos pela fé, não por obras, também crescemos pela fé. Por acreditar, temos ao Espírito Santo em nós que nos ajudará a viver. Obedeça a Cristo por meio da direção do Espírito Santo.

    CIDADES NO GALACIA

    Paulo visitou várias cidades na Galacia em cada um de suas três viagens missionárias. Em sua primeira viagem foi através da Antioquía na Pisidia, Iconio, Listra e Derbe; de volta repetiu sua visita a estes lugares. Em sua segunda viagem foi por terra da Antioquía em Síria passando pelas quatro cidades da Galacia. Em sua terceira viagem percorreu as mesmas cidades, usando a rota principal a éfeso.


    Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 32
    1:1 Paulo escreveu esta carta à igreja em Roma. Ainda nenhum líder da igreja (Jacóo, Pedro, Paulo) tinha estado ali; a igreja se estabeleceu com crentes que visitaram Jerusalém durante o Pentecostés (At 2:10) e viajantes que ouviram as boas novas em outros lugares e o levaram a Roma (por exemplo, Priscila e Aquila; At 18:2; Rm 16:3-5). Paulo escreveu a carta aos Romanos durante seu ministério em Corinto (ao final de sua terceira viagem missionária, antes de voltar para Jerusalém; At 20:3; Rm 15:25) para animar aos crentes e para lhes expressar seu desejo de visitá-los algum dia (em um lapso de três anos o fez). A igreja romana não tinha o Novo Testamento, porque talvez os Evangelhos não tinham circulado em sua forma escrita final. portanto, esta carta pode muito bem ser a primeira peça de literatura cristã que os romanos viram. Escrita a judeus e gentis cristãos, a carta aos Romanos é uma apresentação sistemática da fé cristã.

    1:1 Quando Paulo, um judeu devoto que antes era um perseguidor de cristãos, acreditou, Deus o usou para pulverizar o evangelho através de todo o mundo. Apesar de sua prisão, Paulo finalmente pregou em Roma (Feitos
    28) possivelmente até ao mesmo César. se desejar mais informação a respeito do Paulo, veja-se Feitos 9.

    1:1 Paulo humildemente se autodenomina servo (escravo) do Jesucristo. Para um cidadão romano (e Paulo o era), optar por ser escravo era inimaginável, mas Paulo escolheu ser completamente dependente e obediente a seu Senhor amado. Qual é sua atitude para Cristo o Senhor? Nossa obediência ao capacita para ser úteis e servos e assim realizar o trabalho que na verdade importa.

    1:2 Algumas das profecias que predizem as boas novas do Jesucristo são Gn 12:3; Sl 16:10; Sl 40:6-10; Sl 118:22; Is 11:1ss; Zc 9:9-11; Zc 12:10; Ml 4:1-6.

    1.3, 4 Paulo acreditava que Jesus era o Filho de Deus, o Messías prometido, e o Senhor ressuscitado. Paulo chamou o Jesus descendente do rei Davi para enfatizar que na verdade no se cumpriam as profecias do Antigo Testamento no sentido de que o Messías viria da linhagem do Davi. Com esta declaração de fé Paulo manifesta estar de acordo com os ensinos das Escrituras e dos apóstolos.

    1.3-5 Aqui Paulo resume as boas novas do Jesucristo: (a) veio como humano, (2) era de linhagem real judeu, da linha do Davi, (3) morreu e ressuscitou, e (4) abriu a porta para que a graça e benignidade de Deus fossem nossas. O livro de Romanos desenvolve estes temas.

    1.5, 6 Os cristãos têm grandes privilégios e responsabilidades. Paulo e os apóstolos receberam perdão (a graça de Deus) como um privilégio imerecido. Mas também lhes atribuiu a responsabilidade de anunciar a mensagem do perdão de Deus a outros. Deus perdoa os pecados de quem por fé acreditam no como Senhor. Ao nos fazê-lo comprometemos a viver uma vida nova. A nova vida do Paulo incluiu um chamado de Deus, uma responsabilidade que O lhe deu para atestar ante o mundo como missionário. Deus pode também nos chamar a ser missionários no estrangeiro, mas O chama a todos os crentes a atestar e a ser exemplo da mudança de vida que Jesus obra nos crentes.

    1:6, 7 Paulo diz que a quem aceita a Cristo, O os convida a: (1) ser parte da família de Deus, e (2) ser gente Santa ("chamados a ser Santos", apartados, dedicados para seu serviço). Que expressão tão maravilhosa do que significa ser um cristão! Por ter renascido na família de Deus, possuímos a maior experiência de amor e a maior herança. Por tudo o que Deus tem feito por nós, devemos nos esforçar por ser um povo santo.

    1.6-12 Paulo mostrou amor para a igreja em Roma expressando o amor de Deus por eles e sua própria gratidão e apoio em oração. Para fazer impacto na vida da gente, você precisa amá-la e acreditar nela. A paixão do Paulo por ensinar a esta gente e ter companheirismo com ela começa com o amor. Dê graças a Deus por seus irmãos cristãos e lhes diga quanto lhe importam.

    1:7 Roma era a capital do Império Romano que se estendia por grande parte da Europa, o norte da África e o Próximo Oriente. Nos tempos do Novo Testamento, Roma desfrutava de sua idade de ouro. A cidade era rica na arte e as letras. Era um centro cultural mas a sua vez a moral era decadente. Os romanos rendiam culto a muitos deuses pagãos. Inclusive adoraram a alguns dos imperadores. Em contraste com os romanos, os seguidores de Cristo acreditavam em um só Deus e viviam moralmente.

    1:7 O cristianismo era muito diferente ao poderio militar dos romanos. Muitos eram simplesmente pragmáticos, acreditavam que o fim justificava os meios. E para os romanos, nada era melhor que o vigor físico. Confiavam em seu poderio militar para proteger-se contra seus inimigos. Os cristãos de todas as idades devem recordar que Deus é a única fonte de permanente segurança e salvação e, ao mesmo tempo, O é nosso Pai!

    1:8 Paulo usa a frase "graças a meu Deus mediante Jesucristo" para enfatizar que Cristo é o único mediador entre Deus e o homem. Através do, Deus nos enviou seu amor e perdão; no nome de Cristo expressamos nosso agradecimento a Deus (veja-se 1Tm 2:5).

    1:8 Como os cristãos romanos se achavam no centro do poderio político do mundo ocidental, eram extremamente visíveis. Por fortuna, sua reputação era excelente; sua fé sólida se dava a conhecer em todo mundo. O que diz a gente quando fala a respeito de sua congregação ou denominação? São certos seus comentários? O que poderia fazer você para que notem outros aspectos? Qual é a melhor maneira de que o público reconheça sua fé?

    1:9, 10 Quando orar por alguma preocupação, não se surpreenda pela forma em que Deus responda. Paulo orava por sua visita a Roma a fim de ensinar aos cristãos ali. Quando ao fim chegou a Roma, foi em qualidade de prisioneiro (veja-se At 28:16). Paulo orou por uma viagem tranqüila e chegou sem novidade depois que o prendessem, esbofeteassem, naufragasse e, entre outras coisas, mordesse-o uma víbora. Freqüentemente, a maneira em que Deus responde nossas orações difere muito do que esperamos. Quando orar, espere a resposta de Deus embora às vezes em maneiras inesperadas.

    1.11, 12 Paulo orava por ter a oportunidade de visitar estes cristãos a fim de animá-los quanto a seus dons e fé, e que eles a sua vez o animassem a ele. Como missionário de Deus, ajudou-lhes a compreender o significado das boas novas do Jesus. Como povo santo de Deus, eles poderiam lhe brindar companheirismo e bem-estar. Quando os cristãos se reúnen, cada um devesse dar e receber. Nossa fé em comum nos dá uma linguagem e propósito comuns para nos animar uns aos outros.

    1:13 Ao final de sua terceira viagem missionária, Paulo visitou Síria, Galacia, Ásia, Macedônia e Acaya. Às Iglesias destas regiões lhes chamava gentis devido a que estavam compostas principalmente de gentis.

    1:14 Com "a gregos e a não gregos", Paulo se refere a todos os da cultura grega e aos que não são desta cultura. "A sábios e a não sábios" se refere às pessoas educadas e às analfabetas. Qual era a dívida do Paulo? depois de sua experiência com Cristo no caminho a Damasco (Feitos 9), consumiu toda sua vida em pregar as boas novas de salvação. Sua dívida era com Cristo por ser seu Salvador e devia pagá-la a todo mundo. Pagou sua dívida proclamando a salvação que há em Cristo para todos, sejam gentis ou judeus, sem importar barreiras culturais, sociais, raciais nem econômicas. Temos a mesma dívida com Cristo porque O recebeu o castigo reservado para nós, pelo pecado. Apesar de que é impossível lhe pagar a Cristo por tudo o que tem feito, podemos demonstrar nossa gratidão ao dar amor a outros.

    1:16 Paulo não se envergonhava porque sua mensagem era a mensagem de Cristo, as boas novas. Era uma mensagem de salvação, capitalista para trocar vistas e para todos. Quando se sentir tentado a envergonhar-se, recorde que as boas novas se referem a tudo isto. Se se centrar em Deus e no que faz no mundo, antes que em suas limitações, sua vergonha logo desaparecerá.

    1:16 por que a mensagem foi antes aos judeus? Por mais de dois mil anos foi um povo especial para Deus, desde que Deus escolheu ao Abraão e lhe prometeu grandes bênções a seus descendentes (Gn 12:1-3). Deus não os escolheu porque o merecessem (Dt 7:7-8; Dt 9:4-6), mas sim porque quis mostrar seu amor e misericórdia através deles, lhes ensinar e lhes preparar para a vinda do Messías ao mundo. Escolheu-os não porque tenha favoritos, mas sim para que o mundo conhecesse seu plano de salvação.

    Por séculos os judeus aprenderam a respeito de Deus mediante a obediência a suas leis, celebrando suas festas e vivendo de acordo a seus princípios morais. Freqüentemente esqueciam as bênções de Deus e sofriam a disciplina, mas mesmo assim possuíam a herança preciosa de poder acreditar e obedecer ao único Deus verdadeiro. De entre todos os habitantes da terra, os judeus deviam ter sido os primeiros em receber ao Messías e compreender sua mensagem e missão, e assim aconteceu com alguns (veja-se Lc 2:25, Lc 2:36-38). É obvio, os discípulos e o grande apóstolo Paulo foram judeus fiéis que reconheceram no Jesus ao dom mais precioso de Deus dado ao gênero humano.

    1:16 Judeus e cristãos por igual se opuseram às religiões romanas idólatras e os funcionários romanos freqüentemente confundiam a ambos os grupos. Isto era muito fácil que acontecesse já que a igreja cristã em Roma se compunha de judeus convertidos que assistiram à festa do Pentecostés (veja-se At 2:1ss). Quando Paulo escreveu Romanos, entretanto, muitos gentis também se reuniam na igreja. Os judeus e os gentis precisavam entender a relação entre o judaísmo e o cristianismo.

    1:17 O evangelho mostra como Deus é justo em seu plano para nos salvar e como pode nos fazer aptos para a vida eterna. Ao confiar em Cristo, entramos em boa relação com Deus. Do princípio ao fim, Deus nos declara justos por fé e só por fé.

    1:17 Paulo cita Hc 2:4. Quando Habacuc disse "viverá", possivelmente se referia sozinho à vida presente, mas Paulo amplia o conceito para incluir também a vida eterna. Ao confiar em Deus, obtemos salvação; achamos vida agora e para sempre.

    1:18 por que Deus revela sua ira contra os pecadores? Porque substituem a verdade a respeito Do com fantasias e imaginações (1.25). Afogam a verdade de Deus naturalmente revelada a todas as pessoas, a fim de acreditar algo que sustente seu estilo de vida egocêntrico. Deus não pode tolerar o pecado porque sua natureza é moralmente perfeita. Não pode passar por cima nem comutar uma rebelião tão deliberada. Deus quer tirar o pecado e restaurar ao pecador, e pode fazê-lo na medida que o pecador não distorça nem rechace a verdade com obstinação. Mas sua ira se revela contra os que persistem em pecar. Assegure-se de não ir depois de uma fantasia em vez de ir depois do verdadeiro Deus. Não despreze a verdade a respeito Do por proteger seu próprio estilo de vida.

    1.18ss Romanos 1:18-3.20 desenvolve o argumento do Paulo de que ninguém pode dizer que por seus méritos é aceitável ante os olhos de Deus: nem as multidões, nem os romanos, nem sequer os judeus. Todas as pessoas, sem importar o lugar em que se achem, merecem a condenação de Deus por seus pecados.

    1.18-20 Possui alguém desculpa para não acreditar em Deus? A Bíblia responde com um enfático não. Deus revelou sua existência através da natureza. Cada pessoa, portanto, deve aceitar ou rechaçar a Deus. Não seja negligente. Quando chegar o dia em que deva ser julgado pelo que tenha escolhido, não haverá desculpa. Comece a lhe dar hoje sua devoção e adoração.

    1.18-20 Nestes versículos, Paulo responde a uma objeção comum: Como um Deus amoroso pode enviar a alguém ao inferno, sobre tudo a quem alguma vez ouviu a respeito de Cristo? Paulo diz que Deus nos revelou ampliamente em sua criação. E a gente segue ainda rechaçando este conhecimento básico de Deus. Além disso, cada um sabe em seu foro interno o que Deus demanda, mas optam por não viver de acordo a isso. Em outras palavras, nossas normas morais são sempre melhores que nossa conduta. Se a gente suprimir a verdade de Deus a fim de viver a sua maneira, não tem desculpa. Conhece a verdade e tem que sofrer as conseqüências de passá-la por alto.

    1.18-20 Algumas pessoas se perguntam por que necessitamos missionários se a gente pode conhecer deus através da natureza (a criação). A resposta: (1) Apesar de que a gente sabe que Deus existe, anulam esta verdade com suas perversões e rechaçam assim toda relação com O. Os missionários com muito tato lhes assinalam esse engano e lhes mostram a possibilidade de um novo começo. (2) Apesar de que as pessoas podem acreditar em Deus, não querem compromissos com O. Os missionários tentam persuadi-los mediante palavras afetuosas e obras de amor. (3) Os missionários convencem às pessoas que rechaça a Deus das perigosas conseqüências desse rechaço. (4) Através dos missionários a igreja obedece a Grande Comissão de nosso Senhor (Mt 28:19-20). (5) E o que é mais importante, embora a natureza revela a Deus, às pessoas terá que lhe falar de Cristo e como, através do, podem ter uma relação pessoal com Deus.

    Não é suficiente saber que Deus existe. A gente deve aprender que Deus é amor. Deve entender o que fez para nos demonstrar seu amor (Mt 5:8). Deve mostrar-se os como aceitar o perdão de pecados que oferece Deus. (Veja-se também 10.14, 15.)

    1:20 Que tipo de Deus nos revela a natureza? A natureza nos mostra um Deus poderoso, inteligente, minucioso, um Deus de ordem e formosura; um Deus que controla todas as coisas. Esta é sua revelação geral. Através de sua revelação especial (a Bíblia e a vinda do Jesus), aprendemos sobre o amor, o perdão e a vida eterna que Deus oferece. Em sua graça nos revelou que estas duas maneiras, para que possamos acreditar no.

    1:20 Deus se revela através da natureza apesar de que este testemunho se distorceu com a queda do homem. O pecado do Adão motivou que a maldição divina caísse sobre a natureza (Gn 3:17-19). Os espinheiros e os cardos foram os resultados imediatos, e após e até nossos dias os desastres naturais foram comuns. Em Rm 8:19-21, Paulo diz que a natureza mesma espera ansiosamente ser redimida dos efeitos do pecado (veja-se Ap 22:3).

    1.21-23 Como podem as pessoas inteligentes voltar-se idólatras? A idolatria começa quando a gente rechaça o que sabe a respeito de Deus. Em lugar de pôr seus olhos no, o Criador e sustentador da vida, atuam como se fossem o centro do universo. Muito em breve inventam "deuses" que se ajustam muito bem a seu egoísmo, seus planos e seus intuitos. Estes deuses podem ser figuras de madeira, mas também podem ser metas ou coisas que queremos ter tais como dinheiro, poder ou comodidades. Até poderiam ser representações errôneas de Deus mesmo nas que o conformamos a nossa imagem, em lugar de que seja ao reverso. O denominador comum é: os idólatras adoram as coisas que Deus tem feito antes que a Deus mesmo. Quais são suas prioridades? Onde estão seus sonhos, planos, esperanças? Rende culto a Deus ou a ídolos que se fabricou?

    1.21-32 Paulo com toda claridade descreve a inevitável espiral descendente do pecado. Primeiro, as pessoas rechaçam a Deus; depois, fazem-se suas idéias do que deve ser e fazer um deus; logo caem em pecado: pecado sexual, cobiça, ódio, inveja, homicídio, dissensão, engano, malícia, intriga. Por último, cresce seu ódio para Deus e animam a outros a que sintam o mesmo. Deus não dá início a esta progressão para o mal. Mas quando as pessoas o rechaçam, concede-lhes viver como têm escolhido. Deus os entrega ou os faz sentir a conseqüência natural de seus pecados. Uma vez apanhados pela espiral descendente, não podem livrar-se. Os pecadores devem confiar em Cristo somente se tiverem que achar a via de escapamento.

    1:23 Quando Paulo diz que o homem trocou a glória do Deus incorruptível em semelhança de imagens de aves, de quadrúpedes e de répteis, parecesse que a propósito define a maldade do homem nos termos utilizados em Gênese, onde se narra a queda do Adão (veja-se Gn 1:20-26). Quando adoramos à criatura em lugar do Criador, perdemos de vista nossa identidade como seres superiores aos animais, feitos à imagem de Deus.

    1.24-32 Estas pessoas decidiram rechaçar a Deus e O o permitiu. Pelo general, Deus não interfere em nossas decisões que vão contra sua vontade. Permite-nos declarar nossa aparente independência do, apesar de que sabe que em pouco tempo seremos escravos de nossa rebeldia, e perderemos a liberdade de não pecar. Tem a vida sem Deus a aparência de liberdade para você? Estude-o bem. Não há pior escravidão que a do pecado.

    1:25 A gente tende a acreditar em mentiras que respaldam suas próprias crenças egocêntricas. Hoje mais que nunca devemos tomar cuidado com os dados aos que permitimos moldar nossas convicções. Através da televisão, a música, os filmes e o resto dos meios maciços de comunicação que nos apresentam estilos de vida pecaminosos e valores insalubres, constantemente nos bombardeiam com atitudes e crenças opostas por completo à Bíblia. Tome cuidado com o que permite chegue a formar parte de suas opiniões. A Bíblia é a única norma de verdade. Avalie as demais opiniões à luz de seus ensinos.

    1.26, 27 O plano divino quanto às relações sexuais normais é o ideal de Deus para sua criação. É lamentável, mas o pecado distorce o uso natural dos dons de Deus. Freqüentemente, o pecado não só implica negar a Deus, mas também negar a forma em que nos fez. Quando uma pessoa diz que qualquer ato sexual é aceitável sempre que não fira ninguém, está-se enganando. À larga (e pelo general breve) o pecado fere às pessoas: indivíduos, famílias, sociedade. Que lamentável que a gente adore as coisas que Deus tem feito em lugar de render culto ao Criador, ao grau que muitas vezes distorça e destrua as coisas que realmente valem! Entretanto, é impossível compreender o plano natural de Deus sem chegar a conhecer criador mesmo.

    1:26, 27 A homossexualidade (mudança ou abandono das relações sexuais naturais) propagou-se nos dias do Paulo como nos nossos. Muitas práticas pagãs o respiravam. A vontade de Deus é receber a tudo o que vá ao em fé e os cristãos devem amar a outros sem importar sua procedência. Entretanto, a homossexualidade está estritamente proibida nas Escrituras (Lv 18:22). No mundo de hoje, muitos consideram aceitável esta prática, inclusive algumas Iglesias. Mas a sociedade não é a que estabelece o patrão para as leis de Deus. Muitos homossexuais acreditam que seus desejos são normais e que têm o direito de expressá-los. Mas Deus não nos obriga nem anima a satisfazer todos nossos desejos (até os que são normais). Os desejos que violam suas leis são indevidos e devem controlar-se. Se você tiver estes desejos, pode e deve resisti-los. Conscientemente evite lugares ou atividades que sabe inflamará tentações desta natureza. Não menospreze o poder de Satanás para tentá-lo nem o potencial para lhe causar um dano sério se ceder a essas tentações. Recorde, Deus pode e perdoará pecados sexuais assim como perdoa outros pecados. Renda-se à graça e à misericórdia de Deus lhe pedindo que lhe mostre o caminho para sair do pecado e ir à luz de sua liberdade e amor. A oração, o estudo da Bíblia e o firme companheirismo dos cristãos em uma igreja centrada na Bíblia podem lhe ajudar a cobrar energias para resistir estas tentações poderosas. Se você for uma pessoa que anda neste pecado, terá que procurar a ajuda de um pastor que seja confiável, profissional e bom conselheiro.

    1:32 Como sabia esta gente que o castigo que Deus impõe a estes delitos é a morte? Os seres humanos, criados à imagem de Deus, têm consciência e natureza moral básica. Esta verdade se aceita além dos círculos religiosos. Os sicólogos, por exemplo, dizem que a pessoa sem consciência sofre uma séria desordem da personalidade que é muito difícil de tratar. Por instinto, muitas pessoas se dão conta quando fazem algo incorreto, mas pudesse não lhes importar. Algumas pessoas, inclusive, arriscam-se a uma morte temprana por saciar seus desejos agora. "Sei que é mau, mas o quero", dizem; ou "Sei que é perigoso, mas correrei o risco". Para este tipo de pessoas, parte de sua distração é ir contra a vontade de Deus, as normas morais da comunidade, o sentido comum e seu conceito do que é bom ou mau. Mas no profundo de seu ser sabem que o pagamento do pecado é a morte (6.23).

    QUE É FÉ?

    Fé é uma palavra com muitos significados. Pode significar fidelidade (Mt 24:45), confiança absoluta, como o demonstraram algumas pessoas que foram ao Jesus procurando sanidade (Lc 7:2-10). Pode significar uma esperança confiada (Hb_11:1). Ou, como Santiago menciona, crença morta que não se mostra em boas obras (Jc 2:14-26). O que quis dizer Paulo quando, em Romanos, fala da fé salvadora?

    Devemos ser muito cuidadosos para compreender como Paulo usa a palavra fé devido a que a relaciona com a salvação. Não é algo que devemos fazer a fim de ganhar a salvação; se fosse assim, a fé seria sozinho uma obra mais e Paulo estabelece com claridade que as obras humanas nunca poderão nos salvar (Gl 2:16). Em troca, a fé é um dom que Deus nos dá porque é nosso Salvador (Ef 2:8). A graça de Deus é o que nos salva, não nossa fé. Em sua misericórdia, entretanto, quando O nos salva nos dá fé, uma relação com seu Filho que nos ajuda a ser como O. Mediante a fé que nos dá, passamos de morte a vida (Jo 5:24).

    Até no período do Antigo Testamento, a graça, não as obras, foi a base da salvação. Como Hebreus assinala: "Porque o sangue de touros e dos machos caibros não pode tirar os pecados" (Jo 10:4). Deus procurava que seu povo, além dos sacrifícios de animais, visse-o o, mas freqüentemente punham sua confiança no cumprimento das demandas da Lei: levar a cabo os sacrifícios ordenados. Quando Jesus triunfou sobre a morte, cancelou os cargos que existiam em nosso contrário e abriu o caminho ao Pai (Cl 2:12-15). devido a sua misericórdia nos brinda fé. Que trágico que convertamos a fé em obras e tratemos das efetuar dependendo de nós mesmos! Não podemos nos aproximar de Deus mediante nossa fé, nunca mais como no Antigo Testamento a gente se aproximava de Deus através de seus sacrifícios. Em lugar disso devemos aceitar seu oferecimento com ação de obrigado e lhe permitir plantar a semente de fé em nós.


    Matthew Henry - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
    1:1 Paulo e Bernabé acabavam de terminar sua primeira viagem missionária (Feitos 13:2-14.
    28) durante o qual visitaram 1conio, Listra e Derbe, cidades na província romana da Galacia (atualmente a Turquia). Ao pouco tempo de seu retorno a Antioquía, Paulo foi acusado por alguns cristãos judeus de diluir o cristianismo, fazendo-o mais favorável para os gentis. Estes cristãos judeus não estavam de acordo com as declarações do Paulo de que os gentis não tinham que cumprir com muitas das leis religiosas, que os judeus tinham obedecido por séculos. Alguns dos acusadores do Paulo inclusive o tinham seguido a algumas das cidades da Galacia e disseram aos gentis convertidos que deviam circuncidar-se e cumprir com as leis judias e seus costumes para ser salvos. De acordo a estes homens, os gentis deviam ser judeus a fim de chegar a ser cristãos.

    Em resposta a este ataque, Paulo escreveu esta carta às Iglesias na Galacia; nela, ele explica que ao cumprir com as leis do Antigo Testamento ou as leis judias não obteriam salvação. Uma pessoa é salva por graça mediante a fé. Paulo escreveu esta carta em 49 D.C., pouco tempo antes do concílio de Jerusalém, que também tratou sobre a lei versus a graça (Feitos 15).

    1:1 Paulo foi chamado a ser apóstolo pelo Jesucristo e Deus o Pai. Apresentou seus créditos do começo desta carta porque alguns na Galacia estiveram questionando sua autoridade.

    1:1 Para maior informação a respeito da vida do Paulo veja-se seu perfil em Feitos 9. Nessa época Paulo tinha sido cristão por quase quinze anos.

    1:2 No tempo do Paulo, Galacia era a província romana situada na parte central da atual a Turquia. Grande parte da região descansava sobre uma larga e fértil meseta e um grande número de pessoas se transladou a esta região por ser favorável para a agricultura. Uma das metas do Paulo durante sua viagem missionária foi visitar as regiões que fossem centros de numerosa população, a fim de alcançar o maior número possível de pessoas.

    1.3-5 O plano completo de Deus foi nos salvar por meio da morte do Jesus. fomos resgatados do poder deste mundo malvado: um mundo governado por Satanás, cheio de crueldade, tragédia, tentação, e decepção. O ter sido resgatados deste mundo perverso não significa que fomos tirados fora, mas sim já não estamos escravizados a ele. Reflete sua vida a gratidão por ter sido salvado? transferiu você a lealdade a este mundo pela lealdade a Cristo?

    1:6 Alguns estavam pregando "um evangelho diferente". Esta gente pregava que para que os gentis fossem salvos deviam cumprir com as leis e costumes judias, especialmente o rito da circuncisão. A fé em Cristo não era suficiente. Esta mensagem danificou a verdade das boas novas de que a salvação é um presente, não uma recompensa por certas obras. Cristo Jesus permitiu que estivesse disponível para todas as pessoas, não só para os judeus. Tome cuidado das pessoas que dizem que se requer mais que a fé em Cristo para obter a salvação. Quando a gente estabelece requisitos adicionais para a salvação, negam o poder da morte de Cristo na cruz (veja-se 3:1-5).

    1:7 Só há um caminho dado Por Deus para o perdão de nossos pecados: acreditar no Jesucristo como Senhor e Salvador. Nenhuma outra pessoa, método ou ritual pode dar vida eterna a uma pessoa. Alguns pensam que todas as religiões são igualmente válidas para ir a Deus. Em uma sociedade livre a gente tem direito a ter suas próprias opiniões religiosas, mas isso não garante de que suas idéias sejam corretas. Deus não aceita uma religião feita pelo homem como um substituto da fé no Jesucristo. O há provido um só caminho: Jesucristo (Jo 14:6).

    1:7 Aqueles que confundiam aos crentes da Galacia eram cristãos judeus radicais, que acreditavam que as práticas do Antigo Testamento, tais como a circuncisão e as restrições na comida, eram requeridas para todos os crentes em Cristo. Devido a estes professores queriam trocar aos cristãos gentis em judeus, foram chamados judaizantes. Algum tempo depois de que a carta aos Gálatas foi enviada, Paulo se encontrou com os apóstolos em Jerusalém para discutir este assunto (veja-se Feitos 15).

    1:7 Os cristãos da Galacia era principalmente gregos, não familiarizados com leis e costumes judias. Os judaizantes formavam parte de uma facção extremista de cristãos judeus. Ambos os grupos acreditavam em Cristo, mas seus estilos de vida eram grandemente diferentes. Não sabemos por que os judaizantes viajaram grandes distancia para ensinar seus enganos aos gentis recém convertidos. Eles puderam ter sido motivados por (1) um desejo sincero de integrar o judaísmo com a nova fé cristã, (2) um sincero amor por sua herança judia ou (3) um desejo, nascido do ciúmes, de destruir a autoridade do Paulo. Tenham sido sinceros ou não, estes judaizantes, seus ensinos ameaçavam estas Iglesias novas e tinham que ser neutralizadas. Quando Paulo disse que estes professores queriam perverter o evangelho, ele não estava rechaçando tudo o que fora judeu. O mesmo era um judeu que adorou no templo e assistiu às festividades religiosas. Mas ele estava consciente de que nada se pode conseguir fora da verdade singela desta mensagem: esta salvação, tanto para judeus como para gentis, é só pela fé no Jesucristo.

    1:7 A verdade distorcida é às vezes mais difícil de perceber que a mentira aberta. Os judaizantes estavam deformando a verdade a respeito de Cristo. Declaravam lhe seguir, mas negavam que a obra do Jesus na cruz fora suficiente para a salvação. Sempre existirão pessoas que deformem as boas novas. Seja porque não compreendam o que a Bíblia ensina ou porque não estão de acordo com a verdade tal como se apresenta. Como podemos descobrir que a verdade está sendo tergiversada? antes de aceitar os ensinos de qualquer grupo, descubra o que este ensina a respeito de Cristo. Se seus ensinos não estiverem acordes com a verdade da Palavra de Deus, eles estão pervertendo o evangelho.

    1:8, 9 Paulo denunciou enfaticamente a perversão do evangelho de Cristo por parte dos judaizantes. O disse que se até um anjo do céu vier e prega outra mensagem, deve ser "anátema". Se um anjo deveu pregar outra mensagem, não deveu ter sido do céu, sem importar sua aparência. Em 2Co 11:14-15, Paulo adverte que Satanás e seus anjos podem tomar a forma de anjos de luz. O invoca uma maldição sobre o anjo que difunda um evangelho falso: uma reação adequada com um emissário do inferno. Paulo estende essa maldição a si mesmo em caso de que ele faça o mesmo. Sua mensagem não deve ser trocado nunca, porque a verdade do evangelho nunca troca. Paulo usou palavras duras porque está ocupando-se de um assunto de vida ou morte.

    1:10 Dedica você sua vida em tratar de agradar a outros? Paulo teve que falar com dureza aos cristãos na Galacia porque estavam a sério perigo. Não se desculpa por suas palavras diretas, sabia que não estaria servindo fielmente a Cristo se permitia que os cristãos da Galacia seguissem no caminho equivocado. A quem trata você de agradar, às pessoas ou a Deus? Peça o valor necessário para dar o primeiro lugar à aprovação de Deus.

    1.11ss por que os gálatas deviam escutar ao Paulo em lugar dos judaizantes? Paulo responde esta pergunta implícita ao mostrar seus créditos: sua mensagem era diretamente de Cristo (1.12), tinha sido um judeu exemplar (1.13, 14), tinha tido uma conversão especial (1.15, 16; veja-se também At 9:1-9), tinha sido confirmado em seu ministério pelos outros apóstolos (At 1:18-19; At 2:1-9) Paulo apresentou seus créditos também às Iglesias em Corinto e Filipos (2 Corintios 11:12; Fp 3:4-9).

    1:12 Não conhecemos detalhes desta revelação. Paulo se refere a uma experiência diferente a que teve no caminho a Damasco. O tema central era que suas palavras eram mais que próprias especulações ou idéias.

    1:13, 14 Paulo chegou a ser um dos maiores religiosos judeus de seu tempo, cumpridor escrupuloso da lei e ciumento perseguidor dos cristãos (veja-se At 9:1-2). antes de sua conversão foi até muito mais ciumento guardador da lei que os mesmos judaizantes. O tinha superado a seus contemporâneos em conhecimentos e práticas religiosas. Tinha sido sincero em seu zelo, mas estava equivocado. Quando se encontrou com o Jesus, sua vida trocou. Agora canaliza todas suas energias na edificação das Iglesias cristãs.

    1:14 A palavra judaísmo não se refere só à nacionalidade mas também à religião. Para ser judeu completo, uma pessoa deve ser descendente do Abraão. Além disso, um judeu fiel se adere às leis judias. Os gentis (1,16) são aqueles que não são judeus, já seja por sua nacionalidade ou religião. Nos dias do Paulo, os judeus pensavam que todos os gentis eram pagãos. Os judeus evitavam aos gentis porque acreditavam que um contato com eles conduziria corrupção espiritual. Embora os gentis por nacionalidade pudessem chegar a ser judeus pela religião, aceitando a circuncisão e as leis e costumes judias, nunca seriam aceitas de tudo. Muitos judeus tinham dificuldade em aceitar que a mensagem de Deus era para judeus e gentis por igual. Alguns judeus pensavam que os gentis tinham que ser judeus antes de que chegassem a ser cristãos. Mas Deus planejou salvar a ambos: judeus e gentis. O tinha revelado seu plano através dos profetas do Antigo Testamento (vejam-se por exemplo, Gn 12:3; Is 42:6; Is 66:19), e que teve seu cumprimento por meio do Jesucristo, e que estava sendo proclamado aos gentis por intermédio do Paulo.

    1:15, 16 Pelo fato de que Deus guiava seu ministério, Paulo não fazia nada que Deus não tivesse planejado de antemão, lhe havendo dado poder para fazê-lo. De forma similar, Deus disse ao Jeremías de que O tinha chamado ainda antes de que nascesse, para cumprir com uma tarefa especial para O (Jr_1:5). Deus o conhece você intimamente também, e decidiu escolhê-lo para que seja do antes de que nascesse (veja-se Salmo 139). O quer que se mantenha perto do e que cumpra com a tarefa que lhe encomendou.

    1.15-24 Paulo se refere a sua conversão para mostrar que sua mensagem veio diretamente de Deus. Deus o comissionou para pregar as boas novas aos gentis. depois de seu chamado, Paulo não consultou com ninguém, mas sim passou três anos na Arábia. Logo falou com o Pedro e Santiago, após não teve contato com cristãos judeus por vários anos. Nesse lapso, pregou às gentis a mensagem que Deus lhe tinha encomendado. Suas boas novas não vinham de um homem, vieram de Deus.

    1:18 Esta foi a primeiro visita do Paulo a Jerusalém já como cristão, como se registra em At 9:26-30.

    1:21 Por causa da oposição em Jerusalém (veja-se At 9:29-30), Paulo tinha ido a Síria e Cilícia. Nestes lugares remotos não teve oportunidade de receber instrução de parte dos apóstolos.

    1:24 A mudança de vida no Paulo motivou louvores de pessoas que o viram ou ouviram. Sua nova vida surpreendeu a muitos, os que glorificaram a Deus porque só O pôde ter transformado a este ciumento perseguidor de cristãos em um cristão. Possivelmente não tenhamos experiente uma transformação tão dramática como a do Paulo, mas nossas novas vidas devem glorificar a Deus cada dia. Quando a gente o olhe a você, reconhece a mudança que Deus obrou em sua vida? Se não, possivelmente não esteja vivendo como devesse.


    Wesley

    Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
    Wesley - Introdução ao Livro de Gálatas
    A Epístola de Paulo aos Gálatas

    por Wilber T. Dayton

    Esboço

    INTRODUÇÃO (Gl 1:1)

    A. Saudação de Paulo (1: 1-5)

    . 1 sua prerrogativa (Gl 1:1)

    . 1 Lapso do Evangelho (Gl 1:6)

    I. A VALIDADE DO EVANGELHO DE PAULO (Gl 1:10)

    1. Pregou com motivos Worthy (Gl 1:10, Gl 1:11)

    2. Pattern Exhibiting Divino e Fonte (Gl 1:12)

    3. Invertendo Planos Humanos (Gl 1:13, Gl 1:14)

    4. Alcançar Propósito Divino (Gl 1:15, Gl 1:16-A)

    . 5 de estar separado da Counsel Humano (Gl 1:16)

    B. Reconhecido por Apóstolos (2: 1-10)

    . 1 Autorizada em Jerusalém Entrevistas (Gl 2:1)

    . 2 Reconhecido em uma Gentile Converter (Gl 2:3)

    4. Passou pelos líderes (Gl 2:6)

    C. Vindicated Contra Compromise (2: 11-21)

    . 1 Ameaçado por Inconsistente Conduta (2: 11-13)

    2. defendida contra Compromise (Gl 2:14, Gl 2:15)

    3. expôs como a fé em Cristo (Gl 2:16)

    . 4 Aplicado como libertação do pecado e Direito (2: 17-19)

    5. cumprida na vida de Cristo (Gl 2:20, Gl 2:21)

    II. A SUPREMACIA DO EVANGELHO (Gl 3:1)

    . 1 a salvação pela fé em Cristo (Gl 3:1)

    B. A Case of Abraão (3: 6-14)

    . 1 Salvation a Abraão pela fé (Gl 3:6)

    . 3 Salvation para Nenhum pela Lei (3: 10-12)

    4. A salvação para todos por meio de Cristo (Gl 3:13, Gl 3:14)

    C. A Prioridade da Promessa (3: 15-22)

    1. permanência do Promise (Gl 3:15)

    2. centralidade de Cristo na Promise (Gl 3:16)

    . 3 natureza complementar da Lei (3: 17-19)

    4. A incapacidade da lei para Salvar (Gl 3:20, Gl 3:21)

    5. salvação pela fé em Jesus Cristo (Gl 3:22)

    D. filiação através da fé em Cristo (3: 23-4: 7)

    . 1 Função Preparatória de Direito (3: 23-25)

    . 2 filhos e herdeiros pela fé (3: 26-29)

    3. Preparatória Disciplina de Herdeiros (4: 1-3)

    . 4 a adoção de Herdeiros (4: 4-7)

    E. A Necessidade de Fidelidade (4: 8-20)

    . 1 Perigo em Deviation (4: 8-11)

    . 2 Recurso para Amizade (4: 12-16)

    3. Apelo à Qualidade de Metas (Gl 4:17, Gl 4:18)

    4. Apelo ao amor e preocupação (Gl 4:19, Gl 4:20)

    F. os dois concertos contrastados (4: 21-31)

    . 1 Flesh and Promise Contrastadas (4: 21-23)

    2. Relação de Direito para Bondage (Gl 4:24, Gl 4:25)

    3. relação da fé com liberdade (Gl 4:26)

    4. relação da fé com Fecundidade (Gl 4:27, Gl 4:28)

    . 5 Triumph of the Free Over the Bond (4: 29-31)

    III. O CAMINHO DA LIBERDADE (Gl 5:1)

    . 1 importância da liberdade através de Cristo (Gl 5:1)

    . 3 base espiritual da Liberdade (Gl 5:5)

    . 4 Consequências do legalismo (5: 7-12)

    B. Liberdade Protegido de Licença (5: 13-26)

    . 1 uso da liberdade (5: 13-15)

    . 2 Alimentação Adequada no Espírito (5: 16-18)

    . 3 Liberdade de Obras da Carne (5: 19-21)

    4. Fruto do Espírito (Gl 5:22, Gl 5:23)

    . 5 Andar no Espírito (5: 24-26)

    C. Liberdade expressa através de Serviços (6: 1-10)

    . 1 Helpfulness Humble Toward Todos (6: 1-5)

    2. Compartilhando com professores de um (Gl 6:6)

    CONCLUSÃO (Gl 6:11)

    A. A Vã Glória de legalismo (6: 11-13)

    B. A Glória da Cruz Verdadeira (Gl 6:14, Gl 6:15)

    C. final Admonition e Benediction (6: 16-18)

    Introdução

    I. AUTORIA

    Só os críticos mais radicais já questionou a autoria de Paulo desta epístola. Findlay diz que "nenhum sopro de suspeita quanto à autoria, a integridade ou a autoridade apostólica da Epístola aos Gálatas chegou até nós desde os tempos antigos." Lightfoot acrescenta: "Sua cada frase tão reflete completamente a vida eo caráter do Apóstolo ao gentios que sua autenticidade não foi seriamente questionada. "Este é realmente impressionante, tendo em conta a oposição extrema nos últimos tempos contra tantas partes das Escrituras. Mesmo a escola Tübingen aceito Gálatas como genuíno. Da visão radical que, a título excepcional, foi proposta por Evanson, desenvolvido por Bruno Bauer, e continuou pela escola holandesa, Ridderbos diz:

    Aos poucos, porém, todo esse corpo de crítica tem cada vez mais sido trazido ao silêncio. É possível agora a dizer que não há uma única letra, que é tão geralmente considerado como autêntico como é a carta de Paulo aos Gálatas. Este hypercriticism tem vindo a ser reconhecida em sua arbitrariedade e na inconsistência de seu ponto de partida, e seus argumentos provaram inúteis. Ela surge a partir de uma visão do cristianismo e do seu desenvolvimento, que se revelou bastante doentio.

    Perante tal situação, é necessário muito pouco para dar muito tempo para a autoria da epístola.

    A evidência interna é forte. Por duas vezes o autor chama-se Paulo (Gl 1:1 ). Além disso, Paulo deve ter sido suficientemente envolvidos em outro lugar, talvez na Grécia ou Macedónia, a ser incapaz de visitar Galácia imediatamente após o recebimento da notícia ruim. Tudo isso, em conjunto com as semelhanças de estilo para as epístolas a Corinto e Roma, parecem indicar uma data nos anos 50 meio ou fim, talvez O ANÚNCIO de 55 ou 56.

    IV. OCASIÃO E OBJETIVO

    Más notícias da Galácia foi certamente a ocasião da epístola. Professores judeus reacionárias tinha sido relutante em aceitar a decisão do Concílio de Jerusalém para conceder plena comunhão com os cristãos gentios não circuncidados. Seus fortes inclinações legalistas e ritualísticos deu-lhes muito em comum com os judeus incrédulos. Em seu stress em obras da lei como um meio de salvação, eles tiveram dificuldade em apreciar o lugar de Jesus Cristo na salvação e achei fácil negligenciar a cruz de Cristo, que, por sua vez, tomado um lugar cada vez mais clara no centro do A pregação de Paulo da salvação pela fé. Os dois movimentos cresceram mais distantes e, finalmente, estabelecer seus programas missionários separados. Como Paulo tinha ido primeiro para as sinagogas em suas viagens missionárias, esses judaizantes reacionárias foi para as jovens igrejas que Paulo e Barnabé havia fundado. Seu esforço era para balançar esses convertidos de volta mais perto da posição do judaísmo daquele dia-que a salvação é pelas obras da lei, e que a circuncisão é seu sinal indispensável e selo. Uma vez que Paulo sustentou que a salvação era e sempre foi pela fé, em vez de obras, a escolha tornou-se necessária. E parecia que a tendência foi mudando para forma de legalismo e ritualismo dos judaizantes.

    Isto constituiu uma situação na fronteira com a apostasia. Se a salvação deve voltar a ser julgado pelas obras, que deixaria de ser pela fé. Se não pela fé, não foi por Cristo. Em seguida, eles seriam tão perdido como se Cristo não tivesse morrido. Eles não podia virar o calendário de volta aos dias de ignorância. Eles só poderia continuar com Cristo ou voltar para a apostasia.

    Paulo escreveu para salvar os gálatas de apostasia. Primeiro de tudo o que tinha para defender seu próprio apostolado contra os ataques e insinuações dos judaizantes (cap. Gl 1:1 , Gl 2:1 ). Em seguida, ele mostrou a supremacia do evangelho sobre as obras no Antigo Testamento, o significado do direito e da promessa, e a aplicação de fé à filiação e de herança (cap. Gl 3:1 , Gl 4:1 ). Por fim, ele estabeleceu o caminho da fé como o caminho da liberdade, a vida no Espírito, e serviço triunfante (cap. Gl 5:1 , Gl 6:1 ).

    V. ESTILO

    A característica dominante do estilo é apaixonada polêmica. É intensamente pessoal. A maior parte do primeiro terço da epístola é dedicado a uma defesa aquecida de sua própria autoridade apostólica e prerrogativa. No entanto, a forma não é a de salvar um ego ferido, mas de arrebatar amigos dos fogos de apostasia. Ele deve recuperar o seu amor e confiança, a fim de resgatá-los do erro.

    Fechar raciocínio e delineamento cuidado também são exibidos, embora não da maneira descontraída, sistemática dos romanos. O argumento avança com passos firmes para a conclusão. Mas é interrompido com freqüência para aplicar um ponto de grande importância pessoal. O objetivo é, obviamente, mais para convencer a ação correta do que convencer de uma filosofia correta. Por vezes tem a sensação de que a lógica é ad hominem (por causa de seu apelo especial para o leitor) e nem sempre ditada pelo próprio sujeito. Ainda assim, em conjunto, a epístola tem um impacto tremendo lógico. Foi em grande parte com este martelo de que a Reforma Luterana esmagou os baluartes da opressão romana.

    O calor da controvérsia não abafar o gênio construtivo da escrita inspirada. Se alguma coisa, ventilou-lo. Pois é aqui que se encontram as pedras preciosas sobre a vida crucificada, a liberdade cristã, a vida no Espírito, as obras da carne, o fruto do Espírito, semear e colher, e exaltando a cruz. Não obstante a sua emoção e preocupação, ou talvez por causa deles, os brilhos epístola e flashes com a luz do céu.


    Wesley - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
    INTRODUÇÃO (Gl 1:1)

    1 Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos), 2 e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: 3 Graça a vós, e paz da parte de Deus Pai, e nosso Senhor Jesus Cristo, 4 que se entregou por nossos pecados, para que pudesse para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, 5 a quem seja o glória para todo o sempre. Amém.

    A saudação contém os três elementos habituais de uma carta antiga: o anúncio do escritor, a designação dos leitores, e as saudações de abertura. Como sempre, Paulo dá a essas cortesias um caráter espiritual que ele traz diretamente para o propósito da sua missão em geral, e da epístola em particular.

    1. sua prerrogativa (Gl 1:1 ). Apesar de tudo isso está implícito no termo, Paulo elabora o significado do seu apostolado. Sem dúvida, aqueles que tentaram desacreditar o havia insinuado que havia uma diferença entre os apóstolos originais e Paulo. Sua missão, que realizou, não foi dada por Cristo, mas pelos homens em Antioquia. Mesmo quando ele recebeu o Espírito Santo, disse que era para ser através de um homem, Ananias, que colocou as mãos sobre ele. Paulo enfaticamente nega essas calúnias. Seu apostolado não é de homens como a fonte, nem é por meio do homem como a agência intermediária. Havia apenas uma fonte e agência. Foi por meio de Jesus Cristo, e por Deus Pai . Como Ridderbos diz: "O anexado diretamente e por Deus Paianuncia que o chamado de Paulo de Cristo era ao mesmo tempo um chamado de Deus. "

    A chave para a prerrogativa de Paulo é a ressurreição. Deus é descrito como Aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Assim, Ele tornou possível para Jesus a chamar Paulo como realmente como tinha chamou os Doze. E foi o mesmo Senhor ressuscitado, não Ananias, que derramou o Espírito Santo sobre Paulo. Assim, a graça eo apostolado de Paulo não era nem um pouco atrás dos outros.

    2. Seus Leitores (Gl 1:2)

    6 Estou admirado de que sois tão rapidamente retirando-lhe que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro evangelho : só há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. 9 Como já dissemos antes, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho do que aquele que recebestes, seja anátema.

    Como vimos, Paulo foi breve e abrupta em sua saudação aos Gálatas. Ele omitiu seus rejoicings habituais e elogios. Agora, de repente, desabafa seu coração. A ocasião de escrever é que as coisas não são mais como eram com os Gálatas. A situação deve ser corrigida ou tudo estará perdido.

    1. Lapse do Evangelho (Gl 1:6 ), foi aprovado pelos líderes em Jerusalém (2: 1-10 ), e foi vindicado, mesmo contra o erro de o apóstolo chefe Jerusalém (2: 11-21 ). Todas essas três questões são discutidas apenas porque as relações tensas exigem.

    O restante da epístola é uma exposição das glórias da salvação pela fé em Cristo (3: 1-4: 31) e da forma de liberdade por meio do Espírito (5: 1-6: 18 ).

    A. recebido por revelação de Cristo (1: 10-24)

    10 Para am 1 agora a procurar o favor dos homens ou o de Deus? ou procuro agradar a homens? Se eu ainda estivesse agradando a homens, não seria servo de Cristo.

