Por aquele tempo , o rei Herodes lançou as mãos sobre alguns dos que {eram} da igreja, para maltratá-los.
BKJ
Ora, naquele tempo o rei Herodes estendeu suas mãos para maltratar alguns da igreja.
LTT
Ora, ao longo daquele mesmo tempo, estendeu o rei Herodes (Agripa I) as suas mãos para maltratar alguns daqueles provenientes- de- junto- da assembleia ①(de Jerusalém);
BJ2
Nessa mesma ocasião o rei Herodes começou a tomar medidas visando a maltratar alguns membros da Igreja.
VULG
Eodem autem tempore misit Herodes rex manus, ut affligeret quosdam de ecclesia.
at 12: 2
Versão
Versículo
ARA
fazendo passar a fio de espada a Tiago, irmão de João.
ARC
E matou à espada Tiago, irmão de João.
TB
Ordenou que matassem à espada Tiago, irmão de João.
BGB
ἀνεῖλεν δὲ Ἰάκωβον τὸν ἀδελφὸν Ἰωάννου μαχαίρῃ.
HD
Eliminou a Tiago, irmão de João, com espada.
BKJ
E matou Tiago, irmão de João, à espada.
LTT
E fez morrer à espada Jacobo (o (apóstolo) irmão de João).
BJ2
Assim, mandou matar à espada Tiago, irmão de João.
VULG
Occidit autem Jacobum fratrem Joannis gladio.
at 12: 3
Versão
Versículo
ARA
Vendo ser isto agradável aos judeus, prosseguiu, prendendo também a Pedro. E eram os dias dos pães asmos.
ARC
E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos asmos.
TB
Vendo que isso agradava aos judeus, fez ainda mais: mandou prender também a Pedro — e eram os dias dos Pães Asmos —
Ao ver que {isso} era agradável aos judeus, deu continuidade para capturar também a Pedro – eram os dias dos {pães} Ázimos –
BKJ
E, ele vendo que isso agradara aos judeus, prosseguiu e tomou também a Pedro. (E eram os dias dos pães ázimos).
LTT
E, havendo ele (Herodes) visto que agradável é isso aos judeus, foi além para também prender Pedro (e eram os dias da festa dos pães ázimos),
BJ2
E, vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender também a Pedro. Era nos dias dos Pães sem fermento.
VULG
Videns autem quia placeret Judæis, apposuit ut apprehenderet et Petrum. Erant autem dies Azymorum.
at 12: 4
Versão
Versículo
ARA
Tendo-o feito prender, lançou-o no cárcere, entregando-o a quatro escoltas de quatro soldados cada uma, para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
ARC
E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa.
TB
e, tendo-o feito prender, lançou-o no cárcere, entregando-o a quatro escoltas de quatro soldados cada uma para o guardarem, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
a quem, depois de deter, colocou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para o guardarem, querendo depois da Páscoa conduzi-lo ao povo.
BKJ
E, havendo-o prendido, ele o colocou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
LTT
A quem também, havendo-o prendido, colocou para dentro da prisão, havendo-o entregado a quatro quaternos de soldados ① para o guardarem, intencionando, depois da páscoa 957, apresentá-lo ao povo
BJ2
Tendo-o, pois, feito deter, lançou-o na prisão, entregando-o à guarda de quatro piquetes, de quatro soldados cada um, tencionando apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
VULG
Quem cum apprehendisset, misit in carcerem, tradens quatuor quaternionibus militum custodiendum, volens post Pascha producere eum populo.
at 12: 5
Versão
Versículo
ARA
Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele.
ARC
Pedro, pois, era guardado na prisão: mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
TB
Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele.
Assim, Pedro era mantido na prisão, mas pela igreja estava intensamente sendo feita oração a favor dele junto a Deus.
BKJ
Portanto, Pedro era guardado na prisão; mas a igreja fazia oração sem cessar por ele a Deus.
LTT
Portanto, em verdade, Pedro era guardado dentro da prisão. Oração, porém, estava fervente- e- incessante sendo feita pela assembleia (de Jerusalém), a Deus, em benefício dele (Pedro).
BJ2
Mas, enquanto Pedro estava sendo mantido na prisão, fazia-se incessantemente oração a Deus, por parte da Igreja, em favor dele.
VULG
Et Petrus quidem servabatur in carcere. Oratio autem fiebat sine intermissione ab ecclesia ad Deum pro eo.
at 12: 6
Versão
Versículo
ARA
Quando Herodes estava para apresentá-lo, naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e sentinelas à porta guardavam o cárcere.
ARC
E quando Herodes estava para o fazer nessa mesma noite comparecer, estava Pedro dormindo, entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
TB
Quando Herodes estava para apresentá-lo, nessa mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias, e sentinelas, à porta, guardavam o cárcere.
Quando Herodes estava prestes a conduzi-lo, naquela noite, Pedro estava dormindo entre dois soldados, atado com duas correntes; e sentinelas diante da porta guardavam a prisão.
BKJ
E, quando Herodes estava para trazê-lo, nessa mesma noite, Pedro estava dormindo entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
LTT
Quando, então, estava Herodes para o fazer comparecer (para ser julgado), nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, tendo ele sido acorrentado com duas correntes ①. E outros(dois) guardas, diante da sua porta, guardavam a prisão.
BJ2
Quando se aproximava o momento de Herodes apresentá-lo, naquela mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados, preso a duas correntes,[r] enquanto sentinelas diante da porta vigiavam a prisão.
VULG
Cum autem producturus eum esset Herodes, in ipsa nocte erat Petrus dormiens inter duos milites, vinctus catenis duabus : et custodes ante ostium custodiebant carcerem.
at 12: 7
Versão
Versículo
ARA
Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a prisão; e, tocando ele o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! Então, as cadeias caíram-lhe das mãos.
ARC
E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias.
TB
Eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz brilhou na prisão; e ele, tocando o lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. As cadeias caíram-lhe das mãos.
Eis que se aproximou um anjo do Senhor, e uma luz iluminou a cela. Batendo na pleura de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te, depressa! E as correntes caíram-lhe das mãos.
BKJ
E eis que o anjo do Senhor veio sobre ele, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as suas correntes.
LTT
E eis que um anjo de o Senhor veio sobre ele(Pedro), e uma luz resplandeceu no prédio- da- prisão. E, havendo ele (o anjo) tocado o lado do tórax de Pedro, ele o despertou, dizendo: "Levanta-te em pressa." E caíram para- longe dele (de Pedro) as correntes das suas mãos.
BJ2
De repente, sobreveio o Anjo do Senhor e uma luz brilhou no cubículo. Tocando o lado de Pedro, o Anjo fê-lo erguer-se, dizendo: "Levanta-te depressa!" E caíram-lhe as correntes das mãos.
VULG
Et ecce angelus Domini astitit, et lumen refulsit in habitaculo : percussoque latere Petri, excitavit eum, dicens : Surge velociter. Et ceciderunt catenæ de manibus ejus.
at 12: 8
Versão
Versículo
ARA
Disse-lhe o anjo: Cinge-te e calça as sandálias. E ele assim o fez. Disse-lhe mais: Põe a capa e segue-me.
ARC
E disse-lhe o anjo: Cinge-te, e ata as tuas alparcas. E ele o fez assim. Disse-lhe mais: Lança às costas a tua capa, e segue-me.
TB
O anjo acrescentou: Cinge-te e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. Disse-lhe mais: Cobre-te com a tua capa e segue-me.
Disse o anjo para ele: Cinge-te e calça as tuas sandálias. {Ele} assim o fez. E {o anjo} lhe disse: Veste o teu manto e segue-me.
BKJ
E disse-lhe o anjo: Cinge-te e ata as tuas sandálias. E assim ele o fez. E ele disse-lhe: Lança a tua veste sobre ti, e segue-me.
LTT
E lhe disse o anjo: "Cinge-te ao redor, e ata as tuas sandálias." E fez ele assim. E (o anjo) lhe diz mais: "Lança ao teu redor a tua capa, e segue-me."
BJ2
Disse-lhe ainda: "Cinge-te e calça tuas sandálias". E ele o fez. Disse-lhe mais: "Envolve-te em teu manto e segue-me".
VULG
Dixit autem angelus ad eum : Præcingere, et calcea te caligas tuas. Et fecit sic. Et dixit illi : Circumda tibi vestimentum tuum, et sequere me.
at 12: 9
Versão
Versículo
ARA
Então, saindo, o seguia, não sabendo que era real o que se fazia por meio do anjo; parecia-lhe, antes, uma visão.
ARC
E, saindo, o seguia. E não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas cuidava que via alguma visão.
TB
Pedro, saindo, seguia-o e não sabia que era real o que se fazia por meio do anjo, mas julgava que era uma visão.
E, saindo, o seguia, não sabendo que era verdadeiro o que estava sendo feito por meio do anjo; supunha ter uma visão.
BKJ
E, ele saindo, o seguia. E não sabia que era verdadeiro o que estava sendo feito pelo anjo, mas ele achava que via alguma visão.
LTT
E (Pedro), havendo saído, o seguia. E não tinha sabido que real é aquilo sendo feito por intermédio do anjo, mas supunha a uma visão ver.
BJ2
Pedro saiu e foi seguindo-o, mas não sabia se era verdade o que estava acontecendo por meio do Anjo: parecia-lhe antes uma visão.
VULG
Et exiens sequebatur eum, et nesciebat quia verum est, quod fiebat per angelum : existimabat autem se visum videre.
at 12: 10
Versão
Versículo
ARA
Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade, o qual se lhes abriu automaticamente; e, saindo, enveredaram por uma rua, e logo adiante o anjo se apartou dele.
ARC
E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.
TB
Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela, chegaram ao portão de ferro que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo; e, saindo, andaram uma rua, e logo o anjo o deixou.
Depois de passarem pela primeira e pela segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que conduz à cidade, o qual se abriu, por si mesmo, para eles; após saírem, prosseguiram por uma viela , e logo o anjo se afastou dele.
BKJ
E, quando eles passaram a primeira e a segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesma; saíram e percorreram uma rua, e imediatamente o anjo se apartou dele.
LTT
E, havendo eles (o anjo e Pedro) passado através da primeira guardA e da segunda, chegaram diante do portão de ferro (aquele dando entrada à cidade), o qual por si mesmo se lhes abriu. E, havendo saído, eles foram adiante através de exatamente uma rua e, imediatamente depois, apartou-se o anjo para longe dele (Pedro).
BJ2
Passaram, assim, pelo primeiro posto da guarda, depois pelo segundo, e chegaram ao portão de ferro que dá para a cidade, o qual se abriu por si mesmo diante deles. Saindo,[s] enveredaram por uma rua, quando subitamente o Anjo apartou-se dele.
VULG
Transeuntes autem primam et secundam custodiam, venerunt ad portam ferream, quæ ducit ad civitatem : quæ ultro aperta est eis. Et exeuntes processerunt vicum unum : et continuo discessit angelus ab eo.
at 12: 11
Versão
Versículo
ARA
Então, Pedro, caindo em si, disse: Agora, sei, verdadeiramente, que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa do povo judaico.
ARC
E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava.
TB
Pedro, tornando a si, disse: Agora, sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que esperava o povo judaico.
Então Pedro, caindo em si, disse: Agora, sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo e retirou-me das mãos de Herodes e de toda expectativa do povo judeu.
BKJ
E, Pedro, tendo voltado a si, disse: Agora verdadeiramente eu sei que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes, e de toda a expectativa do povo dos judeus.
LTT
E Pedro, havendo tornado a si mesmo, disse: "Agora, tenho reconhecido, em verdade- segurança, que o Senhor (Jesus) enviou um anjo dEle, e me livrou para- fora- da mão de Herodes e de toda a expectativa (maligna) do povo dos judeus."
BJ2
Então Pedro, voltando a si, disse: "Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu Anjo, livrando-me das mãos de Herodes e de toda expectativa do povo judeu".
VULG
Et Petrus ad se reversus, dixit : Nunc scio vere quia misit Dominus angelum suum, et eripuit me de manu Herodis, et de omni exspectatione plebis Judæorum.
at 12: 12
Versão
Versículo
ARA
Considerando ele a sua situação, resolveu ir à casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.
ARC
E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.
TB
Depois de refletir, foi à casa de Maria, mãe de João, que tem por sobrenome Marcos, onde muitas pessoas estavam congregadas e oravam.
Percebendo {isso}, veio para a casa de Maria, mãe de João, cognominado Marcos, onde muitos estavam reunidos e orando.
BKJ
E ele, considerando isto, foi à casa de Maria, mãe de João, cujo sobrenome era Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.
LTT
E, havendo ele (Pedro) considerado isto, foi à casa de Maria, a mãe de João (aquele tendo por sobrenome Marcos), onde muitos (crentes) estavam tendo sido reunidos, e estavam orando.
BJ2
Dando-se conta da situação, dirigiu-se à casa de Maria, a mãe de João, o que tem o cognome de Marcos.[t]
VULG
Consideransque venit ad domum Mariæ matris Joannis, qui cognominatus est Marcus, ubi erant multi congregati, et orantes.
at 12: 13
Versão
Versículo
ARA
Quando ele bateu ao postigo do portão, veio uma criada, chamada Rode, ver quem era;
ARC
E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar:
TB
Quando ele bateu ao postigo do portão, veio uma criada chamada Rode ver quem era;
e, reconhecendo a voz de Pedro, de alegria não abriu o pórtico, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava de pé junto ao pórtico.
BKJ
E, reconhecendo a voz de Pedro, ela não abriu a porta de alegria, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta.
LTT
E, havendo reconhecido a voz de Pedro, então, por causa do gozo dela, ela não abriu o portal (da casa); havendo, porém, corrido para dentro (da casa), ela anunciou ter se postado Pedro de pé, diante do portal (da casa).
BJ2
Tendo reconhecido a voz de Pedro, ficou tão alegre que não lhe abriu. Ao invés, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava ali, diante do portão.
VULG
Et ut cognovit vocem Petri, præ gaudio non aperuit januam, sed intro currens nuntiavit stare Petrum ante januam.
at 12: 15
Versão
Versículo
ARA
Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, persistia em afirmar que assim era. Então, disseram: É o seu anjo.
ARC
E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam. É o seu anjo.
TB
Eles lhe disseram: Estás louca. Ela, porém, asseverava que era ele. Diziam: É o seu anjo.
Eles disseram para ela: Estás louca! Ela, porém, insistia ser assim. Eles diziam: É o anjo dele.
BKJ
E disseram-lhe: Estás louca. Mas ela afirmava continuamente que era assim. E eles diziam: É o seu anjo.
LTT
Eles (os muitos reunidos), porém, a ela disseram: "Estás fora de ti." Ela, porém, firmemente afirmava assim ser. E eles diziam: "O mensageiro ① dele é."
BJ2
Então, disseram-lhe: "Estás louca!" Ela, porém, assegurava que era verdade. "Então é seu anjo!",[u] concluíram.
VULG
At illi dixerunt ad eam : Insanis. Illa autem affirmabat sic se habere. Illi autem dicebant : Angelus ejus est.
at 12: 16
Versão
Versículo
ARA
Entretanto, Pedro continuava batendo; então, eles abriram, viram-no e ficaram atônitos.
ARC
Mas Pedro perseverava em bater, e, quando abriram, viram-no, e se espantaram.
TB
Mas Pedro continuava a bater; quando abriram o portão, viram-no e ficaram atônitos.
E Pedro continuou batendo; ao abrirem, o viram e extasiaram-se .
BKJ
Mas Pedro continuava batendo, e, quando abriram a porta, viram-no e se espantaram.
LTT
Pedro, porém, perseverava batendo- no- portão. E, havendo eles aberto (o portão), o viram, e se espantaram.
BJ2
Pedro, porém, continuava a bater. Afinal abriram e, vendo-o, ficaram estupefatos.
VULG
Petrus autem perseverabat pulsans. Cum autem aperuissent, viderunt eum, et obstupuerunt.
at 12: 17
Versão
Versículo
ARA
Ele, porém, fazendo-lhes sinal com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão e acrescentou: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, retirou-se para outro lugar.
ARC
E, acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo partiu para outro lugar.
TB
Mas ele, acenando-lhes com a mão que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirou do cárcere e acrescentou: Anunciai isso a Tiago e aos irmãos. E, saindo, retirou-se para outro lugar.
Fazendo um sinal com as mãos para se calarem , relatou-lhes como o Senhor o conduzira para fora da prisão, e disse: Anunciai essas {coisas} a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar.
BKJ
E, acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, declarou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e ele disse: Vai e mostra estas coisas a Tiago e aos irmãos. E, partindo, foi para outro lugar.
LTT
E, havendo ele lhes feito sinal com a mão para se calarem, lhes contou como o Senhor o tirou para- fora- da prisão. E disse ele (Pedro): "Anunciai estas coisas a Jacobo e aos irmãos." E, havendo ele (Pedro) saído, partiu para dentro de outro lugar.
BJ2
Ele, fazendo sinal com a mão para que não falassem, narrou-lhes como o Senhor o livrara da prisão. E acrescentou: "Anunciai isto a Tiago[v] e aos irmãos". Depois saiu, e foi para outro lugar.
VULG
Annuens autem eis manu ut tacerent, narravit quomodo Dominus eduxisset eum de carcere, dixitque : Nuntiate Jacobo et fratribus hæc. Et egressus abiit in alium locum.
at 12: 18
Versão
Versículo
ARA
Sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que teria acontecido a Pedro.
ARC
E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro.
TB
Logo que amanheceu, houve grande alvoroço entre os soldados sobre o que teria acontecido a Pedro.
Tornando-se dia, houve alvoroço não pequeno entre os soldados, sobre o que teria acontecido a Pedro.
BKJ
E, sendo já dia, houve não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro.
LTT
Quando havendo, porém, chegado (a claridade de)o dia, havia não pouco alvoroço entre os soldados sobre o que a Pedro aconteceu.
BJ2
Fazendo-se dia, houve não pequeno alvoroço entre os soldados, sobre o que teria acontecido a Pedro.
VULG
Facta autem die, erat non parva turbatio inter milites, quidnam factum esset de Petro.
at 12: 19
Versão
Versículo
ARA
Herodes, tendo-o procurado e não o achando, submetendo as sentinelas a inquérito, ordenou que fossem justiçadas. E, descendo da Judeia para Cesareia, Herodes passou ali algum tempo.
ARC
E, quando Herodes, o procurou e o não achou, feita inquirição aos guardas, mandou-os justiçar. E, partindo da Judeia para Cesareia, ficou ali.
TB
Herodes, tendo-o procurado e não o achando, inquiriu as sentinelas e mandou que fossem justiçadas; e, descendo da Judeia a Cesareia, ali se demorou.
Herodes, buscando-o mas não encontrando, após interrogar as sentinelas, mandou que fossem levadas {para a morte}. Descendo da Judeia para a Cesareia, {lá} permaneceu.
BKJ
E, quando Herodes o procurou e o não achou, ele examinou aos guardas, e ordenou que eles fossem mortos. E, ele foi da Judeia para Cesareia, e permaneceu ali.
LTT
E Herodes, havendo-o procurado e não o havendo achado, então, havendo investigado- examinado (por- tortura) os (quatro) guardas, ordenou serem eles mortos. E, havendo Pedro descido de junto da Judeia para dentro da Cesareia, permanecia ali.
BJ2
Tendo mandado chamá-lo e não o encontrando, Herodes instaurou um inquérito sobre os guardas e ordenou que fossem executados;[x] Depois, descendo da Judéia para Cesaréia, ali passou algum tempo.
VULG
Herodes autem cum requisisset eum et non invenisset, inquisitione facta de custodibus, jussit eos duci : descendensque a Judæa in Cæsaream, ibi commoratus est.
at 12: 20
Versão
Versículo
ARA
Ora, havia séria divergência entre Herodes e os habitantes de Tiro e de Sidom; porém estes, de comum acordo, se apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto, camarista do rei, pediram reconciliação, porque a sua terra se abastecia do país do rei.
ARC
E ele estava irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele, e obtendo a amizade de Blasto, que era o camarista do rei, pediam paz: porquanto o seu país se abastecia do país do rei.
TB
Herodes estava irritado contra os de Tiro e de Sidom; porém eles, de comum acordo, se apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto, camarista do rei, pediam paz, porque era do país do rei que se abastecia o país deles.
{Ele} estava, porém, furioso com os de Tiro e Sidom; de comum acordo , se apresentaram a ele e, após persuadir a Blasto, o camarista do rei, pediam paz porque a região deles se abastecia do {território} do rei.
BKJ
E Herodes estava muito irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele e tendo feito amizade com Blasto, o camareiro do rei, pediam paz, porque o seu país era alimentado pelo país do rei.
LTT
Então, estava Herodes amargamente hostilizando (intencionando fazer guerra) contra os Tírios e os Sidônios. Em uma mesma harmonia, porém, estes (habitantes de Tiro e de Sidom) vinham ter com ele. E, havendo eles obtido- a- amizade- de Blasto (que estava sobre os camareiros do rei), pediam paz, em razão de o ser abastecido o país deles proveniente- de- junto- do país do rei (Herodes).
BJ2
Ora, Herodes estava irritado contra os habitantes de Tiro e de Sidônia. Mas estes, de comum acordo, apresentaram-se diante dele e, depois de persuadir a Blasto, camareiro real, começaram a pedir a paz. Com efeito, a região deles se abastecia no território do rei.
VULG
Erat autem iratus Tyriis et Sidoniis. At illi unanimes venerunt ad eum, et persuaso Blasto, qui erat super cubiculum regis, postulabant pacem, eo quod alerentur regiones eorum ab illo.
at 12: 21
Versão
Versículo
ARA
Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra;
ARC
E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal, e lhes fez uma prática.
TB
Num dia designado, Herodes, vestido de traje real, sentado no trono, dirigia-lhes uma fala;
No dia fixado, Herodes, vestido da túnica real e sentado sobre o estrado , discursava para eles,
BKJ
E, num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no seu trono e lhes dirigiu um discurso.
LTT
E, em um designado dia, Herodes, havendo vestido as vestes reais e havendo-se assentado sobre a cadeira- de- juiz (sobre- plataforma), lhes fazia um discurso.
BJ2
No dia marcado, Herodes revestiu-se dos trajes reais e tomou lugar na tribuna. Começando ele a falar à multidão,
VULG
Statuto autem die Herodes vestitus veste regia sedit pro tribunali, et concionabatur ad eos.
at 12: 22
Versão
Versículo
ARA
e o povo clamava: É voz de um deus, e não de homem!
ARC
E o povo exclamava: Voz de Deus, e não de homem.
TB
e o povo clamava: É voz de um deus e não de um homem.
Barnabé e Saulo, tendo cumprido o serviço, regressaram de Jerusalém, levando consigo a João, cognominado Marcos.
HD
A ESCOLHA DE BARNABÉ E SAULO atos
BKJ
E Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém, quando terminaram seu ministério, e levaram também consigo a João, que tinha por sobrenome Marcos.
LTT
E Barnabé e Saulo voltaram ① provenientes- de- dentro- de Jerusalém, havendo completado a ação- de- servir deles ②, também havendo levado consigo a João, aquele tendo por sobrenome Marcos.
BJ2
Quanto a Barnabé e Saulo, depois de se terem desempenhado do seu ministério em Jerusalém,[a] regressaram, levando consigo João, cognominado Marcos.
VULG
Barnabas autem et Saulus reversi sunt ab Jerosolymis expleto ministerio assumpto Joanne, qui cognominatus est Marcus.
Referências Cruzadas
As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária.
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:1
Lembrai-vos da palavra que vos disse:não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós;se guardarem a minha palavra, também guardarão a vossa.
Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, e Galileia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:2
E ele disse: Tenho sido muito zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e buscam a minha vida para ma tirarem.
E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com Zebedeu, seu pai, consertando as redes; e chamou-os.
E diz-lhes ele: Na verdade bebereiso meu cálice, mas o assentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence dá-lo, mas é para aqueles para quem meu Pai o tem preparado.
E Moisés disse ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois, com mão forte, o Senhor vos tirou daqui; portanto, não comereis pão levedado.
A Festa dos Pães Asmos guardarás; sete dias comerás pães asmos, como te tenho ordenado, ao tempo apontado no mês de abibe; porque nele saíste do Egito; ninguém apareça vazio perante mim;
Naverdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras.
Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.
Todavia, Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.
mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova o nosso coração.
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:4
Porém, em seus olhos, teve em pouco o pôr as mãos só sobre Mardoqueu (porque lhe haviam declarado o povo de Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir todos os judeus que havia em todo o reino de Assuero, ao povo de Mardoqueu.
E as cartas se enviaram pela mão dos correios a todas as províncias do rei, que destruíssem, matassem, e lançassem a perder a todos os judeus desde o moço até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é mês de adar), e que saqueassem o seu despojo.
Manda, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro dia; não se dê o caso que os seus discípulos vão de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dos mortos; e assim o último erro será pior do que o primeiro.
Mas,antes de todas essas coisas, lançarão mão de vós e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas eàs prisõese conduzindo-vos à presença de reis e governadores,por amor do meu nome.
Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte, e também a túnica. A túnica, porém, tecida toda de alto a baixo, não tinha costura.
Naverdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias: mas, quando já fores velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras.
Ó Jerusalém! Sobre os teus muros pus guardas, que todo o dia e toda a noite se não calarão; ó vós que fazeis menção do Senhor, não haja silêncio em vós,
ajudando-nos também vós, com orações por nós, para que, pela mercê que por muitas pessoas nos foi feita, por muitas também sejam dadas graças a nosso respeito.
E Saul ia desta banda do monte, e Davi e os seus homens, da outra banda do monte; e sucedeu que Davi se apressou a escapar de Saul; Saul, porém, e os seus homens cercaram Davi e os seus homens, para lançar mão deles.
Agora, pois, eis que te soltei, hoje, das cadeias que estavam sobre as tuas mãos. Se te apraz vir comigo para a Babilônia, vem, e eu velarei por ti; mas, se te não apraz vir comigo para Babilônia, deixa de vir. Olha: toda a terra está diante de ti; para onde parecer bom e reto aos teus olhos que vás, para ali vai.
dizendo: Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro.
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.
E, ao amanhecer, os anjos apertaram com Ló, dizendo: Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na injustiça desta cidade.
E isto te será por sinal: este ano se comerá o que espontaneamente nascer e, no segundo ano, o que daí proceder; mas, no terceiro ano, semeai, e segai, e plantai vinhas, e comei os frutos delas.
E eis que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória.
Então, o rei Nabucodonosor se espantou e se levantou depressa; falou e disse aos seus capitães: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei.
O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa e execute o meu direito; ele me trará à luz, e eu verei a sua justiça.
E, quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
E, estando Pedro duvidando entre si acerca do que seria aquela visão que tinha visto, eis que os varões que foram enviados por Cornélio pararam à porta, perguntando pela casa de Simão.
Estando eu orando na cidade de Jope, tive, num arrebatamento dos sentidos, uma visão; via um vaso, como um grande lençol que descia do céu e vinha até junto de mim.
Assim diz o Senhor ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela sua mão direita, para abater as nações diante de sua face; eu soltarei os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.
Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!
E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
E, de repente, sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo,o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, e ninguém abre:
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:11
Então, chamou Abimeleque a Isaque e disse: Eis que, na verdade, é tua mulher; como, pois, disseste: É minha irmã? E disse-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por causa dela.
Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti.
Respondeu e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, e nada há de lesão neles; e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses.
Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar os seus corpos, para que não servissem nem adorassem algum outro deus, senão o seu Deus.
O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.
E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa! E caíram-lhe das mãos as cadeias.
Todavia, Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira agravados mais do que podíamos suportar, de modo tal que até da vida desesperamos.
Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o;
Quando o pai de família se levantar e cerrar a porta,e começardes a estar de fora e a bater à porta, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de onde vós sois,
E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu, então, o outro discípulo que era conhecido do sumo sacerdote e falou à porteira, levando Pedro para dentro.
o Anjo que me livrou de todo o mal, abençoe estes rapazes; e seja chamado neles o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e multipliquem-se, como peixes em multidão, no meio da terra.
Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.
Quando, pois,vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israelsem que venha o Filho do Homem.
Jesus, pois, já não andava manifestamente entre os judeus, mas retirou-se dali para a terra junto do deserto, para uma cidade chamada Efraim; e ali andava com os seus discípulos.
E, havendo-lho permitido, Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica, dizendo:
e conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que se me havia dado, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles, à circuncisão;
Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão.
E Davi permaneceu no deserto, nos lugares fortes, e ficou em um monte no deserto de Zife; e Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.
antes, deu ordem o rei a Jerameel, filho de Hameleque, e a Seraías, filho de Azriel, e a Selemias, filho de Abdeel, que prendessem Baruque, o escrivão, e Jeremias, o profeta. Mas o Senhor tinha-os escondido.
E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga, porque Herodes há de procurar o menino para o matar.
Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos.
E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
E, quando Herodes estava para o fazer comparecer, nessa mesma noite, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesareia; e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele.
E voltava este termo a Ramá e até à forte cidade de Tiro; então, tornava este termo a Hosa, e as suas saídas estavam para o mar, desde o quinhão da terra até Aczibe;
Os meus servos os levarão desde o Líbano até ao mar, e eu os farei conduzir em jangadas pelo mar até ao lugar que me designares e ali os desamarrarei; e tu os tomarás; tu também farás a minha vontade, dando sustento à minha casa.
E eis que a teus servos, os cortadores, que cortarem a madeira, darei vinte mil coros de trigo malhado, e vinte mil coros de cevada, e vinte mil batos de vinho, e vinte mil batos de azeite.
Deram, pois, o dinheiro aos cortadores e artífices, como também comida, e bebida, e azeite aos sidônios e aos tírios, para trazerem do Líbano madeira de cedro ao mar, para Jope, segundo a concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia.
Peso de Tiro. Uivai, navios de Társis, porque está assolada, a ponto de não haver nela casa nenhuma, e de ninguém mais entrar nela; desde a terra de Quitim lhes foi isto revelado.
Por isso, também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor.
Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependidocom pano de saco grosseiro e com cinza.
Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?
E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geraçãodo que os filhos da luz.
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:21
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:22
Todos os príncipes do reino, os prefeitos e presidentes, capitães e governadores tomaram conselho, a fim de estabelecerem um edito real e fazerem firme este mandamento: que qualquer que, por espaço de trinta dias, fizer uma petição a qualquer deus ou a qualquer homem e não a ti, ó rei, seja lançado na cova dos leões.
Estes são murmuradores, queixosos da sua sorte, andando segundo as suas concupiscências, e cuja boca diz coisas mui arrogantes, admirando as pessoas por causa do interesse.
Assim, foram Moisés e Arão a Faraó e disseram-lhe: Assim diz o Senhor, o Deus dos hebreus: Até quando recusas humilhar-te diante de mim? Deixa ir o meu povo, para que me sirva.
E eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o Senhor.
Porque o Senhor passará para ferir aos egípcios, porém, quando vir o sangue na verga da porta e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas para vos ferir.
E aconteceu, à meia-noite, que o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.
Estendendo, pois, o Anjo a sua mão sobre Jerusalém, para a destruir, o Senhor se arrependeu daquele mal; e disse ao Anjo que fazia a destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o Anjo do Senhor estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.
Sucedeu, pois, que naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e feriu no arraial dos assírios a cento e oitenta e cinco mil deles; e, levantando-se pela manhã cedo, eis que todos eram corpos mortos.
Então, o Senhor enviou um anjo que destruiu todos os varões valentes, e os príncipes, e os chefes no arraial do rei da Assíria; e este tornou com vergonha de rosto à sua terra; e, entrando na casa de seu deus, os mesmos que descenderam dele o mataram ali à espada.
Porque a traça os roerá como a uma veste, e o bicho os comerá como à lã; mas a minha justiça durará para sempre, e a minha salvação, de geração em geração.
E sairão e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne.
Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor Jeová: Visto como se eleva o teu coração, e dizes: Eu sou Deus e sobre a cadeira de Deus me assento no meio dos mares (sendo tu homem e não Deus); e estimas o teu coração como se fora o coração de Deus,
E, se a tua mão teescandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga,
o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.
Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de
Atos 12:24
Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,
Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios da Babilônia; entrou e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e darei ao rei a interpretação.
Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre.
que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade;
Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.
A vossa coeleita em Babilônia vos saúda, e meu filho Marcos.
Notas de rodapé da Bíblia (HD) - Haroldo Dutra
As notas de rodapé presentes na Bíblia versão Haroldo Dutra são comentários e explicações adicionais fornecidos pelo tradutor para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas de rodapé são baseadas em pesquisas, análises históricas, culturais e linguísticas, bem como em outras referências bíblicas, a fim de fornecer um contexto mais profundo e uma interpretação mais precisa do significado original do texto. As notas de rodapé são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
Atos 12
: 1
tempo
καιρὸν -(kairós) Lit. “um ponto no tempo, um período de tempo; tempo fixo, definido, determinado; oportunidade, ocasião, ciclo”. Trata-se do aspecto qualitativo do tempo (ciclos).
Atos 12
: 1
Herodes
Herodes Agripa I, filho mais novo de Herodes Magno (Herodes, o Grande), foi condecorado com o título real pelo Imperador romano Calígula no ano 37 d.C, mas somente reinou, efetivamente, a partir do ano 41 d.C. Os historiadores divergem quanto à data da sua morte, especulando que ela tenha ocorrido entre setembro/outubro de 43 d.C e fevereiro de 44 d.C.
Atos 12
: 1
igreja
ἐκκλησίᾳ - (eclesia) Lit. “assembleia (popular, dos anfitriões em Delfos, de soldados, etc...); lugar da assembleia”, e por extensão: a congregação dos filhos de Israel; a comunidade cristã; o local das reuniões (igreja).
Atos 12
: 3
agradável
Lit. “agradável, aceitável; razoável, adequado”.
Atos 12
: 3
deu
Lit. “acrescentar, adicionar, aumentar”. Vocábulo utilizado para reproduzir um hebraísmo: “outra vez”, “dando continuidade”, “em acréscimo”.
Trata-se do pão sem fermento, que não foi submetido a nenhum processo de fermentação, ainda que natural. A festa dos pães amos durava sete dias, geralmente de um sábado a outro, sendo que no primeiro dia era comido o cordeiro pascal, momento em que era celebrada a ceia ritual intitulada Páscoa.
Atos 12
: 4
quaternos
Lit. “quaterno (grupo de quatro)”. Trata-se de um destacamento de quatro homens, encarregados da guarda de prisioneiros. Dois soldados eram algemados ao preso, ao passo que os outros dois se encarregavam da vigilância (guarda). A noite era dividida em quatro vigílias de três horas cada uma, razão pela qual havia um “quaterno” para cada vigília da noite.
Atos 12
: 4
conduzi-lo
Lit. “conduzir para o alto, para cima; fazer subir; elevar, levantar”.
Atos 12
: 5
igreja
ἐκκλησίᾳ - (eclesia) Lit. “assembleia (popular, dos anfitriões em Delfos, de soldados, etc...); lugar da assembleia”, e por extensão: a congregação dos filhos de Israel; a comunidade cristã; o local das reuniões (igreja).
Atos 12
: 7
aproximou
Lit. “pôr/colocar sobre/próximo de, estar/permanecer ao lado/próximo de”.
Atos 12
: 7
Batendo
Lit. “bater, espancar; ferir, machucar”.
Atos 12
: 8
manto
Veste externa, manto, peça de vestuário utilizada sobre a peça interna. Pode ser utilizada como sinônimo do vestuário completo de uma pessoa.
Atos 12
: 9
ter uma visão.
Lit. “ver uma visão”. Trata-se de expressão hebraica muito comum, na qual se coloca um verbo ao lado de um substantivo de mesmo radical com a finalidade de reforçar a ação exprimida pelo verbo.
As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
①
ajuntamento local biblicamente organizado e reunindo-se regularmente. Nota Mt 16:18.
957
At 12:4 Verso At 12:3 mostra que já estavam dentro dos dias da festa dos pães ázimos, que vêm depois do dia da páscoa. Portanto, esta PÁSCOA de que o rei fala, no v. At 12:4, como ainda estando para se realizar, talvez seja alguma coisa do paganismo ao invés de ser a páscoa judaica. Ou talvez Herodes Agripa I chamava de páscoa judaica o conjunto páscoa + todos os dias da festa dos pães ázimos, os quais ainda estavam para se completar.
①
1 quaterno (grupo de quatro) para cada 1 das 4 vigílias da noite. De cada quaterno, 2 soldados permaneciam dentro da cela com o prisioneiro, e 2 permaneciam fora, à porta.
①
"duas correntes": cada uma ligando um seu braço a um dos guardas.
①
isto é, perguntar quem estava ali, depois escutar e identificar quem respondesse.
①
"aggelos" pode ser traduzido por "anjo" ou por "mensageiro".
Gematria é a numerologia hebraica, uma técnica de interpretação rabínica específica de uma linhagem do judaísmo que a linhagem Mística.
quatro (4)
As quatro direções (norte, sul, leste e oeste) juntamente com os elementos básicos do mundo físico (fogo, ar, água e terra). A união dos níveis de interpretação da Torá (pshat - literal, remez - alusivo, drush - alegórico e sod - místico). O conjunto completo da família (pai, mãe, filho e filha). Também representa a humildade e a auto-anulação perante Deus.
Dois (2)
A natureza dualística existente no cosmo. O positivo e negativo, o bem e o mal, céus e terra, anoite e o dia, ..., Etc. É a pluralidade das criaturas existentes no mundo, isto é, as coisas tangíveis; a matéria.
Dois (2)
A natureza dualística existente no cosmo. O positivo e negativo, o bem e o mal, céus e terra, anoite e o dia, ..., Etc. É a pluralidade das criaturas existentes no mundo, isto é, as coisas tangíveis; a matéria.
Mapas Históricos
Os mapas históricos bíblicos são representações cartográficas que mostram as diferentes regiões geográficas mencionadas na Bíblia, bem como os eventos históricos que ocorreram nesses lugares. Esses mapas são usados para contextualizar a história e a geografia das narrativas bíblicas, tornando-as mais compreensíveis e acessíveis aos leitores. Eles também podem fornecer informações adicionais sobre as culturas, as tradições e as dinâmicas políticas e religiosas das regiões retratadas na Bíblia, ajudando a enriquecer a compreensão dos eventos narrados nas Escrituras Sagradas. Os mapas históricos bíblicos são uma ferramenta valiosa para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira se aprofundar no estudo das Escrituras.
A PROPAGAÇÃO DO CRISTIANISMO
33-337 d.C.
A PROPAGAÇÃO DO EVANGELHO Em II Timóteo, sua última carta, Paulo observa acerca de seus colegas que Crescente to1 para a Galácia e Tito para a Dalmácia. A Galácia corresponde à região central da atual Turquia e, provavelmente, incluía as igrejas fundadas por Paulo nas imediações de Antioquia da Pisídia: Icônio, Listra e Derbe. A Dalmácia corresponde à atual Albânia e partes da Sérvia e Montenegro. Fica evidente que os colegas de Paulo estavam dando continuidade à sua prática de pregar o evangelho onde Jesus ainda não era conhecido. O Novo Testamento não revela onde vários dos apóstolos e outros líderes da igreja foram pregar evangelho. De acordo com tradições posteriores, o apóstolo João passou seus últimos anos em Efeso e o apóstolo Filipe, em Hierápolis (Pamukkale), na Turquia. As tradições também associam os apóstolos Tomé e Bartolomeu à Índia, mas não se sabe ao certo a que região esse termo se refere, que era usado para qualquer terra próxima ao oceano Indico. A Bíblia não relata de que maneira o cristianismo se espalhou por todo o Império Romano e além de suas fronteiras. Sem dúvida os 85:000 km de estradas imperiais e as rotas marítimas usadas pelos romanos facilitaram essa propagação. Os três exemplos a seguir ilustram aspectos diferentes da propagação do cristianismo:
Em 79 d.C., o vulcão Vesúvio entrou em erupção e soterrou a cidade de Pompéia, no sul da Itália. Uma inscrição em latim constituída de cinco palavras com cinco letras cada, dispostas em forma de quadrado foi encontrada no local. O significado dessa inscrição ainda é um mistério, mas sabe-se que ela contém as palavras "PATER NOSTER" ("Pai Nosso"), as duas primeiras palavras da oração do Pai-Nosso em latim, e também duas vogais A e O que talvez representem as letras gregas alfa e ômega, usadas como um nome para Deus em Apocalipse 1:8. Se, como parece ser o caso, a inscrição era um sinal secreto cristão, uma forma de cristãos reconhecerem irmãos na fé, trata-se de uma evidência da chegada do cristianismo em Pompeia antes do ano fatídico de 79 d.C. Cópias dessa mesma inscrição em forma de quadrado também foram encontradas em partes distantes do Império Romano e além das suas fronteiras.
Em 112 d.C., Plínio, o Moço, governador romano da província da Bitínia, no noroeste da Turquia, assustado com a propagação do cristianismo em sua província, escreveu ao imperador Trajano. Observou com certa consternação que até mesmo o conservadorismo religioso das vilas estava sendo superado e os santuários pagãos estavam sendo negligenciados. Plinio, que tentou executar todos que professavam a nova fé e recusavam abjurá-la publicamente, deu o seguinte testemunho: "Tinham o hábito de se encontrar num dia determinado antes do nascer do sol, quando cantavam um hino a Cristo como Deus e juravam solenemente não cometer nenhum ato de perversidade, mas se abster de toda fraude, roubo e adultério, nunca faltar com a palavra nem se eximir de uma responsabilidade quando fossem chamados z honrá-la" (Plínio, Cartas, 10.96.7).
Em Dura Europos (as-Salahiya), na Síria, uma casa datada de 232-233 dC. foi adaptada pouco depois de sua construção de modo a ter um salão com lugar para cerca de cem pessoas. As paredes são pintadas com cenas do Antigo Testamento e dos Evangelhos, sugerindo que o local era usado para cultos cristãos.
PERSEGUIÇÃO E MARTÍRIO Uma leitura superficial de Atos dos Apóstolos mostra que a igreja primitiva enfrentou períodos de perseguição. Pedro foi liberto da prisão por intervenção divina. Ao mesmo tempo, em 44 d.C., o apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, foi morto por Herodes Agripa I. De acordo com tradições posteriores, André foi crucificado na Acaia (Grécia) e Pedro, em Roma. Nas cartas do Senhor ressurreto às sete igrejas em Apocalipse, cada uma dessas congregações é exortada a buscar a vitória. Algumas igrejas, como a de Esmirna, são advertidas acerca de uma perseguição específica e, de fato, grande parte do restante do livro de Apocalipse (não obstante sua interpretação) fala da igreja sob perseguição intensa. No final do livro a "Babilônia" semelhante à Roma em alguns aspectos, ma: provavelmente uma referência a sistema do mundo como um todo, cai e a nova jerusalém desce do céu, da parte de Deus. "Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap 21:3b-40). Essa esperança encheu os primeiros cristãos de coragem para enfrentar a morte. Ainda no período neotestamentário vários cristãos foram martirizados, mas essas ocorrências não se encontram registradas no texto bíblico. Em 64 d.C., quando grande parte de Roma foi destruída por incêndio, o imperador Nero culpou os cristãos. Realizou prisões em massa, e ordenou que suas vitimas tossem crucificadas, queimada: ou cobertas com peles de animas selvagens é despedaçadas por cães.° Outra perseguição irrompeu no governo do imperador Domiciano (81-96 .C.). A prisão de João na ilha de Patmos, durante a qual acredita-se que ele escreveu o livro de Apocalipse, ocorreu nesse período. A perseguição aos cristãos continuou no governo dos imperadores romanos dos séculos 2 e III d.C. e pode ser esboçada pelo seguinte resumo extremamente sucinto:
Em 156 .C., Policarpo, o bispo idoso de Esmirna, recusou abjurar sua fé diante de uma multidão pagã e perguntou: "Há oitenta e seis anos que o sirvo; jamais ele me fez mal algum; como poderei eu blasfemar contra me Rei e Salvador?"
Em 177 .C., Marco Aurélio liderou outra perseguição severa contra as igrejas de Vienne e Lyon, no vale do rio Ródano, na França.
Em 202 .C., Septímio Severo publicou um édito imperial proibindo expressamente a conversão a cristianismo. Milhares de cristãos morreram, especialmente em Cartago e no Egito.
Em 250 d.C., Décio publicou um édito determinando que todos os habitantes do império deviam sacrificar as deuses do Estado e receber um certificado declarando que haviam cumprido essa obrigação.
Em 257 d.C., Valeriano proibiu os cristãos de se reunirem em público e lhes negou acesso aos cemitérios.
Em 303 d.C., Diocleciano ordenou a destruição de edifícios da igreja e cópias da Bíblia.
O RECONHECIMENTO OFICIAL DO CRISTIANISMO
O reconhecimento oficial teve um papel importante na propagação do cristianismo. Abgar IX (179-216 .C.), monarca do reino de Edessa (atual cidade de Urfa, no sudeste a Turquia), se converteu ao cristianismo. Em 301 d.C., o rei Tiridates e sua família, da Armênia, na fronteira oriental do Império Romano, foram batizados ao abraçarem a fé cristã. Em 313 d.C., na cidade de Milão, o imperador romano Constantino publicou um édito de tolerância em favor dos cristãos. Apesar dessa medida não ter interrompido a perseguição de imediato, pelo menos conferiu reconhecimento oficial a cristianismo. O imperador foi batizado em 337 d.C., ano de sua morte. Alguns consideram que o reconhecimento imperial foi benéfico para o cristianismo, enquanto outros julgam que foi prejudicial. Não obstante, salvo raras exceções, essa medida fez cessar a perseguição aos cristãos promovida pelo Estado. Até o final da perseguição o grande risco de destruição de manuscritos desestimulou a compilação dos livros bíblicos em um só volume. Assim, não é coincidência que os primeiros
Apocalipse 21:2 Nos quatro primeiros séculos, i cristianismo se expandiu por grande parte do Império Romano e além.Relevo com temas cristãos primitivos, encontrado nas paredes da catacumba de Domitila, em Roma. Inscrições como estas são consideradas hoje como um tipo de "grafite" cristão primitivo, uma vez que eram produzidas às pressas em lápides já existentes.
HERODES, O GRANDE
40-4 a.C.
HERODES PASSA A SER REI Dos últimos governantes da Judeia, o maior foi, sem dúvida, Herodes, o Grande, que não era judeu. Seu pai, Antipater, era idumeu, descendente dos edomitas do Antigo Testamento e sua mãe, Cipros, era árabe nabateia. Em 47 a.C,, os romano: nomearam Antipater governador da judeia. Ele, por sua vez, nomeou o filho, Herodes, prefeito Galiléia. Em 40 a.C., o Senado romano conferiu a Herodes o título de "rei dos judeus", mas para obter o poder correspondente ao título ele teve de lutar durante três anos contra o governante hasmoneu Antígono e sitar Jerusalém. Ao longo de todo o seu governo, Herodes foi um amigo e aliado leal de Roma.
MESTRE DE INTRIGAS Herodes tomou Mariamne, neta do sacerdote exilado Hircano Il, como uma de sua dez esposas e, desse modo, procurou legitimar seu governo aos olhos dos judeus. Em 29 a.C., mandou assassinar Mariamne e iniciou uma erradicação sistemática da família hasmonéia. Em 7 a.C., ordenou que até seus dois filhos com Mariamne, Alexandre Aristobulo fossem mortos. Alguns dias antes de sua morte em 4 a.C., Herodes ordenou a execução de outro filho, Anupater. Referindo-se à proibição da lei judaica de comer carne de porco, o imperador romano Augusto comentou em tom de gracejo que era mais seguro ser um porco de Herodes do que ser seu filho!! Outras vítimas de Herodes foram o sumo sacerdote Aristóbulo III, afogado por ordem do rei na piscina em Jericó em 36 a.C.e o sumo sacerdote reempossado Hircano II, em 30 a.C. O GRANDE CONSTRUTOR O maior projeto de Herodes foi, sem dúvida, a reconstrução do templo de Jerusalém do qual trataremos em detalhes mais adiante. Desse templo, resta apenas o Muro das Lamentaçõe (muro ocidental), mas uma análise de vários outros projetos de Herodes mostra como sua construções eram grandiosas Na cidade chamada Torre de Estrato, no Mediterrâneo, Herodes construiu um porto com 36 m de profundidade, protegido por um quebra-mar de 60 m de largura. O maior porte artificial do Mediterrâneo recebeu o nome de Cesaréia, em homenagem a imperador romano. Blocos maciços com até 13,5 m de comprimento toram usados para fazer os oura-mares um canal foi criado especialmente para remover a areia do porto Esse local com uma área de 66 hectares conhecido hoje como Qisaya, possuía depósitos enormes, aquedutos, um hipódromo, um teatro e um anfiteatro, sendo que este último ainda não havia sido escavado quando da publicação desta obra. Herodes realizou várias obras em Samaria, antiga capital de Israel, o reino do norte. A cidade construída por ele na região recebeu o nome de Sebaste (Augusta) em homenagem ao imperador romano. O local, ainda conhecido como Sebaste nos dias de hoje, possuía uma área de 64 hectares, com uma rua ladeada de colunas, um hipódromo e um teatro. Em Hebrom, o rei construiu um monumento colossal aos patriarcas (Haram el-Khalil), cercado por um muro alto e ornamentado de forma simples, porém imponente com pilastras alternadas com rebaixamentos. A maior pedra dessa construção mede 7,5 m por 1,4 m. Em Massada, um monte escarpado com vista para o mar Morto, construiu uma grande fortaleza, cercada com muros de 6 m de altura, 3,5 m de largura e 38 torres, cada uma com pelo menos 21 m de altura. Na extremidade norte, a única parte desse local que fica à sombra durante a maior parte do dia, Herodes mandou construiu um palácio de três andares, suspenso sobre um desfiladeiro. Em Jericó, construiu um palácio de inverno com jardins ornamentais e duas fortalezas nas imediações: uma em Tell el-Akabe, com vista para o Wadi Qelt, e outra chamada Ciprus, em homenagem à sua mãe, com vista para a cidade. Outras fortalezas construídas por Herodes foram Hircânia (Khirbet Mird), 13 km a sudeste de Jerusalém, próxima ao mar Morto, e Maqueronte (el-Mekawer), uma construção espetacular do outro lado do mar Morto, na atual Jordânia. De acordo com Josefo, João Batista foi decapitado na fortaleza de Maqueronte. Por fim, convém mencionar o Herodium, atual Jebel Fureidis, uma fortaleza circular no alto de uma colina artificial que fica 11 km ao sul de Jerusalém. Ela demarca o local de uma batalha travada em 40 a.C, na qual Herodes rechaçou um ataque violento de opositores judeus. A fortaleza era cercada por dois muros concêntricos e para chegar até la era preciso subir duzentos degraus. Herodes foi sepultado no Herodium, mas o paradeiro de seus restos mortais ainda é um mistério.
HERODES, O PAGÃO Sempre desejoso de obter o favor dos romanos, Herodes construiu templos para Roma e Augusto em Cesaréia e Sebaste. Restaurou o templo de Apolo Pítio em Rodes, consagrou aos deuses duas estátuas na Acrópole em Atenas e aceitou a presidência honorária dos Jogos Olímpicos em Olímpia, na Grécia. Graças às suas origens iduméias e ao fato de simpatizar com práticas pagãs e ter erradicado os hasmoneus, Herodes nunca obteve popularidade mais ampla entre os judeus.
A MORTE DE HERODES Depois de uma enfermidade longa e dolorosa, talvez sífilis, Herodes morreu em Jericó em 4 de março de 4 a.C. Seu corpo foi levado em procissão por 40 km até o Herodium, local que ele havia preparado para seu sepultamento. O reino foi dividido entre os três filhos restantes: a Judeia e a Samaria ficaram com Arquelau; a Galileia e a região da Peréia, do outro lado do Jordão, ficaram com Herodes Antipas (também chamado de Herodes o Tetrarca) e os territórios do nordeste ficaram com Filipe.' Salomé, que era irmã de Herodes, também recebeu dois territórios menores.
Lucas 3:1 O Herodium (Jebel Fureidis), local onde Herodes, o Grande, foi sepultado.territórios governados por Herodes, o Grande Depois da morte de Herodes, seu reino foi dividido entre seus filhos. Dois territórios pequenos foram deixados para sua irmã, Salomé.Moeda de Herodes, o Grande.Em Cesaréia, Herodes construiu o maior porto artificial do mar Mediterrâneo. Uma parte dessa obra pode ser vista ainda nos dias de hoje.
HERODES, O GRANDE, RECONSTRÓI O TEMPLO
19-4 a.C.
AS MOTIVAÇÕES DE HERODES Na esperança de conquistar o favor dos judeus, Herodes anunciou que reconstruiria o templo do Senhor em Jerusalém, construído por Zorobabel entre 520 e 516 a.C. Esse anúncio foi feito no décimo oitavo ano do seu reinado.' Caso se calcule o tempo do reinado de Herodes a partir do momento em que ele tomou posse de Jerusalém, em 37 a.C., a data desse anúncio é 19 a.C. A declaração não foi bem recebida por todos, pois alguns temiam que ele destruiria o templo antigo e não construiria outro em seu lugar. Para tranquilizar a população, Herodes publicou todos os planos para a construção antes de começar a demolir o templo antigo. Usaria a mesma pedra branca empregada por Salomão no primeiro templo. As pedras foram transportadas até o local em mil carroções. O trabalho foi dificultado pela necessidade de continuar com os cultos e sacrifícios e pela norma segunda a qual somente sacerdotes podiam entrar no templo. Herodes contratou dez mil operários especializados e mandou treinar mil sacerdotes para trabalhar com pedras de modo que pudessem construir o edifício sagrado. Os sacerdotes treinados construíram a parte interna do novo templo em dezoito meses, mas as obras ainda estavam em andamento no tempo de Jesus, daí o comentário dos judeus "Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário" (João 2.20). Os pátios foram concluídos em 63 d.C. Sete anos depois, o templo foi destruído pelos romanos.
O COMPLEXO DO TEMPLO O templo e suas construções anexas formavam um retângulo irregular. O muro oriental tinha 470 m de extensão, enquanto o muro ocidental se estendia por 485 m. O muro do norte media 315 m. e o do sul, 280 m. Essa enorme área, cinco vezes maior do que a da Acrópole em Atenas, e representada hoje pela grande plataforma retangular de Haram esh-Sharif, era rodeada por uma grande muralha externa. Os catorze segmentos inferiores do lado ocidental ainda podem ser vistos nos dias de hoje e formam o assim chamado Muro das Lamentações. O comprimento de seus blocos varia de 1,25 m a 3 m e cada bloco pesa, no mínimo, 2 toneladas. Túneis subterrâneos revelaram pedras com até 12 m de comprimento, 3 m de altura e 4 m de espessura, com um peso estimado de 400 toneladas. Não é de admirar que, segundo o registro bíblico, um dos discípulos de Jesus tenha exclamado para ele: "Mestre! Que pedras, que construções! (Mc 13:16). Do lado ocidental encontram-se os restos de dois viadutos, chamados de arcos de Wilson e Robinson. Na extremidade sudeste ficava o "pináculo do templo". De acordo com os Evangelhos, Jesus foi tentado a atirar-se do pináculo, o que representaria uma queda de 130 m até o fundo do vale do Cedrom.? Eusébio, o historiador da igreja antiga, relata que Tiago, o irmão de Jesus, foi morto ao ser atirado desse local abaixo. Havia uma canalização subterrânea que despejava o sangue dos sacrifícios no vale do Cedrom. Parte dela ainda pode ser vista no muro do sul.
PORTAS E COLUNATAS Nove portas revestidas de ouro conduziam ao interior do complexo. Do lado oriental, ficava a Porta Dourada ou Porta de Susã, pela qual se supõe que Jesus realizou sua entrada triunfal em Jerusalém. Dentro do pátio havia um pórtico de colunas coríntias. Cada coluna desse pórtico media 11,5 m de altura e havia sido cortada de um bloco maciço de mármore branco. Essa colunata se estendia pelos quatro lados, por cerca de 1.200 m. Do lado oriental, era chamada de "Pórtico de Salomão". Do lado sul, havia um pórtico triplo, constituído de 162 colunas, que era chamado de Pórtico Real. Nesse local estavam instalados os cambistas e aqueles que vendiam animas para os sacrifícios. Dali foram expulsos por Jesus em duas ocasiões durante seu ministério. As colunas ladeavam o Pátio dos Gentios que ocupava uma área de aproximadamente 14 hectares, quase duas vezes maior que o pátio do templo de Zorobabel.
INSCRIÇÕES DO TEMPLO Uma inscrição curta em hebraico: "À casa do toque das trombetas" encontrada na extremidade sudoeste indica que as trombetas eram tocadas nesse local para anunciar o início e o final do sábado. Uma balaustrada de pedra com 1,3 m de altura marcava o final do Pátio dos Gentios. Somente judeus podiam passar daquele ponto e entrar no templo. Em 1871, foi encontrada uma inscrição proibindo indivíduos que não fossem judeus de entrar nos pátios internos. A inscrição, hoje no Museu Arqueológico de Istambul, diz: "Nenhum estrangeiro deve ir além da balaustrada e do muro ao redor do lugar santo; quem for pego responderá por si mesmo, pois a pena é é a morte". Parte de uma cópia dessa inscrição, com letras pintadas em vermelho para maior destaque, foi encontrada em 1936.
OS PÁTIOS 1NTERNOS O primeiro pátio interno era o Pátio das Mulheres, no qual se entrava passando por uma porta de bronze, provavelmente a Porta Formosa mencionada em Atos 3:2. Oito dias depois de seu nascimento, Jesus foi apresentado no Pátio das Mulheres.* Numa das laterais desse pátio ficavam treze recipientes em forma de trombeta onde eram colocadas as ofertas em dinheiro. Somente os homens judeus podiam entrar no pátio seguinte, o Pátio de Israel, que dava para o Pátio dos Sacerdotes. Neste, diante do santuário, ficava o altar dos sacrifícios ao qual se tinha acesso por uma rampa. Acreditava-se que era o local onde Abraão havia começado a cumprir a ordem divina de sacrificar seu filho Isaque e onde Davi havia construído um altar ao Senhor na eira do jebuseu Araúna." Esse lugar faz parte, hoje, da mesquita do Domo da Rocha.
O SANTUÁRIO Doze degraus conduziam ao santuário propriamente dito, uma estrutura com 45 m de altura e paredes brancas e espessas revestidas com placas de ouro. O telhado também era coberto de ouro e possuía hastes pontiagudas de ouro espalhadas em sua superfície para espantar os pássaros. Como no templo de Salomão, a primeira câmara era um pórtico. Portas gigantescas com incrustações de metais preciosos davam para o Lugar Santo. Acima das portas havia uma grande escultura de uma vinha de ouro com cachos do tamanho de uma pessoa, simbolizando o triunfo de Israel. O santuário era ladeado por três andares de depósitos. No Lugar Santo ficavam a mesa com os pães da proposição, o menorá (candelabro de sete hastes) e o altar de incenso. Uma cortina grossa que foi rasgada ao meio quando Jesus morreu separava o Lugar Santo do Lugar Santíssimo (o Santo dos Santos) onde o sacerdote entrava uma vez por ano no dia da expiação. O Lugar Santíssimo não abrigava mais a arca da aliança, que talvez tenha sido destruída quando Nabucodonosor saqueou Jerusalém em 586 a.C.Como o general romano Pompeu pôde verificar, o Lugar Santíssimo estava vazio.
Lucas 23:45 Inscrição em grego proíbe a entrada de gentios nos pátios internos do Templo em Jerusalém.Reconstituição do templo de HerodesTemplo construído por Heródes
O MINISTÉRIO DE JESUS: PRIMEIRO ANO
30 d.C. a março de 31 d.C.
JOÃO BATISTA Um indivíduo um tanto incomum que se vestia com roupas de pelo de camelo e coma gafanhotos e mel silvestre apareceu no deserto da Judeia, uma região praticamente desprovida de vegetação entre Jerusalém e o mar Morto, e começou a pregar: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus" (Mt 3:2). Devido as batismos em massa realizados por ele no rio Jordão, esse profeta veio a ser chamado de João Batista. Era um parente de Jesus, pois suas mães eram aparentadas. Lucas data o início do ministério de João do décimo quinto ano de Tibério César. Augusto, o antecessor de Tibério, havia falecido em 19 de agosto de 14 .C., de modo que João iniciou seu ministério em 29 .dC. Jesus saiu da Galileia e foi a Betânia, na margem leste do Jordão, para ser batizado por João. De acordo com Lucas, nessa ocasião o Espírito Santo desceu sobre Jesus e ele começou seu ministério, tendo, na época, cerca de trinta anos de idade.
OS QUATRO EVANGELHOS Dependemos inteiramente dos quatro Evangelhos para um registro detalhado da vida e ministério de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são visivelmente semelhantes. O. Evangelho de Mateus contém 91% do Evangelho de Marcos, enquanto o de Lucas contém 53% de Marcos: o uso de fontes comuns, tanto orais quanto escritas, costuma ser postulado como motivo para essas semelhanças. O Evangelho de João apresenta a vida de Jesus de um ponto de vista diferente, enfatizando os ensinamentos de Jesus. De acordo com os Evangelhos, Mateus e loão foram apóstolos de Jesus que passaram três anos com ele. Acredita-se que joão Marcos trabalhou com Pedro. Lucas, um médico e companheiro de viagens do apóstolo Paulo, não foi testemunha ocular do ministério de Jesus, mas compilou o seu relato a partir de informações de outras testemunhas oculares.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES CRONOLÓGICAS Apesar dos quatro Evangelhos tratarem do ministério de Jesus em detalhes, seu conteúdo é organizado de forma temática, e não de acordo com uma cronologia rígida. Neste Atlas procuramos colocar os acontecimentos da vida de Jesus numa sequência cronológica. Se outros que estudaram as mesmas evidências chegaram a conclusões diferentes, estas devem ser igualmente respeitadas, sendo necessário, porém, levar em consideração alguns indicadores cronológicos. O Evangelho de João registra três Páscoas, incluindo aquela em que Jesus morreu. Assim, o ministério de Cristo se estendeu por pelo menos dois anos, apesar do consenso acadêmico favorecer um período de três anos. Na primeira Páscoa, os judeus comentam que o templo de Herodes estava em construção há 46 anos. Uma vez. que Herodes "se pôs a construir" o templo em Jerusalém em 19 a.C., há quem considere que o ministério de Jesus se iniciou em 25 d.C., quatro anos antes da data calculada de acordo com o Evangelho de Lucas, como mencionamos anteriormente. Argumenta-se, portanto, que os 46 anos mencionados não incluem o tempo gasto para juntar os materiais necessários antes do início da construção.
JESUS É TENTADO POR SATANÁS Conforme o relato dos Evangelhos, depois de seu batismo Jesus foi conduzido pelo Espírito para o deserto e tentado por Satanás. Numa das tentações, Jesus foi transportado a Jerusalém e tentado a se lançar do ponto mais alto do templo, talvez uma referência à extremidade sudeste do templo, da qual havia uma queda de cerca de 130 m até o fundo do vale do Cedrom. Em outra tentação, Jesus foi levado ao alto de um monte de onde Satanás lhe mostrou todos os reinos da terra e seu esplendor.
O PRIMEIRO MILAGRE DE JESUS Jesus e sua mãe, Maria, foram convidados para um casamento em Caná da Galileia. Quando o vinho acabou, Maria pediu a ajuda de Jesus e ele realizou seu primeiro milagre, transformando em vinho a água que havia em seis talhas grandes de pedra usadas para as lavagens de purificação, num total de cerca de 600 litros. O mestre do banquete ficou justificadamente impressionado com a qualidade do vinho. Juntos, os quatro Evangelhos registram uns 35 milagres de Jesus.
JESUS PURIFICA O TEMPLO Jesus foi a Jerusalém na época da Páscoa. Caso se adote a data de 30 d.C., nesse ano a Páscoa foi comemorada em 7 de abril. Irado com os comerciantes de bois, ovelhas e pombos e com os cambistas no pátio do templo, Jesus fez um chicote com cordas e os expulsou do local. "Não façais da casa de meu Pai casa de negócio" Jo 2:16, disse ele.
NICODEMOS E A MULHER SAMARITANA Não é de surpreender que a medida tomada por Jesus no templo tenha suscitado a indignação das autoridades religiosas judaicas. Ainda assim, Nicodemos, um membro do concílio dirigente dos judeus, procurou Jesus durante a noite. A resposta de Jesus a ele é um resumo breve do plano de Deus para salvar a humanidade: "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (jo 3:16). No caminho de volta à Galileia, Jesus parou numa cidade de Samaria chamada Sicar (atual Aksar). Os samaritanos eram inimigos de longa data dos judeus. Seu templo ao Senhor em Gerizim, perto de Siquém, havia sido destruído pelo governante judeu João Hircano em 128 a.C. Sentado junto ao poço de Jacó ao meio-dia, Jesus teve uma longa conversa com uma mulher samaritana sobre a água viva e a verdadeira adoração e lhe revelou que era o Messias, chamado Cristo.
JESUS VOLTA À GALILEIA De volta à Galileia, Jesus encontrou um oficial do rei cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. O Evangelho de João 4.43 45 relata como foi necessária apenas uma palavra de Jesus para restaurar a saúde do filho. Ao voltar a Nazaré, a cidade de sua infância, Jesus leu um trecho do profeta Isaías na sinagoga: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor." Lucas 4:18-19 Quando Jesus afirmou que estas palavras das Escrituras estavam se cumprindo naquele momento, o povo da sinagoga se enfureceu e o expulsou da cidade.
JESUS CHAMA OS PRIMEIROS DISCÍPULOS Jesus se dirigiu a Cafarnaum, junto ao lago da Galileia, no qual, hoje em dia, há dezoito espécies de peixe, dez delas comercialmente expressivas. Ali, chamou dois pares de irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; e Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Os quatro eram pescadores, mas Jesus lhes disse para deixarem suas redes e segui-lo. Esse encontro talvez não tenha corrido Dor acaso como os evangelistas dão a entender. Provavelmente loo e. sem duvida. André, haviam sido discipulados de João Batista e encontrado com Jesus depois de seu batismo, quando André Lhe apresentou seu irmão, Pedro. Ademais, Tiago e João talvez fossem primos de Jesus caso, conforme proposto por alguns, sui mãe, Salomé, fosse irmã de Maria, mãe de Jesus.
JESUS NA GALILEIA Marcos e Lucas descrevem como Jesus confrontou um homem possuído de um espírito mundo na sinagoga em Cafarnaum. As ruínas da sinagoga em Cafarnaum são datas do século IV d.C., mas debaixo delas, pode-se ver paredes parcialmente preservadas de basalto negro provavelmente construídas no seculo I. Essa pode ter sido a sinagoga que um centurião havia dado de presente à cidade e que foi visitada por Jesus. 10 Kim seguida, Jesus percorreu Galileia ensinando nas sinagogas, pregando as boa novas do reino de Deus e curando toda sorte de doenças e enfermidades. Muitos outros enfermos toram levados até ele e grandes multidões acompanhavam. Algumas dessas pessoas vinham de regiões mais distantes, fora da Galileia, de Jerusalém e dalém do Jordão. Numa ocasião quando uma grande multidão se reuniu a beira do lago, Jesus ensinou o povo sentado num barco Em seguida, seguindo às instruções de Jesus, os discípulos levaram o barco a uma parte mai funda do lago e, lançando suas redes, pegaram tantos peixes que as redes começaram a romper. Em 1985, houve uma seca em Israel e a água do lago da Galileia chegou a um nível incomumente baixo, revelando o casco de um barco antigo com 8.2 m de comprimento e 2,35 de largura, próximo de Magdala. Uma panela e uma lamparina encontradas no barco sugerem uma data do seculo I. confirmada por um teste de carbono 14 numa amostra da madeira do barco. Não ha como provar nenhuma ligação entre esse barco e qualquer pessoa dos Evangelhos, mas e quase certo que c barco e do período correspondente ao dos Evangelhos ou de um período bastante próximo Não é de surpreender que jornalistas tenham chamado a descoberta de "barco de Jesus"
JESUS ESCOLHE OS APÓSTOLOS Em Cafarnaum, Jesus chamou Mateus, também conhecido como Levi, para ser seu discípulo Mateus era um coletor de impostos para o governo romano. Sua profissão era desprezada por muitos judeus, pois era considerada uma forma de colaboração com os conquistadores pagãos e vários coletores abusavam de seu cargo e defraudavam o povo. Numa ocasião, Jesus subiu em um monte e chamou doze de seus discípulos mais próximos, homens que receberam a designação de "apóstolos" (um termo que significa "os enviados") e, durante os dois anos seguintes, foram treinados e preparados por Jesus. Vários deles se tornaram líderes importantes da igreja primitiva.
O primeiro ano do ministério de Jesus Os números se referem, em ordem cronológica, aos acontecimentos do primeiro ano do ministério de Jesus.
1) Jesus deixa a casa de sua infância em Nazaré.
2) E batizado por João Batista em Betânia, do lado leste do rio Jordão.
3) É tentado no deserto. Satanás o desafia a atirar-se do alto do templo, em Jerusalém.
4) Transforma água em vinho numa festa de casamento em Caná da Galileia.
5) Visita Jerusalém e purifica o templo.
6) Conversa com uma mulher samaritana em Sicar.
7) Encontra um oficial em Caná e cura o filho dele que estava enfermo em Cafarnaum.
8) É expulso da sinagoga de sua própria cidade, Nazaré.
9) Vai a Cafarnaum, chama seus discípulos e ensina nos arredores dessa cidade, onde realiza muitos milagres.
Lucas 6:13 primeiro ano do ministério de JesusRuínas da sinagoga em Cafarnaum, datadas do século IV d.C. Na parte inferior, pode-se ver parte de uma parede de basalto negro, possivelmente de uma sinagoga construída no século I d.C.Região de deserto do vale do Jordão, onde Jesus foi tentado por Satanás.Casco do assim chamado "barco de Jesus" uma embarcação de pesca do século I d.C. encontrada no mar da Galiléia em 1985.
A VIAGEM DE PAULO A ROMA
57-60 d.C.
PAULO EM JERUSALÉM Ao chegar a Jerusalém, Paulo e seus companheiros se encontraram com Tiago, o irmão de Jesus e líder da igreja da cidade. Tiago se regozijou com o relato de Paulo do seu trabalho entre os gentios, mas o instou a pagar pelas despesas de quatro homens que haviam feito um voto segundo a tradição do judaísmo. De acordo com Tiago, isso mostraria aos judeus como eram infundados os boatos de que Paulo estava instigando os judeus a abandonar a lei. Paulo teve de entrar em contato com os sacerdotes do templo para avisar quando as ofertas pelos quatro homens seriam realizadas. De acordo com o relato de Lucas, alguns judeus da província da Ásia viram Paulo no templo e, incitando a multidão, o prenderam, gritando: "Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte ensina todos a serem contra o povo, contra a lei e contra este lugar; ainda mais, introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado" (At 21:28). O ruído da multidão irada que estava tentando matar Paulo levou Cláudio Lísias, o comandante dos soldados romanos da fortaleza Antônia, a tomar uma providência e prender Paulo. O comandante atendeu ao pedido de Paulo para se dirigir à multidão. O apóstolo descreveu em detalhes sua experiência no caminho para Damasco por meio da qual veio a crer em Cristo. Quando a multidão exigiu que Paulo fosse açoitado, o comandante descobriu que o prisioneiro era um cidadão romano. Além do fato dos cidadãos romanos não poderem ser sujeitados a castigos degradantes, Paulo ainda não havia sido considerado culpado. Na tentativa de descobrir quais eram, exatamente, as acusações contra o prisioneiro, o comandante enviou Paulo ao Sinédrio, a suprema corte dos judeus. Ao falar de sua educação como fariseu e sua esperança na ressurreição dos mortos, Paulo gerou uma discussão violenta entre os fariseus e saduceus. O comandante interveio e escoltou Paulo de volta à fortaleza.
CESARÉIA Quando o comandante ficou sabendo de uma conspiração para matar Paulo, providenciou guardas armados para escoltá- lo no percurso de quase 100 km até Cesaréia, junto ao mar Mediterrâneo, onde se encontrava o governador romano Antônio Félix. O governador manteve Paulo preso durante dois anos na esperança de receber um suborno do apóstolo. Em seguida, Paulo se viu sob a jurisdição de Pórcio Festo, sucessor de Félix. Ao ser perguntado se estava disposto a ser julgado em Jerusalém, Paulo respondeu: "Se, pelo contrário, não são verdadeiras as coisas de que me acusam, ninguém, para lhes ser agradável, pode entregar-me a eles. Apelo para César" (At 25:11b). Festo conferenciou com seu conselho e resolve atender ao pedido de Paulo. Todo cidadão romano tinha o direito de apresentar sua causa perante o imperador, o mais alto tribunal de apelação. A comprovação da inocência de Paulo teria resultado, então, no reconhecimento oficial do cristianismo. Posteriormente, o apóstolo também teve uma audiência com o rei Herodes Agripa I, o qual comentou com Festo que Paulo poderia ter sido liberto caso não houvesse apelado a César (At 26:32).
A CAMINHO DE ROMA Em Atos 27:1, o relato volta a ser feito na primeira pessoa do plural, sugerindo que Lucas acompanhou Paulo em sua viagem a Roma. Paulo fazia parte de um grupo de prisioneiros sob a jurisdição de um centurião chamado Júlio. O grupo embarcou num navio de Adramítio (atual porto de Edremit na Turquia) e chegou a Sidom antes de navegar para o norte de Chipre em direção à costa da Turquia. Em Mirra (atual Deme) na Lícia, os prisioneiros foram colocados num navio alexandrino com destino à Itália. Era setembro e as condições do tempo se tornaram desfavoráveis. Depois de passar Cnido, na extremidade da península de Datca, o navio rumou pata Creta, chegando a "Bons Portos" (atual Kali Limenes) na costa sul da ilha. Não obstante as advertências de Paulo, não permaneceram ali, pois o centurião desejava aportar em Fenice, um local mais apropriado para invernar.
A TEMPESTADE Pouco depois da partida de Bons Portos, um furacão vindo da direção do monte Ida, em Creta, fez a embarcação passar a ilha de Cauda (atual Gavdos) e levou-a para mar aberto. Um pequeno barco que estava sendo rebocado pelo navio foi içado e colocado dentro da embarcação maior para não ser despedaçado pela força das águas que o jogavam contra o casco do navio. Cordas foram passadas por baixo do casco para reforçá-lo. Temendo que o navio fosse levado para os bancos de areia de Sirte, junto à costa do Líbano, a tripulação baixou a âncora flutuante e jogou ao mar a carga e os equipamentos do navio. Na décima quarta noite, quando ainda estavam sendo levados de um lado para o outro no mar Adriático, os marinheiros lançaram a sonda e descobriram que estavam perto da terra. (Convém observar que na antiguidade o termo "Adriático" era usado para o mar ao sul da Itália, e não apenas a leste, como hoje). Paulo conseguiu evitar que os marinheiros fugissem do navio, usando o bote salva-vidas. Paulo também instou todos a se alimentar, pois soube por uma revelação de Deus que nenhum dos 276 passageiros morreria. Por fim, naquela mesma noite, o restante da carga foi lançado ao mar para aliviar ainda mais o peso do navio. Quando clareou o dia, o navio encalhou num banco de areia numa baía. Todos chegaram à praia em segurança, nadando ou usando tábuas do navio como boias. Só então perceberam que estavam em Malta. A baía de São Paulo, no nordeste da ilha ou a baía adjacente chamada Mellicha são os locais mais prováveis do naufrágio.
MALTA A ilha de Malta, cujo nome significa "refúgio" em fenício, havia sido colonizada pelos fenícios no século VII a.C.e passado às mãos dos romanos em 218 a.C.Lucas registra dois milagres ocorridos na ilha. No primeiro, Paulo não sofreu nenhum mal depois que uma víbora se prendeu à sua mão. No segundo, o apóstolo curou o pai de Públio, o principal oficial da ilha. A designação "homem principal" usada por Lucas aparece numa inscrição grega encontrada na ilha. Os náufragos passaram três meses em Malta antes de serem colocados num navio alexandrino com destino a Siracusa na Sicília, levando consigo provisões em abundância fornecidas pelos habitantes da ilha.
ENFIM, EM ROMA De Siracusa, Paulo e seus companheiros navegaram para Régio (atual Reggio di Calabria), na 1tália continental, do lado do estreito de Messina, defronte a Sicília. Seguiram viagem por mar, desembarcaram em Putéoli (atual Pozuoli) e rumaram para o norte, em direção a Roma, pela Via Apia, a estrada que se estendia de Brindisi no extremo sul da Itália até a capital do império. Lucas observa que ao longo do caminho, na Praça de Apio e nas Três Vendas, o grupo foi recebido por "irmãos" de Roma que saíram ao seu encontro. Atos termina mostrando Paulo em prisão domiciliar em Roma, numa casa alugada pelo próprio apóstolo, onde recebia todos que iam visitá-lo e onde permaneceu durante dois anos "pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo" (At 28:31).
Atos 28:13-14 Viagem de Paulo a RomaMosaico mostrando navios mercantes romanos e um farol. Encontrado na tumba 43, na necrópole da ilha sagrada, Ostia, Itália.Estátua de Paulo na baía de São Paulo, em Malta, onde provavelmente ocorreu o naufrágio do navio que o transportava.
A GEOGRAFIA DA PALESTINA
Quando do alto se contempla a Terra Santa, os olhos imediatamente se deslocam para o corredor formado pelo vale do Jordão, que corre toda a extensão da Palestina, no sentido nortesul, do monte Hermom até a Arabá. Apesar da grande sinuosidade em seu curso mais baixo, ao contrário de outros rios, o Jordão é comprimido pelas altas paredes do vale, que fazem parte do vale da Grande Falha. Essa falha pertence a uma falha geológica de 6.500km, que vai da Síria até Moçambique. Milhões de anos atrás, as placas subterrâneas que sustentam os continentes da África e da Ásia avançaram uma contra a outra, fazendo que a crosta terrestre se envergasse e fendesse. Daí os aspectos distintivos da Palestina. A pressão entre as duas placas fez que os sedimentos abaixo da superfície se abaulassem e surgissem no oeste, formando as colinas da Judéia. Na Transjordânia, a placa se inclinou para cima e formou o alto Planalto Oriental. Entre os dois, o sedimento cedeu; daí a superfície do mar Morto estar 400m abaixo do nível do mar, o lugar mais baixo da terra. Para o clima e a vegetação da região, os efeitos desse cataclisma foram enormes. Mesmo com apenas 75km de largura, a Palestina tem altitudes variando entre 1000m (nas montanhas da Judéia) e 400m negativos (no mar Morto). Onde o terreno é baixo, estendendo-se a partir do litoral, prevalecem temperaturas altas e condições desérticas. Nas montanhas, as temperaturas são mais baixas, e as pastagens e cultivos são sustentados por chuvas refrescantes. Visto que o terreno ao norte do mar Morto é montanhoso, os ventos do oeste, vindo do Mediterrâneo, traziam chuvas que sustentavam grandes áreas de floresta. No sul do mar Morto, ventos secos e quentes, vindos da África e da Arábia, formaram os desertos.
O ar quente do Mediterrâneo traz invernos moderados para a zona litorânea, época em que caem 90% das chuvas, mas nas colinas e nas montanhas a temperatura pode chegar a abaixo de zero e pode nevar em lugares como Jerusalém. O verão, de maio a setembro, é quente e seco, passando de 38°C no vale do Jordão e junto ao mar Morto. Entre a região moderada do Mediterrâneo e as condições severas e áridas do deserto, há um clima intermediário de estepe. Nessa região, mais ou menos entre Hebrom e Berseba e na margem ocidental do planalto da Transjordânia, chove todo ano cerca de 20-30 cm, ao passo que as regiões de deserto geralmente recebem menos de 20 cm por ano. Há quem diga que a região passou por mudanças climáticas no decurso do tempo, e isso explicaria a alteração na vegetação nativa. Entretanto, não há indícios arqueológicos para tal. E mais provável que uma sucessão de povos tenha explorado demais os recursos naturais, principalmente a madeira, causando assim a erosão do solo e uma lenta desertificação da área. A necessidade de madeira nas construções e para servir de combustível exauriu o que antes era uma região de carvalhos, de pinheiros e de acácia. (Desde 1948, o governo de Israel tem desenvolvido um enorme programa de reflorestamento, numa tentativa de corrigir a situação.) A utilização descontrolada do terreno por ovelhas e cabras também destruiu o pasto natural, transformando grandes extensões de terra em cerrados. Exceção a esse desmatamento é o centro do vale do Jordão, que permanece uma densa floresta de tamargueiras e de cerrado de espinhos, "a floresta do Jordão" (Jr 12:5). A economia tradicional da Palestina era agrícola. O trabalho de pastores predominava nos terrenos mais pobres e nos mais altos, ao passo que a lavoura se desenvolvia nos vales em que choviam pelo menos 20 cm todos os anos. A rivalidade por causa da terra era muitas vezes fonte de conflito no AT, conforme retratam as histórias de Abraão e de Ló, podendo também explicar o confronto entre Caim e Abel.
DIAGRAMA DE BLOCOS DA PALESTINAMAPA DO RELEVO DA PALESTINAOS DESERTOS EM VOLTA DA PALESTINA E MÉDIA DE CHUVAS ANUAL DA PALESTINA
O COMÉRCIO DE TIRO
586 a.C.
TIRO A cidade de Tiro ficava numa ilha próxima à costa do atual Líbano. Tiro prosperou através do comércio com o Egito e dominou grande parte das cidades da costa e do interior do Líbano. Hirão (969-936 a.C.), rei de Tiro, enviou madeira de cedro e coníferas a Salomão (970-930 a.C.) para a construção do templo do Senhor em Jerusalém.' Tiro fundou colônias em várias regiões do Mediterrâneo: Citium em Chipre (a Quitim mencionada em Gn 10:4 e Ez 27:6), Karetepe na Turquia, e outros locais na Sicília e Sardenha. Sua colônia em Társis, destino de Jonas em sua tentativa de fuga, talvez ficasse no vale de Guadalquivir, no sul da Espanha. Sem dúvida, sua colônia mais famosa era Cartago, na Tunísia, fundada (segundo a tradição) em 814 a.C. Tiro passou, posteriormente, ao controle assírio, mas com o declínio da Assíria no final do reinado de Assurbanipal (c. 636-627 a.C.), a cidade recobrou a autonomia e grande parte do comércio marítimo. De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, o rei babilônio Nabucodonosor II sitiou a cidade de Tiro durante treze anos, de c. 587 a 574 a.C.
EZEQUIEL PROFETIZA CONTRA TIRO Ezequiel profetizou acerca de várias nações vizinhas. No décimo primeiro ano do exílio de 597 a.C, ou seja, em 586 a.C., Ezequiel profetizou contra Tiro. Jerusalém seria capturada pelo exército babilônico sob o comando de Nabucodonosor em 18 de julho desse mesmo ano. Numa profecia feita, provavelmente, em 13 de fevereiro ou 15 de março de 586 a.C., Ezequiel vê Tiro se regozijando com a queda de Jerusalém: "Bem feito! Está quebrada a porta dôs povos; abriu-se para mim; eu me tornarei rico, agora que ela está assolada" (Ez 26:2). O ponto de vista de Deus, revelado por intermédio de Ezequiel, é um tanto diferente. Nabucodonosor cercaria Tiro; a cidade seria destruída, suas torres seriam derrubadas, os escombros seriam espalhados. Tiro seria transformada em rocha descalvada, um lugar para estender redes de pesca, e jamais seria reconstruída. A falta de evidências contemporâneas não permite verificar de que maneira os detalhes dessa profecia se concretizaram no cerco de Nabucodonosor, mas, sem dúvida, se cumpriram quando, em 332 a.C, Alexandre, o Grande, construiu um quebra-mar até a ilha e tomou a cidade, depois de sitia-la durante sete meses.
O LAMENTO POR TIRO Em Ezequiel 27:1-36, o profeta lamenta por Tiro. Depois tratar demoradamente do comércio da cidade, prenuncia sua ruína, assemelhando-a a um naufrágio. Essa passagem é a descrição mais detalhada do comércio no Antigo Testamento e nos permite observar não apenas a abrangência dos contatos comerciais da cidade, mas também a variedade de produtos comercializados. Não é de admirar que Tiro controlasse comércio de madeira e a construção de barcos. As coníferas eram abundantes em Senir (monte Hermom). ou seia. em toda a cadeia de montanhas do Antilíbano. Cedros do Líbano eram usados para construir mastros e carvalhos de Basã, na Transjordânia, eram empregados para confeccionar remos. Um pinho de Quitim usado no convés e nos bancos era decorado com martim. Não se sabe ao certo de onde vinha marfim. mas necessario pressupor que era proveniente da África, pois elefantes sírios, uma subespécie dos elefantes indianos, podiam ser encontrados no vale do Eufrates, na Síria, até c. 800 a.C. O Egito fornecia linho fino bordado para as velas; os toldos eram tingidos de azul e púrpura, com extratos de moluscos de Elisá, em Chipre. Os remadores eram homens das cidades costeiras de sidom e Arvade. Os homens de Tiro, talvez marinheiros de uma classe superior, eram pilotos. Homens de Gebal (isto é, Biblos) eram encarregados de manter a embarcação calafetada, enquanto homens da Pérsia, de Lídia (oeste da Turquia) e Pute (Líbia) eram mercenários. Homens de Arvade e Heleque, cidades costeiras ao norte (Cilícia, na Turquia) e Gamade (possivelmente no norte da Turquia) eram encarregados de defender a cidade. Não se sabe ao certo a localização de Társis, provavelmente a cidade mais distante com a qual Tiro negociava. Talvez fosse a colônia que Tiro havia fundado no vale de Guadalquivir, no sul da Espanha, ou suas colônias na Sardenha ou Sicília, ou ainda, numa região bem mais próxima, a cidade de Tarso, no sul da atual Turquia. Não obstante sua localização, Társis tinha vários metais (prata, ferro, estanho e chumbo) e os comerciava com Tiro. Javà, Tubal e Meseque artigos de bronze. A cidade de Togarma, também na atual lurqua (provavelmente a cidade moderna de Gürün), era conhecida antiguidade pela criação de cavalos. Os habitantes de Dedà (Rodes) também realizavam comércio com liro e pagavam com presas de elefante e um tipo de madeira traduzido como "bano" De cor preta avermelhada e proveniente das regioes mais secas da Africa tropical, essa madeira não era o ébano verdadeiro, desconhecido naquela época. A descrição dos produtos da Síria (Harà): esmeralda (ou turquesa), tecido púrpura, obras bordadas, linho fino, coral e pedras preciosas (ou rubis), se encaixa melhor com Edom, a região ao sul do mar Morto que possuía acesso ao mar Vermelho (onde havia coral) e à península do Sinai (onde havia turquesa). No hebraico, o nome Edom difere em apenas uma letra do nome Harã, de modo que é plausível emendar essa parte do texto. Em troca das mercadorias de Tiro, Judá e Israel davam trigo de Minite, em Amom, mel, azeite e bálsamo, um produto pelo qual Gileade era conhecida Damasco, na Síria, negociava com produtos de seus arredores: vinho de Helbon e là de Saar: Com uma pequena emenda, pode-se ler no texto hebraico que os mercadores de Damasco também negociavam barris de vino de Uzal, correspondente à região de ur Abdin no sudeste da Turquia, de onde Nabucodonosor (605-562 aC.) mandava buscar seu vinho. Também comercializavam duas especiarias: cássia (a flor da canela) e cálamo (um tipo de cana). Dificilmente as esperarias usadas nesse período ram adquiridas da índia ou de lugares mais distantes do Oriente, de onde vinham no tempo do Império Romano. É mais provável que fossem provenientes do sul da Arábia. A lista termina com os outros parceiros comerciais de Tiro. A localização de Harà, Eden, Sabá e da Assíria é conhecida. Harà ficava no sudeste da Turquia, enquanto Éden era situada mais ao sul, na atual Síria. Sabá é o atual lêmen e a Assíria ficava na região correspondente ao norte do Iraque. Cane talvez ficasse próxima de Harà, mas trata-se apenas de uma conjetura. Quilmade talvez se refira aos medos, do Irâ. Os produtos comercializados com esses povos ram ricos e variados: lindas roupas, tecido púrpura, bordados e tapetes de várias cores, com cordas trançadas e resistentes, sendo estes últimos um produto característico de toda a região nos dias de hoje.
O FIM DE TIRO O comércio de Tiro, descrito de forma tão vívida por Ezequiel, estava condenado. "O vento oriental te quebrou no coração dos mares. As tuas riquezas, as tuas mercadorias, os teus bens, os teus marinheiros, os teus pilotos, os calafates, os que faziam os teus negócios e todos os teus soldados que estão em ti, juntamente com toda a multidão do povo que está no meio de ti, se afundarão no coração dos mares no dia da tua ruína" (Ez 27:26b-27). Tiro, a grande potência marítima, haveria de naufragar. Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.Parceiros comerciais de Tiro O amplo comércio de Tiro é descrito em detalhes em Ezequiel 27. Os números no: dois mapas (páginas 106 e 107) referem-se a versículc desse capitulo.A cidade de Tiro submete- se ao rei assírio Salmaneser IlI (859-824 a.C.). Relevo das portas de bronze de Balawat, Iraque.
VISÃO PANORÂMICA DA GEOGRAFIA DO TERRITÓRIO HERDADO PELO ISRAEL BÍBLICO
TOPOGRAFIA FÍSICA UMA TERRA PEQUENA No estudo da terra de Israel, uma das primeiras descobertas que se faz é o reconhecimento de seu pequeno tamanho. De acordo com a definição dada acima, a área central da herança do Israel bíblico na Cisjordânia cobre cerca de 17.600 quilômetros quadrados e sua herança na Transjordânia incorpora mais 10:100 quilômetros quadrados, o que perfaz uma área total de aproximadamente 27.700 quilômetros quadrados. Desse modo, a área total do território é quase a mesma do estado de Alagoas, da Bélgica ou de Ruanda, ou ainda do lago Erie, nos Estados Unidos. Os leitores atuais da Bíblia tendem a pensar em termos de territórios imensos e com frequência ficam bastante surpresos quando percebem, por exemplo, que a distância entre o mar da Galileia e a costa mediterrânea, em linha reta, é de 55 quilômetros. Há uma distância de apenas 148 a 185 quilômetros entre a margem ocidental do deserto Oriental (no leste da Jordânia) e o Mediterrâneo. E a distância entre o mar da Galileia e Jerusalém é só cerca de 120 quilômetros. Conforme dito anteriormente, as extremidades tradicionais norte e sul da região central de Israel são, com frequência, descritas na Bíblia como "desde Da até Berseba" Na verdade, esses dois pontos extremos estão separados por uma distância da ordem de apenas 280 quilômetros. Em termos de Brasil, o equivalente aproximado seria de São Paulo a Poços de Caldas" ou "de Natal a Recife" Nos Estados Unidos, a distância aproximada seria "de Los Angeles a San Diego" e, na Europa, "de Milão a Veneza". O tamanho do território envolvido é surpreendentemente pequeno.
UMA TERRA DE LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA Apesar do tamanho diminuto, essa terra está estrategicamente situada em um contexto tanto intercontinental quanto interoceânico. Como ponte terrestre intercontinental, na Antiguidade era a única opção para qualquer viagem por terra entre a África, de um lado, e a Ásia ou a Europa, de outro. Como ponte terrestre interoceânica, fica ao lado da única massa de terra que separa o mundo do oceano Índico e o mundo do oceano Atlântico. Neste último aspecto, desde a Antiguidade remota uma vasta rede de comércio e comunicação tem levado para o Crescente Fértil bens provenientes de mundos bem longínquos (cravo vindo da Tailândia; canela, da Malásia; cássia, seda, cálamo, espicanardo, índigo, painço e gergelim, da Índia; lápis-lazúli e estanho, do Afeganistão; prata, da Espanha). Por ser, na Antiguidade, ponto de contato tanto terrestre quanto marítimo, essa terra também se tornou uma ponte cultural internacional. Sua localização estratégica faz com que seja o lugar em que o Oriente se encontra com o Ocidente e o Norte com o Sul. Desde a Antiguidade remota, grandes potências com aspirações políticas e econômicas internacionais estiveram junto a suas fronteiras. Em termos históricos, o que acontecia nessa terra era quase sempre resultado do que estava ocorrendo ou havia recentemente ocorrido nos domínios de um de seus vizinhos. Foram, de fato, raros os momentos em que cidadãos dessa terra foram donos do próprio destino. Durante o período bíblico a sorte dessa terra minúscula, mas estratégica, foi em grande parte determinada por gente de fora, fossem egípcios, assírios, babilônios, persas, partos, gregos, selêucidas, ptolomaicos ou romanos. Nesse aspecto, os filisteus e até mesmo os próprios israelitas têm de ser considerados estrangeiros que migraram para ali. A mesma tendência continuou existindo na história pós-bíblica, com os califas muçulmanos, os cruzados cristãos, os mamelucos egípcios, os turcos otomanos e os mandatários britânicos. Por essa "ponte" marcharam os exércitos de Tutmés III, Amenhotep II, Seti I, Ramsés II, Merneptah, Sisaque I, Neco II, Salmaneser III, Tiglate-Pileser III, Salmaneser V, Sargão II, Senaqueribe, Esar-Hadom, Assurbanipal, Nabucodonosor II, Cambises II, Xerxes 1, Artaxerxes III, Alexandre III (o Grande), Ptolomeu I, Antíoco III, Antíoco IV, Herodes, o Grande, Pompeu, Vespasiano, Tito, Saladino, Ricardo Coração de Leão, Napoleão e Edmund Allenby, além de um número enorme de generais menos conhecidos. Essa terra continua sendo uma das áreas mais instáveis e estratégicas do mundo.
UMA TERRA VARIADA Apesar da pequena extensão, essa terra reflete uma variedade surpreendente, quase como a de um mosaico. Do ponto de vista sociológico, a variedade é evidente na menção aos vários "eus" na terra: girgaseus, cananeus, heveus, heteus, amorreus, perizeus, jebuseus, quenezeus, cadmoneus, queneus, refains etc. (Gn 10:16-18; 15:19-21; Ex 3:8-13.5; Nm 13:29; Dt 7:1-20.17; Js 3:10-12.8; 24.11; Jz 3:5-1Rs 9.20; cp. At 13:19). Na perspectiva da história colonialista, a terra foi conhecida por diversos nomes: Canaã, Palestina, Hatti, Djahy, Hurru, Retenu etc. Mas a ideia de variedade apresentada a seguir tem a ver com a topografia multiforme e diversificada da terra. Em seu eixo lateral, ela está dividida em pelo menos quatro zonas fisiográficas distintas.
PLANÍCIE COSTEIRA A designação "planície Costeira" se refere à faixa marítima longitudinal que começa na extremidade sul da planície filisteia (no uádi el-Arish) e vai para o norte, chegando até a extremidade norte da planície de Aser (perto da atual Rosh HaNigra, que corresponde ao final da "Linha Verde", a fronteira atual entre Israel e Líbano). Essa planície é internamente segmentada por três obstáculos naturais - o monte Carmelo, o rio Crocodilo e o rio larcom - criando quatro planícies distintas. Além do mais, por motivos geográficos que serão explicados adiante, é conveniente subdividir a planície mais ao norte. Assim, a planície Costeira é constituída de cinco partes, que, do norte para o sul, são conhecidas como: (1) a planície de Aser (de Rosh HaNigra até as proximidades de Aco; cp. Is 17:10-11; 19:24-26); (2) a planície de Aco (a baía que tem forma de crescente e se estende ao redor do monte Carmelo; cp. Jz 4:13-16; 5.21); (3) a planície de Dor (uma faixa de terra bem estreita e situada entre o monte Carmelo e o rio Crocodilo; cp. Js 17:15-18); (4) a planície de Sarom (a área de terras baixas que vai do pântano do rio Crocodilo para o sul, até o Jarcom; cp. 1Rs 4:10-1Cr 5.16; 27.29; Is 33:9-35.2; 65.10; Ct 2:1); (5) a planície Filisteia (a região ao sul do larcom). A planície costeira pode ser caracterizada com três palavras: "baixa" (uma referência à sua altitude relativa), "aberta" (uma referência à topografia plana) e "fértil (uma referência à produtividade agrícola da planície em tempos modernos). Com exceção de umas poucas elevações situadas mais para dentro do continente, na extremidade oriental da Filístia, que chegam a quase 200 metros acima do nível do mar, a altitude da maior parte da planície Costeira é inferior a 100 metros, e boa parte dela tem uma altitude inferior a 45 metros acima do nível do mar.75 Uma análise do mapa revela que, nessa planície, as cidades bíblicas tendiam a se localizar não no seu centro, mas sim ao longo da costa (Aco, Cesareia, Jope, Asquelom e Gaza) ou em direção à sua margem oriental (Socó, Afeque, Gezer, Ecrom, Gate e Ziclague). De igual maneira, o mapa mostra que a artéria de transporte internacional (a chamada Grande Estrada Principal) corria ao longo da margem oriental dessa planície e não pelo centro. O mais provável é que a baixa altitude e a natureza relativamente nivelada da planície, combinadas com as serras de arenito calcário ao longo de grande parte da costa mediterrânea, que impediam uma drenagem natural, criavam uma área pantanosa bastante grande na planície durante toda a Antiguidade. Esse obstáculo geográfico é a provável razão para o fato de a planície Costeira ter desempenhado um papel insignificante, quase nulo, na história bíblica. Exceto dois breves relatos sobre Gerar (Gn 20:26), nas narrativas patriarcais não há nenhuma referência a essa planície . Nenhuma das batalhas da ocupação israelita aconteceu ali, nenhuma área da planície foi habitada por Israel no início de sua ocupação , ali não havia cidades de refúgio e quase nenhuma das cidades levíticas, dali nenhum juiz nem profeta de Israel fez convocação ao povo, e nada aconteceu ali referente ao ministério registrado de Jesus. Além de ser baixa, a planície também é aberta. Ao contrário da Cadeia Montanhosa Central da Galileia-Samaria-Judá, que, do ponto de vista geográfico, tendia a permanecer mais fechada e isolada devido à sua topografia elevada e sinuosa, a planície Costeira oferecia um terreno favorável à circulação, sem nenhum obstáculo Embora a terra, no geral, tenha sido descrita pouco antes neste texto como ponte terrestre internacional, era especialmente a planície Costeira, ao sul do monte Carmelo, que constituía essa ponte. Essa abertura também implicava mobilidade. Durante o início do período bíblico, conflitos militares envolveram uso de carros de guerra (e.g., Ex 14:6; Dt 20:1; Js 11:4; Jz 1:19-4.3; 2Sm 1:6; observe-se também a proibição em Dt 17:16). Em contraste com as montanhas vizinhas, essa planície oferecia um terreno favorável ao uso de carros, inclusive a ataques-relâmpago, que não seriam barrados por grandes rochas ou terreno montanhoso. Aliás, há uma notável correspondência entre a área em que os cananeus conseguiam rodar seus carros e a área que Israel não conquistou durante o período de ocupação (Js 17:16-18). Ao mesmo tempo, essa abertura pode ajudar a explicar por que, depois do período bíblico, os filisteus não conseguiram sobreviver como entidade política nativa, ao passo que os israelitas, mais isolados, foram capazes de manter um sentimento duradouro de identidade nacional. Por fim, essa planície é fértil; ou pelo menos se tornou fértil em tempos recentes. Uma olhada num mapa do Israel moderno mostra que a maior parte da região ocidental que o Plano da ONU para partição da Palestina, de 1947, designou para Israel está situada na planície Costeira, que, naquela época, era extremamente pantanosa e até mesmo infestada de malária. Entretanto, depois que a área foi devidamente drenada na década de 1950, houve grande prosperidade agrícola, pois se descobriram camadas profundas de riquíssimo solo arável resultante da erosão das montanhas ao lado e, como consequência, houve um grande e bem-sucedido esforço agrícola.
CADEIA MONTANHOSA CENTRAL Constituída das regiões montanhosas da Galileia, Samaria, Judá e Neguebe, em sua natureza e topografia a Cadeia Montanhosa Central é exatamente o oposto da planície Costeira. A planície é "baixa, aberta e fértil"; a cadeia montanhosa é "alta, fechada e estéril". Enquanto, em seu ponto mais elevado, a planície chega a apenas uns 200 metros acima do nível do mar, em seu ponto mais baixo a Cadeia Montanhosa Central fica cerca de 450 metros acima do nível do mar, com muitos trechos superando os 900 metros. Onde as duas zonas se encontram, esse contraste de altitude pode ser bem pronunciado. É possível subir cerca de 800 metros viajando apenas de cinco a sete quilômetros do Mediterrâneo para o interior. Além do mais, a cadeia central é fechada. Essa cadeia, que na realidade é uma série de serras sinuosas e conectadas, funciona como barreira natural à circulação lateral.com exceção do ponto onde é interrompida pelo vale de lezreel/ Esdraelom. Em alguns lugares, para ir de um lado para o outro, além de ter de superar a ondulação difícil, era necessário atravessar até quatro ou cinco serras diferentes, separadas umas das outras por leitos profundos de uádis. Devido a seu terreno elevado e revolvido, a cadeia central é mais isolada e menos suscetível a aventureirismo internacional ou a ataques estrangeiros. Só raramente essa zona se revelou atraente para aqueles que construíam impérios. Por fim, a cadeia central é estéril e improdutiva. Constituída de calcário duro, sem minerais preciosos ou outros recursos naturais, e com grandes áreas que sofreram erosão e ficaram apenas com a pedra nua, parece improvável que alguma vez essa área montanhosa estéril, com somente 15 a 50 quilômetros de largura, tenha sido considerada capital político. No entanto, é justamente nessa região montanhosa que se desenrola boa parte da história bíblica. E aí que os patriarcas viveram, construíram altares e se comunicaram com seu Deus. É onde aconteceram as batalhas da conquista , onde Israel ocupou sua terra e foram fundadas muitas de suas instituições nacionais . É também onde, em seu devido momento, estiveram localizadas as capitais do Reino do Norte (Siquém, mais tarde Tirza e finalmente Samaria) e do Reino do Sul (Jerusalém). É aí que o judaísmo pós-exílico se estabeleceu e onde aconteceu boa parte do ministério registrado de Cristo . Galileia. Embora seja uma extensão das montanhas mais altas do Líbano, ainda assim a região elevada da Alta Galileia apresenta uma topografia bem complexa. O jebel Jarmuk (monte Merom) é o ponto mais alto de toda a Cisjordânia, mas é cercado por outros cumes que chegam a alturas superiores a 900 metros. Apesar de a Alta Galileia ter uma precipitação pluviométrica maior, seu terreno elevado e sua topografia fragmentada a tornam menos adequada para ocupação intensa. Na região nunca se estabeleceu aquilo que se pode chamar de cidade grande. No lado leste, a Baixa Galileia mantém o contorno irregular de sua vizinha no norte. Vê-se ali um enorme e alto afloramento de calcário, que, no flanco oriental, despenca no mar da Galileia. Nessa região se incluem o monte Tabor, os penhascos de Arbela e os vulcânicos Cornos de Hattin. Em contraste, as áreas central e oeste da Baixa Galileia apresentam o terreno mais plano de todo a cadeia central. A região é composta de várias serras paralelas que estão num eixo mais ou menos leste-oeste, entre as quais existem bacias relativamente abertas que são quase contíguas no lado ocidental. Vale de Jezreel/Esdraelom. Entre a região montanhosa da Baixa Galileia e a da Samaria, estende-se um vale que, em última instância, liga o vale do Jordão à planície Costeira, em Aco. Esse vale, que tem a forma de uma flecha apontada para o Mediterrâneo, é conhecido no Antigo Testamento hebraico como o vale de lezreel ("Deus semeou" ou "que Deus semeie"; e.g., Js 17:16; Jz 6:33; Os 1:5-2. 22) e, na época do Novo Testamento, por seu equivalente grego, Esdraelom.7 A estreita haste da flecha, em alguns pontos com não mais de três quilômetros de largura, estende-se de Bete-Sea até a cidade de Jezreel, margeada, no norte, pelo monte Moré e, no sul, pelo monte Gilboa, e drenada pelo rio Harode. Perto desse território ocorreu a triunfante vitória de Gideão sobre os midianitas (Jz 7) e a humilhante derrota de Saul nas mãos dos filisteus (1Sm 29:31). A base da ponta da flecha se estende por cerca de 28 quilômetros, a partir dos arredores, ao norte de Jenin, até o monte Tabor e, desses dois pontos, estende-se por cerca de 32 quilômetros até seu vértice, logo a oeste de Jocneão e perto do rio Quisom, em cujo pântano o carro de Sísera ficou atolado (Jz 5:21; cf. SI 83.9). A ponta dessa flecha, às vezes chamada de planície de Megido (2Cr 35:22; Zc 12:11), é baixa e plana. A planície é coberta por uma camada extremamente grossa de terra preta, em alguns lugares com mais de 90 metros de profundidade, e que se formou com a decomposição e erosão de basaltos da Galileia. Enquanto a planície de Jezreel tinha muitos acessos, o acesso para a principal artéria de transporte, conhecida como Grande Estrada Principal era em Megido. Os vinte estratos arqueológicos dessa cidade refletem uma ocupação quase contínua até o início do período romano. Na verdade, a cidade de Megido, uma base militar permanente, teve enorme importância durante cada período de sua história, sem exceção; não é exagero afirmar que, do ponto de vista militar, foi um dos pontos mais estratégicos de todo o sudoeste do Crescente Fértil. A partir do final do quarto milênio a.C. até o próprio século 20, Megido tem sido palco de repetidos confrontos militares. Samaria. Ao sul de Jezreel fica o distrito montanhoso de Samaria - que, em termos de altitude, vegetação e clima, é uma área intermediária e de transição entre a Galileia e Judá. No extremo noroeste, devido à sua beleza (Ct 7:5) e fertilidade (Is 35:2; Jr 50:19), o monte Carmelo ("vinha/jardim de Deus") era proverbial na Bíblia. Nos textos antigos está amplamente atestado que o monte era lugar de um santuário? Foi talvez nesse contexto que o monte Carmelo serviu de cenário para a disputa religiosa de Elias com os profetas de Baal (1Rs 18:17-40) e, em outra ocasião, como lugar de retiro espiritual para Eliseu (2Rs 2:25-4.25). No extremo nordeste, a região montanhosa de Samaria também é conhecida como as montanhas de calcário de Gilboa. Outros montes de Samaria, o monte Ebal e o monte Gerizim, cercam o vale em que Siquém, a principal cidade, está localizada. Samaria é toda montanhosa, e os cumes de j. el-Qurein, j. 'Ayrukabba, j. 'en-'Ena e j. el-'Asur (Baal-Hazor, cp. 2Sm 13:23) dominam o horizonte. Embora montanhosa, Samaria também é entremeada por várias planícies pequenas e vales abertos, uma das quais está situada perto do ponto em que as encostas do Carmelo e do Gilboa se encontram, nas proximidades da cidade de Dotã . Entre as bacias de Samaria, essa planície de Dota é a maior e a mais intensamente cultivada, e é onde José foi vendido como escravo (Gn 37:12-28). Outra depressão, a planície comprida e estreita de Mikhmetat, vai de Siquém para o sul, até ser interrompida pelo j. Rahwat. Ela é cortada pelo divisor de águas ao longo do qual a estrada da Serra Central ruma na direção de Jerusalém. Indo de Socó até Siquém e dividindo lateralmente o oeste de Samaria, fica o vale baixo conhecido como u. Shekhem. De modo parecido, indo de Tirza até o vale do Jordão e dividindo o leste de Samaria, encontra-se a fratura acentuada, conhecida como u. Far'ah. Juntos, esses dois vales são o ponto mais baixo de toda Samaria. Constituíam os caminhos mais fáceis e mais utilizados para atravessar a serra central de Samaria, o que ajuda a explicar por que determinados locais foram escolhidos para capitais de Israel durante o período do reino dividido (Siquém, Tirza, Samaria). Judá. Conquanto não haja uma fronteira geológica definida separando Samaria e Judá, existe uma acentuada diferença na topografia das duas regiões. A precipitação maior de chuva em Samaria contribuiu para a ocorrência de muito mais erosão e para a formação de uádis com leitos mais profundos. Judá é mais um planalto, menos seccionado devido a seu clima mais seco. À medida que se caminha para o sul de Judá, o terreno se torna mais adverso, mais irregular e mais estéril. A principal característica da superfície de Judá são rochas nuas e amplas áreas de pedras quebradas e soltas, sem nenhuma terra por causa da ação da chuva. Só ao longo da bacia hidrográfica, nas vizinhanças de Ramá e entre Belém e Hebrom, é que o solo de Judá permite o cultivo. Nas demais áreas, o solo superficial, que sofre erosão nas chuvas torrenciais de inverno, tem impedido em grande parte o cultivo da terra. A apenas cerca de oito quilômetros a sudeste de Jerusalém, começa o deserto de Judá (Nm 21:20-1Sm 26.1,2; cp. Mc 1:4). Espetáculo assustador de desolação, o deserto de Judá, também conhecido como lesimom, é um deserto verdadeiro E uma terra despovoada, deprimente, selvagem, rochosa e improdutiva, e praticamente sem nenhuma ocorrência de chuva (SI 63.1). Até mesmo os nômades beduínos dos dias de hoje tendem a evitar a aridez e o terreno irregular desse deserto. Em sua margem oriental, o deserto de Judá mergulha quase verticalmente até o vale do Jordão abaixo e em alguns lugares a descida chega a 1.350 metros. Entre Jericó e a ponta sul do mar Morto, existem mais de 20 desfiladeiros profundos que foram cavados por uádis. Contudo, no período bíblico, esses uádis eram estreitos e sinuosos demais para permitirem estradas importantes e, por esse motivo, Judá estava naturalmente isolada no lado oriental. O profeta Isaías anunciou, porém, um tempo em que até a topografia contorcida e acidentada do deserto de Judá será endireitada e nivelada e todos os lugares escarpados serão aplanados (Is 40:3-4; ср. 41:18-20; 51.3). No lado oeste, o final da cadeia central de Judá é apenas um pouco menos abrupto. Uma vala estreita e rasa (uádi Ghurab, uádi Sar) faz divisão entre a região montanhosa e uma região com topografia distinta, conhecida como Sefelá ("contraforte". cp. Dt 1:7; Js 9:1-10.40; 12.8; Iz 1.9; 1Rs 10:27-1C 27.28; 2Cr 9:27-26.10; 28.18; Jr 17:26-32.44; 33.13; Ob 19). A Sefelá começa no vale de Aijalom e se estende para o sul por cerca de 55 quilômetros até a área de T. Beit Mirsim. Esses contrafortes cobrem uma área de aproximadamente 13 a 16 quilometros de largura e, o que e importante, estendem-se para o oeste até a vizinhança do que foram as cidades filisteias de Gezer, Ecrom e Gate . Composta principalmente de calcário macio, com uma superfície ondulante inclinando suavemente para o lado oeste, entrecortada por alguns uádis importantes e férteis, a Sefelá era uma zona intermediária entre a cadeia central de Judá (ocupada pelos israelitas) e o sul da planície Costeira (ocupada pelos filisteus). Não é surpresa que, na Bíblia, a área tenha sido cenário de vários episódios de guerra motivada por razões econômicas entre os israelitas e os filisteus (Jz 15:4-5; 2Sm 23:11-12). Aliás, é possível que as disputas entre filisteus e israelitas fossem provocadas justamente pelo desejo de ambos os povos de dominar e explorar os ricos vales agrícolas da Sefelá. Inicialmente, o Neguebe ("terra seca"; e.g., Gn 24:62; Nm 13:29; Js 15:19; Jz 1:15) designava o deserto estéril ao sul de Judá (e.g. Is 15:2-4; 18.19; 1Sm 27:10-2Sm 24.7; cp. os leques aluvianos que se estendem de Berseba até Arade). Ao longo do tempo, o sentido da palavra evoluiu e, pelo fato de essa região estéril ficar no sul, passou a ter o sentido de um ponto cardeal e, assim, designar o sul de quase qualquer lugar (Is 11:2; Zc 14:10-1Sm 30.14). Hoje o Neguebe inclui aquilo que a Bíblia chama de deserto de Zim (Nm 20:1-34.3; Js 15:1) e o deserto de Para (Nm 10:12; Dt 1:1). A região do moderno Neguebe apresenta um ambiente adverso à atividade humana ou à sua povoação por um grande número de pessoas. A área depende totalmente de chuva, sempre escassa e incerta, embora o território tenha alguns poços nas vizinhanças de Berseba (Gn 26:18-22) e Cades-Barneia. A localização estratégica da PalestinaAs regiões geográficas da PalestinaAltitude da PalestinaSamariaO vale de Jezreel
JERUSALÉM NO TEMPO DO NOVO TESTAMENTO
JERUSALÉM E SEUS ARREDORES Jerusalém fica no alto da cadeia de montes que forma a espinha dorsal da Judeia, cerca de 750 m acima do Mediterrâneo e 1.150 m acima do mar Morto. É protegida pelo vale do Cedrom a leste e pelo vale de Hinom ao sul e a leste. Para os judeus, a cidade de Jerusalém é o umbigo da terra, situada no meio dos povos, com as nações ao seu redor.! Uma vez que é completamente cercada de montes, quem deseja chegar a Jerusalém tinha de subir? Apesar da cidade ficar próxima de uma rota que, passando pelo centro da Palestina, se estendia de Hebrom, no sul, até Samaria, ao norte, essa via só era usada para o comércio interno. Outra via se estendia de leste a oeste, saindo de Emaús, passando por Jerusalém e chegando até Jericó. Como a parábola do bom samaritano contada por Jesus deixa claro, além de outros perigos, os viajantes corriam o risco de serem assaltados. Os recursos naturais da região ao redor de Jerusalém eram limitados. Havia pedras em abundância, mas nenhum metal, e a argila era de qualidade inferior. Lá e couro eram produzidos graças à criação de ovelhas e gado, mas a maior parte dos cereais de Jerusalém tinha de ser trazida de fora. A cidade possuía apenas uma fonte importante de água, a fonte de Siloé, na parte sul. A água tinha de ser coletada em cisternas ou trazida de lugares mais distantes por aquedutos. Um desses aquedutos, com cerca de 80 km de extensão, foi construído por Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, que usou recursos do templo, provocando uma revolta popular. Uma vez que a maioria dos produtos agrícolas vinha de fora, o custo de vida em Jerusalém era alto. Animais domésticos e vinho eram mais caros na cidade do que no campo e as frutas custavam seis vezes mais em Jerusalém.
UM CENTRO RELIGIOSO O elemento principal da cidade de Jerusalém no primeiro século era o templo do Senhor, reconstruído por Herodes, o Grande, de 19 a.C em diante. Somas consideráveis de dinheiro eram injetadas na economia da cidade, especialmente durante as principais festas religiosas, a saber, Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos, quando Jerusalém ficava abarrotada de peregrinos. Além de trazerem ofertas para o templo e manterem o comércio de souvenires, os peregrinos enchiam as hospedarias, dormiam em tendas armadas fora da cidade ou se hospedavam em vilarejos vizinhos. Muitos judeus se mudavam para Jerusalém a fim de ficarem perto do templo e serem sepultados nas imediações da cidade santa Além disso, um imposto de duas dramas para o templo era cobrado anualmente de todos os judeus. Quando as obras do templo finalmente foram concluídas em c. 63 d.C., mais de dezoito mil operários ficaram desempregados. As autoridades do templo usaram essa mão de obra para pavimentar Jerusalém com pedras brancas. Acredita-se que Jerusalém também tinha cerca de quatrocentas sinagogas, junto às quais funcionavam escolas para o estudo da lei. Uma inscrição de origem incerta sobre um chefe de sinagoga chamado Teódoto foi descoberta em 1913 na extremidade sul da colina de Ofel. Teódoto construiu não apenas uma sinagoga, mas também uma hospedaria para visitantes estrangeiros.
PALÁCIOS Os governantes hasmoneus haviam construído um palácio chamado de Acra ou cidadela a região a oeste do templo. Mas Herodes, o Grande, construiu um palácio novo na Cidade Alta, na extremidade oeste da cidade, onde hoje fica a Porta de Jafa. Continha salões de banquete grandiosos e vários quartos de hóspedes. O muro externo tinha 14 m de altura, com três torres chamadas Hippicus, Fasael e Mariamne, os nomes, respectivamente, do amigo, do irmão e da (outrora favorita) esposa de Herodes. As torres tinham, respectivamente, 39, 31 e 22 m de altura. Parte da torre de Fasael ainda pode ser vista nos dias de hoje, incorporada na atual "Torre de Davi"
A FORTALEZA ANTÔNIA Na extremidade noroeste, Herodes construiu uma fortaleza chamada Antônia em homenagem ao general romano Marco Antônio. A fortaleza possuía três torres imensas com 23 m de altura e outra com 30 m de altura. Uma coorte, isto é, uma unidade de infantaria romana com seiscentos homens, guardava o templo e podia intervir rapidamente caso ocorresse algum tumulto (como em At 21:30-32). Os romanos mantinham as vestes do sumo sacerdote nesse local, liberando-as para o uso apenas nos dias de festa. É possível que o pavimento de pedra conhecido como Gabatá, onde Pilatos se assentou para julgar Jesus, fosse o pátio de 2.500 m dessa fortaleza Antônia.
OUTRAS CONSTRUÇÕES EM JERUSALÉM Na Cidade Baixa, Herodes mandou construiu um teatro e um hipódromo. O tanque de Siloé, onde Jesus curou um cego de nascença, ficava no sopé do monte sobre o qual estava edificada a cidade de Davi. Os Evangelhos também mencionam o tanque de Betesda, um local cercado por cinco colunatas cobertas. Crendo que, de tempos em tempos, um anjo agitava as águas e realizava um milagre, muitos enfermos se reuniam ali à espera da oportunidade de serem curados. Jesus curou um homem paralítico havia 38 anos.° Os dois tanques descobertos no terreno da igreja de Sta. Ana, ao norte da área do templo, parecem ser o local mais plausível. Ao norte do segundo muro e, portanto, fora da cidade antiga, fica a Igreja do Santo Sepulcro, um possível local do túmulo vazio de Jesus. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) começou a construir mais um muro ao norte da cidade, cercando essa área. Com mais de 3 km de extensão e 5,25 m de espessura, o muro foi concluído em 66 d.C.
TÚMULOS No vale do Cedrom foram preservados vários túmulos datados do período anterior à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. O assim chamado "Túmulo de Absalão", adornado com colunas jônicas e dóricas, tinha uma cobertura em forma cônica. Um monumento relacionado ao assim chamado "Túmulo de Zacarias" tinha uma torre de pedra quadrada com uma pirâmide no alto. Entre 46 e 55 d.C., a rainha Helena de Adiabene, originária da Assíria (norte do Iraque) e convertida ao judaísmo, erigiu um mausoléu cerca de 600 m ao norte de Jerusalém. Com uma escadaria cerimonial e três torres cônicas, esse túmulo, conhecido hoje como "Túmulo dos Reis", era o mais sofisticado de Jerusalém. Jesus talvez estivesse se referindo a monumentos como esses ao condenar os mestres da lei e fariseus por edificarem sepulcros para os profetas e adornarem os túmulos dos justos. Túmulos mais simples eram escavados na encosta de colinas ao redor da cidade, e muitos destes foram descobertos nos tempos modernos.
FORA DA CIDADE A leste da cidade ficava o monte das Oliveiras, cujo nome indica que essas árvores eram abundantes na região em comparação com a terra ao redor. Na parte mais baixa defronte a Jerusalém, atravessando o vale do Cedrom, ficava o jardim do Getsêmani, onde Jesus foi preso. Getsêmani significa "prensa de azeite". E possível que azeitonas trazidas da Peréia, do outro lado do rio Jordão, também fossem prensadas nesse local, pois era necessária uma grande quantidade de azeite para manter acesas as lâmpadas do templo. Na encosta leste do monte das Oliveiras ficava a vila de Betânia onde moravam Maria, Marta e Lázaro, e onde Jesus ficou na semana antes de sua morte. De acordo com os Evangelhos, a ascensão de Jesus ao céu ocorreu perto desse local.
A HISTÓRIA POSTERIOR DE JERUSALÉM Jerusalém foi destruída pelos romanos em 70 d.C. e ficou em ruínas até a revolta de Bar Kochba em 132 d.C. Em 135 d.C., foi destruída novamente durante a repressão dessa revolta e reconstruída como uma cidade romana chamada Aelia Capitolina, da qual os judeus foram banidos. Depois que Constantino publicou seu édito de tolerância ao cristianismo em 313 d.C., os cristãos começaram a realizar peregrinações à cidade para visitar os lugares da paixão, ressurreição e ascensão de Cristo. Helena, mãe de Constantino, iniciou a construção da igreja do Santo Sepulcro em 326 .C. Em 637 d.C., a cidade foi tomada pelos árabes, sendo recuperada pelos cruzados que a controlaram entre 1099 e 1244. Os muros vistos hoje ao redor da Cidade Antiga são obra do sultão turco Suleiman, o Magnífico, em 1542.
Jerusalém no período do Novo Testamento Jerusalém tornou-se um canteiro de obras durante o começo do século I d.C.. Herodes Agripa I (41-44 d.C.) construiu um terceiro muro no norte da cidade.
Lucas 24:50 Jerusalem no período do Novo TestamentoJerusalém nos dias de hoje, vista do monte das Oliveiras O muro de Haram esh-Sharif acompanha o muro do templo de Herodes.
As condições climáticas de Canaã
CHUVA No tempo de Moisés e Josué, como nos dias de hoje, a chuva era de suma importância para o clima de Canaã "Porque a terra que passais a possuir não é como a terra do Egito, donde saístes, em que semeáveis a vossa semente e, com o pé, a regáveis como a uma horta; mas a terra que passais a possuir é terra de montes e de vales; da chuva dos céus beberá as águas" (Dt 11:10-11). Os ventos prevalecentes vindos do mar Mediterrâneo que trazem consigo umidade são forçados a subir quando se deparam com os montes da região oeste e perdem essa umidade na forma de chuva. Passada essa barreira natural, os índices pluviométricos caem drasticamente e, alguns quilômetros depois, a terra se transforma em deserto. Esse fenômeno é exemplificado de forma clara pela comparação entre os índices pluviométricos anuais da cidade moderna de Jerusalém (cerca de 600 mm) com os de Jericó, apenas 20 km de distância (cerca de 160 mm). O índice pluviométrico anual de Jerusalém é quase o mesmo de Londres, mas em Jerusalém concentra-se em cerca de cinquenta dias de chuva por ano, enquanto em Londres se distribui ao longo de mais ou menos trezentos dias. Em geral, esse índice aumenta em direção ao norte; assim, nos montes ao norte da Galileia a chuva pode chegar a 1.000 mm por ano. Por outro lado, nas regiões sul e leste da Palestina fica abaixo de 300 mm, condições nas quais a agricultura geralmente se torna impraticável.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS A terra de Canaã descrita no Antigo Testamento parece mais fértil do que hoje. A pastagem excessiva, especialmente por rebanhos caprinos, provocou a erosão e perda de fertilidade do solo. Sem dúvida, a terra está mais desmatada devido ao uso de madeira para a construção e combustível e à devastação provocada por inúmeras guerras e cercos.' No entanto, não há nenhuma evidência de que os índices pluviométricos atuais apresentem diferenças consideráveis em relação as dos tempos bíblicos. A erosão das encostas dos montes simplesmente aumentou o escoamento de água e, portanto, as tornou menos férteis.
O CALENDÁRIO DE CANAÃ Normalmente, não ocorrem chuvas entre a segunda quinzena de maio e a primeira quinzena de outubro. Da segunda quinzena de junho à primeira quinzena de setembro, a vegetação seca sob o calor abafado do verão. A temperatura mais alta registrada na região foi de 51° C no extremo sul do mar Morto. As primeiras chuvas que normalmente começam a metade de outubro, mas podem atrasar até janeiro, amolecem o solo, permitindo o início da aragem. As principais culturas - o trigo e a cevada - eram semeadas nessa época. A chuva continua a cair periodicamente ao longo de todo o inverno, culminando com as chuvas serôdias em abril ou início de maio, que fazem os grãos dos cereais incharem pouco antes da colheita. A cevada era menos valorizada do que o trigo, mas tinha a vantagem de crescer em solos mais pobres e ser colhida mais cedo. A colheita da cevada Coincidia com a festa da Páscoa, no final de março ou em abril e a do trigo com a festa de Pentecoste, sete semanas depois. Uvas, azeitonas, figos e outras frutas eram colhidos no outono. O inverno pode ser frio e úmido, chegando a nevar. Uma quantidade considerável de neve cai sobre Jerusalém mais ou menos a cada quinze anos. A neve é mencionada várias vezes no Antigo Testamento. Por exemplo, um homem chamado Benaia entrou numa cova e matou um leão "no tempo da neve". Numa ocorrência extraordinária, uma chuva de granizo matou mais cananeus do que os israelitas com suas espadas. A chuva no nono mês (dezembro) causou grande aflição ao povo assentado na praça em Jerusalém.° No mesmo mês, o rei Jeoaquim estava assentado em sua casa de inverno diante de um braseiro aceso.• Era necessário usar o fogo para se aquecer até o início de abril, como se pode ver claramente no relato da negação de Pedro. Um problema associado à estação das chuvas, especialmente na região costeira e junto ao lago da Galileia, era o míldio, que na tradução portuguesa por vezes é chamado de "ferrugem". O termo se refere ao mofo em roupas e casas, um mal que devia ser erradicado, e também a uma doença que afetava as plantações.
SECAS Em algumas ocasiões, o ciclo de chuvas era interrompido e a terra sofria grandes secas. A mais conhecida ocorreu no tempo de Elias e, sem dúvida, teve efeitos devastadores, como a grave escassez de alimentos.° Esse tipo de ocorrência havia sido predito pelo autor de Deuteronômio. A desobediência ao Senhor traria sua maldição sobre a terra: "Os teus céus sobre a tua cabeça serão de bronze; e a terra debaixo de ti será de ferro. Por chuva da tua terra, o Senhor te dará pó e cinza; dos céus, descerá sobre ti, até que sejas destruído" (Dt 28:23-24). terra cultivável no vale de DotachuvasTemperaturas na PalestinaTemperaturas na Palestina
A Agricultura de Canaã
A VEGETAÇÃO NATURAL A. Palestina apresenta diversos tipos de clima desde o alpino até o tropical e o desértico. Em decorrência disso, possui uma vegetação extremamente variada, sendo que foram registradas 2.780 espécies de plantas. Mais de vinte espécies de árvores são mencionadas na Bíblia, desde as palmeiras da região tropical de Jericó até os cedros e florestas de coníferas do Líbano. Nem todas as árvores podem ser identificadas com precisão botânica; alguns termos talvez abrangessem várias espécies diferentes. Por exemplo, o termo hebraico usado para maçá também pode incluir o damasco.' As alfarrobeiras, de cujos frutos o filho pródigo comeu, são conhecidas apenas na bacia do Mediterrâneo. Nem todas as árvores mencionadas na Bíblia eram encontradas em Canaã. O olíbano (o termo hebraico é traduzido na Bíblia como "incenso") e a mirra do sul da Arábia e o cedro do Líbano são exemplos típicos, mas o sândalo, talvez uma espécie de junípero, também era importado do Líbano." Outras árvores provenientes de terras distantes foram introduzidas em Canaã, como no caso da amoreira - a amoreira-branca é originária da China e a amoreira-preta, do Irá. Nos meses de primavera, os campos ficam cobertos de flores, os "lírios do campo" "aos quais Jesus se referiu no sermão do monte (Mt 6:28).
O REINO ANIMAL A Palestina abriga 113 espécies de mamíferos, 348 espécies de aves e 68 espécies de peixes. Possui 4.700 espécies de insetos, dos quais cerca de dois mil são besouros e mil são borboletas No Antigo Testamento, chama a atenção a grande variedade de animais, aves e insetos com a qual os habitantes de Canaã tinham contato. Davi matou um leão e um urso, dois animais que, para alívio da população atual, não são mais encontrados na região. Outros animais, como os bugios, eram importados de terras distantes." Um grande número de aves "mundas" não podia ser consumido como alimento. Mas quem, em sã consciência, comeria um abutre? Algumas dessas aves "imundas" talvez fossem migratórias, não tendo Canaã como seu hábitat. Os padres de migração dessas aves talvez não fossem compreendidos, mas certamente eram conhecidos. Alguns insetos voadores eram "limpos" e, portanto, podiam ser consumidos. João Batista parece ter aprendido a apreciar o sabor de "gafanhotos e mel silvestre" (Mic 1.6).
CULTURAS O trigo e a cevada eram usados para fazer pão. Também se cultivavam lentilhas e feijões. Ervas como a hortelã, o endro e o cominho, das quais os fariseus separavam os dízimos zelosamente, eram usados para temperar alimentos de sabor mais suave. Os espias enviados por Moisés a Canaã voltaram trazendo um cacho de uvas enorme, e também romãs e figos. As uvas eram transformadas em vinho "que alegra o coração do homem" (SI 104,15) e em "bolos de passas" (Os 3:1). Do fruto das oliveiras extraía-se o azeite que, além de ser queimado em lamparinas para iluminar as casas, também era usado para fins alimentícios e medicinais e na unção de reis e sacerdotes. O linho era cultivado para a confecção de roupas. Também havia árvores de amêndoa, pistácia e outras nozes.
A CRIAÇÃO DE ANIMAIS Canaã era considerada uma "terra que mana leite e mel" (Ex 3:8) e descrita desse modo cerca de quinze vezes no Antigo Testamento antes dos israelitas entrarem na terra. O leite era proveniente de ovelhas, cabras e também de vacas. Estes animais também forneciam lã, pelos e couro, respectivamente. Sua carne era consumida, mas, no caso da maioria do povo, somente em festas especiais, como a Páscoa, na qual cada família israelita devia sacrificar um cordeiro.! Caso fossem seguidas à risca, as prescrições do sistema sacrifical para toda a comunidade israelita exigiam a oferta anual de mais de duas toneladas de farina, mais de 1.300 l de azeite e vinho, 113 bois, 32 carneiros 1:086 cordeiros e 97 cabritos. O tamanho dos rebanhos e sua necessidade de pastagem adequada limitavam as regiões onde podiam ser criados. O território montanhoso no norte da Galileia era particularmente apropriado. Os touros de Basá, uma região fértil a leste do lago da Galileia, eram conhecidos por sua força. Além de bois e carneiros, o suprimento diário de alimentos para o palácio de Salomão incluía veados, gazelas, corços e aves cevadas.'* Não se sabe ao certo a natureza exata destas últimas; talvez fossem galinhas, conhecidas no Egito desde o século XV a.C.Os camelos, coelhos e porcos eram considerados "imundos" e, portanto, não deviam ser consumidos.
Uma descrição de Canaã "Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas áquas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas têm as aves do céu o seu pouso e, por entre a ramagem, desferem o seu canto. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão, o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Avigoram-se as árvores do SENHOR e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras montesinhas, e as rochas, o refúgio dos arganazes. SALMO 104:10-18 ciclo agrícola do antigo Israel e suas festas principais.Principais produtos agrícolas da Palestina e da Transjordânia
GEOLOGIA DA PALESTINA
GEOLOGIA Pelas formações rochosas que afloram basicamente na área que fica ao sul do mar Morto, no leste do Sinai, nos muros da Arabá e nos cânions escavados pelos rios da Transjordânia e também a partir de rochas encontradas nos modernos trabalhos de perfuração, é possível reconstruir, em linhas gerais, a história geológica da terra. Esses indícios sugerem a existência de extensa atividade, de enormes proporções e complexidade, demais complicada para permitir um exame completo aqui. Apesar disso, como a narrativa da maneira como Deus preparou essa terra para seu povo está intimamente ligada à criação de montes e vales (Dt 8:7-11.11; SI 65.6; 90.2; cp. Ap 6:14), segue um esboço resumido e simplificado dos processos que, ao que parece, levaram à formação desse cenário.
Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum.
Do abismo a cobriste, como uma veste; as águas ficaram acima das montanhas.
Fugiram sob tua repreensão;
à voz do teu trovão, puseram-se em fuga.
As montanhas elevaram-se, e os vales desceram, até o lugar que lhes determinaste.
Estabeleceste limites para que não os ultrapassassem e voltassem a cobrir a terra.