    11 Pois eu comuniquei a vocês, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado, que não é segundo os homens. 12 porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas ele veio a mim através da revelação . de Jesus Cristo 13 Porque já ouvistes da minha maneira de viver no tempo passado nos judeus religião, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus, e fez estragos do mesmo: 14 e eu avançamos nos judeus religião além muitos da minha idade entre os meus compatriotas, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Mas, quando foi o beneplácito de Deus, que me separou, mesmo desde o ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, 16 para revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios;logo, não consultei carne e sangue, 17 nem subi a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim, mas parti para a Arábia; e voltei outra vez a Damasco.

    18 Depois, passados ​​três anos, subi a Jerusalém para visitar a Cefas, e permaneceu com ele quinze dias. 19 Mas outro dos apóstolos não vi a nenhum, salvar o irmão Tiago do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que, diante de Deus, eu não minto. 21 Depois fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 E eu ainda não era conhecido de rosto para as igrejas da Judéia, que estavam em Cristo: 23 mas só ouvi dizer que ele que uma vez que nos perseguia agora prega a fé de que uma vez que ele fez estragos; 24 e glorificavam a Deus em mim.

    O título desta seção, do ponto de vista negativo, poderia ser chamado de "Repúdio de Paulo de Motivos corruptos." Mas o método de repúdio é uma clara afirmação de todos os fatores positivos que entram prerrogativas para proclamar o evangelho como ele faz.

    1. Pregou com Worthy Motives (Gl 1:10 , 11 ) . Em primeiro lugar, Paulo deixa claro que o seu ministério é clara e não pode ter lealdades primárias em duas direções. Ou ele é servo de Deus ou do homem-não ambos. Por enfaticamente alegando que o ex ele absolutamente repudia o último. Ele é um servo de Cristo , procurando apenas a favor de ... Deus . Caso contrário, por que ele teria sido tão dispostos a sofrer perseguição?

    Dar a conhecer seria melhor ser traduzido como "lembrar." Referência é uma verdade esquecida que tinha anteriormente sido bem conhecido. Quando o evangelho foi pregado primeiramente aos Gálatas, que não tinha nenhuma dúvida de sua origem divina.Na verdade, tão grande era a manifestação do poder de Deus que, em um momento em que tentou adorar Paulo e Barnabé (At 14:11 ).

    2. Expor padrão divino e Fonte (Gl 1:12 ) . Como o versículo 11 , declarou que seu evangelho não era depois que o homem (depois de qualquer forma humana ou standard), versículo 12 insiste que não foi transmitida a ele pelo homem nem era ensinado pelo homem. Ele simplesmente não era uma parte de sua formação rabínica. Nem tinha aprendido como uma teoria exótica durante suas viagens. Embora os fatos da vida e actividades de Jesus foram, em alguma medida, pelo menos, o conhecimento comumente disponíveis, o evangelho veio nem dos repórteres nem dos filósofos. Ele veio a Paulo através da revelação de Jesus Cristo , porque o evangelho não reside no fato de que um homem viveu na Galiléia, mas em quem ele era e por que Ele veio. Paulo tinha sido tão consciente de Jesus e tão irritado por aquele que perseguiu seus seguidores. Mas quando Jesus apareceu a Paulo na estrada de Damasco e apresentou-se, esta foi evangelho dado por revelação de Deus. Daquele dia em Paulo duvidou nem o evangelho nem o seu próprio chamada para proclamá-la.

    3. Inversão Planos Humanos (Gl 1:13 , 14 ) . Para provar que o seu ponto de vista da educação e no início não eram a fonte de seu evangelho, Paulo apela à sua conhecida forma de vida no tempo passado na religião dos judeus . O resultado líquido de sua formação e inclinações naturais era fazê-lo, pelo menos, tão zeloso contra o evangelho como os judaizantes que estavam perturbando os gálatas. A palavra traduzida como religião judaica nos versículos 13:14 não se refere ao dado por Deus a adoração legítima entre os judeus que Paulo tão consistentemente se identifica com a fé em Cristo. Refere-se, antes, à adoção de hábitos judaicos, língua ou política. Aqui ele denota "partidarismo judaica, e descreve com precisão o espírito de festa amarga", que fez Paulo perseguidor tão mortal nos seus dias anteriores. Os gálatas, provavelmente, pode ter ouvido mais de uma vez da própria boca de Paulo a conta de sua antiga vida e de sua conversão radical e chamada. Agora ele simplesmente lembra-lhes que a perseguição foi intensiva e contínua (imperfeito) e devastador. Horror de Paulo em sua própria conduta anterior é visto na expressão que persegui a Igreja de Deus homem -puny lutando contra o Deus Todo-Poderoso.

    O ponto da passagem é o contraste entre a velha vida e do evangelho. Assim, longe de ter sido educado na fé cristã, ele superou seus compatriotas de sua própria geração, em seu zelo pelas tradições dos pais . E essa educação foi obtido em Jerusalém, a sede para o movimento judaizar atual. O zelo de Paulo para que o evangelho não era um produto de sua formação inicial. Era uma inversão total de seu ponto de vista e os planos.

    4. Alcançar Propósito Divino (Gl 1:15 , 16a ) . Deus, porém, não ignorou Paulo todo esse tempo. Mesmo antes do treinamento Judaistic, e até mesmo antes do nascimento de Paulo, o olho de Deus estava sobre ele. O crédito total para sua conversão e chamada pertence a Deus. Paulo está reivindicando nenhum mérito, prerrogativa, ou originalidade. Tudo é de graça. Este, em nenhum sentido nega a realidade da escolha humana e consentimento. Mas isso definitivamente indicam que era a vontade e plano que estava sendo realizado de Deus. O que Paulo agora é e o evangelho que anuncia não são de realização humana e autoridade. Foi o beneplácito de Deus que escolheu Paulo fora do ventre de sua mãe , chamou-o por meio da graça , e revelou Cristo nele, a fim de que ele pregasse entre os gentios. "O uso de no (en) no versículo 16 não indica que a revelação foi apenas Paulo. Em vez disso, a preposição indica que não só foi Paulo o instrumento de Deus na pregação do evangelho, mas também em sua própria pessoa deu o mais forte testemunho ao seu poder. "A autoridade não está na opinião humana discutível. É na revelação divina.

    5. Em pé Além de Counsel Humano (Gl 1:16 ) . Pelo menos três anos completos decorridos (como a preposição implica) antes de Paulo voltou de Damasco a Jerusalém. Não há nenhuma indicação quanto do tempo foi gasto em Saudita ou o que Paulo fez em Damasco (conforme At 9:1 ). Estes, provavelmente, pode ter sido iniciado, pelo menos em parte, sob o ministério inicial de Paulo antes que ele foi chamado para Antioquia. Em qualquer caso, não há registro de Atos do ministério de Paulo em Antioquia, capital da Síria. Mas, mais uma vez, o interesse de Paulo nesta passagem está no fato de que seu ministério ainda era independente da Judéia. Até o momento ele era ainda desconhecida por rosto para as igrejas da Judéia, que estavam em Cristo . Eles só sabiam Paulo por sua reputação. A notícia se espalhou de que o perseguidor tornou-se um pregador da fé. Para este glorificavam a Deus , atribuindo a mudança inteiramente à graça de Deus trabalhando em seu coração. Tanto Paulo quanto as igrejas na Judéia pregou o evangelho, mas ainda de forma totalmente independente uma da outra durante os primeiros 14 anos de vida cristã de Paulo. E os registros são quase tão silencioso a respeito realizações de Paulo durante a maior parte deste período, tais como estão os trabalhos de muitos dos Doze Apóstolos.


    Wiersbe

    Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
    Wiersbe - Introdução ao Livro de Gálatas
    Gálatas

    Esboço

    1. Pessoal: a graça e o evangelho (1—2)
    2. A graça declarada na mensagem de Paulo (1:1-10)
    3. A graça demonstrada na vida de Paulo (1:11 -24)
    4. A graça defendida no ministério de Paulo (2:1-21)
    5. Diante dos líderes da igreja, como coletividade (2:1-10)
    6. Diante de Pedro, como indivíduo (2:11 -21)
    7. Doutrinai: a graça e a Lei (3—4)
    8. Argumento pessoal oriundo da experiência (3:1-5)
    9. Argumento bíblico — a fé de Abraão (3:6-14)
    10. Argumento lógico (3:15-29)
    11. Argumento dispensacional (4:1-11)
    12. Argumento emocional (4:12-18)
    13. Argumento alegórico (4:19-31)
    14. Prática: a graça e a vida cristã (5—6)
    15. A liberdade, não a escravidão (5:1-5)
    16. O Espírito, não a carne (5:16-26)
    17. Os outros, não o "eu" (6:1 -10)
    18. A glória de Deus, não a aprovação dos homens (6:11 -18)
    19. Histórico

    A antiga Gália era habitada por tribos belicosas que, muitos séculos antes da era cristã, migraram da Europa para a Ásia Menor. Elas fundaram a Galácia, que significa "o país dos gá- lios". Cerca de um quarto de século antes do nascimento de Cristo, os ro-manos agregaram a Galácia a uma de suas maiores províncias e chama-ram a região toda de "Galácia". Em outras palavras, quando falamos da Galácia, da época de Paulo, é neces-sário especificar se nos referimos à região menor, a nação gálata, ou à maior, a província romana. O pro-blema era semelhante ao que temos hoje quando alguém diz: "Vou a São Paulo". A pessoa refere-se ao Estado ou à cidade de São Paulo?

    Esse problema vem à tona à me-dida que estudamos a epístola aos Gálatas. Paulo escreveu essa carta vi-gorosa às igrejas do país da Galácia ou às da província romana de mes-mo nome? Veja no mapa do mundo apostólico, no fim de sua Bíblia, se houver a região envolvida nessa dú-vida. Hoje, a maioria dos estudiosos bíblicos acredita que ele escreveu para as igrejas que fundou na pro-víncia em sua primeira viagem mis-sionária (veja At 13:1-44; Gl 3:1; Gl 4:8-48; Gl 5:7-48; Gl 5:12; Gl 6:12). Eles queriam que as pessoas seguissem as leis e os cos-tumes judaicos, como feriados reli-giosos, circuncisão, etc. Em Gála- tas 1:6-9, Paulo condena esse "ou-tro evangelho". O único evangelho que o Senhor aprova e abençoa é o da graça de Deus, e a justificação só pode ser efetuada mediante a fé em Cristo Jesus. Somos salvos por crer nas promessas do Senhor, não por fazer promessas a ele.

  • O valor dessa epístola para hoje
  • Gálatas representa a palavra mais forte de Deus contra o legalismo. A carne ama fazer coisas religiosas — celebrar dias santos, praticar rituais, empreender boas obras para Deus. Hoje, muitos sistemas religiosos mis-turam a Lei com a graça e criam um caminho para a salvação confuso e adulterado que, por fim, leva à escra-vidão (Gl 2:4; Gl 4:9; Gl 5:1). Guardar o sábado, as leis de dieta, o sacerdócio terreno, os dias santos, a obediência às regras — Gálatas elimina tudo isso e substitui essas práticas pela gloriosa liberdade que o crente tem por meio da fé em Cristo!


    Wiersbe - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
    Os dois primeiros capítulos são pes-soais. "Evangelho", mencionado onze vezes nos 45 versículos, é a palavra- chave. O objetivo de Pâulo é mostrar que sua mensagem e seu ministério vêm diretamente de Cristo, não dos homens. Paulo não prega uma men-sagem transmitida a ele por Pedro ou algum dos outros apóstolos. A fim de que ninguém pensasse que o ministé-rio de Paulo lhe foi dado pelos após-tolos, Deus teve o cuidado de manter o ministério dele totalmente separado do dos Doze.

    1. Paulo anuncia o evangelho (1:1 -5)

    Os judaizantes que "fascinaram" os gálatas (3:
    1) diziam que o apostolado e a mensagem de Paulo não eram dig-nos de confiança, porque não tinham a aprovação oficial de Jerusalém. Eles alegavam que Pedro os credenciara, como se a aprovação dos homens comprovasse que Deus enviou o pregador. Pâulo inicia a carta com a afirmação de que seu ministério e sua mensagem vinham diretamente de Je-sus Cristo. (Observe o uso de "não" e de "nem" nos versículos 1:12-17.) Ele, logo de início, explica o evange-lho que prega.

    O evangelho de Paulo centra-va-se em Cristo — a morte, o se- pultamento e a ressurreição dele —, não em Moisés ou na Lei. Era o evangelho da graça que trazia paz.

    Era o evangelho da liberdade, como declara o versículo 4, "para nos desarraigar". Os judaizantes escra-vizavam as igrejas por intermédio da Lei (veja 2:4; 3:13 4:9). A morte de Cristo libertou-nos da maldade dessa era presente e deu-nos uma posição de liberdade (5:1 ss). Não é de admirar que Pâulo acrescente: "A quem seja a glória pelos séculos dos séculos" (v. 5).

    Que nunca nos confundamos a respeito do conteúdo e do intuito do evangelho. O evangelho não é "seguir Cristo e imitar a vida dele", mas "re-ceber Cristo pela fé e permitir que ele liberte você". O evangelho não diz, em nenhum momento, que alcança-mos a salvação ao guardar a Lei.

    1. A perplexidade de Paulo com a substituição do evangelho por parte deles (1:6-10)

    Paulo ficou perplexo por dois moti-vos: (1) pelo fato de os gálatas abra-çarem outra mensagem logo após vivenciarem a bênção da salvação (3:1-5); e (2) por se afastarem dele (Paulo) que sofreu para trazer Cristo até eles. O sentido literal da palavra grega, usada no particípio presente, "passado" (v. 6), é "passando". Eles estavam no processo de passar da graça pura para uma mistura de Lei e graça. Em 5:4, Paulo afirma: "Da graça decaístes [estão fora dela]". Isso quer dizer que eles mudaram da esfera da graça para a da Lei, e não que perderam a salvação já al-cançada. O sentido da graça é que dependo de Deus para satisfazer minhas necessidades, ao passo que, na Lei, tento resolver as coisas por mim mesmo, com minha força.

    Os apóstolos são vigorosos na condenação de qualquer outro evan-gelho, independentemente de quem o pregue, mesmo que seja um anjo! Lembre-se que há apenas um único evangelho da graça de Deus, aquele que Paulo pregou, embora haja mui-tos "evangelhos" (mensagens das boas-novas). Abraão acreditou no "evangelho" (3:8), na "boa-nova" de que todas as nações seriam abençoa-das por intermédio da semente dele. Em todas as eras, os homens foram salvos por crer em alguma promessa que Deus lhes revelou. Noé creu na Palavra de Deus em relação ao Dilú-vio e à arca; Abraão creu na Palavra sobre sua semente prometida; hoje cremos na Palavra a respeito da mor-te e da ressurreição de seu Filho. Não há outro evangelho desde o advento de Paulo e a revelação da justifica-ção pela fé. De Mateus 3 a Atos 7, a Bíblia enfatiza o "evangelho do rei-no", porém essa não é a mensagem para nós.

    1. O argumento de Paulo em relação ao seu ministério (1:11-24)

    Nessa passagem, Paulo mostra sua total independência em relação aos Doze e à assembléia de Jerusalém.

    1. Ele recebeu o evangelho direto de Cristo (vv. 11-14)

    Paulo viu o Cristo ressurrecto (Atos 9 e recebeu diretamente dele seu comissionamento e sua mensagem. Essa experiência qualifica-o para o apostolado. Nunca se preten-deu que Paulo substituísse Judas e fosse o 12a apóstolo (At 1:16-44). Primeiro, Paulo não satisfaria os pré-requisitos para isso; segundo, Deus manteve-o intencionalmente afastado dos Doze para que nin-guém acusasse Paulo de transmitir a mensagem dos outros. Ninguém pode acusar Paulo de inventar a própria mensagem porque ele foi um precursor da igreja, não um simpatizante. Após seu encontro com Cristo na estrada de Damasco, sua vida mudou de forma radical. O encontro dele com Cristo é a única coisa que pode explicar uma transformação tão notável.

    1. Ele recebeu o evangelho à parte dos apóstolos (w. 15-17)

    Reafirmamos que Deus nunca pre-tendeu que Paulo pertencesse aos Doze. Fundamentalmente, o mi-nistério dos apóstolos era para os judeus e referia-se ao reino; o de Paulo era para os gentios e relacio-nava-se com o mistério da igreja, o único corpo. Cristo chamou os Doze enquanto estava na terra, porque a mensagem deles apresentava a esperança do reino terreno para Israel. Paulo recebeu seu cha-mado do céu, pois sua mensagem apresentava o "chamado celestial" da igreja, em Cristo. Os doze após-tolos estavam associados às doze tribos de Israel. Paulo era um ho-mem (judeu com cidadania gentia) que representava esse único corpo, em Cristo.

    Paulo não consultou os ho-mens após receber seu chamado. Se fizesse isso logo após receber seu chamado, as pessoas diriam que tomara emprestado a men-sagem dos Doze e que recebera autoridade deles. Em vez disso, Deus mandou Paulo à Arábia para um tempo de meditação e de exa-me. Alguém disse: "Paulo chegou à Arábia com a Lei e os Profetas e saiu com Romanos e Gálatas!". Paulo, como Moisés e Elias antes dele, foi para o deserto lutar com o desígnio de Deus e o plano dele para sua vida. A seguir, ele voltou para Damasco, onde testemunhou de Cristo pela primeira vez.

    1. Ele recebeu reconhecimento das igrejas por seu evangelho (vv. 18-24)

    Na verdade, os crentes tinham medo de Paulo, e, se não fosse por Barnabé, ele não seria aceito. Esse fato prova que Paulo nunca dependeu da igreja de Jerusalém para conseguir aprova-ção. Depois dessa visita, ele foi para a Síria (Antioquia). At 11:22-44 registra seu ministério nesse local, porém os crentes da Judéia não o co-nheciam pessoalmente. Contudo, as igrejas de lá ouviram a notícia mara-vilhosa da conversão de Paulo e glo-rificaram a Deus.

    E trágico que hoje os homens re-jeitem a revelação do evangelho de Paulo e tentem misturar graça e Lei. Eles tentam "encaixar" Paulo nos ca-pítulos iniciais de Atos, os quais ain-da enfatizam o reino. Eles tiram de Paulo para dar a Pedro! Precisamos voltar à pura mensagem da graça, ao evangelho apenas de Jesus Cristo. A mistura de igreja e reino, de graça e Lei e de Pedro e Paulo só cria confu-são, além de "perverter" (distorcer — 1:
    7) o evangelho de Jesus Cristo.


    Russell Shedd

    Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
    Russell Shedd - Introdução ao Livro de Gálatas
    Epístola de Paulo aos Gálatas

    Análise

    Paulo escreveu essa epístola aos seus convertidos gálatas, algum tempo entre 48 e 58 d.C. Os mestres cristãos - judaizantes tinham procurado fazer os gálatas se voltarem contra Paulo e convencerem-nos de que, como gentios, precisavam ser circuncidados (5:2-6; 6:12-15) e observar o ritual da lei (4,10) a fim de serem salvos. Nessa carta, Paulo vindica a sua autoridade como expositor do evangelho, e condena a posição dos judaizantes como um legalismo anticristão.
    Os crentes, quer judeus quer gentios, conforme Paulo argumenta, desfrutam em Cristo de uma completa salvação. Foram justificados (3:6-9), adotados (4:4-7), renovados (4.6; 6,15) e feitos herdeiros de Deus segundo as promessas do pacto abraâmico (3:15-18).A fé no Cristo do Calvário, dessa maneira, os liberta para sempre da necessidade de buscar salvação pelas obras da lei. Essa busca, afinal de contas, é vã, pois a lei não traz salvação, nem foi dada com essa intenção (3:19-24); pode tão somente condenar (3.1012), e quando nela alguém confia visando a sua salvação, é apenas conduzido à escravidão (4:21-24). Por conseguinte, os crentes não devem retornar ao princípio da observância da lei como base de sua salvação, pois, do contrário, estarão retomando à escravidão (5,1) e perdem a graça de Deus (5:2-4). Em vez disso, devem apegar-se à liberdade que Cristo lhes proporcionou, servindo a Deus e aos seus semelhantes no poder do Espírito, como homens livres (5:13-18), cumprindo alegremente a vontade de seu Salvador (6.2).
    O argumento de Paulo mostra que todas as versões legalistas do evangelho são perversões, e que o desfrutar da liberdade cristã depende da compreensão de que a salvação vem somente pela graça, por meio, exclusivamente, de Jesus Cristo, recebida apenas pela fé.
    Esboço
    INTRODUÇÃO, 1:1-9
    Saudação de Paulo aos Gálatas 1:1-5
    O Motivo da Escrita; eles se Afastaram do Evangelho, 1:6-9
    AUTORIDADE DE PAULO E AUTENTICIDADE DE SUA MENSAGEM, 1:10-2.21
    Pregava o Evangelho que Cristo lhe Revelara, 1:10-24
    O Evangelho de Paulo Reconhecido por outros Apóstolos 2:1-10
    O Evangelho de Paulo Vindicado contra a Transigência de Pedro, 2:11-21
    O CAMINHO DA SALVAÇÃO, 3:1-4.31
    A Salvação em Cristo É pela Fé, não pelas Obras, 3:1-14
    A Salvação em Cristo É pela Promessa, não pela Lei, 3:15-22
    Os que Confiam em Cristo São Filhos, não Escravos 3:23-4.7
    Súplica, 4:8-20
    Por que Reverter para uma Superstição que Escraviza? 4:8-11
    Por que vos 5oltais Contra mim e meu Ensino? 4:12-20
    Os que Confiam na Lei são Escravos, e não Filhos 4:21-31
    A VEREDA DA LIBERDADE, 5:1-6.10
    Não se Perca a Liberdade pelo Legalismo, 5:1-12
    Não se Abuse da Liberdade com a Licenciosidade, 5:13-26
    A Liberdade se Expressa pelo serviço, 6:1-10

    POST-SCRIPTUM: Vida de sacrifício em Contraste com o Legalismo, 6:11-18


    Russell Shedd - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
    1.1 Paulo não demora em lançar imediatamente o fundamento que indica a propósito da epístola. O evangelho que ele prega não é de origem humana, mas divina. Seu apostolado, posto em dúvida pelos judaizantes (v. 7), é importante para sustentar a veracidade de sua mensagem.
    1.2 Galácia. Provavelmente a região ao sul da Ásia Menor incluindo as igrejas de Antioquia, Listra e Derbe (conforme At 13:14-44).
    3) Reconhece o prazer divino em manifestar o Senhor Jesus Cristo por seu intermédio como .também Sua pregação.

    1.17 Arábia. Os árabes, sob Aretas, controlavam um território vasto, incluindo a própria Damasco (conforme 2Co 11:32, 2Co 11:33). Sem ser declarado, podemos concluir que o sou propósito era consultar a Deus, uma vez determinado que o Senhor, e não os apóstolos, seria a fonte da sua mensagem.

    1.18 Três anos. É provável que se refere aos anos depois da sua conversão. Subi á Jerusalém. Esta visita corresponde àquela mencionada em At 9:26-44. Cefas. É o aramaico equivalente a Pedro.

    1.19 Tiago, filho de Maria e José, e, portanto, meio irmão de Jesus (conforme Jc 1:1).

    1.21 Cilícia. Nesta ocasião estava ligada com a Síria e sob a administração romana. A cidade principal da Cilícia era Tarso, onde Paulo foi criado e agora anunciava o evangelho (23).


    NVI F. F. Bruce

    Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
    NVI F. F. Bruce - Introdução ao Livro de Gálatas
    Gálatas

    F. ROY COAD

    A carta aos Gálatas, felízmente, está isenta de problemas de crítica concernentes à autoria; os estudiosos têm sido praticamente unânimes em endossá-la como obra genuína do apóstolo Paulo. Os problemas que existem estão relacionados à data de composição da carta e à localização das igrejas às quais foi endereçada.
    Em meados do século I, a província romana da Galácia abrangia uma grande parte da região central da chamada Ásia Menor. A parte a nordeste da província, concentrada em torno das capitais tribais Pessino, Ancira e Tavium, era controlada por um povo de origem celta ou gália (daí o nome Galácia — conforme Gália e Galícia), que havia ocupado a região aproximadamente 300 anos antes e estabelecido o domínio sobre os habitantes anteriores. As suas terras ficavam distantes das principais rotas comerciais e de passagem da região naquela época, embora fossem se desenvolver por sua conta de forma brilhante em séculos posteriores, depois de Constantinopla se tornar o centro do governo imperial e as principais estradas passarem por Ancira (a atual Ancara).

    Em contraste com isso, a parte a sudoeste estava baseada nas coloniae romanas de Antioquia da Pisídia e de Listra (uma terceira cidade, Icônio, também se tornou colonia, em época posterior). Por ela, passavam as importantes estradas que levavam à Síria e ao leste das cidades gregas da costa ocidental da Ásia Menor, e os habitantes nativos (frígios em torno de Antioquia e licaônios em torno de Listra) tinham sido fortemente influenciados pelos hábitos estrangeiros: dos gregos, que haviam vindo após Alexandre; dos judeus, que haviam sido estabelecidos ali pelos reis selêucidas; e, depois, dos conquistadores romanos.

    Os debates em torno do destino e da data da carta estão intimamente ligados a essa divisão dessa província em regiões. Podemos distinguir três pontos de vista principais.

    1)    Que a carta foi escrita a igrejas supostamente organizadas por Paulo na parte norte da Galácia. Esse é o ponto de vista mais antigo, mas perdeu muito terreno desde as pesquisas de sir W. M. Ramsay, nos anos finais do século XIX, acerca da história e dos povos da Ásia Menor em tempos antigos.


    2)    Que foi escrita às igrejas que inegavelmente haviam sido organizadas por Paulo no sul da Galácia durante a sua primeira viagem missionária, mas que a carta foi escrita em algum momento depois de uma de suas visitas posteriores àquelas igrejas.

    3)    Que a carta foi escrita àquelas mesmas igrejas, mas imediatamente após a primeira viagem missionária e antes do concílio apostólico de At 15.
    O terceiro ponto de vista é o aceito por este comentário, e uma explicação dessa perspectiva se torna necessária nesse ponto.
    O destino da carta
    Atos menciona a Galácia (ou, mais corretamente, o território galácio) duas vezes nos seus relatos das viagens de Paulo: uma vez em 16.6, na etapa não principal da sua segunda viagem missionária, e novamente em 18.23, numa etapa não destacada no livro de Atos da sua terceira viagem missionária. Até o final do século XIX, essa Galácia era comumente considerada a região norte da província romana que levava esse nome, a única parte que era habitada por pessoas estritamente pertencentes à raça galááa. A parte sul da província mais tarde foi separada da Galá-cia, e assim havia a tendência de negligenciar o fato de que ela fazia parte da Galácia nos dias do apóstolo. Assim, em cada uma dessas jornadas, se pensava que Paulo havia sido desviado das rotas que conduziam diretamente ao oeste ou ao noroeste através da Ásia Menor para visitar essa região. Ele certamente não visitou o norte da Galácia na sua primeira viagem. As igrejas que ele estabeleceu nessa parte norte da Galácia, assim se acreditava, eram aquelas às quais essa carta foi escrita.

    Esse ponto de vista apresentava três dificuldades principais. Em primeiro lugar, não há outras indicações conhecidas de que Paulo tenha estabelecido igrejas no norte da Galácia, que estava muito distante dos centros egeus da sua obra e das estradas que levavam a essa região. Essas idéias também parecem estar em discordância com o que conhecemos da estratégia missionária de Paulo. Em segundo lugar, se a carta não foi escrita senão durante ou após as viagens posteriores do apóstolo, deve ter sido escrita bem depois do concílio de At 15, quando exatamente a questão em discussão na carta foi tratada em Jerusalém. Nessa ocasião, uma declaração unânime e autorizada foi elaborada por aquela igreja, sob a autoridade de Tiago, os apóstolos e anciãos. Em tais circunstâncias, seria inconcebível que essa carta não fizesse referência alguma àquela decisão, mesmo que esboçasse novamente toda a argumentação. (Não tem peso a resposta de que também não se faz menção às decisões do concílio em ICo 8 ou 10. A questão discutida aí, a de sacrifício de alimentos aos ídolos, foi de fato tratada nas decisões do concílio de Jerusalém, mas era periférica ao debate; tampouco as conclusões de Jerusalém eram relevantes em termos gerais para as questões em Corinto. Por outro lado, a carta aos Gálatas trata de toda a questão da obediência aos preceitos judaicos, que era exatamente o ponto central crítico do concílio de Jerusalém.)

    Em terceiro lugar, esse ponto de vista é em geral associado à identificação da visita de Paulo a Jerusalém descrita em G1 2 com a de At 15; um ponto de vista que conduz quase inevitavelmente à conclusão de que um dos dois relatos é incorreto (v.comentário de G1 2:1-10 adiante).

    Para defender o ponto de vista contrário a esse, muitos comentaristas buscam os destinatários dessa carta nas igrejas estabelecidas por Paulo na sua primeira viagem missionária na parte sul da província romana da Galácia. Embora Lucas não use o termo no seu relato daquela viagem em At 13:14, elas estavam localizadas dentro do território galácio. A obra de sir W. M. Ramsay ao final do século XIX estabeleceu razões convincentes, fundamentadas no profundo conhecimento das condições políticas e sociais da Ásia Menor do século I, para se crer que a carta foi dirigida a essas igrejas. Esse ponto de vista se harmoniza de forma convincente com outros dados bíblicos e é aceito amplamente por estudiosos britânicos e americanos.

    A data de composição da carta
    Mesmo que esse segundo ponto de vista com relação aos destinatários dessa carta seja aceito, ainda assim a sua data precisa ser determinada. Muitos comentaristas, impressionados pela semelhança de pensamento e estilo dessa carta com a carta aos Romanos, crêem que ela foi escrita na mesma época de Romanos, provavelmente durante a terceira viagem missionária. Outros acham que foi escrita exatamente antes dessa viagem (esse era o ponto de vista inicial de Ramsay, mas depois ele a datou antes do concílio de At 15). (V. tb. Hogg e Vine, p. 7.) Mas esse ponto de vista ainda deixa sem solução a segunda dificuldade citada anteriormente, e, normalmente, também a terceira.
    Uma tentativa de explicar a segunda dificuldade, a falta de menção às decisões em Jerusalém de At 15, é feita com a sugestão de que as ações de Paulo com relação a essas decisões, descritas em At 16, tinham elas mesmas dado força às alegações de seus oponentes. Ele tinha se esforçado em passar as decisões às igrejas do sul da Galácia, assim fazendo as igrejas concluírem que a sua autoridade apostólica estava sujeita à dos líderes em Jerusalém. Ele também tinha circuncidado Timóteo, assim fortalecendo a facção da circuncisão. Então, nesse ponto de vista levamos em consideração as expressões “ainda que nós” em G1 1.8 e a alegação de que ele mesmo pregava a circuncisão (mencionada em G1 5.11). Essas duas questões, a autoridade de Paulo e os ensinos da facção da circuncisão, são os dois temas principais da carta.
    Contudo, esse ponto de vista certamente torna a falta de referência direta às decisões que tinham gerado o mal-entendido ainda mais inexplicável: particularmente quando a incircuncisão de Tito é discutida especificamente (2.3ss). Uma referência ao incidente relativo a Timóteo teria sido inevitável, segundo essa hipótese.

    As duas dificuldades são eliminadas pela consideração de que a carta foi escrita antes de terem ocorrido os eventos de At 15. E interessante e importante que Calvino tenha chegado a essa conclusão simplesmente com base nas evidências internas (v. o comentário dele acerca Dt 2:1-5), embora isso não o tenha levado às implicações quanto aos destinatários da carta.

    A situação, então, fica clara. Paulo, tendo retornado a Antioquia da sua primeira viagem missionária, enfrenta numa controvérsia os mestres judaizantes de Jerusalém que, como sabemos com base em At 15:1, visitaram a cidade nessa época (v. tb. G1 2.12). Enquanto ele está empenhado nessa polêmica, recebe a notícia de que mestres semelhantes, que o seguem de perto, visitaram as recém-organizadas igrejas da sua primeira viagem (At 13:14) e estão obtendo sucesso na negação e destruição do trabalho dele. O resultado é essa carta escrita com muita urgência e sob grande pressão emocional. As questões que ela levanta iriam produzir, algumas semanas depois, o concílio de Jerusalém.

    Se esse terceiro ponto de vista for aceito, isso tem importantes implicações para a cronologia do NT e a compreensão do progresso e desenvolvimento da doutrina no NT. Gálatas se torna a primeira das cartas do NT, escrita em 48 ou 49 d.C, menos de 20 anos após a crucificação. Seguindo os dados na própria carta, temos de datar a conversão de Paulo em aproximadamente 33 d.C. Esse ponto de vista tem outras implicações de longo alcance, que não podem ser tratadas aqui; uma dificuldade importante, com respeito à visita que Paulo fez a Damasco, é mencionada no comentário em 1:18-24.

    ANÁLISE
    I. INTRODUÇÃO (1:1-5)
    II. O MOTIVO DA CARTA (1:6-9)
    III. A AUTORIDADE DE PAULO E DO EVANGELHO QUE ELE PREGAVA (SEÇÃO PRINCIPALMENTE BIOGRÁFICA) (1.10—2.21)
    IV    O EVANGELHO É EXPLICADO E EXEMPLIFICADO (SEÇÃO PRINCIPALMENTE DOUTRINÁRIA) (3.1—4.31)
    V    OS RESULTADOS DO EVANGELHO (SEÇÃO PRINCIPALMENTE PRÁTICA) (5.1—6.10)

    VI. CONCLUSÃO (6:11-18)


    NVI F. F. Bruce - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24
    I. INTRODUÇÃO (1:1-5)
    v. 1,2a. Do profundo mistério da Divindade, a Palavra havia falado. Essa era a certeza que havia fascinado e inspirado a alma de Saulo de Tarso. Nesse prodígio, havia ainda outro: o conhecimento de que ele mesmo era um instrumento da palavra divina. Em Jesus, Deus havia aparecido; a ressurreição havia estabelecido esse fato além de qualquer dúvida. Agora Saulo de Tarso era o servo-escravo e embaixador comissionado do Senhor Jesus Cristo: Paulo, apóstolo, por designação direta de Deus.

    Havia homens que não entendiam dessa forma. Eles também professavam o nome de Cristo — mas para eles a mensagem que Paulo pregava era uma traição das antigas veredas de Deus. Criados na tradição das antigas alianças e fascinados pela lei judaica, como o caminho de vida designado por Deus, eles não estavam conseguindo se adaptar facilmente à idéia de que essas coisas teriam de ser deixadas de lado. Além disso, eles podiam reivindicar orgulhosamente a autoridade, mesmo que não estritamente confirmada, das credenciais de Jerusalém, da igreja dos apóstolos e de Tiago, o irmão do Senhor. Para eles, Paulo era simplesmente alguém que surgiu do nada em Antioquia da Síria, e eles não hesitaram em destacar isso.
    Assim, Paulo se esforça, ao abrir a sua carta, em afirmar a base da sua autoridade. Os seus oponentes reivindicavam a autoridade de homens de expressão? A autoridade dele não precisava desse tipo de mediação, mas vinha diretamente do Deus que havia falado decisivamente em Cristo, ressuscitando-o dos mortos. Mas, mesmo entre os homens, ele não estava sozinho. Com ele estavam os devotos companheiros que os gálatas conheciam.
    [Observação: da parte de e por meio de são preposições que sugerem respectivamente a fonte original e a fonte intermediária de autoridade.]

    v. 2b. A resposta a essa questão foi discutida na introdução; este comentário considera as igrejas como aquelas organizadas por Paulo no sul da Galácia, na sua primeira viagem missionária (At 13:14).

    v. 3-5. Ao desafiar a autoridade de Paulo, os mestres judeus tinham um motivo dissimulado: desacreditar o evangelho que ele pregava. Assim, na sua saudação, Paulo reafirma os elementos essenciais do evangelho. Foi um auto-sacrifício pelos nossos pecados e um passo proposital da vontade de Deus;
    um ato voluntário da graça divina, inquestionável por parte do homem. Acrescentar qualquer outra exigência a ele seria uma presunção irreverente e ímpia. Para destacar isso, a transcendência de Deus é sublinhada. A vontade daquele cuja glória se estende pelas eras das eras (para todo o sempre) entrou em ação para nos libertar desta presente era perversa. O livramento era o ato de Deus em que ele tinha prazer; um livramento, por assim dizer, para ele mesmo (acerca do significado do uso da voz média v. Vine, Expository Dictionary of NT Words, “Deliver” 8). Se Cristo se entregou a si mesmo, como ousaríamos acrescentar mais alguma exigência?

    Não podemos negligenciar a importância desse trecho nesse estágio tão primitivo do ensino cristão. O nome do Senhor Jesus Cristo já é usado em equivalência ao de Deus nosso Par, um fato ainda mais espantoso em face do sentimento intenso dos judeus que envolvia toda a questão principal dessa carta. Além disso, o auto-sacrifício dele é por nossos pecados: o propósito redentor da morte de Cristo já é estabelecido como base do evangelho nessa formulação tão antiga. Aqui, então, temos os elementos mais precoces e essenciais da pregação cristã.

    II. O MOTIVO DA CARTA (1:6-9)
    Algo do ensino que foi levado à Galácia pelos mestres judaizantes pode ser apreendido com base em referências posteriores na carta. Esse ensino aceitava a missão de Messias de Jesus, mas acrescentava mais uma exigência à da fé em Cristo: a aceitação da obediência aos preceitos judaicos, particularmente como está simbolizada na circuncisão e no cumprimento da lei ética e cerimonial (At 15:1; G1 3.2,10; 4.10,21; 5.2; 6.12,13).
    Para Paulo, também era axiomático e evidente que a fé em Cristo exercia um efeito radical sobre a conduta (5:19-24). Mas o lugar que os judaizantes davam à lei não era, para ele, somente uma diferença de ênfase. Isso pervertia a sua mensagem, era outro evangelho, era um evangelho diferente daquele que lhes pregamor, era uma anulação (metastrepsai, v. 7) do evangelho.

    As razões desse antagonismo são elaboradas em detalhes nessa carta. O novo ensino era retrógrado, a volta à servidão (5.1; v. At 15:10). Por detrás de tudo isso, estava uma razão ainda mais profunda. Render-se aos judaizantes seria reduzir o caminho de Cristo a simplesmente mais uma das seitas briguentas judaicas e, inevitavelmente, sufocar no nascimento a mensagem universal de Cristo. O próprio Paulo deve ter percebido isso; mas era uma visão muito adiante dos horizontes dos bitolados sectários de Jerusalém, preocupados como estavam com as minúcias da observância da lei e com o temor da única perseguição que a igreja tinha experimentado (6.12). O apóstolo mantém o seu conselho, mas a compreensão arde na paixão de suas palavras. Se alguma vez houve uma questão em que Paulo teve de apressar o passo, mas com cautela, foi essa, e ser insuficientemente radical era derrotar os propósitos de Deus, seria abandonar aquele que os chamou.

    [Observações:
    1) amaldiçoado: anathema.


    2)    v, 6,7. outro evangelho que [...] não é o evangelho: há diferentes pontos de vista acerca do sentido aqui, que estão refletidos nas diferentes versões. Estaria Paulo sugerindo que a mensagem dos judaizantes não era evangelho algum? ou que não era uma mensagem diferente mas uma perversão da verdadeira mensagem? A diferença surge de pontos de vista contrários acerca do significado das palavras gregas heteros e allos defendidos, e.g., por Lightfoot e Ramsay. (A NVI opta pela primeira opção.)


    3)    v. 8. ainda que nós: a própria autoridade divina de Paulo é válida somente se a sua mensagem permanecer autêntica. Conforme Pedro

    (G1 2.11).

    4)    Observe a mudança de uma possibilidade remota, ainda que nós [pregássemos] um evangelho... (v. 8), para uma contingência muito presente: Se alguém lhes anuncia um evangelho... (v. 9).]

    III. A AUTORIDADE DE PAULO E DO EVANGELHO QUE ELE PREGAVA (SEÇÃO PRINCIPALMENTE BIOGRÁFICA) (1.10—2.21)
    1.10. A VA (conforme ARC e ACF) traduz a primeira pergunta literalmente: “Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus?”. Pela simples incongruência de outra resposta, essa pergunta exige a resposta “a homens”; mas percebe-se que isso não se encaixa no contexto, e a maioria das traduções segue o exemplo da RSV (em português, a ARA) ao traduzir a palavra grega peithõ (persuadir) por “procurar o favor de” ou alguma expressão semelhante (v. At 12:20). A pergunta, então, é paralela à que segue: estou tentando agradar a homens? O versículo todo lança luz, mesmo que de passagem, sobre a acusação de que Paulo estava diluindo a sua mensagem para seduzir pessoas — exatamente a mesma acusação que ele faz mais tarde aos seus oponentes (6.12). Essa tradução de peithõ é correta e bem documentada.

    Contudo, a tradução na 5A (ARC e ACF, em português) talvez expresse uma ambigüi-dade intencional no original. Paulo, criado e formado como fariseu zeloso, havia se curvado diante do ato irrefutável de Deus. Qual era a argumentação dos seus oponentes? Confrontados com o ato irrefutável de Deus, eles estavam praticamente insistindo em que Deus poderia agir da forma deles, e de nenhuma outra. Assim, talvez Paulo esteja perguntando: Estaria ele, como os seus oponentes, tentando persuadir Deus a se curvar às suas idéias, ou aos homens para que se curvem diante das idéias de Deus? A resposta óbvia é a sugerida pela VA: “aos homens”. A tradução da maioria das versões, sem dúvida, exige a resposta: “a Deus”. V. 2Co 5:11; conforme At 17.4. Um enfático “não” serviria a essa interpretação. Paulo, o perseguidor, tinha se curvado agora diante do ato irresistível de Deus. Observe também o ainda na segunda parte do versículo.

    [Observação: o gr. coloca um artigo (“o”) antes de “Deus”, mas não antes de “homens”. Com base nisso, Lightfoot chama a atenção para uma construção semelhante em 4.31 “não somos filhos da [sem artigo definido no gr.] escrava”, i.e., de qualquer escrava, “mas da [com artigo definido no gr.] livre”, i.e., da única esposa legítima), sugerindo um sentido semelhante em 1.10.]

    v. 11-17. Paulo agora começa a primeira parte da sua argumentação, e a desenvolve até o final do cap. 2. Ela está relacionada à base de sua própria autoridade, e por isso à base da sua mensagem. Ele começa por demonstrar a sua dependência direta de Deus com respeito ao evangelho que pregava, uma forma de tratar a questão que exige dele que evite ambas as pontas de um dilema. Por um lado, precisa mostrar que o seu ensino não estava fundamentado em nenhuma agência humana; por outro, que não era nenhuma idiossincrasia, mas havia sido reconhecido e validado por seus colegas apóstolos.
    A sua conversão era a primeira evidência, e a mais reveladora, a seu favor. Agora ele pode oferecer a única explanação convincente daquela inversão dramática de todo o curso da sua vida: uma revelação (apokalypsis) de Jesus Cristo. Ele destaca que não ocorreu influência humana no estágio delicado logo após essa revelação: não consulta pessoa alguma, diz ele; em vez disso, retirou-se (para um lugar deserto?) na Arábia. Essa informação é acrescentada ao que sabemos com base em At 9. Não sabemos o tempo exato que ele esteve na Arábia, pois os três anos do v. 18 incluem a atividade considerável em Damasco, acerca da qual nos informa At 9.

    Qual foi a revelação pela qual Paulo recebeu o evangelho (v. 12)? A outra revelação, do v. 16, estava centrada na experiência dramática na estrada de Damasco (v. observação 2), mas o crescimento na compreensão do evangelho não era necessariamente de uma natureza sobrenatural. A preocupação de Paulo é evitar a alegação de mera especulação humana. A argumentação cuidadosa e detalhada dessa carta é evidência suficiente de que a fonte da revelação estava nas reflexões de Paulo acerca do AT. Podemos citar alguns dos trechos que foram mais importantes nessa formação: a história de Abraão, Habacuque e a última parte de Isaías evidentemente foram proeminentes. Por trás das suas convicções, e confirmando-as, estava a consciência do governo e da ação de Deus na formação da sua vida (v. 15; conforme Jr 1:5 e Is 49:1).

    [Observações:
    1) Conforme o v. 12 com 1Co 11:23; Ef 3:2-49; Cl 1:25-51. Contraste com 1Co 15:3 e conforme G1 1.18. Não há contradição. Conforme Cullmann The Early Church, 1956, art. “The Tradition”, p. 59ss).


    2) v. 16. revelar o seu Filho em mim (en emoi): outras versões preferem “por mim” (i.e., por meio do ensino de Paulo; como Lightfoot), ou “no meu caso” (i.e., em distinção de outros; como Hogg e Vine), ou “para mim” (RSV).]

    v. 18-24. A visita a Jerusalém mencionada aqui também está registrada em At 9:23-30. Com base nesse texto, vemos que a apresentação de Paulo a Pedro não foi facilmente realizada antes que Barnabé se tornasse amigo dele. Paulo acrescenta a seguinte informação àquilo que concluímos do texto de Atos.

    1)    Em Jerusalém, os “apóstolos” a quem Barnabé o apresentou (At 9:27) eram somente dois em número (Tiago, embora não fosse um dos Doze, satisfazia as exigências do apostolado) (v. 19).

    2)    Paulo indica que o encontro e a consulta (,historêsai) com Pedro foi um propósito definido da sua visita a Jerusalém; um propósito por parte do discípulo de Gamaliel que reconhece publicamente a capacidade intelectual e espiritual do pescador Galileu (v. 18).


    3)    Embora Paulo andasse “com liberdade em Jerusalém” entre eles (At 9:28), não tinha conseguido visitar as igrejas da Judéia ainda (v. 22).

    4)    Alguns alegam uma discrepância entre os quinze dias do v. 18 e o período evidentemente mais longo sugerido por Atos; mas o primeiro período refere-se explicitamente somente à duração da estada de Paulo com Pedro.

    Em 2Co 11:32, Paulo nos conta que a sua fuga de Damasco ocorreu enquanto a cidade era governada por um governador apontado por Aretas, rei dos nabateus. Na cronologia discutida anteriormente, a data da fuga de Paulo teria sido 35 ou 36 d.C. (precisamos levar em consideração a forma inclusiva de cálculo do tempo). Acerca dos problemas relacionados a isso, veja no NBD os artigos “Aretas”, “Cronologia do NT” e “Paulo”.

    Atos também se refere ao retiro de Paulo na Síria e na Cilicia, com a informação mais específica de que Paulo retornou a Tarso, sua cidade natal (At 9:29-30). Os nomes Síria e Cilicia são os de uma divisão política romana combinada, e isso não significa necessariamente que Paulo tenha visitado a Síria propriamente dita, embora isso seja possível. Compare também At 22:17-21, em que ficamos sabendo que a urgência dos companheiros de Paulo foi confirmada por uma visão.

    Paulo então desaparece do relato de Atos por um período de aproximadamente quinze anos, até que Barnabé o leva de Tarso, na Cilicia, para Antioquia, na Síria (At 11:25-26). Que esses não foram anos de inatividade, fica claro pelas referências nas outras cartas. Muitas das experiências que Paulo descreve em 2Co 11:23-47 podem ser datadas nesse período, incluindo as visões diretas de Deus de 2Co 12:2-47. A evangelização que Paulo empreendeu da sua região natal durante esse período, claramente sugerida em G1 2.2, também explicaria o fato de ele ter evitado a Cilicia na sua primeira viagem missionária, em que os missionários viajaram ao continente via Chipre, a ilha natal de Barnabé.

    O zelo de Paulo em declarar a exatidão do seu relato (v. 20) indica quanto esses fatos eram importantes para a sua argumentação. Ele ainda está destacando o fato de ter ficado isolado de influência, a não ser da de Pedro e Tiago. A unidade com esses dois líderes, sugerida tacitamente por esse relato, poderia, por outro lado, acrescentar força à sua argumentação.
    [Observação: v. 23. a fé. o uso de “fé” como sinônimo de evangelho certamente está em concordância com toda a exposição contida nessa carta. Conforme Lightfoot in loco.]


    Moody

    Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
    Moody - Comentários de Gálatas Capítulo 1 versículo 1

    1. Apóstolo. O significado de enviado não será suficiente aqui. Todos os crentes têm tal encargo. Paulo prossegue defendendo sua autoridade especial de mestre cristão, organizador de igrejas, disciplinador e retificador de falsas doutrinas. Não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum. O não negativo estabelece o tom da epístola; é uma polêmica, uma denúncia do erro a fim de colocar a verdade em posição mais vantajosa. Se os judaizantes tinham algum apostolado, era humano. O de Paulo não era. Tinha fonte mais elevada. Não era também por algum homem. Nenhuma pessoa, apóstolo ou outro, fora mediador na autoridade de Paulo (cons. Gl 1:12). Em vez disso veio pela intervenção de Jesus Cristo em sua vida. O contraste torna Cristo mais do que um homem. Por trás dEle e em igualdade com Ele está Deus Pai, apresentado aqui como Aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. O Cristo ressurreto foi quem apareceu a Paulo, e o fez um apóstolo.


    Moody - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 5

    INTRODUÇÃO

    A Ocasião. As igrejas gálatas nasceram como resultado do trabalho missionário de Paulo. Por isso o apóstolo ficou muito preocupado espiritualmente quando ficou sabendo que agitadores cristãos judeus tinham circulado entre os convertidos gentios, procurando lhes impor a circuncisão e as responsabilidades da lei mosaica como necessárias à salvação (Gl 1:7; Gl 4:17; Gl 5:10). Escrevendo sob grande pressão (o que se deduz por causa da omissão da costumeira ação de graças), ele enfrentou o assunto diretamente, e assim, na epístola aos gálatas, deu à Igreja uma vigorosa polêmica contra o erro judaizante.

    Destinatários da Carta. Estas igrejas eram suficientemente achegadas umas às outras e bastante parecidas para que recebessem a carta como um só grupo. Em Gl 3:1 Paulo chama seus leitores de "gálatas". No meio do primeiro século cristão o termo Galácia tinha mais de um significado.
    1) Indicava a área ao centro-norte da Ásia Menor onde os gauleses se estabeleceram depois de emigrarem da Europa ocidental. Os principais centros eram Pessinus, Ancyra e Tavium.
    2) Também indicava a província romana da Galácia. Esta, os romanos estabeleceram em 25 A.C. acrescentando à Galácia do norte um território do sul. Esta última incluía as cidades de Antioquia, Icônio, Listra e Derbe, que foram visitadas pelo apóstolo em sua primeira viagem missionária. É muito difícil que a epístola tenha sido endereçada aos cristãos de ambas, Galácia do Norte e Galácia do Sul (cons. Gl 4:14).

    O debate quanto ao destino desta epístola não tem fim, e jamais poderá ser resolvido. Lightfoot esposou a teoria da Galácia do Norte. A maior parte dos comentadores germânicos continuaram mantendo esta posição (por exemplo, Schlatter, Lietzmann, Schlier), embora alguns tenham permanecido neutros. Sir William Ramsay argumentou fortemente pela posição da Galácia do Sul, a qual ganhou muitos adeptos entre os mestres de língua inglesa. Ela tem a vantagem, se for o ponto de vista certo, de nos fornecer informações sobre o estabelecimento dessas igrejas (At 13:1). Por outro lado, Lucas usa o termo "Galácia" (lit., região galática) só quando descreve o progresso dos missionários além do território da Galácia do Sul (At 16:6; cons. At 18:23). Entretanto, a circunstância dele não mencionar igrejas no território da Galácia do Norte, mas apenas discípulos, favorece a teoria da Galácia do Sul (Veja At 18:23).

    Data e Lugar. Com base na teoria da Galácia do Sul, pode-se concluir que a epístola foi escrita antes do concílio apostólico descrito em At 15:1 podem ser considerados atendidos (ali, primeiro se refere à primeira das duas visitas), embora não possamos ter certeza nenhuma que o próprio Paulo considerasse esse retomo como uma segunda visita. Muitos acham que quando Paulo narra uma reunião com certos apóstolos no capítulo 2, pode não estar se referindo ao concílio apostólico, uma vez que deixou de mencionar o decreto que ali foi redigido, que teria sido altamente vantajoso para a defesa do seu argumento na epístola. Este argumento não é decisivo, uma vez que o propósito do decreto não foi o de estabelecer termos sobre os quais os gentios pudessem ser admitidos à Igreja, mas antes, para facilitar o relacionamento entre esses convertidos gentios e aqueles que eram de origem judia. Portanto o decreto não se relacionava diretamente com a argumentação da carta.

    Lightfoot enfatizou as semelhanças entre Gálatas, Coríntios e Romanos. Todos tratam da controvérsia judaizante num certo grau. Com base nisto, Gálatas pode ser atribuída ao período da terceira viagem missionária de Paulo, tendo Éfeso ou Macedônia como seu ponto de partida. Isto levada a data da epístola para 56 A.D. De acordo com a opinião alternativa, foi escrita em 48 ou 49, provavelmente de Antioquia. Uma data intermediária em cerca de 53, logo no começo do ministério em Éfeso, é a mais atraente. Um intervalo razoável entre a carta aos gálatas e as cartas aos coríntios e romanos se faz necessário por causa das diferenças de tom e tratamento.

    Desenvolvimento das Idéias. Os dois primeiro capítulos foram grandemente devotados ao estabelecimento da natureza do apostolado de Paulo. Esta explicação era vital ao evangelho do apóstolo, pois se os seus oponentes pudessem provar que ele não fora chamado e comissionado a pregar a verdade, então seus ouvintes simplesmente duvidariam de sua mensagem. Embora Paulo não gostasse de ser tão pessoal, tinha de enfrentar o desafio, o que ele fez mostrando que tinha um apostolado independente, inteiramente no mesmo nível dos apóstolos originais. Ele recebera seu evangelho não através de instrução humana mas através de revelação divina, e ele comprovou-se concorde com o dos outros apóstolos.

    Depois Paulo passa a declarar o que é o Evangelho (caps. Gl 3:1; Gl 4:1). É uma mensagem da graça que necessita da fé. A lei não produz a fé, mas antes opera maldição, da qual Cristo tinha de redimir os homens.

    Além do ato da aceitação do Evangelho, jaz a necessidade de vivêlo (caps. Gl 5:1; Gl 6:1). Aqui o poder da cruz e a energia do Espírito Santo foram apresentados mais eficazes do que os esforços em se guardar a Lei.

    Influência. Esta carta contém as mais enfáticas declarações sobre a salvação sem as obras que se encontram nas Escrituras. Ela revolucionou o pensamento de Lutero e teve parte estratégica na Reforma. Lutero declarou que ele se sentia casado com este livro; foi a sua Catarina.

    No século dezenove F.C. Baur transformou este livro no pivô de sua teoria que dizia que a controvérsia legalística foi tão grave que chegou a abalar os fundamentos da igreja primitiva. De acordo com ele, afetou toda a literatura do Novo Testamento positiva ou negativamente, conforme os homens escreviam no interesse de um ou de outro ponto de vista, ou quando tentavam ocultar o fato da divergência entre a lei e a graça como meio de salvação. Uma vez que Gálatas exibe esta controvérsia de maneira inequívoca, sua autenticidade deve ser admitida. Este veredito permaneceu virtualmente imutável desde os dias de Baur.

    COMENTÁRIO

    Gálatas 1

    I. Introdução. Gl 1:1-9.

    A. Saudação. Gl 1:1-5.

    A estrutura convencional da arte de escrever cartas foi aqui utilizada, mas acima do vulgar, pois o autor era um apóstolo com autoridade recebida da Deidade, e ele se dirigia àqueles que pela graça foram libertos deste século presente. Eles, também, não eram homens comuns, pois eram cristãos.


    Francis Davidson

    O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
    Francis Davidson - Introdução ao Livro de Gálatas
    A EPÍSTOLA AOS GÁLATAS

    INTRODUÇÃO

    Ver também o artigo geral, "As Epístolas de Paulo".

    I. OCASIÃO E TEMA

    A autenticidade desta epístola nunca foi posta em dúvida pela Igreja primitiva, e o mais extremado e radical criticismo do Novo Testamento a tem considerado como indubitavelmente paulina. Trata-se de uma vindicação apaixonada, vigorosa e intransigente, tanto do Evangelho da graça de Deus como da própria autoridade de Paulo como apóstolo de Cristo, o qual o havia comissionado para anunciar esse Evangelho. A alma de Paulo incandesce ao escrever, visto estar perturbado, até às maiores profundezas de seu ser, pela grave crise que havia surgido nas igrejas da Galácia. Os gálatas, a maioria dos quais eram gentios que tinham escutado a pregação de Paulo e tinham crido em Cristo para sua salvação, haviam agora, entretanto, adotado apressadamente (Gl 1:6) a insidiosa sugestão de certos mestres judaizantes, os quais lhes haviam ensinado que tinham de ser circuncidados e observar a lei judaica. A alma de Paulo recua, horrorizada, perante tal idéia que obscurece a verdade vital da toda-suficiência de Cristo para a salvação; portanto, ele escreveu essa epístola a fim de salvar seus amados convertidos de serem fatalmente desviados da verdade. No dizer de Godet, esta epístola "marca época na história do homem", visto ser "o documento perenemente precioso de sua emancipação espiritual".

    II. SEU ENSINO

    A transição do Judaísmo para o Cristianismo foi um processo lento para alguns dos primeiros judeus crentes. Houve fariseus que creram (At 15:5), e alguns desses ensinavam que, antes de um gentio poder tornar-se Cristão, era-lhe necessário tornar-se primeiramente judeu, submetendo-se à circuncisão e observando a lei judaica, tanto moral como ritual. Alguns desses crentes judeus mais estritos se tinham apresentado aos crentes da Galácia com esses ensinamentos perturbadores. Os mestres judaizantes seguiam após os passos de Paulo, e isso durante toda a vida do apóstolo. Já em cerca de 62 D. C. encontramo-los a conspirar contra ele, em Roma, pelo que ele foi impelido a escrever, com algo do fogo que incandesce nesta epístola, algumas palavras bem mordazes sobre eles, como também a comparar com eles, como em Gl 6:16, o verdadeiro Israel, que adora pelo Espírito de Deus, que se gloria em Cristo Jesus, e que não confia na carne nem depende de qualquer privilégio externo (Fp 3:2-50). Nesta epístola, Paulo frisa de modo muito agudo a eficácia toda-determinante da fé, conforme fica demonstrado no caso de Abraão, o crente típico (Gl 3:6-48), o qual, conforme o apóstolo diz noutro passo, era crente e assim foi justificado, antes mesmo de haver sido circuncidado (Rm 4:10 e segs.).

    A epístola aos Gálatas dá ênfase marcante a dois assuntos, a saber, a cruz e a fé. As grandes palavras de Habacuque: "... o justo viverá pela sua fé...", são citadas (Gl 3:11). A lei foi um preceptor-escravo que exercia sobre os homens uma férrea disciplina até que Cristo veio, até o raiar da era da fé, na qual, mediante a fé, nos tornamos filhos de Deus (Gl 3:24-48). Submeter-se à circuncisão realmente significaria um passo retrógrado para os crentes gálatas: significaria retornar à confiança em meras ordenanças carnais, após terem conhecido coisas melhores. Portanto, precisavam lançar fora completamente o jugo da escravidão à lei cerimonial (Gl 5:1), pois, tendo iniciado a vida espiritual no Espírito, convinha que prosseguissem no Espírito, a fim de que possuíssem toda a riqueza espiritual que em Cristo estava entesourada para eles (Gl 3:2-48).

    III. ENDEREÇO E DATA

    Para quem foi enviada a epístola aos Gálatas? e quando foi ela escrita? Essas perguntas têm provocado muita discussão em tempos modernos.

    Em 25 A. C., Augusto formou a província romana da Galácia. Ele a usou como núcleo do país da Galácia (assim chamado porque uma tribo de gauleses se estabelecera ali no terceiro século A. C.), tendo como fronteira sulista mais ou menos o centro da Ásia Menor, e adicionou a isso uma porção do Ponto, no nordeste, parte da Frígia, no sudoeste, e a maior parte da Licaônia, ao sul. Esses distritos do sul e do sudoeste eram, política e comercialmente, os mais importantes da província, muito mais que os demais pelo fato de estarem providos de estradas. A questão que se levanta é a seguinte: Os gálatas para os quais Paulo escreveu são os descendentes dos gauleses da parte norte da província, cuja cidade principal era Ancira (a moderna Ancara), ou eram antes os Cristãos das cidades evangelizadas por Paulo durante sua primeira viagem missionária-em Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe-todas as quais se tinham tornado parte da província gálata dentro de comparativamente poucos anos?

    A "teoria da Galácia do norte" tem sido advogada por Lightfoot, Chase, e outros. O grande exponente da "teoria da Galácia do sul", em tempos recentes, tem sido Sir William Ramsay, o qual tem sido seguido por uma grande hoste. Por diversas razões esta última teoria parece ser, no todo, a mais razoável. Em sua obra, Historical Commentary on Galatians, Ramsay apresenta, de modo assaz interessante, os paralelos entre o discurso de Paulo em Antioquia da Pisídia (At
    13) e esta epístola, e declara que as coincidências são tão arcantes que tornam cada um dos dois documentos o melhor comentário sobre o outro.

    Em 1Pe 1:1, "Galácia" significa, além de qualquer dúvida, a província romana. Muitos têm argumentado que Paulo, com seu agudo senso de cidadania romana, quase certamente teria usado esse termo com o mesmo sentido. Ramsay, Zahn, e outros, sustentam que Paulo sempre adota o ponto de vista imperial e escreve como romano. Seu emprego de termos tais como Acaia, Macedônia, Síria e Cilícia é considerado como consistentemente imperial; portanto, o mais provável é que ele tenha feito outro tanto com a Galácia.

    Se Paulo alguma vez visitou o norte da Galácia, a primeira vez em que é possível que ele o tenha feito, foi na ocasião mencionada em At 16:6, mas a narrativa que ali se encontra não apóia a sugestão que ele tenha feito uma campanha missionária. Antes, ela parece significar que ele tão somente passou pelo extremo ocidental do país. Além disso, o período que é referido, em At 16:6, foi após o concílio de Jerusalém, no ano 50 D. C., quando a questão da circuncisão foi discutida e resolvida. Aqui surge um poderoso argumento contrário à teoria da Galácia do norte. Se os gálatas, para quem esta epístola foi escrita, precisam ser procurados no norte da Galácia, então, quando Paulo lhes anunciou o Evangelho, já teria nas mãos a autoridade dos decretos do concílio de Jerusalém (At 16:4). Também é improvável que naquela data, os judaizantes, que insistiam sobre a circuncisão, pudessem fazer tal impressão sobre os Gálatas, conforme, a julgar pela epístola, evidentemente conseguiram fazer. Isso parece implicar em que a epístola deve ter sido escrita antes do concílio de Jerusalém, uma conclusão a que chegou Calvino fazem muitos séculos, e que é a opinião de muitos estudiosos de nossa época. Nesse caso, a epístola aos Gálatas teria sido a primeira das cartas de Paulo, e provavelmente foi escrita no ano 49 D. C., pouco depois de sua volta da primeira viagem missionária, talvez em Antioquia.

    Não há qualquer menção direta, no Novo Testamento, sobre a fundação de igrejas no norte da Galácia, e parece estranho procurar as gálatas referidos nesta epístola, nas hipotéticas igrejas do norte da Galácia, deixando de lado as bem conhecidas igrejas do sul da Galácia, as quais certamente eram caras ao coração de Paulo, como a esfera de sua primeira grande campanha missionária, as quais também ficariam destituídas de correspondência sua, se é que a teoria do norte da Galácia está correta. (Ver também comentário sobre Gl 2:13).

    A visita de Paulo a Jerusalém, mencionada em Gl 2:1-48, é aqui considerada como a visita mencionada no fim do décimo primeiro capítulo do livro de Atos. O sentido de Gl 2:1 parece ser que a visita mencionada ali teve lugar catorze anos após a conversão de Paulo (ver comentários). A visita mencionada em Atos teve lugar, provavelmente, no ano 46 ou no início do ano 47 D. C., e nada existe que nos impeça de acreditar que a conversão de Paulo tenha tido lugar tão cedo como o ano 32 D. C. A visita mencionada na epístola aos Gálatas ocorreu "em conseqüência de uma revelação" (Gl 2:2, Moff.); a visita mencionada no livro de Atos teve lugar em conseqüência de uma revelação feita a Ágabo (At 11:28 e segs.). A visita referida em Gálatas resultou de uma conferência particular entre Paulo e os outros apóstolos; o concílio do ano 50 D. C. (At
    15) foi uma reunião da Igreja inteira com a finalidade de discutir de modo mais formal, publicamente, após diversos anos de trabalho missionário entre os gentios, a questão sobre como deveriam ser tratados os gentios convertidos, para que se chegasse àquilo que poderia ser chamado de decisão oficial sobre o problema. O concílio chegou à mesma decisão no referente à circuncisão que a chegada na conferência particular, e Paulo menciona essa conferência particular a fim de indicar aos gálatas que a questão sobre a circuncisão, em princípio, já havia sido resolvida desde alguns anos antes dele lhes ter escrito. Finalmente, conforme diz C. T. Woods, em sua obra Life, Letters, and Religion of Paulo, "em Gl 2:11 aprendemos que Pedro, em Antioquia, vacilou acerca da questão judaística, levando Barnabé a fazer o mesmo. Isso é inteligível após uma conferência particular em Jerusalém; mas é quase impossível após o concílio de Jerusalém, onde Pedro fizera um discurso público, e após a primeira viagem missionária, onde Barnabé tomara uma atitude final para com a questão da circuncisão".


    Francis Davidson - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 5
    a) Saudação inicial (Gl 1:1-48; ver anotações ali. Como a Sua morte efetuou nossa salvação será explicado mais plenamente adiante. Voltar as costas para a cruz de Cristo, a única esperança do pecador, é considerado o cúmulo da insensatez. Os Gálatas estavam fazendo justamente isso (cfr. Gl 2:21-5.4). A glória (5); isto é, a glória que pertence pre-eminentemente a Deus: Deus é "o Deus da glória" (At 7:2). A grande salvação operada por Cristo faz com que essa glória brilhe resplendentemente. Cfr. Fp 2:11; Ef 3:21.

    John MacArthur

    Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
    John MacArthur - Introdução ao Livro de Gálatas

    GALATAS

     

    Introdução

    O livro de Gálatas foi conferido com títulos como a Magna Carta de liberdade espiritual, o grito de guerra da Reforma, e declaração de independência do cristão. É claramente charter do Espírito Santo de liberdade espiritual para aqueles que receberam Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
    Muitos historiadores da igreja afirmam que a fundação da Reforma foi colocado com a escrita do comentário de Martin Luther em Gálatas. O grande reformador alemão disse: "A Epístola aos Gálatas é minha epístola. Para que eu sou, por assim dizer, dentro do casamento. Gálatas é minha Katherine [o nome de sua esposa]." Ele estava fora de seu estudo cuidadoso e submissa das Escrituras, especialmente o livro de Gálatas, que Lutero descobriu plano de salvação de Deus pela graça de trabalho por meio da fé, um plano inalteravelmente contrário à mil anos de idade, o ensino católico romano de salvação pelas obras.
    Merrill C. Tenney escreveu de Gálatas: "O cristianismo poderia ter sido apenas mais uma seita judaica, eo pensamento do mundo ocidental pode ter sido inteiramente pagã se tivesse sido escrito nunca Gálatas encarna o ensino germinal sobre a liberdade cristã, que separou o cristianismo do judaísmo. e que o lançou em uma carreira de conquista missionária. Era a pedra angular da Reforma Protestante, porque o seu ensino de salvação pela graça somente tornou-se o tema dominante da pregação dos reformadores ". ( Gálatas [Grand Rapids: Eerdmans, 1957], p.15.)

    A mensagem de Gálatas é a mensagem de liberdade espiritual do cristão, sua libertação por Cristo a partir da escravidão do pecado e do legalismo religioso. Sua mensagem é particularmente relevante em nossos dias, como a liberdade pessoal tornou-se a ênfase dominante de inúmeras filosofias tanto dentro como fora da cristandade.
    Talvez porque Paulo estava tão intensamente preocupado com a questão da salvação graciosa em Cristo e sobre os ataques violentos contra o evangelho que está sendo feito pelos judaizantes, Gálatas é a única das suas epístolas que não dá nenhuma palavra de elogio aos seus leitores. Depois de uma breve saudação, o apóstolo afirma imediatamente o problema que levou a carta: "Estou surpreso que você está passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo "(1: 6-7). A partir desse ponto até a bênção de encerramento (6:
    18) a letra é uma espada reluzente empunhada por um coração ardente.

    No primeiro pensamento parece estranho que Paulo teria palavras de louvor para os crentes de Corinto mundanas, divisionistas, imorais e imaturas e ainda não tenho nenhum para os santos da Galácia. Para o Corinthians, ele escreveu: "Dou graças a Deus sempre por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus, que em tudo fostes enriquecidos nele, em toda palavra e em todo conhecimento, assim como o testemunho a respeito de Cristo foi confirmada em você, para que você não está faltando nenhum dom, aguardando ansiosamente a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo "(1 Cor. 1: 4-7). Mas, para as igrejas da Galácia, o apóstolo não teve tal elogio.

    A diferença era que, tão ruim quanto a situação de Corinto era, o grande problema lá (com a notável exceção em relação a ressurreição; ver 1 Cor. 15) não dizem respeito tanto a doutrina certa quanto ao bem viver. Nas igrejas da Galácia, por outro lado, o próprio coração do Evangelho estava sendo minada por falsos mestres. O evangelho da graça estava sendo pisoteada, e em seu lugar estava sendo oferecido o evangelho de obras, o que não é o evangelho, mas uma distorção da verdade de Deus (Gal. 1: 6-7), que leva à condenação ao invés de salvação (Rm . 3:20).

    Gálatas não é um tratado teológico individual, mas uma carta profundamente pessoal escrito com o coração aflito de um homem de Deus para seus filhos espirituais, cuja fé e vida estavam a ser neutralizados por falsos mestres. Seu coração grito aos crentes da Galácia foi: "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou; Permanecei, pois, firmes e não estar sujeito novo, a jugo de escravidão" (Gl 5:1).

    Os judaizantes estavam causando grande confusão nas igrejas e foram seriamente distorcer "o evangelho de Cristo" (Gl 1:8; conforme vv. 6-8).

    Além de ensinar a necessidade de serem circuncidados e de manter a lei mosaica os falsos mestres também atacou Paulo pessoalmente, buscando minar sua autoridade e, assim, a sua doutrina. Por isso, ele teve o cuidado de reafirmar suas credenciais apostólicas. Ele começa a carta, referindo-se a si mesmo como "um apóstolo (não enviado de homens, e não através da agência do homem, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai)" (1: 1). Ao longo dos dois primeiros capítulos, ele continua a afirmar a sua autoridade divina como um apóstolo de Jesus Cristo, igual em todos os sentidos para os Doze, incluindo Pedro (ver 1:12, 15-17; 2: 2, 7-9).
    O tema de Gálatas, e um tema central de todo o Novo Testamento, é que a verdadeira liberdade só vem através de Jesus Cristo. Nesta carta, Paulo lida com a liberdade espiritual em duas frentes. A primeira frente (caps. 3-4) é o da salvação, através do qual Cristo estabelece uma pessoa livre da escravidão do pecado e da lei. Como o apóstolo declara no livro de Romanos: "A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte" (8: 2). Segunda frente de Paulo em Gálatas (caps. 5-6) é o da santificação, a liberdade que Deus dá aos seus filhos a viver a vida de fidelidade e justiça verdadeira, livre do controle do pecado e da escravidão legalista.

    Antecedentes e Destino

    O nome Galácia é derivado do gauleses bárbaro, ou celtas, que se estabeleceu na Ásia Menor, após vários séculos de pilhagem impérios gregos e romanos. Sob o domínio romano, a região original da Galácia foi feito parte de uma província maior com o mesmo nome no centro da Ásia Menor (atual Turquia), que abrangeu uma área cerca de 250 quilômetros ao norte a sul e de até 175 quilômetros de leste a oeste.

    Nos dias de Paulo o nome Galácia foi usado para a região menor original, bem como a província. Na primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé estabeleceu quatro igrejas na parte sul da província, nas cidades de Antioquia, Icônio, Listra e Derbe (13 14:44-14:23'>Atos 13:14-14: 23), e essas igrejas aparentemente veio para formar algo de um organismo regional de crentes. A própria epístola aos gálatas não identifica as igrejas locais específicos, mas eles eram igrejas em que Paulo tinha pessoalmente ministrava (4: 13-15). O fato de que o livro de Atos menciona os quatro igrejas estabelecidas por Paulo em sul Galácia e menciona nenhum no resto da província torna provável que a carta foi dirigida principalmente para aquelas igrejas do sul.

    Enquanto na Galácia, Paulo quase perdeu a vida, depois de ter sido apedrejado e deixado para morrer por líderes judeus antagônicas que o seguiram de Antioquia e de Icônio para Listra (Atos 14:19-20).Depois de estabelecer uma igreja em Derbe, Paulo e Barnabé revisitou as outras três cidades, "fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé" (14:22). Em sua segunda viagem Paulo visitou as igrejas da Galácia com Silas, "entregando os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos que estavam em Jerusalém, para serem observados. Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e foram aumentando em número de cada dia "(Atos 16:1-5).

    O Autor

    Paulo, cujo nome original era Saul, era natural de Tarso, uma cidade no sudeste da Ásia Menor, não muito longe do sul da Galácia. Ele foi criado em uma família judaica estrita e estava mergulhada na legalismo judaico tradicional. Ele tinha sido educado sob o famoso rabino Gamaliel e cuidadosamente treinados na lei judaica (At 22:3). Antes de sua conversão, ele "foi excedia em judaísmo a muitos dos [seus] contemporâneos entre os [seus] compatriotas, sendo mais extremamente zeloso [seus] tradições ancestrais" (Gl 1:14).

    Apesar de sua forte legalismo e tradicionalismo, Saul não parece ter sido um hipócrita religioso, assim como tantos outros fariseus. Ele era cego espiritualmente e era um inimigo de Deus e Seu povo; mas ele não era hipócrita. Ele acreditava sinceramente e aderiu ao judaísmo tradicional como forma de vida para o seu povo escolhido de Deus. Como muitos outros judeus de sua época, Paulo realmente amava a lei tradicional e sinceramente procurou manter todos os mandamentos, para observar cada cerimônia, e para oferecer todo sacrifício que a aliança de Moisés necessário. Ele era um legalista do tipo mais estrito, mas ele estava sinceramente tentando agradar a Deus, obedecendo o que ele pensava que era a vontade de Deus e não parece ter sido a tentar impressionar os outros com sua religiosidade.

    Defendendo-se perante o Sinédrio, o apóstolo declarou: "Irmãos, eu vivi minha vida com um perfeitamente boa consciência diante de Deus até o dia de hoje" (At 23:1; 26: 10-11), ele, sem dúvida, o fez com a convicção sincera que ele estava fazendo a vontade de Deus (conforme At 22:3). Muito antes de Saulo de Tarso se tornou um legalista zeloso e dedicado, Deus "tinha definido [ele] apart já desde o ventre [sua] da mãe, e chamou [ele] através da Sua graça" (Gl 1:15.).

    O apóstolo falou do legalismo da experiência em primeira mão, e ele também falou de graça a partir da experiência em primeira mão, bem como da revelação em primeira mão. Mais do que qualquer outro apóstolo ele entendeu a escravidão da lei e da liberdade de graça.

    Esboço

  • Pessoal: a autoridade apostólica de Paulo (02/01)
  • Saudação e introdução (1: 1-9)
  • Credenciais apostólicas (1: 10-24)
  • Comenda Apostólica (2: 1-10)
  • Confiança Apostólica (2: 11-21)
  • Doutrinal: Salvação apenas pela graça através da fé (3-4)
  • Confirmado por experiência (3: 1-5)
  • Afirmada pelas Escrituras (3: 6-4: 31)
  • Prático: Viver em liberdade cristã (5-6)

  • John MacArthur - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24

    1. A Saudação (Gálatas 1:1-5)

    Paulo, apóstolo (não enviado de homens, nem por intermédio de homem, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos), e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, que deu a si mesmo por nossos pecados, para que Ele possa nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém. (1: 1-5)

    Uma maneira de negar a veracidade de uma mensagem é negar a autoridade de quem a dá. A igreja da Galácia tinha recebido o verdadeiro evangelho da graça de Paulo e tinha acreditado até alguns falsos mestres veio depois que ele se foi. Eles não só atacou a validade da mensagem, mas também a do mensageiro. Aparentemente, os judaizantes tinha convencido alguns dos membros da igreja da Galácia que Paulo era um apóstolo auto-nomeado sem comissão divina. Então, no início da carta Paulo dispensado com as habituais saudações pessoais e imediatamente começou a estabelecer a autenticidade de sua autoridade apostólica, que ele mais tarde (1: 11-2:
    21) expande em detalhe.
    Neste breve saudação Paulo resume a sua autoridade (o seu direito de falar), a sua mensagem (as verdades que ele fala), e seu motivo (a sua razão de falar).

    Autoridade de Paulo

    Paulo, apóstolo (não enviado de homens, nem por intermédio de homem, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos), e todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia: (1: 1-2)

    Seguindo o costume de sua época, o apóstolo começa a sua carta indicando o seu nome, Paulo . Ele, então, estabelecer a sua autoridade como apóstolo, em primeiro lugar, com base em seu direito ao título de "apóstolo", segundo a partir da maneira em que ele foi escolhido para esse cargo, e em terceiro lugar, com base em sua relação com irmãos na fé .

    O Título Apóstolo

    um apóstolo (1: 1-A)

    Um apóstolo ("aquele que é enviado com uma comissão") era um enviado, embaixador, ou mensageiro, que foi escolhido e treinado por Jesus Cristo como seu emissário especial para proclamar a Sua verdade, durante os anos de formação da igreja. Em seu uso primário e técnico, o termo aplicado a doze originais que foram escolhidos no início do ministério terrestre de Jesus (Mc 3:14; Lc 6:13) e foram postos de lado para estabelecer as bases da igreja primitiva e ser os canais de revelação concluída de Deus (At 2:42; At 2:20 Ef.). Eles também receberam poder de realizar curas e de expulsar os demônios como verificar sinais de sua autoridade divina (At 2:43; 2 Coríntios 0:12; Heb. 2: 3-4.). Deve notar-se que, pouco antes de Pentecost, Judas foi substituído por Matthias (At 1:26).

    Em um sentido mais amplo, o termo apóstolo também é utilizada de homens como Barnabé (At 14:14), Silas e Timóteo (1Ts 1:1;. Fp 2:25.), enquanto os Doze e Paulo eram "apóstolos de Jesus Cristo." Nenhum dos dois grupos foi perpetuado. Com exceção de Judas, não há registro do Novo Testamento de um apóstolo tanto no grupo primário ou secundário a ser substituídos depois que ele morreu.

    Porque ele não estava entre os doze originais, Paulo necessárias para defender o seu apostolado de forma que eles não fizeram. Porque uma das qualificações foi testemunhar Cristo Ressuscitado (At 1:22), Paulo explicou à igreja de Corinto que entre Sua ressurreição e ascensão de Jesus em primeiro lugar "apareceu a Cefas [Pedro], depois aos Doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez; ... Depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos; e por último, como se fosse a um abortivo, Ele apareceu também a mim "(1 Cor. 15: 5-8) . Paulo testemunhou o Cristo ressurreto de uma forma única. Como ele estava viajando a Damasco para prender e aprisionar os cristãos lá, "de repente uma luz do céu brilhou em volta dele, e ele caiu no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?" E ele disse: "Quem és tu, Senhor? E Ele disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (Atos 9:3-5). Através do piedoso Ananias de Damasco, o Senhor declarou este antigo inimigo do evangelho para ser "um instrumento escolhido de Minas, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel" (v. 15). Assim como o Senhor "efetivamente trabalhou para Pedro no seu apostolado da circuncisão [Ele] efetivamente trabalhou para [Paulo] também para os gentios" (Gl 2:8At 23:11; e II Coríntios 12:1-4 (. conforme 1Co 9:1).

    Chamada original do seu apostolado foi diretamente através de Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos . Jesus chamou Paulo e colocou-o à parte, antes que ele teve contato com qualquer um dos outros apóstolos. Depois de vários anos de preparação divina (conforme Gal. 1: 17-18), ele foi enviado para fora para começar o seu trabalho entre os gentios diretamente pelo Espírito Santo, cuja nomeação divina foi reconhecida pelos líderes da igreja em Antioquia (13 2:44-13:3'>Atos 13:2-3). A autoridade de Paulo não era o homem-determinado ou auto-dado, mas Deus -given, e seu direito de instruir o Gálatas foi fundamentada em que prerrogativa divina.

    Paulo nunca perdeu uma oportunidade de mencionar a ressurreição, sem a qual o evangelho seria impotente. O Deus que nomeou Paulo apóstolo era Deus, o Pai, que ressuscitou o Seu Filho dos mortos .

    Paulo teve certamente um comissionamento muito superior a qualquer um dos falso-ensino, judaizantes auto-nomeados que estavam confundindo os Gálatas e tentando definir-se acima de sua autoridade.
    Freqüente menção do apóstolo de Deus e Pai, em relação a Jesus Cristo em todo o Novo Testamento marca uma ênfase que não deve ser desperdiçada. A intenção não é para nós a compreender Deus comonosso Pai (apesar de que a verdade é mencionado em 1: 4), mas o Pai em relação ao papel que tem na Trindade, especialmente sua relação com o Filho. A intenção é a de salientar a importância de a relação entre o primeiro e segundo membros do Trinity como a natureza essencial. O título é a de expressar a igualdade de divindade entre os dois, pai e filho que compartilham a mesma natureza (conforme Mt 11:27; João 5:17-18., Jo 5:22; 10: 29-33; Jo 14:9). Um pouco mais tarde Ele lhes disse: "Estas coisas vos tenho dito, e no respeito com você. Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará recordará tudo o que eu disse para você (14: 25-26).

    Porque o ensinamento dos apóstolos veio diretamente do Senhor, os escritos de Paulo, Pedro, João e os outros são todos muito como divinamente inspirada e autoritária como as palavras que Jesus falou em pessoa durante Seu ministério terreno. É por essa razão que a letra vermelha Bíblias pode ser enganosa, porque sugerem que as palavras pronunciadas por Jesus durante seus três anos de ministério terreno são de alguma forma mais inspirada e preciosa do que outras partes das Escrituras. Como Paulo deixou claro a Timóteo no entanto, "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (2Tm 3:16), que é o autor de todas as sua palavra, seja por meio dos profetas, o Senhor Jesus Cristo, ou os apóstolos.

    Porque a Bíblia é a própria Palavra de Deus, para ser sujeito a Deus está sujeito à Bíblia. Não é um amálgama de opinião humana, mas o repositório da verdade divina.
    Como discutido na 1ntrodução, as igrejas de sul Galácia estavam nas centrais cidades da Ásia Menor de Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe, onde Paulo havia ministrado em ambos os seus primeiro e segundo viagens missionárias (13 14:44-14:23'>Atos 13:14-14: 23; 16: 1-5). O fato de que Paulo fundou essas igrejas certamente lhe deu alguma autoridade para lidar com eles (conforme 1 Cor. 4: 14-21, onde Paulo expressa seu direito de repreender o Corinthians, porque ele era seu pai espiritual).

    A menção a essas igrejas é breve e impessoal, e não há uma aparente falta de as comodidades normalmente encontrada nas epístolas de Paulo. Seu ressentimento de sua deserção do evangelho da graça obrigou-o a renunciar a qualquer elogio ou observações pessoais, e ele simplesmente deu uma saudação evangelho antes que ele os repreendeu.

    Mensagem de Paulo

    Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, que deu a si mesmo por nossos pecados, para que Ele possa nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, (1: 3— 4)

    Como Paulo explica mais tarde na epístola, o evangelho que ele pregava "não estava de acordo com o homem. Porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas eu recebi através de uma revelação de Jesus Cristo" (Gal. 1:11 —12). Duas das mais preciosas palavras relacionadas ao que é dado por Deus evangelho são graça e paz . A primeira é a fonte de salvação e o segundo é o resultado.Graça é posicional, a paz é prático, e, juntos, eles fluem da parte de Deus, nosso Pai, através do Seu Filho e nosso Salvador, o Senhor Jesus Cristo .

    Na cultura grega da época de Paulo a saudação comum era chara ("alegria"). Mas, embora a alegria está entre as muitas bênçãos cristãos receber de Deus e deve refletir em suas vidas (Gl 5:22), a saudação distintamente cristã de graça ... e paz realizada significado especial e significado para Paulo e para outros crentes no igreja primitiva.

    Uma vez que não ofereceu nenhuma graça e desde há paz, o sistema de direito que está sendo ensinado pelos judaizantes deitado é atacada mesmo neste simples saudação. Se estar bem com Deus e possuir a salvação é pelas obras, já que esses falsos mestres mantida, então não é de graça (Rom. 4: 4-5) e pode trazer não a paz, pois nunca se sabe se ele tem boas obras suficientes para ser eternamente seguros.

    No versículo 4, Paulo apresenta um resumo sucinto do verdadeiro evangelho da graça e paz , mostrando a sua natureza, o seu objeto e sua origem.

    A natureza do evangelho: morte expiatória e Ressurreição de Cristo

    que deu a si mesmo por nossos pecados, (1: 4a)

    No torneamento de graça em um sistema legalista de salvação pelas obras, os Gálatas havia ignorado o significado da morte de Cristo.
    O coração do evangelho é sacrifício voluntário de Cristo de Si mesmo por nossos pecados . A salvação não é conquistada por nossos esforços para eliminar o pecado, mas por sua confiança na promessa de Deus para perdoar o pecado através da obra de Jesus Cristo. Sua morte expiatória foi a parte mais essencial do plano divino da redenção, sem a qual todos os Seus ensinamentos e obras miraculosas teria sido sem sentido e um escárnio. Além da morte sacrificial de Cristo, o Seu ministério terreno teria retratado o poder ea verdade de um grande e maravilhoso Deus, mas um Deus com quem os homens nunca poderiam ser conciliados, porque eles não tinham como sair de seu pecado. Uma vez que nenhum homem pode eliminar o pecado pelas obras (Rm 3:20), ele deve ser perdoado. É por isso que era absolutamente necessário que "ele mesmo os nossos pecados em Seu corpo na cruz, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça" (1Pe 2:24). Se Cristo não tivesse morrido em nosso favor, Ele não poderia ter sido levantada em nosso favor; e se Ele não tivesse sido levantada, Paulo diz, em seguida, pregando o evangelho seria vã, confiando no evangelho seria inútil, e todos os homens ainda estariam em seus pecados (1 Cor. 15: 14-17).

    A declaração que deu a si mesmo por nossos pecados, afirma que o propósito da vinda de Cristo era para ser uma oferta pelo pecado (conforme 3:13).

    O objeto do Evangelho: para entregar a partir da idade atual

    para que Ele possa nos livrar do presente século mau, (1: 4b)

    O propósito do evangelho é a entregar (o subjuntivo grego expressa propósito) aqueles que acreditam em Cristo a partir deste mundo perverso . A morte de Jesus foi uma operação de resgate, o único meio possível de salvar os homens do mundo condenado e da morte eterna, fornecendo-lhes a vida eterna.

    Exaireō ( entregar ) carrega a idéia de resgatar do perigo. A palavra foi usada por Estevão em seu sermão perante o Sinédrio, como ele descreveu a libertação divina de José e os filhos de Israel a partir de aflição egípcia (At 7:10, At 7:34). Pedro usou a palavra para descrever a libertação de Deus dele da prisão (At 12:11), e do comandante romano Cláudio Lísias usou de seu resgate do Paulo da turba beligerante em Jerusalém (23:27;. Conforme v 10). Gl 1:4.; 1Jo 5:51Jo 5:5).

    Jesus orou no Jardim: "Pai, se Tu és dispostos, retire de mim este cálice; ainda não a minha vontade, mas a tua" (Lc 22:42). Era não a vontade do Pai para esse copo para ser removido, porque caso contrário o mundo não poderia ser salvo. Foi a vontade do Pai por Seu precioso Filho para morrer, a fim de que aqueles que confiam nele pudesse viver. O Pai enviou seu Filho para morrer, e do Filho de bom grado deu a sua vida.

    Especificamente cada crente resgatado é entregue por causa da soberana vontade, da graça de Deus. "Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem , mas de Deus "(João 1:12-13). A salvação é, portanto, retirado da vontade do homem e é enterrado no fundo do decreto soberano de Deus.

    Motive de Paulo

    a quem seja a glória para todo o sempre. Amém. (1: 5)

    Paulo conclui sua introdução com uma doxologia apropriada para tal Deus salvar. Seu motivo para escrever às igrejas da Galácia era que ele pode reconhecer que Deus é digno de glória para todo o sempre.propósito supremo do apóstolo era glorificar seu Senhor, e ele chama todos os crentes a fazer tudo "para a glória de Deus" (1Co 10:31).

    Nestes cinco versos de Gálatas abertura Paulo abrange as quatro etapas da salvação do homem. A primeira etapa foi o decreto soberano de Deus para salvar, a segunda foi a morte de Cristo pelos pecados do homem, a terceira foi a nomeação de apóstolos para testemunhar essa disposição divina, eo quarto foi o dom da graça de Deus e paz aos que acreditam em Jesus Cristo. Em cada uma das etapas do Pai e do Filho trabalhar juntos, porque a sua vontade e os seus trabalhos são sempre um (Jo 5:30; Jo 6:38; Jo 10:30).

    Paulo e os outros apóstolos foram comissionados e enviado pelo Pai e do Filho, e a graça que traz a salvação ea paz que traz a salvação são do mesmo modo, tanto da parte do Pai e do Filho. Salvação é fornecido, pregou, e concedida pela operação comum de Deus Pai e Deus Filho. Juntos, eles planejou a salvação, juntamente Eles fornecem salvação, juntamente Eles anunciar a salvação e, juntos, dar a salvação para cada pessoa que vem a eles na fé.

    Amém expressa a afirmação cabendo a dignidade de Deus para receber a glória para uma disposição como maravilhoso da eterna salvação graciosa. Alan Cole escreve desta palavra: "Quando o old-fashioned cantonês de língua Cristão diz, no final de uma oração shing sam shoh UEN (" com todo o meu coração isto é o que eu desejo ") ele se aproxima muito quase o significado original hebraico" ( A Epístola de Paulo aos Gálatas [Grand Rapids: Eerdmans, 1970], p 37)..

    2. Devotos da destruição ( Gálatas 1:6-9 )

    Surpreende-me que você está passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho; que não é realmente o outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu, vos anunciasse um evangelho diferente daquele que já vos pregamos, seja anátema. Como já dissemos antes, então eu digo novamente agora, se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. ( 1: 6-9 )

    Ao longo da história, Deus tem dedicado certos objetos, indivíduos e grupos de pessoas à destruição. Da Jericho antigo Ele declarou: "E a cidade fica sujeita à proibição, ela e tudo o que está nele pertence ao Senhor; somente a prostituta Raabe e todos os que com ela estiverem em casa devem viver ... Mas, como para você , guardai-vos das coisas sob a proibição, para que não cobiçam-los e tomar algumas das coisas sob a proibição, para que você faria o acampamento de Israel maldito e trazer problemas por ela "( Josh. 6: 17-18 ).

    Mas "Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas sob a proibição", e por causa de sua desobediência, "a ira do Senhor se acendeu contra o filhos de Israel "( 7: 1 ).Porque ele desobedeceu e tentou salvar egoisticamente algo do que Deus já havia posto para destruição, ele trouxe a tragédia em seus irmãos israelitas, e eles já não podia "estar diante de seus inimigos" ( v. 12 ). Depois de Achan, sua família e todos os seus bens foram destruídos ", o Senhor se apartou do ardor da sua ira. Por isso, o nome daquele lugar foi chamado o vale de Acor até hoje" ( vv. 25-26 ). Acor significa "problema" e simboliza o destino daqueles que tentam tirar proveito daquilo que Deus condenou.

    O Novo Testamento fala de duas categorias gerais de pessoas a quem Deus dedica à destruição. A primeira categoria é "alguém [que] não ama o Senhor" ( 1Co 16:22 ). A segunda é a falsos mestres, que em Gálatas 1:8-9 Paulo duas vezes chama de maldito. Jesus advertiu seus discípulos que "surgirão falsos cristos e falsos profetas se levantarão e mostrarão grandes sinais e prodígios, para enganar, se possível, até os escolhidos" ( Mt 24:24 ). Os falsos mestres são filhos de seu "pai ao diabo, e ... quero fazer os desejos do [seu] pai", que "sempre que ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e o pai da mentira "( Jo 8:44 ). Paulo lembrou a Timóteo que tais pessoas na liderança da igreja em Éfeso tinha "entregue a Satanás, para que possam ser ensinados a não blasfemar" ( 1Tm 1:20 ).

    Nos primeiros dias da igreja, Elimas, o mago se opuseram à pregação de Paulo e Barnabé e, em particular, tentou manter o procônsul romano Sérgio Paulo "longe da fé. Mas Saul, que também era conhecido como Paulo, cheio do Espírito Santo , fixou seu olhar sobre ele, e disse: 'Você que é cheio de todo o engano e fraude, seu filho do diabo, inimigo de toda a justiça, você não vai deixar de dar a perverter os retos caminhos do Senhor?' "( 13 7:44-13:10'>Atos 13:7-10 ). Nesse repreensão Paulo expõe quatro características dos falsos mestres: eles são enganosos, filhos do diabo, inimigos da justiça, e pervertem o evangelho.

    Entre as principais características de Satanás e seus seguidores é engano. Paulo adverte que no fim dos tempos o Anticristo virá "de acordo com a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não acolheram o amor da verdade, a fim de ser salvo "( 2 Ts 2: 9-10. ). João nos diz de "o grande dragão, [que] foi jogado para baixo, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo" ( Ap 12:9 ; Ap 20:3 ).

    Satanás e seus emissários do demônio fazer o seu trabalho enganador geralmente através de seres humanos e na maioria das vezes através de líderes religiosos. Entre esses líderes religiosos são aqueles que colocam como cristãos, a quem Paulo descreve como "falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo" ( 2Co 11:13 ). "E não é de admirar", Paulo passa a explicar, "porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Portanto, não é de surpreender os seus ministros se disfarcem em ministros de justiça" ( vv. 14-15 ). Paulo reconheceu os agentes humanos utilizados por Satanás quando ele falou dos "espíritos enganadores" que propagam "doutrinas de demônios, por meio da hipocrisia de mentirosos" ( 1 Tm 4: 1-2. ).

    Satanás tem efetivamente cumprido sua decepção mais destrutiva através energizado por demônios falsos mestres que colocam como porta-vozes de Deus. Foi quando os seus próprios sacerdotes e profetas comprometidos a verdade de Deus que os israelitas eram mais propensas a idolatria e outras práticas pagãs. Foi falsos mestres que reivindicam para pregar o evangelho que estavam mais bem sucedido no enfraquecimento da igreja primitiva, simbolizadas pelos judaizantes legalistas que grassaram espiritual às igrejas da Galácia. Foi falsos mestres dentro da igreja do final do século XVIII e dos séculos 11X que gradualmente transformou teologia bíblica para as diversas formas de modernismo e liberalismo. Hoje mesmo as doutrinas do misticismo oriental e ocultismo estão encontrando seu caminho para dentro da igreja, muitas vezes sob o disfarce de espiritualmente filosofia, psicologia, ou a melhoria da auto-imagem "neutro".

    Na vida das igrejas, Paulo temia nada mais do que a falsa doutrina, uma vez que é a fonte básica de comportamento pecaminoso. Sua profunda preocupação com o bem-estar espiritual dos crentes de Corinto seria plenamente como propósito para a igreja hoje. "Estou com medo", escreveu ele, "para que assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, vossas mentes devem ser desviados da simplicidade e pureza de devoção a Cristo" por alguém que "vem e prega outro Jesus que nós não temos pregado ou você recebe um espírito diferente que não tenha recebido, ou outro evangelho que você não aceitou "( 2 Cor. 11: 3-4 ).

    Para os anciãos de Éfeso na praia de Mileto, Paulo disse: "Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue. I sei que depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês, que não pouparão o rebanho; e dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas "( Atos 20:28-30 ).

    Alvo principal de Satanás para falso ensino é a doutrina da salvação, porque se as pessoas estão confusos sobre que eles não têm nenhuma maneira de chegar a Deus em primeiro lugar e, assim, permanecer sob influência e controle de Satanás. Ele ensina mentiras sobre organização da igreja, a vida cristã, a volta do Senhor, e muitas outras coisas. Mas a sua primeira preocupação é minar o coração do Evangelho, que é a salvação pela graça, tornada possível através da Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Pedro advertiu seus leitores: "Também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas sensualidade, e por causa deles o caminho da a verdade será blasfemado "( II Pedro 2:1-2. ). O mais destrutiva de todas as heresias é "negar o mestre," a encarnação do Senhor Deus.

    Os falsos profetas também estão mais interessados ​​na popularidade do que na verdade. Sua preocupação não é para servir ao Senhor e ministrar ao Seu povo, mas "para fazer uma boa exibição na carne" ( Gl 6:12 ) e para ganhar uma sequência para se ( At 20:30 ). Eles estão em seu trabalho por dinheiro; e "em sua ganância eles farão de vós negócio com palavras falsas", diz Pedro, porque seus corações estão "exercitado na ganância" ( 2Pe 2:3 ).