(SI 104:5-9)
Toda essa região fica ao longo da borda fragmentada de uma antiga massa de terra sobre a qual repousam, hoje, a Arábia e o nordeste da África. Sucessivas camadas de formações de arenito foram depositadas em cima de uma plataforma de rochas ígneas (vulcânicas), que sofreram transformações - granito, pórfiro, diorito e outras tais. Ao que parece, as áreas no sul e no leste dessa terra foram expostas a essa deposição por períodos mais longos e mais frequentes. Na Transjordânia, as formações de arenito medem uns mil metros, ao passo que, no norte e na Cisjordânia, elas são bem mais finas. Mais tarde, durante aquilo que os geólogos chamam de "grande transgressão cretácea", toda a região foi gradual e repetidamente submersa na água de um oceano, do qual o atual mar Mediterrâneo é apenas resquício. Na verdade, " grande transgressão" foi uma série de transgressões recorrentes, provocadas por lentos movimentos na superfície da terra. Esse evento levou à sedimentação de muitas variedades de formação calcária. Um dos resultados disso, na Cisjordânia, foi a exposição da maior parte das rochas atualmente, incluindo os depósitos cenomaniano, turoniano, senoniano e eoceno. Como regra geral, depósitos cenomanianos são os mais duros, porque contêm as concentrações mais elevadas de sílica e de cálcio. Por isso, são mais resistentes à erosão (e, desse modo, permanecem nas elevações mais altas), mas se desfazem em solos erosivos de qualidade superior (e.g., terra-roxa). São mais impermeáveis, o que os torna um componente básico de fontes e cisternas e são mais úteis em construções. Ao contrário, os depósitos senonianos são os mais macios e, por isso, sofrem erosão comparativamente rápida. Desfazem-se em solos de constituição química mais pobre e são encontrados em elevacões mais baixas e mais planas. Formações eocenas são mais calcárias e misturadas com camadas escuras e duras de pederneira, às vezes entremeadas com uma camada bem fina de quartzo de sílica quase pura. No entanto, nos lugares onde eles contêm um elevado teor de cálcio, como acontece na Sefelá, calcários eocenos se desintegram e formam solos aluvianos marrons. Em teoria, o aluvião marrom é menos rico do que a terra-roxa, porém favorece uma gama maior de plantações e árvores, é mais fácil de arar, é menos afetado por encharcamento e, assim, tem depósitos mais profundos e com textura mais acentuada. Em resumo, de formações cenomanianas (e também turonianas) surgem montanhas, às vezes elevadas e escarpadas, atraentes para pedreiros e para pessoas que querem morar em cidades mais seguras. Formações eocenas podem sofrer erosão de modo a formar planícies férteis, tornando-as desejáveis a agricultores e a vinhateiros, e depósitos senonianos se desfazem em vales planos, que os viajantes apreciam. Uma comparação entre os mapas mostra o grande número de estreitas valas senonianas que serviram de estradas no Levante (e.g., do oeste do lago Hula para o mar da Galileia; a subida de Bete-Horom; os desfiladeiros do Jocneão, Megido e Taanaque no monte Carmelo; o fosso que separa a Sefelá da cadeia central; e o valo diagonal de Siquém para Bete-Sea). O último ato do grande drama cretáceo incluiu a criação de um grande lago, denominado Lisan. Ele inundou, no vale do Jordão, uma área cuja altitude é inferior a 198 metros abaixo do nível do mar - a área que vai da extremidade norte do mar da Galileia até um ponto mais ou menos 40 quilômetros ao sul do atual mar Morto. Formado durante um período pluvial em que havia precipitação extremamente pesada e demorada, esse lago salobro foi responsável por depositar até 150 metros de estratos sedimentares encontrados no terreno coberto por ele. Durante a mesma época, cursos d'água também escavaram, na Transjordânia, desfiladeiros profundos e espetaculares. À medida que as chuvas foram gradualmente diminuindo e a evaporação fez baixar o nível do lago Lisan, pouco a pouco foram sendo expostas nele milhares de camadas de marga, todas elas bem finas e carregadas de sal. Misturados ora com gesso ora com calcita negra, esses estratos finos como papel são hoje em dia a característica predominante do rifte do sul e da parte norte da Arabá. Esse período pluvial também depositou uma grande quantidade de xisto na planície Costeira e criou as dunas de Kurkar, que se alinham com a costa mediterrânea. Depósitos mais recentes incluem camadas de aluvião arenoso (resultante da erosão pela água) e de loesse (da erosão pelo vento), características comuns da planície Costeira nos dias atuais. A Geologia da Palestina
HIDROLOGIA, SOLO E CHUVAS NA PALESTINA
HIDROLOGIA Não é nenhuma coincidência que o principal deus do Egito (Amom-Rá) era uma divindade solar, o que também era o caso do líder do panteão mesopotâmico (Marduque) 108 Em contraste, o grande deus de Canaã (Baal) era um deus da chuva/fertilidade. Aí está um mito com consequências profundas e de longo alcance para quem quisesse viver em Canaã, mito que controlava boa parte da cosmovisão cananeia e, às vezes, até o pensamento israelita. O mito é um reflexo direto de certas realidades hidrológicas dessa terra. Dito de modo simples, nunca é preciso chover no Egito nem na Mesopotâmia. Cada uma dessas terras antigas recebeu uma rica herança: um grande rio. Do Nilo e do Eufrates, respectivamente, as civilizações egípcia e mesopotâmica tiravam seus meios de subsistência, irrigavam suas plantações e davam água a seus rebanhos e manadas. Cada um desses rios fornecia um enorme suprimento de água doce, mais do que poderia ser consumido pelas sociedades que eles alimentavam e sustentavam. Enquanto houvesse chuva suficiente a centenas e centenas de quilômetros de distância, nas montanhas da Etiópia e Uganda (no caso do Nilo) e nas regiões montanhosas e acidentadas do leste da Turquia (no caso do Eufrates). não seria necessário chover no Egito nem em boa parte da Mesopotâmia. E, na verdade, raramente chovia! Naquelas regiões, a sobrevivência dependia do sustento proporcionado por rios que podiam ser usados com proveito no ambiente parecido com o de uma estufa, criado pelo calor do sol ao longo de suas margens. Num contraste gritante com isso, em Canaã a sobrevivência dependia justamente da chuva. Nessa terra não havia nenhum grande rio, e os parcos recursos fluviais eram incapazes de atender às necessidades dos habitantes. É certo que o rio Jordão atravessava essa terra, mas, do mar da Galileia para o sul. ele ficava numa altitude tão baixa e estava sempre tão cheio de substâncias químicas que, em essência, a sociedade cananeia estava privada do eventual sustento que o lordão poderia lhe proporcionar. Em meio à têndência histórica de civilizações surgirem ao longo das margens de rios, o Jordão aparece como evidente exceção Fora o lordão. em Canaã havia apenas um pequeno volume de água doce subterrânea. Na Antiguidade, o rio Jarcom, que se forma nas fontes perto de Afeque e deságua no Mediterrâneo logo ao norte de Jope, produzia umidade suficiente para forcar viajantes a se deslocarem mais para dentro do continente, mas só no século 20 seus recursos foram finalmente aproveitados. O rio Ouisom, que drena parte do vale de Jezreel antes de desaguar no Mediterrâneo, na altura da planície de Aco, na maior parte do ano é pouco mais do que um riacho. E o rio Harode, que deságua no lordão em frente de Bete-Sea, mana de uma única fonte situada no sopé do monte Gilboa. De modo que os cananeus e até mesmo a comunidade da aliança de Deus experimentariam, nessa terra, a sobrevivência ou a morte, colheitas boas ou más, a fertilidade ou a seca, justamente como consequência de tempestades que podiam lançar sua chuva numa terra que, de outra forma, era incapaz de suster a existência humana. Para os autores das Escrituras, um padrão recorrente, até mesmo estereotipado, é pregar que a fé produz bênçãos enquanto a falta de fé resulta em condenação. Talvez nada mais ressaltasse esse padrão com tanta força do que a dependência da chuva. Por exemplo, perto do momento de Israel se tornar nação, o povo foi instruído sobre as consequências da fé: "Se [.] guardardes os meus mandamentos [..) eu vos darei chuvas no tempo certo, a terra dará seu produto [...] Mas, se não me ouvirdes [...] farei que o céu seja para vós como ferro, e a terra, como bronze [...] a vossa terra não dará seu produto" (Lv 26:3-20). Mais tarde, quando estava na iminência de se lancar em sua missão de ocupar Canaã, o povo recebeu as descrições mais vívidas e completas das características hidrológicas daquela terra. "Pois a terra na qual estais entrando para tomar posse não é como a terra do Egito, de onde saístes, em que semeáveis a semente e a regáveis a pé [referência ou a um tipo de dispositivo usado para puxar água que era movimentado com os pés ou a comportas de irrigação que podiam ser erguidas com os pés para permitir que as águas entrassem em canais secundários], como se faz a uma horta; a terra em que estais entrando para dela tomar posse é terra de montes e de vales, que bebe as águas da chuva do céu; terra cuidada pelo SENHOR, teu Deus, cujos olhos estão continuamente sobre ela, desde o princípio até o fim do ano" (Dt 11:10-12). O autor bíblico passa então a fazer um contraste entre a fé e a fertilidade (v. 13-17). Na prática, sua mensagem era a de que, se os israelitas obedecessem aos mandamentos de Deus, ele lhes enviaria tanto as primeiras como as últimas chuvas, a fim de que o povo pudesse armazenar cereais, vinho e azeite. Mas, caso seus corações manifestassem falta de fé, na sua ira Deus trancaria os céus e não haveria nenhuma chuva. Então, parece claro que naquela terra a fertilidade dependia da fé e a própria vida estava em risco devido à falta de chuva, o que resultava em seca e fome. Ademais, os dois textos acima apresentam uma mensagem que é repetida em muitas outras passagens, em cada seção e gênero de literatura biblica: é Deus que, na sua benevolência - mediante a dádiva da bênção da chuva - sustenta a vida na terra da promessa (e.g., Dt 28:12-2Cr 7.13,14; J6 5.10; 28.25,26; 36.27,28; SI 65:9-13 135:7-147.8,18; Is 30:23-25; Ez 34:26; Os 6:3; Am 9:6; Zc 10:1; MI 3.10; Mt 5:45; At 14:17; Hb 6:7). De modo análogo, Deus tem a prerrogativa soberana de reter a chuva como sinal de sua insatisfação e juízo (e.g., Dt 28:22-24; 1Rs 8:35-36; 17.1; 2Cr 6:26-27; Jó 12.15; Is 5:6; Jr 3:3-14:1-6; Am 4:7-8; Zc 14:17). 110 Parece que os autores das Escrituras empregaram essa realidade teológica justamente por causa das implicações hidrológicas dinâmicas que teriam sido por demais óbvias para quem quer que tentasse sobreviver em Canaã. Para o israelita antigo, a chuva era um fator providencialmente condicionado. As vezes, na história de Israel, Deus ficou tão descontente com o comportamento de seu povo que não lhes deu nem a chuva nem o orvalho (e.g., 1Rs 17:1; Ag 1:10-11; cp. Gn 27:39-25m 1.21; Is 26:19; Os 14:5; Jó 29.19). 112 Com certeza, poucos agricultores na América do Norte ou Europa tiveram boas colheitas principalmente como resultado de orvalho. Entretanto, no Israel antigo, onde a água era escassa e inacessível, exceto aquela proveniente do céu, em certas estações do ano o crescimento das plantações dependia totalmente da formação do orvalho. Isso era ainda mais válido quando uvas e figos estavam amadurecendo no início do outono, logo antes das "primeiras chuvas" 13 Em circunstâncias normais, a cada ano, a planície Costeira ao sul de Gaza, o vale de lezreel no centro (Iz 6:36-40), o elevado monte Carmelo e o Neguebe Ocidental experimentam - todos eles - cerca de 250 noites de orvalho. Alguns estudiosos têm, com bons motivos, chegado a afirmar que a conexão entre chuva, fé e vida pode ser a melhor explicação por que, depois de atravessarem o Jordão e passarem a residir em Canaã, os israelitas puderam apostatar com tanta rapidez e de modo tão completo. Talvez nenhuma geração de israelitas que viveu antes da época de Cristo tenha experimentado de forma mais convincente o elemento do milagre divino do que aqueles que participaram da ocupação de sua terra. Contudo, seus filhos e netos ficaram rápida e completamente fascinados pelo deus Baal e pelo baalismo cananeu (z 6:25-32; 15m 4:5-8; 1Rs 16:32-33; 19:10-14), e o sincretismo deles se tornou o tema triste e recorrente do livro de Juízes. Aqueles dessa geração posterior não deram ouvidos às exortações proféticas e logo descobriram que, na prática, eram cananeus - pessoas que, por meio do culto da fertilidade, procuravam garantir que houvesse chuva suficiente. O baalismo cananeu estava envolvido com uma cosmovisão cíclica (e não com uma linear), em que o mundo fenomênico, a saber, as forças da natureza, era personificado. Dessa maneira, os adeptos do baalismo eram incapazes de perceber que as estações do ano eram de uma periodicidade regular e mecânica. A variação e a recorrência das estações eram vistas em termos de lutas cósmicas. Quando a estação seca da primavera começava com a consequente cessação de chuva e a morte da vegetação, inferiam erroneamente que o deus da esterilidade (Mot) havia assassinado seu adversário, Baal. Por sua vez, quando as primeiras chuvas do outono começavam a cair, tornando possível a semeadura e, mais tarde, a colheita, de novo o baalismo cometia o erro de inferir que o deus da fertilidade (Baal) havia ressuscitado e retornado à sua posição proeminente. Ademais, o fracasso do baalismo cananeu em perceber que a variação das estações era governada pela inevitabilidade das leis da Natureza levou à crença de que o resultado das lutas cósmicas era incerto e que os seres humanos podiam manipulá-lo. Como consequência, quando desejavam que suas divindades realizassem certas ações, os cananeus acreditavam que podiam persuadi-las a isso, realizando eles próprios as mesmas ações num contexto cultual, uma prática conhecida hoje em dia como "magia imitativa ou simpática". Para eles, o triunfo contínuo de Baal equivalia à garantia de fertilidade duradoura. Esse desejo deu origem à prostituição cultual, em que, conforme acreditavam, as ações de um homem ou uma mulher consagrados a essa atividade ativamente antecipavam e causavam o intercurso de Baal com a terra e dele participavam (entendiam que a chuva era o sêmen de Baal). De acordo com a adoração da fertilidade em Canaã, quando Baal triunfava, as mulheres ficavam férteis, os rebanhos e manadas reproduziam em abundância e a lavoura era repleta de cereais. Os profetas, a começar por Moisés, atacaram fortemente a adoção indiscriminada dessa abominação (Dt 4:26; cp. Jr 2:7-8,22,23; 11.13; Os 4:12-14; Mq 1:7). Mas, apesar de todas as advertências, ao que parece a realidade hidrológica da terra levou os israelitas a suporem que também necessitavam de rituais cananeus para sobreviver num lugar que dependia tanto da chuva (1Sm 12:2-18; 1Rs 14:22-24; 2Rs 23:6-7; 2Cr 15:16: Jr 3:2-5; Ez 8:14-15; 23:37-45). Israel logo começou a atribuir a Baal, e não a lahweh, as boas dádivas da terra (Is 1:3-9; Jr 2:7; Os 2:5-13) e, por fim, os israelitas chegaram ao ponto de chamar lahweh de "Baal" (Os 2:16). O tema bíblico recorrente de "prostituir-se" tinha um sentido muito mais profundo do que uma mera metáfora teológica (Jz 2:17-8.27,33; 1Cr 5:25; Ez 6:9; Os 4:12-9.1; cp. Dt 31:16-1Rs 14.24; 2Rs 23:7). Além do mais, no fim, a adoção dessa degeneração contribuiu para a derrota e o exílio de Israel (e.g., 1Cr 5:26-9.1; SI 106:34-43; Jr 5:18-28; 9:12-16; 44:5-30; Ez 6:1-7; 33:23-29). É muito provável que a expressão característica e mais comum que a Bíblia usa para descrever a herança de Israel - "terra que dá leite e mel" - trate igualmente dessa questão de dependência da chuva. Os ocidentais de hoje em dia conseguem ver, nessa metáfora, uma conotação de fertilidade e abundância exuberantes, de um paraíso autêntico ou de um jardim do Éden luxuriante. Mas a expressão pinta um quadro bem diferente. Para começar, o "princípio da primeira referência pode ser relevante para essa metáfora: quando a expressão surge pela primeira vez no cânon e na história de Israel, é especificamente usada para contrastar a vida de Israel no Egito com a vida tal como seria em Canaã (Êx 3.8,17). E, embora também se empregue a metáfora para descrever a terra da aliança de Deus com Israel (Dt 6:3-31.20; Is 5:6; Jr 11:5), de igual forma as Escrituras, mais tarde, utilizam a metáfora para tornar a apresentar esse forte contraste entre o Egito e Cana (e.g., Dt 11:9-12; 26.8,9; Jr 32:21-23; Ez 20:6). Nesse aspecto, o texto de Deuteronômio 11:8-17 é especialmente revelador: aí a terra de leite e mel será um lugar em que a fertilidade estará condicionada à fé em contraste com a fertilidade garantida do Egito. Os produtos primários envolvidos também parecem não apontar para a noção de fertilidade exuberante (cp. Is 7:15-25). A palavra para "leite" (halab) é usada com frequência para designar o leite de cabra e ovelha (Êx 23.19; Dt 14:21-1Sm 7.9; Pv 27:26-27), raramente para se referir ao leite de vaca (Dt 32:14) e nunca ao de camela. Ocasionalmente a palavra para "mel" (debash) é interpretada como referência a uma calda ou geleia feita de uvas ou tâmaras ou secretada por certas árvores, mas é quase certo que, nesse contexto, deve se referir ao mel de abelha. A palavra é usada especificamente com abelhas (d°bórá, cp. Jz 14:8-9) e aparece com vários vocábulos diferentes que designam favo (Pv 24:13; Ct 4:11; cp. 1Sm 14:25-27; SI 19.10; Pv 16:24; Ct 5:1). Na descrição encontrada em textos egípcios mais antigos, Canaã tinha seu próprio suprimento de mel,16 uma observação importante à luz do fato bem estabelecido de que a apicultura doméstica era conhecida no Egito desde tempos remotos. Escavações arqueológicas realizadas em 2007 na moderna Rehov/Reobe, logo ao sul de Bete-Sea, encontraram vestígios inconfundíveis de apicultura doméstica em Canaã, datada radiometricamente do período da monarquia unida. Além de mel, restos tanto de cera de abelha quanto de partes de corpos de abelha foram tirados do apiário, e acredita-se que as fileiras de colmeias achadas ali até agora eram capazes de produzir até 450 quilos de mel todos os anos. Os produtos primários indicados na metáfora que descreve a terra têm de ser leite de cabra e mel de abelha: os dois itens são produtos de condições topográficas e econômicas idênticas (Is 7:15-25; J6 20,17) e de áreas de pastagem não cultivadas. Nenhum é produto de terra cultivada. Diante disso, deve-se concluir que os produtos primários de leite e mel são de natureza pastoril e não agrícola. Portanto, a terra é descrita como uma esfera pastoril. É possível perceber o peso dessa última observacão quando se contrastam o leite e o mel com os produtos primários do Egito, citados na Bíblia (Nm 11:4-9). Enquanto andava pelo deserto, o povo de Israel se desiludiu com a dieta diária e monótona de maná e passou a desejar a antiga dieta no Egito (peixe, pepino, melão, alho-poró, cebola e alho). Além de peixe, os alimentos pelos quais ansiavam eram aqueles que podiam ser plantados e colhidos. Em outras palavras. enquanto estavam no Egito, a dieta básica dos israelitas era à base de produtos agrícolas e nada há nesse texto sobre a ideia de pastoralismo. O Egito parece ser apresentado basicamente como o lugar para o lavrador trabalhar a terra, ao passo que a terra da heranca de Israel é basicamente apresentada como o lugar para o pastor criar animais. Isso não quer dizer que não houvesse pastores no Egito (ep. Gn 46:34) nem que não houvesse lavradores em Canaã (cp. Mt 22:5); mas dá a entender que o Egito era predominantemente um ambiente agrícola, ao passo que Canaã era predominantemente de natureza pastoril. Ao se mudar do Egito para uma "terra que dá leite e mel", Israel iria experimentar uma mudanca impressionante de ambiente e estilo de vida É provável que isso também explique por que a Bíblia quase não menciona lavradores, vacas e manadas e, no entanto, está repleta de referências pastoris:
Desse modo, dizer que a terra dava "leite e mel" servia a três propósitos básicos. A expressão: (1) descrevia a natureza distintamente pastoril do novo ambiente de Israel; (2) fazia um contraste entre aquele ambiente e o estilo de vida que Israel havia tido no Egito; (3) ensinava o povo que a fertilidade/ sobrevivência em sua nova terra seria resultado da fé e consequência da obediência. Os israelitas não seriam mais súditos egípcios vivendo no Egito, mas também não deveriam se tornar súditos cananeus vivendo em Canaã. Deviam ser o povo de Deus, povo que teria de viver uma vida de fé nesse lugar que Deus escolhera e que dependia tanto de chuva (as vezes denominada geopiedade). À luz dos difíceis condições hidrológicas da terra, a necessidade de conservar os escassos suprimentos de água devia ser determinante. Por esse motivo, a Bíblia está repleta de referências à água e a itens relacionados, com aplicações tanto positivas quanto negativas. Encontramos menção a:
água como símbolo de bênção (Nm 24:6-7; Is 41:17-20; 44.3,5), alegria (Is 35), deleite (SI 1:1-3) e até mesmo perfeição escatológica (Is 43:19-21; Jr 31:10-14; Ez 47:1-12; Zc 8:12-14.8; Ap 22:1-2). Em contrapartida, a ausência de água logo resultava numa terra árida e ressequida (SI 63.1; 143.6). As imagens geradas eram especialmente eloquentes: rios que ficaram secos (Ez 30:12; Na 1.4);
Na época do Novo Testamento, tecnologias hídricas gregas e romanas aliviaram em parte a dificílima situação de abastecimento de água para algumas cidades principais. O Império Romano foi particularmente bem-sucedido em transportar água, às vezes por muitos quilômetros, desde sua(s) fonte(s) até as principais áreas urbanas. Uma tecnologia sofisticada criou aquedutos tanto abertos quanto fechados - canais de água que podiam ter várias formas de canalização (pedra, terracota, chumbo, bronze e até madeira). Alguns dos canais foram construídos acima da superfície e outros, abaixo. Além do enorme trabalho exigido pelas imensas construções, esses sistemas também requeriam considerável capacidade e sofisticação de planejamento. Os romanos tiraram vantagem da força da gravidade, mesmo durante longas distâncias, em terreno irregular ou montanhoso. Em certos intervalos, colocaram respiradouros para reduzir problemas de pressão da água ou do ar e para possibilitar que os trabalhadores fizessem o desassoreamento. Também utilizaram sifões para permitir que a água subisse até recipientes acima de um vale adjacente, mas abaixo do nível da fonte da água. Junto com uma rede de aquedutos, os romanos criaram muitos canais abertos, comportas, redes de esgoto, diques e reservatórios de água. Como resultado, a maioria da população urbana do Império Romano desfrutava de banhos públicos, latrinas e fontes. Alguns tinham acesso a piscinas e até mesmo lavagem de louça. Na Palestina em particular, introduziu-se o banho ritual (mikveh). Os solos da PalestinaMontanhas e rios da PalestinaÍndice pluviométrico na Palestina
O CLIMA NA PALESTINA
CLIMA À semelhança de outros lugares no mundo, a realidade climática dessa terra era e é, em grande parte, determinada por uma combinação de quatro fatores: (1) configuração do terreno, incluindo altitude, cobertura do solo, ângulo de elevação e assim por diante; (2) localização em relação a grandes massas de água ou massas de terra continental; (3) direção e efeito das principais correntes de ar; (4) latitude, que determina a duração do dia e da noite. Situada entre os graus 29 e 33 latitude norte e dominada principalmente por ventos ocidentais (oceânicos), a terra tem um clima marcado por duas estações bem definidas e nitidamente separadas. O verão é um período quente/seco que vai de aproximadamente meados de junho a meados de setembro; o inverno é um período tépido/úmido que se estende de outubro a meados de junho. É um lugar de brisas marítimas, ventos do deserto, terreno semidesértico, radiação solar máxima durante a maior parte do ano e variações sazonais de temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, seu clima é bem parecido com certas regiões do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, conforme mostrado no gráfico da página seguinte. A palavra que melhor caracteriza a estação do verão nessa terra é "estabilidade" Durante o verão, o movimento equatorial do Sol na direção do hemisfério norte força a corrente de jato (que permite a depressão e a convecção de massas de ar e produz tempestades) para o norte até as vizinhanças dos Alpes. Como consequência, uma célula estacionária de alta pressão se desenvolve sobre os Açores, junto com outra de baixa pressão, típica de monção, sobre Irã e Paquistão, o que resulta em isóbares (linhas de pressão barométrica) basicamente norte-sul sobre a Palestina. O resultado é uma barreira térmica que produz dias claros uniformes e impede a formação de nuvens de chuva, apesar da umidade relativa extremamente elevada. O verão apresenta o tempo todo um ótimo clima, brisas regulares do oeste, calor durante o dia e uma seca quase total. No verão, as massas de ar, ligeiramente resfriadas e umedecidas enquanto passam sobre o Mediterrâneo, condensam-se para criar um pouco de orvalho, que pode estimular o crescimento de plantas de verão. Mas as tempestades de verão são, em sua maioria, inesperadas (1Sm 12:17-18). Por outro lado, o inverno se caracteriza pela palavra "instabilidade". Nessa estação, massas de ar mais elevadas se aproveitam do caminho equatorial do Sol na direção do hemisfério sul e ficam tomadas de ar polar extremamente frio. A mistura dessas massas de ar pode criar várias correntes dominantes de alta pressão, e qualquer uma pode, imprevisivelmente, se chocar com o ar que serpenteia pela depressão mediterrânea.
1. A área de alta pressão atmosférica da Ásia é uma corrente direta de ar polar que pode chegar a 1.036 milibares. As vezes atravessa todo o deserto da Síria e atinge a terra de Israel, vindo do leste, com uma rajada de ar congelante e geada (Jó 1.19). 2. A área de alta pressão atmosférica dos Bálcãs, na esteira de uma forte depressão mediterrânea, consegue capturar a umidade de uma tempestade ciclônica e, vindo do oeste, atingir Israel com chuva, neve e granizo. Em geral esse tipo de sistema é responsável pela queda de chuva e neve no Levante (2Sm 23:20-1Cr 11:22; Jó 37:6; SL 68:14; Pv 26:1). 3. Uma área de alta pressão atmosférica um pouco menos intensa do Líbano pode ser atraída na direção do Neguebe e transportar tempestades de poeira que se transformam em chuva.
A própria vala do Mediterrâneo é uma zona de depressão relativamente estacionária, pela qual passam em média cerca de 25 tempestades ciclônicas durante o inverno. Uma corrente de ar mais quente leva cerca de quatro a seis dias para atravessar o Mediterrâneo e se chocar com uma dessas frentes. Caso essas depressões sigam um caminho mais ao sul, tendem a se desviar ao norte de Chipre e fazer chover pela Europa Oriental. Esse caminho deixa o Levante sem sua considerável umidade [mapa 21] e produz seca, que às vezes causa fome. 121 Contudo, quando seguem um caminho ao norte - e bem mais favorável - tendem a ser empurradas mais para o sul por uma área secundária de baixa pressão sobre o mar Egeu e atingem o Levante com tempestades que podem durar de dois a quatro dias (Dt 11:11-1Rs 18:43-45; Lc 12:54). O inverno é, então, a estação chuvosa (SI 29:1-11; Ct 2:11; At 27:12-28.2), que inclui igualmente "as primeiras e as últimas chuvas" (Dt 11:14; Jó 29.23; SI 84.6; Pv 16:15; )r 5.24; Os 6:3; Jl 2:23; Zc 10:1; Tg 5:7) .125 Os dias de chuva mais pesada coincidem com o período do clima mais frio, de dezembro a fevereiro (Ed 10:9-13; Jr 36:22), quando é frequente a precipitação incluir neve e granizo. Em termos gerais, a precipitação aumenta à medida que se avança para o norte. Elate, junto ao mar Vermelho, recebe 25 milímetros ou menos por ano; Berseba, no Neguebe, cerca de 200 milímetros; Nazaré, na região montanhosa da Baixa Galileia, cerca de 680 milímetros; o jebel Jarmuk, na Alta Galileia, cerca de 1.100 milímetros; e o monte Hermom, cerca de 1.500 milímetros de precipitação (v. no mapa 19 as médias de Tel Aviv, Jerusalém e Jericó]. A precipitação também tende a crescer na direção oeste. Períodos curtos de transição ocorrem na virada das estações: um entre o final de abril e o início de maio, e outro entre meados de setembro e meados de outubro. Nesses dias, uma massa de ar quente e abrasador, hoje conhecida popularmente pelo nome de "siroco" ou "hamsin", pode atingir a Palestina vinda do deserto da Arábia.127 Essa situação produz um calor tórrido e uma sequidão total, algo parecido com os ventos de Santa Ana, na Califórnia. Conhecida na Bíblia pelas expressões "vento oriental" (Ex 10:13; Is 27:8; Ir 18.17; Ez 19:12; Os 12:1-13. 15) e "vento sul" (Lc 12:55), às vezes um vento siroco pode durar mais de uma semana, ressecando vegetação mais frágil e causando mais do que uma ligeira irritação em seres humanos e animais. Os ventos orientais da Bíblia podiam fazer secar espigas (Gn 41:6), secar o mar (Ex 14:21), causar morte e destruição (Jó 1.19), carregar pessoas (Jó 27.21), naufragar navios (SI 48.7; Ez 27:26) e fazer as pessoas desfalecerem e perderem os sentidos (In 4.8). Em contraste, um "vento norte" favorecia e revigorava a vida (Jó 37.22; Pv 25:23). A palavra suméria para "vento norte" significa literalmente "vento favorável".
ARBORIZAÇÃO Nos lugares onde a terra recebia chuva suficiente, a arborização da Palestina antiga incluía matas perenes de variedades de carvalho, pinheiro, terebinto, amendoeira e alfarrobeira (Dt 19:5-2Sm 18.6; 2Rs 2:24; Ec 2:6; Is 10:17-19). Mas o mais comum era a terra coberta pelo mato fechado e plantas arbustivas (maquis) típicas da bacia do Mediterrâneo (1s 17.15; 1Sm 22:5; Os 2:14). Com base em análises de uma ampla amostra de pólen e também de restos de plantas e sementes tirados do interior de sedimentos, o mais provável é que, na Antiguidade remota, a arborização original da Palestina fosse bem densa e às vezes impenetrável, exceto nas regiões sul e sudeste, que margeavam o deserto, Os dados atuais apontam, porém, para uma destruição cada vez maior daquelas florestas e vegetação, destruição provocada pelo ser humano, o que começou já por volta de 3000 a.C. Mas três períodos se destacam como particularmente danosos:
(1) o início da Idade do Ferro (1200-900 a.C.); (2) o final dos períodos helenístico e romano (aprox. 200 a.C.-300 d.C.); (3) os últimos 200 anos.
O primeiro desses ciclos de destruição é o que mais afeta o relato bíblico que envolve arborização e uso da terra. No início da Idade do Ferro, a terra da Palestina experimentou, em sua paisagem, uma invasão massiva e duradoura de seres humanos, a qual foi, em grande parte, desencadeada por uma leva significativa de novos imigrantes e pela introdução de equipamentos de ferro. As matas da Palestina começaram a desaparecer diante das necessidades familiares, industriais e imperialistas da sociedade. Na esfera doméstica, por exemplo, grandes glebas de terra tiveram de ser desmatadas para abrir espaço para a ocupação humana e a produção de alimentos (Js 17:14-18). Enormes quantidades de madeira devem ter sido necessárias na construção e na decoração das casas (2Rs 6:1-7; Jr 10:3). Calcula-se que cada família necessitava de uma a duas toneladas de lenha por ano (Js 9:21-27; Is 44:14-17; Ez 15:1-8; Mc 14:54). E o pastoreio de rebanhos temporários de ovelhas e cabras teria arrancado plantas sazonais que eram suculentas, mas sem raiz profunda. Por sua vez, a ocupação da terra teria requerido o apoio de certas indústrias, muitas das quais exigiam enormes recursos de madeira que, com certeza, danificaram o delicado equilíbrio ecológico da Palestina. A madeira era queimada em fornos de cozimento e em fornalhas industriais. Era necessária para a produção e vitrificação de vidro e na manufatura de cal, gesso, tijolos, canos e tubos de terracota, utensílios de cozimento, ferramentas de ferro e tábuas de escrever (alguns textos eram, na realidade, gravados sobre tábuas de madeira). Certos subprodutos de madeira tinham utilidade industrial, como solventes de água, no curtimento e tingimento e na medicina. Muita madeira era empregada na extração de pedras nas encostas de montanhas e no represamento de cursos d'água. Mais madeira era transformada em carvão para o trabalho de mineração, fundição e forja de metais 130 Grandes quantidades também eram consumidas em sacrifícios nos templos palestinos. Por fim, ainda outras áreas de floresta eram devastadas como resultado do imperialismo antigo, fosse na produção de instrumentos militares (Dt 20:19-20), fosse em injustificadas atividades de guerra (2Rs 3:25; SI 83.14,15; Is 10:15-19; Jr 6:4-8), fosse no pagamento de tributo compulsório.131 Os efeitos do desmatamento foram marcantes e permanentes. Existem consideráveis indícios de que a concomitante perturbação das camadas superiores do solo da Palestina provocou uma erosão pelo vento e pela água bastante acelerada, com subsequente perda da fertilidade das camadas finas de solo nas encostas. Alguns conservacionistas do solo calculam que, como resultado do desmatamento ocorrido na 1dade do Ferro, mais de 90 centímetros de solo e subsolo foram irrecuperavelmente perdidos da Cadeia Montanhosa Central, o que fez com que a base rochosa de áreas significativas daquele terreno ficasse visível. Uma vez que as camadas superiores do solo foram seriamente comprometidas ou destruídas, os subsolos predominantemente improdutivos não conseguiram regenerar a arborização. Existem indícios convincentes de oscilações climáticas durante o período do Israel bíblico, mas praticamente nenhuma evidência de mudança significativa ou radical do clima. O desflorestamento desenfreado da região, com a consequente deterioração e deslocamento da camada superior fértil, provocou um desgaste gradual e inexorável do meio ambiente. O cenário mudou para pior e até mesmo os modernos esforços de reflorestamento ainda não se mostraram completamente bem-sucedidos. É bem irônico que as atividades desenvolvidas pelos próprios israelitas tenham contribuído de forma significativa para essa diminuição do potencial dos recursos da terra, na Palestina da Idade do Ferro Antiga. O retrato da arborização da Palestina pintado pela Bíblia parece estar de acordo com esses dados. Embora haja menção frequente a certas árvores tradicionais que mais favorecem o comprometimento e a erosão do solo (oliveira, figueira, sicômoro, acácia, amendoeira, romázeira, terebinto, murta, bálsamo), a Bíblia não faz quase nenhuma referência a árvores que fornecem madeira de lei para uso em edificações (carvalho, cedro, cipreste e algumas espécies de pinheiro). E inúmeras vezes a mencão a estas últimas variedades tinha a ver com outros lugares - frequentemente Basã, monte Hermom ou Líbano (Iz 9.15; 1Rs 4:33; SI 92.12; Is 40:16; Ez 27:5-6; Zc 11:2). Aliás, o abastecimento aparentemente inesgotável de madeira pelo Líbano era famoso no mundo antigo; o Egito começou a importá-la já à época do Reino Antigo.133 Vários reis mesopotâmicos e assírios viajaram para o Líbano para conseguir cedro. Em particular, os reis assírios costumavam se vangloriar de que uma de suas maiores façanhas era terem escalado os cumes do Líbano e derrubado suas imensas árvores (Is 14:8). Pelo fato de a Palestina praticamente não ter reservas de madeira de lei, Davi, quando se lançou a seus projetos de construção em Jerusalém, achou necessário fazer um tratado com Hirão, rei de Tiro (e.g., 25m 5.11; 1Cr 14:1). Quando deu início a seus inúmeros empreendimentos de construção, Salomão foi forçado a ratificar aquele tratado (1Rs 5:1-18; 7:2-12; 2Cr 2:1-16; 9:10-28). Fenícios de Tiro forneceram a Salomão tanto a matéria-prima quanto a tecnologia para construir sua frota de navios mercantes (1Rs 10:22; cf. Ez 27:5-9, 25-36). Durante todo o período da monarquia, a construção, mesmo em pequena escala, implicava conseguir no exterior a madeira de lei necessária, conforme Jeoás e Josias descobriram (2Rs 12:12-22.6). Certa vez, a madeira que estava sendo usada para construir uma cidade no Reino do Norte foi levada, como um ato de agressão, para construir cidades em Judá (2Cr 16:6). A disponibilidade de madeira de lei nativa não melhorou no período pós-exílico. Como parte do decreto de Ciro, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra para reconstruir o templo, o monarca persa lhes deu uma quantia em dinheiro com a qual deveriam comprar madeira no Líbano (Ed 3:7). Mas suspeita-se que, quando aquela madeira chegou a Jerusalém, foi desperdiçada em residências particulares, em vez de ser usada no templo (Ag 1:8, cp. v. 4). Mais tarde, quando Neemias foi ao rei Artaxerxes pedindo dispensa do cargo na corte para trabalhar para melhorar as condições de vida ao redor de Jerusalém, recebeu do rei cartas que lhe permitiram obter madeira para a reconstrução dos muros e portas da cidade (Ne 2:4-8). Ainda mais tarde, madeira necessária para a imensa empreitada de construção realizada por Herodes em Cesareia Marítima teve de ser importada, provavelmente da Itália. E até mesmo no século 19, quando Charles Warren precisou de tábuas de madeira para dar continuidade a seu trabalho arqueológico em Jerusalém, ele descobriu que madeira ainda estava entre os produtos mais escassos e mais caros da Palestina. O Clima no Oriente Médio no VerãoO Clima no Oriente Médio no InvernoTabela do clima da Palestina
CIDADES DO MUNDO BÍBLICO
FATORES QUE INFLUENCIARAM A LOCALIZAÇÃO Várias condições geográficas influenciaram a localização de assentamentos urbanos no mundo bíblico. Em termos gerais, nesse aspecto, eram cinco os principais fatores que podiam ser determinantes:
(1) acesso à água; (2) disponibilidade de recursos naturais; (3) topografia da região; (4) topografia do lugar; (5) linhas naturais de comunicação. Esses fatores não eram mutuamente excludentes, de sorte que às vezes era possível que mais de um influenciasse na escolha do lugar exato de uma cidade específica.
O mais importante desses fatores era a ponderação sobre o acesso à água, em especial antes da introdução de aquedutos, sifões e reservatórios. Embora seja correto afirmar que a água era um aspecto central de todos os assentamentos num ambiente normalmente árido, parece que a localização de algumas cidades dependeu exclusivamente disso. Dois exemplos são: Damasco (situada no sopé oriental dos montes Antilíbano, num vasto oásis alimentado pelos caudalosos rios Abana e Farfar (2Rs 5:12) e Tadmor (localizada num oásis luxuriante e fértil no meio do deserto Oriental). Devido à disponibilidade de água doce nesses lugares, aí foram encontrados assentamentos bem anteriores à aurora da história bíblica, e esses dois estão entre alguns dos assentamentos mais antigos ocupados ininterruptamente no mundo bíblico. Outras cidades foram estabelecidas de modo a estarem bem perto de recursos naturais. A localização de Jericó, um dos assentamentos mais velhos da antiga Canaã, é uma excelente ilustração. A Jericó do Antigo Testamento foi construída ao lado de uma fonte excepcionalmente grande, mas também é provável que a cidade tenha sido estabelecida ali porque aquela fonte ficava perto do mar Morto e de seus recursos de betume. O betume era um produto primário de grande valor, com inúmeros usos. Na Antiguidade remota, o mar Morto era uma das poucas fontes conhecidas desse produto, de sorte que o betume dali era recolhido e transportado por todo o Egito e boa parte do Crescente Fértil. Como consequência, uma motivação econômica inicialmente levou à região uma colônia de operários e logo resultou na fundação de uma povoação nas proximidades. De modo análogo, a localização da antiga cidade de Sardes, situada próxima da base do monte Tmolo e junto do ribeiro Pactolo, foi com certeza determinada pela descoberta de ouro naquele lugar, o que criou sua renomada riqueza. Sabe-se de moedas feitas com uma liga de ouro e prata que foram cunhadas em Sardes já no sétimo século a.C. A localização de algumas cidades se deveu à topografia da região. Já vimos como a posição de Megido foi determinada para controlar um cruzamento de estradas num desfiladeiro na serra do monte Carmelo. Da mesma maneira, a cidade de Bete-Horom foi posicionada para controlar a principal via de acesso para quem vai do oeste para o interior das montanhas de Judá e Jerusalém. A topografia regional também explica a posição de Corinto, cidade portuária de localizacão estratégica que se estendeu desordenadamente no estreito istmo de 5,5 quilômetros de terra que separa o mar Egeu do mar Adriático e forma a única ligação entre a Grécia continental e a península do Peloponeso. Outras cidades estavam situadas de acordo com o princípio de topografia local. Com exceção do lado norte, em todos os lados Jerusalém estava rodeada por vales profundos com escarpas superiores a 60 metros. Massada era uma mesa elevada e isolada, cercada por penhascos rochosos e escarpados de mais de 180 metros de altura em alguns lugares. A cidade de Samaria estava em cima de uma colina isolada de 90 metros de altura e cercada por dois vales com encostas íngremes. Como consequência da topografia local, essas cidades comumente resistiam melhor a ataques ou então eram conquistadas só depois de um longo período de cerco. Por fim, linhas naturais de comunicação podem ter determinado a localização de alguns assentamentos urbanos. Uma ilustracão clássica desse critério é Hazor - uma plataforma bastante fortificada, uma capital de província (Is 11:10) e um tell de 0,8 quilômetros quadrados que era um dos maiores de Canaã. A localização da cidade foi ditada pela posição e trajeto da Grande Estrada Principal. Durante toda a Antiguidade, Hazor serviu de porta de entrada para a Palestina e pontos mais ao sul, e com frequência textos seculares se referem a ela associando-a ao comércio e ao transporte. Da mesma forma, é muito provável que linhas de comunicação tenham sido o fator determinante na escolha do lugar onde as cidades de Gaza e Rabá/Ama vieram a ser estabelecidas. Também é muito improvável que várias cidades menores iunto à via Inácia, a oeste de Pela (Heracleia, Lychnidos e Clodiana), tivessem se desenvolvido não fosse a existência e a localização dessa artéria de grande importância. E existem localidades ao longo da Estrada Real da Pérsia (tais como Ciyarbekir e Ptéria) cuja proeminência, se não a própria existência, deve-se à localizacão daquela antiga estrada. Como os fatores que determinavam sua localização permaneciam bem constantes. no mundo bíblico cidades tanto pequenas quanto grandes experimentavam, em geral, um grau surpreendente de continuidade de povoação. Mesmo quando um local era destruído ou abandonado por um longo período, ocupantes posteriores eram quase sempre atraídos pelo(s) mesmo(s) fator(es) que havia(m) sido determinante(s) na escolha inicial do lugar. Os colonos subsequentes tinham a satisfação de poder usar baluartes de tijolos cozidos, segmentos de muros ainda de pé, pisos de terra batida, fortificações, silos de armazenagem e poços. À medida que assentamentos sucessivos surgiam e caíam, e com frequência as cidades eram muitas vezes construídas literalmente umas em cima das outras, a colina plataforma (tell) em cima da qual se assentavam (Js 11:13; Jr 30:18-49. 2) ia ficando cada vez mais alta, com encostas mais íngremes em seu perímetro, o que tornava o local gradativamente mais defensável. Quando esse padrão se repetia com frequência, como é o caso de Laquis, Megido, Hazor e Bete-Sea, o entulho de ocupação podia alcançar 20 a 30 metros de altura.
A CORRETA IDENTIFICAÇÃO DE CIDADES ANTIGAS Isso leva à questão da identificação de locais, o que é crucial para os objetivos de um atlas bíblico. A continuidade de ocupação é útil, mas a identificação segura de lugares bíblicos não é possível em todos os casos devido a dados documentais insuficientes e/ou a um conhecimento limitado da geografia. Muitos nomes não foram preservados e, mesmo quando um topônimo sobreviveu ou, em tempos modernos, foi ressuscitado e aplicado a determinado local, tentativas de identificação podem estar repletas de problemas. Existem casos em que um nome específico experimentou mudança de local. A Jericó do Antigo Testamento não ficava no mesmo lugar da Jericó do Novo Testamento, e nenhum dos dois. lugares corresponde à moderna Jericó. Sabe-se que mudanças semelhantes ocorreram com Siquém, Arade, Berseba, Bete-Sea, Bete-Semes, Tiberíades etc. Mudanças de nomes também acontecem de uma cultura para outra ou de um período para outro. A Rabá do Antigo Testamento se tornou a Filadélfia do Novo Testamento, que, por sua vez, transformou-se na moderna Amã. A Aco do Antigo Testamento se tornou a Ptolemaida do Novo Testamento, que, por sua vez, tornou-se a Acre dos cruzados. A Siquém do Antigo Testamento se tornou a Neápolis do Novo Testamento, a qual passou a ser a moderna Nablus. E em alguns casos uma mudança de nome aconteceu dentro de um Testamento (e.g., Luz/Betel, Quiriate-Arba/Hebrom, Quiriate-Sefer/Debir e Laís/Dá). Frequentemente a análise desses casos exige uma familiaridade bastante grande com a sucessão cultural e as inter-relações linguísticas entre várias épocas da história da Palestina. Mesmo assim, muitas vezes a identificação do lugar continua difícil. Existe também o problema de homonímia: mais de um lugar pode ter o mesmo nome. As Escrituras falam de Afeque ("fortaleza") 143 no Líbano (Js 13:4), na planície de Sarom (1Sm 4:1), na Galileia (Js 19:30) e em Gola (1Rs 20:26-30). I Existe Socó ("lugar espinhoso") 45 na Sefelá (1Sm 17:1), em Judá (Is 15:48) e na planície de Sarom (1Rs 4:10). 16 Conforme ilustrado aqui, normalmente a homonímia acontece devido ao fato de os nomes dos lugares serem de sentido genérico: Hazor significa "terreno cercado", Belém significa "celeiro", Migdal significa "torre", Abel significa "campina", Gibeá significa "colina'", Cades significa "santuário cultual", Aim significa "fonte", Mispá significa "torre de vigia", Rimom significa "romã/ romázeira" e Carmelo significa "vinha de Deus". Por isso não é surpresa que, na Bíblia, mais de um lugar seja associado com cada um desses nomes. Saber exatamente quando postular outro caso de homonímia sempre pode ser problemático na criação de um atlas bíblico. Outra dimensão da mesma questão complexa acontece quando um mesmo nome pode ser aplicado alternadamente a uma cidade e a uma província ou território ao redor, como no caso de Samaria (1Rs 16:24, mas 1Rs 13:32), Jezreel (1Rs 18:45-46, mas Js 17:16), Damasco (Gn 14:15, mas Ez 27:18) ou Tiro (1Rs 7:13, mas 2Sm 24:7). A despeito dessas dificuldades, em geral três considerações pautam a identificação científica de lugares bíblicos: atestação arqueológica, tradição ininterrupta e análise literária/ topográfica."7 A primeira delas, que é a mais direta e conclusiva, identifica determinada cidade por meio de uma inscrição desenterrada no lugar. Embora vários exemplos desse tipo ocorram na Síria-Mesopotâmia, são relativamente escassos na Palestina. Documentação assim foi encontrada nas cidades de Gezer, Arade, Bete-Sea, Hazor, Ecrom, Laquis, Taanaque, Gibeão, Dá e Mefaate.
Lamentavelmente a maioria dos topônimos não pode ser identificada mediante provas epigráficas, de modo que é necessário recorrer a uma das outras duas considerações. E possivel utilizar a primeira delas, a saber, a sobrevivência do nome, quando, do ponto de vista léxico, o nome permaneceu o mesmo e nunca se perdeu a identidade do local. Esse critério é suficientemente conclusivo, embora se aplique a bem poucos casos: Jerusalém, Hebrom, Belém e Nazaré. Muitos lugares modernos com nomes bíblicos são incapazes de oferecer esse tipo de apoio de tradição ininterrupta. Como consequência, tendo em vista as mudanças de nome e de lugar, isso suscita a questão óbvia - que continua sendo debatida em vários contextos - de até que ponto essas associações são de fato válidas. Aparentemente essas transferências não aconteceram de forma aleatória e impensada. Mudanças de localização parecem estar confinadas a um raio pequeno. Por exemplo, a Jericó do Antigo Testamento, a Jericó do Novo Testamento e a moderna Jericó estão todas dentro de uma área de apenas 8 quilômetros, e em geral o mesmo se aplica a outras mudanças de localização. Ocasionalmente, quando acontece uma mudança de nome, o nome original do lugar é preservado num aspecto geográfico das proximidades. O nome Bete-Semes (T. er-Rumeilah) se reflete numa fonte contígua (Ain Shems); da mesma forma, Yabis, o nome moderno do uádi, é provavelmente uma forma que reflete o nome do local bíblico de Jabes(-Gileade], ao lado do qual ficava, na Antiguidade. Quando os dados arqueológicos proporcionam provas irrefutáveis do nome bíblico de um local, é bem comum que aquele nome se reflita em seu nome moderno. Por exemplo, a Gibeão da Bíblia é hoje em dia conhecida pelo nome de el-Jib; o nome Taanaque, que aparece na Bíblia, reflete-se em seu nome moderno de T. Tilinnik; a Gezer bíblica tem o nome refletido no nome moderno T. Jezer. Conquanto a associação de nomes implique alguns riscos, com frequência pode propiciar uma identificação altamente provável. Um terceiro critério usado na identificação de lugares consiste em análise literária e topográfica. Textos bíblicos frequentemente oferecem uma pista razoavelmente confiável quanto à localização aproximada de determinado lugar. Um exemplo é a localização da Ecrom bíblica, uma das principais cidades da planície filisteia. As Escrituras situam Ecrom junto à fronteira norte da herança de Judá, entre Timna e Siquerom (Is 15:11), embora, na verdade, o local tenha sido designado para a tribo de Da (Is 19:43). Nesse aspecto, a sequência das cidades neste último texto é significativa: Ecrom está situada entre as cidades da Sefelá (Zorá, Estaol, Bete-Semes e Aijalom) e outras situadas nas vizinhanças de Jope, no litoral (Bene-Beraque e Gate-Rimom), o que fortalece a suposição de que se deve procurar Ecrom perto da fronteira ocidental da Sefelá (Js 19:41-42,45). Além do mais, Ecrom era a cidade mais ao norte dentro da área controlada pelos filisteus (Js 13:3) e era fortificada (1Sm 6:17-18). Por fim, Ecrom estava ligada, por uma estrada, diretamente a Bete-Semes e, ao que se presume, separada desta última por uma distância de um dia de viagem ou menos (1Sm 6:12-16). Desse modo, mesmo sem o testemunho posterior de registros neoassírios,149 Ecrom foi procurada na moderna T. Migne, um tell situado onde a planície Filisteia e a Sefelá se encontram, na extremidade do vale de Soreque, no lado oposto a Bete-Semes. Ali, a descoberta de uma inscrição que menciona o nome do lugar bíblico confirmou a identificação.150 Contudo, existem ocasiões em que a Bíblia não fornece dados suficientes para identificar um lugar. Nesses casos, o geógrafo histórico tem de recorrer a uma análise de fontes literárias extrabíblicas, do antigo Egito, Mesopotâmia, Síria ou Ásia Menor. Alternativamente, a identificação de lugares é com frequência reforçada por comentários encontrados em várias fontes:
itinerários percorridos por cristãos da Antiguidade (e.g., Etéria, o Peregrino de Bordéus, Teodósio, Antônio Mártir, Beda, o Venerável, Willibald):
geógrafos árabes (e.g., Istakhri, Idrisi, Abulfeda, Ibn Battuta);
escritos de autoria de cruzados e pós-cruzados (e.g., Saewulf, Daniel, o Abade, Frettelus, Pedro Diácono, Burchard de Monte Sião, Marino Sanuto, Rabi Benjamin de Tudela, Rabi Eshtori Haparhi, Ludolph von Suchem, Felix Fabri);
pioneiros ou geógrafos desde o início da Idade Moderna (e.g., Quaresmio, van Kootwijck, Seetzen, Burchardt, Robinson, Reland, Niebuhr, Thomsen, Ritter, Conder, Abel, Musil, Dalman, Albright, Glueck, Aharoni, Rainey) Contudo, a análise literária deve ser acompanhada da análise topográfica. Qualquer dado documental disponível tem de ser correlacionado a lugares já conhecidos de uma determinada área e avaliado numa comparação com a gama de outros tells do terreno ao redor - tells que podem ser igualmente candidatos a uma identificação com o lugar bíblico. Quando a identificação de um lugar é proposta, o tamanho e a natureza do local têm de cumprir as exigências de identificação: qual é seu tamanho? Que vestígios arqueológicos são encontrados ali (e.g., muralhas, construções monumentais, detalhes arqueológicos próprios)? Quais e quantos outros sítios são encontrados em sua vizinhança? Além disso, as ruínas desse lugar têm de datar do(s) período (s) exigido(s) pela identificação.
De qualquer maneira, mesmo quando todas essas exigências são atendidas, não se deve apresentar como definitiva a identificação de lugares feita apenas com base em análise topográfica. Tais identificações só devem ser aceitas tendo-se em mente que são resultado de uma avaliação probabilística. Principais cidades da PalestinaPrincipais cidades da PalestinaPrincipais sítios arqueológicos no mundo bíblicoPrincipais sítios arqueológicos da Palestina
ESTRADAS E TRANSPORTE NO MUNDO BÍBLICO
UMA QUESTÃO DE RECONSTRUÇÃO Uma questão legítima que poderá ser levantada é sobre a possibilidade de se chegar a uma ideia relativamente confiável dos sistemas de transportes existentes desde os tempos bíblicos mais antigos. Antes do período romano, praticamente se desconhece a existência de até mesmo um pequeno trecho de um caminho ou estrada pavimentado ligando cidades antigas. E não há atestação de que, antes desse período, tenham existido quaisquer mapas de estradas no Crescente Fértil. No entanto, apesar das questões extremamente variadas e complexas que precisam ser levadas em conta quando se aborda esse assunto de forma abrangente, estudiosos que têm procurado delinear estradas antigas tendem a seguir uma combinação de quatro tipos de indícios: (1) determinismo geográfico; (2) documentação escrita; (3) testemunho arqueológico; (4) marcos miliários romanos. Determinismo geográfico se refere aos fatores fisiográficos e/ou hidrológicos em grande parte imutáveis existentes no antigo mundo bíblico e que determinavam as rotas seguidas por caravanas, migrantes ou exércitos. Esses caminhos permaneceram relativamente inalterados durante longos períodos (exceto onde a geopolítica os impedia ou em casos isolados de circulação ilegal). Parece que, em geral, as regiões de baixada ou planície ofereciam menores obstáculos ao movimento humano e maior oportunidade para o desenvolvimento de redes de transporte ou movimentação de tropas. Em contraste, cânions profundos, cavados por rios que às vezes se transformavam em corredeiras, eram um obstáculo a ser evitado em viagens. Caso fossem inevitáveis, deviam ser atravessados a vau em lugares que oferecessem dificuldade mínima. As barreiras representadas por pântanos infestados de doenças, a esterilidade e o calor escaldante de zonas desérticas e as áreas estéreis de lava endurecida eram obstáculos descomunais, a serem evitados a qualquer custo. Encostas de montanhas com florestas densas, muitas vezes com desfiladeiros sinuosos, eram regularmente cruzados em canais, por mais estreitos ou perigosos que eles fossem. Por sua vez, os trechos em que as serras podiam ser percorridas por grandes distâncias sem a interrupção de desfiladeiros ou vales tendiam a ser usados em viagens durante todos os períodos. A necessidade de se deslocar de uma fonte de água doce abundante a outra foi, durante todas as eras, um pré-requísito para viagens. De maneira que, muito embora não disponhamos de um mapa antigo do mundo bíblico, ainda assim é possível inferir logicamente e com alto grau de probabilidade a localização das principais estradas, em especial quando o princípio do determinismo geográfico pode ser suplementado por outros tipos de indício. A documentação escrita ajuda com frequência a delinear uma estrada com maior precisão. Esse tipo de indício pode estar na Bíblia, em fontes extrabíblicas antigas, escritores clássicos, antigos itinerários de viagem, geógrafos medievais ou viajantes pioneiros mais recentes. Algumas fontes escritas buscam fazer um levantamento de uma área de terra ou traçar um itinerário e, para isso, empregam tanto medidas de distância quanto direções; citam a distância entre dois ou mais pontos conhecidos de uma forma que pode ser reconstruída apenas mediante a pressuposição de uma rota específica entre esses pontos. Às vezes, essas fontes podem descrever uma rota em termos do tipo de terreno no meio do caminho (ao longo de uma determinada margem de um rio; perto de um cânion, vau, poco de betume ou oásis; ao lado de um determinado canal, ilha ou montanha etc.) ou um ponto de interesse situado ao longo do caminho e digno de menção. Cidades ao longo de uma rota podem ser descritas como parte de um distrito em particular ou como contíguas a uma determinada província, partilhando pastagens comuns, enviando mensagens por meio de sinais de fogo ou ficando simultaneamente sob o controle de certo rei. Distâncias aproximadas entre cidades, junto com uma rota presumida, podem ser inferidas a partir de textos que falam de um rei ou de um mensageiro que toma sua ração diária no ponto A no primeiro dia, no ponto B no dia seguinte, no ponto C no terceiro dia e assim por diante. Um exército ou caravana pode receber certo número de rações diárias a fim de percorrer um determinado trajeto, ou o texto pode dizer que uma viagem específica levou determinado número de dias para terminar.
No conjunto, fontes textuais não foram escritas com o propósito de ajudar alguém a delinear com absoluta certeza o trajeto de estradas. São fontes que tratam de assuntos extremamente diversos. Os detalhes geográficos oferecidos são muitos, variados e às vezes incorretos. Elas não oferecem o mesmo grau de detalhamento para todas as regiões dentro do mundo bíblico. Mesmo assim, seu valor cumulativo é fundamental, pois, com frequência, dão detalhes precisos que permitem deduzir com bastante plausibilidade o curso de uma estrada ou oferecem nuanças que podem ser usadas com proveito quando combinadas com outros tipos de indícios. Além do determinismo geográfico e da documentação escrita, o testemunho arqueológico pode ajudar a determinar o curso de antigas estradas. Identificar uma cidade antiga mediante a descoberta de seu nome em dados arqueológicos escavados no lugar ajuda a esclarecer textos que mencionam o local e proporciona um ponto geográfico fixo. Porque Laís/Da (T. el-Qadi) foi identificada positivamente a partir de uma inscrição encontrada em escavações no local, uma especificidade maior foi automaticamente dada a viagens como as empreendidas por Abraão (Gn 14) ou Ben-Hadade (1Rs 15:2Cr 16). Mesmo nas vezes em que o nome de uma cidade antiga permanece desconhecido, é útil quando vestígios arqueológicos revelam o tipo de ocupação que pode ter havido no lugar. Por exemplo, um palácio desenterrado permite a inferência de que ali existiu a capital de um reino ou província, ao passo que um local pequeno, mas muito fortificado, pode indicar um posto militar ou uma cidade-fortaleza. Quando se consegue discernir uma sequência de lugares semelhantes, tal como a série de fortalezas egípcias da época do Reino Novo descobertas no sudoeste de Gaza, é possível traçar o provável curso de uma estrada na região. Numa escala maior, a arqueologia pode revelar padrões de ocupação durante períodos específicos. Por exemplo, na 1dade do Bronze Médio, muitos sítios em Canaã parecem ter ficado junto a vias de transporte consolidadas, ao passo que, aparentemente, isso não aconteceu com povoados da Idade do Bronze Inicial. Da mesma forma, um ajuntamento de povoados da Idade do Bronze Médio alinhou-se ao longo das margens do Alto Habur, na Síria, ao passo que não se tem conhecimento de um agrupamento assim nem imediatamente antes nem depois dessa era. Esse tipo de informação é útil caso seja possível ligar esses padrões de ocupação às causas para ter havido movimentos humanos na área. De forma que, se for possível atribuir a migrações a existência desses sítios da Idade do Bronze Médio, e os locais de migração são conhecidos, os dados arqueológicos permitem pressupor certas rotas que tinham condições de oferecer pastagens para animais domesticados e alimentos para os migrantes, ao mesmo tempo que praticamente eliminam outras rotas. É claro que havia muitos fatores climatológicos e sociológicos que levavam a migrações na Antiguidade, mas o fato é que, enquanto viajavam, pessoas e animais tinham de se alimentar com aquilo que a terra disponibilizava. Às vezes a arqueologia permite ligar o movimento de pessoas ao comércio. A arqueologia pode recuperar obietos estranhos ao local onde foram encontrados (escaravelhos egípcios, sinetes cilíndricos mesopotâmicos etc.) ou descobrir produtos primários não nativos do Crescente Fértil (estanho, âmbar, cravo, seda, canela etc.). Para deduzir o percurso de estradas, seria então necessário levar em conta o lugar de onde procedem esses objetos ou produtos primários, a época em que foram comercializados e a localização de mercados e pontos intermediários de armazenagem. Onde houve tal comércio, durante um longo período (por exemplo, a rota báltica do âmbar vindo da Europa, a rota da seda proveniente do sudeste asiático ou a rota de especiarias do oeste da Arábia Saudita), é possível determinar rotas de produtos primários razoavelmente estabelecidas. Com frequência essa informação arqueológica pode ser ligeiramente alterada por documentos escritos, como no caso de textos que tratam do itinerário de estanho e indicam claramente os locais de parada nesse itinerário através do Crescente Fértil, durante a Idade do Bronze Médio. Outra possibilidade é, por meio da arqueologia, ligar a uma invasão militar movimentos humanos para novos lugares. Isso pode ocorrer talvez com a descoberta de uma grande estela comemorativa de vitória ou de uma camada de destruição que pode ser sincronizada com uma antemuralha de tijolos cozidos, construída encostada no lado externo do muro de uma cidade. As exigências da estratégia militar, a manutenção das tropas e a obtenção de suprimentos eram de tal monta que algumas regiões seriam quase invulneráveis a qualquer exército. Em tempos recentes, estudiosos que buscam delinear vias e estradas antigas passaram a se beneficiar da possibilidade de complementar seus achados arqueológicos com fotografias aéreas e imagens de satélite, podendo assim detectar vestígios ou até mesmo pequenos trechos de estradas que não foram totalmente apagados. Um quarto tipo de indício usado na identificacão de estradas antigas são os marcos miliários romanos, embora erigir marcos ao longo das estradas antedate ao período romano (Jr 31:21).153 Até hoie iá foram encontrados entre 450 e 500 marcos miliários romanos no Israel moderno. e quase 1.000 foram descobertos pela Ásia Menor 154 No Israel moderno, existem marcos miliários construídos já em 69 d.C.; no Líbano moderno, conhecem-se exemplares de uma data tão remota como 56 d.C. Por sua vez, marcos miliários da Ásia Menor tendem a ser datados de um período romano posterior, e não parece que a maioria das estradas dali tenha sido pavimentada antes da "dinastia flaviana", que comecou com Vespasiano em 69 d.C. - uma dura realidade que é bom levar em conta quando se consideram as dificuldades de viagem pela Ásia Menor durante a época do apóstolo Paulo. Em geral, esses marcos miliários assinalam exatamente a localizacão de estradas romanas, que frequentemente seguiam o curso de estradas muito mais antigas. A localização e as inscricões dos marcos miliários podem fornecer provas de que certas cidades eram interligadas na mesma sequência registrada em textos mais antigos. Por exemplo, cerca de 25 marcos miliários localizados junto a 20 diferentes paradas foram descobertos ao longo de um trecho de uma estrada litorânea romana entre Antioquia da Síria e a Ptolemaida do Novo Testamento. Tendo em conta que algumas das mesmos cidades localizadas ao longo daquela estrada foram do acordo com textos assírios, visitadas pelo rei Salmaneser II 20 voltar de sua campanha militar em Istael (841 a.C.) , os marcos miliários indicam a provável estrada usada pelo monarca assírio. Nesse caso, essa inferência s explicitamente confirmada pela descoberta do monumento a vitória de Salmaneser, esculpido num penhasco junto a co do rio Dos, logo ao sul da cidade libanesa de Biblos. De modo semelhante, esses mesmos marcos miliários permitem determinar as fases iniciais da famosa terceira campanha militar de Senaqueribe (701 a.C.), em que o monarca assírio se gaba de que "trancou Ezequias em ¡erusalém como a um pássaro numa gaiola". Igualmente, esses marcos de pedra permitem delinear o trajeto que Ramsés II, Ticlate-Pileser III, Esar-Hadom, Alexandre, o Grande, Cambises II, Céstio Galo, Vespasiano e o Peregrino de Bordéus percorreram em Canaã.
DIFICULDADES DE VIAGEM NA ANTIGUIDADE Os norte-americanos, acostumados a um sistema de estradas interestaduais, ou os europeus, que percorrem velozmente suas autoestradas, talvez achem difícil entender a noção de viagem na Bíblia. Hoje, as viagens implicam uma "Jura realidade", com bancos estofados em couro, suspensão de braço duplo, revestimento de nogueira no interior do automóvel e sistemas de som e de controle de temperatura. Uma vasta gama de facilidades e serviços está prontamente acessível a distâncias razoáveis. A maioria das estradas de longa distância tem asfalto de boa qualidade, boa iluminação, sinalização clara e patrulhamento constante. Centenas de cavalos de forca nos transportam com conforto e velocidade. Quando paramos de noite, podemos, com bastante facilidade, conseguir um quarto privativo com cama, TV a cabo, servico de internet. banheiro privativo com água quente e fria e outras facilidades. Em poucos instantes, podemos encontrar um grande número de restaurantes e lanchonetes, com variados alimentos que iá estarão preparados para nós. Podemos levar conosco música e leitura prediletas, fotografias de parentes, cartões de crédito e mudas de roupa limpa. Podemos nos comunicar quase que instantaneamente com os amigos que ficaram - temos ao nosso dispor fax, SMS, e-mail e telefone. E não prestamos muita atenção ao perigo de doenças transmissíveis ou à falta de acesso a medicamentos. Como as viagens eram profundamente diferentes na época da Bíblia! Na Antiguidade, às vezes até as principais estradas internacionais não passavam de meros caminhos sinuosos que, depois das chuvas de inverno. ficavam obstruídos pelo barro ou não passavam de um lodacal e. durante os muitos meses de calor abafado e escaldante, ficavam repletos de buracos. Em certos pontos daquelas estradas, os viajantes precisavam atravessar terreno difícil, quase intransponível. Quem viajava podia ter de enfrentar os riscos de falta de água, clima pouco seguro, animais selvagens ou bandoleiros. Tais dificuldades e perigos ajudam a explicar por que, na Antiguidade, a maior parte das viagens internacionais acontecia em caravanas Viaiar em grupo oferecia alguma protecão contra intempéries e agentes estrangeiros. Um considerável volume de dados provenientes da Mesopotâmia e da Ásia Menor indica que, em geral, as caravanas eram grandes e quase sempre escoltadas por guardas de segurança armados para essa tarefa. Exigia-se que os caravanistas permanecessem estritamente na rota predeterminada. Não era incomum caravanas incluírem até 100 ou 200 jumentos, alguns carregando produtos preciosíssimos (cp. Gn 37:25; Jz 5:6-7; 1Rs 10:2; J6 6:18-20; Is 21:13-30.6; Lc 2:41-45). 156 Caravanas particulares são atestadas raras vezes na Antiguidade. Viajantes ricos tinham condições de comprar escravos para servirem de guardas armados (Gn 14:14-15), mas pessoas mais pobres andavam em grupos ou então se incorporavam a um grupo governamental ou comercial, que se dirigia a um destino específico. Os dados também mostram que muitas viagens aconteciam sob a proteção da escuridão: viajar à noite livrava do calor sufocante do sol do meio-dia e diminuía a probabilidade de ser detectado por salteadores e bandoleiros. Aliás, pode ser que a viagem à noite tenha contribuído diretamente para a ampla difusão do culto à Lua, a forma mais comum de religião em todo o Crescente Fértil. Outro fator a se considerar sobre viagens por terra durante o período bíblico é a distância limitada que era possível percorrer num dia. Na realidade, as distâncias podiam variar devido a uma série de fatores: diferentes tipos de terreno, número e tipo de pessoas num determinado grupo de viajantes, tipo de equipamento transportado e alternância das estações do ano. Em função disso, o mundo antigo tinha conhecimento de distâncias excepcionais cobertas num único dia. Heródoto fez uma afirmação famosa sobre mensageiros viajando a grande velocidade pela Estrada Real da Pérsia Tibério percorreu a cavalo cerca de 800 quilômetros em 72 horas, para estar junto ao leito de seu irmão Druso, que estava prestes a morrer. 58 E alguns textos antigos contam que, durante o período romano, correios do império chegavam a percorrer, em média, quase 160 quilômetros por dia. Mas essas foram excecões raras no mundo bíblico e devem ser assim reconhecidas. Os dados são, em geral, uniformes, corroborando que, no mundo bíblico, a iornada de um dia correspondia a uma distância de 27 a 37 quilômetros, com médias ligeiramente mais altas quando se viajava de barco rio abaixo. 16 Médias diárias semelhantes continuaram sendo, mais tarde, a norma em itinerários dos períodos clássico, árabe e medieval, do Egito até a Turquia e mesmo até o Irá. Mesmo cem anos atrás, relatos de alguns itinerários e viagens documentam médias diárias semelhantemente baixas. Vários episódios da Bíblia descrevem o mesmo deslocamento limitado em viagens:
Abraão, vindo de Berseba (Gn 22:4), avistou o monte Moria (com quase toda certeza nas vizinhancas de Jerusalém) no terceiro dia de sua viagem, e os dois lugares estão separados por cerca de 80 quilômetros.
Vindos de Afeque, Davi e seus homens chegaram em Ziclague no terceiro dia (1Sm 30:1) e, aqui de novo, os dois lugares estão separados por apenas pouco mais de 80 quilômetros.
Cades-Barneia (Ain Qadeis) ficava a 11 dias de viagem do Horebe (no iebel Musa ou perto dele) pela estrada que passava pelo monte Seir (Dt 1:2), e cerca de 305 quilômetros separam os dois lugares.
Uma marcha de Jerusalém para a capital de Moabe (Ouir-Haresete), pelo "caminho de Edom" durava sete dias. e a distância aproximada envolvida nessa rota era de cerca de 185 quilômetros (2Rs 3:5-10).
A Bíblia conta que a caravana de judeus liderada por Esdras partiu da fronteira babilônica (quer tenha sido de Hit, quer de Awana) no dia 12 do primeiro mês (Ed 8:31) e chegou em Jerusalém no dia primeiro do quinto mês (Ed 7:9), o que significa que a jornada levou pouco mais de três meses e meio. Tendo em vista a rota provável percorrida por Esdras e seus compatriotas (8.22,31 - 0 caminho mais curto e mais perigoso adiante de Tadmor, eles viajaram cerca de 1.440 quilômetros em pouco mais de 100 dias, mas o tamanho e a composição de sua caravana podem ter impedido médias diárias maiores.
Por outro lado, caso tivessem seguido o trajeto mais longo, acompanhando o rio Eufrates até Imar e, dali, prosseguido pela Grande Estrada Principal adiante de Damasco (a rota normal), teriam conseguido uma média diária mais típica. Distâncias diárias semelhantes também são válidas para o Novo Testamento. 163 Em certa ocasião, Pedro viajou 65 quilômetros de Jope a Cesareia e chegou no segundo dia ao destino (At 10:23-24). A urgência da missão do apóstolo permite inferir que ele pegou um caminho direto e não fez nenhuma parada intermediária (mais tarde, Cornélio disse que seus enviados levaram quatro dias para fazer a viagem de ida e volta entre Jope e Cesareia [At 10:30.) Em outra oportunidade, uma escolta militar levou dois dias de viagem para transportar Paulo às pressas para Cesareia (At 23:23-32), passando por Antipátride, uma distância de cerca de 105 quilômetros, considerando-se as estradas que os soldados mais provavelmente tomaram. Segundo Josefo, era possível viajar em três dias da Galileia a Jerusalém, passando pela Samaria (uma distância de cerca de 110 quilômetros).
A LOCALIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS ESTRADAS A GRANDE ESTRADA PRINCIPAL Aqui chamamos de Grande Estrada Principal aquela que, no mundo bíblico, era, sem qualquer dúvida, a estrada mais importante. 165 Essa estrada ia do Egito à Babilônia e a regiões além, e, em todas as épocas, interligava de forma vital todas as partes do Crescente Fértil. A estrada começava em Mênfis (Nofe), perto do início do delta do Nilo, e passava pelas cidades egípcias de Ramessés e Sile, antes de chegar a Gaza, um posto fortificado na fronteira de Canaã. Gaza era uma capital provincial egípcia de extrema importância e, com frequência, servia de ponto de partida para campanhas militares egípcias em todo o Levante. Esse trecho sudoeste da estrada, conhecido pelos egípcios como "caminho(s) de Hórus", era de importância fundamental para a segurança do Egito. De Gaza, a estrada se estendia até Afeque/ Antipátride, situada junto às nascentes do rio Jarcom; essa efusão era um sério obstáculo ao deslocamento e forçava a maior parte do tráfego a se desviar continente adentro, isto é, para o leste. Prosseguindo rumo ao norte, a estrada se desviava das ameaçadoras dunas de areia e do pântano sazonal da planície de Sarom até que se deparava inevitavelmente com a barreira que era a serra do monte Carmelo. Gargantas que atravessavam a serra permitiam passar da planície de Sarom para o vale de Jezreel. A mais curta delas, hoje conhecida como estreito de Aruna (n. 'Iron), era a mais utilizada. O lado norte dessa garganta estreita dava para o vale de lezreel e era controlado pela cidade militar de Megido. Em Megido, a estrada se dividia em pelo menos três ramais. Um levava para Aco, no litoral, e então seguia para o norte, acompanhando o mar até chegar a Antioquia da Síria. Um segundo ramal começava em Megido e se estendia na diagonal, cruzando o vale de Jezreel numa linha criada por uma trilha elevada de origem vulcânica. Passava entre os montes Moré e Tabor e chegava às proximidades dos Cornos de Hattin, onde virava para o leste, percorria o estreito de Arbela, com seus penhascos íngremes, e finalmente irrompia na planície ao longo da margem noroeste do mar da Galileia. Uma terceira opção saía de Megido, virava para o leste, seguia o contorno dos flancos do norte das serras do monte Carmelo e monte Gilboa, antes de chegar a Bete-Sea, uma cidade-guarnição extremamente fortificada. É provável que, durante a estação seca, esse trecho margeasse o vale, mas, nos meses de inverno, seguisse por um caminho mais elevado, para evitar as condições pantanosas. Em Bete-Sea, a Grande Estrada Principal dava uma guinada para o norte e seguia ao longo do vale do Jordão até chegar à extremidade sul do mar da Galileia, onde ladeava o mar pelo lado oeste, até chegar a Genesaré, perto de Cafarnaum. Durante a época do Novo Testamento, muitos viajantes devem ter cruzado o lordão logo ao norte de Bete-Seã e atravessado o vale do Yarmuk e o planalto de Gola, até chegar a Damasco. De Genesaré, a Grande Estrada Principal subia a margem ocidental do Alto Jordão e chegava perto da preeminente cidade-fortaleza de Hazor, que protegia as áreas mais setentrionais de Canaã. Perto de Hazor, a estrada virava para o nordeste, na direção de Damasco, ficando próxima às saliências da serra do Antilíbano e tentando evitar as superfícies basálticas da alta Golã e do Haurã. De Damasco, seguia um caminho para o norte que contornava as encostas orientais do Antilibano até chegar à cidade de Hamate, às margens do rio Orontes. Aí começava a seguir um curso mais reto para o norte, passando por Ebla e chegando a Alepo, onde fazia uma curva acentuada para o leste, na direção do Eufrates. Chegando ao rio, em Emar, a estrada então, basicamente, acompanhava o curso da planície inundável do Eufrates até um ponto logo ao norte da cidade de Babilônia, onde o rio podia ser atravessado a vau com mais facilidade. Avançando daí para o sul, a estrada atravessava a região da Babilônia, passando por Uruque e Ur e, finalmente, chegando à foz do golfo Pérsico.
A ESTRADA REAL Outra rodovia importante que atravessava as terras bíblicas era conhecida, no Antigo Testamento, como Estrada Real (Nm 20:17-21. 22) e, fora da Bíblia, como estrada de Trajano (via Nova Traiana). Foi o imperador Trajano que transformou essa rota numa estrada de verdade, no segundo século d.C. A estrada começava no golfo de Ácaba, perto de Eziom-Geber, e, em essência, seguia pelo alto do divisor de águas de Edom e Moabe, passado pelas cidades de Petra, Bora, Quir-Haresete, Dibom e Hesbom, antes de chegar a Amã Saindo de Ama, atravessava os planaltos de Gileade e Basã para chegar até Damasco, onde se juntava à Grande Estrada Principal.
A ANTIGA ESTRADA ASSÍRIA DE CARAVANAS Usada para o transporte comercial e militar de interesse assírio até a Ásia Menor, a Antiga Estrada Assíria de Caravanas é conhecida desde o início do segundo milênio a.C. A partir de quaisquer das cidades que serviram sucessivamente de capitais da Assíria, o mais provável é que a estrada avançasse para o oeste até chegar às vizinhanças do jebel Sinjar, de onde seguia bem na direção oeste e chegava à base do triângulo do rio Habur. A estrada então acompanhava o curso de um dos braços do Habur até além de T. Halaf, chegando a um lugar próximo da moderna Samsat, onde era possível atravessar mais facilmente o Eufrates a vau. Dali, a estrada seguia por um importante desfiladeiro nos montes Taurus (exatamente a oeste de Malatya), atravessava a planície Elbistan e, por fim, chegava à estratégica cidade hitita de Kanish. Uma extensão da estrada então prosseguia, atravessando o planalto Central da Anatólia e passando por aqueles lugares que, mais tarde, tornaram-se: Derbe, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Em sua descida para o litoral egeu, a estrada cruzava lugares que, posteriormente, vieram a ser: Laodiceia, Filadélfia, Sardes e Pérgamo. De Pérgamo, a estrada corria basicamente paralela ao litoral egeu e chegava à cidade de Troia, localizada na entrada da Europa.
VIAGEM POR MAR As viagens marítimas no Mediterrâneo parecem não ter sofrido muita variação durante o período do Antigo Testamento. Com base em textos de Ugarit e T. el-Amarna, temos conhecimento de que, na 1dade do Bronze Final, existiram navios com capacidade superior a 200 toneladas. E, no início da Idade do Ferro, embarcações fenícias atravessavam o Mediterrâneo de ponta a ponta. Inicialmente, boa parte da atividade náutica deve ter ocorrido perto de terra firme ou entre uma ilha e outra, e, aparentemente, os marinheiros lançavam âncora à noite. A distância diária entre pontos de ancoragem era de cerca de 65 quilômetros (e.g., At 16:11-20,6,14,15). Frequentemente os primeiros navegadores preferiam ancorar em promontórios ou ilhotas próximas do litoral (Tiro, Sidom, Biblos, Arvade, Atlit, Beirute, Ugarit, Cartago etc.); ilhas podiam ser usadas como quebra-mares naturais e a enseada como ancoradouro. O advento do Império Romano trouxe consigo uma imensa expansão nos tipos, tamanhos e quantidade de naus, e desenvolveram-se rotas por todo o mundo mediterrâneo e além. Antes do final do primeiro século da era cristã, a combinação de uma força legionária empregada em lugares remotos, uma frota imperial naval permanente e a necessidade de transportar enormes quantidades de bens a lugares que, às vezes, ficavam em pontos bem distantes dentro do império significava que um grande número de naus, tanto mercantes quanto militares, estava singrando águas distantes. Desse modo, as rotas de longa distância criavam a necessidade de construir um sistema imperial de faróis e de ancoradouros maiores, com enormes instalações de armazenagem. Rotas de Transporte do mundo bíblicoRotas Marítimas do mundo Greco-RomanoAs estradas da Palestina
Apêndices
Os apêndices bíblicos são seções adicionais presentes em algumas edições da Bíblia que fornecem informações complementares sobre o texto bíblico. Esses apêndices podem incluir uma variedade de recursos, como tabelas cronológicas, listas de personagens, informações históricas e culturais, explicações de termos e conceitos, entre outros. Eles são projetados para ajudar os leitores a entender melhor o contexto e o significado das narrativas bíblicas, tornando-as mais acessíveis e compreensíveis.
Israel nos dias de Jesus
Informações no mapa
Sídon
ABILENE
Damasco
Sarefá
Mte. Hermom
FENÍCIA
Tiro
Cesareia de Filipe
ITUREIA
TRACONITES
Ptolemaida (Aco)
GALILEIA
Corazim
Betsaida
Cafarnaum
Caná
Magadã
Mar da Galileia
Gergesa
Rafana
Séforis
Tiberíades
Hipos
Diom
Nazaré
GADARA
Abila
Dor
Naim
Gadara
DECÁPOLIS
Cesareia
Citópolis (Bete-Seã)
Betânia do outro lado do Jordão ?
Pela
SAMARIA
Enom
Salim
Sebaste (Samaria)
Gerasa
Sicar
Mte. Gerizim
Poço de Jacó
Antipátride (Afeque)
PEREIA
Jope
Planície de Sarom
Arimateia
Lida (Lode)
Efraim
Rio Jordão
Filadélfia (Rabá)
Jâmnia (Jabné)
Ramá
Jericó
Emaús
Jerusalém
Betfagé
Asdode, Azoto
Belém
Betânia
Qumran
Asquelom (Ascalom)
JUDEIA
Herodium
Gaza
Hebrom
Deserto da Judeia
Mar Salgado (Mar Morto)
Macaeros
IDUMEIA
Massada
Berseba
NABATEIA
ARÁBIA
Informações no mapa
Região governada por Herodes Arquelau, depois pelo governador romano Pôncio Pilatos
Região governada por Herodes Antipas
Região governada por Filipe
Cidades de Decápolis
Gênesis e as viagens dos patriarcas
Informações no mapa
Carquemis
Alepo
Ebla
Hamate
Tadmor (Palmira)
Hobá
Sídon
Damasco
GRANDE MAR
Tiro
Dã
Asterote-Carnaim
Megido
Hã
Dotã
Siquém
Sucote
Penuel
Betel
Gileade
Belém
CANAÃ
Gaza
Hebrom
MOABE
Torrente do Egito
Gerar
Berseba
Poço de Reobote
Bozra
Sur
Poço de Beer-Laai-Roi
Gósen
Ramessés
Om
Mênfis
EGITO
Rio Nilo
Cades, En-Mispate
Deserto de Parã
EDOM, SEIR
Temã
Avite
El-Parã (Elate)
Harã
PADÃ-ARÃ
Rio Eufrates
Mari
ASSÍRIA
Nínive
Calá
Assur
Rio Hídequel (Tigre)
MESOPOTÂMIA
ELÃO
Babel (Babilônia)
SINEAR (BABILÔNIA)
CALDEIA
Ereque
Ur
Siquém
Sucote
Maanaim
Penuel, Peniel
Vale do Jaboque
Rio Jordão
Betel, Luz
Ai
Mte. Moriá
Salém (Jerusalém)
Belém, Efrate
Timná
Aczibe
Manre
Hebrom, Quiriate-Arba
Caverna de Macpela
Mar Salgado
Planície de Savé-Quiriataim
Berseba
Vale de Sidim
Neguebe
Zoar, Bela
?Sodoma
?Gomorra
?Admá
?Zeboim
Livros
Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.
Referências em Livro Espírita
Saulo Cesar Ribeiro da Silva
at 12:1
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários aos Atos dos Apóstolos
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 66 Francisco Cândido Xavier Emmanuel Saulo Cesar Ribeiro da Silva
27 Naqueles dias, desceram profetas de Jerusalém para Antioquia. 28 Levantando-se um deles, de nome Ágabo, indicou pelo espírito que estava prestes a haver grande fome em toda terra habitada - a qual ocorreu [nos dias] de Cláudio. 29 Os discípulos, conforme os recursos que alguns tinham, resolveram cada um deles enviar suprimentos aos irmãos que habitam na Judeia. 30 O que, de fato, fizeram, enviando aos anciãos, pelas mãos de Barnabé e Saulo. (At 11:27)1 Por aquele tempo, o rei Herodes lançou as mãos sobre alguns dos que [eram] da Igreja, para maltratá-los. 2 Eliminou a Tiago, irmão de João, com espada. — (At 12:1)
[…] A igreja de Antioquia continuava oferecendo as mais belas expressões evolutivas. De todas as grandes cidades afluíam colaboradores sinceros. As assembleias estavam sempre cheias de revelações. Numerosos irmãos profetizavam, animados do Espírito Santo. Foi aí que Agabo, grande inspirado pelas forças do Plano superior, recebeu a mensagem referente às tristes provações de que Jerusalém seria vítima. Os orientadores da instituição ficaram sobremaneira impressionados. Por insistência de Saulo, Barnabé expediu um mensageiro a Simão Pedro, enviando notícias e exortando-o à vigilância. O emissário regressou, trazendo a impressão de surpresa do ex-pescador, que agradecia os apelos generosos.
Com efeito, daí a meses, um portador da igreja de Jerusalém chegava apressadamente a Antioquia, trazendo notícias alarmantes e dolorosas Em longa missiva, Pedro relatava a Barnabé os últimos fatos que o acabrunhavam. Escrevia na data em que , filho de Zebedeu, sofrera a pena de morte, em grande espetáculo público. não lhe tolerara as pregações cheias de sinceridade e apelos justos. O irmão de João vinha da Galileia com a primitiva franqueza dos anúncios do novo Reino. Inadaptado ao convencionalismo farisaico, levara muito longe o sentido de suas exortações profundas. Verificou-se perfeita repetição dos acontecimentos que assinalaram a morte de . Os Judeus exasperaram-se contra as noções de liberdade religiosa. Sua atitude, sincera e simples, foi levada à conta de rebeldia. Tremendas perseguições irromperam sem tréguas. A mensagem de Pedro relatava também as penosas dificuldades da igreja. A cidade sofria fome e epidemias. Enquanto a perseguição cruel apertava o cerco, inumeráveis filas de famintos e doentes batiam-lhe às portas. O ex-pescador solicitava de Antioquia os socorros possíveis.
Barnabé apresentou as notícias de alma confrangida. A laboriosa comunidade solidarizou-se, de bom grado, para atender a Jerusalém.
Recolhidas as cotas de auxílio, o ex-levita de Chipre prontificou-se a ser o portador da resposta da igreja; Barnabé, porém, não poderia partir só. Surgiram dificuldades na escolha do companheiro necessário. Sem hesitar, Saulo de Tarso ofereceu-se para lhe fazer companhia. Trabalhava por conta própria — explicou aos amigos — e desse modo poderia tomar a iniciativa de acompanhar Barnabé, sem esquecer as obrigações que ficavam à sua espera.
O discípulo de Simão Pedro alegrou-se. Aceitou, jubiloso, o oferecimento.
Daí a dois dias, ambos demandavam Jerusalém corajosamente. A jornada era assaz difícil, mas os dois venceram os caminhos no menor prazo de tempo.
Animados do Espírito Santo — Ninguém deverá ignorar que Espírito Santo designa a legião dos Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade. (Nota de Emmanuel)
(Paulo e Estêvão, FEB Editora. , pp. 283 e 284. Indicadores 15 a 17)
at 12:6
Paulo e Estêvão
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 4 Francisco Cândido Xavier Emmanuel Saulo Cesar Ribeiro da Silva
Transformado em rude operário, Saulo de Tarso apresentava notável diferença fisionômica. Acentuara-se-lhe a feição de asceta. Os olhos, contudo, denunciando o homem ponderado e resoluto, revelavam igualmente uma paz profunda e indefinível.
Compreendendo que a situação não lhe permitia idealizar grandes projetos de trabalho, contentava-se em fazer o que fosse possível. Sentia prazer em testemunhar a mudança de conduta aos antigos camaradas de triunfo, por ocasião das festividades tarsenses. Orgulhava-se, quase, de viver do modesto rendimento do seu árduo labor. Vezes várias, ele próprio atravessava as praças mais frequentadas, carregando pesados fardos de pelo caprino. Os conterrâneos admiravam a atitude humilde, que era agora o seu traço dominante. As famílias ilustres contemplavam-no com piedade. Todos os que o conheceram na fase áurea da juventude, não se cansavam de lamentar aquela transformação. A maioria tratava-o como alienado pacífico. Por isso, nunca faltavam encomendas ao tecelão das proximidades do Tauro. A simpatia dos seus concidadãos, que jamais lhe compreenderiam integralmente as ideias novas, tinha a virtude de amplificar seu esforço, aumentando-lhe os parcos recursos. Ele, por sua vez, vivia tranquilo e satisfeito. O programa de Abigail constituía permanente mensagem ao seu coração. Levantava-se, todos os dias, procurando amar a tudo e a todos; para prosseguir nos caminhos retos, trabalhava ativamente. Se lhe chegavam desejos ansiosos, inquietações para intensificar suas atividades fora do tempo apropriado bastava esperar; se alguém dele se compadecia, se outros o apelidavam de louco, desertor ou fantasista, procurava esquecer a incompreensão alheia com o perdão sincero, refletindo nas vezes muitas que, também ele, ofendera os outros, por ignorância. Estava sem amigos, sem afetos, suportando os desencantos da soledade que, se não tinha companheiros carinhosos, também não necessitava temer os sofrimentos oriundos das amizades infiéis. Procurava encontrar no dia o colaborador valioso que não lhe subtraía as oportunidades. Com ele tecia tapetes complicados, barracas e tendas, exercitando-se na paciência indispensável aos trabalhos outros que ainda o esperavam nas encruzilhadas da vida. A noite era a bênção do espírito. A existência corria sem outros pormenores de maior importância, quando, um dia, foi surpreendido com a visita inesperada de .
O ex-levita de Chipre encontrava-se em Antioquia, a braços com sérias responsabilidades. A igreja ali fundada reclamava a cooperação de servos inteligentes. Inúmeras dificuldades espirituais a serem resolvidas, intensos serviços a fazer. A instituição fora iniciada por discípulos de Jerusalém, sob os alvitres generosos de . O ex-pescador de Cafarnaum ponderou que deveriam aproveitar o período de calma, no capítulo das perseguições, para que os laços do Cristo fossem dilatados. Antioquia era dos maiores centros operários. Não faltavam contribuintes para o custeio das obras, porque o empreendimento grandioso tivera repercussão nos ambientes de trabalho mais humildes; entretanto escasseavam os legítimos trabalhadores do pensamento. Ainda, aí, entrou a compreensão de Pedro para que não faltasse ao tecelão de Tarso o ensejo devido. Observando as dificuldades, depois de indicar Barnabé para a direção do núcleo do “”, aconselhou-o a procurar o convertido de Damasco, a fim de que sua capacidade alcançasse um campo novo de exercício espiritual.
Saulo recebeu o amigo com imensa alegria.
Vendo-se lembrado pelos irmãos distantes, tinha a impressão de receber um novo alento.
O companheiro expôs o elevado plano da igreja que lhe reclamava o concurso fraterno, o desdobramento dos serviços, a colaboração constante de que poderiam dispor para a construção das obras de Jesus-Cristo. Barnabé exaltou a dedicação dos homens humildes que cooperavam com ele. A instituição, todavia, reclamava irmãos dedicados, que conhecessem profundamente a e o , a fim de não ser prejudicada a tarefa da iluminação intelectual.
O ex-rabino edificou-se com a narração do outro e não teve dúvidas em atender ao apelo. Apenas apresentava uma condição, qual a de prosseguir no seu ofício, de maneira a não ser pesado aos seus confrades de Antioquia. Inútil qualquer objeção de Barnabé, nesse sentido.
Pressuroso e prestativo, Saulo de Tarso em breve se instalava em Antioquia, onde passou a cooperar ativamente com os amigos do Evangelho. Durante largas horas do dia, consertava tapetes ou se entretinha no trabalho de tecelagem. Destarte, ganhava o necessário para viver, tornando-se um modelo no seio da nova igreja. Utilizando o grande cabedal de experiências já adquirido nas refregas e padecimentos do mundo, jamais o viam ocupar os primeiros lugares. Nos Atos dos Apóstolos, vemos-lhe o nome citado sempre por último, quando se referem aos colaboradores de Barnabé. Saulo havia aprendido a esperar. Na comunidade, preferia os labores mais simples. Sentia-se bem, atendendo aos doentes numerosos. Recordava Simão Pedro e procurava cumprir os novos deveres na pauta da bondade despretensiosa embora imprimindo em tudo o traço da sua sinceridade e franqueza, quase ásperas.
A igreja não era rica, mas a boa vontade dos componentes parecia provê-la de graças abundantes.
Antioquia, cidade cosmopolita, tornara-se um foco de grandes devassidões. Na sua paisagem enfeitada de mármores preciosos, que deixavam entrever a opulência dos habitantes, proliferava toda a espécie de abusos. Os fortunosos entregavam-se aos prazeres licenciosos, desenfreadamente. Os bosques artificiais reuniam assembleias galantes, onde criminosa tolerância caracterizava todos os propósitos. A riqueza pública ensejava grandes possibilidades às extravagâncias. A cidade estava cheia de mercadores que se guerreavam sem tréguas, de ambições inferiores, de dramas passionais. Mas, diariamente, à noite, se reuniam, na casa singela onde funcionava a célula do “Caminho”, grandes grupos de pedreiros, de soldados paupérrimos, de lavradores pobres, ansiosos todos pela mensagem de um mundo melhor. As mulheres de condição humilde compareciam, igualmente, em grande número. A maioria dos frequentadores interessavam-se por conselhos e consolações, remédios para as chagas do corpo e do espírito.
Geralmente, eram Barnabé e Manahen os pregadores mais destacados, ministrando o Evangelho às assembleias heterogêneas. Saulo de Tarso limitava-se a cooperar. Ele mesmo notara que Jesus, por certo, recomendara absoluto recomeço em suas experiências. Certa feita, fez o possível por conduzir as pregações gerais, mas nada conseguiu. A palavra, tão fácil noutros tempos, parecia retrair-se-lhe na garganta. Compreendeu que era justo padecer as torturas do reinício, em virtude da oportunidade que não soubera valorizar. Não obstante as barreiras que se antepunham às suas atividades, jamais se deixou avassalar pelo desânimo. Se ocupava a tribuna, tinha extrema dificuldade na interpretação das ideias mais simples. Por vezes, chegava a corar de vergonha ante o público que lhe aguardava as conclusões com ardente interesse, dada a fama de pregador de Moisés, no Templo de Jerusalém. Além disso, o sublime acontecimento de Damasco cercava-o de nobre e justa curiosidade. O próprio Barnabé, várias vezes, surpreendera-se com a sua dialética confusa na interpretação dos Evangelhos e refletia na tradição do seu passado como rabino, que não chegara a conhecer pessoalmente, e na timidez que o assomava, justo no momento de conquistar o público. Por esse motivo, foi afastado discretamente da pregação e aproveitado noutros misteres. Saulo, porém, compreendia e não desanimava. Se não era possível regressar, de pronto, ao labor da pregação, preparar-se-ia, de novo, para isso. Nesse intuito retinha irmãos humildes na sua tenda de trabalho e, enquanto as mãos teciam com segurança, entabulava conversas sobre a missão do Cristo. À noite, promovia palestras na igreja com a cooperação de todos os presentes. Enquanto não se organizava a direção superior para o trabalho das assembleias, sentava-se com os operários e soldados que compareciam em grande número. Interessava a atenção das lavadeiras, das jovens doentes, das mães humildes. Lia, às vezes, trechos da Lei e do Evangelho, estabelecia comparações, provocava pareceres novos. Dentro daquelas atividades constantes, a lição do Mestre parecia sempre tocada de luzes progressivas. Em breve, o ex-discípulo de tornava-se um amigo amado de todos. Saulo sentia-se imensamente feliz. Tinha enorme satisfação sempre que via a tenda pobre repleta de irmãos que o procuravam, tomados de simpatia. As encomendas não faltavam. Havia sempre trabalho suficiente para não se tornar pesado a ninguém. Ali conheceu Trófimo, que lhe seria companheiro fiel em muitos transes difíceis; ali abraçou Tito, pela primeira vez, quando esse abnegado colaborador mal saía da infância.
A existência, para o ex-rabino, não podia ser mais tranquila nem mais bela. Era-lhe o dia cheio das notas harmoniosas do trabalho digno e construtivo; à noite, recolhia-se à igreja em companhia dos irmãos, entregando-se prazenteiro às lides sublimes do Evangelho.
A instituição de Antioquia era, então, muito mais sedutora que a própria igreja de Jerusalém. Vivia-se ali num ambiente de simplicidade pura, sem qualquer preocupação com as disposições rigoristas do judaísmo. Havia riqueza, porque não faltava trabalho. Todos amavam as obrigações diuturnas, aguardando o repouso da noite nas reuniões da igreja, qual uma bênção de Deus. Os israelitas, distantes do foco das exigências farisaicas, cooperavam com os gentios, sentindo-se todos unidos por soberanos laços fraternais. Raríssimos os que falavam na circuncisão e que, por constituírem fraca minoria, eram contidos pelo convite amoroso à fraternidade e à união. As assembleias eram dominadas por ascendentes profundos de amor espiritual. A solidariedade estabelecera-se com fundamentos divinos. As dores e os júbilos de um pertenciam a todos. A união de pensamentos em torno de um só objetivo dava ensejo a formosas manifestações de espiritualidade. Em noites determinadas, havia fenômenos de “”. A instituição de Antioquia foi um dos raros centros apostólicos onde semelhantes manifestações chegaram a atingir culminância indefinível. A fraternidade reinante justificava essa concessão do Céu. Nos dias de repouso, a pequena comunidade organizava estudos evangélicos no campo. A interpretação dos ensinos de Jesus era levada a efeito em algum recanto ameno e solitário da Natureza, quase sempre às margens do Orontes.
Saulo encontrara em tudo isso um mundo diferente. A permanência em Antioquia era interpretada como um auxílio de Deus. A confiança recíproca, os amigos dedicados, a boa compreensão, constituem alimento sagrado da alma. Procurava valer-se da oportunidade, a fim de enriquecer o celeiro íntimo.
A cidade estava repleta de paisagens morais menos dignas, mas o grupo humilde dos discípulos anônimos aumentava sempre em legítimos valores espirituais.
A igreja tornou-se venerável por suas obras de caridade e pelos fenômenos de que se constituíra organismo central.
Viajantes ilustres visitavam-na cheios de interesse. Os mais generosos faziam questão de lhe amparar os encargos de benemerência social. Foi aí que surgiu, certa vez, um médico muito jovem, de nome . De passagem pela cidade, aproximou-se da igreja animado por sincero desejo de aprender algo de novo. Sua atenção fixou-se, de modo especial, naquele homem de aparência quase rude, que fermentava as opiniões, antes que Barnabé empreendesse a abertura dos trabalhos. Aquelas atitudes de Saulo, evidenciando a preocupação generosa de ensinar e aprender simultaneamente, impressionaram-no a ponto de apresentar-se ao ex-rabino, desejoso de ouvi-lo com mais frequência.
— Pois não — disse o Apóstolo satisfeito —, minha tenda está às suas ordens.
E enquanto permaneceu na cidade, ambos se empenhavam diariamente em proveitosas palestras, concernentes ao ensino de Jesus. Retomando aos poucos seu poder de argumentação, Saulo de Tarso não tardou a incutir no espírito de Lucas as mais sadias convicções. Desde a primeira entrevista, o hóspede de Antioquia não mais perdeu uma só daquelas assembleias simples e construtivas. Na véspera de partir, fez uma observação que modificaria para sempre a denominação dos discípulos do Evangelho.
Barnabé havia terminado os comentários da noite, quando o médico tomou a palavra para despedir-se. Falava emocionado e, por fim, considerou acertadamente:
— Irmãos, afastando-me de vós, levo o propósito de trabalhar pelo Mestre, empregando nisso todo o cabedal de minhas fracas forças. Não tenho dúvida alguma quanto à extensão deste movimento espiritual. Para mim, ele transformará o mundo inteiro. Entretanto, pondero a necessidade de imprimirmos a melhor expressão de unidade às suas manifestações. Quero referir-me aos títulos que nos identificam a comunidade. Não vejo na palavra “” uma designação perfeita, que traduza o nosso esforço. Os discípulos do Cristo são chamados “viajores”, “peregrinos”, “caminheiros”. Mas há viandantes e estradas de todos os matizes. O mal tem, igualmente, os seus caminhos. Não seria mais justo chamarmo-nos — cristãos — uns aos outros? Este título nos recordará a presença do Mestre, nos dará energia em seu nome e caracterizará, de modo perfeito, as nossas atividades em concordância com os seus ensinos.
A sugestão de Lucas foi aprovada com geral alegria. O próprio Barnabé abraçou-o, enternecidamente, agradecendo o acertado alvitre, que vinha satisfazer a certas aspirações da comunidade inteira. Saulo consolidou suas impressões excelentes, a respeito daquela vocação superior que começava a exteriorizar-se.
No dia seguinte, o novo convertido despediu-se do ex-rabino com lágrimas de reconhecimento. Partiria para a Grécia, mas fazia questão de lembrá-lo em todos os pormenores da nova tarefa. Da porta de sua tenda rústica, o ex-doutor da Lei contemplou o vulto de Lucas até que desaparecesse ao longe, voltando ao tear, de olhos úmidos. Gratamente emocionado reconhecia que, no trato do Evangelho, aprendera a ser amigo fiel e dedicado. Cotejava os sentimentos de agora com as concepções mais antigas e verificava profundas diferenças. Outrora, suas relações se prendiam a conveniências sociais, os afeiçoados vinham e seguiam sem deixar grandes sinais em sua alma vibrátil; agora, o coração renovara-se em Jesus-Cristo, tornara-se mais sensível em contato com o divino, as dedicações sinceras insculpiam-se nele para sempre.
O alvitre de Lucas estendeu-se rapidamente a todos os núcleos evangélicos, inclusive Jerusalém, que o recebeu com especial simpatia. Dentro de breve tempo, em toda parte, a palavra “cristianismo” substituía a palavra “caminho”.
A igreja de Antioquia continuava oferecendo as mais belas expressões evolutivas. De todas as grandes cidades afluíam colaboradores sinceros. As assembleias estavam sempre cheias de revelações. Numerosos irmãos profetizavam, animados do Espírito-Santo. Foi aí que Agabo, grande inspirado pelas forças do Plano superior, recebeu a mensagem referente às tristes provações de que Jerusalém seria vítima. Os orientadores da instituição ficaram sobremaneira impressionados. Por insistência de Saulo, Barnabé expediu um mensageiro a Simão Pedro, enviando notícias e exortando-o à vigilância. O emissário regressou, trazendo a impressão de surpresa do ex-pescador, que agradecia os apelos generosos.
Com efeito, daí a meses, um portador da igreja de Jerusalém chegava apressadamente a Antioquia, trazendo notícias alarmantes e dolorosas Em longa missiva, Pedro relatava a Barnabé os últimos fatos que o acabrunhavam. Escrevia na data em que , filho de Zebedeu, sofrera a pena de morte, em grande espetáculo público. não lhe tolerara as pregações cheias de sinceridade e apelos justos. O irmão de João vinha da Galileia com a primitiva franqueza dos anúncios do novo Reino. Inadaptado ao convencionalismo farisaico, levara muito longe o sentido de suas exortações profundas. Verificou-se perfeita repetição dos acontecimentos que assinalaram a morte de . Os Judeus exasperaram-se contra as noções de liberdade religiosa. Sua atitude, sincera e simples, foi levada à conta de rebeldia. Tremendas perseguições irromperam sem tréguas. A mensagem de Pedro relatava também as penosas dificuldades da igreja. A cidade sofria fome e epidemias. Enquanto a perseguição cruel apertava o cerco, inumeráveis filas de famintos e doentes batiam-lhe às portas. O ex-pescador solicitava de Antioquia os socorros possíveis.
Barnabé apresentou as notícias de alma confrangida. A laboriosa comunidade solidarizou-se, de bom grado, para atender a Jerusalém.
Recolhidas as cotas de auxílio, o ex-levita de Chipre prontificou-se a ser o portador da resposta da igreja; Barnabé, porém, não poderia partir só. Surgiram dificuldades na escolha do companheiro necessário. Sem hesitar, Saulo de Tarso ofereceu-se para lhe fazer companhia. Trabalhava por conta própria — explicou aos amigos — e desse modo poderia tomar a iniciativa de acompanhar Barnabé, sem esquecer as obrigações que ficavam à sua espera.
O discípulo de Simão Pedro alegrou-se. Aceitou, jubiloso, o oferecimento.
Daí a dois dias, ambos demandavam Jerusalém corajosamente. A jornada era assaz difícil, mas os dois venceram os caminhos no menor prazo de tempo.
Imensas surpresas aguardavam os emissários de Antioquia, que já não encontraram em Jerusalém. As autoridades haviam efetuado a prisão do ex-pescador de Cafarnaum, logo após a dolorosa execução do filho de Zebedeu. Amargas provações haviam caído sobre a igreja e seus discípulos. Saulo e Barnabé foram recebidos especialmente por Prócoro, que os informou de todos os sucessos. Por haver solicitado pessoalmente o cadáver de para dar-lhe sepultura, Simão Pedro fora preso, sem compaixão e com todo o desrespeito, pelos criminosos sequazes de Herodes. Mas, dias depois, um anjo visitara o cárcere do Apóstolo, (At 12:6) restituindo-o à liberdade. O narrador referiu-se ao feito, com os olhos fulgurantes de fé. Contou o júbilo dos irmãos quando Pedro surgiu à noite com o relato da sua libertação. Os companheiros mais ponderados induziram-no, então, a sair de Jerusalém e esperar na igreja incipiente de Jope a normalidade da situação. Prócoro contou como o Apóstolo relutara em aquiescer a esse alvitre dos mais prudentes. e haviam partido. As autoridades apenas toleravam a igreja em consideração à personalidade de , que, pelas suas atitudes de profundo ascetismo impressionava a mentalidade popular, criando em torno dele uma atmosfera de respeito intangível. Na mesma noite da libertação, por atender-lhe a insistência, Pedro fora conduzido à igreja pelos amigos. Desejava ficar, despreocupado das consequências; mas, quando viu a casa cheia de enfermos, de famintos, de mendigos andrajosos, houve de ceder a Tiago a direção da comunidade e partir para Jope, a fim de que os pobrezinhos não tivessem a situação agravada por sua causa.
Saulo mostrava-se grandemente impressionado com tudo aquilo. Junto de Barnabé, tratou logo de ouvir a palavra de Tiago, o filho de Alfeu. O Apóstolo recebeu-os de bom grado, mas, podiam-se-lhe notar desde logo os receios e inquietações. Repetiu as informações de Prócoro, em voz baixa, como se temesse a presença de delatores; alegou a necessidade de transigência com as autoridades; invocou o precedente da morte do filho de Zebedeu; referiu-se às modificações essenciais que introduzira na igreja. Na ausência de Pedro, criara novas disciplinas. Ninguém poderia falar do sem referir-se à . As pregações só poderiam ser ouvidas pelos circuncisos. A igreja estava equiparada às sinagogas. Saulo e o companheiro ouviram-no com grande surpresa. Entregaram-lhe em silêncio o auxílio financeiro de Antioquia.
A ausência eventual de Simão transformara a estrutura da obra evangélica. Aos dois recém-chegados tudo parecia inferior e diferente. Barnabé, sobretudo, notara algo em particular. É que o filho de Alfeu, elevado à chefia provisória, não os convidou para se hospedarem na igreja. À vista disso, o discípulo de Pedro foi procurar a casa de sua irmã , mãe do futuro evangelista, que os recebeu com grande júbilo. Saulo sentiu-se bem no ambiente de fraternidade pura e simples. Barnabé, por sua vez, reconheceu que a casa da irmã se tornara o ponto predileto dos irmãos mais dedicados ao Evangelho. Ali se reuniam, à noite, às ocultas, como se a verdadeira igreja de Jerusalém houvesse transferido sua sede para um reduzido círculo familiar. Observando as assembleias íntimas do santuário doméstico, o ex-rabino . Tudo era afabilidade, carinho, acolhimento. A mãe de era uma das discípulas mais desassombradas e generosas. Reconhecendo as dificuldades dos irmãos de Jerusalém, não vacilara em colocar seus bens à disposição de todos os necessitados, nem hesitou em abrir as portas para que as reuniões evangélicas, em sua feição mais pura, não sofressem solução de continuidade.
A palestra de Saulo impressionou-a vivamente. Seduziam-na, sobretudo, as descrições do ambiente fraternal da igreja antioquiana, cujas virtudes Barnabé não cessava de glosar instantemente.
Maria expôs ao irmão o seu grande sonho. Queria dar o filho, ainda muito jovem, a Jesus. De há muito vinha preparando o menino para o apostolado. Todavia, Jerusalém afogava-se em lutas religiosas, sem tréguas. As perseguições surgiam e ressurgiam. A organização cristã da cidade experimentava profundas alternativas. Só a paciência de Pedro conseguia manter a continuidade do ideal divino. Não seria melhor que João Marcos se transferisse para Antioquia, junto do tio? Barnabé não se opôs ao plano da irmã entusiasmada. O jovem, a seu turno, seguia as conversações, mostrando-se satisfeito. Chamado a opinar, Saulo percebeu que os irmãos deliberavam sem consultar o interessado. O rapaz acompanhava os projetos, sempre jovial e sorridente. Foi aí que o ex-doutor da Lei, profundo conhecedor da alma humana, desviou a palavra, procurando interessá-lo mais diretamente.
— João — disse bondosamente —, sentes, de fato, verdadeira vocação para o ministério?
— Sem dúvida! — confirmou o adolescente algo perturbado.
— Mas, como defines teus propósitos? — tornou a perguntar o ex-rabino.
— Penso que o ministério de Jesus é uma glória — respondeu um tanto acanhado sob o exame daquele olhar ardente e inquiridor.
Saulo refletiu um instante e sentenciou:
— Teus intuitos são louváveis, mas é preciso não esqueceres que a mínima expressão de glória mundana apenas chega após o serviço. Se assim acontece no mundo, que não será com o trabalho para o Reino do Cristo? Mesmo porque, na Terra, todas as glórias passam e a de Jesus é eterna!…
O jovem anotou a observação e, embora desconcertado pela profundez dos conceitos, acrescentou:
— Sinto-me preparado para os labores do Evangelho e, além disso, mamãe faz muito gosto que eu aprenda os melhores ensinamentos nesse sentido, a fim de tornar-me um pregador das verdades de Deus.
Maria Marcos olhou o filho cheia de maternal orgulho. Saulo percebeu a situação, teve um dito alegre e depois acentuou:
— Sim, as mães sempre nos desejam todas as glórias deste e do outro mundo. Por elas, nunca haveria homens perversos. Mas, no que nos diz respeito, convém lembrar as tradições evangélicas. Ainda ontem, lembrei a generosa inquietação da esposa de Zebedeu, ansiosa pela glorificação dos filhinhos!… (Mt 20:20) Jesus lhe recebeu os anseios maternais, mas, não deixou de lhe perguntar se os candidatos ao Reino estavam devidamente preparados para beber do seu cálice… E, ainda agora, vimos que o cálice reservado a Tiago continha vinagre tão amargo quanto o da cruz do Messias!…
Todos silenciaram, mas Saulo continuou em tom prazenteiro, modificando a impressão geral:
— Isto não quer dizer que devamos desanimar ante as dificuldades, para aliciar as glórias legítimas do Reino de Jesus. Os obstáculos renovam as forças. A finalidade divina deve representar nosso objetivo supremo. Se assim pensares, João, não duvido de teus futuros triunfos.
Mãe e filho sorriram tranquilos.
Ali mesmo, combinaram a partida do jovem, em companhia de Barnabé. O tio discorreu ainda sobre as disciplinas indispensáveis, o espírito de sacrifício reclamado pela nobre missão. Naturalmente, se Antioquia representava um ambiente de profunda paz, era também um núcleo de trabalhos ativos e constantes. João precisaria esquecer qualquer expressão de esmorecimento, para entregar-se, de alma e corpo, ao serviço do Mestre com absoluta compreensão dos deveres mais justos.
O rapaz não hesitou nos compromissos, sob o olhar amorável de sua mãe, que lhe buscava amparar as decisões com a coragem sincera do coração devotado a Jesus.
Dentro de poucos dias os três demandavam a formosa cidade do Orontes.
Enquanto João Marcos extasiava-se na contemplação das paisagens, Saulo e Barnabé entretinham-se em longas palestras, relativamente aos interesses gerais do Evangelho. O ex-rabino voltava sumamente impressionado com a situação da igreja de Jerusalém. Desejaria sinceramente ir até Jope, para avistar-se com Simão Pedro. No entanto, os irmãos dissuadiram-no de o fazer. As autoridades mantinham-se vigilantes. A morte do Apóstolo chegara a ser reclamada por vários membros do Sinédrio e do Templo. Qualquer movimento mais importante, no caminho de Jope, poderia dar azo à tirania dos prepostos herodianos.
— Francamente — dizia Saulo a Barnabé, mostrando-se apreensivo —, regresso de ânimo quase abatido aos nossos serviços de Antioquia. Jerusalém dá impressão de profundo desmantelo e acentuada indiferença pelas lições do Cristo. As altas qualidades de Simão Pedro, na chefia do movimento, não me deixam dúvidas; mas precisamos cerrar fileiras em torno dele. Mais que nunca me convenço da sublime realidade de que Jesus veio ao que era seu, mas não foi compreendido.
— Sim — obtemperava o ex-levita de Chipre, desejoso de dissipar as apreensões do companheiro —, confio, antes de tudo, no Cristo; depois, espero muito de Pedro…
— Entretanto — insinuava o outro sem vacilar —, precisamos considerar que em tudo deve existir uma pauta de equilíbrio perfeito. Nada poderemos fazer sem o Mestre, mas não é lícito esquecer que Jesus instituiu no mundo uma obra eterna e, para iniciá-la escolheu doze companheiros. Certo, estes nem sempre corresponderam à expectativa do Senhor; contudo, não deixaram de ser os escolhidos. Assim, também precisamos examinar a situação de Pedro. Ele é, sem contestação, o chefe legítimo do colégio apostólico, por seu espírito superior afinado com o pensamento do Cristo em todas as circunstâncias; mas, de modo algum poderá operar sozinho. Como sabemos, dos doze amigos de Jesus, quatro ficaram em Jerusalém, com residência fixa. João foi obrigado a retirar-se; Filipe compelido a abandonar a cidade, com a família; Tiago volta aos poucos para as comunidades farisaicas. Que será de Pedro se lhe faltar a cooperação devida?
Barnabé pareceu meditar seriamente.
— Tenho uma ideia que parece vir de Mais Alto — disse o ex-doutor da Lei sinceramente comovido.
E continuou:
— Suponho que o Cristianismo não atingirá seus fins, se esperarmos tão só dos israelitas anquilosados no orgulho da Lei. Jesus afirmou que seus discípulos viriam do Oriente e do Ocidente. (Mt 8:11) Nós, que pressentimos a tempestade, e eu, principalmente, que a conheço nos seus paroxismos, por haver desempenhado o papel de verdugo, precisamos atrair esses discípulos. Quero dizer, Barnabé, que temos necessidade de buscar os gentios onde quer que se encontrem. Só assim reintegrar-se-á o movimento em função de universalidade.
O discípulo de Simão Pedro fez um movimento de espanto.
O ex-rabino percebeu o gesto de estranheza e ponderou de modo conciso:
— É natural prever com isso muitos protestos e lutas enormes; no entanto, não consigo vislumbrar outros recursos. Não é justo esquecer os grandes serviços da igreja de Jerusalém aos pobres e necessitados, e creio mesmo que a assistência piedosa dos seus trabalhos tem sido, muitas vezes, sua tábua de salvação. Existem, porém, outros setores de atividade, outros horizontes essenciais. Poderemos atender a muitos doentes, ofertar um leito de repouso aos mais infelizes; mas sempre houve e haverá corpos enfermos e cansados na Terra. Na tarefa cristã, semelhante esforço não poderá ser esquecido, mas a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar. Se o homem trouxesse o Cristo no íntimo, o quadro das necessidades seria completamente modificado. A compreensão do Evangelho e da exemplificação do Mestre renovaria as noções de dor e sofrimento. O necessitado encontraria recursos no próprio esforço, o doente sentiria, na enfermidade mais longa, um escoadouro das imperfeições; ninguém seria mendigo, porque todos teriam luz cristã para o auxílio mútuo, e, por fim, os obstáculos da vida seriam amados como corrigendas benditas de Pai amoroso a filhos inquietos.
Barnabé pareceu entusiasmar-se com a ideia. Mas, depois de pensar um minuto, acrescentou:
— Entretanto, esse empreendimento não deveria partir de Jerusalém?
— Penso que não — sentenciou Saulo, de pronto. — Seria absurdo agravar as preocupações de Pedro. Excede a tudo esse movimento de pessoas necessitadas e abatidas, convergentes de todas as províncias, a lhe baterem às portas. Simão está impossibilitado para o desdobramento dessa tarefa.
— Mas, e os outros companheiros? — inquiriu Barnabé revelando espírito de solidariedade.
— Os outros, certo, hão de protestar. Principalmente agora, que o judaísmo vai absorvendo os esforços apostólicos, é justo prever muitos clamores. Contudo, a própria Natureza dá lições neste sentido. Não clamamos tanto contra a dor? E quem nos traz maiores benefícios? Às vezes, nossa redenção está naquilo mesmo que antes nos parecia verdadeira calamidade. É indispensável sacudir o marasmo da instituição de Jerusalém, chamando os incircuncisos, os pecadores, os que estejam fora da Lei. De outro modo dentro de alguns poucos anos, Jesus será apresentado como aventureiro vulgar. Naturalmente, depois da morte de Simão, os adversários dos princípios ensinados pelo Mestre acharão grande facilidade em deturpar as anotações de Levi. A Boa Nova será aviltada e, se alguém perguntar pelo Cristo, daqui a cinquenta anos, terá como resposta que o Mestre foi um criminoso comum, a expiar na cruz os desvios da vida. Restringir o Evangelho a Jerusalém será condená-lo à extinção, no foco de tantos dissídios religiosos, sob a política mesquinha dos homens. Necessitamos levar a notícia de Jesus a outras gentes, ligar as zonas de entendimento cristão, abrir estradas novas… Será mesmo justo que também façamos anotações do que sabemos de Jesus e de sua divina exemplificação. Outros discípulos, por exemplo, poderiam escrever o que viram e ouviram, pois, com a prática, vou reconhecendo que Levi não anotou mais amplamente o que se sabe do Mestre. Há situações e fatos que não foram por ele registrados. Não conviria também que Pedro e João anotassem suas observações mais íntimas? Não hesito em afirmar que os pósteros hão de rebuscar muitas vezes a tarefa que nos foi confiada.
Barnabé rejubilava-se com perspectivas tão sedutoras. As advertências de Saulo eram mais que justas. Haveria que prestar informações amplas ao mundo.
— Tens razão — disse admirado —, precisamos pensar nesses serviços, mas como?
— Ora — esclareceu Saulo tentando aplainar as dificuldades —, se quiseres chefiar qualquer esforço neste sentido, podes contar com a minha cooperação incondicional. Nosso plano seria desenvolvido na organização de missões abnegadas, sem outro fito que servir, de forma absoluta, à difusão da Boa Nova do Cristo. Começaríamos, por exemplo, em regiões não de todo desconhecidas, formaríamos o hábito de ensinar as verdades evangélicas aos mais vários agrupamentos; em seguida, terminada essa experiência, demandaríamos outras zonas, levaríamos a lição do Mestre a outras gentes…
O companheiro ouvia-o, afagando sinceras esperanças. Tomado de novo ânimo, disse ao convertido de Damasco, esboçando o primeiro número do programa:
— De há muito, Saulo, tenho necessidade de voltar à minha terra, a fim de resolver certos problemas de família. Quem sabe poderíamos iniciar o serviço apostólico através das aldeias e cidades de Chipre? Conforme o resultado, prosseguiríamos por outras zonas. Estou informado de que a região em que demora Antioquia da Pisídia é habitada por gente simples e generosa, e suponho que colheríamos belos resultados no empreendimento.
— Poderás contar comigo — respondeu Saulo de Tarso, resoluto. — A situação requer o concurso de irmãos corajosos e a igreja do Cristo não poderá vencer com o comodismo. Comparo o Evangelho a um campo infinito, que o Senhor nos deu a cultivar. Alguns trabalhadores devem ficar ao pé dos mananciais, velando-lhes a pureza, outros revolvem a terra em zonas determinadas; mas não há dispensar a cooperação dos que precisam empunhar instrumentos rudes, desfazer cipoais intensos, cortar espinheiros para ensolarar os caminhos.
Barnabé reconheceu a excelência do projeto, mas considerou:
— Todavia, temos ainda a examinar a questão do dinheiro. Tenho alguns recursos, mas insuficientes para atender a todas as despesas. Por outro lado, não seria possível sobrecarregar as igrejas…
— Absolutamente! — adiantou o ex-rabino — onde estacionarmos, poderei exercer o meu ofício. Por que não? Qualquer aldeia paupérrima tem sempre teares de aluguel. Montarei, então, uma tenda móvel!
Barnabé achou graça no expediente e ponderou:
— Teus sacrifícios não serão pequenos. Não receias as dificuldades imprevisíveis?
— Por quê? — interrogou Saulo com firmeza. — Certo, se Deus não me permitiu a vida em família foi para que me dedicasse exclusivamente ao seu serviço. Por onde passarmos, montaremos a tenda singela. E onde não houver tapetes a consertar e a tecer, haverá sandálias.
O discípulo de Simão Pedro entusiasmou-se. O resto da viagem foi dedicado aos projetos da futura excursão. Havia, entretanto, uma coisa a considerar. Além da necessidade de submeter o plano à aprovação da igreja de Antioquia, era indispensável pensar no jovem João Marcos. Barnabé procurou interessar o sobrinho nas conversações. Em breve, o rapaz convenceu-se de que deveria incorporar-se à missão, caso a assembleia antioquiana não a desaprovasse Interessou-se por todas as minúcias do programa tracejado. Seguiria o trabalho de Jesus, fosse onde fosse.
— E se houver muitos obstáculos? — perguntou Saulo avisadamente.
— Saberei vencê-los — respondeu João, convicto.
— Mas é possível venhamos a experimentar dificuldades sem conta — continuava o ex-rabino preparando-lhe o espírito. Se o Cristo, que era sem pecado, encontrou uma cruz entre apodos e flagelos, quando ensinava as verdades de Deus, que não devemos esperar em nossa condição de almas frágeis e indigentes?
— Hei de encontrar as forças necessárias.
Saulo contemplou-o, admirado da firme resolução que suas palavras deixaram transparecer, e observou:
— Se deres um testemunho tão grande como a coragem que revelas, não tenho dúvidas quanto à grandeza de tua missão.
Entre confortadoras esperanças, o projeto terminou com formosas perspectivas de trabalho para os três.
Na primeira reunião, depois de relatar as observações pessoais concernentes à igreja de Jerusalém, Barnabé expôs o plano à assembleia, que o ouviu atentamente. Alguns anciães falaram da lacuna que se abriria na igreja, expuseram o desejo de que se não quebrasse o conjunto harmonioso e fraternal. No entanto, o orador voltou a explicar as necessidades novas do Evangelho. Pintou os quadros de Jerusalém com a fidelidade possível, fez a súmula de suas conversações com Saulo de Tarso e salientou a conveniência de chamar novos trabalhadores ao serviço do Mestre.
Quando tratou o problema com toda a gravidade que lhe era devida, os chefes da comunidade mudaram de atitude. Estabeleceu-se o acordo geral. De fato, a situação explanada por Barnabé era muito séria. Seus pareceres veementes eram mais que justos. Se perseverasse o marasmo nas igrejas, o Cristianismo estava destinado a perecer. Ali mesmo, o discípulo de Simão recebeu a aquiescência irrestrita e, no instante das preces, se fez ouvir no ambiente de simplicidade pura, inculcando fossem Barnabé e Saulo destacados para a evangelização dos gentios.
Aquela recomendação superior, , ecoou no coração do ex-rabino como um cântico de vitória espiritual. Sentia que acabava de atravessar imenso deserto para encontrar de novo a mensagem doce e eterna do Cristo. Por conquistar a dignidade espiritual, só experimentara padecimentos, desde . Ansiara por Jesus. Tivera sede abrasadora e terrível. Pedira em vão a compreensão dos amigos, debalde buscara o terno aconchego da família. Mas, agora, que a palavra Mais Alta o chamava ao serviço, deixava-se empolgar por júbilos infinitos. Era o sinal de que havia sido considerado digno dos esforços confiados aos discípulos. Refletindo como as dores passadas lhe pareciam pequeninas e infantis, comparadas à alegria imensa que lhe inundava a alma, Saulo de Tarso chorou copiosamente, experimentando maravilhosas sensações. Nenhum dos irmãos presentes, nem mesmo Barnabé, poderia avaliar a grandiosidade dos sentimentos que aquelas lágrimas revelavam. Tomado de profunda emoção, o ex-doutor da Lei reconhecia que Jesus se dignava de aceitar suas oblatas de boa vontade, suas lutas e sacrifícios. O Mestre chamava-o e, para responder ao apelo, iria aos confins do mundo.
Numerosos companheiros colaboraram nas providências iniciais, em favor do empreendimento.
Dentro em pouco, cheios de confiança em Deus, Saulo e Barnabé, seguidos por João Marcos, despediam-se dos irmãos, a caminho de Selêucia. A viagem para o litoral decorreu em ambiente de muita alegria. De quando a quando, repousavam à margem do Orontes, para a merenda salutar. À sombra dos carvalhos, na paz dos bosques enfeitados de flores, os missionários comentaram as primeiras esperanças.
Em Selêucia não foi demorada a espera de embarcação. A cidade estava sempre cheia de peregrinos que demandavam o Ocidente, sendo frequentada por elevado número de navios de toda ordem. Entusiasmados com o acolhimento dos irmãos de fé, Barnabé e Saulo embarcaram para Chipre, sob a impressão de comovente e carinhosa despedida.
Chegaram à ilha, com o jovem João Marcos, sem incidentes dignos de menção. Estacionados em Citium por muitos dias, aí solucionou Barnabé vários assuntos de seu interesse familiar.
Antes de se retirarem, visitaram a sinagoga, num sábado, com o propósito de iniciar o movimento. Como chefe da missão, Barnabé tomou a palavra, procurou conjugar o texto da Lei, examinado naquele dia, às lições do Evangelho, para destacar a superioridade da missão do Cristo. Saulo notou que o companheiro explanava o assunto com respeito algo excessivo às tradições judaicas. Via-se claramente que desejava, antes de tudo, conquistar as simpatias do auditório; em alguns pontos, demonstrava o temor de encetar o trabalho, abrindo as lutas tão em desacordo com o seu temperamento. Os israelitas mostraram-se surpreendidos, mas satisfeitos. Observando o quadro, Saulo não se sentiu plenamente confortado. Fazer reparos a Barnabé seria ingratidão e indisciplina, concordar com o sorriso dos compatrícios perseverantes nos erros do fingimento farisaico seria negar fidelidade ao Evangelho.
Procurou resignar-se e esperou.
A missão percorreu numerosas localidades, entre vibrações de largas simpatias. Em Amatonte, os mensageiros da Boa Nova demoraram mais de uma semana. A palavra de Barnabé era profundamente contemporizadora. Caracterizava-se, em tudo, pelo grande cuidado de não ofender os melindres judaicos.
Depois de grandes esforços, chegaram a Nea-Pafos, onde residia o Procônsul. A sede do Governo provincial era uma formosa cidade cheia de encantos naturais e que se assinalava por sólidas expressões de cultura. O discípulo de Pedro, porém, estava exausto. Nunca tivera labores apostólicos tão intensos. Conhecendo a deficiência do verbo de Saulo nos serviços da igreja de Antioquia, temia confiar ao ex-rabino as responsabilidades diretas do ensinamento. Não obstante sentir-se cansadíssimo, fez a pregação na sinagoga, no sábado imediato à chegada. Nesse dia, entretanto, ele estava divinamente inspirado. A apresentação do Evangelho foi feita com raro brilhantismo. O próprio Saulo comoveu-se profundamente. O êxito foi inexcedível. A segunda assembleia reuniu os elementos mais finos; judeus e romanos aglomeravam-se ansiosos. O ex-levita fez nova apologia do Cristo, bordando conceitos de maravilhosa beleza espiritual. O ex-doutor da Lei, com os trabalhos informativos da missão, atendia prazerosamente a todas as consultas, pedidos, informações. Nenhuma cidade manifestara tamanho interesse, quanto aquela; os romanos, em grande número, iam solicitar esclarecimentos quanto aos objetivos dos mensageiros, recebiam notícias do Cristo, revelando júbilos e esperanças; desfaziam-se em gestos de espontânea bondade. Entusiasmados com o êxito, Saulo e Barnabé organizaram reuniões em casas particulares, especialmente cedidas para esse fim pelos simpatizantes da doutrina de Jesus, onde encetaram formoso movimento de curas. Com alegria infinita, o tecelão de Tarso viu chegar a extensa fileira dos “filhos do Calvário”. Eram mães atormentadas, doentes desiludidos, anciães sem nenhuma esperança, órfãos sofredores, que agora procuravam a missão. A notícia das curas julgadas impossíveis encheu Nea-Pafos de grande assombro. Os missionários impunham as mãos, fazendo preces fervorosas ao Messias Nazareno; de outras vezes, distribuíam água pura, em seu nome. Extremamente cansado e achando que o novo auditório não requeria maior erudição, Barnabé encarregou o companheiro das pregações da Boa Nova; mas, com grande surpresa, verificou que Saulo se modificara radicalmente. Seu verbo parecia inflamado de nova luz; tirava do Evangelho ilações tão profundas que o ex-levita o escutava agora sem dissimular o próprio espanto. Notava, particularmente, o carinho do ex-doutor no apresentar os ensinamentos do Cristo aos mendigos e sofredores. Falava como alguém que houvesse convivido com o Senhor, por largos anos. Referia-se a certos lances das lições do Mestre com um manancial de lágrimas nos olhos. Prodigiosas consolações derramavam-se no espírito das turbas. Dia e noite, havia operários e estudiosos copiando as anotações de Levi.
Os acontecimentos abalaram a opinião da cidade em peso. Os resultados eram os mais confortadores. Foi quando enorme surpresa chegou ao espírito dos missionários.
A manhã ia alta. Saulo atendia a numerosos necessitados quando um legionário romano se fez anunciar.
Barnabé e o companheiro deixaram os serviços entregues a João Marcos e foram atender.
— O Procônsul Sérgio Paulo — disse o mensageiro, solene — manda convidar-vos a visitá-lo em palácio.
A mensagem era muito mais uma ordem que simples convite. O discípulo de Simão compreendeu de pronto e respondeu:
— Agradecemos de coração e iremos ainda hoje.
O ex-rabino estava confuso. Não só o conteúdo político do fato surpreendia-o, sobremaneira. Em vão procurava recordar-se de alguma coisa. Sérgio Paulo? Não conheceria alguém com esse nome? Buscou relembrar os jovens de origem romana, do seu conhecimento. Afinal, veio-lhe à memória a palestra de Pedro sobre a personalidade de Estêvão e concluiu que o Procônsul não podia ser outro senão o salvador do irmão de Abigail.
Sem comunicar as íntimas impressões a Barnabé examinou a situação em sua companhia. Quais os objetivos da delicada intimação? Segundo a voz pública, o chefe político vinha sofrendo pertinaz enfermidade. Desejaria curar-se ou, quem sabe, provocar um meio de expulsá-los da ilha, induzido pelos judeus? A situação, entretanto, não se resolveria por conjeturas.
Incumbindo João Marcos de atender a quantos se interessassem pela doutrina, no referente a informes necessários, os dois amigos puseram-se a caminho, resolutamente.
Conduzidos através de galerias extensas, foram dar com um homem relativamente moço, deitado em largo divã e deixando perceber extremo abatimento. Magro, pálido, revelando singular desencanto da vida, o Procônsul entremostrava, todavia, uma bondade imensa na suave irradiação do olhar humilde e melancólico.
Recebeu os missionários com muita simpatia, apresentando-lhes um mago judeu de nome Barjesus, que de longa data o vinha tratando. Sérgio Paulo, prudentemente, mandou que os guardas e servos se retirassem. Apenas os quatro se viram a sós, em círculo muito íntimo, falou o enfermo com amarga serenidade:
— Senhores, diversos amigos me deram notícia dos vossos êxitos nesta cidade de Nea-Pafos. Tendes curado moléstias perigosas, devolvido a fé a inúmeros descrentes, consolado míseros sofredores… Há mais de um ano venho cuidando de minha saúde arruinada. Nestas condições, estou quase inutilizado para a vida pública.
Apontando Barjesus que, por sua vez, fixava o olhar malicioso nos visitantes, o chefe romano prosseguiu:
— Há muito contratei os serviços deste vosso conterrâneo, ansioso e confiante na ciência de nossa época, mas os resultados têm sido insignificantes. Mandei chamar-vos, desejoso de experimentar os vossos conhecimentos. Não estranheis minha atitude. Se pudesse, teria ido procurar-vos em pessoa, pois conheço o limite de minhas prerrogativas; como vedes, porém, sou antes de tudo um necessitado.
Saulo ouviu aquelas declarações, profundamente comovido pela bondade natural do ilustre enfermo. Barnabé estava atônito, sem saber o que dizer. O ex-doutor da Lei, entretanto, senhor da situação e quase certo de que a personagem era a mesma que figurava na existência do mártir vitorioso, tomou a palavra e disse convictamente:
— Nobre Procônsul, temos conosco, de fato, o poder de um grande médico. Podemos curar, quando os enfermos estejam dispostos a compreendê-lo e segui-lo.
— Mas quem é ele? — perguntou o enfermo.
— Chama-se Cristo Jesus. Sua fórmula é sagrada — continuava o tecelão, com ênfase — e destina-se a medicar, antes de tudo, a causa de todos os males. Como sabemos, todos os corpos da Terra terão de morrer. Assim, por força de leis naturais inelutáveis, jamais teremos, neste mundo, absoluta saúde física. Nosso organismo sofre a ação de todos os processos ambientes. O calor incomoda, o frio nos faz tremer, a alimentação nos modifica, os atos da vida determinam a mudança dos hábitos. Mas o Salvador nos ensina a procurar uma saúde mais real e preciosa, que é a do espírito. Possuindo-a, teremos transformado as causas de preocupação de nossa vida, e habilitamo-nos a gozar a relativa saúde física que o mundo pode oferecer nas suas expressões transitórias.
Enquanto Barjesus, irônico e sorridente, escutava o intróito, Sérgio Paulo acompanhava a palavra do ex-rabino, atento e comovido:
— Contudo, como encontrar esse médico? — perguntou o Procônsul, mais preocupado com a cura do que com o elevado sentido metafísico das observações ouvidas.
— Ele é a bondade perfeita — esclareceu Saulo de Tarso — e sua ação consoladora está em toda parte. Antes mesmo que o compreendamos, cerca-nos com a expressão do seu amor infinito!…
Observando o entusiasmo com que o missionário tarsense falava, o chefe político de Nea-Pafos buscou a aprovação de Barjesus com olhar indagador.
O mago judeu, evidenciando profundo desprezo, exclamou:
— Julgávamos que estivésseis aparelhados de alguma ciência nova… Não quero acreditar no que ouço. Acaso me supondes um ignorante, relativamente ao falso profeta de Nazaret? Ousais franquear o palácio de um governador, em nome de um miserável carpinteiro?
Saulo mediu toda a extensão daquelas ironias, respondendo sem se intimidar:
— Amigo, quando eu afivelava a máscara farisaica, também assim pensava; mas, agora, conheço a gloriosa luz do Mestre, o Filho do Deus Vivo!…
Essas palavras eram ditas num tom de convicção tão ardente que o próprio charlatão israelita se fizera lívido. Barnabé também empalidecera, enquanto o nobre patrício observava o ardoroso pregador com visível interesse. Depois de angustiosa expectativa, Sérgio Paulo voltou a dizer:
— Não tenho o direito de duvidar de ninguém, enquanto as provas concludentes não me levem a faze-lo.
E procurando fixar a fisionomia de Saulo, que lhe enfrentava o olhar perquiridor, serenamente continuou:
— Falais desse Cristo Jesus, enchendo-me de assombro. Alegais que sua bondade nos assiste antes mesmo de o conhecermos. Como obter uma prova concreta de vossa afirmativa? Se não entendo o Messias de que sois mensageiros, como saber se sua assistência me influenciou algum dia?
Saulo lembrou repentinamente as palestras de Simão Pedro, ao lhe narrar os antecedentes do mártir do Cristianismo. Num instante alinhou os mínimos episódios. E valendo-se de todas as oportunidades para destacar o amor infinito de Jesus, como aconteceu nos menores fatos da sua carreira apostólica, sentenciou com singular entono:
— Procônsul, ouvi-me! Para revelar-vos, ou melhor, a fim de lembrar-vos a misericórdia de Jesus de Nazaret, o nosso Salvador, chamarei vossa atenção para um acontecimento importante.
Enquanto Barnabé manifestava profunda surpresa, em face da desassombrada atitude do companheiro, o político aguçava a curiosidade.
— Não é a primeira vez que experimentais uma grave enfermidade. Há quase dez anos, ao tentardes os primeiros passos na vida pública, embarcastes no porto de Cefalônia em demanda desta ilha. Viajáveis para Citium, mas, antes que o navio aportasse em Corinto fostes acometido de febre terrível, o corpo aberto em feridas venenosas…
Brancura de cera estampava-se no semblante do chefe de Nea-Pafos. Colocando a mão no peito, como a conter as pulsações aceleradas do coração, ergueu-se extremamente perturbado.
— Como sabeis tudo isso? — murmurou aterrado.
— Não é só — disse o missionário, sereno —, esperai o resto. Vários dias permanecestes entre a vida e a morte. Debalde os médicos de bordo comentaram vossa enfermidade. Vossos amigos fugiram. Quando ficastes de todo abandonado, não obstante o prestígio político do vosso cargo, o Messias Nazareno vos mandou alguém, no silêncio de sua misericórdia divina.
O Procônsul, com o despertar das velhas reminiscências, sentia-se profundamente comovido.
— Quem teria sido o mensageiro do Salvador? prosseguia Saulo, enquanto Barnabé o contemplava com inaudito assombro. — Um de vossos íntimos? Um amigo eminente? Um dos colegas ilustres que presenciavam vossas dores? Não! Apenas um escravo humilde, um serviçal anônimo dos remos homicidas. E o que a Ciência do mundo não conseguiu fazer, fê-lo o coração empossado pelo amor do Cristo! Compreendeis agora? Vosso amigo Barjesus fala de um carpinteiro sem-nome, de um Messias que preferiu a condição da humildade suprema para nos trazer as torrentes preciosas de suas graças!… Sim, Jesus também, como aquele escravo que vos restabeleceu a saúde perdida, fez-se servo do homem para conduzi-lo a uma vida melhor!… Quando todos nos abandonam, Ele está conosco; quando os amigos fogem, sua bondade mais se aproxima. Para forrarmo-nos das míseras contingências desta vida mortal, é preciso crer nele e segui-lo sem descanso!…
Ante as lágrimas convulsivas do Procônsul, Barnabé, aturdido, considerava: Onde fora o companheiro colher tão profundas revelações? A seu ver, naquele instante, Saulo de Tarso estaria iluminado pelo dom maravilhoso das profecias.
— Senhores, tudo isso é a verdade pura! Trouxestes-me a santa notícia de um Salvador!… — exclamou Sérgio Paulo.
Reconhecendo a capitulação do generoso patrício que lhe recheava a bolsa de fartos recursos, o mago israelita, apesar de muito surpreso, exclamou com energia:
— Mentira!… São mentirosos! Tudo isso é obra de Satanás! Estes homens são portadores de sortilégios infames do “Caminho”! Abaixo a exploração vil!…
A boca lhe espumava, os olhos rebrilhavam de cólera. Saulo mantinha-se calmo, impassível, quase sorridente. Depois, timbrando forte:
— Acalmai-vos, amigo! A fúria não é amiga da verdade e quase sempre esconde inconfessáveis interesses. Acusai-nos de mentirosos, mas nossas palavras não se desviaram uma linha da realidade dos acontecimentos. Alegais que nosso esforço procede de Satanás, no entanto, onde já se viu maior incoerência? Onde encontraríamos um adversário trabalhando contra si mesmo? Afirmais que somos portadores de sortilégios; se o amor constitui esse talismã, nós o trazemos no coração, ansiosos por comunicar a todos os seres sua benéfica influência. Finalmente, lançais a nós outros a pecha de exploradores salazes, quando aqui viemos chamados por alguém que nos honrou com sinceridade e confiança e, de modo algum, poderíamos oferecer as graças do Salvador a título mercatório.
Seguiu-se acalorada discussão: Barjesus fazia empenho em demonstrar a inferioridade dos intuitos de Saulo, enquanto este se esforçava em timbrar nobreza e cordialidade.
Embalde o Procônsul tentava dissuadir o judeu de continuar na requesta e naquele diapasão. Barnabé, por sua vez, confiando muito mais nos poderes espirituais do amigo, acompanhava o discrime sem ocultar admiração pelos infinitos recursos que o missionário tarsense estava revelando.
A polêmica já durava mais de hora, quando o mago fez uma alusão mais ferina à personalidade e feitos de Jesus-Cristo.
Em atitude mais enérgica, o Apóstolo sentenciou:
— Tudo fiz por convencer-vos sem demonstrações mais diretas, de maneira a não ferir a parte respeitável de vossas convicções; todavia, estais cego e é nessa condição que podereis enxergar a luz. Como vós, também já vivi em trevas e, no instante do meu encontro pessoal com o Messias, foi necessário que as trevas se adensassem em meu espírito, a fim de que a luz ressurgisse mais brilhante. Tereis igualmente esse benefício. A visão do corpo fechar-se-vos-á, para que possais divisar a verdade em espírito!…
Nesse comenos, Barjesus deu um grito.
— Estou cego!
Estabeleceu-se alguma confusão no recinto. Barnabé adiantou-se, amparando o israelita que tateava aflito. O tecelão e o governador aproximaram-se surpreendidos. Foram chamados alguns servos que atenderam as necessidades do momento, carinhosos e solícitos. Por quatro longas horas, Barjesus chorou, mergulhado na sombra espessa que lhe invadira os olhos cansados. Ao fim desse tempo, os missionários oraram de joelhos… Branda serenidade estabeleceu-se no vasto aposento. Em seguida, Saulo impôs-lhe as mãos na fronte e, com um suspiro de alívio, o velho israelita recobrou a vista, retirando-se confuso e sucumbido.
O Procônsul, porém, vivamente interessado nos fatos intensos daquele dia, chamou os missionários em particular e falou sensibilizado:
— Amigos, creio nas verdades divinas que anunciais e desejo sinceramente compartilhar do Reino esperado. Nada obstante, conviria inteirar-me dos vossos objetivos de trabalho, dos vossos planos enfim. Estou ciente de que não mercadejais os dons espirituais de que sois portadores, e proponho-me auxiliar-vos com os meus préstimos em tudo que me for possível. Poderia saber os projetos que vos animam?
Os dois missionários entreolharam-se, surpresos. Barnabé ainda não havia saído do espanto que o companheiro lhe causara. Saulo, por sua vez, mal dissimulava o próprio assombro pelo auxílio espiritual que obtivera no afã de confundir os maliciosos intuitos de Barjesus.
Reconhecendo, contudo, o elevado e sincero interesse do chefe político da província, esclareceu com jubilosos conceitos:
— O Salvador fundou a religião do amor e da verdade, instituição invisível e universal, onde se acolham todos os homens de boa vontade. Nosso fim é dar feição visível à obra divina, estabelecendo templos que se irmanem nos mesmos princípios, em seu nome. Avaliamos a delicadeza de semelhante tentame e estamos crentes de que as maiores dificuldades vão surgir em nosso caminho. É quase impossível encontrar o cabedal humano indispensável ao cometimento; mas é forçoso movimentar o plano. Quando falhem os elementos da instituição visível, esperaremos na igreja infinita, onde, nas luzes da universalidade, Jesus será o chefe supremo de todas as forças que se consagrem ao bem.
— Trata-se de sublime iniciativa — aparteou o Procônsul evidenciando nobre interesse. — Onde encetastes a construção dos santuários?
— Nossa missão está começando precisamente agora. Os discípulos do Messias fundaram as igrejas de Jerusalém e Antioquia. Por enquanto, não temos outros núcleos educativos, além desses. Há muitos cristãos em toda parte, mas suas reuniões se fazem em domicílios particulares. Não possuem templos, propriamente, que os habilitem a mais eficiente esforço de assistência e propaganda.
— Nea-Pafos terá, então, a primeira igreja, filha do vosso trabalho direto.
Saulo não sabia como traduzir sua gratidão por aquele gesto de generosidade espontânea. Profundamente comovido, adiantou-se, então, e, com o cidadão cíprio, agradeceu a dádiva que vinha prestigiar e facilitar a obra apostolar.
Os três falaram ainda largo tempo sobre os empreendimentos em perspectiva. Sérgio Paulo pediu-lhes indicassem as pessoas capazes de construir o novo templo, enquanto Barnabé e o companheiro expunham suas esperanças.
Somente à noite os missionários puderam voltar à tenda humilde das pregações.
— Estou impressionado! — dizia Barnabé, recordando o ocorrido. — Que fizeste? Tenho para mim que hoje é o dia maior da tua existência. Tua palavra tinha um timbre sagrado e diferente; anima-te, agora, o dom das profecias… Além disso, o Mestre agraciou-te com o poder de dominar as ideias malignas. Viste como o charlatão sentiu a influência de energias poderosas quando fizeste o teu apelo?
Saulo ouviu atento e com a maior simplicidade acentuou:
— Também não sei como traduzir meu espanto pelas graças obtidas. Foi pelo Cristo que nos tornamos instrumentos da conversão do Procônsul, pois a verdade é que de nós mesmos nada valemos.
— Nunca esquecerei os acontecimentos de hoje — tornou o ex-levita, admirado.
E depois de uma pausa:
— Saulo, não chegou a sugerir a mudança do teu nome?
— Não me lembrei disso.
— Pois suponho que, doravante, deves considerar tua vida como nova. Foste iluminado pela graça do Mestre, tiveste o teu Pentecostes, foste sagrado Apóstolo para os labores divinos da redenção.
O ex-doutor da Lei não dissimulou a própria admiração e concluiu:
— É muito significativo para mim que um chefe político seja atraído para Jesus, por nosso intermédio, mesmo porque, nossa tarefa conclama os gentios ao Sol Divino do Evangelho de Salvação.
Intimamente recordou os laços sublimes que o ligavam à memória de Estevão, a generosa influência do patrício romano que o libertara dos trabalhos duros da escravidão e, invocando a memória do mártir, num apelo silencioso, falou comovido:
— Sei, Barnabé, que muitos dos nossos companheiros trocaram de nome quando se converteram ao amor de Jesus; quiseram assinalar desse modo sua separação dos enganos fatais do mundo. Não quis valer-me do recurso de qualquer modo. Mas a transformação do governador, a luz da graça que nos acompanhou no curso dos acontecimentos de hoje, levam-me, igualmente, a procurar um motivo de perenes lembranças.
Depois de longa pausa, dando a entender quanto refletira para tomar aquela resolução, falou:
— Razões íntimas, absolutamente respeitáveis, obrigam-me a reconhecer, doravante, um benfeitor no chefe político desta ilha. Sem trocar formalmente meu nome, passarei a assinar-me à romana.
— Muito bem — respondeu o companheiro —, entre Saulo e Paulo nenhuma diferença existe, a não ser a do hábito de grafia ou de pronúncia. A decisão será uma formosa homenagem ao nosso primeiro triunfo missionário junto dos gentios, ao mesmo tempo que constituirá agradável lembrança de um espírito tão generoso.
Nesse fato baseou-se a mudança de uma letra no nome do ex-discípulo de . Caráter íntegro e enérgico, o rabino de Jerusalém, nem mesmo transformado em modesto tecelão, quis modificar, portas a dentro do Cristianismo, a sua fidelidade inata. Se servira a Moisés como Saulo, com o mesmo nome haveria de servir igualmente a Jesus-Cristo. Se errara e fora perverso, na primeira condição, aproveitaria a oportunidade dos Céus, corrigiria a existência e seria um homem bom e justo na segunda. Nesse particular, não chegou a considerar qualquer sugestão dos amigos. Fora o primeiro perseguidor da instituição cristã, verdugo inflexível do proselitismo alvorecente, mas fazia questão de continuar como Saulo, para lembrar-se de todo o mal e envidar esforços para fazer todo o bem ao seu alcance. Mas, naquele instante, a lembrança de Estêvão falava-lhe brandamente ao coração. Ele fora o seu maior exemplo para a marcha espiritual. Era o Jeziel bem-amado de Abigail. Para procurá-lo, ambos se haviam prometido ir sem vacilações, fosse aonde fosse. Os dois irmãos de Corinto estavam vivos, de tal modo, em sua alma sensível, que não era possível apagar na memória os mínimos fatos de sua vida. A mão de Jesus o encaminhara ao Procônsul, o libertador de Jeziel dos grilhões do cativeiro; o ex-escravo demandara Jerusalém para tornar-se discípulo do Cristo! o ex-rabino sentia-se ditoso, por ter sido auxiliado pelas forças divinas, tornando-se por sua vez libertador de Sérgio Paulo, escravizado ao sofrimento e às ilusões perigosas do mundo. Era justo gravar na memória uma lembrança indelével daquele que, vítima dele em Jerusalém, era agora irmão abençoado, o qual não conseguia esquecer nos mais fugazes instantes da vida e do seu ministério.
Daí por diante o convertido de Damasco, em memória do inolvidável pregador do Evangelho, que sucumbira a pedradas, passou a assinar-se Paulo, até ao fim de seus dias.
A notícia da cura e da conversão do Procônsul encheu Nea-Pafos de grande assombro. Os missionários não mais tiveram descanso. Embora o protesto quase apagado dos israelitas, a comunidade cresceu extraordinariamente. Integrado nos bens da saúde, o chefe provincial forneceu o necessário à construção da igreja. O movimento era extraordinário. E os dois mensageiros do Evangelho não cessavam de render graças a Deus.
O triunfo cercava-os de profunda consideração, quando Paulo foi procurado por Barjesus que lhe solicitava uma palavra confidencial. O ex-rabino não hesitou. Era uma boa ocasião para provar ao velho israelita os seus propósitos generosos e sinceros. Recebeu-o, pois, com toda a afabilidade.
Barjesus parecia tomado de grande acanhamento. Após cumprimentar o missionário, atencioso, exprimiu-se com certo embaraço:
— Afinal precisava desfazer o mal-entendido, no caso do Procônsul. Ninguém, mais do que eu desejava tanto a saúde do enfermo, e, por conseguinte, ninguém mais agradecido à vossa intervenção, libertando-o de enfermidade tão dolorosa.
— Sou muito grato ao vosso parecer e regozijo-me com a vossa compreensão — disse Paulo, com gentileza.
— Entretanto…
O visitante vacilava se devia ou não expor seus objetivos mais íntimos. Atento às reticências sem presumir-lhes a causa, o ex-rabino adiantou-se benévolo.
— Que desejais dizer? Com franqueza. Nada de cerimônias!
— Acontece — retrucou mais animado — que venho afagando a ideia de consultar-vos a respeito dos vossos dons espirituais. Penso que não haverá maior tesouro para triunfar na vida…
Paulo estava confundido, sem saber que rumo tomaria a conversação. Mas, focando o ponto mais delicado da pretensão, Barjesus continuou:
— Quanto ganhais no vosso ministério?
— Ganho a misericórdia de Deus — disse o missionário, compreendendo, então, todo o alcance daquela visita inesperada —, vivo do meu trabalho de tecelagem e não seria lícito mercadejar com o que pertence ao Pai que está nos Céus.
— É quase incrível! — murmurou o mago arregalando os olhos. — Eu estava convicto de que trazíeis convosco certos talismãs, que me dispunha a comprar por qualquer preço.
E enquanto o ex-rabino o contemplava cheio de comiseração pela sua ignorância, o visitante prosseguiu:
— Mas, será crível que façais semelhantes obras sem contribuição de sortilégios?
O missionário fixou-o mais atento e murmurou:
— Só conheço um sortilégio eficiente.
— Qual é? — interrogou o mago de olhar faiscante e cobiçoso.
— É o da fé em Deus com sacrifício de nós mesmos.
O velho israelita demonstrou não entender toda a significação daquelas palavras, objetando:
— Sim, mas a vida tem suas necessidades urgentes. É indispensável prever e amealhar recursos.
Paulo pensou um minuto e disse:
— De mim mesmo, nada tenho com que vos esclarecer. Mas Deus tem sempre uma resposta para nossas preocupações mais simples. Consultemos suas eternas verdades. Vejamos qual a mensagem destinada ao vosso coração.
Ia abrir o Evangelho, conforme seu costume, quando o visitante observou:
— Nada conheço desse livro. Para mim, portanto, não poderá trazer advertência alguma.
O missionário compreendeu a relutância e acentuou:
— Que conheceis então?
— Moisés e os Profetas.
Tomou do rolo de pergaminhos onde se podia ler a Lei Antiga e o deu ao velho malicioso, para que o abrisse em alguma sentença, ao acaso, segundo os hábitos da época. No entanto Barjesus, com evidente má-vontade, acrescentou:
— Só leio os Profetas, de joelhos.
— Podeis ler como quiserdes, porque o ato de compreender é o que nos interessa, antes de tudo.
Assinalando suas presunções farisaicas, o charlatão ajoelhou-se e abriu solenemente o texto, sob o olhar sereno e perquiridor do ex-rabino. O velho israelita fez-se pálido. Esboçou um gesto para se abstrair da leitura; mas Paulo percebeu o movimento sutil e, aproximando-se, falou com alguma veemência:
— Leiamos a mensagem permanente dos emissários de Deus.
Tratava-se de um fragmento dos Provérbios, que Barjesus pronunciou em voz alta, com enorme desapontamento:
“Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que eu morra. Afasta de mim as vaidades e as mentiras. Não me dês a pobreza, nem a riqueza. Concede-me apenas o alimento de que necessito, para não acontecer que, estando farto, eu te negue e pergunte: — Quem é Jeová? — ou que, estando pobre, me ponha a furtar e profane o nome de meu Deus.”
O mago levantou-se atarantado. O próprio missionário estava surpreso.
— Vistes, amigo? — interrogou Paulo — a palavra da verdade é muito eloquente. Será grande talismã, na existência, o sabermos viver com os nossos próprios recursos, sem exorbitar do necessário ao nosso enriquecimento espiritual.
— Efetivamente — respondeu o charlatão — este processo de consultas é muito interessante. Vou meditar seriamente na experiência de hoje.
Logo em seguida se despedia, depois de mastigar alguns monossílabos que mal disfarçavam a perturbação que todo o empolgara.
Impressionado, o tecelão consagrado ao Cristo anotou as profundas exortações, para consolidar o seu programa de atividades espirituais, isento de interesses inferiores.
A missão permaneceu em Nea-Pafos ainda alguns dias, sobrecarregada de muito trabalho. João Marcos colaborava com os recursos ao seu alcance; todavia, de vez em quando, Barnabé surpreendia-o entristecido e queixoso. Não esperava encontrar tão vultosa cota de trabalho.
— Mas, assim é melhor — acentuava Paulo —, o serviço do bem é a muralha defensiva das tentações.
O rapaz conformava-se; contudo, sua contrariedade era evidente.
Além disso, fiel observador do judaísmo, não obstante a paixão pelo Evangelho, o filho de Maria Marcos sentia grandes escrúpulos, com a largueza de vistas do tio e do missionário, relativamente aos gentios. Desejava servir a Jesus, sim, de todo o coração, mas não podia distanciar o Mestre das tradições do berço.
Enquanto as sementes lançadas em Chipre começavam a germinar na terra dos corações, os trabalhadores do Messias abandonavam Nea-Pafos, absorvidos em vastas esperanças.
Depois de muito confabularem, Paulo e Barnabé resolveram estender a missão aos povos da Panfília, com grande escândalo para João Marcos, que se admirava de semelhante alvitre.
— Mas que fazermos com essa gente tão estranha? — perguntou o rapaz contrariado. — Sabemos, em Jerusalém, que esse país é povoado por criaturas supinamente ignorantes. E, ao demais, que ali existem ladrões por toda parte.
— No entanto — obtemperou Paulo, convicto —, penso que devemos procurar a região, justamente por isso. Para outros, uma viagem a Alexandria pode oferecer maior interesse; mas todos esses grandes centros estão cheios de mestres da palavra. Possuem sinagogas importantes, conhecimentos elevados, grandes expoentes de ciência e riqueza. Se não servem a Deus é por má-vontade ou endurecimento de coração. A Panfília, ao contrário, é muito pobre, rudimentar e carecente de luz espiritual. Antes de ensinar em Jerusalém, o Mestre preferiu manifestar-se em Cafarnaum e noutras aldeias quase anônimas, da Galileia.
Ante o argumento irretorquível, João absteve-se de insistir.
Dentro de poucos dias, singela embarcação deixava-os em Atália, onde Paulo e Barnabé encontraram singular encanto nas paisagens que circundavam o Cestro.
Nessa localidade muito pobre, pregaram a Boa Nova ao ar livre, com êxito imenso. Observando no companheiro um traço superior, Barnabé como que entregara a chefia do movimento ao ex-rabino, cuja palavra, então, sabia despertar encantadores arrebatamentos. O povo simples acolheu a pregação de Paulo, com profundo interesse. Ele falava de Jesus, como de um príncipe celestial, que visitara o mundo e fora esperar os súditos amados na Esfera da glorificação espiritual. Via-se a atenção que os habitantes de Atália dispensaram ao assunto. Alguns pediram cópias das lições do Evangelho, outros procuravam obsequiar os mensageiros do Mestre com o que possuíam de melhor. Muito comovidos, recebiam as carinhosas dádivas dos novos amigos, que, quase sempre, se constituíam em pratos de pão, laranjas ou peixe.
A permanência na localidade trouxera novos problemas. Era indispensável alguma atividade culinária. Barnabé delicadamente, designou o sobrinho para o mister, mas o rapaz não conseguia disfarçar a contrariedade. Notando-lhe o constrangimento, Paulo adiantou-se, pressuroso:
— Não nos impressionemos com os problemas naturais. Procuremos restringir, doravante, as necessidades e gostos alimentares. Comeremos apenas pão, frutas, mel e peixe. Destarte, o trabalho de cozinha ficará simplificado e reduzido à preparação dos peixes assados, no que tenho grande prática, . Que João não se amofine com o problema, pois é justo que essa parte fique a meu cargo.
Não obstante a atitude generosa de Paulo, o rapaz continuou acabrunhado.
Em breve a missão alugava um barco, largando-se para Perge. Nesta cidade, de regular importância para a região em que se localizava, anunciaram o Evangelho com imensa dedicação. Na pequena sinagoga, encheram o sábado de grande movimento. Alguns judeus e numerosos gentios, na maioria gente pobre e simples, acolheram os missionários, cheios de júbilo. As notícias do Cristo despertaram singular curiosidade e encantamento. O modesto pardieiro, alugado por Barnabé, ficava repleto de criaturas ansiosas por obter cópia das anotações de Levi. Paulo regozijava-se. Experimentava alegria indefinível ao contato daqueles corações humildes e simples, que lhe davam ao espírito cansado de casuística a doce impressão de virgindade espiritual. Alguns indagavam da posição de Jesus na hierarquia dos deuses do paganismo; outros desejavam saber a razão por que haviam crucificado o Messias, sem consideração aos seus elevados títulos, como Mensageiro do Eterno. A região estava cheia de superstições e crendices. A cultura judaica restringia-se ao ambiente fechado das sinagogas. A missão, não obstante consagrar seu maior esforço aos israelitas, pregando no círculo dos que seguiam a Lei de Moisés, interessara as camadas mais obscuras do povo, em razão das curas e do convite amoroso ao Evangelho, movimento esse no qual os trabalhadores de Jesus punham todo o seu empenho.
Plenamente satisfeitos, Paulo e Barnabé resolveram seguir dali mesmo para Antioquia de Pisídia. Informado a esse respeito, João Marcos não conseguiu sopitar os íntimos receios, por mais tempo, e perguntou:
— Supunha que não iríamos além da Panfília. Como, pois, chegar até Antioquia? Não temos recursos para atravessar tamanhos precipícios. As florestas estão infestadas de bandidos, o rio encachoeirado não faculta o trânsito de barcas. E as noites? Como dormir? Essa viagem não se pode tentar sem animais e servos, coisa que não temos.
Paulo refletiu um minuto e exclamou:
— Ora, João, quando trabalhamos para alguém, devemos faze-lo com amor. Julgo que anunciar o Cristo àqueles que não o conhecem, em vista de suas numerosas dificuldades naturais, representa uma glória para nós. O espírito de serviço nunca atira a parte mais difícil para os outros. O Mestre não transferiu sua cruz aos companheiros. Em nosso caso, se tivéssemos muitos escravos e cavalos, não seriam eles os carregadores das responsabilidades mais pesadas, no que se refere às questões propriamente materiais? O trabalho de Jesus, entretanto, é tão grande aos nossos olhos que devemos disputar aos outros qualquer parte de sua execução, em benefício próprio.
O rapaz pareceu mais angustiado. A energia de Paulo era desconcertante.
— Mas não seria mais prudente — continuou muito pálido — demandarmos Alexandria e organizar pelo menos alguns recursos mais fáceis?
Enquanto Barnabé acompanhava o diálogo com a serenidade que lhe era peculiar, o ex-rabino continuou:
— Dás demasiada importância aos obstáculos. Já pensaste nas dificuldades que o Senhor certamente venceu para vir ter conosco? Ainda que pudesse atravessar livremente os abismos espirituais para chegar ao nosso círculo de perversidade e ignorância, temos de considerar a muralha de lodo de nossas viscerais misérias… E tu te espantas apenas com os palmos de caminho que nos separam da Pisídia?
O jovem calou-se, evidentemente contrariado. A argumentação era forte demais, a seus olhos, e não lhe ensejava qualquer nova objeção.
À noite, Barnabé, visivelmente preocupado, aproximou-se do companheiro, expondo-lhe as intenções do sobrinho. O rapaz resolvera regressar a Jerusalém, de qualquer modo. Paulo ouviu calmamente as explicações, como quem não podia opor qualquer embargo à decisão.
— Não poderíamos acompanhá-lo, pelo menos, até algum ponto mais próximo do destino? — perguntou o ex-levita de Chipre, como tio solícito.
— Destino? — perguntou Paulo admirado. — Mas já temos o nosso. Desde o primeiro entendimento, planejamos a excursão a Antioquia. Não posso impedir que faças companhia ao rapaz; por mim, contudo, não devo modificar o roteiro traçado. Caso resolvas regressar, seguirei sozinho. Julgo que as empresas de Jesus têm seu momento justo de atuação. É preciso aproveitá-lo. Se deixarmos a visita à Pisídia para o mês próximo, talvez seja tarde.
Barnabé refletiu alguns minutos, retrucando convictamente:
— Tua observação é incontestável. Não posso quebrar os compromissos. Além do mais, João está homem e poderá voltar só. Tem o dinheiro indispensável a esse fim, em virtude dos cuidados maternos.
— O dinheiro quando não bem aproveitado — rematou Paulo tranquilamente — sempre dissolve os laços e as responsabilidades mais santas.
A conversação terminou, enquanto Barnabé voltava a aconselhar o sobrinho, altamente impressionado.
Daí a dois dias, antes de tomar a barca que o levaria à foz do Cestro, o filho de Maria Marcos despedia-se do ex-doutor de Jerusalém com um sorriso contrafeito.
Paulo abraçou-o sem alegria e falou em tom de serena advertência:
— Deus te abençoe e te proteja. Não te esqueças de que a marcha para o Cristo é feita igualmente por fileiras. Todos devemos chegar bem; entretanto, os que se desgarram têm de chegar bem por conta própria.
— Sim — disse o jovem envergonhado —, procurarei trabalhar e servir a Deus, de toda a minha alma.
— Fazes bem e cumprirás teu dever assim procedendo — exclamou o ex-rabino convicto. — Lembra sempre que , enquanto esteve ocupado, foi fiel ao Todo-Poderoso, mas, quando descansou, entregou-se ao adultério; , durante os serviços pesados da construção do Templo, foi puro na fé, mas, quando chegou ao repouso, foi vencido pela devassidão; começou bem e foi discípulo direto do Senhor, mas bastou a impressão da triunfal entrada do Mestre em Jerusalém para que cedesse à traição e à morte. Com tantos exemplos expostos aos nossos olhos, será útil não venhamos nunca a descansar.
O sobrinho de Barnabé partiu, sinceramente tocado por essas palavras, que o seguiriam, de futuro, como apelo constante.
Logo após o incidente, os dois missionários demandaram as estradas impérvias. Pela primeira vez, foram obrigados a pernoitar ao relento, no seio da Natureza. Vencendo precipícios, encontraram uma gruta rochosa na qual se ocultaram, para repousar o corpo mortificado e dorido. O segundo dia da marcha escoou-se-lhes com a coragem indômita de sempre. A alimentação constituía-se de alguns pães trazidos de Perge e frutas silvestres, colhidas ali e acolá. Resolutos e bem-humorados enfrentavam e venciam todos os óbices. De quando em vez, era indispensável ganhar a outra margem do rio ao toparem barreiras intransponíveis. Hei-los então apalpando o álveo das torrentes, cautelosos, com longas varas verdes ou desbravando os caminhos perigosos e ignorados.
A solidão lhes sugeria belos pensamentos. Sagrado otimismo extravasava dos menores conceitos. Ambos afagavam carinhosas lembranças do passado afetivo e esperançoso. Como homens experimentavam todas as necessidades humanas, mas era profundamente comovedora a fidelidade com que se entregavam ao Cristo, confiando ao seu amor a realização dos santificados desejos de uma vida mais alta.
Na segunda noite acomodaram-se em pequena caverna, algo distante do trilho estreito, logo após os derradeiros tons do crepúsculo. Depois de frugalíssima refeição, passaram a comentar animadamente os feitos da igreja de Jerusalém. Noite fechada e ainda suas vozes quebravam o grande silêncio. Desdobrando os assuntos, passaram a falar das excelências do Evangelho, exaltando a grandeza da missão de Jesus-Cristo.
— Se os homens soubessem… — dizia Barnabé fazendo comparações.
— Todos se reuniriam em torno do Senhor e descansariam — rematava Paulo cheio de convicção.
— Ele é o Príncipe que reinará sobre todos.
— Ninguém trouxe a este mundo riqueza maior.
— Ah! comentava o discípulo de Simão Pedro — o tesouro de que foi mensageiro engrandecerá a Terra para sempre.
E assim prosseguiam, valendo-se de preciosas imagens da vida comum para simbolizar os bens eternos, quando singular movimento lhes despertou atenção. Dois homens armados precipitaram-se sobre ambos, à fraca luz de uma tocha acesa em resinas.
— A bolsa! — gritou um dos malfeitores.
Barnabé empalideceu ligeiramente, mas Paulo estava sereno e impassível.
— Entreguem o que têm ou morrem — exclamou o outro bandido, alçando o punhal.
Olhando fixamente o companheiro, o ex-rabino ordenou:
— Dá-lhes o dinheiro que resta, Deus suprirá nossas necessidades de outro modo.
Barnabé esvaziou a bolsa que trazia entre as dobras da túnica, enquanto os malfeitores recolhiam, ávidos, a pequena quantia.
Reparando nos pergaminhos do Evangelho que os missionários consultavam à luz da tocha improvisada um dos ladrões interrogou desconfiado e irônico:
— Que documentos são esses? Faláveis de um príncipe opulento… Ouvimos referências a um tesouro… Que significa tudo isso?
Com admirável presença de espírito, Paulo explicou:
— Sim, de fato estes pergaminhos são o roteiro do imenso tesouro que nos trouxe o Cristo Jesus, que há de reinar sobre os príncipes da Terra.
Um dos bandidos, grandemente interessado, examinou o rolo das anotações de Levi.
— Quem encontrar esse tesouro — prosseguia Paulo, resoluto —, nunca mais sentirá necessidades.
Os ladrões guardaram o Evangelho cuidadosamente.
— Agradecei a Deus não vos tirarmos a vida — disse um deles.
E apagando a tocha bruxuleante, desapareceram na escuridão da noite. Quando se viram a sós, Barnabé não conseguiu dissimular o assombro.
— E agora? — perguntou com voz trêmula.
— A missão continua bem — glosou Paulo cheio de bom ânimo —, não contávamos com a excelente oportunidade de transmitir a Boa Nova aos ladrões.
O discípulo de Pedro, admirando-se de tamanha serenidade, voltou a dizer:
— Mas, levaram-nos, também, os derradeiros pães de cevada, bem como as capas…
— Haverá sempre alguma fruta na estrada — esclarecia Paulo, decidido — e, quanto às coberturas, não tenhamos maior cuidado, pois não nos faltará o musgo das árvores.
E, desejoso de tranquilizar o companheiro, acrescentava:
— De fato, não temos mais dinheiro, mas julgo não será difícil conseguir trabalho com os tapeceiros de Antioquia de Pisídia. Além disso, a região está muito distante dos grandes centros e posso levar certas novidades aos colegas do ofício. Esta circunstância será vantajosa para nós.
Depois de tecerem esperanças novas, dormiram ao relento, sonhando com as alegrias do Reino de Deus.
No dia seguinte, Barnabé continuava preocupado. Interpelado pelo companheiro, confessou compungido:
— Estou resignado com a carência absoluta de recursos materiais, mas não posso esquecer que nos subtraíram também as anotações evangélicas que possuíamos. Como recomeçar nossa tarefa? Se temos de cor grande parte dos ensinamentos, não poderemos conferir todas as expressões…
Paulo, todavia, fez um gesto significativo e, desabotoando a túnica, retirou alguma coisa que guardava junto do coração.
— Enganas-te, Barnabé — disse com um sorriso otimista —, tenho aqui o Evangelho que me recorda a bondade de . Foi um presente de ao meu velho mentor, que, por sua vez, mo deu pouco antes de morrer.
O missionário de Chipre apertou nas mãos o tesouro do Cristo. O júbilo voltou a iluminar-lhe o coração. Poderiam dispensar todo o conforto do mundo, mas a palavra de Jesus era imprescindível. Vencendo obstáculos de toda sorte, chegaram a Antioquia fundamente abatidos. Paulo, principalmente, a determinados momentos da noite, sentia-se cansado e febril. Barnabé tinha frequentes acessos de tosse. O primeiro contato com a natureza hostil acarretara aos dois mensageiros do Evangelho fortes desequilíbrios orgânicos.
Não obstante a precária saúde, o tecelão de Tarso procurou informar-se, logo na manhã da chegada, sobre as tendas de artefatos de couro existentes na cidade.
Antioquia de Pisídia contava grande número de israelitas. Seu movimento comercial era mais que regular. As vias públicas ostentavam lojas bem sortidas e pequenas indústrias variadas.
Confiando na Providência Divina, alugaram um quarto muito simples, e, enquanto Barnabé repousava da fadiga extrema, Paulo procurou uma das tendas indicadas por um negociante de frutas.
Um judeu de bom aspecto, cercado de três auxiliares, entre numerosas prateleiras com sandálias, tapetes e outras utilidades numerosas, atinentes à sua profissão, dirigia extensa banca de serviço. Ciente do seu nome, dado o interesse de sua indagação junto ao comerciante referido, o ex-doutor de Jerusalém chamou pelo senhor Ibraim, sendo atendido com enorme curiosidade.
— Amigo — explicou Paulo, sem rodeios —, sou vosso colega de ofício e, premido por necessidades urgentes, venho solicitar-vos o imenso obséquio de admitir-me nas atividades da vossa tenda. Tenho de fazer longa viagem e, não possuindo recurso algum, apelo para vossa generosidade, esperando favorável acolhimento.
O tapeceiro contemplava-o com simpatia, mas, um tanto desconfiado. Espantava-se e agradava-se, simultaneamente, da sua franqueza e desembaraço. Depois de refletir algum tempo, respondeu algo vagamente:
— Nosso trabalho é muito escasso e, para usar de sinceridade, não disponho de capital para remunerar a muitos empregados. Nem todos compram sandálias; os arreamentos de tropa ficam à espera das caravanas que somente passam de tempos a tempos; poucos tapetes vendemos, e se não fossem os tecidos de couro para tendas improvisadas, suponho que não teríamos o necessário para manter o negócio. Como vedes, não seria fácil arranjar-vos trabalho.
— Entretanto — tornou o ex-rabino, comovido com a sinceridade do interlocutor —, ouso insistir no pedido. Será tão só por alguns dias… Além do mais, ficaria satisfeito em trabalhar a troco de pão e teto, para mim e um companheiro enfermo.
O bondoso Ibraim sensibilizou-se com aquela confissão. Depois de uma pausa longa, em que o tapeceiro de Antioquia ainda hesitava entre o “sim” e o “não”, Paulo rematou:
— Tão grande é a minha necessidade que insisto convosco, em nome de Deus.
— Entrai — disse o negociante, vencido pela argumentação.
Embora doente, o emissário do Cristo atirou-se ao trabalho com afã. Um velho tear foi instalado apressadamente, junto à banca cheia de facas, martelos e peças de couro.
Paulo entrou a trabalhar, tendo um olhar amigo e uma boa palavra para cada companheiro. Longe de se impor pelos conhecimentos superiores que possuía, observava o sistema de trabalho dos auxiliares de Ibraim e sugeria novas providências favoráveis ao serviço, com bondade, sem afetação.
Comovido pelas suas declarações sinceras, o dono da casa mandou a refeição a Barnabé, enquanto o ex-rabino vencia galhardamente as primeiras dificuldades, experimentando o júbilo de um grande triunfo.
Naquela noite, junto do companheiro de lutas, elevou a Jesus a prece do mais entranhado agradecimento. Ambos comentaram a nova situação. Tudo ia bem, mas era necessário pensar no dinheiro indispensável, com que atender ao aluguel do quarto.
Edificado na exemplificação do amigo, agora era Barnabé que procurava confortá-lo:
— Não importa, Jesus levará em conta a nossa boa vontade, não nos deixará ao desamparo.
No dia seguinte, quando Paulo regressou da oficina, teve de esperar o companheiro, com alguma ansiedade. O mensageiro de Ibraim, que levara a refeição de Barnabé, não o havia encontrado. Após alguma inquietação, o ex-rabino abriu-lhe a porta com inexcedível surpresa. O discípulo de Pedro parecia extremamente abatido, mas profunda alegria lhe transbordava do olhar. Explicou que também ele conseguira trabalho remunerador. Empregara-se com um oleiro necessitado de operários para aproveitar o bom tempo. Abraçaram-se comovidos. Se houvessem alcançado o domínio do mundo, com a fortuna fácil, não experimentariam tanto júbilo. Pequena fração de serviço honesto lhes bastava ao coração iluminado por Jesus-Cristo.
No primeiro sábado de permanência em Antioquia os arautos do Evangelho dirigiram-se à sinagoga local. Ibraim, satisfeitíssimo com a cooperação do novo empregado, dera-lhe duas túnicas usadas, que Paulo e Barnabé envergaram com alegria.
Toda a população “temente a Deus” comprimia-se no recinto. Sentaram-se os dois no local reservado aos visitantes ou desconhecidos. Terminado o estudo e comentários da Lei e dos Profetas, o diretor dos serviços religiosos perguntou-lhes, em voz alta, se desejariam dizer algumas palavras aos presentes.
De pronto, Paulo levantou-se e aceitou o convite.
Dirigiu-se à modesta tribuna em atitude nobre e começou a discorrer sobre a Lei, tomado de eloquência sublime. O auditório, não afeito a raciocínios tão altos, seguia-lhe a palavra fluente como se houvera encontrado um profeta autêntico, a espalhar maravilhas. Os israelitas não cabiam em si de contentes. Quem era aquele homem de quem se poderia orgulhar o próprio Templo de Jerusalém? Em dado momento, contudo, as palavras do orador passaram a ser quase incompreensíveis para todos. Seu verbo sublime anunciava um Messias que já viera ao mundo. Alguns judeus aguçaram os ouvidos. Tratava-se do Cristo Jesus, por intermédio de quem as criaturas deveriam esperar a graça e a verdade da salvação. O ex-doutor observou que numerosas fisionomias mostravam-se contrariadas, mas a maioria escutava-o com indefinível vibração de simpatia. A relação dos feitos de Jesus, sua exemplificação divina, a morte na cruz, arrancavam lágrimas do auditório. O próprio chefe da sinagoga estava profundamente surpreendido…
Terminada a longa oração, o novo missionário foi abraçado por grande número de assistentes. Ibraim, que acabava de conhecê-lo sob novo aspecto, cumprimentou-o radiante. Eustáquio, o oleiro que dera trabalho a Barnabé, aproximou-se para as saudações, altamente sensibilizado. Os descontentes, no entanto, não faltaram. O êxito de Paulo contrariou o espírito fariseu da assembleia.
No dia imediato, Antioquia de Pisídia estava empolgada pelo assunto. A tenda de Ibraim e a olaria de Eustáquio foram locais de grandes discussões e entendimentos. Paulo falou, então, das curas que se poderiam fazer em nome do Mestre. Uma velha tia do seu patrão foi curada de enfermidade pertinaz, com a simples imposição das mãos e as preces ao Cristo. Dois filhinhos do oleiro restabeleceram-se com a intervenção de Barnabé. Os dois emissários do Evangelho ganharam logo muito conceito. A gente simples vinha solicitar-lhes orações, cópias dos ensinos de Jesus, enquanto muitos enfermos se restabeleciam. Se o bem estava crescendo, a animosidade contra eles também crescia, da parte dos mais altamente colocados na cidade. Iniciou-se o movimento contrário ao Cristo. Não obstante a continuidade das pregações de Paulo, aumentava, entre os israelitas poderosos, a perseguição, o apodo e a ironia. Os mensageiros da Boa Nova, entretanto, não desanimaram. Confortados pelos mais sinceros, fundaram a igreja na casa de Ibraim. Quando tudo ia bem, eis que o ex-rabino, ainda em consequência das vicissitudes experimentadas na travessia dos pântanos da Panfília, cai gravemente enfermo, preocupando a todos os irmãos. Durante um mês, esteve sob a influência maligna de uma febre devoradora. Barnabé e os novos amigos foram inexcedíveis em cuidados.
Explorando o incidente, os inimigos do Evangelho puseram-se em campo, ironizando a situação. Havia mais de três meses que os dois anunciavam o novo Reino, reformavam as noções religiosas do povo, curavam as moléstias mais pertinazes e, por que motivo o poderoso pregador não se curava a si mesmo? Fervilhavam, assim, os ditos mordazes e os conceitos deprimentes.
Os confrades, entretanto, foram de uma dedicação sem limites. Paulo foi tratado com extremos de ternura, no lar de Ibraim, como se houvesse encontrado um novo lar.
Após a convalescença, o desassombrado tecelão voltou mais alvissareiro à pregação das verdades novas.
Observando-lhe a coragem, os elementos judaicos, ralados de despeito, tramaram sua expulsão sem qualquer condescendência. Por vários meses o ex-doutor de Jerusalém lutou contra os golpes do farisaísmo dominante na cidade, mantendo-se superior a calúnias e insultos. Mas, quando revelava seu poder de resolução e firmeza de ânimo, eis que os israelitas descontentes ameaçam Ibraim e Eustáquio com a supressão de regalias e banimento. Os dois antigos habitantes de Antioquia de Pisídia eram acusados como partidários da revolução e da desordem. Altamente comovidos, receberam a notificação de que somente a retirada de Paulo e Barnabé poderia salvá-los do cárcere e da flagelação.
Os missionários de Jesus consideram a penosa situação dos amigos e resolvem partir. Ibraim tem os olhos rasos de lágrimas. Eustáquio não consegue esconder o abatimento. Ante as interrogações de Barnabé, o ex-rabino expõe o plano das atividades futuras. Demandariam Icônio. Pregariam ali as verdades de Deus. O discípulo de Simão Pedro aprova sem hesitar. Reunindo os irmãos em noite memorável para quantos lhe viveram as profundas emoções, os mensageiros da Boa Nova se despedem. Por mais de oito meses haviam ensinado o Evangelho. Afrontaram zombarias e apodos, haviam conhecido provações bem amargas. Seus labores estavam sendo premiados pelo mundo com o banimento, como se eles fossem criminosos comuns, mas a igreja do Cristo estava fundada. Paulo falou nisso, quase com orgulho, não obstante as lágrimas que lhe rolavam dos olhos. Os novos discípulos do Mestre não deveriam estranhar as incompreensões do mundo, mesmo porque, o próprio Salvador não escapara à cruz da ignomínia, acrescentando que a palavra “cristão” significava seguidor do Cristo. Para descobrir e conhecer as sublimidades do Reino de Deus era preciso trabalhar e sofrer sem descanso.
A assembleia afetuosa, por sua vez, acolheu as exortações, lavada em lágrimas.
Na manhã imediata, munidos de uma carta de recomendação de Eustáquio e carregando vasta provisão de pequeninas lembranças dos companheiros de fé, puseram-se a caminho, intrépidos e felizes.
O percurso excedente a cem quilômetros foi difícil e doloroso, mas os pioneiros não se detiveram na consideração de qualquer obstáculo.
Chegados à cidade, apresentaram-se ao amigo de Eustáquio, de nome Onesíforo. Recebidos com generosa hospitalidade, no sábado imediato, antes mesmo de fixar-se no trabalho profissional, Paulo foi expor os objetivos de sua passagem pela região. A estreia na sinagoga provocou animadas discussões. O elemento político da cidade constituía-se de judeus ricos e instruídos na ; contudo, os gentios representavam, em grande número, a classe média. Estes últimos receberam a palavra de Paulo com profundo interesse, mas os primeiros desfecharam grande reação logo de início. Houve tumultos. Os orgulhosos filhos de Israel não podiam tolerar um Salvador que se entregara, sem resistência, à cruz dos ladrões. A palavra do Apóstolo, entretanto, alcançara tão grande favor público que os gentios de Icônio ofereceram-lhe um vasto salão para que lhes fosse ministrado o ensinamento evangélico, todas as tardes. Queriam notícias do novo Messias, interessavam-se pelos seus menores feitos e por suas máximas mais simples. O ex-rabino aceitou o encargo, cheio de gratidão e simpatia. Diariamente, terminada a tarefa comum, compacta multidão de iconienses aglomerava-se ansiosa por lhe ouvir o verbo vibrante. Dominando a administração, os judeus não tardaram em reagir, mas foi inútil a tentativa de intimidar o pregador com as mais fortes ameaças. Ele continuou pregando intrépida, desassombradamente. Onesíforo, a seu turno, dava-lhe mão forte e, dentro em pouco, fundava-se a igreja em sua própria casa.
Os israelitas mantinham viva a ideia da expulsão dos missionários quando um incidente ocorreu em auxílio deles.
É que uma jovem noiva, ouvindo ocasionalmente as pregações do Apóstolo dos gentios diariamente penetrava no salão em busca de novos ensinamentos. Enlevada com as promessas do Cristo e sentindo extrema paixão pela figura empolgante do orador, fanatizara-se lamentavelmente, esquecendo os deveres que a prendiam ao noivo e à ternura maternal. Tecla, que assim se chamava, não mais atendia aos laços sacrossantos que deveria honrar no ambiente doméstico. Abandonou o trabalho diuturno para esperar o crepúsculo, com ansiedade. Teóclia, sua mãe, e Tamíris, o noivo, acompanham o caso com desagradável surpresa. Atribuíam a Paulo semelhante desequilíbrio. O ex-doutor, por sua vez, estranhava a atitude da jovem, que, diariamente, insinuava-se com perguntas, olhares e momices singulares.
Certa vez, quando se dispunha a voltar para casa de Onesíforo, em companhia de Barnabé, a moça lhe pediu uma palavra em particular.
Ante suas perguntas atenciosas, Tecla corava, gaguejando:
— Eu… eu…
— Dize, filha — murmurou o Apóstolo um tanto preocupado —, deves considerar-te em presença de um pai.
— Senhor — conseguiu dizer ofegante —, não sei por quê, tenho recebido grande impressão com a vossa palavra.
— O que tenho ensinado — esclareceu Paulo — não é meu; vem de Jesus, que nos deseja todo o bem.
— De qualquer modo, porém — disse ela com mais timidez —, amo-vos muito!…
— Paulo assustou-se. Não contava com essa declaração. A expressão “amo-vos muito” não era articulada em tom de fraternidade pura, mas com laivos de particularismo que o Apóstolo percebeu sobremaneira impressionado. Depois de meditar muito na situação imprevista, respondeu convicto:
— Filha, os que se amam em espírito, unem-se em Cristo para a eternidade das emoções mais santas; mas quem sabe está amando a carne que vai morrer?
— Tenho necessidade da vossa afeição — exclamou a jovem, de olhar lacrimoso.
— Sim — esclareceu o ex-rabino —, mas os dois temos necessidade da afeição do Cristo. Somente amparados nele poderemos experimentar algum ânimo em nossas fraquezas.
— Não poderei esquecer-vos — soluçou a moça, despertando-lhe compaixão.
Paulo ficou pensativo. Recordou a mocidade. Lembrou os sonhos que tecera ao lado de Abigail. Num minuto, seu espírito devassou um mundo de suaves e angustiosas reminiscências; e como se voltasse de um misterioso país de sombras, exclamou como se falasse consigo mesmo:
— Sim, o amor é santo, mas a paixão é venenosa. Moisés recomendou que amássemos a Deus acima de tudo; e o Mestre acrescentou que nos amássemos uns aos outros, em todas as circunstâncias da vida…
E fixando os olhos, agora muito brilhantes, na jovem que chorava, exclamou quase acrimonioso:
— Não te apaixones por um homem feito de lodo e de pecado, e que se destina a morrer!…
Tecla ainda não voltara a si da própria surpresa, quando o noivo desolado penetrou no recinto deserto. Tamíris faz as primeiras objeções em grandes brados, ao passo que o mensageiro da Boa Nova lhe ouve as reprimendas com grande serenidade. A noiva replica mal-humorada. Reafirma sua simpatia por Paulo, expõe francamente as intenções mais íntimas. O rapaz escandaliza-se. O Apóstolo espera pacientemente que o noivo o interrogue. E, quando convocado a justificar-se, explica em tom fraternal:
— Amigo, não te acabrunhes nem te exaltes, em face dos sucessos que se originam de profundas incompreensões. Tua noiva está simplesmente enferma. Estamos anunciando o Cristo, mas o Salvador tem os seus inimigos ocultos em toda parte, como a luz tem por inimiga a treva permanente. Mas a luz vence a treva de qualquer natureza. Iniciamos o labor missionário nesta cidade, sem grandes obstáculos. Os judeus nos ridicularizam e, todavia, nada encontraram em nossos atos que justifique a perseguição declarada. Os gentios nos abraçam com amor. Nosso esforço desenvolve-se pacificamente e nada nos induz ao desânimo. Os adversários invisíveis, da verdade e do bem, certo se lembraram de influenciar esta pobre criança, para faze-la instrumento perturbador de nossa tarefa. É possível que não me compreendas de pronto; no entanto, a realidade não é outra.
Tamíris, contudo, deixando entrever que padecia da mesma influência perniciosa, bradou enraivecido:
— Sois um feiticeiro imundo! Esta é que é a verdade. Mistificador do povo simplório e rude, não passais de reles sedutor de moças impressionáveis. Insultais uma viúva e um homem honesto, qual sou, insinuando-vos no espírito frágil de uma órfã de pai.
Espumava de cólera. Paulo ouviu-lhe as diatribes, com grande presença de espírito.
Quando o moço cansou de esbravejar, o Apóstolo tomou o manto, fez um gesto de despedida e acentuou:
— Quando somos sinceros, estamos em repouso invulnerável; mas cada um aceita a verdade como pode. Pensa, pois, e entende como puderes.
E abandonou o recinto para ir ter com Barnabé.
Os parentes de Tecla, porém, não descansaram em face do que consideravam um ultraje. Na mesma noite, valendo-se do pretexto, as autoridades judaicas de Icônio ordenaram a prisão do emissário da Boa Nova. A fileira dos descontentes afluiu à porta de Onesíforo, vociferando impropérios. Apesar da interferência dos amigos, Paulo foi arrastado ao cárcere, onde sofreu o suplício dos trinta e nove açoites. Acusado como sedutor e inimigo das tradições da família, ao demais blasfemo e revolucionário, foi indispensável muita dedicação dos confrades recém-convertidos para restituir-lhe a liberdade.
Depois de cinco dias de prisão com severos castigos, Barnabé o recebeu exultante de alegria.
O caso de Tecla revestira proporções de grande escândalo, mas o Apóstolo, na primeira noite de liberdade, reuniu a igreja doméstica, fundada com Onesíforo e esclareceu a situação, para conhecimento de todos.
Barnabé considerou impossível ali ficarem por mais tempo. Novo atrito com as autoridades poderia prejudicar-lhes a tarefa. Paulo entretanto, mostrava-se bastante resoluto. Se preciso, voltaria a pregar o Evangelho na via pública, revelando a verdade aos gentios, já que os filhos de Israel se compraziam nos desvios clamorosos.
Chamado a opinar, Onesíforo ponderou a situação da pobre moça, transformada em objeto da ironia popular. Tecla era noiva e órfã de pai. Tamíris havia criado a lenda de que Paulo não passava de poderoso feiticeiro. Se, na qualidade de noiva, ela fosse encontrada novamente junto do Apóstolo, mandava a tradição que fosse condenada à fogueira.
Ciente das superstições regionais, o ex-rabino não hesitou um minuto. Deixaria Icônio no dia imediato.
Não que capitulasse diante do inimigo invisível, mas porque a igreja estava fundada e não era justo cooperar no martírio moral de uma criança.
A decisão do Apóstolo mereceu aprovação geral. Assentaram-se as bases para a continuação do aprendizado evangélico. Onesíforo e os demais irmãos assumiram o compromisso de velar pelas sementes recebidas como dádiva celestial.
No curso das conversações, Barnabé estava pensativo. Para onde iriam? Não seria justo pensar na volta? As dificuldades avultavam dia a dia e a saúde de ambos, desde a internação nas margens do Cestro, era muito inconstante. O discípulo de Pedro, contudo, conhecendo o ânimo e o espírito de resolução do companheiro, esperou pacientemente que o assunto aflorasse espontânea e naturalmente.
Em socorro dos seus cuidados, um dos amigos presentes interrogou Paulo com vivacidade.
— Quando pretendem partir?
— Amanhã — respondeu o Apóstolo.
— Mas, não será melhor repousar alguns dias? Tendes as mãos inchadas e o rosto ferido pelos açoites.
— O serviço é de Jesus e não nosso. Se cuidamos muito de nós mesmos, nesse capítulo de sofrimentos, não daremos conta do recado; e se paralisarmos a marcha nos lances difíceis, ficaremos com os tropeços e não com o Cristo.
Seus argumentos pitorescos e concludentes espalhavam uma atmosfera de bom humor.
— Voltareis a Antioquia? — perguntou Onesíforo com atenção.
Barnabé aguçou os ouvidos para conhecer detalhadamente a resposta, enquanto o companheiro retrucava:
— Certo que não: Antioquia já recebeu a Boa Nova da redenção. E a Licaônia?!
Olhando agora para o ex-levita de Chipre, como a solicitar a sua aprovação, acentuava:
— Marcharemos para a frente. Não estás de acordo, Barnabé? Os povos da região precisam do Evangelho. Se estamos tão satisfeitos com as notícias do Cristo, por que negá-las aos que necessitam do batismo da verdade e da nova fé?!…
O companheiro fez um sinal afirmativo e concordou, resignado:
— Sem dúvida. Iremos para a frente; Jesus nos auxiliará.
E os presentes passaram a comentar a posição de Listra, bem como os costumes interessantes da sua gente simples. Onesíforo tinha lá uma irmã viúva, por nome Lóide. Daria uma carta de recomendação aos missionários. Seriam hóspedes de sua irmã, durante o tempo que precisassem.
Os dois pregoeiros do Evangelho rejubilaram-se. Principalmente Barnabé não cabia em si de contentamento, afastando a ideia triste de ficarem completamente isolados.
No dia seguinte, sob comovidos adeuses, os missionários tomavam a estrada que os conduziria ao novo campo de lutas.
Após viagem penosíssima, chegaram à pequena cidade, num crepúsculo pardacento. Estavam exaustos.
A irmã de Onesíforo, no entanto, foi pródiga em gentilezas. Velha viúva de um grego abastado, Lóide morava em companhia de sua filha Eunice, igualmente viúva, e de seu neto , cuja inteligência e generosos sentimentos de menino constituíam o maior encanto das duas senhoras. Os mensageiros da Boa Nova foram recebidos nesse lar com inequívocas provas de simpatia. O inexcedível carinho dessa família foi um bálsamo confortador para ambos. Conforme seu hábito, Paulo referiu-se na primeira oportunidade ao desejo imenso de trabalhar, durante o tempo de sua permanência em Listra, de modo a não se tornar passível de maledicência ou crítica, mas a dona da casa opôs-se terminantemente. Seriam seus hóspedes. Bastava a recomendação de Onesíforo para que ficassem tranquilos. Além disso, explicava: Listra era uma cidade muito pobre, possuía apenas duas tendas humildes, onde nunca se faziam tapetes.
Paulo estava muito sensibilizado com o acolhimento carinhoso. Na mesma noite da chegada, observou a ternura com que Timóteo, tendo pouco mais de treze anos, tomava os pergaminhos da Lei de Moisés e os Escritos Sagrados dos Profetas. Deixou o Apóstolo que as duas senhoras comentassem as revelações em companhia do mesmo, até que fosse chamado a intervir. Quando tal se deu, aproveitou o ensejo para fazer a primeira apresentação do Cristo ao coração enlevado dos ouvintes. Tão logo começou a falar, observou a profunda impressão das duas mulheres, cujos olhos brilhavam enternecidos; mas o pequeno Timóteo ouvia-o com tais demonstrações de interesse que, muitas vezes, lhe acariciou a fronte pensativa.
Os parentes de Onesíforo receberam a Boa Nova com júbilos infinitos. No dia imediato não se falou de outra coisa. O rapaz fazia interrogações de toda espécie. O Apóstolo, porém, atendia-o com alegria e interesse fraternais.
Durante três dias os missionários entregaram-se a caricioso descanso das energias físicas. Paulo aproveitou a ocasião para conversar largamente com Timóteo, junto do grande curral onde as cabras se recolhiam.
Somente no sábado, procuraram tomar contato mais íntimo com a população. Listra estava cheia das mais estranhas lendas e crendices. As famílias judaicas eram muito raras e o povo simplório aceitava como verdades todos os símbolos mitológicos. A cidade não possuía sinagoga, mas um pequeno templo consagrado a Júpiter, que os camponeses aceitavam como o pai absoluto dos deuses do Olimpo. Havia um culto organizado. As reuniões efetuavam-se periodicamente, os sacrifícios eram numerosos.
Numa praça nua movimentava-se o mercado parco, pela manhã.
Paulo compreendeu que não encontraria melhor local para o primeiro contato direto com o povo.
De cima de uma tribuna improvisada de pedras superpostas, começou a pregação em voz forte e comovedora. Os populares aglomeraram-se de súbito. Alguns surgiam das casas pacíficas, para verificar o motivo do compacto ajuntamento. Ninguém se lembrou das aquisições de carne, de frutas, de verduras. Todos queriam ouvir o desconhecido forasteiro.
O Apóstolo falou, primeiramente, das profecias que haviam anunciado a vinda do Nazareno e, em seguida passou a relatar os feitos de Jesus entre os homens.
Pintou a paisagem da Galileia com as cores mais brilhantes do seu gênio descritivo, falou da humildade e da abnegação do Messias. Quando se referia às curas prodigiosas que o Cristo realizara, notou que um pequeno grupo de assistentes lhe dirigiam chufas. Inflamado de fervor na sua parenética, Paulo recordou o dia em que vira Estêvão curar uma jovem muda, em nome do Senhor.
Crente de que o Mestre não o desampararia, passeou o olhar pela turba numerosa. A distância de alguns metros enxergou um mendigo miserável, que se arrastava penosamente. Impressionado com o discurso evangélico, o aleijado de Listra aproximou-se, bracejando no solo e, sentando-se com dificuldade, fixou os olhos no pregador que o observava sumamente comovido.
Renovando os valores da sua fé, Paulo contemplou-o com energia e falou com autoridade:
— Amigo, em nome de Jesus, levanta-te!
O mísero, olhos fixos no Apóstolo, levantou-se com facilidade, enquanto a multidão dava gritos, surpreendida. Alguns recuaram aterrados. Outros procuraram o vulto de Paulo e o de Barnabé, contemplando-os, deslumbrados e satisfeitos. O aleijado começou a saltar de alegria. Conhecido na cidade, de longa data, a cura prodigiosa não deixava a menor dúvida.
Muitas pessoas se ajoelharam. Outras correram aos quatro cantos de Listra para anunciar que o povo havia recebido a visita dos deuses. A praça encheu-se em poucos minutos. Todos queriam ver o mendigo reintegrado nos seus movimentos livres. Espalhou-se o sucesso, rapidamente. Barnabé e Paulo eram Júpiter e Mercúrio descidos do Olimpo. Os Apóstolos, jubilosos com a dádiva de Jesus, mas, profundamente surpreendidos com a atitude dos licaônios, perceberam logo o mal-entendido. Em meio do respeito geral, Paulo subiu de novo à tribuna improvisada, explicando que ele e o companheiro eram simples criaturas mortais, realçando a misericórdia do Cristo, que se dignara ratificar a promessa do Evangelho, naquele minuto inesquecível. Debalde, porém, multiplicava os seus esclarecimentos. Todos lhe ouviam a palavra genuflexos, em atitude estática. Foi aí que um velho sacerdote, paramentado segundo os hábitos da época, surgiu inesperadamente conduzindo dois bois engrinaldados de flores, com ademanes e mesuras solenes. Em voz alta, o ministro de Júpiter convida o povo ao cerimonial do sacrifício aos deuses vivos.
Paulo percebe o movimento popular e, descendo ao centro da praça, grita com toda força dos pulmões, abrindo a túnica na altura do peito:
— Não cometais sacrilégios!… não somos deuses… Vede!… somos simples criaturas de carne!…
Seguido de perto por Barnabé, arrebata das mãos do velho sacerdote a delicada trança de couro que prendia os animais, soltando os dois touros pacíficos, que se puseram a devorar as verdes coroas.
O ministro de Júpiter quis protestar, calando-se em seguida, muito desapontado. E entre os mais extravagantes comentários, os missionários bateram em retirada, ansiosos por um local de oração, onde pudessem elevar a Jesus seus votos de alegria e reconhecimento.
— Grande triunfo! — disse Barnabé quase orgulhoso. — As dádivas do Cristo foram numerosas, o Senhor lembra-se de nós!…
Paulo ficou pensativo e redarguiu:
— Quando recebemos muitos favores, precisamos pensar nos muitos testemunhos. Penso que experimentaremos grandes provações. Aliás, não devemos esquecer que a vitória da entrada do Mestre em Jerusalém precedeu os suplícios da cruz.
O companheiro, considerando o elevado sentido daquelas afirmações, entrou a meditar em profundo silêncio.
Lóide e a filha estavam radiantes. A cura do aleijado conferia aos mensageiros da Boa Nova singular situação de evidência. Paulo valeu-se da oportunidade para fundar o primeiro núcleo do Cristianismo na pequena cidade. As providências iniciais foram tomadas na residência da generosa viúva, que pôs à disposição dos missionários todos os recursos ao seu alcance.
Tal como em Nea-Pafos, estabeleceram num casebre muito humilde a sede das atividades de informações e de auxílio. Em lugar de João Marcos, era o pequeno Timóteo quem auxiliava em todos os misteres. Numerosas pessoas copiavam o Evangelho, durante o dia, enquanto os enfermos acorriam de toda parte, carecidos de imediata assistência.
Não obstante tal êxito, crescia igualmente a animosidade de uns tantos, contra a nova doutrina.
Os poucos judeus de Listra deliberaram consultar as autoridades de Icônio, relativamente aos dois desconhecidos. E foi isso o bastante para que se turvassem os horizontes. Os comissionários regressaram com um acervo de notícias ingratas. O era pintado a cores negras. Paulo e Barnabé eram acusados de blasfemos, feiticeiros, ladrões e sedutores de mulheres honestas. Paulo, principalmente, era apresentado como revolucionário temível. O assunto, em Listra, foi discutido “intra muros”. Os administradores da cidade convidaram o sacerdote de Júpiter a entrar na campanha contra os embusteiros e, com a mesma facilidade com que haviam acreditado na sua condição de deuses, passaram todos a atribuir aos pregadores as maiores perversões. Combinaram-se providências criminosas. Desde a chegada dos dois desconhecidos, que falavam em nome de um novo profeta, Listra vivia sobressaltada por ideias diferentes. Era preciso coibir os abusos. A palavra de Paulo era audaciosa e requeria corretivo eficaz. Finalmente, deliberaram que o fogoso pregador fosse apedrejado na primeira ocasião que falasse em público.
Ignorando o que se tramava, o Apóstolo dos gentios, deixando Barnabé acamado por excesso de trabalho, fez-se acompanhar do pequeno Timóteo, no sábado imediato, ao entardecer, foi até à praça pública onde, mais uma vez, anunciou as verdades e promessas do Evangelho do Reino.
O logradouro apresentava movimento invulgar. O pregador notou a presença de muitas fisionomias suspeitas e absolutamente desconhecidas. Todos lhe acompanhavam os mínimos gestos com evidente curiosidade.
Com a máxima serenidade, subiu à tribuna e começou a falar das glórias eternas que o Senhor Jesus havia trazido à Humanidade sofredora. No entanto, mal havia iniciado o sermão evangélico, quando, aos gritos furiosos dos mais exaltados, começaram a chover pedras em barda [em grande quantidade].
Paulo subitamente a figura inesquecível de Estêvão. Certo, o Mestre lhe reservara o mesmo gênero de morte, para que se redimisse do mal infligido ao mártir da igreja de Jerusalém. Os pequenos e duros granizos caíam-lhe nos pés, no peito, na fronte. Sentiu o sangue a escorrer-lhe da cabeça ferida e ajoelhou-se, sem uma queixa, rogando a Jesus que o fortalecesse no angustioso transe.
Nos primeiros momentos, Timóteo, aterrado, pôs-se a gritar, suplicando socorro; mas um homem de braços atléticos aproxima-se cauto e murmura-lhe no ouvido:
— Cala-te se queres ser útil!…
— És tu, Gaio? — exclamou o pequeno de olhos lacrimosos, experimentando certo conforto em reconhecer um rosto amigo no pandemônio em que se via.
— Sim — disse o outro baixinho —, aqui estou para socorrer o Apóstolo. Não posso esquecer que ele curou minha mãe.
E olhando o movimento da turba criminosa acrescentou:
— Não temos tempo a perder. Não tardará que o levem ao monturo. Se tal se der, procura seguir-nos com um pouco de água. Se o missionário não sucumbir, prestarás os primeiros socorros, até que eu consiga prevenir tua mãe!…
Separaram-se imediatamente. Ralado de aflição, o rapaz viu o pregador de joelhos, olhos fitos no céu, num transporte inesquecível. Filetes de sangue desciam-lhe da fronte fraturada. Em dado momento, a cabeça pendeu e o corpo tombou desamparado. A multidão parecia tomada de assombro. Prevalecendo-se da situação em que não se observavam diretrizes prévias, Gaio insinuou-se. Aproximou-se do Apóstolo inerme, fez um gesto significativo para o povo e bradou:
— O feiticeiro está morto!…
Sua figura gigantesca despertara as simpatias da turba inconsciente. Estrugiram aplausos. Os que haviam promovido o nefando atentado desapareceram. Gaio compreendeu que ninguém ousava assumir a responsabilidade individual. Em estranhas vibrações, bradavam os mais perversos:
— Fora das portas… fora das portas!… Feiticeiro ao monturo!… Feiticeiro ao montu… u… ro!…
O amigo de Paulo, disfarçando a comiseração com gestos de ironia, falou à multidão satisfeita:
— Levarei os despojos do bruxo!
A turba fez um alarido ensurdecedor e Gaio procurou arrastar o missionário com a cautela possível.
Atravessaram vielas extensas, em gritos, até que, atingindo um local deserto, um tanto distante dos muros de Listra, deixaram Paulo semimorto, na montureira do lixo.
O latagão inclinou-se, como a verificar a morte do apedrejado, e observando, cuidadosamente, que ainda vivia, gritou:
— Deixemo-lo aos cães, que se incumbirão do resto! É preciso celebrar o feito com algum vinho!…
E seguindo o líder daquela tarde, a multidão bateu em retirada, enquanto Timóteo se aproximava do local, valendo-se das sombras da noite que começava a fechar-se. Correndo a um poço, não muito distante, e que se destinava à serventia pública, o pequeno encheu o gorro impermeável, de água pura, prestando os primeiros socorros ao ferido. Banhado em lágrimas, notou que Paulo respirava com dificuldade, como se houvesse mergulhado em profundo desmaio. O jovem listrense assentou-se ao eu lado, banhou-lhe a testa ferida com extremos de carinho. Mais alguns minutos e o Apóstolo voltava a si para examinar a situação. Timóteo o informou de tudo. Muito compungido, Paulo agradeceu a Deus, pois reconhecia que somente a misericórdia do Altíssimo poderia ter operado o milagre, por sequestrá-lo aos propósitos criminosos da turba inconsciente.
Decorridas duas horas, três vultos silenciosos aproximavam-se. Muito aflito, Barnabé deixara o leito, não obstante o estado febril, para acompanhar Lóide e Eunice, que, avisadas por Gaio, acorriam com os primeiros socorros.
Todos renderam graças a Jesus, enquanto Paulo tomava pequena dose de vinho reconfortador. Organização espiritual poderosa, apesar das sevícias físicas, o tecelão de Tarso levantou-se e regressou a casa com os amigos, levemente amparado por Barnabé, que lhe oferecera o braço amigo.
O resto da noite passou-se em conversações carinhosas. Os dois emissários da Boa Nova temiam agressão do povo às generosas senhoras que os haviam hospedado e socorrido. Era preciso partir, para evitar maiores incômodos e complicações.
Em vão a palavra de Lóide se fez ouvir, procurando dissuadir os pregoeiros do Cristo; debalde Timóteo beijou as mãos de Paulo e lhe pediu que não partisse. Receosos de mais tristes consequências, depois de coordenarem as instruções necessárias à igreja nascente, transpuseram as portas da cidade ao amanhecer, em direção a Derbe, que ficava algo distante.
Depois de penosa caminhada, atingiram o novo setor de trabalho, onde haveriam de estagiar mais de um ano. Embora entregues ao trabalho manual, com que ganhavam o pão da vida, os dois companheiros precisaram de seis meses para restabelecer a saúde comprometida. Como tecelão e oleiro anônimos, Paulo e Barnabé deixaram-se ficar em Derbe longo tempo, sem despertar a curiosidade pública. Só depois de refeitos dos abalos sofridos, recomeçaram a Boa Nova do Reino de Jesus. Visitando os arredores, provocaram grande interesse da gente simples, pelo Evangelho da redenção. Pequenas comunidades cristãs foram fundadas em ambiente de muitas alegrias.
Após muito tempo de labor, resolveram regressar ao núcleo original do seu esforço. Vencendo etapas difíceis, visitaram e encorajaram todos os irmãos escalonados nas diversas regiões da Licaônia, Pisídia e Panfília.
De Perge desceram a Atália, de onde embarcaram com destino a Selêucia e dali ganharam Antioquia.
Ambos haviam experimentado a dificuldade dos serviços, mais rudes. Muita vez se viram perplexos com os problemas intrincados da empresa: em troca da dedicação fraternal, haviam recebido remoques, açoites e acusações pérfidas; contudo, através do abatimento físico e dos gilvazes, irradiavam ondas invisíveis de intenso júbilo espiritual. É que, entre os espinhos da estrada escabrosa, os dois companheiros desassombrados mantinham ereta a cruz divina e consoladora, espalhando a mancheias as sementes benditas do Evangelho de Redenção.
Animados do Espírito-Santo — Ninguém deverá ignorar que Espírito-Santo designa a legião dos Espíritos santificados na luz e no amor, que cooperam com o Cristo desde os primeiros tempos da Humanidade. (Nota de Emmanuel)
Provérbios, Pv 30:7.
at 12:10
Caminho, Verdade e Vida
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 100 Página: 215 Francisco Cândido Xavier Emmanuel Saulo Cesar Ribeiro da Silva
“E, depois de passarem a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua e logo o anjo se apartou dele.” — (At 12:10)
Os homens esperam sempre ansiosamente o auxílio do Plano espiritual. Não importa o nome pelo qual se designe esse amparo. Na essência é invariavelmente o mesmo, embora seja conhecido entre os espiritistas por “proteção dos guias” e nos círculos protestantes por “manifestações do Espírito Santo”.
As denominações apresentam interesse secundário. Essencial é considerarmos que semelhante colaboração constitui elemento vital nas atividades do crente sincero.
No entanto, a contribuição recebida por Pedro, no cárcere, representa lição para todos.
Sob cadeias pesadíssimas, o pescador de Cafarnaum vê aproximar-se o anjo do Senhor, que o liberta, atravessa em sua companhia os primeiros perigos na prisão, caminha ao lado do mensageiro, ao longo de uma rua; contudo, o emissário afasta-se, deixando-o novamente entregue à própria liberdade, de maneira a não desvalorizar-lhe as iniciativas.
Essa exemplificação é típica.
Os auxílios do invisível são incontestáveis e jamais falham em suas multiformes expressões, no momento oportuno; mas é imprescindível não se vicie o crente com essa espécie de cooperação, aprendendo a caminhar sozinho, usando a independência e a vontade no que é justo e útil, convicto de que se encontra no mundo para aprender, não lhe sendo permitido reclamar dos instrutores a solução de problemas necessários à sua condição de aluno.
at 12:12
Evangelho por Emmanuel, O – Comentários ao Evangelho Segundo Marcos
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0 Francisco Cândido Xavier Emmanuel Saulo Cesar Ribeiro da Silva
Grandes e pequenas contribuições se somaram neste que é o resultado de muitas mãos e corações. Por isso queremos deixar grafados aqui nossos agradecimentos.
Em primeiro lugar, queremos registrar nossa gratidão à Federação. Espírita Brasileira, particularmente à Diretoria da Instituição pelo apoio e incentivo com que nos acolheram; às pessoas responsáveis pela biblioteca e arquivos, que literalmente abriram todas as portas para que tivéssemos acesso aos originais de livros, revistas e materiais de pesquisa e à equipe de editoração pelo carinho, zelo e competência demonstrados durante o projeto.
Aos nossos companheiros e companheiras da Federação Espírita do Distrito Federal, que nos ofereceram o ambiente propício ao desenvolvimento do estudo e reflexão sobre o Novo Testamento à luz da Doutrina Espírita. Muito do que consta nas introduções aos livros e identificação dos comentários tiveram origem nas reuniões de estudo ali realizadas.
Aos nossos familiares, que souberam compreender-nos as ausências constantes, em especial ao João Vitor, 9 anos, e Ana Clara, 11 anos, que por mais de uma vez tiveram que acompanhar intermináveis reuniões de pesquisa, compilação e conferência de textos. Muito do nosso esforço teve origem no desejo sincero de que os ensinos aqui compilados representem uma oportunidade para que nos mantenhamos cada vez mais unidos em torno do Evangelho.
A Francisco Cândido Xavier, pela vida de abnegação e doação que serviu de estrada luminosa por meio da qual foram vertidas do alto milhares de páginas de esclarecimento e conforto que permanecerão como luzes eternas a apontar-nos o caminho da redenção.
A Emmanuel, cujas palavras e ensinos representam o contributo de uma alma profundamente comprometida com a essência do Evangelho.
A Jesus que, na qualidade de Mestre e Irmão maior, soube ajustar-se a nós, trazendo-nos o seu sublime exemplo de vida e fazendo reverberar em nosso íntimo a sinfonia imortal do amor. Que a semente plantada por esse excelso Semeador cresça e se converta na árvore frondosa da fraternidade, sob cujos galhos possa toda a humanidade se reunir um dia.
A Deus, Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas e Pai misericordioso e bom de todos nós.
Fac-símile do comentário mais antigo a integrar a coleção, referente a Jo 10:30, publicado em novembro de 1940 na revista Reformador.
N. E.: Essa mensagem no 4° volume da coleção O Evangelho por Emmanuel, mas, considerando seu conteúdo e significação, optamos por incluí-la também no início de cada volume.
Léon Denis
at 12:7
Cristianismo e Espiritismo
Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 5 Léon Denis
Os primeiros cristãos comunicavam-se com os Espíritos dos mortos e deles recebiam ensinamentos. Nenhuma dúvida é possível sobre esse ponto, porque são abundantes os testemunhos. Resultam dos próprios textos dos livros canônicos, textos que conseguiram escapar às vicissitudes dos tempos e cuja autenticidade é indubitável. (Nota xvii: Ver nota complementar nº 6.) O Cristianismo repousa inteiramente em fatos de aparição e manifestação dos mortos e fornece inúmeras provas da existência do mundo invisível e das almas que o povoam.
Essas provas são igualmente abundantes no Antigo e Novo Testamento. Num como noutro, encontram-se aparições de anjos (Nota xviii: Em hebraico, o verdadeiro sentido da palavra anjo, melach, é mensageiro.) dos Espíritos dos justos, avisos e revelações feitos pelas almas dos mortos, o dom de profecias (Nota xix: O dom de profecia não consistia simplesmente em predizer o futuro, mas, de um modo mais extenso, em falar e transmitir ensinos sob a influência dos Espíritos.) e o dom de curar. (Nota xx: Ver, quanto ao conjunto desses fenômenos, a nota complementar n° 7, sobre "Os fatos espíritas na Bíblia".) Em o Novo Testamento são referidas as aparições do próprio Jesus, depois do seu suplício e sepultura.
A existência do Cristo havia sido uma constante comunhão com o mundo invisível. O filho de Maria era dotado de faculdades que lhe permitiam conversar com os Espíritos. Estes, muitas vezes, tornavam-se visíveis ao seu lado. Seus discípulos o viram, assombrados, conversar um dia no Tabor com Elias e Moisés. (Nota xxi: Jesus tinha escolhido discípulos, não entre homens instruídos, mas entre sensitivos e videntes, dotados de faculdades mediúnicas.) Nos momentos críticos, quando uma questão o embaraça, como no caso da mulher adúltera, ele evoca as almas superiores e com o dedo traça na areia a resposta a dar, do mesmo modo que em nossos dias o médium, movido por força estranha, traça caracteres na ardósia.
Esses fatos são conhecidos, relatados, mas outros muitos, relacionados com essa permuta assídua com o invisível, permaneceram ignorados dos homens, mesmo daqueles que o cercavam.
As relações do Cristo com o mundo dos Espíritos se afirmam pelo constante amparo que do Além recebia o divino mensageiro.
Por vezes, apesar da sua coragem, da abnegação que inspira todos os seus atos, perturbado pela grandeza da tarefa, ele eleva a alma a Deus; ora, implora novas forças e é atendido. Grandioso sopro lhe bafeja a mente. Sob um impulso irresistível, ele reproduz os pensamentos sugeridos; sente-se reconfortado, socorrido.
Nas horas solitárias, seus olhos distinguem letras de fogo que exprimem as vontades do céu; (Nota xxii: Estes pormenores, que talvez surpreendam o leitor, não são um produto de nossa imaginação. Foram-nos comunicados por alto Espírito, cuja vida esteve envolvida com a do Cristo. O mesmo se dá em muitas passagens deste livro.) soam vozes aos seus ouvidos, trazendo-lhe resposta às suas ardentes preces. É a transmissão direta dos ensinos que deve divulgar, são preceitos regeneradores para cuja propagação baixara à Terra. As vibrações do supremo pensamento que anima o Universo lhe são perceptíveis e lhe incutem esses eternos princípios que espalhará e que jamais se hão de apagar da memória dos homens. Ele percebe celestes melodias e seus lábios repetem as palavras escutadas, sublimes revelações, mistério ainda para muitos seres humanos, mas para ele confirmação absoluta dessa constante proteção e das intuições que lhe provêm dos mundos superiores.
E quando essa grande vida terminou, quando se consumou o sacrifício, depois que Jesus foi pregado à cruz e baixou ao túmulo, seu Espírito continuou a afirmar-se por novas manifestações. Essa alma poderosa, que em nenhum túmulo poderia ser aprisionada, aparece aos que na Terra havia deixado tristes, desanimados e abatidos. Vem dizer-lhes que a morte nada é. Com a sua presença lhes restitui a energia, a força moral necessária para cumprirem a missão que lhes fora confiada.
As aparições do Cristo são conhecidas e tiveram numerosos testemunhos. Apresentam flagrantes analogias com as que em nossos dias são observadas em diversos graus, desde a forma etérea, sem consistência, com que aparece a Maria Madalena e que não suportaria o mínimo contacto, até a completa materialização, tal como a pôde verificar Tomé, que tocou com a própria mão as chagas do Cristo. (Nota xxiii: João, XX, 15-17 e 24-28.) Daí esse contraste nas palavras de Jesus: "Não me toques" - diz ele à Madalena - ao passo que convida Tomé a pôr o dedo nos sinais dos cravos: "Chega também a tua mão e mete-a no meu lado".
Jesus aparece e desaparece instantaneamente. Penetra numa casa a portas fechadas. Em Emaús conversa com dois dos discípulos, que o não reconhecem, e desaparece repentinamente. Acha-se de posse desse corpo fluídico, etéreo, que há em todos nós, corpo sutil que é o invólucro inseparável de toda alma e que um alto Espírito como o seu sabe dirigir, modificar, condensar, rarefazer à vontade. (Nota xxiv: Ver nota complementar nº 9, sobre "O perispírito ou corpo fluídico".) E a tal ponto o condensa, que se torna visível e tangível aos assistentes.
As aparições de Jesus depois da morte são mesmo a base, o ponto capital da doutrina cristã e foi por isso que São Paulo disse: "Se o Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé. " No Cristianismo não é uma esperança, é um fato natural, um fato apoiado no testemunho dos sentidos. Os apóstolos não acreditavam somente na ressurreição; estavam dela convencidos.
E é por essa razão que a sua prédica adquiria aqueles tons veementes e penetrantes, que incutia uma convicção robusta. Com o suplício de Jesus o Cristianismo era ferido em pleno coração. Os discípulos, consternados, estavam prestes a se dispersarem.
O Cristo, porém, lhes apareceu e a sua fé se tornou tão profunda que, para a confessar, arrostaram todos os suplícios. As aparições do Cristo depois da morte asseguraram a persistência da ideia cristã, oferecendo-lhe como base todo um conjunto de fatos.
Verdade é que os homens lançaram a confusão sobre esses fenômenos, atribuindo-lhes um caráter miraculoso. O milagre é uma postergação das leis eternas fixadas por Deus, obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos.
Jesus, conforme a Igreja, teria ressuscitado com o seu corpo carnal. Isso é contrário ao primitivo texto do Evangelho. Aparições repentinas, com mudanças de forma, que se produzem em lugares fechados, não podem ser senão manifestações espíritas, fluídicas e naturais. Jesus ressuscitou, como ressuscitaremos todos, quando nosso espírito abandonar a prisão de carne.
Em Marcos e Mateus, e na descrição de Paulo (l Coríntios, XV), essas aparições são narradas do modo mais conciso. Segundo Paulo, o corpo do Cristo é incorruptível; não tem carne nem sangue. Essa opinião procede da mais antiga tradição. A materialidade só veio mais tarde, com Lucas. A narrativa se complica então e é enfeitada com particularidades maravilhosas, no intuito evidente de impressionar o leitor. (Nota xxv: Clemente de Alexandria refere uma tradição que circulava ainda no seu tempo, segundo a qual João enterrara a mão no corpo de Jesus e o atravessara sem encontrar resistência. ("Jesus de Nazareth", por Albert Réville, 2°- vol., nota à pág. 470).) Esse modo de ver, como em geral toda teoria do milagre, resulta de uma falsa interpretação das leis do Universo. O mesmo sucede com a ideia do sobrenatural, que corresponde a uma concepção deficiente da ordem do mundo e das normas da vida. Na realidade, nada existe fora da Natureza, que é a obra divina em sua majestosíssima expansão. O erro do homem provém da acanhada ideia que ele faz da Natureza e das formas da vida, limitadas para ele à esfera traçada pelos seus sentidos. Ora, nossos sentidos apenas abrangem porção muitíssimo restrita do domínio das coisas. Além desses limites que eles nos impõem, a vida se desdobra sob aspectos ricos e variados, sob formas sutis, quintessenciadas, que se graduam, se multiplicam e renovam até ao infinito.
A esse domínio do invisível pertence o mundo fluídico, povoado pelos Espíritos dos homens que viveram na Terra e se despojaram do seu grosseiro invólucro. Subsistem eles sob essa forma sutil de que acabamos de falar, forma ainda material posto que etérea, porque a matéria afeta muitos estados que não nos são familiares.
Essa forma é a imagem, ou antes, o esboço dos corpos carnais que esses Espíritos animaram em suas vidas sucessivas. Passam eles, mas a forma permanece, como a alma, de que é o organismo indestrutível.
Os Espíritos ocupam diferentes posições em harmonia com a sua elevação moral. Sua irradiação, brilho, poder, são tanto maiores quanto mais alto houverem subido na escala das virtudes, das perfeições, e quanto maior tiver sido a sua dedicação em servir à causa do bem e da Humanidade. São esses seres, ou Espíritos, que se manifestam em todas as épocas da História e em todos os meios, tendo como intermediários sensitivos especialmente dotados e que, conforme os tempos, se denominam adivinhos, sibilas, profetas ou médiuns.
As aparições que assinalam os primeiros tempos do Cristianismo, como as bíblicas épocas mais longínquas, não são fenômenos isolados, mas a manifestação de uma lei universal, eterna, que sempre presidiu às relações entre os habitantes dos dois mundos, o mundo da matéria grosseira, a que pertencemos, e o mundo fluídico invisível, povoado pelos Espíritos dos que denominamos, tão impropriamente, os mortos. (Nota xxvi: Ver minhas outras obras, especialmente "Depois da Morte" e "No Invisível" - "Espiritismo e Mediunidade".) Apenas em época recente foi que essa ordem de manifestações pôde ser estudada pela Ciência. Graças às observações de numerosos sábios, a existência do mundo dos Espíritos foi positivamente estabelecida e as leis que o regem foram determinadas com certa precisão.
Conseguiu-se reconhecer a presença, em cada ser humano, de um duplo fluídico que sobrevive à morte, no qual foi reconhecido o envoltório imperecível do Espírito. Esse duplo, que já se desprende durante o êxtase e o sono, que se transporta e opera à distância durante a vida, torna-se, depois da separação definitiva do corpo carnal, e de um modo mais completo, o instrumento fiel e o centro das energias ativas do Espírito.
Mediante esse invólucro fluídico é que o Espírito preside a tais manifestações de além-túmulo, que já não são segredo para ninguém, desde que comissões científicas lhe estudaram os múltiplos aspectos, chegando a pesar e fotografar os Espíritos, como o fizeram W Crookes com o Espírito de Katie King, Russell Wallace e Aksakof com os de Abdullah e John King. (Nota xxvii: W Crookes - "Pesquisas sobre os fenômenos espíritas"; Russell Wallace - "O moderno espiritualismo"; Aksakof - "Animismo e Espiritismo". Relativamente a uma série de fenômenos análogos e mais recentes, ver também Léon Denis - "No Invisível" - "Espiritismo e Mediunidade", cap. XX.)
É provável que o dom das línguas, conferido aos apóstolos, oferecesse analogias com o fenômeno que, sob o nome de xenoglossia, atualmente conhecemos. A luz ódica de Reichenbach e a matéria radiante explicam a auréola dos santos; as chamas ou "línguas de fogo", que apareceram no dia de Pentecostes, reproduzem-se hoje em dia nos fatos comunicados ao Congresso Espiritualista de 1900 pelo Doutor Bayol, senador pelo Distrito das Bocas do Ródamo, (Nota xxviii: Ver "No Invisível""-Espiritismo e Mediunidade", pág. 332.) e finalmente as visões dos mártires são fenômenos da mesma ordem que os em nosso tempo observados no momento da morte de certas pessoas. (Nota xxix: Ver a morte de Estevão: Atos, VII, 55 e 56.) Assim, também, o desaparecimento do corpo de Jesus do sepulcro em que fora depositado, pode explicar-se pela desagregação da matéria, observada há alguns anos em sessões de experimentação psíquica. (Nota xxx: Ver "No Invisível", pág. 346.) Durante muito tempo não viram nisso os homens senão fatos miraculosos, provocados pelo próprio Deus ou por seus anjos, opinião cuidadosamente alimentada pelos padres, a fim de impressionar a imaginação das massas e torná-las mais submissas ao seu poder.
Nas Escrituras encontramos frequentes exemplos dos erros de que foram objeto esses fenômenos. Em Patmos, João vê aparecer um gênio que, a princípio, ele quer adorar, mas que lhe afirma ser o Espírito de um dos profetas seu irmão. (Nota xxxi: Apocalipse, XIX, 10.) Nesse caso, foi dissipado o erro; o Espírito deu a conhecer a sua personalidade; em quantos outros casos, porém, não foi ele mantido? É o mesmo que se dá com a intervenção, tão frequente, dos anjos da Bíblia. É preciso nos pôr em guarda contra as tendências dos judeus e dos cristãos no sentido de atribuir a Deus e aos seus anjos fenômenos produzidos pelos Espíritos dos mortos, e a cujo respeito competia à nossa época fazer a luz, restabelecendo-os em sua verdadeira categoria.
Na época de Jesus, a crença na imortalidade estava enfraquecida. Os judeus achavam-se divididos a respeito da vida futura. Os cépticos saduceus aumentavam em número e influência.
Vem Jesus. Torna mais amplas as vias de comunicação entre o mundo terrestre e o mundo espiritual. Aproxima a tal ponto os invisíveis dos humanos, que eles se podem novamente corresponder. Com mão possante levanta o véu da morte e surgem visões do âmago da sombra; no meio do silêncio fazem-se ouvir vozes; e essas visões e essas vozes vêm afirmar ao homem a imortalidade da vida.
O Cristianismo primitivo afeta, pois, esse caráter particular de ter aproximado as duas humanidades, terrestre e celeste; tornou mais intensas as relações entre o mundo visível e o mundo invisível. Efetivamente, em cada grupo espírita, as pessoas se entregavam a evocações; havia médiuns falantes, inspirados, de efeitos físicos, como está escrito no capítulo XII da primeira epístola de Paulo aos Coríntios. Então, como hoje, certos sensitivos possuíam o dom da profecia, o dom de curar, o de expelir os maus Espíritos. (Nota xxxii: Apocalipse, XIX, 10.) Na Epístola citada, S. Paulo fala também do corpo espiritual, imponderável, incorruptível: "O homem é colocado na terra como um corpo animal, e ressuscitará como um corpo espiritual; do mesmo modo que há um corpo animal, há um corpo espiritual. " (I Coríntios, XV, 44) Fora um fenômeno espírita, a aparição de Jesus no caminho de Damasco, o que havia feito de S. Paulo um cristão; (Nota xxxiii: Idem.) Paulo não conhecera o Cristo e, no momento dessa visão, que decidiu do seu destino, bem longe estava de achar-se preparado para a sua ulterior tarefa. "Respirando sempre ameaças de morte contra os discípulos do Senhor", munido contra eles de ordens de prisão, seguira para Damasco a fim de os perseguir. Nesse caso, não cabe invocar, como a respeito dos apóstolos se poderia fazer, um fenômeno de alucinação, provocado pela constante recordação do Mestre. Essa visão, ao demais, não foi isolada; em todo o subsequente curso de sua vida, Paulo entreteve assíduas relações com o invisível, particularmente com o Cristo, de quem recebia as instruções indispensáveis à sua missão. Ele mesmo declara que haure inspirações nos colóquios secretos com o filho de Maria.
S. Paulo não foi apenas assistido por Espíritos de luz, de que se fazia o porta-voz e o intérprete. (Nota xxxiv: Idem.) Espíritos inferiores por vezes o atormentavam, e era-lhe necessário resistir à sua influência. (Nota xxxv: Apocalipse, XIX, 10.) É assim que, em todos os meios, para educação do homem e desenvolvimento da sua razão, a luz e a sombra, a verdade e o erro se misturam. O mesmo se dá no domínio do moderno Espiritualismo, em que se encontram todas as ordens de manifestações, desde as comunicações do mais elevado caráter até os grosseiros fenômenos produzidos por Espíritos atrasados. Mas esses também têm a sua utilidade, do ponto de vista dos elementos de observação e dos casos de identidade que fornecem à Ciência.
S. Paulo conhecia estas coisas. Lecionado pela experiência, ele advertia os profetas, (Nota xxxvi: Denominavam-se então os médiuns profetas.) seus irmãos, a fim de se conservarem em guarda contra tais ciladas. E acrescentava em consequência: "Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1 Coríntios, XIV, 32), isto é, é preciso não aceitar cegamente as instruções dos Espíritos, mas submetê-las ao exame da razão.
No mesmo sentido, dizia S. João: "Caríssimos, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus. " (I Epístola, IV, 1) Os "Atos dos Apóstolos" fornecem numerosas indicações acerca das relações dos discípulos de Jesus com o mundo invisível. Aí se vê como, observando as instruções dos Espíritos, (Nota xxxvii: Na versão grega dos Evangelhos e dos Atos, a palavra espírito está muitas vezes isolada. S. Jerônimo acrescenta-lhe a de santo; e foram os tradutores franceses da Vulgata que daí fizeram o Espírito-Santo, (Ver Bellemare - "Espírita e Cristão", págs. 270 e segs.) os apóstolos adquirem maior amplitude de visão das coisas; chegaram a não fazer mais distinções entre as carnes, a suprimir a barreira que separava dos gentios os judeus, a substituir a circuncisão pelo batismo. (Nota xxxviii: Atos dos Apóstolos, X, 10-16, 28, 29, 44-48; XVI, 6-10; XXI, 4; Ep. Romanos - XIV, 14,1 Cor. - XII e XIV. - Ver também nota complementar nº 6.) As comunicações dos cristãos com os Espíritos dos mortos eram tão frequentes nos primeiros séculos, que instruções positivas circulavam entre eles a esse respeito.
Hermas, discípulo dos apóstolos, o mesmo que São Paulo manda saudar de sua parte em sua Epístola aos Romanos (XVI, 14), indica, em seu "Livro do Pastor",xxxix os meios de distinguir os bons dos maus Espíritos.
Nas linhas seguintes, escritas há mil e oitocentos anos, julgarse-ia ter a descrição fiel das sessões de evocações, tais como, em muitos centros, se praticam em nossos dias: "O espírito que vem da parte de Deus é pacífico e humilde; afasta-se de toda malícia e de todo vão desejo deste mundo e paira acima de todos os homens. Não responde a todos os que o interrogam, nem às pessoas em particular, porque o espírito que vem de Deus não fala ao homem quando o homem quer, mas quando Deus o permite. Quando, pois, um homem que tem um espírito de Deus vem à assembleia dos fiéis, desde que se fez à prece, o espírito toma lugar nesse homem, que fala na assembleia como Deus o quer. " (É o médium falante.) "Reconhece-se, ao contrário, os espíritos terrestres, frívolos, sem sabedoria e sem força, no que se agita, se levanta e toma o primeiro lugar. É importuno, tagarela e não profetiza sem remuneração. Um profeta de Deus não procede assim. " Os Espíritos manifestavam, então, sua presença de mil modos, quer tornando-se visíveis, (Nota xl: Atos, XII, 55, 56; IX, 10, 12; XVI, 9 etc.) ou produzindo a desagregação da matéria, como o fizeram para libertar Pedro das cadeias que o prendiam e retirá-lo da prisão, (Nota xli: Atos, XII, 7-10. Ver também v. 19 e XVI, 26.) quer ainda provocando casos de levitação. (Nota xlii: Ibid., VIII, 39, 40.) Esses fenômenos eram, às vezes, tão impressionastes que até mágicos sentiam-se abalados, a ponto de se converterem. (Nota xliii: Atos, VIII. 9-13.) Penetrados desse espírito de caridade e abnegação, que lhes transfundia o Cristo, os primeiros cristãos viviam na mais íntima solidariedade. "Tudo possuíam em comum" e "eram queridos de todo o povo". (Nota xliv: Ibid., II, 44-47; IV, 32-36.) A revelação dos Espíritos continua muito tempo além do período apostólico. Durante os séculos II e III, os cristãos se dirigiam diretamente às almas dos mortos para decidir pontos de doutrina.
S. Gregório, o taumaturgo, bispo de Neo-Cesareia, declara "ter recebido de João Evangelista, em uma visão, o símbolo da fé pregado por ele na sua igreja". (Nota xlv: Resumo da história eclesiástica, pelo abade Racine. São Gregório de Nissa, em sua Vida de São Gregório, o taumaturgo, refere essa visão. Ver Obras de São Gregório de Nissa, edição de 1638, t. III, págs. 545 e 546.) Orígenes, esse sábio que S. Jerônimo considerava o grande mestre da Igreja, depois dos apóstolos, fala muitas vezes, em suas obras, da manifestação dos mortos.
Em sua controvérsia com Celso, diz ele: "Não duvido de que Celso escarneça de mim; as zombarias, porém, não me impedirão de dizer que muitas pessoas têm abraçado o Cristianismo a seu pesar, tendo sido de tal modo seu coração repentinamente transformado por algum espírito, quer numa aparição, quer em sonho, que, em lugar da aversão que nutriam pela nossa fé, adotaram-na com amor até a ponto de morrer por ela. Tomo Deus por testemunha da verdade do que digo; Ele sabe que eu não pretendo recomendar a doutrina de Jesus Cristo por meio de histórias fabulosas, mas com a verdade de fatos incontestáveis". (Nota xlvi: Orígenes, edição beneditina de 1733, t. I, págs. 361 e 362.) O imperador Constantino era pessoalmente dotado de faculdades mediúnicas e sujeito à influência dos Espíritos. Os principais sucessos de sua vida - sua conversão ao Cristianismo, a fundação de Bizâncio, etc. - assinalam-se por intervenções ocultas, do que se pode ter a prova nos seguintes fatos que vamos buscar à narrativa do Sr. Alberto de Broglie, imparcial e severo historiador, pouco inclinado ao misticismo: (Nota xlvii: Alb. de Broglie, A Igreja e o Império romano no século quarto, t. I, págs. 214 e seguintes.) "Quando planejava apoderar-se de Roma, um impulso interior o induziu a se recomendar a algum poder sobrenatural e invocar a proteção divina, com apoio das forças humanas. Grande era, porém, o embaraço para um piedoso romano dessa época... A si mesmo ansiosamente perguntava de que Deus iria implorar a assistência.
Caiu, então, em absorta meditação das vicissitudes políticas de que fora testemunha. " Reconhece que depositar confiança na multidão dos deuses traz infelicidade, ao passo que seu pai Constancio, secreto adorador do Deus único, terminara seus dias em paz. "Constantino decidiu-se a suplicar ao Deus de seu pai que prestasse mão forte à sua empresa". "A resposta a essa prece foi umas visões maravilhosas, que ele próprio referia, muitos anos depois, ao historiador Eusébio, afirmando-a sob juramento e com as seguintes particularidades: Uma tarde, marchando à frente das tropas, divisou no céu, acima do sol que já declinava para o ocaso, uma cruz luminosa com esta inscrição: Com este sinal vencerás. Todo o seu exército e muitos espectadores que o rodeavam viram como ele, estupefato, esse prodígio. Ficou intrigado com o que poderia significar essa aparição. A noite o surpreendeu ainda na mesma perplexidade.
Durante o sono, porém, o próprio Cristo lhe apareceu com a cruz com que fora visto no céu e lhe ordenou que mandasse fazer, por aquele modelo, um estandarte de guerra que lhe serviria de proteção nos combates. Ao alvorecer, Constantino levantou-se e transmitiu aos confidentes a revelação. Logo foram chamados ourives e o Imperador lhes deu instruções para que a cruz misteriosa fosse reproduzida em ouro e pedras preciosas. " Mais adiante, acerca da escolha de Bizâncio para capital do Império, refere o mesmo autor: Quando os olhos de Constantino se detiveram em Bizâncio, não a apresentava mais que os destroços de uma grande cidade. Na escolha que fez, acreditava ele não estar desamparado da intervenção divina. Dizia-se que, por uma confidência miraculosa, fora informado de que em Roma não estaria em segurança o Império. Relativamente a essa escolha, falava-se também de um sonho, etc. Filostórgio refere que:
... na ocasião em que ele (Constantino) traçava com a espada em punho o novo recinto da cidade, os que o acompanhavam vendo que ele se adiantava sempre, de modo a abranger uma área imensa, perguntaram-lhe respeitosamente até onde pretendia ir. - Até o lugar em que pare quem vai adiante de mim - respondeu. (Nota xlviii: Filostórgio, II, 9. Ver A Igreja e o Império Romano no século quarto, por Alb de Broglie, t. II, pá.g. 153.) E provável que, sem o saber, padecesse Constantino a influência dos invisíveis, em tudo o que devia favorecer o estabelecimento da nova religião, em detrimento muitas vezes do bem do Estado e de seus próprios interesses. Seu caráter, sua vida íntima, não sofreram com isso modificação alguma. Constantino se manteve sempre cruel e astucioso, refratário à moral evangélica, o que demonstra ter sido, em tudo mais, um instrumento nas mãos das eminentes Entidades cuja missão era fazer triunfar o Cristianismo.
Sobre a questão que nos ocupa, o célebre bispo de Hipona, Santo Agostinho, não é menos afirmativo. Em suas "Confissões" (Nota xlix: Confissões, livro. VIII, cap. XII.), alude aos infrutíferos esforços empenhados por deixar a desregrada vida que levava. Um dia em que rogava com fervor a Deus que o iluminasse, ouviu subitamente uma voz que repetidas vezes lhe dizia: Tolle, lege (toma, lê). Tendo-se certificado de que essas palavras não provinham de um ser vivo, ficou convencido de ser uma ordem divina, que lhe determinava abrisse as santas Escrituras e lesse a primeira passagem que sob os olhos lhe caísse. Foram exortações de S. Paulo sobre a pureza dos costumes, o que leu.
Em suas cartas menciona o mesmo autor "aparições de mortos", indo e vindo em sua morada habitual - fazendo predições que os acontecimentos vêm mais tarde confirmar. l Seu tratado De cura pro mortuis, fala das manifestações dos mortos, nestes termos: "Os espíritos dos mortos podem ser enviados aos vivos, podem desvendar-lhes o futuro, cujo conhecimento adquiriram, quer por outros espíritos, quer pelos anjos, quer por uma revelação divina. " (Nota li: De cura pro mortuis, edição beneditina, t. VI, col. 527.) Em sua Cidade de Deus, a propósito do corpo lúcido, etéreo, aromal, que é o perispírito dos espíritas, trata das operações teúrgicas, que o tornam apropriado a comunicar com os Espíritos e os anjos e obter visões.
S. Clemente de Alexandria, S. Gregório de Nissa em seu Discurso catequético, o próprio S. Jerônimo em sua famosa controvérsia com Vigilantius, o gaulês, pronunciam-se no mesmo sentido.
S. Tomás de Aquino, o anjo da escola, no-lo diz o abade Poussin, professor no Seminário de Nice, em sua obra O Espiritismo perante a Igreja (1866), "comunicava-se com os habitantes do outro mundo, com mortos que o informavam do estado das almas pelas quais se interessava ele, com santos que o confortavam e lhe patenteavam os tesouros da ciência divina". (Nota lii: Lê-se na Suma (1, qu. 89, 8 2.m): "o espírito (anima separata) pode aparecer aos vivos".) A Igreja, pelo órgão dos concílios, entendeu dever condenar as práticas espíritas, quando, de democrática e popular que era em sua origem, se tornou despótica e autoritária. Quis ser a única a possuir o privilégio das comunicações ocultas e o direito de as interpretar.
Todos os leigos, provado que mantinham relações com os mortos, foram perseguidos como feiticeiros e queimados.
Mas esse monopólio das relações com o mundo invisível, apesar dos seus julgamentos e condenações, apesar das execuções em massa, a Igreja nunca o pôde obter. Ao contrário, a partir desse momento, as mais brilhantes manifestações se produzem fora dela.
A fonte das superiores inspirações, fechada para os eclesiásticos, permanece aberta para os hereges. A História o atesta. Aí estão as vozes de Joana d"Arc, os gênios familiares de Tasso e de Jerônimo Cardan, os fenômenos macabros da Idade Média, produzidos por Espíritos de categoria inferior; os convulsionários de S. Medard, depois os pequenos profetas inspirados de Cavennes, Swedenborg e sua escola. Mil outros fatos ainda formam uma ininterrupta cadeia, que, desde as manifestações da mais remota antiguidade, nos conduz ao moderno Espiritualismo.
Entretanto, numa época recente, no seio da Igreja, alguns raros pensadores investigavam ainda o problema do invisível. Sob o título Da distinção dos Espíritos, o cardeal Bona, esse Fenelon da Itália, consagrava uma obra ao estudo das diversas categorias de Espíritos que podem manifestar-se aos homens. "Motivo de estranheza - diz ele - é que se pudessem encontrar homens de bom senso que tenham ousado negar em absoluto as aparições e comunicações das almas com os vivos, ou atribuí-las a extravio da imaginação, ou ainda a artifício dos demônios. " Esse cardeal não previa os anátemas dos padres católicos contra o Espiritismo. (Nota liii: Ver nota complementar no 6.) Forçoso é, portanto, reconhecê-lo: os dignitários da Igreja que, do alto de sua cátedra, têm anatematizado as práticas espíritas, desnortearam completamente. Não compreendem que as manifestações das almas são uma das bases do Cristianismo, que o movimento espírita é a reprodução do movimento cristão em sua origem. Não se lembram de que negar a comunicação com os mortos, ou mesmo atribuí-la à intervenção dos demônios, é por em contradição com os padres da Igreja e com os próprios apóstolos. Já os sacerdotes de Jerusalém acusavam Jesus de agir sob a influência de Belzebu. A teoria do demônio fez sua época; agora já não é admissível.
A verdade é que o Espiritismo se encontra hoje por toda parte, não como superstição, mas como lei fundamental da Natureza.
Sempre existiram relações entre homens e Espíritos, com maior ou menor intensidade. Por esse meio, contínua revelação se propagou no mundo. Flui, através dos tempos, uma grande corrente de energia espiritual cuja fonte é o mundo invisível. Por vezes, essa corrente se oculta na penumbra; vai-se encontrar dissimulada sob a abóbada dos templos da Índia e do Egito, nos misteriosos santuários da Gália e da Grécia; só dos iniciados e dos sábios é conhecida. Mas, também às vezes, em épocas determinadas pela vontade de Deus, surge dos lugares ocultos, reaparece em pleno dia, à vista de todos; vem oferecer à Humanidade esses tesouros, essas magnificências esquecidas, que a vêm embelezar, enriquecer, regenerar.
É assim que as verdades superiores se revelam através dos séculos, para facilitar, estimular a evolução dos seres. Com o concurso de poderosos médiuns, se patenteiam entre nós, pela intervenção dos Espíritos geniais, que viveram na Terra e que nela sofreram pela Justiça e pelo Bem. Esses Espíritos de escol foram restituídos à vida do espaço, mas não cessaram de velar pela Humanidade e com ela corresponder-se.
Em certos momentos da História, um sopro do Alto perpassa pelo mundo; as brumas que envolviam o pensamento humano se dissipam; as superstições, as dúvidas, as quimeras se desvanecem; as grandes leis do destino se revelam e a verdade reaparece.
Felizes, então, os que a sabem reconhecer e agasalhar!
Referências em Outras Obras
CARLOS TORRES PASTORINO
at 12:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 4
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 14 CARLOS TORRES PASTORINO
MT 17:1-9
1. Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João seu irmão, e elevouos à parte a um alto monte.
2. E foi transfigurado diante deles: seu rosto resplandeceu como o sol, e suas vestes tornaram-se brancas como a luz.
3. E eis que foram vistos Moisés e Elias conversando com ele.
4. Então Pedro disse a Jesus: "Senhor, é bom estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; para ti uma, para Moisés uma e uma para Elias!".
5. Falava ele ainda, quando uma nuvem de luz os envolveu e da nuvem saiu uma voz dizendo: "Este é meu Filho, o Amado, que me satisfaz: ouvi-o".
6. Ouvindo-a, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram muito medo.
7. aproximando-se Jesus, tocou neles e disse: "levantaivos e não temais".
8. Erguendo eles os olhos a ninguém mais viram, senão só a Jesus.
9. Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes Jesus dizendo: "A ninguém conteis esta visão, até que o Filho do Homem se tenha levantado dos mortos".
MC 9:2-8
2. Seis dias depois tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João e elevou-os à parte, a sós, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles.
3. E seu manto tornou-se resplandecente e extremamente branco, como neve, qual nenhum lavandeiro na terra poderia alvejar.
4. E foram vistos Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus.
5. Então Pedro disse a Jesus: "Rabi, é bom estarmos aqui: façamos três tendas, uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias".
6. porque não sabia o que havia de dizer, pois tinham ficado aterrorizados.
7. E surgiu uma nuvem envolvendoos, e da nuvem veio uma voz: "Este é meu Filho, o Amado: ouvi-o".
8. E eles, olhando de repente em redor, não viram mais ninguém, senão só Jesus com eles.
9. Enquanto desciam do monte, ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, senão quando o Filho do Homem se tivesse levantado dentre os mortos.
LC 9:28-36
28. E aconteceu que cerca de oito dias depois desses ensinos, tende tomado consigo Pedro, João e Tiago. subiu para orar.
29. E aconteceu na que oração, a forma de seu rosto ficou diferente e as roupas dele brancas e relampejantes.
30. E eis que dois homens conversavam com ele, os quais eram Moisés e Elias,
31. que apareceram em substância e discutiam sobre sua saída, que ele estava para realizar em Jerusalém. 32. Pedra e seus companheiros estavam oprimidos de sono, mas conservando-se despertos, viram sua substância e os dois homens ao lado dele.
33. Ao afastarem-se estes de Jesus, disse-lhe Pedro: "Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas, uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias", não sabendo o que dizia.
34. Enquanto assim falava, surgiu uma nuvem que os envolvia, e aterrorizaram-se quando entraram na nuvem.
35. E da nuvem saiu uma voz, dizendo: "Este é meu Filho, o Amado, ouvi-o".
36. Tendo cessado a voz, foi achado Jesus só. Eles se calaram e, naqueles dias, a ninguém contaram coisa alguma do que haviam visto.
Interessante observar o cuidado dos três evangelistas, em relacionar o episódio da chamada "Transfigura ção" com a "Confissão de Pedro" ou, talvez melhor, com os ensinos a respeito do Discipulato (cfr. Lucas).
Mateus e Marcos precisam a data, assinalando que o fato ocorreu exatamente SEIS DIAS depois, ao passo que Lucas diz mais displicentemente, "cerca de oito dias". Como nenhum dos narradores demonstra preocupações cronológicas em seus Evangelhos, chama nossa atenção esse pormenor. Como também somos alerta dos pelo fato estranho de João, testemunha ocular do invulgar acontecimento, têlo silenciado totalmente em suas obras, embora nos tenha ficado o testemunho de Pedro (2. ª Pe. 1:17-19) .
A narrativa dos três é bastante semelhante, embora Lucas seja o único a tocar em três pontos: a oração de Jesus, o sono dos discípulos, e o assunto conversado com os desencarnados.
Começa a narrativa dos três, dizendo que Jesus leva ou "toma consigo" (paralambánai) Pedro, Tiago e João, e os leva "à parte". Essa expressão paralambánai kat"idían é de cunho clássico (cfr. Políbio, 4. 84. 8: Plutarco. Morales, 120 e; Diodoro de Sicília, 1 . 21).
Os três discípulos que acompanharam Jesus, foram por Ele escolhidos em várias circunstâncias (cfr. MT 26:37; MC 5:37; MC 14:33; LC 8:51), tendo sido citados por Paulo (GL 2:9) como "as colunas da comunidade". Pedro havia revelado a individualidade de Jesus pouco antes, e fora o primeiro discípulo que com João se afastara do Batista para seguir Jesus; João, o "discípulo a quem Jesus amava" (cfr. JO 13:23; JO 19:26; JO 21:20) e talvez mesmo sobrinho carnal de Jesus (cfr. vol. 3); Tiago, irmão de João, foi decapitado em Jerusalém no ano 44 (AT 12:2), tendo sido o primeiro dos discípulos, escolhidos como emissários, que testemunhou com seu sangue a Verdade dos ensinos de Jesus.
Com os três Jesus "subiu ao monte", com artigo definirlo (Lucas), ou "os ELEVOU a um alto monte".
Mas não se identifica qual o monte. Surgiu, então, a dúvida entre os exegetas: será o Hermon ou o Tabor?
O Salmo diz "que o Tabor e o Hermon se alegram em Teu Nome" (89:12) ...
Alguns opinam pelo Hermon, a 2. 793 m de altura, perto do local da "confissão de Pedro", Cesareia de Filipe. Objeta-se, todavia, que é recoberto de neve perpétua e que, situado em região pagã, dificilmente seria encontrada, no dia seguinte, no sopé, a multidão a esperá-lo, enquanto discutia com os demais discípulos, que haviam permanecido na planície, sobre a dificuldade que tinham de curar o jovem epil éptico.
Outros preferem o Tabor. Além dessas razões, alegam: que "seis dias" são tempo suficiente para chegar com calma de volta à Galileia. O Tabor é um tronco de cone, com um platô no alto de cerca de 1 km de circuito; fica a sudeste de Nazaré situado no final do planalto de Esdrelon, que ele domina a 320 m de altura (562 m acima do nível do mar e 800 m acima do Lago de Tiberíades). Tem a seu favor a tradição desde o 4. º século, atestada por Cirilo de Jerusalém (Catech. 12:16, in Patrol. Graeca, vol. 33, col. 744) e por Jerônimo que, ao escrever sobre Paula, afirmava que ela scandebat montem Thabor, in quo transfiguratus est Dominus (Ep. 108. 13, in Patrol. Lat. vol. 20, cal. 889, e Ep. 46,12, ibidem, col.
491), isto é, "subia ao monte Tabor, onde o Senhor se transfigurou".
Objetam alguns que lá devia haver um forte, de que fala Flávio JosefO (Bel1. Jud. 2-. 20. 6 e 4. 1. 1. 8), mas isso só ocorreu 36 anos depois, na guerra contra Vespasiano.
Do alto do Tabor, fértil em árvores odoríferas, contempla-se todo o campo do ministério de Jesus: Can á, Naim, Cafamaum, uma parte do Lego de Tiberíades, e, 8 km a noroeste, Nazaré.
Chegam ao cume, Jesus se põe a orar (Lucas) e, durante a prece, "se transfigura". Mateus e Marcos não temem usar metemorphôthê, "metamorfoseou-se", que exprime uma transformação com mudança de forma exterior. Lucas evita esse verbo, preferindo metaschêmatízein ("revestir outra forma"), talvez para que os pagãos, a quem se dirigia, não supussessem uma das metamorfoses da mitologia.
Essa transformação se operou no rosto, que tomou "outra forma"; embora não se diga qual, a informação de Mateus é que "resplandecia como o sol". Também as vestes se tornaram "brancas como a luz" (Mat.) ou "brancas qual nenhum lavandeiro seria capaz de alvejar (Marc.) ou "brancas e relampejantes" (Lucas).
Mateus e Marcos falam em "visão" (ôphthê, aoristo passivo singular, "foi visto"), enquanto Lucas apenas anota que "dois homens", que eram Moisés e Elias, conversavam com Ele.
Moisés, o libertador e legislador dos israelitas, servo obediente e fiel de YHWH, e Elias, o mais valoroso e adiantado intérprete, em sua mediunidade privilegiada, do pensamento de YHWH. Agora vinham ambos encontrar, aniquilado sob as vestes da carne, aquele mesmo YHWH, o "seu DEUS", com o simbólico nome de JESUS: traziam-Lhe a garantia da amizade e a fidelidade de seus serviços, sobretudo nos momentos difíceis: dos grandes sofrimentos que se aproximavam. Lucas esclarece que a conversa girou exatamente em torno do "êxodo", ou seja, da saída de Jesus do mundo físico, que se realizaria em Jerusalém dentro de pouco tempo, através da porta estreita de incalculáveis dores morais e físicas. Embora desencarnados, continuavam servos fiéis de "seu Deus". Digno de nota o emprego desse mesmo termo "êxodo" por parte de Pedro (2. ª Pe. 1:15), quando se refere à sua próxima desencarna ção. E talvez recordando-se dessa palavra, Lucas usa o vocábulo oposto (eísodos) "entrada" (AT 13:24) ao referir-se à chegada de Jesus no planeta em corpo físico.
Como vemos, trata se de verdadeira e legítima "sessão espírita", realizada por Jesus em plena natureza, a céu aberto, confirmando que as proibições, formuladas pelo próprio Moisés ali presente, não se referiam a esse tipo de sessões, mas apenas a "consultar" os espíritos dos mortos sobre problemas materiais (cfr. LV 19:31 e DT 18:11), em situações em que só se manifestam espíritos de pouca ou nenhuma evolução. Tanto assim que era condenado o médium "presunçoso" que pretendesse falar em nome de YHWH, sem ser verdade (mistificação) e o que servisse de instrumento a "outros" espíritos (DT 18:20). Mas conversar com entidades evoluídas, jamais poderia ter sido condenado por Moisés que assiduamente conversava com YHWH e que, agora mesmo, o estava fazendo, embora em posição invertida.
Quanto à presença de Elias, que Jesus afirmou categoricamente haver reencarnado na pessoa de João Batista, (cfr. MT 11:14) observemos que o episódio da "transfiguração" se passa após a decapitação do Batista (cfr. MT 14:10 e MC 6:27; vol. 3). Por que, então, teria o precursor tomado a forma de uma encarnação anterior? Que isso é possível, não há dúvida. Mas qual a razão e qual o objetivo? Só entrevemos uma resposta: recordar o tempo em que, sob as vestes carnais de Elias, esse Espírito fiel e ardoroso servira de médium e intérprete ao próprio Jesus, que então respondia ao nome de YHWH.
Outra indagação fazem os hermeneutas: como teriam os discípulos reconhecido Moisés, que viveu
1500 anos antes e Elias que viveu 900 anos antes, se não havia nenhum retrato deles coisa terminantemente proibida (cfr. EX 20:4; LV 26:1; DT 4:16, DT 4:23 e DT 4:5:8)? No entanto, ninguém afirmou que os discípulos os "reconheceram". Lucas, em sua frase informativa, diz que "viram dois homens"; depois esclarece por conta própria: "que eram Moisés e Elias". Pode perfeitamente deduzir-se daí que o souberam por informação de Jesus (que os conhecia muito bem, como YHWH que era). Essa dedução tanto pode ser verídica que, logo depois, ao descerem do monte os quatro (vê-lo-emos no próximo cap ítulo) a conversa girou precisamente sobre a vinda de Elias antes do ministério de Jesus. Como poderia vir, se ainda estava "no espaço"? E o Mestre lhes explica o processo da reencarnação.
Também em Lucas encontramos outra indicação preciosa, que talvez lance nova luz sobre o episódio.
Diz ele que "os discípulos estavam oprimidos pelo sono, mas conservando-se plenamente despertos" (tradução de diagrêgorêsantes, particípio aoristo de diagrêgoréô, que é um verbo derivado de egrêgora, do verbo egeírô, "despertar"). Quiçá explique isso que o episódio se passou no plano espiritual (astral, ou talvez mental). Eles estavam em sono, ou seja, fisicamente em transe hipnótico (mediúnico), com o corpo adormecido; mas se mantinham plenamente despertos, isto é perfeitamente conscientes nos planos menos densos (astral ou mental); então, o que de fato eles viram, não foi o corpo físico de Jesus modificado, mas sim a forma espiritual do Mestre e, a seu lado, as formas espirituais de Moisés e Elias. Inegavelmente a frase de Lucas sugere pelo menos a possibilidade dessa interpretação. Mais tarde, na agonia, é também Lucas que chama a atenção sobre o sono desses mesmos três discípulos (LC 22:45).
Mateus e Marcos parecem indicar que Pedro fala ainda na presença de Moisés e Elias, mas Lucas esclarece que ele só se manifestou depois que eles desapareceram. Impulsivo e extrovertido como era, não conseguiu ficar calado. E sem saber o que dizer, propõe construir três tendas, uma para cada um cios visitantes e uma para Jesus.
Interessante observar que em Marcos encontramos o vocábulo que deve ter sido usado por Pedro "Rabbi", enquanto Mateus o traduz para "Senhor" (kyrie) e Lucas para "Mestre" (epistata, ver vol. 2). Perguntase qual a razão das tendas. Talvez porque já era noite? Mas quantas vezes dormira Jesus ao relento, sem que Pedro se preocupasse... Alguns hermeneutas indagam se a expressão "construir tendas" não terá, por eufemismo, significado apenas "permanecer lá", isto é, não mais voltar à planície. E a hipótese é bastante lógica e forte, digna de ser aceita.
Pedro não obteve resposta. Estava ainda a falar quando os envolveu (literalmente "cobriu") a todos uma nuvem (Mat. : de luz), e os três jogaram-se de rosto ao chão, aterrorizados. Na escritura, a nuvem era um sinal da presença de YHWH (cfr. EX 16:10; EX 19:9, EX 19:16; 24:15,16; 33:9-11; LV 16:2; NM 11:25, etc.) . Daí pode surgir outra interpretação, que contradiz a primeira hipótese, de haver-se passado a cena no plano espiritual. A nuvem poderia ser o ectoplasma que tivesse servido para materialização dos espíritos e que, ao desfazer-se a forma, tomava aspecto de nuvem difusa, até o ectoplasma ser absorvido pelo ar. O mesmo fenômeno, aliás também atestado por Lucas apenas (AT 1:9) se observou ao dispersar-se o ectoplasma utilizado para a materialização do corpo astral de Jesus após a ressurreição; nessa circunstância, dois outros espíritos aproveitaram o ectoplasma para materializar-se e dizer aos discípulos boquiabertos, que fossem para seus afazeres; e logo após desaparecerem. Também aqui parece coincidir o aparecimento da nuvem com o desaparecimento dos dois espíritos.
Quando a nuvem os cobriu, foi ouvida uma voz (fenômeno comum nas sessões de materialização, e conhecido com o nome de "voz direta"), que proferiu as mesmas palavras ouvidas por ocasião do" Mergulho de Jesus" (MT 13:17; MC 1:11; LC 3:22; vol. 1): "este é meu filho, o Amado, que me alegra"; e os três evangelistas acrescentam unanimemente: "ouvi-o". No entanto, Pedro. testemunha ocular do fato, repete a frase sem o imperativo final: "recebendo de Deus Pai honra e glória, uma voz assim veio a Ele da magnífica glória: este é meu Filho, o Amado, que me satisfaz. E essa voz que veio do céu, nós a ouvimos, quando estávamos com Ele no monte santo"(2. ª Pe. 1:17-18).
Após a frase, que Marcos, com um hápax (exápina) diz "ter cessado", tudo voltou à normalidade. Mas, segundo Mateus, eles permaneceram amedrontados. Foi quando Jesus, tocando os, mandou-os levantarse, dizendo que não tivessem medo. Levantando-se, eles viram apenas Jesus, já em seu estado físico normal.
Termina Lucas informando que tal impressão causou o fato, que os três nada disseram a ninguém "por aqueles dias". Esse silêncio aparece como uma ordem dada por Jesus aos três, "ao começarem a descer o monte", fixando-se o prazo: "até que o Filho do Homem se levante dentre os mortos" (ou "seja ressuscitado").
Procuremos penetrar, agora, o sentido profundo do episódio narrado pelos três sinópticos.
Esclareçamos, de início, que as instruções de João o evangelista, quanto à iniciação ao adeptado e sua conquista, seguem caminho diferente dos três outros evangelistas, e por isso essa passagem foi substituída por outra: as bodas de Caná (cfr. vol. 1). Daí não haver tocado no assunto. Mas outras razões podem ser dadas: tendo experimentado esse esponsalício pessoalmente, não quis divulgá-lo por discrição. Ou também: tendo sido narrado pelos três, inútil seria revivê-lo depois que estava divulgado havia pelo menos 30 anos.
Examinemos rapidamente os dados fornecidos pelos textos.
Mateus e Marcos assinalam, com precisão que a cena se deu SEIS dias depois. Não nos interessa saber depois "de que"; e sim assinalar que o fato se passou no SÉTIMO dia. Alertados, pois, para isso (que Lucas, mais intelectualizado por formação, interpretou como pura indicação cronológica e registrou com imprecisão: cerca de oito dias), imediatamente compreendemos que se trata, mais uma vez, do último passo sério de uma iniciação esotérica. Daí a necessidade de prestar toda a atenção aos pormenores, ao que está escrito, ou ao que está sugerido, embora não dito, às ilações silenciosas de um texto que, evidentemente, tinha que aparecer disfarçado, indicando apenas, despretensiosamente, uma ocorrência no mundo físico.
Antes de entrarmos nos comentários "místicos", observemos o episódio à luz dos mistérios iniciáticos o Jesus passara, em sua peregrinação terrena, pelos três primeiros graus: o MERGULHO nas águas profundas do coração, a CONFIRMAÇÃO, obtida com a Voz ouvida logo após o mergulho, completando assim os mistérios menores. E recebera bem a "prova" do terceiro grau, as "tentações", vencendoas em tempo curto e de maneira brilhante. Nem mesmo necessitara propriamente de uma metánoia
("modificação mental" ou, como prefere H. Rohden, "transmentação"): sua mente já estava firmada no Bem havia milênios; submeteu-se às provas por espontânea vontade (tal como ocorrera com o" mergulho" diante do Batista, MT 3:14-15), para exemplificar, deixando-nos o modelo vivo, que temos que seguir.
Superadas, pois, as tentações (3. ° grau) - e portanto vencida e domada totalmente a personagem transitória com sua ignorância divisionista, transbordante de egoísmo, vaidade e ambição - podia pretender o ingresso no 4. ° grau iniciático, nos mistérios maiores.
A cerimônia, realizada diante da Força Divina, conscientemente sentida dentro de cada um, mas também transcendente em a Natureza, dividia-se em duas partes.
A primeira partia do candidato (termo que significa "vestido de branco"; cfr. Marcos: "branco qual nenhum lavandeiro na Terra é capaz de alvejar"); consistia na "Ação de Graças" (em grego eucharist ía). O homem eleva suas vibrações ao máximo que lhe é possível, a fim de, sintonizando com Deus, agradecer o suprimento de Força (dynamis) e de Energia (érgon) que recebeu. Com isso, seu Espírito caminha ao encontro do Pai.
A essa Ação de Graças comparecem os "padrinhos" do novo ser que "inicia" a estrada longa e árdua do adeptado: dois "iniciados maiores", que se responsabilizam por ele, tornando-se fiadores de que realmente ele é digno de receber a Luz o Alto, e de que está APTO ao passo de suma gravidade que pretende dar. Ninguém melhor que Moisés e Elias para apresentar-se fiadores da pureza e santidade de YHWH, diante da Grande Ordem Mística e de seu Chefe, o Rei da Justiça e da Paz, MELQUISEDEC!
E lá estão eles, revestidos de luz, embora suas luzes fossem ainda inferiores às daquele que, para eles, fora "o seu Deus"!
Nesse encontro magnífico, o entretenimento permanecia na mesma elevação espiritual, e os assuntos tratados referiam-se exatamente aos passos seguintes: o quinto e as dores e a paixão indispensáveis para o sexto; conversavam a respeito da próxima "saída" que, dentro em pouco, se realizaria em Jerusalém.
Nesse alto nível de frequências vibratórias, puramente espirituais, em que o candidato aceita, de pleno grado e com alegria, tudo o que os "padrinhos" lhe apresentam como necessário à promoção, aguardava-se a aprovação do Alto, a poderosa manifestação (em grego epiphanía) que devia chegar do VERBO, através da palavra autorizada do Hierofante Máximo, declarando o candidato aceito no quarto grau, que lhe garantia o título oficial de "Iniciado". E Melquisedec mais uma vez faz soar SUA VOZ: "este é meu Filho, o Amado". Através do Sumo Sacerdote do Deus Altíssimo (HB 7:1) soava o SOM divino, e ao mesmo tempo vinha a autorização plena e total, para que pudesse ENSINAR os grandes mistérios àqueles que deles fossem dignos: OUVI-O!
Os três discípulos que ali haviam sido convocados testemunharam espiritualmente a cerimônia porque, em existências precedentes, já haviam passado por esse grau, embora em nível inferior, e estavam, agora, repetindo mais uma vez os sete passos, num nível mais elevado. Explicamo-nos: Realmente sabemos haver diversos planos em cada estágio evolutivo. No estágio hominal (como em tudo neste planeta), os planos são estruturados em setenários. Então, cada ser terá que submeter-se aos sete passos iniciáticos em cada um dos sete planos. O Homem atingirá o grau definitivo de "iluminado" após os três primeiros cursos de iniciação em três vidas diferentes, embora, talvez não sucessivas.
Ao completar o quarto curso, terá então o título definitivo de "iniciado", quando já se firmou na estrada certa. Depois do quinto curso, poderá receber o grau de "adepto". Após o sexto curso merecerá o mestrado supremo, será o "Hierofante". Só após o sétimo e último curso, será legitimamente chamado "O CRISTO". E foi isso que precisamente ocorreu com Jesus que, de direito, foi e é denominado Jesus, O CRISTO!
Só alguém que tenha um grau maior ou igual, poderá conceder a uma criatura os títulos legítimos.
Por isso, na Terra, só o Rei da Justiça e da Paz, o CRISTO MELQUISEDEC, poderia ter conferido a Jesus essa prerrogativa. E por essa razão foi escrito que Jesus, "sacerdote da Ordem de Melquisedec" (HB 5:6), "entrou, como precursor, por nós, quando se tornou Sumo Sacerdote, para sempre, da Ordem de Melquisedec" (HB 6:20).
Enquanto Jesus conquistava o quarto grau do sétimo plano, os três discípulos presentes eram recebidos e confirmados no mesmo quarto grau, mas de um plano inferior, que ousamos sugerir se tratava do quarto plano, pois se estavam preparando para o grau de "Iniciados", que realmente demonstraram ser, pelo futuro de suas vidas físicas, naquela encarnação.
Olhando-se as coisas sob esta realidade que acabamos de expor, é que verificamos quanta ilusão anda pelo mundo, no coração daqueles que se intitulam "iniciados" logo nos primeiros passos do caminho do Espírito; e sobretudo daqueles que julgam poder comprar uma palavra mágica que os torna instantânea e milagrosamente "iniciados" da noite para o dia...
Mas olhemos, agora o texto sob outro prisma. Estudemo-lo em sua interpretação mística do mundo mental, dentro do coração, na conquista do "reino dos céus".
Observemos que Jesus (a Individualidade) toma consigo PEDRO (a emoção, o corpo astral); TIAGO (corruptela portuguesa de Jacó - veja vol. 2 - com o sentido "o que suplanta", e que representa aqui o intelecto, que suplanta toda a animalidade, quando se desenvolve no plano hominal) e JOÃO (o intelecto já iluminado, cujo nome exprime "o dom de Deus" ou "a graça divina", cfr. vol. 1).
Por aí se compreende a razão da escolha. Qualquer passo que pretenda ser sério e construtivo espiritualmente, na individualidade, tem que contar, na personalidade, com esses três fundamentos: as emoções, o intelecto que suplantou a animalidade e o intelecto já iluminado pela intuição; por isso os evangelistas nos mostram Jesus a chamar, nos casos mais importantes, os três nomes-chaves: Pedro, Tiago e João.
Outra observação importante é o termo empregado por Mateus e Marcos (Lucas emprega anébê, "subiu) e que nos elucida com exatidão: anaphérei, ou seja, ELEVOU-OS. Com isso percebemos que houve uma elevação de vibrações, e bastante forte: ao monte alto (Mateus e Marcos). Lógico que não era preciso dar o nome do monte: foi ao Espírito, à mente, ao coração, que Jesus os "elevou", que a individualidade fez ascender a personalidade, subindo com Ela. E não deixa de salientar: "à parte", sozinhos, deixando na planície, ao sopé do monte, os demais discípulos, ou seja, os veículos inferiores.
Lucas, bem avisado, anota que os discípulos ficaram "oprimidos pelo sono" (hêsan bebaryménoi hypn ôi). No entanto, pode acrescentar que, apesar disso, se conservavam "plenamente despertos", isto é, numa superconsciência espiritual ativíssima, fora do corpo físico (desdobrados).
Passados os veículos superiores para o plano mental (mergulhados no coração), puderem observar aquilo que todos os grandes místicos atestaram sem discrepância, no oriente e no ocidente, em qualquer época: a percepção de uma luz intensíssima, que só poderia ser comparada, como o foi, ao SOL e à própria LUZ. Estavam os veículos em contato com o Eu Interno, com o CRISTO, com o Espírito em todo o seu resplendor relampejante: Deus é LUZ: mergulhar em Deus é mergulhar na LUZ.
Aí, nessa fulguração supernatural, observaram os três planos da individualidade, a tríade superior: a Centelha divina do Sol imortal, a partícula da Luz Incriada, representada por Jesus, pelo Cristo Cósmico mergulhado no ser; viram a Mente Criadora, que eles personalizaram em Moisés, criador da legislação para a personalidade; e o Espírito Individualizado, que o participante da experiência mística representa por Elias (cujo nome significa "Deus é meu Senhor"); Elias é o Espírito mais típico em sua ação espiritual, no Antigo Testamento. Aparece repentinamente nos livros históricos, sem filiação nem tradição, e também faz sua partida estranhamente num carro de fogo, como se se tratasse de alguém que não nasceu nem morreu ou que aqui tivesse vindo e ido proveniente de outro planeta. Tal como o Espírito imortal que, proveniente de uma individualização do Pensamento Universal, não conhece seu princípio nem jamais finalizará sua ascensão.
Aí temos, portanto, mais um exemplo vivo e palpitante, mais uma lição maravilhosamente exposta na prática, de um dos processos da unificação da personagem humana, em sua parte mais elevada, com a individualidade divina. A personagem descobre, nesse Encontro acima dos planos comuns, no nível altíssimo (alto monte) do mental, que seu verdadeiro EU tem três aspectos distintos, embora constituam um só princípio: 1. º o Cristo Cósmico, a Partícula divina; 2. º a Mente criadora (nóus) simbolizada em Moisés; 3. º o Espírito individualizado, do qual Elias serviu de símbolo. Esses três aspectos reúnemse numa única individualidade, com o sagrado nome de JESUS.
Daí a metamorfose que eles dizem que Jesus sofreu "no rosto": não era mais aquele Jesus do corpo físico, mas sim o JESUS-INDIVIDUALlDADE, ali observado nas três faces: Jesus o CRISTO, Moisés a Mente, Elias o Espírito.
O episódio da "transfiguração" torna-se, por tudo isso, um dos pilares fundamentais da mística cristã, uma das provas basilares da realidade do mundo espiritual que somos nós, esse microcosmo que é a redução finita de um macrocosmo infinito, incompreensível ao nosso intelecto personalístico; esse minuto-segundo, ponto físico euclidiano, que é uma projeção descritiva da eternidade, inconcebível ao nosso cérebro físico.
Lição perfeita em sua execução, revestida de impecável didática para quem olha e vê.
Dos veículos presentes ao excelso acontecimento, só as emoções se descontrolam. A parte puramente hominal do intelecto e a parte super-hominal do intelecto-iluminado, receberam a lição e silenciaram respeitosamente, absorvendo o ensino (o Lógos) e transmudando-se no Homem Novo que ali surge, no Super-Homem que naquele instante nasce para a Vida imanente. Mas as emoções se comovem profundamente, a ponto de não saber o que fazer: e nessa comoção, agitando-se, fazem o cenário desaparecer, diluem a visão, embora propondo permanecer indefinidamente nesse estado samádico, nesse êxtase supremo. Mas de qualquer forma, foi exteriorizado um "desejo"; mesmo sendo sublime, mesmo revelando a decisão de anular-se para permanecer naquela vibração puríssima, a emoção revolveu as águas cristalinas que espelhavam o céu na terra, e a descida foi perturbadora. Os veículos se aterrorizaram na queda de vibrações e caíram "prostrados com o rosto por terra", sem mais coragem de fitar a amplidão infinita.
Após essa revelação magnífica, tudo começa a voltar à normalidade, descendo os veículos espirituais ao corpo denso, e nele mergulhando como alguém que ao descer de um céu límpido e diáfano, penetrasse numa nuvem grosseira de materialidade. A "nuvem" da matéria toca-lhes a visão divina embaçalhes os olhos espirituais, diminui-lhes a agudeza perceptiva da superconsciência.
Surge ainda, no entanto, a afirmação espiritual do Verbo (Som, Pai), proclamando a individualidade, o Espírito individualizado, o CRISTO, como o Filho Amado, "que lhe proporciona alegria": é a declaração de Amor do Amante ao Amado, na união profunda de dois-em-um, no amplexo sublime do Esponsalício Místico. Nada mais natural que traduzir por palavras o ímpeto amoroso do Amante, porque o Amante é exatamente A PALAVRA, o VERBO, o LOGOS, o SOM Incriado, que tudo cria, sustenta e conserva com seu Amor-Ação Ativo e criador de PAI, permanentemente em função fecundadora. E, sendo PAI, nada mais natural que declarar que o Cristo-é "MEU FILHO". Também é óbvio que aconselhe aos veículos todos que O ouçam, seguindo-Lhe os ensinos e as inspirações.
Ao sentirem o impacto do natural peso mundo das células, ao penetrarem no mundo das formas, os veículos se oprimem, se amedrontam, e caem em quase desânimo, tristeza e saudade.
Mais uma vez a individualidade "tocando-os", fá-los levantar-se para reanimá-los aos embates físicos.
E eles vêem "apenas Jesus", apenas a individualidade despida da glória, em seu aspecto mais comum.
Não deixa esta, todavia, ao "descer do monte", ou seja, ao penetrar novamente na personagem terrena, de recomendar que silenciem o acontecimento. Os que realmente se amam, a ninguém revelam seus íntimos contatos amorosos: é o segredo da câmara nupcial que se leva ao túmulo. Assim, a personalidade deverá manter secretos esses encontros místicos, essas experiências indizíveis (2. ª Cor.
12:4). Sobretudo àqueles que não tiveram a experiência, aos que vivem NA personagem apenas, nada deverá jamais ser revelado: só poderá tratar-se desses raptos, desse Mergulho, com aqueles que já os VIVERAM, isto é, só quando o FILHO do Homem (ou o Super-Homem) tiver sido levantado da morte, do sepulcro da personagem física terrena, e definitivamente ingressado no "reino dos céus", só então será lícito condividir as experiências sublimes da unificação com o Cristo-Deus.
Mais uma prova de que se tratava realmente de um rito iniciático dos mistérios, é o silêncio imposto, o segredo que Jesus exige dos que a ele assistiram. Todas as cerimônias dos mistérios eram secretíssimas e ouvidos profanos delas não podiam ouvir falar. Nenhum dos escritores antigos que a elas assistiu as reproduz em suas obras. Mais tarde, depois que todos os passos fossem dados, poderia o fato ser divulgado, mas apenas como "um episódio" ocorrido no mundo físico, e não como o acesso a um grau iniciático, não como a conquista de um nível espiritual superior na escala dos Mistérios divinos.
Essa interpretação só poderia vir à luz no fim do ciclo zodiacal de Pisces (trevas), no alvorecer do signo do Aquário, quando tudo o que é oculto virá à luz, e os segredos celestiais jorrarão torrencialmente do Alto, para dessedentar os sequiosos de Espírito.
* * *
A "transfiguração" de Jesus é classificada com o termo metamorfose, típica dos mistérios iniciáticos gregos, fundamento da Mitologia. Muitas dessas metamorfoses são narradas pelos escritores iniciados nesses mistérios. Se os profanos pensam que são reais, enganam-se: são simbólicas da passagem de um estado a outro, ou de um estágio ao seguinte. Apuleio, por exemplo, simboliza e mergulho de Lúcius na matéria densa (encarnação), imaginando sua metamorfose num asno. As peripécias do animal são as ocorrências normais da vida humana na Terra. No fim, a iniciação nos mistérios de Ísis o faz voltar, muito mais experiente, à vida hominal, dedicando-se totalmente ao Espírito.
A metamorfose de Jesus, porém, foi de outro tipo: passou da carne ao Espírito, desintegrando momentaneamente a matéria em energia luminosa, embora ainda conservasse as características hominais da conformação externa, mas muito mais belas, por serem Energia Espiritual Radiante e Puríssima.
at 12:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 6
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 28 CARLOS TORRES PASTORINO
MT 20:20-28
20. Então veio a ele a mãe dos filhos de Zebedeu, com os filhos dela, prostrando-se e rogando algo.
21. Ele disse-lhe, pois: "Que queres"? Respondeu-lhe: "Dize que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e outro à tua esquerda em teu reino"
22. Retrucando, Jesus disse: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que estou para beber"? Disseram-lhe: "Podemos"! 23. Disse-lhes: "Sem dúvida bebereis o meu cálice; mas sentar à minha direita ou esquerda, não me compete concedê-lo, mas àquele para quem foi preparado por meu Pai".
24. E ouvindo os dez, indignaram-se contra os dois irmãos.
25. Chamando-os, porém, Jesus disse: "Sabeis que os governadores dos povos os tiranizam e os grandes os dominam.
26. Assim não será convosco; mas quem quiser dentre vós tornar-se grande, será vosso servidor,
27. e quem quiser dentre vós ser o primeiro, será vosso servo,
28. assim como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio-de-libertação para muitos".
MC 10:35-45
35. E aproximaram-se dele Tiago e João os filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: "Mestre, queremos que, se te pedirmos, nos faças".
36. Ele disse-lhes: "Que quereis que vos faça"?
37. Responderam-lhe eles: "Dá-nos que nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda na tua glória".
38. Mas Jesus disse-lhes: "Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que eu bebo, ou ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"? 39. Eles retrucaram-lhe: "Podemos"! Então Jesus disse-lhes: "O cálice que eu bebo, bebereis, e sereis mergulhados no mergulho em que sou mergulhado,
40. mas o sentar à minha direita ou esquerda, não me cabe concedê-lo, mas a quem foi dado".
41. E ouvindo isso, os dez começaram a indignarse contra Tiago e João.
42. E chamando-os, disse-lhes Jesus: "Sabeis que os reconhecidos como governadores dos povos os tiranizam e seus grandes os dominam.
43. Não é assim, todavia, convosco: mas o que quiser tornar-se grande dentre vós, será vosso servidor,
44. e o que quiser dentre vós ser o primeiro, será servo de todos.
45. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua alma como meio de libertação para muitos".
Lucas (Lucas 18:34) salientara que os discípulos "nada haviam entendido e as palavras de Jesus permaneciam ocultas para eles, que não tiveram a gnose do que lhes dizia". Mateus e Marcos trazem, logo depois, a prova concreta da verdade dessa assertiva.
Mateus apresenta o episódio como provocado pela mãe de Tiago e de João, com uma circunlocução típica oriental, que designa a mãe pelos filhos: "veio a mãe dos filhos de Zebedeu com os filhos dela", ao invés do estilo direto: "veio a esposa de Zebedeu com seus filhos". Trata-se de Salomé, como sabemos por Marcos (Marcos 15:40) confrontado com Mateus (Mateus 27:56). Lagrange apresenta num artigo (cfr. "L’Ami du Clergé" de 1931, pág. 844) a hipótese de ser Salomé irmã de Maria mãe de Jesus, portanto sua tia.
Sendo seus primos, o sangue lhe dava o direito de primazia. Em nossa hipótese (vol. 3), demos Salomé como filha de Joana de Cuza, esta sim, irmã de Maria. Então Salomé seria sobrinha de Maria e prima em 1. º grau de Jesus (sua "irmã"), sendo Tiago e João "sobrinhos de Jesus", como filhos de sua "irmã"
Salomé. Então, sendo seus sobrinhos, a razão da consanguinidade continuava valendo. Além disso, Salomé como sua irmã, tinha essa liberdade, e se achava no direito de pedir, pois dera a Jesus seus dois filhos e ainda subvencionava com seu dinheiro as necessidades de Jesus e do Colégio apostólico (cfr. LC 8:3 e MC 15:41).
Como na resposta Jesus se dirige frontalmente aos dois, Marcos suprimiu a intervenção materna: realmente eles estavam de pleno acordo com o pedido, tanto que, a seu lado, aguardavam ansiosos a palavra de Jesus. A interferência materna foi apenas o "pistolão" para algo que eles esperavam obter.
Como pescadores eram humildes; mas elevados à categoria de discípulos e emissários da Boa-Nova, acende-se neles o fogo da ambição, que era justa, segundo eles, pois gozavam da maior intimidade de Jesus, que sempre os distinguia, destacando-os, juntamente com Pedro, dos demais companheiros, nos momentos mais solenes (cfr. Mat, 9:1; 17:1; MC 1:29; MC 5:37; MC 9:12; MC 14:33; LC 8:51). Tinham sido, também, açulados pela promessa de se sentarem todos nos doze "tronos", julgando Israel (MT 19:28), então queriam, como todo ser humano, ocupar os primeiros lugares (MT 23:6 e LC 14:8-10).
A cena é descrita com pormenores. Embora parente de Jesus, Salomé lhe reconhece o valor intrínseco e a grandeza, e prostra-se a Seus pés, permanecendo silenciosa e aguardando que o Mestre lhe dirija a palavra em primeiro lugar: "que queres"?
Em Marcos a resposta é dos dois: "Queremos" (thélomen) o que exprime um pedido categórico, não havendo qualquer dúvida nem hesitação quanto à obtenção daquilo que se pede: não é admitida sequer a hipótese de recusa : "queremos"!
Jesus não os condena, não os expulsa da Escola, não os apresenta à execração pública, não os excomunga; estabelece um diálogo amigável, em que lhes mostra o absurdo espiritual do pedido, valendose do episódio para mais uma lição. Delicadamente, porém, é taxativo na recusa. Sabe dizer um NÃO sem magoar, dando as razões da negativa, explicando o porquê é obrigado a não atender ao pedido: não depende dele. Mas não titubeia nem engana nem deixa no ar uma esperança inane.
Pelas expressões de Jesus, sente-se nas entrelinhas a tristeza de quem percebe não estar sendo entendido: "não sabeis o que pedis" Essa resposta lembra muito aquela frase proferida mais tarde, em outras circunstâncias: "Não sabem o que fazem"! (LC 23:34).
Indaga então diretamente: "podeis beber o cálice que estou para beber ou ser mergulhado no mergulho em que sou mergulhado"? A resposta demonstra toda a presunção dos que não sabem, toda a pretensão dos que que ignoram: "podemos"!
Jesus deve ter sorrido complacente diante dessa mescla de amor e de ambição, de disposição ao sacrif ício como meio de conquistar uma posição de relevo! Bem iguais a nós, esses privilegiados que seguiram Jesus: entusiasmo puro, apesar de nossa incapacidade!
Cálice (em grego potêrion, em hebraico kôs pode exprimir. no Antigo Testamento, por vezes, a alegria (cfr. SL 23:5; SL 116:13; Lament 4:21); mas quase sempre é figura de sofrimento (cfr. SL 75:8; 1s.
51:17,22; EZ 23:31-33).
Baptízein é um verbo que precisa ser bem estudado; as traduções correntes insistem em transliterar a palavra grega, falando em batismo e batizar, que assume novo significado pela evolução semântica, no decorrer dos séculos por influência dos ritos eclesiásticos e da linguagem litúrgica. Batismo tomou um sentido todo especial, atribuído ao Novo Testamento, apesar de ignorado em toda a literatura anterior e contemporânea dos apóstolos. Temos que interpretar o texto segundo a semântica da época, e não pelo sentido que a palavra veio a assumir séculos depois, por influências externas.
Estudemos o vocábulo no mais autorizado e recente dicionário ("A Greek English Lexicon", de Liddell
& Scott, revised by Henry Stuart Jones, Londres, 1966), in verbo (resumindo): "Baptizô, mergulhar, imergir: xíphos eis sphagên, "espada mergulhada na garganta" (Josefo Rell. Jud.