    Uma vez que eles não têm a verdadeira vida espiritual e poder para subjugar a carne, os falsos profetas são pecaminosos na vida privada, e às vezes até mesmo em público ", tendo os olhos cheios de adultério e que nunca deixam de pecado, seduzindo as almas inconstantes" ( 2Pe 2:14 ). Pedro se refere a eles como "animais irracionais, como criaturas de instinto de ser capturado e morto, injuriando onde eles não têm conhecimento ... Eles contam-se um prazer para deleitar-se durante o dia. Eles são manchas e imperfeições, deleitando-se em seus enganos ... amaldiçoado crianças; deixando o caminho direito, eles se desviaram ... Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma tempestade, para quem foi reservada a escuridão preto por falar palavras arrogantes de vaidade que seduzir por. desejos carnais, por sensualidade, aqueles que escapam daqueles que vivem no erro "( 2 Pe. 2: 12-15 , 17-18 ).Ceremonialism Religiosa, ritualismo, e legalismo não pode restringir a carne, para que as pessoas que dependem de tais adereços externos conter apenas o mal em suas vidas, o que, eventualmente, quebrar qualquer restrições auto-impostas eles tentam usar em si mesmos.

    Foram esses falsos mestres malditos, especificamente os judaizantes, que foram assola as igrejas da Galácia. O livro de Gálatas é só epístola de Paulo em que ele não tem uma palavra de elogio para aqueles a quem ele escreve. Após sua breve saudação ele imediatamente se lança a razão para a sua escrita: sua extrema preocupação e perplexidade sobre os falsos mestres que estavam subcotassem o evangelho da graça que ele tinha tanto cuidado pregado e desenvolvido enquanto ele ministrou na Galácia. Ele estava profundamente entristecido que a verdade da oferta soberana e graciosa de Deus da redenção através do sacrifício expiatório de Jesus Cristo estava sendo corrompido pelos ensinamentos de salvação pelas obras, a saber, que um gentio tinha de se tornar um judeu cirurgicamente e cerimonialmente antes que ele pudesse tornar-se um cristão e que todos os cristãos tinham de obedecer e honrar a lei e as tradições judaica, a fim de obter e manter a justiça do Senhor.

    Em Gálatas 1:6-9 o apóstolo dá três características envolvidas em sua forte oposição a esse grave e condenável heresia: a sua maravilha, sua sabedoria e sua advertência.

    A surpresa de Paulo sobre Deserção dos gálatas

    Surpreende-me que você está passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho; ( 1: 6 )

    Paulo dificilmente poderia compreender que os crentes gálatas já estavam abandonando seu ensino apostólico. Ele estava espantado ( thaumazō , uma palavra forte, ou seja, para ser surpreendido) e desorientados. Ele não conseguia entender por que eles estavam passando tão depressa Ele , isto é, Deus, que chamou -los por meio de a graça de Cristo . Ele não ficou surpreso com o que os falsos mestres estavam fazendo, mas ficou chocado com a resposta favorável que receberam de cristãos na Galácia.

    O apóstolo foi especialmente surpreso que a deserção tinha chegado tão rapidamente . (Para um excelente tratamento da sequência temporal dos escritos de Paulo, ver Gálatas: A Carta da Liberdade Cristã, por Merrily C. Tenet.) Tacheōs ( rapidamente ) pode significar tanto fácil e prontamente ou em breve, e às vezes ambos, como era, provavelmente, o caso com os gálatas desertando o verdadeiro evangelho. Os crentes aparentemente ofereceu pouca resistência e ineficaz para os falsos mestres e, portanto, eram inconstante em sua fidelidade a Paulo e seu ensino. Eles rapidamente e facilmente veio sob a influência de doutrinas heréticas.

    Os gálatas haviam tido o privilégio de ser ensinado pelo maior professor que a igreja já conhecida para além do próprio Senhor; mas eles prontamente rejeitou as verdades da graça que haviam aprendido dele. Há ainda um grande e urgente necessidade de pregação e ensino que se repete continuamente as verdades centrais do evangelho (veja II Pedro 1:12-15. ). É possível até mesmo para os crentes de longa data para perder um controle firme sobre as verdades e se permitem ser enfraquecido e pervertida por idéias que melhoram supostamente sobre os ensinamentos puros e simples das Escrituras.

    Estes Gálatas eram verdadeiros crentes que tinham vindo para a salvação no poder do Espírito Santo ( 3: 3 , 5 ; 4: 6 , 8-9 ). Eles eram irmãos cristãos ( 1: 2 , 11 ; 03:15 ; 04:12 , 31 ; 05:13 ), que havia se tornado seriamente confuso.

    Os cristãos da Galácia não só estavam a ser confuso e enfraquecido em sua confiança para viver pela graça, mas, na verdade, foram desertando . O termo atrás desertar ( metatithēmi ) foi utilizado de deserção militar, que foi punido com a morte durante o tempo de guerra, tanto quanto nos tempos modernos. O verbo grego é reflexivo, o que indica que o ato é voluntário. Os crentes não foram passivamente a ser removido, como a tradução Rei Tiago sugere, mas estavam no processo de remover-se da esfera da graça. Os falsos mestres foram responsáveis ​​por sua corrupção da verdade de Deus, mas os cristãos da Galácia também foram responsáveis ​​por ser tão facilmente enganados por ele para perseguir o legalismo.

    Para abandonar o evangelho da graça que Paulo ensinou-lhes que não era simplesmente a desertar uma doutrina, mas a abandonar a Ele , o Deus que tinha chamado -los para a salvação . Chamado é um particípio aoristo e poderia ser traduzido ", que vos chamou uma vez por todas "(cf. 13 53:2-14'>2 Ts 2: 13-14. ; 2 Tm 1: 8-9. ; 1Pe 1:151Pe 1:15. ). A chamada falado nas epístolas do Novo Testamento é sempre uma chamada eficaz para a salvação (ver Rm 8:30. ).

    O único evangelho de Deus é o evangelho da graça , que é o evangelho da redenção divina totalmente à parte de qualquer obra ou mérito do homem. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé", Paulo declarou aos Efésios ", e isto não vem de vós, é dom de Deus;. Não como resultado de obras, para que ninguém se glorie Pois somos feitura dele "( Ef. 2: 8-10 ). E é continuamente que "a graça na qual estamos firmes" ( Rm 5:2 .

    Os judaizantes estavam promovendo um evangelho diferente , um meio completamente contrárias e ineficazes de estar bem com Deus. Por conseguinte, embora eles tinham "começado pelo Espírito," alguns dos verdadeiros crentes na Galácia estavam tentando ser "aperfeiçoado pela carne" ( 3: 3 ). Apesar de terem "conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus," que tinha virado "de volta novamente para os fracos e inúteis coisas elementares" ( 4: 9 ); e apesar de terem sido "correr bem", eles estavam agora a ser "prejudicado ... de obedecer à verdade" ( 5: 7 ).

    Sabedoria de Paulo Quanto Engano dos Falsos mestres

    que não é realmente o outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. ( 1: 7 )

    Os ensinamentos distorcidos dos judaizantes que se presume ser uma forma de o evangelho, mas Paulo declara que o seu "outro evangelho" ( 6 v. ) foi realmente não é outro evangelho a todos. Há apenas uma mensagem de boas notícias, o evangelho da salvação pela graça soberana de Deus operando por meio da fé do homem. Qualquer mensagem que é mais ou menos do que isso não é a boa notícia, em qualquer sentido.

    Outra traduz allos , que se refere a algo do mesmo tipo exato. Como já observado, tanto que os judaizantes ensinou correspondia ao verdadeiro evangelho. Eles, sem dúvida, afirmar que Jesus era o Filho de Deus, o Messias anunciado pelos profetas do Antigo Testamento, e um grande fazedor de milagres. Eles provavelmente acreditavam que Ele foi crucificado e ressuscitado e que a salvação exigiu a crença em Deus. Mas eles também ensinou que para estar bem com Deus e para manter que a salvação justo uma pessoa deve estar em conformidade com todas as leis da Antiga Aliança. Ao fazer isso, eles reduzem o poder do verdadeiro evangelho, soberana de Deus, salvando, e permitindo a graça. Ao adicionar obras para a salvação que tinham sutilmente mas destruiu completamente o evangelho da graça de Deus, de que há não é realmente outra . Esta foi uma má notícia, uma vez que o homem não pode manter seu relacionamento correto com Deus por esforço próprio e boas obras. Ele irá produzir boas obras, como resultado da graça salvadora e poder de trabalho de Deus nele ( Ef 2:10. ; Tiago 2:14-26 ), mas ele não fazer boas obras para ganhar ou manter a salvação.

    Por causa de sua decepção, falsos mestres, como os judaizantes são ainda mais perigosos do que aqueles que abertamente negar "que Jesus é o Cristo" e, assim, participar claramente na obra do anticristo ( 1Jo 2:22 ). Sistemas falsos rotulados como o cristianismo sempre distorcer a natureza e obra de Jesus Cristo. Aqueles que negam a Cristo por completo são facilmente vistos como os incrédulos que são;mas aqueles que afirmam ensinar e seguir a Cristo ao minar o evangelho de Sua graça são infinitamente mais perigoso, porque eles dão a aparência de levar as pessoas a Cristo, enquanto eles estão realmente erguer barreiras para a salvação pela graça.

    Estão perturbando é de tarassō , o que significa, literalmente, para agitar e para trás e, portanto, para agitar e agitar. Figurativamente, conota perturbação emocional profunda e refere-se a uma mente inquieta. É a palavra usada de Herodes quando ouviu sobre o nascimento do Rei dos Judeus ( Mt 2:3 ). Também foi usada por Jesus no Seu mandamento: "Não se perturbe o coração" ( Jo 14:1 ).

    Sempre que o evangelho é pervertido a igreja está inquieto. Para alterar a mensagem da graça é para abafar e, eventualmente, asfixiar a igreja. Paulo escreveu a Tito: "Porque há muitos homens rebeldes, paroleiros e enganadores, especialmente os da circuncisão, que devem ser silenciadas, porque eles são perturbadoras famílias inteiras, ensinando coisas que não deveriam ensinar" ( Tito 1:10-11 ) . Os maiores inimigos da Igreja não são os que contradizem abertamente a Bíblia e denunciar Cristo, mas as crianças do inferno que, propondo a falar em seu nome, sutilmente minar e distorcer Seu verdadeiro evangelho com um sistema de retidão de obras.

    Aviso de Paulo de Destruição de Deus

    Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu, vos anunciasse um evangelho diferente daquele que já vos pregamos, seja anátema. Como já dissemos antes, então eu digo novamente agora, se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. ( 1: 8-9 )

    Os judaizantes que estavam equivocadas as igrejas da Galácia, provavelmente, tinham credenciais impressionantes e podem ter sido entre aqueles que afirmava ser da igreja de Jerusalém e de ser autorizado por Tiago, o líder daquela igreja (veja At 15:24 ). Além de proclamar a sua forma modificada do evangelho, que Paulo declarou não haver evangelho a todos, eles procuraram minar a autoridade e ensinamento de Paulo em todos os aspectos poderiam.

    Embora a heresia particular de os judaizantes era legalismo, a advertência de Paulo se aplica igualmente à perversão oposto de libertinagem ou antinomianism, que, sob o pretexto de liberdade em Cristo, remove todos os padrões de justiça e moralidade. Desses falsos mestres Jude escreveu: "Para certas pessoas se introduziram com dissimulação, os que por muito tempo foram previamente marcados para este mesmo juízo, homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" ( Jd 1:4 ).

    William Hendricksen parafraseia Gl 1:8. , 1Tm 4:13 ; 2 Tm 2: 15-17. ). Para submeter-se ao falso ensino, não importa o quão ortodoxo convicções próprias de um pode ser, é desobedecer a Deus e se comprometer e enfraquecer um de testemunho e de tolerar a distorção da graça de Deus em Cristo.

    3. Credenciais Apostólicas (Gálatas 1:10-24)

    Por que eu estou procurando agora o favor dos homens ou o de Deus? Ou sou eu procuro agradar aos homens? Se eu ainda estivesse se esforçando para agradar a homens, não seria um servo de Cristo.
    Pois eu gostaria que você soubesse, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas eu recebi através de uma revelação de Jesus Cristo. Para você já ouviu falar do meu ex-modo de vida no judaísmo, como eu costumava perseguir a igreja de Deus, além da medida, e tentou destruí-lo; e eu estava excedia em judaísmo a muitos dos meus contemporâneos entre os meus compatriotas, sendo mais extremamente zeloso minhas tradições ancestrais. Mas quando Ele, que me separou, já desde o ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, houve por bem revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, não consultei imediatamente com carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim; mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
    Em seguida, três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. Mas eu não vi nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. (Agora no que estou escrevendo para você, eu lhe asseguro diante de Deus que não estou mentindo.) Então eu fui para as regiões da Síria e da Cilícia. E eu ainda não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; mas apenas, mantiveram audiência, "Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que uma vez que ele tentou destruir." E eles estavam glorificando a Deus por minha causa. (1: 10-24)

    Um dos principais objetivos dos judaizantes que estavam mexendo-se tanta controvérsia e confusão nas igrejas da Galácia era desacreditar a autoridade apostólica de Paulo. Eles sabiam que não poderiam minar com sucesso seu ensino de evangelho da graça de Deus, até que minou sua autoridade divina aos olhos dos membros da igreja. Para conseguir esse efeito, a espalhar a idéia de que Paulo não era um apóstolo legítimo, mas foi auto-nomeados e que sua motivação era elevar-se e construir uma sequência pessoal. Acusaram-no de deixar de lado as cerimônias de Mosaic, padrões e práticas, a fim de tornar o evangelho mais atraente para os gentios, removendo suas associações judaicas. Ele também fez o evangelho mais fácil para os judeus a aceitar, eles argumentaram, porque ele removeu os exigentes requisitos de judaísmo tradicional à qual todos os judeus fiéis inscritos.
    A estratégia funcionou como as acusações dos judaizantes tinha causado muitos membros das igrejas da Galácia para começar a duvidar legitimidade apostólica de Paulo. Como ele não estava entre os apóstolos originais, a quem Jesus chamou pessoalmente, ensinou e comissionados, exatamente onde se ele levar sua mensagem e autoridade? Será que ele levá-los em segunda mão dos outros apóstolos, ou ele simplesmente fazer a sua própria marca do evangelho e arrogam autoridade apostólica para si mesmo? Que direito, eles pediram, Paulo tinha para falar por Deus, como ele persistentemente alegou que fazer?

    Não há evidências de que a igreja primitiva nunca duvidou da apostolado dos Doze (o onze inicial e Matthias, que substituiu Judas). Os onze foram escolhidos a dedo e treinados por Jesus; e sob a direção do Senhor que escolheu Matthias, que havia sido um dos discípulos que acompanharam "todo o tempo que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando com o batismo de João, até ao dia em que foi recebido em cima de nós ... faça conosco testemunha da sua ressurreição "(Atos 1:21-26). As credenciais dos Doze eram bem conhecidos e bem atestado.

    Jesus lhes havia prometido: "Quando vos entregarem, não ficar ansioso sobre como ou o que você vai falar, pois será dado naquela hora o que haveis de falar Porque não sois vós que falais, mas é. o Espírito de vosso Pai é que fala em vós "(Mt 10:19-20.). Embora muitos cristãos gostam de reivindicá-la para si, essa promessa foi dada aos apóstolos sozinho. O Espírito Santo pode trazer as coisas à nossa lembrança e nos dar clareza de espírito quando somos chamados a testemunhar por Ele em condições opressivas. Mas Cristo prometeu nova revelação apenas para os apóstolos, que eram os únicos porta-vozes autorizados da Sua Palavra antes de o Novo Testamento foi escrito. "Estas coisas vos tenho dito, e no respeito com você," Jesus disse a eles. "Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que eu disse a você" (João 14:25-26). O Espírito Santo não só permitiu que os apóstolos se lembrar com precisão e completamente o que Jesus lhes havia ensinado durante seu ministério de três anos terrena, mas divinamente revelado a eles toda a verdade adicional Mais tarde, ele declarou através deles.

    Depois do Pentecostes crentes "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2:42), porque eles reconheceram que esses homens foram divinamente designado para pregar e ministrar no lugar de Cristo. A sua autoridade apostólica foi confirmada por "muitos prodígios e sinais [que] estavam ocorrendo através dos apóstolos" (v. 43). Quando falavam de Deus, foi o próprio Deus falando através deles.

    Mas Paulo não era mesmo um crente, e muito menos um apóstolo, quando Jesus fez essas promessas para os Doze e quando a igreja primitiva em Jerusalém submetidos à sua instrução e liderança. Ele não foi convertido até vários anos depois e, de fato, depois de ele ter sido o inimigo mais destrutiva da igreja nascente.

    Não foi difícil, portanto, para os judaizantes para levantar dúvidas sobre Paulo nas mentes de muitos crentes. Agora que ele não estava mais com eles em pessoa para ensinar e protegê-los, eles se tornaram presa por falsos mestres. O fato de que Paulo declarou-se "apóstolo dos gentios" (Rm 11:13) pode não ter o tornou querido para alguns crentes judeus, que ainda abrigava forte preconceito contra os gentios, pensando que eles sejam completamente fora da esfera e privilégio de preocupação e da graça de Deus. E o fato de que Paulo freqüentemente afirmado e defendido seu apostolado sugere que foi muitas vezes questionado (ver, por exemplo, Rm 1:1.; 2Co 1:12Co 1:1 Paulo apresenta algumas credenciais gerais de seu apostolado e mensagem, e nos versículos 13:24, ele se desdobra credenciais autobiográficos que incluem preconversion, conversão e provas postconversion de sua legitimidade.

    Credenciais Gerais de Paulo

    Por que eu estou procurando agora o favor dos homens ou o de Deus? Ou sou eu procuro agradar aos homens? Se eu ainda estivesse tentando agradar a homens, não seria um servo de Cristo.
    Pois eu gostaria que você soubesse, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, mas eu recebi através de uma revelação de Jesus Cristo. (1: 10-12)

    As acusações contra ele envolveu a mentira de que ele foi propositAdãoente diluir o padrão divino para tornar mais fácil, de modo que ele seria popular e ganhar o apoio de pessoas cansadas da maneira mais difícil, exigindo do judaísmo legalista. Eles pretendia que ele estava simplesmente dizendo o que os homens queriam ouvir.

    Paulo não era um Pessoas Pleaser

    Por que eu estou procurando agora o favor dos homens ou o de Deus? Ou sou eu procuro agradar aos homens? Se eu ainda estivesse tentando agradar a homens, não seria um servo de Cristo. (1:10)

    Gar ( para ) tem inúmeros significados, que são em grande parte determinados pelo contexto. Ele também pode ser traduzida por "porque", "sim, certamente", "certamente", "o quê" e "porquê". Também pode significar, por vezes, "não", o que é uma rendição útil neste verso. Para não é uma tradução incorreta, mas "não" parece seguir melhor o fluxo do argumento de Paulo neste contexto. "Não", ele está dizendo, referindo-se de volta para o forte anátemas dos dois versículos anteriores ", isso soa como eu sou um povo agradar? Estou procurando agora o favor dos homens ou o de Deus? Ou eu estou lutando para agradar homens? " Obviamente, Paulo de pronunciar uma maldição sobre os homens (v. 9) não se encaixa com as acusações dos judaizantes contra ele. Pelo contrário, sem dúvida procura honrar a Deus, cuja verdade estava sendo pervertida.

    Se eu ainda estivesse tentando agradar a homens refere-se aos dias em que ele fez buscam agradar seus companheiros judeus por zelosamente perseguindo os cristãos, partindo do princípio que estava sendo fiel a Deus, concentrando seu esforço em favorecendo o judaísmo tradicional. Mas à luz do que ele ensinou e do jeito que ele tinha vivido desde a sua conversão, a idéia de que ele estava ainda a tentar agradar aos homens era absurda. Se isso fosse verdade, ele não seria um servo de Cristo. Ele entregou sua vida inteiramente ao senhorio de Jesus Cristo, e que a rendição lhe custar muito caro em termos humanos. No final desta epístola Paulo lembra seus leitores: "Por que eu carrego no meu corpo as marcas-marcas de Jesus" (6:17). Algumas dessas marcas que tinha recebido na Galácia, onde, na cidade de Listra, ele já foi deixado para morrer após ser apedrejado (At 14:19). O sofrimento nas mãos de pessoas que não estavam satisfeitos com ele foi uma ocorrência comum para ele e foi o preço de honrar a Deus.

    Por natureza, agradar as pessoas não são mártires. O desejo de escapar ridículo e problemas é uma de suas marcas registradas. Agradar aos homens não traz a severa perseguição Paulo resistiu e é totalmente incompatível com ser um servo de Cristo.

    Foi bastante acusadores judeus de Paulo que estavam para agradar aos homens. Era "para fazer uma boa exibição na carne" que eles tentaram "para obrigar [crentes gentios] para ser circuncidado", com o propósito de não ser "perseguidos por causa da cruz de Cristo" (Gl 6:12). Primeiro propósito de Paulo era "para ser agradável a Ele" (2Co 5:9). Seu segundo objetivo era ver homens salvos e que uma forte denúncia exigido de qualquer evangelho falso que condenaria-los pelo seu engano.

    Mensagem de Paulo não foi inventada pelo Homem

    Pois eu gostaria que você soubesse, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. (01:11)

    Eu gostaria que você soubesse é de gnōrizō , um forte verbo grego que significa tornar conhecido com certeza, para certificar. Ele foi muitas vezes utilizado, como aqui, de introduzir uma declaração importante e enfático que se seguiu imediatamente. Em Inglês vernacular a frase poderia ser processado, "Deixe-me deixar bem claro." "O evangelho que prego", disse ele, "não é humano, quer na natureza ou na autoridade. Eu não inventei-lo ou alterá-lo, nem qualquer outro homem. Sua mensagem é completamente de origem divina, sem qualquer mistura de sabedoria humana tanto faz. " É por isso que o evangelho de Paulo é o padrão pelo qual todas as teorias humanas falsas de salvação são medidos e condenado.

    Tinha Paulo proclamou um evangelho que estava de acordo com o homem , que teria sido permeada por retidão de obras, como é todo sistema humanamente concebido de religião. Orgulho pecaminosa do homem se ofende com a idéia de que somente a misericórdia ea graça de Deus pode salvá-lo do pecado, e ele, portanto, insiste em ter um papel na sua própria salvação. O próprio fato de que Paulo pregouuma mensagem de salvação em que trabalha jogar absolutamente nenhuma parte foi-se evidências de que a sua mensagem era de Deus e não ... o homem.

    Mensagem de Paulo não foi recebido de Man

    Porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado, (1: 12a)

    Essa declaração foi particularmente dirigida contra os judaizantes, que receberam a sua instrução religiosa principalmente de tradição rabínica, por meio de memorização. Em vez de estudar as Escrituras diretamente, a maioria dos judeus, líderes religiosos e leigos alike-olhou para interpretações humanas da Escritura como a sua autoridade religiosa e guia. Sua teologia, padrões morais, e cerimônias tinha raízes na Palavra revelada de Deus do Antigo Testamento, mas as verdades e os padrões bíblicos tinha sido tão diluído e distorcida por interpretações humanas que o Judaísmo do tempo do Novo Testamento foi amplamente recebidas ... do homem e ensinada de acordo com a interpretação do homem. Embora as Escrituras, especialmente a Torah, ou a lei foram ritualmente dada a maior honra, eles não foram honrados pelo povo através de pesquisa direta e sincera obediência. Aos olhos de muitos judeus de que no dia-a apenas como aos olhos de muitos cristãos professos hoje, a Escritura era uma relíquia religiosa que mereceu reverência superficial, mas não um estudo sério ou obediência. As idéias religiosas tomaram a sério e tentou viver foram as tradições humanas relacionadas com a sua cultura única comunidade que tinha acumulado ao longo dos últimos várias centenas de anos. Muitas das tradições não só não foram ensinados nas Escrituras, mas contrariada Escritura. Com poucas exceções, os judeus "invalidado a palavra de Deus por causa da [sua] tradição" (Mt 15:6), e até mesmo os elementos da história de Cristo que ele sabia que antes de sua conversão eram superficiais e vazias por causa de sua incredulidade. O que ele agora acreditava e pregava ele não o recebi ... do homem, nem foi ... ensinado pelo homem. Não houve de origem humana para a mensagem de Paulo. O evangelho não foi inventado pelos homens, nem transmitida a ele por qualquer ser humano. Esta resposta reflete, sem dúvida, outra das acusações dos judaizantes contra Paulo, ou seja, que ele tinha sido ensinado sua doutrina pelos apóstolos em Jerusalém, que também tinham abandonado o judaísmo.

    Mensagem de Paulo foi diretamente de Cristo

    mas eu recebi-lo através de uma revelação de Jesus Cristo. (1: 12b)

    O evangelho que Paulo pregava e ensinava era nem uma invenção humana, nem a tradição humana, mas foi-lhe dada diretamente por Deus através de uma revelação de Jesus Cristo. Revelação é deapokalupsis e significa um desvelamento de algo previamente secreta. Jesus Cristo é melhor compreendido como o objeto dessa mesma revelação . Não era que ele não tinha conhecimento prévio de Jesus.Foi pela simples razão de que ele fez saber alguma coisa sobre ele e sua obra que ele havia perseguido ferozmente aqueles que acreditaram n'Ele. Ele, obviamente, sabia que os cristãos acreditavam que Jesus era o Filho de Deus eo Messias prometido do Antigo Testamento, porque foi para as alegações de que Jesus foi mais criticados e, eventualmente, crucificado (Lc 23:2; Jo 5:18; Jo 10:30) veio pessoalmente a encontrar e conhecer Jesus Cristo como Senhor e Salvador de que ele recebeu a verdade sobrenatural do evangelho através dedivina revelação . Como explicou à igreja de Corinto, é só quando uma pessoa se converte ao Senhor que o véu da ignorância espiritual e separação de Deus é removido (2 Cor. 3: 14-16), para que a verdade recebida pode ser entendido. E para Paulo os detalhes e distinções de que a verdade do evangelho veio por revelação especial diretamente de Deus (conforme v. 16).

    É uma coisa a reclamar revelação direta de Deus, mas um outro para provar isso. Ao longo da história da igreja, muitas pessoas têm falsamente alegado tal revelação, como muitos fazem hoje. Mas Paulo não se limitou a fazer o pedido. Nem se esperar que seus leitores a acreditar nele, simplesmente com base em afirmações pessoais. Nos próximos 12 versos, portanto, o apóstolo prossegue para justificar o seu pedido, apresentando provas irrefutáveis ​​de que a revelação divina e de suas credenciais apostólicas.

    Credenciais autobiográficos de Paulo

    Para você já ouviu falar do meu ex-modo de vida no judaísmo, como eu costumava perseguir a igreja de Deus, além da medida, e tentou destruí-lo; e eu estava excedia em judaísmo a muitos dos meus contemporâneos entre os meus compatriotas, sendo mais extremamente zeloso minhas tradições ancestrais. Mas quando Ele, que me separou, já desde o ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, houve por bem revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, não consultei imediatamente com carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim; mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
    Em seguida, três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. Mas eu não vi nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. (Agora no que estou escrevendo para você, eu lhe asseguro diante de Deus que não estou mentindo.) Então eu fui para as regiões da Síria e da Cilícia. E eu ainda não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; mas apenas, mantiveram audiência, "Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que uma vez que ele tentou destruir." E eles estavam glorificando a Deus por minha causa. (1: 13-24)

    A partir dos três períodos de sua vida espiritual preconversion-, conversão e postconversion-Paulo mostra como certos eventos antes que ele foi salvo, quando ele foi salvo, e depois que ele foi salvo tudo provar a sua mensagem foi recebida de Deus.

    Preconversion Proof

    Para você já ouviu falar do meu ex-modo de vida no judaísmo, como eu costumava perseguir a igreja de Deus, além da medida, e tentou destruí-lo; e eu estava excedia em judaísmo a muitos dos meus contemporâneos entre os meus compatriotas, sendo mais extremamente zeloso minhas tradições ancestrais. (1: 13-14)

    Aqui, Paulo descreve seu ex- posição e atividades enquanto ele estava no judaísmo, oferecendo-lhes como uma espécie de prova negativa de que a sua mensagem de graça não tinha fundamento nas crenças, circunstâncias ou eventos de sua antiga vida. Torna-se claro que nada em sua vida não convertido desde que a fonte da verdade que ele agora estava proclamando. De fato, tanto a sua conversão e sua mensagem foram construídas sobre a intervenção divina.

    Paulo tinha sido um judeu de primeira ordem ", circuncidado ao oitavo dia, da nação de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja ; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível "(Fp 3:5-6.). Sua vida preconversion foi centrada totalmente na lei e tradição. Graça era um conceito estranho para a religião de Saul, o fariseu, apesar do fato de que a graça era tanto a base da Antiga Aliança, como o Novo. Obra redentora de Deus se originou a partir de Sua graça e nunca teve qualquer outra base. Mas a maioria dos judeus, doutrinados pelos escribas e fariseus religiosamente dominantes, há muito havia perdido de vista da graça de Deus e, em vez disso vir a confiar em suas próprias obras e bondade para agradar a Deus. Assim, tudo o que nos apóstoloantigo modo de vida no judaísmo tinha sido diametralmente oposta à mensagem da graça soberana e salvadora de Jesus Cristo, ele agora proclamada e defendida.

    O primeiro aspecto do Paulo ex ... a vida que provou que ele não tinha aterramento anterior para que o evangelho foi que ele usou para perseguir a igreja de Deus além da medida, e tentou destruí-lo . Seu conhecimento preconversion do evangelho, velado e distorcida como foi, o fez perceber que essa forma radical de salvação permitido nenhum lugar para retidão de obras e judaísmo legalista, portanto, completamente rebaixada. Por outro lado, o judaísmo legalista permitido há lugar para um evangelho da graça e, portanto, procurou destruir aqueles que acreditaram e ensinou-lo.

    O idioma original está viva na descrevendo a hostilidade de Paulo. A frase usada para perseguir é no imperfeito e enfatiza a intenção persistente e contínua para o dano. A palavra destruir foi utilizado de soldados que assola a cidade. Ele também é usado aqui no imperfeito, enfatizando assim a persistência do esforço destrutivo de Paulo. Ele estava determinado a extinguir totalmente a igreja . Aparentemente, ele usou o título a igreja de Deus de sublinhar que esta não era apenas um grupo pertencente a Jesus, a fim de que todo aquele que se opuseram a ela, oposição só Jesus. Pelo contrário, quem se opõe a Igreja se opõe a Deus .

    Saul, o fariseu tinha tanta paixão pelo judaísmo tradicional que ele poderia tolerar qualquer contradição ou compromisso dele por companheiros judeus. Imediatamente após o martírio de Estêvão, "Saul começou a devastar a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, ele iria colocá-los na prisão" (At 8:3.).

    O segundo aspecto da antiga vida de Paulo de que provou que ele não tinha aterramento anterior no evangelho era seu zelo inigualável para o judaísmo tradicional. Eu estava excedia em judaísmo a muitos dos meus compatriotas, declarou ele, sendo mais extremamente zeloso minhas tradições ancestrais.

    Avançando é de prokoptō , o que significa, literalmente, para cortar a frente, como em abrindo caminho através de uma floresta. Saul continuou a ardência seu rastro no judaísmo , o que significava cortando tudo em seu caminho, como os cristãos judeus, que em sua mente eram traidores arco para as suas tradições ancestrais. Ele era tão extremamente zeloso que ele continuamente punido crentes judeus "em todas as sinagogas [e] tentou forçá-los a blasfemar; e sendo furiosamente furioso com eles, [ele] manteve perseguindo-os até nas cidades estrangeiras "(At 26:11). Em seu extremo zelo, ele ultrapassou muitos de seus contemporâneos. Poucos judeus combinava com a sua paixão pela sua religião e sua intolerância para com a verdade sobre Jesus Cristo.

    Tradições ancestrais se refere ao corpo de ensinamentos orais sobre a lei do Velho Testamento, que chegou a ter a mesma autoridade com a lei. Conhecido como o Halakah, esta coleção de interpretações da Torá tornou-se uma cerca em torno lei revelada de Deus e tudo, mas escondeu-lo de vista. Durante um período de várias centenas de anos, havia se expandido em um acúmulo enorme de regulamentos religiosos, morais, legais, práticas e cerimoniais que desafiavam a compreensão, muito menos o cumprimento total. Ele continha tais grandes quantidades de minúcias que mesmo os estudiosos rabínicos mais instruídos não podia dominar mesmo, mediante interpretação ou no comportamento. No entanto, o mais complexo e oneroso, tornou-se, os legalistas mais zelosamente judaica reverenciado e propagou-lo.

    Vivendo como um fariseu devoto, Paulo foi superado por poucos. João RW Stott escreve: "Agora, um homem nesse estado mental e emocional não está disposto a mudar de idéia, ou até mesmo para que se mudou para ele por homens ... Só Deus poderia alcançá-lo e Deus fez!" ( A Mensagem de Gálatas [Londres: Inter-Varsity, 1968], p.32).

    O argumento de Paulo em recitar estas duas características gerais de sua vida passada era que, antes de seu encontro com Cristo, não havia a menor preparação humana ou de origem para a sua compreensão, e muito menos aceitar e proclamando o evangelho da salvação pela graça de Deus trabalhando através de fé completamente à parte das obras. Era estranho para todo o seu pensamento anterior.

    Prova de Conversão

    Mas quando Ele, que me separou, já desde o ventre de minha mãe e me chamou pela sua graça, houve por bem revelar seu Filho em mim, para que eu o pregasse entre os gentios, (1: 15-16a)

    Não até que Cristo soberanamente na glória da ressurreição confrontou-o na estrada de Damasco, Paulo respondeu à grande realidade do evangelho: que Jesus, apesar de morto e enterrado, agora estava vivo.Ele imediatamente percebeu que apenas um Jesus ressuscitado podia proclamar do céu: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues" (At 9:5). Samuel confrontou as pessoas com a mesma mensagem: "O Senhor não abandonará o seu povo por causa do seu grande nome, porque o Senhor tem sido o prazer de fazer você um povo para si mesmo" (1Sm 12:22.). Deus escolheu os judeus por nenhuma outra razão do que o Seu próprio prazer santo e propósito.

    Davi sabia que ele foi escolhido e ungido rei por eleição soberana de Deus. "O Senhor, o Deus de Israel, escolheu-me de toda a casa de meu pai, para ser rei sobre Israel para sempre", disse ele. "Por que Ele escolheu Judá para ser um líder, e na casa de Judá, a casa de meu pai, e entre os filhos de meu pai se agradou de mim para me fazer rei sobre todo o Israel e de todos os meus filhos (porque o. Senhor tem me dado muitos filhos), Ele escolheu o meu filho Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor sobre Israel "(13 28:5'>I Crônicas 28:4-5.). Da escolha da nação de Israel, da tribo de Judá, a família de Jessé, e das de Jesse filho e neto Davi Solomon, o processo era totalmente divino e soberano. A eleição de Deus é baseada em nada, mas seu próprio prazer.

    Paulo não deu início a escolha para ser salvo, e muito menos a escolha para ser apóstolo. Ele foi "chamado como apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus" (1Co 1:1), como Isaías e Jeremias foram chamados e consagrada ao seu trabalho profético, ainda no úteros de suas mães (Is 49:1; Jr 1:5). Leitores judeus de Paulo soube imediatamente que ele estava comparando seu chamado ao apostolado aos apelos daqueles grandes homens de Deus. Ele não estava tentando classificar-se com eles, mas para estabelecer claramente que, como a deles a sua chamada foi inteiramente fazendo Deus.

    Este propósito se tornou fato histórico na estrada de Damasco, e nos dias seguintes, quando, diz Paulo, Deus me chamou pela sua graça . Por meio do amor gratuito e bondade de Deus, na verdade, e eficazmente já trouxe a eleger Saul a Si mesmo na salvação.

    Deus houve por bem revelar o Seu Filho para Saul de forma direta e absolutamente único. Como "ele estava se aproximando de Damasco, ... de repente uma luz do céu brilhou em volta dele, e ele caiu no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?" E ele disse: "Quem és tu, Senhor? E Ele disse: "Eu sou Jesus, a quem tu persegues, mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que você deve fazer '" (Atos 9:3-6). Em seu depoimento perante o rei Agripa, Paulo dá mais detalhes sobre seu primeiro encontro com o Senhor ressuscitado. Depois de identificar-se como "Jesus, a quem tu persegues", o Senhor disse: "Levanta-te e põe-te em pé; para este fim eu apareci para você, para te fazer ministro e testemunha, não só para as coisas que você tem visto, mas também para as coisas em que eu vou lhe aparecem; libertá-lo do povo judeu e dos gentios, a quem eu vos envio a vós "(26: 15-17). Revelações diretas de Deus de Cristo e as Escrituras para Paulo começou naquele dia e continuaram durante o curto período de tempo em Damasco e os anos na Arábia, e depois como Deus desejou por toda a vida do apóstolo.

    A frase em mim não nos força para interpretar a revelação como um sentimento puramente interna, subjetiva, mas pode significar "me" e executar a ideia de experiência objetiva.

    A chamada para ser salvo foi acompanhada pela chamada para servir, para pregasse entre os gentios . Embora a experiência de Paulo era absolutamente único, Deus não chamar qualquer pessoa para a salvação que Ele também não chamar para o serviço. Todo crente é "criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10). Falando aos crentes, Pedro escreveu: "Vós sois uma raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que possais proclamar as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2:9). Os judaizantes necessários para ver que os gentios não precisam ouvir a lei de Moisés ou as tradições da anciãos somente judeus o evangelho de Jesus Cristo.

    Assim, a escolha de Paulo, sua transformação, a revelação e chamada para evangelizar os povos foram todas feitas por Deus, não dos homens. Mesmo depois disso, os homens não desempenhou nenhum papel em sua preparação para cumprir o seu chamado.

    Postconversion Proof

    Eu não consultar imediatamente com carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que eram apóstolos antes de mim; mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
    Em seguida, três anos depois, subi a Jerusalém para conhecer Cefas, e fiquei com ele quinze dias. Mas eu não vi nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. (Agora no que estou escrevendo para você, eu lhe asseguro diante de Deus que não estou mentindo.) Então eu fui para as regiões da Síria e da Cilícia. E eu ainda não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo; mas apenas, mantiveram audiência, "Aquele que antes nos perseguia, agora prega a fé que uma vez que ele tentou destruir." E eles estavam glorificando a Deus por minha causa. (1: 16b-24)

    João Brown comentou que, começando com o encontro na estrada de Damasco, Cristo tomou Paulo sob a Sua própria tutoria imediato. Era essencial para o Senhor para estabelecer a independência de Paulo como um apóstolo. Ele não foi ensinada pelos outros apóstolos, mas foi totalmente igual a eles. Depois de passar vários dias "com os discípulos que estavam em Damasco" e pregando brevemente nas sinagogas lá (Atos 9:19-20), Paulo não consultou carne e sangue . Ele procurou a partir de Ananias ou outros cristãos em Damasco nenhum conselho ou entendimento, nenhum esclarecimento sobre a revelação que ele havia recebido. Não é que ele não teria sido ajudado por indo para aprender com os outros crentes, mas seu ser dado o lugar único de atingir gentios parecia exigir que ele não pode ser visto como sendo meramente convencido por alguns judeus convertidos a esta doutrina. Gentios poderia ter sido mais relutantes em aceitar a sua mensagem se eles percebiam nele como de origem judaica. E os judaizantes necessária para entender que o evangelho não era de todo uma heresia defendida por alguns judeus.

    Paulo foi embora para Nabatean Saudita , uma região que se estendia a leste de Damasco até a península de Sinai. Apesar de não identificar a localização exata, parece provável que ele ficou perto de Damasco. O lugar e propósito da sua permanência na Arábia são desconhecidas, mas que foi certamente o lugar de sua preparação para o ministério.

    Depois de sua estada na Arábia, o apóstolo voltou mais uma vez a Damasco e continuou a pregar lá por um período de tempo. Ele quase imediatamente encontrou perseguição dos líderes judeus, um grupo que, sem dúvida, incluiu alguns dos homens com os quais ele próprio já havia planejado a conspirar contra os cristãos (ver At 9:2) sugere que o apóstolo também pregou em Saudita e teve despertado o desprazer de seu rei. Em qualquer caso, as autoridades civis Gentil de Damasco apoiou os esforços dos líderes judeus para prender e executar Paulo (conforme Atos 9:23-24).

    Os dois períodos de pregar em Damasco e a permanência no meio em Saudita sozinha com Senhor Jesus-learning, meditando, e estudando o Antigo Testamento-totalizaram três anos . Depois disso, Paulsubiu a Jerusalém (que não deve ser confundida com uma viagem mais tarde o alívio da fome lá de Antioquia, mencionado em At 11:30, ou a viagem para o conselho de Atos 15para conhecer Cefas , ou seja, o apóstolo Pedro. Paulo faz questão de ressaltar que ele foi apenas com o objectivo de se familiarizar com Cefas, que era o companheiro pessoal do Senhor Jesus e o porta-voz mais poderosa nos primeiros anos da igreja de Jerusalém, do dia de Pentecostes (Atos 2:14 —40; 3: 11-26; 4: 8-20; 5: 3-32; 8: 20-25). Ele só fiquei com ele quinze dias , obviamente, muito pouco tempo ter sido totalmente transformado a partir de toda a sua teologia e da tradição judaica e plenamente instruídos no evangelho. Ele também não vê qualquer outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. A visita de Paulo a Jerusalém foi não para aprender mais sobre a mensagem do evangelho, mas para conhecer e se familiarizar com (o verbo significa "para visitar, com o objetivo de conhecer alguém "), estes dois homens que tinham estado tão perto de Jesus e, talvez, para aprender com eles algumas de suas experiências íntimas com o Senhor encarnado, a quem ele tinha chegado a amar e servir, e com quem ele passou esses três anos se familiarizando.

    Deve-se notar que os Atos 9:23-25 ​​indica que de Paulo deixando Damasco foi o resultado de um conjunto dramático dos acontecimentos. Os judeus resistiram fortemente a sua pregação e tinha desenvolvido um plano para matá-lo quando surgiu a oportunidade. Eles patrulhavam os portões da cidade 24 horas por dia à espera de capturar Paulo, mas quando os seus discípulos ouviram o enredo que o ajudou a fugir, baixando-o sobre o muro da cidade em uma cesta.

    Além de tal situação que ameaçava sua vida, Paulo pode ter ficado mais tempo em Damasco. No período de tempo é dado para sua ida a Jerusalém, mas quando ele chegou lá e tentou ver os apóstolos, ele foi rejeitado por causa do medo de que ele não era um verdadeiro crente (At 9:26). Sem a ajuda de Barnabé, Paulo não teria sido capaz de visitar até mesmo Pedro e Tiago. Ele se encontrou com nenhum dos outros apóstolos em todos, que podem ter sido muito medo ou pode ter sido longe de Jerusalém na época. Pode-se supor que, embora os apóstolos não espalhar sob a perseguição de Paulo (At 8:1), este Tiago seria facilmente ter sido considerado por Paulo para ser um apóstolo, no sentido mais amplo.

    Para dar aos seus leitores a maior confiança possível em que ele estava escrevendo , Paulo fez um voto judeu comum: . Garanto-vos diante de Deus que eu não estou mentindo Essa declaração, juntamente com muitos outros, contradiz as afirmações de intérpretes liberais que Paulo era um sincero e líder altamente capaz, mas que muitos de seus ensinamentos refletem apenas suas idéias e preferências pessoais.Se assim fosse, ele seria ou ter sido terrivelmente auto-iludido ou então um mentiroso sem vergonha. Ou ele era um porta-voz autoritária e totalmente confiável para Deus ou ele era uma farsa.

    O ponto de Paulo nesta parte da carta era afirmar que recebeu seu evangelho diretamente do Senhor, não dos outros apóstolos. Ele só visitou duas delas por duas semanas, e só depois de três anos se passaram desde sua conversão. Qualquer acusação de que ele era um apóstolo de segunda mão, recebendo a sua mensagem dos apóstolos de Jerusalém, era falsa.
    Depois que Paulo deixou Jerusalém, ele foi para as regiões da Síria e Cilícia , o último dos quais incluiu sua cidade natal, Tarso (veja At 9:11, At 9:30). Este movimento foi precipitado por um outro grupo de judeus hostis que foram "tentativa de colocá-lo à morte" (At 9:29). Ele foi escoltado para fora de Jerusalém até o porto da cidade de Cesaréia, onde ele provavelmente tomou um navio para sua cidade natal de Tarso. Ele pregou lá até Barnabé chamado para ele vir a Antioquia da Síria.

    Durante uma estadia de vários anos nessas regiões , Paulo pregou (v. 23). Os outros apóstolos ainda estavam na Judéia e Samaria, e não tinha nenhum contato com ou influência sobre ele. Quando a palavra de avivamento em Antioquia da Síria "chegou aos ouvidos da igreja em Jerusalém, ... eles enviaram Barnabé a Antioquia off", que ministrou lá por um tempo por ele mesmo e, em seguida, "partiu para Tarso a procurar Saul", com quem Ele, então, "ensinou números consideráveis" em Antioquia. Foi aqui que "os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez" (Atos 11:20-26). Paulo ficou como um professor na igreja de Antioquia até que o Espírito Santo lhe enviou e Barnabé de desconto em sua primeira viagem missionária (13 1:44-13:3'>Atos 13:1-3), e depois que eles voltaram para Antioquia, de onde eles foram enviados para o município em Jerusalém (14: 26-15: 4).

    Neste momento Paulo ainda era desconhecido pela vista para as igrejas da Judéia, que estavam em Cristo . Igrejas é uma designação plural indicando assembléias locais que fazem parte da única Igreja.Duas visitas de Paulo a Jerusalém não incluem visitar as igrejas da Judéia , que região foi geralmente considerada separAdãoente da sua principal cidade, Jerusalém (At 1:8, At 9:21, At 9:26). Mas quando o Senhor deu essa grande bênção para o ministério de Paulo, o que resulta em sua própria perseguição (vv. 23-24, 29), seus companheiros cristãos não podia mais dúvida de que ele foi um especialmente escolhido e homem dotado de Deus, e glorificavam a Deus por causa dele.

    Ele e Barnabé só fez duas visitas a Jerusalém, um para trazer alívio da fome a partir de Antioquia (At 11:30) e outro para discutir a relação entre a lei mosaica para o evangelho da graça (Atos 15). Desde a presença de Paulo não era tão escasso para 14 anos (Gl 2:1).

    Para rejeitar o ensino de Paulo é a de rejeitar a Palavra de Deus. Nem o testemunho de si mesmo, nem dos outros apóstolos Paulo permite outra conclusão.


    Barclay

    O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
    Barclay - Introdução ao Livro de Gálatas

    ÍNDICE

    Prefácio

    Introdução Geral

    Introdução Geral às Cartas Paulinas

    Introdução à Carta aos Gálatas

    Capítulo 1

    Capítulo 3

    Capítulo 5

    Capítulo 2

    Capítulo 4

    Capítulo 6

    PREFÁCIO A GÁLATAS E EFÉSIOS

    Os comentários a estas duas cartas de Paulo apareceram originalmente por separado com um intervalo de dois anos, para logo ser publicados juntos num só tomo.
    O autor menciona em seu Prefácio ao Gálatas, o fato de haver-se publicado numerosas obras sobre esta epístola, dada a influência que ela teve na 1greja. Lembra que uma das obras mais importantes do Lutero foi seu comentário sobre o Gálatas, e menciona como um "monumento de erudição e um tesouro de materiais" o de E. D. Burton no International Criticai Commentary. Dos comentários existentes sobre o texto inglês menciona o de A. W. F. Blunt na Clarendon Bible; mas, diz, "o melhor comentário em inglês continua sendo o de G. S. Duncan no Moffatt Commentary".

    Termina com a afirmação de que Gálatas "leva-nos mais perto do coração do evangelho de Paulo" que qualquer outra de suas cartas.
    Com referência a Efésios, assinala que é uma das cartas de Paulo mais freqüentemente estudadas, como que põe diante de nós o ideal da Igreja. Menciona como três grandes comentários sobre o texto grego os de J. Armitage Robinson, B. F. Westcott e T. K. Abbott. Entre os comentários sobre o texto inglês, menciona os de E. F. Scott no Moffatt

    Commentary, J. Armitage Robinson, e H. G. Moule, e recomenda como excelente a exposição de Efésios pelo Dr. John A. Mackay.