2. 18. 4): snáthion eis tò émbryon "espátula no recém-nascido" Soranus, médico do 2. º séc. A. C. 2. 63); na voz passiva: referindo-se à trepanação Galeno, 10, 447. Ainda: báptison seautòn eis thálassau e báptison Dionyson pros tên thálassan, "mergulhado no mar" (Plutarco 2. 166 a e 914 d); na voz passiva com o sentido de "ser afogado", Epicteto, Gnomologium 47. Baptízô tinà hypnôi, "mergulho algu ém no sono" (Anthologia Graeca, Evenus elegíaco do 5. º séc. A. C.) e hynnôi bebantisméns "mergulhado no sono letárgico" (Archígenes, 2. º séc., apud Aécio 63); baptízô eis anaisthesían kaì hypnon," mergulhado na anestesia e no sono " (Josefo, Ant. JD 10, 9, 4); psychê bebaptisménê lypêi" alma mergulhada na angústia" (Libânio sofista, 4. º séc. A. D., Orationes, 64,115)".
Paulo (Rom, 6:3-4) fala de outra espécie de batismo: "porventura ignorais que todos os que fomos mergulhados em Cristo Jesus, fomos mergulhados em sua morte? Fomos sepultados com ele na morte pelo mergulho, para que, como Cristo despertou dentre os mortos pela substância do Pai, assim nós andemos em vida nova".
Até agora tem sido interpretado este trecho como referente aos sofrimentos físicos de Tiago, decapitado em Jerusalém por Herodes Agripa no ano 44 (cfr. AT 12:2) e de João, que morreu de morte natural, segundo a tradição, mas foi mergulhado numa caldeira de óleo fervente diante da Porta Latina (Tertuliano, De Praescriptione, 36 Patrol. Lat. vol. 2, col, 49) e foi exilado na ilha de Patmos (Jerônimo, Patrol. Lat. vol. 26, col. 143).
As discussões maiores, todavia, se prendem à continuação. Pois Jesus confirma que eles beberão seu cálice e mergulharão no mesmo mergulho, mas NÃO CABE a Ele conceder o lugar à sua direita ou esquerda! Só o Pai! Como? Sendo Jesus DEUS, segundo o credo romano, sendo UM com o Pai, NÃO PODE resolver? Só o Pai; E Ele NÃO SABE? Não tem o poder nem o conhecimento do que se passaria no futuro? Por que confirmaria mais uma vez aqui que o Pai era maior que Ele (JO 14:28)?
Como só o Pai conhecia "o último dia" (MT 24:36). Como só o Pai conhecia "os tempos e os momentos" (AT 1:7). Como resolver essa dificuldade? Como uma "Pessoa" da Trindade poderá não ter conhecimento das coisas? Não são três "pessoas" mas UM SÓ DEUS?
Os comentadores discutem, porque estão certos de que o "lugar à direita e à esquerda" se situa NO CÉU. Knabenbauer escreve: neque Messias in terra versans primas in caelo sedes nunc petentibus quibusque assignare potest, ac si vellet Patris aeterni decretum mutare vel abrogare (Cursus Sacrae Scripturae, Paris, 1894, pág. 281), ou seja: "nem o Messias, estando na Terra, pode dar os primeiros lugares no Céu aos que agora pedem, como se pretendesse mudar ou ab-rogar o decreto do Pai eterno".
Outros seguem a mesma opinião, como Loisy, "Les Évangiles Synoptiques", 1908, tomo 2, página 238; Huby, "Êvangile selon Saint Marc", 1924, pág. 241; Lagrange, "L’Évangile selon Saint Marc", 1929,pág. 280, etc. etc.
Os séculos correram sobre as discussões infindáveis, sem que uma solução tivesse sido dada, até que no dia 5 de junho de 1918, após tão longa perplexidade, o "Santo Ofício" deu uma solução ao caso.
Disse que se tratava do que passaria a chamar-se, por uma "convenção teológica", uma APROPRIAÇÃO, ou seja: "além das operações estritamente trinitárias, todas as obras denominadas ad extra (isto é, "fora de Deus") são comuns às pessoas da Santíssima Trindade; mas a expressão corrente - fiel à iniciativa de Jesus - reserva e apropria a cada uma delas os atos exteriores que tem mais afinidade com suas relações hipostáticas".
Em outras palavras: embora a Trindade seja UM SÓ DEUS, no entanto, ao agir "para fora", ao Pai competem certos atos, outros ao Filho, e outros ao Espírito Santo. Não sabemos, todavia, como será possível a Deus agir "para fora", se Sua infinitude ocupa todo o infinito e mais além!
Os dois irmãos, portanto, pretendem apropriar-se dos dois primeiros lugares, sem pensar em André, que foi o primeiro chamado, nem em Pedro, que recebeu diante de todos as "chaves do reino". Como verificamos, a terrível ambição encontrou terreno propício e tentou levar à ruína a união dos membros do colégio apostólico, e isso ainda na presença física de Jesus! Que não haveria depois da ausência Dele?
Swete anota que os dez se indignaram, mas "pelas costas" dos dois, e não diante deles; e isto porque foi empregada pelo narrador a preposição perí, e não katá, que exprimiria a discussão face a face.
Há aqui outra variante. Nas traduções vulgares diz-se: "não me pertence concedê-lo, mas será dado àqueles para quem está destinado por meu Pai". No entanto, o verbo hetoimózô significa mais rigorosamente" preparar ". Ora, aí encontramos hétoímastai, perfeito passivo, 3. ª pessoa singular; portanto," foi preparado".
Jesus entra com a sublime lição da humildade e do serviço, que, infelizmente, ainda não aprendemos depois de dois mil anos: é a vitória através do serviço prestado aos semelhantes. O exemplo vivo e palpitante é o próprio caso Dele: "Vim" (êlthen) indica missão especial da encarnação (cfr. MC 1:38 e 2:17; e IS 52:13 a 53:12). E essa vinda especial foi para SERVIR (diakonêsai), e não para ser servido (diakonêthênai), fato que foi exaustivamente vivido pelo Mestre diante de Seus discípulos e em relação a eles.
O serviço é para libertação (lytron). Cabe-nos estudar o significado desse vocábulo. "Lytron" é, literalmente" meio-de-libertação", a que também se denomina "resgate". O resgate era a soma de dinheiro dada ao templo, ao juiz ou ao "senhor" para, com ela, libertar o escravo. O termo é empregado vinte vezes na Septuaginta (cfr. Hatche and Redpath, "Concordance to the Septuagint", in verbo) e corresponde a quatro palavras do texto hebraico massorético: a kôfer, seis vezes; a pidion e outros derivados de pâdâh, sete vezes; a ga"al ou ge"ullah, cinco vezes, e a mehhir, uma vez; exprime sempre a compensa ção, em dinheiro, para resgatar um homicídio ou uma ofensa grave, ou o preço pago por um objeto, ou o resgate de um escravo para comprar-lhe a liberdade. E a vigésima vez aparece em Números (Números 3:12) quando o termo lytron exprime a libertação por substituição: os levitas podiam servir de lytron, substituindo os primogênitos de Israel no serviço do Templo.
Temos, portanto, aí, a única vez em que lytron não é dinheiro, mas uma pessoa humana, que substitui outra, para libertá-la de uma obrigação imposta pela lei.
Em vista disso, a igreja romana interpretou a crucificação de Jesus como um resgate de sangue dado por Deus ao Diabo (!?), afim de comprar a liberdade dos homens! Confessemos que deve tratar-se de um deus mesquinho, pequenino, inferior ao "diabo", e de tal modo sujeito a seus caprichos, que foi constrangido a entregar seu próprio filho à morte para, com o derramamento de seu sangue, satisfazerlhe os instintos sanguinários; e o diabo então, ébrio de sangue, abriu a mão e permitiu (!) que Deus pudesse carregar para seu céu algumas das almas que lhe estavam sujeitas... Como foi possível que tantas pessoas inteligentes aceitassem uma teoria tão absurda durante tantos séculos? ... Isso poderia ocorrer com espíritos inferiores em relação a homens encarnados, como ainda hoje vemos em certos" terreiros" de criaturas fanatizadas, e como lemos também em Eusébio (Patrol. Graeca, vol. 21, col. 85) que transcreve uma notícia de Philon de Byblos, segundo o qual os reis fenícios, em caso de calamidade, sacrificavam seus filhos mais queridos para aplacar seu "deus", algum "exu" atrasadíssimo.
Monsenhor Pirot (o. c. vol. 9, pág. 530) diz textualmente: "entregando-se aos sofrimentos e à morte, é que Jesus pagará o resgate de nossa pobre humanidade, e assim a livrará do pecado que a havia escravizado ao demônio"!
Uma palavra ainda a respeito de polloí que, literalmente, significa "’muitos". Pergunta-se: por que resgate" de muitos" e não "de todos"? Alguns aduzem que, em vários pontos do Novo Testamento, o termo grego polloí corresponde ao hebraico rabbim, isto é, "todos" (em grego pántes), como em MT 20:28 e MT 26:28; em MC 14:24; em RM 5:12-19 e em IS 53:11-12).
Sabemos que (MT 1:21) foi dado ao menino o nome de Jesus, que significa "Salvador" porque libertar á "seu povo de seus erros"; e Ele próprio dirá que traz a libertação para os homens (LC 4:18).
Esta lição abrange vários tópicos:
a) o exemplo a ser evitado, de aspirar, nem mesmo interior e subconscientemente, aos primeiros postos;
b) a necessidade das provas pelas quais devem passar os candidatos à iniciação: "beber o cálice" e "ser mergulhados";
c) a decisão, em última instância, cabe ao Pai, que é superior a Jesus (o qual, portanto, não é Deus no sentido absoluto, como pretendem os católicos romanos, ortodoxos e reformados);
d) a diferença, mais uma vez sublinhada, entre personagem e individualidade, sendo que esta só evolui através da LEI DO SERVIÇO (5. º plano).
Vejamo-lo em ordem.
I - É próprio da personagem, com seu "eu" vaidoso e ambicioso, querer projetar-se acima dos outros, em emulação de orgulho e egoísmo. São estes os quatro vícios mais difíceis de desarraigar da personagem (cfr. Emmanuel, "Pensamento e Vida", cap. 24), e todos os quatro são produtos do intelecto separatista e antagonista da individualidade.
O pedido de Tiago (Jacó) e de João, utilizando-se do "pistolão" de sua mãe, é típico, e reflete o que se passa com todas as criaturas ainda hoje. Neste ponto, as seitas cristãs que se desligaram recentemente do catolicismo (reformados e espiritistas) fornecem exemplos frisantes.
Entre os primeiros, basta que alguém julgue descobrir nova interpretação de uma palavra da Bíblia, para criar mais uma ramificação, em que ele EVIDENTEMENTE será o primeiro, o "chefe".
O mesmo se dá entre os espiritistas. Pululam "centros" e "tendas" que nascem por impulso vaidoso de elementos que se desligam das sociedades a que pertenciam para fundar o SEU centro ou a SUA tenda: ou foram preteridos dos "primeiros lugares à direita e à esquerda" do ex-chefe; ou se julgam mais capazes de realização que aquele chefe que, segundo eles, não é dinâmico; ou discordam de alguma interpretação da doutrina; ou querem colocar em evidência o SEU "guia", que acham não estar sendo bastante "prestigiado" (quando não é o próprio "guia" (!) que quer aparecer mais, e incita o seu" aparelho" a fundar outro centro PARA Ele!); ou a criatura quer simplesmente colocar-se numa posição de destaque de que não desfrutava (embora jamais confesse essa razão); ou qualquer outro motivo, geralmente fútil e produto da vaidade, do orgulho, do egoísmo e da ambição. Competência? Cultura?
Adiantamento espiritual? Ora, o essencial é conquistar a posição de "chefe"! Há ainda muitos Tiagos e Joões, e também muitas Salomés, que buscam para seus filhos ou companheiros os primeiros lugares, e tanto os atenazam com suas palavras e reclamações, que acabam vencendo. Que se abram os olhos e se examinem as consciências, e os exemplos aparecerão por si mesmos.
Tudo isso é provocado pela ânsia do "eu" personalístico, de destacar-se da multidão anônima; daí as" diretorias" dos centros e associações serem constituídas de uma porção de NOMES, só para satisfazer à vaidade de seus portadores, embora estes nada façam e até, por vezes, atrapalhem os que fazem.
O Antissistema é essencialmente separatista e divisionista, e por isso o dizemos " satânico" (opositor).
II - As "provas" são indispensáveis para que as criaturas sejam aprovadas nos exames. E por isso Jesus salienta a ignorância revelada pelo pedido de quem queria os primeiros postos, sem ter ainda superado a" dificuldades do caminho: "não sabeis o que pedis"!
O cálice que deve beber o candidato é amargo: são as dores físicas, os sofrimentos morais, as angústias provocadas pela aniquilação da personalidade e pela destruição total do "eu" pequeno, que precisa morrer para que a individualidade cresça (cfr. JO 3:30); são as calúnias dos adversários e: , sobretudo, dos companheiros de ideal que o abandonam, com as desculpas mais absurdas, acusandoo de culpas inexistentes, embora possam "parecer" verdadeiras: mas sempre falando pelas costas, sem dar oportunidade ao acusado de defender-se: são os martírios que vêm rijos: as prisões materiais (raramente) mas sobretudo as morais: por laços familiares; as torturas físicas (raras, hoje), mas principalmente as do próprio homem, criadas pelo "eu" personalístico, que o incita a largar tudo e a trocar os sacrifícios por uma vida fácil e tranquila, que lhe é tão simples de obter...
Mas, além disso, há outra prova: o MERGULHO na "morte".
Conforme depreendemos do sentido de baptízô que estudamos, pode o vocábulo significar: mergulhar ou imergir na água; mergulhar uma espada no corpo de alguém; mergulhar uma faca para operar cirurgicamente; mergulhar alguém no sono letárgico, ou mergulhar na morte.
Podemos, pois, interpretar o mergulho a que Jesus se refere como sendo: o mergulho no "coração" para o encontro com o Cristo interno; o mergulho que Ele deu na atmosfera terrena, provindo de mundos muito superiores ao nosso; o mergulho no sono letárgico da "morte", para superação do quinto grau iniciático, do qual deveria regressar à vida, tal como ocorrera havia pouco com Lázaro; ou outro, que talvez ainda desconheçamos. Parece-nos que a referência se fez à iniciação.
Estariam os dois capacitados a realizar esse mergulho e voltar à vida, sem deixar que durante ele se rompesse o "cordão prateado"? Afoitamente responderam eles: "podemos"! Confiavam nas próprias forças. Mas era questão de tempo para preparar-se. João teve tempo, Tiago não... Com efeito, apenas doze anos depois dessa conversa, (em 42 A. D.) Tiago foi decapitado, não conseguindo, pois, evitar o rompimento do "umbigo fluídico". Mas João o conseguiu bem mais tarde, quando pode sair com vida (e Eusébio diz "rejuvenescido") da caldeira de óleo fervente, onde foi literalmente mergulhado.
A esse mergulho, então, parece-nos ter-se referido Jesus: mergulho na morte com regresso à vida, após o "sono letárgico" mais ou menos prolongado, que Ele realizaria pouco mais tarde.
Esse mergulho é essencial para dar ao iniciado o domínio sobre a morte (cfr. "a morte não dominará mais além dele", RM 6:9; "por último, porém, será destruída a morte", 1CO 15:26; "a morte foi absorvida pela vitória; onde está, ó morte, tua vitória? onde está, ó morte, teu estímulo"?, 1CO
15:54-55; "Feliz e santo é o que tem parte na primeira ressurreição: sobre estes a segunda morte não tem poder, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante os mil anos": AP 20:6). De fato, a superação do quinto grau faz a criatura passar ao sexto, que é o sacerdócio (cfr. vol. 4).
Modernamente o sacerdócio é conferido por imposição das mãos, com rituais específicos, após longa preparação. No catolicismo, ainda hoje, percebemos muitos resquícios das iniciações antigas, como podemos verificar (e o experimentamos pessoalmente). Em outras organizações que "se" denominam" ordens iniciáticas", o sacerdócio é apenas um título pro forma, simples paródia para lisonjear a vaidade daqueles de quem os "Chefes" querem, em retribuição, receber também adulações, para se construírem fictício prestígio perante si mesmos.
O sacerdócio REAL só pode ser conferido após o mergulho REAL, efetivo e consciente, plenamente vitorioso, no reino da morte. Transe doloroso e arriscado para quem não esteja à altura: "podeis ser mergulhados no mergulho em que sou mergulhado"?
A morte, realizada em seu simulacro, no sono cataléptico era rito insubstituível no Egito, onde se utilizava, por exemplo, a Câmara do Rei, na" pirâmide de Quéops, para o que lá havia (e ainda hoje lá está), o sarcófago vazio, onde se deitavam os candidatos. Modernamente, Paul Brunton narra ter vivido pessoalmente essa experiência (in "Egito Secreto"). Também na Grécia os candidatos passavam por essa prova, sob a proteção de Hades e Proserpina, nos mistérios dionisíacos; assim era realizado em Roma (cfr. Vergílio, Eneida, canto VI e Plotino, Enéadas, sobretudo o canto V); assim se, fazia em todas as escolas antigas, como também, vimo-lo, ocorreu com Lázaro.
Superada essa morte, o vencedor recebia seu novo nome, o hierónymos (ou seja, hierós, "sagrado";
ónymos, "nome"), donde vem o nome "Jerônimo"; esse passava a ser seu nome sacerdotal, o qual, de modo geral, exprimia sua especialidade espiritual, intelectual ou artística; costume que ainda se conserva na igreja romana, sobretudo nas Ordens Monásticas (cfr. vol. 5, nota) (1). O catolicismo prepara para o sacerdócio com cerimônias que lembram e "imitam" a morte, da qual surge o candidato, após a "ordenação", como "homem novo" e muitas vezes com nome diferente.
(1) Veja-se, também, a esse respeito: Ephemerides Archeologicae, 1883, pág. 79; C. I. A., III, 900; Luciano, Lexiphanes, 10; Eunapio, In Maximo, pág. 52; Plutarco, De Sera Numinis Vindicta, 22.
III - Já vimos que Jesus, cônscio de Sua realidade, sempre se colocou em posição subalterna e submissa ao Pai, embora se afirmasse "unido a Ele e UNO com Ele" (JO 10:30, JO 10:38; 14:10, 11, 13;
16:15, etc. etc.) .
Vejamos rapidamente alguns trechos: "esta é a vontade do Pai que me enviou" (JO 6:40), logo vontade superior à Sua, e autoridade superior, pois só o superior pode "enviar" alguém; "falo como o Pai me ensinou" (JO 8:28), portanto, o inferior aprende com o superior, com quem sabe mais que ele; "o Pai me santificou" (JO 10. 36), o mais santo santifica o menos santo; "O Pai que me enviou, me ordenou" (JO 12:49), só um inferior recebe ordens e delegações do superior; "falo como o Pai me disse" (JO 12:50), aprendizado de quem sabe menos com quem sabe mais; "o Pai, em mim, faz ele mesmo as obras" (JO 14:11), logo, a própria força de Jesus provém do Pai, e reconhecidamente não é sua pessoal; "o Pai é maior que eu" (JO 14:28), sem necessidade de esclarecimentos; "como o Pai me ordenou, assim faço" (JO 14:31); "não beberei o cálice que o Pai me deu"? (JO 18:11), qual o inferior que pode dar um sofrimento a um superior? "como o Pai me enviou, assim vos envio" (JO 20:21); e mais: "Quem me julga é meu Pai" (JO 8:54); "meu Pai, que me deu, é maior que tudo" (JO 10:29); "eu sou a videira, meu Pai é o viticultor" (JO 15:1), portanto, o agricultor é superior à planta da qual cuida; "Pai, agradeço-te porque me ouviste" (JO 11:41), jamais um superior ora a um inferior, e se este cumpre uma "ordem" não precisa agradecer-lhe; "Pai, salva-me desta hora" (JO 12:27), um menor não tem autoridade para "salvar" um maior: sempre recorremos a quem está acima de nós; e mais: "Pai, afasta de mim este cálice" (MC 14:36); "Pai, se queres, afasta de mim este cálice" (LC 22:42); "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (LC 23:34), e porque, se fora Deus, não diria: "perdoo-lhes eu"? e o último ato de confiança e de entrega total: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito" (LC 23:46), etc.
Por tudo isso, vemos que Jesus sempre colocou o Pai acima Dele: "faça-se a tua vontade, e não a minha" (MT 26:42, LC 22:42). Logo, não se acredita nem quer fazer crer que seja o Deus Absoluto, como pretendeu torná-Lo o Concílio de Nicéia (ano 325), contra os "arianos", que eram, na realidade, os verdadeiros cristãos, e dos quais foram assassinados, em uma semana, só em Roma, mais de 30. 000, na perseguição que contra eles se levantou por parte dos "cristãos" romanos, que passaram a denominar-se "católicos".
Natural que, não sendo a autoridade suprema, nem devendo ocorrer as coisas com a simplicidade suposta pelos discípulos, no restrito cenário palestinense, não podia Jesus garantir coisa alguma quanto ao futuro. Daí não poder NINGUÉM garantir "lugares determinados" no fabuloso "céu", como pretenderam os papas católicos ao vender esses lugares a peso de ouro (o que provocou o protesto veemente de Lutero); nem mesmo ter autoridade para afirmar que A ou B são "santos" no "céu", como ainda hoje pretendem com as "canonizações". Julgam-se eles superiores ao próprio Jesus, que humilde e taxativamente asseverou: "não me compete, mas somente ao Pai"! A pretensão vaidosa dos homens não tem limites! ...
IV - A diferença entre a personagem dominadora e tirânica, representada pelo exemplo dos "governadores de povos" e dos "grandes", e a humildade serviçal da individualidade" é mais uma vez salientada.
Aqueles que seguem o Cristo, têm como essencial SERVIR ATRAVÉS DO AMOR e AMAR ATRAVÉS
DO SERVIÇO.
Essa é a realidade profunda que precisa encarnar em nós. Sem isso, nenhuma evolução é possível.
O próprio Jesus desceu à Terra para servir por amor. E esse amor foi levado aos extremos imagináveis, pois além do serviço que prestou à humanidade, "deu sua alma para libertação de muitos".
Esta é uma das lições mais sublimes que recebemos do Mestre.
Quem não liquidou seu personalismo e passou a "servir", em lugar de "ser servido", está fora da Senda.
DAR SUA ALMA, que as edições vulgares traduzem como "dar sua vida", tem sentido especial. O fato de "dar sua vida" (deixar que matem o corpo físico) é muito comum, é corriqueiro, e não apresenta nenhum significado especial, desde o soldado que "dá sua vida" para defender, muitas vezes, a ambição de seus chefes, até a mãe que "dá sua vida" para colocar mundo mais um filho de Deus; desde o fanático que "dá sua vida" para favorecer a um grupo revolucionário, até o cientista que também "dá sua vida" em benefício do progresso da humanidade; desde o mantenedor da ordem pública que "dá sua vida" para defender os cidadãos dos malfeitores, até o nadador, que "dá sua vida" para salvar um quase náufrago; muitas centenas de pessoas, a cada mês, dão suas vidas pelos mais diversos motivos, reais ou imaginários, bons ou maus, filantrópicos ou egoístas, materiais ou espirituais.
Ora, Jesus não deu apenas sua vida, o que seria pouca coisa, pois com o renascimento pode obter-se outro corpo, até bem melhor que o anterior que foi sacrificado.
Jesus deu SUA ALMA, Sua psychê, toda a Sua sensibilidade amorosa, num sacrifício inaudito, trazendoa de planos elevados, onde só encontrava a felicidade, para "mergulhar" na matéria grosseira de um planeta denso e atrasado, imergindo num oceano revolto de paixões agudas e descontroladas, tendo que manter-se ligado aos planos superiores para não sucumbir aos ataques mortíferos que contra Ele eram assacados. Sua aflição pode comparar-se, embora não dê ainda ideia perfeita, a um mergulhador que descesse até águas profundas do oceano, suportando a pressão incomensurável de muitas toneladas em cada centímetro quadrado do corpo. Pressão tão grande que sufoca, peso tão esmagador que oprime. Nem sempre o físico resiste. E quando essa pressão provém do plano astral, atingindo diretamente a psychê, a angústia é muito mais asfixiante, e só um ser excepcional poderá suportá-la sem fraquejar.
Jesus deu Sua psychê para libertação de muitos. Realmente, muitos aproveitaram o caminho que ele abriu. Todos, não. Quantos se extraviaram e se extraviam pelas estradas largas das ilusões, pelos campos abertos do prazer, aventurando-se no oceano amplo de mâyâ, sem sequer desconfiar que estão passeando às tontas, sem direção segura, e que não alcançarão a pleta neste eon; e quantos, também, despencam ladeira abaixo, aos trambolhões, arrastados pelas paixões que os enceguecem, pelos vícios que os ensurdecem, pela indiferença que os paralisa; e vão de roldão estatelar-se no fundo do abismo, devendo aguardar outras oportunidades: nesta, perderam a partida e não conseguiram a liberdade gloriosa dos Filhos de Deus.
Muitos, entretanto, já se libertaram. São os que se esquecem de si mesmos, os que deixam de existir e se transformam em pão, para alimentar a fome da humanidade: a fome física, a fome intelectual, a fome espiritual; e transubstanciam seu sangue em vinho de sabedoria, em vinho de santidade, em vinho de amor, para inebriar as criaturas com o misticismo puro da plenitude crística, pois apresentam a todos, como Mestre, apenas o Cristo de Deus, e desaparecem do cenário: sua personalidade morre, para surgir o Cristo em seu lugar; seu intelecto cala, para erguer-se a voz diáfana do Cristo; suas emoções apagam-se, para que só brilhe o amor do Cristo. E através deles, os homens comem o Pão Vivo descido do céu, que é o Cristo, e bebem o sangue da Nova Aliança, que é o Cristo, e retemperam suas energias e se alçam às culminâncias da perfeição, porque mergulham nas profundezas da humildade e do amor.
Essa é a libertação, que teve como lytron ("meio-de-libertação") a sublime psychê de Jesus. Para isso, Ele deu Sua psychê puríssima e santa; entregando-a à humanidade que O não entendeu... e quis assassiná-Lo, porque Ele falava uma linguagem incompreensível de liberdade, a linguagem da liberdade, a linguagem da paz, a linguagem da sabedoria e do amor.
Deu sua psychê generosa e amoravelmente, para ajudar a libertar os que eram DELE: células de Seu prístino corpo, que Lhe foram dadas pelo Pai, ao Qual Ele pediu que, onde Ele estivesse, estivessem também aqueles que Lhe foram doados (JO 17:24), para que o Todo se completasse, a cabeça e os membros (cfr. 1CO 12:27). A esse respeito já escrevemos (cfr. vol. 1 e vol. 5).
at 12:2
Sabedoria do Evangelho - Volume 7
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20 CARLOS TORRES PASTORINO
MT 24:3-14
3. Estando ele sentado no monte das Oliveira, chegaram a ele os discípulos em particular, dizendo: Dizenos quando serão essas coisas e qual o sinal de tua vinda e do término do eon.
4. E respondendo, disse-lhes Jesus: "Vede que ninguém vos desvie (do caminho certo),
5. porque muitos virão (apoiados) sobre meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e desviarão muitos.
6. Haveis de ouvir guerras e boatos de guerras; cuidado, não vos assusteis, pois é mister que isso ocorra, mas ainda não é o fim,
7. porque se levantarão povos contra povos e reino contra reino, e haverá fome e terremotos em cada lugar.
8. Tudo isso, porém, é um princípio das dores de parto.
9. Então vos entregarão à opressão e vos matarão e sereis odiados de todos os povos por causa do meu nome.
10. E então muitos serão derrubados e mutuamente se entregarão e se odiarão mutuamente,
11. e muitos falsos profetas se levantarão e desviarão muitos;
12. e, por crescer a ilegalidade, se resfriará o amor de muitos;
13. Mas o que perseverar até o fim, esse será salvo.
14. E será pregada esta Boa Nova do Reino em toda a terra habitada, em testemunho a todos os povos, e então virá o fim".
MC 13:3-13 3. Estando ele sentado no monte das Oliveiras, defronte do templo, perguntaramlhe em particular Pedro, e Tiago, e João e André;
4. Dize-nos quando ocorrerá isso e qual o sinal quando tudo isso está para consumarse.
5. Jesus, porém, começou a dizer-lhes; "Vede que ninguém vos desvie (do caminho certo).
6. Muitos virão (apoiados) sobre meu nome, dizendo que sou eu, e desviarão muitos.
7. Todas as vezes, porém, que ouvirdes guerras e boatos de guerras, não vos assusteis: isso deve acontecer, mas ainda não é o fim,
8. pois se levantará povo contra povo e reino contra reino, haverá terremotos em cada lugar, haverá fome; isso é um princípio das dores de parto.
9. Cuidai de vós mesmos: entregarvos-ão aos tribunais e nas sinagogas sereis açoitados e comparecereis diante de governadores e reis por minha causa, em testemunho para eles. 10. E a todo povo, primeiro, deve ser pregada a Boa Nova.
11. E todas as vezes que vos levarem para entregar, não vos preocupeis do que direis, mas o que vos for ensinado naquela hora, dizei, pois não sereis vós que falais, mas o Espírito Santo.
12. E um irmão entregará o irmão à morte, e um pai o filho, e se levantarão os filhos contra os pais e os matarão.
13. E sereis odiados de todos por causa de meu nome. O que perseverar até o fim, esse será salvo".
LC 21:5-19
5. Falando alguns a respeito do templo, porque era ornado de belas pedras e donativos, disse:
6. "Isso que vedes, dias virão em que não será deixada pedra sobre pedra que não seja arrasada".
7. Perguntaram-lhe, pois, dizendo: Mestre, quando, então, será isso? E qual o sinal quando estiver para acontecer?
8. Ele disse: "Vede que não sejais desviados (do caminho certo), pois muitos virão (apoiados) sobre meu nome, dizendo: "Eu sou", e: "o tempo chegou"; não sigais atrás deles.
9. Todas as vezes que ouvirdes guerras e revoluções, não vos assusteis, pois é necessário que primeiro ocorram essas coisas, mas não (será) imediatamente o fim".
10. Então disse-lhes: "Levantarse-á povo contra povo e reino contra reino;
11. haverá grandes terremotos em cada lugar, fome e peste, haverá terrores também e grandes sinais do céu.
12. Antes de tudo isso, porém, lançarão suas mãos sobre vós e perseguirão, entregandovos às sinagogas e prisões, conduzindo-vos aos reis e governadores, po causa de meu nome.
13. Sairá (isto) para vós como testemunho.
14. Ponde, então, em vossos corações não premeditar como defender-vos,
15. pois eu vos darei eloquência e sabedoria, às quais não poderão resistir nem responder todos os vossos opositores.
16. Sereis entregues até por pais e irmãos e parentes e amigos, e matarão alguns de vós.
17. E sereis odiados de todos por causa de meu nome,
18. mas um cabelo de vossa cabeça não se perderá:
19. em vossa perseverança, adquirireis vossas almas".
Na opinião unânime dos comentadores, este trecho é reputado um dos mais difíceis dos Evangelhos.
Sabemos pela narrativa de Marcos que os quatro discípulos, que foram os primeiros a ser admitidos na Escola (JO 1:14-20) - Pedro e André (irmãos) Tiago e João (irmãos) - fizeram a Jesus a pergunta de esclarecimento a respeito da previsão da destruição do templo; em Mateus, porém, a indagação tem duas fases: a) quais os sinais que precederão a destruição do templo; b) quais os que assinalarão o término do eon ou ciclo (que as traduções vulgares interpretam com "fim do mundo").
Observemos que no original não está escrito télos toú kósmou (fim do mundo), mas synteleía toú aiônos (término do eon ou ciclo). Os israelitas opunham ôlâm hazzêh ("este eon") a ólâm habbâ ("o outro ou o próximo eon").
Entre as primeiras comunidades ("centros") cristãs, teve muita voga a crença de que a mudança de eon se daria muito breve, com a "chegada" (parusia) de Jesus (cfr. vol. 3, vol. 4 e vol. 6).
A palavra parusia (grego parousía) tem o sentido preciso de "presença" ou "chegada". Já desde três séculos antes de Cristo designava as visitas triunfais de reis e imperadores às cidades de seus domínios ou não: "chegavam" tornando-se "presentes". Os cristãos aplicavam o termo ao "retorno de Jesus à Terra, que era aguardado para aquela época tanto que a demora desanimou a muitos que, por isso, abandonaram o cristianismo.
As interpretações deste trecho são várias:
1 - Trata-se apenas do fim do ciclo, dizem, entre outros, Irineu, Hilário, Apolinário, Teodoro de Mopsuesto, Gregório o Grande, etc .
2 - Tem duas fases distintas, uma referente à destruição de Jerusalém (vers. 4 a 22), outra ao término do ciclo (verss. 23 a 51), é a opinião de Borsa, João Crisóstomo e muitos modernos.
3 - As duas referências se misturam, sem divisão nítida, pensam Agostinho, Beda, Knabenbauer, Battifol, Lagrange, Durand e muitos outros modernos.
Maldonado (o. c. pág. 475) afirma que os apóstolos fizeram as duas perguntas confuse (confusamente) e que Jesus respondeu também confusamente, para que ninguém soubesse quando seria o "fim do mundo". O raciocínio peca pela base, já que as perguntas foram nitidamente duas e em sequência lógica.
Em segundo lugar, não é digno de um "mestre" esclarecer "confusamente a seus discípulos, ainda que esses fizessem confusão nas perguntas, o que não é o caso: isso revelaria falsidade no ensino, hipótese que não pode sequer ser aventada em relação a Jesus. Eis as palavras do jesuíta: existimabant apostoli haec esse conjuncta: finem templi et finem mundi; noluit Christus hunc illis errore erípere, isto é, "julgaram os apóstolos serem simultâneos esses dois acontecimentos: o fim do templo e o fim do mundo; Cristo não quis tirá-los desse erro".
Preferimos aceitar a explicação mais lógica, de que a "mistura" foi feita pelos narradores, dentro do estilo profético clássico, que encontramos em Isaías (8:21; 13:13; 19:2, etc.), em Ezequiel (5:12, etc.), em muitos outros apocalipses e até, modernamente, em Nostradamus.
Analisemos o trecho, dentro da interpretação generalizada, respigando alguns tópicos: Vers. 5 - "Muitos virão (apoiados) sobre meu nome", e não apenas "muitos virão em meu nome". Não se refere somente aos que se apresentam como representantes do Cristo, "em nome dele", mas daqueles que falam dizendo-se "O Cristo", fundamentados na autoridade desse nome. O grego não diz en onómatí, mas claramente epi tôí onómati mou. Encontramos exemplos dessa mesma época: Simão o Mago (AT 8:9-11); Teudas, sob o procurador Fadus (Fl. Josefo, Ant. Jud., 20. 5. 1); outros cujos nomes não nos foram conservados (Bell. JD 2. 13. 4); outro sob o procurador Félix (Bell. JD 2. 13. 5 e Ant. JD 20. 8. 6 e 10).
Vers. 6 e 7- Guerras e lutas entre nações. Nessa época sabemos de muitas: nas Gálias (Víndex e Virginius), no Danúbio, na Germânia, na Bretanha, com os Partos (Tácito, Annales, 12, 13; 13, 6 a 8; Suetônio, Nero, 39). Lutas em 68 entre Galba, Oton, Vitélia e Vespasiano (Tácito, Historiae, 1, 2,1); lutas na Palestina (Bell. JD 2. 12. 1 e Ant. JD 18. 9. 1); revoluções sob Cumano (entre 48 e 52), sob Gessio Floro (entre 64 e 66); massacres entre gregos e judeus em Cesareia, em Ascalon, em Ptolemaida, em Tiro, em Hipos, em Gadara, em Damasco, em Alexandria: "cada cidade parecia dividida em dois campos inimigos" (Bell. JD 2. 17. 10 e 18, e 1 a 8). A opinião de Tácito também é valiosa e insuspeita (1).
(1) Tácito (Historiae, I, 2, 1-6) assim descreve essa época: Opus adgredior opímum cásibus, atrox proeliis, discors seditiónibus, ipsa etiam pace saevum: quattuor príncipes ferro interempti trina bella civilia, plura externa ac plerumque permixta; prosperae in oriente, adversae in occidente res; turbatum llyricum, Galliae nutantes, perdómita Britannia et statim missa; coortae in nos Sarmatarum ac Sueborum gentes, nobilitatus cládibus mutuis Dacus, mota prope etiam Parthorum arma falsi Neronis ludibrio. Iam vero Italia novis cladibus vel post longam saeculorum seriem repetitis adflicta: haustae aut óbrutae urbes, fecundissima Campaniae ora; et urbs incendiis vastata, consumptis antiquissimis delubris, ipso Capitólio civium manibus incenso" Pollutae caerimoniae, magna adulteria; plenum exiliis mare, infecti caedibus scopuli. Atrocius in urbe saevitum: nobilitas, opes, omissi gestique honores pro crimine et ob virtutes certissimum exitium. Nec minus praemia delatorum invisa quam scelera, cum alii sacerdotia et consulatus ut spolia adepti, procurationes alii et interiorem potentiam, agerent verterem cuncta odio et terrore. Corruptl in dominos servi, in patronos liberti; et quibus deeral inimicus per amicos oppressi.
Para os poucos treinados em latim, eis a tradução: "Empreendo uma obra fecunda em catástrofes, atroz de combates, discordante pelas sedições, sendo cruel a própria paz: quatro príncipes mortos pela Espada, três guerras civis, muitas estrangeiras e outras mistas; êxitos no oriente, derrotas no ocidente; perturbada a Ilíria, cambaleantes as Gálias, a Bretanha dominada e logo perdida; Suevos e Sármatas revoltadas contra nós; o Dácio celebrado pelas nossas derrotas e pelas deles; os próprios Partos quase pegando em armas por engano de um falso Nero. Além disso, a Itália afligida por novas calamidades, que se repetiam após longa série de séculos; cidades engolidas ou arrasadas no litoral tão fértil da Campânia; Roma desolada por incêndios, vendo consumir-se os mais antigos santuários; o próprio Capitólio queimado pela mão dos cidadãos; a religião profanada, adultérios escandalosos, o mar coberto de exilados, os rochedos tintos de sangue.
Mais atroz na cidade a crueldade: a nobreza, a fortuna, as honras, a recusa mesmo das honras tida como crimes, e a morte como preço da virtude. Os prêmios dos delatores tão odiosos quanto os crimes, pois uns tomavam como despojos o sacerdócio ou o consulado, outros a procuradoria e o poder palaciano, tudo derrubando pelo ódio ou pelo terror. Os escravos corrompidos contra seus senhores, os libertos contra seus protetores, e os que não tinham inimigos, opressos por seus amigos".
Todo esse aparato de horrores não denota, entretanto, o fim: é apenas "o princípio das dores de parto" (no original: archê ôdínôn), não simples "dores". O termo é técnico, exprimindo uma dor que tem, como resultado, um evento feliz: uma dor que provoca um avanço, uma criação física ou mental.
As acusações entre cristãos são atestadas por Tácito (2).
(2) Também aqui Tácito (Annales, XV, 44, 4-6) nos esclarece com os seguintes palavras após descrever o incêndio de Roma: Ergo abolendo rumori Nero súbdidit reos et quaesitissimis poenis adfecit quos per flagitia invisos vulgus Christianos appellabat.
Auctor nominis ejus Christus, Tiberio imperitante per procuratorem Pontium Pilatum supplicio adfectus erat; repressaque in praesens exitiabilis superstitio rursvm erumpebat, non modo per Judaeam, originem ejus mali, sed per urbem etiam quo cuncta úndique atrocia aut pudenda confluunt celebranturque. Igitur primum correpti qui fatebantur, deinde indicio corum multitudo ingens haud proinde in crimine incendii quam odio humani generis convicti sunt. Isso significa: "Assim para abolir os boatos, Nero supôs culpados e infligiu tormentos refinados àqueles que, odiados por suas ações, o povo chamava Cristãos. O autor desse nome, Cristo, fora supliciado pelo procurador Pôncio Pilatos no império de Tibério. Reprimida no presente, a detestável superstição novamente irrompia, não só na Judeia, onde nascera, mas pela própria Roma, aonde chegam de todas as partes e são celebrados os cultos mais horrorosos e vergonhosos. Foram primeiro presos os que confessavam, depois, por indicação deles, enorme multidão, acusados não tanto pelo crime do incêndio, como de ódio pelo gênero humano".
Quanto à divulgação da Boa Nova, Paulo escreveu (RM 10:18): "Sua voz espalhou-se por toda a Terra e suas palavras às extremidades do mundo habitado". Realmente, no texto não é dito que o Evangelho será pregado "em todo o mundo" (hólôi tôi kósmôi) mas em "toda a Terra habitada" (hólêi têi oikouménêi). Essa palavra (donde deriva "ecumênico") era usada entre os gregos para exprimir o território deles, em oposição ao dos bárbaros; entre os romanos, era o império romano, em oposição aos demais povos.
Nessa mesma época, entre 30 e 70, temos notícias de tremores de terra na Ásia menor, na Assíria, na Macedônia, em Creta, na Itália: em 61 e 62 na Laodicéia, Colosso e Hierápolis; em 63, com a erupção do Vesúvio, em Nápoles, Herculanum e mais três cidades menores; o incêndio de Roma em 64 (cfr. Tácito, Annales, 14,16; Sêneca, Quaestiones Naturales, 6, 1; Fl. Josefo, Bell. JD 4. 4. 5). A fome, sob Cláudio, assolou Roma e Palestina (cfr. At 11:28 e Ant. JD 20. 5. 2).
O comparecimento ante os tribunais também é abundantemente citada não só pelos autores profanos, como no Novo Testamento: discípulos presos (AT 4:3 e AT 5:18-40); citados perante o Sinédrio (AT 8:1-3 ; 9:1, 2, 21; 26:10; 28:22; RM 15:30-31); Tiago é condenado e decapitado (AT 12:2); Pedro é preso e condenado (AT 12:3-17); Paulo é apedrejado em Listra (AT 14:18), é açoitado e preso em Filipos (AT 16:22-24); fica preso quatro anos em Jerusalém (AT 21:33) em Cesareia (AT 24:27) em Roma (AT 28:23, AT 28:30-31); é levado diante do procônsul Gálio (AT 18:14), do Sinédrio de Jerusalém (AT 23), de Félix (AT 24:25), de Festus (AT 25:9) do rei Agripa (AT 26) e de Nero (2TM 4:17-19).
Aí temos, pois, um apanhado que justifica a interpretação corrente do trecho, de que os acontecimentos previstos se referem ao mundo exterior da personagem, às ações que vêm de fora.
O segundo comentário ainda é bem mais difícil. Que sentido REAL está oculto, sob essas palavras enigmáticas?
O aviso inicial é de uma clareza ofuscante: "Vede que ninguém vos desvie do caminho certo" (1). O comentarista sente-se perplexo e assustado, temeroso de incorrer nesse aviso prévio de cuidar-se, para não se deixar levar por fantasias.
(1) Não podemos considerar errada a tradução que fazem as versões vulgares do verbo planáô, po "enganar"; mas o sentido preciso desse verbo, "desviar do caminho certo" é muito mais expressivo e corresponde bem melhor ao que se diz no contexto.
Oremos, suplicando que a inspiração não nos falte, e que não distorçamos a luz que nos vem do Alto, a fim de não nos desviarmos nem tirarmos os outros do caminho certo.
Assistimos ao trabalho da Individualidade para fazer evoluir a personagem, com seus veículos rebeldes, produto do Antissistema. A figuração do Cristo diante da multidão simboliza bem a individualidade a falar através da Consciência, para despertar a multidão de pequenos indivíduos, representados pelo governo central, que é o intelecto. Imbuído de todo negativismo antagônico, o intelecto leva a personagem a rejeitar as palavras da Verdade que para ela, basicamente situada no polo oposto, soam falsas e absurdas. O Espírito esforça-se por explicar, responde às dúvidas: esclarece os equívocos, todavia nada satisfaz ao intelecto insaciável de noções de seu plano, onde vê tudo distorcido pela refração que a matéria confere à ideia espiritual, quando esta penetra em seu meio de densidade mais pesada. Quando verifica que não tem argumentos capazes para rebater o que ouve, rebela-se definitivamente e interrompe qualquer ligação com o Eu interno, voltando-se para as coisas exteriores, supondo que a matéria (as pedras) possam anular a força do Espírito. Diante de tal atitude violenta e inconquistável, a Individualidade esconde-se, isto é, volta a seu silêncio, abandonando a si mesma a personagem, e sai do templo, ou seja, larga a personagem e passa a viver no Grande-Todo, no UNO, indivisível, sem deixar contudo de vivificar e sustentar a vida daquela criatura mesma que a rejeitou com a violência. Um dos casos, talvez, em que, temporária ou definitivamente, a Individualidade pode desprender-se da personagem que, por não querer aceitar de modo algum o ensino, continuará sozinha a trajetória (cfr. vol. 4), tornando-se "psíquica", mas "não tendo Espírito" (Judas, 19).
NOTA DO AUTOR
A partir deste ponto, podemos oferecer a nossos leitores bases mais seguras em nossa tradução do texto original grego.
Até a página anterior, seguimos o NOVUM TESTAMENTUM GRAECE, de D. Eberhard Nestle e D. Erwin Nestle; o NOVI TESTAMENTI BIBLIA GRAECA ET LATINA, de J . M. Bover; a "S. Bible Poliglotte" de Vigouroux; as versões da Escola Bíblica de Jerusalém, da Abadia de Maredsous, a "Versão Brasileira" a Vulgata de Wordsworth e White, e a Análise de Max Zerwick, que eram os textos mais bem informados (só nos faltava o texto de Merck, mas a edição de Bover o colaciona).
Agora, todavia, conseguimos receber o recentíssimo volume THE GREEK NEW TESTAMENT, de Kurt Aland (da Univ. de Munster, Westfalia), Matthew Black (da Univ. de St. Andrews), Bruce M. Metzger (do Univ. de Princeton) e Allen Wikgren (da Univ. de Chicago), com larga colaboração de especialistas de cada setor, de forma a ser um texto realmente autorizado.
A publicação foi feita em 1967, pela United Bible Societies, de Londres (que reúne as Soc.
Bíblicas Americana, Inglesa estrangeira, Escocesa, Neerlandesa e de Wurttemberg). Traz todas as variantes dos papiros, dos códices unciais, dos minúsculos, da ítala e da vulgata, dos lecionários, das versões antigas (siríacas, coptas, góticas, armênias, etiópicas, georgionas, núbias) dos Pais do Igreja, e de todos os editores, trazendo até as descobertas mais recentes nesse campo. Isso permite ao tradutor apoiar-se com maior segurança em seu trabalho, podendo analisar as variantes e avaliar os pesos de cada manuscrito ou tradução, tirando conclusões mais fiéis ao original.
Daqui em diante, pois, seguiremos o texto grego cessa edição. E como prometemo-nos o REVER, à sua luz, e com os dados mais recentes, tudo o que até agora foi traduzido e publicado qualquer novo testemunho que nos leve a modificar nossa opinião expendida, honestamente a divulgaremos oportunamente, para que continue, neste trabalho audaciosamente iniciado, a mesma qualidade básica essencial: honestidade sincera.
A tradução que sozinho empreendemos do original grego, sob nosso responsabilidade pessoal única, não se filia a nenhuma corrente religioso antiga ou moderna. O que pretendemos é conseguir penetrar o sentido reaI, dentro do grego, transladando-o para o português, sem preocupação de concordar nem de discordar com quem quer que seja.
Também não pretendemos ser dogmáticos nem saber mais que outros, mas honestamente dizemos o que pensamos, como estudiosos, trazendo mais uma achega depois de quase cinquenta anos de estudos especializados nesta existência. Mas estamos dispostos a aceitar qualquer crítica e rever qualquer ponto que nos seja provado que foi mal interpretado por nós.
Só pedimos uma coisa: que nos seja reconhecida a honestidade com que trabalhamos e a sinceridade pessoal com que sentimos e nos expressamos.
at 12:4
Sabedoria do Evangelho - Volume 8
Categoria: Outras Obras
Capítulo: 31 CARLOS TORRES PASTORINO
MT 27:33-38
33. E chegando a um lugar denominado Gólgota, que é chamado lugar da caveira,
34. deram-lhe de beber vinho misturado com fel; e tendo provado, não quis beber.
35. Tendo-o crucificado, repartiram entre si suas vestes, lançando sortes,
36. e sentados, o guardavam ali.
37. E puseram acima da cabeça dele a culpa dele escrita: Este é Jesus, o rei dos judeus.
38. Então foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda.
MC 15:22-28
22. E levam-no sobre o lugar Gó1gota, que é interpretado lugar da caveira,
23. e deram-lhe vinho com mirra, que não tomou.
24. E o crucificam e repartem entre si as vestes dele, lançando sorte sobre elas: quem tomaria o que.
25. Era a hora terceira quando o crucificaram,
26. e estava sobre-escrito o título de sua culpa: o rei dos judeus.
27. E com ele crucificaram dois salteadores, um à direita, outro à esquerda dele,
28. e cumpriu-se a escritura que diz: e foi contado entre os malfeitores.
LC 23:33-34
33. E quando chegaram ao lugar chamado caveira, aí o crucificaram e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.
34. e Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. E repartindo as vestes dele, lançaram sorte.
JO 19:17-24
17. b... para o denominado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota,
18. onde o crucificaram, e com ele outros dois, de cá e de lá, e Jesus no meio.
19. Pilatos também escreveu um título e colocou sobre a cruz; estava escrito: Jesus o Nazoreu, o rei dos judeus.
20. Muitos dos judeus então leram esse título, porque o lugar onde Jesus fora crucificado era próximo da cidade. E estava escrito em hebraico, romano e grego.
21. Disseram, então, a Pilatos os principais sacerdotes dos Judeus: Não escrevas "o rei dos Judeus", mas que "Ele disse: sou o rei dos judeus".
22. Respondeu Pilatos: O que escrevi, escrevi.
23. Os soldados, então, quando crucificaram Jesus, tomaram as vestes dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, e a túnica. Mas a túnica era sem costura, tecida toda a partir de cima.
24. Disseram, então, uns aos outros: não a rasguemos, mas sorteemos, de quem será; para que se cumprisse a escritura que dizia: repartiram entre si as minhas vestes e sobre minha vestimenta lançaram sorte. E isso fizeram, então, os soldados.
Vejamos alguns pormenores
GÓLGOTA
Significa literalmente "lugar do crânio", em grego kraníon, em latim calva ou calvarium. O aramaico, de fato, seria gólgoltha, e o hebraico gulgoleth, sempre com o sentido de crânio.
Orígenes (Patrol. Gr. vol. 13, col. 1777) seguido por Maimônides, diz que se tratava do local em que fora enterrado o crânio de Adão. E nas cartas de Paula e Eustáquia a Marcela (Patrol. Lat. vol. 22, col. 485) está escrito: locus... calvaria appellatur, scilicet quod ibi sit antiqui hominis calvaria cóndita, ut secundus Adam, id est, sanguis Christi, de cruce stillans, primi Adam et jacentis protoplasti dilúeret, ou seja: "o lugar se chama calvario, isto é porque aí está localizado o crânio do homem antigo, para que o segundo Adão, isto é, o sangue de Cristo, gotejando da cruz, lavasse os pecados do primeiro Adão e do primeiro homem caído" (isto é, Abel). Essa opinião foi aceita pelo pseudo-Atanásio (Patrol.
Gr. vol. 28, col. 208), por Ambrósio (Patr. Lat. vol. 15, col. 1832) por João Crisóstomo (Patr. Gr. vol. 59, col. 459) por Epifânio (Patr. Gr. vol. 41, col. 844) e outros, pois a sepultura de Adão era tradicionalmente situada pelos Judeus no Hebron.
Entretanto Jerônimo (Patr. Lat. vol. 26, col. 209) põe as coisas em seu devido lugar: favorabilis interpretatio et mulcens aurem populi, nec tamen vera... Loca sunt in quibus truncantur capita damnatorum et calvariae, id est, decollatorum sumpsisse nomen, ou seja, "a interpretação é favorável e agradável ao ouvido do povo, mas não é verdadeira: são os lugares em que se cortam as cabeças dos condenados, e tomou o nome de "caveiras", isto é, dos degolados".
A tradição nada diz. E parece que todas essas interpretações são falhas, pois seria inadmissível que o rico José de Arimateia erguesse para si um túmulo na vizinhança do lugar das execuções. O mais certo é que o nome se deva à conformação do solo: trata-se de uma protuberância rochosa, que se eleva a uns 5 metros, dando a impressão do tampo de uma caveira.
LOCALIZAÇÃO
Situa-se no Gareb, a noroeste da 2. ª muralha, lugar que foi reconhecido por Helena, esposa de Constantino, e onde se verificaram as profanações de Adriano, na época dos primeiros cristãos: a tradição a respeito do local é antiquíssima e indiscutida. Recentes escavações no hotel russo de Santa Alexandra e no templo protestante do Redentor comprovaram que ficava junto à 2. ª muralha, mas fora da cidade (confirmando MT 27:32; MC 15:21; LC 23:21; JO 19:17; HB 13:12 nas proximidades de uma estrada pública (cfr. MT 27:39; MC 15:25 e JO 19:20).
A distância do pretório, em linha reta (a vol doieau) é de 600 metros, mas o percurso foi feito dando voltas em ruas estreitas e apinhadas de povo por causa da páscoa. O percurso acompanha as sinuosidades da Segunda muralha, fazendo 150m em descida (a cota da Torre Antonia é de 750m) até o fundo do Vale do Tiropeu (cota de 710m) e o resto em subida até o Gólgota (cota de 755m).
BEBIDA AMARGA
Em Strack e Billerbeck (vol. 1, pág. 1037, 38) encontramos a citação de Rab Chisda (+ 305): "A quem vai ao suplício se dá pequeno pedaço de incenso com vinho, numa taça, a fim de embotar as sensações, como está em Provérbios (Provérbios 31:6): Daí licores fortes a quem morre e vinho a quem tem a alma amargurada".
Em Jerusalém (cfr. Sanhedrim. 43 a) era tarefa de que as mulheres da sociedade se incumbiam; mas quando não no podiam fazer, as mulheres do povo se encarregavam de preparar a beberagem.
Mateus diz que era "vinho misturado com bile" (cholé) ou fel, no sentido de coisa amarga, talvez por influência do SL 66:22, onde os LXX escrevem exatamente cholé. Marcos escreveu "vinho (temperado) com mirra", no original esmyrnisménon oínon (em latim, vinum myrrhatum). Parece haver em Marcos maior precisão de termos, já que a mirra é um odorante amargo (que o Talmud chama de incenso), com efeito anestesiante e ligeiramente antisséptico. Jesus recusa essa bebida (Marcos) ou apenas a prova (Mateus). Mais tarde, tomará o vinagre ou bebida acidulada (cfr. MT 27:48), em vista da sede, provocada pelo suor e pela perda de sangue.
VESTES
Já vimos que Jesus fez o percurso do pretório ao Gólgota com suas vestes brancas. Mas como terá sido crucificado? Lemos no Talmud (Sanhedrim 6, 3): "Quatro côvados antes de chegar ao lugar do suplício, é despido. Se é homem, é coberto pela frente; se é mulher, é coberto pela frente e por trás. Assim diz o R. Judá (+ 150)". (cfr. Strack e Billerberck, o. c. vol. 1. pág. 1038).
Segundo o costume romano, os condenados eram crucificados inteiramente nus, e essa hipótese é aceita por Ambrósio, Atanásio, Agostinho e grande maioria dos "pais" da igreja, assim como por Suarez (cfr. Mysteria Vitae Christ, disp. 36, sect. 4), e pelo Papa Bento XIV.
No entanto, a prescrição talmúdica talvez justifique a tradição do pano que cobre as partes sexuais de Jesus nos crucifixos: os soldados romanos devem Ter cedido aos costumes israelitas, conforme afirma Fl. Josefo (Contra Appion, 2. 6. 73): Romani subjectos non cogunt patria transcendere (1), ou seja, "os romanos não coagem os (povos) submetidos a transgredir os direitos pátrios". Já tendo sido dado a Jesus um ajudante para carregar a cruz, e tendo sido permitida a oferta da bebida anestesiante, é perfeitamente possível que acedessem a cobri-lo com um pano. No sepulcro, porém, (ve-lo-emos) estava nu, conforme atesta a figura gravada no "Sudário de Turim" (cfr. Dr. Pierre Barbet, o. c., pág. 48).
(1) O "Contra Appion", de 2,51 in fine, só existe in fine, só existe com o texto latino.
Já no grafitto, encontrado em 1857 no muro do Paedagogium, em Roma, (escola destinada aos escravos do Palácio Imperial) e atualmente no Museu Kircher de Roma, está representado Jesus, com cabeça de asno, numa cruz em T, e com o pano pendurado à barriga, e a inscrição: Alexámenos sébete theo ("Alexámenos adora seu deus").
A CRUZ COMO SUPLÍCIO
Segundo Cícero (in Verr. 5, 66, 169) era servitutis extremum summumque supplicium, "o último e o maior suplício do escravo", reservado a ladrões e malfeitores (cfr. Fl. Josefo, Ant. JD 20, 6, 2 e Bell. JD 2, 12, 6; 14, 9 e 5, 11, 1). O Deuteronomio (21:23) declara "maldito o que é pendurado no lenho", e Cícero (Pro Rabirio, 16) escreve que "o próprio nome de cruz deve estar ausente do corpo dos cidad ãos romanos" (nomen ipsum crucis absit... a corpore civium romanorum). E declara (in Verr. 5, 170): facinus est vincire civem Romanum, scelus verberare, prope parricidium necare; quid dicam in crucem tollere?, isto é, "é um ultraje encarcerar um cidadão romano, um crime flagelá-lo, quase um parricídio matar; que direi suspender na cruz"?
Mas o costume em relação aos bárbaros era supliciar e depois crucificar: quid deinde séquitur? Verbera atque ignes et illa extrema ad supplicium damnatorum, metum ceterorum cruciatus et crux (in Verr.
5. 14), ou seja, "que se segue depois? flagelações e queimaduras, e aqueles últimos, para suplício dos condenados e medo dos outros, tortura e cruz". FI. Josefo (Bell. JD 2,149) atesta: mástizin proaikisámenos anestaúrôsen, "tendo-os flagelado, crucificou-os".
No entanto, a partir do drama do Gólgota, a cruz passou a ser "o sinal típico do Senhor" (Cfr. Clemente de Alexandria, Stromm. 6,11, Patr. Gr. vol. 9, col. 305: toú kyriakoú sêmeon typon; e Agostinho, Tract, in Joannem, 118. Patr. Lat. vol. 35, col. 1950).
Mas a cruz era sempre representada sozinha. A primeira vez em que aparece a figura do crucificado sobre ela, é no grafitto que citamos. assim mesmo em caricatura. Com seriedade, só aparece a figura de Jesus sobre a cruz no século V: um na porta de madeira da igreja de Santa Sabina, em Roma; e a outra em marfim, no British Museum, em Londres. Mas em ambos, Jesus está vivo, de olhos abertos, e sem sinal de sofrimento no rosto, mas com o pano que cobre a região genital.
A cruz utilizada para Jesus era, provavelmente igual a todas as outras, de pinho. Não a sublimis (de 4,5m de altura), mas a humilis (de 2,5m), pois as hastes já deviam estar todas fixadas no local destinado às execuções, conforme o hábito romano.
ENCONTRO DA CRUZ
Conta a tradição, baseada na carta de Cirilo de Jerusalém ao imperador Constâncio (Patr. Gr. vol. 33 col. 52 e 1167; e col. 686/7) e na confirmação de Ambrósio (De óbitu Theod., 45-48; Patr. Lat. vol. 16, col. 1401) e de Rufino (Hist. Eccles. 1, 8, Patr. Lat. vol. 21. col. 476) que Helena, esposa do imperador Constantino, encontrou a cruz de Jesus e reconheceu-a por causa da inscrição que lhe estava pregada.
A dúvida é sugerida porque Eusébio de Cesareia, que narra todos os feitos de Helena, omite esse pormenor, do encontro da cruz, que, no entanto, devia ser primordial em sua vida.
CRUCIFICAÇÃO
Os crucificadores eram quatro normalmente (o tetrádion, citado em AT 12:4 e no vers. 23 de João), número que constituía "uma escolta". Mas sabemos (por MT 27:54, MC 15:39 e LC 23:47) que estava presente um centurião, talvez em virtude da importância religiosa e política do condenado, que não era réu de crime comum. Essa escolta devia permanecer a postos até a morte da vítima.
O condenado era pregado pelos punhos (não pelas palmas das mãos) no patíbulo, que posteriormente era suspenso e colocado acima da haste (donde ascendere in crucem e subire in crucem). A seguir eram pregados os dois pés, um sobre o outro, com cravo (ou os dois separadamente, cada um com seu cravo). Esse era o costume, conforme nos informam os autores profanos (2).
(2) Firmicus Maternus (De Errore Profanorum Religionum) diz: Suffixus in crucem, patibulum tollitur pregado na cruz, patíbulo é suspenso". Assim também Cícero (in Verr. 1, 7): quos... in crucem sustulit; (ib. 6,13): ab isto civem Romanum... sublatum esse in crucem; (ib. 5,7): illum jussu praetoris in crucem esse sublatum; (ib. 5,168): ut... quamvis civis Romanus esset, in crucem tolleretur.
Os dois ladrões também foram pregados, segundo o costume, e não amarrados e suas cruzes eram da mesma altura, iguais à de Jesus (cfr. João Crisóstomo, Hom. 5,5 in Cor. 1:26, Patr. Gr. vol. 61 col. 45). A tradição pictográfica estabelece diferenças para fazer subressair Jesus e seu martírio (3). (3) Os testemunhos de autores profanos são numerosos nesse sentido, como Plauto (Persa, 295): te cruci ipsum propediem adfigunt alii "outros em breve te pregam na cruz"; Plauto (Mostellaria,
359-360): ego dabo ei talentum, primus qui in crucem excucurrerit, sed ea lege, ut offigantur bis pedes, bis bracchia, "darei um talento àquele que primeiro correr para a cruz, mas com a condição de que sejam pregados os dois pés e os dois braços" (não "as duas mãos"). O verbo mais usual era figere, adfígere ou suffigere, "pregar" ou "fixar", como lemos em Sêneca (Hypp. 497) cruci suffixus;
César (Bell. Afric. 66) Jaba Numinas... in cruce omnes suffixit: Horácio (Sát. 1, 3, 82): si quis
... in cruce suffigat; Catulo (99, 4), em sentido figurado: namque amplius horam suffixum in summa me mémini esse cruce, e muitos outros passos e autores.
FIXAÇÃO DAS MÃOS
Segundo os estudos do cirurgião Dr. Pierre Barbet que, aproveitando-se do Laboratório de Necropsia ("autópsia") onde dava as aulas, realizou numerosas experiências de crucificação em cadáveres recentes, a fim de aprofundar estudos - os cravos eram fixados na flexão do punho (o. c., pág. 123) em pleno carpo (pag 129) entre o semilunar, o piramidal e o grande osso (pag. 139) imediatamente antes da interl ínea de Lisfranc, na parte posterior do 2. º espaço intermetatarsiano (pág. 150). Nesse ponto é moderada a efusão de sangue (pág. 142) ou seja, a hemorragia é de pouca importância, pois a rede circulatória é quase unicamente venosa.
Uma vez metido o cravo, o polegar se dobra, opondo-se à palma da mão, em virtude da contração dos músculos tenarianos. É atingido o tronco do nervo mediano, de grande sensibilidade, mas ficam intactos os nervos do curto obdutor, do oponente e do curto flexor.
FIXAÇÃO DOS PÉS
Pelo estudo do sudário, o Dr. P. Barbet deduziu que realmente os pés de Jesus foram pregados o esquerdo sobre o direito com um só cravo (o. c., pág. 145); e isso em vista das manchas sanguíneas deixadas no pano; e ainda, que foram pregados diretamente na haste, e não no supedâneo (pág. 146).
SUPEDÂNEO
O supedâneo, pedaço de madeira que ficava sob os pés do crucificado, citado pela primeira vez no 6. º século, por Gregório de Tours (De Glória Mártyrum 6, Patr. Lat, vol. 71, col. 711). Mas aparece no grafitto supracitado.
SEDILE
O sedile consistia num pedaço de madeira, fixada na haste, e que sustentava o condenado entre as pernas, apoiando-se nele o períneo (donde a expressão equitare in cruce, "cavalgar na cruz"). Era usual e indispensável, para evitar que o peso do corpo fizesse que os cravos rasgassem os tecidos. Em Sêneca (Epist. Morales) lemos: sedere in cruce, "sentar-se na cruz, e em Justino (Diál. com Triphon. 91,2) temos: kaì tò en tôi mésòi pegnymenon hôs kéras kaì autô exéchon estín, eph"hôi epochoúntai hoi stauC. roúmenoi, ou seja, "E, no meio, a estaca que é saliente, como chifre, sobre a qual se apoiam os crucificados" . A isso, Tertuliano chamava sedilis excessus (Ad Marcionem).
A HORA
Marcos é o único que afirma Ter sido realizada a crucificação na terceira hora. Mas como pode ter sido na terceira hora, se Jesus foi apresentado por Pilatos aos Judeus na sexta hora, isto é, por volta do meio-dia?
Eusébio, Jerônimo, Pedro Alexandrino, Severo de Antióquia, Amônio e muitos outros moderno, perguntam se não houve erro de copista, embora este tivesse que provir do original (o que é possível), já que era fácil confundir o número 3 (representado pelo gamma,
Γ) com o número 6 (representado pelo digama F). Uma simples falha do traço horizontal inferior teria transformado o 6 em 3.
No entanto, temos que levar em conta que a 3. ª hora ia de 9 às 12 horas, a 6. ª, de 12 às 15 h; e a 9. ª, das 15 às 18 h, e isso sem a precisão exata e cronométrica dos relógios modernos; eram relógios solares ou cálculo visual da altitude do sol. Nada impede, pois, que tomemos as palavras de Marcos lato sensu: apresentado a Pilatos cerca da 6. ª hora (por volta do meio-dia) seguiu logo após para o Gólgota, a meio quilômetro, onde deve ter sido cravado na cruz entre, no máximo, 13 e 14 horas, tendo parecido ao jovem Marcos (ou a Pedro) que ainda não finalizara a hora terceira.
DIVISÃO DAS VESTES
A roupa do condenado pertencia tradicionalmente aos carrascos, que ficavam com todos os pertences desde quando a vítima seguia para o suplício. Mas como Jesus fora novamente recoberto com suas vestes, só fizeram a distribuição depois de crucificá-lo. João especifica que eram quatro (como vimos acima) e que cada um ficou com uma parte: o manto, o cinto, a camisa, as sandálias. Todavia, como a túnica era inconsútil, não quiseram cortá-la: foi então sorteada (cfr. SL 19:23). Também no SL 21:18 está escrito: "repartiram minhas vestes".
O TÍTULO
A palavra latina títulus foi transliterado para o grego títlos, em lugar ao legítimo epígraphê ou mesmo o pínax. Embora em essência os evangelistas digam o mesmo, as palavras variam: O REI DOS JUDEUS (Marcos) ESTE É O REI DOS JUDEUS (Mateus e Lucas) JESUS O NAZOREU, REI DOS JUDEUS (João).
A tabuleta, com o resumo da sentença, era carregada pelo próprio condenado (cfr. Suetônio, Calígula, 32, 4: praecedenfe título qui causam poenac indicaret; e Dion Cassius, 54, 3).
Eusébio (Hist. Eccles. 5,1. ; Patr. Gr. vol. 20, col. 425) cita a carta dos cristãos de Lyon, onde narram o martírio de Áttalo, que também carregou uma inscrição (pínax) com as palavras: hoútos estin Áttalos, ho christianos.
Conforme vimos, quando Helena encontrou a cruz de Jesus, identificou-a pela tabuleta que nela estava pregada, e que ainda hoje se conserva na igreja de Jerusalém, em Roma. Devia ter mais ou menos 65 x 20 cm, era pintada de branco com as letras, de 3 cm de altura, vermelhas. Em 1492 já faltava o um da palavra Judaeorum; em 1564 não havia mais as palavras Jesus e Judacorum. Hoje está reduzida a 23 x 13 cm, faltando muitos sinais: restam apenas alguns traços inferiores das letras hebraicas; a palavra NAZARENOUS I (BASILEOS) do grego, sem o artigo, conforme é citado por João, que nos conservou parece, a inscrição verdadeira do original; e NAZARENUS RE(X), do latim.
Todas as palavras estão escritas da direita para a esquerda, o que é evidente prova da autenticidade da tabuleta encontrada por Helena, já que a um falsário jamais ocorreria escrever errado. João cita NAZÔRAIOS, certo; na tabuinha está NAZARENOUS, errado. E na época evangélica já ninguém mais se lembrava, havia séculos, da escrita boustrophêdón (uma unha em cada direção alternadamente) e muito menos da primitiva maneira de grafar o grego da direita para a esquerda, coisa que não ocorrera com o latim. Portanto, quem escreveu a tabuleta devia ser um judeu, e grafou as línguas grega e latim à maneira do hebraico (cfr. Sozômeno, Hist. Eccl. 2,1; Patr. Gr. vol. 67, col. 929).
O clero irritou-se quando leu a inscrição, ou logo à saída de Jesus do Pretório, ou depois que foi pregado na cruz. Não na aceitaram, porque Jesus não estava sendo crucificado porque era rei dos judeus, mas porque se dissera tal. Pilatos, que preferira essa causa de condenação porque fora a que o levara, a condenar o réu, para evitar que os judeus o denunciassem, respondeu secamente: o que escrevi, escrevi.
Inegavelmente era o reconhecimento oficial da realeza iniciática de Jesus. Restam-nos duas anotações:
1) O versículo 28 de Marcos; "E cumpriu-se a Escritura que diz; E foi contado entre os malfeitores", é omitido nos códices álef, A, B, C, D, X, psi, nos 1ecionários, na ítala d, e k, na siríaca sinaítica, na copta sahídica e do manuscrito bohaírico, na favense, no texto do canon de Eusébio, em Amônio, Nestle, Swete, Lagrange, Knáhenbauer, Huby, Alland, Pirot.
Mas aparece (em LC 22:37 e IS 53:12) nos códices K, L, P, delta, theta e pi, nos manuscritos; 0112, 0250, f2, f13, 28, 33, 565, 700, 892, 1009, 1010, 1071, 1079, 1195, 1216, 1230, 1241, 1242, 1253, 1344, 1365, 1546, 1646, 2148 e 2174, nos lecionários bizantinos 10, 211, 883, 1642, nas ítalas aur, e, ff2, l, n, r1, na vulgata, nas siríacas peschitto, palestinense, harcleense, na copta bohaírica, na gótica, na armênia, na etiópica, na geórgia, no pseudo-Hipólito, em Orígenes, no manuscrito do cânon de Eusébio, em Vigílio, Bodin, Von Soden, Merck. 2) O versículo 34 de Lucas, em sua primeira parte; "E Jesus disse: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem", aparece nos códices: alef (original), A, C, D (2. ª mão), E, K, L X, delta, pi, psi, nos manuscritos: 0117, 0250, f1, f13, 28, 33, 565, 700, 892, 1009, 1010, 1071, 1079, 1195, 1216, 1230,
1242, 1253, 1344, 1365, 1546, 1646, 2148, 2174, nos lecionários bizantinos nas ítalas aur., b, c, e, f, ff2, l, r1, na vulgata, nas siríacas peschitto e palestinense, no manuscrito bohaírico da copta, na armênia, na etiópica, na geórgia, e nos autores: Hegesipo, Marcion, Diatessaron, Justino, Irineu (latino), Clemente, Orígenes (latino), Eusebio, no cânon eusebiano, no Ambrosiáster, em Hilário, Basílio, nas Constitutiones Apostolicae, em Ambrósio, João Crisóstomo. Jerônimo, Agostinho, Teodoreto, João Damasceno e na maioria dos modernos.
Mas é omitida no papiro 75, em aleph (2. ª mão), B, D (original), W, theta, 0124, 1241, nas ítalas a e d, na siríaca sinaítica, na copta sahídica, em Cirilo e Wescott e Hort.
Supõe-se que a omissão tenha sido devida por julgarem que a indulgência era demasiada. Perdão para os romanos? ou para os judeus, induzidos a isso por seus preconceitos religiosos? Lemos nos Atos (3:17 e 13:27) e em Coríntios (1. ª, 2:8) que eles agiram por ignorância, mas eram responsáveis. Como perdoar-lhes ?Assistimos, aqui, à execução da parte crucial da ação física do supremo holocausto a que são submetidos os que realizam o quinto grau iniciático. A demonstração efetuada na pessoa humana de Jesus que é, não no esqueçamos, o símbolo da Individualidade para nós - representa o sacrifício máximo do Espírito que perlustra os últimos passos de sua evolução terrena: sua crucificação na matéria densa, por vontade própria, indispensável para ascender à unificação total e definitiva com a Divindade que em todos reside, e que é a essência última de todos e de tudo.
Facilidades são oferecidas a quem se dispõe a palmilhar esta senda duríssima e árdua, para atingir tal altitude evolutiva: o vinho com mirra, ou seja, o embriagamento dos sentidos, o que diminuirá o sofrimento. Os "grandes" rejeitam esses paliativos externos: têm, em si mesmos, a capacidade e o mérito de criar condições próprias, a fim de ajudar a superação das dores. Vimo-lo no revestimento da cristalização do ectoplasma. Mas isso, que constitui o pior sacrifício dos Espíritos Superiores (a prisão num corpo de carne), apresenta-se como um dos maiores prazeres para aqueles que se encontram no início da evolução, e que buscam avidamente a encarnação como a satisfação mais perfeita e ampla de seus instintos ainda animalizados.
Se, para o Espírito evoluído, a permanência na cruz do corpo físico é sofrimento, para o espírito apegado à matéria - única realidade para ele a estada na carne constitui a realização máxima de seu sonho: aí pode sentir-se realizado, experimentando as sensações gozosas do paladar, as emoções inebriantes do sexo, a alegria ilusória da posse, o prazer vaidoso do intelectualismo, a glória da fama que incha, o aplauso das multidões que o enaltece, o gosto do domínio que o ilude, enfim, a satisfação de todo o acerto que trouxe do reino animal, ainda vivamente degustado em sua mente. Daí suportar heroicamente todas as dores, sofrimentos e aleijões, contanto que permaneça nessa "cruz" (para ele "paraíso") o maior tempo possível, jamais conseguindo compreender plenamente o que ele chama de fenômeno insuportável de abandonar a carne. E quando a isso coagido, busca regressar a ela o mais depressa que pode.
No entanto, para quem superou esses instintos, sobrepujando as sensações e dominando as emoções, desprezando o intelectualismo balofo, porque já experimentou a superioridade indescritível da intuição verdadeira, pois aprendeu a agir ligado diretamente à Fonte divina da inspiração espiritual, essa crucificação se torna martírio atroz. Para estes, por isso, essa crucificação é vantagem, porque tal martírio age em seu sentido etimológico de "testemunho" ou de "comprovação" de suas qualidades, além de adaptar-se ao sentido vulgar de sofrimento violento.
Passam pelo mundo incompreendidos pelas massas e por aqueles mesmos que se lhes ligam afetivamente, constituindo seu lar e seu parentesco: para todos é o orgulhoso, o convencido, o esquisito, o diferente, o egoísta, o insensível e talvez até mesmo o mau. Diante do modo de agir "normal" para o mundo, ele se torna o estulto, o desequilibrado, o idiota, o que não entende. Sua honestidade é falta de inteligência: sua indiferença às ofensas que recebe, é desfibramento; seu perdão aos que lhe fazem mal e o caluniam, é o máximo de covardia: sua paz, que o faz fugir de qualquer briga, é falta de personalidade; seu desejo de ajudar é intromissão que atrapalha; sua dedicação total é reflexo de seu egoísmo; sua humildade amorosa que o faz realizar pessoalmente todos os serviços e atribuições de empregados domésticos, para demonstrar seu amor, é prova de baixeza de ânimo; seu amor por todos é o sinal evidente de que não ama a família; sua generosidade é pródigo desperdício; sua firmeza em cumprir à risca seus menores e menos importantes deveres, é inferioridade mental; sua responsabilidade nos mínimos atos representa sua alma de escravo; e tudo isso demonstra no cômputo total, sua absoluta inferioridade e seu atraso.
Assim enumerados, esses comportamentos parecem constituir a descrição fria de teorias. Quem, todavia, sente na carne, durante o dia e durante a noite, esses impactos, durante dias, meses e anos seguidos, provenientes das pessoas que mais ama, vai torturando sua alma, e são frequentes as vezes em que de seu coração parte a exclamação: "minha alma está triste até a morte... Pai, se é possível, afasta de mim esta taça... todavia, não o que quero, mas o que tu queres" (MT 26:38-39; MC 14:34-36; LC 22:42).
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Trata-se, portanto, de uma crucificação que dura ANOS, e, por ser longa, nem por isso deixa de ser dolorosa e difícil de suportar. Jesus, a Individualidade, reuniu numa cena de extrema violência todas essas facetas, de forma que pudéssemos aprender, proporcionalmente, como agir em nossa crucificação diuturna e, sem dúvida, menos violenta. Embora, em certas ocasiões, o que sofre o Espírito "acordado" que vive na carne, é correspondentemente violento, pelas terríveis humilhações e desafios: se é tão confiante no Pai, por que Este não o socorre e ajuda na hora?
As zombarias são totais e a Terra, para ele, se apresenta sem a menor dúvida, o "Lugar da Caveira", o local em que todos querem, de fato, assistir a sua derrota, sua queda, seu sumiço, sua "caveira", literalmente. Sua presença incomoda: é mister livrar-se dele.
E a razão principal de sua condenação, ou seja, a "sua culpa", está marcada sobre sua cabeça: é "o rei dos judeus", isto é, um dos seres ou o ser mais elevado de sua raça, aquele que possui todas as características morais, espirituais, psíquicas, intelectuais e até talvez mesmo físicas, para servir de modelo e exemplo a todos, para ditar a orientação certa do rebanho, porque conhece todo o caminho a perlustrar.
Rei! Rei que serve, coberta a cabeça com o véu da humildade e, na mão, qual cetro, os instrumentos dos serviços mais humildes; rei vilipendiado e desprezado, pois todos os julgam com o direito de zombar e de pisoteá-lo impunemente, "para maior glória de Deus", porque ele não sabe reagir: perdoa sempre! Pois, a atitude desse rei terá que ser sempre a que Jesus exemplificou: "perdoai-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem"! É o adulto que sorri quando uma criança de dois anos caçoa dele: que segue em frente amável, ao receber uma assuada de meninos levados; que não se magoa se uma menininha lhe vira as costas quando ela se dirige amorosamente: malcriações infantis são perdoadas, "porque não sabem o que fazem". Assim terá que agir o Evoluído em relação à massa involuída que o cerca, pois ele também "foi contado entre os malfeitores".
Rei dos judeus, dos religiosos, líder da religião devocional, perseguido exatamente pelo sacerdócio, pretenso dono da religião, que jamais admite intromissões leigas em sua área de serviço, permanecendo atentos a qualquer tentativa de invasão de seu território, para defendê-lo com qualquer arma a seu alcance: do combate oral sério às acusações mentirosas, da calúnia à ironia ferina, da perseguição oculta ao assassinato, que hoje em dia é disfarçado de muitas maneiras, embora na antiguidade fosse claro: "matem todos, Deus escolherá os seus", dizia célebre inquisidor espanhol.
A crucificação de nossos Espíritos num corpo humano, a longo prazo, constitui experiência dolorosa, mas indispensável à evolução.
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Quanto às três cruzes, já os primeiros Pais da igreja as comparavam às árvores do "paraíso terrestre": a árvore da ciência do bem e do mal e a árvore da vida, dizendo que eram três: a árvore da vida no centro (Jesus), a árvore do bem de um lado (o "bom ladrão") e a árvore do mal do outro lado (o mau ladrão").
Mas, podemos dar um passo à frente, na simbologia.
Assim como, na passagem do reino animal para o reino hominal, a criatura provou da árvore do bem e do mal, perdendo por isso o paraíso da irresponsabilidade animal e adquirindo o livre-arbítrio, assim também na passagem do reino hominal para o reino dos céus a criatura experimentará (páthein) a árvore da vida, adquirindo a VIDA IMANENTE, também chamada, mais geralmente, VIDA ETERNA.
É a árvore do centro, a Cruz de Jesus, que proporciona a Vida, e por isso Ele foi classificado como "o Salvador" ou ainda o "Redentor". Embora a interpretação desse fato tenha sido deteriorada por ignorância da realidade; de qualquer modo esses atributos estão bem aplicados.
Não é, pois, Redentor no sentido de que sua paixão (páthein) tenha redimido por si só a humanidade, mas sim no sentido de que foi o primeiro a conseguir passar, nesta Terra, de um estágio a outro, abrindo o caminho ("eu sou o CAMINHO da Verdade e da Vida", JO 14:6 para que todos pudessem segui-Lo, redimindo-se, também, cada um a si mesmo, porque, na estrada que abriu, como batedor ou sapador, todos nós temos mais facilidade de seguir seus passos. Árvore da Vida, a Cruz de Jesus, que simboliza a cruz do corpo humano, que para nós constitui o meio da redenção final, na estrada real da evolução.
E no topo dessa cruz está a inscrição que inspiradamente foi ordenada por Pilatos: o rei dos judeus, o hierofante da raça sacerdotal de toda a humanidade. Quando todos atingirmos essa graduação inequívoca, esse ápice evolutivo do gênero humano, teremos conquistado a redenção final e estaremos "salvos", pois não necessitaremos mais ser crucificados, através das encarnações, no corpo de carne.
A tentativa do clero personalístico de inutilizar a frase de Pilatos fracassou, diante da vontade inflexível daquele que, embora julgado titubeante e facilmente influenciável pelos mais fortes como a biruta ao vento, no entanto bateu o pé e mandou mantê-la. Era impossível descer do pedestal de sua autori dade, porque aí não foi o homem Pilatos que agiu, mas a autoridade máxima que outorgada lhe fora pelo Alto.
A sugestão de que fosse escrito: "Ele disse que era rei dos judeus" alerta-nos ainda para um fato muito importante, e Pilatos acertou em não aceitar. Não é o fato de alguém SE DIZER rei ou hierofante, que lhe ratifica o posto: este só pode ser conferido por quem tenha autoridade de fazê-lo, como foi o caso de Pilatos, legitimamente constituído como Governador, tendo recebido, portanto, do Alto sua investidura civil e religiosa, já que era delegado do Imperador-Pontífice Tibério César. Hoje, muita gente ostenta títulos e nomes geralmente arrevezados por iniciativa própria, atribuídos a si por eles mesmos ou por amigos que se reúnem em sistema de elogios mútuos, conferindo-se uns aos outros títulos bombásticos e honoríficos, sem qualquer autoridade. São encontradiços vários "mestres", alguns "sris", outros "yogis" e mesmo "swamis", além de muitos "anandas". Uma vez revestidos dessas insígnias verbais, inflam o peito vaidosamente e se creem grandes emissários das fraternidades (sempre orientais), esquecidos de que o pior vício que afasta da Fonte é exatamente a vaidade que exalta a personagem. Colocam sobre seus próprios ombros "missões" importantes e acreditam-se grandes seres, embora suas palavras e ações (reveladoras dos mais íntimos pensamentos) contradigam frontalmente o que pretendem aparentar.
Jesus jamais atribuiu a si mesmo qualquer título. Antes, recusou o atributo de BOM, afirmando ser bom apenas o Pai, e negou ser MESTRE, ensinando que só o Cristo devia ser tido como Mestre (MT 23:10). Por que Lhe não seguirmos as pegadas? Por que não anularmos nosso eu personalístico e vaidoso, convencendo-nos de que, se estamos encarnados neste planeta, isto significa que somos apenas espíritos devedores, ainda carregados de carmas negativos, que precisamos expurgar, para podermos ser merecedores de receber qualquer missão? Deixemos de lado os títulos e nomes exóticos, e sejamos discípulos humildes e verdadeiros, enquanto estamos crucificados nesta carne transitória, pois "a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (1CO 15:50): só o Espírito o vive.
Por que pois pretender salientar a personagem terrena (carne e sangue) com nomes orientais pomposos, que nada valem, mas ao contrário prejudicam, porque alimentam a vaidade íntima? Vivamos de forma a poder dizer, no fim de nossa romaria terrena: "somos servos inúteis, cumprimos nosso dever" (LC 17:10).
Aproveitamos a crucificação sem reclamar, como a soube aproveitar o "bom ladrão", que se limitou humildemente a solicitar auxilio.
E não nos preocupemos se nossas vestimentas forem divididas e sobre elas lançadas sortes, ficando nós nus: que é a roupa para o corpo? Assim também, que é o corpo, veste do Espírito, em relação a este? Que nos maltratem, nos firam e nos matem o corpo: o Espírito permanecerá vivo e progredirá; temamos os que podem matar o Espírito, não os que só atingem o corpo físico e a personagem terrena (cfr. MT 10:28); e tudo o que nos seja arrancado - objetos, propriedades, amigos, parentes e até o corpo - constituem apenas agregações temporárias que poderão ser reconquistadas todas pelo Espírito eterno. Aproveitemos a crucificação na Terra, para aprender a renúncia a tudo o que é externo, só valorizando o Espírito.
Locais
Estes lugares estão apresentados aqui porque foram citados no texto Bíblico, contendo uma breve apresentação desses lugares.
CESARÉIA
Atualmente: ISRAEL
Capital da província romana da Judeia. Cidade portuária
JERUSALÉM
Clique aqui e abra o mapa no Google (Latitude:31.783, Longitude:35.217) Nome Atual: Jerusalém Nome Grego: Ἱεροσόλυμα Atualmente: Israel
Jerusalém – 760 metros de altitude (Bronze Antigo) Invasões: cercada por Senequaribe em 710 a.C.; dominada pelo Faraó Neco em 610, foi destruída por Nabucodonosor em 587. Depois do Cativeiro na Babilônia, seguido pela restauração do templo e da cidade, Jerusalém foi capturada por Ptolomeu Soter em 320 a.C., e em 170 suas muralhas foram arrasadas por Antíoco Epifânio. Em 63 a.C. foi tomada por Pompeu, e finalmente no ano 70 de nossa era foi totalmente destruída pelos romanos.
Localizada em um planalto nas montanhas da Judeia entre o Mar Mediterrâneo e o mar Morto, é uma das cidades mais antigas do mundo. De acordo com a tradição bíblica, o rei Davi conquistou a cidade dos jebuseus e estabeleceu-a como a capital do Reino Unido de Israel, enquanto seu filho, o rei Salomão, encomendou a construção do Primeiro Templo.
JUDÉIA
Atualmente: ISRAEL
Província romana, localizada a partir de Jerusalém, em direção ao sul. Deserto da Judéia corresponde a faixa de terra despida, pedregosa e de aspecto agreste, que percorre quase toda a costa ocidental do Mar Morto. I Samuel 17:28 e Números 23:28
SIDOM
Atualmente: LÍBANO
Cidade de grande importância na Antiguidade. Ez 27:8
Judeia (do hebraico יהודה "louvor", Yəhuda ; em hebreu tiberiano Yəhûḏāh), em árabe: يهودية, Yahudia, em grego: Ἰουδαία, Ioudaía; em latim: Iudaea) é a parte montanhosa do sul de Israel, entre a margem oeste do mar Morto e o mar Mediterrâneo. Estende-se, ao norte, até as colinas de Golã e, ao sul, até a Faixa de Gaza, correspondendo aproximadamente à parte sul da Cisjordânia.
Atualmente, a Judeia é considerada parte da Cisjordânia pelos árabes, enquanto para o governo israelense a região é a Judeia e a Samaria, excluindo Jerusalém Oriental. A Organização das Nações Unidas utilizou-os em 1948 para se referir à parte sul da atual Cisjordânia.
No terceiro milénio anterior à Era Cristã começaram a surgir as primeiras cidades, certamente em contacto com as grandes civilizações que se desenvolveram nos vales do Nilo e a Mesopotâmia. Quando os hebreus chegaram à terra de Canaan, a região encontrava-se já ocupada pelos cananeus. O povo hebreu, originalmente um clã semita que se refugiara no Egito devido a uma fome em Canaã, passou a ser escravizado após a morte de seu protetor, José do Egito, o que durou por 430 anos. Sob a liderança de Moisés, deixaram o cativeiro no Egito por volta de 1447 a.C., segundo o Livro do Êxodo. De início, fixaram-se nas regiões localizadas a oeste do mar Morto, mas pouco a pouco, liderados por Yehoshua ben Nun, derrotaram os Cananeus, e ocuparam as margens do Mediterrâneo e as terras do norte de Canaan.
No século XII a.C., os chamados povos do mar, entre eles os filisteus, ocuparam as planícies litorâneas. As constantes lutas entre os dois povos terminaram com a vitória dos hebreus.
No século X a.C., Israel aproveitou o enfraquecimento dos grandes impérios vizinhos para expandir o seu território. O país, que alcançou o seu apogeu ao longo dos reinados de David e Salomão, foi mais tarde dividido em dois reinos: Israel, ao norte, fundada pelo Rei Jeroboão I e que fora invadido pelos Assírios, e Judá, ao sul. Israel foi transformado em tributário da Assíria. Logo após subir ao trono, em 721 a.C., Sargão II conquistou o país e deportou a maior parte de seus habitantes. No sul, o reino de Judá conservou sua precária independência até 587 a.C., quando Nabucodonosor II o arrasou e deportou sua população para a Babilónia. Em 539 a.C., quando o xá aquemênida Ciro, o Grande apoderou-se da Babilônia, este permitiu que muitos hebreus pudessem regressar à sua região. Depois da conquista do Império Aquemênida pelo macedônio Alexandre o Grande, a terra de Canaan ficou submetida à influência helenística.
Após a Conquista da região pelos gregos, a Judeia é invadida pelo Império Romano. Com os romanos é que a região ficará conhecida como Palestina. Segundo Flávio Josefo, o nome Palestina ocorre depois das guerras Judaica-Romana.
Comentários Bíblicos
Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.
Beacon
Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
Sem dúvida, Pedro é o personagem central dos primeiros doze capítulos do livro de Atos, assim como Paulo o é nos capítulos 13:28. Foi Pedro quem realizou a escolha do décimo segundo apóstolo para ocupar o lugar de Judas 1scariotes (Atos 1) ; pregou no Dia de Pentecostes, quando três mil pessoas se converteram (Atos 2) ; curou o coxo e fez outro sermão (Atos 3) ; dirigiu-se ao Sinédrio (Atos 4) ; desmascarou Ananias e Safira, e agiu como um advogado de defesa perante o Sinédrio (Atos 5). Então, Estêvão tornou-se o personagem central (Atos 6;7), seguido por Filipe (Atos 8). Depois da conversão de Saulo, Pedro novamente vem para o primeiro plano, desta vez em Lida e Jope (Atos 9). A seguir, vem a história da pregação de Pedro aos gentios na casa de Cornélio (Atos 10) e a sua justificativa daquela ação (Atos 11). Finalmente, temos o relato da prisão e da libertação de Pedro (Atos 12). Durante os primeiros quinze anos da história da Igreja (30 a 45 d.C.), Pedro foi a figura dominante. Durante os vinte anos seguintes (45-65 d.C.), Paulo foi o grande líder da evangelização no Império Romano.
A perseguição à Igreja teve início quase que imediatamente depois de Pentecostes. Pedro tinha curado um homem coxo junto à Porta Formosa do Templo, e uma grande multidão tinha testemunhado os resultados. Quando aquele que tinha operado o milagre aproveitou a multidão reunida para pregar a respeito de Jesus, os sacerdotes do Templo o levaram preso (Atos 4). Libertado, em breve ele foi aprisionado novamente, com outros apóstolos (Atos 5). Estêvão foi a próxima vítima, só que desta vez houve uma morte (Atos 7). Este martírio deu início a uma onda violenta de perseguições aos crentes de Jerusa-lém (cap. 8). Saulo tentou levar a sua perseguição à igreja que estava em outros lugares, mas ele mesmo se tornou um prisioneiro do Senhor na estrada para Damasco. Agora, Herodes começa o trabalho sangrento de liquidar os líderes da igreja (Atos 12).
Ele é chamado o rei Herodes (1). Este era Herodes Agripa I. Ele só é mencionado (no NT) neste capítulo. Era neto de Herodes, o Grande, e sobrinho de Herodes Antipas, aquele que matou João Batista.
Com a morte de Herodes, o Grande, em 4 a.C., seu filho Antipas tornou-se tetrarca da Galiléia e Peréia, governando até 39 d.C. Outro filho, Arquelau, tornou-se etnarca da Judéia (incluindo Samaria e Iduméia), mas foi chamado de volta a Roma em 6 d.C. e deposto. Durante um período de 35 anos, a Judéia foi governada por sete diferentes procuradores (governadores romanos), dos quais o mais conhecido foi Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). Finalmente, por apenas três anos (41-44 d.C.), toda a Palestina foi governada por Herodes Agripa I; o país assim estava unido pela primeira vez desde a morte de Herodes, o Grande, em 4 a.C. Agripa estava decidido a permanecer nas boas graças dos seus súditos judeus — um fato que levou à perseguição dos cristãos. Sobre ele, Josefo diz: "Ele adora-va viver permanentemente em Jerusalém, e era cuidadoso na observância das leis do seu país. Portanto, ele se conservava puro e nenhum dia se passava sem que oferecesse os seus sacrifícios"."
A expressão Por aquele mesmo tempo (1) refere-se aos últimos acontecimentos descritos no capítulo 11. Herodes Agripa empenhou-se para maltratar — lit., "afligir"' — alguns membros da igreja. A primeira coisa que ele fez foi executar Tiago, irmão de João (2). Estes dois filhos de Zebedeu tinham pedido os lugares de maior honra, ao lado de Jesus. A resposta do Messias foi: "Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu hei de beber e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?... Na verdade bebereis o meu cálice [sereis batizados com o batismo com que eu sou batizado]" (Mt 20:22-23). Agora esta profecia, no que diz respeito a Tiago, estava cumprida. Os sofri-mentos de João provavelmente se estenderam por um período de alguns anos. Não há suporte histórico suficiente para a lenda de que João tenha sido martirizado ao mesmo tempo que Tiago. Alexander comenta: "E notável que, até onde sabemos, um desses inseparáveis irmãos tenha sido o primeiro dos apóstolos a morrer, e o outro, o último".' Embora nada tenha sido dito no livro de Atos sobre qualquer atividade de Tiago, o fato de que ele foi o primeiro dos doze apóstolos a ser martirizado sugere que ele era reconhecido como um destacado líder da igreja. Homens neutros e passivos não são perseguidos. Sem dúvida, o fato de Jesus ter escolhido este homem como um membro de seu círculo mais íntimo, composto por três discípulos — que participaram com o Mestre dos episódios da ressurreição da filha de Jairo, do monte da transfiguração e do jardim do Getsêmani — fizeram com que ele fosse considerado em alta estima pelos primeiros crentes em Jerusalém.
Quando Herodes Agripa viu que a execução de Tiago agradara aos judeus, conti-nuou, mandando prender também a Pedro (3). Ele pode ter sabido do papel predo-minante que este apóstolo desempenhou nos anos anteriores do novo movimento. Executá-lo seria desfechar um forte golpe contra a Igreja de Jesus Cristo.
Assim, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados (4) — dezesseis homens. Os romanos dividiam a noite em quatro turnos de vigília de três horas cada. Para cada um desses turnos, um grupo de quatro homens encarregava-se do prisioneiro. A mesma coisa acontecia durante o dia. A freqüente troca da guarda tinha a finalidade de garantir que ninguém dormisse em serviço.
O rei planejava tirar Pedro da prisão para executá-lo publicamente depois da Pás-coa. Esta tradução é um estranho anacronismo. A expressão grega é to pascha. Alexander observa: "Não existe uma razão por que não pudesse ser traduzida, aqui, como em todas as outras passagens onde aparece, como o seu equivalente exato, Páscoa (significando a Páscoa dos judeus) "."
Uma vez que, no seu sentido restrito, os sete dias da Festa dos Pães Asmos seguiam o dia da Páscoa (Êx 12:3-19), alguns criticaram o relato por dizer: E eram os dias dos asmos (3) e mais tarde afirmar que Herodes planejava apresentar Pedro para a execução pública "depois da Páscoa" (4). A solução simples para o problema está no fato de que as duas expressões — "pães asmos" e "páscoa" — eram aplicadas livremente a todo o período de oito dias. O fato de ambas serem usadas alternadamente nesta época é plenamente confirmado por Josefo." Lucas identifica as duas no seu Evangelho (Lc 22:1) e é comple-tamente razoável supor que ele também o faça aqui. Assim, a passagem significaria que, durante o período geral dos pães asmos, Herodes prendeu Pedro e encerrou-o na prisão, com a intenção de apresentá-lo justamente no final da festa, quando a grande multidão da Páscoa aclamaria Herodes pelo seu zelo pela Lei, ao executar um líder "herege".
Assim Pedro... era guardado na prisão (5) ; mas a igreja fazia contínua -uma única palavra que significa "fervorosa" (ASV) — oração por ele a Deus.
Finalmente, no dia seguinte, Herodes ia fazê-lo comparecer (6) — lit., "apresentar diante". Mas nesta mesma noite — exatamente na "última hora" — Deus interveio em resposta às orações.
Estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias, e os guardas diante da porta guardavam a prisão. Isto indica como ficavam posicionados os quatro soldados de cada "quaterno" (4). Dois deles ficavam acorrentados ao prisioneiro, um de cada lado. Os outros dois ficavam no posto de sentinelas. Lake e Cadbury comentam: "O costume de atar um prisioneiro a um soldado é mencionado por Sêneca"." Pedro tinha escapado da prisão uma vez, quando os principais dos sacerdotes o aprisionaram (5,19) e Herodes Agripa não queria correr o mesmo risco desta vez.
De repente, algo mudou a situação. Eis que sobreveio o anjo — ou "um anjo" -do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão (7). O anjo tocou o lado de Pedro e lhe disse que se levantasse depressa. Quando ele o fez, caíram-lhe das mãos as cadeias.
Como a palavra grega angelos significa "mensageiro", alguns argumentaram que foi um mensageiro humano que libertou Pedro. Mas todo o teor da narrativa é contrário a esta interpretação. A expressão anjo do Senhor é exatamente a mesma de Lucas 2:9, onde o significado é claramente o de um visitante celestial (cf. Atos 5:19-8.26). Além disso, a afirmação de que uma luz resplandeceu na prisão tem correspondência em Lucas 2:9 -"Um anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor". Em terceiro lugar, um mensageiro humano não poderia tê-lo libertado das correntes que o prendiam a um guarda de cada lado.
Pedro recebeu a ordem de vestir-se imediatamente e atar as suas sandálias (8). Deus não faz por nós o que podemos fazer por nós mesmos. Em seguida, o anjo disse ao prisioneiro libertado para colocar nas costas a sua capa (manto exterior) e segui-lo. Pedro obedeceu, ainda confuso. Ele pensou que estivesse tendo uma visão (9). Não parecia ser possível que isto pudesse ser verdade.
Eles passaram a primeira e a segunda guarda (10) — provavelmente as duas sentinelas que estavam de vigia, além dos dois a quem Pedro estava acorrentado. Final-mente, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, ou seja, a porta externa da prisão. Ela se lhes abriu por si mesma — uma palavra em grego, automate; ou seja, automaticamente. A mesma palavra aparece (no NT) somente em Mac 4.28.
Percorreram uma rua sugere que a prisão estava situada dentro da cidade, e que eles seguiram por uma rua depois de uma intersecção. Neste ponto, já estariam a uma distância segura da prisão. Talvez Pedro estivesse preso na Torre de Antônia, ao norte da área do Templo (ver o mapa 2). Quando já estavam longe da prisão, o anjo se apartou deles. A sua maravilhosa intervenção já não era mais necessária. Pedro agora podia continuar sozinho. É fanatismo esperar que Deus faça por nós o que nós mesmos pode-mos fazer.
Pedro, tornando a si (11) significa, lit., "voltando a si". Ele tinha estado de alguma maneira fora de si, em êxtase. Agora, estava plenamente consciente do local onde estava. Ele reconheceu que foi o Senhor que, por meio do seu anjo, o tinha libertado da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava. Os líderes judeus sem dúvida ti-nham suposto que a sua morte era certa.
E, considerando ele nisso (12) é uma única palavra em grego, synidon (encontra-da somente aqui e em 14.6), que significa "ver a visão completa...compreender, enten-der".92 Aqui, ela indica o momento em que ele "tinha pensado sobre todas as circunstân-cias e decidido qual seria a melhor coisa a fazer"." Tendo tomado a sua decisão, ele foi até a casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos. João era um nome judeu comum; Marcos, um nome romano (cf. Marco Aurélio). Esta é a primeira das quatro vezes em que Marcos é mencionado pelo nome no livro de Atos; é provável que ele tenha sido o jovem que fugiu do jardim do Getsêmani (Mac 14:51-52).
Na casa da mãe de João Marcos, muitos estavam reunidos e oravam. A implicação é que o pai de Marcos já tivesse morrido, mas que a sua mãe possuía uma casa suficiente-mente grande para servir como lugar de reunião para uma congregação cristã em Jeru-salém. Também é perfeitamente possível que o grande cenáculo desta casa (um amplo piso superior para convidados) tenha sido o local onde a última Ceia foi celebrada, e onde aconteceu o Pentecostes.
Batendo Pedro à porta do pátio (13) — a porta exterior que dava para a rua -uma menina chamada Rode — "Rosa" em grego" — saiu a escutar, i.e., ela deveria perguntar quem era e ter certeza de que era um amigo antes de abrir a porta àquela hora da noite. Sem dúvida, os cristãos de Jerusalém tinham ficado cautelosos durante a época em que Saulo estava "entrando pelas casas" para prender os seguidores de Jesus (8.3). Agora que Herodes Agripa iniciara outro período de perseguição, eles deveriam ficar precavidos novamente.
Quando Pedro respondeu, Rode reconheceu a sua voz (14). Ela ficou tão contente que de alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que o próprio Pedro estava à porta. A reação dos discípulos que estavam orando foi: Estás fora de ti (15) — perdeste a razão. Quando ela insistiu que Pedro realmente estava ali, eles disse-ram: É o seu anjo. Lumby Observa: "A crença judaica era a de que cada homem tinha um anjo da guarda que lhe era designado"." Alguns pensam que o próprio Senhor Jesus parecia refletir esta opinião (Mt 18:10). Gloag também afirma: "Esta noção, de que cada indivíduo tem o seu anjo da guarda, foi fortemente sustentada pelos primeiros patriar-cas"." Ele prossegue, no entanto, afirmando que "a palavra do nosso Salvador pode ter sido interpretada como referindo-se aos anjos em geral, e não que um anjo da guarda em especial esteja ligado a cada indivíduo"."
Enquanto isso, Pedro perseverava em bater (16). Quando as pessoas que esta-vam no interior finalmente abriram a porta e viram que era realmente ele, se espanta-ram. Onde estava a sua fé? Certamente parece que elas não esperavam que o Senhor atendesse às suas orações. Mas os cristãos do século XXI algumas vezes ficam igualmen-te surpresos quando os seus pedidos são concedidos.
Pedro acenou com a mão àquelas pessoas que estavam tão animadas — e talvez perigosamente barulhentas — para que se calassem (17). Esta é uma única pala-vra no texto grego, sigan, que significa "fazer silêncio". O tempo era precioso. Pedro contou — lit., "expôs" o assunto — como o Senhor o libertara da prisão. Ele concluiu com esta frase: Anunciai — uma única palavra, "contar" — isto a Tiago e aos irmãos. Este Tiago não era o filho de Zebedeu, que tinha sido morto recentemente (2). Evidentemente, era aquele que Paulo identifica como "Tiago, o irmão do Senhor" (Gl 1:19). Este é o Tiago que agiu como moderador no Concílio de Jerusalém (Atos 15:13--21) e que era evidentemente considerado o principal pastor da igreja de Jerusalém (cf. Atos 21:18). Esta passagem parece deixar esta posição implícita. Não fica claro se irmãos se refere aos líderes da igreja ou simplesmente a outros membros da igreja, não presentes na casa de Maria. Parece óbvio que tanto o "pastor como o povo" deve-riam ser informados da libertação de Pedro.
Então Pedro, saindo, partiu para outro lugar. Não se sabe aonde ele foi. Quaisquer sugestões seriam uma completa especulação. Mas era completamente necessário que o prisioneiro libertado fosse se esconder. Tudo o que sabemos é que ele aparentemente deixou a cidade.
Sendo já dia (trad. literal), houve não pouco alvoroço — "agitação" ou "turbu-lência" — entre os soldados sobre o que seria feito de Pedro (18). Havia motivos para que estes guardas estivessem preocupados, como mostra o versículo seguinte.
Herodes procurou Pedro e o não achou (19). Conseqüentemente, fez inquirição — o verbo indica uma investigação judicial (cf. 4,9) — aos guardas — que o estavam vigiando — e mandou-os justiçar. Tudo isto é uma única palavra em grego, e significa literalmente "ser levado", ou seja, "ser encaminhado à execução". Lake e Cadbury escre-vem: "De acordo com o Código de Justiniano, que sem dúvida representa os costumes romanos, um guarda que permitisse que um prisioneiro escapasse estaria sujeito à mes-ma penalidade que o prisioneiro teria cumprido"."
Então Herodes — talvez desgostoso e preocupado —, partindo da Judéia para Cesaréia, ficou ali. Esta cidade era a sede do governo romano na Palestina.
O Perseguidor É Punido (12:20-23)
Herodes estava irritado (20) — uma palavra forte e rara que significa "ter uma discussão acalorada"" — com o povo de Tiro e Sidom, as duas principais cidades da antiga Fenícia (o Líbano moderno, ver o mapa 1). Josefo nos conta como Herodes Agripa construiu belos edifícios em Berytus99 ou Beirute (a atual capital do Líbano). Esta cida-de fica poucos quilômetros ao norte de Tiro e Sidom. Pode ser que a supremacia comer-cial das duas cidades estivesse em perigo pelo favor que Herodes estava mostrando à nova cidade.
Tiro e Sidom vieram de comum acordo — em uma missão comum. Tendo assegu-rado a ajuda amistosa de Blasto, que era o camarista do rei — aquele que estava encarregado dos seus aposentos íntimos, e, conseqüentemente, muito íntimo de Herodes — pediam paz, i.e., o fim das disputas. A razão para a sua preocupação era porque o seu país se abastecia do país do rei. Isto pode ter dois significados. O primei-ro, que a Fenícia — um país estreito e montanhoso — era literalmente alimentada pelos grãos e pelas frutas da Galiléia. Em segundo lugar, Tiro e Sidom dependiam do comércio do território de Herodes para ajudar a manter a sua rota e navegação co-mercial em um elevado patamar. Por essa razão, se Beirute se tornasse uma cidade próspera, eles sofreriam.
Num dia designado (21) é identificado por Josefo como um dia indicado para uma festa em que seriam feitos os votos pela segurança do imperador romano, e no qual Herodes Agripa "exibia espetáculos em honra a César".1" Ele vestia as vestes reais. Josefo é mais explícito, dizendo: "Ele vestiu um manto todo feito de prata, e de uma textura verdadeiramente deslumbrante, e chegou cedo ao teatro naquela manhã; quando a pra-ta da sua roupa se iluminou pelo reflexo dos raios do sol, brilhou de uma maneira surpre-endente, e era tão resplandecente que espalhava o horror àqueles que olhassem fixa-mente para ele".1"
Assim vestido, Herodes Agripa estava assentado no tribunal e lhes dirigiu a pala-vra. Dominado pela sua aparência e pelas suas palavras, e ansioso por cair nas suas boas graças, o povo gritava: Voz de Deus, e não de homem! (22). Josefo confirma plenamen-te, dizendo: "E os seus aduladores gritavam... que ele era um deus, e acrescentavam 'seja misericordioso para conosco; pois embora o tenhamos reverenciado, até hoje, somente como um homem, de agora em diante o faremos como a alguém que é superior à natureza mortal"?' Este historiador judeu da época acrescenta que o rei "nem os repreendeu nem rejeitou esta bajulação herege".1'
Herodes tinha assassinado Tiago e pretendido matar Pedro. A retribuição divina para isto, e a aceitação da adoração blasfema decretaram a sua morte. No mesmo instante, feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a Deus; e, comido de bichos, expirou (23). Uma vez mais, Josefo está de acordo. Ele diz: "Uma dor aguda surgiu no seu ventre e começou de uma maneira muito violenta"?" Adicional-mente, ele registra que Herodes continuou sofrendo dores durante cinco dias, até que finalmente morreu."'
Apesar de todos os esforços de Satanás para impedir o trabalho da Igreja, a Palavra de Deus crescia e se multiplicava (24). Este é o terceiro progresso deste tipo registrado no livro de Atos (cf. Atos 6:7-9.31). Apesar da oposição, o trabalho progredia.
Quando terminaram o seu ministério, Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém (25). Os dois manuscritos gregos mais antigos 5aticano e Sinai-tico, trazem a expressão "para Jerusalém", mas isto parece não fazer sentido. Os dois homens tinham ido a Jeru-salém levando o alívio para a fome (Atos 11:29-30). Seria de esperar que eles agora estivessem retornando a Antioquia. Além disso, a casa de João Marcos estava em Jerusalém. Seria natural que ele acompanhasse os homens mais velhos a Antioquia. No início do capítulo seguinte, encontramos estes três homens em Antioquia. Assim, apesar das dificuldades textuais, parece melhor aceitar de Jerusalém como a leitura correta.'" A expressão "para Jerusalém" pode ser um engano de algum escriba.'
Champlin
Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 1
Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande (Mt 2:1,) e pai de Herodes Agripa II (At 25:13,), governou toda a Palestina de 41 a 44 d.C. O imperador romano lhe tinha dado o título de rei.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 2
Tiago: Filho de Zebedeu (Mt 4:21) e um dos doze apóstolos; conforme a profecia de Jesus em Mc 10:39.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 3
Os dias dos pães asmos: Festa judaica que dura sete dias a partir da Páscoa (Ex 12:1-27).
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 4
A quatro escoltas... cada uma: Provavelmente, um grupo de cada uma das quatro vigílias ou turnos da noite.At 12:4 Isto é, fazê-lo comparecer era um juízo público, supostamente com o objetivo de sentenciá-lo à morte.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 6
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 15
O seu anjo: De acordo com uma crença popular judaica, cada pessoa tem um anjo da guarda que pode aparecer tomando a forma de pessoa mesmo; conforme Mt 18:10; He 1:14.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 17
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 19
De acordo com a lei romana, os guardas tinham de responder com a sua própria vida pela segurança dos presos; conforme At 16:27; At 27:42.At 12:19Cesaréia: Cidade situada na costa do mar Mediterrâneo, capital administrativa do Império Romano na Judéia.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 20
Tiro e Sidom: Cidades situadas na costa do mar Mediterrâneo. Tinham de alimentar-se com trigo produzido na Galiléia, território governado por Herodes.
Champlin - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 25
Voltaram de Jerusalém para Antioquia (de onde tinham saído; At 11:30). De Jerusalém: Outros manuscritos dizem: a Jerusalém.
Genebra
Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
*
12.3 agradável aos judeus... prendendo também a Pedro. O propósito soberano de Deus foi cumprido na vida de seus igualmente dedicados servos: neste tempo, Tiago morreu à espada, enquanto Pedro foi liberto da prisão.
E eram os dias dos pães asmos. Com tantos judeus zelosos visitando a cidade para a festa, era um momento oportuno para fazer a prisão.
* 12.7 um anjo do Senhor... uma luz iluminou. Um anjo era uma garantia da presença de Deus, e a luz provavelmente lembraria Pedro da glória do Senhor no Antigo Testamento (9.3; Êx 3:2; 13:22; 40:34)
* 12.10 portão de ferro que dava para a cidade. A Torre de Antônia tinha uma entrada para os átrios do templo, ao sul, assim como outras entradas para a cidade.
* 12.15,16 Os discípulos oravam fervorosamente a Deus (conforme 4.23,24) para proteger e livrar Pedro, mas então não conseguiram crer que o Senhor havia feito o que eles tinham pedido.
*
12.15 seu anjo. Eles pensaram que era o guardião angélico pessoal dele (Mt 18:10; Hb 1:14). O conceito popular era que tal guardião poderia assumir a aparência da pessoa humana protegida.
* 12.19 justiçadas. De acordo com a lei romana, se um prisioneiro escapava, o guarda era passível de ser punido como o prisioneiro teria sido (conforme 16.27,28).
* 12.23 não haver dado glória a Deus. Em seu orgulho, ele aceitou para si próprio o louvor que pertence a Deus.
comido de vermes. O historiador judeu Josefo (Antigüidades 19.334-350) registra que Herodes Agripa I sofreu dores no coração junto com dor em seu abdome e morreu depois de cinco dias. Herodes morreu em 44 d.C., o quarto ano de Cláudio César.
*
12.25 Barnabé e Saulo, cumprida a sua missão. Esta era a missão de trazer a oferta de Antioquia para aliviar a fome de Jerusalém (11.27-30).
João... Marcos. Possivelmente o jovem que fugiu na noite da prisão de Jesus (Mc 14:51,52). Marcos, o escritor do segundo Evangelho (conforme 1Pe 5:13), acompanhou Paulo e Barnabé a Antioquia, e foi com eles na primeira viagem missionária (13,4) até a Perge da Panfília (13.13).
Matthew Henry
Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
12:1 Este rei foi Herodes Agripa I, filho do Aristóbulo e neto do Herodes o Grande. Sua irmã foi Herodías, a responsável pela morte do João o Batista (veja-se Mc 6:17-28). Herodes Agripa I era em parte judeu. Os romanos o escolheram para que governasse grande parte da Palestina, incluindo os territórios da Galilea, Perea, Judea e Samaria. ficou contra os cristãos a fim de agradar aos líderes judeus, os que se opunham a eles, esperando que isto afiançasse sua posição. Agripa I morreu de repente em 44 D.C. (veja-se 12:20-23). Sua morte também a recorda o historiador Josefo.12:2 Jacóo e João foram dois dos doze discípulos originais que seguiram ao Jesus. Pediram ao Jesus que em seu reino os reconhecesse em forma especial (Mc 10:35-40). Jesus lhes disse que o reconhecimento em seu Reino freqüentemente significava sofrimento para a pessoa (beber da mesma taça; Mc 10:38-39). Jacóo e João sofreram realmente, Herodes executou ao Jacóo e João mais tarde foi ao exílio (veja-se Ap 1:9).12.2-12 por que Deus permitiu que Jacóo morrera e salvou milagrosamente ao Pedro? A vida está cheia de perguntas difíceis como esta. por que um menino tem impedimentos físicos enquanto outro é atleticamente dotado? por que a gente morre antes de usar seu potencial? Estas são perguntas que possivelmente não possamos responder nesta vida porque não vemos tudo o que Deus vê. O decidiu permitir o mal neste mundo por um tempo, mas confiemos em sua direção porque prometeu que um dia destruirá todo o mal. Enquanto isso, sabemos que Deus vai ajudar nos a usar o sofrimento de uma maneira que nos fortalezca e lhe glorifique. se desejar mais informação a respeito desta pergunta, vejam-nas notas a Jó 1:1ss; Jó 2:10; Jó 3:23-26.12:3 Durante a Festa dos Pães sem Levedura, a festa de uma semana que seguia à Páscoa, prenderam o Pedro. Este foi um movimento estratégico porque havia mais judeus na cidade que o usual e Herodes podia impressionar a mais pessoas.12:5 O plano do Herodes era executar ao Pedro, mas os crentes oraram pela segurança do Pedro. A oração fervorosa da igreja influiu significativamente no êxito destes acontecimentos. A oração troca atitudes e sucessos. De maneira que ore freqüentemente e faça-o com confiança.12:7 Deus enviou a um anjo para que resgatasse ao Pedro. Os anjos são mensageiros de Deus. São seres divinos criados com poderes sobrenaturais e algumas vezes tomam aparência humana de maneira que possam lhe falar às pessoas. Os anjos não devem adorar-se porque não são divinos. Ao igual a nós, são servos de Deus.12:12 João Marcos escreveu o Evangelho do Marcos. A casa de sua mamãe era o bastante ampla para acomodar a muitos crentes. E uma habitação superior nesta casa possivelmente foi a que usou Jesus na Ultima Jantar com seus discípulos (Lc 22:8ss).12.13-15 Deus respondeu as orações do pequeno grupo de crentes enquanto ainda oravam. Mas quando a resposta chegou à porta, não acreditaram. Nós devemos ser gente de fé e acreditar que Deus responde as orações dos que procuram sua vontade. Quando você ora, cria que vai receber uma resposta, e quando a resposta venha, não se surpreenda, seja agradecido. HERODES AGRIPA I Para bem ou para mau, as famílias exercem uma influência duradoura e poderosa sobre os filhos. Os rasgos e qualidades acontecem com a próxima geração e freqüentemente os enganos e pecados dos pais se repetem nos filhos. Na Bíblia se mencionam quatro gerações da família do Herodes. Cada líder deixou sua marca malévola: Herodes o Grande matou aos meninos em Presépio; Herodes Antipas tomou parte no julgamento do Jesus e fez executar ao João o Batista; Herodes Agripa I assassinou ao apóstolo Jacóo e Herodes Agripa II foi um dos juizes do Paulo. Herodes Agripa I se relacionava muito bem com seus antepassados judeus. devido a que tinha uma avó judia de sangue real (Mariamne), a gente o aceitava a contra gosto. Em sua juventude, esteve temporalmente na prisão por ordem do imperador Tiberio, mas agora contava com a confiança de Roma e se levava bem com os imperadores Calígula e Claudio. Com o movimento cristão se criou uma oportunidade inesperada para que Herodes ganhasse um novo favor com os judeus. Na igreja se começaram a aceitar grande número de gentis. Muitos judeus toleravam este novo movimento como uma seita dentro do judaísmo, mas seu rápido crescimento os alarmou. A perseguição dos cristãos se avivou e nem sequer os apóstolos se livraram. Mataram ao Jacóo e encarceraram ao Pedro. Mas logo, Herodes cometeu um engano fatal. Durante uma visita a Cesarea, a gente o chamou deus e ele aceitou sua adoração. Imediatamente, Herodes teve que batalhar com uma dolorosa enfermidade e morreu no lapso de uma semana. Como seu avô, tio e filho, depois dele, Herodes Agripa I esteve perto da verdade, mas a perdeu. devido a que a religião era importante solo como um aspecto da política, não teve reverência nem escrúpulo para aceitar o louvor que solo a Deus corresponde. Seu engano é um dos mais comuns. No momento em que nos orgulhamos de nossas habilidades e nossos lucros, sem reconhecer que são um presente de Deus, repetimos o pecado do Herodes.Pontos fortes e lucros: -- Negociador e administrador capaz -- As arrumou para manter boas relações com os judeus de sua região e com RomaDebilidades e enganos: -- Dispôs a morte do apóstolo Jacóo -- Encarcerou ao Pedro com planos de executá-lo -- Permitiu que a gente lhe rendesse adoração como a DeusLições de sua vida: -- A sentença dos que optam estar contra Deus é o fracasso final -- Há um grande perigo em aceitar o louvor que solo a Deus pertence -- As características familiares podem influir nos filhos para bem ou para mauDados gerais: -- Onde: Jerusalém -- Ocupação: Os romanos o nomearam rei dos judeus -- Familiares: Avô: Herodes o Grande. Pai: Aristóbulo. Tio: Herodes Antipas. Irmã: Herodías. Esposa: Cipros. Filho: Herodes Agripa II. Filhas: Berenice, Mariamne, Drusila -- Contemporâneos: Os imperadores Tiberio, Calígula e Claudio. Jacóo, Pedro, os apóstolosVersículo chave: "Ao momento um anjo do Senhor lhe feriu, por quanto não deu a glória a Deus; e expirou comido de vermes" (At 12:23). A história do Herodes Agripa se narra em At 12:1-23. Os enganos são professores eficazes. Suas conseqüências têm como virtude fazer que as lições sejam dolorosamente claras. Mas os que aprendem de seus enganos são candidatos a desenvolver a sabedoria. João Marcos foi um bom aprendiz que solo necessitou um pouco de tempo e estímulo. Marcos desejava fazer as coisas bem, mas tinha dificuldade em perseverar na tarefa. Em seu Evangelho, Marcos menciona a um jovem (talvez refiriéndose a ele mesmo) que apavorado fugiu nu quando prenderam o Jesus. Esta tendência a fugir reaparece mais tarde quando Paulo e Bernabé o levaram como ajudante em sua primeira viagem missionária. Em sua segunda parada, Marcos os deixou e retornou a Jerusalém. Esta foi uma decisão que Paulo não aceitou com facilidade. Na preparação da segunda viagem dois anos mais tarde, Bernabé voltou a sugerir que Marcos fora com eles como companheiro de viagem, mas Paulo o rechaçou de plano. Como resultado, a equipe se dividiu. Bernabé tomou ao Marcos com ele e Paulo escolheu ao Silas. Bernabé foi paciente com o Marcos e o jovem devolveu seu investimento. Paulo e Marcos mais tarde se uniram e o ancião apóstolo deveu ser um amigo muito próximo do jovem discípulo. Marcos foi um companheiro valioso para três líderes cristãos: Bernabé, Paulo e Pedro. O material do Evangelho do Marcos parece vir em sua maioria do Pedro. O papel do Marcos como um servidor ajudante lhe permitiu ser um observador. Uma e outra vez escutou ao Pedro narrar suas experiências dos anos passados junto ao Jesus e foi o primeiro em escrever a vida do Jesus. Bernabé jogou um papel importante na vida do Marcos. Esteve junto ao jovem apesar de seus enguiços, estimulando-o com muita paciência. Marcos nos desafia a aprender dos enganos e a apreciar a paciência de outros. Há um Bernabé em sua vida ao que precisa agradecer seu estímulo?Pontos fortes e lucros: -- Escreveu o Evangelho do Marcos -- O e sua mãe permitiram que usassem seu lar como um dos principais lugares de reunião dos cristãos em Jerusalém -- Persistiu apesar de seus enganos de juventude -- Ajudou e acompanhou em suas viagens a três dos maiores missionáriosDebilidades e enganos: -- Possivelmente foi o jovem anônimo descrito no Evangelho do Marcos que fugiu aterrorizado quando prenderam o Jesus -- Abandonou ao Paulo e ao Bernabé por razões desconhecidas durante sua primeira viagem missionáriaLições de sua vida: -- A maturidade pessoal quase sempre se deve a uma combinação de tempo e enganos -- Os enganos pelo general não são tão importantes como o que aprendemos deles -- A vida eficaz não se mede principalmente pelo que obtemos, mas sim pelo que superamos para obtê-lo -- O estímulo pode trocar a vida de uma pessoaDados gerais: -- Onde: Jerusalém -- Ocupações: Missionário em preparação, escritor de um Evangelho, companheiro de viagem -- Familiares: Mãe: María. Tio: Bernabé -- Contemporâneos: Paulo, Pedro, Timoteo, Lucas, SilasVersículo chave: "Só Lucas está comigo. Toma ao Marcos e lhe traga contigo, porque me é útil para o ministério" (Paulo ao escrever 2Tm 4:11). A história do João Marcos se narra em Feitos 12:23-13.13 15:36-39. Também se fala dele em Cl 4:10; 2Tm 4:11; Fm 1:24; 1Pe 5:13.12:17 Este Jacóo era irmão do Jesus, que chegou a ser líder na igreja de Jerusalém (15.13; Gl 1:19). O Jacóo que mataram (Gl 12:2) era o irmão do João, um dos doze discípulos originais.12:19 Sob a lei romana, se os guardas permitiam a fuga de um prisioneiro, submetiam-nos ao mesmo castigo do prisioneiro. A estes dezesseis guardas os sentenciaram a morte.12:19 Os judeus consideravam Jerusalém como seu capital, mas os romanos escolheram a Cesarea como seu centro de operações na Palestina. É aqui onde viveu Herodes Agripa I.12:20 As cidades costeiras de Tiro e Sidón eram independentes e se autogobernaban, mas economicamente dependiam da Judea (para sua localização veja o mapa na introdução a Feitos). Não sabemos por que Herodes discutiu com eles, mas agora delegados dessas cidades tratavam de apaziguá-lo através de seus servidores pessoais.12:23 Herodes teve uma morte horrível, com intensa dor; literalmente o comeram vivo, de dentro para fora, por vermes. O orgulho é um pecado muito sério e, neste caso, Deus decidiu castigá-lo imediatamente. Deus não sempre julga assim tudo pecado, mas julgará a todos (Hb_9:27). Aceite hoje o oferecimento de perdão de Cristo. Ninguém tem que esperar.12:25 João Marcos era sobrinho do Bernabé (Cl 4:10). María sua mãe, freqüentemente recebia em seu lar aos apóstolos (Cl 12:12), de modo que João Marcos possivelmente estava em contato com a maioria dos grandes homens e ensinos da igreja primitiva. Posteriormente se une ao Paulo e Bernabé em sua primeira viagem missionária, mas por razões desconhecidas, abandonou-os no meio da viagem. João Marcos recebeu críticas por abandonar a missão (Cl 15:37-39), mas escreveu o Evangelho do Marcos e mais tarde Paulo o reclamou como ajuda vital no crescimento da igreja primitiva (2Tm 4:11).
Wesley
Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
XIV. DA PRIMEIRA IGREJA SECULAR PERSEGUIÇÃO (At 12:1) 1 E por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos para afligir alguns da igreja. 2 E ele matou Tiago, irmão de João com a espada. 3 E quando viu que isso agradava aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E aqueles eram os dias dos pães ázimos. 4 E quando ele o tinha levado, ele colocou-o na prisão, entregando-o a quatro grupos de quatro soldados para guardá-lo; pretendendo depois da Páscoa para apresentá-lo ao povo.
A partir da prosperidade da obra Gentile em Antioquia (At 11:19 ), Lucas retorna no capítulo 12 para a igreja de Jerusalém, onde, pela terceira vez o lado cruel de perseguição organizada tinha caído sobre os discípulos. A primeira perseguição foi pelos saduceus e os príncipes dos sacerdotes (At 4:1 ); o segundo foi incitada pelos helenistas (At 6:9 ), embora executados pelo conselho judaico (At 7:1 ), e acompanhados pelos fariseus e helenistas com Saul como seu principal representante, até sua conversão (At 8:1 , At 9:29 ). Esta terceira perseguição veio pela mão de Herodes, o rei , embora, sem dúvida, foi incitado pelos anti-cristãos judeus. O próximo grande perseguição Christian estava por vir do governo oficial romano. Que esta perseguição ocorreu por volta da hora do alívio da fome Jerusalém (At 11:29 , At 11:30 ; At 12:1 ).
Após a morte de Herodes Roma voltou o governo da Judéia a uma sucessão de sete procuradores, até a destruição de Jerusalém e do fim da vida nacional judaico na AD 70. Estes procuradores posteriores foram Fadus, AD 44-48; Alexander, AD 48; Cumano,AD 48-52; Felix, AD 52-60; Festus, AD 60-62; Albinus, AD 62-64; e Florus, AD 64-66. Depois de recusar a nomeá-lo rei da Judéia, AD 44, Cláudio fez, em AD 48, dar o filho de vinte e um anos de idade, de Herodes Agripa, o pequeno reino de Chalcis no Líbano. Em AD50 trocou isso por antigo reino de Filipe, e mais tarde Nero deu-lhe regiões da Galiléia e Julias em Perea. Sua capital era Cesaréia de Filipe e, embora ele manteve uma residência em Jerusalém, ele não tinha autoridade na Judéia. Foi esta Agripa II que ouviu a defesa de Paulo em Cesaréia (At 25:13 Matt.) -não Tiago, o menor, filho de Alfeu, foi a primeira vítima a cair. Os judeus, Clarke observa, tinha quatro métodos de execução: ou seja, apedrejamento, queima, decapitação com a espada, e estrangulamento . Crucificação foi adotado mais tarde, provavelmente a partir dos romanos. Decapitação com a espada era a punição (de acordo com o Talmud) para aquele que chamou o povo para um culto estranho. Isso provavelmente explica o veredicto contra Tiago e, portanto, indica que algo de sua influência. Ele teve a honra de ser o primeiro apóstolo a ser martirizados por Cristo. Não mais se sabe sobre o incidente. Herodes, evidentemente, procurou acabar com o novo movimento, eliminando Tiago e Pedro, a quem ele pensava ser os líderes do anel. Portanto, depois de decapitar Tiago e observando que melhorou sua posição com os judeus, como um governante estrangeiro, ele passou a prender e aprisionar firmemente Pedro, colocando-o sob uma guarda especial de dezesseis soldados, com a intenção de executá-lo publicamente depois da páscoa judaica.
Por que Deus permitiu que Tiago a ser executado enquanto Ele milagrosamente salvo Pedro do mesmo destino não se sabe ao certo. Esse martírio heróico de um apóstolo deveria ter fortalecido a fé da Igreja, bem como convenceu o descrente do valor real da Way Christian, parece mais provável. Possivelmente Tiago foi o melhor exemplo de Cristo de devoção, até a morte. Os filhos hebreus não reivindicou a imunidade da fornalha ardente, mas eles não declaram a sua devoção indiviso a Deus, até a morte, se necessário (Ez 3:16 ). Davi também não invocar imunidade de "vale da sombra da morte", mas ele alegou presença reconfortante de Jeová em que vale (Sl 23:4 ). De qualquer forma, por razões mais conhecidas a Deus, Ele permitiu que Tiago a ser martirizado e poupou Pedro para mais serviço.
1. A oração da Igreja (At 12:5 )? Possivelmente necessária essa vantagem do inimigo para expulsá-los de volta a fervorosa e incessante oração para a libertação de Pedro da prisão e execução iminente. Que estes discípulos conheciam o poder da oração é evidente a partir de libertações anteriores de Pedro dos projetos assassinos do Sinédrio (At 4:1:. Sl 127:2b ). Talvez tenha sido a partir dessa experiência que Pedro escreveu mais tarde: "O Senhor sabe livrar [de resgate: Weymouth] os piedosos da tentação" (2Pe 2:9) 7 E eis que um anjo do Senhor apareceu-lhe, e uma luz resplandeceu na prisão; e, tocando no lado de Pedro, o despertaram, dizendo: Levanta-te depressa. Então, as cadeias caíram-lhe das Mc 8:1 E o anjo disse-lhe: Cinge-te e calça as tuas sandálias. E assim o fez. E disse-lhe: Lança a tua capa, e segue-me. 9 E, saindo dali, seguiram; e ele não sabia que era real o que estava sendo feito pelo anjo, mas pensei que era uma visão. 10 E quando eles terem passado a primeira ea segunda sentinela, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade; qual se lhes abriu por si mesma; e eles foram para fora, e passaram uma rua; e logo o anjo se apartou dele.
E eis que um anjo do Senhor apareceu-lhe . À medida que a hora para a execução se aproximava ea vitória parecia certa para os judeus que haviam instigado a prisão de Pedro e de execução previsto, e os discípulos, vendo nenhuma esperança de fuga de Pedro fora de Deus, foi então que o anjo do Senhor apareceu e as coisas começaram para acontecer. A glória da presença de Deus iluminou a célula de tinta preta em que Pedro foi preso. O anjo feriu levemente Pedro, despertando-o sem tanto como perturbar os guardas, tomando-o pela mão e levantou-o a seus pés, como as cadeias que o ligavam aos soldados caíram como silenciosamente para o chão como uma pena para uma almofada (v. At 12:7 ). O anjo, então, pediu a Pedro, em uma linguagem silenciosa, para cingir-se e segui-lo (v. At 12:8 ). Todo o procedimento parecia Pedro para ser bom demais para ser verdade, e ele pensou que fosse apenas uma ilusão ou sonho (v. At 12:9 ). Eles passaram a primeira e segunda guardas, mesmo sem despertar as suspeitas de que uma grande cadeia-break estava em andamento e, em seguida, vieram para o grande portão de ferro de fora da prisão, que, como um porta-olho elétrico, abriu automaticamente à medida que se aproximava. A partir daqui eles passaram para a rua aberta, onde o anjo deixou Pedro um homem livre. O que uma libertação milagrosa e glorioso! Quem, senão Deus poderia ter executado isso? Como totalmente são fúteis os esforços do homem para enganar a Deus!
4. As considerações de Pedro (At 12:11 , 12a) 11 E Pedro, tornando a si, disse ele. Agora eu sei de uma verdade, que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa do povo dos judeus. 12 E quando ele tinha considerado a coisa , ele veio para o casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos;
Os acontecimentos de sua libertação tinha sido tão rápida que levou Pedro um tempo para se orientar enquanto ele estava lá sozinho na rua escura de um homem livre.
As circunstâncias da libertação de Pedro da prisão pode ser resumida da seguinte forma: ele estava consciente de que ele tinha a sua liberdade; ele ficou sozinho na rua; ele percebeu que ele deve ir para algum lugar; e pensou na possibilidade de o abrigo amigável da casa de Maria, onde os confortos da vida e gentis amigos iriam recebê-lo. Talvez ele tomou em muito mais do que o anterior como ele considerou a coisa . Quanto mais vemos muitas vezes depois de algum grande livramento do que fomos capazes de ver antes do livramento veio. Movimentos de emergência de Deus são muito rápidas para os homens, quer para seguir ou compreender plenamente pela reflexão.
C. A diligência da Igreja (At 12:12 ). Sua casa espaçosa prevista a assembléia da igreja para o culto (v.At 12:12 , At 1:13) que sua casa foi a cena da Última Ceia e da localização do derrame Pentecostal. 1. A preocupação da Igreja (At 12:12 -KJV). Surpresa 2. A Igreja (12: 13-15) 13 E quando ele bateu à porta do portão, uma empregada veio atender, chamada Rode. 14 E, conhecendo a voz de Pedro, ela não abriu a porta para a alegria, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta. 15 E disseram-lhe: Estás louca.Mas ela afirmava que assim era. E eles disseram: É o seu anjo.
E eles disseram: É o seu anjo . Opinião comum entre os judeus considerou que os anjos da guarda geralmente previstas servos de Deus. No entanto, apenas duas vezes no Novo Testamento são os anjos da guarda pessoal especiais mencionados: a saber, neste caso e em Mt 4:11 . A crença popular permitiu que de vez em quando um anjo da guarda pode assumir sua aparência física e representá-lo. Esse parece ter sido o primeiro pensamento dos discípulos sobre a aparência de Pedro na casa de Maria. Na verdade, a moça estava convencido de que Pedro estava presente, mas os discípulos do primeiro julgado la louca e depois concluiu que o que ela viu foi o anjo de Pedro. Como humano foram esses primeiros discípulos a temer a acreditar que Deus havia respondido suas orações!
3. Recompensa da Igreja (00:16 , 17) 16 Mas Pedro perseverava em bater e, quando abriram, viram-no, e ficaram surpresos. 17 Mas ele, acenando-lhes com a mão para segurar a sua paz, anunciou-lhes como o Senhor o tirara da prisão. E ele disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar.
18 Ora, assim que amanheceu, não houve grande alvoroço entre os soldados sobre o que foi feito de Pedro. 19 E, quando Herodes o procurou-o, e não o encontrou, ele examinou os guardas e ordenou que elas devem ser colocadas a morte. E desceu da Judéia para Cesaréia, e passaram lá. 20 Agora, ele estava muito irritado contra os de Tiro e de Sidom; e eles vieram com um acordo com ele, e tendo feito Blastus camareiro do rei seu amigo, pediam paz, porquanto o seu país se abastecia do país do Ap 21:1 E sobre um dia conjunto Herodes, vestido de trajes reais, e sentou-se no trono, e fez uma oração para eles. 22 E o povo gritou, dizendo : A voz de um deus, e não de um homem. 23 E imediatamente um anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus; e, comido de vermes, e entregou o espírito. 24 Mas a palavra de Deus crescia e se multiplicava. 25 E Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém, havendo eles cumprido seu ministério, levando consigo João, que tinha por sobrenome Marcos.
Mais uma vez Deus outwitted Satanás e removeu o enredo cuidadosamente projetado para derrotar e destruir a igreja. Pedro conseguiu fugir. Só mais uma vez que ele está mencionado em Atos, que no capítulo 15 , onde cerca de seis anos mais tarde, ele estava presente no conselho da igreja geral realizada em Jerusalém, em AD 49 ou 50.
Os guardas foram incapazes de dar uma explicação satisfatória da fuga do preso especial, e, conseqüentemente, sofreu execução. Herodes sofreu uma morte horrível, como o julgamento divino, em Cesaréia consequente sobre a sua assunção de uma prerrogativa divina.
Na sequência destes acontecimentos a palavra de Deus crescia e se multiplicava (v. At 12:24 ). A prosperidade e progresso da igreja tem a certeza quando ela descobre suas vitórias através da fé em sua cabeça glorificado, Cristo. (Para saber o significado de v. At 12:25 , ver nota exegética por Ralph Earle em Carter e Earle, A Commentary Evangélica , "At", pp. 171, 172.)
Wiersbe
Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
Esse capítulo apresenta uma das últi-mas ocasiões em que Pedro ministra entre os crentes primitivos. No capí-tulo 13, Paulo assume o cenário, e, apenas no capítulo 15, encontramos Pedro de novo, quando ele dá seu testemunho (em apoio a Paulo). O capítulo 12 apresenta muitos pode-res distintos em operação.
O poder de Satanás (12:1-4)
Como seus antepassados, Herodes Agripa, neto de Herodes, o Grande, era um assassino. Os Herodes eram edomitas, descendentes de Esaú. Em um sentido, vemos Esaú perseguin-do Jacó de novo, pois "Tiago" é ape-nas outra forma do nome Jacó! Essa perseguição retrata o tempo de tri- bulação que os judeus sofrerão nos últimos dias. LeiaMt 20:20-40 de novo a fim de relembrar a pro-messa de um batismo de sofrimento para Tiago e João. Tiago foi o primei-ro apóstolo morto, e João, embora tenha vivido muitos anos, passou por grande sofrimento (Ap 1:9). Je-sus dissera que os apóstolos sofre- riam perseguição, da mesma forma que sofrerão todos os que procuram obedecer à Palavra de Deus.
E interessante observar que os apóstolos não substituem Tiago como fizeram com Judas (cap. 1). Isso acontece porque os apóstolos não se assentariam "em doze tro-nos", já que a promessa do reino fora rejeitada pela nação (Mt 19:28). Essa é outra indicação de que fora revelado um novo plano. Há uma lição prática aqui: Satanás, quando quis impedir a obra da igreja, per-seguiu Tiago e Pedro. Ele persegue os melhores cristãos e tenta impe-dir o trabalho deles. Somos o tipo de cristão que Satanás quer atacar? É importante o fato de Pedro ser sol-to e de Tiago morrer. Deus tem um propósito específico para cada um dos seus.
O poder da oração (12:5-19)
Herodes prometeu matar Pedro após a cerimônia da Páscoa, que durava oito dias, para agradar aos judeus. Por segurança, ele designou quatro escoltas com quatro guardas cada para vigiar Pedro. Dois guar-das ficavam dentro da cela, um de cada lado de Pedro, e os outros dois, na porta da cela. "Mas havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor dele" (v. 5). Como essas palavras trazem emoção ao crente! Os cristãos, quando Sata-nás faz o seu pior, podem se voltar a Deus em oração com a certeza de que ele responderá.
Como Pedro podia ter tanta paz sabendo que tinha apenas poucas horas de vida? A promessa de Cristo, em Jo 21:18-43, deu-lhe forças, e, sem dúvida, a oração da igreja ajudou-o. Pedro sabia que morreria velho e na cruz, não pela espada (como Tiago, v. 2). A fé na Palavra de Deus deu-lhe paz. Nós, se crermos nas promessas de Cristo, sentiremos a mesma paz em meio à provação.
O anjo libertou Pedro, mas ob-serve que ele não faz pelo apósto-lo o que este podia fazer por con-ta própria. O anjo libertou-o das cadeias e conduziu-o para fora da prisão, no entanto disse a Pedro que ele mesmo calçasse suas sandálias, vestisse suas roupas e o seguisse. O anjo deixou-o decidir por si mesmo o que fazer quando estava seguro e fora da prisão. Quando obedecemos e fazemos tudo que está ao nosso alcance, podemos esperar que Deus faça o impossível. Não devemos nunca subes-timar o poder de uma igreja que ora. Os crentes oraram de forma incessante (v. 5), decisiva e corajo-sa. Deus honrou as orações deles e trouxe glória para si mesmo, apesar da descrença deles quando Pedro apareceu. Rode, a serva, respon-deu pela fé quando ouviu baterem à porta, pois, pelo que ela sabia, po-dia ser um esquadrão de soldados de Herodes que viera prendê-los!
O versículo 17 refere-se a Tia-go, irmão de Cristo, o qual parece que se tornou o chefe dos anciãos da assembléia de Jerusalém (veja cap. 15). Não o confunda com o filho de Alfeu ou com o Tiago morto por Herodes. Veja também At 21:18 e Gl 1:19 ; Gl 2:9 . A partida de Pedro permanece um mistério: ele foi "para outro lugar" (v. 17), e não sabemos para onde foi. Ele sai de cena (embora, claro, continue sua pregação) para dar espaço a Paulo e sua mensagem sobre a igreja.
0 poder da ira de Deus (12:20-23)
Desde a época de Salomão, as cida-des litorâneas de Tiro, Sidom e Ga- liléia já se relacionavam (1Rs 5:0 e II Tessalonicenses 2:3-8.
O poder da mão de Deus (12:24-25)
Que contraste! "A palavra do Se-nhor crescia e se multiplicava", enquanto o grande Herodes era comido pelos vermes. A Palavra de Deus derrota Satanás e traz vitó-
ria, quer este ataque seja homicida (como ao matar Tiago), quer como leão (como nos vv. 20-23). Tiago morreu, todavia a obra de Deus se-guiu em frente, pois vemos o retor-no a Antioquia de Paulo, Barnabé e Marcos, o ajudante deles, após seu ministério aos santos pobres de Jerusalém (veja 1 1:27-30). Marcos era de uma família devota, pois os crentes reuniam-se na casa da mãe dele para orar (12:12). Ele era pri-mo de Barnabé (Cl 4:10) e, depois, foi motivo de uma disputa entre o primo e Paulo. Ele escreveu o evan-gelho de Marcos e, no fim, conse-guiu a aprovação de Paulo (2Tm 4:11), embora, em anos anteriores, tenha faltado a Paulo (13:13).
Que as altas vozes dos líderes mundanos de Satanás jamais nos amedrontem. Logo chegará o dia deles. A Palavra de Deus não falha nunca, e temos a responsabilidade de pregá-la e de ensiná-la até o re-torno de Cristo.
Russell Shedd
Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
12.1 Herodes. Agripa I neto de Herodes o Grande (conforme Mt 2:0, Mc 10:39).
12.3 Pedro. Era o líder mais destacado da Igreja. Pães asmos. Esta festa dos judeus começava com a Páscoa e durava oito dias.
12.4 Quatro escoltas. Uma para cada vigília durante a noite.
• N. Hom. 12.5 Os Poderes do Universo: 1) Do diabo - usando Herodes como seu instrumento real mais limitado; 2) De Deus - infalível quando todo recurso humano falha; 3) Da oração - quando unida (5, 12) ardente e definida. Incessante (gr ektenõs) "ardentemente". Usada em 1Pe 1:22 e 4.8 para descrever amor intenso.
12.7 Luz. A glória celestial iluminou a prisão (conforme Lc 2:9).
12.10 A narrativa sugere que Pedro foi Encarcerado na Torre de Antônia onde Paulo também foi detido (21:34-23.30) 12.12 A casa de Maria. Provavelmente a local do cenáculo onde se realizou a última Ceia. João... Marcos. Autor do segundo evangelho, primo de Barnabé (Cl 4:10) o qual era parente de Maria, mãe de Marcos. Congregadas e oravam. Reuniões espontâneas de oração que duravam a noite inteira não eram raras (conforme 20:7-12). É notável que os líderes da Igreja estavam ausentes (17).
12.15 Seu anjo. No conceito popular judaico havia um anjo guardião de cada indivíduo (cf. Mt 18:10; He 1:14).
12.17 Tiago. Meio irmão de Jesus, líder principal da Igreja. Outro lugar. Quer dizer outra cidade (talvez, Antioquia, conforme Gl 2:11). Pedro não foi para Roma até o ano 55 d.C. (conforme Gl 2.1ss; At 15.2ss).
12.22 Um deus. Era comum nesses tempos atribuir divindade a um rei e especialmente a um Imperador romano.
12.23 Anjo... feriu. Josefo (Antigüidades 19.9,2) acrescenta mais detalhes. Herodes morreu no ano 44. Glória a Deus. Deus, zeloso pela glória que a Ele pertence, pune o homem vaidoso.
12.24 O terceiro relatório sobre o progresso da Igreja (6.7; 11.31).
NVI F. F. Bruce
Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
VIII. O ATAQUE DE HERODES A IGREJA (12:1-25)
1) Herodes, os apóstolos e a igreja (12:1-17) Herodes Agripa I. Esse monarca era filho de Aristóbulo, fruto do casamento de Herodes, o Grande, com Mariamne, princesa dos hasmoneus. Era esperto, encantador, ambicioso e inescrupuloso. Era incondicionalmente leal a Roma, tendo sido ajudado tanto por Calígula quanto por Cláudio a adquirir grande autoridade na Palestina, mas sabia da importância de obter a simpatia dos líderes judeus a fim de consolidar um reinado praticamente limítrofe com o de Herodes, o Grande, o qual governou de 41 a 44 d.C. Perseguir os adeptos da seita do Nazareno era uma forma fácil de agradar os judeus, e ele percebeu a importância de eliminar os líderes (v. 1,2).
O Senhor e seus servos (v. 1-5). Por que o Senhor permitiu que Tiago fosse decapitado ao passo que interveio de forma miraculosa para libertar Pedro? A resposta está no próprio mistério, pois não temos condições de investigar as razões que determinam a duração de vida dos servos de Deus na terra, mas podemos estar certos de que Deus foi glorificado tanto no martírio de Tiago — o primeiro mártir entre os cristãos — quanto no livramento de Pedro (conforme Mt 20:20-40).
A igreja que orava (v. 5,12). Muitas observações imprudentes têm sido feitas acerca da igreja que orou e ficou surpresa com a resposta. Essa igreja era uma comunidade de mártires em potencial, capacitados nos caminhos do Senhor, e certos de que qualquer um deles poderia glorificar o seu Deus, quer pela vida quer pela morte (conforme Fp 1:19
24). Como pessoas reais e humanas, ficaram surpresas com a maneira em que Pedro foi liberto — nós não teríamos ficado? —, mas a igreja de Jerusalém é um modelo de oração e de fé constante em um nível sublime.
O livramento (v. 6-11). Agripa queria ter certeza de que o seu importante prisioneiro não escaparia (v. 6)! Pedro havia negado o seu Senhor naquela mesma época do ano, mas dessa vez ele estava dormindo profundamente na noite que parecia a última dele na terra (conforme 1Pe 5:7). Deus tinha o seu plano para Pedro, a necessidade era urgente, e nenhum homem poderia fazer coisa alguma com relação a esse problema, o que explica a intervenção angelical. Todas as frases e circunstâncias indicam um mensageiro celestial que limitou a sua ajuda àquilo que Pedro não poderia fazer por si só (v. 7,8,10). Assim que o apóstolo foi solto, ele teve de “voltar a si” e pensar por si (v. 11).
Pedro e a comunidade cristã (v. 12-17). Pedro supôs que os crentes estariam reunidos em oração na casa de Maria e, assim, se apresentou lá. A história de ele bater à porta de fora, da surpresa e confusão de Rode, com a reação dos crentes, se destaca claramente no estilo vívido de Lucas. A razoabilidade psicológica de cada ponto nos convence da sua veracidade — uma invenção no estilo da martirologia posterior teria sido muito diferente! A suposição dos discípulos de que era o anjo dele tem de ser lida em conjunto com Mt 18:10. “O anjo é concebido aqui como a contraparte espiritual do homem, capaz de assumir a sua aparência e de ser confundido com ele” (F. F. Bruce). A boa notícia deveria ser dada a Tiago e aos irmãos, o que indica que Tiago, o irmão do nosso Senhor, estava em Jerusalém na época, mas nenhum outro dos apóstolos. O termo irmãos incluiria os anciãos da igreja (v. 17; conforme 15.4,22). Pedro saiu e foi para outro lugar — provavelmente um dos muitos esconderijos acessíveis na região montanhosa da Judéia. Os locais de encontros regulares da igreja seriam os primeiros a serem atacados quando Fíerodes colocasse em ação os seus destacamentos de busca. Não houve desafio, e não se fez nenhuma suposição de que livramentos miraculosos seriam repetidos.
2) O fim de Herodes Agripa I (12:18-25) E evidente para todos o contraste dramático entre o livramento do apóstolo por intermédio de um anjo e o fim de um monarca orgulhoso e perseguidor, ferido por um anjo no momento em que era aclamado como um deus. Josefo fala de uma festa em honra ao imperador em Cesaréia, enquanto Lucas registra o final de uma crise entre Herodes e a Fenícia, mas essa informação é complementar, e não contraditória. Precisamos lembrar que Herodes professava ser israelita e, como monoteísta, reivindicando estar sentado no trono de Davi, não poderia aceitar o conceito do rei-deus tão comum no Oriente. A adulação do povo: E voz de Deus, e não de homem (v.
22) foi o clímax de uma vida de ambição torturante mudada em sentença de morte pelo Deus a quem desafiou. O sonho de Herodes foi frustrado para sempre. Entretanto, a palavra de Deus continuava a crescer e a espalhar-se (v. 24).
Moody
Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Atos Capítulo 6 do versículo 1 até o 25
III. Expansão da Igreja na Palestina Através da Pregação e Dispersão. 6:1 - 12:25.
Até este ponto, os apóstolos não deram nenhuma evidência de ter o propósito de levar o Evangelho a todo o mundo, mas permaneceram em Jerusalém dando o seu testemunho aos judeus. Agora Lucas conta o começo da expansão da igreja através da Judéia e Sanaria. Essa expansão não foi realizada por causa da visão e propósito da igreja mas por ato providencial de Deus, dispersando os crentes. Para explicar esta perseguição, Lucas primeiro conta como Estêvão colocou-se em posição de destaque como um dos sete.
Moody - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
Lucas interrompe o fluxo de sua narrativa para registrar um .acontecimento que sucedeu alguns anos antes. Considerando que Herodes morreu em 44 A.D., a missão por ocasião da fome deve ter ocorrido cerca de 46 A.D. A comunidade de Jerusalém já tinha encontrado a oposição dos líderes religiosos judeus logo no começo, mas os cristãos eram populares entre o povo. Violenta perseguição levantouse contra Estêvão e a ala helenista sob a liderança de Saulo. Agora pela primeira vez, Lucas registra a perseguição feita pelas autoridades governamentais da Palestina. Não veio dos líderes romanos mas de um rei judeu.
Moody - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 7 até o 8
7, 8. Capa. Vestimenta usada sobre as roupas comuns.
Moody - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 14 até o 16
14-16. Embora os crentes estivessem orando fervorosamente pela libertação de Pedro, ficaram admirados quando suas orações foram respondidas. Quando a criada que atendeu às batidas de Pedro, reconheceu a voz do apóstolo, correu de volta para avisar a igreja reunida, deixando Pedro em pé junto à porta trancada. Os crentes pensaram que Rode estivesse imaginando coisas ou que ela tivesse visto o anjo da guarda de Pedro (Mt 18:10; He 1:14). Quando deixaram Pedro entrar, seus amigos começaram a lhe fazer perguntas excitadamente. Ele precisou lhes fazer sinal para silenciarem.
Moody - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 24 até o 25
24, 25. Lucas retorna agora à sua história da igreja em Antioquia (veja 11 : 30).
Francis Davidson
O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 24
Nova onda de perseguição arrebentou sobre a igreja de Jerusalém e desta vez os apóstolos, longe de ficarem imunes, foram os principais objetos do ataque. Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, recebera do seu amigo o Imperador Calígula (37-41) vasta doação em território, na Palestina e próximo a ela, juntamente com o título de rei; e Cláudio (41-54) acrescentou a esse território as regiões da Judéia e Samaria. Durante seu curto reinado sobre a Judéia (41-44), Herodes, a despeito de suas faltas, mostrou-se patrocinador diligente da fé judaica, e manteve relações amistosas com os líderes religiosos do povo. Dizem que certa ocasião, quando lia a lei na festa dos tabernáculos, as lágrimas lhe vieram aos olhos ao ler Dt 17:15 ("estabelecerás, com efeito, sobre ti como rei aquele que o Senhor teu Deus escolher; homem estranho, que não seja de entre os teus irmãos, não estabelecerás sobre ti"), porque se lembrou da origem edomita da sua família; mas a populaça exclamou: "Não te aflijas; tu és nosso irmão!".
A história da execução de Tiago, filho de Zebedeu, e da prisão de Pedro, por ele ordenadas, é bastante conhecida. As palavras "vendo ser isto agradável aos judeus" são significativas pelas razões já sugeridas. A idéia de haver João sofrido martírio por essa época, como Tiago, tem fundamentos muito frágeis, apesar do vigor com que alguns críticos do Novo Testamento a defendem. A fuga de Pedro, da prisão, e sua inesperada visita à casa de Maria, onde os crentes oravam por ele, são narradas magistralmente. Para onde ele foi, ao voltar de lá (At 12:17), é incerto; não há fundamento razoável para a tradição que diz haver-se encaminhado a Roma, por esse tempo. Suas palavras "Anunciai isto a Tiago e aos irmãos" sugerem que por essa época Tiago, irmão do Senhor, havia conquistado uma posição de destaque na igreja de Jerusalém. Logo depois disso, Herodes morreu em circunstâncias dramáticas e impressionantes, fato narrado tanto por Lucas como por Josefo. Os dois historiadores diferem em pormenores, porém concordam nas partes essenciais do fato. Quanto às diferenças podemos citar o historiador alemão Eduard Meyer: "Nas linhas gerais, na data, e na idéia geral, ambas as narrativas estão em pleno acordo. Nos pormenores, muito interessantes, que de nenhum modo devem ser havidos como "tendenciosos" ou atribuídos à tradição popular, a narrativa de Lucas oferece uma garantia de que pelo menos é tão segura quanto a de Josefo.
Eram os dias dos pães asmos (3). Os dias dos pães asmos começavam na véspera da páscoa, dia 14 de Nisã, e duravam até o dia 21 desse mês (cfr. At 20:6). O dia 14 de Nisã naquele ano (44 A. D.) caiu no dia 1 de maio-atraso este fora do comum, devido à intercalação de um segundo mês de Adar naquele ano, Dt 19:0); esse é o sentido aqui. Eis, porém, que sobreveio um anjo do Senhor (7); cfr. o vers. 19. Provavelmente o fato mais notável, dos nossos tempos, comparável à soltura de Pedro foi a libertação misteriosa do Sadhu Sundar Singh, de um poço onde fora metido por uma autoridade tibetana (contado por Streeter e Appasamy, The Sadhu, págs. 30 e segs.). Contudo "Pedro pensava fosse tudo uma visão", até que se viu seguro e salvo. O Sadhu pensava que era um homem quem o socorria, quando este desapareceu" (L. E. Browne). Depois de terem passado a primeira e a segunda sentinela, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade (10). Evidentemente havia que passar por três portões e três sentinelas (permitiram-no passar a primeira e a segunda, pensando presumivelmente tratar-se de um servente; mas não era de se esperar que um servente passasse além da sentinela exterior à noite, tornando-se necessário tomar outra direção" (Ramsay). Assim sendo, o portão que dava para a cidade abriu-se automaticamente; como, não se diz. Mas em toda essa descrição transpira o depoimento de uma testemunha ocular, inclusive a adição "ocidental" -"e desceram os sete degraus" - inserta depois das palavras tendo saído. Provavelmente Pedro fora preso na Torre Antônia, na área noroeste do templo. Foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos (12). Parece que esta casa serviu de lugar de reunião a um grupo de cristãos de Jerusalém; há uma sugestão interessante de ter sido a casa onde se realizou a última Ceia. O grupo a que se associa o nome de Tiago 1rmão do Senhor, parece que se reuniu em outro lugar (17). Saiu a escutar (13); melhor, "para responder à porta" (gr. hypakouo). É o seu anjo (15); isto é, seu anjo de guarda ou a reprodução do seu espírito, capaz de assumir suas feições e de ser tomado por engano como a própria pessoa. O conceito iraniano fravachi assemelha-se a este. Cfr. também a referência aos anjos das crianças, que contemplam a face de Deus (Mt 18:10). Fazendo-lhes sinal com a mão para que se calassem (17); outra prova de testemunho de vista. Retirou-se para outro lugar (17). Pode significar simplesmente que se escondeu. Não disse a ninguém, na ocasião, para onde ia, e Lucas, anos depois, não pôde descobrir que lugar fora esse.
Ordenou que fossem justiçadas (19), presumivelmente foram executadas. É provável que Herodes suspeitasse de se haverem conluiado para livrar Pedro. Sua terna se abastecia do pais do rei (20). O litoral fenício dependia da Galiléia em matéria de gêneros alimentícios, como nos dias de Hirão e Salomão (1Rs 5:9 e segs.). Em dia designado (21). Diz Josefo que foi numa festa em honra do Imperador Cláudio (Ant. 19.8.2), possivelmente em seu aniversário natalício, dia 1 de agosto. Pode muito bem ter ensejado a reconciliação pública de Herodes Agripa e seus vizinhos fenícios. Vestido de trajo real (21). "Ostentava um manto todo tecido de prata, de maneira maravilhosa" (Josefo). O povo (22); gr. demos; isto é, a populaça de Cesaréia. É voz de um deus, e não de homem (22). Segundo Josefo, os bajuladores, dirigindo-se-lhe como a um deus, diziam: "Sê gracioso para conosco: até aqui te reverenciamos como homem, mas doravante reconhecemos-te como superior a um mortal". O anjo do Senhor o feriu (23). Veja-se no Velho Testamento esta expressão, em 2Rs 19:35. Por ele não haver dado glória a Deus (23). Aceitou honras divinas dos seus aduladores, ao invés de atribuí-las a Deus. Comido de bichos (23). Um colega médico dá o seguinte diagnóstico dessa doença: quisto hidático. Expirou (23); cinco dias depois, com a idade de cinqüenta e quatro anos. Morre o perseguidor; a causa que ele perseguiu sobrevive com vigor cada vez maior (24).
John MacArthur
Comentario de John Fullerton MacArthur Jr, Novo Calvinista, com base batista conservadora
John MacArthur - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
25. A loucura de luta contra Deus ( Atos 12:1-25 )
E por aquele mesmo tempo o rei Herodes lançou mão alguns que pertenciam à igreja, a fim de maltratá-los. E ele tinha Tiago, irmão de João condenado à morte com uma espada. E quando viu que isso agradara aos judeus, continuou, para prender também a Pedro. Agora foi durante os dias dos pães ázimos. E quando ele se havia apoderado dele, ele colocou-o na prisão, entregando-o a quatro esquadrões de soldados para guardá-lo, pretendendo depois da Páscoa para trazê-lo para fora diante do povo. Então, Pedro foi mantido na prisão, mas a oração por ele estava sendo feita com fervor pela igreja para Deus. E na mesma noite, quando Herodes estava para apresentá-lo para a frente, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias; e guardas em frente da porta estavam vigiando a prisão. E eis que um anjo do Senhor apareceu de repente, e uma luz brilhou na célula; e ele bateu no lado de Pedro e despertou-o, dizendo: "Levanta-te depressa." Então, as cadeias caíram-lhe das mãos. E o anjo disse-lhe: "Cinge-se e calce as sandálias". E assim o fez. E ele disse-lhe: "Envolva seu manto em torno de você e siga-me." E ele saiu e continuou a seguir, e ele não sabia que o que estava sendo feito pelo anjo era real, mas pensei que ele estava tendo uma visão. E quando eles passaram a primeira e segunda guardas, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, que abriu para eles, por si só; e eles saíram e foram ao longo de uma rua; e logo o anjo se apartou dele. E quando Pedro voltou a si, ele disse: "Agora eu sei com certeza que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava." E quando ele percebeu isso, ele foi para a casa de Maria, mãe de João, que também foi chamado Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. E quando ele bateu à porta do portão, um servo-menina chamada Rode saiu a escutar. E quando ela reconheceu a voz de Pedro, por causa da alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava em frente ao portão. E eles disseram-lhe: "Você está fora de sua mente!" Mas ela continuou insistindo que ele era assim. E eles diziam: "É o seu anjo." Mas Pedro continuava a bater; e, quando abriram a porta, viram-no e ficaram maravilhados. Mas acenando-lhes com a mão para que se calassem, descreveu-lhes como o Senhor o levou para fora da prisão. E ele disse: "Denunciar estas coisas a Tiago e aos irmãos." E ele saiu e foi para outro lugar. Agora, quando amanheceu, houve grande perturbação entre os soldados sobre o que poderia ter feito de Pedro. E, quando Herodes tinha procurado por ele e não tinha encontrado, ele examinou os guardas e ordenou que eles sejam levados à execução. E desceu da Judéia para Cesaréia e foi passar um tempo lá. Agora, ele estava muito irritado com os de Tiro e de Sidom; e com um acordo que veio a ele, e tendo conquistado Blastus camareiro do rei, pediam paz, porquanto o seu país se abastecia do país do rei. E em um dia marcado, Herodes, tendo colocado em sua trajes reais, sentou-se na tribuna e começou a entregar um endereço para eles. E o povo continuava gritando: "A voz de um deus e não de um homem!" No mesmo instante o anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou. Mas a palavra do Senhor continuou a crescer e se multiplicar. E Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém, havendo eles cumprido sua missão, levando junto com eles João, que também foi chamado Marcos. ( 12: 1-25 )
Em todo o universo, raivas guerra em todas as frentes. Deus, os santos anjos, e eleger homens batalhar contra Satanás, suas hostes demoníacas, e os homens caídos. Embora o resultado da guerra nunca esteve em dúvida, as batalhas não são menos reais.
A guerra começou no nível Angelicalal quando Lúcifer, o mais alto de todos os seres criados, rebelou-se contra o seu Criador. Lúcifer, mais comumente conhecido como Satanás ("adversário"), foi lançado do céu, levando consigo um terço dos anjos ( Ap 12:4 ). Embora os homens pecadores, muitas vezes granizo aqueles que lutam contra Deus como sábios, na realidade, eles são tolos. A verdadeira sabedoria reside em estar ao lado de Deus.
A história está repleta de destroços das vidas quebradas daqueles tolo o suficiente para lutar contra Deus. O filósofo alemão do século XIX Friedrich Nietzsche desprezava o cristianismo como a religião dos fracos. Lutando Deus finalmente o empurrou para a beira, e ele passou os últimos anos de sua vida louca. Romancista Sinclair Lewis, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 1930, também pensei que ele poderia lutar Deus. Seu romance Elmer Gantry zombou cristianismo. Seu protagonista era um evangelista que também era um alcoólatra e um fornicador incessante. A luta de Lewis contra Deus lhe custou a sobriedade, e ele morreu um alcoólatra inveterado em uma clínica perto de Roma.
Outro autor Nobel-Prêmio, Ernest Hemingway, considerava-se a prova de que se pode combater com êxito Deus vivo. Ele se gabava de lutar em revoluções, caindo mulheres, e levando uma vida de pecado, sem consequências aparentes. Seus pecados eventualmente encontrou-o, no entanto, e ele colocou uma espingarda na cabeça e se matou. Deus Combate lhe custou a vida.
Nos tempos bíblicos, assim como em nossa própria, havia aqueles que tentou em vão para a batalha Deus. Muitos deles eram reis ou outros governantes, cujo poder terreno imenso enganou-los a pensar que poderia se opor com sucesso céu. Na realidade, eles e os seus reinos "são como uma gota de um balde, e são considerados como um grão de pó na balança; eis que ele levanta as ilhas como poeira fina Todas as nações são como nada diante dele, eles são. considerada por ele como menos do que nada e sem sentido "( Is 40:15 , Is 40:17 ).
Um dos primeiros na longa lista de líderes que lutaram Deus foi o faraó que governou o Egito na época do Êxodo. Lutando Deus lhe custou muito caro e seu povo como pragas horríveis, culminando com a morte de todos os homens egípcio primogênito, atacou a sua terra. Ainda Faraó lutou diante, até que o seu exército se afogou no mar Vermelho. O rei cananeu de parte de Arad na guerra contra Deus resultou na destruição de seu povo e suas cidades ( 21 Num: 1-3. ). Siom dos amorreus ( Num. 21: 21-31 ) e Og de Basã ( Num. 21: 33-35 ) sofreu um destino semelhante. Balac, rei de Moab, era inteligente o suficiente para evitar um ataque frontal direto. Em vez disso, ele usou esse profeta de aluguel Balaão, em uma tentativa para amaldiçoar Israel ( Nm 22:24. ). A estratégia da Balak saiu pela culatra, no entanto, como Deus interveio e teve Balaão abençoar Israel em seu lugar. O rei de Ai lutou Deus e foi enforcado por seus problemas ( Js 8:29 ). Os trinta e um reis cananeus listados em Js 12:74sofreram derrotas semelhantes. Senaqueribe, líder orgulhoso do exército assírio temido e poderoso, viu que o exército dizimado na batalha contra Deus ( 2Rs 19:35 ). Logo depois, ele mesmo foi morto, assassinado por dois de seus próprios filhos ( Is 37:38 ).
Infelizmente, mesmo muitos líderes do próprio povo de Deus lutou com ele. Cada um dos reis de Israel, e muitos daqueles de Judá, se opôs a Deus. O resultado foi a destruição do reino do norte pela Assíria eo reino do sul pela Babilônia. Deus não tolera a rebelião, mesmo entre as fileiras de seu próprio povo. Na era do Novo Testamento uma família de governantes destaca-se na batalha contra Deus, os Herodes. O patriarca da família era conhecido em toda a modéstia como Herodes, o Grande. Ele governou a Judéia entre 47 B . C . 37 B . C . Então, tendo sido apelidado de "rei dos judeus" por Antony, Octavius, e do Senado Romano, ele governou toda a Palestina de 37 B . C . até sua morte logo após o nascimento de Cristo ( Mt 2:15 ).
Herodes, o Grande, era um governante particularmente sanguinário. Ele executou uma de suas esposas, Mariamne, sua mãe, e três de seus filhos (o último cinco dias antes de sua própria morte). Pouco antes de sua morte, ele atraiu líderes judeus proeminentes a Jericó, onde ele aprisionou-los. Conhecer as pessoas não choram sua morte, ele ordenou que esses líderes ser executado depois que ele morreu. Dessa forma, ele raciocinou, não seria pelo menos luto acontecendo no momento da sua morte. Felizmente, seu esquema louco, não foi executada. Mais bárbaro de todos foi o abate de Herodes de todas as crianças do sexo masculino jovens inocentes perto de Belém ( Mt 2:16 ). Ele procurou em vão por este ato cruel para matar o verdadeiro rei dos judeus, que estava em segurança no Egito com seus pais.
O Herodes, o rei deste capítulo foi Herodes Agripa I, que reinou de UM . D . 37 para UM . D . 44. Ele era neto de Herodes, o Grande, que havia assassinado seu pai, Aristóbulo. O apóstolo Paulo, um dia, ser julgado antes de seu filho, Herodes Agripa II. Apesar de ter sido criado e educado em Roma, Agripa eu estava sempre em terreno movediço com os romanos. Ele correu inúmeras dívidas em Roma, em seguida, fugiu para a Palestina, deixando os credores irritados atrás dele. Comentários imprudentes que ele fez voltamos para o imperador romano Tibério, que prontamente o prenderam. Libertado da prisão após a morte de Tibério, foi feito a régua do norte da Palestina ( Lc 3:1 ). Como seu Senhor havia predito, bebeu do mesmo copo como fez Jesus ( Mt 20:23 ). Ele foi o primeiro apóstolo a morrer (Judas além do), e é o único cuja morte é registrada no Novo Testamento.
Estratagema de Agripa foi um sucesso retumbante. Quando ele viu que prisão e execução de Tiago agradava aos judeus, ele decidiu ir com tudo. Ele argumentou que a prisão e execução de Pedro, o líder reconhecido dos cristãos, para sempre valorize-o a seus súditos judeus. Por isso, durante os dias dos pães ázimos, a festa semanal seguinte Páscoa, Agripa começou a prender Pedro (pela terceira vez, cf.4: 3 ; 05:18 ). Ele astuciosamente escolheu a época da Páscoa, quando Jerusalém seria repleta de peregrinos judeus devotos. Isso garantiria sua cobertura máxima ato.
Tendo apreendido Pedro, Agripa colocá-lo na prisão, entregando-o a quatro esquadrões de soldados, com a intenção depois da Páscoa para trazê-lo para fora diante do povo. Agripa sabia que durante a própria Páscoa as pessoas estariam ocupados. Ele, portanto, a intenção de esperar até depois da Páscoa para trazê-lo para fora diante do povo. Ele teria seu julgamento público vistoso de Pedro após a ocupação do feriado acabou, mas antes das multidões deixaram Jerusalém.
Enquanto isso, Pedro permaneceu na prisão, de forma segura guardada por quatro esquadrões de soldados, provavelmente porque alguém se lembrou que a última vez que ele escapou ( 05:19 ). Esses esquadrões, que consiste de quatro soldados cada, rodado o relógio em Pedro. Em um determinado momento, duas estavam na cela com ele, acorrentado a ele, e mais dois estavam estacionados em frente a porta da cela ( v. 6 ). Pedro foi definitivamente na ala de segurança máxima da prisão de Agripa.
Como tantos outros antes dele, Agripa era aprender da maneira mais difícil a loucura de lutar Deus. Ele teria sido prudente acatar o aviso do Gamaliel ao Sinédrio para não ser "encontrado lutando contra Deus" ( At 5:39 ). Tal curso de ação imprudente é perigoso, se não fatal e terrível eternamente, porque Deus luta para trás. Em Jr 21:5 ).
Três razões para não lutar contra Deus se destacam em Atos 12 : o poder de Deus não pode ser contestada, Sua punição não pode ser evitado, e Seus propósitos não pode ser frustrado.
Poder de Deus não pode ser contestada
Então, Pedro foi mantido na prisão, mas a oração por ele estava sendo feita com fervor pela igreja para Deus. E na mesma noite, quando Herodes estava para apresentá-lo para a frente, estava Pedro dormindo entre dois soldados, ligado com duas cadeias; e guardas em frente da porta estavam vigiando a prisão. E eis que um anjo do Senhor apareceu de repente, e uma luz brilhou na célula; e ele bateu no lado de Pedro e despertou-o, dizendo: "Levanta-te depressa." Então, as cadeias caíram-lhe das mãos. E o anjo disse-lhe: "Cinge-se e calce as sandálias". E assim o fez. E ele disse-lhe: "Envolva seu manto em torno de você e siga-me." E ele saiu e continuou a seguir, e ele não sabia que o que estava sendo feito pelo anjo era real, mas pensei que ele estava tendo uma visão. E quando eles passaram a primeira e segunda guardas, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, que abriu para eles, por si só; e eles saíram e foram ao longo de uma rua; e logo o anjo se apartou dele. E quando Pedro voltou a si, ele disse: "Agora eu sei com certeza que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de tudo o que o povo dos judeus esperava." E quando ele percebeu isso, ele foi para a casa de Maria, mãe de João, que também foi chamado Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam. E quando ele bateu à porta do portão, um servo-menina chamada Rode saiu a escutar. E quando ela reconheceu a voz de Pedro, por causa da alegria não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava em frente ao portão. E eles disseram-lhe: "Você está fora de sua mente!" Mas ela continuou insistindo que ele era assim. E eles diziam: "É o seu anjo." Mas Pedro continuava a bater; e, quando abriram a porta, viram-no e ficaram maravilhados. Mas acenando-lhes com a mão para que se calassem, descreveu-lhes como o Senhor o levou para fora da prisão. E ele disse: "Denunciar estas coisas a Tiago e aos irmãos." E ele saiu e foi para outro lugar. Agora, quando amanheceu, houve grande perturbação entre os soldados sobre o que poderia ter feito de Pedro. E, quando Herodes tinha procurado por ele e não tinha encontrado, ele examinou os guardas e ordenou que eles sejam levados à execução. E desceu da Judéia para Cesaréia e foi passar um tempo lá. ( 12: 5-19 )
Enquanto Pedro era mantido na prisão, a igreja respondeu como sempre faziam quando enfrenta perseguição: oração por ele estava sendo feita com fervor pela igreja para Deus (cf. 4: 23-31 ). Eles sabiam que só Deus tem o poder para libertar Pedro. O advérbio ektenōs ( fervorosamente ) está relacionada com ektenēs , um termo médico que descreve o alongamento de um músculo para os seus limites.Ektenōs é usado em Lc 22:44 para descrever a oração de nosso Senhor no Getsêmani, quando "estar em agonia Ele estava orando fervorosamente e seu suor tornou-se como gotas de sangue, que caíam na terra ". A igreja serviu o esforço máximo que eles eram capazes de em suas orações para Pedro. Eles sabiam a verdade Tiago foi mais tarde para expressar, de que "a oração eficaz de um justo pode realizar muito" ( Jc 5:16 ). O ektenēs grupo palavra descreve três elementos essenciais da vida cristã: amor ( 1Pe 4:8 ). Desde que ele ainda não era um homem velho, ele não tinha nada a temer. Além disso, cada vez que ele tinha sido preso antes, ele tinha sido liberado.Deus tinha um histórico perfeito. Tudo isso permitiu Pedro para aconselhar os crentes para lançar "toda a sua ansiedade sobre Ele, porque Ele tem cuidado de vós" ( 1Pe 5:7 ). Herodes aprendeu a mesma verdade que tinha o Sinédrio antes dele (cf. At 5:1 ). A partir de Atos 15 aprendemos que ele era o chefe da igreja de Jerusalém neste momento. Tendo feito isso, Pedro prudentemente saiu e foi para outro lugar. Ele não quer colocar todos os seus irmãos na fé em perigo, e ele sabia que Agripa logo estaria procurando por ele. Lucas não nos diz onde ele foi. A sugestão de quem quer identificá-lo como o primeiro papa, que foi a Roma, nesta fase inicial, não é provável, especialmente desde Atos 15 encontra-lo de volta em Jerusalém após a morte de Agripa.
Independentemente de onde ele foi, Pedro desaparece da cena, tanto quanto o registro de Atos está em causa. Além de sua breve aparição no concílio de Jerusalém ( Atos 15 ), esta é a última que vemos de Pedro. De agora em diante, a história gira em torno de Paulo e seu ministério.
Repentina, misterioso desaparecimento de Pedro a partir de uma célula guardada em segurança causou um alvoroço entre a força de guarda. Quando o próximo dia chegou, Lucas nos informa, não houve pequena perturbação entre os soldados sobre o que poderia ter feito de Pedro. Eles freneticamente converteu a prisão de cabeça para baixo procurando por ele, já que sabia muito bem o que o destino aguardado um soldado que perdeu um prisioneiro (cf. 16:27 ; 27:42 ).
Eles não conseguiram encontrar Pedro, no entanto, e, eventualmente, foram obrigados a informar que a Herodes. Seus piores temores se concretizaram, por Herodes, tendo procurado Pedro, sem sucesso, voltou sua fúria sobre os guardas infelizes. Ele examinou os guardas e ordenou que eles sejam levados à execução. Herodes era um homem desconfiado, e os guardas poderiam ter oferecido nenhuma explicação razoável para a fuga de Pedro.
Após martialing tribunal e executar os guardas ofensivos, Herodes num acesso de raiva desceram da Judéia para Cesaréia e foi passar um tempo lá. Seu plano tinha explodido em seu rosto, e ele precisava de um período de férias para se recompor. Infelizmente para ele, que ele ainda não aprendeu que não podia lutar contra Deus. Esse erro, que custou-lhe Pedro e seu prestígio com os judeus, foi logo para lhe custou a vida.
Punição de Deus não pode ser evitada
Agora, ele estava muito irritado com os de Tiro e de Sidom; e com um acordo que veio a ele, e tendo conquistado Blastus camareiro do rei, pediam paz, porquanto o seu país se abastecia do país do rei. E em um dia marcado, Herodes, tendo colocado em sua trajes reais, sentou-se na tribuna e começou a entregar um endereço para eles. E o povo continuava gritando: "A voz de um deus e não de um homem!" No mesmo instante o anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou. ( 12: 20-23 )
Vários meses se passaram desde a fuga de Pedro, quando, por razões desconhecidas para nós, Herodes ficou muito irritado com os de Tiro e Sidon. Eles estavam fora da jurisdição de Herodes, mas desde tempos do Antigo Testamento seu país tinha sido alimentado pela região governada por Herodes (cf. 1Rs 5:11 ; Ed 3:7. ).
Percebendo o perigo de ter Herodes irado com eles, com um acordo que veio a ele, e tendo conquistado Blastus camareiro do rei, pediam paz. bloqueio econômico de Herodes foi minando-los, e eles precisavam para fazer a paz com ele rapidamente. Eles persuadiram (possivelmente com dinheiro) camareiro Blastus do rei para agir como um intermediário.
Herodes concordou com os termos, mas para demonstrar ainda mais seu talento, ele submeteu os embaixadores das duas cidades para um espetáculo. Em um dia marcado (de acordo com o historiador judeu Flávio Josefo a ocasião foi um banquete em honra do padroeiro de Herodes, o imperador romano Claudius ), Herodes, tendo colocado em sua trajes reais, sentou-se na tribuna e começou a entregar um endereço para eles. Eles se conheceram no anfiteatro construído pelo avô de Agripa, Herodes, o Grande. Josephus descreve a cena: "[Herodes] colocar uma roupa feita inteiramente de prata, e de uma contextura realmente maravilhoso, e foi para o teatro no início da manhã, altura em que a prata do seu manto sendo iluminada pela reflexão fresco de os raios do sol sobre ela, brilhou de uma maneira surpreendente "( Antiquities XIX, vii, 2).
Oprimido por seu esplendor (ou, mais provavelmente, buscando a bajular ele), as pessoas continuavam gritando: "A voz de um deus e não de um homem!" Josefo assinala que Herodes "fez nem repreendê-los, nem rejeitar a sua bajulação impious "( Antiquities XIX, vii, 2 ).
A resposta de Deus foi rápida. Imediatamente, um anjo do Senhor o feriu, porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou. Dr. Comentários Jean Sloat Morton,
A frase "comido de vermes", em grego é skolakobrotos . A raiz da palavra skolax significa "uma estrutura de cabeça específica de uma tênia." Desde que a palavra scolex (plural escólices ) é aplicada à cabeça de tênias, a morte de Herodes era quase certamente devido à ruptura de um cisto formado por uma tênia. Existem vários tipos de vermes, mas uma das mais comuns encontrados em países de Ovelhas em crescimento é a fita de cão, Echinococcus granulosus. As infecções mais pesadas vieram de áreas onde Ovelhas e bovinos são levantadas. Ovelhas e bovinos servem como hospedeiros intermediários do parasita. O cão come a carne infectada, então o homem recebe os ovos do cão, geralmente por contaminação fecal de cabelo.
A doença é caracterizada pela formação de cistos, em geral no lobo direito do fígado; estes podem estender-se para baixo para dentro da cavidade abdominal. A ruptura de um cisto pode liberar tal como muitos como dois milhões de escólices. Os vermes em desenvolvimento dentro dos cistos são chamados escólices, porque a região anterior constitui a maior parte do desenvolvimento nesta fase. Quando as rupturas de quisto, a entrada de detritos celulares juntamente com os escólices podem causar morte súbita. A utilização da palavra scolex não se limita a esta referência sobre Herodes; o termo também aparece em Mc 9:44 . A tradução literal da frase em Mc 9:44 leria ", onde sua scolex não morre." Esse uso é muito interessante porque a tênia se mantém propagação. Cada secção do sem-fim é uma unidade auto-contida que tem ambas as partes macho e fêmea. A parte posterior amadurece e faz centenas de ovos de vermes. A palavra scolex neste texto retrata uma descrição biológica de permanência que exige o texto para a comparação. ( Ciência na Bíblia [Chicago: Moody, 1978], 261-62)
Segundo Josefo, Herodes persistiu durante cinco dias, com dores terríveis. No meio de toda sua pompa e majestade, ele sofreu uma morte ignominiosa e vergonhoso. Assim terminou o reinado e da vida do homem que se atreveu a tocar dois dos apóstolos de Deus. Seu crime para o qual ele foi executado ( A . D . 44) foi a de que ele não deu glória a Deus, o próprio crime para o qual todos os não regenerados que rejeitam a Deus serão condenados ( Romanos 1:18-23. ).
Propósitos de Deus não podem ser frustrados
Mas a palavra do Senhor continuou a crescer e se multiplicar. E Barnabé e Saulo voltaram de Jerusalém, havendo eles cumprido sua missão, levando junto com eles João, que também foi chamado Marcos. ( 12: 24-25 )
Novamente Lucas nos mantém no caminho certo com o crescimento da igreja, relatando que, apesar da oposição furiosa dos homens, a palavra do Senhor continuou a crescer e se multiplicar. Eles não mais poderiam impedir a sua propagação do rei Canuto poderia parar a maré de entrar em .
Depois de afirmar o fato de que os propósitos de Deus não podem ser frustrados, Lucas cita como exemplo Barnabé e Saulo, que voltaram de Jerusalém, havendo eles cumprido sua missão. Eles haviam completado a sua missão de trazer o alívio da fome à igreja de Jerusalém ( 11:30 ). Essa missão teve lugar depois da morte de Herodes. Ele morreu, mas a igreja perseguiu sobreviveu.
Lucas observa que João, que também foi chamado Marcos, acompanhou-os. De Cl 4:10 aprendemos que ele era primo de Barnabé. Como ele os acompanhou em sua missão de ajuda a Jerusalém, para que ele pudesse acompanhá-los em sua primeira viagem missionária ( 13: 5 ). Sua deserção durante essa jornada ( 13:13 ) acabaria por levar a um racha entre Paulo e Barnabé ( 15: 36-40 ).
Os versículos 24:25 marcar uma importante transição em Atos. Eles introduzem novamente o apóstolo Paulo, com cujo ministério o resto do livro será a principal responsável.
Barclay
O NOVO TESTAMENTO Comentado por William Barclay, pastor da Igreja da Escócia
Barclay - Comentários de Atos Capítulo 12 do versículo 1 até o 25
Agora estalou sobre a Igreja, e em especial sobre seus dirigentes, uma nova onda de perseguições. Atrás dela estava a influência do rei Herodes.
Consideremos brevemente as diversas ramificações da família dos Herodes quanto à sua relação com o Novo Testamento. O primeiro Herodes que aparece nele é Herodes o Grande. Reinou de cerca do ano 41 a.C. até 1 a.C. É o Herodes de Mateus 2, que ostentava o poder quando nasceu Jesus, que recebeu os Magos do Oriente e que ordenou a massacre de meninos. casou-se dez vezes. Desta família, aqueles membros que aparecem no Novo Testamento são os seguintes:
Herodes Filipe I, primeiro marido de Herodias, responsável pela morte de João Batista. É mencionado com o nome de Filipe em Mt 14:3; Mc 6:17; Lc 3:19. Não tinha nenhuma acusação oficial. Era o pai do Salomé.
Herodes Antipas, que reinou sobre a Galiléia e Peréia. Foi o segundo marido de Herodías e esteve de acordo com a morte de João Batista. Também é o Herodes a quem Pilatos envia a Jesus para que o julgue (Lucas 23: 7ss).
Arquelau, que reinou sobre Judéia, Samaria e Iduméia. Era um mau governante e foi deposto. É mencionado em Mt 2:22.
Herodes Filipe II, que reinou sobre Ituréia e Traconites. Foi o fundador de Cesaréia de Filipos que recebeu este nome devido a ele. No Novo Testamento é chamado Filipe e é mencionado em Lc 3:1).
Desta história de família podemos ver que Herodes Agripa era um descendente direto dos macabeus por parte de sua mãe Mariana. Tinha sido educado em Roma, mas cultivava assiduamente os bons costumes do povo judeu observando meticulosamente a Lei e suas tradições. Por esta razão era apreciado pelo povo; e, sem lugar a dúvidas, para obter mais favores entre os judeus ortodoxos decidiu atacar à Igreja cristã e a seus líderes. Vemos portanto que Santiago foi vítima dos planos de Herodes para ganhar a avaliação popular, e que o encarceramento de Pedro foi devido aos mesmos planos. Sua conduta na detenção de Pedro demonstra seu desejo de apaziguar os judeus. A Páscoa se festejava no dia 14 de Nisã; durante esse dia e os sete seguintes não se devia usar levedura; era chamava a semana dos pães asmos. Durante ela não se podia julgar nem executar a ninguém e essa é a razão pela qual Herodes decidiu adiar a execução de Pedro até que terminasse a semana. A grande tragédia desta onda de perseguições é que não se deve aos princípios de ninguém, por equivocados que estivessem; deve-se simplesmente ao desejo do Herodes de ganhar o apoio popular do povo.
Tomaram-se grandes precauções para que Pedro não escapasse. Era vigiado por quatro grupos de quatro soldados cada um. Havia quatro grupos devido a que tanto o dia como a noite estavam divididos em quatro vigílias de três horas de duração cada uma; cada grupo vigiava três horas por turno. Normalmente se encadeava a mão direita dos prisioneiros à esquerda de seu guarda; mas Pedro tinha ambas as mãos encadeadas a um guarda de cada lado, enquanto os outros dois vigiavam a porta. Não se podia ter tomado mais precauções. Quando Pedro escapou, os soldados foram executados porque a lei estabelecia que se um criminoso escapava, seu guarda devia sofrer o mesmo castigo que teria sofrido o prisioneiro. Não devemos ver necessariamente um milagre nesta história. Bem pode ser o relato de um emocionante resgate e fuga. Mas embora fosse assim, ainda seria narrado da mesma maneira porque, de qualquer maneira que tenha acontecido, a mão de Deus esteve claramente presente.
Quando Pedro escapou dirigiu-se diretamente à casa de Maria, a mãe de João Marcos. Por isso nos inteiramos de que a sede da Igreja cristã estava ali. Sugeriu-se que nessa mesma casa se celebrou a Última Ceia e que continuou sendo o lugar de reunião dos discípulos em Jerusalém. Bem podemos considerar o que estavam fazendo os cristãos nessa casa. Estavam orando. Frente às dificuldades e sem ninguém mais a quem recorrer, acudiam a Deus.
Nesta passagem se menciona pela primeira vez o homem que era o verdadeiro chefe da Igreja cristã em Jerusalém. Pedro lhes diz para irem dar a notícia a Tiago. Este homem era irmão de nosso Senhor. No Oriente era natural e se aceitava que o irmão continuasse com a tarefa do mais velho que foi assassinado; mas pelos Evangelhos sabemos que os irmãos de Jesus não criam nEle (Jo 7:5) e que em realidade criam que estava louco (Mc 3:21). Enquanto Jesus viveu, Tiago não o apoiou. Mas sabemos que o Cristo ressuscitado apareceu especialmente a Tiago (1Co 15:7).
Há um Evangelho muito antigo chamado o Evangelho aos Hebreus que nos relata que depois da morte de Jesus, Tiago fez uma promessa dizendo que não comeria nem beberia até que visse Jesus novamente. Bem pode ser que o que a vida de Jesus não pôde fazer, o obterá sua morte, e que quando Tiago viu seu irmão morto descobriu quem era realmente e dedicou toda sua vida a servi-lo. A mudança que se produziu nele pode ser outro grande exemplo do poder da cruz para mudar a vida dos homens.
Aqui nos encontramos com o terrível final que, com uma sorte de justiça poética caiu sobre Herodes. Havia nesse então certa questão entre ele e os habitantes de Tiro e Sidom. Para estes povos se tratava de um assunto sério. Suas terras estavam ao norte da Palestina. Herodes podia criar-lhes dificuldades de duas maneiras. Se desviava o comércio da Palestina de seus portos seus ganhos se veriam seriamente danificados. E o que era pior, Tiro e Sidom dependiam para obter mantimentos da Palestina e se fosse suspenso esse abastecimento sua situação seria muito séria sem dúvida alguma. Estes povos conseguiram subornar a Blasto, o mordomo do rei, e lhes concedeu uma audiência pública. Temos que recordar a popularidade de Herodes. Josefo, o historiador judeu, descreve que, no segundo dia do festival, entrou em anfiteatro vestido com uma túnica de fiação de prata. O Sol cintilava sobre a prata e o povo gritava que tinha chegado um deus. Nesse momento caiu sobre ele uma terrível e repentina enfermidade da qual nunca se recuperou. O orgulho de um homem tinha terminado com a ira de Deus.
Os versículos 24:25 nos fazem voltar a Atos 11:27-30. Paulo e Barnabé tinham completado seu serviço de misericórdia para com a Igreja de Jerusalém e voltaram à Antioquia, levando consigo a João Marcos.
Notas de Estudos jw.org
Disponível no site oficial das Testemunhas de Jeová
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 1
Herodes: Ou seja, Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande. (Veja o Glossário.) Agripa nasceu em 10 a.C. e foi educado em Roma. Ele fez amizade com vários membros da família imperial. Um desses amigos foi Caio, mais conhecido como Calígula, que se tornou imperador em 37 d.C. Logo depois, Calígula proclamou Agripa rei sobre as regiões da Itureia, de Traconítis e de Abilene. Mais tarde, Calígula expandiu o domínio de Agripa, que passou a incluir a Galileia e a Pereia. Agripa estava em Roma quando Calígula foi assassinado, em 41 d.C. A morte de Calígula gerou uma crise política e, de acordo com os relatos, Agripa desempenhou um papel muito importante em resolvê-la. Ele participou de negociações tensas entre o Senado romano e Cláudio, outro de seus amigos poderosos. Em resultado disso, Cláudio foi proclamado imperador e uma guerra civil foi evitada. Para recompensar Agripa por seu papel nessas negociações, Cláudio o designou rei também sobre a Judeia e Samaria, que estavam sendo administradas por procuradores romanos desde 6 d.C. Assim, Agripa passou a governar praticamente os mesmos territórios que Herodes, o Grande, tinha governado. A capital do reino de Agripa era Jerusalém, e ele ganhou o favor dos líderes religiosos ali. Relata-se que ele observava rigorosamente as leis e as tradições judaicas, oferecendo sacrifícios no templo todos os dias e lendo a Lei em público, entre outras coisas. Alguns o consideravam um fiel protetor da fé judaica. Mas Agripa mostrou que não era um verdadeiro adorador de Deus, já que organizou combates de gladiadores e espetáculos pagãos no teatro. Ele foi descrito como uma pessoa traiçoeira, superficial e extravagante. O reinado dele acabou de repente, quando ele foi morto pelo anjo de Jeová, conforme registrado em At 12:23. Os estudiosos dizem que o rei Herodes Agripa I morreu em 44 d.C., aos 54 anos, depois de ter reinado por três anos sobre a Judeia.
Herodes Agripa I
A moeda que aparece aqui foi produzida por volta de 43-44 d.C. por Herodes Agripa I, que é chamado em At 12:1 de “rei Herodes”. Em um dos lados da moeda, aparece o rosto do imperador Cláudio. No outro lado, aparecem as imagens de Cláudio e Agripa I. A inscrição na moeda inclui o nome de Agripa. Herodes Agripa I foi nomeado rei em 37 d.C. pelo imperador Calígula (que não é mencionado nas Escrituras). Calígula governou de 37 a 41 d.C. e foi sucedido por Cláudio, seu tio, que mais tarde aumentou o território governado por Agripa. Herodes Agripa I perseguiu de maneira violenta os cristãos. Ele executou o apóstolo Tiago e prendeu Pedro. (At 12:1-4) Ele continuou no poder até ser ferido pelo anjo de Jeová e morrer. — At 12:21-23.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 2
mandou matar . . . Tiago, irmão de João: Tudo indica que Tiago foi executado por volta de 44 d.C. Assim, ele foi o primeiro dos 12 apóstolos a morrer como mártir. Herodes talvez tenha escolhido Tiago como alvo porque Tiago tinha sido muito próximo de Jesus ou porque ele era muito zeloso. É provável que o zelo intenso de Tiago e de seu irmão, João, tenha sido o motivo de Jesus ter dado a eles o nome Boanerges, que significa “filhos do trovão”. (Mc 3:17) O assassinato de Tiago foi um ato covarde, motivado por interesses políticos. Esse assassinato não impediu que as boas novas se espalhassem, mas a congregação perdeu um apóstolo e pastor querido que, com certeza, encorajava muito os irmãos. O fato de o versículo dizer que Herodes mandou matar Tiago à espada pode indicar que Tiago foi decapitado.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 3
nos dias dos Pães sem Fermento: A Festividade dos Pães sem Fermento começava no dia 15 de nisã, um dia depois da Páscoa (14 de nisã), e durava sete dias. (Veja o Glossário, “Festividade dos Pães sem Fermento” e o Apêndice B15.) Tanto os Evangelhos como o livro de Atos fazem várias referências a festividades dos judeus, mostrando que os judeus ainda seguiam o calendário judaico nos dias de Jesus e dos apóstolos. Essas referências às festividades ajudam a saber aproximadamente quando certos acontecimentos bíblicos ocorreram. — Mt 26:2; Mc 14:1; Lc 22:1; Jo 2:13-23; 5:1; 6:4; 7:2, 37; 10:22; 11:55; At 2:1-12:3, 4; 20:6, 16; 27:9.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 7
o anjo de Jeová: Veja a nota de estudo em At 5:19 e o Apêndice C3 (introdução e At 12:7).
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 8
Vista-se: Ou: “Cinja-se”. Aqui, esta expressão pelo visto se refere a prender a túnica com um cinto ou uma faixa de pano. — Veja a nota de estudo em Lc 12:35.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 11
Jeová enviou seu anjo: As palavras “enviou seu anjo” lembram situações mencionadas nas Escrituras Hebraicas em que Jeová salvou seus servos de forma parecida. Por exemplo, Deus “enviou o seu anjo” para salvar os companheiros de Daniel (Dn 3:28) e, mais tarde, fez o mesmo pelo próprio Daniel (Dn 6:22). — Compare com o Sl 34:7; veja o Apêndice C3 (introdução e At 12:11).
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 12
à casa de Maria: Pelo visto, a casa de Maria, mãe de João Marcos, era o local de reuniões da congregação em Jerusalém. A casa tinha espaço suficiente para acomodar “muitos” discípulos e, de acordo com At 12:13, Maria tinha uma serva. Assim, é possível que Maria tivesse uma boa condição financeira. Pode ser que ela fosse viúva, já que o relato não menciona o marido dela e se refere à sua casa como “casa de Maria”.
João, conhecido como Marcos: Este discípulo de Jesus era “primo de Barnabé” (Cl 4:10) e escreveu o Evangelho de Marcos. (Veja a nota de estudo em Mr Título.) O nome João, em português, equivale aos nomes hebraicos Jeoanã ou Joanã, que significam “Jeová mostrou favor” ou “Jeová foi bondoso”. Em At 13:5-13, esse discípulo é chamado simplesmente de João. Mas, aqui e em At 12:25-15:37, também aparece seu sobrenome romano, Marcos. Em todos os outros lugares das Escrituras Gregas Cristãs, ele é chamado apenas de Marcos. — Cl 4:10-2Tm 4:11; Flm 24:1Pe 5:13.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 15
É o anjo dele: Tanto a palavra hebraica como a palavra grega para “anjo” significam “mensageiro”. (Veja a nota de estudo em Jo 1:51.) Os discípulos podem ter pensado que um mensageiro angélico representando Pedro estava no portão quando disseram que “o anjo dele [de Pedro]” estava ali. Parece que alguns judeus acreditavam que cada servo de Deus tinha um anjo responsável por ele, uma espécie de anjo da guarda, apesar de isso não ser ensinado de forma direta na Palavra de Deus. Ao mesmo tempo, os discípulos de Jesus sabiam que, ao longo da história, anjos tinham dado ajuda individual a alguns servos de Deus. Por exemplo, Jacó falou sobre ‘o anjo que o tinha livrado de toda calamidade’. (Gn 48:16) Além disso, Jesus mostrou que os anjos têm muito interesse em cada um dos seus discípulos quando disse: “Os anjos deles no céu estão sempre vendo a face do meu Pai.” (Veja a nota de estudo em Mt 18:10.) Os cristãos que estavam reunidos na casa de Maria sabiam o que as Escrituras Hebraicas ensinam sobre a condição dos mortos. (Ec 9:5-10) Assim, eles não pensariam que Pedro tinha morrido e estava no portão em forma de anjo ou espírito.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 17
Jeová: A maioria dos manuscritos gregos usa aqui a expressão “o Senhor” (ho Kýrios). Mas, como explicado no Apêndice C1, há bons motivos para acreditar que o nome de Deus aparecia no texto original deste versículo e que mais tarde foi substituído pelo título “Senhor”. Por isso, o nome “Jeová” é usado aqui no texto principal. — Veja o Apêndice C3 (introdução e At 12:17).
Tiago: Tudo indica que este Tiago seja o meio-irmão de Jesus. Quando os quatro meios-irmãos de Jesus (Tiago, José, Simão e Judas) são citados, Tiago é sempre mencionado primeiro. Isso talvez indique que ele era o mais velho deles. (Mt 13:55; Mc 6:3; Jo 7:5) Ele estava presente no Pentecostes de 33 d.C., quando milhares de judeus que moravam fora de Israel e tinham ido a Jerusalém aceitaram as boas novas e foram batizados. (At 1:14-2:1, 41) As palavras de Pedro “contem essas coisas a Tiago” indicam que Tiago estava tomando a liderança na congregação em Jerusalém. Parece também que ele é o Tiago mencionado em At 15:13-21:18; 1Co 15:7; Gl 1:19 (onde ele é chamado de “Tiago, o irmão do Senhor”); 2:9, 12, e que foi ele quem escreveu o livro bíblico de Tiago. — Tg 1:1; Ju 1.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 20
o administrador da casa do rei: Lit.: “aquele que estava sobre o dormitório do rei”. Pelo visto, este era um cargo muito respeitado, que incluía diversas responsabilidades relacionadas com a casa e os assuntos pessoais do rei.
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 23
anjo de Jeová: Veja a nota de estudo em At 5:19 e o Apêndice C3 (introdução e At 12:23).
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 24
a palavra de Jeová: Veja a nota de estudo em At 8:25 e o Apêndice C3 (introdução e At 12:24).
Notas de Estudos jw.org - Comentários de Atos Capítulo 12 versículo 25
seu trabalho de prestar ajuda: Ou: “seu ministério de ajuda”. — Veja a nota de estudo em At 11:29.
Dicionário
Acordo
Dicionário Comum
substantivo masculinoAção de acordar, entrar em concordância; convenção; os Estados de opiniões contrárias entraram em acordo. Em que há harmonia de pensamentos; concórdia: o acordo entre os irmãos é essencial. Ação de mudar para se adaptar as novas circunstâncias; combinação: os gerentes fizeram um acordo para evitar a demissão dos funcionários. Em que há consentimento; aprovação ou permissão: comprou aquele vestido com o acordo da mãe. Deliberação feita em conjunto. Etimologia (origem da palavra acordo). Forma regressiva de acordar, 'concordar'. substantivo masculinoExcelente utilização dos sentidos; conhecimento. Comportamento prudente; discrição. Etimologia (origem da palavra acordo). Forma regressiva de acordar, 'despertar'. substantivo masculino[Música] Instrumento musical com 15 cordas e formato de arco; utilizado na 1tália durante os séculos 17 e XVIII. Pronuncia-se: /acórdo/. Etimologia (origem da palavra acordo). Do italiano accordo.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoAção de acordar, entrar em concordância; convenção; os Estados de opiniões contrárias entraram em acordo. Em que há harmonia de pensamentos; concórdia: o acordo entre os irmãos é essencial. Ação de mudar para se adaptar as novas circunstâncias; combinação: os gerentes fizeram um acordo para evitar a demissão dos funcionários. Em que há consentimento; aprovação ou permissão: comprou aquele vestido com o acordo da mãe. Deliberação feita em conjunto. Etimologia (origem da palavra acordo). Forma regressiva de acordar, 'concordar'. substantivo masculinoExcelente utilização dos sentidos; conhecimento. Comportamento prudente; discrição. Etimologia (origem da palavra acordo). Forma regressiva de acordar, 'despertar'. substantivo masculino[Música] Instrumento musical com 15 cordas e formato de arco; utilizado na 1tália durante os séculos 17 e XVIII. Pronuncia-se: /acórdo/. Etimologia (origem da palavra acordo). Do italiano accordo.
advérbioNesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido. De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo. Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa. A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu! Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto! conjunçãoTodavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar. Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
advérbioNesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido. De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo. Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa. A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu! Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto! conjunçãoTodavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar. Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
advérbioNesta hora; neste exato momento; já: agora não posso atender ao seu pedido. De modo recente; há pouco tempo: eles foram ao supermercado agora mesmo. Na época corrente; nos dias de hoje; atualmente: agora já não se usa este tipo de roupa. A partir dessa circunstância, desse instante; doravante: já fiz o que podia, agora o problema é seu! Numa circunstância posterior; depois: antes não sabia falar, agora não sabe ficar quieto! conjunçãoTodavia, mas: em casa é super tímido, agora, na escola fala sem parar. Etimologia (origem da palavra agora). Do latim hac + hora.
Fonte: Priberam
Alegria
Dicionário Comum
substantivo femininoEstado de satisfação extrema; sentimento de contentamento ou de prazer excessivo: a alegria de ser feliz. Circunstância ou situação feliz: é uma alegria tê-los em casa. Condição de satisfação da pessoa que está contente, alegre. Aquilo que causa contentamento ou prazer: seu projeto foi uma grande alegria para ele. Ação de se divertir, de se entreter ou de alegrar alguém; divertimento. Botânica Designação comum de gergelim (erva). Botânica Aspecto comum de certas plantas, da família das amarantáceas, geralmente utilizadas como ornamentais ou para o consumo de suas folhas. substantivo feminino plural[Popular] Alegrias. Designação comum atribuída aos testículos de animais. Etimologia (origem da palavra alegria). Alegre + ia.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
Do latim alacritas ou alacer, que significa “animado”, “vivaz”, “contente” ou “ânimo leve”.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário de Sinônimos
ledice, júbilo, exultação, regozijo, contentamento, jovialidade, alacridade, satisfação; alegre, ledo, jubiloso, exultante, contente, jovial, álacre, satisfeito. – Diz Roq. que “o contentamento é uma situação agradável do ânimo, causada, ou pelo bem que se possui, ou pelo gosto que se logra, ou pela satisfação de que se goza. Quando o contentamento se manifesta exteriormente nas ações ou nas palavras, é alegria. Pode, pois, uma pessoa estar contente, sem parecer alegre. Pode fingir-se a alegria, porque é demonstração exterior, e pertence à imaginação; não assim o contentamento, que é afeto interior, e pertence principalmente ao juízo e à reflexão. Diríamos que o contentamento é filosófico; a alegria, poética; aquele supõe igualdade e sossego de ânimo, tranquilidade de consciência; conduz à felicidade, e sempre a acompanha. Ao contrário, a alegria é desigual, buliçosa, e até imoderada, quiçá louca em seus transportes; muitas vezes prescinde da consciência, ou é surda a seus gritos, porque na embriaguez do espírito se deixa arrastar da força do prazer; não é a felicidade, nem a ela conduz, nem a acompanha. O homem alegre nem sempre é feliz; muitos há que sem mostrarem alegria gozam de felicidade. Um fausto sucesso, que interessa a toda uma nação, celebra-se com festas e regozijos, alegra ao público, e produz contentamento no ânimo dos que foram causa dele. Antes que o ardente licor, que dá alegria, fizesse seu efeito no moiro de Moçambique, já ele estava mui contente pelo acolhimento que lhe fazia o Gama, e muito mais pelo regalo com que o tratava, como diz o nosso poeta... – Fixada a diferença entre alegria e contentamento, não será difícil fixá-la entre outros dos vocábulos deste grupo; pois representando todos um estado agradável no espírito do homem, exprime cada um deles seu diferente grau ou circunstâncias”. – Ledice, ou ledica como diziam os antigos, é corrupção da palavra latina lœtitia, e eles a usavam em lugar de alegria: em Camões ainda é frequente o adjetivo ledo em lugar de alegre. Hoje, a palavra ledo é desusada, e só em poesia terá cabimento. Seria para desejar que o uso lhe desse a significação modificada que lhe atribui D. Fr. de S. Luiz, dizendo que é menos viva, mais suave, tranquila e serena que a alegria; mas não lhe achamos autoridade suficiente para a estimar como tal. – O júbilo é mais animado que a alegria, e mostra-se por sons, vozes, gritos de aclamação. A pessoa jubilosa mostra-se alvoroçada de alegria. – Exultação é o último grau da alegria, que, não cabendo no coração, rompe em saltos, danças, etc., segundo a força do verbo exultar, que é saltar de gozo, de alegria. Está exultante a criatura que parece ufana da sua felicidade ou da satisfação que tem. – Regozijo, como está dizendo a palavra, formada da partícula reduplicativa re e gozo, é alegria, ou gozo repetido ou prolongado; e quase sempre se aplica às demonstrações públicas de gosto e alegria, celebradas com festas, bailes, etc., em memória de faustos acontecimentos. – Jovialidade significa “disposição natural para a alegria ruidosa mais inocente, temperamento irrequieto, festivo, quase ufano da vida”. Há velhos joviais; mas a jovialidade só assenta nos moços. – Alacridade é a Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 157 “alegria aberta e serena, discreta e segura”. – Satisfação é “o estado de alma em que ficamos quando alguma coisa vem corresponder aos nossos desejos, aos nossos sentimentos”, etc.
Fonte: Dicio
Dicionário da FEB
[...] Alegria é saúde espiritual [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41
Não te mergulhes na ilusória taça / Em que o vinho da carne se avoluma. / A alegria da Terra é cinza e bruma, / Mentirosa visão que brilha e passa. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Não arruínes o bom humor de quem segue ao teu lado, porque a alegria é sempre um medicamento de Deus. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Reflexões
[...] a alegria é o nosso dever primordial, no desempenho de todos os deveres que a vida nos assinala. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Alegria
[...] a alegria e a esperança, expressando créditos infinitos de Deus, são os motivos básicos da vida a erguer-se, cada momento, por sinfonia maravilhosa. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 66
Alegria serena, em marcha uniforme, é a norma ideal para atingir-se a meta colimada. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 92
Jesus foi otimista nas suas pregações, ensinando as criaturas a se alegrarem com a vida, reconciliando-se com DEUS através da prática de ações puras e da emissão de pensamentos nobres e renovadores. A alegria é índice de boa saúde espiritual. Quem ama a Deus não se entrega à tristeza, ao desânimo, à desesperança, porque estes três estados d’alma denunciam falta de fé, ausência de confiança nos desígnios do Pai que está nos Céus. O apóstolo Paulo afirmou que “os frutos do Espírito são amor, alegria e paz”. Na verdade, sem amor, sem alegria, sem paz, o Espírito não pode evoluir. [...] A sã alegria não espouca em gargalhadas perturbadoras e escandalosas. É discreta, deixa o coração confortado e o Espírito pode fruir suave tranqüilidade. Embeleza-se com sorrisos bondosos, onde brincam a tolerância e o amor. O Espiritismo, que é o Paracleto, o Consolador prometido por Jesus, é a religião do amor, da caridade, da paz, da justiça, da humildade, e, conseqüentemente, da alegria, porque, onde imperem sentimentos tão delicados, a alegria domina, visto estabelecer-se, aí, a vontade de Deus. [...] Jesus era alegre com dignidade. Possuía a alegria pura e santa que identificava Sua grandeza espiritual. A alegria é um estado que aproxima de Deus as criaturas, quando alicerçada na pureza de pensamento. É alegre, não aquele que gargalha por nonadas, mas o que, naturalmente, traz Deus no coração. Todos nós fomos criados para sermos felizes, embora a felicidade não seja, as mais das vezes, o que supomos. As dores que nos afligem são reflexos do mau emprego que temos feito do nosso livre-arbítrio. A tristeza pode ser conseqüente do vazio dos corações sem amor e sem fé. A alegria vive no íntimo do ser humano que ama o bem, com ele respondendo ao mal. [...] Referencia: MENDES, Indalício• Rumos Doutrinários• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Amemos a vida
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Alegria Emoção e estado de satisfação e felicidade (Sl 16:11); (Rm 14:17).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Ali
Dicionário Comum
advérbioNaquele lugar: vou te deixar ali, perto da igreja. Naquele tempo; então: até ali estávamos bem, foi depois que nos separamos. Num local conhecido ou já mencionado: deixe os guarda-chuvas ali. Nessa situação, momento, pessoa; naquilo: ninguém disse mais nada, ali tem algo errado! Gramática Quando usado com um pronome pessoal ou demonstrativo intensifica a relação de identificação ou de proximidade: põe isso ali, por favor. Etimologia (origem da palavra ali). Do latim ad illic.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
lá, acolá, aí, além. – Ali diz propriamente – “naquele lugar”, tanto à vista como no sítio de que se acaba de tratar. – Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 161 Lá significa – “naquele outro lugar”; isto é – no lugar que não é o em que me encontro eu presentemente e que está distante de mim, na parte oposta àquela em que estou. – Aí quer dizer – “nesse lugar”; isto é – no lugar em que se encontra a pessoa a quem nos dirigimos. – Acolá diz – “ali, naquele lugar que está à vista, mas que não é o que eu ocupo, nem o que está ocupando a pessoa com quem falo”. – Além significa – “mais para diante, do outro lado de um lugar ou um acidente à vista, ou mesmo não visível”.
substantivo femininoAfeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas: laços de amizade. Relacionamento social: ele tem facilidade para fazer amizades. Pessoa que é amiga, companheira: ela era minha melhor amizade. Simpatia de certos animais pelo homem: o cão é amigo do dono. Aceitação mútua acerca de alguma coisa: acordo de amizade. Ação que demonstra bondade ou compreensão; benevolência. [Brasil] Pode ser utilizado como forma de tratamento; meu amigo: não fale assim comigo, amizade! Etimologia (origem da palavra amizade). Do latim amicitatem.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
Do latim amicitia, que significa “amizade”.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário da FEB
Preciosa conquista, a amizade é o pólen do amor, a medrar onde quer que as flores do sentimento desabrochem na árvore generosa da dignidade humana. [...] Referencia: FRANCO, Divaldo P• Sublime expiação• Pelo Espírito Victor Hugo• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - L• 2, cap• 1
Nem sempre possuímos a bolsa farta, suscetível de garantir a longa despesa; entretanto, a bênção da amizade que suporta e ajuda, que ampara e incentiva o bem, é recurso que sobra invariavelmente no cofre vivo e milagroso da boa vontade... Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 7
A amizade pura é uma flor que nunca fenece. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Na gradação dos sentimentos humanos, a amizade sincera é bem o oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento. Nos trâmites da Terra, a amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os impulsos do coração nas lutas mais dolorosas e inquietantes da existência. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 174
[...] A amizade é uma fonte de água cristalina, a refazer-nos as energias na longa peregrinação espiritual para Jesus. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mãe, não chores mais!
O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. [...] Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 11, it• 8
Fonte: febnet.org.br
Anjo
Dicionário Comum
substantivo masculinoReligião Ser puramente espiritual que, segundo algumas religiões, transmite mensagens espirituais às pessoas na Terra, especialmente aquelas enviadas por Deus. [Artes] Modo de representação desse ser através da arte. Figurado Criança muito tranquila, calma, serena. Figurado Pessoa dotada de uma qualidade eminente, que se destaca em relação aos demais por suas boas características. Etimologia (origem da palavra anjo). A palavra anjo deriva do grego "ággelos"; pelo latim tardio "angelus, i", com o sentido de "mensageiro de Deus".
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Mensageiro. Anjos, na qualidade de assistentes de Deus, mensageiros da Sua vontade, é doutrina que corre por toda a Bíblia. l. A sua natureza. Pouco se acha dito sobre isto. os anjos geralmente aparecem na figura de homens (Gn 18 – At 1:10), e algumas vezes revestidos de glória (Dn 10:5-6 e Lc 24:4). os serafins de isaías (6.2), e os querubins de Ezequiel (1.6), têm asas: assim também Gabriel (Dn 9:21), e o anjo do Apocalipse (14.6). Em Hb 1:14 são eles espíritos ministradores (cp.com Mc 12:25). 2. As suas funções. Primitivamente eram mensageiros de Deus para em Seu nome dirigir os homens, guiá-los, guardá-los, fortalecê-los, avisá-los, censurá-los e puni-los. *veja as narrações de Gn 18:19-22,28,32 – Jz 2:6-13 – 2 Sm 24.16,17 – 2 Rs 19.35: e cp.com Sl 34:7-35.5,6 e 91.11. Nas mais antigas referências o anjo do Senhor não se acha bem distinto do próprio SENHoR. É Ele quem fala (Gn 22:16 – Êx 3:2-16 – Jz 13:18-22). Há, também, a idéia de uma grande multidão de anjos (Gn 28:12 – 32.2), que num pensamento posterior são representados como o exército de Deus, a Sua corte e conselho (Sl 103:20-21 – 89.7 – is 6:2-5, etc. – cp.com Lc 2:13 – Mt 26:53 – Lc 12:8-9 – Hb 12:22 – Ap 5:11, etc.). Eles são guardas, não só de indivíduos mas de nações (Êx 23:20 – Dn 10:13-20): cada igreja cristã tem o seu ‘anjo’, representando a presença divina e o poder de Deus na igreja – é ele garantia divina da vitalidade e eficácia da igreja (*veja Ap 2:1-8). Uma expressão de Jesus Cristo parece apoiar a crença de que cada pessoa tem no céu o seu anjo da guarda, e de que o cuidado das crianças está a cargo dos mais elevados seres entre os ministros de Deus (Mt 18:10 – cp.com Lc 1:19). Em conformidade com tudo isto é que os anjos servem a Jesus (Mc 1:13 – Lc 22:43), manifestam interesse pelo decoro nas reuniões da igreja 1Co 11:10), e pela salvação dos homens (Lc 16:10 – 1 Pe 1,12) – tiveram parte na grandiosa revelação do Sinai (At v. 53 – Gl 3:19 – Hb 2:2), e executarão o Juízo final (Mt 13:41). São de diferente ordem. Dois são especialmente mencionados: Miguel, um dos principais príncipes angélicos (Dn 10:13), ‘o arcanjo’ (Jd 9), e Gabriel (Dn 8:16 – Lc 1:19). Nos livros apócrifos outros nomes aparecem, especialmente Rafael e Uriel. Há, também, referências a estes seres celestiais em Ef 1:21 – Cl 1:16 – 2.16 – e na epístola aos Colossenses condena-se de modo especial a idéia de interpô-los entre Deus e o homem, tirando assim a Jesus a honra de único Mediador, que lhe pertence (Cl 1:14-20, 2.18, etc.). Algumas passagens (Jd 6 – 2 Pe 2,4) referem-se misteriosamente a anjos caídos – e em Ap 12:9 Satanás tem o seu exército de anjos.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Anjo Mensageiro de Deus (1Rs 19:5-7). Os anjos são espíritos que servem a Deus e ajudam os salvos (Hc 1:14). Foram criados santos, mas alguns se revoltaram contra Deus (Jd 6; 2Pe 2:4). Em algumas passagens bíblicas Deus e o Anjo do SENHOR (de Javé) são a mesma pessoa (Gn 16:7-13; 22:11-18; Ex 3:2-22; Jz 6:11-24). V. TEOFANIA.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Anjo Palavra derivada do grego “ággelos” (mensageiro), que na Septuaginta traduz o hebreu “malaj”. Com essa missão de mensageiros divinos é que aparecem principalmente nos evangelhos (Mt 11:10; Mc 1:2; Lc 7:24-27; 9,52). Somente em situações excepcionais são mencionados por um nome (Lc 1:19.26). Estão relacionados à missão de Jesus (Mt 4:11; Mc 1:13; Lc 22:43; Jo 1:51) e à sua parusia (Mt 13:39.41.49; 16,27; 24,31; 25,31). Presentes na corte celestial (Lc 12:8ss.; 16,22), alegram-se com a conversão dos pecadores (Lc 15:10) e cuidam das crianças (Mt 18:10). Seu estado de vida permite compreender qual será a condição futura dos que se salvam (Mt 22:30; Mc 12:25; Lc 20:36). Os evangelhos indicam também a existência do Diabo, um anjo decaído ao qual seguiram outros anjos, como um ser pessoal e real que governa os reinos deste mundo (Lc 4:5-7) e o mundo em geral. Jesus deu a seus discípulos a autoridade para derrotá-lo (Lc 10:19-20) e, no fim dos tempos, tanto ele como seus sequazes serão vencidos (Mt 25:41) e confinados no fogo eterno.
A. Cohen, o. c.; f. J. Murphy, The Religious...; ERE IV, pp. 578, 584, 594-601; C. Vidal Manzanares, Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...
Autor: César Vidal Manzanares
Asmos
Dicionário Bíblico
Sem fermento
Fonte: Dicionário Adventista
Assentado
Dicionário Comum
adjetivoQue se assentou; que tomou assento; sentado. Disposto ou colocado de modo fixo e estável: piso assentado. Resolvido com convicção; decidido: prazos assentados para este ano. Que demonstra equilíbrio; prudente: personalidade assentada. Que é membro de um assentamento, local onde estão acampados trabalhadores rurais. Terreno sem desníveis no alto de uma montanha, morro, serra. substantivo masculinoAquele que faz parte de um assentamento. Religião Em algumas religiões afro-brasileiras, algo ou alguém que recebeu o axé de um orixá. Etimologia (origem da palavra assentado). Particípio de assentar.
Fonte: Priberam
Assim
Dicionário Comum
advérbioDeste modo, desta forma: assim caminha a humanidade. Igual a, semelhante a; do mesmo porte ou tamanho de: não me lembro de nenhum terremoto assim. Em que há excesso; em grande quantidade: havia gente assim! Do mesmo tamanho; desta altura: o meu filho já está assim. conjunçãoPortanto; em suma, assim sendo: você não estudou, assim não conseguiu passar no vestibular. Gramática Utilizado para dar continuidade ao discurso ou na mudança de pensamento: vou ao cinema amanhã; assim, se você quiser, podemos ir juntos. locução adverbialDe valor concessivo-adversativo. Assim mesmo, mesmo assim ou ainda assim; apesar disso, todavia, entretanto: advertiram-no várias vezes, mesmo assim reincidiu. locução interjeiçãoAssim seja. Queira Deus, amém; oxalá. expressãoAssim ou assado. De uma maneira ou de outra. Assim que. Logo que: assim que ele chegar vamos embora! Assim como. Bem como; da mesma maneira que: os pais, assim como os filhos, também já foram crianças. Etimologia (origem da palavra assim). Do latim ad sic.
Fonte: Priberam
Ata
Dicionário Comum
substantivo femininoRegistro escrito que contém os fatos, os acontecimentos e as resoluções de uma sessão, de uma assembleia, de uma convenção ou de uma reunião administrativa. Registro escrito da obrigação assumida por alguém: leram a ata da herança. Figurado Relato; qualquer texto ou documento que traz uma narrativa, uma crônica. Etimologia (origem da palavra ata). Do latim acta.orum. substantivo femininoAspecto comum às formigas do gênero Atta, conhecidas como saúvas. Etimologia (origem da palavra ata). Do latim atta. substantivo femininoBotânica Fruta-de-conde; árvore da família das anonáceas, encontrada em regiões tropicais, cujas raízes e folhas possuem propriedades terapêuticas, sendo os frutos consumidos também por suas propriedades laxantes. Designação também usada para graviola e coração-de-boi. Etimologia (origem da palavra ata). De origem questionável.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
auto, assento, registro, termo. – Ata é “a narração por escrito do que se passa em uma assembleia, ou numa reunião em que se tomaram deliberações”. – Auto é “o registro solene de cerimônia que se celebrou, de resolução coletiva que foi tornada, para produzir efeitos jurídicos, ou para que se tenha mais tarde testemunho autêntico da verdade Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 215 sobre o que se fez ou resolveu”. Mais restritamente – “é a narração circunstanciada de qualquer ato, ou diligência, judiciária ou administrativa, escrita e autenticada pelo respetivo escrivão e testemunhas”... (Aul.) – Assento, na acepção que tem aqui, é antiquado: equivale a auto, apenas, sem a solenidade deste. Significa mais – “contrato escrito, ou prova escrita de contrato do que propriamente – registro autêntico de resolução que se tomou”. – Registro é o “ato de se lançar em livro próprio a cópia ou o extrato de um documento, ou a súmula de um sucesso, para que fique lembrança dele” (Aul.). – Termo é convizinho de assento: é o “auto conciso de um ajuste, de uma sessão do Congresso, ou de um clube; reduz-se a auto uma deliberação; faz-se assento de um acordo ou de um compromisso; ordena-se o registro de um fato, ou de um papel importante; toma-se por termo uma confissão ou um testamento”.
bar·na·bé (Barnabé, antropónimo [personagem das letras de alguns sambas])
nome masculino
[Brasil, Informal]
Funcionário público que está numa hierarquia inferior.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Filho da consolação. Talvez, na sua origem, filho de Nebo – conhecido primeiramente pelo nome de José (At 4. 36). Barnabé, levita, natural da ilha de Chipre, era um dos mais antigos crentes em Jesus Salvador, e parece ter tido especial zelo em exortar e animar os ouvintes. Era homem abastado, mas vendeu os seus bens e depositou o dinheiro da venda aos pés dos apóstolos. Na ocasião em que os cristãos judaicos hesitavam em receber Paulo como seu irmão, foi Barnabé quem venceu a sua relutância, e apresentou o novo convertido à igreja de Jerusalém (At 9:27). Era tão altamente considerado, e tanto confiavam no seu bom senso e integridade de caráter, que foi várias vezes encarregado de delicadas e importantes missões (At 11:19-26,30). Foi com referência à missão de Barnabé em Antioquia que Lucas emprega a seu respeito estas significativas palavras: ‘era homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé’ (At 11:24). Ele acompanhou Paulo na sua primeira viagem missionária (At 13:2-3). Em Listra, depois de ter curado um coxo, os pagãos prestaram-lhe culto, julgando ser ele o deus Júpiter (At 14:12). Levantaram-se divergências entre Barnabé e Paulo a respeito de João Marcos, primo ou sobrinho de Barnabé (Cl 4:10), e ele já não acompanhou Paulo na segunda viagem missionária deste Apóstolo (At 15:36 e seguintes). o rompimento foi mais tarde reparada, sendo certo que na providência de Deus esse fato havia servido para maior extensão da obra evangélica. Pouco se sabe da vida posterior de Barnabé. Diz-se que ele sofreu martírio pela sua fé. A sua vida foi cheia de abnegação e zelo – mas uma vez ele transigiu em atos que sabia não serem bons (Gl 2:12-13). Que não era homem casado parece depreender-se do que está escrito em 1 Co 9.6, passagem que também nos faz ver que, apesar da antiga questão, era ele tido em grande consideração pelo Apóstolo.
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
O apelido que os apóstolos deram a um levita natural de Chipre que se tornou líder na igreja primitiva. Seu nome judeu era José, mas Lucas interpretou seu nome apostólico como “filho da consolação”, para sugerir algo do seu caráter (At 4:36). Barnabé é mencionado 29 vezes em Atos e cinco nas cartas de Paulo. A primeira aparição de Barnabé foi em Jerusalém, onde é citado como um maravilhoso exemplo de generosidade (At 4:32-37). Quando Saulo de Tarso se converteu, foi ele quem o apresentou aos apóstolos em Jerusalém (At 9:27).
Os dons de Barnabé foram reconhecidos pela igreja de Jerusalém, que o enviou para investigar as atividades cristãs em Antioquia (At 11:22). Ele ficou empolgado com o desenvolvimento espiritual e encorajou os crentes a permanecer fiéis (At 11:23). Recrutou Saulo (também conhecido como Paulo, At 13:9), e os dois trabalharam juntos em Antioquia e ensinaram muitas pessoas (At 11:25-26).
No meio de uma crise de fome, durante o governo do imperador Cláudio, a igreja em Antioquia enviou ajuda para os irmãos na Judéia, cuja tarefa foi confiada a Barnabé e a Paulo (At 11:30), os quais foram comissionados e enviados na primeira viagem missionária (At 13:1-3). Conscientes da direção do Espírito, eles pregaram por toda a ilha de Chipre, onde o procônsul Sérgio Paulo creu no Evangelho (At 13:7-12). Eles navegaram adiante e chegaram a Perge, na Panfília (atual Turquia); um dos componentes da equipe, João Marcos, separou-se deles e voltou para Jerusalém (At 13:13). Daí em diante, parece que Paulo assumiu a liderança, pois Lucas (o escritor do livro de Atos) refere-se a “Paulo e os que estavam com ele” (At 13:13). A dupla missionária seguiu adiante e pregou em Antioquia da Pisídia, Listra, Icônio e Derbe, diante da oposição e do interesse da multidão (At 13:42-51; At 14:1-7,19-21). Indicaram homens aptos a prover futura liderança para cada igreja (At 14:23). Evidentemente Barnabé tinha a figura mais imponente, pois em Listra foi chamado de “Júpiter” e Paulo, de “Mercúrio, porque este era o que falava” (At 14:12). Na viagem de volta, fizeram o mesmo itinerário e, ao chegar a Antioquia da Síria, prestaram o relatório sobre a missão realizada (At 14:21-28). Paulo e Barnabé apresentaram a proposta sobre a plena admissão dos gentios na igreja (At 15:1-5, 12) e receberam apoio do concílio de Jerusalém (vv 22-29). A decisão do conclave foi bem aceita em Antioquia, onde ambos ficaram por algum tempo, pregando e ensinando (vv. 30-35). Infelizmente, os dois companheiros tiveram um sério desentendimento a respeito de João Marcos. Paulo recusou-se a levá-lo na segunda viagem missionária, enquanto Barnabé deu-lhe uma segunda chance, ao conduzi-lo consigo a Chipre (At 15:36-39). A partir desse momento, o filho da consolação não é mais mencionado no relato de Atos.
Existem três referências a Barnabé em Gálatas (Gl 2:13), onde aparece com Paulo e Tito numa consulta com os líderes da igreja em Jerusalém. Durante essa reunião privativa, Tiago, Cefas (Pedro) e João estenderam a destra da comunhão a Barnabé e Paulo, ao concordar que deveriam ir para os “gentios, e eles à circuncisão (aos judeus)” (Gl 2:9). Lamentavelmente, Pedro cedeu às pressões dos defensores da circuncisão e “até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação”, que Paulo confrontou e repreendeu (Gl 2:13-14).
Em I Coríntios, Paulo discute os direitos de um apóstolo e levanta uma série de questões retóricas destinadas a estabelecer o princípio de que “os que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1Co 9:14). Assim, ele pergunta incisivamente: “Não temos nós o direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou só eu e Barnabé não temos o direito de deixar de trabalhar?” (1Co 9:5-6).
A referência final a Barnabé é tocante, porque se relaciona a João Marcos, seu sobrinho, o qual mandou saudações com Aristarco, prisioneiro junto com Paulo. O problema que tiveram foi resolvido e o apóstolo escreve aos colossenses: “Se ele (João Marcos) for ter convosco, recebeio” (Cl 4:10). O ministério paciente de Barnabé com João Marcos foi bem-sucedido (2Tm 4:11).
O que se poderia dizer sobre o caráter de Barnabé? Era uma pessoa boa, generosa e calorosa, que ofertou abundantemente seu tempo e seus talentos para a causa de Cristo, tanto em casa como nos lugares distantes. Era um homem de oração, que buscava a direção do Espírito Santo para tomar as decisões. Encorajava seu companheiros de trabalho no ministério cristão e era um amigo sempre disposto a dar uma segunda chance a quem precisasse. Via potencial nas pessoas e desejava recrutá-las, mesmo que, só com o tempo, conforme aconteceu com Paulo, pudessem superar as dificuldades. Como qualquer outro ser humano, Barnabé podia ceder às pressões, mas geralmente “era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11:24).
A.A.T.
Autor: Paul Gardner
Dicionário da Bíblia de Almeida
Barnabé [Aquele que Dá Coragem] - Sobrenome de José, LEVITA rico, natural da ilha de Chipre e convertido ao cristianismo (At 4:36); 9.27). Foi companheiro de Paulo em sua primeira viagem missionária (At 11:22-26); caps. 13—15). Paulo se refere várias vezes a ele (1Co 9:6); (Gal 2:1,9,13); (Col 4:)
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Bater
Dicionário Comum
verbo transitivo direto Dar pancadas em; acertar algo ou alguém com golpes; golpear: a máquina bate a roupa para a limpar. Agitar com um instrumento; remexer: bater o trigo; bater os ovos. Obter a vitória; vencer: bater o inimigo. Percorrer explorando: bater o mato. Colocar os ingredientes no liquidificador para misturá-los: bater uma receita. Explorar em variadas direções e sentidos; percorrer: bater um lugar buscando suspeitos. Fechar violentamente: saiu e bateu a porta. Acabar com uma chamada telefônica bruscamente: bateu o telefone sem se despedir. Figurado Fazer algo repetidamente; repisar: fica batendo o assunto, ninguém aguenta mais. Superar algo ou alguém em alguma coisa; superar: bater um recorde mundial. [Popular] Comer ou beber algo vorazmente: bater um prato de picanha. Realizar a marcação do ritmo por batidas: bater um ritmo. Fazer uma fotografia ou uma lâmina radiológica: bater uma chapa. Limpar algo dando pancadas, geralmente para tirar o pó: bater o colchão. Culinária Fazer a mistura dos ingredientes do pão; sovar: bater a massa. Usar frequentemente a mesma roupa: batia o uniforme para estudar. [Esporte] Fazer a cobrança de uma falta ou pênalti: bateu e fez o gol. [Esporte] Chutar a bola: bateu direto para o gol. verbo transitivo direto e intransitivoAgitar com muita rapidez; abanar: os pássaros batem as asas; os lençóis batem com o vento. Produzir som: bater um tambor; estava esperando o sino bater. verbo transitivo indireto e intransitivoPousar em cima de: a chuva bate no barco; o vento está batendo. Espancar alguém; surrar: não se deve bater nos filhos; não se deve bater. verbo transitivo indireto e pronominalIr ao encontro de algo ou alguém; chocar-se com, atirar-se contra: as ondas batem nas pedras; os carros se bateram mutuamente. verbo transitivo indireto Atingir algo ou alguém, geralmente com força: bateu com o copo na cabeça dele. Figurado Ir ter a: foi bater num lugar deserto. [Popular] Furtar: bateram-lhe a carteira. Expressar correspondência com; coincidir: sua história não bate com a dela. verbo intransitivo Dar uma ou mais pancadas: a porta está batendo. Marcar o horário, o tempo; soar: bateram nove horas. Estar para chegar: a guerra bate-nos às portas. Soar (diz-se das horas): finalmente bateu a hora da partida. Religião Fazer rituais, eventos, ou cerimônias usando atabaques (tambores). verbo pronominal Combater, lutar: bateram-se heroicamente os nossos soldados. verbo transitivo indireto e pronominal[Popular] Possuir afinidade: minha personalidade não bate com a sua; as irmãs não se batem. expressãoBater moeda. Cunhar uma moeda. Bater o queixo. Tremer de medo ou de frio. Bater palmas. Aplaudir algo ou alguém, ou chamar alguém. Bater o pé. Expressar teimosia; teimar. Bater asas. Ir embora; voar, fugir. Bater mato. Andar muito e sem direção certa. Bater às portas de alguém. Pedir ajuda a alguém. Bater no peito. Demonstrar arrependimento; arrepender-se. Bater em retirada. Deixar um local; retirar-se, ceder, desistir. Bater o trinta e um. Deixar de existir; morrer. Etimologia (origem da palavra bater). Do latim battuere.
substantivo masculinoBotânica Parte do embrião com grossas radículas, que se desenvolvem com a germinação. Plúmula e radícula do embrião vegetal.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Camarista. Fidalgo da câmara dorei Herodes Agripa i (At 12:20). Pessoas de Tiro e Sidom o persuadiram a que pedisse para eles uma audiência do rei, mostrando este fato que ele era um homem de considerável influência.
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
É descrito em algumas traduções como “camareiro de confiança do rei [Herodes Agripa I]” (At 12:20). Quando Herodes viajou para Cesaréia, o povo de Tiro e Sidom, com quem tivera um desentendimento, solicitou uma audiência de reconciliação. Furioso com eles, Herodes mandara suspender todas as exportações de alimento e outros produtos essenciais para as duas cidades. A audiência foi conseguida por meio de Blasto, que provavelmente falou com o rei em favor deles. Ao ouvir o discurso de Herodes, e interessados em conseguir seu favor, os visitantes o ovacionaram como se ele fosse um deus. O rei foi imediatamente ferido por um anjo do Senhor e morreu, “porque não deu glória a Deus” (At 12:23). Um claro contraste é então estabelecido, entre Herodes, que morreu, e a Palavra de Deus, que “crescia e se multiplicava” (At 12:24).
Autor: Paul Gardner
Camarista
Dicionário Comum
substantivo masculinoFidalgo a quem competia todo o serviço íntimo dos aposentos de um soberano. Grande camarista, o mais importante dos camaristas reais.
Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Camarista Nobre a serviço de pessoas pertencentes à família real (At 12:20).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Capa
Dicionário Comum
substantivo femininoPeça do vestuário feminino, usada sobre as outras roupas, de fazenda ou pele, larga e sem mangas, com ou sem capuz, pendente dos ombros. Espécie de casaco de tecido leve mas impermeável, que se usa sobre outras roupas, como proteção contra a chuva. Cobertura de papel, cartolina, couro etc., que protege externamente um livro, uma revista ou outros trabalhos dessa natureza; os dizeres e desenhos impressos nessa cobertura.
Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Capa Roupa comprida, usada por cima das outras roupas (Js 7:21); (Mt 5:40). V. MANTO.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Casa
Dicionário Comum
substantivo femininoConstrução em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares. Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros. Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa. Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores. Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil. [Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas. Em costura, fenda usada para pregar botões. [Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20. [Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado. Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoConstrução em alvenaria usada como moradia, com distintos formatos ou tamanhos, normalmente térrea ou com dois andares. Pessoas que habitam o mesmo lugar; reunião dos indivíduos que compõem uma família; lar: a casa dos brasileiros. Reunião das propriedades de uma família ou dos assuntos familiares e domésticos: ele cuida da administração da casa. Local usado para encontros, reuniões; habitação de determinado grupos com interesses em comum: casa dos professores. Designação de algumas repartições ou organizações públicas ou das pessoas subordinadas ao chefe do Estado: casa da moeda; Casa Civil. [Ludologia] As divisões que, separadas por quadrados em branco ou preto, compõe um tabuleiro de xadrez ou de damas. Em costura, fenda usada para pregar botões. [Matemática] Cada dez anos na vida de alguém: ele está na casa dos 20. [Marinha] Fenda ou buraco através do qual algo é instalado a bordo; cada fenda leva o nome do objeto instalado. Etimologia (origem da palavra casa). A palavra casa deriva do latim "casa,ae", com o sentido de cabana.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
No sentido mais lato da palavra “baytith” emprega-se para significar qualquer habitação, fixa, ou mutável. Pode ter-se derivado de uma raiz que significa passar a noite. Também o tabernáculo de Deus, embora tenha sido apenas uma tenda, é, algumas vezes, chamado a casa, a residência de Deus. Pouca mudança tem havido no sistema de edificar casas no oriente. As ruas das cidades são geralmente estreitas, tendo, por vezes de um e de outro lado uma carreira de lojas. Por detrás destas estão as habitações. Se entrarmos numa das principais casas, passaremos, primeiramente, por um corredor, onde se vêem bancos de cada lado, e é ali que o senhor da casa recebe qualquer indivíduo, quando quer tratar dos seus negócios, sendo a poucas pessoas permitido passar adiante. Para além desta entrada, o privilegiado visitante é recebido no pátio, ou quadrângulo, que geralmente é pavimentado de mármore ou outra substância dura, e não tem cobertura. Este pátio dá luz e ar a vários compartimentos que têm portas para aquele quadrângulo. Com o fim de receber hóspedes, é o pavimento coberto de esteiras ou tapetes – e visto como estão seguros contra qualquer interrupção de fora, é o lugar mais próprio para recepções e diversões. o pátio é, geralmente, rodeado de um claustro, sobre o qual, quando acontece ter a casa mais de um andar, é levantada uma galeria para cada andar nas mesmas dimensões que o claustro, tendo uma balaustrada para impedir o povo de cair. As janelas que deitam para a rua são pequenas e altamente colocadas, sendo fechadas por meio de um sistema de tábuas furadas e esculpidas em vez de vidro. Deste modo fica oculto o morador, podendo, contudo, obter uma vista do que se passa fora. Todavia, as janelas dos andares superiores são, freqüentemente, de considerável grandeza, e construídas numa saliência para fora da parede da casa. Foi esta a espécie da janela pela qual foi atirada Jezabel por mandado de Jeú. Nas casas dos ricos a parte mais baixa das paredes é adornada de tapeçarias de veludo ou damasco, suspensas em ganchos, podendo esses ornamentos subir ou descer segundo se quer (Et 1:6). A parte superior das paredes é adornada de um modo mais permanente, ao passo que os tetos são, algumas vezes, feitos de madeira preciosa e odorífera (Jr 22:14). os sobrados destes esplêndidos quartos são cobertos de lajes pintadas, ou de pedra mármore. Algumas vezes eram feitos de estuque, coberto de ricos tapetes. Em todos os casos, os quartos de mulheres estão separados, embora a separação não fossem outros tempos tão estrita como é hoje entre os hebreus. Nas casas de certa pretensão havia um quarto para hóspedes. o telhado das casas orientais é quase sempre plano. Compõe-se de vigas de madeira, cobertas de pedra ou argamassa, para proteger os moradores contra o sol e as chuvas, e também, para lhes proporcionar um sítio muito agradável ao ar livre quando está bom o tempo. Em volta deste telhado há um parapeito, não muito alto, para segurança das pessoas (Dt 22:8). Na Palestina o povo dorme nos terraços da casa, durante o tempo de mais calor, em caramanchões feitos de ramos ou de junco (Ne 8:16). o quarto dos hóspedes é, algumas vezes, construído sobre o telhado, e como para este se sobe por uma escada exterior, pode o hóspede entrar ou sair sem comunicar-se com a família. Várias ocupações domésticas são efetuadas nestes lugares altos da casa, como estender a roupa para secar, e espalhar figos, uvas, etc., para se fazer passas. E algumas vezes também foram usados estes lugares para o culto idolátrico (2 Rs 23.12 – Jr 32:29). As tendas, usadas durante a Festa do Tabernáculo, eram levantadas sobre telhados planos, que eram também escolhidos para os moradores se lamentarem em ocasião de grande aflição. os fogões não existem nas casas orientais, mas a família serve-se de braseiros, acontecendo, também, acenderem o lume no pátio aberto. Todavia, a cozinha tinha uma elevação feita de tijolo, com cavidades, em que se fazia a necessária fogueira. Havia os lugares para cozinhar, aos quais se refere Ez 46:23. Além dos caramanchões para uso no verão, havia, também, compartimentos especialmente protegidos, que se usavam no tempo frio. As casas dos pobres no oriente são construções muito fracas, sendo as paredes feitas de barro, canas e junco (*veja Jó 4:19). Pode o ladrão penetrar facilmente dentro destas habitações (Jó 24:16 – Mt 24:43). Algumas vezes estas moradas de barro, e mesmo de tijolo, constavam de uma sala somente, sendo ainda uma parte dela separada para o gado. o exterior de todas as casas, tanto dos ricos como dos pobres, apresenta uma fraca aparência. Nada mais se observa, geralmente, do que uma nua parede branca, com pequenas janelas, gelosias e uma simples porta. (*veja Tenda, Tabernáculo, Cabana.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário de Sinônimos
morada, vivenda, palácio, palacete, tugúrio, teto, chalé, lar, fogo, canto, palheiro, palhoça, choupana, casebre, cabana, tenda, barraca, arribana, choça, colmo, habitação, mansarda, pardieiro, biombo, cômodo, prédio, solar, castelo. – Habitação é, de todos os vocábulos deste grupo, o mais genérico. De “ato de habitar”, que é o que significa propriamente esta palavra habitação, passou a designar também a própria casa, que se habita: casa, ou palácio, ou choupana, ou biombo – tudo será habitação. – Casa é “o edifício de certas proporções destinado à habitação do homem”; e por extensão, designa, em linguagem vulgar, toda parte onde se abrigam alguns animais: a casa do escaravelho; a casa dos coelhos, etc. – Morada é “à habitação onde se mora, ou onde se fica por algum tempo, onde alguém se aloja provisoriamente”. – Vivenda é a “habitação onde se vive”, e sugere a ideia da maior ou menor comodidade com que a gente aí se abriga e vive. Por isso, usa-se quase sempre com um adjetivo: bela vivenda; vivenda detestável. – Palácio é “o edifício de proporções acima do normal, grandioso e magnífico”. Palacete é diminutivo de palácio, designando, portanto, “prédio rico e elegante”. – Tugúrio (latim tugurium, de tegere “cobrir”) é “o abrigo onde qualquer vivente se recolhe, ou habitualmente ou por algum tempo”. Este nome dá-se também, por modéstia ou por falsa humildade, à própria habitação magnífica. – Teto (latim tectum, também de tegere) é quase o mesmo que tugúrio: apenas teto não se aplica a um abrigo de animais, e sugere melhor a ideia de conchego, de proteção, de convívio amoroso: “teto paterno”; “era-lhe o céu um teto misericordioso”. – Chalé é palavra da língua francesa, hoje muito em voga, significando “casa de escada exterior, no estilo suíço, ordinariamente revestida de madeira, cujo teto de pouca inclinação é coberto de feltro, asfalto ou ardósia, e forma grande saliência sobre as paredes”. (Aul.). – Lar é a “habitação considerada como abrigo tranquilo e seguro da família”. – Fogos é o nome que se dá, nas estatísticas, às casas habitadas de um distrito, de uma cidade, ou de uma povoação: “a aldeia vizinha não chega a ter cem fogos”. – Canto, aqui, é “o lugar, o sítio, a morada humilde e desolada, onde alguém como que se refugia afastando-se do mundo”. – Palheiro é propriamente o lugar onde se guarda palha: designa, portanto, neste grupo, “abrigo ou habitação muito rústica e grosseira”. – Palhoça é “pequena casa coberta de palha”. – Choupana é – diz Aul. – “casa rústica de madeira, ou de ramos de árvores para habitação de pastores”. – Cabana (do italiano capánna) é “casinha coberta de colmo ou de palha, onde se abrigam à noite os camponeses, junto ou no meio das roças ou lavouras”. – Casebre é “pequena casa velha e arruinada, onde mora gente muito pobre”. – Tenda é “armação coberta para abrigo provisório ou de passagem em caminho ou em campanha”. – Barraca é “tenda ligeira, coberta de tela de lona ordinariamente”. – Arribana é “palheiro que serve mais para guarda de animais e trem de viagem propriamente que para habitação, prestando-se quando muito para pernoite ao abrigo de intempéries”. – Choça é “habitação ainda mais rústica e grosseira que a choupana”. Dizemos que o selvagem procura a sua choça (e não, pelo menos com a mesma propriedade –, a sua choupana). – Colmo, aqui, é “o colmo tomado pela cabana que é dele coberta”. – Mansarda afasta-se um pouco do francês de que a tomamos (mansarde é propriamente água-furtada ou trapeira, isto é – o último andar de uma casa tendo a janela ou janelas já abertas no telhado): tem, no português usual, mais a significação de “habitação 256 Rocha Pombo humilde, incômoda e difícil, onde há pobreza”. – Pardieiro é – diz Aul. – “edifício velho e em ruínas”: “Já me cansam estas perpétuas ruínas, estes pardieiros intermináveis” (Garrett). – Biombo é “um pequeno recinto separado de uma sala por meio de tabique móvel, e que serve de dormitório, de gabinete”, etc. Costuma-se dizer: “vou para o meu biombo” para significar que se vai para casa. – Cômodo, aqui, é “uma parte de prédio que se aluga por baixo preço e por pouco tempo ordinariamente”. – Prédio (latim prœdium, do prœs “garante, penhor, fiador”) é propriamente “bem de raiz, propriedade real”; mas, aqui, designa “a casa que é nossa própria, a propriedade que consta da casa e do terreno onde está construída”. – Solar é “a propriedade (terras e casa) considerada como representando uma tradição de família, tendo passado por herança de pais a filhos desde alguns séculos”. – Castelo era antiga habitação fortificada, fora das cidades, e onde residiam os grandes senhores feudais. Hoje é “habitação nobre, luxuosa, onde se vive com opulência”.
Fonte: Dicio
Dicionário da FEB
[...] Aqui [no mundo etéreo], temos o poder de moldar a substância etérea, conforme pensamos. Assim, também as nossas casas são produtos das nossas mentes. Pensamos e construímos. É uma questão de vibração do pensamento e, enquanto mantivermos essas vibra ções, conservaremos o objeto que, du rante todo esse tempo, é objetivo para os nossos sentidos. Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 10
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Casa Construção em que pessoas moram. Na Palestina as casas eram feitas de pedra. Os pobres viviam às vezes em cavernas. As pessoas errantes, que se deslocavam em busca de alimentos e de pastagens para os seus rebanhos, viviam em barracas feitas com peles de cabra ou de camelo (Gn 4:20). No litoral do mar Mediterrâneo construíam-se casas de barro. O teto era feito de palha e barro.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Cesareia
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Cesaréia
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Cesaréia 1. C. Palestina ou marítima. Local situado a uns 30 km ao sul da atual Haifa. Construída entre 20 e 9 a.C. por Herodes, o Grande, no lugar onde estavam as torres de Estraton, que lhe foram presenteadas por Augusto. Era o porto mais importante da Palestina e servia de residência aos governadores romanos. 2. C. de Filipos. Local próximo às nascentes do Jordão, ao norte da Palestina. Seu nome original Panéias ou Panias foi mudado por Herodes no ano 3 a.C. Nas proximidades dessa cidade Pedro reconheceu Jesus como messias e Filho de Deus (Mc 8:27; Mt 16:33ss.).
f. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário da Bíblia de Almeida
Cesaréia Porto que Herodes, o Grande, construiu em honra a César Augusto na costa do Mediterrâneo, a 40 km de Samaria. Cornélio, o CENTURIÃO, era de lá (At 10). Paulo esteve preso 2 anos ali (At 23:31—26.32).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Bíblico
(Não se deve confundir com Cesaréia de Filipe.) Chama-se hoje Kaisarich, cidade situada na costa do mar Mediterrâneo, cerca de trinta e três quilômetros ao sul do monte Carmelo, precisamente acima da linha que separa a Samaria da Galiléia, na estrada principal, que vai de Tiro ao Egito. Foi edificada por Herodes, o Grande, com muita beleza e magnificência, sendo-lhe dado pelo seu fundador o nome de Cesaréia em honra do César de Roma. Era a metrópole romana da Judéia, e foi a residência oficial dos reis herodianos, e de Félix, e de Festo, e de outros procuradores romanos. Foi nesta cidade que Herodes Agripa i, neto de Herodes, o Grande, foi ferido de repugnante enfermidade (At 12:19 – 23.23 – 25.1,4,6,13 – 12.21 a 23). Cesaréia era a terra de residência de Filipe, o evangelista, e diácono (At 8:40 – 21,8) – foi o porto em que Paulo embarcou para Tarso, quando foi obrigado a sair de Damasco (At 9:30) – nesta cidade vivia Cornélio, o centurião romano, sendo também ali que se deu o fato da sua conversão (At 10:1-24 – 11,11) – e foi também neste lugar que Paulo desembarcou, na volta da sua segunda e terceira viagens missionárias (At 18:22 – 21,8) – dali partiu para Jerusalém (At 21:15) – e para ali voltou, já preso, sendo guardado em cadeias por Félix, pelo espaço de dois anos, antes de ser mandado para Roma pelo governador Festo (At 23:23-33 – 24.27 – 25.4). Cesaréia possuía um grande e esplêndido porto. Vendo-se do mar, havia um templo dedicado a César e a Roma, contendo estátuas colossais do imperador romano.
Fonte: Dicionário Adventista
Chamada
Dicionário Comum
chamadas. f. 1. Ação de chamar; chamamento, chamado. 2. Prolação em voz alta do nome de diferentes pessoas, para verificar se estão presentes. 3. Mil. Antigo toque militar, com a finalidade de reunir as tropas. 4. Toque para reunir. 5. Tip. Sinal que o revisor põe nas provas para indicar a emenda a fazer. 6. Admoestação, censura, observação. 7. Pop. Puxão.
Fonte: Priberam
Cidade
Dicionário Comum
substantivo femininoPovoação de maior amplitude e importância. Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe. A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade. Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade. Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo). Parte central ou o centro comercial de uma cidade. Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária. [Popular] Grande formigueiro de saúvas. Antigo Estado, nação. expressãoCidade santa. Jerusalém. Cidade aberta. Cidade não fortificada. Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa. Cidade dos pés juntos. Cemitério. Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer. Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições. Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoPovoação de maior amplitude e importância. Aglomerado de pessoas que, situado numa área geograficamente delimitada, possui muitas casas, indústrias, áreas agrícolas; urbe. A vida urbana, por oposição à rural: comportamentos da cidade. Conjunto dos habitantes, do poder administrativo e do governo da cidade. Grande centro industrial e comercial (em oposição ao campo). Parte central ou o centro comercial de uma cidade. Grupo de imóveis que têm a mesma destinação: cidade universitária. [Popular] Grande formigueiro de saúvas. Antigo Estado, nação. expressãoCidade santa. Jerusalém. Cidade aberta. Cidade não fortificada. Cidade eterna. Roma, cidade italiana, na Europa. Cidade dos pés juntos. Cemitério. Ir para a cidade dos pés juntos. Morrer. Direito de cidade. Na Antiguidade, direito que tinham os cidadãos, segundo a cidade ou o Estado a que pertenciam, de usufruir de algumas prerrogativas, caso preenchessem determinadas condições. Etimologia (origem da palavra cidade). Do latim civitas, civitatis.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Desde o tempo em que a cidade de Jerusalém foi tomada por Davi, tornaram-se os hebreus, em grande parte, um povo habitante de cidades. As cidades eram, no seu maior número, muradas, isto é, possuíam uma muralha com torres e portas. Mas em volta da cidade, especialmente em tempos de paz, viam-se sem defesa os arrabaldes, aos quais se estendiam os privilégios da cidade. Em conformidade ao costume oriental, determinadas cidades deviam abastecer de certos produtos o Estado, para a construção de edifícios, fabricação de carros de guerra, armação de cavaleiros, e provisão da mesa real. Para manutenção dos levitas foram-lhes concedidas quarenta e oito cidades, espalhadas pelo país, juntamente com uma certa porção de terreno suburbano. Antes do cativeiro, o governo interno das cidades judaicas era efetuado por uma junta de anciãos (2 Rs 10.1), juntamente com juizes, devendo estes pertencer à classe sacerdotal. No tempo da monarquia parece que era nomeado, um governador ou presidente, sendo por ele mandados a diversos pontos do distrito os juízes, que, presumivelmente, levavam depois certas questões de dúvida a Jerusalém para serem resolvidas por um conselho de sacerdotes, levitas e anciãos. Depois do cativeiro, disposições semelhantes foram realizadas por Esdras para nomeação de juizes. Em muitas cidades orientais, destina-se grande espaço a jardins, e desta forma torna-se muito maior a extensão da cidade. A notável amplidão das cidades de Nínive e Babilônia pode assim, em parte, ser explicada. As ruas são, em geral, extremamente estreitas, raras vezes permitindo que dois camelos carregados passem um pelo outro. o comércio interno das cidades era sustentado, como hoje acontece, por meio de bazares. o profeta Jeremias fala-nos (37,21) da Rua dos Padeiros. os espaços abertos, junto às portas das cidades, eram, em tempos antigos, como ainda são hoje, usados pelos anciãos para suas assembléias, e pelos reis e juizes para reunião de cortes e constituição de tribunais e pelo povo para tratarem das suas regalias. Também se empregavam para exposição pública, quando era preciso castigar assim os culpados de certos delitos. Havia grandes trabalhos para abastecer de água as cidades, empregando-se reservatórios e cisternas que se enchiam com as águas pluviais, ou trazendo de distantes nascentes o precioso líquido por meio de aquedutos.
Fonte: Dicionário Adventista
Comido
Dicionário Comum
adjetivoQue se comeu; que foi ingerido: alimento comido. Figurado Que foi completamente engolido: plantação comida de pragas. Figurado Que foi alvo de roubo; enganado, logrado: saí comido do acordo. Figurado Que se dissipou por completo: dinheiro comido pelo jogo! Figurado Que se eliminou ou suprimiu; cortado: verbas comidas pela corrupção. Figurado Que se estragou ou foi destruído; corroído: vestido comido por traças. Figurado Que se apossou das peças do adversário: peças comidas. Figurado Que se omitiu ou foi escondido, proposital ou distraidamente. Etimologia (origem da palavra comido). Particípio de comer, do latim comedere.
Fonte: Priberam
Como
Dicionário de Sinônimos
assim como, do mesmo modo que..., tal qual, de que modo, segundo, conforme. – A maior parte destas palavras podem entrar em mais de uma categoria gramatical. – Como significa – “de que modo, deste modo, desta forma”; e também – “à vista disso”, ou – “do modo que”. Em regra, como exprime relação comparativa; isto é – emprega-se quando se compara o que se vai afirmar com aquilo que já se afirmou; ou aquilo que se quer, que se propõe ou se deseja, com aquilo que em mente se tem. Exemplos valem mais que definições: – Como cumprires o teu dever, assim terás o teu destino. – O verdadeiro Deus tanto se vê de dia, como de noite (Vieira). – Falou como um grande orador. – Irei pela vida como ele foi. – Assim como equivale a – “do mesmo modo, de igual maneira que”... Assim como se vai, voltar-se-á. Assim como o sr. pede não é fácil. Digo-lhe que assim como se perde também se ganha. Destas frases se vê que entre como e assim como não há diferença perceptível, a não ser a maior força com que assim como explica melhor e acentua a comparação. – Nas mesmas condições está a locução – do mesmo modo que... Entre estas duas formas: “Como te portares comigo, assim me portarei eu contigo”; “Do mesmo modo que te portares comigo, assim (ou assim mesmo) me portarei contigo” – só se poderia notar a diferença que consiste na intensidade com que aquele mesmo modo enuncia e frisa, por assim dizer, a comparação. E tanto é assim que em muitos casos 290 Rocha Pombo não se usaria da locução; nestes, por exemplo: “Aqueles olhos brilham como estrelas”; “A menina tem no semblante uma serenidade como a dos anjos”. “Vejo aquela claridade como de um sol que vem”. – Tal qual significa – “de igual modo, exatamente da mesma forma ou maneira”: “Ele procedeu tal qual nós procederíamos” (isto é – procedeu como nós rigorosamente procederíamos). Esta locução pode ser também empregada como adjetiva: “Restituiu-me os livros tais quais os levara”. “Os termos em que me falas são tais quais tenho ouvido a outros”. – De que modo é locução que equivale perfeitamente a como: “De que modo quer o sr. que eu arranje o gabinete?” (ou: Como quer o sr. que eu arranje...). – Segundo e conforme, em muitos casos equivalem também a como: “Farei conforme o sr. mandar” (ou: como o sr. mandar). “Procederei segundo me convier” (ou: como me convier).
Fonte: Dicio
Dicionário Comum
como adv. 1. De que modo. 2. Quanto, quão. 3. A que preço, a quanto. Conj. 1. Do mesmo modo que. 2. Logo que, quando, assim que. 3. Porque. 4. Na qualidade de: Ele veio como emissário. 5. Porquanto, visto que. 6. Se, uma vez que. C. quê, incomparavelmente; em grande quantidade: Tem chovido como quê. C. quer, loc. adv.: possivelmente. C. quer que, loc. conj.: do modo como, tal como.
Fonte: Priberam
Comparecer
Dicionário Comum
verbo transitivo indireto e intransitivoExpor-se (pessoalmente) em lugar determinado: compareceu à festa; embora cansado, não deixou de comparecer ao evento. [Jurídico] Estar-se presente através de um representante, geralmente, de um procurador. verbo transitivo indireto [Popular] Doar dinheiro; oferecer como recompensa; contribuir com certo valor: cada pessoa compareceu com 100 reais. Etimologia (origem da palavra comparecer). Do latim comparescere/comparere.
Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Comparecer Fazer-se presente em local determinado (Is 1:12); (2Co 5:10).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Comum
Dicionário da Bíblia de Almeida
Comum 1) Universal; que pertence a todos (Tt 1:4); (Jud 3: 2)
público, geral. – Comum, neste grupo, designa “aquilo que não é próprio de ninguém, mas a que todos têm direito”. Num prédio, a porta de entrada pode ser comum para os vários lanços do edifício; os mesmos lanços têm um corredor comum para as diferentes habitações; os rios, as fontes, os logradoiros, mesmo que não sejam públicos, podem ser de serventia comum a um grande número de pessoas. – Público designa “o que não é privado ou particular”. As ruas, os jardins das praças são públicos (de uso comum a todos os que vivem na cidade). – Público sugere ideia da coletividade, só dentro da qual há relações de ordem pública. Tudo quanto se refere à nação – isto é – ao conjunto dos homens que formam um agrupamento social – é público de sua mesma natureza: quer dizer – “comum, de direito, a todos”. – Geral é “o oposto a particular, o que diz respeito à totalidade, o que é comum a todos, o que abrange todas ou pelo menos o maior número de particularidades”. É preciso, portanto, distinguir entre público e geral: público só é aplicável às coisas que se referem à sociedade, ao Estado; geral aplicase a todos os casos em que, dentro do gênero, se quer designar o total ou a maior parte dos indivíduos. Entre dois correios (serviços postais) públicos, pode um ser geral, e outro não (desde que este último se circunscreva a uma certa zona). O serviço geral entende-se a todo o país; e aquele que um dos Estados da União fizesse para si, dentro dos respetivos limites, não seria geral, portanto. Mesmo que muitos Estados combinassem um serviço para si, não seria este geral, pois com este caráter só a União é que pode instituir e manter um semelhante serviço.
Fonte: Dicio
Dicionário Comum
adjetivoQue pertence a todos ou do que cada um pode fazer parte ou participar: escritório comum. Realizado em conjunto: refeição comum; quarto comum. Particular a um grande número de pessoas; geral: interesse comum. Caracterizado pela simplicidade; simples: sujeito comum. Muito banal ou frequente; habitual: problema comum. [Pejorativo] Que é insignificante; sem valor: uma pessoinha comum. Gramática Diz-se do substantivo que nomeia ou se aplica à classe da qual fazem parte os seres, as coisas: substantivo comum. substantivo masculinoO que se apresenta em maior número; a maioria: recebe menos que o comum. O que não é anormal; corriqueiro: o comum é almoçar todos os dias. expressãoEm comum. De modo coletivo: o lei foi feita em comum. Etimologia (origem da palavra comum). Do latim communis.
Fonte: Priberam
Considerando
Dicionário Comum
considerandos. .M 1. Cada uma das razões ou fundamentos em que se apóia uma lei, um decreto, uma sentença etc. e que começa pela palavra considerando. 2. Argumento, motivo, razão.
Fonte: Priberam
Costas
Dicionário Comum
substantivo feminino pluralParte posterior (de trás) do tronco humano; dorso: tatuou as costas. Por Extensão Região ou parte traseira de; verso: costas de um vestido. Por Extensão Parte de um móvel usada para apoiar o dorso; encosto: costas do sofá. Etimologia (origem da palavra costas). Do latim costa.er "costela, flanco".
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo feminino pluralParte posterior (de trás) do tronco humano; dorso: tatuou as costas. Por Extensão Região ou parte traseira de; verso: costas de um vestido. Por Extensão Parte de um móvel usada para apoiar o dorso; encosto: costas do sofá. Etimologia (origem da palavra costas). Do latim costa.er "costela, flanco".
Fonte: Priberam
Da
Dicionário Comum
contraçãoCombinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a. Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana. Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou. Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira. Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
contraçãoCombinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a. Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana. Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou. Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira. Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
contraçãoCombinação da preposição de com o artigo ou pronome demonstrativo feminino a. Tendo em conta o que foi dito anteriormente: esta prova é da Joana. Sobre algo ou alguém já mencionado inicialmente num período: uma ação parecida da que ela participou. Sobre o que não se sabe; daquela: não fale da aluna desta maneira. Etimologia (origem da palavra da). Contração da preposição "de" + art. def. ou pronome dem. "a".
Fonte: Priberam
Dentro
Dicionário Comum
advérbioInteriormente; localizado no interior de; de modo interno: lá dentro está melhor. Adentro; em direção ao interior de: entrou mato adentro. interjeição[Marinha] Ordem dada aos marinheiros para que as vergas sejam recolhidas. expressãoEstar por dentro. Saber do que acontece: estou por dentro do assunto. Dentro de. Na parte interna; de modo íntimo; com o passar do tempo: passou o dia dentro do escritório; guardei seu nome dentro da minha cabeça; o ônibus sairá dentro de minutos. Dentro em. Intimamente; de maneira íntima e particular: o amor está dentro em mim. Etimologia (origem da palavra dentro). Do latim de + intro.
Fonte: Priberam
Depois
Dicionário Comum
advérbioSeguidamente; numa circunstância posterior: chegou depois das 21h. Atrás; de modo posterior, na parte de trás: saiu depois da banda. Ademais; em adição a: o tumulto foi desordeiro e, depois, se opôs ao governo. Etimologia (origem da palavra depois). De origem questionável.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
logo. – Segundo Lac. – “ambos estes advérbios indicam tempo que se segue ao atua1; porém logo designa termo mais próximo, e depois termo mais remoto. Logo ao sair da missa montaremos a cavalo; e depois de darmos um bom passeio, iremos jantar com teu tio”.
Fonte: Dicio
Depressa
Dicionário Comum
depressa adv. 1. Com rapidez, sem demora. 2. Em pouco tempo.
Fonte: Priberam
Designado
Dicionário Comum
adjetivoQue foi alvo de designação; aquilo ou quem se designou. Que foi precisamente apontado; que se destacou entre os demais; indicado. Definido segundo palavra, frase, sentença ou dito; denominado. Delimitado ou estabelecido num momento, numa circunstância de tempo, num espaço; ajustado. Característica ou particularidade do que ou de quem foi selecionado ou nomeado para um trabalho. substantivo masculinoPessoa que possui essa característica; nomeado. Etimologia (origem da palavra designado). Do latim designatus.a.um.
Fonte: Priberam
Deus
Dicionário da Bíblia de Almeida
Deus [hebr. El, Elah, Eloah, Elohim; gr. theós]
O nome mais geral da Divindade (Gn 1:1; Jo 1:1). Deus é o Ser Supremo, único, infinito, criador e sustentador do universo. É espírito pessoal e subsiste em três pessoas ou distinções: Pai, Filho e Espírito Santo (v. TRINDADE). É santo, justo, amoroso e perdoador dos que se arrependem. O ateu diz que Deus não existe; o agnóstico diz que não podemos saber se Deus existe ou não; o crente sabe que Deus existe e afirma: “... nele vivemos, nos movemos e existimos” (At 17:28).
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NOMES DE DEUS
Nas Escrituras Sagradas Deus é chamado por vários nomes e cognomes (títulos), que seguem alistados na ordem decrescente do número de ocorrências:
Deus O judaísmo apresentava uma visão estritamente monoteísta da divindade. As afirmações a respeito que aparecem no Antigo Testamento não podem ser mais explícitas. Antes e depois dele não houve nem haverá outros deuses (Is 43:10-11). Tudo criou sem ajuda nem presença de ninguém (Is 44:24; 45,12). É o primeiro e o último (Is 44:6), clemente e misericordioso (Sl 111:4), o que cuida dos oprimidos (Sl 113:7), o que cura todas as dores e perdoa todas as iniqüidades (Sl 103:3).
Foi ele quem entregou a Torá a Moisés no Sinai (Êx 19:20) e que estabeleceu uma Aliança Eterna com Israel como povo seu. Ele que falou através dos profetas, ele que não pode ser representado por nenhum tipo de imagem, desenho ou pintura (Ex 20:4ss.) etc.
Deste Deus se esperava que enviaria seu messias e que no final dos tempos ressuscitaria os justos e injustos, proporcionando recompensa eterna aos primeiros e castigo vergonhoso e consciente aos segundos (Dn 12:2).
Nos evangelhos encontramos uma aceitação de todas essas afirmações. Deus é único (Mc 12:29ss.), é o Deus dos patriarcas (Mt 22:32), é o único que pode receber culto e serviço (Mt 6:24; Lc 4:8). Para ele tudo é possível (Mt 19:26; Lc 1:37). Ainda que faça brilhar o sol sobre justos e injustos (Mt 5:45), só é Pai daqueles que recebem Jesus (Jo 1:12). Essa relação de paternidade entre Deus e os seguidores de Jesus explica por que ele é tratado como Pai (Mt 11:25ss.; Mc 14:36; Lc 23:34.46; Jo 11:41; 17, 1.5.11). A ele se deve dirigir no oculto do coração e sem usar contínuas repetições como os pagãos (Mt 6:4. 18) e nele se deve confiar sem sombra de dúvida (Mt 6:26-32; 10,29-31; Lc 15). E podemos então chegar a conhecê-lo porque se nos revelou em Jesus (Jo 1:18).
Esse monoteísmo com o qual Deus é contemplado no Novo Testamento encontra-se, não obstante, selecionado através da fé na Trindade, que afirma uma pluralidade de pessoas no âmago da única divindade. Existem precedentes da crença na divindade do messias no judaísmo, assim como da atuação de Deus em várias pessoas. De fato, o judeu-cristianismo posterior — tal como registra o Talmude — apenas se referiu a elas para defender sua essência judaica. Assim, no Antigo Testamento, atribui-se ao Messias o título divino de El-Guibor (Is 9:5-6); Deus se expressa em termos plurais (Gn 1:26-27; Is 6:8); o malak YHVH ou o anjo de YHVH não é senão o próprio YHVH (Jz 13:20-22) etc, expressões que foram interpretadas como sinais da revelação da Trindade.
Nos evangelhos encontramos de fato afirmações nesse sentido que não podem ser consideradas equívocas. Por exemplo: Jesus é denominado Deus (Jo 1:1; 20-28 etc.); afirma-se que o Filho de Deus é igual a Deus (Jo 5:18); ressalta-se que era adorado pelos primeiros cristãos (Mt 28:19-20 etc.), recebe a designação de “Verbo”, termo procedente dos targuns aramaicos para referir-se ao próprio YHVH (Jo 1:1) etc.
Tem-se discutido se todos esses enfoques procedem realmente do próprio Jesus ou se, ao contrário, devem ser atribuídos à comunidade primitiva. Também se questiona o seu caráter judaico.
Atualmente, sabemos que esses pontos de vista não se originaram do helenismo, mas do judaísmo contemporâneo de Jesus (m. Hengel, A. Segal, C. Vidal Manzanares etc.). A característica que difere o cristianismo das outras doutrinas é afirmar essa hipóstase do Deus único, encarnado em Jesus. A este também retrocede todas as interpretações sobre sua pessoa. Para essa interpretação, defendem-se passagens de indiscutível autenticidade histórica, como a de Lc 10:21-22, assim como as de auto-identificação que Jesus atribui a si, como a Jokmah hipostática dos Provérbios (Lc 7:35; 11,49-51) e como o “Kyrios” (Senhor) do Antigo Testamento (Lc 12:35-38; 12,43ss.). Essas passagens de fato fazem parte da fonte Q, o que indica sua antigüidade.
m. Hengel, El Hijo de Dios, Salamanca 1978; A. Segal, Paul, The Convert, New Haven e Londres 1990; m. Gilbert - J. N. Aletti, La Sabiduría y Jesucristo, Estella; C. Vidal Manzanares, El primer Evangelio...; Idem, El judeo-cristianismo palestino...
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Etimológico
Do latim deus, daus, que significa “ser supremo” ou “entidade superior”.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Quem é quem na Bíblia?
Introdução
(O leitor deve consultar também os seguintes verbetes: Cristo, Espírito Santo, Jesus, Senhor.) O Deus da Bíblia revela-se em sua criação e, acima de tudo, por meio de sua Palavra, as Escrituras Sagradas. De fato, a Bíblia pode ser definida como “a autorevelação de Deus ao seu povo”. É importante lembrar que as Escrituras mostram que o conhecimento que podemos ter de Deus é limitado e finito, enquanto o Senhor é infinito, puro e um Espírito vivo e pessoal, ao qual ninguém jamais viu. Freqüentemente a Bíblia usa antropomorfismos (palavras e ideias extraídas da experiência das atividades humanas, emoções, etc.) numa tentativa de nos ajudar a entender melhor Deus. Esse recurso pode ser realmente muito útil, embora o uso de descrições e termos normalmente aplicados aos seres humanos para referir-se ao Senhor eterno e infinito sempre deixe algo a desejar. Alguém já disse que “conhecer a Deus”, até o limite de que somos capazes por meio de sua Palavra, é o cerne da fé bíblica. De acordo com as Escrituras, todas as pessoas, durante toda a história, estão de alguma maneira relacionadas com o Senhor, seja numa atitude de rebelião e incredulidade, seja de fé e submissão.
Homens e mulheres existem na Terra graças ao poder criador e sustentador de Deus; a Bíblia ensina que um dia todos estarão face a face com o Senhor, para o julgamento no final dos tempos. A natureza de Deus e seus atributos são, portanto, discutidos de diversas maneiras nas Escrituras Sagradas, de modo que Ele será mais bem conhecido por meio da forma como se relaciona com as pessoas. Por exemplo, aprende-se muito sobre Deus quando age no transcurso da história, em prol do sustento e da defesa de seu povo, e leva juízo sobre os que pecam ou vivem em rebelião contra Ele. Muito sabemos sobre o Senhor por meio dos nomes aplicados a Ele na Bíblia e quando sua criação é examinada e discutida. Acima de tudo, aprendemos de Deus quando estudamos sobre Jesus, o “Emanuel” (Deus conosco).
As seções seguintes proporcionam apenas um resumo do que a Bíblia revela sobre Deus. Uma vida inteira de estudo, fé e compromisso com o Senhor, por intermédio de Cristo, ainda deixaria o crente ansioso por mais, especialmente pelo retorno de Jesus, pois concordamos com a declaração do apóstolo Paulo: “Agora conheço em parte; então conhecerei como também sou conhecido” (1Co 13:12).
A existência do único Deus
A Bíblia subentende a existência de Deus. Não há discussão alguma sobre isso em suas páginas, pois trata-se de um livro onde o Senhor revela a si mesmo. Somente o “tolo”, a pessoa maligna e corrupta, diz “no seu coração: Não há Deus” (Sl 14:1-53.1; veja O tolo e o sábio). A existência de Deus é freqüentemente afirmada nos contextos que advertem contra a idolatria. Sempre é dada uma ênfase especial ao fato de que somente o Senhor é Deus e não existe nenhum outro. Deuteronômio 6:4 declara: “Ouve, ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor”. Deuteronômio 32:39 diz: “Vede agora que Eu sou, Eu somente, e não há outro Deus além de mim. Eu causo a morte, e restituo a vida; eu firo, e eu saro, e não há quem possa livrar das minhas mãos”. Por essa razão, a idolatria é considerada um grande pecado (cf. 1 Co 8.4). Envolver-se com ela é viver e acreditar na mentira, numa rejeição direta da revelação do único Deus verdadeiro. Esperava-se que o povo de Israel testemunhasse para as nações ao redor que existia apenas um único Senhor e que não havia nenhum outro deus. Isso seria visto especialmente no poder de Deus para proporcionar a eles os meios para vencerem as batalhas contra inimigos mais fortes, no tempo de paz, na extensão das fronteiras (contra o poder de outros assim chamados deuses) e em sua justiça e juízo sobre todos os que se desviavam dele, ou rejeitavam seus caminhos ou seu povo. As nações ao redor precisavam aprender com Israel que os seus deuses eram falsos e que na verdade adoravam demônios (1Co 10:20).
Os escritores dos Salmos e os profetas também proclamaram que somente o Senhor é Deus e que Ele pré-existe e auto-subsiste. O Salmo 90:2 diz: “Antes que os montes nascessem, ou que formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus”. Em Isaías, lemos: “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is 44:6). “Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheças” (Is 45:5; veja também 45.21; etc.). Jeremias disse: “Mas o Senhor Deus é o verdadeiro Deus; ele mesmo é o Deus vivo, o Rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr 10:10).
No Novo Testamento, novamente a autoexistência eterna de Deus é subentendida: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:14). Paulo argumentou em sua pregação para os atenienses: “Pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos” (At 17:28). O apóstolo fez um apelo aos habitantes de Listra, a fim de que reconhecessem a existência do único Deus verdadeiro, pois “não deixou de dar testemunho de si mesmo. Ele mostrou misericórdia, dando-vos chuvas dos céus, e colheita em sua própria estação, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14:17). Em Romanos 1:19-20, há o pressuposto de que mesmo os que são maus e rejeitam a Deus podem ser considerados em débito, “visto que o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Pois os atributos invisíveis de Deus, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que foram criadas, de modo que eles são inescusáveis”.
Como em João 1, mencionado anteriormente, é no Novo Testamento que aprendemos sobre Jesus e começamos a entender mais sobre o próprio Deus, sua preexistência e sua auto-existência. Colossenses 1:17 descreve a preexistência de Cristo como “a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15). Tanto Deus, o Pai, como Jesus são considerados eternos em sua existência: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1:8-11.15, 17; 2 Pe 3.8). Hebreus 13:8 também fala de Jesus: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente”.
O Deus criador
A autoexistência de Deus, bem como sua eternidade, também são sinalizadas na criação, a qual Ele fez do “ex nihilo” (a partir do nada; veja Gn 1; Rm 4:17; Hb 11:3). A Bíblia não admite a ideia do nada existindo lado a lado com o Senhor através da eternidade. Não há ensino, por exemplo, de que a matéria sempre existiu, ou que o mal sempre permaneceu como uma alternativa ao lado de Deus. O Todo-poderoso sempre existiu e sempre existirá; Ele é o Criador. O que existe traz outras coisas à existência. O racionalismo pode argumentar que, se algo existe, deve ter o poder da auto-existência dentro de si. A Bíblia mostra que o ser que auto-existe é Deus e somente Ele é o Senhor. Porque Deus existe, a vida veio à existência e surgiu a criação. No Senhor há vida e luz. Somente Ele tem a vida em si mesmo e habita na luz e na glória eternamente.
O ato de Deus na criação é descrito em muitos lugares da Bíblia. De maneira notável, Gênesis 1:2 descrevem a Palavra de Deus que traz tudo o que conhecemos à existência. Esses capítulos demonstram claramente que o Senhor já existia antes da criação e foi por meio de sua palavra e seu poder que o mundo veio à existência. Também revelam que Deus não iniciou simplesmente o processo e o concluiu, ou ainda não o concluiu, com o que conhecemos neste mundo hoje. Ele interferiu ativamente, várias vezes, para criar a luz, o sol, a lua, a água, a vegetação, os peixes, os mamíferos, os pássaros e a humanidade. Em Gênesis 1, essa obra ativa de Deus durante todo o período da criação pode ser notada nas duas frases: “E disse Deus: Haja...” e “E viu Deus que isso era bom”. Em Gênesis 2, a obra e as palavras do “Senhor Deus” são mencionadas repetidamente. O Salmo 33:4-9 personaliza a “palavra de Deus” como a que criou e “é reta e verdadeira; todas as suas obras são fiéis... Pela palavra do Senhor foram feitos os céus... Tema toda a terra ao Senhor... Pois ele falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu”. Jeremias afirma: “Pois ele (o Senhor) é o criador de todas as coisas, e Israel é a tribo da sua herança; Senhor dos Exércitos é o seu nome” (Jr 10:16-51.19; veja também Jó 26:7; Sl 102:25-104.24; Ne 9:6; etc.).
No NT, o escritor da carta aos Hebreus lembra os crentes que “pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus, de maneira que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11:3). Louvor e adoração são devidos a Deus, o Pai, e a Jesus, a Palavra de Deus, pela criação e pelo seu contínuo sustento de todas as coisas criadas. Desde que a criação deriva sua vida e existência do próprio Deus, se o Senhor não a sustentasse, ela deixaria de existir (Ap 4:11; Jo 1:1-3; 1 Co 8.6; Cl 1:16-17; Hb 1:2-2 Pe 3.5; etc.).
Essa obra da criação, a qual necessita do poder sustentador do Senhor, proporciona a evidência da soberania e do poder de Deus sobre todas as coisas. Ele está presente em todos os lugares, a fim de sustentar e vigiar sua criação, realizar sua justiça, amor e misericórdia, trazer à existência e destruir, de acordo com sua vontade e seus propósitos. A doxologia de Romanos 1:1-36 oferece a resposta adequada do crente na presença do Deus criador, sustentador e que existe por si: “Porque dele e por ele e para ele são todas as coisas. Glória, pois, a ele eternamente. Amém” (v.36).