    Os Editores

    INTRODUÇÃO GERAL

    Pode dizer-se sem faltar à verdade literal, que esta série de Comentários bíblicos começou quase acidentalmente. Uma série de estudos bíblicos que estava usando a Igreja de Escócia (Presbiteriana) esgotou-se, e se necessitava outra para substituí-la, de maneira imediata. Fui solicitado a escrever um volume sobre Atos e, naquele momento, minha intenção não era comentar o resto do Novo Testamento. Mas os volumes foram surgindo, até que o encargo original se converteu na idéia de completar o Comentário de todo o Novo Testamento.
    Resulta-me impossível deixar passar outra edição destes livros sem expressar minha mais profunda e sincera gratidão à Comissão de Publicações da Igreja de Escócia por me haver outorgado o privilégio de começar esta série e depois continuar até completá-la. E em particular desejo expressar minha enorme dívida de gratidão ao presidente da comissão, o Rev. R. G. Macdonald, O.B.E., M.A., D.D., e ao secretário e administrador desse organismo editar, o Rev. Andrew McCosh, M.A., S.T.M., por seu constante estímulo e sua sempre presente simpatia e ajuda.
    Quando já se publicaram vários destes volumes, nos ocorreu a idéia de completar a série. O propósito é fazer que os resultados do estudo erudito das Escrituras possam estar ao alcance do leitor não especializado, em uma forma tal que não se requeiram estudos teológicos para compreendê-los; e também se deseja fazer que os ensinos dos livros do Novo Testamento sejam pertinentes à vida e ao trabalho do homem contemporâneo. O propósito de toda esta série poderia resumir-se nas palavras da famosa oração de Richard Chichester: procuram fazer que

    Jesus Cristo seja conhecido de maneira mais clara por todos os homens e mulheres, que Ele seja amado mais entranhadamente e que seja seguido mais de perto. Minha própria oração é que de alguma maneira meu trabalho possa contribuir para que tudo isto seja possível.

    INTRODUÇÃO GERAL ÀS CARTAS DE PAULO

    As cartas de Paulo

    No Novo Testamento não há outra série de documentos mais interessante que as cartas de Paulo. Isto se deve a que de todas as formas literárias, a carta é a mais pessoal. Demétrio, um dos críticos literários gregos mais antigos, escreveu uma vez: "Todos revelamos nossa alma nas cartas. É possível discernir o caráter do escritor em qualquer outro tipo de escrito, mas em nenhum tão claramente como nas epístolas" (Demétrio, On Style, 227).

    Justamente pelo fato de Paulo nos deixar tantas cartas, sentimos que o conhecemos tão bem. Nelas abriu sua mente e seu coração àqueles que tanto amava; e nelas, até o dia de hoje, podemos ver essa grande inteligência abordando os problemas da Igreja primitiva, e podemos sentir esse grande coração pulsando com o amor pelos homens, mesmo que estivessem desorientados e equivocados.

    A dificuldade das cartas

    E entretanto, é certo que não há nada tão difícil como compreender uma carta. Demétrio (em On Style,
    223) cita um dito do Artimón, que compilou as cartas do Aristóteles. Dizia Artimón que uma carta deveria ser escrita na mesma forma que um diálogo, devido a que considerava que uma carta era um dos lados de um diálogo. Dizendo o de maneira mais moderna, ler uma carta é como escutar a uma só das pessoas que tomam parte em uma conversação telefônica. De modo que quando lemos as cartas de Paulo freqüentemente nos encontramos com uma dificuldade: não possuímos a carta que ele estava respondendo; não conhecemos totalmente as circunstâncias que estava enfrentando; só da carta podemos deduzir a situação que lhe deu origem. Sempre, ao ler estas cartas, nos apresenta um problema dobro: devemos compreender a carta, e está o problema anterior de que não a entenderemos se não captarmos a situação que a motivou. Devemos tratar continuamente de reconstruir a situação que nos esclareça carta.

    As cartas antigas

    É uma grande lástima que se chamasse epístolas às cartas de Paulo. São cartas no sentido mais literal da palavra. Uma das maiores chaves na interpretação do Novo Testamento foi o descobrimento e a publicação dos papiros. No mundo antigo o papiro era utilizado para escrever a maioria dos documentos. Estava composto de tiras da medula de um junco que crescia nas ribeiras do Nilo. Estas tiras ficavam uma sobre a outra para formar uma substância muito parecida com nosso papel de envolver. As areias do deserto do Egito eram ideais para a preservação do papiro, porque apesar de ser muito frágil, podia durar eternamente se não fosse atingido pela umidade. De modo que das montanhas de escombros egípcios os arqueólogos resgataram literalmente centenas de documentos, contratos de casamento, acordos legais, inquéritos governamentais, e, o que é mais interessante, centenas de cartas particulares. Quando as lemos vemos que todas elas respondiam a um modelo determinado; e vemos que as cartas de Paulo reproduzem exata e precisamente tal modelo. Aqui apresentamos uma dessas cartas antigas. Pertence a um soldado, chamado Apion, que a dirige a seu pai Epímaco. Escrevia de Miseno para dizer a seu pai que chegou a salvo depois de uma viagem tormentosa.

    "Apion envia suas saudações mais quentes a seu pai e senhor Epímaco. Rogo acima de tudo que esteja bem e são; e que. tudo parta bem para ti, minha irmã e sua filha, e meu irmão. Agradeço a meu Senhor Serapi [seu Deus] que me tenha salvado a vida quando estava em perigo no mar. logo que cheguei ao Miseno obtive meu pagamento pela viagem —três moedas de ouro. Vai muito bem. portanto te rogo, querido pai, que me escreva, em primeiro lugar para me fazer saber que tal está, me dar notícias de meus irmãos e em terceiro lugar, me permita te beijar a mão, porque me criaste muito bem, e porque, espero, se Deus quiser, me promova logo. Envio minhas quentes saudações a Capito, a meus irmãos, a Serenila e a meus amigos. Envio a você um quadro de minha pessoa pintado pelo Euctemo. Meu nome militar é Antônio Máximo. Rogo por sua saúde. Sereno, o filho do Agato Daimón, e Turvo, o filho do Galiano, enviam saudações. (G. Milligan, Seleções de um papiro grego, 36).

    Apion jamais pensou que estaríamos lendo sua carta a seu pai mil e oitocentos anos depois de havê-la escrito. Ela mostra o pouco que muda a natureza humana. O jovem espera que ser logo ascendido. Certamente Serenila era a noiva que tinha deixado em sua cidade. Envia á sua família o que na antiguidade equivalia a uma fotografia. Esta carta se divide em várias seções.

    1. Há uma saudação.
    2. Roga-se pela saúde dos destinatários.
    3. Agradece-se aos deuses.
    4. Há o conteúdo especial.
    5. Finalmente, as saudações especiais e os pessoais.

    Virtualmente cada uma das cartas de Paulo se divide exatamente

    nas mesmas seções. as consideremos com respeito às cartas do apóstolo.

    1. A saudação: Rm 1:1; 1Co 1:11Co 1:1; 2Co 1:12Co 1:1; Gl 1:1; Ef 1:1; Fp 1:1; Comesse guloseimas Fp 1:1-2; Colossenses 4:12-15; 1 Tessalonicenses Gl 5:26.

    É evidente que quando Paulo escrevia suas cartas o fazia segundo a forma em que todos faziam. Deissmann, o grande erudito, disse a respeito destas cartas: "Diferem das mensagens achadas nos papiros do Egito não como cartas, mas somente em que foram escritas por Paulo." Quando as lemos encontramos que não estamos diante de exercícios acadêmicos e tratados teológicos, mas diante de documentos humanos escritos por um amigo a seus amigos.

    A situação imediata

    Com bem poucas exceções Paulo escreveu suas cartas para enfrentar uma situação imediata. Não são tratados em que Paulo se sentou a escrever na paz e no silêncio de seu estudo. Havia uma situação ameaçadora em Corinto, Galácia, Filipos ou Tessalônica. E escreveu para enfrentá-la. Ao escrever, não pensava em nós absolutamente; só tinha posta sua mente nas pessoas a quem se dirigia. Deissmann escreve: "Paulo não pensava em acrescentar nada às já extensas epístolas dos judeus; e menos em enriquecer a literatura sagrada de sua nação... Não pressentia o importante lugar que suas palavras ocupariam na história universal; nem sequer que existiriam na geração seguinte, e muito menos que algum dia as pessoas as considerariam como Sagradas Escrituras."

    Sempre devemos lembrar que não porque algo se refira a uma situação imediata tem que ser de valor transitivo. Todos os grandes cantos de amor foram escritos para uma só pessoa, mas todo mundo adora. Justamente pelo fato de as cartas de Paulo serem escritas para enfrentar uma situação ameaçadora ou uma necessidade clamorosa ainda têm vida. E porque a necessidade e a situação humanas não mudam, Deus nos fala hoje através delas.

    A palavra falada

    Devemos notar mais uma coisa nestas cartas. Paulo fez o que a maioria das pessoas faziam em seus dias. Normalmente ele não escrevia suas cartas; ditava-as e logo colocava sua assinatura autenticando-as. Hoje sabemos o nome das pessoas que escreveram as cartas. Em Rm 16:22, Tércio, o secretário, inclui suas saudações antes de finalizar a carta. Em 1Co 16:21 Paulo diz: “A saudação, escrevo-a eu, Paulo, de próprio punho.” Ou seja: Esta é minha própria assinatura, meu autógrafo, para que possam estar seguros de que a carta provém de mim. (Ver Cl 4:18; 2 Tessalonicenses Gl 3:17.)

    Isto explica muitas coisas. Às vezes é muito difícil entender a Paulo, porque suas orações começam e não terminam nunca; sua gramática falha e suas frases se confundem. Não devemos pensar que Paulo se sentou tranqüilo diante de um escritório, e burilou cada uma das frases que escreveu. Devemos imaginá-lo caminhando de um lado para outro numa pequena habitação, pronunciando uma corrente de palavras, enquanto seu secretário se apressava a escrevê-las. Quando Paulo compunha suas cartas, tinha em mente a imagem das pessoas às quais escrevia, e entornava seu coração em palavras que fluíam uma após outra em seu desejo de ajudar. As cartas de Paulo não são produtos acadêmicos e cuidadosos, escritos no isolamento do estudo de um erudito; são correntes de palavras vitais, que vivem e fluem diretamente de seu coração ao dos amigos aos quais escrevia.

    INTRODUÇÃO À CARTA AOS GÁLATAS

    O ataque a Paulo

    Alguns compararam a Carta aos Gálatas com uma espada flamejante brandida pela mão de um grande espadachim. Paulo a escreveu para responder a um ataque contra ele e seu evangelho. Se esse ataque tivesse tido êxito o cristianismo se teria convertido em outra de tantas seitas judias: costure de judeus e para judeus; algo dependente da circuncisão e da observância da Lei, em vez de ser algo da graça. É estranho pensar que se os adversários de Paulo tivessem levado a cabo seus propósitos o evangelho poderia ter ficado para os judeus e nós jamais tivéssemos tido a oportunidade de conhecer o amor de Cristo.

    O ataque ao apostolado de Paulo

    É impossível que um homem de personalidade tão intensa e de têmpera tão forte como Paulo não encontre oposição em seu caminho. É impossível que um homem como Paulo assuma a liderança de uma revolução de tamanha envergadura no pensamento religioso e não seja atacado. O primeiro ataque teve como objetivo seu próprio apostolado. Eram muitos os que diziam que Paulo não era um apóstolo. E de seu próprio ponto de vista tinham razão. Em Atos 1:21-22 encontramos a definição elementar do apóstolo. Judas o traidor se havia suicidado; então se fez necessário preencher o vazio produzido no número dos apóstolos. Como definem eles as condições que deve preencher aquele que tem que ser eleito? É necessário que seja “É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas. Deverá ser alguém que se “torne testemunha conosco da sua ressurreição”. Assim, pois, para ser apóstolo se requeria ter acompanhado a Jesus durante sua vida terrena e ter sido testemunha de sua ressurreição. Evidentemente Paulo não reunia estas condições.

    Mas não só não preenchia estes requisitos mas também — pelo contrário — até pouco antes tinha sido o principal perseguidor da Igreja cristã. Paulo responde desde os primeiros versículos de sua Carta. Insiste com orgulho em que a origem de seu apostolado não é humano; não foi ordenado para esta acusação pela mão de nenhum homem: sua vocação provém diretamente de Deus. Outros poderiam ter as qualidades requeridas para encher o primeiro vazio da lista apostólica. Paulo tinha uma só qualidade: de caminho a Damasco se encontrou face a face com Cristo.

    Independência e acordo

    Além disso, Paulo insiste em que na pregação de sua mensagem não dependia de nenhum homem. Por isso nos capítulos Gl 1:1 e 2 detalha cuidadosamente seus visita Jerusalém. Insiste em que não prega uma mensagem de segunda mão ou recebida de algum homem; sua mensagem provém diretamente de Cristo. Mas o apóstolo não era nem anarquista nem rebelde. Insistia em que ainda que tinha recebida sua mensagem em forma inteiramente independente, desfrutava também da aprovação plena daqueles que eram reconhecidos como líderes da Igreja cristã (Gl 2:6-10). Insistia em que o evangelho que pregava Paulo provinha diretamente de Deus; mas que estava plenamente de acordo com a fé entregue à Igreja.

    Os judaizantes

    Mas também o evangelho que Paulo pregava era atacado. Tinha que produzir uma luta e era preciso liberar uma batalha. Havia judeus convertidos ao cristianismo que continuavam crendo que todas as promessas e dons divinos eram só para os judeus e que nenhum gentio podería ser admitido nesses preciosos privilégios. Portanto pensavam que o cristianismo era única e exclusivamente para judeus. Se o cristianismo era o maior dos dons de Deus aos homens, tanta maior razão para que não se permitisse participar dele ninguém senão os judeus. De certa forma esta restrição era inteiramente inevitável. Havia um tipo de judeu que acariciava com arrogância a idéia do povo escolhido. Chegavam a afirmar as coisas mais terríveis: "Dentre todas as nações que fez, Deus só ama a Israel". "Deus julgará Israel com uma medida e os gentios com outra". "Esmaga a melhor serpente; mata o melhor dos gentios". "Deus criou os gentios para combustível do fogo do inferno". Esse era o espírito que estabeleceu a Lei de que não era lícito ajudar a uma mãe gentil em seu transe mais doloroso, pois isso significava trazer outro gentio ao mundo. Agora, este tipo de judeu via Paulo levando o evangelho aos desprezados e odiados gentios, e reagia com espanto e furor. Porque pregava um evangelho universal, eles o odiavam apaixonadamente tanto a ele como a seu evangelho.

    A Lei

    Mas havia uma maneira de sair disto. Se um gentio queria ser cristão que primeiro se tornasse judeu. Isto significava que devia ser circuncidado e carregar sobre suas costas todo o peso da Lei. Para Paulo isto era diametralmente oposto a tudo o que o cristianismo significava. Fazer-se primeiro judeu equivalia a tornar a depender a salvação do que o homem podia fazer: de uma marca na carne, da capacidade para observar a Lei. Assim o homem podia merecer a salvação pelo esforço próprio e sem a ajuda de ninguém. Mas para Paulo a salvação era inteiramente obra da graça. Cria que ninguém podia ganhar jamais o favor de Deus; que tudo o que o homem podia fazer era aceitar o amor que Deus lhe brindava, arrojar-se num tremendo ato de fé — sem ajuda, sem recursos e sem defesas — no amor de Deus. O judeu se aproximava de Deus dizendo: "Olhe! Aqui estão as boas obras que tenho feito. Aqui tenho a marca de minha circuncisão. Estas são minhas obras. Dê-me a salvação que ganhei".

    Para Paulo o essencial não era o que o homem podia fazer por Deus, mas sim o que Deus tinha feito para ele.

    A Lei e a graça

    Se tudo isto é verdade, surge uma pergunta muito séria: Qual é então o lugar da Lei? Não se pode negar que a Lei foi dada por Deus; a Lei é divina. Por conseguinte, esta ênfase na graça não varre simplesmente com toda a Lei? A Lei tem seu lugar próprio dentro da ordem estabelecida. Em primeiro termo, a Lei diz ao homem o que é o pecado. Se não existisse Lei o homem não poderia transgredi-la. Não existindo a Lei tampouco existe algo que possa denominar-se pecado. A Lei demonstra o que é pecado. Em segundo lugar — e isto é o mais importante — a Lei efetivamente conduz ao homem à graça de Deus. A dificuldade com respeito à Lei é que precisamente por ser pecadores, nunca podemos guardá-la perfeitamente. O intento de observá-la é sempre uma luta perdida, uma batalha em que o homem sempre é derrotado. Em conseqüência, o efeito da Lei é demonstrar ao homem sua própria fraqueza, conduzi-lo a desesperar de qualquer outro meio que não seja o arrojar-se mediante um grande ato de fé na misericórdia e no amor de Deus. A Lei mostra nossa própria impotência, convence-nos de nossa própria insuficiência e, finalmente, força-nos a admitir que a única coisa que nos salva não é a obediência impossível a suas normas, mas sim a graça de Deus. Em outras palavras, a Lei é uma etapa essencial no caminho à graça divina. Assim, pois, nesta epístola o grande tema de Paulo é a glória da graça de Deus, e a necessidade de que compreendamos que jamais poderemos nos salvar por nossas próprias obras e que solo nos subtrai nos render com fé incondicional à graça de Deus.


    Barclay - Comentários de Gálatas Capítulo 1 do versículo 1 até o 24

    Gálatas 1

    O anúncio do Evangelho — Gl 1:1-5

    Algumas pessoas se introduziram na população de Galácia afirmando que Paulo não era na verdade um apóstolo e que, por conseguinte, não se devia ouvi-lo. Baseavam esta campanha de desprestígio já no fato de que Paulo não tinha sido membro do corpo original dos doze apóstolos, já na circunstância de que tinha sido o mais furioso de todos os perseguidores da Igreja, já em que não possuía nenhuma nomeação oficial dos dirigentes da Igreja. A resposta de Paulo não foi um argumento. Foi uma afirmação irrebatível. Não devia seu apostolado a homem alguém, mas sim ao dia em que, de caminho a Damasco, encontrou-se face a face com Jesus Cristo. Paulo afirmava ter recebido diretamente de Deus sua tarefa e ofício.
    (1) Paulo tinha a certeza de que Deus lhe tinha falado. Leslie Weatherhead nos conta de um menino que tinha tomado a resolução de tornar-se ministro. Ao perguntar-se o quando tinha chegado a essa decisão, sua resposta foi que depois de ter escutado um sermão na capela da escola. Perguntaram-lhe o nome do pregador que lhe tinha causado tal efeito. Sua resposta foi: "Ignoro o nome do pregador, mas sei que nesse dia Deus me falou".
    Em última análise ninguém pode constituir a alguém em ministro ou servo de Deus. Só Deus pode fazê-lo. A verdadeira prova de um cristão não é se tiver acontecido ou não por determinadas cerimônias e tomado certos votos, mas sim se tiver visto Cristo face a face.
    Um ancião sacerdote judeu chamado Ebed-Tob estava acostumado a dizer sobre seu ministério: "Não foram nem meu pai nem minha mãe os que me colocaram neste lugar, mas sim o braço do Rei poderoso". Existe uma mão invisível que chama com gesto doce e indubitável.
    (2) A verdadeira razão da capacidade de Paulo para o trabalho forçado e o sofrimento radicava em que possuía a segurança absoluta de que Deus lhe tinha encomendado o trabalho. Considerava cada esforço que lhe era exigido como uma tarefa encomendada por Deus. Mas não só homens da talha de Paulo têm uma tarefa encomendada por Deus. Deus dá a cada homem sua tarefa. Pode ser uma tarefa que chegue a ser conhecida por todos e que a história lembre; pode ser uma tarefa que não chegue aos ouvidos de ninguém; mas, em cada caso trata-se sempre de uma tarefa para Deus.
    Existem tarefas humildes mas que são também um apostolado divino. A tarefa que Deus encomendou a Paulo foi evangelizar o mundo. Para a maioria de nós simplesmente se tratou de fazer felizes a uma ou duas pessoas do estreito círculo de nossos próximos mais queridos. Também esta tarefa é de Deus. Do mesmo modo, o Senhor escolhe a alguns para desenvolver um trabalho muito mais amplo.
    No começo mesmo de sua epístola Paulo recapitula em duas palavras de enorme significado seus desejos e orações em favor de seus amigos.
    (1) Deseja-lhes graça. Na palavra graça se encerram duas idéias principais. A primeira é a de beleza pura. A palavra grega caris significa graça no sentido teológico, embora retendo sempre o sentido de beleza e encanto. E mesmo quando usada em teologia a idéia de encanto jamais fica de lado.

    Se a vida cristã possui graça deverá ser algo belo. Com muita freqüência existe a bondade sem encanto e o encanto sem bondade. A obra da graça está na união da bondade e do encanto. A segunda idéia é a de uma generosidade pura, imerecida. Trata-se de um dom que o homem jamais mereceu nem pôde haver ganho, e que recebe da bondade pródiga e do amor do coração de Deus. Trata-se de uma palavra que contém todo o amor de Deus. Quando Paulo pede graça para seus amigos é como se dissesse: "Que a beleza maravilhosa do amor imerecido de Deus esteja em vós a fim de que torne amáveis suas vidas também".

    (2) O apóstolo lhes deseja paz. Paulo era judeu, e a palavra hebraica shalom deve ter estado presente em sua mente quando escrevia o termo grego eirene. Agora, shalom significa muito mais que a mera ausência de tribulação. Significa tudo aquilo que é para o bem supremo do homem: tudo aquilo que torna pura sua mente, resolvida sua vontade e prazeroso seu coração. É esse sentido do amor e do cuidado de Deus que, ainda que o corpo seja torturado, mantém o coração do homem em paz e alegria.

    Finalmente, ao falar aqui de Jesus, Paulo recapitula numa sentença de alcance literalmente infinito: o coração e a obra de Jesus Cristo. "Deu-se a si mesmo... para nos liberar". (1) O amor de Cristo é um amor que se entregou e padeceu. (2) O amor de Cristo é um amor que venceu e triunfou. Nesta vida a tragédia do amor consiste em que com freqüência é frustrado ou em que se deva suportar a dor de amar e ser incapazes de libertar o ser amado. Mas o amor de Cristo é o amor perfeito porque está respaldado por esse infinito poder que nada pode frustrar e que pode libertar o ser amado da escravidão do pecado.

    O ESCRAVO DE CRISTO

    Gálatas 1:6-10

    O fato básico que está atrás desta epístola é o seguinte: o evangelho de Paulo era um evangelho de livre graça. O apóstolo cria de todo coração que ninguém poderia ganhar jamais o favor de Deus. Cria apaixonadamente que ninguém poderia jamais ganhar o amor de Deus. Portanto, cria que tudo o que o homem ficava por fazer era lançar-se por um grande ato de fé no amor e na misericórdia de Deus. Pensou também que tudo o que o homem podia fazer era receber com assombrada gratidão o que Deus lhe oferecia; que o importante não é o que nós podemos realizar por nós mesmos, mas sim o que Deus fez por nós. Este era o evangelho da livre graça que Paulo tinha pregado. Depois dele tinham aparecido alguns que pregavam uma versão judia do cristianismo. Estes declaravam que se a pessoa queria agradar a Deus, acima de tudo devia ser circuncidado; e depois devia procurar dedicar sua vida inteira ao cumprimento de todas as regras e prescrições da Lei. Cada vez que alguém levava a cabo uma obra da Lei — diziam — isso lhe era anotado no crédito de seu conta com Deus. Ensinavam a necessidade de que o homem ganhasse por si mesmo o amor e o favor de Deus. Para Paulo isto era absolutamente impossível.

    Agora, seus adversários declaravam que o apóstolo estava tornando muito fácil a religião com a intenção de ganhar o favor dos homens e congraçar-se com eles. Esta afirmação era precisamente o contrário da verdade. De toda maneira, se a religião consistir em receber a circuncisão e em cumprir uma série de regras e prescrições, é possível, ao menos em teoria, satisfazer suas exigências. Mas advirta-se que Paulo diz enquanto mantém no alto a cruz: "Deus os amou desta maneira". E assim a religião já não é questão de satisfazer as exigências da Lei mas sim de enfrentar-se com as obrigações do amor. O homem pode satisfazer as exigências da Lei porque esta tem limites legais e estatutários; mas jamais poderá satisfazer as exigências do amor porque, se fosse capaz de entregar à pessoa amada o Sol, a Lua e as estrelas, ficaria, entretanto, com a sensação de que sua entrega era muito pequena. Mas tudo o que os adversários judeus podiam ver era que Paulo declarava que a circuncisão já não era necessária e que a Lei em diante não tinha importância.

    Paulo rechaçou a acusação de que queria congraçar-se com os homens. Seu serviço não estava dirigido aos homens, mas sim a Deus. Dava-lhe o mesmo o que os homens dissessem ou pensassem dele: seu Senhor era Deus. E foi então quando aduziu o argumento irrebatível: "Se estivesse tentando buscar o favor dos homens, não seria escravo de Cristo". O que tem em mente aqui é o seguinte; o escravo levava o nome e o emblema de seu dono gravados em seu corpo a ferro candente. Paulo levava em seu corpo as marcas de suas campanhas, os sinais de seus sofrimentos, o sinal da escravidão a Cristo. "Se estivesse buscando obter o favor dos homens", diz, "teria estas cicatrizes? Se toda minha aspiração fora estar em paz com os homens, teria estas marca em meu corpo?" O mesmo fato de que estava marcado de tal sorte era a prova final de que toda sua intenção era servir a Cristo, e não agradar aos homens.
    Quando Paulo queria demonstrar que era servo de Cristo apelava ao testemunho de seus cicatrize; estas eram suas condecorações, seus emblemas de honra.
    John Gunther nos conta dos primeiros comunistas da Rússia muitos dos quais tinham estado na Sibéria; quase todos tinham passado pelo cárcere sob o regime dos czares e levavam em seus corpos as marcas físicas do que tinham sofrido; e nos diz que, longe de sentir-se envergonhados por essas marcas que os desfiguravam, elas eram seu maior orgulho. Podemos estar convencidos de que estavam equivocados e tinham induzido outros ao engano, mas tinham sofrido por sua causa.

    Quando os homens nos vêem dispostos a sofrer alguma coisa pela fé que dizemos possuir, é quando começam a crer que realmente a possuímos. Se uma coisa não nos custar nada, os homens não atribuirão valor alguém.

    A MAO DE DEUS QUE DIRIGE Gálatas 1:11-17

    Paulo sustentava que o evangelho que pregava não era algo recebido de outros nenhuma história de segunda mão; tinha-o recebido diretamente de Deus. Esta era uma afirmação muito séria; uma pretensão que exigia alguma sorte de demonstração. E para demonstrá-lo Paulo tinha a ousadia de destacar-se ele mesmo. Assinalava a mudança radical em sua própria vida.

    1. Ele tinha sido um fanático da Lei. A Lei tinha constituído sua própria vida, seu conhecimento tinha sido o único objeto de seu estudo; todo o esforço de sua vida se cifrava em sua observância. E agora o centro dominante de sua vida é a graça. Este homem que com apaixonado ardor tinha tentado merecer o favor e a aprovação de Deus, agora se contentava, em humilde atitude de fé, em receber o que Deus lhe oferecia. Tinha cessado para sempre de gloriar-se no que poderia fazer por si mesmo; e tinha começado definitivamente a gloriar-se no que Deus tinha feito por ele.
    2. Tinha sido o principal perseguidor da Igreja. Tinha-a devastado. A palavra que usa é a que se aplicava ao saque total de uma cidade; tinha tentado fazer da Igreja uma terra seca; e agora sua única meta e objetivo pelos quais estava disposto a entregar-se até a morte, eram difundir essa mesma Igreja por todo mundo. Todo efeito deve ter uma causa adequada. Quando alguém marcha de cabeça numa direção e de repente gira para dirigir-se com o mesmo ímpeto na direção diametralmente oposta; quando alguém investe de repente todos seus valores de modo tal que sua vida gira ao reverso, deve existir alguma explicação adequada. Para Paulo a explicação consistia na intervenção direta de Deus. Deus posou sua mão sobre os ombros de Paulo para detê-lo em meio de sua marcha. "Este é", diria Paulo, "o tipo de efeito que só Deus pode produzir". E o notável em Paulo é que não trepida em expor sua própria vergonha com a finalidade de mostrar o poder de Deus.

    O apóstolo tem duas coisas que dizer sobre a intervenção de Deus.

    1. Não se trata de nada imprevisto, mas sim de algo que estava no plano eterno de Deus. Este plano existia já antes do nascimento de Paulo.

    A. J. Gossip narra como Alexandre Whyte chegou à ordenação, a sua primeira acusação. A mensagem de Whyte foi que desde a eternidade Deus tinha estado preparando esse homem para essa congregação e esta para ele, e no momento preciso os tinha reunido. Cada homem é uma idéia de Deus; para cada homem Deus tem um plano; Deus envia a cada homem ao mundo para desempenhar uma parte de seu propósito e desígnio. Pode ser uma parte pequena como uma parte notável. Pode tratar-se de algo que todo mundo chegue a conhecer como de algo que só chegue ao círculo dos mais amealhados.
    Epicteto (Gl 2:16) diz-nos: "Tenha o ânimo de elevar seu olhar a Deus e exclamar: Desde agora em diante me trate como quer. Sou um contigo, sou teu; não me amedronto perante nada enquanto você pense que é bom. me conduza aonde queira; me revista da indumentária que queira. Quer me manter na acusação ou me afastar dele, que fique quieto ou fuja, que seja rico ou pobre? Por tudo isto te defenderei diante dos homens". Se um filósofo pagão pôde dar-se assim plenamente a um Deus ao que conhecia tão vagamente, quanto mais nós!

    1. Paulo sabia ter sido eleito para uma tarefa. Não pensava que tivesse sido eleito para a honra, mas para o serviço; não para o fácil, mas para o difícil. O general escolhe seus melhores soldados para as campanhas mais árduas; o professor escolhe a seus melhores alunos para os estudos mais difíceis. Paulo sabia que tinha sido salvo para servir.

    O CAMINHO DOS ESCOLHIDOS

    Gálatas 1:18-24

    Nesta passagem consideraremos a última seção da precedente antes de ver o que Paulo fez precisamente quando a mão de Deus o deteve.
    (1) Em primeiro lugar se retirou para Arábia. afastou-se para estar sozinho. Se obrou desta maneira o fez por duas razões. Em primeiro termo devia refletir sobre o tremendo acontecimento vívido. Logo, devia falar com Deus antes de falar com os homens. Tinha que estar seguro de si mesmo e seguro de Deus. São tão poucos os que tomam tempo para enfrentar-se consigo mesmos e para enfrentar-se com Deus... E como pode o homem enfrentar as tentações, as grandes tensões da vida sem haver tomado um tempo para reflexão, sem haver meditado, sem sentir— se seguro?

    1. Em segundo lugar, Paulo voltou para Damasco. Esta foi uma ação valente. Lembre-se que Paulo estava de caminho a Damasco para extirpar dali à Igreja, quando Deus o deteve. Todo Damasco sabia. Paulo voltou em seguida para dar seu testemunho perante as pessoas que melhor sabiam o que tinha sido.

    Kipling tem um poema famoso chamado o Voto de Mulholland. Mulholland era cuidador de gados a bordo. Numa ocasião a tormenta se desatou ficando livres os novilhos. Mulholland fez um pacto com Deus: se Deus o libertasse dos chifres afiados e das unhas dos animais ele o serviria dali em diante. Efetivamente se salvou. Quando atracou na terra propôs-se dar cumprimento à parte do pacto que lhe correspondia: mas sua idéia era pregar a religião ali onde ninguém o conhecia e em circunstâncias muito cômodas: elegantemente vestido e a salvo do mau tempo. E então ouviu o imperativo divino: "Volta para os barcos boiadeiros e prega ali meu evangelho". Deus o enviou a um lugar que conhecia bem e onde era bem conhecido. Nosso testemunho cristão, assim como que nossa caridade cristã, devem começar em casa.

    1. Em terceiro lugar Paulo foi a Jerusalém. Novamente arriscou sua vida. Seus amigos de antes, os judeus, reclamariam seu sangue porque para eles era um renegado. Suas vítimas de antes, os cristãos, poderiam fugir do seu contato, não podendo crer que tivesse mudado. Paulo teve a coragem de enfrentar seu passado. Jamais conseguimos nos apartar realmente de nosso passado, fugindo do mesmo, mas sim enfrentando-o, admitindo-o e vencendo-o.
    2. Em quarto lugar, Paulo foi a Síria e Cilícia. Ali encontrava-se Tarso. Ali era onde Paulo se criou, onde tinha ido à escola e aprendido muitas coisas. Ali se encontravam os amigos de sua infância e juventude. Novamente escolheu o caminho mais árduo. Sem dúvida o considerariam completamente louco; e o enfrentariam com ira e escárnio. Paulo estava inteiramente preparado para ser considerado néscio pela causa de Cristo.

    Nestes versículos Paulo busca defender e demonstrar a independência de seu evangelho; não o tinha recebido de nenhum homem, mas de Deus. Não consultou a ninguém, mas sim a Deus. Mas ao escrever, sem querer ele se descreve como o homem que tem a valentia de atestar sua mudança e de pregar seu evangelho nos lugares mais difíceis.


    Dicionário

    Apóstolo

    substantivo masculino Cada um dos doze discípulos de Cristo, encarregados de pregar o Evangelho, os ensinamentos de Jesus.
    Missionário que deixa as vontades de lado para viver em função de propagar sua fé; pregador, missionário.
    Figurado Quem se dedica à propagação e defesa de uma doutrina: apóstolo do socialismo.
    expressão Ato dos apóstolos. O credo.
    Príncipe dos apóstolos. São Pedro.
    Apóstolo dos gentios ou dos pagãos. São Paulo.
    Etimologia (origem da palavra apóstolo). Do grego apóstolos.ou, "enviado".

    missionário, evangelizador; propagandista; anunciador, pregoeiro, precursor; núncio, mensageiro, emissário, enviado. – Apóstolo (do grego apostolos, “enviado, mensageiro de algum príncipe”) designa propriamente cada um dos doze discípulos de Jesus, por ele enviados a pregar a boa-nova a todas as nações. Por extensão, damos o nome de apóstolo àquele que exerce na terra funções, ou desempenha missão equivalente à daqueles discípulos. – Missionário é o que toma a si a propaganda de alguma causa sagrada. Aplica-se particularmente esta palavra para designar o sacerdote ou o clérigo que se incumbe de ir a terras de pagãos ensinar o Evangelho e instruir nas coisas cristãs. Por isso mesmo tem o vocábulo um valor peculiar, e não deve ser empregado senão em casos que recordem a grandeza moral dos antigos missionários. Não seria próprio dizer, por exemplo: missionário da revolta, da desordem, etc. No mesmo caso está evangelizador. Não se evangelizam senão grandes verdades, doutrinas de redenção, ideias excelentes, causas augustas. Quem seria capaz de dizer: evangelizar o erro, a perfídia, a ignorância? Evangelizador, apóstolo e missionário têm, portanto, lugar à parte no grupo. Se se deve admitir entre eles alguma distinção, é só esta, muito subtil, que resulta: de sugerir o vocábulo apóstolo o intento de fazer prosélitos, de chamar ao grêmio do Cristianismo; de encerrar a palavra missionário a ideia de que aquele que missiona toma uma tarefa como sacrifício, em obediência a algum voto; de exprimir evangelizador a ideia de que aquele que evangeliza não faz menos do que proclamar alguma coisa de que ele próprio está ufano e espantado. – Propagandista é termo comum e geral que designa “todo e qualquer indivíduo que se encarrega de inculcar ao maior número alguma coisa, naturalmente fazendo-lhe a apologia. Tanto se diz: propagandista da república, do socialismo, de um sistema filosófico, de uma escola literária, etc., como se diz: propagandista do casamento, propagandista de pílulas. – Anunciador significa apenas “aquele que anuncia”. Tanto pode ser anunciador de desgraças, como de felicidades. O pregoeiro faz mais que o simples anunciador: fala muito alto, grita em favor da coisa apregoada, e não cessa de chamar a atenção de todos para ela. – Precursor diz propriamente – “o que vai adiante de alguém anunciando-lhe a chegada”. Aplica-se também a coisas e a fenômenos. S. João Batista foi “o precursor de Jesus Cristo”. As refregas precur- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 201 soras do arrasamento... Aquele ar sereno precursor da saúde moral... Um gesto precursor de tormenta... – Núncio e mensageiro, aqui, seriam sinônimos perfeitos se mensageiro não encerrasse a ideia muito clara de que a mensagem não é própria de mensageiro, mas daquele que a enviou, em nome do qual ele vem. Esta ideia não se encerra necessariamente em núncio. – Emissário e enviado só se poderiam diferençar pela nobreza do vocábulo emissário. Ambos significam – “o que é mandado”; mas o emissário supõe-se que leva incumbência mais alta, e cujo sucesso se lhe confia. O enviado (esta palavra, aqui, diz simplesmente – “posto a caminho”) não faz mais do que cumprir estrictamente a ordem que leva.

    Os apóstolos [...] são os condutores do espírito.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 57


    Apóstolo Cada um dos 12 homens que Jesus escolheu para serem seus seguidores e para lançarem as bases da Igreja (Mt 10:2-4; Fp 2:20). Apóstolo quer dizer “mensageiro”, isto é, aquele que é enviado para anunciar a mensagem de Deus. Por anunciarem o evangelho, Paulo e alguns outros também foram chamados de apóstolos (1Co 15:9; At 14:14).

    Esta palavra significa mais do que ‘mensageiro’: a sua significado literal é a de ‘enviado’, dando a idéia de ser representada a pessoa que manda. o apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador.
    i. Nos Evangelhos. S. Lucas diz-nos que o nome apóstolos foi dado aos doze por Jesus Cristo (6.13), e em mais quatro passagens o emprega a respeito dos discípulos (9.10, 17.5, 22.14, 24.10). Em cada um dos outros Evangelhos o termo ocorre uma só vez (Mt 10:2Mc 6:30Jo 13:16). Nos Atos e Epístolas, especialmente nos escritos de S. Paulo, é freqüente. A razão é clara: Jesus chamou alguns ‘discípulos’ para, de perto, viverem com Ele e irem aprendendo a Palavra do Evangelho, mas sempre com o fim de enviá-los por toda parte como Seus representantes. Daqui se depreende que as idéias essenciais do apostolado devem ser compreendidas em todas as relações do Mestre com os doze, embora o nome pertença propriamente aos casos em que o discípulo vai numa missão a qualquer ponto, quer para tratar de serviços temporais durante a vida de Cristo, quer para sustentar a obra evangélica depois da Sua morte. A idéia vem expressa com verdadeiro conhecimento e precisão de frase em S. Marcos, quando ali se diz que ‘chamou os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar’ (Mc 3:13-14). Na significação do verbo enviar está incluída a de apóstolo (grego apostello). o estudo primário da significação de ‘apóstolo’, com base nos Evangelhos, deve efetuar-se em volta destes três pontos: chamada, educação, missão. Basta indicar aqui algumas das feições de cada especialidade, como se acha na simples e primitiva narração do Evangelho de Marcos
    (a): A Chamada. o primeiro ato do ministério público de Jesus Cristo é a chamada de Simão e André, Tiago e João, para a Sua companhia, a fim de fazer deles ‘pescadores de homens’ Mc 1:16-20). Uma estranha autoridade se nota na maneira de chamar, correspondendo-lhe uma resposta imediata: estas características aparecem na posterior chamada de Levi (2.14), e mesmo na nomeação dos doze (3.13 a 19). Não é o caso de uma adesão gradual a qualquer doutrina nova, a algum novo Mestre: é o próprio Jesus que, para os fins da Sua missão, toma a iniciativa.
    (b): A Educação. Na primeira parte do Evangelho são os discípulos testemunhas e companheiros de Jesus no Seu ministério público, mas ali se menciona uma direta instrução do seu Mestre (4.10 a 25,35 a 41 – 6.7 a 11,31,47 a 52 – 8.14 a 21). Todavia, a sua convivência com Jesus já habilitou Pedro, como que falando por todos, a fazer a grande confissão: ‘Tu és o Cristo’ (8.29), confissão seguida da predição de Cristo, três vezes repetida, com respeito à Sua paixão (8.31, 9.31, 10.33), proporcionando-lhes, entrementes, lições sobre renúncia, humildade, e serviço. o que se pode depreender do que se lê em S. Marcos é que desde o tempo do ministério da Galiléia, e depois de terem saído desta província, Jesus consagrou-Se cada vez mais à instrução e educação dos doze. Esta conclusão é sustentada, com muitos pormenores adicionais, por S. Mateus e S. Lucas, e confirmada pelo maravilhoso discurso de Jesus (Jo 13:17).
    (c): A Missão. A missão temporária, de que se fala em Mc 6:7-13, ainda que, pelo que sabe-mos, não se acha repetida, pode ser considerada como típica. insiste-se na simplicidade do abastecimento, como sendo de grande conveniência para concentração em trabalho urgente. Esta confiança é, também, acentuada no grande discurso que vem em Mt 10 geia-se Lc 10:1-24 sobre a missão dos setenta). os discípulos são revestidos de autoridade por Jesus, e na sua volta referem ao Mestre tudo o que tinham feito e ensinado.
    ii. Nos Atos e Epístolas. A suprema autoridade dos apóstolos, na igreja Primitiva, acha-se indicada em At 1:1-11, e manifesta-se por todo o livro. Com a escolha de Matias para o lugar que Judas deixou pela sua traição, ficou completo o círculo dos doze. Este fato nos mostra que, para o apostolado, era essencialmente requerido que o eleito tivesse sido companheiro de Jesus desde o Seu batismo até à ascensão. Mas pelas exigências da igreja, que tomou logo grande desenvolvimento, e pela livre concessão do Espírito Santo, deixaram de ter aquela estreiteza os limites do apostolado. Por ato da igreja de Antioquia (At 13:1-3), Barnabé e Saulo foram constituídos apóstolos: é-lhes conferido esse titulo, em 14.4, 14. Paulo não somente reclama com firmeza aquela qualidade (Rm 1:1 – 1 Co 1.1 – 2 Co 1.1, etc. – 1 Co 9.1 – 2 Co 11.5 – Gl 1:1, etc.), mas associa com ele a Barnabé (Gl 2:9 – 2 Co 9.5,6). É provável que Paulo queira, também, aplicar aquele termo a Tiago, o irmão do Senhor 1Co 9:5 – 15.7 – Gl 1:19), a Silvano (1 Ts 2,6) – e mesmo a cristãos tão pouco conhecidos na história como Andrônico e Júnias (Rm 16:7). Mas esta extensão do círculo apostólico foi limitada por uma condição essencial: um apóstolo devia ter visto o Senhor 1Co 9:1), para poder testemunhar logo o objeto da fé da igreja, Cristo ressuscitado 1Co 15:8). Além disto, devia haver nele uma clara consciência da chamada divina e sua nomeação (Rm 1:1 – 1 Co 1.1, etc) e, servindo ao Senhor, os sinais de um apóstolo (2 Co 12.12 – 1 Co 9.2), etc. É em virtude destas combinadas aptidões que os apóstolos se acham primeiramente na ordem dos dons, que Deus concedeu à Sua igreja 1Co 12:28Ef 4:11). Eles conservavam-se numa relação espiritual com Jesus Cristo, que os fez depositários e autorizados pregadores da Sua Palavra (2 Pe 3.2, e repetidas vezes nos escritores da primitiva igreja: cf. Ef 2:20 e Ap 21:14). Em conformidade com isto, a prova da apostolicidade foi mais tarde requerida nos escritos, que por fim fizeram parte do Cânon do Novo Testamento.

    Cristo

    substantivo masculino Designação somente atribuída a Jesus que significa ungido, consagrado; deve-se usar com as iniciais maiúsculas.
    Por Extensão A representação de Jesus Cristo na cruz, crucificado.
    Uso Informal. Quem sofre muitas injustiças ou maus-tratos.
    Antes de Cristo. a.C. Designação do que ocorreu antes da era cristã.
    Depois de Cristo. d.C. Designação do que ocorreu após a era cristã.
    Ser o cristo. Uso Popular. Sofrer com os erros de outra pessoa: sempre fui o cristo lá de casa!
    Etimologia (origem da palavra cristo). Do grego khristós.é.on.

    Ungido , (hebraico) – Messias.

    (Veja o artigo principal em Jesus e Senhor). O nome “Cristo”, quando se refere a Jesus, é usado numerosas vezes no NT. O vocábulo combinado “Jesus Cristo” ocorre apenas cinco vezes nos evangelhos, mas, no restante do NT, torna-se a designação principal usada para o Filho de Deus (127 vezes). Em algumas passagens bíblicas, o termo “Cristo” indica que se tornou pouco mais do que um sobrenome para Jesus. Supor, entretanto, que este nome nunca signifique mais do que isso é perder a maior parte da mensagem do NT sobre o Filho de Deus.


    [...] o Mestre, o Modelo, o Redentor.
    Referencia: KARDEC, Allan• A prece: conforme o Evangelho segundo o Espiritismo• 52a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    O Cristo [...] é o Redentor do mundo, mas não o único Messias de cujas obras há sido testemunha a Terra. Uma multidão de Espíritos superiores, encarnados entre nós, havia ele de ter por auxiliares na sua missão libertadora. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 24a efusão

    Cristo, pedra angular da civilização do porvir. [...]
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 23

    [...] arquétipo do Amor Divino [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

    [...] modelo, paradigma de salvação.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

    [...] médium de Deus [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 8

    Cristo é o mensageiro da Eterna Beleza, gravando, ainda e sempre, poemas de alegria e paz, consolação e esperança nas páginas vivas do coração humano.
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Canções do alvorecer• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mensagem a Hernani

    Para nós, calcetas deste mundo, Cristo é a luz Espiritual que nos desvenda a glória da vida superior e nos revela a Paternidade Divina. Em razão disso Ele foi e é a luz dos homens, que resplandece nas trevas da nossa ignorância, para que nos tornemos dignos filhos do Altíssimo.
    Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - A criação da Terra

    O Cristo é o candeeiro de ouro puríssimo e perfeito, e esse ouro foi estendido a martelo na cruz, que se tornou o símbolo da nossa redenção. Sua luz é a vida, a alegria e a graça que nos inundam as almas. Façamos do nosso coração um tabernáculo e essa luz brilhará nele eternamente.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] Cristo é o leme nas tempestades emocionais, o ponto de segurança em toda crise da alma.
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Ao encontro da paz

    [...] Cristo Jesus é e será o alfa e o ômega deste orbe que hospeda a família humana.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alfa e ômega

    Cristo é o Sol Espiritual dos nossos destinos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 1

    O Cristo, porém, é a porta da Vida Abundante.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 172

    [...] Filho de Deus e emissário da sua glória, seu maior mandamento confirma Moisés, quando recomenda o amor a Deus acima de todas as coisas, de todo o coração e entendimento, acrescentando, no mais formoso decreto divino, que nos amemos uns aos outros, como Ele próprio nos amou. [...] [...] O Cristo é vida, e a salvação que nos trouxe está na sagrada oportunidade da nossa elevação como filhos de Deus, exercendo os seus gloriosos ensinamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 5

    [...] O Cristo é o amor vivo e permanente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 6

    [...] O Cristo é um roteiro para todos, constituindo-se em consolo para os que choram e orientação para as almas criteriosas, chamadas por Deus a contribuir nas santas preocupações do bem.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 9

    [...] Divino Amigo de cada instante, através de seus imperecíveis ensinamentos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 5

    O Cristo é o nosso Guia Divino para a conquista santificante do Mais Além...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Roteiro• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Definindo rumos


    Cristo V. JESUS CRISTO e MESSIAS.

    Cristo Literalmente, ungido. Palavra grega equivalente ao hebraico messias. Aparece 531 vezes no Novo Testamento, das quais 16 estão em Mateus, 7 em Marcos, 12 em Lucas e 19 em João.

    Os discípulos de Jesus reconheceram-no como tal (Mc 8:27ss.) e o mesmo aconteceu com muitos de seus contemporâneos judeus. A razão de tal comportamento provém, primeiramente, da autoconsciência de messianidade de Jesus e de tê-la transmitido às pessoas que o rodeavam.

    As fontes ressaltam igualmente que tanto as palavras de Jesus como suas ações denotam que ele tinha essa pretensão: reinterpretar a Lei (Mt 5:22.28.32.34 etc.); designar seus seguidores como os do Cristo (Mt 10:42); distinguir-se como o verdadeiro Cristo entre os falsos (Mc 13:6; Mt 24:5); aplicar a si mesmo títulos messiânicos (Mc 10:45 etc.); a insistência no cumprimento das profecias messiânicas (Lc 4:16-30; Mt 11:2-6 etc.); a entrada triunfal em Jerusalém; virar as mesas no Templo; a inauguração da Nova Aliança na Última Ceia etc.