O Deus pessoal
O Criador do Universo e de todas as coisas, que sustém o mundo e todas as pessoas, revela-se a si mesmo como um “Deus pessoal”. A palavra “pessoal” não é aplicada a Ele em nenhum outro lugar da Bíblia e é difícil nossas mentes finitas assimilarem o que essa expressão “pessoal” significa, ao referir-se ao Senhor. Ainda assim, é dessa maneira que Ele é consistentemente revelado. Deus é um ser auto-existente e autoconsciente. Qualidades que indicam um ser pessoal podem ser atribuídas a Deus. Ele é apresentado como possuidor de liberdade, vontade e propósitos. Quando colocamos esses fatores na forma negativa, o Senhor nunca é descrito nas Escrituras da maneira que as pessoas o apresentam hoje, como uma energia ou uma força sempre presente. Deus revela a si mesmo como um ser pessoal no relacionamento entre Pai, Filho e Espírito Santo (veja mais sobre a Trindade neste próprio verbete) e em seu desejo de que seu povo tenha um relacionamento real com o “Deus vivo”. Sua “personalidade”, é claro, é Espírito e, portanto, não está limitada da mesma maneira que a humana. Porque é pessoal, entretanto, seu povo pode experimentar um relacionamento genuíno e pessoal com Ele. Deus, por ser bom, “ama” seu povo e “fala” com ele. O Senhor dirige os seus e cuida deles. O Salmo 147:10-11 dá alguns sentimentos de Deus, como um ser pessoal: “Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz na agilidade do homem. O Senhor se agrada dos que o temem, e dos que esperam no seu constante amor” (veja também Sl 94:9-10). Efésios 1:9-11 mostra como a vontade e os propósitos de Deus são especialmente colocados à disposição dos que Ele “escolheu”, aos quais ele “ama”. O Senhor é aquele que conhece seu povo (1Co 8:3) e pode ser chamado de “Pai” pelos que vivem por ele (v.6). A revelação de Deus em Jesus novamente mostra como Ele é um Deus “pessoal”, tanto no relacionamento de Cristo e do Pai (como o Filho faz a vontade do Pai e fala as suas palavras), como na maneira pela qual o Pai mostrou seu amor pelo mundo, quando deu “o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16-14:15-31; 15.9,10; etc.).
O Deus providencial
Já que Deus é eterno, auto-existente e o Criador do Universo, não é de admirar que um dos temas mais freqüentes na Bíblia refira-se à soberana providência do Senhor. Deus é visto como o rei do Universo, o que fala e tudo acontece, que julga e as pessoas morrem, que mostra seu amor e traz salvação. Ele é o Senhor (veja Senhor) que controla o mundo e exige obediência. Busca os que farão parte de seu povo. É neste cuidado providencial por seu mundo e seu povo que mais freqüentemente descobrimos na Bíblia os grandes atributos divinos de sabedoria, justiça e bondade. Aqui vemos também sua verdade e seu poder. As Escrituras declaram que Deus tem o controle total sobre tudo, ou seja, sobre as pessoas, os governos, etc. Ele é chamado de Rei, pois estabelece reinos sobre a Terra e destrói-os, de acordo com seu desejo. Sua soberania é tão grande, bem como sua providência, em garantir que sua vontade seja realizada, que mesmo o mal pode ser revertido e usado pelo Senhor, para realizar seus bons propósitos.
Os escritores da Bíblia demonstram com convicção que Deus governa sobre toda a criação; assim, os conceitos do destino e do acaso são banidos. À guisa de exemplo, uma boa colheita não acontece por acaso, mas é providenciada pelo Senhor. É Deus quem promete: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). Por outro lado, o Senhor mantém tal controle sobre a criação que pode suspender a colheita dos que vivem no pecado ou se rebelam contra Ele (Is 5:10). Nos dias do rei Acabe, de Israel, Deus suspendeu a chuva e o orvalho, por meio de “sua palavra”, como castigo sobre o monarca e o povo (1Rs 17:1). A fome foi extremamente severa, mas a providência particular e amorosa do Senhor por seu povo fez com que suprisse as necessidades do profeta Elias de maneira miraculosa (1Rs 17:18).
A Bíblia preocupa-se muito em mostrar a providência de Deus, que pode ser vista no seu relacionamento com seu povo (veja 2 Cr 16.9). Paulo fala sobre isso quando diz: “Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8:28). Aqui vemos que não somente o cuidado soberano do Senhor sempre é feito segundo a sua vontade e seu propósito, mas também que esse desejo preocupa-se especialmente com seu povo, mediante o cuidado e a proteção. O poder de Deus é tão grande que em “todas as coisas” Ele trabalha para atingir seus fins. Tal entendimento da providência do Senhor leva à conclusão inevitável de que mesmo o que começou por meio do mal, ou emanado de nossos próprios desejos pecaminosos, pode ser revertido por Deus, enquanto Ele trabalha incessantemente para completar e realizar sua vontade. Essa fé e confiança no cuidado providencial do Senhor não eram conceitos novos nos dias de Paulo. Quando José foi capturado por seus irmãos e vendido como escravo para o Egito, não foi o acaso que finalmente o levou a ser governador egípcio, num momento em que o povo de Deus precisava ser preservado da fome terrível. Tudo foi parte da vontade do Senhor. Posteriormente, ao discutir o assunto com seus irmãos amedrontados, José disse: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim, porém Deus o tornou em bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida” (Gn 50:20). O cuidado providencial de Deus por Jó, quando Satanás desejava atacá-lo e destruí-lo, também é uma prova do poder soberano do Senhor, mesmo sobre o mundo dos espíritos, inclusive Satanás (Jó 1:2). Deus até mesmo controlou as ações do rei da Pérsia em favor de seu povo (Is 44:28-45:1-7).
Em nenhum outro contexto o cuidado providencial de Deus pode ser visto com tanta clareza como na provisão da salvação para o seu povo, por meio da morte expiatória de Jesus Cristo. A ação mais perversa de Satanás e o mais terrível de todos os pecados cometidos pelos seres humanos levaram à crucificação do Filho de Deus. Isso, porém, fora determinado pela vontade de Deus, e Ele reverteu aquele ato terrível para proporcionar expiação a todo aquele que se voltar para o Senhor (At 2:23-24). Esse desejo de Deus foi realizado “segundo as Escrituras”. Certamente o Senhor freqüentemente é visto agindo de maneira providencial e com poder soberano, de acordo com sua Palavra (Rm 5:6-1 Co 15.3; 2 Co 5.15).
A providência do Senhor também é vista na maneira como chama as pessoas para si. Toda a Trindade está envolvida nesta obra de atrair e cuidar do povo de Deus (Jo 17:11-12, 24; Ef 1:3-14; Cl 1:12-14; etc.). A reflexão sobre a soberania do Senhor sobre tudo, seu poder total de realizar o que sua vontade determina, sua providência na natureza, na humanidade de modo geral e especialmente em relações aos redimidos, nos leva novamente a louvá-lo e bendizê-lo (Sl 13:9-13-16; 145.1, 13 16:1 Pe 5.7; Sl 103).
O Deus justo
A Bíblia mostra-nos um Senhor “justo”. Isso faz parte de sua natureza e tem que ver com sua verdade, justiça e bondade. Em termos práticos, o reconhecimento da justiça de Deus nas Escrituras permite que as pessoas confiem em que sua vontade é justa e boa e podem confiar nele para tomar a decisão ou a ação mais justa. Ele é justo como Juiz do mundo e também na demonstração de sua misericórdia. Mais do que isso, sua vontade eterna é inteiramente justa, íntegra e boa. É uma alegria para homens e mulheres pecadores saberem que podem voltar-se para um Deus justo e receber misericórdia. É motivo de temor para os que se rebelam que o justo Juiz julgará e condenará.
O povo de Deus (“o povo justo”, formado pelos que foram perdoados por Deus) freqüentemente apela para sua justiça. Por exemplo, o salmista orou, para pedir misericórdia ao Senhor, quando parecia que as pessoas más prevaleciam. Achou estranho que os perversos prosperassem quando o “justo” padecia tanto sofrimento. Portanto, apelou para a justiça de Deus, para uma resposta ao seu dilema: “Tenha fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo. Pois tu, ó justo Deus, sondas as mentes e os corações” (Sl 7:9-11). “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha retidão. Na angústia dá-me alívio; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4:1-129.4; 2 Ts 1.6). É mediante sua justiça que Deus mostra misericórdia ao seu povo (Sl 116:4-6; 37.39).
Por vezes, entretanto, o povo de Deus tentou questionar o Senhor, quando parecia que Ele não os ajudava, ou estava do lado de outras nações. A resposta de Deus era que, se o Senhor lhes parecia injusto, é porque eles haviam-se entregado à incredulidade e ao pecado. As ações do Senhor são sempre justas, mesmo quando resultam em juízo sobre seu próprio povo. Veja, por exemplo, Ezequiel 18:25 (também v. 29): “Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi agora, ó casa de Israel: Não é o meu caminho justo? Não são os vossos caminhos injustos?”.
Deus pode ser visto como justo em tudo o que faz. Isso se reflete em sua Lei, a qual é repetidamente definida como “justa” (Sl 119; Rm 7:12). Deuteronômio 32:4 resume a justiça do Senhor desta maneira: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, e todos os seus caminhos são justiça. Deus é a verdade, e não há nele injustiça. Ele é justo e reto”.
Enquanto o povo de Deus ora, vê a justiça divina em seus atos de misericórdia e socorro para com eles e em seu juízo sobre os inimigos; assim, reconhecem que a justiça do Senhor permite que Ele traga disciplina sobre eles, quando pecam. Em II Crônicas 12, o rei Roboão e os líderes de Israel finalmente foram obrigados a admitir que, por causa do pecado e da rebelião deles contra Deus, Faraó Sisaque teve permissão para atacar Judá e chegar até Jerusalém. Deus os poupou da destruição somente quando se humilharam e reconheceram: “O Senhor é justo” (v. 6). Na época do exílio babilônico, os líderes tornaram-se particularmente conscientes deste aspecto da justiça de Deus. Daniel expressou dessa maneira: “Por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós, porque justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; contudo, não obedecemos à sua voz” (Dn 9:14; veja também Ed 9:15).
Os profetas olhavam adiante para ver a revelação da justiça de Deus no futuro reino do Messias: “Vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo, um rei que reinará e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5; Is 9:7-11.4; etc. veja Lc 1:75; At 22:14). Paulo falou sobre a obra de Cristo em termos da revelação da justiça de Deus. Na morte de Jesus, pode-se ver o juízo do Senhor sobre o pecado e a manifestação de seu amor e misericórdia sobre os que são perdoados. Deus não comprometeu nem sua justiça que exige a morte pelo pecado, nem sua aliança de amor para com o seu povo, que promete perdão e misericórdia. Desta maneira, o Senhor permanece justo e íntegro na salvação (Rm 1:17-2.5,6; 3.5, 20-26; etc.).
Ao falar sobre os últimos dias e o retorno de Cristo, quando Deus vindicará seu nome diante de todo o mundo, inclusive os ímpios, será sua justiça que uma vez mais será notada e levará seu povo, que está ansioso por essa revelação, a louvá-lo (Ap 15:3-16.7).
O Deus amoroso
É justo que haja uma seção separada sobre este atributo, o mais maravilhoso do Senhor da Bíblia, ainda que tradicionalmente o amor de Deus seja visto como um aspecto de sua “bondade”. Várias vezes as Escrituras dizem que o Senhor “ama” ou mostra “amor” à sua criação, especialmente para o seu povo. É parte da natureza de Deus, pois ele é “bom” e é “amor”. O Senhor faz o que é bom (2Sm 10:12-1 Cr 19.13; Sl 119:68), porém, mais do que isso, ele é bom. Em outras palavras, a bondade é tão parte dele e de seu ser que o salmista disse: “Pois o teu nome é bom” (Sl 52:9-54.6; este vocábulo “nome” refere-se a todo o caráter do próprio Deus). Jesus disse: “Ninguém há bom, senão um, que é Deus” (Lc 18:19). Assim, se alguém deseja saber o que significa bondade e amor, deve olhar para o Senhor. I João 4:8-16 diz: “ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor... E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor. Quem está em amor está em Deus, e Deus nele”.
Deus é a fonte da bondade. Tiago 1:17 diz: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação”. O texto não só mostra que o Senhor é a fonte daquilo que é bom, como ensina que Deus é sempre bom. Não existe um lado “sombrio” no Senhor, nenhuma base para a visão oriental de que o bem e o mal existem lado a lado, e juntos formam algo chamado “deus”.
A bondade de Deus, tão freqüentemente chamada de seu “amor”, é vista de muitas maneiras neste mundo. É evidente que no universo é algo generalizado, ou na manutenção da própria vida, da justiça, da ordem na criação, ou mesmo na provisão da luz do Sol e da chuva, do tempo de semear e de colher (Sl 33:5; Mt 5:45; At 17:25). Sua bondade, entretanto, é mais evidente em seu amor e fidelidade para com seu povo, a quem Ele protege, cuida e livra do juízo. Seu amor fiel por seu povo às vezes é chamado de “aliança de amor” ou “amor fiel”, pois Deus prometeu amar seu povo para sempre. Os israelitas repetidamente louvavam ao Senhor por seu amor eterno, extraordinário e não merecido, demonstrado através de toda a história de Israel (1Cr 16:34-2 Cr 5.13 7:3; Ed 3:11; Sl 118:1-29; Jr 33:11). É digno de nota como os vocábulos “bom” e “amor” aparecem juntos de maneira tão frequente, quando aplicados a Deus.
Os que buscam a Deus experimentam sua bondade e amor, pois encontram sua salvação (Lm 3:25). O seu povo o louva acima de tudo pelo amor demonstrado em sua misericórdia e perdão dos pecados. Foi para a bondade do Senhor que o rei Ezequias apelou, quando pediu perdão pelo povo de Israel, que adorava a Deus sem ter passado pelo ritual da purificação. “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: O Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispôs o coração para buscar o Senhor...” (2Cr 30:18; Nm 14:19). O próprio Deus, ao falar por meio do profeta Oséias, adverte, a respeito da contínua rebelião do povo: “eu não tornarei mais a compadecer-me da casa de Israel, mas tudo lhe tirarei” (Os 1:6).
A salvação de Deus para seu povo é sua mais profunda e fantástica demonstração de bondade e amor. Jesus foi oferecido pelo Pai como sacrifício pelo pecado de todo o que crê. Talvez o mais famoso versículo da Bíblia, João 3:16, expresse o sentimento desse dom de Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. O dom é ainda mais extraordinário, pois “Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8; Tt 3:4-1Jo 3:16). O povo de Deus sabe que não merece este sacrifício. A natureza do amor divino, dado a pessoas que não são merecedoras, freqüentemente é expressa por meio do vocábulo “graça”.
O amor de Deus também é visto por seu povo na maneira como Ele dá o seu Espírito Santo, de tal forma que todos possam conhecê-lo e responder-lhe em amor (Rm 5:5). Eles também experimentam o amor divino em seu cuidado providencial. Isso pode significar que o amor será em forma de disciplina (Ap 3:19), mas também representa o fato de que “todas as coisas” cooperam para o bem do povo de Deus, dos que são chamados segundo o seu propósito. Nada poderá separá-los do amor de Deus e de Cristo (Rm 8:28-35, 39; veja a seção anterior “O Deus providencial”). Ao meditar sobre sua graça a favor de todos, para os levar à salvação, eles o louvam pela maneira como os escolheu e os predestinou para serem filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade (Ef 1:4-6; 1 Jo 3:1). Essa grande obra de salvação é feita “segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo” (v. 9).
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2:4-5). O problema é como uma mente humana pode assimilar a profundidade desse amor, pois “excede todo o entendimento” (Ef 3:18-19).
O Deus salvador
O amor de Deus é visto proeminentemente em sua salvação por meio de Jesus (“Jesus” significa “o Senhor salva”; veja Jesus). O Senhor é corretamente descrito como “Deus salvador”. A Bíblia ensina que toda a humanidade é pecadora e necessita de redenção, que só é efetivada pela ação salvadora de Deus. O AT refere-se ao Senhor como “Libertador”, “Redentor” e “Salvador”, tanto da nação como dos indivíduos. Ambos necessitam de perdão, se não querem receber juízo. Uma lição necessária à compreensão de todas as pessoas é que somente Deus é Todo-poderoso, soberano e justo; portanto, o único que pode salvar: “E não há outro Deus senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim” (Is 45:21-43.11). Às vezes, o povo de Israel voltava-se para outras nações em busca de proteção e salvação; essa atitude, entretanto, invariavelmente falhava, ao passo que o Senhor ensinava que somente Ele era o Salvador (Dt 32:15-24; 1 Cr 16:34-36; Is 17:10).
A promessa que Deus faz ao seu povo é que “quando clamarem ao Senhor, por causa dos opressores, ele lhes enviará um salvador e um defender, que os livrará” (Is 19:20-43.3; 45.15). Os homens e mulheres fiéis, mencionados no AT, todos conheceram a atividade salvadora e libertadora de Deus, tanto nas batalhas como no perdão dos pecados. O êxodo do Egito tornou-se o grande evento na história de Israel, que ofereceu às gerações futuras um memorial e uma ilustração da salvação e redenção operadas pelo Senhor. Deus redimiu seu povo do Egito porque o amava: “Mas porque o Senhor vos amava, e para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão forte, e vos resgatou da casa da servidão, da mão de Faraó, rei do Egito” (Dt 7:8).
Aquele acontecimento histórico proporcionou às gerações futuras uma evidência de que Deus tem o poder para salvar e libertar; essa verdade tornou-se a base em que podiam apelar para o Senhor salvá-los e livrá-los novamente em outras situações adversas (Êx 6:6; Dt 9:26; Sl 106:10). A libertação do Egito, porém, proporcionou também uma advertência, que mostra os acontecimentos no deserto para os que “esqueceram seu Deus”: “Pondo-os ele à morte, então o procuravam; voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor” (Sl 78:34-35; veja também 1 Cr 10:1-12). O próprio Deus mostrou a sua obra salvadora, ao levá-los do Egito para Canaã, e esperava fidelidade e serviço do seu povo redimido (Dt 13:5-15.15; 24.18; Os 13:4).
Assim como precisavam de uma redenção física e libertação, os israelitas necessitavam também de perdão dos pecados; nisto também o Senhor provou ser o Salvador e Redentor do seu povo. Louvavam o seu nome pelo seu perdão e sabiam que podiam submeter-se à justiça de Deus e que Ele os salvaria (Dt 21:8; Sl 31:5-34.22; 44.26; Is 54:5-59.20).
Os profetas olhavam para o futuro, para o dia em que um Salvador e Redentor viria para o povo de Deus: “O Redentor virá a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor” (Is 59:20). Isaías olhava adiante, para o dia do advento do Messias, quando o povo o louvaria: “Graças te dou, ó Senhor. Ainda que te iraste contra mim, a tua ira se retirou, e tu me consolaste. Certamente Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei. O Senhor Deus é a minha força e o meu cântico; ele se tornou a minha salvação. Vós com alegria tirareis águas das fontes da salvação” (Is 12:1-3; veja Jr 23:6; Zc 9:9).
Jesus foi o cumprimento de tais promessas. Ele era o Deus Salvador que veio à Terra para salvar e redimir. Quando seu nascimento foi anunciado, sua atividade salvadora e redentora imediatamente dominou as palavras dos anjos, de Zacarias e de Maria. As profecias concernentes à salvação do povo de Deus, com o advento do rei da linhagem de Davi, são anexadas às promessas do perdão de pecados e salvação do juízo de Deus. Toda a “história da salvação”, como alguns a têm chamado, chega ao seu grande clímax com o advento daquele que seria chamado de “Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1:21; Lc 1:46-47, 68-75; 2.11, 30-32, 38; etc.).
O Deus salvador é revelado plenamente em Jesus. Nele, e em ninguém mais, há salvação (Lc 3:6-19.9,10; At 4:12; Hb 2:10). De fato, os vocábulos “salvar” e “salvação” referem-se a toda a obra salvadora de Cristo, desde sua encarnação, morte e ressurreição, até sua glorificação. Sua obra salvadora é considerada como um acontecimento realizado em três tempos: passado (na cruz, quando os crentes foram “justificados”; Rm 5:1-8.24; Ef 2:8-2 Tm 1.9); presente (com a operação progressiva do Espírito Santo na vida do crente, no processo de santificação, 1 Co 1.18; 2 Co 2,15) e futuro (no dia do julgamento, quando os crentes serão salvos da justa ira de Deus e serão glorificados; Rm 5:9-10).
A meditação sobre quem é o Senhor sempre tem levado à doxologia; assim, Judas 25 expressa o louvor a Deus como Salvador, por meio de Jesus Cristo: “Ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.
O Deus Pai
Conforme já vimos, Deus é bom e é amor; portanto, é também “Pai”. Ele é a fonte de todas as coisas e, nesse sentido, é Pai. É o Pai da criação de Israel — o povo da sua aliança e dos cristãos. Acima de tudo, ele é o Pai de seu único Filho Jesus Cristo. Numa época em que muitas vezes se pergunta se o Senhor realmente deveria ser chamado de “Pai”, pois isso pode parecer uma postura “machista”, é importante notar novamente que Deus é Espírito. Portanto, é totalmente errado descrevê-lo como masculino ou feminino. De fato, lemos sobre o Pai como o Deus “que te gerou” (Dt 32:18) — o que dificilmente seria considerada como uma ação masculina! A paternidade humana deriva de Deus e não vice-versa. Chamar Deus de “Pai” sem dúvida é correto do ponto de vista bíblico e, devidamente entendido, tem muito a dizer para corrigir os muitos abusos que são presenciados atualmente, cometidos pelos pais humanos.
Primeiro, Deus é ocasionalmente referido, num sentido genérico, como Pai de todas as pessoas, pois elas são geradas por Ele (Ml 2:10; At 17:28-29; Hb 12:9). Segundo, a paternidade de Deus sobre Israel é mencionada ou subentendida. Como Pai, o Senhor tem o direito de ser obedecido. Deuteronômio 3:2-6 dá alguma indicação desse relacionamento: “Corromperam-se conta ele; já não são seus filhos, e isso é a sua mancha, geração perversa e depravada é. É assim que recompensas ao Senhor, povo louco e ignorante? Não é ele teu Pai, que te adquiriu, que te fez e te estabeleceu?” É o relacionamento pactual com seu povo que está especialmente em destaque aqui. O Senhor toma (cria) Israel, ao fazer dele o seu povo peculiar e ao adotá-lo amorosamente como pai, na esperança de receber de volta amor e obediência (Ml 1:6). Deus adverte Israel de que será rejeitado, se porventura desprezar seu Pai (v. 18). Assim, Israel é o seu “filho primogênito” e, se obedecer, receberá a proteção do Senhor. Por exemplo, Deus exige de Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito. Deixa ir o meu filho” (Êx 4:22-23; Os 11:1).
O fato de Deus apresentar-se como Pai de Israel significa que tem o direito de esperar em resposta uma sincera comunhão com o filho. Lamentavelmente, na maior parte do tempo, encontrou um povo rebelde. Deus diz em Isaías 1:2: “Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim”. Tanto este profeta como Jeremias, entretanto, olham para o futuro, para um tempo em que o Senhor será o Pai de um filho que corresponde. Deus então mostrará a Israel seu cuidado e seu amor: “Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho reto em que não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito” (Jr 31:9). Um filho humilde admitirá que o Pai tem direitos: “Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai. Nós somos o barro, tu és o nosso oleiro; somos todos obra das tuas mãos. Não te enfureças tanto, ó Senhor, nem perpetuamente te lembres da iniqüidade. Olha, nós te pedimos, todos nós somos o teu povo” (Is 64:8-9; veja também 45.10,11; 63.16). Como Pai e Deus da Aliança, quando seu filho chamar, ele responderá: “Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, a rocha da minha salvação... O meu amor lhe manterei para sempre, e a minha aliança lhe será firme” (Sl 89:26-28).
Deus também é o Pai do rei de Israel, de uma maneira especial, pois ele representa o povo. A aliança que o Senhor fez com o rei Davi estabeleceu que Deus seria o “Pai” dos descendentes dele: “Eu serei seu Pai e ele será meu filho”. O salmista destaca esse tema. Por exemplo, o Salmo 2:7 diz: “Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (veja também Sl 89:26-27). Posteriormente, essas passagens sobre o filho assumiram um significado messiânico, quando as pessoas olhavam para o futuro, para o advento do rei ungido da linhagem de Davi. De fato, mais tarde foram aplicadas a Jesus Cristo (At 13:33; Hb 1:5).
Deus é “Pai” unicamente de Jesus, o qual é descrito como “o Filho unigênito de Deus” (veja Jesus). Esta filiação está relacionada ao seu nascimento virginal (Lc 1:35), mas essa não é a única origem. O Pai anuncia claramente a condição de Jesus, em seu batismo: “Então ouviu-se esta voz dos céus: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo” (Mc 1:11). Isso, porém, serviu apenas para confirmar publicamente o que já era verdade. De fato, o NT indica uma comunhão permanente entre o Deus Pai, como “pai”; e o Deus Filho, como “filho”. Esse relacionamento eterno é indicado em João 1:18: “Ninguém nunca viu a Deus, mas o Deus unigênito, que está ao lado do Pai, é quem o revelou”. Em João 17 Jesus dirige-se a Deus como “Pai” e olha para o futuro, quando receberá novamente “a glória que me deste, porque me amaste antes da criação do mundo” (vv. 24,25; 1 Jo 4:9).
O acesso a Deus como “Pai” só é possível por meio de Cristo: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, disse Jesus (Jo 14:6). Isso também aponta o caminho para a filiação a Deus para todos os cristãos.
Deus como Pai de todos os cristãos é o complemento de sua paternidade a ser mencionada aqui. O Senhor é o Pai de todo o que tem fé em Cristo. Parte da plenitude da salvação, aplicada aos crentes pelo Espírito Santo, é a condição de “adoção” de filhos (Rm 8:23; Ef 1:5), mediante a qual podem utilizar o nome mais pessoal de “Aba” (Papai), ao dirigir-se a Deus (Rm 8:14-17; Gl 4:6). É importante notar que em ambos os textos a “filiação” também está intimamente ligada à herança. Assim como Jesus, o Filho, é herdeiro da glória de Deus, Paulo diz que os filhos adotados são “co-herdeiros de Cristo, se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8:17). É possível para todo o que crê em Cristo conhecer o Pai (Gl 3:26), pois Jesus lhes revela (Jo 14:6-9). Cristo mostrou o Pai ao mundo: “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo. Antes, é o Pai que está em mim quem faz as obras” (v.10).
Novamente, a única resposta apropriada por parte do cristão, diante da ideia de ser feito filho de Deus, é o louvor: “Vede quão grande amor nos concedeu o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. E somos mesmo seus filhos! O mundo não nos conhece porque não o conheceu. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos” (1Jo 3:1-2).
Os nomes de Deus
Enquanto nas modernas culturas ocidentais o nome realmente só é usado para distinguir uma pessoa de outra, os registrados na Bíblia são utilizados para representar totalmente a pessoa ou indicar aspectos de seu caráter ou de seu objetivo na vida (veja seção Os nomes e seus significados na 1ntrodução). Em nenhum outro lugar isso pode ser visto mais claramente do que na expressão “nome do Senhor”, que ocorre aproximadamente 100 vezes nas Escrituras. É uma frase que sintetiza o que nunca pode ser totalmente resumido — ou seja, o próprio Deus. O Nome. Quando Gênesis 4:26 diz: “Foi nesse tempo que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”, não quer dizer simplesmente que as pessoas aprenderam a usar o nome “Senhor”. O texto indica que elas começaram a adorar ao Senhor por tudo o que Ele é. Quando a Lei diz: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão, pois o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão” (Êx 20:7), claramente tem em mente mais do que as ocasionais expressões irreverentes (embora, é claro, sua proibição esteja incluída no mandamento). A lei afirma que o próprio Senhor não deve ser considerado com desdém. Não pode ser tratado da mesma maneira que os ídolos pagãos, mencionados no mandamento anterior. Jamais deve ser invocado como um poder mágico ou ser referido numa adoração que não é centralizada exclusivamente nele.
Assim, uma referência ao “Nome” do Senhor leva consigo uma indicação da própria natureza de Deus. Em Êxodo 23:20, o “Nome” de Deus está presente no anjo enviado para liderar o povo de Israel. Também é correto concluir que tal ser trata-se de uma “teofania”, por meio da qual o Senhor de alguma maneira era experimentado ou visto na presença do anjo (veja Teofanias).
Quando a Bíblia fala em “invocar” o nome de Deus, geralmente é num contexto de exortação para se adorar ao Senhor totalmente, em toda a vida e vê-lo como o Deus soberano e transcendente que é: pessoal, amoroso e fiel, que está presente em todas as áreas de seu domínio (2Rs 5:11; Sl 17:7; Jl 2:32; Sf 3:9).
Fazer alguma coisa no “nome do Senhor” é realizar algo no lugar do próprio Deus ou fazer com todo o endosso de sua presença e em obediência à sua ordem. Dessa maneira, os sacerdotes e levitas ministravam “no nome do Senhor” e os profetas falavam “no nome do Senhor”; não que eles alegassem ser Deus, mas isso significava que falavam e operavam com sua total autoridade e poder por trás deles. Até o mesmo o rei Davi lutou “em nome do Senhor” (Dt 18:17-22; 21.5; 1 Sm 17.45; 1 Rs 18.24; etc.). Quando os israelitas desejavam afirmar a presença de Deus com a Arca da Aliança, faziam isso mediante a invocação do “Nome do Senhor dos Exércitos” (2Sm 6:2). Salomão falava em construir um Templo “ao nome do Senhor” (1Rs 8:20). Dessa maneira, o nome é um meio de descrever a plenitude, a transcendência e a presença do próprio Deus.
É interessante notar que no NT o “nome” pertence a Jesus, para lembrar os textos do AT que se referiam a tudo o que Deus é. Se o nome é de Deus e Jesus é chamado pelo “nome”, então tudo o que pertence a Deus está em Jesus e tudo o que Deus é, Cristo também é (compare Joel 2:32 com Atos 2:21; Romanos 10:13). Assim como a autoridade e o poder de Deus são vistos em seu “nome”, o mesmo acontece com Jesus. É “no nome de Jesus” que as pessoas são desafiadas ao arrependimento, batismo e a receber perdão. A fé precisa ser “no nome de Jesus” (At 2:38-3.16; 9.21). É “no nome de Jesus” que os apóstolos curavam e a Igreja orava (At 3:6; Tg 5:14).
Em adição a essa maneira abrangente de referir-se à plenitude de Deus, vários nomes específicos são atribuídos ao Senhor na Bíblia e nos ajudam a entendê-lo melhor. Diferentemente de todos os “nomes”, eles enfatizam aspectos da natureza e do caráter de Deus, a fim de afirmar e enriquecer o que já foi mencionado anteriormente. El, Elohim. Um nome comum usado para o Senhor e geralmente traduzido como “Deus” (Elohim é a forma plural). A raiz deste vocábulo provavelmente significa “poder”. Este termo era utilizado em outras culturas e religiões para descrever uma grande divindade. Na Bíblia, porém, o nome é aplicado ao único Deus — “El Elohe Israel”, [Deus, o Deus de Israel] (Gn 33:20). Nas Escrituras, Ele é o “Deus do céu e da terra” (Gn 24:3); “o Deus de Abraão, Isaque e Jacó”; o “Deus dos hebreus” (Êx 3:18); o “Deus dos deuses”; “Deus da verdade” (Sl 31:5) e, é claro, “Deus da glória” (Sl 29:3).
A forma plural às vezes refere-se a outros deuses, mas também é usada na Bíblia para o único Deus, embora o termo esteja no plural. A forma plural indica a plenitude do Senhor. Ele é totalmente distinto das pessoas criadas, em seu ser (Nm 23:19).
O vocábulo “El” também aparece em formas como “El Shaddai” (Deus Todo-poderoso”; Gn 17:1; Êx 6:3. Para mais detalhes, veja a seção “O Deus de Abraão”, no artigo sobre Abraão); “El Elyom” (Deus Altíssimo; Dt 32:8; Dn 7:18-22; etc.); “El Betel” (Deus de Betel; Gn 35:7); e “El Olam” (Deus Eterno; Gn 21:33; veja também Sl 90:2). Yahweh (o Senhor). O vocábulo Yahweh, que geralmente é traduzido como “Senhor”, em nossas versões da Bíblia em Português, tem sido corretamente chamado de “o nome da aliança de Deus”. Foi por este título que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó escolheu revelar-se a Moisés (Êx 6:3). Sem dúvida, os seguidores fiéis do Senhor já o conheciam por este nome antes da revelação da sarça ardente, mas com Moisés há mais revelações da fidelidade de Yahweh à aliança e de sua comunhão íntima com seu povo. O nome em si é derivado do verbo hebraico “ser”. Moisés imaginou pessoas que lhe perguntariam pelo nome do Deus que lhe apareceu, quando voltasse para seu povo. O Senhor lhe respondeu: “EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3:14; veja v. 15). Yahweh, portanto, significa algo como “Ele é” ou talvez “Ele traz à existência”.
Como o nome revelado de Deus, o título “Yahweh” trazia uma declaração da existência contínua do Senhor e sua presença permanente com seu povo. Foi Ele quem se apresentou a Moisés e ao povo de Israel através das gerações como o Deus da aliança, o que sempre seria fiel às suas promessas em favor de seu povo. Foi sob este nome que o povo da aliança adorou a Deus. No NT, os cristãos entenderam que o Senhor da aliança era Jesus Cristo e, assim, ideias e atributos do AT que pertenciam a Yahweh foram trazidos e aplicados a Jesus. Para uma discussão mais detalhada do grande significado deste nome, veja Senhor. Adonai (Senhor). Com o significado de “Senhor” ou “Mestre”, este termo é aplicado a seres humanos em posição de autoridade. Quando relacionado a Deus, entretanto, geralmente é usado junto com o nome Yahweh. Isso apresenta algumas dificuldades na tradução. Não é fácil ler a frase “O senhor senhor”! Assim, geralmente traduz-se como “Senhor Deus” (2Sm 7:28; Is 28:16-56.8; etc.). Rocha. A fidelidade, a confiabilidade e a graça salvadora do Deus da aliança são ocasionalmente descritas por meio do epíteto “Rocha” (Dt 32:4-15, 18; 2 Sm 22.3, 47; Sl 62:7; Hc 1:12; etc.). Outros nomes. Embora algumas vezes sejam tomados como nomes, muitos outros termos aplicados a Deus são adjetivos. São usados para descrever o Senhor, atribuir louvor ao seu nome e diferenciá-lo dos deuses pagãos. Juízes 6:24 diz que “o Senhor é paz”. Outros textos falam sobre Deus como “o Santo” ou “o Santo de Israel”, a fim de estabelecer um elo no AT entre a sua santidade e a necessidade de que o seu povo seja santo (Jó 6:10; Pv 9:10; Is 12:6). Deus também é conhecido como o “Rei” (veja Rei), o “Senhor Todo-poderoso”, “o Senhor é minha Bandeira”, entre outros. Jeová. Este termo é pouco citado nas modernas versões da Bíblia. Deve, contudo, ser mencionado aqui como um nome que ainda sobrevive em algumas traduções. É suficiente dizer que, em hebraico, o termo YHWH aparece e, na maioria das vezes, é traduzido como SENHOR, em nossas versões, ou colocam-se vogais e assim lê-se Yahweh (o que alguns colaboradores deste volume têm feito). Jeová deriva de uma leitura equivocada de Yahweh. O pano de fundo do problema com o nome “Jeová” é explicado no verbete Senhor.
A Trindade
O cristianismo tradicionalmente argumenta que muitas evidências bíblicas revelam Deus em três pessoas distintas. Para alguns, tal definição do Senhor tem causado sérios problemas. A história da Igreja é permeada pelo surgimento de seitas que não reconheciam Jesus Cristo como Deus ou que se recusavam a aceitar a visão trinitária do Senhor; outras não viam um dos componentes da Trindade como totalmente Deus, ou negavam que houvesse distinções entre as três pessoas. Outros grupos estão totalmente fora do ensino bíblico e entram efetivamente no mundo do triteísmo, uma noção negada explicitamente na Bíblia, como, por exemplo, na oração da “Shema” (Dt 6:4). Embora o termo “trindade” não seja mencionado nas Escrituras, os cristãos sempre creram que somente ele pode fazer justiça à revelação bíblica da “plenitude” de Deus. Começando com o AT, os cristãos apontam indicações que pressagiam um ensino mais detalhado no NT. Muitas passagens conduzem para a pluralidade relacionada com o que é o “único Deus”. Muitos textos sugerem uma identificação do Messias que virá com o próprio Deus. Ele será chamado de Deus Poderoso, governará em completa soberania e será eterno — atributos divinos (Is 9:6-7; Sl 2; etc.). Mas indicações também estão presentes na compreensão da própria criação, no AT. Embora algumas pessoas neguem seu significado, é interessante notar que o Senhor refere-se a si mesmo com o termo plural “elohim” em certas passagens. Em Gênesis 1, é Deus quem cria, por meio de sua Palavra e pelo seu Espírito (Gn 1:1-3). Às vezes essa referência no plural parece ainda mais notável, feita de forma explícita com o uso de verbos e pronomes nas pessoas do plural; por exemplo, “Então disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem...” (Gn 1:26-3.22; 11.7; Is 6:8). Existe também uma personalização da “Palavra de Deus” que criou os céus (Sl 33:6). Algo semelhante ocorre em Provérbios 8, onde a sabedoria do Senhor é personalizada como o próprio Deus que opera no mundo, concede vida e envolve-se com a própria criação (principalmente Pv 8:12-21).
Alguns sugerem que “o anjo do Senhor” também deve ser identificado com Deus e ainda assim é distinto dele (Êx 3:2-6; veja também Anjo do Senhor). Em Isaías 63:1014, o Espírito Santo é identificado como Agente de Deus. Esse tipo de evidência espera por sua interpretação mais completa no NT (veja também Teofanias).
No NT, aspectos da doutrina da Trindade surgem primeiro quando os discípulos e seguidores de Jesus reconhecem as obras e as palavras de Deus nas atitudes de Jesus. Realmente, o problema dos líderes religiosos daquela época foi justamente que algumas das coisas que Cristo fazia e dizia só seriam feitas e ditas por Deus; portanto, eles alegavam que Jesus blasfemava, ao tentar passar por Deus. Por exemplo, Cristo perdoou os pecados do paralítico, algo que os escribas acreditavam que somente Deus era capaz de fazer; portanto, era uma blasfêmia. Jesus então demonstrou sua autoridade divina, ao curar o homem completamente (Mt 9:2-6). João 8 é especialmente esclarecedor sobre essa questão e traz uma série de declarações feitas por Jesus. Sua alegação de pertencer a Deus e ser enviado por Ele (vv. 14, 23), de partir para um lugar desconhecido dos líderes religiosos (v. 14), intimamente combinada com o uso da expressão “Eu Sou” e sua declaração de ter existido antes de Abraão (vv. 24, 28, 58, etc.), tudo isso ocasionou uma acusação de blasfêmia e a tentativa de apedrejamento — a punição para aquela transgressão (v. 59). Jesus aceitou a confissão de Pedro de que Ele era o Cristo (Mc 8:29-30) e alegou ter “todo” poder e autoridade antes de fazer uma das principais declarações trinitárias da Bíblia: “Ide... batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:18).
Em todo o NT, ambos, o Espírito Santo e Jesus, são apresentados como seres divinos. João 1:1-14 fala de Cristo como preexistente. Romanos 9:5 geralmente é destacado por alguns teólogos, mas provavelmente a leitura deveria ser essa: “Cristo, que é Deus sobre todos, seja louvado...” (veja também Cl 2:9; Hb 1:9-10; etc.). O Espírito Santo também é visto como Deus (veja At 5:3-4; Jo 15:26; Mc 3:29-2 Co 3.17; etc.).
São também interessantes as passagens do NT onde os escritores apostólicos aplicam a Jesus o nome de Yahweh do AT (Senhor). Veja, por exemplo, Romanos 1:0-13, onde a confissão da fé em Cristo é provada como confissão de fé em Deus, por uma referência que aponta para o AT e menciona Yahweh. Vários textos merecem um exame cuidadoso, pois trazem o entendimento do AT sobre Yahweh ou aplicam declarações concernentes a Yahweh, no AT, e a Jesus, no NT. Por exemplo, veja João 1:2-41 (cf. Is 6:10); Atos 2:34-36; I Coríntios 1:30-31; 12.3; Filipenses 2:9-11 (cf. Is 45:23), etc.
Em muitas passagens bíblicas, a ideia do Deus trino é no mínimo implícita nos textos do NT, se não explícita. O batismo de Jesus envolveu o Filho, o Pai e o Espírito Santo (Mt 3:13-17). O mencionado em Mateus 28:19 é em nome das três pessoas da Trindade. Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador”. Assim como o Pai enviou Cristo, Ele mandaria o Espírito Santo (Jo 14:15-23). Veja também a obra do Pai, do Filho e do Espírito Santo na vida do crente (Ef 3:14-19).
As Escrituras revelam uma figura de Deus em três pessoas e a isso nós chamamos de “Trindade”. O Pai não é maior do que o Filho e ambos são distintos do Espírito Santo, embora exista um ensino claro tanto no AT como no NT de que Deus é único. Existem três pessoas, mas apenas um Senhor. Tal ensino, quando apresentado em conjunto, implica um modo de existência longe do que nossa mente humana possa entender. É por esta razão que todas as analogias humanas invariavelmente fracassam quando se trata de explicar o que significa a Trindade.
Os cristãos estão convencidos de que negar essa doutrina é renunciar à clara evidência bíblica sobre o próprio Deus. Um escritor resumiu o ensino bíblico dessa maneira: “A doutrina da Trindade não explica plenamente o misterioso caráter de Deus. Pelo contrário, estabelece as fronteiras, fora das quais não devemos andar... Isso exige que sejamos fiéis à revelação bíblica que em um sentido Deus é um e num sentido diferente ele é três” (R. C. Sproul).
Conclusão
O Deus da Bíblia é revelado como Eterno, Majestoso, Transcendente, Onipotente e Onisciente. Também é descrito como o Criador de todo o Universo e das pessoas e, neste contexto, revela a si mesmo em sua Palavra como um Deus pessoal, amoroso e soberano, um Deus justo, verdadeiro e íntegro. Deus é revelado como o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É o Deus presente com seu povo (Emanuel, Deus conosco) e atuante em toda a criação, embora de modo algum seja absorvido por ela, como certas religiões orientais ensinam. Embora seja um Deus santo, separado e distinto da criação e das criaturas, não permite que o mundo se perca totalmente em seu pecado, sem nenhuma esperança de redenção; pelo contrário, revela a si mesmo como um Deus de amor que salva e redime todo aquele que o busca. Sua graça salvadora é vista claramente em sua vinda aqui na Terra: Jesus, o Filho de Deus, veio para ser o Salvador e Redentor da humanidade. Esta dádiva é experimentada por meio de sua Palavra (a Bíblia) e da presença do Espírito Santo no coração e na vida daqueles que crêem nele. Quanto mais a Bíblia é lida, fica mais claro que todo o seu povo é exortado repetidamente a cantar louvores ao Deus Todo-poderoso que, embora seja transcendente, está presente, a fim de sustentar, cuidar e salvar. “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos jubilosos e imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, agora e para todo o sempre. Amém”.
P.D.G.
Autor: Paul Gardner
Dicionário Comum
substantivo masculinoO ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito. Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem. Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo. Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza. Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe. Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina. Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
i. os nomes de Deus. A palavra portuguesa Deus, que tem a mesma forma na língua latina, representa alguns nomes da Bíblia, referentes ao Criador. (a): o termo de uso mais freqüente é Elohim, que restritamente falando, é uma forma do plural, derivando-se, presumivelmente, da palavra eloah. Mas, embora seja plural, é certo que, quando se refere ao único verdadeiro Deus, o verbo da oração, de que Elohim é o sujeito, e o nome predicativo vão quase invariavelmente para o singular. As principais exceções são quando a pessoa que fala, ou aquela a quem se fala, é um pagão (Gn 20:13 – 1 Sm 4.8). (b): El, provavelmente ‘o único que é forte’, também ocorre freqüentemente. E encontra-se este nome com adições: El-Elyon, ‘o Deus Altíssimo’ (Gn 14:18) – El-Shaddai, ‘o Deus Todo-poderoso’ (Gn 17:1) – e entra na composição de muitos vocábulos hebraicos (por exemplo Eliabe, Micael). (c): Adonai, Senhor, ou Superior. Esta palavra e as duas precedentes eram empregadas quando se queria significar o Deus da Humanidade, sem especial referência ao povo de israel. (d): Todavia, Jeová, ou mais propriamente Jahveh, o Senhor, o Ser que por Si mesmo existe, o Ser absoluto, que é sempre a Providência do Seu povo, designa Aquele que num especial sentido fez o pacto com o povo de israel. (e): outro nome, ou antes, titulo, ‘o Santo de israel’ (is 30:11) merece ser aqui mencionado, porque ele nos manifesta o alto ensino moral dos profetas, fazendo ver aos israelitas que o Senhor, a Quem eles adoravam, estava muito afastado dos ordinários caminhos do homem, e portanto era necessário que o Seu povo fosse como Ele, odiando o pecado. É sob este título que o Senhor é reconhecido como uma pedra de toque não só da pureza cerimonial, mas também da pureza ética. (f): Pai. Nas primitivas religiões semíticas, este termo, enquanto aplicado aos deuses, tinha uma base natural, pois que os povos acreditavam que eram descendentes de seres divinos. Todavia, no A.T. é Deus considerado como o Pai do povo israelita, porque Ele, por atos da Sua misericórdia, o constituiu em nação (Dt 32:6 – os 11:1 – *veja Êx 4:22). De um modo semelhante é Ele chamado o Pai da geração davídica de reis, porque Ele a escolheu e a tornou suprema (2 Sm 7.14 – Sl 2:7-12 – 89.27). Mais tarde se diz que Deus Se compadece dos que o temem (isto refere-se particularmente aos israelitas e aos que aceitam a religião de israel), como um pai se compadece dos seus filhos (Sl 103:13 – Mt 3:17). ii. A doutrina de Deus. Certas considerações nos são logo sugeridas sobre este ponto. (a): Em nenhuma parte da Bíblia se procura provar a existência de Deus. A crença no Criador é doutrina admitida. Nunca houve qualquer dúvida a respeito da existência da Divindade, ou da raça humana em geral. Entre os argumentos que podemos lembrar para provar a existência do Criador, devem ser notados: a relação entre causa e efeito, conduzindo-nos à grande Causa Primeira – a personalidade, a mais alta forma de existência que se pode conceber, de sorte que uma Causa Primeira, que carecesse de personalidade, seria inferior a nós próprios – a idéia de beleza, de moralidade, de justiça – o desejo insaciável, inato em nós, de plena existência que nunca poderia ser satisfeita, se não houvesse Aquele Supremo Ser, Luz, Vida e Amor, para onde ir. (b): Deus é um, e único (Dt 6:4, doutrina inteiramente aceita por Jesus Cristo, Mc 12:29). Porquanto se houvesse mais que uma Divindade, haveria, de certo, conflito entre esses seres todo-onipotentes. Por isso, contrariamente ao dualismo de Zoroastro, segundo o qual há dois seres supremos, um bom e outro mau, a Bíblia ensina que Deus tem a autoridade suprema mesmo sobre o mal (is 45:6-7). Este fato fundamental da Unidade de Deus não está em contradição com a doutrina cristã da Trindade, antes pelo contrário, a salvaguarda. (c): Deus é o Criador e o Conservador de tudo (Gn 1:1 – At 17:24 – Ap 4:11 – e semelhantemente Jo 1:3 – Col 1.16, onde o imediato Agente é a Segunda Pessoa da Trindade). Todos os dias estamos aprendendo, com clareza de percepção, que a matéria não é coisa morta e sem movimento, que as próprias pedras tremem pela sua energia, sustentando a sua coesão pelas formidáveis e ativas forças que sem interrupção nelas operam. o nosso conhecimento, cada vez mais aperfeiçoado, sobre os métodos de Deus na Criação, leva-nos a um louvor cada vez mais elevado. (d): Estamos, também, sabendo mais com respeito à relação de Deus para conosco, como governador e conservador de tudo. Relativamente a este assunto há duas verdades, nenhuma das quais deverá excluir a outra: (1). Ele é transcendente, isto é, superior ao universo, ou acima dele (*veja is 40:22 – 42.5 – 1 Tm 6.16). (2). É igualmente importante notar que Deus é imanente, isto é, está na matéria, ou com ela. Nesta consideração, nós e todos os seres vivemos Nele (At 17:28 – *veja também Jo 1:3-4) – e Ele em nós está pelo simples fato de que sendo Espírito (Jo 4:24) é dotado de onipresença. iii. A adoração a Deus. Se a religião é, na verdade, uma necessidade natural, o culto é sua forma visível. Porquanto, embora possamos supor a priori que nos podemos colocar na presença da Divindade sem qualquer sinal exterior, é isto, contudo, tão incompatível como a natureza humana, e tão contrário às exigências da religião, visto como esta pede a adoração a Deus com toda a nossa complexa personalidade, que não é possível admitir-se tal coisa. É certo que Jesus Cristo disse: ‘Deus é Espirito – e importa que os seus adoradores o adorem em espirito e em verdade’ (Jo 4:24). (*veja Altar, Baal, igreja, Eloí, Espírito Santo, Jewá, Jesus Cristo, Senhor, Senhor dos Exércitos, Tabernáculo, Templo, Trindade, Adoração.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Comum
substantivo masculinoO ser que está acima de todas as coisas; o criador do universo; ser absoluto, incontestável e perfeito. Religião Nas religiões monoteístas, uma só divindade suprema, o ser que criou o universo e todas as coisas que nele existem. Figurado Aquilo que é alvo de veneração; ídolo. Figurado Sujeito que está acima dos demais em conhecimento, beleza. Religião Ente eterno e sobrenatural cuja existência se dá por si mesmo; a razão necessária e o fim de tudo aquilo que existe. Religião Cristianismo. Designação da santíssima trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Religião Nas religiões politeístas, mais de uma divindade superior, a divindade masculina. Etimologia (origem da palavra deus). Do latim deus.dei.
Fonte: Priberam
Dia
Dicionário Comum
substantivo masculinoPeríodo de tempo que vai do nascer ao pôr do sol. Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar. As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia. Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício. Época atual; atualidade: as notícias do dia. Condição climática; estado da atmosfera: dia claro. Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma. Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoPeríodo de tempo que vai do nascer ao pôr do sol. Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar. As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia. Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício. Época atual; atualidade: as notícias do dia. Condição climática; estado da atmosfera: dia claro. Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma. Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoPeríodo de tempo que vai do nascer ao pôr do sol. Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar. As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia. Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício. Época atual; atualidade: as notícias do dia. Condição climática; estado da atmosfera: dia claro. Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma. Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoPeríodo de tempo que vai do nascer ao pôr do sol. Claridade, luz do sol: o dia começa a despontar. As horas em que o trabalhador tem obrigação de trabalhar: perder o dia. Situação que caracteriza algo; circunstância: aguardemos o dia propício. Época atual; atualidade: as notícias do dia. Condição climática; estado da atmosfera: dia claro. Duração de vinte e quatro horas que corresponde ao movimento de rotação da Terra sobre si mesma. Etimologia (origem da palavra dia). Do latim dies.ei.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
o ‘calor do dia’ (Mt 20:12) significa o tempo das nove horas, quando no oriente o sol resplandece vivamente no Céu. ‘Pela viração do dia’ (Gn 3:8) é justamente antes do sol posto. Antes do cativeiro, os judeus dividiam a noite em três vigílias: a primeira vigília durava até à meia-noite (Lm 2:19), a média ia da meia-noite até ao cantar do galo (Jz 7:19), e a da manhã prolongava-se até ao nascer do sol (Êx 14:24). No N.T., porém, há referências a quatro vigílias, divisão que os judeus receberam dos gregos e romanos: a primeira desde o crepúsculo até às nove horas (Mc 11:11 – Jo 20:19) – a segunda, desde as nove horas até à meia-noite (Mc 13:35) – a terceira, desde a meia-noite até às três da manhã (Mc 13:35) – e a quarta, desde as três horas até ao romper do dia (Jo 18:28). o dia achava-se dividido em doze partes (Jo 11:9). A hora terceira, a sexta, e a nona, eram consagradas à oração (Dn 6:10, At 2:15, e 3.1). Parte de um dia era equivalente nos cálculos ao dia todo (Mt 12:40). os judeus não tinham nomes especiais para os dias da semana, mas contavam-nos desde o sábado. Usa-se, também, a palavra ‘dia’, como significando dia de festa (os 7:5), e dia de ruína (Jó 18:20, e os 1:11). Deve ser notado que no cálculo da duração de um reinado, por exemplo, conta-se uma pequena parte do ano por um ano completo. E assim se um rei subia ao trono no último dia do ano, o dia seguinte era o princípio do segundo ano do seu reinado. (*veja Cronologia, Tempo, Ano.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
Entre os índios e em geral no Oriente, a palavra que trasladamos por dia tem uma significação primitiva, que corresponde exatamente ao termo caldeu sare, revolução. Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - O Velho Testamento
[...] todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 22
Cada dia é oportunidade de ascensão ao melhor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 58
[...] cada dia é um ramo de bênçãos que o Senhor nos concede para nosso aperfeiçoamento. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
No livro da existência, cada dia é uma página em branco que confiarás ao tempo, gravada com teus atos, palavras e pensamentos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é nova oportunidade de orar, de servir e semear. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é desafio sereno da Natureza, constrangendo-nos docemente à procura de amor e sabedoria, paz e elevação. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é a oportunidade desvendada à vitória pessoal, em cuja preparação falamos seguidamente de nós, perdendo-lhe o valor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Cada dia é oportunidade de realizar o melhor. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] o dia que deixas passar, vazio e inútil, é, realmente, um tesouro perdido que não mais voltará. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Diante do tempo
O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41
[...] Cada dia é uma página que preencherás com as próprias mãos, no aprendizado imprescindível. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 31
[...] O dia constitui o ensejo de concretizar as intenções que a matinal vigília nos sugere e que à noite balanceamos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Renúncia• Pelo Espírito Emmanuel• 34a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - pt• 1, cap• 6
Dia O oposto à noite, à qual segue (Lc 21:37; Jo 9:4). Também espaço temporal de 24 horas. Os romanos contavam o dia de meia-noite a meia-noite — prática que perdura entre nós —, enquanto os judeus contemporâneos de Jesus iniciavam o dia com o surgimento da lua, concluindo-o no dia seguinte pela tarde. Para designar um dia completo, costumava-se empregar a expressão “noite e dia” (Mc 4:27; 5,5; Lc 2:37).
Autor: César Vidal Manzanares
Diante
Dicionário Comum
advérbioEm frente ou à frente; em primeiro lugar: sentou-se diante. locução adverbialEm, por ou para diante. Num tempo futuro: de agora em diante tudo vai ser diferente. locução prepositivaDiante de. Localizado à frente de: colocou o livro diante do computador. Em companhia de: falou a verdade diante do júri. Como resultado de: diante das circunstâncias, decidiu pedir demissão. Etimologia (origem da palavra diante). De + do latim inante.
Fonte: Priberam
Dias
Dicionário Comum
substantivo masculino pluralTempo de vida, de existência, dias de vida, vida. Etimologia (origem da palavra dias). Pl de dia.
1.
Exprimir por meio de palavra, por escrito ou por sinais (ex.: dizer olá).
2.
Referir, contar.
3.
Depor.
4.
Recitar; declamar (ex.: dizer poemas).
5.
Afirmar (ex.: eu digo que isso é mentira).
6.
Ser voz pública (ex.: dizem que ele é muito honesto).
7.
Exprimir por música, tocando ou cantando.
verbo intransitivo
8.
Condizer, corresponder.
9.
Explicar-se; falar.
10.
Estar (bem ou mal) à feição ou ao corpo (ex.: essa cor não diz bem).
=
CONVIR, QUADRAR
verbo pronominal
11.
Intitular-se; afirmar ser.
12.
Chamar-se.
13.
Declarar o jogo que se tem ou se faz.
nome masculino
14.
Expressão, dito (ex.: leu os dizeres do muro).
15.
Estilo.
16.
Maneira de se exprimir.
17.
Rifão.
18.
Alegação, razão.
quer dizer Expressão usada para iniciar uma explicação adicional em relação a algo que foi dito anteriormente.
=
ISTO É, OU SEJA
tenho dito Fórmula com que se dá por concluído um discurso, um arrazoado, etc.
Fonte: Priberam
Dois
Dicionário Comum
numeralUm mais um (2); o número imediatamente após o 1; segundo. Equivalente a essa quantidade: dois carros na garagem. Segundo dia do mês: dia um, dia dois. Segundo elemento numa contagem, série, lista. substantivo masculinoAlgarismo que representa esse número (2). Nota dois: tirei dois no exame. Carta do baralho, marcada com dois pontos: o dois de ouros. Etimologia (origem da palavra dois). Do latim duos; pelo espanhol dos.
Fonte: Priberam
Duas
Dicionário Comum
numeralUma mais outra (2); o número que vem imediatamente após o 1 (na sua forma feminina): lá em casa somos três, eu e minhas duas irmãs. Gramática Feminino de dois, usado à frente de um substantivo que pode ser contado. Etimologia (origem da palavra duas). Feminino de dois; do latim duas.
Fonte: Priberam
Dã
Dicionário Bíblico
fazer justiça
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
(Heb. “juiz” ou “julgamento”). O mais velho dos dois filhos que Jacó teve com Bila, serva de Raquel (Gn 30:5-6). De acordo com o relato sobre seu nascimento, Raquel comemorou o evento declarando: “Julgou-me Deus” (Heb. danannî); “por isso lhe chamou Dã”. O nome expressou assim uma situação particular na vida de Raquel e mais tarde também serviu de testemunho do favor de Deus quanto a sua esterilidade.
Dã não é mais citado individualmente, mas a tribo que recebeu seu nome é mencionada com frequencia, a maioria das vezes de forma negativa. Quando os danitas não conseguiram ocupar a terra que receberam na partilha de Canaã, viajaram bem para o norte, derrotaram e expulsaram a população de Laís e se fixaram ali (próximos da moderna cidade de Tell Dã), onde estabeleceram um culto idólatra (Jz 18). Dã, juntamente com Betel, foi mais tarde escolhida pelo rei Jeroboão como sede de seu novo centro de adoração, para que o povo não subisse a Jerusalém (1Rs 12:29). Talvez por esse motivo não seja mencionada no livro de Apocalipse, na distribuição das terras entre as tribos, no final dos tempos (Ap 7:5-8).
Ao abençoar os filhos no leito de morte, Jacó disse: “Dã julgará o seu povo”. Falou também que “Dã será serpente junto ao caminho” (Gn 49:16-17). Moisés, ao proferir sua bênção sobre os israelitas, não foi muito generoso, ao referir-se a Dã como um “leãozinho; saltará de Basã” (Dt 33:22).
2) A TRIBO de Dã e o seu território (Nu 1:39). 3 Uma cidade no extremo Norte da terra de Israel (Jz 20:1).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Déu
Dicionário Comum
substantivo masculinoUsa-se na locução andar de em: andar à procura de alguma coisa, de casa em casa, de porta em porta.
Fonte: Priberam
E
Dicionário Comum
conjunçãoConjunção que liga palavras e orações com mesma função. Indica adição: pai e mãe extremosos. Indica oposição: falou muito, e não disse nada. Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal. Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos. Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira. Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses. Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois. Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram. Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias? substantivo masculinoA quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e. Maneira de representar essa letra (e). numeral[Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série. Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
conjunçãoConjunção que liga palavras e orações com mesma função. Indica adição: pai e mãe extremosos. Indica oposição: falou muito, e não disse nada. Expressa consequência: ele não quis me ouvir e se deu mal. Denota inclusão: trouxe meus filhos e seus amigos. Gramática Repetida entre os membros de uma série, dá mais vivacidade à enumeração: a alta, e nobre, e musical prosa de Vieira. Gramática Indica a variação de sentidos com que nos referimos a pessoas ou coisas do mesmo nome: há amigos e amigos, interesses e interesses. Gramática Apresenta números compostos: mil oitocentos e vinte e dois. Gramática Inicia frases bíblicas sem ligação imediata com frase antecedente: E era a hora terceira quando O crucificaram. Gramática Atribui enfase na frase (sobretudo em interrogações e exclamações): e tu não sabias? substantivo masculinoA quinta letra que compõe o alfabeto e sua segunda vogal: meu nome se inicia com e. Maneira de representar essa letra (e). numeral[Matemática] Número e, que corresponde ao quinto número numa série. Etimologia (origem da palavra e). Do latim et.
Fonte: Priberam
Eis
Dicionário Comum
advérbioAqui está; veja, perceba, olhe: eis o prêmio que tanto esperava. Eis que/quando. De maneira inesperada; subitamente: eis que, inesperadamente, o cantor chegou. Etimologia (origem da palavra eis). De origem questionável.
Fonte: Priberam
Era
Dicionário Comum
substantivo femininoÉpoca fixa a partir da qual se começam a contar os anos. Figurado Época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas: a era romântica; a era espacial. Período histórico que se sobressai por suas características próprias, por situações e acontecimentos importantes. Qualquer intervalo ou período de tempo; século, ano, época. expressãoEra Cristã. Tempo que se inicia a partir do nascimento de Jesus Cristo. Era Geológica. Cada uma das cinco grandes divisões da história da Terra. Etimologia (origem da palavra era). Do latim aera.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
outro
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Era Período longo de tempo que começa com uma nova ordem de coisas (Lc 20:35, RA).
1.
Serve para ligar o sujeito ao predicado, por vezes sem significado pleno ou preciso (ex.: o dicionário é útil).
2.
Corresponder a determinada identificação ou qualificação (ex.: ele era muito alto; ela é diplomata).
3.
Consistir em.
4.
Apresentar como qualidade ou característica habitual (ex.: ele é de manias; ela não é de fazer essas coisas).
5.
Estar, ficar, tornar-se.
6.
Exprime a realidade.
7.
Acontecer, ocorrer, suceder.
8.
Equivaler a determinado valor, custo ou preço (ex.: este relógio é 60€).
verbo transitivo
9.
Pertencer a (ex.: o carro é do pai dele).
10.
Ter como proveniência (ex.: o tapete é de Marrocos).
11.
Preferir ou defender (ex.: eu sou pela abolição da pena de morte).
verbo intransitivo
12.
Exprime a existência.
13.
Acontecer, suceder (ex.: não sei o que seria, se vocês se fossem embora).
14.
Indica o momento, o dia, a estação, o ano, a época (ex.: já é noite; são 18h00).
verbo auxiliar
15.
Usa-se seguido do particípio passado, para formar a voz passiva (ex.: foram ultrapassados, tinha sido comido, fora pensado, será espalhado, seríamos enganados).
nome masculino
16.
Aquilo que é, que existe.
=
ENTE
17.
O ente humano.
18.
Existência, vida.
19.
O organismo, a pessoa física e moral.
20.
Forma, figura.
a não ser que Seguido de conjuntivo, introduz a condição para que algo se verifique (ex.: o atleta não pretende mudar de clube, a não ser que a proposta seja mesmo muito boa).
não poder deixar de ser Ser necessário; ter forçosamente de ser.
não poder ser Não ser possível.
não ser para graças Não gostar de brincadeiras; ser valente.
o Ser dos Seres Deus.
qual é
[Brasil, Informal]
Expresão usada para se dirigir a alguém, geralmente como provocação (ex.: qual é, vai sair da frente ou não?).
ser alguém Ser pessoa importante e de valia.
ser com Proteger.
ser dado a Ter inclinação para.
ser da gema Ser genuíno.
ser de crer Ser crível; merecer fé.
ser humano O homem.
=
HUMANO
ser pensante O homem.
Fonte: Priberam
Erã
Quem é quem na Bíblia?
Um dos netos de Efraim e filho de Sutela. Tornou-se líder do clã dos eranitas.
Autor: Paul Gardner
Escutar
Dicionário Comum
verbo transitivo Ouvir com atenção. Dar atenção a. /. Andar indagando. Perceber. verbo intransitivo Prestar atenção, para ouvir alguma coisa: pode falar, que eu escuto. Etimologia (origem da palavra escutar). Do latim auscultare.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
ouvir, atender. – Não se pode confundir o verbo ouvir com os dois outros; pois ouvir designa uma função inconsciente do sentido da audição: é sentir as impressões causadas pelo som no órgão desse sentido. Entre escutar e atender há diferença muito mais subtil. Estes dois verbos, como diz Alv. Pas., “são sinônimos quando exprimem a ideia de prestar atenção ao que se diz, com a diferença seguinte: Escuta-se para se ouvir bem o que se diz; atende-se para compreender bem o que se ouve. O primeiro representa uma função do ouvido; o segundo, uma operação do espírito. O que ouve bem o pregador atende para não perder nada do sermão. O que está longe escuta para o poder ouvir. Para escutar evita-se o barulho; para atender evita-se a distração”.
Fonte: Dicio
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Escutar Esse verbo está relacionado com a pregação de Jesus e a obediência a ela (Mt 11:4; 13,16ss.; 17,5; Lc 2:20), pondo em prática o seu conteúdo (Mt 7:24.26; Lc 11:28; Jo 10:16.27; 12,47). Escutar e compreender não é apenas um processo mental, mas aceitar Jesus e sua mensagem (Mt 11:15; 13 15:19-23; Mc 4:16; Jo 5:37; 6,45; 8,43.47).
Autor: César Vidal Manzanares
Espada
Dicionário Comum
substantivo femininoUma das mais antigas armas de combate, constituída de longa espada lâmina de aço. O homem começou a fazer armas logo após descobrir a arte de trabalhar os metais. As mais antigas espadas de que temos notícia foram as dos assírios, gauleses e gregos. Suas espadas eram armas curtas e de dois gumes, feitas e bronze. A espada romana era uma arma curta, reta, de aço com uma ponta aguda e dois gumes.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
Do grego spathé que em latim deu spatha = arma branca, forma de uma lâmina fina e pontiaguda, podendo ser de um, o que é mais comum, ou de dois gumes, citada no Apocalipse 1:16.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário Bíblico
A espada era curta e larga, geralmente com um só gume, mas algumas vezes com dois, quando a sua função era a de instrumento perfurante. A sua forma era muito variável, sendo muitas vezes direita, outras curva. Era sempre levada sobre a coxa esquerda, e por esta razão pôde Eúde ocultar uma espada curta ou um punhal sobre a coxa direita, sem desconfiança, visto que era canhoto (Jz 3:16). A espada é a mais antiga arma ofensiva mencionada na Bíblia. Foi com ela que os filhos de Jacó assassinaram os siquemitas (Gn 34:25). É muitas vezes sinônimo de guerra: ‘o Senhor mandará a espada à terra.’ ‘A espada da boca’ (Jó 5:15 – Sl 57:4) é a conversa perniciosa, a falsa acusação, a difamação, a calúnia. A Palavra de Deus é, na sua força penetrante, comparada a uma espada de dois gumes (Hb 4:12). As palavras: ‘Da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes’ (Ap 1:16) exprimem a força da Sua Palavra, quer se considere a Sua graça, ou o Seu juízo.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] A espada é, para Deus, um punhal fratricida que os códigos sociais tornaram legal, e, portanto, sobre ela não pode incidir sua bênção luminosa. [...] Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - L• 7, cap• 3
Com Jesus [...] a espada é diferente. Voltada para o seio da Terra, representa a cruz em que Ele mesmo prestou o testemunho supremo do sacrifício e da morte pelo bem de todos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Espada Arma que consta de uma lâmina comprida e pontuda, afiada dos dois lados (1Sm 17:51); (Mt 26:51); (He 4:12).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Fazer
Dicionário Comum
verbo transitivo direto Desenvolver algo a partir de uma certa ação; realizar. Construir ou produzir algo através da ordenação de seus elementos constituintes: fazer pão, um prédio, uma escola etc. Elaborar alguma coisa através da utilização de variados elementos: faziam roupas. Realizar ou pôr em prática algum ato reprovável: fazia muitas bobagens. Alcançar certa idade: Pedro fará 30 anos amanhã. Dar forma ou vida a; criar: faziam novos vestidos para a coleção. Livrar-se dos dejetos orgânicos: fazer cocô. Demandar esforços para conseguir alguma coisa; esforçar. Ter passado determinado tempo: faz dois meses que ele se foi. Indicar o tempo atmosférico: hoje faz muito calor. Ter o peso idêntico a; equivaler: dez e dez faz vinte. Realizar certo trabalho; ter como ocupação: fez sua faculdade em São Paulo. Passar por determinado trajeto; percorrer: fazer 20 Km de bicicleta. Realizar certo esporte ou ação esportiva: fazer academia. Gramática Possuir como terminação; ter como forma flexionada: troféu faz troféus. Dispor de determinada maneira; arrumar: é preciso fazer a cama. Modificar a aparência para melhor: fazer o cabelo. Ter como constituição; constituir: estampa que faz um vestido horrível. verbo transitivo indireto Ser utilizado de determinada maneira: na escola, a professora fez de diretora. verbo pronominal [Informal] Comportar-se de maneira livre; agir de acordo com seus princípios: o camelô se fez com muito trabalho. Insistir durante certo período; reinar: fez-se barulho no salão de festas. Quebrar ou ficar em partes menores: a garrafa fez-se em cacos. verbo transitivo direto e bitransitivoPreparar ou organizar com antecipação, tendo em conta certo propósito, utilização ou finalidade: fazia as refeições para os alunos. Gerar ou fazer nascer: alguns animais fazem filhotes. Instituir algo através da promulgação de um acordo: fazer um tratado de lei. Criar intelectualmente; compor: fazer uma melodia; o poeta lhe fez uma poesia. Dar seguimento a; executar: fazer caridade; faça-me a bondade de ficar em silêncio. Ser a razão de algo; provocar: os amigos lhe fizeram muito mal. Passar os seus pertences para outra pessoa ou para uma organização; doar. Expressar-se através de gestos ou comportamentos: fazer que sim com o pescoço. Demonstrar por meio de palavras: fez um ótimo texto. Realizar determinada ação: fez uma dança em torno de si próprio. Ter determinada ocupação: ele fica o dia inteiro sem fazer nada. verbo transitivo indireto predicativo e intransitivoAgir de determinada forma; comportar-se: faça o que tiver de fazer. verbo transitivo direto e pronominalAtribuir determinado aspecto a; fingir: faz-se de coitado. verbo transitivo direto e transitivo direto predicativoSer o motivo de que uma pessoa fique de certa maneira: o vício fez o morto; o conhecimento fez o professor. verbo transitivo direto predicativo e transitivo indireto predicativoMudar a essência de: queria fazer do filho um médico. verbo bitransitivo Avaliar ou determinar o valor de: faço este vestido por 10 reais. Utilizar algo de determinada maneira: fazia da inteligência o seu maior trunfo. Etimologia (origem da palavra fazer). Do latim facere.
Fonte: Priberam
Feita
Dicionário Comum
substantivo femininoAto, ação, obra. Data, ocasião, vez. Gramática Usado na locução adverbial dessa, desta ou daquela feita: desta feita não escapou.
adjetivoRealizado, consumado; constituído. Adulto: homem feito. conjunçãoComo, tal como: chorava feito criança. locução adverbialDe feito, O mesmo que de fato.
substantivo masculinoMetal duro e maleável, o mais importante, por sua utilização industrial e tecnológica, de símb. Fe, peso atômico 26, massa atômica 55,847. Ponta de ferro de uma lança. Espada, florete: cruzar o ferro. Poética Arma assassina: ferro homicida. Semicírculo com que se protegem os cascos das patas dos cavalos etc. Ferramentas, instrumentos, utensílios de arte ou ofício, ou utilidade em geral: ferro de engomar. Barra de ferro ou de arma maleável que apresenta uma forma qualquer: ferro em T, em. substantivo masculinoHaste de ferro que serve de armação para concreto armado. Lâmina de ferro que constitui a parte cortante ou perfurante de um objeto. Idade do ferro, período pré-histórico em que o homem começou a utilizar o ferro em seus utensílios. A ferro e fogo, com toda violência. Malhar em ferro frio, perder tempo. Estrada de ferro, sistema de viação através de trens. Lançar ferro, fundear o navio. Ferros velhos, trastes de oficina. Meter a ferros, encarcerar. De ferro, que se assemelha ao ferro, que tem a dureza do ferro (nos sentidos próprio e figurado): mão de ferro; coração de ferro. substantivo masculino pluralAlgemas, grilhões: meteram-no em ferros.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
A primeira menção que se faz do ferro na Bíblia é em Gn 4:22, onde é citado Tubalcaim como forjador de instrumentos cortantes de bronze e ferro. Que os assírios usavam este metal em grande escala, mostra-se isto pelas descrições do explorador Layard, que achou serras e facas nas ruínas de Nínive. A fundição do ferro acha-se representada nas esculturas egípcias, devendo, por isso, ter sido conhecido o uso dos foles pelo ano 1500 a.C. Além disso, têm sido encontradas chapas de ferro, ligando as fiadas de pedras no interior das Pirâmides. Deste modo o trabalho em ferro é muito antigo, embora não se diga na Bíblia que Moisés fez uso desse metal quando erigiu o tabernáculo, ou que Salomão o empregou em qualquer parte do templo em Jerusalém. Todavia, no Pentateuco acham-se referências à sua grande dureza (Lv 26:19 – Dt 28:23-48) – ao leito de ferro do rei ogue de Basã (Dt 3:11) – às minas de ferro (Dt 8:9) – e também aquela dura escravidão dos israelitas no Egito é comparada ao calor da fornalha para fundição do ferro (Dt 4:20). Vemos também na Bíblia que as espadas, os machados e instrumentos de preparar pedra eram feitos de ferro (Nm 35:16 – Dt 19:5 – 27.5). o ‘ferro do Norte’ (Jr 15:12) era, talvez, o endurecido ferro produzido no litoral do mar Euxino pelo povo daqueles sítios, que, segundo se diz, descobriu a arte de temperar o aço. Figuradamente é usado o ferro como símbolo da força (Jó 40:18), e da aflição (Sl 107:10), etc.
Fonte: Dicionário Adventista
Fora
Dicionário Comum
advérbioNa parte exterior; na face externa. Em outro local que não aquele em que habitualmente se reside. Em país estrangeiro; no exterior: minha irmã vive fora. interjeiçãoVoz áspera para expulsar alguém de um recinto, vaiar ou patear interpretação teatral ou musical, discurso político etc. preposiçãoCom exclusão de; além de; exceto: deram-lhe todo o dinheiro, fora os lucros, que foram depositados. substantivo masculinoErro grosseiro; rata, fiasco: aquele erro foi o maior fora da minha vida. Expressão de ignorância: não fala nada interessante, é um fora atrás do outro. Não aceitação de; recusa. locução prepositivaFora de. Sem: fora de propósito. Distante de: fora da cidade. Do lado externo: fora de casa. expressãoDar fora em. Não aceitar ficar com alguém; romper namoro. Dar um fora. Cometer um erro grosseiro. Levar um fora. Ser rejeitado; sofrer recusa. Etimologia (origem da palavra fora). Do latim foras.
Fonte: Priberam
Glória
Dicionário de Sinônimos
honra, celebridade, fama, renome, nomeada, reputação, crédito, conceito, lustre, distinção. – Destas duas palavras diz magistralmente Roq.: “A glória é, como disse Cícero, uma brilhante e mui extensa fama que o homem adquire por ter feito muitos e grandes serviços, ou aos particulares, ou à sua pátria, ou a todo o gênero humano. Honra, como aqui entendemos, é a demonstração exterior com que se venera a alguém por seu mérito e ações heroicas; no mesmo sentido em que disse Camões: O fraudulento gosto que se atiça. C’ uma aura popular, que honra se chama. (Lus., IV, 95) Pela glória empreende o homem voluntariamente as coisas mais dificultosas; a esperança de alcançá-la o impele a arrostar os maiores perigos. Pela honra se empreendem 68 Isto parece demais: generosidade assim excederia à própria caridade cristã. O que está no uso corrente é que generoso é antônimo de somítico ou mesquinho, avarento, sovina: generosidade é a nobre qualidade de ser franco em distribuir com os outros os bens que estão a nosso alcance. O homem generoso não faz questão de ninharias; remunera largamente os que lhe prestam algum serviço; atende aos que precisam de sua solicitude, fortuna ou valimento; põe-se ao lado dos pequenos, ampara os desvalidos. 414 Rocha Pombo coisas não menos dificultosas, nem menos arriscadas; quão diferente é, no entanto, o objeto em cada uma destas paixões! A primeira é nobre e desinteressada, e obra para o bem público; a segunda é cobiçosa e egoísta, só por si e para si obra. Aquela é a glória verdadeira que faz os heróis; esta é a vã glória, ou glória falsa que instiga os ambiciosos; sua verdadeira pintura foi traçada por mão de mestre nesta estância dos Lusíadas: Dura inquietação d’alma e da vida, Fonte de desamparos e adulterios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de imperios; Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vituperios; Chamam-te fama e gloria soberana, Nomes com que se o povo necio engana! (Lus., IV, 96) A honra pomposa e triunfal, que recebeu em Goa d. João de Castro depois da heroica defesa de Diu, deixaria mui obscurecida sua glória se ele não nos legara, no momento tremendo de ir dar contas ao Criador, aquelas memoráveis palavras, que são a medida de seu desinteresse e o exemplo de verdadeira glória nunca depois imitado: “Não terei, senhores, pejo de vos dizer que ao Viso-Rei da Índia faltam nesta doença as comodidades, que acha nos hospitais o mais pobre soldado. Vim a servir, não vim a comerciar ao Oriente; a vós mesmos quis empenhar os ossos de meu filho, e empenhei os cabelos da barba, porque para vos assegurar, não tinha outras tapeçarias nem baixelas. Hoje não houve nesta casa dinheiro com que se me comprasse uma galinha; porque, nas armadas que fiz, primeiro comiam os soldados os salários do Governador que os soldos de seu Rei; e não é de espantar que esteja pobre um pai de tantos filhos”. (Vida de d. João de Castro, 1. IV.) Considerada a palavra honra como representando a boa opinião e fama adquirida pelo mérito e virtude, diferença-se ainda da glória em que ela obriga ao homem a fazer sem repugnância e de bom grado tudo quanto pode exigir o mais imperioso dever. Podemos ser indiferentes à glória, porém de modo nenhum à honra. O desejo de adquirir glória arrasta muitas vezes o soldado até à temeridade; a honra o contém não poucas nos limites de sua obrigação. Pode a glória mal-entendida aconselhar empresas loucas e danosas; a honra, sempre refletida, não conhece outra estrada senão a do dever e da virtude. – Celebridade é “a fama que tem já a sanção do tempo; a fama ruidosa e universal”; podendo, como a simples fama, ser tomada a boa ou má parte: tanto se diz – a celebridade de um poeta, como – a celebridade de um bandido. – Fama é “a reputação em que alguém é tido geralmente”. Inclui ideia de atualidade, e pode ser também boa ou má, mesmo quando empregada sem restritivo. Advogado de fama (= de nomeada, de bom nome). Não lhe invejo a fama (= má fama, fama equívoca). – Renome é “a boa fama, a grande reputação que se conquistou por ações ou virtudes”; é a qualidade de “ser notável, de ter o nome repetido geralmente e com acatamento”. – Nomeada é “fama ligeira, que dura pouco, e nem sai de um pequeno círculo”. Tanta nomeada para acabar tão triste... Fugaz nomeada... – Reputação é menos que fama, é mais que nomeada; é “a conta em que alguém é tido no meio em que vive. Pode ser boa ou má, falsa ou duvidosa”. – Crédito é como se disséssemos “a qualidade que dá ideia do valor, do bom nome de alguém”. Diminui-se o crédito de F.; mas decerto que não se macula, nem se nega propriamente o crédito de uma pessoa. – Conceito é “a opinião que se forma de alguém”, podendo igualmente ser bom ou mau. – Lustre e distinção confundem-se: mas o primeiro dá melhor a ideia da evi- Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 415 dência brilhante em que fica a pessoa que se destacou do comum pela perícia, pela correção, pelo heroísmo.
Fonte: Dicio
Dicionário da FEB
É que a glória maior de um Espírito é a perfeita identificação com o Pai Eterno, no cumprimento superior de Sua Divina 5ontade, na auto-entrega total pelo bem do próximo, na selagem final, com o próprio sangue, com as próprias lágrimas, com a própria vida, de uma exemplificação irretocável de amor soberano e incondicional, de trabalho sublime, de ensino levado às últimas conseqüências, em favor de todos. Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Glória Maior
Tudo passa na Terra e a nossa glória, / Na alegria ou na dor, / É refletir na luta transitória / A sublime vontade do Senhor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8
2) A majestade e o brilho que acompanham a revelação da presença e do poder de Deus (Sl 19:1); (Is 6:3); (Mt 16:27); (Jo 1:14); (Rm 3:23). 3 O estado do novo corpo ressuscitado, espiritual e imortal, em que os salvos serão transformados e o lugar onde eles viverão (1Co 15:42-54); (Fhp 3)
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Glória No judaísmo, uma das hipóstases de Deus (Ex 16:10; 33,20; Lc 9:31-34). Para João, ela se encarnou em Jesus (Jo 1:14), o que confirma a afirmação de que este é Deus (Jo 1:1;20,28).
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Bíblico
Qualidade essencial do caráter de Deus (Sl. 63.2); sua glória é o sue valor, a sua dignidade. Tudo o que há nele comprova ser ele digno de receber louvor, honra e respeito. No NT, Jesus é revelado como o Senhor da glória (1Co 2:8). Na Bíblia, glória está muitas vezes associada a brilho ou esplendor (Lc 2:9).
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Comum
substantivo femininoHonra, fama que se alcança pelas virtudes, talentos, boas ações e por características excepcionais. Religião Beatitude celeste; bem-aventurança, céu: a glória do reino de Deus. Louvor que se oferece a; homenagem, exaltação: glória a Deus. Excesso de grandeza; beleza, magnificência: o prêmio foi dedicado aos homens de honra e glória. Algo ou alguém muito conhecido, que é razão de orgulho, de louvor: ele foi a glória do time. [Artes] Auréola, halo, resplendor que simboliza a santidade na pintura, escultura ou decoração. Etimologia (origem da palavra glória). Do latim gloria.ae.
Fonte: Priberam
Guarda
Dicionário Comum
substantivo femininoAção de guardar; ato de proteger, de cuidar; proteção, cuidado. Vigilância que tem por finalidade defender, proteger ou conservar: a guarda do dinheiro. Ato de ter (alguém ou alguma coisa) sob sua guarda; abrigo, amparo. [Militar] Corpo de tropa incumbido de zelar pela segurança de uma personalidade oficial, de um estabelecimento ou de um monumento: a guarda presidencial. [Militar] Fração de tropa encarregada da vigilância e da ordem nos corpos de tropa e estabelecimentos militares. [Gráficas] A folha em branco que se coloca no princípio e no fim de um livro. Parte da espada ou de outra arma branca que protege a mão. Posição de defesa na esgrima, no boxe ou em luta corporal: pôr-se em guarda para aparar o golpe. Sentinela: estar de guarda no quartel. Estar ciente de um mal; acautelar-se: estar ou pôr-se em guarda. substantivo masculino e femininoPessoa que tem como função guardar algo ou vigiar alguma coisa: trabalha como guarda. substantivo feminino pluralPeças no interior das fechaduras, destinadas a introduzir o palhetão da chave. expressãoGuarda Nacional. Corporação militar do tempo do Brasil Imperial, que teve seu período de vigência principal entre 1864 e 1870. Guarda civil ou guarda municipal. Corporação paramilitar incumbida da manutenção da ordem nos centros urbanos. Guarda de honra. Destacamento para prestar homenagem a autoridades, à bandeira nacional, ou em comemorações cívicas e religiosas. Etimologia (origem da palavra guarda). Forma derivada de guardar.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoAção de guardar; ato de proteger, de cuidar; proteção, cuidado. Vigilância que tem por finalidade defender, proteger ou conservar: a guarda do dinheiro. Ato de ter (alguém ou alguma coisa) sob sua guarda; abrigo, amparo. [Militar] Corpo de tropa incumbido de zelar pela segurança de uma personalidade oficial, de um estabelecimento ou de um monumento: a guarda presidencial. [Militar] Fração de tropa encarregada da vigilância e da ordem nos corpos de tropa e estabelecimentos militares. [Gráficas] A folha em branco que se coloca no princípio e no fim de um livro. Parte da espada ou de outra arma branca que protege a mão. Posição de defesa na esgrima, no boxe ou em luta corporal: pôr-se em guarda para aparar o golpe. Sentinela: estar de guarda no quartel. Estar ciente de um mal; acautelar-se: estar ou pôr-se em guarda. substantivo masculino e femininoPessoa que tem como função guardar algo ou vigiar alguma coisa: trabalha como guarda. substantivo feminino pluralPeças no interior das fechaduras, destinadas a introduzir o palhetão da chave. expressãoGuarda Nacional. Corporação militar do tempo do Brasil Imperial, que teve seu período de vigência principal entre 1864 e 1870. Guarda civil ou guarda municipal. Corporação paramilitar incumbida da manutenção da ordem nos centros urbanos. Guarda de honra. Destacamento para prestar homenagem a autoridades, à bandeira nacional, ou em comemorações cívicas e religiosas. Etimologia (origem da palavra guarda). Forma derivada de guardar.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
escolta, piquete, patrulha, ronda. – Estas palavras – na opinião de Roq. – diferençam-se segundo o caráter que tem gente armada no desempenho de funções militares que pelas ditas palavras se designam. – Guarda é o corpo de soldados que assegura ou defende algum posto que se lhes confiou. – Piquete é certo número de soldados de uma companhia com os respetivos oficiais, e que estão prontos para qualquer operação. – Escolta é uma porção de soldados que acompanha e vai fazendo guarda a qualquer pessoa ou coisa. – Patrulha é uma esquadra de soldados que se põem em ação para rondar, ou como instrumento de força para reprimir qualquer desordem. – Ronda é a visita de gente armada que se faz de noite em roda (à la ronde) de uma praça, de um arraial ou campo militar, para observar se as sentinelas estão alerta, etc. Também há rondas de justiça que andam pela cidade, etc., para evitar distúrbios, e manter a segurança dos habitantes, etc. – Tinha S. Luiz escrito o seguinte a respeito dos dois últimos vocábulos: – “Ronda Dicionário de Sinônimos da Língua Portuguesa 419 é de gente de pé. – Patrulha é de gente de cavalo”. D. Francisco Manoel, Epanaph. Bellic., IV, 472: “A cavalaria do partido de Bargantinhos, pouca e mal armada, como lhe era possível, fazia a patrulha da campanha: com tal nome, que funda em alguma origem estrangeira, quiseram os militares notar a diferença da ronda de cavalaria à dos infantes.” Também se chama ronda, e não patrulha, a das justiças (gente de pé) que anda pela cidade, vila ou lugar, para evitar distúrbios, e manter a segurança dos habitantes. Isto escreveu, como dissemos, S. Luiz; e a propósito, completou assim Roq. o seu artigo sobre este grupo de vocábulos: “Não tem fundamento nenhum a diferença que estabelece o autor dos Sinônimos entre patrulha e ronda, dizendo que esta é de gente de pé, e aquela de gente de cavalo, e alegando a autoridade de d. Fr. Manoel. Nem em castelhano, nem em italiano, nem em inglês, existe tal diferença; e a Academia Francesa diz no seu dicionário: Patrouille à pied, à cheval. É necessário não conhecer Lisboa depois do conde de Novion para não saber que a cidade era percorrida de noite por patrulhas de polícia a pé e a cavalo, e que igual serviço faz hoje a guarda municipal, patrulhando a pé e a cavalo. Fique, pois, assente que a patrulha é a gente de pé ou de cavalo, mas sempre gente de guerra, e para segurança dos habitantes, etc.; e a ronda é ordinariamente de gente de pé para vigiar as sentinelas à roda, e nisto se distingue da patrulha”.
guar·dar
-
(latim tardio guardare, de uma forma germânica *wardon)
verbo transitivo
1.
Estar de guarda a.
2.
Ter (alguém ou alguma coisa) em sua guarda.
3.
Conservar (alguma coisa) para o fim a que se destina.
4.
[Informática]
Registar dados num suporte (ex.: guarde o ficheiro sempre que fizer alterações).
=
GRAVAR, SALVAR
5.
Arrecadar; conter, encerrar.
6.
Acompanhar (a outrem) para proteger.
7.
Observar, não infringir, cumprir.
8.
Diferir; deixar.
9.
Pastorear.
verbo pronominal
10.
Acautelar-se.
11.
Resguardar-se.
12.
Reservar-se.
13.
Esperar.
14.
Abster-se.
15.
Defender-se.
16.
Livrar-se.
guar·da (derivação regressiva de guardar)
nome feminino
1.
Acto ou efeito de guardar.
2.
Cuidado e vigilância.
3.
Serviço (de quem guarda ou exerce vigilância).
4.
[Militar]
Conjunto dos militares que ocupam um posto ou casa de guarda ou de vigilância.
5.
Conservação.
6.
FiguradoProtecção; benevolência.
7.
[Armamento]
Parte da arma branca ou da lança que resguarda a mão.
8.
Cada uma das diferentes posições do corpo ou da arma com que se evita o golpe da arma do adversário.
9.
[Encadernação]
Fólio que acompanha a parte interior de cada uma das capas do livro encadernado.
10.
[Arquitectura]
[Arquitetura]
Muro, anteparo, parapeito, etc., que ladeia uma ponte ou qualquer passagem, de que se pode cair.
11.
Conjunto de traços ou riscos peculiares a uma assinatura.
12.
[Agricultura]
Vara que se deixa à vide para dar os sarmentos da colheita seguinte.
13.
Cada uma das partes da fechadura a que se adaptam os recortes do palhetão da chave.
14.
Nome de certos corpos ou regimentos.
15.
[Religião católica]
Pano em que se envolve o corporal.
16.
[Religião católica]
Pano que cai do altar sobre a parte superior do frontal.
nome masculino
17.
Indivíduo encarregado de vigiar ou guardar alguma coisa.
18.
Sentinela; carcereiro.
19.
Empregado que exerce vigilância.
20.
Soldado de um dos corpos a que se dá o nome de guarda.
dia de guarda Dia santo.
guarda avançada Fracção de tropas em marcha encarregada do serviço de protecção e segurança na frente da coluna.
guarda de flanco Destacamento encarregado de proteger um dos flancos de uma tropa em marcha.
guarda de retaguarda Fracção de tropas em marcha que segue a certa distância o grosso da coluna em serviço de protecção.
guarda pretoriana HistóriaGrupo militar de elite responsável pela segurança pessoal dos imperadores da Roma antiga (ex.: um dos símbolos da guarda pretoriana era o escorpião).
[Por extensão]
Grupo de indivíduos que zelam, geralmente de modo violento, pela defesa e protecção de algo ou de alguém (ex.: o presidente convocou a sua própria guarda pretoriana; as forças armadas não podem ser a guarda pretoriana do poder).
jovem guarda Conjunto das pessoas mais novas de um grupo (ex.: o festival atrai um grande número de artistas da jovem guarda).
velha guarda Conjunto das pessoas mais velhas de um grupo (ex.: a velha guarda da música popular).
Fonte: Priberam
Herodes
Dicionário Comum
herodes
| s. m. 2 núm.
he·ro·des
nome masculino de dois números
1.
FiguradoHomem feio e muito mau, especialmente em relação às crianças.
2.
Tirano.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
filho de herói
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
Quatro gerações diferentes de pessoas, todas com o título da dinastia Herodes, aparecem nos Evangelhos e em Atos.
1. Herodes, o Grande, da Iduméia, foi o primeiro grande rei-vassalo de Israel, depois do domínio romano. Reinou de 37 a 4 a.C., mediante a imposição de pesadas taxas sobre os judeus, a exigência do trabalho forçado e a construção de grandes edifícios públicos. Paranóico quanto à possibilidade de seu trono ser usurpado, executou muitos membros da própria família e alguns de seus colaboradores. A história sobre sua inquietação, quando soube a respeito do nascimento de Jesus, e sua subseqüente ordem do “massacre dos inocentes” (Mt 2:1-20) encaixa-se muito bem em seu padrão de comportamento.
2. Antipas. Depois da morte de Herodes, o Grande, seus domínios foram divididos entre seus três filhos: Arquelau (Mt 2:22), Filipe (Mc 6:17) e Antipas, o Herodes que aparece durante a idade adulta de Jesus, quando este exercia seu ministério. Como tetrarca da Galiléia (Lc 3:1; At 13:1; Mc 8:15), Herodes Antipas governou de 4 a 39 d.C. Ele mandou decapitar João Batista (Mt 14:3-12; Mc 6:17-19; Lc 3:19-20) e posteriormente teve dúvidas sobre se Jesus era João que voltara à vida (Mt 14:1-2; Mc 6:14-16; Lc 9:79). Lucas mostra certo interesse pela família herodiana, pois é o único evangelista que situa sua narrativa dentro dos eventos da história do império. Joana, a esposa de um dos oficiais de Antipas, tornou-se seguidora de Cristo (Lc 8:3). Jesus repreendeu Herodes “à revelia”, ao chamá-lo de “aquela raposa” (Lc 13:31-33) e foi levado à presença dele quando Pilatos tentou sem sucesso evitar a exigência dos líderes judeus pela crucificação de Cristo (Lc 23:6-16).
3. Agripa I. Filho de outro irmão de Antipas, chamado Aristóbulo; portanto, neto de Herodes, o Grande. Foi o governante da Galiléia até 44 d.C. Foi ele quem mandou executar Tiago, o filho de Zebedeu, e determinou a prisão de Pedro, em Atos 12; logo depois foi ferido mortalmente por um anjo do Senhor e morreu comido pelos vermes (vv. 19b-23).
4. Agripa II. Filho de Agripa I, foi o governante que ouviu a defesa de Paulo quando este encontrava-se preso em Cesaréia, entre 57 e 59 d.C. (At 25:13-26:1-32). C.B.
Autor: Paul Gardner
Dicionário da Bíblia de Almeida
Herodes Nome comum de vários reis 1DUMEUS que governaram a Palestina de 37 a.C. até 70 d.C.
1) Herodes, o Grande (37 a 4 a.C.), construiu Cesaréia, reconstruiu o Templo e mandou matar as criancinhas em Belém (Mt 2:1-18). Quando morreu, o seu reino foi dividido entre os seus três filhos: Arquelau, Antipas e Filipe.
2) Arquelau governou a Judéia, Samaria e Iduméia de 4 a.C. a 6 d.C. (Mt 2:22).
3) Herodes Antipas governou a Galiléia e a Peréia de 4 a.C. a 39 d.C. Foi ele quem mandou matar João Batista (Mt 14:1-12). Jesus o chamou de “raposa” (Lc 13:32).
4) Filipe, TETRARCA que governou bem, de 4 a.C a 34 d.C., a região que ficava a nordeste do lago da Galiléia, isto é, Ituréia, Gaulanites, Batanéia, Traconites e Auranites (Lc 3:1).
5) Herodes Agripa I governou, de 41 a 44 d.C., toda a terra de Israel, como havia feito Herodes, o Grande, seu avô. Esse Agripa mandou matar Tiago (At 12:1-23).
6) Herodes Agripa II governou o mesmo território que Filipe havia governado (50-70 d.C.). Paulo compareceu perante esse Agripa (At 25:13—26.32).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Herodes 1. O Grande. Fundador da dinastia (c. 73-4 a.C.). Menosprezado pelos judeus por causa de sua origem não-judia (era idumeu) e por suas práticas pagãs (permitiu que lhe rendessem culto nos locais não-judeus de seu reino), reestruturou o Templo de Jerusalém. Mt 2:1ss. registra o nascimento de Jesus durante seu reinado (c. 6-4 a.C.) e menciona a intenção de Herodes de matar o Menino, confirmada com a matança dos inocentes.
Esse fato não é mencionado em outras fontes, mas combina com o que sabemos do caráter do monarca. Após sua morte, a família de Jesus retornou do exílio no Egito (Mt 2:19-22).
2. Arquelau. Filho de Herodes, o Grande. Etnarca da Judéia (de 4 a.C. a 6 d.C.). Após ser deposto, a Judéia passou a depender diretamente da administração romana até o ano 41 d.C.
3. Herodes Antipas. Filho de Herodes, o Grande. Tetrarca da Galiléia (4 a.C. a 39 d.C.). Ordenou a decapitação de João Batista (Mt 14:1-12 e par.) e interveio no processo de Jesus (Lc 23:6ss.).
4. Herodes Agripa I. Foi nomeado rei da Judéia pelo imperador Cláudio em 41 d.C. Hábil político, soube atrair o afeto da população judia (as fontes rabínicas referem-se a ele em termos elogiosos), embora simpatizante do paganismo de seus súditos não-judeus. Para granjear aceitação de uma parte da população, desencadeou uma perseguição contra os judeucristãos de seu território. Durante essa perseguição, Tiago foi martirizado (embora improvável, supõe-se que também seu irmão João) e Pedro encarcerado, salvando-se da execução ao fugir da prisão em que estava confinado (At 12:1ss.). Herodes Agripa I morreu repentinamente em 44 d.C. 5. Agripa II, filho de Agripa I (17-100 d.C.). Governador da Galiléia e da Peréia e diante dele Paulo compareceu durante um processo (At 25:13ss.).
C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Schürer, o. c.; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament; A. H. m. Jones, The Herods of Judaea, Oxford 1938; S. Perowne, The Life and Times of Herod the Great, Londres 1957; Idem, The Later Herods, Londres 1958; A. Schalit, König Herodes, Berlim 1969; C. Saulnier e B. Rolland, Palestina en tiempos de Jesús, Estella 101994.
Autor: César Vidal Manzanares
Homem
Dicionário da Bíblia de Almeida
Homem 1) Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal racional (Gn 2:15). O ser humano é composto de corpo e alma. Foi criado à imagem e semelhança de Deus, podendo, por isso, ter comunhão com ele (Gn 1:26); v. IMAGEM DE DEUS).
2) Os seres humanos; a humanidade (Gn 1:26), hebraico adham; (Ef 6:6). 3 Ser humano do sexo masculino (Pv 30:19).
5) “Velho homem” é a nossa velha natureza humana pecadora (Rm 6:6) em contraste com o “novo homem”, que é a natureza espiritual do regenerado (Ef 2:15).
6) “Homem interior” é o eu mais profundo (Rm 7:22) em contraste com o “homem exterior”
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Comum
substantivo masculinoIndivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio. Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem. Pessoa do sexo masculino. Esposo, marido, companheiro. A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento. Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.
Fonte: Priberam
Dicionário da FEB
O homem é um pequeno mundo, que tem como diretor o Espírito e como dirigido o corpo. [...] Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2, it• 27
O homem compõe-se de corpo e espírito [...]. Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 3
H [...] é o filho de suas obras, durante esta vida e depois da morte, nada devendo ao favoritismo: Deus o recompensa pelos esforços e pune pela negligência, isto por tanto tempo quanto nela persistir. Referencia: KARDEC, Allan• O céu e o inferno ou A Justiça divina segundo o Espiritismo• Trad• de Manuel Justiniano Quintão• 57a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 6
O homem é uma alma encarnada. Antes da sua encarnação, existia unida aos tipos primordiais, às idéias do verdadeiro, do bem e do belo; separa-se deles, encarnando, e, recordando o seu passado, é mais ou menos atormentada pelo desejo de voltar a ele. Referencia: KARDEC, Allan• O Evangelho segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 3a ed• francesa rev•, corrig• e modif• pelo autor em 1866• 124a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Introd•
Há no homem três coisas: 1º – o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º – o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Introd•
O homem é filho de suas próprias obras; e as diferenças humanas são filhas do uso que cada um faz da sua liberdade. Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 18
[...] é uma obra que glorifica seu incompreensível Autor. Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2
[...] é, desde o princípio, o Verbo fora de Deus, a sucessão eterna, a mutabilidade sem término. Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2
[...] é um ser progressivo e perfectível que sempre girará dentro da instabilidade. [...] Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 1
O homem é, essencialmente, um Espírito imortal, que não desaparece, portanto, com a morte orgânica, com o perecimento do corpo físico. [...] O homem é um Espírito, que se utiliza de vários corpos materiais, os corpos físicos, e de um semimaterial, fluídico, o corpo astral ou perispírito, para realizar, em várias etapas, chamadas encarnações, a evolução, a que está sujeito, por sua própria natureza. Referencia: BARBOSA, Pedro Franco• Espiritismo básico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 2
Sabemos hoje que o homem é um anjo nascente e que séculos correrão sobre séculos antes de finda a empresa de seu apuro. Referencia: BÉRNI, Duílio Lena• Brasil, mais além! 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 21
[...] é o homem um ser imortal, evolvendo incessantemente através das gerações de um determinado mundo, e, em seguida, de mundo em mundo, até a perfeição, sem solução de continuidade! Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A progressividade da revelação divina 4
Urge compreendamos que, qualquer que seja a posição em que se achem situados, todos os homens são proletários da evolução e que a diversidade de funções no complexo social é tão indispensável à sua harmonia quanto às variadas finalidades dos órgãos o são ao equilíbrio de nosso organismo. Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• As leis morais: segundo a filosofia espírita• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - A lei de igualdade
Contrariando a Teologia tradicional, a Doutrina Espírita nos ensina (no que, aliás, é apoiada pela Ciência) que o homem surgiu neste mundo, não como H H uma criatura perfeita, que veio a decair depois por obra de Satanás, mas como um ser rude e ignorante, guardando traços fortes de sua passagem pela animalidade. Criado, entretanto, à imagem e semelhança de Deus, possui, latentes, todos os atributos da perfeição, inclusive o Amor, carecendo tão-somente que os desenvolva. Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 12
[...] cada indivíduo é, espiritualmente, filho de si mesmo, ou melhor, traz, ao nascer, uma bagagem de boas ou más aquisições feitas em outras existências, que lhe constituem o caráter, o modo de ser todo pessoal [...]. Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 15
Afirma Esquiros que cada um de nós é o autor e por assim dizer o obreiro de seus destinos futuros. [...] Referencia: DELANNE, Gabriel• A Reencarnação• Trad• de Carlos 1mbassahy• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1994• - cap• 1
[...] O homem é o universo reduzido. Se cada um pudesse deixar-se narrar, teríamos a mais maravilhosa história do mundo. Referencia: DELGADO, América• Os funerais da Santa Sé• Pelo Espírito Guerra Junqueiro• Prefácio de Manuel Quintão• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 2, Guerra Junqueiro
O homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível. Referencia: DENIS, Léon• Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência• Trad• de Leopoldo Cirne• 14a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10
[...] O homem é [...] o seu próprio juiz, porque, segundo o uso ou o abuso de sua liberdade, torna-se feliz ou desditoso. [...] Referencia: DENIS, Léon• Depois da morte: exposição da Doutrina dos Espíritos• Trad• de João Lourenço de Souza• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 4, cap• 39
Deus é o Espírito Universal que se exprime e se manifesta na Natureza, da qual o homem é a expressão mais alta. Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9
Todo homem é um espelho particular do Universo e do seu Criador. [...] Referencia: DENIS, Léon• O porquê da vida: solução racional do problema da existência• 22a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• -
[...] é a síntese de todas as formas vivas que o precederam, o último elo da longa cadeia de vidas inferiores que se desenrola através dos tempos. [...] Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 1, cap• 9
[...] a observação dos fatos e a experiência provam que o ser humano não é somente um corpo material dotado de várias propriedades, mas também um ser psíquico, dotado de propriedades diferentes das do organismo animal. Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 2
Preferimos a definição de Bonald: “O homem é uma inteligência servida por órgãos”. Declaremo-lo: o homem é essencialmente espírito, quer o saiba quer o ignore. [...] Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1, cap• 3
[...] Sois constituídos por uma verdadeira multidão de seres grupados e submetidos pela atração plástica da vossa alma pessoal, a qual, do centro do ser, formou o corpo, desde o embrião, e reuniu em torno dele, no respectivo microcosmo, todo um mundo de seres destituídos ainda de consciência da sua individualidade. Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 5a narrativa
[...] é mordomo, usufrutuário dos talentos de que se encontra temporariamente investido na condição de H donatário, mas dos quais prestará contas. [...] Referencia: FRANCO, Divaldo P• Estudos espíritas• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 17
Os homens são espíritos em provas, como os vês, como os encontras. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20
O homem não deve ser considerado como a máquina para o prazer, mas o ser eterno em contínuo processo de crescimento. O corpo é-lhe instrumento por ele mesmo – o Espírito que o habita – modelado conforme as necessidades que o promovem e libertam. A visão global do ser – Espírito, perispírito e matéria – é a que pode dar sentido à vida humana, facultando o entendimento das leis que a regem. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 16
O grande e superior investimento da Divindade é o homem, na inexorável marcha da ascensão libertadora. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Loucura e obsessão• Pelo Espírito Manoel P• de Miranda• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - cap• 22
[...] o homem é o que pensa, o que faz e deseja. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 1, cap• 7
[...] todos somos a soma dos próprios atos, na contabilidade das experiências acumuladas desde priscas eras que não lobrigamos tão cedo conhecer. [...] Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1
O homem é, na verdade, a mais alta realização do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as lutas e os sacrifícios do dia-a-dia. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Temas da vida e da morte• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Suicídio – solução insolvável
[...] O homem é um projetista de si mesmo com plena liberdade de, assim, autoprojetar-se. [...] Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2
[...] é o que ele mesmo pode ou quer ser; por isso, o homem é sempre um problema em si mesmo e também encerra em si a solução. [...] Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 2
[...] O homem nasce imperfeito: chega a este mundo trazendo um duplo capital, o de suas faltas anteriores, que lhe cumpre expiar, ou de suas más tendências, que lhe cumpre reprimir; e o das virtudes adquiridas ou de aspirações generosas, que lhe cabe desenvolver. [...] Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 21a efusão
Todos os homens são filhos de Deus, todos estão destinados a tornar-se anjos [...]. Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 29a efusão
[...] O homem, como dínamo psíquico, a que os complexos celulares se ajustam em obediência às leis que governam a matéria perispiritual, ainda é de compreensão muito difícil. Referencia: MICHAELUS• Magnetismo Espiritual• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32
[...] o homem é aquilo que pensa. É a força do seu pensamento que modela os seus atos e, por conseguinte, o seu estado de espírito, sua posição evolutiva, e a melhor ou pior situação humana nas vidas que se encadeiam. [...] Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 21
[...] o homem é, na essência, um Espírito imortal, cuja experiência e sabedoria se acumulam ao cabo de um rosário imenso de vidas, desde que começam a raiar nele os primeiros clarões da consH H ciência até que alcance os mais elevados graus de conhecimento e moral. [...] Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Reencarnação e imortalidade• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - cap• 23
[...] Será bom não esquecer que somos essência de Deus [...]. Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8
[...] Será necessário que o homem compreenda que, como parcela divina que é, veio ao mundo também para colaborar na obra de aperfeiçoamento do planeta em que vive, e essa colaboração certamente subentenderá auxílio às almas mais frágeis do que a dele, que gravitam ao seu lado nas peripécias da evolução. [...] Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Devassando o invisível• Sob a orientação dos Espíritos-guias da médium• 1a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10
[...] somos o resultado das atividades do nosso passado, como hoje plantamos as sementes do nosso futuro. Referencia: SANTOS, Jorge Andréa dos• Visão espírita nas distonias mentais• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 3
O homem, regra geral, é um ser milenarmente viciado em atitudes negativas, assimilando, assim, com lamentável freqüência, vibrações tóxicas que o desajustam espiritualmente, da mesma forma que sofre constantes distúrbios digestivos quem não faz uso de alimentação adequada. Referencia: SIMONETTI, Richard• Para viver a grande mensagem• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Sintonia da atitude
[...] o homem, apesar de sua aparência material, é essencialmente um ser espiritual e, como tal, seu destino não está jungido para sempre à matéria, mas apenas temporariamente. Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de renovação• Prefácio de Lauro S• Thiago• Rio de Janeiro: FEB, 1989• - cap• 37
Cada criatura humana é uma irradiação da Força Divina, independentemente de seu estágio evolutivo. [...] Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 7
[...] é um Espírito eterno, continuando sua trajetória após o túmulo e voltando a viver neste mesmo mundo de aprendizado e resgates, onde os papéis individuais podem ser invertidos [...]. Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 12
[...] O homem é co-autor dessa entidade misteriosa que é ele mesmo. Nascemos de Deus, fonte inexaurível da vida, e renascemos todos os dias, em nós mesmos, através das transformações por que passamos mediante a influência da auto-educação, cumprindo-se assim aquele célebre imperativo de Jesus: Sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito. Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 2
[...] O homem é obra viva, inteligente e consciente de si própria. [...] Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• O Mestre na educação• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 15
O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. [...] O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Agenda cristã• Pelo Espírito André Luiz• 42a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Informando o leitor
No mundo assim também é: / O homem, na Humanidade, / É o viajor demandando / As luzes da eternidade. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartilha da Natureza• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - O carro
Todos nós somos dínamos viventes, nos mais remotos ângulos da vida, com o infinito por clima de progresso e com a eternidade por meta sublime. Geramos H raios, emitimo-los e recebemo-los constantemente. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O homem não é um acidente biológico na Criação. É o herdeiro divino do Pai Compassivo e Todo Sábio que lhe confere no mundo a escola ativa de elevação e aprimoramento para a imortalidade. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é o legislador da própria existência e o dispensador da paz ou da desesperação, da alegria ou da dor de si mesmo. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] o homem, acima de tudo, é espírito, alma, vibração, e esse espírito, salvo em casos excepcionais, se conserva o mesmo após a morte do corpo, com idênticos defeitos e as mesmas inclinações que o caracterizavam à face do mundo. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Emmanuel: dissertações mediúnicas sobre importantes questões que preocupam a Humanidade• Pelo Espírito Emmanuel• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 30
[...] Todos somos, por enquanto, espíritos imperfeitos, nos quadros evolutivos do trabalho que nos compete desenvolver e complementar. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4
Cada um de nós é um mundo por si, porque o Criador nos dotou a cada um de características individuais, inconfundíveis. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9
O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Saúde
Lembre-se que você mesmo é: o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seusideais,a mais clara demonstração de seusprincípios,o mais alto padrão do ensino superiorque seu espírito abraça,e a mensagem viva das elevadas noçõesque você transmite aos outros. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Idéias e ilustrações• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 29
Expurguemos a mente, apagando recordações indesejáveis e elevando o nível de nossas esperanças, porque, na realidade, somos arquitetos de nossa ascensão. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12
Toda pessoa humana é aprendiz na escola da evolução, sob o uniforme da carne, constrangida ao cumprimento de certas obrigações [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Lugar depois da morte
O homem encarnado na Terra [...] é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina [...]. Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Libertação• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 13
Depois da morte física, o que há de mais surpreendente para nós é o reencontro da vida. Aqui [no plano espiritual] aprendemos que o organismo perispirítico que nos condiciona em matéria leve e mais plástica, após o sepulcro, é fruto igualmente do processo evolutivo. Não somos criações milagrosas, destinadas ao H H adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência de milênio a milênio. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3
O homem terrestre não é um deserdado. É filho de Deus, em trabalho construtivo, envergando a roupagem da carne; aluno de escola benemérita, onde precisa aprender a elevar-se. A luta humana é sua oportunidade, a sua ferramenta, o seu livro. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - Novo amigo
Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 133
[...] é um anjo decaído, em conseqüência do mau uso que fez de seu livre-arbítrio [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Volta Bocage• Sonetos do Espírito de Manuel Maria de Barbosa du Bocage; com apreciação, comentários e glossário pelo prof• L• C• Porto Carreiro Neto• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• -
Filhos do Eterno, todos somos cidadãos da eternidade e somente elevamos a nós mesmos, a golpes de esforço e trabalho, na hierarquia das reencarnações. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 46
Fonte: febnet.org.br
Dicionário Bíblico
As principais palavras traduzidas por ‘homem’ no A.T. são : (1). Adam (Gn 1:26, etc.) É, também, um termo coletivo, que se emprega ‘por humanidade’, e que se distingue de Deus. (2). ish (Gn 2:24, etc.), um indivíduo do sexo masculino. (3). Enosh (Gn 6:4, etc.), a raça humana, como seres mortais. (4). Geber (Êx 10:11, etc.), homem na sua robustez. No N.T. as principais palavras são (1). Aner (Lc 1:27, etc.), homem da idade madura – (2). Anthropos (Mt 4:4, etc.), homem em oposição a animal.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Comum
substantivo masculinoIndivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a característica da posição ereta e da considerável dimensão e peso do crânio. Espécie humana; humanidade: a evolução social do homem. Pessoa do sexo masculino. Esposo, marido, companheiro. A criatura humana sob o ponto de vista moral: todo homem é passível de aperfeiçoamento. Etimologia (origem da palavra homem). Do latim homo.inis.
Fonte: Priberam
Igreja
Dicionário Bíblico
Quando se realiza a união entreJesus Cristo e o pecador, estabelece-se naturalmente uma relação de fraternidade entre aqueles que estão em comunhão com Cristo. Uma reunião de crentes é, portanto, um produto da obra redentora do nosso Salvador, é a sociedade de todos aqueles que estão em direta relação com Ele próprio. Esta sociedade é designada de várias maneiras no N.T. – mas o seu mais importante título, o mais característico na presente idade, é o de ‘igreja’. ocorre para cima de cem vezes no N.T. A palavra grega que está traduzida por igreja (ecclesia), significa uma assembléia ou congregação, e por este termo se acha vertida na Bíblia de Lutero. Quando começou a igreja? Geralmente se fala do dia de Pentecoste como sendo o do nascimento da igreja, porque foi então que, pela primeira vez, constituíram os crentes um corpo espiritual pela presença íntima do Espírito Santo. Mas em certo sentido começou realmente a igreja cristã quando dois dos discípulos de João Batista, ouvindo falar o seu mestre do Cordeiro de Deus, se uniram a Jesus (Jo 1:37). E já antes havia a igreja judaica ou congregação, por todo o tempo do Antigo Testamento. o termo ‘igreja’ acha-se, pela primeira vez nos lábios do Salvador, em Mt 16:18, e logo depois em Mt 18:17 – e são estas as únicas ocasiões em que se menciona a palavra nos Evangelhos. E isso mostra que foi intenção de Jesus fundar uma sociedade de caráter permanente. Como começou a igreja? Querendo servir-nos do dia de Pentecoste como uma ilustração típica, pode-se dizer que a igreja começou pela aceitação da Palavra de Deus, pregada pelo apóstolo Pedro. Deste modo ficaram os crentes unidos a Cristo, e uns aos outros Nele. A ordem precisa dos acontecimentos devia ter sido cuidadosamente observada. Cristo era pregado, depois era aceito pela fé, e em seguida pela sua influência eram os arrependidos crentes filiados à igreja. Havia um determinado contato de cada crente com Deus, pela obra da fé, no que respeita ao homem, e pela operação do Espírito Santo no que respeita a Deus. Em seguida vinha o ato ministerial do batismo. A narrativa, que se acha em At 2, dá no N.T. uma idéia da igreja, nas suas linhas essenciais. Qual a razão da existência da igreja? Geralmente, foi para glorificar a Deus (Ef 3:10 – 1 Pe 2.9), mas especialmente para manter a fraternidade entre os cristãos, para dar testemunho ao mundo em nome de Cristo, e para maior extensão dos princípios evangélicos. E desta forma a igreja satisfez o instinto social, e ao mesmo tempo o proveu dos meios a empregar para estabelecer o Cristianismo no mundo. E nisto está o grande valor da igreja: ao passo que cada crente se salva pela sua união com Cristo, é, também, santificado, não isoladamente, mas em associação com outros. o lar, a escola, a aldeia, a vila, a cidade, o país, são ilustrações da vida social, que tem religiosamente a sua expressão na igreja. o termo ‘igreja’ acha-se no N.T. em três diferentes acepções, embora estejam associadas. o mais antigo emprego da palavra refere-se aos cristãos de uma casa, ou de uma cidade, isto é, aos crentes de um só lugar. Em seguida nota-se um sentido mais vasto, significando um agregado de igrejas por certo tempo em diferentes lugares 1Co 10:32 – 12,28) – e alarga-se a significação do termo até ao ponto de abranger de um modo universal os cristãos de todos os tempos e de todos os lugares, constituindo o ‘Corpo de Cristo’ (At 20:28 – Ef 1:22 – Cl 1:18). A igreja deve, portanto, ser encarada nos seus aspectos de vida interior e de vida exterior. Esta distinção faz-se, algumas vezes, por meio dos termos ‘invisível e visível’, segundo é considerada a igreja quanto à sua Cabeça espiritual, ou à sua organização terrena – ou segundo a sua vida espiritual e a sua existência temporal. A igreja é invisível pelo que respeita ao seu Chefe Divino e à sua vida espiritual – mas é visível em relação àqueles que a formam. os dois aspectos, se os relacionarmos, não se harmonizam sempre de um modo exato. Um homem pode pertencer à igreja visível, sem que por esse fato pertença à igreja invisível. Pode ser membro da sociedade exterior, sem que isso signifique que esteja espiritualmente unido a Cristo. Tendo a vida da igreja tomado diversas formas na sua existência de 20 séculos, somente podemos aceitar como absolutamente necessário para o seu bem estar o que se acha no N.T. importa observar que nunca se empregou o termo ‘igreja’ no N.T. para significar um edifício, mas sempre em relação com o povo crente em Jesus Cristo. Uma estrita exatidão nos levará a evitar a expressão ‘igreja de Cristo’ – porquanto o singular nunca é usado. Usa-se o plural desta maneira – ‘igrejas de Cristo’. É, também, muito importante ter em vista a idéia da igreja Universal como primitivamente espiritual, sendo mais um organismo do que uma organização. É esta idéia espiritual da igreja a que predomina na epístola aos Efésios, e por ela devíamos ser orientados a respeito da igreja local, da universal, e do ministério. A verdadeira doutrina da igreja pode resumir-se nas bem conhecidas palavras: ‘onde está Cristo, ali está a Sua igreja.’ E se nos perguntarem: ‘onde está Cristo?’ a resposta deve ser: ‘Cristo está onde opera o Espírito Santo, porque é somente esta força divina que realmente apresenta Cristo aos homens.’ E se ainda formos interrogados de outra maneira: ‘onde está o Espírito Santo?’ a resposta é óbvia: ‘o Espírito Santo se mostra pela Sua graça e poder nas vidas das pessoas.’ Devemos ter muito cuidado em não dar valor excessivo à posição e importância da igreja. A expressão ‘por meio de Cristo para a igreja’ é inteiramente certa – ‘da igreja para Cristo’ é somente certa em parte. Nunca devemos colocar a igreja entre o pecador e o Salvador – mas se, por outro lado, exaltarmos e honrarmos a Cristo, terá sempre a igreja o seu próprio lugar, e será apreciada como deve ser. Devemos, também, ser cuidadosos em não depreciar a posição da igreja. o cristão precisa da igreja para tudo aquilo que está relacionado com o culto – a fraternidade, a evangelização, e a edificação. Devemos cultivar a unidade da igreja e s fraternidade da maneira mais prove
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] é a assembléia dos adoradores, dos justos e dos que amam. Referencia: AMIGÓ Y PELLÍCER, José• Roma e o Evangelho: estudos filosófico-religiosos e teórico-práticos• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Comunicações ou ensinos dos Espíritos
[...] A igreja é uma árvore colossal, cujos frutos nem sempre foram os melhores [...]. Referencia: DENIS, Léon• No invisível: Espiritismo e mediunidade• Trad• de Leopoldo Cirne• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 23
A Igreja ideal será aquela que reúna todas as qualidades boas e repila de si todas as más. A que acompanhe e acarinhe a Ciência, como a sua melhor evangelizadora, apropriando-se dos trabalhos que ela insensivelmente realiza na senda da verdade, ao mesmo tempo que mantenha os princípios espirituais do culto à mesma verdade, de que a Ciência conquista a demonstração. Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 3
[...] a verdadeira Igreja é invisível, porque se compõe de todas as almas retas, que só Deus conhece! Referencia: MARCHAL, V (Padre)• O Espírito Consolador, ou os nossos destinos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - 11a efusão
Assume, então, o Cristianismo um aspecto mais amplo e ocupa mais largo espaço. Vê-se que a Igreja, na Terra, não é mais do que pequena parte do Reino Divino, que contém, em si, não só todas as raças e todos os sistemas de religião daqui, como também o império das glórias e forças interestelares, em cuja simples contemplação o coração desfalece e o alcance da imaginação humana se perde nos infinitos incomensuráveis, pulsando, cheio de amor, pela Luz Única e Inefável. Referencia: OWEN, G• Vale• A vida além do véu: as regiões inferiores do céu• Trad• de Carlos 1mbassahy• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Notas gerais
[...] As igrejas são sempre santas em seus fundamentos e o sacerdócio será sempre divino, quando cuide essencialmente da Verdade de Deus; mas o sacerdócio político jamais atenderá a sede espiriI tual da civilização. Sem o sopro divino, as personalidades religiosas poderão inspirar respeito e admiração, não, porém, a fé e a confiança. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nosso Lar• Pelo Espírito André Luiz• 56a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2006• - cap• 43
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Igreja 1) Grupo de seguidores de Cristo que se reúnem em determinado lugar para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e ajudar uns aos outros (Rm 16:16)
2) A totalidade das pessoas salvas em todos os tempos (Ef 1:22).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Igreja Palavra oriunda do termo grego ekklesia ou assembléia de cidadãos reunidos com determinado propósito (At 19:32.41). Na Bíblia dos LXX, o termo grego ekklesia foi empregado, em várias ocasiões, para traduzir o hebraico qahal. Dessa maneira, equivale ao povo de Deus chamado para constituir assembléia (Ex 12:16).
A palavra aparece nos evangelhos somente em duas ocasiões (Mt 16:18; 18,17), embora seja indiscutível que seu emprego, em termos históricos, não é posterior à morte de Jesus, mas anterior a ele. Mesmo que se repita com freqüência a afirmação de que Jesus não veio para fundar uma Igreja (A. Loisy), as fontes indicam justamente o contrário. A Jesus deve-se atribuir a reunião de um grupo de discípulos, denominado pequeno rebanho (Lc 12:23), e do qual participava significativamente o conjunto dos doze apóstolos.
Este último aspecto também leva a pensar que Jesus identificou essa Igreja com o verdadeiro Israel. Dentro dela, os discípulos vivem sob o governo de Jesus, o messias, conforme as normas do Reino. Isso supõe uma vida conduzida pela obediência a Deus, pelo perdão mútuo e pela contínua reconciliação e que deve buscar nessa Igreja orientação para sua conduta (Mt 18:17. Ver tambémMt 5:23ss.). É essa Igreja, fundamentada na autoridade de Jesus e com o poder do Espírito Santo, que recebeu a missão de anunciar o Evangelho até os confins da terra (Lc 24:45-49), fazendo discípulos e batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28:18-20).
A. Cole, o. c.; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, Diccionario de las tres...; ERE, III; Blaiklock, o. c.; P. Bonnard, o. c.
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Etimológico
A origem da nossa palavra "igreja" está na palavra grega "ekkyesia" que significava simplesmente um ajuntamento do povo, convocado geralmente para fins políticos ou militares. Mas, segundo o dicionário etimológico de José Pedro Machado, já na antiga Grécia, podia também designar o local onde eles se reuniam. Dessa palavra grega "ekkyesia", resultou a palavra latina "ecclesia" que significava também um ajuntamento de pessoas e foi utilizada pelo primitivo cristianismo para designar o grupo de crentes, podendo também designar o edifício onde se reuniam, segundo consta no terceiro volume do citado dicionário etimológico.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário Comum
substantivo femininoO templo que acolhe os cristãos; local ou edifício onde os cristãos se reúnem para as celebrações ou cultos. Catolicismo; reunião dos cristãos católicos. Clero; grupo de pessoas que têm autoridade eclesiástica. Figurado Comunidade ou união de pessoas que possuem os mesmos ideais, as mesmas opiniões. Igreja Católica. Aquela que abrigam os fiéis ao catolicismo. Igreja Ortodoxa. Da qual fazem parte a Igreja grega e os que integram a Igreja oriental. Igreja Matriz. Cuja jurisdição se estende ao restante das igrejas de mesma circunscrição. Ser casado na igreja verde. Viver com alguém sem estar casado. Etimologia (origem da palavra igreja). Do grego ekklesia.as.
Fonte: Priberam
Inquirição
Dicionário Comum
substantivo femininoAção ou efeito de inquirir, de indagar, de fazer perguntas. Averiguação detalhada; pesquisa rigorosa; indagação. [Jurídico] Questionário para a testemunha que, feito por uma autoridade competente, busca averiguar as características de um fato por ela presenciado. Etimologia (origem da palavra inquirição). Inquirir + ção.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Inquérito, sindicância, inquisição.
Fonte: Dicionário Adventista
Instante
Dicionário Comum
instanteadj. .M e f. 1. Que está iminente. 2. Em que há empenho. 3. Afincado, pertinaz, veemente. 4. Inadiável, urgente. S. .M 1. Espaço de um segundo. 2. Espaço pequeníssimo de tempo. 3. Momento muito breve.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
momento. – Segundo S. Luiz – “momento exprime um brevíssimo espaço de tempo”. – Instante é um espaço de tempo ainda mais breve; ou antes (se assim podemos dizer) um ponto, um primeiro elemento da duração. “O instante (diz Heit. Pint. – Dial. da Just., c. I) se há com o tempo da maneira que se há o ponto com a linha, porque tão indivisível é um como o outro; e pois o ponto não é linha, logo nem o instante é tempo”. Além disso, momento parece que admite uma significação mais ampla, tomando-se às vezes pelo tempo em geral, ou pela conjunção das coisas: como quando dizemos que para o bom-sucesso de um negócio importa muito aproveitar o momento favorável. – Instante, porém, sempre se toma na sua significação restrita, pela mais pequena e indivisível duração do tempo. Finalmente, momento também se usa em sentido figurado pelo valor, peso, e importância de um negócio. – Instante somente se emprega no sentido literal.
Fonte: Dicio
Irmão
Dicionário Comum
substantivo masculinoNascido do mesmo pai e da mesma mãe. Figurado Pessoa que possui um proximidade afetiva muito grande em relação a outra: considero-o como um irmão. Adepto das mesmas correntes, filosofias, opiniões e crenças religiosas que outro: irmão na fé cristã. Nome que se dão entre si os religiosos e os maçons. expressãoIrmãos de armas. Companheiros de guerra. Irmãos consanguíneos. Irmãos que compartilham apenas o mesmo pai. Irmãos germanos. Irmãos que possuem o mesmo pai e a mesma mãe. Irmãos gêmeos. Irmãos nascidos do mesmo parto. Irmãos uterinos. Filhos da mesma mãe, mas de pais diferentes. Irmãos colaços. Os que foram amamentados pela mesma mulher, mas de mães diferentes - irmãos de leite. Irmãos siameses. Irmãos que compartilham o mesmo corpo. Figurado Irmãos siameses. Pessoas inseparáveis, embora não sejam realmente irmãs. Etimologia (origem da palavra irmão). Do latim germanus.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Com vários sentidos aparece a palavra ‘irmão’, nas Sagradas Escrituras. Diversas vezes a significação é: um parente próximo (Gn 29:12) – um sobrinho (Gn 14:16) – um indivíduo da mesma tribo (2 Sm 19,12) – uma pessoa da mesma raça (Êx 2:11) – e, metaforicamente, qualquer semelhança (Lv 19:17 – Jó 30:29 – Pv 18:9). Também se usa por um amigo, um companheiro de trabalho, um discípulo (Mt 25:40). Este nome era geralmente empregado pelos cristãos, quando falavam dos que tinham a mesma crença religiosa (At 9:17 – 22.13). os judeus reservavam o termo ‘irmão’ para distinguir um israelita, mas Cristo e os Seus apóstolos estendiam a todos os homens a significação do nome (Lc 10:29-30 – 1 Co 5.11).
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] para os verdadeiros espíritas, todos os homens são irmãos, seja qual for a nação a que pertençam. [...] Referencia: KARDEC, Allan• Instruções de Allan Kardec ao Movimento Espírita• Org• por Evandro Noleto Bezerra• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 16
Em hebreu a palavra – irmão – tinha várias acepções. Significava, ao mesmo tempo, o irmão propriamente dito, o primo co-irmão, o simples parente. Entre os hebreus, os descendentes diretos da mesma linha eram considerados irmãos, se não de fato, ao menos de nome, e se confundiam muitas vezes, tratando-se indistintamente de irmãos e irI mãs. Geralmente se designavam pelo nome de irmãos os que eram filhos de pais-irmãos, os que agora chamais primos-irmãos. Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 2
Irmão, portanto, é também expressão daquele mesmo sentimento que caracteriza a verdadeira mãe: amor. [...] Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Quem são meus irmãos?
Irmão é todo aquele que perdoa / Setenta vezes sete a dor da ofensa, / Para quem não há mal que o bem não vença, / Pelas mãos da humildade atenta e boa. / É aquele que de espinhos se coroa / Por servir com Jesus sem recompensa, / Que tormentos e lágrimas condensa, / Por ajudar quem fere e amaldiçoa. / Irmão é todo aquele que semeia / Consolação e paz na estrada alheia, / Espalhando a bondade que ilumina; / É aquele que na vida transitória / Procura, sem descanso, a excelsa glória / Da eterna luz na Redenção Divina. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 6
[...] é talvez um dos títulos mais doces que existem no mundo. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Lázaro redivivo• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
Fonte: febnet.org.br
Irmãos
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Irritado
Dicionário Comum
irritadoadj. 1. Que denota irritação. 2. Encolerizado, nervoso.
Fonte: Priberam
Jerusalém
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Jerusalém Tem-se interpretado o nome dessa cidade como “cidade da paz”. Na Bíblia, aparece pela primeira vez como Salém (Gn 14:18), com a qual costuma ser identificada. A cidade foi tomada pelos israelitas que conquistaram Canaã após a saída do Egito, mas não a mantiveram em seu poder. Pelo ano 1000 a.C., Davi tomou-a das mãos dos jebuseus, transformando-a em capital (2Sm 5:6ss.; 1Cr 11:4ss.), pois ocupava um lugar central na geografia do seu reino. Salomão construiu nela o primeiro Templo, convertendo-a em centro religioso e local de peregrinação anual de todos os fiéis para as festas da Páscoa, das Semanas e das Tendas. Em 587-586 a.C., houve o primeiro Jurban ou destruição do Templo pelas tropas de Nabucodonosor. Ao regressarem do exílio em 537 a.C., os judeus empreenderam a reconstrução do Templo sob o incentivo dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias; mas a grande restauração do Templo só aconteceu, realmente, com Herodes e seus sucessores, que o ampliaram e o engrandeceram. Deve-se a Herodes a construção das muralhas e dos palácios-fortalezas Antônia e do Palácio, a ampliação do Templo com a nova esplanada, um teatro, um anfiteatro, um hipódromo e numerosas moradias. O fato de ser o centro da vida religiosa dos judeus levou os romanos a fixarem a residência dos governadores em Cesaréia, dirigindo-se a Jerusalém somente por ocasião de reuniões populares como nas festas.
No ano 70 d.C., aconteceu o segundo Jurban ou destruição do Templo, desta vez pelas mãos das legiões romanas de Tito. Expulsos de Jerusalém após a rebelião de Bar Kojba (132-135 d.C.), os judeus do mundo inteiro jamais deixaram de esperar o regresso à cidade, de forma que, em meados do séc. XIX, a maioria da população hierosolimita era judia. Após a Guerra da Independência (1948-1949), a cidade foi proclamada capital do Estado de Israel, embora dividida em zonas árabe e judia até 1967.
Jesus visitou Jerusalém com freqüência. Lucas narra que, aos doze anos, Jesus se perdeu no Templo (Lc 2:41ss.) e várias foram as visitas que ele realizou a essa cidade durante seu ministério público (Lc 13:34ss.; Jo 2:13). A rejeição dos habitantes à sua mensagem fez Jesus chorar por Jerusalém, destinada à destruição junto com o Templo (Lc 13:31-35). Longe de ser um “vaticinium ex eventu”, essa visão aparece em Q e deve ser anterior ao próprio Jesus. Em Jerusalém, Jesus foi preso e crucificado, depois de purificar o Templo.
O fato de esses episódios terem Jerusalém por cenário e de nela acontecerem algumas aparições do Ressuscitado e igualmente a experiência do Espírito Santo em Pentecostes pesou muito na hora de os apóstolos e a primeira comunidade judeu-cristã fixarem residência (At 1:11).
J. Jeremías, Jerusalén en tiempos de Jesús, Madri 1985; C. Vidal Manzanares, El Judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; A. Edersheim, Jerusalén...; E. Hoare, o. c.; f. Díez, o. c.
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário da Bíblia de Almeida
Jerusalém [Lugar de Paz] - Cidade situada a uns 50 km do mar Mediterrâneo e a 22 km do mar Morto, a uma altitude de 765 m. O vale do Cedrom fica a leste dela, e o vale de Hinom, a oeste e ao sul. A leste do vale de Cedrom está o Getsêmani e o monte das Oliveiras. Davi tornou Jerusalém a capital do reino unido (2Sm 5:6-10). Salomão construiu nela o Templo e um palácio. Quando o reino se dividiu, Jerusalém continuou como capital do reino do Sul. Em 587 a.C. a cidade e o Templo foram destruídos por Nabucodonosor (2Rs 25:1-26). Zorobabel, Neemias e Esdras reconstruíram as muralhas e o Templo, que depois foram mais uma vez destruídos. Depois um novo Templo foi construído por Herodes, o Grande. Tito, general romano, destruiu a cidade e o Templo em 70 d.C. O nome primitivo da cidade era JEBUS. Na Bíblia é também chamada de Salém (Gn 14:18), cidade de Davi (1Rs 2:10), Sião (1Rs 8:1), cidade de Deus (Sl 46:4) e cidade do grande Rei (Sl 48:2). V. os mapas JERUSALÉM NO AT e JERUSALÉM NOS TEM
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Bíblico
Existia, com o nome de Uruslim, isto é, Cidade de Salim ou Cidade da Paz, uma cidade no mesmo sítio de Jerusalém, antes de terem os israelitas atravessado o rio Jordão ao entrarem na Palestina. inscrições da coleção de Tel el-Amarna mostram que naquele tempo (cerca de 1400 a.C.) era aquela povoação um lugar de alguma importância, cujo governador estava subordinado ao Egito. o nome aparece já com a forma de Jerusalém em Js 10:1. os judeus identificavam-na com Salém, de que Melquisedeque foi rei (Gn 14:18 – *veja também Sl 76. 2). os atuais habitantes, judeus e cristãos, conservam o nome de Yerusalim, embora sob o poder dos romanos fosse conhecida pelo nome de Aelia Capitolina, e seja pelos maometanos chamada El-Kuds, o Santuário, tendo ainda outros títulos, segundo as suas conexões. Quanto à sua situação estava Jerusalém entre as tribos de Judá e Benjamim, distante do Mediterrâneo 51 km, do rio Jordão 30 km, de Hebrom 32 km, e 58 km de Samaria. Acha-se edificada no alto de uma larga crista montanhosa, que atravessa o país de norte a sul, e está sobre duas elevações, que se salientam do platô para o sul, e são acessíveis apenas por estradas dificultosas. Esta proeminência está entre dois desfiladeiros, que tornam a aproximação difícil, a não ser pelo norte, e por isso constitui uma defesa natural. Do lado oriental está o vale de Cedrom, que também é chamado vale de Josafá. Ao sudoeste e pelo sul se vê outro desfiladeiro, o vale de Hinom. Estas duas ravinas unem-se no Poço de Jacó (Bir Eyab), numa profundidade de 200 metros, medida desde a parte superior do platô. A cidade, possuindo tais defesas naturais, as montanhas circunjacentes, e os profundos desfiladeiros, forma, assim, uma compacta fortaleza montanhosa (Sl 87:1 – 122.3 – 125.1,2). Com respeito à história de Jerusalém, começa no A.T.com o aparecimento de Melquisedeque, rei de Salém, que abençoou Abraão (Gn 14:18-20 – *veja Hb 7:1). No cap. 10 de Josué, fala-se de Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, o qual formou uma liga contra o povo de Gibeom, que tinha feito um acordo com Josué e os israelitas invasores. Josué prendeu e mandou executar os cinco reis confederados, incluindo o rei de Jerusalém – mas, embora as cidades pertencentes aos outros quatro fossem atacadas, é certo ter escapado naquela ocasião a cidade de Jerusalém. Ela é nomeada entre ‘as cidades no extremo sul da tribo dos filhos de Judá’ (Js 15:21-63) – e é notada a circunstância de não terem podido os filhos de Judá expulsar. os jebuseus, habitantes daquela cidade, habitando juntamente os invasores com o povo invadido. A sua conquista definitiva está indicada em Jz 1:8. Mais tarde os jebuseus parece que fizeram reviver a sua confiança na fortaleza da sua cidade. Quando Davi, cuja capital era então Hebrom, atacou Jerusalém (2 Sm 5), os habitantes mofaram dele (2 Sm 5.6). A réplica de Davi foi fazer uma fala aos seus homens, que resultou na tomada da ‘fortaleza de Sião’. E então foi a capital transferida para Jerusalém, aproximadamente no ano 1000 a.C., vindo ela a ser ‘a cidade de Davi’. Para aqui trouxe este rei a arca, que saiu da casa de obede-Edom (2 Sm 6.12). Sendo ferido o povo por causa da sua numeração, foi poupada a cidade de Jerusalém (2 Sm 24,16) – e na sua gratidão comprou Davi a eira de Araúna, o jebuseu, e levantou ali um altar (2 Sm 24.25), preparando-se para construir naquele sítio um templo (1 Cr 22.1 a 4) – mas isso só foi levado a efeito por Salomão (1 Rs 6.1 a 38). Quando o reino se dividiu, ficou sendo Jerusalém a capita! das duas tribos, fiéis a Roboão (1 Rs 14.21). No seu reinado foi tomada por Sisaque, rei do Egito (1 Rs 14,25) – e no tempo do rei Jeorão pelos filisteus e árabes (2 Cr 21.16,17) – e por Joás, rei de israel, quando o seu rei era Amazias (2 Cr 25.23,24). No reinado de Acaz foi atacada pelo rei Rezim, da Síria, e por Peca, rei de israel, mas sem resultado (2 Rs 16.5). Semelhantemente, foi a tentativa de Senaqueribe no reinado de Ezequias (2 Rs 18.19 – 2 Cr 32 – is 36:37). Quando governava Manassés, os seus pecados e os do povo foram a causa da prisão do rei e da sua deportação para Babilônia (2 Cr 33.9 a 11). Josias realizou em Jerusalém uma reforma moral e religiosa (2 Cr 34.3 a 5). Quando, no período de maior decadência, reinava Joaquim, foi a cidade cercada e tomada pelas forças de Nabucodonosor, rei da Babilônia, que deportou para aquele império o rei e o povo, à exceção dos mais pobres dos seus súditos (2 Rs 24.12 a 16). Zedequias foi colocado no trono, mas revoltou-se. Vieram outra vez as tropas de Nabucodonosor, e então Jerusalém suportou um prolongado cerco – mas, por fim, foi tomada, sendo destruído o templo e os melhores edifícios, e derribadas as suas muralhas (2 Rs 25). No tempo de Ciro, como se acha narrado em Esdras, voltou o povo do seu cativeiro, sendo o templo reedificado, e restaurada a Lei. As muralhas foram levantadas por Neemias (Ne 3). Alexandre Magno visitou a cidade, quando o sumo sacerdócio era exercido por Jadua, que é mencionado em Ne 12:11-22. Morto Alexandre, e feita a divisão das suas conquistas, ficou a Judéia nos limites dos dois Estados rivais, o Egito e a Síria. Como efeito dessa situação raras vezes tinham os judeus uma paz duradoura. Ptolomeu Soter tomou a cidade pelo ano 320 a.C., a qual foi fortificada e embelezada no tempo de Simão, o Justo, no ano 300 a.C., mais ou menos (Ecclus. 50). Antíoco, o Grande, conquistou-a em 203 (a.C.) – mas em 199 foi retomada por Scopas, o general alexandrino. Após a derrota dos egípcios, infligida por Antíoco, caiu novamente Jerusalém sob o seu domínio em 19S. Foi depois tomada por Antíoco Epifanes, que profanou o templo, e ergueu um altar pagão no lugar do altar do Senhor (Dn 11:31) – mas no ano 165 foi a cidade reconquistada por Judas Macabeu. Pompeu apoderou-se dela em 65 a.C., e foi saqueada pelos partos no ano 40. Retomou-a Herodes, o Grande, no ano 37 a.C. : foi ele quem restaurou o templo, levantando o edifício que foi visitado por Jesus Cristo. Com respeito ao lugar que ocupava Jerusalém na alma dos hebreus, *veja Sl 122:6 – 137.5,6 – is 62:1-7 – cp.com 1 Rs 8.38 – Dn 6:10 e Mt 5:35. A Jerusalém do N.