    Não é estranho, por isso, ser executado pelos romanos por essa acusação. Deve-se ainda ressaltar que sua visão messiânica não era violenta, mas se identificava com a do Servo sofredor de Isaías 53, razão pela qual refutou outras interpretações da missão do messias (Jo 6:15), que os discípulos mais próximos apresentavam (Mt 16:21-28; Lc 22:23-30).

    O termo ficou associado de forma tão estreita ao nome de Jesus, que é usado como uma espécie de nome pessoal e daí procede o popular termo Jesus Cristo.

    J. Klausner, o. c.; D. Flusser, o. c.; O. Cullmann, Christology of the New Testament, Londres 1975; R. P. Casey, “The Earliest Christologies” no Journal of Theological Studies, 9, 1958; K. Rahner e W. Thüsing, Cristología, Madri 1975; César Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; m. Gourgues, Jesús ante su pasión y muerte, Estella 61995; E. “Cahiers Evangile”, Jesús, Estella 41993.


    Deus

    Introdução

    (O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.

    Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).

    As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).

    A existência do único Deus

    A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).

    Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).

    No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.

    Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.

    O Deus criador

    A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.

    O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).

    No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).

    Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).

    O Deus pessoal

    O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).

    O Deus providencial

    Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.

    Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).

    A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).

    Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).

    A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).

    O Deus justo

    A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.

    O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).

    Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também
    v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.

    Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.

    Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).

    Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).

    Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).

    O Deus amoroso

    É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.

    Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.

    A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.

    Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).

    A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1 Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.

    O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).

    “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).

    O Deus salvador

    O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).

    A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).

    Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).

    Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).

    Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).

    Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).

    O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).

    A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    O Deus Pai

    Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.

    Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).

    O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).

    Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).

    Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).

    O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.

    Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).

    Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).

    Os nomes de Deus

    Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus.
    O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.

    Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).

    Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).

    Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.

    É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).

    Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente.
    El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).

    A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).

    O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2).
    Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja
    v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.

    Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor.
    Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.).
    Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.).
    Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros.
    Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.


    A Trindade

    O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).

    Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).

    No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).

    Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).

    São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.

    Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).

    As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.

    Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).

    Conclusão

    O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.

    P.D.G.


    Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).

    Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.

    Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).

    Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4.
    18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).

    Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.

    Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.

    Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.

    Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.

    m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...


    Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]

    O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).

    ==========================

    NOMES DE DEUS

    Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:


    1) SENHOR (hebr. JAVÉ, ???? - Gn 2:4);


    2) DEUS (Gn 1:1);


    3) SENHOR DOS EXÉRCITOS (Jr 33:11);


    4) Pai (Is 63:16; Mt 6:8-9);


    5) SENHOR (propriamente dito - Sl 114:7);


    6) SANTO de ISRAEL (Is 1:4);


    7) ALTÍSSIMO (Gn 14:18);


    8) Todo-poderoso (Gn 49:25; 2Co 6:18);


    9) Deus Vivo (Os 1:10; 1Ts 1:9);


    10) Rei (Sl 24; 1Tm 6:15);


    11) Rocha (Dt 32:18; Is 30:29);


    12) REDENTOR (19:25);


    13) SALVADOR (Sl 106:21; Lc 1:47);


    14) Juiz (Gn 18:25; 2Tm 4:8);


    15) O Poderoso (Gn 49:24, RA; RC, Valente);


    16) O PRIMEIRO E O ÚLTIMO (Ap 22:13);


    17) ETERNO DEUS (Is 40:28);


    18) Pastor (Gn 49:24);


    19) ANCIÃO DE DIAS (Dn 7:9);


    20) O Deus de BETEL (Gn 31:13);


    21) O Deus Que Vê (Gn 16:13).


    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.


    i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador.
    (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8).
    (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael).
    (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel.
    (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel.
    (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética.
    (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13Mt 3:17).
    ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto.
    (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir.
    (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda.
    (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1At 17:24Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado.
    (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra:
    (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16).
    (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença.
    iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)

    Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.

    substantivo masculino O ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito.
    Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem.
    Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo.
    Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza.
    Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe.
    Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
    Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina.
    Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.

    Homem

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    substantivo masculino Indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio.
    Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem.
    Pessoa do sexo masculino.
    Esposo, marido, companheiro.
    A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento.
    Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.

    As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são :
    (1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus.
    (2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino.
    (3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais.
    (4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são
    (1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura –
    (2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.

    O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27

    O homem compõe-se de corpo e espírito [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3

    H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir.
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6

    O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•

    Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito.
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•

    O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18

    [...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término.
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2

    [...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...]
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1

    O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza.
    Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2

    Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21

    [...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade!
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4

    Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade

    Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12

    [...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...].
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15

    Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...]
    Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1

    [...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo.
    Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro

    O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39

    Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta.
    Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -

    [...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9

    [...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2

    Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...]
    Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3

    [...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade.
    Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa

    [...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17

    Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20

    O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16

    O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22

    [...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7

    [...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...]
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável

    [...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...]
    Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2

    [...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão

    Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...].
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão

    [...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil.
    Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32

    [...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21

    [...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23

    [...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...].
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8

    [...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...]
    Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10

    [...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro.
    Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3

    O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude

    [...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37

    Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...]
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7

    [...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...].
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12

    [...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    [...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15

    O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor

    No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro

    Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30

    [...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4

    Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9

    O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde

    Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29

    Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12

    Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte

    O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13

    Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3

    O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo

    Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133

    [...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46


    Homem
    1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26);
    v. IMAGEM DE DEUS).

    2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).

    4) Ser humano na idade adulta (1Co 13:11).

    5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).

    6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”

    Homens

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    masc. pl. de homem

    ho·mem
    (latim homo, -inis)
    nome masculino

    1. [Biologia] Mamífero primata, bípede, do género Homo, em particular da espécie Homo sapiens, que se caracteriza pela postura erecta, mãos preênseis, inteligência superior, capacidade de fala e que é considerado o tipo do género humano (ex.: o aparecimento do homem na Terra ocorreu há milhares de anos).

    2. Humanidade; espécie humana (ex.: desastres ambientais causados pelo homem; a guerra é própria do homem). (Também se escreve com maiúscula inicial.)

    3. Ser humano do sexo masculino ou do género masculino (ex.: só teve filhos homens; o homem pode produzir espermatozóides a partir da puberdade; homem transgénero).

    5. Pessoa do sexo ou género masculino depois da adolescência (ex.: está um bonito homem). = HOMEM-FEITO

    6. Pessoa do sexo ou género masculino casada com outra pessoa, em relação a esta (ex.: o homem divorciou-se da mulher). = CÔNJUGE, ESPOSO, MARIDO

    7. Pessoa do sexo ou género masculino com quem se mantém uma relação sentimental e/ou sexual (ex.: conheci o meu homem na universidade e estamos juntos até hoje). = COMPANHEIRO, PARCEIRO

    8. Conjunto das pessoas do sexo ou género masculino (ex.: estudo revela que o suicídio é mais violento no homem do que na mulher; que representações sociais se fazem do homem na publicidade?).

    9. Pessoa que faz parte de uma equipa ao serviço de alguém ou de alguma instituição (ex.: os bombeiros têm cerca de 100 homens no terreno; prevê-se o envio de mais homens para controlar a situação na fronteira). (Mais usado no plural.)

    adjectivo de dois géneros
    adjetivo de dois géneros

    10. Que tem qualidades ou atributos considerados tipicamente masculinos (ex.: ele é muito homem).


    abominável homem das neves
    Criatura lendária dos Himalaias, peluda e de formas humanas. = YETI

    de homem para homem
    Entre homens, com sinceridade e de modo directo (ex.: conversar de homem para homem; diálogo de homem para homem).

    homem de armas
    Figurado Aquele que é corajoso, destemido, que enfrenta com força e ânimo as adversidades (ex.: o avô era um homem de armas e desistir não era opção). = LUTADOR

    Antigo Guerreiro, soldado (ex.: os besteiros e os homens de armas defenderam o castelo).

    homem de Deus
    Figurado O que é bondoso, piedoso.

    [Informal, Figurado] Locução, usada geralmente de forma vocativa, para exprimir impaciência ou espanto (ex.: quem é que fez isso, homem de Deus?).

    homem de Estado
    [Política] Aquele que governa com competência, empenho e conhecimento dos assuntos políticos (ex.: o arquivo documenta a vida de um dos maiores homens de Estado). = ESTADISTA

    homem de lei(s)
    Aquele que é especialista em leis. = ADVOGADO, LEGISTA

    homem de letras
    Literato, escritor.

    homem de mão
    Pessoa que está a serviço de outrem, geralmente para executar tarefas ilegais ou duvidosas (ex.: a investigação descobriu vários homens de mão do banqueiro agora acusado).

    homem de Neandertal
    [Antropologia] Primata antropóide do paleolítico médio, que surgiu na Europa e na Ásia, caracterizado por grande volume cerebral. = NEANDERTAL

    homem de negócios
    Aquele que se dedica profissionalmente a actividades empresariais ou comerciais, gerindo o seu negócio ou o de outrem. = EMPRESÁRIO

    homem de palha
    [Depreciativo] Homem fraco ou sem préstimo, física ou moralmente.

    homem de partido
    [Política] Aquele que participa activamente na vida e nas decisões do grupo político a que pertence (ex.: militante desde jovem, é um homem de partido há várias décadas).

    homem de pé
    Peão.

    homem público
    Aquele que desempenha funções de interesse público, sobretudo na política ou na administração de um Estado ou de um país (ex.: fez carreira como homem público).

    Plural: homens.

    Jesus

    Salvador. – É a forma grega do nome Josué, o filho de Num. Assim em At 7:45Hb 4:8. – Em Cl 4:11 escreve S. Paulo afetuosamente de ‘Jesus, conhecido por Justo’. Este Jesus, um cristão, foi um dos cooperadores do Apóstolo em Roma, e bastante o animou nas suas provações. (*veja José.)

    Não há dúvida de que Jesus é o mensageiro divino enviado aos homens J J para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 10, it• 18

    [...] Segundo definição dada por um Espírito, ele era médium de Deus.
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 2

    [...] o pão de Deus é aquele que desceu do Céu e que dá vida ao mundo. [...] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome e aquele que em mim crê não terá sede. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 15, it• 50

    [...] o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo. [...]
    Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 625

    [...] é filho de Deus, como todas as criaturas [...].
    Referencia: KARDEC, Allan• Obras póstumas• Traduzida da 1a ed• francesa por Guillon Ribeiro• 37a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, O filho de Deus e o filho do homem

    Jesus foi um Revelador de primeira plana, não porque haja trazido ao mundo, pela primeira vez, uma parcela da Verdade Suprema, mas pela forma de revestir essa Verdade, colocando-a ao alcance de todas as almas, e por ser também um dos mais excelsos Espíritos, para não dizer o primeiro em elevação e perfeição, de quantos têm descido à Terra, cujo governador supremo é Ele.
    Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Pról•

    Jesus Cristo é a paz – é a mansidão – é a justiça – é o amor – é a doçura – é a tolerância – é o perdão – é a luz – é a liberdade – é a palavra de Deus – é o sacrifício pelos outros [...].
    Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 8

    Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na Terra. Jesus não é Deus. Jesus foi um agênere.
    Referencia: ANJOS, Luciano dos e MIRANDA, Hermínio C•• Crônicas de um e de outro: de Kennedy ao homem artificial• Prefácio de Abelardo Idalgo Magalhães• Rio de Janeiro: FEB, 1975• - cap• 71

    Jesus é o centro divino da verdade e do amor, em torno do qual gravitamos e progredimos.
    Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 24

    Jesus é o protótipo da bondade e da sabedoria conjugadas e desenvolvidas em grau máximo. [...]
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Heliotropismo espiritual

    Jesus Cristo é o Príncipe da Paz.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• O Sermão da Montanha• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Bem-aventurados os pacificadores•••

    [...] conquanto não seja Deus, e sim um Espírito sublimado, Jesus Cristo é o governador de nosso planeta, a cujos destinos preside desde a sua formação. Tudo (na Terra) foi feito por Ele, e, nada do que tem sido feito, foi feito sem Ele diz-nos João 3:1.[...] autêntico Redentor da Huma-nidade.
    Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 1

    Jesus, pois, é um desses Espíritos diretores e protetores de mundos, e a missão de dirigir a nossa Terra, com o concurso de outros Espíritos subordinados em pureza à sua pureza por excelência, lhe foi outorgada, como um prêmio à sua perfeição imaculada, em épocas que se perdem nas eternidades do passado. [...]
    Referencia: CIRNE, Leopoldo• A personalidade de Jesus• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Jesus nos Evangelhos

    [...] espírito poderoso, divino missionário, médium inspirado. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2

    J [...] é, positivamente, a pedra angular do Cristianismo, a alma da nova revelação. Ele constitui toda a sua originalidade.
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 3

    [...] era um divino missionário, dotado de poderosas faculdades, um médium incomparável. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    [...] é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Conclusão

    [...] Espírito protetor da Terra, anjo tutelar desse planeta, grande sacerdote da verdadeira religião.
    Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 29

    Jesus é o Mestre por excelência: ofereceu-se-nos por amor, ensinou até o último instante, fez-se o exemplo permanente aos nossos corações e nos paroxismos da dor, pregado ao madeiro ignominioso, perdoou-nos as defecções de maus aprendizes.
    Referencia: EVANGELIZAÇÃO espírita da infância e da juventude na opinião dos Espíritos (A)• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1986• Separata do Reformador de out• 82• - q• 5

    Jesus é nosso Irmão porque é filho de Deus como nós; e é nosso Mestre porque sabe mais que nós e veio ao mundo nos ensinar.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    [...] é chamado Jesus, o Cristo, porque Cristo quer dizer o enviado de Deus.
    Referencia: FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA• Departamento de Infância e Juventude• Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil• 2a ed• Rio de Janeiro, 1998• - cap• 4

    Jesus é o exemplo máximo dessa entrega a Deus, lição viva e incorruptível de amor em relação à Humanidade. Mergulhou no corpo físico e dominou-o totalmente com o seu pensamento, utilizando-o para exemplificar o poder de Deus em relação a todas as criaturas, tornando-se-lhe o Médium por excelência, na condição de Cristo que o conduziu e o inspirava em todos os pensamentos e atos. Sempre com a mente alerta às falaciosas condutas farisaicas e às circunstâncias difíceis que enfrentava, manteve-se sempre carinhoso com as massas e os poderosos, sem manter-se melífluo ou piegas com os infelizes ou subalterno e submisso aos dominadores de um dia... Profundo conhecedor da natureza humana sabia acioná-la, despertando os sentimentos mais profundos e comandando os pensamentos no rumo do excelso Bem. Vencedor da morte, que o não assustava, é o exemplo máximo de vida eterna, concitando-nos a todos a seguir-lhe as pegadas.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Corpo e mente

    Jesus, embora incompreendido no seu tempo, venceu a História, ultrapassou todas as épocas, encontrando-se instalado no mundo e em milhões de mentes e corações que o aceitam, o amam e tentam segui-lo. O sofrimento que experimentou não o afligiu nem o turbou, antes foi amado e ultrapassado, tornando-se mais do que um símbolo, a fiel demonstração de que no mundo somente teremos aflições.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O sofrimento

    Jesus de Nazaré jamais desprezou ou subestimou as dádivas relevantes do abençoado planeta, nunca se recusando J J à convivência social, religiosa, humana... Participou das bodas em Caná, freqüentou a Sinagoga e o Templo de Jerusalém, aceitou a entrevista com Nicodemos, o almoço na residência de Simão, o leproso, bem como hospedou-se com Zaqueu, o chefe dos publicanos, escandalizando a todos, conviveu com os pobres, os enfermos, os infelizes, mas também foi gentil com todos aqueles que o buscavam, a começar pelo centurião, que lhe fora rogar ajuda para o criado enfermo, jamais fugindo da convivência de todos quantos para os quais viera... Abençoou criancinhas buliçosas, dialogou com a mulher da Samaria, desprezada, com a adúltera que seguia para a lapidação, libertando-a, participou da saudável convivência de Lázaro e suas irmãs em Betânia, aceitou a gentileza da Verônica na via crucis, quando lhe enxugou o suor de sangue... Jesus tipificou o ser social e humano por excelência, portador de fé inquebrantável, que o sustentou no momento do sacrifício da própria vida, tornando-se, em todos os passos, o Homem incomparável. Jamais agrediu o mundo e suas heranças, suas prisões emocionais e paixões servis, seus campeonatos de insensatez, sua crueldade, sua hediondez em alguns momentos, por saber que as ocorrências resultavam da inferioridade moral dos seus habitantes antes que deles mesmos. Apesar dessa conduta, demonstrou a superioridade do Reino de Deus, porque, permanente, causal e posterior ao périplo carnal, convidando os homens e as mulheres de pensamento, os que se encontravam saturados e sem roteiro, os sofridos e atormentados à opção libertadora e feliz.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Aflições do mundo

    [...] é o Médico Divino e a sua Doutrina é o medicamento eficaz de que nos podemos utilizar com resultados imediatos.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 23

    Jesus é ainda e sempre a nossa lição viva, o nosso exemplo perene. Busquemo-lo!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5

    [...] Jesus é o amor inexaurível: não persegue: ama; não tortura: renova; não desespera: apascenta! [...] é a expressão do amor e sua não-violência oferece a confiança que agiganta aqueles que o seguem em extensão de devotamento.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10

    [...] é a nossa porta: atravessemo-la, seguindo-lhe as pegadas ...
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Nos bastidores da obsessão• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16

    [...] Jesus na manjedoura é um poema de amor falando às belezas da vida; Jesus na cruz é um poema de dor falando sobre as grandezas da Eternidade.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 2

    [...] é a Vida em alta expressão de realidade, falando a todos os seres do mundo, incessantemente!... Sua lição inesquecível representa incentivo urgente que não podemos deixar de aplicar em nosso dia-a-dia redentor.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1

    J [...] é o guia divino: busque-o!
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 3, cap• 5

    [...] é a Verdade e a Justiça, a que todos nós aspiramos!
    Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7, cap• 13

    [...] é sempre a verdade consoladora no coração dos homens. Ele é a claridade que as criaturas humanas ainda não puderam fitar e nem conseguiram compreender. [...]
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho

    De todos os Evangelhos se evola uma onda de perfume balsâmico e santificador a denunciar a passagem gloriosa e solene de um Arauto da paz e da felicidade no Além.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Veracidade dos Evangelhos

    [...] O Messias, o Príncipe da vida, o Salvador do mundo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Interpretação subjetiva

    [...] cognominado pelo povo de Grande profeta e tratado pelos seus discípulos como filho de Deus.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Identidade de Jesus

    [...] o instrutor geral, o chefe da escola universal em todas as épocas.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Supremacia de Jesus

    [...] O Consolador, O Espírito de Verdade a dirigir o movimento científico por todo o globo.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Materializações

    Paulo, que se tornou cristão, por ter visto Jesus em Espírito e dele ter recebido a Revelação, diz que Jesus, o Cristo, é a imagem da Substância de Deus, o Primogênito de Deus (o texto grego diz: a imagem de Deus invisível e o primeiro concebido de toda a Criação) – o que não quer dizer que este primeiro concebido, seja idêntico fisiologicamente ao homem terrestre.
    Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Natureza de Jesus

    [...] é, ao mesmo tempo, a pureza que ama e o amor que purifica.
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 22a efusão

    [...] foi o mais santo, o mais elevado, o mais delicado Espírito encarnado no corpo mais bem organizado que já existiu. [...]
    Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 23a efusão

    Espírito da mais alta hierarquia divina, Jesus, conhecedor de leis científicas ainda não desvendadas aos homens, mas, de aplicação corrente em mundos mais adiantados, formou o seu próprio corpo com os fluidos que julgou apropriados, operando uma materialilização muitíssimo mais perfeita que aquelas de que nos falam as Escrituras e do que as que os homens já pudemos presenciar em nossas experiências no campo do psiquismo.
    Referencia: MÍNIMUS• Os milagres de Jesus: historietas para a infância• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1983• - cap• 1

    Jesus é o amigo supremo, em categoria especial, com quem nenhum outro pode ser confrontado. [...]
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 4

    [...] o caminho, a verdade e a vida, e é por ele que chegaremos ao divino estado da pureza espiritual. Esse é o mecanismo da salvação, da justificação, da predestinação.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• As marcas do Cristo• Rio de Janeiro: FEB, 1979• 2 v• - v• 1, cap• 5

    esus – ensina Agasha – foi um exemplo vivo do que pregava. Ensinou aos homens a amarem-se uns aos outros, mas também ensinou que os homens haveriam de cometer muitos enganos e que Deus não os condenaria, mas lhe daria outras oportunidades para aprenderem.
    Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 4

    Jesus Cristo, o mais sábio dos professores que o mundo já conheceu e o mais compassivo dos médicos que a Humanidade já viu, desde o princípio, permanece como divina sugestão àqueles que, no jornadear terrestre, ocupam a cátedra ou consagram a vida ao santo labor dos hospitais.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 22

    Se lhe chamamos Senhor e Mestre, Divino Amigo e Redentor da Humanidade, Sol de nossas vidas e Advogado de nossos destinos, por um dever de consciência devemos afeiçoar o nosso coração e conjugar o nosso esforço no devotamento à vinha que por Ele nos foi confiada.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando a mediunidade• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 45

    Sendo o Pão da Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era, por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera. [...] A palavra do Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos evolutivos da Humanidade.
    Referencia: PERALVA, Martins• Estudando o Evangelho• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 11

    [...] o Verbo, que se fez carne e habitou entre nós.
    Referencia: PERALVA, Martins• Mediunidade e evolução• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1987• - cap• 45

    Jesus, evidentemente, é o amor semfronteiras, que a todos envolve e fascina,ampara e magnetiza.O pão da vida, a luz do mundo, o guiasupremo.
    Referencia: PERALVA, Martins• O pensamento de Emmanuel• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - Introd•

    [...] é o mais alto expoente de evolução espiritual que podemos imaginar [...].
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 2

    Nem homem, nem Deus, [...] mas, Espírito puro e não falido, um, na verdade, com o Pai, porque dele médium, isto é, veículo do pensamento e da vontade divinos, e, conseguintemente, conhecedor das leis que regem a vida moral e material neste e noutros planetas, ou seja, daquelas muitas moradas de que falava.
    Referencia: QUINTÃO, Manuel• O Cristo de Deus: resposta ao “Jesus de Nazaret” de H• Rivereto• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1979• - cap• 5

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, o fundador, o protetor, o governador do planeta terreno [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Espírito fundador, protetor e governador do mundo terrestre, a cuja formação presidiu, tendo, na qualidade de representante e delegado de Deus, plenos poderes, no céu, e na Terra, sobre todos os Espíritos que nesta encarnam [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] como filho, Ele, Jesus, não é Deus e sim Espírito criado por Deus e Espírito protetor e governador do planeta J terreno, tendo recebido de Deus todo o poder sobre os homens, a fim de os levar à perfeição; que foi e é, entre estes, um enviado de Deus e que aquele poder lhe foi dado com esse objetivo, com esse fim.
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] puro Espírito, um Espírito de pureza perfeita e imaculada, que, na santidade e na inocência, sem nunca haver falido, conquistou a perfeição e foi por Deus instituído fundador, protetor e governador da Terra [...].
    Referencia: RIBEIRO, Guillon• Jesus, nem Deus nem homem: Sua posição espiritual com relação a Deus e aos homens• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1978• -

    [...] Para S. Paulo, Jesus é um ser misterioso, sem pai, sem mãe, sem genealogia, que se manifesta aos homens como a encarnação duma divindade, para cumprir um grande sacrifício expiatório [...]. [...] Jesus Cristo é, realmente, aquele de quem disse o apóstolo Paulo: que proviera do mesmo princípio que os homens; e eis por que lhes chamava seus irmãos, porque é santo, inocente (innocens), sem mácula (impollutus), apartado dos pecadores (segregatus a peccatoribus) e perfeito por todo o sempre [...]. [...] Jesus a imagem, o caráter da substância de Deus, o qual não tendo querido hóstia, nem oblação, lhe formara um corpo para entrar no mundo; que Jesus era (nesse corpo e com esse corpo) “um espirito vivificante”.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    Jesus é um Espírito que, puro na fase da inocência e da ignorância, na da infância e da instrução, sempre dócil aos que tinham o encargo de o guiar e desenvolver, seguiu simples e gradualmente a diretriz que lhe era indicada para progredir; que, não tendo falido nunca, se conservou puro, atingiu a perfeição sideral e se tornou Espírito de pureza perfeita e imaculada. Jesus [...] é a maior essência espiritual depois de Deus, mas não é a única. É um Espírito do número desses aos quais, usando das expressões humanas, se poderia dizer que compõem a guarda de honra do Rei dos Céus. Presidiu à formação do vosso planeta, investido por Deus na missão de o proteger e o governar, e o governa do alto dos esplendores celestes como Espírito de pureza primitiva, perfeita e imaculada, que nunca faliu e infalível por se achar em relação direta com a divindade. É vosso e nosso Mestre, diretor da falange sagrada e inumerável dos Espíritos prepostos ao progresso da Terra e da humanidade terrena e é quem vos há de levar à perfeição.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 1

    [...] Jesus é a ressurreição e a vida porque somente pela prática da moral que Ele pregou e da qual seus ensinos e exemplos o fazem a personificação, é que o Espírito chega a se libertar da morte espiritual, assim na erraticidade, como na condição de encamado.
    Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4

    Eu sou a porta; aquele que entrar por mim será salvo, disse Jesus (João 10:9). Por ser o conjunto de todas as perfeições, Jesus se apresentou como a personificação da porta estreita, a fim de que, por uma imagem objetiva, melhor os homens compreendessem o que significa J J entrar por essa porta, para alcançar a vida eterna.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] é o médico das almas [...] capaz de curá-las todas do pecado que as enferma, causando-lhes males atrozes. Portador ao mundo e distribuidor do divino perdão, base da sua medicina, Ele muda a enfermidade em saúde, transformando a morte em vida, que é a salvação.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    [...] como governador, diretor e protetor do nosso planeta, a cuja formação presidiu, missão que por si só indica a grandeza excelsa do seu Espírito, tinha, por efeito dessa excelsitude, o conhecimento de todos os fluidos e o poder de utilizá-los conforme entendesse, de acordo com as leis naturais que lhes regem as combinações e aplicações.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus é servo e bem-amado de Deus, pela sua qualidade de Espírito puro e perfeito. Deus o elegeu, quando o constituiu protetor e governador do nosso planeta. Nele se compraz, desde que o tornou partícipe do seu poder, da sua justiça e da sua misericórdia; e faz que seu Espírito sobre ele constantemente pouse, transmitindo-lhe diretamente a inspiração, com o mantê-lo em perene comunicação consigo.
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus personifica a moral, a lei de amor que pregou aos homens, pela palavra e pelo exemplo; personifica a doutrina que ensinou e que, sob o véu da letra, é a fórmula das verdades eternas, doutrina que, como Ele próprio o disse, não é sua, mas daquele que o enviou. Ele é a pedra angular. [...]
    Referencia: SAYÃO, Antônio Luiz• (Comp•) Elucidações Evangélicas• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -

    Jesus era o amor sem termo; Jesus era a caridade, Jesus era a tolerância! Ele procurava sempre persuadir os seus irmãos da Terra e nunca vencê-los pela força do seu poder, que, no entanto, o tinha em superabundância! Ora banqueteando-se com Simão, o publicano, ora pedindo água à mulher samaritana, repudiada dos judeus, ele revelava-se o Espírito amante da conciliação, a alma disposta aos sentimentos da verdadeira fraternidade, não distinguindo hereges ou gentios!
    Referencia: SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da• Jesus perante a cristandade• Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio• Org• por Pedro Luiz de Oliveira Sayão• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6

    Sendo Jesus a personificação do Bem Supremo, é natural que busquemos elegê-lo por padrão de nossa conduta.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Mudança imperiosa

    Carta viva de Deus, Jesus transmitiu nas ações de todos os momentos a Grande Mensagem, e em sua vida, mais que em seus ensinamentos, ela está presente.
    Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Natal

    Jesus não é um instituidor de dogmas, um criador de símbolos; é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor. [...]
    Referencia: SOARES, Sílvio Brito• Páginas de Léon Denis• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Cristianismo e Espiritismo

    [...] é a pedra angular de uma doutrina que encerra verdades eternas, desveladas parcialmente antes e depois de sua passagem pela Terra.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 19

    J Jesus é chamado o Justo, por encarnar em grau máximo, o Amor e a Justiça, em exemplificação para toda a Humanidade.
    Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 17

    [...] encontramos em Jesus o maior psicólogo de todos os tempos [...].
    Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A mensagem matinal

    Jesus é a manifestação mais perfeita de Deus, que o mundo conhece. Seu Espírito puro e amorável permitiu que, através dele, Deus se fizesse perfeitamente visível à Humanidade. Esse o motivo por que ele próprio se dizia – filho de Deus e filho do Homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O filho do homem

    Jesus é a luz do mundo, é o sol espiritual do nosso orbe. Quem o segue não andará em trevas. [...]
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Fiat-lux

    Jesus é a história viva do homem.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Jesus e a história

    [...] é a única obra de Deus inteiramente acabada que o mundo conhece: é o Unigênito. Jesus é o arquétipo da perfeição: é o plano divino já consumado. É o Verbo que serve de paradigma para a conjugação de todos os verbos.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O Verbo Divino

    [...] é o Cristo, isto é, o ungido, o escolhido, Filho de Deus vivo.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2

    Jesus foi o maior educador que o mundo conheceu e conhecerá. Remir ou libertar só se consegue educando. Jesus acredita va piamente na redenção do ímpio. O sacrifício do Gólgota é a prova deste asserto. Conhecedor da natureza humana em suas mais íntimas particularidades, Jesus sabia que o trabalho da redenção se resume em acordar a divindade oculta na psiquê humana.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 8

    [...] Jesus é o Mestre excelso, o educador incomparável.
    Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 9

    [...] é o Cordeiro de Deus, que veio arrancar o mundo do erro e do pecado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cinqüenta Anos depois: episódios da História do Cristianismo no século II• Espírito Emmanuel• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 1, cap• 2

    [...] é a Luz do Princípio e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é a fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. [...] é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•

    [Da] Comunidade de seres angélicos e perfeitos [...] é Jesus um dos membros divinos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 1

    É sempre o Excelso Rei do amor que nunca morre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 18

    [...] o maior embaixador do Céu para a Terra foi igualmente criança.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Antologia mediúnica do Natal• Por diversos Espíritos• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1982• - cap• 23

    Jesus é também o amor que espera sempre [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ave, Cristo! Episódios da história do Cristianismo no século III• Pelo Espírito Emmanuel• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 6

    J J [...] é a luminosidade tocante de todos os corações. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 13

    [...] é a suprema personificação de toda a misericórdia e de toda a justiça [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho• Pelo Espírito Humberto de Campos• 30a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 30

    [...] é sempre a fonte dos ensinamentos vivos [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6

    [...] é a única porta de verdadeira libertação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 178

    [...] o Sociólogo Divino do Mundo [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 32

    Jesus é o semeador da terra, e a Humanidade é a lavoura de Deus em suas mãos.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 50

    Como é confortador pensar que o Divino Mestre não é uma figura distanciada nos confins do Universo e sim o amigo forte e invisível que nos acolhe com sua justiça misericordiosa, por mais duros que sejam nossos sofrimentos e nossos obstáculos interiores.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o mentor sublime de todos os séculos, ensinando com abnegação, em cada hora, a lição do sacrifício e da humildade, da confiança e da renúncia, por abençoado roteiro de elevação da Humanidade inteira.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] é o amor de braços abertos, convidando-nos a atender e servir, perdoar e ajudar, hoje e sempre.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o trabalhador divino, de pá nas mãos, limpando a eira do mundo.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o lapidário do Céu, a quem Deus, Nosso Pai, nos confiou os corações.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Guarda em tudo, por modelo, / Aquele Mestre dos mestres, / Que é o amor de todo o amor / Na luz das luzes terrestres.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Jesus é o salário da elevação maior.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    [...] o Cristo de Deus, sob qualquer ângulo em que seja visto, é e será sempre o excelso modelo da Humanidade, mas, a pouco e pouco, o homem compreenderá que, se precisamos de Jesus sentido e crido, não podemos dispensar Jesus compreendido e aplicado. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Estante da vida• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22

    [...] Tratava-se de um homem ainda moço, que deixava transparecer nos olhos, profundamente misericordiosos, uma beleza suave e indefinível. Longos e sedosos cabelos molduravam-lhe o semblante compassivo, como se fossem fios castanhos, levemente dourados por luz desconhecida. Sorriso divino, revelando ao mesmo tempo bondade imensa e singular energia, irradiava da sua melancólica e majestosa figura uma fascinação irresistível.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 5

    [...] é a misericórdia de todos os que sofrem [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, cap• 1

    [...] é o doador da sublimação para a vida imperecível. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1

    Jesus é o nosso caminho permanente para o Divino Amor.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 25

    J Jesus, em sua passagem pelo planeta, foi a sublimação individualizada do magnetismo pessoal, em sua expressão substancialmente divina. As criaturas disputavam-lhe o encanto da presença, as multidões seguiam-lhe os passos, tocadas de singular admiração. Quase toda gente buscava tocar-lhe a vestidura. Dele emanavam irradiações de amor que neutralizavam moléstias recalcitrantes. Produzia o Mestre, espontaneamente, o clima de paz que alcançava quantos lhe gozavam a companhia.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 110

    [...] é a fonte do conforto e da doçura supremos. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 2, cap• 3

    Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança dele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 86

    [...] é a verdade sublime e reveladora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 175

    Jesus é o ministro do absoluto, junto às coletividades que progridem nos círculos terrestres [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Jesus é o coração do Evangelho. O que de melhor existe, no caminho para Deus, gira em torno dele. [...]
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 36

    [...] sigamos a Jesus, o excelso timoneiro, acompanhando a marcha gloriosa de suor e de luta em que porfiam incan savelmente os nossos benfeitores abnegados – os Espíritos de Escol.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 86

    [...] excelso condutor de nosso mundo, em cujo infinito amor estamos construindo o Reino de Deus em nós.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92


    Jesus 1. Vida. Não podemos entender os evangelhos como biografia no sentido historiográfico contemporâneo, mas eles se harmonizam — principalmente no caso de Lucas — com os padrões historiográficos de sua época e devem ser considerados como fontes históricas. No conjunto, apresentam um retrato coerente de Jesus e nos proporcionam um número considerável de dados que permitem reconstruir historicamente seu ensinamento e sua vida pública.

    O nascimento de Jesus pode ser situado pouco antes da morte de Herodes, o Grande (4 a.C.) (Mt 2:1ss.). Jesus nasceu em Belém (alguns autores preferem apontar Nazaré como sua cidade natal) e os dados que os evangelhos oferecem em relação à sua ascendência davídica devem ser tomados como certos (D. Flusser, f. f. Bruce, R. E. Brown, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que seja de um ramo secundário. Boa prova dessa afirmação: quando o imperador romano Domiciano decidiu acabar com os descendentes do rei Davi, prendeu também alguns familiares de Jesus. Exilada sua família para o Egito (um dado mencionado também no Talmude e em outras fontes judaicas), esta regressou à Palestina após a morte de Herodes, mas, temerosa de Arquelau, fixou residência em Nazaré, onde se manteria durante os anos seguintes (Mt 2:22-23).

    Exceto um breve relato em Lc 2:21ss., não existem referências a Jesus até os seus trinta anos. Nessa época, foi batizado por João Batista (Mt 3 e par.), que Lucas considera parente próximo de Jesus (Lc 1:39ss.). Durante seu Batismo, Jesus teve uma experiência que confirmou sua autoconsciência de filiação divina e messianidade (J. Klausner, D. Flusser, J. Jeremias, J. H. Charlesworth, m. Hengel etc.). De fato, no quadro atual das investigações (1995), a tendência majoritária dos investigadores é aceitar que, efetivamernte, Jesus viu a si mesmo como Filho de Deus — num sentido especial e diferente do de qualquer outro ser — e messias. Sustentada por alguns neobultmanianos e outros autores, a tese de que Jesus não empregou títulos para referir-se a si mesmo é — em termos meramente históricos — absolutamente indefendível e carente de base como têm manifestado os estudos mais recentes (R. Leivestadt, J. H. Charlesworth, m. Hengel, D. Guthrie, f. f. Bruce, I. H. Marshall, J. Jeremias, C. Vidal Manzanares etc.).

    Quanto à sua percepção de messianidade, pelo menos a partir dos estudos de T. W. Manson, pouca dúvida existe de que esta foi compreendida, vivida e expressada por Jesus na qualidade de Servo de Yahveh (Mt 3:16 e par.) e de Filho do homem (no mesmo sentido, f. f. Bruce, R. Leivestadt, m. Hengel, J. H. Charlesworth, J. Jeremias 1. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.). É possível também que essa autoconsciência seja anterior ao batismo. Os sinóticos — e subentendido em João — fazem referência a um período de tentação diabólica que Jesus experimentou depois do batismo (Mt 4:1ss. e par.) e durante o qual se delineara plenamente seu perfil messiânico (J. Jeremias, D. Flusser, C. Vidal Manzanares, J. Driver etc.), rejeitando os padrões políticos (os reinos da terra), meramente sociais (as pedras convertidas em pão) ou espetaculares (lançar-se do alto do Templo) desse messianismo. Esse período de tentação corresponde, sem dúvida, a uma experiência histórica — talvez relatada por Jesus a seus discípulos — que se repetiria, vez ou outra, depois do início de seu ministério. Após esse episódio, iniciou-se a primeira etapa do ministério de Jesus, que transcorreu principalmente na Galiléia, com breves incursões por território pagão e pela Samaria. O centro da pregação consistiu em chamar “as ovelhas perdidas de Israel”; contudo, Jesus manteve contatos com pagãos e até mesmo chegou a afirmar não somente que a fé de um deles era a maior que encontrara em Israel, mas que também chegaria o dia em que muitos como ele se sentariam no Reino com os patriarcas (Mt 8:5-13; Lc 7:1-10). Durante esse período, Jesus realizou uma série de milagres (especialmente curas e expulsão de demônios), confirmados pelas fontes hostis do Talmude. Mais uma vez, a tendência generalizada entre os historiadores atualmente é a de considerar que pelo menos alguns deles relatados nos evangelhos aconteceram de fato (J. Klausner, m. Smith, J. H. Charlesworth, C. Vidal Manzanares etc.) e, naturalmente, o tipo de narrativa que os descreve aponta a sua autencidade.

    Nessa mesma época, Jesus começou a pregar uma mensagem radical — muitas vezes expressa em parábolas — que chocava com as interpretações de alguns setores do judaísmo, mas não com a sua essência (Mt 5:7). No geral, o período concluiu com um fracasso (Mt 11:20ss.). Os irmãos de Jesus não creram nele (Jo 7:1-5) e, com sua mãe, pretendiam afastá-lo de sua missão (Mc 3:31ss. e par.). Pior ainda reagiram seus conterrâneos (Mt 13:55ss.) porque a sua pregação centrava-se na necessidade de conversão ou mudança de vida em razão do Reino, e Jesus pronunciava terríveis advertências às graves conseqüências que viriam por recusarem a mensagem divina, negando-se terminantemente em tornar-se um messias político (Mt 11:20ss.; Jo 6:15).

    O ministério na Galiléia — durante o qual subiu várias vezes a Jerusalém para as festas judaicas, narradas principalmente no evangelho de João — foi seguido por um ministério de passagem pela Peréia (narrado quase que exclusivamente por Lucas) e a última descida a Jerusalém (seguramente em 30 d.C.; menos possível em 33 ou 36 d.C.), onde aconteceu sua entrada em meio do entusiasmo de bom número de peregrinos que lá estavam para celebrar a Páscoa e que relacionaram o episódio com a profecia messiânica de Zc 9:9ss. Pouco antes, Jesus vivera uma experiência — à qual convencionalmente se denomina Transfiguração — que lhe confirmou a idéia de descer a Jerusalém. Nos anos 30 do presente século, R. Bultmann pretendeu explicar esse acontecimento como uma projeção retroativa de uma experiência pós-pascal. O certo é que essa tese é inadmissível — hoje, poucos a sustentariam — e o mais lógico, é aceitar a historicidade do fato (D. Flusser, W. L. Liefeld, H. Baltensweiler, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.) como um momento relevante na determinação da autoconsciência de Jesus. Neste, como em outros aspectos, as teses de R. Bultmann parecem confirmar as palavras de R. H. Charlesworth e outros autores, que o consideram um obstáculo na investigação sobre o Jesus histórico.

    Contra o que às vezes se afirma, é impossível questionar o fato de Jesus saber que morreria violentamente. Realmente, quase todos os historiadores hoje consideram que Jesus esperava que assim aconteceria e assim o comunicou a seus discípulos mais próximos (m. Hengel, J. Jeremias, R. H. Charlesworth, H. Schürmann, D. Guthrie, D. Flusser, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc). Sua consciência de ser o Servo do Senhor, do qual se fala em Is 53 (Mc 10:43-45), ou a menção ao seu iminente sepultamento (Mt 26:12) são apenas alguns dos argumentos que nos obrigam a chegar a essa conclusão.

    Quando Jesus entrou em Jerusalém durante a última semana de sua vida, já sabia da oposição que lhe faria um amplo setor das autoridades religiosas judias, que consideravam sua morte uma saída aceitável e até desejável (Jo 11:47ss.), e que não viram, com agrado, a popularidade de Jesus entre os presentes à festa. Durante alguns dias, Jesus foi examinado por diversas pessoas, com a intenção de pegá-lo em falta ou talvez somente para assegurar seu destino final (Mt 22:15ss. E par.) Nessa época — e possivelmente já o fizesse antes —, Jesus pronunciou profecias relativas à destruição do Templo de Jerusalém, cumpridas no ano 70 d.C. Durante a primeira metade deste século, alguns autores consideraram que Jesus jamais anunciara a destruição do Templo e que as mencionadas profecias não passavam de um “vaticinium ex eventu”. Hoje em dia, ao contrário, existe um considerável número de pesquisadores que admite que essas profecias foram mesmo pronunciadas por Jesus (D. Aune, C. Rowland, R. H. Charlesworth, m. Hengel, f. f. Bruce, D. Guthrie, I. H. Marshall, C. Vidal Manzanares etc.) e que o relato delas apresentado pelos sinóticos — como já destacou C. H. Dodd no seu tempo — não pressupõe, em absoluto, que o Templo já tivesse sido destruído. Além disso, a profecia da destruição do Templo contida na fonte Q, sem dúvida anterior ao ano 70 d.C., obriga-nos também a pensar que as referidas profecias foram pronunciadas por Jesus. De fato, quando Jesus purificou o Templo à sua entrada em Jerusalém, já apontava simbolicamente a futura destruição do recinto (E. P. Sanders), como ressaltaria a seus discípulos em particular (Mt 24:25; Mc 13; Lc 21).

    Na noite de sua prisão e no decorrer da ceia pascal, Jesus declarou inaugurada a Nova Aliança (Jr 31:27ss.), que se fundamentava em sua morte sacrifical e expiatória na cruz. Depois de concluir a celebração, consciente de sua prisão que se aproximava, Jesus dirigiu-se ao Getsêmani para orar com alguns de seus discípulos mais íntimos. Aproveitando a noite e valendo-se da traição de um dos apóstolos, as autoridades do Templo — em sua maior parte saduceus — apoderaram-se de Jesus, muito provavelmente com o auxílio de forças romanas. O interrogatório, cheio de irregularidades, perante o Sinédrio pretendeu esclarecer e até mesmo impor a tese da existência de causas para condená-lo à morte (Mt 26:57ss. E par.). O julgamento foi afirmativo, baseado em testemunhas que asseguraram ter Jesus anunciado a destruição do Templo (o que tinha uma clara base real, embora com um enfoque diverso) e sobre o próprio testemunho do acusado, que se identificou como o messias — Filho do homem de Dn 7:13. O problema fundamental para executar Jesus consistia na impossibilidade de as autoridades judias aplicarem a pena de morte. Quando o preso foi levado a Pilatos (Mt 27:11ss. e par.), este compreendeu tratar-se de uma questão meramente religiosa que não lhe dizia respeito e evitou, inicialmente, comprometer-se com o assunto.

    Convencidos os acusadores de que somente uma acusação de caráter político poderia acarretar a desejada condenação à morte, afirmaram a Pilatos que Jesus era um agitador subversivo (Lc 23:1ss.). Mas Pilatos, ao averiguar que Jesus era galileu e valendo-se de um procedimento legal, remeteu a causa a Herodes (Lc 23:6ss.), livrando-se momentaneamente de proferir a sentença.

    Sem dúvida alguma, o episódio do interrogatório de Jesus diante de Herodes é histórico (D. Flusser, C. Vidal Manzanares, f. f. Bruce etc.) e parte de uma fonte muito primitiva. Ao que parece, Herodes não achou Jesus politicamente perigoso e, possivelmente, não desejando fazer um favor às autoridades do Templo, apoiando um ponto de vista contrário ao mantido até então por Pilatos, preferiu devolver Jesus a ele. O romano aplicou-lhe uma pena de flagelação (Lc 23:1ss.), provavelmente com a idéia de que seria punição suficiente (Sherwin-White), mas essa decisão em nada abrandou o desejo das autoridades judias de matar Jesus. Pilatos propôs-lhes, então, soltar Jesus, amparando-se num costume, em virtude do qual se podia libertar um preso por ocasião da Páscoa. Todavia, uma multidão, presumivelmente reunida pelos acusadores de Jesus, pediu que se libertasse um delinqüente chamado Barrabás em lugar daquele (Lc 23:13ss. e par.). Ante a ameaça de que a questão pudesse chegar aos ouvidos do imperador e o temor de envolver-se em problemas com este, Pilatos optou finalmente por condenar Jesus à morte na cruz. Este se encontrava tão extenuado que, para carregar o instrumento de suplício, precisou da ajuda de um estrangeiro (Lc 23:26ss. e par.), cujos filhos, mais tarde, seriam cristãos (Mc 15:21; Rm 16:13). Crucificado junto a dois delinqüentes comuns, Jesus morreu ao final de algumas horas. Então, seus discípulos fugiram — exceto o discípulo amado de Jo 19:25-26 e algumas mulheres, entre as quais se encontrava sua mãe — e um deles, Pedro, até mesmo o negou em público várias vezes. Depositado no sepulcro de propriedade de José de Arimatéia, um discípulo secreto que recolheu o corpo, valendo-se de um privilégio concedido pela lei romana relativa aos condenados à morte, ninguém tornou a ver Jesus morto.

    No terceiro dia, algumas mulheres que tinham ido levar perfumes para o cadáver encontraram o sepulcro vazio (Lc 24:1ss. e par.). Ao ouvirem que Jesus ressuscitara, a primeira reação dos discípulos foi de incredulidade (Lc 24:11). Sem dúvida, Pedro convenceu-se de que era real o que as mulheres afirmavam após visitar o sepulcro (Lc 24:12; Jo 20:1ss.). No decorrer de poucas horas, vários discípulos afirmaram ter visto Jesus. Mas os que não compartilharam a experiência, negaram-se a crer nela, até passarem por uma semelhante (Jo 20:24ss.). O fenômeno não se limitou aos seguidores de Jesus, mas transcendeu os limites do grupo. Assim Tiago, o irmão de Jesus, que não aceitara antes suas afirmações, passou então a crer nele, em conseqüência de uma dessas aparições (1Co 15:7). Naquele momento, segundo o testemunho de Paulo, Jesus aparecera a mais de quinhentos discípulos de uma só vez, dos quais muitos ainda viviam vinte anos depois (1Co 15:6). Longe de ser uma mera vivência subjetiva (R. Bultmann) ou uma invenção posterior da comunidade que não podia aceitar que tudo terminara (D. f. Strauss), as fontes apontam a realidade das aparições assim como a antigüidade e veracidade da tradição relativa ao túmulo vazio (C. Rowland, J. P. Meier, C. Vidal Manzanares etc.). Uma interpretação existencialista do fenômeno não pôde fazer justiça a ele, embora o historiador não possa elucidar se as aparições foram objetivas ou subjetivas, por mais que esta última possibilidade seja altamente improvável (implicaria num estado de enfermidade mental em pessoas que, sabemos, eram equilibradas etc.).

    O que se pode afirmar com certeza é que as aparições foram decisivas na vida ulterior dos seguidores de Jesus. De fato, aquelas experiências concretas provocaram uma mudança radical nos até então atemorizados discípulos que, apenas umas semanas depois, enfrentaram corajosamente as mesmas autoridades que maquinaram a morte de Jesus (At 4). As fontes narram que as aparições de Jesus se encerraram uns quarenta dias depois de sua ressurreição. Contudo, Paulo — um antigo perseguidor dos cristãos — teve mais tarde a mesma experiência, cuja conseqüência foi a sua conversão à fé em Jesus (1Co 15:7ss.) (m. Hengel, f. f. Bruce, C. Vidal Manzanares etc.).