Fonte: Dicionário Adventista
João
Dicionário Comum
Nome Hebraico - Significado: Graça divina.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Graça ou favor de Deus. – Aparece, também,em outros lugares com a forma de Joanã. Um parente do sumo sacerdote Anás. Juntamente com Anás e Caifás ele fez inquirições a respeito do ensino dos apóstolos Pedro e João e da cura do coxo (At 4:6). E nada mais se sabe dele. – João Marcos, o evangelista – filho de Maria, e primo (não sobrinho) de Barnabé. Apenas cinco vezes é este evangelista mencionado com o nome de João (At 12:12-25 e 13 5:13-15.37). Nas outras passagens é o nome Marcos que prevalece. (*veja Marcos.) – João Batista, o Precursor. A vinda de João foi profetizada por isaías (40.3), e por Malaquias (4.5 – *veja Mt 11:14), sendo o seu nascimento anunciado aos seus idosos pais por ‘um anjo do Senhor’ (Lc 1:5-23). Seu pai Zacarias era sacerdote, e sua mãe isabel ‘era das filhas de Arão’. A vinda desta criança foi também predita à Virgem Maria, na Anunciação (Lc 1:36). o nascimento de João (Lc 1:57) trouxe novamente, após a circuncisão, a fala a Zacarias, que a tinha perdido, quando o anjo lhe fez saber que havia de ter um filho (Lc 1:20-64). Quanto à infância de João Batista apenas se sabe que ele ‘Crescia e se fortalecia em espírito. E viveu nos desertos até ao dia em que havia de manifestar-se a israel’ (Lc 1:80). E assim, embora tivesse sido consagrado antes do seu nascimento à missão de pregar e ensinar (Lc 1:13-15), ele só deu início à sua obra quando chegou à idade viril, depois de ter passado vários anos isolado, vivendo uma vida de abnegação. A maneira como João Batista apareceu pregando chamou a atenção de toda a gente. o seu vestido era feito de pelos de camelo, e andava cingido de um cinto de couro, sendo a alimentação do notável pregador o que encontrava no deserto gafanhotos e mel silvestre (Lv 11:22 – Sl 81:16 – Mt 3:4). o ministério de João começou ‘no deserto da Judéia’ (Mt 3:1 – Mc 1:4 – Lc 3:3 – Jo 1:6-28). Ele pregava o arrependimento e a vinda do reino dos céus, e todo o país parecia ser movido pela sua palavra, pois vinham ter com ele as multidões para receberem o batismo (Mt 3:5 e Mc 1. S). Em termos enérgicos censurou a falsa vida religiosa dos fariseus e saduceus que se aproximavam dele (Mt 3:7), avisando, também, outras classes da sociedade (Lc 3:7-14) – e chamava a atenção dos ouvintes para Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (Lc 3:15-17 – Jo 1:29-31), a quem batizou (Mt 3:13-17). o povo quis saber se João era o Cristo prometido (Lc 3:15) – mas ele categoricamente asseverou que não era (Jo 1:20). A importância do ministério de João acha-se claramente indicada nas referências de Jesus Cristo e dos apóstolos ao caráter e obra notável do pregador. Depois de responder aos mensageiros de João (Mt 11:2-6 – Lc 7:19-23), falou Jesus às multidões sobre o caráter e missão do Batista, declarando: ‘Entre os nascidos de mulher, ninguém apareceu maior do que João Batista’ (Mt 11:7-11 – Lc 7:24-28). Mais tarde foi por Jesus, de um modo preciso, identificado com o prometido Elias (Mt 17:10-13 – Mc 9:11-13) – e também o batismo de João foi assunto de que Jesus Se serviu para discutir com ‘os principais sacerdotes e os anciãos do povo’, colocando-os em dificuldades (Mt 21:23-27) – e, pelo fato de estes judeus rejeitarem o apelo de João, fez-lhes sentir o Salvador a sua responsabilidade (Mt 21:32). o batismo de João foi lembrado por Jesus depois da Sua ressurreição (At 1:5) – a ele se referiu também Pedro (At 1:22 – 10.37 – 11.16), e o apóstolo Paulo (At 13:24-25). Apolo conhecia somente o ‘batismo de João’ (At 18:25), e maior conhecimento não havia em certos discípulos de Éfeso (At 19:1-4). Com respeito ao ‘batismo de João’, *veja Batismo. o ministério corajoso de João parece ter alarmado Herodes, o tetrarca da Galiléia, que, segundo conta Josefo (Ant. Xiii, 5.2), o considerava como demagogo e pessoa perigosa. Como João o tivesse censurado por ter casado com Herodias, mulher de seu irmão Filipe, que ainda estava vivo, lançou Herodes o seu censurador numa prisão. (*veja Herodias.) o medo da indignação popular (Mt 14:5) parece tê-lo impedido de matar João Batista – mas a filha de Herodias, baseando-se numa inconsiderada promessa de Herodes, obteve a morte de João (Mt 14:3-12). – o Apóstolo. João, irmão de Tiago, era filho de Zebedeu (Mt 4:21), e de Salomé, sendo esta, provavelmente, irmã da mãe de Jesus (cp. Mt 27:56 com Mc 15:40 – Jo 19:25). Sendo assim, era João primo de Jesus, e por isso foi muito natural que o Salvador entregasse a Sua mãe aos cuidados de João, quando estava na cruz (Jo 19:25-27). João era, como seu pai, pescador de Betsaida, na Galiléia, trabalhando no lago de Genesaré (Mt 4:18-21). A família parece ter vivido em boas circunstâncias, visto como seu pai Zebedeu tinha jornaleiros (Mc 1:20) – a sua mãe era uma das piedosas mulheres, que desde a Galiléia acompanharam Jesus e o serviam com os seus bens (Mt 27:56) – o próprio evangelista era conhecido do sumo sacerdote (Jo 18:15), e tinha casa sua (Jo 19:27). Acha-se identificado com aquele discípulo de João Batista, que não é nomeado, e que com André seguiu a Jesus (Jo 1:35-40). A chamada de João e de seu irmão Tiago está, em termos precisos, narrada em Mt 4:21-22 e em Mc 1:19-20. Foi ele um dos doze apóstolos (Mt 10:2, e ref.). A ele e seu irmão deu Jesus o nome de Boanerges (Mc 3:17). Na sua juventude parece ter sido homem apaixonado, de temperamento impulsivo, dando ocasião a que Jesus o censurasse uma vez por ter proibido certo indivíduo de operar milagres (Mc 9:38-39), outra vez por ter desejado que viesse do céu castigo sobre os inóspitos samaritanos (Lc 9:51-56), e também pela sua pessoal ambição (Mc 10:35-40). Todavia, era ele chamado o discípulo, ‘a quem Jesus amava’ (Jo 21:20), e a quem, juntamente com Tiago e Pedro, deu Jesus Cristo o privilégio de presenciarem tantos e maravilhosos acontecimentos do Seu ministério. João pôde observar a cura da sogra de Pedro (Mc 1:29), a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5:37 e Lc 8:51), a pesca miraculosa (Lc 5:10), a transfiguração (Mt 17:1 e refs.), e a agonia no horto de Getsêmani (Mt 26:37, e refs.). É certo que João, como os outros discípulos, abandonou o Divino Mestre, quand
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Bíblico
Felizmente, temos considerável informação acerca do discípulo chamado João. Marcos diz-nos que ele era irmão de Tiago, filho de Zebedeu (Mc 1:19). Diz também que Tiago e João trabalhavam com “os empregados” de seu pai (Mc 1:20). Alguns eruditos especulam que a mãe de João era Salomé, que assistiu a crucificação de Jesus (Mc 15:40). Se Salomé era irmã da mãe de Jesus, como sugere o Evangelho de João (Jo 19:25), João pode ter sido primo de Jesus. Jesus encontrou a João e a seu irmão Tiago consertando as redes junto ao mar da Galiléia. Ordenou-lhes que se fizessem ao largo e lançassem as redes. arrastaram um enorme quantidade de peixes – milagre que os convenceram do poder de Jesus. “E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram” (Lc 5:11) Simão Pedro foi com eles. João parece ter sido um jovem impulsivo. Logo depois que ele e Tiago entraram para o círculo íntimo dos discípulos de Jesus, o Mestre os apelidou de “filhos do trovão” (Mc 3:17). Os discípulos pareciam relegar João a um lugar secundário em seu grupo. Todos os Evangelhos mencionavam a João depois de seu irmão Tiago; na maioria das vezes, parece, Tiago era o porta-voz dos dois irmãos. Paulo menciona a João entre os apóstolos em Jerusalém, mas o faz colocando o seu nome no fim da lista (Gl 2:9). Muitas vezes João deixou transparecer suas emoções nas conversas com Jesus. Certa ocasião ele ficou transtornado porque alguém mais estava servindo em nome de Jesus. “E nós lho proibimos”, disse ele a Jesus, “porque não seguia conosco” (Mc 9:38). Jesus replicou: “Não lho proibais… pois quem não é contra a nós, é por nós” (Mc 9:39-40). Noutra ocasião, ambiciosos, Tiago e João sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória. Esta idéia os indispôs com os outros discípulos (Mc 10:35-41). Mas a ousadia de João foi-lhe vantajosa na hora da morte e da ressurreição de Jesus. Jo 18:15 diz que João era ” conhecido do sumo sacerdote”. Isto o tornaria facilmente vulnerável à prisão quando os aguardas do sumo sacerdote prenderam a Jesus. Não obstante, João foi o único apóstolo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, e Jesus entregou-lhe sua mãe aos seus cuidados (Jo 19:26-27). Ao ouvirem os discípulos que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro. Contudo, ele deixou que Pedro entrasse antes dele na câmara de sepultamento (Jo 20:1-4,8). Se João escreveu, deveras, o quarto Evangelhos, as cartas de João e o Apocalipse, ele escreveu mais texto do NT do que qualquer dos demais apóstolos. Não temos motivo para duvidar de que esses livros não são de sua autoria. Diz a tradição que ele cuidou da mãe de Jesus enquanto pastoreou a congregação em Éfeso, e que ela morreu ali. Preso, foi levado a Roma e exilado na 1lha de Patmos. Acredita-se que ele viveu até avançada idade, e seu corpo foi devolvido a Éfeso para sepultamento
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
1. Veja João, o apóstolo.
2. Veja João Batista.
3. Pai de Simão Pedro e de André (chamado de Jonas em algumas traduções: Mt 16:17). Era um pescador que vivia na região da Galiléia. É interessante notar que as três ocasiões registradas nos evangelhos em que Jesus chamou Pedro pelo nome completo, “Simão filho de João (ou Jonas)”, foram momentos que marcaram pontos cruciais na vida desse apóstolo. Na primeira ocasião, André apresentou seu irmão Simão ao “Messias”, Jesus. Cristo olhou para Simão e anunciou profeticamente: “Tu és Simão, filho de João. Tu serás chamado Cefas [que quer dizer Pedro]” (Jo 1:42). Daquele momento em diante, Simão Pedro passou a seguir a Cristo. Na segunda ocasião em que o nome inteiro dele foi usado, ele havia acabado de responder uma pergunta de Jesus, dizendo: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16:16). O significado desta identificação de Jesus como o Cristo era tão grande que Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, pois não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16:17). A última ocasião foi depois da ressurreição, quando Cristo testou o amor de Pedro por Ele e o comissionou com as palavras: “Simão, filho de João... Apascenta os meus cordeiros” (Jo 21:15-17).
4. João, um parente do sumo sacerdote Anás; é mencionado apenas em Atos 6. Era um dos anciãos e líderes diante dos quais os apóstolos Pedro e João foram levados para serem interrogados. A pregação deles começava a aborrecer profundamente os líderes e por isso tentaram silenciá-los. Os apóstolos disseram que eram obrigados a obedecer a Deus e não aos homens (v. 19). Finalmente, sentindo o peso da opinião pública, os anciãos decidiram libertar os dois. P.D.G.
Autor: Paul Gardner
Dicionário da Bíblia de Almeida
João 1) O Batista: V. JOÃO BATISTA. 2) Pai do apóstolo Pedro (Jo 1:42); 21:15-17, RA; RC, Jonas).
3) O evangelista e apóstolo: V. JOÃO, APÓSTOLO. 4) João Marcos: V. MARCOS, JOÃO.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
João A) Evangelho de João
1. Autoria e datação. O primeiro que relacionou o Quarto Evangelho a João, o filho de Zebedeu, parece ter sido Irineu (Adv. Haer, 3,1,1), citado por Eusébio (HE 5:8,4), o qual menciona Policarpo como fonte de sua opinião. Sem dúvida, o testamento reveste-se de certa importância, mas não deixa de apresentar inconvenientes. Assim, é estranho que outra literatura relacionada com Éfeso (a Epístola de Inácio aos Efésios, por exemplo) omita a suposta relação entre o apóstolo João e esta cidade. Também é possível que Irineu tenha-se confundido quanto à notícia que recebeu de Policarpo, já que destaca que Papias foi ouvinte de João e companheiro de Policarpo (Adv. Haer, 5,33,4). No entanto, conforme o testemunho de Eusébio (HE 3:93,33), Papias foi, na realidade, ouvinte de João, o presbítero — que ainda vivia nos tempos de Papias (HE 3.39,4) — e não do apóstolo. Fica, pois, a possibilidade de que esse João foi o mesmo ao qual Policarpo se referiu.
Outras referências a uma autoria de João, o apóstolo, em fontes cristãs são muito tardias ou lendárias para serem questionadas, seja o caso de Clemente de Alexandria, transmitido por Eusébio (HE 6:14,17) ou o do Cânon de Muratori (c. 180-200). É certo que a tradição existia em meados do séc. II, mas não parece de todo concludente. Quanto à evidência interna, o evangelho reúne referências que podemos dividir nas relativas à redação e nas relacionadas com o discípulo amado (13 23:19-26-27; 20,1-10 e 21:7 e 20-4; possivelmente 18:15-16; 19,34-37 e talvez 1:35-36).
As notícias recolhidas em 21:20 e 21:24 poderiam identificar o redator inicial com o discípulo amado ou talvez com a fonte principal das tradições recolhidas nele, porém, uma vez mais, fica obscuro se esta é uma referência a João, o apóstolo.
Em nenhum momento o evangelho distingue o discípulo amado por nome nem tampouco o apóstolo João. E se na Última Ceia só estiveram presentes os Doze, obviamente o discípulo amado teria de ser um deles; tal dado, contudo, ainda não é seguro. Apesar de tudo, não se pode negar, de maneira dogmática, a possibilidade de o discípulo amado ser João, o apóstolo, e até mesmo existem alguns argumentos que favorecem essa possibilidade. Pode-se resumi-los da seguinte maneira:
1. A descrição do ministério galileu tem uma enorme importância em João, a ponto de a própria palavra “Galiléia” aparecer mais vezes neste evangelho do que nos outros (ver especialmente: 7,1-9).
2. Cafarnaum recebe uma ênfase muito especial (2,12; 4,12; 6,15), em contraste com o que os outros evangelhos designam o lugar de origem de Jesus (Mt 13:54; Lc 4:16). A própria sinagoga de Cafarnaum é mencionada mais vezes neste do que nos outros evangelhos.
3. O evangelho de João refere-se também ao ministério de Jesus na Samaria (c.4), o que é natural, levando-se em conta a relação de João, o de Zebedeu, com a evangelização judeu-cristã da Samaria (At 8:14-17).
4. João fazia parte do grupo de três (Pedro, Tiago e João) mais íntimo de Jesus. É, pois, um tanto estranho que um discípulo tão próximo a Jesus, como o discípulo amado — e não se tratando de João —, não apareça sequer mencionado em outras fontes.
5. As descrições da Jerusalém anterior ao ano 70 d.C. encaixam-se com o que sabemos da permanência de João nessa cidade, depois de Pentecostes. De fato, os dados fornecidos por At 1:13; 8,25 e por Paulo (Gl 2:1-10) indicam que João estava na cidade antes do ano 50 d.C.
6. João é um dos dirigentes judeu-cristãos que teve contato com a diáspora, assim como Pedro e Tiago (Jc 1:1; 1Pe 1:1; Jo 7:351Co 9:5), o que se enquadraria com algumas das notícias contidas em fontes cristãs posteriores e em relação ao autor do Quarto Evangelho.
7. O evangelho de João procede de uma testemunha que se apresenta como ocular.
8. O vocabulário e o estilo do Quarto Evangelho destacam uma pessoa cuja primeira língua era o aramaico e que escrevia em grego correto, porém cheio de aramaísmo.
9. O pano de fundo social de João, o de Zebedeu, encaixa-se perfeitamente com o que se esperaria de um “conhecido do Sumo Sacerdote” (Jo 18:15). De fato, a mãe de João era uma das mulheres que serviam Jesus “com seus bens” (Lc 8:3), como a mulher de Cuza, administrador das finanças de Herodes. Igualmente sabemos que contava com assalariados a seu cargo (Mc 1:20). Talvez alguns membros da aristocracia sacerdotal o vissem com menosprezo por ser um leigo (At 4:13), mas o personagem estava longe de ser medíocre, a julgar pela maneira tão rápida pela qual se tornou um dos primeiros dirigentes da comunidade hierosolimita, logo depois de Pedro (Gl 2:9; At 1:13; 3,1; 8,14 etc.).
Não sendo, pois, João, o de Zebedeu, o autor do evangelho (e pensamos que a evidência a favor dessa possibilidade não é pequena), teríamos de ligá-lo com algum discípulo mais próximo a Jesus (como os mencionados em At 1:21ss., por exemplo) e que contava com uma considerável importância dentro das comunidades judeu-cristãs da Palestina.
Em relação à datação do quarto evangelho, não se duvida porque o consenso tem sido quase unânime nas últimas décadas. Geralmente, os críticos conservadores datavam a obra em torno do final do séc. I ou início do séc. II, enquanto os radicais — como Baur — situavam-na por volta de 170 d.C. Um dos argumentos utilizados como justificativa dessa postura era ler em Jo 5:43 uma referência à rebelião de Bar Kojba. O fator determinante para refutar essa datação tão tardia foi o descobrimento, no Egito, do p 52, pertencente à última década do século I ou à primeira do século II, onde está escrito um fragmento de João. Isso situa a data da relação, no máximo, em torno de 90-100 d.C. Contudo, existem, em juízo de vários estudiosos, razões consideráveis para datar o evangelho em um período anterior. No ponto de partida dessa revisão da data, devem estar os estudos de C. H. Dodd sobre este evangelho. Este autor seguiu a corrente que data a obra entre 90 e 100, atribuindo-a a um autor estabelecido em Éfeso; reconheceu, sem dúvida, que o contexto do evangelho se refere a condições “presentes na Judéia antes do ano 70 d.C., e não mais tarde nem em outro lugar”. De fato, a obra é descrita como “dificilmente inteligível” fora de um contexto puramente judeu anterior à destruição do Templo e até mesmo à rebelião de 66 d.C.
Apesar dessas conclusões, C. H. Dodd sustentou a opinião em voga, alegando que Jo 4:53 era uma referência à missão pagã e que o testemunho de João recordava a situação em Éfeso em At 18:24-19:7. Ambas as teses são de difícil defesa para sustentar uma data tardia, já que a missão entre os pagãos foi anterior a 66 d.C., e At 18:19 narram acontecimentos também anteriores a 66 d.C.
O certo é que atualmente se reconhece a existência de razões muito sólidas para defender uma datação da redação do evangelho anterior a 70 d.C. São elas:
1. A cristologia muito primitiva (ver Mensagem).
2. O pano de fundo que, como já advertiu Dodd, só se encaixa no mundo judeu-palestino anterior a 70 d.C.
3. A existência de medidas de pressão contra os cristãos antes do ano 70 d.C.: as referências contidas em Lc 4:29; At 7:58 e 13:50 mostram que não é necessário mencionar Jo 9:34ss.; 16,2 para episódios posteriores à destruição do Templo.
4. A ausência de referências aos pagãos.
5. A importância dos saduceus no evangelho.
6. A ausência de referências à destruição do templo.
7. A anterioridade ao ano 70 d.C. dos detalhes topográficos rigorosamente exatos.
2. Estrutura e Mensagem. O propósito do evangelho de João é claramente determinado em 20:31: levar a todos os povos a fé em Jesus como messias e Filho de Deus, a fim de que, por essa fé, obtenham a vida. O evangelho está dividido em duas partes principais, precedidas por um prólogo (1,1-18) e seguidas por um epílogo (c. 21).
A primeira parte (1,19-12,50) ou o “Livro dos Sinais”, segundo C. H. Dodd, apresenta uma seleção dos milagres — sinais ou signos — de Jesus.
A segunda parte (13 1:20-31), também denominada “Livro da Paixão” (Dodd) ou da Glória (Brown), inicia-se com a Última Ceia e narra a paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Três são os aspectos especialmente centrais na mensagem de João.
Em primeiro lugar, a revelação de Deus através de seu Filho Jesus (1,18). Evidentemente, a cristologia desse evangelho é muito primitiva e assim Jesus aparece como “profeta e rei” (6,14ss.); “profeta e messias” (7,40-42); “profeta” (4,19; 9,17); “messias” (4,25); “Filho do homem” (5,27) e “Mestre da parte de Deus” (3,2). Sem súvida, do mesmo modo que Q, onde Jesus se refere a si mesmo como a Sabedoria, neste evangelho enfatiza-se que o Filho é, pela filiação, igual a Deus (Jo 5:18) e Deus (1,1; 20,28). De fato, o Logos joanino de Jo 1:1 não é senão a tradução grega do termo aramaico Memrá, uma circunlocução para referir-se a YHVH no Targum.
É o próprio Deus que se aproxima, revela e salva em Jesus, já que este é o “Eu sou” que apareceu a Moisés (Ex 3:14; Jo 8:24; 8,48-58). Isso se evidencia, por exemplo, nas prerrogativas do Filho em julgar (5,22,27,30; 8,16.26; 9,39; 12,47-48), ressuscitar os mortos (5,21,25-26.28-29; 6,27; 35,39-40,50-51.54-58; 10,28; 11,25-26) e trabalhar no sábado (5,9-18; 7,21-23).
O segundo aspecto essencial da mensagem joanina é que em Jesus não somente vemos Deus revelado, mas também encontramos a salvação. Todo aquele que crê em Jesus alcança a vida eterna (3,16), tem a salvação e passa da morte à vida (5,24). E a fé é uma condição tão essencial que os sinais pretendem, fundamentalmente, levar as pessoas a uma fé que as salve. De fato, crer em Jesus é a única “obra” que se espera que o ser humano realize para obter a salvação (Jo 6:29). Aceitar ou não Jesus como Filho de Deus, como “Eu sou”, como messias, tem efeitos contudentes e imediatos. A resposta positiva — uma experiência que Jesus denomina “novo nascimento” (3,1ss.) — conduz à vida eterna (3,15) e a ser convertido em filho de Deus (1,12); a negativa leva à condenação (3,19) e ao castigo divino (3,36).
Partindo-se dessas posturas existenciais, dessa separação entre incrédulos e fiéis, pode-se entender o terceiro aspecto essencial da mensagem joanina: a criação de uma nova comunidade espiritual em torno de Jesus e sob a direção do Espírito Santo, o Consolador. Só se pode chegar a Deus por um caminho, o único: Jesus (14,6). Só se pode dar frutos unido à videira verdadeira: Jesus (Jo 15:1ss.). Todos os que assim se unem a Jesus serão perseguidos por um mundo hostil (15,18ss.), todavia serão também objeto da ação do Espírito Santo (16,5ss.), viverão em uma alegria que humanamente não se pode entender (16,17ss.) e vencerão o mundo como Jesus (16,25ss.). Neles também se manifestará um amor semelhante ao de Jesus (Jo 13:34-35), o Filho que voltará, no final dos tempos, para recolher os seus e levá-los à casa de seu Pai (Jo 14:1ss.). É lógico que essa cosmovisão se expresse nesse conjunto de oposições que não são exclusivas de João, mas que são tão explícitas nesse evangelho: lu-Ztrevas, mundo-discípulos, Cristo-Satanás etc. O ser humano vê-se dividido diante de sua realidade — a de que vive nas trevas — e a possibilidade de obter a vida eterna pela fé em Jesus (5,24). O que aceita a segunda opção não se baseia em especulações nem em uma fé cega, porém em fatos que aconteceram na história e dos quais existiram testemunhas oculares (19,35ss.; 21,24). Ao crer em Jesus, descobre-se nele — que na Ressurreição demonstrou a veracidade de suas pretensões — seu Senhor e seu Deus (Jo 20:28) e obtém-se, já nesta vida, a vida eterna (20,31), integrando-se numa comunidade assistida pelo Espírito Santo e que espera a segunda vinda de seu Salvador (Jo 14:1ss.; 21,22ss.).
C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; R. Bultmann, The Gospel of John, Filadélfia 1971; C. K. Barrett, The Gospel, according to St. John, Filadélfia, 1978; R. Schnackenburg, The Gospel According to St. John, 3 vols., Nova York 1980-1982; f. f. Bruce, The Gospel of John, Grand Rapids 1983; G. R. Beasley-Murray, John, Waco 1987; J. Guillet, Jesucristo em el Evangelio de Juan, Estella 51990; A. Juabert, El Evangelio según san Juan, Estella 121995.
B - João, o Apóstolo
Pescador, filho de Zebedeu, foi um dos primeiros a ser chamado por Jesus e, por este, constituído apóstolo. Junto com seu irmão Tiago e com Pedro, formava o grupo mais íntimo de discípulos e é sempre mencionado no ínicio das listas apostólicas, junto a Tiago, Pedro e André. Com o seu irmão Tiago, recebeu o apelido de Boanerges, o filho do trovão (Mc 3). Desempenhou um papel de enorme transcendência na 1greja judeu-cristã de Jerusalém (At 1:8; Gl 2:9). É possível que, no final de sua vida, tenha desenvolvido um ministério missionário na Ásia Menor.
Tradicionalmente é identificado como João, o Evangelista, autor do quarto evangelho, e como o autor do Apocalipse.
C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A.T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...
C - João, o Apóstolo
Tradicionalmente (desde o séc. II), tem-se identificado o autor do Quarto Evangelho com o filho de Zebedeu: João. Embora um bom número de autores modernos recusem essa hipótese, razões têm sido reconsideradas — R. A. T. Robinson, por exemplo — para possibilitar esse ponto de vista. O autor do quarto evangelho conhece mais intimamente o ministério da Galiléia e até nos dá informações sobre ele que não conhecemos através de outros evangelhos. A situação abastada dos filhos de Zebedeu — cujo pai contava com vários assalariados — permite crer que era “conhecido” do Sumo Sacerdote. Além disso, descreve com impressionante rigor a Jerusalém anterior a 70 d.C., o que é lógico em uma pessoa que foi, segundo Paulo, uma das colunas da comunidade judeu-cristã daquela cidade (Gl 2:9). A tudo isso, acrescenta-se o testemunho unânime dos autores cristãos posteriores que atribuem essa autoria a João. Em todo caso, e seja qual for a identidade do quarto evangelista, o certo é que recolhe uma tradição sobre a vida de Jesus muito antiga, fidedigna e independente da sinótica. É bem possível que sua redação seja anterior a 70 d.C., embora alguns autores prefiram situá-la por volta de 90 d.C. O autor do quarto evangelho é o mesmo que o das três epístolas de João, que constam no Novo Testamento, constituindo a primeira um guia interpretativo do evangelho para evitar que este seja lido em clave gnóstica.
C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R. E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols. Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; R. Bultmann, The Gospel of John, Filadélfia 1971; C. K. Barrett, The Gospel according to St. John, Filadélfia 1978; R. Schnackenburg, El evangelio según san Juan, 3 vols., Barcelona 1980:1982; f. f. Bruce, The Gospel of John, Grand Rapids 1983; G. R. Beasley-Murray, John, Waco 1987; J. Guillet, Jesucristo en el Evangelio de Juan, Estella 51990; A. Juabert, El Evangelio según san Juan, Estella 121995.
D - João, o Teólogo
Conforme alguns estudiosos, é o autor do Apocalipse e cujo túmulo estava em Éfeso. Por ser um personagem distinto de João, o evangelista (seja ou não este o filho de Zebedeu), é possível que tenha emigrado para a Ásia Menor, ao eclodir a revolta de 66-73 d.C. contra Roma. Sua obra é, portanto, anterior a 70 d.C. e constitui uma valiosa fonte para estudo da teologia judeu-cristã da época.
K. Stendhal, The Scrolls...; C. Vidal Manzanares, De Pentecostés...; C. H. Dodd, Interpretation...; Idem, Historical tradition...; R.E. Brown, Evangelio según san Juan, 2 vols., Madri 1975; Idem, La comunidad del discípulo amado, Salamanca 1983; f. Manns, L’Evangile de Jean, Jerusalém 1991; J. A. T. Robinson, Redating...; Idem, The Priority...; f. f. Ramos, Evangelio según San Juan, Estella 1989.
Autor: César Vidal Manzanares
Judeia
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
latim: terra dos judeus
Fonte: Dicionário Adventista
Judeus
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Judeus 1. Súdito do reino de Judá formado pelas tribos de Judá e Levi.
2. O nascido de pais judeus (especificamente de mãe judia), o que aceita o judaísmo através da conversão (guiur), conforme a Torá escrita e oral. Não é considerado judeu o nascido de matrimônio misto, em que só o pai é judeu.
1.
Que ou quem professa a religião judaica.
=
HEBREU
2.
O mesmo que israelita.
adjectivo
adjetivo
3.
Relativo à Judeia, região da Palestina.
4.
Relativo à tribo ou ao reino de Judá ou a Judá, nome de duas personagens bíblicas.
5.
Relativo à religião judaica.
=
HEBRAICO, HEBREU
6.
[Informal, Depreciativo]
Muito travesso.
7.
[Informal, Depreciativo]
Que gosta de fazer judiarias.
=
PERVERSO
nome masculino
8.
[Informal, Depreciativo]
Agiota, usurário.
9.
[Popular]
Enxergão.
10.
IctiologiaPeixe pelágico (Auxis rochei) da família dos escombrídeos, de corpo alongado, coloração azulada com bandas escuras no dorso e ventre prateado.
=
SERRA
11.
[Brasil]
Feixe de capim com pedras, para a formação de tapumes, em trabalhos de mineração.
judeu errante Personagem lendária condenada a vagar pelo mundo até ao fim dos tempos.
Indivíduo que viaja com muita frequência, que não se fixa num lugar.
A palavra judeu significava, primitivamente, um membro do reino de Judá (2 Rs 16.6 – 25.25 – Jr 34:9). Durante o cativeiro, e depois da volta para a Palestina, os israelitas que formaram o novo Estado eram, geralmente, conhecidos pelo nome de judeus. os outros membros da raça israelita, espalhados por todo o mundo, foram, no decorrer do tempo, chamados judeus, e a si próprios eles também davam esse nome (Et 3 – Dn 3:8-12). (*veja Dispersão, Hebreu, israelitas.) Entre as nações, onde fixaram a sua residência, foram eles principalmente notáveis pelo seu extremo exclusivismo. Crendo estar sob a especial proteção do Senhor, eles depressa recuperavam as suas forças, que perdiam nas diversas calamidades causadas pela sua desobediência aos preceitos divinos, retomando a sua antiga satisfação como povo escolhido. Com a queda da cidade de Jerusalém, e a destruição do templo, terminou a existência nacional dos judeus. Daí para o futuro eram eles estrangeiros entre outros povos. Mesmo muito antes da conquista, realizada por Tito, tinham-se espalhado por outras terras, onde formaram grandes e poderosas comunidades. Um certo número deles tinha ficado na Babilônia, depois da volta do cativeiro. No Egito e em Cirene habitavam quase em igual quantidade, e em Roma e em outras grandes cidades formavam grandes colônias. Quão largamente eles estavam dispersos, pode deduzir-se da lista dada por Lucas na sua narrativa a propósito dos acontecimentos no dia de Pentecoste (At 2:1-11). Com qualquer outro povo o resultado da sua dispersão teria sido o desaparecimento das suas particularidades nacionais, se não raciais, e também o serem absorvidos pelas nações nas quais foram habitar. Todavia, já se vão 2.000 anos, e nota-se que eles continuam em vida separada, obedecendo, porém, às leis dos diferentes povos, conformando-se com os seus costumes, e falando a sua língua. Conquanto tenham percorrido todas as nações, é ainda o hebraico a sua língua nacional, e a sua religião é ainda o antigo culto de israel. Através de todas as dificuldades, embora súditos de muitos Estados, a verdade é que um judeu permanece sempre judeu, e somente judeu. Foi este poder de resistência às influências exteriores que os habilitou a restaurar o Sinédrio, passados alguns anos depois da total destruição de Jerusalém. Em duas gerações, com a maravilhosa vitalidade”, que sempre os distinguiu, puderam os judeus ‘recuperar em grande extensão os seus números, a sua riqueza, e o seu espírito indomável’. E é-nos fácil agora compreender como o tesouro do templo, tantas vezes arrebatado, era tão depressa substituído. Quando chegava às comunidades estrangeiras dos judeus a notícia de qualquer nova desgraça, eram por eles mandado dinheiro e homens a Jerusalém para o serviço do templo, e também para ser restabelecido o saqueado tesouro. As calamidades e misérias, que os judeus têm suportado, não podem talvez, comparar-se com os infortúnios de qualquer outra nação. o nosso Salvador chorou quando previu a rapina, o assassinato, o fogo, a pestilência, e outros horrores, que estavam para atormentar o povo escolhido. Quase todos os judeus modernos são fariseus na doutrina, embora eles não se chamem assim – e acham-se tão ligados à lei tradicional (isto é, oral), como o eram os seus antepassados. Eles nutrem um ódio implacável aos caraítas (uma seita dos Escrituristas), que aderem ao texto de Moisés, rejeitando as interpretações dos rabinos. Não há saduceus declarados, mas as doutrinas de muitos judeus ‘reformados’ não são dessemelhantes. Quanto aos samaritanos ainda restam cerca de 200, principalmente em Nablus.
Fonte: Dicionário Adventista
Judéia
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Judéia Denominação greco-latina do território que antigamente formava o reino de Judá e foi utilizada somente durante o domínio romano (Lc 5:17; Jo 4:3). A partir de 44, a Galiléia fez parte da Judéia e o termo começou a designar toda a Palestina.
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Judéia PROVÍNCIA para onde os judeus voltaram depois do CATIVEIRO. A maioria dos que voltaram era da tribo de Judá, e por isso o território que ocuparam passou a ser chamado de Judéia. No tempo de Cristo, o termo se referia à parte sul das três regiões em que a província romana da Palestina era dividida. As outras duas eram Galiléia e Samaria. A Judéia fazia parte do proconsulado romano da Síria e era governada por um procurador. Media quase 90 km de norte a sul e, aproximadamente, a mesma distância de leste a oeste. Estendia-se do mar Morto ao mar Mediterrâneo e da altura de Jope até o extremo sul do mar Morto. Mesmo assim, até nessa época, o nome Judéia às vezes indicava toda a Palestina (Lc 1:5); 4.44; 7.17; (At 10:37).
verbo transitivo Punir com pena de morte. Aplicar justiça severa. Supliciar.
Fonte: Priberam
Lado
Dicionário Comum
substantivo masculinoParte direita ou esquerda de um corpo, de um objeto, de um lugar: tem uma mancha no lado esquerdo. Sítio, lugar, banda: vai para aquele lado? Partido, facção, fileira: houve.
Fonte: Priberam
Lança
Dicionário Comum
substantivo femininoArma ofensiva de longa haste e com uma ponta aguda. Náutica. Antena que liga o calcetes aos pés dos mastros. Pau roliço usado para empar as videiras. Braço de guindaste. Varal de carruagem. Quebrar lanças (por algo), lutar sem trégua (por conseguir o que se deseja). Etimologia (origem da palavra lança). Do latim lancea.
Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Lança ARMA de arremesso, que consistia numa longa haste de madeira, tendo uma ponta de pedra, bronze ou ferro pontudo (1Sm 13:19). V. DARDO.
le·van·tar
-
(latim tardio *levantare, do latim levans, -antis, particípio presente de levo, -are, erguer, elevar)
verbo transitivo e pronominal
1.
Mover ou mover-se de baixo para cima.
=
ALÇAR, ELEVAR, ERGUER
≠
ARRIAR, BAIXAR
2.
Pôr ou ficar na posição vertical (ex.: levantou os livros tombados; caiu, mas levantou-se logo a seguir).
=
ERGUER
≠
DEITAR, TOMBAR
3.
Incentivar ou ter reacção contra algo ou alguém.
=
INSURGIR, REBELAR, REVOLTAR, SUBLEVAR
verbo transitivo
4.
Erguer e pôr em pé.
5.
Apanhar do chão.
6.
Fazer crescer.
7.
Dar mais altura a (ex.: decidiram levantar a vedação).
=
ALTEAR, SUBIR
≠
BAIXAR
8.
Engrandecer, sublimar.
9.
Dar origem a algo (ex.: este caso levanta um problema ético).
=
CAUSAR, ORIGINAR, PRODUZIR, PROVOCAR, SUSCITAR
10.
Aventar, imputar, inventar.
11.
Fazer cessar algo que está em curso (ex.: levantar as sanções económicas ao país; levantar o embargo).
=
ANULAR, SUSPENDER
12.
Entoar.
13.
Cobrar, arrecadar.
14.
Impor.
15.
Fazer uma construção (ex.: vão levantar aqui um prédio de 6 andares).
=
CONSTRUIR, EDIFICAR, ERGUER
16.
[Caça]
Fazer sair os animais a caçar da toca, do ninho ou do local onde se abrigam (ex.: levantar a caça; levantar perdizes).
verbo intransitivo
17.
Crescer.
18.
Pôr-se mais alto.
19.
Subir de preço.
20.
Deixar de chover.
21.
[Futebol]
Chutar a bola de forma a elevá-la (ex.: o jogador tem indicações para levantar para o centro da área).
verbo transitivo , intransitivo e pronominal
22.
Fazer subir ou subir.
verbo pronominal
23.
Sair da cama.
24.
Nobilitar-se.
25.
Raiar, surgir, aparecer.
nome masculino
27.
Acto de levantar.
28.
O sair da cama.
Fonte: Priberam
Ligado
Dicionário Comum
adjetivoQue se conseguiu ligar, unir, prender: corrente ligada ao carro. Em que há conexão ou corrente elétrica; conectado: fios ligados. Que mantém uma relação; relacionado: teoria ligada à prática. [Informal] Extremamente concentrado ou atento: aluno ligado na aula. [Informal] Que está sob o efeito de entorpecentes; drogado. Figurado Com relações ou vínculos que deixam alguém preso a algo. Cuja consistência se tornou homogênea: substância ligada. substantivo masculino[Música] Modo de reproduzir uma melodia sem interrupções. Etimologia (origem da palavra ligado). Do latim ligatus.a.um.
Fonte: Priberam
Lugar
Dicionário Comum
substantivo masculinoEspaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar. Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso. Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar. Qualquer local; localidade: lugar fresco. Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado. Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado. Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição. expressãoTer lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui. Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo. Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoEspaço que ocupa ou pode ocupar uma pessoa, uma coisa: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. Cargo que se ocupa em; emprego: perder seu lugar. Posição final numa competição, concurso etc.: colocação, ordem: tirou o primeiro lugar no concurso. Posição que uma pessoa ou uma coisa deve ocupar: esse homem não conhece seu lugar. Qualquer local; localidade: lugar fresco. Situação em circunstâncias especiais: em seu lugar, eu teria protestado. Circunstância favorável para o desenvolvimento de; ocasião, ensejo: não me deu lugar para ficar zangado. Maneira como alguma coisa está disposta num dado período; condição, situação, posição. expressãoTer lugar. Ter cabimento, vir a propósito: seu comentário não tem lugar aqui. Lugares santos. Na Palestina, os lugares onde viveu Jesus Cristo. Etimologia (origem da palavra lugar). Do latim localis, de locus.
Fonte: Priberam
Luz
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Luz Símbolo da claridade espiritual, que procede do Evangelho de Jesus (Mt 4:16; Lc 1:79) e não se restringe aos judeus, mas que chega até aos gentios (Lc 2:32). Acompanha algumas manifestações gloriosas de Jesus como a da sua Transfiguração (Mt 17:2-5). Os discípulos devem ser canais dessa luz (Mt 5:14-16; Lc 12:35), evangelizar e atuar na transparência própria da luz (Mt 10:27; Lc 12:3).
3) Cidade cananéia que foi chamada de Betel (Gn 28:19) e, depois, formou a fronteira norte da tribo de Benjamim (Js 18:13).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário da FEB
[...] luz é, em suma, a forma mais sutil da matéria. [...]. Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2
[...] é um modo de movimento, como o calor, e há tanta “luz” no espaço à meia-noite como ao meio-dia, isto é, as mesmas vibrações etéreas atravessando a imensidade dos céus. [...] Referencia: FLAMMARION, Camille• A morte e o seu mistério• Rio de Janeiro: FEB, 2004• 3 v•: v• 1, 6a ed•; v• 2, 5a ed•; v• 3, 5a ed• - v• 1
[...] constitui o modo de transmissão da história universal. Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - 4a narrativa
[...] é o símbolo multimilenar do desenvolvimento espiritual. [...] Referencia: MARCUS, João (Hermínio C• Miranda)• Candeias na noite escura• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
L M Referencia:
Fonte: febnet.org.br
Dicionário Comum
substantivo femininoClaridade que emana de si mesmo (Sol) ou é refletida (Lua). [Astronomia] Claridade que o Sol espalha sobre a Terra. Objeto que serve para iluminar; lâmpada, lanterna: traga a luz. O que ilumina os objetos e os torna visíveis: luz do poste. [Artes] Efeitos da luz reproduzidos em um quadro: hábil distribuição de luz e sombras. Figurado Tudo que esclarece o espírito: a luz da razão, da fé. Figurado Conhecimento das coisas; inteligência, saber: suas luzes são limitadas. Figurado Pessoa de mérito, de elevado saber: é a luz de seu século. Orifício de entrada e saída do vapor no cilindro de uma máquina. Abertura na culatra de uma arma, pela qual se faz chegar o fogo à carga. Furo que atravessa um instrumento. [Ótica] Nos instrumentos de óptica de pínulas, pequeno orifício pelo qual se vê o objeto observado. [Anatomia] Cavidade de um corpo ou órgão oco: a luz do intestino. expressãoLuz cinzenta. Luz solar refletida pela Terra, a qual permite distinguir o disco completo da Lua quando esta se mostra apenas sob a forma de crescente. Luz negra ou luz de Wood. Raios ultravioleta, invisíveis, que provocam a fluorescência de certos corpos. Vir à luz. Ser publicado, revelado. Século das Luzes. O século XVIII. Dar à luz. Dar vida a um ser. Etimologia (origem da palavra luz). Do latim lucem.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
hebraico: amendoeira
Fonte: Dicionário Adventista
Maltratar
Dicionário Comum
verbo transitivo Tratar com brutalidade ou grosseria uma pessoa, por atos ou palavras. Usar com desleixo, causando dano; estragar, danificar. Espancar, açoitar, tratar com crueldade.
Fonte: Priberam
Marcos
Dicionário Comum
Nome Latim - Significado: Deus da guerra.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
(Jr 31:21.) Eram, no oriente, sinais feitos com pedras para mostrar o carreiro ao viajante. A mesma palavra se usa (2 Rs 23.17 – Ez 39:5) a propósito de certas pedras que servem para indicar um cadáver ou qualquer osso humano. (*veja Caminho, Jornada.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Marcos JOÃO MARCOS
Filho de MARIA 5, e primo de Barnabé (Cl 4:10, RA; RC, sobrinho). Acompanhou Paulo e Barnabé até Antioquia (At 12:25) e, depois, na sua primeira viagem missionária, até Perge (13 5:13'>At 13:5-13). Por causa dele Paulo e Barnabé se separaram (At 15:36-41). Mais tarde, porém, Marcos foi cooperador de Paulo (Cl 4:10; Fm 24; 2Tm 4:11) e trabalhou com Pedro (1Pe 5:13). Segundo a tradição, Marcos fundou a igreja em Alexandria.
===============================
EVANGELHO DE MARCOS
Segundo livro do NT, considerado o mais antigo dos Evangelhos. Marcos (V. MARCOS, JOÃO) destaca principalmente a atividade constante e a autoridade de Jesus. Jesus vai de um lugar para outro, anunciando a vinda do REINO DE DEUS, ensinando multidões, fazendo milagres e curando doentes. Para ajudá-lo, ele escolhe 12 homens, os apóstolos. Estes o acompanham por toda parte, aprendem que por meio do evangelho todas as pessoas podem fazer parte do Reino de Deus. Depois os apóstolos saem para anunciar essa mensagem de salvação e para curar pessoas. Em tudo isso Jesus age com autoridade, que lhe vem de Deus. Ele é o FILHO DO HOMEM, que Deus escolheu e enviou para ser o Salvador (10.45). Portanto, ele tem autoridade para expulsar demônios, curar doentes e perdoar pecados. Este Evangelho começa com o batismo de Jesus (1.9-11) e termina com a sua ressurreição (16.1-8). O trecho final (16.9-20) não faz parte do texto original grego.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Marcos Também João Marcos. Judeu-cristão, primo de Barnabé e filho de uma mulher em cuja casa se reunia a Igreja hierosolimita. Tradicionalmente, atribui-se a ele a redação do evangelho que leva seu nome. Participou do início da Igreja antioquena e acompanhou Paulo, junto com seu primo Barnabé, em sua primeira viagem missionária. O fato de decidir abandonar seus acompanhantes em Perge levá-lo-ia a uma ruptura temporal com Paulo. Em 1Pe 5:13 aparece como companheiro do apóstolo Paulo, que coincide com informações extrabíblicas (Papias etc.) e o convertem em companheiro e intérprete do apóstolo no mundo romano. Essas circunstâncias enquadram-se também com a visão peculiar do segundo evangelho, expressamente redigido para os romanos, com claras reminiscências de uma testemunha ocular (Pedro?) e dotado de uma estrutura breve e simples, adequado para a obra missionária. Uma tradição tardia liga Marcos com o episcopado de Alexandria, mas, nesse caso, encontramo-nos ante uma notícia muito menos segura do que as já assinaladas.
A - Evangelho de Marcos
1. Autoria e datação. O evangelho de Marcos — que, muito possivelmente, reúne a pregação petrina — é um evangelho dirigido fundamentalmente aos gentios e, quase com toda a segurança, forjado em um meio pagão. Tradicionalmente, tem sido identificado com Roma (o que combinaria com a missão petrina) (Eusébio, HE 2:15; 6,14,16) ou, secundariamente, com Alexandria, em harmonia com uma tradição que situa Marcos nessa cidade (João Crisóstomo, Hom. Mt 1:3).
É bem possível que o autor possa ser identificado com João Marcos. Quanto à sua datação, costuma-se admitir, quase que unicamente, que foi escrito antes do ano 70 d.C. e pouco antes ou pouco depois da perseguição de Nero, embora alguns autores o considerem ainda mais antigo. As mesmas fontes antigas manifestam essa duplicidade de opiniões. Para Eusébio (HE 6:14.5-7), Marcos teria escrito seu evangelho por volta de 64-65. Clemente de Alexandria, ao contrário, fixou-o em uma data cujo termo “a quo” seria o ano de 45. Mais duvidosa é a afirmação de que Marcos é o primeiro escrito entre os quatro que o Novo Testamento contém.
Certamente é o mais breve, mas não é menos verdade que, por exemplo, os mesmos episódios em Marcos e em Mateus apresentem-se mais elaborados no primeiro do que no segundo.
2. Estrutura e mensagem. A estrutura de Marcos é muito simples. Após um breve prólogo (1,1-15), que tem início com a pregação de João Batista, Marcos descreve o ministério galileu de Jesus (1,6-8,26) e, como sua consumação, a paixão, morte e ressurreição de Jesus (8,27-16,8).
Mesmo que Marcos não pretenda fazer teologia, mas narrar uma história, é inegável que em sua obra estão presentes motivos teológicos bem definidos. O primeiro deles é o anúncio do Reino ao qual Marcos faz quinze referências em contraposição às cinqüenta de Mateus e às quarenta de Lucas. Esse Reino já se encontra presente e pode ser recebido quando se tem o coração puro e simples de uma criança (10,14-15 ). Sem dúvida, sua manifestação total será futura (10,23- 25; 14,25; 14,3-20.26-29,30-32), relacionada com o Filho do homem — o próprio Jesus — (8,38; 13 26:32-14,62). Exatamente por isso, os discípulos devem vigiar diligentemente (13 33:37).
Nessa situação dupla de presente e futuro, de “já” e ainda “não”, reside precisamente o mistério do Reino ao qual fazem referências as parábolas (4,3-20; 26-29,30-32). A vitória sobre os demônios (1,21-27), a cura dos enfermos (2,1-12), o relacionamento direto com os pecadores (2,13-17), a alimentação dos famintos (6,34-44) e, evidentemente, o chamado dos Doze são sinais do Reino.
O segundo aspecto central da teologia de Marcos é sua visão de Jesus. Este é o messias — que se vê como Servo de Is 42:1; 53, 1ss.; 61,1ss. — e assim o reconhecem seus discípulos (8,29), confirmado pela experiência da Transfiguração (9,2-9) e entendido através de acontecimentos como a entrada de Jerusalém (11,1-11) nos moldes messiânicos de Zc 9:9. Prudente no uso do título para evitar que este fosse mal interpretado por seus ouvintes, Jesus reconhecerá também sua messianidade durante seu processo (14,61-62) e assim constará no título de sua condenação (15,6-20.26). Jesus é o messias, mas não um guerreiro. Ele é o que veio para servir e dar a sua vida em resgate por todos como Filho do homem (Mc 10:45). Jesus emprega esse segundo título como referência a si mesmo tanto para ressaltar seu poder para perdoar pecados (2,10), como sua autoridade de Senhor do sábado (2,28) e, naturalmente, em relação à sua visão do messias sofredor (8,31; 9,9.12.31; 10,33.45; 14,21.41). Embora este seja o título preferido por Jesus para referir-se a si mesmo, Marcos enfatiza especialmente o de Filho de Deus, com o qual até mesmo inicia seu evangelho (1,1). Assim é reconhecido pelo Pai no batismo, conferindo-lhe um significado messiânico (comp.com Sl 2:7). O título “Filho de Deus” transcende o de simples messianismo. As referências em Mc 1:23-27; 3,11; 5,7; 9,7 supõem uma relação com Deus que supera o simplesmente humano, e isso é o que se deduz da própria afirmação de Jesus contida em 14:62. Atribuiu a si mesmo um lugar à direita de Deus, e a sua função julgadora incorre no que seus juízes consideram uma evidente blasfêmia (14,63-64). Certamente a relação de Jesus com seu Pai é radicalmente distinta da de qualquer outro ser (1,11; 9,7; 12,6; 13 32:14-36) e transcende a simples humanidade.
Finalmente, e como acontece nos relatos dos outros evangelhos, Marcos também formula ao homem a necessidade de responder à chegada do Reino em Jesus. Na realidade, só existe uma resposta possível: a conversão (1,16), porque o tempo já chegou. Será um tempo marcado pela morte expiatória do Filho do homem (10,45) e a espera da consumação do Reino anunciado na Ceia do Senhor (14,25). Agora já é possível entrar no Reino todo aquele que se aproxime com a fé de uma criança (10,14-15). Para quem crê e é batizado existe salvação, mas a condenação é o destino de quem não o aceita (Mc 16:15-16). Essa decisão — obrigatoriamente presente — não é senão a antecipação, no hoje, da separação que o Filho do homem fará no final dos tempos (13 33:37).
V. Taylor, The Gospel of Mark, Nova York 1966 (há edição em espanhol na Cristiandad, Madri 1980, Evangelio según san Marcos); H. Anderson, The Gospel of Mark, 1981; E. Best, Mark: The Gospel as Story, Filadélfia 1983; L. Hurtado, Mark, Peabody 1983; m. Hengel, Studies in the Gospel of Mark, Minneapolis 1985; D. Lührmann, Das Markusevangelium, Tubinga 1987; R. A. Guelich, Mark 1-8: 26, Waco 1989; J. D. Kingsbury, Conflict in Mark, Minneapolis 1989; J. Delorme, El Evangelio según san Marcos, Estella 131995; P. Grelot, Los Evangelios, Estella5 1993; J. m. Gonzáles-Ruiz, Evangelio según Marcos, Estella 1988; Xabier Pikaza, Para vivir el Evangelio. Lectura de Marcos, Estella 1995.
Autor: César Vidal Manzanares
Maria
Dicionário da Bíblia de Almeida
Maria [Gorda ? Forte ?]
1) Mãe de Jesus e esposa de JOSÉ 2, (Mt 1:18-25), da LINHAGEM de Davi (Lc 1:27; Rm 1:3). Ela é “bendita entre as mulheres” (Lc 1:28-42,48). Após o anúncio do anjo (Lc 1:26-38), Maria engravidou pelo poder do Espírito Santo (Mt 1:18) e deu à luz a Jesus, em Belém (Lc 2:4-7). Ela guardou em seu coração os fatos extraordinários relacionados com o nascimento de Jesus (Lc 2:15-19,51). Ela esteve com Jesus no casamento em Caná (Jo 2:1-12). Quando Jesus foi crucificado, ela estava presente, e então ele a confiou aos cuidados de João (Jo 19:25-27). Finalmente, ela é mencionada com os primeiros cristãos (At 1:14).
3) Madalena, talvez a mulher mencionada em Lc 7:37-50 (v. Mc 16:9; Lc 8:2), foi testemunha da morte e do sepultamento de Jesus (Mt 27:56-61) e o viu ressuscitado (Mt 28:1-9).
4) Esposa de Clopas (Jo 19:25) e mãe de Tiago e José. Ela testemunhou a crucificação e o sepultamento de Jesus (Mt 27:56-61) e o viu ressuscitado (Mt 28:1-9).
5) Mãe de João Marcos e irmã de Barnabé (Cl 4:10). Ela cedeu sua casa para as reuniões dos cristãos em Jerusalém (At 12:12).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Maria 1. Forma greco-latina do hebraico Miryam e do aramaico Maryam. Não é exato seu significado.
2. A mãe de Jesus de Nazaré. Mateus e Lucas apresentam-na como mãe virgem de Jesus (Mt 1:18ss.; Lc 1:26ss.), que engravidou antes de contrair matrimônio, mas já comprometida com José. Essa circunstância específica — a de sua maternidade messiânica — converte-a numa pessoa cuja bem-aventurança será contada pelas gerações futuras (Lc 1:48) e sobre quem a graça de Deus manifestou-se de uma maneira absolutamente especial (Lc 1:28).
Desde o século XVIII, criticam-se os relatos da Natividade de serem um transcrito de lendas mitológicas referentes a partos virginais. O certo é que Mateus vê o episódio como um cumprimento da profecia de Is 7:14, considerada messiânica em várias fontes judias da época. Tem-se objetado também que Mateus deturpou o sentido do texto original ao interpretar a palavra hebraica “almah” como virgem. Na realidade, esse argumento não tem base fatual real. No Antigo Testamento, a palavra “almah” aparece sete vezes, sempre se referindo a uma virgem, de forma explícita ou implícita (mulher solteira de boa reputação). Disso temos exemplo em Gn 24:43; Ex 2:8; Sl 68:25; Pv 30:19; Ct 1:3; 6,8. De fato, não deixa de ser bastante revelador que a Bíblia judaica dos LXX traduzisse o termo hebraico pela palavra grega “parzenos” (virgem). Não menos significativo é que o comentarista judeu medieval Rabi Shlomo Yitsjaki, “Rashi”, (1040-1105), ao realizar a exegese da passagem de Is 7:14, escrevesse: “Este é o sinal: a que conceberá é uma jovem (na-arah), que jamais tivera, em sua vida, relações sexuais com algum homem. Sobre ela o Espírito Santo terá poder” (Mikra’ot Guedolot sobre Is 7:14). Longe, portanto, de deturpar o texto de Isaías e de mostrar influências pagãs e antijudaicas, a passagem mateana — que afirma a condição virginal da mãe de Jesus — apóia-se categoricamente no texto hebraico literal de Is 7:14, na sua tradução para a Bíblia dos LXX e até mesmo na interpretação de exegetas judeus de renome como o medieval Rashi. Do encontro com sua parenta Isabel, a mãe de João Batista, procede-se o Magnificat, um belo cântico de gratidão ao Deus salvador, impregnado de espiritualidade judaica. Lucas demonstra um interesse especial por Maria no período do nascimento e infância de Jesus. Assim, afirmanos que as várias circunstâncias que cercaram o nascimento de seu Filho foram guardadas em seu coração (Lc 2:19) ou que durante a apresentação do Menino no Templo, Simeão profetizou que uma espada transpassaria sua alma (Lc 2:34-39).
Junto com José e Jesus, Maria exilou-se no Egito, fugindo de Herodes, regressando mais tarde e fixando sua residência em Nazaré (Mt 2:13-23). Quando Jesus tinha 12 anos, perdeu-se no Templo de Jerusalém, onde o encontraram Maria e seu pai (Lc 2:41-50).
São muito escassas as referências a Maria durante o ministério público de Jesus. Em primeiro lugar, vemos sua intervenção nas bodas de Caná (Jo 2:1-11), um episódio muitas vezes empregado para apoiar o poder intercessor de Maria mas que, na realidade, manifesta a disposição de Jesus em não permitir orientações em seu ministério. Depois, encontramos Maria com os irmãos de Jesus, tentando dissuadi-lo de continuar seu ministério (o que motivou o ensinamento de Jesus acerca da supremacia do relacionamento espiritual sobre o carnal) (Mc 3:31-35 e par.) e finalmente (Jo 19:25ss.) ao pé da cruz, em companhia do Discípulo amado, numa cena profundamente comovedora. O Novo Testamento não faz referências a alguma aparição do Ressuscitado à sua mãe, a não ser que a consideremos incluída anonimamente na lista coletiva de 1Co 15:1ss. (D. Flusser). Já se estabeleceu, porém, que fazia parte, junto com os irmãos de Jesus, da comunidade de Jerusalém (At 1:14). Nada mais sabemos de sua vida posterior, e o mais possível — se aceitamos alguns restos arqueológicos do século I — é que foi sepultada em Jerusalém, tendo seu túmulo sido profanado no início do século II, d.C. A história de sua estada em Éfeso, acompanhando João, o filho de Zebedeu, carece realmente de base histórica.
Essa falta de dados históricos sobre Maria, sua família, sua vida anterior e posterior ao ministério de Jesus foi suprida pelo surgimento de lendas piedosas que teriam uma enorme influência na arte e no pensamento posteriores — principalmente durante a Idade Média —, mas cuja autenticidade histórica é extremamente duvidosa. Uma carência de veracidade bem semelhante a essa, mesmo de significado diametralmente oposto, é a que encontramos na visão de Maria que aparece em algumas fontes judaicas. No início do século II, no mínimo, já era acusada de adúltera e de ter tido Jesus como fruto das relações sexuais mantidas com um soldado estrangeiro chamado Pantera ou Pandera (Tosefta Hul.lin II 22-3; TJ Aboda Zara 40d e Sabbat 14d). A Mishnah Yebanot 4:13 contém a informação de um rabino do início do século II, Simeón ben Azzai, de que Jesus era “ilegítimo, nascido de uma mulher casada”. Tal tradição persistiu no período amoraítico e nas lendas medievais judaicas do Toledot Yeshú.
Fica a possibilidade de que semelhantes acusações já surgissem durante a vida de Jesus (Jo 8:41), embora os autores judeus contemporâneos (J. Klausner etc.) reconheçam que não existe nenhuma base histórica para elas e atribuem a origem dessas afirmações à controvérsia teológica. Esses ataques judeus tiveram, presumivelmente, uma enorme relevância na hora de serem redigidos os escritos apócrifos em que se afirmava a virgindade perpétua de Maria (Proto-Evangelho de Tiago). De fato, é nessa literatura que encontramos, pela primeira vez, referências a crenças como as da Assunção.
Maria não aparece mencionada apenas nas fontes cristãs (neotestamentárias ou apócrifas) ou judaicas. O Corão refere-se a ela, em repetidas ocasiões, como mãe de Jesus (3,33-63; 4,156.171; 5,17-72.116; 19,16-40; 21,91; 23,50; 66,12) e defende ardorosamente sua concepção virginal diante de seus detratores (4,156). Opõe-se a seu culto — dentro de uma lógica própria do monoteísmo — e manifesta-se contrário à sua inclusão no seio da Trindade, detalhe que evidencia a errônea compreensão que tinha Maomé dessa doutrina e, ao mesmo tempo, aspecto idolátrico que o profeta percebia na veneração que os cristãos, conhecidos por ele, tributavam a Maria.
2. Maria de Betânia. Irmã de Marta e de Lázaro. Os evangelhos apresentam-na especialmente voltada para o ensinamento de Jesus (Lc 10:38-40), em contraste com sua irmã. É de especial relevância sua conversa com Jesus, antes de ele ressuscitar Lázaro (Jo 11:1-44), assim como a maneira com que ungiu os pés de Jesus (Jo 12:1-11). Este último episódio não deve ser confundido — como às vezes acontece — com o relatado em Lc 7:36-50.
3. Maria de Cléofas. Personagem citada em Jo 19:25. O texto é obscuro e não é fácil saber, com certeza, se se refere a ela como “Maria, a mulher de Cléofas” ou simplesmente como “a mulher de Cléofas”. Alguns autores identificam-na com a mãe de Tiago e de José (Mt 27:55ss.; Mc 15:40) e com a “outra Maria” de Mt 27:61, a que comunicou a Ressurreição de Jesus em companhia de Maria Madalena (Mt 28:1ss.). Todos os extremos dessa identificação não são, contudo, totalmente seguros.
4. Maria Madalena. Possivelmente assim denominada por proceder da região de Mágdala, uma pequena cidade às margens do mar da Galiléia. Jesus libertou-a de vários demônios (Lc 8:2-3), o que a levou a segui-lo e a servi-lo com seus bens. Provavelmente, essa referência a uma possessão demoníaca contribuiu nos séculos seguintes para identificá-la com uma prostituta e até mesmo com a personagem citada em Lc 7:36-50, mas não existe base real para essa teoria. Foi testemunha da crucifixão (Mt 27:56) e sepultamento de Jesus (Mt 27:61). Também recebeu o anúncio da ressurreição de Jesus dado pelo anjo (Mt 28:1ss.) e para quem, possivelmente, foi a primeira aparição de Jesus ressuscitado (Jo 20:1-18).
5. Maria, mãe de João Marcos. Provavelmente, mulher abastada, em cuja casa reunia-se a comunidade judeu-cristã de Jerusalém. C. Vidal Manzanares, “La figura de María en la literatura apócrifa judeo-cristiana de los dos primeros siglos” em Ephemerides mariologicae, vol. 41, Madri 1991, pp. 191-205; Idem, “Maria en la arqueología judeo-cristiana de los tres primeiros siglos” em Ephemerides mariologicae, vol. 41, Madri 1991, pp. 353-364; Idem, “La influencia del judeocristianismo de los dos primeros siglos en la liturgia mariana” em Ephemerides mariologicae, vol. 42, Madri 1992, pp. 115-126; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; m. Warner, o. c.; R. E. Brown e outros, o. c.; A. T. Khoury, o. c.; J. P. Michaud, María de los Evangelios, Estella 21993; C. Perrot, Los relatos de la infancia de Jesús, Estella 71993; J. Zumstein, Mateo el teólogo, Estella 31993; C. Bernabé, Las tradiciones de María Magdalena en el cristianismo primitivo, Estella 1989.
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Bíblico
l. A mãe de Jesus Cristo. Pouco tempo antes da DATA designada para o seu casamento com José, apareceu-lhe o anjo Gabriel, e anunciou-lhe que por um milagre de Deus seria ela a mãe do Messias (Lc 1:26-56 – 2.1 a 52, cp.com Mt 1:2). os únicos acontecimentos em que, durante o ministério do Salvador, se manifesta Maria, são o casamento em Caná de Galiléia (Jo 2:1-11), e a sua tentativa de, com os outros irmãos, procurar restringir a ação de Jesus, que eles julgavam estar fora de Si (Mc 3:21-31 a 35) e lugares paralelos. Segundo o quarto evangelho ela acompanhou seu Filho ao Calvário, e ali esteve junto à Cruz. Vendo Jesus ali a Sua mãe e o discípulo a quem Ele amava, disse para a mãe: ‘Mulher, eis aí o teu filho’, e volvendo os olhos para o discípulo: ‘Eis aí a tua mãe’. E desde aquela hora o discípulo cuidou dela, levando-a para sua casa. os evangelhos sinópticos não falam dela em conexão com a cena do Calvário, mas por Lucas sabemos que Maria era uma das mulheres que estavam com os discípulos no cenáculo depois da ascensão (At 1:14). E não há mais nenhuma referência ao seu nome no N. T. 2. Maria Magdalena. o seu nome lhe vem de Magdala, cidade de Galiléia donde era natural, ou onde tinha residido durante os primeiros tempos da sua vida. Sete demônios Jesus expulsou dela (Mc 16:9 – Lc 8:2). Era do número daquelas mulheres que, seguindo a Jesus desde a Galiléia, foram testemunhas da crucifixão (Mt 27:56 – Mc 15:40 – Lc 23:49 – Jo 19:25), e do funeral (Mt 27:61 – Mc 15:47 – Lc 23:55). Do Calvário voltou a Jerusalém para comprar e preparar, com outros crentes, certos perfumes, a fim de ser embalsamado o corpo de Jesus, quando o sábado tivesse passado. Todo o dia de sábado ela se conservou na cidade – e no dia seguinte, de manhã muito cedo, indo ao sepulcro, achou-o vazio, e recebeu de um anjo a notícia de que Jesus Nazareno tinha ressuscitado. (Mt 28:1-10 – Mc 16:1 a S, [10,11] – Lc 24:1-10 – Jo 20:1-2: cp.com Jo 20:11-18). Em S. Lucas 8:2 faz-se menção, pela primeira vez, de ‘Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios’ – e esta referência vem logo depois do caso da pecadora, que ungiu os pés de Jesus (Lc 7:36-50). Não há, contudo, razão para identificar as duas, baseando-se a moderna conclusão com respeito ao termo ‘Madalena’ numa tradição de nenhum valor. Também ‘Maria de Betânia’, que, como se lê em Jo 12:3, ungiu os pés de Jesus seis dias antes da Páscoa, não se deve confundir com a hipotética Maria do diferente caso de Lucas (7). 3. Pelo que nos dizem os três primeiros evangelhos, sabemos que entre aquelas mulheres que seguiram a Jesus desde a Galiléia, e presenciaram no Calvário a crucifixão, estava ‘Maria mãe de Tiago, o menor (Me.), e de José’ (Mt 27:56 – Mc 15:40 – Lc 24:10). Na correspondente passagem do quarto evangelho (Jo 19:25) é essa mulher quase certamente a mesma Maria que é chamada ‘Maria, mulher de Clopas’, ou de Cleopas, possivelmente Filha de Clopas. Diversas questões interessantes se levantam sobre este assunto. (1). É Clopas o mesmo que Alfeu? (*veja Alfeu.) Se for assim, é possível que ‘Tiago, o menor’ seja o apóstolo ‘Tiago, filho de Alfeu’ (Mt 10:3 – Mc 3:18 – Lc 6:15 – At 1:13). 4. Maria, a irmã de Marta. A única referência sinóptica acha-se em Lc 10:38-42 – e pelo que aí se lê parece que Marta era a dona da casa numa certa povoação. A sua irmã Maria, tendo segundo parece, a sua parte nas hospitaleiras preparações, ‘quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos’ deixando que Marta fosse sobrecarregada de tanto trabalho. Marta queixa-se, então, e Jesus lhe responde ternamente. É o quarto evangelho que nos diz viverem estas mulheres em Betânia, relacionando Lázaro com elas, e nos mostra que esses três membros da casa eram estimados amigos de Jesus. As partes desempenhadas por Marta e Maria, no fato da morte e ressurreição de Lázaro (Jo 11:1-46), estão em notável concordância com o que delas afirma S. Lucas no cap. 10. João também atribui a esta Maria o ato narrado por Mateus (26). e Marcos (14). Ele, evidentemente, procura descrever o ato como um impulso de gratidão pela volta de Lázaro a sua casa (Jo 11:2 – 12.1,2). 5. A mãe de João Marcos, e tia de Barnabé (Cl 4:10), a qual tinha uma casa em Jerusalém. Depois da prisão de Pedro, estando reunidos nesta casa os fiéis, e orando, bateu à porta o mesmo Apóstolo, que tinha saído da prisão pelo ministério de um anjo (At 12:12). 6. Uma cristã de Roma, louvada por Paulo pelo seu grande trabalho na igreja (Rm 16:6).
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
1. Veja Maria, mãe de Jesus.
2. Maria, mãe de Tiago e de José. Provavelmente era irmã da outra Maria, mãe de Jesus, e esposa de Clopas (Jo 19:25; veja Clopas). Foi testemunha da crucificação de Cristo (Mt 27:56; Mc 15:40-47) e estava presente no túmulo, na manhã depois da ressurreição. Junto com outras mulheres, levou a notícia da ressurreição para os discípulos (Mt 28:1; Mc 16:1; Lc 24:10). K.MCR.
3. Maria Madalena, discípula de Jesus Cristo. Não se sabe se “Madalena” era seu nome de família, ou se representava sua cidade natal (Maria, de Magdala). A segunda possibilidade é mais provável.
Jesus expeliu sete demônios dela (Mc 16:9; Lc 8:2). Durante o ministério terreno de Cristo, Maria, junto com outras mulheres, também o seguia e cuidava de suas necessidades (Mt 27:55; Mc 15:41). Acompanhou o julgamento e os sofrimentos de Cristo (Mt 27:45-56) e estava perto dele na hora de sua morte na cruz (Jo 19:25). Também foi a primeira a vê-lo depois da ressurreição (Jo 20:15-16).
A devoção de Maria Madalena pelo Senhor fica evidente pelo serviço constante dedicado a Ele. Cuidou de Jesus até mesmo depois da morte. Enquanto os discípulos fugiam e se escondiam, ficou para trás para observar onde José de Arimatéia o sepultaria. Depois do descanso do sábado, planejava voltar ao túmulo, para ungir o corpo de Cristo com especiarias e perfumes (Lc 23:56).
No terceiro dia após a crucificação, Maria e as outras mulheres retornaram ao local onde Jesus fora sepultado e ficaram surpresas, ao ver que a pedra, a qual bloqueava a entrada da gruta, estava distante (Jo 20:1). Madalena e as outras correram de volta para a cidade, a fim de contar aos discípulos (Jo 20:2).
Maria Madalena voltou sozinha ao túmulo e chorou pelo Senhor. Dois anjos apareceram e lhe perguntaram qual a razão das lágrimas (Jo 20:11-13). Subitamente, no momento de seu maior desespero, Cristo apareceu, mas ela não foi capaz de reconhecê-lo. Ao pensar que se tratava do jardineiro, perguntou-lhe sobre o corpo de Jesus (Jo 20:14-15). Cristo, então, gentilmente chamou-a pelo nome e Madalena o reconheceu (Jo 20:16). Ela voltou aos discípulos e confirmou o que tinha visto: “Vi o Senhor” (Jo 20:18).
Maria Madalena era uma mulher extraordinária, amável e dedicada ao Senhor em sua vida, morte e ressurreição. K.MCR.
4. Maria, a mãe de João Marcos, é mencionada pelo nome apenas em Atos 12:12. Pedro fora lançado na prisão por Herodes, mas um anjo do Senhor interveio e o libertou miraculosamente. O apóstolo então dirigiu-se à casa dessa irmã em Cristo. O fato de que havia um bom número de cristãos reunidos ali que oravam pela libertação de Pedro e de que foi o primeiro lugar para onde ele se dirigiu depois que foi solto sugere que provavelmente tratava-se de uma casa espaçosa, que possivelmente era o local de reuniões regulares de uma das “igrejas” em Jerusalém. A soberania de Deus, ao cuidar de Pedro e protegê-lo daquela maneira, com certeza foi motivo de muita alegria. Esta casa pertencia a Maria, o que talvez indique que nem todos os cristãos aderiram ao movimento depois do Pentecostes de vender os bens e ter tudo em comum (At 2:44-45). Por outro lado, essa senhora de família rica (seus servos são mencionados no v. 13) colocara sua residência à disposição dos irmãos, a despeito do grande perigo que ela e sua família corriam, por causa das autoridades (Veja também Marcos, João e Rode).
5. Maria, de Betânia, era irmã de Marta e Lázaro (Jo 11:1). Os três irmãos estavam entre os amigos mais próximos de Jesus. A Bíblia descreve três eventos nos quais ela esteve envolvida. O primeiro encontra-se em Lucas 10:38-42. Maria e Marta receberam Cristo em sua casa e a Bíblia diz que Maria, “assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra” (v. 39). Isso deixou sua irmã preocupada, pois Marta encarregara-se sozinha de todo o trabalho na cozinha e dos preparativos para receber os hóspedes. Quando ela sugeriu a Cristo que mandasse Maria ajudá-la no trabalho doméstico, Ele respondeu: “Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (vv. 41,42). Essa forte declaração do direito da mulher de ouvir o ensino do Senhor e de interessar-se por assuntos espirituais dá uma clara indicação de que o Reino de Deus pertence a todo o que ouve e crê em Jesus. O evangelho de Lucas freqüentemente menciona que pessoas de todos os tipos e de diferentes origens — inclusive grupos minoritários — precisavam ouvir o Evangelho do Reino de Deus. Aqui está uma das mais claras declarações de que Cristo tencionava que as mulheres também recebessem de seu ensino e senhorio.
O segundo incidente é narrado em João 11:1-47. Lázaro, irmão de Maria, ficou gravemente enfermo e as duas irmãs enviaram uma mensagem a Jesus para que fosse a Betânia, a fim de curá-lo. Cristo então declarou que a enfermidade de Lázaro era “para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja por ela glorificado” (v. 4).
Os mensageiros com certeza retornaram sozinhos, pois Jesus ainda esperou dois dias antes de se dirigir a Betânia. No caminho, disse aos discípulos: “Lázaro está morto, e me alegro, por vossa causa, de que lá não estivesse, para que possais crer” (v. 14). Os líderes religiosos daquela região buscavam um pretexto para matar Jesus e por isso Tomé respondeu ironicamente: “Vamos nós também para morrer com ele” (v. 16). Jesus e os discípulos chegaram a Betânia e descobriram que Lázaro já estava morto há quatro dias. Maria saiu para encontrar-se com Ele e lançou-se aos seus pés, para adorá-lo. Demonstrou sua fé, quando disse que, se Jesus estivesse presente, seu irmão não teria morrido. Obviamente ela e seus irmãos eram queridos e respeitados na comunidade, pois havia “muitos judeus” presentes, com o propósito de confortar a família. Todos choravam e a Bíblia diz que “Jesus chorou” (v. 35).
Jesus foi ao túmulo e ordenou que removessem a pedra. Houve algumas objeções, pois determinadas pessoas alegaram que o corpo já estava em estado de decomposição. A pedra, entretanto, foi removida, e Jesus orou ao Pai celestial para que as pessoas que estavam presentes cressem. Então ele disse: “Lázaro, vem para fora!” (v. 43) e “o morto saiu, tendo as mãos e os pés enfaixados, e o rosto envolto num lenço. Disse Jesus: Desataio e deixai-o ir” (v. 44). A oração de Cristo foi respondida, de maneira que “muitos dos judeus que tinham ido visitar a Maria, e tinham visto o que Jesus fizera, creram nele” (v. 45).
Pouco tempo depois deste grande milagre, o evangelho de João conta outro incidente que envolveu Maria de Betânia. Um jantar foi oferecido em homenagem a Cristo, ocasião em que Marta o servia; Lázaro estava à mesa com Jesus. “Então Maria tomou uma libra de um nardo puro, um perfume muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E toda a casa se encheu com a fragrância do perfume” (Jo 12:1-3; cf. 11:2). A despeito da crítica feita por Judas sobre o desperdício de dinheiro, Cristo calmamente recebeu o gesto de bondade e o identificou como um sinal de sua morte iminente na cruz, quando seu corpo seria ungido com perfumes e colocado no túmulo. De fato, a passagem termina com a menção de que os judeus buscavam não somente a morte de Jesus, mas também a de Lázaro, pois acreditavam que por sua influência muitas pessoas acreditavam em Cristo (vv. 7-11).
Maria é descrita na Bíblia como uma mulher muito dedicada ao ministério de Jesus, que sem dúvida era um amigo muito chegado de sua família. Era também uma discípula com uma profunda fé no Senhor. Embora seja mencionada apenas nesses três incidentes, é vista como uma ouvinte atenta dos ensinos de Cristo e que se prostrou a seus pés em adoração, em duas ocasiões. Jesus afirmou que seu ensino e trabalho eram dirigidos a pessoas como Maria, que criam e confiavam nele. Veja também Marta e Lázaro.
6. Às vezes conhecida como Maria de Roma, foi saudada por Paulo no final de sua carta aos Romanos. O apóstolo declarou: “Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós” (Rm 16:6), talvez a fim de indicar que ela trabalhava fora de Roma pela causa do Evangelho. P.D.G.
Autor: Paul Gardner
Dicionário Comum
substantivo femininoCristianismo Designação de origem hebraica, atribuída à mãe de Jesus Cristo; grafar com inicial maiúscula. Nome usado para indicar uma pessoa indeterminada; alguém: quem é essa Maria? Culinária Bolacha de formato arredondado e espessura fina. Etimologia (origem da palavra maria). Do antropônimo Maria, talvez do hebraico Myriam.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoCristianismo Designação de origem hebraica, atribuída à mãe de Jesus Cristo; grafar com inicial maiúscula. Nome usado para indicar uma pessoa indeterminada; alguém: quem é essa Maria? Culinária Bolacha de formato arredondado e espessura fina. Etimologia (origem da palavra maria). Do antropônimo Maria, talvez do hebraico Myriam.
Fonte: Priberam
Maís
Dicionário Comum
substantivo masculinoVariedade de milho graúdo, bem desenvolvido. Não confundir com: mais. Etimologia (origem da palavra maís). Do espanhol maíz.
Fonte: Priberam
Menina
Dicionário Comum
substantivo femininoCriança ou jovem do sexo feminino; garota. Mulher nova e solteira; jovem, adolescente. Designação de filha: tenho 2 meninas e 1 menino. Tratamento familiar e afetuoso dado a mulheres em idade adulta. adjetivoBotânica Diz-se de uma espécie de abóbora. expressãoMenina do olho. Pupila dos olhos e, no sentido figurado, coisa ou pessoa muito estimada: ela sempre foi a menina dos olhos da professora. Etimologia (origem da palavra menina). Feminino de menino.
Fonte: Priberam
Mesmo
Dicionário Comum
adjetivoExprime semelhança, identidade, paridade: eles têm o mesmo gosto. O próprio, não outro (colocado imediatamente depois de substantivo ou pronome pessoal): Ricardo mesmo me abriu a porta; uma poesia de Fernando Pessoa, ele mesmo. Utilizado de modo reflexivo; nominalmente: na maioria das vezes analisava, criticava-se a si mesmo. Que possui a mesma origem: nasceram na mesma região. Imediatamente referido: começou a trabalhar em 2000, e nesse mesmo ano foi expulso de casa. substantivo masculinoQue ocorre da mesma forma; a mesma coisa e/ou pessoa: naquele lugar sempre acontece o mesmo; ela nunca vai mudar, vai sempre ser a mesma. conjunçãoApesar de; embora: mesmo sendo pobre, nunca desistiu de sonhar. advérbioDe modo exato; exatamente, justamente: pusemos o livro mesmo aqui. De maneira segura; em que há certeza: sem sombra de dúvida: os pastores tiveram mesmo a visão de Nossa Senhora! Ainda, até: chegaram mesmo a negar-me o cumprimento. locução conjuntivaMesmo que, ainda que, conquanto: sairei, mesmo que não queiram. locução adverbialNa mesma, sem mudança de situação apesar da ocorrência de fato novo: sua explicação me deixou na mesma. Etimologia (origem da palavra mesmo). Do latim metipsimus.
Fonte: Priberam
Mãe
Dicionário Comum
substantivo femininoAquela que gerou, deu à luz ou criou um ou mais filhos. [Zoologia] Fêmea de animal que teve sua cria ou oferece proteção ao filhote que não é seu. Figurado Quem oferece cuidado, proteção, carinho ou assistência a quem precisa. Figurado Razão de algo ou o que dá origem a alguma coisa; causa: a preguiça é a mãe do ócio. Figurado Lugar a partir do qual algo tem seu início e onde começa a se desenvolver ou difundir: a Grécia foi a mãe da civilização ocidental. Figurado O que há de mais importante e a partir do qual os demais se originaram; principal. Figurado Num jogo de futebol, jogador que favorece o time adversário: o goleiro foi uma mãe para o time oponente. Borra que, no vinho ou vinagre, fica no fundo do recipiente; madre. expressãoMãe do rio. Leito do rio cujas águas transbordam, alagando suas regiões ribeirinhas. Etimologia (origem da palavra mãe). Do latim mater.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoAquela que gerou, deu à luz ou criou um ou mais filhos. [Zoologia] Fêmea de animal que teve sua cria ou oferece proteção ao filhote que não é seu. Figurado Quem oferece cuidado, proteção, carinho ou assistência a quem precisa. Figurado Razão de algo ou o que dá origem a alguma coisa; causa: a preguiça é a mãe do ócio. Figurado Lugar a partir do qual algo tem seu início e onde começa a se desenvolver ou difundir: a Grécia foi a mãe da civilização ocidental. Figurado O que há de mais importante e a partir do qual os demais se originaram; principal. Figurado Num jogo de futebol, jogador que favorece o time adversário: o goleiro foi uma mãe para o time oponente. Borra que, no vinho ou vinagre, fica no fundo do recipiente; madre. expressãoMãe do rio. Leito do rio cujas águas transbordam, alagando suas regiões ribeirinhas. Etimologia (origem da palavra mãe). Do latim mater.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
de matrem, caso acusativo do latim mater, pronunciado madre no português dos primeiros séculos, de onde veio comadre, pela formação cum matre, com a mãe; depois commatre, segunda mãe, madrinha, diminutivo de madre, em relação aos afilhados, isto é, aqueles que são tratados como filhos verdadeiros por quem cumpre a função da maternidade, como fazem a madrinha e a mãe adotiva, na falta da mãe biológica. Os étimos mata, em sânscrito; máter, em grego dórico; méter, no grego jônico e no ático; e as formas latinas mamma, seio, e mammare, mamar, revelam possível influência na sílaba inicial das palavras que designam a mãe em vários idiomas.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário Bíblico
Esta palavra é, algumas vezes, usada na significação de metrópole, a ‘mãe’ ou cidade principal de um país ou de uma tribo – e outras vezes emprega-se compreendendo o povo todo (2 Sm 20.19 – is 50:1 – Gl 4:26 – Ap 17:5). ‘Mãe em israel’ foi um nome dado a Débora (Jz 5:7), querendo dizer a mulher que serviu a Deus na libertação do povo de israel.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] é síntese de carinho, de abnegação, de ternura, de sacrifício, de labor sagrado, de imolação voluntária... é fragmentar o coração por diversos seres, continuando integral para o amor que consagra a todos eles. Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 2
Mãe! aquela que ama o ser que Deus lhe enviou qual dádiva celeste, e a quem ela concede o atributo divino – a vida – olvidando todos os sofrimentos pelo amor que consagra a quem lhos fez padecer! Mãe! amiga incomparável dos arcanjos que quebram as asas ao deixar o Infinito constelado, para caírem no tétrico abismo da Terra – a mais extensa de todas as jornadas! – e os acolhe em seu generoso seio, beijando-os, desejando-lhes todas as venturas, todas as bênçãos celestiais, todas as alegrias mundanas! Mãe! aquela que padece as ingratidões dos filhos, chorando, suplicando ao Céu sempre e sempre auxílio, proteção para que sejam encaminhados ao bem e às venturas! Mãe! aquela que, na Terra, representa o próprio Criador do Universo, pois ela é quem nucleia eatrai a alma – fragmento divino, átomodo Pai Celestial – para torná-la movi-mentada, consciente pelo cérebro Referencia: GAMA, Zilda• Almas crucificadas• Pelo Espírito Victor Hugo• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - L• 2
[...] é a excelsa criatura que, na Terra,representa diretamente o Criador doUniverso [...].[...] Mãe é guia e condutora de almaspara o Céu; é um fragmento da divin-dade na Terra sombria, com o mesmodom do Onipotente: plasmar seres vi-vos, onde se alojam Espíritos imortais,que são centelhas deíficas! Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 7,cap• 20
Mãe, é o anjo que Deus põe junto aohomem desde que ele entra no mundo[...]. Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2, cap• 20
Mãe, que é mãe? É um ser todo amor,todo ternura, todo meiguice, todosuavidade.Um ser que não tem vida própria, poisa sua vida é a do filho. Um ser que reú-ne todos os amores da Terra. Um serque, qual divina vestal, sabe sustentarsempre vivo o fogo sagrado do amor Referencia: SURIÑACH, José• Lídia• Memórias de uma alma• Romance real de Adriano de Mendoza• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1984• - Reminiscências
Mãe é alguém que se dilui na existênciados filhos, vendo o paraíso através dosseus olhos e existindo pelo ritmo dosseus corações, para elas transfigurados emsantuário de amor. Referencia: VIEIRA, Waldo• De coração para coração• Pelo Espírito Maria Celeste• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 36
Mãe quer dizer abnegação, desvelo, ca-rinho, renúncia, afeto, sacrifício – amor – numa palavra. [...] Referencia: VINÍCIUS (Pedro de Camargo)• Nas pegadas do Mestre: folhas esparsas dedicadas aos que têm fome e sede de justiça• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mãe
[...] A mãe, em sua perfeição, é o verdadeiro modelo, a imagem viva da educação. A perfeita educação, na essência de sua natureza, em seu ideal mais completo, deve ser a imagem da mãe de família. [...] Referencia: WANTUIL, Zêus e THIESEN, Francisco• Allan Kardec: meticulosa pesquisa biobibliográfica e ensaios de interpretação• Rio de Janeiro: FEB, 1979-1980• 3 v• - v• 1, cap• 14
Um coração materno, em toda parte, é um celeiro de luz. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Porque, ser mãe, minha irmã, / É ser prazer sobre as dores, / É ser luz, embora a estrada / Tenha sombras e amargores. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida, oculta à multidão, mas identificada pelas mãos de Deus. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Ser mãe é ser um poema de reconforto e carinho, proteção e beleza. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 3
Mãe possui onde apareça / Dois títulos a contento: / Escrava do sacrifício, / Rainha do sofrimento. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz no lar: seleta para uso no culto do Evangelho no lar• Por diversos Espíritos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 48
Dizem que nosso Pai do Céu permaneceu muito tempo examinando, examinando... e, em seguida, chamou a Mulher, deu-lhe o título de Mãezinha e confiou-lhe as crianças. Por esse motivo, nossa Mãezinha é a representante do Divino Amor no mundo, ensinando-nos a ciência do perdão e do carinho, em todos os instantes de nossa jornada na Terra. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Mãezinha
[...] E olvidaste, porventura, que ser mãe é ser médium da vida? [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16
Pela escritura que trago, / Na história dos sonhos meus, / Mãe é uma estrela formada / De uma esperança de Deus. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12
Minha mãe – não te defino, / Por mais rebusque o abc... / Escrava pelo destino, / Rainha que ninguém vê. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Trovadores do Além: antologia• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - pt• 1, cap• 51
Fonte: febnet.org.br
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Mãe Os evangelhos reúnem numerosas referências à mãe relacionadas com a concepção (Lc 1:24.31.36; 2,21), a gravidez (Mt 1:18-23; Lc 2:5), o parto (Lc 1:13.57; 23,29), com a preocupação pelo futuro dos filhos (Mt 20:20) ou com sua dor pela morte deles (Mt 2:18). A atitude de Jesus com as mães foi muito positiva e as considerava — como o judaísmo de sua época — dignas de receber os benefícios oferecidos pela Lei de Deus e que eram, muitas vezes, omitidos, recorrendo-se a subterfúgios legalistas (Mt 15:4ss.; Mc 7:10-12).
É compreensível, pois, que Jesus expressasse sua compaixão pelas mães que estivessem amamentando quando acontecesse a destruição de Jerusalém (Mt 24:19; Mc 13:17; Lc 21:23). Mesmo tendo a maternidade em tão grande estima, não deixa de ser relevante que destacasse como mais importante do que sua mãe Maria tê-lo dado à luz cumprir a Palavra de Deus (Lc 11:27ss.). Jesus a manteve discretamente à parte de seu ministério (Lc 2:48; Jo 2:4) e afirmou que “sua Mãe” era aquela que punha em prática a vontade do Pai (Mt 12:46-50; Mc 3:31-35; Lc 8:19-21).
Em seu ensinamento, Jesus recorreu freqüentemente a símbolos extraídos da função materna. Assim, Deus é como uma mãe que deseja proteger e reunir seus filhos (Lc 19:41-44) e as dores do parto são símbolo da presente era, durante a qual os discípulos sofrem tribulação, mas que terminará com o triunfo do messias (Jo 16:21).
Autor: César Vidal Manzanares
Mão
Dicionário da Bíblia de Almeida
Mão Medida de comprimento igual a 7,4 cm. É a medida da palma da mão na base dos dedos. É 1/3 do PALMO e 1/6 do CÔVADO (Ex 37:12), RC; RA, quatro dedos).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Mão Símbolo do poder de Deus, digno de confiança (Mt 4:6). O Pai colocou tudo nas mãos de Jesus (Mt 3:12; Lc 3:17; Jo 3:45; 13,3), do qual provém a onipotência do Filho (Jo 10:28ss). Em Jesus, o uso das mãos está ligado à bênção (Mt 19:13-15; Mc 10:16; Lc 24:50) e à cura (Mc 6:5; 8,23-25; Lc 4:40; 13,13); o mesmo pode ser observado em seus discípulos (Mt 9:18; Mc 7:32; 16,18).
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Bíblico
As mãos eram empregadas tanto metaforicamente como cerimonialmente. (a): Beijar a mão de alguém era um ato de adoração (Jó 31:26-27): ‘Se olhei para o sol, quando resplandecia,…beijos Lhe atirei com a mão… ‘ *veja também 1 Rs 19.18. (b): Prestar juramento era acompanhado em todas as nações do ato de levantar a mão. (c): Dar a mão sempre significou paz, amizade e confiança (2 Rs 10.15). (d): Sentar-se alguém à mão direita era indicio de alta mercê (Sl 16:11 – 77.10), sendo o Filho de Deus muitas vezes representado como estando sentado à mão direita de Seu Pai (Hb 1:13 – *veja também Sl 110:1). Satanás estava à mão direita do sumo sacerdote Josué como acusador (Zc 3:1) – mas, sob outro ponto de vista, o Salmista diz: ‘o Senhor, tenho-o sempre à minha presença – estando ele à minha direita não serei abalado’ (Sl 16:8). (e): A imposição das mãos compreende-se de diferentes maneiras no Antigo e Novo Testamento. Muitas vezes se toma no sentido de ordenação e consagração de sacerdotes e ministros entre judeus e cristãos (Nm 8:10 – At 6:6 – 13.3 – 1 Tm 4.14). Deus designou Moisés para pôr as suas mãos sobre Josué, como seu sucessor (Nm 27:18). Jacó pôs as suas mãos sobre Efraim e Manassés, quando os abençoava (Gn 48:14). Quando o sumo sacerdote proferia a bênção, ele tinha a sua mão levantada sobre o povo (Lv 9:22). Semelhantemente, quando os israelitas apresentavam no tabernáculo ofertas pelos pecados, os sacerdotes punham as suas mãos sobre as vítimas, para expiação (Lv 1:4). Neste testemunho o ofertante reconhecia pelos seus pecados que era digno da morte, sendo compreendido que esses pecados apagavam-se no sacrifício, consagrando-se ele a Deus. A mão das testemunhas se levantava contra o idólatra para executar a sentença de morte (Dt 13:9 – 17.7). o nosso Salvador pôs as mãos sobre as cabeças das crianças, quando as abençoava (Mc 10:16) – e o Espirito Santo era conferido aos que eram batizados, pela imposição das mãos dos apóstolos (At 8:17 – 19.6). Pilatos lavou as mãos em sinal de inocência (Mt 27:24).
Fonte: Dicionário Adventista
Mãos
Dicionário Comum
substantivo feminino pluralMembros superiores do corpo humano que vai dos punhos até à extremidade dos dedos: o ser humano tem duas mãos com cinco dedos cada uma. [Zoologia] Extremidade dos membros superiores de alguns animais; patas. Figurado Em que há posse, domínio, poder, autoridade: o poder sempre está nas mãos de irresponsáveis. Etimologia (origem da palavra mãos). Plural de mão, do latim manu, "mão".
Fonte: Priberam
Noite
Dicionário Comum
substantivo femininoEspaço de tempo entre o pôr do sol e o amanhecer. Escuridão que reina durante esse tempo. [Popular] Diversão ou entretenimento noturna; vida noturna: ir para noite. Falta de claridade; trevas. Condição melancólica; melancolia. Ausência de visão; cegueira. expressãoNoite fechada. Noite completa. Ir alta a noite. Ser muito tarde. Noite e dia. De maneira continuada; continuamente. A noite dos tempos. Os tempos mais recuados da história. Etimologia (origem da palavra noite). Do latim nox.ctis.
Fonte: Priberam
Dicionário da FEB
Não olvides que a própria noite na Terra é uma pausa de esquecimento para que aprendamos a ciência do recomeço, em cada alvorada nova. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ceifa de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 1a ed• especial• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 2
O dia e a noite constituem, para o homem, uma folha do livro da vida. A maior parte das vezes, a criatura escreve sozinha a página diária, com a tinta dos sentimentos que lhe são próprios, nas palavras, pensamentos, intenções e atos, e no verso, isto é, na reflexão noturna, ajudamo-la a retificar as lições e acertar as experiências, quando o Senhor no-lo permite. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 41
[...] Qual acontece entre os homens, animais e árvores, há também um movimento de respiração para o mundo. Durante o dia, o hemisfério iluminado absorve as energias positivas e fecundantes do Sol que bombardeia pacificamente as criações da Natureza e do homem, afeiçoando-as ao abençoado trabalho evolutivo, mas, à noite, o hemisfério sombrio, magnetizado pelo influxo absorvente da Lua, expele as vibrações psíquicas retidas no trabalho diurno, envolvendo principalmente os círculos de manifestação da atividade humana. O quadro de emissão dessa substância é, portanto, diferente sobre a cidade, sobre o campo ou sobre o mar. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Voltei• Pelo Espírito Irmão Jacob• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
Fonte: febnet.org.br
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Noite Dividido em vigílias, o período que se estendia do pôr-do-sol ao amanhecer. Nos evangelhos, aparece como um tempo especialmente propício para a oração (Mc 1:35; Lc 6:12).
Autor: César Vidal Manzanares
Não
Dicionário Comum
advérbioModo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não. Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados. Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não? Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes? Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não! substantivo masculinoAção de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho. Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
advérbioModo de negar; maneira de expressar uma negação ou recusa: -- Precisam de ajuda? -- Não. Expressão de oposição; contestação: -- Seus pais se divorciaram? -- Não, continuam casados. Gramática Numa interrogação, pode expressar certeza ou dúvida: -- você vai à festa, não? Gramática Inicia uma interrogação com a intenção de receber uma resposta positiva: Não deveria ter chegado antes? Gramática Usado repetidamente para enfatizar a negação: não quero não! substantivo masculinoAção de recusar, de não aceitar; negativa: conseguiu um não como conselho. Etimologia (origem da palavra não). Do latim non.
Fonte: Priberam
Oração
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Oração Comunicação verbal ou simplesmente mental com Deus. Nos evangelhos, a oração é considerada como algo espontâneo e o próprio “Pai-nosso” de Mt 6 não parece ter sido concebido como uma fórmula. A oração permite — e também exige — a intercessão de Jesus (Jo 14:13).
A postura e o tempo não têm especial importância na oração, pois orações são feitas de pé (Mc 11:25), de joelhos (Lc 22:41), prostrado por terra (Mc 14:35), continuamente (Lc 18:1) e nas refeições (Mt 15:36). Jesus não indicou um lugar específico para orar, podendo-se orar ao ar livre (Mc 1:35) ou em casa (Mt 6:6). Evite-se, naturalmente, o exibicionismo (Mt 6:5-15) e a repetição contínua de fórmulas (Mt 6:7). Essa oração — que deve ser estendida aos inimigos (Mt 5:44) — sustentase na fé pela qual Deus provê o necessário para atender todas as necessidades materiais (Mt 6:25-34). Na oração, existe a segurança de ser ouvido (Mt 7:7; Mc 11:23ss.; Jo 14:13; 15,16; 16,23-26) e, especialmente, a relação paterno-filial com Deus (Mt 6:6).
J. Driver, o. c.; C. Vidal Manzanares, El judeu-cristianismo...; Idem, Diccionario de las tres...
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário da Bíblia de Almeida
Oração Uma aproximação da pessoa a Deus por meio de palavras ou do pensamento, em particular ou em público. Inclui confissão (Psa 51), adoração (Sl 95:6-9); (Ap 11:17), comunhão (Sl 103:1-8), gratidão (1Tm 2:1), petição pessoal (2Co 12:8) e intercessão pelos outros (Rm 10:1). Para ser atendida, a oração requer purificação (Sl 66:18), fé (He 11:6), vida em união com Cristo (Jo 15:7), submissão à vontade de Deus (1(Jo 5:14-15); (Mc 14:32-36) , direção do Espírito Santo (Jud 20), espírito de perdão (Mt 6:12) e relacio
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário da FEB
[...] A oração, a comunhão pelo pensamento com o universo espiritual e divino é o esforço da alma para a beleza e para a verdade eternas; é a entrada, por um instante, nas esferas da vida real e superior, aquela que não tem termo. Referencia: DENIS, Léon• O problema do ser, do destino e da dor: os testemunhos, os fatos, as leis• 28a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - pt• 3, cap• 24
A oração é o exilir de longa vida que nos proporciona os recursos para preservar os valores de edificação, perseverando no trabalho iluminativo. É o Amor indiscriminado, a todos, mesmos aos inimigos – o que não quer dizer anuência com os seus despropósitos –, é impositivo de emergência para lograrmos a Paz. Referencia: DIZEM os Espíritos sobre o aborto (O que)• Compilado sob orientação de Juvanir Borges de Souza• Rio de Janeiro: FEB, 2001• - cap• 17
[...] O gemido da alma e o sorriso do espírito. Ela é o queixume do aflito e o suspiro do crente! Idioma universal, falado por todos os povos em relação a Deus! Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
[...] Oração não é palavra, é sentimento. Um olhar da alma, fixo no céu, vale mais que mil rosários rezados rotineiramente. [...] Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
A oração [...] é possuidora do elã que conduz a Deus, necessariamente à paz. [...] Deus conhece a todos e a tudo, tendo medida exata do valor de cada qual. Somente a atitude digna, leal, corajosa e elevada do filho que fala ao Pai produz uma ressonância que o alcança, propiciando a resposta que é detectada por aquele que ora. [...] A oração real consiste em abrir-se a boca (os, oris) da alma, a fim de expressar-se o que as palavras não conseguem traduzir, mas que os sentimentos falam de maneira incomum, utilizando a linguagem do amor. No amor, portanto, está a fórmula ideal para comunicar-se com Deus, exteriorizando-se emoções e necessidades, relatando-se aflições e sonhos não tornados realidade, para análise da sua infinita compreensão. No silêncio que se fará inevitável, porque as decisões elevadas dispensam palavrório perturbador, será captada a resposta em forma de harmonia interior, de paz no coração que acalma as ansiedades e refrigera a ardência das paixões. Concomitantemente, inarticulada voz enunciará em resposta como sendo fundamental para a vitória o amor a si mesmo – em forma de autoconfiança, de burilamento moral, de auto-iluminação, de transformação de conduta para melhor. Este auto-amor torna-se vital, porquanto nele está a chave para a decifração de todas as incógnitas da existência. [...] A oração proporciona paz, mas somente quando se acalmam as angústias é que se pode orar, desta forma encontrando-se Deus, identificando-o, dele recebendo a inspiração de forma que a existência adquira o encantamento e a plenitude que lhe são destinados. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Oração e paz
[...] é o lubrificante da máquina da vida. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 36
A oração é sempre o fio invisível e sublime pelo qual a alma ascende a Deus e o Pai penetra o homem. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Tramas do destino• Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda• 12a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11
[...] É um alívio às nossas penas, um desafogo às nossas mágoas, uma esperança na nossa dor. Referencia: LACERDA, Fernando de• Do país da luz• Por diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 2003• 4 v•: v• 1, 8a ed•; v• 2, 7a ed•; v• 3, 6a ed•; v• 4, 5a ed• - v• 2
[...] é um recurso pedagógico que não pode ser desprezado, mas desde que desprovido da conotação sobrenatural, mística ou supersticiosa. [...] Referencia: LOBO, Ney• Filosofia espírita da educação e suas conseqüências pedagógicas e administrativas• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• 5 v• - v• 4
[...] é o único refúgio do homem nas tremendas lutas da adversidade. [...] Referencia: Ó, Fernando do• A dor do meu destino• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 2
É sempre certo que a prece, por singela e pequenina que se irradie de um coração sincero, adquire potências grandiosas, capazes de se espraiarem pelo infinito até alcançar o seio amantíssimo do Eterno. Uma corrente suntuosa de valores psíquicos se estabelece então entre o ser que ora e as entidades celestes incumbidas da assistência espiritual aos homens terrenos e aos Espíritos vacilantes e inferiores. [...] Afigura-se então a súplica, a oração, a uma visita do ser que ora aos planos espirituais superiores. Pode o infeliz que ora obter em si próprio progresso suficiente para se tornar afim com aqueles planos. Sua personalidade, levada pela força das vibrações que sua mente emite, desenha-se à compreensão da entidade vigilante, a qual o atende, e torna-se por esta contemplada tal como é, seja a oração partida de um ser encarnado ou de um desencarnado. É certo que seus amigos do Invisível Superior conhecem de há muito suas necessidades reais, mas será necessário que a alma, encarnada ou não, que permanece em trabalhos de arrependimento e resgates, testemunhe a Deus o valor da sua fé, da sua perseverança nas provações, da boa disposição para o progresso, da sinceridade dos projetos novos que começa a conceber, da vontade, enfim, de se afinar com a Suprema Vontade! [...] Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Nas voragens do pecado• Pelo Espírito Charles• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• -
Oração – sintonia com os planos superiores. Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Obsessão/desobsessão: profilaxia e terapêutica espíritas• 16a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 3, cap• 3
[...] é ligação com a Espiritualidade Maior, é comunhão com os benfeitores espirituais. [...] Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Para não complicar
A oração, em essência, expressa sentimentos. [...] Referencia: SIMONETTI, Richard• A voz do monte• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Como orar
A oração é luz na alma refletindo a luz divina. Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 4
A oração, acima de tudo, é sentimento. Referencia: VIEIRA, Waldo• Conduta Espírita• Pelo Espírito André Luiz• 29a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 26
[...] é recurso mais imediato para as criaturas ainda distantes das esferas propriamente celestiais. Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Falsas idéias
[...] a oração sincera estabelece a vigilância e constitui o maior fator de resistência moral, no centro das provações mais escabrosas e mais rudes. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 245
[...] é uma escada solar, reunindo a Terra ao Céu.. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 40
A oração é uma fonte em que podemos aliviar a alma opressa. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é o remédio milagroso, que o doente recebe em silêncio. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é o fio misterioso, que nos coloca em comunhão com as esferas divinas. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é o único sistema de intercâmbio positivo entre os servos e o Senhor, através das linhas hierárquicas do Reino Eterno. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é um bálsamo que cura nossas chagas interiores. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é um altar, em que ouvimos a voz divina através da consciência. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é um templo, em cuja doce intimidade encontraremos paz e refúgio. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
A oração é a nossa escada de intercâmbio com o Céu. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é prodigioso banho de forças, tal a vigorosa corrente mental que atrai. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Nos domínios da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 32a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 17
[...] o culto da oração é o meio mais seguro para a nossa influência [dos Espíritos superiores]. A mente que se coloca em prece estabelece um fio de intercâmbio natural conosco... Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11
[...] é o remédio eficaz de nossas moléstias íntimas. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 31
Não nos esqueçamos de que possuímos na oração a nossa mais alta fonte de poder, em razão de facilitar-nos o acesso ao Poder Maior da Vida. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 62
[...] é compromisso da criatura para com Deus, compromisso de testemunhos, esforço e dedicação aos superiores desígnios. Toda prece, entre nós, deve significar, acima de tudo, fidelidade do coração. Quem ora, em nossa condição espiritual, sintoniza a mente com as esferas mais altas e novas luzes lhe abrilhantam os caminhos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Os Mensageiros• Pelo Espírito André Luiz• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 14
A oração é o meio imediato de nossa comunhão com o Pai Celestial. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pai Nosso• Pelo Espírito Meimei• 25a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - Pensamentos
A oração é divina voz do espírito no grande silêncio. Nem sempre se caracteriza por sons articulados na conceituação verbal, mas, invariavelmente, é prodigioso poder espiritual comunicando emoções e pensamentos, imagens e idéias, desfazendo empecilhos, limpando estradas, reformando concepções e melhorando o quadro mental em que nos cabe cumprir a tarefa a que o Pai nos convoca. [...] a oração tecida de harmonia e confiança é força imprimindo direção à bússola da fé viva, recompondo a paisagem em que vivemos e traçando rumos novos para a vida superior. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vinha de luz• Pelo Espírito Emmanuel• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 98
A oração que nasce do amor é uma luz que a alma humana acende no mundo, estendendo irradiações e bênçãos que ninguém pode conhecer, enquanto se demora no corpo de carne terrestre. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Vozes do grande além• Por diversos Espíritos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2003• - Adenda
Contato com o Infinito, toda oração sincera significa mensagem com endereço exato [...] Oração é diálogo. Quem ora jamais monologa. Até a petição menos feliz tem resposta que lhe cabe, procedente das sombras. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 9
[...] a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos, para logo, em regime de comunhão com as esferas superiores. De essência divina, a prece será sempre o reflexo positivamente sublime do Es640 pírito, em qualquer posição, por obrigá-lo a despedir de si mesmo os elementos mais puros de que possa dispor. No reconhecimento ou na petição, na diligência ou no êxtase, na alegria ou na dor, na tranqüilidade ou na aflição, ei-la exteriorizando a consciência que a formula, em efusões indescritíveis, sobre as quais as ondulações do Céu corrigem o magnetismo torturado da criatura, insulada no sofrimento educativo da Terra, recompondo-lhe as faculdades profundas. A mente centralizada na oração pode ser comparada a uma flor estelar, aberta ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz. Aliada à higiene do espírito, a prece representa o comutador das correntes mentais, arrojando-as à sublimação. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Mecanismos da mediunidade• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 25
Fonte: febnet.org.br
Dicionário Comum
substantivo femininoPrece sob forma de meditação; reza. Religião Curta prece litúrgica enunciada nas horas canônicas e na missa. Discurso com alguma moral; sermão; fala. Gramática Conjunto de palavras ordenadas segundo normas gramaticais, com sentido completo; proposição; enunciado de um juízo. expressãoOração fúnebre. Discurso público pronunciado em honra do morto. Etimologia (origem da palavra oração). Do latim oratio, onis “discurso, prece”.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
A oração cristã baseia-se na convicção de que o Pai Celeste, que tem providencial cuidado sobre nós (Mt 6:26-30 – 10.29,30), que é ‘cheio de terna misericórdia’ (Tg 5:11), ouvirá e responderá às petições dos seus filhos da maneira e no tempo que Ele julgue melhor. A oração deve, então, ser feita com toda a confiança (Fp 4:6), embora Deus saiba de tudo aquilo que necessitamos, antes de Lhe pedirmos (Mt 6:8-32). A Sua resposta pode ser demorada (Lc 11:5-10) – talvez a oração seja importuna (Lc 18:1-8), e repetida, como no caso de Jesus Cristo (Mt 26:44) – pode a resposta não ser bem o que se pediu (2 Co 12.7 a 9) – mas o crente pode pôr toda a sua ansiedade de lado, descansando na paz de Deus (Fp 4:6-7). Não falando na oração relacionada com o culto, ou na oração em períodos estabelecidos (Sl 55:17 – Dn 6:10), orava-se quando e onde era preciso: dentro do ‘grande peixe’ (Jn 2:1) – sobre os montes (1 Rs 18.42 – Mt 14:23) – no terraço da casa (At 10:9) – num quarto interior (Mt 6:6) – na prisão (At 16:25) – na praia (At 21:5). o templo era, preeminentemente, a ‘casa de oração’ (Lc 18:10), e todos aqueles que não podiam juntar-se no templo com os outros adoradores, voltavam-se para ele, quando oravam (1 Rs 8.32 – 2 Cr 6.34 – Dn 6:10). Notam-se várias posições na oração, tanto no A. T.como no N. T.: Em pé (1 Sm 1.10,26 – Lc 18:11) – de joelhos (Dn 6:10 – Lc 22:41) – curvando a cabeça, e inclinando-a à terra (Êx 12:27 – 34,8) – prostrado (Nm 16:22 – Mt 26:39). Em pé ou de joelhos, na oração, as mãos estavam estendidas (Ed 9:5), ou erguidas (Sl 28:2 – cp.com 1 Tm 2.8). As manifestações de contrição e de dor eram algumas vezes acompanhadas de oração (Ed 9:5 – Lc 18. 13). A oração intercessora (Tg 5:16-18) é prescrita tanto no A.T.como no N.T. (Nm 6:23 – Jó 42:8 – is 62:6-7 – Mt 5:44 – 1 Tm 2.1). Exemplos de oração medianeira aparecem nos casos de Moisés (Êx 32:31-32), de Davi (2 Sm 24.17 – 1 Cr 29.18), de Estêvão (At 7:60) – de Paulo (Rm 1:9). Solicitações para oração intercessora se encontram em Êx 8:8, Nm 21:7 – 1 Rs 13.6 – At 8:24, Rm 15:30-32 – e as respostas a essas orações em Êx 8:12-13, e Nm 21:8-9 – 1 Rs 13.6 – At 12:5-8. Cp com 2 Co 12.8. o próprio exemplo de Jesus a respeito da oração é decisivo. Ele indicou o fundamento sobre o qual repousa a crença na oração, e que é o cuidado providencial de um Pai onisciente (Mt 7:7-11) – Ele ensinou aos discípulos como deviam orar (Mt 6:5-15 – Lc 11:1-13) – assegurou-lhes a certeza da resposta de Deus a uma oração reta (Mt 7:7 – 18.19 – 21.22 – Jo 15:7, e 16.23,24) – associou a oração com a vida de obediência (Mc 14:38 – Lc 21:36) – também nos anima a sermos persistentes e mesmo importunos na oração (Lc 11:5-8, e 18.1 a 7) – procurou os lugares retirados para orar (Mt 14:23 – 26.36 a 46 – Mc 1:35 – Lc 5:16). Ele fez uso da oração intercessora na súplica, conhecida pela designação da Sua alta oração sacerdotal (Jo 17) – orou durante a agonia da cruz (Mt 27:46 – Mc 15:34 – Lc 23:34-46). A oração em nome de Cristo é autorizada pelo próprio Jesus (Jo 14:13-14, e 15,16) e por S. Paulo (Ef 5:20 – Cl 3:17). o Espírito Santo também intercede por nós (Rm 8:26).
Fonte: Dicionário Adventista
Palavra
Dicionário Comum
substantivo femininoUnidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras. Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação. Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala. Gramática Vocábulo provido de significação; termo. Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela. Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra. Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos. Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra. Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase. Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas. Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
Do latim parabola, que significa “discurso” ou “fala”.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário da FEB
A palavra é um dom divino, quando acompanhada dos atos que a testemunhem [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 124
[...] O verbo é a projeção do pensamento criador. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17
[...] a palavra é, sem dúvida, a continuação de nós mesmos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Contos e apólogos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 17
A palavra é dom sagrado, / É a ciência da expressão / Não deve ser objeto / De mísera exploração. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] O verbo mal conduzido é sempre a raiz escura de grande parte dos processos patogênicos que flagelam a Humanidade. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 9
O verbo gasto em serviços do bem é cimento divino para realizações imorredouras. Conversaremos, pois, servindo aos nossos semelhantes de modo substancial, e nosso lucro será crescente. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• No mundo maior• Pelo Espírito André Luiz• 24a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 3
Veículo magnético, a palavra, dessa maneira, é sempre fator indutivo, na origem de toda realização. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra
O verbo é plasma da inteligência, fio da inspiração, óleo do trabalho e base da escritura. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Seara dos médiuns: estudos e dissertações em torno da substância religiosa de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec• Pelo Espírito Emmanuel• 17a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Palavra
Em tudo quanto converses, / Toma o bem por tua escolta. / Toda palavra é um ser vivo / Por conta de quem a solta. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6
A palavra é o instrumento mágico que Deus nos confia. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• Entre irmãos de outras terras• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 23
[...] a palavra é precioso dom que Deus concede para auxílio ao nosso progresso geral, nossa felicidade e nossa alegria, mas jamais para o insulto e a afronta contra o que quer que seja dentro da Criação, nem mesmo ao mais abjeto verme, e ainda menos contra o Criador de todas as coisas [...]. Referencia: PEREIRA, Yvonne A• À luz do Consolador• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB• 1997• - Blasfêmia
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Palavra 1) Expressão, falada ou escrita, de pensamento (Sl 5:1; Ap 21:5).
5) O VERBO (Jo 1:1, NTLH). Jesus é mais do que expressão falada: ele é Deus em ação, criando (Gn 1:3), se revelando (Jo 10:30) e salvando (Sl 107:19-20; 1Jo 1:1-2).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Palavra Esse conceito tem uma importância fundamental nos evangelhos. Jesus não menciona a palavra de Deus; apenas afirma “porém eu vos digo” (Mt 5:22.28). Essa palavra (logos) é a primeira causa de surpresa e de espanto entre seus contemporâneos (Lc 4:36). Com ela, Jesus faz milagres (Mt 8:8.16), frutos da fé nessa palavra (Jo 4:50-53). É também verbalmente que perdoa os pecados (Mt 9:1-7) e transmite autoridade (Mt 18:18; Jo 20:23). Diante dela, as pessoas devem tomar uma decisão (Mt 7:24-27; 13,23) e isso faz com que se dividam (Mc 8:38). Para João, o evangelista, Jesus é a Palavra (Logos — Memrá) que é Deus (Jo 1:1) e que se fez carne (Jo 1:11. 14) para revelar o Pai e salvar o homem (Jo 1:18; 3,34; 12,50; 17,8.14).
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Comum
substantivo femininoUnidade linguística com significado próprio e existência independente, que pode ser escrita ou falada: expressou-se por meio de palavras; o texto deve conter somente 350 palavras. Cada unidade linguística com significado, separada por espaços, ou intercalada entre um espaço e um sinal de pontuação. Capacidade que confere à raça humana a possibilidade de se expressar verbalmente; fala. Gramática Vocábulo provido de significação; termo. Figurado Demonstração de opiniões, pensamentos, sentimentos ou emoções por meio da linguagem: fiquei sem palavras diante dela. Afirmação que se faz com convicção; compromisso assumido verbalmente; declaração: ele acreditou na minha palavra. Discurso curto: uma palavra de felicidade aos noivos. Licença que se pede para falar: no debate, não me deram a palavra. Gramática Conjunto ordenado de vocábulos; frase. Figurado Promessa que se faz sem intenção de a cumprir (usado no plural): palavras não pagam contas. Etimologia (origem da palavra palavra). Do latim parábola.ae; pelo grego parabolé.
Fonte: Priberam
Paz
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Paz Estado de tranqüilidade e harmonia que não se limita à ausência de guerra (Lc 14:32), mas que procede, fundamentalmente, da ação do messias de Deus (Lc 1:79; 2,14). Precisamente por essas características, a paz de Jesus é muito diferente da oferecida pelo mundo (Mt 10:34; Jo 14:27). Está alicerçada na ressurreição de Jesus (Jo 20:19-23); Senhor e Deus (Jo 20:28) e, por isso, suporta até mesmo a perseguição (Jo 16:33). É essa paz concreta que os filhos de Deus (Mt 5:9) difundem e anunciam ao mundo (Lc 7:50; 10,5).
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Bíblico
O conceito bíblico de paz tem na raiz o significado de “totalidade”, de “inteireza” ou de “perfeição”. Entre as importantes gradações de sentido, temos “realização”, “maturidade”, “saúde”, “integridade”, “harmonia”, “segurança”, “bem-estar” e “prosperidade”. Conota, também a ausência de guerra e de perturbação.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Paz Tradução do hebraico “SHALOM”, que não significa apenas ausência de guerra, inimizade e brigas, mas inclui também tranqüilidade, segurança, saúde, prosperidade e bem-estar material e espiritual para todos (Sl 29:11; Jo 20:21).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário da FEB
A suprema paz é fruto do esforço despendido para desenvolver a inteligência e alcançar as culminâncias da bondade. Referencia: AGUAROD, Angel• Grandes e pequenos problemas• Obra ditada a Angel Aguarod pelo seu Guia Espiritual• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - cap• 6
A suprema paz [...] é um estado de pureza de consciência e, para chegar a esse estado, o caminho é aquele que a Humanidade terrena, devido ao seu atraso espiritual, ainda não se decidiu a trilhar: o caminho do Amor e da Justiça! Referencia: CALLIGARIS, Rodolfo• Páginas de Espiritismo cristão• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1993• - cap• 50
P [...] a paz não é conquista da inércia, mas sim fruto do equilíbrio entre a fé no Poder Divino e a confiança em nós mesmos, no serviço pela vitória do bem. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 3
[...] A paz tem que ser um reflexo de sentimentos generalizados, por efeito de esclarecimento das consciências. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Paz não é indolência do corpo. É saúde e alegria do espírito. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Fonte viva• Pelo Espírito Emmanuel• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 79
No campo da evolução, a paz é conquista inevitável da criatura. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo• O Espírito da Verdade: estudos e dissertações em torno de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec• Por diversos Espíritos• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1992• - cap• 10
Fonte: febnet.org.br
Dicionário Comum
substantivo femininoCalma; estado de calmaria, de harmonia, de concórdia e de tranquilidade. Sossego; em que há silêncio e descanso. Falta de problemas ou de violência; relação tranquila entre pessoas. [Política] Circunstância em que certos países não estão em guerra ou conflito; anulação das hostilidades entre nações, estabelecida por acordos de amizade. [Psicologia] Calma interior; estado de espírito de quem não se perturba. Fazer as pazes. Reconciliar-se com quem se tinha brigado. Paz armada. Paz sustentada pelo temor que os inimigos têm um do outro. Etimologia (origem da palavra paz). Do latim pax.pacis.
Fonte: Priberam
País
Dicionário Comum
substantivo masculinoLocal de nascimento; coletividade, social e política, da qual alguém faz parte; pátria ou terra: meu país é o Brasil. Área política, social e geograficamente demarcada, sendo povoada por indivíduos com costumes, características e histórias particulares. Designação de qualquer extensão de terra, local, território ou região. Reunião das pessoas que habitam uma nação. Reunião do que está relacionado com um grupo de pessoas, situação econômica, hábitos culturais, comportamentais, morais etc.; meio. Figurado Local cujos limites não foram demarcados; lugar: país das maravilhas. Etimologia (origem da palavra país). Do francês pays/ pelo latim pagensis.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo masculinoLocal de nascimento; coletividade, social e política, da qual alguém faz parte; pátria ou terra: meu país é o Brasil. Área política, social e geograficamente demarcada, sendo povoada por indivíduos com costumes, características e histórias particulares. Designação de qualquer extensão de terra, local, território ou região. Reunião das pessoas que habitam uma nação. Reunião do que está relacionado com um grupo de pessoas, situação econômica, hábitos culturais, comportamentais, morais etc.; meio. Figurado Local cujos limites não foram demarcados; lugar: país das maravilhas. Etimologia (origem da palavra país). Do francês pays/ pelo latim pagensis.
Fonte: Priberam
Pedro
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Pedro Tradução grega da palavra aramaica Kepha (rocha). Discípulo de Jesus também chamado Simão ou Simeão (At 15:14; 2Pe 1:1). Filho de João (Jo 1:42) ou Jonas (Mt 16:17), com seu irmão André, dedicava-se à pesca na Galiléia (Mt 4:18).
Natural de Betsaida (Jo 1:44), residia com sua família em Cafarnaum (Mc 1:29ss.; Mt 8:14; Lc 4:38). Esteve ligado a João Batista (Jo 1:35-42) antes de seguir Jesus. Fez parte do grupo dos Doze e, mais especificamente, dos três discípulos mais próximos de Jesus (Mt 17:1; Mc 5:37; 9,2; Lc 8:51 etc.). Convencido da messianidade de Jesus (foi essa a confissão que levou Jesus a falar de sua Igreja edificada sobre a fé em sua pessoa como messias e Filho de Deus), Pedro resistiu, no entanto, à visão do messias sofredor que Jesus tinha (Mt 16:18ss.) e chegou mesmo a negar seu Mestre no momento de sua prisão (Mt 26:69ss. e par.). A princípio, Pedro não acreditou no anúncio da ressurreição de Jesus (Lc 24:11), mas ver o túmulo vazio (Lc 24:12; Jo 20:1-10) e a aparição de Jesus no domingo da ressurreição (Lc 24:34; 1Co 15:5), assim como aparições de que outros discípulos falavam mudaram radicalmente sua vida.
Apenas algumas semanas depois da morte de Jesus, Pedro convertera-se em uma pessoa disposta a confrontar-se com as autoridades judias que, durante a época de Herodes Agripa, estiveram a ponto de executá-lo (At 12).
Embora a comunidade judeu-cristã de Jerusalém fosse dirigida por todos os apóstolos em seus primeiros tempos, não há dúvida de que Pedro atuava como porta-voz da mesma (At 2:4). Juntamente com João, foi ele quem legitimou a evangelização fora da Judéia (Samaria, At 8; o litoral, At 9:32ss.) e deu o primeiro passo para a evangelização dos não-judeus (At 10:11). Parece ter sido bom seu relacionamento com Paulo (Gl 1:2), exceto um incidente em Antioquia em que Pedro agiu contra as suas convicções para não causar escândalo aos judeus.
Durante os anos 40:50, a Igreja de Jerusalém esteve sob a direção de Tiago e não de Pedro (At 12:17; 15,13 21:18; Gl 2:9.12), mas este estava presente no Concílio de Jerusalém, no qual apoiou as idéias de Paulo.
Temos muito poucos dados sobre esse período final de sua vida: quase um quarto de século. Com segurança, desenvolveu um ministério missionário (1Co 9:5), durante o qual, possivelmente, trabalhou em Corinto (1Co 1:12) para, logo mais, concluí-lo com o martírio (Jo 21:19). Considera-se a possibilidade de ter visitado Roma, embora não seja provável que fosse ele o fundador da comunidade dessa cidade. Mais plausível é a tradição que considera sua execução durante a perseguição empreendida por Nero. Das obras que se lhe atribuem, é sua — sem dúvida — a primeira epístola que leva seu nome. Tem-se questionado a autenticidade da segunda, mas o certo é que o livro do Novo Testamento com o qual tem maiores coincidências é exatamente a primeira carta de Pedro. As lógicas diferenças entre ambas as obras não devem ser levadas a extremo, pois dependem não tanto da diversidade de autores como de gênero literário: a primeira é uma epístola e a segunda, uma forma de testamento. Tampouco pode ser descartada a possibilidade de a segunda ser de Pedro, mas ter recebido sua forma final da escrita de um copista.
Quanto aos Atos de Pedro, o Apocalipse de Pedro e o Evangelho de Pedro não são, realmente, de sua autoria. Tem-se ressaltado a possibilidade de o evangelho de Marcos apresentar, substancialmente, o conteúdo da pregação de Pedro, já que João Marcos aparece como seu intérprete em algumas fontes.
C. P. Thiede, o. c.; W. H. Griffith Thomas, El apóstol...; f. f. Bruce, Acts...; Idem, New Testament...; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; O. Cullmann, Peter, Londres 1966; R. f. Brown e outros, Pedro...; R. Aguirre
(ed.), Pedro en la Iglesia primitiva, Estella 1991.
Originalmente chamado de Simão, era filho de João (Jo 1:42) e irmão de André (Mt 4:18; Jo 6:8). Pedro era casado e sua esposa o acompanhou em suas viagens (Mt 8:14-1Co 9:5). Antes de ser chamado por Jesus, trabalhava com seu pai como pescador (Mc 1:16-20).
Pedro não fora educado religiosamente e possuía forte sotaque da região da Galiléia (Mt 26:33). Era, portanto, considerado como ignorante e sem estudos pelos líderes judaicos de Jerusalém (At 4:13).
A vocação de Pedro
Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, não porque tenha sido o primeiro a ser chamado, mas — como as discussões nas seções seguintes indicarão — devido ao fato de ser líder entre os discípulos. Em Mateus 10:2 lemos: “O primeiro, Simão, chamado Pedro” (também em Mc 3:16; Lc 6:14). Fazia parte do círculo mais íntimo dos discípulos de Cristo, no qual encontravam-se também Tiago e João (Mc 5:37; Mc 9:2; Mc 13:3; Lc 8:51).
Pedro era um discípulo dedicado, que buscava exercitar a fé, embora demonstrasse um pouco de volubilidade, como revelou o incidente em que Jesus andou sobre a água (Mt 14:28). Ele admitia sua ignorância e a própria pecaminosidade (Mt 15:15; Lc 5:8; Lc 12:41) e, quando tinha dúvidas, fazia muitas perguntas (Jo 13:24). Apesar de receber uma revelação divina a respeito da identidade de Jesus, rejeitou qualquer noção quanto à sua morte, uma atitude que Cristo atribuiu ao próprio diabo. A motivação dele foi considerada de origem terrena, isto é, seu conceito do Messias era que se tratava de um governador terreno, em cujo reino talvez imaginasse a si mesmo no desempenho de um papel importante (Mt 16:23; Mc 8:33). Esteve presente com Tiago e João na Transfiguração (Mc 9:7; Lc 9:28) e ouviu a voz de Deus confirmando que Jesus era seu Filho amado (um incidente do qual deu testemunho em 2Pe 1:18) e exigindo obediência aos ensinos de Cristo (Mt 17:1-6). Pedro aprendeu a importância de os discípulos de Jesus pagarem os impostos aos reis terrenos, não porque tivessem a obrigação, mas porque o não pagamento causaria uma dificuldade para a promoção do Evangelho (Mt 17:27). Questionou sobre o perdão e foi advertido a respeito do que aconteceria com o discípulo que não perdoasse e a tortura que experimentaria (Mt 18:21-35). Foi rápido ao lembrar a Jesus que os discípulos abandonaram tudo para segui-lo e recebeu a promessa de que os doze se sentariam em tronos para julgar Israel (Mt 19:27-30; Mc 10:28; Lc 18:28). Inicialmente não permitiu que Jesus lavasse seus pés e depois pediu que banhasse também suas mãos e sua cabeça, como sinal de limpeza (Jo 13:6-10).
Pedro é lembrado por contradizer Jesus quando este falou que os discípulos o negariam. Assim como os outros, replicou que estava disposto a morrer e jamais negaria o Mestre (Mt 26:33-35; Mc 14:29; Lc 22:34; Jo 13:36-38). Falhou em vigiar e orar junto com Jesus, apesar do aviso de que o espírito estava preparado, mas a carne era fraca (Mt 26:37-44; Mc 14:33-41). No momento da prisão de Cristo, numa atitude impetuosa, cortou a orelha de Malco, empregado do sumo sacerdote (Jo 18:10). No pátio da casa de Caifás, a determinação de Pedro entrou em colapso, não diante de um tribunal, mas da pergunta de uma jovem empregada. A enormidade de sua negação, em cumprimento à profecia de Jesus de que ela aconteceria antes do amanhecer do dia seguinte, fez com que ele chorasse amargamente (Mt 26:58-69-75; Mc 14:54-66-72; Lc 22:54-62; Jo 18:15-18-25-27). Diante do túmulo vazio, as mulheres receberam instruções de dizer aos discípulos e a Pedro que veriam Jesus na Galiléia (Mc 16:7). Foi ele que a seguir correu ao túmulo vazio e teve dúvida sobre o que tudo aquilo significava (Lc 24:12; Jo 20:2-10). Quando estava no lago de Genesaré, com alguns dos outros discípulos, Jesus apareceu-lhes e mostrou que estava vivo. Pedro, que na ocasião estava no mar, lançou-se na água quando João identificou que era o Senhor e foi em direção ao Mestre. A instrução que Jesus deu da praia sobre o local onde deveriam atirar as redes resultou numa pesca abundante. Depois da refeição, Cristo questionou Pedro sobre o nível de seu amor por ele. Diante da afirmação de sua lealdade, Pedro recebeu a ordem de cuidar do povo de Deus e alimentá-lo espiritualmente. Na mesma ocasião ele foi informado sobre a forma de sua própria morte — por meio da qual Deus seria glorificado (Jo 21:19). Segundo a tradição, tal fato ocorreu em Roma.
O apostolado de Pedro
Depois da pergunta feita por Jesus, sobre como as pessoas o viam e o que os próprios discípulos pensavam dele, Pedro foi o primeiro a confessar que Cristo era o Messias prometido no Antigo Testamento. Além disso, reconheceu que era o Filho do Deus vivo e que tinha as palavras de vida eterna (Mt 16:16; Jo 6:68). Essa verdade não se desenvolveu por dedução ou por algum meio humano, mas como revelação do Deus Pai. De acordo com Jesus, esse entendimento de Pedro seria uma grande bênção não somente porque constituía a verdadeira base do Evangelho para entender quem é Jesus, mas também porque esta seria a mensagem que ele proclamaria (Mt 16:17-19). Num jogo de palavras, Cristo disse a Simão que seu nome seria mudado para “Pedro”, para descrever seu papel como apóstolo. Jesus disse que seria “sobre esta pedra” que sua Igreja seria edificada (“Sobre esta pedra” é uma tradução equivocada da frase. Na construção original em grego o verbo é seguido por um particípio que, neste caso, é usado no sentido de construir algo em frente de e não sobre algo). Seria “diante desta pedra” (petros) que Jesus edificaria sua Igreja (assembléia). Israel havia-se reunido numa assembléia solene diante do monte Sinai para ouvir a Palavra de Deus, isto é, “o Livro da Aliança”, lido por Moisés. Os israelitas endossaram a leitura e foram formalmente constituídos como povo de Deus, depois da salvação do Egito (Ex 24:1-11). Assim também a Palavra de Deus, isto é, o Evangelho na boca de Pedro, seria o meio pelo qual os judeus que abraçassem a salvação oferecida por Jesus constituiriam o povo de Deus naquela assembléia. Jesus, entretanto, disse a Pedro que “as portas do inferno”, isto é, as hostes malignas, jamais prevaleceriam contra a Igreja, pois tal é o poder concedido por Jesus. Pedro foi o apóstolo dos judeus na Palestina, possivelmente em Corinto (1Co 1:12) e também na Babilônia [que a tradição diz ser Roma] (2Pe 5:13).
De fato vemos esta promessa de Jesus cumprir-se em Atos, pois foi Pedro quem proclamou o Evangelho no dia de Pentecostes, quando aproximadamente 3:000 judeus de Jerusalém e da diáspora foram salvos. Seu discurso demonstrou seu conhecimento do Antigo Testamento, quando citou Joel 2:28-32 como explicação para o fenômeno de judeus de diferentes partes do Império Romano ouvirem as “grandezas de Deus”, isto é, o Evangelho, proclamadas em sua própria língua materna. No mesmo discurso, ele mencionou também o Salmo 16:8-11, para mostrar que a morte jamais alcançaria vitória sobre Jesus e que o derramamento do Espírito Santo era a prova de que Jesus fora exaltado como Senhor, conforme o Salmo 110:1 dizia que Ele seria (At 2:1-42).
Novamente Pedro foi o pregador que explicou à multidão que o milagre da cura do coxo na Porta Formosa não fora operado por ele, mas pelo poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Foi esse Senhor que glorificara seu servo Jesus cujo sofrimento fora predito por todos os profetas. Pedro proclamou que Jesus era aquele sobre o qual Moisés falou em Deuteronômio 18:15-19 e que os que se recusassem a aceitá-lo seriam destruídos. Ele declarou que a bênção sobre todas as famílias da Terra, conforme predito na promessa abraâmica em Gênesis 12:3, agora realizara-se na morte e ressurreição de Cristo. Os judeus, portanto, eram os primeiros a ter a oportunidade de receber essa bênção, por meio dos arrependimento dos pecados. Em face do interrogatório por parte dos líderes judaicos, Pedro declarou que o milagre fora operado no nome do Senhor Jesus, o Messias ressurrecto, a pedra rejeitada que é mencionada no Salmo 118:22, a única em que a salvação estava alicerçada. A tentativa dos líderes de silenciar Pedro e João falhou quando ambos declararam que não podiam ficar em silêncio, pois o papel deles como apóstolos os compelia a dar testemunho do que tinham visto e ouvido (At 3:1-4:22).
Cornélio, um homem temente a Deus, foi o primeiro gentio a ouvir o Evangelho, por meio da pregação de Pedro. Tal palavra foi declarada como a mensagem da paz enviada por Jesus, o Messias, que se tornou Senhor de todos, após sua morte e ressurreição. Cristo deu aos discípulos a tarefa de testemunhar que Ele era o que Deus apontou como juiz dos vivos e dos mortos. Jesus tinha assegurado a remissão dos pecados para todo aquele que cresse nele, como todos os profetas testificaram que aconteceria (At 10:34-44).
Foi Pedro também quem declarou aos líderes da Igreja na Judéia que Deus concedera a salvação também aos gentios mediante a pregação da Palavra de Deus, oferecida por Jesus Cristo. Sua relutância natural em levar-lhes o Evangelho, pois era judeu, foi vencida pela visão divina e as circunstâncias miraculosas pelas quais os mensageiros de Cornélio foram dirigidos até a casa onde ele estava hospedado (At 10:1-23; At 11:1-18). Aconselhou a assembléia reunida em Jerusalém a discutir a questão polêmica da circuncisão dos novos cristãos e da obediência deles às leis judaicas. Segundo Pedro, não deviam tentar a Deus, ao colocar sobre os gentios convertidos o jugo da Lei que nem os próprios judeus conseguiam carregar. Declarou que os gentios foram salvos pela graça de Deus, da mesma maneira que os judeus cristãos (At 15:7-11).
Foi Pedro quem liderou os procedimentos para a eleição de Matias (At 1:15-26). O livro de Atos mostra também que ele tomou a iniciativa e falou contra a fraude de Ananias e Safira (At 5:1-4). Foi liberto da prisão e da morte certa de maneira sobrenatural em Atos 12:1-20; na cidade de Jope, um milagre foi operado por meio dele, ou seja, a ressurreição de Dorcas (At 10:36-43).
Os escritos de Pedro
De acordo com Papias, um escritor cristão do século II, o evangelho de Marcos reflete o ensino de Pedro. Realmente, de acordo com a tradição, este jovem evangelista [Marcos] atuou como escriba, pois registrou tudo o que este apóstolo ensinou. Certamente existem incríveis paralelos entre este evangelho e as linhas gerais da vida e do ministério de Jesus na pregação de Pedro ao centurião Cornélio. Em Marcos, o Evangelho de Jesus começa na Galiléia, depois da pregação de João Batista e da unção do Espírito Santo. O ministério de Cristo foi descrito a Cornélio em termos de fazer o bem, curar os oprimidos pelo diabo, a crucificação e a ressurreição (At 10:36-43). Certamente o sermão de Pedro, o qual é apenas um resumo geral em Atos, forma um paralelo surpreendente com os eventos narrados no evangelho de Marcos.
I Pedro descreve seu autor como “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo” e “testemunha das aflições de Cristo” (1Pe 1:1-1Pe 5:1); a carta é endereçada aos cristãos dispersos na região que atualmente é o norte da Turquia. Foi escrita por Silvano (1Pe 5:12; para mais detalhes, veja Silas, Silvano).
Uma das características dessa carta é o uso do Antigo Testamento; Pedro não somente citou passagens específicas como escolheu situações idênticas àquelas enfrentadas pelos cristãos, para apoiar seus argumentos. Ele faz a mesma coisa em seus discursos em Atos. De fato, ao começar esta carta, declara que os cristãos são os “eleitos” de Deus dispersos, não na Babilônia, como os israelitas ficaram enquanto aguardavam o retorno para Jerusalém, mas espalhados pelas províncias do Império Romano, até que recebessem a herança eterna no céu.
Numa forte introdução trinitariana, Pedro descreveu a obra do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, que assegurava a salvação (1Pe 1:2). Depois, explicou sistematicamente a maneira como cada membro da Trindade contribuía nessa obra (1Pe 1:3-12). Esse fundamento da fé capacitaria os cristãos a esperar com confiança pela herança no céu.
Pedro falou ao povo disperso de Deus sobre o modus vivendi, em face da suspeita e do antagonismo. Assim como Jeremias 29:7 descreve em uma situação similar, jamais deviam ser autoindulgentes, mas sim buscar o bem-estar da cidade em que vivessem. Se fizessem isso, apresentariam um estilo de vida de boas obras, o qual confirmaria o Evangelho quando fosse pregado para os outros (1Pe 2:11-12). Com esse tema principal, Pedro examinou sistematicamente várias esferas da vida, e em cada uma delas exortou os crentes a fazer o bem — ou seja, na vida civil, nas situações domésticas, no casamento e na sociedade em geral (1Pe 2:13-3:12).
Pedro deu grande ênfase à obra de Cristo como exemplo de amor e vida cristã (1Pe 1:18ss). Baseou-se nos sofrimentos de Jesus, a fim de demonstrar que ninguém deve desistir diante das presentes adversidades, mas, sim, sempre fazer o bem, o verdadeiro significado da vida cristã (1Pe 3:14-4:2). Era a vontade de Deus que assim fosse, ou seja, que silenciassem as acusações sem fundamento lançadas contra eles e encomendassem a alma ao Todo-poderoso (1Pe 2:15-1Pe 4:19).