    Sem dúvida, aquela experiência foi decisiva e essencial para a continuidade do grupo de discípulos, para seu crescimento posterior, para que eles demonstrassem ânimo até mesmo para enfrentar a morte por sua fé em Jesus e fortalecer sua confiança em que Jesus retornaria como messias vitorioso. Não foi a fé que originou a crença nas aparições — como se informa em algumas ocasiões —, mas a sua experiência que foi determinante para a confirmação da quebrantada fé de alguns (Pedro, Tomé etc.), e para a manifestação da mesma fé em outros até então incrédulos (Tiago, o irmão de Jesus etc.) ou mesmo declaradamente inimigos (Paulo de Tarso).

    2. Autoconsciência. Nas últimas décadas, tem-se dado enorme importância ao estudo sobre a autoconsciência de Jesus (que pensava Jesus de si mesmo?) e sobre o significado que viu em sua morte. O elemento fundamental da autoconsciência de Jesus deve ter sido sua convicção de ser Filho de Deus num sentido que não podia ser compartilhado com mais ninguém e que não coincidia com pontos de vista anteriores do tema (rei messiânico, homem justo etc.), embora pudesse também englobá-los. Sua originalidade em chamar a Deus de Abba (lit. papaizinho) (Mc 14:36) não encontra eco no judaísmo até a Idade Média e indica uma relação singular confirmada no batismo, pelas mãos de João Batista, e na Transfiguração. Partindo daí, podemos entender o que pensava Jesus de si mesmo. Exatamente por ser o Filho de Deus — e dar a esse título o conteúdo que ele proporcionava (Jo 5:18) — nas fontes talmúdicas, Jesus é acusado de fazer-se Deus. A partir de então, manifesta-se nele a certeza de ser o messias; não, porém, um qualquer, mas um messias que se expressava com as qualidades teológicas próprias do Filho do homem e do Servo de YHVH.

    Como já temos assinalado, essa consciência de Jesus de ser o Filho de Deus é atualmente admitida pela maioria dos historiadores (f. f. Bruce, D. Flusser, m. Hengel, J. H. Charlesworth, D. Guthrie, m. Smith, I. H. Marshall, C. Rowland, C. Vidal Manzanares etc.), ainda que se discuta o seu conteúdo delimitado. O mesmo se pode afirmar quanto à sua messianidade.

    Como já temos mostrado, evidentemente Jesus esperava sua morte. Que deu a ela um sentido plenamente expiatório, dedu-Zse das próprias afirmações de Jesus acerca de sua missão (Mc 10:45), assim como do fato de identificar-se com o Servo de YHVH (13 53:12'>Is 52:13-53:12), cuja missão é levar sobre si o peso do pecado dos desencaminhados e morrer em seu lugar de forma expiatória (m. Hengel, H. Schürmann, f. f. Bruce, T. W. Manson, D. Guthrie, C. Vidal Manzanares etc.). É bem possível que sua crença na própria ressurreição também partia do Cântico do Servo em Is 53 já que, como se conservou na Septuaginta e no rolo de Isaías encontrado em Qumrán, do Servo esperava-se que ressuscitasse depois de ser morto expiatoriamente. Quanto ao seu anúncio de retornar no final dos tempos como juiz da humanidade, longe de ser um recurso teológico articulado por seus seguidores para explicar o suposto fracasso do ministério de Jesus, conta com paralelos na literatura judaica que se refere ao messias que seria retirado por Deus e voltaria definitivamente para consumar sua missão (D. Flusser, C. Vidal Manzanares etc.).

    3. Ensinamento. A partir desses dados seguros sobre a vida e a autoconsciência de Jesus, podemos reconstruir as linhas mestras fundamentais de seu ensinamento. Em primeiro lugar, sua mensagem centralizava-se na crença de que todos os seres humanos achavam-se em uma situação de extravio ou perdição (Lc 15 e par. no Documento Q). Precisamente por isso, Jesus chamava ao arrependimento ou à conversão, porque com ele o Reino chegava (Mc 1:14-15). Essa conversão implicava uma transformação espiritual radical, cujos sinais característicos estão coletados tanto nos ensinamentos de Jesus como os contidos no Sermão da Montanha (Mt 5:7), e teria como marco a Nova Aliança profetizada por Jeremias e inaugurada com a morte expiatória do messias (Mc 14:12ss. e par.). Deus vinha, em Jesus, buscar os perdidos (Lc 15), e este dava sua vida inocente como resgate por eles (Mc 10:45), cumprindo assim sua missão como Servo de YHVH. Todos podiam agora — independente de seu presente ou de seu passado — acolher-se no seu chamado. Isto supunha reconhecer que todos eram pecadores e que ninguém podia apresentar-se como justo diante de Deus (Mt 16:23-35; Lc 18:9-14 etc.). Abria-se então um período da história — de duração indeterminada — durante o qual os povos seriam convidados a aceitar a mensagem da Boa Nova do Reino, enquanto o diabo se ocuparia de semear a cizânia (13 1:30-36'>Mt 13:1-30:36-43 e par.) para sufocar a pregação do evangelho.

    Durante essa fase e apesar de todas as artimanhas demoníacas, o Reino cresceria a partir de seu insignificante início (Mt 13:31-33 e par.) e concluiria com o regresso do messias e o juízo final. Diante da mensagem de Jesus, a única atitude lógica consistiria em aceitar o Reino (Mt 13:44-46; 8,18-22), apesar das muitas renúncias que isso significasse. Não haveria possibilidade intermediária — “Quem não estiver comigo estará contra mim” (Mt 12:30ss. e par.) — e o destino dos que o rejeitaram, o final dos que não manisfestaram sua fé em Jesus não seria outro senão o castigo eterno, lançados às trevas exteriores, em meio de choro e ranger de dentes, independentemente de sua filiação religiosa (Mt 8:11-12 e par.).

    À luz dos dados históricos de que dispomos — e que não se limitam às fontes cristãs, mas que incluem outras claramente hostis a Jesus e ao movimento que dele proveio —, pode-se observar o absolutamente insustentável de muitas das versões populares que sobre Jesus têm circulado. Nem a que o converte em um revolucionário ou em um dirigente político, nem a que faz dele um mestre de moral filantrópica, que chamava ao amor universal e que olhava todas as pessoas com benevolência (já não citamos aqueles que fazem de Jesus um guru oriental ou um extraterrestre) contam com qualquer base histórica. Jesus afirmou que tinha a Deus por Pai num sentido que nenhum ser humano poderia atrever-se a imitar, que era o de messias — entendido como Filho do homem e Servo do Senhor; que morreria para expiar os pecados humanos; e que, diante dessa demonstração do amor de Deus, somente caberia a cada um aceitar Jesus e converter-se ou rejeita-lo e caminhar para a ruína eterna. Esse radicalismo sobre o destino final e eterno da humanidade exigia — e continua exigindo — uma resposta lara, definida e radical; serve também para dar-nos uma idéia das reações que esse radicalismo provocava (e ainda provoca) e das razões, muitas vezes inconscientes, que movem as pessoas a castrá-lo, com a intenção de obterem um resultado que não provoque tanto nem se dirija tão ao fundo da condição humana. A isso acrescentamos que a autoconsciência de Jesus é tão extraordinária em relação a outros personagens históricos que — como acertadamente ressaltou o escritor e professor britânico C. S. Lewis — dele só resta pensar que era um louco, um farsante ou, exatamente, quem dizia ser.

    R. Dunkerley, o. c.; D. Flusser, o. c.; J. Klausner, o.c.; A. Edersheim, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio: o Documento Q, Barcelona 1993; Idem, Diccionario de las tres...; A. Kac (ed), The Messiahship of Jesus, Grand Rapids, 1986; J. Jeremias, Abba, Salamanca 1983; Idem Teología...; O. Cullmann, Christology...; f. f. Bruce, New Testament...; Idem, Jesus and Christian Origins Outside the New Testament, Londres 1974; A. J. Toynbee, o. c.; m. Hengel, The Charismatic Leader and His Followers, Edimburgo 1981.


    interjeição Expressão de admiração, emoção, espanto etc.: jesus, o que foi aquilo?
    Ver também: Jesus.
    Etimologia (origem da palavra jesus). Hierônimo de Jesus.

    Mortos

    masc. pl. part. pass. de matar
    masc. pl. part. pass. de morrer
    masc. pl. de morto

    ma·tar -
    (latim vulgar *mattare, do latim macto, -are, honrar os deuses, consagrar, imolar uma vítima, punir, destruir, matar)
    verbo transitivo e intransitivo

    1. Tirar a vida a; causar a morte a (ex.: foi condenado por matar várias pessoas; a lei pune severamente quem mata; a guerra naquele país já matou milhares de pessoas).

    2. Abater (reses).

    3. Causar aflição ou sofrimento a. = AFLIGIR

    4. [Brasil] [Jogos] Meter a bola de bilhar no buraco.

    verbo transitivo

    5. Causar grande dano ou prejuízo a. = ARRUINAR

    6. Causar devastação ou destruição (ex.: as chuvas fortes mataram a plantação). = DESTRUIR

    7. Causar grande sofrimento a. = AFLIGIR, MORTIFICAR

    8. Importunar; molestar (ex.: vocês matam-me com tantas perguntas).

    9. Fazer perder a qualidade ou o valor (ex.: as cores escolhidas mataram o conjunto das pinturas).

    10. Fazer desaparecer. = EXTINGUIR

    11. Saciar (ex.: matar a sede).

    12. Passar (tempo) ociosamente (ex.: matou tempo a ler uma revista).

    13. Levar à exaustão; causar grande cansaço.

    14. Decifrar ou resolver (charadas, enigmas, passatempos, etc.).

    15. [Brasil, Informal] Não comparecer (no trabalho, nas aulas, etc.).

    16. [Informal] Esvaziar, gastar ou consumir totalmente ou até ao fim (ex.: perguntou-lhe se podia matar o cigarro).

    17. [Futebol] Amortecer o impacto (ex.: matar a bola com o peito).

    18. [Angola, Informal] Vender fora dos circuitos legais a preços elevados.

    verbo pronominal

    19. Tirar a própria vida. = SUICIDAR-SE

    20. Figurado Sacrificar-se, cansar-se.

    21. Figurado Entregar-se por completo a uma actividade; esforçar-se muito para alguma coisa (ex.: matou-se para ter boas notas na escola).


    a matar
    Muito bem; na medida certa; na perfeição (ex.: essa roupa fica-lhe a matar).


    mor·rer |ê| |ê| -
    (latim vulgar morere, do latim morior, mori)
    verbo intransitivo

    1. Cessar de viver. = FALECER, FINAR-SE, PERECER

    2. Secar-se.

    3. Extinguir-se, acabar.

    4. Figurado Sofrer muito; não medrar.

    5. Não vingar.

    6. Não chegar a concluir-se.

    7. Desaguar.

    8. Cair em esquecimento.

    9. Definhar.

    10. Perder o brilho.

    11. Ter paixão (por alguma coisa).

    12. Sentir algo com grande intensidade (ex.: morrer de fome; morrer de saudades).

    nome masculino

    13. Acto de morrer.

    14. Morte.


    mor·to |ô| |ô|
    (latim mortuus, -a, -um)
    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    1. Que ou o que morreu; que ou aquele que deixou de ter vida. = DEFUNTO, FALECIDOVIVO

    adjectivo
    adjetivo

    2. Desprovido de vida (ex.: as pedras são coisas mortas).VIVO

    3. Que não tem movimento ou actividade (ex.: a festa estava morta). = PARADOACTIVO, MOVIMENTADO

    4. Que não tem vigor. = DEBILITADO, ENFRAQUECIDOFORTE, ROBUSTO, VIGOROSO

    5. Que não é utilizado; que caiu em desuso (ex.: tradições mortas). = DESUSADO, OBSOLETO

    6. Que já não se fala (ex.: língua morta).VIVO

    7. Que não tem brilho ou cor (ex.: a pintura da parede está morta). = DESBOTADO, ESMAECIDO, PÁLIDOBRILHANTE, COLORIDO, VIVO

    8. Desprovido de expressão (ex.: ela está com um olhar morto). = INEXPRESSIVO, INSÍPIDOEXPRESSIVO, VIVAZ, VIVO

    9. Que secou ou murchou (ex.: as flores na jarra já estão mortas). = MURCHO, SECOVIÇOSO

    10. Com grande vontade ou avidez (ex.: estava morto por ir viajar). = ANSIOSO, DESEJOSO, LOUCO

    11. Que se extinguiu ou apagou (ex.: fogo morto). = APAGADO, EXTINTOACESO

    12. Figurado Extremamente fatigado (ex.: estava morto por ter trabalhado o dia inteiro sem parar). = EXAUSTO


    não ter onde cair morto
    [Informal] Ser muito pobre.

    nem morto
    [Informal] De maneira nenhuma (ex.: não faço isso nem morta).

    Plural: mortos |ó|.

    masc. pl. part. pass. de matar
    masc. pl. part. pass. de morrer
    masc. pl. de morto

    ma·tar -
    (latim vulgar *mattare, do latim macto, -are, honrar os deuses, consagrar, imolar uma vítima, punir, destruir, matar)
    verbo transitivo e intransitivo

    1. Tirar a vida a; causar a morte a (ex.: foi condenado por matar várias pessoas; a lei pune severamente quem mata; a guerra naquele país já matou milhares de pessoas).

    2. Abater (reses).

    3. Causar aflição ou sofrimento a. = AFLIGIR

    4. [Brasil] [Jogos] Meter a bola de bilhar no buraco.

    verbo transitivo

    5. Causar grande dano ou prejuízo a. = ARRUINAR

    6. Causar devastação ou destruição (ex.: as chuvas fortes mataram a plantação). = DESTRUIR

    7. Causar grande sofrimento a. = AFLIGIR, MORTIFICAR

    8. Importunar; molestar (ex.: vocês matam-me com tantas perguntas).

    9. Fazer perder a qualidade ou o valor (ex.: as cores escolhidas mataram o conjunto das pinturas).

    10. Fazer desaparecer. = EXTINGUIR

    11. Saciar (ex.: matar a sede).

    12. Passar (tempo) ociosamente (ex.: matou tempo a ler uma revista).

    13. Levar à exaustão; causar grande cansaço.

    14. Decifrar ou resolver (charadas, enigmas, passatempos, etc.).

    15. [Brasil, Informal] Não comparecer (no trabalho, nas aulas, etc.).

    16. [Informal] Esvaziar, gastar ou consumir totalmente ou até ao fim (ex.: perguntou-lhe se podia matar o cigarro).

    17. [Futebol] Amortecer o impacto (ex.: matar a bola com o peito).

    18. [Angola, Informal] Vender fora dos circuitos legais a preços elevados.

    verbo pronominal

    19. Tirar a própria vida. = SUICIDAR-SE

    20. Figurado Sacrificar-se, cansar-se.

    21. Figurado Entregar-se por completo a uma actividade; esforçar-se muito para alguma coisa (ex.: matou-se para ter boas notas na escola).


    a matar
    Muito bem; na medida certa; na perfeição (ex.: essa roupa fica-lhe a matar).


    mor·rer |ê| |ê| -
    (latim vulgar morere, do latim morior, mori)
    verbo intransitivo

    1. Cessar de viver. = FALECER, FINAR-SE, PERECER

    2. Secar-se.

    3. Extinguir-se, acabar.

    4. Figurado Sofrer muito; não medrar.

    5. Não vingar.

    6. Não chegar a concluir-se.

    7. Desaguar.

    8. Cair em esquecimento.

    9. Definhar.

    10. Perder o brilho.

    11. Ter paixão (por alguma coisa).

    12. Sentir algo com grande intensidade (ex.: morrer de fome; morrer de saudades).

    nome masculino

    13. Acto de morrer.

    14. Morte.


    mor·to |ô| |ô|
    (latim mortuus, -a, -um)
    adjectivo e nome masculino
    adjetivo e nome masculino

    1. Que ou o que morreu; que ou aquele que deixou de ter vida. = DEFUNTO, FALECIDOVIVO

    adjectivo
    adjetivo

    2. Desprovido de vida (ex.: as pedras são coisas mortas).VIVO

    3. Que não tem movimento ou actividade (ex.: a festa estava morta). = PARADOACTIVO, MOVIMENTADO

    4. Que não tem vigor. = DEBILITADO, ENFRAQUECIDOFORTE, ROBUSTO, VIGOROSO

    5. Que não é utilizado; que caiu em desuso (ex.: tradições mortas). = DESUSADO, OBSOLETO

    6. Que já não se fala (ex.: língua morta).VIVO

    7. Que não tem brilho ou cor (ex.: a pintura da parede está morta). = DESBOTADO, ESMAECIDO, PÁLIDOBRILHANTE, COLORIDO, VIVO

    8. Desprovido de expressão (ex.: ela está com um olhar morto). = INEXPRESSIVO, INSÍPIDOEXPRESSIVO, VIVAZ, VIVO

    9. Que secou ou murchou (ex.: as flores na jarra já estão mortas). = MURCHO, SECOVIÇOSO

    10. Com grande vontade ou avidez (ex.: estava morto por ir viajar). = ANSIOSO, DESEJOSO, LOUCO

    11. Que se extinguiu ou apagou (ex.: fogo morto). = APAGADO, EXTINTOACESO

    12. Figurado Extremamente fatigado (ex.: estava morto por ter trabalhado o dia inteiro sem parar). = EXAUSTO


    não ter onde cair morto
    [Informal] Ser muito pobre.

    nem morto
    [Informal] De maneira nenhuma (ex.: não faço isso nem morta).

    Plural: mortos |ó|.

    Mortos EVOCAÇÃO DOS MORTOS

    V. NECROMANCIA.


    Não

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    advérbio Modo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não.
    Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados.
    Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não?
    Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes?
    Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não!
    substantivo masculino Ação de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho.
    Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.

    Pai

    Os pais não são os construtores da vida, porém, os médiuns dela, plasmando-a, sob a divina diretriz do Senhor. Tornam-se instrumentos da oportunidade para os que sucumbiram nas lutas ou se perderam nos tentames da evolução, algumas vezes se transformando em veículos para os embaixadores da verdade descerem ao mundo em agonia demorada.
    Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17

    Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso P de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Caminho, verdade e vida• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 12

    Os pais da Terra não são criadores, são zeladores das almas, que Deus lhes confia, no sagrado instituto da família.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -

    Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 46

    [...] [Os pais são os] primeiros professores [...].
    Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 16


    Pai Ver Abba, Deus, Família, Jesus, Trindade.

    Pai Maneira de falar de Deus e com Deus. No AT Deus tratava o povo de Israel como seu filho (Ex 4:22); (Dt 1:31); 8.5; (Os 11:1). Jesus chamava Deus de “Pai” (Jo 5:17). Ele ensinou que todos aqueles que crêem nele são filhos de Deus (Jo 20:17). Ver também (Mt 6:9) e Rm

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    Esta palavra, além da sua significação geral, toma-se também na Escritura no sentido de avô, bisavô, ou fundador de uma família, embora remota. Por isso os judeus no tempo de Jesus Cristo chamavam pais a Abraão, isaque e Jacó. Jesus Cristo é chamado o Filho de Davi, embora este rei estivesse distante dele muitas gerações. Pela palavra ‘pai’ também se compreende o instituidor, o mestre, o primeiro de uma certa profissão. Jabal ‘foi o pai dos que habitam nas tendas e possuem gado’. E Jubal ‘foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta’ (Gn 4:20-21). Também se emprega o termo no sentido de parentesco espiritual bom ou mau – assim, Deus é o Pai da Humanidade. o diabo é cognominado o pai da mentira (Jo 8:44). Abraão é o pai dos crentes. É igualmente chamado ‘o pai de muitas nações’, porque muitos povos tiveram nele a sua origem. Na idade patriarcal a autoridade do pai na família era absoluta, embora não tivesse o poder de dar a morte a seus filhos (Dt 21:18-21).

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    substantivo masculino Aquele que tem ou teve filho(s); genitor, progenitor.
    Indivíduo em relação aos seus filhos.
    Responsável pela criação de; criador: Corneille é o pai da tragédia francesa.
    Quem funda uma instituição, cidade, templo; fundador.
    [Zoologia] Animal macho que teve filhotes.
    Figurado Algo ou alguém que dá origem a outra coisa ou pessoa: o desconhecimento é o pai da ignorância.
    Indivíduo que pratica o bem, que realiza ou possui boas ações; benfeitor.
    Religião Primeira pessoa que, juntamente com o Filho e com o Espírito Santo, compõe a Santíssima Trindade.
    Religião Título dado aos membros padres de uma congregação religiosa.
    substantivo masculino plural Os progenitores de alguém ou os seus antepassados.
    expressão Pai Eterno. Deus.
    Pai espiritual. Aquele que dirige a consciência de alguém.
    Etimologia (origem da palavra pai). Talvez do latim patre-, padre, pade, pai.

    Parte

    substantivo feminino Porção; qualquer parcela de um todo: parte poluída da floresta.
    Quinhão; porção atribuída a cada pessoa na divisão de algo: dividiu a herança em duas partes.
    Local; território não determinado: gosta de caminhar em toda parte.
    Lado; região ou área demarcada: a criminalidade está na parte afastada da cidade.
    Responsabilidade; tarefa a cumprir: a parte do chefe é pagar os salários.
    Cada um dos lados de um acordo ou litígio: não houve acordo entre as partes; as partes formaram uma empresa.
    Aviso; anúncio feito oral ou verbalmente: deram parte da sociedade aos familiares.
    Queixa; delação de um crime ou irregularidade: deram parte da empresa à polícia.
    [Música] Cada elemento que compõe a estrutura de uma composição: parte de uma melodia.
    Não confundir com: aparte.
    Etimologia (origem da palavra parte). Do latim pars.tis.

    Paulo

    Pequeno. Paulo é o nome romano de Saulo de Tarso, que pela primeira vez se lê em At (13.9), quando ele resistiu a Elimas, o feiticeiro, principiando nessa ocasião o seu trabalho gentílico na corte de Sérgio Paulo. Pode presumir-se que ele já era assim chamado nas suas relações com os gentios – mas depois deste incidente é sempre esse nome que o Apóstolo tem nos Atos e nas suas epístolas. o nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio ‘hebreu de hebreus’. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11:1Fp 3:5) – e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9:11 – 21.39 – 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel ‘segundo a exatidão da lei de nossos antepassados’, dizia ele (At 22:3). Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23:6 – 26.5 – Fp 3:5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, ‘sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais’ (Gl 1:14). Além disto, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20:34 – 1 Ts 2.9). Como Tarso era, naquele tempo, notável centro de instrução, quase tão célebre como Atenas ou Alexandria, foi ali, sem dúvida, que Paulo estudou os antigos poemas e a filosofia do tempo – e isso se deduz de algumas citações que ele faz (At 17:28 – 1 Co 15.35 – Tt 1:12). A erudição de Paulo era, desta forma, notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego – pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato político com o mundo romano – e pelo fato de que essa prerrogativa de cidadão romano era hereditária, tinha por conseqüência a sua família vantagens sociais. os seus parentes estavam muito espalhados, porque alguns deles viviam em Jerusalém (At 23:16), e outros, segundo uma certa interpretação, em Roma (Rm 16:11), os quais tinham aceitado o Cristianismo antes dele (Rm 16:7). Paulo é mencionado pela primeira vez nos At, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estêvão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (At 7. 58 a 60 – 8.1). Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (At 22:20). Paulo entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (At 22:3 – 26.9 – Gl 1:14). Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (At 9:1-2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estêvão, se ele já não o era. Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (At 26:10). A morte de Estêvão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo. Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco. Foi então, quando se dirigia para aquela cidade, que o perseguidor se transformou em discípulo de Jesus Cristo. o zelo que tinha mostrado contra o Cristianismo se mudou em apoio e auxílio aos perseguidos. o miraculoso acontecimento acha-se narrado por Lucas (At 9:1-19), e por Paulo nos seus discursos feitos ao povo de Jerusalém, depois da sua prisão (At 2L4 a
    16) – e mais tarde na presença de Agripa e de Festo em Cesaréia (At 26:10-18). o primeiro efeito do milagre foi o alívio que tiveram os cristãos de Damasco. Era bem conhecido o fim da sua ida àquela cidade – e o terror, que inspirava aquele fariseu, pode deduzir-se da relutância de Ananias em aproximar-se dele (At 9:13-14), e da incredulidade dos discípulos, quando Saulo lhes apareceu como correligionário nas sinagogas (At 9:21). A cegueira de Paulo e a sua inquietação, que Lucas nota nos Atos (9.18,19), foram uma preparação para a visita de Ananias e para nova revelação da vontade de Deus. Dignas de nota, também, são as palavras dirigidas a Ananias ‘pois ele está orando’ (At 9:11).Elas nos mostram o homem que tinha por hábito levantar o pensamento a Deus, nos atos da sua vida (At 16:25 – 20.36 – 21.5). As próprias palavras de Paulo nos fazem ver isso mesmo (Gl 1:16-17). A natureza da revelação do Senhor a Paulo é por ele explicada. É evidente que não se trata de uma mera impressão na sua alma durante qualquer arrebatamento. Ele sentiu a visível presença de Jesus Cristo. isto é sustentado em várias passagens, quer de uma forma positiva, quer incidentalmente. Na sua primeira epístola aos Coríntios, quando ele sustenta a validade do seu próprio apostolado, ele argumenta assim: ‘Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, nosso Senhor?’ 1Co 9:1). E quando ele aduz, para prova, a verdade da ressurreição, o seu argumento é: ‘E apareceu a Cefas… depois foi visto por Tiago … e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo’ 1Co 15:5-8). Significativas são também, as palavras de Ananias: ‘Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas’ (At 9:17 – cp.com At 22:14). o direto e imediato caráter da sua chamada, sem a intervenção de qualquer agência humana, é outro ponto sobre o qual o próprio Paulo insistia muito, no decurso da sua vida apostólica. ‘Chamado para ser apóstolo’, ‘apostolo pela vontade de Deus’ (Rm 1:11Co 1:12Co 1:1Ef 1:1 – Cl l.1), são expressões que não usam os outros apóstolos, e com as quais Paulo se descreve a si próprio, quando a sua autoridade estava em perigo de ser contestada. Paulo foi aliviado da cegueira, de que tinha sido ferido por motivo da visão, pela oração de Ananias (At 9:18) – e, com a abertura dos seus olhos, nasceu na sua alma uma completa submissão à vontade de Deus, e o desejo de ser ‘Sua testemunha diante de todos os homens’ (At 22:14-15). Foi batizado, e

    Introdução e antecedentes

    Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de Atos com seu nome hebraico — Saulo (At 7:58-13.9). Nasceu em Tarso, Cilícia, cidade localizada na Ásia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu uns dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como “um jovem”, na ocasião do apedrejamento de Estêvão (At 7:58). Seu pai sem dúvida era judeu, mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razão, Paulo mais tarde utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em Roma pelo próprio imperador César (At 22:25). A despeito de sua cidadania, ele foi criado numa família judaica devotada, da tribo de Benjamim. Recebeu uma instrução cuidadosa na lei judaica e tornou-se fariseu. Também descreveu a si mesmo como “hebreu de hebreus”. Foi criado de acordo com a judaísmo e circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obediência de cada ponto da lei mosaica (Fp 3:5-6).

    Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois” (At 22:3).

    Todos os mestres judaicos exerciam determinada função para sobreviver; por isso, não é de admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão com seu pai. Paulo era fabricante de tendas (At 18:3) e ocasionalmente a Bíblia menciona como exerceu essa função para se sustentar (1Co 4:12-2 Ts 3.8; etc.). Existem amplas evidências nessas e em outras passagens de que ele trabalhava, para não impor um jugo sobre as pessoas entre as quais desejava proclamar o Evangelho de Cristo (1Co 9:16-19). Além disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filósofos esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanças, Paulo provavelmente não desejava ser considerado mais um aventureiro (1Ts 2:3-6).

    A vida e as viagens de Paulo

    Com a educação que possuía e a profissão de aceitação universal, é bem provável que Paulo já tivesse viajado bastante antes de se tornar cristão. Com certeza era fluente nas línguas grega, hebraica, latina e aramaica. É mencionado pela primeira vez em Atos, como responsável pelas vestes das multidões que apedrejaram Estêvão até à morte por causa da sua fé e seu compromisso com Cristo e o desejo de promover o Evangelho. “Também Saulo consentia na morte dele” (At 8:1).

    Perseguidor dos cristãos. A partir da morte de Estêvão, uma grande perseguição se levantou contra os seguidores de Cristo. As atividades zelosas de Saulo, como judeu, levaram-no a unir-se aos perseguidores. Não precisou ser forçado, mas ofereceu voluntariamente seus serviços aos líderes judaicos de Jerusalém. Sua perseguição foi tão violenta que a Bíblia diz: “Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8:3-1 Co 15.9; Fp 3:6). Em Atos 9:1, lemos que: “Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor”, pediu ao sumo sacerdote que lhe desse cartas, para que as levasse às sinagogas de Damasco, na Síria, a fim de também estabelecer a perseguição naquela cidade.

    A conversão de Paulo. A caminho de Damasco, uma luz muito forte brilhou do céu ao redor dele, e fez com que ele caísse por terra e ficasse cego. Enquanto isso, uma voz lhe disse: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Atônito, ele perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A resposta que recebeu deixou-o realmente surpreso e apavorado: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (At 9:4-5). Cristo então lhe disse que entrasse em Damasco e aguardasse outras instruções. Saulo esperou três dias, sem comer nem beber, na casa de Judas, onde aguardou a visita de Ananias (veja Ananias). Esse tempo sem comer nem beber provavelmente foi um jejum de arrependimento, pois a Bíblia diz que, quando o servo de Deus chegou, encontrou-o orando (v. 11).

    Ananias impôs as mãos sobre ele, ocasião em que sua visão foi restaurada. Imediatamente ele recebeu o Espírito Santo e foi batizado. Saulo ainda ficou vários dias na companhia dos cristãos de Damasco, sem dúvida para aprender o máximo que podia sobre Jesus. Entretanto, esse processo de aprendizado não demorou muito tempo: “E logo, nas sinagogas, pregava que Jesus era o Filho de Deus” (v. 20). Seu extraordinário entendimento teológico somado à mudança total de sua perspectiva sobre Cristo, permitiu que confundisse “os judeus que habitavam em Damasco, provando que Jesus era o Cristo” (v. 22). Provavelmente, depois de um tempo considerável como pregador naquela cidade, os judeus decidiram silenciar a mensagem dele, ao planejar assassiná-lo. Ele escapou durante a noite e voltou para Jerusalém, onde descobriu que era difícil unir-se aos demais discípulos de Cristo, pois naturalmente todos tinham medo dele. Barnabé levou-o à presença dos apóstolos, os quais lhe deram sua aprovação. Paulo pregava e discutia abertamente com os judeus, até que novamente sua vida foi ameaçada; os discípulos o levaram para Cesaréia, onde embarcou num navio para Tarso (At 9:29-30; Gl 1:18-24). A extraordinária rapidez da mudança no coração de Paulo e a velocidade com que entendeu as Escrituras sob uma nova luz e começou a pregar o Evangelho de Cristo proporcionam a mais dramática evidência da obra do Espírito Santo em sua vida, depois do encontro que teve com Cristo na estrada de Damasco. Ele próprio contou sobre sua experiência de conversão em duas ocasiões posteriores. Na primeira instância, em Atos 22, quando foi preso em Jerusalém e pediu para falar à multidão. Na segunda, em Atos 26, quando fazia sua defesa diante do rei Agripa.

    Chamado para os gentios. A rapidez com que Paulo dedicou-se a viajar pelos territórios gentílicos é mais uma indicação de que o Espírito Santo o guiava em direção ao seu chamado, ou seja, o de apóstolo entre os gentios. Ele menciona em suas cartas seu compromisso especial com Deus, para ser um ministro entre os povos (Rm 11:13; Gl 2:8-1 Tm 2.7). Embora Pedro fosse chamado para os judeus e Paulo para os gentios (Gl 2:8), sabemos que ambos pregavam em qualquer lugar onde tivessem uma oportunidade. Saulo, de fato, primeiramente visitava a sinagoga, em qualquer cidade em que chegasse. Ali ele pregava, onde havia muitas conversões, até ser expulso pelos judeus que se opunham (desta maneira, praticava o que ensinou em Romanos 1:16-2.9,10; etc.). Um dos primeiros trabalhos de Paulo entre os gentios, após ser aceito pelos apóstolos em Jerusalém (Gl 1), foi iniciado por Barnabé, o qual o levou de Tarso para a cidade de Antioquia, situada no norte da Síria. A igreja já estava estabelecida naquela cidade e sem dúvida o amigo o envolveu naquele trabalho, devido ao ensino que ele era capaz de ministrar (At 11:19-30). O trabalho da igreja ali iniciara-se entre os judeus e posteriormente espalhara-se aos gentios (gregos), e a habilidade de Paulo para debater e o que já fizera previamente sem dúvida o ajudaram. Enquanto estava em Antioquia, o profeta Ágabo advertiu sobre um iminente período de fome na região da Judéia, de maneira que aquela igreja local concordou em levantar fundos para ajudar os irmãos carentes em Jerusalém; enviaram o dinheiro por intermédio de Paulo e Barnabé (v. 30).

    É muito difícil estabelecer uma cronologia exata da vida de Paulo nessa época, pois Atos e Gálatas dão informações parciais; o ministério entre os gentios, contudo, já estava estabelecido e o papel principal de Paulo foi visto quase imediatamente no trabalho em Antioquia. Ele e Barnabé deixaram a cidade dirigidos pelo Espírito Santo (At 13:2). Desse momento em diante a vida dele é vista constantemente em pleno movimento por todo o império. Às vezes, permanecia mais tempo em certa cidade e em outras ocasiões ficava apenas por um período bem curto de tempo; na maioria das vezes viajava de acordo com sua própria vontade; entretanto, especialmente nas últimas viagens, freqüentemente era escoltado por guardas a caminho da prisão, dos julgamentos e finalmente de Roma.

    A primeira viagem missionária. As viagens de Paulo são geralmente chamadas de “viagens missionárias”. A primeira, realizada provavelmente entre os anos 47:48 d.C., iniciou-se na terra natal de Barnabé, a ilha de Chipre. Atravessaram todo o território, anunciando o Evangelho. Quando chegaram a Pafos, Paulo teve oportunidade de proclamar a Palavra de Deus ao procônsul romano Sérgio Paulo (veja Sérgio Paulo). “Então o procônsul creu, maravilhado da doutrina do Senhor” (At 13:12). Esta conversão representa a confirmação final para Paulo de que ele realmente contemplaria gentios influentes tornar-se cristãos por meio de seu ministério. Talvez seja significativo que a partir desse momento Saulo começou a ser chamado por seu nome latino, Paulo (At 13:9). De Chipre, ele e Barnabé navegaram para Perge, na Ásia Menor (atual Turquia). Quando chegaram lá, João Marcos, que estivera com eles desde Antioquia, deixou o grupo e retornou a Jerusalém. Dali viajaram para o Norte, e passaram por Antioquia da Pisídia e Icônio, a leste, e Listra e Derbe, ao sul. Voltaram pelo mesmo caminho e navegaram de volta para Antioquia da Síria, partindo de Atalia. Os resultados do trabalho deles durante essa viagem variaram de lugar para lugar; toda a viagem está registrada em Atos 13:14. Os benefícios, entretanto, foram consideráveis, pois a segunda viagem envolveu a visita às igrejas que haviam fundado, “confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé” (At 14:22). Também advertiram os novos cristãos “que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus”. Paulo e seus companheiros experimentavam essas tribulações em suas viagens, por meio do antagonismo não somente por parte dos gentios, mas também dos judeus, os quais criavam sérios problemas e diversas dificuldades. Mesmo assim, as igrejas foram bem estabelecidas por Paulo e Barnabé, fortes o suficiente para nomear líderes em cada uma, à medida que os missionários seguiam adiante.

    Quando voltaram a Antioquia, alguns mestres chegaram da Judéia com o argumento de que a verdadeira salvação dependia da circuncisão. Paulo e Barnabé discutiram acaloradamente com eles sobre a questão. A igreja da Antioquia decidiu então enviar os dois a Jerusalém para se reunir com os outros apóstolos, onde a questão seria tratada.

    O Concílio de Jerusalém. Os apóstolos e os líderes cristãos compareceram a tal reunião, que ficou conhecida como o “Concílio de Jerusalém” (At 15:1-35). Primeiro ouviram os relatórios de toda a obra de evangelização que era desenvolvida na Ásia Menor, em Antioquia e entre os gentios de modo geral e houve muito louvor a Deus. Alguns cristãos, entretanto, que antes foram fariseus, argumentaram que os convertidos entre os gentios deveriam ser circuncidados (At 15:5). Seguiu-se demorada discussão, até que Pedro se levantou para falar à assembléia. Em sua declaração, presumivelmente bem aceita pelos líderes (Tiago e os demais apóstolos), ele fez algumas observações interessantes. Destacou que ele próprio foi o primeiro a levar o Evangelho para os gentios (ao referir-se ao episódio da visão que teve e da viagem à casa de Cornélio, At 10). Depois apelou para o fato de que “Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, concedendo-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós” (At 15:8). Em outras palavras, assim como a presença do Espírito Santo fora “manifesta” aos apóstolos no dia de Pentecostes em Jerusalém, quando falaram em línguas e louvaram a Deus (At 2:4-47), assim a presença do Espírito foi “manifesta” novamente entre os gentios, quando também falaram em outras línguas e louvaram a Deus. Naquela ocasião, Lucas registrou especificamente que aquilo acontecera para surpresa de todos os crentes circuncidados (At 10:45-46). Para Pedro, esta evidência fora suficiente para se tomar a iniciativa de batizar esses novos cristãos, não como alguma forma de comunidade cristã de segunda classe, mas na fé cristã plena, na qual os próprios apóstolos foram batizados (At 10:47-48).

    Desde que Deus “não fez diferença alguma entre eles e nós”, argumentou Pedro (At 15:9-11), seria totalmente impróprio insistir em que os convertidos entre os gentios fossem circuncidados. A circuncisão claramente não era uma exigência para alguém ser um cristão, pois a real marca do crente era a possessão do Espírito Santo. A salvação operava inteiramente pela fé na graça do Senhor Jesus Cristo (v. 11). Paulo e Barnabé também participaram da discussão e destacaram a grande obra da graça que se manifestava entre os gentios e os milagres que Deus operava entre eles. Tiago, entretanto, teve a sublime felicidade de dar a palavra final.

    Tiago levantou-se, expôs as Escrituras e mostrou como os profetas falaram sobre o tempo em que os gentios se voltariam para Deus. Concordou que os novos convertidos não eram obrigados a circuncidar-se, mas deviam demonstrar seu amor pelos cristãos judeus, ao abster-se da carne sacrificada aos ídolos e da imoralidade sexual (At 15:13-21). Desde que essa decisão não envolvia qualquer questão de princípio, todos concordaram e uma carta foi enviada às igrejas gentílicas, a fim de informar sobre a decisão do concílio. O grande significado dessa reunião foi a maneira como se estabeleceu definitivamente a legítima aceitação dos gentios como filhos de Deus. A defesa de Paulo da universalidade da mensagem do Evangelho prevalecera.

    A segunda e a terceira viagens missionárias. A segunda viagem durou de 49 a 52 d.C. (At 15:36-18.22). Ela foi muito importante, pois espalhou a Evangelho de maneira ainda mais ampla, tanto pela Ásia Menor como pela Europa. Infelizmente, porém, começou com uma diferença de opinião entre Paulo e Barnabé. O segundo queria levar João Marcos novamente com eles. Talvez o jovem tenha retornado a Jerusalém na primeira viagem devido às suas dúvidas sobre a pregação entre os gentios, mas não podemos determinar com certeza. Paulo achava que não deviam levá-lo; por isso Barnabé e João Marcos foram para Chipre, a fim de consolidar o trabalho ali, e Paulo foi para o Norte. Na companhia de Silas, passou por Tarso, na Cilícia, e visitou novamente as igrejas recém-fundadas em Derbe, Listra e Icônio.

    Em Listra, Paulo foi apresentado a um jovem, convertido ao cristianismo, que se tornou um de seus melhores amigos — Timóteo. Seu pai era grego, porém sua mãe era judia. Os líderes da igreja em Listra insistiram para que Paulo o levasse consigo e “davam bom testemunho dele” (At 16:1-2). Pertencente a uma família grega, isso significava que Timóteo não era circuncidado. Devido ao fato de sua mãe ser judia, Paulo achou que seria melhor para o ministério de Timóteo entre as comunidades judaicas se ele fosse circuncidado. Sob a orientação do apóstolo, Timóteo passou pela cerimônia da circuncisão (At 16:3). Aqui não há conflito no pensamento de Paulo com o antagonismo que demonstrou para com a circuncisão em sua carta aos Gálatas. Um judeu ser circuncidado para alcançar melhor seu próprio povo era uma coisa, mas obrigar os gentios a se circuncidar com base num entendimento equivocado de que precisavam ser “judeus” para receber a salvação era outra coisa bem diferente!

    A próxima etapa da viagem foi em um território novo. Fizeram uma caminhada por terra até Trôade, onde foram orientados “pelo Espírito de Jesus” para não trabalhar naquela região (At 16:7). Enquanto pregavam naquela cidade, numa noite, Paulo contemplou numa visão alguém que o chamava para ministrar a Palavra de Deus na Macedônia. Concluindo que era uma direção divina para a próxima etapa da viagem, atravessaram de barco para a província grega da Macedônia, onde pregaram em Neápolis, Filipos, Tessalônica e Beréia. Dali, navegaram para o sul e pregaram em Atenas e Corinto (onde ficaram por 18 meses), antes de atravessarem de volta para Éfeso, na Ásia Menor, e de lá navegarem para Cesaréia, Jerusalém e finalmente Antioquia, local de partida.

    A obra de evangelização expandiu-se rapidamente durante esta viagem. As igrejas estabelecidas na primeira viagem estavam bem firmes e cresciam cada vez mais em número (At 16:19). Havia muito encorajamento, mas também muita perseguição. Paulo testemunhou o estabelecimento bem-sucedido de muitas outras igrejas. Também viu os resultados da mensagem do Evangelho na vida de homens e mulheres que, sem dúvida, tornaram-se amigos especiais da equipe de missionários. Em Filipos, conheceram uma mulher de negócios chamada Lídia, que se converteu e hospedou o grupo em sua casa. Também testemunharam a incrível conversão do carcereiro, quando foram presos em Filipos (veja Carcereiro Filipense). Em Tessalônica testemunharam conversões como a de Jasom, o qual foi preso pela causa do Evangelho. Apreciaram imensamente a recepção que tiveram dos “nobres” moradores de Beréia, “pois de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17:11). Paulo e seus companheiros viram como a mensagem do Evangelho tocava os corações e as vidas de pessoas de diferentes classes sociais, quando “creram muitos deles, e também mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens” (v. 12).

    Em Atenas, Paulo testemunhou pelo menos algumas conversões, quando debateu com alguns dos maiores filósofos da época. De volta a Corinto, ele desenvolveu uma grande amizade com um casal de judeus que também fabricavam tendas e tornaram-se grandes cooperadores na obra de Cristo, ou seja, Áqüila e Priscila (At 18:1-3). Os dois o acompanharam na viagem de Corinto a Éfeso, onde ajudaram Apolo a entender mais claramente a verdade do Evangelho. Este então foi enviado à Grécia e desenvolveu seu ministério em Corinto. Enquanto isso, Paulo fez uma parada rápida em Éfeso e logo retornou a Cesaréia e Jerusalém, onde saudou a igreja e em seguida subiu para Antioquia.

    Em cada cidade em que pregava, Paulo encontrava severa resistência ao Evangelho. Em Filipos, foi preso junto com Silas por causa do antagonismo da multidão e só foram soltos depois da intervenção sobrenatural de Deus, a qual levou à conversão do carcereiro. Em Tessalônica outros irmãos foram presos porque o apóstolo não foi encontrado, quando o procuraram. Em Corinto, apesar da soltura imediata, Paulo foi atacado pelos judeus e levado diante do tribunal presidido por Gálio (veja Gálio).

    Paulo passou algum tempo em Antioquia antes de embarcar para a terceira viagem missionária, realizada no período entre os anos 53:57 d.C. (At 18:23-21.16). Nesta viagem, o apóstolo novamente dirigiu-se ao norte e oeste, por terra, e visitou outra vez as igrejas na Galácia e Frígia (Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia). Quando finalmente chegou em Éfeso, lemos que Paulo encontrou “alguns discípulos”. Eles tinham recebido apenas o batismo de João e, quando o apóstolo lhes falou sobre Jesus Cristo e o Espírito Santo, foram imediatamente batizados “em nome do Senhor Jesus” e o Espírito desceu sobre eles (At 19:1-7). Esse episódio dá uma indicação de que o trabalho do Batista tivera um alcance muito mais amplo do que o relato dos evangelhos poderia sugerir.

    Ao começar novamente a pregar na sinagoga, Paulo foi expulso e pregou para os gentios na cidade de Éfeso por dois anos (v. 10). Fica claro que muitos milagres acompanharam a proclamação do Evangelho, e uma breve menção disso é feita no
    v. 11. Um grande número de pessoas se converteu, quando muitos mágicos e pessoas adeptas da feitiçaria se converteram e entregaram seus livros de magia, os quais foram queimados publicamente. O
    v. 20 resume esse período de ministério: “Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente, e prevalecia”.

    Foi durante esse período que ocorreu um grande tumulto em Éfeso. A cidade era famosa pelo templo da deusa Ártemis (veja Ártemis e Alexandre). O livro de Atos não relata em detalhes a perseguição que Paulo experimentou ali, mas provavelmente foi considerável (veja Rm 16:3-4; 1 Co 15.32; 2 Co 1:8-11). O apóstolo então enviou Timóteo e Erasto adiante dele para a Macedônia. Expressou sua intenção de viajar para Jerusalém via Macedônia e Acaia (At 19:21) e informou às pessoas que desejava muito ir até Roma.

    Foi durante essa viagem que Paulo se preocupou em angariar dinheiro para ajudar os crentes mais pobres de Jerusalém. Deu instruções às igrejas para que se unissem a ele nessa campanha, pois observava nisso um sinal de unidade da igreja e especialmente entre os convertidos judeus e gentios (Rm 15:25-32).

    Paulo navegou para a Macedônia e repetiu seu trajeto anterior por Filipos, Tessalônica e Beréia, a fim de encorajar os crentes. Uma rápida estadia na Grécia, talvez em Atenas, levou a mais perseguições; por isso, ele retornou à Macedônia antes de embarcar e navegar novamente para Trôade, onde continuou a pregar. Num antigo exemplo de reunião e culto no primeiro dia da semana (domingo), lemos que Paulo pregou depois que partiram o pão juntos. Ensinou até tarde da noite, pois partiria no dia seguinte. Devido ao calor da sala lotada e à hora avançada, um jovem chamado Êutico adormeceu sentado numa janela e caiu do terceiro andar, sendo levantado morto. Paulo o restaurou novamente à vida e continuou sua pregação (At 20:7-12).

    Na manhã seguinte Paulo viajou e passou por várias cidades portuárias no caminho para o sul, inclusive Mileto, onde se encontrou com os líderes da igreja em Éfeso. Ali, falou-lhes sobre os perigos dos falsos ensinos e a necessidade de vigiarem por si mesmos e pelo rebanho. Encomendou-os a Deus e disse-lhes que era compelido pelo Espírito Santo a ir até Jerusalém. A tristeza da despedida é descrita dramaticamente, quando todos se ajoelharam para orar juntos e perceberam que não veriam novamente o amado apóstolo (vv. 36-38). O restante da jornada é descrito rapidamente por Lucas em Atos 2:1-17. A única parada mais significativa foi em Cesaréia, onde o profeta Ágabo advertiu Paulo de que a perseguição o esperava em Jerusalém. Talvez seja importante notar que a declaração anterior de Paulo, que era compelido pelo Espírito Santo a visitar a cidade santa, teve prioridade sobre a advertência de Ágabo para não ir. Ao que parece, embora a profecia estivesse correta, sua interpretação estava equivocada. O profeta claramente esperava que Paulo desistisse de ir a Jerusalém, mas foi para lá que o apóstolo se dirigiu, o que culminou com sua prisão. Ao fazer isso, o apóstolo mostrou que estava pronto a morrer por Cristo, se fosse necessário (v. 13).