Num mandamento que lembrava a comissão de Jesus — “apascenta minhas ovelhas” (Jo 21:15-17), semelhantemente Pedro convocou os líderes cristãos a exercer o ministério, não contra a vontade ou por ganância, nem como um meio de dominar outras pessoas, mas, sim, liderar pelo exemplo e ser assim recompensados pelo sumo Pastor (1Pe 5:1-4). Os membros mais jovens, bem como toda a congregação, foram exortados a se humilhar sob a poderosa mão de Deus, a fim de receber a promessa de que a ansiedade e o sofrimento são dessa maneira suportados. O Senhor sempre usa tais adversidades para desenvolver maior estabilidade em suas vidas cristãs (1Pe 5:5-11).
1. Pedro é referida como a carta que fala sobre a verdadeira graça de Deus (cf At 15:11) na qual os cristãos são exortados a permanecer firmes (1Pe 5:12), a despeito das dificuldades e da discriminação que sofriam. Não deviam ceder às indulgências da natureza humana, porque tais atividades no final seriam julgadas com imparcialidade pelo Pai (1Pe 1:17-1Pe 2:11; 1Pe 4:3-4).
2. Pedro foi escrita para os cristãos descritos como os que obtiveram uma fé idêntica à dos apóstolos, por meio da “justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 1:1). Os destinatários foram os mesmos da primeira carta, conforme Pedro diz: “Esta é a segunda carta que vos escrevo” (2Pe 3:1). Sua ênfase é sobre o crescimento na vida cristã e a importância do registro do seu testemunho nos eventos da vida de Cristo para refutar o falso entendimento. A declaração feita sobre a morte sugere que sua vida terrena estava próxima do fim (2Pe 1:14-15; cf. Jo 21:19-20).
A confiabilidade das “grandíssimas e preciosas promessas de Deus” seria a base da confiança dos cristãos na salvação (2Pe 1:2-4). Pedro declarou que o desenvolvimento da vida cristã não era automático, mas exigia fé nas promessas do Senhor. Bondade, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade e fraternidade eram virtudes que deviam abundar dentro do contexto essencial da fé, para que o conhecimento de Jesus como Senhor não fosse improdutivo. A abundância de tais atributos garantiria a entrada jubilosa do cristão no céu (2Pe 1:4-11)..
A ênfase na lembrança do testemunho apostólico da transfiguração e a palavra do próprio Deus a respeito de seu Filho tinha como objetivo refutar as fábulas inventadas, semelhantemente ao uso que Pedro fazia das Escrituras do Antigo Testamento. Havia falsos mestres na comunidade cristã cujo estilo de vida e a maneira como exploravam os cristãos eram detalhadamente descritos com a ajuda dos incidentes tirados do Antigo Testamento (2Pe 2). Os falsos mestres perturbavam os cristãos com zombarias sobre a demora da vinda de Cristo, o ensino-padrão sobre a certeza dela e a necessidade de vigilância (2Pe 3:1-13; cf. Mc 13).
Existe uma importante referência aos ensinos de Paulo como textos canônicos, pois Pedro indicou que eram mal empregados, assim como as “outras Escrituras” (2Pe 3:14-16). A despeito do incidente em Antioquia, quando evitou comer junto com os gentios depois da chegada de outros judeus, Pedro não alimentou nenhum ressentimento contra o apóstolo Paulo pela maneira justificada como repreendeu sua atitude. De fato, referiu-se a ele como “nosso amado irmão Paulo”, o qual falava segundo a sabedoria divina que lhe fora dada (2Pe 3:15; cf. Gl 2:11-14; cf. At 10:9-16; At 11:1-8).
Como um apóstolo que recebera a responsabilidade de apascentar as ovelhas do Senhor, Pedro permaneceu fiel à sua tarefa e concluiu sua última carta com a exortação para que os cristãos crescessem na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3:18).
Pedro foi indicado por Jesus como o principal apóstolo entre os judeus, papel que desempenhou ao estabelecer a Igreja de Cristo por meio da pregação do Evangelho e apascentar fielmente o rebanho de Deus até o final de sua vida. B.W.
Autor: Paul Gardner
Dicionário Bíblico
pedra, rocha
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Comum
Nome Grego - Significado: Rocha, pedra.
Fonte: Priberam
Porquanto
Dicionário Comum
conjunçãoPorque; visto que: não foi ao casamento, porquanto perdeu o avião. Gramática Utilizada para unir orações ou períodos que possuam as mesmas características sintáticas. Gramática Tendo em conta o sentido, pode ser utilizada como conjunção explicativa, explicando ou justificando aquilo que havia sido dito ou escrito anteriormente. Etimologia (origem da palavra porquanto). Por + quanto.
Fonte: Priberam
Porta
Dicionário Comum
substantivo femininoAbertura através da qual as pessoas entram e saem de um lugar. Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura. Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo. Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoAbertura através da qual as pessoas entram e saem de um lugar. Peça de madeira ou metal, que gira sobre gonzos, destinada a fechar essa abertura. Prancha móvel usada em uma abertura desse tipo. Essa prancha pode encaixar-se em dobradiças, deslizar em um sulco, girar em torno de um pivô como um eixo vertical, ou dobrar-se como uma sanfona.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
As portas das casas, bem como asdas cidades, eram de madeira, de ferro, ou de cobre (1 Sm 4.18 – At 12:10-13). As portas das cidades eram os lugares de maior afluência do povo para negócios, processos judiciais, conversação, e passatempo na ociosidade (Gn 19:1 – Dt 17:5-25.7 – Rt 4:1-12 – 2 Sm 15.2 – 2 Rs 7.1 – Ne 8:1 – Jó 29:7 – Pv 31:23 – Am 5:10-12,15). Como remanescente do velho costume e linguagem oriental, ainda hoje se chama Sublime Porta ao conselho ou governo de Constantinopla. As portas das cidades continham escritórios à entrada. Eram de dois batentes – cerravam-se com fechaduras e ainda se seguravam com barras de ferro. A porta Formosa do templo (At 3:2) era inteiramente feita de cobre de Corinto, sendo necessários vinte homens para a fechar.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Porta Abertura que permite a entrada em um edifício. Em sentido simbólico, Jesus é a única porta que nos permite entrar na vida eterna (Jo 10:7-9). Os seres humanos devem evitar as portas largas (Mt 7:13-14), que só conduzem à perdição.
Autor: César Vidal Manzanares
Povo
Dicionário Comum
substantivo masculinoConjunto das pessoas que vivem em sociedade, compartilham a mesma língua, possuem os mesmos hábitos, tradições, e estão sujeitas às mesmas leis. Conjunto de indivíduos que constituem uma nação. Reunião das pessoas que habitam uma região, cidade, vila ou aldeia. Conjunto de pessoas que, embora não habitem o mesmo lugar, possuem características em comum (origem, religião etc.). Conjunto dos cidadãos de um país em relação aos governantes. Conjunto de pessoas que compõem a classe mais pobre de uma sociedade; plebe. Pequena aldeia; lugarejo, aldeia, vila: um povo. Público, considerado em seu conjunto. Quantidade excessiva de gente; multidão. [Popular] Quem faz parte da família ou é considerado dessa forma: cheguei e trouxe meu povo! substantivo masculino pluralConjunto de países, falando em relação à maioria deles: os povos sul-americanos sofreram com as invasões europeias. Designação da raça humana, de todas as pessoas: esperamos que os povos se juntem para melhorar o planeta. Etimologia (origem da palavra povo). Do latim populus, i “povo”.
Fonte: Priberam
Prender
Dicionário Comum
prender v. 1. tr. dir. Atar, ligar, amarrar. 2. tr. dir. Firmar, fixar. 3. tr. dir. Segurar. 4. tr. dir. Apanhar, capturar. 5. pron. Ficar preso ou seguro. 6. pron. Enlear-se, firmar-se, fixar-se, unir-se. 7. tr. dir. Tirar a liberdade a. 8. tr. ind. Emperrar, pegar. 9. tr. ind. Criar raízes; arraigar-se. 10. tr. dir. Embaraçar, impedir, tolher. 11. tr. dir. Atrair.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
verbo transitivo Privar alguém da liberdade. Atar, ligar. Impedir, embaraçar. Figurado Atrair. Unir moralmente. Seduzir. verbo intransitivo Criar raízes. Encontrar obstáculo: a porta prende um pouco. verbo pronominal Ficar preso, seguro. Deixar-se cativar. Embaraçar-se. Fam. Comprometer-se a se casar.
Fonte: Priberam
Primeira
Dicionário Comum
substantivo femininoAutom. Marcha mais potente do motor, usada na arrancada do veículo e nas subidas e descidas de aclive ou declive muito forte. Primeira classe: só viajo na primeira. De primeira, de boa qualidade, de primeira ordem: é uma mercadoria de primeira.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoAutom. Marcha mais potente do motor, usada na arrancada do veículo e nas subidas e descidas de aclive ou declive muito forte. Primeira classe: só viajo na primeira. De primeira, de boa qualidade, de primeira ordem: é uma mercadoria de primeira.
Fonte: Priberam
Prisão
Dicionário Comum
substantivo femininoDetenção; ação de prender, de aprisionar alguém que cometeu um crime. Cativeiro; condição de quem está preso: a prisão deixou-o traumatizado. Presídio; casa de detenção: passou a maioria da sua vida na prisão. Por Extensão Clausura; local fechado, geralmente escuro: sua casa é uma prisão sem saída. Figurado Laço; o que limita ou acaba com a liberdade de: o vício era a sua prisão. Figurado O que prende a atenção: a televisão é uma prisão para algumas crianças. Por Extensão Corrente; o que é utilizado para atar, prender, aprisionar. Prisão domiciliar. Detenção de alguém em sua residência, geralmente por problemas de saúde. Etimologia (origem da palavra prisão). Do latim prehensio.onis.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
A detenção, como castigo, embora primitivamente em uso entre os egípcios (Gn 39:20 – 40.3 – 42.17), não era ordenada pela lei judaica, sendo, contudo, o suposto criminoso guardado até ao seu julgamento (Lv 24:12 – Nm 15:34). Durante o período da conquista, e do juizado, na verdade até ao tempo de Saul, não há indicação alguma de que os hebreus tivessem prisões. Foi depois a prisão uma parte do palácio real (1 Rs 22.27). isto era assim segundo o costume das nações circunvizinhas (2Rs 25:27 – Ne 3:25 – Jr 3L2). Houve outra forma de prisão, na qual uma casa particular servia para ter o acusado em lugar seguro (Jr 37:15). os prisioneiros sustentavam-se à sua própria custa, combinando todos a sua alimentação. No tempo de Cristo, cada palácio, ou fortaleza, tinha a sua prisão, geralmente lugares subterrâneos (Lc 3:20 – At 12:4-10). o Sinédrio tinha, também, um lugar para detenção de pessoas acusadas de qualquer delito (At 5:18-23 – 8.3). Em todas as prisões eram usadas cadeias e troncos para terem bem seguros os presos, e até, segundo o costume dos romanos, estavam eles ligados aos soldados. Geralmente, como no caso de Paulo, os amigos tinham entrada nos cárceres (Mt 11:2 – 25.36,39 – At 24:23). Além das prisões referidas, qualquer lugar conveniente poderia servir de encarceramento. (Gn 37:24 – Jr 38:6-11.) Metaforicamente, chama-se prisão a uma condição baixa (Ec 4:14) – e também o estado em que Deus guarda Satanás (Ap 20:7). E o mesmo nome se dá ao estado de escravidão espiritual em que os pecadores são retidos por Satanás, em razão das suas próprias más ações e desejos (is 42:7 – 53.8). o inferno é semelhante a uma prisão (1 Pe 3.19). os cativos, os escravos, etc., são chamados prisioneiros (Jó 3:18 – Sl 69:33 – is 49:9).
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] A prisão quase sempre é uma oportunidade salvadora, principalmente quando a liberdade perdeu, em nossas mãos, o sentido do respeito e da dignidade da vida. Referencia: Ó, Fernando do• Apenas uma sombra de mulher• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
Fonte: febnet.org.br
Páscoa
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Páscoa A primeira das três festas de peregrinação que os judeus celebravam anualmente. Começava na véspera do dia 15 de Nisã e durava sete dias. Comemorava — e ainda comemora — o êxodo ou saída de Israel da escravidão do Egito, com ritos especiais como a proibição de se consumir pão fermentado no decorrer da festa. Também se celebrava a refeição pascal conhecida como seder pesah. Na sua celebração, está o fundamento da Eucaristia cristã.
Y. Kaufmann, o. c.; L. Deiss, La Cena...; C. Shepherd, Jewish...; J. Barylko, Celebraciones...
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário da FEB
A Páscoa é um símbolo, nada mais que um símbolo. É o selo aposto por Jesus aos ensinamentos que ministrava pela sua palavra. É a confirmação da lei do amor e da união que devem reinar entre os homens. É a suprema lição do Mestre. É o derradeiro e solene apelo por Ele feito à prática da lei do amor e da união e, portanto, à fraternidade uni P versal, meio único de operar-se a regeneração humana, senda da libertação [...]. Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 3
A Páscoa era a maior festa dos judeus, recomendada por Moisés e celebrada pela primeira vez quando deixaram o Egito. A palavra páscoa significa passagem, ou seja, a passagem dos judeus pelo Mar Vermelho e do anjo que matou os primogênitos do Egito e poupou os hebreus, cujas casas estavam assinaladas com o sangue do cordeiro. Páscoa é, pois, para os judeus, a comemoração da passagem de Israel do cativeiro para a liberdade. Referencia: ROUSTAING, J•B• (Coord•)• Os quatro evangelhos: Espiritismo cristão ou revelação da revelação• Pelos Evangelistas assistidos pelos Apóstolos e Moisés• Trad• de Guillon Ribeiro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1988• 4 v• - v• 4 – Nota da Ed•
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Páscoa Festa em que os israelitas comemoram a libertação dos seus antepassados da escravidão no Egito (Ex 12:1-20; Mc 14:12). Cai no dia 14 de NISÃ (mais ou menos 1 de abril). Em hebraico o nome dessa festa é Pessach. A FESTA DOS PÃES ASMOS era um prolongamento da Páscoa (Dt 16:1-8).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Bíblico
É a festa instituída em lembrança da morte dos primogênitos do Egito e da libertação dos israelitas. o seu nome deriva de uma palavra hebraica, que significa a passagem do anjo exterminador, sendo poupadas as habitações dos israelitas, cujas portas tinham sido aspergidas com o sangue do cordeiro pascal (Êx 12:11-27). Chama-se ‘a Páscoa do Senhor’ (Êx 12:11-27) – a ‘festa dos pães asmos’ (Lv 23:6 – Lc 22:1) – os ‘dias dos pães asmos’ (At 12:3 – 20.6). A palavra Páscoa é aplicada não somente à festa no seu todo, mas também ao cordeiro pascal, e à refeição preparada para essa ocasião solene (Lc 22:7 – 1 Co 5.7 – Mt 26:18-19 – Hb 11:28). Na sua instituição, a maneira de observar a Páscoa era da seguinte forma: o mês da saída do Egito (nisã-abibe) devia ser o primeiro mês do ano sagrado ou eclesiástico – e no décimo-quarto dia desse mês, entre as tardes, isto é, entre a declinação do sol e o seu ocaso, deviam os israelitas matar o cordeiro pascal, e abster-se de pão fermentado. No dia seguinte, o 15º, a contar desde as 6 horas da tarde anterior, principiava a grande festa da Páscoa, que durava sete dias – mas somente o primeiro e o sétimo dias eram particularmente solenes. o cordeiro morto devia ser sem defeito, macho, e do primeiro ano. Quando não fosse encontrado cordeiro, podiam os israelitas matar um cabrito. Naquela mesma noite devia ser comido o cordeiro, assado, com pão asmo, e uma salada de ervas amargas, não devendo, além disso, serem quebrados os ossos. Se alguma coisa ficava para o dia seguinte, era queimada. os que comiam a Páscoa precisavam estar na atitude de viajantes, cingidos os lombos, tendo os pés calçados, com os cajados nas mãos, alimentando-se apressadamente. Durante os oito dias da Páscoa, não deviam fazer uso de pão levedado, embora fosse permitido preparar comida, sendo isto, contudo, proibido no sábado (Êx 12). A Páscoa era uma das três festas em que todos os varões haviam de ‘aparecer diante do Senhor’ (Êx 23:14-17). Era tão rigorosa a obrigação de guardar a Páscoa, que todo aquele que a não cumprisse seria condenado à morte (Nm 9:13) – mas aqueles que tinham qualquer impedimento legítimo, como jornada, doença ou impureza, tinham que adiar a sua celebração até ao segundo mês do ano eclesiástico, o 14º dia do mês iyyar (abril e maio). Vemos um exemplo disto no tempo de Ezequias (2 Cr 30.2,3). Ulteriores modificações incluíam a oferta do ômer, ou do primeiro feixe da colheita (Lv 23:10-14), bem como as instruções a respeito de serem oferecidos especiais sacrifícios em todos os dias da semana festiva (Nm 28:16-25), e a ordem para que os cordeiros pascais fossem mortos no santuário nacional e o sangue aspergido sobre o altar, em vez de ser sobre os caixilhos e umbrais das portas (Dt 16:1-6). ‘À tarde, ao pôr do sol’ (querendo isto, talvez, dizer na ocasião do crepúsculo, ou então entre as três e seis horas), eram mortos os cordeiros, sendo postos de parte a gordura e o sangue. A refeição era, então, servida em conformidade com a sua original instituição. Na mesma noite, depois de ter começado o dia 15 de nisã, era a gordura queimada pelo sacerdote, e o sangue derramado sobre o altar (2 Cr 30.16 – 35.11). Nesse dia 15, passada já a noite, havia o ajuntamento da congregação, durante o qual nenhuma obra desnecessária podia ser feita (Êx 12:16). No dia seguinte, era oferecido o primeiro molho da colheita, e agitado pelo sacerdote diante do Senhor, sendo igualmente sacrificado um cordeiro macho, em holocausto, com oferta de margares e bebida. os dias entre o primeiro e o sétimo eram de quietude, a não ser que houvesse sacrifícios pelo pecado, ou fosse prescrita a liberdade de alguma espécie de trabalho. o dia 21 do mês de nisã, e o último dia da festa, era novamente de santa convocação (Dt 16:8). Devia prevalecer em todos um ânimo alegre durante os dias festivos (Dt 27:7). No tempo de Jesus Cristo, como a festividade com os sacrifícios acessórios só podia efetuar-se em Jerusalém, de toda parte concorria tanta gente, que não era possível acomodar-se toda dentro dos muros da cidade. Foi esta a razão que os magistrados apresentavam para que Jesus não fosse preso, pois receavam algum tumulto da parte da multidão, que se achava em Jerusalém para a celebração da Páscoa (Mt 26:5). Durante a semana da Páscoa (a 16 do mês de abril), era oferecido um feixe, formado dos primeiros frutos da colheita da cevada, com um sacrifício particular (Lv 23:9-14). No aniversário deste dia levantou-Se Jesus Cristo dentre os mortos, e o apóstolo Paulo pode ter tido este fato em vista, quando, falando da ressurreição do Redentor, ele disse: ‘Sendo ele as primícias dos que dormem’ 1Co 15:20). A guarda da Páscoa é várias vezes mencionada: quando foi instituída (Êx 12:28-50) – no deserto do Sinai (Nm 9:3-5) – e nas planícies de Jericó ao entrarem os israelitas na terra de Canaã (Js 5:10-11). E também a Bíblia refere que foi celebrada a Páscoa por Ezequias e alguns do povo (2 Cr 30) – por Josias (2 Rs 23.21 a 23 – 2 Cr 35.1,18,19) – depois da volta do cativeiro (Ed 6:19-22) – e por Jesus Cristo (Mt 26:17-20 – Lc 22:15 – Jo 2:13-23). (*veja Festa (dias de), Ceia do Senhor.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Etimológico
A palavra Páscoa advém do nome em hebraico Pessach (=passagem), festa judaica que comemora a passagem da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida. A raiz da palavra Pessach, entretanto, remete à passagem do anjo exterminador, enviado por Deus para matar todos os primogênitos do Egito na noite do êxodo. Os eventos da Páscoa cristã (morte e ressureição de cristo) teriam ocorrido durante a celebração de Pessach, já que Cristo, como se sabe, era judeu (e na última ceia estaria dividindo com os apóstulos exatamente o pão ázimo, uma das tradições judaicas). Já os termos "Easter" e "Ostern" (Páscoa em inglês e alemão, respectivamente) parecem não ter qualquer relação etimológica com o Pessach. Acredita-se que esses termos estejam relacionados com Eostremonat, nome de um antigo mês germânico, formado pelas palavras Eostre (deusa germânica relacionada com a primavera) e Monat (mês, em alemão).
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário Comum
substantivo femininoFesta anual cristã em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Por Extensão Participação ou comunhão coletiva que celebra a efetivação dos preceitos da Páscoa: a páscoa dos alunos. Religião Pessach; festividade judaica que celebra a fuga dos hebreus do Egito. Religião Na época pré-mosaica, festa em celebração à chegada da primavera, do antigo povo hebreu. Gramática Na acepção relacionada com a festa cristã, deve-se grafar com a inicial maiúscula: celebração da Páscoa. Etimologia (origem da palavra páscoa). Do latim pascha.
Fonte: Priberam
Pátio
Dicionário da Bíblia de Almeida
Pátio Espaço descoberto fechado por muro, anexado a um edifício (At 1:5; Mt 26:56; v. TEMPLO).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Bíblico
Esta palavra era geralmente aplicada ao recinto do tabernáculo e do templo. Em Mt 26:69: ‘Estava Pedro assentado fora no pátio’, há referência à parte quadrangular, no centro do palácio do sumo sacerdote. Não era na sala onde estava sendo julgado o Salvador. (*veja também Mc 14:66 – 15.16 – e Jo 18:15.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário Comum
substantivo masculinoRecinto descoberto ao lado ou no interior dos edifícios. Recinto descoberto rodeado por edifícios. Local junto às estações ferroviárias onde as locomotivas fazem manobras, ao formarem as composições. Aula de latim ou belas-artes, nos antigos conventos de jesuítas. Pátio de manobra, conjunto das zonas de um aeródromo ou aeroporto nas quais os aviões podem evoluir, tais como pistas, pistas de rolamento e áreas de estacionamento.
Fonte: Priberam
Quando
Dicionário Comum
quando adv. Em que época, em que ocasião, em que tempo. Conj. 1. Posto que. 2. Mas.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
advérbioDenota ocasião temporal; em qual circunstância: disse que a encontraria, mas não disse quando. Numa interrogação; em que momento no tempo: quando será seu casamento? Preciso saber quando será seu casamento. Em qual época: quando partiram? advérbioRel. Em que: era na quadra quando as cerejeiras floriam. conjunçãoGramática Inicia orações subordinadas adverbiais denotando: tempo, proporção, condição e concessão. conjunção[Temporal] Logo que, assim que: irei quando puder. conjunçãoProp. À medida que: quando chegaram ao hotel, tiveram muitos problemas. conjunção[Condicional] Se, no caso de; acaso: só a trata bem quando precisa de dinheiro. conjunçãoConce. Embora, ainda que: vive reclamando quando deveria estar trabalhando. locução conjuntivaQuando quer que. Em qualquer tempo: estaremos preparados quando quer que venha. locução conjuntivaQuando mesmo. Ainda que, mesmo que, ainda quando: iria quando mesmo lho proibissem. Etimologia (origem da palavra quando). Do latim quando.
Fonte: Priberam
Quatro
Dicionário Comum
numeral cardinalTrês mais um. numeral ordinalO quarto de uma série: casa 4. substantivo masculinoAlgarismo que exprime o número 4. Ficar de quatro, apoiar-se nos pés e nas mãos ao mesmo tempo. Executar a quatro mãos, tocarem ao mesmo tempo duas pessoas (ao piano, p. ex.). O diabo a quatro, confusão, balbúrdia. De quatro costados, inteiramente, totalmente.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
numeral cardinalTrês mais um. numeral ordinalO quarto de uma série: casa 4. substantivo masculinoAlgarismo que exprime o número 4. Ficar de quatro, apoiar-se nos pés e nas mãos ao mesmo tempo. Executar a quatro mãos, tocarem ao mesmo tempo duas pessoas (ao piano, p. ex.). O diabo a quatro, confusão, balbúrdia. De quatro costados, inteiramente, totalmente.
Fonte: Priberam
Reais
Dicionário Comum
substantivo masculino pluralAquilo que existe de fato, na realidade, opondo-se ao que não existe. Moeda oficial da República Federativa do Brasil: tenho aqui 500 reais. adjetivoQue existe; de verdade: ambições reais. Etimologia (origem da palavra reais). Plural de real, do latim realis. adjetivoAntigo Dizia-se das penas, mais conhecidas por voadeiras. Etimologia (origem da palavra reais). Forma derivada de real, do latim regalem.
adjetivoQue tem existência verdadeira, e não imaginária: a vida real. De teor autêntico; genuíno: preciso ter uma conversa real com ele. Que não é mentira; verdadeiro: explicar suas reais intenções. Economia Que desconsidera as implicações da inflação; deflacionado: salário real. Mat. Pertencente ao conjunto dos números reais. [Jurídico] Que se pode referir a um bem (móvel ou imóvel). substantivo masculinoAquilo que existe de fato; realidade: há quem tenha dificuldade para lidar com o real. Etimologia (origem da palavra real). Do latim medieval realis; pelo francês réel. substantivo masculinoUnidade do sistema monetário brasileiro, que entrou em vigor em julho de 1994 (símbolo: R$). Moedas ou notas dessa unidade monetária: moeda de 2 reais, nota de 50 reais. Antiga moeda portuguesa e brasileira, no Brasil o termo também foi utilizado para se referir ao dinheiro de uma forma geral; mais conhecido pelo plural réis. adjetivoRelativo ou pertecente ao rei ou à realeza: dignidade real, palácio real. expressãoNão ter um real. Estar completamente sem dinheiro: não posso ir à festa, estou sem um real! Etimologia (origem da palavra real). Do latim regale, “de rei”. substantivo masculinoAntigo Povoação; arraial. Etimologia (origem da palavra real). De origem desconhecida.
Fonte: Priberam
Dicionário de Sinônimos
régio, reiuno, realengo, reguengo. – Real é o que é propriamente do rei; régio é o que se refere ao rei; que é próprio da realeza; Real majestade – só se aplica a um rei; régia majestade – poder-se-á aplicar a quem não seja rei. A régia pompa com que o conde, ou o ricaço celebra as suas festas... (aqui não caberia real). – Reiuno é brasileirismo (Rio G. do Sul) que significa – “pertencente ao rei”. Aplica-se quase com a significação de público. Campo, animal reiuno. – Realengo diz também – próprio de rei, ou que só se encontra entre os reis; confunde-se, portanto, com régio, e em muitos casos com reiuno. Presta-se, melhor que qualquer dos dois, a ser substantivado. Terra, terreno realengo = terreno pertencente à Coroa. Constância, grandeza, magnanimidade realenga. – Reguengo é também o que pertence ao patrimônio real, o que foi incorporado aos bens da Coroa. Terra, herdade reguenga (isto é – do trono, ou da coroa).
Fonte: Dicio
Rei
Dicionário Comum
substantivo masculinoMonarca; aquele que detém o poder soberano num reino. Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa. Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete. Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira. Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez. Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas. substantivo masculino pluralReis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos. Gramática Feminino: rainha. Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
l. o título de rei, na significação de suprema autoridade e poder, usa-se a respeito de Deus (Sl 10:16 – 47.7 – 1 Tm 1.17). 2. Este título foi aplicado a Jesus Cristo, como rei dos judeus (Mt 27:11-37, e refs.). 3. No A.T. o título de rei emprega-se em um sentido muito lato, não só falando dos grandes potentados da terra, como os Faraós do Egito (Gn 41:46) e o rei da Pérsia (Ed 1:1), mas tratando-se também de pequenos monarcas, como o rei de Jericó (Js 2:2 – cp com Jz 1:7). 4. Também se usa o título: a respeito do povo de Deus (Ap 1:6) – e da morte, como quando se diz ‘rei dos terrores’ (Jó 18:14) – e do ‘crocodilo’, como na frase ‘é rei sobre todos os animais orgulhosos’ (Jó 41:34). 5. Na história dos hebreus sucedeu o governo dos reis ao dos juizes. A monarquia, existente nos povos circunvizinhos, foi uma concessão de Deus (1 Sm 8.7 – 12.12), correspondendo a um desejo da parte do povo. Esse desejo, que já havia sido manifestado numa proposta a Gideão (Jz 8:22-23), e na escolha de Abimeleque para rei de Siquém (Jz 9:6), equivalia à rejeição da teocracia (1 Sm 8.7), visto como o Senhor era o verdadeiro rei da nação (1 Sm 8.7 – is 33:22). A própria terra era conservada, como sendo propriedade divina (Lv 25:23). Todavia, não foi retirado o cuidado de Deus sobre o seu povo (1 Sm 12.22 – 1 Rs 6.13). A monarquia assim constituída era hereditária, embora a sucessão não fosse necessariamente pela linha dos primogênitos, pois Davi nomeou Salomão como seu sucessor de preferência a Adonias, que era o seu filho mais velho nessa ocasião. A pessoa do rei era inviolável (1 Sm 24.5 a 8 – 2 Sm 1.14). Quando a coroa era colocada na cabeça do monarca, ele formava então um pacto com os seus súditos no sentido de governá-los com justiça (2 Sm 5.3 – 1 Cr 11.3), comprometendo-se os nobres a prestar obediência – e confirmavam a sua palavra com o beijo de homenagem (1 Sm 10.1). os rendimentos reais provinham dos campos de trigo, das vinhas, e dos olivais (1 Sm 8.14 – 1 Cr 27.26 a 28), e do produto dos rebanhos (1 Sm 21.7 – 2 Sm 13.23 – 1 Cr 27.29 a 31 – 2 Cr 26.10), pertencendo aos reis a décima parte nominal do que produziam os campos de trigo, as vinhas, e os rebanhos (1 Sm 8.15 e 1l). A renda do rei também se constituía do tributo que pagavam os negociantes que atravessavam o território hebraico (1 Rs 10,15) – dos presentes oferecidos pelos súditos (1 Sm 10:27 – 16.20 – 1 Rs 10.25 – Sl 72:10) – e dos despojos da guerra e as contribuições das nações conquistadas (2 Sm 8.2,7,8,10 – 1 Rs 4.21 – 2 Cr 27.5). Além disso, tinha o rei o poder de exigir o trabalho forçado, o que era para ele causa de aumentarem os seus bens. Devia, também, Salomão ter auferido lucros das suas empresas comerciais pelo mar (1 Rs 1020 – Davi, rei em Hebrom (2 Sm 2.1 a 4). 22.17,18 – 2 Sm 1.15).
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Rei 1) Governador de um IMPÉRIO 1, (At 1:2), de um país (1Sm 8:5; Mt 2:1) ou de uma cidade-estado (Gn 14:2). Ocorrendo a morte do rei, um descendente seu o sucede no trono (1Rs 2:11-12).
substantivo masculinoMonarca; aquele que detém o poder soberano num reino. Por Extensão Indivíduo que exerce o poder absoluto em: rei da empresa. Figurado O que se sobressai em relação aos demais: o rei do basquete. Figurado Aquele que tende expressar certa característica: é rei da mentira. Ludologia. A peça mais importante de um jogo de xadrez. Ludologia. Num baralho, cada uma das quadro cartas que contém as figuras reais de cada naipe: rei de copas. substantivo masculino pluralReis. Dia de Reis. Dia em que se celebra a adoração do Menino Jesus pelos Reis Magos. Gramática Feminino: rainha. Etimologia (origem da palavra rei). Do latim rex.regis.
Fonte: Priberam
Reí
Quem é quem na Bíblia?
(Heb. “amigável”). Um dos homens que, junto com o sacerdote Zadoque e o profeta Natã, entre outros, permaneceram fiéis ao desejo de Davi de colocar seu filho Salomão no trono, como seu sucessor (1Rs 1:8). Outro filho do rei, Adonias, tentou usurpar o reino; Salomão, entretanto, seguiu cuidadosamente os conselhos de Natã e de Zadoque e garantiu seu direito à sucessão. Para mais detalhes, veja Natã.
Autor: Paul Gardner
Rode
Dicionário Bíblico
rosa
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
Citada apenas em Atos 12:13. Encontrava-se na casa de Maria, mãe de João Marcos, quando Pedro foi liberto miraculosamente da prisão por um anjo (At 12:112). Ela reconheceu a voz do apóstolo; mas, em vez de abrir a porta, correu para avisar os outros, os quais oravam fervorosamente por ele. O relato chama a atenção para a importância da oração na reunião de um pequeno grupo da Igreja primitiva perseguida. K.MCR.
substantivo femininoVia pública urbana, repleta de casas, prédios, muros ou jardins. Espaço nessa via por meio do qual os carros podem transitar. As casas que se situam nas margens dessa via. Qualquer local cercado por calçadas, ou passeios. Em jardins e hortas, espaço livre entre canteiros, por onde se circula. Espaço que separa duas fileiras de cepas de videira. Espaço que separa uma fileira de plantação: ruas de cafeeiros, ruas de macieiras. Camada social da qual fazem parte pessoas desfavorecidas economicamente; plebe. Figurado Conjunto das pessoas que vivem ou trabalham numa rua: a rua inteira veio festejar o Carnaval. interjeiçãoExpressão com teor imperativo dirigida em tom de protesto ou para expulsar alguém de algum lugar: saia já daqui! Rua! expressãoEstar ou ficar na rua da amargura. Estar (ou ficar) mal de vida, passar por um período difícil, moral e financeiramente. Etimologia (origem da palavra rua). Do latim ruga; talvez por influência do francês rue.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
As ruas das cidades orientais eram, geralmente, estreitíssimas, tendo algumas vezes 90 a 120 cm de largura, e sendo quase sempre muito tortuosas. Em muitos lugares, não podia uma pessoa passar com segurança por um camelo carregado, mas devia comprimir-se, junto a uma porta, ou abaixar-se muito para deixar passar o animal. Em Damasco, a rua onde Ananias achou Saulo, tinha o nome de ‘Direita’ (At 9:11). Ainda existe esta rua, e tem uma cobertura em todo o seu comprimento, cerca de dois quilômetros. Uma rua de Esmirna, que é banhada por um rio, com árvores de um lado e de outro, adapta-se de algum modo à descrição que se lê em Ap 22:2. Raras vezes eram calçadas as ruas, até ao tempo dos romanos, e é coisa notável que uma das glórias de Jerusalém Celestial é o empedramento das suas ruas.
Fonte: Dicionário Adventista
Sabia
Dicionário Comum
substantivo deverbalConhecia; ação de saber, de possuir conhecimento ou de se manter informado sobre: você sabia que o Brasil é o maior país da América do Sul? Suspeitava; ação de pressentir ou de suspeitar algo: sabia que ele venceria! Ação de expressar certos conhecimentos: ele sabia cantar. Não confundir com: sabiá. Etimologia (origem da palavra sabia). Forma regressiva de saber.
Fonte: Priberam
Sabiá
Dicionário Comum
sabiás. .M 1. Ornit. Designação mais comum dos pássaros da família dos Turdídeos; algumas espécies são muito apreciadas pelo seu canto. Embora a este gênero pertençam os verdadeiros sabiás, recebem também esse nome alguns pássaros das famílias dos Mimídeos, Fringilídeos, Traupídeos e Cotingídeos. 2. Designação vulgar da inflamação dos cantos da boca; boqueira. 3. Bot. Planta leguminosa-mimosácea.
Fonte: Priberam
Saulo
Dicionário Bíblico
forma grecizada do hebraico Saul
Fonte: Dicionário Adventista
Quem é quem na Bíblia?
Veja Paulo.
Autor: Paul Gardner
Dicionário da Bíblia de Almeida
Saulo [Pedido a Deus] - Nome hebraico de PAULO (At 13:9). De (At 13:13) em diante ele é chamado d
saídoadj. 1. Que está fora; apartado, ausente. 2. Que gosta de aparecer em público para ser visto. 3. Saliente. 4. Fa.M Enxerido, intrometido, metediço. 5. Di-Zse da fêmea que anda com o cio.
Fonte: Priberam
Segunda
Dicionário Comum
substantivo femininoTipografia Prova de uma folha já corrigida. Música Intervalo entre um tom e outro imediato: intervalo de segunda. Forma reduzida de segunda-feira.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo femininoTipografia Prova de uma folha já corrigida. Música Intervalo entre um tom e outro imediato: intervalo de segunda. Forma reduzida de segunda-feira.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
O segundo dia da semana era comumente vinculado ao continuísmo, à fluidez das transformações. Talvez por isso, a Lua fosse à grande homenageada nesse segundo dia. Ela seria o posto do nascer do Sol, uma constatação de que outros dias se seguirão e determinadas transformações serão neles realizadas.
substantivo masculinoProprietário, dono absoluto, possuidor de algum Estado, território ou objeto. História Aquele que tinha autoridade feudal sobre certas pessoas ou propriedades; proprietário feudal. Pessoa nobre, de alta consideração. Gramática Forma de tratamento cerimoniosa entre pessoas que não têm intimidade e não se tratam por você. Soberano, chefe; título honorífico de alguns monarcas. Figurado Quem domina algo, alguém ou si mesmo: senhor de si. Dono de casa; proprietário: nenhum senhor manda aqui. Pessoa distinta: senhor da sociedade. Antigo Título conferido a pessoas distintas, por posição ou dignidade de que estavam investidas. Antigo Título de nobreza de alguns fidalgos. Antigo O marido em relação à esposa. adjetivoSugere a ideia de grande, perfeito, admirável: ele tem um senhor automóvel! Etimologia (origem da palavra senhor). Do latim senior.onis.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
o termo ‘Senhor’, no A.T., paraexprimir Jeová, está suficientemente compreendido nesta última palavra – e, como tradução de ãdôn, não precisa de explicação. Em Js 13:3, e freqüentemente em Juizes e Samuel, representa um título nativo dos governadores dos filisteus, não se sabendo coisa alguma a respeito do seu poder. o uso de ‘Senhor’ (kurios), no N.T., é interessante, embora seja muitas vezes de caráter ambíguo. Nas citações do A.T., significa geralmente Jeová, e é também clara a significaçãoem outros lugares (*vejag. Mt 1:20). Mas, fora estas citações, há muitas vezes dúvidas sobre se a referência é a Deus como tal (certamente Mc 5:19), ou ao Salvador, como Senhor e Mestre. Neste último caso há exemplos do seu emprego, passando por todas as gradações: porquanto é reconhecido Jesus, ou como Senhor e Mestre no mais alto sentido (Mt 15:22 – e geralmente nas epístolas – *veja 1 Co 12.3), ou como doutrinador de grande distinção (Mt 8:21 – 21.3), ou ainda como pessoa digna de todo o respeito (Mt 8:6). Deve-se observar que kurios, termo grego equivalente ao latim “dominus”, era o título dado ao imperador romano em todas as terras orientais, em volta do Mediterrâneo. E isto serve para explicar o fato de aplicarem os cristãos ao Salvador esse título, querendo eles, com isso, acentuar na sua mente e na das pessoas que os rodeavam a existência de um império maior mesmo que o de César. Com efeito, o contraste entre o chefe supremo do império romano e Aquele que é o Senhor de todos, parece apoiar muitos dos ensinamentos do N.T. Algumas vezes se usa o termo ‘Senhor’ (Lc 2:29 – At 4:24, etc.) como tradução de despõtes, que significa ‘dono, amo’, sugerindo, quando se emprega a respeito dos homens, que ao absoluto direito de propriedade no mundo antigo estava inerente uma verdadeira irresponsabilidade. (*veja Escravidão.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
[...] o Senhor é a luz do mundo e a misericórdia para todos os corações. Referencia: LIMA, Antônio• Vida de Jesus: baseada no Espiritismo: estudo psicológico• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Pelo Evangelho
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Senhor 1) (Propriamente dito: hebr. ADON; gr. KYRIOS.) Título de Deus como dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos (Sl 97:5; Rm 14:4-8). No NT, “Senhor” é usado tanto para Deus, o Pai, como para Deus, o Filho, sendo às vezes impossível afirmar com certeza de qual dos dois se está falando.
2) (hebr. ????, YHVH, JAVÉ.) Nome de Deus, cuja tradução mais provável é “o Eterno” ou “o Deus Eterno”. Javé é o Deus que existe por si mesmo, que não tem princípio nem fim (Ex 3:14; 6.3). Seguindo o costume que começou com a SEPTUAGINTA, a grande maioria das traduções modernas usa “Senhor” como equivalente de ????, YHVH (JAVÉ). A RA e a NTLH hoje escrevem “SENHOR”. A forma JAVÉ é a mais aceita entre os eruditos. A forma JEOVÁ (JEHOVAH), que só aparece a partir de 1518, não é recomendável por ser híbrida, isto é, consta da mistura das consoantes de ????, YHVH, (o Eterno) com as vogais de ???????, ADONAI (Senhor).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Senhor Termo para referir-se a YHVH que, vários séculos antes do nascimento de Jesus, havia substituído este nome. Sua forma aramaica “mar” já aparecia aplicada a Deus nas partes do Antigo Testamento redigidas nesta língua (Dn 2:47; 5,23). Em ambos os casos, a Septuaginta traduziu “mar” por “kyrios” (Senhor, em grego). Nos textos de Elefantina, “mar” volta a aparecer como título divino (pp. 30 e 37). A. Vincent ressaltou que este conteúdo conceitual já se verificava no séc. IX a.C. Em escritos mais tardios, “mar” continua sendo uma designação de Deus, como se vê em Rosh ha-shanah 4a; Ber 6a; Git 88a; Sanh 38a; Eruv 75a; Sab 22a; Ket 2a; Baba Bat 134a etc.
Em algumas ocasiões, Jesus foi chamado de “senhor”, como simples fórmula de cortesia. Ao atribuir a si mesmo esse título, Jesus vai além (Mt 7:21-23; Jo 13:13) e nele insere referências à sua preexistência e divindade (Mt 22:43-45; Mc 12:35-37; Lc 20:41-44 com o Sl 110:1). Assim foi também no cristianismo posterior, em que o título “Kyrios” (Senhor) aplicado a Jesus é idêntico ao empregado para referir-se a Deus (At 2:39; 3,22; 4,26 etc.); vai além de um simples título honorífico (At 4:33; 8,16; 10,36; 11,16-17; Jc 1:1 etc.); supõe uma fórmula cúltica própria da divindade (At 7:59-60; Jc 2:1); assim Estêvão se dirige ao Senhor Jesus no momento de sua morte, o autor do Apocalipse dirige a ele suas súplicas e Tiago acrescenta-lhe o qualificativo “de glória” que, na verdade, era aplicado somente ao próprio YHVH (Is 42:8). Tudo isso permite ver como se atribuíam sistematicamente a Jesus citações veterotestamentárias que originalmente se referiam a YHVH (At 2:20ss.com Jl 3:1-5).
Finalmente, a fórmula composta “Senhor dos Senhores” (tomada de Dt 10:17 e referente a YHVH) é aplicada a Jesus e implica uma clara identificação do mesmo com o Deus do Antigo Testamento (Ap 7:14; 19,16). Tanto as fontes judeu-cristãs (1Pe 1:25; 2Pe 1:1; 3,10; Hc 1:10 etc.) como as paulinas (Rm 5:1; 8,39; 14,4-8; 1Co 4:5; 8,5-6; 1Ts 4:5; 2Ts 2:1ss. etc.) confirmam essas assertivas.
W. Bousset, Kyrios Christos, Nashville 1970; J. A. Fitzmyer, “New Testament Kyrios and Maranatha and Their Aramaic Background” em To Advance the Gospel, Nova York 1981, pp. 218-235; L. W. Hurtado, One God, One Lord: Early Christian Devotion and Ancient Jewish Monotheism, Filadélfia 1988; B. Witherington III, “Lord” em DJG, pp. 484-492; O. Cullmann, o. c.; C. Vidal Manzanares, “Nombres de Dios” en Diccionario de las tres...; Idem, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...
Autor: César Vidal Manzanares
Serviço
Dicionário da FEB
Convença-se, então, por isso. / Que você tem no serviço / O final da solidão. Referencia: GUARINO, Gilberto Campista• Centelhas de sabedoria• Por diversos autores espirituais• Rio de Janeiro: FEB, 1976• - cap• 95
Serviço é trabalho no bem. É a dinamização da caridade e da compreensão. É a exteriorização do sentimento amoroso, na ajuda, de todas as formas imagináveis, ao nosso semelhante. O exemplo maior deixou-nos Jesus, em suas ações, ao mesmo tempo que declarava ter vindo para servir e não para ser servido. Para servir retamente precisamos compreender, aceitar e amar. A todas as horas deparamos com as oportunidades de servir. Não as aproveitamos porque ainda impera em nós o egoísmo, a chaga moral que precisa ser extirpada. Referencia: SOUZA, Juvanir Borges de• Tempo de transição• Prefácio de Francisco Thiesen• 2a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - cap• 31
Serviço desinteressado aos semelhantes é a melhor terapia ocupacional. Referencia: VIEIRA, Waldo• Seareiros de volta• Diversos autores espirituais• Prefácio de Elias Barbosa• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Ao encontro da paz
[...] O serviço para o bem é a mais rica fonte de saúde. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Alvorada cristã• Pelo Espírito Neio Lúcio• Prefácio de Emmanuel• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 38
O serviço é o melhor dissolvente de nossas mágoas. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 4
[...] O serviço é a alma de nossas organizações [instituições espíritas], que se dirigem para o mundo regenerado, com vistas à Vida Eterna. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O serviço é o caminho aberto a todas as criaturas, desde o verme até o anjo, na direção de Deus. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Desalento é negação / Acorda, avança, porfia! /Serviço de cada dia / É senda de perfeição. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
[...] é a nossa bênção. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Entre a terra e o céu• Pelo Espírito André Luiz• 23a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 11
O serviço será sempre o grande renovador de nossa vida consciencial, habilitando-nos à experiência reconstrutiva, sob a inspiração de nosso Divino Mestre e Senhor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12
Em todas as circunstâncias o serviço é o antídoto do mal. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Sirvamos sempre
[...] O serviço do bem é a muralha defensiva das tentações. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Paulo e Estevão: episódios históricos do Cristianismo primitivo• Pelo Espírito Emmanuel• 41a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - pt• 2, cap• 4
[...] é apanágio de todas as criaturas, terrestres e celestes. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 20
Fonte: febnet.org.br
Dicionário Comum
substantivo masculinoAção ou efeito de servir. Desempenho de funções obrigatórias; emprego, trabalho: saiu à procura de serviço. Duração desse trabalho: tem dez anos de serviço na casa. Local de trabalho: aparece só às vezes no serviço. Produto da atividade do homem destinado à satisfação de necessidades humanas, mas que não apresenta o aspecto de um bem material (transporte, educação, pesquisa científica, assistência médica, jurídica, hospitalar etc.): o produto nacional bruto de um país é a soma dos bens e dos serviços criados por seus habitantes. Organização de certas instituições públicas ou privadas, encarregada de uma função particular. Etimologia (origem da palavra serviço). Do latim servitium, escravidão, obediência.
Fonte: Priberam
Sidom
Dicionário Bíblico
Pescaria. 1. o filho mais velho de Canaã, o legendário fundador de Sidom 2 (Gn 10:15). 2. É hoje Saída. Uma antiga e rica cidade da Fenícia, edificada sobre um pequeno promontório que entra no mar Mediterrâneo. Em tempos antiquíssimos foi mais importante do que Tiro (Js 11:8 – 19.28 – Jz 18:7). Um antigo historiador afirma que os habitantes de Sidom fundaram Tiro – mas não há prova deste fato, a não ser chamarem-se sidônios os habitantes de Tiro. os sidônios, porém, é que nunca são chamados tírios. Seja como for, esta circunstância tende a mostrar que nos tempos primitivos foi Sidom uma cidade de extraordinária influência. Além disto, usa-se a palavra sidônios como sendo um nome genérico, significando os fenícios ou os cananeus (Js 13:6 – Jz 18:7-28). Na última passagem teria sido a cidade de Tiro mencionada, se fosse efetivamente de igual importância, porque era da mesma religião, e achava-se mais perto 32km. Mas em tempos bíblicos estava geralmente Sidom subordinada a Tiro. Sidom ficava nos limites de Zebulom: foi cedida a Aser, e ocupada – mas a idolatria dos seus habitantes, que não tinham sido expulsos, era um laço para os israelitas (Gn 49:13 – Js 13:6 – 19.28 – Jz 1:31 – 10.6 – 2 Sm 24.6 – 1 Rs 16.31,32). Do mesmo modo que Tiro, que fica uns 32km ao sul, vivia Sidom em estreita aliança com os israelitas. Um dos seus reis foi Etbaal, pai de Jezabel, mulher de Acabe (1 Rs 16,31) – a cidade de Sidom foi denunciada pelos profetas (is 23 – Jr 25:22 – 27.3 – 47.4 – Ez 28:21-22 – Jl 3:4 – Zc 9:2). Jesus visitou os sítios próximos de Sidom, afastados quase 80km de Nazaré (Mt 15:21 – Mc 7:24-31) – os seus habitantes recorreram a Ele (Mc 3:8 – Lc 6:17) – estava sujeita ao governo de Henxies (At12,20) – e foi residência de cristãos (At 27:3).
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da Bíblia de Almeida
Sidom Cidade situada numa ilha entre Beirute e Tiro, na Fenícia, atual Líbano. Era um centro de fabricação de objetos de vidro, e o seu povo era dado à idolatria (Jz 10:6); (1Rs 11:5); (Is 23:2-4); (Ez 28:20-23). Jesus mencionou Sidom (Mt 11:21) e teve contato com os sidônios (Mc 3:8); (Lc 6:17).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Sobrenome
Dicionário Comum
sobrenomes. .M Nome que vem depois do nome do batismo.
1.
Unir peças metálicas por meio de uma composição metálica que se funde; fechar com solda.
verbo transitivo , intransitivo e pronominal
2.
Ligar dois ou mais elementos ou coisas, formando um todo ou uma unidade.
=
PEGAR, UNIR
adjectivo de dois géneros
adjetivo de dois géneros
3.
[Agricultura]
Variedade de cereja.
sol·da·do2 (particípio de soldar)
adjectivo
adjetivo
1.
Que se soldou.
2.
Unido com solda.
sol·da·do1 (italiano soldato)
nome masculino
1.
Militar sem graduação.
2.
[Por extensão]
Qualquer militar.
3.
FiguradoO que milita numa bandeira qualquer ou que serve um partido ou ideia notável.
soldado da paz Indivíduo do corpo especializado em extinção de incêndios ou em apoio a acidentes.
=
BOMBEIRO
soldado raso Militar que não é graduado.
Feminino: soldada.
Fonte: Priberam
Tempo
Dicionário Comum
substantivo masculinoPeríodo sem interrupções no qual os acontecimentos ocorrem: quanto tempo ainda vai demorar esta consulta? Continuidade que corresponde à duração das coisas (presente, passado e futuro): isso não é do meu tempo. O que se consegue medir através dos dias, dos meses ou dos anos; duração: esse livro não se estraga com o tempo. Certo intervalo definido a partir do que nele acontece; época: o tempo dos mitos gregos. Parte da vida que se difere das demais: o tempo da velhice. Figurado Ao ar livre: não deixe o menino no tempo! Período específico que se situa no contexto da pessoa que fala ou sobre quem esta pessoa fala. Circunstância oportuna para que alguma coisa seja realizada: preciso de tempo para viajar. Reunião das condições que se relacionam com o clima: previsão do tempo. Período favorável para o desenvolvimento de determinadas atividades: tempo de colheita. [Esporte] Numa partida, cada uma das divisões que compõem o jogo: primeiro tempo. [Esporte] O período total de duração de uma corrida ou prova: o nadador teve um ótimo tempo. Gramática Flexão que define o exato momento em que ocorre o fato demonstrado pelo verbo; presente, pretérito e futuro são exemplos de tempos verbais. Gramática As divisões menores em que a categoria do tempo se divide: tempo futuro; tempos do imperativo. [Música] Unidade que mede o tempo da música, através da qual as relações de ritmo são estabelecidas; pulsação. [Música] A velocidade em que essas unidades de medidas são executadas num trecho musical; andamento. Etimologia (origem da palavra tempo). A palavra tempo deriva do latim tempus, oris, fazendo referência ao tempo dos acentos.
Fonte: Priberam
Dicionário Etimológico
A palavra tempo tem origem no latim. Ela é derivada de tempus e temporis, que significam a divisão da duração em instante, segundo, minuto, hora, dia, mês, ano, etc. Os latinos usavam aevum para designar a maior duração, o tempo. A palavra idade, por exemplo, surgiu de aetatis, uma derivação de aevum.
Fonte: Dicionário Etimológico 7Graus
Dicionário Bíblico
os dois grandes fatores, empregados pelo homem primitivo para a determinação do tempo, devem ter sido (como ainda hoje acontece) o Sol e a Lua, sendo pelo Sol fixadas as unidades do tempo, o dia e o ano, e sugerindo a Lua a parte anual do mês, e a divisão deste em semanas. os hebreus, nos seus cálculos para regularem o tempo, serviam-se de dois sistemas: solar e lunar. l. o dia. o espaço de 24 horas, de sol a sol. Nos mais remotos tempos era mais natural considerar o nascer do sol como princípio do dia, segundo o costume dos babilônios, ou o pôr do sol, segundo o costume dos hebreus. Este último processo é, talvez, o mais fácil de todos, pela simples razão de que tem sido sempre para os homens coisa mais provável ver o ocaso do que o nascimento do sol. Por isso, na cosmogonia pré-histórica, registrada em Gn 1, lê-se: ‘da tarde e da manhã se fez um dia’. Este método de completar os dias encontra-se em toda a Bíblia, sendo ainda hoje seguido pelos judeus. 2. Divisões do dia. a) A tríplice divisão do dia em manhã, meio-dia, e tarde (*veja Sl 55:17) é evidente por si mesma. b) Em conexão com estas designações estão as vigílias da noite: eram três segundo o cômputo dos hebreus, e quatro segundo o sistema romano. c) outra maneira é a de dividir o dia em horas. A origem da divisão do dia em 12 ou 24 partes parece ter-se perdido na antigüidade, mas chegou até nós por meio da Babilônia. Entre os hebreus, bem como entre os romanos, contavam-se as horas de cada dia desde o nascer do sol até ao seu ocaso. A duração de cada hora não era um espaço certo de tempo, como entre nós, mas a duodécima parte do tempo em que o sol se mostrava acima do horizonte – e essa parte naturalmente variava segundo as estações. d) posterior divisão em minutos e segundos parece não ter sido conhecida dos hebreus (embora se diga ter vindo dos babilônios). 3. o mês. o mês era lunar com pouco mais de 29 dias, havendo, deste modo, em cada ano 12 meses e cerca de 11-1/4 dias. É, talvez, conveniente examinar o quadro que neste artigo apresentamos. (Estão em caracteres mais salientes os meses hebraicos mencionados na Bíblia, os quais constituem assuntos para artigos especiais.) Com o fim de completar aproximadamente o ano solar, eram intercalados, às vezes, alguns dias, ou mesmo duas ou três semanas, segundo o entendimento dos diretores sacerdotais do calendário. Mas é incerto até que ponto ia este sistema nos tempos bíblicos. A adição era feita depois do mês de adar, e chamava-se segundo adar. os doze meses solares parece serem o resultado de uma posterior divisão do ano solar, sendo a sua base os doze meses lunares. 4. o ano. a) Quando é que principia o ano? Entre nós, como também entre os romanos, começa quando o sol atinge aproximadamente o ponto mais baixo. Mas não era assim entre as hebreus. Eles tinham dois sistemas: i. o sistema sagrado, oriundo da Babilônia, que principiava cerca do equinócio da primavera. Em conformidade com esta instituição eram regulados os tempos das festas sagradas. Também se menciona na Bíblia, com referência a acontecimentos seculares, como ‘Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra’ (2 Sm 11.1). ii. o sistema civil principiava com o equinócio do outono, quando se concluíam as colheitas. b) Com respeito aos agrupamentos de sete anos, e de sete vezes sete, *veja Ano. c) Quanto aos métodos de computar uma série de anos, *veja Cronologia. Além das diferentes eras, que ali são dadas, podemos mencionar o modo judaico de calcular o tempo desde a criação do mundo baseado na DATA bíblica. Segundo este cômputo, o ano de 1240 era de 5.000, “anno mundi”. Na fixação desta data, num livro ou num monumento, usa-se omitir a casa dos milhares. E assim, quando se lê num moderno livro judaico a DATA de 674, este número adicionado a 1240, representa 1914 d.C.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. [...] Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 2
O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias [...]. Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 2
Não podemos dividir o tempo entre passado e presente, entre novo e velho, com a precisão com que balizamos o loteamento de um terreno. O tempo é uno e abstrato, não pode ser configurado entre fronteiras irredutíveis. Justamente por isso, todos os conceitos em função do tempo são relativos. Cada geração recebe frutos da geração anterior, sempre melhorando, do mesmo modo que a geração futura terá de so correr-se muito do acervo do passado. [...] Referencia: AMORIM, Deolindo• Análises espíritas• Compilação de Celso Martins• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 12
[...] é a suprema renovação da vida. Estudando a existência humana, temos que o tempo é a redenção da Humanidade, ou melhor – o único patrimônio do homem. Referencia: DOMINGO SÓLER, Amália• Fragmentos das memórias do Padre Germano• Pelo Espírito Padre Germano• Trad• de Manuel Quintão• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 7
[...] a noção do tempo é essencialmente relativa e a medida da sua duração nada tem de real, nem de absoluta – separada do globo terrestre [...]. [...] o tempo não é uma realidade absoluta, mas somente uma transitória medida causada pelos movimentos da Terra no sistema solar. [...] Referencia: FLAMMARION, Camille• Narrações do infinito: lúmen• Trad• de Almerindo Martins de Castro• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• -
O tempo [...] somente se torna realidade por causa da mente, que se apresenta como o sujeito, o observador, o Eu que se detém a considerar o objeto, o observado, o fenômeno. Esse tempo indimensional é o real, o verdadeiro, existente em todas as épocas, mesmo antes do princípio e depois do fim. Aquele que determina as ocorrências, que mede, estabelecendo metas e dimensões, é o relativo, o ilusório, que define fases e períodos denominados ontem, hoje e amanhã, através dos quais a vida se expressa nos círculos terrenos e na visão lógica – humana – do Universo. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Impermanência e imortalidade• Pelo Espírito Carlos Torres Pastorino• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Tempo, mente e ação
[...] O advogado da verdade é sempre o tempo. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Lampadário espírita• Pelo Espírito Joanna de Ângelis• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 54
O tempo é inexorável enxugador de lágrimas. Referencia: FRANCO, Divaldo P• Párias em redenção• Pelo Espírito Victor Hugo• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 2, cap• 6
[...] As dimensões tempo e espaço constituem limites para demarcar estágios e situações para a mente, nas faixas experimentais da evolução. [...] Referencia: GAMA, Zilda• Dor suprema• Pelo Espírito Victor Hugo• 15a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - L• 3, cap• 1
Para o Espírito desencarnado o tempo não conta como para nós, e não está separado metodicamente em minutos, horas, dias, anos e séculos ou milênios, e muitos são os que perderam de vista os pontos de referência que permitem avaliar o deslocamento na direção do futuro. Referencia: MIRANDA, Hermínio C• Nas fronteiras do Além• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 4
[...] o tempo é a matéria-prima de que dispomos, para as construções da fé, no artesanato sublime da obra crística, de que somos humílimos serviçais. Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Correio entre dois mundos• Diversos Espíritos• Rio de Janeiro: FEB, 1990• - Mensagem de fim de ano
O tempo é uma dimensão física que nasce do movimento, mas quando este supera a velocidade da luz, o tempo não consegue acompanhá-lo, anula-se, extingue-se. [...] Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Notações de um aprendiz• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - Tempo e luz
[...] O tempo é, por definição, a trajetória de uma onda eletromagnética, do seu nascimento até a sua morte. Por isso ele é uma das dimensões fixas do nosso Universo, porque estável é, em nosso plano, a velocidade das ondas eletromagnéticas. O tempo, porém, somente pode existir em sistemas isolados, ou fechados, e tem a natureza de cada sistema. [...] Referencia: SANT’ANNA, Hernani T• Universo e vida• Pelo Espírito Áureo• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 5
[...] O tempo é o maior selecionador do Cristo. Referencia: SCHUBERT, Suely Caldas• Testemunhos de Chico Xavier• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1998• - Só os inúteis não possuem adversários
A Doutrina Espírita nos mostra que tempo e espaço são limites pertinentes à realidade física, o Espírito não precisa se prender a eles. Quando mencionamos o tempo como recurso imprescindível a uma transformação que depende, na verdade, de força de vontade e determinação, estamos adiando o processo e demonstrando que, no fundo, há o desejo de permanecer como estamos. O tempo é necessário para adquirir conhecimentos e informações, não para operar uma transformação psicológica. Referencia: SOUZA, Dalva Silva• Os caminhos do amor• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Mulher-mãe
[...] O tempo é a nossa bênção... Com os dias coagulamos a treva ao redor de nós e, com os dias, convertê-la-emos em sublimada luz [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Ação e reação• Pelo Espírito André Luiz• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 10
[...] O tempo, como patrimônio divino do espírito, renova as inquietações e angústias de cada século, no sentido de aclarar o caminho das experiências humanas. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• A caminho da luz• História da civilização à luz do Espiritismo• Pelo Espírito Emmanuel, de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938• 33a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Introd•
Tempo e esforço são as chaves do crescimento da alma. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Cartas e crônicas• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1991• - cap• 26
O tempo é o nosso grande benfeitor. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
O tempo é um conjunto de leis que nãopodemos ludibriar.O tempo é um empréstimo de Deus. Com ele erramos, com ele retificamos.O tempo é o campo sublime, que nãodevemos menosprezar.O tempo, na Terra, é uma bênçãoemprestada.O tempo é o mais valioso calmante dasprovações.O tempo é o químico milagroso daEterna Sabedoria, que nos governa osdestinos [...]. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Dicionário da alma• Autores Diversos; [organização de] Esmeralda Campos Bittencourt• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• -
Sabemos que o tempo é o nosso maisvalioso recurso perante a vida; mas tem-po, sem atividade criadora, tão-somen-te nos revela o descaso perante asconcessões divinas. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Encontro Marcado• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 21
O tempo é o rio da vida cujas águas nosdevolvem o que lhe atiramos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Falando à Terra• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2002• - Umdia
Embora a dor, guarda o bem / Por teunobre e santo escudo. / O tempo é omago divino / Que cobre e descobretudo. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Gotas de luz• Pelo Espírito Casimiro Cunha• 7a ed• Rio de Janeiro: FEB• 2005• - cap• 36
[...] é o grande tesouro do homem e vin-te séculos, como vinte existências di-versas, podem ser vinte dias de provas,de experiências e de lutas redentoras Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Há dois mil anos: episódios da história do Cristianismo no século I• Romance de Emmanuel• 45a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Na intimidade de Emmanuel
[...] O tempo para quem sofre sem es-perança se transforma numa eternida-de de aflição. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 10
O tempo é a sublimação do santo, abeleza do herói, a grandeza do sábio, a crueldade do malfeitor, a angústia do penitente e a provação do companheiro que preferiu acomodar-se com as trevas. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 20
[...] O sábio condutor de nossos destinos (...). Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Instruções psicofônicas• Recebidas de vários Espíritos, no “Grupo Meimei”, e organizadas por Arnaldo Rocha• 8a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 42
O tempo, contudo, assemelha-se ao professor equilibrado e correto que premia o merecimento, considera o esforço, reconhece a boa vontade e respeita a disciplina, mas não cria privilégio e nem dá cola a ninguém. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Justiça Divina• Pelo Espírito Emmanuel• 11a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - Precisamente
[...] O tempo, que é fixador da glória dos valores eternos, é corrosivo de todas as organizações passageiras na Terra e noutros mundos. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Luz acima• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 9a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 16
[...] é o nosso explicador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do sofrimento. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pão Nosso• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 63
O tempo é o tesouro infinito que o Criador concede às criaturas. [...] [...] é benfeitor carinhoso e credor imparcial simultaneamente. [...] Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Pontos e contos• Pelo Espírito Irmão X [Humberto de Campos]• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1999• - cap• 50
[...] é o nosso silencioso e inflexível julgador. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Na esfera íntima
O tempo é um empréstimo de Deus. Elixir miraculoso – acalma todas as dores. Invisível bisturi – sana todas as feridas, refazendo os tecidos do corpo e da alma. Com o tempo erramos, com ele retificamos. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Relicário de luz• Autores diversos• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - Carinho e reconhecimento
[...] é um patrimônio sagrado que ninguém malbarata sem graves reparações... Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Reportagens de Além-túmulo• Pelo Espírito Humberto de Campos• 10a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 8
O tempo é um rio tranqüilo / Que tudo sofre ou consente, / Mas devolve tudo aquilo / Que se lhe atira à corrente. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32
O tempo não volta atrás, / Dia passado correu; / Tempo é aquilo que se faz / Do tempo que Deus nos deu. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Trovas do outro mundo• Por trovadores diversos• 4a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 32
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Tempo V. ANO; CALENDÁRIO; DIA; HORAS.
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Ter
Dicionário Comum
verbo transitivo direto Passar a possuir; receber: tiveram o contrato da casa. Ser o dono ou usufruir de; possuir: ele tem dois carros; ele não teve herança. Possuir a autoridade ou o domínio sobre: tinha um povo. Deter a posse de alguma coisa para uso próprio: ela não tem computador. Conseguir por meio de pagamento: tive o carro por uma pechincha. Portar, carregar consigo: você tem uma caneta? Passar pela experiência de; experienciar: tive a alegria de conhecê-la. Possuir como elemento; apresentar: certas bicicletas têm amortecedores. Expressar certa quantidade ou comprimento: o prédio de três andares tem 12 metros. Ser composto por: este CD tem 25 músicas. Possuir a ajuda de: não temos muitos funcionários. Medir o tempo de vida ou a idade de: minha filha tem 10 anos. Descrever os que ainda estão vivos ou mortos: não tinha avô paterno; tinha sete filhos para educar. Possuir determinada ocupação; possuir: tinha o cargo de professor. Fazer com que se realize; efetuar: ainda teremos dois convidados. Ser o motivo ou razão de: o professor têm muitos alunos. Usufruir de determinado (s): direito (s): ou benefício(s): não teve seus direitos respeitados; temos o direito de participar. Possuir qualquer tipo de vínculo: o casal têm dois filhos. Receber certa informação: tivemos esta semana avisos de contas. Proceder; comportar-se com: tenha atenção aos obstáculos. Sentir: tinha muita fome! Assumir certa opinião: tinha um ponto de vista irônico. Receber em sua residência: tive-a em minha casa semana passada. verbo transitivo direto e bitransitivoPermanecer em certo local ou posição; conservar: queria ter deitado. Guardar de modo particular; conseguir para si: no futuro, ainda terei um amor; tenho-a nas lembranças. Ser o alvo dos ensinamentos de outrem: nunca teve aulas de inglês. Passar a ter o conhecimento de; sentir: tinha muito amor. verbo transitivo direto e transitivo direto predicativoDemonstrar ou definir-se por: tinha serenidade; tinha um humor horrível. verbo transitivo direto , transitivo direto predicativo e bitransitivoTrazer por um instante: tinha os cabelos presos. verbo transitivo direto , transitivo direto predicativo e pronominalFazer considerações acerca de; julgar-se: tenho que você foi o melhor candidato; sua mãe sempre a tivera como inteligente. verbo transitivo direto e predicativoColocar à disposição de: eu tenho dinheiro a oferecer. verbo bitransitivo Estar relacionado com: o assunto tem a ver com o tema. Obter por meio de transferência; herdar: da mãe teve a sabedoria. Carregar junto de si: tinha um sofrimento imenso. verbo pronominal Estar ou passar a estar em certo local; passar: teve-se em viagens. Demonstrar uma dedicação excessiva a; apegar-se: nunca se teve aos avós. Valer-se de; expressar valor ou interesse por: tem-se em excesso à igreja. substantivo masculino pluralTeres. Aquilo que se possui; bens ou posses. Etimologia (origem da palavra ter). Do latim tenere.
Fonte: Priberam
Dicionário da FEB
Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. [...] Referencia: KARDEC, Allan• A Gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo• Trad• de Guillon Ribeiro da 5a ed• francesa• 48a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 6, it• 10
[...] matéria-prima, o substratum definitivo de todos os movimentos. [...] Referencia: DENIS, Léon• O grande enigma• 13a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 1
[...] O éter do espaço é o elo conector. No mundo material, ele é a realidade fundamental, substancial. No mundo espiritual, as realidades da existência são outras e muito mais elevadas; porém, quanto ao modo por que atua o éter, mal podemos presentemente suspeitar. Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2
O éter do espaço pode agora ser tido como um grande elo a ligar o mundo da matéria ao do espírito; é a substância comum a ambos esses mundos. Ambos se contêm dentro dela, dela fazendo parte e sendo dela formados. [...] Referencia: FINDLAY, J• Arthur• No limiar do etéreo, ou, Sobrevivência à morte cientificamente explicada• Traduzido do inglês por Luiz O• Guillon Ribeiro• Prefácio de Sir William Barret• 3a ed• Rio de Janeiro: FEB, 1981• - cap• 2
[...] fluido que gerou tudo o que existe. Sem ele nada existiria, e com ele tudo pode ser produzido. [...] Referencia: FREIRE, Antônio J• Ciência e Espiritismo: da sabedoria antiga à época contemporânea• 5a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - O éter cósmico
O éter, ou fluido cósmico universal, que envolve toda a criação. Referencia: PEREIRA, Yvonne A• Ressurreição e vida• Pelo Espírito Léon Tolstoi• 2a ed• esp• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - cap• 8
Se, como desencarnados, começamos a examiná-lo na sua essência profunda, para os homens da Terra o éter é quase uma abstração. De qualquer modo, porém, busquemos entendê-lo como fluido sagrado da vida, que se encontra em todo o cosmo; fluido essencial do Universo, que, em todas as direções, é o veículo do pensamento divino. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• O Consolador• Pelo Espírito Emmanuel• 26a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2006• - q• 20
Fonte: febnet.org.br
Terminado
Dicionário Comum
adjetivoQue se terminou; acabado, concluído. Rematado. Etimologia (origem da palavra terminado). Particípio de terminar.
Fonte: Priberam
Tiago
Quem é quem na Bíblia?
Vocábulo grego, que pode ser transliterado como Jacó. No Novo Testamento, quatro personagens têm esse nome. Todos eles estão intimamente relacionados com Jesus Cristo. O primeiro, filho mais novo de José e Maria, tornou-se um líder importante na 1greja primitiva, dois eram apóstolos e o quarto era pai de um dos apóstolos.
1. Veja acima, Tiago, irmão de Jesus.
2. Tiago, filho de Zebedeu. Apóstolo e também irmão do evangelista João. É mencionado nos três primeiros evangelhos e em Atos 1:12.
Provavelmente sua cidade natal era Cafarnaum. Sabe-se que Tiago e seu irmão João eram sócios de Pedro num negócio de pesca no mar da Galiléia (Lc 5:10). Também está evidente que a casa de Simão era nessa cidade (Mc 1:29).
As sociedades nos negócios da pesca envolviam várias gerações. Zebedeu, o pai de Tiago, também era sócio de Pedro e João (Mt 4:21). Aparentemente era um trabalho bem lucrativo, pois possuíam “empregados” (Mc 1:20). Quando Jesus chamou Tiago (bem como Pedro e João) para segui-lo e ser seu discípulo, ele estava envolvido com a pesca (Mc 1:20). Posteriormente, depois de passar a noite em oração, Cristo o chamou para fazer parte do grupo dos doze (Lc 6:12-14). Seu nome aparece em terceiro lugar nas passagens que relacionam os apóstolos (Mt 10:2; Mc 3:17; Lc 6:14; At 1:13).
Na lista dos apóstolos em Marcos, um apelido que Jesus colocara nos irmãos Tiago e João é explicado. Foram chamados Boanerges, que significa “filhos do trovão” (Mc 3:17). Aparentemente o apelido descrevia a personalidade tempestiva que os irmãos demonstraram quando foram chamados por Jesus e durante o período de treinamento. O desejo de “mandar descer fogo do céu”, para consumir uma aldeia de samaritanos (Lc 9:54), é um bom exemplo de como Tiago e João eram impetuosos e iracundos, quando seguiam suas inclinações naturais.
Como o nome de Tiago é colocado antes do de João em todas as três listas apostólicas, nos evangelhos, é bem provável que ele fosse o mais velho dos dois irmãos. É interessante notar que em algumas versões, no grego, o nome de João é colocado antes do de Tiago, na cena do cenáculo em Atos 1:13. Já que o nome de André, irmão de Pedro, está separado deste e colocado depois do de Tiago (v. 13), parece que os dois mais proeminentes apóstolos na 1greja primitiva, Pedro e João, recebem desta maneira a honra de ser mencionados em primeiro lugar (v. 13).
Talvez fosse difícil para Tiago, o mais velho, observar o irmão mais novo adquirir maior reconhecimento como líder do que ele próprio. Não há, entretanto, nenhuma indicação no livro de Atos de inveja ou rivalidade por parte dele, naqueles primeiros anos da Igreja.
Não se pode dizer que Tiago e João tenham sido sempre tão abnegados. Além de iracundos (Mc 3:17), ao que parece também eram extremamente ambiciosos. É provável que tenham herdado essa característica de um dos pais, ou de ambos, conforme observamos no incidente em que a mãe deles, esposa de Zebedeu, aproximou-se de Jesus e pediu-lhe que concedesse aos dois filhos posições de honra em seu reino (Mt 20:20-21). Jesus disse aos três que, em seu reinado, o maior serve ao menor (vv. 26,27).
O pedido de Tiago, João e da mãe deles provavelmente esteja baseado numa má interpretação do papel de honra que Jesus já atribuíra aos dois filhos de Zebedeu e a Simão Pedro. Os três compunham um tipo de círculo mais íntimo dentro do grupo apostólico. Por exemplo, foram os únicos que tiveram permissão para acompanhar Jesus quando a filha de Jairo, o líder da sinagoga, foi restaurada à vida (Mc 5:37-42). Também foram os três que Cristo levou consigo ao monte da Transfiguração (Mt 17:1-2). Finalmente, foram eles três também que acompanharam Jesus quando este se separou dos demais para orar, no jardim Getsêmani (Mt 26:36-37).
Dados os vislumbres do papel de liderança de Pedro e João entre os apóstolos e os seguidores de Jesus na primeira parte do livro de Atos, é bem possível que o trio tenha sido treinado por Cristo para tal papel, por meio do relacionamento mais íntimo e privilegiado que tinham com Ele. Se foi assim, Tiago provavelmente ocupou uma posição de responsabilidade na liderança da recém-formada Igreja, fato este, entretanto, não muito citado no livro de Atos. Certamente a menção de seu nome junto com os outros apóstolos no cenáculo (At 1:13) indica que teve importante participação no dia de Pentecostes (At 2:14), no ensino fundamental dos apóstolos (At 2:42) e na defesa deles diante do Sinédrio (At 5:29).
A última menção deste Tiago no Novo Testamento é concernente à sua morte nas mãos do rei Herodes Agripa (At 12:1-2). Outros cristãos foram presos junto com ele, na perseguição ordenada pelo rei (v. 1). Ao que parece, este monarca desejava que a execução de Tiago fosse uma advertência para a Igreja (vv. 1,2). Qualquer vantagem, entretanto, que este Herodes provavelmente pensou adquirir, ao matar Tiago, teve pouca duração. Logo depois Pedro foi solto da prisão de forma sobrenatural (vv. 3-19), o que talvez tenha causado um grande embaraço ao rei. O próprio Agripa teve uma morte trágica, logo depois, a qual Josefo descreveu como causada por violentas dores estomacais, ocasião em que os vermes comeram suas entranhas, estando ele ainda vivo. A Bíblia atribui sua morte ao fato de não ter dado glória a Deus (v. 23), o que pode incluir o castigo pela perseguição aos cristãos, junto com o martírio de Tiago. A.B.L.
3. Tiago, filho de Alfeu. Um dos dois apóstolos de Jesus que atendiam pelo nome de Tiago — o outro era Tiago, filho de Zebedeu. Mencionado em cada uma das listas dos doze, no Novo Testamento (Mt 10:3; Mc 3:18; Lc 6:15; At 1:13); em Mateus, faz par com Tadeu. Marcos 15:40 refere-se a ele como “Tiago, o menor”, talvez para se referir à sua altura, porém é mais provável que fosse pelo fato de ser mais jovem do que o outro. Essa mesma passagem também diz que sua mãe era Maria; o texto paralelo em João 19:25 dá a entender que ela era irmã de Maria, mãe de Jesus. Se isso for correto, então Tiago, filho de Alfeu, era primo de Jesus. Nada mais se sabe sobre ele com certeza. C.B.
4. Tiago, o pai de Judas (não o Iscariotes), o apóstolo. Mencionado apenas em Lucas 6:16 e Atos 1:13. Seu filho também era conhecido como Tadeu, listado como um dos apóstolos em Mateus 10:3 e Marcos 3:18. O nome Tadeu não é encontrado na lista dos discípulos de Jesus, nas quais “Judas, filho de Tiago” é incluído (Lc 6:16; At 1:13).
Autor: Paul Gardner
Dicionário Comum
-
Fonte: Priberam
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Tiago 1. “O maior”, filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Participou do grupo dos três discípulos mais íntimos de Jesus (Mt 5:37; 26,37). Por volta de 44 d.C. foi executado por ordem de Agripa I (At 12:2).
2. O filho de Alfeu. Um dos doze apóstolos (Mt 10; Mc 3; Lc 6; At 1).
3. O menor. Filho da outra Maria (Mc 16:1; Mt 28:1) sobre a qual não possuímos outras informações.
4. O justo ou irmão do Senhor. Um dos irmãos de Jesus (Mt 13:55; Mc 6:3), convertido em conseqüência de uma aparição de Jesus após sua ressurreição (1Co 15:7). Dirigia a Igreja de Jerusalém (At 15:1.20), onde morreu mártir no ano 62 aproximadamente. Foi o autor da Carta de Tiago, uma das epístolas católicas ou universais, que figuram no Novo Testamento.
K. L. Carroll, “The place of James in the Early church” em BJRL, 44, 1961; C. Vidal Manzanares, El judeo-cristianismo...; Idem, El Primer Evangelio...; f. f. Bruce, New Testament...
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Comum
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Fonte: Priberam
Dicionário da Bíblia de Almeida
Tiago [forma moderna de JACÓ]
1) Apóstolo, filho de Zebedeu e irmão mais velho do apóstolo João (Mc 1:19; 3.17). Era pescador (Lc 5:10). É mencionado em Mt 17:1-8 e Mc 10:41. Foi morto por ordem de HERODES AGRIPA I (At 12:2).
3) Irmão de Jesus (Mt 13:55), convertido após a ressurreição (Jo 7:5), e pastor da Igreja de Jerusalém (At 12:17; 15.13 21:18; Gl 1:19; 2.9). Foi morto em 62.
4) Pai do apóstolo Judas, não o Iscariotes (At 1:13).
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EPÍSTOLA DE TIAGO
Carta em que os seguidores de Cristo são encorajados a pôr em prática os princípios cristãos de vida. O autor, que se chama de “mestre” (3.1), fala de pobreza e riqueza, tentação, preconceito, maneira de viver, o falar, o agir, o criticar, orgulho e humildade, paciência, oração e fé. Não basta crer; é preciso também agir (2.26).
É hoje Es-Sur, uma pobre povoação Foi, em tempos antigos, uma fortificada cidade da Fenícia, situada sobre uma península rochosa, primitivamente uma ilha da parte oriental do Mediterrâneo, colonizada pela gente de Sidom (is 23:2-12 – cf Gn 10:15). Foi cedida à tribo de Aser, e ocupada, não tendo sido expulsos os seus habitantes (Js 19:29 – Jz 1:31-32 – 2 Sm 24.7). Tiro forneceu materiais e artífices para Davi construir o seu palácio, e Salomão o templo (2 Sm 5.11 – 1 Rs 5 – 7.13,14 – 9.11 a 14, 27 – 10.22 – 16.31 – 1 Cr 14.1 – 22.4 – 2 Cr 2). Foi denunciada pelos profetas (is 23 – Jr 25:22 – 47.4 – Ez 26:27-28 – Jl 3:4-8 – Am 1:9-10 – Zc 9:2-4). A cidade de Tiro alcançou grande poder e esplendor. Cerca de 150 anos depois da edificação do templo de Salomão, estabeleceu a grande colônia de Cartago – assenhoreou-se da ilha de Chipre, que continha preciosas minas de cobre – e exerceu domínio sobre Sidom. Foi cercada por Salmaneser, mas sem resultado (Ez 27). o cerco posto por Nabucodonosor durou treze anos, seguindo-se uma pequena sujeição ao império da Babilônia, ou uma aliança com aquela potência (Jr 27:3-8 – Ez 29:18-20). De Tiro foram de novo fornecidos materiais para a edificação do segundo templo, e além disso outros produtos (Ed 3:7 – Ne 13:16). Jesus andou pelas vizinhanças da cidade, que estava afastada de Nazaré uns 65 km (Mt 11:21 – 15.21 – Mc 3:8 – 7.24 – Lc 6:17 – 10.13). Foi a residência de pessoas cristãs (At 21. 3 a 6). Tiro, diferente de outras celebradas cidades do antigo mundo, comerciais e independentes como ela, era uma monarquia e não uma república, conservando esta forma de governo até à completa perda da sua independência. Desde tempos remotíssimos foram os tírios conhecidos pela sua aptidão para toda a obra artística de cobre ou de metal amarelo. A madeira de cedro para o templo foi levada em jangadas de Tiro a Jope, numa distancia de 118 km, estando Jope distante de Jerusalém cerca de 51 km. Hirão, rei de Tiro, mandou a Salomão marinheiros, para a viagem a ofir e à india. Por outro lado, era a Palestina o celeiro da Fenícia, fornecendo-lhe, além do trigo, o azeite, e mel, e bálsamo. Tiro era afamada pela manufatura de uma certa tinta de púrpura. Até ao fim do século décimo-terceiro da nossa era, a cidade de Tiro, tendo sobrevivido à queda dos impérios da Macedônia e de Roma, foi uma grande cidade, comparada com a qual era Roma de DATA recente. Por fim caiu diante das armas conquistadoras dos maometanos. Tiro perdeu a sua qualidade de ilha, quando foi cercada por Alexandre Magno, edificando este rei um molhe, que pôs a cidade em comunicação com o continente. o molhe foi alargado pelos depósitos de areia, e agora a língua de terra tem de largura uns quinhentos metros.
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário de Jesus e Evangelhos
Tiro Como Sidônia, um antigo porto fenício no Mediterrâneo (Mt 11:21ss.; 15,21ss.; Mc 3:8; 7,24.31; Lc 6:17; 10,13ss.).
Autor: César Vidal Manzanares
Dicionário Comum
substantivo masculinoAção ou efeito de atirar; disparar qualquer arma de fogo: tiro certeiro. A carga disparada pela arma de fogo; disparo: tiro de revólver. Bala; carga que se dispara de cada vez: revólver de seis tiros. Distância que alcança a carga ou o disparo. Figurado Produzir resultado seguro e imediato. Lugar ou curso no qual se aprende a atirar com armas de fogo ou se faz exercício com elas. Ação de puxar carros por cavalgadura: cavalo de tiro. Calabre ou tirante com que se une o boi ou a besta tanto à charrua como à carruagem. locução adverbialDe um tiro. De uma só vez. Dar um tiro em. Acabar, liquidar ou encerrar um assunto, um trabalho etc. [Brasil] Informal. Dar um tiro na praça. Causar prejuízo ao outro através de uma falência fraudulenta. Sair o tiro pela culatra. Quando o resultado de uma ação é o contrário do que esperava quem a praticou. Ser tiro e queda. De pontaria certa. Ângulo de tiro. Ângulo formado pela linha de tiro com as horizontais do plano de tiro. Plano de tiro. O plano vertical que passa pela linha de tiro de uma arma de fogo. Tiro de cavalos, de bois etc. Parelha de cavalos, de bois etc. Tiro cego. Tiro sem pontaria certa; disparado à queima-roupa. Etimologia (origem da palavra tiro). Forma regressiva de tirar.
Fonte: Priberam
Tribunal
Dicionário Comum
substantivo masculinoJurisdição de um ou de vários juízes que julgam conjuntamente. Os magistrados que compõem um tribunal: o tribunal declarou-se suficientemente esclarecido. O lugar em que funciona o tribunal. Figurado O que se considera capaz para emitir decisão, julgamento: tribunal da consciência.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
A acusação que fizeram a Jesus Cristo foi a de traição, que era punível com a morte (Lc 23:2-38 – Jo 19:12-15). Paulo e Silas foram em Filipos acusados de inovações na religião judaica, e isso era considerado crime para desterro, ou caso de morte (At 16:19-21). os autores judaicos do processo contra Paulo, no tribunal de Cesaréia, diante de Félix, empregaram um advogado romano para fazer a acusação. (*veja Tértulo.) Paulo, apelando para César, no tribunal, em presença de Festo, fez logo passar a sua causa para a jurisdição do imperador. o direito de apelação para a suprema autoridade era um dos privilégios do cidadão romano (At 24:25-26). o fato de se empregar o plural, falando daqueles a quem Demétrio e os artífices expuseram o seu caso, encontra melhor explicação na maneira geral de descrever os acontecimentos. Porquanto a palavra significa ‘procônsules’, e havia um só procônsul. É possível que a referência seja feita aos seus assessores nos tribunais (At 19:38). (*veja Juiz, Sinédrio.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
O tribunal é um santuário para a manifestação da justiça; no entanto, se o magistrado que lhe preside as ações não se honra no culto da reta consciência, inultimente surgirão leis e processos para a exaltação do equilíbrio. Referencia: XAVIER, Francisco Cândido• Correio fraterno• Por diversos Espíritos• 6a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2004• - cap• 19
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Tribunal 1) O lugar onde são oficialmente resolvidas as questões de justiça (Mt 27:19).
Do Lat. vestes Vestuário; fato; vestido; véstia; vestidura sacerdotal.
Fonte: Dicionário Adventista
Via
Dicionário Comum
substantivo femininoCaminho terrestre, aéreo, marítimo ou fluvial que liga duas localidades: vias transitáveis. Meio por meio do qual algo ou alguém é transportado: chegou por via aérea. Figurado Meio de que se vale alguém para alcançar um fim: a via da persuasão. Cada uma das cópias igualmente válidas de um documento: a primeira via de um contrato. [Medicina] Meio através do qual se ministra um medicamento: via oral. [Anatomia] Canal do organismo; ducto: vias urinárias. Espaço entre dois carris ferroviários; bitola. preposiçãoPelo caminho de; por: vai a Londres via Paris. Por meio de; através de; por: recebeu a notícia via e-mail. locução adverbialEm via de, prestes a: está em via de se formar. (Por) via de regra. Normalmente, comumente, em geral. expressãoVias de fato. Ações violentas, pancadas: os desafetos chegaram às vias de fato. Etimologia (origem da palavra via). A palavra via tem sua origem no latim via, e significa "estrada, caminho".
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
vias. f. 1. Lugar por onde se vai ou se é levado. 2. Direção, linha. 3. O espaço compreendido (nas estradas férreas) entre os dois trilhos; bitola. 4. Anat. Qualquer canal do organismo. 5. Rumo, rota. 6. Meio, modo. 7. Causa. 8. Exemplar de uma letra ou documento comercial etc. Prep. Por meio de: Transmissão via Embratel. — Via-láctea, Astr.: nebulosa branca tênue, de contornos irregulares, que se observa nas noites calmas; galáxia. Via-sacra: série de catorze quadros que representam as cenas principais da paixão de Cristo.
Fonte: Priberam
Vindo
Dicionário Comum
adjetivoChegado; que apareceu, surgiu, veio ou chegou. Procedente; que teve sua origem em: clientes vindos da China; carro vindo de Paris. Etimologia (origem da palavra vindo). Do latim ventus.a.um.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
vindoadj. 1. Que veio. 2. Procedente, proveniente, oriundo.
Fonte: Priberam
Visão
Dicionário Comum
substantivo feminino e masculinoSentido da vista; ação ou efeito de ver; capacidade de compreensão, assimilação e percepção visual de tudo que está presente no mundo exterior, concebida a partir da utilização dos olhos e do cérebro. Ponto de vista; maneira de interpretar, perceber e representar situações cotidianas ou de qualquer natureza. Qualquer coisa que possa ser vista ou compreendida. Representação feita através de imagens que se transfiguram diante dos olhos ou do espírito, geralmente ocasionadas por alucinações ou delírios. Manifestação representativa de espectro ou de um ser espiritual. O que pode definir um sonho ou uma expectativa. Pressuposição de eventos hipotéticos ou futuros; profecia divina: a visão do Espírito Santo; segundo a visão da cartomante. [Zoologia] Pequeno animal da família da doninha cuja pelagem é muito utilizada na confecção de valiosas roupas femininas. Etimologia (origem da palavra visão). Do latim visio.onis.
Fonte: Priberam
Dicionário Bíblico
Este termo é empregado tanto no A.T., como no N.T., no sentido de uma manifestação, ou por sonho, ou doutra maneira, pela qual vem ao homem uma mensagem divina, como aconteceu com Abraão (Gn 15:1), Jacó (Gn 28:12), Moisés (Êx 3:2), Balaão (Nm 24:4-16), Ezequiel (37.1 a 14), etc. Aos profetas Deus falou ‘de vários modos’, revelando o maior número de vezes a Sua verdade, pela realização daquele estado sobrenatural das faculdades sensitivas, intelectuais e morais, a que as Escrituras chamam visão. É nesse estado que coisas longínquas, quanto ao tempo e ao lugar, ou meras representações simbólicas dessas coisas, se tornaram para a alma do Profeta vivas realidades, e, como tais, ele as descreve. Por esta razão as predições proféticas se chamam muitas vezes ‘visões’, isto é, coisas vistas, dando-se aos profetas o nome de ‘videntes’ (2 Cr 26.5 – is 1:1 – ob 1 – Hc 2:2-3 – etc.). Quanto às visões do N.T., *veja Mt 3:16 – 17.1 a 9 – At 2:2-3 – 7.55,56 – 9.3,10,12 – 10.3,19 – 16.9 – 18.9 – 22.17,18 – 23.11 – 2 Co 12.1 a 4. (*veja Profecias.)
Fonte: Dicionário Adventista
Dicionário da FEB
No Espírito, a faculdade de ver é uma propriedade inerente à sua natureza e que reside em todo o seu ser, como a luz reside em todas as partes de um corpo luminoso. É uma espécie de lucidez universal que se estende a tudo, que abrange simultaneamente o espaço, os tempos e as coisas, lucidez para a qual não há trevas, nem obstáculos materiais. [...] No Espírito, como a faculdade de ver constitui um atributo seu, abstração feita de qualquer agente exterior, a visão independe da luz. Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 247
[...] A faculdade de ver é um atributo essencial da alma, para quem a obscuridade não existe. [...] Referencia: KARDEC, Allan• O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita• Trad• de Guillon Ribeiro• 86a ed• Rio de Janeiro: FEB, 2005• - q• 257
Fonte: febnet.org.br
Dicionário da Bíblia de Almeida
Visão 1) Alguma coisa vista em sonho ou em transe e usada por Deus para comunicar uma mensagem a alguém (Is 1:1); (Am 1:1)
2) Forma de MAGIA pela qual se procura conhecer o futuro e obter conhecimentos ocultos (Lm 2:14); (Ez 13:6).
Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil
Voz
Dicionário Comum
substantivo feminino[Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe. Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso. [Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes. [Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc. Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos. [Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão. Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação. Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto. Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa. Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado. Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração. Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva. Gramática Expressão verbal; palavra. [Zoologia] Som próprio de alguns animais. Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando. Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
substantivo feminino[Anatomia] Vibração nas pregas vocais que produz sons e resulta da pressão do ar ao percorrer a laringe. Capacidade de falar; fala: perdeu a voz durante o discurso. [Música] Parte vocal de uma composição musical: melodia em três vozes. [Música] Emissão vocal durante o canto: voz soprano, contralto etc. Figurado Conselho que se dá a alguém; advertência, apelo: escutar a voz dos mais velhos. [Jurídico] Intimação oral em tom alto: voz de prisão. Boato generalizado; rumores: é voz corrente a sua nomeação. Direito de falar numa assembleia, reunião etc.: tem voz, mas sem direito a voto. Maneira de pensar; opinião própria; ponto de vista: nunca tive voz na minha casa. Avaliação que se pauta numa previsão; prognóstico: presidente que não ouvia a voz do mercado. Sugestão que alguém dá a si próprio: nunca escutou a voz do coração. Gramática Categoria verbal caracterizada pela sua relação com o sujeito (com a categoria gramatical que concorda com o verbo), indicando o modo: voz ativa, voz passiva. Gramática Expressão verbal; palavra. [Zoologia] Som próprio de alguns animais. Frase ou palavra que expressa uma ordem: voz de comando. Etimologia (origem da palavra voz). Do latim vox.
Fonte: Priberam
Dicionário Comum
vozs. f. 1. Produção de sons na laringe dos animais, especialmente na laringe humana, com auxílio do ar emitido pelos pulmões. 2. A faculdade de emitir esses sons. 3. A faculdade de falar. 4. Linguage.M 5. Grito, clamor. 6. Ordem dada em voz alta. 7. Boato, fama. 8. Palavra, dicção, frase. 9. Fon. Som que uma vogal representa na escrita. 10. Mús. Parte vocal de uma peça de música. 11. Mús. Nas fugas para piano e para órgão, cada uma das diferentes alturas em que o tema é desenvolvido. 12. Gra.M Aspecto ou forma com que um verbo indica a ação. 13. Opinião. 14. Sugestão íntima.
Fonte: Priberam
Strongs
Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
de um composto de 1537 e um derivado de 2564; TDNT - 3:501,394; n f
reunião de cidadãos chamados para fora de seus lares para algum lugar público, assembléia
assembléia do povo reunida em lugar público com o fim de deliberar
assembléia dos israelitas
qualquer ajuntamento ou multidão de homens reunidos por acaso, tumultuosamente
num sentido cristão
assembléia de Cristãos reunidos para adorar em um encontro religioso
grupo de cristãos, ou daqueles que, na esperança da salvação eterna em Jesus Cristo, observam seus próprios ritos religiosos, mantêm seus próprios encontros espirituais, e administram seus próprios assuntos, de acordo com os regulamentos prescritos para o corpo por amor à ordem
aqueles que em qualquer lugar, numa cidade, vila,etc, constituem um grupo e estão unidos em um só corpo
totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo
assembléia dos cristãos fieis já falecidos e recebidos no céu
usado para o ato de capturar alguém e conduzi-lo como um prisioneiro
colocar (i.e. costurar) sobre
lançar-se sobre, precipitar-se
usado para as ondas lançadas com ímpeto contra um navio
concentrar-se em alguma coisa
atender a
Pertence-me, cabe a mim
Ἡρώδης
(G2264)
Hērṓdēs (hay-ro'-dace)
2264Ηρωδης Herodes
composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”
nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.
Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.
Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21
(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.
καιρός
(G2540)
kairós (kahee-ros')
2540καιρος kairos
de afinidade incerta; TDNT - 3:455,389; n m
medida exata
medida de tempo, maior ou menor porção de tempo, daí:
tempo fixo e definido, tempo em que as coisas são conduzidas à crise, a esperada época decisiva
tempo oportuno ou próprio
tempo certo
período limitado de tempo
para o qual o tempo traz, o estado do tempo, as coisas e eventos do tempo
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
τὶς
(G5100)
tìs (tis)
5101τις tis
τις (Strong G5100)
Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Possui relação com
τíς (Strong G5101)
Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}
χείρ
(G5495)
cheír (khire)
5495χειρ cheir
talvez da raiz de 5494 no sentido de seu congênere, a raiz de 5490 (pela idéia de cavidade para apertar); TDNT - 9:424,1309; n f
pela ajuda ou ação de alguém, por meio de alguém
fig. aplica-se a Deus simbolizando sua força, atividade, poder
em criar o universo
em sustentar e preservar (Deus está presente protegendo e ajudando)
em castigar
em determinar e controlar os destinos dos seres humanos
ἀπό
(G575)
apó (apo')
575απο apo apo’
partícula primária; preposição
de separação
de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
de separação de uma parte do todo
quando de um todo alguma parte é tomada
de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
de um estado de separação. Distância
física, de distância de lugar
tempo, de distância de tempo
de origem
do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
de origem de uma causa
βασιλεύς
(G935)
basileús (bas-il-yooce')
935βασιλευς basileus
provavelmente de 939 (através da noção de fundamento do poder); TDNT - 1:576,97; n m
líder do povo, príncipe, comandante, senhor da terra, rei
João Batista era filho de Zacarias e Elisabete, e o precussor de Cristo. Por ordem de Herodes Antipas, foi lançado na prisão e mais tarde decapitado.
João, o apóstolo, escritor do quarto evangelho, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago. É aquele discípulo (sem menção do nome) chamado no quarto evangelho de “o discípulo amado” de Jesus. De acordo com a opinião tradicional, é o autor do Apocalipse.
João, cognominado Marcos, companheiro de Barnabé e Paulo At 12:12.
de 1 (como partícula negativa) e 2219; TDNT - 2:902,302; adj
não fermentado, livre de fermento ou levedura
de pão sem fermento usado na festa da Páscoa pelos judeus
metaf. livre de culpa ou do “fermento de iniqüidade”
δέ
(G1161)
dé (deh)
1161δε de
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
mas, além do mais, e, etc.
εἰμί
(G1510)
eimí (i-mee')
1510ειμι eimi
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
ser, exitir, acontecer, estar presente
ἡμέρα
(G2250)
hēméra (hay-mer'-ah)
2250ημερα hemera
de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f
o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
durante o dia
metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.
do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.
usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.
Ἰουδαῖος
(G2453)
Ioudaîos (ee-oo-dah'-yos)
2453ιουδαιος Ioudaios
de 2448 (no sentido de 2455 como um país); TDNT - 3:356,372; adj
judeu, que pertence à nação dos judeus
judeu de nascimento, origem, religião
καί
(G2532)
kaí (kahee)
2532και kai
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὁράω
(G3708)
horáō (hor-ah'-o)
3708οραω horao
propriamente, fitar [cf 3700]; TDNT - 5:315,706; v
ver com os olhos
ver com a mente, perceber, conhecer
ver, i.e., tornar-se conhecido pela experiência, experimentar
E, havendo-o prendido, ele o colocou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
Atos 12: 4 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
entregar a alguém algo para guardar, usar, cuidar, lidar
entregar alguém à custódia, para ser julgado, condenado, punido, açoitado, atormentado, entregue à morte
entregar por traição
fazer com que alguém seja levado por traição
entregar alguém para ser ensinado, moldado
confiar, recomendar
proferir verbalmente
comandos, ritos
proferir pela narração, relatar
permitir
quando produza fruto, isto é, quando sua maturidade permitir
entregar-se, apresentar-se
πάσχα
(G3957)
páscha (pas'-khah)
3957πασχα pascha
de origem aramaica, cf 6453פסח; TDNT - 5:896,797; n n
sacrifício pascal (que era comum ser oferecido por causa da libertação do povo do Egito)
cordeiro pascal, i.e., o cordeiro que os israelitas tinham o costume de matar e comer no décimo quarto dia do mês de Nisã (o primeiro mês do ano para eles) em memória do dia no qual seus pais, preparando-se para sair do Egito, foram ordenados por Deus a matar e comer um cordeiro, e aspergir as ombreiras de suas portas com o seu sangue, para que o anjo destruidor, vendo o sangue, passasse por sobre as suas moradas; Cristo crucificado é comparado ao cordeiro pascal imolado
ceia pascal
festa pascal, festa da Páscoa, que se estende do décimo quarto ao vigésimo dia do mês Nisã
de um suposto derivado do mesmo que 4756; TDNT - 7:701,1091; n m
soldado (comum)
metáf. um campeão da causa de Cristo
τέσσαρες
(G5064)
téssares (tes'-sar-es)
5064τεσσαρες tessares neutro τεσσαρα tessara
número plural; TDNT - 8:127,1172; adj
quatro
τετράδιον
(G5069)
tetrádion (tet-rad'-ee-on)
5069τετραδιον tetradion
de um suposto derivado de tetras (jogo de quatro, de 5064); n n
um quatérnion
Uma guarda que consiste de quatro soldados (pois entre os romanos este era o número usual da guarda para a qual a custódia de cativos e prisioneiros era confiada; dois soldados eram confinados com o prisioneiro e dois mantiam guarda do lado de fora). Quatro quatérnions de soldados seriam usados para guardar alguém por toda a noite, um para cada vigília da noite.
τίθημι
(G5087)
títhēmi (tith'-ay-mee)
5087τιθημι tithemi
forma prolongada de uma palavra primária θεω theo (que é usada somente como substituto em determinados tempos); TDNT - 8:152,1176; v
colocar, pôr, estabelecer
estabelecer ou colocar
pôr em, deitar
curvar
dispensar ou colocar de lado, não usar ou levar mais
guardar, economizar dinheiro
servir algo para comer ou beber
apresentar algo para ser explicado pelo discurso
tornar
fazer (ou colocar) para si mesmo ou para o uso de alguém
do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.
Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias
φυλάσσω
(G5442)
phylássō (foo-las'-so)
5442φυλασσω phulasso
provavelmente de 5443 pela idéia de isolamento; TDNT - 9:236,1280; v
guardar
vigiar, manter vigília
guardar ou vigiar, manter o olhar sobre: para que não escape
guardar uma pessoa (ou coisa) para que permaneça segura
para que não sofra violência, ser despojado, etc.; proteger
proteger alguém de uma pessoa ou coisa
guardar de ser raptado, preservar seguro e sem distúrbio
guardar de ser perdido ou de perecer
guardar a si mesmo de algo
guardar, i.e., importar-se com, tomar cuidado para não violar
observar
cuidar para não escapar
prevenir, evitar a fuga de
guardar para si (i.e., por segurança) de modo a não violar, i.e., guardar, observar (os preceitos da lei mosaica)
prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v
tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
tornar-se, i.e. acontecer
de eventos
erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
de homens que se apresentam em público
ser feito, ocorrer
de milagres, acontecer, realizar-se
tornar-se, ser feito
δέ
(G1161)
dé (deh)
1161δε de
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
mas, além do mais, e, etc.
εἰμί
(G1510)
eimí (i-mee')
1510ειμι eimi
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐκκλησία
(G1577)
ekklēsía (ek-klay-see'-ah)
1577εκκλησια ekklesia
de um composto de 1537 e um derivado de 2564; TDNT - 3:501,394; n f
reunião de cidadãos chamados para fora de seus lares para algum lugar público, assembléia
assembléia do povo reunida em lugar público com o fim de deliberar
assembléia dos israelitas
qualquer ajuntamento ou multidão de homens reunidos por acaso, tumultuosamente
num sentido cristão
assembléia de Cristãos reunidos para adorar em um encontro religioso
grupo de cristãos, ou daqueles que, na esperança da salvação eterna em Jesus Cristo, observam seus próprios ritos religiosos, mantêm seus próprios encontros espirituais, e administram seus próprios assuntos, de acordo com os regulamentos prescritos para o corpo por amor à ordem
aqueles que em qualquer lugar, numa cidade, vila,etc, constituem um grupo e estão unidos em um só corpo
totalidade dos cristãos dispersos por todo o mundo
assembléia dos cristãos fieis já falecidos e recebidos no céu
seriamente, fervorosamente, intensamente de um verbo que significa “estender a mão.”, assim significa ser estendido — sério, resoluto, tenso.
ἐν
(G1722)
en (en)
1722εν en
preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep
em, por, com etc.
θεός
(G2316)
theós (theh'-os)
2316θεος theos
de afinidade incerta; um deus, especialmente (com 3588) a divindade suprema; TDNT - 3:65,322; n m
deus ou deusa, nome genérico para deidades ou divindades
Deus, Trindade
Deus, o Pai, primeira pessoa da Trindade
Cristo, segunda pessoa da Trindade
Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
dito do único e verdadeiro Deus
refere-se às coisas de Deus
seus conselhos, interesses, obrigações para com ele
tudo o que, em qualquer aspecto, assemelha-se a Deus, ou é parecido com ele de alguma forma
representante ou vice-regente de Deus
de magistrados e juízes
μέν
(G3303)
mén (men)
3303μεν men
partícula primária; partícula
verdadeiramente, certamente, seguramente, de fato
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
οὖν
(G3767)
oûn (oon)
3767ουν oun
aparentemente, palavra raiz; partícula
então, por esta razão, conseqüentemente, conformemente, sendo assim
do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.
Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias
αὐτός
(G846)
autós (ow-tos')
846αυτος autos
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
E, quando Herodes estava para trazê-lo, nessa mesma noite, Pedro estava dormindo entre dois soldados, preso com duas correntes, e os guardas diante da porta guardavam a prisão.
Atos 12: 6 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”
nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.
Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.
Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21
(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.
θύρα
(G2374)
thýra (thoo'-rah)
2374θυρα thura
aparentemente, uma palavra raiz de [cf “porta”]; TDNT - 3:173,340; n f
porta
vestíbulo
usado de qualquer abertura como uma porta, entrada, caminho ou passagem
em uma parábola ou metáfora
porta através da qual as ovelhas entram e saem, nome daquele que traz salvação para aqueles que seguem a sua orientação
“uma porta aberta”: expressão usada para referir-se à oportunidade de fazer algo
a porta do reino do céu (semelhante a um palácio) denota as condições que devem ser cumpridas a fim de ser recebido no reino de Deus
ἅλυσις
(G254)
hálysis (hal'-oo-sis)
254αλυσις halusis
de derivação incerta; n f
uma cadeia, laço pelo qual o corpo ou parte dele (mãos, pés) estão amarrados
do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.
Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias
E eis que o anjo do Senhor veio sobre ele, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro no lado, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as suas correntes.
Atos 12: 7 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - nominativo masculino Singular
provavelmente semelhante a raíz de 58 (pela idéia de estar em controle das próprias faculdades); TDNT - 2:333,195; v
despertar, fazer levantar
despertar do sono, acordar
despertar do sono da morte, chamar de volta da morte para a vida
fazer levantar de um assento ou cama etc.
levantar, produzir, fazer aparecer
fazer aparecer, trazer diante do público
levantar-se, insurgir-se contra alguém,
levantar i.e. fazer nascer
de construções, levantar, construir, erigir
ἐκ
(G1537)
ek (ek)
1537εκ ek ou εξ ex
preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep
preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep
ver, discernir, através do olho como orgão da visão
(looking upon)
Verbo - Presente do indicativo Ativo - Masculino no Singular nominativo
γίνομαι
(G1096)
gínomai (ghin'-om-ahee)
1096γινομαι ginomai
prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v
tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
tornar-se, i.e. acontecer
de eventos
erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
de homens que se apresentam em público
ser feito, ocorrer
de milagres, acontecer, realizar-se
tornar-se, ser feito
δέ
(G1161)
dé (deh)
1161δε de
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
mas, além do mais, e, etc.
διά
(G1223)
diá (dee-ah')
1223δια dia
preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep
através de
de lugar
com
em, para
de tempo
por tudo, do começo ao fim
durante
de meios
atrave/s, pelo
por meio de
por causa de
o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
por razão de
por causa de
por esta razão
consequentemente, portanto
por este motivo
δοκέω
(G1380)
dokéō (dok-eh'-o)
1380δοκεω dokeo
uma forma prolongada de um verbo primário, δοκω doko (usado apenas como substituto em certos tempos; cf a raíz de 1166) do mesmo significado; TDNT - 2:232,178; v
E, quando eles passaram a primeira e a segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesma; saíram e percorreram uma rua, e imediatamente o anjo se apartou dele.
Atos 12: 10 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
com menção do lugar do qual alguém sai, ou o ponto do qual ele parte
daqueles que deixam um lugar por vontade própria
daqueles que são expelidos ou expulsos
metáf.
sair de uma assembléia, i.e. abandoná-la
proceder fisicamente, descender, ser nascido de
livrar-se do poder de alguém, escapar dele em segurança
deixar (a privacidade) e ingressar no mundo, diante do público, (daqueles que pela inovação de opinião atraem atenção)
de coisas
de relatórios, rumores, mensagens, preceitos
tornar-se conhecido, divulgado
ser propagado, ser proclamado
sair
emitido seja do coração ou da boca
fluir do corpo
emanar, emitir
usado de um brilho repentino de luz
usado de algo que desaparece
usado de uma esperança que desaparaceu
ἐπί
(G1909)
epí (ep-ee')
1909επι epi
uma raíz; prep
sobre, em cima de, em, perto de, perante
de posição, sobre, em, perto de, acima, contra
para, acima, sobre, em, através de, contra
ἔρχομαι
(G2064)
érchomai (er'-khom-ahee)
2064ερχομαι erchomai
voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v
vir
de pessoas
vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
aparecer, apresentar-se, vir diante do público
metáf.
vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
verbo primário (para o qual outras palavras e aparentemente não cognatas são usadas em determinados tempos apenas, especialmente, οιω oio; e ενεγκω enegko; TDNT - 9:56,1252; v
1) carregar
levar alguma carga
levar consigo mesmo
mover pelo ato de carregar; mover ou ser transportado ou conduzido, com sugestão de força ou velocidade
de pessoas conduzidas num navio pelo mar
de uma rajada de vento, para impelir
da mente, ser movido interiormente, estimulado
carregar, i.e., sustentar (guardar de cair)
de Cristo, o preservador do universo
carregar, i.e., suportar, agüentar o rigor de algo, agüentar pacientemente a conduta de alguém, poupar alguém (abster-se de punição ou destruição)
trazer, levar a, entregar
mudar para, adotar
comunicar por anúncio, anunciar
causar, i.e., gerar, produzir; apresentar num discurso
do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.
Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias
ἀπό
(G575)
apó (apo')
575απο apo apo’
partícula primária; preposição
de separação
de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
de separação de uma parte do todo
quando de um todo alguma parte é tomada
de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
de um estado de separação. Distância
física, de distância de lugar
tempo, de distância de tempo
de origem
do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
E, Pedro, tendo voltado a si, disse: Agora verdadeiramente eu sei que o Senhor enviou o seu anjo e me livrou da mão de Herodes, e de toda a expectativa do povo dos judeus.
Atos 12: 11 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep
de dentro de, de, por, fora de
ἐν
(G1722)
en (en)
1722εν en
preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep
composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”
nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.
Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.
Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21
(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὅτι
(G3754)
hóti (hot'-ee)
3754οτι hoti
neutro de 3748 como conjunção; demonst. aquele (algumas vezes redundante); conj
que, porque, desde que
πᾶς
(G3956)
pâs (pas)
3956πας pas
que inclue todas as formas de declinação; TDNT - 5:886,795; adj
individualmente
cada, todo, algum, tudo, o todo, qualquer um, todas as coisas, qualquer coisa
coletivamente
algo de todos os tipos
... “todos o seguiam” Todos seguiam a Cristo? “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a Judéia”. Foi toda a Judéia ou toda a Jerusalém batizada no Jordão? “Filhinhos, vós sois de Deus”. “O mundo inteiro jaz no Maligno”. O mundo inteiro aqui significa todos? As palavras “mundo” e “todo” são usadas em vários sentidos na Escritura, e raramente a palavra “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são geralmente usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns judeus, alguns gentis, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção Particular)
Πέτρος
(G4074)
Pétros (pet'-ros)
4074πετρος Petros
aparentemente, palavra primária; TDNT - 6:100,835; n pr m
atribuir algo a alguém como um crime ou repreensão; incriminar ou repreender
intimar alguém por causa de alguma acusação, processar alguém por um crime
responsabilizar alguém por, acusar alguém de
invocar
requerer para si mesmo, em favor de si mesmo
alguém como um auxiliar
como minha testemunha
como meu juíz
recorrer
invocar pelo ato de pronunciar o nome de Jeová
expressão que encontra a sua explicação no fato de que orações dirigidas a Deus normalmente começam com uma invocação do nome divino
ἔρχομαι
(G2064)
érchomai (er'-khom-ahee)
2064ερχομαι erchomai
voz média de um verbo primário (usado somente no tempo presente e imperfeito, outros tempos provém de formas correlatas [voz média] ελευθομαι eleuthomai el-yoo’-thomahee, ou [ativo] ελθω eltho el’-tho, que não ocorrem de outra maneira); TDNT - 2:666,257; v
vir
de pessoas
vir de um lugar para outro. Usado tanto de pessoas que chegam quanto daquelas que estão retornando
aparecer, apresentar-se, vir diante do público
metáf.
vir a ser, surgir, mostrar-se, exibir-se, achar lugar ou influência
ser estabelecido, tornar-se conhecido, vir a ou até
João Batista era filho de Zacarias e Elisabete, e o precussor de Cristo. Por ordem de Herodes Antipas, foi lançado na prisão e mais tarde decapitado.
João, o apóstolo, escritor do quarto evangelho, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago. É aquele discípulo (sem menção do nome) chamado no quarto evangelho de “o discípulo amado” de Jesus. De acordo com a opinião tradicional, é o autor do Apocalipse.
João, cognominado Marcos, companheiro de Barnabé e Paulo At 12:12.
Maria, cristã romana que é saudada por Paulo em Rm 16:6
Μάρκος
(G3138)
Márkos (mar'-kos)
3138Μαρκος Markos
de origem latim; n pr m Marcos = “defesa”
um evangelista, autor do Evangelho de Marcos. Marcos era seu sobrenome latino, seu nome judaico era João. Era primo de Barnabé e companheiro de Paulo em algumas de suas viagens missionárias
μήτηρ
(G3384)
mḗtēr (may'-tare)
3384μητερ meter
aparentemente, palavra primária; TDNT - 4:642,592; n f
mãe
metáf. fonte de algo, pátria
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
aparentemente, uma palavra raiz de [cf “porta”]; TDNT - 3:173,340; n f
porta
vestíbulo
usado de qualquer abertura como uma porta, entrada, caminho ou passagem
em uma parábola ou metáfora
porta através da qual as ovelhas entram e saem, nome daquele que traz salvação para aqueles que seguem a sua orientação
“uma porta aberta”: expressão usada para referir-se à oportunidade de fazer algo
a porta do reino do céu (semelhante a um palácio) denota as condições que devem ser cumpridas a fim de ser recebido no reino de Deus
κρούω
(G2925)
kroúō (kroo'-o)
2925κρουοω krouo
aparentemente, verbo primário; TDNT - 3:954,475; v
bater: na porta
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὄνομα
(G3686)
ónoma (on'-om-ah)
3686ονομα onoma
de um suposto derivado da raiz de 1097 (cf 3685); TDNT - 5:242,694; n n
nome: univ. de nomes próprios
o nome é usado para tudo que o nome abrange, todos os pensamentos ou sentimentos do que é despertado na mente pelo mencionar, ouvir, lembrar, o nome, i.e., pela posição, autoridade, interesses, satisfação, comando, excelência, ações, etc., de alguém
pessoas reconhecidas pelo nome
a causa ou razão mencionada: por esta causa, porque sofre como um cristão, por esta razão
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
ser, exitir, acontecer, estar presente
ἔχω
(G2192)
échō (ekh'-o)
2192εχω echo
incluindo uma forma alternativa σχεω scheo, usado apenas em determinados tempos), verbo primário; TDNT - 2:816,286; v
ter, i.e. segurar
ter (segurar) na mão, no sentido de utilizar; ter (controlar) possessão da mente (refere-se a alarme, agitação, emoção, etc.); segurar com firmeza; ter ou incluir ou envolver; considerar ou manter como
ter, i.e., possuir
coisas externas, tal com possuir uma propriedade ou riquezas ou móveis ou utensílios ou bens ou comida, etc.
usado daqueles unidos a alguém pelos laços de sangue ou casamento ou amizade ou dever ou lei etc, de atênção ou companhia
julgar-se ou achar-se o fulano-de-tal, estar em certa situação
segurar mesmo algo, agarrar algo, prender-se ou apegar-se
estar estreitamente unido a uma pessoa ou uma coisa
λέγω
(G3004)
légō (leg'-o)
3004λεγω lego
palavra raiz; TDNT - 4:69,505; v
dizer, falar
afirmar sobre, manter
ensinar
exortar, aconselhar, comandar, dirigir
apontar com palavras, intentar, significar, querer dizer
chamar pelo nome, chamar, nomear
gritar, falar de, mencionar
μαίνομαι
(G3105)
maínomai (mah'-ee-nom-ahee)
3105μαινομαι mainomai
voz média da palavra primária mao (desejar ardentemente, da idéia de desejo ardente e insensato); TDNT - 4:360,548; v
estar louco, delirar
de alguém que fala de tal forma que parece não estar mentalmente são
ἄγγελος
(G32)
ángelos (ang'-el-os)
32αγγελος aggelos
de aggello [provavelmente derivado de 71, cf 34] (trazer notícias); TDNT 1:74,12; n m
um mensageiro, embaixador, alguém que é enviado, um anjo, um mensageiro de Deus
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
E, acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, declarou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e ele disse: Vai e mostra estas coisas a Tiago e aos irmãos. E, partindo, foi para outro lugar.
Atos 12: 17 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
Verbo - Particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Passivo - Nominativo Masculino no Plural
preposição primária denotando origem (o ponto de onde ação ou movimento procede), de, de dentro de (de lugar, tempo, ou causa; literal ou figurativo); prep
do tempo (da noite) durante o qual uma guarda era mantida, uma vigília, i.e., um período de tempo durante o qual parte da guarda estava em ação, e no fim do qual outros tomavam o seu lugar.
Como os gregos antigos geralmente dividiam a noite em três partes, assim, antes do exílio, os israelitas também tinham três vigílias durante a noite; subseqüentemente, no entanto, depois de se tornarem sujeitos aos romanos, adotaram o costume romano de dividir a noite em quatro vigílias
χείρ
(G5495)
cheír (khire)
5495χειρ cheir
talvez da raiz de 5494 no sentido de seu congênere, a raiz de 5490 (pela idéia de cavidade para apertar); TDNT - 9:424,1309; n f
pela ajuda ou ação de alguém, por meio de alguém
fig. aplica-se a Deus simbolizando sua força, atividade, poder
em criar o universo
em sustentar e preservar (Deus está presente protegendo e ajudando)
em castigar
em determinar e controlar os destinos dos seres humanos
ἀδελφός
(G80)
adelphós (ad-el-fos')
80αδελφος adelphos
de 1 (como uma partícula conectiva) e delphus (o ventre);
TDNT 1:144,22; n m
um irmão, quer nascido dos mesmos pais ou apenas do mesmo pai ou da mesma mãe
tendo o mesmo antepassado nacional, pertencendo ao mesmo povo ou compatriota
qualquer companheiro ou homem
um fiel companheiro, unido ao outro pelo vínculo da afeição
um associado no emprego ou escritório
irmãos em Cristo
seus irmãos pelo sangue
todos os homens
apóstolos
Cristãos, como aqueles que são elevados para o mesmo lugar celestial
αὐτός
(G846)
autós (ow-tos')
846αυτος autos
da partícula au [talvez semelhante a raiz de 109 pela idéia de um vento instável] (para trás); pron
prolongação e forma da voz média de um verbo primário TDNT - 1:681,117; v
tornar-se, i.e. vir à existência, começar a ser, receber a vida
tornar-se, i.e. acontecer
de eventos
erguer-se, aparecer na história, aparecer no cenário
de homens que se apresentam em público
ser feito, ocorrer
de milagres, acontecer, realizar-se
tornar-se, ser feito
δέ
(G1161)
dé (deh)
1161δε de
partícula primária (adversativa ou aditiva); conj
mas, além do mais, e, etc.
εἰμί
(G1510)
eimí (i-mee')
1510ειμι eimi
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
ser, exitir, acontecer, estar presente
ἐν
(G1722)
en (en)
1722εν en
preposição primária denotando posição (fixa) (de lugar, tempo ou estado), e (por implicação) instrumentalidade (mediana ou construtivamente), i.e. uma relação do descanso (intermédia entre 1519 e 1537); TDNT - 2:537,233; prep
em, por, com etc.
ἡμέρα
(G2250)
hēméra (hay-mer'-ah)
2250ημερα hemera
de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f
o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
durante o dia
metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.
do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.
usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὀλίγος
(G3641)
olígos (ol-ee'-gos)
3641ολιγος oligos
de afinidade incerta; TDNT - 5:171,682; adj
pouco, pequeno, limitado
de número: multidão, quantidade, ou tamanho
de tempo: curto
de grau ou intensidade: leve, desprezível
οὐ
(G3756)
ou (oo)
3756ου ou também (diante de vogal) ουκ ouk e (diante de uma aspirada) ουχ ouch
τíς (Strong G5101)
Com acento, é um pronome interrogativo. Praticamente todos os pronomes interrogativos das línguas latinas (quis? quid? cur?): Como?, Onde?, Quem?, O Que?, Por que?
Possui relação com
τις (Strong G5100)
Sem acento, é um pronome indefinido, correspondente ao latin (aliquis, quis, quidam)
Fonte: Miudinho - Mateus 16:8 {Aluizio Elias}
ἄρα
(G686)
ára (ar'-ah)
686αρα ara
provavelmente de 142 (devido a idéia de tirar uma conclusão); part
E, quando Herodes o procurou e o não achou, ele examinou aos guardas, e ordenou que eles fossem mortos. E, ele foi da Judeia para Cesareia, e permaneceu ali.
Atos 12: 19 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
forma prolongada de uma palavra primária ευρω heuro, que (junto com outra forma cognata ευρεω heureo hyoo-reh’-o) é usada em todos os tempos exceto no presente e imperfeito; TDNT - 2:769,*; v
descobrir, encontrar por acaso, encontrar-se com
depois de procurar, achar o que se buscava
sem procura prévia, achar (por acaso), encontrar
aqueles que vêm ou retornam para um lugar
achar pela averiguação, reflexão, exame, escrutínio, observação, descobrir pela prática e experiência
ver, aprender, descobrir, entender
ser achado, i.e., ser visto, estar presente
ser descoberto, reconhecido, detectado; revelar-se, do caráter ou estado de alguém, de como é percebido por outros (homens, Deus, ou ambos)
obter conhecimento de, vir a conhecer, Deus
descobrir por si mesmo, adquirir, conseguir, obter, procurar
Ἡρώδης
(G2264)
Hērṓdēs (hay-ro'-dace)
2264Ηρωδης Herodes
composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”
nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.
Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.
Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21
(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.
Ἰουδαία
(G2449)
Ioudaía (ee-oo-dah'-yah)
2449Ιουδαια Ioudaia
feminino de 2453 (com a implicação de 1093); TDNT - 3:356,372; n pr loc Judéia = “seja louvado”
num sentido restrito, a parte sul da Palestina, localizada ao ocidente do Jordão e do Mar Morto, para distingui-la de Samaria, Galiléia, Peréia, e Iduméia
num sentido amplo, refere-se a toda a Palestina
καί
(G2532)
kaí (kahee)
2532και kai
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
Cesaréia de Filipe estava situada ao pé do Líbano, próximo às nascentes do Jordão em Gaulanites. Anteriormente chamada de Panéias, foi posteriormente reconstruída por Felipe, o tetrarca, e chamada por ele de Cesaréia, em honra a Tibério César; subseqüentemente chamada Neronias por Agripa II, em honra a Nero.
Cesaréia da Palestina foi construída próximo ao Mediterrâneo por Herodes, o grande, no lugar da Torre de Estrabo, entre Jope e Dora. Foi provida com um porto magnífico e recebeu o nome Cesaréia em honra a Augusto. Foi a residência de procuradores romanos, e a maioria de seus habitantes eram gregos.
E Herodes estava muito irritado com os de Tiro e de Sidom; mas estes, vindo de comum acordo ter com ele e tendo feito amizade com Blasto, o camareiro do rei, pediam paz, porque o seu país era alimentado pelo país do rei.
Atos 12: 20 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear
preposição primária que denota o canal de um ato; TDNT - 2:65,149; prep
através de
de lugar
com
em, para
de tempo
por tudo, do começo ao fim
durante
de meios
atrave/s, pelo
por meio de
por causa de
o motivo ou razão pela qual algo é ou não é feito
por razão de
por causa de
por esta razão
consequentemente, portanto
por este motivo
εἰμί
(G1510)
eimí (i-mee')
1510ειμι eimi
primeira pessoa do singular do presente indicativo; uma forma prolongada de um verbo primário e defectivo; TDNT - 2:398,206; v
ser, exitir, acontecer, estar presente
εἰρήνη
(G1515)
eirḗnē (i-ray'-nay)
1515ειρηνη eirene
provavelmente do verbo primário eiro (juntar); TDNT - 2:400,207; n f
estado de tranqüilidade nacional
ausência da devastação e destruição da guerra
paz entre os indivíduos, i.e. harmonia, concórdia
segurança, seguridade, prosperidade, felicidade (pois paz e harmonia fazem e mantêm as coisas seguras e prósperas)
da paz do Messias
o caminho que leva à paz (salvação)
do cristianismo, o estado tranqüilo de uma alma que tem certeza da sua salvação através de Cristo, e por esta razão nada temendo de Deus e contente com porção terrena, de qualquer que seja a classe
o estado de bem-aventurança de homens justos e retos depois da morte
oficial responsável pelo quarto de dormir, camareiro
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
ὁμοθυμαδόν
(G3661)
homothymadón (hom-oth-oo-mad-on')
3661ομοθυμαδον homothumadon
de um composto da raiz de 3674 e 2372; TDNT - 5:185,684; adv
com uma mente, de comum acordo, com uma paixão
Singular palavra grega. Usada 10 de suas 12 ocorrências no livro de Atos. Ajuda-nos a entender a singularidade da comunidade cristã. Homothumadon é um composto de duas palavras que significam “impedir” e “em uníssomo”. A imagem é quase musical; um conjunto de notas é tocado e, mesmo que diferentes, as notas harmonizam em grau e tom. Como os instrumentos de uma grande orquestra sob a direção de um maestro, assim o Santo Espírito harmoniza as vidas dos membros da igreja de Cristo.
πάρειμι
(G3918)
páreimi (par'-i-mee)
3918παρειμι pareimi
de 3844 e 1510 (que inclue suas várias formas); TDNT - 5:858,791; v
estar perto, estar à mão, ter chegado, estar presente
estar pronto, em estoque, às ordens
πείθω
(G3982)
peíthō (pi'-tho)
3982πειθω peitho
verbo primário; TDNT - 6:1,818; v
persuadir
persuadir, i.e. induzir alguém pelas palavras a crer
fazer amigos de, ganhar o favor de alguém, obter a boa vontade de alguém, ou tentar vencer alguém, esforçar-se por agradar alguém
tranquilizar
persuadir a, i.e., mover ou induzir alguém, por meio de persuasão, para fazer algo
ser persuadido
ser persuadido, deixar-se persuadir; ser induzido a crer: ter fé (em algo)
Verbo - particípio aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) ativo - Masculino no Singular genitivo
dirigir-se a um assembléia pública, fazer um discurso para o povo
ἐνδύω
(G1746)
endýō (en-doo'-o)
1746ενδυοω enduo
de 1722 e 1416 (no sentido de entrar em uma veste) TDNT - 2:319,192; v
entrar numa (roupa), vestir, vestir-se
ἐπί
(G1909)
epí (ep-ee')
1909επι epi
uma raíz; prep
sobre, em cima de, em, perto de, perante
de posição, sobre, em, perto de, acima, contra
para, acima, sobre, em, através de, contra
ἐσθής
(G2066)
esthḗs (es-thace')
2066εσθης esthes
de hennumi (vestir); n f
vestimenta, roupa, vestuário
ἡμέρα
(G2250)
hēméra (hay-mer'-ah)
2250ημερα hemera
de (com 5610 implicado) um derivado de hemai (descansar, semelhante a raíz de 1476) significando manso, i.e. dócil; TDNT - 2:943,309; n f
o dia, usado do dia natural, ou do intervalo entre o nascer e o pôr-do-sol, como diferenciado e contrastado com a noite
durante o dia
metáf., “o dia” é considerado como o tempo para abster-se de indulgência, vício, crime, por serem atos cometidos de noite e na escuridão
do dia civil, ou do espaço de vinte e quatro horas (que também inclui a noite)
o uso oriental deste termo difere do nosso uso ocidental. Qualquer parte de um dia é contado como um dia inteiro. Por isso a expressão “três dias e três noites” não significa literalmente três dias inteiros, mas ao menos um dia inteiro, mais partes de dois outros dias.
do último dia desta presente era, o dia em que Cristo voltará do céu, ressuscitará os mortos, levará a cabo o julgamento final, e estabelecerá o seu reino de forma plena.
usado do tempo de modo geral, i.e., os dias da sua vida.
Ἡρώδης
(G2264)
Hērṓdēs (hay-ro'-dace)
2264Ηρωδης Herodes
composto de heros (um “herói”) e 1491; n pr m Herodes = “heróico”
nome de uma família real que se distinguiu entre os judeus no tempo de Cristo e dos Apóstolos. Herodes, o grande, era filho de Antípatre da Iduméia. Nomeado rei da Judéia em 40 a.C. pelo Senado Romano pela sugestão de Antônio e com o consentimento de Otaviano, ele finalmente superou a grande oposição que o país levantou contra ele e tomou posse do reino em 37 a.C.; e depois da batalha de Actio, ele foi confirmado por Otaviano, de quem gozava favor. Era corajoso e habilidoso na guerra, instruído e sagaz; mas também extremamente desconfiado e cruel. Por isso ele destruiu a família real inteira dos hasmoneanos, mandou matar muitos dos judeus que se opuseram ao seu governo, e prosseguiu matando até sua cara e amada esposa Mariamne da linhagem dos hasmoneanos e os dois filhos que teve com ela. Por esses atos de matança, e especialmente pelo seu amor e imitação dos costumes e instituições romanas e pelas pesadas taxas impostas sobre seus súditos, ele tanto se indispôs contra os judeus que não consegiu recuperar o favor deles nem através de sua esplêndida restauração do templo e outros atos de munificência. Ele morreu aos 70 anos, no trigésimo sétimo ano do seu reinado, 4 anos antes da era dionisiana. João, o batista, e Cristo nasceram durante os últimos anos do seu reinado; Mateus narra que ele ordenou que todas os meninos abaixo de dois anos em Belém fossem mortos.
Herodes, cognominado “Antipas”, era filho de Herodes, o grande, e Maltace, uma mulher samaritana. Depois da morte de seu pai, ele foi nomeado pelos romanos tetrarca da Galiléia e Peréia. Sua primeira esposa foi a filha de Aretas, rei da Arábia; mas ele subseqüentemente a repudiou e tomou para si Herodias, a esposa de seu irmão Herodes Filipe; e por isso Aretas, seu sogro, fez guerra contra ele e o venceu. Herodes aprisionou João, o Batista, porque João o tinha repreendido por esta relação ilícita; mais tarde, instigado por Herodias, ordenou que ele fosse decapitado. Também induzido por ela, foi a Roma para obter do imperador o título de rei. Mas por causa das acusações feitas contra ele por Herodes Agripa I, Calígula baniu-o (39 d.C.) para Lugdunum em Gaul, onde aparentemente morreu. Ele não tinha muita força de vontade, era lascivo e cruel.
Herodes Agripa I era filho de Aristóbulo e Berenice, e neto de Herodes, o grande. Depois de muitas mudanças de fortuna, conquistou o favor de Calígula e Cláudio de tal forma que ele gradualmente obteve o governo de toda a Palestina, com o título de rei. Morreu na Cesaréia em 44 d.C., aos 54 anos, no sétimo [ou no quarto, contando com a extensão de seu domínio por Cláudio] ano de seu reinado, logo depois de ter ordenado que Tiago, o apóstolo, filho de Zebedeu, fosse morto, e Pedro fosse lançado na prisão: At 12:21
(Herodes) Agripa II, filho de Herodes Agripa I. Quando seu pai morreu ele era um jovem de dezessete anos. Em 48 d.C. recebeu do imperador Cláudio o governo de Calcis, com o direito de nomear os sumo-sacerdotes judeus. Quatro anos mais tarde, Cláudio tomou dele Calcis e deu-lhe, com o título de rei, um domínio maior, que incluía os territórios de Batanéia, Traconites, e Gaulanites. Àqueles reinos, Nero, em 53 d.C., acrescentou Tibéria, Tariquéia e Peréia Julias, com quatorze vilas vizinhas. Ele é mencionado em At 25 e 26. De acordo com A Guerra Judaica, embora tenha lutado em vão para conter a fúria da populaça sediosa e belicosa, ele não teria desertado para o lado dos romanos. Depois da queda de Jerusalém, foi investido com o grau pretoriano e manteve o reino inteiro até a sua morte, que aconteceu no terceiro ano do imperador Trajano, [aos 73 anos, e no ano 52 de seu reinado]. Ele foi o último representante da dinastia Herodiana.
καθίζω
(G2523)
kathízō (kath-id'-zo)
2523καθιζω kathizo
outra forma (ativa) para 2516; TDNT - 3:440,386; v
fazer sentar
colocar, apontar, conferir um reino a alguém
intransitivamente
sentar-se
sentar
ter residência de alguém fixa
permanecer, assentar, estabelecer-se
καί
(G2532)
kaí (kahee)
2532και kai
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
e, também, até mesmo, realmente, mas
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
palavra, proferida a viva voz, que expressa uma concepção ou idéia
o que alguém disse
palavra
os ditos de Deus
decreto, mandato ou ordem
dos preceitos morais dados por Deus
profecia do Antigo Testamento dado pelos profetas
o que é declarado, pensamento, declaração, aforismo, dito significativo, sentença, máxima
discurso
o ato de falar, fala
a faculdade da fala, habilidade e prática na fala
tipo ou estilo de fala
discurso oral contínuo - instrução
doutrina, ensino
algo relatado pela fala; narração, narrativa
assunto em discussão, aquilo do qual se fala, questão, assunto em disputa, caso, processo jurídico
algo a respeito do qual se fala; evento, obra
seu uso com respeito a MENTE em si
razão, a faculdade mental do pensamento, meditação, raciocínio, cálculo
conta, i.e., estima, consideração
conta, i.e., cômputo, cálculo
conta, i.e., resposta ou explanação em referência a julgamento
relação, i.e., com quem, como juiz, estamos em relação
razão
razão, causa, motivo
Em João, denota a essencial Palavra de Deus, Jesus Cristo, a sabedoria e poder pessoais em união com Deus. Denota seu ministro na criação e governo do universo, a causa de toda a vida do mundo, tanto física quanto ética, que para a obtenção da salvação do ser humano, revestiu-se da natureza humana na pessoa de Jesus, o Messias, a segunda pessoa na Trindade, anunciado visivelmente através suas palavras e obras. Este termo era familiar para os judeus e na sua literatura muito antes que um filósofo grego chamado Heráclito fizesse uso do termo Logos, por volta de 600 a.C., para designar a razão ou plano divino que coordena um universo em constante mudança. Era a palavra apropriada para o objetivo de João no capítulo 1 do seu evangelho. Ver Gill ou “Jo 1:1”.
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
serviço, ministério, esp. daqueles que executam os pedidos de outros
daqueles que pelo pedido de Deus proclamam e promovem religião entre os homens
do ofício de Moisés
do ofício dos apóstolos e sua administração
do ofício dos profetas, evangelistas, anciãos, etc.
serviço daqueles que brindam aos outros os ofícios da afeição cristã esp. aqueles que ajudam a atender necessidades, seja pelo recolhimento ou pela distribuição de caridades
atribuir algo a alguém como um crime ou repreensão; incriminar ou repreender
intimar alguém por causa de alguma acusação, processar alguém por um crime
responsabilizar alguém por, acusar alguém de
invocar
requerer para si mesmo, em favor de si mesmo
alguém como um auxiliar
como minha testemunha
como meu juíz
recorrer
invocar pelo ato de pronunciar o nome de Jeová
expressão que encontra a sua explicação no fato de que orações dirigidas a Deus normalmente começam com uma invocação do nome divino
Ἱερουσαλήμ
(G2419)
Hierousalḗm (hee-er-oo-sal-ame')
2419Ιερουσαλημ Hierousalem
de origem hebraica 3389ירושלימה, cf 2414; TDNT - 7:292,1028; n pr loc
Jerusalém = “habita em você paz”
denota tanto a cidade em si como os seus habitantes
“a Jerusalém que agora é”, com suas atuais instituições religiosas, i.e. o sistema mosaico, assim designada a partir de sua localização externa inicial
“Jerusalém que está acima”, que existe no céu, de acordo com a qual se supõe será construída a Jerusalém terrestre
metáf. “a Cidade de Deus fundamentada em Cristo”, hoje se apresenta como igreja, mas depois da volta de Cristo se apresentará como o pleno reino messiânico
“a Jerusalém celestial”, que é a habitação celestial de Deus, de Cristo, dos anjos, dos santos do Antigo e Novo Testamento e dos cristãos ainda vivos na volta de Cristo
“a Nova Jerusalém”, uma cidade esplêndida e visível que descerá do céu depois da renovação do mundo, a habitação futura dos santos
João Batista era filho de Zacarias e Elisabete, e o precussor de Cristo. Por ordem de Herodes Antipas, foi lançado na prisão e mais tarde decapitado.
João, o apóstolo, escritor do quarto evangelho, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago. É aquele discípulo (sem menção do nome) chamado no quarto evangelho de “o discípulo amado” de Jesus. De acordo com a opinião tradicional, é o autor do Apocalipse.
João, cognominado Marcos, companheiro de Barnabé e Paulo At 12:12.
aparentemente, uma partícula primária, que tem uma ação aditiva e algumas vezes também uma força acumulativa; conj
e, também, até mesmo, realmente, mas
Μάρκος
(G3138)
Márkos (mar'-kos)
3138Μαρκος Markos
de origem latim; n pr m Marcos = “defesa”
um evangelista, autor do Evangelho de Marcos. Marcos era seu sobrenome latino, seu nome judaico era João. Era primo de Barnabé e companheiro de Paulo em algumas de suas viagens missionárias
ὁ
(G3588)
ho (ho)
3588ο ho
que inclue o feminino η he, e o neutro το to
em todos as suas inflexões, o artigo definido; artigo
este, aquela, estes, etc.
Exceto “o” ou “a”, apenas casos especiais são levados em consideração.
tornar cheio, completar,i.e., preencher até o máximo
fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente
Tenho em abundância, estou plenamente abastecido
tornar pleno, i.e., completar
preencher até o topo: assim que nada faltará para completar a medida, preencher até borda
consumar: um número
fazer completo em cada particular, tornar perfeito
levar até o fim, realizar, levar a cabo, (algum empreendimento)
efetuar, trazer à realização, realizar
relativo a deveres: realizar, executar
de ditos, promessas, profecias, fazer passar, ratificar, realizar
cumprir, i.e., fazer a vontade de Deus (tal como conhecida na lei) ser obedecida como deve ser, e as promessas de Deus (dadas pelos profetas) receber o cumprimento
Σαῦλος
(G4569)
Saûlos (sow'-los)
4569σαυλος Saulos
de origem hebraica, o mesmo que 4549; n pr m Saul = “desejado”