    Essa terceira jornada contemplou muitas pessoas convertidas e experimentou muito mais oposições e perseguições; mas também foi um tempo de grande encorajamento. Paulo teve oportunidade de conhecer muitos jovens envolvidos no ministério da Palavra de Deus. Entre os que foram mencionados durante essa viagem, estavam pessoas como “Sópatro de Beréia, filho de Pirro; e dos de Tessalônica, Aristarco e Segundo; Gaio de Derbe e Timóteo; e dos da Ásia, Tíquico e Trófimo” (At 20:4). Apesar de o apóstolo nunca mais retornar a muitos daqueles lugares, sabia que o trabalho continuaria nas mãos da nova geração de missionários e pastores fiéis ao Senhor.

    A prisão e o julgamento. Assim que Paulo chegou a Jerusalém, a profecia de Ágabo se cumpriu. Os judeus instigaram a oposição e o apóstolo foi preso para sua própria proteção, no meio de um tumulto contra ele que quase levou-o à morte (At 21:27-36). Paulo pediu permissão ao comandante romano para falar à multidão e aproveitou a oportunidade para mais uma vez pregar o Evangelho de Jesus, quando falou sobre sua própria conversão e chamado ao ministério para os gentios. Quando mencionou a salvação dos povos, novamente a turba se alvoroçou e o apóstolo foi conduzido com segurança à fortaleza. Foi obrigado a apelar para sua cidadania romana, a fim de não ser chicoteado. No dia seguinte o comandante romano convocou o Sinédrio e Paulo defendeu-se diante de seus acusadores (At 23). Inteligentemente, o apóstolo causou uma divisão entre seus acusadores, ao alegar que era julgado porque acreditava na ressurreição. Os fariseus, que também acreditavam, discutiram com os saduceus, que não aceitavam tal doutrina. Novamente, para sua própria proteção, o apóstolo foi levado à fortaleza. Naquela noite o Senhor lhe apareceu e o encorajou, ao dizer-lhe que deveria ir a Roma para testificar do Evangelho (At 23:11).

    Foi descoberto um complô para matar Paulo e o comandante do destacamento romano, Cláudio Lísias, decidiu transferi-lo para Cesaréia, onde seu caso seria examinado pelo governador Félix. O capítulo 24 de Atos descreve o julgamento do apóstolo diante de Félix, que pareceu interessado no que ouviu de Paulo acerca do “caminho”, mas que, em deferência aos judeus, manteve o apóstolo preso por mais dois anos. Quando Pórcio Festo assumiu o governo da província, os líderes judaicos lhe pediram que cuidasse do caso de Paulo. O novo governador fez menção de entregá-lo aos judeus, mas o apóstolo, sabedor de que não teria um julgamento justo em Jerusalém considerando a palavra do Senhor de que deveria ir a Roma, apelou para ser julgado pelo imperador César. Essa atitude de fato livrou-o totalmente do sistema legal judaico. Logo depois o rei Agripa visitou Cesaréia e Festo pediu-lhe que ouvisse o caso de Paulo. Novamente o apóstolo contou sobre sua conversão e testemunhou do Evangelho de Jesus Cristo. Enquanto Festo pensava que Paulo estivesse louco, Agripa pareceu tocado pelo que o apóstolo dissera, e até mesmo insinuou que por pouco não se tornara cristão (At 26:28). A conclusão de Agripa foi que Paulo tinha tudo para ser solto, se não tivesse apelado para Roma (v. 32).

    Paulo foi então transportado para Roma na condição de prisioneiro, sob a custódia de um centurião chamado Júlio (para mais detalhes, veja Agripa, Festo, Félix e Júlio). Depois de um naufrágio na ilha de Malta, o qual Paulo usou como uma oportunidade para pregar o Evangelho, finalmente o grupo chegou a Roma, onde o apóstolo foi colocado num regime de prisão domiciliar e tinha permissão para receber visitas (At 28). Durante dois anos vivendo nesse sistema (provavelmente por volta de 61—63 d.C.), Paulo continuou “pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum” (At 28:31).

    A morte de Paulo. Existem poucas indicações sobre o que aconteceu depois desse período de prisão domiciliar em Roma. É claro que Paulo aproveitou a oportunidade da melhor maneira possível para pregar o Evangelho, mas Lucas encerra seu livro neste ponto, ao estabelecer o direito legal para que a Palavra de Deus fosse pregada na capital do império. Existe muita discussão entre os estudiosos sobre o que aconteceu. Desde que as epístolas pastorais (veja abaixo) referem-se a eventos na vida do apóstolo que não são mencionados em Atos, pressupõe-se que Paulo realmente as escreveu. Então, muitos chegam à sublime conclusão de que o apóstolo foi declarado inocente das acusações e colocado em liberdade. Ele próprio dá a entender isso em Filipenses 1:19-25; 2.24. Provavelmente após sua absolvição ele acalentou o desejo de ir à Espanha (veja Rm 15:24-28). Este período também seria a época em que as cartas a Timóteo e Tito foram escritas. Quando o cristianismo foi considerado ilegal, Paulo foi preso novamente e levado de volta a Roma, onde escreveu II Timóteo. Seu período de liberdade provavelmente durou até por volta de 62 a 66 d.C. II Timóteo 4 é então o triste relato do que certamente foi o julgamento final do apóstolo, no qual foi condenado à morte (v. 18). Mesmo nesse triste capítulo, entretanto, percebe-se que Paulo aproveita todas as oportunidades para pregar (2Tm 4.17,18). A tradição diz que morreu em Roma, como mártir nas mãos do imperador Nero, por volta do ano 67 d.C.

    Os escritos de Paulo

    O legado de Paulo para o mundo é enorme. Além do fato de ter levado a verdade do Evangelho a praticamente todo o mundo conhecido daquela época, também escreveu cartas muito significativas, as quais chegaram até nós como parte do cânon do Novo Testamento. Tais documentos são cheios de exposições sobre Jesus, o pecado, a salvação, a vida cristã, o futuro e a natureza da Igreja. Suas cartas não podem ser examinadas detalhadamente aqui e o resumo apresentado a seguir não faz justiça à profundidade dos ensinamentos que cada uma contém, mas talvez aguce o apetite do leitor e o leve a examiná-las mais detidamente. Em muitos aspectos as epístolas paulinas têm proporcionado o perfil para a Igreja através dos séculos. Embora sempre haja alguns críticos que questionem se o apóstolo realmente escreveu todas as epístolas atribuídas a ele, existem 13 escritas por Paulo no Novo Testamento. Por conveniência, vamos dividi-las em três grupos.

    As epístolas maiores e mais antigas. Incluem Gálatas, 1 e II Tessalonicenses, 1 e II Coríntios e Romanos. A primeira é a única carta na qual Paulo não tinha quase nada de positivo a dizer aos destinatários. Escreveu devido à sua grande preocupação, pois muitos gálatas já seguiam “outro evangelho”. O apóstolo temia pela salvação deles e pela pureza da doutrina da vida eterna somente pela graça, por meio da fé. Ao que parece, os que argumentavam que o cristão precisava primeiro tornar-se judeu para ser salvo tinham grande sucesso na difusão de suas ideias. Defendiam a necessidade da circuncisão, a guarda da Lei de Moisés e do sábado. Esses ideais iam diretamente contra o ensino de Paulo de que os gentios tornavam-se cristãos e eram “justificados” (declarados não culpados diante de Deus) por meio da fé em Jesus Cristo e ainda continuavam gentios (Gl 3:8-11,24; 5.4). Paulo disse aos gálatas: “Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1:9). Declarava que eles eram todos filhos de Deus “pela fé em Cristo Jesus... desta forma não há judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3:26-29). Jesus livra da letra da lei e da sua punição, pois assim declarou Paulo: “Estou crucificado com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2:20). Esta existência em Jesus é uma vida composta de uma nova natureza, agora dirigida pelo Espírito de Cristo e conduzida ao objetivo da vida eterna (Gl 5:16-22,25; 6.8). Paulo afirmava que essas verdades eram para todos os que creem em Jesus Cristo, qualquer que fosse a nacionalidade, sexo ou classe social. O cristianismo nunca seria meramente uma facção do judaísmo. O fato de que as decisões do Concílio de Jerusalém não fazem parte das argumentações e do ensino de Paulo leva alguns a crerem que provavelmente a carta aos Gálatas foi escrita antes desta reunião (talvez em 49 d.C.). Outros colocam a data bem depois.

    As epístolas de 1 e II Tessalonicenses são bem conhecidas pelos ensinos que contêm sobre a segunda vinda de Cristo. De fato, na primeira das duas Paulo gasta um tempo considerável encorajando os cristãos na fé, na vida cristã e no testemunho (1Ts 4). Dá graças a Deus por eles, especialmente pela maneira como aceitaram a pregação no início, “não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que credes” (1Ts 2:13). O apóstolo apelou para que continuassem na fé, principalmente à luz da vinda de Cristo, a qual lhes proporcionaria grande esperança e alegria. Deveriam encorajar uns aos outros (1Ts 4:18) com a certeza de que Jesus voltaria e não deveriam lamentar pelos que morressem, como se fossem iguais ao resto do mundo sem esperança (1Ts 4:13). A segunda epístola provavelmente foi escrita durante a permanência de Paulo na cidade de Corinto. Novamente dá graças a Deus pela perseverança dos cristãos, pela fé e pelo amor que demonstravam uns aos outros (2Ts 1:3-12). Parte da carta, entretanto, é escrita para corrigir algumas ideias equivocadas sobre a volta de Cristo. Um fanatismo desenvolvera-se, o qual aparentemente levava as pessoas a deixar de trabalhar, a fim de esperar a iminente volta do Senhor (2Ts 2). Paulo insistiu em que os irmãos deveriam levar uma vida cristã normal, mesmo diante das dificuldades e perseguições. O fato de que Deus os escolheu e salvou por meio da operação do Espírito os ajudaria a permanecer firmes na fé (2Ts 2:13-15).

    As epístolas aos Coríntios provavelmente foram escritas durante a longa permanência de Paulo na cidade de Éfeso. A primeira carta trata de uma variedade de problemas que a igreja enfrentava. O apóstolo demonstrou preocupação pela maneira como os cristãos se dividiam em facções (1Co 1:12). Lembrou que não deveriam ir diante dos tribunais seculares para resolver suas diferenças (1Co 6). Ensinou-os sobre a importância de uma vida moralmente pura e lembrou que seus corpos eram santuário de Deus e o Espírito de Deus habitava neles (1Co 3:16-5:1-13). Tratou da questão prática sobre se deveriam ou não comer carne previamente oferecida a divindades pagãs e também discutiu sobre a maneira como os dons espirituais deviam ser usados na 1greja, ou seja, para a edificação e a manifestação do verdadeiro amor cristão no meio da comunidade (1Co 12:14). A ressurreição física de Cristo também é amplamente discutida em I Coríntios 15.

    Na época em que Paulo escreveu a segunda carta aos Coríntios, as supostas divisões na igreja estavam cada vez mais patentes. Ele, porém, preocupou-se com o seu próprio relacionamento com a igreja e discutiu sobre isso. É claro que alguns irmãos da comunidade o desrespeitavam, talvez mediante o argumento de que não era mais espiritual do que os líderes locais, os quais Paulo chama de “excelentes apóstolos” (2Co 11:5).

    Nesta carta, Paulo demonstrou como deveria ser a vida do verdadeiro cristão. Ao tomar sua própria vida como exemplo, mostrou que sofreu terríveis perseguições e dificuldades por causa de Cristo (2Co 10:12). Talvez não fosse o mais eloqüente dos oradores, mas fora chamado para o ministério do Evangelho e Deus tinha honrado seu trabalho. Muitas vezes sentiu-se enfraquecido e derrotado, mas a fé no Senhor Jesus Cristo e o desejo de completar seu chamado fizeram-no seguir adiante (veja especialmente 2 Co 4 e 5; 7). Lembrou os leitores sobre a glória do Evangelho (2Co
    3) e os encorajou a serem generosos na oferta para os pobres de Jerusalém (2Co 8).

    A carta aos Romanos provavelmente foi redigida na década de 50 d.C. É uma epístola escrita a uma igreja que o apóstolo nunca visitara. É cheia de louvores pela fé e pelo compromisso deles com Cristo. Seu tema principal enfatiza que a justificação se opera pela fé em Jesus, tanto para os judeus como para os gentios. Existe alguma discussão sobre o motivo que levou Paulo a escrever esta carta. Alguns dizem que estava consciente das divergências entre os convertidos judeus e gentios na igreja e a necessidade que tinham de uma ajuda pastoral. Outros alegam que a carta formou a base teológica para sua estratégia missionária de levar o Evangelho aos gentios e que o apóstolo esperava o apoio dos cristãos de Roma no seu projeto de viajar à Espanha. Existem outros motivos alegados. A própria carta enfatiza que todas as pessoas, tanto judeus como gentios, têm pecado (Rm 1:18-3.10,11; etc.). A salvação, entretanto, veio para todo o que tem fé em Jesus Cristo, “sem distinção”. Embora todos tenham pecado, os que crêem “são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:23-24). A razão para esta possibilidade de salvação para todos é vista na natureza vicária da morte de Cristo (Rm 3:24-26; veja Jesus). Judeus e gentios igualmente são herdeiros das ricas bênçãos da aliança de Deus, porque o Senhor é fiel em cumprir suas promessas. A justiça de Deus é vista na absolvição dos que são salvos pela graça, mas também na maneira como cumpriu as promessas feitas a Abraão, o grande exemplo de justificação pela fé (Rm 4). Nesta epístola, Paulo discutiu também sobre a vida cristã debaixo da direção do Espírito Santo, ou sobre o privilégio da adoção de filhos de Deus e a segurança eterna que ela proporciona (Rm 8). Paulo mencionou também como a nação de Israel encaixa-se no grande plano de salvação de Deus (Rm 9:11) e enviou instruções sobre como os cristãos devem viver para Cristo, como “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12:1-2).

    As epístolas da prisão. Essas cartas foram redigidas na prisão. Há alguma discussão sobre se todas foram escritas durante o tempo em que Paulo esteve preso em Roma ou durante um período em que ficou detido em Cesaréia. Se todas são do tempo da prisão na capital do império, elas foram elaboradas entre 62 e 63 d.C. Aqui estão incluídas as cartas aos Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom (para mais detalhes sobre Filemom, veja Filemom e Onésimo).

    A carta aos Efésios se inicia com uma das mais gloriosas passagens das Escrituras, pois descreve as grandes bênçãos que os cristãos experimentam por estarem “em Cristo”. Tais promessas foram planejadas por Deus desde antes da criação do mundo. Incluem o perdão dos pecados, a adoção para os que se tornam filhos de Deus, a alegria da glória de Deus e a posse do Espírito Santo como garantia da redenção e da plena herança da vida eterna (Ef 1). A epístola medita sobre essas bênçãos e o maravilhoso amor de Deus por seu povo, amor este que leva à grande demonstração da graça na salvação dos que têm fé em Jesus (Ef 2). A Igreja é o Corpo de Cristo, unida no chamado e no propósito (Ef 2:11-12). Portanto, o povo de Deus deve viver como filhos da luz, andar cheios do Espírito Santo, ser imitadores de Deus e testemunhas dele no meio das trevas do mundo ao redor (Ef 4:1-5.21). Paulo prossegue e expõe como certos relacionamentos específicos refletiriam o amor de Deus por seu povo (Ef 21. a 6.10). Depois insistiu em que os cristãos permanecessem firmes na fé e colocassem toda a armadura de Deus, liderados pelo Espírito e obedientes à Palavra do Senhor (Ef 6:1-18).

    Filipenses é uma carta de agradecimento. O apóstolo escreveu para agradecer aos cristãos de Filipos pela recente ajuda financeira que lhe enviaram (especialmente Fl 1 e 4:10-20). Os crentes daquela cidade aparentemente eram mantenedores fiéis do ministério de Paulo, e sua gratidão a Deus pela vida deles brilha por toda a carta. Os comentários pessoais sobre Epafrodito e sua enfermidade refletem o relacionamento pessoal que o apóstolo mantinha com esses irmãos. Paulo advertiu-os com relação aos judaizantes (Fl 3:1-11) e os desafiou a permanecer firmes e continuar a viver vidas “dignas de Cristo”, qualquer que fosse a situação que tivessem de enfrentar (Fl 1:27-30; 2:12-18; 3.12 a 4.1). A passagem teológica mais notável pode ser encontrada em Filipenses 2:1-11. O texto fala sobre a humildade de Cristo, uma característica que ninguém no mundo antigo e muito menos no moderno realmente aspira! Esta humildade demonstrada por Jesus, que acompanhou seu chamado até a cruz, proporciona a base e o exemplo ao apelo de Paulo para que os filipenses continuassem unidos em humildade, sem murmurações, enquanto cumpriam o próprio chamado. Esta vocação é resumida por Paulo em Filipenses 2:14-17. Deveriam resplandecer “como astros no mundo, retendo a palavra da vida”.

    Os cristãos de Colossos provavelmente eram, na maioria, gentios; portanto, foram os primeiros a se converter ao Evangelho por intermédio do ministério de Epafras (Cl 1:7-2.13). Pelo que Paulo diz, os eruditos inferem que, ao escrever esta carta, ele estava preocupado com algumas doutrinas falsas que haviam entrado na igreja. Talvez o ensino herético tenha diminuído a importância de Cristo, pois enfatizava demais a sabedoria humana. Talvez insistissem na adoção de certas práticas judaicas como a circuncisão e a guarda do sábado. A adoração de anjos provavelmente fazia parte das ideias, e possivelmente havia também uma ênfase no misticismo e nas revelações secretas. Em resposta a tudo isso, Paulo falou sobre a preeminência de Jesus sobre todas as coisas. Somente Ele é o cabeça da Igreja. É o Criador preexistente e o primeiro a ressuscitar dentre os mortos (Cl 1:15-23). Foi em Cristo que aquelas pessoas haviam morrido para o pecado e ressuscitado por Deus para uma nova vida. Foi “nele” que foram perdoadas. “Em Cristo” as leis do sábado e sobre comidas e bebidas foram consideradas redundantes, pois eram apenas “sombras” que esperavam a manifestação do Filho de Deus (Cl 2:16-19). O desafio para esses cristãos era que não se afastassem de Jesus, em busca de experiências espirituais por meio de anjos ou da obediência a preceitos legais; pelo contrário, conforme Paulo diz, “pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra. Pois morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo em Deus” (Cl 3:2-3). Deveriam viver como escolhidos de Deus e filhos consagrados, a fim de que a palavra de Cristo habitasse neles abundantemente (Cl 3:15-17).

    As epístolas pastorais. Essas cartas são 1 e II Timóteo e Tito. São tradicionalmente chamadas de “pastorais” porque incluem instruções para os jovens pastores Timóteo e Tito, na liderança da igreja primitiva. Paulo desafiou esses líderes a estar vigilantes contra o falso ensino que rapidamente surgiria nas igrejas (1Tm 1:3-20; 2 Tm 3; Tt 1:1016; etc.). O apóstolo os exortou quanto à oração pública e deu instruções sobre o tipo de pessoa adequada para ocupar cargos de liderança nas igrejas (1Tm 3:1-13; Tt 1:6-9). Paulo também desejava que eles soubessem o que ensinar e como lidar com diferentes grupos de pessoas. O ensino deveria ser de acordo com as Escrituras e não comprometido por causa de pessoas que nem sempre gostavam do que ouviam (2Tm 3.14 a 4.5; Tt 2; etc.) A mensagem também precisava exortar contra as dissensões e a apostasia que seriam os sintomas dos “últimos dias” (1Tm 4:1-16; 6:3-10; 2 Tm 2.14 a 3.9; etc.).

    O ensino de Paulo

    Apenas alguns dos ensinamentos de Paulo foram mencionados aqui. O que motivou o apóstolo em seu ensino foi sua experiência pessoal na estrada de Damasco. Enquanto refletia sobre o que acontecera ali, chegara à conclusão de que aquela luminosidade o deixara cego a fim de que pudesse contemplar o poder de Deus. Jesus tinha essa glória; portanto, era Senhor, um ponto que enfatiza várias vezes, inclusive ao aplicar a Cristo declarações e ideias atribuídas a Yahweh no Antigo Testamento. O apóstolo reconheceu que, embora fosse judeu, precisava de salvação e perdão do pecado, e tais dádivas só podiam ser encontradas no sacrifício de Cristo, que morrera em seu lugar na cruz. Esta grande mensagem era para todas as pessoas, independentemente de raça ou antecedentes.

    Todos pecaram. Esse assentimento da situação difícil do homem serve como base da grande convicção que Paulo tinha de que todas as pessoas precisavam ouvir o Evangelho. Em Romanos 1:3 ele demonstra que os gentios (os pagãos) serão considerados culpados de rejeição para com Deus com base em sua revelação por meio da criação. O apóstolo argumenta assim: “Visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis” (Rm 1:19-20). O pecado tem levado a mais transgressões, pois as pessoas se afastam de Deus em rebelião, de maneira que o Senhor as entrega a práticas infames que desejam realizar. O fim delas está claramente determinado: “Mas, segundo a tua dureza de coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus” (Rm 2:5). Para o apóstolo, entretanto, falar de tal profundidade do pecado entre os gentios era uma coisa; mas ele prossegue e argumenta que os judeus estão na mesma situação, pois “para com Deus não há acepção de pessoas” (Rm 2:11). A Lei de Moisés não pode salvar e Paulo argumenta que o verdadeiro judeu é o que o é interiormente: “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra, e cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (v. 29). A vantagem do judeu reside no fato de que tem a Palavra de Deus, a Lei e as Escrituras do Antigo Testamento (Rm 3:2), ainda que essa mesma Lei aponte para a justiça de Deus e o juízo sobre o pecado. A Lei revela como os homens e as mulheres realmente são pecadores (Rm 3:20). As conclusões de Paulo, baseadas no que é ensinado nesses capítulos, são resumidas numa citação de vários livros da própria Lei na qual os judeus achavam que podiam confiar: “Não há um justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só” (Rm 3:10-12; veja Sl 14:1-3; 53:1-3). Portanto, o resultado desse pecado universal é claro, pois ninguém escapará da ira (do justo julgamento) de Deus. Por isso, o problema enfrentado por toda a humanidade é temível. Seja judeu ou gentio, o Senhor não fará distinção entre os pecadores.

    Cristo crucificado. Para o apóstolo, havia apenas uma resposta para essa questão, e ele a encontrara na pessoa de Jesus. Aonde quer que fosse, Paulo proclamava a Cristo. O Filho de Deus era a resposta para a situação de todas as pessoas, não somente para os judeus, mas também os gentios. Todos estão debaixo do julgamento de Deus e precisam de salvação, redenção e perdão. O Senhor, entretanto, jamais ignoraria sua justiça, ou seja, não expressaria amor por meio da supressão da justiça (veja Deus, Jesus). Deus é amor, mas é também justiça. Paulo aprendera que, em Cristo, a justiça perfeita de Deus foi revelada, mas a grande bondade, o amor, a misericórdia e a graça do Senhor também se manifestam em Jesus.

    Em Romanos 3:21-26 Paulo expôs que essa justiça de Deus é “pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem” (v. 22). Precisamente porque o Senhor não tem favoritismo, “pois todos pecaram”, homens e mulheres de todas as raças são “justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (v. 24). Jesus foi apresentado por Deus como sacrifício. A fé em Cristo significa entender que sua vida foi dada como um sacrifício de expiação pelos pecados e que, desta maneira, Deus permanece justo — o castigo pelo pecado foi pago na cruz. Paulo refere-se a esse sacrifício de maneiras diferentes em outros textos. Por exemplo, viu o sacrifício como “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5:21). Também contemplou Jesus da seguinte maneira: “Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5:7).

    O argumento de Paulo de que judeus e gentios encontravam a salvação da mesma maneira está baseado no fato de que “há somente um Deus” para todos. Portanto, desde que Ele é justo e não faz distinção, a salvação será pela fé em Jesus Cristo para todo o que crer (Rm 3:29-30).

    Para o apóstolo, o advento de Cristo cumpriu o propósito de Deus para a salvação: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gl 4:4-5). Sob a Lei, Cristo recebeu a punição sobre si e resgatou as pessoas da “maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3:13). O sacrifício de Jesus na cruz e a redenção que pagou para nós com seu próprio sangue tornaram-se o ponto principal da pregação de Paulo. Essas eram as boas novas: Jesus trouxe o perdão e recebeu a punição pelo pecado. O apóstolo assim resume sua pregação: “Mas nós pregamos a Cristo crucificado” (1Co 1:23). Sua mensagem era “a palavra da cruz” (1Co 1:18).

    Justificação pela graça por meio da fé. O aceso a essa obra salvadora de Cristo na cruz era, para o apóstolo, inteiramente pela graça de Deus. Se a redenção fosse alcançada por meio da obediência à Lei, seria possível que as pessoas se orgulhassem de ter alcançado a própria salvação; Paulo, porém, tinha plena convicção de que era obra de Deus por seu povo e uma demonstração da sua graça (seu amor e misericórdia imerecidos) em favor do seu povo (Ef 2:9). Várias vezes o apóstolo insiste em que todos terão de comparecer diante do trono de Deus, e a única esperança do veredicto de “não culpado” (de justificado), quando enfrentassem o julgamento justo de Deus, estava na sua graça. Assim, a redenção vem pela graça e o indivíduo pode apropriar-se dela pela fé, que envolve um compromisso com a justiça de Deus e com seus caminhos justos em Cristo. A fé olha somente para Deus em busca da salvação e, desta maneira, o homem admite a própria incapacidade diante do Senhor, reconhece o pecado e a necessidade de perdão, e olha para Deus como o único que o pode perdoar.

    Essa justificação é conquistada à custa da morte de Cristo, e o pagamento da dívida foi confirmado por Deus na ressurreição de seu Filho (Rm 4:25-5.16,18; etc.). Nenhum outro custo é exigido. Os pecadores são justificados “gratuitamente pela graça”; “Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé — e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Rm 3:24; Ef 2:5-8; etc.). Desde que a obediência à Lei não proporcionou a salvação, novamente Paulo mostra que os gentios também estão incluídos. Eles podem ter fé: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro a evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações” (Gl 3:8). Paulo não ensina somente sobre a justificação pela fé em Cristo como meio para alguém se tornar cristão. Deus salva a todos pela graça com um propósito: “Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos” (2Tm 1.9). Essa justificação pela graça significa que os que crêem têm acesso a todas as bênçãos que o Senhor prometeu ao seu povo, resumidas nas palavras “vida eterna”: “A fim de que, justificados por sua graça, sejamos feitos seus herdeiros segundo a esperança da vida eterna” (Ti 3.7).

    A vida no Espírito. De acordo com os escritos de Paulo, a operação do Espírito Santo permeia cada área da vida cristã e da Igreja. Ele primeiramente se manifesta na proclamação do Evangelho do Cristo crucificado. A pregação do apóstolo levava as pessoas à conversão porque, segundo ele, “a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:4). Esta obra do Espírito, segundo Paulo, era para que a fé se apoiasse inteiramente no poder de Deus (v. 5), “de sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” (Rm 10:17-1 Ts 1.5). O Espírito, entretanto, está ativo também na vida da pessoa que ouve a mensagem, pois “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1Co 2:14). Assim, o Espírito de Deus está ativamente presente na pregação do Evangelho e na vida do que ouve e se volta para Cristo.

    Os que exercem a fé são redimidos e justificados e sabem que não são mais condenados por Deus. “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). A evidência que eles têm da obra de Deus em suas vidas, segundo Paulo, está na posse do Espírito Santo. A vida no Espírito desta maneira traz ao crente muitas bênçãos e muitos desafios. Todos os que pertencem a Jesus possuem o Espírito de Cristo, e isso significa que são controlados pelo Espírito (Rm 8:9). É Ele quem garante a uma pessoa que ela pertence a Deus. De fato, este é o “selo de posse” de Deus, “o qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações” (2Co 1:22). Esse aspecto da função do Espírito como “um selo de garantia” é mencionado em numerosas ocasiões, especialmente quando Paulo pensa sobre o futuro, quando teria de enfrentar a morte, ou sobre a herança que um dia os cristãos receberão do Senhor (2Co 5:4-5; Ef 1:14; etc.).

    O Espírito Santo auxilia as pessoas na oração e leva as súplicas dos crentes fracos e falíveis diante do Pai (Rm 8:26-27). Desde que a vida cristã é vivida em comunidade, o Espírito também ajuda na vida corporativa da Igreja. Segundo Paulo, cada cristão recebe algum “dom do Espírito” com o qual ajuda outros crentes em seu progresso espiritual. Esses dons serão úteis na edificação de outras pessoas na fé, de maneiras variadas. O apóstolo não dá uma lista exaustiva de tais dons, mas menciona diversos, como demonstrar hospitalidade, falar em línguas, ensinar, repartir com liberalidade, profetizar e administrar (1Co 12:4-11; Rm 12:6-8). Intimamente ligado a esse trabalho que capacita todos os crentes a ter uma plena participação na vida da Igreja está o trabalho de promover a unidade cristã. Freqüentemente Paulo enfatiza essa tarefa do Espírito Santo. A unidade entre os crentes não é um acessório opcional, mas a essência da fé cristã, pois ela é proveniente da própria natureza de Deus: “Pois todos nós fomos batizados em um só Espírito, formando um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12:13). Desta maneira, é tarefa de cada cristão procurar “guardar a unidade do Espírito no vínculo da paz”, porque “há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4:3-6).

    Um importante aspecto da operação do Espírito Santo na vida do crente é o de produzir a consciência do pecado, a necessidade do perdão e ajudar o indivíduo a viver em santidade e integridade para a glória de Deus. Esse processo efetuado pelo Espírito leva ao crescimento e é chamado de “santificação”. É papel do Espírito separar o crente da pecaminosidade e operar nele, para que ele produza uma existência cada vez mais semelhante à de Cristo. Em II Tessalonicenses 2:13 Paulo diz: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade” (veja também 1 Co 6.11). É esse trabalho do Espírito que os cristãos ignoram, para a própria perdição. O apóstolo insiste em que todos devem “viver no Espírito” e dessa maneira serão protegidos do mal que os cerca e do pecado: “Digo, porém: Andai no Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é contrário à carne. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis” (Gl 5:16-17; Rm 8:13-15).

    Quando lemos os escritos de Paulo, observamos que é difícil encontrar uma obra do Espírito que nos deixe tão empolgados do que a que concede ao crente o direito de ser “filho de Deus”. Isso claramente tem que ver com o fato de sermos herdeiros de todas as bênçãos do Senhor, mas também com o relacionamento novo e pessoal com o Pai: “Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4:6; veja Aba). Essa convivência é maravilhosamente libertadora: “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8:15). De acordo com Paulo, o Espírito Santo é essencial para a própria existência do cristão. Ele inicia, confirma e desenvolve a fé, estabelece a unidade, vive no interior do crente, promove a santificação, garante o futuro, possibilita a vida em comunidade e cumpre muitas outras tarefas além dessas. Seu objetivo é cumprir a plena vontade de Deus na vida do cristão individualmente e na vida da Igreja de Deus.

    A vida depois da morte. Paulo tinha plena convicção da vida após a morte. Pressupunha que um dia todas as pessoas testemunhariam a volta do Senhor e enfrentariam seu julgamento (Rm 2:5-14.10; Fp 2:10). Naquele dia haverá uma separação entre as pessoas, que não dependerá de suas boas obras ou más ações, mas da experiência da graça de Deus que tiveram em suas vidas, pela fé (Rm 5:1-8.1). Uma das maiores alegrias que Paulo demonstrava como cristão era o fato de não temer a morte, pois cria que Jesus conduziu seus pecados sobre si na cruz, onde pagou por eles (Rm 8:1517). De fato, o apóstolo tinha plena confiança no futuro. Se morresse ou permanecesse vivo, estaria com o Senhor e continuaria a glorificá-lo (2Co 5:6-9). De todas as pessoas, Paulo estava consciente da fragilidade da vida humana. Em muitas ocasiões esteve próximo da morte e muitas vezes foi espancado e apedrejado (2Co 11:23-29). Falou em “gemer” e carregar um fardo nesse corpo, mas mesmo assim perseverava, ciente de que um dia o que é mortal será absorvido pela vida (2Co 5:4). Novamente o apóstolo voltou-se para o Espírito Santo dentro dele para a confirmação e a garantia dessas promessas futuras (v. 5).

    Embora Paulo deixasse claro que preferia estar com o Senhor do que sofrer perseguições por causa da fé, nunca se preocupou com o que viria depois da morte. Pelo contrário, sua absoluta convicção de que um dia, como Cristo, ele ressuscitaria dentre os mortos e herdaria a vida eterna deu-lhe um propósito para a existência. Deus o chamara para proclamar as boas novas de que Jesus morrera no lugar de todo o que cresse nele e ressuscitara dentre os mortos, sendo “as primícias” dos que dormem. A volta de Cristo e a ressurreição dos mortos levarão a uma mudança radical do corpo (1Co 15:20-35-44). Isso levou o apóstolo a declarar: “Mas a nossa pátria está nos céus, de onde esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo de humilhação, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3:20-21).

    Existe muita discussão sobre o que Paulo imaginava a respeito do tempo da morte e o da ressurreição geral, na vinda de Cristo. Será que o apóstolo acreditava em alguma forma de “sono da alma”, no qual as pessoas entrariam em um tipo de inconsciência, no aguardo da vinda de Cristo? Ou será que acreditava na possibilidade de o espírito humano ir imediatamente à presença do Senhor? Não temos espaço aqui para examinar o ensino de Paulo detalhadamente, mas existem passagens que deixam claro o seu ponto de vista: após a morte, o homem interior (alma e espírito) é imediatamente conduzido à presença do Senhor. Ao falar novamente sobre seu desejo de servir a Deus, ao mesmo tempo em que desejava estar com Ele na eternidade, Paulo disse: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fp 1:23; veja também 2 Co 5.3).

    Apesar de todas as suas implicações, para o apóstolo a morte significava “glória eterna”; “estar com o Senhor”; “vida”; “da parte de Deus um edifício, uma casa... eterna, nos céus” (2Co 4:17-5.1,4,8). Não é de estranhar, portanto, que pudesse declarar: “Portanto, nós não atentamos nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas” (2Co 4:18).

    Conclusões

    Certamente Paulo foi o maior mestre da fé cristã depois do próprio Senhor Jesus Cristo. Chamado e dirigido pelo Espírito Santo para proclamar o Evangelho aos gentios, esse grande teólogo expôs as profundidades da fé cristã de uma maneira que se mostra fundamental para a Igreja de Jesus através dos séculos. Seu total compromisso com o Evangelho do Cristo crucificado permanece como um exemplo para todos os crentes de todas as épocas. Seu desejo de preservar a verdade contra todas as heresias ou qualquer coisa que tentasse desfazer o direito à salvação somente pela graça brilha através de todos os seus escritos. Seu profundo zelo pela aplicação da verdade do Evangelho na vida do crente levou-o a escrever páginas sobre como se deve viver o autêntico cristianismo no meio de uma sociedade pagã. Tudo isso só seria alcançado por meio do Espírito Santo, que vive no interior do crente para realizar os propósitos do Pai. Seu profundo amor pelos irmãos na fé e a maneira como sofria e entristecia-se com os pecados e sofrimentos deles são vistos não somente no modo como escreveu sobre os crentes, ou seja, com grande carinho e encorajamento, mas também em suas repetidas referências às orações que fazia por eles.

    Sua profunda convicção de que todos pecaram e estão debaixo do julgamento de Deus e sua preocupação para que homens e mulheres ao redor do mundo encontrassem a salvação de que precisavam tão desesperadamente levaram Paulo a responder ao chamado para pregar o Evangelho aos gentios. Para o apóstolo, Cristo era a única resposta.

    Ele era o foco e o poder da vida de Paulo e, acima de tudo, aquele que morreu para que ele recebesse o perdão e encontrasse a justificação e a vida eterna no último dia. P.D.G.


    Paulo [Pequeno] - Nome romano de SAULO, APÓSTOLO dos GENTIOS, o maior vulto da Igreja primitiva (At 13:9). Israelita da tribo de Benjamim (Fp 3:5) e FARISEU (At 23:6), era cidadão romano por ter nascido em TARSO. Foi educado em Jerusalém aos pés de GAMALIEL (At 22:3); 26:4-5). De perseguidor dos cristãos (At 8:3), passou a ser pregador do evangelho, a partir de sua conversão (At 9). De Damasco foi à Arábia (Gl 1:17). Voltando para Damasco, teve de fugir (At 9:23-25). Em Jerusalém os cristãos tinham receio dele (At 9:26-28), mas Barnabé o levou aos apóstolos. Foi enviado a Tarso (At 9:30), e dali Barnabé o levou a Antioquia da Síria (At 11:19-30). Com vários companheiros Paulo realizou três viagens missionárias (Act 13—20). Em Jerusalém enfrentou a fúria dos opositores, indo parar em Cesaréia (At 21:17—23:) 35), onde compareceu perante Félix, Festo e Herodes Agripa II (Act 24—26). Tendo apelado para o Imperador, viajou para Roma, onde permaneceu preso durante 2 anos (At 27—28;
    v. os mapas das viagens missioná rias de Paulo: PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO, SEGUNDA VIAGEM DE PAULO, TERCEIRA VIAGEM DE PAULO, VIAGEM

    Paúlo

    substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
    Cerrado para o gado.

    substantivo masculino [Portugal] O mesmo que paúl.
    Cerrado para o gado.

    Ressuscitar

    Ressuscitar
    1) Voltar um morto à vida (Rm 8:34); (1Co 6:14)

    2) Começar uma vida nova, de obediência a Deus (Rm 6:1-6); Ef

    Strongs

    Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
    Gálatas 1: 1 - Texto em Grego - (BGB) - Bíblia Grega Bereana

    Paulo, um apóstolo (não proveniente- de- junto- dos homens nem por- operação- de homem algum, mas por- ação- de Jesus Cristo e de Deus (o Pai, Aquele havendo-O ressuscitado para- fora- de- entre os mortos)),
    Gálatas 1: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

    54 d.C.
    G1223
    diá
    διά
    Através dos
    (through)
    Preposição
    G1453
    egeírō
    ἐγείρω
    despertar, fazer levantar
    (having been awoken)
    Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - nominativo masculino Singular
    G1537
    ek
    ἐκ
    o primeiro local de um acampamento israelita a oeste do Jordão, também a leste de
    (Gilgal)
    Substantivo
    G2316
    theós
    θεός
    Deus
    (God)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G235
    allá
    ἀλλά
    ir, ir embora, ir de uma parte para outra
    (is gone)
    Verbo
    G2424
    Iēsoûs
    Ἰησοῦς
    de Jesus
    (of Jesus)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G2532
    kaí
    καί
    desejo, aquilo que é desejável adj
    (goodly)
    Substantivo
    G3498
    nekrós
    νεκρός
    ser deixado, sobrar, restar, deixar
    (the remainder)
    Verbo
    G3588
    ho
    para que
    (that)
    Conjunção
    G3756
    ou
    οὐ
    o 4o. filho de Rúben e progenitor dos carmitas
    (and Carmi)
    Substantivo
    G3761
    oudé
    οὐδέ
    nem / tampouco
    (Nor)
    Conjunção
    G3962
    patḗr
    πατήρ
    um lugar no sudeste da Palestina junto ao limite do território dos cananeus, próximo a
    (unto Lasha)
    Substantivo
    G3972
    Paûlos
    Παῦλος
    Paulo era o mais famoso dos apóstolos e escreveu boa parte do NT, as 14 epístolas
    (Paulus)
    Substantivo - masculino dativo singular
    G444
    ánthrōpos
    ἄνθρωπος
    homem
    (man)
    Substantivo - Masculino no Singular nominativo
    G5547
    Christós
    Χριστός
    Cristo
    (Christ)
    Substantivo - Masculino no Singular genitivo
    G575
    apó
    ἀπό
    onde?, para onde? (referindo-se a lugar)
    (and where)
    Advérbio
    G652
    apóstolos
    ἀπόστολος
    escuridão, trevas
    (let darkness)
    Substantivo
    G846
    autós
    αὐτός
    dele
    (of him)
    Pronome Pessoal / Possessivo - Genitivo Masculino 3ª pessoa do singular


    διά


    (G1223)
    diá (dee-ah')

    1223 δια dia

    preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep

    1. através de
      1. de lugar
        1. com
        2. em, para
      2. de tempo
        1. por tudo, do começo ao fim
        2. durante
      3. de meios
        1. atrave/s, pelo
        2. por meio de
    2. por causa de
      1. o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
        1. por razão de
        2. por causa de
        3. por esta razão
        4. consequentemente, portanto
        5. por este motivo

    ἐγείρω


    (G1453)
    egeírō (eg-i'-ro)

    1453 εγειρω egeiro

    provavelmente semelhante a raíz de 58 (pela idéia de estar em controle das próprias faculdades); TDNT - 2:333,195; v

    1. despertar, fazer levantar
      1. despertar do sono, acordar
      2. despertar do sono da morte, chamar de volta da morte para a vida
      3. fazer levantar de um assento ou cama etc.
      4. levantar, produzir, fazer aparecer
        1. fazer aparecer, trazer diante do público
        2. levantar-se, insurgir-se contra alguém,
        3. levantar i.e. fazer nascer
        4. de construções, levantar, construir, erigir

    ἐκ


    (G1537)
    ek (ek)

    1537 εκ ek ou εξ ex

    preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep

    1. de dentro de, de, por, fora de

    θεός


    (G2316)
    theós (theh'-os)

    2316 θεος theos

    de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m

    1. deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
    2. Deus, Trindade
      1. Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
      2. Cristo, segunda pessoa da Trindade
      3. Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
    3. dito do único e verdadeiro Deus
      1. refere-se às coisas de Deus
      2. seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
    4. tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
      1. representante ou vice-regente de Deus
        1. de magistrados e juízes

    ἀλλά


    (G235)
    allá (al-lah')

    235 αλλα alla

    plural neutro de 243; conj

    1. mas
      1. todavia, contudo, não obstante, apesar de
      2. uma objeção
      3. uma exceção
      4. uma restrição
      5. mais ainda, antes, mais propriamente, até mesmo, além do mais
      6. introduz uma transição para o assunto principal

    Ἰησοῦς


    (G2424)
    Iēsoûs (ee-ay-sooce')

    2424 Ιησους Iesous

    de origem hebraica 3091 ישוע; TDNT - 3:284,360; n pr m

    Jesus = “Jeová é salvação”

    Jesus, o filho de Deus, Salvador da humanidade, Deus encarnado

    Jesus Barrabás era o ladrão cativo que o judeus pediram a Pilatos para libertar no lugar de Cristo

    Jesus [Josué] era o famoso capitão dos israelitas, sucessor de Moisés (At 7:45; Hb 4:8)

    Jesus [Josué], filho de Eliézer, um dos ancestrais de Cristo (Lc 3:29)

    Jesus, de sobrenome Justo, um cristão judeu, cooperador de Paulo na pregação do evangelho (Cl 4:11)


    καί


    (G2532)
    kaí (kahee)

    2532 και kai

    aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj

    1. e, também, até mesmo, realmente, mas

    νεκρός


    (G3498)
    nekrós (nek-ros')

    3498 νεκρος nekros

    aparentemente de uma palavra primária nekus (cadáver); TDNT - 4:892,627; adj

    1. propriamente
      1. aquele que deu o seu último suspiro, sem vida
      2. falecido, morto, alguém de quem a alma esta no céu ou inferno
      3. destituído de vida, sem vida, inanimado
    2. metáf.
      1. espiritualmente morto
        1. destituído de vida que reconhece e é devotada a Deus, porque entreguou-se a transgressões e pecados
        2. inativo com respeito as feitos justos
      2. destituído de força ou poder, inativo, inoperante


    (G3588)
    ho (ho)

    3588 ο ho

    que inclue o feminino η he, e o neutro το to

    em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo

    1. este, aquela, estes, etc.

      Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.


    οὐ


    (G3756)
    ou (oo)

    3756 ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch

    palavra primária, negativo absoluto [cf 3361] advérbio; partícula

    1. não; se usa em perguntas diretas que esperam uma resposta afirmativa

    οὐδέ


    (G3761)
    oudé (oo-deh')

    3761 ουδε oude

    de 3756 e 1161; conj

    1. e não, nem, também não, nem mesmo

    πατήρ


    (G3962)
    patḗr (pat-ayr')

    3962 πατηρ pater

    aparentemente, palavra raiz; TDNT - 5:945,805; n m

    1. gerador ou antepassado masculino
      1. antepassado mais próximo: pai da natureza corporal, pais naturais, tanto pai quanto mãe
      2. antepassado mais remoto, fundador de uma família ou tribo, progenitor de um povo, patriarca: assim Abraão é chamado, Jacó e Davi
        1. pais, i.e., ancestrais, patriarcas, fundadores de uma nação
      3. alguém avançado em anos, o mais velho
    2. metáf.
      1. o originador e transmissor de algo
        1. os autores de uma família ou sociedade de pessoas animadas pelo mesmo espírito do fundador
        2. alguém que tem infundido seu próprio espírito nos outros, que atua e governa suas mentes
      2. alguém que está numa posição de pai e que cuida do outro de um modo paternal
      3. um título de honra
        1. mestres, como aqueles a quem os alunos seguem o conhecimento e treinamento que eles receberam
        2. membros do Sinédrio, cuja prerrogativa era pela virtude da sabedoria e experiência na qual se sobressaíam; cuidar dos interesses dos outros
    3. Deus é chamado o Pai
      1. das estrelas, luminares celeste, porque ele é seu criador, que as mantém e governa
      2. de todos os seres inteligentes e racionais, sejam anjos ou homens, porque ele é seu criador, guardião e protetor
        1. de seres espirituais de todos os homens
      3. de cristãos, como aqueles que através de Cristo tem sido exaltados a uma relação íntima e especialmente familiar com Deus, e que não mais o temem como a um juiz severo de pecadores, mas o respeitam como seu reconciliado e amado Pai
      4. o Pai de Jesus Cristo, aquele a quem Deus uniu a si mesmo com os laços mais estreitos de amor e intimidade, fez conhecer seus propósitos, designou para explicar e propagar entre os homens o plano da salvação, e com quem também compartilhou sua própria natureza divina
        1. por Jesus Cristo mesmo
        2. pelos apóstolos

    Παῦλος


    (G3972)
    Paûlos (pow'-los)

    3972 παυλος Paulos

    de origem latina; n pr m Paulo = “pequeno ou menor”

    Paulo era o mais famoso dos apóstolos e escreveu boa parte do NT, as 14 epístolas paulinas

    Paulo era representante ou procônsul de Chipre. É conhecido como homem prudente tanto na administração dos afazeres quanto como governador


    ἄνθρωπος


    (G444)
    ánthrōpos (anth'-ro-pos)

    444 ανθρωπος anthropos

    de 435 e ops (o semblante, de 3700); com cara de homem, i.e. um ser humano; TDNT - 1:364,59; n m

    1. um ser humano, seja homem ou mulher
      1. genericamente, inclui todos os indivíduos humanos
      2. para distinguir humanos de seres de outra espécie
        1. de animais e plantas
        2. de Deus e Cristo
        3. dos anjos
      3. com a noção adicionada de fraqueza, pela qual o homem é conduzido ao erro ou induzido a pecar
      4. com a noção adjunta de desprezo ou piedade desdenhosa
      5. com referência às duas natureza do homem, corpo e alma
      6. com referência à dupla natureza do homem, o ser corrupto e o homem verdadeiramente cristão, que se conforma à natureza de Deus
      7. com referência ao sexo, um homem
    2. de forma indefinida, alguém, um homem, um indivíduo
    3. no plural, povo
    4. associada com outras palavras, ex. homem de negócios

    Χριστός


    (G5547)
    Christós (khris-tos')

    5547 Ξριστος Christos

    de 5548; TDNT - 9:493,1322; adj Cristo = “ungido”

    Cristo era o Messias, o Filho de Deus

    ungido


    ἀπό


    (G575)
    apó (apo')

    575 απο apo apo’

    partícula primária; preposição

    1. de separação
      1. de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
      2. de separação de uma parte do todo
        1. quando de um todo alguma parte é tomada
      3. de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
      4. de um estado de separação. Distância
        1. física, de distância de lugar
        2. tempo, de distância de tempo
    2. de origem
      1. do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
      2. de origem de uma causa

    ἀπόστολος


    (G652)
    apóstolos (ap-os'-tol-os)

    652 αποστολος apostolos

    de 649; TDNT - 1:407,67; n m

    1. um delegado, mensageiro, alguém enviado com ordens
      1. especificamente aplicado aos doze apóstolos de Cristo
      2. num sentido mais amplo aplicado a outros mestres cristãos eminentes
        1. Barnabé
        2. Timóteo e Silvano

    αὐτός


    (G846)
    autós (ow-tos')

    846 αυτος autos

    da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron

    1. ele próprio, ela mesma, eles mesmos, de si mesmo
    2. ele, ela, isto
    3. o mesmo